A fenomenologia de Husserl: uma breve leitura Por: Paulo César Gondim da Silva Resumo
O presente artigo tem como propósito apresentar, apresentar, en passant, a fenomenologia sob a rubrica do pensador alemão Edmund Husserl. Serão abordados aqui os principais conceitos que nortei nor teiam am a fen fenome omenol nologi ogia a hus husser serlia liana, na, a qua quall ex exer erce ce ain ainda da gra grand nde e in inuên uência cia no mei meio o acadêmico. Palavras-chave fenomenologia, fen!meno, intencionalidade, epoch", #aria$ão eid"tica. Abstract
%his article aims to present, in passing, the phenomenolog& under the rubric of the german thin th in''er Ed Edmu mund nd Hu Huss sser erl. l. (t )i )ill ll ex exam amin ine e he herre th the e ma main in co conc ncep epts ts of hu huss sser erli lian an phenomenolog&,, )hich still exercises great inuence in academia. phenomenolog& Keywords phenomenolog&, phenomenon, intencionalit&, epoch", eidetic #ariation. Introduço * pala pala#ra #ra fenomenologia foi emp empreg regada ada por alg algun unss pen pensad sadore oress ao lon longo go da his histór tória ia da +loso+a, e pode ser aqui de+nida nos seguintes termos descri$ão daquilo que aparece ou ciência que tem como ob-eti#o ou pro-eto essa descri$ão /*00*12*2O, 3444, p. 5678. 9omo se pode dedu:ir do próprio #oc;bulo, a fenomenologia est; relacionada diretamente ao conceito de fenômeno o qual pode ser de+nido como aquilo que aparece ou se manifesta /(dem8 /(d em8.. %oda oda#ia #ia,, não se pr prete etend nde e aqu aquii apr aprese esent ntar ar um esb esbo$o o$o his histór tórico ico do con concei ceito to de fen!meno nem tampouco da fenomenologia. Em sendo assim, ser; feita uma abordagem en passant da fenomenologia sob a rubrica do +lósofo alemão Edmund Husserl /<=>?@6=8, o que #em ao encontro do ob-eti#o do presente artigo. A !enomenolo"ia Husse Hu sserl rl ap apres resent enta a a sua fen fenome omenol nologi ogia a com como o um m"t m"todo odo de in# in#est estiga iga$ão $ão que tem o propósito de apreender o fen!meno , isto ", a apari$ão das coisas A consciência, de uma maneira rigorosa. 9omo um m"todo de pesquisa, a fenomenologia " uma forma radical de pensar /B*C%(2S, 344D, p. <=8. 9omo as coisas do mundo se apresentam A consciência, o +lósofo alemão pretende perscrutar essa apari$ão no sentido de captar a sua essência /aquilo que o ob-eto " em si mesmo8, isto ", ir ao encontro das coisas em si mesmas /HSSECF, 344=, p. <78. 2esse sentido, a +loso+a husserliana tra: consigo um no#o m"todo de in# in#est estiga iga$ão $ão que ir; ex exer ercer cer gra grand nde e in inuên uência cia no mei meio o aca acadê dêmic mico, o, o que far; da fenomenologia um marco imprescindG#el na +loso+a contempornea. I oportuno enfati:ar que a +loso+a de Husserl " um tanto quanto #asta e densa, o que requer, por sua #e:, certo esfor$o para interpret;@la. Jiante disso, enfocaremos aqui apenas os aspectos capitais do pensamento husserliano. O rigor que Husserl rei#indica rei#indica para o seu m"todo fenomenológico fenomenológico ad#"m do do propósito desse desse pensador em dispensar A +loso+a o mesmo rigor metodológico conferido A ciência. Kor ter efetuado estudos nos campos da matem;tica e da lógica, Husserl sempre nutriu certo apre$o pelo pe lo ri rigo gorr me meto todo doló lógi gico co.. 9o 9ont ntud udo, o, Hu Huss sser erll nã não o #i #ia a c com om bo bons ns ol olho hos s os m" m"to todo doss empregados, por exemplo, pela psicologia experimental. (sso porque essa ciência, como outras out ras ciê ciênc ncias ias ex exper perime imenta ntais, is, par parte te dos dad dados os emp empGri Gricos cos par para a daG des desen# en#ol# ol#er er seu seuss postulados. Kara Kara o +lósofo alemão, a instabilidade dos dados da empiria não fornecem o rigor necess;rio neces s;rio conc concerne ernente nte A in#e in#estiga stiga$ão $ão +losó +losó+ca. +ca. *ssi *ssim, m, enq enquant uanto o a ciênc ciência ia posit positi#ist i#ista a restringe seu campo de an;lise ao experimental, a fenomenologia abre@se a regiLes #eladas para esse m"todo, buscando uma an;lise compreensi#a e não explicati#a dos fen!menos /F*KOC%E e MOFKE, 344?, p. >3 8 . Em contrapartida, o pensador alemão propLe a an;lise compreensi#a da consciência, uma #e: que todas as #i#ências / Erlebnis8 do mundo se dão na e pel pela a co consc nsciên iência cia . JaG a tão c"l c"lebr ebre e de+ de+ni$ ni$ão ão hu husse sserli rliana ana de co consc nsciên iência cia t toda oda consciência " consciência de algo /NC*1*%*, >?, p. <648. Essa de+ni$ão de consciência est; #inculada, por seu turno, A no$ão de intencionalidade . Kara Hus Husser serl, l, a pal pala#r a#ra a int intenc encion ionali alidad dade e sig signi+ ni+ca ca ape apenas nas a car caract acterG erGsti stica ca ger geral al da consciência de ser consciência de alguma coisa /(dem, grifo do autor8. Eis o ponto de partida adotado pelo +lósofo alemão a an;lise dos fen!menos no mbito da consciência no intuito de se tentar apreender as coisas em si mesmas, isto ", como elas são. Kodemos di:er que em Husse Hu sserl rl o cogito car cartes tesian iano o gan ganha ha uma no# no#a a ro roup upage agem m ond onde e a int intenc encion ionali alidad dade e / toda assu sume me o lu luga garr da ce certe rte:a :a c cla lara ra e di dist stin inta ta de Cen en" " consci con sciênc ência ia é con consc sciênc iência ia de 8 as Jescartes.
* intencionalidade seria a marca fundamental da consciência, uma #e: que a consciência est; o tempo todo #oltada para fora de si. 9ontudo, a consciência não " considerada por Husserl como se fosse uma substncia ou um in#ólucro a partir do qual o mundo brotaria /...8 O princGpio de intencionalidade " que a consciência " sempre consciência de alguma coisaP, que ela só " consciência estando dirigida a um ob-eto /sentido deintentio8. Kor sua #e:, o ob-eto só pode ser de+nido em sua rela$ão A consciência, ele " sempre ob-eto@para@um@su-eito. /...8 (sto não quer di:er que o ob-eto est; contido na consciência como que dentro de uma caixa, mas que só tem seu sentido de ob-eto para uma consciência /J*C%(1ES, 344>, p. 3<3, grifo do autor8. * ênfase dada por Husserl A an;lise da consciência ser; uma das marcas capitais de sua +loso+a. Seu m"todo in#estigati#o@+losó+co procura ater@se sobretudo ao modo mesmo como a consciência se d;, nos seus pormenores, sem recorrer a QmuletasQ conceituais que #enham a QexplicarQ a sub-eti#idade /a consciência como res cogitans , por exemplo8 . O conceito husserliano de intencionalidade tra: no seu seio as no$Les de intenção, intuição e evidência apodítica. Husserl chama de inten$ão o conteúdo signicativo de alguma coisa. %emos a inten$ão de um ob-eto /um li#ro sobre a mesa8 quando possuimos apenas o signi+cado intencional desse li#ro /bem como da mesa8. 2o entanto, no momento dessa inten$ão não h; efeti#amente a presen$a em carne e osso do li#ro e da mesa. Em outras pala#ras existe apenas uma inten$ão signi+cati#a /0edeutungsintention8, quando signi+camos intencionalmente /meinen8 o ob-ecto, sem considerar ainda a sua presen$a, por exemplo, se temos só em conta o conteRdo signi+cati#o de um prado. Esta inten$ão pode ser preenchida pela presen$a do ob-ecto, por exemplo, se nos colocamos diante do prado neste caso temos uma intui$ão. * intui$ão " portanto o preenchimento duma inten$ão. * evidência " a consciência da intui$ão. Bas como e#idência e intui$ão mTtuamente se implicam, Husserl usa, na pr;tica, indiferentemente as duas pala#ras /NC*1*%*,
diante do mundo tem como escopo apreender na consciência as coisas no sentido de capt;@ las como elas são em si mesmas Qa fenomenologia procura enfocar o fen!meno, entendido como o que se manifesta em seus modos de aparecer, olhando@o em sua totalidade, de maneira direta, sem a inter#en$ão de conceitos pr"#ios que o de+nam e sem basear@se em um quadro teórico pr"#io que enquadre as explica$Les sobre o #istoQ /B*C%(2S, 344D, p. , p. 3>8. Jito de outra forma, a dicotomia cartesiana su-eito@ob-eto recupera exatamente a atitude natural a qual Husserl não pretende adotar quando da sua an;lise da apari$ão das coisas A consciência. * sub-eti#idade que o cogito inaugura -; estaria infestada de -uG:os a respeito do mundo. 9om a epoch" Husserl pretende superar esse obst;culo e captar o fen!meno na sua originalidade, isto ", no mbito da própria consciência. O m"todo husserliano da redu$ão fenomenológica tra: consigo ainda outras no$Les que de#em ser aqui apresentadas o transcendente e o transcendental. O transcendente, segundo Husserl, " a percep$ão cotidiana e habitual que temos das coisas do mundo esta cadeira, esta ;r#ore, este li#ro, etc. Kor seu turno, o transcendental Q" a percep$ão que a consciência tem de si mesmaQ /*00*12*2O, 3444, p. ?768. Em outras pala#ras, Qo transcendente " o mundo exteriorQ enquanto o transcendental Q" o mundo interiorQ da consciência /HSSECF, 344=, p. <=8. Esses termos, por sua #e:, tra:em a reboque as no$Les de noema enoese. O noema seria Qo aspecto ob-eti#o da #i#ência /p. ex., ;r#ore #erde, iluminada, não iluminada, percebida, lembrada, etc.8Q /*00*12*2O, 3444, p. 7<68. Jito de outra maneira, o noema seria o mundo transcendente tal qual ele nos " dado. Kor sua #e:, a noese Q" o aspecto sub-eti#o da #i#ência, constituGdo por todos os atos de compreensão que #isam a apreender o ob-eto, tais como perceber, lembrar, imaginar, etc.Q /(dem8. Kara Husserl, o +lósofo de#e deter@se no campo do transcendental. I no nG#el da consciência que o mundo se nos apresenta. Kode@se di:er aqui que o m"todo fenomenológico husserliano " uma proposta para encararmos o mundo como se fosse pela primeira #e:. * sedimenta$ão conceitual que nós acumulamos ao longo da #ida #iria a QobscurecerQ nossa maneira de apreender as coisas. Em se tratando ainda da redu$ão /epoch"8, Husserl a apresenta sob dois nG#eis, a saber, a redução psicolgica e a redução transcendental . 2a primeira, os -uG:os relati#os ao mundo que nos circunda são postos fora de circuito. 9omo -; se #iu aqui, não se trata de du#idar da existência das coisas, trata@se apenas de uma suspensão momentnea do -uG:o em rela$ão As mesmas. 9ontudo, Husserl defende que a redu$ão psicológica se-a radicali:ada. I quando o +lósofo propLe a sua redu$ão transcendental, que seria a epoché da própria redu$ão psicológica. * redu$ão transcendental le#aria o in#estigador a um est;gio de consciência pura. Segundo Husserl, na consciência puraP ou transcendentalP, as #i#ências perdem inteiramente o seu car;ter psicológico e existencial para conser#arem apenas a rela$ão pura do su-eito plenamente puri+cado ao ob-ecto enquanto consciente... /NC*1*%*,
original. *qui parece residir o grande m"rito da fenomenologia husserliana. Kartamos, por +m, para a abordagem da no$ão husserliana de #aria$ão eid"tica. I o que se #er;. A 1ARIA&'( #I$/2ICA Segundo Husserl, os ob-etos do mundo se nos apresentam sob di#ersas perspectivas /*bschattungen8 . Esta cadeira diante de mim pode ser apreendida sob di#ersas #aria$Les de perl !$bschattung". 2a epoch", o ob-eto de#e ser submetido As di#ersas #aria$Les possG#eis de per+l no intuito de se apreender a essência desse mesmo ob-eto, isto ", aquilo que permanece inalterado no mesmo. 2esse sentido, a redu$ão fenomenológica /epoch"8 seria uma maneira de se depurar o fen!meno a +m de se alcan$ar o ob-eto com total e#idência o processo pelo qual podemos chegar a essa consciência consiste em imaginar, a propósito de um ob-eto tomado por modelo, todas as #aria$Les que ele " suscetG#el de sofrer... este in#arianteP identi+cado atra#"s das diferen$as de+ne precisamente a essência dos ob-etos dessa esp"cie... Noi esse processo que Husserl chamou de #aria$ão eid"tica /J*C%(1ES, 344>, p. 3>8. 9omo a epoch" tem como escopo apreender a essência do fen!meno, ou se-a, seu eidos , compreende@se assim que tal m"todo fenomenológico se-a denominado de #aria$ão eid"tica. 2a #aria$ão eid"tica Husserl estabelece uma distin$ão entre o ob-eto percebido e o noema Qo noema " distinto do próprio ob-eto, que " a coisa p. ex., o ob-eto da percep$ão da ;r#ore " a ;r#ore, mas o noema dessa percep$ão " o complexo dos predicados e dos modos de ser dados pela experiênciaQ /*00*12*2O, 3444, p. 7358. * coisa que se apresenta A minha consciência não tem a sua existência negada. O que Husserl defende " que a atual percep$ão que temos de um ob-eto só se sustenta ante a possibilidade dos di#ersos per+s sob os quais esse ob-eto pode ser apreendido /...8 a fenomenologia, ao in#"s de igualar o ob-eto fGsico a um suposto fundamento ou substrato, iguala o ob-eto fGsico a todas as suas aparências, as atuais e possG#eis. *s aparências que estão sendo apresentadas não indicam uma coisa@em@si fundamental, mas sim possG#eis aparências que não estão sendo apresentadas atualmente, mas que poderiam #ir a ser... Husserl chama essas possG#eis aparências de Qhori:ontesQ /9OU, 344>, p. 3?8. Concluso *presentamos neste artigo uma #isão panormica da fenomenologia husserliana, a qual " um marco referencial no pensamento contemporneo. O rigor metodológico que Husserl rei#indica para a +loso+a atesta o #igor com o qual o pensador alemão sempre pautou suas in#estiga$Les. * tGtulo de conclusão deste artigo, -ulgamos pertinente tecer uma bre#e considera$ão. * epoch" /sobretudo a redução transcendental8 parece mergulhar a consciência num estado onde, de uma certa maneira, perdemos a aderência com este mundo real. 9ertamente " lou#;#el o rigor que Husserl busca#a para a in#estiga$ão +losó+ca. 2o entanto, redu:ir a realidade ao nG#el do consciente, atra#"s de sucessi#as epoch"s, para a partir daG tirar conclusLes seguras e radicais, parece não tornar a an;lise do fen!meno menos problem;tica. * no$ão husserliana de hylé, como bem o apontou o +lósofo Vean@paul Sartre /um dos principais discGpulos de Husserl8, te#e como resultado transformar a consciência em um ser hGbrido. ma #e: que essa matéria sub%etiva /a h&l"8 não " a própria consciência, mas sim o suporte sobre o qual a consciência se nos d;, compreende@se assim o embara$o que tal no$ão tra: para o estudo do fen!meno e da consciência. Bas " apan;gio da +loso+a tentar superar obst;culos e aporias. E Husserl, como um bom +lósofo, tentou fa:ê@lo com muita propriedade e esmero. Re3er4ncias biblio"r56cas *00*12*2O, 2. $icion5rio de 6loso6a . São Kaulo Bartins Nontes, 3444. 0*WJ(2(, B. Ja 1. !enomenolo"ia e teoria liter5ria . São Kaulo EJSK, ?4. 9OU, 1. Com7reender Sartre. Ketrópolis Mo:es, 344>. J*C%(1ES, *. ( 8ue é a 3enomenolo"ia9 São Kaulo 9entauro, 344>. JEKC*X, 2. Com7reender .usserl. Ketrópolis Mo:es, 3447. JES9*C%ES, C. (s 7ensadores. São Kaulo *bril 9ultural, =D. NC*1*%*, V. A 3enomenolo"ia de .usserl como 3undamento da 6loso6a . 0raga Fi#raria 9ru:, >?. YYYYYYYYYYYY. Problemas da 3enomenolo"ia de .usserl . 0raga Editorial Kresen$a, 3enomenolo"ia eistencial . São Kaulo EJSK, 76.
B*C%(2S, V. #studos sobre eistencialismo? 3enomenolo"ia e educaço . São Kaulo 9entauro, 344D. BECFE*@KO2%[, B. !enomenolo"ia da 7erce7ço. São Kaulo Bartins Nontes, ??. COM(1H(, S.M. .ist4, grifo do autor. D * pala#ra fen!menoP /aquilo que aparece ph;inomai signi+ca aparecerP, brilhar]P foi usada na linguagem +losó+ca -; desde Klatão e *ristóteles. 2o decurso da História da Niloso+a adquiriu um sentido cada #e: mais sub-ecti#o. Em Husserl, desliga@se inteiramente da rela$ão a qualquer ob-ecto exterior A consciência, para referir ao puro ob-ecto imanente enquanto aparece na consciência NC*1*%*, V. Kroblemas da Nenomenologia de Husserl. 0raga Fi#raria 9ru:, , grifos do autor. E Segundo Baurice Berleau@Kont&, a fenomenologia de Husserl trata@se de descre#er, não de explicar nem de analisar. Essa primeira ordem que Husserl da#a A fenomenologia iniciante de ser uma psicologia descriti#aP ou de retornar As coisas mesmasP " antes de tudo a desapro#a$ão da ciência. Eu não sou o resultado ou o entrecru:amento de mRltiplas causalidades que determinam meu corpo ou meu psiquismoP, eu não posso pensar@me como uma parte do mundo, como o simples ob-eto da biologia, da psicologia e da sociologia nem fechar sobre mim o uni#erso da ciência. %udo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma #isão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os sGmbolos da ciência não poderiam di:er nada. %odo o uni#erso da ciência " construGdo sobre o mundo #i#ido, e se queremos pensar a própria ciência com rigor, apreciar exatamente seu sentido e seu alcance, precisamos primeiramente despertar essa experiência do mundo da qual ela " a expressão segunda BECFE*@KO2%[, B. Nenomenologia da Kercep$ão. São Kaulo Bartins Nontes, ??, p. 6, grifos do autor. F /...8 H; qualquer coisa mais e#idente do que o ob-ecto exterior " a própria consciência do ob-ecto exterior /^8 Kortanto, o come$o absoluto tem que estar no ob-ecto enquanto consciente NC*1*%*, V. Kroblemas da Nenomenologia de Husserl. 0raga Fi#raria 9ru:, . H * existência da coisa supLe a da consciência. * consciência, por"m, não " para ele, como para 0er'ele&, um mundo fechado em si, que possui a mesma existência que a da coisa. * consciência husserliana " uma consciência deP, e só porque h; o transcendente " que ela existe. Est;, portanto, situada antes da no$ão de su-eito e ob-eto e " absoluta " origem do ser 0*WJ(2(, B. Ja 1. Nenomenologia e %eoria Fiter;ria. São Kaulo Editora da ni#ersidade de São Kaulo, ?4, p. 63, grifo da autora. /...8 Besmo se concordarmos com Husserl sobre a existência de um estrato hil"tico na noese, não se poderia entender como a consciência seria capa: de transcender esta sub-eti#idade rumo A ob-eti#idade. Jando A h&l" os caracteres da coisa e da consciência, Husserl sup!s facilitar a passagem de uma A outra, mas só logrou criar um ser hGbrido que a consciência recusa e não poderia fa:er parte do mundo S*C%CE, ?7, p. 6<@63, grifo do autor. J /...8 Os dados sensG#eis, que mostram o colorido, a forma, etc., assim como as impressLes sensG#eis do pra:er, da dor, não seriam intencionais, mas formariam o que ele chama de ]leito hil"tico], material, algo que nada tem a #er com o que, na #ida da consciência, se chama de cor, pra:er, etc. Ou se-a, o ob-eto não " feito de sensa$Les captadas do exterior, como queria o empirismo 0*WJ(2(, B. Ja 1. Nenomenologia e %eoria Fiter;ria. São Kaulo Editora da ni#ersidade de São Kaulo, ?4, p. 65<, grifo da autora. /...8 * atitude natural caracteri:a@se pela con#ic$ão fundamental de #i#er em um mundo de coisas existentes, um mundo que " meu ambiente /^8 um mundo feito de coisas com um determinado #alor para mim, de coisas dotadas de um signi+cado pr;tico, coisas a serem usadas... HSSECF, E. (deen (, _ 37 e 3= apud COM(1H(, S.M. em História da Niloso+a 9ontempornea \ Jo s"culo U(U A 2eoescol;stica. São Kaulo Edi$Les Fo&ola, ??, p. 67>. L * reexão +losó+ca exige uma #olta A experiência original e ao mundo original, despo-ados da superestrutura de teorias acrescentadas pelas ciências. Esta #olta se chama
redu$ão fenomenológicaP NC*1*%*, V. * Nenomenologia de Husserl como Nundamento da Niloso+a. 0raga Fi#raria 9ru:, >?, p. <4?, grifo do autor. JES9*C%ES, C., =D, p.<>. D *bre#ia@se nessa pala#ra a expressão cartesiana cogito ergosunfP /Jiscours, (M B"d., ((, D8, que exprime a auto@e#idência existencial do su-eito pensante, isto ", a certe:a que o su-eito pensante tem da sua existência enquanto tal *00*12*2O, 2. Jicion;rio de Niloso+a. São Kaulo Bartins Nontes, 3444, p. <5=, grifo do autor. E Q * pala#ra *bschattung signi+ca , originariamente, modo de sombra, o qual #ai #ariando segundo as diferentes posi$Les do sol durante o dia. 9ompreendemos assim que Husserl a aplicasse para indicar os modos sucessi#os segundo os quais a coisa se manifestaQ NC*1*%*, V. * Nenomenologia de Husserl como Nundamento da Niloso+a. Fi#raria 9ru: 0raga, >?, p.<43. F E(JOS. Este, que " um dos termos com que Klatão indica#a a ideia e *ristóteles a forma, " usado na +loso+a contempornea especialmente por Husserl para indicar a essência que se torna e#idente mediante a redu$ão fenomenológica *00*12*2O, 2. Jicion;rio de Niloso+a. São Kaulo Bartins Nontes, 3444, p. 64=. %odo per+l atual indica, pois, intrinsecamente, um per+l que aparece em potência, e isso signi+ca que, sem essa indica$ão, o per+l atual não " o que ele ". %amb"m sem referência a possG#eis percep$Les não existe realmente a percep$ão atual... O ob-eto da percep$ão, portanto, " um sistema de signi+cados mut;#eis, próximosP e longGnquosP F(VKE2, Z. (ntrodu$ão A Nenomenologia Existencial. São Kaulo EJSK, 76, p. <4>, grifos do autor. Kaulo 9"sar 1ondim da Sil#a` 0acharel e Bestre em Niloso+a pela NC2 /`8 pcgondimgmail.com