A crença em Jinns na comunidade muçulmana sunita do Rio de Janeiro
Bruno Ferraz Bartel
Núcleo de Estudos sobre o Oriente O riente Médio (NEOM) Mestrando do Programa de Pós-Gradua!o em "ntro#ologia (PPG") $ni%ersidade Federal Fluminense ($FF) brunodz&'aoo*com*br
Resumen
O artigo tem como ob+eti%o analisar o sistema de crena acerca dos Jinns, Jinns, a #artir de inter#retaes simbólicas, entre os muulmanos sunitas da .ociedade Bene/icente Muulmana do 0io de 1aneiro (.BM01)* Os 1inns s!o seres in%is2%eis criados do /ogo e dotados de li%re arb2trio #or 3eus ( Allah ( Allah), ), e 4ue %i%em na 5erra em um mundo #aralelo ao dos omens* .uas #oss2%eis /ormas de mani/esta!o entre os omens, durante a %ida religiosa muulmana, /azem #arte de um sistema de classi/ica!o cosmológico, onde se #rescre%em determinados %alores e aes acerca destes seres nas suas #oss2%eis interaes com os indi%2duos* O trabalo etnogr6/ico realizado na Mes4uita da 7uz ( Masjid Al Nur ) localizada no bairro da 5i+uca (01), nos meses de Maro de 89:9 a 1ulo de 89::, #arte das re#resentaes coleti%as dos 1inns e #rocura destacar o sistema de classi/ica!o enunciado nos discursos dos muulmanos da .BM01* " metodologia usada /oi ; obser%a!o #artici#ante das ati%idades religiosas realizadas nos es#aos da mes4uita incluindo entre%istas abertas com alguns de seus /re4os 5ransnacionais e ?onstru!o de @dentidades em ?omunidades 3ias#óricas entre a "mérica do .ul e o Oriente MédioA, coordenado #elo Pro/* 3r* Paulo Gabriel ilu da 0oca Pinto e #ossui o au>2lio /inanceiro do ?NP4*
Introdução
O #resente trabalo se #ro#e a analisar a constru!o das relaes simbólicas de a/astamento com os GCnios ( Jinns1) inseridos no uni%erso m2tico islDmico, a #artir do sistema de crenas com#artiladas entre os muulmanos sunitas 8 4ue se congregam na Mes4uita da 7uz (Masjid Al Nur ), no bairro da 5i+uca, localizada na ona Norte da ?idade do 0io de 1aneiro* Os Jinns s!o seres in%is2%eis criados a #artir do /ogo #or Allah3 e 4ue coabitam a realidade social con+unta com os umanos* O reconecimento da e>istCncia de tais seres im#lica em 4uestes acerca do sistema classi/icatório utilizado #elos indi%2duos, ou se+a, 4ue #ermitem #or em termos intelig2%eis a inter%en!o de tais entidades no #lano /2sico da realidade umana a #artir de suas agCncias, assim como as inter#retaes de ordem moral 4ue s!o criadas #ara de/inir e limitar o grau de #ro>imidade com os Jinns, %isto 4ue estes #odem situar os muulmanos numa #osi!o de #erigo , a #artir de seu contato* "nalisar um sistema de classi/ica!o religioso #ermite e>#or as crenas dos indi%2duos e sua rela!o com os %alores sociais de um gru#o* " classi/ica!o se /az #resente, #ois seu ob+eti%o consiste em ordenar as categorias de entendimento, usados #or uma coleti%idade, em gru#os distintos entre si, se#arados #or linas de demarca!o nitidamente determinadas* 3e outro lado, classi/icar, n!o seria a#enas constituir gru#os* @sso signi/icaria dis#or estes gru#os ierar4uicamente, segundo relaes muito es#eciais, onde =toda classificação implica uma ordem hierárquica da qual nem o mundo sensível nem nossa consciência nos oferecem o modeloA (3ur&eim Mauss, 899HI 9J)* " #ers#ecti%a de uma realidade com#artilada +unto aos umanos /oi registrada #or Kestermarc& (:L) em sua %iagem no Marrocos onde o autor relata 4ue os Jinns /ormam uma raa es#ecial de seres umanos, criados antes de Adão* Em %6rios as#ectos, no entanto, eles seriam como os omens* Eles comem, bebem e #rocriam a sua es#écie na 5erra, inclusi%e atra%és de cone>es se>uais com os omens* Eles est!o su+eitos ; morte, e :
?olocarei os termos em 6rabe utilizados entre #arCnteses #elos muulmanos* ?om a morte do Pro/eta Muhammad a 4uest!o da sua sucess!o na liderana da comunidade muulmana se colocou de maneira #remente* " ausCncia de um erdeiro masculino in%iabiliza%a o uso da tradi!o #ré-islDmica de sucess!o #atrilinear e obrigou a comunidade muulmana a decidir 4uais seriam os critérios de de/ini!o, atribui!o e manuten!o de #oder 4ue criariam lideranas leg2timas* O termo sunita re/ere-se aos muulmanos 4ue e%ocam a#enas as tradies dei>adas #elo Pro/eta a#ós a sua morte (Pinto, 89:9b)* J O termo Allah e>#ressa a no!o de 3eus entre os muulmanos* Penso em termos e4ui%alentes ao trabalo de Mar 3ouglas intitulado =Pureza e #erigoA, onde se destaca o #a#el da se#ara!o dos uni%ersos simbólicos (sagrado e #ro/ano), ob+eti%ando-se assim, a estrutura!o de uma idéia de ordem a #artir da an6lise dos casos contem#lados #ela autora* 8
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alguns deles, como os Jinns do Pro/eta Muhammad ir!o #ara o #ara2so a#ós a sua morte* "lém disso, n!o teria /ormas /i>as, mas #odem assumir 4ual4uer /orma 4ue eles #ossam a#reciar* .ua ca#acidade de trans/orma!o em outros seres os abilitam em a#arecer como omens, cabras, gatos, c!es, burros, tartarugas, ser#entes, ou outros animais, inclusi%e monstros de sete cabeas* Mediante a tais classi/icaes, as crenas na tradi!o islDmica sobre os Jinns #oderiam ser%ir #ara a constitui!o de uma base comum, dentro do imagin6rio religioso muulmano, atra%és das re#resentaes destes seres, %isto a /ora social 4ue os gru#os, sunitas ou demais re#resentantes H, constroem a #artir de suas #ers#ecti%as* Os termos das re#resentaes coleti%as designam a /ora do #ensamento social sobre o #ensamento indi%idual, determinando aes e com#ortamentos dos indi%2duos* "s re#resentaes coleti%as n!o se resumiria a#enas ;s somas das re#resentaes dos indi%2duos 4ue constituem a sociedade (3ur&eim, :9), mas sim, seria uma realidade 4ue se im#e aos indi%2duos, #ois 4uando estes interagem no mundo +6 encontram essa realidade /ormada anteriormente* Os Jinns n!o seriam almas de #essoas %i%as ou mortas, nem seriam totalmente demon2acos* 3e acordo com o "lcor!o (surata :HI aaL 8 HHI:H), o Jinns seriam uma outra raa (n!o-umanos), criado #or Allah ; umanidade e, ao contr6rio da umanidade, n!o de barro de /undo sólido, mas do /ogo sem /umaa (.#adola, 899)* .egundo o autor, istórias #essoais em seu trabalo de cam#o no Marroocos descre%em dis#utas a #artir de detales sobre se os Jinns #odem assumir /ormas %is2%eis, e se #odem ou n!o, #ossu2rem os seres umanos* .er #ossu2do ou n!o #or esses seres, de#endendo de seu conte>to etnogr6/ico #ro#orciona estabelecer noes di/erenciadas da e>#eriCncia religiosa entre a rela!o e>istente dos umanos com os Jinns, o 4ue coloca uma #roblem6tica entorno da no!o de sagrado* 3ur&eim (899L) +6 a%ia e>#licitado 4ue o sagrado e o #ro/ano /oram concebidos #elo es#2rito umano como gCneros se#arados, atra%és do #rocesso de uma idealiza!o sobre o mundo, ou se+a, a #artir da ca#acidade dos omens de conceber um ideal e de acrescent6-lo ao real, o#erado no #ensamento umano, res#ons6%el #ela se#ara!o do sagrado em rela!o ao #ro/ano* Entretanto, o as#ecto caracter2stico do /enQmeno religioso é o /ato de 4ue ele #ressu#e uma di%is!o do uni%erso conecido e conec2%el em dois gCneros 4ue com#reendem tudo o 4ue e>iste, mas 4ue se e>cluem radicalmente* "s coisas H
0e/iro-me ao >iismo e ao su/ismo* =O "lcor!o é o resultado te>tual da recita!o da #ala%ra di%ina #or Muhammad entre :9 e J8 a*d*A Pinto (89:9bI H)* Ele constitui um te>to normati%o utilizado #ela comunidade muulmana em desta4ue no trabalo etnogr6/ico* E4ui%alente aos ca#2tulos do li%ro sagrado dos muulmanos* L E4ui%alente aos %ers2culos do li%ro sagrado dos muulmanos*
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sagradas s!o a4uelas onde os interditos #rotegem e as isolam as coisas #ro/anas, a4uelas ;s 4uais esses interditos se a#licam e 4ue de%em #ermanecer ; distDncia das #rimeiras* Entretanto, #ara os trabalos 4ue se debruaram sobre o caso es#ec2/ico e>istente no Marrocos, a no!o de sagrado en%ol%ida numa e>#eriCncia religiosa #ode ser e>ibida a #artir da inter%en!o desses seres na #rodu!o do /enQmeno da glossolalia (.#adola, 899) ou a #artir da #re%is!o de e%entos /uturos (Kestermarc&, :L)* Em ambos, o cor#o seria o instrumento de media!o e o res#ons6%el #ela classi/ica!o dessas e>#eriCncias religiosas como re%eladoras de uma e>#eriCncia m2stica ou de magia #or #arte desses indi%2duos 4ue estabeleceriam contatos com os Jinns* .e+a como /or, a idéia de um agenciamento #or #arte dos Jinns, atuante na realidade umana, seria um elemento a ser %alorizada #ara com#le>i/icar a e>#eriCncia religiosa* 7eac (:L), admite 4ue a no!o de sagrado em 3ur&eim a#resenta uma dicotomia entre mito e rito, #or4ue dentro da #ers#ecti%a do autor /rancCs o rito seria de/inido como a#enas um con+unto de regras de conduta 4ue #rescre%em as maneiras dos omens de se com#ortarem na #resena de ob+etos sagrados* .egundo sua inter#reta!o, esta #roblem6tica n!o #ermite a%anar em 4uestes tanto do #a#el das re#resentaes nos indi%2duos 4uanto na /ora coleti%a das aes em con+unto organizada de maneira simbólica #or uma comunidade religiosa* $m mito n!o é necessariamente uma e>#lica!o no sentido de tornar mais claro algo 4ue n!o é entendido, antes, é uma inter#reta!o, uma maneira #articular de #erceber a o mundo (?i#aman, 8998)* " e>istCncia de aes res#ons6%eis #or manter uma #osi!o de a/astamento em rela!o aos Jinns, dentro de cada conte>to cultural es#ec2/ico, #oderia /ornecer um modelo de s2mbolos (7eac, :), ou se+a, /azer re/erCncia ;s categorias de entendimento utilizado #or algum gru#o, n!o #ermitindo assim, uma di%is!o n2tida entre mito e ritual 4ue #ode ser %isto como um sistema comunicati%o de discursos (@dem, :)* "lém de re#resentar uma se4to meta/órico (@dem, :a, :b), ele #ermite a cria!o de #rocessos de classi/ica!o e de re#eti!o a #artir dos 4uais um conecimento é incor#orado e re#roduzido #elos indi%2duos atra%és de suas #er/ormances (@dem, :)* Para com#reender determinados as#ectos do isl!, com as relaes simbólicas com os Jinns, torna-se necess6rio analisar como as re/erCncias religiosas est!o articuladas em um modelo normati%o inscrito na istória, ou se+a em uma tradi!o* Para "sad (:L, #*:) e>istemI
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discursos 4ue %isam instruir os #raticantes a res#eito do #ro#ósito e da /orma correta de uma determinada #r6tica 4ue, #recisamente #or4ue /oi estabelecida, tem uma istória* Esses discursos se relacionam conceitualmente com um #assado (4uando a #r6tica /oi estabelecida e a #artir da 4ual o conecimento sobre o seu #ro#ósito e #er/ormance correta /oi transmitido) e um /uturo (como o #ro#ósito da4uela #r6tica #ode ser mais bem assegurado no curto e no longo #razo ou #or4ue ela de%eria ser modi/icada ou abandonada) atra%és de um #resente (como ela é ligada a outras #r6ticas, instituies e condies sociais)* $ma tradi!o n!o se re/ere a uma sim#les transmiss!o de construes culturais de uma gera!o a outra* 5radies religiosas, como no caso do isl!, est!o em um constante #rocesso de atualiza!o e recria!o de seus modelos normati%os, cu+os elementos constitu2dos #odem ser ressigni/icados e modi/icados em cada momento istórico e conte>to cultual (Pinto, 89:9b)* Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro9: caracterização e metodologia
O conte>to religioso da .BM01 se di/erencia das demais comunidades muulmanas no Brasil #or4ue em tal institui!o o 4uadro ma+orit6rio n!o é constitu2do #or membros de origem 6rabe (Pinto, 899H)* Ela #ossui um car6ter multicultural e multiétnico, onde e>iste uma #resena signi/icati%a de membros dos mais di%ersos #a2ses e, sobretudo, de brasileiros con%ertidos :9, o 4ue a caracteriza como uma comunidade de car6ter mission6ria (1unior, 899L)* Os 6rabes e seus descendentes constituem cerca de 9R dos membros da comunidade, sendo a maioria constituti%a de demais brasileiros de di%ersas origens, além de a/ricanos e seus descendentes (Montenegro, 8998)* O #er/il social dos membros da comunidade muulmana do 0io de 1aneiro é di%ersi/icado incluindo #ro/issionais liberais, comerciantes, estudantes uni%ersit6rios etc* "lguns comerciantes 4ue /re4
" #artir da4ui, usarei essa sigla #ara me re/erir a essa institui!o* E>iste um debate sobre 4ual categoria de%e-se utilizar 4uando uma #essoa torna-se muulmana no Brasil* 0e/iro-me aos termos con%ers!o ou re%ers!o* ?omo n!o dese+o desen%ol%er as #roblem6ticas em torno desta o#osi!o entre os autores 4ue tr abalam com comunidade muulmanas no Brasil, o#to #elo termo con%ers!o* :9
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89:: entre os muulmanos sunitas da .BM01* Mina inser!o na %ida cotidiana deste gru#o se deu atra%és da #resena em cursos de ntrodução ao slã e ; !ín"ua #ra$e% ministrados #or di/erentes #ro/essores e dirigentes desta mesma institui!o ::* " metodologia usada na #es4uisa /oi a obser%a!o #artici#ante, ou se+a, o contato direto e #rolongado com os atores sociais en%ol%idos e em seus conte>tos es#ec2/icos, a #artir do acom#anamento dos sermes (&hut$a) e das reunies dos gru#os de estudos denominados de =/am2lia es#iritual :8A realizadas no es#ao da mes4uita :J* Eu também realizei entre%istas abertas e ti%e con%ersas in/ormais com alguns membros do gru#o dirigente da institui!o, assim como com alguns de seus /re4to desta comunidade em sua inter#reta!o do @sl! no Brasil* Embora e>ista uma tradi!o te>tual 4ue garante um discurso o/icial na constru!o e legitimiza!o de #r6ticas e discursos entre os membros da .BM01, isso nunca se encontra sistematizado constituindo um cor#o canQnico de/inido* $ma das razes disso é 4ue n!o e>iste uma autoridade central #or #arte de uma institui!o islDmica ca#az de im#or o uso dos mesmos te>tos #ara todas as comunidades muulmanas no Brasil* " sele!o de te>tos usados como re/erCncias canQnicas %aria de acordo com os múlti#los conte>tos sociais e religiosos dis#on2%eis em cada comunidade* " an6lise da tradi!o te>tual e>istente na .BM01 re%ela o grau de com#le>idade utilizada #elos seus membros 4ue #rocuram /ormular um 4uadro teórico de conecimento do @sl! ao in%és de receberem uma im#osi!o de um cor#o canQnico criado #ela academia ou #or escolas religiosas* Mina an6lise a #artir do material etnogr6/ico e>#osto, utiliza te>tos a#enas #ara indicar o uni%erso de re/erCncias utilizados #elos agentes durante mina %isitas* $ma an6lise sistem6tica dos te>tos utilizados #ela .BM01 constitui uma #arte rele%ante do
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Esta #es4uisa /az #arte da constru!o de meu #ro+eto de mestrado no Programa de PósGradua!o em "ntro#ologia (PPG") #ela $ni%ersidade Federal Fluminense e encontra-se inserida no #ro+eto =Flu>os 5ransnacionais e ?onstru!o de @dentidades em ?omunidades 3ias#óricas entre a "mérica do .ul e o Oriente MédioA coordenado #elo Pro/* 3r* Paulo Gabriel ilu da 0oca Pinto da $ni%ersidade Federal Fluminense ($FF), com su#orte /inanceiro do ?NP4* :8 Esses encontros s!o realizados #or algumas #essoas 4ue tCm como interesse discutir assuntos como a #ostura dos muulmanos no dia-a-dia, (se+a no ambiente do trabalo ou doméstico, e>#licaes teóricas sobre as crenas do isl! como, #or e>em#lo, o dia do +u2zo /inal e a im#ortDncia dos an+os) o #a#el da muler na educa!o das crianas, os modos de se realizar um se#ultamento muulmano, etc* :J " Mes4uita da 7uz (Masjid Al Nur ) segue uma tendCncia, iniciada na década de :9 no 0io de 1aneiro, de se concentrar nesse bairro #or causa das di%ersas instituies ligadas aos di/erentes gru#os 4ue com#em a comunidade 6rabe carioca* .obre o assunto %erI Pinto (89:9a)* 6
material a ser #roblematizado, #orém res#onde a #ro#ósitos di/erentes da 4ual este artigo se #ro#e in%estigar* Em todos os conte>tos da elabora!o da #es4uisa, a#enas os muulmanos de se>o masculino: e descendentes de 6rabes :H #artici#aram da com#osi!o do material etnogr6/ico 4ue ilustra o conteúdo do #resente te>to* O universo simblico entre os muçulmanos da SBMRJ
"s crenas em Jinns% entre os muulmanos da .BM01, s!o e>#ostas, entre outros conte>tos, durante as aulas de ntrodução ao slã% a #artir das e>#licaes destes #elos #ro/essores da institui!o com o au>2lio, de alguns li%ros escritos #or muulmanos 4ue com#em a 3iretoria Educacional da .BM01* "dmite-se 4ue, numa se4istente, estabeleceu-se a e>istCncia dos Jinns* Num momento #osterior dessas criaes, os 'omens teriam sido organizados a #artir do barro, sendo a /igura de Adão a res#ons6%el #ela #roli/era!o dos umanos na 5erra* $m elemento 4ue se destaca entre esses trCs seres criados re/ere-se ; 4uest!o do li%re arb2trio* Os an+os #or serem criaturas de%otadas ;s ordens di%inas, n!o #ossuiriam a ca#acidade de realizar escolas, ou se+a, as regCncias das leis de Allah estariam em #rimeiro lugar, o 4ue no caso, n!o ocorreria entre os Jinns e nem com os umanos* Os #ro/essores (?omerciante, J anos, descendente de s2rios e $ni%ersit6rio, 8L anos, natural de Bur&ina-Farso) narram 4ue dentre os Jinns 6 os 4ue s!o muulmanos, %oltados #ara a %ida religiosa islDmica, e Jinns de outras religies como crist!os, +udeus, budistas e os 4ue seguem outras denominaes monote2stas* Os Jinns, #ara eles, #ossu2ram %ida social teriam a abilidade de casar, #rocriar, comer e beber* Eles %i%eriam no #laneta 5erra num mundo #aralelo ao nosso* "lém disso, teriam a ca#acidade de nos %er, #orém nós n!o os %er2amos no seu estado natural, ou se+a, no #lano in%is2%el* Os #ro/essores a/irmam 4ue eles #odem assumir tais /ormas animais 4uanto umanas, sendo 4ue os omens n!o teriam, em seu cam#o %isual, como distingui-los* 3urante uma
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" inser!o no uni%erso /eminino n!o somente nesta institui!o, mas de um modo geral ao @sl!, coloca limites #ara um #es4uisador omem* "s muleres casadas sem#re est!o ao lado de seus res#ecti%os maridos e as solteiras sem#re andam +untas na Mes4uita da 7uz* $ma a#ro>ima!o no uni%erso das muleres solteiras #ode simbolizar uma tentati%a de estabelecer um interesse #articular (relaes amorosas), neste caso, #ara a mina #essoa #elo /ato de n!o ser muulmano* Por isso, o#tei #or me concentrar nos discursos e nas #r6ticas dos omens da .BM01* :H Mesmo reconecendo a di%ersidade e>istente entre os membros da .BM01 (brasileiros e a/ricanos), o#tei #or me concentrar em um gru#o* 7
con%ersa, em cadeiras #ró>imas a cu#ins, um dos muulmanos #ro#Qs uma met6/ora #ara e>#licar a e>istCncia desses seresI SocC est6 %endo a4uele inseto no c!oT Bom, nós ser2amos a4uele inseto 4ue %aga #ela 5erra totalmente des#reocu#ado da e>istCncia de seres #aralelos a nós, tentando a#enas %i%er nossas %idas* Os Jinns ser2amos nós, 4ue estamos olando #ara o inseto, #or4ue eles estariam conscientes de sua e>istCncia e reconeceriam a e>istCncia de outros di/erentes deles* Eles #odem nos %er, caminar +unto de nós*** Nós a#enas saber2amos reconecer alguns sinais das #resenas deles* (?omerciante, J anos, descendente de s2rios)* Mesmo admitindo a inca#acidade de %er os Jinns no #lano /2sico, um dos #ro/essores de 6rabe da .BM01 ($ni%ersit6rio, 8L anos, natural de Bur&ina-Farso) e>#licita a idéia de 4ue 4uando nasce uma criana, alguns Jinns #odem segui-la até o /inal de sua %ida, caso seus #ais n!o e%idenciem #ara esses seres, 4ue se trata de um muulmano, ou se+a, de um ser umano 4ue se dese+a 4ue siga o camino rumo ; de%o!o a Allah* Por isso, /azemos o 4uCT Pronunciamos a shahada: (testemuno de /é) no ou%ido do bebC #ara 4ue ele se+a muulmano logo e #rocure acar um camino longe do contato com esses seres* Os ditos no ou%ido das crianas nada mais s!o do 4ue sú#licas #ara a/astar o mal das in/luCncias e>ternas* En4uanto con%ersa%a com as #essoas da .BM01, #ercebi 4ue este tema gera%a uma rea!o di/erenciada #or #arte de alguns muulmanos* U #reciso relatar 4ue alguns deles n!o me ola%am nos olos #ara res#onder ;s #erguntas sobre os as#ectos da inter%en!o no #lano /2sico realizados #elos Jinns, en4uanto 4ue, acerca de outras 4uestes,
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" #ro/iss!o de /é muulmana =N!o e>iste deus além de 3eus e Muammad é o #ro/eta de 3eusA (7a ila ila "lla Va Muammad rasul "lla) é o único elemento doutrinal entre os cinco #ilares* Ela constitui o m2nimo consenso doutrinal e>igido aos muulmanos, a/irmando a crena no monote2smo e na #ro/ecia de Muammad* " aceita!o das duas #ro#osies coloca automaticamente a #essoa dentro da comunidade religiosa do isl! e, da mesma /orma, a sua recusa im#lica na e>clus!o da mesma (Pinto, 89:9b)* " shahada é usada como demarcador do rito de #assagem (San Genne#, :L) 4ue %isa ; incor#ora!o de um indi%2duo no uni%erso religioso do isl!* 8
en%ol%endo as suas aes e 4ualidades intr2nsecas, as res#ostas eram geradas sem reaes deste ti#o* Eu - Os Jinns causam algum ti#o de receio #ara os muulmanosT Muulmano - N!o, nem um #ouco (com os olos %oltados #ara bai>o, des%iando-se de 4ual4uer com#romisso com sua res#osta #ara comigo)* E$ - Ent!o, como éT Muulmano - ?omo é o 4ueT (com os olos %oltados #ara mim) E$ - ?omo se sabe 4ue estamos diante de um jinnT Muulmano - @sso #ode ser mais di/2cil 4ue se #ensa (no%amente com os olos %oltados #ara bai>o) .egundo outro #ro/essor de l2ngua 6rabe ($ni%ersit6rio, 8 anos, descendente de libaneses e colaborador do 1ornal @nterno da .BM01), cada Jinn %i%eria mais ou menos :999 anos* Eles /icariam tristes 4uando a #essoa 4ue eles seguem n!o %ai #ara o in/erno ( "eena), o 4ue su#e-se ter ocorrido de%ido ; /ala ou #ouca #enetra!o de suas sugestes nos #ensamentos dos omens* ?ada um dos Jinns 4ue o#tam #or n!o seguir um camino rumo a Allah teria como #ro#ósito de %ida conduzir os omens na 5erra rumo ao =malA, a #artir da #rodu!o de aes m6s #raticadas #elos umanos de%ido ; ca#acidade de sugest!o desses seres nos #ensamentos dos umanos* ?aso /alem neste #ro#ósito, os Jinns eles seriam #unidos #or $lis1( , uma %ez 4ue n!o teriam conclu2do sua miss!o em des%iar os caminos dos omens* "lém disso, os #ro/essores costumam comentar 4ue as #essoas 4ue se ligam a es#2ritos, lidariam diretamente com Jinns* $ma discuss!o sobre este assunto me /oi #ro#orcionado 4uando assisti uma reuni!o da =/am2lia es#iritualA, #ara discutir algumas dú%idas entre os muulmanos* $ma senora muulmana a%ia relatado durante esta reuni!o 4ue sua %izina, ligada ; religi!o es#2rita, recebeu a %isita de uma #essoa 4ue a%ia morrido dizendo 4ue onde ela esta%a era =#éssimoA e 4ue ela, a #essoa 4ue recebeu a %isita, estaria em sérios a#uros #or sua conduta na 5erra* " dú%ida da senora muulmana se centra%a na ca#acidade de inter#retar esse e%ento, uma %ez 4ue #ara os muulmanos a alma n!o %oltaria de#ois da morte* ?omo ent!o, o es#2rito de alguém #oderia saber tanto sobre a %ida de um outroT Esta entidade /oi inter#retada como um Jinn #or um dos #ro/essores de 6rabe segundo sua com#reens!o de 4ue esse ser teria :
O Jinn 4ue se recusou a se cur%ar diante de Adão, #ela ordem de Allah, é denominado $lis* Ele é reconecido no "lcor!o como o =rei dos Jinns)* $lis #ode ser encontrado sobre a denomina!o de *ha+tan* SerI Bartel (89::)* 9
acom#anado a #essoa 4ue morreu #or toda a sua %ida* Por isso, o Jinn saberia de tudo o 4ue aconteceu com esta senora 4ue +6 /aleceu* ?omo conse4em#lo, caso a+a alguém incor#orado #or um Jinn, a #essoa 4ue %ai tentar tir6-lo também /az contatos com Jinns* Este Jinn 4ue é o seu contato tenta negociar com o outro #ara 4ue o mesmo desocu#e a4uele cor#o, tendo assim uma troca de interesses ou /a%ores* Os ori>6s do ?amdoblé e os Es#2ritos da $mbanda s!o considerados #or nós como mani/estaes de Jinns* " 4uest!o do médium no Es#iritismo também se encai>a a4ui* U #reciso ter um certo receio com tais contatos* Os Jinns est!o a2 #ara =%erA* (?omerciante, J anos, descendente de s2rios)* Mesmo reconecendo a e>istCncia de Jinns muulmanos na 5erra, o seu contato é %edado aos #raticantes do islamismo, constituindo-se em a#ro>imaes de /ormas de tabu em termos religiosos, #ois segundo um dos entre%istados, 4uem se relaciona com os Jinns tornaria um descrente #ara o isl!, +6 4ue eles n!o ensinariam nada aos umanos, nem colaborariam com a #essoa antes 4ue a mesma se tornasse um descrente* 7ogo, seria #roibido #ara 4ual4uer muulmano o contato com eles* .abemos 4ue os Jinns #ossuem contato com os "n+os, #ois eles #ossuem a ca#acidade de %ia+ar até o céu, onde estabelecem uma rela!o armoniosa com estes* "#esar dos Jinns descendentes do #ró#rio demQnio 4ue s!o contr6rios a essa armonia onde sem#re %isam um estado de con/lito* "lém disso, os Jinns tCm a #ossibilidade de entrar em contato com os umanos na 5erra* Entretanto, os Jinns muulmanos est!o #roibidos #or determina!o de Allah a +amais entrarem em contatos com os omens* Por isso, sabemos 4ue 4uando alguém é a/etado #or um Jinn, estamos lidando com os Jinns n!o-muulmanos ou com o #ró#rio demQnio* (?omerciante, J anos, descendente de s2rios)*
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O demQnio, re#resentado a4ui #elo #ró#rio $lis, #ode seduzir o omem em 4ual4uer momento de sua %ida di6ria, o 4ue coloca a res#onsabilidade dos omens #ara com suas aes a ser uma meta alcanada #or meio do reconecimento dos caminos des%iantes su#ostamente #lane+ados #elo agente do mal ou #elas suas /ormas de mani/estaes 4ue corrom#em os omens* "ssim, intencionado a es#alar =o malA na 5erra, $lis assume uma #osi!o de destrui!o, atuando atra%és de suas #ro%aes #ara com o camino dos omens, #rocurando desestabilizar as relaes destes com Allah* ?i#man (899) argumenta 4ue a en/Dse na arrogDnica de $lis se e>#ressa #recisamente neste momento e 4ue Allah era ciente do seu orgulo, mas o#tou #or n!o #uni-lo #or seus #ensamentos, mas só 4uando ele tentou realizar seu orgulo* $m dos #ro/essores narrou 4ue $lis seria o =rei dos Jinns), ou se+a, e>istiria algo além dele 4ue in/luencia as #essoas* $lis comandaria todos os Jinns e n!o teria tanta /ora como e>iste no mundo crist!o de um ser t!o #oderoso e maligno* .ugerir 4ue $lis e os Jinns s!o os únicos cul#ados #elo mal no mundo seria di/erente 4ue considerar o #a#el da a!o umana* Para o #ro/essor, os 4ue /orem #ara o in/erno, #odem cul#ar os outros omens #or suas aes e até seria #oss2%el 4ue a colo4uem em $lis, entretanto o %alor das aes de%e, em sua %is!o, #esar sobre os indi%2duos 4ue as #raticam* E$ - ?omo sabemos 4ue estamos diante de alguma mani/esta!o desse serT E7E W "s #essoas 4ue /azem macumba***(/oi 4uando, subitamente, ao nosso lado, cai uma #ila de cadeira de #l6stico W ao total de%iam ser oito W no c!o #ro%ocando um estrondo no sal!o da mes4uita)* 3e#ois de olar #ara mim, ele comentaI U só /alar em macumba 4ue essas coisas acontecem*** (risos dele)* En4uanto ele a+eita%a as cadeiras na #ila original, #ergunteiI E$ - @sso n!o seria /ora de $lisT E7E - U só /alar em macumba 4ue essas coisas acontecem*** (risos dele e +6 mudando de assunto) " /orma de mani/esta!o tanto de $lis 4uanto dos Jinns, se realiza atra%és do sussurro nos ou%idos 4ue re#resenta a tenta!o, #ela /orma de #ensamento #ara com os omens, #or4ue segundo o #ro/essor de 6rabe, alimentaria o lado bestial do umano, #ara #raticar aes 4ue n!o condizem com os #receitos de Allah* =O es/oro é nosso (do
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omem), mas o resultado é de AllahA* " inten!o segundo este muulmanos seria tudo, inclusi%e a de a/astar o mal #ara si, #oisI ***se eu /izer algo de bom na %ida de alguém eu serei recom#ensado l6 na /rente***e se eu agir de m6 /é e mesmo assim resultar numa boa a!oT Bom ai, meu %alor é menor, #ois n!o esta%a intencionado***%ale menos, mas %ale* O imam (l2der religioso) da mes4uita (?omerciante, J anos, descendente de s2rios) insiste 4ue o sussurro #ode se mani/estar de %6rias /ormas* Poderia ser distraindo a #essoa #ara 4ue ela es4uea de cum#rir suas obrigaes, como acontece 4uando a #essoa est6 orando e comea a %ia+ar com seu #ensamento em outros, #ode ser le%antando dú%idas dentro dela e até #ode se mani/estar atra%és das lembranas das atitudes il2citas e as en/eitando #ara 4ue a #essoa %6 ao encontro dela, entre outras* ?omo ele mesmo salientouI =O sussurro seria a origem de toda a desobediCncia a AllahA (@sbelle, 899J)* Fomos ; última criatura 4ue abitou a 5erra #or Allah* Ele a%ia criado tudo antes, inclusi%e os Jinns* 3e#ois 4ue $lis 4ue negou a se #rostrar #erante a "d!o, ele decidiu olar #ara os umanos na 5erra, mesmo de#ois da 4ueda* O ciúme dele #ara com "d!o o e>#ulsou do Para2so* Precisamos nos manter /irme em nossa conduta rumo ao Para2so* O uso do cor#o #ode /ornecer um e>em#lo ligado ; /igura de $lis e conse4#lica!o neurológica :L #ela su#osta atua!o do lado direito do cérebro criando o mo%imento o#osto no cor#o das #essoas, #orém, uma das alunas #resente le%antou uma 4uest!o acerca do uso dos talares na mesa durante as re/eies* =Eu de%o cortar os #edaos de comida #resentes no #rato, n!o se im#ortando com a #osi!o das minas m!os, #ara comer a comida com o gar/o atra%és de mina m!o direitaTA $m dos #ro/essores :L
Os #ro/essores da .BM01 utilizam termos e e>#licaes cient2/icas em suas /alas e te>tos di%ulgados entre os muulmanos e aos de /ora da comunidade* " rela!o entre isl! e ciCncia tem #ro%ocado trabalos sobre a tem6tica* SerI 7ei/ .tenberg ,he slami-ation of *cience. /our Muslim 0ositions (7und .tudies in istor o/ 0eligions, No* ) ?oronet Boo&sI NeV Xor&, :* 12
con/irmou a #ossibilidade de realizar tal se4em#lo de sua arrogDncia #erante a cria!o de Allah* .endo assim, caberia aos muulmanos a recusa de n!o imitar *ha+tan em seus atos* ="d!o comia com a m!o direita #ara adorar a AllahA* ertz (:L9) reconece a #resena de interdies estabelecidas #ela sociedade, 4ue re#ercutem na #redominDncia do uso da m!o direita em detrimento da es4uerda* "lém disso, ele #arte do #ressu#osto 4ue a e>#lica!o /isiológica sobre a #redominDncia do uso da m!o direta é incom#leta, demonstrando 4ue a rela!o entre sagrado e #ro/ano é 4ue determina o uso #re/erencial de uma das m!os* .e+a como /or, a dimens!o educacional de uma cor#oralidade de%e ser #ensada #ara além da dimens!o biológica, e neste caso, em termos simbólicos* En4uanto ordem simbólica, o cor#o é uma re#resenta!o dos modelos im#ostos #or di/erentes maneiras de se %i%er (Mauss, 899), de estabelecer regra e condutas re#resentadas #elo cor#o com um ob+eti%o 4ue simboliza as #ossibilidades de um gru#o* $ma outra maneira de se reconecer a #resena dos Jinns no #lano /2sico seria a sua ca#acidade de incor#ora!o nos seres umanos, #ri%ando-os de sua abilidade de racioc2nio ou im#ondo-les uma conduta moral 4ue seria considerada como uma /orma de loucura tem#or6ria* " #ossess!o de #essoas %ia #ala%ras ou aes seria um trao caracter2stico dos Jinns* "demais, a idéia de #essoas 4ue #odem realizar =magiaA ou tem =olo-grandeA, corrente na sociedade brasileira, também seria considerada #or alguns muulmanos da .BM01 como aes en%ol%endo Jinns, uma %ez 4ue a /ora de tais aes n!o #oderia ser #roduzida #or umanos, mas t!o somente #or criaturas 4ue se ligam as /oras ocultas* Neste caso, #resumi-se na a!o ad%inda da #ersoni/ica!o do mal tendo re/erCncia a $lis* !onsideraç"es #inais
"s conce#es do Jinns, atra%és dos muulmanos da .BM01, #ermite colocar o sistema de crena local em rela!o a um uni%erso cosmológico #resente na tradi!o islDmica como /orma a re#ensar as =agCncias do malA se+a em situaes ati%as (intencionais) ou #assi%as (acidentais) consideradas #elos interlocutores do cam#o ao longo do trabalo etnogr6/ico* " cor#oralidade ad4uire um as#ecto rele%ante durante a constru!o das 4uestes 4ue nortearam este ensaio* Entretanto, n!o #osso concluir de maneira /ormal 4ue esta
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no!o estaria no centro da conce#!o cosmológica do @sl!, tam#ouco na constitui!o da conce#!o de #essoa entre os muulmanos da .BM01* Fora das res#onsabilidades indi%iduais, atuaria o #lano das /oras e>ternas, re#resentadas a4ui #elos Jinns, 4ue desa/iariam as relaes dos indi%2duos consigo mesmo e com seus #ares* "s tenses en%ol%endo a nomea!o do 4ue %ena a ser =o malA entre os mulumanos da .BM01, seguindo suas di/erentes tradies, s!o #roblemas #ertinentes 4ue #recisariam ser rea%aliados* .eria #reciso estar atento #ara os ob+etos in%is2%eis, #ara além dos #ró#rios Jinns en4uanto seres in%is2%eis, onde uma =no!o a#ro>imadaA das coisas torna-se /undamental, dese+oso #or trilar um rumo #ara no%as descobertas* Refer$ncias Bibliogr%ficas
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