A Boa Sorte Criando as condições de Sucesso na vida e nos negócios
Álex Rovira Celma
Fernando Trias de Bes
A BOA SORTE
Álex Rovira Celma Fernando Trias de Bes
Produção e diagramação para e-boo Ricardo Ferreira de Carvalho
2006
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Para Guilhermo Trías de Bes, meu pai, com todo meu amor e gratidão, por me ensinar as regras da Boa Sorte sem me contar nenhuma fábula, só com exemplo !eu pai ", de fato, o moti#o principal pelo $ual sei $ue a Boa Sorte pode ser criada %oi ele $uem me fe& #er $ue, basicamente, " uma $uestão de f", generosidade e 'mor, com mai(scula
Fernando Trías de Bes
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' meus filhos, *aia e Pol, e a todas as crian+as para $uem as histórias são escritas Tamb"m crian+a $ue sempre, se-a $ual for nossa idade, le#amos dentro de nós, por$ue nela #i#em a alegria, o dese-o e a paixão pela #ida, ingredientes imprescindí#eis para a Boa Sorte ' meus pais, Gabriel e .armen, por seu amor, sua f" e seu exemplo / a todos os pais cu-o amor por seus filhos se torna a semente da Boa Sorte 0 minha companheira, !ónica, e a todos os seres humanos $ue fa&em de sua #ida uma generosa entrega ao outro, por$ue são exemplos #i#os de $ue as histórias, como a #ida, podem ter um final feli&
Ále Rovira Celma x
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PARTE ! O encontro
/m uma bela tarde de prima#era, 4ítor, um homem de aspecto ele5 gante e informal, sentou6se na$uele $ue era o seu banco preferido no maior par$ue da$uela grande cidade 'li, sentindo6se em pa&, afrouxou o nó da gra#ata e apoiou seus p"s descal+os sobre um macio chão de tre#os .om 31 anos e uma #ida cheia de reali&a+7es, 4itor gosta#a especialmente da5 $uele lugar !as esta tarde seria diferente das outras, pois algo inesperado esta#a preste acontecer 'proximando6se do mesmo banco com a inten+ão de se sentar, apa5 receu outro homem, tamb"m com seus 38 anos, chamado 9a#i /le tinha um arconser#asse, cansado, at"mesmo abatido nele uma pessoa triste, em5 bora sua maneira, umPercebia6se certo ar de dignidade 9a#i esta#a pas5 sando por grandes dificuldades na$uele momento :a #erdade, há anos $ue as coisas não iam bem para ele 9a#i sentou6se ao lado de 4itor e seus olhares se cru&aram ; estra5 nho foi $ue tanto um $uanto o outro, ao mesmo tempo, pensaram $ue al5 gum #ínculo os unia, algo conhecido e longín$uo, mas intimamente famili5 ar – 4oc< " o 4itor= 6 perguntou 9a#i com respeito – / #oc< " o 9a#i= >espondeu 4itor, -á certo $ue reconhecia na$uela pessoa o seu amigo – :ão " possí#el? – :ão acredito, depois de tanto tempo? /les se le#antaram e se abra+aram soltando uma grande risada 4itor e 9a#i tinham sido amigos íntimos de inf@ncia, dos dois aos de& anos /ram #i&inhos no modesto bairro onde #i#eram os primeiros anos de suas #idas – Te conheci por esses inconfundí#eis olhos a&uisA 6 disse 4itor
– / eu te conheci por esse olhar t ão límpido e sincero $ue #oc< tem há 1 anos e $ue não mudou nada? 6 respondeu 9a#i /les então compartilharam boas histórias de inf@ncia e lembraram lu5 gares e pessoas $ue acredita#am ter es$uecido 't" que 4itor, $ue #ia na cara de seu amigo uma sombra de triste&a, disse a eleC – !eu #elho amigo, conte6me como foi sua #ida 9a#i encolheu os ombros e suspirouC – !inha #ida foi uma sucessão de erros – –
Por $u<= 6 perguntou 4itor 4oc< de#e lembrar $ue deixamos o bairro onde "ramos #i&inhos $uando tínhamos de& anos, $ue desaparecemos e $ue nunca mais se ou5 #iu falar de nós ; moti#o foi $ue meu pai herdou uma enorme fortuna de um tio distante $ue não tinha descendentes %omos embora sem di&er nada a ningu"m !eus pais não $ueriam $ue ningu"m soubesse da sorte $ue ti5 #emos !udamos de casa, de bairro, de #i&inhos e de amigos %oi na$uele momento $ue #oc< e eu perdemos contato – !as então foi por isso? D disse 4itor D sempre nos perguntamos o $ue teria acontecido a fortuna era assim tão grande= – /ra sim 'l"m disso, parte importante do $ue herdamos foi uma grande empresa t
ecordar tudo a$uilo não era nada agradá#el 4itor esta#a $uieto, sem saber o $ue di&er – Perdi muito dinheiro, embora a empresa continuasse sobre#i#endo Tentei redu&ir os custos de todas as maneiras, mas $uanto mais eu os corta5 #a, mais caíam as #endas /sti#e a ponto de criar uma marca própria, mas não ti#e coragem ; mercado pedia marcas estrangeiras e isso me deixou no limite .omo (ltimo recurso, pensei em abrir uma cadeia de lo-as própri5
as 9emorei a tomar uma decisão e, $uando o fi&, não era possí#el arcar com o custo dos alugu"is com o faturamento $ue eu tinha .omecei a atra5 sar no pagamento das contas e acabei tendo $ue #ender os ati#os $ue tinhaC a fábrica, meus terrenos, minha casa, todas as minhas propriedades Ti#e tudo na mão, ti#e tudo $ue $uis e perdi tudo ' sorte nunca me acompa5 nhou – ; $ue #oc< fe& então= 6 perguntou 4itor – :ada :ão sabia o $ue fa&er Todas as pessoas $ue antes me elogi5 a#am agora me da#am as costas %ui de um emprego a outro, mas não me adaptei ou não conseguiram me entender Hou#e um momento em $ue che5 guei at" a passar fome Há mais de I anos #ou sobre#i#endo como posso, ganhando a #ida com as gor-etas $ue consigo le#ando recados e recebendo a-uda das boas pessoas $ue me conhecem no bairro modesto onde moro agora ' falta de sorte sempre este#e comigo .omo não tinha #ontade de continuar falando, 9a#i perguntou ao amigo de inf@nciaC – / #oc<, como foi sua #ida= Te#e sorte= 4itor sorriu consigo mesmo – .omo #oc< de#e lembrar, meus pais eram pobres, mais pobres do $ue os seus $uando #i#iam no bairro !inhas srcens são mais humildes, #oc< sabe muito bem !uitas noites não tínhamos se$ue r o $ue comer 9e #e& em $uando, sua mãe chega#a at" a nos le#ar alguma comida por$ue sa5 bia $ue lá em casa as coisas iam mal .omo não pude ir ao col"gio, estudei na Juni#ersidade da #idaA .omecei a trabalhar com de& anos, logo depois de #oc
pelica 'prendi muito #isitando as lo-as e, sempre $ue possí#el, pergunta#a a todas as mulheres $ue #ia com bolsa o $ue elas gosta#am e não gosta#am em suas bolsas 4itor, $ue se lembra#a da$ueles anos com #erdadeira paixão, prosse5 guiuC – 's #endas foram crescendo 9urante de& anos continuei rein#estin5 do tudo o $ue ganha#a Procurei oportunidades onde pensa#a $ue elas pu5 dessem existir ' cada ano muda#a os modelos das bolsas $ue #endiam mais D elas nunca deixa#am de ter uma no#idade :unca esperei at" o dia seguinte para resol#er um problema da fábrica Tentei ser o responsá#el por tudo o $ue acontecia ao meu redor %ui ad$uirindo pe$uenas fábrica,uma atrás da outra, at" construir uma grande ind(stria %inalmente, consegui cri5 ar um próspero negócio ' #erdade " $ue não foi fácil, mas o resultado su5 perou totalmente o $ue imaginei $uando comecei tudo isso 9a#i interrompeu o amigo, tentando diminuir a intensidade de seu (ltimo comentárioC – 4oc< não acha $ue, na #erdade, tem muita sorte= – 4oc< acredita nisso= 4oc< acha realmente $ue foi apenas sorte= 6 perguntou 4itor surpreso – :ão $uis te ofender nem menospre&ar o seu feito 6 respondeu 9a#i, constrangido 6 !as acho difícil de acreditar $ue foi apenas #oc< o responsá#el pelo seu sucesso ' sorte sorri a $uem o destino, caprichosa5 mente, escolhe Para #oc< ela sorriuL para mim, não Msso " tudo, caro ami5 go 4itor ficou pensati#o 9epois de um tempo respondeuC – Sabe, eu não herdei nenhuma grande fortuna, mas ganhei algo muito melhor do meu a#F 4oc< conhece a diferen+a entre a sorte e a Boa Sorte, com mai(sculas= – :ão conhe+o D respondeu 9a#i, sem mostrar interesse – 'prendi a diferen+a entre sorte e a Boa Sorte com uma fábula $ue meu a#F costuma#a contar $uando mora#a lá em casa Sempre pensei , e continuo pensando , $ue essa história mudou minha #ida 'companhou6me em momentos de medo, de d(#ida, de incerte&a, de confusão e tamb"m nas horas de alegria, felicidade e gratidão Gra+as a ela, decidi comprar a pe5 $uena fábrica com o resultado de seis anos de muito esfor+o e com todas as minhas economias %oi tamb"m essa história $ue influenciou outras impor5 tantes decis7es $ue se re#elaram cruciais na minha #ida 4itor continuou falando, en$uanto 9a#i, com a cabe+a afundada en5 I8
tre os ombros, olha#a para o chão – Tal#e& ao 31 anos ningu"m este-a mais a fim de ou#ir histórias, mas nunca " tarde para escutar algo $ue possa ser (til .omo di& o ditadoC J/n$uanto há #ida, há esperan+aA se #oc< $uiser, eu posso te contar .omo 9a#i ficou $uieto, 4itor foi em frenteC – N uma história $ue a-udou muitas pessoas :ão só gente do mundo dos negócios como empresá rios e profissionais de todos os ramos 's pes5 soas $ue aprenderam a aplicaram a diferen+a entre a simples sorte e a Boa Sorte conseguiram excelentes resultados nas empresas em $ue trabalha#am Para outras ela ser#iu at" mesmo para encontrarem o amor %oi (til tamb"m a esportistas, artistas, cientistas e pes$uisadores / lhe digo isso por$ue pude obser#ar em primeira mãoC tenho 31 anos e constatei o efeito dessa lenda na #ida de muitas pessoas !ais animado e tal#e& mo#ido pela curiosidade, 9a#i finalmente fa5 louC – /stá bom, então conte6meC $ual a diferen+a entre a sorte e a Boa Sorte= 4itor refletiu antes de responderC – Euando sua família recebeu a heran+a,#oc
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PRIMEIRA REGRA DA BOA SORTE
A pois sortenão nãodepende dura muito tempo, de você.
A Boa Sorte é criada por você mesmo, por isso dura para sempre.
I)
PARTE !! A lenda do Trevo Máico
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I
O desafio de Merlin
Há muitos e muitos anos, em um reino muito distante, um mago cha5 mado !erlin reuniu nos -ardins do castelo real todos os ca#aleiros do lugar e lhes disseC – á fa& tempo $ue muitos de #oc
I
a ficar de p" e come+aram a emitir gritos de #itória e fa&er in#oca+7es aos deuses !erlin, no#amente, conseguiu aplacar o tumulto e retomar a pala#raC – Sil
'ssim, ambos os ca#aleiros partiram em dire+ão ao Bos$ue /ncanta5 do :ott em seu ca#alo negro e Sid em seu ca#alo branco
I
SEGUNDA REGRA DA BOA SORTE
Muitos os !ue !uerem tersão a Boa Sorte, mas poucos os !ue decidem "uscá#la.
I
II
O Gnomo !ríncipe da Terra
' #iagem at" o Bos$ue /ncantado era longa e eles le#aram dois dias para chegar ate lá >esta#am, portanto, somente cinco dias para encontrar o lugar o Tre#o !ágico :ão ha#ia tempo a perder dis5 so, osonde dois nasceria ca#aleiros resol#eram descansar durante a noite antes'pesar de iniciar a procura :ott e Sid fi&eram a #iagem separadamente e não se encontraram em nenhuma das paradas $ue fi&eram para dar água a seus ca#alos 'ssim, ne5 nhum dos dois sabia em $ue lugar do bos$ue o outro esta#a ; Bos$ue /ncantado era muito escuro, at" mesmo durante o dia, pois imensas copas das ár#ores mal deixa#am $ue os raios de sol chegassem ao chão ' noite foi escura, fria e silenciosa, mas ainda assim os habitantes da mata perceberam a presen+a dos dois #isitantes
IK
Bem cedo na manhã seguinte, decidido a encontrar o tre#o, :ott te#e a seguinte id"iaC J; Tre#o !ágico nascerá no chão Euem conhece melhor cada palmo de terra do Bos$ue /ncantado= !uito fácilC o Príncipe da Ter5 ra, $uer di&er, o Gnomo /le mora debaixo da terra e construiu corredores subterr@neos em cada canto do Bos$ue /ncantado /le me dirá onde o Tre5 #o !ágico de Euatro %olhas irá brotarA :ott, o ca#aleiro do ca#alo negro e de capa negra, perguntou então a todos os estranhos seres com $uem cru&ou pelo caminho onde poderia en5 contrar o Gnomo, at" $ue finalmente se #iu diante dele – ; $ue #oc< $uer= D perguntou o Gnomo D 9isseram $ue passou o dia todo procurando por mim – N #erdade D afirmou :ott en$uanto descia de seu ca#alo D Soube $ue dentro de cinco noites nascerá a$ui o Tre#o !ágico de Euatro %olhas .omo um tre#o só poderia brotar da terra, #oc<, $ue " o Príncipe da Terra, de#e saber o lugar onde ele brotará 4oc< " o (nico $ue conhece cada pal5 mo deste imenso bos$ue por debaixo da terra .onhece como ningu"m to5 das as raí&es de todas as plantas, arbustos e ár#ores $ue há neste lugar Se o tre#o #ai nascer dentro de cinco noites, #oc< -á de#e ter #isto suas raí&es 9iga6me onde ele está – Hummmmmmmmmmmm D pensou o Gnomo – 4oc< sabe tão bem $uanto eu D continuou :ott D $ue o Tre#o !á5 gigo proporciona sorte ilimitada somente aos ca#aleiros, portanto não tem nenhum #alor para #oc<, $ue " um Gnomo, nem para os outros habitantes do Bos$ue /ncantado 9iga6me onde nascerá /u sei $ue #oc< sabe o lugar ; Gnomo respondeuC 28
– .onhe+o os poderes do Tre#o !ágico de Euatro %olhas / -á sei $ue sua sorte ilimitada só contempla os ca#aleiros $ue o possuírem, mas não #i suas raí&es em nenhum local do bos$ue / maisC no Bos$ue /ncanta5 do nunca nasceram tre#os N impossí#el $ue o tre#o brote a$ui Euem lhe disse isso pro#a#elmente se enganou – :ão será #oc< $ue está enganado= á não terá dito a Sid, o ca#alei5 ro do ca#alo branco e da capa branca, onde nascerá o Tre#o /ncantado= D perguntou :ott num tom desafiador – :ão sei do $ue #oc< está falando? :ão conhe+o esse Sid e não te5 nho id"ia de $uem disse semelhante besteira :este bos$ue nunca hou#e um só tre#o, nem se$uer de tr
:ott sentiu te#e o $ueumcostumam $uempor"m, se di& foi $uesubstituir sua sorte onão " possí#elC pouco desentir medoa$ueles ; maisafácil, medo pela incredulidade JSimplesmente não pode serA %oi exatamente isso $ue passou pela cabe+a dele 'ssim, decidiu ignorar o $ue ou#ira do Gnomo J'manhã será outro dia e tal#e& a sorte me espere em um lugar dife5 renteA, D pensou
2I
/n$uanto isso, Sid, o ca#aleiro da capa branca, te#e na manhã do ter5 ceiro dia exatamente a mesma id"ia $ue :ott /le tamb"m sabia $ue o Gno5 mo era o mais indicado para lhe di&er onde o Tre#o !ágico poderia nascer %icou todo o dia tentando encontrá6lo, perguntou a todos os habitantes do bos$ue com os $uais cru&a#a pelo caminho at" $ue, finalmente, encontrou o Gnomo alguns minutos depois de o ca#aleiro :ott t<6lo deixado resmun5 gando em frente a uma das entradas de sua ca#erna de incontá#eis corredo5 res – N #oc< o Gnomo do Bos$ue /ncantado, a $uem chamam de Prínci5 pe da Terra= D perguntou Sid en$uanto salta#a do ca#alo – Sim, sou eu? 'i caramba, outro iluminado? / #oc<,o $ue dese-a= – Soube $ue dentro de cinco noites nascerá no bos$ue o Tre#o !ági5 co de Euatro %olhas e pensei $ue D Sid não pode acabar a frase ; Gno5 mo ficou #ermelho como um pimentão e encheu os pulm7es e as bochechas de ar como se fosse estourar – Eue história " essa desse maldito Tre#o !ágico ho-e= á disse ao outro ca#aleiroC simplesmente não podem nascer tre#os a$ui Euem afir5 mou o contrário está errado, está fa&endo uma brincadeira de mau gosto ou bebeu al"m da conta ; melhor $ue #oc
da outra Portanto, continuar procurando o Tre#o !ágico tal#e& fosse uma perda de tempo Se, como o Gnomo dissera, fosse impossí#el brotar um tre5 #o na$uele lugar nas atuais, então se trata#a de saber o "ue estava faltando para $ue um tre#o pudesse nascer ali 'ssim, Sid lhe perguntou en$uanto procura#a acalmá6loC – /spere, espere? 4oc< disse $ue nunca nasceram tre#os em todo o Bos$ue /ncantado=??= – :unca, -amais? D resmungou o Gnomo en$uanto entra#a em sua toca
:ão #á embora ainda, por fa#or /xpli$ue6me por $u< Euero saber por $ue nunca nasceram tre#os neste bos$ue ; Gnomo deu meia6#olta e respondeuC – Por causa da terra N e#idente $ue " por causa dela #in$u%m nun& ca tratou de renovar esta terra. ;s tre#os precisam de terra fresca e are-ada e a terra deste bos$ue " dura, compacta Se ela nunca foi reno#ada e are-a5 da, como " $ue pode então nascer um (nico tre#o por a$ui= – Portanto, Gnomo, Príncipe da Terra, se eu $uisesse ter uma só chance, ainda $ue uma só mesmo, de $ue crescesse um (nico tre#o no bos5 $ue eu de#eria renovar a terra, troc'(la) * perguntou Sid – ;b#iamente Ou você n+o sabe "ue s, se conse$ue coisas novas "uando se faz coisas novas) Se a terra não for trocada, a situa+ão continua5 rá a mesmaC não nascerá nenhum tre#o – / #oc< sabe onde posso encontrar terra f%rtil) ; Gnomo -á esta#a com meio corpo na toca e com uma das mãos pronta para fechar a portinhola de madeira $ue o separa#a do mundo exteri5 or 'inda assim respondeu a SidC – Há terra no#a e f"rtil no território das .oRls, $ue fica perto da$ui N uma terra rica por$ue " onde as .oRls , $ue são #acas anãs, depositam seu estrume N por isso $ue a$uela terra " boa ; ca#aleiro agradeceu efusi#amente ao Gnomo !ontou entusiasma5 do em seu ca#alo branco e ca#algou sem perder tempo em dire+ão ao terri5 tório das .oRls Sabia $ue suas chances não eram muitas, mas, pelo menos, -' tina al$uma coisa. .hegou ao território das #acas anãs ao anoitecer %oi muito fácil en5 contrar a terra de $ue falara o Gnomo /ra uma terra realmente fresca, are5 -ada e muito bem adubada /le só pFde encher dois alfor-es, $ue era o $ue le#a#a no ca#alo /ra o suficiente para uma pe$uena extensão de terreno /m seguida, o ca#aleiro Sid seguiu com seus alfor-es de terra no#a –
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para uma área bastante tran$ila do bos$ue, longe de $ual$uer po#oado /ncontrou um lugar $ue lhe pareceu ade$uado e arrancou as er#as e o mato $ue ha#ia ali 9epois remo#eu a terra #elha, a$uela $ue nunca ha#ia sido renovada a de sempre %inalmente, -ogou a terra nova no solo Euando terminou, foi dormir !as ele só ha#ia encontrado terra para uns poucos metros $uadrados Seria -ustamente a$uele lugar escolhido no $ual nasceria o Tre#o !ágico= Para ser realista, seria muito impro#á#el ter tanta sorte Qns poucos metros entre milhares de hectares era como uma probabilidade em cem milh7es :o entanto, uma coisa era certaC ele avia
feito al$o diferente de tudo $ue tinha sido feito no bos$ue at" então Se não existiam tre#os ali, se ningu"m nunca os tinha encontrado, era por$ue todos os $ue tentaram ha#iam se limitado a repetir as coisas de sempre, as $ue todo mundo fa&ia .omo bom ca#aleiro, Sid sabia $ue fazer coisas diferen& tes era o primeiro passo para conseguir coisas diferentes 'inda assim, ele sabia $ue eram mínimas as chances de $ue o Tre#o !ágico de Euatro %o5 lhas brotasse exatamente no lugar onde tinha escolhido para colocar a pou5 ca terra f"rtil de $ue dispunha !as, pelo menos, -á sabia por $ue não ha#ia tre#os / no dia seguinte saberia mais 9isso tinha certe&a 9eitado com a cabe+a no chão, Sid olha#a a terra $ue acabara de co5 locar sobre o solo Pensou $ue o Gnomo di&ia sua #erdade e $ue !erlin tamb"m expressara sua #erdade /ram duas #erdades aparentemente con5 traditórias :o entanto, agindo da$uela forma, colocando terra no#a sobre o terra de sempre, essa aparente contradi+ão desaparecera JSe não existiram tre#os no passado, isso não significa necessaria5 mente $ue no futuro eles não possam nascer a$ui, uma #e& $ue as condi5 +7es do solo agora são diferentesA, pensou 'dormeceu imaginando o tre#o brotando da terra nova $ue ha#ia es5 palhado /onando com isso o a-uda#a a es$uecer a pe$uena probabilidade de $ue a$ueles poucos metros fossem os escolhidos pelo destino para aco5 lher o Tre#o !ágico ; sol se pFs >esta#am somente $uatro noites
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TERCEIRA REGRA DA BOA SORTE
Sese%a você não tem Boa as Sorte aora, talve$ por!ue estáa so" circunst&ncias de sempre.
'ara !ue ela c(eue, é preciso criar novas circunst&ncias
2
III
0 1ama do 2a$o
; $uarto dia amanheceu muito mais frio do $ue os outros ; canto dos canários, pintassilgos, melros e rouxinóis abafou o dos grilos
:ott montou em seu ca#alo e pensou $ue a informa+ão $ue o Gnomo lhe dera era realmente preocupanteC JN impossí#el $ue tre#os nas+am no Bos$ue /ncantadoA / mais, nunca ha#ia brotado tre#o ali e o Gnomo sabia o $ue esta#a falando 9e $ual$uer modo, tal#e& o Gnomo esti#esse enganado Sabia $ue não podia confiar plenamente em suas pala#ras /mbora esse pensamento 23
não o le#asse a lugar nenhum, ele ao menos o tran$ili&a#a 9ecidiu dedi5 car o dia a encontrar algu"m capa& de desmentir a informa+ão do Gnomo Msso colocaria no#amente a sorte em suas mãos 9epois de ca#algar por mais de cinco horas, :ott a#istou ao longe, no meio do espesso bos$ue, um grande lago .omo esta#a com sede e ima5 gina#a $ue seu ca#alo tamb"m esti#esse sedento, decidiu aproximar6se da água /ra um lago muito bonito /sta#a cheio de nen(fares com flores amarelas e brancas Bebeu um pouco dágua e se sentou s margens do lago, en$uanto seu ca#alo bebia #ora&mente 9e repente, uma #o& atrás dele o surpreendeuC – Euem " #oc<= D /ra uma #o& feminina, doce e ao mesmo tempo profunda, frágil mas firme, sedutora por"m desafiante /ra a 9ama do *ago, uma mulher de bele&a e perfei+ão nunca #istas, modelada com a for5 ma da água e $ue emergia do lago de uma forma impressionante :ott ha#ia ou#ido falar nela >apidamente percebeu $ue podia con5 seguir com essa dama a informa+ão sobre sua tão importante missão – Sou :ott, o ca#aleiro da capa preta – ; $ue #oc< e seu ca#alo estão fa&endo perto do meu lago= á mata5 ram a sede ; $ue $uerem agora= /stão acordando meus nen(fares e esta " a hora do sono deles !eus nen(fares dormem durante o dia e cantam noite Se eles acordarem, esta noite não cantarão Seu canto e#apora a água do lago durante a noite Se eles não cantarem, a água não #ai e#aporar Se a água não e#aporar, o lago transbordará e, se o lago transbordar, muitas flo5 res, plantas e ár#ores morrerão afogadas %i$ue em silia com uma ; gargalhadas riso era agudo mas tamb"m gra#e Euando parou de rir, ficou s"ria e afirmouC – ;s tre#os não podem nascer neste bos$ue? :ão #< $ue a água $ue distribuo da$ui chega a todas as partes por infiltra+ão= :ão sai de mim atra#"s de rios e regatos, mas " filtrada pelas pare des do lago e chega a to5 dos os pontos do Bos$ue /ncantado Por acaso #iu po+as em algum lugar 2
deste bos$ue= ;s tre#os t
sorte de encontrar o Tre#o !ágico de Euatro %olhas
2
:a$uele mesmo dia, o ca#aleiro Sid se le#antou um pouco mais tarde do $ue o dia anterior .omo tinha reno#ado a terra at" tarde, resol#eu dor5 mir uma hora a mais /n$uanto comia umas ma+ãs, $ue compartilhou com seu ca#alo branco, pensou no $ue faria nesse dia Já tenho a terra, agora preciso saber de $uanta água #ou precisar ' probabilidade ter escolhido lugarfa&er certocom " mínima, eu sei !as,a $uanti5 se este for for o lugar de escolido entãoode#o $ue a terra receba dade ade$uada de águaA /le não te#e a menor d(#ida :ão era segredo $ue, de todos os habi5 tantes do Bos$ue /ncantado, a 9ama do *ago era a (nica $ue tinha água .ustou6lhe um pouco encontrá6la Precisou perguntar a$ui e ali e pe5 dir a a-uda de #ários animais falantes $ue encontrou no caminho /le chegou ao lago alguns minutos depois de :ott ter saído dali 'proximou6se bem de#agar Procura#a não fa&er barulho, mas, sem $uerer, pisou em uma casca de no&, $ue estalou Mmediatamente, a 9ama do *ago emergiu, imponente /la repetiu a mesma $ueixa $ue ha#ia feito a :ottC –
; $ue #oc< ca#alo branco estão fa&endo pertodo dosono meu deles lago= ; $ue $uerem= /stãoe seu acordando meus nen(fares N a hora !eus nen(fares dormem de dia e cantam noite Se forem acordados, esta noite não cantarão Seu canto e#apora a água do lago durante a noite Se eles não cantarem, a água não #ai e#aporar Se a água não e#aporar, o lago transbordará e, se o lago transbordar, muitas flores, plantas e ár#ores mor5 rerão afogadas %i$ue em sil
Sid ficou atFnito :ão só pela magnific
/u posso a-udá6la D ele propFs D 9iga6me, por"m, uma coisaC de $uanta água um tre#o precisa= ' 9ama do *ago respondeuC – Precisa de água em abund@ncia, de água clara de um riacho ' terra na $ual nascem os tre#os de#e estar sempre (mida – /ntão posso a-udá6la e #oc< pode me a-udar? – Scchhhhhhhhhh? :ão grite assim $ue um nen(far -á acordou /x5 pli$ue6me como – Se #oc< permitir, abrirei um sulco na margem do lago para $ue um re5 gato nas+a a partir de #oc<, e assim conseguirei $ue a água não se acumule mais em seu seio :ão farei barulho, pois ca#arei com cuidado um sulco na terra e a água sairá do seu lago 9essa maneira, não ha#erá mais necessidade de se preo5 cupar com os nen(fares 4oc< poderá dormir sempre $ue $uiser
' 9ama do *ago ficou pensati#a, mas depois concordouC – /stá bem !as não fa+a barulho Mmediatamente, para espanto de Sid, ela desapareceu Sem esperar um instante, ele impro#isou uma enxada com sua espa5 )8
da e a pendurou na parte traseira de seu ca#alo 9essa forma, medida $ue ca#alga#a de #olta ao terreno $ue escolhera, a espada ca#a#a um sulco no solo e a água os seguia liberando o lago de sua pesada carga ' água che5 gou at" terra fresca e f"rtil Sid ha#ia conseguidoC tinha encharcado a terra criando um riacho de água clara, o $ue nunca existira antes no Bos$ue /n5 cantado 'ssim, ele se preparou para dormir no espa+o $ue ha#ia criado >e5 fletiu sobre o $ue acontecera e lembrou6se do $ue seu mestre sempre lhe di5 &iaC a #ida lhe de#ol#e o $ue #oc< lhe dá ;s problemas dos outros são, fre$entemente, a metade de suas solu+7es Euem compartilha sempre ga5 nha mais /ra -ustamente o $ue ha#ia ocorridoC ele -á esta#a disposto a renunci5 ar água, mas $uando come+ou a entender o problema da 9ama do *ago, percebeu $ue ambos precisa#am da mesma coisa e $ue, com uma s, a3+o os dois sairiam $anando. .uriosamente, Sid percebeu $ue esta#a cada #e& menos preocupado se o lugar $ue escolhera seria realmente onde o Tre#o !ágico nasceria Tal#e& de#esse se sentir um pouco tolo por trabalhar tanto por um lugar onde o tre#o pro#a#elmente não nasceria !as não se sentia assim ' certe5 &a de $ue esta#a fa&endo o $ue de#ia era mais forte do $ue pensar se teria sorte ou não com a escolha do lugar Por $u<= :ão sabia Tal#e& por$ue re5 gar " o $ue " preciso fa&er depois de arar e cuidar da terra /le fa&ia o $ue tinha de fa&er N claro $ue ele sabia $ue era muito pouco pro#á#el $ue o lugar $ue escolhera para reno#ar a terra e regá6la seria -ustame nte o destinado a bro5 tar o Tre#o !ágico de Euatro %olhas !as ele conhecia duas ra&7es $ue impediam o nascimento de tre#os no bos$ue :o dia seguinte teria mais in5 forma+7es Tinha certe&a disso .om a cabe+a pousada no chão, ele tenta#a adormecer en$uanto olha#a com esperan+a a terra no#a regada pelo riacho !ais uma #e& #isua5 li&ou o Tre#o !ágico brotando e crescendo :esta noite, por"m, a imagem do tre#o apareceu em sua mente mais nítida e real do $ue na noite anterior Msso o deixou feli& ' noite caiu Só resta#am tr
)I
QUARTA REGRA DA BOA SORTE
'repararpara as condi)*es +avoráveis a Boa Sorte não sini+ica "uscar somente o "ene+cio para si mesmo.
-riar as condi)*es nas !uais os outros tam"ém an(am atrai a Boa Sorte.
)2
IV
0 /e"u,ia Raina das Árvores
:a manhã seguinte, :ott, o ca#aleiro da capa preta, se le#antou mui5 to desanimado .onsiderando as informa+7es do Gnomo e da 9ama do *ago, esta#a perdendo tempo Seu empenho não seria em #ão= .hegou a pensar em #oltar :o entanto, a #iagem at" o Bos$ue /ncantado tinha sido longa e, -á $ue esta#a ali, optou por ficar at" o s"timo dia Tal#e& finalmen5 te encontrasse algu"m $ue lhe dissesse onde achar o Tre#o !ágico de Eua5 tro %olhas :ott não sabia o $ue fa&er .om $uem poderia falar agora= !ontado em seu ca#alo, #agou pelo bos$ue sem saber aonde ir .ru&ou com toda es5 p"cie de seres estranhos, mas não achou nenhum tre#o /n$uanto ca#alga5 #a, olha#a para o chão procurando uma pista capa& de indicar onde o tre#o poderia germinar 9e repente, percebeu $ue não falara ainda com a Se$uóia, o primeiro habitante do Bos$ue /ncantado /la saberia lhe di&er algo .omo di&iam ))
$ue a Se$uóia era a primeira ár#ore nascida no Bos$ue /ncantado, ele ca5 #algou at" o centro da mata, onde a encontrou :ott apeou do ca#alo e aproximou6se Sabia $ue na$uele bos$ue todos os seres #i#os, inclusi#e muitos dos inanimados, tinham a capacidade de falar 'ssim, dirigiu6se Se$uóia e perguntouC – Se$uóia, >ainha das Ur#ores, #oc< consegue falar= :ão hou#e resposta /le insistiuC – Se$uóia, >ainha das Ur#ores, estou lhe fa&endo uma pergunta %a+a o fa#or de me responder :ão sabe $uem eu sou= Sou o ca#aleiro :ott ' Se$uóia come+ou a mexer seu impressionante tronco e disse ao ca5 #aleiroC – á sei $uem #oc< " Por acaso não sabe $ue conhe+o cada uma das ár#ores deste bos$ue= :ão sabe $ue atra#"s de nossas folhas todas estamos em contato físico umas com as outras= 's informa+7es correm rapidamente atra#"s de nossos galhos %a+a a sua pergunta, se $uiser, mas depois #á em5 bora /stou cansada Tenho mais de mil anos %alar me cansa – Serei bre#e D respondeu :ott D soube $ue " possí#el $ue dentro de tr
– /stá certo :unca nasceu um tre#o no Bos$ue /ncantado, muito menos um Tre#o !ágico de Euatro %olhas /m tempo algum nestes mil anos :unca :ott ficou desolado Pro#a#elmente, !erlin teria recebido uma infor5 ma+ão errada Pior $ue issoC come+ou a lhe passar pela cabe+a $ue o mago poderia t<6lo enganado :ott sentiu6se deprimido de #erdade /ra o terceiro habitante do bos5 $ue $ue di&ia n+o aver sorte para ele /sta#a tão obcecado com essa reali5 dade $ue não conseguia #er nada al"m dela >ealmente, escutar dos outros o $ue -á se sabe só le#a a afundar6se na própria e#id
)
:a$uela manhã o ca#aleiro se le#antou mais satisfeito do $ue no dia anterior ;bser#ou, alegre, tudo o $ue -á ha#ia pro#idenciadoC terra f"rtil e água abundante Se o lugar em $ue nasceria o Tre#o !ágico fosse este, agora ele precisaria saber o $uanto de sol e de sombra seria necessário Sid era um ca#aleiro e não um especialista em -ardinagem, por isso tinha $ue falar com algu"m $ue conhecesse muito bem as plantas e as ár#o5 res !as $uem= *ogo se lembrouC – .laro? .omo não? ' Se$uóia? N a ár#ore mais sábia do bos$ue 4la saberá $uanto de sol " necessário para um tre#o? Sid ca#algou at" o centro do Bos$ue /ncantado 9esceu de seu ca#a5 lo foi at" a ár#ore, como pouco antes ha#ia feito :ott 'proximou6se dela e perguntouC – 9istinta Se$uóia, >ainha das Ur#ores 9ese-a falar= :ão obte#e resposta !as insistiu – >espeitada e #enerada Se$uóia, >ainha das Ur#ores, se não esti#er muito cansada, gostaria de lhe fa&er uma pergunta Se #oc< não puder falar agora, #oltarei em outro momento ' #erdade " $ue Se$uóia nãomas responder a outoVro arrogante ca#aleiro $ue alhe #iesseha#ia fa&er decidido perguntas, logo #iu $ue Sid não era impaciente nem arrogante Pela amabilidade de suas pala#ras e seu respeitoso gesto de inclinar a cabe+a e apoiar o -oelho no chão, ela dedu&iu $ue era uma pessoa distinta Euando ele -á esta#a indo embora, ela o cha5 mouC – N #erdade $ue estou cansada 9iga6me, por"m, $ual " a pergunta= )3
– ;brigado por me responder, >ainha das Ur#ores !inha pergunta " muito simplesC $uanto de sol " preciso para $ue um tre#o possa crescer, no caso de dispor de terra no#a e água suficiente= – Hummmmmmmmmmm D disse a ár#ore 9essa #e&, contudo, le5 #ou bem menos tempo para se pronunciar por$ue conhecia perfeitamente a resposta D Qm tre#o precisa tanto de sol como de sombra !as não há um lugar assim por a$ui .omo #oc< -á de#e ter percebido, neste bos$ue só tem sombra Por isso nunca nasceu um tre#o a$ui /ssa " a resposta sua per5 gunta 't" logo
!as o ca#aleiro Sid não desanima#a facilmente – /spere, espere? Só mais uma pergunta eu lhe imploro 4oc<$ue " a >ainha das Ur#ores, me permite podar alguns galhos de suas s(ditas= Te5 nho sua autori&a+ão para fa&er isso= ' Se$uóia respondeuC – !inha permissão não " necessária 4oc< tem apenas $ue tirar as folhas e os galhos secos :esta bos$ue, ningu"m -amais trabalhou par man5 ter limpas as copas das ár#ores :ossos galhos nunca foram podados Por isso a lu& não penetra a$ui ;s moradores deste lugar são pregui+osos e sempre deixam suas obriga+7es para amanhã Se #oc< se dedicar apenas um pouco a essa tarefa, conseguirá fa&er com $ue ha-a lu& e sombra por igual embaixo $ual$uer ár#ore Basta as folhas os galhos / não precisa dademinha autori&a+ão, pois retirar toda ár#ore $ue ereceber essasecos aten+ão fi5 cará encantada .ortar os galhos #elhos, li#rar6se do $ue -á não ser#e " sempre um impulso para a #ida de uma ár#ore e para o $ue está a seu redor D concluiu ela, agora num tom caloroso e amá#el – ;brigado, muito obrigado, !a-estade? D respondeu Sid, le#antan5 do6se e, sem dar as costas Grande Se$uóia, andando para trás at" chegar a seu ca#alo ; ca#aleiro da capa branca ca#algou firme e apressadamente at" o lugar onde ha#ia reno#ado a terra e feito chegar a água !as -á era tarde Pensou então em deixar para limpar os galhos no dia seguinte 9e fato, não lhe resta#a mais nada para fa&erC -á tinha a terra, a água e sabia $ual era a $uantidade apropriada de sol Podia agora descansar e dedicar o (ltimo dia a podar as ár#ores Mme5 diatamente, por"m, lembrou6se do $ue a Se$uóia lhe disseraC J:ão deixe para amanhãA / tamb"m de um conselho $ue sempre lhe fora (tilC J'-a e não adieA /ra #erdade $ue não ha#ia mais nada para fa&er e $ue ele dispu5 nha de todo o dia seguinte para cortar os galhos #elhos !as, se come+asse na$uele momento, teria mais um dia e um dia a mais poderia ser importan5 )
te 'ssim, apro#eitou as poucas horas de lu& $ue ainda resta#am para dar início tarefa %iel a seus princípios, Sid resol#eu a$ir e n+o adiar as coisas $ue de5 #em ser feitas Subiu at" a copa das ár#ores de seu pe$ueno terreno e se de5 dicou com paixão a limpar as folhas e os galhos mortos 's ár#ores eram muito altas e ele te#e de subir uma a uma com a a-u5 da de uma corda $ue tra&ia consigo Qsando a espada, cortou os galhos se5 cos e eliminou as folhas mortas sem machucar o tronco nem os ramos #i5 #os Trabalhou durante boa parte da noite e com total empenho, como se a$uele ser#i+o fosse a (nica coisa $ue importasse na$uele momento D o seu Ja$ui e agoraA ; resultado final foi excelente /le se sentia muito feli& .uriosamente, não se preocupa#a mais com o fato de $ue o Tre#o !ágico de Euatro %olhas pudesse ou não nascer no lugar $ue ele escolhera para reno#ar a terra, canali&ar a água e limpar os ra5 mos e as folhas 'final, -á sabia do $ue um tre#o precisa#a para germinar e tinha cuidado de tudo ' $ue tarefa se dedicaria no dia seguinte= Tal#e& ainda hou#esse alguma coisa $ue aparentemente não fosse necessária, mas imprescindí#el? Sentiu $ue se alegra#a com o $ue esta#a fa&endo, $ue se dedica#a com paixão e $ue tudo a$uilo tinha um sentido, $ual$uer $ue fosse o resul5 tado final Qma noite mais, Sid #isuali&ou seu Tre#o !ágico, dessa #e& linda5 mente enrai&ado na terra (mida do pe$ueno espa+o $ue ha#ia criado. Mma5 ginou suas $uatro folhas D todas com a forma similar de um cora+ão D abertas para receber a lu& do sol $ue passa#a entre os galhos das ár#ores gi5 gantes $ue o cerca#am /mbora o ca#aleiro não soubesse explicar, $uanto mais ele sabia como criar as condi+7es para $ue o Tre#o !ágico nascesse, menos se preo5 cupa#a com o fato de ter escolhido corretamente o lugar em $ue isso se da5 ria ' noite, por fim, caiu Só resta#am duas noites
)
QUINTA REGRA DA BOA SORTE
você deiar para aman(ã o Se tra"al(o !ue precisa ser +eito, a Boa Sorte talve$ nunca c(eue.
-riar as condi)*es +avoráveis re!uer dar um primeiro passo. /a)a isso (o%e mesmo
)K
V
/ton a M+e das !edras
9urante o sexto dia, :ott, abatido, se pFs a #agar pelo Bos$ue /n5 cantado /le não acredita#a $ue fosse encontrar um (nico tre#o, mas tam5 b"m não $ueria #oltar so&inho ao castelo real Se ia fa&er um papel ridículo, preferia compartilhá6lo com Sid 'l"m disso, custa#a6lhe tanto reconhecer seus erros e fracassos $ue resol#eu responsabili&ar os outros JSou #ítima de um erro ou de um enga5 no de !erlinA, di&ia a si mesmo ; tenha sexto ca+ado dia foi omuitos mais cansati#o de todos $ue :ott plantas passou no bos$ue /mbora animais raros e descoberto exóticas, não aconteceu nada de especialmente rele#ante ; pior era uma sensa+ão $ue o deprimia muitíssimoC esta#a con#en5 cido de $ue não teria sorte na #ida 9o contrário, -á teria encontrado o Tre5 #o !ágico ' não ser, claro, $ue !erlin o ti#esse enganado !as, se !erlin o enganara, por $ue não #olta#a para o castelo= Por 18
$ue, no fundo, continua#a esperando= /sperar significa#a dar ra&ão !erlin e continuar confiando na sor& te. Por outro lado, $uanto mais espera#a, mais tinha certe&a de $ue a sorte não chegaria ; $ue ele estaria fa&endo de errado= Por $ue era tão desgra5 +ado= J; pra&o ainda não se esgotou /u mere+o a sorte, sou especial, mas depois de todos esses dias a$ui nada me di& $ue encontrarei o tre#oA, ele di5 &ia a si mesmo 'ssim transcorreu o dia do ca#aleiro do corcel negro e da capa ne5 gra .omo não ha#ia nada mais s fa&er, ele decidiu procurar Ston, a !ãe das Pedras Eueria confirmar com algu"m mais o $ue -á sabiaC $ue no Bos5 $ue /ncantado não nasceria nenhum Tre#o !ágico, $ue ele não era uma pessoa de sorte :ão " de se estranhar $ue :ott agisse assim, pois este " um tra+o curioso de $uem pensa não ter sorteC procurar outras pessoas $ue confirmem sua forma de #er a #ida :ingu"m gosta de ser #ítima, mas se colocar na posi+ão de #ítima aparentemente D e s, aparentemente * nos exime de toda a responsabilidade por nosso infort(nio Ston esta#a no cume do Penhasco dos Penhascos, uma montanha inóspita toda feita de pedras ' escalada foi penosa 9e lá #ia6se $uase todo o Bos$ue /ncantado :ott pensou $ue gostaria de encontrar Sid para lhe perguntar se tamb"m $ueria #oltar logo ao castelo real chegar aopedras cume, Ston o ca#aleiro encontrou falando'o com outras se dirigiu a eleC Ston, a !ãe das Pedras, – ;lhem só?um dos ca#aleiros $ue andam procurando tre#os Há $uatro dias não se fala de outra coisa no bos$ue /ncontrou o Tre#o !ági5 co= D perguntou ela, dando uma risadinha alegre – 4oc< sabe $ue não D respondeu :ott, #isi#elmente aborrecido D 9iga6me, Ston, " #erdade $ue não há nem ha#erá um Tre#o !ágico de Euatro %olhas neste bos$ue= ;u será $ue há algum lugar por a$ui, entre es5 tes penhascos= :ão " possí#el, não " mesmo= ' !ãe das Pedras se esbalda#a de tanto rir – !as claro $ue não? .omo #oc< $uer $ue cres+am tre#os entre as pedras= para #er $ue #oc< está come+ando ficarde#ia transtornado depois de tantos9á dias #agando pelo Bos$ue /ncantado a4oc< ter cuidado Se passar muito tempo por a$ui, #ai acabar ficando ficando louco, como $uase todos os humanos $ue andaram por este lugar sem um ob-eti#o claro :ão, a$ui não há tre#os ;s Tre#os !ágicos de Euatro %olhas não podem nascer onde existem pedras
1I
– :ott desceu de#agar o Penhasco dos Penhascos, ou#indo, durante todo o percurso, as gargalhadas de Ston á não ha#ia mais nada $ue pudesse fa&er Seu temor finalmente ti5 nha se confirmado J:ão terei Boa SorteA, pensou *ogo lembrou6se de Sid e se alegrou com amargura ao pensarC J'$uele outro louco tampouco en5 contrará o Tre#o !ágico por mais $ue ande pelo bos$ueA Mmaginar o fra5 casso de Sid o tran$ili&a#a, o consola#a e at" o deixa#a contente JSe não há um tre#o mágico para mim, tamb"m não ha#erá para eleA, disse em #o& alta, com rai#a e con#encido de suas pala#ras
/m seguida montou em seu ca#alo e partiu em busca de um lugar para dormir
12
'o se le#antar de manhã, Sid percebeu $ue o trabalho da noite ante5 rior surtira resultados 4iu um lindo espetáculoC a n"#oa se dissipando e dando lugar a raios de sol dourados $ue ilumina#am a terra $ue ele ha#ia colocado ali no primeiro dia 'ssim, pFde compro#ar, para sua grande sa5 tisfa+ão, $ue o sol e a sombra penetra#am por igual em cada um dos pal5 mos da terra no#a Sentia6se #erdadeiramente orgulhoso e feli& Tinha reno5 #ado s terra, podado as ár#ores para $ue o sol pudesse chegar at" ela e tamb"m umedecido o solo .omo a$uele era o (ltimo dia, ele tinhas $ue decidir exatamente como empregar seu tempo Qma #e& $ue tomara todas as pro#id
(teis e inesperadasA,pensou Todos os ca#aleiros sabiam $ue o local mais ele#ado do bos$ue era o Penhasco dos Penhascos .ontudo, ao se aproximar, Sid reparou $ue o lu5 gar era altíssimo e resta#a somente meiodia para $ue terminasse o pra&o dado por!erlin %aria sentido escalar o rochedo= 'inda $ue ti#esse uma inspira+ão, não lhe restaria muito tempo para fa&er alguma coisa !esmo assim decidiu subir Por $u<= Simplesmente por$ue pensou no $ue -' tina feito e no $uanto ha#ia in#estido de trabalho e dedica+ão Partindo do $ue -á conseguira, tal#e& fosse aconselhá#el empenhar6se at" o fim para saber se ainda falta#a algo a fa&er /m sua escalada, Sid come+ou a sentir a sua#e brisa $ue sopra#a medida $ue se afasta#a do ní#el do chão %inalmente chegou ao cume Sen5 tou6se e passou a olhar o hori&onte em busca de inspira+ão :ada 9e repente, uma #o& o assustou /la saía da pedra debaixo de seus p"s? /ra Ston, a !ãe das Pedras – 4oc< está me amassando? Sid deu um salto tão grande $ue $uase rolou penhasco abaixo – Qma pedra $ue fala= /ra só o $ue me falta#a encontrar? – :ão sou uma pedra $ue falaC sou Ston, a !ãe das Pedras D afir5 mou,anda #isi#elmente aborrecida D Suponho #oc< se-a o outro ca#aleiro $ue procurando há, há, há o Tre#o$ue !ágico – 4oc< " realmente a !ãe das Pedras= /ntão não entende muito de tre#os, não "= – /#identemente $ue não entendo de tre#os, mas de uma coisa eu sei D respondeu ela D -á disse o mesmo ao outro ca#aleiro #estido de negroC tre5 #os de $uatro folhas não podem crescer onde há pedras – 4oc< disse de "uatro folhas? D replicou Sid – Sim, de $uatro folhas – / os de três folhas= D ele tornou a perguntar – ;s de tr
contra a resposta para o $ue " aparentemente desnecess'rio mas imprescin& dível. – .laro? .omo não percebi isso antes= !uito obrigado? 'gora preci5 so ir embora, pois tenho pouco tempo Sid desceu apressadamente o Penhasco dos Penhascos Precisa#a correr a toda #elocidade, pois ele não ha#ia tirado as pedras de seu peda+o de terra 'o chegar, ainda resta#am duas horas de sol /le remo#eu todas as pedras, uma a uma 9e fato, o local esta#a cheio delas Se, por acaso, a$ue5 le fosse o lugar certo para $ue o Tre#o !ágico brotasse, isso seria impossí5 #el por causa das pedras Sid percebeu como era importante #alori&ar e reconhecer o $ue tinha alcan+ado, o $ue ele definia como a parte -' ceia do copo assim como se concentrar no $ue pudesse estar faltando Msso sempre o ha#ia a-udado a se5 guir adiante !esmo $uando parece $ue a pessoa -á fe& tudo e $ue não há mais nada a fa&er, se ela manti#er a atitude ade$uada, se permanecer dis5 posta a saber se ainda falta algo a fa&er, sempre encontrará uma pista para um bom caminho 9e fato, foi isso $ue aconteceu Eue bom ele não ter dei5 xado a poda dos galhos para o dia seguinte? .aso contrário, nunca teria sa5 bido $ue era necessário retirar as pedras= / mais uma noite Sid dormiu do espa+o $ue criarano / uma #e&da mais imaginou o belo Tre#o !ágicoperto em todo o seu esplendor, centro terra $ue ele ha#ia preparado, iluminado, regado e li#rado das pedras 'n5 tes de adormecer, imaginou estar segurando o tre#o nas mãos Sentiu sua sua#e textura ao encostá6lo na pele, sua intensa cor #erde, suas belas folhas desdobradas /le chegou at" mesmo a sentir o agradá#el cheiro de clorofila $ue o Tre#o !ágico exala#a /ra tudo t+o real $ue, pela primeira #e&, ele te#e certeza de $ue o tre#o nasceria ali /ra capa& de imaginá6lo e podia senti6lo com ri$ue&a de detalhes Msso lhe fe& muito bem e assim foi tomado por um profundo sentimento de serena alegria e pa& interior 'contecesse o $ue acontecesse, no dia seguinte ele saberia 9isso tamb"m tinha certe&a *ogo ficou tudo escuro >esta#a somente uma noite /ra a #"spera do dia em $ue de#eria nascer no Bos$ue /ncantado o Tre#o !ágico de Euatro %olhas, o trevo da sorte ilimitada.
1
SEXTA REGRA DA BOA SORTE
1s ve$es, mesmo !ue as condi)*es +avoráveis este%am aparentemente presentes, a Boa Sorte não c(ea.
'rocure nos pe!uenos detal(es o !ue +or aparentemente desnecessário mas imprescindvel
13
VI
O encontro dos cavaleiros no Bos"ue 4ncantado
:a (ltima noite, en$uanto :ott procura#a um ligar para dormir, per5 cebeu $ue ca#alga#a por um trecho de terra fresca, regada e sem pedras, e, ao olhar para cima, descobriu $ue ha#ia uma abertura por entre as copas das ár#ores !ais adiante, #iu Sid deitado, com seu ca#alo preso a uma ár5 #ore – Sid? /le se le#antou, pois ainda não tinha dormido –
:ott? .omo #ai= /ncontrou o tre#o= D perguntou :ott a Sid – :ão Bem,na #erdade, -á não o procuro há tr
1
'ntes de Sid responder, :ott obser#ou $ue as roupas dele esta#am manchadas com musgo $ue crescia no tronco das ár#ores, as botas enlame5 adas e sua indumentária nitidamente su-a como resultado dos (ltimos $ua5 tro dias passados no Bos$ue /ncantado – !as o $ue aconteceu com #oc<= – 9esde $ue o Gnomo me disse $ue tre#os não nascem no Bos$ue /ncantado, me dedi$uei a criar este espa+o 4e-a ? Há terra no#a bem adu5 bada e regada 4enha comigo? /u lhe mostrarei o riacho $ue fi& chegar at" a$ui a partir do lago onde mora a 9ama e olhe, olhe D continuou Sid, emocionado e feli& por poder mostrar a algu"m o $ue ha#ia criado *, estas são todas as pedras e galhos $ue retirei em dois dias, por$ue #oc< sabe $ue onde há pedras :ott o interrompeu – 4oc< está louco= /m nome de $ue está plantando uma horta de uns poucos metros $uando, na realidade, não tem a menor id"ia de onde #ai nascer o Tre#o !ágico= :ão sabe $ue este bos$ue " milh7es de #e&es mai5 or do $ue este pe$ueno terreno= 4oc< " bobo ou o $u<= :ão #< $ue não fa& sentido ter feito tudo isso se ningu"m pode lhe di&er, $ue diabos, $ual " o lugar $ue de#e ser preparado= 4oc< ficou doente= *ogo nos #eremos no castelo real 4ou procurar um lugar tran$ilo para passa a noite :ottdedesapareceu as /ár#ores ele surpre5 so depois tudo o $ue entre ou#ira pensouSid comficou seusolhando bot7esC para J!erlin disse $ue poderíamos encontrar o Tre#o !ágico, mas :W; 9MSS/ $ue :W; se5 ria necessário fa&er alguma coisaA
1
SÉTIMA REGRA DA BOA SORTE
!uem s acredita parece no acaso, criar as'ara condi)*es +avoráveis a"surdo.
'ara !uem se dedica a criar as condi)*es +avoráveis, o acaso não é motivo de preocupa)ão.
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VII
0 bru5a Mor$ana e a coru-a visitam #ott
' (ltima noite poderia ter transcorrido serenamente, mas não foi as5 sim para nenhum dos dois ca#aleiros
/n$uanto :ott dormia, esperando ansiosamente o amanhecer para #oltar a seu castelo, um barulho o assustou de tal forma $ue se le#antou dando um salto e desembainhando a espada – Quuuuuuuuhhhhhhhh? D fe& a coru-a da bruxa !organa, $ue esta#a de p" a seu lado, parcialmente iluminada pelo fogo $ue o ca#aleiro ha#ia acendido para suportar o frio – Euem " #oc< e o $ue dese-a= Tenha cuidado, pois minha espada está afiada? – Guarde6a 4im fa&er um trato com #oc< :ott, ca#aleiro do corcel 8
negro e da capa negra – Qm trato= Eue trato= :ão $uero fa&er pactos com bruxas e muito menos com #oc<, !organa ' sua fama " p"ssima – 4oc< tem certe&a= N sobre um trevo de "uatro folas * disse sutil5 mente a bruxa, mostrando os dentes escuros en$uanto fran&ia o nari& pontu5 do e esfrega#a as mãos enrugadas, tentando exibir um sorriso amigá#el :ott embainhou a espada e se inclinou para ou#i6la – 4amos con#ersar ; $ue #oc< sabe= D perguntou ele – –
Sei onde nascerá o Tre#o !ágico de Euatro %olhas 4amos, rápido= 9iga6me? D exigiu o ca#aleiro com impaci
amanhã para colh<6lo 4oc< precisa se apressar %oram necessárias duas noites para #oc< chegar a$ui e só lhe resta uma noite para #oltar Sele seu ca#alo e ca#algue por toda a noite, mesmo $ue seu corcel negro morra de cansa+o? :ott esta#a louco de rai#a :o fim, tudo se encaixa#a J%oi por isso $ue todos os habitantes do Bos$ue /ncantado me #iram como um imbecil $ue perdia seu tempo procurando um Tre#o !ágico $ue nunca ha#ia nascido e nem nascerá a$ui 'gora tudo fa& sentidoA, pensou 'ssim, enfurecido, selou o ca#alo e desapareceu #elo&mente por en5 tre as ár#ores a caminho do castelo no >eino /ncantado
2
OITAVA REGRA DA BOA SORTE
3inuém podenão vender a sorte. A Boa Sorte se compra.
4escon+ie dos vendedores da sorte.
)
VIII
0 bru5a Mor$ana e a coru-a visitam /id
'pós soltar uma sonora e mal"#ola gargalhada, a bruxa !organa partiu em dire+ão ao norte, onde sabia $ue Sid estaria passando a noite /le dormia tão profundame nte $ue a coru-a só conseguiu acordá6 lo no terceiro pio – –
Quuuuhhhhh? Quuuuhhhhh? Quuuuuuuhhhhhhhh? Euem "= 6 perguntou Sid, le#antando6se e segurando firme o pu5 nho de sua espada, sem, no entanto, desembainhá6la – :ão tema Sou !organa, a bruxa – ; $ue dese-a de mim= ' bruxa era mal#ada Eue ria duas coisasC por um lado $ue :ott ma5 1
tasse !erlin e, por outro, con#encer Sid a sair dali 9essa maneira, ela fica5 ria com o Tre#o !ágico caso ele nasces se no dia seguinte em algum lugar do bos$ue !organa in#entou outra mentira para SidC – ; Tre#o !ágico #ai nascer amanhã !erlin, por"m, mentiu para #oc< :ão se trata do t revo da sorte ilimitada mas do tre#o da desgra+a? /u mesma lancei a maldi+ãoC J'$uele $ue o arrancar morrerá em tr
seu ob-eti#o pelo de algu"m, ou se-a, o da bruxa pelo seu próprio ' Boa Sorte lhe chega#a sempre $ue se mantinha fiel sua tarefa, sua missão e ao seu propósito Por (ltimo, lembrou6se do $ue o seu mestre sempre di&iaC J9esconfie da$uele $ue lhe prop7e planos com os $uais se ganha muito de forma fácil e rápida Suspeite de $uem tentar lhe #ender a sorteA
3
NONA REGRA DA BOA SORTE
Aps criar as condi)*es +avoráveis, ten(atodas paciência, não desista.
'ara alcan)ar a Boa Sorte, ten(a con+ian)a.
IX
O vento /enor do 1estino e da /orte
:a manhã seguinte, Sid se le#antou um pouco in$uieto Sentou6se perto da terra $ue ha#ia preparado e esperou 's horas se passa#am e nada acontecia ; dia foi a#an+ando sem nenhuma no#idade Sid disse a si mesmoC JBom, de $ual$uer estes dias no Bos$ue /ncantado %i& o $uemaneira, acreditei#i#i ser oapaixonadamente certo e necessárioA realmente, era muito difícil escolher o lugar exato onde nasceria o Tre#o !ágico de Euatro %olhas, o trevo da sorte ilimitada. !as, de repente, o inesperado aconteceu ; #ento, Senhor do 9estino e da Sorte, a$uele $ue aparentemente se mo#e ao acaso, come+ou a agitar as folhas das ár#ores / imediatamente
come+aram a cho#er pe$uenas sementes $ue parecias min(sculos grãos de ouro #erde /ram sementes de trevos de "uatro folas cada semente era Q! T>/4; 9' S;>T/ /! P;T/:.M'*? :ão cho#ia apenas uma, mas uma $uantidade incalculá#el de sementes de tre#os de $uatro folhas ; #erdadeiramente extraordinário, no entanto, " $ue as sementes não caíram apenas onde Sid esta#a, mas em todo o Bos$ue /ncantado D 'BS;5 *QT'!/:T/ /! T;9;S ;S .':T;S 9'EQ/*/ *QG'> / não somente no bos$ue, mas em todo o >eino /ncantadoC cho#ia se5 mentes de tre#os de $uatro folhas sobre as cabe+as dos ca#aleiros $ue não ha#i5 am aceitado o desafio de !erlin, cho#ia sobre todos os seres do bos$ue, sobre o Gnomo, sobre a Se$uóia, sobre a 9ama do *ago, sobre Ston .ho#ia sobre :ott e sobre !organa '$uelas sementes se espalha#am P;> T;9' P'>T/?
;s moradores do Bos$ue /ncantado e os habitantes do reino não presta#am aten+ão nelas /les sabiam $ue uma #e& por ano, na$uela "poca, cho#ia essas estranhas sementes #erde6ouro J$ue não ser#iam para coisa nenhumaA :a #erdade a$uele estranho e#ento anual incomoda#a a todos por$ue era uma chu#a bastante pega-osa 9epois de poucos minutos, a chu#a de sementes de trevos de "uatro folas parou 0 medida $ue caíam em todos os cantos do bos$ue, as min(s5 culas sementes #erde6ouro se confundiram com o solo, assim como pe$ue5 nas gotas dáguano emdeserto um oceano Simplesmente foram se perdendo como se5 mentes -ogadas / assim foram todas desperdi+adas, pois não germinaram !ilhares e milhares de sementes morreram na terra dura, árida e pedregosa da$uele bos$ue sombrio Todas, exceto algumas $ue foram parar numa pe$uena extensão de terra fresca e f"rtil $ue esta#a li#re das pedras e onde ha#ia água abundante, o brilho do sol e o frescor da sombra %oram essas e somente essas as sementes $ue se transformaram, de5 pois de alguns instantes, em trevos de "uatro folas em centenas de brotos de Trevos M'$icos um n(mero grande o bastante para garantir sorte por todo o ano D at" a próxima chu#a do ano seguinte /m outras pala#rasC sor& te ilimitada. Sid obser#ou extasiado a Boa Sorte $ue ha#ia criado Mmpres5 sionado e como#ido, a-oelhou6se em sinal de gratidão e lágrimas brotaram de seus olhos Euando percebeu $ue o #ento amaina#a, $uis se despedir dele e agra5 decer6lhe por tra&er as sementes 'ssim, #oltando6se para o c"u, in#ocou6oC – 4ento, Senhor do 9estino e da Sorte, onde #oc< está= Euero agra5 decer6lhe? K
; #ento respondeuC – :ão " necessário me agradecer Todo ano, nestas mesma data, -ogo sementes de trevos de "uatro folas por todo o Bos$ue /ncantado e em to5 dos os cantos do reino Sou o Senhor do 9estino e da Sorte e entrego, se5 guindo ordens expressas, as sementes da Boa Sorte por todo lugar onde passo 'o contrário do $ue muitos pensam, eu n+o distribuo a sorte, só cui5 do para $ue ela este-a disseminada por igual em toda parte ;s Tre#os !á5 gicos nasceram por$ue #oc< criou as condi+7es ade$uadas para isso 6ual"uer um $ue ti#esse agido assim obteria a Boa Sorte /u me limitei fa5 &er a fa&er o $ue sempre fi& ' Boa Sore $ue le#o comigo está sempre por aí ; problema " $ue $uase todo mundo acredita $ue não precisa fazer nada para alcan+á6la / continuouC – :a #erdade, tanto fa&ia o lugar $ue #oc< escolhesse ; importante era prepará6lo da forma como o fe& ' sorte " a soma de oportunidade e prepara3+o. !as a oportunidade está sempre presente / assim " Só nasceram tre#os de $uatro folhas, os Tre#os !ágicos , sob os p"s de Sid por$ue ele foi o (nico em todo o reino $ue criou as condi+7es para $ue nascessem Pois, ao contrário do $ue muitos pensam, a Boa Sorte não " uma coi5 sa $ue aconte+a a poucos $ue não fa&em nada ' Boa Sorte " uma coisa $ue pode chegar a todos n,s se fi&ermos al$o
/ esse algo consiste unicamente em criar as condi+7es para $ue as oportunidades, $ue são dadas a todos igualmente, não morram como se5 mentes de tre#os de $uatro folhas caindo em terra est"ril / o #ento se afastou , en$uanto Sid deixa#a o Bos$ue /ncantado para ir se encontrar com !erlin
38
DÉCIMA REGRA DE BOA SORTE 'ara criar a Boa Sorte é preciso preparar as condi)*es +avoráveis para as oportunidades.
As oportunidades, porém, não elas dependem de sortepresentes ou de acaso5 estão sempre
3I
'OTA3TO5
CRIAR A BOA SORTE CONSISTE UNICAMENTE EM CRIAR AS CONDIÇÕES FAVORÁVEIS!
32
X
O reencontro com Merlin
:ott ca#algou durante toda a noite 'o chegar ao castelo, seu ca#alo negro tinha o lombo ensangentado pelos golpes de chicote e das esporas $ue :ott lhe infligira para chegar a tempo de colher o Tre#o !ágico $ue, segundo acredita#a, teria brotado nos -ardins do castelo 'ssim $ue chegou a seu destino, seu pobre corcel negro morreu de exaustão :ott cru&ou a porta do castelo e cada um dos sal7es derrubando com os golpes e chutes tudo o $ue encontra#a no caminho ' espada esta#a de5 sembainhada e seu rosto, crispado, com os olhos #ermelhos de rai#a – !erlin, !erlin? ;nde está #oc<= :ão se esconda, por$ue #ou en5 contrá6lo? /le resol#eu ir para o #erde e frondoso -ardim do castelo, onde sabia $ue encontraria o mago Euando abriu a porta $ue da#a para a parte externa, #iu !erlin no centro do -ardim, de p", firme e sereno, apoiado em sua longa bengala bran5 3)
ca e com o semblante s"rio !as o -ardim -á não era mais um -ardim, mas um pátio de a&ule-os 9urante as (ltimas sete noites, os empregados do cas5 telo tinham coberto a terra com a&ule-os? :ott deixou a espada cair de sua mão – Por $ue fe& isso= Por $ue #oc< cobriu o -ardim de a&ule-os= 6 per5 guntou ele – Por$ue, do contrário, #oc< teria tentado me matar :ão aceitaria minhas explica+7es /sta era a (nica forma de con#enc<6lo de $ue a$ui não há tre#os e de $ue a bruxa o enganou /u, !erlin, o !ago, sei de tudo /a& bia $ue a bruxa lhe #enderia a sorte D a $ue $uase nunca acontece Tamb"m sabia $ue #oc< #iria ao meu encontro para me matar e, somente depois de procurar por horas e horas no -ardim, constataria $ue o Tre#o !ágico não esta#a a$ui /u precisa#a dissuadir #oc< antes disso, pois não $ueria ter $ue lutar em #ão :ott come+ou a perceber seu erro Tinha escolhido o caminho mais fácil /le sempre pensara $ue merecia a sorte :a$uele exato momento, no -ardim do castelo e ao lado de !erlin, ele entendeu $ue esta#a errado ; mago continuou a lhe explicarC – 'gora -á sabeC o Tre#o !ágico não está a$ui :asceu há algumas horas no Bos$ue /ncantado, assim como prometi Ha#ia Tre#os !ágicos mais do $ue para #oc< esperou !as #oc< abandonou chances, não suficientes, acreditou eminclusi#e si mesmo / maisC sempre $ue ossuas outros o presenteassem com a sorte Sua #isão desse desafio foi muito limitada e despro#ida da paixão, do entusiasmo, da entrega, da generosidade e da con5 fian+a necessária necessárias para conseguir $uantos Tre#os !ágicos da Boa Sorte #oc< $uisesse :ott deu meia #olta e, sem espada nem ca#alo, andou at" seu castelo, onde permaneceu em total solidão por longo tempo
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:o dia seguinte, Sid chegou cidade %oi diretamente ao castelo real para di&er a !erlin $ue ha#ia encontrado o tre#o !ágico, o trevo da sorte ilimitada. Eueria agradecer6lhe – !erlin? !erlin? ;lhe? D e mostrou6lhe um punhado de trevos de "uatro folas trevos da Boa /orte. D 4e-a, não " apenas um Tre#o !ágicoC há tantos $uantos se $ueira – .laro, Sid? Euan do algu"m cria as condi37es necess'rias pode obter tanta Boa Sorte $uanto dese-ar Por isso, a Boa Sorte " sorte ilimita& da. – Euero agradecer6lhe de alguma forma, !erlin /u de#o isso a #o5 c< – 9e -eito nenhum? D respondeu !erlin D 4u não fi& nada 0bsoluta& mente nada %oi 4;.X $ue decidiu ir ao Bos$ue /ncantado, foi 4;.X $ue aceitou o desafio entre centenas de ca#aleiros %oi 4;.X $ue resol#eu trocar a terra, apesar de lhe terem dito $ue nunca nasceria um trevo na$uele lugar %oi 4;.X $ue opou por compartilhar sua sorte com a 9ama do *a5 go %oi 4;.X $ue escolheu ir em frente em vez de adiar a limpe&a dos ga5 lhos %oi 4;.X $ue percebeu o $ue era aparentemente desnecess'rio mas imprescindível e compreendeu a import@ncia de tirar as pedras $uando pa5 recia $ue tudo -á esta#a feito %oi 4;.X $ue decidiu acreditar para ver %oi 4;.X $ue confiou no $ue ha#ia reali&ado, mesmo $uando lhe disse5 ram $ue podiam #ender6lhe a sorte / !erlin acrescentouC – / o mais importante, SidC %;M 4;.X EQ/ 9/.M9MQ :W; .;:5 %M'> :; '.'S; P'>' /:.;:T>'> ; T>/4; / P>/%/>MQ .>M5
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'> 'S .;:9MYZ/S P'>' EQ/ /*/ .H/G'SS/ 'TN 4;.X / concluiuC – 4;.X 9/.M9MQ S/> ' .'QS' 9' SQ' S;>T/
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A NOVA ORIGEM DA BOA SORTE
a Boa Sorte é criarSe ascriar condi)*es +avoráveis, a Boa Sorte depende unicamente de 7O-8.
A partir de (o%e, 7O-8 tam"ém pode criar a Boa Sorte
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Sid despediu6se de !erlin com um forte e afetuoso abra+o 9epois montou em seu ca#alo branco e partiu em busca de no#as a#enturas /le passou o resto de seus dias ensinando aos outros ca#aleiros e s pessoas co5 muns, inclusi#e s crian+as, as regras da Boa Sorte 'gora $ue sabia criar a Boa Sorte, não podia guardar esse segredo somente para si, pois a Boa Sorte de#e ser compartilhada / Sid pensou $ue, se agindo so&inho tinha sido capa& de criar tanta Boa Sorte somente em sete dias, o $ue não seria capa& de fa&er todo o rei5 no, se cada um de seus habitantes aprendesse a criar a Boa Sorte pelo resto de suas #idas=
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PARTE !!! O reencontro
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'o fim da história, 9a#i tamb"m esta#a descal+o, apoiando seus p"s nos tre#os $ue ha#ia debaixo do banco no $ual ele e 4ítor esta#am senta5 dos ;s dois ficaram em sil
amigo $ue -á ti#eC #oc< :estes anos não ha#ia um só dia em $ue não pro5 curasse seu rosto em todas as pessoas $ue passassem por mim /m cada pessoa com $ue cru&a#a, em cada sinal, nos caf"s, nos bares, em todos os cantos da cidade, nunca deixei de olhar cada face, esperando encontrar a sua 4oc< " o (nico amigo $ue tenho e $ue -á ti#e Mmaginei muitas #e&es $ue o encontra#a 4isuali&ei #árias #e&es nosso encontro, assim como Sid #ia crescer seu trevo /m algumasocasi7es, at" pude sentir o abra+o $ue nos demos há pouco amais deixei de acreditar $ue aconteceria / acrescentouC – /u o encontrei por$ue $uis encontrá6lo ' história da Boa Sorte chegou a mim por$ue eu, sem saber, -á esta#a procurando 4isi#elmente emocionado, 4ítor disse a 9a#iC – Portanto, na #erdade #oc< acredita $ue a fábula está certa – .laro D continuou 9a#i D, a fábula está certa :ão pode ser deoutro modo :osso encontro " uma demonstra+ão de $ue eu tamb"m posso ser como Sid 8o-e fui eu $ue criei a Boa Sorte 4u tamb"m posso criar a Boa Sorte :ão concorda= – .oncordo? D exclamou 4ítor – Será $ue posso acrescentar mais uma regra á sua história= –
claro? D disse 4ítor / !as 9a#i"continuouC
I
A HISTRIA DA BOA nunca c(ea 9s suas mãos SORTE por acaso. 4ítor sorriu :ão era necessário di&er mais nada /ntre bons amigos, as pala#ras muitas #e&es são desnecessárias /les se abra+aram de no#o 4ítor foi embora, mas 9a#i ficou sentado no banco e #oltou a apoiar os p"s descal+os sobre os tre#os frescos do grande par$ue da cidade 9a#i notou $ue alguma lhe fa&ia cócegas no p" Mnclinou6se e, sem olhar, arrancou algo do chão $ue lhe toca#a muito sua#emente a pele e $ue parecia $uerer chamar sua aten+ão /ra um Tre#o de Euatro %olhas 9a#i tinha decidido, aos 31 anos, come+ar a acreditar $ue podia criar a Boa Sorte
: você, !uando tempo vai esperar;
2
PARTE !" 'essoas !ue tam"ém pensam assim
)
J:o#enta por cento do sucesso se baseia simplesmente em insistirA 9ood: 0llen J.ircunst@ncias= ; $ue são as circunst@ncias= /u sou as circunst@ncias?A
#apole+o Bonaparte Só triunfa no mundo $uem se le#anta e procura as circunst@ncias D e as cria $uando não as encontraA Geor$e Bernard /a; J!uitas pessoas pensam $ue ter talento " uma sorteL poucas, no en5 tanto, pensam $ue a sorte possa ser $uestão de talentoA JEuanto mais pratico, mais tenho sorteA Gar: !la:er J/xiste uma porta pela $ual pode entrar a boa sorte, mas só #oc< tem a cha#eA !rov%rbio -aponês 1
J' sorte não está fora de nós, mas em nós mesmos e em nossa #ontadeA
J' sorte segue a coragemA @nio J' sorte a-uda os cora-ososA !?blio Terêncio J' resigna+ão " um suicídio cotidianoA 8onor% de Balzac JEue a inspira+ão chegue não depende de mim ' (nica coisa $ue posso fa&er " garantir $ue ela me encontre trabalhandoA !ablo !icasso J' sorte do g>i 2auda J' sorte não " nada mais do $ue a habilidade de apro#eita as oca5 si7es fa#orá#eisA Orison /;eet Marden
J9e todos os meios $ue condu&em sorte, os mais seguros são a per5 se#eran+a e o trabalhoA 2ouis Re:baud JSomente a$ueles $ue nada esperam do acaso são donos do destinoA Matte; 0rnold J; homem sábio cria mais oportunidades do $ue as encontraA Francis Bacon
J:ão existem grandes talentos sem grande #ontadeA 8onor% de Balzac JQm otimista #< uma oportunidade em toda calamidadeL um pessi5 mista #< uma calamidade em toda oportunidadeA 9inston Curcill J[/ $uando pensa em reali&ar seu sonho=\, perguntou o mestre a seu discípulo [Euando ti#er a oportunidade de fa&<6lo\, respondeu este ; mes5 tre lhe disseC [' oportunidade nunca chega ' oportunidade -' est' a"uiA.A 0nton: de Mello J9eus não -oga dados como uni#ersoA 0lbert 4instein
3
PARTE " 4ecáloo, sntese e a nova oriem da Boa Sorte
9ecálogo
PRIMEIRA REGRA DA BOA SORTE ' sorte não dura muito tempo, pois não depende de #oc< ' Boa Sorte " criada por #oc<, por isso dura para sempre
SEGUNDA REGRA DA BOA SORTE !uitos são os $ue $uerem ter a Boa Sorte, mas poucos os $ue decidem buscá6la
TERCEIRA REGRA DA BOA SORTE Se #oc< não tem a Boa Sorte agora, tal#e& se-a por$ue está sob as circunst@ncias de sempre Para $ue ela chegue, " con#eniente criar no#as circunst@ncias
UARTA REGRA DA BOA SORTE Preparar as condi+7es fa#orá#eis para a Boa Sorte não significa buscar somente o benefício para si mesmo .riar as condi+7es nas $uais os outros tamb"m ganham atrai a Boa Sorte
UINTA REGRA DA BOA SORTE Se #oc< deixar para amanhã o trabalho $ue precisa ser feito, a Boa Sorte tal#e& nunca chegue .riar as condi+7es fa#orá#eis re$uer dar um primeiro passo %a+a isso ho-e mesmo?
SE!TA REGRA DA BOA SORTE 0s #e&es, mesmo $ue as condi+7es fa#orá#eis este-am aparentemente presentes, a Boa Sorte não chega Procure nos pe$uenos detalhes o $ue for aparentemente desnecessário mas imprescindí#el?
S"TIMA REGRA DA BOA SORTE Para $uem só acredita no acaso, criar as condi+7es fa#orá#eis parece absurdo Para $uem se dedica a criar as condi+7es fa#orá#eis, o acaso não " moti#o de preocupa+ão
OITA#A REGRA DA BOA SORTE :ingu"m pode #ender a sorte ' Boa Sorte não se compra 9esconfie dos #endedores da sorte
K
NONA REGRA DA BOA SORTE 'pós criar todas as condi+7es fa#orá#eis, tenha paci
D"CIMA REGRA DA BOA SORTE
Para criar a Boa Sorte " preciso preparar as condi+7es fa#orá#eis para as oportunidades 's oportunidades, por"m, não dependem de sorte ou de acasoC elas estão sempre presentes?
S$NTESE .riar a Boa Sorte consiste unicamente em criar as condi+7es fa#orá#eis?
A NO#A ORIGEM DA DA BOA SORTE Se criar a Boa Sorte " criar as condi+7es fa#orá#eis, a Boa Sorte depende unicamente de 4;.X ' partir de ho-e, 4;.X tamb"m pode criar a Boa Sorte?
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%IST&RIA BOpor A SORTE nuncaAchega s suas DA mãos acaso
I
4ste livro foi escrito em oito oras de um s, fle$o. #o entanto levamos mais de três anos para identificar as re$ras da Boa /orte. 0l$umas pessoas s, se lembrar+o das oito oras em "ue o escrevemos. Outras s, se recordar+o dos três anos. 0s primeiras pensar+o "ue tivemos sorte. 0s outras pensar+o "ue aprendemos e trabalamos para criar a Boa /orte.
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