AOIRFJTAPAAAOSOClAt.EAESQUERD APAAAOCAPlTAL:Ifm! .LEClUAISDAN OVAPEOAOOGIADAH EGEMONIANOBRASIL
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c e funt;6es organizalivas em sentido lato, seja no campo da p r o d u ~ a o , seJa no da cultura e no politico-adminis politico-administrativo: trativo: correspon.dem aos suboficiais suboficiais L ~ J u b a l t e m o s no Exercito e tambem, em parte, aos oficiais superiores de ori ;~';.(t.
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8!)itiCom esta concepc;ao abrangente, Gramsci, tal como fez co concei to de Estado, realiza dm ampliac;ao consideravel do conceito de intelec 'blal nas' fonnac;6es sociais ocidentais, dando-Ihe nova expressao quantita tiva e qualitativa. qualitativa. Ele observ ou qu 'OS' intelectuais exercem nessas fonna criac;ao e difu sao de certa C;Oes sociais tarefas diferenciadas por graus, na criac;ao tUltura'.No mais'alto grau'siltiartl-se os criadores das varias c i ~ n c i a s , da filosofia e da a r t e ~ no mais baixo, "os modestos 'administradores' e di vulgadores da riqueza intelectual ja existente, tradicional, acumulada" (GRAMSCI, 2000a, p. 21). Nas sociedades ocidentais, portanto, os intelectu ais profissionais fonnulam e disseminam capilarmente as ideias, ideais e praticas praticas das classes fundamentais. Diferentemente do senso comum, qu \J. destaca a dimensao de vanguarda dos i n t e l e c t u ~ s artistica, artistica, cientlfica cientlfica filos6fica ou poUtica -, Gramsci alertava para a importancia politico-ideo ,consolidac;ao de 116gica da difusao de verdades ja conhecidas, na cri asa o e ,consolidac;ao hegemonias. Gramsci lucidamente compreendeu qu a relac;ao entre os intelectu ais e mundo da produc;ao nao se da de formaimediata. Ela "e 'media . tizada', em diversos graus, por todo tecido social, pelo conjunto das su perestruturas, do qual os intelectuais sao precisamente 'os funcionar funcionarios'. ios'. '''' perestruturas, (GRAMSCI, 2000a, p. 20) Nessa perspectiva; os i n t e l E ~ c t u a i s sa majoritari amente os funciom'irios subalternos da classe dominante nos dois pIanos superestruturais: aparelhagem estatal e sociedade civil. Paraele, os inte lectuais organicos do proletariado, em geral menos numerosos e mais desqrganizados, tambem se constituem em funcionarios especializados das classes 49!!linadasfla 'Cons.truc;ao e execuc;ao da pedagogia da contr..a !!,egem !!,egemooJa ooJa.. Nessa perspectiva, pode-s e afirmar qu os intelectuais sao os consolidac;ao de uma concepc;ao de mundo e de um vontade coletiva de urn "bloco historico" (COUTINHO, 1988). Mesmo com olhar voltado pa ra a organizac;a organizac;a de uma nova cultura a cultura proletaria -, as reflexoes gramscianas sobre a diversificac;ao em ?'
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ANOVA J>EDAOOOt.\ DAHEGEMONIAEA I ' O R ~ Q l A r u N ; A o D £ S E U SI ' lNTEI.ECllJAIS0RGAN1COS O R ~ Q l A r u N ; A o D £ S E U S
graus da atuac;ao poUtico-ideol6gica dos intelectuais podem ser pertinen tes tambem para explicitar como a hegemonia burguesa veio paulatina mente sen do eonstruida no decorrer do seculo XX e como, nesse processo, assum em importancia estrategica os intelectuais intelectuais disseminadores da visao de mundo e das praticas da classe dominante. Para Gramsci, Criar uma nova cultura n ao slgnifica slgnifica apenas fazer fazer indlvidualmente descober tas "originais"; significa tambem, e sobretudo, difundir critlcamente verda des ja descobertas, "socializa-Ias" por asslm dizer; e, portanto, transrorma-Ias em base de a<;oes vitais, em elemento de coordemi<;ao e de or
No capitalismo, os intelectuais sa majoritariamente organicos da clas se burguesa, mas, em geral, em menor m1mero, sa tambem intele.ctuais organicos da class e trabalhadora. Entretanto, Entretanto, capitalismo h e r d o ~ do modo, de produc;ao anterior urn conjunto de inteleduais nao imediatamente vin culados ao desenvolvimento dasrelac;oes sociais capitalistas(eclesiasti
cos, administradores, cientistas, fi16sofos nao-eclesiasticos professores, etc.)., POl serem intelectuais preexistentes, Gramsci denominou-oS'de "intelectu ais tradicionais", para diferencia-Ios dos que "nascem" na dinAmica da sociedpde capitalista. capitalista. Apesar de serem considerados no plano imediato como aut6nomos e independentes das classes sociais fundamentais, sao de fato atrafdos e assimilados pelas concepc;oes de mundo e de sociabili dade que os envolvem. modo geral, devido ao lugar ocupado nas formac;oes sociais prece dentes, eles tendem a reproduzir majoritariamente as relac;oes sociais vi gentes, constituindo-se em prepostos importantes das classes dominantes do capitalismo, na s formac;oes formac;oes sociais ocidentais. Este e caso, por exem plo, dos intelectuais de tipo rural atuantes nos centros urbanos de pequeno porte (advogados, tabeliaes, padres, professores, medicos) que, ao reali zarem:a conexao entre a actministrac;ao estatal ou local e as massas cam ponesas, acabam por concretizar uma grande func;ao polftico-social con servadora, ja que a mediac;ao profissionai dificilmente se separa da medi-
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A D t R E I T A P A R A O ~ E A E S Q U E R D A P A R A O C A P l T A L : I N T E L E C I 1 I A l S D A N O V A P E D " ' G O G I A D A H E G E M O N I A N O B R A S I L
medida que a m o d e r n i z a ~ a o capitalista se intensificava ao longo do .seculo xx, esses intelectuais de lipo rural, de origem tradicional, tradicional, foram per dend o a centralidade polilica para os intelectuais urbanos formados em meio ao processo de desenvolvimento de praticas politico-ideo politico-ideol6gicas l6gicas mais con dizentes dizentes com i n t e n s i f i c a ~ a o da s o c i a l i z a ~ a o da participac;ao poUlica Os novos intelec!tuais do capitalismo monopolista, devido crescente r o d e u x ~ i s a t o ~ n c i a , e vx i ~ s e t m ~ -n c s i e a , im i n s e r ~ a o cientifica e tecnol6gica na p r o d u ~ a o p da pelidos a redefinir conteudo e a forma de suas praticas conectivas conectivas e organizativas. organizativas. Nas palavras do pr6prio Gramsci (2000a, p. 53), "0 modo de \ ser do novo intelectual na pode mais consistir consistir na e l o q l i ~ n c i a , motor exte rior e momentaneo dos afetos e das paix6es, mas numa i n s e r ~ a o ativa na vida pralica, pralica, com o construtor, construtor, organizad organizador, or, 'persua sor perma nente' .. da tecnica-trabalho, chega t e c n i c a - c i ~ n c i a (concepc;ao filos6fica) [ .. , especialista politico". Observando fenomeno do industrialismo industrialismo,, ai nda em seus primordios, primordios, GramsCi constatou nascimento de um lipo especffico de intelectual orga nieo: intelectual de lipo urbano. Para ele,esse novo intelectual urbano .linha como tarefa politicO=ideologica, naquele momento, articular a mas empresariado industrial. Tendo como r e f e r ~ n sa instrumental fabril co cia as praticas layloristas e fordistas da organizac;ao cienHfica do trabalho nos Estados Unidos, Gramsci observa que, embora realizasse tarefas de natureza conectiva e organizat organizativa, iva, esse intelectual intelectual de tipo tipo urbano n ao atu ava ainda como um grande articulador politico-social, circunscrevendo su ac;ao pred omin ante ment e ao espac;o espac;o fabr fabril. il. Essa limitada func;ao politico ideol6gica desempenhada pela nova g e r ~ n c i a industrial nao se estendia, no entanto, aos demais intelectuais. Com desenvolvimento do industrialismo e a intensificac;ao das prati cas polftico-organizativas, caracteristicas das formac;oes sociais de tipo ocidental, a divisao entre intelectuais de tipo urbano e intelectuais de lipo rural, rural, registrada pelo pensad or italiano italiano nas decad as iniciai iniciai do seculo XX, historico tendea se superad a no process o historico Os intelectuais do seculo XXI sao majoritariamente intelectuais orga nicos da cultura urbano-indu urbano-industrial strial,, no exer dcio de func;oes polltico-ideolo gicas gerais de diferentes niveis. niveis. As praticas individualizadas dos intelectu
... NOVA
PEDAGOGIA DA HEClEMONIA
EA FORw.c;.\QIATUAy\o DESf.lJS
INTEl.ECTUAIS ORGANICOS
restringe a ela, requerendo intermedianos profissionai profissionai da politica e da ideologia" para consolida-Ia (GRAMSCI, 2001, p. 247-248) Coutinho (2006b) brinda-nos co importantes reflexoes reflexoes so bre papel do intelectual intelectual no mundo contempora neo. Ele aponta primeiramente primeiramente pa ra a diversidade e alargamento das f u n ~ 6 e s intelectuais. Ness e senti do, repor tando-se a Grarnsci, observa que existe grande intelectual, intelectual, produtor de c o n c e ~ 6 e s de mundo universais, mas existe tambem um sem-mlmero de mediac;6es,.por meio das quais os pequ enos e medios inte r a r n i f i c a ~ o e s e mediac;6es,.por lectuais fazem com que as grandes concepc;oes de mundo cheguem ao povo. povo. Esse autor observa ainda que, alem do aumento consideravel do se quantitativo, quantitativo, houve no mundo contemporaneo um metamorfose na "morfologia dos intelectuais", salienlando que continua a se de fundamen tal importancia importancia entre esse s "criadores e propagadores de ideologias" a so-. cializac;ao do conhecimento, sobretudo do conhecime nto ligad ao pensa men o social (COUTINHO, 200Gb, p. 115-116). observac;5es es de Coutinho Coutinho sobre os intelectuais no m undo con empo Essas observac;5 raneo oferecem importantes pistas para refletir sobre papel do intelectual na realidade brasileira contemporanea, em especial sobre as possibilida des concretas de construc;ao·de um outra hegemonia politicb-ideoI6gica. ressaltar, noenlan to, que, devido ao processo tardio ou hipertardio Vale ressaltar, do desenvolvimento capit.:ilista brasileiro, os intelectuais tipo rural ain da t ~ m papel significativo na organizac;ao cultural do pais. Entretanto, processo aceleradode urbanizac;ao efetivado a partir dos anos 1970 crescente alargamento da socializac;ao da participac;ae polftica amplia ram consideravelmente quantitativo dos intelectuais umanos e redefiniram suas caracteristicas e pralicas, na disputa politico-ideo politico-ideol6gic l6gicaa e ntre classe e frac;6es de classe na atualidade. Devido h e r a n ~ a h colonial heranc;a e r a n ~ a da formaC;ao social brasileira, elitista dos seus intelectuais, ao carater inconcluso de nosso processo de ocidentalizaC;ao, ha no pais um a forte t e n d ~ n c i a t de import e n d importac;ao, ~ n c i a ac;ao, em dire
Essa ideia de processo de ocidentaliza<;ao enfaUzada por Carlos Nelson Coutinho em diversos trabalhos. Nessa perspecUva, observa: "Com efeito, os conceitos de 'Oriente' 'Oriente' e 'Ocidente' nao sao
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DlRElTA PARA
SOCIAL EA ESQUERDA PARA
CAPITAL: INTELECTUAIS DA NOVAPEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
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rentes linguagens, da produ<;a produ<;ao o simb6li ca da s forrnac; forrnac;6es 6es capitalistas cen trais. Aos intelectuais intelectuais locais e r eservado papel, muitas vezes, de meros adaptadores e de divulgadores dessa produc;ao forrnulada fora do espac;o nacional. Ao disseminar em Ambito interne as ideias, valores e praticas dominantes concebidas externamente, os intelectuais brasileiros estao, em diferentes nfveis de t o n s c i ~ n c i a polftica, reforc;ando, em Ambito local, a hegemonia burguesa mundial. Gramsci Gramsci lembra qu se deve ainda levar em conta ••• que essas relac;6es intemas de urn Estado-Nac;ao entrelac;am-se com as relac;6es intemacionais criando novas combina<;6es originais e historicamente concretas. Uma ideologia, nascida nu pais mais desenvolvido, difunde-se em pafses menos desenvolvidos, incidindo no jogo local das combinac;6es (A reli giao, por exemplo, sempre foiuma fonte dessas combina<;6es ideol6gico-po liticas nacionais e internacionais; e, com a religiao, as outras forma<;6es inter nacionais, como a maC;onaria, Rotary Club, os judeus, a diplomacia de carrei ra, que sugerem recursos politicos de origem hist6rica diversa e os fazem triun far em determinados paises, funcionando como partido politico internacional que atua em cada nac;ao com todas as suas forc;as intemacionais intemacionais concentraconcentradas; religiao, ma<;onaria, Rotary, judeus etc. podem ser inclufdos na cate goria social dos "intelectuais", cuja fun<;ao, em escala internacional, a de mediar entre os extremos, de "socializar" as descobertas tecnicas que fa2em funcionar toda atlvidad de direc;ao, de irnaginar compromissos e altemativas entre as solu<;6es extremas). (GRAMSCI, 2000b, p. 42)
Naconcepc;ao Naconcepc;ao gramscian de intelectuais, a escola constitui-se no es pac;o e inslrumento estrategicos estrategicos de formac;ao formac;ao dos intelectuais profissionais da cultura urbano-industrial. Quer para conservar, quer para transformar as rela_c;6es sociais vigentes, a escola, em diferentes nfveis e modaJidades, forrna os intelectuais criadores e disseminadores da cultura nas socieda des ocidentais. ocidentais. Assim, no munpo moderno e, mais especificamente, no
• Coutinho Coutinho (2000a) desenvolve ideias intere ssantes sob re parce la dos intelectuais brasilelros voitados voitados para a crla<;ao da arte, em especial da Ii(eralura e da ciencia social durante seculo XX. Ele atrlbui a essa fra<;ilo dos inlelecluais brasileiros uma lendencia ao intimismo sombra do poder que Iraduz umapostura politica co nservad ora, embora ressalle caraler nacional·popular de uma
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industrialismo, a educac;ao cienUfico-tecnol6gica veio se constituindo na base da forrnac;ao do novo intelectual que, na qualidade de persuasor per manente, necessita desenvolver M.bitos cognitivos e disciplina mental ne cessarios ao exerdcio alargado do seu papel de criador e propagador de ideologias. papel estrategico adquirido pela escola na forrnac;ao dos intelectu ais orgAoicos no mundo contemporAneo faz sobressair, no conjunto dos intelectuais profissionais, profissionais, papel desempenhado pelos educadores, "des de professor primArlo ate os da universidade", na disputa de projetos de sociedade e sociabilidade (GRAMSCI, 2002, p. 99). Nessa perspectiva, pode-se afirrnar qu os educadores, no decorrer do seculo XX, tiveram papel estrategico estrategico na consolidac;ao da hegemonia burguesa nas forrnac:;6es sociais capitalistas centrais, mas tiveram tambem urn peso substancial na elaborac;ao de projetos contra-hegemonicos, em especial nas formac:;6es sociais capitalistas capitalistas depende ntes (MARTINS, 1996). Aiem das atividades atividades politico-pedag6gicas politico-pedag6gicas regulares desenvolvidas pela escola, Gramsci chamou a atenc;ae para outras atividades educadoras a ela relacionadas. Os congressos cientfficos sao lembrados por ele como even tos importantes para concentrar e multiplicar a i n t l u ~ n c i a dos intelectuais de nivel mais elevado e obter, ao mesmo tempo, uma concentrac;ao mais rapida e uma orientac orientac;ao ;ao mais decisiva junto aos intelectuais fie niveis infe riores, riores, "qu e sao levados normalmente a seguir os universitari universitarios os e os grandes cientistas por espirito de casta" (GRAMSCI, 2002, p. 99). Nesse sentido, os congressos cientificos cientificos sao a o mes mo tempo instancias de formac;ao formac;ao de inte lectuais e de disseminac;a disseminac;ao o d e concepc;6e de rvundo. Essa finalidad finalidadee ed ucador a dos congressos c i ~ n t i f i c o s c pode i ~ n t i f ser i c o s estendida tambem edic;ao de livros e peri6dicos, a programas de atualizac:;ao profis sional e aos congressos das associac:;6es profissionais e politico-siridicais. Como se v ~ , a formac;ao dos intelectuais no decorrer do seculo XX nao se limito ao Ambito da instituic;ao escolar.Ela saiu dos muros da escola, atravessando todo tecido social, desde a aparelhagem estatal aos mais diversos aparelhos privados de hegemonia na sociedade civil (MENDON r;.A, 1997, 2007). Para Gramsci, esta ac;ao pedag6gica do cotidiano societario para a formac;ao do novo intelectual nas formac;6es sociais ocidentais
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existe em toda a sociedade no seu conjunto e em todo indMduo com aos outros indMduos, entre camadas intelectuais e nao-intelectuais, entre govemantes e govemados, entre elites e seguidores, entre dirigentes e dirigidos, entre vanguarda e corposde exercito. Toda r e 1 c : l ~ a o r de e 1 c : "hegemonia" l ~ a o e necessariamente uma relac;;ao pedag6gica, que se verifica nao apenas no interior de uma nrc;;ao, entre as diversas forc;;as que a comp6em, mas em todo campo internacional e mUndl8J, entre conjuntos de c i v i l i z a ~ o e s nacio nais e continentais. (GRAMSCI, (1999, p ~ ' 399) •••
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Consubstanciaram-se,e "aindci."se consubstanciam em importantes ins tAncia tAnciass ed ucado ras de intelectualidades nas forma<;6es sociais ocidentais ou em processo s1e ocidentaJ iza<;€o, alem da escola e da convivencia soci al, os inurneros partidos na sociedade civil, entendidos em seu sentido amplo como organismos construtores e divulgadores de concep<;oes de mundo (COELHO, 2005). Em urn duplo e conco mitante movimento, os diver sos e sem pre mais numerosos aparelhos privados privados de hegemonia s e consti tufram, ao longo de todo industrialismo, em 1) instAncias elaboradoras de intelectualidades integrais e totalizadoras de determinad a concep<; concep<;ao ao de mundo no interior de cada aparelh o e 2) intelectuais coletivos, cons ru tores e difusores de hegemonias poUticas na sociedade em seu conjunto. conjunto. Essa dupla dimensao educadorae organizadora de concep<;oes de mun do dos partidos permite-nos dar prioridade a ur n tratamen to etico-polltico etico-polltico tematica dos intelectuais. intelectuais. Nesse sentido, temos de concordar mais um vez com pensador italiano, quando observa qu erro metodol6gic<;> mais freqilente no tratamento das atividades intelectuais e buscarseu sentido no que e intrinseco a essas atividades, em vez debusca-Io' no conjunto das rela<;6es sociais. Assim papel do intelectual e sempre, no capitalismo, urn problema de constru<;ao de urn projeto de sociedade e de sociabilidade. A obtenc;ao do consenso em tomo da concep<;ao burguesa de mundo ontem e hoj e se deve, de forma significativa, atua<,;Ao dos seu s intelectuais orgfmicos e de intelectuais tradicionais convertidos ao seu projeto societal e educacional. Mas deve-se tambem a urn movimento de desestrutura<;aoda organiza<;ao popular em tomo da concep<;ao de mundo revolucionaria que se processa desde as decadas iniciais do seculo XX. Esta desorganiza<;ao, entretanto, nao tern significado atomiza<,;Ao da classe trabalhadora, mas sim
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NOVA PF.DAGOOIA DA HEGEMONlA
EA F O R M A \ 1 O I A T U A ~ OF DE O R SEUS M A \ 1 INTEt.ECTUAlS O I A T U A ~ O ORGAMCOS
terreno, alem de pouco numerosos, devido ao se distanciamento do povo retomaram as camadas medias nas "viradas" "viradas" hist6ricas hist6ricas das dec adas i n i d ais do seculo passado, e os que permaneceram procuraram submete-Io a promover seu desenvolvimento auto. um revisao sistematica, em vez de promover nomo. Esse fen6meno detectado por Gramsci Gramsci (2001) (2001) p6de ser observado lambem no segundo p6s-guerra, quando ideArio revolucionArio foi ce dendo lugar ao reforrnismo social-democrata classico nos parses capitalis las centrais e alicen;ando as praticas poUtico-culturais hegem6nicas na aparelhagem estatal e na sociedade civil. De fato, durante os anos de aura do capitalismo monopolista a seduc;ao da classe trabalhadora na s forma <;6es sociais ocidentais de tipo europeu se fez pelo desenvolvimento desenvolvimento de praticas de um pedagogia da hegemonia, caracterizada, primordialmen te, pela ampUa<;ao de direitos sociais e pela su participac;ao, de forma subaltema, na decisoes govemamentais. govemamentais. Este deslocamento do idean o revolucionarl da classe trabalhadora para o idearlo reformista social-democrata, inicialmente circunscrito as forma <;6es sociais capitalistas centrais, generalizou-see·se agudizoU- nos anos fi nais do secul o passado, qu ando come<;aram come<;aram a se difundir mais s i s t e m a t i c a ~ mente os fundamentos e as praticas de uma nova pedagogia da hegemonia, ou seja, quando idearlo social-democrata classico passou por urn proces so de depura<;ao, inlroduzindo elementos desenvolvimentista,s as formula <;oes e praticas neoliberais, que conciliam mercado com justic;a social. Esse duplo e concomitant e movimento acaba por garantir, moderni zarido, a estabiliza<;ao da hegemonia burguesa na atualidade e, simulta simulta neamente, dificultar co mais intensidade a constru<;ao de uma outra hegemonia, que tenha na teoria marxista seu instrumento te6rico funda mental. Por conseguirem reunir em urn mesmo ideario elementos te6ricos antagonicos "liberdade de mercado" com "justi<;a social" -, que na prati prati viabilizar urn urn bloco hist6rico co mpost o por urn ca social nao se realizam, e viabilizar arco de for<;as tao abrangente, pode-se atribuir ao intelectuais da nova pedagogia da hegemonia a fun<;ao de viabilizadores de uma "pororoca do novo mllndo". 10
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A D i R E l T A P A R A O s o c w . E A E S Q U E R D A P A R A O C A P r r ~ l N ' \ ' E I . . E c r o A l S D A N O V A P E D A G O O I . o \ D A H E G E M O N I . o \ N O B R A S ! L
Diante de seu papel estrategico na constru¢o de urn equilibrio e quilibrio instave de compromissos intra e interc1asses nas formac;6es sociais capitalistas
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contemporAneas, contemporAneas, urn das primeiras iniciativas iniciativas burguesa s no novo imperialis mo foi redefinir a formac;ao escolar e poUtica das atuais e futuras gerac;6es dos se us novas intelectuais orgAni orgAnicos cos.. Ness e sentido, r e a l i z o u ~ s e profunda e ampla reforma, reforma, de abrangMcia mundial, mundial, no conteudo e na forma do siste ma educacional e no sistema de formac;a formac;ao o tecnico-profissi tecnico-profissional, onal, pa ra aten der simultaneamente aos requerimentos tecnicos e etico-poUticos da forma c;ao desse novo especialista e dirigente:' intelectual "de tipo americano", conformado paraurna pratica· politica na qual predornina a pequena poUti ca em detrimento da grande poHtica. 1I A reforma educacional conduzida pelos organismos intemacionais (NEWS; PRONKO, 2008) contribui na forma c;ao dos novas intelectuais de tipo americano quando viabiliza urn maior estreitamento entre educac;ao escolar e produc;ao; amplia e diversifica as oportunidades de certificac;ao escolar; redefine os patamares rninimos para exerc{cio de f u n ~ 6 e s f intelectuais; possibilita a materializac;ao de nova cul u n ~ 6 e s tura civica,·. baseada em urn associativismo colabor&cionista; ou mesmo quando desenvolve valores que impulsionam soluc;6es individualistas ou grupistas na resoluc;ao de quest6es relativas ao trabalho e vida No que di respeito formac;ao denovos intelectuais da ova pedago gia da hegernonia, essas reformas educac ionais, de modo geral, redefinem conteudos nas areas de C i ~ n c i a s Humanas e Sociais, de modo a possibili tar a propagac;ao das teorias explicativas da nova estrutura e dinarnica societais, nos marcos da nova social-democracia; criam incentivos incentivos p ara estu do e divulgac; divulgac;ao ao de tematicas que reforcem ess as novas teorias; teorias; criam parametros avaliativos para cumprimento dessas metas anterio*s; esti mulam a circulac;ao dessas ideias por meio da pubJicac;ao de reVistas, Ii vros, eventos cientificos locais, regionais, nacionais e intemacionais; rede
uma alegorla utilizada por n6s, do Coletlvo de EsCudos de Polilica Educaclonal, para simoo\izar encontro de correntes polilicas distintas, a direita para social e a esquerda para capital, run de conslituir na pratica social n e o l i b e r a l i s ~ o da Terceira Via.
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IN'\EI..EcnJAlS O R M A c A o I A T U ~ O O E S E l J SF O IN'\EI..EcnJAlSORoAN!COS R M A c A o I A T U ORoAN!COS ~ O O E S E l J S
finem as diretrizes e bases da formac;ao de educadores; utilizam utilizam as tecno tecno logias de informa¢o e comunicac;ao (TIC) para agilizar e aligeirar pro '; cess o formativ formativo o de sa estrategica frac;ao de intelectu ais orgAnic orgAnicos; os; ou mo estirnulam a i n s e r ¢ o polftica do novo homem coletivo nas praticas voluntarias de ac;6es de "responsabllidade social", social", praticas estrategicas na • consolidaf,;ao do novo padrao de sociabilidade e da nova pedagogia da hegemonia. , Outra irnportante iniciativa burgu esa para viabi viabili lizar zar a necessaria metamorfose na morfologia do intelectual da nova pedagogia da hegemonia \ foi a realiza realizac;ao c;ao de urn a profunda reforma do Estado, qual a sociedade ciyil, convertida em espac;o p r i v i l ~ ~ ~ d o t : l ~ E ~ o n i z a c ; a o t de : l ~ c E ~ n~ T o l n i i i z o a s c a ; e a o interesses, transformou-se transformou-se em locus estrategico de obtenc;ao do consenso \ da malaria da populac;ao (NEVES, 2005; FONTES, 2006; DURIGUETIO, 2007; civill con-), MARTINS, 2009). As novas arquitetura e dinAmica da socie dade civi temporAnea propiciarn surgimento de urn nt1mero crescente de novos \ agentes e de novas a g ~ n c i a s a da pedagogi a: da hegemonia, bern como g ~ n nova c i a s pedagogia: a metamorfose dos atuais agentes e a refuncionalizac;ao da a g ~ n c i a s preexistentes, transformando em senso cornurn os novos preceitos te6ri cos e praticas politicas politicas das classes oominantes. Fora Fora dos muros da escola", contribuem contribuem para aJormac;ao aJormac;ao politica politica dosnovosinte lectuais da pedagogia ' da hegernonia, em diferentes nlveis, entre outros: os v a l o r e s ~ as idEHas veiculados pelas empr esas rnidiatica rnidiaticas, s, em especial no que diz respeito formac;ao de novas subjetivi dades; a . construc;ao te6rica da instituic;6es empresariais voltadas para a difusao difusao dos fundam.en fundam.entos. tos. dessa nova peda gogia; ideario propagado pelos organismos internacionais responsaveis pelos debates cientifico e filos6fico hegernonicos; a agenda cultural e poli tica dos mais diferentes aparelhos privados da hegemonia que incorpora ram paulatinamente a nova concepc;ao concepc;ao de mundo; as instituic;6es da apa relhagem estatal difusoras d.esses valores eideais, em especial as direta mente envolvidas co a "questao social", bern como as rnais diferentes atividades voluntanas de "responsabilidade social" executadas pelos tra balhadores no ambito direto da atividade produtiva. polHica dos intele ctuais organic os Tais aC;6es de reeducac;a o esco lar e polHica
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DIREIT PARA
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CAPrrAL: INTELECTUAlS DA NOVA PEDAGOGIA DA H£G£M()fIIA NO BRASil.
tivos a paut arem suas agendas polfticas polfticas por demandas que, embo ra reali reali zem mudanc;as parciais nas condic;6es de trabalho e de vida das classes dominadas, m a n t ~ m praticamente inalteradas as relac;6es de explorac;ao de expropria¢o concementes as relac;6es socials capitalistas. Tendo como eixos norteadores te6ricos principals as caracterfsticas da nova pedagogia hegemonia e conceito gramsciano de intelectual or ganico, as pr6ximas sec;6es deste livro iraQ identificar os principais determinantes hist6ricos responsBveis pelo surgimento e propaga¢o das ideias que fundamentam a nova pedagogia da hegemonia; realizar urn debate entre as teses que fundamentam projeto politico da Terceira Via diferente s :proposic;6 :proposic;6es es de autores contemporaneos que anunciam a . chegad a de urn novo novo mundo e que, de maneiras distintas, distintas, oferecem substrato te6rico-metodol6gico difusao difusao dessa nova pedagogia e contribuem para formac;ao/atuac;ao, em diferentes niveis, niveis, do s seu s inte lectuals organic os; e, por tim, identiticar em duas instituic;6es que, no Brasil, dedicam-se formac;ao/at formac;ao/atuac;a uac;ao o d e intelectuals e disseminac;ao de diferentes concep direita para social e da C;6es de mu ndo a infiuencia dos fundamentos da direita esquerda para capital. .
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Fundamentos hist6ricos da forrna¢o/atua¢o dos intelectuais da nova pedagogia da hegemonia l a l ~
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Falleiros; Marcela AlejandraPronko; Maria Teresa Cavalcanti de Oliveira
Ao longo do seculo XX, e principalmente ap6s a Segunda Guerra Mundi al, verifica-se, nas formac;6es sociai sociaiss capitalista capitalistass emg eral, embora com va riac;6es substantivas, substantivas, urn processo tendencial de robustecimento da socie dade civil, que se vern tomando poderosa arena de disputa de projetos societarios e, portanto, campo fundamental para a produc;ao e difusao do consenso, consenso, par exercicio da hegemonia (e da contra-hegemonia), tarefa operada pelos intelectuals organicos, individuals e coletivos. Esse processo . hist6rico, que permite situar a forma¢o/atuac;ao dos intelectuals da nova pedagogia da h e g ~ m o n i a , constitui eixo desta sec:;ao, numa apresentac:;ao metodologicamente dividida em dois momentos: 1) da ~ o n s t r u c : ; a o da hegemonia mundial capitalista ao longo da Guerra Fria, delimitando os mecanismos de convencimento convencimento operados no mundo na America Latina, em meio a mecanismos de coerc:;ao contra a ameac:;a socialista, e esta belecendo parametros para compreender a criac;ao de urn senso comum e escola larr e poUtica dos intelectuais bras, bras,lle lleiro iross segund o os pre formac:;ao esco "repolitizac:;ao da po ceilos da pedagogia da hegemonia; 2) do processo Utica" operado na conjuntura conjuntura de arrefecimento da Guerra Fria e redemo cratizac:;ao dos pa ises latino-americanos e, mais diretamente, do Bra$il, bus cando caracterizar a construc:;ao de urn novo senso comum e a formac;ao escolar e poUtica dos intelectuais em consonancia com os fundamentos da nova pedagogia da hegemonia,.conOuind conOuindo o para configurac:;ao de um a es querda para capital e uma direita para social.
cenario da Guerra Fria e constru<;ao de uma pedagogia da hegemonia em tempos de "guerra "guerra cultural"
OIREITA PARA
2f1JNIWdENTOSHIST6R!cos0AFORMA<;AQlATUAC\OOOSINTEf..ECTUAlSOANOVAPEOAOOGlAOAHEClEMONtA
SOCIAL EA ESQUERDA PARAO CAPITAL: INTElECTUAlS OA NOVA PEDAGOOIA OAHEGEMONIA NO BRASIL - - : ~
gia definida pelos Estados Unidos. Nessas decadas, 0 "americanismo'" seria amplamente difundido e assimilado nos pa(ses vinculados ordem capitalista capitalista mundial. embora pa ra Is50 fosse necessario levar adiante um verdadeira "guen:a cultural" baIizada pelo equilfbrio desigual de poder entre as duas p o t ~ n c i a s anteriormentealiadas no confUto contra 0 nazis mo -- Estados Unidbs e UnUio Soviet Sovietica ica e suas respecti respectivas vas areas de i n n u ~ n c i a .
Desde os 11ltimos momentos do confUt confUto o annad o, a supremacia estadu nidense era evidente, evidente, ja que su riqueza e poder eram not6rios para a Uniao Sovietica e para 0 restante do mundo; mas, diante de um Europa devastada pela guerra, os Estados Unidos construiram um estrategia poli tlca para se contrapor ao fortalecimento do ideario comunista sovietico em amplos espa<;os da Europa e do mundo nao-eu ropeu. A polariz polariza<;a a<;a entre dois projetos societarios -- 0 capitalismo estadunidense e 0 comunis mo sovietico -, ao colocar em risco a continuidade da hegemonia esta dunidense sobre os parses de economia capitalista, acabou gerando um confronto, m arcando 0 inicio de urn periodo de 45 anos deno poUtica de confronto, minado Guerra Fria(1945-1990).2 defend.ida pelos Estados No camp o diplomatlco, a politica ceconomica defend.ida Unidos junto aos paises capitalistas centrais tinha por objetivo manifesto garantlr a paz, a inclusao, 0 bem-est ar e a estabilidade; dessa inicial associa <;ao de objetivos resultou a constru<;ao de um nova ordem mundial, ex pressa nos acordos de Bretton Woods (New Hampshire, Estados Unidos). Consolidados no ana de 1944, esses acordos propiciaram propiciaram a cria<;ao do Fundo Monetano Internacional (FMI) e do Banco Mundial, a \ ( ~ m de urn siste ma de regula<;ao internacional que, posteriormente, viria a constituir 0 Sistema Organiza<;ao d a ~ Na<;6es Unidas (ONU). Tais institui<;6es nao s6 simbolizaram como materializaram a hegemonia estadunidense na reor-
"Americanismo" uma expressao de Antonio Gramsci para indicar modo de vida caraclenstico ,dos'Estados Unldos da America no seculo XX, que se lomou mundialmenle hegemonico ao longo do desenvolvimenlo do capitalismo monopolisla monopolisla contemporaneo
",., ganiza<;ao polfUca e econ6mica internacional do imediato p6s-guerra
(HARVEY, 2008; PEREIRA, 2009).
principal objetiv da nova ordem em constru<;ao er da sustenta "'. '. <;ao ao sistema capitalista capitalista no mun do europeu; naquele m omento, isto se ',. ria feito feito por intermedio de diferentes estrategias, estrategias, que inclwam um eco .:. nomia mundial centrada no livre comercio de bens sob urn sistema de
: cAmbio fIxe controlado pelos Estados Unidos, a defesa do pleno emprego e a constru<;ao de um nova sociabiJida sociabiJidade de ba sead na cria<;ao e difusao de formas de consentimento e aceita<;ao da cultura urbano-industrial estadunidense, 0 chamado american way of ife. A nova sociabilidade de tipo americana exigia determinado ambiente, determinada estiutura so cial e determinado tipo de Estado, tendo em vista que 0 prindpio de racio naliza<;ao adotado determinou a necessidade de conformar urn Upo hu mano, adequado ao novo tipo de trabalho e de processo produtivo. Plano Marshall (Plano de Reconstru<;ao Europeia, 1947), formulado pelos Estados Unidos, pode ser entendido como parte dessa estrategia Tratava-se de urn programa que se concentrava numa "politica "politica de verbas", pens ada como elemento facili facilitad tador or da innuencia estadunidense no proces so de integra<;ao dos Estados europeus europeus ocidentais. Associado aos progra ma que vinculavam a ajuda fomecida compra de produtos estaduni denses, em quatro anos, "0 governo dos Estados Unidos t e c ~ u u m a t malha e c ~ u u m articulada de aJian<;as e institui<;6es no territ6rio europeu decisiva para desenhar 0 mapa geopolftico da Guerra Fria" (PEREIRA, 2009, p. 66). Ao funcionar funcionar como urn contrapeso necessario em rela<;ao ao comercio com a Europa Oriental, 0 Plano Marshall possibilitou 0 alcance de urn superavit comercial dos Estados Unido Unidos, s, atuou no subsidio e n ampUa<;ao do consu da popula< mo popu la<;ao ;ao europeia, eur opeia, aumentando a adesao ao mod ele de socieda -, de propostO.4 c o n s t r u < ; ~ o doameric anismo envolveu envolveu estrategias de convencimen to pautadas nas aUan<;as com as burguesias europeias, em troca da difu sao e ado<;ao de urn ideario pr6-Estados Unidos. Se, por urn lado, 0 conjun
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3 A D l R F J T A P A
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A N O B R A S I L
to de tal intervem;ao resultou na rapid a recupera recuperaC;;a C;;ao o ec onOmica d os pal ses capitalistas europeus, pa outro, deu-se a ascensao do domfnio militar da intervenc;;ao poUUca estadunidenses. Ao possibilitar signiHcaUva me Ihoria de vida da regiao - plena emprego, consumo de massa, etc. -, Plano Marshall Marshall nAo s6 obteve a apoio da classe trabalhadora trabalhadora desse conti nente como fortaleeeu mundialmente a posic;;ao anUcomunista. No plano domesUco, domesUco, a repres sao ao comunismo se deu par meio de estrategias de coerc;;ao, exemplarmente materializada pelo "macarthismo", um campa nharadi cal anticomunist a promovida nos EStad EStados os Unidos Unidos entre 1950 1954, liderada pelo senado r Jo seph McCar McCarthy thy,, caracteriz ada pela intimi intimida dac;; c;;ao ao e delac;;ao, atinginpo, em grande escala, as meios intelectuais. Encaminha do pelo govemo estadunidense, tal movimento associava a defesa das Ii berdades "de expressao a um forte oposic;;ao ao ideano comunista e s o c i ~ alista (HOBSBAWM, 1995; HARVEY, 2008). recuperaC raC;;a ;;ao o europei a resultar am na confi As estrategias utilizadas na recupe gurac;;ao de uma rorma particular de sociedade capitalista, denominada par HobsbaWro (1995) "Era de Ouro" (1947-1973). Esse periOdo foi palco de uma nova forma de ordenamento social, a Estad de bem-estar social,S materia Uzado na realidade dos paises capitalistas centrais. Esses tambem foram anos que a prese ntara m urn c.rescimento explos ivoda industr industrialiZ ialiZac;ao ac;ao e um expansao generalizada da prodw;ao (CHESNAlS, 2005), acarretando, par meio do
uma
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lho, muito mais elaborada e sofisticada. As fronteiras e as bases nacionais comec;;aram a se flexibilizar; surgiram asempresas multinacionais e a nova divisao intemacional do trabalho articulou-se ao processa transnacion<;l.l da produC;;ao de mercadorias (HOBSBAWM, 1995).6 A reestruturac;ao do capitalismo viabilizou um "economia mista", destaque para papel do Estado na modernizac;;ao econOmica via co industrializac;;ao, que "passa a se sustentada, supervisionada, supervisionada, orientada e as vezes planejada e administrada pa governos" (HOBSBAWM, 1995,
Ern Iinhas gerais, ESlados de bem-eslar social eram aqueles que linham a maior parle de seus
2 F U N O A M E N T O S H I S T 0 i u c 0 s D . \ ~ A T U A c A o D O S I N T F . L E C T U A I S D . \ N O V A P f l ) A G O G I A D . \ H F J J E M O N I A
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p. 264).
fato de govemos social-democr atas comec;;ar comec;;arem em a assum ir desta qu na conjuntura poJ(Uca europeia nos anos 1960 1960 complementava a esU mula exercido pelos Estados Unidos na defesa do plena emprego na reduc;;ao da desigualdade econOmica como comprom isso poliUc poliUco, o, au seja, como urn "compromisso de classe" entre a capital e a trabalho qu se arUculava a urn mercado de consumo de massa su efeUva democraU zac;;ao.
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Exlste uma d i a h ~ t i c a entre as conqulstas sociais obtidas pelos trabalhadores no centro capltalista no p6s-guerra, sobretudo na Europa dita "acid ental" o uso do compromisso como uma arma de arremesso da "guerra rria", na uta e isolamento .. das correntes ditas "radicais", comunlstas, democrati
cas e progressistas, numa t a ~ a o
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a s s u n ~ a o
(CARVALHO, 2008, p. 3).
da 6tica da
n e g o c i a ~ a o versus
confron
Entretanto, no interior da burguesia existiam setores cdUco ao Estado intervencionista, desde decada de 1940. Destacou-se, na lideranc;;a des se grupos, economist a austriaco Friedrich Friedrich von Hayek que, em 1944, es creveu livro caminho da seroiddo, atacando frontalmente a limitac;;ao dos mecanismos demercado porparte do E$tado. Naquele momenta, a indiferenc;;a que se colocava diante- de suas ide ias fez com que Hayek orga nizasse, em 1947,uma reuniflO em MontPelerln (Sulc;;a), co a parUcipa c;;ao tanto dos adversarios do Estado de bem-estar social qtJanto qtJanto dos inimi inimi gas do New Deal estadunidense (ANDERSON, 1995).7 Surgia, assim, um das mais forte organizac;;Oes em defesa do_que foi posteriormente chama" do de neolibe neoliberali ralismo smo,, cujo objetivoera trabalharas bases de urn capitalis mo revigorado apoiado nadesigualdade como valor positivo e na "vitali dade da concorr€ mcia" mcia" se interferencia do Estado. Tal organizac;;ao organizac;;ao pre nunciava um tendemcia, que seria posteriorment e consolidada nas deca das de crise como a ideario economic o liberal liberal ortodoxo. ortodoxo. fato e que aexperiencia da novasociedade apoiada no Estado de bem-estar social, social, vi vendad apelo s paises capitalistas capitalistas centrais, materializou materializou se em todas as dimensOes da vida humana e acabo u influenciand influenciando, o, de dife rentes maneiras, a mundo como urn todo. As mudanc;;as na vida cotidiana derain-se de maneira muito rapida e abrangente naqueles paises. Segundo
ADlRElTAPARAOSOOALEAESQUt ADlRElTAPARAOSOOALEAESQUtltDAPARAOCAPflAL:INTElECTUAI ltDAPARAOCAPflAL:INTElECTUAISDANOVAPEDAGOGIADAHEGE SDANOVAPEDAGOGIADAHEGEMONlANOBRASIL MONlANOBRASIL
Hobsbawm, a mudanc;a social entendida como a mais impactante no mun do desenvolvido foi a "morte do campesinato", que direcionava movimen to de esvaziamento do campo e concentrac;ao nas cidades. No infcio da decada de 1980, menos de tres er cada cern britfmicos ou belgas belgas es tavam ligados agricultura, e a p o p u l a ~ o agricola dos Estados Unidos havia crudo regi6e glob na mesma p r o p o r < ; a o . ~ m e n t e p ares r o p regi6es o r < ; a os . do ~ m globo e n t e o permanec eram essen cialmente dorninadas por aldeias e campos: a Africa Subsaariana, suI sudeste da Asia continental continental e a China (HOBSBAWM, 1995). Sornado as dernais circunstAncias circunstAncias existentes, tal movimento movimento acab ou ten do urn impacto signific significati ativo vo na educac;ao em geral; desde crescimento de ocupac;6es qu exigiam e d u c a ~ o de n(vel medio e superior ate estabele cimento de um educac;ao basi ca universalizada. Assim, Assim, efetivou-se a ex pansao generalizada generalizada da escolarizac;ao e dos meios de comunicac;ao, co destaque para extraordinano crescimento da educac;ao superior, tendo em vista novo papel do intelectual - em todos os se us diferentes niveis niveis de atuac;ao, nessas sociedades capitalistas cada vez mais "americanizadas". A significativa elevac;ao do mlmero de profissionais com myel supeJior anun ciava as novas necessidades de uma aparelhagem estatal diferenCiada de um econornia modema que exigiam mais administradores, professores e especialistas tecnicos, pela extensao do us diretamente produtivo da cien cia e da tecnologia. Novos estabelecimentos voltados para a educac;ao su perior foram criados, a ponto de, no ano de 1970,0 numero de universida dobrado. Essa populaC;ao diferenciada de d ~ s no mundo europeu ter quase dobrado. jovens constituia-seum fatornovo de interferencia efetiva, mas dispersa na o r g a n i z a ~ f l o societaria (HOBSBAWM, 1995). Concomitantemente, Concomitantemente, os trabalhadores da industria dos paises centrais passa rampor mudan<;:ases mudan<;:asespedfic pedficas as relacionadas tanto co as impactantes transformac;6es transformac;6es te cnicas da produC;ao e suas c o n s e q i H ~ n c i a s c na o n s gestao e q i H ~ n c do i a s trabalho quanto com novo papel do·Estado. Contrarlamente Contrarlamente it ideia de reduc;ao dos trabalhadores da industria, esses anos dourados evidencia ra urn crescimento da c1asse trabalhadora, assim como importantes mudanc;as intemas, dando infcio it transformac;ao dos valores de -coletivi dade que davam sentido it antiga consciencia operaria. Entre 1960 1980, a despeito da automac;ao e da substituic;ao da forc;a de trabalho, os nume
DA HEGEIAOMA S T 6 INTFJ..ECTUAISDANOVA R I ~ D A F O I I M A ~ A T U APEDAGOGIA c A o 2FUNDAMENTOS H I S T 6 R I ~ D A F O I I M A ~ A T U A c A oH I DOS
A Era de Ouro esteve atravessada por um intensa "guerra cultural", na qual a batalha das ideias era tao ou mais importante do qu as travadas importAncia ia era reconh ecida explicitamente, co arrnas convencionais. Sua importAnc
como demonstra depoimento do escritor e jomalista estadunidense, importante colaborador da Agencia Central de lnformac;6es (CIA), Melvin Lasky, ao comentar que a essencia da Guerra Fria er "de alcance cultu ral. E e af que um grave lacuna no programa norte-americano tern sido extremame nte explorada pelos inimigos inimigos da polftica extema dos Estados Unidos [ ..]. Essa lacuna [ :) e real e grave." (LASKY apud SAUNDERS, 2008, p. 44) Por "real e grave", Lasky se referia incapacidade dos Estados Unidos de conquistar para causa estadunidense apoio da classes instrufdas e cultas - que, a longo prazo, prazo, fome cem a lideranc;a lideranc;a moral e politica da comunidade. [ .. Tais constatac constatac;6es ;6es resultaram numa] das mai ambiciosas operac;6es secre tas da Guerra Fria: Fria: conquist ar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana" norte-americana" (SAUNDERS, 2008, p. 45). DUrante-os anos 1950 e 1 960,0 governo estaduniden se investiu investiu num audacioso projeto "secreto" de propaganda na Europa Ocidental; Ocidental; execu ta Congresso pela do pela CIA. Dentre suas realiiac;6es, teve destaque Liberdade Cultural, um poderosainiciativa que rnantinha escrit6rios em 3.5 paise·s pelo mundo, desenvolvendo ac;6es que empregavam pessoas respons aveis pel a publicac;ao publicac;ao de revistas academicas, realizac;ao de ex posic;6es artisticas, organizac;ao de conferencias internacionais e de premiac;6es importantes. objetivo de tal investimento era a construc;ao de um nova consciencia socia na Europa Ocidental; tratava-se da cria C;ao de mecanismos voltados a tornar os i n t e l e c t u a i s ~ em processo de adesao it nova ordem mundial, mais receptivos ao "estill> estadunidense". Para tanto, numero sas fundac;6es filanti6picas foram utilizadas como insti tuic;6es de fachada e de intermediac;ao financeira, constituindo um es trategia especifica e exltosa de atuac;ao, para alem c;l.o territ6rio europeu. Segundo Saunders (2008, p. 152), Em meados da decada de 1950, a intromissao da CIA no campo das funda -disponhamos s de cifras relativas a esse p ~ r i o d o . ~ 6 ~ s ~ foi 6 ~ s m a c i ~ a . Emb ora nao -disponhamo a conclusao g
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FUNIlAMENTOS
AIllRElTAPARAOSOClALEAESQUERDAPARAOCAPrrAL:INTELEC1 lJAISDANOVAI IDAGOGIADAHEGEMON IANOIlRASIL
Committee, 1952, citado em Rene-Wormser, Foundations: their influence, Nova York: Devin-Adair, 19581.
power
an de 1968 marcou inkio dos conflitos estudantis na Europa Oci dental, evidenciando tensoes qu anunciavam a de problemas an de no modelo da sociedade capitalista ocidental. Se, por urn lado, 1968 constituiu urn sinal de que a organizac;;a da vida em sociedade atre lada ao modelo capltalista de tipo americana apresentava dificuldades, dificuldades, an de 1971, po outro, efetivamente apontou inkio da crise, tendo sido o palco da explosao salarial do colapso do sistema financeiro intemacio nal de Bretton Woods, num processo qu culminou co a crise do petr6 leo, em 1973. Mas, a despeito de urn cenfuio que trazia os primeiros indfcios de pro blemas a serem resolvidos resolvidos,, pen sadore de diferentes maUzes mobilizaram se na produc;;ao de obras que defendiam os element os reforrnista da Era de Ouro. Entre 1956 1960, estudiosos de diversas areas do conhecimento "ba seavam-se na presunc;;ao da crescente harmonia intema de uma sociedade agora basica mente saUsfa saUsfat6r t6ria, ia, se bern qu aperfeic;;oo.vel, ou seja, na confi anc;;a na economia de consenso social organizado" (HOBSBAWM. 1995, p. 280). dest aque alcanc alcanc;;a ;;ado do pelo conjunto de tal produc;;ao, ao reforc;;ar urn posicionamento crltico diante do liberalismo ortodoxo, acabou contribuindo para subsidiar posterior desenvolvimento das ideias qu resultariam na sistematizac;;ao da Terceira Via nos anos 1990.
and
A autora aponta, ainda, qu "as fundac,;;6es ' a u t ~ n t i c a s ' , como a Ford, a Rockefeller' e a Carnegie, eramconsideradas tipo melho r e mais plausf vel de disfarce para os financiamentos" (SAUNDERS, 2008, p. 153). Por intermedio desses m ~ c a n i S n i O S ; 'a CIA"podia financiar "urn leque aparen temente ilimitad de pro&ramas' pro&ramas' seci'eto de ac,;;ao qu afetavam grupos de jovens, sindicatos de trab'atl1adores;tUniversidades, editoras e outras insti tuic,;;6es privadas" (SAUNDERS, 2008, p. 153). Para alem do papel oficlalrnente'desempenhado pela CIA nesse perlo do, destacaram-se tambem a elaborac,;;ao da Dec1arac,;;ao Universal dos Di reitos reitos Humanos por part da ONU (1948) e outros documentos e estudos elaborados por organismos multilaterais qu buscavam ressignificar universalismo da propriedade privada e dos direitos individuai individuais. s. This docu mentos na o s6 cultivavam cultivavamcomo projetavam pr6-americani smo e a superio superio ridade da cultura estadunidense sobre resto do mundo. poder do dinhei ro foi efetivamente utilizado numa "guerra cultural" qu se apoiava na s6 no domfnio da produc,;;ao cultural como no poder de influenciar os valores em geral; geral; efetivament e, "0 imperialismo cultural t-omou-se t-omou-se imJ>ortant imJ>ortant arma na luta para afirmar a hegemon ia geral" (HARVEY, 2005, p. 53). No inrdo dos anos 1960, as estrategias deconvencimento promovidas pelos Estados Estados Unidos sobre a America Latina, durant governo Kennedy, podem ser exemplificadas na consolidac;;ao de duas iniciativas: iniciativas: a Al,ianc;;a para Progresso, programaque visava a promo<;fio do desenvolvimento economico via colaboraC;;ao tecnica e financeira, e Coipos da Paz, a g ~ n ~ a g cia governamental qu devia atuar no Terceiro Mundo no sentido de com bater a "ameac;;a comunista" e promover a liberdade e a democracia nos mesmos moldes de funcionamento das Fundac;;oes Ford, Rockefeller e da CIA. As- iniciativas apontadas exemplificam tanto as novas estrategias de formac,;;ao dos intelectuais organicos do capital capital quanto a maneir pela qual atuac;;ao desses intelectuais foi-se foi-se alt erando ao longo do seculo XX, cons tituindo um expressao expressao das novas necessidades hegemonicas do capital, tendo em vista a legitimac;;ao e manutenc;;ao da ordem mundial. mundial.
HISI6RICOSDA F ~ Q l A r u A ~ O D O S INTFUcnJAIS DANOVA PEDAGOGIA DAHEGEMONIA
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Descolonizac;ao. revo1uc;oes e guerra cultural na periferia do capi talismo Enquanto a Europa concluia su reconstruc;;ao e os Estados Unidos fir mavam su hegemonia em nivel nivel mundial por meio da intervenc;;ao militar direta, da cooperaC;; cooperaC;;ao ao bila teral tera l e da atuac;;a atuac;;ao o das "ge mea de Bretton Woods" (FMI BM), a periferia do capitalismo capitalismo passava por urn profundo processo de transformaC;;ao, balizado, de urn lado, pelo processo de descolonizac;;ao as lutas de Iibertac;;aonacional, e de outro, pela disseminac;;ao ampla das ideologias da modemizaC;;ao e do desenvolvimento. Como constata Hobsbawm (1995), descolonizac;;ao e revoluc;;ao trans formararn de modo irnpressionante mapa politico do globo ap6s a Se gunda €;uerra Mundial. Mundial. Principalmen[e na Asia e na Africa, mas tambem Estados reconh ecidos como independen na America Latina, numero de Estados _tes cresceu consideravelmente nesse periodo. Em alguns casos, os novos
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sic;ao do Estado colonial para a i n d e p e n d ~ n c i a i foi tutelada n d e negociada p e n d ~ n c i a e/ou pela p o t ~ n c i a colonial garantindo, dessa ronna, a continuidade da adesao (e da ajuda econOmical divisao geopolftica do mundo desenhada no p6s-guerra. Na esteira desse movimento, outros pafses, fonnalmente inde pendentes, passaram por pr ocessos revoluciomrri revoluciomrrios os qu contribufram contribufram par modificar a correlagao global de forc;as no contexto da Guerra Fria. Re voluc;ao voluc;ao Chinesa em 1949, e a Cubana, d ez anos depois, constitufram, jun to co a Guerra do Vietna, os marcos mais evidentes desse processo. Assim, os 30 "anos douradcis" douradcis" dos parses centrais do capitalismo no p6s guerra foram. para a maior parte da populaC;ao mundial, anos conturbados de instabilidade"politic instabilidade"politicaa (e, em muitos casos, conflito militar) e modifica C;6es desigualmente profundas na organizac;ao societana. Hobsbawm (1995) destaca que, nesse perfodo, na Asia e na Africa a populac;;ao er majorftari amente rural, ocupada numa agricultura, muitas vezes, de subsistencia. Mesmo na Americ a Latina, cuja transic;ao transic;ao i n d e p e n d ~ n c i a (Conna!) parecia estar cOIlli!olidada, a instabilidade politic politica, a, mar cada pelos golpes de Estado, ditava riUno de urn processo de urbanizac;;ao/industrializac;;ao que tambem assurnia contomos desiguais entre-pafses e dentro de cada urn deles. A dis tinc;ao cidade/campo parecia encamar a dualidade "desenvolvimentO/sub desenvolvimento", desenvolvimento", pr6pria de ilma visao de mundo que tinha seu credo na "modemizac;ao" social, tanto da cidade quanto do campo. Em alguns paises latino-americanos, latino-americanos, principalmente do Cone Sui, urn rapido processo de ur banizac; banizac;ao, ao, puxado por urn modelo de industrializac;ao industrializac;ao por substituic;ao substituic;ao de importac;6es, foi acompanhado por um expan sao expresS expresSiva iva da educac;ao escolar nas cidades e pela ampliac;ao e diversificac;ao das lormas de partici pac;ao politica, propiciando um incipiente ocidentalizac;a.o das formas de organizac;;ao societaria. No campo, credo da m o d e r n i z a c ; ~ o instalava-se na tensao entre a reivindic reivindicac;a ac;a da reforma agraria e a apologia da chamada "revoluc;ao verde" confrontando ideal de produtividade capitalista, que comandava a tecnologizac;ao rural, com a aspirac;ao de igualdade questio nad a pe la apropriac;ao apropriac;ao latifundiaria terra. No amago desses processos, movimentos operarios, operarios, camponeses, estudantis co forte presenc;a, em alguns casos, de guerrilhas guerrilhas urbarias e rurais, rurais, faziam faziam evidente a e xiste nda de projetos societflrios em disputa. Para os paises do capitalismo central, entre anto, tudo isso nao passa
2 F U N O A M E N T O S H 1 S f 6 R J C O S O A ~ A T U A I ; A O O O S I N ' l ' £ l . . E C l l J A l O A N O V A P E I W l O O I A O A H E G E M O N I A
ponsavel direto pela execuc execuc;;a ;;a de grandes projetos de:infra-estrutura que os tomasse possfveis. Baseada numa concepc;ao etapista do desenvolvi mento, magistralmente expressa na obra de Rostow,' essa ideologia privile giaVa crescimento econOmico via· modemizac;ao produtiva a qualquer custo, para, no final, garantir algum tipo de justic;a social pelo chamado "·efeito derrame"10 (TOUSSAINT, 2007; PEREIRA; 2009).0 caminho da socie dades tradiciona tradicionais is par a as sociedades modemas ou do subdesenvolvimento para desenvolvimen desenvolvimento to devi aser, sob influxo dessa concepc;ao, a esc o lha "natural" para as fonnac;6es socials da peri feria do capitalismo. Essa concepc;ao de desenvolvimento foi sistematicamente difundida pelos pafses centrais, notadamente pelos Estados Unidos, por meio de di versas estrategias, que lam dos generosos programas de cooperac;ao bila teral at a criac;ao de centros e instituiC;6es de difusao' dessa ideologia. Entre os primeiros, talvez talvez urn dos principais te nha sido chamado Progra rna Ponto IV: lanc;ado em 1949 pelo presidente dos Estados Unidos, Harry S. liuman, na esteira do Plano Marshall e da criac;ao da Organizac;ao do Tratado do AtlAntico Norte (Olan), baseava-se na assistencia tecnica e fi nanceira aos pafses da perireria do capitalismo, com-o objetivo de elevar as taxas de crescimentd econOmic econOmico, o, .contribuindo .contribuindo para melhora r os pa dr6es de vida da populac;ao epara disseminar a ideologia do "mundo li vre". De fato, esse programa demarcou comec;o de compremissos esta dunidenses substanciais no campo da ajuda externa a parses nao-euro peus, no contexto da proclamac;ao da Republica Popular da China e do aprofundamento do processo de clescolonizac;ao. Nesse marco, d e s e n v o l ~ , vimento er entendido como eleinento de contenc;ao e estabilizac;ao soci al, para Crear avanc;;o internacional do comunisrno, ainda nos prim6rdios da Guerra Fria.
Walt Whitman Rostow: economista estadunldense nascido na Prussia, atual territ6rio alemao, publlcou, na decada de 1960, urn Iivro que se tomaria paradlgmatico dessa Ideologia: Elapas do desenvolvifnento desenvolvifnento econ6mlco: urn manifesto nao-comunista. Como apont a acertadam enle Palenzuela (2009, p. 132, tradu/il tradu/ilio io nossa), "nesse esquema, desenvolvimento desenvolvimento e subdesenvolvimento sao conslderados como realidades autOnomas, somente vinculados por urn criterio de escala ou de temporalidade"
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FUNDAMENTOS HlST6RICOS OA fORMAc,\CVAnJAc,\O DOS INTFJ.£CTUAlS DA NOVA PEDAGOGIA OA HEGEMONIA
CAPITAL: INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEOEMONIA NO BRASIL
De fato, a estralegia de contem;ao do comunismo desenh ada pelos Esta dos Unidos teve efeitos duradouros na r e c o n f i g u r a ~ a o da perlferia do capi tallsmo. Guerra Fria, cujo primeiro territ6rio em disputa foi a Europa, logo se deslocou para a Asia, principalmente para os paises pobres que cerca varn a Uniao Sovietica, a China, inclusive as Filipinas, que passaram a rece· ber vultosa ajuda atema. Assim, no final da decada de 1950, apenas 2% da ajuda econ6rnica extema estadunidense estava alocada na America Latina, e ainda menos na Africa (PEREIRA, 2009). 2009). Entretanto, Entretanto, ess e quadro foi altera do em 1959 quand o a estrategia de c o n t e n ~ a o localizadacedeu e s p a ~ o para a disputa generalizada por lea1dade na periferla. a c e l e r a ~ a o a do c e l processo e r a ~ a o de d e s c o l o n i z a ~ a o na Africa na Asia a partir ' de 1945, surgimento do grupo de paises nao-alinhados nao-alinhados como resultado da C o n f e r ~ n c i a de Bandung (1955) (1955) e a R e v o l u ~ a o Cubana, co m sua possibilida possibilida de concreta de "contagio" na America Latina, redefiniram map a mundial deslocando a disputa Leste-Oeste para um nova divisao Norte-SuI. Norte-SuI. Esse novo panorama levou os Estados Unidos a evocarem a causa do desenvolvi.:-± mento pa ra si, disputando s eu sentido co m-aque le atribu[do atribu[do pelos rriovi> mentos de l i b e r t a ~ a o nacional, nacional, por exemplo.Segundo Pereira Pereira (2009, p. 89), "ulna pluralidade pluralidade de atores so dais pas sara m a reivind reivindica-I ica-Io, o, v i n c u l a n d o ~ o projetos politicos distintos, nos intersticios do e s p a ~ o hegemonizado -pelo -pelo projeto de expansao e modemiza.;ao capitalista conduzido pelo Ocidente". Assim, a defesa da causa do desenvolvimento, cuja hegemonia os Estados Unidos Unidos tentava m recuperar, cristalizou cristalizou em urn sem-fim de fundos e institui ';Oescujo alvo principal eram os pa{ses ditos subdesenvolvidos. '1
Nesse quadro, Banco Mund Mundia iall teve atua.;ao de stacad a. Embora so mente no final da decada de 19500 volume de opera.;oes voltadas para os paises em desenvolviment desenvolvimento o tenha ultrapassado a m etad do total da quantia desembolsada, at entao partes substantivas dos emprestimos outorgados aos pai ses centrais foram destinadas para financiar financiar projetos em suas areas coloniais, cujos encargos foram herdados, posteriormente, pelos novos parses independentes (TOUSSAINT, 2007). Na decada de 1960, os empres timos do Banco Mundial deslocaram-se prioritariamente para Asia e Ame rica Latina, particularmente para os chamados "paises de renda media e baixa", baixa", e diversifica diversificaram-se ram-se setorialmente, abrangen do na s6 projetos de infra-estrutura, ma tambem aqueles destinados a financiar investimentos em e d u c a ~ o , saneamento e agricultura, balizando um inflexao na con cep.;ao do desenvolvimento. Se, em urn primeiro momento, desenvol vimentismo ficou ficou ass ociado industrializa.;ao ou mOdemiza.;ao/raciona liza.;ao produtiva, tendo papel fundamental a infra-estrutura, desde mea dos da decada de 1960 desenvolvimento desenvolvimento passou se aproximar do impe rativo da reduc;ao reduc;ao das desigualdades, d ando lugar crescente preocupa .;ao co a pobI:eza (medida pela renda per capita). Oaf importanda crescente da interven.;ao das agendas internacionais em areas sociais: agricultura, ~ d u c a . ; a o I 2 e saneamento. Em fins da decada de 1960,sobretudo a partir da gestao de Robert McNamara (1968-198 I), Banco Mundia Mundiall p6 de considerar-se uma agenda fulcral no Ambito do desenvolvimento, entendido em forte forte articula.;ao seguran.;a posta em xeque pela pobreza e pela injusti.;a social. I3 Trata-se de urn momenta de auge dos bancos multilaterais de desenvolvimento, que c o m e ~ a m a canalizar os recursos d ~ s t i n a d o s pelos pa[ses d o capitalis mo central assistencia extema, como ~ o r m a de despolitiza-los, evitando possiveis possiveis tensoes diretas com os govemos. govemos. Nessa estrategia de "assalto
II Pereira (2009, p. 97-98), baseado em Kapur et aI. (1997), destaca as seguintes instituic;oes: "no ano Desel'lvolvimento o (Development Loan Fund), Fund), de 1955roram criados o Fumfode Emprestimo ao Desel'lvolviment ligado assistencia bilateral norte-americana, 0 Fundo de Desenvolvimento Europeu (European
Development Fund), a Comissao Economica das Nac;oes Unidas para a Africa (United Nations Economic Commission ror Africa, ECA) e 0 primeiro cons6rcio intemacional de assistencia ndia. sob c o o r d e n a ~ a o do Banco Mundial; em 1959,0 Sunred IRundo Especial das Nac;oes Unidas para 0 Desenvolvimento Desenvolvimento EconOmico, EconOmico, prede cesso r do atual Pnud Programa das Na
No Ambito da educac;ao escolar, sob 0 auge da teo ria do capital humano, os lnvestimentos lnvestimentos do Banco Mundial concentraram-se primekamente na "modemizac;ao" da educa,.ao superior e na dirusao db ensino tecnico, tecnico, para deslocar seu eixo, alguns alguns anos depots (entre 1968 e 1970), rumo eictensao da ai£abetlzaC;ao, via educac;ao basica e de adultos.
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IN1'ELECTUAIS OA NOVA
P£DAGOGIA OA HEGEMONIA
prioritarios p o b r e z a ' ~ , p os o b r e alvos z a ' ~ , prioritarios
sern o Africa Africa e America Latina, d and o inlci9. c;ao Ford, em escala mundial" (FARIA; COSTA, 2006, p. 171). Na America nos anos seguintes, as ac;6es de cooperac;ao focalizadas na "pobreza extre foi particulannente importante Latina, importante apoio dado educac;ao superior, ma". Na America Latina, a criac;ao do Banco Interamericano de Desenvol co especia l des taque para a consolidac;ao consolidac;ao das Ciencias Sociais. Teve, Teve, tam vimento (BID), em 1959, viria a exercer essa func;ao, criando um divisao bern, atuac;ao relevante na fonnac;ao de quadros para a administrac;ao pu Banco Mundial, Mundial, no atendimento as necessidades do de de tarefas co blica dos pafses beneficiados. senvolvimento da legiao. A Fundac;ao Rockefeller, do mesmo modo, teve papel importante na Os projetos financiados pelo Banco Mundial na tinham s6 finalidade implantac;ao e consolidac;ao de instituiC;6es cientificas no continente, embo econOmica e/ou polftica, ma desempenhava m importante importante papel educa seu foco estivesse voltado, preferencialmente, as ciencias fisicofisico-quf quf dor para os governos dos pafses perifericos. perifericos. Como apont a Pereira (2009, p. " micas e naturais, co desdobramentos importantes na pesquisa agricola 83), "os projetos financiados pelo Banco eram orientados, a urn s6 tempo, (no Mexico, Mexico, por e xemplo), na difusao da chamada "revoluc;ao verde" enos promoc;ao modemizac;ao modemizac;ao econOmica com o forma de contenc;ao do estudos sobre demografia e saneamento. Segundo Faria e Costa (2006, p. comunismo, dinamizac;ao das relac;oes relac;oes desiguais entr e cen tro e peri feria 164), "[ ... .. . ] entre os anos de 1920 1960, a Fundac;ao Rockefeller ajudou a e, por fim, extensao das relac;oes capitalistas, em clave anglo-america anglo-america construir e implantar um exten sa rede de instituic instituic;6es ;6es cientificas cientificas qu e propi na, a todo 'mundo livre'''. ciararn a difusao e a consolidac;ao de urn modelo de ciencia [exataJ. Neste Esse papel educador desempenhado pelo Banco Mundial foi reforc;a sentido, e correto afinnar que a atuac;ao da Rockefe Rockefelle llerr pod e s er vista com do por outros mecanismos que procuravam, procuravam, espedficamente, fonnar inte inte na cienciaem decisiva institucionalizac;ao esca la inundial". da lectuais lectuais capaze de disseminar tais ideias. Essa foi a principal tare do No contexto especffico da America Latina,organismos regionais pr6 Instituto de Desenvolvimento EconOmico (no ambito do BM), criado em , ,prios, como a Organizac;ao Organizac;ao dos Estados Americanos (OEA), tambertl defi 1955, co financia mentoe a poio politico politico
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CAPITAL: INTEi.ECTUAlS DA NOVA PEDAOOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIl.
tecnico e profissional; tecnificar ensino das humanidades e ciencias socl ais; despolitizar as relac;oes e as organizac organizac;oes ;oes educacio nais, seja no nfvel dos professores seja no dos a1unos. Em ultima instAncia, trata-se de envolver pensamento latino-americano em problemas e valores, concepc;6es e prati. cas, qu dinamizem as relac;oes capitalistas e dificultem a proposic;Ao de soluC;6es nacionAiistas ou socialistas. (IANNI, 1976, p. 48)
Por su vez, Sistema ONU, de maneira geral, e a O r g a n i z a ~ a o das Unidas para a E d u c a ~ a o , a Ciencia e a Cullura (Unesco), em parti cular, ta.It1bem tiveram pape1 destacado na criac;ao e consolidac;ao de cen tros de pesquisa e i n s t i t u i ~ o e s cientlficas na periferia do capitalismo. Como centros de pesquisa, devem destacar-se as cha mad as "cornissOes regionais" depe ndent es do Conselho Econ6mico e Social Social da ONU, cujas f u n ~ 6 e s f erarn u n ~ 6 e s o fomento da cooperac;ao cooperac;ao econ6rn ica regional co vistas ao seu desenvoM mento. Na America Latina, a Comissao Econ6rnica para a America Latina e o Caribe (Cepal),14 criada em 1948, co sede em Santiago ,do Chile, teve papel' fundarn.ental fundarn.ental na difusa.o da ideologia do desenvolvimento na regiao, tendo formado gerac;6e de intelectuais latino-americanos Ja a Unesco teve responsabilidade direta na criac;ao, em 1957, da-Facul dade Latino-Americ Latino-America a na de C h ~ n c i a s Sodais (Flacso), tambem co sede em Santiago do Chile e especializada na docencia de p 6 s - g r a d u a ~ a o , do Centro de Pesquisasem Ciencias Sociais (Clapcs), com sede no Rio de Janeiro e especializado na pesquisa social comparada. Ambas as instituic;6es estavam articuladas nos seus 6rgaos de govemo e foram financiadas integralmente pela Unesco ate Soc.ais 1968. 15 Em 1967, criou-se Conselho Latino-Americano de Ciencias Soc.ais (Clacso), (Clacso), tambe co patrodnio da Unesco, como organismo encarregado de promover a coordenac;ao e articulac;ao entre os c e n t r ~ s dedicadds docencia e pesquisa em Ciencias Sociais da regiao. 16 Assim, a consolfda C;ao das Ciencias Sociais Sociais na America Latina deu-se ao ritmo da cooperac;ao N a ~ 6 e s
A Cepal foi uma das cinco comissoes regionais criadas no Ambito do Conselho Economico e Socialda GNU, As outras qualro foram: Comissao Economica para a Africa (Cepa), Comissao Economica para a Europa (Cece), Comissao Economica e Social para a Asia e Comissao Economica e Social para a Asia Ocidenlal (Cespac).
Pacifico (Cespap)
intemacional, intemacional, constituindo constituindo urn emaranhad de instituic;6es reglonais qu compartilhavam, compartilhavam, muitas vezes, desde espac;o fisico (FRANCO, 2007)11 ate um concepc;ao de ciencia, contando co p a r t i c l p a ~ o p de a r t urn i c l p reduzido a ~ o nueleo de intelectuais na d i r ~ o do processo. Embora a reivindicac;ao de urn "olhar latino-americano" para as Clen cias Sociais tenha side a palavra de ordem para muitos desses centros e instituiC;6es de pesquisa, isso nao foi urn antldoto para evitar qu fizessem parte da estrategia, comandada pelos Estados Unidos por interrnedio de agencias como CIA e a Funda¢o Ford, de "guerra cultural para fabricac;ao industrial do consenso" (KOHAN, 2007, p. 25, t r a d u ¢ o nossa). No Ambito espedf ico das Ciencias Sociai Sociais, s, a decada de 1960 foi pr6diga em projetos de fachada cienlifica qu ocultavam urn "interesse politicoestrategico muito preciso e determinado: contribuir para a defesa imperia de contra-insur 2007, p. 34, t r a d u ~ a o nos gencia e c o n t r a - r e v o l u ~ a o c preventiva" o n t r a - r e v o l u (KOHAN, ~ a o sa). Talvez exemplo mais conhecido e paradigmatico seja chamado Projeto Projeto Camelot (1964), (1964), que, com g eneroso f i n a n c i a m ~ n t o de agencias es tatais estadunidenses 18 e p a r t i c i p a ~ ~ o de 140 pesquisadores em tempo o u ~ o de integral ao longo de p o u ~ o p mais tres anos, propunha-se a pesquisar so ciologicamente as rafzes do conflito s6ciallatino-americano e suas poten ciais forrnas de neutralizac;ao. A denunciapUblica do soci6logo noruegues Johan Galtung Galtung sobre as verdadeiras finalidades do projeto cdlocou em evi dencia a atuac;ao atuac;ao dessas agencias na regiao e a "compra-venda de (alguns) intelectuais" locais (KOHAN, 2007. p. 27, traduc;ao nossa). Outros projetos de carater semelha nte foram denunciados, como o Projeto Agile (sobre as possi bilidades de utilizac;ao de arrnas qUlmicas e biol6gicasem guerras contra insurgentes), Projeto Simpatico (desenvolvido na Colombia) e Projeto Marginalidade (financiado pela Fundac;ao Ford para pesquisar a poten cialidade insurgente dos setores operarios desempreg ados nos grand es cen
FrC\nco,<2007) aponla a cidade de Santiago do Chile como centro eslralegico na America do Sui para a consolldac;;ao de dada vislio do desenvolvimento regional e da C i ~ n c i a sC i Sociais, ~ n c i a s de mane ira geral, pela grande concenlraC;;ao de a g ~ n c l a s intemacionais intemacionais e multilaterais multilaterais que ali eslabelec eram suas sedes. muitos casos, tais a g ~ n c i a s chegaram a compartilhar os pr6prios espac;;os fisicos.
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SQUERDA PARAO CAPITAL: INTEL£CTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
tros tirbanos),·9 sem, no entanto; impedir a atua<;ao aberta ou encoberta de agencias govemamentais e funda<;6es paragovemamentais estadunidenses no terreno da "guerra cultural" (IANNI, 1976) e das ideias na peri feria do capitalismo. Como constata Ianni p. Os programas e a g ~ n c i a s govemamentais e privados encarregados de por em pratica a polftlca cultural dos Estados Unidos no exterior envolve(ra)m amplo uso das c i ~ n c i a s socials nas o p e r a ~ 6 e s o pollticas p e r a ~ 6 e s e militares. Isto e, <> imperialismo norte-americano mobiliz(ou) mobiliz(ou) de forma ca da vez mals sistemati ca e ampla as c i ~ n c i a s c socials i ~ n c i a s nas suas o p e r a ~ 6 e s de controle e repressao polftica e militar do proletariado urbano e rural, alem de outras categorias socials, socials, nos,paises dependentes.
Como veremos a seguir, seguir,
Brasil na
o c l d e n t a l l z a ~ o c brasilelra: l d e n t a l l z a uma ~ o t r u ~ a o
foi exce<;ao.
pedagogla da begemonla em cons
final da Segunda Guerra Mundial e a conseqi1ente reestrutura<;aoda divisao intemacional do trabalho sob a hegemonia estadunidense foram acompanhados, no -Brasil, pela queda do regime autoritario de Getulio Vargas, marcando inlcio de um nova fase do processo de moderniza<;ao capitalista no pals, na qual ap rofundou-s e a interven<;ao interven<;ao do Estado na ativi dade economica, ao mesmo tempo em que se redefinia m a s rela<;6e rela<;6ess en· tre as clas ses sociais. Essa nova fa se trouxe a amplia< amplia<;ao ;ao e complexific complexifica<;a a<;a da aparelhagem economica, c omo parte do processo de monopoliza<;Ao do capital, articulando Estado, capital estrangeiro e capital nacional sob urn projeto desenvolvimentista e conseguindo aglutinar, ainda, fra<;6es oligarquicas . c a m a d a s m e d i a s assalariados urbanos, po meio da institucionaliza<;ao de uma democracia restringida, plasmada na Consti· tui<;ao de 1946. A hist6ria do Brasil Brasil dese nvolvimentis ta foi, nesse sentido, a hist6ria da indu<;ao, pelo Estado, do processo de moderniza<;ao capitalista e do de senvolvimento de estrategias com vistas a sua legitima<;ao, social, ampli ando de forma segmentada os direitos de cid;:tdania e inviabilizando a organiz organiza<;a a<;ao o auto noma da classe trabalhadora.
2 f U N D A M E N T O S H I S T 6 I u c o s D A F O I I ~ A T U A 9 . 0 D O S I N T E L £ C T U A l S D A N O V A P F D A O O G I A D A H I ! . G E M O N I A
a m p l i a ~ a o do Estado, se exigiu a m e d i a ~ a o partidaria, ocorreu priori tariamente atraves da i n t e g r a ~ a o desses setores organlzados ao aparelho estatal, por intermedio de instancias instancias especialmente criadas criadas pa ra ate nder a tais interesses e que se recobriam de urn aspecto "tecnico" ou de defesa de "interesses nacionals", nacionals", posto que, incrustadas no Estado, dele emanavam. Organizavam-se os interesses econOmicos um f o r m a t a ~ a o da Institucionalidade do Estado de modo a serem minimamente perturbados por eventuals m o d i f i c a ~ 6 e s introduzidas pela expressao eleitoral. Em outros termos, instaurava-se instaurava-se u m a . s e p a r a ~ a o entre econ6mlco (0 mercado e a pro priedade) e alcance da polltica, desvalorizando-a. Parem, sua e f e t i v a ~ a o demanda m e d i a ~ a o de rormas ativas, que sao tambem poUticas _ organizativas e ligadas ao Estado. (FONTES, 2005, p. 279)
Mas essa hist6ria na se restringe atua<;ao da burguesia na aparelha ge estatal. Eta se amplia por meio da constru<;ao, na sociedade civil, de um diversificada rede de organismos de Obten<;ao do consentimento do conjunto da.socieda de, comprometidos, em'nfveis diversos, diversos, co diferen tes projetos societarios, e tambem da atrac;ao deoutros sujeitos poUncos coletivos a esses projetos (NEVES, 2005): Nesse periodo, a atuac;ao dos i n t ~ l e c t u a i s -- individuais e coletivos -- toma-se mais especffica e direta mente Jigada racionaliza<;ao doprocesso produUvo, ao mesmo tempo que se configura como elemento fundamental da o r g a n i z a < ; ~ o o do r g a n Estado. i z a < ; ~ o Assim, su formac;ao escolar e politica passa a se alvo das ac;oes do Esta
do educador. Expressao efetiva da diversifica<;ao do apareiho estat;al, instituto Supe rior de Estudos Brasileiros (lseb) foi criado em 1955, vinculado ao Ministerio da Educa<;ao e Cultura, Cultura, tendo surgido a partir de dua i n ~ t i t u i < ; o e s da inicia tiva privada: Grupo de ltatiaia (1952) Instituto Brasiteiro de Economia, Socioiogia e Politica (lbesp, 1953). 0 Iseb acab ou desem pen hand o func func;oe ;oe diretivas, organizativas e educativas no ambito estatal voltadas formac;ao dos novos intelectuais e dos novos quadros govemamentais. A influencia da Cepal Cepal fazia-se fazia-se pr esen te no lseb pelo uso de tecnicas de planejamento para desenvolvimento econornico do pais e da ideologi ideologiaa d o planejamento eco nomico (e social), que passava a ganhar forosde cidadania no interior do p e n s a m ~ n t o sociallatino-americano (OLrVEIRA, 2006). A extensao da cobertura social social do Estado, como estrategia de confor
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CAPITAL: tNTELEX:TIlAiS DA NOVA PfDAGOGIADA II£G£MOMA NO BRASIL
poss(vel,·principalmente, pelo malor invesUmento do Estado na expansao propria rede de ensino. Desse modo, a formac;ao para trabalho simples20 por melo da eseolarizac;ao de n(vel fundamental se estenaeu, aeompanhando taxas ereseentes de urbanizac;ao, os eada vez mais amplos requerimentos edueacionais da socializac;ao da politiea e das no vas formas que assJmia a industrializac;ao no pals. Ainda maior foi a ex pansao do enslno medio nesse perfodo (NEVES; PRONKO, 2008). . formac;ao ao dos· trabalhadores, a ssumiu relevo '! chamado No ambito da formac; "Sistema S" de gesmo vineulada Confederac;ao Nacional da Industria Confederac;ao Nacional do Comercio (CNC) -, eriado no fmal da (CNI) Era V-llgas, que nao 56 se eonsolidou eomo se expandiu eonsideravelmente, para alem das suas finalidades inieiais. Nos anos subseqiientes sua eria espac; as outras aUvidade aUvidade c;ao, os eursos de aprendizagem foram eed endo espac; de formac;ao teenico-profissional que Servic;o Nacional de Aprendlzagem Industrial (Senai) Servic;o Nacional de Aprendizagem Comercial (Senae), eriados, respeeUvamente, em 1942 1946, progresslvamente ineorporaram, eonfigurando urn vis(vel processo de expansao. Na deeada de 1950, Senal passoupor urn p r i . m ~ i r o proeesso de redefinic;ao que implicou a adoc;ao de novas tendencia,s para a formac;ao profissional e um diversifieac;ao de suas atividades, atividades, incluindo, incluindo, p or exem plo, a formac;ao de teenicos de nlvel medio. empresariado industrial, por intermedio do Senai, Senai, esten deu su influencia influencia progressivamente a mo dalidades especifieas (do ramo teenoI6gico) da edueac;ao eseola,r, alem de abranger todos os nfveis da formac;ao teenieo-profissionaI, ampliando. su ac;ao edueacional eom um atuac;ao· importa nte naarea de assisten cia social, sobret udo a partir da criac;ao do Servic;o Social da Industria (Sesi) Sesi foi 0 "instrumento de realizac;ao da filosofia social da. em 1946. industria, baseada inclusive na doutrina social da Igreja" (BELOCH; FAGUNDES, 1997, p. 133). Inspirado no ideario decooperac;ao das classes
da su
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Emqualquer Upo de organlzac;ao organlzac;ao socielana trabalho pode dividlr-se em simples e complexo. um concello ronnulado por Kar Marx, no volume 1 de 0 Capital, como par do
ltabalho simples
FUNDAMENTOS HIST6RJcosDAFORMAc;J.CVATUA«;AoDOS INTF.I..F£TUAISDANOVA INTF.I..F£TUAISDA NOVA IEDAGOGIADAHFaMO IEDAGOGIADAHFaMONIA NIA
de paz social, <> Sesi, Sesi, assim eomo seu eongene re Servic;o Social do Comer cio (Sese), eriado no mesmo ano, tomaram-se valiosos instrumentos de eombate ao eomunismo. diferenc;a do Senai e Senae e su marea de orgaos "teenieos", Sesi e 0 Sesc naseeram eomo organizac;6es ideol6gi ea eonfessas em urn momenta de ineipiente reartieulac;ao do movimento dos trabalhadores. Se Senai e Senae pretendiam formar trabalhadores enquanto tais, Sesi e Sese iam alem, propondo a formac;ao do trabalhador em urn senUdo amplo (PRONKO, 2003). Dessa forma, a arUcula arUculac;ao c;ao entre SesVSese SesVSese e SenaVSenae corr esp onde a urn esforc;o de racionalizac;ao do ambiente industrial e dos servic;os den tro e fora do espac;o de trabalho, esUmulando a produtividade e eonsumo e garanUndo, ao mesm o tempo, a paz social. social. Nesse quadro . Senai e Sesi assim eomo Senae e Sese, seriam insUtuic;6es eomplementares de gesmo empresarial qu e vinham dar resposta a preocupac;6e preocupac;6ess pragmaUeas de for mac;ao profissional, mas tambem a questoes "hegemonizantes/pedagogi eas", eas", dando embasa mento ao projeto de "(con)formac;:io da c1asse traba Ihadora" sob a direc;:io do projeto politieo do :"moderilo :"moderilo prfncipeindustrial" (RODRIGUES, 1998). Enquanto as insUtuic;6es empresariais firrnavam-se na formac;ao direta para trabalho simples e eomec;avam a se aventurar Umidamente na for mac;ao para 0 trabalho comp1exo, a expansao do ensino medio e a progres siva equivalencia de seus eursos tiveram impacto direto na expansao do ensino superior e, portanto, nas instituic;6es tradicionais de formac;ao para 0 trabalho eomplexo. Essa expansao realizou-se principalmente sobre a base da "federalizac;ao" de instit instituic; uic;6es 6es estadua is ou privadas, gara ntindo ao Esta do a. responsabiJidade principal para a formac; formac;ao ao nes se nlvel de ensino, tan to no ramo cientHieo quanta no tecnol6gico. Nesse processo, as instituic;oes de ensino superiorprogressivamente se diversifiearam, diversifiearam, horizontal e vertical mente. Adiversifi Adiversificac;ao cac;ao horizontal horizontal corre spondeu ao aumento de cursos e de especialidades, enquanto a vertical se referiu hierarquizac;ao em graus dos cursos superiores (NEVES; PRONKO, 2008). C;oneomitantemente hist6ria da construc;ao de uma. pedagogia da hegemonia burguesa no Brasil Brasil,, 0 periodo desenvolvimentista desenvolvimentista roi tambem a hist6ria das varias tentativas da classe trabalhadora de se tomar protago
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DlRFJT PARA
SOCIAL EA ESQUflIDA PARA
CAPITAl.: IHTEL ECltJAISD A NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
ofereceu as pre-condi.;6es objetivas para qu a classe trabalhadora, no final final dess e perfodo, co diferentes niveis de c o n s c i ~ n c i a poUtica poUtica,, edificas se na sociedade civil um significativa rede de aparelhos privados de hege monia (partidos. sindicatos, movimentos sociais, etc.) co vistas a d i f u n ~ dir e consolidar um Ptoposta contra-hegemonica contra-hegemonica de sociabilidade para a sociedade brasileira (NEVES, 2005). Os investimentos financeiros e poUti 'j cos executados pelo empresariado industrial na busca da adaptac;ao e for I mac;ao humana e de obtem;ao do consenso em tome de seu projeto so cietario na haviam sido suficientes suficientes para reverter os determinantes da mobilizac;a mobilizac;ao o po pula qu nos anos 1960 passaram a "perturbar" a ordem capitalista brasileira. achatamento salarial e aumento do exercito in dustrial de reserva decorrentes dos crescentes fluxos migrat6rios, a pre carizac;ao das condic;6es de vida nas cidades, as crises de abastecimento e a insatisfac;ao insatisfac;ao popula com as condic; condic;6es 6es concreta de vida fatores fatores catali catali sados pelas lutas sindicais - criaram urn clima de instabilidade poUtic poUtic 'nada favon1vel aos setores dorninantes (MARTINS, 2005). No fitndos anos 1950 e inicio dos J960,observaram-se avanc;os na organizac;ao organizac;ao popular, express os pe lo surgime nto de urn sindicalismo auto nomo e pela mQbilizac;ao popular n;:l. reivindicac;ao de reformas de base. Segtindo Neves (2000,' p. 42), Tal projeto se inseriu numa proposta mais abrangente de amplia«;ao dos marcos da democracia politica em curso em nosso pais, inc1uindo tanto a democracia da aparelhagem educacional ja existente quanto a a,bertura de canais de aces so ao saber as massas populares, atraves de a«;6es da socieda de civil organizada, voItadas para a conscientiza«;ao do trabalhadvr dos seus direitos de cidadania.
Nesse movimento podem situar-se desde a proposta de reforma uni versitaria impulsionada pela Uniao Nacional dos Estudantes (UNE), e suas iniciativas de educac;ao popular, desenvolvidas por intermedio dos Cen tros Populares de Cultura (CPCs), a Campanha em Defesa d a Escola Publi Publi ca, deflagrada durante a trarnitac;ao da Lei de Diretrizes e Bases da Educa c;ao Nacional, em 1961, ate as ac;6es do Movimento de Educac;ao de Base, apQio de alguns setores da Igreja Cat6lica. qu contaram co Essa expansao da mobilizac;ao autonoma de setores da camadas
ais virtualmente opositores, pela inserc;ao seletiva nesse projeto. Assim, as pOliticas sociais procuraram contribuir para aumento da produtividade social do trabalho na medida das necessidades de urn capitalismo depen dente e associado, ou seja, se oferecer a universalizac;;ao dos servic;;os sociais, cuja cobertura e qualidade se mostraram bastante precarias. precarias. Mediante as press6es qu vinham da c1asse c1asse trabalhadora da "insufi c i ~ n c i a " dos organismos que ja atuavam na obtenc;;ao do consenso, os di versos segmentos empresariais desenvolveram organizac;;6es especifica mente voltadas, para alem da esfera da produc;;ao, a resguardar as condi C;6es politicas politicas e econornicas q ue assegurariam a posic;;ao da burguesia como classe dorninante e dirigente do pafs. Nessa linha, nos anos 1960 destaca se a criac;ao e atuac;ao politica do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (lpes) e do lnstituto Brasileiro Brasileiro de Ac;ao Democratic a (lbad). Segundo Dreifus (1981, p; 164), tais organismos formaram urn complexo politico qu se tornou "[ ., verdadeiro partido da burguesia e se estado-maior para ac;ao ideol6gica, politica e rnilitcir". Reunindo as frac;;6es monopoUstas e nao-monopolistas da burguesia brasileira no combate as restric;6es ao ca pital estrangeiro qu se desenhavam nas politicas do governo de Joao Goulart e no enfrentamentodas forc;;asscx:iais qu demonstravam vontade de desestabilizar ord eI capitalista brasileira, lpes e tbad atuaram decisivamente na organizac;ao e sustentac;ao politica do golpe de 1964, assegurando nos anos seguintes a supremacia do capital monopolista na politico-econornico nico brasileiro (DREIFUSS, 1981). direC;ao do processo politico-econor A consoli consolidac; dac;ao ao do projetoc apitalista n esse novo contexto 56 foipossf vel vel pelo compromisso da s organizac;6es'burguesas organizac;6es'burguesas no Ambi Ambito to da socieda de civil co as estrategias polfti polfticas cas de aprimoramento e consolida consolidac;ao c;ao do padrao desenvolvimentista desenvolvimentista em urn novo patamar. Nesse modelo, o'apare Iho estatal assumiu papel de importante organizador da acumulac;ao pri vada, impulsionando e fortalecendo capital estrangeiro e capital nacio-. nal, localizado prineipalmEmte prineipalmEmte no setor de bens de consumo. Assim, ca pitalismo brasileiro atingiu taxas extraordinarias de crescimento custa da explorac;ao da c1asse trabalhadora, aprofundando ainda mais a con centrac;ao da riqueza no pais (MARTINS, 2005). Embora a orientac;ao da burguesia em seu conjunto se caracterizasse
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FUNDAMENTOS H I S ' I ' 6 R J c o s O A F ~ W A T 1 J A ~ 1 J O SH I 1NTELEClUAIS00NOVAPEDAGOGIADAHEG£MONIA S ' I ' 6 R J c o s O A F ~ W A T 1 J A ~ 1 J O S
SOCIAL EA ESQUEROA PARAO CAPITAL INTEL£ClUAlS OA NOVA PEOAGOOIA OA HEGEMONIA NOBRA51L
papel na acomodac;ao social e na contenc;ao da insatisfac;ao dos trabalhado res fabris, qu demandou certas adequac;oes adequac;oes na sua estrutura. quadro qu emergiu apes esse periodo foi marcado por diversos as pectos qu comprometeram modelo econOmico praticado, be como
"Iegitimidade" do regime ditatorial. ditatorial. Registrou-se, Registrou-se, a partir de e n t a ~ , um au mento substantivo da dlvida externa brasileira, decorrente da aquisic;ao de volumosos emprestimos acordados em taxas de juros exorbitantes, devido crise mundial instalada em todo sistema, principalmente nos centros mais dinAmicos. dinAmicos. Havia nftidos sinai de qu Estado capitalista monopolista, como indutor principal do sistema, er incapaz de manter ritrno ace1erado de crescimento e c ~ ~ O m i c o como registrado anteriorrnente, abrindo urn tonga perfodo de recessao econOmica. No plano politico, a repressao foi intensifi cada e a explidtac;ao dos antagonismos exacerbou a luta entre capital e . trabalho. Por fim, esse conjunto de determinantes repercutiu intensamente na re1ac;6 re1ac;6es es in ter nas do bloco no poder, criando tensoes e disputas entre as diversas frac;6es do capital. Os interesses imediatos do capital financeiro conflitavam co os interesses tambem imediatos do capital industrial industrial Na frac;ao industrial, os interesses do setor monopolista eram distintos se com parados co os do setor nao-monopolista. Por su vez, as demandas do capital agroexportador tambem entravam em linhas de atrito co as d e ~ mais frac;oes. Tais fatores foram determinantes para qu se instalasse um processo de abertura politica, ainda qu comandado pelo alto, e um forte crise de hegemonia burguesa qu se estendeu para alem dos anos 1980, criando novos desafios para a burguesia brasileira como um todo. Segundo Martins (2005, p. 133), As. te,ntativas de ajustamento do padrao desenvolvimentista nao lograram sucesso, aprofundando c1ima de instabilidade do pacto entre as for<;as que compunham bloco no poder. Essa instabilidade polftica foi crescendo na medida em que as criticas do campo burgues sobre a centraliza<;ao do poder ganharam for<;a ao lado de denuncias de que Estado havia cresci c resci do muito e que sua presen<;a na economia estrangulava qualquer tentativa de retoma da do crescimento economico. Alem disso, as pressoes oriundas do campo do trabalho foram-se tomando c a d ~ c vez intensas, tanto p e l a a m p l i a ~ a o a d ~ mais
consideravel da mobilizac;ao popular quanto pelo nascimento do "novo slndicalismo", frutos da elevac;ao do nivel de consciencia poHtica coletivada
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elevac;ao dos patarnares minimos do saber cientifico sistematizado pela escola . A 16gi 16gica ca cientifica foi-se espalhando intensamente no conjunto da relac;6es relac;6es sociais, exigindo do conjunto da populac;ao domlnio de novos c6digos culturais, ainda qu um continge nte significativ ainda estivesse margem desse processo. No ambito educacional, perlodo 1964-1985 ca racterizou-se pela extensao seletiva das oportunidades educacionais, pela refuncionalizac;aodos movimentos de educac;ao educac;ao popular pela privatizac;ao do ensino, configurando um redistribuic;ao de tarefas na area educacio nat (NEVFS, 2000). Assim, a dlvisao do trabalho educacional definida em per[odos anteriores, apesar das a l t e r a ~ o e s verificadas, continuou vigente, estabelecendo caml nhos diferenciados de aces so e permanencia no sistema educacional. De urn lado, caminho da f o r m a ~ a o para trabalho complexo, subdlvidldo em dois ramos: dentflico (responsavel pela f o r m a ~ a o da f o r ~ a de trabalho altamen te especializada .. intelectuai orgAnicos da nova ordem urbano-industrial e tecnol6gico (desUnado f o r r n a ~ o da produtores de c i ~ n c i a c ei ~ tecnologia) n c i a f o ~ a de trabalho dedicada as tarefas especializadas da e x e c u ~ a o do modelo fordista de o r g a n i z a ~ a o prOdutiva e societal). De outro lado, camlnho da f o r m a ~ a o para trabalho simples, simples, que paulaUnamente foi alargando pala mar mfninlO de e s c o l a r i z a ~ a o exigida pela m o d e m i z a ~ a o capitalista e pelo protesso de ocidentalizac;ao da sociedade brasileira. (NEVES; PRONKO, 2008, p. 48, grifos nossos) No ambito do en sino superior, a reforma universitaria de 1968 reorientou a estrulura tecnico-administrativa das instituic;oes, segundo proposic;oes oriundas dos acord os MECMEC-Usa Usaid id qu simbolizaram um aspecto caracte ristko da "cooperac;ao lecnica" dos E s t a d ~ Unidos no periodo. Es sas refor mas se processaram e tiveram efeitos aparentemente contradit6rios: contradit6rios: se por urn lado, a repressao contra professores, pesquisadores e estudantes constituiu um marca evidente e nefasla desse periodo, por outro, foi ao longo dele que se desenvolveram e consolidaram os programas de p6s graduac;ao, cuja expansao macic;a recebeu estimulo a partir de 1975, co a elaborac;ao do Primeiro Plano Nacional de P6s-Graduac;ao. A Fundac;ao Ford teve pap el centr al ne sse pr oces so. No Brasil, Brasil,suas ac;oes tiveram inkio em 1961, co a abertura de urn escrit6no no Rio de Janeiro e concessao das primeiras doac;oes co doac;oes a univer sidades publicas e institui institui
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quando, segun do Micel Micelii (1993, (1993, p. 39),."0 anUcomunismo na podia deixar de se um das moUvac;6es centrais da decisao da Fundac;ao de estender suas aUvidades ao conUnentes laUno-americano eafricano. Os materiais consultados mostram qu { .. a resistencia expansao comunista figura va entre as preo':cupac;6es dos dirigentes.da Fundac;ao." Os primeiros programas da Ford direcionados p6s-graduac;ao na universidades brasileiras brasileiras foram os de Antropologia do Museu Nacional e os cursos de Sociologia e Ciencia PoliUca do InsUtuto Universitfuio de Pes quisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Nesse senUdo, a criac;ao de um cornu nidade academic no campo da C i ~ n c i a s C Sociais i ~ n c i a s teria sido, segundo pr6pria fundac;a9r uma de suas mais importantes realizac;6es no conUnen instituic;oes oes previa recurs os subs teo A maior parte do contratos co essas instituic; tanciais tanto para treinamento nos Estados Unidos Unidos como para a vinda de professores e consultores estadunidenses. As C i ~ n c i a s C Sociais i ~ n c i a s foram-se convertendo em instrumentos de um "engenharia social" social" do desenvolvi mento, no termos de um definic;ao tripartite: crescimento economico, fortalecimento M instituic;o instituic;oes es democra ticas ' e r eforma social. Dentre as insUtuic;oes qu receberam invesiimentos da Ford no Brasil, :
.. a1em do Cebrap, o Departamento de Economia e Instituto de Relac;oes Intemacionais da Pontificia Universidade Cat6lica (PUC-RJ), os Departamen tos de Economla e Administrac;ao da Fundac;ao Getulio Vargas (FGV-RJ FGV SP), Instituto UniversMrio de Pesquisas do Rio de Janeiro (luperj), a ~ s s o c i ac;ao de Pesquisa eP6s-Graduac;ao em Ci41!ncias Sociais (Anpoes), Progra ma de P6s-Graduac;ao em Antropologia SociaVUFRJ e a Anpee. projeto era eriar uma nova elite dirigente regional dentro de uma perspeetiva especializa da, que priorizasse um enfoque analitico e poueo integrado do processo social latino-americano, restringindo as possibilidades de uma intervenc;ao s i s t ~ m i c a em nossas sociedades a polltieas eompensat6rias de tercelra via. (MARTINS, 2006, p. 933) A "cooperac;ao cultural" estadunidense para a America Latina e, espe cificamente, para Brasil expressou-se, assim, na modernizac;ao e expan sao do ensino universitario, via reformas qu propunham: a)
d e s p o / i t i z a ~ a o da
universidade, em nome de uma eoncepc;ao politiea de
FUNDAMENTOSHISTClRICOS D A F O R ~ Q ' A l U A ~ O O O SD A INTEI.ECI'UAIS F O R ~ Q ' A l U DANOVAPEDAOOGIAOAHEGEMONIA A ~ O O O S
c;ao do ensino das grandes teorias (de origem europeia) peJas teorias de a1cance medio (de inspirac;ao norte-americana); d) revalorizat;ao generali
zada das tecnlcas e metodos de pesquisa e analise insplrados na i n d u ~ a o quantitativa, sob a a1egac;ao de que a verdadeira c i ~ n c i a social (seja a econo
mia, a sociologia ou outra) e aquela que reproduz as formas de pensar vigen es nas c i ~ n c i a s naturais. (IANNI, 1976, p. 51-52, grifos nossos) Deste modo, a forma<,;;ao escolar e poUUca dos intelectuais brasileiros,
seja pelas maos da burguesia nacional, seja pelo receituario emanado das agencias do capitalismo central, passou por urn processo de depurac;ao. vindo a se constituir em estrategia fundamental para a ocidentalizac;ao de ipo amerlcano da cultura nacional, difundindo ur modelo cientifico e um redemocratiza<,;;ao "lenta, modelando 0. pensamento crftico rumo gradual e segura", capaz de assegur ar a recomposi<;ao da hegemonia bur guesa no pais.
Crise do capitalismo, "neoliberaliza.-;ao" do mundo e a nova peda gogia da hegemonia a f i r m a ~ a o a do f i r m r e p o l i t i z a ~ a o da politica na decadas de crise capitalismo neoliberal no paises centrais Assim como Estado de bem-estar socia nasceu das cinZas da Segun da Guerra Mundial e da Grande Depressao, a crise de acumula<;ae dos
anos 1970 deu inicie ae processo de neoliberaliza<;ao do mundo (HARVEY, 2008), no marco da chamada "Segunda Guerr a Fria (HOBSBAWM, 1995).21 Esse processe marceu profundas alterac;6es em todas as dimens6es da vida social, cembinando poHticas qu tenderam estabilidadede pre<;os,
. conselida<;ao or<;amental, desregulamenta<;ao de todos o s m e r c a d o s cemercio livre, cern a constru<;ae de uma nova seciabilidade. Eram es primeiros sinais da efensiva imperialista em constrU(;ae, que se apoiava em urn amplo processo de financeiriza<;ao de capital, mecanismo enten dido. como a "centralizac;a "centralizac;aee eminstitui<;6es especiali zadas de lucros indus triais na,e reinvestides e de rendas na consumidas, qu tern por encargo
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valoriza-Ios so a forma de aplicac;ao em ativos financeiros divisas, divisas, obri obri gac;oes e ac;oes - ma tendo-os fora da produ<;ao de bens e servic;os" (CHESNAIS, 2005, p. 37). processo de centralizac;ao do capital so a forma financeira, pratica do em pequena escala desde os anos 1950 no Estados Unidos, iniciou su trajet6ria na EuropA em meados dos anos 1960, como urn subproduto das riquezas produzidas na Era de Ouro. Em pouco tempo, a financeirizac;ao adotada e x p a n d i u - s ~ exponencialmente, resultando, dos anos 1970 em di ante, numa mundializac;ao do capital, com seus exorbitantes ganhos finan ceiros e suas d e s a s t r o s ~ conseqiiencias no aprofundamento das desigual dades sociais. A expressao "mundializa<;ao do capital" exprime, na falta de termo melhor, fato de estarmos dentro de urn novo contexto de Iiberdade quase total do capital para se desenvolver e valorizar-se, deixando de submeter-se aos en traves e limita<;6es que fora obrigado a aceitar no periodo p6s-194S, princi palmente naEuropa. Esse capitalismo "liberto" dos entraves que limitaram 40 ou forma urn E1e simplesmente reencontrou a capacidade de exprimir brutalmente os in teresses de c1asse sobre os quais esta fundado. A expressao "agonia do capl talismo" continua tao atual quantoeml938, mas comporta ainda mais c1ara mente a ideia, que ja trazia, de que a agonia do capital pode tomar-se sinoni mo de agonia da sociedade humana como tal, se esta sofrer uma prolongad incapacidade hist6rica de superar urn sistema que ha muito ja deu tudo que tinha que dar de positivo. (CHESNAIS, 1997, p. 8) A neoliberaliza<;ao operou importantes mudan<;as no ambito econo mico, envolvendo envolvendo principalmente aspec tos m O ~ 1 e t a r i o s e financeiros. Nes se processo, a partir de 1980, por meio da
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circulac;ao da informac;ao. Outra importante transformac;ao se de em re lac;ao ao trabalho, tendo em vista vista 0 desemprego, a desacelera c;ao do cres cimento e a reestruturac;ao produtiva. Enquanto 0 operariado fabril classi declinava, cresc ia 0 mlmero de trabalhadores precarizados e subcon co declinava, tratados; 0 trabalho precarizado chegou, no final do seculo XX, casa do bilhao de trabalhadores, ou urn terc;o da populac;ao econornicamente ati va no mundo (FIORI, 2000). Nesse contexto, contexto, as dimens6es politic politic a e ideol6gica tambem sofreram profundas transformac;6es. Tendo em vista qu a doutrina neoliberal pro po qu 0 bem-estar humane possa se promovido "liberando-se as liber dades capacidades empreendedoras individuais no ambito de um estru tura institucional institucional caracte rizada po s6lidos direitos propriedade privada, livres mercados e livre comercio" (HARVEY, 2008, p. 12),0 papel atribufdo ao Estado altera-se significativamente, objetivando "[ ... criar e preservar um estrutura institucio institucional nal apropriada essas praticas; 0 Estado tern de garantir [ .. a qualidade e a integridade do dinheiro. Deve estabelecer as estruturas e func;6es militares, de defesa, da policia e legais requeridas para garantir direitos de propriedade individuais e para assegurar, se ne cessario pela for<;a,-ofuncionamento apropriadodos mercados." (HARVEY, 2008;p. 12) A partir da decada de 1970, co 0 apoio financeiro d i r ~ t o de grupos contrarios ao Estado de bem-estar social, social, a doutrina neoliberal concebida pelo grupo de Mont Mont Pelerin come<; oua ocupar papel de destaque no Esta dos Unidos e naGra-Btetanha; seu raio de influencia gradativarnente se ampliou, tendo em vista na s6 os financiamentos de bancosde i de de ia ia s Institute of Economic Affairs, de Londres, e a Heritage Foundation, de Wa shington - como sua presen<;a na Universidade de Chicago, po meio de urn de seus mais notaveis formuladores, Milton Friedman. •.• as escolas de neg6cios que entao se instalaram em universidades presti-·· giosas como Stanford e Harvard, com generosos recursos de corpora<;6es e funda<;6es, se tornaram centros de ortodoxia neoliberal desde primeiro instante de sua instala<;ao. levantamento da dissemina<;ao de ideias sem pre_ dificil, mas por volta de 1990 a maioria dos departamentos de economia das grandes universidades academicas (jnstitui<;6es que fazem pesquisa) e das escolas de neg6cios foi dominada por modos neoliberais de pensamen
DlREIT PARA Osocw. EA ESQUERDA PARA
CAPITAL: NTELECtUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONLI. NO BlUSt!.
A teona neoliberal firmou sua respeitabilidade a c a d ~ m i c a quando Hayek, primeiro, e Friedman, depois, ganharam P r ~ m i o Nobel de Ecomr mia, em 1974 1976, respectivamente. Essa acolhida das das ideias neoliberais, neoliberais, que resultou na aplica<;ao de estrategias conCretas para sua consolida<;ao, constituiu-se desde infcio em urn projeto voltado para restaurar peder da classe dominante. Os dados relativos ao acumulo de riquezas riquezas do perfe do evidenciam que a virada neoliberal esteve esteve associada associada a esse objetivo. Entretanto, quando os prindpios neoliberais conflitavam com a particular configura<;ao das relac;Oes sociais dos Estados Estados nacionais, esse prindpios eram abandonados ou distorcidos a ponto de se tomarem irreconhecfveis (HARVEY, 2008). Foram os governos conservadores de Margareth Thatcher, na GraBretanha Bretan ha (1979-1990), (1979-1990), e de d e Ronald Reagan, Reagan, nos Estados Unido s (1981-1989), (1981-1989), que deram visibiIidade visibiIidade a doutrina neoliberal: Desde a primeira hora e da forma mais agressiva, governo Thatcher tradu ziu a of ens va do capital como programa polfnco, atacando movimento sindical, os direitos sociais sociais e todo tip o de poUtica economic a de inspir inspirac; ac;ao ao keynesiana ou social-democrata [ .• J. Na mesma inha seguiu seguiu governo Reagan, com objetivo de restaurar e reconfigurar poder de c1asse dos capitalistas capitalistas no ambito domestico ...J. Para essa nova direita, a politica social do capitalis mO nos anos cinquenta e sessenta havia criado uma especie de socialismo. (PEREIRA, 2009, p. 163)
No ambito das intervenc;oes neoliberais adotadas, duas instituic;oes se destacararn: tanto FMI quanto Banco Mundial, por meio de seus finan ciamentos e projetos de assistencia, tornaram-se centros de propagac;ao e implanta.:;ao do "fundamentalismo de livre mercado" da ortodoxia neoliberal . A consolidac;ao e legitimac;ao da mundializaC;a mundializaC;ao o do capital exi giu abertura economica das formac;oes sociais subordinadas e sua vulnerabilidade ao capital, ao mesmo tempo em que a economia dos pa fses centrais do capitalismo permanecia mais prote gida possivel (WOOD, 2003). Uma avaIiaC;ao do governo Reag Reagan an em relaC;ao a sua poHtica econo mica, registrada em documento govemamental de 1982, assinalava que os emprestimos do Banco Mundial tinham servido "aosinteresses economi cos norte-amer icanos de lo ngo prazo, vinculados a construc;ao construc;ao de urn siste siste
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cia do Banco Mundial sobre as poHticas educacionais aumentou signiflca tivamente, tivamente, ao mesmo te mpo em que se registrou esvaziamento progres sivo do papel da Unesco, fato relacionado co a safda dos Estados Unidos e da Gra-Bretanha desse organismo em 1984. Tais informa<;Oes 56 confir ma que a restaura<;ao do poder da burguesia dos pafses do capitalismo central "apoiou-se pesadamente em mais-valia extrafda do resto do mun do por meio de fluxos intemacionais e praticas de ajuste estrutural" (HARVEY, 2008, p. 38). Nesses pafses, processo de neoliberalizac;ao apoiou-se na constru <;ao de ur consentimento polftlco amplo da popula<;ao. A legitima<;ao da virada neoliberaJ se deu de maneira diversificada, po intermedin de es trategias educadoras assumidas pelas corporac;6es. meios de comunica c;ao e outros aparelhos privados privados de hegemo nia que compoem a sociedade civil, como universidades, escolas, igrejas e associa,:;Oes profissionais. profissionais. Nao surpreende que nesse -contexto tenha-se dado a conversao de intelectuais de esquerda a 16gicas neoliberais de pensamento; posteriormente, alguns desses i n t ~ l e c t u a i s cbnsolidaram-se como ideran<;as poUticas e sociais que conseguiram chegar ao govemo. aparato do Estado roi utilizade, po meio de estrategias de persuasao, cooptac;a cooptac;ao, o, cha ntagem amea<;a, para "manter c1ima c1ima de cons entime nto necessario a perpetuac;ao d,a nova soci abilidade (HARVEY, 2008). Especilicamente na Europa, a social-democra cia keynesiana teve seu papel alterado diante dos novos tempos assumin do, por meio do projeto da Comunidade Europeia um articula<;ao com os grandes grandes industriais europeus ern ern torno da ideia do m ercado u n i c o ~ u n i c o ~ Entre 1989 1991. a n u n c i o ~ d o "tim da historia" por alguns autores constituiu reflexo de cer la eufo ria pela consolidaC consolidaC;ao ;ao do processo de mun dializa.:;ao do capital e da hegemonia do Iiberalismo economico, pela ex pansao das "democracias" em ambito mundial (FIORI, 1997) e pelo sur gimento de urn novo imperialismo (WOOD, 2003). coroamento d e ~ s e processo resultou no Consenso Consenso de Washington (1989), urn conjuntode me didas concebidas po economistas de instituic;oes financeiras tais como 0 FMl,o Banco Mundial e Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Tal programalornou-se a poUtica oficialdo FMI a partir de 1990, passando a ser "receituario" voltado ao "ajustamento rnacroeconomico" dos par
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Nesse sentido, neoliberalismo resultou numa·articulac;ao numa·articulac;ao estrategica que conjugava novo papel do Estado, a nova sociabilidade e conjunto de instrumentos voltados viabilizac;ao do amplo projeto de mundializac;ao do capital. Esse projeto "multiplicou as organizac;6es intemacionOOs mais rapido que nunca I1fS Decadas de Crise. Em meados da dckada de 1980, havia 365 organizac;6es intergovemamentais e nada menos do qu 4.615 MO govemamentOOs, govemamentOOs, ou seja, acima de duas vezes rnais do que no infcio _ da decada de 1970." (HOBSBAWM, 1995, p. 419) Os govemos Thatcher e Reagan criaram urn legado qu de suporte aos govemos posteriores. de tal forma qu Bill Ointon, nos Estados Unidos (1993-2001). e Tony Blair, na Gra-Bretanha (1997-2007), MO s6 deram con tinuidade ao processo de neoliberalizac;ao como tambem ampliaram dentro de um concepc;ao social-democrata reformulada, sistematizada na chamad a Terceir Via. Segundo os trabalhistas Inglese da terceira via, de novo estariam em curso mudam;as globais globais que alteravam a estrutura de classes e a capacidade de ac;iio dos Estados Estados nacionais, exigindo, dessa forma, um adaptac;iio das ideias e programas esquerda a este novo mundo globalizado e desproletarizado, como explica Anthony Giddens no seu IIvro, The third way [1999], uma peque" na introduc;iio ao· novo revisionlsmo. (FIORI, (FIORI, 2006, p. 77)
Entendida Entendida com o urn projeto polft polftico ico concebid em meados dos anos 1990, em func;ao dos efeitos negativos do neoliberalismo e da social-demo cracia europeia, a Terceira Via, tambem chamada de " s o c i a l ~ l i b e r a l i s m o " , "mantem as premissas basicas do neoliberalismo em ass6cia¢ao aos ele mentos centrais do reformismo social-democrata" (MARTINS; LIMA, 2005, p. 43). Em 2003, na quarta reuniao da cupula da Terceira V i ~ , que. contou c om. chefes de Estado de 15 parses parses e cerc de 500 dirigentes politicos, politicos, este projeto projeto politico passou a se autodenominar "Cupula da Governanc;a Progressista". Em se tratando d e u m f6ruin de troca de experiencias experiencias defini<.;ao de agen· das comuns, seu objetivo era dar "organicidade as ac;6es govemamentais govemamentais de sujeitos pollticos coletivos preocupados com a reorganizac;ao da hegemonia burguesa em todo mundo" (MARTINS, 2005, p. 65). articulac;ao e xemplifica sentido da confluencia de um "direita Tal articulac;ao para social" e um "esquerda para capital". A ideia estrategica da
2 F 1 J N O A M E N 1 ' O S H I S T 6 I u c o s O A F O R M A Y \ Q ' A T U A c A o O O S I N T E L E C T U A I S O A N O V A P E D A G O O I A O A H ~
ra na Terceira Via) sao indispensaveis; indispensaveis; { .. poderfamos dizer qu Ter ceira Via e, hoje, a concha ideol6gica mais adequada ao neoUberalismo" (ANDERSON, 2000, p. 13). Desempenhando papel de novo ponto de apoio do capitalismo capitalismo nee liberal, projeto da Terceira Via tern inlerferldo significativamente no pa pel do Estado educador de uma nova sociabilidade: "A passagem do gover goueman,a (uma configurac;ao moos no (poder do Estado por si mesmo) ampla qu con ern os Estados e elementos-chave da socied ade civil) civil) tern sido, sido, portan/o, pronunciada sob neoliberalismo. Quanto a isso, as prati cas do Estado neoliberal e do Estado desenvolvimentista convergem am plamente." (HARVEY, 2008, p. 87, grifos nossos) De fato, fato, a doutrlna neoliberal e a Terceira Via, a despeito de concor Estado, defendem darem no diagn6stico de que culpado da crise e distintas estrategias para su superac;ao. Nos dois casos, Estado deixa responsavel direlo pela execuc;ao da pollticas sociais, mas, en de se quanto neoliberalismo de fende a privati privatizac; zac;ao ao e passa essa responsabili mercado, a Terceira Via repassaa resportsabilidade para dade para organizac;6es da socie dade civil, civil, criando conceito de "publico nae-esta.. tal", na passagem de urn Estado de bem-estar social para uma sociedade de bem-estar social. Dentre as praticas utilizadas pelo Estado neoliberal da .Terceira Via, deslacam-se: a interferencia interferencia na legislac;ao e a concepc;ao de estruluras regulat6rias qu privileg privilegiam iam interesses espedfi cos; fato de Estado Estado as su· mir risco nas tao festejadas parcerias publico-privadas; a multipUcidade das maneiras de "vigiar "vigiar e punir" voltadas voltadas classe trabalhadora; fato de o Estado ter dever de proteger os interes ses corporalivos se necessario reprimindo a dissensao. Como aponta Harvey Harvey (2008, p. 81), em caso de conflito, Estado neoliberal tipico tende a Hear do lado do clima de neg6cios favoravel em detrimento seja dos dlreitos (e da qualidade de vida) coletivos do trabalho, seja da capacidade de autorregeneraC;ao do ambiente; ... em caso de conflito, os Estados neoliberais tipicamente favore cern a integridade do sistema financeiro s o l v ~ n c i a das instituic;6es finan ceirqs e nao b e m ~ e s t a r da populac;iio ou a qualidade ambiental.
Assim sendo, fica evidente que os tempos de hegemonia neoliberal se
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mOnico se amplia, passando a es tar presente n o senso com um (vida coli coli diana, lazer, mfdias); na educac;ao poHtica, por meio de novos e arnplia dos aparelhos privados de hegemonia; e na educac;ao escolar (educac;ao (educac;ao bAsica, bAsica, ens ino superior, p6s-graduac;ao). p6s-graduac;ao). Ao longo desse periodo, os orga nismos intemacionais tern divulgado um ideologia da sociedade do co nhecimento e da informac;ao qu influenciou efetivamente as poUticas nacionais de C&T de educac;ao, educac;ao, com enfase no ensino superior (NEVES; PRONKO, 2008).
A despeito do aparente sucesso do processo de neoliberalizac;ao do mundo, no infcio desse novo sEkulo evidencia-se qu "nem tudo vai be no Estado neoliberal". Alem de urn conjunto de contradic;6es especificas, "no centro do problema reside um florescente disparidade entre as me tas publicas declara das do neoliberalismo - bem-estar de todos todos - e suas conseqilencias conseqilencias concrelas - a restaura restaurac;a c;a do poder de classe" (HARVEY, conjuntura que se apresenta faz parte de urn processo assim 2008, p. 89). A conjuntura sintelizado sintelizado por Hobsbawm (2008): Durante 30 anos, Os ide610gos disseram que tudo ia dar certo: 0 livre merca do e 16gico e produz crescimento maximo. Sim, diziam que produzia urn poueo de desiguaJdade aqui e ali, mas tambem mio importava muilo porque eslav
Se nas formac;6 formac;6es es sociais capitalistas capitalistas eur opei ase estadunidense apro fundamento das desigualdades sociais ace ndeu urn aviso aviso de alerta, a rea lidade dos paises da periferia do capitalismo vern expondo e ssas contradi contradi c;6es de forma airida mais crua e acirrada. f o r m a ~ a o
do
novos intelectuais na America Latina: da "decada
FUNDAMEHTOS
HIST6mcos IlA FORt.W;ACVATUAV\OOOS INTELECTUAlSIlA NOVA PFDAGOGIA IlA HEGEMClNlA
nova sociabilidade, nos parses da peri feria em geral, e na America Lati Lati na, em particular, esse processo teve inicio mais tardio ou mais violento, formac;6es sociais. Mas, de acordo co as espec ificidades da s diferentes formac;6es na ultima decada do seculo passado um nova pedagogia da hegemonia ja se havia espalha do pelo mund o inteiro, inteiro, provocando alterac;6es alterac;6es profun das e duradouras nas formas de estar e perceber mundo da maior par te das pessoas. e, na decada de 1960, como afirma Eric Hobsbawm (1995, p. 424), 0 Terceiro Mundo ( .. se tomava pilar central da esperanc;a e fe dos que inda acreditavarn na revol revoluc; uc;ao ao social", social", es sa "desordem" periferica seria progressivamente esmagada nas decadas posteriores, em muitos casos de forma sangrenta. Ao florescimenlo florescimenlo da guerrilha como forma basic de lula revolucion revolucionaria aria sucedeu-se, sobreludo na America Latina, um serie de golpes de Estado elou inlervenc;6es militares diretas dos Estados Unidos co objetivo imediato de retomar controle da regUio perante a "arne prazo, promover reformas economic as estru ac;a comunista"22 e, em longo prazo, turais qu levassem neoliberalizac;ao (HARVEY, 2008).23 Assim, mapa politico da regiao se transformari transformaria. a. duradouramente, nos ultimo 30 anos do seculo XX, .como sintetiza Cockcroft (2004, p. 45, t r a d u ~ o nossa): Os emprestimos par a o. desenvolvimento e oncedidos pe10 Banco Mundial nos d e d ~ n i o s de 1950 1960 e a via pacifica para a mudanc;;a sociaJ proposta pela Alianc;;a para 0 Progresso Progresso deram passe para as "regras do jogo" da auste ridade economica e da anti-reforma estabelecidas estabelecidas pelo FMI, FMI, a c ontra-refor rna imposta pelos fuzis e os encargos da divida, que fizeram com que·a refor rna realfosse eeonomicamente irreaJizavel. Os poueos goverrios latino-ame ricanos nacionalistas, populistas e as ehamados governos governos militares revolucio
Segundo Cockcroft (2004, 1'.26, tradu,¥ tradu,¥ao ao nossa), "desd e a der rubada da primeira primeira democracia na Guatemala·, maquinada pela CIA, Revolu'¥ao Cubana de 1959. as interven,¥oes declaradas ou encober tas dos Estados Unidos em nome do anticomunismo tlnham aumentado: Bahia dos Porcos, Cuba (1961); Brasil (1964); Republica Dominicana (1965); Chile (1973); Argentina (1976); Granada (1983); Bolivia (1986); Honduras (1988); Panama (1989) e Nicaragua e El Salvador (na decada de 1980)". 1980)". Deverlamos acrescentarUruguai (1973) e, mais recen temente, chamado Plano Colombia (2000) e a tentaliva de golpe de Eslado na Venezuela (2002). sem esquecer apoio economico estadunidense longa ditadura de Stroessner no ?araguai.
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DlREI1'A PAllA
SOCIAL
SQUEROA PARAO CAPITAl.: INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMOHIA NO BRASH.
narios do d e c ~ n i o de 1970 nao d u r a r ~ embora tenharn contribufdo para as numerosas d i f e r e n ~ s d que i f e r moldavarn e n ~ s futuro do continente. Os regimes miIitares de s e g u r a n ~ nacional e do terror de Estado foram mais duradou r ~ s , mas longe de dar prosperi dade p ara a regUio deixararn as n a ~ 6 e s na bancarrota e desprestigiararn corpo de oficiais que praticararn a tortura. Os " r e v o l u ~ . ! i o de Reagan" r e p economia" economia r i v a t i z a ~ a "o e e s f o r ~ o s do FMl pc;la " r e p r i v a t i z a ~ a o " da nos d e c ~ n i o s de 1970 1980 favorecerarn as utilidades das empresas, maS deixararn a maior parte dos latino-americanos na pobreza e seus g o v e m o ~ g gravemente enfraquecidos. A c o n f i a n ~ a dos investidores estrangeiros a u ~ , mentou e logo caiu, ja que os investimentos' estrangeiros aproxlmararn-se dos US$ 10 bilh6es ao ano no d e c ~ n i o de 1970 foram iguais a 0 em 1987 (em p r e ~ o s p de r e ~ 1o 9s ~ ) .
A ~ A T U A 9 . 0 0 0 s EOAGOGIA IlAH£GEMONIA FUNDAMOOOS HlST6iucos I l A ~ A T U A 9 . 0 0 0 sI l INTEI..ECIUAISIlANOVAP INTEI..ECIUAISIlANOVAPEOAGOGIA
o v e m o ~
A instaura<;ao de regimes militare na America Latina co forte apoio ernpresarial, baseados na doutrina da "seguran<;a "seguran<;a nacional", ilustrava su de ad de o n t r a - i n s u r g ~ desde n c i a cesso da estrategia de c o n t r a - i n s u r g ~ n c i a c desenvolvida 1960 1960 pelos Estados Unidos, que incluiu programas de capacita<;ao para ofici· ais militares latino-americanos e estadunidenses,24 alem da modemiza¢o damaquina de guerra para enf rent aro "inimigo intemo". segundo Cockcroft (2004), entre 1961 1975 govemo dos Estados Unidos Unidos treinou mais de 70 mil militares militares latino-americanos, entre o s quais 8 ditadores, e enviou para a regiao armas no valor de US$ 2.5 bilh6es. tristemente famoso Plano Condor, de coordena<;ao dos servi<;os secretos militares dos paises do Cone SuI para repressao (por meio de sequestros, torturas, mortes e desapari<;6es) de mi . litantes politicos oposicionistas aos regimes militares, envolveu os govemos de Argentina, Brasil, Bolivia, Chile, Paraguai e Uruguai. Ao mesmo tempo, as ditaduras militares instauradas no Chile (1973) e na Argentina Argentina (1976) (1976) transformaram -se em laboratorios neoliberais, consti consti tuindo as primeiras e x p e r i ~ n c i a s nacionais sustentadas de neoliberaliza<;ao do mundo. Nao por acaso, em ambos os pafses as politic politic as econom icas foram des'enhadas pelos chamados Chicago boys, grupo de econoffiistas. latino-americanos formados na Universidade de Chicago, desde meados da decada de 1950, qu aderiram as teorias neoliberais de Milton Friedman, professor da instit institui< ui<;ao ;ao a epoc a. A'via autoritaria permitiu, nes ses paises a implanta<;ao se r e s i s t ~ n c i a s de urn conjunto de politicas economicas baseadas na reforma do Estado, ajuste fiscal, privatiza<;6es e abertura
intemacional ao mercado de capitais que, sustentadas por vultosos ern presUmos do 8M do FMI em urn contexto de crise econ6mica internacio nal, produziram crescimento acelerado do endividamento extemo. A acelera<;ao do endividamento extemo afetou de forma generallzada os parses da periferia do capitalismo ao longo da decada de 1970 e transfor mou-se numa atma dilh a asfIXian asfIXiante te na decada seguinte. Desde os anos 1960, chamado "drcu lo virtuos do endividamento" impulsionou as economias d o ~
parses "e
desenvolvimento", seguindo
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premissa d e q u e
endividamento externo, aliado ao cresc imen to d as exporta< exporta<;Oe ;Oes, s, geTaria geTaria de senvolvimento senvolvimento e bem-est ar em um processo de crescimento auto-sustentaauto-sustentado. Entretanto, a implanta<;a da "diplomacia do d61ar forte" (TAVARES, 1997) a partir do "golpe de 1979" (DUMENIL; LEVY, 2005) desencadeou urn drculo vicioso de endividamento endividamentoper manente qu permitiu t r a n s r e r ~ c i a s maci<;as de riqueza dos parses devedores para os parses credor es (TOUSSAINT, 2007). A divida divida publica desses parses n ao s6 crescia de forma descontrolada como se tornava cada dia m ais ditIcil de pagar, em que pese esfor<;o de "ajuste" desen'lolvido pel6s diferentes govemos, de acordo com as recomenda<;6es dos pr6prios credores. Nao por acaso, a decada de 1980 r o i c h ~ d a de "de cad a perdida"2 perdida"2 na America Latina, sinalizando fraco desempenho das suas economias, espartilhadas pelo peso da divida divida e pelas receitas de supe <' ra<;ao qu apregoavam ajustamento estrutural. estrutural. lema do ajustamento estrutural entrou nas recomenda<;6es do Ban co Mundial quase imediatamente, passando a orientar a politica de em prestimos, agora de carater estrutural, estrutural, em lugar do financiamento para projetos especificos, modalifiade principal at aquele momento. Para McNamara, "as mudan<;as em curso na economia mundial eram 'perma nentes', razao pela qual ajustamento dos pafses endividado as novas condi<;6es deveria ser de 'larga dura<;ao'" dura<;ao'" (PEREIRA, 2009, p. 157). Assim, BM atendia ao objetivos geopolfticos do Estados ao mesmo tempo, Unidos e iniciava enquadramento sistematico dos paises da peri feria do capilalismo, por meio de orienta<;6es concretas:
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FUNDAMENTOS HIST6R1COS DA FORMA<;AO/ATUA<;AO DOS INTELECTUAlS DA NOVA PEDAGOGIA DAHEGEMONIA
DIRElTA PARA
SOCIAL
ESQUERDA PARA
CAPITAL: INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
No ambito das polfticas macroeconornicas, as medidas de ajustamento do Banco consistiam em: IiberaIizar comercio, aJinha aJinha os prec;os ao mercado intemacional e baixar tarifas de protec;ao; desvalorizar a moeda; fomentar a atrac;ao de investi mento externo e a livre circulac;ao circulac;ao de capitais; pr om over a especializ especializac;a ac;ao o produt iva e expandi as exportac;6es, sobretudo agrfcolas. No ambito das politicas sociais e da administrac;ao estatal, ajuste tinha como meta central a reduc;ao do deficit publico, especialme especialmente nte par meio de medi das como: a) corte de gastos com pessoal e custeio da maquina adminis trativa; b) a reduc;ao drastica ou mesmo a eliminac;ao de subsidios ao consu mo; c) a reduc;ao do custo per capita dos programas, a fim de ampliar grau de cobertura; d) a reorientac;ao da politica social para saude e educac;ao primanas, mediante a focalizac;ao do gasto na parcela da populac;ao em con dic;6es de "pobreza absoluta". (PEREIRA, 2009, p. 159-160)
Nesse quadro de constrangimento econOmico, e apos longos anos de regimes militares e terrorismo de Estado, a transic;ao democratica come c;ou a desenhar-se no horizonte latino-americano. De carater mais ou me nos tutelado pel as forc;as militares e de maior ou menor extensao tempo ral, a transic;ao foi revelando os novos contomos das sociedades latino americanas qu emergiam da "longa noite do terror" ou dos "anos de chumbo". Na "primavera democratica" reascendeu a participac;ao polftica de massas, por meio de velhos e novos partidos politicos e movimentos sociais e, para muitos, trouxe a expectativa de que a vigencia das instituic;6es de mocraticas por si so resolveria todos os problemas do convivio social. Com pletando proce sso de ocidentalizac;ao iniciado em decada s anteriores um sociedade civil revigorada tornava-se mais visfvel em sua crescente com plexidade, plexidade, com particularidades particularidades marca das pela historia historia e pelas circunstan cias das diferentes realidades nacionais. 0 surgiment o de movimentos em prol prol dos direitos direitos humanos, a emergenc ia de um sindicalismo de novo tipo, reaparecimento de movimentos campesinos herdeiros da "teologia da Ii bertac;ao" e de movimentos indfgenas co ampla pauta reivindicativa, as sim como de um associativismo revigorado de carater setorial ou local, marcaram os primeiros anos da reabertura politica na regiao.
ritarios26, mas que tinham tinham na deteriorac;ao das condic;6es de vida da popula c;ao su principal fonte de disciplinamento socia).27 Se decada de 1980 tinha sido chamada de "decada perdida" pelo fraco fraco crescime nto das eco nomias nacionais, a decada de 1990 poderia denominar-se a "decada saqueada", pelos devastadores efeitos das poHticas aplicadas sobre a po pulac;ao em geral. Segundo Harvey (2008, p. 168), neoliberalizac;ao produziu ou estagna ... em boa parte da America Latina, a neoliberalizac;ao c;ao .. ou surtos de crescimento seguidos por colapso economico .. 1. economia informal disparo em todo mundo (estima-se que tenha passa do de 29% noS anos 1980 para 44% da populac;ao economicamente ativa da America Latina na decada de 1990), e quase todos os indicadores globais de saude, expectativa de vida, mortalidade infantil etc., mostram perdas e nao ganhos em bem-estar a partir dos anos 1960.
consenso neoliberal na America Latina beneficiou-se, em larga es cala, com os investimentos de fundac;6es estadunidenses, principalmente a Fundac;ao Ford, no processo de consolidac;ao da comunidade cientifica cientifica na regiao (MARTINS, 2006). Brasil, seguido por Chile e Mexico, foram os principais principais receptore de recursos des sa fundac;ao fundac;ao desde decada de 1970, na tentativa de "[ ... ] criar um intelectualidade que fosse um forc;a de contenc;ao da ameac;a socialista represent ada pel a revolu revoluc;a c;ao o cuba na, mas autoritarismo, sendo capaz de qu na estivesse comprometida co dirigi dirigirr a e xpansao do capitalismo me diant e a organizac;ao organizac;ao de um consenso ao seu favor" (MARTINS, 2006, p. 933). Segundo autor, essa orientac;ao foi desenvolvida tanto na formac;ao instituic;6 ic;6es es estadu nidense como por de intelectuais latino-americanos em institu do
de
espedficos de pos-graduac;ao. Esses intelectuais tiveram papel-chave, em seus respectivos paises, na orientac;ao das polfticas econOmicas e sociais
governos de Alberto Fujimori, no Peru, Carlos Menem, na como exemplo, poderiamos citar os governos 56 Argentina, Fernando Henrique Cardoso (FHC), no Brasil, Sanchez de Losada, na Bolivia, Emesto ZediUo e Vicente Fox, no Mexico, Jorge Batlle, no Uruguai, e Carlos Andres Perez, na Venezuela.
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SQUERDA PARA
II'fI'EIECTUAIS DANO VA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL CAPITAL: II'fI'EIECTUAIS
da transi¢o democratica rumo consolidac;ao do neoliberalismo. A Fun dac;ao Ford, em particular, apostava no "[ ... amadurecimento de uma ci formular seu s proprios paradigmas ~ n d a sodallatino-americana capaz de formular de anaJise e explicac;ao, em condic;oes de se ombrear produc;ao denun ca de padrao interhadonal de qualidade, contribuindo para tanto co in
formac;6es e dados olliginais, esquemas conceituais autOnomos e seus pr6 prios vOos te6ricos, ampliando escopo comparativo comparativo para insen;ao da e x p e r i ~ n c i a latino-americana [ .. J" (MICELI, 1993, p. 67). . Nesse contexto, em bo parte dos paises da regiao, boom da partid pac;ao experimentado durante a reabertura democratica foi sendo conti do, de urn lado, pela deteriorac;ao das condic;6es gerais de vida e recon verUdo, de outre lado em novas formas associativas baseadas na mais no confronto e sim na colaborac;ao. Em urn duplo movimento de "des qualifica<;ao da poUtica" (FONTES, 2005), primeiro, e de "repolitiza<;ao da politica" (NEVES, 2005), depois, os novos movimentos sociais, integrantes de um (nova) socieda de dvil ativa, ativa, reclam aram pa ra si urn protagonismo cada vez maior.na vida social. 28 A prolifera<;ao das "organizac;6es nao-go vernafnentais" (ONGs), consideradas como "cavalos de Tr6ia do neoli beralismo global" (WALLACE apud HARVEY, 2008, p. 190), constitui urn eXemplo claro das novas formas de sociabilidade desenvolvidas no anos de capitalismo capitalismo neoliberal. neoliberal. Embas adas em palavras de ordem como "dda dania", "empreende dorismo", "colabora "colaborac;ao c;ao"" e "responsabilidade social", social", entre outras, e repetidas a te a exaustci exaustcio o pelas .grandes .grandes empres as de comu nicac;a nicac;ao o e nas propagand as empresariais e governamentais, comec;aram a se entranhar no senso comuTfl dos latino-americanos. latino-americanos. Entretanto, a n e o l i b e r a l i z ~ c ; a o desencadeou uma onda de movi movime menntos .de oposic;ao oposic;ao,, tanto den tro' com o fora da sua area de influencia. Esses movimentos, qu tinham como uma de suas caracteristicas principais a diversidade, incluiram desde estruturas poUtico-partidarias mais tradicio
.. "Prlvada d a c a p a protetora de instlluic;.oes democFaticas vivas e ameac;.ada por todo tipo de
2 F U N D A M F . N T O S H I 5 I ' 6 R t O O S D A ~ A T U M ; A o O O S I l ' l T F L E C T U A i S D A N O V A f ' f . D A ( l O ( l l A D A H E G E M O N I A
nais ate movimentos insurgentes, insurgentes, passando por um ~ d i n & n i c a poUtica de a<;ao social [ .. muitas vezes concentrada em questoes e grupos sociais parUculares" (HARVEY, 2008, p. 214). Esses movimentos se consolidaram e articularam no recha<;o expUcito do neoliberalismo, gerando manifesta global c omo as primeiras edi<; edi<;6es 6es do F6rum Social <.;6es de abrangenc ia global Mundial, apontando que "outro mundo e possivel". Entretanto, em muitos casos a crftica ao neoliberalismo restringiu-se ao questionamento da orto doxia econOrnica, na perspectiva de construc;ao de urn "capitalismo co face humana", po meio urn novo desenvolvimentismo. desenvolvimentismo. No seculo que se inicia, esse rechac;o ret6rica neoliberal perrnitiu a chegada ao govemo, em bo parte da America Latina, de parUdos qu se autodenominaram de "esquerda": Michele Bachelet, no Chile; Nestor e Cristina Kirchner, na Argentina; Luiz Inacio Lula da Silva, no Brasil; Thvare vasquez, no Uruguai; Evo Morales, na Bolivia; Fernan do Lugo no Paraguai; Rafael Correa, no Equador; Daniel Ortega, na Nicaragua; Mauricio Funes, em El Salvador; e Hugo Chavez, na Venezuela. Esses governos seriam repre . sentantes de uma "nova esquerda latino-americana" latino-americana" sem, entretanto, cons titu tituir ir urn movimento homogeneo para a lem das suas particularidades nacio nais. Nesse sentido, Bor6n nos adverte ~ q u e "[ ... devemos se cautelosos _para examinar tao apregoado 'giro 'giro para a e squerda' da America Latina. Latina. retumbanl:e fracass do qu esta por tras do auge dess e tipo de govemos e retumbanl:e neoliberalismo: na promoveu crescimento economico, reconcentrou a riqueza e a renda ate niveis se precedentes e, para pior, debilitou impul (BOR6N 2oo8b, p. 8,traduc;ao nossa) so democratico", (BOR6N Para alem do rechac;o ret6rico do neoliberalismo, no amago das suas particularidades, particularidades, ess es govemos (e os partidos e movimentos politicos politicos qu os sustentam) parecem aliilhar-se em duas perspectivas claramente dife renciadas: aqueles q ue propoem urn neoliberalismo neoliberalismo aggiomato ou de Ter ceira Via 2g e aqueles qu apostam na construc;ao do chamado "socialismo do seculo XXI", cujas tentativas de definic;ao parecem estar, ainda, sendo elaboradas. Nesse contexto, a forma<;ao de intelectuais na regiao seguiu urn per curso pr6prio, embora fortemente determinado pelas orientac;oes dos or-
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D1REITA PARA
SOCIAL
ESQUERDA PARA
CAPITAL: INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
ganismos internacionais. A expansao e diversifica<;ao das institui<;oes de pesquisa acompanharam as determina<;oes mais gerais da ensino escolariza<;ao e da refuncional refuncionaliza<;ao iza<;ao do ensin o superior, ale da redefini<;ao de seu papel na chamada "sociedade do conhecimento". Apesar dos constrangimentos econ6micos impostos pelo ajuste fiscal desde decada de 1980, na America Latina a expansao da escolariza<;ao seguiu urn ritmo intenso ao longo de todo periodo. Em 1985, tres quartos da popula<;ao latino-americana de 6 a 18 anos de idade estavam matricu lados em institu institui<;o i<;oes es escol ares. numero de matriculas no ensino superi or aumentou de 250 mil em 1950 para 5,6 milhoes em 1985, dos quais quase a metade eram mulheres (COCKCROFT, 2004). A expansao do ensi no superior foi, de fato, um das caracteristica caracteristicass marcantes na regiao. Se gundo dados compilados por Bor6n (2008a), nos anos iniciais do seculo XXI existiam 1.917 universidades privadas e 1.023 universidades publicas, com uma matrfcula estimada em 14 milh6es de estudantes, distribufdos, principalmente, em tres pafses: Brasil (28%), Mexico (17%) e Argentina (14%). Entretanto, nestes ultimos anos crescimento das matriculas do ensino superior foi muito mais nipido no setor privado do que no publico, chegando atualmente a 50%, diferentemente diferentemente do que acontec ia ate a deca da da 1980, co Esses dados mostram, inequivocamente, processo de privatiza<;ao do ensino superior que, junto a crescente diversifica<;ao, tanto horizontal quanto vertical, respondem, de modo especffico, especffico, aos preceitos de privati privati za<;ao, focaliza<;ao e descentraliza<;ao das politicas sociais propostos pelo BM/FMI para a periferia do capitalismo, politicas implementadas pelos go vernos nacionais como parte do processo de implanta<;ao do programa neoliberal, caracterizado pela defesa intransigente das virtudes do merca do na resolu<;ao dos principais problemas sociais. novo sistema de educa<;ao terciaria, como novo modelo dos organismos intemacionais para a educa<;ao superior, passa se constituir em resposta do capital capital para dar maior organicidade organicidade,, na nova sociedade sociedade d o conhecimento, ao crescimento exponencial de um ensino fragmentado e privatista por ele impul· sionado e prom over, simultaneamente, a acelera<;ao dessa expansao, por eles denominada de "massifica<;ao". (NEVES; PRONKO, 2008, p. 1I8)
FUNDAMENTOS HIST6RICOS DA FORMA<;AO/ATUA<;AO DOS INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA
tionam ento implfcito implfcito ao pr6prio es tatut o cientffico, cientffico, impulsiona do pel os avan desenvolvimento social e qu elas pr6prias pr6prias estao fadadas a incorporar, incorporar, as Ci€mcias Sociais e Humanas estao chamadas a produzir tambem conhecimento uti) e aplicavel, contribuindo para a for mula<;ao de politicas publicas e sociais voltadas para a "solu<;ao" dos gran des problemas problemas da sociedade contemporanea. Nesse contexto, cabe aos no vos intelectuais, fundamentalmente, a promo<;ao de urn novo homem cole condi<;6 ;6es es impostas pela sociedade, definido definido tivo, contemponln eo as novas condi< por duas caracterfsticas ba.sicas: empreendedorismo (para garantir su cesso individual ou grupal) e a colabora<;ao (para assegurar a coesao social necessaria para a vida em sociedade) (NEVES; PRONKO, 2008). Assim, forma<;ao dos novos intelectuais organicos da nova pedagogia da hegemonia na America Latina se processa nos estreitos Iimites "do possi vel" e "do existente", contribuindo para a dissemina<;ao de uma sociabilida de perp assada por uma concep concep<;a <;ao o utilitari utilitarista sta de conhecimento a trelada ao "imediato" e ao "contingente". Segundo Lander (1997, p. 20, tradu<;ao nossa), tecnol6gicos que orienta <;os tecnol6gicos
A constru<;ao do conhecimento a partir dos paradigmas do seculo XIX estabe lece barreiras severas para a possibilidade de pensar fora dos Iimites definidos pelo Iiberalismo. Assumem-se como supostos basicos, como fundamentos pre-te6ricos a respeito da natureza dos processos hist6rico-sociais, algumas ouco das questoes primordiais que deveriam ser objeto de reflexao crftica. peso dos estudos hist6ricos e sua separa<;ao da analise dos processos con temporAneos exemplificam essas tendencias. As transforma<;oes das escolas de Economia tem side particularmente notaveis. A redu<;ao "do economico", como campo de estudo de uma rigorosa disciplina cientifica objetiva objetiva,, e a cres cente enfase na quantifica<;ao desligam a Economia das tradi<;6es reflexivas e a transformam numa disciplina de orienta<;ao basicamente instrumental. A expansao explosiva dos estudos de gestao e administra<;ao sao expressao de um visao de mundo de acordo co a qual importante mi debater em tome dos fins (eles ja nao existem nesses tempos sem ideologia e de fim da Hist6ria), mas de gerir de forma eficiente a ordem existente.
Embora se trate de urn movimento geral, que afeta conjunto das forma forma tradu<;ao ;ao naciona <;oes sociais da America Latina, a forma especffica da sua tradu< no Brasil Brasil adquire contornos particulares qu e se rao analisados a seguir
DlRFlIA IA PARA SOCIAL
SQUEIUlA PARAO CAPITAL: INTFJ.ECI'UAIS DA NOVA PFllAGOCllA DA HEGEMONIA NO BRASIL
2 r u N O A I o I E N T O S H l S T O ! u C O S D A F ~ A T U A \ i O O O S I N T F J . E c r u A i S D A N O V A P F l l A O O O I A D A H E G E M O N I A
xo "processo de ocidentaliza<;ao",que'Coutinho (2000a) caracteriza como, dar maior espa<;o de atua<; atua<;ao ao privada privada,, pautando a agenda de desmon te de "periferica e tardia". Esse processo atingiu seu estflgio mais avan<;ado a, politicas sociais, em especial pela precariza<;ao das rela<;6es de trabalho partir da derrocada do regime autoritario e reabertura poUtica nos anos, do. funcionalismo funcionalismo publico, movimento qu se aprofundaria na decada se 1980. Uma socledade civil fortalecida passava a integrar Estado, comple.,.; gutnte (FONTES, 2006). xificando a orderh social no pafs. Neste novo contexto, as classes dOmi-l Se, no Ambito intemacional, 0 processo de neoliberaliza<;ao capitalis nantes obtiverar obtiverarn n suf:esso suf:esso no reordenarnento de sua heg emonia utilizand utilizando, o, ta ganhava novo folego com as criticas a ortodoxia e a assun<;ao de um meeanismos renovados de eonvencimento e eoopta<;ao dos antigos eno-l soeial-democracia soeial-democracia reformada, propagadora da reengenharia institucio institucional nal vos movimentos soclais. Mais sofistieados e eficientes, esses mecanismosJ do Estado, viabilizadora de novas articula<;6es entre aparelhagem estatal 'e sociedade civil, Brasil espelham aperfei<.;oamento das organiza<;6es da burguesia nacional Brasil,, diferenciando-se dos d emais parses latino-arne inteniacional inteniacional e 0 refinamento de suas a<;6es poUtieas. A reeomposi<;ao d . ricanos, teve su entrada tardia no neoliberalismo, ja na esteira da hegemonia burguesa, sob a dire<;ao do setor financeiro nacional e i n t e m a - ; redemocratiz redemocratiza<;ao, a<;ao, eonso lidada pela Tereeira Via. Nesse sentido, a demo cional associado ao 10ngo dos anos 1990, possibilitou a integra<;ao subordi • cracia figurou como urn dos mais importantes temas no debate sobre a nada do Brasil na nova divisao intemacional do trabalho, intemacionali reeonstitui reeonstitui<;ao <;ao do Estado p6s-ditatoria p6s-ditatorial, l, ganha ndo d estaq ue n as discuss6 es zando a eeon omia nacional em todos os setores de atividade, a partir da em tomo da nova Consti Constitui tui<;a <;ao o e sendo reeolo cada no eonte.xt eonte.xto o de reforma difusao de uma cultura caracterizada pela eompetitividade, pela racionali da aparelhagem estatal nos anos de govemo FHC. Difuso nas universida za<;ao e peIa redu<;ao dO custos do Estado, [ato que redefiniu as rela<;oes des, sindicatos, Assembleia Constituinte, Constituinte, entre o utros espa<;os politicos, na entre aparelhagemestatal e sociedade civil. Esse Esse contexto marcou 0 inkio . deeada de 1980 este deb ate centrava-s nas disputas entregrupos conser da nova pedagogia da hegemonia no Brasil (MARTINS, 2005). vadores e progressistas sobre a necessidade e as possibilidades de consprocesso de transl<;ao democratica e de amplia<;ao da p a r t i c i p a ¢ o t r w ; a o deuma democracia substantiva, participativa, inelusiva quanto as poUtica fez despontar projetos societarios conflitantes, definindo a socie demandas da classe trabalhadora e qu e levasse a sociedade brasileira brasileira ao dade civil como uma eferveseente arena politica no proeesso de reivindi socialismo (GARCIA, 1986). Destacam-se Destacam-se nesse deba te a s ideias voltadas ca<;ao por direitos eMs, politicos politicos e sociais, co mo os mov imentos pela anis a compreensao da democracia como elemento central na revolu<;ao pro tia, pelo fim do bipartidarismo, pelas "diretas jail pela elabora<;ao da cessual socialista (COUTINHO, 1984). Na decada seguinte, a partir da reConstitui<;ao de 1988. A organiza organiza<;a <;aoe oe apa utareivi ndicat6r ia dos movi forma da aparelhagem estatal, gestada ainda nos governos Samey e Collor mentos populares e 0 fortalecimento dos partidos de massa ascenderarn e implementada no governo FHC, os novos (e antigos) organismos que expectativas de ampla tiansforma<;ao no quadro sociohist6rico nacional. comp6em a sociedade civil passaram a focalizar suas a<;6es e a adotar Nesse sentido, foi determinarite para 0 restabeledmenfo da hegemonia estruturas administrativas dependentes de recursos externos, tornando-se burguesa no pais, ao longo do processo redemocratiza<;ao, a articula' produtores de servi<;os na "area social" e criando nova modalidade <;ao .de urn consenso em tornodo reformismo parlamentar com vistas a: de lrabalho: 0 voluntariado. Nessa perspectiva, a sociedade civil vern sen promover 0 b e m ~ e s t a r social por meio da garantia de um rede social do compreendida como sinonimo de "setor publico publico nao-estatal" nao-estatal" ou "Ter minima e, imbricadamente; promover progresso das for<;as produtivas ceiro Setor",3\) Vista como parte da estrutura social e com status pr6prio do capitalismo. frente ao Estado e ao mercado, a "sociedade civil" vem-se tomando, nas Novas e r enovadas organiz organiza<; a<;6es 6es sociais empresari ais contr ibuiram para palavras de Wood (2003), alibi para 0 capitalis capitalismo mo - solucionando, solucionando, a seu a difusao de um visao da sociedade civil como "reino "reino do bern" ou espa<;o modo, problema da constru<;ao de uma sociedade democratica. democratico isento de conflitos e contradi<;6es entre as classes sociais,
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D1REIT
PARA
SOCIAL
ESQU ERDA PARA
CAPITAL: INTELECTUAI DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
A reforma da aparelhagem estatal correspondeu, no pais, a materia lizac;ao da hegemonia do novo padrao de sociabilidade em consonfmcia co a 16gica estabelecida pelo Banco Mundial para a America Latina, dado que velho projeto desenvolvimentista para a regiao revelou-se inviave inviavell no novo contex to de recuperac recuperac;ao ;ao eco nomica do capital capital intemacio nal. 0 novo modelo de Estado Estado implementado no pais nos anos 1990, cha mado se contrapor ao modelo burocratico vigente vigente ao longo longo do periodo ditatorial, trouxe a promessa de po fim as praticas polfticas voltadas para o interesse e proveito personalizados e a i n e f i c i t ~ n c i a e inepcia dos servi c;os e dos servidores publicos, mediante a adoc;ao da denominada admi nistrac;ao gerencial, do enxugamento das atribuic;6es do aparelho do Esta do e sua focalizac; focalizac;ao ao nas areas de plane jament o e avaliac;ao avaliac;ao de processos. Alegou-se, ademais, premente necessidade de adequac;ao do Estado ao novo contexto contexto economi co de restric;ao fiscal e ajuste financeiro, capaz de po Brasil em compasso com a globalizac;ao do mercados (MELO; FALLEIROS, 2005). A hegemonia capitalista recompos-se nos anos 1990 2000 a partir da imposic;ao, como "verdade hist6rica", do fim das disputas entre capital e trabalho para a manutenc;ao da ordem (ou paz social) e a conquista do progresso (ou novo desenvolvimentismo). A noc;ao noc;ao de q ue e preciso garantir em
meio ambien te tomou-se pec;a pec;a fundamental do quebra-cabec;a mont ado nos paises latino-americanos a partir da dec ad de 1990 - sob lema do FMI da construc;ao de uma economia mundial para todos (MELO, 2003). No caso brasileiro, exito exito desse pr ocesso de repolitizac;ao da polftica e seu impacto sobre a organizac;ao da classe trabalhadora pela nova peda gogia da hegemonia se evidenciam des de os anos 1990, quando Partido dos Trabalhadores (PT) sofreu um transmutac;ao em um esquerda nova ou um esquerda para capital, conforme descreve Coelho (2005). Assim, em ambos os govemos de Lula verifica-se aprofundamento das diretrizes diretrizes dess a nova relac;a relac;ao o entr e Estado e soci edade civi civil, l, e a difusao da noc;ao de que a construc;ao construc;ao de uma agenda nacional de desenvolvimento desenvolvimento s6 po de se dar por meio de urn dialogo social. Esse ideario e norteador das ac;6es do Conselho de Desenvolvimento Economico e Social (CDES), 6rgao criado
FUNDAMENTOS HISTORICOS DA F O R M A ~ A o / A T U A < ; : A o DOS INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA
Ao Conselho de Desenvolvimento E conomic o e Social compet e assessorar assessorar Presidente da Republica na formulaC;ao de polfticas e diretrizes especificas, voltadas ao desenvolvimento economico e social, produzindo indicac;oes normativas, propostas polfticas e acordos de procedimento, e apreciar pro postas de polfticas publicas e de reform as estruturais e de desenvolvimento economico e social que Ihe sejam submetidas pelo Presidente da Republica, co vistas na articulaC;ao das relac;oes de governo co representantes da sociedade civil organizada e no concerto entre os diversos setores da socie dade nele representados. (BRASIL, 2003a)
novo contrato social, qual se pressup6e seja firmado firmado pela negoci negoci ac;a ac;ao o equilibrada entre trabalhadores e empresarios, entre repre sentantes de interesses das massas empobreci das e das elites economicas, deve ser capaz de estender
cidadania
todos os brasileiros, por meio da
"desprivatizac;ao do Estado" e do acesso ao consumo. Esse foi contexto de implementac;ao do projeto de lei apresentado ao Senado em de ju nh de 2004 (Projeto de Lei da Camara nO 10 - Substitutivo) Substitutivo) e aprov ado em 30 de dezembro do mesmo ana (Lei nO 11.079), que institui normas gerais para licitac;ao e contratac;ao de parceria publico-privada publico-privada no ambito da ad ministrac;ao publica, aprofundando a reforma da aparelhagem estatal se gundo as diretrize diretrizess hegemo nicas (BRASIL, 2004). No redesenho de um direita direita pa ra social e de um esquerda para capital, modelo de democracia brasileiro brasileiro vem-se aproximando, nos anos 2000, do modelo de articulac;ao da disputa polftica e representac;ao de in teresses de tipo americano, caracterizado por partidos sem definic;ao definic;ao ideol 6 gica, que atuam como frentes de grupos corporativos, defendendo, na pra tica, mesmo projeto de sociedade. Para isso, a nova pedagogia da hege monia vern tambern estimulando praticas como sindicalismo de resulta dos, num imbricamento entre os restritos interesses corporativos, particu lares, de determinadas categorias profissionais e os interesses mais am pios pi os de manutenc;ao da ordem social capitalista: risco de consolidaC;ao dessa hegemonia neoliberal I .. J Itoma-seJ evidente na tendencia, hoje dominante entre n6s, no sentido de reduzir a disputa urn bipartidarismo de fato, ainda que nao formal, centrado na alternancia de poder entre urn bloco Iiderado pelo PT e outro pelo PSDB, que
polftica
A D l R E I T ~ P ~ R A O S O C l A L £ A E S Q U E R O ~ P A R A O C A P l T A L : I N T E L £ C T U A I S O A N O V ~ P E O A G O G I A O A H E G E M O N I A N 0 1 l R A S I L
"blindar" a economia, ou seia, em reduzlr a um questao "tecnica" e nao polftica a d e f i n i ~ a o daquilo qu verdadeiramente interessa ao conjunto da popula¢o brasileira. (COUTINHO, 200Gb, p. 193)
Nesse contexto, a proliferac;ao dos novos movlmentos sociais defense res de interesses a.specificos, a repolitizac;ao dos aparelhos privados de hegemonia da c1asse trabalhadora e trabalho de formac;ao de um nova cultura civlca civlca afinada c om os valores neoliberais pela midia, midia, pe la escola e pelas igrejas promoveram urn remodelarnento da dinamica da sociedade civil. Esse processo de conformac;ao dos intelectuais (individuals e coleti vos) no c o t i d i ~ o , mediante estrategias de cooptac;ao variadas e de repeti c;ao em diferelltes linguagens do modo de pensar, senUr e agir, qu agrega favor do capital na contemporaneidade e permitindo que as poUticas vol tadas area social se alinhem ao principios da privatizac;ao, descen tralizac;ao, focalizac;ao e fragmentac;ao. (NEVES, 2005). construc;ao de um concepc;ao de mun<;lo adequada ao contexto do novo imperialism6 no Brasil vern, porlanto, demandando c1asse dirigen te/dorninante a formac;ao de um nova camada intelectual via um esco larizac;ao e um formac;ao polftica renovadas. Desse modo,.a construc;ao de um nova sociabilidade pautada na parUcipac;ao parUcipac;ao como colaborac;ao de todos em prol de um harmonia social vem-se dand o sob a batuta do Esta do educador, em duas frentes fundamentais: a educac;ao politica, difundi da pela crescente atuac;ao social empresarial no pais, e a educac;ao esco lar das novas gerac;6es de trabalhadores e ddadaos brasileiros. No que se refere e d u c a ~ i i o politica, processo de recomposic;ao da hegemonia burguesa no Brasil Brasil foi criado em 19870 Pensamento Nadona das Bases Ernpresariais (PNBE), organismo portador de novas tendencias e perspectivas a partir da difusao· da coricepc;ao polftica de· que "s6 M espac;o para saidas negociadas": ... os primeiros passoS em tomo da "democracia dial6gica" e de v a l o r i z a ~ a o e l a convi: ~ a o c a p i t a l de novos "ammjos democraticos", em que a r e l a ~ a o c a p i t a l - t r a b a l h o r foi assumir novas s i g n i f i c a ~ 6 e s , foram dados no Brasil, ainda que dada embrionariamente, a partir dessas e x p e r i ~ n c i a s em sintonia com as t e n d ~ n c i
FUNOAM£NTOS HISTORJcos OA FORMAc;iAtAnJAt;:AO DOS INTEI..£CTUAIS OANOVA PEOAGOGIA OA HEGEMONIA
Os debates oconidos na diferentes arenas poUticas poUticas do pals a lnda na primeira metade dos anos 1990 ja apontavam diagn6stico e as solu<;6es para os prOblemas prOblemas nacionais conforme essa concepc;ao. As discuss6es pre sentes no F6rum Nacional, realizado em janeiro de 1990 no BNDFS, trans formado no livro As perspectivas do Brasil e novo gaverno, expressam 0 processo de recuperac;ao da hegemonia burguesa de perfil liberal-social . Organizado Organizado pelo Senado federal para fazer urn balanc;o balanc;o dos anos p6s-dita p6s-dita toriais toriais e p ara apontar os principais principais elementos do projeto societario para decada seguinte, F6rum ilustra processo de construc;ao de consenso em tome das ideias responsaveis pela abertura de espac;o para pleno desenvolvimento do neoliberalismo no pais: "A cada reuniao do F6rum, menor volume de preconceito ideol6gico ideol6gico nas principals principals correntes. Por se govemado pela direita que, na verdade, problema do Brasil na (centro) ou pela esquerda. na ser desestabilizado pelo radicalismo da esquerda, ou peto reacionarismo e c1ientelismo da centro-direita_" (VELLOSO, p. conse nso ali produzid foi de que era preciso romper cp as dou trinas "radicais" de direita e de esquerda, b usca r inserc;ao inserc;ao competitiv na economia mundial, priorizar combate nflac;Ao por meio GOS ajustes fiscai fiscaiss e reformar a aparelhage m estatal a partir das privatizaC;6esprivatizaC;6es- como meios para novo projeto de desenvolvimento brasileiro, qt.fe deveria ter como fim "0 compromisso com as classes de renda baixa (no aspecto econOmico-sociaI) e a formac;ao de um ampla coalizao social dirigente (incluindo expressivos contingentes das classes trabalhadoras e segmen tos sindicais, linha politica)" (VELLOSO, 1990, p. 37); criac;ao Associac;ao Brasileira de Empresarios para a Cidadania (Cives), em 1990, ancorava esse movimento. Com forte presenc;a de parti cipantes do PNBE,.tal organizac;ao empresarial surgiu para redirecionar projeto polftico polftico da esquer da tirasile tirasileira, ira, mais diretame nte do PT, no sentido do "entendimento nacional", em detrimento da luta de classes e do hori zonte sodalista (MARTINS, 2005). relac;ao. ao. Estado-s ociedade civil pautada na mosofia da colabo t r a b a l h o nova relac; rac;ao fdi. cataHsada cataHsada pelo Programa Comunidade Solidaria, Solidaria, coor denado pela do pais Ruth Ruth Cardoso, Cardoso, fomentador de empresas e n t a ~ e primeira-dama n t a ~ .,
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PARA
SOCIAL
ESQUEROA PARA
CAPrr AI.: INTEL£CI1JAlS OIl. NOVA PEDAOOCllA Oil. H£GEMONL\ NO BRASIL
cladas ao Instituto Ethos, que se tornou urna organizac;ao empresarial "ci ,dada" internacional co assen to no Conselho Internacional do Pacto Glo bal criado em 2000 pela ONU para tomar mercado mundial mais huma no (ORGANIZAc;AO DAS NA<;6ES UNIDAS, 2000). Confonnava.:se, assim, um direita para social so b direc;a direc;ao o estatal einergiram d esse contexto contexto as organizac;6es organizac;6es socia ls (OS), no Brasil. T a m b ~ m einergiram criadas a de estfmulos fiscais Osenc;6es) para partilhar, por meio de parcerias, responsabilidades co a aparelhagem estatal nas areas de Edu cac;ao, Saudee A s s i s t ~ n c i a Social. Essa nova arquitetura da sociedade ci vil conformou "um associativismo prestador de servic;os sociais de 'inte resse publico',J}m oposic;ao ao associativismo majoritariamente reivin dicativo dos anos 1980". (NEVES, 2005, p. 95) impacto impacto desse processo de repolitizac;ao da politica politica pod e se r rnedi vertiginoso das novas as ao longo das duas Ultimas do pelo cres cimento vertiginoso d ~ c a d a s d no ~ c a pais. d a s Em 2005, eram 338.162 as fundac;6es privadas e associa c;6es sem fins lucrativos (Fasfil) cadastradas no Brasil (BRASIL, 2006c). Entre 1996 2005, as Fasfil cresceram 215,1%. Esse. Esse. crescimento represen tou q u a s e t r ~ s vezes a media de cresc imentod e todos todos os demals gruposde en6dades, p(Iblicas e privadas, existentes -no Cadastro Central de Empre sas (Cempre). Ainda de acordo com os dados de 2005, as Fasfil emprega yam 1,7 milhao de pessoas como trabalhadores assalariados. As entidades que atuam na area de Educac;ao e Pesquisa, que repre sentavam 5,9% do total das Fasfil em 2005, empregavam 29,8% do total de trabalhadores, e somente as cerca de 2 mil, universidades ou faculdades faculdades (menos de l%das Fasfil) empregavam 239,7 mil trabalhadores (14% do total de trabalhadores nessas organizac;6es), indicando potencial de contratac;ao da area, criadora de posios posios de trabalho trabalho pennead os pela 16gi voluntariado, do, que assu me a forma pe rversa da subcontratac;ao, subcontratac;ao, sub sub ca do voluntaria mete ndo os empregados a relac;6 relac;6es es de trabalho precarizadas. Assim e que, dentre as entidades criadas entre 2001 e 2004, 90,20/0 na possulam ne nhum empregado formalizado, tendencia que se ampliou para 96,1% da quelas criadas em 2005. Trabalhadores infonnais, esses intelectuais sao a um 56 tempo formados segundo os preceitos da nova pedagogia da hegemonia e responsaveis pela difusao desses preceitos, indicando a ex
F U N O A M £ N T O S H I S T 6 R J c o s 0 A ~ A n J A c A o o o sF U 1NTEL£CJlfA:/SDANOVA N O A M £ N T O S H I S T 6 Pf'.IlAGOGIADAHEGDIONIA R J c o s 0 A ~ A n J A c A o o o s
do na amenizac;ao das desigualdades sociais, dando centralidade as me
tas e linhas de ac;ao definidas para a America Latina pela Unesco, Cepal e Programa das Nac;6es Unidas para Desenvolvime Desenvolvimento nto (Pnud) firmadas alnda no governo Itamar Franco, Franco, no Plano Decenal de Educac;ao para To dos (1994), de acordo com as quais as desigualdades sociais estariam funda da na distribuic;ao dispar das oportunidades educacionais, enquanto e s t r a t ~ g i a de abrandamento da m i s ~ r i a e desenvolvimento econornico se basearia na reestruturac;ao da gesta o educaciOftal na difusao do acesso a educac;ao e na fonnac;ao da cidadania para desenvolvimento, desenvolvimento, median te acordos entre Estado, instituic;6es privadas e organismos financiadores externos (MELO, 1998). Ao final dos anos 1980 e infcio da decada de 1990, tais organism os internacionais difundiram um diagn6stico de crise na educac;ao escolar nos paises latino-americanos, a partir: a) da revoluc;ao tecnol6gica qu demandaria novas qualificac;6es bAsicas do trabalhador; b) da nece,ssida redefini ni.c; .c;ao ao dosr ecur sos destinados a ,escola publica diante dacrise de de redefi burocr: d o ~ p r 6 p r i o a p a r e l t i o d burocr:atico o ~ p r 6 p r atico i o a p a estata r e l t i o l; c) da ampliac;ao do setorinfonnal do chamado Terceiro Setor, exigindo dessa escola a preparac;ao para os novos perfis profissionalse para novas formas de participac;ao poUtica. debate em torno da escola pubiica Crente as demandas por novas qualifi cac;6es cac;6es e por uma nova cidadania subsidiou subsidiou refonnas educa cionals na re "qualidade" d a educac;ao cons giao, guiadas pelo projeto de rnelhoria da "qualidade" trufdo no ambito dos organismos financeiros intemacionais e da Unesco e consolidado co apoio dos dirigentes dirigentes nacionals. nacionals. A concepc;ao concepc;ao de q ue educac;ao escolar publica e fator primordial na soluc;ao dos problemas socioeconomic os vem confonna ndo, assim, nos anos 1990 2000, os pai ses perifericos a um projeto subsidiario ao desenvolvimento do grande capital. capital. Como assinala Wolf em publicac;ao do BID do final dos anos 1990, a educac;ao e entendida como essencial conservac;ao das relac;6es soci als capitalistas contempora neas por conjugar a conformac; conformac;ao ao poHtica poHtica e eco nomic a da s futuras gerac;6es: gerac;6es: rundamental para os desenvolvimentos econ6mico. social e e d u c a ~ a o estabilidade politica, a identidade nacio cultural, para ndo mencionarmos a estabilidade
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DIREITA PARA
SOCIAL
ESQUERDA PARA
CAPITAL: INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
perspectiva, a, caberia educac;ao basica preparo De acordo co m est a perspectiv do novo intelectual para a incorporac;ao e manejo das novas tecnologias como estrategia de superac;ao do quadro de submissao econ6mica intema cional do pais. Destaca-se, ainda, papel da educac;ao das massas traba lhadoras na sua conformac;ao etico-politica. Nesse sen ti do, es sa concepc;ao concepc; ao de educac;ao escolar se volta para a obtenc;ao de maior eficiencia na repro duc;ao das habilidades e personalidades requeridas pelo capitalismo. No Brasil, a chamada gestao da qualidade assumiu a dianteira nas novas novas politicas educacionais implantadas durant e os dois m andatos presi presi denciais de FHC, articulada a noc;oes de eficiencia administrativa, moder nizac;ao, racionalizac;ao de gastos, planejamento e controle da comunida de nas questoes internas escola, em consonancia com as diretrizes ge rais importadas dos sistemas gerenciais privados para as reformas estrutu rais da aparelhagem estata (MELO, 2003). Estes novos mecanismos de gestao da educac;ao escolar tiveram impacto positivo nos indices de in gresso e conclusao nas series basicas das escolas publicas brasileira brasileiras, s, que sofreram aumentos significativos no periodo. Segundo dados do Ministerio 2001, no ensino fundamental e no ensino da Educac;ao (MEC), de 1994 medio regular, respectivamente, numero de matrfculas subiu em 11 % e indice de concluintes aumentou em 670/0 102%. A matricula em 71 %, no ensino m edio supletiv supletivo, o, entre 1995 2000, sofreu estrondoso estrondoso aument indice de concluintes chegou a crescer em 39S% (BRASIL, de 195% 2001). 2001). Nesse N esse senti do, [a escola torna-se rnais irnediatarnente interessada, ou seja, rnuito rnais prag rniltica. Ela se lirnita, ern nfvel cognitivo, a desenvolver habilidades que, ern graus diversos, apequenarn a atividade criadora das novas gerac;6es. Ela, ernbora ja integre urn contingente rnais expressivo da c1asse trabalhadora, faz de rnodo a inviabilizar a construc;ao de uma crftica as relac;6es de explora c;ao e de dorninac;ao a que esta subrnetida. (NEVES, 2008b, p. 367)
Estado assume, assim, cada vez mais fortemente a tarefa educado ra da classe trabalhadora para a nova cidadania capitalista neoliberal. Nesse contexto, contexto, as escolas tern papel fundamental e, num pais tao grande e com tamanhas diferenc;as regionais como Brasil, os programas escola
FUNDAMENTOS HISTORICOS DA FORMA<;AO/ATUA<;A DOS INTELECTUAIS DANOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA
avaliac;ao nacional, desenvolver cursos de treinamento para os formuladores de polfticas publicas e para pessoal de agencia sobre que funciona e que nao funciona e como implementar reformas reformas [ ... [Para incentivar essa metal Banco colocara a disposic;ao ex-ministros de educac;ao e outros funcionarios de alto-escalao, estudos detalhados de casos de pafses co experiencias bem-sucedidas, bem-sucedidas, urn website que caracteriza pesquisa global em reforma de educac;ao .. [Relativo a provedores fora do governol Banco criara urn intercambio de informac;6es via Internet, enfatizando as oportuni dades de investimento em educac;ao em pafses-c1ientes. (BANCO MUNDIAL, 1999, apud SIQUEIRA, 2000, p. 6)
perfil dos professores das novas gerac;oes vem-se remodelando, na medida em que se tornam primordialmente graduados em nivel superior. indice de escolaridade dos professores varia conforme segmento em possivel observar urn aumen to de docentes com forma que atuam, mas e possivel c;ao superior e licenciatura atuando na pre-escola. No entanto, e muito baixa no Brasil a media de professores ate a 4 serie (atual 5° ano) do ensino fundamental com capacitac;ao em nivel de p6s-graduac;ao p6s-graduac;ao (consi derando especializac;ao, mestrado e doutorado). Considerando-se apenas mestrado e doutorado, a quantidade de professores com este grau de for mac;ao nao chega a serie; 2%, para os para os professores at a professores ate a sa, 5%, para os professores ate a 3 serie do ensino medio (BRASIL, 2003b) 2003b).. Dados mais recent es reafirmam q ue cer ca de dois terc;o terc;oss dos professo res da educac;ao educac;ao basica (ensinos fundamental e medi o) poss uem graduac graduac;ao ;ao com licenciatura e que a grande maioria nao possui educQ(;ao bdsi p6s-graduac;ao. p6s-graduac;ao. Ainda, Ainda, c erc de um ten;o dos professores da educQ(;ao Pedagogia/Cil2ncias ias da ca com formQ(;ao superior proveniente da drea de Pedagogia/Cil2nc Educac;ao (BRASIL, 2007), que torna es sa area um referencia importan te para maior detalhamento do perfil docente da infancia e juventude bra sileiras nos padroes expressos pela nova pedagogia da hegemonia. Na medida em que a educac;ao escolar assume papel central na for mac;ao e difusao de uma nova identidade politica fornecedora das bases para a cultura civica, a coesao social e a relac;ao entre dirigentes e dirigi dos, que sustentam capitalismo contemporaneo, script sobre qual ela
DlRElTA PARA
SOCIAl.. EA ESQUERtl.\ PARA
CAPllAL: INTEI.£CTUAiS
tl.\ NOVAPEDAOOGIA tl.\ HEGEMONIA NO BRASIl.
compet6ncias fol propos o no sentido de garantir a adaptac;ao dos novos homens instaveis condic;6es condic;6es socials e profissionais qu marcam infcio desse miI6nfo. miI6nfo. Contudo, a de speito da 6nfase no conhecimento, na ci6n cia e na tecnoiogia, estas nao sao quest6es prioritarias nas propostas para a educac;ao bAsica bAsica brasileira na atualidade. Ao contrArio, novo homem trabalhar e ( c o n ) v i v ~ r , de acordo co projeto educacional da Terceira Via, deve se formado psicoI6gica e socioafetivamente de acordo co as seguintes compet6ncias: "( ... saber agir e reagir co pertin6ncia; ,saber combinar os recursos e mobiliza-Ios num contexto; saber transferir, transferir, sabe aprender e aprender a aprender; saber se engajar. Portanto, sao as capaci ordemA'sicol6gica, muito mals que as de ordem tecnica, aquelas dades de ordemA'sicol6gica, intensamente soficitadas." (RAMOS, 2001, p. 249-250) A noc;ao de compet6ncia extrapolou a educac;ao basica, influenciando profundamente as areas voltadas voltadas formac;ao profissional no Brasil do se culo XXI. Ao mesmo tempo em que se moldou no pais urn novo "sistema nacional" de tecnico-profissional, centros formadores e es colas tecnicas passaram a se responsaoilizar pa emitir certificados de com pet6ncia aos trabciJhadcires, "flexibilizando".a formac;ao tecnica (leia-se encUrtando ou favorecendo favorecendo modalidades de educac;ao distancia) e refor refor c;an c;ando do comportament os etico-pollticosadequados ao consenso e coesao social necessArios reproduc;ao do capitalismo capitalismo contempor aneo. Nos go vemos Lula, Lula, aprofundara m-se as diretrizes educacion ais instituidas por seu antecessor para alarga mento e ampliac;ao ampliac;ao dos nfveis de formac;ao para trabalho simples, expressos nas polfticas de alfabetizac;ao, combate re provac;ao provac;ao e refor mulac;ao da educac;ao profissional, co vistas a fortalecer a preparac;ao de "capital "capital humano" par estagio atual de racionalizac;ao do processo de produc;ao da exist6ncia na periferia do capitalismo, bern como aprimorar a formac;ao de um cidadania adequada ao modelo de sociabilidade neoliberal da Terceira Via. A reforma da educac;ao tecnol6gica, empreendida no primeiro gover no Lula, materializou-se na inscric inscric;ao ;ao,, no ambi to da instituic;6es instituic;6es federais . de educac;ao tecnol6gica, do Programa de Integrac;ao da Educac;ao P r o f i s ~ sional ao EnSino Medio ria Modalidade de Educac;ao de Jovens e Actultos, na instituic;ao, no ambito federal, do Programa Nacional-de Integrac;ao da
2 r u N D A M £ N I ' O S H I s r 6 R I c o s t l . \ F O R ~ A T I . I A < ; A o O O S I / i l T E L E C T U A l S t l . \ N O V A P F . D A O O G I A t l . \ H E G E M O N I A
Nesse processo de recuperac;ao da educac;ao lecnol6gica de nfvel medio, pouco a pouco, a lula de segmentos da sociedade brasileira pela manuten c;ao de uma educac;ao tecnol6gica-de nfvel medio integrado, como contribui c;ao importanle para a transfonnac;ao das relac;6es socials vigentes, val se dlluindo, e parle significativa desses segmenlos val assimilando essas pro poslas de cunho reformista que inlegram, de fonna submissa, segmentos socials populares ao projeto social e de sociabiI\dade das classes dominan tes. (NEVES; PRONKO, 2008, p. 81) No qu tange ao trabalho complexo, a reform da educac;ao superior, expre ssa a consolidac;ao consolidac;ao do esforc esforc;o ;o empreen dido p or quase duas decadas pela burguesia de servic;os no campo da Educac; Educac;ao, ao, par a dissociar ensino, pesqui sa e extensao - vocac; vocac;ao ao indissociavel indissociavel da universidade brasileira segu ndo a Constitu Constituic;a ic;ao o Federal de 1988. 1988. A no va LOB ia havia delineado um diversificac;ao de instituic;6es de ensinosuperior estabelecidas pelo govemo FHC por mei o dos Decr etos nO'2.207 nO'2.207 e 2.306 (BRASIL, 1997a, 1997b), que regulamentaram Sistema Federal de Ensino. Ensino. Nesse contexto, ••• as instituic;6es nao-universitarias, majoritariamente privadas, passaram a ser denominadas de centros universllarios, faculdades integradas, faculda des, Institutos e escolas superiores, viabitizando urn modelo de educac;ao educac;ao superior pretendido por setores conservadores da sociedadedesde DS anos 1980, miucado pela "flexibilizac;a.o" das instituiC;6es e s c o l a r e ~ . e es c pela o l a r e ~ divisao . entre instituic;oes produtoras de conhecimento e instituic;oesformadoras para mercado de trabalho (NEVES; PRONKO, 2008, p. 63).
Em versoes mais recentes, essa diversificac;ao das instituic;6es superio res tecnol6gicas e cientificas e de alta cultura vem sendo feita por meio de su classifidac;ao e'm faculdades, cenlros universitarios e universidades (Decreto n.0 5.773/2006). Essa abertura oferta publica e privada de vagas em instituic;6es formadoras para trabalho complexo, em qu ensino e pesquisa encontram-se dissociados, restringe a formac;ao tecnica e etico de
monopolista. Esse movimento e complementado pela implementac;ao de novos cur s os de menor durac;ao (bacharelados interdisciplinares e gradua c;6es tecnol6gicas) de cursos superiores de eclucac;ao a distancia. Nao e estranho qu os professores do ensino superior de graduac;ao venham registrando aumento constante em se n{vel de qualificac;ao na
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DIREII'APARA
SOCIAl. EA ESQUFRDAPARA OCAPflAL: IHTF.\.EC'nIAJS DA NrNA PEDAOOGIA DA Il£Cl£IoIOIiIIA NO BRASIL
estabelecimentos isolados de ~ n s i n o (BRASIL, 2003b). T ~ i s docentes sao responsaveis pela forma<;ao em cursos de gradua<;ao presenciais de urn conUngente de 4.879.675 matriculados em 2007. Correspondem a 63% as matriculas na areas gerais de Educa<;ao; Humanidades e Artes; C i ~ n c i a s Sociais, Neg6cios e Direito; e Saude e Bem-Estar Social, areas diretamen te infiuenciadas peIfs teorlas voltadas a explica<;ao e a interven<;ao na reali dade social c ontemporAnea. Com rela<;ao rela<;ao a distribuic; distribuic;ao ao dos c ursos de gradua<;ao gradua<;ao presencia is no Brasil Brasil do total de 23.488 cursos, cursos, percebe-se que essas essas areas gera is concenlTam cursos (BRASIL, 2007).
um
percentual,
ainda
maior, de 73,4% dos
Principalmente os docent es formados pelos programas de p6s-gradua C i ~ n c i a s J S o c i a i s C do i ~ n pais, c i a s J S mas o c i a na i s s6 eles, continuam sendo edu cados para que evitem· temas c omo rela<,;oes de antagonismo e trans or mac;6es hist6rlcas, refor<;ando movimento cujas origens remontam aos anos 1970. Isso significa significa qu <;ao em
Os aspectos da c i ~ n c i a social que nao estao diretamente orientados no sen lid o de consagrar a ordem social estao preocupados co as tecnicas de . adrninistra-Ia. Oferecern tre inament o profissiona l para futuros pesquisado res, de rnercado,administradores de pessoal, planejadores de investimentos etc. 'fudolsso em nome da neutralidade da ciencia social. (BLACKBURN; ROBIN, apud IANNI, 1976, p. 31)
Ao mesmo tempo em que manteve as linhas de financiamento para estudos sobre dinamica popuiacional e urbaniza<;ao, a Funda<;ao Ford co me<;ou aredefinir sua agenda, nos anos'1990, passand o a incentivar de senvolvimentode estudos e pesquisas voltados para tematicas mais con cementes ao novo imperialismo e sua nova forma de fazer polltica, tais como: woman's studies, relac;oes oes internacionais, recursos e meio a mbien studies, relac; te, direitos humanos e jusU<;a social. Segundo Micelli{I993, p. 82):
... taisiniciativas revelam urn empenho em identificar nichos e s t r a h ~ g i c o s para investimento onde se pudessem concentrar recurs()s capazes de a1avancar uma area de estudos, pesquisas e treinamento que constituisse, ao rnesmo tempo, uma frente de rnilitlincia e de i n t e r v e n ~ a o tecnicamente como, petente nos dominios adequados de politic a publica. Ern outras palavras, essas areas de c i ~ n c i a social aplicada propidam a conciliac;ao entre metas
fllNOAMEHTOS H t s T 6 I u c o s D A ~ A n l A l ; A o D O S I N T D E . C T U A l S
DANrNA PEDAOOGIA DAHECEMONIA
estatal de governos diversos e em difere ntes organismo da sociedade ci vil, contribuiram para da organicidade a forma<;ao tecnica e etico-polf Uca para trabalho simples e complexo no Brasil contemporAneo, em conforrnidade co a concep<;ao dominante de mundo. Contrlbuiram tambem para a prepara<;ao de novos intelectuais qu deverao atuar na crla<;ao de urn novo senso comum, reforc;ando surgi mento de subjeUvidades subjeUvidades coleUvas coleUvas nec ess ana s a consolida<; consolida<;ao ao da sociabi idade burguesa que p assou a ser exigida exigida em Ambito mundial no infcio do seculo XXI.
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Fundamentos te6ricos da f o r m a ¢ o / a t u a ~ a o dos intelectuais da nova pedagogia da hegemonia Andre Silva Martins; Daniela Mottade Oliveira; LUcia Maria
Wanderley Neves; Marcelo Paula de Melo; Marco Antonio Caroalho Santos
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Esta se<;ao tern por finalidade analisar os fundamentos te6ricos qu sustentam 0 projeto neoliberal da Terceira Vi no Brasil e qu alicer<;am forma<;ao e a atua<;ao dos intelectuais organicos da nova pedagogia da hegemonia a partir dos anos finais do seculo XX anos iniciais deste novo seculo. Esses fundamentos te6ricos tern um hist6ria. Alias, um longa hist6ria, que percorre quase todo 0 seculo XX. Em diferentes diferentes momento s foram anun ciados, de maneiras diversas, 0 fim de um epoca e, sucessivamente, 0 surgimento de urn novo mundo. Durante a Primeira Guerra Mundial, em .1918, por exernplo, ofil6sofo aIeinao Oswald Spengler (1964) publicou 0 livro A decadencia do Ocidente proclamando 0 tim da c;iviliza<;ao ocidental. Cerca de quatro dec adas depois, em um rase de prosperidade capitalista capitalista e de apatia poUtica nos paises do capitalismo central, mais exatamente em 1959, 0 soci610go estadunidense Charles Wright Mills, na obra I m a g i n a ~ { i o socio/6gica (MILLS, 1975), anunciou 0 fim daEra Modema advento de urn perfodo hist6rico denominado de p6s-modemo. Neste, tanto 0 pensador liberal liberal Joh n Stuart Mill como 0 fil6sofocomunist Karl Marx estariamigual mente ultrapassados, po rque "a s condi<; condi<;6es 6es da harmonia social se encontra em
de
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fora mais um vez posta em pnitica ... e) nada de muito melhor er prova
A D l R E i r A P A R A O S O C l A L E A E S Q U E R D A P A R A O C A P r r A L : l N T E l . E c r u A l S D A ~ A P E O A O O G I A . D A H E G E M O N I A N O B R A S I I .
3 F U N D A M I ! H l ' O S T ' f . 6 R I c o s D A I ' aT ! ' ~ f A . T 6 U R A I c c A o o s D D O A S I I ' N a T! E ~ L A E T C U T A I c J A A o I D S O D S A I N N C T NE A L P E E C D T A I O J O A O I I S A D D A f N . C 1 N I f X l F . M O N I A I f X l F . M O N I A
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_ ,itava.,que, em urn mundo poUtico-tecnol6gico como de en tao, a proprie determinante do poder 4 . ~ d e havia perdido gradualmente sua for«;a como determinante e a t e m e s m o da riqueza efetiva. Para eIe, "em todas as sociedades moder .nas;'acapacita«;ao tecnica passou a se mais importante do que a heran determinante da ocupa«;ao, e poder politico tern mais impor ~ a , como determinante tancia qu e 0 econoItlico" (BELL, 1980, p. 323). Essas transforma«;oes, para ele, esvaziaram de sentido as classes sociais e exauriram as ideologias qu emergiram no seculo XIX. Desse modo, os intelectuais mais jovens, parte, passaram a encontrar na ciencia, na expressao artfstica artfstica e em bo parte, academica suas formas de expressao, abandona ndo os valore valore na vida academica paixOes pela politica. Seg undo Bell (1980, p. 328), "0 fim qu moviam s u ~ ¥ paixOes ideologia encerra, intelectualmente, a era das f6rmulas facets facets sugeridas da ideologia pela esquerda para a t r a n s f o n n a ~ a o social. [ .. Essa er consistiu no} fim da ret6rica, e dos ret6ricos; de 'atos revolucionarios'[ ... }." A ideia da chegada de urn novo mundo ganhou difusao mais ampla a partir dos anos 1910, com as teorias'do soci610go frances de esquerda nao marxista Alain Tourai ne,que ,ao'la do do conservador estadunidense Dani Daniel el adventoda advent oda "sociedade p6s-industrial" e da "p6s Bell, anunciou modemidade". Esse enunciado ganhou for«;a a partir da crise capitalista dos anos 1910 da consolidac;ao ri1Undial do neoliberalismo como ideario'e pratica social hegemonicos (ANDERSON, 1999). Por apresentarem, de modo mais sistematico, sistematico, elementos da estrutura e da dinamica da nova sociedade, sociedade, tais obras podem ser consideradas precursoras da formulac;ao das ideias qu fundamentaram 0 projeto politico da Terceira Via e, conseqGentemen te, da nova pedagogia da hegemonia. Com efeito, em 1969, ainda no calor dos conflitos sociais de maio de 1968, Alain Touraine publicou sociedade sociedade p6s-industria/ (TOURAINE, 1973). 0, autor denominou a socied ade de p6s-industrial p6s-industrial devido devido distfmcia que a separa das sociedades industriais que aprecederam e que a ela se mes clam tanto sob a forma socialista como sob a forma capitalista. A socieda de p6s-industrial poderia se denominada, tambem de' "sociedade "sociedade tecnocratica", se a intenc;ao fosse designa-la quanto ao poder q ue a domi domi na, ou mesmo de "sociedade programada", se a finalidade fosse conside, rar a natureza de seu modo de p r o d u ~ a 6 de sua organizac;ao organizac;ao economica
detenninar a hierarquia social e, co isso, as universidades ampliariarn su importancia poUtico-ideol6gica. A sociedade p6s-industrial tambem se caracteriz aria pela s transf transform orma«; a«;Oes Oes profundas nas rela«;Oes de domina tornar-se-ia mais 11Ul «;ao. Para Touraine, nesse novo tipo' de sociedade tornar-se-ia falar de aliena«;ao do que de explora«;ao, ja qu 0 primeiro termo define um rela«;ao social, enquanto segundo, um rela¢o economica. Os con flit flitos os sociais formados nesta nova s ocieda de MO seriam da mesma natu reza dos que se formaram l1a sociedade anterior: "A oposi«;ao se darla menos e ntre capital e trabalho do qu entre os aparatos de decisao econ6 mica e poUtica e aqueles qu estao submetidos a um participa«;ao de pendente" (TOURAINE, 1913, p. II traduc;ao nossa). Embora as ideias difundidas por Daniel Bell em fim da ide%gia ja o credenciassem como precursor da fonnula«;ao e difusao da nova peda gogia da hegemonia, seu passaporte definitivo a esse posto foi adquirido , com a p u b l i c a ~ a o p nos u b l i Estados c a ~ a o Unidos, noano de 1913, do livro advento da sociedade p6s-industria/ (BELL, 1911)1. Nesta obra, Bell anunciou que,
anos posteriores publica«;ao de obra,-a humanidade pre nos 30 senciaria 0 advento de um sociedade p6s-industrial, caracterizada po m u d a n ~ a s profundas na estrutura social. This mudan«;as oCorreriam em cinco dimensoes: na economia, economia, que passaria a ser baseada na p r o d u ~ a o de bens e servi«;os; na distribui«;ao ocupacional, quando passariam a se proeminentes as "classes" profissio profissional nal e te cnica e, c onseqGentemente, as e d u c a ~ a o superior; no principio axial, urna' vez o c u p a ~ O e s o qu c u p a exigissem ~ O e s que 0 conhecimento organizaria a nova sodedade para realizar a uniao Ventre ciencia. tecnologia tecnologia e ec onomia; no formato administrativo, adaptan do-o dire«;ao de sistemas de grande esc ala; e, por fim. no uso do conhe cimento cienUfico para especilicar formas operacionais reproduUveis. Para Bell, a socieciade p6s-industrial seria um sociedade do conhecimento, entendida c omo urn conj unto de rorrnul rorrnulac;o ac;oes es organizadas derat os ou idei as, transmitidos transmitidos a outras pesso as por intermedio de a lgum meio de cornu nica<;ao, de forma sistematica. A sociedade p6s-industrial seria co co mitanteJ'!lente um sociedade da tecnologia, que possibilitaria a p r o d u ~ a o de maiofvolume de bens com prec;os reduzidos; efetivaria um nova deli-
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nic;ao de racionalidade, urn novo modo de pensar e, assim, novo tipo de educac;ao educac;ao escolar; e ainda perrnitiria perrnitiria estabelecimento de novas percep C;Oes esteticas co aiteraC;Oes radicais no espac;o e no tempo e mudanc;as substanciais na sensibilidade. Bell ressaltou, ainda, qu poder nessas sociedades estaria nas maos dos cientistas, qu passariam a agir politica mente, ou seja, assutniriam a direc;ao direc;ao dos governos. governos. Apesar da c o i n c i d ~ n c i a de concepc;ao da nova sociedade e da simul taneidade temporai da difusao das ideias desses dois autores, podem-se observar distintas em sua apresentac;ao. Enquanto Bell realc;ou as mudanc;as na arquitetura da sociedade, ou seja, na su estrutura social, social, Touraine enfatiz9!J as alteraC;Oes na sua dinfunica, dinfunica, dando especial relev ci natureza dos novos confUtos sociais. Simultaneamente ao surgimento de estudos sobre urn novo tipo de sociedade , comec;aram a figurar figurar no c enario mundial obras filos6f filos6ficas icas que anunciaram um nova era hist6rica, hist6rica, a p6s-modemidade qu tambem t ~ m influenciado, do ponto de vista episte mol6gico e etico-politico, etico-politico, a formac;ao formac;ao dos novos intele ctuais orgfulicos do projeto societario da burguesia mundi al para seculo XXI. . Wood (1999), tomando ·como objeto de analise a produc;ao produc;ao te6rica do qu denorninou de esquerda "p6s-modemista", ou seja, "uma vasta garna de t e n d ~ n c i a s intelectuais e politicas qu surgiram [a partir dos anos de refluxo do capitalismo contemporfuleo), incluindo 'p6s-marxismo' e 'p6s estruturalismo"'2 (WOOD, 1999, p. 11), efetivou urn levantamento dos seus temas mais importantes .Para .Para essa autora, os p6s-modernistas interessam se por linguagem, cultura e "discurso". Segundo os p6s-modernistas, "a sociedade nao simplesmente semelhante ci lingua. Ela a lingua" (WOOD, 1999, p. II grifos do autor} .Oexe mplo mais significa significativ tiv da epistemologia p6s-modemista e su concepc;ao de conhecim ento cientifico cientifico Ha um su posic;ao epistemol6gica de que. "0 conhecimento humanoe limitado por linguas, culturas e interesses particulares, e que a ciencia nao d eve nem pode aspirar a a preender ou aproximar-se de alguma realidade extema . comum" (WOOD, 1999, p. 12). Em do um conhecime nto 'totalizante' 'totalizante' e de valores valores 'universalistas' 'universalistas' incluindo incluindo as con
3 1 ' 1 . 1 " D A M E N r o S T E 6 R J c o s D A P < l I ~ A T t J A C \ O O O S I N " I ' E L E C T U A l S D A N O V A P E I l A O O G I A D A H E C i E M O N t A
cepc;Oes ocidentais de 'racionalidade', ideias gerais de igualdade igualdade (seja elas liberals liberals ou socialistas) e a concepc;ao marxista de emancipac;ao hu mana geral" (WOOD, 1999, p. 12). Para Wood (1999), principal fio que perpassa os prindpios p6s-mo dernos e a ~ n f a s e na natureza fragmentada do mundo e do conhecimento humano. Tal visao traz como c o n s e q ( i ~ n c i a s polfticas a constatac;ao de qu "nao pode haver base para a solidariedade e ac;ao coletiva fundamen tadas em uma 'identidade' social comum, um c1asse, em um e x p e r i ~ n cia comum, em interesses comuns" (WOOD, 1999, p. 13). Dessa forma, para a autora, autora, na perspectiva p6s-mode ma existiria existiria a impossibilidade impossibilidade qualquer politica Iibertadora Iibertadora bas ead em algum tipo de conhecimento ou visao.totalizantes: "A politica, [ .. ligando-se ao poder dominante de clas ses ou Estados e oposic;ao a eles, e exclufda, cedendo lugar a lutas frag mentarias de 'poUtica de identidades' ou mesmo ao pessoal como politi co" (WOOD, 1999, p. 13). Wood observou, ainda, que osp6s-modemistas negam a e x i s t ~ n c i a de estruturas e coneXoes estruturais, bern c()mo a pr6pria possibilidade de analise causal; .nao ha urn sistema social, co unidade s i s t ~ m i c a e leis dinfunicas pr6prias; ha apenas muitos e diferentes tipos de poder, opres sao, identidade e discurso. A negac;ao do processo hist6rico e de causali dades inteliglveis toma inviavel a ideia de escrever a hist6ria."0 maximo que podemos esperar em termos de ac;oes politicas, na atualidade, e urn born m1mer de resistencias particulares e separadas . Os p6s-moctemistas substituiram os sujeitos hist6ricos por novos protagonistas da ac;ao ac;ao socia l, "colocando a pratica intelectual no centro do universo social e pr\lmoven do os intelectu intelectuais ais - ou, mais precisamente, precisamente, os acadernicos - vanguarda da ac;ao hist6rica" (WOOD, 1999, p. 15). Analisando Analisando as contribui contribuic;oe c;oess do pe nsam ento p6s-m oderno pa ra en tendimento do mundo contemporaneo, Coelho (2005) reafirmou algumas autor, pensa t e n d ~ n c i a s ja apontadas nos paragrafos anteriores. Para p6s-modemoestaria baseado na "critica (ou simplesmente recusa) menlo p6s-modemoestaria .da racionalidade,do universal e da ideia de emancipac;ao" (COELHO, 2005, manifestam sob diferentes formulas:oes na p. 356)_ E'stas t r ~ s linhas obras de cada te6rico p6s-modemo.
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trata-se sempre de acordar do sonho "imperialista" da razAo e nli nlio o de de senvolver as potencialidades criticas desta mesma heranc;a cultural. Ao mes mo tempo que p6s-mOOernismo denuncia as rormas de racionalidadeas: sociadas as praticas de opressao e violencia, renuncia a possibilidade de compreender () desenvolvimento hist6rico dessas associac;6es atraves de investigac;6es inspiradas por outras modalidades de conhecimento racional (COELHO, 2005, p. 356) recusa ao universal:
[ .. ) e constru(da como rejeic;ao as categorias que expressam s(nteses s(nteses estruturantes como totalidade, modo de produc;ao, contexto, c\asse social. Para p6s-mOdemismo, tOOas estas noC;6es nao sao apenas inuteis, despro vidas de runC;lio diante da afirmac;ao da direrenc;a como novo paradigma, da pratica do dissenso, da radicalizac;ao da singularidade e do evento nao deduzivel [sic) de nenhuma estrutura ou sistema, da proliferac;ao dos jogos de Iinguagem. Elas tambem deveriam ser evitadas pelo risco que portam: todo universal universal ota1itario ...). (COELHO, 2005, p. 356) A rejei<;ao
ideia de emancipa<;ao:
lou sejal, a esperanc;a iluminista de que progresso do esc1arecimento pro porcionaria a resoluc;ao dos principals problemas da hurnanidade. hurnanidade. 0 senti mento p6s-mOOemo de que as utopias precisam ser rebaiXadas OU e l i m i n a ~ das, porque progresso, ao inves de bem-estar, responsavel por novas devastado ras tragedias. 0 futuro nao sera a1canc;ado por explosao, mas por implosao.. Em polltica, a emancipac;ao urn conceito em decomposic;ao, deve ser substitufda por praticas Iiberadoras dentro das regras dojogo da d e m o c r a ~ a formal. (COELHO, 2005, p. 356-357, grifo do autor) Tais proPbsi<;6es, aliadas ao pressupostos do liberalismo, tern contri bu{do decisivamente para subsidiar, nos an os de capitaUsmo neoliberal, no Brasil, projeto politico politico um esquerda nova, um esquerda bern comportada, qu Coelho (2005) denominou, de maneira bastantesagaz, de "uma esquerda para capital". Simultaneamente esse movimento da formac;ao de uma esquerda para capital, f o i ~ s e c o n s t r u i n d o um nova direita, "socialmente respon savel", defensora do capitaUsmo de face "humanizada" que, mantencio inalteradas as relac;6es sociais capitalistas de explora<;ao e de domina<;ao
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O R M A 9 - t V A T U A ~ O
DOS INm.£CTlJAlS DA NOVA PEDAOOGIA DA HEGEMONIA
praticas poUtico-ldeol6gicas do inteleetuais orgAnic os da nova pedagogia da hegemonla os fundamentos do novo padrao de sociabUidade no Bra sil contemporAneo. Para analise dos fundamentos te6ricos te6ricos da nova pedagogla da hegemo nia, elencamos autores/obras que difun dem a no<;a no<;a de qu a atual fase do capitalismo se configura como urn mundo novo. Selecionamos nove te6ricos que, em diferentes areas do conhecimento,3 sa reconhecidos academca mente e subsidiam, de algum modo, essa posic;ao. sa eles: • Alain Touraine. p6s-socialismo, obra publicada na FranC;a em 1980 e, no Brasil, em 1988, pela Editora Brasiliense, co primeira reimpressao em 2004. E Um novo paradigma: para compreender mundo de hoje edi tada na FranC;a em 2005 e, no Brasil, pela Vozes, em 2006;. • Adam Schaff. A sociedade sociedade informat ica, texto escrito so encomenda para Clube de Roma em 1983 editado poreste organismo em 1985. Su primeira edic;ao no Brasil e de 1990 em 2001 ja se encontrava na oHava reimpressao; Robert Putnam. Comunidade e democracia: a e x p e r i ~ n c i a d a a Itatia e x p e r -Modema, obra p u b l i c a d ~ p nos Unidos em 1993, e, no Brasil, em u b l i Estados c a d ~ 1996, pela Fundac;ao Getulio Vargas, encontrando-se em 2008 em su quin-, ta edic;ao; Peter Drucker. A sociedade p6s-capitalista, livro editado no Estados Unidos e no Brasil, pela Pioneira, em 1993. Em 2002, ja estava na oitava ...
reimpressao.
Dos autores selecionados, seis tern fonna<;a fonna<;ao o sociol6gica, urn cornbin a es sa fonna<;ao fonna<;ao corn Direito, Direito, dois sao 1i16sofos, cornbinando urn corn Econornia e oulro corn Politica. Apenas urn e' cienlisla politico. Do total de autores selecionados, urn deles cidadao do rnundo - Edgar Edgar Mori Morin n - porque tern urna catedra Itlnerante da Unesco. Cinco tern o u Iiverarn a1gurn tipo de vinculo corn a America Latina e corn Brasil. Sete deles tern vinculo acadernico corn os Estados Unidos, rnesrno os que sao europeus. Apenas urn nao teve vinculo acadernico corn a Europa, ernbora fosse austriaco de nascirnento: Peter Drucker. Drucker. Para uma breve identifica<;ao desses autores, ver Anexo A deste livro.
• Crlado ern 1968,0 Clube de Rorna e ur na organiza<;ao organiza<;ao internacional que se propOe atuar "como catalisador de
de qualsquer interesses
econornlcos ou
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DlREIT PARA
SOCIAL
SQUERDA PARAO CAPITAL: INTfJ.E.CTUAlS 01. NOVA PEDAOOGIA.DA HEOEMONIANO BRASu.
• Boaventura de Sousa Santos. Pela ma de Alice, editado em Portu gal em 1995 e publicado no Brasil pela Cortez no mes mo ano, encontrav encontrava_ a_ d i ~ 2006; a o se na 11 e d i ~ a o e em A crltica da razao indolente: contra desperdiCio da e x p e n ~ n c i a (v. I), editado em Portugal em 2000 e publicado pela Cortez no mesmo an no Brasil, em 2005 ja se encontrava na quinta e d i ~ a o ; Reno. va a leona crltica treinventar a e m a n c i p a ~ a o social, coletAnea de confe r ~ n c i a s proferidas em Buenos Aire em 2005 e publicadas no Brasil pela Boitempo em 2007, leve su primeira reimpressao em 2009; organizador da obra DemocratiZara democracia: caminhos da democraci a participat/va, publicado primeiro no Brasil, pela C i v i l i z a ~ a o Brasileira, em 2002, lan<;;a do em Portugal.em 2003, encontrava-se esgotado em 2009. A gramatica do tempo: para um nova cultura politica, publicado em Portugal em 2006 e, no Brasil, pela Cortez, no mesmo ano; • Manuel Castells. A era da i n f o r m a ~ d o : i economia, n f o r m a ~ d o : sociedade cultu volumes. 0 volume I, Sociedade em rede; editado nos Estados ra, em Unidos em 1996 e, no Brasil, em 1999, pela Brasiliense, ja se encontrava na deciniaedi<;;ao em 2007.0 volume ,0 poder da identidade, volume"3, Fim do mlMnio, ambos publicados-nos Estados Unidos-em 1996 e editados no Brasil pela Paz e Terra, em 1999, ja se encontravam, respectivamente, respectivamente, na quinta e na quarta e d i ~ o e s , em 2007; • Ed gar Morin. Morin. I n t r o d u ~ d o I ao n t pensamento r o d u ~ d o complexo, complexo, editado na Fran <;;a em 2005 e n o Brasi em 2006, e Os sete saberes necessanos para a educa Brasil pe la Unesco/Cortez em 1999. Em 2006, ja ~ d o do futuro, publicado no Brasil se encontrava na 11 edi<;;ao; • Zygmunt Bauman. Em busca da politica, editado em Cambridge, no an de 1999 e, no Brasil, por Jorge Zahar, em 2000; Modernidade liquida, de 2000, editada no Brasil tambem por Jorge Zahar, em 200 I. • Michael Hardt e Antonio' Negri. Imperio, publicado na Fran<;;a em 2000 e editado no Brasil pela Record em 200 I.
3FUNIlAMOOOSTEORICOSDAFa 3FUNIlAMOOOSTEORICOSDAFalMAc;1.<: lMAc;1.<:vATUAJ;AoOOSIHTl!L£CTt vATUAJ;AoOOSIHTl!L£CTtlAlSDANOVAIf.llAGOOIADAIIfQ. lAlSDANOVAIf.llAGOOIADAIIfQ.MONlA MONlA
idioma, em 1995, a obra Para al(!m da esquerda da direita: polftica radical, qu fundamenta projeto da Terceira Via
futuro da
II
II
Vale destacar que, do conjunto das obras estudadas, t r ~ s foram editadas originalinente antes de 1980. Quando os pressupostos te6ricos e as praticas poUticas capitaJistas neoliberais ja c o m e ~ a v a m a ser amplamentedifundi das no mundo, nos anos 1980, verificou-se a edi<;;ao de apenas u ma obra. obra. A
Direita para social e esquerda para capital: suas ideias Elegemos, para dialogar co as formula<;;6es sobre advento de urn novo mundo apresentadas pelos autores acima relacionados, quatro te se basilares do projeto polmco da Terceira Via e, conseqUentemente, da nova pedagogia da hegemonia, que caracterizam momento atual. Sao elas: I) um ordem social p6s-tradicional; 2) um globaliza<;;ao inten sificadora; 3) um sociedade civil ativa; e 4) urn novo Estado democrati co. 0 o bjetivo e identificar em qu medida as t e o r i z a ~ o e s propostas pe los autores ofer cern substrato te6rico f o r m u l a ~ a o da Terceira Via so br a arquitetura e dinamica do novo mundo. Assim, procuramos enu merar os aspectos qu contribuem para consolidar teoricamente refe rido projeto e subsidiar a forma<;;ao e a t u a ~ a o do intelectual organico da nova pedagogia da hegemonia. Para tanto, as f o r m u l a ~ o e s dos auto res sao confrontadas e analisadas co enunciado de cada lese. Nao se trala, portanto, de realizar um exegese dos autores; ao c o n l r ~ o , inte ressa-nos identificar identificar su contribui<;;ao do p e n ~ e n t o sociol6gico filo s6fico para a f u n d a m e n t a ~ a o f eu n legitimac;ao nova pedagogia da he d a m e n t a ~ a o da gemonia. necessario ressaltar ressaltar qu a divisao em teses significa um op<;;ao didatica qu permite a melhor exposi<;;ao dos aspectos te6ricos. te6ricos. analisa d1s no processo de investiga<;;ao. Destaca-se, portanto, qu naose trata de pois as teses or denadas norefe ul11a divisao organica, ma sim met6dica, pois rido projeto se afirmam e complementam em tomo de d uas ideias funda mentais: a e x i s t ~ n c i a de uma nova era (ou novo mundo) que tomou rnaterialismo hist6rico e liberaiismo liberaiismo perspectivas te6ricas incapazes de ordenar as praticas sociais em sintonia co as m u d i m ~ a s ocorridas no mundo; e a e x i s t ~ n c i a de uma nova cultutci polftica que se sobrepoe as divisoes tradicionais tradicionais entre esqu erda e direita. direita. r e l a ~ o e s de classe e as divisoes
AOiRFIrAPARAOSOClA LEAESQUERDAPAR AOCAPrTAL:INTELEC lIJA ISDANOVAPEDA OOGIADAHEGEMONIAN OBAASIl
Uma Uma ordem'soc1al p6s-tradl clonal Para a Terceira Via, mundo mudou muito nas ultimas decadas e as sociedades se redefiniram, fazendo surgir um "or dem social p6s-tradicio nal" que se consolidou co lim da Guerra Fria. A ordem social p6s tradicional seria formada a partir de t r ~ fenomenos fundamentais: a "cri se da tradic tradic;ao ;ao"; "; a " euItura cosmopolita" impulsion ada peI a globali globalizac zac;ao ;ao intensiflcadora; e "novo individualismo", individualismo", expr esso pel as mudanc;as ocor· ridas na vida cotidiana e na cidadania A crise da tradlc;ao riao significa que um sociedade teria posto lim tradh;;ao. Ao contrano, a sociedade p6s-tradicion p6s-tradicional al e um sociedade que manifestaria a redelinic;ao da tradic;ao cultural e poUtica, projetando-as em um novo status. Signilica Signilica que na atual sociedade, os valores, os costu me as condutas do passado deixaram deixaram de ter a mesma capacidade de orientar as pessoas e os grupos sociais. A nova sociedade, s egundo a Terceira Via, abriga outras mudanc;as mudanc;as sig nificativas, tais como a perda de sentido das ideologias e a redefinic;ao da poUtica. Assim, a divisao entre "socialistas" e "capitalistas" perderia forc;a em favor de outras identidades poUticas concebidas como mais importan tes, talS como: "autoritario" oif'''libertano'', "modemo" ou .ttradicionalista"; As escolhas poUticas poUticas tomaram-se motivadas nao pelas concepc;oes de mun do, mas sim pelos criterios de eficiencia, praticidade e inovac;ao. A segunda determinac;ao determinac;ao da socie dade "p6s-tradicional" "p6s-tradicional" seria advento de um nova era global, ef!1 que cosmopolitismo se tornou um referen cia inevitavel, inevitavel, em func;ao do -"surgimento da comunicac;ao global instanta neae do transporte de massa" (GIDDENS, 1996, p. 13). Uma das mais signi licativa licativass manifestac;6e manifestac;6ess d esse fenomen o ser iam as mudanc;as mudanc;as nos contextos locais e nas experiencias da vidacotidiana. nacionalismo teria uma nova face; seria um nacionalismo cosmopolita (GIDDENS, 2001a). . novo individualismo, individualismo, po su vez, nao expressaria egolsmo econo. mico do individualismo liberal. Nesta perspectiva, individualismo tor nou-se 6 "desencaixe" do sujeit da tradic;ao, dos costumes e das formas tradicionais de determinac;oes da autoridade sobre estil de vida, possibi litado por um maior autonomia individual do se diante dos outros e do Estado. A redescoberta do individualismo e delinida como a "[ ... reconci
3 I ' 1 J N D A M E N T o s T £ 6 R l ( : O S D A ~ C ¥ A T ~ D O S l N T t . L E C I ' U A i S D A N O V A P E D A G O G L \ D A H E G E M O N L \
ologia. A reflexivid reflexividade ade social permitiria, permitiria, entao, a afirmac;ao afirmac;ao de um socie dade baseada no dialogo, dialogo, capa de reparar as "solidariedades danificadas" danificadas" pela forma de fazer politica do passado. A reflexividade social seria, por tanto, a expressao do surgimento da nova cidadania, qu permite ao indi vfduo entender mundo a partir de seus pr6prios interesses e valores, arcando com novas responsabilidades (GIDDENS, 1996, 200 a). Portanto, na ordem social p6s-tradicional a polltica e redefinida de tal mod o que su rgem novos sujeitos politicos politicos coletivos coletivos se identidade de clas se, um nova sociedade civil um novo Estado. problema identificado pela Terceira Via qu ha um crise da par ticipac;ao polftica e da institucionalidade da pOlitica (partidos, Poder Exe cutivo e Poder Legislativo) que, se aprofundada, pode colocar em risco 0 mundo como um todo, e cada formac;ao social em particular, criando obs taculos ao florescer da consciencia "reflexiva" e cidada e da nova cultura dvica da soci edade p6s-tradicional. . Com essa compreensao, 0, referido projeto prop6e, enquanto principio norteador de se programa, a "democratizac;ao da democracia", envolven envolven do a renovac;aQ das instituic;Oes democraticas democraticas da poUtica em geral. Sao apontados como eixos norteadores da "democratizac;ao da democracia" os seguintes: criac;ao e manutenc;ao dos canais de comunicac;ao do govemo com a "sociedade civil ativa", fortalecendo processos de descentralizac;ao do poder; abertura de "experimentos de democracia", tais como plebisci tos, referendos eletronicos e juris de cidadaos par a renovar a esfer a publica; publica; e esUmulo participa participac;ao c;ao do cidadao na polftlca polftlca a partir d o pressupos to da colaborac;ao social, incentivando, desse modo, a descentralizac;\o da de mocracia (GIDDENS, 200la, 2001b). 2001b). . Enlim, a democratizac;ao da democracia constitui-se constitui-se num a referencia para enfrentar os desafios da sociedade p6s-tradiciona p6s-tradicional, l, um sociedade integrada mundialrnent esustentada por um nova etica que reconhece a "santidade da vida humana e direito universal felicidade e autor realizac;ao" (GIDDENS, 1996, p. 286), ainda que persistam correntes contra rias .a essa tendencia, tais como totalitarismo, luta permanente contra a maiorfa empobrec ida, centrali centralizac zac;aO ;aO de poder. Esses determinantes da sociedade p6s-tradicional encontram-se pre sentes total ou parcialmente, em linguagens diferentes, nas constru construc;; c;;oes oes
3 F U N D A M E H ' I ' O S T I \ O I U c O S D A f O I U o I A \ 1 . < V A T U A ~ D O S I N 1 ' E L £ C T U A I S D A N O V A P F . I ) A ( l O O I A D A H W E M O N I A
ADlRFJTAI I\RAOSOClALEAESQUERDAPARAOCAPITAL:ll fI EL£CTUAlSDANOVAI fD AGOOIADAHEGEMONIANO BRASH.
za a economia de mercado, experimenta a construC;Ao de novas subjetiVi dades e novas praticas praticas de c o n v i v ~ n c i a entre os homens. Enquanto a Terceira Via privilegiava, com sua sociedade p6s-tradicio nal, aspectos superestruturais da sociedade e, em especial, aqueles refe;; rentes novas rclac;Oes entre os homens, Adam Schaff. co suas ideias sobre a socied ade irtformatica, irtformatica, enfatizava como se fazia prioritariamente tl epoca as consequoocias dos recen tes desenvolvimento da forc;as pro dutivas, particularmente dos avanC;os da nova revoluc;Ao industrial, para a poUtica do novo seculo. Schaff tinha um visAo otimista em relac;ao ao novo mundo. Ele escreveu: Podemos d i ~ r univocamente que, nos parses industrializados, a segunda revo!u\;ao industrial conduzira a uma sociedade em que havera um bem estar sem precedentes para conjunto da popula\;ao OnC\uindo as pessoas afetadas pelo desemprego estrutural) como t a m b ~ m a1can\;ara urn nfvel sem precedentes do conhecimento humane do mundo. ... A sociedade sociedade informatica informatica proporcionara os pressupostos par a um vida hu· mana mals feliz; eliminara aquilo que tem sido a principal fonte de ma quail· dade de vida das massas na o r d e n a ~ o do cotidiano: m i s ~ r i a o u , pelo me· nos, privac;ao. Abrira possibilidade possibilidade para a plena pl ena auto-realiza\;ao da persona lidade hurnana, seja liberando homem do arduo trabalho manual e do mon6tono e r e p e t i t i v ~ trabalho intelectual, seja Ihe oferecendo tempo livre necessario e um imenso progresso do conhecimento disponfvel, suficientes para garantir seu desenvoMmento. (SCHAFF,I995, p.153, 155) Apesar dessa visao ufanista em relac;ao ao futuro futuro das sociedad es e do u ~ o de inovac;6es tecnol6gicas, Schaff, contraditoriamente, apresentava alguns receios, aventando a possibilidade de catastrofes sociais como desemprego, a guerra e mesmo aumento da concentrac;ao de renda. Seguia alinhado co outras posiC;6e posiC;6ess anu nciad oras de urn novo mundo;
ao apresentar coino pressuposto fundamenta de seus enunciado s econ6 micos e etico-politicos etico-politicos desaparecirilento gradual do trabalho em seu sen· lido tradicional, de trabalho assalariado, e fim da classe trabalhadora. trabalhadora. Preconizava tambem a possibiUdade de desaparecimento da classe capi talista e aparecimento de urn novo estrato social integ rado por cientistas,
... nlio havera motivo para singularizar os intelectuals como estrato dotado de caracteristicas especials e de tarefas socials igualmenle especials: a totali dade das pessoas desenvolvera a i n t e l i g ~ n c i a . Islo particularmente evidente se levarmos em conta Que a educac;ao permanente (continuous education) sera uma das principals formas de resolver problema do desemprego es trutural. (SCHAFF, 1995, p. 46) Alain Touraine manteve, em tese, os enunciados da sociedade p6s industrial, atualizando-os em pOs-socialismo Um novo paradigma para compreender mundo de hoje, respectivamente respectivamente publicados em 1980 2005. No primeiro, reafirma surgimento de um nova sociedade sociedade a socie socie dade p6s-industrial -, enfatizando su caracteristica de sociedade progra progra conflito social, nesta nova sociedade pro mada. Reafirrna, ainda, qu gramada, perpassa conjunto das atividades sociais e culturais, fazendo eclodir novos movimentos sociais que materializam embate entre tec nocratas e consumidores. No segundo livro, livro, obser va qu sociedade progra progra mada e soci edade capitalista nao se excluem. Deixa de lado destaque atribufdo ao 6cio na obra anterior e centra su atenc;ao no carater proces da mudanc;a social em c u r s ~ no anuncio do fim -do socialismo. Para ele, porem,o fim da epoca socialista naoanuncia nem a despolitizac;ao da politica ne fim das ideologias, ne mesmo oftorescimento de Estados todo-poderosos, ma novas manifestac;6e da opiniao publica e, porlanto, novas reivindicac;6es politicas. Dessa forma, na nova sociedade, a pr6pria ideia de conftito, opondo socialismo e capitalismo ou qualquer tipo de pares de 6postos, 6postos, perd sentido. Na nova sociedade, segundo Touraine, a comunicac;ao passa a ocupar o lugar central outrora ocupado pela produc;ao material da riqueza, que faz co que as prIncipais contestac;6es se deem no campo da cultura. Considerando que poder esta nas maos dos detentore da informa<;;ao, as opc;6es sociais e politicas-tomam-se, antes de tudo, op<;;6es morais, ja que nao ha mais utopia a seguir, ma urn presente que deve ser vivido responsabilidade. Enquanto em p6s-socialismo foco de Touraine concentrava-se nas transfonnac;6es em processo no mundo contemporAne contemporAneo, o, em sua obramais recente autor anuncia surgimento de um nova sociedade a parti de Il-de setembro de 2001. Para ele, esse acontecimento representou fim
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AOIREIT PARA
SOCIAL
SQUEROA PARAO ~ r r A L :~ r INTELEcrlJAlS r A L : OA NOVA PEOAGOGIA OA HECi£MONIA NO BRASil.
Touraine anuncla explicilamente seus pontos de concordancia e de Giddens, n g l ~ s d i v e r g ~ n c i a em rela,¥ao as ideias do soci610go i n g l ~ s i Anthony sistematizador do projeto politico da Terceira Via. Ele revela que adola, de Giddens, a nOl¥ao de reflexividade, de urn individualismo individualismo orientado par a· presen,¥a de si mesmo e, inversamente, para urn desapego muito grande ao papeis sociais. Entretanto, adverte que, quando fala do sujeito, use afasta muito da realidade apresentada por Anthony Giddens" (TOURAINE, _,' 2006, p. 120). Segundo 0 autor, no mundo de hoje - mundo da informa,¥ao, como, alias, denominara Adam Schaff, ainda em 1983 o co co rr rr em em a d e c a d ~ n c i a desapareclmento do universo que chamavamos de social, desde as clas. se sociais e os rnovimentos sociais ate as institui,¥oes ou a g ~ n c i a s de socia. liza<;ao: a famnia e a escola. Nesse novo mundo, afirma Touraine, as cate. gorias culturais culturais substitue as categorias sociais. Esta sociedade, que ele denomina de modema, funda-se em dois prin cfpios qu na sao de natureza social pensamento racional e direitos hu Nela, trabalhadores, colonizados, fIlulheres, fIlulheres, minorias manos universais. Nela, de divers os tipos cria ram para si subjetiVidades qu se afirrnam como su jeitos de direito e qu rejeit am a injusti injusti<; <;a, a, a desigu aldade e a humilha'¥ao. humilha'¥ao. A subjetividade subjetividade seria, -nesse sentido, a express ao do dominado contra a domina'¥ao. objetivo objetivo ce ntral dessa modemidade seria, portanto, a pro du<;ao de "indivfduos capazes de invenlar e defender su pr6pria capaci dade de combinar pensamento racional e os direitos humanos funda mentais em institui<;oes sociais preocupadas ao mesmo tempo co a efi cacia e a liberdade" (TOURAINE, 2006, p. 105). Os sujeitos diferem dos individuos por resistirem ao mundo impessoal do consumo, da v i o l ~ n c i a ou da guerra e tambem por su sintonia co ordem do direitos e deveres, como ordem moral. Touraine (2006, p. 26) afirma, ainda, qu "() sujeito [ .. luta contra as formas de vida social qu tendem a destruf-lo, ma [lutal igualmente contra 0 tipo de individualismo qu manipuladopelo estimulo dos mercados [ .. J". OS sujeitos sao os agentes da reivindica<;oes do direitos culturais, direltos fundamentais do novo mundo, que consistem em combinar diferen'¥a cultural co partici pa<;ao em urn sistema econ6mico cada vez mais globalizado. Nesse senti
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3 F U N D A M E H T O S T E 6 R J c o s D A F ~ A T I J A t ; A . o O O S3 F II'iI'IUCl1JAIS U N D A M E H T O OANOYAPEIlAGOOIA S T E 6 R J c o s D A F ~ A DA T I HmEMONIA J A t ; A . o O O S
contrlbui<;oes ;oes te 6ricas decada de 1990 concentra maior numero de contrlbui< para a constru<;ao da nova pedagogia da hegemonia. No an de 1993 fo editados no Estados Unidos dois livros qu se tomaram referencia ra estadunidense nessa dire<;ao: Comunidade democracia, de Robert D. Putnam, e A sociedade pOs-capitalista, de Peter Drucker A contrlbui,¥ao acaderruca de Putnam sobre 0 "capital social" possui especial relevancia na constru,¥ao da nova pedagogia da hegemonia.' Emborasua obm, resultante de trabalho de pesquisa, estivesse focalizad na apreensao da mudan'¥as na cultura poUtica italiana, ela acabou po subsidiar suas generaliza<;6es sobre a estrutura<;ao de uma nova cultura cMca nas sociedades contemporaneas. Como se pode depreender do pr6 prio titulo original do livro, Making democracy work, a preocupa<;ao de Putnam er como "fazer funcionar" a democracia. Para isso, defende ideia de que sociedade deva organizar-se a partir. de la<;os de confian<;a mutua, para tomar 0 govemo e a_ economia mais eficientes. Para dirimir disputas entre os membros da sociedade e erigir um democracia forte, 0 autor propOe propOe urn contrato social base ado num sistema moral referenciado e na confian<;a. na colabora,¥ao, na mutua a s s i s t ~ n c i a , a no s s i s senso t ~ n c i a , cfvico Para Putnam, 0 desenvohiimento da cu[tura c M c a b a s e a d a n a respon sabilidade social e na colabora<;ao atua no sentido de fazer progredir 0 desempenho socioecon 6mico. 0 progresso material de um fGrma<;ao social seria proporcional proporcional ao estoque de capital social preexistente. Essas idelas de Putnam oferecern substrato efetivo para a estrutura<;ao da "sociedade civil ativa", esteio da repolitiza<;ao dapoIitica no mundo contemporfuleo. Ao mesmo tempo em qu repete, co linguagem distinta, algumas formula<;6es enunciadas po Putnam, Peter Drucker apresenta a mais
abrangente propos ta te6rica para 0 neoliberalismo "adocicado", "adocicado", r e f o r , ¥ a T l ~ do as estrategias da nova pedagogia da hegemonia. Para ele, estavamos realizando nos. anos 1990uma transi<;ao para instaura<;ao definitiva sociedade p6s-capitalista, que se instalaria po volta de 2010 QU 2020; Nesta nova sociedade, mercadO certamente conti nuaria a se elemento integrador efetivo da vida economica, mas, em termoS sociais, esta seria um sociedade formada por novos grupos soci ais. ais. Segundo Drucker, Drucker, 0 rec urso determinant da produ<;a produ<;ao o capitalist na
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CAPITAL: INTELECI'IJAI OA NOVA PFDAGOOIA DA HEQ£MONIA NO BRASIL
e mais a proptiedade do bens de p r o d u ~ a o ou da f o r ~ a de trabalho, ma valor valor seria criado pe la a p l i c a ~ a o do conhecimento sim conhecimento. na p r o d u ~ a o maior desafio social seria, portanto, a digni na i n o v a ~ a o . dade daqueles que nao d e t ~ d e n t a ~ ~ aplicam nos processos de traba. lho. Esse grupo de trabalhadores deve ser educado e treinado para incor porar conhecimentQ ao se trabalho. Deve receber oportunidades para pr6prio crescimento, tanto para aumentar a produtividade no tra buscar pr6prio balho quanto para evitar os conOitos conOitos sociais. Por outro lado, maior desa fio econOmico da nova etapa do capitalismo "sera a produtividade do tra balho co conhecimento e do trabalhador do conhecimento" (DRUCKER, 2002, p. XVII). Nesta novasociedade, Estado-na<;ao n a ~ desaparece, ma n a ~ mais indispensavel. poder seria dividido co outros 6rgaos, outras insti t u i ~ 6 e s , outras entidades criadoras de politicas, fazendo surgir um socie. dade descentralizada e pluralista, na qual, alem de urn retorno ao indivi du e a responsabilidade individual, as o r g a n i z a ~ 6 e s tambem precisariam assumir a responsabiJidade social, po meio da c o o p e r a ~ a o em ve da c o m p e t i ~ a o .
. Por fim, fim, Peter Drucker obse rva que as sociedades'p6s-industriaisse_ "Intemacionalismo, regiona r a ~ ao mesmo tempo socieda des mundiais: "Intemacionalismo, fismo e tribalismo estao criando rapidamente entre si um nova forma de precedentes" govemo, um nova complexa estrutura poUtica se (DRUCKER, 2002, p. 114). Para instituir essa nova arquitetura e dinAmica societais, faz-se faz-se necessa rio um profunda reforma do aparelho de Estado de modo a torria-Io forte e eficiente. A ideia da sociedade do conhecimento em Peter Drucker, ao mesmo tempo em quecontribui,paraaproxima-Io de Alain Touraine, Adam Schaff, Daniel Bell, Edgar Morin eManuel Castells, contribui para refor<;ar arg,:, mento da nova pedagogia da hegemonia de que no novo mundo predomi na um nova dinAmica social, marcada pelo fim do antagonismos e por novas responsabilidades dos individuos, dos grupos e dos govemos. Dois anos depois, em 1995, Boaventurade Sousa Santos editou em Portugal suas ideias sobre novo mundo. Em Pela ma de -Alice: social e politico na p6s-modernidade e, mais tarde, em outros escritos, escritos, este autor apresenta um reflexao sobre qu chama de transi<;ao entre paradigmas
capitalismo e, portanto, co a redu<;ao das da modemidade co possibilidades da modemidade as possibilidades do capitalismo entrou, tudo leva a crer, nu perlodo final" (SANTOS, 1999b, p. 34). As duas (litimas decadas de transnacionaliza<;ao da economia pare cern ter concluido definitivamente definitivamente processo hist6rico hist6rico que se iniciou na modemidade. No plano epistemol6gico, po su vez, entra-se, a partir de 1980, em urn p6s-marxismo. Para Santos (1999b, p. 29), "Mais qu em qualquer ~ U t r o perlodo anterior, a solidez e a radicalidade do capi talismo ganhou (mpeto para desfazer·o marxismo no ar desta vez para desfazer co grande faciUdade e para sempre". Santos afirma qu sociais nas sociedades capitalis· e v o l u ~ a oe v da o l u classes ~ a o tas n a ~ teria seguido os rumos preconizados por Marx. Surgiram, sobretudo nasduas (dtimas (dtimas decadas, poderosas fra<;6es de classe se base nacional determinada, classes transnacionais. Nos paises centrais, as lutas de classe deram lugar, pauiaUnamente, concerta<;ao social, ao compromis so hist6ri co, a institucionalizac;ao de conflitos, ao neocorporaUvismo, neocorporaUvismo, enfim, as for poUticas cas dasoc ial-democraci a. Especialment nas (dUmas tres deca ma poUti das, os rriovimentos e Iutas poUUcas mais. importantes nos paises centraise grupos sociais congre mesmo nos proses perifencos foram protagonizados por grupos gados po identidades n a ~ d i n ~ t a m e n t e classistas, por estudantes, mulheres, grupos etnicos e religi6so religi6sos, s, grupos pacifistas, grupos ecoI6gicos, etc. Embora mio assegure expIicitamente, Santos parece concordar co os autores qu concluem "pela impossibilidade impossibilidade ou pela indesejabilidade de socialista" (SANTOS, 1999b, p. 41). Para esse autor, "No um alternativa socialista" final do seculo [XX), a (mica utopia realista e a utopia ecol6gica e"democni tica" (SANTOS, 1999b, p. 43) e "0 socialismo socialismo e a democra cia se lfim" (SAN TOS, 1999b, p. 277). sistema mundial e urn sistema mundiai industrial capitalista transnacional qu integra em si tanto setor es pre-industriais como setores pos"industri pos"industriais. ais. A sociedade passa se constituir no ideal de justi<;a "e de um vida melhor um ideia que, enquanto utopia, e tao necessaria quanto proprio capitalismo (SANTOS, 1999b, p. 277). Co essas foriTlula<;6es, Boaventura de Sousa Santos tern contribuido para d
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CAPITAL: INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGJA DA HEGEMON1A NO BRASIL
No limiar do novo seculo, Manuel Castells nao mais acentua ele. mento "transit;ao" das amilises caracterfsticas dos anos de 1990. Ele e categ6r rico ao afirmar que vivemos numa nova fase capitalista, capitalista, a socied ade infor macional. A revolut;ao tecnol6gica concentrada em tecnologias de informat;ao come<; come<;ou ou a remode lar a ba se material e simb6lica da sociedade em ritmo acelerado. Para autor, vivemos em urn tempo em que paradigma pra dutivo dutivo e a vida social estao ce ntrados n o informacionalismo. Para Castells Castells (I999b, p. 4 7), "As portas da Era da Informa<;ao, uma crise de legitimida de tern esvaziado de sentido e de funt;ao as instituit;6es da era industrial" industrial" Segundo este autor, a sober ania do Estado-nat;ao Estado-nat;ao foi abalada, pois ele per poHticas as estabelec idas no terri de a capacidade de represe ntar suas base s poHtic torio. De acordo com autor, privatizac;:ao de empresas publicas e a queda do Estado de bem-estar soci al, embora tenha aliviado as sociedades de parte do seu fardo burocratico, fazem piorar as condic;:6es de vida da maioria dos cidadaos, rompem con trato social hist6rico entre capital, trabalho e Estado e usurpam grande parte da rede de seguridade social, viga mestra da legitimidade do governo na visao de pessoas comuns (CASTELLS, 1999b, p. 417).
A produ<;ao e as finant;as intemacionalizadas fizeram com que movi mento sindical dos trabalhadores perdesse a fort;a de coesao social e de representa<;ao dos interesses de sua base, comprometendo as chamadas "identidades compartilhadas". Na Era da Informat;ao, as ideologias polfti cas encontram-se destitufdas de significado real, ficando urn passo atras da nova sociedade. A revolu<;ao da tecnologia da informat;ao e a reestru tura<;ao do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a so ciedade em rede. Para Castells (1999a, p. 566), ''A rede e urn conjunto de nos interconectados". au seja, [ .. J sao estruturas abertas capazes de expandir de forma i1imitada, integran do novos n6s desde que consigarn consigarn cornunicar-se dentro da rede .. Uma estrutura social social co m base em redes um sistema aberto a1tamente dinamico suscetivel de inovac;:ao sem ameac;:as ao seu equilibrio. Redes sao instrumen tos apropriados para economia capitalista baseada na inovac;:ao, globalizac;:ao e concentrac;:ao descentralizada; para trabalho, trabalhadores
FUNDAMENTOS TEORICOS DA FORMAy\O/ATUAy\O DOS INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA
A nova sociedade, des se modo, estrutura-se em um oposi<;ao entre rede e ser. Castells afirma que vivemos de forma concomitante a indivi dualizat;ao da identidade relacionada vida nas redes globais de rique za e poder. A identidade legitimadora legitimadora pare ce ter e ntrado em crise estru tura!. Para au tor, poder [ .. nao mais se concentra nas institui<;6es (0 Estado), organizat;6es (empresas capitalistas) ou mecanismos simbo !icos de controle (mfdia corporativa, igrejas)" (CASTELLS, 1999b, p. 423). A afirmat;ao e de que nao existe classe capitalista global, havendo, na realidade, um rede de capital global, cujos movimentos e iogica varia vel determinam as economias e as sociedades. Existe, para Castells, um entidade capitalista capitalista coletiv se rosto, formada de fluxos financeiros ope rados par redes eletronicas. Nas Nas condi<;6es da sociedade em rede, capital e coorde nado globalmente trabalho e individualizado. A luta entre diferentes capitalistas e classes trabalhadoras heterogeneas esta incluf da na oposi<;ao mais fundamental entre a logica pura e simples dos flu xos de capital e os val ores culturais da experiencia humana. Segundo Castells (I 999b), ''A nova forma de poder reside nos c6digo da informa <;ao e nas imagens de representa<;ao em torno das quais as sociedades organizam suas institui<;6es e as pessoas constroem suas vidas e deci de seu comportamento. Esse poder encontra-se na mente das pes so as." (CASTELLS, 1999a) autor observa, ainda, que "as comunas culturais de cunho religioso, nacional ou territorial territorial pare cern s er a principal principal alternativa pa ra a constru <;ao de significados na sociedade atual" (CASTELLS, 1999a, p. 84). Nelas, sua for<;a, a capacidade de oferecer abrigo, isoiamento, certeza e prote t;ao, provem de seu carater comunaJ, de sua responsabilidade coletiv coletiva, a, em detrimento de projetos individuais. Sao numerosos e diversificados os embri6es da nova polftica democratica em todo mundo. Nesse sentido, as comunas culturais poderao impulsionar surgimento de novos agentes de transforma<;ao social. evidente a influencia de Alain Touraine na obra de Manuel Castells, assim como e cristalina a influencia de sua sociedade em rede em duas das determina<;oes da sociedade pos-tradicional: a globaJiza<;ao novo individualismo.
OIREITAPARAOSOCIAL EA ESQUERJ>A PARAO CAPITAL: HT£LECTUAlS DA NOVAPEDAGOGIA OA HEGEMONIA NO BRASIL
dades contemporAneas, bern como sobre elementos constitu constitutivo tivo da nova pedagogia da hegemonia. indivfduo o e s ociedade "p odem ajudar-se mutuamente, de .. Para Morin, indivfdu senvolver-se, senvolver-se, regular-se regular-se e controlar-se mutu amente" (MORIN, 2006b, p. 107). sujeito emerge ao mesmo tempo em que mundo: "Ele emerge, sobre tudo, a partir da autOrorganizac;ao, onde autonomia, individualidade, com plexidade, incerteza, ambigUidade tornam-se caracteres pr6prios ao objeto" (MORIN, 2006a, p. 38). Mas ele tra em si sua irredutivel individuali dade, sua s u f i c i ~ n c i a s u f i sua objeto aparecem c i ~ n i c n i s a u f i c i ~ n c i a : i "0 n s u f sujeito i c i ~ n c i a e: assim como as duas e m e r g ~ n c i a s ulUmas e inseparaveis da relaC;ao siste ma auto-organizador/ecossistema" (MORIN, 2006a, p. 39). Explicitamente, Morin (2006a, p. 66) observa: fato de poder dizer "eu", de ser sujeito, significa ocupar urn lugar, um posic;ao onde a gente se poe no centro de seu mundo para poder Iidar com ele e Iidar consigo mesmo. que se pode chamar de egocentrismo Claro,. complexidade:individuale ta que quando no colocamos colocamos no centro do mundo, n6s colocamos -tambem os nossos: isto e, nossos pais,nossos concidadaos, somos mesmo capazes de sacrificar nossas vidas pelos nos 50S. Nosso egocentrismo pode ser englobado numa subjetividade comunita ria mais arripla: a concepc;ao do sujeito deve ser compIexa.
Dessa forma, A sociedade ... e produzida pelas interac;6es dos indivlduos que a constitu em. A pr6pria sociedade, como urn todo organizado e organizador. retroage para produ zir os in dividuo s pel a educac;ao, educac;ao, a Iinguagem, a escola. Assim os individuos. em suas interac;6es, produzem a sociedade, que produz os indivi duos que a produzem. Isto se faz nu circuito espiral atraves da evoluc;ao hist6rica. (MORIN, 2006a, p. 87)
Todos DS seres humanos, para Morin, partilham de urn destino comum, sendo necessario haver entre eles um compreensao mutua. compreen sao su pera os confli conflitos, tos, ja que estes se originam na " i n c o m p r e e n s ~ o " , " cujas i n c o m ralzes d e v ~ m seT estudadas. Essa id as rarzes se constituiria em "uma das bases seguras da educaC;ao para a paz, a qual estamos ligados por essen cia e por vocac;ao" (MORIN, 2006b, p. 17). Deve-se ensinar a compreensao
FlJNOAMENTOSTE6Rlcos DAFORMA\1A'ATUAc;Aooos INTFUCTIJAISDANOVAI'f'.IlAG()W, DA
Concordando co Anthony Anthony Giddens, Giddens, Zygmunt Zygmunt Baum an arg ument qu estamos vivendo numa socieda de p6s-tradicional, p6s-tradicional, na qual existe urn exces so de leituras do pas sado comp etindo pela aceitaC aceitaC;ao ;ao e nenhuma consegue angariar adesao duradoura e exercer autoridade suprema. A confianc;a ten de, nos no s dias atuais, a se volatiliza volatilizar. r. Para Bauman (2000, p. 137), "A instabiHdade da confianc confianc;a, ;a, que resulta no enfra quecimento d o dominio qu qualquer tra dic;ao pode manter na sociedade contemporAnea, esta intimamente ligada ao carater essencialmente policentrico da sociedade modema". Segundo autor, autor, a s ociedade p6s-tradicional p6s-tradicional entra no seculo XXI tao moderna quanta entrou no seculo xx. Ela Ela e moderna pe la sua "compulsi va e obsessiva, continua, irrefreavel e sempre incompleta modemizac;ao, modemizac;ao, ... ou seja, sua) insaciavel sede de destruic;ao criativa" (BAUMAN, 2001, p. 36). Sua modemidade, no entanto, e tambem nova e diferente em dois sentidos: pelo colapso gradual e rapido decllnio Cia anUga i1usao modema: da crenc;a de que ha urn lelos alcanc;avel da mudanc;a hist6rica, um estado de perfeic;ao, perfeic;ao, ... a ser aUngido em um futuro pr6ximo ou remoto; e] pela d e s r e g u l a m e n t a ~ a o d e a privatizac;ao das tarefas e deveres m o d e m i z a n t ~ s , ... ou seja,1 a ideia de aperfeic;oamento .. pela ac;ao legislativa da sociedade ... se trasJadou deci sivamente para a auto-afinnac;aodo indivfduo. (BAUMAN,2001, p. 37-38) 37-38) ".
foco do discurso recai na atualidade sobre direito de os indivlduos perman ecerem diferentes diferentes e de escolherem vontade seus pr6prios mode los. de felicidade e de modo de vida adequado. Para Bauman (200 I, p. 243), "a seguranc;a que ademocracia e a individualidade podem alcam;ar ddpende na de lutar contra a contingencia contingencia e a incerteza da c o n d i ~ a o hu mana, mas de reconhecer e encarar de frente suas conseqiiencias". Michael Hardt e Antonio Negri, por sua vez, anunciam um nova socie dade: a sociedad e imperial, imperial, integrada pelo Imperio e pela multida o. Imperio e expresso pelos autores como um aguia de duas cabec;as: p r e e n s ~ o " ,
... a primeiracabec;a da aguia imperial um estrutura juridica e urn poder constituido, construfdos pela maquina de comando biopolitico [ .. A outra cabec;a da.aguia imperial e a multidao plural de subjetividades de globalizac;ao produtivas e criadoras ... Elas estao em movimento perpetuo, e formam
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o mund o inteiro inteiro dehtro de suas fronteiras, fronteiras, abettas em expansao" (HARDT; Imperio constitui tecido NEGRI, 200Sa, p. 12, grifo do autores). ontol6gico, no qual todas as rela<;oes de poder sa costuradas, no qual se efetiva a produ< produ<;ao ;ao biopolfti biopolftica ca - rela<; rela<;oes oes polfticas polfticas e ec onomicas , ass im como rela<;6es sociais e pessoais; em suma, a prodU(;ao da pr6pria vida social (HARDT; NEGf{I, 200Sa, p. 49). As grandes corpora<;oes transnacionais constroem tecido conectivo fundamental do mundo biopolitico. biopolitico. Para os autores, elas produzem nao apenas mercadorias, mas tambem subjetivi dades: "0 biopoder e outro nome da real submissao da sociedade ao capi tal e am bos s ao sinonimos da ordem produtiva globaliz globalizada" ada" (HARDT; NEGRI, 200Sa, p. 386-3&7). Os autores afirmam que "Paz, equilibrio e lim dos conflitos sa os valores para onde tudo se dirige" (HARDT; NEGRI, 2005a, p. 32), como as segura tambem Bauman. Para Hardt Negri (200Sa, p. 37), "no Imperio, a etica, a moralidade e a justi<;a ganha m novas dimensoes". Assi Assim, m, A maquina imperial vive da produc;ao produc;ao de urn contexto de equilibrios e/ou de. reduc; reduc;ao ao de complexidades, p retendendo apresentar urn proje to de c1dada. nia universal e, para isso, intensificando a eficacia da sua intervenc;ao em . cada elem ento de relac;a relac;ao o comun icativa, ao mesmo tempo em que dissolve identidade e hist6ria de forma completamente p6s-modernist (HARDT; NEGRI, 2005a, p. 53).
A constru<;ao do Imperio e de suas redes globais e um resposta as diversas lutas contra as modemas maquinas de poder, e especilicamente a lilta de classes, ditada peld desejo de liberta<;ao da multidao: "0 poder desterritorializante da multidao, por seu turno, e a for<;a produtiva que sus tenta Imperio e, ao mesm,o tempo, a for<;a que exige e toma necessaria su destrui<;ao" (HARDT; NEGRI, 200Sa, p. 80). Todas as lutas, ao se tor narem biopoliticas, sao lutas constituintes que cr.iamnovos espa<;os p u b l i ~ cos e novas rormas de comunidade. Todos os movimentos, alirmam os autores, "sao subversivos em si mesmos" (HARDT; NEGRI, 2005a, p. 76): principal novidade do Imperio e que os confIitos sociais qu constituem politico politico confrontam-se diretame nte, sem qualquer espec ie de media< media<;a ;ao. o. A rnultidao viabiliza contrapoder constituinte qu emerge de dentro do Imperio. Esse contrapoder da multidao e, alias, muito semelhante ao
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lidade, apare ce c omo atividade social social geral. Ele "e, de imediato. um for <;a social animada pelos poderes do conhecimento, do afeto, da c j ( ~ n c i a trabalho da Iinguagem" (HARDT; NEGRI, 200Sa, p. 380). Para os autores, e, ao mesmo tempo, singular e universal. Explicam qu e singular como dommio exclusivo do corpo e do cerebro da multidao, e universal na me dida em qu desejo da multidao multidao e constantemente constituido constituido como • um coisa de todos. Como n o contexto biopolltico do Imperio a produ<;ao produ<;ao de capital converge progressivamente com a prodm;ao e reprodu<;ao da pr6pria vida social, toma-se cada vez mais difIcil manter distin<;oes entre trabalho produtivo, reprodutivo e improdutivo. Este, alias, urn ponto de d i v e r g ~ n c i a entre estes autore s e os de mais analisados. Enquanto para todos os outros traba traba Iho e vida se dissociam no novo mundo, para estes ocorre, ao contrario, maior imbrica imbrica<;a <;ao o entre essas d uas esferas. trabalho trabalho material material e ima terial terial,, inlelectual ou fIsic fIsico o - produz e reproduz a vida social e, durante proeesso, e· explora do pero pero capital Para esse ~ o n j u n t o de autores, nomear de modemas ou p6s-moder nas, capitalistas ou p6s-capitalistas as sociedades contemporaneas nao . constitui cerne do debate. que importa e a natureza mesma destas novas identidades queestao sendo conslrufdas conslrufdas nessas sociedades. Sem davida, tais identidades na "sociedade p6s-tradicional" ou, si'mplesmente, no "novo mundo" refor<;am, atualizando, os valores classicos do liberalis mo: liberdade, igualdade e fratemidade. A Iiberdade agora traduzida no novo individualismo; a fratemidade, por su vez, materializa-se no praces so de globaliza<;ao e a igualdade e representada, simultaneamente,rpela aceita<;ao aceita<;ao das diferen diferen<;a <;ass culturais e pelo recha<;o recha<;o ao a ntagon ismo de1Clas se. Esses valores foram condensados no projeto politico da Terceira Via como as t r ~ s principais determina<;oes determina<;oes da nova sociedade. Uma g l o b a l i z a ~ i i o Intensificadora A Terceira Via sugere que mund o contemporAneo precis a s er re interpretado, pois periodo de conturba<;6es em que vivemos teria gerado urn muodo sem peso das velhas tradi<;oes e contradi<;oes. o· esquema anaUtico parte da premissa de que a globaliza<;ao nilo e apenas urn fenO
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CAPrrAL: INTELEClUAIS DA NOVA PEDAGOOlA DA HEGEMONIA NO BRASIL
dprocas de Mbitos, costume s e experiencias, experiencias, "criando novas regioes eco::: nOmicas e culturais que por vezes transpOem as fronteiras do E s t a d o s ~
nac;Oes" (GIDDENS, 2001a, p. 42). As manifestac;oes locais ter-se-iam tornado globais, assumindo caracte:. ristica risticass inteiramente novas, novas, decorrent es des se compartilhamento, compartilhamento, provocando um crise da tradic;ao tradic;ao cultural. A Terceira Via afirma, ainda, que a globaliza. c;ao esta intimamente relacionada revoluc;ao das comunicac;Oes e ex:pan, sao das tecnologias da informac;ao, informac;ao, redefinin do as potencialidades da vida e da "economia do conhecimento" (GIDDENS, 2001a, 200lb). Nesse processo, os seres humanos supostamente se tornaram mais inteligentes e aoertos as mudanc;as, diferentemente de seus semelhantes de decadas atras. Para a Terceira Via, A globalizac;ao, em suma, um complexa variedade de processos movidos por um mistura de influenclas politicas e economicas. Ela esta mudando a vida do dia-a-dia, particularmente nos parses desenvolvidos, ao mesmo -tem po em que esta criando novos sistemas e transnaclonais. E1a moos do que urn me ro pano de fundo parapolfUcas contemporA contemporAneas; neas; tomada como urn todo, a globalizac;ao esta transformando as institulc;6es das socledades com certeza diretamente relevante para a ascensao do em que vivemos. "novo individualismo". (GIDDENS, 2001a, p. 43)
Com efeito, a Terceira Via defende a ideia de que as significativ:as mu ocorridas no mundo exigem que a globalizac;ao seja levada a serio. Na medida em qu este fenOmeno vern "transformando os cont extos locais e atermesmo pessoais de experiencia social (GIDDENS, 1996, p. 13), confi gurarido-se gurarido-se como "uma mistura com plexa de processos" (GIDDENS, 1996, p. 13) da qual mlo se tern controle, e necessaria a criac;ao de instituic;oes que realizem urn governo global e qu as polfticas de Estado-nac;ao tornem-se "mais completamente integradas com as perspectivas globais" (GIDDENS, 2001b, p. 127). Outro aspecto relevante e qu a globalizac;ao seria, antes de tudo, a expressao da crise da tradic;oes (GIDDENS, 1996). Portanto, um de suas principais caracteristicas e a imprevisibilidade. AJem das mudanc;a econO micas e culturais vindas do alto, M. urn processo de "globalizac;ao a partir de
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precisa se aproveitada. aproveitada. A principal principal riqueza desse p rocesso ino vador e criac;ao de uma "democracia cosmopolitan (GIDDENS, 200la, p. 150). Para a Terceira Via, a globalizac;ao e um das principais evidencias de que mundo mudou. 0 mundo estaria a navegar se direc;ao, empur rado ao sabor das incertezas e das indefinic;oes sobre futuro. Governos e organizac;Oes da sociedade civi civill devem buscar safdas adequadas nova realidade. A Terceira Via sustenta entendimento de que a globalizac;ao globalizac;ao e respon savel pelas mudanc;as na sociabilidade e na forma de fazer e conceber poUtica em muitas partes do mundo. A partir partir desse conceito. muitas teo rias difundem a ideia da inevitabilidade e inaIterabilidade do novo mun do, qu contribui fortemente para a difusao da sociabilidade burguesa e interfere decisivamente na formac;ao dos intelectuais organicos da nova pedagogia da hegemonia. Ainda que co nuances diferenciadas, os auto res estudados contribuem para a difusao dessa perspectiva. Adam Schaff compreende que a globalizac;ao promovera a melhoria das condic;oes condic;oes de vida da populac;ao e a elevac;ao radical do palamar do conhecimento, dada a tendencia integradora da sociedade informatica. Para autor, desenvolvimento da informatica e de suas aplicac;Oes aplicac;Oes conver tera mundo em urn conjunto unico e estreitamente inter-relacionado, inter-relacionado, no qual os grandes problemas terao carater global (SCHAFF 1995, p. 153). Superdimensionando a imporLancia da tecnica e da tecnologia, Schaff afir rna que "a revolu<;ao da microeletronica microeletronica permite resolver resolver tecnologicamente os .principais .principais torme ntos do Terceiro Mundo: Mundo: a fome, a escass ez de agua, a desertificac;ao, etc." (SCHAFF, 1995, p. I) Certamente essas ideias confir confir mam, no plano politico, a globalizac;ao como um oportunidade de pro moc;ao dajustic;a na ·ordem capitalista. Entretanto, necessario considerar que, no capital ismo, a informa< informa<,;a ,;a e a comunica<,;ao, longe de se configuraremuma "tendencia integradora", constituem mercadorias, na significando, significando, necessari a e linearmente, a pos sibilidade de soluc;ao para os problemas gerados pelas relac;oes de poder e pelos processos de explorac;ao. N'a obra de 2006, Um novo paradigm a: para compreender mundo de hoje, Touraine, ao se reportar it globalizac;ao, distancia-se do pensamento
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CAPITAl.: N'II lI.£CTUAIS OA NOVA PEDAGCXlIA PEDAGCXlIA OA HEGEMONIA NO BRASIl.
Num prirfleiro momento, a visao desse autor na e tao otimista em relac;ao globaliz globalizac;a ac;ao o qu anto a visao da Terceira Via. Touraine advoga a tese de que no processo de global globaliza izac;a c;ao o ocorre u rn movimento de dissocia¢o entre econornia e politica, que resulta no enfraquecimento dos Estados na donais e das sociedades. A globaliza¢o e concebida nao apenas como a mundializa¢o da prMu¢o e dos intercaJobios, ma principalmente como um forma extrema de capitalismo, qu limita a atuac;ao politica no plano local, enquanto perrnite qu a econornia se organize m u n ~ a l m e n t e , se controles mais efetivos. Para Touraine (2006), nao M. um "americaniza diversifica icac;a c;ao o do con sumo, que desestabiliza as c;ao" do mundo, mas u rna diversif formas tradicionais da vida social e da poUtica. Touraine (2'006, p. 41) afirma, ainda, qu erram "os que colocam a globalizac;ao no centro da representac;ao representac;ao do mundo, ... pois ao f a z ~ - l o , demonstram que1 este e dominado pela hegemonia americana". Diz autor: "I ... nem a economia, nem as civilizac;oes convem colocar no cen tro da analise, mas as forc;asde mobilizac;ao dos recursos necessariOs. ac;ao poUtica" (TOURAINE; 2006,p. 41). Ao introduzir 0 tema geral da antiglobalizac;ao. que Touraine (2006, p. 36) define como urn movimento altermundialista. ele se aproxima do postu lado da Terceira Via. 1550 porque movimento alterriiundialista, na leitura de Touraine, nao e contra a abertura da produc;ao e dos intercambios, mas sim um luta em favor de um outra mundializac;ao, qu valorize os inte resses locais e 0 meio ambiente e nao somente os interesses dos que ja detem a riqueza, 0 poder e a influencia Parece-nos, portanto, qu a anti globalizac;ao qu 0 sociologo sociologo frances frances defende na o tensiona co m os funda mentos da sociedade capitalista, indicando ser poss(vel pensar em rela c;oes sociais capitalistas mais harmOnicas. harmOnicas. Essa "fatal inalterabilidade" do atual estagio de desenvolvimento do capital, como p ropoe Touraine, Touraine, express a COmo ressalt6u Meszaros (2002), o consenso ao qual todos devemos nos resignar, no qual nao existem ou mesm o nao importam importam as classes e a s contradic; contradic;oes oes de classe. Tambem no campo da cntica' globalizac;ao encontra-se Boaventura de . Sousa Santos. Em sua avaliac;ao, e preciso criar formas a l t e f f i a t i ~ a s globa lizaC;ao neoliberal, qu e responsavel pela expansao desenfreada do capi talismo que, em ultima instancia, produz diferentes formas de exclusao so
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3 F U N D A M E N l ' O S T E 6 R I C Q s D A F O R M A ~ A T U A J ; . A o O O S I N T F . I . £ C T U A I S D A I K N A I ' I ! O A G O G I A O A H £ G E M O N I A
Para Santos (2003b, p. 27), essas disputas "sao contra-hegem6nicas nao apena s porque comb atem as sequelas econ6micas, sociais e politicas globaliza izac; c;ao ao hegem6nica, m as tamb em por que d esafiam a c o n c e ~ a o c o da global de interesse gera que the esta subjacente e prop6em um concepc;ao al temativa". De acordo co m Santos, Santos, a centralidade da luta contra-hegem6nica combate exclusao social, qu se origina nas relac;oes desiguais de po de existentes na sociedade. Compreendendo qu seria "tao inviavel pro duzir um teoria da exclusao social (mica e monolftica como 0 sera aco Iher sob um 56 bandeira todas as lutas qu se the opoem" (SANTOS, 2003b, p. 28), a globaliz globalizac;a ac;ao o contra-hegem6 nica, pa ra 0 autor, e urn "projeto plural", embora as lutas possam ser articuladas no qu denomina "cos mopolitismo subaltemo ou cosmopolitismo dos oprimidos" oprimidos" (SANTOS, 2003b, p. 28). Diz Santos (2003b, p. 29):"0 cosmopolitismo subaltemo de oposic;ao e a forma polftico-cultural de globalizac;ao contra-hegem6nica. E, numa mesma palavra, palavra, 0 n ome dos projectos emancipat6rios cujas reivin reivin dicac;oes dicac;oes e criterios de inclusao social se projetam para alem dos horizon horizon tes do capitalismo global." global." Nao obstante se colocar numa persp ectiva critica, critica, Santos oferece subs trato teorico Terceira Via, na medidaem qu discute a reforma do capitalismo, capitalismo, certament su humanizac;ao, ao propor, co anoc;ao "globa lizaC;ao contra-hegemOnica", um luta contra 0 neoliberalismo e na um luta anticapitalista. Ainda qu seja um crftico ao capitalismo contempo raneo, 0 autor nao vislumbra nenhuma altemativa a' esse modelo: "[ ... no cosmopolitismo subalternoa questao da com h a ~ q u e h dizer a ~ q u e que 0 capitalismo global p a t ~ b i l i d a d e de um dada luta ou movimento co questao que no passado conduz conduziu iu acaloradas acaloradas discussoes discussoes - nao se poe" (SANTOS, 2003b, p. 33). Para Castells (1999c), por sua vez, a globalizac;ao e um expressao con temporanea da mais nova etapa do capitalismo: (, capitalismo inforrnacio nal. Castells defende que a Era da blforrnai;;ao e marc ad por um nova estrutura social social dominante, que toma forma no final do milenio, milenio, a "sociedad em retle"; porurria nova econornia, inforrnacionaVglobal, e tambem por um nova cultura, a cullura da virtualidade real (CASTELLS, 1999c, p. 412). Embora reconhecendo diferenc;as culturais e sociais entre as paises
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DIRE/TA PARA
SOQAl.EA ESQUERDA PARA
CAPITAL; INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
apropria-Ia de forma seIetiva. Esta, mais do que nunc a, inserid na cultura e e equipado peIa tecnoIogia." (CASTELLS, 1999c, p. 414) socioIogo espanhoI entende que a nova fase do capitalismo capitalismo gero algumas consequencias para c o n f i g u r a ~ a o do mundo. Afirma qu
... Testemunhamos a integrac;ao global dos mercados financeiros; de senvolvimento da regiao do Pacffico asiatica como novo centro industrial global dominante; a difkiI unificac;ao economica da Europa; surgimento de uma economia regional na America do Norte; diversificac;ao, depois desintegrac;ao, do ex-Terceiro Mundo; a transformac;ao gradual da Russia da antiga area de influencia sovietica nas economias de mercado; a incor porac;ao de preciosos segmentos de economias do mundo inteiro em um sistema interdependente que funciona como unidade de tempo real (CASTELLS, 1999a, p. 40). Como desdobr amento d esse processo, Castells Castells identifica identifica urn urn fen omeno novo, novo, denomin ado de "con sequencias das consequencias", caracterizado pela desigual, desta vez na apenas entre " a c e n t u a ~ a o " de a c e urn n t u a desenvolvimento ~ a o Norte e SuI, ma entre os segmento s e territor territorios ios dinamicos das sociedades em todos os lugares e aqueles qu correm risco de tomar-se na pertinentes sob a perspectiva da logica do sistema" (CASTELLS, 1999a, p. 40). Assim, as mudam;as decorrentes no processo de c o n s o l i d a ~ a o do ca pitalismo informaciona! atravessam a economia e a cultura, causando sig nificativas repercuss6es no plano social. A g l o b a l i z a ~ a o do capitalismo informacional informacional provocou um crise acentuada no tradicionalismo, envol vendo varios aspectos, tais como r e d e f i n i ~ a o r da o n d i ~ a o na e d e f c i o n n i d ~ i a ~ o a o c feminina sociedade, a crise do patriarcalismo, um grande aten<;ao aos problemas ambientais, um crise no sistemas politicos, fortalecimento de movi mentos sociais agrupados po "identidades primarias: religiosas, eticas, territoriais e nacionais" (CASTELLS, 1999a, p. 41). Castells reconhece g I o b a l i z a ~ a o como urn fenomeno irreversivel, qu produz crescimento economico e a i n t e g r a ~ a o cultural, ma que, por outro lado, ger a pobre za e desigualdade. Nesse senti do, podemos inferir qu sociologo espanhol, na e urn problema em si, g l o b a l i z a ~ a o , para ma urn desafio que pode ser enfrentado positivamente. positivamente. Para Bauman (2000, 2001), conceito de globalizac;ao significa a pro
31UNDAMENTOS TE6RICOS DA F O R M A c A O / A T U A < ; A O O O 9 I N T I ~ I . p . e r u A I M F O fiA R M A N( c A IVA O / A 11\1 T U A 1M < ; A ifO O O lll 9 I DIIIIF.GEMONIA N T I ~ I . p . e r u A I M
escapa cada vez mais ao alcance das institul<;Ocs polftlcils. Podemos dizer que poder e a polltica ocupam espac;os diferentes. espac;o fisico, geogra fico, continua sendo a casa da politica, enquanto capital e a informac;ao habitam ciberespac;o, no qual espac;o flsico e abolido ou neutralizado. (BAUMAN, 2000, p. 124-125) Para
sociologo polones, g l o b a l i z a ~ a o do capital, das financ;as e da significa, principalmente, su "fuga ao controle e administrac;ao locais", em especial do Estado-nac;ao (BAUMAN, 2000, p. 172). Nao ha cida dania em razao da inexistencia de instituic;6es oriundas dos mecanismos que Estado republicano desenvolveu para a participac;ao e ac;ao politica eficiente do cidadao. A globalizac;ao naturaliza a d i r e ~ a o d qu i r e ~ a"os o assuntos do mundo estao tomando: fato de estarem essencialmente fora dos limi tes e de controle, adquirindo urn carater quase elementar, na planejado, imprevisto, espontaneo e contingente" (BAUMAN, 2000, p. 193). A analise de Bauman sobre carater de imprevisibilidade da globa lizac;ao, e a soluc;ao para enfrentar os efeitos do seu descontrol descontrolee - a cria cria <;ao de i n s t i t u i ~ 6 e s para urn governo global e a d a p t a ~ a o dos Estados-nac;ao Estados-nac;ao nova dinamica do mundo -, converge para mesma perspectiva apre sentada pela Terceira Via, que defende a criac;ao de urn governo e de uma democracia cosmopolitas. i n f o r m a ~ a o
"I ente globalizado tern qu jogar jogo segundo as suas regras e arriscar-se, caso ignorem as regras, a urn severo troco ou, na melhor das hipoteses total ineficacia dos seus empreendimentos" (BAUMAN, 2000, p. 193). Embora Bauman fac;a referencias ideia de urn novo internacionalismo, verifica-se que, de fato, su perspectiva se refere noc;ao de cosmo politismo: "Nada menos e necessario do que um i n s t i t u i ~ a o republicana internacional em escala proporcional escala de operac;ao dos poderes
transnacionais" (BAUMAN, 2000, p. 194). Em linhas gerais, as ideias de Bauman ofere ofere cern substr atos te6ricos nova pedagogia da hegemonia na medida em que ele na analisa a glo balizac;ao como urn processo hist6rico hist6rico definido definido pela concorrencia interca pitalista e pelas lutas sociais internas em cada formac;ao social. Se a pro posta de criac;ao de instituic;6es globais para enfrentar a imprevisibilidade
AOIREITAIARAOSOClALEAESQUERDAPARAOCAPITAL:IN lF.LECfUAlSDANOVAPEDAGOOIADAHECEIoIONIAN OBRASIL
mundo toma-se cada vez mais urn todo. Cada parte do mundo faz, mais e mais, parte do mundo e mundo, como urn todo, esta cada vez mais presen te em cada uma de suas partes .lsso se verifica nAo apenas para as nal;Oes e povos, mas para os indivl'duos. Assim ' ~ o m o cada ponto de urn holograma contem a i n f o r m a ~ a o do todo do quaIfaz parte, tambem, doravante, doravante, cada indivfduo recebe ou consome i n f o r m a ~ s i en substAncias oriundas de todo 0 f o r m a ~ s universo. ( M O R I ~ , 2006b, p. 67) , ... .. c. .t. ,,:.
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Isso significa que, na a t u a l i d a d e , ( p p. 67). No entanto, adverte Morin, unificadora; em sua e s s ~ . n c i a . e l a m b e
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. : p l ~ e t a , e n c o l h e " a (MORIN, t u a l i d a d e 200Gb, , ( p . : p l ~ e t a , e n
a : m u n d i a l i z a ~ a o a na : m u n d i apenas a l i z a ~ a o
m e conflituosa. s s ~ n c i a . e l Dessa a m b e m forma,
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•• fiIz-s fiIz-se e a companhar cada vez mais pelo pr oprio u n i f i c a ~ a o u mundializante n i f i c a ~ a o negativo que ela suscita, suscita, pelo efeito contrdr io: b a l c a n i z a ~ a o . b a l c mundo, a n i z a ~ a o cada .
vez mais, mais, toma-se uno, mas toma-se ao me smo tempo, ca da vez mais dividido dividido entre l a i c i z a ~ a o e religiao, mo a ~ , .•. Os antagonismos entre n a ~ , n religi6es, demidade e t rad i¢o , democracia e. ditadura, ditadura, ricos ricos e pobres, Oriente e Ociden te, Norte e Sui nutrem-se uns ao outros, e a eles mesclam-se interesses estra tegicos e econOmicos antagOnicos das grandes p o t ~ n c i a s e das multinacionais voltadas para lucro. (MORIN, 200Gb, p. 68-69, grifos do autor)
Assim, enquanto povo europeu localiza-se localiza-se nu m ambiente_de ambiente_de conforto, conforto, grande parte dos povos dos proses dependentes encontra-se em urn con texto planetario de miseria. De acordo com Morin, para melhor e pior, cada ser humano, rico ou pobre, do Sui ou do Norte, do Leste ou do Oeste, traz em si, sem saber, planeta inteiro: inteiro: CIa m u n d i a l i z a ~ a o ao mesroo tem po evidente, subconsciente e onipresente" (MORlN,2006b, p. 68) grande desario da humanidade, para Morin, no contexto Cia que, valorizando valorizando a diversidadiversidag l o b a l i z a ; ~ a o , e a c o n s t r u ~ a o de um cultura que, de, produza urn novo homem. Edgar Morin reconhece tambem que a g l o b a l i z a ~ a o e urn desafio. A ideia de que devamos "civilizar e solidarizar a Terra, transformar a especie humana em verdadeira humanidade" (MORIN,2006b, p; 78) nao apenas coincide com as f o r m u l a ~ o e s da Terceira -Via como se propoe a oferecer os fundamentos filos6fico filos6ficoss e pedag6g icos para a f o r m a ~ a o dos novos in telectuais· orga nic os do novo mundo. A discussao sobre a globaliza<;ao de Hardt e Negri (2005a), embora
FUNOAMENTOS
TE
Para os autores, Imperio. surge como uma nova ordem polfUca, que reUra ou diminui substanUvamente a soberania dos Estados-na<;ao, criando uma rede difusa e descentralizada de poder, presente em todo mundo, so o comando das grandes c o r p o r a ~ o e s . Diante da r e d u ~ a o dos Estados em meros instrumentos do capital, Imperio Imperio e concebi do por Hardt e Negri como expressao efeUva e imediata da g l o b a l i z a ~ a o e da nova supremacia fundamento poiftico do Imperio e referenciado na perspectiva de poder, algo disperso e descentralizado, que se manifesta c foucaulUana o l h e " em todos os lugares, se conexoes com sujeitos politicos coleUvo coleUvos. s. Nessa linha, a polftica e a economia assumem, no mundo globalizado con em poraneo, novas formas, que teriam posto fim ao imperialismo. argumento usado por Hardt Hardt e Negri (2005a, p. 50-51) e que: "[... as corpora<;6es transnacionais distribuem diretamente a for<;a de trabalho pelos mercados, alocam recursos funcionalmente e organizam hierarqui camente os diversos setores mundiais de p r o d u ~ a o . p r o complexo aparelho d u ~ a o . que seleciona investimentos e dirige manobras financeiras e monetArias deterrnina uma nova geografia do mercado mundial [ .. J". poder do Imperio nao se limita ao teropo e a o e s p a ~ o ; Imperio seria uma ordem_produtora de novas formas de d o m i n a ~ a o : d o m i n a ~ a o : Nossa hip6tese ba,sica e que a soberania tomou nova forma, corriposta de uma serie de organismos nacionais e supranacionais, unidi). por uma l6gica ou regra (mica. Esta nova forma global de economia que chamamos de Imperio [, .. 1. Entendemos "Imperio", entretanto, como algo completamente diverso de "imperialismo". imperialismo era, na realidade, uma extensao fronteiras [ ..] A da soberaniados E s t a d o s - n a ~ a o europeus alem de suas fronteiras Imperio surge do crepusculo da soberania moderna. Em t r a n s i ~ a o para contraste com imperialismo, Imperio nao estabelece urn centro territorial de poderi nero se baseia em fronteiras ou barreiras fixas. urn aparelho de descentralizal;ao e d e s t e r r i t o r i a l i z a ~ a o d do gradualmente e s t e geral r r i t o r que i a l i z incorpora a ~ a o o mundo inteiro dentro de suas fronteiras abertase em e x p a n s ~ o . Imperio administra entidades hibridas, hibridas, hierarquias l1exfveis e permutas plurais por meio de estruturas de comando reguladoras. As distintas cores nacionais do mapa imperialista do mundo se uniram e mesclaram, numarco-fris imperial global. (HARDT; NEGRI, 2005a, p. 12) n o ~ a o
de Imperio d e Hardt e Negri sinaliza que
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IlIREIT PARA
SOCIAL
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CAPITAl..: IHTEL£CTUAIS OA NOVA PFDAGOOIA OA HEGEMONIA NO BRASIL
Verifica-se qu ha uma tendencia comum nas analises supramencio nadas que ofer cern subsidios legitimac;ao do projeto da Terceira Via. Essa convergencia situa-se tanto nas possibilidades possibilidades das "saidas" quanto na ideia da inevitabilidade e inalterabilidade dos fundamentos da globalizac;ao que norteia noyo mundo. Como as classes sociais e as relac;oes sociais capitalistas capitalistas "n ao existem" na constituic;ao desse fenOmeno, como propoem os autores em suas analises, e poss[vel reconhecer a globalizac;ao capita possibilidade que se Usta nao como urn problema em si, mas sim um possibilidade tratadaadequadamente, pode, por um ac;ao poHtica altemativa, produzir efeitos p o s i t i v ~ s para a humanidade. Certamente, fortalecer a "demo cracia cosmopolita" seria urn desses efeitos. Uma sociedade civil ativa para democratizar a democracla A Terceira Via parte d o principio de que mundo entro numa era em qu os antagonismos e os conflitos de classe, marcas maiores do "velho mundodas polaridades", deixaram de se constituir constituir como referencias pa ra a dinamica da sociedadecivil. sociedadecivil. A tese defendida defendida e de q u ~ a sociedade civil, como a conhecemos no passado, "foi produto de arranjos sociais que nao mais existem'f (GIDDENS, 1996, p. 144, grifos grifos nossos) A ideia central c ontida n ess a formul formulac;ao ac;ao e a de que a s classes sociais conceito que expressa a localizar;ao e a organizac;ao coletiva dos homens nas relac;6es sociais gerais e de produc;ao e a identidade politica coletiva desses sujeitos na historia historia - nao mais existem. Nessa perspectiva, perspectiva, novo mun do seria mar cad o pelas diferenc;a diferenc;ass entre grupos das mais diferentes iden tidades e a sociedade civil teria pa ssa do por reconfigurac;6e reconfigurac;6es. s. No projeto em questao, a "sociedade civil ativa" e a expressao da r e n ~ vac;ao da politica. politica. A politica ter-se-ia ter-se-ia desp rendido d as a marra s das ideolog ideologl l as e das grandes organizac;o organizac;oe5, e5, voltando-se para a s ac;oes ac;oes de valorizac;ao dos individuos e de sinergia de esforc;os para "renovac;ao das solidariedades danificadas" pelas disputas de tempos atras (GIDDENS, 1996). Nesta perspectiva, a "sociedade civil ativa" seria espac;o de realiza c;ao do "eu" e de .encontro co outro para fortalecimento da coesao social. Cada. urn, movido por su individualidade e por sua racionalida:de, entraria em contato co outros individuos, formando grupos de diferentes tipos qu dialogariam dialogariam en tre si para a promoc;ao do bern comum. A tOnica
3f1JNOAMENTOS TE6R!cos O A F O R ~ A ~
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Para a Terceira Via, a "reflexivida "reflexividade de social" teria provo cado osurgi.. mento de novas organizac;6es potencializadas: p ela diversificac;ao diversificac;ao das for ma de trabalho frente ao crescimento da tecnologia e da crise do modelo industrial; pela elevac;ao do nivel de escolarizac;ao da juventude de ori gem operaria; pelo ingresso macic; macic;o o da s mulhere no mercado de traba Iho. As organizac;6es teriam criado novas referencias de vida diferentes daquelas vividas pelas gerac;Oes anteriores. Neste sentido, os protagonistas da nova cena polftica polftica seriam bern ma is realistas quando comparados com as organizac;Oes sindicais e partidarias (socialistas e comunistas) do passado, por justamente "nao pretenderem futuro (GIDDENS, 1996, p. 11). 11). Suas referencias esta riam se apodera r do futuro ligadas valorizac;ao da "democratizac;ao da democracia", da expressao da diversidade e da defesa dos interesses culturais. culturais. Assim, a "sociedade civil ativa", ativa", enq uant o espac; de coesao e de ac;ao social, localizada entre aparelho de Estado e mercado, deve tomar-se instrumento de resgate da formas de solidariedade entre indivfduos, per didas pela separac;ao dos dos hom ens em classes socials, e de renovac;ao dos lac;os entre os diversos gropos, de maneira a mobilizar mobilizar conjunto da socie dade numa (mica direc;ao. Ao inves de funsOes e disputas entre ideologi ideologias, as, manifestac;ao Upicado "mundo. das po}.aridades", prevaleceria colaboracionismo e a Uberdade de escolhas individuais. .. Essas formulac;oes sao sustentadas por diferentes teorias sociologicas e filosoficas, qu ofer cern substrato teorico da nova pedagogia da hegemonia. Segundo tais teorias, estariamos obrigados a redefinir todas as categorias de analise qu instruiram os processos deinvestigac;aoe' de ac;ao poUtica no passado, pois haveria uma nova "encenac;ao da polftica" e novos "atores sociais", superando as categorias classe social e socieda de civil como espac;o de lutas e antagonismos. Como enfatizado anteriormente, Alan Alan Touraine Touraine pode ser c onsiderado urn importante precursor dos argumentos qu sustentam a Terceira Via. sociologo frances afirmava afirmava que mundo capita No final dos anos 1960,0 sociologo lista estaria vivendo p6s-industrialismo e qu esta fase teria produzido mudanc;as na arquitetura e dinAmica da socie dade civi civil. l. A ideia central era qu as classes sociais na poderiam ser tomadas c omo referencia referencia para
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ADIREITAPARAOSOClALEAESQUERDAPARAOCAPlTAL:INTELECTUAlSDANOVAPEDAGOGIADAHEGEldONIANOBRASIL
participac;ao da pessoas nos processos de integrac;ao social e cultural (TOURAINE, 1 9 7 3 ) . " - ' , Os indivfduos indivfduos estariaIll mais preo cupad os em enfrentar as restric;oes participac;ao navida social do qu em lutar contra os efeitos da explorac;ao econOmica do capital sobre trabalho. Touraine (2004) (2004) indica como evi desse,proC'esso.o refluxo do movimento operario e de suas lutas d ~ n c i a s desse,proC'esso.o nos anos 1960 1970, declfnio da forma tradicional de se fazer polftica e surgimentode novos ,movimentos sociais. questao fundamental para Touraine e que os novos atoressociais estavam be mais preocupados co sentido da democracia no capitalismo do que co as bandeiras de mudam;as nas'felac;oes sociais em seu conjunto. Para ele, "Entramos em urn perfodo em qu a utopia desaparece diante da luta, mesmo que esta seja diffcil ou puramente defensiva, em que a sociedade deve se nova mente vista como urn conjunto de relac;5es e de conflitos sociais abertos, transformac;ao, o, e na mais como urn soberano impondo sua em const ante transformac;a lei e reduzindo a minoria ao silencio" (TOURAINE, 2004, p. 21). Na interpretac;ao de, Touraine, os movimentos sociais agem indeperi dentemente das ideologias e dos p artidos polfticos polfticos e, portanto, ha urn des locamento da luta por direitos sociais (e po que nao? - pela hegemonia) para movimentos em defesa por "direitos culturais", se a intenc;ao de . ordenar futuro. soci edad e civi civill lorna-se, assim, espac;o de afirmac;oes de identidades, de expressao de manifestac;oes manifestac;oes culturais de desejo em participar da vida de urn pals. . Na o b r a d e 2006, Touraine oferece novos elementos qu fortalecem e legitimam no plano te6rico as formulac;oes da nova pedagogia da hegemonia. Se na obras anteriores autor redefinia a natureza da socieda de civil ao 'apbntar fim das classes, na de 2006 aborda a crise do mo vimentos sociais e surgirnento dos "movimentos culturais". 0 autor de fende a ideia de que, a partir dO paracligma cultural, e p o s s i ~ e l "[ ... nome ar os novos atores e os novos conflitos, as representac;oes do eu e das coletividades que sa descobertas co urn novo olhar, que po diante de nossos olhos um nova paisagem" (TOURAINE, 2006, p. "9}. Em tom de desolamento, experiente soci6logo afirma: liE verdade que os novos rnovimentos sociais qu haviarn surgido ap6s 1968 esgota
FUNIlAMEHTOS
m?RICOS DA F O R M A ~ A T l J A c ; A o ! l O S
IN'l'ELECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEIdONIA
fenOmeno e novo individualismo, individualismo, que seria principio capaz de irnpe dir nossas sociedades de naufragar numa extenuante c o n c o r r ~ n c i a c gene o n c o r r ~ ralizada, se precisar para isso recorrer ao espfrito do poder, de conquista de cruzada para remobUizar remobUizar a soci edade e impor-Ihe obrigac;oe obrigac;oess e sacri ffcios [ .. J" (TOURAINE, 2006, p. 101). Essa perspectiva leva Touraine a identificar a relevAncia relevAncia da noc;ao de "sujeito pessoal" como aquela que melhor traduz qu a expressao "ator social" explicou no passado. 0 individualismo como r e f e r ~ n c i a para se pensar sujeito e a fomiac;ao das organizac;oes da sociedade civil na atu alidade serve para apontar qu e viavel produzir a vida em harmonia, se soma da novas indi as press6es do mercado do poder. Sugere-se qu vidualidades na significaria egolsmo, ma sim a consciencia do "eu," capaz de oferece r as condic;oes da paz e da prosperi dade social no mundo. Conforme afirma Touraine (2006, p. 120), "Este individualismo orienta do para a presenc;a a si mesmo e eminentemente moderno, como afirma Giddens, pois implica urn desapego tao de .modo convincente Anthony Giddens, completo quanta possivel dos papeis sociais. Pertenc;o a esta vasta correne te de idelas qu insiste na passagem do mundo da sociedade ao mundo do individuo, individuo, do a tor voltado para 51 mesmo".7 N e s s ~ perspectiva,o padrao de sociabilidade sociabilidade centr ado no novo indlvi dualismo definlria a infIexao dos "novos movimentos socials" para outro campo de preocupac;oes: preocupac;oes: cullura
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Os novos rnovirnentos sociais, por sua vez, nao tern por prindpio transformar as situac,;6es as relac;6es economicas; defendem a Iiberdade e a responsabi Iidade de cada indivfduo, sozinho ou em coletivida1e, coletivida1e, contra 16gica impes soal soal do lucro e da concorrencia. E tambem contra ;uma ;uma ordem estabelecida que decide que normal ou anormal, permitido 'ou proibido. (TOURAINE, 2006, p. 180)
Os novos rnovimentos, como sinalizado por Touraine, seriam partado res de uma agenda comprometida co a afirmac;ao das ldentidades dos
I:
Mais adiante, Touraine (2006, p. 120) alirma que, quando delimila a reaJidade, acaba se afastando
DIRFJT PARA
SOCIAL EA ESQUERDA PARA
CAPITAL: INT£L£CllIAlS DA NOVA PfD AGOGIA DA HEGEMONIANO HEGEMONIANO BRASIL
sujeitos. Em outras palavras, palavras, 0 paradigma cultural touraineano sinaliza que no seculo XXI as divis6es socioculturais (e, por que nao?, polfticas e econ6 micas) sao expre ssao das identidades e nao das condit;6es reais e da cons ciencia produzida a partir das relat;6es concretas. Conseqilentemente, a sociedade civil na seria mais constitu(da e dinamizada por relat;6es de hegemonia, ma stm pelas diferent;as diferent;as do modo como as pessoas se sen tern e se veem na realidade. As formulat;6es do soci6logo Manuel Castells sao tarnbem significativas na fundamentat;ao do projeto politico da Terceira Via. sob 0 prisma do desenvolvimenlo lecnol6gico na econornia e suas repercuss6es cullurais, sociais e polfticas que Caslells elabora um robusta teoria sociol6gica sociol6gica De forma clara e objetiva, Castells sustenta que e possivel explicar as mudant;as ocorrldas na econornia, na sociedade e na cultura partindo do estudo das mudant;as na tecnologia da informat;ao, por serem elas produ to da sociedade. Defende a ideia de que as mudant;as no processo de consolidat;ao do "capitalismo informacional", qu produziram 0 rejuvenes cimento d o pr6prio sistema, fazendo surgir um nova sociedade (a socie dade. em rede), foram fundamentais para mediar significativas alterat; es no funbito do social e da cultura, cultura, cria ndo um crise das tiadit;6es. Nesse processo, vanas organizat;6es, como.a pr6pria soc iedad e civil civil,, ta,mbem ta,mbem entraram em crise. A expansao do capitalismo informaciona informacionall teria criado tantas determi nat;6es qu seria impossivel impossivel pens ar na dinamica da sociedade civile nas classes sociais como no auge da era industrial. contrario de muitas teorizat;6es, teorizat;6es, soci610g soci610go o espanho l argum enta qu n,a er informacional houve urn aumento e diversificat;ao db em prego: prego: ainda que lenh a sido registrada a extinc;;ao de postos de trabalho e mesmo desemprego em determinados setores. Em su avaliac;;ao, de modo geral os "trabalhadores nao desapareceram no espac;;o de fluxos e, do ponto de vista pratico, hamuito trabalho" (CASTELLS, 1999a, p. 570), portanto , conc1ui conc1ui "a vida ligada ao lrabalho continua" (CASTELLS, 1999a, p.571).
No entanto, 0 autor verifica que inlensas modificac;;6es se estabelece ram nas relat;6es relat;6es socials socials entre capital e trabalho na er informacional.
3FUNDAMENTOSTE6RlcosD 3FUNDAMENTOSTE6RlcosDAfORMAI;AQl AfORMAI;AQlATUA(:AOOOSINlELEClUAlSDANOVAPfDAGOGIADAHEGEMONIA ATUA(:AOOOSINlELEClUAlSDANOVAPfDAGOGIADAHEGEMONIA
"[ ...1. Os trabalhadores perdem sua identidade coletiva, tomam-se cada vez mais Individualizados quanto as suas capacidades, condi<;oes de trabalho, interesses e projetos. (CASTELLS, 1999a, p. 570-571)
Em relac;;ao ao capilal, Castells veri fica que, diante da financeirizac;;ao mundial da economia inlensificada pelas novas condic;;6es tecnol6gicas da informat;ao, e bern diffcil nomear ao cerlo quem sao os capitalistas. Mui los constituem a classe capitalista, mas, mesmo assim, essa classe na teria um (mica ident idade social e econOmic em lermos mundials, per dendo nesse processo sua capacidade de ac;;ao politica, pois Acirna de varios capitalistas de carne e osso e grupos capitalistas, ha urna entidade capitalista coletiva e sem rosto, formada de fluxos flnanceiros ope rados por redes eletrOnicas. eletrOnicas. [ .. \. Embora capitalismo ainda impere, os capi talistas em si estao distriburdos de forma aleatoria, e as classes capitalistas flcam restritas as areas especificas do rnundo onde prosperam como apen dices de urn poderoso turbilhao que manifesta sua sua vontade mediante pontos de spread e classiflca<;oes de op<;6es de futuros nos flashes g\obais das telas . dos computadores. (CASTELLS, 1999a, p , · 5 6 9 ~ 5 7 0 )
As caraclerislicas caraclerislicas detectadas levam soci610go espanhol a afirmar que, na "[ ... nova realidade social, as relac;;6es sociais de produc;;ao foram desligadas de sua exislen cia rea capitallende a fugir em S e l l hiperespac;;o de pura circulac;;ao, enquanto os trabalhadores dissolvem sua entidade coletiva em um variac;;ao infinita de existencias individuais." (CASTELLS, 1999a, p. 571-572) Em sintese, a sociedade em rede teria dilufdo a identidade de classes, reduzido su importancia social e politica nas relac;;6es de poder, a h ~ m de ter colocadoem xeque a sociedade civi civi da era industrial. autor afirma conflitos Upicos. da sociedade capilalista qu vivemos num mundo se industrial. industrial. Adverte, porem qu islio represe nla mais riscos, riscos, pois os grupos organizados organizados por identidades identidades tendem a n ao reco nhecer os outros grupos ou mesmo a considera-los como estranhos. Essa configurac;;ao representa uma social. ameac;;a coesao social. O'soci610go O'soci610go advert que na era do capitalismo Informacional
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ADIRFJTAPARAOSOClALEAESQUERDAPARAOCAPITAL:1NT£I.ECTUAISDANOVAPEDAGOGIADAHEGEMONIANOBRASIL
Portanto, Portanto, os sujeitos politicos politicos coletivos nao s eriam mais mobilizados mobilizados por ideologias, ideologias, ma s p ela afirmac;ao afirmac;ao de identidades culturais, muitos deles mati vados por formas espedficas de resistencia it dinAmica dinAmica do m undo con temporAneo, em especial sobre os efeitos da globalizac;ao. Castells observa a existencia de o r ~ a n i s m o s refratarios it nova ordem, com capacidade de oferecer abrigo e referencias valorativas e identitarias, numa perspectiva coletiva que resiste aos projetos individuais. No entanto, argumenta, se es sas organizac;6es baseadas em prindpios comunais (religioso" nacional e local) local) pode m oferecer resistencia aos processos dominantes do novo mun do, pouco p o d ~ m p fazer reverter sua dinAmica, uma vez qu nao sao o d ~ m para portadores de projetos societarios altemativos. Portanto, "e bern provavel provavel qu a resistencia cultural permanec;a restrit as fronteiras das comunas" (CASTELLS, 1999b, p. 86). Para Castells, Castells, no contexto da nova sociedade e da chama da "cultur "cultur da virtualidade real". que significa a autonomia da cultura frente as bases materiais, urn contingente numer()so de pessoas percebe a nova ordem social social com uma "metadesorde m", pois estao distantes dos processos de cis6rios da rede global, nao captando os nexos entre os eventos e a dinA mica da nova er A questao da identidade e taml>em uUlizada por Castells para explicar a reorganizac;ao da sociedade civil. Essa instAncia de poder seria composla por fragmentos de resistencia ou por movimentos identitanos. identitanos. A descen tralizac;ao seria a principal (:aracterisUca da nova sociedade -civil. Castells afirma qu seu esforc;o intelectual para explicar mundo de no
de
ceticismo social e descrenc;a politica, [ .. pois! Acredito nas oportunidades politica transformadora, se neces de ac;ao social significativa e de politica sariame nte derivar derivar para as corredeiras falai de utopias absolutas. Acredi to no poder libertador da identidade se aceitar a necessidade de sua individualizac;ao ou de sua captura pelo fundamentalismo". (CASTELLS, 1999a, p. 42) Tambem invocando elementos numa perspectiva critica de amilise, Michael Hardt e Antonio Negri, em Imperio, apresentam elementos que
3lUNDAMEHTOS TE6rUCOS DA FORMAcAOr'ATUAcAODOS
INTEl.£CTUAIS DANOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA
lhadores em meio it reconfigurac;ao reconfigurac;ao do traba lho industrial. Mas outras idei as apresentadas pelos pelos autores podem ser apontadas como "expUcativas" para definhamento da sociedade civil. Uma delas e apresentada a partir da seguinte tese: Nossa realidade economica e social definida menos pelos objetos materiais feitos e consumidos do que pelos s e r v i ~ o s s e r v r i e ~ l o a s ~ o e s co-produzidos. Cada vez mais, produzir significa construlr comunalidade de c o o p e r a ~ a o e comu conceito de propriedade privada, entendido como direito exclusi n i c a ~ a o . vo de usar um bem e de dispor de toda a riqueza que deriva da sua posse, toma-se cada vez mais despropositado nesta nova s i t u a ~ a o ... J. alicerce do conceito modemo cIassico de propriedade privada e, portarlto, em certa medida, dissolvido, no modo p6s-modemo de p r o d u ~ a o . (HARDT; NEGRI,
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I
200Sa, p. 323)
Os autores afirmam, ainda, qu conceito de propriedade privada s6 representa relevAncia no plano legal, nAo servindo para explicar a dinAmi civil. l. Diante. Diante. disso, ca das relac;oes sociais e a arquitetura da soci edad e civi segundo indicam os autores, para pensar a vida social seria mais· impor tante apostar na noc;ao de "comum" (no sentido de comunitano, comunitano, comunal .ou de comparUlhamento) do que nas formas tradicionais referenciadas no divisio division1sm n1smo o en tre proprieta rios e nao-proprietarios ed consciencias poli poli ticas coleUvas de carater classista. Esta formulac;ao, formulac;ao, em ultima instAncia, instAncia, procu ra diluir a importAncia da relac;6es relac;6es sociais de produc;ao produc;ao da existencia existencia humana controle. sobre os meios d:e produc;ao sobre a formac;ao das subjetividades. idealismo.de Hardt Hardt efiegri sugere que os hom ens se consUtuem e faze m a hist6ria inde pendentemente das condic;6es sociais, polfticas e economicas, como se· vida social na interferisse na sua constituic;ao enquanto ser humano. A linha te6rica proposta proposta pelos autores projeta todos todos os homen s, indep enden temente do que vivem, em uma mesma condi<;ao social e. politi politica. se ndo que a linguagem e a comunicac;ao os igualariam; Se nAo ha diferenc; diferenc;as as entr e aq uele qu vende e qu compra a forc;a Iigados por meio de trabalho, e se mais import ante e qu e todos e steja m Iigados de "redes comunkalivas e sociais, de servic;os e de Ifngua comum" (HARDT; NEGRI, 2005a, p. 323). e submetidos ao poder do Imperio,
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AIliRElTA PARA
SOCIAL £A ESQUERDA PARA
CAPITAL: INTEI.ECIUAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
possibilidades da d e m o c r a t i z a ~ a o d da e m democracia, o c r a t i z a ~ a o que aproxima diferen les subjetividades num mesmo movimento. . Esta ideia oferece substrato te6rico Terceira Via na medida em que dilui as classes sociais e afirma qu as r e I a ~ 6 e s de poder se limitam as diferentes diferentes subjetividades subjetividades indepe ndentemen te da base material e do con texto hist6rico-socihl. Com efeito, a d o m i n a ~ a o se reduz a urn exerdcio abstrato de poder que fIui pelo e s p a ~ o e es pelo soci· p a ~ o tempo. 0 protagonismo soci· al, quase poetico e mmco, da muIUdao e de sua missao, missao, cer tamente inspi inspi ra a n o ~ a o de "nova cidadania" e de "democracia cosmopolita" cosmopolita" d efendida pela nova pedagogia da hegemonia. f r a g i l i d a < 1 ~ na caracterizac;ao do capitalismo contemporfmeo e o u t r ~ elemento te6rico importante. A a f i r m a ~ a o geral de que as mudanc;as con temporaneas do capitalismo criaram as c o n d i ~ 6 e s para a luta contra Imperio Imperio tomam- se in6cuas quando da c a r a c t e r i z a ~ a o c do a r a cpr6prio t e r i z a ~ Imperio. a o Ora e apresentado como sujeito, sujeito, ora como e s p a ~ o fIuido de poder, isto e, uma rede descentralizada que nao esta em lade nenhum. Com efeito, Hardt dificultam a compreensa o sobre as lutas Negri fomecem elementos qu e dificultam sociais no mundo capitalista de hoje, pois impedem a identificac;ao dos integrantes das f o r ~ a s sociais em movimento e os objetivos que devem buscar. Isso se refIete na d e f i n i ~ a o do "programa politico politico da multidao glo bal" propos pelos autores. Os aspectos te6ricos contidos no Imperio projetam Hardt Negri como intelectuais de uma esquerda incomodada co mundo de hoje. No en· t a n t o ~ ' e necessario considerar. como adverte Callinicos (2001, p. 18, tradu c;ao nossa), que "a influencia de suas ideias e urn obstaculo para de senvolvimento de urn movimento e ~ i t o s Q e contra ~ i t o s Q capitalismo global". global". c e p ~ a o de "sociedade civil ativa" e de novos "atores" e de Boaventura de Sousa Santos. Com diferenc;as te6ricas e poUticas com Castells e Hardt Negri, mas tambem se colocando no campo critico. algumas ideias de Santos tambem oferecem substrato te6rico nova pedagogia da hege monia.
FUNDAMENTOS n:ORIcos DA FORMA9A'ATUAY\O.DOSINrFllCTIJAIS DA NOVA PFDAGOOIA DA HEGEMONIA
Urn dos pontos mais relevante da f o r m u l a ~ a o f de p. 27) o r m Santos u l a ~ a o (2000, que "Na ha agentes hist6ricos (micos, nem forc;a unica de dorninac;ao. Sao multiplas as faces da dominac;ao e da opressao e muitas delas foram irres ponsavelmente negligenciadas [ .. l". Na atualidade, "[ ... tanto a primazia transforrnadora das classes e stejam hoje a se explicaUva quanto a p rimazia transforrnadora radicalmente questionadas" (SANTOS, 1999b, p. 41). Para Santos, a luta pela igualdade por direito diferenc;a diferenc;a deve consti tuir a tOnica do importante processo de transforrnac transforrnac;ao ;ao social. A democr a afirmar-se como eixo central dos processos tizac;ao da demo cracia deve afirmar-se .. por mudanc;as. Santos tambem adverte que e s p e r a n ~ a nao reside, pois, num princfpio geral que providencia por urn futuro geral. Reside antes na possibilidade de criar crunPos de experimenta ~ a o social onde seja possivel resistir localmente As e v i d ~ n d a s da inevitabilldade, inevitabilldade, promovend o com exilo aUerna aUernativ tivas as que p arecem ut6picas em todos os tempos e lugares excepto naqueles em que ocorreram , eCectivarnente. (SANTOS, 2000, p. 36)
Os campos de experimenta«;ao social, r ~ f e r e n c i a d o s no preceito da democratizac;ao da democracia, devem ser incentivados pela cidadania ativa, uma fonna nova de militAncia politica. Vinculad criac;ao de no vos arrarijos institucionais essa eXperimenta«;ao deve a.ssegurar que os bens pubUcos sejam oferecidos por diferentes mecanisrn'bs, especialmen te no ambito social (SANTOS, 2008). Santos entend e que a d i s t i n ~ a o entre Estado Estado e socieda de civil estci em questao no exato momento em que a "[ ... sociedade civil parece estar, por toda parte, a reemergir do juga do Estado e autonomizar-se em rela «;ao a ele, capacitando-se para desempenho de func;6es que e s C ~ \ V a m confiadas ao Estado" (SANTOS, 1999b, p. 123). Reconhece tambem que a fortalecimento de "urn nucleo ge r e c r i a ~ a o da sociedade civil envolve nuino que se traduz n a reafirmac;ao reafirmac;ao dos val ores do autogoverno, da expan sao da subjectividade, do comunitarismo e da organizac;ao aut6noma dos interesses e do modo de vida" (SANTOS, 1999b, p. 124). Quando defende as func;6es de articulac;ao social como parte dessa exp'erilnenta«;ao externa do Estado, Sai'ltos-(l999b) identifica asociedade civil como "terceiro setor", explicando a nova forma de envolvimento com
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de motivo de lucro, o r i e n t a ~ A o o para colectivo r i e n t urn a ~ A o interesse l J ' ; ; ~ ~ ~ s ~ p t o do interesse privado, quer de quem presta s e r v i ~ o ou contribul _?",A>¥a ele,quer de quem recebe, a gestAo democratica, e independente, uma d i s t r l b u i ~ A o de recursos assenle em vaJores humanos e nAo em vaJores de ·''''capltal, lodasessas caracleristicas aproximam terceiro sector do sector publico (SANTOS, 2008, p. 358),
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Complementando, autor defende a ideia de que se trata,em geral, de urn exerdcio de redefinic;ao d.as rronteiras entre publico e privado: ••• que esta em causa na discussAo sobre a l o c a J i z a ~ A o l estruturaJ o c a J i z a ~ A o do tercel ro sector e a r e f o r m u l a ~ A o dos Iimites entre publico e privado e com ele a e s t r u t u r a ~ a o 9a esfera publica e da quaJidade democratica desta, sobretudo no que resptflta as classes medias baixas e aos exclufdos e marginaJizados que tendem a ser grupos abrangidos pelas a c ~ o e s do terceiro sector (SAN TOS, 2008, p. 359).
Santos nao ignora os compro metim entos e vinculac;6es vinculac;6es diretas do cha projeto neoliberal. Contudo, mesmo em Sl1as posiC;6es criticas criticas estao presentes elemen tos de resignac;ao e nao-vinculac;ao do objeto da analise como projeto hist6rico capitalista, capitalista, tom ando a rererida . posi<;ao amplamente funciona funciona ao projeto dominante. Isso p'odeser n o t a ~ do ql1ando critica terceiro setor, ma destaca suas potencialidades. Se gundo sociologo sociologo portugues:
mado terceiro setor co
[ .. J terceiro sector converte-se rapidamente na " s o l u ~ a o " de urn problema irresoluvel mito do terceiro sector tera mesmo destino que teve anterior mente omito do Estado e, antes deste, mito do mercado. Esta advertencia, longe de.minimizar de. minimizar as potencialidades do terceiro sector mi constrm;ao de uma r e g ~ l a ~ o r social e g ~ l a ~ o polrtica mais solidaria participativa, visa apenas sig niftear que as oportunidades que se nos deparam neste dominio aconteeem num eontexto de grandes riseos. (SANTOS, 2008, p. 356)
que es sas rormulac rormulac;oe ;oess susten tam e "[ .•. que a emergencia do tercei ro sect or significa que, finalmente, terceiro pilar da regulac;ao social na modemidade ocidental, principio da comunidade, consegue destronar a hegemonia q ue os outros dois pilares, princfpio do Estado e do mercado, partilharam ate agora co direrentes peso s relativo em direrentes perlo dos" (SANTOS, 2008, p.352).
3FUNOAMOOOSn:6RlcoSDAfOlUlA<;;AQtAnw;i.oOOSINTELECTUAISDANOVAPEDAOOGIADAHEGf.IlOMA
identificac;ao co F6rum Social Mundial em ultima instancia suas ideias. em vez de orerecerem um critica nova pedagogia da hegemonia, apre. sentam elementos te6ricos importantes sua legitimac;ao, tanto na rorma c;ao de novas intelectuais como da pr6pria ac;ao paUtica mais imediata (2006) sobre a sociedade civil e As ideias do sod6logo'Robert Putnam (2006) novoS sujeitos politicos coletivos sao tambem significativas para nova pedagogia da hegemonia. 0 soci6logo soci6logo estadunidense, partindo de anali se sobre desenvolvimentosocial e econOmico da regioes italianas. derende a tese de qu Estado e mercado runcionam melhor nas ronna c;oes sociais em qu a cultura dvica e mais desenvolvida. Acredita tam bern qu a participac;ao dvica dos ddadaos rortalece a democracia e economia de uma sociedade. Em su analise, a e f i c i 1 ~ n c i a democratica e econOmic a de um rorma<;ao social pode ser explicada teoricament e pelo nlvel do desenvolvimento do "capital social" de urn pavo e, porlanto, tal conceito pode ser projetado projetado como a c have te6rica para explicar estagio de desenvolvimento de urn pais. Putn am defi ne como capital social as rela<;oes interpessoais e as r e ~
des de ajuda mutua de compartilhamento de vaJores, qu reror<;am desenvolvimento de urn espirito colaboracionista baseado numa mora lidade civica, capaz de impulsionar desenvolvimento econOmico de um grupo social, de urn pais pais e mes mo de um regiao. Nesse"sentido, Nesse"sentido, a eleva c;ao do capital social orientaria a organizac;ao de grupos de individuos engajados na soluc;ao de problemas (pobreza, gerac;ao de trabalho e ren da, a s s i s t ~ n c i a social, educac;ao, etc.) se a intermedia<;ao intermedia<;ao dire ta do apa relho de Estado. Seria, portanto, umareferencia para incentivar voluntariado e a co laborac; laborac;ao, ao, tom ando as pessoas menos depende ntes das politica politicass sociais e mais responsaveis por suas vidas. Putnam apostaque, por essas caracte dsticas, capital social tern a capacidade de revigorar a cultu ra civic a, servin do como catalisador da coesao socia1. Segundo Putnam, ... as associac;6es eMs contribuem para a eftdencia e a estabilidade do go verno democratico, nao s6 por causa de seus efeitos "intemos" sobre indi viduo, mas tambem por causa de seus efeitos Uextemos" sobre a sodedade. t e r a n s ~ s , o c i a ~ 6 e s incutem em seus membros h6bitos de No ambito i n t e r n ~ , i n as
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DlRElTA PARA
SOCIAL
EA ESQUERDA PARA CAPITAL:
NTELECTIJAIS D.A NOVAPEDAGOGIA
DA HEGEMONIANOBRASI
... A participa\;Ao em organiza \;6es civicas desenvolve espirito de coopera\;ao e senso de responsabili dade comum para com os empreendimentos coletlvos. A1em disso. quando os indivfduos pertencem a grupos heterogeneos co diferentes tipos de objetivos e membros, suas atividades se tomam mais moderadas em virtude da intera\;Ao grup'a1 e das mUItiplas pressoes. pressoes. Tais efeitos, e bo que se diga, nao pressup6em que objetivo manifesto da a s s o c i a ~ o seja poIrtico. Fazer parte de um sociedade orfeonica ou de um c1ube de omit6fi1os pode desen
cooperafOo. solidariedade e espfrito publico.
volver a autodisciplina e
espfrito espfrito de colaborafoo.
No Ambito extemo, a " a r t i c u l a ~ o de interesses" e a "agrega\;Ao de interes ses", como chamam os cientistas polfticos deste seculo. sao intensificadas por uma del)$a rede de associa\;oes secundarias. ... J. De acordo com essa tese, uma derisa rede de associaf6es secunddrias ao mesmo tempo incorpora e promove a colaborafoo social. (PUTNAM. 2006. p. 103-104, grifos nossos)
As ideias de Robert Putnam, difundidas em larga escala pelos organis mos intemacionais e reproduzidas reproduzidas em trabalhos trabalhos academicos, tomaram-se referencia para a pedagogia da heg'emonia na medida em que atuam para iegitimar as poUtieas sociais focalizadas e fragmentadas, modeIo-de "novo EStado democnitico", que ap6ia na expansao de organiza<;6es sociais dedicadas ao allvio pobreza e/ou aumento da chamada "consciencia dvica" do novo cidadao.
Verifica-se que a perspectiva polftico-ideol6gica que subjaz teoria de Robert Putnam e a de legitima<;ao da nova pedagogia da hegemonia, princi . palmente nas forma<;6es sociais perifericas. Isso se constata em pelo menos tres aspectos. Primeiramente, a defesa te6rica da no<;ao da sociedade civil como espa<;o de colabora<;ao social materializa-se como referencia para iniciativ iniciativas as que procuram esta belec er obstaculos. ou efetivos efetivos impedimentos. eleva<;ao do nlvel de consci encia polltica coletiva coletiva da classe trabalhadora. mantendo-a como c1asse c1asse dominada. Vale destacar que a manuten<;a,o da classe trabalhadora no nlvel mais elementar de consciencia politica impe de que as iniciati iniciativas vas de resis tencia sej am articuladas e convertidas em refe rencias cancretas de mobiliza<;ao e defini<;ao de projeto contra-hegemonico. Em segundo lugar, a enfase na cultura civica dada por Putnam dissemina a ideia de qu eviavel urn novo contrato social capaz d e expressar a pluraJidade pluraJidade de interesses presentes nas forma<;6es sociais complexas. Acentua-se que os aspectos morais que constituem a base do novo contrato social tern como
3RJNDAMENTOSm:'lI!K:osDAFORr.w;A
que imperialismo ntio mais existe e que progresso progresso seria decorrente da autodetermina<;ao dos povos. Partindo de outro campo te6rico e politico, Peter Drucker apresenta defini<;6es importantes sobre os novos sujeitos poUticos coletivos qu con tribuem p ara sinalizar a nova configur configura<; a<;ao ao da socieda de civi civil. l. A perspecti· va desse pensador e clara e direta, como requerem pragmatismo e a objetividade do mundo empresarial. Drucker afirma que protagonismo poiftico poiftico da atualidade e atribufdo aos "trabalhadores "trabalhadores do conhecimento", conhecimento", que seriam aqueles qu aplicam ou USam conhecimento para usos produtivos produtivos (trabalho compJexo) compJexo) e a queles (os velhos capitalistas) que sabem alocar capital para u sos produtivos produtivos na nova dinfunica. dinfunica. A ideia-chave e q ue conhecimento transformou-se em urn bern de produ<;ao. Portanto, novo trabalhador e aquele que nao s6 detem for<;a fisica, mas tambem a criativa criativa baseada no conhecimento. autor sugere que trabalhador roi "reabilitado" na atualidade; se, no passado, mais importante er a terra, as maquinas (propriedade dos burgueses) e a capacidade fisico-muscular (propriedade dos trabaIhado res), hoje mais importante e a propriedade do conhecimento, pois ele o meio de organizar pessoa.s e produzir riquezas. Assim, no plano 16gico, todos seriam trabalhadores. Drucker compreende tambem que as tEms6es socials na sociedade atual sao provocadas pela rela<;ao entre os "trabalhadores do conhecimen to" (burgueses, gerentes, pessoal especiaJizado, etc.), que detem e apli cam conhecimento na produ<;ao,e os "trabalhadores de servi<;os", qu nao possue m conhecimentos passlveis de serem convertidos convertidos para tal Cim. Portanto, a sociedade p6s-capitalista seria um sociedade se antagonis mos, um sodedade de diferen<;as. Em rela<; rela<;ao ao aos novas sujeitos politicos coletivos, a contribui<;ao contribui<;ao des se pensador para a nova pedagogia da hegemonia e a difusao da ideia de projetos que no mundo de hoje nao existem mais antagonismos societarios em disputa, ma sim diferen<;as entre "atores sociais", que po de e devem se tratadas pela via da democratiza<;ao da democracia, como prop6e projeto politico da Terceira Via.
Se no mundo nao existem mais antagonismos, as tens6es sociais po
DlRm PARA
SOCIAl.
SQUEROA PARA
CAPITAL: INTEIECI1lAlS DA NOVA PEDAGOGIA DA 1lEGEM0N1A NO BRASIL
Em relac;ao cidadania, autor prop6e que, na nova sociedade, essa expressao sirva para indicar politicamente compromisso ativo do sujeito com espac;o ecom as pessoas com as quais se relaciona. Trata-se Cia valorizac;ao da'responsabilidade urn para os outros e para seu pars. formac;ao do "cidadao-vol "cidadao-voluntar untario" io" pa ra assegu rar a coe co atuac;ao dos novos sujeitos constitui sao social e designata perspectiva de atuac;ao proposic;ao do intelectual. se eixo da proposic;ao edic;ao d o livro Sociedade p6s-capitalista, :; Em'1993;'data da primeira edic;ao Drucker Drucker afirmava afirmava a n ecessid ade de expansao do servic;o privado de prote c;ao social tlquelaspessoas que, por diferentes aspectos, na tinham con diC;6es de se envolver produtivamente na nova dinamica social e de traba lbo. fundamento politico de tal iniciativa nao seria a caridade, ma mu dar as comunidades comunidades e as pessoas, elevando, certamente, capital social e o capital cultural. lO De acordo com autor, como situac;;6es novas exigem respostas na vas, a protec;;ao social e fortalecimento das comunidades e das pessoas no contextoda mudanc;;a na deveria envolve qu ele denomina de "Estado "Estado ama-seca", mas sim compartilhamento de responsabilidades. responsabilidades. criac;ao de novas organizac;6es sociais, responsaveis por assumir os servi que indica que C;OS publicos, constitui-se como a grande referencia, autor compartilba da tese de qu "nao ha direitos sem responsabilidades", nos termos difundidos pela nova pedagogia da hegemonia. Por meio des se mecanismo, Estado definiria as politicas sociais e gerenciaria os pro cessos,enquanto as organizac;;6es socirus (fundac;6es e institutos) executa riam a pOlitica, Drucker (2002, p. 129) acredita qu "0 Megaestado pratica mente. destruiu a cidadania. Para restaura-Ia, governo p6s-capitalista necessita de urn 'terceiro setor'em adh;ao aos dois ja conhecidos, 'setor privado' das empresas [mercado] 'setor publico' do govemo [Estado\. [Estado\. Ele necessita de urn setor socialautonomo.[terceiro setorl". Alnda qu entre Peter Drucker, Boaventura de Sousa Santos, Alan Touraine, Manuel Castells, Robert Putnam e Michael Hardt e Antonio Negri exista urn distanciamento politico consideravel, que se observa que suas formulac;;oes te6ricas se encontram nas definic;;6es da sociedade civil e dos novos sujeitos politicos coletivos, como propoe a nova pedagogia da
FUNDAMENTOSTEORrcos DA FORMA<;A<¥ATUAtJ,o DOS tNTEIECI1lAIS OA NOVA IEIlAOOG1A DA HEGDIONtA
hegemonia. Esses autores substituem, em suas anaiises, as mudanc;;as na relac;;6es de forc;;a por mudanc;;as nas relac;;6es sociais; com isso, por carni nhos distintos, oferecern substrato te6rico para a nova pedagogia da hegemonia. Um Estado para um nova ordem democratlca p6s-tradicional", al", Na perspectiva da Terceira Via, no mundo da "orde m p6s-tradicion das incertezas artificiais, artificiais, impulsio nado p ela "globaliz "globalizac; ac;;ao ;ao intensificadora", o Estado afirma-se como principal agente das relac;;6es extemas, prioritario na organizac;;ao da sociedade e como centro legitimo do poder. No entan to, nu mundo "tao mudado", projeto advoga a necessidade de qu Estado se renove, fazendo surgir urn "novo Estado democratico". Ness a configurac; configurac;ao, ao, Estado nao pode ser ne minimo ne maxi mo, mas, precisamente, urn Estado forte, "gerencial" ou "necessario". Sua func;;ao administrar os riscos sociais, financeiros e ambientais; induzir desenvolvjmento economico; organizar um "sociedade do berri-estar" berri-estar" (a . sociedade civi civill ativa) eprOd uzir um nova sociabilidadecornpromeUda sociabilidadecornpromeUda com' a renovac;;ao da cultura dvica da sociedade, a partir de uma arena social e polftica maisampla. Para isso, 0: Estado precisa ser remodeladoem suas func;;6es em su arquitetura, arquitetura, visando a aumenta r a transparencia de sua s aJ;oes, aJ;oes, a qualida de e a produtividade de seus servic;;os, de maneira agil e flexivel como e mercado, seguindo as referencias da "democratizac;;ao da democracia". Em linhas gerais, Nesta que se tornou uma sociedade da informa<;ao aberta, as democracias estabelecidas nao sao suficienlemente democr6ticas. Ha necessidade de uma segunda segunda onda de democrat democratiza< iza<;ao ;ao - ou ( .. democratiza<;ao da democracia. : A democratiza<;ao da democracia exigira diferentes politicas, dependendo da hist6ria do pais e do seu nivel de democracia anterior. Para muitos, envolve a refonn a constitucional despojamento de simbolos e p r i v i h ~ g i o s p arcaicos, r i v i h ~ g i o s a h ~ m de medidas para introduzir maior transparencia e responsabilidade. (GIDDENS, 200lb, p. 67,grifonosso)
As e s t r a t ~ g i a s dirigidas reforma da aparelhagem estatal corres pondem, respecUvamente, reforma politica, legal e jurldic a e ao aumen to da eficiencia administrativa. A Terceira Terceira Via defende a ideia de que nes
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ADiRFITA PARAOSOCIALEAESQUERDAPARAOCAPlTAL:INTELECTUAlSDAIKJiAPFDAGOGIADAHEGEMONIANO BRASIL
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Estado co 0 econOmico e 0 social. social. 0 projeto suste nta qu 0 "novo Estado democratico" esti mula 0 fortalecimento e a flexibilidade flexibilidade do mercado se o radicalismo dos neoliberais. Ao mesmo tempo, enfrenta as quest6es so ciais por meio de mecanismos inovadores, se 0 dogmatismo dos social democratas classicos. "Estado nece&sano" seriaoregulador e coordenador de processos de desenvolvimento econOrnicQ;eLsocial capitalista. As ferramentas para implementa<;ao d e s s a e s t r a t ~ g i 9 , - s ~ o ' a s p a r c e r i a s entre a esfera publica e a esfera privada, privada, tend como referencia a cria<;ao da chamada "'nova eco nomia mista". Nela aaparelhagem de Estado e os empresanos se juntari am para realizcu: projetos importantes demandados pelo "interesse publi co" e comprometidos co 0 desenvolvimento. "As parcerias em projetos publicos podem conferir conferir ao empreen dimento privado urn papel mais am plo em atividades qu anteriormente os govemos proviam, proviam, assegurando interesse publico permane<;a dominante." ao mesmo tempo qu (GIDDENS, 2001a, p. 135, grifo nosso) Para a Terceira Via, na se trata de uma rela<;ao de subordina<;ao, ma da busca de "uma nova sinergia entre os setores public privado, utilizando 0 dinamismo dos mercados, mas tend6 em mente oCinteresse publico" (GIDDENS, 2001a, p. 109-110). Nessa estrategia de desenvolvimento capitalista, cabe ao Estado, aluan do supostamente em defesa do interesse de todos, indicar ar eas prioritarias, prioritarias, o formato do projeto, 0 tipo de concessao publica, 0 tempo de explora<;ao e os incentivos fiscais de estfmulo ao investimento de capital privado. privado. Ao empresariado, na busca "legitima" do lucro, cabe realizar as obras, ofere ofere ce empregos, bxplorar as concessoes e usufruir os incentivos dispo nibilizados, a l a v ~ n c a n d o 0 desenvolvimento. Em suma, 0 Estado precisaria ser remodelado para converter-se converter-se no novo Estado democratico. Em geral, os te6ricos que difundem a ideia da existen mundo
do
Em seu livro Em busca busca da po/itica, Bauman afirma que capacidade de interven<;ao do Estado tern sido reduzida por um crise de soberania, na medida em qu
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n a ~ 6 e s
ja nao estao seguras no abrigo do que foi a soberania politica do
FUNOAMENTOSTE6RJcos D A F O R ~ A T I l A c ; A oD A DOS F O R INTELECTUAIS ~ A T I l A c ; A DA o NOVA EDAGOOIA DAH£Gt:MONIA
mesmo fingem que sao capazes de ou. desejam garantir a s e g u r a n ~ a dos que esUio sob sua responsabilidade; poUticos de todas as c o l o r a ~ 6 e s deixam claro que, dada a severa e x i g ~ n c i a de competitividade, e f i c i ~ n c i a flexibilida de, ja "nao podemos nos permitir" redes de s e g u r a n ~ a coletiva. Os poUticos prometem modemizar as estruturas seculares da vida dos seus suditos, mas as promessas sao de pressagio de mais incerteza, mais i n s e g u r a n ~ a e menos garantia contra os caprichos do destino. (BAUMAN, 2000, p. 47) Para Bauman, 0 Estado.cQntemporAneo perdeu densidade. Ele justifi
ca essa ideia afirmando que, para os detentores do capital e do saber, a localiza<;ao geografica conta pouco na produ<;ao de riqueza, pois grande parte da produc:;ao e da circula<;ao encontra-se no espa<;o da rede cibeme tica. Em linhas gerais, Bauman apresenta 0 Estado como um institui<;ao qu vern sendo superada pela extraterritorialidade dos processos econO
micos e culturais. Nesse diagn6stico, diagn6stico, Bauma n define Estado como um vitima do processo de mundializa<;ao do capital, reafirmando a concep<;ao instrumental do Estado Estado presente n sensa comum. Embora nao seja evidenciada nenhuma proposi<;ao significativa em suas reflexoes para a defini<;ao do charriado "novo Estado democratico"; as anftlises do autor ofer cern elementos qu reafirmam a perspectiva te6rica da Terceira Via, sobretudo quando neg am a natureza de classes do Estado capitalista. As reflexoes criticas de Boaventura de Sousa Santos sobre 0 fenOmeno estatal tambem sao expressivas para debate contemporaneo, constituin do-se n u m a referencia irnportante para a compreen sao das propostas po liticas de reforma do Estado qu emergiram nos anos 1990 2000 em dife rentes paises, sobretudo na America Latina. Independentemente da posic:;ao do soci610go portugues frente ao pro jeto da Terceira Via (SANTOS, 2003a), verifica-se qu suas ideias contribu em para legitimar a noc:;ao de Estado veiculada por este projeto. Entre os varios aspectos problematizad os pelo autor, e possivel veri verifi fi ca a relevancia atribuida no<;ao de crise do Estado para sustentar a urgencia da construc:;ao de urn novo Estado, 0 chamado "Estadoexperi mental" (SANTOS, 2003b). Segundo 0 soci610go portugues, esta forma estatal deve envolver a coordenac:;ao coordenac:;ao de mocra tic de movimentos, organizac:;oes, redes e interes
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ADiRErrAPARAOSOClALEAF.IQOEROAPARAO CAPITAL:INTEJ..ECTUAlSOANOVAPFlJAGOGIAOAHEGFJ.IONIANOBilASIL
o Estado experimental deve-se afirmar, afirmar, seg undo Santos (2003b), (2003b), a partir
configurac urac;ao ;ao descentralizada, transparente, democratica, sendo de uma config Cundamentalmente aberta e comprometida co a valorizac;ao da chama ativa". da "cidadania ativa".
Santos defende tambem a ideia de que, para impedir qu esfera privada de interesses aprisione a e sfera publica, como prop6e neolibe ralismo, e necessano valorizar uma "articula¢o privilegiada entre os prin cfpios do Estado e da comunicta.de so a egide deste ultimo" (SANTOS, 1999a, 1999a, p. 264). 264). Isso signific combater que denomina de "Estado-empre sario", caso Upico do neoliberalismo proposto pela Sociedade de Mont Pelerin, de Friedrich von Hayek.' Afirmando qu fundamentos te6ricos do liberalismo e do marxismo sao insuficientes para explicar as transforma transformaC;6es C;6es qu fenomeno estatal vern passando no despertar de urn novo mundo, Santos considera qu ••• estas transfonnaC;6es sao tao.profundas que, sob a mesma designac;ao de Estado·, esta a emergir umanova fonna de organizac;ao polftica mais vasta do que Estado, de que Estado articulador articulador e queJ ntegra urn- conjunto hrbrido de fluxos, redes e organlzac;6es em que se combinam e interpenetram elementos eslatais e nao estatais, nacionais, locais e globais (SANTOS, 1999a, p.264). .
Para ele,
conjunto de mudanc;as
... significa menos enfraquecimento do Estado do que a rnudanc;a da qualidade dasua forc;a. Se certo que Estado perde controle da regulac;ao social, ganha controle da metarregulac;ao, ou seja, da selec;ao, coordena c;ao, hierarqulzac;ao e regulac;ao dos agentes nao estatais que, por subcontratac;ao politica, adquirern concessoes de poder estatal. A natureza, perfil e a orientac;ao poHtica do controle da rnetarregulac;ao sao agora os objetos principais da luta politica, a qual ocorre num espac;o publico muito rnais amplo que espac;o publico estatal, urn espac;o publico nao estatal de que Estado apenas urn componente, ainda que urn componente privile giado. (SANTOS, 1999b, p. 264-265)
Ainda qu nu primeiro plano as formulac;6es sobre novo Estado em Boaventura de Sousa Santos pOS5uam um carga significativa de criticidade em relac;ao ao Estado capitalista, principal mente em su con
FUNOAMENTOS TF.6Rlcos Ill. F O R M A ~ ( \ ' A T U A C ' O DOS INTELEC11JAI
Ill. NOVA PEOAGOGIA Ill. HEGEMOHIA
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Cormulac;6 ac;6es es apr oxim am- se no que se reCere de:-. em primeiro lugar, as Cormul fesa da ampliac;ao do espac;o publico (o esfera publica), a partir. de mudanc;as institucionais qu valorizem envolvimento e fortalecimento de instancias estatais e nao-estatais interconectadas capazes de asse gurar maior transparencia e abertura a participac;ao de organizaC;6es organizaC;6es pr i compreensao de qu Esta vadas de interesse publico. Em segundo, do e a govemabilidade devem ajustar-se as novas condicionalidades do novo mundo, se se render ao imperativos do mercado ou ate mesmo sufocar esta esfera. A ideia de que a legitimidade do poder e a figura do Estado precisam se projetadas em novos marcos relacionados co a noc;ao de cidadania ativa - que, em ultima instancia, express am u m a poHti tica ca - coincide no conteudoe na forma co a nova forma de fazer poH Via. Se, em Santos, isso significa significa "ciemocratizar a demo tese da Tercei ra Via. cracia", na Terceira Via a denominac;ao e "democratizac;ao da democra cia". Em terceiro lugar, e possfvel verificar qu em ambas as formula c;6es Estado e permanentemente urn desafiador, ur "sujeito poUtieo", aquele que nao rema, ma oferece a direc;ao, assumindo certas respon
sabilidades poUticas e sociais. Tambem de maneira cntiea, Manuel Manuel Castellsanalisa cOl1figurac;ao do Estado no capitalismo contemporaneoe os impasses para tedefini<;ao autor consideraque o Estado encontra de seu papel no atual contexto. se enredado numa crise de dupla dimensao: de carater institucional, envolvendo envolvendo a incapac idade de responder ao desafios da globaliza<;ao, globaliza<;ao, e a de legitimidade, relacionada incapacidade de atenderadequadamente as demandas dos cidadaos. defesa de Castells sobre a necessidade de redefiniC;ao do Estado parte da compreensao de que, em todo mundo, "[ ... Estado continua sendo urn elemento essencial de regulac;ao economica, de representa<;ao politica e de solidariedade social. Mas dentro de importantes limitesestru turais turais [ec onomicosl e culturais co formas de aluac;ao qu sa historica mente novas." (CASTELLS, 1999d, p. 147) Os limites economicos e culturais sao, para ele, determinados pelo intenso desenvolvimento tecnol6gico tecnol6gico ocorr ido nos ultimo anos do seculo sociedade sociedade sociedade em rede estabelece XX. A nova configurac;ao da sociedade . desafios para que Estado Estado cont inue se firmando como importante agente
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ESQUERDA PARA
CAPITAL:IN'1£l.ECIUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEOEMONIANO BRASIL
e criem riqueza ou miseria conforrne su capacidade e competencia" (CASTELLS, 1999d, p. 153, grifos <;10 autor). tratados apresentam duas ordens de problemas. No Os pontos acima tratados plano te6rico, a sobrevivencia do Estado, Estado, nos terrnos assinalados, sugere ser possivel a o \capital \capitalismo ismo,, particularrnente ti burguesia, prescindir do Estado para su d i n a m i z a ~ a o , algo que'contraria, po motivos diferentes, as f o r m u l a ~ 6 e s tanto do marxismo quanto do pensamento liberal, e ate mesmo as do pr6prio autor expressas no livro A sociedade em rede. No plano hist6rico, a f o r m u l a ~ a o apresentad a indic qu novo Estado deve u n ~ mercado a o ser delimitado em f u n ~ a o f do que a dinamica dessa instancia deve definir os criterios para funcionamento estatal. Isso fica ainda mais evidente qua ndo Castells Castells afirma que "os Estados, todos os Estados, tern de navegar num sistema financeiro global, e adaptar suas poHticas, (CASTELLS, em 1999d, p. 151). Embora Castells Castells atr ibua ao mercado urn carater incontrolave incontrolavell e Ter ceira Via defenda a necessidade de mecanismos de controle, que nao ' representa cerceamento ao livre mercado, as r o r n : i . u l a ~ 6 e s convergem , para urn unico ponto: no novo mundo, Estado continua a ter urn papel importante na economia (CASTELLS, 1999a; GIDDENS, 2001a). Em r e l a ~ a o ti cultura, Castells tambemapresenta formulac;6es que problematizam a c o n f i g u r a ~ a o c do informadonal. autor o n f Estado i g u r a ~ a na o era informadonal. avalia que, com desenvolvimento das tecnologias de i n r o r m a ~ a o e co m u n i c a ~ a o ( T 1 C ) m no u n i mundo c a ~ a o ( globalizado, T 1 C ) as p r o d u ~ 6 e s de imagens, men n f o r m a ~ 6 em e s uma f o r m a ~ a o f social o r m a l~ sao a o apropriadas e sagens e i n f o r m a ~ 6 e s i geradas socia r m a ~ a o prOOuzindo urn intenso e continuo rearticuladas por outra f o r m a ~ a of o social, processo de redefinic;ao da cultura em termos mundiais. Cada vez mais os ddadaos encontram-se interconectados, operando com imagens, mensa gens e i n r o r m a ~ 6 e s , que passam a influenciar os mOOos de vida, Os' valo res e as p e r c e p ~ 6 e s sobre a realidade. ponto crftico acentu ado por Castell e que, diferentemente do passado, "[ ... Estado Estado per de controle da infor mac;ao mac;ao elemento basico no qual apoiava seu poder atrave da historia" (CASTELLS, 1999d, p. 154). Sob ponto de vista politico, isso significa significa urn serio problema de legitimidade do Estado perante os cidadaos, segundo sodologo espanhol. espanhol.
3 F U N D A M E N T O S n : 6 I u C O S D A ~ A T U A ~ O O O S I N T £ I . E C ' I ' 1 J A l S D A N O V A P E D A O O G I A D A I I f f i E I o I O N I A
da descentralizac;ao local e regional), aprofundam sua crise, ao f ~ - l o f per ~ - l o der poder, a t r i b u i ~ O e s e autonomia em beneficio dos niyeis supranacional e subnacional. Dai a importancia de que processo de r e d i s t r i b u i ~ a o de atri buic;6es e recursos seja acompanhado por mecanismos de coordenac;ao entre os diferentes n(yeis institucionais em que se desenvolye a ac;ao dos agentes politicos. A r o n n u l a ~ a o poi(tico-institucional que parece mais efetiya para assegura essa c o o r d e n a ~ a o que denomi no Estado-rede. Estado-rede. (CASTELLS, 1999d, p. 163)
Estado-rede e, para Castells, 0 Estado do novo mundo. Caracteriza se pela capac idade de compartilhar func;6es e responsabilidades em nivel global, regional e local, envolvendo instituic;6es e o r g a n i z a ~ 6 e s o de r g a diferen n i z a ~ 6 e s tes naturezas, que envolvem i n s t i t u i ~ 6 e s supranacionais (ONU, OCDE, Uniao Europeia, Mercorsul, etc.) e nacionais (agendas publicas, o r g a n i z a ~ 6 e s da sociedade civil, r u n d a ~ 6 e s , institutos, a s s o c i a ~ 6 e s ) . Segundo Castells (1999d, p. 164), "esse tipo de Estado parece ser mais adequado para processar a complexidade, complexidade,crescente de r e 1 a ~ 6 e s entre global, nacional e local, a . econoinia, a sOciedade e a politica, na era da informac;ao". Os prindpios do Estado-rede de Castells encontram-se alinhados tis Estado f o r m u l a ~ O e s da Terceira Via no quediz respeito ao cha mado "novo Estado democratico". Id eiasco mo descentraliza descentralizac;ao c;ao e eficiencia administrativa administrativa para gerar eficienda na gestao publica; flexibilidade na organiza<;ao e na atua que significa tornar Estado urn "negociador" e ~ a o administrativa, "articulador" de demand as por excelencia; excelencia; capac.idade de coordenac;ao . politica, envolvendo tanto as instituic;6es e organizac;6es naciottais e locais quanto as d e carater supranacional supranacional,, alem de "todos os e l e m e ~ o s externos ao espac;o politico nacional" (CASTELLS, 1999d, p. 166); p a r t i c t p a ~ a o cida da, que implica a adoc;ao de novos arranjos politicos de democracia, sao por Castel Castells ls que se encon tram presentes no pro f o r m u l a ~ 6 e s f apresentadas o r m u l a ~ 6 e s jeto politico em questao. Enfim. a ideia de qu Estado e urn sujeito que deve adaptar-se ti realidade do novo mundo e algo que projeta a t e o r i z a ~ a o de Castells e 0 projeto daTerceira Via no mesmo campo de forc;as poifticas. As'teorizac; As'teorizac;6es 6es sobre papel do Estado no atual cenario mundial evi,.
\ DlREITAPARA
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FtlNDAMENTOS TE6R1cos DA FORMM;A
SOCIALE ESQUERDA PARA CAPITAL: INTELECl'UAlS DANOVAPEDAGOGIA DA HEOEMOHIA NO BRASIL
coordenador - "gerenci "gerencial". al". OOtro ponto de c o n v e r g ~ n c i a entre esses te6rite6ricos e projeto politico politico em queslAo relaciona-se no<;ao do Estado restri ta aparelhagem estatal (s6'ciedadepoUtica, (s6'ciedadepoUtica, na acep<;ao gramsciana), qu funeiona ora como "sujeito", otacomo "coisa", circunscrito a um "esfera" de poder, qu significa -a'nega<;ao -a'nega<;ao do Estado como um totalida de (urn bloc o histdrico histdrico f o r r t l ~ d ( ) ' p o r sociedade civil soci edad e poUtica poUtica e a materialidade classista'do fen6meno estatal tal qual expresso por Gramsci (2000b). Alem dos aspectos mencionados e nao obstante as posi<;6es criticas de urn ou outro autor; autor; enrcb njunto teoriza<;6es teoriza<;6es o ere cern substrato te6ri co aos processos da nova pedagogia da hegemonia, ao possibilitarem a reafirma<;ao de qu Estado (restrito) seria responsavel por estabelecer conex6es de novo tipo cqm a "esfera "esfera do mercado" mercado" - interpretadacomo riquezaa - co a esfera da sociedade civil-locus da locus da produ<;ao da riquez produ<;ao de servi<;os e bens sociais riao-mercantilizados. Com efeito, di funde-se como novo senso comum que ao "novo Estado" cabe estimular "terce! a<;6es se apresentar como "parceiro" do mercado e do cham ado "terce! ro setor em projetos de desenvolvimento econOmico e social, construin do, desse modo, a "sociedade de bem-estar".· . Cabe a o Estado, finalmente, finalmente, em tempos de redefini<;ao das rela<;6es de poder no plano nacional nacional e intemacional, intemacional, educar pa ra a cult ura civica civica,, para a nova sociabilidade e par a os val valores que the se rvem de esteio. Enquanto autores que foram ligados diretamente a governos depaises que ocup am espa<;o espa<;oss centrais no capitalismo, capitalismo, c omo Giddens (Inglaterra) (Inglaterra) e Putnam (Estados (Estados Unidos) Unidos),, e nfat iza ma p e r m a n ~ n c i a do Estado como fun damental nova ordem mundial (no plano nacional e internacional), ou tros, tros, mesrno s em nega-Io inteiramente, inteiramente, tern aponta do par esvaziamen to de suas fun<;6es como resultado da globaliza<;ao. Para estes, poder real ja nao se encontra no Estado(cujo esvaziamento e explicado dedife rentes formas), formas), m as em outras institui institui<;6 <;6es es nacio nais e internac ionais (mer ca do e divers as institui<;6es institui<;6es da sociedade civil, organismos internacionais). De qualquer modo, poder que Estado possa vir a ter estara ligado sinergia sinergia que esta belecer entre setor publico e privado. Essa ideia e formulada por Putnam em outros termos, qua ndo afirma que e a participa participa
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onto de consenso entre eles: a tentativa de invalidac;ao das teorias mar xistas sobre Estado no capitalismo. 1I j,
Direita para social esquerda para capital: a constru<;ao de urn novo senso cornurn As ideias de Touraine, Castells, Hardt e Negri, Putnam, Boaventura de Sousa Santos, Adam Schaff, Bauman, Morin e Drucker, que ofer cern substrato te6rico nova pedagogia da hegemonia. orientando as concep C;6es e praticas educativas de diferentes sujeitos politicos coletivos, materializammaterializam-se se tam bem com base de urn novo senso comurn que se vern difundindo na realidade brasileira entre os anos finais finais do seculo XX
e iniciais do seculo XXI. Isso signi significa fica que a s ideias requintadas dos intelectuais de reconheci mento internacional e difundidas difundidas nas produc;6es produc;6es acade micas diluern-se diluern-se no espa<;o social em formula<;6es simples e de facil assimila<;ao, para orien tar a concepc;ao de mundo e urn padrao de conduta a· se seguidb po organiza<;6es e pessoas. Como nos ensinou Gramsci, senso comum nao e algo rigido e im6vel, mas se transforma contirmamen te, enriquecendo-se com noc;oes cientificas e com opinioes fllos6ficas que penetraram no costume. 0 "senso comum" foldore da filosofia e ocupa sempre urn lugar intermediario entre foldore propriamente dito (isto e, tal como entendido comumente) e a filosofia, filosofia, a ciencia, a economia dos cien tistas. 0 senso comum cria futuro folclore, isto e, uma fase relativamente enrijecida dos conhecimentos populares de um certa epoca e lugar. (GRAMSCl, 2001, p.209)
Embora Negri e Hardt oferer,;am oferer,;am elemento s pouco significativos significativos para pe nsar Estado para novo mundo nos lermoS assinalados pela Terceira Terceira Via, importante ressaltar que a formular,;ao' dos . aulores em Imperio pode ser credilada como urn dos esforr,;os le6ricos que procuram invalidar as leorias marxistas sobre Estado capitalista. Uma das prlncipais evidencias desse movimento pode ser ve,rificada quando os autores afirmam: "achamos, no entanto, que urn grave erro abrigar
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3FUNDAMENTOSTE6RICOSDA
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Gramsci tambem nos auxilia na compreensao de que a arttculac;ao entre as prestigiadas elaborac;6es te6ricas, a formac;ao do novo intelectual e a construc;ao do senso comum sa um tarefa poUtica, poUtica, mais especifica mente um tarefa da "repoUtizac;ao da poUtica". Isso significa qu os co nhecimentoscientificos ordenados politicamente tendem a se tomar refe ordenamento da conduta moral e dos valores reunidos em r ~ n c i a para urn modelo mais ou menos estandardizado, estandardizado, base da sociabilidade dorni
. Construir novo novo sens o comum para seculo XXI tern side um das tarefas poUticas mais significativas da nova pedagogia da hegemonia Isso Isso exige estabelecer conex6es reais entre teorias sociol6gicas e filos6ficas e os modos do p e ~ s a r do agir, para formar a unidade intelectual e moral necessaria ao novo bloco hist6rico. Nesse sentido, as teorias apare nteme nte dispersas geograficJnente e desordenadas no tempo, que surgiram inici almente como um elaborac;ao individual do pensamento de urn autor, transformam-se transformam-se num pensam ento generico, isto e, em base d o novo senso comum. Refletindo Refletindo sobr e a relac;ao relac;ao entre senso comum e a atua¢o dos inte lectuais, Gramscl observou qu
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nante. Portanto, ainda que no plano formal as teorizac;6es desses autores qu pensam mundo contemporaneo sejam consideradas produc;6e produc;6ess indivi indivi duais de carater exc1usivamente a c a d ~ m i c o , no plano real, pela media c;ao da poUtica e em runc;ao do estflgio de desenvolvimento das relac;6es de poder, elas se transformam em rererencias de criaC;ao de um identida de ideol6gica que vern produzindo um organicidade de pensamento e de ac;ao qu serve de cimento para a cultura civica, a coesao social e a rela c;ao entre dirigentes e dirigidos nos marcoS do capitalismo
Na mosolia [e demais e l a b o r a ~ O e s te6ricas], destacam-se notadamente as caracteristicas de e l a b o r a ~ a o i n d i v i d u a l e do comum, l a b pensamento; o r a ~ a o i n d i v i d no u a l senso ao contnirio, destacam-se as caracteristicas difusas e dispersas de urn pensa mento generico de uma certa epoca em urn certo amblente popular. Mas . toda filosolia {e c:temais e l a b o r a ~ o e s te6ricas] tende a se tornar senso co mum de urn ambiente, ainda que restrito ( d ~ todos os intelectuais). Trata-se, portanto, de elaborar uma filosolia filosolia que - tendo ja uma difusao ou possibilida de de difusao, pois, Iigada vida pratica pratica e implicita implicita nela - se tome urn senso vigor das mOSOna! individuais. comum renovadocom c o e t ~ n c i a (GRAMSCI, 1999, p. 100-101)
Este processo exige, portanto, profunda articulac;ao. No caso da nova pedagogia da hegemonia, esta articul articulac;a ac;a se desenvolve em t r ~ s m o v it r ~ s mentos concomitantes. Primeiramente, a nova pedagogia hegerrionia transforma diferentes diferentes teorias elaboradas por cientistas de presUgiopnter nacional em substrato te6rico de urn projeto polftico-educativo,retfrando delas aquilo que hfl de mais substantivo substantivo para ordenar a forma de co nceber a realidade. Ern seguida, aplica essas teorias teorias em dife rent es process os de preparac;ao dos novos intelectuais organicos, para torna-Ios capazes de atuar em niveis distintos da organizac;ao da politica e da cultura. Em urn terceiro momento, simplifica a mensagem ide616gica contida na lingua gem a c a d ~ m i c a em formulac;6es te6ricas mais simples, para que seusin telectuais organicos tornem-se capazes de organizar a c o n s c i ~ n c i a operante da ac;ao pratic a de hom ens e mulhere s, formando, assim, urn novo sens
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nova pedagogia da hegemonia: experiencias no Brasil f o r m a ~ a o / a t u a ~ a o f dos o r m intelectuais a ~ a o / a t u a ~ a da o
LUcia Maria Wanderley Neves; Marcelo Paula de Meto; Vanjada Rocha Monteiro
Esta sec;ao tern por objetivo identificar nos intelectuais coletivos que atuam na educac;ao poUtica e escolar da sociedade brasileira con empo ranea elementos qu os associem as ideias e praticas da nova pedagogia da hegemonia. Foram escolhidos, dentre iilumeros organismos, dois que representam o movimento de confluencia da direita direita par social e da esquerda para capital: a FundaC;ao Getulio Vargas (FGV),criada em 1944, que vern forman dogestores govemamentais e ernpresariais ao longo de todo processo de aprofundamento do industrialismo brasileiro, e lnstituto Brasileiro Brasileiro de Ana lises Sociais e Economicas (lbase), criado em 1980, em meio ao movimento de abertura politica politica iniciado na segunda metade dos anos 1970. F u n d a ~ a
Getulio Vargas
A criac;ao da FGV insere-se no processo de r ~ c i o n a l i z a c ; a o r das ~ c i o n praticas a l i z a c ; a o da aparelhagem estatal no Brasil, no contexto do Estado Novo. Essa insti tuic;ao teve relevante papel na formac;ao de intelectuais organic.os do capi talismo brasileiro em sua fase nacional-desenvolvimentista, bern como na disseminac;ao do pensamento-social e projeto politico dominan tes no inte rior da burocraciaestatal bern como nagerencia empresarial de urn capi talisrlto industrial que surgiacom trac;os do que Coutinho (1980) denomi nou de monopolizac;a monopolizac;ao o precoce. Em 1938, governo federal criou Departament o Administra Administrativo tivo do
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DlRElTA PARA
SOCIAl. EAESQUERDA PARAO CAPITAL; INTELECTUAIS DA NOVAPEDAOOCIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
4AFORMACAolAnJA<;:AoOOSINTEL£CrUAISDANOVAPEOAOOGIADAHEGEIIONIA:EXPERItNcIAsNOBRASIL
taram para a necessidade da cria<;ao de uma institui<;ao qu foimasse profissi profissionai onaiss e elaborasse estudos p ara es ses fins, constituindo-se em ele mento precursor da instaJa<;ao da FGY.
A conjugac;ao de interesses entre govemo e empresfuios no Ambito da FGY, nos anos de sua estrutura<;ao, estende-se tambem dotac;ao de re cursos financeir financeiros os pa ra se u funcionamento. funcionamento. Assinaram a escritura de cons tituic;ao da FGV 275 instituidores, dos quais, a1em do govemo federal, en contravam-se govemos de 19 estados da federac;ao, federac;ao, seis territ6rios exis ten tes, a prefeitura do Distrito Federal epoca, a prefeitura de Sao Paulo, 39 institutos de previdencia e caixas de aposentadoria, 23 autarquias econ6 micas e sociedades de economia mista 10 empresas privadas, 68 compa
Alem disso, de marC;o de 1942 a janeiro de 1943, quando ja se desenha_ va 0 fim da Segunda Guerra MundiaI, 0 govemo brasileiro recebeu a "pri meira comissao nortt!-americana, qu tinha como tarefa formular diretri zes globais para 0 desenvolvimento econOmico do pals", a denOminada Missao Cooke, chefiada por MOrris LIeweUyn Cooke ( F U N D A ~ A o GErO 1974a) a).. Como decorrencia dess ac;ao conjunta BrasiVEsta_ L10 VARGAS, 1974 dos Unidos, foi autorizada pelo presidente da Republica, por intermedio do Decreto-Lei n.06.693, de 14 de julho de 1944, a criac;ao de um institui forma<;a ;a de administradores pubIicos e c;ao que ficasse resp onsavel pela forma< privados, como reve1a 0 artigo artigo 1 do referido decreto: Art. .0 Presldente do Departamento Administrativo do ServiC;o Publico fica autorizado a promover a criac;ao de um entidade que se proponha ao estu do e d " v u l g a ~ a o dos princfpios e metodos da organizac;ao racionaJ do traba Iho e ao preparo de pessoal quallficadopara a d m " n " s t r a ~ a o publlea e priva nUcleo de pesquisas, estabelecimentos de ensino e os servi da, mantend o nUcleo a: participac;ao do 6rgaos autarquicos e c;os qu forem necessarios, co paraestatais, dos Estados, Estados, Territ6r Territ6rios, ios, do Distrito Federal e dos Municipios, dos estabelecimentos de economia mista e das organizac;6es privadas (BRA SIL, 1944, grifos nossos).
FGV nasce, portanto, como urn inte1ectual coletivo da hegemonia capitalista no Brasil Brasil urbano-industrial, em uma dupla econcomitante di mensao: como formador de novos intelectuais organicos da organiza<;ao cientifica do trabalho nos moldes tayloristas e fordistas para a aparelha gem estatal e a produ<;ao industrial; e como difusor, no ambito estatal, empresarial e da sociedade em geral, dos prindpios, diretrizes e praticas do americanismo. americanismo.
o artigo 2° do mesmo de<:reto-Iei institui ainda uma comissao com vistas aelaborar propostas para a estrutura<;ao da nova institui<;ao. Nesse sentido, por meio da portaria Dasp nO 865, de 22 de julho de 1944, Luis SimOes Lopes, presidente do Dasp e depois da FGV, desde a su cria<;ao ate 1992, designa como membros dess a comissao militar militares, es, politicos politicos fun cionarios pubIicos do alto escalao e empresarios de diversos : ; e t o r e s ~ ' A comissao, de acordo comSim6es, optoupor adotar para a nova institui<;ao
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nhias de seguro privadas e 107 instituidores individuais (COSTA, 1988, p. 22-23). Ressalta-se qu a criac;ao da FGV representou os interesses do b1o co no poder, indicando 0 peso significativo da burguesia na composic;ao " de sse govemo. Sob a dire<;ao da fra<;ao industrial da burguesia, portanto, 0 pais esta va sendo preparado para assumir um nova fun<;ao no capitalismo mun entrada tardia dial, ainda que de forma subalterna. Vale ressaltar qu do Brasil no capitalismo industrial e seu recente passado escravocrata imprimiram caracterfsticas originais originais a esse processo. Nao er suficiente qu os empresarios e seus aliados organizassem suas pr6prias insUtui c;6es e formassem seuspr6prios intelectuais: er imprescindivel qu Estado fosse 0 gerador e organizador das iniciativas modernizadoras na politica e na economia. Com vistas a difundir os principios e as praticas do amencanismo e a formarUdera formarUderan<;as n<;as c apaz es de dar organicidade ao projeto projeto burgues nos an os de estrutura<;ao do capitalismo monopolista no pais, a FGV dedicou-se, ness e periodo hist6rico hist6rico ao desenvolvimento, na maioria das vezes conco mitante, de atividades de ensino, produ<;fw de conhecimento, presta<;ao de servi<;ose divulga<;ao, estruturadas nos seus diversos institutos: 0 lnsti tuto Brasileiro de Economia (lbre), 0 lnstituto Brasileiro de Administra<;ao . (lbra), 0 lnstituto de Sele<;ao e Orienta<;ao Profissional (Isop), 0 lnstituto de Direito Publico e Ciencia Politica (lndipo) e 0 Instituto Nacional de Docu menta<;ao (lndoc), que se mantiveram ate os primordios do capitalismo neoliberal no Brasil. o desenvolvimento das atividades de ensi no seguiu as diferentes fases do process de modemiza<;ao modemiza<;ao capitalista brasileiro, ja qu educa<;ao e pro du<;ao imbricam-se ate os dias atuais co mo projeto politico-pedag6gic politico-pedag6gico o da
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OIOO.I;i.G'A1IJN;AO .G'A1IJN;AO DOS INII!L£Cf\IAlS 0;. NOVA PFJ)I.GOGIAOA H£
CAPITAl.: INTa£CTUAIS 0;. NOVA PEOAGOOIA 0;. H£GEMONIA NO BRASIL
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Ainda Ainda neste periodo, mas tendo como horizonte horizonte periodo subsequen te de i n d u s t r i a l i z a ~ a o i pesada FGV criou mais duas impor n d u s t r i a (MELLO, l i z a ~ a o 1990), tantes i n s t i t u i ~ 6 e s i de Escola Brasileira de A d m i n i s t r a ~ a o A Publica n s t ensino: i t u i ~ 6 e s A d m i n i s t r a ~ a o (Ebap). no Rio de Janeiro, entao Distrito Federal, em 1952, e a Escola de A d m i n i s t r a ~ a o A de d m i Empresas n i s t r a ~ a o de Sao Paulo (Eaesp), em 1954. Ambas as escolas funcionam al os dias atuais, com uma m u d a n ~ a m essencial: u d a n ~ a hoje dedicam-se a d m i n i s t r a ~ a o a publica d m i n i s t r ea ~ a o a d m i n i s t r a ~ a o a de d m i empresas, n i s t r a ~ a o 0 u d a Ebap n ~ a para Escola Brasileira de A d m i n i s t r a ~ a o A d m i n i qu gerou a m u d a n ~ a m da Publica e de Empresas'(Ebape), embora a escola paulista ainda mante nha sua d e n o m i n a ~ a o inicial. A Ebap foi a primeira escola de g r a d u a ~ a o em A d m i n i s t r a ~ a o A na d m i Ame n i s t r a ~ a o rica Latina e teve como objetivos iniciais: Descobrir e Japidar talento administ administrati rativo, vo, onde quer que ete se manifestas se no Brasil; formar equipes de administradores modemos de qu careciam os govemos federal, estaduais e municipais; forjar os. especialistas em plane servic;;o publico tao jarnento, em organizac;;ao e em coordenac;;ao. de qu ·vitalmente necessitava; conferir litulos que nao tivessem apenas valor acade mico, mas, sobretudo, um conteudo pragm'tico, valendo como garantia da pr'tica diana, de aplicac;;6es concretas aos problemas da vida administrativa , ( F U N D A ~ O G.. ETOUQ VARGAS, 1974a, p. 67).
Sintonizada co os novos tempos de capitalismo monopolista de Esta do no Brasil, a Ebap, com mesmo senso pragmatico, crio em 1967 seu su estru curso de mestrado em A d m i n i s t r a ~ a o A Publica, d m i n i s t r complexificando a ~ a o tura poUtico-pedag6gica e ampliando consideravelmente 0 numero de in telectuais organicos da hegemonia do capital m0Jtl-0polista de diferentes nfveis. Em 1974. por exemplo. a Ebap ja havia farmado um total de 5.768
administradores publicos. distribuidos nos seguintes tipos tip os de curso: gradu a ~ a o , 854; p 6 s - g r a d u a ~ a o . p 6 115; d m i n i s (FUN t r a ~ a o s - g r intensivos a d u a ~ a o . de a d m i n i s t r a ~ a o . a 4.799 DACAo GETULIO VARGAS. 1974a, p. 84). Em 1981. a Ebap extinguiu seu curso de g r a d u a ~ a o , reabrindo-o em 2002, ja em meio ao capitalismo neoliberal de Terceira Via, para formar, inicial, os intelectuais da nova pedagogia da hegemonia. Em tem em nfvel inicial, pos de novo imperialismo, tambem co prop6sitos semelhantes aos do curso de g r a d u a ~ a o , foi instaurado em 1998 curso de Doutorado em Ad
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.,~.: Alem dessas dUas i n s t i t u i ~ 6 e s destinadas. destinadas. especificamente fanna ~ a o deadministradores, a FGV, durante processo de intensa m o d e r n i z a ~ m o d e r n i z a ~ ~ a o promovido pela ditadura rnilitar de 1964. ampUou suas areas de for m a ~ a o de novos inte1ectuais organlcos do projeto hegemOnico epoca estendeu, atualizando qualitativa qualitativa e quantitativamente, quantitativamente, essa f o r m a ~ a o at
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os dias de hoje. Sob a d e n o r n i n a ~ a . o de Centro de A p e r f e i ~ o a m e n t o de Econornistas, a Escola de P 6 s - G r a d u a ~ a o em Econornia (EPGE) iniciou no Rio de Janeiro r suas a ~ a o atividades ainda em 1961. nome definit definitivo ivo - Escola Escola de P6s-Gradua ~ a o em Econom Economia ia - pas sou a ser adotado somente em 1966, quando foi in criado seu programa de mestrado. mestrado. Em 1974, ampUou a atividade de ens 9. instituindo tambem doutorado em Economia Ambos os prograrnas. gra tuitos e de tempo integral integral.. sao financiados financiados por recursos publicos Coorde n a ~ a o de A p e r f e i ~ o a m e n t o de Pessoal de Nfvel Superior (Capes). Conselho Nacional de Desenvolvimento CienUfico e Tecno16gico (CNPq) e F u n d a ~ a o de Amparo Pesquisa do Rio de Janeiro Janeiro (Faper (Faperj) j) - e ta mbem por recursos privados, como Banco BBM. desenvolvimento das atividades de p r o d u ~ a o do conhecimento na rov acompanhou processo de expansao e de d i v e r s i f i c a ~ a o de suas ati vidades de ensino, especialmente a partir do momento em qu a institui dar enfase i n s t a u r a ~ a o de cursos de p 6 s · g r a d u a ~ a o ~ a o sensu. Em 1973, com tres cursos de mestrado em funciomfmento, a f u n d a ~ e pesquisas, dos quais 29 e a l 235 i z a ~ estudos a o ~ a o ja contabilizava a r e a l i z a ~ a o r de consi derado s projetos repetitivos, repetitivos, 110 concluidos concluidos e 96 ern andame nto (FUN DA<;A.O GETUUO VARGAS, 1974a, p. 27). Assim como as atividades de ensino, as ativid?:des de pesquisa docen te e discente tambem mantem em boa parte um r e l a ~ a o imediata co prodw;;ao, que p ode s er facilmente facilmente aferido aferido pelas tematicas da produc;ao intelectual, divulgada por intermedio de livros e peri6dicos da pr6pria fun veiculos decomunicac;ao nacionais e intema d a ~ a o tambem por outros veiculos cionais. Uma e x c e ~ a o a essa rela¢o imediata entre p r o d u ~ a o do conhecimento e at!vidade produtiva e, sem duvida, trabalho realizado pelo Centro de
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ADlRFJTAPARAOSOClALlAESQUERDAP ARAOCAPfTAL:INTELECl UAISDANOVAPEDA GOOIADAHEGEMONI ANOIlRASlL
Pesquisa, e Documentac;ao de Hist6ria ContemporAnea do Brasi (CPDOC), criado em 1973 co a finalidade finalidade de, d entre outras, "abrigar conjuntos do cumentais relevante para a hist6ria recente do pats [ .. e] desenvolver pesquisas hist6ricas" hist6ricas" (FUNDA<;AO GETDuo VARGAS, 2009c). Os conjun tos documentais doados ao CPDOC constituem mais importante acervo de arquivos pessoc$ de homens publicos do pais. Seu Programa de Hist6 ria Oral recolhe desde 1975 depoimentos de personalidades que atuaram nacional e conta atualmente co cerca de mil entrevistas. Seu no cenario nacional Diciondrio hlst6rico-biogrtiflco hlst6rico-biogrtiflco brasileiro, freqiientemente atualizado, con ta atualmente co mais,de 6.mil verbetes. Merece destaque tambem, dentre as atividades desenvolvidas pela FGV desde s e u s ~ p r i m 6 r d i o s , s ae u prestac;ao e asse ssoria econO· s ~ p r i m 6 r d i de o s , consultoria mica a os mais diferenciados govemos brasileiros brasileiros desde a estruturac;ao do industrialismo at os dias de capitalismo neoUberal. Talvez a de maior visibUidade dentre as atividades de prestac;ao de servic;os aos govemos tenha sido a criac;ao e d.lculo de indices ec(mOmicos realizados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). (Ibre).2 2 Ins tituido em 1951, roio primeiro (PIS) brasileiro e tern side responsa no caIculo do Produto Intemo Bruto (PIS) vel, entre outros, pelo caIculo do fndice de Prec;os por Atacado' (IPA), do fndice Geral de Prec;os (IGP) do fndice de ' Prec; Prec;os os ao Consumidor (IPC), pec;as-chav pec;as-chavee par a a construc; construc;ao ao dos grande s num eros da economia naci6 nal. Tais indices, alem de subsidiarem as decisoes dos rormuladores de polftica econOmica, interferem na vida do cidadao comum, nas estrategi as. de lucro das empresas e no desenvolvimento das anaIises de monito . ramento da poUtica econOmica nacional. macroeconOmicGS, GS, Ibre tambem realiza Alem do caIculo de indices macroeconOmic "sondagens industriais industriais e ao consumidor que geram inrormac;oes utilizadas no monitoramento da situac;ao corrente da economia e na antecipac;ao de eventos futuros" ( F U N D A ~ A O GETUUO VARGAS, 2008, p. 119).0 FGV Da dos Premium e Monitor da Inflac;ao Oficial, por exemplo, tern desempe nhado este papel. papel.
4 A F ~ A ' I ' \ l M ; A O O O S I I ' l ' l ' E L E C ' f l l A S D A N O V A P E D A G O O t A O A H E G E M O N I A : E X P E I U t N c I A S " 0 8 R A S I I .
vale ressaltar, ressaltar, ainda, q ue ao longo do seculo XX Ibre roi estendendo consultoria e a sses soria a outros setore s govemamentais, as atividades de consultoria passando a englobar em su estrutura organizaci organizacional, onal, entre outros, Cen tro de Politicas Sociais (CPS), co vistas a estreitar as relac;5eS relac;5eS entr e ntr e a pesquis a aplicada e a implantac;a implantac;a de polfticas publicas nas areas social e do trabalho; Centro de Estudos Agricolas, co quase 40 anos de funcio namento; e
Centro de Economia e Petr6leo. Especial atenc;ao a FGV tern dedicado tambem su vasta e diversificada linha editorial Ja nos anos 1940 FGV lanc;ava varios peri6 dicos, que segue m circulando ate os dias atuais, como a Revista Revista Brasileira de Economia, Revista de Direito Administ rativo Conjuntura EconOm;ca. A
partir dos anos 1960, quando expandiu consideravelmente su as atividades, atividades, transrormando-se em centro produtor e irradiador no campo da s Cienci Ciencias as Humanas e Sociais no Brasil, em especial nas areas de Administrac;ao, Economia, Ciencia politica, Direito e Hist6ria, a FGV lanc;ou novos peri6di cos, como a Rev;sta de Administrar;ao de Empresas e a Revista Revista de Adminis trar;ao publica e Estudos Hist6ricos e criou a Editora da Fundac;ao Getulio vargas, posteriormente transformada em Editora FGV. Alem desse esforc;o intensivo de disseminac;ao de ideias por meio de . seu trabalho editorial, a EGV exerce constante e intensa atividade de difu sao da concepc;ao concepc;ao burgues de mundo por intermedio da promoc;ao, co promoc;ao e participac;ao em eventos locais, nacionais e intemacionais, especial congressos, conferencias e seminarios, seminarios, todas as areas das , Ciencias Humana s e Sociais aplicad as em que atua. Desde a metade da decaqa de 1980, porem, acompanhandoas pro rundas mudanc;as em process6 no modo de produc;ao capitalista de exis tencia em nivel intemacional, funda<;ao come<;ou a se preparar para, a partir dos anos 1990, adequar-se as novas exigencias do capitalismo no organicos. qu tange a forma<;ao de seus intelectuais organicos.
No decorrer do seculo passado, acompanhando os movimenlo de reeslrulurac;;ao da F u n d a ~ a o , alguns peri6dicos (or am exllnlos ou fundldos a oulros la existenles (FUNDA<;AO Ge:r(JUO VARGAS,
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OIRl!lTA PARA
SOCIAL£A ESQUERDA PARA OCAPlTAL: INTELECIUAlS DA NOVA PEIlAGOGIA DA H£GFJIONIA NO BRASIL
AEbape, inteiramente adaptada aos prop6sitos educacionais dos orga nismos internacionais e do govemo brasileir o para a forma<;ao forma<;ao do trabalho complexo (NEVES;PRONKO, 2008) na atualidade, manlem sua estrutura curricular hierar quizada e diversificada. diversificada. Alem dos cursos ja oferecidos, criola recentemente 0 mestrado executivo (prof issional) er n Gestao Ernpresarial Ernpresarial o mestrado inteIrulcional (Master in Internacion Internacional al Managem Management ent - MIM MIM), ), talrnente ministrado em i n g l ~ s , i dirigido a "jovens profissionais em busca de n g l ~ s , conhecimento avan<;ado para atuar ern mercados emergentes [ •• J, o r i u n ~ dos de parses como india, China, Russia, alem de na<;6es daEuropa e da America Latina" (FUNDAc:;Ao GETULIO VARGAS, 2008). Mantem, ainda, programas de intercAmbio internacional internacional na area Recenternente, a Eaesp, alem de arnpUar consideravelmente a oferta de cursos, tra<;ou novos objetivos para seu projeto poUtico-pedagogico, pro curando ajustar a forma<;ao das Uderan<;as empresariais atuais e futuras aos fundarnentos do projeto politico do capitalismo de Terceira Via, como atestam seus objetivos: avan\;ar na (onna\;Ao da Iideran\;a para lim cenArio complexo do Brasil e do mundo - uma lideran\;a lideran\;a que combine s6lidos conhecim conhecimenlOs enlOs em gestao e areas afins com urn projeto c;le cidadao do mundo; intensificar a gera\;ao de conhecimento inovador, relevante e de ponta; intensificar a rela\;Ao da escola com a sociedade brasileira, com o r g a n i z a ~ e s publicas e privadas e de tercei ro setor, com parceiros e futuros parceiros internacionais; ... (FUNDA<;A.O GETUUO VARGAS, 2008, p. 51-52). Na consecu< consecu<;ao ;ao desses objetivos, a Eaesp· Eaesp· oferece contemp oranear nente dois cursos de gradua<;ao, dois de mestrado e dois de doutorado a c a d ~ r n i c o s ern Adrninistra<;ao de Ernpresas e ern Adrninistra<;ao Publica e Govemo, res pectivarnente. Oferece, ainda, urn mestrado profissional em A d m i n i s t r ( l ~ a o A de Empresas (Master of Busine Business ss Administration - MBA) MBA) e numerosos cursos de educa<;ao educa<;ao continu ada (extensao, especiali especializa<;ao, za<;ao, recic1agem recic1agem e outr os). Nos anos de neoliberalismo de Terceira Via, a EPGE diversificou tarn bern sua estrutura educacional, criando Programa de Mestrado ern Fi nan<;as e Economia Empresarial (profissionai) em 200 curso de gradu a<;ao em C i ~ n c i a s Economicas, er n 2002 Ao mesmo tempo em que adaptou sua estrutura educacional no Rio de Janeiro ao "sistema de educa<;ao terciaria", novo modelo de educa<;ao su
F O R M A ~ A T U A < ; A O ! l O S
INTELECTUAIS
DA NOVA I'f'.DA(j()(lIA DAH£GEM(lNIA: EXP£RItNaAs NO BRASIL
ir ei ei t r em em on on t aos a area de D ir Embora a preocupa<;ao da FGV co anos 1960, somente nos anos de consolida<;ao do neoliberalismo de Tercei ra Via no Brasil, em 2000, a funda<;ao implantou a Escola de Direito do Rio de Janeiro _ Direito Rio, e a Escola de Direito de Sao Paulo - Direito Gv, arnbas co cursos de gradua<;ao, mestrado e educa<;ao continuada. No Rio de Janeiro, e oferecido c u r s ~ de mestrado profissional em Poder Judicia rio e, em Sao Paulo, 0 mestrado a c a d ~ m i c o co area de concentra<;ao em Direit o e Desenvolvimento. Os cursos de educa< educa<;ao ;ao continuada var iarn tan to em rela<;ao as tematicas quanto a. sua dura<;ao. o CPDOC, po sua vez, alem de consolidar as linhas de pesquisa qu se constituem ern pontos de r e f e r ~ n c i a identidade da sua produ<;ao aca d ~ m i c a t mais recentemente instiluiu atividades regulares de ensin0 (FUN DAc:;A.O GETULlO VARGAS, 200ge). Alem disso, a partir de 1995 associou se a um rede de institui<;oe institui<;oes s latino-arnericanas em torno do Programa de Promo<;ao da Reforma Educativa na America Latina e Caribe (Preal) fi nanciado pelo BID e Usaid. Corn os objetivos de envolver conjunto da sociedade co as atuais politicas educacionais, monitorar p ~ o c e s s o de implanta<;ao da reforma universitarla no pais e propiciar a ilderes forma dores deopiniao e autoridades publicas e privadas informa<;oes sobre repre reforma educacional em processo,O CPDOC tomou-se, portinto, sentante no Brasil do projeto de reforma educacional. dos organismo in ter naci onais (NEVES (NEVES;; PRONKO, PRONKO, 2008). Para se ter um ideia do volume da produ<;ao intelectual dos professo res, pesquisadores e tecnicos da FGV na atualidade, merece destaque grande numero de publica<;6es. Ern 2008, po exemplo, ocorreram 1.1 79 inser<;oes no meio academico de naturezas as mais diversas (FUNDA<;A.O d m i n i s t r ( l ~ a o
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s De 1966 1973 FGV Centro de Estudos e Pesquisa no Ensino de Direito (Ceped) ptomo cursos de advocacia de empres as destinados "a advogados e entida des govemam entais e privadOS privadOS e a proressores de direito (para\ e s p e c i a l i z a ~ a o nas questoes re1ativas a inveslimenlos publicos e privados no Brasil e as re1ac;6es economicas Internacionals· (FUNDA<;AO GETOLIO VARGAS,. 1974a, p. 21)
• As a t i ~ d a d e s de ensino do CPDOC tiveram inicio somente em 2003, quando roi criado Program de P6s.Graduac;ao em Hist6ria, polilica e Bens Culturais, com os cursos de meslrado
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DlRElfA PARA
SOCIALE AESQUERDA PARAO CAPITAL: IN'I'ELECI'UAIS 011 NOVA PEOAGOGIA DAHEGDIONIA NO BRASIL
GETULIO VARGAS, 2008, p. 183-253}. AJem disso, nesse mesmo ano foram aprovadas 243 dissertac;6es de mestrado e 43 teses de doutorado (FUNDA (jA0 GETULIO VARGAS, 2008, p. 7). Esses Esses dados con tribuem par a desvelar a importAncia pedag6gica desse importante intelectual organico da bur guesia na difusao dos seus valores, ideias e praticas sociais. A profunda reconfigurac;ao reconfigurac;ao quantitativa e qualitativa na FGV nos dias atuais transformou transformou lbre ern important vekulo de consolidac;ao da posi instituic;6e que estudarn c;ao de lideranc,;;a da fundac;ao no conjunt o da s instituic;6e comportarnento da econornia no Brasil contemporaneo. Nessa perspecti va, merece registro a seguinte informac;ao constante de seu relat6rio de 2008: "OIbre cOl;l.Solidou ern 2008 su lideranc,;;a ern midia espontAnea ao obter a rnarca de 63,2% de todas as materias publicadas sobre a FGV ern rnfdia impressa, eletrOnica ou on line, segundo relat6rio da empresa Info 4, analisado e aprovado pela Superlntendencia de Marketing da FGV" (FUN DA(jAO GETULIO VARGAS, 2008, p. 119), Dessa forma, lbr e -continua -continua a ~ e r c e r hoje papel preponderante na -consolidac;aodos -consolidac;aodos postulados ecohOmico ecohOmicoss dominanles na sedimentac;ao do imbricarnento imbricarnento ~ n t r e govemo e emp resar iado nas relac;6e relac;6ess sociais brasi brasi leiras no seculo XXI. Seguindo as diretrizes-formuladas pelo Banco Mundial, a-FGY, no inf cio dos anos 1990, passou por profunda reestruturac;ao que atingiu con junto das suas instituic;6es, refuncionalizando a estrutura administrativa global, as forrnas de financiamento, a relac;ao relac;ao corn publico e privado e a abrangencia de su atuac;ao. De fato, embora concentre ainda h6je as atividades poUtico-pedag6gicas no eixo Rio-Sao Paulo, a FGV segue ~ s t e n ~ s dendo seus "tentaculos" "tentaculos" por lodo territ6rio territ6rio nacional, instaland sede ern Brasilia e ministrando c u r s ~ s nos diferentes estados -da federac;ao, e acena como horizonte de curtoprazo a prestac,;;ao de seus servic;o servic;oss ed ucaciona is n l .
4
FGV dos anos 2000: umlntelectual ol'ganlcoda bUl'guesia em I ' e p o l i t l z a ~ o da politlca -Seguindo tendencia mais_abrangente de aumento do volume e de di
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quantitativo foi a1em a1em do dobr o, ch egan do a 26.763. 26.763. No decenio 1965-1974, 0 numero de concluintes atingiu a marca de 67.905 a1unos; e sornente no an de 2008 esse numero a1canc;ou a consideravel marca de 96.999 (FUN- DA<;Ao GETULIO VARGAS, 1974a, p. 20; 2008, p. 7). Esse crescimento exponencial da matrfcula efetiva deveu-se, ern boa parte, a dois importantes fenOmenos fenOmenos concomitantes: su reestruturac;ao organizadonal, inidada nos anos 1990, e a introdw;ao intensiva da tecno logias de informac;ao e corriunicac,;;ao corriunicac,;;ao (T IC) ern suas atividade de ensino, pesquisa, prestac,;;ao servic,;;os e divulgac;ao. processo de reestruturac,;;ao organizacional qu comec,;;ou a ser implernentado ern 1992, sob forte influencia do Relat6rio sobre desenvol vimento m u n d i a l - 1989, do Banco Mundial Mundial,, constituiu-se em urn processo de "reengenharia [ .. que reexarninou desde su missao, filosofia e visao de objetivos at os pianos de ac,;;ao, desdobrando-os integrativamente as unidades e subunidades, corn pleno envolvimento envolvimento do pessoal da entida de" (FUNDA<;A.O GETULIO VARGAS, 1993, p. -38). - Fizerarn parte desse movimerito de reforma institucional acriac,;;ao de urn Fundo de Modetnizac;ao Institucional para realizac,;;ao de estudos, ca .aquisic;ao de equiparnentos de informatica pacitac,;;ao l t ~ c n i c a _ no exter ior e .aquisic;ao (FUNDA<;Ao GETULIO VARGAS, 1992); a demissao de 35% do se quadro funcional; a alterac;ao na politica salarial de seus funcionarios; a terceirizac,;;ao dos servic;os servic;os de manutenc;aopredial e a extinc,;;ao elou trans ferenda de atividades para outras instituic,;;6es. 9 A estrutur a organizaciona organizaciona da FGY, hoje, compreende: a administra geral, urn conselh o curador, c;ao superior, composta por um assembleia geral, urn conselho diretor e a presidencia da instituic,;;ao; a diretoria de opera C;6es, subdividida em diretoria de operac;6es das unidades do Rio de Janei-
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Embora algwnas inrormac;oes estejam rererldas em anos especificos, fizeram parte da coleta de dados os relal6r1os dos anos 1990 e 2000.
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SOCIALEA ESQUEROA PARA
CAPITAL: INTELECTUAIS OA NOVA PEOAGOGIA OAHEGEMONIA NO BRASIL
ro (DO-RJ) e diretoria de operac;6es da unidade de Sao Paulo (DO-SP); 1 unidades-fim; e quatro programas especiais. 'o Nesta nova e complexa estrutura, merecem destaque dois aspectos que apresentam elementos de continuidade de refuncionalizac;ao no conteudo e na forma da atuac;ao da FGV nos anos de neoliberalismo de Terceira Via: imbricamento com os 6rgaos govemamentais e co meio empresarial sob a forma de presta<;ao de servic;os; e a interface co os Estados Unidos e os organismos intemacionais. Em sintonia co a nova estrutura<;ao das formac;oes sociais capitalis tas contemporaDeas e co a organizac;ao do novo Estado Estado coorden ador de a<;6es publicas eprivadas Estado gerente -, FGV, embora continue a govemo federal na a t u a l i d ~ d e , expande manter imbricamento co consideravelmente a prestac;ao de servic; servic;os os a emp resa s e sociedade em geral, retirando dal parte consideravel do volume de recursos financeiros qu sustentam suas atividade na atualidade. Entre os servi<;os prestados ao govemos nos anos mais recentes da hist6ria hist6ria brasileira destacam-s os estudos realizados, sobre a reforma da apari;!lhagemestatal e a elaborac;ao de urn documento contendo suges toes para superac;ao da atual crise capitalista capitalista no pais. Os dois mais significativos estudos sobre a reforma da aparelhagem estatal estabeleceram como parAmetros "preocupa<;6es humanas, socia economia lizantes e eticas, [a manuten<;ao dos] preceitos basicos mercado,.direito de propried ade, Estado minimo e vantagens privatizantes" '(FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 1995, p. 20), ou seja, a maioria do Rara metros de urn "capitalismo humanizado", proprios do projeto politico do de Terceira Via. neoliberalismo .. Financiados pelo Instituto de Pesquisa Econ6mica Aplicada (Ipea), Programa da Na<;oes Unid(is para Desenvolvimento ,(Pnud) e Bird fo ram elaboradOs pela FGV: projeto Reforma do Estado: A1temativas Constitucionais e de Gestao Publi ca [que) teve como objetivo estudar e p r o p ~ r formas alternativas de gestao publica e de novas r e l a ~ 6 e s do Estadocom a Sociedadele 01 projeto A Refor ma Fiscal e a Questao Federativa [que) teve como objeto analisar impacto
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ORMAt;AQATUAt;Ao DOS INTELECTIJAIS VA NfY"IA PEOAGOO1A OA HEGEMONIA: EXPERItIIaAs NO BlWIL
das diferentes propostas da reforma fiscal, do ponto de vista de suas impUca C;6es regionais e federativas, vi sando subsidiar as negociac ;oesp olltic as ne cessanas aprovac;ao de uma reforma fisca no pais (FUNDA<;AO GETlJLlO VARGAS, 1993, p. 12).
A importancia desses estudos na definic;ao dos rumos do Brasil con temporaneo se amplia pelo fato de FGV ter tido tido assento entre os 12 mem bros qu compuseram Conselho de Reforma do Estado, criado ainda em 1994, no periodo do govemo Uamar Franco, e po Luiz Carlos Bresser Pereira, professor e pesquisador dessa instituic;ao,1I ter assurnido, no govemo Fernando Henrlque Cardoso, Ministerio da Administrac;ao Federal e Re-
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forma do Estado. Mais Mais recentem ente, em outubro de 2008, a pedido da Secretaria de Relac;oes lnstitucionais da Presidencia da Republica (SRVPR), foi elabora do pela fundac;ao fundac;ao urn docum ento intitulado Temas para desenoolvimento com equidade, co vistas a subsidiar as discussoes orlginadas no Conse 'lho de Desenvolvimento Econ6rnicoe Social (CDES) do govemo Lula da Silva, sobre a maneira de "retomar crescimento da economia brasileira de maneira vigorosa e permanente, reduzindo as assimetrias sociais", ap6s a superac;ao da atual "crise intemacional" (FUNDA<;AO GETULlO VARGAS, 2008). Este documento, certamente urn projetopolitico da frac;ao frac;ao industria da burguesia para a pr6xima decada do seculo XXI, trac;a de forma deta Ihada e articulada diretrizes para a politica econ6mica, as poHticas sociais e a estrutura<;ao do Estado. estreitamento da articula<;ao entre a FGVe as empresas e registrada f i c i ~ s . pela propria institui<;ao em documentos o f i c i ~ s . o Analisando a conjuntura dos anos de neoliberalismo, Relat6rio anual qe 1994 destacava: "por oca
os prim6rdios, quadros da FGVocupam poslOS estrategicos naaparelhagem estatal brasileira Desde Luiz:Sim6es Lopes Coi oficial de gabinete da Secretaria da Presidencia da Republica, aJem de diretor Vargas; Eugenio Gudin rol ministro da Fazenda durante govemo de care do Oasp no govem o Gelullo Vargas; Filho; Moracio Larer pertenceu ao Conselho Tecnico de Economia e Finan<;;as do Minlsterlo da Fazenda, enlre 1943 e 1955, e roi lambem minislro da Fazenda de GelUlio Vargas; Napoleao Aiencastro
1"68 DlREITA PARAO
SOCIAI..EAESQUERDAPAIiA OCAPflAL:INTEW:TUAIS DANOVA PEDAOOOtA
DA HEGE/dONIA
NO BRASIL
siao da criac;ao da Fundac;ao (nas] primeiras decadas, predominava setor publicona economia brasileira. e hoje setor privado qu se reve la parceiro mi.tural daFundac;ao Getulio Vargas" (FUNDA<;AO GETULIO
VARGAS, 1994, p. 2). A citac;ao a seguJr. com'acomposi<;ao do seus 6rgaos deliberativos superiores em 1944 e em 1994, oferece urn exemplo claro dessa nova tend ~ n c i a : :.',1,
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Ao ser constiturda: a Fundae;ao, sua A s s e m b l c ~ i a Geral possufa 296 membros, sendo 88 (29,7% (29,7%)) ent idades go vemamentais, 74 (25,0%) empresas prlvadas e 134 (45,3%) p ~ s s o a s fisicas; ~ e u ' Conselho Curador contava com 21 conse· Iheiros, dos quais 12 (57,1%) dos quadros oficials e nove (42,9%) da area prlvada; seu Conselho Diretor co oito conselheiros, dos quais seis (75%) dos quadros oficials e dois (25%) da area privada. Em 1994, a Assembleia Geral passou a ter 339 membros, sendo 51 (15,0%) entidades govemamen· tals, 206 (60,8%) instituie;oes pdvadas e82(24,2%) pessoas fisicas: Conselho Curador, a possuir 33 conselheiros, dos quais oito (24,2%) pessoas fisicas dos quadros oficials ou entidades governamentals e 25% (75,8%) pessoas fisicas da area privada ou instituie;oes particulares; e 0 Conselho DirelOr, a ter 15 conselheiros, dos 'quais tres (20%) dos quadros.oficiais e 12 (80%) da area prlvada. (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS,1994, p. 2)
Embora esta nova tendencia r u m o it maiOr privatizac;ao se efetive na instituic;ao se conjunto, e na prestac;ao de servic;os de consultoria e assessoria tecnica na prestac;ao de servic;os educacionais que esse novo" fenomeno se expressa co maior nitidez, mais especificamente po inter· medio da ac;oes de captac;ao de recursos publicos e privados nacionais internacionais da FGV Projetos e do IDE,12 unidades·fim criadas em meio ao movimento da reforma institucional do anos 1990 da reforma da aparelhagem estatal brasileira em plano mais abrangente. As atividades da FGV Projetos, qu tern como meta sua inclusao no mercado das grandes consultorias, podem se distribuidas em cinco gru· po de servic;o:
... desenvolvimento de projetos (customizados conforme especificado pelo c1iente, e produtos e servie;os pre-formatados e adaptados as necessidades do
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ORMM;AOIATUA\;AO DOS INTEI..f,CfUAIS DANOVA PEDAGOGlA DA HEGENONIA: EXPERIf.NOAS NO BRASIL
conhecimento avalia¢o e certificae;ao de conhecimento
identilica¢o de necessidades de treinamento), concursos publicos (planejamento, organizae;ao e execue;ao para instituie;Oes publicas e prlvadas), serVie;os compartilhados (gestao e contratos) e seminarios (idealizae;ao, estruturae;ao e realizae;ao, em conjunto com as de mals unidades da FGV) (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 2008, p. 113).
FGV Projetos Projetos tern e xpandido rapidamente suas ac;6es. Em 2008, po exemplo, chegou a assinar 148 projetos de consultoria e assessoria tecnica, aumentando consideravelmente consideravelmente seus recursos financeiros. financeiros. Como um suas atividades estrategicas, a FGV Projetos tern investido em ac;6es de "par cerias" multilaterais e inlernacionais. sa exemplos nessa perspectiva: planejamento, estrulurac;ao e implantac;ao da Escola Nacionai de Adminis trac;ao (Enad) de Angola; a apresentac;ao, na sede do BID em Washington, do primeiro relal6rio tecnico do Haiti, sobre desenvolvimenlo de plantas de etanol e de ur conjunlo de termoeletricas de biomassa; a participac;ao, a convile do BID, no Seminano Mudanc;as Climaticas na Agenda Global de hoje, realizado em Miami, em abril desse mesmo ano (FUNDA<;AO GErU- LlO VARGAS, 2008). " objetivo de "coordenar IDE, po su vez, criado em 2"003 co gerenciar um rede de distribuic;ao unica para os produtos semc;os edu cacionais produzidos pela FGV", (FUNDA<;A.O GETULIO VARGAS, 20091), oferece cursos de graduac;ao lato sensu, de aperfeiC;oamento e extensAo, presenciais ou a distancia. As atividades coordenadas gerenciadas pelo IDE tern conlribuido sensivelmenle para crescimenlo da matricula da Fundac;ao, para espraiamenlo de sua atuac;ao po todo lerrit6rio nacio nal, alem de aumentar sensivelmente receita. Dos 96.999 alunos qu esludaram na funda<;ao er 2008, 1.870 estudaram nos cursos de mestrado de doutorado, 3.106 nos cursos de graduac;ao e os demais em cursos de educac;ao continuada oferecidos po esse instituto (FUNDA<;AO GETUUO faz urn importante agente da rnetamorfose na VARGAS, 2008, p. 7), qu morfologia do intelecluais organicos da hegemonia burguesa no Brasil contemporaneo. IDE e composto pelo Programa de Educac;ao Continuada FGV
Management e su
rede de instiluic;oes conveniadas, presenles em mais
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DlRElTA PARA
OoorrrAI.: INTELECTUAIS DA NOV PEOACiOOlA DA HEOEMOMA NO BRASIL SOCIAl. Eli ESQIJERDA PARA Ooor
GE.TULIO VARGAS, 2008, p. a incrlvel marca de 1.653 turmas (FUNDA<;AO GE.TULIO 134).0 FGV in Company, por sua vez, e constitu(do po cursos de curta dura para atender especificamente as necessidades empresariais. Este pro grama comerciallzot,I, em 2008, dois Upos de cursos, perfazendo um total de 207 cursos Iivres e 71 MBA (FUNDA<;AO GETt.JUO VARGAS, 2008, p. 136). Ja FGV On Une congregA os cursos a distancia oferecidos pela funda¢o. sao cursos livres, de pequena e media durac;ao, chamados de cursos de varejo, MBA abertos, cursos corporativos, cursos de graduac;ao tecno16gic tecno16gica a e ain da os cursos de p6s-graduac;ao de durac;ao variada. Com esse conjunto diversificado de cursos presenciais e a distAncia, coordenados coordenados pelolDE, FGV completa seu sistema de educac;ao terciana, formado ainda. em suas unidades-fim de Administrac; Administrac;ao, ao, Economia, Direi to e Hist6ria, po cursos de graduac graduac;ao, ;ao, mestrado e douto rado acade micos e mestrado profissional. Se nos anos de capitalismo neoliberal a FGV ampliou consideravelmen te suas metas quanUtaUv quanUtaUvas, as, estendendo h orizontal e vertical mente a atua c;ao na formac;ao de novos c_riadores e- propagadores da ideologia domi nante, tambem se refuncionalizou. atualizando suas metas qualitativas e redefinindo as estrategias de disseminac;ao do americanismo. por meio do que se vem convencionando charnar de cooperac;ao cooperac;ao intemacion al. A influencia dos governos dos Estados Unidos, das fundac;6es Ford, Rockefeller e W. Kellogg e ainda de algumas das universidades estaduni denses na estrutura e na dinamica do funcionamento da FGV e intensa e abrangente desde as suas origens, estendendo-se desde financiamento das diversas atividades ate mesmo qualificac;ao e ~ a p e r f e i c ; o a m e n t o de docentes, pesquisadores e estudantes, estudantes, dent ro dos priIitcipios priIitcipios tecnicos e eti co-politicos do american wa of life. Tambem, de forma indireta, a presen c;a estadunidense na FGV se faz por meio da atuac;ao dos diferentes orga nismosintemaciomiis. Na atualidade, particularmente a partir dos anos 2000, essa influencia intemacional foi-se intensificando numa direc;ao de mao dupla: cresce, por urn lado, a fnfluenc ia dos demais paises de capita lismo central na formac;ao de intelectuais e tambem na disseminac;ao das ideias de um novo mundo "globalizado" em seuinterior e, po outro lado, aumenta sua influencia nos pafses pafses "me nos desenvolvidos" po meio da
. A F O R ~ A ~ O O O S I N T E L £ C T U A l S D A N O V A P E O A C i O O I A D A H E C i D l O N J A : E X P E R I ~ N 0 8 R A S 1 L
meio da presenc;a de tecnicos da ONU nessa instituic;ao por urn penodo de cinco anos (D'ARAlIJO, 1999). Do mesmo modo, a criac;ao da Ebap, em 1952, deveu-se, em parte, ac;ao tecnica e financeira da ONU e da asses soria de urn grupo de professores professores estadunidenses da Universklade do Sui da Calif6rnia, patrocinados pela Usaid (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 1966). A implantac;ao da Eaesp, em 1954, deveu-se ao trabalho de um
missao estadunidense manUda pela Universidade Estadual de Michigan e financiada pela Usaid ate 1965 (FUNDA<;AO GETOLIO VARGAS, 1966). Fundac;ao Ford, por sua vez, tambem invesUu significatlvamente no finan ciamento de atlvidades atlvidades de pesquisa e de elaborac;ao, traduc;ao e publica c;ao de trabalhos tecnicos da Ebap e a Eaesp. A Fundac;ao Rockefeller, po seu tumo, interveio mais diretamente na area de Economia, financiando bolsas de estudo ou mesmo subsidiando pesquisasna area (FUNDA<;AO (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 1966). Vale ressaltar. ainda, que FGV firmou acordo FMI para traduzir para portugues a revista de assistencia tecnica com Finance Development, co a Unesco, para traduc;ao do peri6dico Le Courrier e, desde 1984, co World Banco Mundial, para traduzir Developm ent Report Em 1991, nos an6siniciai do capitalismo capitalismo neoliberal no Brasil, os cinco grandes centros depesquisa e ensino da FGV elaboraram, alem dos estu dos sobre a reformado Estado, projetos sobre Mercado Gomum do SuI (MercosuI) e meio ambiente, para serem encaminhados ao BID (FUN DA<;AO GETULIO VJ\RGAS, 1991). Desses estudos resultou a criac;ao do Centro Interamericano de· Desenvolvimento Sus ten avel, _envolvendo _envolvendo ta m Itamaraty, a Fundac;ao Alexandre Gusmao e Pnud. be Entre as atividades de coopetac;ao internacional implementadas pela FGV, merecem destaque aquelas desenvolvidas pelaEaesp. Esta escola desenvolve desenvolve atualmente intercambio com cerca de 50 universidades em todo omundo tern como meta tomar-se um centro multinaciona1. Reali 2;a, por m ~ i o do programa FGV Management, inclusive, "parcerias" intema cionais co lnstitu to Superior de Ciencias do Trabalho e da Empresa de Portugal, Portugal, a Universidade de Ohio e a Universidade da Calif6rnia, nos Esta dos Unidos, den tre outras. A expansao, complexifica-;ao, descentralizac;ao territorial e intemacio
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OIREITA PARAOSOCIALEA PARAOSOCIALEA ESQUERDA PARA
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CAPITAL: INTELECTUAISDA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
"tegias da nova pedagogia da hegemonia Por meio delas expandiu.se a di vulga<;ao da informa<;ao co a utiliza<;ao utiliza<;ao de sftlos e portais, bol etins e revis 13 la eletr6nicas. Indiretamente, as TIC contribufram para robustecer tam bem os trabalhos da Editora FGV que, em 2008, vendeu seu primeiro rnilhao de livros dasPublica<;6es FGV Managementl4 ja iniciou a venda de obras de sua cole<;ao digitaf (FUNDAc;Ao GETIklO VARGAS, 20090. A FGV mostrou, ao longo dos anos, sua capacidade de expandir-se e modelar-se a partir da demandas conjunturais do capitaiismo. As diver sas altera<;6es na sua estrutura e no seu funcionamento reafirmaram seu objetivos, ou seja. seja. atualizar historic amente a racio nalidad e burguesa. Todo Todo este esfor<;o resuttou, inclusive, na sua classifica<;ao, pela revista Foreign Fblicy,I5 como "uma das cinco principais think tanks do mundo" (FUNDA c;AO GETULIO VARGAS, 2009k).
"terceiro setor" e a responsabllidade s o d a l empresarial na fonna dos intelectuafs orgfmlcos da nova pedagogla da hegemonla Uma das evidencias da assun<;ao da FGV como agencia rormadora do intelectual organico da nova pedagogia da hegemonia, constituindo-se, ela propria, nuildntelectual coletivo, e suadedica<;ao recente ao tema do chamado terceiro setor ou sociedade civil atival6 as a<;oes ditas social mente responsaveis responsaveis das empresas.
Essas ideias e praticas inerentes a nova pedagogia da hegemonia tem sido disseminadas na FGV po meio da realiza<;ao realiza<;ao e divulga<;ao divulga<;ao de pesqu i sas, da publicac;ao de livros e peri6dicos, pe a realiza<;ao de cursos de educa<;ao continuada e de p6s-gradua<;ao, bem como pela presta<;ao de servi<;os de assessoria a organiza<;oes da sociedade civil. Concretamente,
Ebape,.revista trimestralda Ebape, Fazcm parte deste acervo eletronico, entre oulros: Cademos Ebape,.revista Ebape, Journal of Operations, peri6dico semestral, RAE-Ele/ronim, da Eacsp, Boletim Direi/o GV, peri6dico mensal, e Boletim E d u c a ~ a o E Juridica, d u c a ~ a o trimestral, da Direilo Gv. IS
Entre as p u b l l c a ~ O e s FGV Management venda na Eciitora FGY, estao as series: Cademp (R$ 116,20); Direlto Empresarial (R$ 57,60) e Gerenciamento de Projetos; Gestao de Pessoas; Geslao
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41. FORIM(:AQlATUA<;AO DOS INTELECTUAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEG£NONL\: £XI'ER1t1«::IA NO BRASIL ."
a realiza<;ao dessa garna variada de atividades traduziu-se na cria<;ao de centros de estudos, grupos e linhas de pesquisa no Ambito de alguns pro gramas de pos-gradua<;ao e na introdu<;ao de disciplinas tanto nos cursos de gradua<;ao gradua<;ao como de pos-gradua<;ao. No caso dos programas de mestrado e doutorado, esse movimento tem implicado tambem a realiza<;ao de dis serta<;oes e teSes acerca da tematica. Esse conjunto de iniciativas tem sido implementado desde a primeira metade dos anos 1 9 ~ O em diversas unidades da FGY, co vistas fonna <;ao de intelectuais aptos a dese mpenhar fun<;6e fun<;6es s organizativas e conectivas dos pressupostos e praUcas do projeto politico da Terceira Via nos diferen tes espa<;os da sociedade brasileira. cumprimento dessa nova tarefa fonn ativa pe la FG indica uma pre ocupa<;ao de novo tipo com a execu<;a execu<;ao, o, implementac;ao e pl aneja mento de poUticas sociais e c onfigura eJemento estrategico na consolida<;ao, no Bras!l, do projeto poUtico da direita para sociaL Seguindo a t e n d ~ n c i a mundial, a FGY, no irudo dos anos 1990,realizou os primeiros movimento_s no sentido de introduzir a tematica do charnado terceiro setor em seu interior. Com a<;Oes concornitantes e muito proximas no tempo, roi no Ambito de suas escolas de adrninistra<;ao do Rio de Janeiro e· de Sao Paulo que as primeiras sistematiza<;oes institucionais se fizeram presentes, a despeito de possiveis iniciativas isoladas anteriOres. Na unidade carioca, como registrado no sltio do Programa de Estudos em Gestao Social da Ebape (FUNDA<;Ao GETUUO VARGAS, 2010), ja em 1991, partir do seminario The Management of Social Services, Services, realiz ado na Dinamarca, havia a proposi< proposi<;ao ;ao de que as eSf;:olas de administra<;ao em mundo "colocassem a disposi<;ao d o ~ movimentos sociais tec todo nologias gerenciais para melhorar sua capacidade de negocia<;ao" (FUN DA<;Ao GETUUO VARGAS, 2010). Na busca de colocar em pratica tal pro posic;ao, em 1992, ana seguinte a realiza<;ao desse evento, durante Semi nario lbero-Americano de Forma<;ao de Professores em Gerencia Social na Bolivia, roi criada a Rede Ibero-Americana em Gestao Social (FUNDA <;Ao GETUUO VARGAS, 2008). Em bo parte, estfmulo a esse novo movimento por parte das bur
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ADlRElTAPARAOSOClALEAESQUERDAPAltAOCAPr ADlRElTAPARAOSOClALEAESQUERDAPAltAOCAPrrAL:INTfUCruAl rAL:INTfUCruAlSDANOVAPEDAGOO1AOA SDANOVAPEDAGOO1AOAHEOEMONIA NO BRASIL
Nao por acaso, ja em 1991 foi criado na Ebape Programa de Estudos '" em Gestc'io Social (Pegs), dentro dos prindpios do qu denominam "cons t r u ~ a o desta nova tendencia intemacional em gestc'io da preocupac;ao redirecionar suas atividades para m elhor se adequar ao contexto de em redirecionar amadurecimento democratico pelo qual passa pais, [ .. sendo uma das iniciativas iniciativas pion eiras flo campo academico] voltada para esta tematica no
Brasil" (FUNDAcAO GETULIO VARGAS, 2010). referido amadurecimen to deve ser tornad como introduc;ao sub-repUcia do projeto neoliberal de Terceira Via no Brasil. Nesse caso concreto, portanto, portanto, nos prim6rdios prim6rdios dos anos 1990 FGV ja concebia como tarefa politica relevante a preparac;ao de quadros para os organismos da "socie dade civil civil ativa", ativa", ain da que nesse momento este ter Brasil.. 0 ca rate r precursor da difu mo nao estivesse tc'io popularizado no Brasil sao das teses do projeto politico neoliberal de Terceira Via do Pegs pode se aferido pela definic;ao de seus objetiyos. objetiyos. Desd entc'io, Pegs propoe se a formar profissionais segundo que afirmaser "gestao social", por se indispensavel . ••• tanto no ambito g o v e m a m e n ~ , COmo no de o r g a n i z a ~ 6 e s nao-govema mentais ou comunitarias [n. Urna f o r m a ~ a o densa} para uma atua\;ao eficaz no contexto coiocado, pois s e m e i a seria imposslvei a transfert!ncia de tecn%gia necessaria para orientat;ao na e/abora,a o e gestao de projetos comunitarios e no gerenciamento de poUticas publicas, enfatizando sempre importancia da participa,ao da cidadanla nas diferentes instancias de decl Sao (FUNDA
Ao mesmo t e m ~ o , ha unidadepaulista da FGY, a Eaesp, outra i ~ i c i a t i va importante surgiu em 1994, que nao exclui ac;oe ac;oess assist ematicas ante riores, tambem de relevo. Estamos nos reportando criac;ao do Centro de Estudos de Terceiro Setor (Cets). Este centro passou a desempenhar urn papel pioneiro no ambito ac:ademico, tanto nacionalcomo na America Latina (MEREOE, 2004). Seu foco concentrou-se nas possibilidades de con duzir de forma qualificada, do-ponto de vista tecnico, processo de admi nistrac;ao das organizac;6es da sociedade civil. Nas palavras de seu coorde . nador, Cets "nasceu com a missao de profissionalizar a gestc'io das orga nizac;6es do terceiro setor e dar consciencia a futuros dirigentes empresari
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NO BRASIL DOS INlEl..ECI1WS DA NOVA PFllAGOOIA DA HOOEIoIONIA: EXPERItNctAsNOBRASIL
processo de conforrnac;ao etico-poIitica da burguesia mundial (MARTINS, 2009; MELO, 2005). Na FOY, no que tange difusao da concepc;ao e das praticas do chamado terceiro setor, setor, nao pod eria ter sido diferente. Urn elemento fundamental para que Cets se consolidasse intema mente e extemamente foi a atuac;ao da fundac fundac;ao ;aoesta duniden se W. K. Kellogg (FUNDAcAO OETOLIO VARGAS, 2009h; MEREOE, 2004). Tal "auxffio" foi re conhec ido pelos parUcipe parUcipess com de vital importAncia importAncia par fortalecimen to da nova area academica" (MEREOE, 2004), sobretudo, viabilizando tanto a formac;ao do corpo docente do centro como sua s participaC;6 participaC;6es es em semi narios nacionais e intemacionais, alem de inserir Cets numa "[... rede de universidades latino-americanas e norte-americanas comprometidas com implementac;ao de cursos e programas acad emicos voltados para terceiro setor" (MEREOE, 2004). 2004). 0 vinculo co m a Fundac;ao Fundac;ao Kellogs Kellogs permitiu que Cets estabe1ecesse intercambio com universidades estadunidenses co vis tas ao acesso as discussOes travadas em tomo da tematica e a introduc;ao e consolidac;ao dessas ideias para fortalecimento, em nosso pa{s,-do protagon ismo poll't poll'tico ico da direita para social. Assim, a parceria do Cets co a Escola de Captac;Ao de Recursos da Universidade de Indiana nasceu como conseqiiencia desse programa, que se intitulava Criando POntes entre o Conhecimento e a Pratica (MEREOE, 2004): Em relac;aoas atividades de ensino, Cets comec;a, em 1995, su p r i ~ meira iniciativa de impacto publico, publico, com a implementac;ao do curso de especializac;ao Administrac;ao par a Organizac;oes do Terceiro Setor Setor por me io do Programa de Educac;ao Continuada da FOY. A partir da analise de su proposta pedagogica, pode-se inferir que tal curso pretendeu instrumen talizar te6rica, te6rica, politica e tecni camen te profissionais de diversas areas, tan to para at uar n as organizac;oe organizac;oe da sociedade civil como no ambito da apa relhagem estataL Esse curso de especializac;ao oferecido pelo Cets-FOV foi dividido em tres modulos de 120 horas, denominados respectivamente de A Sustenta bilidade Institucional, A Sustentabilidade Organizaciona\ e Mantendo Ex celencia e Principios, tendo como disciplinas. entre outras: Crise, Ajusta ment'o e Exclusao Social: Refoima Econ6mica no Brasil e seus Reflexos no Campo Social; Polfticas Publicas, Mercado e Sociedade; Novas Relac;oes
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A F O R M A ~ A T U A 9 0 0 D O SA F INTELECTUAIS O R M A ~ A T U A DA 9 0 NOVA 0 D O S PEDAGOGIA DA HEGEMONIA: E X P E R I ~ NO BRASIL
ADlRElTAPARAOSOClALEAESQU.ERDAPARAOCAPrrAL:INTELECTUAlSDANOVAPEDAGOGIADAHEGEMONIANOBRASIL
tentabilidade das Organizac;6es 'do Terceiro Setor (1I) (FUNDA<;Ao GETU LIO VARGAS. 2009h). Alem deste curso de especializac;ao. Cets promoveu outros de me nor durac;ao. voltados para a preparac;ao de profissionais para atuar na perspectiva da Terceira Via. como Prindpios de Gestao p ara Organizac;o Organizac;oes es do Terceiro Setor. coin 40horas.e Prindpios e Pnlticas de Responsabilida de Social nas Empresas, co 80 horas. Tendo como "parceiros" .organismos como Rits. Abong. Gife. Instituto Ethos e Comunidade Solidaria do governo Fernando Henrique Cardoso. o Cets passou a.assumir;'ainda ha segunda metade dos anos 1990. urn papel decisivo na afirmac;ao da nova pedagogia da hegemonia. ou seja. legitimar acadernicamente as ideias e formas de intervenc;a intervenc;ao o ref erenciada no programa da Terceira Via. Outro relevante centro/grupo de estudos da Eaesp-FGV responsavel pela difusao de ideias. prindpios e concepc;6es caras Terceira Via ac;aosoeial empresarial tern side Centro de Estudos em Sustentabilidade (CFS). Esse centro. criado em 2()03. esta diretamente relacionado com que afirm ser"[ ... } necessidade de empresas. seus financiadores. acionis tas. tas. dirigentes. dirigentes. seguradoras.cons ultores e auditores em entender. entender. med it e avaliar riscos e oporturudades associados a areas de impactos. como meio ambiente . respons abilidade social e governanc;a governanc;a corporativa" corporativa" (FUNDA<;Ao GETULIO VARGAS. 2009b). Diante da inevitabilidade da integrac;ao de prindpios de sustertabilidade na espi nha dorsal das estrategias de neg6cios .... sobretudo eorh a possibilidade de que problemas] sociais e ambientais ... possam provotear uma erosao de CES eomec;a a atuar na perspeetiva dal seus resultados finaneeiros. ( . implementac;ao do desenvolvimento sustentavel em suas varias dimensoes equidade. justic;a social. equillbrio equillbrio eeol6gico e eficiencia eeon6mica - atraves do estudo e da disseminac;ao de eoneeitos e praticas (FUNDA<;AO GETULlO VARGAS.2009b) ...
CFS afirma explicitamente que "concentra sua atuac;ao em tres gran des areas: pesqu1sa. capacitac;ao e comunicac;ao" (FUNDA<;Ao GETULlO
quisasJ espedficas sobre tema. solicitadas por parceiros." (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS. 2009b) CES afirma qu visa a realizar "[ ... J cur Ja quanto capacitac;ao. sirvam de ins 5 0 S . worshops. seminarios e congressos academic os qu trumento disseminador do conceito de 'sustentabilidade'" (FUNDA<;AO 2009b). Su a atuac;ao tern side complementada co GETULIO VARGAS. 2009b). "desenvolvimento de conteudo para os cursos de graduac;ao. p6s-gradua c;ao e educac;ao continuada em questoes qu envolvam as tematicas de meio ambiente. responsabilidade social e governanc;a governanc;a corporativa (FUN DA<;Ao GETULIO VARGAS. 2009b). Dentre os temas e conteudos aborda dos.
CES destaca ... riseos e oportunidades socioambientais, investimento socialmente res
ponsavel (SRO. microeredito. neg6cios sustentaveis, govemanc;a eorporativa. mudanc;as climatieas. produc;ao mais limpa, energias renovaveis. prejufzos por passivos ambientais. ambientais. engaj amento de stakeholders. responsabilidade eorporativa e balanc;os de sustentabilidade. entre outros. (FUNDA<;AO GETlILlO
VARGAS. 2009b)
CES ressalta suas atividades Por fim. mas nao, nao, menos importante atividades de comunicac;ao. cQm Vistas "disseminac;ao ampla. aos mais diversos ato res. de informac;ao de qualidade [ .. Para tal. Centro tern se valido de} todos os meios de comunicac;ao disponiveis para que parceiros interessa dos possam acompanhar as tendencias sobre tema 'sustentabilidade·." (FUNDA<;Ao GETULIO VARGAS. 2009b) No ambito da Eaesp Eaesp destacarr He. ainda, ac;6e ac;6ess realizadas nospro gra mas de mesttado e doutorado em Administrac;ao de Empresas e tambem em Administrac;ao publica e Governoque. ao longo das duas ultimas de cadas. pass aram a integrar divers divers as linhas de pesquisa. que. direta ou indiretamente. indiretamente. desenvolvem desenvolvem estudos co tern as caros ao projeto politico ideologia da da Terceira Via. sobretudQ em relac;ao ao "terceiro setor" e
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responsabilidade sociai. No Programa de P6s-Graduac;ao em Administrac;ao de Empresas, me rece destaque a linha de pesquisa Estrategias de Marketing, na qual se encohtra interesse no tema da responsabilidade social social sob a denomina c;ao de Marketing de Varejo. Aqui e relevante fato de tal tematica estar
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ADiREITAPARAOSOCIALEAESQUERDAPARAOCAPlTAL: INTEl..ECTUAlS
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DA NOVAPEDAGOOIA DA HEGEMONIA
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NO BRASIL
Simultaneamente, Programa de Administrac;ao Publica e Governo desenvolveu duas Iinhas de pesquisa Iigadas a tematicas relacionadas co os princfpios e praticas da nova pedagogia da hegemonia. A primei ra delas, delas, den ominad a Governo e Sociedade Civil em Contexto Subnacio nal, tem-se dedicado a estudar as transformac;oes na administra<;ao pu blica especificamen\e no que chamam de "gestao social", especialmen te depois que, ntemacional, as agencias de financiamento passaram a enfatizar .•. no ambito ntemacional, o papel da sociedade civil na c o n s t r u ~ a o da democracia. tanto nos parses p6s-comunistas do Leste Europeu quanto nos parses em desenvolvimento. Aproximar-sedo trabalho trabalho das o r g a n i z a ~ 6 e s nao-govemamentais (ONGs) tern sido a tOnica das polfticas desses organismos de financiamento nos llitimos anos. Estes Estes movime ntos trouxeram n ovos ele mentos pa ra a pesqui sa em campo da gesmo social. que A d m i n i s t r a ~ a o Pllblica, particularmente para envolve tanto as a ~ 6 e s do Estado em seus diversos nl'veis quanto a a ~ a o a das ~ a o o r g a n i z a ~ o e s da sociedade civil (ONGs, a s s o c l a ~ o e s tradicionais,. organiza ~ 6 e s de c1asse, movimentos sociais, cooperativas e outrostipos i : : I e o r g a n i z a : ~ ~ 6 e s que se convencionou chamar de Terceiro Setor), bem como as a ~ o e s a ~ o e s -de investimento social privado miginadas a partir de empreendimentos pri vados. (FUNDA<;AO GETUUO VARGAS, 20090
A outra, intitulada Transformac;oes do Estado e Politicas Publicas (Tepp), tem como objetivo prom over "analises sobre Estado e suas trans formac;oes recentes, sobre processo de formulac;ao, implementac;ao e avaliac;ao de poHticas publicas e sobre a emergencia de novas formas de provisao e gestao de servic;os publicos" (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 20091). -A partir da delinic;ao das linhas de pesquisa no ambito do PPGAPG possivel encontrar um disciplina, eletiva que se propoe a aprofundar as discussoes do chamado terceiro setor e da responsabilidade responsabilidade social empre sarial nos moldes do projeto da Terceira Via. Ela e denominada de Ter ceir o Setor .So um Perspectiva AnaHtica, podendo sua ementa ser en contrada no slUo do programa. No ambito da escola de administrac;ao do Rio de Janeiro, a difusao e aprofundamento de temas concernentes ao chamado terceiro setor e as
4AFORMAc;AOIATUAt;AOOOSINTEl..ECTUAlSDANOVAPEDAGOOIADAHEG£loIOMA:EXPERItHctAsNOBRASIL
Pegs busca assessorar as organizac;6es do terceiro setor. setor. "discutin do temas como gestao e planejamento e s t r a t ~ g i c o , que pod em gerar frutos diversos" (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 2010). Essa atividade realiza da pelos alunos dos cursos de mestrado e de doutorado, academic o em Administra<;ao, assim como pelos alunos do Mestrado Executivo, po inter m ~ d i o de seus "projetos de pesquisa, ensino e (d e atividades de) coopera <;ao t ~ c n i c a ( .. J" (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 2010). alcance das metas dar-se-ia especialment e media nte a publicac;ao de suas suas pesquisas pesquisas e da interface co outras organizac;6es, organizac;6es, que implica tanto elaborar material conceitual e instrumental que auxille diferentes organiza ~ 6 e s e atores socials na gestao de polfticas, pIanos, programas e projetos de natureza social, ... como t a m b ~ m desenvolvimento del c o o p e r a ~ a o t ~ c n l ca em gestao social ... e a p r e p a r a ~ a o del gerentes gerentes de o r g a n i z a ~ 6 e s govema mentais, nao-govemamentais e comunitarias no conhecimento doreferencial te6rico-pratico em gesmo social (FUNDA<;AO GETUUO VARGAS, 2010).
Alem peste programa, a Rede de Inovac;ao Inovac;ao em Gestao Gestao Public cumpre desenvoltura a tarefa de difundir os postulados e as praticas da nova pedagogia da hegemonia por meio deseu programa de estudos, que tem como tarera declarada fortalecimento da cooperac;ao entre "a academia os gestores gestores publicos, busc ando ince ntiva r a captac; captac;ao, ao, a gerac;ao e a dis seminac;ao de conhecimentos acerca das transformac;oes contemporane as de gestao gestao publica (PECI, 2009). Entre os temas tratados pe lo grupo Rede Redes s de Inovac;ao Inovac;ao em Gestao Pu blica, destacam-se os seguintes itens: Flexibilizac;ao da Gestao Publica e Parcerias com a Sociedade Civil; Coqtrato de Gestao; Agendas Executivas; Organizac;6es Organizac;6es Sod ais; Organizac;oes Organizac;oes me Sodedade Civil de Interesse Publi co (Osdps); F u n d a ~ 6 e s Estatais; Servic;os Sodais Autonomos; Concessao de Servic;os Publicos e Parceiras Publico Privadas (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 2009g). prime iro dess desses es temas ilustra bern a perspectiva perspectiva polftico-ideologica adotada por essa rede. A linha intitulada Flexibilizac;ao da Gestao Pub1ica e Parcerias com a Sodedade Civil e apresentada como relacionada as "(, •• iniciativas que buscam a flexibilizac;ao no funeionamento das organi co
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SQUEllDA PARA
CAPITAL: INTELECTIJAIS DA t¥:NA PEDAOOOIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
tiva e organizac;a.o social, outras e x p e r i ~ n c i a s de nexibilizac;ao da gestao publica introduziram-se e adota ram-se por van os est ados e municfpios bra sileiros" (FUNDA<;AO GETOLIO VARGAS, 2oo9g). Em suma, pano de fundo da atuac;ao desse grupo consiste em "[ ... conjugar as van.agens de um adrninistrac;a.o publica mais orientada para desempenho, co cts mudanc;as mudanc;as nas formas de propriedade, consolidando a propriedade p(tbUca nao-estatal" (FUNDAc;AO GETOLIO VARGAS, 2009g). Tambem no campo do Direito Direito e posslvel identificar ac;6es ac;6es de stinad as a formac;a.o de intelectuais para atuarem conforme os marcos do projeto poUtico da Terceira Via. Via. Essas atividades enco ntram-se ma is orga nicamen te estruturadas na Escola de Direito da FGV, em Sao Paulo, sobretudo no Programa de Mestrado em Direito e Desenvolvimento. Este programa de p6s-graduac;a. p6s-graduac;a.o o e cons titu ido por duas linhas de pesq uisa. A primeira intitula intitula se Direitos Direitos dos Neg6cios e Desenvolvimento Economic o e Social; Social; a segun da, Instituic;6es Instituic;6es do EstadoDemocratico de Direito e Desenvolvimento Pol[ tico e Social (FUNDA<;AO GETI1L1o VARGAS, 2009j). Na primeira linha de pesquisa, destinada "a estudo do campo nor mativo ~ q u e rege ambiente de neg6cios" (FUNDA<;AO GETULIO VARGAS, 2009j), encontra-se, dentre outraspreocupac;6es, a necessidade de consi derar as quest6es do que chamam de ...
g o v e m a n ~ a
corporativa e responsabilidade social das empresas, da de
m o c r a t i z a ~ a o
r e l a ~ 6 e s
transnacionais, Ique) busca contribuir para a compreensao-dos mecanis mosjurfdicos relacionados como desenvolvimento sustentavel ecom am p l i a ~ a o das oportunidades de autonomia social e individual (FUNDA<;Ao
GETULlO VARGAS, 2009j).
Incorporando essa diretriz politico-pedagogica, os pesquisadores/pro fessores inC\uiram na grade curricular do programa a disciplina Govemanc;a Govemanc;a Corporativae· Responsabilfdade Social. Outra iniciativa iniciativa de vulto da FGV quanto a promoc;ao de ac;6es no sen tido de impulsionar a atuac;ao do chamado terceiro setor e das ac;6es de "responsabilidade social empresarial" foi a criac;ao do Programa de Pos Graduac;ao em Historia, Politica e Bens Culturais do Centro de Pesquisa e
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F O R M A < ; A . < Y A T U A ~F O OOS R M A < INTELECTUAIS ; A . < Y A T U A ~ DA t¥:NA PEDAOOOIA VA HEGEMONIA:t:XI'ERlt.Ncw
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NO BRASIL
sao, acompanhamento ou a v a l i a ~ a o de atividades e propostas voltadas para bens culturais culturais •• ou para projetos projetos sociais sociais em especial aqueies que tomam a cultura como via privilegiada para desenvolvimento desenvolvimento da cidadania e' para a r e d u ~ A o da exciusAo social FUNDA<;.AO GETULIO VARGAS, 200ge). Alem de suas atividades de ensino e pesquisa, a FGV vern dedicando essa tematica urn espac;o especial em sua linha editorial. Cels criou em 1998 a revista eIetronica mensal Tntegra<;ao, que funcionou ate outubro de 2008, co 89 edic;6es. edic;6es. A revista cu mpri u a func;ao func;ao esse nci al de dissemi nac;ao da concepc;ao de mundo desse importante intelectual orgAnico co-' letivo, no qu lange as ideias e praticas do neoliberalismo da Tercei ra Via Suas sec;6es abrangiam, alem do editorial, a divulgac;ao de resultados de pesquisas, formas de captac;ao de recursos, divulgac;a.o de novas publica c;6es, agenda de eventos, aspectos jurfdicos espedficos links importan tes no tratamento e divulgac;ao das tematicas abordadas. possivel alir ma que, por dez anos, a Tntegra<;ao atuou como centro divulgador de im portantes estrategias da nova pedago gia da. hegemol)ia. A Editora FGV tambem tern cumprido i m p o r t ~ m t e i func;ao m p o r t ~ m t irradiadora e da ideias praticas doprojeto politico da direita para social. Merecem destaque, entre outras as seguintes publicac;6es: livro Democracia e comu nidade, de Robert Putnam, Putnam, autor estudad na sec;ao' anterior desta obra como urn dos formuladores formuladores da ideias que subsidiam a nova pedagogia da hegemonia, de 1996, atualmente na quinta edic;ao; Refonna do Escado e
administra<;tio publica gerencial, organizado por Luiz Carlos Bresser Pereira
e Peter Spink, professores da Eaesp-FGV e com prefacio do presidente da Republica a epoca de sua publicaC;ao em 1999, Fernando Henrique Cardo so; livro Terceiro setor: reflexoes sobre marco legal, de autoria de Luiz Carlos Merege e Maria Nazare Barbosa, de 1998, an de lan<,;amento da Responsabi/idade social empresaria/: leoria e prd revista Integra<;tio; livro Responsabi/idade ticd,organizado pelo professor Fernando Guilherme Tenorio, da Ebape; livro Democracia, direito e terceiro setor, de Joaquim Falcao, de 2006, e ain da, Manual de ONGs: guia prdtico de orientm;tio urfdica, obra organizada por Maria Nazare Lins Barbosa e Carolina Felippe de Oliveira, atualmente na quinta ediC;ao, atualizada co as aUerac;6es do novo C6digo Civil. Esse conjunto de publicac;6es publicac;6es oferec um indicac;ao indicac;ao segu ra do quan
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CAPITAL: INTFJ..ECTUAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMOHIA NO IlRASIL
tras i n s t i t u i ~ 6 e s fonnativas, ampliando a tarefa politica de intelectuais organicos da nova pedagogia da hegemonia.
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ORMAc;}.c¥ATUA.;.\O \ O DOS INTEi.ECI'UAIS U AIS DA NOVA PEDAGOOIA DA Hf'.GI'J,IONIA: EXPEIU£Ncw NO BRASIl.
de
Instituto Brasileiro de Analises Sociais Economicas em sua l a ~ a o com nova pedagogia da hegemonia
a Ibase um instituic;ao emblematica para estudo dos rumos to mados por inumeros aparelhos privado de hegemonia qu tiveram tiveram com ptocesso de abertura politica brasileira e como horizonte um b e r ~ o forma nova de fazer politica, politica, abrigando exilados exilados e c assado s que retornavam poHtica de 1979. ao Brasil c o m a anistia poHtica Em correspondencias de Toronto, e n d e r e ~ a d a s a Herbert de Souza (Be tinho), Paulo Freire Freire e Marcos Arruda, Arruda, um dos seus fundadores, Carlos Afon so, prop6s, prop6s, nesse mesm o ano, "desenvolver um infraestrulura infraestrulura independe n te centrada em grupos grupos selecionados de ' c a b e ~ a s ' ' para c a b e ~ manter a s ' um acom panham ento rigoroso, rigoroso, regular e estritamente sistema tico do desenrolar da a ~ a o a govemamentalem ~ a o todos os camp os da re alidade brasileira" brasileira" (AFON SO, apud FICO, 1999, p. 161), tomando por base sua capacidade acumulada •. no exterior de estabelecer estabelecer contatos com a g ~ n ••• capacidade cias nao-govemamentais e governamentais internacionais para conseguir fundos para projetos e do know-how em diversos campos cientificos relacia nados a um conjunto basico de temas comuns cujo interesse compartilha mos tanto par motivos politicos como de satisfa«;ao intelectual (AFONSO apud FICO, 1999, p. 159).
Frisava ele, ainda, que
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instituta [ .. daria uma colabora«;ao imprescindlvel a grupos e partidas que possam inlervir na realidade social e politica brasileira, com informa«;6es e analise de alta confiabilidade, e principalmenle com propostas altem().tivas cientificamente elaboradas a partir da analise criticada realidade brasileira e mundial. Desenvolver um think tank deste tipo para cada partido e para cada sindicato ou grupo popular seria nao s6 improdulivo como tambem ineficienle. 0 objetivo e informar linhas paliticas, paliticas, nao tra«;a-las[ ... J. (AFONSO apud FICO, 1999, p. 16I) ,
fundadores do Ibase trouxeram do exflio a ideia nova de introduzir sistematicamente na tuta popular brasileira brasileira conhecim ento cientlfico cientlfico como elemento de reflexao e a ~ a o . Eles Eles pensav am em se constituir em instituto de assessoria ao c onjunto dos movimentos movimentos sociais comprometldos co a democratiza<,;Ao em nosso pats. Para isso, organizaram suas atividades a partir de quatro m6dulos: ancilises de poUticas de govemo; indicadores econ6rnicos; indicadores sociopoliticos; e relac;6es intemacionais. momen ta atual, tais tais objetivos objetivos foram-se foram-se metamorfosea ndo, De 1981 at obedecendo aos deterrninan deterrninantes tes de cada conjuntura politica nos anos de apitalismo neoliberal e as necessidades politicas e operacionais do pr6 prio organismo. Foram sendo paulatinamente introduzidoselementos do modelo estadunidense de fazer politica, baseado na proliferaC;ao de em presas sociais (organizac;6es nao-govemamentais) voltadas para a defesa de interesses especificos e para a p r e s t a ~ a o de servic;os sociais a popula c;6es chamadas de "exclufdas", modelo instituido nos anos de capitalismo neoliberal no. Brasil por forc;as politic politicas as social-democratas social-democratas ad erentes as fot:mulac;6es do programa politico da Terceira Via. 17 , Hoje, lbase tempor objeuvos: contribuir para acultura democnltica de· direltos; direltos; fortaIecer o. tecido associativo da socied ade civil; civil; e ampliar a capacidade de incid€ mcia mcia em poUticas publicas, objetivos qu aproximam o instituto do projeto politico da Tereeira Via, qu substituem confronto pela c o l a b o r a ~ a o c no o l a modo b o r a ~ a de o fazer poHtiea (INSTITUTO BRASILEIRO DE 2008). A pass age de think tank das ANAuSES SOCIAlS ECONOMICAS, 2008). classes populares populares para intelectua organicoda nova sociedade ativa nao ·se fez se traumas e sem c o n t r a d i ~ 6 e s . Ibase ainda guar da a idela ori ginal de eduear politicamente a populac;ao, de demoeratizar a informa ~ a o , ~ s6 a o , qu faz majoritariamente dentro dosnovos marcos da social
17 Instituto Braslleiro de AnaJises AnaJises Sociais Sociais e Econo micas (lb ase), seglU1do especificaa quarta versao do seu estatuto, em vigencia ate 0 momento, "e um associa<;ao sem fins economicos, de carnter beneflcente, educativo e de assistencia social, constitufda em 14 de outubro de 1980". Seu estaluto estabelece, ainda, qu esse Instituto "tern por objelivo social 0 desenvolvimento de atividades de estudos, pesquisas, analise elabora.. ao de projelos socioeconomicos, estudos politicos,
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CAPITAL: IHTELECTUAlS DA NOVA PEDAGOOIA DA 1lEGEM0N1A NO BRASIL
democracia intemacional e nacionaJ, educando para a integrac;ao no pac to social, por meio de diferentes instrumentos de disseminac;ao da ideias do novo modo de Cazer poUtica. Os anos 1990 Coram os de transi<,;ao da natureza etico-politica etico-politica desse ins tituto tituto,, qu ando pass ou pauJatinamente de uma ONG reivindicativa para um de natureza propositi'; propositi';a, a, que impUca impUca necessariame nte um ressignificac;ao do conceito de democracia e das praticas democraticas. Essa mudanc;a ia de encontro ao proprio pensamento do Betinho, pois, para eJe, (democrtitica el uma sociedade onde todas as r e l a ~ O e s econOmicas, sociais, polfticas e culturais estejam fundadas nos princfpios da igualdade, solidarie dade, diversidade, p a r t i c i p a ~ a o e liberdade. Essa d e f i n i ~ a o difere substanti vamente concelto de democracia do conceito de liberalismo, definido como ideologia do sistema capitalista. a c onceito de democraci a implica a critica radical do capitalismo. (FICO, 1999, p. 92)
Essa n ~ a on ~ de capital" modificou-se subs an a o democr acia "para alem d o capital" tivamente nos anos mais recentes. Em seu C6digo inferno de -re/aeDes com empresas, lbase define democracia nos marcos claros do projeto politico da Terceira Via, nos seguintes termos: "Acima de tudo, de forma radical e simpJes, democracia para Jbase e cidadania ativa, participativa, de sujei tos sociais em luta, nos locals em que vivem, agindo e construindo - c o m · igualdade e na diversidade -, a sociedade civil, a economia poder" (lNSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISES SOCIAlS ECONOMICAS, 2007a). A atual n ~ a o de democracia do institu instituto, to, ao consubstanciar a noc;ao de pacto pela paz social, alicerc;a a noc;ao de ONG propositiva, voltada predominal1temente para a "inclusao" dos "excluidos" na relac;6es soci als capitalistas vigentes no Brasil contemporaneo. Embora se tenha colocado como prop6sito prioritario a defesa de sua autonomia poUtica em relac;ao as< forc;as politicas nacionais e .ntemacio nais atua ntes no Brasil, Brasil, Ibase teve e tern um influencia ba stan te signi signifi fi cativa da Jgreja Jgreja Cat6l ica na definic;ao e redefinic;ao dos rumos tornados ao
INTELECTlJAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEODIONIA: EXPERIOOAs NO BRASIL ORMAC'<:vAnrAt;Ao DOS INTELECTlJAISDA
autor da obra /base: us;na de ide/as cidadania, seu atuaJ diretor geraJ, CAndido Grzybowski, reportando-se relac;ao do Ibase com essa insUtui c;ao, observou: movimentos populares estavam profundamente abrigados pela Igreja. a movimento sindical era protegido pela Igreja [ .. As (ontes de linanclamento que nos apoiavam eram, em grande parte, Jigadas 19reja. Nosso apoio, nos sa a r t i c u l a ~ a o principal estava ai. As bases sociais com que Irfamos trabalhar moviam-se nesse campo. [ •. Acabamos por conseguir apoio de 18 20 bispos ( .. Eram tambl!:m padres conhecidos do tempo da A ~ a . o Cat66ca, como Padre Vaz. (FICO, 1999, p. 30)19
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Embora se reporte aos anos iniciais de atuac;ao do Ibase, na e dema siado afirmar que qualquer estudo sobre as mudanc;as de rumo desse ins tituto, devido a forte ligac;ao entre esses dois sujeitos polfticos coJetivos, nao pode prescindir de uma analise das alterac;6es na doutrina da Igreja Cat6lica para os paSs paSses es perifericos e semiperiferi cos do capitaJismo e das diretrizes seguidas por essa instituic;ao nos anos de novo imperiaJismo e de . neoliberalismo de Terceira Via (SANT'ANNA, 2001, 2005). Embora a i n f l u ~ n c i a i da Igrej estej a subjacertte atuac;ao do n f l Igreja u ~ n c i aa Cat6lica Ibase ao )ongo de su hist6ria, ela na tern sido absoluta. Seria mais preci n f l u ~ n c i a so afirmar que instituto sofre i n f l u ~ n c i a i significativa de instituic;6es inter nacionais. Mais de 60% dos recursos do Ibase provem ae doaC;6es exter nas. A Fundac;ao Ford, por exemplo, tern presenc;a constante con stante e expressiva no conjunto dessas doac;6es.20 Algumas dessas instituic;6es intemacionais m a n t ~ m m co a n t ~ m Ibase' urn vinculo relativamente p ermanen te, enquanto outras ma tern urn v i ~ c u l o mais flexivel. Sao financiadores extemos rela tivamente tivamente permanen tes do Ibase, Ibase, alem da Oxfan Novib Novib (Organizac;ao Ho landesa de Cooperac;ao Internacional para Desenvolvimento) Desenvolvimento) da Fun dac;ao Ford: Servic;o de Igrejas da Alemanha para Desenvolvimento (EED); a Fundac;ao Rosa Luxembugo; Centro Internacional de Desenvol
Vale ressaltar que Herbert de Souza,
Betinho, rol um dos coordenadores nacionais da A<;ao
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DlREIT PARA
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SQUERDA PARA
CAPITAL: INTELEcrlJAlS DA NOVA PFDAGQGJA DA HEGEMONIA NO BRASIL
vimento e Pesquisa (lORC) do Canada; e a ActionAid Brasil (lNSTITUTO ECONOMICAS, [2008]). BRASILEIRO DE ANAi.ISES SOCIAlS A presen<,;a de financiadores internos t em-se tornado mai s significativa significativa na medida em qu a nova forma de fazer politica social do Estado neoliberal vai-se consolidando pelo estimulo realiza<,;ao de "parcerias" entre apare Ihagem estatal e os lIlili lIliliss diferentes a parelhos privados de hegemonia na sociedade civil. Financiam atuaJinente instituto: Petrobras; Furnas Cen trais E h ~ t r i c a s ; Banco do Nordeste do Brasil (BNB); M i n i s h ~ r i o do Trabalho do Emprego (MTE); Ministerio do Oesenvolvimento Social e Combate Fome (MOS); Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) (lNsmUTo BRA SILEIRO DE ANAi.ISES SOCIAlS ECONOMICAS, 2008).21 Aprofundando a l6gica subjacente ideia de concerta<,;ao social e de estfmulo realiza<,;ao de "parcerias" para "democratizar a democracia", Ibase tern intensificado nos anos 2000 se relacionamento co empresas privadas brasileiras no que diz respeito ao financiamento empresarial de rela<,;ao Ibase-empresa privada, suas a<,;6es. instituto reconhece qu privada, apesar de nao ser considerada como preferencial, altera parcialmente seus prop6sitos iniciais, iniciais, conforme atesta esta afirma<,;ao, constante do C6digo interno de reiar;6es reiar;6es com empresas: Ibase nasceu e m u m segmento em que as empresas sao vistas mais como parte do problema do que como parte da s o l u ~ a o . fato de a i n s t i t u i ~ a o ter esse c6digo, que abre a possibiJidade de r e l a ~ 6 e s com empresas, nao signifi ca que essa visao tenha mudado totalmente. Mas que olbase acredita que norte das emj>resas deve ser os bens e s e r v i ~ o s que produzem para a socie dade e n a o o lucro. (INSTITliTO BRASILEIRO DE ANAuSES SOCIAlS ECO NOMICAS, 2007a)
Tal observa<,;ao capta sentido etico-poIftico do C6digo i n t ~ r i 1 O de lbase resguarda-se para reiar;6es com empresas finalizado em 2007. atuar com empresas ,"socialmen ,"socialmente te responsaveis",ou seja, aque\as que, por meio de institutos e/ou funda<;6es executam as poIfticas sociais fo cais pr6prias dos tempos de concerta<;ao social. Alias, este e urn dos pon tos do c6digo:
4 A F O ~ ( ) { A T U A c A O D O S I N T E L E c r u A l S D A N O V A P E D A G O G I A D A H E G D I O N I A : E X P E R l O O A s N O B R A S I L
Procuramos sempre dar preferencia e estimular relac;6es com empresas empresas eli cas e socialmente responsaveis, principalmente aquelas que publicam anu almente B a l a n ~ o Social no modelo Ibase e seguem norrnas e diretrizes so bre responsabiJidade social. Tambem valorizamos e apoiamos empreendi mentos economicos solidarios e cooperativos. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANAuSES SOCIAlS ECONOMICAS, 2007a, grifo do autor)
Ao mesmo tempo em qu elege as "boas empresas" como parceiras, o Ibase recha<,;a de sua convivencia as "empresas mas", ou seja, aquelas que, alem de nao realizarem tarefas de responsabilidade social, produ zam mercadorias nocivas saude qu explorem trabalho infantil ou "qualquer forma de trabalho for<,;ado (trabalho anaIogo escravidao); co qualquer forma de prostitui<,;ao ou explora<,;ao sexual de crian<,;a ou adoles cente; ou co corrup<,;ao" (lNSTITUTO BRASILEIRO DE ANM.ISES SOCI AlS ECONOMICAS, 2007a). Ou, ainda, qu violem os direitos humanos economicos, sociais, culturais e ambientais. Esta adequa<,;ao do Ibase aos novos tempos, seja, ao financiamento privado de politic politicas publicas, c ertam ente se inclui inclui em ur movimento bern mais amplo de sobrevivencia financeira das ONGs tradicionais, ~ o m ~ o m entrada na arena politica politica dos institut ose funda<,;6es empresariais, que, em troca de isen<,;6es fiscais governamentais e de prestigio social, realizam a tarefa tare fa etico-politica de constru<,;ao constru<,;ao e consolida<,;ao de urn novo padrao de sociabilidade, segundo seus objetivos de classe social. A entrada desses novos intelectuais organicos da burguesia brasileira no ce nario politico, ao acirrar a concorrencia entre ONGs tradicionais na disputa por recurs os fi nanceiros nacionais e intemacionais, vern for<,;ando estabelecimento de rede de parcerias e, ao mesmo tempo, transformando as ONGs tradicio nais em empresas subsidiarias das institui<,;6es empresariais prestadoras de servi<;os sociais. 22 A ime nsa preocupa< preocupa<,;ao ,;ao do Ibase co financiamento de suas a<,;6es de
titucionais identificados co os objetivos da entidade, denominada de Amigos do Ibase, co vistas a incrementar su receita (INSTITUTO BRASI" LEIRO DE ANALISES SOCIAlS ECONOMICAS, 2009b, p. 43).
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Dois Dois momentos dividem a hist6ria do Ibase e marcam 0 processo de redefini<;;ao de rumos desse apareJho privado de hegemonia nos anos de capitalismo neoliberal. primeiro, que perpassa toda a decada de 1990, corresponde aos anos de sua adapta<;;ao aos tempos de repolitiza<;;ao da polftica, e 0 segundo,lque se inicia ja no seculo XXI, XXI, quando este instituto se caracteriza mais clarctmente clarctmente como urn inteJectual orgcIDico orgcIDico da nova pe dagogia da hegemonia. ·lJ)
do, em 1987, po 18 microcomputadores interligadol? que aparece hoje como fato natural e corriqueiro tratava-se, epoca, de ur ate de pionei rismo da entidade. seu A1ternex, servi<;;o de comunica<;;ao comunica<;;ao de dados, sem fins lucrativos, destinado prioritariamente a entidades da sociedade civil, foi 0 primeiro provedor de acesso brasUeiro internet e teve grande im portAncia para a expansao da Grande Rede no Brasil. Ao longo de sua trajet6ria nesse perfodo, 0 Ibase foi incorporando va Ibase do anos 1990 sua a d a p t a ~ o aos tempos de r e p o n t l z a ~ or e p o n t l z a ~ o rias outras atividades e organismos. Criou, po exemplo, 0 Centro de Trei
da polftlca
A necessidade de reorganizar 0 Ibase ja estava presente nas suas avalia <;;6es intemas dos anos 1980. Em 1986, ap6s constatar que seu crescimento havia reduzido a qualidade do trabalho realizado, 0 instituto reviu sua es trutura de atua<;;ao e tentou concentrar-se em quatro eixos de pesquisa e de repasse repasse de infon:n infon:na<; a<;;6e ;6es: s: pol(ticas govema mentais; estrutu ra agrana; intercAmbio de praticaspopuIares; e movimento sindical. TOOos os traba Ihos eJegeriam como prindpios metodol6gicos: metodol6gicos: a<;;ao do Estado, Estado, 0 aco m panharriento dos dados estruturais e a dinfunica social. Nesse ano, alem da redefini<;;ao da organiza<;;ao intema do IbaSe think tank, foi tambem reafirmado seu compromisso como assessor de informa <;;6es qualificadas para os movimentos populares, as igrejas, os centros de
documenta<;;ao, jomalistas, pesquisadores, prefeituras, parlamentares, secre tarias de govemo, desde qu cOrnprometidos com a causa democratica. Dentre as atividades realizadas pelo Ibase anteriores a essa nova fase, merecem destaque 0 acomp
que
nico de Inforrna<;;ao A1ternativa (Cria), cujo objetivo era a produ<;;ao de
programas de radio para serem veiculados po emissoras comerciais liga das a Igreja e po radios comunitanas baseadas em sistema de alto-falan tes, utilizando-se, cada vez mais, de um variada gama de possibilidades de comunica<;;ao po inter medio das TIC. instituto instituto tambem se responsabilizou responsabilizou pel cria<;;ao da Associa<;;ao Bra sileiralnterdisciplinar de Aids (Abia); realizou a edic;ao e venda de livros, chegando a publicar 3Q Utulos com a venda de cerca de 400 mi exemplares .e publicou mensalmente Brasil Inf0rT?1ation, co anaIises das noUcias do Brasil em i n g l ~ s i n g l f ~ r s a n c ~ s para leitores do exterior, atividades que foram extintas em 1989 juntamente com a publica<;;ao Dados Ibase, quan do 0 esfor <;;0 editorial passou a se concentrar na edi<;;ao da revista Polfticas Govema menlais, que se manteve em atividade ate 0 ana de 1996 (FICO, 1999). Em parte devido a amplia<;;aofragmentada de suas a<;;oes, em parte devidoas imlmeras dificuldades financeiras e, principalmente, devido a profunda mudan<;;a na conjuntura nacional e internacional na forma hegemonica de se fazer poHtica n o ~ anos 1990, 0 Ibase viu-se impelido a, mais um vez, vez, avaliar suas diretrizes e rever suas atividades, atividades, en caminha n d o ~ s e para a revisao de sua meta original de demoqatiza<;ao da informa <;;ao ou, melhor dizendo, em uma reavaliac;ao do seu papel de think tank das Classes populares. A primeira medida neste novo momenta foi a nomeac;ao, em 1990, de Candi'do Grzybowskj23 Grzybowskj23 para dire<;;ao executiva do instituto, dividindo res-
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DlREITA PARAO SOCIAL EA ESQUEROA PARAO CAPITAL: IN\ El.ECTlJAIS OA NOVA PEDAGOGIA OA HEGEMONIA NO BRASIL
ponsabUidades co seus fundadores, Betinho e Carlos Afonso, que ate en tao centralizavam as decis6es e os rumos da organizac;ao. Outra importante medida foi processo de avaliac; avaliac;ao ao d esenvolvid em 1989 no instituto pela Novib. a principal fonte de recursos, como parte da diretriz poUtica dessa a g ~ n c i a a financiadora g ~ n c i a de reformulac;ao de suas reIac;6es co as ONG9i que recebiam suas verbas, co vistas a compro m e t ~ - l a s co as novas sistematicas de financiamento e de cooperac;ao intemacional. . A avaliac;ao da Novib trouxe baila problemas qu deveriam ser en frentados pelo instituto: composic;ao do pessoal; formas de comunicac;ao co a sociedade; p ~ p e l de assessor de informac;6es dos movimentos soci ais; redefinic;ao de'questoes estrategicas; criac;ao de estrategias de auto sustentac;ao sustentac;ao fu ndadas na venda de produtos diante da escassez de recur sos. Ou seja, diagn6stico efetivado pela Novib questionava questionava des de os prin dpios norteadores do lbase ate as praticas mais elementares de trabalho, inclusive as estrategias concretas de su s o b r e v i v ~ n c i a , refletindo no pla no local as mudahc;as intemacionais- dEl. forma-de fazer poUtica Esta avaliac;ao extema motivou a realizac;ao do Seminario para a -Re estruturac;ao estruturac;ao do lbase, realizado em Itatiaia no periocto de 27 29 de janei ro de 1990, c o m a presenc;a presenc;a dos memb ros da direc;ao, equipes intemas, colaboradores colaboradores e interlocutores interlocutores dom ovime nto popular popular.. Embora semina rio tenha reafirmado os principios basicos do lbase, de sua autonomia em relac;ao ao Estado, da eleic;ao da "infor "informac mac;ao ;ao"" como campo especf ficode trabalho, da opc;ao pelos movimentos populares, diversas alterac;6es introduzidas na entidade nesse importante evento responderam em boa parte aos problemas identificados identificados pela Novib em sua avaliac;ao. Analisando as novas diretrizes em relac;ao ao contetido e forma de atuac;ao poUtica, pode-se afirma qu evento se configurou no ponto ini cial da metamorfose profunda nas diretrizes e praticas do Ibase rumo ao projeto politico politico da Terceira Via e, conseqilentemente, na implementac;ao, ainda qu lenta e contradit6ria, das praticasda nova pedagogia da hegemonia nos anos 1990. Uma dessas alterac;6es diz respeito reduc;ao do quadro de pessoal. As dez equipes de trabalho trabalho implantadas em 1986 foram substituldas por cinco areas de atuac;ao, cada uma delas coordenada por urn dire or, e diretoria diretoria executiva executiva passou a ser apoiada p or dois assistentes responsaveis
4AFORMA<;i.<¥ATUA9.000sINT£l...ECl UAlSDANOV APEDAGOO IADAIIfXlEMO NIA:EXPEIIItN aAsNO
Afonso Afonso dedicou-se mai s efetivamente area tecnica da i n f o r m a t i c a ; ~ ~ ~ ~ , . , dido Grzybowski Grzybowski assumi u a gestao poUtica poUtica do instituto. Foi r e n o v a d a ~ " da equipe de t r a b a l h o " " ' j o h r ~ -' Essa medida de carater aparentemente racionalizador de fato; contri! buiu para a efetiva refuncionalizac;ao da entidade, visto que os novos inter grantes das diversas equipes de trabalho nao tinham mesm o envolviment envolviment co os objetivo objetivoss e metodos anteriormente adotados nos anos de abertura poUtica e do debate constitucional. Essa renovac;ao do pessoal se fez a partir da admissao de profissionais jovens recem-p6s-graduados, forma dos certamen te mais pr6ximos pr6ximos do pens amento social reformado e do antin cio, cio, sob diferentes diferentes enfoques, da eclosao de urn novo mundo. Essa alterac;ao alterac;ao prof unda na organizac;ao intema alicerc;ou a redefinic;ao da natureza da ac;ao poUtica para novo perlodo. De executor das d,eman das provenientes dos movimentospopulares, lbase comec;ou a se trans formar em sujeito politico autOnomo. Ou seja, insUtuto afastou-se da pratica polftica da oposic;ao brasUeira de entao, que se caraClerizava pela critica das relac;6es sociais vigentes, e iniciou um fase de apresehtac;ao de soluC;6es paliativas aos problemas estruturais da sociedade, com o alias modo l1lais recomendava a Novib em sua avaliac;ao de 1989 e, abrangente, tambem recomendam as teses da Terceira Via e as contribui c;6es te6ricas que as fundamen tam. Anaiisando sob perspectiva gramsciana, as ac;6es do lbase a partir de e n t a ~ e passaram a se incluir no movimento n t a ~ mais geral de redefinic;ao do processo de ocidentalizac;ao da sociedade brasileita nos anos de novo imperialismo. Tr,\cho do Relat6rio Anual de 1990 e exemplar paraex.plicitar empre go, p e l ~ Ibase, das teses da Terceira Via de nova sociedade civil ativa e da democratizac;ao da democracia, debatidas na sec;ao anterior deste livro: "Trata-se agora, de, a partir da sociedade civil, participar da gestac;ao de um nova proposta de sociedade ... tendo como pressuposto a visao de do seio da sociedade civil, e na do Estado, que, no Brasil, sera qu construfda um altemativa democratica (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISESSOCIAIS ECONOMICAS apud FICO, 1999, p. 106). de articulador das demandas da sociedade civil N ~ - s s a N nova ~ - s s a perspectiva ativa, Ibase passou a atuar nas areas: elaborac; elaborac;ao ao e consultoria, comunica c;ao, cooperac;ao intemacional e administrac;ao, procurando, segundo seu Relat6rioAnual de 1991, "superar espontane[smo ativismo na rela
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CAPITAt.: INTELECTUAIS OA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
flOS novas tempos e outras resistiram ao novo modo de ser, repetindo etrategias ,do perfodo reivindicativo, ou seja, das estrategias polfticas pr6 prias ;(10 perfodo desenvolvimentista do capitaIismo brasileiro, quando as Corc;as polfticas voltadas para a socializac;ao da riqueza e do poder lutavam pela ampliac;ao dos Wreitos da c1asse trabalhadora co ntra a expropria expropriac;ao, c;ao, pelo capital, dos frutos 40 seu trabalho. No entanto, aproveitando sua expe os movimentos populares, 0 Ibase, riMcia em dialogar diretamente co nessa nova fase, incrementou. por interme dio de Betinho, sua participac;a participac;a nas inume,as campanhas poHticas poHticas desenvolvidas nos anos de capitalismo neoliberal. instituto, nos anos de abertura polftica, ja havia participado de importantes mobilil,ilC;6es populares. Participou, no perfodo de 1982 1984, da campanha D i r ~ f a s Ja e sediou, em 1983, a Campanha Nacional pela ReformaAgrana, ReformaAgrana, movimentos que defen diam um proposta socializante para a redemocrat redemocratizac; izac;ao ao brasileira na perspectiva do que Coutinho (1992) deno
minou de projeto polftico democratico de massa massas. s. Adequand o seu esforc esforc;o ;o de aglutinac; aglutinac;ao ao poli tica po pular aos interesses interesses especfficos dos "excluidos" nos anos 1990, 0 Ibase, por intermedio de Beti nho, coordenou ou participou ativamente de inumeras campanhase mo Vimentos, entre eles: Terra Democracia I e II; Se Liga Rio; Nao Deixe Sua Cor Passar.em Passar.em Branco: Responda co Born Senso; 'Movimen to pela E tica na Polftica; e Ac;ao da Cidadan ia contra a Miseria, a Fome e pela Vida. Este ultimo conseguiu ag lutinar empresas, sindicatos, igrejas, universidades, partidos polfticos e tambem esferas do govemo, inclusive 0 Exercito Naci onal, chegando a organizar maisde mi comites pr6priosem 22 dos 27 estados brasileiros (NEVES, 2008a). A forc;a poUtica do movimento levou a que 0 governo Hamar Franco criasse, em 1993, 0 Conselho Nacional de Seguranc;a Alimentar (Consea), 6rgao de aconselharrrento da Presidencia da Republica, constituido por sete ministros de Estado 21 cidadaos brasi leiros indicados por elltidades da sociedade civil, e presididopelo bispo do municfpio de Caxias, no estado do Rio de Janeiro. Se bern que, para oscoordenadores do movimento, estivess estivess c1arQ desde 0 inkio que a distribuic;ao de alimentos se constituiria em urn pri meiro gesto de solidariedade, urn despertar da solidariedade para a imple mentac;ao mentac;ao de politicas pu blicas qu e viessem a mex er nas estruturas gerado ras da fome e da miseria, 0 movimento nao cqn seguiu ultrapassar ultrapassar 0 pri meiro mvel,'podendo-se anrmar, cOm Gramsci, que este nao ultrapassou 0
FOIUIN;M:vATUAc;Ao DOS INTELECTUAIS OA NOVA PEOAGOOIA OA H F . G D I O H I A : E X P E R I ~
NO BRASIL
Vale ressaltar que apenas 0 Movimento pela Etica na Polftica avan estagio mais p r i m i t i v ~ p de politica de natureza econ6 r i m organizac;ao i t i v ~ mico-corporativa, ou seja, de defesa de interesses espedficos. Este movi mento ultrapassou ultrapassou este este nivel de consciencia polftica coletiva, culmin ando impeachment do presidente Fernando Colior de Melo em 1992. atin co gindo urn mvel de consciencia poUtica mais profundo de reivindicac;ao de participac;ao popular na constituic;ao do Estado (GRAMSCI, 2000b). A repercussao social da campanha Ac;ao da Cidadania contra a Miseria, Miseria, a Fome e pela Vida fez co que 0 Ibase aglutinasse 0 conjunto de suas atividades em tome desse empreendimento. Dessa Corma, por meio de estra tegias pr6prias da cidadania ativa, cada vez mais organicamente, 0 instituto assume seu papel de inteleclual:organico da nova pedagogiada hegemonia, colaborando para a concertac;ao social, com vistas it promoc;ao do "bern comum" manutenc;ao das relac;6e relac;6es s sociais vigentes. Nessa persp ectiva, integrou 0 F6rum Nacional de Ac;ao da Cidadania, Cidadania, cria do em 1994, e partici pou ativamente da Primeira Primeira ConferMcia de Seguranc;a Alimentar. Em 1995, po meio deseu Relat6rioAriual, 0 Ibase reconheceu que a opc;ao estrategica tomada em 1993, que priorizou seu envolvimento-com it Ac;ao da Cidadania contra a Miseria, a Fome e pela Vida, "deu nao s6 maior capacidade de ac;ao politic a ao Ibase maior visibilidade e reconheci mento, ampJiac;ao e diversificac;ao das parcerias nacionais e intemacio nais, mas tamb em vern transformando-o inte rnamente , tanto"a sua organi zac;ao como seus projetos e metodologias" (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANfi.LISES SOCIAISE ECONOMICAS apud FICO, 1999, p. 134). Entretanto, alguns outros determinantes nacionais e internacionais fo ram substanciais para consolidar 0 Ibase como importante aparelho priva do de hegemonia, articulador nacional e internacional da nova cultura dvica hegemonizada pela social-democracia mundial reformulada. Em primeiro lugar, lugar, merecedesta que a morte de Betinho, em agosto de 1997, que terminou po sedimentar 0 distanciamento da entidade das lutas con cretas dos movimentos sociais. sociais. Simultaneamente, Simultaneamente, contribu iu nessa dire c;ao 0 afastamento de Carlos Afonso da direc;ao executiva doinstitut024 para
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SOCIAL
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WIT AL: INTE\.ECTUAIS DA NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA NO BRASIl.
ssumir a func;ao de diretor de planejamento da Rede de Informac;ao para o Terceiro Setor (Rits), (Rits), um organizac;ao da sociedade civil de interesse publico (Oscip) criada em 1997 sob a direc;ao do Programa Programa Comunld ade Solidaria, do govelll:0 FHC.25 A opc;ao do Banco Mundial naquele mesmo ano por "urn Estado mais pr6ximo do povo" ( ~ C O MUNDIAL, 1997), sedimentando a ideologia da radicaIizac;ao da democracia a partir de parceiros irmanados na diversida de em torno do prop6sito hegemOnico de aIivia aIiviarr a pobreza e defend er a pa social, social, ta mbem teve importA importAncia ncia fundamental na redefmic;ao de rumos do !base. Todos esses ingredientes contribufram, portanto, para consolida !base, nos anos 2000, como uma "organizac;ao de cidadania ativa [ .. qu interfere de] modo proativo" na sociedade (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANAusES SOCIAlS ECONOMICAS, 2009b, p. 4). Ibase do
anos 2000: urn intelectual org8.nico da nova pedago
gla da hegernonla Assim como Ac;ao da Cidadan ia contr a a Miseria, Miseria, a Fome e pela Vida contribuiu para aglutinar 0 conjunto das aC;Oes do !base nos anos 1990,0 F6rum Social Mundial (FSM) "acabou moldando 0 pr6prio !base [nos anos 2000], lntroduzindo em se fazer um dimensao mundial" (INSTITUTO
BRASILEIRO DE ANALISES SOCIAlS ECONOMICAS, 2009b, p. 5). De fato, fato, nest a nova fase fase 0 !bas e assume como diretriz estrategica prio rilaria 0 incremento de iniciativas, agregadoras concebidas como "os proje n d d !base ~ n c i a que tos, as ac;6es e as atuac;6es de i n d d ~ n c i a i do impliquem a busca de urn modo de operar novo e IIfUs coletivo: a ideia e juntar forc;as e traba lhar lado a lado com equipes de dliferentes linhas programaticas e estrategi as institucionais, em prol de urn mesmo objetivo a ser atingido" (lNSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISES SOCIAlS ECONOMICAS, 2009b, p. 9). Ou seja, instituto passa se constituir em importante sujeito politico coletivo, coletivo, responsavel pela formac;a formac;a de redes locais, nacionais e intemacio
universidades, universidades, b ern como com outros parceiros, nacionais e internacionais; discutir, avallar e aprovar o r ~ a m e n t o o anual r ~ a m e n t o Plano de Trabalho do instituto" (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISES . SOCIAlS ECONCMICAS, 2004),
AFORMAi;Ac¥ATUAcJ,oOOSINTELECTUAlSDAHO VAPEDAOOGIAIlAHf .OEMCHA :£XIERlt.NcIAs NOBRASIL
nais de organizac;Oes de "cidad ania ativa incumbidas.de elaborar urn sen so comum em tomo da ideologia da radicalizac;ao da democracia nos moldes da concertac;ao social Nessa nova perspectiva, exerceu a lideranc;a na organizac;ao das van as edil;Oes do FSM, implementou projeto Oialogo Entre os Povos, teve presenc;a marcante no cons6rcio de ONGs Global Policy Netwoork e parti cipou de eventos e f6runs qu se constitufram em altemativas democrati ca A. globalizac;ao neoliberal. Considerado como urn espac;o intemacional para a refiexao e organiza c;ao de todos os qu se contrapOem globalizac;ao neoliberal e estao cons truindo altemativas para favorecer desenvolvimento humano buscar superac;ao da dominac;ao dominac;ao dos mercad os em cada pafs e nas relac;Oes inter nacionais (INSTITUTO BRASILEIR DE ANALISES SOCIAlS ECONOMICAS, 2009a), 0 F6rum Social Mundial foi criado no Brasil em 2001. Nele 0 Ibase tern tido, ao longo da decada, presenc;a marcante nas principais instAncias deliberativas e organizadoras. Alias, a luta contra neoliberalismo e a linha que separa a social-democrac social-democracia ia ibaseana do Uberalismo Uberalismo presente nas dire .que trizes trizes "fundamentallstas de mercado", expressao cunhadapela Terceira Via ultrapassar os marcos de E, tambem, se constitui no limite qu 0 impede de ultrapassar urn capitalismo humaniza do pela radicali radicalizac; zac;ao ao da democracia e pela am pliac;ao da denominada cidadania ativa. A luta contra 0 neoliberalismo, hegemOnica na agenda polltica da sociedade brasileira brasileira nesse perlodo, perlodo, por na questi(}nar necessariamente as relac;6es sociais capitalistas, nao se cons .titui,por-siso, em age nda polftica socialista (WOOD, (WOOD, 1999,2003). A importancia politica do FSM como aglutinador dos intelectuais orga nicos de todo 0 mundo pode se avaJiadapelos numero s contabilizados. contabilizados. 0 FSM 2009, realizado na AmazOnia, mobilizou cerca de 140 parses e 150 mil pessoas, da quaisaproximadamente 135 mil foram participantes do even to; com presen<;a marc ante de jovens e povos indigenas e demais povos da fioresta. Ao todo, (oram 5.808 organiza<;6es inscritas, qu promoveram 2.310 atividades autogestionadas (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANAuSES SOCIAlS ECONOMICAS, 2008) Recentemente, Ibase intensificou as iniciativas co vistas a cons truir agendas comuns e propostas de interven<;ao politic a nas relac;6es Sul Sui entre povos e parses, atrafdo peta agenda politica da organizac;6es
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CAPITAL: INTELECI'UAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA NO ~ S I L
Na perspectiva de consolidac;ao da su
diretriz estrategica de fortalecer
tecido associativo da sociedade civil e ampliar sua rede de parcerias, lbase estendeu consideravelmente su participac;ao em importantes foruns
redes intemacionais e nacionais. Entre eles: Social Watch/Observatorio da Cidadania, rede intemacional qu congrega mais de 400 organizac;oes da vistas a erradicar a pobre sociedade civil em 80 phises, criada em 1995 co za promover a eqOidade de g ~ n e r o e etico/racial; Global Call for Action Against Poverty Poverty - Together for Iguality Iguality (GCAP)/Chamada Globa para Ac;ao contra a Pobreza pela Igualdade, coalizac;ao intemacional de cidadaos pre-' sente em cern pafses, criada para pressionar govemos e organizac;Oes intema cionais po ac;Oes epoliticas publicas para a reduc;ao da pobreza da desi gualdades sociais; Intemacional Budget Partnership (lBO), rede internacio nal de "parceiros" co vistas democratizac;ao do orc;amento publico; F6rum Brasileiro de Orc;amento (FBO), articulac;ao criada para aumentar a partici pac;ao social no acompanhamento na pressao por execuc;ao on:;amentaria transparente de facil entendimento; F6rum BrasileirQ de Economia Solida ria, articulac;ao de empreendimentos econOmi cos sOlidarios, sOlidarios, gestores publi co e organizac;ao de assessoria voltada para a promoc;ao da economia soli dana; Forum Brasileiro de Seguranc;a Aliment ar e Nutricional. A presenc;a do lbase no Global Policy Network, denominac;ao traduzida para Pedras Negras, a h ~ m de explicitar a forte p o r t u g u ~ s p como o r t u g u Grupo ~ s ligaC;ao co a Oxfan Novib, su principal financiadora, materializa exem plarmente nova diretriz politica de atuac;ao na sociedade civil. Por solid tac;ao dessa ONG holandesa, foi criado urn cons6rcio de ONGs para refletir propor iniciativas qu intensificassem a articulac;ao entre as entidades financiadas por ela no Brasil, como parte da redefinic;ao de suas estrategi as de cooperac;ao internacional. Embora na c o n s i d e r ~ ainda c o m o um linha estrategica prioritaria, lbase, nos anos de neoliberalismo da Terceira Via, amplia sua pauta poll desenvolvi tica de radicalizac;ao da democracia, direcionando-s para mento de ac;oes de responsabilidade social e etica nas· organizac;oes co vistas a
romentar uma cultura de controle social e implementar a ~ 6 e s praticas sobre empresas que atuam no Brasil (e empresas brasileiras no exterior) 1.••
4 A ~ O ! A T U I ( A O D O S I N T E L E . C T U A I S D A N O V A P E D A O O G I A D A H E G E M C H A : E X P E R I t N c I A s N O B I I A S I L
Entre suas atividades de responsabilidade social etica nas organiza c;oes destacam-se: a implementac;ao, no Brasil, do modele Balanc;o Social monitoramento da responsabilidade social empresarial. A criac;ao, em 1997, do Balanc;o Balanc;o Socia do lbase, pratica emblematica da nova pedagogia da hegemonia, foi concebida nos seguintes termos: A Idela Idela d B a l a n ~ o Social demonstrar quantitativamente e qualitativamente papeJ desempenhado peJas empresas no plano social, tanto intemaclonal quanto na sua a t u a ~ a o na comunidade. Os Itens dessa v e r i f i c a ~ a o v sao e r i f varios: i c a ~ a o educa n ~ a o a t u a ~ a o a na t u a p ~ r a e o s e r v a ~ a o do melD ambiente, ~ a o , saude, a t e n ~ a o a t e mulher, melhoria na qualldade de vida e de trabalho de seus empregados, apoio a pro jetos comunitarios visando a e r r a d i c a ~ a o da pobreza, g e r a ~ a o de renda e de novos postos de trabalho. trabalho. 0 c ampo vasto e varias empresas ja estAo trilhando esse caminho. caminho. Realizar B a l a n ~ o Social significa um grande c o n t r i b u i ~ a o para c o n s o l i d a ~ a o de u ma socledade verdadeiramente democrAtlca (SOUZA, 1997) crescente
numero de empresas brasileiras qu
utilizam
modelo
lbase de Balanc;o Social, destacando-se, nesse conjunto, as empresas esta tais. Alem do monitoramento dos dados dos balanc;os sociais empresari-'
ais, Ibase iniciou ur trabalho de monitoramento da responsabilidade social das empresas do setor extrativista brasileiro das empresasmulti nacionais brasileiras que atuam na America do Sui e na Africa lusofona. vistas a 'Obter inform a Para isso, tern participado de f6runs e redes co c;6es sobre a atuac;ao daquelas. Destacam-se, n e s s a perspectiva,ta participa c;ao na OCDE Watch/Observat6rio da Diretrizes da OCDE, rede internacio nal de ONGs qu promove monitora responsabilidade social e ambiental da praticas d,\s empresas multinacionais, e na Red Puentes, rede interna de mon!toramento Responsabilidade Social Empresarial (RSE) , qu po su vez e um rede de ONGs qu promove monitora desenvol vimento d e u m a cultura, praticas ferramentas de responsabilidade soci al nas empresas que atuam ria America Latina. Ainda co vistas a ampliar, afirmativamente, su i n c i d ~ n c i a junto ao governos neoliberais nos anos 2000, Ibase tern desenvblvido ac;oes con cretas co
vistas
I. .. p r o p ~ r , exigi!" e acorripanhar poifticas public as que priorizem a desigualdades des - particularmente particularmente de r a da pobreza e combate as desigualda
e r r a d i c a ~ a o ~ a
e genero
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11 nifiEriAPARAO SOCIAL!A F.SQUERDA PARA CAPITAL: INTElECTUAlSDA NOVAPFDAOOGIA DA IIEGEMONIA NO BRASIL
4 OIIMAC,cYAT\lACAODOS INTElECTUAIS DA NOVA PFllAOOGIA DAHECEMONIA: £XPERIt.NcIAsNOBRASIL
comunitarias de economia solidcUia que contribu[ram contribu[ram para fortalecimento AtuaJrnente, instituto instituto vern focando su a t u a ~ a o , entre outras, na a ~ 6 e s da estrutura organizativa do F6rum Brasileiro de Economia Solidana (FBES) e5i>eclficas do Programa de A c e l e r a ~ a o de Crescimento (PAC), do governo e para a a p r o v a ~ a o da lei estadual de economia solidana do Rio de Janei f e c : t e r a 1 , ~ n a s polfticas governamentais voltadas para a juventude, no acorn ro. instituto instituto participa tambe m, desde su c o n c e ~ a o , em 2003, da Co ~ a m e n t o do p r ~ r a m a Bolsa FamOia, nos programas governamentais de missa o Gestora Nacional Nacional e da Comissao Gestora Estadual do Sistema Na economia soUdcUia nas poUticas do Banco Nacional de Desenvolvimento donal de Inforrna<;ao de Economia Solidana e tem-se dedicado produ Econ6mico e Social ( ~ D E S ) . <;ao e divulgac;ao de material grafico e audiovisual sobre redes e cadeias Como parte integrante do Pacto pela Cidadania, compromi sso publico ;'de tadas", govemos/emprescUios e sociedade" civil ativa co solldcUia Uia e realiza<;ao de processos de formac;ao i n t e g r a ~ a o i n t e g r a ~ a o produtivas de eco nomi a solldc de forrnadores de economia solidaria que ajudem construir redes e ca da favelas as cidades, Ibase mobilizou-se para organizar urn Observat6 dei as produtivas solidc solidcUia Uias. s. rio da Cidadania para PAC do Complexo de Manguinh Manguinhos, os, comprome ten A iniciativa do Ibase de dinamizar a Plataforma BNDES merece espe do.sejunto aos "pa:rceiros" a "eCetuar pesquisas, analises e indicadores de cial atenc;ao, por reaproximar, embora de forma nova, este aparelho pri processo para subsidiar F6rum da Cidadania e difundir inCorma<;6es sa vado de hegemoriia dos temas economicos. Essa plataforma articula re br esse programa governamental" governamental" (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANA-U des, f6runs, centrais e confederac;6es sindicais, movimentos sociais e enti SES SOCIAIS ECONOMICAS, 2009b, p. 20). dades na busca de maior transparencia nos criterios criterios de financiamento da Com objetivo central de ente nder os valores dos iovens iovens e de avaliar maior agenda de fomento no ~ r a s i l e no compromisso do BNDES co urn disponibilidadee p ara p a r t i c i p a ~ a o em sentido amplo e suas rela<;oes su disponibilidad modelo de desellVolVimento mais democratico esustentavel quanto ao com as poUticas publicas, instituto criou, em 2007, a linha programatica us de bens naturais comuns. denom inada Juven tude, Democracia e Partic Particip ipa<; a<;ao, ao, Para tanto, tern reali reali Com vistas, ainda, ao fQrtalecimento do tecido a s s o c i a t i v ~ da socieda zado, em "parceria" com outras ONGs, pesquisa sobre a juventude no ambito de civil em tome do projeto de radic;alizac;ao da democracia. Ibase vern do Mercosul. Alias, jovem tern sido alvo privilegiado de muitas das a<;oes desenvolvendo, juntamente co cerca de 40 organizac;6e£ da sociedade educadoras do Ibase, quese utilizam das novas ferramentas da internet, civil. Observat6rio da Cidadania (OC). Este observat6rio tern por objeti como. por exemplo, a cria<;ao do canal Ibasetube para divulgar a produ vo melhor qualificar a participac;ao das organiza<;6es da sociedade civil c;ao, de entrevistas e programas em Video Video elabora dos .pelo instituto e por ativa no debate e nas politicas politicas de seguranc;a publica, justic;a justic;a e dire itos hu parceiros; a criac;ao da comunidade Jomal da Cidadania no Orkut. Merece manos, co especial aten<;:ao para as questoes de genero e de rac;a. Na destaque tambem a participar;ao do Ibase no Conselho Nacional de Juven realidade, OC materializa um estrategia de articular;ao de ONGs, bus tude (Conjuve). 6rgao consultivo da Secretaria Nacional Nacional de Juventude do cando a construc;ao de urn novo governo federal. novo senso com um em torno da atual maneira sociaI-democrata de fazer polUica. Alias, a elaborac;ao desse senso comum Como parte de um estrategia mais ampla de monitoramento monitoramento dasar;oes tern sido fio condutor de suas atividades atividades de educador t E ~ c n i c o e etico governamentais de seguranc;a alimentar e nutricional, Ibase desenvol politico politico dos seus intelectuais organicos e dos diferentes segme ntos da soci veu pesquisa sobre as repercuss oes do programa Bolsa Familia Familia do gover edade alvos de sua ac;ao educadora. no federal. na seguranc;a alimentar e nutricional dosseus beneficiados. Em relac;ao forrnac;ao de seus .intelectuais organicos, a lem da aprendi encontrando resultados p o s i t i v ~ s em relac; relac;ao ao a e sse aspe cto. Os resultados zagem na pratica. por meio do interdimbio co seus mais diferentes "par encontrados, divulgado divulgado na midia, tiveram grande repercussao na socie ceiros", ou mesmo por intermedio do desenvolvimento desenvolvimento da s m ais diversas dade. Alem de se trabalho de pesquisa nessa area. Ibase tern participa participa -F,."S.i
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CAPITAl..: U'I'I'£LECTUAIS £ LECTUAIS 00\ NOVA PEDAGOOIA OA HEOEMONIA NO BRASIl.
CASl2009b;p.' 12). Ou seja, !base passou a buscar de forma mais incisiv a elevac;ao do mvel de organicidade da refiexao e da ac;ao dos seus ide61o ide61ogos gos Cine !base, criado em 2006, tern c ~ m p r i d o c tambe:ffi de diferentes mveis. ~ m p r i d o eSse papel deformador de seus intelectuais orgAnicos. Sua atuac;ao como educador etice-politico na sociedade vern sendo exercida, em bo parte, por meio de su estrategia instilucional de co municac;ao, um estrategia transversal, qu visa a "contribuirpara democratizac;ao da informac;ao e intervir na agenda publica de'debates, aprofundando a refiexao e dando visibi visibilid lidade ade aos temas/questoes caras ao !base" (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISES SOCIAlS ECON6MI CAS, 2009b, p. 40): Esses objetivos, que atravessam a hist6ria do Ibase, mudam de feic;ao a medida que a entidade redefine seus objetivos. Essa redefinic:;ao, po sua vez, redireciona conteudo e a forma de seus vefcu los de comunicac:;ao. Atualmente, sao vefculos mais representativos da atividade formadora de homens coletivos e de possfveis possfveis intelec tuais or g!nicos da nova pedagogia da hegemonia: Portal do Ibase, Jornal da Cidadania e a revista Democracia Viva. Portal do Ibase um publicac;ao em meio -eletronico, -eletronico, com atua lizac;6essemanais ao longo do ano, que, alem de publicac;ao de artigos, reportagens e entrevistas exclusivas, promove a divu divulg lgac; ac;;a ;a ae todas as public publicac;; ac;;oes oes produ zidas pelo instituto. Portal do Ibase recebeu, em 2008, 772 mil visitas visitas e teve 4 milhoes e 21 mil paginas acessadas durante ECON6MICAS; ano (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISES SOCIAlS 2008, p. 32). . . Jornal da bdadania, co tiragem de 58 mil exemplares em 2008, um publicac;;&o em formato tabl6ide lanc;;ada em 1994 para estimular a reflexao de professores professores e estudante do ensino medio de escolas publi pre-vestibulares ares c omunitarios ace rca da ca da Baixada Fluminense e de pre-vestibul conjuntura e de temas trabalhados pelo Ibase. interc!mbio entre . Ibase e a s escolas publicas tern sido increm entado po intermedio do projeto Ibase Vai as Escolas, qu realiza atividades de palestras e deba tes em instituic;;oes de ensino da area metropolitana do Rio de Janeiro sobre temas trabalhados peia entidade, "difundindo a identidade da ins
4 A ~ A T l J M ; A o o o s U ' I ' I ' £ L E C T U A I S4 OA A ~ NOVA A T l J P M ; E A O o A o O o O s G U I ' I A ' O I A ' H £ E L O E E C T I U A A O I N S I A : ~ 1 i P E O A O O G I A O A H E O E I A O N I A : ~ 1 i
A revista Democracia Viva, por sua vez, completou dez anos , . . ; ; & . u ~ , . . embo ra a publicac; publicac;ao ao regular regular de um revista do instituto remonte ao.:anO ~ - , ~ de 1985. De acordo co Grzybowski,26 '·--:1
; ; & . u ~
- - ,
Democracia Viva nasce [ .. como herdeira de uma pequena hist6ria. A n t ~ A n t ~ Politlcas Govemamentais (1985-1994), PG-Democracia (1994), De mocracia (1994.1995), Democracia Viva revista do loose (1995·1996), publi c a ~ 6 e s que renetiram os momentos e as possibilidades do (base, tanto da conjuntura brasilelra como de seus pr6prios recursos como o r g a n i z . a . ~ o
dela, foi
nao-govemamental. (GRZYBOWSKI, 2007, p. 64)
Alias, a longa vida comemorad a pela revista Democracia Viva compre va a consta.ncia da diretriz poUtica as sumida pelo !base nos anos 2000. A revista em tela, co tiragem atual de 5 mil exemplares, e um pubUcac;ao trimestral "direcionada a formadores(as) de opiniao opiniao - tais tais co mo jomalistas, jomalistas, professores (as) universitarios(as) e lideranc;as sociais -, e pretende contri buir para da r prioridade a tema s llgado radicalizac;ao da democracia na agenda publica de debates - principal principal foco foco institucion institucional" al" (INSTITUfO B R A ~ , B R SILEIRO DE ANAusES SOCIAlS ECON6MICAS, 2008, p. 34). Partindo da avaliac;ao de qu a crise mundial recem-instaiada anun· cia simultaneamente morte do neoliberalismo a adoc;ao dos principios do neodesenvolvimentismo em myel intemaciona l e nacional !base mos tra-se atento para redirecionar mais um vez se modo de fazer poiftica, aventando inclusive a possibilidade de retomar contato direto co os rnovimentos sociais como estrategia mais conseqiiente para os anos que se avizinham, podendo,com isso, isso, afa star-se da atual trajet6ria poUtica qu o qualifica exemplar na consecuc;;ao dos objetivos e metas de uma esquer . da para capital Todos Todos ess es exemplos d as iniciativas iniciativas da FGV do lbase em relac:;ao Jormac;ao de intelectuais da nova pedagogia contribuem para evidenciar tres teses defendidas neste livro. A primeira, a de que a Terceira Via se constitui em urna atualizac;;ao do projeto poUtico neoliberal para seculo XXI, qu serve para orientar a atuac;;ao da direita para social e da esquer da para capital. A segunda, de que na nos encontramos em urn mundo
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ANEXOA Minibiografia dos autores estudados Adam Schaff
Nasceu em 1913 em Lviv (atualmente pertencente UcrAnia) e morreu em Vars6via, em 2006. F"i16s0fo marxista, completou seus estudos universitarlos em Direlto e Economia na Escola de C i ~ n c i a s Econ6mic as e PoUtica PoUticas, s, em Paris. Douto: rou-se em Filosofia pelo Instituto de Filosofia da Academi a Sovietica de Ciencias, Moscou, para onde emigrou durante peJiodo de ocupac;ao alema Regres em Moscou, sou a Vars6via no p6s-guerra e ensinou em varias universidades, universidades, tomando-se, in clusive, professor titular da Universidade de Vars6via. Vars6via. Foi eleit em 1952 membro Polonesa de C i ~ n c 1 a s . De 1931 ate sua dissoluc;ao em 1989, foi mem da Academia Polonesa bro do Partido Comunista P o l o n ~ s . Foi po 20 anos presidente do Conselho de dministrac;ao do Cent ro Europeu de lnvestigac;ao lnvestigac;ao Comp arada em Ciencias Soci als (Unesco). Foi membro do C o r n i t ~ Executivo do Clube de Roma ate 1990. Publi cou cerca de 20 livros e 300 amgos. amgos. Foram public ados em p o r t u g u ~ s dois de seus livros: Hist6ria e v. erdade ( M ~ r t i n s ( Fontes,1978) A sociedade informatica M ~ r t i n s Brasiliense, 1985),este pubJicado originalmente pelo Clube de Roma. ..
Alain Touraine Touraine
Nasceu em Hermanville-sur-Mer, Franc;a, em 1925. Soci61Qgo autode nominado de esquerda nao-marxista, diplomou-se na Escola Normal Superior de Paris, em 1950. Realizou estudos nas Universidades de Columbir" Chicago e Harvard.e fol pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa franGes ate 1958. Centro de Estudos de Sociologia Casou-se co um chilena. Em 1956, 1956, fundo do Trabalho, na Universidade do Chile. Em 196Q, converteu-se em pesquisador senior da Escola Piatica de Altos Estudos, Estudos, hoje Escola de Altos Estudos de Clen cias Sociais de Paris, Paris, onde fundo Centro de Analise e de Intervenc;6es Sociol6 gicas (Cadis). Ganhoupopularidade na America Latina ajudou a formar, na Polonia, -0 sindicato Solidariedade. Obras publicada no Brasil: p6s-socialismo
(Brasiliense, 1980), Cri/ica da modetnidade (Vozes, 1992), que edemocracia? (Vozes, 1994), Como sairdo liberalismo? (Edusc, 1999), Um novo paradigina para
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D1REIT PARA
SOCIAL
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CAPITAL: INTEL£CTUAIS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
ltalia. Na a d o l e s c ~ n c i a , pertenceu it Juventude ltaliana de Ac;ao Cat6lica.lntegrante do Partido Socialista Italiano, abandonou-o em 1963 e integrou, entre outros grupos de esquerda, denominado de Autonom!a. Em 1967 <;lSsum!u catedra de Teoria de Estado na Faculdade de C i ~ n c i a s Politicas de Padua ocupou cargo de diretor do Instituto de C i ~ n c i a s Polftlcas. Preso na Italia, acusado de terrorismo, exilou-se na I l r a n ~ , onde se tomou membro do Colegio Internacio 1997, fo! preso novamente. Cumpriu na de Filosofia Ao regressar it ltalia todas as acusac;oes. Depois qu publi pena at 2003, tendo sido inocentado co Imperio e multidti o, passou a freqUentar assiduamente aAmerica do SuI, em especial Brasil, Chile e Argentina. Obras publicadas no Brasil: lmperio (Record, 2001), J6, fOrf;a do (#>cravo (Record, 2007), OPoder Constituinte (DP&A, 2002), Cinco l i ~ 6 e s sobre mperio (DP&A, 2003), Multidtio: guerra e democracia na era do Global: biopodere uta em um America Latina globalizada imperio (Record, 2004), Global: (Record, 200 1), De volta: abeceddrio biopolitico (Record, 2006), entre outras. Boaventura
SousaSantos
Portugal, em 1940. Autor p6s-modemo, co Nasceu em Coimbra, Portugal,
doutorado
em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale, no Estados Unidos. Professor catedratico da Universidade de Coimbra. Professorvisitante na Universidades de Wisconsin-Madison, Estados Unidos; London School Economics, Inglaterra; de Sa Paulo (USP), Brasil; e de Los Andes, Colombia. Participou de vArias edic;6es do F6rum Social Mundial. urnautor muito lido em portugues espanhol. Tern livros publicados em Cuba, Argentina, Equador, Col 6mbia, Bolivia, Peru e Mexico. Obras publicadas no Brasil: Pela ma de Alice: social eo polltico nap6s-modernidade um ciencia p6s-moderna (Graal,2000), uniiJersida (Cortez, 1995), 1995), I n t r o d u ~ t i o de dosecW,oXXl (Cortez, 2004), Semearoutras solur;6es solur;6es (Civilizac;;ao Brasileira, 2005), Critica >-azao indolente (Cortez, 2007), Renovar a teoria critica e reinventar a e m a n c i p a ~ a o (Boitempo, 2007), entre outras. Daniel Bell Nasceu em Nova York, Estados Unidos, em 1920.Ap6s ter tido um passa juvenil pela militancia marxista, redefiniu seus rumos politico
ideol6gicos, tomando-se urn importante ide610go conservador. Graduou-se em Sociologia em 1939. Comec;;ou su carreira c o m o jomalista. Foi editor, entre ou
ANEXO
MINtB(()(jIW'1A DOS AIJTORES ESTUDAOOS ,"
Edgar Morin Nasceu em Paris, Franc;a, em 1921. Soci6l0go e fil6sofo foj anarquista
cornu
nista ate serexpulso serexpulso do Partido Comunista francb. Transita pela China, Japao, Ame rica Latina e, de forma significativa, pelo Brasil, onde realizou, em 1998, 0 Primeiro Congresso Interlatino Interlatino para Pensamento Complexo. Em 1999, fol criada catedra itiner ante Unesco,lEdgar Mori para pensamento complexo, co sede na Unive Univerrsidade Salvador, em Buenos Aires. Ao longo desta decadavemrecebendoinUmeras homenagens em todo mundo. No Brasil, recebeu 0 tftulo de doutor honoris causa{ da Universldade de Natal, Rio Gran de do Norte, e da Universidade de Joao Pessoa, Parafba. Obras pubUcadas no Brasil: Os sete saberes necessdrios e d u c a ~ t i o do futuro (Corte7lUnesco 1999), Saberes globais e saberes locais (Garamond, 2000), (Sulina Ciencia com consciencia (Europa America, 1996), As duas g l o b a l i z a ~ 6 e sg l (Sulina, o b a l i z ,a 2(01) ~ 6 e s l n t r o d u ~ a o ao pensamento complexo (Sulina, 2006), entre outras. Manuel Castells Nasceu em Hellin, Espanha, em 1942. Esludou Direilo e Economianas Univer
sidades de Barcelona e Paris. Doutorou-se emSociologia em C i E ~ n c i ~ Humanas pela Universidade de Paris-Sorbonne. Poi marxista durante os anos 1970, Foi pro fessor assistente depois professor de Sociologia, entre 1!:J67 e 1979, na Escola e Altos Estudos de Ciencias Socials na Universidade de Paris. Lecionou Sociologia na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, Unidos, de 1979 a 2003. Em 2001, tomou-se pesquisador na Universidade Aberta da Catalunha, em Barcelona e rnais tarde, em 2003, assumiu a disciplina de Comunicac;;ao na U n i v e r s i d a d ~ da Carolina do SuI,
em Los Angeles, Estados Unidos. A1em disso, como professor visitante ministrou aulas em mais de 300 instituic;;6es academicas em 46 pafses. autor de 22 livros academicos editor ou c9"aulor de 21livros, bern como de 100 artigo em revistas academicas. Obras publicadas no Brasil: Lutas urbanas poder politico (Nrontamento, 1976), Cidade, democracia, socialismo (Paz e Terra, 1980), Novas perspectiVas crfticasem educar;ao (Paz e Terra, 1996), Sociedade em rede (Paz e Terra, 1999), poderda identidade (Paz e Terra, 1999), Fim do milenio (Paz e Terra,
1999), galdxia da internet (Zahar, 2003), entre outras. Michael Hardt Nasceu em Washington, DC, Estados Unidos, em 1960. te6rico Iiterario e fiI!)s fiI!)sofo ofo politic politicO, O, prof essor assi stent no Programa de Literatura da Duke University, Eslados Unidos e professor de Literatura Politica na European Graduate School, School,
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vas de energia para Terceiro Mundo. Escreveu, co Antonio Negri, Imperio, obra que 0 Cez conhecido no Brasil. Ainda co Antonio Negri, publ icou posteri ormente em nosso pais a obra Multid iio: guerra e democracia na era do Imperio, lanc;ada lanc;ada originalmen te em 2004. Peter Drucker • Nasceu em Viena, Austria, em 1909, e morreu em Claremont, Calif6rnia, Esta dos Unidos, em 2005. Estudou direito em Hamburgo e doutorou-se em Frankfurt. Depols de uma estada em Londres, imigrou para os Estados Unidos. Dedicou-se consultoria empresarial e tambe ao ensino de adrninistrac;ao adrninistrac;ao na Universida a. consultoria de de Nova York. Foi, atnda, atnda, jom alista financeiro praticamente por toda a sua vida. Obras p u b l i c a d ~ s . ; no Brasil: Prdtica da a d m i n i s t r a ~ i i o de empresas (Fundo de Cultura, 1954), I n o v a ~ i i o I en espirito o v a ~ i i o empreendedor (Pioneira, 1986), As frontei ras da a d m i n i s t r a ~ i i o (Pioneira, 1986), Administrando para futuro (Pioneira, 1992), 1992), Sociedade p6s-capital ista (Pioneira, 1993), A d m i n i s t r a ~ i i o em tempos de grandes m u d a n ~ a s m (Pioneira, u d a n ~ a s 1995), entre outras.
Robert Putnam Nasceu em Nova York, York, Estados Unido s, em 1941.-Cientista politico e profes sor da Universidade de Harvard. Escreveu sua obra-chave,Comunidade e politica, a partir de urn estudo realizado co numeros pesquisadores na ltAlia.Foiasses ltAlia.Foi asses sor de Bill Clinton quando este ocupou a P r e s i d ~ n d a dos Estados Unidos, em 1993. Esteve Esteve duas vezes vezes no Brasil a convite para Cazer c o n f e r ~ n d a no Instituto Femand Braudel de Economia Mundial e na Confederac; Confederac;ao ao NacionaI das Indus trias. Obra pubJicada no Brasil: Comunidad e e democracia (FOY, 1996). Zygmunt Bauman Nasceu em Poznan, PolOnia, em 1925. Soci610go, iniciou a carreira na Univet sidade de Vars6via Vars6via,, on de teve artigos e livros censurados pelas autoridades co munistas e, em 1968, foi aCastado da universidade, onde exercia cargo de pre sidente do Departamen to de Sociologia. Emigrou da Polonia ate chegar lngla terra, onde em 1971 tomou-se proCessor titular da Universidade de Leeds, cargo que ocupou por 20 anos. Foi proCessor visitante de Berkeley, Yale, Canberra e Copenhague. Recebeu os p r ~ m i o s Amalfi (e 1989, po sua obra Modemidadee ho/ocausto) e Adorno (e 1998, pelo conjunto de sua obra). Atualmente, e pro Cessor emerito de Sociologia das Universidades de Leeds e Vars6via.Obras publicadas n o Brasil Modemidade e nolocausto (Jorge Zahar, 1998), Modemidade
Sobre
OS
autores
> t ' ; ~ :
LUcia Maria Wanderley Neves Doutora em Educac;ao, docente aposentada do Centro de Educac;ao dG\ Universidade Federa de Pernambuco (Ufpe), pesquisadora da Escola Poli t ~ c n l c a de Saude Joaquim Venancio, F u n d a ~ a o Oswaldo Cruz (EFSN Fiocruz). Coordenadora do Coletivo de Estudos de PoUtica Educaciol1ill (CNPq/Fiocru7/EPSJV). Autora dos livros: E d u c a ~ ( i o polltica no Brasil de hoje (Cortez, 1994) e BrasiI2000: nova divisiio de trabalho na e d u c a ~ i i o (Xama, 2000). Organizadora e co-autora dos livros empresariamento da e d u c a ~ i i o : novas contomos do ensino superior no Brasil dos anos 1990 (Xama, 2000) e nova pedagogia da hegemonia: estraMgias do capital para educaro consenso (Xama, 2005). Co-organizadora do livro FUndamentos da e d u c a ~ i i o escotar do Brasil contemporoneo (Fiocruz, 2006) e co-autora do livro mercado do conhecimento e conhecimento para mercado (EPSN, 2008), entre outros. Andre Silva-Martins Doutor em E d u c a ~ a o ~ p e l a lJniversidade Federal Fluminense (UFF), proCessor da F'aculdade de E d u c a ~ a o E daUniversidade Federal de Juiz de d u c a ~ a o Fora (UFJF), inte gra corpo docente do Programa de P 6 s - G r a d u a ~ a o em E d u c a ~ a o da mesma universidade. Pesquisador do Coletivo de Estudos de
do Nucleo de Trabalhoe UFJF, onde coordena pesquisas sobre empresarios e educa ~ a o . Co-autor dos seguintes livros: Reforma uniuersitaria do governo Lula: reflexoes para nova pedagogia do hegemonia: debate (Xama, 2004) e estrategias do capital para educar consenso (Xama, 2005).
Politica Educacional (CNPq/Flocruz-EPSN E d u c a ~ a o da
Daniela Motta de Oliveira
Doutora em E d u c a ~ a o E pelo d u c a Programa ~ a o de P 6 s - G r a d u a ~ a o P em 6 s - GE r d a u d c u a a ~ ~ a a o o da UFF. Pesquisadora do Coletivo de Estudos de PoHtica Educacional (CNPqI Fiocruz-EPS Fiocruz-EPSJV), JV), pes quisador do Nucleo de E d u c a ~ a o , Trabalho e Tecnologia (NetteC/UFJ (NetteC/UFJF) F) e professora do Colegio de
A p l i c a ~ a o
Joao XXIII da UFJF.
I
I I.
DlREIf
PARA
SOCIAl. EA ESQUERDA PARA
WI
AI.: INTELECfUAlS DA NOVA PEDAGOOIA DA HEGEMONIA NO BRASIL
do Cruz (Ensp/Fiocruz). Professora-pesquisadora Professora-pesquisadora da EPSN/Fiocruz e pesqui sadora do Coletivo de Estudos de PoUtica Educacional (CNPq/Fiocru7J EPSN). Co-autora do livro A nova pedagogia da hegemonia: estrareglas do capital paraeducar consenso (Xarna, 2005).
Marcela Alejandra Bronko Doutora em Hist6ria pela UFF, pesquisadora da EPSN/Fiocruz, profes sora colaboradora do Mestrado em Politica e Gestao da Educac;ao da Universidad Nacional de Lujan, Argentina. Pesquisadora Pesquisadora do Coletivo de Estudos de PoUtica Educacional (CNPq/Fiocruz-EPSN). Autora dos livros: Universidades de
rrabajo en Argentina
Brasil (Cinterfor, 2003);
Recomendaci6n 195 de OfT: cuestiones cuestiones hist6ricas yactual es (Cinterfor, 2005). Co-organizadora do livro Debates e sfntese do semindrio Fundamentos da E d u c a ~ a o EscolardoBr asil contemporaneo contemporaneo (EPSN/Fiocruz, 2007). Co-auto ra do livro 0 mercado do conhecimento e conhecimento para mercado (EPSN, 2008), entre outros.
Marcelo Paula de Melo Mestre em Educac;ao pela UFF e doutorando em Servic;o Social pela Uni versidade Federal Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do curso de Educac;ao FisiCa do Centro Universitario da Associac;ao Brasileira de Ensino Universita rio (Uniabeu) e do curso de Normal Superior do Instituto Superior de Educa c;ao da Fundac;ao de Apoio Escola Tecnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) em T r ~ s T Rios. Rio Tern trabalhos publ ic ados em peri6dicos nacionais r ~ s s. sobre politicas publ icas de esporte e lazer. Pesqtlisador do Coletivo de Estudo pedagogia ia de Politica Educacional (CNPqlFiocruz-EPSN).l2o-autor de A nova pedagog da hegemonia: estrategia estrategias s do capital pa ra educhr consenso (Xama, 2005). Marco Antonio Carvalho Santos Doulor em Educac;ao Educac;ao pel UFF, pesquisador da EPSN/Fiocruz, profes sor do Conservat6rio Brasileiro de Musica. Pesquisador do Coletivo de Es tudos de PoUtica EducacionaI (CNPq/Fiocruz-EPSN) e do grupo de pesqui p i s l e r n o Educac;aoe l o g i a : q ~ n c i a Saude , sas E p i s l e r n o l o g i a : q ~ n c i a , E Politica, (EPSJV-Fiocruz). Co-organizador do livro Debates e sfntese do semindrio -Fundamentos da £du £ducac cac;ao ;ao Escolar do Brasil contempor aneo (EPSJV/Fiocruz, 2007).
SOBI!E os AlITORES
cional (CNPq/Fiocruz-EPSN), professora do curso de Pedagogia e da p6s graduac;ao em D o c ~ n c i a do Ensino Superior da Universidade Estacio de Sa. Tern trabalhos publicados public ados em peri6dicos nacionais e internacionais sobre hist6ria da educac;ao, politicas de educac;ao e educac;ao e trabalho no Brasil. .. Vanja da Rocha Monteiro Graduada em Letras ( P o r t u g u ~ s / L i t e r a t u r a ) pela Universidade do Esta-' do do Rio de Janeiro (Uerj). Mestranda no Programa de P6s-Graduac;aO'da UFF. Servidora tecnico-adrninistrativa da Uerj. Pesquisadora Pesquisadora do Coletivo. de Estudos de Politica Educacional (CNPq/Fiocruz-EPSN).