O r ga ganni zação K ei l a G r i nbe nberr g e Ri cardo Sal Salll es
O Brasil Imperial Vo Vol. 1111-18311831-1889 1889
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CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA
Rio de Janeiro 2009
COPYRIGHT O 2009, Keila Grinberg e Ricardo Salles (orgs.) CAPA
Sérgio Sérgio Campante Cam pante PROJETO GRÁFICO DE MIOLO
Euel Euelyn yn Gntmach Gntmach e Joã o de Souza L eite
Cl P-BR P-BRAS ASIIL- CA TA LOG AÇ ÃO -NA-FO NT E SINDICATO N AC IONA L DOS EDITORES DE LIVR LIVROS, OS, RJ RJ B$3
O Braiit Braiit imperial, imperial, volume II: 1831-1870/organii 1831-1870/organiiaçlo açlo K ti li Grinberg Grin berg e Ricardo Ricard o Salles. Salles. - Rio de Janeiro: Janeiro: Civilização Brasileira, Brasileira, 2009. 2009. Inclui bibliografia ISBN ISB N 978-85-200-086 978-85-200-0867-6 7-6
1. Brasil Brasil - História Histó ria - Regincias, 1831-184 1831-1840. 0. 2. 2. Brasil Brasil - História - Império Império,, II Reinado, Reinado, 1840-1889. 1840-1889. 3. 3. Brasil - Históri His tóriaa — império, 1822-1889 1822 -1889.1 .1. Grinbcr Gri nbcrg, g, Keila, 1971-. II. Salles, Ricardo, 1950-
09-3819 09-3819
C D D : 981.0 981.05 5 C D U ; 94 (81)' (81 )'1 1 8 22/18 22/18 89" 89"
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Sumário
APRESENTAÇÃO
7
Jo J o s é Murilo Mu rilo d e Ca Carv rval alho ho PREFÁCI PREFÁCIO O
ÍI
CAPÍTULO i
O gigante e o espelho 13
Itmar Itmar R oh loff lo ff de Matto Mattoss CAPÍTULO tl
O laboratório da nação: a era regencíal (Í831-183D) 53
Mar M arce celllloo Basil Ba silee c a p I t u l o 111
Movimentos sociais: Pernambuco (1831-1848) 121 •** . . r 4H. n0 UC J I .J lYtUILrHlJ* UUlItlK CAPÍTULO IV
Cabanos, patriotismo e identidades: outras histórias de uma revolução 18S
Màgda Mà gda R icci ic ci c a p ít ít u l o
v
Uma certa Revolução Farroupilha 233
Sandra Jatafry Jatafr y Pesauento Pesauento
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CAP ÍTULO Vlfl Vlfl
O Vaie do Paraíba escravista e a formação do mercado mundial do café no século XIX Rafae Raf aell M arques arquese D ol e Tomic Tomi ch
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A MONT MO NTAG AG EM D A CAFE CAFEIC ICULT ULTUR URA A BRASILEIRA BRASILEIRA NA HISTORIOGRAFIA HISTORIOGRAFIA
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Serã de ora em diante o escudo de armas deste Reino do Brasil, em campo verde uma esfera armilar de ouro atra vessada por uma cruz da Ordem de Cristo, sendo circu lada a mesma esfera de 19 estrelas de prata em uma orla azul; e firmada.a coroa real diamantina sobre o escudo, cujos lados serão abraçados por dois ramos das plantas de café e tab tabaco, aco, com como em emblemas da da sua riqueza com comer er cial, representados na sua própria cor, e ligados na parte inferior pelo laço da Nação.1
Essas palavras, firmadas por d. Pedro em 18 de setembro de 1822, esta beleciam o escudo de armas a ser gravado na bandeira do Estado nacio nal recém-instituído. A letra do decreto expressava antes de tudo uma aposta apo sta para q futuro. Naquela altura, ainda que que suas suas exp ortações ortaç ões verifi verifi cassem crescimento acelerado há cerca de uma década, o café brasileiro estava longe de de ser um “emblema da riqu riqueza eza n a ci o n a iS e ; o escudo pre tendesse efetivamente traduzir o quadro econômico do novo império, deveria trazer feixes de cana-de-açúcar, fardos de algodão e um navio negreiro. A aposta embutida simbolicamente simbolicamente no decreto decr eto,, no entanto, entan to, logo demonstraria ter sido certeira. Com efeito, em 1828 o Brasil despontava como o maior produtor mundial de café, e, ao longo da década seguinte, os valores obtidos com sua exportação ultrapassariam o que o país amealhava com o envio de açú car ao m ercad o mundial.2 mundial.2 Quase toda tod a essa essa produçã prod ução, o, ademais, vinha vinha de uma só região. O vale do rio Paraíba do Sul, ou simplesmente Vale do 341
O BRASIL IM PE RIA L
VOLUME 2
Paraíba, compreendendo terras das províncias de São Paulo, Rio de Ja neiro e Minas Gerais, passou por completa alteração no curso de duas gerações: rela relati tiva vamen mente te desocupado desocupado em 1 8 0 0 ,5 0 anos anos depo depois is adquiri adquiriri riaa o caráter de típica região escravista de plantation. Algo semelhante ha via ocorrido em outros momentos e espaços na história do Brasil, como na zona da mata mata pernambucana e no Rec ôncav ôn cavoo Baiano na passag passagem em do século XVI XV I para o XV II, ou ou no M aranhão aranh ão e em Campos dos Goytacazes Goytacazes nas décadas finai finaiss do século século XV III- A escala do d o qué se se verificou no Vale Vale do Paraíba Paraíba na prime primeir iraa metade do d o século X I X , con tudo, foi foi inédita, e seu impacto para p ara a con form ação do Estado Esta do nacional brasileir brasileiro, o, decis decisíV íVo. o. Já J á se escr es crev eveu eu que, qu e, se a cafe ca feic icu u ltu lt u ra tivess tiv essee d eita ei tad d o raízes raíz es em o u tra tr a r e gião do território nacional e não nas proximidades da corte, a história do império bem poderia ter sido outra. Daí o dito Oitocentista “o Brasil é o Vale” Vale”,, com larga carreira no senso c om um e mesmo mesm o na historiograf historiografiaiaMas, não apenas isso. Poder-se-ia igualmente afirmar que o café como produto de massa era o Vale. Afora o completo domínio que o Brasil assu assumiu miu no mercado mercado mundi mundial al do artigó artigó ao longo do sécu século lo X I X ^ volume inaudito de sua produção foi central para a própria transformação da natureza daquele mercado, que passou das restrições ligadas ao consu m o de luxo para pa ra a escala escala qualitativamente qualitativamente distinta do consumo consu mo de massa.3' / As articulações articulações entre entre mercad me rcadoo mundial e a m ontagem da cafeicultu ra brasileira brasileira estiveram estiveram na pauta pau ta de investigaç inv estigação ão dos pesquisadores pesquisadores desde a década de 1 9 4 0 . Encarando a cafeicultur cafeiculturaa com o uma um a espéci espéciee de “des “des tino manifes m anifesto” to” do Bras Brasil il,, os historiado res tend eram a relacioná-la à c ri se da mineração min eração e à retomada retomad a das atividades atividades agroêx portado po rtadoras ras na virad a do século XVIII para o XIX. De acordo coirí essa interpretação, o café, plenamente adequado às às condiçõe con diçõess naturais do Centro-Sul do Brasil Brasil (ter (te r ras virgens, clima, altitude, proximidade dos portos litorâneos), começou a ser produzido em larga escala no momento em que a demanda " a$> mundial mundial aumentou, aumentou, após após a revolução revo lução escrava de de São Domingo e o arranarran y que da industrialização nos países centrais, mobilizando, para tanto, os ' ^i/re ^i /re cu rs o s ociosos ociosos — capita capitais is e escravos — derivados derivados da crise crise id ida mineraçã o .4 Em que que pesem pesem ás ás variações de ênfase, tod os esse essess estudos se pren342
0 VALE DO PARAÍBA ESCRAVISTA E A FORMAÇÃO DO MERCADO MUNDIAL..
deram ao que que Stuárt Schwártz den d en om in inou ou ír1'paradigma dependen tista” de análise do passado colonial brasileiro,'em seja, ura modelo de inter pretaçã pre taçãoo que que ressalt ressaltava ava seu seu cará ca ráter ter escravista, agro agro exp ex p orta d or e voltad o para a gera ção de rique riquezas zas nos cen tros da econom ia mundia mundiall capitalist cap italista.5 a.5 Os esforços de revisão desse modelo promovidos a partir da década de 1 9 7 0 , aliados à verificação emp írica írica de que que-o -o est estoque oque de de mão mã o de ob ra escrava empregada em pregada nos n os primeiros cafezais cafezais não era aquele aquele das das antigas antigas zonas zona s de m ineração, inera ção, levóu algu alguns ns historiad ores a modificar mod ificar as as lentes lentes utilizadas utilizadas para a análise da formação da cafeicultura brasileira. O foco, então, pas sou a incidir sobre a dinâmica societária local. Um bom exemplo dessa perspectiva perspectiva é o trabalho de Jo ão Fra go so.6 so .6 Com base base na consta tação de que a expansão definitiva da produção'escravista .de café do Vale do Paraíba ocorre u em uma conjuntu ra de queda nos nos preços internacion internacionais ais d,o artigo (1822-1830), Fragoso voltou sua análise para as formas de produção e circulação articuladas em tomo da praça mercantil do Rio de Janeiro. Configurando um “mosaico de fôrmas não capitalistas de pro du ção ”, elas elas teriam teriam permitido permitido a acumulação acum ulação de capitais capitais nas mãos dós grandes negociantes residentes no Rio de'Janeiro, que monopolizavam o tráfico negreiro transatlântico e operavam no mercado interno. Esses capitais, por sua vez, teriam sido reinvestidos em larga escala na produ ção escravista em zonas de fronteira, a despeito de sua lucratividade menor me nor em relação às atividad atividades es mercantis. mercantis. O movimento movim ento todo seria ser ia im im pulsionado pelo ideal “arcaico” que conformava o é t b o s senhorialescrãvista, isto é, a posse de terras e homens como sinal decisivo de distinção distinção social. social. N as palavras palavras de de Frag Fr agos oso, o, “no sistema sistema abordad abo rdad o, o inves timento na produção prod ução está está subordinado a uma íógica íógica que que é a da reco rrência rrên cia de uma dada estratificação assentada nas diferenças entre os grupos sor riais, via prestígio”.7 Nada, portanto, de resposta.às demandas do mer cado mundial: a cafeicultura escravista brasileira teria si«do montada única e exclusivamente exclusivamente em razão das ações açõ es locais locais.. As inconsistênci inconsistências as empíricas e teóricas do modelo de Fragoso — uma um a espéci espéciee de espel espelho ho invertido invertido do “paradigma dependentista” dependentista” — já foram fora m devidamente criticadas pelos historiadores.8 Em todas essas críticas ou 343 34 3
O 6 R AS A S Í L I M PE PE R I A L — V O L U M E 2
mesmo mesmo nas inter interpre pretaç tações ões mai mais recente recentess acerca acerca do t e m a i s pesqui pesquisa sado do res ressaltam ressaltam a impo imposs ssibi ibili lidad dadee de compre com preen ende derr o processo de m ontagem ontag em da cafeicultura escravista brasileira sem se remeter a processos globais mais amplos, examinando suas interconexoes com as condições locais!^ OÉ o que pretendemos fazer neste capítulo, que tratará do papel do Vale do Paraíba na formação do mercado mundial do café ao longo do século XlX.^Por um lado, a análise do quadro global partirá do pressu posto de que os espaços produtivos mundiais se formaram uns em rela ção çã o aos outros. outro s. A unidade unidade submetida à análise, por conseguinte, conseguinte, não n ão serão as colônias colônias ou os paí paíse sess agroex portado po rtadores res tomados tomad os de forma isolada, isolada, mas sim a arèna mais ampla da ecoriom ia-mnn ia-m nndo. do. Isso Isso é tanto tan to mais mais premente prem ente para o caso dos artigos tropicais: como iremos indicar no capítulo,<çs movimentos do café e do açúcar guardaram estreita relação nos séculos XV III e X D ^ P o r ou tro lado, a análi análise se do quadro loca locaii levar levaráá em con ta ^ não nã o só<4 composição com posição regional regional de terra, terra , trabalho e capital, capital, mas mas igualmente a dinâmica política, vale dizer, dizer, as relaçõ rela ções es entre fazendeiros, trabalhadcr trabalhadcr-res escr escraviz avizados ados e Estado naciona^ A form ação da cafeicul cafeicultura tura escravista brasileira dependeu de ações políticas concertadas, no plano da esfera nacional, para criar as condições instit instituciona ucionais is necessá necessári rias as ao arranq arra nq ue da atividade e ao consequente controle do mercado mundial do produ to. Essas ações incidiram fundamentalmente no campo da política da escravidão. O período de montagem das grandes unidades cafeicultoras úu Vale Paraíba avançou na fase de ilegalidade do tráfico negreiro transatlântico (1835-1850), com a aquisição de escravarias que, de acordo v v co m a lei lei imperi imperial al de 7 de de novem nov embro bro de 18 1 8 3 1 , seriam seriam formalmente formalm ente HH%^ vres. vres. Sem a existênci existênciaa de de quadro quad ro interno que desse desse segurança política e ^-/jurídica aos senhores possuidores de africanos ilegalmente escravizados, ^ d ecerto ece rto o Brasil Brasil não despejaria despejaria nos porto po rtoss e armazéns do hemisfério hemisfério norte no rte
C
as sacas de c a f é c o m as q u a i s d o m i n o u o mercado mundial do produto no século XIX.
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O VA V A L E D O P A R A ÍB Í B A E S C RA R A V I S TA TA C A F O R M A Ç Ã O 0 0 M E R C A 0 O M U N D I A L .
A ER ERA A DAS REV REVOLUÇÕ OLUÇÕES ES E OS NO NOVO VOSS PRODQIORES PRODQ IORES NA
'
ARENA MUNDIAL.C- 1790-1830
A despeito despeito de o café ter sido, desde o século XV I, um dos mais valiosos valiosos bens agrícolas a entrar nos circuitos mercantis internacionais, os pode res res coloniais coloniais europeus dem oraram ora ram a produzi-lo. produzi-lo. Até finai finaiss do século XV X V II, essa essa esfera esfera era m onopólio ono pólio dos ára b es,'0 es ,'0 e foram fo ram os holandeses holandeses q s primei ros europeus que o partilharam. Na década de 1690, a Companhia das índias índias Orientais (VOC) (VO C) implantou imp lantou seu cultivo em Jav Ja v a, no que logo foi foi ; ^ seguid eguidaa pelos pelos france franceses ses em Reunião. Reunião. N a década de 1 7 2 0 , quando 0 ar/ busto foi também aclimatado em colônias do Novo Mundo (Suriname, Martinica, Guadalupe), holandeses e franceses introduziram pioneira- ^ mente quantidades substantivas do gênero nos mercados metropolita- c X * ,nos. ,no s. Até At é m ead ea d os d o S e tec te c e n tos, to s, co n tu d o , o v olu ol u m e n ã o foi v ulto ul toso so e m ^ vista do que seria obtido posteriormente, girando, no caso dos holande ses, em torno de 3,000 toneladas anuais, montante semelhante ao que os franceses obtinham na Martinica em 1750.n O salto na produção a cargo dos -europeus ocorreu após a Guerra dos Sete Anos, em largá medida por conta da explosão cafeeira de São Domingo. As exp ortaçõe orta çõess dessa colôn ia pularam pularam do patam pa tam ar de cerc a $ . ^ de 3 .1 0 0 t, em 1 75 5, para perto perto de de 32 .0 0 0 t, em 17 90 . Na últ última data data,, a produção dos frances franceses es nas nas Antilh Antilhas as e no Índico Índico (São (São Doming Do mingo, o, Martin Ma rtinica ica,, ^ u Guadalupe, Guadalupe, Caiena, Reunião) Reunião) somava somava cerc a de de 4 8 .0 0 0 1, algo equiv equival alen en te a 7 0 % do total total do do globo, globo, esti estijjnado nado em 6 9 .4 0 0 1. Com Co m o se vê, âs véspe ras da revolução, São Domingo era responsável por quase metade da produção mundi mundial al de café, café, afora ce rca de um terço d a prod ução mundia mundiall de açúcar.11 Esse mercado, contudo, era relativamente restrito, limitado ao consumo de de luxo luxo das das cam adas urbanas urbanas da Eu ropa rop a continental con tinental e do VLevante Asiático. O crescimento da cafeicultura em São Domingo esteve no coração dos eventos que conduziram condu ziram à revolução. revolução . Por P or razões técnicas e ecológicas ecoló gicas,, as terras inicialmente inicialmente cultivadas cultivadas com os pés pés de café não eram as em pre gadas gadas na empresa em presa açucare açu careira, ira, isto isto é, os os outeiros — ou m o m e s — do in34 5
O 8R 8R A 5 1 L I M P E R I A L — V O L U M E 2
terior da colônia, cuja geomorfologia impedia a formação de grandes unidades unidades rurais. rurais. Co m exigências exigên cias iniciais de inversão bem meno m enores res do d o que o açúcar, a atividade atividade cafeeira o ferecia uma via via de acumu lação de riqueza e mobilidade social aberta aos pequenos e médios proprietários escra* p istas, ista s, sobretudo ao núm ero crescen te de mulatos e negros livres livres que , . Q, V ^dis ^dispun punham ham de de poucos capitais.1 capitais.13 O suce sucess ssoo econôm ico da cafeicultura cafeicultura ^ acirrou , na década de 1 7 8 0 , os conflitos conflitos entre esse essess grupos racialmente j- ^^subalternos, mas endinheirados, e a população branca da colônia, vale ^ , dizer dizer,, os grandes empresários emp resários açucare açu careiros iros e os bran cos pobres {petit ^ J ^ h l a n c s) s ) . Esse quadro altamente explosivo veio abaixo com os eventos revolucionários metropolitano m etropolitanos. s. A instituiç instituição ão da Assembleia Assembleia Nacion Na cional al em Paris, no anò de 1789, estimulou de imediato os anseios autonomistas das classes senhoriais antilhanas. Àinda no segundo semestre de 1789, os senhores senhores das das divers diversas as ilha ilhass francesas, notadam notad amente ente os de São Dom Do m ingo, ing o, formaram assembleias coloniais para lutar por-maior liberdade política e econômica. Entretanto, não foram apenas os proprietários escravistas brancos que se articularam para oÊter ganhos com a nova conjuntura política: os homens de cor livres, negros e mulatos, muitos dos quais lastreados nos recursos obtidos com o café, também se mobilizaram, buscando ampliar seus direitos políticos. Os proprietários escravistas negros e mulatos exigiam em especial o direito de participação nas elei ções para p ara ã Assemblei Assembleiaa Colonial. O conflito con flito entre negros neg ros e mulatos livres, por um lado, lado, e brancos, brancos, por po r outro, o utro, acirro acirrou-se u-se durante durante 1 7 9 0 , disten distendendodendose logo em confronto aberto. Até meados de 1791, essas lutas não com prometeram a economia escravist escravistaa de São São Domingo. D omingo. A grande virada veio em agosto desse desse ano: an o: a impressionante revolta dos escravos da parte norte no rte da colônia acabou de vez com o equilíbrio precário que vinha sendo mantido entre brancos e mulatos desde 1789.14. Não Nã o cabe cabe aqui aqui sum sumariar ariar o processo revolucionário revolucion ário que levou, levou, em ja neiro de 1804, à proclamação do segundo Estado soberano do Novo Mundo. Mu ndo. O que que importa impo rta é que a Revolução do Haiti, no curso de seus seus 15 15 anos, além de ter acabado nos campos de batalha com a escravidão ne gra e assombrado assombrado os poderes escravist escravistas as em todo o hemisfério hemisfério americano am ericano,, 34 6
O VALE 00 PARAÍ6A ESCRAVISTA E A FORMAÇÃO. DO MÚ FCA DO MUND IAL. .
alterou por p or com pleto a configuração con figuração da oferta of erta mundial mundial de café e de-açúde-açúcar. car.^Mes ^Mesmo mo que o café tenha continuado a se f culti cultivado vado — agora ago ra em bas bases camponesas — no país país recém-independentè, a o con trário d o aban aban dono do açúcar,15 açúcar,15 somente em finai finaiss do século X I X essa essa prod ução uçã o voltou ^ ao patamar anterior à revolução, ou seja, à cifra de 30.000 toneladas. anuais; nos anos do conflito e nas décadas imediatamente posteriores, o volume volume caiu caiu para para menos menos da metade metade do que que e ra em 1 7 9 0 } Em uma um a conj conjunun- ^ tura de curva ascendente ascendente do consu mo, mo , a retirada brusca brusca de São Dom ingo do merca m ercado do teve impacto impa cto imediato imed iato nas demais zonas cafeicultoras cafeicultoras mundiai mundiais. s. De início, início , mais mais se aprov ap roveitaram eitaram dess dessee vácuo vácu o os espaços que já produ pro du ziam ziam café antes antes de 1 7 9 0 . Tome-se, Tom e-se, em primeiro p rimeiro lugar lugar,, o caso das posses posses sões britânicas. Ao longo do sécuIo.XVIII, a produção cafeeira cresceu lentamente nas Antilhas inglesas, muito por conta da política tarifária adotada adotad a pela pela metrópole. me trópole. Por volta de 1 7 3 0 , o governo imperi imperial al esta estabele bele ceu ceu pesada taxaçã o sobre as importações im portações de café, com o objeti objetivo vo de pro pro teger o trato asiático do chá, comandado pela Companhia Inglesa das índia ín diass Orientais Orientais (E IC ).16 ).16 Na década de de 1 7 8 0 , com a redução dess dessas as tari- ■ fas, a produ ção colonial colonial aumentou, a po nto d er ?Jam aica obter cerca de de mil toneladas toneladas em 1 7 9 0 . Co m o leva levant ntee escravo no norte de São São Domingo e a radicalização radicalização do processo revolucionário, revoluc ionário, a resposta resposta dos senhores' senh ores' de escravos jamaicanos foi foi imediat imediata. a. A produ pro dução ção saltou saltou para 6 .0 0 0 t nos ** anos finais do século XVIII, atingindo o pico histórico de 13.500 t em 1808.17 Foi nessa conjuntura que P. j. Laborie, cafeicultor escravista de Saint Saint Domingue refugiado refugiado na Jam aica, aica , escreveu — em in ingl glês ês — seu seu fa moso livr livro, o, reportado por boa parte parte do século século X I X como com o o manual agro nômico mais importante sobre o assunto, tráduzido para o português e o espanhol já na década de 1800.18 As terras empregadas na cafeicultura jamaicana eram diferentes das que se utiliza utilizavam vam n o negócio negó cio açuca a çucareiro, reiro, p o r razões semelhantes semelhantes às regis regis tradas para p ara a colônia colôn ia francesa. Ainda A inda que, no que se refere refere àquele insumo, não houvesse competição entre o açúcar e o café, o mesmo não-se pode afirmar em relação a o fato r trabalho. trabalho. O quadro qu adro sé agravou sobremaneira após a abolição do tráfico transatlântico de escravos para as colônias 347 34 7
O B R AS AS I L I M P E R I A L — V O L U M E 2
s
' inglesas* não sendo de estranhar que o ponto máximo da cafeicultura " jamaicana jamaican a tenha sido sido atingid atingidoo justamente em 1 8 0 8 . Para além da exaustão exau stão 0 v eco lógica lóg ica e do restrito consum o metrop me trop olitan olit ano^ o^99 os cafeicultores cafeicu ltores jamaican os1precisaram enfrentar, enfrentar,* na esfera locai, loca i,9 a demand dem andaa de braços braçJos escravos .àl;.^canos ? por po r parte dos engenhos de açú car, car , que m antiveram a duras penas sua viabilidade econômica nas décadas seguintes. Não obstante a queda de competitividade, decorrente de quase dois séculos de exploração inin terrupta e de uma planta agromanufatureira inadequada diante das no vidades trazidas por seus concorrentes internacionais diretos., nas três primeiras primeiras décadas décadas do século século X I X õs engenhos de açúcar jamaicanos pro varam ser mais eficazes que seus congêneres cafeeiros.20 Problema aná logo de competição entre os engenhos de açúcàr e as fazendas de café pelos cativos cada vez mais escassos, sempre em prejuízo das últimas, verificou-se em Demerara, antiga possessão holandesa adquirida pelos ingles ingleses es no curso das das revolu rev oluçõe çõess atlânt atlâ ntica icas.2' s.2' ^ De todo modo, se os proprietários jamaicanos aproveitaram satisfa toriamente toriamente o vácuo vácuo de São São Domingo Domingo nas décadas de 1 7 9 0 e 1 8 0 0 , o mes mo não se pode afirmar da VOC no espaço do Índico, algo tanto mais notável em vista do papel queJava desempenharia no mercadoTnundial a partir da década de 1830. Na verdade, durante todo o século XVIH a oferta javanesa foi inelástica. Nos primeiros anos de exploração siste^ ^ mática da atividade, posteriores a 1725, a VOC coagiu as autoridades 3 autóctones autóctones no oes oeste te da ilha, ha, em Pri Prian angan gan e Ciberon, para para que que ofe ofert rtas asse sem m café a preços fixos. Esses poderes locais, por sua vez, obrigavam seus . súditos súditos a cultivar cultivar o produto produ to em pequena pequ ena escala, retend rete ndoo parte ou a totato ta' / lidade lidade da renda renda obtida por esse essess campon camp oneses eses a título título de de impostos. im postos. O método foi aplicado em outras partes da ilha nas décadas finais do sécu-, lo XVIII, tendo sido mantido após a dissolução da VOC em 1800, e o início da administração colonial d i re r e t a p e l o g o v e r n o h o l a n d ê s . T al al o r g a nização do processo de trabalho dificulta dificultava va respostas rápidas ao aumento aum ento da demanda na arena mundial, pois envolvia necessariamente negocia ção com os poderes locais: os camponeses, afinal, granjeavam café em pequena escala e operavam fora do sistema de preços internacionais, haja 34 8
o
v a l e
do
paraíba
escravista
e a
F O R M A Ç Ã O DO M E R C A D O m u n d i a l .
vista ser o montante pago por unidade estabelecido de modo coercivo pela VOC. Os esforços dos holandeses para aumentar a produção, na esteira da Revolução de São Domingo, resultaram na séria rebelião de Clberori; em 1805: na ocasião, cs camponeses arrancaram os arbustos de café que cultivavam cultivavam e queimaram queim aram os armazéns que estocavam as safras anteriores. T odo o siste sistema ma de de traba trabalho lho e de exploraç exp loração ão colonial em Java teve de ser reconstruído, o que só renderia frutos três décadas depois.22 O mercado mundial do café, no período em tela (1790-1830), pas sou por po r sensí sensíve veis is momen mo mentos tos de alta alta e de baixa, derivados não só do impa im pac c to de São Dom ingo como também dos conflitos milit militar ares es que polarizaram as grandes potências atlânticas. Durante o curso dos ev ent os revolucio revolucio nários nários na na colônia colônia frances francesaa (1 ( 1 7 9 1 -1 8 0 4 ), os preços em em Amsterdã Amsterdã tiveram tiveram forte alta, que se mantiveram nos três anos seguintes. O bloqueio conti■nental nental e o aguçam ento do confron confr onto to entre França Franç a e Inglater Inglaterra ra de de 1 8 0 8 a 1 8 1 2 criaram um descompasso descompasso entre os preços (alt (altos os)) registra registrados dos na praça de Amsterdã Am sterdã e os preços preço s (baixos) pagos nos portos por tos das das regiões p rodu ro du to^ - ras.23 ras.23A. volta da paz troux tro ux e alta global global acentuad acentu adaa do café, que perdu rou ^ até 1 8 2 2 ; N o decênio segui seguinte nte,, os preços caíram continuamente, continuamente, até atinatingir patamar correspondente áo que vigorara 20 anos antes^O período de 1 8 1 2 á 1 8 3 0 , assim, assim, pode pode Se Ser apreendido como uma uma quadra quadra de ajus ajuste te do mercado, sendo a primeira fase (1812-1822) de alta, após a retração artif artific icia ial, l, e, e, a segunda ( 1 8 2 2 -1 8 3 0 ), de baixa, que que conduziu conduziu àequaliza àeq ualização ção entre oieita c úcumnua, úcumnua, mas mas que, ao mesmo tempo, afastou afastou do m e r^ d a o s produtores produtores menos eficazes.
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era formada peias Antilhas inglesa e francesa—- como a montagem da nova estrutura estrutura histórica histórica do escravi escravismo smo oitocentista oitoce ntista — cuja cuja base base geográ ge ográ fica passou a ser as vastas áreas virgens do território cubano, brasileiro e norte-am no rte-am ericano .24 .24 Esse Essess novos espaços espaços d o século X I X estavam estavam fora das relações imperiais tradicionais que travejavam os Caribes inglês e francês, e^ião apresentavam as constrições geográficas e fundiárias ãí presentes^ Para o nosso objeto, o Sul Sul dos dos Estados Unidos Unid os —- peça-chave peça -chave na estrutu ra históri histórica ca do do escr escrav avis ismo mo O itocen itoc en tista— constitui constitui caso caso à parte, pois pois nunca produziu café, e tampouco a produção de açúcar da Louisiana se ^ í- destacou destacou no no mercado m un dial.^ub dia l.^ub a e Brasil, Brasil, no entanto, competiram com petiram palmo â palmo pélo comércio internacional de açúcar e café após 1790. As raíz raízes es do deslanc deslanche he açucareiro e c afeeiro afee iro cubano se enco ntram no período das reformas bourbônicas. Cuba dispunha de amplos recursos naturais naturais para o estabeleci estabelecimento mento de uma eco no m ia de plantation, mas até fina finais is do século XVIII XV III eles eles permaneciam perm aneciam subexp sub explorad lorados. os. Entre En tre as décadas de 1 7 6 0 e 1 7 8 0 , a polít polític icaa de de liberali liberalização zação comercial come rcial gradua graduall promovida pelos pelos ministros de Carlos III III e a atuação atuaç ão decidid dec ididaa das oligarquias locais possibilitaram a fundação de sólida rede de engenhos na parte ociden tal da ilha, em torno do Porto de Havana. Em finais dos anos 1780, o m ontante da produção produção açucareira cubana era equivalente equivalente ao da produ ção total da América portugu esa.25 esa.25 E n tre as primeiras prime iras medidas do nov ó monarca Carlos IX em 1789, esteve a decretação do livre comércio de escravos por dois anos, uma medida longamente solicitada pelos proprietários cubanos, e que foi reiterada em várias ocasiões nos anos seguintes. Ainda que por algum tempo os traficantes hispano-cubanos não fossem fossem capaz capazes es de de dominar com pletam ente o negócio (até (até 18 07 , o abastecimento de africanos em Cuba foi realizado basicamente por mer cadores ingleses e norte-americanos), logo o tráfico negreiro transa tlântico se tornaria um dos principais motores da economia escravista cubana, senão o mais importante.26 Quando veio a oportunidade do colapso de São Domingo, enfim, os produtores cubanos estavam devidamente- equipados para aproveitar as novas condições do mercado mundial. O crescimento da economia es350
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cravista de plantarion cubana foi vertiginos^pós 1791. Foram fundados vários novos nov os engenhos engenhos de de açúca r, os antigos an tigos eleva elevaram ram sensiv sensivelment elmentee ■ Jc sua capacidade produtiva, produtiva, e, pela primeira prim eira vez, m ontaram-se plantações p lantações escravistas de café, tanto no oriente orie nte com o no ocidente da ilha ilha.. Ess Essee ar- • ranque, por sua vez, contou com a reordenação do comércio de Cuba, oco rrida em respos resposta ta à conjuntura conjuntura das das guerras revolucioná revolucionária rias. s. Em 1 79 6 , as trocas de Cuba com a Península Ibérica foram interrompidas, situa ção essa que durou até 1802. Após breve normalização do intercâmbio entre metrópole e colônia, ocorreu em 1804 nova interrupção do co mércio entre Cuba e Espanha, que se prolongou até 1812. Nesses anos críticos, os Estados Unidos foram o principal parceiro comercial da coíônia espanhola: o açúcar e o café cubanos eram adquiridos por merca dores norte-americanos (cuja nação era neutra nos conflitos atlânticos do período), que reexportavam o que não era consumido em seu país para os mercados continentais europeus. Entre 1813 e 1816, com a vol ta da paz na Europa e a guerra entre Estados Unidos e Inglaterra, a ma rinha mercante inglesa controlou as exportações agrícolas cubanas. O que imp orta em tudo iss issoo é o fato fato de a erosãcrda ero sãcrda Espanha com o reexporreexpo rtadora dos artigos cubanos ter levado à promulgação do livre comércio colonial em 1818, autorizando nas letras da lei o comércio da ilhq. com m ercado erca dores res de todas as as bandei bandeiras. ras. A partir desse desse decreto, de creto, o con trole es es panhol sobre a economia de Cuba tornou-se apenas fiscal: a metrópole facilitava, com tarifas baixas, as saídas dos artigos cubanos ao mercado mundial, mas estabelecia taxas d& importação que protegiam os produ tos espanhóis na colônia.27 As ligações da revolução em São Domingo com o avanço cafeeiro cubano foram bet betn mais mais estreit estreitas as do que que o m ero incent incentivo ivo do mèrcado. mèrcad o. ^ O conflito generalizado que se instaurou na colônia francesa após 1791 levou muitos mu itos prop p roprietário rietárioss escravista escr avistass ao exílio, exílio , entre e ntre os quais vários C4 C4,s cafeicultores. cafeicu ltores. Dadas Dadas a proximid prox imidade ade geog ge ográfica ráfica e as condições ambient ambientais ais favoráveis, a região montanhosa do oriente de Cuba foi a que mais recebeu refugiados franceses. Os novos imigrantes foram decisivos para a transmissão do k n o w - h ów ów técnico necessário à produção produ ção do artigo, e ess essee 351
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saber saber rapidamente foi repassado repassado para os prop rietários que estavam mon mo n tando cafezais na parte ocidental da ilha (eixo Havana-Matanzas). Até 1807, a produção cubana foi diminuta, não ultrapassando a faixa de 1.000 t, mas o plantio em larga escala efetuado a'partir de IS 04 permi tiu tiu que, que, em 1 8 1 0 , esse esse número salt saltas asse se para 4 . 6 0 0 1. N o decênio seguint seguinte, e, a produção oscilou bastante, chegando em anos como 1815 e 1821 a cerca de 10.000 toneladas anuais.28 ^Nessa altura (1 8 2 1 ), a produção cubana cubana era equiv equival alent entee à jamaicana, sendo ambas superiores à javanesa^>Na década de 1820, no entanto, enquanto a produção jamaicana estacionou, as de Cuba e de Java cresceram.de forma substantiva, a primeira mais do que a segunda. Não obstante os preços internacionais terem caído de modo acentuado en tre tre 1 8 2 2 e 1 8 3 0 , a produção cubana praticamen praticamen te tripl triplic icou ou no período, atingindo, em 1833, cifra próxima à de São Domingo em 1790, isto é, cerca de 29.500 t. Isso foi resultado da ampliação da área de cultivo e do consequente aumento do número de escravos alocados na ativida de. Em 1827, a produção açucareira e a de café empregavam em Cuba igual número de trabalhadores escravizados, por volta de 50.000 cada.29 Afora isso, no ocidente da ilha, onde então se localizava a maior parte das das fazendas, fazendas, o arbusto era cultivado cultivado nas mesmas zonas voltadas p ara a lavoura canavieira: cafée açúcar, portanto, competiam pelos mes mos recursos naturais. ^A década de 1820 é significativa, pois, peia primeira vez, o voiume da produção brasileira de café se equiparou ao das grandes regiões cafeicultoras do globo^Tal como na colônia espanhola, o granjeio do artigo na América portuguesa foi irrelevante até a última década do sé culo XVIII, Como se sabe, o café foi introduzido no Estado do GrãoPará e M aranhão aranh ão na década década de de 1 7 2 0 , no mesmo movim ento que que levou levou à sua introdução na Martinica e no Suriname, mas, até finais daquele sé culo, foi planta exclusivamente ornamental. Ainda que tenha feito parte do cálculo imperi imperial al dos administr administradores adores pombalinos na década de 1 7 6 0 , que pretendiam diversificar a pauta de exportações agrícolas da Améri ca portuguesa, o café café nao teve os os cuidado cuidadoss que produtos prod utos co m o o algodão 352 35 2
O VALE DO PARAÍBA ESCRAVISTA
A FORMAÇÃO 00 MERCADO MUNDIAL..
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e o arroz a rroz — remetidos remetido s em grande escal escalaa paraTTsboa paraTTsboa já na na década déca da seguinte seguinte — recebera receberam. m. De todo todo m odo, a aclimatação aclimatação do cafeei cafeeiro ro no Centro-Sul Centro-Sul da América portuguesa ocorreu nesse período, nas chácaras e quintais (.tci Cidade do Ric de janeiro.^ Como se leu na introdução do capítulo, os especialistas em história da cafeicultura brasileira relacionaram, desde seus primeiros trabalhos, a cris crisee da mineração mine ração à m ontagem ontage m das fazendas de de café no início início do sécu sé cu lo X IX . Com Co m base base no con hecimento hecim ento atualmente atualmen te dis dispon poníve ível, l, pode-se afir mar que de fato existiu relação entre um processo e outro, porém não no sentid sentidoo tradi tradicionalmente cionalmente ap on tad ta d o.^ erto er to s pontos que que seriam seriam decisi decisi vos para o deslanche cafeeiro do Brasil já se encontravam presentes em meados do século XVIII, muito por conta da economia do ouro: um volumoso tráfico negreiro transatlântico bilateral entre os portos da África Central e o Rio de Janeiro, controlado por negociantes desta praça; a existênci existê nciaa de de vias vias que cruzavam o Vale Vale do Paraíba Paraíba no sentido no rte-sul ^ v (Caminho Novo entre o Rio de Janeiro e a capitania de Minas Gerais, ^ aberto na década de 1720) e leste-oeste (Caminho Novo da Piedade, articulando articulando o Rio de Janeiro a São Paulo, Paulo, aberto na década década de de 1 7 7 0 para facilitar facilitar as as com unicações unica ções da d a sede sede do vice-reino com as minas minas de de Goiás G oiás e Mato Grosso); a disponibilidade de uma enorme área de terras virgens entre a serra serra da Mantiqueira e os con traforte s da serra do Ma r, derivada ~i vda política oficiai das “zonas proibidas”; por fim, um complexo sistema ue LL LLüuspOLte basea ba seado do cm t r c p a c de mulas mu las,, muito mu ito eíic?.ze? eíic?.ze? Hianre Hianre cios cios meios dispon disponíve íveis is do período — para enfren tar a topografia topog rafia acidentada y , do Centro-Sul do Brasil.^ Essa infraestrutura, contudo, não foi mobilizada para a cafeicultura nas décadas de 1 7 9 0 e 1800. Nesses anos, a resposta dos proprierários escravistas da América portuguesa ao impacto da Revolução ,de São Domingo Dom ingo se se deu deu sobretudo sobretudo no campo açucareiro. Afora a recupe ração e ampliação da atividade nas antigas regiões da costa nordeste (Recôncavo Baiano e zona da mata de Pernambuco e Paraíba), Paraíba), os os produtore prod utoress do Centro-Sul montaram novos engenhos em Campos dos Goytacazes, no Re côn cavo cav o da Guanabara, Guan abara, no oeste de de São Paulo Paulo (Itu, Itu, Jundiaí, Camp inas) e 353 35 3
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mesmo a o longo das das via viass que que então cortav cor tavam am o Val Valee do Paraíba — um exemplo é o do famoso engenho Pau Grande, na beira do Caminho Novo . N os anos anos 1 79 0 , o crescimento crescimento da produção açücareira açücareira da da Amé rica portuguesa acompanhou o ritmo da cubana.31 Cabe lembrar que a conjunturade finais do século XVIII estimulou igualmente a produção de mantimentos e a criação de gado para o mercado interno, como o prova a diversificação ocorrida na comarca de Rio das Mortes, no sul da capitania de Minas Gerais, ou èm diversas porções da capitania de São Paulo.32 {'O ponto de virada veio com a fuga da família real portuguesa .para o Rio de Janeiro.^Em primeiro lugar, o súbito aumento do contingente populacio populacional nal da agora sede sede do império império português p ortuguês — somado às rotas ro tas de peregrinação que o novo estatuto político do Rio de Janeiro imediataf mente acionou —: ampliou ampliou substancialmente a demanda por po r gêneros gênero s de primeira necessidade, Para atendê-la, a coroa joanina buscou aprimorar s' a rede de caminhos que cortav cor tavam am o Centro-S Cen tro-Sul ul da colônia colô nia,, estimulando a , \ con co n stru st ruçã çãoo de estrad est radas as para par a ligar lig ar d iret ir etam am ente en te a zo z o n a p rod ro d u tora to ra de m anan timentos do sul de Minas Gerais à nova corte. Duas dessas novas estradas, as da Polícia e do Comércio, concebidas para regularizar o fluxo de mercadorias de Minas Gerais ao Rio de Janeiro, seriam absolutamente centrais para o deslanche da cafeicultura no médio Vale do Paraíba: sua abertura gerou intensa f.ebre fundiária, e em suas margens seriam em breve fundados dois dos maiores municípios cafeeiros mun diais do século XDÍ, Vassouras e Valença.33 Em segundo lugar, a aber tura dos portos permitiu, após 1808, a conexão direta dos senhores de i esc escravos avos da Amér Amériica por porttugue uguessa com o merca mercado do mundial. mundial.Em Em conj onjunçã unçãoo com o crescimento demográfico da corte, o decreto de livre comércio teve impacto imediato sobre a demanda de escravos: na década de 1800, desembarcou ali a média anual de 10.000 cativos africanos. No decê nio seguinte (1811-1820), sob o novo regime de comércio, a cifra pra ticamente duplicou: cerca de 19.000 africanos aportaram anualmente como escravos no Rio de Janeiro.34 Parte desses escravos obtidos a bai xo custo no trato atlântico foi destinada às crescentes lavouras de café, 354
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cujos cujos proprietári p roprietários os tinham à dispo d isposiç sição, ão, no p ofto ca rioca e em seus seus saté lite litess ao longo lon go do d o litora litorall até Santos, todo to do um sistema sistema comercia] (armazéns, casas mercantis etc.) montado há tempos para a exportação de açúcar, couros, algodão e outros gêneros.35 Os senhores de escravos que investiram em café na década de 18X0 responderam claramente claramente aos incent incentivos ivos do mercado m ercado internacional. internacional. Afo Afo ra uma série de preços pagos diretamente aos produtores entre 1798 e 1 8 3 0 ,36 ,36 temos tem os o registro reg istro qualitativo qualitativo de de Saint-Hilaire. Saint-Hilaire. Nos No s primeiros meses meses de 1822, ao percorrer o Caminho Novo da Piedade, que cortava o Vale do Paraíba Paraíba páütis páütista ta em direção à cidade cidade do Rio de Janeiro* Janeiro* o aa cu ralista ra lista francês anotou que “as terras dos arredores de Taubaté são muito pró prias à cultura da cana e do café. Antigamente, era a cana o que mais se plantava, mas depois que o café teve teve alta considerável, os agricultores agricultore s só querem tratar de cafezais”. Mais adiante, na altura de Areias, após en trevistar trevistar um senhor de escravos, registrou: registrou: "segundo o que me informa ram ele, o filho e outras pessoas, a cultura do café é inteiramente nova nesta região e já enriqueceu muita gente”.37 A avaliaçãode Saint-Hilaire encontra respaldo nos dados da expor tação taçã o brasil brasilei eira. ra. A média méd ia anual no período de 1 7 9 7 a 1 8 1 1 (refl (refleti etindo ndo o quadro vigente vigente antes da abertura dos portos) era de de cerca de 4 0 0 tonela das. das. N o quinqué quinquéni nioo 1 8 1 2 -1 8 1 6 , o impacto do inter intercâmbio câmbio direto direto com o mercad me rcad o mundial e seu seuss preços preç os em forte alta rapidamente se fez fez sentir: a produç pro dução ão brasil brasilei eira ra de de café subi subiu u para a média anual anual de 1 . 5 0 0 1. No quin quéni quénioo segu seguin inte te ( 1 8 1 7 -1 8 2 1 ), cresceu cresceu quatro ve vezes zes em em relação relação ao lustro lustro anterior anterior,, puland pulandoo para 6 .1 0 0 1 anuais.^íos anuais.^íos anos anos da da indep independ endênc ência ia (1 8 2 2 1 82 3 ), a produção produção dobrou, chegand chegandoo a 1 3 .5 0 0 1, o que igua iguallava ava o m on tante brasileiro ao que então se obtinha em Cuba^D. Pedro tinha razões de sobra para inscrever o ramo de café no escudo de armas do império recém-fundado: recém -fundado: sé o valor total de sua sua exporta exp ortação ção ainda não suplantara suplantara a do açúcar, o crescimento que o artigo verificava desde 1812 muito prometia prom etia para p ara breve. breve. O crescime cres cimento nto de fato se se acelerou sob remaneira reman eira nos dez anos anos seguin seguin tes tes, quando quando a produção quadru quadrupl plic icou, ou, de 13 1 3 .50 .5 0 0 , em em 1 8 2 1 , para 6 7 .0 0 0 t,
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cm 1833. Essa cifra equivalia ao montante mundial de 1790; o teto de São Dom ingo pré-revolução , até então inalcançável, era definiti definitivamente vamente coisa do passado. No início da década de 1830, o Brasil reinava como o maior ma ior produ tor mundial, mundial, bem bem à frente dos ucmíüs ucmíüs competidores comp etidores (Cuba, Ja J a v a , Jam Ja m a ica ic a , Hai H aiti ti). ). C o m o exp ex p lica li carr o salto sa lto brasi br asilei leiro ro da déc d écad adaa de 1 8 2 0 , em uma conjuntura de queda acentuada dos preços internacionais? Os prod utores uto res deixaram de reagir ao sistema sistema de preço s, guiando suas suas estra tégias empresariais pelo que vislumbravam em termos de ganhos sociais e simbólicos, como argumenta João Fragoso? E por que essa produção .se concentrou quase exclusivamente no Vaie do Paraíba? Para responder às às primeiras perguntas, pergu ntas, é importante importa nte ter te r em conta duas especificidades do café. O hiato entre o plantio do arbusto e a venda de grãos beneficiados no mercado é de, no mínimo^ três anos, sendo que a planta só entra em produção plena aos cinco anos de idade. Como meio para contornar o problema, os fazendeiros adotaram a prática, desde os primeiros anos da atividade no Brasil, de plantar milho e feijão entre as file fileir iras as de arbust arbustos, os, com o duplo objetivo de garantir garan tir sombream ento para p ara os pés pés recém-plantado s e manter a escravaria trabalhando de forma form a pro p ro dutiva no amanho de mantimentos. A oferta de mais produto como res posta aos preços em alta em um determinado ano, portanto, só se faria sentir de três a cinco anos depois. O outro dado importante, como bem ressalta Pedro Carvalho de Mello, é o faro de os arbustos possuírem “uma L
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frutos de café por muitos anos. (...) Não se podia, pois, abandonar a cultura, sem que isso isso representasse representasse graves perdas perd as de capital, capital, o que contr co ntras as tava com o algodã algodãoo e a can a-de-açúcar. a-de-açúcar. M esmo com os preços preços em baixa, os fazendeiros fazendeiros continuavam continuavam a cuidar das árvores árvo res já já plantadas, plantadas, na e xp ec tativa de aumentos futuros no preço do café”.38 O q u e o s p r e ço ç o s da década de 1820 indicam? Q s valores pagos pelo café em No va Yor York k — novo centro de distri distribuiçã buiçãoo mundi mundial al — caíram caíram sensivelmente no período de 1823 a 1830, de 21 para oito dólares por libra.39 libra.39 Todavia, devemos lembrar aqui aqui um aspecto asp ecto da crítica de G orender oren der a Fragoso, a saber, jO-papel da desvalorização cambial na composição dos
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preços efetivamente recebidos pelos produtores brasileiros.40 A intensi dade da queda queda dos preços preços em em dólares diminui diminuiu u entre entre 1 8 2 7 e 1 8 3 0 , co m tendência a se estabilizar em patamar baixo (de nove a oito dólares), nos exatos exa tos anos em que que os fazendeiros brasil brasileir eiros os — conform con form e dados dad os rec o lhidos por po r Luna L una e Klein Klein para pa ra o fundo fu ndo Vale do Paraíba paulista41 paulista41 — passaram a ganhar mais em mil-réis por unidade de produto; nesses anos, ^ portan po rtanto, to, a desvaloriz desvalorização ação cambia cambiall favoreceu claramente os exportado expo rtadores. res. A série série de Luna e Kle Klein se encerra em 1 8 3 0 ; a de Nov a York, por o utro lado, ind indiica^ ca^alta alta de qua quase se 3 0 % nos preços preço s pagos em dólares entre 1 8 3 0 e 1835\Os índices das exportações brasileiras encontram notável correspondência com esses preços: a produção cresceu sensivelmente entre 1 8 2 6 e 1 8 2 8 , fruto fruto de de cafe cafezai zaiss que foram foram plantados plantados antes de 18 2 3 , quando os preços estavam em alta; de 1828 a 1830 (cafezais plantados entre 1824 e 1826, preços externos e internos em baixa), a produção estacionou em torno de 27.000 t; de 1831 a 1834 (cafezais plantados entre 1827 e 1830, preços externos estacionados, mas os internos em alta), saltou de 32.940 t para 6 7 . 7 7 0 t . ^ {"Esses números dão a vèr a pronta resposta dos produtores brasilei-. ros ao que o mercado sinalizava^No entanto, permanece o fato de que os preços pagos caíram efetivamente na década de 1820. Segundo Fragoso, “entre 1821 e 1833, a queda anüai registrada (em mil-réis) para o preço pre ço unitário unitário do café café foí foí de - 2 , 0 7 % ”.42 ”.42 Falta examinar, então, quais quais as condições que p^mutiram que c g senhore senh oress de escrav esc ravos os brasileiros «?•> ofertassem cada vez mais café no mercado mundial, a despeito da ten^Aqui entra o pape papell do Val Vale do Paraíba com o região região nova nov a no m ercado ercad o mundial do café.^)Já adiantamos que havia infraestrutura adequada no Centro-Su! Cen tro-Su! do Brasil Brasil em em fina finais is do século XVIII, com o resultado das alte rações que a mineração trouxe para sua paisagem econômica. Vale reto mar dois desses pontos, a saber, a disponibilidade de terras e o sistema de transporte. O Vale do Paraíba pode ser dividido em três sub-regiões: o alto Paraíba, ocupando terras das nascentes até a zona de Queluz e Resende, na atual divisa dos estados de São Paulo e Rio de Janeírò; o 357
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médio médio Paraíba, de Barra Ba rra Mansa Ma nsa até a região de São Fidélis; Fidélis; o baixo baix o Paraíba, que engloba as terras desse desse ponto áré a foz, corresp co rrespond ondentes entes gross gross o m oda aos Campos dos Goytacazes. O primeiro trecho foi ocupado já no sécu lo XV II, como result resultado ado da expansão paulist paulistaa em busca busca de índios; o te r ceiro trecho, desde a segunda metade do século XVII, com a criação de • gado gado e, post poster erio iorment rmente, e, produção produção de açúcar. açúcar.443 Pouco Pouco visi visita tada da no sécu sécullo XVII, na centúria seguinte a sub-região do médio Paraíba teve sua ocu pação bloqueada por conta da política oficial portuguesa das áreas proiv*,bidas, adotada a partir da década de 1730; a ordenação buscava “evitar 0 extrav*o de ouro ao impossibilitar a abertura de novos caminhos e pi
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para as primeiras décadas, os números são bastante altos. Saint-Hilaire anotou, no relato citado, produção de 91 arrobas de café beneficiado por 1 .0 0 0 pés, pés, ao pas passo so que o padre padre Jo ã o Joaquim F erreira de de Agui Aguiar ar,, no primeiro prim eiro manual agronô mico que que apresen tou o saber saber elaborad o no Vale do Paraíba, registrou a produtividade de 100 arrobas por 1.000 pés na região dc Valença.47 Para efeitos de comparação, vejam-se da dos relativos a duas outras regiões. Carlos Augusto Taunay, com base na observação dos cafezais da Tijuca (Rio de Janeiro) em finais da dé cada de 1 8 2 0 , apontou 20 arrobas por 1 .0 0 0 pés.48 pés.48 O censo cubano cubano de de 1827, por sua vez, deu 27 arrobas de produção média por 1.000 pés plantados na na il ilha, ha, número superior superior às 9 ,8 arrobas por 1 .0 0 0 pés pés que que o agrônomo cubano Tranquilino Sandalio de NoaTUpunha como norma em uma grande plantation em 1829.49 Para escoar a produção crescente do Vale do Paraíba na década de 1820, havia que ultrapassar os obstáculos da topografia acidentada e da distância dos portos do litoral. Nesse ponto residiu a maior contribui ção. âà âà e conomia da mineração para a cafeicultura oitocentista. Em fèseconomia pòsta à demanda mineira, elaborou-se, na segunda metade do sécülo XVm, um com plexo sistema sistema de criaçã o e comercialização de mulas que articulava o Sul da América portuguesa às capitanias de São Paulo, Rio de Jan Ja n eiro eir o e Minas Gerais, fornece fornecendo ndo o meio básico básico de de transporte transp orte para pa ra todo o Centro-Sul Centro-Sul da colônia. colônia. Quando veio veio o empuxo do mercado mundial dial na virada virada do século século XVIII para o X I X , esse esse sist sistema ema foi foi imediatamente mobilizado para o escoamento da produção cafeeira' de serra acima. Na medida em que as novas fazendas do Vale do Paraíba dista vam dos portos do litoral não mais do que sete dias de jornada (tendo por po r referên refe rência cia a jornada habitual habitual de três léguas léguas ao dia), e dados os custos relativamen te baixos de de aquisiç aquisição ão e man utenção uten ção das das tropas trop as até meados do século século X I X , a equação preço do artigo/preço do frete frete/v /vol olume ume a trans trans portar/distância a percorrer foi plenamente operacional com o sistema das mulas.50
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O DOM D OM ÍNIO DO VAL VALEE DO PARAÍBA PARAÍBA SOBRE SOBRE O MERC ME RCAD ADO O MUND M UNDIAL IAL DO CAF CAFÉ, C l 830-1 30-188 880 0
O gráfico das exportaçõe expo rtaçõess globa globais is de café entre 1 8 2 3 e 18 88 expressa expressa com muita clareza a posição que o Brasil passou a ocupar no mercado mimdial do artigo a partir da década de 1830. O resultado das safras de 1831 a 1 8 3 3 , que troux trouxeram eram a dupli duplicaç cação ão do d o volume anual, anual, isolouisolou-oo bem à fren fren te dos demais competidores. Outros saltos vieram entre 1843 e 1847, quando a produção se esta estabi billizou izou no patam ar de 1 5 0 .0 0 0 t/ano, na segu segun n da metade da década de 1860 (225.000 t) e em finais da década de 1870 ( 3 5 0 - 0 0 0 1). Com lige ligeir iras as alterações de uma safra a outra, o Brasi Brasill — : leialeiase o Vale escravista, ao menos até meados da década de 1870, quando o oeste paulista paulista e da zona da mata mineira aum entaram o volume volume da pro du ção — dominou de forma forma incontes inconteste te a oferta mundial mundial no sécu século lo X I X , ten ten do p or único com petidor real as as colônias holandesas na na Indonésia Indonésia (java). Gráfico 1
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Fomc: Mario Samper Samper & Rad Rad in Ferna Fernando, ndo, “Historical “Historical Statistics of Coffee C offee Production Production and and Trade from 1 700 70 0 ro 1960", in William Cervase Clarence-Smith Sc Steven Sc Steven Topik (orgs.), The G loba l Coffee Econ omy in Afr Afric ica, a, Asia, a n d L atin at in Americ Am erica, a, 1 5 00 -198 -1 98 9 , Cambridge, Cambridge University Press, 2003, p. 411-462.
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vaie
do
paraíba
escravista
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A escala e o carárer do mercado se modificaram de modo igualmente
profundo no século XIX. Na década de 188.0, a produção total de café no globo era dez vezes maior do que cem anos antes. Entre uma data e outra, a grande novidade foi o aparecimento dos Estados Unidos como cora prado r^Ness r^Nessee período, pe ríodo, sua pop ulação aum entou 15 vezes vezes e o co n sumo p e r ca c a p i t a anual passou de apenas 25 gramas para quatro-quilos. Tratava-se de uni mercado aberto, livre de tarifas de importação desde ^ 1 8 3 2 , que po uco exigia exigia a respeito respeito da qualidade qualidade do café café adquirido. adquirido. Os f ^ demais grandes compradores do período, todos localizados no norte de uma Eu ropa em rápido processo de industriali industrialização zação e urbanização, tam bém se distingu distinguir iram am no século X I X pela explosão exp losão demográfica dem ográfica e pelo pelo noiável noiável aumento nas taxas de de consum o p e r ca c a p i t a . Interessa destacar nisso tudo que a passagem do mercado restrito e de luxo do século XVIII para o m ercado de massa massa indust industri riai ai do século X I X foi claramente in induz duzida ida pela oferta a baixo custo do produto.51 As novas condições da economia internacional de artigos tropicais exigiram das regiões que operavam nessa arena aumento constante de produtividade, sob o ri s c o de de se verem excluídas do m ercado. Para aquelas aquelas antigas regiões produtoras sem reservas de áreas para expansão ou que haviam sido afetadas pela crise do escravismo colonial (caso de São Do mingo em finais do século XVIII, ou da Jamaica e Suriname nas primeiras décadas do século XIX), a perda de competitividade logo as afastou das posições centrais centrais do mercad o. Co m o se sabe, sabe, esse esse nao foi foi o caso do Braail c de Cuba., que, per meio de pactos íinr^dns dentro dos marcos de suas respectivas monarquias constitucionais (império do Brasil e Espanha liber liberal al), ), construí construíram ram arra arranj njos os pol polít ític icos os nas nas déca décadas das d e l 8 1 0 e 1 82 0 que que ajudaram a fundar a instituição escravista em bases mais seguras, capa zes zes de enfrentar enfre ntar as fortes pressões an ti escravistas externas capitanea cap itaneadas das pela Inglaterra.52 No entanto, em vista do desempenho cubano na pro dução açucareira, de sua ampla disponibilidade de terras virgens e da continuidade do tráfico transatlântico de de escravos até a década de 1 8 6 0 , sua exclusão do mercado cafeeiro mundial chama atenção. Por que isso ocorreu? ocorre u? E por p or que Java, Java , na Indonésia, Indonésia, cuja cuja econom ia não era escravista, escravista, conseguiu manter-se como grande região produtora ao lado do Brasil? 361
O BR RA A SI SI L I M P E R I A L — V O L U M E 2
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No que se refere à primeira questão, houve estreita relação entre o deslanche cafeeiro du Brasil, a crise da cafeicultura em Cuba e seu arran que açucareiro. Como já registramos, na região ocidental da colônia es panhola os cafezai cafezaiss haviam haviam sido sido montad mo ntados os nas zonas de im plantação dos engenhos, competindo, portanto, pelos mesmos recursos em termos de terras e trabalho. Até a década de 1820, não raro os grandes senhores de escravos empregaram seus capitais simultaneamente nas duas ativida des.53 O médio Vale do Paraíba, por seu turno, foi construído entre as décadas de 1810 e 1830 como região exclusivamente cafeeira, distinta das zonas açucareiras das terras baixas fluminenses e do oeste de São Paulo. Que as terras do ocidente de Cuba não fossem tão aptas para a cafeicultura como as do Vale, comprova-o a diferença na produtividade dos pés. O caráter de bens de capital dos arbustos de café criava dificul dade adicional para a atividade no ocidente de Cuba, região bastante assolada por furacões: se a intempérie não constituía obstáculo para os canaviais, canaviais, capazes capazes de, em em um ano, retom ar o padrã pa drãoo anterio a nteriorr à sua sua passa passa gem, ela poderia-ser devastadora para os cafezais, que teriam de ser replantados e demandariam pelo menos cinco anos para recuperar a produtividade plena. Ao longo da década de 1820, os produtores cubanos tomaram consciência ciência do peso da competição comp etição brasi brasilei leira. ra. Os preços pre ços em queda queda no mercado merc ado mundial eram resultado evidente do aumento global da produção. Em setembro de 1828, o Consulado de Havana, em resposta a inquérito solicitado pelo intendent intendentee da colônia, inform inf ormava ava que “ las nue nuevv as pl ant a- c i one oness qu e inu ndar an las reg reg i one oness equi noci al es han he hecbo cbo ba j a r el precio precio en t é rm i no s que apena apena s d a par a cost ear l os gast os de su p r od ucci ón, vié ndo se ar ru i na r r api dam ent e m ul t i t ud d e cafe cafett al es qu e const const i t uían ggra ra n pa r t e de deii capi t al de la Isl Isl a, el el cual no seri a exa exa ge gerr ad o d eci r había di smi - nu i do en dos t ercera rcera s pa r t es” .5* Diante da crise, a Sociedade Econômica Diante
dos Amigos do País de Havana convocou, em 1829, debate sobre o as sunto. Entre as questões sobre o cultivo do café colocadas,na mesa, uma indagava se seria “p r u d en en t e a b a n d o n a d o ” em vista dos ganhos decres centes.55 A resposta, na ocasião, foi negativa, mas os debatedores con362 36 2
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PARAÍBA ESCRAVISTA E A FORMAÇÃO DG MERCADO MUNDIAL.
cordaram sobre a necessidade de reduzir custom e aumentar a eficiência para fazer frente aos competidores brasileiros. O conflito con flito fis fisca call entre Espanha E spanha e Estados Unidos no com eço da década segui seguinte nte excluiu excluiu os cubanos do princ princip ipal al mercad me rcadoo comprad com prador or do período; p eríodo; em franco processo de crescimento e no momento exato em que decre tava o fim fim das das tari tarifas fas de imp importação ortação para o café. Conhecida Con hecida com o à “guer “guer ra das farinhas”, farinhas”, a questão derivou da política p olítica fiscal fiscal que que a Espanha ado tou para torna r o mercad o cubano cativo cativo da prod ução cereal cerealíf ífera era m etropoIita Iitana na.. E m resposta, os Estados Unido Unidos, s, grandes e xportad xp ortadores ores de manti- ^ mentos para Cuba, retaliaram retaliaram a Espanha elevando as taxas de importação importaçã o ^ de artigos espanhóis, entre os quais o café cubano.56 A represátòa^não ^ durou muito, m uito, porém po rém o tempo suficiente suficiente pa ra que os produtores produ tores escravi escravista stass brasileiros invadissem aquele mercado e atrelassem seu futuro aos pa drões de consumo norte-americano. A incapacidade de os produtores cubanos competirem com os pro dutores brasileiros em um quadro de queda acentuada dos preços, so m ada à sua sua exclusão do mercado m ercado d os Estâdos Un idos, selo selou u o destino destino da cafeicultura na ilha ilha,, O início início da da. cons co nstru trução ção da malha ferroviária cubaná ' em 1837, ao aumentar a vantagem comparativa do açúcar cubano nos mercados internacionais, levou a massiva transferência de recursos — terras e escravos — de uma atividade para ou tra.5 tra .577 O devastador d evastador furacão de 1 8 4 4 coro co roou ou a falên falênci ciaa da outrora florescent florescentee cafeicult cafeicultura ura do ocidente ocidente de Cuba* Houve, entretanto, o outro lado da moeda. O arranque açuca reiro cubano a partir da década 1830 Roubou paulatinamente o espaço que os senhores de engenho dd Brasil ocupavam no mercado mundial. Durante a vigência do tráfico transatlântico de escravos, a economia açucare ira brasil brasileir eiraa acom panhou panho u a duras penas a expansão dos cubanos cubanos nesse ramo, o que, porém, se tornou inviável após 1850.58 A última observação nos conduz ao ponto central para a compreen são do crescimento da produção cafeeira do Vale do Paraíba, isto é, o trabalho escravo. Nos anos 1820 e 1830, era voz corrente em Cuba que os escravos custavam lá o dobro do que se pagava no Brasil.59 Os dados fornecidos fornecidos por David David Elti Eltiss corro boram bo ram ^ percepção p ercepção dos dos contemporâneos: 36 3
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até a década de 1850, as curvas nos preços dos cativos adquiridos no tráfico transatlântico para o Brasil e para Cuba foram estritamente con gruentes, mas os valores cubanos estiveram sempre acima dos brasilei ros.6® ros.6®A exp hcaça hc açaoo para a diferença e Stirip iripllcs, cs, O tráfico trá fico para o O ctifi ü -S l u do Brasil era comandado desde a virada do século XVII para o XVIII por negociantes luso-brasileiros residentes na praça do Rio de Janeiro, que operavam fundamentalmente na zona congo-angolana: comando local das operações, viagens mais curtas e contatos mais sólidos no con tinente africano possibilitavam a redução do preço final dos africanos embarcados como escravos. Os traficantes hispano-cubarios, a despeito de serem tão eficazes como seus pares brasileiros e portugueses, só ti nham entrado no infame comércio no início do século XIX, e a distân cia a ser ser percorrida no Atlântico Atlântico era bem maior do que a rota ro ta dos negreiros que se dirigiam dirigiam ao Centro-Sul do BrasiL BrasiL A eficiência dos traficantes c ar io io cas permitiu também a importação, após 1811, de quantidades expressi vas de escravos da costa oriental da África.61 O custo dos escravos, contudo, não pode ser tomado como variável econômica independente, vinculada apenas ao jogo da oferta e da pro cura. A campanha sistemát sistemática ica com comand andada ada pela pela Inglaterra Inglaterra contra o tráfico negreiro transatlântico e a própria escravidão exigiu dos espaços escra vist vistas as em expansão exp ansão uma resposta política política concertad con certad a. N o caso do Brasil, Brasil, sua independênc independência ia em 1 8 2 2 abrira um flanco para a press pressão ão inglesa, inglesa, pois des desde o Tiãíâ Tiãíâuü uü dc 1 8 1 7 com a cm cm ãu cuiua p unuguesa unug uesa a questã questãoo esriveesrivera congeladan con geladan o plano diplomáti diplomático. co. Em t roca ro ca do reconhecimento formal do novo Estado soberano, a Inglaterra exigia de d. d. Pedro I com prom isso efetivo efetivo com o encerram ento d o tráfico. A m atéria se se resolveu resolveu apenas em 1 8 2 6 , com a ass assina inatur turaa da conv enção que previa o fim fim do tráfico tráfico entre África e Brasil para três anos após sua ratificação pela Inglaterra, o que
o c o r r e u e m 1 3 d e m a r ç o d e 1 8 2 7 . A a r e n g a d ip i p l o m á tit i c a , a lé lé m d e e r o d i r parte não desprezível do capital político do primeiro imperador do Brasil e contribuir para sua queda em 1831, foi acompanhada de perto por negreiros e fazendeiros, que aceleraram as importações na segunda me tade da década de 1820.62 Entre 1821 e 1825, foram desembarcados no 364
O VALE PO PARAÍBA ESCRAVISTA £ A FORMAÇÃO 00 MERCADO MUNDIAL.
p orto or to do Rio de de Janeiro c erca erc a de de 1 1 2 .0 0 0 africa africanos nos escr escravi avizados zados,, ao pass passoo que no lustro seguinte chegaram 186.000 cativos.63 A aceleração das imp ortações expressava.com niti nitide dezz a concepçã o coeva de que que o tráfico tráfico 2 “fp^^rnmpntp “fp^^rnmpntp pnrp pn rprr rruH uHoo prn prn 1 8 3 fl Os anos de maior ma ior introdu introdu ção de cativ cativos os africanos africanos pélo pélo p orto carioca cario ca (182 8 e 18 29 , com 4 5 .00 0 e 4 7 .00 0 afri afri c anos anos,, r espe especc tivame vament nte) e) enconencon- ^ traram correspondência nas safras abundantes de 1833 e 1834, quando 0 |( V a cafeicultura do Vale dobrou o volume da produção obtida em 1831. Vê-se, portanto, que parte considerável desses novos escravos foi parar em fazendas fazendas de serra serra acima. A produ ção de café brasil brasileir eiraa girou em to r no desse desse patamar até até 1 8 3 8 , quando voltou a crescer, de de iníc início io lentamente, lentamen te, para para dar dar nov novoo sal saltto a par parti tirr de de 1 84 2, com 84 .221 . t; em 1 8 4 3 , 8 9 .5 5 0 t; em 1844, 91.980 t; em 1845, 97.440 t; em 1846, 123.300 t. A produ ção de de 184 7 che c hego gou u a 1 4 1 .8 1 0 1 , m a ior io r volu vo lum m e a n teri te rioo r ao t r á f i c o , e sta st a bilizando-se até o novo salto da safra de 1855, de 181.290 t. Com os números das safras da década de 1840, queremos ressaltar a correlação estreita que houve entre o crescimento da cafeicultura e a escravaria adqui adquiri rida da no trato atlântico, atlântico, e, em partic particula ular, r, o quanto a p ro d u -. ção de 1842 em diante contou com cativos africanos comprados após 1835. Para tanto, a ação ensaiada dos fazendeiros do Vale do Paraíba com co m os grupos políticos políticos ligados ligados ao Regresso Regresso foi foi fundamental. Co nfo rm e a letra do tratado anglo-brasi anglo-brasilei leiro ro de 1 8 2 7 , o tráfic tráficoo cessaria cessaria em m arço uc 1830. Com o objetivo dc reafirmar a soberania brasileira r .z questão, um Parlamento bastante fortalecido com a queda de d. Pedro I aprovou a lei lei de 7 de novem bro de 1 8 3 1 , que trazia disposi disposições ções dracon ianas para combater o tráfico: os africanos que doravante fossem introduzidos em território nacional seriam automaticamente libertados, prevendo-se seu retorn o imediato imediato à África; os transgre transgressor ssores es — vendedores vendedores ou co m p ra dores — seriam seriam submetidos submetidos a processo criminal; criminal; as as denúncias con tra a p rática rátic a tanto do desembarque desembarque ileg ilegal al com o da mera posse posse de escravo s ile ile gais poderiam pod eriam ser apresentadas p or qualquer indivíduo indivíduo.. Nas letras da lei, lei, portanto, os fazendeiros que adquirissem africanos no trato transatlân tico ficariam expostos a severas punições. Usualmente reputado como 365
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“para inglês ver”, o decreto de 7 de novembro pretendia de fato acabar com o tráfico transatlântico e desse modo foi lido pelos coetâneos. Tan to é ass assim que que,, ent entre 1 8 3 1 e l 8 3 5 ,a s ent entrada radass di diminu minuír íram am abrupta abruptamen men te (cerca de 4.000 no Centro-Sul do Brasil), tornando-se o tráfico como que residual.64 De 1 8 3 5 em diant diante, e, oco rreu rre u profunda reversão ness nessee quadro. quad ro. As vozes pró-escravist pró-escravistas as voltaram a articular-se nos espaços de opinião opinião pública após período de refluxo, e ampla coalizão de ex-liberais moderados e excara murus cóm có m setores dos prop p roprietário rietárioss rurais mais capitalizados capitalizados do Centro-Sul — base base da form ação açã o do futu ro Partido Pa rtido C onserva on servado dor6 r655 — passou a advogar pura e simplesmente a anulação da lei de 7 de novem bro de 1 83 1. Ness Nessee movimento de mão dupla dupla entre asdem asd em and as de de gru pos sociais expressivos e os esforços de arregimentação de eleitores por parte de uma nova força política, os fazendeiro fazendeiross de café do Vale Vale do d o Paraíba Paraíba desempenharam papel fulcral. Por meio de pressão política direta e de ações no espaço público, davam a vér sua disposição para reabrir o trá fico. Dos vários exemplos que poderiam ser citados, cabe lembrar uma representação que que a Câm C âm ara de Valen Valença ça — município município do ce ntro cafei cultor culto r do d o médio m édio Vale ale do Paraíba flumine fluminense nse —- endereço end ereçou u ao Parlam Pa rlamento ento imperia imperiall em meados de 183 1 83 6. Assinado Assinado po r figur figuras as de proa d o senhoriato senh oriato local local (Manoel do Val Valee Amado, Ama do, Camilo José Pereira Pereira do Faro, Faro , João Joã o Pinheiro Pinheiro de Soüza, visconde de Baependy), o documento registrava: Augustos e Digníssimos Senhores Representantes da Nação. A Câ mara Municipal da Vila de Valença, tendo-vos já pedido providên cias sobre a lei de 7 de Novembro de 1831, vem hoje novamente lembrar-vos que lanceis Vossas vistas sobre a mais respeitável e in teressant teressantee porção por ção da população do Império, que a maior parte está envolvida na infração da mencionada lei, porque a necessidade a ela os levou; cumpre portanto a Vós, Augustos e Digníssimos Se nhores, evitar a explosão que hòs ameaça, derrogando em todas as suas partes a dita lei de 7 de Novembro de 1831, porque sua execuÇão é impraticável e ela, longe de trazer benefício a Vossos Conci dadãos, os insinua à imoralidade; sua derrogação é de reconhecida 36 6
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utilidade, e sua extcução seria concitar os Povos a uma rebelião e formal desobediência, por que essa*maioria respeitável de Vossos Concidadãos de qualquer das formas procurará com todas as suas forças conservar intactas suas fortunas, adquiridas com tantas fadi gas e suores.66 Contra a eventualidade de execução da lei, que libertaria os cativos im portados após 1831 e colocaria nas barras dos tribunais seus possuido res, os.representantes dos cafeicultores ameaçavam o poder público com a possibilidade de resistência aberta. O que estava em jogo, no entanto, não eram apenas os africanos até então adquirido adquiridos, s, mas os que doravan te seriam seriam comprados. Ao tornarem a matéri matériaa — desde 1 8 3 5 — pauta pauta de campanha política, os agentes do Regresso conservador acenaram aos traficantes e cafeicultores que dariam sinal verde à retomada do infame comércio. A estratégia funcionou muito bem, pois, na segunda metade da década de 1830, enquanto desembarcavam nos portos do Centro-Sul do império im pério mai maiss de 1 5 0 .0 0 0 africanos ilegal ilegalment mentee escravi escravizados, zados, número que subi subiu u para 1 6 6 .0 0 0 na década seguinte, seguinte, os saquare saquaremas mas conseguiram impor integralmente sua agenda à política imperial.67 Vê-se, por conseguinte, que o avanço cafeeiro do Brasil dependeu de modo estrito de acordos po l ít i cos internos internos que dessem segurança institu cional aos que investia investiam m no ram o. Todos os escra escravos vos africanos africanos im porta po rta dos depois depois de de 1 8 3 1 eram formalmen form almen te livr livres es,, mas em mo mento men to algum algum o /E s ta d o bras br asile ileiro iro ques qu estio tiono nou u a posse po sse efet ef etiv ivaa dos do s faze fa zend ndeir eiros os.. A massa ma ssa de africanos ilegalmente escravizados só se tornou questão política depois de segunda segunda metade metade da década década de 1 8 6 0 , j á n o contexto de perda de legi no timidade social social e política da instituição institu ição.6 .688 Em meados, meados, do século X I X , os municípios cafeeiros do médio Vale do Paraíba encontrávam-se sufi cientemente cientemen te abastecidos de trabalhad trabalhadores ores cativos; de agora em diante, a reposição dessa força de trabalho, bem como a aquisição dos escravos necessários à expansão em novas frentes, como as de Cantagalo, no Rio de Janeiro Jan eiro,, a da zona da mata mineira e do oeste de São Paulo, Paulo, o co r reria basicamente basicamente por meio do tráfico interno, interno, que foi articulado eco ec o n ô mica e politicamente logo nos primeiros anos da década de 1850.tí9 36 7
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VOLUME 2
Com ampla oferta de terra e de trabalho, as fazendas do Vale se diferenciaram de suas equivalentes em outras partes do globo por suas dimensões espac espacia iais is e quantidade quantidade de mão m ão de obra o bra empregada. A historiogrâf!2. clássica veiculou a ideia de que 2 produção cafeeira do Brasi! no século século X I X advinha sobretudo de grand es unidades rurais, rurais, usualmente usualmente i f ' còm o emprego de uma centena ou mais de escravos.70 Pesquisas cuidadosas dadosas no campo da demografia demografia histórica posteriores à década de 1 9 8 0 \ procuraram rever essa imagem. Valendo-se de fontes até então pouco explorad exp lorad as, com o as list listas as nominativas nom inativas de habitantes e os registros de matrícula de escravos escravos elaborados elaborados após 1 8 7 1 , os investigador investigadores es apontaapo ntaram para p ara a existência de grande qu antidade de pequenos e médios proprietários prietários escrav escravist istas as envolvi envolvidos dos diretamen te na produ ção de café. café. A posse média de escravos, afirmam, estaria bem abaixo do número tra dicionalmente ánotado.71 A questão, no entanto , perm anece ane ce em aberto, ab erto, pois grande grande parte dos .. estudos demográficos disponíveis versa sobre os municípios cafeeiros ™ de São Paulo nas primeiras décadas do século XIX. Com exceção de Bananal e de Campinas, antes do quarto final do oitocentos nenhuma localidade paulista rivalizou em volume de produção e montante rela tivo e absoluto de escravos com os grandes municípios escravistas do Vale fluminense, isto é, Vassouras, Valença, Piraí, Barra Mansa, Paraíba do Sul e Cantagalo. Faltam pesquisas demográficas detalhadas a resp0*£c mUuici icipiOo iOoj porSiTi tsnioc dicpcjiç dic pcjiç«c «c «m trubulhc trubulhc r c r c e porm enorizado enor izado sobre Vassour Vassouras. as. Seu auto r, Ricard Ric ardoo Salles Salles,, indica que, se a propriedade escrava nesse município foi desde o início da cafeicul tura disseminada no tecido social, com um grande número de homens livres possuindo escravos, a concentração foi não obstante muito acen tuada. Os dados agregados para o período de 1821 e 1880 informam que os “megaproprietários,,, donos de mais de cem escravos e corres pondentes a 9% dos dos senhore senhores, s, possuír possuíram am 4 8 % da escravari escravariaa total; so mados aos que tinham de 50 a 99 escravos (“grandes proprietários”), equivalera equivaleram m a 21% 21 % dos senhores, donos de 70 7 0 % dos cativos. cativos. Salle Salless escla rece ainda que a acumulação de escravos nas' mãos desses grandes e 36 8
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megaproprietários ocorreu na fase de expansão das lavouras de café, isto isto é, é, de 18 3 6 a 1 8 5 0 , durant durantee a vig ên dá do tráfic tráficoo transatlânti transatlântico co ile ile gal e não após seu encerramento.72 Fm vista desses dados, pode-se afirmar que o grosso da produção de café de Vassouras era obtido era unidades com escravarias numerosas, conclusão passível de generalização para os demais municípios cafeei ros do médio Vale fluminense. Escravaria numerosa, entretanto, não significa necessariamente grande propriedade rural. Não raro houve fazend fazendas as com mais de cem escravos que con tavam co m menos de cem alqueires geométricos (480 hectares). Os trabalhos sobre a estrutura fundiária do Vale, aliás, documentam a presença substantiva de sítios e situações, unidades unidades com menos de 5 0 alqueires alqueires que que englobavam englobavam a m ai oria das posses rurais, afora uma miríade de agregados e pequenos posseiros posseiros que que dependiam dependiam de ac ord os co m os grandes senhores senhores para p ara sua permanência na terra, em relação eivada de tensões. O tamanho usual para as fazenda fazendass que que empregavam emp regavam mais de de cem escravos girava de cem a 300 alqueires, sendo poucas as propriedades com área superior a issoj seja como for, eram seus donos que controlavam a quase totalidade da superfície de seus municípios.73 A distribuição das propriedades rurais em uma espécie de colcha de retalhos, com mescla caótica de grandes fazendas, fazendolas, sítios e posses de agregados, ligava-se não só às particularidades da ocupação agrária agr ária da regido, especia especiall o papel que èssa èssa assimetria desem penhava penh ava no jogo político local baseado £m práticas de clientelismo,74 como tam bém às esperifici esperificidades dades da organização organiz ação do d o processo proc esso de trabalho e de produ pro du ção. Por um lado, a produção de café era plenamente viável em pequenas unidades unidades que que a combinavam co m o plantio de mantimentos'destinados à venda no mercado. Por outro lado, dadas as necessidades de controle espacial da escravaria,75 as grandes unidades em plena operação tinham um tamanho máximo que era ditado pelo tempo de deslocamento dos trabalhadores trabalhado res da quadra da da senzal senzalaa — sempre acoplada à casa de viven da e às instalações produtivas — ao eito. Nisso N isso reside reside o porquê de m ui tos dos megaproprietários de escravos, donos de centenas e por vezes 369
O BRASIL IMPERIAL
VOLUME 2
milhares de cativos, fundarem várias fazendas contíguas, cada qual com sua sede (senzalas, terreiros, engenhos, tulhas), em vez de as integrar em um único latifúndio. Fazendas com mais de 400 alqueires, afinal, exigi riam longas caminhadas da senzala aos cafezais, com o consequente dis pêndio desnecessário de tempo e de energia dos trabalhadores. A configuração interna das fazendas era igualmente a de uma paisa gem descontínua, algo determinado antes de tudo pela topografia dos mares de morros. Mas não apenas isso, pois as próprias estratégias de gestão gestão agrária adotadas adotadas conduziam conduziam a tal tal conform con form ação . O plantio plantio alinha alinha do vertical dos pés de café ocorria nos morros de meia laranja, em terre nos nos de de derrubada e que queima ima dc mata. mata. N o entanto, enta nto, não se alocava alocava o arbusto arbu sto em todos os outeiros. De acordo com a altitude em que se situava a fa zenda, as filei fileira rass eram dispostas dispostas ou nas faces dos m orro or ross que recebiam o sol da manhã (“noruegas”) ou nas que eram ensolaradas à tarde (“soa lheiras”). Durante o período de crescimento dos arbustos, cultivava-se milho e feijão entre as fileiras bastante espaçadas dos pés de café; baixios, várzeas e brejos, inadequados ao cafeeiro, eram cultivados com arroz e ^ cana. cana. Os arbustos arbustos ass assiim plantados plantados perman eciam p rodutivos por po r no m á ximo 25 anos, mas seus rendimentos eram perceptivelmente decrescen tes a partir pa rtir de de 15 anos. Para se manter man ter a produ pro dução ção em patamares estáveis, fazia-se necessário replantar constantemente pés de café em matas de derrubada, derrubad a, com co m vist vistas as à substituição substituição dos arb ustos velhos e improd utivos prestes a serem convertidos em pasto, roças de subsistência ou capoeiras.76 Na base desses esquemas de administração da paisagem, cujos dois pontos pon tos essencia essenciais is eram eram o cultivo cultivo em derrubadas derru badas e o plantio alinhado alinhado ver v er tical e bem espaçado dos pés, residia o propósito de otimizar o processo de trabalho. trabalho. A adoção da primeira primeira técn técnica ica permitia o rápido p reparo repa ro do terreno sem dispêndio excessivo de tempo de trabalho. A segunda ga rantia, pela visualização, o controle estrito do trabalho dos escravos. No amanho dos cafezais, os escravos, organizados em turmas (ou ternos, na linguagem oitocentista) sob o comando de um capataz, eram alocados cada qual em uma fileira de arbustos, com o objetivo de seguirem todos o mesmo ritmo de trabalho. Dado que o espaçamento entre as fileiras 37 0 i
O VA V A LE LE D O P A R A Í B A E S C R A V I S T A C A F O R M A Ç Ã O O O M E R C A D O M U N D I A L . .
era considerável (de 12 a 15 palmos, 2,64 a"3,3 metros), o capataz, na base do outeiro, poderia observar se a linha de cativos prosseguia t io mesmo passo ditado pelos trabalhadores das pontas. No período dê co lheita, a organização do trabalho era distinta, seguindo um sistema de tarefas atribuídas atribuídas individua individualment lmentee a cad a escravo do eito e variáveis variáveis co n forme o volume estimado da safra.77 cafeicultura escravista brasileira combinou assim as duas modali dades básicas de organização do processo de trabalho escravo presentes nas demais demais regiões de plantation plantation do Nov N ovoo Mundo Mu ndo,, as turmas sob comand com andoo unificado (gang (g ang sy s t em ) e o sistema de tarefas individualizado (task 5ysíew).7^Ta{ arranjo, ademais, permitiu aos senhores a imposição de assombrosa taxa de trabalho a seus cativos. Na cafeicultura de São Do mingo, a um escravo de eito eram atribuídos usualmente entre 1.000 e 1.500 pés de café, o mesmo que se imputava aos escravos jamaicanos. Em Cuba, estimava-se que um cativo de roça cultivaria em média 2.000 pés, núm nú m ero semelhante semelhan te ao do início início da cafeicultura no Val Valee do Paraíba, Paraíba, onde, ond e, no entan en tanto, to, pressupunha p ressupunha-se -se que os trabalhadores trabalhado res culti cultivar variam^ iam^ta tammbém seüs seüs próprios próp rios mantim m antimentos.7 entos.799 Registros posterior pos teriores es dão dã o con co n ta dp que se passou a exigir dos escravos com a progressiva especialização d^s fa zendas. Um livro de contas de Cantagalo consultado pelo diplomata Jo J o h a n n Ja k o n v o n Tschud Tsc hudii em 1 8 6 0 apo ap o n tav ta v a c e r c a de 3 . 8 0 0 pés p or .* escravo de roça . A tese tese que Reinhold Reinhold Teuscher Teuscher — médico de partido partido das das fazendas fazendas de Antonio Anton io Clemente Pinto Pinto (barão de Nova Friburgo), F riburgo), também também f f j o em Cantag Ca ntagalo alo — apresentou algu alguns ns anos ano s antes antes à Faculdade Faculdade de Medicina do Rio de Jan eiro veicula veiculava va número ainda maior: “5 a 6 :0 0 0 pés de de café” para cad a eâcravo eâcra vo de eito.S eito .S0^As consequências conseq uências do métod mé todoo agro a gronô nôm m ico que possibilitava tais taxas de exploração do trabalho eram a erosão, o esgotamen esgo tamento to do solo e o envelhecimento envelhecimento precoce dos pés, pés, o que, por sua sua vez, dem andava replanti replantios os periódicos em m atas virgens. virgens. Sob re-exploração dos trabalhadores trabalhado res e devastação ambiental ambiental eram faces da mesma moeda na dinâmica da cafeicultura escravista do Valé do Paraíba e na formação do mercado de massa da bebida^ De 1840 em diante, a única região produtora mundial que se mos trou capaz de competir com o Vale do Paraíba foi a possessão holandesa 371
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de Java, na Indonésia. Suas trajetórias, porém, foram bastante distintas: enquanto a produção brasileira verificou aumento constante, a de Java estacionou no patamar de 75.0001toneladas anuais. A discrepância mui to revela sobre a natureza do complexo cafeeiro escravista do Vale. Vi mos, na segunda parte do capítulo, que a economia de Java passou por sérias sérias atribu atribula laçõe çõess na virada do século século XV III par a o X IX . Os esforços de de reform a posteriores posteriores ao fim fim da da VO C levaram, na década de de 1 8 3 0 , à cons el se s el , ou trução tru ção de um um novo modelo de explo ração raçã o colonial, o K u l t u u r St el “sistema de cultivo”. Seu elaborador, Johanries Van den Bosch, avaliava que, em face da proximidade com os m ercado erca doss europeus e o baixo custo do trabalho proporcionado pela escravidão negra nas Américas, seria impossív impossível el a Java competir comp etir no m ercad o mundial mundial valendo-se valendo-se unicamente do empreg em pregoo de trabalho trabalho livre livre em grandes unidades pertencentes'a pertencen tes'a inves inves tidores privados. Em resposta ao problema, Van den Bosch propôs um esquema — logo implementado implementado pelo Estad o holandês holandês — no qual qual os cam cam poneses indonésios seriam compelidos a pagar seus tributos em espécie^ e não em dinheiro. Tratava-se de reconfiguração em novas bases de prá ticas pretéritas da VOC: sob o K u l t u u r St S t el s el el , o s camponeses deveriam deveriam alocar um quinto de suas terras para o granjeio de artigos determinados pelo governo, fornecendo-os a preços fixos aos armazéns oficiais sem ser supervisionados no processo de produção. O café tornou-se a espi nha dorsal dorsal do sist sistema ema e a princ principa ipall fonte de rendas para o Esta do co lon ial Os preços pagos aos camponeses não seguiam os valores do mercado mundial do café, o que resuitava resuitava em imensa transferên transferência cia de exceden tes pa ra os poderes coloni coloniais ais.. Os ganhos se ampliavam com as operaçõ ope rações es da Nederlandsche Hajidelmaatschappij, companhia semimonopolista que remetia o artigo para venda no mercado de Amsterdã.81 O “sistema “sistema de cultivo” cultivo” permitiu permitiu notável aumento aum ento da produ p rodu ção de café café de Jav a em relação ao século XV III, levando-a levand o-a a oferecer ofe recer parte p arte signi signifi fica ca** tiva do volume volume importado pela Europ Eu ropaa no século século X I X . O produto javan javanês ês,, entretanto entre tanto,, só poderia poderia crescer caso ocorresse o mesmo com co m sua população camponesa, mais preocupada com a combinação de atividades econômi cas que garantia garantiam m o provento de suas suas famíl família iass do que com co m a maximização m aximização da produção cafeeira, vista como imposição do Estado colonial.
O VALE DO PARAÍBA ESCRAVISTA Ç A FORMAÇÃO DO MERCA&O MUNDIAL.
O contraste con traste co m o império do d o B rasitjjão ras itjjão poderià ser ser mais mais compl complet eto. o. Em 1 8 8 3 , já já no con texto da crise crise do escravismo, escravismo, C. E vau vau Del Delden den Laéme Laéme,, agrônomo holandês com vasta experiência de terreno em Java, visitou as províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo para exami nar qual o segredo do volume da produção brasiieira. Após estada de seis seis meses, m eses, redigiu redigiu minucioso min ucioso rela tório tór io que ainda hoje é uma das das melho melho res fontes para o estudo da escravidão na cafeicultura brasileira. Após avaliar a quantidade de cativos empregados diretamente nas fainas do café ca fé,, Laèrn L aèrnee advertia ad vertia o leitor qu e prestasse aten ção “a esse essess cálc cálculo ulos, s, por mais que pareça neste país [Holanda] qué o plantio do café no Brasil requeira mais mãos do que efetivamente ocorre. No capítulo a respeito da ag rono m ia do café, vamos apre nder nd er com o é pos possí síve vel, l, com com tão pouc poucas as pessoas pessoas,, produzir produzir uma safra safra còm mais de seis seis mil milhõ hões es de de sac sacas as [3 6 0 .0 0 0 t]”.“ A respo re sposta sta ao enigma era simples. A fronteira fron teira aberta e a mobili mobilidad dadee pro porcionada pelo trabalho escravo, somadas, após a década de 1860, à construção da malha ferroviária e à adoção de maquipário avançado de beneficiamento que permitia poupar mão de obra e deslocar mais cati vos ao eito,8 eit o,833 tornaram torn aram a produ pro du ção brasileira brasileira altamente elástica elástica,, apta não só a responder, c élere, aos impulsos impulsos do m ercado mundi m undial, al, com o, sobre sobre tudo, a comandá-los.. ^ ( É aqui aqui que se encon enc ontra tra o ca rá ter radicalmente moderno da escr escravi avi-■d ão no Vale Vale do Paraíba')Co Pa raíba')Com m base nela, o Brasil Brasil tornou torn ou-se -se capaz de deter minar o preço mundial de um artigo indissociável do cotidiano das sociedades urbanas industriais, cujos ritmos de trabalho passaram a ser marcados pelo consumo da bebida. Nas fábricas, no comércio, nas re partiçõe par tiçõess públicas, públicas, nos hospitais, nas escolas ou em qualquer outro ou tro luga lugarr no qual a cadência fosse ditada pelo tempo do relógio, o estimulante tornou-se onipresente. Não por acaso, Brasil e Estados Unidos — o paradigma do novo n ovo m odo od o de vida vida industr industrial ial e do consumo consu mo de massa massa — foram as duas pontas principais da cadeia da mercadoria ao longo do século X I X , algo que que se se estreitou estreitou na centúria segui seguinte. nte. E, com o em vários vários outros momentos do capitalismo histórico, a formação de uma nova c o m m o d i t y f r o n t i er para o abastecimento das zonas centrais articulou 373
0 BRASIL IMPERIAL
VOLUME 2
de form a direta direta a degradação do trabalho e da natureza nas zonas peri féricas. A novidade do Vale do Paraíba, em relação às outras fronteiras que o haviam precedido, consistiu em sua escala, até então sem prece dentes. Seus fazendeiros não só promoveram um dos mais intensos flu xos de africanos escravizados para o Novo Mundo, parte do qual sob a marca da ilegalidade, como igualmente arrasaram, no espaço de apenas três gerações, uma das mais ricas coberturas florestais do mundo.^rodução em massa, consumo em massa, escravização em massa, destruição em massa: tais foram os signos da modernidade que conformaram a paisagem histórica do Vale do Paraíba^)
Notas 1. Apud Lilia Moritz Schwarcz, As barba b arbass d o imperador, D. Pedro Pedro II, um monarca mon arca nos trópicos, São Paulo, Cia. das Letras, 1998, p. 1792. Todos T odos os dados dados referentes referentes à produção mundia mundial^d l^dcc café citados neste capítulo — exceto quando fornecemos outra referência — foram retirados do cuidadoso apêndice preparado por Mario Samper e Radin Fernando para o livro editado C offee Economy por William Gervase Gervase Clarence-Smith Clarence -Smith e Steven Topik To pik,, The Global Coffee in Africa, Africa, Asi Asia, a, and Latin Latin America, America, IS 00-19 00 -1989 89,, Cambridge, Cambridge University Press, 2003, p. 411-462, Os dadòs referentes aos valores relativos das exporta ções brasileiras podem ser vistos em Virgílio Noya Pinto, “Balanço das transfor mações econôm econômica icass no século século X I X ”, in C. G. Mota, Brasil em perspectiva , São Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1968, p. 152; e Alice P. Canabrava, “A grande História econôm econ ômica: ica: estudos e perspectivas, perspectivas, Sáo lavoura (1971)” m História Sá o Paulo, Pa ulo, ABPHE ABPHE/ / Hucitec/Ed.Unesp, 2005, p. 166. 3. Cf. StevenTopik, “Th e Integration Integration of the World Coffee M arket”, in W G. Clarence- . Smith e S. Topik, op. cit., p. 21-49. histór ia 4. Ver, Ver, a propósito, propósito, os trabalhos trabalhos clássicos clássicos de Roberto Rob erto Simonsen, Simonsen , Aspectos da história econômica do café, São Paulo, Separata da Revista do Arquivo, Arquivo, 1940; Caio Prado Jr. Jr . (1 9 4 5 ), História econômica do Brasil , São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 159167; Stanley J. Stein (1957; trad, port.), Vassouras. Um município brasileiro do café, 1850-1900, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990; Celso Furtado (1959), Formação econômica econô mica do Bras Brasil, il, São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1974, p. 110116; Orlando Valverde (1965), “A fazenda de café escravocrata no Brasil” in Estudos de geografia agrária brasileira, Petrópolis, Petrópolis, Vozes, Vozes, 1 98 5; Emilia Viotti da da 374
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O VAie DO ÍARA É6A ESCRAVISTA E A FORM AÇÃ O 00 MERCA DO MUN DIAL.
Costa (1966), Da senzala à colônia, São Paulcv-Brasiliense, Paulcv-Brasiliense, 1 9 8 9 ; Alice P. P. Can abra va, “A grande lavou lav oura”, ra”, op. c/f. América portuguesa por tuguesa ao a o Bras Brasil. il. Estudos históricos, Lis 5 . Cf. Stuart B. Schwartz, Da América boa, Difel, 2003. 6- Cf. Joáo Luís Ribeiro Fragoso, Comerciantes, fazendeiros e formas de acumula ção em uma economia escravista-colonial: Rio de Janeiro, 1790^1888, tese de doutorado em História, Niterói, ICHF/UFF, 1990; João Luís Ribeiro Fragoso, Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830), Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1992; João Fragoso e com o projeto. Merca Mercado do atlântico, atlântico, sociedade agrár agrária ia Manolo Florentino, õ arcaísmo como
e elite mercantil em unta unta economi econo miaa colo co lonn ial ia l tardia. tardia. Rio Rio de Janeiro, Janeir o, c. 1700-c. 1840, ed. revista e ampliada, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2001. 7. Fragoso, Homens de grossa aventura, op. cit., p. 297. escrav idãoo rea re a 8. As críticas foram apresentadas sobretudo por Jacob Gorender, A escravidã bilitada, São Paulo, Ática, 1990, p. 81-83; Stuart B. Schwartz, “Somebodies and Nobodies in the Body Politic: Mentalities and'Social Structure Structuress in Colonial Colonia l Brazil”, Bra zil”, Latin American Research Review, v. 31, n° 1, p. 113-134,1996; Eduardo Mariutti, Luiz Nogueról e Mario Denieli Neto, “Mercado interno colonial e grau de auto nomia: crítica às propostas de João Luís Ribeiro Fragoso e Manolo Florentino”, Estudos Econômicos, v. 31, n° 2, p. 369-393, 2001. 9. Cf., por po r exemplo, exem plo, os ótimos trabalhos de Francisco Vidal Vidal Luna Luna e Herbert S. Klein, Evol ução da da, sociedad socie dadee e econom econo m ia escravista de São Paulo Paulo,, de 1750 a 1850, (ffkd. ' Evolução port.), São Paulo, Edusp, 2005, p. 81-106; e Steven Topik e Mario Samper, “The Latin American Coffee Commodity Chain: Brazil and Costa Rica”, in S. Topik, American Commodity Comm odity C. MarichaJ MarichaJ c 2 . Frank (orgs.), (orgs.), From Silver to Cocaine. Latin American Chains Chains and the Building Building o f the Worl Worldd Economy, Í500-2000, Í500 -2000, Durham, Duke University Press, 2006, p. 147-173. 10. Cf. Michel Tuchscherer, “Coffee in the Red Sea Area from the Sixteenth to the Nineteenth Century”, in Clarence-Smith e Topik (orgs.), The Global Coffee Economy, op. cit., cit., p. 50 -66. • 11. Cf. Louis-Philippe May (1930), Histoire économique de la Martinique (16351763), Fort-de-France, Société de Distribution et de Culture, 1972. 12. C f Doria Doria González Fernández, “Acerca del mercado cafetelero cubano durante la Revista ta de la Biblioteca Nacional José Jo sé Marti Marti,, n° 2, primeira mitad mitad del siglo siglo X I X ”, Revis 1989, p. 154; Michel-Rolph Trouillot, “Motion in the System: Coffee, Color, and Slavery in Eighteenth-Century Saint-Domingue”, Review, v. 5, n° 3, p. 331388, inverno de 1982, p. 337. , L e commer com merce ce 13. Cf. Trouillot, “Motion in the System”, op. cit.) Christian A. Girault ,L du café ca fé en Haiti: habitan habitants ts, spéculateurs et expòrtateurs, Paris, CNRS, 1981, p. 55. 14. 14 . À m elhor anális análisee recente da Revolução de São Domingo está no livro de Laurent th e N ew World. T he Story o f the Ha Haiti itian an Revo Re volu luti tion on , Dubois, Ävangers o f the Cambridge, Harvard University Press, 2004. 37 5
O B R A SI SI L I M P E R I A L — V O L U M E 2
15. Sobre as implicações políticas dessa reconfiguração, ver Michel-Rolph Trouillot, Haiti, Hait i, State again against st the Nation. The origins origins and an d legacy o f Duvalieri Duvalierism, sm, Nova York, Monthly Review Press, 1990, p. 36-82. 16. Cf. S. D. Smith, “Accounting for Taste: British Coffee Consumption in Historical Jou rnal al o f Interdisciplinary Interdiscipl inary History H istory,, v. 27 , 2, p. 18 3-2 14 , outono Perspective”, Journ de 1 996. 17. Cf. S. D. Smith, Sm ith, “Sugar’s Poor Relation: Relati on: Coffee Co ffee Planting in the British West Indies, Slavery and an d Abolition, v. 19, n° 3, p.* 68-89, dezembro de 1998, B. 1720-1833”, Slavery Ja m aica ai ca Surveyed. Plantati P lantation on Maps and an d Plans o f the th e Eighteen Eig hteenth th and a nd W. Higman, Jam bJineteenth Centuries , Kingston, University of the West Indies Press, 2001, p. 159-191. Cof fee Plant Planter er o f Sai Saint nt Domin Dom in 18. A edição em inglês foi publicada sob o título The Coffee go g o ; with an Appendix, containing a view o f the the Consti C onstituti tution, on, Government3Laws, Government3Laws, and State of that Colony, previous to the Year 1789, Londres, T. Cadell e W. Davies, 1798. A tradução para o português, a cargo de Antonio Carlos Ribeiro de Andrade, foi inserida na notável coleção dirigida por frei José Mariano da Con faz endeiro eiro do Brazil, t. III, Bebidas Alimentosas, parte II, O ceição Velloso, O fazend café, Lisboa, Lisboa, Officina de Thaddeo Thadde o Ferreira, 18 00. 00 . A primeira primeira edição em em castelhano, castelhano , vertida por Pablo Boioix, saiu em 1809, sendo reimpressa onze anos depois^ Cultiyo dei cafeto, o arbol que produce el café, y modo de beneficiar este fruto , Habana, Oficina de Arazoz Arazozaa y Soler, 1820. 18 20. Em 1870 18 70,, tratando tratando da da cafeicultura cafeicultura no Ceilão britânico, Guilherme Sabonadière considerava o manual de Laborie a faz endeiro eiro do café ca fé em C eylâ ey lâoo melhor peça já escrita sobre o assunto. Ver seu O fazend (2a ed. ingl., 1870), trad, port., Rio de Janeiro, Typographia do Diário do Rio de Jan Ja n eiro ei ro , 187 18 7 5 . 19. Sobre o consumo metropolitano, ver os artigos de S. D. Smith citados nas notas 16 e 17; sobre a questão ambiental, ver Kathleen E. A. Monteith, “Planting and rruucsjing on Jàrr.iic Jàrr.iicar. ar. C c ffc: ff c: Slavery”, in V. Shepherd (org.), Working Slavery} Pricing Freedom. Perspectives from the . Caribbean, África África and the Africa Africann Diaspora Diaspo ra, Kingston/Oxford, Ian Randle Publ./ Jam Ja m es Currey Publ., Publ ., 2 0 0 2 ; p. 1 1 2 -12 -1 2 9 . Westt Indian Slavery, Slavery, 1750 1 750-1 -183 834. 4. The Process Process o f Amelioration, Ameliora tion, 20. Cf. J. R. Ward, British Wes Nova York, Oxford University Press, 1988. Cf . Emilia Viotri da Costa, Coroas de glória, lágrimas de sangue. A rebelião dos 21. Cf. escravos de Demerara em 1823 {trad, port.), Sãò Paulo, Cia. das Letras, 1998, p. 62-86. 22. Sobre Java no século XVIIl, ver as rápidas notas de Robert Elson, Village Java under the Cultivation System, 1830-1870, Sydney, Asians Studies Association of Australia in association with Allen and Unwin, 1994, p. 24-25, e o estudo que o critica de W. W. G. Clarence-Smith, “ Th e impact of forced coffee cultivation on Java Ja va,, 1 8 0 5 - 1 9 1 7 ”, Indonesia Circle, n° 64, p. 241-264, 1994, p. 241-243. 376
O VA ALL E D O P A R A Í B A E S C R A V I S T A E A F O R M A Ç A O D O M E R C A D O M U N D I A L .
23. Cf. Gor.zález Fernández, “Acerca dei merca3p-cafete!ero cubano”, op. cit., p. 157. 1 th e Prism Prism o f Slavery. Labor, Labo r, Capital, and a nd 'World Economy, Econo my, 24. Cf. Dale D ale Tomich, Through the Boulder, CO, Rowman ÔC ÔC Littlefield Littlefield Publ-, 20 04 . 25 Vet, * respeito, os dados de Manuel Moreno Fraginals, O engenho: complexo socioeconòmico açucareiro cubano , rrad. port., São Paulo, Hucitec/lJnesp, 1989, v. III, p. 355; e Dauril Alden, “O período final do Brasil Colônia, 1750-1808”, in América Latina, v. II , América Latin Lat inaa Co Colo loni nial al , trad, L. Bethell (org.), História da América port., São Paulo, Edusp/Funag, 1999, p. 559. Cf . David R. Murray, Odious Comm C ommerce. erce. Brita Britain, in, Spai Spain, n, and the Abolition o f the 26. Cf. Cuban Slave Trade Trade, Cambridge, Cambridge Univcrsiry Press, 1980; Pablo Tornero Crescimento económ econ ómico ico y transformacicties transformacicties sociales sociales.. Esclavo Esclavos, s, hacendados Tmajero, Crescimento y contercuint contercuintes es en la Cuba C uba colonial colon ial (1760 (1 760-1840 -1840), ), Madri, M adri, Ministério M inistério del del Trabajo Trabajo y Seguri Seguridad dad Social, Social, 1996 19 96 , p. 4 4 -1 0 7 ; Sherry Johnson John son,, “The Rise and and Fall Fall o f Creole Creole Participat Participation ion in the the Cuban Slave Slave Trade, 1 7 8 9 -1 7 9 6 ”, Cuban Studies, n° 30, 1999, p. 52-75. 27. Cf. Tornero Tinajero, Crescimento económico y transformaciones sociales, op. cit., p. Colon lon ias para después de un impéri im périoo, Barcelo p. 35 8- 38 0; Josep M . Frade Fradera, ra, Co na, Edicions Beliaterra, 2005, p. 327-420. 28. Cf. Francisco Pérez de la Riva, El Café: Historia de su cultivo y explotación en Cuba, Havana, Jesus Montero, 1944, p. 50; Levi Marrero, Cuba: economia y sociedad, Madri, Ed. Playor, 1984, v. 11, p. 108; Alejandro García Alvarez, “El café y su retaçión con orros cultivos tropicales en Cuba colonial”, rrabalho apre sentado n o I Seminário de História do Café: História e Cultura Material, Museu Republicano Convenção de Iru, Museu Paulista/USP, novembro de 200629. Cf. Marrero, Cuba, op. cit., p. 114. 30. Sobre o café na América portuguesa setecentista, ver Affonso de E. Taunay, Sub sídios para a história do café no Brasil colonial, Rio de Janeiro, Departamento Nacional Nacional do do Café, Café, i y j j ; Sobre Sobre a* a* ícíor.Ttíc ícíor.Ttíc po rn b? !'"«. Andr Andréé Mansuy Mansuy-D -Din iniz iz Silva, “Portugal e Brasil: a reorganização do império, 1750-1808”, in L. Bethell' História da América América Latina,\. Latina ,\. I, América Améri ca Latin L atinaa col c olon onial ial,, trad, port., São (org.), História devass a da devassa. Paulo, Edusp/Funag, 1997, p. 488-498; Kenneth Maxwell, A devassa A Inconf Inc onfidê idência ncia Mineira — Brasil e Portugal, 1750-1 808^ tr i d . port-, Rio de Ja Cultivadores libres li bres Esta neiro, Paz e Terra, 1978, p. 21-53; Guillermo Palácios, Cultivadores
,
do y crisis de la esclavitud en Brasil en la época de la Revoluciôn Industrial, Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica, 1998, p. 112-156. 31. Sobre o volume da produção açucareira cubana, ver Moreno Fraginals, O enge nho, op. cit., v. III, p. 355; sobre a produção da América portuguesa, ver José Brasill no comércio com ércio colonial (1796-1808), São Pau Job Jo b son so n de Andrade Andrad e Arruda, A rruda, O Brasi lo, Ática, 1980, p. 360- A respeito do Engenho Pau Grande, há trabalho recente: Mariana de Aguiar Ferreira Muaze, O império ão retrato: família, riqueza e re3 7 7
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presentaç prese ntação ão social socia l no Brasil oitocen oito centist tistaa (1840(18 40-188 1889), 9), tese tese de de doutorado cm His His tória, Niterói, IFCH/UFF, 2006. 32. Sobre Minas Gerais, ver o primeiro capítulo de Laird Bergad, Escravidão e histó ria econôm ec onômica: ica: demografia de Mir Miria iass Gerais, Gerais, 1720-1888 1720 -1888 , trad. port., Bauru, Edusc, Evolução da sociedade sociedade e econ ec ono o 2004. A respeito de São Paulo, ver Lu na e Klein, Evolução mia escravista de São Paulo, op. cit., p. 41-53. As tropas da mo modera deração ção.. O abastecim abaste ciment entoo du cort co rtee na 33. Cf. Alcir Lenharo (1979), As form fo rmaç ação ão polític pol íticaa do Brasil Brasil,, 1808 18 08-18 -1842 42,, Rio de Janeiro, SMCTE/Prefeitura do Rio dc Ja n e iro ir o , 1 9 9 2 , p. 4 7 - 5 9 . cos tas negras negras.. Uma Uma história história do tráfico atlân at lânti ti 34. Cf. Manoío Garcia Florentino, Em costas co de escravos entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX), Rio de Jan Ja n eiro ei ro,, Arquivo Nacio Na cional nal,, 1 9 9 5 , p. 7 4 . socie dade e economia econo mia escrav escravist istaa de São Paulo Paulo , op. 35. Cf. Luna e Klein, Evolução da sociedade cit., p. 58-5936. Cf. Luna e Klein, op. cit., p. 87. 37. A«gu*te de Saint-Hilaíre, Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo (1822), trad. port., São Paulo/Belo Horizonte, Edusp/Itatiaia, 1974, p. 78, 100-101. econ omia ia da escravidã escra vidãoo nas fazendas de caf c afé: é: 185018 5038. Pedro Carvalho de Mello, A econom 1888, Rio de Janeiro, PNPE, 1982, v. 1, p. 12. an os de d e caf c afé é , Rio de Janeiro, 39. Cf. Edmar Edmar Bacha Bacha e Robert Greénhill, Greénhi ll, J 5 0 anos Jane iro, Marcelirto Marcelirto Martins & E. Johnstoo, 1992, p. 333-334. r eabilit ilitada ada,, op. cit., cit. , p. 8 2. 40. Cf. Gorender, A escravidão reab 41. Cf. Luna e Klein, Evolução da sociedade e economia escravista de São Ibulo, op. c i t p. 87. Comerciantes ntes,, fazendeiros e form as de acumulação, op. cit., cit., p. 506. 42. João Fragoso, Comercia Negros da terra. índios índio s e bandeirantes nas origens origens de 43 . Ver Ver John Manue Manuell Monteiro, M onteiro, Negros São foulo, Sáo Paulo, Cia. das Letras, 1994, p. 81-85, e Sheila de Castro Faria, colónia em movimento. Fortuna e família no cotidiano colonial, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1998, respectivamente. geogra fia do crime. Violência . 44. As palavras sáo de Carla Maria Junho Anastasia, A geografia nas Minas setecentistas, Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2005, p. 36. 45. Cf. Stein, Víusowras, op. cit., p. 31-34; Célia Maria Loureiro Muniz, Os donos da
terra. Um estudo estud o sobre a estrutura fundiáriá fund iáriá do d o Vale Vale do Paraíba Paraíba Fluminense, sécu sécu lo XIX , dissertação de mestrado, Niterói, ICHF/UFF, 1979, p. 51-53; Márcia Maria Menendes Motta, Nas fronteiras do poder. Conflito e direito à terra no Brasil do século XIX, Rio de Janeiro, Vício de Leitura/Aperj, 1998, p. 34-40. ferr o e fogo. A história histór ia e a devasta dev astação ção da Mata Atlântica 46. Cf. Warten Dean, A ferro brasileira, trad. port., São Paulo, Cia. das Letras, 1996, p. 234. 47. Cf. Saint-Hilaire, Segunda viagem, op. cit., p. 101; Pe. João Joaquim Ferreira de Aguiar, Pequena memória sobre a plantação, cultura e colheita do café , Rio de Jan Ja n eiro ei ro,, Imprensa Americana American a de I. R da Costa Co sta,, 1 8 3 6 , p. 11. 37 8
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a gricu cultor ltor brasileiro, Rafael de 48. Cf. Carlos Augusto Taunay (1839), Manual do agri Bivar Marquese (org.), 5io Paulo, Cia. das Letra*, 2001, p. 130. 49. Cf. Marrero, Cuba, op. cit., p. 110-111. Tropeirismo e escravidão: um estudo das tropas tropa s de 50. Cf. Rogério de Oliveira Ribas, Tropeirismo café ca fé das lavouras de Vasso assour uras as,, 1840-18 184 0-1888, 88, dissertação de mestrado em História, Curitiba, UFPR, 1989, p. 170-197; Herbert S. Klein^ “The Supply of Mules to Agricultur tural al History, Histo ry, v. 64, Central Brazil: The Sorocaba Market, 1825-1880”, Agricul n° 4, p. 1-25, 1990. 51. C f Topik, “The Integration of the World Coffee Market”, op . c i t p. 37-40. 52. Cf. Márcia Regina Berbel e Rafael de Bivar Marquese, “La esclavitud en las expcriencias consutucionales ibéricas, 1810-1824”, in Ivana Frasquet (org.), Bastiilas, cetros y blasones. La Independencia en Ibeioamérica, Madri, Fundación Mapfre/Instituto de Cujtura, 2006, p. 347-374. fé y su relac relación, ión, 53. Cf. Pérez deJaJrüva, El Café, op. cit., p. 141; García Alvarez, £/ ca féy op. cit., p. 10. 54. Apud Marrero, Cuba, op. cit., p. 112. 55. A citação é de Francisco de Paula Serrano, “Memória publicada por la Real Sociedad Patriótica sobre esta cuestión del programa: ‘Cuáles son las causas a que puede atribuirse la decadencia del del precio prec io dei café, ca fé, y si en las las actuales circunstancias de su abatimiento seria perjudicial empreender su cultivo, o prudente abandonarlo’”, programa publicado em Diário dei Gobiemo de la Habana ern 10 de abril dt 1829,' in Actas de ias Juntas Generates que celebro la Real Soc[edad Económica de Amigos dei Plaís de la Habana, en los dias 14, 15 y 16 de diciembre de 1829, Havana, Imprenta dei Gobierno, 1830, p. 7956. Cf González González Fernandez,'“Acerca dei mercado cafetelero cubano”, op- cit., p. 164. 57. Cf. Antonlo Santamaría García e Alejandro Garcia Alvarez, Economia y colonia. La economia cubana y la relación con Espana, 1765-1902 , Madri, CSIC, 2004, p. 129. 58. Entre 1820 e 185Ó, enquanto a produção de açúcai do Brásil triplicou, a de Cuba quintuplicou; nos 15 anos seguintes (1851-1865), contudo, a produção brasilei ra estacionou, ao passo que a cubana duplicou. Na última data, Cuba produzia cinco vezes mais açúcar do que o BrasiJ. Os dados são de Moreno Fraginals, O engenho, op. cit., v. III, p. 356-357, e das Estatísticas Estatísticas históricas do Brasil, Brasil, Rio de Jan Ja n eiro ei ro,, IBG IB G E, 1 9 8 7 , p. 3 4 2 . 59. Cf. González Fernández, “Acerca dei mercado cafetelero cubano”, op. cit., p. 163. Ec onomi micc Growth and an d the th e Ending o f the Trans Transatla atlantic ntic Slave Trade Trade, 60. Cf. David Dav id Hl ris, Econo Nova Yor York, k, Oxford O xford Univ Univer ersit sityy Pre Press ss,, 19 87 , p. 2 62 -263 -2 63 . VertamWm Laird Laird Ber Bergad, gad, Fe Iglcsias García c Maria del Carmen Barcia, The Cuban Slave Market, 17901880, Cambridge, Cambridge University Press, 1995, p. 150. 61. Sobre o tráfico para o Brasil, ver, além de Florentino, Em costas negras, op. cit.' viventes. s. Forma For mação ção do Brçis rçisilil no Atlântico Atlântico Luiz Fdipe Ae Alencastro, O trato dos vivente
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Sul, séculos XVI eXVII, São Paulo, Cia. das Letras, 2000. Para o tráfico cubano, Comércio clan clan além dos trabalhos citados na nora 26, ver José Luciano Franco, Comércio destino de esclavos , Havana, Editorial de Ciências Sociales, 1980. Sobre o trato de Moçambique no século XIX, ver Herbert S. Klein, O tráfico de escravos no Ailâmico-, rrau. pare.. Ribeirão PiciO, Fur>pcC Editora, 2004, p. 70-71. 62. A diplomacia do tráfico nas décadas de 1810 e 1820 pode ser acompanhada em ab o liçã li çãoo do com co m érci ér cioo brasile bra sileiro iro d e escravos escra vos . A GrãGr ãLeslie Betheíl (1970), A abo Bretanha, o Bras Brasilil e a questão questão do comércio de escravos, escravos, 1807-1869, trad, porr., Brasília, Senado Federal, 2002, p. 21-112. Sobre as discussões no Parlamento brasileiro a respeito do tratado de 1826, ver Jaime Rodrigues, O infame comér
cio. Propostas Propostas e experiência experiênciass no final do tráfico d e africanos para o Brasil Brasil (1800(18 001850), Campinas, Ed. Unicamp, 2000; e Tâmis Peixoto Parron, A pol p olíti ítica ca do tráfico negreiro no império do Brasil, 1826-1850, relatório final de iniciação cien tífica» tífica» São Paulo, DH/F DH/FFL FLCH CH/U /USP SP,, 2 0 0 6 , p. 18 -5 3 . ' cos tas negras, op. cit., p. 59. 63. Cf. Florentino, Em costas po lítica ica do 64. A ideia central desse e do próximo parágrafo foi retirada de Parron, A polít tráfico negreiro , op. cit., p. 53-115. Sobre o volume do tráfico ilegat para o Centro-Sul do Brasil entre 1831 e 1835, ver David Eltis, Stephen D. Behrendt, David Richardson e Herbert S. Klein, The Trans-Atlantic, Slave Trade: A Database on CD-ROM, Cambridge, Cambridge University Press, 19 99. ™ 65. Cf. Jeffrey D. Needell, “Party Formation and State-Making: The Conservative Party and the Reconstruction of the Brazilian State, 1831-1840”, Hispanio American Historica His toricall Review, v. 81, n° 2, p. 259-308, maio de 2001. Sete d 1Abril, 13 de julho de 1836 apud Alain el Youssef, Opinião pública e 66. O Sete escravidão: os periódicos do império do Brasil na década de 1830 , relatório final de iniciação científica, São Paulo, DH/FFLÇH/USP, 2007, p. 70. 67. Sobre o volume do tráfico ilegal, conferir Eltis et ai, The Trans-Atlantic Slave Trade, op. cit. Sobre a política dos saquaremas para a escravidão, ver, além de politic? c?,, do tráfico tráfi co v?gr v?gr?ir ?irO O, op , A«nirlo clássico de ílmar Rohloff Parrcr., .4 politi fo rmaç ação ão do Estad Es tadoo imperial imp erial , São Paulo, INL/ de Mattos, O tempo saquarema . A form Hucitec, 1987.. 68. Ver, a propósito, os capítulos “O direito de ser africano Livre. Os escravos e as interpretações da lei de 1831”, de Beatriz Galloti Mamigonian, e “Para além dos tribunais. Advogados e escravos no movimento abolicionista em São Paulo”, -de - Elciene Elcien e Azeved Azevedo, o, ambos ambos inseridos no livro editado por Silvia Silvia Hunold Lara e Josel Jo selii Maria Nunes Mendonça, Direitos e justiças no Brasil. Ensaios de história social ,
Campinas, Ed. Unicamp, 2006, p. 129-160,199-238, respectivamente. 69. Cf. Robert Conrad (1972), Os últimos anos da escravatura no Brasil , trad, port., port. , Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978, p. 63-87; Robert W Slenes, “The Brazilian Internal Slave Trade, 1850-1888. Regional Economies, Slave Experience, and the Politics Politics of o f a Peculiar Peculiar Market Mar ket”, ”, in Walter Johnson Johns on (org.), (org.), The Chattel Principle. Internal Intern al Slave Trade Tradess in the th e Americas, Americas, New Haven, Yale University Press, 2004. 380
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70. Ver as publicações arroladas na nota 4. 7 1 . A bibliografia biblio grafia sobre o assumo já é bastante numerosa. Para duas duas boas boas e atual atual iradas iradas recensões, cf. José Flávio Motta, Corpos escravos, vontades litres. Posse de cati vos e família escrava em Bananal (1801-1829), São Paulo, Annablume/Fapesp, 1999, p. 67-1 67 -1 OS, e P-cr.stc Leite Lei te Marc M arcon ondes des,, “Small and Medium Slaveholdings in the Coffee Economy of the Vale do Paraíba, Province of São Paulo”, Hispanic American Historical Review, Revie w, v. 85, n° 2, p. 259-281, maio de 2005. 72. Cf. Ricardo Salles, E o vale era o escravo. Vassouras, século XIX — Senhores e escravos no coração do império , Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 2008. 73 . A informação das das fazendas fazendas com c om grandes gran des escrava escrava rias, rias, porém inferiores a 100 alqueires, foi retirada de Ribas, Tropcmsmo e escravidão, op. cit ., p. 47. Sobre a composição fundiária do vale cafeeiro e suas tensões, ver os trabalhos de Muniz, Os donos da terra , op. cit.; Motta, Nas fronteiras do poder, op. cit.; Aldeei Silva sombra bra da d a fazen fa zenda. da. A pequ pe quen enaa propried pro priedade ade agrícola agrí cola na eco e cono nom m ia da da dos Santos, À som Vassouras oitocentista , dissertação de mestrado em Historiai Vassouras, PPH/USS, 199 19 9$; Nancy Priscilla Naro, A S lav la v e’s Place, Pla ce, a M ast aster’s er’s World. Fashion Fash ioning ing Dependency Depend ency in Rural Brazil, Londres, Continuum, 2000, p. 30-43. Para grandes fazendeiros e suas propriedades, temos à disposição três bons estudos de caso: Carlos Eugênio Marcondes de Moura (1976), O visconde de Guaratinguetá. Um fazen faz ende deir iroo de c a fé no Va Vale le do Paraíb Par aíbaa, São Paulo, Studio Nobel, 2002; Eduardo S i l Barões e escravidão. 7 rés gerações de fazendeiros e a crise da estrutura escravista, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1784; Hebe Maria Mattos de; Castro e Eduardo Schnoor (orgs.), Resgate. Uma janela para o Oitocentos, Rio de Janei ro, Topbooks, 1995. fron teirass do d o pod p oder er , op. cit.; Richard Graham, Clientelismo e po 74. Cf. M oita, Nas Nas fronteira lítica no Brasil do século XZX, trad, port., Rio de Janeiro, Ed. UFRJ, 1997. 75. C f Rafael Rafael de Bivar Marquese, “Moradia escrava na era do tráfico iíegaí: senzalas rurais no Brasil Brasil e em em Cuba no século X I X ”, Anais do Museu Paulista. História e Cultura Material, Nova Série, v. .13, n“ J., p. íbi-iSô, juinu/ucicmuio ele 2005. 76. Para uma boa visão das estratégias de gestão agrícola empregadas no Vale, ver Paraíba do Sul (1850-19 (185 0-1920). 20). Um Jo J o ã o Luis Rib R ibei eiro ro Frag Fr agos oso, o, Sistemas agrários em Paraíba estudo de relações não nã o capitalistas de produção, produ ção, dissert dissertação ação de mestrado em His tória, Rio de Janeiro, UFRJ, 1983. Ver também Stein, Vassouras, op. cit., p. 260265, e o relato contemporâneo de C. F. vaft Delden Laérne, Brazil and Java. Report on Coffee-Culture in America, Asia, and an d Africa, Londres/Haia, Londres/Haia, Martin Ma rtin us Nijhoff, 1885, p. 253-382. 77. Os manuais agrícolas mais importantes para a cafeicultura escravista do Vale do Paraíba, que expressavam as práticas efetivamente empregadas pelos fazendeiros, foram a Pequena memória do padre Aguiar, de 1836, e o famoso opúsculo de M emó ó Francisco Peixoto de Lacerda Werneck (barão do Paty Paty do do Alfer Alferes) es) (18 ( 18 47 ), Mem ria.sobre a fundação de uma fazenda na província do Rio de Janeiro, Eduardo 381
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Silva (org.), Rio de Janeiro/Brasília, Fundação Casa de Rui Barbosa/Senado Fede ral, 1985. Para análise da série completa dessas publicações, ver Rafael de Bivar Admini stração & Escravidão. Escravi dão. Ideia Id eiass sobr so bree a gest ge stão ão da agricultura Marquese, Administração escravista brasileira, São Paulo, Hucitec, 1999, p. 157-189. 78. Cf. Philip Morgan, “Task and Gang Systems. The Organization of Labor on New World Plantations”, P lantations”, in P. Innes (org.), Work and Labor in Early America, Chapel Hill, The University of North Carolina Press, 1988. 79. Sobre São Domingo, ver David P. Geggus, “Sugar and Coffee Cultivation in Saint Dominguc and the Shaping of the Slave Labor Force” in L Berlin e P. Morgan Cultivationn and an d Cultu Culture. re. Lab L abor or and the th e Shaping o f Slave Life in the Americ Americas, as, (org.), Cultivatio Charlottesville, University of Virginia Press, 1993, p. 77; para a Jamaica, Higman, Jam Ja m aica ai ca Surveyed Surveyed,, op. cit., p . 15915 9-19 19 1; sobre Cuba, Cuba, Tranquilino Tranquilino Sandal Sandalio io de Noa, Noa, “Memória publicada por la Real Sociedad Patriótica sobre esta cuestión del programa: ‘Cuales son las causas a que puede atribuirse Ia decadência del precio del café, y si enlas actuales circunstancias de su abatimiento seria perjudida) empreen der su cultivo, o prudente abandonarlo’”, programa publicado em Diário del Gobierno de la Habana em 10 dc abril de 1829, in Actas d e las Juntas Junta s Generate Generatess
que celebro la Real Sociedad Económica de Amigos dei País de la Habana, en los dias 14, 15 y 16 de diciembre diciembre de 1829, Havana, Imprenta dei Gobierno, 1830, p. 131-133. As informações para o Brasil das décadas de 1820 e 1830 estão na Pequena memória de padre Aguiar e nõ Manual do agricultor agricu ltor brasileiro, brasileiro , de Carlos Augusto Taunay, op. cit., p. 130. iagem m às províncias províncias do Rio de d e Janeir Jan eiroo e São S ão Paulo, Paulo, trad, 80. Cf. J. J. Tschudi (1866), Viage Algu port., São Paulo/Belo Horizonte, Edusp/Itatiaía, 1980, p- 41; R. Teuscher, Algu mas observações observaçõ es sobre a estatística estatística sanitária dos do s escravos em fazendas fazen das de café, caf é, tese apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Typ. Imp. e Const, de J. Villeneüve e Comp., 1853, p. 6; Pedro Carvalho de Melto, A economia da escravidão nas fazendas de café , op. cit., p. 17, trabalhando com documentos do Banco do Brasil produzidos entre 1867 e 1870, anotou de 2.976 a 4.955 pés de café por escravo, indicando que, quanto menor a propriedade, maior era a taxa de exploração. Villagee Java Ja va under the 81. Sobre o Kultuur Stelsel t a cafeicul tura javanesa, ver Elson, Villag Cultivation System, op. cit.-, Clarencé-Smith, “The impact of forced coffee Netherl ands India: India : A Study Study o f Plural cultivation on Java”, Op. cit.; J. S. Furnivall, Netherlands Economy, Cambridge, Cambridge University Press, 1944, p. 80-147; F. V. Baardewijk, The Cul Cul t i vat i on Syste System, m, Java 1834- 1880 1880,, Amsterdã, Royal Tropical Institute (KIT), 1993, p. 12-14. Brazil and Java Jav a , op. cit., p. 124. 82. Laerne, Brazil 83. Cf. William R. Summerhill, Order against progress. Government, foreign investme investment, nt, and railroads in in Braz Brazil, il, 185418 54-19 1913 13 , Stanford, Stanford University Press, 2003; Robert W. Slenes, “Grandeza ou decadência? O mercado de es382
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cravos cravos c a economi economiaa cafccira cafccira da da província província do do IÇ ad e Janeiro, 18 50 -1 8 8 8”, in I. dei Nero (org.), Brasil: história econômica e . demográfica, São Paulo, IPÊ/ USP, 1 9 8 6 ; Joã o Fragoso, Frago so, UA roça e as as propostas propos tas de modernizaçã mo dernizaçãoo na agricul tura flumi fluminens nensee do século século X IX : o caso do sistema agrário escravista-cxportador em Paraíba do Sul”, Revista Brasileira de História, v. 6, n° 12, p. 125-150, março/agosco de 1986.
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