Marisa Eugênia Melillo Meira e Mitsuko Aparecida Makino Antunes Organizadoras
PSICOLOGIA ESCOLAR: PRÁICAS CR!ICAS A"ORAS Adriana Marcondes Mac#ado Elenita de R$cio ana%ac#i Marisa Eugênia Melillo Meira Mitsuko Aparecida Makino Antunes &eruska Galdini 'anda Maria (un)ueira Aguiar Associação Unificada Pauiista de Ensino Roncvado Objeíjyo - ASSUPERO Data
*+ de &dunio N° de Ca!ada v"v S#$P Re%ist"ado &o"
!,"-./0 i'(-)*í+
f ,Casa do Psicólogo®
1 1 2334 Casa do Psic5logo Li6raria e Editora Ltda7 8 proi9ida a reprodu;o total ou parcial desta pu9lica;o< para )ual)uerfinalidai se% autoriza;o por escrito dos editores7 Ia edição
2003 Editores
Ingo Bemd Güntert e Silésia Delphino Produção Gráfica
Renata Vieira Nunes Capa
Willian Eduardo Nahme Revisão
eila !ar"o Editoração Eletrônica
Val#u$ria %loss Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (C!ara "rasileira do #ivro$ %P$ "rasil)
A Atua;o do Psic5logo co%o Epress;o do Pensa%ento Cr$tico e% Psicologia e Educa;o77777777777777777777777777777777777777777777777777777777777 E*enitade Rício4ana!aci 1a"isa Eu%2nia 1e*i**o 1ei"a
Os psic5logos tra9al#ando co% a escola: inter6en;o a ser6io do )uêQ77777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777H4 Ad"iana 1a"condes 1acado
Inter6en;o unto a proBessores da rede p9lica: potencializando a produ;o de no6os sentidos7777777777777777777777777777777777777777777777777777F +e"us3a5a*dini 6anda 1a"ia 7un8uei"a A%uia"
A Psicologia Escolar na i%ple%enta;o do Proeto Pol$ticoPedag5gico da Rede Municipal de Ensino de Guarul#os: construindo u% tra9al#o coleti6o7777777777777777777777777777777777777777773D 1itsu3o A&a"ecida 1a3ino Antunes e co*abo"ado"es
So9re os autores777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777772
»:.,
APRESE*ATUO A Psicologia da Educa;o constituiuse< no in$cio do sVculo< co%o u%a =rea de con#eci%entos )ue se propun#a a estudar )uestWes i%portantes )ue interessa6a% K educa;o escolar< e< s5 na dVcada de -3< tornouse u%a pr=tica proBissional< o )ue propiciou o surgi%ento do psic5logo escolar< cua Bun;o seria a de resol6er pro9le%as escolares7 Jesde ent;o< a educa;o te% se constitu$do no ca%po proBissional para u%a parcela consider=6el de psic5logos e< de acordo co% pes)uisa realizada pelo Consel#o Xederal de Psicologia e% 2< depois da cl$nica 04F<2Y e organizacional 02
MARIA E"GZ*IA MEI7ILLO MEIRA E MIS"/O APARECIJA MA/I*O A*"*ES
A an=lise do conunto das principais cr$ticas dirigidas K Psicologia Escolar parece indicar )ue ela aca9ou por se reduzir a u%a Psicologia do Escolar< desco%pro%etida e% rela;o Ks )uestWes *ur+i+(%entais da Educa;o e K necessidade de eBeti6a;o de u% proceQ[7 de de%ocratiza;o educacional7 Ao se distanciar desse o9eti6o< os psic5logos tê% %uitas 6e se li%itado a atuar e% dire;o a )uestWes secund=rias )ue< na %\ l#or das #ip5teses< s;o apenas algu%as %aniBestaWes de pro9leraa]escolares e sociais gra6es e co%pleos7 O processo de culpa9iliza;o do aluno< pela 6ia da patologiz dos pro9le%as escolares< te% se Bunda%entado ao longo de n #ist5ria e% 6ariadas a9ordagens te5ricas< )ue por diBerentes carrr n#os< epressa% a %es%a desconsidera;o pelas %ltiplas deterrcnaWes da educa;o7 Acredita%os serclara%ente Bunda%ental denncia dos #ist5rica co%pro%issos ideol5gicos da Psicologia )ue se epressa e%a uirtendência de se colocar a ser6io< das %aisEscolar diBerentes Bor%as< da conser6a;o tanto da estrutura tradicional da escola )u;o] da orde% social na )ual ela est= inserida7 O tra9al#o )ue ora apresenta%os constituise e% %ais u%a tentati6a na dire;o n;o apenas desta denncia< %as ainda da constru;o de no6as possi9ilidades de reBle;o cr$tica )ue possa% su9sidia: os psic5logos escolares de Bor%a )ue eles possa% contri9uir< de %aneira decisi6a< nos %ais diBerentes ca%pos de atua;o< para )ue sea% Ba6orecidos os processos de #u%aniza;o e reapropria;o d. capacidade de pensa%ento cr$tico dos indi6$duos7 Os autores< docentes e pes)uisadores do Jeparta%ento de Psicologia da "ni6ersidade Estadual Paulista 0"*ESPauru< do Instituto de Psicologia da "ni6ersidade de S;o Paulo 0"SP e da Xaculdade de Psicologia e do Progra%a de Estudos P5sgraduados e% Psicologia da Educa;o da PontiB$cia "ni6ersidade Cat5lica 0P"CSP< 9usca% e6idenciar e colocar e% discuss;o algu%as epressWes poss$6eis de u%a pr=tica 9aseada nu%a concep;o cr$tica de Psicologia Escolar< Bundada e% u% no6o co%pro%isso social da Psicologia7
APRESE*ATUO
O tra9al#o de Marisa Eugênia Melillo Meira e Elenita de R$cio< :as da "nespauru< aponta algu%as possi9ilidades de inter6en+,(,++ )ue se constitue% e% epressWes concretas do pensa%ento cr$: = constru$do e% Psicologia e Educa;o e indica% ca%in#os : ^r= )ue os psic5logos escolares possa% audar a escola a cu%prir ^7_ Bun;o social de socializa;o do con#eci%ento #istorica%ente ? %ulado e contri9uir para a Bor%a;o Vtica e pol$tica dos sueitos7 Essas reBleWes 9usca% situar o psic5logo escolar co%o %ediador (+- processo de ela9ora;o das condiWes necess=rias para a transror%a;o das de%andas de )ueia escolar e da)uelas pro6enientes ias instituiWes de ensino< discutindo o reBerencial te5ricoBilos5Bico e %etodol5gico )ue e%9asa o tra9al#o desen6ol6ido e% disciplinas te5ricas< na super6is;o de est=gios e e% in%eros proetos de etens;o7 O teto ainda apresenta a siste%=tica de tra9al#o e as estratVgias na inter6en;o e% casos de crianas enca%in#adas atendi%ento e% Bun;o de utilizadas )ueias escolares e era proetos desen6ol6idos e% instituiWespara de ensino7 'anda Maria (un)ueira Aguiar e &eruska Galdini< da P"CSP< enBoca% a inter6en;o unto a proBessores da rede p9lica de ensino< analisando u%a eperiência realizada e% S;o Paulo7 Jestaca os pressupostos te5rico%etodol5gicos e as etapas do tra9al#o< e6idenciando )ue a Psicologia s5cio#ist5rica pode contri9uir para a produ;o de no6os sentidos ao tra9al#o docente< = )ue possi9ilita )ue os sueitos se aproprie% e articule% a di%ens;o #ist5rica< social e institucional_ a di%ens;o su9eti6a de sua eistência 0ou sea< as deter%inaWes )ue os constitue% e as caracter$sticas espec$Bicas da realidade do proBessor7 Esse V o %o6i%ento de potencializa;o para )ue o proBessor construa u% proeto proBissional criati6o7 O teto de Adriana Marcondes Mac#ado< do Instituto de Psicologia da "ni6ersidade de S;o Paulo 0IP"SP< analisa a inter6en;o do psic5logo unto K escola< 9uscando destacar co%o os sa9eres da psicologia pode% estar a ser6io de u%a %el#or )ualidade de ensino e aprendizage%7 Para a autora< Bocar essas pol$ticas e essas pr=ticas i%plica 9uscar%os o Bunciona%ento das %es%as na singularidade de
O
MARIA E"GZ*IA MELILLO MEIRA E MIS"/O APARECIJA MA/I*O A*"*ES
cada #ist5ria escolar< de cada aluno )ue Bracassa< de cada )uer apresentada por u% proBessor7 ratase de co%preender o %o6 %ento de u% ca%po de Boras no )ual de6e%os nos colocar a ser6` o do Bortaleci%ento da aprendizage% e da per%anência da cri_ na escola7 "% outro tra9al#o< organizado por Mitsuko Aparecida Ma Antunes< docente da P"CSP e assessora da Secretaria Munici de Educa;o de Guarul#os>SP< Boi escrito< e% 6erdade< por %ui proBissionais desta secretaria< )ue Bizera% u% esBoro coleti6o socializar sua pr=tica7 Co% a Binalidade de apresentar as possi9ili des de atua;o da Psicologia Escolar na educa;o p9lica< esse tes to descre6e as aWes )ue tê% sido i%ple%entadas no %9ito da ca;o inBantil< Bunda%ental< inclusi6a de o6ens e adultos< e% )ue Psicologia V u% dos Bunda%entos para a pr=tica educacional e psic5logo participa coleti6a%ente do processo de constru;o e , planta;o de u% proeto pol$ticopedag5gico< cua V Bun %ental%ente calcada nu%a de concep;o cr$tica< #u%anizadora transBor%adora daBinalidade realidade escolar e social7 A pala6rac#a6e tra9al#o V `coleti6idade`: propWe u%a a;o coleti6a para a transB %a;o da escola_ crê )ue isso s5 ocorrer= co%o produto da a;o coleti6idade escolar e Boi escrito coleti6a%ente7 Considera%os )ue estes tra9al#os oBerece% contri9uiWes constru;o de perspecti6as te5rico pr=ticas )ue se constitua% ele%entos norteadores Bunda%entais< e%9ora n;o suBicientes< para ado;o de u% co%pro%isso social co% a cidadania< a ser concr zado e% propostas de atua;o orientadas por Binalidad transBor%adoras7 !arisa Eug.nia !elillo /$ei !itsuo /pare"ida !aino /nt S1o &aulo setemro de 2
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O CR!ICO EM PSICOLOGIA E EJ"CATUO Elenita de Ri"io 4anama"hi !arisa Eug.nia !elillo !eira
O o9eti6o deste teto V o de apontar algu%as possi9ilidades de inter6en;o concreta%ente = ela9oradas pelas autoras e )ue se constitue% e% epressWes do pensa%ento cr$tico = constru$do e% Psicologia e Educa;o7 A Psicologia Escolar V a)ui entendida: 5omo 6rea de estudo da &si"ologia e de atua71o8 *orma71o pro*issional do psi"9logo #ue tem no "onte:to edu"a"ional ; es"olar ou e:tra(es"olar mas a ele rela"ionado ( o *o"o de sua aten71o e na rees &edagogia ete9ri"o(pr6ti"as pela =iloso*ia da a possiilidade de "ontriuir para a supera71o das #ueEdu"a71o ainda se "olo"am nas rela7>es entre a &si"ologia ea Edu"a71o ?4anama"hi 2002 p+ @A+ Jesta Bor%a< o )ue deBine u% psic5logo escolar n;o V o seu local de tra9al#o< %as o seu co%pro%isso te5rico e pr=tico co% as )uestWes da escola7 JeBende%os )ue: C melhor lugar para o psi"9logo es"olar é o lugar poss$
2
ELE*A JE R!CIO A*AMACI E MAIS A E"GE*IA MELILLO MEIRA
#ue ele se "olo#ue dentro da edu"a71o e assuma um+ "ompromisso te9ri"o e pr6ti"o "om as #uest>es da es Ia 6 #ue independente do espa7o pro*issional #ue poisa estar o"upando ela dees para as #uais de
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777
4
a%pla do )ue esta%os considerando co%o atua;o do psic5logo escolar e% u%a perspecti6a cr$tica< enBoca%os< principal%ente na segunda parte< u% ee%plo de enca%in#a%ento de a;o unto K de%anda de )ueia escolar e< na terceira parte< a %etodologia e a siste%=tica e%pregada no tra9al#o e% instituiWes de ensino7 Os Bunda%entos te5rieoBilos5Bicos s;o reto%ados e% a%9as7
7 PRI*CIPAIS "ESfES EbRICOPRÁICAS JA PSICOLOGIA *A EJ"CATUO Para apresentar as principais )uestWes te5ricopr=ticas da Psicologia na Educa;o< inicia%os co% a an=lise das eplicaWes tradicionais so9re o Bracasso escolar< considerando tanto a realidade educacional 9rasileira )uanto a #ist5ria da Psicologia e% rela;o ao %o6i%ento de constitui;o da sociedade< da Educa;o e da pr5pria Psicologia co%o ciência7 .nálise cr&tica das abordagens tradicionais e! Psicologia Escolar
Jados o9tidos por pes)uisas realizadas so9re o processo de escolariza;o no rasil re6ela% ausência de escola para todos< e6as;o ou per%anência se% nada aprender 0epuls;o>eclus;o< $ndices altos de analBa9etis%o< %ostrando )ue a i%possi9ilidade de constitui;o da condi;o #u%ana pela 6ia da educa;o Bor%al V ainda u%a realidade e% nosso Pa$s7 Situando a #ist5ria da Psicologia e% rela;o ao %o6i%ento de constitui;o da sociedade< da Educa;o e da pr5pria Psicologia co%o ciência< Maria elena Patto 03 apontanos co%o a Psicologia te% contri9u$do para ustiBicar essa realidade educacional7
IGE 0233< Ota6iano elene 0F e Alceu Xerrar o 07
-
ELE*IA JE R!CIO A*AMACI E MA!"SA E"GZ*IA MELELLO MEI/A
A autora reportase ao sVculo I para assinalar o %o )ual a contradi;o 6i6ida pela 9urguesia atinge o apogeu< i candose o a9is%o entre a acu%ula;o de ri)uezas e as con)uistas do proletariado )ue< segregado pela 9urguesia< : %ais seu aliado7 uscar ustiBicar tal a9is%o V ta%9V% u%a das ciências #u%anas )ue nasce% e se oBicializa% nesse per ConBor%e Patto 03< p7 F< a 9urguesia traduz as re# Wes das %assas e% ter%os assi%il=6eis pela orde% social e76 co% o au$lio das ciências7 Esse V o ca%in#o %ais eBicaz para tir u%a participa;o pol$tica< se% )ue tais rei6indicaWes se a%eaas incontrol=6eis7 Jesse %odo< a Psicologia< para eplicar os austes da social capitalista e% Bun;o das eigências dos no6os %o%en t5ricos de sua reco%posi;o< te% transitado entre teorias e gens )ue nada %ais s;o do )ue recursos da Psicologia co%o c para a reordena;o do status #uo da pr5pria sociedade< da Xila autora da Sociologia777 Pode%os concluir co% )ue< tendo surgido nesse do< a Psicologia %antV%se atV o %o%ento presente< #e nica%ente< reproduzindo essa condi;o< conBor%e o )uadro a [per%ite 6isualizar27 E%9ora recon#ecendo a Bor%a etre%a%ente si%pliBicada apresenta;o dos dados contidos no )uadro4< V poss$6el ideni )ue a #eterogeneidade por ele re6elada V apenas aparente7 Co ra%os ser esta a epress;o do pensa%ento de Patto 03< ) aBir%a )ue e%9ora por ca%in#os te5rico pr=ticos diBerentes< a 2
O )uadro 9usca siste%atizar< ainda )ue de %odo 9astante es)ue%=tico< algut] aspectos )ue caracteriza%< principal%ente< as relaWes entre o %o6i%ento pol$tico< a concep;o te5rica e a a9ordage% presente e% cada u% dos %o%ent: %o6i%ento< os procedi%entos< os trata%entos< os ter%os de reBerência e onch situada a srce% do pro9le%a e% cada caso7 E%9ora si%pliBicado e inacr preBeri%os o )uadro por)ue nos per%ite %el#or 6isualizar o desen6ol6i%er:_ Psicologia na Educa;o< e% rela;o co% o conteto de nossa sociedade7 4 Os dados contidos no )uadro Bora% o9tidos por %eio da leitura de tetos de *$ elena Souza Patto 03< *eton Juarte 0H e troca de idVias entre as autos Marilene Proenca7
I A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777
D
cologia e% suas relaWes co% a Educa;o te% sido conduzida por Binalidades se%el#antes7 ReBerenda o status #uo da Educa;o e da pr5pria Psicologia co%o ciência< por %eio da ênBase e% aspectos particulares dos indi6$duos< das Ba%$lias ou do %eio sociocultural )ue caracteriza% a %aioria de suas eplicaWes7 *este caso< a nica pergunta poss$6el ao psic5logo reBerese a `por)ue os indi6$duos n;o aprende%`< apontando para u%a ausência de co%pro%isso da Psicologia co% a condi;o %ultideter%inada das circunstncias nas )uais os indi6$duos se #u%aniza%7 -end/ncias atuais do pensa!ento cr&tico e! Psicologia Escolar
A 6is;o tradicional e #ege%nica da Psicologia na Educa;o aci%a apresentada< passou a ser siste%atica%ente denunciada da dVcada de 3< %o%ento no )ualescolar7 se consolida u%a postura cr$tica no e%rasil< rela;oa Kpartir identidade e K Bun;o social do psic5logo endo co%o u%a das principais reBerências o teto de Maria elena Patto 0-< o %o6i%ento de cr$tica pautase< nesse %o%ento< pela constata;o e denncia dos pressupostos te5rico pr=ticos da Psicologia e da Educa;o e pelo diagn5stico e an=lise cr$tica da #ist5ria da Psicologia na Educa;o< enBatizando concepWes progressistas e o tra9al#o coleti6o< entre outros7 A dVcada de 3- assinala u% per$odo pri6ilegiado desse %o6i%ento< %arcado pela tentati6a de descre6er< eplicitar< construir> propor respostas )ue traduze% e% aWes as tendências apontadas na dVcada anterior7 *a atualidade< 6eriBica%os )ue< apesar de persistire% as tendências = assinaladas< tê% ocorrido 6=rias tentati6as de retorno Ks -
Para u%a an=lise das tendências atuais do pensa%ento cr$tico e% Psicologia Escolar< podese consultar tetos das autoras< pu9licados no ano de 2333 no li6ro &si"ologia e Edu"a71o) desa*ios te9ri"o(pr6ti"os organizado e% conunto co% as proBessoras Marilene Proena e Marisa Roc#a7
ELEI A JE R$cio A* AMACI E MARIS A E"GZ*IA MELILLO MEIRA
concepWes tradicionais< )ue aca9a% sendo incorporadas ao d` so das concepWes deBendidas pelo %o6i%ento de cr$tica< co%o Q o caso por ee%plo das aproi%aWes entre as teorias de Piage &igotski< estudadas por Juarte 0H< 23337 Assi% co%preendidas< essas tendências atuais do pensa e% Psicologia e Educa;o< pode% reaBir%ar< neste in$cio de sVc %o6i%ento de reco%posi;o das ustiBicati6as da ciência psicol5< e pedag5gica para a %anuten;o da realidade educacional no teto da sociedade %ais a%pla< )uadro se%el#ante ao = denunc por Patto 0-7 Jeiando de se posicionar diante das di%ensWes ontol5gi episte%ol5gica e l5gica do con#eci%ento< o retorno Ks eplicaê tradicionais< enco9erto por %eio de u%a no6a linguage%< prepara cen=rio ideol5gico prop$cio Ks %udanas para adaptar o = eiste ao no6o %o%ento #ist5rico social< se% )ue sea )ue_` nar as Binalidades da organiza;o social< da produ;o do con# %ento e dosnecess=rio pr5prios indi6$duos7 *este conteto< a tese a)ui deBendida reBerese ao ro%pinr co% estas tendências< tanto por %eio da eplicita;o de Bunda% tos te5ricoBilos5Bicos e %etodol5gicos )ue per%ita% discutir Bin dades #ist5ricosociais concretas< )uanto pela ênBase e% reBeren ainda pouco eplorado co%o alternati6o K supera;o dos con# %entos ela9orados pela Psicologia e% rela;o K Educa;o7 4!a concep;o cr&tica de Psicologia Escolar o%a%os co%o reBerência te5ricoBilos5Bica e %etodol5gica< o conunto de ela9oraWes da Psicologia< eBeti6ados a partir do Materialis%o ist5rico JialVtico< enBocando as categorias )ue tê% i%plicaWes i%ediatas para a co%preens;o do processo de #u%aniza;c dos indi6$duos no conteto socio#ist5rico atual7 *o n$6el da an=lise so9re o #o%e% e% geral desen6ol6ida por Mar< destaca%os o tra9al#o co%o ati6idade 6ital por %eio do )ual o
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777
#o%e% se relaciona co% a natureza e co% os outros #o%ens< criando as condiWes para a produ;o e reprodu;o da #u%anidade_ o car=ter %aterial e #ist5rico do desen6ol6i%ento #u%ano )ue per%ite co%preender as relaWes de produ;o co%o deter%inantes da Bor%a e do contedo das relaWes entre os #o%ens e< Binal%ente< a l5gica dialVtica< cuas categorias centrais contradi;o< totalidade< particularidade777< 6ia9iliza% o con#eci%ento e a interpreta;o da realidade< considerando a srce% %ultideter%inada e contradit5ria dos Ben%enos< apreendendoos e% sua din%ica #orizontal 0sua #ist5ria de desen6ol6i%ento e 6ertical 0articula;o entre aparência e essência7 Co%o a concep;o Materialista ist5rico JialVtica Boi gestada 6isando K an=lise cr$tica da sociedade capitalista< ela a6eicula< para alV% de u% 6is;o de u%a #o%e% e de sociedade< concep;o Vtica7 I%plica responsa9ilidade se construir no6a orde% social< u%a capaz de assegurar a todos os #o%ens u% presente e u% Buturo dignos7 Eige co%pro%isso pessoal e co% a constru;o de u% con#eci%ento cient$Bico capaz de contri9uir para )ue o #o%e% se o9eti6e de Bor%a social e consciente< tornandose< cada 6ez %ais< li6re e uni6ersal7 A Binalidade epl$cita V o co%pro%isso Vticopol$tico co% a e%ancipa;o #u%ana< estando< portanto< presentes as di%ensWes ontol5gica Bor%a;o do ser dentro de deter%inadas circunstncias socio#ist5ricas< episte%ol5gica co%o se con#ece esse processo e a di%ens;o l5gica l5gica inerente a essa peculiaridade e )ue precisa ser apropriada7 *esse sentido< concorda%os )ue a concep;o cient$Bica so9re o #o%e% e% geral< na 6is;o de Mar< pode dar sustenta;o aos estudos so9re a indi6idualidade>su9eti6idade< u%a tareBa para a Psicologia< assu%ida por Sj6e 0F< &igotski 0H< Leontie6 0F< entre outros7 *o n$6el da Bor%a;o da indi6idualidade< enBoca%os os Bunda%entos da concep;o #ist5rico social do ser #u%ano< tal co%o propWe Leontie6 0F< no teto `O #o%e% e a cultura`7 Ao eplicitar o %o%ento de constitui;o da natureza social do #o%e%< o autor
23
ELE* A JE R!CIO A*AMACI E MAEIS A E"GZ*IA MELLLO MEIRA
eplica co%o se d= o processo de apropria;o das o9eti6aWes %anogenVricas )ue per%ite a o9eti6a;o do indi6$duo< o lugar co%unica;o e da educa;o 0e% geral e escolar nesse proces se% deiar de considerar )ue tudo isso ocorre e% u%a deter%in circunstncia< no caso< a sociedade capitalista )ue te% a aliena< co%o u%a de suas %arcas7 Co%o n;o #= unidade no reBerido p cesso de apropria;o< por)ue esta Bor%a de organiza;o social caracterizada por diBerenas nas condiWes de 6ida 0Bruto da degualdade econ%ica< de classe e de rela;o co% as a)uisic socio#ist5ricas< a constitui;o da indi6idualidade est= condicion K supera;o do processo de aliena;o7 ` Jiscutindo a aliena;o econ%ica e cultural< o autor aponta e %entos progressistas e reacion=rios da cultura intelectual< ou sea7 ele%entos )ue ser6e% ao desen6ol6i%ento da #u%anidade e a)ue )ue ser6e% ao interesse das classes no poder7 Eplicita< Binal%en a ruptura entre as gigantescas possi9ilidades desen6ol6idas pelo nero #u%ano e a po9reza e estreiteza )ue ca9e aos #o%ens indi6i al%ente co%o a contradi;o )ue caracteriza a sociedade capitali JeBende )ue essa situa;o n;o V eterna por)ue n;o o s;o as re Wes socioecon%icas )ue l#es d;o srce%< colocando a supera dessa realidade co%o u%a possi9ilidade no conteto atual7 Conclu$%os< a partir da an=lise do autor< )ue a supera;o aliena;o s5 se constitui u%a possi9ilidade )uando a co%preen %os por contradi;o 0por)ue o )ue os indi6$duos precisa% para d se li9ertar est= no %es%o conteto )ue a pro6oca< )uando consi ra%os a #istoricidade dos Batos #u%anos e )uando pode%os ent der para transBor%ar as circunstncias7 AlV% disso< V preciso con derar tanto u% processo de educa;o para per%itir a #u%aniza< 0)ue i%plica co%pro%isso co% a supera;o da aliena;o< )u u%a concep;o de Psicologia )ue possa dar sustenta;o< no )ue ela co%pete co%o ciência< a esse processo de educa;o7 E% rela;o K Educa;o< encontra%os na Concep;o ist5ri cr$tica de Sa6iani 02333 a eplicita;o de Binalidades transBor%ado para a Educa;o e para a Psicologia7
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777 2
Ao discutir as Binalidades da educa;o escolar< destaca o car=ter conser6ador e ao %es%o te%po contradit5rio do proeto 9urguês de escola< pensando por contradi;o tanto as relaWes da escola co% a sociedade< )uanto a Bun;o da escola e os te%as relati6os ao processo educati6o 0contedos< %Vtodos< rela;o proBessor>aluno7 o%a o processo de de%ocratiza;o da educa;o no sentido Bor%al e su9stancial< deBendendo a garantia de acesso e per%anência na escola< co%o u%a condi;o de #u%aniza;o no sentido da `onilateralidade` D7 O autor per%ite apresentar< co%o ele%entos )ue garanta% a transBor%a;o da escola e% instru%ento de e%ancipa;o: a natureza e a especiBicidade do tra9al#o da escola< enBatizando a sele;o e organiza;o dos contedos 9ase=no sa9er uni6ersal 0cl=ssico>erudito< o %o6i%ento de continuidade 0co% a)uilo )ue co% o aluno sa9e e ruptura 0)uando o proBessor apresenta< introduz no6os con#eci%entos e a discuss;o so9re as pr=ticas di=rias 0o )ue> co%o>para )ue Bazer< a Bi% de garantir a transBor%a;o a partir da educa;o escolar_ a co%petência tVcnicopedag5gica do proBessor para selecionar os contedos e os procedi%entos de ensino e o co%pro%isso pol$tico co% os pressupostos e as Binalidades de e%ancipa;o_ o lugar do proBessor co%o coordenador da a;o educati6a e o tra9al#o coleti6o_ a co%preens;o da escola co%o u% local< ao %es%o te%po< conser6ador e re6olucion=rio )ue diBunde a cultura< )ue V ao %es%o te%po Bict$cia e 6erdadeira7 As pr=ticas pedag5gicas i%prescind$6eis a u%a educa;o escolar e%ancipat5ria< enBocadas por Girou 0H< acrescenta% aspectos i%portantes a respeito da natureza ati6a da participa;o dos alunos e dos proBessores no espao da educa;o escolar7 Propondo o proBessor co%o %ediador entre os alunos e o con#eci%ento e o con#eci%ento co%o %edia;o entre os )ue aprende%< o autor anuncia )ue as relaWes e% sala de aula de6e% garantir a aprendizage% D
Para aproBundar essa discuss;o< ler Manacorda 07
22
ELE*A JE R!CIO A*AMACI E MARISA E"GZ*IA MELILLO MEIRA
do pensa%ento cr$tico7 ProBessores e alunos de6e% ir alV% do oc$nio Brag%entado< 9uscando a srce% do con#eci%ento para : %itir a autoria dos pr5prios atos7 Je6e% aprender por)ue certos lores s;o i%prescind$6eis K 6ida #u%ana< indignandose diante Boras contrarias K )ualidade da eistência #u%ana< despei pai;o e oti%is%o e% rela;o Ks possi9ilidades de u% %undo l#or7 ConBor%e Suc#odolski 0-< o processo de Bor%a;o gera7 espec$Bica dos indi6$duos de6e le6=los aresponsa9izarse pela Bor%a;o da realidade socio#ist5rica atual7 Ainda discutindo o espao espec$Bico e poss$6el nas circ tncias atuais da escola no processo de transBor%a;o da so , de< Pucci 0D sinaliza na dire;o da constru;o de u%a co%pro%etida co% a transBor%a;o #u%ana e social< destacan a educa;o das consciências< para )ue os indi6$duos posm to%ar distncia do %aterial a ser interpretado< %es%o te apreendendo no #iato presente e u% Buturo radical% diBerentes< as ao contradiWes a sere% superadas porentre a;ou% indi6id, e social_ a necessidade de ro%per co% a autoconBiana e a autos_ Bac;o do senso co%u% para resistir>superar o estado esta9ele das coisas< indignandose co% a realidade_ o resta9eleci%ento das condiWes de autono%ia< li9erdade consciência dos indi6$duos< tra9al#ando co% o con#eci%ento nec s=rio ao ro%pi%ento da consciência do%esticada pela 6ia da Bo ;o cultural_ a i%portncia da conscientiza;o dos %ecanis%os su9eti6 da do%ina;o e dos %oti6os )ue le6a% a ela< para )ue a su9%is` se torne insuport=6el e o deseo de 6i6er %el#or to%e conta indi6$duos7 *este conteto< considera%os unta%ente co% Sj6e 0F Juarte 04 e &igotski 0H )ue ca9e K Psicologia oBerecer s s$dios para o desen6ol6i%ento de u%a concep;o cient$Bica do indi6 duo< entendido co%o s$ntese da #ist5ria social da #u%anidade< cuo desen6ol6i%ento de6e consciente%ente participar para asseg
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777
24
:! sua e%ancipa;o7 ratase de to%ar co%o tareBa ta%9V% da Psicologia o esta9eleci%ento de %ediaWes entre o desen6ol6i%ento M$t5ricosocial da #u%anidade e a 6ida particular dos indi6$duos7 E se no %o%ento atual as relaWes entre os #o%ens tê% Ba6orecido a aliena;o< de6ese ressaltar )ue estas %ediaWes te5ricas n;o pode% apenas eplicar co%o e por)ue os indi6$duos age% ou s;o de u%a ou de outra %aneira< %as de6er;o ta%9V% 9uscar responder co%o e por)ue os indi6$duos pode% 6ir a agir ou tornare%se seres e%ancipados7 A concep;o de Psicologia de &igotski H 0H<<2333<233 enBrenta esse desaBio< %arcada por princ$pios )ue caracteriza% a ela9ora;o de estudos da Psicologia< desen6ol6idos a partir do Materialis%o ist5rico JialVtico7 Entendendoa co%o ciência )ue se propWe a eplicar co%osu9eti6o a partir do o9eti6o 0)ueeVos #ist5rica e social%ente deter%inado se constr5i o %undo do%undo indi6$duo< &igotski de%ais autores citados aci%a eplicita% tanto a concep;o Bilos5Bico%etodol5gica )ue e%9asa as an=lises da Psicologia< )uanto os procedi%entos e as BunWes de tal con#eci%ento_ n;o reduze% `o pensa%ento e a a;o #u%ana a deter%inaWes do psi)uis%o indi6idual`< n;o parte%< portanto< `de u% errneo pri%ado ontol5gico do indi6$duo`< %as das relaWes sociais para c#egar K `9iograBia` do indi6$duo e retornar ao social_ n;o reduze% o conceito de indi6$duo K descri;o das caracter$sticas de indi6$duos e% geral 0indi6$duos e%p$ricosF7 O proeto principal de &igotski 0H constituiuse no estudo dos processos de transBor%a;o do desen6ol6i%ento #u%ano e% H
A)ui Bize%os u% recorte no interior da Psicologia So6iVtica< para situar as contri9uiWes de &igotski< )ue estudou principal%ente a)ueles te%as )ue nos per%ite% aproi%ar a Psicologia da Educa;o7 Entre outros< poder$a%os ainda 9uscar as contri9uiWes de Aleander Ro%ano6ic# Luria e de Aleei *icolae6ic# Leontie6 e de outros representantes da Psicologia So6iVtica< tais co%o inc#enko< Petro6iski< Ja6ido6< AndrVe6a< conBor%e indica;o de Marta S#uare 037 F Para an=lise dos princ$pios )ue caracteriza% os estudos da Psicologia< desen6ol6idos a partir do Materialis%o ist5rico JialVtico< consultar as Bontes utilizadas para as citaWes< alV% dos tetos de Lucien Sj6e Maris%o e a eoria da Personalidade 0F e do teto de *eton Juarte A Indi6idualidade parasi 047
24 ELE*IA JE Ricio A* AMACI E MARISA E"GZ*IA MELILLO MEIRA
sua di%ens;o BilogenVtica< #ist5ricosocial e ontongenVtica< do c#egar atV K di%ens;o %icro genVtica Bor%a;o e %aniit ;o de deter%inado processo psicol5gico7 Priorizou as BunWe$ col5gicas superiores controle consciente do co%porta%en ;o>pensa%ento a9strato>capacidade de planea%ento< as %u )ualitati6as do co%porta%ento< a educa;o e% geral e escolar seu papel no desen6ol6i%ento7 A Binalidade de seu tra9al#e redeBinir o %Vtodo de co%preens;o do Ben%eno #u%ano< para co9rir o %eio pelo )ual a natureza social se torna a psicol5gici indi6$duos7 Para tanto< destaca o cVre9ro co%o 5rg;o %aterial da ati6i %ental< )ue ta%9V% se adapta Ks transBor%aWes no %eio B$si social_ o processo de internaliza;o )ue per%ite a apropriam conceitoslinguage rela;o aprendizage%>desen6ol6i%ento< a consciência e as e%o o autor supera as concepWes inatistas< a%9ientalistas e interacioni )ue reBora% a idVia de deter%inis%o prV6io 0inato ou ad)uiri deBendendo a perspecti6a socio#ist5rica ou #ist5ricocultural eplicar tais te%as relati6os ao desen6ol6i%ento #u%ano7 o%a o pensa%ento e a linguage% co%o processos de srce 9iopsicol5gica diBerentes e desen6ol6i%ento independente< %as ) se relaciona% para per%itir o Bunciona%ento psicol5gico superi A linguage%< i%pulsionada pela necessidade de co%unica;o< e pressa o pensa%ento e age co%o organizadora do %es%o e
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777 2D
rrocesso de internaliza;o< %edeia a a;o dos indi6$duos7 Portanpara o autor< a co%unica;o V Bator de desen6ol6i%ento7 Je6e [er clara< precisa< pro6ocar d6idas e o deseo de iniciar no6os ::[cessos construti6os7 *o )ue se reBere K rela;o aprendizage%>desen6ol6i%ento< er:ca )ue a aprendizage% 0escolar e etraescolar possi9ilita e %o%enta o processo de desen6ol6i%ento e )ue ele V din%ico 0n;o gradati6o< ne% de e6olu;o progressi6a ou de acu%ula;o )uantiti6a< co%o no caso das outras concepWes< no )ual est=gios de relati6a esta9ilidade sucede% per$odos de %udanas radicais< co% ênBase nos %o%entos de crise7 Je acordo co% a perspecti6a [ocio#ist5rica< o desen6ol6i%ento ocorre no n$6el real 0a)uilo )ue o %di6$duo = V capaz de Bazer s5 e por %eio da ona)ue deBaz Jesen6ol6i%ento pela diBerena entre o )ue V capaz de Bazer s5 e a)uilo co% auda e )uePr5i%o eplica ao9tida possi9ilidade de no6as aprendizagens7 *esse caso< a educa;o escolar de6e produzir desen6ol6i%ento )ue segue a aprendizage% e cria a ona de Jesen6ol6i%ento Pr5i%o7 O ensino de6e estar 6oltado para no6os con#eci%entos7 E a Psicologia de6e estudar co%o os indi6$duos ela9ora% conceitos< enBatizando as estratVgias< os erros< o processo de generaliza;o7 A teoria de &igotski le%9ra ainda )ue a Bor%a;o da consciência indi6idual en6ol6e as relaWes entre pensa%ento>linguage%< desen6ol6i%ento>aprendizage%< o signiBicado das %es%as e os aBetos e e%oWes )ue oBerece% as condiWes para sua ela9ora;o7 Jesse %odo< para o autor< o pensa%ento te% srce% na esBera %oti6acional 0deseos< necessidades< interesses< aBetos777 )ue eplica% o por)uê de sua eistência7 Os aspectos da teoria do autor a)ui ressaltados per%ite% eplicitar espaos %uito 9e% deli%itados para a Psicologia e para a Educa;o< no conteto da constitui;o #ist5ricosocial dos indi6$duos7 E% a%9os os casos< a Binalidade seria Ba6orecer os processos de #u%aniza;o e a reapropria;o da capacidade de pensa%ento cr$tico7
2H
ELE*IA JE R!CIO A*AMACI E MARISA E"GZ*IA MELILLO MEIRA
*o )ue se reBere K educa;o< este o9eti6o concretizase por da 6aloriza;o do papel da escola para tra9al#ar co% o )ue ai est= Bor%ado no aluno 0adiantandose ao seu desen6ol6i%ento77 controle das ati6idades< se%pre pri6ilegiando a autono%ia< a criatih[ a auto%oti6a;o e a diBerencia;o7 Ainda< a ênBase no papel d_ Bessor co%o %ediador na din%ica das relaWes interpessoais rela;o da criana co% os o9etos do con#eci%ento< ressalt lugar i%portante para a i%ita;o e para o 9rin)uedo7 E% rela;o ao espao da Psicologia< ca9e u% posicion diante das Binalidades sociais da Educa;o e da pr5pria Psi co%o ciência< se%pre pautado na eplicita;o e con#eci%ento pressupostos te5ricoBilos5Bicos e %etodol5gicos )ue Bunda, sua a;o e reBle;o_ a redeBini;o do seu o9eto de estudo< enB o %odo co%o a ati6idade dos alunos V deter%inada pela Edu"F a desco9erta dassociais leis psicol5gicas )ue rege% processo7 C ainda< aescolar considera;o dos dos deter%inantes e dos aspectos eti6osesse inerentes K organiza;o e K deBini;o pro9` de ensinoaprendizage%< 6isando a transBor%a;o do tra9 escola7 A atua;o do psic5logo de6e 6isar u%a %ultiplici aWes< u%a 6ez )ue a identidade proBissional est= nas Binali sere% atingidas por recursos te5ricos e pr=ticas diBerenci pes)uisa n;o pode se constituir e% %era in6estiga;o cient$Bica< produzir eBeitos< e per%itir a participa;o de todos no proa transBor%a;o dos resultados e% aWes concretas para transBi a realidade7 Pode%os ent;o concluir )ue o reBerencial a)ui apresentado %ite o recon#eci%ento de lugares espec$Bicos no interior do p so de #u%aniza;o dos indi6$duos< K XilosoBia ca9endo as Binali 0por )ue e para )ue tal processo_ K Psicologia< a eplica;o de a aprendizage% e o desen6ol6i%ento ocorre% e K Educa;o E a eBeti6a;o da educa;o>aprendizage% por %eio de recursos g5gicos concreta%ente organizados pelo proBessor7 Se esta%os considerando )ue a Educa;o V o principal cesso por %eio do )ual os indi6$duos se o9eti6a% co%o #u
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777 27
iQropriandose dos 9ens produzidos pelo conunto dos #o%ens7 ue a Psicologia V a ciência )ue se propWe a eplicar co%o a partir do %undo o9eti6o se constr5i o %undo su9eti6o do indi6$i o7 ent;o os processos de su9eti6a;o>o9eti6a;o do %undo [ocial pelos indi6$duos s;o o seu o9eto de estudo7 E a Psicologia n;o pode desconsiderar a di%ens;o educati6a e% )ual)uer de suas =reas de estudo>atua;o>Bor%a;o7 A Psicologia Escolar n;o pode ser co%preendida co%o especialidade na Bor%a;o do psic5logo< e%9ora ten#a especiBicidades7 *ecessaria%ente< #= )ue e re6er a Psicologia na Educa;o< atri9uindol#e u% no6o sentido< alV% de u% outro lugar ao psic5logo7
27 A A"ATUO JO PSICbLOGO ("*O A JEMA*JA JE "EIA ESCOLAR o psic5logo %ediador no processo de ela9ora;o das condiWes aSitua%os supera;o da )ueia co%o escolar< u%a de%anda Bre)ente%ente presente e% nossonecess=rias tra9al#o7 para Para tanto< deBende%os a aprendizage% dos conceitos cotidianos e cient$Bicos co%o a ati6idade principal da criana para garantir o seu processo de #u%aniza;o< u%a 6ez )ue ela possi9ilita e %o6i%enta o processo de desen6ol6i%ento do pensa%ento< tendo a linguage%< a consciência e as e%oWes co%o %ediadoras desta a;o7 Assi%< pode%os to%ar co%o o9eto de estudo>inter6en;o da Psicologia na Educa;o< o %odo co%o esta ati6idade da criana V deter%inada pela Educa;o e% geral e>ou escolar< alV% da desco9erta das leis psicol5gicas )ue rege% este processo7 *o )ue co%pete K a;o do psic5logo< propo%os a descri;o e an=lise da rela;o entre o processo de produ;o da )ueia escolar e os processos de su9eti6a;o>o9eti6a;o dos indi6$duos nele en6ol6idos< co%o u%a %edia;o necess=ria K supera;o das #ist5rias de Bracasso escolar7
28 ELE*A JE R!CIO A*AMACI E MARISA E"GZ*IA MELO MEIRA
erert@ tinha dois anos de idade #uando em di7>es pre"6rias de saHde e *inan"eiras de sua *i+ *oi le
As an=lises te5ricopr=ticas da atua;o do psic5logo ser;o aco%pan#adas< no do teto< de trec#os retirados do relat5rio de u% tra9al#o desen6ol6ido e% 2332 pelas estagi=rias Aline Luzia Pa6an e CVlia Regina da Sil6a do curso de gr e% Psicologia da "*ESPauru< respecti6a%ente e super6isionado por Ele R$cio ana%ac#i7 Para e6itar identiBica;o< o no%e do cliente Boi su9stitu$do7
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777 2
aula e apesar de "opiar muito em #uando #uer n1o sae ler nada+ S9 eplica;o>a;o conunta7
4O
ELE*IA JE R!CIO A*AMACI E MARIS A E"GZ*IA MEL"LO MEIRA
/ pro*essora disse #ue erert tem prolemas aprender por#ue es até de coordenadora>diretora e e ser6aWes na escola o )ue acontece )uando a proBessora enm, )ue ensina< )uando os alunos aprende%< )uando n;o aprend )ue ocorre )ue Ks 6ezes n;o d= 6ontade de ensinar< de aprenq )ue acontece )uando os alunos Baze% u%a parte do )ue V solicii uando o aluno V enca%in#ado ao %Vdico< ao psic5logoQ777 3 ocorre )uando o proBessor pede audaQ777 / m1e adoti
A A"ATUO JO PSICbLOGO COMO EPRESSUO JO PE*SAME*O 777 4