DEJOUR DEJOURS, S, Christ Christoph ophe. e. Uma nov novaa visão visão do sofrim sofrimen ento to humano humano nas orga organiz nizaç ações ões.. n! C"#$#% C"#$#%, Jean&'rançois (Coord.). O indivíduo na organização – Dimensões Esquecidas . *. +. - edição. São au/o! #t/as, 0112. p. +31&+2.
INTRODUÇÃO Sa4emos h5 muito tempo 6ue o desenvo/vimento da atividade produtiva origina&se de uma /7gi8a na 6ua/ os 9ogos da 8on8orr:n8ia e8on;mi8a o8upam um /ugar 8entra/. < 8omum 8onsiderar 6ue, de modo gera/, essa atividade traz para os homens e para a so8iedade retornos favor5veis! pe/o efeito de um aumento do 8onsumo dom=sti8o, e, a/=m disso, de uma me/horia do 8onforto materia/. >as ao mesmo tempo a 4us8a de me/hores desempenhos produtivos gera na pr7pria empresa pro4/emas so8iais e humanos 6ue t:m, por sua vez, 8onse6u:n8ias ?s vezes menos vanta9osas so4re a vida 8omum e a sa@de dos homens e mu/heres 6ue e/a emprega. Aenefi8i5rio da produção, o homem =, ami@de no mesmo movimento, vBtima do tra4a/ho. Eis o paradoo 8u9o a/8an8e se trata de medir a6ui, paradoo em virtude do 6ua/ os o49etivos da produção são, para o mundo eterior ? empresa, promessa de fe/i8idade, en6uanto no seu interior e/es são fre6uentemente, 8omo = pre8iso re8onhe8er, re8onhe8er, promessa de infe/i8idade. Conv=m ainda su4/inhar desde /ogo 6ue as re/ações entre sofrimento e organização não 8aminham sempre nesse sentido e 6ue o tra4a/ho pode tam4=m ser fonte de prazer, e mesmo mediador de sa@de. O o49etivo deste 8apBtu/o = pre8isamente introduzir nuanças na an5/ise dos /aços entre sofrimento humano e tra4a/ho. Dispomos ho9e de 8onhe8imentos mais aprofundados nessa 5rea, graças a uma 8orrente de pes6uisas, gera/mente fran8esas, inspirada pe/a emerg:n8ia emerg:n8ia de uma dis8ip/ina nova! a si8opato/ogia do %ra4a/ho. %ra4a/ho. ão se trata a6ui de pro8eder a uma revisão dos tra4a/hos pu4/i8ados (6ue serão apenas apenas 8itados 8omo refer:n8ia), mas de 8on8entrar a dis8ussão so4re a 6uestão, de/i4eradamente /imitada, mas essen8ia/, do sofrimento no tra4a/ho. #4ordaremos primeiramente as arti8u/ações entre sofrimento singu/ar, herdado da hist7ria psB6ui8a pr7pria a 8ada indivBduo (dimensão dia8r;ni8a), e sofrimento atua/, surgido do reen8ontro do su9eito 8om a situação do tra4a/ho (dimensão sin8r;ni8a). Estaremos então em 8ondições para estudar os destinos possBveis do sofrimento, em re/ação aos 6uais tentaremos mostrar 8omo são 8ontrastantes e, no entanto, tipo/ogiz5veisF Gs vezes, em sua /uta 8ontra o sofrimento, o su9eito 8hega a e/a4orar so/uções originais 6ue, 8omo mostraremos, são em gera/ favor5veis simu/taneamente ? produção e ? sa@de! 8ara8terizaremos então esse sofrimento denominando&o sofrimento 8riativo. #o 8ontr5rio, nessa /uta 8ontra o sofrimento, o su9eito pode 8hegar a so/uções desfavor5veis ? produção e desfavor5veis tam4=m ? sua sa@de. O sofrimento ser5 então 6ua/ifi8ado 8omo sofrimento patog:ni8o. Seremos /evados a ana/isar esse e/o ins7/ito 6ue pare8e asso8iar num destino 8omum, sa@de e produção. >as 8hegaremos 8hegaremos so4retudo so4retudo a e/u8idar as 8ondições 8ondições organiza8ionais organiza8ionais 6ue, 8onforme os os 8asos, presidem o enga9amento dos indivBduos no sentido do sofrimento 8riativo ou no sentido do sofrimento patog:ni8o. #/=m da an5/ise das /igações entre sofrimento e tra4a/ho, nos 8o/o8aremos neste 8apBtu/o um segu segund ndoo o49e o49eti tivo vo!! /eva /evant ntar ar uma uma s=ri s=riee de 6ues 6uestõ tões es so4r so4ree a ete etens nsão ão do 8amp 8ampoo de
responsa4i/idades humanas e so8iais das organizações. Como dizBamos, o sofrimento no tra4a/ho arti8u/a dados re/ativos ? hist7ria singu/ar e dados re/ativos ? situação atua/, isto =, e/e = inteiramente atravessado pe/a dimensão tempora/. De fato, e/e se desdo4ra a/=m do espaço, na medida em 6ue o sofrimento não s7 imp/i8a pro8essos 8onstruBdos no interior do espaço da f54ri8a, da empresa ou da organização, mas 8onvo8a de a8r=s8imo pro8essos 6ue se desenro/am fora da empresa, no espaço dom=sti8o e na e8onomia fami/iar do tra4a/hador. DaB derivam as 6uestões fundamentais re/ativas ? inf/u:n8ia das organizações so4re a 8idade. O 8onhe8imento das 8onse6u:n8ias so8iais do sofrimento no tra4a/ho modifi8aria em tro8a as 8on8epções em mat=ria de administração, de direção e de gestão do pessoa/, e da organização do tra4a/hoH < a pergunta 6ue, surgindo /ogi8amente dessa an5/ise, pode ser 8o/o8ada, por6ue nada e8/ui 6ue se peça a/gum dia ? empresa 6ue se preo8upe 8om suas po/uições psB6ui8as e so8iet5rias 8omo, atua/mente, se eige de/a 6ue administre suas po/uições fBsi8o&6uBmi8as fora de seu pr7prio espaço. # e8o/ogia fi8ar5 /imitada ao bios, ou se de8idir5 a tempo estender seu 8ampo ao sociusH
PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO E MODELO DO HOMEM CONCRETO #s primeiras pes6uisas em si8opato/ogia do %ra4a/ho nos anos 8in6uenta foram dedi8adas ao estudo das pertur4ações psB6ui8as o8asionadas pe/o tra4a/ho. Uti/izando a metodo/ogia 4aseada em entrevistas individuais, e referida ao mode/o te7ri8o da psi8ofisio/ogia pav/oviana, uma e6uipe de 8/Bni8os 8hegou a determinar e a des8rever sBndromes estreitamente asso8iadas ? situação de tra4a/ho! e/es des8reveram tam4=m a neurose das te/efonistas (operadoras de 8entrais te/ef;ni8as) e a neurose dos me8an7grafos ($e Iui//ant, +K). 'oram pu4/i8ados estudos monogr5fi8os so4re a psi8opato/ogia das empregadas¶&todo&serviço ($e Iui//ant, +K). 'ina/mente, um estudo no 6ua/ as refer:n8ias te7ri8as são mais heterog:neas foi pu4/i8ado so4re os pro4/emas psi8opato/7gi8os surgidos nos me8Lni8os de estradas de ferro pe/a introdução de um novo dispositivo de tr5fego (a/erta autom5ti8o *#C>#) 6ue modifi8ava sensive/mente a re/ação dos agentes 8om seu tra4a/ho (>os8oMitz, +2+). Devido aos /imites en8ontrados pe/o referen8ia/ pav/oviano para dar 8onta de situações mais diversifi8adas 6ue as en8ontradas no tra4a/ho repetitivo so4 pressão de tempo, de uma parte, e devido aos impu/sos 6ue modifi8aram o panorama te7ri8o da si8opato/ogia (hegemonia da si8an5/ise ao fim dos anos sessenta), de outra parte, a pes6uisa em si8opato/ogia do %ra4a/ho mar8ou passo durante anos. # prin8ipa/ difi8u/dade en8ontrada pe/a si8opato/ogia do %ra4a/ho vinha de sua depend:n8ia e8essiva dos mode/os m=di8os 8/5ssi8os! 8omo em pato/ogia profissiona/ e em medi8ina do tra4a/ho, onde se pode p;r em evid:n8ia doenças /igadas ao tra4a/ho (o p7 do 8arvão 8ausa a si/i8ose dos mineiros, os vapores de 8hum4o desen8adeiam o saturnismo nos fundidores e tip7grafos), pro8urava&se des8rever na si8opato/ogia do %ra4a/ho doenças mentais do tra4a/ho. Essa 4us8a não tem saBda por6ue as pressões normativas da vida do tra4a/ho são sufi8ientemente se/etivas para e/iminar da empresa os su9eitos 6ue sofrem de sintomas mentais ou dist@r4ios do 8omportamento, mesmo 6ue se9am /eves. De maneira 6ue, na empresa, a maioria dos tra4a/hadores est5 no /imite da norma/idade. Os estudos 8/Bni8os 8/5ssi8os, 8omo as en6uetes epidemio/7gi8as, são de8ep8ionantes e in8on8/usivos. Sem d@vida, foi por isso 6ue na mesma =po8a triunfaram nesse 8ampo os estudos 6ue se referiam ? teoria do stress. Essa @/tima, de fato, est5 mais 4em posi8ionada para penetrar num domBnio no 6ua/ o psi6uismo dos tra4a/hadores não sai da norma/idade. O in8onveniente dessa a4ordagem = o de não ser propriamente psi8opato/7gB8a, isto =, de não estar em 8ondições de dar 8onta de me8anismos propriamente psB6ui8os, nem dos e/os
intermedi5rios entre o tra4a/ho e a sa@de menta/. De fato, os 8rit=rios de ava/iação nesse 8aso são prin8ipa/mente 8rit=rios som5ti8os e 4io/7gi8os. E se medirmos a variação da fre6u:n8ia 8ardBa8a ou do 8ortiso/ p/asm5ti8o, essas vari5veis não são espe8Bfi8as e não permitem uma aproimação 8om as 6uestões re/ativas ? signifi8ação nem ? viv:n8ia su49etiva dos tra4a/hadores. Nuanto ?s pes6uisas de opinião, de motivação e de satisfação para os 6uais se vo/taram outros autores, rea/izadas 8om a9uda de 6uestion5rios, sa4emos 6ue tam4=m são pou8o pre8isas e pou8o dis8riminantes. O novo desenvo/vimento da si8opato/ogia do %ra4a/ho foi possBve/ a partir do momento em 6ue, assumindo a norma/idade dos tra4a/hadores em situação de tra4a/ho, 8hegamos ao ponto de rea/izar uma reviravo/ta epistemo/7gi8a. #gora, a norma/idade = 8onsiderada um enigma. Como os tra4a/hadores, em sua maioria, 8onseguem, apesar dos 8onstrangimentos da situação do tra4a/ho, preservar um e6ui/B4rio psB6ui8o e manter&se na norma/idadeH Co/o8ando essa pergunta, fomos /evados a 8onduzir a investigação não mais na direção das doenças mentais, mas na direção das estrat=gias e/a4oradas pe/os tra4a/hadores para enfrentar menta/mente a situação de tra4a/ho. # norma/idade apare8e então 8omo um e6ui/B4rio pre85rio (e6ui/B4rio psB6ui8o) entre 8onstrangimentos do tra4a/ho desesta4i/izantes, ou patog:ni8os, e defesas psB6ui8as. O e6ui/B4rio seria o resu/tado de uma regu/ação 6ue re6uer estrat=gias defensivas espe8iais e/a4oradas pe/os pr7prios tra4a/hadores. >esmo sendo testemunhos de 6ue a doença menta/ foi 8o/o8ada ? distLn8ia, o e6ui/B4rio, a esta4i/idade, a norma/idade não são, entretanto, dados naturais. São antes o indB8io de uma /uta 8ontra a doença menta/. # norma/idade 8on6uistada e 8onservada pe/a força = ao 8ontr5rio inteiramente trespassada pe/o sofrimento. O sofrimento = então definido 8omo o espaço de /u/a 6ue 8o4re o 8ampo situado entre, de um /ado, o 4em& estar (para retomar a6ui o termo 8onsagrado pe/a definição de sa@de forne8ida pe/a O>S), e, de outro, a doença menta/ ou a /ou8ura. Ca4e assina/ar 6ue a /ou8ura, 6uando surge, faz apare8erem sintomas & de/Brio, depressão, fo4ia, ini4ição, e8itação et8. & 8u9a forma se origina mais da organização da persona/idade, da hist7ria e do passado de 8ada indivBduo, do 6ue da situação de tra4a/ho servindo 8omo desen8adeadora da doença. #i reside tam4=m uma das razões do fra8asso de uma investigação 8/Bni8a mais 8entrada nas doenças do 6ue na an5/ise dos me8anismos su49a8entes ? norma/idade sofredora. Então, a partir do inB8io dos anos +1, a si8opato/ogia do %ra4a/ho preo8upou&se prin8ipa/mente em fundamentar a 8/Bni8a desse sofrimento na re/ação psB6ui8a 8om o tra4a/ho. 'oi possBve/ mostrar 6ue as pressões do tra4a/ho 6ue põem parti8u/armente em 8ausa o e6ui/B4rio psB6ui8o e a sa@de menta/ derivam da organização do tra4a/ho. (#o 8ontr5rio, os 8onstrangimentos perigosos para a sa@de som5ti8a dos tra4a/hadores situam&se nas 8ondições de tra4a/ho, isto =, nas 8ondições fBsi8as (4aru/ho, temperatura, vi4rações, irradiações ionizantes et8.), 6uBmi8as (poeira, vapores et8.) e 4io/7gi8as (vBrus, 4a8t=rias, fungos), 6ue t:m o 8orpo 8omo a/vo prin8ipa/.) or organização do tra4a/ho = pre8iso entender, de uma parte, a divisão das tarefas (8hegando ? definição do modo operat7rio) 6ue atinge diretamente a 6uestão do interesse e do t=dio no tra4a/hoP de outra parte, a divisão dos homens (hierar6uia, 8omando, su4missão), 6ue atinge diretamente as re/ações 6ue os tra4a/hadores esta4e/e8em entre si no pr7prio /o8a/ de tra4a/ho. #ssim, desta8a&se uma interfa8e entre organização do tra4a/ho e sa@de menta/, 6ue se pode em seguida estudar e ana/isar de forma 8ir8unstan8iada em 8ada situação de tra4a/ho.
As Defesas Entre a organização do tra4a/ho e o fun8ionamento psB6ui8o se interpõem, portanto, estrat=gias
defensivas 8u9a eist:n8ia foi assina/ada a8ima. Entre essas defesas, pudemos des8o4rir estrat=gias defensivas des8onhe8idas at= então. # sa4er, defesas 8onstruBdas pe/o 8o/etivo de tra4a/hadores 6ue, para fun8ionar, re6uerem a parti8ipação de todos os mem4ros do 8o/etivo. # essas defesas foram dados os nomes de defesas 8o/etivas e de ideo/ogias defensivas de profissão, segundo o 8aso (De9ours, +14). O interesse dessas defesas para a si8opato/ogia do %ra4a/ho = sua a/ta espe8ifi8idade. E/as são, de fato, mar8adas de maneira notave/mente dis8riminativa pe/as pressões organiza8ionais do tra4a/ho 8ontra as 6uais são 8onstruBdas, >as as defesas 8o/etivas e as ideo/ogias defensivas de profissão não são as @ni8as a serem uti/izadas para /utar 8ontra a doença menta/ e a/iviar o sofrimento. #s defesas individuais, 8/assi8amente arro/adas pe/a si8opato/ogia e pe/a si8an5/ise, tam4=m desempenham um pape/. Entre essas @/timas, foi re8onhe8ido um /ugar importante para a repressão pu/siona/, prin8ipa/mente nas tarefas repetitivas da organização 8ientBfi8a do tra4a/ho. (Repressão pu/siona/! moda/idade defensiva 6ue se distingue da repressão e 6ue atua a6u=m dessa, na pr7pria fonte da pu/são ($ap/an8he e onta/is, +K2)). Ora, essa defesa preside o surgimento de doenças do 8orpo (e não o surgimento de doenças mentais) em resposta a pressões organiza8ionais. De maneira 6ue uma parte da investigação foi transferida para o estudo da psi8ossom5ti8a no 8ampo do tra4a/ho e sugere 6ue as pressões psB6ui8as do tra4a/ho não se /imitam ? sa@de menta/, mas põe em 8ausa tam4=m a sa@de fBsi8a, e não se pode deiar de /em4rar a6ui a s=rie de fen;menos des8ritos so4 o nome de stress.
O Confronto entre Organiza!o "a Persona#i"a"e e Organiza!o "o Tra$a#%o ara penetrar mais fundo na re/ação psB6ui8a entre o tra4a/hador e a situação de tra4a/ho = pre8iso, se não 6uisermos fugir ?s 6uestões essen8iais, 8onsiderar dois enfrentamentos fundamentais! & o en8ontro entre registro imagin5rio (produzido pe/o su9eito) e registro da rea/idade (produzido pe/a situação de tra4a/ho)P & o en8ontro entre registro dia8r;ni8o (hist7ria singu/ar do su9eito, seu passado, sua mem7ria, sua persona/idade) e registro sin8r;ni8o(8onteto materia/, so8ia/ e hist7ri8o das re/ações de tra4a/ho). Da an5/ise dessas arti8u/ações deduziremos uma 8on8epção do homem diferente da ha4itua/mente presente nas 8i:n8ias da administração e da gestão! a do homem 8on8reto, vivo, sensBve/, reativo e sofredor, animado por uma su49etividadeP 8on8epção diferente da de um tipo&idea/ m=dio, 6ue remete a um mode/o do homem a4strato (o/itzer, +2Q). # an5/ise da arti8u/ação entre organização da persona/idade e organização do tra4a/ho passa por uma refer:n8ia privi/egiada pe/a 8/Bni8a psi8ana/Bti8a. De fato, = no 8ampo dessa eperi:n8ia 8/Bni8a 6ue podemos 8aptar me/hor a amp/itude da in8id:n8ia do passado do su9eito so4re sua 8onduta atua/.
Refer&n'ia ao Desen(o#(i)ento Ontogen*ti'o "a Persona#i"a"e Da si8an5/ise, aprendemos 6ue os traços mais est5veis da persona/idade enraBzam&se na infLn8ia e nas eperi:n8ias pre8o8es. Segundo essa teoria, a organização menta/ não est5 estruturada no nas8imento, mas passa por etapas. Cada uma de/as = mar8ada pe/as re/ações entre a 8riança e seus pais. Crista/izam&se assim formas 6ue es4oçam as /inhas da persona/idade. ão sem o4st58u/os, não sem in8identes, at= 6ue se esta4i/ize, em suas forças e
suas fragi/idades, o eu adu/to.
Ang+stia "os Pais e Sofri)ento "a Criana Os o4st58u/os 8om os 6uais se 8ho8a o desenvo/vimento psi8o&afetivo da 8riança o8uparão posteriormente um /ugar 8entra/ na re/ação psB6ui8a do adu/to 8om o tra4a/ho. o inB8io da infLn8ia a 8riança pare8e tão sensBve/ ? ang@stia de seus pais 6ue essa /ogo se torna seu pr7prio pro4/ema. # 8riança então /uta 8ontra o sofrimento de seus pais 8omo se se tratasse do seu pr7prio sofrimento. O sofrimento 6ue nas8e ne/a, e/a o vive na primeira pessoa. ão est5 ao seu a/8an8e per8e4er 6ue e/e se origina da ang@stia de seus pais. ara meta4o/izar seu sofrimento, a 8riança teria ne8essidade de fa/ar 8om seus pais so4re a6ui/o 6ue a faz sofrer. >as o 6ue a faz sofrer = eatamente o 6ue faz tam4=m sofrerem seus pais. De maneira 6ue se aventurar nessa 5rea traz o ris8o de desen8adear a ang@stia nos pais e de agravar sua pr7pria ang@stia. # 8riança aprende a 8ontornar esse terreno movediço, mas, ne/a, 8rista/iza&se então uma zona de fragi/idade psB6ui8a.
A E,iste)ofi#ia >ais tarde, 6uando atinge a idade de fa/ar, a 8riança preo8upa&se por 8ompreender o 6ue se passa nessa terra in87gnita onde, 8ada vez 6ue e/a penetra (vo/untariamente ou por azar) vive a eperi:n8ia do/orosa da ang@stia, da so/idão, do a4andono, isto =, da re9eição de seus pais. O 6ue preo8upa a ta/ ponto os pais, nessa zona, a ponto de e/a não poder mais se sentir amada por e/esH #ssim a ang@stia, o sofrimento e as preo8upações fundamentais de seus pais tornam&se um enigma 6ue a 8riança vai 8arregar 8onsigo ao /ongo de sua vida de adu/to. Esse enigma estar5 na origem de uma 8uriosidade 9amais satisfeita, de um dese9o de sa4er e de um dese9o de 8ompreender, periodi8amente reativados pe/as 8on9unturas materiais e morais 8u9a forma evo8a as preo8upações parentais. Damos o nome a essa 8uriosidade, em si8an5/ise, de epistemofi/ia. # 8riança 8onstruir5 assim, ao 8ompasso de seu desenvo/vimento 8ognitivo, uma s=rie de teorias infantis 6ue se su8ederão sem entretanto su4stituir&se uma ? outra. # 8riança de outrora 8ontinuar5 o8upando 8ertas posições no espaço psB6ui8o do adu/to 6ue est5 por vir.
O -ogo >uito 8edo a 8riança pro8ura por em 8ena seu dese9o de 8ompreender e suas teorias ep/i8ativas. ara tanto, e/a uti/iza o 9ogo (inni8ott, +23)! 8onvite dirigido aos pais para representar um teatro intermedi5rio, imagin5rio e humorBsti8o (portanto menos ameaçador 6ue o terreno movediço ini8ia/), tendo seu sofrimento 8omo enredo. nesgot5ve/, insa8i5ve/, a atividade /@di8a = uma forma maior de eperimentação das teorias infantis.
O Teatro "o Tra$a#%o O tra4a/ho = a o8asião de transportar mais uma vez o 8en5rio origina/ do sofrimento para a rea/idade so8ia/, num teatro menos generosamente a4erto, 8ontudo, 6ue o pre8edente ao /ivre voo da imaginação. Desta vez, os par8eiros do 8en5rio não são mais os pais nem seus su4stitutos diretos. São os tra4a/hadores, outros adu/tos. E o o49etivo não = uni8amente o prazer de um 9ogo, mas a ação
no 8ampo da produção, das re/ações so8iais, isto =, do po/Bti8o. # passagem do teatro psB6ui8o ao teatro do tra4a/ho 8orresponde ?6ui/o 6ue em si8an5/ise denominamos, em termos t=8ni8os, mudança de o49eto (da pu/são) e mudança de fim (da pu/são). Destinos pu/sionais pr7prios ? su4/imação, 8u9as etapas de 8onstrução a8a4am de ser es6uemati8amente retraçadas em termos ontogen=ti8os (en6uanto a termino/ogia em termos de pu/sões e não de teatro remete ao registro psi8oe8on;mi8o ('reud, +K)). Essas transposições entre o teatro psB6ui8o, o teatro do 9ogo e o teatro do tra4a/ho não são autom5ti8as. ara 6ue a @/tima transposição se9a possBve/, = pre8iso 6ue eista entre o teatro do tra4a/ho (isto =, as 8ondições 8on8retas do tra4a/ho) e o teatro psB6ui8o herdado da infLn8ia, ana/ogias de estrutura ou de forma. #na/ogias 6ue não imp/i8am nem identidade nem e6uiva/:n8ia a4so/uta. Entre o teatro da infLn8ia e o teatro do tra4a/ho interpõem&se inevitave/mente diferenças ou desvios, 6ue 8riam uma am4iguidade, um e6uBvo8o! o teatro do tra4a/ho fun8iona 8omo um re/=, 8omo uma o8asião de tornar a representar um 8en5rio pr7imo do 8en5rio ini8ia/ do sofrimento. >as = eatamente a am4iguidade 6ue mo4i/iza a imaginação e a 8riatividade. E/a = tam4=m o meio de 8on9urar a repetição eata e est=ri/ das 6uestões essen8iais. %a/ e6uBvo8o, ta/ am4iguidade, situa&se eatamente na ess:n8ia da sim4o/ização ($ap/an8he e onta/is, +K2). # essa am4iguidade damos o nome de ressonLn8ia sim47/i8a (De9ours, +2, +).
Resson.n'ia Si)$/#i'a e Hist/ria Sing0#ar Nuando eiste a ressonLn8ia sim47/i8a entre o teatro do tra4a/ho e o tra4a/ho do sofrimento psB6ui8o, o su9eito a4orda a situação 8on8reta sem ter 6ue deiar sua hist7ria, seu passado e sua mem7ria no vestu5rio. #o 8ontr5rio, e/e 8onfere ? situação de tra4a/ho o poder de enga9amento para rea/izar atrav=s do tra4a/ho sua 8uriosidade e sua epistemofi/ia. O tra4a/ho ofere8e&/he de a/guma maneira uma o8asião sup/ementar de perseguir seu 6uestionamento interior e de traçar Sua hist7ria. e/a intermediação do tra4a/ho, o su9eito enga9a&se nas re/ações so8iais. ara onde e/e transfere as 6uestões herdadas de seu passado e de sua hist7ria afetiva. # ressonLn8ia sim47/i8a apare8e então 8omo uma 8ondição ne8ess5ria para a arti8u/ação 4em& su8edida da di8otomia singu/ar 8om a sin8ronia 8o/etiva. Esse ponto = essen8ia/, por6ue em re/ação ? produção e ? 6ua/idade do tra4a/ho, a ressonLn8ia sim47/i8a permite fazer o tra4a/ho 4enefi8iar&se da força etraordin5ria 6ue a mo4i/ização dos pro8essos psB6ui8os nas8idos do in8ons8iente 8onfere. # ressonLn8ia sim47/i8a =, por assim dizer, uma 8ondição da re8on8i/iação entre o in8ons8iente e os o49etivos da produção.
Con"i1es "a Resson.n'ia Si)$/#i'a < possBve/ pre8isar as 8ondições 8on8retas do esta4e/e8imento da ressonLn8ia sim47/i8aH # es8o/ha da profissão = a 8ondição primeira da ressonLn8ia sim47/i8a. E esta depende primeiramente do su9eito e não do tra4a/ho, ainda 6ue o 8onteto s78io&hist7ri8o o8upe a6ui um /ugar importante, pois 6ue e/e favore8e ou entrava a possi4i/idade, para o su9eito, de ad6uirir a formação 6ue a profissão de sua es8o/ha re6uer, em função de suas origens so8iais (Aourdieu e asseron, +21). #/=m da es8o/ha da profissão, resta 8ontudo ava/iar as 8ondições reais do tra4a/ho. or6ue entre profissão e função apare8em, numa organização, diferenças ?s vezes importantes. O investimento su4/imat7rio e a ressonLn8ia sim47/i8a o8orrem então num espaço /imitado 8om pre8isão pe/as responsa4i/idades em mat=ria de 8on8epção (por oposição ? atividade de ee8ução). Ora, = f58i/ mostrar 6ue na situação rea/ a /a8una 6ue 8ada tra4a/hador deve ne8essariamente gerir entre organização pres8rita do tra4a/ho e organização rea/ re6uer sempre
uma atividade de 8on8epção. < essa atividade de 8on8epção 6ue toma o /ugar da atividade de eperimentação o8upada outrora, na 8riança, pe/o 9ogo. #/=m dessas duas 8ondições ne8ess5rias para o esta4e/e8imento de ressonLn8ia sim47/i8a (es8o/ha profissiona/ e atividade de 8on8epção na tarefa) eiste ainda uma ter8eira, /igada ao 8ar5ter 8o/etivo do tra4a/ho em situação rea/. # su4/imação imp/i8a, 8omo vimos, uma mudança de par8eiros. O par8eiro da su4/imação est5 inteiramente situado no espaço so8ia/ e não mais no espaço privado. 'reud fa/a a prop7sito da su4/imação de uma atividade @ti/ e so8ia/mente va/orizada. O 6ue supõe um 9u/gamento pronun8iado por outrem! os a/terego, os pares, a 8omunidade a 6ue se perten8e. O 9u/gamento s7 pode ter sentido para o su9eito se for pronun8iado pe/os par8eiros 6ue possuem 8ompet:n8ia para 9u/gar a 6ua/idade do tra4a/ho. O 9u/gamento dos pares não = 8ontorn5ve/ (mesmo 6ue, ademais, o su9eito possa 4us8ar o 9u/gamento de um audit7rio mais amp/o, 8omo toda a so8iedade, visando ? 8e/e4ridade). %oda 8riação imp/i8a essa 8onfrontação. >esmo o artista, o pintor, por eemp/o, por mais iso/ado 6ue este9a em seu ate/i:, não pode es8apar do dese9o de 8onhe8er o 9u/gamento dos outros artistas, dos outros artistas p/5sti8os, e mesmo dos pintores ins8ritos na mesma 8orrente, na mesma es8o/a de pensamento 6ue e/e. O 9u/gamento dos mais pr7imos = o mais temBve/ e tam4=m o mais severo, mas = o 9u/gamento de8isivo. O 8riador não pode su4trair&se das re/ações so8iais de tra4a/ho. gua/mente, e/e não pode es8apar das re/ações de mer8ado. O artista epõe&se ao p@4/i8o e aos 8rBti8os. Deve passar por eposições, por /ei/ões, por mar8hands e 8orretores, por museus e ga/erias et8. Essa re/ação 8om a 8omunidade a 6ue perten8e pesa so4re o artista e 8ontri4ui para 8onstruir o 8onteto s78io&hist7ri8o de toda o4ra, 6ue em função disso 8arrega, por sua vez, a mar8a desse 8onteto e das formas so8iais e 8u/turais da =po8a e do paBs de origem. Certamente, = devido a isso 6ue podemos identifi8ar a o4ra de um artista sem 8onhe8er se6uer seu nome.
S0$#i)a!o 2 Re'on%e'i)ento e I"enti"a"e O su9eito 6ue, su4metendo seu tra4a/ho ? 8rBti8a, so/i8ita o 9u/gamento dos pares, pode esperar, em tro8a, ser re8onhe8ido. O re8onhe8imento = a retri4uição fundamenta/ da su4/imação. sso signifi8a 6ue a su4/imação tem um pape/ importante na 8on6uista da identidade. Re8onhe8imento so8ia/ e identidade 8omo 8ondição da su4/imação 8onferem a essa @/tima uma função essen8ia/ na sa@de menta/. De fato, não podemos perder de vista 6ue todo o pro8esso des8rito a6ui refere&se ao sofrimento fundamenta/, originado dos reveses do desenvo/vimento psB6ui8o da 8riança. #tormentado por esse sofrimento, o su9eito adu/to pode, graças ? ressonLn8ia sim47/i8a, en8ontrar no tra4a/ho a o8asião de retomar, /5 onde havia deiado, as 6uestões sem resposta 6ue produzem na organização de sua persona/idade uma 4re8ha! zona de fragi/idade para seu e6ui/B4rio psB6ui8o e sua sa@de menta/, e mesmo som5ti8a. Cada vez 6ue, na sua atividade de tra4a/ho, o tra4a/hador /eva a 8a4o a reso/ução de pro4/emas 6ue /he são 8o/o8ados (atividade de 8on8epção) e 6ue o4t=m em tro8a um re8onhe8imento so8ia/ de seu tra4a/ho, = tam4=m o su9eito sofredor mo4i/izador de seu pensamento, 6ue re8e4e um re8onhe8imento su49etivo sua 8apa8idade para 8on9urar a ang@stia e dominar seu sofrimento. ão es6ueçamos de 6ue o prazer o4tido dessa gratifi8ação = de 8urta duração e 6ue o sofrimento ressurge, impe/indo o su9eito para outras situações de tra4a/ho, novas apostas organiza8ionais e novos desafios sim47/i8os. oderBamos denun8iar nesse pro8esso o 9ogo da 8ompu/são ? repetição e temer 6ue toda essa agitação se9a 4astante est=ri/. # menos 6ue de teatro em teatro, de situação de tra4a/ho em situação de tra4a/ho, de re8onhe8imento em re8onhe8imento, desenhe&se pou8o a pou8o uma s=rie 8ontBnua de a8onte8imentos, de ações, e mesmo de 8riações, 6ue 8onferem, graças ? sua 8on8retude e ? sua ins8rição dur5ve/ na rea/idade, uma grande 8onsist:n8ia e uma maior esta4i/idade ? identidade.
Uti/izando os termos 8riação e o4ra, poderBamos pensar 6ue a ressonLn8ia sim47/i8a e o pro8esso de su4/imação envo/vem apenas a/guns privi/egiados ou a/gumas persona/idades parti8u/armente dotadas. ão = a4so/utamente assim. # su4/imação =, em proporções vari5veis, uma poten8ia/idade amp/amente distri4uBda. E/a = mesmo mais 4em distri4uBda do 6ue a 8apa8idade de 8onstruir uma e8onomia er7ti8a est5ve/. >uitos su9eitos s7 8onseguem sa/var seu e6ui/B4rio e o4ter satisfações afetivas graças ao tra4a/ho. De maneira 6ue tra4a/ho e su4/imação apare8em 8omo operadores fundamentais da sa@de menta/. Em 8ada tra4a/hador dissimu/a&se um sofrimento 6ue não dese9a nada mais do 6ue se transformar em 8uriosidade e em interesse pe/o tra4a/ho 4em feito. e/o nos, = isso 6ue mostram de modo 8onvin8ente os estudos de 8ampo em si8o/ogia do %ra4a/ho. Daremos um eemp/o disso mais adiante (De9ours, +14, +2P Ro8he, +P Cru, +3). or hora, pare8e @ti/ pre8isar 6ue, muito fre6uentemente, o entrave ao 9ogo da su4/imação não resu/ta tanto da in8apa8idade psB6ui8a do su9eito, 6uanto da aus:n8ia de 8ondições organiza8ionais ne8ess5rias para o esta4e/e8imento da ressonLn8ia sim47/i8a. # diferença = de tamanho, por6ue, na impossi4i/idade de e/a4orar nas organizações essas 8ondições favor5veis, o su9eito não pode 4enefi8iar&se do tra4a/ho para dominar seu sofrimento e transform5&/o em 8riatividade. Então, a @ni8a saBda para o sofrimento = enga9ar&se num 8Br8u/o vi8ioso em 6ue esse 8ontri4ui para desesta4i/izar o su9eito e impe/i&/o para a doença. esse 8aso, fa/aremos de sofrimento patog:ni8o.
Sofri)ento e Moti(a!o # si8opato/ogia do %ra4a/ho 8o/o8a o sofrimento no 8entro da re/ação psB6ui8a entre o homem e o tra4a/ho. E/a faz do sofrimento um operador da inte/igi4i/idade 6ue va/e não apenas no domBnio da su49etividade e das 8ondutas, mas tam4=m no da produção. reo8upados 8om a sa@de dos tra4a/hadores ou 8om a efi858ia da empresa, numerosos espe8ia/istas gostariam de orientar as ações no sentido de fazer desapare8er o sofrimento. %a/ o49etivo = vão, se não a4surdo. rimeiramente por6ue, tão /ogo = afastado, o sofrimento ressurge e se 8rista/iza so4 outras formas ofere8idas pe/a rea/idade. Em seguida & e esse ponto = essen8ia/ para a 8ompreensão das situações 8on8retas & por6ue os tra4a/hadores, se investem esforços impressionantes para /utar 8ontra o sofrimento, não pro8uram situações de tra4a/ho sem sofrimento. 're6uentemente e/es as detestam. E/es não hesitam em enfrentar as difi8u/dades e a adversidade das situações de tra4a/ho. E/es 8hegam mesmo ao ponto de 4us8ar os desafios. or6ue a rea/idade do tra4a/ho = um terreno propB8io para 9ogar e re&9ogar 8om o sofrimento, na esperança de 6ue esse desem4o6ue nas des8o4ertas e nas 8riações so8ia/mente, e mesmo humanamente, @teis. Com efeito, = então, e somente então, 6ue o sofrimento ad6uire um sentido. # 8riatividade 8onfere sentido por6ue e/a traz, em 8ontrapartida ao sofrimento, re8onhe8imento e identidade. E o sentido afasta o sofrimento por6ue em 8ontrapartida ? repetição (ressurgimento do sofrimento) e/e d5 a8esso a uma hist7ria (a eperi:n8ia vivida)! 8ada inovação = diferente das outras. e/a s=rie en8adeada de suas des8o4ertas ou de duas invenções, o su9eito se eperimenta e se transforma. (seria pertinente, a respeito disso, fa/ar de uma eig:n8ia de tra4a/ho do sofrimento, hom7/ogo do 6ue 'reud designa na epressão eig:n8ia de tra4a/ho da pu/são). "5 6ue pre8isar neste ponto! 8ompreendemos 4em 8omo, definitivamente, o prazer no tra4a/ho = um produto derivado do sofrimento. >as no pro8esso de su4/imação, estamos /onge do maso6uismo. Esse @/timo asso8ia sofrimento e prazer numa tra9et7ria 8omum atrav=s do desvendamento de um /aço tão estreito & a erotização do sofrimento & 6ue os faz 8o4rir um ao outro. #o 8ontr5rio, a su4/imação = fundamenta/mente uma operação de su4versão do sofrimento 6ue re8omeça sempre, 6ue desta8a o sofrimento de sua origem e e/imina a repetição (Aou8hard, +). Dessa perspe8tiva, 8ompreendemos fa8i/mente o erro 6ue signifi8aria 6uerer e/iminar o sofrimento do tra4a/ho. O pro4/ema posto para a administração seria, antes,
8onseguir e/a4orar 8ondições nas 6uais os tra4a/hadores pudessem gerir e/es mesmos seu sofrimento, em proveito de sua sa@de e, 8onse6uentemente, em proveito da produtividade. O desafio a6ui seria re8on8i/iar sa@de menta/ e tra4a/ho, assim 8omo, a prop7sito de um pro4/ema vizinho, não pare8e impossBve/ re8on8i/iar segurança e produtividade (Simard, +). #o termo deste per8urso, vemos 6ue o mode/o do homem 8onstruBdo pe/a si8opato/ogia do %ra4a/ho = inteiramente 8entrado no sofrimento e seus destinos, em função da situação rea/ de tra4a/ho e das 8ara8terBsti8as da organização do tra4a/ho. # famosa motivação para o tra4a/ho fi8a agora pro4/ematizada segundo uma outra /7gi8a. ão se far5 mais refer:n8ia ?s 8ategorias a4stratas de um >as/oM (+21) nem a 6ua/6uer outra hierar6uia universa/ de ne8essidades. # pr7pria noção de motivação ser5 su4stituBda pe/a noção mais dinLmi8a de sofrimento. Essa @/tima traz a vantagem su4stan8ia/ de arti8u/ar a hist7ria singu/ar 8om a situação atua/, o passado de 8ada tra4a/hador 8om os dados reais da organização do tra4a/ho 6ue e/e enfrenta. #demais, a noção de sofrimento apresenta a vantagem de arti8u/ar a6ui/o 6ue eiste de mais singu/ar no 8omportamento de 8ada su9eito 8om a dimensão 8o/etiva da ação, graças ? noção de su4/imação. Enfim, a pro4/em5ti8a do sofrimento permite dar 8onta, de maneira igua/mente satisfat7ria, tanto da motivação e do prazer no tra4a/ho 8omo da desmotivação e dos efeitos patog:ni8os do tra4a/ho. Em suma, se o pro4/ema fundamenta/ 8o/o8ado para a administração = o da natureza e da gestão dos re8ursos humanos, essa nova visão do sofrimento humano nas organizações, nas8ida na si8opato/ogia do %ra4a/ho, poderia trazer uma 8ontri4uição para o de4ate. Essa 8on8epção de su9eito&tra4a/hador = 8ertamente menos simp/es 6ue as pre8edentes. Em 8ontrapartida, e/a tem a vantagem de propor no 8ampo do tra4a/ho uma pro4/em5ti8a 6ue /eva em 8onsideração os 8onhe8imentos ad6uiridos h5 6uase um s=8u/o no domBnio da eperi:n8ia 8/Bni8a, isto =, na psi8o/ogia do homem 8on8reto. %estaremos agora a teoria do sofrimento nas 8ondições reais de tra4a/ho de maneira a! & i/ustrar os pro8essos espe8ia/mente mo4i/izados 6ue 8onduzem, a/guns ao sofrimento patog:ni8o, outros ao sofrimento 8riativoP & trazer ? /uz a inf/u:n8ia e/a administração so4re a evo/ução e o 8urso desses pro8essos.
O SO3RIMENTO PATOG4NICO Estudemos os efeitos das organizações do tra4a/ho inspirados ou derivados do ta/orismo so4re a sa@de dos tra4a/hadores. O pro4/ema psi8opato/7gi8o essen8ia/ vem das pressões psB6ui8as 6ue a separação ta/orista entre tra4a/ho de 8on8epção e tra4a/ho de ee8ução o8asiona (%a/or,+32).
Conse50&n'ias "a Organiza!o Cient6fi'a "o Tra$a#%o so$re a Sa+"e Menta# Confis8ando&/hes a 8on8epção, a organização 8ientBfi8a do tra4a/ho 8ria entre os tra4a/hadores uma 8/ivagem entre o 8orpo e o pensamento. esse sistema, o 8orpo fi8a su4metido a diretivas e/a4oradas por uma vontade eterior ao su9eito. or 8orpo deve&se entender, de prefer:n8ia, a motri8idade, 8omo no 8aso das tarefas de manutenção 8/5ssi8a, 6ue eigem da parte dos tra4a/hadores esforços mus8u/ares. "o9e, o ta/orismo 8o/onizou o setor ter8i5rio, graças, prin8ipa/mente, ? inform5ti8a. %am4=m nesse 8aso a 8on8epção fi8a separada da ee8ução, 8omo fi8ava nas tarefas de manutenção. #s atividades 8ognitivas, 6ue distinguiremos da vida afetiva, serão situadas do /ado do 8orpo e não do pensamento imaginativo investido na atividade de 8on8epção.
as tarefas de manutenção, assim 8omo nas tarefas repetitivas de pro8essamento de informações, o pensamento originado do pro8esso de su4/imação (atividade de 8on8epção) s7 dispõe de um espaço /imitado. Os fantasmas, a imaginação e o sofrimento 8riativo 8hegam a entrar em 8on8orr:n8ia 8om a in9unção de ee8utar um modo operat7rio pres8rito e rigidamente definido. #o ponto de os tra4a/hadores 8hegarem a /utar 8ontra sua pr7pria atividade de pensar espontLnea, por6ue essa @/tima tende a desorganizar sua atividade, a pertur4ar suas 8ad:n8ias, e a o8asionar erros (atos fa/hos). O tra4a/hador = /ogo o4rigado a /utar 8ontra as emerg:n8ias de seu pensamento e de sua atividade fantasm5ti8a. Ora, os estudos 8/Bni8os mostram 6ue não eiste um meio simp/es ? disposição do su9eito para deter seu pensamento, e 6ue /he = ne8ess5rio re8orrer então a estrat=gias defensivas muito parti8u/ares! o o49etivo do tra4a/hador, in8omodado pe/a sua atividade psB6ui8a espontLnea, 8onsiste não em des8artar essa @/tima, o 6ue se reve/a ef:mero por6ue e/a sempre retoma, mas em para/is5&/a. ara tanto, a maioria dos tra4a/hadores a8e/era o ritmo do tra4a/ho. O tra4a/hador se enga9a freneti8amente na a8e/eração, de maneira a o8upar todo o seu 8ampo de 8ons8i:n8ia 8om as pressões sensomotoras de sua atividade. Saturando seu 8ampo de 8ons8i:n8ia 8om uma so4re8arga per8eptiva, o su9eito 8hega, em 8urto prazo, a fe8har a 8ons8i:n8ia ao pensamento organizado vindo do interior. Com a a9uda da fadiga, o tra4a/hador 8hega a para/isar seu fun8ionamento psB6ui8o (De9ours, +14). nfe/izmente, essa estrat=gia defensiva, ? 6ua/ damos o nome de repressão pu/siona/ (para signifi8ar 6ue se trata nesse 8aso de para/isar a pu/são desde sua origem, antes mesmo 6ue e/a tenha dado origem a suas representações psB6ui8as) = difB8i/ de ser organizada. # a6uisição da repressão pu/siona/ por auto&a8e/eração = penosa e do/orosa. Uma vez a/8ançada, e/a não se mant=m por si mesma, sem esta4i/ização da pressão repetitiva. De maneira 6ue esses tra4a/hadores são fre6uentemente /evados a re8orrer a su4stitutos da 8ad:n8ia de tra4a/ho fora da empresa, para manter a repressão durante o tempo fora do tra4a/ho. E/es se impõem outras 8ad:n8ias, nos transportes ur4anos, nas atividades dom=sti8as ou re8orrendo, se ne8ess5rio, a uma segunda tarefa nas horas sup/ementares. Com efeito, reve/a&se psi6ui8amente menos 8ustoso para 8ertos tra4a/hadores manter a repressão psB6ui8a sem ruptura, do 6ue ter 6ue re8onstituB&/a no dia seguinte, depois do fim de semana ou depois dos feriados. O em4rute8imento insta/a&se progressivamente num 8/ima de torpor psB6ui8o do 6ua/ os tra4a/hadores t:m gera/mente uma 8ons8i:n8ia do/orosa. E/es se sentem 8ada vez mais inertes e sem reação. #t= 6ue, no /imite, se insta/a um estado de semi&em4otamento, no 6ua/ o su9eito não sofre mais, e reina um estado pr7imo ao da anestesia psB6ui8a. Ora, esse estado menta/ = en8ontrado, fora da empresa, na 8/Bni8a psi8opato/7gi8a, em 8ir8unstLn8ias 4em diferentes e espe8iais. %rata&se da6ui/o 6ue os autores fran8eses des8revem so4 o nome de depressão essen8ia/ 8om pensamento operat7rio (>art, +K) e os autores ameri8anos so4 o nome de a/eitimia (Sifneos, +23). %a/ estado menta/ p;de ser re8onhe8ido espe8ifi8amente 8omo asso8iado ? e8/osão de doenças som5ti8as 8r;ni8as ou ao agravamento de doenças preeistentes. 'oi isso 6ue /evou os psi8opato/ogistas do tra4a/ho a se interessarem pe/os estados mentais provo8ados pe/a reação defensiva (repressão) no 8aso das eig:n8ias do tra4a/ho repetitivo. Des8o4riram 6ue, fre6uentemente, esses estados mentais (depressão essen8ia/) fazem&se a8ompanhar de manifestações agudas de doenças som5ti8as. #ssim, o ponto fina/ do sofrimento psB6ui8o o8asionado pe/as tarefas anti&su4/imat7rias pode manifestar&se pe/o surgimento de uma doença fBsi8a e não de uma doença menta/.
Conse50&n'ias "o Sofri)ento Patog&ni'o no A)$iente # repressão do fun8ionamento psB6ui8o poderia ter 8onse6u:n8ias não s7 so4re o pr7prio
tra4a/hador mas, fora da empresa, so4re pessoas pr7imas. Com efeito, o su9eito em estado de repressão psB6ui8a mostra&se pou8o in8/inado a desempenhar um pape/ ativo na e8onomia das re/ações afetivas fami/iares. ior ainda, e/e teme as so/i8itações afetivas 6ue poderiam desesta4i/izar a repressão psB6ui8a 6ue /he 8ustou tanto esta4e/e8er. O prin8ipa/ perigo = então representado não s7 pe/o seu 8;n9uge e seus amigos, mas, prin8ipa/mente, pe/os seus pr7prios fi/hos. O tra4a/hador des/iga&se de/es 8omo se des/iga de seus amigos e se iso/a, preferindo a so/idão ? vida so8ia/ 8omum. #s 8rianças, so4retudo 6uando são pe6uenas, estão, ao 8ontr5rio, inteiramente vo/tadas para a atividade /@di8a e as interações fantasm5ti8as. #o vo/tar para 8asa, o tra4a/hador difi8i/mente suporta as 4rin8adeiras das 8rianças e menos ainda as epressões do sofrimento infanti/. nto/erante, e/e reage fre6uentemente 8om vio/:n8ia 8ontra seus fi+hos, 6ue não podem a9ud5&/o de forma me/hor do 6ue se 8urvando ao si/:n8io e ? imo4i/idade. Nuando as 8riança fazem sua a /uta psB6ui8a do pai 6ue tra4a/ha, e/as aprendem, por sua vez, pre8o8e mente, a 8u/tivar a para/isia do fun8ionamento psB6ui8o. O e6ui/B4rio pode assim ser o4tido so4 a 8ondição de uma identifi8ação das 8rianças, e do 8;n9uge, 8om a e8onomia psB6ui8a do pai 6ue tra4a/ha. Em função disso, = todo o desenvo/vimento psB6ui8o da 8riança 6ue 8orre o ris8o de ser atingido, 8om o ris8o 8apita/, para essa @/tima, de orientar sua organização menta/ no sentido de um pensamento operat7rio inevitave/mente asso8iado, tam4=m a6ui, a uma grande vu/nera4i/idade Som5ti8a. Essa 6uestão psi8opato/7gi8a ne8essitaria de amp/os de envo/vimentos. Deteremo&nos, entretanto, nessa 8onstatação de 6ue as 8onse6u:n8ias do ta/orismo u/trapassam amp/amente o 8ampo da sa@de menta/ e fBsi8a dos tra4a/hadores, e podem estender seu a/8an8e so4re os pr7imos e at= mesmo pre9udi8ar o desenvo/viento menta/ da segunda geração.
In'i"&n'ia "o Sofri)ento Patog&ni'o so$re a Pro"0ti(i"a"e es6uisas de si8opato/ogia do %ra4a/ho, ini8iadas a pedido da direção de diversas empresas industriais e de serviços, permitiram per8e4er 8om pre8isão as /igações entre su49etividade e produtividade. ro8ederemos assim a uma investigação so4re o 8omportamento dos tra4a/hadores de uma 8entra/ nu8/ear, 8omportamento esse 6ue sus8itava perp/eidade e in6uietação na direção, em razão de um 8res8ente individua/ismo, de um desenga9amento su49etivo, de uma desmotivação genera/izada do pessoa/, 6ue ameaçava a 6ua/idade e/o tra4a/ho e punha em 8ausa, no /imite, a segurança e/as insta/ações nu8/eares. Em suma, uma situação 4ana/ para sus8itar uma demanda de estudo em psi8opato/ogia so8ia/. %entaremos resumir o 6ue um enfo6ue 4aseado na si8opato/ogia do %ra4a/ho permite 8apturar. ara os ee8utivos e a direção e/a empresa, a an5/ise da situação 8onduz a uma interpretação 8onstruBda em torno dos seguintes pontos! & # vo/ta dos interesses e dos investimentos afetivos para a esfera privada seria um fen;meno de 8ivi/ização ou de so8iedade 6ue, por osmose, 8ontaminaria as re/ações de tra4a/ho, at= dentro da empresa. & O 8ar5ter rotineiro do tra4a/ho geraria o t=dio e a desmotivação do pessoa/. & O 8omportamento de 8ertos tra4a/hadores estaria no /imite do pato/7gi8o (rou4os, vio/:n8ia, sa4otagens, destruição do materia/, re8usa de tra4a/har, m5 vontade). & # dis8ip/ina estaria afrouando, devendo&se punir os tra4a/hadores. >as o estatuto do fun8iona/ismo p@4/i8o 8onferia grande segurança, e at= mesmo impunidade dos agentes no emprego. & Contrariamente, as novas 8ondições re/ativas ao emprego (saturação do par6ue de 8entrais nu8/eares, idade m=dia 4aia dos agentes) /imitariam as possi4i/idades de progresso e de
gratifi8ação dos tra4a/hadores pe/os serviços prestados. & Em fa8e desses dados o49etivos da situação, a maioria dos tra4a/hadores reagiria 8om um 8omportamento 9u/gado infanti/, imaturo e individua/ista, sem 8onsideração pe/a 8ausa 8omum nem pe/a empresa, nem pe/as pressões e8on;mi8as. EstarBamos assistindo a uma erosão genera/izada do senso de responsa4i/idade. Uma pes6uisa de si8opato/ogia do %ra4a/ho = então a8eita pe/a direção. E/a havia sido originariamente so/i8itada por um grupo de tra4a/hadores da 4ase, 6ue fora su8essivamente ouvido pe/o m=di8o do tra4a/ho e pe/o 8omit: de higiene e segurança. Essa parti8ipação e/e diversos nBveis hier5r6ui8os 8om pontos de vista diferentes faz apare8er uma diferença na demanda. Do /ado da direção, a demanda 8onsiste em o4ter de espe8ia/istas em si8o/ogia (ou em si8opato/ogia) uma ava/iação da situação, uma an5/ise das 8ondutas o4servadas e 8onse/hos para a administração. Conse/hos 6ue deveriam forne8er aos ee8utivos uma t=8ni8a sup/ementar para entender e geren8iar me/hor o 8omportamento dos tra4a/hadores. Do /ado oper5rio, a demanda 8entrava&se nas 6uestões re/ativas ao sofrimento e ? sa@de dos tra4a/hadores su4metidos a uma degradação no 8/ima e nas re/ações de tra4a/ho 6ue /hes = 8ada vez mais difB8i/ assumir. # pes6uisa de si8opato/ogia do %ra4a/ho in8/ui sessões de tra4a/ho 6ue re@nem grupos oper5rios e 8hefes 6ue interv:m diretamente na situação de tra4a/ho. E/a reve/a 6ue a organização do tra4a/ho pres8rita pe/o setor de sistemas e m=todos (6ue prepara o tra4a/ho) não pode ser ap/i8ada ao p= da $etra. # pres8rição tem sempre 6ue ser o49eto de rea9ustamentos, e mesmo de reinterpretações pe/os tra4a/hadores, na situação de tra4a/ho, para ser opera8iona/. Em4ora se tratasse de uma te8no/ogia rigorosa, era ainda ne8ess5rio ape/ar para a ini8iativa e a inte/ig:n8ia 8ios oper5rios, e/os t=8ni8os e dos mestres. Reve/a&se, assim, a partir e/a fa/a dos pr7prios tra4a/hadores, uma inade6uação irredutBve/ entre organização do tra4a/ho pres8rita e organização do tra4a/ho rea/. Essa dis8ordLn8ia =, de maneira gera/, des8onhe8ida pe/a direção. Essa @/tima, apoiando&se numa eperi:n8ia de muitos anos de produção, a8redita possuir o domBnio perfeito da te8no/ogia nu8/ear e afirma ter atingido a fase de ep/oração rotineira. Essa asserção = desmentida pe/os estudos feitos no 8ampo de tra4a/ho e pe/a fa/a dos tra4a/hadores. >as o erro e/e apre8iação não = s7 da direção. Os pr7prios tra4a/hadores, graças ?s sessões de tra4a/ho e ?s dis8ussões 8o/etivas em presença dos pes6uisadores, des8o4rem a importLn8ia e o a/8an8e dos pro4/emas 8on8retos para os 6uais e/es devem en8ontrar respostas pr5ti8as na situação de tra4a/ho, no 8otidiano. < por sua fa/a e em sua fa/a 6ue e/es pr7prios se surpreendem no ato de forne8er aos pes6uisadores vindos de fora informações re/ativas a Eeu tra4a/ho, 8u9a importLn8ia e/es ignoravam at= o momento em 6ue as formu/avam pe/a primeira vez. Esse des8onhe8imento dos pr7prios tra4a/hadores em re/ação ? rea/idade de sua eperi:n8ia e de seus 8onhe8imentos resu/ta, segundo a si8opato/ogia do %ra4a/ho, do 9ogo efi8az das estrat=gias defensivas 8ontra o sofrimento 8ausado pe/as pressões da organização do tra4a/ho pres8rita. # pes6uisa permite ir a/=m dessa des8o4erta da dis8ordLn8ia entre organização pres8rita e organização rea/ do tra4a/ho. E/a permite 8hegar ?s diversas maneiras de geri&/a no tra4a/ho 8omum. Reve/a&se 8om efeito 6ue 8ada grupo de tra4a/ho, 8ada e6uipe, e/a4ora insensive/mente um esti/o de tra4a/ho, isto =, interpretações 8ontrastantes da organização pres8rita. "averia então diversas maneiras de fraudar a organização pres8rita para 8onstruir uma ou mais organizações reais. O termo fraude, surgido na pr7pria fa/a dos tra4a/hadores, testemunha pre8isamente a difi8u/dade psi8o/7gi8a 6ue e/es t:m 6ue enfrentar! numa te8no/ogia 6ue imp/i8a ris8os enormes para o am4iente, severamente supervisionado, rea9ustar a organização do tra4a/ho pres8rita 8onduz, de fato, a se p;r na i/ega/idade. Essa situação, inevit5ve/, = des8onfort5ve/ e angustiante. Nuando a hierar6uia da 8entra/ adota um esti/o de direção e8essivamente
normativo e pres8ritivo, a fraude torna&se psi8o/ogi8amente insuport5ve/ para os oper5rios. E/es se defendem disso en8o4rindo os a9ustamentos (6ue, de 6ua/6uer maneira, e/es são o4rigados a fazer) 8om um v=u de si/:n8io. O segredo 8ai so4re a organização rea/ do tra4a/ho. E o segredo in8/ui tam4=m as variações 6ue apare8em a6ui e a/i entre os modos operat7rios adotados por ta/ ou ta/ e6uipe. #s 8ontradições /igadas aos modos operat7rios in8ompatBveis fazem surgir, ?s vezes, 8onf/itos graves entre duas e6uipes 6ue se su8edem no mesmo 8anteiro. Dada a impossi4i/idade de /evantar a t5ti8a defensiva do segredo, a in8ompreensão vai 8res8endo, at= o8asionar rias entre 8hefes de e6uipe ou entre supervisores. < esse 8Br8u/o vi8ioso 6ue deteriora a atmosfera e as re/ações de tra4a/ho. O segredo e a in8ompreensão genera/izados desem4o8am em 8omportamentos individuais ininte/igBveis. # des8onfiança emerge e 8ada um se vo/ta para um individua/ismo defensivo e prudente 8u9a origem, o8u/tada, = atri4uBda, por fa/ta de a/ternativas, a uma 8ausa/idade eterna, e mesmo ? evo/ução so8iet5ria ou ? 8rise da 8ivi/ização. *emos, nessa re8onstituição evidentemente resumida e es6uematizada, 8omo o sofrimento e as defesas 8ontra o sofrimento engendrados pe/a organização pres8rita do tra4a/ho provo8am uma desorganização da 8ooperação, introduzem a des8onfiança entre tra4a/hadores de v5rios nBveis, a/teram a 6ua/idade da produção e ameaçam at= a segurança da 8entra/ nu8/ear. O 6ue importa desta8ar a6ui = o /ugar e a função da administração nesse pro8esso. # direção 8omete um erro fundamenta/! e/a se apoia, para intervir na organização do tra4a/ho, na refer:n8ia 6uase e8/usiva ? t=8ni8a e ? 8i:n8ia. #gindo assim, e/a 8ontinua ignorando a origem das dis8ordLn8ias 6ue surgem na organização rea/ em re/ação ? organização pres8rita, e a atri4ui indevidamente a manifestações da indis8ip/ina 8ara8terizada ou a pertur4ações do 8omportamento 4eirando a irresponsa4i/idade. Em4ora se trate de uma te8no/ogia 4em diferente da 8/5ssi8a /inha de montagem da ind@stria automo4i/Bsti8a, estamos a6ui numa /7gi8a geren8ia/ sempre ta/orista. Em virtude do fato de essa se apoiar nas te8no8i:n8ias, a administração insta/a&se em posições pres8ritivas e renova a 8/ivagem entre tra4a/ho de 8on8epção e tra4a/ho de ee8ução. # /7gi8a dessa postura geren8ia/ =, ao fim, desmo4i/izar os tra4a/hadores e destruir a ressonLn8ia sim47/i8a, isto =, o 6uadro humano 6ue tornaria possBve/ a uti/ização da imaginação, da 8riatividade e da ini8iativa oper5rias. Desta forma, separando e8essivamente 8on8epção e ee8ução, não s7 desorganizamos o 6ue = o pr7prio fundamento do re8urso humano no p/ano singu/ar, 8omo 6ue4ramos a transpar:n8ia e as re/ações de 8onfiança ne8ess5rias para a 8onstrução e a esta4i/ização do grupo de tra4a/ho e do sentimento de perten8er ? 8omunidade. #ssim pro8edendo, minamos as pr7prias 4ases da 8ooperação.
DO SO3RIMENTO PATOG4NICO AO SO3RIMENTO CRIATI7O %rata&se agora de i/ustrar 8om dados empBri8os as 8ondições 6ue permitem a transformação & a su4versão & do sofrimento em 8riatividade. # apresentação ser5 mais viva se prosseguirmos no mesmo 8ampo de pes6uisa. J5 situamos onde, ao 6ue tudo indi8a, se /o8a/iza o drama do sofrimento patog:ni8o! na negação 8o/o8ada pe/a ger:n8ia ao re8onhe8imento de uma dis8ordLn8ia irredutBve/ entre organização do tra4a/ho pres8rita e organização do tra4a/ho rea/. Nuando o 8onsenso = o4tido (não sem o4st58u/os, a/i5s) so4re o interesse de pro8eder a uma an5/ise dos 8omportamento adotados pe/os tra4a/hadores no 8ampo, a pes6uisa pode 8omeçar. # a8eitação do pr7prio prin8Bpio de sessões de tra4a/ho (entrevista e/e grupo vo/unt5ria 8om
uma e6uipe de pes6uisadores eternos ? empresa) supõe 6ue, a/=m do 8onsenso, os parti8ipantes a8eitaram a ideia de tomar a pa/avra. Este ponto = essen8ia/, e vo/taremos a e/e.
As Difi'0#"a"es T*'ni'as En'ontra"as no Tra$a#%o umerosas difi8u/dades t=8ni8as são progressivamente reve/adas pe/a fa/a e as tro8as intersu49etivas. Se as 8ara8terBsti8as do ofB8io são 4em definidas pe/a ha4i/idade e as 8ompet:n8ias profissionais, isso não impede 6ue nas 8ondições reais de tra4a/ho se9a fre6uentemente difB8i/ eer8er sua profissão, stri8to sensu. De fato, o f/uo desenro/a&se em 8ondições nas 6uais o tempo = medido por6ue as insta/ações devem ser imo4i/izadas durante o menor tempo possBve/. O enorme n@mero de setores a serem 8oordenados nesse /apso de tempo traz inevitave/mente rea9ustamentos e improvisações importantes ao p/ano de tra4a/ho ini8ia/mente previsto. ortanto, se = pre8iso atingir um o49etivo, o 8aminho a per8orrer o4riga ?s vezes os tra4a/hadores a vio/entarem as regras. or outro /ado, as /istas de 8he8agem (es8a/as) 6ue servem de guia e de /em4rete para 8ada setor não estão sempre 8orretas em re/ação aos dados da situação rea/. 're6uentemente, = ne8ess5rio tomar /i4erdades em re/ação ? es8a/a. or eemp/o, as es8a/as não /evam em 8onsideração difi8u/dades e/e provimento de peças e ferramentas, nem das 8ondições ?s vezes penosas devido ao 8a/or, ou angustiantes, 8omo nos 8asos em 6ue se deve entrar em ga/erias pe6uenas 6ue deiam apenas o espaço ne8ess5rio para raste9ar.
As Press1es Ps650i'as En'ontra"as no Tra$a#%o < ainda atrav=s do desvendamento da dis8ussão 8o/etiva e da fa/a oper5ria 6ue temos a8esso a essa dimensão des8onhe8ida da 8arga de tra4a/ho! a 6uestão das ar4itragens. Como vimos anteriormente, rea9ustar a organização do tra4a/ho pres8rita 8onduz fre6uentemente o tra4a/hador a se meter na i/ega/idade, e mesmo a assumir ris8os. Cada setor eige portanto 6ue se tomem de8isões e se façam es8o/has entre diferentes maneiras de pro8eder, diferentes maneiras de atingir os o49etivos, diferentes modos operat7rios, diferentes maneiras tam4=m de fraudar. Em4ora as d 8isões tomadas pe/os tra4a/hadores se9am sempre motivadas te8ni8amente, e/as não são 9ustifi85veis do ponto de vista das medidas regu/amentares. # prop7sito dessas de8isões, fre6uentemente surgem 8onf/itos entre os tra4a/hadores, ou entre a 4ase e a 8hefia. # 6uestão fundamenta/, nesse 8aso, = a dos 8rit=rios de ar4itragem entre as diversas es8o/has possBveis. Os argumentos não são apenas t=8ni8os, apesar de estes estarem em 8onsideração nos 8rit=rios de es8o/ha. "5 tam4=m argumentos de eperi:n8ia, de intuição, e argumentos 6ue imp/i8am a su49etividade, a intersu49etividade e a =ti8a. sso 6uer dizer 6ue não = raro 6ue se9am evo8adas no assunto as posições pessoais e 6ue intervenham as persona/idades, os temperamentos, os 8ara8teres, as opiniões. < fundamenta/mente a prop7sito dessas de8isões 6ue se 8o/o8a a 6uestão da 8ooperação entre os tra4a/hadores & 8ooperação horizonta/ & e a da 8ooperação entre tra4a/hadores e a ger:n8ia & 8ooperação verti8a/. or6ue, fre6uentemente, = @ti/ o4ter o 8onsenso e ter o apoio do 8hefe. Ou então, referir&se ? de8isão 8io 8hefe, nos 8asos em 6ue o 8onsenso não = possBve/. #ssim, o ris8o psB6ui8o 8ir8u/a entre todos os atores em 8ena, de um /ado a outro e de 8ima a 4aio. E, 6ueiramos ou não, esse ris8o faz parte integrante da 8arga de tra4a/ho.
SO3RIMENTO HUMANO NAS ORGANI8AÇ9ES
Do Es,ao "e Pa#a(ra ao Es,ao P+$#i'o: As Con"i1es Con'retas "a S0$#i)a!o < graças ? re8onstituição de um espaço de pa/avra & a dis8ussão 8o/etiva ne8ess5ria para a pes6uisa em si8opato/ogia do %ra4a/ho & 6ue pode emergir afina/ uma inte/igi4i/idade dos 8omportamentos. < graças ao espaço de pa/avra 6ue surgem 8onhe8imentos so4re o tra4a/ho rea/, 6ue at= então estavam par8ia/mente o8u/tos pe/o sofrimento e as defesas 8ontra o sofrimento! sofrimento 8orrespondente ao ris8o mora/ da fraude, defesa 8ontra esse sofrimento atrav=s da estrat=gia do segredo. %ão /ogo = 8onstituBdo, esse espaço de pa/avra modifi8a sensive/mente as 8ondutas individuais e as re/ações, tanto nos /o8ais e/e tra4a/ho 8omo na 8antina ou no vestu5rio. Estando resta4e/e8ida a pa/avra so4re o tra4a/ho, = tam4=m a pa/avra 8omum 6ue ressurge nas diversas 8ir8unstLn8ias e/a vida pr5ti8a na f54ri8a. Uma 8ondição para a re8ondução desse espaço de pa/avra se reve/a então essen8ia/! a transpar:n8ia, isto =, a visi4i/idade e/o tra4a/ho efetuado por 8ada tra4a/hador, o a8esso a4erto aos outros de todas as se6u:n8ias de tra4a/ho efetuadas por 8ada um. are8e 6ue = pre8iso, ?s vezes, at= u/trapassar a transpar:n8ia, ir at= um ei4i8ionismo, isto =, at= a demonstração p@4/i8a de sua maneira de tra4a/har, de forma 6ue os 8o/egas possam ver e 8onhe8er 8ada 8ompanheiro. %anto a 8onstrução de re/ações de 8onfiança entre tra4a/hadores 8omo a re8ondução de um espaço de pa/avra dependem da transpar:n8ia e da eteriorização das maneiras de fazer. # dis8ussão 8ontradit7ria pode então su4stituir o 8onf/ito, en6uanto as ar4itragens, as es8o/has e as de8isões se tornam administr5veis 8o/etivamente. Se o espaço dessa dis8ussão = ameaçado, a so/idariedade pode vir em so8orro. Essen8ia/mente mo4i/izada pe/a adversidade, e/a 8omp/eta a 8onfiança indisso8i5ve/ da ini8iativa e da 8riatividade. Confiança e so/idariedade são os dois instrumentos respe8tivamente ofensivo e defensivo do 8o/etivo, e mesmo da 8omunidade de perten8imento. O espaço de pa/avra não = ne8ess5rio apenas para as ar4itragens, e/e = o /ugar onde se desenro/a o pro8esso do re8onhe8imento e da fi/iação (pre8isamente oposta ao individua/ismo). # diversidade, a persona/ização, a singu/arização dos modos operat7rios, dos savoir&faire e das ha4i/idades individuais podem ser dis8utidas aB, /egitimadas e re8onhe8idas. Esse re8onhe8imento m@tuo est5 na 4ase da fi/iação e da 8onstrução do 8o/etivo de tra4a/ho. Esta s=rie de termos su8essivos! espaço de pa/avra, inte/igi4i/idade, transpar:n8ia, visi4i/idade, eteriorização, 8onfiança, so/idariedade, re8onhe8imento, faz apare8er nas re/ações de tra4a/ho uma dimensão diversa da t=8ni8a. Nua/ a re/ação 6ue eiste entre os e/ementos 8onstitutivos dessa dimensão não&t=8ni8a, de um /ado, e os pro8essos psB6ui8os men8ionados a prop7sito do sofrimento 8riativo e do sofrimento patog:ni8o, de outro /adoH # resposta não = 74via. # 8onfiança passa fre6uentemente por um sentimento. sso signifi8a uma entidade re/evante da psi8o/ogia. es6uisas em 8urso, ini8iadas re8entemente (Cottereau, +2), sugerem um ponto de vista sensive/mente diferente. 7s estarBamos mais in8/inados, so4 reserva de 8onfirmações u/teriores, a 8onsiderar ho9e 6ue a 8onfiança não se deriva do 8ampo da psi8odinLmi8a. E/a perten8e, antes, ao domBnio da =ti8a (haro, +). Se esse for o 8aso, toda a s=rie de termos enumerados a8ima perten8eria ao 8ampo da =ti8a das re/ações de tra4a/ho. $evando em 8onsideração a heterogeneidade essen8ia/ entre o =ti8o e o psB6ui8o, somos /evados a 8o/o8ar a seguinte hip7tese! os 8omponentes =ti8os dos 6uais a8a4amos de fa/ar 8onstituiriam as 8ondições ne8ess5rias (mas não sufi8ientes) para 6ue se pudessem esta4e/e8er as re/ações intersu49etivas tomadas agora no seu sentido psi8odinLmi8o. Gs re/ações
intersu49etivas seriam destinadas a função de 8onstruir as defesas 8o/etivas 8ontra o sofrimento e de dar ao sofrimento sua signifi8ação! sofrimento patog:ni8o ou sofrimento 8riativo. #ssim, a produção, mesmo para uma te8no/ogia tão rigorosa 8omo a nu8/ear, reve/a&se inteiramente atravessada por usos não t=8ni8os! =ti8os e psB6ui8os. De maneira 6ue a transformação do sofrimento em ini8iativa e em mo4i/ização 8riativa depende fundamenta/mente do uso da pa/avra e de um espaço de dis8ussão onde perp/eidades e opiniões são p@4/i8as. Conven8ionaremos 8onsiderar esse espaço 8omo um espaço p@4/i8o, mesmo se tratando de um espaço p@4/i8o interno ? empresa. Entretanto, esse espaço p@4/i8o ne8ess5rio não e8/ui 6ue os tra4a/hadores e a ger:n8ia ne8essitem de es8a/as e da organização pres8rita do tra4a/ho. Se para tra4a/har e/es t:m 6ue 8o/o85&/os em dis8ussão num determinado ponto, nenhum de/es pede sua supressão. < 6ue o eer8B8io da pa/avra no espaço p@4/i8o supõe uma refer:n8ia 8omum, formada pre8isamente pe/a organização do tra4a/ho pres8rita. E as 8ontestações surgidas a6ui e a/i não são nem anti/ega/istas nem de/in6uentes. ara resumir esse enfo6ue do sofrimento 8riativo, seria possBve/ dizer 6ue a transformação do sofrimento em 8riatividade passa por um espaço p@4/i8o na f54ri8a. Em tro8a, 8ada vez 6ue o espaço p@4/i8o tender a se fe8har, a 8riatividade estar5 ameaçada.
Es,ao P+$#i'o e Re'0rso H0)ano ortanto, ao fina/ do per8urso, o o/har da si8opato/ogia do %ra4a/ho so4re o sofrimento humano nas organizações 8onduz a 8onferir um /ugar fundamenta/ ao espaço p@4/i8o. # partir do momento em 6ue esse = 8onstituBdo ou re8onstituBdo, fi8a&se estupefato diante da emerg:n8ia de 8ondutas 8omp/etamente 8ontr5rias ao individua/ismo e ? neg/ig:n8ia tão repetidamente denun8iados nas organizações! enga9amento apaionado, senso de responsa4i/idade, mo4i/ização da 8riatividade investem&se novamente no tra4a/ho. Dois pontos devem ser assina/ados a6ui. De uma parte, a su4/imação 6ue est5 na 4ase, na origem da 8riatividade, não apare8e 8omo um pro8esso puramente privado e se8reto. #o 8ontr5rio, e/a pare8e re6uerer, 8omo 95 tentamos mostrar, a visi4i/idade, e mesmo a epressão p@4/i8a. De outra parte, a 8onstrução do espaço p@4/i8o mo4i/iza não s7 a responsa4i/idade da 4ase e as 6ua/idades individuais dos oper5rios. E/a eige tam4=m um tipo espe8ifi8o de administração. # administração parti8ipativa insiste so4retudo na mo4i/ização dos 6uadros intermedi5rios. O mode/o de administração sugerido pe/a refer:n8ia ao sofrimento proporia antes 6ue os pr7prios administradores se engagem, por sua vez, no espaço p@4/i8o. sto =, 6ue assumam o ris8o não s7 de to/erar a 8onstrução de um espaço p@4/i8o na empresa, mas 6ue se de8idam a se in8orpo& rar ne/e 8omo os tra4a/hadores da 4ase. ão s7 em 6ua/idade, mas envo/vendo&se pessoa/mente. O prin8Bpio da universa/idade do signifi8ado das 8ondutas ou dos 8omportamentos adotados pe/os tra4a/hadores = tam4=m v5/ido para a ger:n8ia e para a direção. # parti8ipação da ger:n8ia no espaço p@4/i8o interno de nego8iação da organização rea/ do tra4a/ho permite 8om efeito trazer ? /uz tam4=m as estrat=gias defensivas da ger:n8ia 8ontra seu sofrimento. udemos, assim, na pes6uisa rea/izada na ind@stria nu8/ear, desvendar e ana/isar a ideo/ogia defensiva da ger:n8ia, 8 6ue se reveste de uma importLn8ia 8onsider5ve/ para a re8ipro8idade do sentido e a manutenção do espaço p@4/i8o (De9ours, no pre/o). Chegados 6uase ao termo deste per8urso, estamos em 8ondições de 8on8/uir 6ue o pro8esso 6ue permite transformar o sofrimento em 8riatividade imp/i8a duas arti8u/ações fundamentais! a
ressonLn8ia sim47/i8a, de uma parte, e o espaço p@4/i8o de outra parte. %emos insistido so4retudo na importLn8ia desse pro8esso do ponto de vista da produtividade. oderBamos temer ter a4andonado no 8aminho 6uestões re/ativas ? sa@de. ão = @ti/ a6ui retomar os en8adeamentos intermedi5rios dos pro8essos psB6ui8os mo4i/izados para o eer8B8io da su4/imação. Aasta remeter o /eitor para a primeira parte deste 8apBtu/o para 8on8/uir 6ue, se a rea/ização da su4/imação não = uma garantia a4so/uta de sa@de menta/ e fBsi8a, as 8ondições organiza8ionais propB8ias ? 8riatividade t:m, em todo 8aso, para o su9eito, o interesse de fazer de seu tra4a/ho um teatro de /uta para nego8iar seu sofrimento e 8on6uistar sua identidade. Se o tra4a/ho faz, de fato, ressa/tar seu sofrimento, e/e /he promete, em tro8a, um prazer 6ue poderia 9ogar em favor de seu e6ui/B4rio psB6ui8o e de sua sa@de menta/.
Sofri)ento H0)ano e Res,onsa$i#i"a"e "as Organiza1es #8a4amos de es4oçar as re/ações entre sofrimento e produtividade, e o pape/ de8isivo da administração e da organização do tra4a/ho nos destinos do sofrimento! uti/ização ou desperdB8io. ara terminar, fa/ta 8onsiderar a/gumas 6uestões re/ativas ? responsa4i/idade, isto =, ?6ui/o 6ue a e8onomia do sofrimento em re/ação ao tra4a/ho imp/i8a para as organizações no p/ano das responsa4i/idades 8Bvi8as. #s pes6uisas de si8opato/ogia do %ra4a/ho das 6uais fa/amos a prop7sito da 8entra/ nu8/ear (mas essa an5/ise = v5/ida para a maioria das situações de tra4a/ho) sugerem 6ue 6ua/idade do tra4a/ho e segurança das pessoas estão intimamente /igadas. # 6ua/idade pare8e, por outro /ado, indisso8i5ve/ do eer8B8io do prazer no tra4a/ho, en6uanto a segurança originada da pes6uisa da 6ua/idade imp/i8a e redo4ra a gestão da tem5ti8a da sa@de dos tra4a/hadores. #o assumir os o49etivos de 6ua/idade, os tra4a/hadores e o 8o/etivo de tra4a/ho assumem de fato 8ompromissos 8om a 8onservação, a manutenção, a 4oa uti/ização e o 8uidado das insta/ações e instrumentos de produção. o 8aso de uma 8entra/ nu8/ear, se essas vantagens indiretas do de4ate se desenro/arem no espaço p@4/i8o da empresa, atingem uma dimensão sup/ementar, 6ue = a dimensão da segurança! segurança das insta/ações em re/ação, desta vez, aos ris8os de vazamento de produtos radioativos para fora dos re8intos fe8hados (a8identes nu8/eares), portanto ris8os em re/ação ao am4iente e ? popu/ação. %ra4a/ham nas 8entrais engenheiros e e6uipes espe8ia/mente en8arregados de 8uidar da segurança das insta/ações. Ora, o pr7prio eer8B8io dessa vigi/Ln8ia depende grandemente da 4oa vontade dos tra4a/hadores. Nuando se desorganiza o espaço p@4/i8o interno, esses @/timos 8hegam não s7 a deiar de 8ooperar entre si, 8omo são tam4=m /ogi8amente /evados a dissimu/ar, ao mesmo tempo, a rea/idade de seus modos operat7rios e 8ertas informações 8apitais para a ava/iação 8orreta e rea/ista da segurança. n@meros a8identes são assim guardados em segredo, e não podem ser o49eto de peritagens, de an5/ise e nem de medidas 8orretivas. #fina/ de 8ontas, a pr7pria segurança do materia/ industria/ não resu/ta, assim 8omo a organização do tra4a/ho, uni8amente de serviços espe8ia/izados, mesmo 6ue se9am os mais rigorosos e os mais 8ompetentes. Urna parte fundamenta/ da segurança e da proteção das popu/ações resu/ta da 6ua/idade de fun8ionamento de um espaço p@4/i8o interno e da maneira pe/a 6ua/ os tra4a/hadores /igam&se a e/e. Em outras pa/avras, a /uta 8ontra as ameaças ao am4iente não = da 8ompet:n8ia e8/usiva dos e8o/ogistas nem dos po/Bti8os respons5veis. E/a =, de fato, uma responsa4i/idade 8o/o8ada nos om4ros dos tra4a/hadores. esse sentido, a administração tem, por sua vez, uma responsa4i/idade fundamenta/ para 8om a so8iedade 8ivi/! a de assegurar a perman:n8ia desse espaço p@4/i8o (de voz e de de8isão) onde possam 8onfrontar&se num mesmo teatro as opiniões dos diversos atores, 6uer se9am oper5rios, gerentes ou espe8ia/istas.
Tra$a#%o; Sofri)ento e Sa+"e P+$#i'a *imos anteriormente 8omo a /uta psB6ui8a indisso8i5ve/ do sofrimento no tra4a/ho envo/ve não somente os tra4a/hadores, mas seus pr7imos, os parentes, a famB/ia, as 8rianças. O espaço interno e o espaço eterno ? empresa são fundamenta/mente indisso8i5veis do ponto de vista da an5/ise psi8opato/7gi8a. #ssina/emos 6ue o mesmo o8orre, nesse aspe8to, 8om a an5/ise so8io/7gi8a, a partir do momento em 6ue 8ompreendemos 6ue as re/ações de produção não são interpret5veis sem refer:n8ia ?s re/ações de reprodução (Tergoat, +2). Nuando tentamos /evar em 8onsideração a 8ontinuidade do espaço interno ? empresa e o espaço eterno da famB/ia, e mesmo da 8idade, 8ompreendemos fa8i/mente 6ue uma administração 6ue dirige sem prin8Bpios a dimensão psB6ui8a da re/ação 8om o tra4a/ho 8orre o ris8o de o8asionar efeitos psi8opato/7gi8os muito a/=m da pr7pria empresa. # sa@de das 8rianças depende em grande parte &a 8/Bni8a o atesta & dos m=todos de organização e de administração aos 6uais os pais estão su4metidos. ara mais /onge ainda, pudemos mostrar 8omo os efeitos das pressões da organização de tra4a/ho ta/orista so4re o fun8ionamento dos tra4a/hadores t:m in8id:n8ias indiretas so4re a vio/:n8ia so8ia/ na 8idade. O poder de ação de 6ue a administração dispõe so4re o destino do sofrimento & sua orientação no sentido do sofrimento 8riativo ou do sofrimento patog:ni8o & a investe ao mesmo tempo de uma responsa4i/idade 8Bvi8a. "o9e, 8onferimos ? empresa, 8ada vez mais, novas responsa4i/idades em re/ação aos ris8os 6ue e/a apresenta para o am4iente (reinos minera/, vegeta/ e anima/). ão = impossBve/ a emerg:n8ia, um dia, da noção de responsa4i/idade empresaria/ em re/ação ? sa@de menta/ das popu/ações 6ue dependem afetiva mente e so8ia/mente dos tra4a/hadores 6ue e/a emprega. e/o menos, trata&se de uma interrogação 6ue não pode deiar de surgir dessa nova visão do sofrimento humano nas organizações.