Digitalizado por: jolosa
Digitalizado por: jolosa
Tradução Tradu ção do d o original em alemão: “Gebet und un d Erweckung” Erweckung” pu p u b lica li cadd o pela pe la Editora Ed itora “Mittemachtsruf” “M ittemachtsruf”,, Zurique, Suíça Tradução Tradução:: Ingo Ing o Haake Haak e
Obre Missionária Cham Ch amada ada da Meia-Noi Meia-Noite te Rua Ereehlm, 978 - R Nonoai Porto AlegreA legre-RS/Brasil RS/Brasil ISBN: 1 11810 0714 N ú m m par para pedi pedido doss: 19329
impraaao am oficinas próp pr ópri rias as r
“Mae, A meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! sai ao seu encontro” encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionár Missionária ia Cham ada da Meia-Noite^’ é uma missão sem fins lucrativ lucrativos, os, que crê crê em tod to d a a Bíblia como co mo infa infalív lível el e eterna Palavra Pa lavra de d e Deus (2 P e 1.21). Sua S ua tarefa é alcan alc ançar çar todo to do o m un undo do com a mensagem de salva salvaçã çãoo em Jesus Cristo Cristo e ap aprof rofun unda darr os cris cristão tãoss no conhecimento conhecimento da d a Palavra P alavra de Deus Deus,, prep pr epar aran ando do-o -oss p ara ar a a vol v olta ta do d o Senhor. Senh or.
índÍCe
p**M
introdução 7 Para que somos chamados? 9 Sete aspectos da oração 12 Como é preparado o caminho para a oração vitoriosa? ... 16. As condições para que a oração possa ser ouvida 21 O que o Senhor quer v e r 25 É a oração em angústia sempre atendida? 28 O que significa orar com perseverança? 31 Contradições na Palavra de Deus? 35 Resistências na oração 38 A oração em nome de Jesus 42 45 Orar a partir do conhecimento de Deus f O louvor é importante? 51 O altar restaurado 55 . Quer Deus dar mesmo um despertamento? 61 As leis divinas básicas para um despertamento 70 78 O caminho para um despertamento Como começa um despertamento? 85 Três níveis do despertamento 93 'Despertamento entre o povo de Deus 96 Uma solene condamação ao despertamento 106 ..............................................................
.......................................
...........................................
..........................................
....................
......................
...............................
...............................................
......................................
.......................
.............................................
....................................................
.................
.............
............................
.............................
.....................................
.........................
................
Introdução A base deste livro é a expressa promessa de Deus em sua Palavra de que ele está disposto a dar despertamento e o fato de que repe tidamente, pela graça de Deus, pudemos ver e experimentar a rea lização da sua promessa divina. Mesmo assim evitamos conscien temente relatar experiências de despertamento na vida pessoal ou em reuniões e campanhas, pois o relato de experiências de des pertamento é sempre subjetivo. Em outras palavras: nosso Deus é onipotente e convém-lhe fazer grandes coisas, pois ele é grande em sua ilimitada multiplicidade. Ele nunca se repete! Por isso, re latos sobre despertamentos podem ser inspiradores, agradáveis e revigorantes, sim, um estímulo para buscá-los, mas considero que também nesse aspecto a própria Escritura tem o maior sig nificado. Pois se nos firmarmos somente na Palavra de Deus, e com base nessa Palavra insistirmos diante da face de Deus por -um despertamento, evitaremos o perigo da imitação. Deus quer reve lar-se em tua vida bem individualmente, de uma maneira gloriosa e nova, como nunca antes. Por isso é nosso pedido sincero a Deus, do qual Jesus Cristo disse que “Ele não é Deus de mortos, e sim, de vivos”, que através dessas simples explanações seja produzi do um movimento em direção ao Senhor em muitos corações, para que o nome do Senhor ainda seja louvado através de um desper tamento nestes tempos finais. 0 presente livro foi montado com pregações que transmiti em reu niões. Por isso, certas afirmações da Sagrada Escritura são ilu minadas sob diferentes pontos de vista nos diversos capítulos. *
Pfâffikon (Zurique) / Su^íça, fevereiro de 1972.
Para que somos chamados? “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade: porém não useis da liber dade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu pró xim o com o a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos ou tros, vede qu e não sejais m utuam ente destruídos. Digo, porém: Andai no Espírito, e jam ais satisfareis à concupiscência da carne Porque a carne milita contra o Espírito, eoEspírito contra a carne, po rque são opostos entre si; para que não façais o queporventúra seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (G15.13-18). Oração e despertamento estão inseparavelmente ligados. Onde ocorre des pertamento, lá se orou, e onde se ora em espírito e em verdade, lá necessa riamente acontece despertamento. Se esse não é o caso, então n ão se orou direito. Se acontece um despertamento que não produz frutos permanen tes, então não se trata de um despertamento genuíno. Se lermos Gálatas 5.13 atentamente, então a pergunta: para que somos cha mados, já está respondida. P ara que somos, portanto, chamados como fi lhos de Deus? P ara a liberdade! O apóstolo Paulo igualmente diz isso: “a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21). Uma pessoa que nasce de novo, fica liberta da escravidão do pecado e do jugo da lei, e alcança a maravilhosa li berdade dos filhos de Deus. Eles são livres da pressão e da maldição dalei, livres da culpa, filhos e filhas livres do Deus vivo. Mas Paulo indica também o perigo d o abuso dessa liberdade, pois essa liberdade em Cristo Jesus po de realmente ser muito mal utilizada: ".. porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne” (G15.13). O que devemos então fazer com essa m ara vilhosa liberdade no Senhor Jesus? Podemos simplesmente viver a nós mes mos? Não! Nessa passagem nos é da da uma' clara resposta a essa pergun ta. A liberdade que temos através do Senhor e no Senhor, deve estar subor dinada ao Espírito de Deus. “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais so b a lei” (G15.18). Portan to, não somos nós que dispom os livremente da nossa liberdade, mas o Es pírito de Deus. Se bem que isso é dito rapidamente, para nós é claro que pre cisa acontecer também na prática. Tòdos nós, sem excessão, somos em nossa carne pertinazes adversários do controle do Espírito Santo sobre nossa vida. 9
O que temos, esse tabernáculo corporal, é somente pecado. A Bíblia chamao de carne: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer” (G15.17). Na nossa vida domina ou o Espírito ou a carne. Por que com alguns filhos de Deus demora tanto até acontecer um a clara tom ad a de posse do E spírito Santo? N a política encontramos m ate rial muito esclarecedor para entender isso. M uitos povos têm dificulda des de governo, porque não existe um partido político que disponha de maioria. Na vida de muitos filhos de Deus nunca acontece um a clara tom a da do poder pelo Espírito Santo, porque no coração de tantos nunca acon tece um a decisão da maioria pelo Espírito de Deus. Essa é então também a razão dos constantes altos e baixos, da divisão interior. Sentimentalmente sempre existem altos e baixos. A respeito disso nad a podem os fazer, pois estamos expostos a diferentes influências, como, por exemplo, o tempo. Mas que nos deixamos determinar po r isso é porque o Espírito de Deus não nos governa. Tua divisão interior existe porque diferentes poderes, como orgu lho, inveja, teimosia, bisbilhotice ou outras obscuras paixões tentam sempre novamente tomar o poder em tua vida. O Espírito Santo não domina à for ça! Ele quer governar, mas se nós duvidamos, ele retira-se. Se o Espírito San to n ão pode governar no coração de um filho de Deus, isso tem po r conse qüência não somente divisão interior, mas também exterior. Filhos de Deus espirituais e carnais não combinam, e um dia tem que acontecer uma sepa ração: “Se vós, porém, vos mordeise devorais uns aos outros, vede que não sejais mutua men te destruídos” (G15.15). “M order e devorar” pode acon tecer também em pensam entos, através de rancor, crítica e desconfiança. Desse modo, porém, a vida na fé é uma canseira constante. É o que se vê com muitos filhos de Deus. O discipulado de Jesus torna-se um grande esforço para eles, e isso é justamente o contrário de Gálatas 5.18: “Mas, se sois guia dos pelo Espírito, não estais sob a lei’.’ Se o Espírito de Deus pode governarnos, não existe obrigação nem canseira no discipulado de Jesus, mas m a ravilhosa bem-aventurança. Se nos governa o Espírito, também nos governa o Senhor: “Ora o Senh or é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” (2 Co 3.17). // \ Um hom em cujo coração é governado pelo Espírito Santo tem a m aravi lhosa liberdade de ir até ao trono de Deus em oração. Justam ente aí temos um a indicação até que ponto o Espírito de Deus realmente dom ina em nós. Muitos oram carnalmente; eles procuram po r palavras bonitas e acham que ^ se orarem por longo tempo, será ainda mais bonito. ^ % Alguns outros acham que devem oral-em palavras especialmente piedo sas. Mas se o Espírito de Deus dom ina em nosso coração, torna-se verda10
deiro o que diz Romanos 8.26: porque não sabemos orar como con vém, mas o mesm o Espírito intercede por nós sobremaneira com gem idos inexprimíveis”. Nossa vida de oração diante do tron o de Deus tem força de penetração e autoridade n a medida em que o Espírito de Deus nos do mina. Assim como existe um espírito de medo, que nos arrasta para bai xo, há um espírito de liberdade, que através do sangue de Jesus nos eleva e conduz à presença de Deus. “Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da m orte” (R m 8.2). Existem duas leis: a lei do pecado e da m orte em meus membros, o mau “eu”, que sempre me arrasta pa ra baixo, e a lei do Espírito, que vivifica em Cristo Jesus. Qual . lei é mais forte? Repito: isso depende a quem entregamos o domínio, a quem damos voluntariamente o governo. Desse modo, não é nosso esforço que é decisivo, mas quem nos governa, a quem damos o poder em nossa vida. Um a oração sem o domínio do Espírito Santo em nossa vida per manece sempre paralisada, sem força e egocêntrica. Tal oração não pode romper o “eu”, pois o “eu” continua assentado no trono. Mas quando do mina o Espírito de Deus podemos orar sacerdotalmente. Então podemos enfrentar o inimigo de maneira real e chegar-nos diante do Pai como fi lhos e filhas de Deus; esquecemos nosso “eu” e fazemos aquilo que J u das diz em sua epístola: oramos no Espírito Santo. Talvez ficaste paralisado. Pois esse é o objetivo do diabo. N ão queres ex perimentar de maneira completamente nova o poder da oração? Pois que remos orar fiel e perseverantemente. Se fizermos isso, Deus abre o céu e mostra-nos coisas, das quais ainda não sabíamos nada: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei cousas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3). Se começamos a orar por algo bem concreto no Espírito Santo, en tão o Senhor mostra o atendimento em um a medida tão maravilhosa, da qual n ão tínham os noção. Falo do que sei e experimento. Por isso estou convencido que o Senhor tem bênçãos preparadas, das quais não temos a menor idéia, pois Deus nunca se repete. Por esse motivo nunca devemos comparar histórias de despertamentos umas com as outras, dizendo: “O despertamento lá foi assim e assim, conseqüentemente tem que ser assim tam bém conosco!’ÍDeus nunca faz duas vezes exatamente a m esma coi sa, pois sua misericórdia renova-se todas as manh ãs] Nossa única preo cupação deve ser que oremos no Espírito Santo, que o Espírito Santo te nha o domínio em nossa vida. Se realmente quiseres isso, então realiza um a clara entrega do poder: não eu, mas Jesus Cristo, não a carne, mas o Es pírito. Não o diz somente com os teus lábios — isso é muito fácil, mas não interessa ao Senhor — , mas com atos no dia-a-dia, diante dos teus parentes e colegas.
11
Sete aspectos da oração “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia me tens aliviado; tem misericórdia de m im e ouve a minha oração” (SI 4.1). Davi pede ao Senhor que o ouça no mom ento em que ele clama. Ele cer an tamente não sabia que o Senhor faz ainda mais, pois está escrito: tes que clamem, eu responderei” (Is 65.24). Devemos conscientizar-nos que o Senhor já tem preparado o atendimento aos nossos pedidos, antes mes mo que eles estejam em nosso coração. Se realmente é verdade que o Es pírito Santo ora através de nós (Rm 8.26), então não se trata de pedidos nossos, mas de assuntos de Deus, que ele gostaria de realizar. Se, porta n to, o Espírito Santo pode orar através de nós, então o atendim ento é ga rantido. Por essa razão nunca pode-se falar o suficiente a respeito do que a oração realmente é. Observemos sete aspectos da oração:
1. A disposição de aceitar “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; por que não sabemos orar como convém, mas o mesm o Espírito intercede po r nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). O Espírito San to transmite-nos, portanto, aquilo que Deus quer dar-nos. Conseqüente mente, devemos estar dispostos a receber o Espírito Santo. Muitos repli carão, que já temos o Espírito Santo. Isso está correto, desde que sejamos renascidos, pois ninguém pode chamar Jesus de Senhor, a não ser pelo Es pírito Santo. Mas não estamos cheios do Espírito Santo. P or isso é neces sária sempre novamente a disposição de aceitar uma nova plenitude do Es pírito Santo, que Deus tem preparada. Como manifesta-se essa disposi ção? “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, estando entre elas Maria, m ãe de Jesus, e com os irmãos dele” (A t 1.14). Essa é a base, a disposição, para podermos receber o Espírito Santo. Es tar interiormente receptivo, esse é o princípio.
2. A disposição para a completa veracidade Não tem sentido realizar reuniões de oração, se todos não estiverem dis postos a serem completamente verdadeiros, “aproxim emo-nos com sin cero coração..!’ (H b 10.22). Também o apóstolo Jo ão cita isso: “Filhinhos, não amem os de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade, bem com o perante ele (em oração), tranqüilizaremos o nosso coração” (1 Jo 3.18-19). O apóstolo quer dizer 12
o seguinte com isso: se estamos completamente na verdade e vivemos e fa zemos aquilo que dizemos crer, então podemos tranqüilizar nosso cora ção diante dele em oração. Chegaremos então ao descanso nele, que é a verdade, e somos capazes de perseverar na oração e no combate. M uitos filhos de Deus não conseguem entrar no santuário interior, porque a porta está fechada para eles. Sem bem que conseguem dizer sua oração, eles fi cam aliviados quando podem dizer “amém ”. H á algo bloqueado em ti, porque não estás disposto à veracidade completa?
3. A disposição para crer “Crer” é hoje um conceito que soa muito gasto, porque se vê fé em tão pou cos crentes. E mesmo assim ela é algo vivo, pois pela fé pode-se alcançar tudo. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, p orquanto é necessá rio que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Isso está intimamente ligado com a disposição p ara a veracidade. Se não existe a disposição para a ver dade em meu coração, tenho correspondentemente pouca fé, pois a fé em meu coração tem a m esma intensidade do que a verdade em mim. Tam bém em Hebreus 10.22 vê-se essa relação: “aproximemo-nos, com since ro coração, em plena certeza de fé..!’Em outras palavras: somos incapa zes de crer, se não somos verdadeiros. Se eu procuro o Senhor e realmen te quero encontrá-lo de todo o coração, mas meu coração ainda está pre so em outras coisas, porque aquilo que digo em minha oração não é ver dade, então essa oração não tem poder de penetração, pois se sou um m en tiroso não posso crer. Ainda há grandes áreas adiante de nós, que pode ríamos ocupar, pois tudo é possível ao que crê. Como podemos apropriarnos delas? Na oração! Não é muitas vezes interessante: oramos por des pertamento e muitas outras coisas, e qu ando se dá o atendimento, conti nuam os incrédulos? Vemos isso bem claramente também com a primei ra igreja. “Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração in cessante a Deus por parte da igreja a favor dele” (A t 12.5). Suas súplicas por Pedro foram ouvidas. Como eles reagiram a isso? “Quando ele bateu no postigo do portão, veio uma criada, chamada Rode, ver quem era; re conhecendo a voz de Pedro, tão alegre ficou, que nem o fez entrar, mas vol tou correndo para anunciar que Pedro estava junto ao portão. Eles (a igreja em oração) lhe disseram: Estás louca ” (A t 12.13-15). Aí vê-se a medida da fé! Eles simplesmente não podiam crê-lo. “Então disseram: É o seu anjo” (At 12.15). Aí está a razão porque não avançamos. Em todo o país existem tantas reuniões de oração e mesmo assim não há despertamen to, não há ruptura, porque falta a disposição de receber, a disposição pa ra a completa veracidade e a disposição de ter fé. Esses três fatos estão li gados com o uma corrente e acrescenta-se ainda um quarto: 13
4. A disposição de deixar-se julgar Esse é um ponto um pouco delicado. Não existe nada que prove mais o co ração do que a oração. Posso dizer isso por experiência própria. Quando oramos, vamos para a santa presença de Deus e somos iluminados até ao íntimo. Tudo é revelado, e se existe um empecilho, Deus não aceita que so mente digamos: “Senhor, se houver algo..!’ Essa é um a desculpa barata.» Se existe algo, o Senhor põe seu dedo em cima e mostra-nos a razão p or que não podemos avançar. É o que vemos em Josué 7: “Então Josué ras gou as suas vestes, e seprostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram p ó sobre as suas cabeças” (Js 7.6). Devemos estar dispostos a deixar-nos julgar. “Então disse o Senhor a Josué: Levanta-te; po r que estás prostrado assim sobre o teu rosto?” (Js 7.10). Quando saimos do palavreado piedoso, da conversa pie dosa, e avançamos, então haverá também a disposição de nos deixarmos julgar. É preciso que em m inha vida sejam ju lgados orgulho, inveja, ciú mes, ódio ou caráter irreconciliável? Não tem sentido freqüentar um a reu nião de oração, se não existe essa disposição. Verdadeira oração é dispo sição de ser julgado.
5. A disposição para a reconciliação Uma característica do cristão dos tempos finais é seu caráter irreconciliável (2 Tm 3.3). Se não perdoarm os de todo o coração às pessoas que têm al go con tra nós, então o Senhor fechará o céu sobre nós. A respeito ele fa lou claramente a nós. Se não estamos dispostos a perdoar outras pessoas, deveríamos para r de orar. Tens algo contra alguém injustamente? Podese ter algo contra uma outra pessoa e mesmo ser culpado. Também pode-se ter algo contra alguém por antipatia, então se é culpado. Mas se reajmente tens algo contra alguém que te causou alguma injustiça, e oras, então per doa-o. “E, qu ando estiverdes orando, se tendes alguma cousa contra al guém, perdoai, para que vosso pai celestial vos perdoe as vossas ofensas” (Mc 11.25). Temos que conscientizar-nos que o padrão com o qual medi mos as pessoas, tam bém é aplicado a nós: “e perdoa-nos as nossas dívi das, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (M t 6.12). Não tem sentido orar po r despertamento, se não estivermos dispostos a avan çar até ao cerne, de modo que o Senhor vivo possa revelar-se, derramar seu Espírito e dar despertamento. Devemos dedicar-nos completamente, se não ficamos mornos, e nossas reuniões de oração transformam -se em pie dosa associação de oração. O m un do procura po r pessoas como eram os discípulos: pessoas cheias do Espírito Santo, que são claras e verdadeiras, de fé firme e reconciliadas. Então podemos orar, e o Senhor responderá: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da im 14
piedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e des pedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cu bras, e não te escondas do teu semelhante? Então romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda; então clamarás, e o Se nhor Çeres ponderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-m e aqui. Se tirares do m eio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso” (Is 58.6-9). Aqui nos é mostrado o caminho para o despertamento. Estamos disposto a segui-lo?
6 . A disposição de receber Mas não podemos simplesmente receber. João acrescenta ainda algum a coisa: “E aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazem os diante dele o que lhe é agradável” (1 Jo 3.22). Com isso ele não diz nada m ais que: o im portante é a obediência. Esses diferentes aspectos estão intimamente relacionados; na verdade eles são um todo: disposição de aceitar, para a verdade, para a fé, para ser julga do, para a reconciliação. Então fazes o que Ele te pede. A vida de uma pes soa que é obediente e ora dessa maneira, fica indizivelmente rica, e ela di rá com Davi: “meu cálice transborda”, e pode jubilar com Paulo: “Ben dito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (E f 1.3). Nós pedimos muito, mas não recebemos. Por que não temos poder para receber? Ficou Deus tão duro, é seu braço muito curto, de modo que não pode ajud ar? Não, não! Mas tu não fazes o que ele diz! Tu não queres obedecer, tu não queres vir para a Verdade completa, tu não queres per doa r e po r isso não podes estar firme na fé.
7. A disposição para uma tarefa bem nova, mundial, gloriosa Lembro aquilo que o Senhor disse ao seu servo Ananias, quando enviou-o a Saulo de Tarso: “Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tar so; pois ele está orando” (A t 9.11). Quand o esse hom em orou, Deus teve condições de dar-lhe a tarefa que tem seus resultados m undiais até ao dia de hoje. Após sua conversão, Saulo de Tarso deve ter orado de todo o co ração, pois ele disse: “Senhor, qu e queres que faça?” (A t 9.6; Ed. Rev. e Corr.), e entregou completamente sua vontade ao Senhor. Também para nós o Senhor tem um a nova tarefa, se orarmos assim e ma nifestarmos nossa disposição. 15
Como é preparado o caminho para a oração vitoriosa? “De onde procedem guerras e contendas, que há entre vós? De onde, se não dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais, e nada tendes; m a tais e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis, e não recebeis, porquepedismal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg 4.1-3). Para filhos de Deus que se reunem regularmente com outros renascidos para a oração, é importante.provar um a vez bem sóbria e objetivamente se es sa reunião de oração realmente tem sentido. H á mesmo alguma promes sa para tal célula de oração ou reunião de oração? O Senhor ouve e tam bém responde? Com base na Palavra de Deus, eu diria que toda promessa n a Palavra de Deus também tem um a chave. Essa chave chama-se obediência de fé. Antes de fazermos outra coisa, temos que utilizar essa “chave da obediência de fé”. Portanto, essa chave não se cham a somente fé, mas obediência de fé. Acabamos de ler: “pedis, e não recebeis”. Po r que essa impotência, essa incapacidade de receber? O apóstolo João exclama em sua primeira epís tola: “e aquilo que pedimos, dele recebemos” (1 Jo 3.22a). Temos, portanto, de maneira bem prática o poder de receber na fé. Mas em Tiago 4 é dito algo bem diferente: “pedis, e não recebeis”. E por que não? Porque o m o tivo do coração não é puro e claro: “porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres’.’Em outras palavras: o motivo do coração de vocês não é Jesus e Jesus somente! Olhemos somente quatro coisas que necessariamente devem ser removi das, se filhos de Deus querem orar jun tos em harm onia interior e un ani midade, de modo que possam ser ouvidos e que aconteça algo para a honra e glorificação do Senhor. Que pequeno grupo de discípulos era aquele que junto com as mulheres e os parentes orava num cenáculo em Jerusalém antes de Pentecoste! Creio que eram somente poucos, mas o lugar tremeu e Deus respondeu m ara vilhosamente. Por quê? Porque eles haviam removido todos os empecilhos. 16
Creio que o espaço que ainda é ocupado pela nossa carne, pelo nosso “eu”, tem que ser preenchido com Cristo. É o que vemos pelo final do terceiro versículo de Tiago 4: “.. para esbanjardes em vossos prazeres”. Teorica mente todos conhecemos bem o estar crucificado com Cristo. Também sa bemos que está escrito em Gálatas 2.19-20: “Porque eu, mediante a pró pria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse vi ver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, quem ea m ou e a si mesmo se entregou por m im .’’ Mas se esse “estou crucificado com Cris to” não é um fato bem prático e efetivo em nossa vida, então nunca po deremos pedir de modo que recebamos. Pois então nunca poderemos pedir com autoridade para que o Senhor nos ouça. O Senhor procura pessoas que realmente perseveram na oração. Isso não quer dizer que se deve’orar muito tempo numa reunião de oração. Podes fazer isso no quarto. Mas ele procura aqueles que se apresentam diante dele na fé de tal maneira que ele possa responder imediatamente. Se lermos atentamente o livro de Atos, en tão vemos que aquelas reuniões de oração tiveram resultados bem dife rentes do que as nossas: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo..’.’ (At 4.31). É esse o caso conosco? Visto de modo geral, não é o caso. Não há despertamento. Cul pados disso não são o mundo mau e os tem pos ruins, mas nosso ser inquebrantado: “Cobiçais, e nada tendes; matais e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras!’ E a conseqüência? “Nada tendes, porque não pedis” (Tg4.2). Portanto: primeiro aceitar Gólgota, primei ro estar realmente crucificado com Cristo. O “eu”, nosso próprio ser, é o inimigo interior que tem que ser vencido. Em segundo lugar: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; m as resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Penso que devemos começar primeiro em nós mesmos, com nossa carne pecaminosa, e somente depois falar no inimi go exterior. Atribuímos ao diabo muitas coisas que se devem à carne, ao mau caráter e ao ser pecaminoso. M as isso é errado. Primeiro nosso ser precisa ir para a cruz! Somente então podemos reconhecer o que e quem é o inimigo. Pois o inimigo somente vem quando nos dedicamos totalmen te. Mas a Palavra de Deus nos exorta: “resisti ao diabo”! Ou, em outras palavras: resiste à obsessão. Obsessão não é a mesma coisa que posessão. Obsessão significa que um a pessoa é envolta por poderes das trevas, que lhe instilam m aus pensam entos blasfemos. Trata-se de poderes que, por exemplo, deixam um filho de Deus sempre cansado ou aparentam cansaço, quando ele quer orar. Não enfrentas toda vez um a luta para ir à reunião de oração? Não precisas toda vez vencer-te quando queres orar com per severança em teu quarto? Não encontras sempre um a desculpa, que estás sendo muito atacado, que és indigno, que estás te sentindo mal ou que tra17
balhaste demais, ou ainda tens muito a fazer? Tem-se tantas desculpas plausíveis, que finalmente descuida-se da oração. És tal pessoa que ora es poradicam ente? Deus olha para a fidelidade! É Satanás que está atrás de todas essas desculpas e quer afastar-te da oração. Vejo isso também em mi nha vida de oração pessoal, como o inferno movimenta tudo para que de modo nenhum eu ore com perseverança. Posso fazer tudo mais: pregar, ler, ditar, prestar assistência espiritual. Mas o que não posso é orar! Mas quando não oramos, entramos no círculo vicioso de muito trabalho — can saço — não orar — ainda mais trabalho — ainda mais cansaço — orar ain da menos. Se pelo contrário nos voltamos em 180 graus e oram os mais, então isso tem por conseqüência que temos mais força e menos trabalho. Repentinamente tudo corre esplendidamente. Por quê? Esse era o segre do do profeta Elias: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, pe rante cuja face estou...” (1 Rs 17.1). Elias não era fanático. Se montarmos um a biografia sua com base na Bíblia, veremos que esse homem apare cia raramente. Portanto, ele fez pouco quantitativamente, mas qualitati vamente ele realizou coisas grandiosas, de modo que aparece como um a coluna no P lano de Salvação. Não é em vão que justam ente ele aparece rá mais um a vez com Moisés. Por quê? Ele era um homem de oração, e isso também podia ser percebido, pois ele tinha autoridade. Nesse contexto lembro de algo que nunca mais esquecerei. No ano de 1948 eu estava na Escola Bíblica Beatenberg (Suíça), onde se realizava a 1! Con ferência M undial de Jovens para Cristo Internacional. C om 400 outros americanos veio também um homem mais idoso. Esse homem era dos Gideões, mas esqueci-me do seu nome. Mas a ele mesmo nunca mais esque cerei. Se bem que nunca o ouvi falar em público, mas qu ando se batia à sua porta para chamá-lo para o chá, ele respondia: “I’m sorry, I’m praying” (Desculpe, estou orando). Q uando se passava pelo corredor junto ao seu quarto, não se ouvia nada, m as percebia-se a sagrada presença de Deus. Ele era visto muito pouco, mas sua personalidade impressionou-me, pois ele era um homem de oração. Não deve acontecer algo novo também em tua vida? Não deve haver uma limpeza também em tua vida, pára que estejas em condições de resistir ao inimigo? Se o coração não está purificado, se o “eu” não foi entregue na morte de Jesus, então não temos autoridade. Mas a Palavra de Deus exorta: “resisti ao diabo”. Resiste à obsessão, resiste a essas más influências do mundo invisível. Se resistimos a Satanás, então logo fica livre o cam inho para a oração: “... resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros’.’ Portanto, a seqüência não é: chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós, resisti ao inimigo, e ele fugirá de vós. Não! Pri meiro temos que resistir vitoriosamente ao Maligno em nom e de Jesus, e 18
somente então ele foge. Mas então terás poder de penetrar até no Santuário interior. O terceiro ponto que eu gostaria de citar são as pedras. Lemos dessas pe dras em Isaías 62.10: “Passai, passai pelas portas”. O que significa isso? Nada mais que: passem pela porta, para o Santuário. M as im ediatamen te é acrescentado: “preparai o caminho ao p ovo”. Quem passa pelas por tas, prepara o caminho ao povo, para que chegue ao Senhor! “aterrai, ater rai a estrada, limpai-a das pedras, arvorai bandeira aos povo s!” Que indizível plenitude está oculta nesse versículo! Primeiro a exortação à ora ção: passa pela porta, passa pela porta da vitória para o santuário, para a Jerusalém superior. Mas ao mesmo tempo: prepara o caminho ao po vo. Somente poucos filhos de Deus são verdadeiros preparadores do ca minho para o povo, somente poucos são capazes de orar vitoriosamente. Se numa reunião de oração não existe um poder compacto de oração, então não se pode esperar que acontecerá algo. Finalmente preparemos o cami nho para o “povo”, para nosso próximo, pela oração, para que sejam des pertados. Sempre acham os que eles somente são despertados se nós dis tribuím os folhetos. Se bem que atividade é bom e muito necessária, mas como é o resultado quando não oramos? “Pedi, e dar-se-vos-á”, prometeunos o Senhor, “aterrai, aterrai”, isso significa: não fica tu mesmo impe dindo o caminho! Talvez tu, esposa crente, és justamente o empecilho para teu marido incrédulo, a razão porque ele não pode chegar à fé. “Limpaia das pedras”. Nesse contexto lembro o Salmo 84.5, onde é dito tão m a ravilhosamente: “Bem-aventurado o hom em cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados. ” Deixa-me fazer-te a per gun ta concreta: h á caminhos aplanados em teu coração para a oração vi toriosa? Ou tropeça-se sobre teu caráter duro como pedra? Retira as pedras do orgulho, da hipocrisia, da impureza, e deixa haver caminhos aplanados em teu coração. O Senhor quer deixar fluir sua bênção através de nós! Quando passamos pela porta, preparamos o cam inho para as pessoas à nossa volta e retiramos as pedras, então finalmente estaremos também em condições de arvorar um a bandeira aos povos. Isso também está escrito nes se versículo de tão rico conteúdo, em Isaías 62.10: “... arvorai bandeira aos povos!” Isso não significa nada mais que: realiza missão mundial! Encontram os o quarto ponto no versículo 12 de Oséias 10: “... arai o cam po...” É um fato profundamente abalador, que muitos filhos de Deus não querem fazer uma nova aração. As velhas pedras das faltas permanecem no coração e não são tiradas pelo arado nem expostas à luz. Pois quem hoje é capaz de dizer “Perdoa-me” ou “Não foi correto de minha parte”? Quem tem ainda hoje o poder de reconciliar-se? Fala-se e passa-se por cima das coisas, e as pedras permanecem no coração e não são arrancadas pelo ara do! 19
Esses quatro pontos são tão importantes, que no final vamos recapitulálos rapidamente: 1. A carne tem que ser levada para a cruz, pois carne e sangue não podem herdar o reino de Deus. 2. Resiste ao inimigo, e ele fugirá de ti, chega-te a Deus, e ele se chegará a ti. 3. Faz com que ha ja caminhos aplanados em teu coração! 4. Ara o campo de novo! O Senhor te dê graça para fazer isso agora, para que possa atingir seu al vo contigo e através de ti, e possa vir um despertamento!
20
As condições para que a oração possa ser ouvida prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus” (Am 4.12b). Se pensarmos a respeito do que realmente significam os dois conceitos “oração e despertam ento”, podemos resumir a definição em um a frase: eles significam encontro com o Deus vivo! Justamente disso necessitamos tanto, pois o encontro com o Deus vivo através da oração, em si já é des pertamento, isto é, despertamento pessoal. Quanto mais intenso é esse encontro com o Senhor, tanto m ais esse despertamento pode espalhar-se. Para um encontro com Deus são necessárias três condições: primeiro, tens que tomar tempo. Sofremos dé crônica falta de tempo, pois nossa vida é tão cheia. Mas temos que tomar o tempo p ara a oração, mesmo quando tudo se opõe a isso. Pois normalmente é assim que justamente no momento em que queremos orar, lembramos de algo importante, que deveríamos fazer primeiro. Possivelmente algo importante deve ser deixado em favor do tempo de oração. Mas nunca será algo tão importante quanto o tem po que passas diante do Senhor! Quando alguém começa a orar seriamente e a buscar a face de Deus, ele é pressionado por poderes invisíveis a dizer “amém” o mais rapidamente possível e a parar. M as aí lembro a palavra deEclesiastes8.3: “Não te apresses em deixar a presença dele”. Se realmente quisermos chegar até diante d a face de Deus, toda nossa vida de fé con siste de “deixar”, sacrificando-se sempre o importante pelo ainda mais im portante. Já na vida prática diária observam os quantas pessoas desper diçam seu tempo com coisas secundárias e deixam de fazer o essencial. Se o fizermos em nossa vida espiritual, isso é ainda m uito mais trágico. Falo por experiência própria, pois me encontro no meio dessa luta. É grande o perigo de desperdiçar tempo e forças, possivelmente até em coisas espi rituais, de maneira que o principal fica ameaçado de não ser feito: o en contro com o Deus vivo. Somente posso viver, servir e pregar, se sempre novamente encontro o Deus vivo. Se esse não é o caso, fico correndo em ponto-m orto. Se tu não encontras teu Deus, também acabas em ponto-m orto, e ficas mal humorado e desanimado. Se juntássemos todos aqueles que já freqüentaram nossas reuniões de oração, há muito tempo não teríamos mais lugar em nosso salão. Mas muitos desses irmãos per deram o entusiasmo e o espírito do primeiro ampr, porque não tinham mais um encontro real e essencial com Deus. Mas agradecemos a Deus pe 21
los novos que vieram orar em seu lugar. Se quisermos exercitar-nos na ora ção vitoriosa, devemos diariamente tomar tem po para retirar-nos a um lu gar silencioso. Tomar tempo não significa ficar deitado até que se esteja completamente acordado, e então ainda ler rapidamente um versículo bí blico e orar. Não, tomar tem pò significa permanecer durante tanto tem po diante da face do Senhor, até que possas dizer: Eu O encontrei, ou seja, Ele me encontrou. O Senhor prometeu: “Buscar-me-eis, e m e achareis, quando m e buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós..!’ (Jr 29.13-14a). A segunda condição para um encontro com Deus é um lugar bem deter minado. Naturalmente podes orar em qualquer lugar, por exemplo, na co zinha, na rua, no ônibus, no automóvel, etc. Mas é muito importante um lugarzinho determinado, onde vais orar regulafmente. Encontramos a pro va bíblica em Mateus 6.6, onde o Senhor Jesus diz, entre outros: “Tu, po rém, quando orares, entra no teu quarto..!’; portanto, não em qualquer quarto, mas no teu quarto. E então: “... e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto!’A porta fechada é de eminente importância espiri tual. Pois a porta fechada tem duplo efeito: ela exclui e encerra. É preciso estar realmente sozinho para experimentar que nunca se está só. N a m as sa, no falatório e nas conversas, no correr e no apressar-se, tornamo-nos solitários e como crateras queimadas. A conseqüência disso é um a terrível solidão espiritual. Mas se tivermos a coragem de fechar a porta, então o Senhor revela-se a nós. Em Gênesis 32.24 está escrito algo importante de Jacó: “ficando ele só; e lutava com ele um hom em ”. Antes Jacó sempre estava junto com sua mulher, com seus filhos e filhas, com os servos e o gigantesco rebanho, e tudo era sempre movimentado. Mas quando veio en tão a aflição sobre ele, ele ficou sozinho, e no mesmo momento, quando ficou sozinho (neotestamentariamente: quando fechou a po rta atrás de si), lutava com ele um homem. Aí ele teve um encontro decisivo com Deus. Somente naquele momento o Senhor pôde revelar-se a ele. Quer sejas idoso ou moço, nunca é muito tarde para um encontro com o Senhor. Ele faz tudo novo, pois assim está escrito no Salmo 103.5: “quem farta de bens a tua velhice, de sorte que-a tua mocidade se renova como a da águia!’ Tal encontro com o Senhor é algo muito precioso. É im portante que para es se encontro nos afastemos das pessoas e proctiremos um lugar silencio so. Quanto mais pudermos afastar-nos das pessoas, tanto mais experimen taremos a presença de Deus e tanto mais nos tornarem os capazes de ou vir a sua voz. É com o quan do telefonamos: dois irmãos falavam ao tele fone, e apesar da ligação estar perfeita, um deles queixava-se sempre no vamente que não entendia o outro. Então esse lhe disse: “Fecha a po rta da sala, então poderás entender-me.” — Pensa nesse exemplo, se procu ras um encontro com o Senhor, pois a porta fechada é essencial. 22
Uma terceira condição para poder encontrar a Deus é: em tua oração nunca descuida da Palavra de Deusl Nunca podes orar vitoriosamente, nunca chegar até diante da face de Deus, se antes n ão O. ou vires falar. Não po demos simplesmente falar a êsmo quando oramos. Pode ser que tenhas primeiro que ficar em silêncio por meia hora, para ler a Palavra. Em Isaías 55.2-3a lemos: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão: e o vosso suor naquilo que não satisfaz..!’ Em outras palavras isso quer dizer: vo cês se lançam sobre o trabalho, mas mesmo assim não ficam interiormente satisfeitos. O que temos que fazer então? O Senhor diz: “Ouvi-me aten tamente, comei o que é bom, e vos deleitareis com finos manjares, Incli nai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá.” Por tanto: primeiro ouvir a Palavra e somente então falar. N a verdade nossos olhos são nesse caso nossos ouvidos, pois nós lemos a Palavra. “Fala Se nhor, porque teu servo ouve”, sempre novamente disseram e praticaram os homens de Deus na Bíblia. Eles ouviam primeiro o que o Senhor que ria dizer-lhes: “O Senhor Deus m e deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele m e desperta todas as manhãs, despertam e o ouvido para qu e eu ouça com o os eruditos. O Senhor Deus m e abriu os ouvidos, e eu não fu i rebelde, não m e retraí” (Is 50.4-5). Não precisa mos de língua de eruditos somente para dar testemunho e para falar com os cansados, mas também na oração, para que possamos orar com auto ridade. Somente tens autoridade se deixaste que Deus “despertasse” teu ouvido, se ele pôde falar-te. A Bíblia nos fala sobre algumas poderosas pes soas de oração que foram escolhidas pelo Senhor. Penso em Daniel e Noé, mas também naqueles homens que o Senhor cita em Jeremias 15.1 dian te do profeta e aos quais atribui um predicado único: “Disse-me, porém, o Senhor: Ain da que Moisés e Sam uel se pusessem diante de mim, meu coração não se inclinaria para este povo; lança-os de diante de mim, e saiam!’ Moisés e Samuel haviam sido extraordinários homens de oração, que tiveram muitos atendimentos. Moisés teve que aprender durante qua renta anos no silêncio do deserto a ouvir a voz do Senhor. Quando ele che gou então ao ponto de poder ouví-la, e deixou que Deus lhe falasse, ele pô de trabalhar para o Senhor com poder. Samuel também foi tal homem de Deus. Já como criança ele tinha aprendido a distinguir a voz do Senhor das outras. Pois crianças são m uito receptivas para a voz de Deus. O que crianças ouvem e vêem em nossas famílias, é de enorme significado para todo o resto das suas vidas. Samuel ainda era um menino pequeno, quando já dormia no santuário e aprendeu a distinguir a voz do Senhor daquela do seu superior. No princípio ele havia achado que Eli o chamava, e por isso dirigiu-se a ele algumas vezes quando ouviu o chamado “Samuel, Sa muel!” Finalmente Eli, o sumo sacerdote, lhe disse: “Vai deitar-te; se al guém te chamar, dirás: Fala, Senhor, porque o teu servo ouve” (1 Sm 3.9). O resultado foi que depois todo o Israel, de Dã a Berseba, reconheceu que 23
Samuel era um homem com quem Deus falava; e o resultado de Moisés ter ouvido o Senhor, foi que todo o Israel tremia diante desse homem. Esses homens da Bíblia nada mais fizeram do que ouvir e então falar com Deus, eles dialogaram com Deus. O Senhor falava com Moisés como um ho mem fala com seu amigo, isto é, face a face, e por isso ele tinha grandiosa autoridade. Um encontro com o Deus vivo torna-nos realmente indepen dentes das ondas d o dia-a-dia, que pretendem jogar-nos para o alto e pa ra baixo. Alcançamos um a tranqüilidade elevada, de modo que a paz de Deus domina em nossos corações. Um encontro com Deus produz um des pertamento real em teu e em meu coração, e espalha-se rapidamente. Quan to mais intenso é o encontro com Deus, tanto maior é o efeito.
24
O que o Senhor quer ver “Pois ele está orando” (A t 9.11b). Essas qu atro palavras são de conteúdo muito rico. O próprio Senhor as disse a Ananias, quand o lhe ordenou que fosse a Saulo de Tarso. Ele lhe descreveu também onde poderia encontrá-lo, isto é, na rua chamada “Di reita”. Lá estava o Saulo cego, do qual o Senhor diz: “... ele está orando!’ Essa indicação clara e concreta do Senhor deixa-nos reconhecer como a oração é importantíssima aos olhos de Deus. E com esse “... ele está oran do” o Senhor também já invalidou todas as objeções que Ananias apre sentou depois. Paulo é um a prova de como orações podem mudar idéias e pessoas. O Senhor bem sabia que Ananias e todos os cristãos em Damas co tinham medo de Saulo. Ele sabia também que Saulo era culpado da morte de muitos, e que havia ajudad o a matar Estêvão. Mas ele diz dele: “... ele está orando”. Não devemos, entretanto, deixar de considerar que não se trata da oração em si, pois existem orações e orações. Ananias fica admiradíssimo quando recebe a ordem de ir a Saulo de Tarso porque es se está orando, e objeta: “Ananias, porém, respondeu: Senhor, de muito s tenho ou vido a respeito desse ho m em , quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização dos principais sacer dotes para prender a todos os que invocam o teu nom e” (A t 9.13-14). Em outras palavras: como podes enviar-me a tal pessoa? Ananias está tão ame dro ntado por Saulo de Tarso, que até contrady: ao Senhor. Mas se o Se nhor diz: "... ele está orando”, então isso significa: agora tud o ficou dife rente. Na verdade ele quer dizer com isso: Saulo ora de tal modo que sua oração chegou até diante de mim. Portanto, não importa somente que ora mos, mas que oramos de tal maneira que nossas orações realmente che guem até diante da face de Deus! Somente assim elas terão um efeito po deroso. A oração muda tudo, mas também aquele que ora verdadeiramente é mudado! Saulo de Társo era originalmente morto espiritualmente, mas seu testem unho futuro revela-nos o caminho para a oração vitoriosa. O que ele escreve mais tarde aos filipenses sobre si mesmo, explica porque esse homem orou de tal maneira imediatamente após sua conversão, que o próprio Senhor agiu: “Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça qu e há na lei, irrepreensível” (Fp 3.4-6). “Circuncidado ao oitavo dia” — aqui ele refere-se à tradição religiosa — “da linhagem de Israel” — ao orgulho nacional — “da tribo de Benjamim” — ao orgulho 25
l.imili.ii "hcbicu dc hcbreus'’ — ao orgulho dos antepassados — “quan to à lei, fariseu” — à justiça própria religiosa — “quanto ao zelo, perse guidor da igreja” — isso significa que ele estava bem intencionado e era zeloso por Deus — “quanto à justiça que há na lei, irrepreensível” — Po demos dizer, portanto, que Saulo “merecia” ser perdoado po r Deus. Mas nos versículos 7-8 ele diz então: “M as o que para mim era lucro, isto con siderei perda po r causa de Cristo. Sim , deveras considero tudo como per da, po r causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Se nhor: po r amor do qual, perdi todas as cousas e as considero como refu go, para ganhar a Cristo’.’ Três, quatro vezes Paulo repete que considera tudo como refugo, para ganhar a Cristo. A partir dessa posição ele podia orar. Ele tinha sucumbido completamente em seu próprio ser, também em sua religiosidade. Mas estou convencido que no mesmo momento em que Paulo orava, ainda oravam milhares e milhares de pessoas em todo o mun do. Mas o Senhor diz somente desse Saulo a Ananias: “ .. ele está oran do”. Por quê? Por que ele não cita nenhum outro? O que tinha a oração de Paulo de especial para ser ouvida? Primeiro, sua oração vinha de todo o coração. “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aque les cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16.9). Isso, portanto, quer dizer praticamente que os olhos de Deus vêem todos os crentes que oram, e pro curam aqueles que oram de todo o coração e o buscam de todo o coração: “Buscar-me-eis, e m e achareis, quando m e buscardes de todo o vosso co ração. Serei achado de vós..!’ (Jr 29.13-14a). O segundo motivo porque Paulo, em contraste com muitos outros, podia logo orar de maneira a ser ouvido, era seu coração contrito. Pensamos em Isaías 57.15: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternida de, o qual tem o nom e de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e vivificar o coração dos contritos’.’ Paulo estava tão quebrantado em seu próprio ser, que o Senhor lhe era presente. Ele somente precisa va abrir a boca, para orar de tal maneira que Deus lhe respondia. O terceiro motivo foi que sua oração procedia de sagrado respeito e até mes mo de temor diante da Palavra de Deus. Paulo conhecia agora pessoal mente a Palavra. Apesar de tê-la estudado durante toda a vida, pois ele era um estudioso da Escritura; agora a Palavra havia descido subjetivamen te do céu ao seu coração: “Saulo, Saulo, po r quem e persegues? Ele per guntou: Quem és tu Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu per segues” (A t 9.4b-5a). Saulo temia por causa dessa Palavra, que havia fi cado viva em seu coração, de maneira que tornou-se um daqueles de quem 26
o Senhor diz através de Isaías: "Forque a minha mao fez todas as cousas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o hom em para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito, e que treme da minha palavra” (Is 66.2). Por isso o Senhor podia ouví-lo.injediatamente. Em q uarto lugar, a oração de Saulo foi o grito de um homem em grande aflição, de modo semelhante a seu povo Israel, ao qual ele pertencia de cor po e alma, e do qual o Senhor disse a Moisés: “Certamente vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhes o sofrimento, por isso descia fim de livrá-lo da mã o dos egípcios...” (Êx 3 .7-8a). Israel estava em grande aflição. Mas também para o futuro vale que Israel como povo será ouvido pelo Senhor, e isso no segundo em que começar a clamar po r ele. Isso ainda está para acon tecer. Se analisarmos o futuro de Israel, então reconheceremos pela últi ma palavra profética do Antigo Testamento, Zacarias 12.10, onde se en contra a origem dessa oração verdadeira e que alcança o objetivo: “E so bre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espí rito de graça e de súplicas; olharão para mim, a quem traspassaram; pranteálo-ão çomo quem pranteia por um unigênito, e chorarão por ele, como quem chora amargamente pelo primo gên ito” Qual é, portanto, a origem desse espírito de oração que Saulo tinha? Ele não se encontra em nós, mas no próprio Deus. Com isso também já está respondida a pergunta que provavelmente te surgiu agora, pois posso ima ginar que muitos perguntam em seu coração: como posso chegar à mes ma disposição interior como Saulo, de mane*ira que o Senhor possa dizer também de mim: “... ele está orando” ? Lembremos que tudo vem do al to, do Pai das luzes, também o espírito de oração. Se bem que Deus en controu em Saulo um homem que trazia uma condição decisiva: ele esta va disposto a receber esse espírito de oração. Aí está tam bém o segredo. Donde sabemos isso? Imediatamente depois que o Senhor havia mostra do seu caráter obstinado com as palavras: “Saulo, Saulo, por que m e persegues?... Duro épara ti recalcitrar contra os aguilhões (At 9.4b,5b Ed. Rev. e Corr.), ve-se a pronta e completa subordinação da sua vontade à vonta de de Deus. Isso é singular em Saulo. Pois ele diz imediatamente: “Senhor, que queres qu e faça?” (A t 9.6a, Ed. Rev. e Corr.). Por isso sua conversão foi tão completa, porque ele alcançou não somente perdão dos pecados, mas compreendeu imediatamente: essa minha vontade pertence agora ao meu Senhor. E por entregar-se assim incondicionalmente, o Senhor pô de também responder imediatamente à sua oração.
27
É a oração em angústia sempre atendida? “Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás” (SI 50.15). Uma coisa devemos mais um a vez ver claramente, ou seja, que a “invoca ção” deve ser feita de todo o coração. Em meio ao pedir e orar, na ad ora ção e intercessão, é citada a invocação. A invocação do nom e do Senhor é algo bem ousado. Somente aquele que está profundamente consciente da sua fraqueza e impotência, pode invocar o nome do Senhor. Essa invoca ção do nome do Senhor é expressão da mais profunda dependência. Quan do lemos o Salmo 50.15, tendemos a ler essa palavra egocentricamente: “Invoca-me no dia da angústia”. Achamos que já temos motivos para an gústia quando temos problemas físicos, dificuldades no matrimônio, com as crianças ou problemas financeiros. Mas essas não são no fundo as afli ções mais profundas, mas tribulações que servem para que sejamos fir mados no Senhor. Talvez até nós mesmos as causam os, de modo que po dem ser afastadas por humilhação e arrependimento. Existe um a outra afli ção, uma angústia espiritual, que o Espírito de Deus coloca sobre nosso coração: a consciência de que não podemos m udar as coisas, que elas per manecem como são. Pois nós mesmos não podem os produzir um desper tamento, em nosso caráter carnal nem ao menos somos capazes de crer fir me e perseverantemente. Se isso nos angustia, falta somente um passo pa ra que façamos o que diz o salmista: “Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei”. Em outras palavras: se tu me invocares, vou manifestar-me em ti e através de ti. A invocação do Senhor é algo direto, algo imediato. Não invoco qualquer coisa, mas a Ele, o Senhor de todos Os senhores! Porque isso é tão direto, ele também garante imediatamente o atendimento: “Ele m e invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele” (SI 91.15). Aqui temos algo grandioso: no momento em que o invocarmos em angústia interior, ele está conosco! Muitas vezes nem estamos conscientes desse fato. Quando M aria se encontrava em angústia desesperadora por causa da ausência do Senhor Jesus — pois ela acreditava que o corpo de Jesus havia sido rou bado — devido ao seu chôro ela não percebeu que o Senhor estava com ela. Q uand o começamos a invocá-lo em tal angústia, então ele está pre sente: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam” (SI 145.18). Não está escrito que o Senhor vem vagorosamente, m as que ele está perto no 28
momento em que começamos.a invocá-lo. Onde está o Senhor, já há o atendimento a todos os nossos pedidos. Por isso, é muito melhor procu rar a Ele, do que o atendimento dos possos pedidos. Pensemos um a vez em Jabez: “Foi Jabez mais ilustre d o que seus irmãos; sua mãe chamoulhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá m e abençoes e m e alargues as fronteiras, que seja comigo a tua m ão e m e preserves do mal, de m od o que não m e sobreve nha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido” (1 Cr 4.9-10). Se compreendemos que ele está conosco e nos ouve quando o invocamos, então entendemos também que o inimigo tenta de tudo para asfixiar em germe essa invocação do Senhor. É exatamente igual como quando em al gum lugar penetra um ladrão para roubar, mas a m oradora da casa acor da e começa a gritar. E ntão o ladrão pode fazer duas coisas: ou fugir sem presa, ou, se for brutal, tentar asfixiar os gritos de socorro. Pode aconte cer até mesmo um assassinato, principalmente se para o ladrão existe o pe rigo de que os altos gritos da vítim a serão ouvidos. Desde esse ponto de vista, a invocação do Senhor é muito importante: o inimigo é colocado em fuga. Se invocamos o nome do Senhor na fé, mostram-se fortes resistên cias, e começa u m a violenta luta de oração. O inimigo tenta asfixiar tua satisfação para a oração vitoriosa. Ele aproxima-se de ti com increduli dade, problemas físicos, dores, talvez com maus pensamentos ou distra ção, de modo que não consegues concentrar-te. Ele tentará de tudo para te distrair, com o único objetivo que não possas invocar vitoriosamente o nome do Senhor. Foi o que o inimigo tentou tam bém com Jabez, mas quando lemos atentamente, vemos como Jabez resistiu à distração do ini migo: “... e a tua mão for comigo, e fizeres que do m al não seja aflito!..!’ (1 Cr 4.10, Ed. Rev. e Corr.). Ou, em outras palavras: “O mal existe, mas agora não po de afligir-me. Por favor, ajuda-me para que ele não me ven ça, pois quero invocar-te!’ E então lemos: “E Deus lhe concedeu o que lhe tinha perdido.” Teoricamente cremos tudo que a Bíblia diz, cremos também que o Senhor nos responde quando o invocamos: “Invoca-me, e te responderei: anunciarte-ei cousas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr33.3). Se tudo isso é rea lidade, po r que não o invocamos então mais freqüentemente? Porque nos deixamos surpreender espiritualmente pelo inimigo! Talvez digas: tudo isso está certo, mas não tenho condições de afastar a distração do inimigo. Sim, tu o podes, pois tens uma âncora. Pois, a quem invocas? Jacó era fraco e miserável, mas ele invocou o nome do Deus de Israel, depois de ter edi ficado um altar: “E levantou ali um altar, elhe chamou: Deus, o Deus de Israel” (Gn 33.20). Aí está todo o segredo. Se o altar está edificado na tua e na minha vida, se a cruz é um a realidade e nós aceitamos a crucificação COMI Cristo, então podemos avançar. Pois não invocamos a qualquer um, 29
mas o nome nom e do forte Deus de Isr Israe ael! l! A invoca invocação ção do nome nom e do Senhor pro duz um u m a ligação ligação entre entre tua tu a mise miserá ráve vell fraqueza e a sua ilimitada onip otên otên cia. cia. Se bem que essa promessa está cond icionada icionad a a um a chav chavee. Se não a utilizas, não consegues entrar. A invocação invocação do Senhor tem que acontecer acontecer num a determinada m entalida estáá o Senho Se nhorr de todos os qu e o invocam, invocam, de todos os que q ue o in de: “Perto est Es sa é a chav chave! e! “M uito pode, p o r sua voca vo cam m em e m verdade verd ade” ” (SI 14 145.18 5.18). ). Essa sua efi vez o temp tempoo para ler ler o pro cácia, cácia, a súplica súp lica do ju s t o ” (Tg 5.16 5.16)). Toma um a ve feta Oséias, Oséias, o profeta pro feta do amo a mor, r, no n o contexto. contexto. Ele fala m uito ternamente. ternam ente. Se bem b em q u e fal f alaa do d o juíz ju ízoo de d e Deus De us sob so b re o seu povo, po vo, ele o faz f az am a m o rosa ro sam m en ente te.. Oséias Oséias é inspirado inspirad o pelo Espírito Santo, S anto, e o Senhor Senh or lam en enta ta algumas ve zes zes através através dele dele que o povo nã nãoo o invoca, invoca, porq p orque ue não n ão o conhece: conhece: “Todos eles são quentes com o um forno, forno, e consomem consom em os seus juizes; todos os seus seus 7. 7). O povo dei reis reis caem; caem; ninguém ning uém há entre eles eles que m e invoqu invo que” e” (Os 7.7 xou de invocar a Deus, Deus, porque porq ue o Senhor Sen hor tinha-se torna tor nado do um conceito conceito es es uvii a palavra palavra do d o Se tranho tranh o pa para ra el ele. E o Senhor continua con tinua lamentando: “O uv nhor, vós filhos de Isr Israe ael, l, po porqu rquee o Senhor Senh or tem uma contenda c ontenda com co m os ha bitantes da terr terraa; po porqu rquee nela nela nã nãoo há verd verdad ade, e, nem ne m amor, nem n em conh conheci eci m en to de D eu eus” s” (Os 4. 4.1). Em outras outra s palav palavra ras: s: você vocêss têm tão pouca po uca com u nhão nh ão comigo, comigo, que também tam bém nã nãoo me m e invoc invocam am mais mais!! Co Com m o se pode invocar invocar alguém que qu e não se conhece, conhece, cujo po de derr salvador não se experimenta? O Senhor Senho r queixaqueixa-se se também tam bém de um a invocação invocação sem sem poder. Se bem que mui m ui tos invocam invocam o nome nom e do Senhor Sen hor de alguma algum a maneira, mas não nã o há h á efe efeit ito, o, não clam am a m im d e coração ” (Os 7.14 .14). há atendimento. Po r que não? “N ã o clamam A í está está tod o o problema! problem a! Provemos Provem os nossos corações, corações, se ele eles tornaram-se tornaram -se m orno or noss e indiferent indiferentes. es. O Senho Se nhorr quer reve revela larr-se se,, ele ele qu quer er dar d ar despe d espertam rtamen en to! to! Ele espera po porr aqueles que começam começ am a invocáinvocá-lo lo de todo to do o coração. coração. Está Est á escrito: “Porque, Porque, qu quan anto to ao Senhor, Sen hor, seus olhos passam pas sam p o r toda a ter terra, ra, para pa ra m o str st r a r-s r- s e for fo r t e para par a c o m aq aquu ele el e s c u jo co cora raçã çãoo é to t o talm ta lm e n te d e le” le ” (2 Cr C r 16.9). 16.9). Aceita Aceita e atende atend e a isso isso.. O Senhor Senho r responderá respond erá maravilhosamente! maravilhosamente!
30
O que signi signifi ficca orar com com perseverança? “Porque Po rque não nã o estou desfalecido p o r causa causa das tre treva vas, s, ne m por p orqu quee a escu ridão cobre o meu m eu rosto” ( J i 23.1 23.177). Pode Po de estar escuro em nós, e po pode de haver tre trevas vas especialmente qu quan an d o co co meçamos meçamo s a orar. orar. A oração o ração m ud udaa todas as co cois isas, as, pois sabemos que pela oração são movimentados movim entados os braços de Deus. Deus. Acontece freqüentemente freqüentemente que no m om ento em que um filho filho de Deus começa a orar, poderes poderes de in credulidade, poderes p oderes das d as treva trevass se ap apos ossam sam de dele le.. Isso pod p odee ser por po r diferentes diferentes razões: Em primeiro prime iro lugar lug ar eu go gostaria staria de d e citar os pecados pecado s pessoais não nã o "pe "perdo rdoa a pois, is, ao trazeres ao altar a tua dos. O Senhor Sen hor Jesus não nã o disse disse em em vão: vão: “Se, po oferta, oferta, ali telembrares de que teu irm ão tem alguma cousa contra contra ti, ti, dei xa x a p e ran ra n te o alt a ltaa r a tua tu a ofe o fert rta, a, vai p r im e iro ir o recon rec onci cilia liar-t r-tee co c o m teu te u irmão irm ão;; e, então, voltando, faze a tua oferta’’ (Mt 5.23-24). Disso 5.23-24). Disso conclui-se cla ramente, ramente, que é impossí impossível vel pen penetrarm etrarm os no santuário, en qu quanto anto ainda aind a ti vermos vermos qualquer qu alquer rancor contra alguém em nosso cora coração ção.. Se nã nãoo perdoa p erdoa mos mo s de coração, então e ntão há trev trevas as.. O utra espé espéci ciee de trev trevas as é determ inada inad a pòr pò r poderes poderes herdados, herdado s, incorp in corpora ora dos. do s. Essa linha de d e maldição m aldição vai vai freqüentemente até à terceira terceira e quarta qu arta ge ge ração. ração. Trata-se Trata-se dos pecados p ecados ocultos, n ão reconhecidos, de pais e antepas ante pas sados, que ainda aind a não nã o foram trazidos trazidos à luz luz.. Sempre Sempre novamente novam ente encobremencobremnos então, essa essass trev trevas as,, quand qua ndoo se que querr penetrar pen etrar no Santo S anto dos d os Santos Sa ntos pe lo sangue de Jesus. Assim, pode pod e acontecer aco ntecer — e muitos mu itos filhos de Deus já se queixaram disso a mim — que q ue o crent crente, e, quan qu ando do quer ir para p ara diante d iante de Deus, Deus, tem repentinam repentin amente ente terr terrívei íveiss pensam entos de blasfêmia. blasfêm ia. Filhos de Deus que desconhecem desconhecem o assunto, são abalados abalad os de tal m aneira por p or isso, que imaginam imaginam ter cometido cometido o pecado pecad o contra o Espírito Espírito Santo. M as não é assim. assim. Tamb T ambém ém nesse nesse caso não nã o se trata tra ta de possessão, m as de obsessão. obsessão. Tais ais pessoas contin co ntinua uam m sendo perseguidas persegu idas por po r poderes das trevas trevas herda herd a dos dos pais pais e antepassados. Elas deveriam falar a respeit respeitoo com um con co n selhei selheiro ro espiritual espiritu al e vir à luz luz,, confessand con fessando: o: “Senhor “Senh or trago-te tam bém os peca pe cado doss de d e ab a b o m ina in a ç ã o n ã o rec r ecoo n h ecid ec idoo s dos d os meu m euss pais pa is e an a n tepa te pass ssad adoo s, declarando-me liberto em em nome nom e de Jesus de qualqu q ualquer er ligação ligação com as tre tre vas!’ as!’ Então En tão eles eles poderã pod erãoo orar or ar até conseguirem pen etrar no n o santuário. sa ntuário. 31
M as exis existe te ainda aind a um u m a terceira terceira espécie espécie de tr trevas, evas, pelas quais, porém, porém , não n ão és responsá responsável. vel. Eu E u gostaria go staria de esclarecer esclarecer o seguinte seguinte a respei respeito: to: qua q uann do qu que e remos orar ora r e está escuro em em nós, isso é po porr um lado um u m a tentativa de Sa tanás de nos torn ar incapaze incapazess de orar, orar, mas m as por o utro lado Deus o permi perm i te, te, para pa ra nos no s ensinar ensin ar a sermos príncipes de oração. As trevas trevas pretendem fazer fazer que fiquemos fiquem os resignados e desistamos. A permiss p ermissão ão de Deus, po r sua vez vez, devve demons de dem onstrar trar até que ponto po nto o reconhecemos reconhecemos como com o Senhor Senh or dos senhor senhores es e Rei Rei dos reis reis,, de modo mo do que não n ão fiquemos fiquem os resignados e não desistamos. Jó é o melhor exempl exemplo. o. Ele lamentou lamen tou que as tre treva vass não nã o qqueriam ueriam acabar. A aflição simplesmente simplesmente não termina, um a coisa coisa após a o utra vem vem sobre sobre lu z é com c om o a escuridão” ele ele. Ape A pesar sar de estar e star claro, claro, está escuro escu ro nele: nele: “...a luz (Jó (J ó 10 10.22 .22b, b, Ed. Rev. Rev. e Corr.). Corr.). Isso quer dizer que ele ele nã nãoo pod p odee mais alegra alegrarrse com sua vida. vida. Jó foi foi um hom h omem em que q ue buscou o Senhor Senho r de todo o cora ção, ção, e o ppróprio róprio Senhor lhe conferiu conferiu o testemunho de que ninguém era tão íntegro íntegro quan qu anto to el ele. Mas M as justam justa m ente ent e ess essee homem foi foi levado levado para dentro das maiores maio res tr trevas. evas. Assim ele ele se se queixa, por p or exempl exemplo, o, que sua oração or ação no tur tu r sep ul na perseverante nã nãoo é mais respondida: respon dida: “Mas, se eu aguardo já a sepul tura p o r minh mi nh a ca casa sa,, se na nass treva trevass estendo esten do a m inha in ha ca cam m a” (Jó 17.13 .13). E s sa é um a situação situaç ão desesperadoram desesp eradoramente ente aflit aflitiva iva.. Mas o Senhor Senh or conhece seu seu servo servo e ama-o! N o caso de Jó estava estava muito em jogo. Todo o m und undoo invi invi síve sívell assistia assistia perguntan pergu ntando: do: ele ele desistirá desistirá ou não? Sua Su a própri pró priaa mulher m ulher veio veio a ele ele para con convenc vencêê-lo lo a amaldiço am aldiçoar ar tudo. A h on onra ra do Senhor estava estava em jogo jo go!! C o m relaç re lação ão a Jó, Jó , Deus De us ou o u sou so u mui m uito to e co conn fiou fi ou mu m u ito it o nele, nele, deixa dei xand ndooo por p or longo tempo tem po em trev trevas as e nã nãoo responde resp ondendo ndo mais às suas suas oraç orações. ões. Mas ele ele confiou em Jó, que apesar de tudo não pecaria. pecaria. Se oramos oram os e ansiamos por p or um a transformação , mas n ão receb recebemos emos res res po p o s ta às no n o s sas sa s oraç or açõe ões, s, a p e sar sa r de d e term te rmoo s co c o n fess fe ssad adoo no n o sso ss o s peca pe cadd os co co nhecidos e desconhecidos, desconhecidos, de m od odoo que q ue a razão das treva trevass não está em nós mesmos, e se apesar ape sar disso fica escuro, escuro, isso isso é pe perm rmitido itido p o r Deus. Deus. Entã E ntãoo o diab d iaboo espera que digas digas:: nad n adaa disso disso adianta, vamos acab ac abar ar com iss isso! Mas també tam bém m o Senhor Sen hor aguarda; ag uarda; ele ele espera espera para pa ra saber sab er se persistir persistirás, ás, pois se perpersisti sistires res haverá uma um a maravilho m aravilhosa sa vitória! vitória! Porqu Po rquee a mentalidade de Jó era íntegra, íntegra, el ele alcançou um a poderosa vitó ria de oração. Essa vitória de oração ora ção é manifestada man ifestada naq ue uela la fras frase, e, que du d u rante rant e os séculos séculos foi um fortalecimento fortalecim ento para p ara milhões m ilhões e milhões de pessoas, pessoas, Por que eu sei que o m eu Reden Re dentor tor vive” vive” (Jó também na h ora da m orte orte:: “Porque 19.25). Se Jó não tive tivess ssee experim entado entad o essas essas treva trevas, s, ele ele po poderia deria ter dito no máximo máx imo:: “Sim, sim, sim, claro que qu e eu cre creio io!’ !’ M as agora ag ora seu testemunh testem unhoo é tão poderoso, porque nasceu das trevas! Naqu quele eless dias U m ou outro tro exemplo é Daniel. Em E m Daniel Danie l 10.2-3 está escrito: escrito: “Na eu, Daniel, pranteei durante duran te três três semanas. Manj M anjar ar desejável desejável não comi, nem n em 32
carne nem vinho entraram na minha boca, nem me untei com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras!’ Por que Daniel‘estava tão tris te? Com base na Palavra, ele tinha compreendido que os setenta anos do exílio de Israel estavam chegando ao fim: “no primeiro ano do seu reina do, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o núm ero de anos, de que falara o S enhor ao profeta Jeremias, em que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos. Voltei o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jeju m , pan o de saco e cinza” (Dn 9.2-3). Ele orava, portanto, em concordância com a Palavra de Deus pela libertação do seu povo, mas não recebeu resposta. E ntão ele estabeleceu um tempo de jejum e orou durante três semanas. D urante esse tempo ele absteve-se de todas as coisas supérfluas, de todas as coisas desejáveis, co mendo o mínimo necessário. A pesar de orar com perseverança, ele esta va triste. Por quê? Porque Deus ficava calado. Mas esse homem, Daniel, nunca pensou em desistir. Essa era sua grandeza. M as como é conosco? Com o somos fracos! Há muito teríamos um despertamento, se não de sistíssemos de orar, pois a respeito oramos dentro da vontade de Deus. Se não nos responde e deixa nossa alma ficar em trevas, então somente para que a vitória fique depois tanto mais gloriosa. Depois Daniel também re cebeu resposta, mas primeiro teve um a visão das trevas atrás da sua luta de oração, pois o príncipe angélico lhe disse: “Daniel, homem muito ama do, está atento às palavras qug te vou dizer, e levanta-te sobre os pés; por que eis que te sou enviado. A o falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé tremendo. Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu po r vinte e um dias; porém Miguel, um'dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia” (Dn 10.11-13). Com outras pala vras: Daniel, apesar de teres ficado durante três semanas nas trevas, o Se nhor já tinha ouvido há muito! Isso vale também para ti, quando oras de acordo com a vontade de Deus: apesar de continuares não percebendo um atendimento visível das tuas orações, o Senhor já te ouviu. N ão é isso ma ravilhoso? Se clamaste ao Senhor por algo bem determinado, na certeza de que se trata da vontade de Deus, e continuas em trevas sem receber res posta, mesmo assim ele te ouviu desde o primeiro dia! Mas o que tens que fazer é perseverar. Justamente por isso os filhos de Coré podiam orar tão poderosam ente na fé, do que seus salmos são um testemunho comovente. Os filhos de Coré procediam de um a família lom pro m etida, mas temos deles os mais maravilhosos salmos. Seus antepassados, todo o grupo de Coré, desceram vivos ao abismo, porque se rebelaram contra o Senhor. Mas em um dos salmos dos filhos de Coré lemos as palavras proféticas: “Saber33
se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimen to?” (Si 88.12). Os descendentes de Coré foram, portanto, libertados da maldição do pecado de seus pais. Existe uma libertação completa para to dos que ainda sofrem sob ligações obscuras herdadas, pois Jesus é vencedor! Como último exemplo eu gostaria ainda de citar um homem que teve que passar por coisas terríveis: o rei Davi. Apesar das suas muitas orações — dá-te uma vez ao trabalho de ler os Salmos — nos primeiros anos em que ele havia sido ungido rei, acontecia sempre o contrário daquilo que ele pe dia. Parecia como se Deus ficava calado, como se tivesse esquecido sua Pa lavra, e ignorasse o fato dele mesmo ter mandado ungir Davi como rei. Quantas vezes ele lamenta aproximadam ente com as seguintes palavras: “Senhor, estou caído na cova, não escutas meus altos gritos?”, até que che gou ao magnífico reconhecimento: “até as próprias trevas não te serão es curas: as trevas e a luz são a mesma cousa” (SI 139.12). Aqui Davi disse algo, que deveria ser lembrado por todos aqueles que têm que lutar com trevas! Nosso abençoado Salvador, Jesus Cristo, o maior de todos os homens de oração, passou ele mesmo pelas mais profundas trevas. D a hora sexta até a hora nona houve grandes trevas sobre toda a terra e Jesus clamou em alta voz: “Deus meu, Deus meu, p or que me desamparaste?” (Mt 27.45-46). A essa pergunta ele não recebeu mais resposta. Mas justamente essa falta de resposta de Deus levou à mais maravilhosa vitória de todos os tempos, que é válida eternamente! Ai de nós se temos tão pouca fé, que ficamos resignados e desistimos quando há trevas e resistências. Pois se desistimos de orar, apesar da vitória estar iminente, jogamos tudo fora. Por isso, ape sar de todos os sentimentos negativos, persiste na oração, lembrando as palavras de Isaías 50.10: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do seu servo que andou em trevas sem nenhum a luz, e ainda assim confiou em o nom e do Senhor ese firmou sobre o seu Deus?” Jesus vive!
Contradições na Palavra de Deus? “E será que antes que clamem, eu responderei” (Is 65.24). ”... chamei-o, e não m e respondeu” (Ct 5.6). Temos aqiii duas afirmações bíblicas contraditórias. Da nossa vida de fé pessoal tam bém podem os dizer que há duas experiências contraditórias. Todos nós experimentamos algum a vez que o Senhor, antes que tivessemos expressado a oração, já tinha interferido: “... antes que clamem, eu responderei”. Pediste por algo ou por alguém, e já o Senhor tinha respon dido, repentina e maravilhosamente. Possivelmente experimentaste isso al guma vez quando tinhas grandes preocupações. Pensavas a respeito de co mo poderias vencer o problema, e qu an do foste confrontado com ele, ele tinha desaparecido. Trata-se de preocupações semelhantes àquelas que as mulheres tiveram na m anhã da Páscoa: “E muito cedo, n o primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo. Diziam umas às ou tras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo? E, olhando, vi ram que a pedra já estava revolvida; pois era muito grande” (Mc 16.2-4). Essas mulheres foram para procurar o corpo do Senhor Jesus no sepul cro, mas o sepulcro estava vazio! O Senhor estava vivo, mas elas ainda não o sabiam. Seu problema era a grande pedra, da qual sabiam que não po diam removê-la. Elas foram à sepultura com essa grande preocupação no coração, e enquanto ainda gemiam a respeito, o objeto da sua preocupa ção já tinha desaparecido. É o que também experimentamos: "... antes que clamem, eu responderei” (Is 65.24). Podes, por exemplo, estar sup ortan do variadas cargas e problemas. Mas tão logo tomares tem po para derra mar teu coração diante do Senhor na fé, e a citar as coisas pelo nome, perceberás em meio a esse falar com Deus, que tua carga repentinam ente é lançada sobre ele. Essa é a aplicação prática da Palavra: “... lançando so bre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7). A pedra está removida. E qu ando praticamente ainda não conseguimos agradecer-lhe, o Senhor já fez outro milagre. Quando o Senhor ouve ora ções, ele sempre atende completamente, de m odo abrangente e de forma que quase não conseguimos acreditá-lo. Isso está claramente descrito na epístola aos Efésios: ele faz mais do que tudo quanto pedimos ou pensa mos (cap. 3.20). Mas agora o contrário: quando Deus se cala, quando ele não responde? O calar de Deus pode ter diferentes razões. Freqüentemente seu silêncio 35
é a resposta mais profunda. Recentemente alguém me disse que não sentia nada da presença do Senhor. Essa pessoa disse que lutava desesperadamen te para permanecer em Jesus, mas o Senhor estaria muito longe. H onra mos o Senhor especialmente quando o tomam os pela palavra, também quando ele aparentemente se distancia de nós, quando não nos dá resposta. Essa é a prática de Isaías 50.10: “.. que andou em trevas sem nenhuma luz, e ainda assim confiou em o nome do Senhor e se firm ou sobre o seu Deus!’ Se as trevas te envolvem, se há escuridão, se és pressionado, justam ente en tão tens que ho nrar o Senhor! Agradece-lhe, firma-te em suas promessas e, sem sentir, edifica sobre a rocha da fé. Mesmo que os sentimentos di zem mil vezes “não”, sua Palavra é mais certa. Eu gostaria de citar duas razões porque Deus não responde, retarda sua resposta à nossa oração, ou mesmo a limita. A primeira razão é a relação interrompida com Deus o Senhor! Muitas pes soas que vêm à assistênia espiritual dizem que está escrito: “Pedi, e darse-vos-â... e tudo qu an to pedirdes em oração, crendo, recebereis” Mas is so não seria verdade, porque Deus simplesmente não lhes responderia. Es sas pessoas têm tod a a razão, m as isso é somente a metade da verdade. Se Deus não responde, então está interrompida a relação com ele, não da sua parte, m as p or parte daquele que apresenta a queixa. Seu silêncio corres ponde então à afirmação do Senhor sobre Israel em Isaías 1.15: “Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; sim, quan do multiplicais as vossas orações, não as ouço!’ Ou: “Eis que a mão do Se nh or não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu o u vido, para não pode r ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de san gue, e os vossos dedos de iniqüidade; e os vossos lábios falam mentiras, a vossa língua profere maldade” (Is 59.1-3). Através disso é destruída a re lação com o Senhor. Q uantas vezes temos que provar nosso coração até às maiores profundezas diante da face de Deus, para que não haja nele algo que não combina com Sua santa vontade e interrompe a relação. Isso es tá escrito também nos salmos: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senho r não m e teria o uvido” (SI 66.18). O pecado interrompe, portan to, a relação com Deus. Isso não é na da surpreendente, todos sabemos disso. Mas é de admirar que normalmente não pensamos nisso e não somos mais profundam ente abalados por esse fato; que nossa consciência não é mais sensível e nós não prestamos mais atenção a esse princípio divino. Podem os dizer também assim: pela oração começamos um a relação com Deus — mas o pecado novamente a interrompe. Não esqueçamos uma coi sa: pecado, qualquer que seja, é um golpe na face de Deus. Como po de mos então querer falar intensivamente com Deus, se fazemos algo tão abo 36
minável. N o fundo, oração é colaboração com o Deus eterno, e por isso é necessária um a relação clara com ele. A Escritura diz que somos colabo radores de Deus. Por isso temos que provar como são nossas relações com ele. A segunda razão é exatamente o contrário: trata-se das relações estabele cidas com o inimigo. Em nossa vida podemos estabelecer relações com o inimigo através de coisas que o Senhor não deseja. Para outros talvez não sejam pecados, mas de ti o Mestre deseja que não as faças. O Senhor o disse claramente a ti, m as tu sempre resististe a essa voz suave e meiga do Espí rito Santo. Através disso interrompes a relação com o Senhor e estabe leces relações com o inimigo. Tua vid a de oração é paralisada. Entremos no santuário e digamos: “ Senhor Jesus, querido Pai no céu, onde estão prejudicadas minhas relações contigo?” Podes ter certeza que Satanás tem grande alegria quando demonstramos impotência na oração. Pois isso im pede que perdidos sejam salvos e o despertamento é retardado. Cuidemos para que a comunhão, a relação íntima com o Deus vivo através de Jesus Cristo, seja ordenada!
37
Resistências na oraçao “Naqueles dias eu, Daniel, pranteei durante três semanas. M anjar dese jável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem m e untei com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras... levan tei os olhos, e olhei, eeis um h om em vestido de linho... Ele medisse... Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras é que eu vim. Mas opríncipe do reino da Pérsia m e resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos pri meiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. Ag ora vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últim os dias’’ (Dn 10.2-3,5,ll,12-14a). Quan do Daniel começou a orar seriamente, imediatamente começaram tam bém as resistências! N unca devemos esquecer: se nos aproximarmos e começarmos a orar com mentalidade purificada — e como diz Hebreus 10.22 — purificados e com sincero coração, então causamos um a movi- > mentação no m undo invisível. Com eça uma luta, pois temos que passar pelo m undo dos demônios. Daniel orou por vinte e um dias, ou seja, du rante três semanas, mas somente no último dia ele foi ouvido. Mas o prín cipe angélico que vem a ele, assegura-lhe: “... desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, fo ram ouvidas as tuas palavras; e p o r causa das tuas palavras é que eu vim ” (v. 12). Com isso ele constata que a orientação do coração de Daniel esta va correta, porque ele queria de coração encontrar o Senhor, que tinha pro metido: “Buscar-me-eis, e m e achareis, quando m e buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós..!’ (Jr 29.13-14). Mas o atendimento não foi imediato. Era preciso ter perseverança. Se elevamos nossos corações a Deus em nom e de Jesus e oramos de todo o coração, então já fomos ouvidos, isto é: o atendimento já começou, mes mo que ainda não o vejamos. Mas, p or favor, observa bem a expressão: “... desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração...” Essa é, portanto, a condição — e então começam as resistências do mundo invisível. Pois Satanás sabe muito bem que pessoas que oram com persistência são in vencíveis. Somente a tenaz resistência do inimigo e o silêncio de Deus ensinam-nos que o atendimento já aconteceu: “antes que clamem, eu res ponderei”. Mas somente pessoas de orientação espiritual podem com preender isso, somente aqueles semelhantes a Daniel, somente aqueles que são capazes de renunciar, que não estão presos nas coisas terrenas: “Na 38
queles dias eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem m e untei com óleo algum ..’.’ (w. 2-3). O príncipe do reino da Pérsia personifica a resistência de fora, a resistên cia do mundo invisível. Mas existe ainda uma segunda espécie de resistência quando queremos orar. Trata-se da resistência de fora, do m undo visível. Ela torna-se perceptível de maneira bem real quando decides orar vitorio samente. Quer queiras fazê-lo sozinho ou em um grupo de oração, não faz diferença. O inimigo começa então a usar nosso ambiente: nosso traba lho e freqüentemente também nossa família. Ele pretende distrair-nos, para que de modo nenhum cheguemos a orar com persistência. Ele quer darnos uma desculpa, para que possamos dizer: “Preciso adiar a hora que previ para a oração”. Pois vivemos po r tão pouco tempo, mas se realmente orarmos, ele é transform ado em valores eternos. Mas ele é transformado * em valores eternos somente na medida em que não damos mais ouvidos ao inimigo, que pretende iludir-nos, para que pensemos não ter agora nem tempo nem forças para a oração. Não é verdade, quando queres orar, começas a lembrar de todas as coisas possíveis que ainda tens que fazer. Mas aquilo que realizas às custas do tempo de oração é ruim e freqüente mente nem dá certa Verdadeira oração significa luta, independentemen te do fato de orarmos em casa no quarto ou em um grupo de oração. Em terceiro lugar eu gostaria de citar as resistências que procedem de den tro de nós. Não falamos agora do inimigo, mas das resistências que exis tem em nós. P ara que possa orar vitoriosamente, é de significado decisi vo a constituição interior de um filho de Deus. Por natureza somos indo lentes. Mas o funesto é que o M entiroso desde o princípio, o pai da men tira, apresenta um a outra razão p ara nossa indolência do que a verdadei ra. Normalmente procuramos num falso nível a razão da indolência de não querer orar. Oh, se os filhos de Deus reconhecessem um a vez qual é a ver dadeira razão de sua indolência para orar! A conclusão falsa sobre nossa indolência, sobre nossa incapacidade, sempre consiste da constatação: “Es tou muito cansado!” Mas a Bíblia mostra-nos algo diferente que é respon sável pela nossa indolência: “Portanto, também nós, visto que temos a ro dear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todopeso, e do pecado que tenazmente nos assedia” (Hb 12.1). Entre parên teses: que testemunhas são essas? Trata-se dos nossos que dormiram no Senhor. E eles ainda participam do que acontece conosco? Não. Mais exa tamente: eles não participam mais das dores, intrigas e de tud o aquilo que é terreno, mas participam das nossas vitórias de fé. Toda vitória de fé que obtemos nesta terra, é observada por eles. Eles venceram e agora têm a ma ravilhosa aptidão de registrar tudo que é vitória em nossa v id a. Mas nunca 39
se deve orar por aqueles que faleceram, também não no sentido de “Oh, Senhor, ele está agora contigo..!’. Não, isso já é espiritismo. Mas os que dor miram no Senhor pertencem à nuvem de testemunhas, que observam se nós vencemos, se nós vencemos tam bém a indolência. Leiamos mais um a vez atentamente Hebreus 12.1: “Portanto, tam bém nós, visto que te mos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazm ente nos assedia”. Aí temos o moti vo! Não queremos aqui falar agora sobre pecados determinados, pois creio que no caso a Escritura fala do pecado em si. O que nos assedia? Davi diz no Salmo 119.25: “A minha alma está apegada ao pó: vivifica-me segun do a tua palavra!’Em outras palavras: somos de carne e sangue, tudo é so mente pecado e de modo nenhum piedoso. “Porque eu sei que em mim , isto é, na minha carne, não habita bem nenhum” (Rm 7.18). Mas o que tor nou-se novo foi o espírito. Esse é sem mancha, justo, santo, sem pecado. Mas a carne é pecado. Po r isso o apóstolo exorta a desembaraçar-nos do pecado, para que possamos orar! Nosso homem natural é muito astucio so e sempre novamente encontra desculpas. Ele não é capaz de elevar-se a Deus o Senhor, estando sujeito à lei do pecado e da morte. Ocorre o mes mo que com a lei da gravidade. Isso pode-se dem onstrar melhor com qual quer objeto. Se tal objeto pudesse pensar, sentir ou querer, então ele po deria ficar parado em determinada altura, de acordo com sua vontade, sem ser sustentado por uma mão. Mas um objeto inanimado, quer seja um li vro, um pedaço de madeira ou de ferro, não pode pensar nem querer, e por isso está sujeito à lei da gravidade. Por isso ele jam ais pode elevar-se, mas somente cair. Assim também nós em nossa natureza carnal, somos sujei tos à lei do pecado e da morte. Sempre somos arrastados para baixo. O que diz a Palavra de Deus a respeito? Deves desembaraçar-te de tudo que te ar rasta para baixo. Onde deves colocá-lo? Sobre a cruz de Gólgota! Aqui re tornam os novamente ao ponto que já acentuam os no terceiro capítulo: crucificados com Cristo. O utra espécie de resistência interior é produzida por um a enorme perda: a perda do primeiro amor! Isso deve ser dito muito claramente. Somente podem os orar vitoriosamente e de coração, se nos encontramos no primei ro amor. Se esse não é o caso, então a oração, por mais piedosa que possa parecer, é uma encenação. Se somos interiormente indiferentes, é im pos sível orarmos com persistência até que venha um despertamento. Se um a reunião de oração representa somente um a espécie de dever religioso, en tão ela nada mais é do que um teatro cristão. Se meus familiares fossem à reunião de oração somente por educação, eu lhes pediria que não vies sem mais. Eu preferiria orar com dez a quinze irmãos que se encontram no primeiro amor, do que com cem que somente vêm porque uma vez por semana deve-se ir à reunião de oração. Se não te encontras no primeiro 40
amor, então recebes uma bênção em tal reunião de oração, mas não tra zes bênção! Tu roubas então algo que Deus quer transmitir a outros. Se te deixares levar de volta ao primeiro am or em arrependimento, então tua constituição interior será de tal maneira, que quase não conseguirás esperar até à próxima reunião de oração. Então és realmente abençoado. Mas se vais po r obrigação ou educação, mas estás interiormente abatido ou so breestimas teu trabalho diário, de maneira que simplesmente não gostas de ir à reunião de oração, então pertences àqueles que impedem um des pertamento. Oração e despertamento são duas coisas, ou seja, razão e efei to. Se a razão não é clara e a oração não procede de coração puro e ardente, como pode haver efeito? Então não podemos esperar despertamento. Na oração ficou claro para mim que podem os lamentar e reclamar por m ui to tempo sobre falta de despertamento, mas no fundo nós mesmos temos o despertamento nas,mãos, pois Deus é um Deus de despertamento. Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. Se o Senhor Jesus tem que dizer-te agora: “Tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”, então eu gostaria de dizer-te: arrepende-te ago ra sinceramente e pede ao Senhor para dar-te novamente o primeiro amor, para que possas vir a ele com coração purificado. O mundo procura — in conscientemente — por pessoas que oram no poder do Espírito!
li
A oração em nome de Jesus “Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. A té agora nada tendes pedido em m eu n o me; pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (Jo 16.23b-24). “...a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo con ceda’’ (Jo 15.16b). Quando o Senhor começa suas palavras com “em verdade, em verdade”, ele sempre expressa um a verdade da salvação, por exemplo: “Em verda de, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). A Pedro ele disse: “Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti m esm o e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres” (Jo 21.18). Agora o Senhor diz aqui uma outra verdade da salvação, ou seja: quando nos aproximamos do Pai, nunca devemos esquecer de pedir em nome de Jesus. É fácil dizer “agora pedimos em nome de Jesus e Deus vai ouvir-nos”, mas pensemos um a vez no que significa orar em nome de Jesus. Se eu peço ao Pai em no me de Jesus, isso nada mais significa do que minha concordância com seu comportam ento, seu caminho, seu ser, seu objetivo e seus anseios. Isso é extremamente importante. C om o queremos, como devemos comportarnos? Assim como andou o Senhor Jesus: “aquele que diz que permanece nele, esse deve tam bém andar assim co mo ele andou” (1 Jo 2.6). Seu an dar era expressão da sua fé. Ele firmava-se nAquele que não via, como se o visse. Por isso o Senhor permanecia sempre tranqüilo e podia orar na fé. Mas não trata-se somente do mesmo andar, m as também do mesmo caminho. Quem ora em nome de Jesus, esse é hipócrita e não diz a verda de diante de Deus, se não está disposto a seguir exatamente o mesmo caminljo que Jesus seguiu. Em Apocalipse 14.4 lemos: “São eles os segui dores do Cordeiro po r onde quer que vá’.’ Seguir o mesmo caminho, isso é ainda mais concreto. Com o é esse caminho? O cam inho é apertado e a porta é estreita, isto é: no caminho estreito, após Jesus, são grandes as pos sibilidades de se desviar. Pois é fácil desviar-se de um caminho estreito. Mas o Cordeiro vai adiante. Não seguimos o caminho estreito, mas o Cordei ro por onde quer que vá. Esse caminho, no qual o Cordeiro vai adiante, é um caminho que foi preparado pela sua morte. Ele leva, portanto, sem 42
pre pela morte, mas conform e Hebreus 10.19 leva também ao santuário interior: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Sa n tos, pelo sangue de Jesus!’ Principalmente na oração mostra-se até que ponto já seguimos o mesmo caminho. A unidade interior com o Cordei ro faz-nos avançar no caminho. Isso se percebe imediatamente quando al guém ora. N a medida em que seguimos o mesmo caminho que Jesus, so mos capazes também de orar e de entrar no Santo dos Santos. Mas a condição para a oração em nome de Jesus não é somente a aceita ção do andar e do caminho do Cordeiro, mas também a identificação com o seu ser. O Cordeiro foi obediente até à morte. Mas nós em pacamos e tão rapidamente gostamos de rebelar-nos: “Não quero mais!” Quando lemos Hebreus 5.8-9, então reconhecemos como o Senhor Jesus Cristo apren deu obediência como homem, como jovem: “embora sendo Filho, apren deu a obediência pelas cousas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o A uto r da salvação eterna para todos os que lhe obedecem”. Como Jesus aprendeu obediência? Através de sofrimento! Ele não era um gritador, mas permanecia quieto. Aquele que ora verdadeiramente não faz muitas palavras; ele não é um tagarela. O Cordeiro permaneceu silencio so no sofrimento. Quanto mais falas sobre teu sofrimento, e quanto me nos te aquietas, tanto mais afastas-te do caminho apertad o após Jesus. O caráter do Cordeiro decide nossa vida de oração. Nesse contexto também queremos ler ainda atentamente 1 Pedro 2.21-25: “Porquanto para isto mesm o fostes chamados, pois que tam bém Cristo sofreu em nosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca, pois ele, quando ultraja do, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesm o em seu cor po, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos peca dos, vivamos para a justiça; p o r suas chagas fostes sarados. Porque está veis desgarrados com o ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo das vossas almas!’ O caminho após o Cordeiro é um caminho preparado, m as trata-se de um caminho de humildade. Hum ildade não era uma virtude do Senhor Je sus, mas característica básica do seu ser. Por isso ele disse: “... sou., hu•milde de coração” (Mt 11.29). Humildade é expressão de caráter apa gado. O Senhor não era nem duro nem sentimental, ele não era nem or gulhoso nem tinh a complexos de inferioridade. Em um coração humilde, no qual dom ina a mentalidade do Cordeiro, há amplo espaço. Talvez digas agora: “Não tenho essa mentalidade, não sou como Jesus, e por isso também não posso orar assim!’ Eu gostaria de apresentar-te um 43
exemplo bíblico, que é muito animador. Quando novo, Moisés era um ho mem m uito colérico, mas q uand o ficou velho, lemos dele: “Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a ter ra” (Nm 12.3). Por isso justamente Moisés tinha um coração tão largo e tão grande capacidade de suportar, e por isso seu poder de calar era ao mes mo tempo seu poder de orar: ele pôde ficar quieto diante de Deus por qua renta dias. A conseqüência foi que ele tornou-se manso. O que nos irrita, excita e agita são as influências de fora, que querem novamente revivificar nosso “eu”. Através dessas influências exteriores perdemos a mentalida de de Jesus e com isso tam bém o poder de orar.
Orar em nome de Jesus significa: ter o mesmo objetivo do que ele. Que objetivo teve oSen hor Jesus? Isso revela-se em sua oração: “Recomendoulhe Jesus: Não m e detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e dize-íhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso D eus” (Jo 20.17). Com isso ele quer dizer: nós dois te mos o mesmo objetivo — o Pai no céu! Com isso chegamos à relação mais íntima: os mesmos anseios. Quando nós temos os mesmos anseios que nos so Senhor Jesus, então tud o acaba bem. E qual era sempre seu maior an seio? A hon ra do Pai! Q uand o os discípulos lhe pediram: Senhor, ensinanos a orar” (Lc 11.1), ele os ensinou e apresentou-lhes o maior anseio: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, faça-se a tua vontade..!’Em outras palavras: não eu, mas tu, não m inha vontade, não meu objetivo, não eu sou o objetivo, mas tu. N a oração sa cerdotal o Senhor começa a falar imediatamente sobre si mesmo ou so bre seus discípulos? Não, sobre seu Pai: “Tendo Jesus falado estas cou sas levantou os olhos ao céu, e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glori fique a ti; assim co mo lhe conferiste auto ridade sobre toda a carne..!’ (Jo 17.1-2). O único objetivo da sua oração era a glorificação do seu Pai e não ele mesmo ou seu ambiente. O mesmo acontece hoje na palavra profética: a ênfase da ação de Deus não está so bre os povos, mas sobre a pequena cidade de Jerusalém, na qual o Senhor se revelou e revelará. Sobre os povos lemos: “Eis qu e as nações são consi deradas por ele como um pingo que cai dum balde, e com o um grão de pó na balança” (Is 40.15). Os gentios são citados em um a curta frase, enquanto que encontramos capítulos inteiros sobre a cidade do Pai, do grande Rei. Se ele somente é o alvo, então sobre nossa vida é refletida a glória celes tial. Foi o que Jesus nos revelou. Se queremos tornar-nos como Jesus, então poderemos também orar como Jesus. Vamos orar mais, pois nunca um hom em orou tanto quanto ele; ele permaneceu noites inteiras em oração diante de Deus. 44
Orar a partir do conhecimento de Deus “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu ” (M t 6.9-10). , Através da oração — todos sabemos disso mais ou menos bem — deve ser realizada a vontade de Deus. Assim disse Jesus no “Pai Nosso” : “faça-se a tua vontade, assim na terra co m o no céu’.’ Não está dito, portanto, que primeiro vêm nossos assuntos e depois os assuntos de Deus, mas o con trário. Não é isso então uma contradição com aquilo que Jesus diz em João 15.7? Lá não está escrito nada a respeito de que devemos pedir que acon teça a vontade de Deus, mas exatamente o contrário: “Sepermanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito!’ Com o se pode agora unificar a santa vontade de Deus com a tu a e a minha vontade? Se formos bem honestos, temos que confessar que nós em nossa natureza, em nosso caráter, temos sempre no vamente a tendência de impor nossa própria vontade ao invés da vonta de de Deus. Quem ainda não reconheceu isso, ainda não conhece a si mes mo. Até mesmo em nossa vida de oração somos tão egocêntricos, que mui tas vezes achamos que nossos pedidos correspondem à vontade de Deus, mas na realidade eles procedem da nossa própria vontade. Existe uma cha ve para o entendimento dessas duas afirmações aparentemente contradi tórias do Senhor Jesus: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” e “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o quequiserdes, e vos será feito’.’A resposta é muito evidente. A chave para essa promessa é a condição que Jesus cita: “Sepermanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós!’ Isso é o principal. O perm anecer nele não é um esforço, mas um deixar-se cair em seus for tes braços. Conform e João 15.4, o perm anecer em Jesus tem dois lados: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós..!’ Se o Senhor'diz: “per manecei em m im ”, então temos que lembrar que agora ele não está mais fisicamente na terra, mas encontra-se assentado à direita do Pai em seu cor po de glória e ao mesmo tem po habita em nossos corações através do Es pírito Santo: “e assim habite Cristo nos vossos corações, pela fé..!’ (Ef 3.17a). Antes do Senhor ter ido para a cruz, acontecia o contrário. Então ele andava na terra em seu corpo m as seu Espírito estava continuamente com o Pai. É o que diz João 3.13: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aque le que de lá desceu, a saber, o Filho d o hom em que está no céu.” Ele esta45
va na terra mas ao mesmo tempo tam bém no céu. Então ele foi à cruz e morreu por nós, foi sepultado e ressuscitado, e finalmente subiu ao céu, onde está agora assentado à direita de Deus (E f 1.20). Dali ele exerce to do o domínio e poder, não somente neste mundo, mas também no futu ro. Portanto, sua posição no céu é uma posição de vitória inconteste. E mes mo assim ele habita ao mesmo tempo em nossos corações! Se o Senhor diz: “perm anecei em mim , e eu permanecerei em vós”, onde nós estamos então? Estamos aqui na terra em nosso corpo pecaminoso, mortal, mas nosso espírito renascido está no céu: “Pois a nossa pátria es tá nos c é u s.” (Fp 3.20). Não está dito que nossa pátria será no céu, mas está no céu, já aconteceu. Efésios 2.6 diz: “... com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus..!’ Justamente por isso, porque no dia a dia estamos com os dois pés no chão, precisamos ter essa certeza, que apesar do nosso corpo estar aqui na terra, nosso espírito es tá em Jesus Cristo. Se, pois, o Senhor diz: “permanecei em mim, e eu per manecerei em vós”, então ele quer que permaneçamos com ele nessa po sição de vitória incontestada, isto é, ressuscitados com ele, assentados com ele nos lugares celestiais. Com as palavras: “... e eu permanecerei em vós”, ele nos exorta que através do Espírito Santo lhe entreguemos o domínio completo em nosso coração. Então estamos em constante relação vital com ele, e através dessa circulação vital explica-se então que podemos pedir o que nós queremos, pois nossa vontade estará então sincronizada com a san ta vontade de Deus. Mas não é só isso. Se temos essa relação vital com o Senhor Jesus, se permanecemos nele e podemos pedir o quç queremos e o que o Senhor nos inspira, então rece bemos ainda mais. Pois é muito im portante que observemos o seguinte: se formamos um a unidade orgânica com o Senhor Jesus, alcançamos o conhecimento do Pai como Jesus o tinha. Então seu poder é nosso poder, sua vitória é nossa vitória, seu amor é nosso amor, sua paciência é nossa paciência e sua disposição de sofrer é também nossa— tua e minha — dis posição de sofrer. Isso refere-se à nossa pessoa, mas recebemos também aquilo que ele tinha em conhecimento: seu conhecimento do Pai que a tudo excedia. Para podermos orar vitoriosamente, também nós precisamos co nhecer Aquele a quem oramos! Esse é todo o segredo. Por isso o Senhor Jesus diz: “Portanto, vós orareis assim: Pai n o s s o .( M t 6.9). “Pai nos so”, isso expressa um a relação profund a e íntima com o Senhor. Através do conhecimento do Pai, nossas orações ficam bem diferentes, muito mais concretas, e são expressão da mais profunda certeza de fé. Se oramos no conhecimento de quem, como e o que Deus é como Pai, então sabemos também com certeza que ele ouve. Mas então sabemos ainda mais: quando oramos, ele já nos ouviu! Isso não é exagerado? Não! Encontramos a prova 46
bíblica em Mateus 6. Lá está escrita uma palavra im portante para aque les que sempre acham que na reunião de oração precisam orar bonito e im pressionar com palavras escolhidas. Tais orações não são orações vitorio sas. O Senhor Jesus diz: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu mu ito falar serão ouvidos. Nã o vos assemelheis pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que ten des necessidade, antes quelh opeçais” (M t 6.7-8). Aí vem então o racio cínio lógico e argumenta que nesse caso nem precisaríamos orar. A h sim, pois justamente através d a oração na fé somos preparados interiorm en te, para que a bênção de Deus, que ele já queria ter dado há muito, possa «fluir em e através de nós. Esse é o conhecim ento do Pai, como Jesus o ti nha. Em João 11.41 está escrito: “Tiraram, então, apedra. E Jesus, levan tando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque m e ouviste!’ Quando Jesus orou assim, Lázaro ainda estava morto, pois ele já estava há quatro dias na sepultura. Mas o Senhor tinha um conhecimento tão pro fundo do Pai, que nunca temia e podia dizer mesmo diante do Lázaro mor to: "... graças te dou porque me ou viste”. Essa é um a oração cheia de po der, que vence tudo. O conhecimento do Pai faz-nos orar objetivamente e nos dá um a certeza interior, que ninguém pode tirar-nos. Então nem nos deixamos mais im pressionar por aquilo que vemos, mas deixamos determinar-nos por aquilo que Deus tem preparado em sua glória. Mas ainda mais: quando come çamos a orar assim no conhecimento de Deus, poderemos também orar na fé. E ntão compreenderemos tam bém a exigência de Jesus: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (M t 5.48). Isso é uma exigência impossível para nosso raciocínio, pois como podem os ser per feitos como o Pai no céu? Por que Jesus tinha então tal autoridade de fé na oração? Porque ele conhecia tão bem o Pai. Mas po r que ele conhecia tão bem o Pai? Porque ele era completamente um com o seu Pai. Agora talvez alguém pod e objetar: “Naturalmente, o Senhor Jesus era um com seu Pai desde a Eternidade!’ Isso está certo, justam ente p or isso ele veio, para nos levar de volta a Deus — como disse Paulo — sim, para introduzirnos em Deus. É o que lemos em Colossenses 3.3: a vossa vida está oculta junta m ente com Cristo, em D eus’.’ Para quê? Para que nos tornemos ver dadeiros pais e mães em Cristo. O S enhor descreve de maneira comoven te seu am or por Sião: “A ca so pod e uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não m e esquecerei de ti. Eis que nas palm as das minhas m ãos te gravei..!’ (Is 49.15-16a). Isto é am or de mãe! E com o Salmo 89.26 podemos dizer: “Tu és meu pai!’ Es se é o Pai amoroso. Quanto mais conhecemos o Senhor, tanto mais nos assemelhamos ao seu ser e tanto antes tornam o-nos pais e mães em Cris •17
to. Então acaba a canseira na oração, e aprendem os a orar sem cessar. Se estivermos em constante ligação com o Senhor, tornamo-nos semelhan tes ao seu ser, e vem sobre nós uma grandiosa paz, de modo que podemos dizer: “Pai, graças te dou porque me ouviste!’ Então sabemos do poder da paternidade espiritual. O apóstolo João, ele próprio um pai em Cris to, mostra-nos quatro níveis dos filhos de Deus: filhinhos, filhos, jovens e pais. Cada nível tem suas próprias características. Os filhinhos, os bebês, dão sempre tanto trabalho. Em uma família, sempre temos que ocupar-nos primeiro com eles. Em 1João 2.12 está escrito des ses filhinhos: “Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são per doados, po r causa do seu nome!’ O círculo dos bebês ainda é bem peque no: ele consiste de dar mam adeira, trocar fraldas, deitar na cam a e tirar novamente. Esse é seu mundo; além disso eles ainda não vêem nada. Dor mir e mamar, esses são seus únicos anseios, todo o resto lhes é indiferen te. Também com bebês em Cristo é semelhante: p ara eles, o mais impor tante é terem o perdão dos pecados. Eles ainda não sabem orar, somente gritar. Eles ainda não conseguem dizer “Aba, P ai”, mas somente murm u rar. Eles também são muito instáveis, pois podem estar aparentemente in consoláveis e no próximo momento rir novamente. Esses são os cristãos bebês, que podem estar profundamente ofendidos, e no dia seguinte está tudo novamente bem. Esses são os bebês na Igreja de Jesus, que dão muito trabalho. É preciso sempre “trocar suas fraldas”, dar-lhes a alimentação com a colher, pois de modo nenhum suportam alimento forte. Tais bebês precisam ser sempre evangelizados, porque necessitam de leite. Eles não querem — como diz a Epístola aos Hebreus — deixar-se “levarpara o que éperfeito”, mas lançar “de novo a base do arrependimento de obras mortas, e da fé em Deus..!’ (Hb 6.1b). É bonito quando nascem bebês, mas se eles permanecem bebês, isso é terrível. Então João diz no versículo 13: “Eu vos escrevo, filhos, porque conhecestes o Pai” (Ed. Rev. e Corr.). A diferença entre bebês e filhos consiste em que filhos conhecem seus pais, enquanto um bebê praticamente não conhece seus pais e também os esquece imediatamente. Mas uma criança que já tem quatro, cinco, seis, sete ou oito anos, tem ura relacionamento com os pais. Ela conhece o pai e tem comunhão*com ele, mas aind a não é um apoio, um a verdadeira ajuda na família. Uma criança ainda deve ser tratada muito paternal e maternalmente. Mas então vem o terceiro nível. João cita-o duas vezes, porque ele é mui to im portante na Igreja de Jesus. E mesmo assim, é ruim quando filhos de Deus ficam parados nesse nível, pois assim ainda não são pessoas de oração: “Jovens, eu vos escrevi, porque tendes vencido o maligno... Jovens, 48
eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o maligno” (1 Jo 2.13b, 14b). E quem são os jovens espi rituais na Igreja de Jesus? Trata-se de mulheres e homens, meninas ou ra pazes, que vivem das experiências, pois João diz a essa equipe jovem: “Vo cês são forte, vocês venceram o maligno. A palavra de Déus permanece em vós. Vocês experimentaram a vitória de Jesus. Vocês experimentaram aten dimentos às orações”. Esse já é um belo passo adiante, não é mesmo? De maneira geral, a Igreja de Jesus consiste de duas espécies de crentes, mais concretamente, inicialmente de dois extremos: uma grande maioria de be bês e um menor número de jovens. Esses jovens louvam o Senhor, dizen d o que o Senhor os ouviu m aravilhosamente e lhes respondeu gloriosa mente. Eles falam da vitória que puderam experimentar no dia-a-dia. É esse o objetivo final de Deus com seus filhos? Não! Devemos crescer no conhecimento do Pai, e isso conduz à paternidade e maternidade espiri tual. Tal reconhecimento têm aqueles que têm autoridade na oração e por isso são os que menos se esgotam na oração. Isso pode ser provado com base na Palavra. João diz duas vezes: “Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio” (1 Jo 2.13a). Isso, portanto, é mui to, muito mais profundo. Os pais espirituais reconhecem Deus em seus ca minhos e em seu ser. Por isso procede um a paz sublime de pais e mães es pirituais, e quando eles deixam de comparecer à reunião de oração, há um grande vácuo. Eles são os que falam menos, mas têm o maior poder jun to a Deus. Mas infelizmente eles são um a minoria minúscula na Igreja de Jesus. Lembremos um a vez o ataque de Am aleque a Israel em Êxodo 17. Lá o jovem Josué lidera o povo de Israel e luta junto. Mas sua vitória depende da oração de uma pai espiritual, que nada faz além de orar: Moisés. “Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Am aleque” (Éx 17.11). Orem com e por nós, para que permaneçamos orando, pois nossos braços freqüentemente que rem ficar cansados. O mais importante é que na oração perseveremos no conhecimento de Deus. Quando não se reconhece o Senhor, desperdiçase muito poder de oração, e tndo é cansativo. Mas o conhecimento do Se nhor dá poder de geração espiritual. Que autoridade tinh a Abraão, que em Romanos 4 é cham ado sete vezes pai? O que ele disse ao rei de Sodoma? “Levanto minha m ão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e jü ro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abraão” (Gn 14.22-23). Esse era seu poder. Ele reconheceu Deus em seu ser. Como era com Elias? Toda vez que vou ao Carmelo, tenho que pen sar no momento crítico quando Elias — cercado por milhares e milhares de israelitas e pelos sacerdotes de Baal — disse uma oração bem curta: “Ó 49
,scnlun, Deus de Abr iu to, de I s ac/uc c de Israel, íique ho/c subido que tu
és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que segundo a tua palavra fiz todas estas cousas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus..!’ (1 Rs 18.36-37). Elias deve ter estado muito seguro de si! Com o ele teria se envergonhado, se Deus não tivesse respon dido! Elias tinha tal conhecimento do Pai, que ele mesmo era como o Pai .e po r isso nem duvidava da resposta do Senhor. Q uando ele subiu então ao céu, Eliseu gritou atrás dele: “M eu pai, meu pai" (2 Rs 2.12). Ou pen semos em Paulo, que repreende os coríntios e corrige-os quase ironicamen te por causa das difamações contra ele, e então repentinamente diz bem meiga e paternalmente: “Não vos escrevo estas cousas para vos envergo nhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados... pois eu pelo evangelho vos gerei em Cristo Jesus” (1 Co 4.14,15b). Homens e mulheres na presença de Deus crescem no conhecimento de Deus, e a par tir desse conhecimento tornam-se pessoas de oração sempre mais pode rosas, que perseveram até que o Senhor responde. Eles oram na certeza que ele já respondeu e somente esperam que o atendimento se torne visível.
50
O louvor é importante? “... Matanias, este e seus irmãos dirigiam os louvores” (N e 12.8b). Existem muitas funções e cargos, e aqui na Bíblia é citada a função de lou vor. É interessante que essa expressão só aparece um a vez nessa forma em toda a Bíblia. Dos homens que haviam retornado da Pérsia, de Babel, Neemias tinha investido um que tinha a função de louvar. Sabemos que agra decer é um a expressão da fé, mas dificilmente sabemos ou imaginamos qu anto o Senhor espera nosso louvor. Pois acontece que Deus reage ime diatamente, e isso de maneira visível, perceptível e poderosa, quand o lhe agradecemos de todo o coração, pois com isso testemunhamos que cre mos. Todas as lamentações e queixas, no fundo são incredulidade ingra ta e atrevida, também a lamentação sobre o excesso de trabalho, pois te mos uma fonte de poder que nunca seca. Friso mais um a vez que o Senhor reage imediatamente, e que acontece algo no mundo invisível, quando em nossa situação começamos a louvar. Então estala algo, então o poder do inimigo é quebrado. Tomemos o exemplo de 2 Crônicas 20. Q uando Je rusalém estava sitiada e o rei Josafá não sabia mais o que fazer, pois os fi lhos de Moabe e Amom vinham para lutar contra ele, ele confessou h o nestamente ao Senhor o seu temor. Pois tinham-lhe avisado: “Grande m ul tidão vem contra ti dalém do mar e da Síria” (v. 2). Na verdade deveríamos dizer: o homem não teve grande fé. Mas justamente aqui está o segredo da fé, em dizermos tudo sobre nós claramente ao Senhor, sem enfeitar na da. Josafá confessa, por exemplo, a sua impotência: “A h ! Nosso Deus, aca so não executarás tu o teu julga m ento contra eles ? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande m ultidão que vem contra nós ” (v. 12). Ele confessa também sua perplexidade: “ ... e não sabemos o que fazer” (v. 12b). Sim, e o que o Senhor po de fazer com tais pessoas impotentes e perplexas? Uma coisa, porém, Josafá podia: orar! Ele sabia orar ao Se nhor, pois diz: “... os nossos olhos estão postos em ti ” (v. 12b). Ele irrom pe para a fé, e lança toda a cqrga dos filhos de Amom e de Moabe e do exér cito de milhares sobre o Senhor, de modo que anuncia a todo o povo: “Credeno Penhor nosso Deus, e estareis seguros ” (v. 20b). A fé de Josafá é tão contagiante, que surge um movimento de fé, e todo o povo expressa sua fé no Senhor. Israel não crê mais nesse grande exército, que está tão amea çad or diante de Jerusalém , m as crê no Deus invisível. Essa fé vitorio sa do povo expressa-se no-versículo 22: “Tendo eles começado a can tar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscadas contra os filhos de A m om e de Moabe, e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desba ratados!’ Israel precisou somente assistir como o Senhor interveio, pois os 51
inimigos destruiram-se a si mesmos: “Porque os filhos deA m om e de Moabe se levantaram contra os moradores do m onte Seir, para os destruir e ex terminar; e, tendo eles dado cabo dos moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se” (v. 23). O povo de Israel, portanto, nem precisou lu tar, mas somente fazer uma coisa: louvar. O inimigo ameaça, atormenta e aflige, mas também na tua vida ele está vencido, se ousas começar a louvar e então agradeces até ao despertamento. Não é de admirar que o salmista diz: ‘‘Bom é render graças ao Se nh or” (SI 92.2). Por quê? Quando com base na tua fé começas a louvar porque crês no Senhor invisível, Deus tem a possibilidade de tirar-te da opressão para a amplitude. Então ele tira-te da limitação do teu dia-a-dia e te dá grandiosas perspectivas. Quando se começa a agradecer, percebe-se co mo se é estúpido e míope. Vê-se somente a própria escrivaninha, a própria cozinha, o próprio dia-a-dia, sente-se somente as próprias dores. É inte ressante, mas sempre de novo, repentinamente, algo pode obscurecer-nos completamente a visão da fé, de maneira que se fica preso pelas pequenas coisas que nos ocupam. Mas quando te esforças para louvar, então a oni potência de Deus irrompe em tua fraqueza e abate o inimigo, e o Senhor mesmo abre-te perspectivas bem novas, das quais até agora não tinhas ne nhum a idéia. É o que quer dizer a conhecida palavra: “Oferece a Deus sa crifício de ações de graça... O que m e oferece sacrifício de ações de gra ça, esse m e glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus” (SI 50.14a,23). Em outras palavras: quem ousa pas sar dos pedidos, orações e adorações ao louvor, a esse Deus mostra um ca minho completamente novo. Vamos aplicar isso bem pessoalmente: sabes o que Deus te mostra então? Ele mostra-te então o caminho para agrade cer por coisas pelas quais naturalmente não estarias disposto a agradecer, mas que rejeitarias decididamente. Nesse sentido já observei muitas vezes diferentes pessoas. Elas estavam amarguradas por algo que lhes sobreveio e que as feria, e então “encerravam o expediente”. Mas o Senhor quer que agradeçamos por isso. Por que devemos agradecer? O Salmo 118.21 nos diz isso claramente: “Render-te-ei graças porque m e acudiste, e foste a m i nha salvaçãol’ Essa é a minha experiência pessoal e a experiência de mu i tos servos e servas de Deus, que podem dizer com Davi: “ .. com fidelida de m e afligiste” (SI 119.75). Se és humilhado — por exemplo, pela tua vi zinha, pelo teu colega de trabalho, pelas autoridades — sendo feita algu ma injustiça a ti e sendo afetada a tu a personalidade, então deverias agra decer por isso. Quem conhece o caráter de Deus, também pode realmen te agradecer por isso, pois já começou a agradecer antes. Quem agradece penetra mais profundamente no caráter de Deus, e o Senhor lhe mostra o caminho da salvação. “Não conhece o meu caminho” (SI 95.10), lamenta o Senhor sobre o povo de Israel. Se ele agora permite que sejas desconsi 52
derado e ainda mais profundamente humilhado pelos que estão à tua volta, então ajoelha-te e diz: “Agradeço-te por que me hum ilhas”. Davi diz em outro lugar: “.. a tua clemência m e engrandeceu” (SI 18.35b). Esse é o ca minho de Deus! Outra coisa pela qual se aprende a agradecer, são os irmãos no Senhor. Sei que muitos crentes desperdiçam seu poder de oração, contando como têm dificuldades com esse ou aquele, enum erando todo o mal. Mas se tu começas a conhecer o Senhor no louvor, então agradeces por todos os irmãos. É o que diz Paulo, um homem que não exagerava, pois era de poucas pa lavras. Ele escreve aos Filipenses: “Dou graças ao meu Deus po r tudo que recordo de vós” (cap. 1.3). Os filipenses eram filhos de Deus maravilho sos, de orientação clara e fiéis, que se colocavam ao lado de Paulo. Por isso pode-se retrucar que era fácil dar graças por eles, segundo o lema: se és bom comigo, sou bom contigo. É fácil agradecer pelos irmãos bons e amáveis. Mas Paulo agradeceu também pelos difíceis e incômodos: “Sempre dou graças a meu Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus” (1 Co 1.4). Os coríntios quase ainda não tinham crescido em sua vida de fé. Paulo tinha muito trabalho com eles e teve que advertí-los seriamente. Mas ele começou agradecendo po r eles. Por que ele podia fazê-lo? Havia tantas divisões, contendas, ciúmes e difamações na igreja dos coríntios, e ela havia atacad o Paulo. Por que, então, ele po dia agradecer? “Sempre dou graças a meu Deus a vosso respeito, a pro pósito da sua graça’.’ Também no mais difícil dos crentes encontramos ain da o melhor: a graça de Deus. Sempre se tem motivos para agradecer pe lo privilégio dele ter experimentado a graça, mesmo que depois se tenha que dizer-lhe a verdade. Nisso justam ente está a autoridade de Paulo, e o motivo porque esse homem, apesar de tudo, não desanim ou, mas conti nuou firme. Pois ele também era um hom em de carne e sangue, e um dia poderia ter dito: “Agora estou cheio..!’ Mas ele ficou firme até ao fim, por que orava continuamente. É o que ele escreve aos Tessalonicenses: “Da mos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas ora ções, esem cessar.” (1 Ts 1.2). Aqui já temos novamente essa fonte de poder de louvar, e desse louvor nasce então a intercessão efetiva. Nesses dias aconteceram-te diversas coisas desagradáveis? O Senhor quer de nós que não agradeçamos somente pelos bons tempos, mas também pe los maus, pelo positivo e pelo negativo. Sobre isso lemos em Efésios 5.20 algo que é impossível para o hòm em natural: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em n om e de nosso Senhor Jesus Cristo!’ Deve mos agradecer pela noite e pelo dia, pelo anim ador e pelo entristecedor. Se fizeres isso, então penetrarás cada vez mais no caráter de Deus. O Se nhor abre-te então nível após nível da sua glória, e leva-te às suas câma 53
ras do tesouro. Ele reflete em ti a alegria da eternidade, porque te tornaste um filho de Deus que louva. Então já estás em meio ao despertamento; então o despertamento na tu a vida já é um fato. Isso tem então efeito tão contagiante, que milhares serão atingidos. Pensemos mais um a vez em Jo safá. Primeiro ele era pequeno, desanim ado e abatido, e não sabia mais o que devia fazer, mas então na oração elevou-se ao louvor, porque rece beu a Palavra de Deus. Isso teve efeito tão contagiante, que toda Jerusa lém ficou em condições de enfrentar vitoriosamente a m assa dos inimi gos, pois os seus habitantes começaram a cantar e louvar ao Senhor. Va mos fazer o mesmo? Temos todos os motivos para isso!
54
O altar restaurado “Então disse Elias a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se che• goua ele; Elias restaurou o altar do Senhor, que estava em ruínas. Tomou doze pedras, segundo ò número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome. Com aquelas pedras ' edificou o altar em no m e do Senhor; depois fez um rego em redor do al tar tão grande como para semear duas medidas de sementes” (1 Rs 18.30-32). O altar restaurado foi o cerne do juízo de Deus sobre o Carmelo, o início de uma revelação completamente nova de Deus a Israel. A conseqüência foi chuva refrescante, que derramou-se sobre a terra seca e tórrida. Isso pre tende dizer-nos que nunca pode haver um novo início ou um novo desper tamento, antes que restauremos o destruído altar do Senhor em nossos co rações e èm nossos lares. Observemos que Elias restaurou o altar do Se nhor, quando tinha acabado o clamor ao ídolo: “Passado o meio-dia, pro fetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma. Então Elias disse a todo o p o vo: Chegai-vos a m im ” (1 R s 18.29-30a). O povo afastou-se, portanto, de Baal, voltando-se a Deus o Senhor, chegando-se a Elias, e Elias restaurou o altar do Senhor, que estava em ruínas. Todos nós desejaínos um novo derramamento do Espírito de Deus. Mas pergunto-te: quando estás pronto a rejeitar o anseio por ídolos e a vaidade, para que possas voltar-te comple tamente para o Deus vivo? Por que o altar do Senhor era e é tão importante e decisivo também aqui em 1 Reis 18? “Altar” significa “alto sublime, lugar sublime”. Em primeiro lugar, o altar era o único lugar onde Deus encontrava e abençoava seu povo, através do^acrifício substituto que era oferecido a Ele sobre o altar. Deus, o Santo, sempre encontra o pecado somente no sacrifício substituto. A s sim foi também no Sinai, quando o povo começou a fugir diante da voz de Dèus e da sua santa Majestade. Então o Senhor disse a Moisés: “Um altar de terra m e farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e os teus bois; em todo lugar onde eu fizer celebrar a mem ória do m eu nom e, virei a ti, e te abençoarei” (Êx 20.24). O Senhor diz, portanto, expressamente que Moisés deve fazer um altar e oferecer sobre ele um holocausto e um a oferta de gratidão. Deus prometeulhe também vir a ele nesse lugar e que o abençoaria. Que maravilhosa fi gura de Gólgota, onde Deus encontra o pecador no sacrifício substituto do Senhor Jesus Cristo! O maior anseio de Elias era trazer de volta para 55