Curso Técnico em Eletrotécnica
Projetos Elétricos Residenciais e Prediais
Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidentee da Confeder President Confederação ação Nacional da Indústria
José Manuel de Aguiar Marns Diretor do Departamento Nacional do SENAI
Regina Maria de Fáma Torres Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI
Alcantaro Corrêa Presidentee da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina President
Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC
Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC
Marco Antônio Docia Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Curso Técnico em Eletrotécnica
Projetos Elétricos Residenciais e Prediais João Máximo Cidral Junior Ronaldo Aparecido Schroeder
Florianópolis/SC 2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consenmento do editor. Material em conformidade com a nova ortograa da língua portuguesa.
Equipe técnica que parcipou da elaboração desta obra Coordenação de Educação a Distância
Design Educacional, Ilustração,
Beth Schirmer
Projeto Gráco Editorial, Diagramação Equipe de Recursos Didácos SENAI/SC em Florianópolis
Revisão Ortográca e Normazação FabriCO
Autores Coordenação Projetos EaD
Maristela de Lourdes Alves
João Máximo Cidral Junior Ronaldo Aparecido Schroeder
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
C568p Cidral Junior, João M áximo Projetos elétricos residenciais e prediais / João Máximo Cidral Junior, Ronaldo Aparecido Schroeder. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010. 88 p. : il. color ; 28 cm. Inclui bibliografias. 1. Instalações elétricas - Projetos. 2. Instalações elétricas domiciliares. 3. Instalações elétricas – Requisitos de segurança. 4. Instalações elétricas – Normas. 5. Iluminação elétrica. I. Schroeder, Ronaldo Aparecido. II. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. Cata rina. III. Título. CDU 621.316.17
SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC CEP: 88034-001 Fone: (48) 0800 48 12 12 www.sc.senai.br
Prefácio Você faz parte da maior instituição de educação prossional do estado. Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina. No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, desenvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho. Com acesso livre a uma eciente estrutura laboratorial, com o que existe de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu futuro prossional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em oferecer um modelo de educação atual e de qualidade. Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movimento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional, oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu cação por Competências, em todos os seus cursos. É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos. Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções colaborativas dos professores mais qualicados e experientes, e contam com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima ções, tornando a aula mais interativa e atraente. Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria do Conhecimento.
Sumário Conteúdo Formavo Apresentação
9
40
11
Unidade de estudo 1
Demanda e Carga Instalada
Seção 1 - Normas e simbolo-
gias elétricas 48
Seção 2 - Diagramas elétri-
cos 50
Seção 3 - Condutores, prote-
ções e dutos 13
Seção 1 - Dimensionamento
78
63
Seção 4 - Dutos
Unidade de estudo 5
Documentação Para Projetos
Dimensionamento de Materiais 41
12
Unidade de estudo 3
79
Seção 1 - Introdução
79
Seção 2 - Desenhos e pran-
chas 82
Seção 3 - Memorial descri-
vo 83
Seção 4 - Listagem de mate-
riais e serviços
da carga 15
Seção 2 - Cálculo da deman-
da 19
66
Proteção Contra Descargas Atmosféricas
Seção 3 - Consumidores e
tarifação de energia
20
Unidade de estudo 2
Unidade de estudo 4
67
Seção 1 - Raios e formas de
proteção
Luminotécnica 72
Seção 2 - Projeto dos cap-
tores 21
Seção 1 - Luz, grandezas e
75
unidades 25
Seção 2 - Lâmpadas, luminá-
rias e aplicações 32
Seção 3 - Cálculo de ilumi-
nância para interiores
Seção 3 - Projeto das desci-
das 76
Seção 4 - Projeto do aterra-
mento
Finalizado
85
Referências
87
8
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo Carga horária da dedicação Carga horária: 120 horas
Competências Planejar e elaborar o projeto das instalações elétricas residenciais e prediais.
Conhecimentos Normas técnicas (instalação de SPDA “Sistema de Proteção contra descargaDescarga Atmosféricas”, luminotécnica, instalação predial, ergonomia e fator de potência). ▪
▪
Diagramas unilares, mullares e funcionais.
Técnicas de dimensionamento de condutores e disposivos de acionamento, proteção de máquinas e instalações elétricas residenciais/prediais. ▪
▪
Memorial descrivo.
▪
Análise de demanda para instalações elétricas residenciais/prediais.
Sistemas de controle e tarifação de energia elétrica para projetos elétricos prediais. ▪
▪
Disposivos e equipamentos para instalação elétrica predial/residencial.
▪
Soware dedicado para projetos elétricos.
Habilidades Aplicar normas técnicas (instalação de SPDA “Sistema de Proteção contra Ddescarga Atmosféricas”, luminotécnica, instalação predial, ergonomia, fator de potência). ▪
▪
Elaborar leiautes, diagramas e esquemas de iluminação.
▪
Idencar e selecionar os pos de lâmpadas conforme a aplicação.
▪
Elaborar projetos de aterramento idencando princípios químicos e sicos.
Idencar, selecionar e dimensionar disposivos e máquinas aplicadas aos sistemas de instalações prediais e residenciais. ▪
▪
Elaborar orçamento.
▪
Elaborar planilha de custo dos projetos elétricos industriais.
▪
Ulizar sowares especícos para elaboração de projetos.
▪
Elaborar e acompanhar cronograma de etapas para projetos.
▪
Analisar necessidades do consumo de energia elétrica por parte do usuário.
Idencar as fontes alternavas de energia, aplicando e substuindo fontes de energia tradicionais. ▪
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
9
Atudes
10
▪
Zelo no manuseio dos equipamentos.
▪
Atender prazos e datas pré-denidas.
▪
Responsabilidade sócio-ambiental.
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Apresentação Seja bem-vindo! Espero que este material seja de grande utilidade para a orientação durante o desenvolvimento de projetos elétricos prediais. O prossional que atua nesta área de eletroeletrônica poderá desempe nhar atividades como trabalhador autônomo e até mesmo como fun cionário de instaladoras elétricas ou construtoras, dependendo de seu conhecimento em especicação de materiais e da sua habilidade para produzir detalhes técnicos necessários para a execução correta de uma instalação elétrica predial, é amplamente solicitado. Neste material, serão apresentados os principais aspectos que inuen ciam o processo de elaboração de um projeto elétrico predial. Serão abordadas questões relacionadas à aplicação de normas técnicas até in formações relacionadas ao uso de ferramentas de desenho auxiliado por computador. Boa leitura!
Professores João Máximo Cidral Junior e Ronaldo Aparecido Schroeder João Máximo Cidral Junior, nascido na cidade de São Francisco do Sul - SC, formado em Engenharia Elétrica pelo CCT-UDESC Joinville. Atuou no desenvolvimento de protópos eletrônicos para pequenas indústrias da região. Atualmente leciona em aprendizagem industrial e cursos técnicos no SENAI em Jaraguá do Sul. Ronaldo Aparecido Schroeder, nascido na cidade de São Paulo - SP, Ttcnólogo em Automação Industrial pelo SENAI Jaraguá do Sul. Atuou em diversas empresas na área de manutenção eletroeletrônica e mecânica. Atualmente leciona em aprendizagem industrial e cursos técnicos no SENAI em Jaraguá do Sul.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
11
Unidade de estudo 1 Seções de estudo Seção 1 - Dimensionamento da carga
Seção 2 - Cálculo da demanda Seção 3 - Consumidores e tarifação de energia
Demanda e Carga Instalada
Para compreender melhor a relação entre a demanda e a carga instalada, observe o esquema a seguir:
A carga instalada é denida como o somatório das potências nominais de todos os equipamentos elétricos que podem ser conectados à instalação elétrica em questão (CELESC, 2007, p. 95).
O valor da carga instalada inuencia diretamente no dimensionamento dos materiais elétricos que interligam a distribuição de energia a cada circuito.
O quadro a seguir apresenta os principais equipamentos de uso doméstico e suas respectivas potências.
Figura 1 - Esquema de Representação das Partes que compõem uma instalação elétrica.
A instalação elétrica de uma determinada edicação permite interligar sicamente a fonte de alimentação de energia elétrica (rede elétrica) aos equipamentos elétricos disponíveis nessa edicação (carga), formando um caminho seguro e sem interrupções (distribuição) que possibilita ainda informar o consumo de energia (medição). A parte da instalação elétrica que interliga a rede elétrica à medição é chamada de alimentador de energia e a parte que interliga a medição à carga é chamada de distribuição de energia.
SEÇÃO 1 Dimensionamento de carga A seção 1 apresenta as informações sobre carga instalada e potência média fornecida que contribuem para o correto dimensionamento dos condutores, condutos, proteção e acessórios (caixas de passagem, tomadas, co nectores etc.).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
13
Equipamento (uso domésco) de 50 a 100 litros Aquecedor de água central (boiler)
de 150 a 200 litros
1250
250 litros
1500
de 300 a 350 litros
2000
400 litros
2500
Aquecedor de água de passagem
de 4000 a 8200
Aquecedor portál de ambiente
de 500 a 1500
Aspirador de pó
de 250 a 1000
Chuveiro elétrico
de 4400 a 5400
Condicionador de ar po janela
7.100 BTU/h
900
8.500 BTU/h
1300
10.000 BTU/h
1400
12.000 BTU/h
1600
14.000 BTU/h
1900
18.000 BTU/h
2600
21.000 BTU/h
2800
30.000 BTU/h
3600
Congelador (freezer)
de 350 a 500
Copiadora (laser)
de 1500 a 3500
Exaustor de ar (para cozinha)
de 300 a 500
Ferramentas portáteis
de 500 a 1800
Ferro de passar roupa
de 800 a 1650
Fogão elétrico (por boca)
2500
Forno micro-ondas
1200
Geladeira
de 150 a 500
Grelha elétrica
1200
Máquina de lavar louça
de 1200 a 2800
Máquina de lavar roupas
de 750 a 1200
Liquidicador
270
Secadora de Roupas
de 2500 a 6000
Secador de Cabelo
de 500 a 1200
Televisor
de 75 a 300
Torradeira Elétrica
de 500 a 1200
Torneira Elétrica
de 2800 a 5200
Venlador
Portál
de 60 a 100
De pé
300
Quadro 1 - Equipamentos e potência nominal pica. Fonte: CELESC (1997, p. 39).
14
Potência Nominal Típica (W) 1000
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Contudo, com o crescimento e a inovação tecnológica, os valores apresentados no quadro anterior podem sofrer alterações. Um exemplo seria os chuveiros eletrônicos, que além de apresentarem ajuste de temperatura, são capazes de dissipar potências em torno de 8000 W. DICA Faça um levantamento das cargas dos equipamentos em sua casa. Consulte os manuais e placas de informações dos equipamentos eletroeletrônicos para garanr a correta especicação da potência nominal de cada um.
Na próxima seção, você conhe cerá os três tipos de cálculo de demanda e aprenderá as fórmulas para efetuar esses cálculos.
SEÇÃO 2 Cálculo da demanda Demanda é denida como a po tência ativa média, fornecida (no caso do alimentador) ou consumida (no caso da carga) pelo sistema elétrico de distribuição, em períodos de 15 minutos (CELESC, 2007, p. 96). O cálculo da demanda depende essencialmente da carga instalada, porém há variações conforme o tipo de edicação. Desta forma, o cálculo de demanda é dividido em 3 tipos: Demanda residencial individual; Demanda comercial individual; Demanda para edicação de uso coletivo. ▪
▪
▪
Fonte: Walenia (2008, p. 171).
DICA
O Fator de demanda é a razão en tre a demanda máxima e a carga instalada numa unidade consumidora, num intervalo de tempo especicado (CELESC, 2007, p. 96).
O valor de demanda deve ser expresso em kVA.
Demanda
residencial
individual
O cálculo da demanda para uma residência individual segue a fórmula apresentada (LIMA, 2006, p. 30):
O fator de demanda também pode ser obdo dividindo-se o valor de demanda de uma instalação pela carga instalada.
Demanda comercial in-
DR = (FD . P1) + P2
dividual
Onde: DR → Demanda residencial. FD → Fator de demanda (veja a tabela a seguir) P1 → Soma das potências nominais dos pontos de luz e dos pon tos de força de uso geral. P2 → Soma das potências nominais atribuídas a tomadas de uso especíco. Somatório das potências dos pontos de luz e de força em kW (P1)
Fator de demanda (FD)
0 < P1 <= 1
0,88
1 < P1 <= 2
0,75
2 < P1 <= 3
0,66
3 < P1 <= 4
0,59
4 < P1 <= 5
0,52
5 < P1 <= 6
0,45
6 < P1 <= 7
0,40
7 < P1 <= 8
0,35
8 < P1 <= 9
0,31
9 < P1 <= 10
0,27
10 < P1
0,24
O cálculo de demanda para uma edicação destinada a ns comerciais é apresentada na fórmula a seguir: Demanda = Carga x Fator de Demanda A CELESC fornece uma tabela com os fatores de demanda típi cos conforme o ramo de atividade da unidade consumidora.
DICA A unidade consumidora é considerada como o conjunto de instalações e equipamentos elétricos que recebem energia elétrica de um mesmo ponto, apresentando uma única medição (CELESC, 2007, p. 95).
A próxima tabela mostra alguns exemplos de fator de demanda conforme o ramo de atividade.
Tabela1 - Fatores de demanda para unidades residenciais. PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
15
Ramo de avidade
Código do ramo
Fator de demanda pico
Fator de carga pico
Comércio, varejo e por atacado de veículos automotores.
5010
41,23
15,49
Manutenção e conservação de veículos em geral.
5020
48,27
28,10
Comércio atacadista de carnes e produtos de carne.
5134
70,58
38,46
Hotéis, motéis e apart-hotel com restaurante.
5511
33,66
33,93
Lanchonete, casas de chá, sucos e similares.
5522
60,00
44,00
Avidades do Correio Nacional.
6411
49,34
35,50
Bancos Comerciais.
6521
49,19
32,00
Estabelecimentos parculares de ensino de 2º grau.
8021
45,00
22,50
Tabela 2 - Exemplos de Fatores de Demanda conforme o ramo da avidade comercial. Fonte: CELESC (2007, p. 93).
DICA Mais informações referentes ao cálculo da demanda de uma edicação poderão ser consultadas na CELESC por meio da Norma I-321.0023, Apêndice II.
“A unidade consumidora é um conjunto de instalações e equipamentos elétricos, caracterizado pelo recebimento de energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e correspondente a um único consumidor” (CELESC, 2007, p. 95).
A demanda das unidades residen ciais ( D1 ) normalmente utiliza a informação da área útil da unidade e do fator de diversidade em função do número de apartamentos. Veja a fórmula:
D1 = F x A
Demanda para edicação de uso colevo Uma edicação construída para ns residenciais e/ou comerciais, que apresente diversas unidades de consumo, é conhecida por edicação de uso coletivo. Neste caso, cada unidade de consumo deve possuir uma medição de energia elétrica individual. Essas medições devem ser agrupadas em um mesmo local e derivam todas de um único alimentador.
16
CURSOS TÉCNICOS SENAI
O cálculo da demanda para edifícios de uso coletivo é realizado com a seguinte fórmula:
DT = 1,2 . (D1 + D2 ) + E + G
Onde: DT → demanda total. D1 → demanda das unidades re sidenciais. D2 → demanda do condomínio (composta pelo somatório dos pontos de luz, força e motores). E → demanda de cargas especiais. G → demanda de estabelecimen tos comerciais.
Onde: D1 → demanda das unidades re sidenciais. F → fator de diversidade em fun ção do número de apartamentos. A → demanda do apartamento em função da área útil. “Diversas concessionárias de energia apresentam procedimentos especícos para o cálculo das demandas de instalações elétricas prediais situadas em suas áreas de fornecimento” (LIMA, 2006, p. 33).
A tabela a seguir relaciona a demanda com a área útil para unidades consumidoras com área útil até 71 m². Coluna 1
Coluna 2
Coluna 3
m²
kVA
m²
kVA
m²
kVA
Inferior a 42
1,00
52
1,20
62
1,40
43
1,01
53
1,22
63
1,43
44
1,03
54
1,24
64
1,45
45
1,05
55
1,26
65
1,47
46
1,08
56
1,28
66
1,49
47
1,10
57
1,30
67
1,51
48
1,12
58
1,32
68
1,53
49
1,14
59
1,34
69
1,55
50
1,16
60
1,36
70
1,57
51
1,18
61
1,38
71
1,59
Tabela 3 - Demanda x área total para apartamentos agrupados. Fonte: CELESC (1997, p. 43).
O valor do fator de diversidade reduz à medida que a quantidade de unidades consumidoras eleva. A próxima tabela apresenta alguns fatores de diversidade para agrupamentos de até 40 unidades consumidoras. Coluna 1
Coluna 2
Coluna 3
Coluna 4
Qandade
Fator de diversidade
Qandade
Fator de diversidade
Quandade
Fator de diversidade
Qandade
Fator de diversidade
01
1,00
11
10,42
21
18,04
31
24,08
02
1,96
12
11,20
22
18,65
32
24,69
03
2,92
13
11,98
23
19,25
33
25,29
04
3,88
14
12,76
24
19,86
34
25,90
05
4,84
15
13,54
25
20,46
35
26,50
06
5,80
16
14,32
26
21,06
36
27,10
07
8,76
17
15,10
27
21,67
37
27,71
08
7,72
18
15,88
28
22,27
38
28,31
09
8,68
19
16,66
29
22,88
39
28,92
10
9,64
20
17,44
30
23,48
40
29,52
Tabela 4 - Fatores de diversidade conforme a quandade de apartamentos. Fonte: CELESC (1997, p. 45).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
17
A Demanda do condomínio ( D2 ) poderá ser calculada a partir da seguinte fórmula:
Quanto à demanda de motores elétricos do condomínio ( D ), considerase a potência nominal do motor e o fator de diversidade relacionado à quantidade de motores. As tabelas seguintes apresentam as relações de demanda para motores elétricos a partir da potência e a quantidade de motores até a potência de 1CV.
D2 = (B + C + D)
Onde: D2 → Demanda total do condomínio B → Demanda de iluminação do condomínio C → Demanda de tomadas do condomínio D → Demanda de motores elétri cos do condomínio
Potência do motor (CV)
1
2
3
4
1
1,5
1,9
2,3
1/3
0,65
0,98
1,24
1,50
1/2
0,87
1,31
1,65
2,00
3/4
1,26
1,89
2,39
2,90
1
1,52
2,28
2,89
3,50
Fator de diversidade →
Tabela 5 - Motores trifásicos e demanda (até 1CV). Fonte: CELESC (1997, p. 43).
Com relação à demanda de iluminação do condomínio, devese considerar para os primeiros 10kVA a demanda de 100%. Para o excedente, usar demanda de 25%. Para a demanda das tomadas do condomínio, deve-se considerar 20% da carga total de tomadas.
Quandade
Potência do motor (CV)
1
2
3
4
→
1
1,5
1,9
2,3
→
1/4
0,66
0,99
1,254
1,518
1/3
0,77
1,155
1,463
1,771
1/2
1,18
1,77
2,242
2,714
3/4
1,34
2,01
2,246
3,032
1
1,56
2,34
2,964
3,588
Fator de diversidade
Tabela 6 - Motores monofásicos e demanda (até 1CV).
DICA No dimensionamento da carga instalada dos pontos de iluminação e de tomadas do condomínio, deve-se ulizar o fator de potência de 0,9.
Número de Fator de demanda %
Número de aparelhos
Fator de demanda %
Fonte: CELESC (1997, p. 43).
Quanto à demanda de cargas especiais ( E ): saunas, centrais de refrige ração, centrais de aquecimento, iluminação de quadras esportivas entre outros (CELESC, 1997, p. 16),considere o fator de demanda de 100%. Poderão ser aplicados fatores de diversidade conforme a quantidade de aparelhos. Veja as tabelas para a determinação do fator de diversidade para aparelhos de aquecimento e aparelhos de refrigeração.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
100
75
70
66
62
59
56
53
51
49
47
45
43
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25 ou mais
41
40
39
38
37
36
35
34
33
32
31
30
aparelhos
Tabela 7 - Demanda dos aparelhos para aquecimento. Fonte: SENAI (2004).
18
Quandade
→
CURSOS TÉCNICOS SENAI
s a i c n ê d i s e R
s o i r ó t i r c s E
Potências instaladas em aparelhos
Fator de demanda
1 a 10
100
11 a 20
85
21 a 30
80
31 a 40
75
41 a 50
70
51 a 75
65
acima de 75
60
1 a 25
100
26 a 50
90
51 a 100
80
acima de 100
70
Tabela 8 - Demanda dos aparelhos de ar condicionado, po janela em residências. Fonte: SENAI (2004).
Em relação à demanda de estabe lecimentos comerciais ( G ), o cálculo é o mesmo apresentado na subseção Demanda Comercial Individual, considerando Fator de diversidade igual a 100%. Na próxima seção, você visualiza rá como são classicados os consumidores de energia elétrica pelas concessionárias responsáveis por este fornecimento.
Classicação do consumidor
A gura anterior relaciona os custos que a concessionária de ener gia elétrica possui para compra de energia, transmissão e distribuição, além dos encargos e tributos. Cada estado brasileiro apresenta variações nesta composição.
Descrição
B1
Residencial e residencial de baixa renda.
B2
Rural, cooperava de eletricação rural e serviço público de irrigação.
DICA
B3
Outras classes.
B4
Iluminação pública.
Quadro 2 - Classicação de consumidores para baixa tensão. Fonte: ANEEL (2008, p. 22).
“Informar consumidores, empresas, autoridades e a sociedade em geral sobre as polícas e regulamentos do setor elétrico é uma das diretrizes da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).” (ANEEL, 2008, p. 6).
O processo de formação de preço para a conta de energia elétrica é composto por várias parcelas. Suponha uma conta de energia elétrica que custe R$100,00. Agora veja as parcelas que compõe o preço da tarifa de energia:
Para mais informações sobre o sistema tarifário de sua região, consulte o site da ANEEL: .
Na primeira unidade, você pôde estudar sobre a condução da carga nas instalações elétricas, os cálcu los utilizados para obter a demanda, ou seja, a potência ativa média fornecida. Também conheceu as classicações dadas aos diferentes consumidores de energia elétrica. Agora, na próxima unidade, serão abordados os aspectos relaciona dos com o dimensionamento e especicação de lâmpadas e lu minárias, além de possibilitar a identicação de grandezas e va lores referentes à luz aplicada em ambientes, conforme os padrões da ABNT.
SEÇÃO 3 Consumidores e tarifação de energia Os consumidores são classicados conforme a tensão de fornecimento da concessionária de energia elétrica da região (PROCEL, 2001, p. 6). O quadro a seguir classica os consumidores segundo a tensão de fornecimento.
Figura 2 - Composição de uma conta de luz no valor de R$100,00. Fonte: ANEEL (2007).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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Unidade de estudo 2 Seções de estudo Seção 1 - Luz, grandezas e unidades Seção 2 - Lâmpadas, luminárias e aplicações
Seção 3 - Cálculo de iluminância para interiores
Luminotécnica SEÇÃO 1 Luz, grandezas e unidades Tudo o que você vê é fruto do reexo da luz. Desta forma, a luz pode ser considerada uma radiação visível, ou seja, é composta por uma gama de comprimentos de onda entre o infravermelho e o ultravioleta. Se você enxerga um objeto com a cor vermelha, signica que a luz que incidiu sobre este objeto foi absorvida e foi reetida somente a radiação vermelha. nm 13 10 11 10
Ondas largas
10
Ondas médias Ondas curtas Ondas ultracurtas
107
Televisão
9
7
Radar
3
Infravermelho
10 10
nm 780
Luz
10 10-3 -5
10
610 590 570
Ultravioleta Raios X
Raios Gama
10
z u L
500 380
10-7 -9
o h l e m r e v a r f n I
a t e l o i v a r t l U
Raios Cósmicos
-11
10
10-15
Figura 3 - Espectro eletromagnéco. Fonte: OSRAM (2009, p. 16).
Algumas sensações (agradáveis ou não) dependem da coloração dos ambientes e do conforto lumino so. O quadro a seguir relaciona a inuência das cores nas sensações.
Cor
Sensações relacionadas
Branco
Higiene, neutralidade e frio.
Verde
Paciência, natural e seguro.
Azul
Profundidade, formalidade e liberdade.
Amarelo
Criavidade, visibilidade e atenção.
Laranja
Ajuda, abundância e comunicação.
Vermelho
Calor, alerta e comando.
Violeta
Feminilidade, luxo e melancolia.
Preto
Renúncia, soscação e vazio.
Quadro 3 - Sensações das Cores
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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O conforto luminoso está associado à necessidade de adaptação de um indivíduo a um determinado ambiente: quanto menor for essa necessidade, maior será seu conforto (OSRAM, 2009, p. 7).
Temperatura da cor (T)
Índice de reprodução de cores (IRC) “é a correspondência entre a cor real de uma imagem e sua aparência diante de uma fonte de luz. Quanto menor esta correspondência, mais deciente é a reprodução de cores. O IRC varia de 0 a 100%” (OSRAM, 2009, p. 27).
A gura a seguir apresenta uma comparação entre duas imagens.
Veja a denição de OSRAM (2009, p. 29): “Em aspecto visual, admite-se que é bastante dicil a avaliação comparava entre a sensação de tonalidade de cor de diversas lâmpadas. Para espular um parâmetro, foi denido o critério temperatura da cor (Kelvin) para classificar a l u z . Assim como um corpo metálico que, em seu aquecimento, passa desde o vermelho até o branco”.
Figura 5 - A inuência do IRC sobre uma imagem. Fonte: LUMICENTER (2009)
Desta forma, a temperatura da cor está indiretamente relacionada com o calor físico quando comparada a um corpo metálico aquecido. Veja a gura:.
Observe que as cores da imagem quando o IRC é igual a 100% são mais nítidas, trazendo um aspecto mais real, semelhante à luz natural. O IRC e a temperatura de cor podem ser relacionados confor me o tipo de nalidade do ambiente. Veja esta relação no quadro:
Figura 4 - Temperatura de cor e cor associada. Fonte: LUMICENTER (2009).
Observe na gura anterior que temperaturas de cor inferiores a 4.200K apresentam coloração amarelada e são chamadas de “luz quente”, já temperaturas de cor superiores a 5600K possuem colo ração azulada e são conhecidas como “luz fria”. Ao meio-dia de um dia ensolarado, sem nuvens, a temperatura de cor é de aproximadamente 5800K e possui uma aparência branca.
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Grupo
IRC
Temperatura de Cor 4.100K ou maior
1
2
3
3.500K
IRC >=80
Aplicações Indústrias Têxteis, grácas ou de ntas. Galerias de Arte, museus, hospitais e joalherias.
3.000K ou menor
Residências, restaurantes, joias (iluminação dirigida).
4.100K ou maior
Indústrias leves, escritórios, escolas e magazines (climas quentes).
3.500K
Indústrias leves, escritórios, escolas e magazines.
3.000K ou menor
Indústrias leves, escritórios, escolas e magazines (climas frios).
60<=IRC<80
IRC<60
Todas
Interiores onde a eciência é mais importante que a reprodução de cores: vias de tráfego, canteiros de obras, estacionamentos.
Quadro 4 - IRC, Temperatura de cor e aplicações. Fonte: Walenia (2008, p. 90).
Note no grupo 2 que a tempera tura de cor contribui para minimizar a sensação térmica ocasionada pelo clima, assim, temperaturas de cor menores são mais indicadas para climas frios, enquanto temperaturas de cor maiores são mais aceitas em locais quentes. Portanto, ambientes com alto índice de reprodução de cores (superior a 80%) e alta temperatura de cor (superior a 4.100K) são destinados a desenvolvimento de tarefas que exijam o reconhe cimento de cores. Locais com características opostas, tanto de IRC, quanto de temperatura de cor, são mais indicados para pas sagem de pessoas e veículos ou armazenamento de materiais.
Fluxo Luminoso (Ø)
Intensidade Luminosa
É a quantidade total de luz visí vel emitida por uma determinada fonte em todas as direções. A fon te deve estar submetida a sua tensão nominal de funcionamento (OSRAM, 2009, p. 19). Sua uni dade de grandeza é o lumens (lm).
(I) É a intensidade de uxo luminoso medido em uma determinada direção. A unidade de medida é a candela (cd) e está diretamente relacionada à iluminação dirigida, (WALENIA, 2008, p. 92).
Figura 6 - Representação do uxo
Figura 7 - Representação da intensida-
luminoso.
de luminosa.
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Iluminância (E) Também conhecida como iluminamento, é representada pela uni dade lux (lux). Trata-se da relação entre o uxo luminoso incidente e a área em que ele incide (WALENIA, 2008, p. 93).
Figura 8 - Representação da Iluminância
O nível de iluminamento para interiores é denido pela NBR5413 – iluminância de interiores. O equipamento usado para medi-lo é o luxímetro. A descrição dos métodos e procedimentos pernentes a essa medição são descritos na NBR5382 – Vericação de iluminância de interiores.
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1 lux equivale a um 1 lm/m².
Em uma sala de aula, por exem plo, o iluminamento deve variar de 200 a 500 lux. Já o iluminamento necessário para a realização de uma cirurgia pode variar de 10.000 a 20.000 lux. Existe um gráco que representa a variação da intensidade luminosa em função do ângulo de direção da iluminância. Este gráco é chamado de Curva de Intensidade Luminosa. Geralmente ele prevê a fonte lu minosa montada, ou seja, con tendo a lâmpada e sua respectiva luminária. Este aspecto será abordado na próxima seção: Lâmpa das, luminárias e aplicações.
Luminância (L) É dada pela intensidade de luz reetida em uma determinada direção, portanto depende essen cialmente da qualidade da superfície (WALENIA, 2008, p. 94). É representada pela unidade cd/m² (candelas por metro quadrado).
Figura 9 - Representação de luminância em uma supercie. Fonte: LUMICENTER (2009).
Eciência Luminosa (ŋ) Também conhecida como rendimento, é dada pela relação entre o uxo luminoso emitido e a potência consumida por uma lâmpada (lm/W). Quanto maior for o rendimento, melhor é o aproveitamento de energia elétrica (WALENIA, 2008, p. 95). Este conceito é ex tremamente útil para averiguar se uma lâmpada é mais eciente do que outra. Note a gura a seguir: uma lâmpada incandescente de 40W possui rendimento menor (10 lm/W) do que uma lâmpada uorescente comum de 32W (algo em torno de 77 lm/W).
Lâmpadas
incandes-
centes “A luz desse po de lâmpada é proveniente de um lamento metálico (tungstênio) alojado no interior de um bulbo de vidro, sob vácuo, ou com gases quimicamente inertes em seu interior.” (CAVALIN, 2006, p. 68).
A gura a seguir mostra um tipo de lâmpada incandescente. Neste caso, é uma incandescente co mum em residências para iluminação geral.
Figura 11 - Lâmpada Incandescente Comum de 40W. Fonte: PHILIPS (2009).
Variações das lâmpadas incandescentes (CAVALIN, 2006, p. 70): Incandescentes para uso geral; Incandescentes para uso espe cíco; Lâmpadas decorativas; Lâmpadas reetoras/deetoras ou espelhadas; Halógenas; Infravermelhas. ▪
▪
▪
Figura 10 - Rendimento luminoso dos diferentes pos de lâmpadas.
▪
Fonte: LUMICENTER (2009).
▪
Agora que você já estudou a res peito da luz, aprenderá, na próxima seção, sobre as lâmpadas, pois elas fornecem energia luminosa. Você conhecerá os diversos tipos de lâmpadas, suas características e os equipamentos auxiliares para a instalação delas. E falando em instalação, você também apren derá a forma correta de ligar uma lâmpada e os danos de uma má instalação.
SEÇÃO 2
▪
Lâmpadas, luminárias e aplicações As lâmpadas fornecem a energia luminosa e, com o auxílio de luminárias, é possível aumentar o rendimento luminoso. As lâmpadas podem ser divididas em dois tipos: incandescentes e descarga (CREDER, 2000, p. 177). PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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Lâmpadas de descarga
Variações das lâmpadas de descarga: ▪
“A luz emida por uma lâmpada de descarga é produzida pela passagem da corrente elétrica em um gás ou vapor ionizado que, ao chocar-se com a pintura uorescente ou cristais de fósforos (‘phósphor’) no interior do tubo, emite luz visível.” (CAVALIN, 2006, p. 77).
A gura a seguir mostra um tipo de lâmpada uorescente compac ta, aplicada normalmente para substituir lâmpadas incandescentes.
▪
▪
▪
▪
▪
▪
▪
Fluorescentes; Luz mista; Vapor de mercúrio; Lâmpada de néon; Vapor metálico; Multivapor metálico; Vapor de sódio; Lâmpada de indução.
DICA Lâmpadas uorescentes compactas apresentam custo inicial mais elevado que as lâmpadas incandescentes comuns, porém apresentam rendimento muito maior. Assim são muito mais econômicas e contribuem para reduzir o consumo de energia elétrica.
Em ambos os pos de lâmpadas há a passagem de corrente elétrica para gerar energia luminosa. A diferença é que na lâmpada incandes cente, a corrente elétrica atravessa um o metálico condutor e na lâmpada de descargas, a corrente elétrica atravessa um gás, quando submeda à alta tensão em suas extremidades.
Figura 12 - Lâmpada Fluorescente Compacta de 15W. Fonte: PHILIPS (2009).
DICA Devido à alta tensão, as lâmpadas de descarga necessitam de um disposivo reator. Veja a subseção “Acessórios para lâmpadas”.
O próximo quadro relaciona as principais variações de lâmpadas e suas características.
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Tipo
Incandescente
Halógena
Dicróica
Mista
Vapor de
mercúrio Vapor de sódio
Vapor metálico
Fluorescente
Fluorescente especial
Fluorescente
compacta
LEDs
Rendimento (lm/W)
Reprodução de cores (IRC)
Vida úl (h)
Aplicação
Observações
1.000
Iluminação residencial, emergência, comercial e locais com grande qualidade de luz, sem se preocupar com a eciência.
2.500
Iluminação decorava e de destaque em Para uso em luminárias ambientes comerciais compactas e iluminação (lojas, vitrines e joalherias) indireta. e ambientes residenciais.
100
4.000
Iluminação decorava e de destaque em Ideal para luminárias ambientes comerciais compactas. (lojas, vitrines e joalherias) e ambientes residenciais.
25
62
Locais que necessitem de grande quandade de luz, 10.000 não se preocupando com a eciência do sistema.
Não necessita de equipamento auxiliar para seu funcionamento.
55
44
Iluminação de galpões 24.000 industriais e iluminação pública.
Necessitam de um reator para seu funcionamento.
25
Iluminação pública e 28.000 locais que priorizem a alta eciência do sistema.
Necessitam de um reator para seu funcionamento.
88
Iluminação comercial (lojas e vitrines), áreas externas (fachadas, 12.000 monumentos, outdoors), galpões industriais e estádios esporvos.
Necessitam de um reator para seu funcionamento.
70
Iluminação comercial, 12.000 industrial, residencial, garagens, depósitos etc.
Necessitam de um reator para seu funcionamento.
95
Iluminação comercial, industrial, residencial, 12.000 escritórios, lojas, grácas e indústrias têxteis.
Necessitam de um reator para seu funcionamento.
80
Iluminação residencial (hotéis, teatros, 10.000 escritórios, escolas, shoppings etc.).
Necessitam de um reator para seu funcionamento.
90
Letreiros, displays, sinalização, iluminação 50.000 decorava (destaque de aspectos arquitetônicos).
Redução do custo de manutenção, fontes compactas, baixa tensão e não emite radiações ultravioleta ou infravermelho.
17
25
25
100
100
135
80
65
80
65
210
Para uso em luminárias fechadas ou com difusores de luz, para evitar ofuscamento direto.
Quadro 5 - Lâmpadas e suas caracteríscas. Fonte: Walenia (2009, p. 96).
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Nome
Descrição
Exemplo de Figura
DICA Consulte sempre catálogos atualizados dos fabricantes! Novas tecnologias contribuem para elevar a vida úl de lâmpadas, melhorar o IRC e aumentar o rendimento luminoso.
Padronizam a conexão elétrica para a lâmpada, facilitam a instalação e a substuição. Conforme o po de base da Receptáculo lâmpada, o soquete tem uma ou soquete idencação. Exemplo: para Figura 5.1: soquete lâmpadas incandescentes E-27 para lâmpada comuns, o po de soquete incandescente para xação possui base E-27. no plafonier.
Equipamentos Auxiliares
Para a instalação e o funciona mento correto de lâmpadas, são necessários certos acessórios que auxiliarão na conexão elétrica, na xação mecânica, no aumento do rendimento luminoso e até no funcionamento (no caso das lâm padas de descarga). Estes acessórios são respectivamente apresentados n0 quadro a seguir, conforme a função (CA VALIN, 2006, p. 97):
Plafoniers
Luminárias
Reatores
Padronizam a xação mecânica de soquetes de lâmpadas (incandescentes e uorescentes compactas). Podem ou não aceitar o encaixe de lustres com formato de globo para nalidade decorava ou de proteção.
Figura 5.2: plafonier para xação de lâmpada incandescente e lustre po globo no teto.
Distribuem, ltram e controlam a luz gerada pela lâmpada. Contribuem principalmente para elevar o rendimento luminoso e evitar ofuscamento. Algumas luminárias são tão completas que são formadas por uma única peça, contendo elementos de conexão elétrica e mecânica.
Figura 5.3: luminária para duas lâmpadas uorescentes para iluminação comercial. Fonte: PHILIPS (2009).
São necessários para lâmpadas de descarga. São equipamentos auxiliares que têm a nalidade de proporcionar a parda e de estabilizar a corrente do circuito. Os reatores devem ser dimensionados conforme a potência da lâmpada.
Figura 5.4: reator eletrônico para lâmpadas uorescentes.
Quadro 6 - Resumo exemplicado dos acessórios de uma lâmpada.
28
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Principais pos de luminárias
▪
DICA Uma lâmpada montada em uma luminária selecionada corretamente contribui para melhorar seu rendimento luminoso.
Pública: são usadas exclu-
sivamente em montagens de sobrepor externas, com lâmpadas de vapor de sódio ou de vapor metálico. Sua nalidade é a ilumi nação de ruas, avenidas, calçadas, praças, jardins, entroncamentos, estacionamentos e orlas marítimas. Decorativa: são luminárias de diversas cores e modelos desti nadas para iluminação dirigida e iluminação geral de ambientes como residências, jardins, bares, lanchonetes, restaurantes e clu bes. Os modelos mais comuns são o spot (ponto de luz), reetor e arandela. ▪
Existem diversos tipos de luminárias, contudo suas características comuns permitem dividi-las conforme sua aplicação: ▪
Comercial: normalmente são luminárias de embutir ou sobrepor,
montadas com 2, 3 ou 4 lâmpadas uorescentes tubulares para ilumina ção interna de escolas, ocinas, postos de gasolina, depósitos, garagens, almoxarifados, corredores, agências bancárias, lojas, shoppings, escritó rios, entre outros. Também são usadas em montagem com lâmpada de vapor metálico ou de vapor de sódio para a iluminação de grandes áreas comerciais (PHILIPS, 2008, p. 4). ▪
Industrial: são luminárias capazes de suportar excessos de tempe-
ratura, maresia, gases, pó e umidade. Em alguns casos, dependendo da atividade industrial realizada, a luminária deve apresentar pintura com proteção antichama, seu material construtivo deve ser capaz de su portar altos níveis de temperatura e proteger a lâmpada contra corpos sólidos e água. Podem ser utilizadas em montagens embutidas ou de sobrepor com lâmpadas uorescentes, lâmpadas de vapor metálico, mista, vapor de mercúrio e vapor de sódio.
DICA Algumas luminárias industriais apresentam grau de proteção IP-65, ou seja, seu interior é totalmente protegido contra poeira e protegido contra jatos de água. Para maiores informações sobre graus de proteção, consulte a unidade “Dimensionamento de Materiais”.
▪
Caracteríscas dos reatores
Para o correto funcionamento de algumas lâmpadas, é necessário o uso de dispositivos auxiliares como: transformadores, reatores e ignitores (WALENIA, 2009, p. 102). Os reatores têm função de ele var a tensão entre os terminais da lâmpada e controlar a passagem de corrente. Basicamente existem 3 tipos de reatores, veja:
Esportiva: são destinadas à iluminação de áreas abertas ou não de
pátios, quadras, ginásios, estádios, hipódromos, entre outros. Também podem ser aplicadas para a iluminação de canteiros de obras, complexos viários, docas, aeroportos etc. (PHILIPS, 2008, p. 22). Empregam lâmpadas de vapor de sódio ou de vapor metálico em montagens de sobrepor e são bastante aplicadas em áreas abertas. Assim, sua estrutura possui proteção contra: raio ultravioleta do sol, oxidação, entrada de partículas sólidas e água.
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Tipo de Reator
Descrição
Exemplo de Figura
É o mais barato e usado no mercado. Os componentes para Eletromagnéco circuitos convencionais convencional são: reator, “starter”, soquete para “starter”, lâmpada e soquete para lâmpada. Os componentes para circuitos de parda rápida não necessitam de “starter”, já que na composição do reator, há enrolamentos separados Eletromagnéco para aquecerem os de parda rápida eletrodos da lâmpada connuamente. Entretanto, necessitam de aterramento das partes metálicas como luminárias, eletrocalhas etc.
Eletrônico
Figura 6.1: reator eletromagnéco convencional. Fonte: PHILIPS (2009).
Figura 6.2: reator eletromagnéco de parda rápida. Fonte: PHILIPS (2009).
Apresenta parda instantânea e pode ser dimerizável ou não. Possui maior fator de potência e Figura 6.3: Reator eletrônico. maior rendimento, além de eliminar cinlações da Fonte: PHILIPS (2009). luz.
Quadro 7 - Exemplos de reator.
Outros componentes auxiliares usados para o acionamento de lâmpadas são os ignitores e os transformadores. Os ignitores funcionam como uma espécie de circuito de partida para lâmpadas de alta pressão. Eles geram picos de alta tensão sobre os terminais da lâmpada até
30
CURSOS TÉCNICOS SENAI
que ela acenda, desligando o ignitor automaticamente. O “starter”, mencionado antes, nada mais é do que um ignitor para lâmpadas uorescentes. Dependendo da potência da lâmpada usada, há um código de “starter” a ser especicado, veja a tabela (CAVALIN, 2006, p. 106):
Código comercial do “starter”
Potência da lâmpada (W)
S-2
15 ou 20
S-10
30, 40 ou 65
Tabela 9 - “Starters” da PHILIPS. Fonte: PHILIPS (2009).
Estes transformadores nada mais são do que reatores eletromag néticos que geram altas tensões em seus terminais de saída (entre 2.000 e 15.000 V). São usados em outras lâmpadas de descarga de alta pressão (como lâmpadas de vapor metálico, vapor de mercúrio e vapor de sódio) e lâmpadas de néon e argon (CAVALIN, 2006, p. 101). As lâmpadas de alta pressão funcionam com circuitos contendo transformadores e ignitores.
Esquemas de ligação A ligação correta de uma lâmpada garante seu funcionamento sem falhas nem acidentes. Quando se trata de lâmpadas de descarga, onde o circuito é mais complexo do que o de uma lâmpada incan descente, então o cuidado deve ser ainda maior. A seguir, é apresentado o esquema de ligação para lâmpadas de descarga de baixa pressão (uo rescente tubular), com reator eletromagnético para uma lâmpada.
Figura 13 - Esquema de ligação de lâmpada uorescente tubular e reator eletromagnéco. Fonte: PHILIPS (2009).
Veja agora o esquema anterior montado, utilizando reator eletrônico:
Figura 14 - Esquema de ligação de lâmpada uorescente tubular e reator eletrônico. Fonte: PHILIPS (2009).
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31
Porém, em muitas montagens com luminárias, utilizam-se duas lâmpa das por reator. Veja os próximos esquemas:
Método ponto por ponto é recomendado para iluminação dirigida, pois garante o nível de iluminamento em pontos especicados. Este dimensionamento apresenta maior precisão, porém é menos utilizado pela complexidade de seu cálculo. ▪
DICA
Figura 15 - Esquema de ligação de 2 lâmpadas uorescentes com um reator.
Os fabricantes de luminárias disponibilizam na internet programas de computador que auxiliam no dimensionamento de luminárias conforme o iluminamento desejado. Para mais informações, veja a unidade “Documentação para Projetos”, seção “Desenho auxiliado por computador”.
Fonte: PHILIPS (2009).
DICA Para outras informações sobre modelos, caracteríscas e aplicações das lâmpadas, luminárias e componentes acessórios, você pode consultar os catálogos e informações técnicas de fabricantes, nos sites: , , , , e .
Na seção que terminou, você pôde aprender conceitos importantes sobre a luz, os tipos de lâmpadas, suas características e aplicações, acessórios necessários para instalação das lâmpadas, reatores e esquema de ligação das luminárias.
32
CURSOS TÉCNICOS SENAI
SEÇÃO 3 Cálculo de iluminância para interiores
Quando se projeta a iluminação para um ambiente, deve-se levar em consideração (WALENIA, 2009, p. 107):
Nesta seção, você aprenderá mé todos para calcular o iluminamento, as dimensões do ambiente e a quantidade de lâmpadas necessárias para cada ambiente. Conhece rá o melhor local para instalar as lâmpadas e a forma de escolher as lâmpadas apropriadas para cada local, tudo para se obter uma ilu minação perfeita. Basicamente existem dois mé todos de cálculo luminotécnico: método dos lúmens ou método do uxo luminoso e método pon to por ponto (WALENIA, 2009, p. 106):
1. O nível de iluminamento necessário para a tarefa a ser executada no ambiente;
Método dos lúmens ou método do uxo luminoso, calcula o iluminamento médio. Por se tratar de um cálculo simples e rápido, é o mais utilizado e se baseia na norma NBR5413.
5. O tipo e quantidade de luminárias e lâmpadas necessárias para garantir o iluminamento necessário;
▪
2. O índice de reprodução de cores mais adequado para o am biente; 3. As dimensões (comprimento, largura e altura) do ambiente a ser iluminado, inclusive a altura da bancada de trabalho, caso houver; 4. As cores de paredes, teto e chão;
6. O fator de potência e o rendimento luminoso das lâmpadas escolhidas para o projeto; 7. A presença de ofuscamento causado pela iluminação do ambiente; 8. O custo para implantação do projeto de iluminação; 9. A corrente de partida para todo o circuito de iluminação; 10. A corrente nominal para todo o circuito de iluminação; 11. A vida útil das lâmpadas.
A fórmula para calcular o iluminamento é:
Fórmula: cálculo do uxo luminoso total. Fonte: Walenia (2009, p. 107).
EP = I x (cos α)³ x Ф H² x 1.000
Considere um uxo luminoso de 5.400lm e a altura do plano de trabalho de 2,90 m. Desta forma, para um ângulo de 0º (totalmente vertical), tem-se: EP1 = 282,52 lux E para um ângulo de 45º (inclinação de 45º em relação à normal), tem-se: EP2 = 40,86 lux.
Método ponto a ponto É usado principalmente em métodos computacionais e para estabelecer a iluminância em um determinado ponto. A gura seguinte apresenta uma curva de iluminância dada para determinada lâmpada e, posteriormente, será apresentado o cálculo da iluminância a 0º e 45º.
Ø = (S x E) / (Fu x Fd)
Método dos lúmens Este método é calculado a partir das seguintes fórmulas (WALENIA, 2009, p.107):
N=Ø/φ Fórmula: cálculo do número de luminárias. Fonte: Walenia (2009, p. 107).
onde: Ø – Fluxo luminoso total (lm). φ – Fluxo luminoso da(s) lâmpada(s) montadas na lu minária (lm). S – Área total do ambiente (m²). E – Iluminância desejada (lux). Fu – Fator de utilização: depende da lâmpada, luminária e do local (sem dimensão). Fd – Fator de depreciação (sem dimensão). N – Número total de luminárias necessárias. Veja que o uxo luminoso depende diretamente da área do ambiente e da iluminância desejada. Ainda são considerados dois fatores para a determinação do uxo luminoso total: fator de utilização e fator de depreciação.
DICA
Figura 16 - Curva de Iluminamento e ângulo da luz sobre o plano de trabalho. Fonte: Intral (2010, p. 8).
Observe que a relação entre o uxo luminoso necessário para o ambiente e o uxo fornecido pela lâmpada escolhida é que dene a quandade de lâmpadas necessárias.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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Selecionando corretamente a iluminância A iluminância é identicada segundo as recomendações da NBR5413, pode ser genericamente classicada pelo tipo de atividade visual a ser desenvolvida, ou de maneira mais precisa, considerando o tipo de atividade a ser executada. Veja a quadro a seguir: Grupo
A (área de uso connuo e/ou execução de tarefas simples)
B (áreas de trabalho em geral)
C (áreas para execução de tarefas visuais e minuciosas)
Iluminância (lux)
Iluminância geral para áreas usadas ou com tarefas visuais simples.
Iluminação geral para área de trabalho.
Iluminação adicional para tarefas visuais diceis.
Tipo de Avidade
20 – 30 – 50
Áreas públicas com arredores escuros.
50 – 75 – 100
Orientação simples para permanência curta.
100 – 150 – 200
Recintos não usados para trabalho connuo; depósitos.
200 – 300 – 500
Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, auditórios.
500 – 750 – 1.000
Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho médio de maquinaria e escritórios.
1.000 – 1.500 – 2.000
Tarefas com requisitos especiais, gravação manual, inspeção e indústria de roupas.
2.000 – 3.000 – 5.000
Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrônica de tamanho pequeno.
5.000 – 7.5000 – 10.000
Tarefas visuais muito exatas e montagem de microeletrônica.
10.000 – 15.000 – 20.000
Tarefas visuais muito especiais e cirurgias.
Quadro 8 - Iluminância por classe de tarefas visuais. Fonte: ABNT (1992).
DICA A denição mais precisa da iluminância necessária para um ambiente é determinada pela avidade a ser executada.
34
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Note que no campo “iluminância” existem três valores marcados, repre sentando o valor mínimo, valor médio e valor máximo respectivamente. Estes valores são calculados somando os pesos dos parâmetros P1, P2 e P3, conforme o quadro:
Peso (valor atribuído ao parâmetro)
Caracterísca da tarefa e do observador
DICA
-1
0
+1
P1: Idade (em anos)
Idade < 40
40 ≤ Idade ≤ 55
Idade > 55
P2: Velocidade e precisão
Sem importância
Importante
Críca
P3: Reetância do fundo de tarefa
Superior a 70%
De 30 a 70%
Inferior a 30%
Consulte a norma NBR 5413 para vericar os níveis de iluminamento conforme a avidade a ser pracada no ambiente.
Calculando o fator de
Quadro 9 - Fatores de determinação da iluminância.
ulização (Fu)
Fonte: ABNT (1992).
O resultado do somatório pode ser interpretado conforme a relação apresentada a seguir: Resultado do somatório
Valor de iluminamento a ser escolhido
-3 ou -2
Valor de iluminância mínima
-1, 0 ou +1
Valor de iluminância média
+2 ou +3
Valor de iluminância máxima
Quadro 10 - Relação entre o somatório dos parâmetros e o valor da iluminância.
Normalmente o cálculo é efetuado utilizando informações padronizadas de luminárias, fornecidas por fabricantes. A seguir, é mostrada uma tabela para cálculo do fator de utilização de luminária de sobrepor para 2 lâmpadas uorescentes tubulares de 32W. As dimensões da luminá ria são: altura = 75 mm, largura = 304 mm e comprimento = 1315 mm.
Para a execução de cálculos mais precisos, a norma NBR 5413 possui uma relação mais especíca entre a avidade a ser exercida no ambiente e o nível de iluminância.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
35
Índice de reexão Teto (%) Parede (%)
70 50
Piso (%)
30
50 10
50
10
30
30 10
30
10
K
10 10
Fator de ulização
0,6
0,45
0,41
0,38
0,44
0,4
0,38
0,4
0,37
0,8
0,52
0,48
0,45
0,51
0,47
0,45
0,47
0,45
1
0,58
0,56
0,53
0,58
0,55
0,53
0,54
0,53
1,25
0,59
0,56
0,53
0,58
0,56
0,53
0,55
0,53
1,5
0,66
0,56
0,61
0,64
0,62
0,6
0,61
0,6
2
0,66
0,63
0,61
0,65
0,63
0,61
0,61
0,6
2,5
0,72
0,64
0,69
0,71
0,69
0,68
0,68
0,67
3
0,72
0,7
0,69
0,71
0,69
0,68
0,69
0,67
4
0,72
0,71
0,69
0,71
0,69
0,69
0,69
0,67
5
0,73
0,71
0,69
0,72
0,7
0,69
0,69
0,68
Tabela 10 - Exemplo de fator de ulização para luminária com lâmpada uorescente. Fonte: Intral (2010, p. 124, tab. 108).
Primeiramente é calculado o fator de local (K) e depois é denido o índice de reexão do ambiente (teto, parede e piso). Assim é encontrado o fator de ulização.
Onde: K – fator de local; C – comprimento do ambiente; L – largura do ambiente; H – Altura da luminária em relação ao plano de trabalho.
DICA
A gura seguinte mostra uma representação da dimensão H na fórmula anterior. Observe que aparece a distância chamada de pé direito. Esta distância representa a altura total de um pavimento (do piso até o teto).
Os fabricantes fornecem catálogos com informações padronizadas referentes ao fator de ulização de suas luminárias.
O fator de local é denido pela fórmula: Figura 17: Representação da altura H – da luminária até o plano de trabalho.
K=(C x L) / [(C + L) x H]
Fórmula 1: Cálculo do fator de local. Fonte: Walenia (2009, p. 111). 36
CURSOS TÉCNICOS SENAI
DICA Lembre-se que a instalação da luminária no ambiente inuencia na distância H: se a luminária for instalada de forma pendente, então esta distância (do teto até a boca da luminária) deve ser subtraída de H.
A reexão do ambiente (teto, parede e piso) pode ser classicada de acordo com a cor usada na construção, veja o quadro a se guir:
Supercie
Tipo de cor Branco
Teto
Parede
Piso
Fator de reexão (%)
Cores possíveis Branco.
80
Creme claro, amarelo-claro e marm.
70
Claro
Creme-escuro, verde-claro, azul-claro e rosa.
50
Médio
Cinzento, vermelho, verde-escuro e marrom.
30
Branca
Bran Br anco co,, mar marm m,, cre creme me,, ama amare relo lo-c -cla laro ro,, ver verde de-cl -clar aro, o, az azul ul-cl -clar aro o e ro rosa sa..
50
Clara
Marm, creme, amarelo-claro, verde-claro, azul-claro e rosa.
30
Média
Marrom, verde-escuro e vermelho.
10
Claro
Branco, marm e creme.
30
Escuro
Marrom, vermelho e cinzento.
10
Muito claro
Quadro 11 - Reexão de ambiente. Fonte: Walenia (2008, p. 113).
Calculando o fator de depreciação (Fd) Também é conhecido como fator de manutenção e está relacionado ao estado de conservação do ambiente, principalmente em relação à pre sença de poeira. Simplicadamente, você poderá relacionar esse índice conforme a ta bela:
Ambiente
Período de manutenção 2.500 h
5.000 h
7.500 h
Limpo
0,95
0,91
0,88
Normal
0,91
0,85
0,80
Sujo
0,80
0,66
0,57
Tabela 11 - Fator de depreciação. Fonte: PHILIPS (2009).
O fator de depreciação também pode ser relacionado com a facilidade de manutenção de um ambiente: quanto mais fácil a manutenção, maior será o fator de depreciação.
Calculando e posicionando as luminárias ne-
cessárias (N) Considere como exemplo um ambiente com área igual a 250 m² (comprimento = 25 m, largura = 10 m) e pé-direito igual a 4 m, destinado para um escritório de contabilidade. O teto e as paredes são azul-claro e o piso é marrom. Como a atividade principal do ambiente é contabilidade, então você pode classicá-lo como classe B, com características similares a um escritório. Assim a faixa de iluminância necessária varia entre 500 – 750 – 1.000 lux (segundo a Tabela: Iluminância por classe de tarefas visuais). Entretanto, há outra seção 5.3 da NBR5413 que também permite que seja denido o nível de iluminância através da atividade a ser realizada. Essa seção, por ser mais especíca, fornece valores meno res de iluminância, considerando os valores médios em serviço. Neste caso, a faixa de iluminância é determinada por meio da subse ção 5.3.3 “Bancos – estatística e contabilidade”: 300 – 500 – 750 lux.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
37
DICA Sugere-se que sejam usados os valores especícos, quando possí vel, pois fornecem valores menores de iluminância.
Levando em consideração as co res especicadas para o ambiente, você terá os seguintes fatores de reexão: ▪
▪
Para este cálculo, utilize a lâmpada uorescente especicada na tabela abaixo:
▪
Teto: 50%; Paredes: 30%; Piso: 10%.
Agora você poderá utilizar a tabela “Exemplo de Fator de Utilização para luminária com lâmpada uorescente”, para determinar o fator de utilização. Simplicando os cálculos, você deve considerar o menor valor para o fator de lo cal.
Tabela 12 - Informações sobre a lâmpada uorescente tubular T8 F032W/840. Fonte: OSRAM (2010, p. 4.08).
DICA
DICA
As dimensões e a base (soquete) para encaixe da lâmpada e da luminária devem ser compave compaveis. is.
Lembre-se: supercies mais escuras e mais porosas apresentam menor reetância.
Para determinar qual valor será utilizado, você deve levar em con sideração os aspectos como: a idade das pessoas que trabalham no ambiente, se há velocidade e precisão nas tarefas visuais desenvolvidas e se a geometria do ambiente (teto, paredes e piso) possui boa reetância. Desta forma, o somatório dos parâmetros resultou respectivamente em (-1) + (-1) + (0) = (-2). Portanto, considerando a relação entre o somatório dos parâmetros e o valor da iluminância, o valor selecionado da luminância é 300 lux.
38
DICA
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Para o cálculo do fator de local, será considerado que a altura da bancada de trabalho é de 0,75 m em relação ao piso e as luminárias a serem instaladas carão penden tes a uma altura de 1 m. Portanto: H = 4 – 1 – 0,75 = 2,25 m. Então, aplicando a fórmula para cálculo do fator de local, tem-se: K = (25 x 10) / ((25 + 10) x 2,25) = 3,17
Quanto ao fator de utilização, de verão ser escolhidos os tipos de luminária e de lâmpada a serem instalados. Por questões de praticidade, serão consideradas lâmpadas uorescentes (2 x 32W) montadas em luminária de sobrepor com dimensões 304 x 1.315 mm e altura de 75 mm.
Cada luminária possui sua tabela de fator de ulização. Os fabricantes de luminárias disponibilizam estas informações em seus catálogos técnicos.
Desta forma, o fator de utilização encontrado é igual a 0,69. Para encontrar o fator de depreciação, utilize a tabela “Fator de depreciação”. Como se trata de um escritório, você pode consi derar o ambiente normal, limpo diariamente e que a estimativa de manutenção seja a cada 7.500 ho ras. Então, nessa situação, o fator de depreciação usado será igual a 0,8. Após ter efetuado os cálculos anteriores, você conseguirá encontrar o uxo luminoso usando a fórmula: Cálculo do uxo luminoso total. Assim: Ø = (250 x 300) / (0,69 x 0,8) = 135869,5 Ø = 135.870 lm
Agora é necessário descobrir o uxo luminoso de cada conjunto de luminária com lâmpadas a ser instalada. Neste caso, a luminária possuirá 2 lâmpadas uorescentes. Seguindo a especicação da tabela “Informações sobre a lâmpada uorescente tubular T8 F032W/840”. Então o uxo luminoso de uma lâmpada é igual a 2.700 lm. Para duas, você terá 2 x 2.700 = 5.400, ou seja, 5.400 lm. Agora basta calcular o número de luminárias necessárias a partir da fórmula: Cálculo do número de luminárias. N = 135.870 / 5.400 = 25,1 N = 25
A disposição das luminárias no ambiente deverá ser feita de maneira uniforme, deixando apenas metade do afastamento entre luminárias em relação às paredes. Por questões estéticas, optou-se por usar 27 luminárias (duas a mais que o resultado) divididas em 3 linhas de 9 luminárias. Optou-se por esta disposição para que os valores de d1 e d2 não sejam muito diferentes. A gura a seguir mostra como deverá ser feita essa disposição:
Figura 18 - Disposição de 27 luminárias em uma área de 250 m².
Note que para esta disposição de (3 x 9) luminárias, o valor de d1 equivale a 2,7 m e o valor de d2 equivale a 3,3 m. Caso a disposi ção seja: (5 x 5) luminárias, então d1 seria 5 m e d2 igual a 2 m.
DICA
Na unidade 2, você conheceu o conceito de luz, a inuência das cores, os tipos de luminárias, os acessórios usados em sua instalação, a relação das dimensões do ambiente na iluminação, aprendeu a calcular a quantidade de lâmpadas por ambiente e o posiciona mento ideal para elas.
Lembre-se que para lâmpadas de descarga, deverão ser especicados os acessórios necessários para xação e funcionamento (como reator, ignitor, transformador etc.).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
39
Unidade de estudo 3 Seções de estudo Seção 1 - Normas e simbologias elétricas
Seção 2 - Diagramas elétricos elétricos Seção 3 - Condutores, proteções e dutos Seção 4 - Dutos
Dimensionamento de Materiais SEÇÃO 1 Normas e simbologias elétricas Na primeira seção serão apresentadas algumas normas e simbologias elétricas que permitem a permanência da padronização dos produtos e serviços, com qualidade.
São as normas que permitem que os produtos e serviços permaneçam padronizados e com um mí nimo de qualidade satisfatória. Os principais órgãos responsáveis pela emissão e controle de nor mas são relacionados no quadro seguinte:
Nome do órgão
Relação com as normas técnicas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Regulamenta normas técnicas abrangentes e especícas em todas as áreas e que possuem validade em todo país.
INMETRO – Instuto Nacional de Metrologia, Normazação e Qualidade Industrial
Regulamenta e scaliza o padrão de qualidade de produtos como: disjuntores, painéis elétricos, entre outros.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
Regulamenta e scaliza o mercado de energia elétrica, desde a cobrança de tarifas das concessionárias de energia elétrica até a qualidade da energia produzida pelas produtoras de energia elétrica.
CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
Regulamenta as atribuições dos prossionais que projetam e/ou executam serviços nas áreas técnicas.
Concessionárias de Energia Elétrica
Produzem normas especícas de validade estadual relacionadas com a distribuição de energia. Fiscaliza os projetos e a execução de instalações elétricas.
Ministério do Trabalho
Regulamenta e scaliza a relação entre empresas e funcionários, visando garanr a segurança, a saúde dos trabalhadores e as condições mínimas de trabalho para os eletricistas que executam a obra.
Corpo de Bombeiros Voluntários
Regulamenta e scaliza ações de combate a incêndio e pânico, como em projetos e execução de para-raios e de iluminação de mergência.
Quadro 12 - Órgãos regulamentadores na área de eletricidade.
O órgão responsável pela scalização da atuação dos prossionais na área de eletricidade é o CREA.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
41
Agora veja a seguinte situação: caso um projeto elétrico seja elaborado sem seguir as normas e as leis vigentes e alguma falha ocorra durante ou após sua execução, o projetista será punido pelo órgão competente (Walenia, 2008, p.19). As principais normas técnicas relacionadas com a área de eletricidade estão relacionadas a seguir:
DICA Em Santa Catarina, a concessionária de energia elétrica é a CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A.).
Nome da norma / Ano
Descrição
NBR 5410 / 2004
Norma ABNT para instalações elétricas de baixa tensão.
NBR 5413 / 1992
Norma ABNT para iluminação de interiores.
NBR 5419 / 2005
Norma ABNT para proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
NBR 5444 / 1989
Norma ABNT para símbolos grácos em instalações elétricas prediais.
NBR 10898 / 1999
Norma ABNT para sistema de iluminação de emergência.
NBR 13534/ 1995
Norma ABNT para instalações elétricas em estabelecimentos de assistência de saúde – requisitos para segurança.
NBR 13570 / 1996
Norma ABNT para instalações elétricas em locais de auência de público – requisitos mínimos.
NBR 14039 / 2005
Instalações elétricas de média tensão de 1kV a 36,2kV.
NBR 14639 / 2001
Norma ABNT para posto de serviço – instalações elétricas.
NR 10 / 2004
Norma do Ministério do Trabalho sobre segurança em instalações e serviços em eletricidade.
NR 17 / 1990
Norma do Ministério do Trabalho que regulamenta as questões de ergonomia para a realização de trabalhos.
Quadro 13 - Normas técnicas mais usadas na área de eletricidade. Fonte: Walenia (2008, p. 19).
DICA Para consultar mais informações sobre as normas técnicas vigentes no país, entre no site .
Observe, através do quadro an terior, que a norma NBR 5444 padroniza a simbologia elétrica utilizada, tanto para a elaboração, quanto para a interpretação de projetos elétricos.
42
CURSOS TÉCNICOS SENAI
A simbologia é essencial para a representação gráca de um projeto elétrico. Esta representação permite que sejam dimensionados materiais, se jam avaliadas as caracteríscas de uma instalação elétrica ou sejam informados a localização e o po de carga em um cômodo de uma unidade consumidora.
Os símbolos possuem vários sig nicados e aplicações: além do desenho, podem carregar outras instruções importantes para o diagrama ao qual pertencem. Veja a gura:
Figura 19: Representação de um ponto de luz. Fonte: ABNT (1989, p. 5).
Símbolo
Além da imagem do círculo, que neste caso representa segundo a NBR5444/89 um ponto de luz incandescente instalado no teto, ainda há as informações do nú mero do circuito (neste caso, 4), a letra do comando (neste caso, A) e a informação de potência (neste caso, duas lâmpadas de 100W cada uma). Signicado Fusível Disjuntor a seco
A seguir, são exibidos alguns tipos de símbolos para representação de dispositivos de proteção, condutores e interruptores, em diagramas elétricos unilares e multilares:
Observação Indica a tensão e a corrente nominais. Indica a tensão, a corrente, a potência, a capacidade nominal de interrupção e a polaridade, por traços.
Condutor de fase Condutor neutro Condutor de retorno
Podem conter informações referentes ao circuito, à bitola de cabo, à isolação, ao material do condutor e ao material do isolante. Estes símbolos podem ser ulizados em diagramas elétricos.
Condutor terra Tabela 13 - Exemplos de símbolos para representação de condutores e elementos de proteção. Fonte: ABNT (1989, p. 2).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
43
A seguir, são mostrados alguns símbolos relacionados a dutos, caixas de passagem e quadros de distribuição, normalmente usados em diagramas elétricos. Símbolo
Signicado
Observação
Eletroduto que sobe.
Eletroduto que desce.
Eletroduto que passa descendo.
Caixa de passagem no piso.
Caixa de passagem no teto.
Caixa de passagem no piso.
Quadro parcial de luz e força aparente. Quadro parcial de luz e força embudo.
Indicar cargas de luz em W e de força em kW.
Quadro geral de luz e força aparente. Quadro geral de luz embudo. Caixa de telefone. Caixa de medidor. Quadro 14 - Exemplos de símbolos para representação de dutos, quadros de distribuição e caixas de passagem. Fonte: ABNT (1989, p. 3).
44
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Na sequência, são exibidos alguns tipos de símbolos para representação de pontos de luz. Símbolo
Signicado
Observação
Ponto de luz incandescente no teto. Indica o n° de lâmpadas e potencia em was.
A letra maiúscula indica o ponto de comando e o número entre dois traços, o circuito correspondente
Ponto de luz incandescente na parede (arandela).
Deve indicar a altura da arandela.
Ponto de luz uorescente no teto. Indica o número de lâmpadas e na legenda, o po de parda a reator.
Ponto de luz uorescente na parede.
A letra maiúscula indica o ponto de comando e o número entre dois traços, o circuito correspondente.
Deve indicar a altura da luminária.
Ponto de luz incandescente no teto em circuito vigia (emergência). Ponto de luz uorescente no teto em circuito vigia (emergência). Quadro 15 - Símbolos comuns para pontos de luz. Fonte: ABNT (1989, p. 5).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
45
No próximo quadro, são exibidos alguns tipos de símbolos para repre sentação de interruptores. Símbolo
Signicado Interruptor de uma seção.
Letra minúscula indica o ponto comando.
Interruptor de duas seções.
Letra minúscula indica o ponto comando.
Interruptor de três seções.
Letra minúscula indica o ponto comando.
Interruptor paralelo ou “three-way”.
Letra minúscula indica o ponto comando.
Interruptor paralelo ou “four-way”.
Letra minúscula indica o ponto comando.
Botão de minuteria.
Botão de campainha na parede (ou comando à distância). Quadro 16 - Símbolos comuns para interruptores usados em plantas. Fonte: ABNT (1989, p. 4).
46
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Observação
A seguir, são exibidos alguns tipos de símbolos para representação de tomadas. Símbolo
Signicado
Observação
Tomada de luz na parede embaixo (30 cm do piso acabado).
Tomada de luz de meia altura (130 cm do piso acabado).
Tomada de luz alta (200 cm do piso acabado).
A potência deve ser indicada ao lado em VA ( exceto se for de 100VA), assim como o número do circuito correspondente e a altura da tomada, se forem diferente da normalizada. Se a tomada for de força, indicar o número de W ou KW.
Tomada de luz no piso.
Saída para telefone na parede.
Quadro 17 - Símbolos comuns para tomadas. Fonte: ABNT (1989, p. 6).
DICA Os projestas podem criar variações destes símbolos desde que seja apresentada a legenda no projeto, próxima ao diagrama e contendo a variação do símbolo e sua descrição detalhada.
Na seção seguinte, você aprenderá a esboçar, por meio dos diagramas elétricos, informações necessárias para a execução de uma instalação elétrica. Também conhecerá os tipos de diagramas elétricos existentes, suas aplicações e vantagens.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
47
SEÇÃO 2 Diagramas elétricos “Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à sua disposição uma série de dados importantes, tais como: a localização dos elementos na planta do imóvel, a quandade e seção dos os que passarão dentro de cada eletroduto, qual o trajeto da insta lação, a distribuição dos disposivos, circuitos e seu funcionamento.” (SENAI/SP (2), 2001, p. 10).
Há 2 tipos de detalhes a serem utilizados em projetos elétricos prediais, como apresentado no quadro a seguir: Diagrama
Descrição
Aplicação
Representação de cargas e quadros de distribuição em plantas baixas; ▪
Unilar
Mullar
Simplica em um único caminho a passagem dos condutores (Lima, 2006, p. 80).
“Cada condutor de cada circuito é representado por uma linha exclusiva, sendo uma representação integral das conexões elétricas existentes no interior de cada quadro da instalação”. (Lima, 2006, p. 80).
Representação simplicada dos materiais que compõe a instalação elétrica. ▪
Representação de circuitos de distribuição presentes em quadros de medição; ▪
Representação de detalhes de esquemas de aterramento. ▪
Quadro 18 - Tipos de Diagrama Unilar.
Agora é apresentado um exemplo de diagrama elétrico unilar aplicado sobre o desenho de uma planta baixa, considerando apenas um cômodo. Nesta situação, a representação unilar é mais adequada, pois reduz a poluição visual causada pelo excesso de linhas e facilita a interpretação do diagrama elétrico.
Figura 20 - Exemplo de diagrama elétrico unilar. 48
CURSOS TÉCNICOS SENAI
A vantagem deste diagrama é a simplicidade de compreensão, principalmente em representações carregadas de informação. Não deixa claro onde os condutores são ligados, mas mostra por onde eles são passados – em muitos casos esta informação é suciente.
Observe, na gura anterior, que são utilizadas como ponto de luz, duas lâmpadas uorescentes de 32W, situadas no teto e perten centes ao circuito 1. Esse circuito também é comandado pelo interruptor e retorno “a”. Observe ainda, que há um pon to de força situado na parede, posição baixa, com potência de 300VA e pertencente ao circuito 3. Este é composto por 3 condu tores de seção 2,5 mm², enquanto que o circuito 1 não possui indicação, sugerindo que deve ser a seção mínima, ou seja, 1,5 mm². Note também que o eletroduto (tanto o que segue pela parede, quanto o que segue pelo teto, não possui informação de diâmetro, sugerindo que são de diâmetros iguais a 3/4”). Outro exemplo de aplicação de diagrama elétrico unilar é mostrado na próxima gura.
Veja que neste caso, o diagrama tem por nalidade simplicar um circuito de distribuição de energia e informar a presença de dispositivos de proteção (neste caso disjuntores) e a quantidade de circuitos, bem como os condutores e dutos que pertencem a esta instalação. Agora veja um exemplo de diagrama unilar.
Figura 22 - Exemplo de diagrama mullar. Fonte: SENAI/RS (2002, p. 58).
Observe, na gura anterior, que este diagrama é mais indicado para quem irá realizar a instalação do interruptor, da lâmpada e da tomada, pois apresenta como de verão ser ligados os condutores a cada componente.
O diagrama elétrico unilar pode auxiliar na representação da prumada elétrica de um projeto elétrico predial, por meio da representação de uma letra para cada duto. É possível posteriormente montar uma tabela com as infor mações dos condutores, dimensões e materiais dos dutos, além do local de passagem, como pode ser observado a seguir.
Figura 21 - Exemplo de diagrama unilar. PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
49
Critério da capacidade de corrente (ampacidade) – verica-se o limite de temperatura dos cabos em função da corrente; Limite de queda de tensão; Escolha da proteção contra correntes de sobrecarga e aplicação dos critérios de coordenação entre condutores e proteção; Escolha da proteção contra correntes de curto-circuito e aplicação dos critérios de coordenação entre condutores e proteção; Vericação da bitola mínima estipulada pela NBR5410: 2004 para os circuitos. ▪
▪
▪
▪
▪
Figura 23 - Representação de uma prumada elétrica. Fonte: Lima (2006, p. 77).
SEÇÃO 3 Condutores, proteções e dutos Os critérios necessários no dimensionamento dos condutores de um circuito, os tipos de isola mento, de condutores e a forma de instalação do circuito são alguns dos conteúdos que você es tudará nessa 3ª seção.
“É necessário haver uma coordenação entre os diversos componentes de uma instalação. O tempo de atuação dos disposivos de proteção para eventuais sobrecargas e para os níveis presumidos de curto-circuito deve ser estabelecido de forma a garanr que as temperaturas admissíveis estabelecidas em norma para os condutores anteriormente dimensionados não sejam ultrapassadas.” (LIMA, 2006, p. 109).
Condutores e Proteções
O dimensionamento dos condutores de um circuito deve atender simultaneamente aos seguintes critérios (WALENIA, 2008, p. 201):
50
CURSOS TÉCNICOS SENAI
“Determinadas as seções dos condutores pelos critérios da capacidade de corrente e do limite de queda de tensão, adota-se como resultado a maior seção e escolhe-se o condutor padronizado comercialmente, cuja seção nominal seja igual ou superior à seção calculada” (LIMA, 2006, p. 109).
Desta forma, iniciando o cálculo pela capacidade de corrente, é necessário determinar (LIMA, 2006, p. 109): a. O tipo de isolação; b. Maneira de instalar; c. Corrente de projeto; d. Número de condutores carregados; e. Bitola do condutor segundo a temperatura do ambiente; f. Fatores de correção para o dimensionamento de cabos; g. Corrente corrigida.
Tipo de isolação Em primeiro lugar, temos que escolher o tipo de isolação, de acordo com as temperaturas de regime constante de operações e de sobrecarga. Podemos usar a tabela 3. Em instalações prediais convencionais, usam-se, em geral, os os e cabos com isolação de PVC (SENAI/SC, 2004, p. 22). O tipo de isolação está relacionado a um conjunto de materiais isolantes aplicados de maneira homogênea sobre o condutor, cuja nalidade é isolá-lo eletricamente do ambiente em que se en contra e de outros componentes de instalação, como por exemplo, de outros condutores. A terra, contra contatos acidentais. Serve também para proteger o condutor contra ações mecânicas, como no caso da função de empurrar vários cabos juntos em um eletroduto na hora da instalação (CAVALIM, 2006, p. 227).
Isolação
A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra, além de proteger o condutor contra choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns condutores são fabricados com duas camadas de materiais diferentes, porém completamente aderidas entre si. A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas superiores, sendo que a externa é constituída por um material com características mecânicas excelentes.
Isolação
Condutor
Cobertura
Figura 25 - Cabo unipolar.
A isolação suporta temperaturas elevadas de acordo com o material que é utilizado na sua fabricação. Veja o quadro a seguir:
Condutor
Figura 24 - Cabo isolado.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
51
Tipo de isolação
Temperatura máxima para serviço connuo (condutor °C)
Temperatura limite de sobrecarga (condutor °C)
Temperatura limite de curto-circuito (condutor °C)
70
100
160
90
130
250
90
130
250
Cloreto de polivilina
(PVC) Borracha
elenopropileno (EPR) Polieleno reculado (XLPE)
Quadro 19 - Caracteríscas térmicas das capas de isolação dos condutores. Fonte: ABNT (2004).
Obs.: Esta é a padronização de
cores dos condutores para instalações residenciais e comerciais: (SENAI/RS, 2002, p. 21) ▪
Fase: vermelho (podendo ser
preto nos circuitos principais de alimentação dos CD`s); Neutro: branco ou azul claro; Terra: verde ou verde e amarelo; Retorno: preto ou demais cores. ▪
▪
▪
Em geral, os os e cabos são de signados em termos de seu com portamento quando submetidos à ação do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e cobertura. Assim, os cabos elétricos podem ser: Propagadores da chama São aqueles que entram em combustão sob a ação direta da chama e a mantêm mesmo após a retirada da chama. Pertencem a esta ca tegoria o etilonopropileno (EPR) e o polietileno reticulado (XLPE). Não-propagadores de chama Removida a chama ativadora, a combustão do material cessa. Considera-se o cloreto de poli vinila (PVC) e o neoprene como não-propagadores de chama. 52
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Resistentes à chama Mesmo em caso de exposição prolongada, a chama não se pro paga ao longo do material isolante do cabo. É o caso dos cabos Sintemax Antiam, da Pirelli, e o Noam BWF 750V, da Ficap. Resistentes ao fogo
São materiais especiais incombustíveis, que permitem o funcionamento do circuito elétrico mesmo em presença de um incêndio. São usados em circuitos de segurança e sinalizações de emergência. No Brasil, fabrica-se uma linha de cabos que tem as características anteriormente descritas. A Pirelli chamou-os de cabos Afumex e a Ficap, Atox. No caso dos cabos de potência, a temperatura de exercício no condutor é de 90ºC, a temperatura de sobrecarga é de 130ºC e de curtocircuito, de 250ºC (SENAI/SC, 2004, p. 18). Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o condutor de cobre é o mais utilizado, exceto condutores de aterramento e proteção. O condutor de alumínio é mais empregado em linhas de transmissão de eletricidade. Esse uso é devido à sua menor densidade e,
consequentemente, menor peso. Isso é um fator de economia, pois as torres de sustentação podem ser menos reforçadas. Em instalações comerciais é permitido o emprego de condutores de alumínio com seções iguais ou superiores a 50 mm². Em instalações industriais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que sejam obedecidas simultaneamente as seguintes condições: Seção nominal dos condutores igual a 10 mm²; Potencia instalada igual ou superior a 50kW; Instalações e manutenção qualicadas (SENAI / SC, 2004). ▪
▪
▪
Tipos de condutores O condutor pode ser constituído de um ou vários os. Quando constituído por apenas um o é denominado de o rígido, quando por vários os, é chamado de cabo. (Figura 26)
Método de instalação
Método de referência para dimensionar a capacidade decCorrente
Figura 26 - Diferença entre o e cabo elétrico.
O cabo é mais exível que um o de mesma seção. Assim, quando se necessita de um condutor com seção transversal superior a 10 mm² é quase obrigatório o uso do cabo, devido à sua exibilidade, uma vez que o o é de difícil ma nuseio a partir desta seção. O cabo pode ser formado por um condutor ( cabo simples ou singelo ) ou vários condutores ( múltiplo ), conforme a gura:
A1
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular embudo em parede termicamente isolante.
A2
Cabo mulpolar em eletroduto de seção circular embudo em parede termicamente isolante.
B1
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente de seção circular sobre parede ou espaçado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro do eletroduto.
B2
Cabo mulpolar em eletroduto aparente de seção circular sobre parede ou espaçado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro do eletroduto.
B1
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente de seção não circular sobre parede.
B2
Cabo mulpolar em eletroduto aparente de seção não circular sobre parede.
B1
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular embudo em alvenaria.
B2
Cabo mulpolar em eletroduto de seção circular embudo em alvenaria.
11
C
Cabos unipolares ou cabo mulpolar sobre parede ou afastado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro do cabo.
11A
C
Cabos unipolares ou cabo mulpolar xado diretamente no teto.
1
2
3
4
5
6
7 Figura 27 - Mulcabos. Fonte: Cavalin (2005, p. 231).
Maneira de Instalar
O trajeto de um circuito faz com que seus condutores possam seguir pelos mais diversos locais. Desta forma, é importante determinar o(s) local(is) por onde estes condutores irão seguir e, no caso de mais de um local, dever-se-á escolher o caminho que apresente a pior condição.
Descrição
8
Tabela 14 - Tipos de linhas elétricas. Fonte: ABNT (2004, tabela 33).
A tabela a seguir transcreve algumas situações de instalação de condutores, seguindo as recomendações da NBR5410: 2004.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
53
Disjuntores DICA Existem vários outros métodos que podem ser consultados na NBR5410: 2004, tabela 33, da página 90.
“São assim denominados os equipamentos e disposivos que ao serem instalados, evitarão a ocorrência de danos aos demais equipamentos e disposivos a eles conectados” (SENAI/ RS, 2002, p. 19).
Corrente de Projeto
A partir da fórmula da lei de Ohm, foi obtida a fórmula geral para cálculos de corrente, envol vendo equipamentos elétricos:
Os disjuntores a serem estudados serão termomagnéticos, assim chamados por atuarem de duas maneiras: térmica e magnética. ▪
P=VxI
Para calcularmos a corrente, de vemos considerar sempre a situação mais crítica, ou seja, a de maior potência que um aparelho pode consumir. Exemplo Calcule os condutores para um chuveiro de 3.600 W (inverno) ligado em 120 V. P = 3600 W V = 120 V I=? I = P / V I = 3600 / 120 = 30 A Pela tabela 1, podemos utilizar o condutor de 4 mm², que suporta uma corrente de 32 A.
Atuação por efeito térmico:
ocorre quando a corrente elétrica que passa pelo disjuntor excede o valor máximo para o qual ele foi construído, ou seja, quando ocorre sobrecarga. Atuação por efeito magnético: ocorre somente quando
existir um curto – circuito. Capacidade dos disjuntores
de fabricação Eletromar Monofásicos e bifásicos: 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70 A. Trifásicos: 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70, 90, 100, 125, 150, 175, 200, 225 e 300 A.
Obs.: A capacidade de corrente do disjuntor deve ser sempre igual ou inferior à capacidade de corrente do condutor.
Em resumo, para dimensionarmos o condutor temos que: Calcular a corrente. Procurar, na tabela 5, o valor que seja igual ou maior que a corrente calculada. Ver, na primeira coluna da tabela, a seção do condutor. ▪
▪
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Índice = ∆v IxD
▪
▪
54
Os disjuntores têm a função de proteger o condutor (o) ou carga. Quando protegem o condutor, o disjuntor tem que ser igual ou menor que a corrente que passa pelo condutor. Quando protege a carga, o disjun tor tem que ser igual ou o mais próximo possível da carga, (sem ultrapassar a corrente que o condutor suporta). Dimensionamento de condutores pela queda de tensão – neste caso, você deve aplicar a fórmula:
Onde: índice = nº a ser procurado na tabela; ∆ V = queda de tensão em volts; I = corrente de ampères; D = distância em km. Exemplo Calcule o condutor e o disjuntor, considerando uma queda de tensão de 2% e o chuveiro instalado a uma distância de 20 m do CD. P = 3600 W Tensão = 120 V D = 20 m = 0,02 km I = 30 A Queda de tensão de 2% = ∆ V = 2 x 120 / 100 ∆ V = 2,4 V Índice = 2,4 = 2,4 = 30 A x 0,02 km 0,6 4 V / A km Pela tabela, temos que o condutor deverá ser 10 mm². Disjuntor = 50 A
Seção mínima dos condutores
O condutor neutro deve possuir a mesma seção que o(s) condutor(es) fase nos seguintes casos:
Em circuitos monofásicos e bifásicos, qualquer que seja a seção. Em circuitos trifásicos, quando a seção do condutor fase for inferior ou igual a 25 mm², em cobre ou em alumínio. Em circuitos trifásicos, quando for prevista presença de harmônicos, qualquer que seja a seção.
Notas a. Os valores acima são aplicáveis quando os condutores fase e o condutor neutro forem constuídos pelo mesmo metal. b. Em nenhuma circunstância, o condutor neutro pode ser comum a vários circuitos.
▪
▪
Ulização do circuito
Seção mínima do condutor (mm²) material
Circuitos de iluminação
1,5 Cu 10 Al
Circuitos de força
2,5 Cu 10 Al
Circuitos de sinalização e circuitos de controle
0,5 Cu
Circuitos de força
10 Cu 10 Al
Circuitos de sinalização e circuitos de controle
4 Cu
Para um equipamento especico
Como especicado na norma do equipamento
Para qualquer aplicação
0,75 Cu
Circuitos a extrabaixa tensão
0,75 Cu
Tipo de instalação
▪
Seção do fase (mm²)
Seção do neutro (mm²)
1,5 a 25
a mesma
35
25
50
25
70
35
95
50
120
70
150
70
185
95
240
120
300
150
400
185
Tabela 15 - Seções mínimas para o condutor neutro em circuitos trifásicos
Cabos isolados Instalações xas em geral
Condutores nus
Ligações exíveis feitas com cabos isolados
Tabela 16 - Seções mínimas dos condutores. Fonte: SENAI/SC (2004, p. 17).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
55
Notas a. Em circuitos de sinalização e controle desnados a equipamentos eletrônicos, são admidas seções de até 0,1 mm². b. Em cabos mulpolares exíveis contendo sete ou mais veias, são admidas seções de até 0,1 mm. c. Os circuitos de tomadas de corrente são considerados circuitos de força.
Dimensionamento de condutores
Após o cálculo da intensidade da corrente de projeto Ip de um circuito, procede-se ao dimensionamento do condutor, capaz de per mitir, sem excessivo aquecimento e com uma queda de tensão predeterminada, a passagem da corrente elétrica. Além disso, os condutores devem ser compatíveis com a capacidade de proteção contra sobrecarga e curto-circuito. Uma vez determinadas as seções possíveis para o condutor, calculadas de acordo com os critérios referidos, escolhe-se em tabela de capacidade de condutores padronizados e comercializados, o o ou cabo, cuja seçãomais se apro xime por excesso da seção calcu lada. Em circuitos de distribuição de apartamento, em geral, é su ciente a escolha do condutor com
base no critério de não haver aquecimento indesejável. Podemse simplesmente usar as tabelas. Em circuitos de iluminação de grandes áreas industriais, comerciais, de escritórios e nos alimentadores nos quadros terminais, calcula-se a seção dos condutores segundo os critérios do aquecimento e da queda de tensão. Nos alimentadores principais e secundários de elevada carga ou de alta tensão, deve-se proceder à vericação da seção mínima para atender à sobrecarga e à corrente de curto-circuito. Antes de calcularmos o condutor, vamos relembrar que potência elétrica é a energia necessária para produzir trabalho (calor, luz, radiação, movimento etc.). Símbolo: W; Unidade de medida: Watt; Múltiplo da unidade: 1 Quilo watt – 1 kw = 1.000 W; A potência elétrica de um ponto consumidor é o produto da tensão aplicada, multiplicado pela corrente que circula; ▪
▪
▪
▪
P=IxU
Quando se deseja encontrar o valor da corrente elétrica; ▪
I= P U
Quando se deseja encontrar o valor da tensão elétrica (SENAI RS, 2002, p19):
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Esta pode ser conseguida por uma ds equações a seguir, que melhor se adapta ao projeto.
Circuitos monofásicos (fase e neutro) Ip =
Pn v. Cosφ.η
Ip = Corrente de projeto do circuito, em amperes(A); Pn = Potencia nominal do circui to, em watts; v = Tensão entre fase e neutro, em volts; V = Tensão entre fase e fase ,em volts; Cosφ = Fator de potencia; η = Rendimento, isto é, a relação entre a potência de saída Os (η =Os/Pe) e a potencia de entrada Pe de um equipamento. Para circuito puramente resistivo, composto apenas por lâmpadas incandescentes e resistências, te mos o exemplo: η =1 e Cosφ =1, daí: Ip = Pn / v. (LIMA FILHO, 2006, p. 115)
▪
U= P I
56
“Então para calcularmos o condutor necessário, precisamos saber no mínimo qual a tensão em que ele ira trabalhar e qual a potência do ponto consumidor para podermos encontrar a corrente nominal ou Ip” (LIMA FILHO, 2006, p. 115).
Circuitos trifásicos
(3F E N) Ip = Pn 3 . v . Cosφ.η
Dimensionamento de
Circuitos trifásicos
equilibrados (3F)
condutores segundo o cri-
tério de aquecimento Ip = Pn (√ 3) . V . Cosφ.η
Circuitos bifásicos (2F) Ip = Pn V . Cosφ.η
Exemplo Dimensionar o condutor para um chuveiro de 6.000W, ligado em 120 V. I = P / U = 6000 / 120 = 50 A I = 50 A Na tabela a seguir, encontraremos o valor 57 A, que é maior que a corrente calculada, mas é o valor que nos interessa. Neste caso, teremos condutor (o) = 10 mm². Condutores
O condutor não pode ser subme tido a um aquecimento exagerado provocado pela passagem da corrente elétrica, pois a isolação e cobertura do mesmo poderiam ser danicadas. Entre os fatores que devem ser considerados na escolha da seção de um o ou cabo, supostamente operando em condições de aque cimento normais, destacam-se: O tipo de isolação e de cobertura do condutor; O número de condutores carregados, isto é, de condutores vivos, efetivamente percorridos pela corrente; A maneira de instalar os cabos; A proximidade de outros condutores e cabos; ▪
▪
A temperatura ambiente ou a de solo (se o cabo for diretamen te no mesmo). ▪
Número de condutores a considerar
Tem-se: 2 condutores carregados: F – N (fase – neutro) ou F – F (fase – fase); 3 condutores carregados. Podemos ter: a) 2F – N; b) 3F c) 3F – N (supondo o sistema de circuito equilibrado). ▪
▪
4 condutores carregados, será: a) 3F – N. ▪
▪
▪
Corrente máxima
Índice para queda de tensão
Área ext.
Diâmetro ext.
Mm²
trifásica
monofásica
< (V/ .Km)
Mm²
mm
1,5
15,5
17,5
23
6,16
2,8
2,5
21
24
14
9,08
3,4
4
28
32
9
11,95
3,9
6
36
41
5,87
15,21
4,4
10
50
57
3,54
24,63
5,6
16
68
76
2,27
33,18
6,5
25
89
101
1,5
56,75
8,5
35
111
125
1,12
70,88
9,5
50
134
151
0,86
103,87
11
70
171
192
0,64
132,73
13
Tabela 17 - Secção dos condutores pela capacidade de corrente. Fonte: ABNT (2004, NB-3).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
57
Bitola do condutor supondo uma temperatura amDICA
biente de 30ºC
É o caso, por exemplo, de circuito alimentando aparelhos de luz uorescente com fase e neutro.
Colocando o valor da corrente (ampères), conforme a tabela 7, se a pro teção for de PVC para 70ºC, e conforme a tabela 8 , se for de etilenopropileno (EPR) ou polietileno ter moxo (XLPE) para 90ºC. Obtendo, assim, a bitola do condutor. Ao colocar o valor da corrente de projeto Ip na tabela, deve-se consi derar se os condutores são de cobre ou de alumínio; se são dois ou três condutores; e se a maneira de instalar corresponde às letras da tabela 6 com seus respectivos números, quando houver.
Maneira segundo a qual o cabo será instalado
Pela tabela 6, você pode identicar a letra e o número correspondente à maneira de instalação do cabo.
DICA Por exemplo: se vermos cabos unipolares ou cabo mulpolar colocado dentro de eletroduto embudo em alvenaria ou concreto, o código será B-5.
58
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Exemplo Suponha: Ip = 170A, três condutores carregados, instalação em eletro duto, temperatura a considerar = 50ºC e temperatura ambiente = 30ºC. Usando três condutores de cobre e cobertura de PVC = 70ºC. Modali dade de instalação: eletroduto embutido em alvenaria. Na próxima tabela, veja as condições acima e Ip = 171A (valor mais próximo de 170A). Deveremos usar cabo de 70 mm² de seção. ▪
▪
▪
Condutores e cabos de cobre alumínio, com isolação de PVC. 2 e 3 condutores carregados. Temperatura no condutor: 70ºC.
Temperatura ambiente: 30ºC para linhas não subterrâneas e 20ºC para linhas subterrâneas.
Seções A
mínimas
COBRE Maneiras de instalar denidas na tabela 6. B C 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond.
(MM²)
2 cond.
3 cond.
1
carregados 11
carregados 10,5
carregados 13,5
carregados 12
carregados 15
1,5
14,5
13
17,5
15,5
2,5
19,5
18
24
4
26
24
6
34
10
D 2 cond.
3 cond.
carregados 13,5
carregados 17,5
carregados 14,5
19,5
17,5
22
18
21
26
24
29
24
32
28
35
32
38
31
31
41
36
46
41
47
39
46
42
57
50
63
57
63
52
16
61
56
76
68
85
76
81
67
25
80
73
101
89
112
96
104
86
35
99
89
125
111
138
119
125
103
50
119
108
151
134
168
144
148
122
70
151
136
192
171
213
184
183
151
95
182
164
232
207
258
223
216
179
120
210
188
269
239
299
259
246
203
150
240
216
307
275
344
294
278
230
185
273
248
353
314
392
341
312
257
240
320
286
415
369
461
403
360
297
300
367
328
472
407
336
2 cond.
3 cond.
Seções A
mínimas
420 530 464 ALUMÍNIO Maneiras de instalar denidas na tabela 6. A 2 cond. 3 cond. 2 cond. 3 cond.
(MM²)
2 cond.
3 cond.
10
carregados 36
carregados 32
carregados 44
carregados 39
carregados 49
carregados 44
carregados 48
carregados 40
16
48
43
59
53
66
59
62
52
25
63
57
79
69
83
73
80
66
35
77
70
98
86
103
91
96
80
50
93
84
118
105
125
110
113
94
70
118
107
150
133
160
140
140
117
95
142
129
181
161
195
170
166
138
120
164
149
210
186
226
197
189
157
150
189
170
241
215
261
227
213
178
185
215
194
274
246
298
259
240
200
240
252
227
323
289
352
305
277
230
300
289
261
361
332
406
351
313
260
Tabela 18 - Capacidade de condução de corrente, em ampères, para as maneiras de instalar A, B, C e D. Fonte: ABNT (2004, tabela 7).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
59
Bitola
do
condutor com isolação de PVC insta lado ao ar livre
Sobrecarga – as sobrecargas não são defeitos elétricos propriamente
ditos e sim solicitações indevidas do sistema. Para esses casos, é necessário um disposivo de proteção contra sobrecargas desligando o circuito antes que o mesmo queime. O relé térmico é o disposivo aconselhável nesses casos. Todos os disjuntores possuem relés tér micos embudos em seu corpo.
Para cabos multipolares em bandeja perfurada, considerar esta instalação como disposta ao ar livre. (Tabela 7 – Ref. E). Os cabos com isolação em PVC são os mais usados pelas instala ções prediais e industriais de media e baixa tensão.
DICA Para outros pos de isolação ou maneiras de instalar consulte as tabelas 36 a 40 da NBR 5410 – 2004.
Proteção de circuitos
elétricos Os circuitos elétricos devem ser protegidos contra sobrecarga e curto-circuito, pois há uma diferença entre os dispositivos que protegem contra um e outro caso. Para se estabelecer essa diferença, devemos saber o que signica sobrecarga e curto-circuito. ▪
Curto circuito: é um aumento
repentino da corrente em que a resistência é nula, fazendo com que a corrente tenda ao innito quando a tensão cai a zero; a temperatura nesses casos é relati vamente alta. Sobrecarga: é um aumento gradativo da corrente originado pelo aumento da carga instalada e pelo dimensionamento errado dos componentes que compõe o circuito; a resistência nesses casos não é nula, contudo uma corren te elevada pode danicar o circuito e originar um curto-circuito (SENAI/SC, 2004, p. 62).
Figura 28 - Esquema de sobrecarga. Fonte: SENAI/SC (2004, p. 70).
Os curtos-circuitos, ao contrário das sobrecargas, são defeitos na instalação originados por falhas de isolamento, fazendo com que a corrente suba muitas vezes além da nominal. Seus efeitos danosos são bem mais rápidos que os da sobrecarga, exigindo um desligamento quase instantâneo. O relé eletromagnéco e o fusível são os disposi vos aconselháveis a essa proteção.
▪
60
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Disjuntor quick–lag é um dispositivo de proteção e de manobra das instalações elétricas próprio para uso em quadros de distribuição. É composto de caixa moldada em baquelita, de um mecanismo de disparo por ação do relé bimetálico e do relé eletromagnético, podendo ser desarmado ou armado por meio de uma alavanca (liga 0 desliga). ▪
Nesta, encontram-se inscritas as capacidades do disjuntor em ampères (SENAI/SC, 2004, p. 70). As capacidades usuais são de 6 A a 60 A / 110 – 220 V. Os disjuntores são especialmente fabricados para uso embutido, embora possam ser usados nas instalações externas com suporte próprio. Servem para ma nobra e proteção dos circuitos contra sobrecargas e curto – circuitos. Relé térmico de sobrecarga é utilizado no disjuntor, sendo constituído por uma lâmina bimetálica, um elemento resistor e um dispositi vo de disparao. ▪
Figura 29 - Esquema relé térmico de sobrecarga.
A retenção mecânica dos contatos principais do disjuntor está ligada mecanicamente ao dispositivo disparador e estes, a parte móvel do núcleo do imã. A função do relé de sobre corrente é de interromper o circuito de alimentação da carga quando houver um aumento de corrente ocasionado por um curto-circuito. Quando houver um curto-circuito, uma corrente elétrica de gran de intensidade circulará através da bobina, aumentando o campo magnético que atrairá, instantaneamente, a parte móvel do núcleo e assim, acionará o dispositivo disparador, ocasionando o destravamento da retenção mecânica dos contatos do disjuntor, abrindo-se o circuito (SENAI/SC, 2004, p. 72).
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 71).
Quando uma corrente elétrica de intensidade superior à prevista circula através do elemento resistor, há um aquecimento da lâmina bimetálica. Esta lâmina, por sua vez, se curva e aciona o dispositivo disparador, ocasionando o destravamento mecânico da retenção dos contatos do disjuntor, abrindo assim, o circuito. Este fenômeno só acontece quando o valor da corrente que circula pelo elemento resistor ultrapassar o valor da regulagem estabelecida (sobrecarga). A função do relé térmico de sobrecarga é interromper o circuito de alimentação da carga quando este solicitar, à rede, uma corrente maior do que deve consumir em condições normais de trabalho (SENAI/SC, 2004, p. 70).
Relé de sobrecorrente Utilizado no disjuntor industrial e residencial, sendo constituído de um eletroímã enrolado com poucas espiras de condutor de cobre de seção avantajada e de um dispositivo disparador (SENAI/SC, 2004, p. 71).
Figura 31 - Disjuntor. Fonte: SENAI/SC (2004, p. 72).
Nos disjuntores o relé de sobrecarga e o relé de sobrecorrente possuem função conjunta de proteção à carga. Ambos acionam o mesmo dispositivo disparador de destravamento mecânico dos contatos. O disjuntor industrial possui ainda, um dispositivo único para regular a corrente de dispara dos relés de sobrecarga e sobrecorrente. A regulagem deve ser feita em função da corrente nominal da carga, podendo car ajustada em torno de 10 a 20%, conformeas condições de trabalho do equipa mento.
Figura 30 - Esquema relé de sobre corrente. Fonte: SENAI/SC (2004, p. 71). PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
61
utilizado no disjuntor industrial, é composto, basicamente por um eletroímã com grande número de espiras de condutor de cobre de pequena seção e por um dispositivo disparador acoplado ao núcleo do eletroímã. ▪
Relé de subtensão –
Por contato com circuito energizado; Por contato com corpo eletri cado; Por descarga atmosférica. ▪
▪
▪
A função do relé de subtensão é desligar o circuito de alimentação da carga quando a tensão da rede diminuir (queda de tensão) a limites que prejudiquem o funcionamento nominal do equipamento.Tam bém tem como nalidade evitar a ligação do disposivo enquanto a tensão da rede permanecer muito baixo do valor nominal.
Nas situações o relé de subtensão possui uma faixa de operação, de mais ou menos 20% abaixo da tensão nominal da rede. A interrupção do circuito em condições anor mais ocorre porque o ele troímã perde, parcial ou totalmente, a sua força magnética, quando hou ver uma queda de tensão ou a tensão for interrompida. Nesta situação, o núcleo do eletroímã se desloca, acionando o dispositi vo disparador e este, por sua vez, aciona o dispositivo de travamento da retenção mecânica dos contatos do disjuntor, provocando consequentemente, a interrupção do circuito ou impedindo o seu restabelecimento.
Em alguns casos, em locais con tendo: banheiras, chuveiros, pisci nas, ou saunas, pode ser necessária a realização de proteção adicional, devido ao aumento do risco de choque elétrico. Esta proteção é realizada por meio da equipo tencialização suplementar e com o uso de dispositivo diferencialresidual (DR) de alta sensibilidade (inferior a 30 mA). Um dispositivo DR atua quando detecta uma diferença de corrente em relação a que entra e sai de um circuito – uma fuga de corrente. Ele atua desligando a energia, evi tando que o choque atinja valores de corrente maiores e possam causar danos a pessoas e instala ções. Veja a sua foto:
Figura 33 - Disjuntor DR. Figura 32 - Esquema de interrupção de um circuito (SENAI/SC,2004,73).
Disposivos DR Os efeitos de um choque elétrico são os mais diversos, dependendo das condições do ambiente, dos níveis de tensão, da corrente e ainda do percurso da corrente elétrica. As sensações variam desde formigamento até violentas contrações musculares, queimaduras e até mesmo a morte (WALENIA, 2009, p. 257). O choque elétrico pode ocorrer em função de uma das seguintes situa ções:
62
CURSOS TÉCNICOS SENAI
a. → Disjuntor DR monofásico. b. → Disjuntor DR trifásico. Função dos DR pela sensibilidade de corrente: Proteção contra contato direto: 30 mA. Contato direto com partes energizadas pode ocasionar fuga de corrente elétrica, através do corpo humano, para terra.
Proteção contra contato indireto: 100 mA a 300 mA. No caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na isola ção, peças de metal podem tornar-se “vivas” (energizadas). Proteção contra incêndio: 500 mA. Correntes para terra com este valor podem gerar arcos/faíscas e provo car incêndios. Porém, para seu funcionamento correto, é necessário observar as reco mendações da NBR5410:2004 para instalação do DR, segundo o esque ma de aterramento. Veja a tabela a seguir: Uso do DR
Esquema de Aterramento
Proibido C
TN
Recomendado
Obrigatório
X
S
X
C-S
X
TT
X
IT*
X
SEÇÃO 4 Dutos Para o correto dimensionamento dos eletrodutos de uma instalação elétrica, é necessário denir a taxa de ocupação do eletroduto a ser utilizado. A taxa de ocupação é o percentual máximo da área do eletroduto que pode ser ocupada pelos condutores. A taxa de ocupação pode va riar entre 40% e 53% em função da quantidade de condutores que serão instalados, segundo Walenia (2008, p. 75). As recomendações da NBR5410: 2004 são para:
53% no caso de um condutor ou cabo; 31% no caso de dois condutores ou cabos; 40% no caso de três ou mais condutores ou cabos. A taxa de ocupação mais utilizada é a de 40%, pois é utilizada quando serão instalados 3 ou mais con dutores no interior do eletroduto. Para simplicar o dimensionamento, utiliza-se uma tabela, que a partir do número de condutores e da seção do maior condutor de cada trecho, fornece o tamanho nominal do eletroduto. Veja a tabela 20: ▪
* para a segunda falta Tabela 19 - recomendações para instalação do DR segundo o esquema de aterramento. Fonte: WALENIA (2008, p. 271).
▪
▪
Na próxima seção, você aprenderá a calcular o diâmetro do eletroduto para dimensionar a área de utilização dos condutores.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
63
Número de condutores no eletroduto
Seção Nominal (mm²)
2
1,5
16
16
16
16
16
2,5
16
16
16
20
4
16
16
20
6
16
20
10
20
16
3
4
5
6
7
8
9
10
16
20
20
20
20
20
20
25
25
20
20
25
25
25
25
20
25
25
25
25
32
32
20
25
25
32
32
32
40
40
20
25
25
32
32
40
40
40
40
25
25
32
32
40
40
40
50
50
50
35
25
32
40
40
50
50
50
50
60
50
32
40
40
50
50
60
60
60
75
70
40
40
50
60
60
60
75
75
75
95
40
50
60
60
75
75
85
85
85
120
50
50
60
75
75
75
85
85
xxx
8
9
10
Tamanho nominal do eletroduto em mm
Tabela 20 - numero de condutores no eletroduto. Fonte: ABNT (2004).
Observe os exemplos abaixo para auxiliá-lo no entendimento da tabela de dimensionamento de eletrodutos. Exemplo 1 Determinar o diâmetro do eletroduto para os condutores fase e neutro de 1,5 mm2 com duas fases e um condutor terra de seção igual a 4 mm2. Neste trecho de eletroduto passam cinco condutores e a seção do maior condutor é 4 mm2. Aprenda como localizar o valor na tabela. Número de condutores no eletroduto
Seção nominal (mm²)
2
1,5
16
16
16
16
16
16
20
20
20
2,5
16
16
16
20
20
20
20
25
25
4
16
16
20
20
20
25
25
25
25
6
16
20
20
25
25
25
25
32
32
10
20
20
25
25
32
32
32
40
40
16
20
25
25
32
32
40
40
40
40
25
25
32
32
40
40
40
50
50
50
35
25
32
40
40
50
50
50
50
60
50
32
40
40
50
50
60
60
60
75
70
40
40
50
60
60
60
75
75
75
95
40
50
60
60
75
75
85
85
85
120
50
50
60
75
75
75
85
85
xxx
3
4
5
7
Tamanho nominal do eletroduto em mm
Tabela 21 - Exemplo de aplicação da tabela citada anteriormente.
64
6
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Caso seja necessário dimensionar a área de utilização dos condutores usa-se as fórmulas baixo:
1,5 mm², seis os 2,5 mm² e três os 4 mm². Ac1,5 = 3,1416 x (2,8)² x 2 / 4 = 12,3
Ac = área do condutor Au = área útil do eletroduto (veja tabela 2) Ac = π x (diâmetro externo do condutor)² x nº de os (dentro dos eletrodutos) / 4
Ac2,5 = 3,1416 x (3,4)² x 6 / 4 = 54,47 Ac4 = 3,1416 x (3,9)² x 3 / 4 = 35,83 AcT = 12,3 + 54,47 + 35,83 = 102,6
Ac = 3,1416 x (diâmetro Ext.)² x nº os / 4
AcT - 40%
Ac = 40%
Au – 100%
Au = 100%
Au = 102,6 x 100 / 40 = 256,51 mm²
Por regra de três simples, acha-se a área útil e entra-se com valor calculado na tabela abaixo, para achar o diâmetro do eletroduto. (SENAI/RS, 2001,p75) Exemplos 1. Calcular o diâmetro do eletroduto sabendo que dentro dele passam seis os de 1,5 mm². Ac = 3,1416 x (2,8)² x 6 = 36,94 / 4 Ac – 40% = 36,94 Au – 100% = ? Au = 36,94 x 100 / 40 = 92,36
Pela tabela, teríamos um eletroduto de diâmetro 40 mm, o que, para uma instalação residencial, é muito elevado, devido às espessuras das paredes e lajes. Neste caso, deveremos dividir a ação em dois eletrodutos, ambos com diâmetro 25 mm.
DICA Para mais informações sobre medidas e formas de eletrodutos e eletrocalhas consulte os fonecedores de materiais como a ELECOM: www.elecom.com.br.
3. Calcular o diâmetro do eletroduto sabendo que dentro dele passam doze os 2,5 mm² e seis os 4 mm². Ac2,5 = 3,1416 x (3,4)² x 20 / 4 = 181,58
Na unidade 4 serão explicados e dimensionados os principais elementos que compõem um sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Dos tipos de SPDA existentes, serão feitas comparações, apontando os pontos fortes e pontos fracos.
Ac4 = 3,1416 x (3,9)² x 6 / 4 = 71,68 AcT = = 253,26
181,58
+
71,68
Ac – 40% Au – 100% Au = 253,26 x 100 / 40 = 633,15 mm²
Da tabela acima, obtemos o diâ metro = 20 mm para o eletroduto. 2. Calcular o diâmetro do eletroduto sabendo que dentro dele, passam dois os PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
65
Unidade de estudo 4 Seções de estudo Seção 1 - Raios e formas de proteção Seção 2 - Projeto dos captores Seção 3 - Projeto das descidas
Seção 4 - Projeto do aterramento
Proteção Contra Descargas Atmosféricas SEÇÃO 1 Raios e formas de proteção Os raios são gerados a partir do carregamento elétrico das nuvens. A diferença de potencial formada entre uma nuvem carregada e a superfície da terra pode variar de 10 a 1.000 kV (LIMA, 1997, p. 215). A tendência natural é que as descargas atmosféricas atinjam os pontos mais elevados do relevo. Quando uma descarga atmosfé rica ocorre, a corrente conduzida através do raio pode chegar até 200.000 A, sendo capaz de des truir árvores, edicações não protegidas e causar riscos à vida de pessoas, animais e equipamentos. A seguir, é apresentado um esquema que simplica o processo de formação de um raio:
Em relação a uma instalação elétrica, o raio pode inuenciar de duas maneiras: Incidência direta, quando o raio atinge a superfície da edicação. Incidência indireta, quando o raio atinge as redondezas de instalações elétricas, linhas de distribuição de energia e de telecomunicações. Forma-se uma grande radiação eletromagnética que gera sobretensões causandno danos a equipamentos e instalações de empresas, indústrias e residências. ▪
▪
Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas ou SPDA consiste em oferecer aos raios um ponto de captação, um percurso seguro e um sistema de escoa mento das descargas elétricas de origem atmosférica para a terra, minimizando seus efeitos perigosos. Desta forma, um SPDA possui duas funções: preventiva e prote tora. A função preventiva é justicada pelo permanente escoamento de cargas elétricas do meio ambiente para a terra, pelo poder de atração das pontas, neutralizando o cres cimento gradiente de potencial entre o solo e as nuvens.
Figura 34 - Esquema de formação do raio. Fonte: Lima (1997, p. 216).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
67
Já a função protetora está associada à presença de um caminho preferencial para um possível raio que se forme na região. Existem basicamente três tipos de SPDA: Franklin, Gaiola de Faraday e Radioativo. Todos são compostos por estruturas chamadas de captores do raio, cabos de descida e sistema de aterramento.
DICA Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas não busca evitar a formação dos raios nem atrai raios, mas proporcionar um caminho controlado para o raio angir a terra.
A caixa de inspeção possibilita que sejam desconectados os captores e descidas para realizar a medição da malha de aterramento. Já o eletroduto (que deve permanecer a uma altura de 2,5 m acima do solo) tem a nalidade de proteger principalmente os condutores de descida contra danos mecânicos (ABNT, 2005, p. 9). Quando for necessário usar mais de um mastro, os captores presen tes nos mastros devem ser interli gados.
Para-raio po Franklin É composto por uma haste captora xada no topo de um mastro eleva do. O captor é ligado ao aterramento através dos condutores de desci da. Na maior parte dos casos, os condutores de descida são instalados afastados da edicação. O mastro pode ser instalado sobre ou ao redor da edicação. Observe a gura:
Figura 35 - Exemplo de pára-raio do po Franklin.
68
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Gaiola de Faraday
Utiliza captores formando uma malha e cobrindo o plano mais alto do prédio. As descidas devem ser dispostas, no mínimo, em cada vértice da edicação e a malha de aterramento forma um anel ao redor da edicação, podendo inclusive estar interconectada com a estrutura metálica de sustentação da construção.
Veja a representação na gura: DICA O para-raio radioavo não deve ser projetado para um SPDA, pois sua ulização está proibida no Brasil.
Disposivo de proteção contra surtos
Também conhecido como DPS, tem por nalidade evitar que a incidência indireta de descargas atmosféricas que danicom equipamentos presentes dentro da edicação. Os DPS devem atender à IEC 61643-1 e ser selecionados com base, no mínimo, nas seguintes características (CAVALIN, 2006, p. 379): Nível de proteção; Máxima tensão de operação contínua; Suportabilidade a sobretensões temporárias; Corrente nominal de descarga e/ou corrente de impulso; Suportabilidade à corrente de curto-circuito. ▪
▪
Figura 36 - Exemplo de para-raio do po Gaiola de Faraday.
▪
▪
▪
Observe na gura anterior, novamente, a presença de eletrodutos e caixas de inspeção, que aqui apresentam a mesma nalidade: proteção mecânica e possibilidade de medição da malha de aterramento, respecvamente.
Para-raio radioavo Na maioria dos países e no Brasil, sua utilização está proibida desde 1989 por resolução da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nucle ar. O princípio do para-raio radioativo é usar captores com pontas com tratamento radioativo, o que causa riscos diretos para pessoas que realizam sua instalação e manutenção, além riscos indiretos às pessoas que efetuam transporte, armazenamento, venda, etc. Além disso, estudos re centes mostram que esse tipo de para-raio não possui maior eciência em relação aos outros tipos de para-raio.
Os componentes da instalação devem ser selecionados de modo que o valor nominal de sua tensão de impulso suportável não seja inferior àqueles indicados no quadro seguinte:
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
69
Tensão de impulso suportável requerida (kV)
Tensão nominal da instalação (V)
Sistemas trifásicos
Categoria do produto Produto a ser ulizado na entrada da instalação
Sistemas monofásicos com neutro
Produto a ser ulizado em circuitos de distribuição e circuitos terminais
Equipamentos de ulização
Produtos especialmente protegidos
Categoria de suportabilidade a impulsos IV
III
II
I
120/208 127/220
115/230 120/240 127/254
4
2,5
1,5
0,8
220/380, 230/400, 277/480
-
6
4
2,5
1,5
400/690
-
8
6
4
2,5
Quadro 20 - Suportabilidade a impulso exigível dos equipamentos e instalações. Fonte: ABNT (2004, Tabela 31).
Os DPS protegem os equipamentos contra sobretensões transitórias nas instalações das edicações, cobrindo tanto as linhas de energia quanto as linhas de sinal (ABNT, 2004, p. 130).
Os DPS podem ser especicados pela máxima corrente de curtocircuito, veja os exemplos a seguir: DPS 20kA: recomendado como proteção única ou primária em instalações situadas em zonas de exposição a raios classicados como AQ1 (desprezível). Deve ser instalado no circuito elétrico no qual o equipamento está conectado. DPS 30kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição de baixa tensão situadas em áreas urbanas e densamente edicadas, expos tas a raios, classicadas como in diretas (AQ2). Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede elétrica. DPS 45kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição de baixa ▪
▪
▪
70
CURSOS TÉCNICOS SENAI
tensão, situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas edicações, em zonas expostas a raios, classicadas como diretas (AQ3) e com históricos frequentes de sobretensão. Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede elétrica. DPS 90kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição de baixa tensão situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas edicações, em zonas expostas a raios classicadas como diretas (AQ3) e com histórico de frequencia elevada de sobretensões. Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede elétrica. ▪
A instalação de um DPS irá depender das características do sistema de alimentação de energia da edicação.
Veja a gura:
Figura 37 - Esquemas de conexão dos DPS. Fonte: ABNT (2004, gura 13).
De forma geral, o DPS deve ser instalado juntamente com um dispo sitivo de proteção contra sobrecorrentes (disjuntor ou fusível). Veja a representação a seguir: A norma regulamentadora da ABNT NBR5419 estabelece os procedimentos relacionados com a proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. O projeto do SPDA basicamente é dividido em projeto dos captores, projeto das descidas e projeto da malha de aterramento.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
71
Figura 38 - Esquema de ligação entre DPS, DP e E/I. Fonte: ABNT (2004, gura 14).
Onde: DPS → Dispositivo de proteção contra surto; DP → Dispositivo de proteção contra sobrecorrente; E/I → Equipamento ou instalação.
Classicação dos níveis de proteção para SPDA
O projeto de um SPDA pode ser composto pelo tipo gaiola de Fa raday e o tipo Franklin. Os mastros usados para o tipo Franklin são normalmente de 6 m. Quan do a especicação resulta em mastros maiores, por questões de custo, opta-se pelo tipo gaiola de Faraday. Para atribuir os parâmetros corretos para o projeto de um SPDA deverá ser levado em considera ção o nível de proteção do am biente da instalação. Existem 4 níveis de proteção, explicados (MAMEDE, 2001, p. 556): Nível I: é o mais severo quanto à perda de patrimônio. Referese às construções protegidas, cuja ▪
72
CURSOS TÉCNICOS SENAI
falha no sistema de para-raios pode provocar danos às estruturas adjacentes, tais como indús trias petroquímicas, de materiais explosivos etc. Nível II: refere-se às constru ções protegidas, cuja falha no sis tema de para-raios pode ocasionar a perda de bens de estimável valor ou provocar pânico aos presentes, porém sem nenhuma consequência para as construções adjacentes. São exemplos: mu seus, estádios de futebol, teatros, bancos, fóruns etc. Nível III: refere-se às cons truções de uso comum, tais como os prédios residenciais, comerciais e indústrias de manufaturados simples. Nível IV: refere-se às cons truções onde não é rotineira a presença de pessoas. São feitas de material não inamável, com produto não-combustível armazenado nelas, tais como armazéns de concreto, depósitos de materiais ferrosos, entre outros.
O nível de proteção inuencia nos afastamentos, seções e materiais dos condutores envolvidos no projeto do SPDA.
▪
▪
▪
SEÇÃO 2 Projeto dos captores Nesta seção, você estudará como podem ser constituídos os capto res, os métodos existentes para os projetos dos captores e as condições dos captores naturais. Os captores podem ser constitu ídos pelos seguintes condutores: ▪
▪
▪
▪
Hastes; Cabos esticados; Condutores em malha; Elementos naturais.
DICA Quaisquer elementos condutores expostos, ou seja, que possam ser angidos por raios, deverão ser interconectados ao SPDA.
As condições a que devem satis fazer os captores naturais são as seguintes: a. a espessura do elemento metálico não deve ser inferior a 0,5 mm ou devem seguira tabela 4, quando for necessário prevenir contra perfurações ou pontos quentes no volume a proteger; b. a espessura do elemento metálico pode ser inferior a 2,5 mm, quando não for importante
prevenir contra perfurações ou ignição de materiais combustí veis no volume a proteger;
Quanto ao projeto dos captores, existem 3 métodos:
c. o elemento metálico não deve ser revestido de material isolante (não se considera isolante uma camada de pintura de proteção, ou 0,5 mm de asfalto, ou 1 mm de PVC);
a ser protegido é encontrado em função do ângulo formado entre o topo do captor e sua altura em relação ao plano. Método Eletrogeométrico: o volume a ser protegido é encontrado em função do raio de um circulo que tangencia o captor e o plano.
d. a continuidade elétrica, entre as diversas partes, deve ser vericada de modo a assegurar durabilidade; e. os elementos não-metálicos acima ou sobre o elemento metálico podem ser excluídos do volume a proteger (em telhas de brocimento, o impacto do raio ocorre habitualmente sobre os elementos metálicos de xação).
▪
Método Franklin: o volume
▪
Método da Malha de Captores: o volume a ser protegido é ▪
coberto por uma malha formando quadrículos de largura e comprimento de tamanho igual ou inferior ao valor da largura. A gura a seguir mostra os parâmetros relacionados a estes métodos.
Figura 39 - Parâmetros e volumes de proteção do SPDA. Fonte: ABNT (2005).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
73
O SPDA poderá ser isolado ou não. Quando se tratar de um SPDA isolado, seus condutores deverão permanecer afastados da estrutura metálica a proteger à distância de 2 m. Já um SPDA não isolado, seus condutores poderão ser xados diretamente sobre a estrutura metálica, desde que não haja presen ça de materiais inamáveis, que podem causar danos para a estrutura. No topo das estruturas e edicações, principalmente àquelas superiores a 10 m, recomenda-se a instalação de um SPDA. Todos os elementos metálicos (calhas, antenas, placas etc.) que estejam expostos na edicação devem ser interconectados ao sistema SPDA. A próxima tabela foi retirada da norma NBR 5419 e relaciona o nível de proteção com o método de projeto de captores.
Observe que se o estabelecimento tiver nível de proteção II e os cap tores forem dimensionados pelo método Franklin para um mastro de até 20 m de altura, o ângulo de proteção corresponde a 25°. A região a ser protegida poderá ser visualizada na gura a seguir, correspondendo a uma região circu lar com raio de 93 m.
Para saber o raio da região a ser protegida, pode-se usar os concei tos de trigonometria, considerando duas vezes o valor do cateto oposto dado na fórmula a seguir: Tangente(α)= CO / CA
Onde: α – ângulo dado; CO – cateto oposto (raio da região de proteção); CA – cateto adjacente (altura do mastro).
Figura 40 - Exemplo de dimensionamento de captores, método Franklin.
Caso seja usado o método da gaiola de Faraday, então deverá ser protegida a região de topo da edicação. No caso de uma edi cação com área igual a 400 m² com nível II de proteção, o dimensionamento da malha pode ser especicado conforme a gu ra a seguir:
Ângulo de proteção (a) – método Franklin, em função da altura do captor (h) (ver nota 1) e do nível de proteção Nível de Proteção
R/h
0 – 20 m
21 – 30 m
31 – 45 m
46 – 60 m
> 60 m
Largura do módulo da malha (Veja nota 2) m
I
20
25º
1)
1)
1)
2)
5
II
30
35º
25º
1)
1)
2)
10
III
45
45º
35º
25º
1)
2)
10
IV
60
55º
45º
35º
25º
2)
20
R = raio da esfera rolante 1) Aplicam-se somente os métodos eletrogeométrico, malha ou da gaiola de Faraday. 2) Aplicam-se somente o método da gaiola de Faraday. Notas: 1 → Para escolha do nível de proteção, a altura é em relação ao solo e, para vericação da área protegida, é em relação ao plano horizontal a ser protegido. 2 → O módulo da malha deverá constuir um anel fechado, com o comprimento não superior ao dobro da sua largura. Tabela 22 - Posicionamento dos captores conforme o nível de proteção. Fonte: ABNT (2005, Tabela 1)
74
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Figura 41 - Exemplo de dimensionamento de captores, método Gaiola de Faraday
Nível de Proteção
Espaçamento médio entre descidas (m)
I
10
II
15
III
20
IV
25
Tabela 24 - Espaçamento médio vs. Nível de proteção para condutores de descida não naturais. Fonte ABNT (2005 , tabela 2)
A norma NBR 5419 recomenda que a malha de captores seja disposta ao longo do topo da edica ção a uma distância não inferior a 0,5 m da borda.. O método eletrogeométrico ou das esferas rolantes, por questões didáticas, não será abordado aqui, já que em grande parte dos projetos de SPDA, o método Franklin, continua sendo utilizado sem diferenças signicativas. Os condutores que formam os captores podem ser de cobre, alu mínio ou aço galvanizado a quente. Veja a relação dos materiais dos captores com a seção:
Material
Seção dos captores (mm²)
Cobre
35
Alumínio
70
Aço galvanizado a quente ou embudo em concreto
Na próxima seção, você conhece rá uma parte do processo de pro teção contra descarga atmosférica que é um projeto de descida, que permite a conexão dos captores e um anel que interliga todas as descidas, feito com o objetivo de evi tar que ramicações das descargas atmosféricas possam atingir lateralmente a edicação e causar danos signicativos.
SEÇÃO 3 Projeto das descidas As descidas permitem a conexão dos captores à malha de aterra mento. As descidas podem ser dimensionadas dependendo das características da edicação e do projeto dos captores. Podem ser dispensados condutores de descida quando existir condutores de descidas naturais (estruturas metálicas de torres, postes, mastros e armaduras de aço interligadas de postes de concreto) na edicação, desde que sigam contínuas até a base da construção. Pode ser dimensionado apenas um único condutor de descida quando o captor for do tipo Franklin, instalado em um único mastro que não represente uma descida natural. Quando houver anel de capto res (tanto do tipo gaiola de Fara day, quanto Franklin), deverão ser realizadas várias descidas, com afastamento padronizado conforme a tabela a seguir, apresen tando, pelo menos, um condutor de descida em cada vértice da edicação. ▪
▪
▪
50
Tabela 23 - Material vs. secção dos captores. Fonte: ABNT (2005, Tabela 3).
Os condutores que formam as descidas podem ser de cobre, alu mínio ou aço galvanizado a quente. A cada 10 m, partindo do solo, deverá ser montado um anel de condutores que interliguem todas as descidas.
O objevo deste anel é evitar que ramicações das descargas atmosféricas possam angir lateralmente a edicação e causar danos signicavos.
Além disso, em cada descida, de verá ser instalado um eletroduto e uma caixa de inspeção com conector de metal nobre, para garantir a conexão dos captores à malha de aterramento e permitir a desconexão das descidas para medir a resistência de aterramento. A cada 20 m de altura ou fração, deverá ser efetuada uma interligação dos condutores: neutro, terra e das massas de todos os elemen tos metálicos presentes naquela fração de altura. Deverão ser in terconectados a um barramento de equalização que também deverá ser interligado ao aterramento. A tabela a seguir relaciona os ma teriais dos captores com a área de secção:
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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Material
Anéis intermediários (mm²)
Descidas para estruturas com altura de até 20 m (mm²)
Descidas para estruturas com altura superior a 20 m (mm²)
Cobre
35
16
35
Alumínio
70
25
70
Aço Galvanizado a quente ou embudo em concreto
50
50
50
Tabela 25 - Material vs. secção dos captores. Fonte: ABNT (2005, Tabela 3).
Observe que é considerada a for mação dos anéis intermediários (a cada 10 m de altura) e as descidas apresentam seções diferentes de pendendo da altura da edicação.
DICA Uma ligação equinopotencial, como o próprio nome sugere, serve para deixar todos os pontos interligados com o mesmo potencial.
SEÇÃO 4 Projeto do aterramento Agora que você já estudou o pro jeto de descida, na seção 4, estu dará outra parte do processo de proteção contra descargas atmos féricas, que é o projeto de aterramento. Esta parte do projeto é extrema mente importante, pois um mau aterramento contribui para dicultar o caminho do raio, aumen tando o aquecimento dos condu tores de captação e de descida, podendo causar sua explosão e até mesmo a inltração do raio para outras partes da edicação, causando danos a pessoas e equipamentos. A resistência de aterramento recomendada pela norma NBR 5419 é de aproximadamente 10 Ohms. Se a edicação possuir mais de um sistema de aterramento, todos deverão ser interligados através de uma ligação equipotencial de baixa impedância.
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O principal elemento de uma malha de aterramento é o eletrodo. Este elemento possibilita a interligação de todo SPDA ao solo. Os eletrodos de aterramento podem ser formados por (ABNT, 2005, p. 12): Armaduras de aço das fundações da edicação; Condutores horizontais em anel enterrados no solo; Hastes verticais enterradas no solo; Condutores horizontais radiais (conhecidos como “pés de gali nha”). ▪
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DICA Devem-se evitar condutores em forma de ta ou placas devido à corrosão.
Normalmente são usados eletro dos em forma de hastes, de 2,4 m de comprimento, com diâmetro de 5/8” e alma de aço e revesti mento de cobre de 254 µm. Os condutores horizontais são espe cicados conforme a tabela:
Material
Eletrodo de aterramento (mm²)
Cobre
50
Alumínio
-
Aço galvanizado a quente ou embudo em concreto
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Tabela 26 - Material vs. secção dos eletrodos de aterramento. Fonte: ABNT (2005, tabela 3).
A montagem dos eletrodos poderá ser composta por condutores horizontais (formando um anel ao redor da edicação) e verticais (incluindo uma haste de aterramento ao nal de cada descida, pelo menos): esta montagem é re comendada principalmente quando não se pode utilizar a armação metálica de sustentação da edicação (caso seja constatado que esta armação não é totalmente interligada).
DICA A quandade de eletrodos não naturais deve ser aumentada para garanr a rápida dissipação da energia do raio.
As conexões principais entre todos os condutores de um SPDA devem ser realizadas com conectores de metais nobres e, em alguns casos, com soldas exotérmicas, que garantem a condutividade elétrica entre os condutores interligados. Na unidade que acabou de estudar, você acompanhou conceitos e pro cedimentos necessários para a proteção contra as descargas atmosféri cas, os raios. A 5ª e última unidade tem por nalidade comentar e apresentar os principais documentos envolvidos na elaboração de um projeto elétrico pre dial, além de relacionar com o uso de ferramentas de desenho auxiliado por computador, trazendo conceitos práticos para o projetista.
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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Unidade de estudo 5 Seções de estudo Seção 1 - Introdução Seção 2 - Desenhos e pranchas
Seção 3 - Memorial descrivo Seção 4 - Listagem de materiais e serviços
Documentação Para Projetos SEÇÃO 1 Introdução Diferente do que se pensa, o pro jeto não é apenas uma “planta assinada”, mas um conjunto de documentos que tem por nalidade orientar o construtor para a correta execução das instalações. Neste contexto, a própria NBR5410:2004 estabelece que o projeto elétrico deve conter, no mínimo (WALENIA, 2009, p. 281): Planta dos pavimentos; Esquemas unilares; Outros esquemas, quando aplicáveis; Memorial descritivo da instalação; Especicação dos componen tes; Parâmetros de projeto; Manual do usuário para instalações sem equipe de manutenção; Aspectos construtivos e informações sobre segurança durante a execução de trabalhos.
Prumada elétrica; Planta baixa com esquema elétrico; Diagrama unilar; Detalhes de caixas de passagem; Detalhes do ramal de ligação de energia elétrica; Detalhes do ramal de entrada de energia elétrica; Esquemas de ligação entre quadro geral de medidores e barramento de equipotencialização; Detalhes sobre o quadro geral de medidores. ▪
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Uma imagem vale mais do que mil palavras!
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Estes desenhos são montados em folha no formato A2, A1 ou A0, apre sentando legenda e campos com os nomes dos desenhos. Essa folha é chamada de prancha ou leiaute impresso e é o documento mais usado pelo eletricista que executa o serviço, por isso, os desenhos e textos ex plicativos que a compõe devem ser visíveis, diretos e em linguagem que facilite sua compreensão. A seguir, é apresentado um exemplo de prancha.
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Na próxima seção, serão apresentados os principais desenhos que compõem um projeto elétrico.
SEÇÃO 2 Desenhos e pranchas Os desenhos são extremamente importantes, pois facilitam a interpretação de projetos. A seguir são citados os principais desenhos que compõe um projeto elétrico predial:
Figura 42 - Exemplo de prancha em formato A0 para projeto elétrico predial.
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A legenda deve conter informações sobre o responsável técnico, pro prietário, obra e resumo da prancha, além de campos para a assinatura do cliente e do responsável técnico. Veja a gura:
Figura 43 - Exemplo de legenda de projeto.
Antigamente as pranchas eram desenhadas em pranchetas de desenho, utilizando esquadros, transferidores e canetas de diferentes espessuras de pontas. Mas a evolução dos computadores inuenciou bastante a for ma de produzir documentos e desenhos. Hoje os desenhos são produ zidos utilizando softwares chamados de CAD ( computed aided design → desenho auxiliado por computador).
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
A ferramenta CAD, além de padronizar a criação de desenhos, possibilitou que os mesmos fossem armazenados virtualmente, eliminando a necessidade de arquivos físicos. Além da ferramenta CAD existem ainda as ferramentas CAE ( compu- ted aided engineering → engenharia auxiliada por computador) que automatizam cálculos complexos, permitindo a realização de simulações, geração de listas de materiais a partir de desenhos, entre outros. Os desenhos podem ser basica mente divididos em dois tipos: desenhos de detalhes e desenhos de esquemas. Os desenhos de detalhes repre sentam aspectos de montagem ou construtivos e devem trazer informações dimensionais sobre as partes, veja:
Figura 44 - Exemplo de desenho de detalhe.
Já os desenhos de esquemas não possuem características dimensionais e se destinam a informar aspectos relacionados à montagem simplicadamente. Veja a próxima gura:
Figura 45 - Exemplo de desenho de esquema (diagrama unilar).
PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS E PREDIAIS
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Figura 46 - Exemplo de desenho de esquema (prumada elétrica).
DICA Para construir o desenho de um detalhe elétrico, o projesta não precisa ser um ómo desenhista, basta fazer desenhos simples, usando textos explicavos para esclarecer sobre o que trata o desenho.
Na próxima seção, você aprende rá a elaborar o documento me morial descritivo e conhecerá a importância desse documento no desenvolver do projeto.
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SEÇÃO 3
DICA
Memorial descrivo É elaborado na forma de texto, contendo tabelas, esquemas re presentativos (se for necessário) e termos técnicos compatíveis. Neste documento, você deve apresentar as soluções adotadas durante o dimensionamento de componentes do projeto, além de especicar os detalhes para a execução da obra. O memorial poderá ser utilizado para esclarecimentos técnicos e é documento fundamental para análise em auditorias e processos judiciais, apurando se as falhas foram come tidas por que projetou ou quem executou a obra.
Escrever um memorial descrivo claro e conciso facilita a interpretação de decisões, auxiliando o prossional na descoberta de falhas.
O memorial poderá apresentar as seguintes informações (WALE NIA, 2009, p. 282): Identicação da obra, proprietário, prossional (título, registro no conselho regional de engenharia e anotação de responsabilidade técnica sobre o serviço contra tado) e descrição do serviço a ser realizado. ▪
Descrição de parâmetros pré-denidos, como características da rede de distribuição de energia, análise de consulta prévia para abastecimento de energia, condições climáticas, condições de fornecimento de energia esta belecidas pela concessionária de energia elétrica etc. Descrição da tomada de decisões e sua justicativa, como local selecionado para instalação do ramal de energia elétrica, tipo de SPDA a ser instalado, divisão de circuitos elétricos, cálculo de demanda etc. Associação com os desenhos apresentados em prancha e complementação de informações relacionadas. Citação da base de cálculo e da tomada de decisões a partir de normas técnicas estabelecidas pela ABNT, concessionária de energia elétrica, corpo de bom beiros, Ministério do Trabalho etc. ▪
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SEÇÃO 4 Listagem de materiais e serviços Na seção 4, serão apresentados itens importantes para elaboração de uma listagem de materiais de serviço e os benefícios dessa listagem no desenvolvimento do projeto. A listagem de materiais pré-estabelecido no projeto, contribui para a prevenção de desperdícios e na escolha de componentes não recomendados no projeto. A especicação de materiais depende essencialmente do conheci mento de catálogos de fabricantes e especicações de fornecedores. Para tanto, uma lista de materiais completa deve conter os seguintes campos: ▪
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O projetista deverá indicar no memorial descritivo todas as soluções não-convencionais ou nãopadronizadas, para execução da instalação, justicando o porquê dessa solução.
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Nº do item; Nome do item; Descrição do item; Quantidade; Unidade de medida; Observações.
Além destes campos, para facilitar o gerenciamento do custo da obra/serviço, poderão existir os seguintes: Modelo recomendado pelo fabricante; Fabricante recomendado; Código do fornecedor de cotação; Fornecedor de cotação; Preço unitário do fornecedor; Preço total do fornecedor. ▪
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Finalizando O conteúdo de projetos elétricos prediais é extremamente amplo. Este material didático apresenta uma parte desses conteúdos. Para seu maior aprofundamento nesta área, sugere-se que se utilize de outras fontes de conhecimento para complementar seu aprendizado, pois o conhecimento é dinâmico: está sempre em movimento. Esperamos que tenha aproveitado ao máximo os recursos disponibilizados pelo SENAI para esta disciplina, seja por este livro, ou por laboratórios e professores capacitados, e que esse material tenha lhe esclarecido o papel do projetista dentro de uma instalação elétrica. Que você possa usar, com êxito, todo conhecimento adquirido através desse material, no dia-a-dia da sua prossão e dentro da sociedade.
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Referências ▪
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Eletrical Installation. NBR 5444 - Símbolos grácos para instalações elétricas prediais: simbologia. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1989. 9 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Lighting. NBR 5413 - Iluminação de interiores: procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1992. 13 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro - RJ: ABNT, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descarga atmosféricas. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2005. 42 p. BASOTTI, Márcio Rogério. Eletricidade: instalações industriais. Sapucaia do Sul-RS: Centro de Educação Prossional SENAI de Eletromecânica, 2001. 124 p. CARVALHO, Moisés Roberto Lanner. Apostila Instalações Elétricas De Baixa Tensão. Rio de Janeiro – RJ: ABACUS Informática e Engenharia, 2003. 80 p. CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais. 15. ed. São Paulo: Editora Érica, 2006. CENTRAIS ELÉTRICAS SANTA CATARINA S.A. NT03 - BT: Fornecimento de En ergia Elétrica a Edifícios de Uso Coletivo. Florianópolis – SC: CELESC, 1997. CORTES, Maria Cláudia. Color in motion. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2009. COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas. 4. ed. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2003. CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 14. ED. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Cientícos. Editora S.A., 2000. FERRAZ, Rubinei de Servi. Dispositivos de Média e Baixa Tensão. Pelotas-RS: CEFET-RS, 2008. 52 p. INTRAL, Reatores e Luminárias. Catálogo Geral de Produtos. Caxias do Sul - RS, 2010. Disponível em: LIMA Filho, Domingos Leite. Projetos de Instalações Elétricas Prediais. 10. ed. São Paulo: Editora: Érica, 1997. LUMICENTER. Informações Técnicas. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2009. OSRAM. Iluminação: conceitos e projetos. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2009.
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