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Vice-reitor
l e d ~ Presidente Diretor Editorial
Jacques Marcovitch Adolpho José Mclfi
EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PAULO
Sergio Miceli
Pessôa de
Barros
Plinio Martins Filho
Editores-assistentes
Heitor Ferraz Rodrigo Lacerda
Comissão Editorial
Sergio
Miceli Pessôa Davi Arrigucci Jr,
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de Barros (Presidente) dente)
Hugo A$uirre Armelin
Oswaldo Pauln Forattini Forattini
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JOCOS OCULTOS ESCOLHA RACIONAL NO CAMPO DA POLÍTICA COMPARADA
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Nested Gumes: Rational Choicc Choicc in
Copyright
1990 by Thc
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Politics
Univcrsity 01" Californiu t~:í;;;;;s-~
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Dados Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tsebel is, George Jogos Ocultos: Escolha Racional no Campo da Política COIll parada 1George Tsebelis; tradução Luiz Paulo Rouanet, - São Pau lo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998. (Ponta, 17).
A minha mãe, Persefoni
Título original: Nested Games, Bibliografia. ISBN: 85-314-0425-8 I. Escolha Social 2. Instituições Políticas Comparadas 3. Teoria dos Jogos I. T ítít ul ul o I I. Série.
97-5485
I. Política
CDO-320.0113 Índices para catálogo sistemático: Políticas 320.0113
Comparada: Ciências Ciências
Direitos em língua portuguesa reservados à Edusp Editora da Universidade de São Paulo Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374 6° andar - Ed. da Antiga Reitoria Cidade Universitária 05508-900 - São Paulo Paulo - SP - BrasiI Fax (OIl) 818-415 I Tel, (011) 818-4008/818-4150 - e-rnail:
[email protected] Printed Printed in Brazil Brazil
1998
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l. Jo gos Ocul tos e R ac i ona l i da de .. 2. Em Def es a do E nf oque da E s co l ha R aci onal .. A p ê n d i c e ao C a p í t u l o 2 .. 3. Jogos de Duas Pessoas com Payoffs Variáveis .. A pê ndi ce ao C ap ít u lo 3: A .. Ap ênd ic e ao C apít ul o 3: B . 4. Jogos com Regras Variáveis, ou a Política da Mu d a n ç a I ns t i tu ci ona l .. Partido Trabalhista Britânico 5. Por que os Militantes do Partido C om et em Sui cídi o Pol í ti co? A pêndi ce ao Capít ulo 5 6. O Consociacionalismo na Perspectiva da Escolha Racional........... Racional........... 7. A Coesão das Coligações Eleitorais Francesas ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Apêndice ao Capítulo 7 8. C o nc l us õe s :
B i bl i o gr af i a Í nd i ce Remissivo
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97 12 1 155 157 181 219
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3.1. 3.1. 3.2. 3.2. 3.3. 3.3. 3.4A 3.4B 3.4B 3.4C 3.5A 3.5B 3.5B 3.5C 3.5D 3.5D 3.6. 3.6. 3.7. 3.7. 3..8. ..8. 3.9. 3.9. 3.10. 3.10. 4.1. 4.1. 4.2A 4.2B 4.2B
Jogo de de três três pessoa pessoass Representação Representação gráfic gráficaa de um jogo jogo de 11 pessoas Representação Representação gráfica de um subjogo subjogo de duas duas pessoas pessoas (ver (ver Capítulo 5) Representação gráfica de jogo oculto do Capítulo 5 Representação gráfica gráfica de jogo ocul oculto to do Capítulo Capítulo 6 Representação gráfi gráfica ca de jogo oculto oculto do Capítulo Capítulo 7 Representação Representação gráfica dos payoffs no jogo do dilema dos prisioneiros Representação Representação gráfica dos payoffs no jogo do impasse Representação Representação gráfica dos payoffs no jogo do galinha Representação Representação gráfica gráfica dos payoffs no jogo do seguro Representação Representação gráfic gráficaa dos dos payoffs no jogo do dilema dos prisioneiros num plano Representação Representação gráfica gráfica de um um jogo do dilema dilema dos dos prisioneiros prisioneiros no plano plano (P, q) Representação Representação gráfica gráfica de um jogo do impasse impasse no plano(p, q) Representação Representação gráfica gráfica de um jogo do galinha galinha no plano (P, q) Representação Representação gráfica de um jogo do seguro seguro no plano plano (P, q) Instituições eficientes eficientes e redis redistribu tributiva tivass Posições dos atores atores antes antes da apresentação apresentação de uma questão institucional Posições Posições dos atores após a apresentação apresentação de de uma questão
(;I-:(IIIGI; '1:1'/;/lU./.\
12
4.2C
Posições dos a llu u re re s apresentação questão institucional instituição redistributiva 4.3. Representação esquemática do projeto institucional 5.1. O jogo da reindicaçâo de parlamentar no nível nível do distrito 5.2. O jogo da reindicaçã<1 no nível nível do partido 6.IA Equilíbrio competitivo num espaço unidimensional 6.IB Equílibrio num espaço unidimensional corn.mcnopôlio do poder de fixar a agenda ". "i' 2"
USIA DE TABELJ\S
galinha em que a cooperação mútua é parte cio conjunto de Pareto 6.2B Jogo do galinha em que a cooperação mútua não faz parte G.2A Jogo do
7.1. 7.2. 7.3. 7.4. 7.5. 7.6.
do conjunto de Pareto Simplex (triângulo) bidimensional Empate entre e dentro das coligações num sirnplex biclimensional
Áreas em que" que" a cooperação ou a competição entre os parceiros aumenta num simplex bidirnensional Representação gráfica de teorias rivais da coesão de coligação num sirnplex bidimensional Representação dos resultados eleitorais de primeiro turno (PS, PCF, PCF, direita) num sirnplex bidimensional Representação dos resultados eleitorais de primeiro turno (RPR, UDF, esquerda) num simpIex bidimensiónal
3.1. Matrizes de payoffs e definições de quatro jogos 3.2. Propriedades Propriedades dos quatro jogos em termos da teoria dos jogos 5.1. O jogo da reindicação reindicação no nível nível do distrito 5.2. Função da margem de vitória na eleição de 1974 na freqüência de 1974-1979 dissensão na Câmara dos Comuns no período 1974-1979 6.1. 6.1. Payoffs Payoffs de jogos possíveis entre as elites 7.1. Payoffs Payoffs de jogos possíveis entre parceiros de coligação geral para um parceiro de coligação 7.2. Matriz de payoff geral francesas 7.3. Função de diversas diversas variáveis na coesão das coligações francesas 7.4. Função de diversas variáveis na coesão das coligações francesas vencedoras no primeiro turno coligações francesas 7.5. Função de diversas variáveis na coesão das coligações perdedoras no primeiro turno 7.6. Proximidade dos dois parceiros da esquerda quando se aproximam da vitória
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AGRADECIMErHUS
Estive trabalhando neste livro por vários anos. Ao longo desse perío do tive o privilégio de es tar em universidades diferentes: Washington Uni versity, Stanford, Duke e a University of California, em Los Angeles. Esta última (VeLA) proporcionou-me proporcionou-me o tempo necessário para terminar o pro pro jeto, e o Academic Senate e o International International Studies and Overseas Overseas Program me forneceram valioso auxílio financeiro, financeiro, que tornou tornou minha tarefa bem mais fácil. Durante esses anos, e em todas todas essas universida universidades, des, tive tive a boa sorte de usufruir da ajuda, dos desafios e dos comentários convergentes ou diver gentes gentes de numerosos colegas. Sem essa ajuda, este livro não existiria (pelo menos menos em sua forma atual). Robert Bates, co mo editor, editor, colega e amigo, detém o recorde mundial de sugestões bem-sucedidas (ou seja, seja, sugestões feitas feitas e aceitas) aceitas) para um manuscrito. Ele leu e releu incansavelmente Jogos Ocultos', fazendo a cada vez importantes observações. ,No ,No que me concerne, constituiu uma cola boração muito proveitosa. Sou grat o a ele por seus conselhos e apoio. Gostaria de agradecer a James DeNardo, Miriam Go/den, Peter Lange e Michael Wallerstein por lerem, de forma continuada, sucessivos esboços, e por me aconselharem (às vezes de forma contínua, também) com infinita tolerância. James Booth, John Freeman, Jeffry Friden, Geoffrey Garrett, Herbert Kit chelt e Robert Putnam leram o que diversas vezesconsiderei o rascunho final do manuscrito e me persuadiram de que era necessário mais uma correção. A expressão ' ~ J o g o s ocultos" procura verter a exprcssãonested games, que pode sermais bem compreendida numa
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G E O R G E T S U I I: I: ' U S
fizcram comenuirios Várias pessoas pessoas leram capítulos scparadox, ou fizcram quando os apresentei em diversas conferências: Arun Agrawal, Robert Axelrod, Shaun Bowler, David Brady, Pamela Carnerra-Rowc, John Fere john, Clark Gibson, Bernard Grofrnan, Virginia Haufler, Brian Hurne s, Shanto Iyengar, Paul Johnson, William Keech, Edward Lehoucq, Jeannetre Money, Thornas Rochon, Susan Rose-Ackerrnan, Rose-Ackerrnan, Barbara Salert, Jarnes Scott, Teddy Seidenfeld, Kenneth Shepsle, I)avid$(jskice, John Sprague , ~ - - - e Sve S t e i n m o Gostaria de agradecer a ajuda de Mary Lamprech e Sylvia Stein, da Uni versity 01' Califórnia Press. Press. O trabalho delas melhorou em muito a qualida de do livro, Participação em conferências sobre jogos conectados organizadas organizadas por Fritz Scharpf no Max-Planck-Institut für Gesellschaftsfõrschung, em Colônia, Alemanha, ajudaram-me a esclarecer minhas idéias a respeito dos fun damentos teóricos dos jogos ocultos, A maior parte do Capítulo 6 foi publicada no Journal of Theoretical Politicssoo o título "Elite Interaction and Constitution Building in Conso ciational Democracies" [Interação entre elites e formação de constituição em democracias consociacionais]. É reimpresso aqui com a autorização da Sage Publications Ltd. Partes do Capítulo 7 foram publicadas no Britisli Journal of Political Science sob o título "The Cohesion 01' French Electoral Coalitions" [A coesão das coligações eleitorais francesas]. Essas partes são reimpressas aqui com a permissão da Cambridge University Press. Gostaria de agradecer a Elinor Ostrom e Ivor Crewe, os editores desses jornais, as sim como aos anônimos conselheiros por suas recomendações. A inspiração musical foi fornecida ao longo dos anos por Woltgang Amadeus Mozart. Ele sempre esteve presente quando necessário.
JOCOS OCUlTOS
RACIONALIDADE
Este livro analisa casos em que um ator, confrontado com uma série escolhas, não segue a alternativa que parece ser a melhor. Ao longo deste livro, o leitor verificará que os militantes do Partido Trabalhista bri tânico que consideram os seus MPs (membros do Parlamento) moderados moderados demais podem votar para substituí-los, embora a sua escolha possa levar à perda de uma cadeira para o Partido Trabalhista. Verá como as elites bel gas, que na bibliografia consociacional são consideradas de caráter acomo dado e contemporizador, às .vezes iniciam um conflito político. Finalmen te, constatará que os partidos políticos franceses, em certas circunstâncias, não apóiam o seu parceiro de coligação, levando a própria coligação ao fracasso.
de
Por que despertam curiosidade situações em que um ator escolhe uma alternativa que parece ir contra os seus próprios interesses, ou que pode não ser a melhor a escolher nas circunstâncias existentes? Por que elas neces sitam de explicação? As escolhas que parecem não ser as melhores que um ator pode adotar são intrigantes porque a maioria dos intérpretes sustenta (pelo menos implicitamente) que as pessoas tentam comportar-se de uma 1't-maneira que promova ao máximo a realização de seus objetivos implícitos, ou ~ e ~ a , t:azem , e ~ c o l h a s ~ t . i m a s . \ O objetivo deste. livro é fornecer uma ex- ~ : f 7 7 posrçao srstematrca, e m p I f l c a m e ~ e teoricamente teoricamente coerente das es- J colhas aparentemente aparentemente subótimas, isto é, aquelas que não são as melhores. Os exemplos seguintes ilustram a importância e freqüência das escolhas aparentemente subótimas no campo da política.
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Urho Kekkonen foi eleito presidente da Finlândia pela primeira vez em 1956. A sua gestão foi tão bem-sucedida que ocupou o cargo por vinte e cinco anos. Foi, segundorDuverger (1978, 63), "a mais mais longa e poderosa presidência da história finlandesa". Para nossos propósitos, o qu e interes sa é como essa presidência se tornou possível. possível. Assim, examino as preferên cias e o comportamento dos atores envolvidos na eleição presidencial da Finlândia de 1956. 1956. Segundo a lei finlandesa, finlandesa, as eleições presidenciais presidenciais são conduzidas por um colégio eleitoral especial composto por trezentos membros. Um a elei ção ção pode requerer dois turnos caso nenhum candidato alcance a maioria dos votos. votos. Os dois dois candidatos mais votados competem então num segundo tur tur no, assegurando assim que o ganhador receba a maioria dos votos. Em 1956, 1956, três candidatos participaram do primeiro turno: turno: o defensor da reforma agrária Urho Kekkonen, o socialista Karl-August Fagerholm e o conservador da situação Juo Kusti Kusti Paasikivi. Paasikivi. O adversário que que mais amea çava Kekkonen, apoiado pelo Partido Comunista, era o conservador Paasi kivi. Seria de esperar que os comunistas apoiassem Kekkonen no primeiro turno com todos os seus 56 votos. Em vez disso, apenas catorze comunis tas sufragaram o nome de Kekkonnen; a maioria (42 dos 56) votaram no candidato socialista. Tratava-se de uma divisão no interior do Partido Comunista? Não. Fagerholm desagradava intensamente aos aos comunistas. Po r que a maioria dos comunistas escolheu não apoiar o candidato de sua preferência, preferência, Kekkonen, ou seja, por qu e escolheram um comportamento subótimo? Para Para entender a lógica do voto comunista, devemos analisar toda a história da eleição de 1956. Paasikivi foi eliminado no primeiro turno, com 102 a Kekkonen Kekkonen.. No segundo 84 votos, contra 114 dados a Fagerholm e 102 turno, quando Kekkonen enfrentou Fagerholm, os comunistas votaram ex clusivamente no primeiro. Kekkonen foi eleito to 151 votos; Fagerholm foi derrotado com 149. 149. Embora os comunistas preferissem Kekl
último turno o adversário mais
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JOGOS OCIJ/JIIS
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Um ator VQ!,1 de maneira_.estratégica ou sofi,'.tiº-a.da (em contraposição maneira sincera) quanJZ;' num ou mais'tLir mais'tLiril0s il0s de uma xérie de votações, vota contra suas preferê,l,lc preferê,l,lcias ias a fim de assegurar um resultado final de sua preferência. Segundo essa definição, em 1956 1956 os comunistas votaram votaram es trategicamente trategicamente.. Se tivessem votado votado sinceramente, sinceramente, Kekkonen teria recebido 144 votos votos no primeiro turno, Paasikivi, Paasikivi, 84 e Fagerholm, Fagerholm, 72. No entanto, no turno seguinte, no qual qual Kekkonen Kekkonen teria enfrentado Paasikivi, Paasikivi, este teria ga nho a eleição. Assim, o comportamento dos comunistas; surpreendente à pri meira meira vista, vista, mostra-se ser o melhor sob um exam e mais atento. Foi, fato, a manifestação de um voto estratégico. Este é o fim da história factual, No entanto, não é o fim da investiga ção conceitual. Farquharson (1969) conseguiu retraçar um histórico do voto sofisticado até Plínio, o Jovem, e Gibbard (1973) concluiu que o voto es tratégico é possível em todos os sistemas elt::itorais resolutos'. resolutos'. A possibili possibili dade de alterar o resultado pelo v;)i<:)SOfisticado 'conduz a uma nova série de questões. O voto estratégico era possível tanto para os socialistas socialistas quan to para os comunistas? Se o fosse, poderiam os socialistas ter votado de modo modo a evitar que Kekkonen fosse fosse eleito? A resposta a ambas as questões é afirmativa. Os socialistas também poderiam ter votado estrategicamente estrategicamente e evitado a eleição de Kekkonen. Kekkonen. De fato, fato, se tivessem tivessem retirado o seu seu candidato no primeiro ou no segundo turno, turno, o duelo duelo entre Kekkonen e Paasiki Paasikivi vi teria terminado com com a derrota de Kekkonen, como teria sido o desejo dos dos socialistas. socialistas. Por que não seguiram essa estratégia? Se o voto voto estratégico estratégico dos comunistas não era o erro que pa recia ser ser à primeira vista, mas um comportamento racional (isto (isto é, otirniza otirniza dor), e se o voto estratégico também estava à disposição dos socialistas, então os socialistas escolheram uma opção subótima: votar sinceramente. Por quê? Para Para votar estrategicamente, estrategicamente, os líderes líderes socialistas socialistas precisariam precisariam ter ex plicado para seus próprios militantes e eleitores po r que estavam abando nando o seu aparentemente bem-sucedido candidato - uma tarefa difícil. difícil. Esse constrangimento significava que a liderança socialista estava envolvida simultaneamenteem dois jogos diferentes. diferentes. Na arena parlame.Q9r, onde de via ser decidido qual seria o presidente da Finlândia, o voto voto estratégico estratégico era a escolha ótima (a melhor possível). Na arena (partido), porém, onde o que estava em jogo er a a manutenção da fidelidade fidelidade entre militantes militantes e elei tores, o voto sofisticado não era possível. Consideradas em conjunto as conseqüências do 'voto estratégico em ambos os campos, o voto estratégi co deixava de ser ótimo. A situação era diferente para os comunistas por duas razões. Em pri meiro lugar, lugar, Kekkonen não era o candidato comunista, mas era um defenI.
Sistemas eleitorais resolutos ção,
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aqueles que exclue m empates. Para uma prova similar que não requer resolu-
sentido. ver Schwarz (1982).
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o Capítulo 7 trata da política eleitoral c da coesão das coligações na Quinta República francesa. sistema eleito eleitoral ral franc francês ês requer cooperação francesa. O sistema c formação de coligações entre partidos diferentes no segundo turno das eleições. Dentro de cada coligação, no segundo turno, o partido que chega em segundo lugar no pril1l,iro pril1l,iro turno tem de transferir os seus votos ao venvencedor. Até Até que ponto é efetiva a transferência dos dos votos votos dos partidos para o seu parceiro no segundo turno? Modelos espaciais de votação e de competição entre os partidos (Bartolini 1984; 1984; Rosenthal e Sen 1973, 1973, 1977) 1977) fazem fazem a seguinte previsão: previsão: os comunistas votarão com os s o c i a l i s t ; l ~ no segundo turno porque os socialistas se situam mais à esquerda do qu e os partidos de tendências direitistas. Todavia, os socialistas não serão aliados estáveis para os comunistas porqu e os socialistas não se sentem necessariamente necessariamente mais próximos dos comunistas do que dos partidos de direita. Portanto, os socialistas desfrutam de uma "vantagem posicional" sobre os comunistas na política eleitoral e na formação de coligações (Bartolini (Bartolini 1984, 1984, 110). 110). Argumentos análogos podem ser apresentados com relação aos partidos de direita. Como a distância ideológica é menor do que entre socialistas e comunistas, haverá uma expectativa maior de transferência de votos dentro da direita que dentro da esquerda. Na verdade, porém, todos os partidos transferem votos de maneira intermitente. Por que os partidos prefeririam dar uma cadeira para a coligação rival em vez de ajudar a vitória do parceiro? Para explicar esse comportamento subótimo, considero o jogo entre parceiros em seu seu nível nível nacional nacional como oculto dentro de um jogo competitivo entre coligações e no jogo entre parceiros de coligação no plano distrital. distrital. As condições locais prevalecentes prevalecentes determinam determinam os payoffs de cada jogador, e estes determinam a probabilidade de cooperação. A conclusão do enfoque dos jogos ocultos é que as transferências de votos são determinadas pelo balanço das forças num distrito. Esse balanço Inclui a força relativa das coligações e a força relativa dos dos parceiros parceiros dentro de cada coligação. A vantagem teórica da abordagem jogos ocultos é que ela demonstra que todos os partidos obedecem às mesmas leis e se comportam de maneira similar no que concerne à coesão da coligação e à transferência transferência de votos. votos. A comparação da abordagem jogos ocultos com explicações alternativas tais como modelos espaciais, pesquisa de opinião (Jaffré 1980) e abordagens psicosociológicas (Converse e Pierce 1986; Rochon ePierce 1985) indica diverdiversas sas vantagens desse enfoque: parcimônia teórica, teórica, congruência com outras teorias existentes e precisão descritiva. A performance da abordagem abordagem jogos ocultos em cada estudo de caso não deve afastar os leitores da questão principal: todos os casos empíricos, qu e vão da política de coligação coligação à política política partidária, partidária, e de questões de ideologia '! questões de consolidação institucional, são aplicações da mesma teoria. O essencial essencial deste deste livro livro é demonstrar que que o contexto político político e
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as instituições políticas se comportam de maneira previsível, explicar por que ocorrem tais regularidades fornecer uma forma sistemática de lidar com fenômenos políticos complexos. A ênfase na palavra sistemática se deve à minha esperança de que o livro livro torne esse método método particular particular de estudo amplamente acessível. Tornar acessível a produção do conhecimento é, acredito, acredito, um objetivo objetivo importante importante de qualquer empreendimento científico. científico.
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DEFESA DEFESA DO ENFOQUE
DA
ESCOLHA
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A racionalidad racionalidade, e, como a defini no Capítulo 1, nada mais é que uma cor respondência respondência ótima entre fins e meios. meios. Já que é difícil imaginar processos processos po líticos sem a relação meios/fins, essa definição pode parecer tautológica, inó cua e trivial a ponto de sua discussão se tornar dispensável. Essas impressões são falsas. Em primeiro lugar, não é verdade que o en foque da escolha racional seja o único p o s s í ~ ~ 1 em política. A Seção I deste ca pítulo lembra aos leitores que a lista de enfoques' alternativos é bastante extensa. Em particular, teorias como a teoria sistêmica e o funcionalismo estrutural não se ocupam dos atores, e outras, como a psicanálise, a psicologia social social e o be haviorismo não consideram os atores como necessa riamente racionais. Em segundo lugar, a minha definição de racionalidade não é inócua: a Seção I I d e ~ demonstra que essa definição simples de racionalidade impõe ao ator muitas muitas exigências. exigências. Especificamente, os atores atores racionais devem ser coerentes (não possuir crenças ou desejos contraditórios), decidir de acordo com as regras do cálculo de probabilidades e interagir com outros atores atores de acordo acordo com as prescrições da teoria dosjo gos. Em conseqüência, a questão sensata passa a ser não se as pessoas ! l ~ m p r e se desviam da racionalidade, mas se as pessoas se lhe amoldam. D . ~ : f a t Ó ? ? * ' r n a i o r i a das objeções à abordagem da escolha racional su gere que o pressuposto de racionalidade não é trivial, mas antes uma exigência irrealística;de acordo com essas objeções, não existem atores racionais (e pro vavelmente não podem existir). A Seção III discute essas objeções. Indico que há boas razões pelas quais os atores políticos devem ser racionais (um enfoque 1 : ! 2 [ ! ! ! ~ ~ ~ 9 ) ' e razões adicionais pelas quais os atores políticos podem ser estu dados utilizando o enfoque da escolha racional (um enfoque Q9sitivo).A Q9sitivo). A Seção IV enumera as principais principais do enfoque da escolha racional. racional.
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GFORGE 7SFlil,US
ceito central de todo o programa de pesquisa da escolha racional.
L a k c ~ Q s
APÊNDICE
(1970) chama tais conceitos de "heuríst ica negativa", indicando com isso que,
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enquanto durar o programa de pesquisa, eles não podem ser modificados. Para atingir atingir esse objetivo,cada objetivo,cada programa de pesquisa pesquisa forma um cinturão cinturão protetor em torno desses conceitos, ulna série de hipóteses auxiliares que Lakatos chama de "heur ística positiva". positiva". Essas hipóteses 'auxiliares-precisam ser modificadas se houver incongruências incongruências entre as previsões de uma teoria e a realidade. realidade. Com efeito, Lakatos sustenta que não podeiJiÓ!i}âmais efetuar um expe
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I
AO
CAPÍTULO
2
Por questão de simplicidade, todos os argumentos utilizam dinheiro para expressar utilidades. Contudo, cada argumento pode ser reproduzido com útiles, ou seja, um numeraire abstrato e.Iinear de utilidade. Arrow (1965) e Pratt (1964) definiram definiram a aversão ao risco risco como o grau grau de conca vidade de uma função de utilidade, de modo que em minha exposição o inclui definições definições econômicas padroni uso de ütiles em lugar de dinheiro inclui zadas zadas de propensão propensão ou de aversão ao risco'. Para provar que a obediência aos axiomas do cálculo de probabilidades é uma exigência fraca de racionalidade é utilizada uma versão diferente mas equivalente dos axiomas de Kolmógorov-, Esses axiomas são os seguintes: A 1. Nenhuma probabilidade probabilidade é menor que zero. zero. Formalmente, Formalmente, PU) > = O. A2. A probabilidade de- um evento certo é um. Formalmente, P(I) = 1. A3. Se i e j são dois eventos mutuamente mutuamente excludentes, então PU ou j) = PU) + [>0)·
Demonstrg a seguinte proposição: Se uma pessoa quer fazer uma série de apos{étsjlÚtgs; e os seus valores de plausibilidade não não obedecem aos axiomas do cálculo probabilidades, então pode se r feita contra ela ela uma "aposta cega" (Dutch Book).
I.
Contudo, visões de atitudes em relação aorisco quesãodefinidascomonão-linearidades quesãodefinidascomonão-linearidades nocálculoindividual
de probabilidades (Chew 1983; Edwards 1954; Fishburn 1983; Kahneman e Tverski '979; Karmarkar -1978; -1978;
Machina 1982) violam os pressupostos da minha concepção de racionalidade. Kolmógorov, um matemático russo, fundou o cálculo axiomático -de probabilidades. 2. Andrei Andrei Nikolaievitch Kolmógorov,
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JaCaS OCUIJOS
São necessárias duas definições para a prova. Primeiro, uma aposta justa (fair bel) é definida como uma aposta que tem a seguinte propriedade: se al guém quer apostar uma soma de dinheiro (digamos a) e receber um soma de dinheiro (digamos b), se ele ganhar a aposta, então a razão a/(a + b) (o quo ciente da aposta) é igual igual à ~ r o b a b i l i d a d é de ganhar. ganhar. Uma aposta justa é por definição aquela na qual o quociente de aposta é igual à probabilidade de ga nhar, ou, o que é equivalente, uma aposta justa aposta justa é uma aposta com uma utilidade esperada igual a zero. foi feita feita contra alguém quando a soma da aposta, Uma aposta cega foi real, é perdida. não importa o que aconteça no mundo real, A prova procede em três três etapas e demonstra as conseqüências de violar cada axioma (Skyrms 1986). 1986).
indivíduo atribui atribui plausibilidade plausibilidade 0,75 0,75 a um evento Exemplo. Se um indivíduo certo e, estará querendo ganhar 75 se e for verdadeiro, e pagar 25 (ou seja, seja, receber receber 25) se e fcr falso. falso. De fato, fato, essa aposta tem um quociente de aposta - 75/(- 25 75) = 0,75.
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1. VIOLAÇÃO DO AXIOMA AI Suponhamos que um indivíduo indivíduo atribua uma plausibilidade negativa a um evento. Segue-se então que ele considera justa uma aposta com quo ciente de aposta [a/(a + b)] negativo. Portanto, estará disposto a aceitar aposta com ganhos (a) negativos e perdas (b ) positivas". Exemplo. Se um indivíduo atribui uma plausibilidade de - 0, 2 a um evento e, ele estará disposto a aceitar uma aposta na qual ele ganha - 60 se falso. Com efeito, tal tal aposta tem um e for verdadeiro, e paga 10 se e for falso. . quociente de aposta de - 0,2, que é igual à plausibilidade de e. O resultado da aposta será - 10 se e se revelar falso falso e 60 se e se revelar verdadeiro.
2. VIOLAÇÃO DO AXIOMA A2 . Há dois casos possíveis: pode-se corísiderar que um evento certo (I) possui plausibilidade maior ou menor que que 1. Suponhamos Suponhamos uma possibili dade maior que 1 atribuída a I. Nesse caso, umâaposta qu e tem um quo ciente de aposta maior que I é considerada justa. Logo, a aposta será acei ta com ganhos (a) negativos e perdas (b ) positivas. Exemplo. Se um indivíduo atribui uma plausibilidade de 1,5 a um evento certo e, ele estará querendo ganhar - 10 se e for verdadeiro e pagar 30 se e for falso. De fato, essa aposta tem um quociente de aposta 30/(- 10 + 30) = 1,5. Suponhamos agora que um indivíduo atribua uma plausibilidade de me nos que I a um evento certo certo e. Nesse caso, ele está inclinado a ganhar contra e num quociente de aposta particular. Em outros termos, irá aceitar uma aposta com ganhos negativos e perdas positivas: uma ação lamentável.
59
3. VIOLAÇÃO DO AXIOMA A3 Novamente, há dois casos possíveis: possíveis: um indivídu o atribui atribui um valor de plausibilidade plausibilidade a um evento composto composto (i ou) maior ou menor que a soma de plausibilidades de eventos elementares elementares (mutuamente excluden tes) i e j. P(j). Quando o indiví Suponhamos primeiro que P(i ou j) < P(i) + P(j). duo atribui plausibilidade P(i) ao evento i, está disposto a aceitar um a aposta qu e paga I ,.. P(i) se i ocorrer, e perde P(i) se i não ocorrer. De fato, fato, o quociente de aposta é P(i). De modo análogo, se a plausibilidade de ) é disposto a aceitar aceitar uma aposta aposta que paga I - PU) se ) ocorrer . PU), ele está disposto e paga PU) se ) não ocorrer. Finalmente, se a plausibilidade de (i ou ) é P( i ou i) , ele está inclinado a aceitar uma aposta qu e paga P( i o u ) se (i ou ) não não ocorrer e p a ga ga I - P(i o u ) s e (i ou ) ocorrer", ocorrer", Vejamos Vejamos agora o que acontece se as três apostas forem forem aceitas. aceitas. Há três resultados possíveis: i ocorre e ) não, ) ocorre e i não, ou nenhum dos dois ocorre. Se ocorrer e) não, não, I - P(i) é aceito como O palpite correto con cernente a i, PU) é pago para o palpite errado concernente a), e I - PU ou ) é pa pa go go para o palpite errado concernente a (i ou i). O resultado líquido dessas transações é I - P(i) - PU) (1 - PU ou j) . Depois da simplifica ção, o resultado líquido é P( i ou j) - P(i) - PU). Se j ocorrer e i não, o indivíduo paga P(i) para o palpite errado con cernente a i, recebe I - PU) pelo palpite correto concernente a j, e paga I - P(i ou j) para o palpite errado concernente a (i ou j) . O resultado líqui do dessas transações é novamente P(i ou j) P(i) - PU). Se não pcorre i nem j, o indivíduo paga PU) e PU) para os palpites errados concernentes a i e j, e recebe P( i ou j) para o palpite correto concernente a (i ou j) . O resultado líquido é novamente P(i ou j) - PU) PU). " Assim, não i mporta qual seja a situação do mundo real, indivíduo recebe de su a série de apostas apostas um resultado resultado líquido de P( i ou j) P(i) PU). No entanto, esse resultado líquido, por hipótese, é negativo. Suponhamos P(i ou j) > P(i) + P(j). No caso anterior, o indivíduo queria aceitar o que era considerado como apostas justas para i, j, e contra (i ou para i, para j,
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j). De maneira análoga. estará disposto a apostar contra i, contra j e afavor de afavor de (i oui);. Reproduzindo as etapas do argumento anterior, podemos mostrar que desta vez o resultado líquido será PU) + P(j) - PU ou j). O resultado líquido, por definição, é negativo. I CQD.
JOGOS
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~ II~
leitores se lembram de que, segundo a definição de uma aposta justa, pode-se aceitar uma aposta a favor ou 5. Os leitores contra um evento, quando a aposta é justa.
~ II~
PESSOAS COM PAYOFFS VARIÁVEIS DE DUAS PESSOAS
Afirmei Afirmei no Capítulo I que representaria representaria jogos em múltiplas múltiplas arenas arenas como jogos com payoffs variáveis, jogos em que os payoffs do jogo na arena principal são influenciados pelas condições predominantes em outra arena. Este capítulo serve a dois propósitos: explicar por que os jogos em múltimúltiplas plas arenas arenas podem ser ser representados representados por jogos com payoffs variáveis, e introduzir o leitor no estudo de jogo s com payoffs variáveis. A Seção I analisa analisa a relação relação entre conceitos comuns da teoria dos jogos, tais como os equilíbrios e subjogos, de um lado, e jogos em arenas múltiplas, tiplas, de outro, outro, e explica o uso do conceito de jogos ocultos na análise de situações políticas. Numa tentativa de familiarizar os leitores com conceitos fundamentais da teoria dos jogos, a Seção 11 examina quatro tipos diferendiferentes de jogos de duas pessoas (o dilema do prisioneiro prisioneiro,, o jogo do seguro seguro ou da bolsa de valores, o jogo do galinha e o jogo do impasse). A seção introduz os jogos de uma só jogada, as suas soluções (os seus equilíbrios) e os tipos de representações visuais utilizados ao longo do livro. A Seção III trata dos mesmos quatro jogos quando são possíveis estratégias contingentes ou correlacio correlacionadas, nadas, Mostro Mostro que, neste neste caso, os equilíbrios dos quatro quatro jogos se multiplicam. No entanto, quando são possíveis estratégias contingentes, a probabilidade de equilíbrios diferentes varia com o tamanho dos payoJfs de cada jogador. Sustento que, para os quatro jogos, a probabilidade de cooperação aumenta aumenta quando quando os payoJfs para cooperação aumentam, aumentam, e quando quando os payoffs em caso de deserçã deserção o diminuem diminuem.. Essa é a principal principal descober descoberta, ta, e será usada reiteradamente até o final do livro. A Seção IV mostra que exatamente as mesmas relações entre os payoJfs ea cooperação se mantêm no caso de jogos iterativos
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72
J OCOS OCULTOS
CUJIICE 'lSEIiUJS
Em jogos com equilíbrios múltiplos, múltiplos, é poxsfvol que um deles seja esco por ambos os jogadores. No jogo seguro, seguro, por exemplo, ambos (RI' e (P I , são equilíbrios, mas o primeiro coloca ambos os jogadores em melhor melhor situação. Assim, cada jogador pode prever prever que tanto ele quanto o seu oponente escolherão cooperar, e o resultado será (R1;R). É possível tam bém quenão possa ser feita essa escolha entre os equilíbrios. 'No jogo dó galinha, tanto (TI' 02) quanto (0I' T,') são equilíbrios, mas não há um meio óbvio de escolher entre eles, jogador da linha p r e J ~ r ; e , ; ' Ç l } p r i m e i r o ; o joga dor da coluna prefere o segundo. segundo. Essa divergência de' préferências gera um problema de coordenação entre os dois jogadores. Se, de alguma maneira, um jogador deixa claro que não irá cooperar, o outro irá aquiescer e coope rar. rar. Se a comunicação não é possível, possível, ou falha, falha, ambos precisam desertar (porque cada um tentou forçar o seu próprio equilíbrio preferido sobre o outro), ou precisam ambos cooperar (porque cada um temia a deserção do outro). outro). Assi m, a multiplicidade de equilíbrios é uma fonte de inst abilidade de resultados. Três dos quatro jogos apresentam equilíbrios únicos ou a pos sibilidade de escolha entre vários equilíbrios. No jogo do galinha, porém, a escolha entre os equilíbrios é problemática.
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Jogo do dilema dos prisioneiros
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Figura Figura 3.5A Representação Representação gráfica dos dos payoffs no jogo do dilema dos prisioneiros.
o
P
R
Uma fonte adicional de instabilidade deriva da questão de saber se o resultado resultado era óti mo para para ambos os jogadores ou poderia poderia ser melhorado: melhorado: a questão do ótimo de Pareto. Tecnicamente, um resultado é chamado de óti- . ~ - - - - /110 de Pareto Pareto quando é impossível melhorar o payoff de um jogador sem re- ., duzir odooutro. Urn resultado que não é um ótimo de Pareto apresenta a seguinte fonte fonte de instabilidade: instabilidade: os jogadores sabem que, se agirem juntos, poderão melhorar os payoffs de alguns deles (ou de todos). Já que a comu nicação é pl'pÍqi'ÇIéf;.pbrém, não é possível esse acordo. As Figuras 3.5 e 3.6 representam a relação entre os payoffs dos diferentes jogos e O problema do ótimo de Pareto. A Figura 3.5 é uma representação gráfica dos payoffs de um jogador em cadajogo. A Figura 3.5A mostra os payoffs num jogo do dilema dos pri sioneiros sioneiros ao longo de um eixo. eixo. A Figura 3.5B 3.5B mostra que que o impasse pode ser gerado se a ordem de Pi e Ri for invertida. A Figura 3.5C demonstra que uma inversão de Pi e Oi transforma um um jogo do dilema dos prisioneiros prisioneiros num jogo do galinha. A Figura 3.5D demonstra que uma inversão de Ri e Ti pro duz um jogo do seguro. Se representarmos os payoffs de cada jogador de um jogo do dile'mados prisioneiros prisioneiros ao longo de cada um dos dois eixos da Figura 3.6, teremos um gráfico do jogo. A Figura 3.6 representa um jogo do dilema dos prisioneiros porque a ordem dos payoffs de cada jogador é análoga à da Figura 3.5A. No Capítulo 6, utilizo uma representação similar do jogo do galinha para analisar a ma neira como as instituições belgas produzem resultados ótimos de Pareto. Os leitores leitores podem comprovar comprovar que nessa nessa figura figura três três pontos representam os re sultados ótimos de Pareto : (TI' O) (RI' Rz) e (0I' T 2) . Para cada resulta-
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Jogo do impasse
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Figura Figura 3.5B Representação Representação gráfica dos dos payoffs no jogo do impasse. R, '0
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Figura 3.5C Representação gráfica dos payoffs no jogo do g â í n { ~ a .
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Jogo do seguro
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Figura Figura 3.5D Representação Representação gráfica dos dos payoffs no jogo do seguro.
Figura 3.6 Representação gráfica dos dos payoffs nojogo do dilema dilema dos prisione prisioneiros iros num plano.
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GEOIIGE TSEIJEL TSEIJELlS lS
7(,
moed comum de aleatoriedade. Imaginemos, por exemplo, que se atire um moed para o alto c, se ela der cara, o jogador I joga C, e o jogador 2 joga C com probabilidade p . Se der coroa, coroa, o jogad or I joga O e o jogador 2 joga D com
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probabilidade q. Aumann (1974) também emprega probabilidades subjetivas subjetivas (diferen tes) de ocorrência do mesmo evento como um sinal para gerar a coordena ção de estratégias. Moulin (1982) estabelece a disti nção entre estratégias correlacionadas auto-impostas (isto é, cada jógli"ddr"nlelhora a sua situação se as seguir), e cenários inibidores, que toleram toleram resultados que não são auto impostos e requerem ameaças para serem serem mantidos. Moulin utiliza jogos infinitos infinitos para gerar os seus seus cenários inibidores: inibidores: promete-se a um jogador que qualquer desvio do resultado combinado será severamente punido no restante de um jogo infinito. Em geral, os jogadores poderão desenvolver estratégias contingentes se puderem se comunicar, se puderem estabelecer ( contratos por escrito, ou se puderem ingressar numa interação iterativa. iterativa. Em \ cada um desses desses casos, casos, ENa coordenar coordenar ou correlacionar correlacionar suas estratégias estratégias I podem utilizar a sua comunicação anterior, anterior, seus contratos ou o seu comportamento em rodadas anteriores do jogo. É claro que a realidade é mais complicada do que essas simplificações. Por exemplo, a comunicação pode ser/imitada, os sinais podem ser mais ou menos menos claros, as promessas promessas podem ser feita feitas, s, mas o seu cumprimento pode não ser totalmente obrigatório, e pode estar presente o oportunismo. Ape nas recentemente tais tais fenômenos foram foram investigados investigados pelo pelo estudo de jogos iterativos iterativos (Bendor e Moo kherjee 1987). 1987). Devido à importância dos jogos iterativos, bem como ao seu uso freqüente na seqüência deste livro, trato do assunto em separado na Seção IV. É necessário aprofundar a investigação sobre a possibilidade das estratégias contingentes ou correlacionadas e so bre a forma como são geradas geradas e mantidas as probabili dades p e q. Enquan to isso, isso, para para gerar proposições proposições para jogos em que essas essas estratégias estratégias são possíveis síveis utilizo os conceitos de estratégias c o n t i n g ~ s e correlacionadas. correlacionadas. Aurnann (1974, 68) prova que o uso de estratégiascorrelacionadas em jogos não-cooperativos pode produzir uma ampla variedade de equilíbrios!", Aqui, Aqui, uso esse teorema para descobrir as condiçõesnecessárias e suficientes suficientes para a escolha da cooperação por cada jogador. Em particular, a utilização das probabilidades de instrução (P) e retaliação (q) torna possível o exame dos quatro jogos no mesmo quadro analítico. A possibilidade de estratégias correlacionadas em qualquer um dos quatro jogos leva cada jogador a escolher escolher a estratégia que que maximiza sua uti-
J O.
A distinção entre jogos cooperati cooperativos vos e não-cooperativos baseia-se na possibilidadede estabelecercontratos entreosjogadores: emjogos cooperati cooperativos. vos. tais'Contratos são possíveis; ernjogos não-cooperativos. nãoo são. Aumann (1974) prova a existência de equilíbrios para os quais o vetor 1'1IyaJfnãoestá contido dentro do
invólucroconvexo
equilíbriosde estratégiamistos.
JOGOS OCULTOS
77
lidado esperada. As equações (3.5) e. (3.6) (3.6) dão as utilidades esperadas de cada estratégia estratégia.. Por motivos motivos de simplicidade, simplicidade, o índice i é retirado dos payoffs.
+ Pq
(3.5)
+ 0(1 - p)
(3.6)
EU(D)
= T(1 -
EU(C)
=
Rp
q)
Em termos de utilidade esperada, a cooperação será escolhida se: EU(C) - EU(D)
>O
(3.7)
Reordenando os termos, (3.7) é equivalente a: (R
O) p
+ (T
P)q
> (T
O)
(3.8)
Assim, quando (3.8) for verdadeira para um jog ador,' ele escolherá cooperar. De modo inverso, por meio de (3.8), os leitores podem fazer me lhores previsões sobre o momento em que é provável que ocorra a coope ração. ração. A referência referência às inequações (3.1) a (3.4) (3.4) mostra que todas as quanti dades dades entre parênteses na inequação (3.8) (3.8) são positivas positivas para todos os jo gos. Isso indica que, à medida que aumentam as probabilidades p e q, é mais pro- 17 vável vável a escolha da ~ o p e r a ~ o . Um exame de (3.8) (3.8) também também conduz a algumas algumas observações a respeito do impacto das variações de payoffs sobre a probabilidade de cooperação rios quatro jogds.Porexemplo, quando R (o payoffpara cooperação mútua) aumenta, o valor de (R - S) no lado esquerdo de (3.8) cresce, e, portanto, é mais mais p rovável que (3.8) seja verdadeira e é mais provável portanto que se escolha cooperar. cooperar. Quando P (o payoffpara deserção deserção mútua) aumenta, o lado esquerdo de (3.8) diminui, e é menos menos provável que (3.8) seja seja verdadeira, verdadeira, e então é menos provável que seja escolhida a cooperação. Quando T (o payoff para para deserção deserção unilateral) unilateral) aumenta, tanto tanto o lado lado esquerdo quanto o direito de (3.8) aumentam, mas o lado esquerdo aumenta mais lentamente porque T é multiplicado por um número menor que 1. Assim, é menos menos provável que (3.8) seja verdadeira, verdadeira, e, portanto, a cooperação se torna menos provável. Final mente, quando O {opayoffpor ter sido levado levado à cooperação enganosa pelo pelo oponente) oponente) aumenta, tanto o lado lado direito direito quanto o esquerdo esquerdo de (3.8) dimi nuem, mas olado esquerdo decresce mais lentamente porque O é multipli cado cado por um número menor que 1.Assim, é mais mais provável provável que (3.8) (3.8) seja ver dadeira, e a cooperação se torna mais provável. O leitor encontrará, nos Apêndices A e B deste capítulo, um número maior maior de observações e de provas formais. formais. Aqui Aqui apenas reafirmo duas da s proposições provadas nos apêndices.
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TSEHEUS
icrvalo de valores de fJ que induzem cooperação maior do que o interva lo correspondente de q. Em outros termos, haverá haverá alguns pares de valores valores P e q com p < q tais que os pares inversos de Cf e p- não são suficientes
APÊNDICE AO CAPÍTULO
3:
B
para o surgimento de cooperação. Diz-se que uma matjiz de payoffs é sensível instrução quando va lores altos de {J em relação relação a q (ou seja, p* alto em relação a q*) são ne cessários para induzir cooperação. Diz-se que uma matriz de payoffs é sensível a retaliação quando valores altos de cftrerrrúéli\:ção a p (q* alto em relação relação a pol') são requeridos para induzir cooperação. Qual a diferença de payoffs entre as matrizes sensíveis a instrução e a retaliação, respectiva mente? De modo inverso, inverso, dada uma matriz de payoffs, é melhor tentar instruir o seu oponente ou ameaçá-lo? Investigando as condições da desi gualdade p'" > «', obtemos: Proposição 3.8. A condição necessária e suficiente para a matriz de payoffs sensível a instrução (p* > q*) é
ii!
R+P>T+O
I,
(3.2A)
As proposições 3.6, 3.7 e 3.8 indicam impacto de qualquer modificação de parâmetros da matriz de payoffs. Em particula particular, r, as proposições 3.6 e 3.7 lidam com a probabilidade de cooperação, e a proposição 3.8, com as razões para para cooperação. cooperação. Em termos ligeiramente diferentes, as proposições 3.6 e 3.7 apresentam implicações comportamentais, e a proposição 3.8 tem um conteúdo motivacional. Por exemplo, é provável que um aumento de T ou de O (proposição 3.8) transforme urna matriz do dilema dos prisio neiros de sensível a instrução em sensível sensível a retaliação. retaliação.
11.
11
~ II~ . ~~.
Apresento a representação gráfica de (3.8) para os três jogos restan tes (do impasse, do galinha e do seguro), e depois provo que as proposi ções 3.6 e 3.7 se sustentam independentemente da natureza do jogo. Os valores de Pl' q" p* e q* são calculados a partir de (3.8), o que se mantém para todos os jogos; segue-se que todos os jogos terão a mesma expressão paramétrica paramétrica de Pl' q" p* e q* como funções dos payoffs (T, R, P, O). O). De fato, fato, para todos os jogos:
= (T - O)/(R - O) = (T - O)/(T - P) p* = (P - O)/(R - O) q* = (T - R)/(T - P)
I: •
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Pl ' q, >
I
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i
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1
j
(3.IB)
q,
(3.2B) (3.3B) (3.4B)
É fácil comprovarque, devido às condições de definição dos quatro jogos, Ie
p*, q*> O para um jogo do dilema dos prisioneiros
. P 1, q;?l e p*, q*> I para um jogo do impasse
I; ,t-l'
P,
P,> I, q, P1
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1, p*
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O, q*> O para um jogo do galinha
1, q,> 1, P*> O, q*< O para um jogo do seguro.
A Figura 3.8 apresenta uma representação gráfica do jogo do impas se no plano (p, q). Pelo Pelo fato fato de tanto p* quanto q* serem maiores que I, a linha E = O definida pela (3.8) está sempre fora do quadrado' unitário.
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4 JOGOS COM REGRAS VARIÁVEIS, OU A POLÍTICA DA MUDANÇA INSTITUCIONAL
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Jogo do seguro (R
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T > P > O)
PI<1 p·>O (11)1 q·
Figura 3.10 Representação gráfica de um jogo jogo do seguro no plano (17, q).
R aumenta (sob as restrições restrições impostas impostas pela inequação [3:4]? Todas essas variações de F", são especificadas especificadas pelas proposições proposições 3.6 e 3.7. 3.7. De maneira análoga, as derivadas de (3.6B) com respeito a P e a T são negativas e com respeito a R e a O são positivas. Em conseqüência, as proposições 3.6 e 3.7 se mantêm para os três jogos (dilema dos prisionei ros, jogo do galinha e jogo do seguro).
3. Em termos termos mais simples, já que FlIo. < I (F é apenas parte do quadrado unitário), unitário), diminuir tanto o numerador numerador quanto quanto o denominador denominador da mesma quantidade quantidade (2R) diminui o valor de F l<.
No Capítulo 2, defini racionalidade como um comportame nto ótimo 1.!J voltado voltado para um objetivo. objetivo. Pressupõe-se, Pressupõe-se, assim, que o comportamento de cada ator é a resposta ótima para o comportamento dos outros participantes, bem como para a estrutura institucional existente. O Capítulo 3 concentrou-se no primeiro primeiro tipo de otimização:as estratégias mutuamente ótimas, que são o tema da teoria teoria dos jogos. jogos. O presente presente capítulo focaliza focaliza o segundo tipo tipo de otimização, que se refere à interação entre indivíduos e instituições. Segundo a tradiçã tradição o da escolha racion racional, al, a a or agem agem usual usual das insti insti tuições é estudar os tipos de comportamento que elas causam. A investiga ção dos padrões recorrentes recorrentes de comportamento remonta às instituições prevalecentes, e esses padrões são explicados como o comportamento ótimo diante das restrições restrições exercidas por essas ins tituições (Boudon 1984). r 0Este capítulo parte da questão de como os indivíduos e s c o l ~ m s e u , b-=:J comportamento comportamento ótimo sob coerções e depois depois teoriz teorizaa sobre o fenômeno inverso: por que e como as pessoas pessoas mudam as coerções do jo..go que elas jOji como endógenas e gamo Em outros termos, o capítulo trata as ~ ç õ e s examina-as como resultados resultados de atividades....políticas conscientes'. O oapftul oapftulool oolida ida com com casos casos em que que um ou mais jogadores jogadores tentam tentam modificar modificar as regras regras de um jogo. jogo. Em primeiro lugar, lugar, esclareço a expressão regras do jogo; na qualidade de subprodutos, tornar-se-á claro que modi ficações ficações de payoffs e modificações de regras regras são as únicas únicas mudanças pos síveis síveis que podem podem ser feita. feita. num jogo e q u ~ , em conseqüência, jogos em
b
I. Uma abordagem simila das instituições que regem as relações entre trabalhadores e empresários pode ser en-
contrada em Langc (1987).