8Et{) 'te{) EYELpOV'tl roix VEKpOúç
[para que não coloqueis a vossa confiança em vós mesmos, mas em Deus que ressuscita os mortos] (2Co 1.9). 3. O reverso do KuuXâoSUl [vangloriar-se] e do 71'E1ToLSÉvaL EV oapKL [colocar a confiança na carne] é o medo do ser humano preocupado
consigo mesmo, um medo do qual procede o zelo pelas obras da lei bem como pela sabedoria. O medo pode estar oculto do próprio ser humano, ainda que se manifeste de modo inequívoco no IJ.Epl.lJ.vâv [preocupar-selo O ser humano mundano está cheio de ~ó~oç [medo], 59
A comparação de 2Co 1.12 com 3.4 também evidencia a afinidade de KIXÚX,.,OLÇ com ela se evidencia igualmente a partir da alternância entre lTElTO(e"'OLÇ, lTElTOLeÉVIXI. e KIXUxiio8cCL em 2Co 10.2,.78. lTE1TO(e,.,OLÇ;
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o que é mostrado pelo seguinte aviso rememorativo aos crentes: ou yàp EÀápE'tE TIVEUlJ.a õouÀE1aç TIáÀL.v ELÇ ~ópov [pois não recebestes mais uma vez um espírito de servidão para ter medo] (Rm 8.15). O tempo antes da fé estava, portanto, sob o eflópoç. Essa frase, porém, mostra simultaneamente que aquele tempo foi um tempo de escravidão, de õouÀE1a. E isso não vale apenas na medida em que judaísmo e gentilismo se encontram sob a escravidão da a'tOL.XEla 'tOU KOOIJ.OU [princípios elementares do mundo], representada para o judeu pela lei, para o gentio por seus
[para a liberdade foi que Cristo nos libertou; ficai firmes', portanto, e não vos submetais novamente a um jugo de servidão] (5.1). Os coríntios orgulhosos de sua sabedoria têm que ser lembrados: TIáv'ta ÚIJ.WV [tudo é vosso] OCo 3.21s.); isto é, eles têm que ser advertidos para que não se coloquem na dependência de autoridades humanas isso significaria: de "carne e sangue". E quem acha que deve conformar sua vida de acordo com os critérios de valores humanos, tem que ouvir a advertência: 'tL.lJ.fJç nyoyáaSll'tE . IJ.~ YLvEaSE ÕOUÀOL. &VSpW1TWV [fostes resgatados por um preço; não vos torneis escravos de homens] OCo 7.23). E se aqueles que, entendendo mal a liberdade cristã, consideram permitida a prática sexual desenfreada, são advertidos: OUK Ea'tE Éau-u.0v, nyopáaSll'tE yàp 'tL.lJ.fJç [não sois de vós mesmos, pois fostes comprados por um valor] OCo 6.20), então se manifesta nisso todo o paradoxo de que a pessoa que aparentemente pertence a si mesma, que dispõe sobre si mesma, é um escravo. O ser humano é "resgatado" de sua antiga escravidão; nem assim, porém, ele pertence a si mesmo; pois pertencer a si mesmo em termos absolutos não é possível para o ser humano, mas pertencer a Deus ou ao KÚP toe, significa para ele liberdade - a saber, liberdade
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§ 23.
CARNE E PECADO
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em relação a aápç e Uj..1Up-rlU (Rm 6.15ss.; 7,5s.). Sim, poder-se-ia dizer que quem vive Ka-rà aápKa faz da aápç seu Deus; pois Rm 16.18 adverte contra pessoas que "não servem o nosso Senhor Cristo, mas o seu próprio ventre", e Fp 3.19 polemiza contra pessoas "cujo Deus é o ventre". O fato de a aáp;, e com ela a áuaot ia, poderem tornar-se poderes, aos quais o ser humano fica sujeito como escravo, expressa-se de modo especialmente claro no fato de que Paulo pode falar de ambos como de seres personificados, como que de dominadores demoníacos, sem que por isso se pudesse atribuir-lhe realmente um conceito mitológico de aápç ou Ctj..1up'du. O ser humano corre o risco de se tornar "devedor" da oápç (Rm 8.12) ou como que de abrir-lhe as portas, estender-lhe a mão (GI 5.13; ELÇ &epopj..1nV tU aupKL [como pretexto para o pecado]). Sim, Paulo pode atribuir o próprio ElTt 8Uj..1ELV [cobiçar] à aápç (G15.17: 1Í yàp oàpç ETILSUI-lEL Ku-rà roü TIVEÚj..1utOÇ [pois o desejo da carne é oposto ao espíritoj). Ou ele pode falar do ~PÓV1lj..1U -rf)ç aupKÓç [cogitação da carne] (Rm 8.6s.) ou de seus TIaStÍj..1u-ru e E1TL8uj..1lUL [paixões e desejos] (GI 5.24), de seus Epya [obras] (GI 5.19) ou TIpáÇELÇ [práticas} (Rm 8.13, § 17,3, p. 256ss.). Do mesmo modo, aliás, ele também pode personificar o KÓOI-lOç [mundo], quando fala de sua sabedoria e de seu YLVWOKELV [conhecer] (1Co 1.20s.). Assim sobretudo a Ctj..1Uptlu [pecado] aparece como um ente personificado. Ela "entrou no mundo" (Rm 5.12) e "conquistou o domínio" (Rm 5.21). O ser humano é seu escravo (Rm 6.6,17ss.), vendido à escravidão (Rm 7.14) ou se põe à sua disposição (Rm 6.13), e ela lhe paga soldo (Rm 6.23). Ela também é representada como um ser personificado quando se afirma que outrora estava morta, mas que depois tornou a viver (Rm 7.8s.), que fez uso da lei para despertar no ser humano a concupiscência, enganar o ser humano e matá-lo (Rm 7.8,11,13), que ela "habita" no ser humano e age nele (Rm 7.17,20). Na mesma proporção em que tudo isto é muito mais linguagem retórico-metafórica do que mitologia realista, está claro que essa linguagem designa a carne e o pecado como poderes, aos quais o ser humano está submetido, perante os quais ele. é impotente. Na personificação desses poderes ganha relevância o fato de que o ser humano perdeu para eles o seu ser como sujeito. A expressão mais
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forte disso encontra-se em Rm 7.14: EYW ÕE OáPKLKáç ELIlL, TIETIpallÉVOÇ ÚTIO 't~v eXlJ.Up'tÍ.av [eu sou carnal, vendido sob o pecado], e Rm 7.18: oiô« yàp O'tL OUK ol..KEl EV EIlOL, roírr' Eonv Év 't11 oapKL IlOU, àya6áv [pois sei que em mim, isto é, na minha carne, não mora nenhum bem]. Mesmo que o roür' Eonv [isto é] talvez tenha sentido restritivo (JJ na medida em que sou carne") e, portanto, mesmo que o verdadeiro eu, o eu volitivo, se distancie desse "eu" entregue à oápç [carne], é significativo o fato de que "eu" e "minha carne" podem ser equiparados. Do ponto de vista do TIOLELV [fazer] eles são idênticos; o fato de poderem ser contrapostos do ponto de vista do 6ÉÂELV [querer] evidencia que o eu como sujeito, o verdadeiro eu do ser humano, está dividido em si mesmo. No v. 14 o EYW [eu], que em Rm 7.17,20 se diferencia da EvoLKoooa EV EI-!OL UlJ.Up'tla [o pecado que mora em mim], é designado simplesmente como OáPKLKOÇ [carnal], como TIETIpallÉVOÇ ÚTIO 't~v eXllap'tÍ.av [vendido sob o pecado]; aliás, nos v. 14-24 sempre se fala na primeira pessoa, tanto com referência ao querer quanto ao fazer. Portanto, EYW e EYW estão em luta, isto é, estar dividido, não estar em si mesmo é a natureza da condição humana sob o pecado. Essa cisão, porém, significa que o próprio ser humano destrói seu verdadeiro eu. Em seu arbitrário querer-ser-ele-mesmo, que se manifesta no encontro da ETIL6uIlLa [cobiça] com a EV't"OÂ~ [mandamento], ele perde seu eu, e a eXllap't"La [pecado] vem a.ser nele o sujeito atuante (Rm 7.9). Com isso "morre" o EYW [eu]; o ser-ele-mesmo, portanto, faz parte de seu ser e justamente a EV'tOÂ~, que havia sido dada ELÇ (w~v [para a vida], tornaria isso uma realidade. Ele não o atinge ao querer realizá-lo por conta própria na ETIL6uIlLa. Justamente porque nesse falso querer-ser-ele-mesmo fica preservada, de modo pervertido, a destinação para o si-mesmo, a vontade para a (w~ [vida], é possível descrever a existência do ser humano como uma luta entre Éyw e EyW. No fato de o ser humano ser um eu, ao qual interessa e deve interessar sua (w~, seu si-mesmo, reside a possibilidade do pecado. A exigência da EV'tOÀ~ de Deus visa a (w~ do ser humano; esse fato cria a possibilidade do mal-entendido: o ser humano chamado para ser si-mesmo quer ser por si mesmo e desse modo perde seu si-mesmo, sua (w~, e corre para a morte. O domínio do pecado é isto: todo o fazer do ser humano está voltado contra sua verdadeira intenção.
§ 24.
PECADO E MORTE
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§ 24. PECADO E MORTE W. G., Rõmer 7 und das Bild des Menschen im Neuen Testament, 1974. - BULTMANN, R., "Rõmer 7 und die Anthropologie des Paulus" (1932), in: ID., Exegetica, 1967, p. 198-209. - ALTHAUS, P., Paulus und Luther über den Menschen (1938), 4 a ed., 1963. - BORNKAMM, G., "Sünde, Gesetz und Tod", in: lo., Das Ende des Gesetzes (1952), 5 a ed., 1966, p. 51-69. - SCHMITHAL5, W., Die theologische Anthropologie des Paulus. Auslegung von Rõm 7,178,39, 1980. KüMMEL,
1. Visto que o almejar do ser humano, ainda que em cada caso
esteja voltado para algo concreto, visa, no fundo, a vida, segue-se que um almejar errado, enganoso, caminha para a morte. Para Paulo é óbvio, seguindo tradição veterotestamentária judaica, que o pecado acarreta a morte. O "aguilhão" da morte é o pecado, cuja força reside na lei (1Co 15.56); isto é, a transgressão da lei, à qual o pecado induz, acarreta a morte. A morte é o castigo pelo pecado que o ser humano cometeu; os pecadores são cx.t;LOL tOU 8avátou, eles "mereceram" a morte (Rm 1.32). Por isso, Paulo também pode dizer que o pecado paga com a morte o "salário" a seus servos (Rm 6.16,23); ou também que com a morte o pecador paga sua dívida, expia seu pecado (Rm 6.7). Na verdade, aqui a morte é concebida inicialmente como o morrer natural, como mostra Paulo em Rm 5.12ss., onde consta que a morte foi trazida ao mundo por meio do pecado de Adão. No entanto, pressupõe-se aí simultaneamente que essa morte é confirmada, como que tornada definitiva, por meio da sentença que condena à à1T(~À.E La [destruição] que Deus pronunciará sobre o pecado no dia do juízo (Rm 2.6-11). 2. No entanto, as reflexões de Paulo a respeito de carne e pecado vão além dessa tradicional concepção jurídica da morte como castigo. Se pecado é o almejar errado do ser humano e se ele consiste em conduzir a vida Katà aápKa [segundo a carne], isto é, em viver a partir do criado, do natural-terreno e passageiro, então o pecado conduz à morte com necessidade implícita: Et Ka-rà aápK
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coisas do mundo] se prende ao KÓOI-lOç [mundo], cujo oxíll-lct TTCxpáYEL [esquema passará] OCo 7.31); agarra-se, por assim dizer, ao vazio e somente acarreta para si a morte (2Co 7.31). A ÁÚITl1 [tristeza] do KÓOI-l0ç [mundo] produz para si a morte (2Co 7.10) - por quê? Porque se agarra naquilo que está condenado à morte. Assim a morte cresce como que organicamente, como um fruto, da vida carnal: O'IE yàp líl-lEV EV 1"lJ OctPKl, 'Ià TT(x8~l-lct'Ict 1"(;)V ál-lctprLWv rà ÕLà 'IO\) VÓI-l0U EVEpyE1'IO EV rotc I-lÉÂEOLV lÍl-lWV Ele; 'IO KctpTIoQJopilOctL
rei> 8ctvá1"(~ [pois quando estamos na carne, as paixões dos pecados que provêm da lei atuam em nossos membros para dar frutos ao pecado] (Rm 7.5). A morte é o rÉÁoç [fim] do "fruto" da vida pecaminosa (Rm 6.21). O oWl-lct [corpo] carnal, no qual o pecado "habita", é como tal um oWl-lct rof 8ctvárou [corpo do pecado] (Rm 7.24; § 17,3, p. 256). Quando em 2Co 3.6 se afirma: 'IO yàp ypál-ll-lct anOKrElVEL, 'IO ÕE nVEUl-lct (wOTIOLEl [pois a letra mata, mas o Espírito vivifica], na verdade, conforme o contexto, a questão não é se o indivíduo sob o domínio da lei contrai a morte para si por meio de transgressão da lei ou por meio de seu zelo pela lei. A frase não foi dita com vistas às transgressões judaicas da lei, e sim com vistas à alta estima que os judeus têm da lei como eterna, resplandecente numa aura de glória. Em face dela se afirma que a ÕLctKOVlct [ministério] de Moisés é uma ÕW,KOVlct 'IO\) 8avá'Iou [ministério da morte], que sua glória é uma Kct1"{XPyoUI-lÉVl1 [desvanecente]. A lei, portanto, pertence à esfera da oáp~ [carne] (§ 23,1; p. 298) em contraposição à KO:LVi) ÕL0:81ÍKll [nova aliança], que é uma ÕLct81ÍKll TIVEÚI-lO:'IOç [aliança do Espírito]. Por necessidade intrínseca, portanto, servir à lei conduz à morte. A perversão do almejar humano, que corre atrás da vida e acaba colhendo somente a morte, é descrita detalhadamente em Rm 7.7-25, num trecho no qual Paulo descreve a situação do ser humano sob a lei do modo como ela se evidenciou ao retrospecto da fé. O v. 10 diz que a EvroÂ1Í [mandamento] foi dada ao ser humano para a vida; e o ser humano, que afinal anseia pela vida, concorda perfeitamente com essa intenção da lei (v. 16: Oúl-l
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Nesse ponto talvez não se tenha refletido sobre se a ETIl8uI-lLa seduz à transgressão da EV'roÀ~ ou ao zelo errado de seu cumprimento. No entanto, o último deve, no mínimo, estar incluído; pois se em 7.7-25 a situação sob a lei é apresentada do modo como ela vigora para toda pessoa que se encontra sob a lei, então deve estar incluída nisso a atitude do Ka1"lX ôlKaLOaúvTW 1"~V EK VÓI-l0U &I-lEIJTI1"OÇ [irrepreensível quanto à justiça que provém da lei], descrita em Fp 3.4-.6. A ETIl8uI-lLa despertada pela lei é, neste caso, o 'iiÀoç 8EOU ou Ka1"' ETrLyvwalv [zelo por Deus sem entendimento] de Rm 10.2.
o engano do pecado (v. 11) consiste em levar o ser humano a acreditar que, se seguir a sua E1TL8q.Lla, ganhará a vida, enquanto arranja para si a morte. Sob essa ilusão, o ser humano não sabe o que faz: o yàp KU't'Epyá(ol-Lcu ou YLvwaKw (v. 15a), isto é, ele não sabe que com seu agir acarreta apenas a morte. Essas palavras não podem significar: "Não sei o que acontece que meus bons propósitos sempre resultam em transgressão", no sentido do: video meliora proboque, deteriora sequor [vejo e aprovo o que é melhor, mas sigo o que é pior]. Pois aqui não se fala de bons propósitos que são frustrados pelo fazer efetivo. O encontro com a EV1"OÀ~ afinal não desperta a boa vontade, e sim a ETIl8ulJla! Antes, o escopo do contexto é que aquilo que o ser humano consegue realizar é um KaKóv [mal], quando, segundo sua intenção (que afinal é orientadora na ETIl8uI-lLa), deveria ser um KaÀóv [algo bom] ou um &yaeóv [bem]. Como o Ka1"Epyá(Ea8al do v. 13 não significa "fazer" e sim "produzir", "causar", supõe-se que deve ser entendido da mesma maneira no v. 15 (e depois também no v. 17 e 20, apesar de 2.9s.), e se deve acrescentar o objeto (rov) 8áva1"ov [(a) morte], mencionado no v. 13 (cf, também 2Co 7.10: 8áva1"ov Ka1"Epyá(E1"al [provocar a mortel): então o KaAóv, que no v. 18 é seu objeto, é a (w~ [vida]. Neste caso, é preciso interpretar o TTpáaaElv [praticar] ou TIOlELV [fazer] o KaKóv e KaÀóv (ou àya8óv) como a influência do mal = da morte e do bem == da vida, o que seria perfeitamente possível como linguagem enfática. Entendendo-se, porém, (o que é lingüisticamente mais provável) o TTpáaaElv ou TIOlEL v do KaKóv e KaÀóv (&ya8óv) como fazer o mal e o bem (e de modo análogo então também se deveria entender o Ka1"EpyáçEa8al pelo menos nos v. 17s.,20), o sentido fundamental permanece, não obstante, o mesmo: o ser humano acredita estar fazendo uma coisa boa (salutar) na ETIl8uI-lLa [cobiça] e faz de fato algo mau (pernicioso). Em todo caso é descrito o aterrador contraste que caracteriza o almejar humano: ele quer ganhar a vida, e ganha apenas a morte.
Assim, no fundo, a morte já está presente, porque o ser humano "vendido" sob o pecado (v. 14) perdeu a si mesmo, não está mais consigo mesmo (§ 23,3, p. 303). Isso fica claro na formulação do
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v. 9s.: EA80úallç ÕE -cflç Ev'toAflç 1Í lÍllap-cLa &'VÉ(1l0EV, EYW ÕE &.1TÉ8avov... 1Í \ .O'.j.UX.p'tLlX,... , '1:" r [ yap EsllTIa't1l0EV IlE KaL\ ...,aTIEK'tELVEV com a ch egad a d o mandamento, o pecado reviveu, eu, porém, morri... pois o pecado... me iludiu e... me matou] (ver § 27). 3. A compreensão jurídica da morte como o castigo pelo pecado e a representação da morte como o fruto que dela brota organicamente não se encontram harmonizadas. Ambas tampouco combinam com a concepção de 1Co 15.45-49 de que o ser humano adâmico foi criado como X0"lKÓÇ [telúrico] e que, por isso, é "carne e sangue" (v. 50),
§ 25. A UNIVERSALIDADE DO PECADO BULTMANN, R., "Adam und Christus nach Rômer 5" (1959), in: ID., Exegetica, 1967, p. 424-444, e5p. p. 43155. - BRANDENBURGER, E., Adam und Christus, 1962. ScHUNACK, G., Das hermeneutische Problem des Todes, 1967, esp. p. 18655., 2345S. - FIEDLER, P., Art. Ú\-Lexp"d,C( K't"À., EWNT t, 1980, p. 157-165, esp. p. 161-163.
1. O poder do pecado não se manifesta apenas no fato de dominar completamente o ser humano que caiu nas suas mãos, mas também no fato de submeter todos os seres humanos, sem exceção, à escravidão: TIáV'tEÇ yo:p ~Ilap'tov [pois todos pecaram] (Rm 3.23, cf. 3.9,19), OUVÉKAELOEV 1Í ypacflr, 'tO: mx.v-ca lmà lÍllap'tLav [a Escritura encerrou tudo no pecado] (GI3.22). Como se fundamenta esta frase? Rm 8.3 parece dar uma fundamentação na medida em que está sendo dito que o &.õúva10v roü vóuou (isto é, a incapacidade da lei) de criar vida teria sua razão na aápç [carne]. No entanto, mesmo que isso seja compreensível, ainda resta a pergunta: acaso a o&pç não ganha seu poder primeiro pelo fato de que o ser humano vive Ka-ccX o&pKa [segundo a carne]? O (ílv EV oapKL [viver na carne] humano-natural necessariamente se transforma, sem exceção, no (ilv EV aapKL qualificado, portanto, no (f}v Ka'tO: o&pKa [viver segundo a carne]?
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§ 25. A
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Evidentemente essa é a opinião de Paulo. No ser humano - e isso por ser aápKlvoÇ [carnal] - desde sempre já dorme o pecado. Ele precisa necessariamente despertar? Sim, pois o ser humano se depara com a lei e o seu OUK E1TL.eU~~aElç [não cobiçarás] (Rm 7.7ss.). Embora Paulo, pela linha de argumentação de sua carta, pense somente na lei judaica, o que foi dito também é válido para os gentios, entre os quais a lei mosaica é substituída pela exigência da consciência (Rm 2.14s.). Além disso, também em Rm 7.7-11 Adão certamente deve estar sendo vislumbrado como protótipo do ser humano que, aliás, ainda vivia sem a lei de Moisés.
Se pois a exigência da Ev-roÀ.rí [mandamental é este OUK E1T1.. eu~1ÍOElÇ, então a intenção é a de arrebatar o ser humano do almejar arbitrário, do querer dispor sobre si mesmo. Se agora se afirma que é justamente por isso que o pecado é despertado, então isso significa que o pecado (p. 304), que está latente no ser humano como possibilidade (VEKpá [mortal), torna-se realidade pelo fato de o ser humano se deixar seduzir a querer ganhar por conta própria a vida que a lei lhe oferece (v. 10: ELÇ (wtÍv [para vida]).
2. Esse juízo poderia ser fundamentado ainda de outra maneira ou seria ele fruto da experiência? Evidentemente ele só pode proceder da experiência, desde que não se queira negar o caráter de culpa do pecado. Pois o caráter de culpa teria sido abandonado se a universalidade do pecado fosse atribuída a uma qualidade necessariamente inerente ao ser humano, mais ou menos conforme maneira de pensar gnóstica, a uma sensualidade que, por sua vez, tem sua razão de ser na matéria da qual o ser humano consiste - ou, o que igualmente corresponderia ao pensamento gnóstico, a uma fatalidade que ocorreu nos tempos primordiais e em virtude da qual o pecado pesa sobre todos os seres humanos. Os enunciados de Paulo a esse respeito não são uniformes. Quando, em Rm 1.18-3.20, Paulo antepõe à exposição da universalidade do pecado a frase da justiça da fé sem obras, ele não recorre a uma causa anterior ao efetivo pecar do ser humano nem fala de uma maldição existente desde os tempos primitivos, mas apenas apresenta o fato de que todos os seres humanos - gentios como judeus - são de fato pecadores. Todavia: foi Deus que os
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entregou ao pecado (1.24ss.), no entanto, para punir o pecado original da dissidência em relação ao criador - o que, aliás, não isenta o pecador do caráter de culpa, mas apenas diz que o pecado original da dissidência traz em sua esteira obrigatoriamente as faltas morais. Se isso for uma maldição, então é a "maldição do ato mau", que continuamente "tem que gerar coisas más". Aquele pecado original, porém, não foi provocado pela matéria ou por uma fatalidade, mas é culpa real. O pecado original tampouco é concebido como o dos ancestrais no início dos tempos, e sim como o pecado original da dissidência em relação a Deus que se repete em cada momento presente em face da possibilidade do conhecimento de Deus, aberta a cada momento presente. A isso corresponde também 2.1ss., onde Paulo não se envolve numa argumentação com aqueles que se arvoram em juízes sobre pecadores notórios, mas simplesmente lhes diz na cara que eles próprios também são pecadores. 3. Diferente é o caso de Rm 5.12-19, onde o pecado de todos os seres humanos é deduzido do pecado de Adão, onde, portanto, é enunciada a idéia do "pecado hereditário": WaTIEp yàp õlà -rflç TIapaKoflç roi) EVOÇ àv8pwTIOU (se. rou 'Aõá~) a~ap-roÀ.ol Ka-rEo-rá8'lloav ol TIoÀ.À.Ol. .. [pois do mesmo modo que, pela desobediência de um só ser humano (de Adão) todos se tornaram pecadores...] (v. 19). Não há dúvida de que aqui Paulo descreve sob a influência do mito gnóstico a maldição que pesa sobre a humanidade adâmica (§ 15,4b). Ele, no entanto, evita deslizar para dentro das idéias gnósticas ao não indicar algo anterior ao pecado de Adão como sua causa, nem a matéria, da qual Adão é feito, nem Satanás ou - apoiado em doutrina rabínica - o "impulso mau". Antes ele se satisfaz com a seguinte idéia: o pecado entrou no mundo pelo pecar; e nesse sentido Rm 5.1255. é compatível com 7.7ss, isto é, a TIapápaOlç [transgressão] (v. 14) ou a TIapaKO~ [desobediência] (v. 19) de Adão é a transgressão da EV-rOÀ.TÍ [mandamento] divina, que despertou o pecado que dormia nele. Todavia não se deve pensar aqui no texto de 1Co 15.4455.; segundo o qual Adão era 'lrUXLKÓÇ [psíquico] e XO'LKÓÇ [telúrico] e, portanto, sequer tinha a possibilidade de perceber a vontade de Deus (§ 24,3), visto que o 'lrUXLKóÇ nada percebe do lTVEU\-lU [Espírito] OCo 2.14) e o mandamento de Deus é lTVEul..l.(~nKÓç
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[espiritual] (Rm 7.14), - segundo o qual Adão estava, ademais, sujeito à morte desde as origens e conseqüentemente - se é verdade que a morte é o castigo pelo pecado (§ 24,1) - deve ter sido pecaminoso por natureza. Do contrário, deveria ser possível dizer que a morte, como fim natural do corpo físico, era próprio de Adão também sem pecado, mas que recebeu seu verdadeiro caráter de morte (como à1TwÀEla [destruição]) primeiro através do pecado. Paulo, porém, não faz essa distinção.
Por outro lado, não se pode negar que em Rm 5.12ss. o pecado da humanidade sucessora de Adão é derivado do pecado de Adão, aparecendo como conseqüência de uma fatalidade, pela qual a própria humanidade não é responsável. No máximo as pessoas que pecam sob a maldição do pecado de Adão poderiam ser consideradas como pecadoras no sentido forense, na medida em que a lei precisa ocupar-se somente com o ato culposo; mas neste caso não se poderia falar de culpa no sentido ético. Todavia, é preciso considerar que o verdadeiro tema de Rm 5.12ss. não é a origem do pecado, e sim a origem da morte; mais exatamente: a origem da morte inclusive somente como o lado negativo do tema positivo: a origem da vida; pois o sentido do trecho em seu contexto é o seguinte: a certeza da esperança cristã mostrada em 5.1-11 se baseia no fato de que Cristo providenciou a vida para a humanidade inaugurada por ele, e isso com a mesma certeza com que Adão introduziu a morte na humanidade adâmica (igualmente 1Co 15.21s.). Como agora a morte é considerada o castigo ou a conseqüência do pecado, foi preciso falar também do pecado de Adão. Para o contexto teria sido suficiente mencionar o pecado de Adão; não havia necessidade de falar do pecado dos demais seres humanos; pois, sendo pecadores ou não - a morte foi imposta a eles inexoravelmente por Adão; um pensamento que não foi externado apenas no judaísmo, mas que também Paulo externou no v. 14. No entanto, Paulo incorre numa imprecisão porque quer que também a morte dos seres humanos que seguiram a Adão seja considerada como castigo ou conseqüência de seu próprio pecado: KaL olJ-rwç ELc lTávtaç àvepW'TToUç eávct"C'oç OLÍ1ÂeEV, E
lTáV'tEÇ 1í~ap'tov "Íe assim a morte passou a todos os seres humanos,] porque todos pecaram"! (v. 12). Totalmente incompreensível é o v. 13: ÜXPL. yàp vóuoo á~ap't(a lív EV Kóa~tp, á~ap't(a ÕE OUK EÀÂoYEl't'aL. ~il õvroc vóuou [pois até que a lei ó
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(viesse) já havia pecado no mundo, só que o pecado não é considerado como tal não havendo lei]. De que espécie foi então o pecado, se não nasceu como contradição à lei? E como o pecado poderia ter acarretado a morte se ele não foi "imputado"? Essas perguntas não podem ser respondidas. Basta que Paulo, por considerar a morte como castigo ou conseqüência do pecado, não pôde restringir-se a falar da morte hereditária provocada por Adão, mas é compelido à sentença sobre o pecado hereditário (v. 19). Todavia, se nos orientarmos pela imagem inversa, fica claro que o efeito da \':)jTo;KO~ [obediência] de Cristo de modo algum é concebido como algo que se realiza com necessidade inexorável; pois nem todas as pessoas recebem a vida a partir de Cristo, assim como a partir de Adão estavam fadados a morrer, mas somente os crentes (os Ào;ll~áVOV'tEÇ [que recebem] do v. 17). Portanto, Cristo não proporcionou mais do que a possibilidade da (úJr) [vida] que todavia se torna uma realidade segura para os crentes (ver adiante p. 369s., 421s.). A partir daí é plausível afirmar analogamente: por meio de Adão foi criada para a humanidade adâmica a possibilidade do pecado e da morte, que só se concretiza por meio do comportamento culposo responsável dos indivíduos. No entanto, permanecerá duvidoso se isto pode ser considerado o verdadeiro pensamento de Paulo; em todo caso, para ele é indiscutível a condenação efetiva e universal da humanidade adâmica ao pecado e à morte. Abraão não necessariamente cria dificuldades como exceção, pois não é na condição de não-pecador que ele (e, por exemplo, também Davi?, cf. Rm 4.6; os profetas?) ocupa uma posição excepcional, mas como crente - mais precisamente como crente EiTL -ràv ÔlKUlOUV1'U -ràv &(JE~íJ [naquele que justifica o ímpio] - Rm 4.5. G. KLEIN, "Rõm 4 und die Idee der Heilsgeschichte", EvTh 23 (1963), p. 424-447. - Io., "Exegetische Probleme in Rõm, 3,21-4,25", EvTh 24 (1964), p. 676-683.
Nos versículos de Rm 5.13s. talvez se poderia encontrar a distinção entre pecado responsável e não responsável e, construindo a partir disso, poder-se-ia dizer: na base do pensamento do pecado hereditário encontra-se a experiência de que toda pessoa nasce para dentro de uma humanidade que desde sempre já é guiada por um
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§ 26. O
CONCEITO K6a~
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almejar errado e que ninguém parte da estaca zero. A compreensão de existência determinada por essa experiência de antemão envolve cada ser humano, que a assume expressamente na lHxpciJhOl.ç [transgressão] concreta, tornando-se assim co-responsável. Como a vida humana é vida no convívio, a confiança mútua é destruída por uma só mentira e instala-se a desconfiança - e com isso o pecado; por um ato de violência se provoca violência como defesa e o direito é colocado a serviço do interesse do indivíduo como violência organizada - e assim por diante, como está pelo menos sinalizado no OUK o'(Ôa:tE õ'tl. f.Ll.Kpà ÇÚj.l11 oÂov 'to
1"0 KaKov TIpáaaOVTL [servidor de Deus, justo, para a ira de todo aquele que pratica o mal], e quando o cristão é admoestado à obediência cidadã não somente ÔUl T~V oPyrlV [por causa da ira]. Sem determinação temporal, a 0PYTÍ é o julgamento divino em Rm 4.15: Ó yà.p VÓIlOÇ 6pyrW KaTEpyá(ETaL [pois a lei produz a ira], e decerto também em Rm 12.19: ÔÓTE TÓTIOV TiJ 6pYiJ [dai lugar à ira]. Para a compreensão da XápLi; [graça] resulta: 1) A graça de Deus não é sua mentalidade desconhecida ou ignorada até então, e sim sua demonstração da graça que ocorre agora; 2) essa demonstração da &11& "Cà TOU E"CÉpOU [ninguém busque o que é seu, mas o que é do outro] (lCo 10.28s.). Também isso não significa uma restrição quantitativa daquele návtcx [tudo]; mas significa que a liberdade em princípio pode, a qualquer momento, assumir a forma da renúncia - da renúncia aparentemente à própria liberdade, mas que, antes, é uma manifestação paradoxal da própria liberdade, como ela se expressa no EÂ.EúeEPOÇ yàp WV EK TIávtwV TIâalV EflCtUTàv Eõoú1woa [pois sendo livre de todos, tornei-me escravo de todos] OCo 9.19). A ÊÇovam [autoridade] decorrente da E1Eu8EpUx. [liberdade] cristã, que se expressa no návta uot EÇEOTlV [tudo me é permitido], é a independência de todas as pretensões terrenas, das quais também fazem parte os preceitos rituais e cúlticos; ela é o poder que consiste naquele ÕOKl~á(Elv [discernir] autônomo, o direito do ser humano de encontrar por si mesmo o que é o &ya9óv [bom]; portanto, também a independência do juízo de uma consciência estranha laç Ka1. àlTOKaÂú$Ewç EV ElTLYVWOEL au'tou... ELÇ 'to ELÕÉvaL ulJ.âç 'tLÇ EO'tLV 1Í EÂlTlÇ 'tílç KÂtÍOEWÇ au'tou K'tÂ. [que Deus... vos dê UITl espírito de sabedoria e de revela- Lwv CXUTOU [aquele que pôs em nós sabedoria e entendimento dos seus segredos] (16.10; cf. 5.3; 7.1). Ele é conferido ao crente e virtuoso (2.3). Visto que YVWOLÇ e ÕLÕaXrl [ensino] formam urna unidade, Deus também pode ser designado como Ó Tl,V Ej..Ltl>UTOV õwpEàv -rf]ç ÕLôaxft<; CXUTOU SÉI-lEVOÇ EV Ttl-llv [o que colocou em nós a dádiva implantada de seu ensino] (9.9). Em resumo, a compreensão da fé cristã é menos legalista do que em Herm, Tiago e Did. O paradoxo da existência cristã entre "não mais" e "ainda não", e com isso a determinação do presente pelo futuro na verdade não está sendo desenvolvida com clareza, não obstante, se expressa às vezes involuntariamente. O YEvúSI-lESa lTVEU~TLKOí. [tornemo-nos espirituais] (4.11) se dirige àqueles que já receberam o lTVE4J.a [Espírito] e que são o vaàç roí: SEOU [templo de Deus]. Como 't(~ ÀÓY~ ( WOlTOLOÚj..LE V OL [vivificados pela palavra] receberão a vida futura. e) Hebreus tem afinidade com Barn. Também para seu autor a . vida do crente se encontra essencialmente sob a exigência de Deus. Para os cristãos a responsabilidade é maior do que era para Israel (2.2s.; 10.26-31; 12.25). Deus é um juiz insubornável (4.12s.) e é horrível cair em suas mãos (10.31). Mas a relação do presente com o futuro vai além da relação entre comportamento humano e retribuição de Deus, visto que o presente já é, de certo modo, um tempo de salvação. Ele é caracterizado pelo fato de que os crentes são os ã1Taç al.VÓIlEVOv [aparente] (InRom 3.5; InPol 2.2); a esfera do efêmero e da morte, mas não poder do pecado; por isso pode empregar üÀTl [matéria] em lugar de aápç [carne] (InRom 6.2; cf. 7.2). Todavia, a esfera do terreno também pode ser um poder. que corrompe o ser humano se esse se deixa seduzir a pensar e agir Ka't& aápKa (InMag 6.2; InRom 8.3; InFld 7.1). Mas em Inácio o conceito aápç serve sobretudo para descrever o paradoxo do ser cristão como pneumático e sárquico ao mesmo tempo. Sendo Cristo OapKl.KOç TE KaLlTVEUllaTl.KÓç [carnal e espiritual] (InEf 7.2), e sua ressurreição OapKLKf) 'tE KaLlTVEUllaTLKf) [carnal e espiritual] (InEsm 12.2), a oápç [carne] está capacitada para unir-se com o lTVEUIlU [espírito]. Inácio deseja às comunidades EVWOLV oapKoç KaL iTVEú!-LaTOç 'Ill00U XpUJ 'tOU [união na carne e no espírito de Jesus Cristo] (lnMag 1.2; cf. InMag 13.2); ele deseja às comunidades o IlÉVELV EV 'Inooü XpLOT4) oapKLKw ç Kul lTvEulla'tLKwç [permanecer em Jesus Cristo de modo carnal e espiritual] (lnEf 10.3); aos magnesianos que tenham sucesso em tudo que fazem OUPKL KaL lTVEÚIlCXTL [na carne e no espírito] (InMag 13.1; cf. mais InTr intr.; 12.1; InEsm 1.1; 13.2; InPol 1.2; 2.2; 5.1). O paradoxo se expressa de modo especialmente claro quando Inácio diz: OL OapKl.KOL 't& iTVEUJUXTl.Kà lTpáaOELv ou õúvaVTUL oU6E OL1TVEUj.la'tlKOL 'tex. OCXPKLKá [os carnais não podem praticar as coisas espirituais nem os espirituais as coisas carnais] e assegura: a& KaL KaTex. oúpKa 1TpáoOE'tE, 'tcxfrru iTVEUlJ.ClTlKá EO't"lV' EV 'Ill00U yex.p Xplo't4)TIáv'tcx TIpáOOE'tE [as coisas
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§ 32. A XcÍp LÇ COMO
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graça não substitui, por exemplo, a anterior ação julgadora de Deus, e sim é justamente o agir clemente do juiz. Também agora a 6PYTÍ [ira] de Deus é efetiva, e em breve se tomará efetiva de modo decisivo e definitivo na 1Í~Épu opy'flç [dia da ira] (Rm 2.5), tão certo como Deus é o juiz, ao qual se deve temer (Rm 11.20; 2Co 5.10s.; Fp 2.12, ver § 35,4). A XápLÇ de Deus é a graça do juiz, que "justifica" o culpado (§ 30,2). 2. A Xáp LÇ de Deus como o ato forense da graça, porém, deve ser
definida ainda mais precisamente; ela não é uma maneira de proceder, para a qual Deus se decidiu agora, e sim um ato único que se torna ativo para todo aquele que a conhece como tal e a reconhece (na fé); ela é o ato escatológico de Deus. Se Rm 3.24 diz a respeito dos seres humanos, contanto que estejam justificados: ÕLKULOÚ~EVOL 6WpEàv 'tu ulrtou (se. 'tou SEOU) XápL 'tL [justificados gratuitamente pela sua (de Deus) graça], então o õwpEáv expressa o caráter de presente; a própria XápLÇ é o ato clemente, descrito nas seguintes palavras: õLà 'tftç &:rroÀ.u'tpwOEWÇ 'tftç EV XpLO'tQ 'Ill00U, OV npoÉSE'to 6 SEOÇ LMoníPLov ÕLO: nlo'tEwç EV ni> au'tou al~a'tL [pela redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs como propiciação em seu sangue mediante a fé]. Portanto, o ato da graça de Deus consiste no fato de que entregou Cristo à morte, e isso como sacrifício expiatório pelos pecados dos seres humanos. Na medida em que à ação de Deus, que "entregou" seu Filho "por nós" (Rm 8.22), corresponde a "obediência" do Filho, que "se entregou .por mim" (GI2.20) e foi "obediente até a morte" (Fp 2.8), a XápLÇ também pode ser vista neste evento da lJ7raKDrl [obediência] de Cristo, que é contraposto à lTUpaKolÍ [desobediência] de Adão (ou como ÕLKUlWllU [ato de justiça] de Cristo ao íTupáíT'tw~u [transgressão] de Adão - Rm 5.15-21). Assim como a queda de Adão trouxe a morte para os seres humanos, assim o evento da obediência de Cristo trouxe a vida, e a XápLÇ consiste justamente nesse evento, que, na medida em que vem em benefício dos seres humanos, também pode ser chamada de xápLo~a (dom da graça - Rm 5.15s.). O ato divino da graça é, como tal, presente da graça, e isso como o evento que acontece na obediência de Cristo, de modo que se pode dizer: 1Í XápLÇ 'tOU SEOU KaL 1Í õwpEà EV XàpL'tL 'tu 'tOU EVOÇ &'vSpulnou 'Ill00U XPLO"["OU [a graça de Deus e a dádiva na graça de um só ser humano, Jesus Cristo] (Rm 5.15), ou
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que se pode falar da TIEp LOOE La 'tllÇ Xáp L'toç Kal 'tllÇ ÕwpEâç 'tllÇ ÕLKa LOOÚV11Ç [plenitude da graça e da dádiva da justiça] (Rm. 5.17). Assim ora se pode acentuar que a XáplÇ é ato de Deus ou de Cristo, ora que ela é evento que é dádiva, presente para os seres humanos; ora se destaca um, ora outro; sempre, porém se trata do mesmo ato, do mesmo presente. Se Paulo admoesta em 2Co 6.1: I-lTt ElÇ KEVOV 'tllv XápLV 'tOU SEOU õÉçaoSaL UI-lâç [que não recebais em vão a graça de Deus], então se está falando do ato de Deus (cf, 5.21), que é, ao mesmo tempo, ato de Cristo, como era descrito em 5.148. corno seu ÚTIEP TIáv'twv à.TIoSavEl v [morrer por todos]; e ela é compreendida simultaneamente com.o presente que o ser hum.ano tem. que r e ce ber", corno, aliás, Paulo pode designar a ação salvífica de Deus em lCo 2.12 como 'tà ÚTIO 'tOU SEOU XapLoSÉV'ta 1Í~LV [o que nos foi presenteado por Deus]. Ele lembra o acontecim.ento salvífico corno o feito de Cristo em. 2Co 8.9: YLVWOKE'tE yàp nív XápLV 'tOU KUPLOU ríl-lWV '11100U, oç ÕL' ul-lâç ETI'tWXEUOEV [pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus, que se tornou pobre por nossa causa] (no que, naturalmente, tem. em. mente tudo que é dito em. Fp 2.6-8). E se afirm.a em. GI 2.21: OUK à.SE'tW 'tT,v XápLV 'tOU SEOU [não anulo a graça de Deus], então o ato da graça de Deus consiste justamente no feito de Cristo descrito no v. 20, 'tOU ayaTIlÍoav'tóç I-lE Kal TTapaÕóv'toç Éau'tov t:mEp EI-l0U [que me am.ou e entregou a si próprio por m.im]. . Por ser esse ato ou esse acontecimento, o evento escatológico decisivo, com o qual irrom.peu o tempo salvífico, o KaLpàç EUTIpÓOÕEK'tOÇ [tempo favorável] (2Co 6.1s.), também se pode falar da XápLÇ [graça] como de um. poder que se opõe ao poder do pecado e que substitui seu regime: ou ÕE ETIA.EÓVaOEv rí ál-lap'tla, UTIEpETIEpLOOEUOEV rí XáPLÇ, ~(va WOTIEp ErxxOLA.EUOEV rí ál-lap'tLa EV 't4:> Savánv, oirrcoc KaL rí XápLÇ l3aoLA.EúoU õux ôucm.ooúvnc ELç (WT,v aLwvLov õl.à '11100U XPLO'tOU roü KUPLOU ríl-lWV [porém, onde se avoluma o pecado, superabunda a graça, para que, assim com.o reinou o pecado pela m.orte, assim. também. reine a graça pela justiça para a vida eterna mediante Jesus Cristo, nosso Senhor] (Rrn 5.20s.). O sentido de XápLÇ aproxima-se quase do sentido de TIVEul-la [Espírito] (ver § 38,2s. e cf. já § 14,1). E por isso também a nova situação para a qual foram. transportados os crentes que receberam o TIVE4J,a (GI4.6, etc.), pode ser designada COITlO XáPLÇ, como a esfera de dOITlÍnio do ato divino. O crente é "charnacío para a graça" (GI 1.6) e nela U
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§ 32. A Xáp rc
COMO EVENTO
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Uadquiriu seu status" (Rm 5.2); ele tem que cuidar para não "cair fora da graça" (GI 5.4). Por isso Paulo pode dirigir-se aos filipenses como aUYKoLvWVOÚÇ uou 'tflç Xápl'tOÇ [co-participantes comigo da graça) (Fp 1.7, caso aqui XáplÇ não seja compreendida no sentido estrito como a graça do sofrimento concedida a Paulo e aos filipenses; cf. v. 29).
o sentido de Xáptç como um atuar ou agir clemente de Deus, que é percebido pelo ser humano como presente, também é dominante nas demais passagens no uso de Xáp LÇ, onde Xáp LÇ não significa o atuar ou o evento escatológico. Quando XápLÇ é combinada com ElP~Vll [paz] (= salvaçãol) nas fórmulas de saudação no início ou no final das epístolas, ela é aquilo que Deus faz e presenteia para a salvação. Paulo pode chamar de Xáp LÇ o dom do apostolado a ele confiado que, ao mesmo tempo, é missão: Rm 1.5; 12.3; 15.15; 1Co 3.10; GI2.9; e o quanto quer expressar com isso a agir de Deus nele, mostram G12.8 (ó yãp EVEPY1Íoaç IIÉ'tpc.y... Ev1ÍPYll0EV KaL EtJ.OL ... [pois aquele que atuou em Pedro... atuou também em mim...]); Rm 15.18 (wv ou KIl'tELpyáaa'to Xpurroç ÕL' EtJ.OU ... [aquilo que Cristo não efetuou através de mim...]). Também a prática do dever do amor cristão é uma dádiva de Deus, uma Xáptç [graça]: 2Co 8.1,4; 2Co 9.8. Dons especiais que o cristão individual recebe chamam-se xapLotJ.a'ta [dons da graça]: Rm 12.6; lCo 7.7; o quanto nesse contexto a XápLÇ é concebida como poderosa atuação de Deus, mostra-o a sinonímia de XaplOtJ.IX't1X e 7TvEutJ.anKá [dons espirituais] (§ 14.1) e a afirmação feita a seu respeito: ÔE.= au'toç SEOÇ Ó EVEPYWV 'tã 7Táv'ta EV TIéiotV [é Deus mesmo que efetua tudo em todos] -ICo 12.6. Como a Xáptç de Deus determina a vida do indivíduo, mostram especialmente lCo 15.10 (Xáptn ÔE.= 6EOU EllJ.t o ELIJ.L K'tA. [pela graça de Deus sou o que sou, etc.]); 2Co 1.12; 12.9 (&:pKEL OOL r\ XápLÇ uon [a minha graça te bastal): e especialmente lCo 15.10; 2Co 12.9 mostram como Xáptç e ÕúvatJ.Lç [poder] podem ser sinônimos (§ 14,1). ó
3. No mesmo sentido como Paulo fala da XáPLÇ, ele também pode falar da áyárr1] [amor] (de Deus ou de Cristo), e a ponderação das afirmações sobre a &yáTTll confirma o que expomos a respeito da XáplÇ. Talvez em àyáTTll haja mais ênfase na mentalidade do amor do que em X&.p lÇ; mas em todo caso, fala-se da &Y&.TTll contanto que ela se mostre no ato, no evento. Se Rm 5.8 diz: ouvícrnou- ÔE 'tllv ... &yáTTllv Elç tí~âç Ó
8EÓÇ, O't"l E'tl &.~(Xp't"wÂ.wv ovrwv tí~wv XPlO'tOÇ ÚTTEP 1Í~wv CtTTÉ8avEv
[Deus, porém, mostra... o seu amor para conosco, pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores], então &Y&.TTll cer-
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tamente também significa mentalidade de amor, mas fala-se dela na medida em que Deus a "demonstra", a saber, pelo fato de ter entregue Cristo à morte por nós. Nesse sentido também deve ser entendido o v. 5: on, rí àyá:TTl1 roü SEOl> (gen. subj.!) EKKÉxu-ral EV -raLç Kapõlalç 11IJ.WV õlà rof 1TVEÚlJ.a-roç roü õoSÉv-roç l1f..tLV [pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado]: por meio do Espírito Santo se torna certo e efetivo para nós o ato de amor de Deus, que o v. 6s. havia descrito como ato de Cristo. A pergunta de Rm 8.35: 'clÇ lÍlJ.âç XWplOEl à1TO Tflç àYÚ1TTJÇ roü XPlO-rOU; [quem poderá separar-nos do amor de Cristo?] remete ao evento salvífico da morte e da ressurreição de Cristo, mencionado no v. 34. Cristo é o àya1Tíloaç ulJ.âç [aquele que nos amou], como o qual ele se entregou à morte (Rm 8.35; GI2.2ü). E a unidade do ato de Deus e de Cristo se expressa na locução de que nada nos pode separar à:1Tà -rf}ç àYÚ1Tl1Ç roü SEOU -rílç EV 'Inooí; XPlO-rOl> -r4> KUpl<.p rílJ.wv [do amor de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor], isto é, da salvação que Deus realizou por meio de Cristo (Rm 8.39). Se, de acordo com 2Co 5.14, a à:yá1TT) roõ XPLO-rOl> (gen. subj.!) [o amor de Cristo] nos domina, então essa àyá1TT) é explicada nas palavras subseqüentes como o à1ToSavELv U1TEp 1TÚV-rWV [morrer por todos] de Cristo, e essa àYÚ1TTJ se revela, como a XáPlÇ, simultaneamente como poder. A exemplo de XáPLÇ, também a àyáTITJ ocorre ocasionalmente em expressões no estilo de fórmula, em parte no lugar de XáplÇ (2Co 13.11: 6 8EOÇ 'tflç àyáTITJç KlXl EtpTlVTJÇ EO"'tlXl flE8' uflWV [o Deus do amor e da paz esteja com todos vós]), em parte combinada com ela (2Co 13.13: lÍ XáplÇ 'tOU KUPlOU 'IT)O"ou Xpioroõ Kal. lÍ àyáTIT) 'tOU 8EOU... flE't"ã náv'twv UW3v [a graça do Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus... com todos vósl). Como a XáPlÇ, nesse caso a àyáTIT) significa tudo que Deus fez e presenteou para a salvação. O agir salvífico do TIVEUfllX é designado como àyáTIll quando Paulo adverte em Rm 15.20 olã 'tOU KUPlOU lÍflwv 'ITJO"ou XPlO"'tOU KaL 'tflç àyáTIT)ç 'tOU TIVEÚfllX'tOÇ [mediante o nosso Senhor Jesus Cristo e o amor do Espírito].
§ 33. MORTE E, RESSURREIÇÃO DE CRISTO COMO EVENTO SALVIFICO G., Der Kreuzestod in der urchristlichen Verkündigung, 1972. H., Das Kreuz [esu bei Paulus, 1981. - FRIEDRICH, G., Die Verkündi-
DELLING,
WEDER,
§ 33.
MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO COMO EVENTO SALVÍFICO
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gung des Todes Jesu im Neuen Testament, 1982, esp. p. 119-142. - KUHN, H. W., Art.xrtcopóç K'tÀ., Art. otnupóco K'tÀ., EWNT III, 1983, p. 639-645,645-649. - Ref. a 5: BULTMANN, R., Der zweite Brief an die Korinther, 1976, p. 146-169. - Ref. a 6b: LOHMEYER, E., Kyrios Jesus (1928), 2 il ed., 1961. - KAsEMANN, E., "Kritische Analyse von Phil. 2,5-11" (1950), in. ID., Exegetische Versuche und Besinnungen I (1960), 6i.l ed., 1970, p. 51-95. - WENGST, K., Christologische Formeln und Lieder des Urchristentums (1971), 2 11 ed., 1974. - HOFIUS, O., Der Christushymnus Philipper 2,6-11, 1976. - HAHN, F., Art. XpLO'tÓÇ K'rÀ., EWNT III, 1983, p. 1147-1165, esp. p. 1156-1159.
1. O ato da XáplÇ divina consiste no fato de que Deus entregou Cristo à morte na cruz (§ 32,2); Cristo é anunciado como o Eo'taupw~Évoç [crucificado] (lCo 1.23; 2.2; Fp 3.1). Por isso o Evangelho pode ser chamado de o Àóyoç 'tOU ornupoú [palavra da cruz] (lCo 1.18), e é um oKá.vôaÀov [escândalo] para o ser humano natural (GI 5.11) ou oKá.vÕaÀov e ~wp(a [loucura] (LCo 1.23); seus adversários são os Ex8pol tOU creupoü tOU XplO'tOU [inimigos da cruz de Cristo] (Fp 3.18; cf. ainda 1Co 1.17; G16.12). Mas a morte de Cristo forma a unidade de um evento salvífico juntamente com sua ressurreição ou seu ressuscitamento; o arro8avwv [que morreu] também é o EYEP8ElÇ [que foi ressuscitado] (Rm 8.34; 2Co 5.15; 13.4), e ocasionalmente Paulo também pode remeter somente ao ressuscitamento, sem mencionar a cruz (lTs 1.10; 1Co 6.14; 2Co 4.14; Rm 1.4; 8.11; 10.9), de modo que também pode designar a Deus como o EYElpaç EK VEKpWV XpLO'tOV '!llOOUV [que ressuscitou Cristo Jesus dos mortos] (§ 9,4, p. 127). O evento salvífico abrange, portanto, a morte e a ressurreição de Jesus; assim Paulo o recebeu como lTapá.õoolC; [tradição] (lCo 15.14), e assim ele o passou adiante. Ele cita ou varia evidentemente frases da rrapáôool.c; de formulação mais ou menos fixa ao falar da morte de Cristo em Rm 3.24s. (§ 7,3, p. 89) ou em Rm 1.4; 10.9 de sua ressurreição (§ 7,5, p. 91s.; § 9,4, p. 129) ou se em Rm 4.25; 1Co 7.3s. menciona os dois eventos juntos (§ 7,3, p. 89; § 9,4, p. 129; § 7,3, p. 88), naturalmente também se em Rm 6.2-5 fala do batismo (§ 13,1, p. 192s.), ou 1Co 11.23-26 da ceia do Senhor, cuja celebração "anuncia" a morte de Cristo (§ 13,2, p. 201). A rigor também cabe aqui a encarnação; pois aquele que se entregou à morte é o preexistente Filho de Deus (Fp 2.6ss.; 2Co 8.9; Rm 15.3; § 12,3, p. 178s., 182s.).
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Entretanto à encarnação não cabe um significado independente ao lado da morte; antes ela pertence, com esta, à unidade do agir (e sofrer) de Cristo, no que se comprova sua ÚTHXKO~ [obediência] (Fp 2.8; Rm 5.19). Ela desempenha um papel especial somente na alusão ao ludíbrio dos poderes demoníacos do mundo por meio do disfarce humano do redentor -lCo 2.8 (§ 15,4c); mas justamente esse tema não faz parte do querigma propriamente dito, do À-óyoç 'rol> O'rlXUP0l> [palavra da cruz], e sim do círculo de uma aO
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§ 33.
MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO COMO EVENTO SALVÍFICO
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2. Está claro que o evento salvífico de morte e ressurreição de
Cristo é o ato da graça preveniente de Deus, e que as diferentes locuções, nas quais é descrito esse ato, têm por finalidade expressar o inaudito desse acontecimento e seu poder que transforma radicalmente a situação humana. É um evento realizado exclusivamente a partir de Deus, para o ser humano nada mais do que dádiva, por meio de cuja recepção ele é libertado do perverso desígnio de ganhar sua vida, seu eu - no que ele justamente a perde -, para recebê-la como presente na ôLKCXLOOÚVll roü 8EOÜ [justiça de Deus]. Agora, porém, a pergunta é como esse evento pode ser reconhecido e experimentado pelos seres humanos como o ato da graça. Pois como poder coercitivo e transformador ele somente pode tornar-se efetivo se pode ser entendido como dirigido ao próprio ser humano, que o atinge e que nele se realiza, se a conclamação para aceitá-lo como evento salvífico o coloca perante uma questão decisiva autêntica. Enquanto é um evento que acontece no Filho de Deus preexistente, que Deus realiza nele, ele parece desenrolar-se fora da esfera da experiência humana, numa esfera mítica. Todavia, ele se distingue de eventos salvíficos dos quais falam os mitos das religiões de mistério e a gnose, por tratar-se de uma pessoa histórica, de Jesus, e que sua morte na cruz, ocorrida há poucos anos, se encontra no centro do evento salvífico. Em que, porém, se reconhece que esta morte tem tal importância? Se ela a tem como a morte de um ser divino preexistente - não pressupõe então a fé na importância salvífica da morte uma fé precedente em Jesus como Filho de Deus feito ser humano? E se a fé na ressurreição primeiro completa a fé salvífica - não se exige também com isso uma fé precedente, visto que a ressurreição sequer pode ser visível como um fato na esfera da história humana? Paulo na verdade acredita, motivado por objeções gnósticas contra a fé na ressurreição em geral, poder garantir a ressurreição de Cristo como fato objetivo por meio da enumeração de testemunhas que viram o ressurreto (lCo 15.5-8; § 15,2, p. 223)65. No entanto, uma demonstração dessas é convincente? 65
Todavia foi contestado (por K. BARTH) que a enumeração das testemunhas teria esse sentido; ela se destinaria unicamente para garantir a identidade do querigma paulino com o da comunidade primitiva. Ora, certamente ela também tem esse objetivo (v. 11); mas em primeiro lugar ela tem aquele outro sentido.
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3. a) Para descrever o sentido do evento salvífico, Paulo se serve de uma série de termos que procedem de diferentes ideários. Um grupo é formado pelas referências nas quais a morte é entendida na terminologia da concepção cúltica judaica, e isso significa, ao mesmo tempo, do pensamento jurídico que determina essa concepção, como sacrifício expiatório, por meio do qual foi conseguido o perdão dos pecados, isto é, está paga a culpa contraída pelo pecado. A morte de Jesus é o l.Âa01"~pLOV EV TQ aUTou a'LI-lUTL [propiciação no seu próprio sangue], o meio de expiação eficiente por meio de seu sangue, por meio do qual Deus, para mostrar-se como juiz justo, possibilitou a TIápED LÇ n3v rrpovevovórco» eXl-lapTlll-u.hwv [remissão dos pecados anteriormente cometidos] (Rm 3.25s.). O mesmo pensamento ocorre em formulação sucinta em Rm 5.9: OlKCHW8Év'tEÇ VUV EV n~ a'Ll-la1"L alyrou [sendo justificados no seu sangue]. Do mesmo modo a concepção da morte de Jesus como sacrifício expiatório, fundida com a concepção como sacrifício da aliança, determina a liturgia da santa ceia em 1Co l1.24s. (§ 9,4, p. 131). A idéia do sacrifício expiatório também é pano de fundo das palavras nas quais Jesus é designado como o que morreu DTIEp TWV eXI-lUp1"LWV lÍl-LWV [pelos nossos pecados] OCo 15.3; 2Co 5.14) ou simplesmente como o que morreu por nós (ou semelhante - Rm 5.6,8; 14.15; 1Ts 5.10; cf. 1Co 1.13) ou como aquele que foi entregue por nós ou o que se entrega por nós (Rm 44.25; 8.32; GI 1.4; 2.20). Em todos esses casos, Paulo segue a tradição, decerto já procedente da comunidade primitiva (§ 7,3, p. 88s.), em todo caso, difundida no cristianismo helenista (§ 9,4, p. 130ss.), cujas formulações fixas ele cita em parte ou as varia (ver acima sob 1). Sua concepção característica, em todo caso, não está contida nessa tradição, também não na compreensão da morte de Jesus como o sacrifício pascal - pensamento que aparece veladamente apenas uma única vez O Co 5.7) - que, conforme concepção judaica, é um sacrifício que apaga os pecados, e na idéia do sacrifício da aliança, entrançada na liturgia da santa ceia (lCo 11.25). b) Idéia muito semelhante à do sacrifício expiatório é a do sacrifício vicário, que igualmente tem sua origem no ideário jurídicocúltico (§ 7,3, p. 89s.). Ela também está expressa pelo DTIEp lÍl-LWV [por nós], como em GI 3.13: YEVÓI-LEVOÇ Ú'TTEp lÍl-LWV KaTcX:pa [tornou-se mal-
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dição por nós l, e em 2Co 5.21: -ràv ~1l yvóvTa ÓlJ.apTÍ.av ÚlTEP 1Í~wv éq..Lap-rlav E7TOlllOEV [tomou pecado por nós aquele que não conhecia pecado] (§ 29,2). Ela certamente também está presente em Rm 8.3: ó SEDe; 'tDV Éau'touULOV 1T4tlflae; EV ÓtJ.oU.~.uX.'tL oapKO; ~ap'tlaç Kat 1TEpt é4J.ap'tlaç KCX't'ÉKpLOEV 'tllV á~ap't' [av EV 'tU oapK ( [Deus enviou o seu próprio Filho em seme-
lhança de carne pecaminosa e pelo pecado condenou o pecado na carne]. As duas concepções, a do sacrifício expiatório e a do sacrifício vicário, estão fundidas em 2Co 5.14s., onde a frase O'tL EtÇ Ú1TEP 1T&.V't'WV &1TÉ8avEv [porque um morreu por todos] é interpretada pelo ãpa 01 náv'tEe; ànÉSavov [logo, todos morreram] no sentido da vicariedade, enquanto no subseqüente KaL ÚlTEP lT&.vrwv &1TÉ8avEv, t(va K't'À. [e morreu por todos, para que etc.] o Ú1TÉp tem o sentido de "por" = lia favor", contendo, portanto, o pensamento do sacrifício expiatório. Mas aqui .também influi a concepção - a ser mencionada igualmente - da morte de Cristo como acontecimento cósmico, desde que o 01 1Táv'tEÇ &nÉ8avov [todos morreram] que - no sentido da idéia da vicariedade, somente pode significar: "todos são considerados como mortos" - certamente também quer dizer, na compreensão de Paulo, em analogia com Rm 6.3,5: "todos morreram". c) A morte vicária de Cristo é, segundo GI 3.13, o meio pelo qual os seres humanos foram I/resgatados", a saber, da "maldição da lei", e isso significa, evidentemente, do castigo imposto ao pecado - como transgressão da lei. Até aqui, a compreensão é a mesma que a contida nas frases que expressam o pensamento do sacrifício expiatório: o sacrifício paga a culpa ou o castigo. No entanto, o pensamento não fica restrito a isso; pois certamente não se deverá isolar G13.13 de 4.4, onde se menciona como meio do Eçayopá(ELV [remir], é bem verdade, não a morte de Jesus, e sim sua humanidade e sua submissão à lei (mas nisso está incluída a morte). Aqui, porém, não se tem em vista, de acordo com o contexto, a liberdade (a ul08EoLcx [filiação]) conseguida pelo resgate, como a liberdade em relação à culpa contraída pela transgressão da lei, e sim da lei como tal. Por fim ainda se deverá aduzir aqui GI 1.4, onde se atribui à morte de Cristo o seguinte sentido: Õ1TWÇ EçÉÀll'tal tll-.uiç EK 'tOU alwvoç 'tOU EVEO'tW'tOÇ 1TOVEPOU [para que nos arrancasse do presente éon mau]. O EVEO'tWÇ aLwv [presente éon] é o éon sob a lei, que, como tal, também se encontra sob o poder do pecado e da morte. A liberdade adquirida
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pela morte de Cristo, portanto, não é apenas estar livre da pena, mas estar livre daqueles "poderes", e com isso não apenas da culpa do pecado, e sim sobretudo do pecado como poder, isto é, do fato de o ser humano ser coagido a pecar. Essa interpretação é confirmada pela afirmação de 1Co 6.20; 7.23: 'rLl-LfJÇ ~yopáaSrrCE [fostes comprados por um preço], que, no contexto de 7.17-24, significa: para a liberdade em relação aos &vSpúJrroL [seres humanos], isto é, a critérios e valorações que valem neste éon sujeito ao pecado. Com isso está resolvida para Paulo a pergunta a quem foi paga a 1"qJ.~ (o preço, o pagamento), adquirida pela morte de Cristo: justamente aos poderes, que reivindicam para si o ser humano a eles entregue, especialmente à lei. A expressão é metafórica, e está afastado o pensamento mitológico de uma negociação com o diabo.
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essencial é, portanto, que no fundo as categorias do pensamento jurídico-cúltico estão rompidas: a morte de Cristo não é apenas um sacrifício que paga a culpa do pecado, isto é, a culpa contraída pelo pecar, mas também é o meio para a libertação de poderes deste éon, da lei, do pecado e da morte. d) Aí então surge a pergunta como a morte de Cristo pode ter tal efeito. Ela encontra uma resposta nas sentenças nas quais Paulo descreve a morte de Cristo em analogia à morte de uma divindade dos mistérios. Também essa concepção, que se havia associado ao sacramento de iniciação do batismo e que estava na base do sacramento da ceia do Senhor (§ 13,1 e 2, p. 191-194, 196s.), já chegara até Paulo pela tradição. Ele, porém, lhe deu um sentido novo, mais abrangente. Pois o sentido original é que a participação no destino da divindade dos mistérios, efetuada pelo batismo e pela comunhão sacramental, concede ao místico participação tanto no morrer quanto na ressurreição da divindade, que, portanto, ao levar para a morte, liberta da morte. Poderíamos variar a frase de Rm 6.10, referida ao Deus como ao Consagrado: oyàp lXrrÉSavEv, -c41 Savát"tp (i:'TrÉSavEv E~á'TTa~ (lpoís aquele que morreu, morreu para a morte de] uma vez por todas). Mas Paulo diz: -c'ÍJ ú~ap-c(q ... [para o pecado]! Isso vale inicialmente para Cristo, mas já por isso (v. 11) também para os batizados "em sua morte". Para Paulo, a libertação da morte é, ao mesmo tempo, e isso em primeiro lugar, a libertação do poder do pecado. O que
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vale a respeito do batismo, naturalmente também vale a respeito da ceia do Senhor, também quando Paulo - seguindo a liturgia tradicional - não o diz expressamente, e apenas destaca que a celebração "anuncia" (Ka'tuyyÉÂÂEI.), isto é, proclama a morte de Cristo e dá aos celebrantes parte na morte de Cristo (lCo 11.26). e) Paulo, porém, amplia a idéia dos mistérios de tal modo que interpreta a morte de Cristo - e isso tanto em unidade com sua encarnação quanto com sua ressurreição ou exaltação - simultaneamente nas categorias do mito gnóstico. Também aqui ele segue a uma tradição já constatável no cristianismo helenista antes dele, como, p. ex., quando cita o hino crístico em Fp 2.6-11, no qual adquirira forma (§ 15,4c e 4d). O mito gnóstico contém como tal apenas a representação do vir e ir do redentor como sua humilhação e exaltação, não, porém, necessariamente o pensamento de que sua despedida da terra tivesse sido provocada por uma morte violenta. E" convincente que aquela idéia dos mistérios se misturasse facilmente com o mito gnóstico nas comunidades gnósticas, organizadas como comunidades de mistérios e nas quais eventualmente a figura do " redentor gnóstico se identificara com o deus dos mistérios Atis, e em todo caso, essa combinação está presente em Paulo. Para a compreensão gnóstica é essencial a pressuposição de que os seres humanos (ou os gnósticos) formam uma unidade com o redentor, concebida como substancial, num único aWl-lu [corpo]. Assim como o próprio redentor não é propriamente uma pessoa individual, e sim uma figura cósmica, assim também seu aWl-lu é uma grandeza cósmica (§ 15,1 e 4d., p. 219s., 232s.). O que acontece ou aconteceu com o redentor, quando viveu na terra disfarçado em figura de homem, isso acontece com todo o seu aWl-lu, isto é, também com aqueles que fazem parte desse aWl-lu. Se, portanto, vale a seu respeito que sofreu a morte, vale a mesma coisa a respeito deles (2Co 5.14); se vale para ele que ele foi ressuscitado da morte, vale a mesma coisa para eles (lCo 15.20-22); e assim como sua - do "redentor redimido" - volta à pátria celestial significa a libertação dos poderes antidivinos, que dominam esse mundo inferior, os que formam com ele um só OWI-UX têm parte nessa libertação. É nessa luz que Paulo vê o batismo, que, de acordo com 1Co 12.13, une os batizados com Cristo num só aWl-lu. Nós, os crentes,
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somos "concrescidos" com ele pelo batismo em sua morte (Rm 6.6). Por isso toda a vida do crente está marcada pela morte, mas também pela ressurreição de Cristo. Assim como o morrer de Cristo continua acontecendo no corpo do apóstolo, assim também a vida age nele (2Co 4.7-12; cf. 1.5). Mas conforme mostra Fp 3.10s, isso de modo algum vale somente a respeito do apóstolo, mas de todos os. crentes, para os quais Paulo apenas se apresenta como caso exemplar, quando designa isso como o alvo: 't"OU yvwvaL au't"ov Kat 't"~v õúvaflLv 't"flç àvao't"áoEwÇ au't"ou KaL KOLvwvLav 1TaOllflá't"WV «úroü, OUflflOP
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o significado da ressurreição sequer pôde fazer-se valer - e se, não obstante, recorre às categorias dos mistérios e do mito gnóstico, ele o faz evidentemente porque nelas era possível interpretar o evento salvífico como um evento que realmente acontece nos seres humanos. No entanto, acaso não vale perante todas as formulações a pergunta se o ouvinte, ao qual essa pregação é apresentada, não deve estar convencido antecipadamente da natureza de Jesus Cristo como o preexistente Filho de Deus, do fato de sua encarnação e de sua ressurreição, se quisermos que ele creia no significado soteriológico desses acontecimentos, e especialmente no significado soteriológico de sua morte que é, afinal, o único palpável como fato objetivo? Como pode ser fundamentada a exigência de uma tal fé precedente, na qual então se poderia fundamentar primeiro a fé salvífica propriamente dito? Reproduzindo-se simplesmente num traçado as afirmações de Paulo, então se constata que, na verdade, se tem que distinguir dois atos de fé, e com isso também dois conceitos de fé: 1) uma fé que consiste na disposição de considerar verdadeiros os fatos relatados a respeito de encarnação e crucificação do Filho de Deus preexistente, e sua ressurreição dentre os mortos, e ver neles uma demonstração da graça de Deus; 2) uma fé que, como entrega à graça de Deus, significa uma inversão radical da autocompreensão do ser humano, a radical renúncia à KUÚXTlOLÇ [vanglória]. Um conceito uniforme de fé existiria somente, e se trataria de um único decisivo ato de fé apenas se a pergunta decisória se o ser humano está disposto a abrir mão de sua antiga autocompreensão e entender-se totalmente a partir da graça de Deus, e a pergunta se quer reconhecer a Cristo como o Filho de Deus e Senhor, fossem uma e a mesma pergunta. E elas o são evidentemente no sentido da verdadeira intenção de Paulo. 5. Em todo caso, uma coisa está clara: Paulo somente pode falar de Cristo como o "Filho de Deus, que o amou e se entregou por ele" como aquele que renuncia a sua própria justiça e entregou à morte seu eu (seu EYW) (GI2.19s.; Fp 3.4-11). Ele tem conhecimento daquele somente de tal modo que, em unanimidade com isso, entende a si mesmo de modo novo. Ele, o (l1ÂWTl)Ç TWV TIaTp LKWV TIapaÕOOEwv [zeloso
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das tradições dos pais] (Gl 1.14), entendeu a palavra a respeito de Cristo como o Filho de Deus e o KÚpLOÇ [Senhor], a ele dirigida, de antemão como a exigência de renunciar a seu anterior (f}Àoç 8EOÜ [zelo por Deus] (Rm 10.2; § 16), e ele passa a pregação de Cristo adiante como tal exigência, não como discurso de sabedoria", como doutrinamento misterioso sobre fenômenos míticos, sobre entidades metafísicas, e sim como o Àóyoç roü ataupoü [palavra da cruz], que é aKávõaÂov [escândalo] e f.J.WpLa [loucura] para o ser humano natural: 01TWC; IJ~ Kaux~aEtaL 1Tâaa aàpç EVW1TLOV roü 8EOÜ [para que ninguém se vanglorie diante do Senhor] OCo 1.18-31), como o Àóyoc; tf}ç KataÀÀayflç [palavra da reconciliação] (2Co 5.18-6.2), em face do qual não existe EV 1TpOaw1T4> Kauxâa8aL [gloriar-se na aparência] (5.12). A isso corresponde o fato de que Paulo, na Epístola aos Romanos, na qual apresenta à comunidade ainda desconhecida dele, a fim de se legitimar como apóstolo autêntico, as linhas mestras de sua pregação de forma coesa, não oferece primeiramente uma apresentação do evento salvífico - mais ou menos em analogia aos ensinamentos cosmológicos de tratados herméticos'" -, cuja credibilidade deveria ser primeiramente reconhecida. Ao invés começa pondo a descoberto a situação do ser humano, de modo que o anúncio do ato salvífico se torna a pergunta decisória. No mesmo sentido vai o desenvolvimento dos pensamentos em Rm 7.7-8.11: para o ser humano, cuja situação sob a lei se tornou transparente como a do taÀaL 1TWPOÇ ãv8pW1TOC; [pobre ser humano], que suspira por salvação do corpo de morte, também pode tornar-se visível o evento salvífico como taL Se, porém, de fato a proclamação do evento salvífico não é um doutrinamento precedente, que precede à exigência da fé propriamente dito, e sim se ela é como talo chamado à fé, à renúncia à autocompreensão tida até agora, o chamado KataÀÀáYlltE te{) 8Ee{) [deifI
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Trata-se da literatura reunida no Corpus Hermeticum, sob o nome do deus grego Hermes, cujas raízes remontam ao século III a.C, Os Tratados ou Escritos Herméticos estão divididos em escritos populares ou ocultistas, e em escritos eruditos ou filosóficos. O primeiro bloco ocupa-se mais com ciências ocultas como astrologia, alquimia, magia. O segundo bloco se dedica a temas teológicos: cosmologia ou cosmogonia, antropologia e soteriologia. (ver RGG, 4il ed., v. IIl, Art. Hermetische Schriften) (N. do T.).
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xai-vos reconciliar com Deus] - se for assim, isso significa que o evento salvífico não está presente em lugar nenhum a não ser na palavra anunciadora, apelativa, exigente e promissora; um relato "memorativo", histórico, isto é, que aponta para um evento passado, não pode visualizar isso. Significa que o evento salvífico continua se realizando no anúncio da palavra. Justamente nisso o evento 'salvífico é evento escatológico: por não se transformar num fato do passado, e sim por acontecer constantemente no tempo presente - presente não no efeito de um fato importante da história mundial, e sim na pregação que não entra no desenvolvimento da história do pensamento humano. Paulo expressa isso dizendo: juntamente com a reconciliação, Deus institui simultaneamente a ÕLUKOVLa 'ri); KUL:'aÀÀayí); [ministério da reconciliação], o Âóyoç L:'flç KaL:'aÂÂaYftç [a palavra da reconciliação] (2Co 5.18s.), de modo que na pregação se encontra o próprio Cristo, sim, o próprio Deus, que o vuv [agora], no qual a pregação ressoa, é o vu v do próprio evento escatológico (2Co 6.2). Assim, pois, também encontra sua resposta a pergunta como o evento salvífico pode ser entendido como evento que visa o ser humano, que o atinge, que se realiza nele (ver acima 2); ele acontece na palavra que se dirige ao ouvinte e o obriga a decidir-se. Com isso, porém, o evento salvífico, que no mito da gnose permanece na dimensão natural-cósmica, está transposto para a dimensão de um evento histórico autêntico. A união do crente com Cristo num único aw~a [corpo] agora não está fundamentada na participação na mesma substância sobrenatural, e sim no fato de que na palavra da pregação morte e ressurreição de Cristo se tornam uma possibilidade da existência, perante a qual deve ser tomada a decisão, e que a fé faz uso delas e delas se apropria como os poderes que determinam a existência do crente. A transformação que as categorias gnósticas têm que sofrer vem à tona em Rm 5.12-19 (ver acima ref. à p. 296 e ver ref. à p. 422s.). Como na humanidade depois de Adão não existiu a escolha de ser diferente do que o Adão sujeito ao pecado e à morte, assim também depois de Cristo como o segundo Adão, não poderia haver, segundo conseqüência lógica, a possibilidade de ser diferente de Cristo, a saber, encontrar-se sob o poder de únuKotÍ [obediência] e (w1Í [vida]. De fato, porém, depois de Cristo vale a decisão entre ambas as possibilidades, e ao OL ÀCc.llpáVOV'tEc; [os que recebein] (v. 17) no éon de Cristo
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não pode corresponder um igual ÀUf1.Pá:VOV-CEÇ (que aliás implica um "se eles", "contanto que") no éon de Adão. Do mesmo modo, segundo lógica conseqüente, na frase de 1Co 15.22: W01TEp y&p EV TQ 'AÕ&llmÍvcEç &1TOeV~OKOUOLV, oü-rwç KUt EV -rQ XPLO-rQ TIáV-rEÇ (ú.)OTIOLlle~OoV-ruL [pois assim como em Adão todos morreram, assim também em Cristo todos serão vivificados], o sentido deveria ser: todas as pessoas serão vivificadas por (em) Cristo. De fato, porém, o sentido é: todos recebem a possibilidade para isso; mas ela é realizada somente para aqueles que são roü XpLO-roU [de Cristo] (v. 23).
6. a) Então também está respondida a pergunta em que se reconhece a cruz de Cristo como acontecimento salvífico, a saber, não com base em uma instrução precedente sobre o crucificado. E ele não pode primeiro ser reconhecido em sua qualidade divina, para que, em conseqüência, se acredite no significado da cruz; - se assim fosse, ter-se-ia tirado do Áóyoç roõ oraupoü [palavra da cruz] o caráter do oKávôaÀov [escândalo] e da ~wp(,a [loucura]. Esse caráter ela recebe pelo fato de se anunciar um crucificado como senhor; e somente por isso, ele é reconhecível como acontecimento salvífico. Isso, porém, significa: esse conhecimento somente se realiza como reconhecimento. Essa é a pergunta da decisão perante a qual o Âóyoç TOU o-raupoD coloca o ouvinte, se ele quer reconhecer que Deus institui um crucificado como senhor; se com isso quer reconhecer a exigência de, na renúncia de sua autocompreensão que teve até agora, tomar sobre si a cruz, deixar que ela se torne o poder determinante de sua vida, de deixar-se crucificar com Cristo OCo 1.18-31; G16.14, cf. 5.24). No fato, porém, de isso acontecer revela-se que a morte de Cristo é um acontecimento "cósmico", isto é, que dele não se deve mais falar apenas como do acontecimento histórico da crucificação de Jesus no Gólgota. Pois Deus fez desse acontecimento um acontecimento escatológico, de modo que ele, livre de toda restrição de tempo, continua acontecendo em todo presente, na palavra anunciadora bem como nos sacramentos (§ 34,3). O apóstolo carrega em seu corpo o morrer de Jesus e está marcado pelos OTl y~aTa TOU 'Inooü [marcas de Jesus] (2Co 4.10s.; GI 6.17); os sofrimentos fluem abundantemente sobre ele (2Co 1.5)67. Mas não somente na proclamação a cruz se 67
Em CI 1.24, um discípulo do apóstolo formulou esse pensamento de tal modo que faz Paulo dizer que, por meio de seus sofrimentos, ele estaria completando para a comunidade aquilo que ainda estaria faltando nos sofrimentos de Cristo.
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torna presente desse modo, mas também em todos aqueles que permitem que ela se torne o poder determinante em suas vidas, os que estão unidos com Cristo num só OWf..Lct [corpo]. b) Enquanto as sentenças sobre a preexistência de Cristo e sua encarnação são mitologemas, elas não têm caráter de discurso que se dirige às pessoas, nem são expressão da fé como renúncia à KctÚXllOLÇ [vanglória]. Não obstante servem para, no contexto do querigma, expressar um fato decisivo, a saber que a pessoa e o destino de Jesus não têm sua origem e sua importância no conjunto de acontecimentos intramundanos, e sim que Deus agiu neles, e que esse seu agir aconteceu "quando chegou a plenitude do tempo" (GI4.4), sendo, portanto, o ato escatológico de Deus, e isso para a salvação dos seres humanos, pelos quais entregou a Cristo (Rm 8.32). Entendido desse modo, o fato da preexistência de Cristo não facilita a fé no crucificado (como se a afirmação do significado salvífico da cruz fosse credível, se foi o Filho de Deus preexistente que morreu na cruz), e sim antes a própria preexistência se torna escandaloso e louco objeto da fé e forma uma unidade com o Âóyoç roü ornupoú [palavra da cruz]. Na medida em que a encarnação de Cristo é, ao mesmo tempo, seu próprio ato de obediência e de amor (Fp 2.8; GI 2.20; Rm 8.35,39), é preciso dizer inicialmente que a ÚTIlXKOtÍ [obediência] e a ày&:rrll [amor] do preexistente não são dadas de modo contemplável e não podem ser experimentadas como dirigidas diretamente à pessoa exortada à fé. São, porém, experimentadas indiretamente na medida em que Cristo está presente na ÕlaKOVl.ct [ministério] dos pregadores. Assim como ele se tornou um Õl.áKOVOÇ lTEpL'tOIJ.f}Ç [ministro da circuncisão] por meio da encarnação (Rm 15.8), eles são os ÕUiKOVOl KUlVf}Ç ÔUX.e~KTlÇ [ministros da nova aliança] (2Co 3.6), são os ÔUiKOVOl SEOU [ministros de Deus] (2Co 6.4) ou XpLO'tOU [de Cristo] (2Co 11.23; cf. 1Co 3.5), os ÔOUÂ.OL [escravos, servos] ou úrrllpÉ'tctL [serviçais] de Cristo (Rm 1.1; GI 1.10; Fp 1.1; ou 1Co 4.1) e com isso os ÔOUÂOl dos seres humanos (2Co 4.5; 1Co 9.19), nos quais se encontra o IJ.OPepTlV ôouÂou À.a~wv [tomando a forma de escravo] (Fp 2.7). Assim como vale a respeito do preexistente: OUX ÉctU1:" f)pEOEv [não agradou a si mesmo], como tendo tomado sobre si toda a ignomínia (Rm 15.3), também vale a respeito do apóstolo: náv1:"ct 1TcXaLV &'pÉOKW [agradar a todos em tudo] (ICo 10.33), e também ele toma seu caminho através de ignomínia e opróbrio
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OCo 4.9-13; 2Co 6.8s.). Assim como Cristo se entregou à morte a fim de conseguir a vida para os seres humanos, assim também a morte age no apóstolo, para que a vida possa tornar-se efetiva nos ouvintes de sua pregação (2Co 4.12); a &yáTIll TOU XplDTOU [o amor de Cristo] domina o apóstolo (2Co 5.14; genitivo subjetivo!). Assim não pode chamar apenas à imitação de Cristo (Fp 2.5; Rm 15.3; 2Co 8.9), mas também admoestar como aquele que representa a Cristo perante os ouvintes (2Co 5.20): j..Lq.111Tal j..LOU y(vEo6E [tornai-vos meus imitadores] OCo 4.16; cf. Gl 4.12; Fp 3.17; 4.9) e também pode motivar essa admoestação: Ka6wç K&YW XplDTOU [assim como eu de Cristo] OCo 11.; cf. 1Ts 1.6). Portanto, a encarnação do preexistente também tem dimensão cósmica", isto é, na verdade, dimensão histórica: ela ocorre na pregação cristã. Formulado de modo diferente: o fato de que existe proclamação autorizada da graça e do amor precedentes de Deus encontra sua expressão mitológica no discurso da preexistência de Cristo. Ao se crer na preexistência, confirma-se com isso que é a palavra de Deus que atingiu o ouvinte. Se agora se atribui ao preexistente até mesmo o papel do mediador da criação (ôi ' ou Tã TIáVTa [por meio de quem são todas as coisas] - 1Co 8.6; § 12,3, p. 178ss.), com isso já se ressalta, ao se associar a isso seu papel de mediador da salvação (Kal. rlj..LElÇ õi.' aUTOU [e nós por meio delel), que o papel cosmológico deve ser entendido em unidade com o papel soteriológico; isso significa, no discurso do preexistente como o mediador da criação expressa-se a fé de que criação e redenção formam uma unidade, que o amor que se nos depara na palavra do querigma, tem sua origem antes de todos os tempos. c) A verdade da ressurreição de Cristo não pode ser compreendida antes da fé que reconhece o ressurreto como o Senhor. O fato da ressurreição não pode ser comprovado ou evidenciado como fato objetivamente constatável- apesar de 1Co 15.3-8 -, baseado no qual se pode crer. Mas ela pode ser crida - e somente desta maneira - na medida em que ela ou o ressurreto está presente na palavra anunciada. A fé na ressurreição de Cristo, e a fé de que na palavra anunciada fala o próprio Cristo, o próprio Deus (2Co 5.20), são idênticas. Pois Cristo não está presente no querigma como uma grande personalidade histórica está presente em sua obra e em sua atuação histó1/
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rica. Pois não se trata de um efeito que acontece na história, e sim do fato de que uma pessoa histórica e seu destino estão alçados ao nível de acontecimento escatológico. A palavra que anuncia isto é, ela própria, parte integrante desse acontecimento e atinge - diferentemente que no mais toda a tradição histórica - o ouvinte como palavra dirigida diretamente a ele. Se a ouve como palavra dirigida a ele, a palavra que anuncia a morte e, por meio disso, a vida, então ele crê no ressurreto. A eventual pergunta pela legitimidade da pretensão da proclamação já é sua rejeição; essa pergunta tem que ser transformada naquela que o inquiridor deve dirigir a si mesmo, se quer reconhecer o domínio de Cristo, que dirige a pergunta decisória a sua autocompreensão. A ressurreição de Jesus não tem o sentido de um arrebatamento para o além, e sim o de sua exaltação ao senhorio (Fp 2.11) que ele ocupa até entregá-lo novamente ao Pai (ICo 15.24). isto é, justamente no tempo presente, que recebe seu caráter pela anunciação. Prega-se por sua ordem (Rm 10.17); os apóstolos são seus ÔUXKOVOl [ministros], seus ÔOÚÀOl [escravos], seus LrTTl1pÉ-cal [serviçais] (ver acima); ele fala neles (2Co 5.20; 13.3) e atua através deles (Rm 15.18); Se o apóstolo vem, ele vem EV 1TÀ11PwjJ.a'tl EUÀoy(aç XplO'tOU [na plenitude da bênção de Cristal (Rm 15.29). No apóstolo Cristo está presente como o ressurreto; pois ao carregar a morte de Jesus em seu corpo, Paulo revela em seu corpo a vida de Jesus (2Co 4.10s.); por meio dele Cristo demonstra seu poder nos ouvintes: "Pois como ele é crucificado por fraqueza, mas vive do poder de Deus, assim também nós somos fracos por meio dele, mas viveremos com ele do poder de Deus perante vós" (2Co 13.4), - isto é, o próprio ressurreto se nos depara no apóstolo.
§ 34. A PALAVRA, A IGREJA, OS SACRAMENTOS Ref. a 1: BULTMANN, R., "Kirche und Lehre im Neuen Testament" (1929), in: lo., Glauben und Verstehen I (1933), 8il ed. 1980, p. 153-187. - STUHLMACHER, P., Das paulinische Evangelium. 1., 1968. - FRIEDRICH, G., "Glaube und Verkündigung bei Paulus", in: Glaube im Neuen Testament. Studien zu Ehren von Hermann Binder..., 1982, p. 93-113. - STRECKER, G., Art. EuayyÉÂLOv K'tÂ., EWNT 11, 1981, p. 176-186. - Ref. a 2: DAHL, N. A., Das Volk Gottes, 1941. - KAsEMANN, E.,
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1. O evento salvífico é o evento escatológíco que põe um termo ao antigo curso do mundo. Se Paulo ainda espera um fim do velho mundo como um drama cósmico, que se desenrolará com a iminente parusia de Cristo (TTs 4.16; 1Co 15.23,51s., etc.), isso somente pode ser encerramento e confirmação do evento escatológico iniciado já agora. Pois esse já começou decididamente com o envio de Cristo "ao se completarem os tempos" (GI4.4), de modo que se pode dizer já agora: 1:& apxa1a 1Tap~À8Ev, lôoii yÉYOVEV Kalvá [as coisas antigas passaram, eis que as novas vieram] (2Co 5.17). A ôucoaooúvn [justiça] e a uLo8Eola [filiação] já são presente (§ 29); o Espírito, a &:1Tapx~ [primícias] (Rm 8.23), o &:ppapúSv [penhor] da consumação vindoura (2Co 1.22; 5.5) já foram dados à comunidade (G14.6; Rm 8.15). Ainda que a presentidade da vida seja descrita por Paulo na terminologia da gnose (§ 33,3e), não obstante ele alçou o evento escatológico presente da dimensão do evento cósmico à dimensão histórica (§ 33,5),-e
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isso pelo fato de que vê sua realização na pregação da palavra que anuncia a Jesus como o Senhor crucificado e ressurreto. Nessa proclamação já se realiza o juízo, visto que propaga morte e vida para descrença e fé (2Co 2.15s.). Assim Paulo historizou a especulação apocalíptica judaica a respeito do inter-reino messiânico, que precede o novo éon, ao compreender o tempo do reino de Cristo como o tempo entre sua ressurreição e sua parusia, portanto, como o tempo presente em que ressoa a pregação (lCo 15.23-28). Portanto, na palavra está presente o evento salvífico (§ 33,5). Pois a palavra pregada não é uma visão de mundo que transcorre em esclarecedoras verdades gerais, nem um relato meramente histórico que, referendando, "lembraria" fatos decisivos, porém passados. Ele é, antes, querigma na verdadeira acepção, proclamação autorizada, dispositiva, decreto soberano. Sua divulgação necessita dos mensageiros autorizados, dos K1ÍpuKEÇ [arautos], dos &:rróoToÀoL [apóstolos] (Rm 10.13-17). E assim ela é, por sua essência, discurso direto que atinge as pessoas individualmente, questionando-as em sua autocompreensão e exigindo sua decisão. Se na palavra pregada está presente o evento salvífico, ela própria faz parte deste, ela foi instituída simultaneamente com ele como, ôuncoví« Tnç KUTuÀÀayflç [ministério da reconciliação], como Âóyoç Tf}Ç KaTaÀÀuyf}ç [palavra da reconciliação] (2Co 5.18s., § 33,5). Nela, portanto, acontece o evento escatológico; o KaLpoç ElrTTpÓOÕEKTOÇ [o tempo favorável], a ri~Épa OWTEPLUÇ [dia da salvação], profetizada por Is 49.8, é presente no vuv [agora], porque a palavra atinge o ouvinte (2Co 6.2, § 33,5). Assim o pregador, o apóstolo que representa a Cristo e a Deus perante os ouvintes (2Co 5.20, § 33,6 a e b), cuja palavra é a palavra de Deus (TTs 2.13), faz parte do evento escatológico. Ele espalha o "perfume do conhecimento de Deus" (2Co 2.14); e se faz reluzir o
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como crente, ele se encontra com eles sob o mesmo KÚPWÇ [Senhor], e, anunciando a este, se faz ôouÀoç [escravo] dos seres humanos aos quais prega (2Co 4.5; 1Co 9.19-23). Todavia, enquanto apóstolo, ele tem que exigir que a ÚTIaKO~ TOU XplOTOU [obediência de Cristo] se comprove como a obediência a sua pessoa (2Co 10.5s.). 2. A palavra da pregação chama e reúne para a ÉKKÂ7]aía, para a Igreja, para a comunidade dos KÀl1TOl [eleitos] e ã,YLOL [santos] (§ 10,3, p. 145s.). Ela é a comunidade escatológica, e sua existência, portanto, faz parte do evento salvífico escatológico. Assim como ela é chamada pela pregação, assim, por sua vez, sua existência fundamenta a pregação. Pregação autorizada existe somente na EKKÀl1ola; a ôLaKovla KaTaÀÀayf}ç [ministério da reconciliação] é a õLaKovla KaLvf}ç õla9i)Kl1ç [ministério da nova aliança] (2Co 3.6ss.), isto é, a pregação apostólica encontra-se de antemão no contexto da história salvífica, cujo sujeito é o povo de Deus. Os apóstolos, que primeiro fundam as comunidades, encontram-se, não obstante, na comunidade OCo 12.28). Se Paulo não conseguisse a certeza de que sua obra terá a concordância da comunidade primitiva, ele teria que crer que "correu em vão" (GI 2.2). A palavra EKKÀl10La significa ora a Igreja toda, ora a comunidade individual (§ 10,1, p. 139s). Reflete-se aí o caráter duplo da comunidade escatológica; por um lado, ela não é um fenômeno do mundo, e sim pertence ao novo éon, e, por outro, essa comunidade escatológica, que como tal é invisível, se incorpora de modo visível nas comunidades individuais dentro do mundo. A EKKÀTJaLcx é um fenômeno tão ambíguo como a cruz de Cristo: visível como fato do mundo, invisível, porém simultaneamente visível para o olho da fé, como grandeza do mundo vindouro. A comunidade escatológica encontra sua representação mais pura na reunião cúltica da comunidade, na qual o KÚpLOÇ é confessado como Senhor (lCo 12.3; Fp 2.11). Ele está presente no auvÉpXEaeaL EV EKKÀTJaL~ [reunir-se em comunidade] (lCo 11.18) e se manifesta aqui pela ação do TIVEulJ.a [Espírito] nos diversos xapLOIJ.CXTa [carismas] OCo 14). Sim, o próprio Deus, o EVEPYWV Tã mxvTa EV TIâaLV [que efetua tudo em todos] OCo 12.6), está presente; e, atingido pela palavra profética, o leigo presente como hóspede terá
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que confessar O'tL OV'twe; SEDe; EV ú~'iv EO'tLV [se de fato Deus está no meio de vós] (1Co 14.25). A santidade escatológica que se apresenta na reunião cúltica, determina a estrutura e a vida da comunidade em si. Como a comunidade está subtraída do mundo, as diferenciações do mundo perderam nela seu sentido; vale: ó
OUK EVL. 'Iuôoãoc OUÕE'EÂÂllv, OUK EVL. õouÂoe; OUÕE EÂEÚ8EpOe;, OUK EVL. ãpOEV KaL 8fJÂu' TTáv'tEÇ yàp t?IJ.Elç Ete; EOTE EV Xp L.O't4) 'Inooú
[não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há masculino e feminino; pois todos sois um em Cristo Jesus] (GI 3.28; cf. 1Co 12.13). A indiferença frente a todas as diferenciações do mundo, porém, se expressa também no fato de que "cada qual deve permanecer no estado no qual o chamado de Deus o atingiu" (1Co 7.17-24); isto é, a negação de diferenciações mundanas não significa um programa social intramundano, e sim é um evento escatológico, que se torna acontecimento somente no seio da comunidade escatológica. A comunidade, como templo de Deus (LCo 3.16s.), como a comunidade dos ãYLOL. [santos], está separada do mundo circundante, daqueles que estão "fora" (LCo 5.12s.; lTs 4.12), dos &ÕL.KOL. [injustos] (1Co 6.1). Os crentes devem ser "filhos de Deus sem defeito em meio a uma geração perversa e corrupta" e "brilhar no mundo como as estrelas" (Fp 2.15). É óbvio que os cristãos não participam do culto gentílico (1Co 10.1-20; § 10,3); mas também não devem promover processos em tribunais gentílicos (1Co 6.1-8), mas cumprir conscienciosamente seus deveres perante as autoridades estatais (Rm 13.17). Não que estivesse cortada toda e qualquer relação com os "descrentes" (LCo 5.9s.; 10.27), mas a comunidade escatológica não se manifesta somente em sua reunião em culto, mas também no fato de que, a partir desse centro, se forma uma comunhão de vida profana, determinada pela fé cristã, na qual existem responsabilidade
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mútua e serviço recíproco, &vnA~IJ.~ELç [auxílios] e KUPEpvfpELÇ [administrações], um TIpolonxo8uL [liderar], KOTILâv [esforçar-se] e ÔLUKOVELV [servir] em diferentes formas OCo 12.28; 16.15s.; Rm 12.7s.; lTs 5.12). Como representantes oficiais de uma comunidade encontramse em Fp 1.1, pela primeira vez, ETILOKOTIOL [epíscopos] e ÔLÚKOVOL [diáconos], e a formação de um tribunal arbitral está encaminhada OCo 6.1ss.). Paulo pode descrever com termos histórico-salvíficos o caráter da comunidade como escatológico, em concordância com a opinião cristã comum (§ 10,2), quando ele a designa como comunidade da "nova aliança" (2Co 3.6ss.; 1Co 11.25) ou quando a denomina de "Israel de Deus" (GI 6.16) ou quando fala de Abraão como do pai dos crentes (§ 10,2). Com isso a comunidade é caracterizada como o fim da história salvífica; todas as promessas encontram nela seu cumprimento (Rrn 15.4; 1Co 10.11; cf. 9.10). Mas Paulo também pode expressar o caráter escatológico-supramundano da comunidade em terminologia gnóstica, quando a designa de aWf.La Xpiatoi) [corpo de Cristo] OCo 12.27) ou a<{}lJ.cx EV XpLOn~ [corpo em Cristo] (Rm 12.5 § 15,4e). Com isso se expressa tanto sua unidade quanto sua fundamentação numa origem que se encontra além de vontade e ato do indivíduo, e com isso sua natureza transcendente. A EKKATJOLU [igreja] não é uma sociedade na qual se reuniram pessoas que têm o mesmo modo de pensar e os mesmos interesses - ainda que, visto de fora, possa parecer assim -; ela não é um grupo de pneumáticos, em que cada qual tem sua relação particular com Cristo e a usufruem. Justamente contra esse mal-entendido que está surgindo em Corinto, volta-se Paulo em 1Co 12.12-30; no entanto, não de tal modo que - com a imagem oriunda da tradição antiga do OWIJ.U [corpo] para uma comunhão crescida organicamente e fechada - designasse a comunidade como um awlJ.u, isto é, um organismo, antes somente com um emprego secundário da idéia do organismo (v.1426); e sim em primeiro lugar, de tal modo que designa a comunidade como OWIJ.U XpLOTOU [corpo de Cristo]. Seu pensamento condutor não é que os diversos membros do corpo, como diferentes entre si, constituem o todo, e que, em sua diversidade, são de igual importância para o corpo; antes o pensamento é que os membros são iguais porque e na medida em que pertencem a Cristo, de modo que as dife-
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renças perdem sua importância (v. 12s.). O corpo não é constituído pelos membros, e sim por Cristo (assim também em Rm 12.5); portanto, ele existe antes e além dos membros, não por meio deles e neles. O corpo de Cristo é, portanto, - em terminologia gnóstica -, uma grandeza gnóstica; no entanto, a terminologia gnóstica serve para expressar o nexo histórico abrangente, instituído pelo evento salvífico, no qual o indivíduo é inserido (§ 33,5). Mas é compreensível se, logo em seguida, se desenvolvem, a partir da designação ow~a XpLOTOU, especulações cosmológicas sobre a EKKÂ.lloLa (§ 10,1; p. 139; § 15,4e) 3. O indivíduo é recebido no oWlJ.a Xp LOTOU por meio do sacramento do batismo: KaL yàp EV ÉVL TIVEu~a't"L ri~E'iÇ TIáV'tEÇ EtÇ EV OWIJ.U Epa,TI't"LOSllIJ.EV [pois todos vós fostes batizados num só Espírito para. dentro de um só corpo] (lCo 12.13). Em substituição a isso também pode constar simplesmente ELÇ XplO't"ÓV [em Cristo] (GI3:27; 2Co 1.21), de modo que agora a existência cristã pode ser designada como um elvai Év Xp~ani> [estar em Cristo]: TIáV't"EÇ yàp úlJ.Elç Eiç EO't"E EV XpLO't"Q '11100U [pois todos vós sois um só em Cristo Jesus] (GI3.28). Pertencer à comunidade cristã significa estar EV XpLO't"Q (ou EV KUpL4> - Rm
16.7,11; lCo 1.30), e de igual modo comunidades cristãs podem ser caracterizadas como EV XptOT4) (Gl1.22; 1Ts 2.14). O EV Xpurnô, longe de ser uma fórmula para comunhão mística, é, em primeiro lugar, uma fórmula eclesiológica e designa o estar inserido no OWj...Ul Xp LO't"DU [corpo de Cristo] por meio do batismo, ainda que não seja preciso que em todos os casos haja referência expressa ao batismo (p. ex., Rm 8.1; 2Co 5.17; GI 2.17); e mesmo que, a partir daí, a fórmula tenha adquirido um uso ampliado e muitas vezes expresse apenas, em termos gerais, o fato de os cristãos serem determinados por Cristo, e substitua um adjetivo ou advérbio cristão" ainda faltante. Como a comunidade, na qual o batismo incorpora, é uma comunidade escatológica, a fórmula de sentido eclesiológico tem, simultaneamente, sentido escatológico: E'( 'tlÇ EV Xptoró, Kalvi) K't"LOtÇ [se alguém está em Cristo é nova criação] (2Co 5.17). Do mesmo modo o sentido escatológico do EV XpLO't~ também se depreende do fato de que a expressão pode alternar com EV TIVEÚ!J.U't"L [no Espírito] (Rm 8.9; 14.17). O TIVEUj.lCl, porém, é concedido pelo batismo (ICo 12.13; 2Co 1.22; fi
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§ 13,1; p. 190), de sorte que, inversamente, também o EV TIVEÚI.HX'tl [no
Espírito] pode ser considerado uma fórmula eclesiológica, embora igualmente tivesse recebido um uso ampliado. Como fica, porém, a inclusão na comunidade pelo sacramento do batismo em relação ao curso histórico no qual o evento histórico tem sua continuidade por meio da palavra pregada (§ 33,5 e 6)? Se o batismo concede participação na morte e na ressurreição de Jesus, ele o faz de modo diferente que a palavra pregada e ouvida na fé? Paulo encontrou o batismo no sentido de um sacramento das religiões de mistérios e se empenhou no sentido de interpretá-lo como o sacramento da purificação do pecado, vendo nele a colocação do fundamento para uma vida ética nova (§ 13,1; p. 192s.). Assim mesmo, dificilmente se poderá afirmar que ele se tivesse desvencilhado inteiramente da concepção dos mistérios de um efeito mágico do sacramento; pois nessa acepção, ele sempre deixa valer o batismo vicário OCo 15.29), e também se mostra influenciado no mesmo sentido em sua compreensão da ceia do Senhor (ver abaixo). No entanto, de modo algum atribui ao batismo um efeito mágico incondicional, como se seu recebimento significasse a salvação. Pois assim como a geração do deserto, que outrora recebera protótipos dos sacramentos cristãos, não estava, por isso, protegida da corruptibilidade, o mesmo vale para os cristãos batizados: WU-rE Ó ÔOKWV Éu-ráveu ~ÀETIÉ-rW j.ll) TIÉulJ [de modo que aquele que acha que está de pé, cuide para não cair] OCo 10.1-12). Se Paulo acentua: ou yàp etTIÉu-rElÀÉv j.lE XPlU-rOÇ ~CX1T-rL(ELV etÀÀà EuaYYEÀL(EUSCXl. [pois Cristo não me enviou a batizar, mas evangelizar] OCo 1.17), então o batismo evidentemente se apresenta como subordinado à palavra. O batista não tem, como nos mistérios, o caráter do sacerdote, e a realização do batismo não estabelece, como em muitos casos nos mistérios, uma relação mística entre oficiante do batismo e batizando. Não obstante, o batismo é um evento objetivo que se dá no batizando, e não, por exemplo, um símbolo para processos subjetivos. Paulo não cogita de eventuais experiências anímicas do batizando. Como acontecimento objetivo no batizando, ele lhe garante a participação no evento salvífico, em morte e ressurreição de Jesus. Ele, portanto, presentifica para o batizando o evento salvífico do mesmo modo como o faz também a palavra pregada, apenas agora referin-
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do-se justamente a ele, especialmente ao batizando, como válido para ele. A apropriação de sua parte, porém, é a mesma que a apropriação do evento salvífico oferecido na palavra pregada. Pois se, do que certamente não se pode duvidar, Rm 10.9 é uma alusão à confissão professada por ocasião do batismo,
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[se com a tua boca confessares "J esus é Senhor", e com o teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos] então o batismo é, por parte do batizando, um ato da fé confessante. E assim como a aceitação crente da palavra é a aceitação do KÚP LOÇ que nela fala, assim também a fé coloca o batizando sob o senhorio do KÚpLOÇ. O EV XPLOt4> Etven [estar em Cristo] é ao mesmo tempo um XPLOtOü ElvaL [ser de Cristo], isto é, um pertencer a Cristo como Senhor (GI 3.29 cf. com v. 27s.!; 5.24; 2Co 10.7; Rm 8.9; 14.8). Assim como a aceitação do Àóyoç roü otrropoü [palavra da cruz] significa a disposição de permitir que sua autocompreensão e sua conduta de vida sejam determinadas pela cruz (§ 33,6a), assim o batismo significa um auotaupw8f)vaL [estar crucificado com] com Cristo' (Rm 6.6), de modo que agora, de fato, o imperativo está fundamentado no indicativo da participação em morte e ressurreição de Jesus: napaOtlÍoatE Éautouç te{) 8E(~ wOEl EK VEKpWV (wvtaç [apresentai-vos a Deus como quem voltou a viver dentre os mortos] (Rrn 6.13). Como reza Fp 3.27: OOOL yàp ELÇ Xptorõv E~nt(aelltE,Xprcrõv EVEÔooao8E [pois todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo], Paulo pode ordenar em Rm 13.14: Evõúaao8E tOV KÚPlOV 'Inooüv Xpurróv [revesti-vos do Senhor Jesus Cristal. De modo semelhante associam-se em Paulo, em sua compreensão da ceia do Senhor, conceitos dos mistérios com sua própria concepção do evento salvífico. A celebração de ceia do Senhor e sua compreensão como um sacramento que, em virtude da degustação de pão e vinho, efetua a comunhão com o Cristo morto e ressurreto, Paulo adotou da comunidade helenista (§ 13,2). Quão pouco ele se distancia conscientemente da idéia de um efeito mágico da ceia, fica
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evidente não só no fato de que ele coloca seu efeito em analogia com o efeito da ceia cúltica gentílica (lCo 10.20s.; p. 201), mas também em sua opinião de que a participação indigna tem por conseqüência danos físicos e até mesmo a morte (lCo 11.295.). Se, porém, Paulo expressa a idéia da communio pela formulação de que os celebrantes se tornam um só awf..LlX [corpo] (o aWf..LlX TOU XpLOTOU [corpo de Cristo] - 1Co 10.16s.), então não há dúvida de que sua compreensão do awf..LlX TOU XpLOTOU também determina sua compreensão da ceia do Senhor. E se ele denomina a presentificação da morte de Cristo por meio da celebração da ceia do Senhor como um anunciar" (KlXTlXyyÉÂELV - 1Co 11.26), designando-a, portanto, com a mesma palavra com que designa a pregação (Rro 1.8; 1Co 2.1; 9.14; Fp 1.17s.), então resulta daí que também o sacramento da ceia do Senhor, assim como o batismo, está integrado na pregação da palavra e, no fundo, apenas representa um modo especial de pregação. O específico é, em analogia com batismo, a aplicação especial do evento salvífico aos que celebram justamente aqui e agora, e, além disso, o efeito que cria comunhão (dos celebrantes), o que não está expressamente enfatizado na pregação da palavra e no batismo OCo 10.16s.). Está evidente, portanto, que o efeito do sacramento - apesar da influência dos pensamentos dos mistérios - não se baseia propriamente nos "elementos", no alimento consumido, e sim no ato, como num KlXTlXyyÉÀÀELV. Em todo caso, para Paulo a ceia do Senhor não é um
3. A
1TLO'tLC;
A., Der Glaube im Neuen Testament (1885), 6 6 ed., 1982 (ed. por P. STUHLMACHER). - MUNDLE, W., DUPONT, J., v. ref. ao § 34 (p. 373). - Fucns, E., Die Freiheit des Glaubens, 1949. - BULTMANN, R., in: WEISER, A., BULTMANN, R., Art. mG't"EÚELV K't"À., TWNT VI, 1959, p. 174-230, esp. p. 218-224. - NEUGEBAUER, F., In Christus. EN XPIlJTQI. Eine Untersuchung zum paulinischen GlauSCHLATTER,
§ 35. A
ESTRUTURA DA 1T(Onl;
383
bensverstiindnis, 1961. - LÜHRMANN, D., Der Glaube im frühen Christentum, 1976, esp. p. 46-49. - LOH5E, E., in: HERMISSON, H.-J., LOHSE, E., Glauben, 1978, p. 79132, 135-140, esp. p. 102-117. - FRIEDRICH, G., v. ref. ao § 34 Cp. 373). - BARTH, G., Art. iTLOTlÇ KTÀ., EWNT III, 1983, p. 216-231, esp. 224-226.
§ 35. A ESTRUTURA DA 1TLO't'LC; A atitude do ser humano, na qual recebe a dádiva da ôuccaooúvn SEOU [justiça de Deus] e na qual se realiza nele o ato salvífico divino é a nlo'tLC; [fé]. Ela já teve que ser abordada na discussão da ôucm.ooúvn SEOU (§ 30), e sua natureza foi esclarecida indiretamente por meio da análise do conceito da XáplÇ [graça] (§ 32-34). Ela tem que ser apresentada agora em sua plena estrutura e importância. De início pode-se dizer simplesmente que a nl.o'tLç é a condição para o recebimento da õucm.ooúvn, que vem substituir os Epya [obras], nos quais, segundo compreensão judaica, consiste aquela condição. De início também deve ser dito simplesmente que essa TIl.O'tlÇ, de acordo com o uso lingüístico do cristianismo helenista formado na missão)' é a aceitação da mensagem cristã (§ 9,5). A compreensão dessa aceitação ou o conceito da nLo'tLç, desenvolvido múltiplas vezes também nas demais passagens além de por Paulo (p. 135ss.), foi cunhada por ele de modo característico e decisivo.
1. Paulo entende a niot u; primariamente como úrraKorj [obediência}, o ato da fé corno ato de obediência. Isso o mostra o paralelismo de Rm 1.8: O'tL 1Í TIl.O'tlÇ ú~wv Ka't"ayyÉÂ.Â.E'taL EV oÂ.<.p 1'4) Kóa~c.p [que a vossa fé é anunciada em todo o mundo] e 16.19: 1Í yàp ú~wv Ú'rruKOT, EtÇ náv'tuç O:
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SEOU OUX UTIFtcXYlloav [não se submeteram à justiça de Deus]; 10.16: ou TIcXV1:'Ee;; úTT~Kouaav 1:'4) EuaYYE.H~ [nem todos obedeceram ao evangelho]. Analogamente a descrença dos judeus é designada em Rm 11.30-32 por meio de &'TIELSEI. v [desobedecer] e &'TIElSHa [desobediência]: cf. Rm 15.31; GIS.7. Em 2Co 9.13 a fé é descrita como a UTIOTay~ Tfle;; Ó\-LoÀoYlae;; ELe;; TO EuayyÉÀLOV TOU XPlOTOU [sub-
missão da confissão do evangelho de Cristo]. Se de acordo com 2Co 10.5s. é tarefa do apóstolo submeter TIâv VÓllfJ.(X ELe;; 1"~V UTIaKO~V 1"OU Xpurtoü [toda cogitação à obediência a Cristo], e se ameaça os coríntios desobedientes que ele irá EKõlKflaal TIlXOaV 1TapaKo~v, o1"av TIÀllPúJeij uvwv rl ÚTIaKO~ [punir toda deso bediência, quando se completar a vossa obediência] (pois a obediência ao apóstolo e a obediência a Cristo são idênticas, § 34,1), ele espera em 10.15: auçaVO\-LÉVlle;; 1"fíç TIlO1:'EWe;; ÚVWV EV UI.ÜV I-I.EyaÀuvSflval [aumentar entre vós, à medida que cresce a vossa fé]. .
Para Paulo a aceitação da mensagem aparece como um ato da obediência; isso se baseia no fato de que a mensagem que exige o reconhecimento do crucificado como o KÚPlOÇ [Senhor], pede do ser humano a renúncia a sua autocompreensão tida até agora, a inversão da direção volitiva (§ 33,6a). A ÚTIaKO~ ntOrEwç [obediência da fé] é a obediência autêntica, a qual, na verdade, a lei havia exigido, mas que havia sido negada pelos judeus ao fazerem mau uso da lei para o estabelecimento de sua LÕta ôucm.ooúvn [justiça própria], usando-a como meio do Kauxâa8aL [gloriar-se] (§ 23,1 e 2). A atitude da TILa-rlç [fé] é radicalmente antagônica à do Kauxâa8aL (§ 30,2); a fé também não pode reportar-se a si mesma - o que justamente seria um KcxuXâa8cxl. Assim também vale para o crente, que não se encontra mais sob a lei, de acordo com o juízo dos judeus, a advertência: r] ÕE EXEÇ o ou EÀapEç; EL ÕE KaL EÀapEç, r] KauxciaaL wç 1lT, Àcxpwv; [pois o que tens que não recebeste? E se recebeste, por que te vanglorias como se não tivesses recebido?] OCo 4.7). E os cristãos gentílicos, que como ramos da oliveira brava foram enxertados na oliveira nobre, são admoestados: Ili) KcxrcxKauxw rwv KMÕWV. Et ÕE Kauxâaal - ou au rT,v pt,av pcxorá'Elç, &ÀÀà rí pL'a oÉ [não te glories em relação aos ramos; se, porém, te gloriares - não és tu que carregas a raiz, mas a raiz a ti]. (Rm 11.18). Pois o ato salvífico de Deus tem por objetivo: onwç 1lT, Kaux~allrcxl nâoa aàpç EVWTIlOV rou 8EOU [para que ninguém se glorie diante de Deus] OCo 1.29), e somente pode valer: 6 KauxwfJ.EVOÇ EV KUpL
§ 35. A
ESTRUTURA DA 1TLO't'L'
EVEÕUVCq.J.("'>S", 'tU TILO'tEl ÕOUç õó~av "'Cc{) SEc{)
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[fortalecido pela fé, deu glória
a Deus] (Rm 4.20). Como obediência autêntica, a TIíO'tlÇ está protegida contra a suspeita de ser uma obra, um EPYOV (§ 30,2; p. 345ss.); como tal, ela não seria obediência, visto que na obra justamente a vontade não quer renunciar a si mesma, e sim impor-se, existindo apenas uma renúncia formal, sendo que a vontade recebe o conteúdo da obra de uma instância fora dela, achando, porém, que justamente desse modo pode orgulhar-se de sua obra. A TI LO'tlÇ como a renúncia radical à obra, como a obediente sujeição ao caminho da salvação determinado por Deus, como a aceitação da cruz de Cristo (§ 33,6a), é o livre ato da obediência, no qual se constitui o novo eu no lugar do velho. Como tal decisão, ela é um ato no verdadeiro sentido, no qual o ser humano aparece como ele próprio, enquanto no EPYOV ele se encontra ao lado daquilo que ele faz. Como livre ato da decisão, porém, a obediência da fé também está protegida contra mais outro mal-entendido. A iTL.O'tlÇ não é uma experiência emocional", não é o propriamente religioso na religião", não é um estado da alma, uma ÔUX8EOlÇ [disposição] ou uma àPE"'ClÍ [virtude]. Ela não é - como o perfeito estado da alma - a própria salvação, e sim - como a obediência autêntica -, a condição para recebê-la. li
li
Instrutiva é a comparação com Filo, a cuja compreensão da lT[anc; se recorre muitas vezes para fins de comparação (BOUSSET, Kyrios Christos, 2.í1. ed., p. 145-149; cf. H. WINDISCH, Die Frõmmigkeii Philos, 1909; SCHLATTER, loco cit., p. 66-86). Ele compreende a TTlanç [fé] como uma ôux8Ealç [disposição] da alma, como seu estado perfeito, como uma &pE'tlí [virtude]. Por isso para Filo ela se encontra no fim, como alvo do movimento de vida em direção a Deus" (Schlatter), enquanto em Paulo ela se encontra no começo e fundamenta a nova vida. W. MICHAELIS quer (seguindo DEISSMANN) escapar do mal-entendido da rríorc; como obra, que seria a condição da justificação, eliminando completamente seu sentido como condição, e afirmando que a fórmula õucm.ocúvn EK TTla-cEwç [justiça que procede da fé] (Rm 1.17; 10.6) seria apenas uma fórmula antitética a ôucmooúvn EK VÓIJ.0u [justiça que procede da lei]. Em verdade, nlanc; seria a experiência da justificação, a comunhão com Cristo. Sendo assim, porém, 1) não se levou em conta que lTlOnç = ÚTTIXK0Tt [obediência]; e 2) foram ignoradas locuções como ÀOYl(E08IXl ElÇ ôlKIXLOaúvllv [creditar como justiça] (Rm 4.3,5ss.; GI 3.6), lTLeJ't"EÚHV Etc; ôucm.ooúvnv [crer para a justiça] (Rm 10.10); pois essas locuções mostram com clareza que a fé não é a justiça e. sim, sua conÜ
A
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dição. O sentido da tríor«; como condição se evidencia claramente das passagens que falam da justificação ou da justiça EK nLoTEwç [que procede da fé]: Rm 3.30; 5.1; 9.30; 10.6 (cf. também 1.17; 3.26; 9.32), especialmente GI 2.16: EmoTEoolXllEv 'LVlX ÔLKCtLOeW/J.EV EK nL01:Ewç Xptoroõ [cremos que seremos justificados a partir da fé em Cristal, além disso 3.7s., lls., 24; 5.5. Igualmente das fórmulas equivalentes õlà (riiç) 1TlOTEWÇ [pela fé] (Rm 3.22,30; GI2.16; 3.14; Fp 3.9), Enl. TllnlOTEL [com base na fé] (Fp 3.9) e simplesmente nLOTEL [na fé] (Rm 3.28). - Paulo parece incompreensível ou contraditório somente para aquele que só consegue conceber o cumprimento de uma condição como obra, enquanto segundo Paulo rrtot u; é justamente a renúncia à obra e com isso a obediência radical.
Mas também não basta compreender a níor«; como a confiança no clemente perdão de Deus fundamentada no arrependimento que traz de volta o pecador ao caminho da lei, abandonado nas transgressões (ScHLAITER). A raridade com que ocorrem os termos ã$EOLÇ álla.PtlWv [perdão dos pecados] e IlEtávOla. [arrependimento, conversão] em Paulo (§ 31; p. 351ss.), igualmente a raridade com que ocorre o termo ElTLO-rpÉ$ELV [voltar-se para] (§ 9,3; em Paulo somente em 1Ts 1.9; 2Co 3.16) mostra que o movimento da vontade contido na lTlO-rLÇ não é, em primeiro lugar, o arrependimento e a penitência. Sem dúvida, estes estão contidos nela; mas ela é em primeiro lugar a obediência que renuncia à tÕta. õucm.ooúvn [justiça própria]. Fp 3.79 não é a expressão da autocondenação da velha vida como manchada pelos delitos, portanto, não é a condenação do que já pôde ser condenado na e pela existência legalista e, como mostra, p. ex., 4 Esdras, também foi condenado, e sim é a descrição do sacrifício de tudo aquilo que na existência legalista era orgulho e KÉpÕOÇ [lucro]; o caráter da níon.c como obediência e ato da decisão está evidente.
2. Contra tais mal-entendidos, o conceito da lTlO-cLÇ está protegido ainda pelo fato de que a niotu; é, ao mesmo tempo, Ój.J.oÂoyí« [confissão]. A lTLO-rLÇ é fé em...; isto é, ela sempre está relacionada com seu objeto, ao ato salvífico de Deus em Cristo. Assim se correspondem "confessar" e "crer": o-r L ECxV ÓIlOÀOY~OllÇ EV -cQ O-rÓIla.-c ( OOU KÚP LOV '1nooín. Ka.L TIlo-rEúollÇ EV -rlJ Ka.pÕtq; OOU Õ-cL Ó 8Eàç a.u-ràv ~YElpEV ... oú.)e~01J
II
II
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§ 35. A
ESTRUTURA DA lTLOTLl;
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[se com a tua boca confessares "Jesus é Senhor" e com o teu coração creres que Deus o ressuscitou... serás salvo] (Rm 10.9). Como em Rm 10.9, o objeto da fé é expresso por uma frase com ou [que] em: 1Ts 4.14; Rm 6.8. Equivalente é TILOTEÚE l V [crer] ou rrícru; E te; (Xpurrõv 'Incoõv) [fé em (Cristo [esusr]: GI2.16; Rm 10.14; Fp 1.29; TIPóç: Frn 5; EV: G13.26; na citação veterotestamentária Os 28.16) ETIL: Rm 9.33; 10.11. O genitivo objetivo abrevia (§ 9,5): TILaUç 'Inoof Xptrrroü [fé em Jesus Cristo]: G12.16; 3.22,26; Fp 3.9; ou roü uloü roü SEOU [no Filho de Deus]: GI3.20, rof EúayyÉÀLoV [no evangelho]: Fp 1.27.
Portanto, a lTlOTL.Ç não é "piedade" ou confiança em Deus em geral; ela tem caráter "dogmático" na medida em que é a aceitação de uma palavra, do PlllJ.CX 't"llÇ lTLO't"EWÇ [falar da fé] (Rm 10.8), da àKOfl lTlOTEWÇ [o que se ouve da fé] CGI 3.2,5), de modo que ela também pode ser chamada de rrlo'tL.ç 'tOU EUCXYYEÃ,LOU [fé do evangelho] (Fp 1.27). A rrLo'tL.ç que nasce da àKOlÍ [ouvir] (Rm 10.17) contém por isso necessariamente um saber. Por isso Paulo pode falar ocasionalmente de tal maneira como se o saber fundamentasse a fé. P. ex., Rm 6.8s.: visto que sabemos que a morte não tem mais poder sobre o Cristo ressurreto, cremos que nós, se morremos com ele, também com ele viveremos (cf. 2Co 4.13s.). Como, porém, o saber somente pode ser apropriado na fé obediente e compreensiva, incluindo, portanto, uma autocompreensão, o saber também pode aparecer como brotando da fé, como em Rm 5.3, onde o ELõÓTEÇ O'tL ri 8Ã,LlInç ÚlTOl-lOVl,V KCX'tEPyá(eraL. [sabendo que a tribulação produz constância] é, justamente, o saber dos ÕL.KCXL.w8ÉVTEÇ EK nLoTEwç [que foram justificados com base na fé]. O caso não é diferente em 2Co 1.7; 5.6. Assim o oIõalJ.Ev, oIõcx'tE [sabemos, sabeis] e semelhantes apelam ora a um "dogma", isto é, a uma sentença do querigma (1Ts 5.2; Rm 6.3; 2Co 5.1; 8.9), ora a verdades, das quais a mentalidade crente tem que adquirir clareza como conseqüência (Rro 8.28; 13.11; 14.14; 1Co 3.16; 6,25,9; 15.58). No fundo, níorrc [fé] e YVWDL.Ç [conhecimento] como um novo entender a si mesmo são idênticos, se o apóstolo pode indicar como sentido de seu serviço apostólico tanto por meio de E Lç ÚiTClKOl)V lTlO'tEWÇ [para a obediência da fé] (Rm 1.5) quanto por 1TpOÇ
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(2Co 4.6; cf. 2.14: ni> SEQ... TrlV ÓOI-tl-]V Tflç YVWOEWÇ aUTou 4>avEpouvTL ÕL' lÍllwv [a Deus... o perfume do seu conhecimento é exalado por nós]). Do mesmo modo se diz que renunciou ao TIETIOLSÉvaL EV oapKL [colocar a confiança na carne] por amor do ÚTIEpÉXOV 'tflç YVWOEWÇ XPLOTOU 'Incoü [excelência do conhecimento de Cristo], desenvolvendo depois o sentido de sua EK OEOU õLKaLOOÚVTl ETIL. 'tu TI(OTEL [justiça que procede de Deus com base na fé] como o yvwaaL aUTov KaL. Tl-]V ÕÚVal-tLv Tflç &vao'táoEwÇ aUTOU KaL. KOlvwv(av TIaOTllláTwv aUTou KTÀ. [conhecer tanto o poder de sua ressurreição quanto a comunhão com seus sofrimentos, etc.] (Fp 3.8-10). Finalmente o caráter da YVWOlÇ se evidencia do fato de que o YlVWOKElV [conhecer] está fundado em um yvwoSfWal ÚTIO SEOU [ser conhecido por Deus] (GI4.9; 1Co 13.12). Portanto a nío nc novamente não tem caráter "dogmático" na medida em que a palavra da pregação afinal não é um relato sobre acontecimentos históricos, nem uma doutrina sobre fatos concretos, que pudessem ser considerados verdadeiros sem transformação existencial. A palavra é querigma, palavra dirigida a pessoas, exigência e promessa, é o próprio ato da graça de Deus (§ 34,1). Sua aceitação, a fé, é, portanto, obediência, reconhecimento, confissão. Justamente esta é a razão pela qual, em contraste aos Epya [obras] como fundamento da justificação, pode ser mencionada tanto a TILOTlÇ [fé], bem como a XáplÇ [graça] (§ 30,2), pois a TILOTlÇ é o que ela é somente na relação com a Xáp lÇ, que se nos depara na palavra. Na ÓlloÀoyta [confissão] o crente distancia-se de si mesmo e confessa que tudo o que é e tem ele é tem por meio daquilo que Deus fez. A fé não se baseia naquilo que ela é como ato ou atitude, e sim no ato da graça de Deus que lhe precedeu e que se antecipou a ela (§ 31). Por isso a fé nunca é descrita por Paulo (como de resto no NT) como estado psíquico, e seu surgimento nunca como processo psíquico. Se em GI3.23-26 está esboçada a preparação e a "vinda" da TILOTLÇ, então não está sendo traçado o desenvolvimento do indivíduo, e sim a história salvífica. O olhar do crente não se dirige a si mesmo na reflexão, e sim a seu objeto. Portanto, a TI(OTlÇ como ÚTIaKO~ [obediência] é, ao mesmo tempo, ÓI-t0Àoyta. 3. Justamente o fato de que o crente distancia-se de si mesmo expressa-se também em que a ttiat u; é, ao mesmo tempo, ÉATTíç [espe-
§ 35. A
ESTRUTURA DA 1Tíanç
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rança]. A TILO't"LÇ não é um estado de alma encerrado do ser humano,
e sim está voltada para o futuro: Ó õlKaLoç EK TIlO't"EWÇ (TÍoE't"aL [o justo viverá com base na fé] (GI3.11; Rm 1.17). El yàp UTIE8áVOJ.LEV OUV XPLO't"Q, TILO't"EÚ0IJ.EV OtL KaL au(TÍa0IJ.EV aU't'Q [se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele] (Rm 6.8; cf. 1Ts 4.14). KUpÕ(q. yàp TILOtEÚEnH Elç OtÓIJ.UtL
õE
ôucmooúvm>,
ÓIJ.0Â.0YEl.'t"UL Elç ow't"TlPlaV
[pois com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa para a salvação] (Rm 10.10). A ÕLKULOaúv1l [justiça], o alvo do TILO'tEÚELV [crer], não é uma qualidade inerente ao ser humano, e sim sua -relação com Deus (§ 28,2). Se ela se tomou uma possibilidade presente (§ 29,1), sua presentidade não é um estado temporal e, como tal, passageiro. Sua presentidade é a presentidade escatológica; portanto, ela sempre se encontra diante, do crente, o já justificado, como ÔLKULOOÚV11 vindoura. Por isso se pode dizer - ao lado do ÕlKULOeÉV'tEÇ EK'1TlO'tEWÇ [justificados com base na fé] (Rm 5.1) -: tllJ.ELÇ yà.p TIVEúfla'tL EK 1TlO't"EWÇ EÂ.TIlÕa ôucm.ooúvnc &TIEKÕEXÓflESa [nós, porém, em espírito aguardamos a esperança da justiça com base na fé] (GI5.5). E por isso em Rm 10.9s. a ow'tllPla [salvação] corresponde à õlKalOOÚVTl [justiça]. Na verdade, os crentes já são chamados de OW(ÓflEVOl [salvos] (lCo 1.18; 2Co 2.15). No entanto, vale: yàp EÂ.TIlÔl EOWS11IJ.EV· EÂ.TILÇ õE ~Â.E1TOJ.1ÉVll OUK EO't"LV
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[pois fomos salvos na esperança; porém, esperança que se vê não é esperança; pois como pode alguém esperar algo que vê? Mas se esperamos o que não vemos, esperamos com paciência] (Rm 8.24s.). Essa EÀ1Tlç é o estar livre e aberto para o futuro, visto que na obediência o crente confiou a Deus a preocupação consigo mesmo e, portanto, com seu futuro. Pois o pecado da descrença é justamente este: querer viver de si mesmo e, na ilusão de poder dispor, tomar o futuro sob seu próprio cuidado. Se naturalmente ele também tem suas esperanças - como, aliás, os 1J.1l EXOV'tEÇ EÀ1TLõa [os que não têm esperança] (1Ts 4.13) também vivem em esperanças -, não se trata de esperanças autênticas, e o ser humano preocupado consigo mesmo
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vive de fato no medo (§ 23,3), fechando-se contra o futuro do qual! não pode dispor. O crente está livre desse medo, visto que na fé abandonou a preocupação consigo mesmo. Ele espera onde, do ponto de vista humano, nada há o que esperar, segundo o exemplo de: Abraão que 1W:P' EÀ:rrLõa EiT' EÀiTLÕL EiTLaTEUaEv [creu contra a esperança com esperança] (Rm 4.18). Ele vive, portanto, na esperança autêntica, "que não permite que alguém seja envergonhado" (Rm 5.5). Ela se comprova na espera paciente (Rrn 8.25, ver acima), na ÚiTOI.J.OV~ [constância], da qual o KauxâaScu EV ralç 8ÀLllJEaLV [gloriar-se nas tri- . bulações] é característico (Rm 5.3). Os crentes são rll V.:rrí.õL xaí.povrEç, riJ 8ÀLlJIEL. ÓiT0I.J.ÉVOVTEÇ [os que se alegram na esperança, os que perseveram na tribulação] (Rm 12.12). Assim como a &yáiTll [amor] (ver § 39,3), também a EÀiTLÇ [esperança] forma uma unidade com a iTLaTLç . [fé] (lCo 13.13); com o EPYOV rftç iTLa-rEwç [obra da fé] integram a ple- , nitude do ser cristão tanto o KÓiTOÇ Tf]Ç &yáiT11Ç [o esforço do amor] quanto a ÓiTOI.J.OV~ rílç EÀiTLÕOÇ [constância da esperança] (lTs 1.3; cf. 5.8). E ao orar pelo aperfeiçoamento da condição cristã, Paulo pede: ÕE SEOÇ TftÇ EÀiTLÕOÇ iTÀ11PWaaL úl.J.âç iTâa11Ç Xapâç KaL ELP~V11Ç EV n~ iTWTEÚELV, ELç TO iTEpWaEÚEtv Úl.J.âç EV TU EÀ'rrLÕL ... [o Deus da esperança vos preenó
cha de toda alegria e paz no crer, para que excedais na esperança...] (Rm 15.13). 4. A essa EÀiTLÇ, porém, corresponde, de modo singular, o epóf30ç [medo], que é um elemento constitutivo indispensável na iTLaTLç, na medida em que garante que o olhar da fé esteja dirigido para a Xáp LÇ [graça] de Deus. Em que sentido - isso se toma evidente no modo como Paulo caracteriza seu procedimento em Corinto (lCo 2.1-5). Ele veio a Corinto EV &aSEvELl;t KaL EV epóP4l KaL EV -rpÓI.J.4l iToÀÀ4) [em fraqueza e com grande temor e tremor] - na medida em que olhava para si mesmo; como, porém, renunciou à eloqüência e sabedoria própria e decidiu saber somente uma coisa: Jesus Cristo, e a este como o crucificado, ele atuou EV &iTOÕElÇEL. iTVEÚl.J.aTOç KaL ÕUVál.J.EWÇ [na demonstração do Espírito e do poder], e isso (Lva ri rríor«; ÚI.J.WV I.J.~ TI EV aoep Lq: &vSpWiTWV &'ÀÀ' EV õuvál.J.EL SEOU [para que a vossa fé não consista na sabedoria humana, mas no poder de Deus]. A advertência dirigida aos cristãos gentílicos também diz que esta é a atitude adequada ao crente, também o diz, na medida em
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§ 35. A
ESTRUTURA DA
1TLOnc;
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que, na comparação com os judeus descrentes, querem gloriar-se de sua fé: 'tu à:ITlOTlg, EçEKÀáo8110aV, ou ÕE 'tu TIlOTEl EO'tllKaç. ~T, Úo/llÀà
rpóuou 'tT,V Éau'twv ow'tllPLav Ka'tEpyá(Ea8E'
8EOÇ yáp EO'tlV 6 EVEPYWV EV Ú~l.V KaL -co 8ÉÀElV KaL 'tà EVEPYEl.V ÚiTEP 'tfJç EuõoKLaç
[Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus que efetua em vós tanto o querer quanto o realizar de, acordo com a boa vontade]. Enquanto o crente vive EV aapK( [na carne], seu ser é um ser constantemente ameaçado e exposto às tentações (§ 26,3; p. 320). Por isso ele não deve olhar de cima para baixo, em falsa segurança
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de fé, aquele que é surpreendido em alguma falta; ele deve, isso sim, olhar para si mesmo, para que não caia em tentação também ele mesmo (GI 6.1). Satã está à espreita (2Co 2.11) para tentar os crentes (1Ts 3.5; 1Co 7.5). Por isso a admoestação que cada qual tente e examine a si mesmo (ITElpá,(ElV, ÕOKll-lá,(ElV), para ver se está de' fato na fé (2Co 13.5; 1Co 11.28; GI6.4). Por isso a advertência: ó ÕOKWV ' Éo-cávcu ~ÂElTÉTW 1-l1llTÉOlJ [quem pensa estar de pé, cuide para não cair] (lCo 10.12), e a admoestação: oníKE-cE EV -cíJ lTLOTEl [ficar firmes na fé] : (lCo 16.13; cf. GI 5.1; Fp 1.27; 4.1), YLVE06E aI-lE-CaK(v11-col [tornai-vos. inabaláveis] (lCo 15.58). Por isso também o desejo na intercessão de , que Deus confirme, fortaleça e guarde os crentes (1 Ts 3.13; 5.23; cf. 1. Co 1.8; 2Co 1.21). Se EÂ1TLç [esperança] e c/>ó~oç [temor] igualmente fazem parte da' estrutura da lTLOTl,Ç [fé], isso não significa que o ser cristão seja uma oscilação entre esperança e medo; antes, EÀlTlç e 4>ópoç são correlatos: justamente porque a fé é EÀlTLÇ, ela também é ' 4l KaL KaTEÀ1ÍI-lc/>811V Ú1TO XpLOTOU 'Inooü, &ÕEÀepOL, EYW E~auTàv OÜlTW ÂOYL(o~aL KaTELÀ11epÉvaL EV ÕE, ;;& ~EV OlTLOW ElTLÀaVeavól-lEvoÇ TO'iÇ ÔE EI-l1Tpoo8EV ElTEKTELVÓI-lEVOÇ KaTCt OK01TOV ÔLú)KW ELÇ ;;0 ppaPE'iov Tílç &vw KÀ1ÍoEWÇ ...
[Não que eu já tenha recebido isso ou já seja perfeito, mas prossigo para ver se obtenho aquilo para o qual fui obtido por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha obtido; uma coisa, porém, é certa: esquecendo-me das coisas que deixei para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, para a coroa do chamado do alto...].
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§ 35. A
ESTRUTURA DA 1TLOtLt;
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Ser crente é, portanto, o movimento entre o . . . não mais" e o . . . ainda não". "Não mais": a decisão da fé eliminou o passado; no entanto, como decisão autêntica, é preciso sustentá-la, isto é, tem que ser tomada de novo constantemente. No caráter do superado, o passado está sempre presente, e a lembrança dele como a constante ameaça justamente faz parte da fé. O "esquecer" não é tirar da cabeça, e sim um reprimir constante, um não deixar-se prender por ele. Ainda não": a renúncia ao antigo como uma posse que pretensamente oferece garantia, exclui justamente a troca por nova posse. Com vistas ao ser humano, não se pode falar de um KlX:tEt.Ã-1lcPÉvat. [ter obtido]; não obstante, vale um "já agora" com vistas ao Ka-raÃ-1llJ.cPSílvat. Ú'rrà Xpurroü 'Inooü [ser obtido por Cristo Jesus]. J'I
5. Conquanto a fé é EÃ-1TlÇ [esperança] fundamentada na Xápt.ç [graça] e que por isso ou Ka-rcuoxúVEt. [não envergonha] (Rm 5.5), ela naturalmente também é confiança, como também o EXOV't'EÇ oúv rouxórrjv EÃ-TILÕa [tendo, pois, tal esperança] (2Co 3.12) corresponde ao TIETIOLSll0t.v ÕE 't'olaú-rllv EX0IJ.EV [temos tal confiança] (3.4). Sim, no fundo a fé também é confiança justamente como obediência; pois confiar em Deus no sentido radical outra coisa não é senão a total entrega de toda a preocupação e força próprias a Deus, portanto, a obediência da fé. Nesse sentido a TIL.O'ClÇ [fé] é confiança em Deus, no entanto, não confiança em Deus em geral, e sim a confiança que se funda no ato salvífico de Deus na assunção da cruz. Paulo expressa isso de modo inequívoco pelo fato de jamais usar TIlO'CEÚElV [crer] no simples sentido de . . . confiar", e por isso jamais o constrói com o dativo que o acompanha com freqüência na LXX e em outras partes do NT (§ 9,5), exceto nas citações do AT em Gl 3.6; Rm 4.3 referente à fé de Abraão. Ele distingue antes o fator da confiança da obediência da fé, usando em seu lugar TIETIot.SÉval [confiar] ou TIEiTO(S1l0t.ç [confiança]. Para o crente terminou o 1TEiTOL8Évat. Éau'Cw• [confiar em si mesmo] (2Co 1.9) ou EV oapKl [na carne] (Fp 3.3s.), e cedeu lugar ao TIEíTOl8ÉvctL ETIL 't~ 8EQ 't"ei> EYElpOV'tL roix VEKPOÚÇ [confiar em Deus que ressuscita os mortos] (2Co 1.9), assim como o Kauxâo9al [gloriar-se] do ser humano natural (§ 23,2), quase equivalente ao iTEíTOL9Éval, foi substi-
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tuído pelo Kaux&aOcü Év KUplev [gloriar-se no Senhor] (ver acima 1), i sim, inclusive pelo Kaux&aOal Év 1"alç OÂltVEalv [gloriar-se nas tribulações] (Rm 5.3); e isso outra coisa não é do que o lTElTOlOÉval ElTL 1:4) OE(~ 1"4) ÉydpOV1"l 1:0Uç VEKPOÚÇ [confiar no Senhor que ressuscita os mortos]. Nessa TIElTOLOllalç [confiança] o medo está vencido; dela brota a lTapPllala [franqueza, ousadia], que não teme qualquer aLaxuvOfJval . [ser envergonhado] (Fp 1.20) - ou ela própria é equivalente à lTapPllaLa fundamentada na EAlTlç [esperança] (2Co 3.12, cf. com v. 4). Ela é oposta ao EYKaKElv, ao desesperar, à covardia (2Co 4.1,16; cf. o ciepópwç [sem medo] na relação com o lTElTOlOÉval em Fp 1.14). !
Somente (Fp 3.3s.) 2Co 1.9 designa TIETIOLSÉvaL como a entrega confiante a Deus contida na níot ic, que caracteriza o ser cristão como tal. Diversas vezes Paulo fala da confiança em Deus que brota da TTlonç, a qual lhe dá sua autoconsciência e o sustenta em sua atividade apostólica (2Co 3.4; 10.2); ele confia na condução e ajuda de Deus para si e para a comunidade (Fp 1.6,25; 2,24); também a confiança que deposita na comunidade (GI 5.10; 2Co 1.15; 2.3; cf. também 8.22) ou em seu amigo (Fm 21) pode ser entendida como procedente de sua TIlOnç, especialmente porque é caracterizada em GI 5.10 como um TIElTOLSÉveu Év KUpL4> (om todavia B). Da confiança em Deus no sentido tradicional do AT, especialmente dos salmos, não se fala em Paulo, visto que sua pregação não tem por tema os problemas de destinos de vida individuais, e sim a salvação escatológica. Diferente, p. ex., em lPe 5.7.
§ 36. A VIDA NA 1TLO'tLC; SCHRAGE, W., Die konkreten Einzelgebote in der paulinischen Pariinese, 1961. - FURNISH, V. P., Theology and Ethics in Paul, 1965. - MERK, O., Handeln aus Glauben, 1968. - SCHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, 1982, esp. p. 155-230 [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, SinodaI, 1994, p. 169-201]. - Ref. a 2: DUPONT, J., v. ref. ao § 34 (p. 373). - HEGERMANN, H., Art. oo41(a KTÁ., EWNT III, 1983, 616-624. - Ref. a 3: NEUGEBAUER, F., v. imediatamente antes do § 35 (p. 383).
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1. Como a relação do ser humano com Deus, a níorrc também
determina a relação do ser humano consigo mesmo; pois a existência do ser humano é um ser no relacionamento consigo mesmo (§ 17). A TTla1:lç é a aceitação do querigma não como mera tomada de i I
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conhecimento e consentimento, e sim como a obediência autêntica, que encerra uma nova autocompreensão; portanto, ela não pode ser um ato único, que depois passou para o passado. Ela também não é uma qualidade do ser humano que lhe é inerente para sempre de modo misterioso, como, p. ex., a &
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cada caso (cf, § 19,4). Doravante o cristão deve saber de si mesmo somente como TIL.O'tEÚWV [aquele que crê]; justamente por isso vale aquele: TIaV
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dessa forma (avançar para o que está adiante); mas se pensais de outra forma, também isto Deus vos revelará; tão somente andemos de acordo com o que já alcançamos] (Fp 3.15s). A individualização da TIlOTL.Ç, porém, também acontece segundo a espécie, a saber, segundo o IlÉTpov TILOTEWÇ [medida da fé] que Deus repartiu a cada um (Rm 12.3). Esse IlÉ'tpov TIlOTEWÇ corresponde à participação nos xaplo!J.aTu [carismas] que Deus ou o Espírito, concede (§ 14,1). Pois assim como a TIlOTL.Ç se individualiza em atitudes pessoais concretas, assim também se individualiza a XáPL.ç [graça] divina em carismas concretos individuais: EXOV'tEÇ ÕE Xap(o!J.u'tu KU'tO: 'tflv XápL.V 't~v ôo9Eloav lÍllLv õL.á
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que, graças a todos esses dons, o ser cristão se concretiza individualmente na nírrn.c. Assim como a TILO't"I.C;; baseada na XáPL:ç se torna efetiva na àyáTI'Il (GI 5.6), assim a própria atividade do amor pode ser chamada de XáPl.ç (2Co 8.1,4,6s,19); ÕUVC(,t"El. ÔE SEOC;; nâmxv Xápl.v nEpl.Ó ó
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[Deus pode dar-vos toda a graça em profusão, para que, tendo sempre toda a suficiência em tudo, vos excedais em toda a boa obra] (2Co 9.8).
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2. Um XápLolJ.a excelente é o conhecimento, a YV<.JOLÇ, e já se tornou evidente na análise da estrutura da níor«; que nela está contido um saber capaz e necessitado de maior desdobramento (§ 35,2; p. 387s.). A contradição externa entre ICo 8.1: àCÕalJ.EV OTl náv't"EC;; YVWCJlV EX0IJ.EV [sabemos que todos temos conhecimento], e 8.7: àÀÀ' OUK EV neXo Lv lÍ yvwo LC;; [mas nem todos tem o conhecimentol, mostra que existem diferenças no conhecimento. O àOSEVEl.v TU nLO't"EL [enfraquecer na fé] (Rm 14.1) é uma carência de conhecimento (ver 1.), como aliás aquele àÂÂ' OUK EV TIâOLV tí YVWOLÇ é dito referente aos "fracos". O "forte" deve ser condescendente com esses "fracos" e não deve julgá-los; pois cada qual é responsável apenas perante o KÚpLOC;; [Senhor] (Rm 14.4,22). Se consta: EKaoToc;; EV 't"Q lÕLep VOL TIÀTlPOcf>OpELOSW [cada um esteja convicto em seu próprio entendimento] (v. 5), então está claro que cada qual é autônomo em sua nLo't'lC;; e deve adquirir seu conhecimento. Assim diz expressamente: ou rrírrn.v llv EXElÇ Ka't'à oemrrov EXE EVWTIlOV 't"OU SEOU K't"Â. [a fé que tens, guarda-a para ti mesmo diante de Deus, etc.] (v. 22s.). Isso, porém, não significa que cada qual deve persistir em seu ponto de vista. Assim como Paulo não deixa nenhuma dúvida em Rm 14.1; 1Co 8, que confirma o conhecimento dos "fortes", assim deseja, p. ex., aos filipenses ~Cva 1Í àyáTIll ÚIJ.WV (designando aqui a atitude cristã como um todo) E't'L lJ.âÀÀov KaL lJ.âÀÂov nEpLOOEÚlJ EV ETIlYVWOEL KalnáolJ atoe~OEl, ELC;; 'tO ÕOKlIJ.Ú(ELV úlJ.âç 't"& ôux
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a vontade de Deus etc.]. Nas reuniões da comunidade o Àáyoçoo4>Laç [palavra de sabedoria] e o Àóyoç YVWOEWÇ [palavra do conhecimento] desempenham um papel importante (lCo 12.8)/ e Paulo se alegra quando pode elogiar o fato de que na comunidade existe riqueza de Àóyoç [palavra] e YVWOLÇ [conhecimento] (lCo 1.5; 2Co 8.7; Rm 15.14), e se orgulha do fato de que ele, ainda que lÕLWt11Ç te.\) AÓYú) [inexperiente na palavra], não o é, porém, L1J YVWOEL [no conhecimento] (2Co 11.6). Essa YVWoLÇ [conhecimento] ou ooóí« [sabedoria] desenvolve o saber contido na lTlOtLÇ [fé] a um conhecimento cada vez mais claro e abrangente; por meio de seu UYVOELtE [ignorais], OUK o'(õatE [não sabeis] e semelhantes, Paulo estimula a isso (§ 35,2; p. 387s.). Se, por exemplo, remete os romanos, em Rm 6.3/ a um saber evidentemente pressuposto entre eles (li &YVOELtE 01'L OOOL EpalTtLoSTU.LEV ElÇ Xpurrõv 'I1100UV, Elç tov SávaTov aUTou Ef3alTtloSTU.LEV; [ou ignorais que os que foram batizados em Cristo Jesus foram batizados na sua morte?]), no v. 11 lhes mostra as conseqüências: OÜtWç Kal újJ.Elç ÀOYl(EOSE EautOUç ELvaL VEKPOUÇ jJ.EV Tfj àjJ.apTLç:, (wvTaç ÕE tQ SHi> KTA. [assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, etc.]. Como movimento especial da lTLOTLÇ, o conhecimento é um xápLojJ.a, um dom do Espírito (ver 1); isso, porém, não significa que ele não deva ser compreendido como tarefa e desenvolvido, como mostram claramente Fp 1.9s. e Rm 12.2 (ver acima). Se aqui, e certamente na maioria dos casos, o conhecimento é compreendido como o do SÉÀT']jJ.a TOU SEDU [vontade de Deus], isto é, como a compreensão dos deveres éticos, em outros lugares ele é o conhecimento dos jJ.uoTÉpLa [mistérios] do evento histórico-salvífico ou escatológico (Rm 11.25; 1Co 2.7; 15.51). Pois em virtude do Espírito, ele pode alçar-se às alturas de uma oOQJLa que se encontra ainda além da paradoxal 004> La da pregação da cruz, que parece uma ucop Lex. [loucura], a uma ampla que, naturalmente, é privilégio dos 'tÉÀELOL [perfeitos], dos cristãos amadurecidos (lCo 2.6). Existe um EpEuvâv Tà páSll TOU SEDU [investigar as coisas profundas de Deus] (2.10)/ dado pelo Espírito. Por mais que aqui ameace o perigo de que a YVWOLÇ se afaste da lTLOTLÇ como especulação - e, sem dúvida, entre os gnósticos coríntios esse é o caso -, não obstante ela preserva em Paulo fundamentalmente o caráter de um conhecimento existencial, no qual a fé se explica a si
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mesma; pois determina seu sentido do seguinte modo: ((va ELõw~EV ·dx. t>lTO 'tOU 8EOU Xaplo8Év-ca 1Í~lv [para que vejamos aquilo que nos foi dado por Deus] (2.12). Entender a dádiva de Deus significa entender-se a si mesmo como dadivado; a mais elevada OOcPLU e YVWOlC; haverá de ser, portanto, simultaneamente a mais clara autocompreensão. Também o condicionamento dessa oocPLa a uma maturidade ética (ICo 3.1-3) mostra que o conhecimento não foi dispensado de seu comprometimento com a nlo'tlC;, tornando-se uma especulação livre, sem qualquer referência. Especialmente 1Co 8 mostra que a YVWOlC; cristã é o entender-se sob a X&plC; divina. Pois ela não é YVWOlC; autêntica se leva ao eVUOlouo8aL [envaidecer-se], lesando, desse modo, a ayánll, na qual a ttícr«; deve atuar. Portanto, também aqui fica claro que a YVWOlÇ é, em todas as suas formas e níveis, juntamente com a compreensão de seu objeto, simultaneamente um entender-se a si mesma existencial na nlo'tlç (§ 35,2; p.387). Contanto que esse entender-se a si mesmo se desenvolva como conhecimento do objeto, isto é, como conhecimento cada vez mais profundo da XáplÇ divina, vale que ele sempre permanecerá fragmentário, e somente na consumação, quando é chegado o 'tÉÀElOV [que é perfeito], haverá conhecimento claro, sem enigmas (ICo 13.12); porque agora andamos somente na fé, não no ver (2Co 5.7). 3. Desse modo, também a fórmula Év Xpurto) [em Cristo} ganha, para além do sentido eclesiológico e escatológico (§ 34,3) ou juntamente com ele, o sentido da designação - na verdade, não a de uma mística relação individual com Cristo, mas da determinação da vida histórica individual do crente, que não vive de si, e sim do ato salvífico divino. No caso é indiferente se, em vez de se falar do ELV
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como V1ÍlTlOÇ [criança] (lCo 3.1) ou como OOKlJ..LOÇ [aprovado] (Rm 16.10) ou ainda
crucificado com ele, para que fosse destruído o corpo de pecado, para que não mais servíssemos ao pecado] (Rm 6.6). Ou: 01 ÕE -COU XPlO'tOU 'ITJoOU -c~v oápKa EO-co:úpwoav ouv -colç lTa8~J..Lo:oLV KaL ElTL8ul-tLO:lÇ
[os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne junto com suas paixões e desejos] (GI5.24). Assim Paulo confessa a respeito de si mesmo: EJ..L0L ÕE J..LT} yÉVOLro Kauxâo8aL EL 1-tT} EV -c4} o-caup4} -COU KUPLOU ríl-tWV 'Inooü XplO-COU, ÔL' ou EJ..LOL KÓ0J..L0Ç Eo-caúpw-cal Kàyw KÓOJ..LCV [quanto a mim, de modo algum me gloriarei a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a qual o mundo foi crucificado para mim e eu para o mundo] (GI6.14). Em analogia a isso, ele descreve o KEpôilmXL XplO-COV KaL EúpE8flvaL EV aUTe{) [ganhar Cristo e ser encontrado nele] como ser totalmente determinado pelo evento salvífico, a saber, como um YVWVO:l TT}V ÕÚVaJ..LLV -cTlÇ àvao-cáoEwÇ au'tou KaL KOLvwvLav lTaSTJJ..Lá-cwv au-cou, OUJ..LJ..L0p
ção e a comunhão dos seus sofrimentos, sendo conformado à sua morte] (Fp 3.10), e diz no mesmo sentido: XpLO-C4} ouvEo'taúpWJ..Lav (w ÕE OUKÉ'tL EYW, (il ÔE EV EJ..LOL XpLO-CÓÇ KTÀ. [fui crucificado com Cristo; não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim, etc.] (GI 2.19s.). Os sofrimentos se transferem de Cristo para o apóstolo (2Co 1.5); ele leva em seu corpo o morrer de Jesus (2eo 4.10). Mas no apóstolo somente se representa exemplarmente o que vale para o ser cristão em geral: sofrer com Cristo, para também ser glorificado com ele (Rm 8.17). Como essa determinação fundamental da vida pelo ato salvífico ou pela fé, se estende aos detalhes da vida, mostra-o o abundante uso da fórmula EV XPLO-CQ ou EV KUpLcy. As expressões substituem um advérbio "cristãmente" ou um "como cristão", "de modo cristão", termo ainda não desenvolvido na linguagem, por meio das quais são
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caracterizados comportamentos de toda sorte: o falar (2Co 2.17; 12.10) e o admoestar (Fp 2.1), a franqueza (Fm 8) e a saudação (Rm 16.22; 1Co 16.19), a unanimidade (Fp 4.2), o amor fraternal (Rm 16.8; 1Co 16.24) e o socorro (Rm 16.2), bem como a preocupação e o trabalho em favor da comunidade (TTs 5.12; Rm 16.12). Mas também aquilo que acontece aos crentes ganhou a nova característica descrita com o EV XPLO'tQ: a prisão de Paulo se tornou conhecida "em Cristo" (Fp 1.13); o morrer é para o crente um KOL~a.OeaL EV XpLO't4> (lCo 15.18), e os mortos da comunidade são os VEKpOt EV XpLO'tQ [mortos em Cristo] (lTs 4.16). Pois vale: Eáv te ODV (WJ.lEV, mv 'tE eX1roeV1Í
§ 37. A
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COMO EVENTO ESCATOLÓGICO
Como resposta à palavra pregada, a àKOt, 1TíO'tEWÇ [a pregação da fé], a 1TíO"CLÇ faz parte, como esta, do evento salvífico, do evento escatológico. Ela é, como possibilidade, o novo caminho salvífico aberto, e nesse sentido se pode contrapor ao VÓI-l0ç 'tWV EPYWV [lei das obras] o VÓ\-LOç ní.o'tEwç [lei da fé] (Rm 3.27). E também se pode falar da "chegada" da fé e de sua "revelação" (GI 3.23,25). Com isso naturalmente não se tirou da 1TlO-cLÇ [fé] concreta seu caráter como decisão, que lhe é próprio essencialmente como únuKo~ [obediência] (§ 35,1). Mas também a própria realização concreta da possibilidade da fé na decisão da fé do indivíduo é evento escatológico. Pois o crente, visto que percebe sua possibilidade como graça, somente pode entender sua decisão como dádiva da própria graça mas justamente sua decisão! E por saber que Deus é aquele que efetua seu querer e seu realizar, isto é, seu existir histórico concreto na 1Tío-cLÇ, o crente sabe que não está dispensado da responsabilidade por isso, e sim antes sabe-se remetido a ela (Fp 2.13s.; § 35,4). Por isso Paulo pode dizer que a fé em Cristo"é concedida" (Fp 1.29). Sim, ele pode falar inclusive em termos de predestinação (Rm 8.29; 9.6-29). Tomando-se essas frases a respeito do 1TPOYLVWcrKELV [saber de antemão], 1TPOOpt(ELV [predeterminar], da EKÂ.0Y'lÍ [eleição] e do OKÂ.llPÚVELV [endurecer] no sentido literal, surge uma contradição insolúvel; pois uma fé efetuada por Deus fora da decisão do ser humano,
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evidentemente não seria trma obediência autêntica. A fé é efetuada por Deus na medida em que a graça preveniente primeiro tornou possível a decisão humana, de modo que esta pode entender a si mesma como dádiva de Deus, sem por isso perder seu caráter decisório. Pois somente assim tem sentido o imperativo KCX"CCXÀAáyrrcE ni) 8EQ [deixai-vos reconciliar com Deus] (2eo 5.20; § 31). Nas frases predestinacionistas, porém, se expressa o fato de que a decisão da fé não remonta a quaisquer motivos intramundanos, e sim que esses, em face da presença do querigma, perdem toda a sua força motivadora; isso significa simultaneamente que a fé não pode reportar-se a si mesma. 68 Finahnente isso fica demonstrado no fato de que Paulo não designa a TIlO"ClÇ de inspirada, não a atribui ao TIVE4ux [Espírito]." Inversamente, o lTVEUj.LCX é o dom que a fé recebe (GI 3.2,5,14) e no qual a XáplÇ de Deus apropriada na fé se torna ativa na vida concreta (§ 38,3). Por isso Paulo chama a àyáTIll, na qual a TIlO'"C"lÇ é ativa, de fruto do Espírito, como, aliás, em geral considera as "virtudes" cristãs como tais frutos (CI 5.22). Comparando-se Gl 5.6 e 6.15: em Cristo não tem valor nem circuncisão nem prepúcio, e, sim: TI ío ru; ôi,' àyáTIllç EVEpyoqlÉvll [fé que se efetiva pelo amor] ou KalVll K"CLOlÇ [nova criação], então se percebe que o ser cristão na fé que atua no amor é evento escatológico.
4. A ÉÂ.EUgepLu JONAS, H., Augustin und das paulinische Freiheitsproblem, 1930. - SCHLIER, H. Art. EÀEÚ8EpOÇ K'L"À., TWNT Il, 1935, P: 484-500. - BULTMANN, R., "Die Bedeutung des Gedankens der Freiheit für die abendHindische Kultur", in: Io., Glauben und Verstehen. 1. (1952), 8>1 ed. 1980, p. 274-293, esp. p. 275-279 [trad, port.: "O significado da idéia de liberdade para a Cultura Ociclerrtal", in: Crer e compreender: ensaios selecionados, São Leopoldo, Sinodal, 2001, p. 324-343]. - GRASSER, E., "Freiheít und apostolisches Wirken bei Paulus", EvTh 15 (1955), p. 333-342. - BULTMANN, R., "Der Gedanken der Freiheit nach antikem und 68 69
Cf. F. OINKLER, "Prâdestinarion bei Pau.lus", F5 für G. Dehn, 1957, p. 81-102. Na frase de 2Co 4.13: EXOV-cEÇ ÕE -rà cx:u-rà TTVEUI-lct -rí)ç TTLO't"EWÇ ... (ôrõ KctL ÀctÀOUI-lEV) [tendo o mesmo Espírito de fé ... (por isso também falamos)], este TTVEUI-lct -rí)ç TTLO't"EWÇ não significa o Espírito que concede a fé, mas o Espírito corno ele é próprio da fé. Em princípio, TTVEUI-lct designa aqui a maneira de crer. - Quando em 1Co 12.3 a exclamação KÚPWÇ 'Inooüç [Senhor é Jesus] é indicada como critério da posse do Espírito, não se quer atribuir a ÓIJ.OÀOyLct [confissão] da fé ao TTVEUI-lct [Espírito], mas se quer indicar a maneira de distinguir o êxtase pneumático do êxtase demoníaco.
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§ 38. A
LIBERDADE EM RELAÇÃO AO PECADO E O ANDAR NO ESPÍRITO
403
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1. A submissão obediente da fé à Xáp LÇ [graça] divina, a assunção da cruz de Cristo, é a renúncia à velha autocompreensão do ser humano que vive "para si mesmo", que quer ganhar a vida por forças próprias, e que justamente por isso cai nas garras dos poderes do pecado e da morte e perde a si mesmo (§ 23 e § 24). Ela é, por isso, como ÚlTUKOlllTl
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A
TEOLOGIA DE PAULO
A liberdade resulta justamente do fato de que o crente, como "resgatado", não mais "pertence a si mesmo" OCo 6.19), não toma mais sua vida, a si mesmo, em suas próprias mãos, e sim abandona essa preocupação, entrega-se totalmente à graça e se sabe como propriedade de Deus ou do KÚP lOÇ [Senhor], e vive para ele: OUÕElÇ yàp 1Íj.lWV Eaunil
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[pois ninguém vive para si mesmo e ninguém morre para si mesmo; pois se vivemos, vivemos para o Senhor, se morremos, e para o Senhor que morremos. Logo, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor] (Rm 14.7s.; cf. 7.4; GI2.19s.; lCo 5.14s.). A expressão mais poderosa da liberdade é lCo 3.21-23: ,
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[pois tudo é vosso... seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja as coisas presentes, seja as que estão por vir, tudo é vosso]. Mas o final diz: Új.lELÇ ÕE XpLOTOU, Xpurroc ÕE SEOU [vós, porém, sois de Cristo, e Cristo de Deus]. Também a vida do ser humano liberto do poder da morte não é um fenômeno natural, e sim a vida do eu pretensioso, volitivo, que sempre está em busca de algo, sempre está diante de suas possibilidades, e isso sempre diante das possibilidades fundamentais de viver KaTà OápKlX [segundo a carne] ou KlXTà TTVEUj.lo: [segundo o Espírito], para
"
§ 38. A
LIBERDADE EM RELAÇÃO AO PECADO E O ANDAR NO ESPÍRITO
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si mesmo ou para Deus ou para o KÚPLQÇ [Senhor] (§ 18,4). Esse ou-ou também está diante do crente (GI6.7s.; Rm 8.12s.), e a liberdade para a qual foi libertado não é uma EÂ.EuSEpLa ELç àqloPlJ.llv -rn aapKL [liberdade como pretexto para a carne] (G15.13), isto é, não uma desoneração de todas as normas compromissivas, da lei de Deus, e sim antes um novo ÕOUÀEÚELV [servir] (Rm 7.6), um ÔOUÂ.EÚELV SE4) (WV-t"L [servir o Deus vivo] (lTs 1.9) ou XPLO-rQ [Cristo] (Rm 14.18; 16.18), um õouÀwSilvaL [ser escravizado] não mais 'tU álJ.ap-rí(f [pelo, pecado], e sim pela ôLKal.OaÚVl1 [justiça] (Rm 6.16-18). Um ÕOUÂ.EÚELV [servir] paradoxal! Pois o ôoücoc XpLO'tOU [escravo de Cristal é, ao mesmo tempo, também &lTEÀEÚSEpOÇ KUPLOU [um liberto do Senhor] (lCo 7.22). Veremos logo em seguida que esse ÔOUÂEÚELV é, ao mesmo tempo, um ÔOUÂ,EÚELV &ÀÂ1ÍÀOLÇ [servir uns aos outros] (GI5.13) e pode exigir um ôouÂ.waaL Éau'tàv lTâOLV [fazer-se escravo de todos] (lCo 9.19). Em todo caso, a ÚlTaKO~ TILO-rEWÇ [obediência da fé] se revela como autêntica pelo fato de que o crente se põe à disposição de Deus Eiç ú1TaKo~v [para obediência], seus membros como OlTÂa ôLKIXLOOÚVl1Ç [instrumentos da justiça] (Rm 6.12ss.); pois Deus condenou o pecado na carne, para que em nosso TIEpL1Ta'tEl.V [andar] como um lTEpL1Tu'tel.V KU'tà 1TVE4J.IX [andar segundo o Espírito] se cumpra a exigência legal da lei (Rm 8.3s.). A liberdade, todavia, também não é uma libertação misteriosa de pecado e morte como poderes de ordem natural, uma capacidade privada da decisão, portanto, ela mesma de ordem natural- e, portanto, como que uma coerção supranatural- de doravante praticar somente o bem. A "isenção de pecado" não é a garantia mágica contra a possibilidade do pecado - também o crente tem que precaver-se contra o lTELpá(ELV [tentar] (TTs 3.5; 1Co 7.5; 2Co 2.11; § 26,3)-, e sim a libertação da obrigação do pecado. A liberdade em relação ao pecado consiste na possibilidade outrora desperdiçada de realizar a intenção da EV'tOÀt) (mandamento] como uma EV'tOÀT] Eiç (w~v [mandamento para a vida] (§ 27). A (w'fÍ [vida], o bem para o ser humano, é, hoje como dantes, ao mesmo tempo o bem que dele é exigido (§ 19,1; 21,1; 27,1; p. 268, 285, 321). A liberdade em relação à morte significa, por isso, ter futuro autêntico, enquanto o ser humano outrora sujeito à morte não tinha futuro (§ 24,2). Portanto, o imperativo do 1TEpL1TIX'tEl.V Ka-rà 1TVEUIJ.U [andar segundo o Espírito] não se encontra em nenhuma contradição com o indi-
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cativo do ser justificado; pelo contrário, segue-se dele: EKKaSápa:rE T~V TIaÀaLO:v (úIlTW, '(va ~TE vÉov cPúpalla, KaSwç E01"E a(ulloL [purificai-vos do fermento antigo, para que sejais massa nova, assim como sois asmas] OCo 5.7s.). Vale, portanto, em certo sentido o "Torna-te o que és!" - não, porém, no sentido idealista de que a idéia do ser humano perfeito se realize mais e mais numa progressão sem fim, sendo que a transcendentalidade da TEÀELÓTllÇ [perfeição] seria concebida como a transcendentalidade da idéia, e a relação com ela (falando em termos estóicos) como a do TIPOKÓTITELV [progredir] ou 1"ETeXaSaL TTpÓÇ [avançar para], Antes, a "isenção de pecado", isto é, a liberdade em relação ao poder do pecado já está realizada na ôLKaLooúvll SEOÜ [justiça de Deus] (§ 29,2); sua transcendentalidade é a da sentença divina, e a relação com ela é a da uTTaKo'h TILOTEWÇ [obediência da fé]. O tornarse o que o crente já é consiste, por isso, no constante apreender crente da XápLÇ e isso significa simultaneamente, na concreta e agora possível úTTaKolÍ [obediência] no TIEpLTTaTElV [andar]: úllapúa YO:P UIlWV ou KUPLEÚOEL' ou yáp EOTE lmo VÓIlOV o:ÀÀà U1TO XápLV [pois o pecado não tem domínio sobre vós; porque não estais sob a lei, mas sob a graça] (Rm 6.14). Do mesmo modo o O:TTEÀoúoao8E, rlYLáoSllTE [fostes lavados, fostes santificados] de 1Co 6.11 motiva a admoestação. Paulo desenvolve esse pensamento em toda a sua amplitude em Rm 6, mostrando, em contraposição a uma compreensão puramente sacramental do batismo, que acredita ganhar a vida futura por meio dele, como a vida doada por meio do batismo deve comprovar-se no presente na liberdade em relação ao poder do pecado (§ 13,1; p. 184s.; § 34,3): OlJTWÇ KaL UIlElÇ Àoyí.(Eo8E E{WTOUÇ EtvaL VEKPOUÇ jJ.EV TiJ &llapTí.~, (w VTaç ÔE TQ 8EQ EV XpLOTQ 'Ill00U [assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus] (v. 11). E assim o imperativo do TTvEúllan 1TEpLTIaTElTE [andai no Espírito] (GI 5.16s.) termina na paradoxal frase: EL (wIlEV TTvEújJ.aTL, 1TvEújJ.aTL KCXL oro] XWIlEV [se vivemos no Espírito, também andemos no Espírito] (v. 25) - a frase é ambígua na medida em que aparentemente poderia existir um (ílv 1TVEÚjJ.CXTL [viver no Espírito] sem um TIVEújJ.aTL OTOLXEl.V [andar no Espírito]. A formulação, porém, quer evitar o outro malentendido, como se o (ílv TTvEúllaTL primeiro devesse ser consegui- . do por meio de um TIVEújJ.an OTOLXEl.V. O sentido está claro: a possibilidade do (fjv TTVEÚjJ.CXTL concedida à fé deve ser apreendida
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§ 38. A
LIBERDADE EM RELAÇÃO AO PECADO E O ANDAR NO ESPÍRITO
expressamente no
OTOlXElV TIVEÚ\J.(X.Tl.
407
O indicativo fundamenta o
imperativo.õ' 2. O fato de que o crente recebeu o dom do Espírito (no batismo) nada mais significa do que justamente isto: que lhe foi dada a liberdade - a liberdade em relação ao poder do pecado e da morte. Paulo naturalmente compartilha a convicção cristã comum de que o Espírito é concedido pelo batismo OCo 6.11; 12.13; 2Co 1.22; § 13,1; p. 190), e igualmente a concepção do Espírito como um maravilhoso poder de Deus (Rm 15.19; lCo 2.4" etc.). Expressões animistas e dinamistas misturam-se em seus escritos (p. 158)" e por aí já se percebe que ele não tem nenhum interesse especulativo na questão do Espírito. Várias vezes se encontram expressões nas quais se representa o TIVEU\-l
70
Sobre imperativos como forma de direito sagrado, ver E. 1955), p. 248-260.
KASEMANN,
NTS 1 (1954/
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[lei] como TTVEUI-LunKÓç [espiritual] (Rm 7.14), onde a idéia da materialidade está excluída, ou formações como XápL.oI-Lu lTVEUIlUnKóv [dom espiritual] (Rrn 1.11), roiç TTvEuI-LunKolç KOL.VWVElV [ter parte nos dons espirituais] (Rm 15.27; cf. lCo 9.11), o contraste ypáI-LI-Lu-lTVEUIlU [letra-espírito] (Rm 2.29; 7.6; 2Co 3.6), ou também a denominação dos cristãos amadurecidos como lTVEUj.lUnKOL [espirituais] (lCo 2.13,15; 3.1; GI6.l). Portanto, o verdadeiro sentido do conceito de TTVEUj.lU em Paulo tem que ser definido de modo diferente.
o
oposto da oápç [carne] (GI 5.16; 6.8; Rm 8.4ss, etc.), Assim como oáp~ é a suma do terreno, do visível e disponível, que se torna um poder sobre o ser humano que vive Ka'teX. oápKa [segundo a carne] (§ 22), assim TIVEuf,.La é a suma do não-terreno, do invisível e indisponível (p. 295s.), que se torna um poder para aquele e naquele que vive Ka'teX. iTVEUJ.La [segundo o Espírito]. E assim como o poder da oúpç [carne] se revela no fato de amarrar o ser humano ao efêmero, no fundo sempre já passado, à morte, assim o poder do iTVEUf,.La [Espírito] se revela no fato de dar a liberdade, de lhe patentear o futuro, o imperecível, a vida. Pois a liberdade outra coisa não é do que estar aberto para o futuro autêntico, deixar-se determinar pelo futuro. Assim pode-se definir o iTVEUJ.La como o poder da futuridade. Isso se expressa no fato de que o iTVEuJ.La é o dom escatológico, a aiTapXT] [primícia] (Rm 8.23), o appaJ}wv [penhor] (2Co 1.22; 5.5). Pois com isso está dito que a vida do crente está determinada pelo futuro, que para ele é origem e força, bem como norma - como aliás também a õáça é, no fundo, a força que emana do futuro agora aberto, que determina o presente (2Co 3.18). Por isso também o Espírito se chama de iTVEÜJ.La ulo9Eolaç [Espírito de filiação] (Rm 8.15; cf. GI 4.6; § 29,3); por sua recepção no batismo somos "justificados" (lCo 6.11) e inseridos no oWj..La XpLO'tOU [corpo de Cristo] (lCo 12.13; cf. GI 3.27s.). Assim como a existência escatológica pode ser chamada de Elveu EV XpLO't(~ [estar em Cristo] (§ 34,3), assim também um ElvaL EV iTVEÚJ.La'tL [estar no Espírito] (Rm 8.9); e, sem diferença de sentido, alternam com aquelas as locuções iTVEUf,.La Xp LOTOU EXE LV, Xp LOTOÇ EV úJ.LIv [ter o Espírito de Cristo, Cristo em vós] (v. 9s.). O que Paulo realizou EV ÕUVá.J.LE L lTVEÚJ.LlXTOÇ [no poder do Espírito], isso Cristo efetuou através dele (Rm 15.18), e ao (
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409
a tem EV XpLa-r<{l [em Cristo] (GI2.4); Cristo nos libertou para a liberdade (GI 5.1). E por outro lado Paulo pode dizer, interpretando o TIpOÇ KÚPLOV [perante o Senhor] de Ex 34.34: Ó õE KÚpLOÇ 'tO TIVEu~á EO'tLV [o Senhor é o Espírito], e continuar: oú ÕE TO TIVEU~a KUplOU, EÀ.EuSEp(a [onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade] (2eo 3.17), e diante do Ka8áTIEp à1TO KUPLOU TIVE~aTOç (v. 18), fica-se na dúvida se isso significa do Senhor do Espírito" ou do Senhor, que é o Espírito" - sem falar de outras possibilidades. Assim como o ElvaL EV XplO't(~ [estar em Cristo] não é uma fórmula do misticismo, tampouco o ElvaL EV TIVEú~a'tL [estar no Espírito] designa o estado do êxtase. Embora Paulo conheça a experiência extática como rara exceção (2Co 12.1-4; v. 2: TIpO E-rWV õEKaTEaoápwv [há catorze anos]), o 1TvEu~a [Espírito] não significa para ele a força para experiências místicas. Antes, tudo indica que pelo conceito 1TVEU ~a se designa a existência escatológica, para a qual o crente foi transferido pelo fato de se ter apropriado do ato salvífico acontecido em Cristo. Ter recebido o Espírito significa estar na XápLÇ [graça] (Rm 5.2); se em 2eo 1.12 se contrapõe ao &vao-rpÉ
1/
3. O conceito do TIVEUlJ.a possui uma singular ambigüidade pelo
fato de que 1TVEUlJ.a pode designar tanto o maravilhoso poder dado ao crente, que é a origem da nova vida, quanto a norma de seu 1TEpt TIa'tELv [andar]. Isso, porém, é o mesmo paradoxo como o daquela palavra de GI 5.25: EL (WIJ.EV TIVEú~a-rL, TIVEÚI-lU-rL Kal. O-rOLXWI-lEV [se vivemos no Espírito, também andemos no Espírito], sendo que o pri-
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meiro TIVEÚf.1aTl se refere à força, e o segundo consta em lugar de um KaTà TIVEujJ.a [segundo o Espírito] (como em 5.16). Primária é a idéia do poder milagroso de Deus; como esse tem o efeito de libertar do poder do pecado e da morte (Rm 8.2), portanto, transferir para a liberdade do agir, de abrir a possibilidade do 8EpL(ElV (w~v aLwvlov [colher a vida eterna] (GI 6.8), ele é, simultaneamente, a norma do TIEplTIaTELv. A nova possibilidade de se apoderar da (wi) [vida] contém como talo imperativo (ver 1). Somente quando se entende essa unidade de liberdade e desafio - a saber, que liberdade fundamenta exigência, e que exigência atualiza liberdade -, entende-se corretamente a concepção paulina do Espírito; isso, porém, desde que TIVEujJ.a não seja concebido como poder misterioso, que age com obrigatoriedade mágica, e sim como a nova possibilidade de autêntica vida histórica que se patenteia para aquele que renunciou à sua antiga autocompreensão, que se deixou crucificar com Cristo, para, desse modo, experimentar a ÕÚVaf.1lç T'flÇ cXvao-retOEWÇ aUTou [poder de sua ressurreição] (Fp 3.10). Pois está claro que o TIVEÚf.1(Hl ãYEOelXl [ser levado pelo Espírito] (Rm 8.14; GI5.I8) não significa um arrebatamento sem decisão (cf. lCo 12.2), e sim justamente pressupõe a decisão no ou-ou.odpê ou TIVEUjJ.lX (Rm 8.12-14; GIS.16-18). Do mesmo modo oculta-se nas expressões aparentemente mitológicas do
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LIBERDADE EM RELAÇÃO AO PECADO E O ANDAR NO ESPÍRITO
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quando os aceita como operados pelo TIVEUj..LU divino somente na medida em que eles produzem - como fundamentados na unidade da origem (lCo 12.4-6) - a unidade da comunidade e servem para sua OlKOÕOj..L1Í [edificação] (lCo 12 e 14). O característico de sua compreensão, porém, reside sobretudo no fato de contar entre os efeitos do TIvED~a a prática do amor no seio da comunidade, o que aparentemente era estranho à concepção popular (§ 14,1 e 3; § 66,1), e no fato de atribuir a conduta ética ao TIVEU~1(X (Rm 8.4-9). O lTVEUj..LU está na luta contra a aápç (GI5.17), e o "fruto" do TIVEU~ são as "virtudes" (GI5.22; cf. Rm 14.17). Isso não significa uma reinterpretação espiritualista etizante do conceito do TIVEUj..LU, e sim diz que a livre obediência ética somente pode ter sua origem no milagre, de modo conseqüente no sentido da compreensão de que o ser humano tem que ser libertado das amarras de carne e pecado para a obediência por ação de Deus. A respeito do nVEl>\-1íX como a liberdade em relação à morte, origem e força da (wi] [vida] futura falaremos mais adiante. Na medida em que ele opera a liberdade em relação ao pecado e é origem e força bem como norma da conduta atual, são características as frases nas quais a conduta é descrita por expressões como ÕOUÀEÚElV EV KalvÓ'tTrn TIVEújJ.a'toç [servir em espírito de novidade] (Rm 7.6), TIVEÚI-Lan TIEpLTIa't"ELv ou a'tolXELV [andar no Espírito] (G15.16,25) ou Ka't"à TIVEujJ.an TIEpLTIa't"ELV [andar segundo o Espírito] (Rm 8.4), Etval EV TIVEÚjJ.an [estar no Espírito] (Rm 8.5), 'tã 'tOU nVEU\-1a
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o amor] (Rm 14.15). Em que esse lTEpl.:rru'tElv tem sua origem, revela-o a caracterização do contrário como um KU'tCt &v8pwlTOV lTEpL"TTaTELV [andar segundo padrões humanos], coordenado a um OUPKLKàç ELVaL [ser carnal] OCo 3.3). O lTVEUj.LU é o lTVEUj.La ã,YLOV [Espírito Santo], e o emprego do conceito da santidade igualmente é característico da unidade de indicativo e imperativo, de força e compromisso. Os crentes são ã,YLOL, 1ÍYLaaj.LÉvoL [santos, santificados] (§ 10,3) e isso significa inicialmente aqueles que foram tirados do mundo e transferidos para a existência escatológica por meio do ato salvífico de Cristo OCo 1.2: como 1ÍYLaaj.LÉvoL EV XpLaTQ 'IrIOOU [santificados em Cristo [esusl), que lhes foi dado no batismo OCo 6.11: àÀÂ.à àlTEÀoúaaa8E, àÀÀCt 1ÍYLáa811'tE KTÀ. [mas fostes lavados, mas fostes purificados, etc.I). Cristo é para nós ôLKULoaúV" TE KUI. áYlaaj.LOç KaL àTIo).,úrpwolç [justiça, santificação e redenção] OCo 1.30). Mas justamente daí resulta o compromisso com o &'YLUaj.lÓç [santificação] ativo que Deus exige de nós OTs 4.3; Rm 6.19,22); quem despreza essa exigência, despreza a Deus que nos deu seu Santo Espírito OTs 4.8). Nosso corpo é o templo do ÜYLOV TIVEuj.La [Santo Espírito], que deve ser conservado puro (2Co 6.19). Do mesmo modo a comunidade é o santo templo de Deus, e Deus destruirá o profanador do templo OCo 3.16s.). A isso corresponde o desejo de que Deus ou o KÚPLOÇ, confirme os corações dos crentes áj.LÉj.LTITOUÇ EV áYLOaÚv1J [irrepreensíveis em santidade] e os santifique inteiramente (1 Ts 3.13; 5.23). - A concessão da santidade por meio do batismo pode ser denominada como um "vestir a Cristo"; mas ao lado do indicativo Xpiorõv EVEôúaua8E [de Cristo vos revestistes] (Gl 3.27) encontra-se o imperativo Evôúaaa8E TOV KÚPLOV 'Irjooüv Xpurróv [revesti-vos do Senhor Jesus Cristo] (Rm 13.14).
4. Pode parecer estranho o fato de que no catálogo de virtudes de GI 5.22s. aparece, como fruto do TTVEUI-Ul [Espírito], logo após a àyá:TT'll [amor], em segundo lugar a Xapá [alegria]. De fato, porém, a xapá faz parte dos caracteres da existência escatológica inaugurada pelo TTvEulla; pois a rxr.olÀELa TOU SEDU [reino de Deus] é, por sua natureza, ôlKaLOOÚV'll KaL ELp~VT) KaL xapà EV TIVEÚllaTl àyCtp [justiça, paz e alegria no Espírito Santo] (Rm 14.17). A combinação de xapá e Etp~V'll [paz], que acorre aqui e nas demais passagens (GI5.22; Rm 15.13), também revela a Xapá como fenômeno escatológico; pois aqui ELp~VT) significa "salvação" no sentido escatológico, como mostram, p. ex., Rm 2.10; 8.6 (a combinação com (w~ [vida]l) ou o voto de Paulo em Fp 4.7 e a fórmula 8Eàç tfjç ELp~V'llÇ [o Deus da paz] (Rm 15.33; 16.20; Fp 4.9; 1Ts 5.20).71 ó
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Em 2Co 13.11 o contexto exige o sentido especial"paz", que ocorre também alhures, como em Rm 5.1; 1Co 14.33. O quanto ambos são afins, mostra-o a seqüência de Rm 14.19 depois de 14.17.
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§ 39. A
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o ser do crente é, como ser escatológico, um ser na alegria. Paulo espera poder continuar trabalhando a favor da comunidade filipense Eiç 't"llv ú~wv iTpOKOiTllv Kcà Xapà.v 't"flç iTlO't"EWÇ [para o vosso progresso e alegria na fé] (Fp 1.25); ele não quer ser outra coisa para a comunidade de Corinto do que ouvEpYOÇ 't"ílç Xapâç ú~wv (2Co 1.24); aos romanos deseja: õE SEOÇ 't"flç Ê).:rrlôoç iTÀl1PWOal- ú~âç 'TTáOl1Ç Xapâç KaL Etp~vllÇ EV 't"ei> iTl-O't"EÚElV [o Deus da esperança preencha-vos de toda alegria e paz no crer] (Rm 15.13). Se nesse desejo Deus é designado como o SEOÇ 't"ftç EÀ'TTíõoç [o Deus da esperança], então se torna claro que a Xapá do presente está fundamentada na relacionalidade da existência cristã com o futuro; 't"11 EÃiT(Ôl- XetLpOV'tEÇ [os que se alegram na esperança] faz parte da característica do crente (Rm 12.12). Sim, essa Xapá, que não tem objeto intramundano, é ela própria a relacionalidade com o futuro, na medida em que este se realiza na consciência subjetiva. E assim deve realizar-se. Dai as admoestações para a alegria (1Ts 5.16; 2Co 13.11; Fp 3.1; 4.4). É uma alegria que reluz em meio às tribulações terrenas (2Co 6.10) como uma Xapà 1TvEú~a't"oç [alegria do Espírito] (1Ts 1.6). Essa alegria escatológica atualiza-se então de quando em quando na comunhão e na responsabilidade mútua dos que nela estão unidos. E justo que apóstolo e comunidade proporcionem alegria um ao outro ou tenham alegria um no outro (2Co 1.15?; 2.3; Rm 15.32; 16.19; Fp 2.2,17s; 4.1,10; 1Ts 2.19; 3.9), que os crentes se alegrem mutuamente (2Co 8.2) e se alegrem um com o outro (Rm 12.15). ó
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§ 39. A LIBERDADE EM RELAÇÃO À LEI E A POSIÇÃO DO SER HUMANO Bibliografia ref. ao § 36 (p. 394); ref. a B.4. (p. 402); ref. ao § 38 (p. 403). - Ref. a 3: BORNKAMM, G., "Der kõstlichere Weg (l. Kor 13)" (1937), in: lo., Das Ende des Gesetzes (1952)/ 5a ed., 1966, p. 93-112. - SANDERS, J. T., I. Cor. 13. "Its Interpretation since the First World War", Interpretation 20 (1966), p. 159-187. - FURNISH, V. P., The Love Command in the New Testament, 1972, esp. p. 91-118. - PEDERSEN, S., 1/ Agape - der eschatologische Hauptbegriff bei Paulus"/ in: ID. (Ed.), Die paulinische Literatur und Theologie, 1980, p. 159-186. - WISCHMEYER, 0./ Der hõchsie Weg. Das '13. Kapitel des ,1. Korin-
therbriejes, 1981.
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1. A õúvulllÇ -cflç állup'r[uç [poder do pecado] é o VÓIlOÇ [lei] OCo 15.56; § 27,2) - ou ele o era para os crentes. Pois para eles, Cristo é o U
fim da lei" (Rm 10.4); "nele" ou "por meio dele" temos a liberdade em relação à lei (GI 2.4); para ela ele nos libertou (GI 5.1); para ela somos "chamados" (GI 5.13). A comunidade cristã é a comunidade dos livres, enquanto o judaísmo se encontra sob a escravidão da lei, como o expõe a alegoria de Sara e Hagar (GI4.21-31). O velho período da
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entendida pelo ser humano como o meio para estabelecer a Lõ(a ÕlKaLOOÚVtl [justiça própria] (§ 23,1; § 27,2). Pois na medida em que contém a exigência de Deus (§ 27,2), ela continua em vigor. Na medida em que o vóuo; [lei] se apresenta para Paulo na lei veterotestamentária com todos os seus preceitos cúlticos e rituais (§ 27,1), naturalmente é óbvio que ele não pode valer em sua totalidade; e a luta na Galácia contra a lei como caminho de salvação é, simultaneamente, uma luta contra os mandamentos rituais e cúlticos, contra a circuncisão e as festas judaicas (GI 4.10). Onde Paulo denomina o VÓIlOÇ como aYLoç [santo] e TIVEulla'tLKóç [espiritual] (Rm 7.12,14), ele pensa somente nos mandamentos éticos resumidos na fórmula OUK ETrL8UIlrlOELÇ [não cobiçarás] (v. 7); de igual modo, onde denomina a &'ycX7r11 [amor] de cumprimento da lei (GI 5.14; Rm 13.9s.; cf. § 27,1). Se assim for, a liberdade em relação à lei se atualiza simultaneamente na liberdade de distinguir, no âmbito da lei tradicional, entre o válido e o não válido de acordo com seu conteúdo. Paulo não desenvolveu esse problema; mas o dever de proceder tal crítica está contido na capacidade do õOKq.Lá(ELV 't( 'tO SÉÀ.tllllX 'tOU SEOU, -ro àyaSov KaL EuápEO-COV KaL -rÉÂ.ELOV [discernir qual a boa, agradável e perfeita vontade de Deus] (Rm 12.2) ou do õOKlllá(ELv -rã õLalflÉpov-ru [discernir o que faz a diferença] (Fp 1.10). 2. A liberdade em relação à lei tem, portanto, um caráter dialético: Liberdade da exigência e, não obstante, comprometimento com ela - dependendo em que sentido é compreendida a exigência. A liberdade pode ser expressa na fórmula mivta J.l0L E~Ear:Lv [tudo me é permitido] (lCo 6.12; 10.23), que era, evidentemente, uma máxima dos cristãos gnósticos em Corinto (§ 15,4s.). Paulo concorda; mas quando acrescenta: &'Â.Â.' ou TIáv-ra OUlltVÉPEl, àÀ.Â.' OUK EYW E~ouolaOe"OollaL ónõ r LVOÇ [mas nem tudo é proveitoso, mas não me deixarei dominar por nada], aí se revela a ambigüidade da fórmula, a saber, a necessidade de rejeitá-la na medida em que pretende afirmar o descompromisso do ser humano com qualquer norma, a liberação de sua arbitrariedade subjetiva. Nesse caso o princípio, conforme o indica o à,Â.Â.' OUK EYW E~ouolaOe~
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sobre sua escolha subjetiva. O TIáv"Ccx uot EÇEO"ClV [tudo meé permitido] no sentido autêntico tem por pressuposição a liberdade interior do mundo, uma liberdade na qual todas as pretensões intramundanas perderam sua força motivadora, todas as coisas e situações intramundanas caíram na indiferença. Essa liberdade, porém, nasce justamente do comprometimento com o KÚplOÇ [Senhor] ou com Deus: ou yáp EO"cE Eau"Cwv [pois não sois de vós mesmos] (lCo 6.19; § 38,1). O ou 1Táv"ccx OU~eJ>ÉpEl [nem tudo é proveitoso], portanto, não restringe o 1Táv-ra uot, EÇEO"ClV de tal modo como se no entorno do TIáv-ra [tudo] existisse isso ou aquilo ~~ ou~
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(ICo 10.29 b; cf. Rm 14.5). Nesse sentido naturalmente não pode haver renúncia à EÇOUOLIX; pois até aqui ela é a EÀ.EU8EpLIX. Mas na medida em que a EÇOUOLIX é compreendida como o direito pessoal para o exercício inescrupuloso da EÀ.EUSEp LIX, Paulo distingue entre ela e a EÀ.EU8EpLIX: esta entra em ação quando a consideração com o irmão o exige, justamente na renúncia à EÇOUOllX como um direito pessoal. Como tal, ela já não seria mais uma liberdade cristã, e sim uma demanda de direito, cuja renúncia pode ser exigida como natural por causa de fins mais elevados, como Paulo o deixa claro em sua renúncia ao direito apostólico a sustento pela comunidade (ICo 9.123). Nesse sentido se exige justamente o exercício da liberdade, se Paulo admoesta: ~À.ÉTIE'tE ÕE I..n í TIWÇ ti EÇOUOLIX ÚIJ.WV IXÜ't'llTIpÓOKOI-.l.IJ.IX yÉV11'tlXl roic &a8EvÉalv [cuidai para que a vossa autoridade mesma não se torna um motivo de tropeço para os fracos] (ICo 8.9; cf. Rm 14.13). Ele próprio se dispõe prazerosamente a renunciar àquilo que, em princípio, estaria em sua livre escolha, se o comer provocasse escândalo ao irmão (ICo 8.13; cf. Rm 14.21). Todavia, está claro, e a Epístola aos Gálatas o mostra, que essa consideração não poderá ser respeitada in statu confessionis, isto é, se ela se expusesse ao mal-entendido de ser a renúncia à EÀEU8EP ta; ela tem validade somente como sua atuação por amor do irmão; como tal, porém, ela é exigida. A consideração com o irmão não significa a dependência de seu juízo (ICo 10.29 b; Rm 14.5). Pelo contrário: a liberdade cristã é a liberdade em relação a todas as convenções e critérios de valor humanos. "Em Cristo" as diferenças sociais de liberdade e escravidão perderam, como as diferenças do sexo e da nacionalidade, sua importância (GI3.28; lCo 12.13); e para todos os desejos emancipacionistas, que brotam de critérios de valor humanos, vale: 1J.1l YLVEOSE ÕOUÀOl &v9pwTIWV [não vos torneis escravos de homens] (ICo 7.23). Sem prejuízo desta liberdade vale, porém, o ÕOUÀ.WOlXl EIXU'tàv TIéiOlV [tornar-se escravo de todos] (ICo 9.19) e vale a advertência: ÕOUÂEÚE'tE &À.ÂTÍÀOlÇ [servi-vos uns aos outros] (GI 5.13). Isso, porém, novamente não significa renúncia à liberdade, e sim justamente seu exercício. 3. O ÔOUÂEÚE'tE &ÀÀTÍÀOlÇ [servi-vos uns aos outros] recebe seu caráter pelo acréscimo õux 'tf]ç àyáTI'llç [mediante o amor]. Pois a liberdade que é própria do crente, ele a tem como õouÀoç KUPLOU [escravo
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do Senhor] (§ 38,1), e o 1111 wv alrroç tmà VÓIlOV [não estando ele mesmo sob a lei] se tornou, por isso, um ÕOUAOÇ "COLÇ Ú1TO VÓ\-lOV [escravo dos que estão sob a lei], e para os ãvo\-lo l [sem lei] um ãvo\-loç [sem lei], porque ele está EVVO\-lOÇ XplO"COU [na lei de Cristo] OCo 9.20s.). O VÓ\-lOç "COU Xp ro rof [lei de Cristo] (GI 6.2), porém, é a exigência do amor. O àÀÀ~Àwv -cC! (3áPll J)ao-cá(Elv [carregar os fardos uns dos outros], que é mencionado como o cumprimento desse VÓIlOÇ [lei], outra coisa não é senão uma manifestação do õux "CfJç áyá1TllÇ ÕOUAEÚElV áAA~AOlÇ [servir uns aos outros pelo amor]. É a áyá1Tll [amor] que edifica a comunidade e que, por isso, exige a renúncia à E~OUO(CX [autoridade] (lCo 8.1; Rm 14.15); ela exige \-li) (ll"CELV "Co au"CoD áÀÀà 'to roü É'tÉpou [não buscar o que é seu, mas o que é do outro] OCo 10.24; 13.5). A áyá1Tll é O cumprimento da lei cuja exigência está resumida no amarás teu próximo como a ti mesmo!" (Rm13.8-10; GI5.14).' Esse cumprimento da lei, porém, não é um EPYov [obra], no sentido de uma obra meritória, e sim ato da liberdade; os crentes são SEoõ(õaoKol [aprendizes de Deus] (1Ts 4.9) para realizá-lo. O amor, é, portanto, um fenômeno escatológico; nele se torna ativa a fé que nos transfere para a existência escatológica (GI 5.6). Como o existir puramente para o outro, o amor somente é possível para aquele que está livre de si mesmo, isto é, que morreu e ressuscitou com Cristo, na fim de não mais viver para si mesmo, e sim para aquele que por ele morreu e ressuscitou" (2Co 5.15), portanto, obediente ao VÓIlOÇ rof Xpurroü [lei de Cristo], ao mandamento do amor. O lado-a-lado das sentenças de lCo 7.19; GI 5.6 e 6.15, evidencia a natureza da áyáTIll: para o crente, os caracteres que outrora conformavam o ser humano, TIEp l "C0ll ~ [circuncisão] e áKpO(3UO-r(a [incircuncisãol, submergiram; somente vale -C~Pll0lÇ EV-rOÀWV SEOU [guardar os mandamentos de Deus] - vale somente TILO'tLÇ ÕL' áyáTIllÇ EVEPYOU\-lÉVll [a fé efetivada pelo amor] - vale somente Kalvi) K'tLOLÇ [nova criação]; a exigência de Deus é o amor; ele se torna realidade como a manifestação de vida da fé, e justamente nisso se realiza a existência escatológica; esta por sua vez - a KCXLVl1 K"CLOLÇ - existe somente EV XpLan~ [em Cristo] (2Co 5.17). A áyáTIl1 também é designada de fenômeno escatológico pelo fato de ser o primeiro fruto do TIVEUlllX (GI5.22). lCo 13 mostra que ela, no fundo, não pode ser considerada um dom do Espírito ao lado de outros; nessa passagem ela é caracterizada como a KaS' ÚTIEPI30Âi)V [caminho sobremodo excelente], que excede a todos LI
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§ 40. A
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os xapla~a:ra [carismas], e sem a qual todos os demais dons do Espírito nada são. Se todos os demais dons do Espírito desaparecerem quando é chegado o -rÉÀE lOV - o amor permanecerá, assim como a fé e a esperança, e isso como o maior dentre eles. Ela pode ser chamada assim somente porque a possibilidade aberta na nLo-rlç e na EÂ1TlÇ [esperança] realiza nela sua existência concreta. Uma forma especial de manifestação da àyálTll é a tcneivobpooúvt; [humildade], para a qual conc1ama Fp 2.3, e para a qual Cristo é colocado como exemplo. Ela é descrita como o &:AATÍAOUÇ rlyEi08(H ÚlTEpÉxov-raç EaunJv [considerai uns aos outros superiores a si mesmos], a que corresponde o -ríJ -rll.l.íJ lTpoTlYEl.o8cn àÀÀ~Àouç [considerai uns aos outros mais dignos de hora], de acordo com Rm 12.10. Essa "humildade" não se refere a uma ÕUÍ8EOlÇ [disposição] anímica nem à relação com Deus (como, p. ex., em 2eo 7.6), e sim à relação com os seres humanos. A humildade presta atenção a suas exigências e não quer impor suas próprias contra eles: ~~ -rà Éau-rwv EKao-rol OKOlTOUV-rEÇ, à).,Àà KaL -rã TWV É-rÉpwv EtKao-rol [não olhe cada um pelas suas próprias coisas, mas cada um pelas coisas dos demais] (Fp 2.4; cf. 1Co 10.24; 13.5). A humildade é, portanto, uma forma do amor; seu caráter específico se mostra no fato de que a -ralTElv0
sendo, está iludindo a si mesmo. Cada um examine a sua própria obra, e então terá por que gloriar-se para si mesmo e não em relação ao outro]. Todo comparar-se desse modo e todo juízo sobre o outro (2Co 10.12-18; Rm 14.4,10,12s.,22) encontrou seu fim na &ycÍlTll [amor].
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§ 40. A LIBERDADE EM RELAÇAO A MORTE R., Die Eschatologie des Paulus, 1893. - LoHMEYER, E., II~YN XPI~ TOI", in: Festgabe für Adolf Deiümann, 1927, p. 218-257. - VóGTLE, A., Das Neue Testament und die Zukunft des Kosmos, 1970. - SCHRAGE, W., "Leid, Kreuz und Eschaton...", EvTh 34 (1974), p. 141-175. - BECKER, J. Auferstehung der Toten im Urchristentum, 1976. - BULTMANN, R., Der zweite Brief an die Korinther, 1976, p. 164-176. - HOFFMANN, P., Art. Auferstehung. 1/3 und 11/1, TRE IV, 1979, p. 450-467,478-513, esp. p. 490-497. - BECKER, J., in: ScHMIDT, W. H., BECKER, J., Zukunft und Hoffnung, 1981, p. 92-184, 194-198, esp. p. 130165, 195-197. - KLEIN, G., Art. Eschatologie. IV. Neues Testament, TRE X, 1982, p. 270-299, esp. p. 279-286. KABISCH,
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1. A liberdade em relação à lei e ao pecado é, ao mesmo tempo, a em relação à morte, que é o "salário" e o "fruto" do pecado (Rm 6.23; 7.5 etc.; § 24). O crente que morreu com Cristo também tem
parte em sua ressurreição. Paulo expressa isso numa linguagem originária das religiões de mistérios e da gnose (§ 33,8de), para dizer: na fé na palavra, na qual o próprio ressurreto fala ao ser humano, este permite que, doravante, assim como a cruz, também a ressurreição se torne o poder determinante (§ 33,6c); agora ele já não vive - Paulo pode falar dessa forma paradoxal - e sim nele vive Cristo (GI 2.20). Agora Paulo se distingue da compreensão dos mistérios e da gnose pelo fato de que não compreende a (w~ [vida] transmitida dessa forma por Cristo, como uma força natural instilada no ser humano, uma força da imortalidade, que se teria tornado propriedade da alma (ou ao mais íntimo do ser), em virtude da qual ele chegaria à esfera da bem-aventurança divina depois da morte física, ascendendo ao celestial mundo das luzes. Pelo contrário, Paulo segue a tradicional doutrina cristã-judaica da ressurreição dos mortos, e, concomitantemente, a concepção da apocalíptica do juízo final e do drama cósmico, que porá um fim ao velho mundo e instaura o mundo da salvação, o -rÉÀELOV OCo 13.10). Ele aguarda a 1ÍJ..LÉpa [dia] (ou rmpoucí« [parusiaj) do KÚpLOÇ [Senhor] OCo 1.8; 5,5; 15,23; 2Co 1.14; Fp 1.6,10; 2.16; 1Ts 2.10; 3.13; 4.15; 5.2,23), que é, ao mesmo tempo, o fim de seu reinado existente desde a ressurreição, e é a irrupção do tempo da salvação, na qual Deus é tudo em tudo OCo 15.24-27). A forma de representação na qual se expressa em Paulo, na doutrina da ressurreição dos mortos, a concepção da futuridade da (wrí para além da morte física, é a da concepção da tradição judaica protocristã (§ 9,3; p. 123). Essa doutrina, estranha para ouvidos helenistas, ele a expõe em 1Ts 4.13-17 e a defende pormenorizadamente em 1Co 15. Os detalhes do quadro do dramático acontecimento cósmico não têm importância teológica. Importante porém é que Paulo, em contraste com a apocalíptica judaica bem como com a mitologia, renuncia a uma descrição do estado da vida da ressurreição. Pois o estado futuro somente poderia ser esboçado em analogia à vida terrena, como sua imagem ideal; iria, portanto, justamente contradizer ao caráter de futuro de um Il~ ~ÀEífÓIlEVOV (2Co 4.18). Por isso ele se satisfaz com o discurso geral da õó~a [glória] que há de ser revelada (Rm 8.18; 2Co 4.17; 5.10; Fp 1.23; 2Co
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5.7s.;). O TIEPLTTU-cElv ÕLà TTLO-cE(uÇ [andar pela fé] será substituído pelo (TTEpLTTu-cE1v) õux ELÕOUÇ [(andar) pela aparência] (2Co 5.7). O que vemos agora é apenas uma imagem enigmática; então veremos "face a face"; ãpn YLVWOKW EK ~Épouç, róre ÕE E1TLYVWOO~UL Ku6wç KUL ETIEyvwo6r,v [ainda conheço em parte; então conhecerei como fui conhecido] OCo 13.12). Sim, Paulo se envolve inclusive em conflitos com a doutrina da ressurreição, se em Fp 1.23 espera que o EIVUL ouv XPLO-rQ [estar com Cristo] acontecerá imediatamente depois de sua morte. (Sobre 2Co 5.1ss., onde muitas exegetas encontram expressa a mesma opinião, ver § 17,3; p. 257s.). Essa contradição revela quão pouco importam as representações nas quais a futuridade da (wrí para além da vida EV OUPKl [na carne] encontra sua expressão.
Como vida da ressurreição para além da morte física, portanto, a ("Wr1 é primeiro uma (Wr] futura. E onde Paulo tem que defender sua tese da presentidade da ôucm.ocóvn [justiça] escatológica contra a objeção de que, afinal, as outras características da salvação escatológica ainda não são visíveis; onde, portanto, se vê na contingência de mostrar que a (w1Í já é propriedade do justificado (§ 29,4), ele o faz, inicialmente, falando da ÇWll como de algo futuro, que somente determina o presente como EÂ1TlÇ 'tflç ÕÓÇllÇ roú SEOU [esperança da glória de Deus] - como uma EÂ1TlÇ [esperança], todavia, a respeito da qual vale: ou Ka't(u,axÚVEl. [não envergonhará], visto que está baseada no saber, concedido pelo Espírito, da àyá1Tll [amor] de Deus (Rm 5.1-11). O presente (f)v e 'TTEpl.1Ta'tEL.V EV aapKL [ver e andar na carne] (§ 22,2; p. 296s.) afinal ainda não significa presença da õól;a [glória], e sim das SÂL$El.Ç [tribulações] e dos 1TaS1Í~'ta [sofrimentos]; a vida da ressurreição com seu alWVl.OV Pápoç õáÇllÇ [peso eterno de glória] ainda está por vir (2Co 4.17; Rm 8.18). Também os crentes ainda gemem sob a õouÂELa 'tf)ç
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Cristo é a aiT(:(PX1l 'tWV KEKOll..lll\.LÉvwv [primícia dos que dormiram"], e os crentes lhe seguirão, porém, EKCXO-rOÇ Êv 't~ tÔLLp 'táY\.LCX'tl [cada um na sua própria ordem], e somente no fim do velho mundo, por ocasião da parusia de Cristo, será destruído o Eoxcnoç EX9póç [último inimigo], a morte (lCo 15.20-27). Rm 5.12-21, todavia, já mostra que onde Paulo, a fim de demonstrar a adjudicação da (w~ ao justificado, recorre à idéia gnóstica do ser humano primitivo (§ 15,4d), a futuridade de (wTÍ e Õó~a não é concebida simplesmente segundo o esquema da escatologia judaica, como o mero contraste de agora e então. Assim como Adão trouxe a morte sobre a humanidade adâmica, assim Cristo trouxe a vida para a nova humanidade; nele ela já está presente, embora se realize nos crentes somente no futuro (v. 17,21; ver referente à p. 313, 369s.). Ela já está aqui, pois o ressuscitamento de Cristo não é concebido apenas como o primeiro caso de ressurreição de mortos em geral, e sim como a origem da vida da ressurreição de todos os crentes, que nasce necessariamente dela e que, portanto, já pode ser considerada como presente em sua origem. Também em 1Co 15.12-16 a lógica não vai no sentido de que com um caso de ressurreição, que se deu comprovadamente na ressurreição de Cristo, estivesse provada a possibilidade de ressurreição em geral; antes, na ressurreição de Cristo está incluída a de todos os crentes como em sua origem, como o mostra claramente o v. 21s. Um discípulo de Paulo encontrou a oportuna formulação: &1TEeávE'tE yáp, KaL tí (wi, ÚJ..twv KÉKpUTI'tlU auv 'te{) XpLO'te{) EV 'tQ 8E~ K'tÂ. [morrestes pois, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus, etc.] (CI3.3s.). O próprio Paulo formula a idéia de modo mais paradoxal, quando diz: (w
2. Em certo sentido, portanto, não obstante a (wr] está presentepresente para a fé esperançosa, ainda que não na experiência anímica como "experiência de vida". Pois também no batismo, que dá participação na morte e na ressurreição de Cristo, o decisivo não é o fenômeno anímico; ela é, antes, a adjudicação do evento salvífico e sua apropriação na fé confessante (§ 34,3), como também Rm 6.8 caracteriza a (w1Í mediada pelo sacramento como a futura: Ei.
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rernos com Cristo, cremos que com ele também viveremos]. Mesmo assim a (wi) já se atualiza no tempo presente, pois a pessoa batizada recebeu o dom do nVEujJ.a com a &napxi} [primícia], o appa~wv [penhor] do futuro salvífico (Rm 8.23; 2Co 1.22; 5.5). Graças a esse dom, sua esperança não será decepcionada (Rm 5.5); graças a esse dom e aqui Paulo se aproxima do modo de pensar dos mistérios e da gnose - temos certeza do ressuscitamento futuro (Rm 8.11). O Espírito, porém, se revela como o poder no presente pelo fato de que este é determinado pelo futuro; ele é, como a norma, também a origem e o poder do novo lTEpLlTaTElV [andar] (§ 38,2 e 3). Na abertura para o futuro e na determinação por ele, a (w1Í é presente. Pois o velho ser humano está crucificado com Cristo; seu oWjJ.a T~Ç éqmpTL.aç [corpo do pecado] está destruído, o KÓOjJ.OÇ [mundo] não existe mais para ele (Rm 6.6; 7.4-6; GIS.24; 6.14); ele é KaLv1Í KTLOLÇ [nova criação], pois TeX àpxa1a lTapf)À6Ev, lõoü yÉYOVEV Kal-VÚ [as coisas antigas passaram, eis que as novas surgiram] (2Co 5.17). Por isso a advertência: ÀOYL(E08E ÉauTouç ElvaL VEKPOUÇ jJ.EV TtI ájJ.apTlÇ(, (wvTaç õE T4> 6EQ EV Xpl-OTQ 'Ill00U... lTapaoT1ÍoaTE ÉauTouç TQ 6EQ WOEl EK VEKpC>V (wvraç [consideraivos, pois, mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus... apresentai-vos a Deus como quem reviveu dentre os mortos] (Rm 6.11.13). Assim como a (w1Í, também a õáça é presente, de modo que Paulo pode dizer a respeito de Deus, em audaciosa antecipação: oüç ÕE EÕ LKa [WOEV, roúroix; KaL EõóçaoEv [os que justificou, a esses também glorificou] (Rm 8.30). Assim a vida do crente não pode mais ser descrita apenas com um avaKaLVOoo6cl(, [ser renovado] do EOW üv8pwolToç 'JÍjJ.ÉpÇ( KaL TÍjJ.Ép~ [ser humano interior dia após dia], e sim como um jJ.E1"ajJ.op~ouo6aL&lTO õáç"ç ELç õáÇav [ser transformado de glória em glória] (2Co 4.16; 3.18; § 38,2; p. 407). A (wi) futura, porém, não se manifesta como presente apenas no lTEpl-lTa1"ElV com a força e segundo a norma do lTVEUjJ.a, mas também se revela poderosa na superação do sofrimento. Assim como o restante do NT, tampouco Paulo desconhece a questão da teodicéia. O sofrimento não precisa ser justificado em seu sentido para a subsistência do cosmo, porque este mundo é o éon antigo, que corre célere para seu fim, que se encontra sob o domínio da morte, e de cujos caracteres obrigatórios, portanto, faz parte, o sofrimento, no qual a morte sempre vindoura sempre age no presente como poder
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da efemeridade. Por isso. para o pensamento cristão primitivo o problema não é o sofrimento, e sim a morte. Esse problema, porém, está resolvido para o crente por meio da vitória de Cristo sobre a morte, na qual o crente, que morreu com Cristo, tem parte. Com isso ele adquiriu uma nova compreensão do sofrimento, na qual se torna senhor dele - uma compreensão que, decorrendo de sua nova autocompreensão, naturalmente não descobre o sentido de seu sofrimento em geral em sua finalidade para o cosmo, e sim descobre, no sofrimento que o atinge, a pergunta a ele dirigida e a nova possibilidade de sua vida. O domínio da morte (2Co 4.12), a efemeridade de tudo que é mundano - rà yàp ~AETIÓI-lEva TIpÓOKCüpa [pois o que se vê é efêmero] (2Co 4.18) - que se manifesta no sofrimento adverte-o do perigo de deixar-se arnarrar ao mundo por meio de cobiça e preocupação - mxpáYEL yàp 'to 0X11l-la roõ KÓ0I-l0U roúrou [o esquema deste mundo passará] (lCo 7.31) - e o obriga a voltar o olhar para os 1-l1-] ~AETIÓI-lEVa [o que não se vê], os al.WVLa [as coisas eternas] (2Co 4.18). O sofrimento que lembra ao ser humano sua fraqueza e nulidade torna-se para o crente que, na LmaK01-] TILO'tEWÇ [obediência da fé] renunciou por princípio à força própria (§ 35,1), uma obrigação, sim uma ajuda para realizar essa renúncia e a entrega radical à Xáp LÇ [graça] na vida concreta. Em face da morte ameaçadora, Paulo aprende a pronunciar sobre simesmo a sentença de morte, '(va 1-l1-] TIETIOL8ó'tEÇ WI-lEV É4>' Éau'tolç &1..1..' ÉTIL 't4) 8H~ !4> ÉYE(pOV'tL !OUÇ VEKPOÚÇ [para que não coloquemos a confiança em nós mesmos, mas em Deus que ressuscita os mortos] (2Co 1.9). O tesouro da graça que lhe foi concedida ele o leva num vaso de barro, '(va rl ÚTIEp~OÀ1-] !f}ç ÕUVál-lEWÇ TI roí: 8EOU Kall-l~ Ef" rll-lwv [para que a sublimidade do poder seja de Deus e não proceda de nós] (2Co 4.7), e para que não se ensoberbecesse, foi afetado por um sofrimento físico (2Co 12.7). Se inicialmente se revoltou contra isso, foi-lhe concedido ouvir a palavra do KÚpLOÇ [Senhor]: "Basta-te minha graça; pois o poder se aperfeiçoa na fraqueza". Assim, pois, quer gloriar-se justamente de sua fraqueza, para que o poder de Cristo venha sobre ele; assim aceita por amor de Cristo o sofrimento que o possa atingir: éhav yàp àa8Evw, róre ôuvo.tó; ElI-lL [pois quando enfraqueço é que sou forte] (2Co 12.9s.). Paulo exemplifica esse poder nas seguintes antíteses:
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§ 40. A
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[Quando amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, exortamos] (1Co 4.12s.). wç 1TMVOl. Kal. àÀllSElç, ~"
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wç aiTOSVÚOKOVTEÇ KaL [ÕOU (W~EV, wç 1Tal.ÕEUÓ~EVOl. KaL ~i, SavaToú~EvOl, wç ÂU1TOÚ~EVOl aEL ÕE XaLPOV"CEÇ, wç iTTWXOL iToÂÂoúç ÕE lTÂOU"CL(OV"CEÇ, wç ~T}ÕEV EXOVTEÇ KaL
mxvTa Ka"CÉxovTEÇ [como enganadores, mas autênticos, como desconhecidos, mas bem conhecidos, como morrendo, mas eis que vivemos, como punidos, mas não mortos, como entristecidos, mas sempre alegres, como pobres, mas enriquecendo a muitos, como nada tendo, mas possuindo tudo] (2Co 6.8s.). Na aceitação dos sofrimentos o crente experimenta concretamente a KOlvwvLa TWV iTaST}~á"Cwv alnou (roü XplO"COU) [comunhão dos seus sofrimentos (de Cristo)] como um oU~~Op SaváT
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a seu awf..LtX [corpo] OCo 12.25s.), que se encontram - conforme concepção gnóstica - no nexo cósmico. Para Paulo se trata todavia de um nexo da vida histórica de uns para os outros, no qual o que acontece para um tem que trazer frutos para os outros. Pela KOLvwv(a 't"wv 1TtX8Tlf..Lcf't"wv [comunhão dos sofrimentos] o sofredor está livre da solidão de seu sofrimento. Os sofrimentos de Cristo transbordam sobre Paulo, para que, consolado por Cristo, também possa consolar a outros (2Co 1.5-7). Se nele opera a morte, então isso acontece para que nos outros opere a vida (2Co 4.12-13). Está claro: a KOLvwvla TWV 1Ta811~.uxTWV não se refere simplesmente ao nexo histórico, que leva o seguidor de Jesus a sofrimentos, e sim à união interior com Cristo, realizada na fé, representada na terminologia cosmológica da gnose (§ 33,3e), efetuada de fato na decisão da fé. A KOLvwv(a também não é provocada artificialmente, por meio de uma imitatio; ela também de modo algum abrange somente sofrimentos decorrentes do seguimento, seja do ofício apostólico, seja da mera confissão; ela abrange todos os sofrimentos que podem atingir o ser humano, como, p. ex., a doença física de Paulo (2Co 12.7). O 1Í yàp ÕÚVaf..LLç Év &a8EvELç: TEÀElTaL [pois o poder ser aperfeiçoa na fraqueza] (2Co 12.9) é uma expressão dita em princípio e vale para toda &a8ÉvELtX [fraqueza]. Por fim, está errado falar de uma "rnística do sofrimento", pois a KOLvwv(a não acontece em contemplação meditativa da paixão, na apropriação anímica dos sofrimentos de Cristo na experiência mística (os aTeyf..LtX'ttX 't"OU 'Inooõ [cicatrizes de Jesus] são visíveis no corpo de Paulol), e sim na compreensão dos sofrimentos adquirida sob a cruz, na qual são superados e se tornam objeto do gloriar-se. Para o crente, seus sofrimentos se tornaram transparentes como o processo no qual acontece o aua't"aupw8f)vaL [ser crucificado com], no qual submerge o KÓOf..LOÇ [mundo]. 3. Com a liberdade em relação à morte está dada a liberdade em relação ao mundo e a seus poderes (§ 26). O crente está libertado do medo do ser humano que confia em si mesmo, que dispõe do mundo e se tornou seu escravo (§ 23,3). Ele conhece somente esta uma preocupação: 1TWÇ &pÉaU 1"C-\> KUp(~ [como agradar o mundo] OCo 7.32), somente este único anseio: 't"4) KUPLcy EOOpEOTOÇ ELVaL [ser agra-
§ 40. A
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dável ao Senhor] (2Co 5.9). Livre da preocupação do mundo que condiciona ao transitório, livre da ÂÚTIll TOU KÓO~OU [tristeza do mundo], que produz a morte (2Co 7.10), ele encara o mundo como ser humano livre, como alguém que se alegra com os alegres e chora com os que choram (Rm 12.15), que participa dos acontecimentos e dos negócios do mundo, mas na distância do wç IJ.~ [como se não]: t,
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[para que os que têm esposas sejam como se não tivessem, e os que choram, como se não chorassem, os que se alegram, como se não se alegrassem, os que compram, como se nada tivessem, os que se valem do mundo, como se não se valessem dele] (1Co 7.29-31) - isto é, como ser humano livre. Assim Paulo pode gloriar-se:
Éyw yàp EIJ.a90v Év d(ç EllJ.L au'tápKf}Ç ElvaL. otõa KaL TUTIELVoDo9aL, otõa KaL TIEPLOOEÚELV. Év TIáV'tL KaL Év TIâ.OLV IJ.EIJ.ÚlllJ.aL, KaL XOp'tá(Eo9aL KaL TIELVâ,V, KaL TIEpLOOEÚELV Klll ÚOTEpEL09cu.
[pois eu aprendi a ser autônomo nessas coisas. Sei o que é ter carência, sei também o que é ter em profusão. Estou contente em qualquer situação, seja tendo fartura seja passando fome, seja na abundância, seja na carência. Tudo posso naquele que me dá poder] (Fp 4.11-13). Visto que nem vida nem morte nos podem separar do amor de Deus em Cristo (Rm 8.38), visto que pertencemos a Cristo na vida corno na morte (Rm 14.7-9), vida e morte, tal como as conhecemos enquanto seres humanos Év oapKL [na carne], perderam sua atração e pavor (cf. 2Co 5.9). Aquele que pertence a Cristo e, por meio dele, a Deus, tornou-se senhor de tudo: návTa Loxúw Év ni) ÉvõuValJ.OUVTL IJ.E
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TEOLOGIA DE PAULO
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[pois tudo é vosso, ...r seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja as coisas presentes, seja as que estão para vir, tudo é vosso; vós, porém, sois de Cristo e Cristo é de Deus] OCo 3.21-23). A liberdade, justiça e vida têm seu fundamento em Deus, e nelas a honra de Deus se revela como sentido e alvo últimos. Para a honra de Deus Cristo é confessado como o KÚPLOÇ [Senhor] (Fp 2.11); para a honra de Deus devem ressoar na comunidade as orações de louvor e gratidão (Rm 15.6; 2Co 1.20; 9.12-15). Nosso comer e beber bem como todos os nossos propósitos devem acontecer para sua honra OCo 10.31), bem como o trabalho do apóstolo (2Co 4.15). Para sua honra Cristo consumou sua obra (Rm 15.7), e a ele entregará seu governo, t(va 11 Ó 8Eàç mxvta EV miOLV [para que Deus seja tudo em todos] OCo 15.28).
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CAPÍTULO
II
A TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS ,-
Panoramas da pesquisa: MENOUO, P.-H., L'Evangile de Jean d'aprês les recherches récentes, 2a ed., 1947.' - HAENCHEN, E., "Aus der Literatur zum Johannesevangelium 1929-1956", ThR(NF) 23 (1955), p. 295-335. - HOWARD, W. F., The Fourth Gospel in Recent Criticism and lnterpretation, rev. por C. K. BARRETI, 4i!. ed., 1955. - MENOUO, P.-H., "Les études johanniques de Bultmann à Barrett", in: L'Évangile de Jean, Rech. Bibl. 1I1, 1958, p. 11-40. - KAsEMANN, E., "Zur Johannes-Interpretation in England", in: lo., Exegetische Versuche und Besinnungen. 11., 1964, p. 131-155. - KüMMEL, W. G., Das Neue Testament im 20. Jahrhundert, 1970, p. 105-123. - KYSAR, R., The Fourth Evangelist and Ris Gospei: An examination of contemporary scholarship, 1975. - SCHNACKENBURG, R., "Zur johanneischen Forschung", BZ(NF) 18 (1974), 272-287; cf. ibid., BZ(NF) 27 (1983), p. 281-287; BZ(NF) 28 (1984), 115-122, 267-271. - In., "Entwicklung und Stand der johanneischen Forschung seit 1955" (1977), in: lo., Das Johannesevangelium, IV. Teil, 1984, p. 9-32. - THYEN, H., "Aus der Literatur zum Johannesevangelium", ThR(NF) 39 (1975), p. 1-69, 222-252, 289-330; ThR(NF) 42 (1977), p. 211-270; ThR(NF) 43 (978), p. 328-359; ThR(NF) 44 (1979), p. 97-134. - BECKER, J., "Aus der Literatur zum Johannesevangelium (1978-1980)", ThR(NF) 47 (1982), p. 279-301, 305-347. - HAENCHEN, E., "Neue Literatur zu den [ohannesbriefen", ThR(NF) 26 (1960), p. 1-43, 267-291. Comentários a João: BULTMANN, R., Das Evangelium des [ohannes OQà ed. = 1a ed., 1941), 20a ed. 1978 (com suplemento de 1957). - BARRETI, C. K., The Goepel according to St. [ohn (1955), 2a ed., 1978. - SCHNACKENBURG, R., Das Johannesevangelium: I. rei! (1965), s- ed., 1981; 11. Teil (1971), s- ed., 1980; IH. r-n (1975), 3ã ed., 1980; IV. Teil, 1984 (explanações e excursos complementares). - BECKER, J., Das Evangelium nach Johannes, v. 1, 1979; v. 2, 1981. HAENcHEN, E., Das Johannesevangelium, ed. por U. Busse, 1980. - A 1-3 João: SCHNACKENBURG, R., Die Johannesbriefe (1953), 6ã ed., 1978. - BULTMANN, R., Die Johannesbriefe (7i\ ed. = 1a ed. 1967), 8a ed. 1969. - BROWN, R. E., The EpistIes of John, 1982. - ScHUNACK, G., Die Briefe des [ohannes, 1982. Para uma caracterização geral v.: CONZELMANN, H., Grundrij1 der Theologie des Neuen Testaments (1967), 3a ed., 1976, P: 351-390. - KÜMMEL, W. G., Die Theologie des Neuen Testaments nach seinen Hauptzeugen (1969), 4ã ed.,
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1980, P: 227-285 [trad. port.: Síntese teológica do NT, São Paulo, Teológica/Paulus, 4'" ed. revista e atualizada, 2003, P: 315-389]. - LOHSE, R, Grundrij3 der neutestamentlichen Theologie (1974), 2'" ed., 1979, p. 126-144. - GOPPELT, L., Theologie des Neuen Testaments, v. 2, ed. por J. ROLoFF (1976), 3'" ed., 1980, p. 625-643 [trad. port.: Teologia do NT, São Paulo, Teológica/Paulus, 3'" ed., 2003]. - WREDE, W., Charakter und Tendenz des ]ohannesevangeliums (1903), 2'" ed., 1933. DODO, C. H., The Interpretation of the Fourth Gospel, 1953 [trad. port.: A Interpretação do Quarto Evangelho, São Paulo, Teológica/Paulus, 2003]. - RENGSTORF, K. H. (Ed.), Johannes und sein Evangelium, 1973 (artigos de R ScHÜRER a R. E. BROWN 1889-1955/57). - JONGE, M. DE (Ed.), L'Évangile de Jean. Soures, rédaction, théologie, 1977 (trabalhos de diversos autores).
§ 41. A POSIÇÃO HISTÓRICA DE JOÃO Para uma visão geral cf. os comentários supramencionados, - BULTMANN, R., Art. [ohannesbriefe e Art. Johannesevangelium, RGG, IH, 3'" ed., 1959, p. 836-839, 840-850. - KüMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament (l7'" ed. 1973), 21'" ed, 1983, p. 155-212, 383-398 (e complementos ref. ao § 10, p. 569-573; § 31, p. 583) [ trad. port.: Introdução ao NT, São Paulo, Paulus, 2'" ed., 1982). - VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur (1975), 2'" ed., 1978, 410-484. - KÓSTER, H., Einführung in das Neue Testament, 1980, 614-637. - Ref. a 1-3: WINOISCH, H., Paulus und die Synoptiker, 1926. - GARONER-SMITH, P., St. John and the Synoptie Gospels, 1938. - BUNZLER, J., Johannes und die Synoptiker, 1965. - ScHNACKENBURG, R., "Tradition und Interpretation im Spruchgut des Johannesevangeliums" (1980), in: In., Das ]ohannesevangelium, IV. Teil, 1984, p. 72-89. - BULTMANN, R., "Die Bedeutung der neuerschlossenen mandãíschen und manichãischen Quellen ror das Verstãndnis des Johannesevangeliums" (1925), in: lo., Exegetica, 1967, p. 55-104. - Io., "Untersuchungen zum [ohannesevangelium" (1928; 1930), in: ibid., p. 124-197. - lo., "Johanneische Schriften und Gnosis" (1940), in: ibid., p. 230-254. - ScHWEIZER, R, EGO EIMI (1939),2'" ed., 1965. - SCHOTTROFF, L., Der Glaubende und die feindliche Welt, 1970. - CULLMANN, O., Der johanneische Kreis, 1975. - WENGST, K., Hiiresie und Orthodoxie im Spiegel des ersten [ohannesbrieies, 1976. - ID., Bedriingte Gemeinde und verherrlichter Christus (1981), 2'" ed., 1983. - SCHNACKENBURG, R., "Paulinische und johanneische Christologie" (1983), in: lo., Das ]ohannesevangelium, IV. Teil, 1984, p. 102-118. - ZELLER, O., "Paulus und [ohannes. Methodischer Vergleich im Interesse einer neutestamentlichen Theologie", BZ(NF) 27 (1983), p. 167-182.
1. Para determinar o lugar histórico do Evangelho segundo João (que forma uma unidade com as epístolas joaninas)'? serve uma 72
Não precisa ser tomado em consideração aqui se as cartas foram escritas pelo próprio autor do Evangelho ou são provenientes de sua escola. No que segue, cita-se o
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§ 41. A
POSIÇÃO HISTÓRICA DE JOÃO
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comparação com os sinóticos, que, inicialmente, tem que restringir-se
à forma e à temática. Rapidamente se percebe a distância que separa João tanto da pregação de Jesus quanto da primeira comunidade. É
controvertido se João conheceu um ou mais dos sinóticos. Em todo caso, não se pode demonstrá-lo. No entanto, ele conhece a tradição trabalhada neles, como se pode reconhecer em alguns ditos de Jesus, em algumas histórias de milagres e, sobretudo, na história da paixão. As histórias de milagres, que o evangelista provavelmente colheu de uma fonte escrita, revelam um estágio desenvolvido além da tradição sinótica, a começar pelo ponto de vista estilístico." Para o evangelista, esses relatos, que originalmente têm seu escopo no milagre relatado, adquirem um sentido simbólico ou alegórico; e ele os usa em geral como ponto de partida para discursos ou discussões que em sua exposição constituem a forma da atividade de Jesus por excelência. Daí resulta, do ponto de vista estilístico e histórico, um quadro totalmente diverso do traçado pelos sinóticos. Estes registram breves diálogos didáticos ou de controvérsia, nos quais Jesus dá a resposta aos que têm perguntas honestas ou aos adversários com um breve dito categórico (muitas vezes formulado como contrapergunta ou palavra figurada). Em vez disso, encontra-se em João um discurso mais prolongado ou um diálogo de vaivém, motivados, além de pelos milagres, por afirmações ou conceitos ambíguos como o ãvw8EV YEvV118fJVal. [ser nascido do alto] em 3.3s. ou o üõwp (wv [água viva] de 4.10ss. Enquanto os discursos de Jesus nos sinóticos são, na maioria da vezes, ditos encadeados, em João eles são exposições coesas sobre determinado tema. Nesses discursos e nas discussões estão entrançados os poucos ditos que João colheu da tradição sinótica (2.19; 4.44; 12.25s.; 13.16,20; 15.20). Os temas tratados são outros que os dos sinóticos. Em João, Jesus não aparece nem como rabi, que discute questões da lei, nem como o profeta que anuncia o iminente reino de Deus. Ele fala, antes, de sua pessoa somente como do revelador que Deus enviou. Ele não debate sobre sábado e jejum,
73
Evangelho segundo João somente com indicação do número dos capítulos e do respectivo versículo, enquanto que nas referências das epístolas se antepõe, por exemplo, "I JO". Quanto a isto e a tudo que se segue remeto ao meu comentário Das Evangelium des Johannes, Meyers Kommentar, 152 ed., 1957.
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TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
sobre pureza e divórcio, antes fala de seu vir e ir, do que ele é e do que traz para o mundo. Não luta contra justiça própria e inverdade, e sim contra a falta de fé em sua pessoa. E justamente quando, aparentemente, está em discussão um tema da pregação sinótica de Jesus, na acusação de transgressão do mandamento do sábado nos c. 5 e 9, revela-se a diferença. Pois aqui não se tem em vista a pergunta até que ponto o mandamento do sábado tem validade para o ser humano (como em Me 2.23-3.6), mas é demonstrada a autoridade de Jesus como Filho de Deus. As parábolas, tão características do Jesus sinótico, faltam totalmente; em contrapartida, aparecem os grandes discursos figurados do pastor (c. 10) e da videira (c. 15), que, na imagem simbólica, apresentam Jesus como o revelador. Eles pertencem ao grupo de palavras e discursos que recebem seu caráter pelo EYW ELI-Ll [eu sou] do revelador, e que não têm analogias nos sinóticos. Também a história da paixão, em cuja estrutura João está relativamente mais próximo dos sinóticos, foi totalmente reestruturada. A última ceia de Jesus com seus discípulos não é mais a ceia pascal e não é mais ocasião para a instituição da celebração da ceia do Senhor; ela é o ponto de partida para longos discursos de despedida que não encontram paralelos nos sinóticos. Os diálogos perante o sinédrio e Pilatos são totalmente modificados, bem como o relato da crucificação, que termina com o 'rE'tÉÂEO'tUl [está consumado] do revelador - como, aliás, também o Batista no início do Evangelho não é mais o pregador do arrependimento, e sim a testemunha a favor de Jesus como Filho de Deus. Enquanto nos sinóticos se refletem os destinos, os problemas e a fé da comunidade mais antiga, em João não se percebe mais quase nada disso. As perguntas características da comunidade primitiva pela validade da lei, da vinda do reino de Deus ou pela demora de sua vinda, emudeceram. O problema da missão entre os gentios não é mais atual, como mostra especialmente uma comparação de [o 4.46-54 com Mt 8.5-18; Lc 7.1-19: uma história que inicialmente fala da fé de uma mulher gentílica, serve agora para falar sobre a relação entre fé e milagre. A demonstração de que as profecias se cumpriram tem papel insignificante; ela está presente apenas em 2.17; 12.14s.,38,40; 13.18; 15.25; 19.24.36s. e talvez em 6.31,45. Unicamente o problema da relação com o Batista e seus discípulos ainda tem seu
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§ 41. A
POSIÇÃO HISTÓRICA DE JOÃO
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antigo peso (cf, Mt 2.18 par.; Mt 11.2-19 par.; Lc 11.1), sim, ganhou até mais peso (1.6-8.15,19-36; 3.23-30; 5.33-35; 10.40-42), e At 18.25; 19.1-7 já mostram que a comunidade helenista também se preocupou com esse problema. Contanto que a situação da comunidade se reflete no Evangelho segundo João, seu problema é a desavença com o judaísmo e seu tema é a fé em Jesus como o Filho de Deus. A comunidade cristã já está excluída da liga das sinagogas (9.22; 16.1-3), sim, o evangelista acha a distância em relação ao judaísmo tão grande, que, em sua apresentação, Jesus já nem aparece mais como membro do povo judeu e da comunidade judaica e fala da lei dos judeus a estes como de "vossa lei", como um estranho (8.17; 10.34; cf. 7.19,22). Os "judeus" não aparecem mais em sua diferenciabilidade concreta como "piedosos" e "pecadores", como publicanos e prostitutas, como escribas ou pescadores, e sim como oi. 'Iouôcdot [os judeus], diferenciados somente no ÕXÀoç [povo] e nos líderes, que se chamam os ãPXOV'rEÇ [chefes] ou os apXLEpElç [sumo sacerdotes] ou ainda os (J)apLaaloL [fariseus], quando que esses últimos aparecem, às vezes, como autoridades públicas (7.45,47s.; 11.47.57). Além disso, para João os "judeus" são os representantes do "mundo" por excelência, que nega a fé a Jesus. 2. A observação de que em João a discussão paulina sobre a lei é de somenos importância, levou, muitas vezes, à conclusão errada de que João deveria ser compreendido como o auge do desenvolvimento que vai além de Paulo, no qual as discussões em torno da lei pertencem ao passado. A relação entre João e Paulo, porém, não pode ser entendida segundo o esquema de um desenvolvimento monolinear da teologia protocristã, pois ambos vão em direções totalmente diferentes. Como João se encontra a certa distância da comunidade primitiva, ele deverá ser mais recente do que Paulo; mas João não pressupõe a este como elo intermediário entre si e a comunidade primitiva. A literatura deuteropaulina o modo como se desenvolveu o paulinismo, ilustra-o (Colossenses, Efésios, 2 Tessalonicenses, Past, 1 Pedro) - este é um mundo diferente do de João. Todavia, existem certos pontos comuns com vistas à atmosfera histórico-religiosa. Ambos se encontram no espaço do helenismo impregnado pela corrente gnóstica, de modo que certa conso-
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nância na terminologia dualista não causa admiração. Ambos usam o conceito KÓOIlOÇ [mundo] no sentido dualista depreciativo, e também são unânimes na compreensão do KÓOIlOÇ essencialmente como o mundo dos seres humanos (3.16s., etc.; referente a Paulo ver § 26). As antíteses típicas para João: &'À1ÍSEllX - ljJEUÕOÇ [verdade mentira] (8.44; 1Jo 2.21,27),
2Co 6.14 não é paulino, ver p. 262, n. 54. - Em vez de oKO'da [trevas], Paulo diz [escuro], o que em [o ocorre somente em 3.19; 1Jo 1.3.
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§ 41. A
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para o envio de Jesus (Gl 4.4; Rm 8.3; em João passim) ou de ÔLÔÓVUl [dar] (3.6; cristão-comum TIUpaÕlÕóvaL [entregar], Rm 8.32, etc.) para sua entrega, naturalmente nada dizem a respeito de um relacionamento especial entre João e Paulo, tampouco a concordância na concepção da elevação de Jesus a Senhor na õóÇa [glória] (17.5, etc.: Fp 2.9; 3.21, etc.). É convicção comum entre os cristãos que depois da elevação de Jesus foi concedido à comunidade o Espírito (15.26, etc., etc.) (§ 14), e o fato de que em João o Espírito é chamado o TIapáKÀrrroc; [consolador] não encontra paralelo em Paulo. Se em [o 12.38, como em Rm 10.16, é citado Is 53.1 numa argumentação apologética, isso naturalmente não prova que João depende de Paulo. Se o dito do Senhor a respeito do discipulado, citado em 12.26, já teve a formulação Õl.áKOVOC; [servo] em vez de ~cxSrrníc; [discípulo] (Lc 14.27), essa pode remontar à influência do uso lingüístico paulino ou deuteropaulino (2Co 3.6; Ef 3.7, etc.), Em vista desse contato com a terminologia cristã comum, é tanto mais significativo que a terminologia especificamente paulina falte em João. Ainda que Paulo e João usem o termo KÓO~OÇ no mesmo sentido (ver acima p. 433), o contraste oápç - TIVE~a [carne - espírito], dominante em Paulo, quase desaparece em João; ele ocorre somente em 3.6; 6.63, como, aliás, oápç ocorre somente raras vezes (1.13s.; 1Jo 2.16, além das passagens que falam da vinda de Jesus EV oapKL [em carne] - 1Jo 4.2; 2Jo 7). O Ka't"O: oápKa [segundo a carne] característico de Paulo (ver acima § 22,3) tem sua analogia no máximo no KaTà TT,V aápKu [segundo a carne] de 8.15; ETIlSUJ..1La [cobiça] (§ 23,2) ocorre somente em 8.44; 1Jo 2.16; ETIl.eU~El.V [cobiçar] sequer ocorre. A terminologia antropológica característica de Paulo, que remonta ao AT, não se encontra em João; aWl-lu [corpo] e wux1Í [alma] no sentido paulino faltam, KUPÕLU [coração] é relativamente raro (13.2; 14.1; 16.22, além de na citação de 12.40; além disso I]o 3.19-21); vouç [entendimento] e VÓl1J..1u [intenção] faltam inteiramente. Faltam igualmente KcxuxiXoSal, KaúXlllJ.U e KaúXTlOlç [gloriar-se e vanglória], bem como I-lEpl~viiv e ~Épl~VCX [preocupar-se e preocupação]; também faltam os termos OUVELÔ11oLC;, &pE't"TÍ, cPÚOlÇ [consciência, virtude e natureza], assumidos por Paulo da diatribe. Mais importante é que a terminologia histórico-salvífica de Paulo não ocorre em João. Ele não conhece ôucmooúvn SEOU [justiça de Deus]
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como designação do bem salvífico; ôucucocúvn [justiça] aparece somente em 16.8,10, (onde a palavra significa a ôucm.ooúvn de Jesus, isto é, sua vitória no processo entre o mundo) e Ijo 2.29; 3.7,10 na frase veterotestamentária TIOLElV (T~V) ôLKULOaúV'flV [fazer (a) justiça]. Naturalmente também falta então ÔLK(UOUaSUL [justificar] e a antítese E~ EPYWV VÓf-l0U - EK 1TlaTEwç [com base nas obras da lei - com base na fé], como, aliás, o substantivo 1TlaTLç [fé] ocorre somente em I]o 5.4. Pois, sem dúvida, o TILaTEÚELV [crer] é exigido, mas não no sentido especificamente paulino, e sim no sentido cristão comum (p. 91s.). A fé não é contraposta como o verdadeiro caminho de salvação ao falso (ilÀoç SEOU [zelo de Deus] (Rm 10.3); o problema do caminho da salvação, atual para o judeu, não está em discussão. A antítese VÓj..10ç - XÚplÇ [lei - graça] só ocorre em 1.17, e nisso evidentemente há uma reminiscência da terminologia paulina; no entanto, a antítese paulina está modificada pelo fato de que a XÚpLÇ contraposta ao VÓf-l0ç é combinada com aÀ:rí8ELu [verdade]. Aliás, além disso, XÚpLÇ ocorre somente em 1.14,16 e na fórmula de saudação de 2Jo 3; xápLaj..1U [carisma] exapt(EoSaL [agraciar] faltam completamente. Do cruopóc [cruz] e do onxupouv [crucificar] fala-se, naturalmente, na narrativa da paixão em [o 19; mas essas palavras não são termos histórico-salvíficos; por isso não ocorrem nem nas palavras de Jesus nem nas epístolas . . joarunas. Em João falta a perspectiva histórico-salvífica, por princípio. É bem verdade que o Jesus joanino se reporta a Abraão perante os judeus e lhes contesta a filiação abraâmica (8.33-58); ele também sabe ter a Moisés a seu favor na discussão com os judeus (5.45s.; cf. 1.45). Mas a idéia da aliança de Deus com Israel ou da nova aliança, a eleição de Israel e a condução do povo não têm importância. Por isto é compreensível que a demonstração do cumprimento das profecias é de pouca importância (ver acima), e que a designação histórico-salvífica da comunidade,' ou seja, EKKÀ'flOla, falta em João (§ 6,2; § 10,1). O vocábulo se encontra somente em 3 jo 6,9s. como designação da comunidade individual. Do KaÀELV [chamar] no sentido histórico-salvífico, da KÀf)OlÇ [chamado] e dos KÀrrrol [chamados] (§ 10,3) não se fala. No EKÀÉYEaSal [eleger] de 6.70; 13.18; 15.16 pode haver urna reminiscência do termo histórico-salvífico, ao se afirmar a respeito de Jesus o que, no mais, era atribuído a Deus OCo 1.27, etc.),
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mas EKÀ.0Y'IÍ [eleição] e EKÂEK'tOL [eleitos] (§ 10,3) faltam." Também falta a designação dos cristãos como ãYlOl [santos] ou tlyuXOj.l.ÉVOl [santificados] (§ 10,3), embora a idéia possa estar presente subliminarmente em Jo 17.17,19. Mas também falta - pelo menos no texto original do Evangelho - a terminologia eclesiológico-helenista e qualquer referência ao culto do KÚplOC; [Senhor] e aos sacramentos; KÚplOÇ ocorre em 4.1; 6.23; 11.2 em glosas redacionais, no mais somente na história da Páscoa, no capo 20, como designação do ressurreto. Os sacramentos só foram introduzidos pela redação (3.5; 6.51b-58).76 O evangelista evita falar deles e tem, evidentemente, uma desconfiança em relação à piedade sacramental, de modo tal que inclusive deixa de narrar a instituição da ceia do Senhor, substituindo-a pela oração de despedida de Jesus no capo 17. Está claro: João não pertence à escola paulina e não está sob a influência de Paulo; ele é uma figura original e se encontra em outra atmosfera de pensamento teológico. Essa atmosfera por si só também pode sofrer influência paulina, o que se evidencia em Inácio, que tem afinidade com João pelo fato de que ambos pertenceram a determinado mundo espiritual e que, não obstante, recebeu a forte influência de Paulo. Justamente a comparação com Inácio mostra a independência de João; e essa se mostra com tanto mais clareza pelo fato de que, a despeito de todas as diferenças no modo de pensar e na terminologia, existe uma profunda afinidade objetiva entre João e Paulo. Naturalmente ainda não nos detalhes, como no fato de que João pode, como Paulo, resumir o plural EPya [obras] no singular EPYOV [obra] (6.28s.), no que, além disso, a diferença é maior, porque aqui o EPYOV é a fé e não a atuação que resulta da fé (1Co 15.58; 1Ts 1.3). Essa afinidade consiste, antes, no fato de que em ambos o evento escatológico é compreendido como o que se realiza já no presente, embora João seja o primeiro a levar essa concepção até as últimas conseqüências. Em ambos a idéia da õóçcx [glória] de Jesus está historicizada (1.14; 2Co 3.7ss.; p. 407) e em ambos a nova vida aparece sob a máscara da morte (11.25s.; 16.33; 2Co 4.7ss.; p. 421ss.). Em ambos está desmitologizado o dualismo gnóstico, sendo que, tanto 75
76
[Isenhora) eleita] 2Jo 1.13 comunidade cristã. Cf. abaixo § 47,4. 'EKÀ.EK'tt) (KUpLU)
é,
ao que parece, denominação de uma
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para João quanto para Paulo, o mundo continua compreensível como criação de Deus, e em ambos o conceito de Deus contém a paradoxal união de juízo e graça. Tudo isso, porém, somente pode ser esclarecido no decorrer da exposição da teologia joanina. 3. O autor do Evangelho e das epístolas de João e o lugar onde foram redigidos são desconhecidos e sobre o tempo da redação se pode dizer somente que o Evangelho deve ter sido escrito numa distância temporal da primeira fixação literária da tradição sinótica, no entanto, com muita probabilidade, ainda no primeiro século, visto que está atestado por citações em papiros do início do século II.77 Em todo caso, a atmosfera na qual ele surgiu (como também as epístolas) é a do cristianismo oriental. Sem dúvida, o Evangelho em seu todo não foi escrito originalmente em uma língua semítica (aramaico ou siríaco) e depois traduzido para o grego, e sim foi redigido em grego. Sua linguagem, porém, é um grego semitizante, tanto em termos de gramática, quanto no estilo - embora de outra maneira do que o grego dos sinóticos, para o qual; afinal, vale a mesma coisa. Além disso, é no mínimo provável que o evangelista usou de uma fonte originalmente aramaica (ou síria), a saber, para o prólogo e os ditos e discursos de Jesus, na medida em que não procedem da tradição sinótica e daquela coleção de narrativas de milagres que igualmente serviu de fonte Cp. 431). Quanto à questão se a fonte dos ditos e discursos de Jesus - chamemo-la de "discursos de revelação", segundo seu conteúdo principal - é traduzida do semítico ou concebida em grego, é possível dizer que em todo caso, seu estilo é o do discurso semita, melhor: da poesia semita como ela é conhecida das Odes de Salomão e de outros textos gnósticos. Na origem desses discursos de revelação se encontra determinado esquema, naturalmente aberto a variações que, todavia, foram transformadas, em grande parte, em diálogos pelo evangelista. Esse esquema contém como elemento a auto-apresentação do revelador, introduzida pelo característico EYW El.!JL. [eu sou], o promissor chamado convida77
O "Unknown Cospel [Evangelho desconhecido]", cujos fragmentos foram editados em 1935 por H. IORIS BELL e T. C. SKEAT, e sobretudo o fragmento de [o editado por C. H. ROBERTS em 1935 mostram que [o era conhecido no Egito por volta do ano 100.
§ 41. A rosrcao
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tivo e a ameaça à descrença. O discurso transcorre no característico paralelismo dos membros semita, em que é singular o fato de que, nos paralelismos antitéticos, a antítese muitas vezes não é um simples contraste à tese (como, p. ex., em BarSir 3.9; Mt 8.20; Me 10.4244),€ sim a negação do contrário, o que se consegue pela repetição da tese com uma negação ou uma modificação ínfima do teor (p. ex., 3.18a, 36a; 4.13s.; 8.23). A forma estilística é a expressão para a concepção dualista básica, que é a pressuposição dos discursos de revelação. E a ela também correspondem os termos antitéticos que perpassam esses discursos: luz e trevas, verdade e mentira, em cima e embaixo (ou celestial e terreno), liberdade e escravidão. Para a mesma esfera do pensamento gnóstico-dualista também apontam as imagens que caracterizam o revelador em seu contraste com o "mundo" e em seu significado salvífico ou descrevem seu dom; ele é a luz do mundo, o bom pastor, a videira verdadeira; ele oferece a água da vida, o verdadeiro pão do céu. O que ele é e o que dá é "verdadeiro" (àÂ.llSLváç - 1.9; 6.22; 15.1; 1Jo 2.8), como, aliás, ele também pode ser chamado pura e simplesmente lia verdade" (14.6) - justamente esta é a linguagem daquele dualismo para o qual tudo o que é terreno é mentira e aparência. Tudo que o ser humano procura neste mundo e pensa encontrar - no revelador isto é "verdade", isto é, realidade. Em tudo que o ser humano procura, ele procura a "vida" - no revelador ela está presente; assim como ele é "a verdade", também é lia vida" (14.6; Ijo 1.2). Naturalmente a "vida" é o almejado bem salvífico também para Paulo, bem como para toda a cristandade primitiva, sim, como já para o ATe o judaísmo. Mas ela se tornou a designação dominante somente naqueles círculos das religiões helenistas, e especialmente na gnose, para quais a vida deste mundo perdeu seu esplendor e seu valor em tal medida que , ela é considerada uma vida fictícia, que na verdade está morta. E a partir dessa atmosfera que João escreve; e os conceitos "verdade" e "vida" ocupam o lugar dos conceitos da ~alJ..E(a TOU SEDU [reino de Deus] e da ôuccaooúvn roü SEDU [justiça de Deus]. Como a terminologia dualista mostra alguma afinidade com a de certos trechos dos textos de Qumran, foi discutida várias vezes a pergunta pela
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relação entre as duas. Mais do que certa semelhança da atmosfera não se poderá demonstrar. Em todo caso, João não procede do círculo da seita. Cf. LUCETIA MOWRY, The Biblical Archeologist, 1954, p. 79-94; F. M. BRAUN, RB 62 (1955), p. 5-44; lo., in: L'Evangile de St. Jean, 1958, p. 179-196; W. F. ALBRIGHT, "Recent discoveries in Palestine and the Gospel of St. John", in: The Background of the NT and its Eschatology, 1956, p. 153-171; R. E. BROWN, "The Qumran Scrolls and the Johannine Gospel", in: The Scrolls and the N'T, 1957, p. 183207. - O. CULLMANN, "Secte de Qumran, Hellenistes des Actes et Quatriéme Évangile", in: Les Manuscrits de la Mer Morte, 1957, p. 61-74; J. COPPENS, "Le Don de l'Esprit d'aprês les textes de Qumran et le Quatriéme Évangile", in: L'Évangile de St. Jean, p. 209-223. Cf. também G. QUISPEL, "L'Evangile de Jean et la Gnose", in: L'Evangile de Jean, Rech. Bibl. IH, p. 197-208.
Terminologicamente esse círculo de concepções também se expressa no fato de que Jesus é o revelador que o Pai "mandou" ou "enviou". Também esse discurso do 'ITÉ~'ITElV [mandar] ou do à'ITOO-rÉÀÂ.ELV [enviar] recebeu um sentido especial na gnose." Ele é característico da concepção dualista porque designa a irrupção do além no aquém, na pessoa de um Revelador - justamente do "enviado". Nele aparece o mundo da "verdade" e da "vida" no espaço do aquém; o evento escatológico se torna presente em sua palavra que ele pronuncia como o enviado por ordem do Pai. Se, portanto, para João, bem como para Paulo, o evento escatológico salvífico já acontece no presente, isso se dá, não obstante, com uma diferença já anunciada na terminologia. Paulo até pode também dizer que Deus "enviou" seu Filho (GI4.4; Rm 8.3); esse termo, porém, não tem peso em comparação com o discurso de que Deus "entregou" seu Filho, discurso já familiar a Paulo por seu tradicional (cf. p. 32; TIapaÕlÕóval [entregar] - Rm 4.25; 8.32; 1Co 11.23), e que ele evidentemente reformulou de modo tal que pode falar da auto-entrega do Filho (ôrôóvm, ou mxpaõlõóveu ÉaUTóv - Gl1.4; 2.20; posteriormente na escola paulina, Ef 5.2,25; 1Tm 2.6; Tt 2.14). Em João, aquele õlõóval ocorre somente em 3.16 (TIapaÕtÕÓVal com mais freqüência, mas no sentido de "trair"), e isso para designar o envio na terminologia comum do cristianismo; pois o sentido característico dessa terminologia da entrega do Filho como sacrifício não ocorre, visto que falta o 78
The Great Vohu Manah and the Apostle of God, 1945, e Mesopotamian Elements in Manichaeism, 1946. - Cf. também HANS JONAS, Gnosis und spiitantiker Geist l, 2 a ed., 1954, p. 1208S. A respeito disso ver esp.
GEO WIDENGREN,
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t>TTEp [por] (Gl1.4; 2.20; Ef 5.2,25; 1Tm 2.6; Tt 2.14) ou o õui [por meio de] (Rm 4.25), característicos daquela terminologia.
Se para Paulo o Jesus terreno, como o preexistente que aparece em forma de servo, encontra-se destituído de toda glória divina (Fp 2.6ss.; 2Co 8.9; Rm 8.3), em João o Lagos encarnado revela - naturalmente, de modo paradoxal e somente visível para os olhos dos crentes - sua õáÇa [glória] em sua atuação na terra (1.14; 2.11). Por isso a palavra que a voz celestial dirige a Jesus em jo 12.28, no momento decisivo de seu destino, não é concebível em Paulo: Eõ~aaa [já o glorifiquei] (a saber, na atividade terrena do revelador) KallTáÀlv õ~áaw [e novamente o glorificarei] (a saber, pela elevação que acontece na cruz). Assim, pois, a figura de Jesus é traçada, de modo geral, nas formas que o mito gnóstico da redenção oferecia (§ 15,1, p. 220), que já antes de Paulo, e depois nele mesmo, havia influenciado o pensamento cristológico do cristianismo helenista (§ 15,4c). Claro: em João faltam os elementos cosmológicos do mito; falta sobretudo a idéia de que a redenção que o enviado" traz é a libertação das centelhas de luz preexistentes, que são mantidas cativas por poderes demoníacos neste mundo inferior (§ 15,1; p. 219s.). No mais, porém, Jesus se apresenta, como no mito gnóstico, como o preexistente Filho de Deus, que o Pai dotou de autoridade e o enviou ao mundo. Aparecendo aqui como ser humano, ele fala as palavras que o Pai lhe deu, e realiza as obras das quais o Pai o incumbiu. Ele não está "isolado" do Pai, e sim como enviado sem falta e mentira, ele se encontra em firme e permanente unidade com ele. Ele vem como a "luz", como a "verdade", como a "vida", ao trazer luz, verdade e vida por meio de suas palavras e obras, e ao chamar os "seus" para junto de si. Em seus discursos contendo o eu sou", ele se revela como o enviado; mas somente os "seus" o entendem. Assim sua vinda realiza a separação entre aqueles que ouvem sua voz, que começam a enxergar, e os outros, que não entendem sua linguagem, que acham que vêem e permanecem presos em sua cegueira. No mundo, do qual chama os seus a si, ele é desprezado e odiado. Mas ele deixa o mundo; assim como ele "veio", ele também "parte" e se despede dos seus, os quais recomenda ao Pai em oração. Porém, igualmente sua partida faz parte de sua obra salvífica; pois, por meio de sua ascensão, ele abriu LI
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para os seus o caminho até as moradas celestiais, nas quais acolherá os seus. Por fim, também a denominação de Logos para o revelador preexistente provém, não da tradição filosófica grega e sim da linguagem gnóstica. - Como João interpreta esse mito e como esse mito lhe pode ser útil para expressar seus pensamentos teológicos, deverá ficar explícito em sua exposição. A terminologia e conceitualidade gnósticas marcam sobretudo os ditos e os discursos de [esus, mas de modo algum se restringem à fonte dos "discurso de revelação", na qual provavelmente João se baseia,. mas perpassa todo o Evangelho bem como as epístolas. Se o autor provém do judaísmo, como talvez o comprovem as freqüentes expressões do rabinismo, em todos os casos,. não de um judaísmo ortodoxo,. e sim de um judaísmo de caráter gnóstico." Especialmente seus recursos redacionais,. com os quais constrói os debates, o uso de conceitos e afirmações ambíguos para provocar mal-entendidos,. são indicativos do fato de que ele vive no círculo do pensamento gnóstico-dualista. Pois aquelas ambigüidades e mal-entendidos de modo algum são apenas recursos técnicos formais,. mas são a expressão do pensamento dualista básico; o revelador e o "mundo" não podem entender-se; eles falam linguagens diferentes (8.43); o mundo confunde a verdade com a aparência, o verdadeiro com o não-verdadeiro,. e tem que rebaixar para a esfera do não-verdadeiro o que o revelador diz a respeito do verdadeiro e conseqüentemente entendê-lo mal.
A. O dualismo joanino Ver bibliografia ref. a 11 (p. 429) e ref. ao § 41 (p. 430) - MUSSNER, F., Die Anschauung vom Leben im 4. Evangelium, 1952. - ScHNACKENBURG, R., "Leben und Tod nach [ohannes", in: lo., Christliche Existenz nach dem Neuen Testament. 11., 1968, p. 123-148. - BECKER, J., "Beobachtungen zum Dualismus im Johannesevangelium", ZNW 65 (1974), p. 71-84. - ONUKI, T., Gemeinde und Welt im Johannesevangelium. Ein Beitrag zur Frage nach der theologischen und pragmatischen Funktion des johanneischen Dualismus, 1984.
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Enquanto até o momento só se podia inferir um judaísmo de caráter gnóstico de fontes posteriores, agora o mesmo é testificado pelos manuscritos recém-descobertos na Palestina.
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§ 42.
MUNDO E SER HUMANO
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§ 42. MUNDO E SER HUMANO 1. A pregação de João consiste na mensagem de que Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho . . . unigênito" - não para julgá-lo, e sim para salvá-lo (3.16s.; 1Jo 4.9,14). Bem que ele merecia o juízo, pois Ó KÓOIJ.OÇ OAOÇ EV -reli 1TOVllP<{) KEL:rcn [o mundo inteiro jaz no maligno] (I]o 5.19); mas é da salvação que ele carece. Como para Paulo (§ 26), o KÓOIJ.OÇ [mundo] é para João em primeiro lugar o mundo dos seres humanos; sobre ele é pronunciada a sentença de que é mau e estaria perdido sem a vinda do "Filho". Em sua oposição radical a Deus ele é caracterizado, como em Paulo, com o termo procedente da escatologia apocalíptica Ó KÓOIJ.OÇ oêroç [este mundo] (8.23; 9.39; 11.9; 12.25,31; 13.1; 16.11; 18.36; lJo 4.17), no que se trata do contraste da natureza e não o dos tempos (com exceção eventual na citação de 12.25). A isso corresponde o fato de que João não fala do alwv OUtOç (ou EVEOtWÇ) [este éon ou presente éon] e IJ.ÉAAWV (ou EPXÓIJ.EVOÇ) [éon futuro ou vindouro]. Qual, porém, é a natureza do KÓOIJ.OÇ? A frase: EV t<{) KÓO~c.p Tjv (se. tO 4Jwç) KaL Ó KÓ
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afirmar a seu respeito que, por meio dele, vieram graça e verdade (1.17), que ele mesmo é a verdade (14.6; cf. também I]o 2.21; 3.19). Mas a natureza do mundo é designada diretamente como mentira quando Jesus acusa os "judeus" de serem incapazes de ouvir sua palavra porque procedem do diabo, portanto, da mentira, e por isso não crêem quando Jesus diz a verdade (8.42-45; cf. 1Jo 2.21,27). Quem não reconhece a Jesus como o Messias é um "mentiroso" (1Jo 2.22). Que, porém, essas trevas e mentira, próprias do mundo, das quais ele mesmo se apropriou, são um poder, ao qual está escravizado, expressa-se na promessa da liberdade ao conhecimento da verdade (8.32). Portanto, o KÓO~OÇ é, por natureza, existência na escravidão. O dominador do mundo, o ãpxwv 'tOU KÓO~OU (-cOÚTOU) é o diabo (12.31; 14.40; 16.11). Dele descendem os "judeus", como sendo seu pai (§ 44), dele descendem os pecadores (1Jo 3.8,10). Pois a escravidão sob o diabo significa a mesma coisa que a escravidão sob o pecado, da qual justamente o conhecimento da verdade liberta (8.32-34). Amar a escuridão mais do que a luz significa: praticar o mal (3.19s.); ser cego significa: estar atolado no pecado (9.41). Isso, porém, significa, por sua vez: estar entregue à morte. Os "judeus" morrerão em seus pecados (8.21,24). Sim, no fundo, o mundo já está morto; pois para o que crê em Jesus vale que ele passou da morte para a vida (5.24). Onde se faz ouvir a palavra de Jesus, aí chegou a hora da ressurreição dos mortos (5.25); e justamente porque o mundo jaz na morte, Jesus traz a água da vida e o pão da vida (4.10; 6.27ss.), ele é a luz da vida (8.12), a ressurreição e a vida (11.25; 14.6). O aspecto mais horrendo do fato de que o ser humano está sujeito à morte, porém, é a inimizade do mundo contra a vida. Assim como o diabo é assassino por natureza (àn' àpx'flç [desde o princípio] - 8.44), assim também o são aqueles que dele descendem, como Caim, como os "judeus" (I]o 3.12; [o 8.40). O ódio ao irmão nada mais é que essa vontade de matar (I]o 3.15; cf. 2.9,11). Por isso o "novo mandamento" de Jesus é o do amor ao irmão (13.34s.; Ijo 2.7ss., etc.), e assim como para aquele que crê vale que ele passou da morte para a vida, o mesmo também vale para aquele que ama o irmão (I]o 3.14). O diabo seria para João uma realidade no sentido mítico? Isso é, no mínimo, muito duvidoso. Mas, como quer que seja: em todo caso ele representa o poder a cujo domínio o próprio mundo se
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§ 42.
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entregou, o poder das trevas e da mentira, o poder do pecado e da morte. O diabo é o adversário de Deus, isto é, trevas e mentira; pecado e morte são os inimigos da luz e da verdade, da liberdade e da vida. O poder diabólico de todo mal, porém, não é concebido, no sentido gnóstico, como um poder cósmico, em cujo poder os seres humanos caíram por uma fatalidade. O KÓ
lismo gnóstico: luz e trevas, verdade e mentira, liberdade e escravidão, vida e morte recebem primeiro seu sentido caracteristicamente joanino. Pois, que significa "luz"? Naturalmente "luz" tem em João, como em toda linguagem religiosa, a conotação do salutar. Porém, a definição mais precisa desse termo depreende-se das sentenças que falam do TIEpLTIa"tELv [andar] ou do Epyá(E08(XL [atuar] na luz (ou no dia), ou, inversamente, do TIEpLTIa"tElv nas trevas (ou na noite). Somente na luz é possível um andar e agir seguros; na escuridão, o ser humano é cego e não encontra seu caminho (9.4; l1.9s.; 12.35; I]o 2.11). A luz, portanto, é entendida no sentido original como a claridade, na qual o ser humano pode orientar-se não apenas a respeito dos objetos, mas também entende a si mesmo e pode orientar-se. A "verdadeira luz" ("to cl>wç"to à,A,TJ8LVÓV -1.9; Ijo 2.8), porém, não é a claridade do dia, que possibilita a orientação no mundo exterior, mas o fato de a existência estar aclarada, na qual ela entende a si mesma, na qual o ser humano adquire uma autocompreensão que lhe abre o "caminho", orienta todo seu agir, dá-lhe clareza e certeza. Se a criação é a revelação de Deus e se a "Palavra" está ativa como a "luz" no que foi criado, então isso significa que a possibilidade de 80
A frase não totalmente clara de 1.4: oyÉYOVEV, EV cdrrQ (<.Ui) 'I1V significa: "O que se fez - nele (no "Logos") estava a vida (para isso)", ou: "O que se fez - nisso ele (o "Logos") era a vida".
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uma autocompreensão autêntica é dada ao ser humano na compreensão de si mesmo como criatura. A escuridão significa então o fato de que o ser humano não aproveita essa possibilidade, que ele se fecha ao Deus revelado na criação; que ele, em vez de se entender como criação, arroga-se uma soberania como ela é própria somente do criador. À pergunta de onde vem a escuridão João não responde com um mito. Pois a possibilidade da escuridão - da autocompreensão ilusória - é dada com a possibilidade da luz - da autocompreensão autêntica. Inimizade contra Deus somente existe porque existe revelação de Deus. Somente porque existe luz também existe escuridão; ela outra coisa não é que fechar-se para a luz; ela é a fuga da origem da existência, na qual unicamente existe a possibilidade da iluminação da existência. Ao fechar-se à luz, o mundo se revolta contra Deus, torna-se independente do criador - isto é, ele o tenta, imagina que o pode. Assim, estando na escuridão, ele está simultaneamente na mentira. Pois essa ilusão a respeito de si mesmo é a mentira, não um comportamento imoral - todavia, novamente não se trata de ilusão de um mero engano, e sim da ilusão de uma falsa autocompreensão, da qual se origine todo o comportamento eventualmente imoral, que precede a todo comportamento tópico - de uma autocompreensão que é revolta contra Deus, contra a "verdade". Pois assim como "mentira", também "verdade" (&À~8ElIX) não tem mero sentido formal em João, como se àÀTÍ8ElIX significasse a revelação do ente em si ou a realidade no sentido meramente formal, como ela pode ser afirmada a respeito de qualquer objeto (em contraste com uma representação ilusória). Antes, em João o significado fundamental de àÀTÍ8ElIX é a realidade de Deus, que, visto ser Deus o criador, é a única realidade autêntica. O conhecimento libertador da verdade (8.32) não é o conhecimento racional da realidade do ente em si, que liberta dos preconceitos e enganos provocados por tradição e convenção, e sim o conhecimento da realidade de Deus concedido à fé, que liberta do pecado (8.32-34). Na verdade, àÀTÍ8ElIX tem o sentido formal de verdade quando diz que Jesus está dizendo a verdade (8.45) e que o Espírito conduz a toda a verdade (16.13). Mas a verdade, à qual o Espírito conduz, é de fato a realidade de Deus; e afinal Jesus não apenas diz a verdade, e sim é a verdade
§ 42.
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ao mesmo tempo (14.6; § 48). Ela, portanto, não é a doutrina a respeito de Deus transmitida por meio dele, a própria realidade de Deus que nele se revela e acontece; pois quem o viu, viu o Pai (14.9); nele está e age o Pai (14.10s.); e assim como ele é a àÀitBELa, assim também é, por isso, a (wit [vida] (14.6). Se ele, como a "Palavra" encarnada, está cheio de XápLÇ [graça] e &.Â~eELa (1.14), então está dito por meio de uma hendíadis que nele se encontra a realidade de Deus como dom da graça. Se a palavra de Deus é a verdade (17.17), ela o é porque nela se revela a realidade de Deus; e se os crentes devem ser "santificados" pela verdade (17.17), então justamente porque a realidade de Deus, que se revela na palavra, tira .da esfera de poder do mundo os que ainda estão no mundo (17.14-16). Se Deus exige adoradores que o veneram EV 1TvEú~a'tL KaL &.ÂllBElq, [em espírito e verdade] (4.23), temos novamente uma hendíadis que diz que veneração autêntica é tão-somente aquela efetuada pelo poder de Deus e por sua própria revelação. A realidade de Deus se tornou indiferente para o mundo. Isso está expresso na pergunta reticente de Pilatos: 'tL EO'tLV àÀ~SELa; [o que é a verdade?]; mas assim como ElvaL EK -rflç cXÀllSELaç [ser da verdade] (18.37; 1Jo 2.21; 3.19) e ElvaL EK SEOU [ser de Deus] (7.17; 8.47; 1Jo 3.10; 4.1ss.; 5.19) são sinônimos, assim também o são ElvaL EK 'tOU KOOIJ.0U [ser do mundo] (8.23; 15.19; 17.14,16; 18.36; Ijo 2.16; 4.5), EK -rflç yflç [da terra] (3.31), EK -rwv Ká:rw [das coisas de baixo] (8.23), EK orou ôLapóÂou [do diabo] (8.44; Ijo 3.8). Se, porém, a verdade é a realidade de Deus como a única realidade autêntica, então a mentira, que nega essa realidade, não é apenas uma afirmação falsa. Antes, o mentiroso se esquiva da realidade e cai no irreal, na morte. Pois se Deus é a única realidade, então vida significa nada mais do que estar aberto para Deus e para aquele que o revela: aü-rll ÕÉ EO-rLV ti aLwvLoç (w~, t(va YLVWOKWOLV OE -rDv IJ.ÓVOV àÂllelVOV SEOV KaL à:rrÉa'tELÂaç 'Inooúv XpLO'tÓV [esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo.a quem enviaste] (17.3); a "vida eterna" outra coisa não é senão a "vida" em si, como, aliás, (w~ [vida] e (wi, etLWVLOç [vida eterna] são empregados por João, sem distinção, com o mesmo significado). Ao afastarse da àÂ1ÍSELa [verdade], o mundo se afasta simultaneamente da (wtÍ e assim faz de si mesmo uma pseudo-realidade que, sendo mentira, é ao mesmo tempo morte. Ele é o nada que pretende ser alguma
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coisa e que tira a vida daquele que o considera verdade; ele é assassino (8.44). Em sua revolta contra Deus, o mundo permanece criação de Deus; ou seja, o ser humano somente pode produzir uma pseudorealidade que, na verdade, é mentira, um nada. Pois ele não vive, como Deus, de si mesmo, e sim sempre somente de uma origem indisponível, que tem poder sobre ele. Ele sempre vem de um de- onde, e para ele existe somente a possibilidade de ser de Deus ou do mundo, da mentira, do nada. Se ele se decidir contra sua origem em Deus, então sua origem é o nada, ao qual deu poder sobre si mesmo. As expressões que servem para caracterizar os seres humanos e seu comportamento: Elvcü EX, YEvvllSf]vul EX [ser de, ser nascido de], perderam em João o sentido cosmológico que possuem no mito gnóstico e designam a natureza do ser humano que se expressa em todo seu falar e agir e que determina o destino de seu caminho. Estão justapostas as possibilidades: ElvcH EX SEOU [ser de Deus], etc., e Elva.L EK TOU xóouou [ser do mundo], etc. (ver acima), ou YEvvllSilvaL EK SEOU [ser nascido de Deus] (1.13; 1Jo 3.9; 4.7; 5.1,4.18; tXVWSEV [do alto] 3.3,7; EK roü 1TvEú~aToç [do Espírito] 3.6) e YEvvllSfwaL EX -rilç aapKóç [ser nascido da carne] (3.6). Isso significa: o ser humano está determinado por sua origem e não dispõe de si mesmo, a cada momento; ele pode existir somente de Deus, da realidade ou do mundo, da irrealidade. Pela origem do ser humano também está determinado seu destino; aqueles que são EK TWV Ká-rw, EK TOU KÓO~OU [de baixo, do mundo] morrerão em seus pecados (8.21-23); o xóouo; e sua ETIlSqÚa. [cobiça] passam (Ijo 2.17). Nisto, pois, consiste a escravidão à qual o mundo se entregou: ao negar a Deus o criador como sua origem, ele cai no nada. E esta é a liberdade: ao conhecer a verdade, ele se abre para a realidade da qual unicamente pode viver. Os termos "luz", "verdade", "vida" e "liberdade" explicam-se mutuamente, como o fazem inversamente os termos "trevas, mentira, morte e escravidão". Todos eles ganham seu sentido a partir da pergunta pela existência humana - pela Çw~ como - (w~ aLwvlOç - e designam a dupla possibilidade do existir humano: ou a partir de Deus ou a partir do próprio ser humano. Eles dizem que somente no saber de sua condição de criatura o ser humano pode conseguir a autêntica compreensão de si mesmo como a luz que ilumina seu
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caminho; somente nesse saber ele percebe a verdade como a verdadeira realidade que se lhe patenteia na revelação de Deus, e não julga poder ele próprio criar sua realidade na constituição de um KÓ0IJ.0ç revoltoso contra Deus; somente neste saber ele ganha liberdade em relação à pseudo-realidade, que na verdade é trevas, mentira, escuridão e morte; e somente nessa liberdade ele tem a vida, ao viver de sua real origem. - O ser humano se encontra ou se encontrava diante da decisão a favor ou contra Deus; e diante dessa decisão ele é colocado novamente por meio da revelação de Deus em Jesus. Em João, o dualismo cosmológico da gnose se transformou em dualismo da decisão.
§ 43. O DETERMINISMO }OANINO 1. A linguagem desse "dualismo" é a linguagem gnóstica; e especialmente a divisão dos seres humanos naqueles que são EK SEOU [de Deus] ou EK -rOU õLa~óÀou [do diabo], EK -rf}ç àÀ119ELaç [da verdade] ou EK -rOU KÓ0IJ.0U [do mundo], EK -rwv ãvw [do alto] ou EK -rwv K&.-rW [de baixo], dá a impressão de que a humanidade se divide em duas classes, das quais cada uma está determinada de antemão por sua natureza, em sua essência e seu destino. Não está cada qual cunhado por sua origem e o destino de seu caminho decidido por sua origem, como também sua decisão perante Jesus, no qual está presente o Deus revelado? Acaso não vem a Jesus somente aquele que o Pai "atrai" (6.44), ao qual isto é "concedido" pelo Pai (6.65; cf. 6.37,39; 17.2,6,9,24)? Não pode "ouvir sua voz" somente aquele que é "da verdade", que é "de Deus" (18.37; p. 86)? Não pode crer somente aquele que pertence a suas "ovelhas" (10.26)? E acaso não são somente "os seus" que ele chama a si (10.3s), que ele conhece, e que o conhecem (10.14,27)? E a palavra de Is 6.10 não confirma que a descrença se baseia no endurecimento imposto por Deus (12.39s.)? Mas afinal, o apelo de Jesus à fé se dirige a todos! Vale para todos que eles se encontram em trevas e cegueira e estão sob a ira de Deus; e todos são perguntados pela palavra do revelador se querem permanecer nessa situação (3.36; 9.41; 12.46). Afinal, as palavras de Jesus não são dogmas, e sim convite e apelo à decisão.
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Típicas são as palavras que têm uma promessa em sua oração principal; sendo precedidas por um particípio que indica a condição para o recebimento da promessa, elas são, ao mesmo tempo, um chamado à decisão. 5.24:
&f.ll,V &f.ll,V ÀÉyw l>f.llV on ó rõv ÀÓYov f.LOU CtKOÚWV KCXL lTlO'"C"EÚWV ní:> TIÉf.L\jJav'"C"L f.lE EXEl ,"Wl,V alwvLov KaL ElÇ KpLOLV UUK EpXHaL, &ÀÀà f.lEL:CXpÉPTlKEV EK TOU 8aváTOU ElÇ 'tl,V '"wrív
[Em verdade vos digo que aquele que escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em juízo, mas foi transposto da morte para a vida]. Ou 6.25:
EYW Elf.lL líp'"C"oç '"C"fJç (wfJç. , " " , ot:"EPX0f.lEVOÇ TIpOÇ EI-lE ou I-lTllTELVaOU, Kal Ó lTLOTEÚWV ELç EI-lE ou 1-l1l ÕLlJ1ríOEL TI
[eu sou o pão da vida. Aquele que vem até mim jamais terá fome, E aquele que crê em mim nunca mais terá sede]. Ou 8.12:
EYW Ell-lL 'to
[eu sou a luz do mundo, aquele que me segue jamais andará nas trevas, mas alcançará a luz da vida]. (Cf. ainda 3.18,33,36; 6.47; 11.25s.; 12.44s.). O mesmo ocorre nas palavras em que a promessa (que pode vir acompanhada de uma ameaça) é precedida, ao invés de um particípio, por uma frase introduzida por EtXV [se]: 6.51:
EYW Ell-lL Ó &p'toç Ó (wv ... Êáv r LÇ
[eu sou o pão vivo... se alguém comer desse pão viverá para sempre]. Ou 7.16s.:
tí Ef.lil ÕLÔaxT, OUK EO'tLV Ef.ll, aÀÀ' roü TIÉf.ltVav'táç IlE. Êáv 'tLç SÉÀU 'to SÉÀTll-la au'tou lTOLElV, YVWOE'taL TIEpL 'tfJç ôLôcxxf!ç ...
[A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.
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§ 43. O
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DETERMINISMO JOANINO
Se alguém quiser fazer a sua vontade, Conhecerá acerca da doutrina...] ã~TJV ã~T]v ÂÉyw Ú~L.v·
Ou 8.51:
Eáv nç -rov E~OV ÂÓYov -rTlPTÍ0lJ, 8áva-rov ou ~ii] 8EOPTÍOlJ ELÇ 'rov alwva [Em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte para sempre]. (Confira, além disso: 10.9; 12.26; 14.22 e as frases ECtV alguém não] em 3.3,5; 15.6).
~TÍ nç
[se
Todas as formas de convite ou de apelo à decisão estão reunidas em 12.46-48:
EYW cPwç ElÇ 't"OV KÓO~OV EÀTÍÀu8a, Lva 1TctÇ o 1TLO'rEUWV ELÇ E~E EV 1:lJ OK01:L~ ~TlI-LELVlJ. Kctl Eáv -rlç ~OU àKOÚOlJ 'rWV P'Ill-Lá't"wv Kctl ~i] cPuÂáçlJ, _
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EYW ou KpLVW mrrov ... Ó ã8E't"WV EI-LE KaL ~T] Àa~pávwv 't"Ct Prll-la't"á ~OU . " '\ r , , EXE L 1:0V Kp q.J.a'ta aurov ...
[eu trouxe a luz para o mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. E se alguém ouvir a minhas palavras e não as guardar, eu não o julgarei... Aquele que me rejeitar e não acolher as minhas palavras já tem a sua sentença...]
o
convite de 7.37 está formulado no imperativo, em que o particípio subseqüente não formula a condição como exigência, ainda que objetivamente implique uma tal:
Eáv nç ÕLlj.rª" EPXÉo8w 1TpÓÇ ~E, , , , '" KctL 1TLVE't"W o 1TLO'rEUWV ELe; E~E ~
[se alguém tem sede, venha a mim, e beba aquele que crê em mim].
Quando à afirmação de que ninguém vem a Jesus a não ser "puxado" pelo Pai (6.44) segue a frase: TIâç Ó àKoúoaç napà 1:0U 1Ta1poc; Kal ~ewv EPXE"tUL TIpàç EIJ.É [todo aquele que ouve a respeito do Pai e aprende vem a mim] (6.45b), então o nâç já mostra que toda pessoa tem a possibilidade de deixar-se puxar pelo Pai (ou também de resistir). O "puxar" do Pai não precede o "vir" e nem ocorre depois da deci-
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são de fé, mas realiza-se na decisão como a renúncia à segurança e à auto-afirmação própria - do mesmo modo como em Paulo o &YEo8aL TIVEúlla:n [ser levado pelo Espírito] não é um arrebatamento indolente, e sim a decisão da fé, da entrega à exigência de Deus e dádiva (§ 38,3; p. 409ss.). Como em Paulo (§ 37), as formulações predestinacionistas dizem que a decisão da fé não é uma escolha entre possibilidades intramundanas que nasce de motivações intramundanas; e que perante Deus o crente também não pode argumentar com sua fé. Ele jamais tem sua certeza em si mesmo, mas sempre somente em Deus. Se, porém, a fé é essa renúncia à auto-afirmação, o crente não pode entender sua fé como a obra de seu fazer intencional, e sim somente como a obra de Deus nele. Não é outro o sentido das frases que dizem que somente vem a Jesus aquele ao qual o Pai o "concedeu" (6.65); somente aqueles que o Pai "lhe dá" (6.39; 17.2ss.). 2. O EtvaL (ou YEvvTl8fWUL) EX [ser ou ser nascido de], que dá a impressão de que o comportamento do ser humano seria atribuído a sua
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[aquele que crê no filho tem a vida eterna; mas o que desobedece ao filho não verá a vida, mas a ira de Deus se mantém sobre ele]. 12.46:
EYW Q>wc; ELc; TOV KÓO~OV EÀTÍÀUSq;, '-I
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[eu trouxe a luz para o mundo, para que todo o que crê em mim não permaneça nas trevas]. 9.39,41: Etç icp llla EYW Etç 'tOV KÓOI..l.0V 'tOUTDV 'ÍÍÀ80v, lva
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1..1." ~ÀÉ1TOV'tEÇ ~ÀÉlTÚ>Ol.V
Kal OL ~ÀÉlTOV'tEÇ TUQ>ÀOl. YÉVWVTal. ... Et 'tUQ>ÀOl'ÍÍ'tE, OUK
liv EXETE állap'tluv.
1Í à~apT La l>j..LWV IlÉVE l. [Para juízo é que vim para este mundo, para que os que não vêem vejam e os que vêem se tornem cegos... se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas como dizeis: "Vemos", o vosso pecado persiste]. VUV
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ÀÉYE'tE O't l. ~ÀÉlTO~EV'
Está claro: antes da vinda da luz, todos eram cegos. Os "videntes" são somente aqueles que imaginavam enxergar; os "cegos" são os que tinham consciência de sua cegueira ou têm-na agora, quando lhes aparece a luz. Os "cegos" e os "videntes", portanto, não são grupos existentes e apresentáveis já antes da vinda da luz; a separação acontece somente agora, quando cada qual é perguntado se quer pertencer a estes ou àqueles, se quer reconhecer sua cegueira e deseja ser libertado dela ou se a quer negar e nela permanecer. Todo ser humano se comporta, portanto, conforme sua origem, isto é, de acordo com sua natureza. João não atribui, como Paulo, à queda de Adão o fato de todos os seres humanos serem com efeito maus segundo sua natureza, de que o "mundo jaz no maligno" (I]o 5.19) (§ 25,3). Acaso o atribui ao diabo? Sem dúvida, o EK roü ôl.aJ3óÂou ErVal. [ser do diabo], que equivale ao EK 'tOU KÓOIlOU, EK 'tWV Ká'tw ErVal. [ser do mundo, ser de baixo], vale para todos os seres humanos; e o enunciado de que Deus enviou seu Filho ao mundo a fim de salvar o mundo (3.17) é equivalente à frase: "Para isso foi revelado o Filho de Deus, para que destrua as obras do diabo" (I]o 3.8). Mas a idéia
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não vai no sentido de que os seres humanos estão enredados no pecado em virtude de um delito cometido em tempos primevos pelo diabo, como uma herança fatal. Antes, o diabo está por detrás de cada pecado; pois este "era assassino" não "no início", e sim "desde o início" (à1T' àpxilç - 8.44), ou como consta de modo mais claro ainda numa formulação no tempo presente: "ele peca desde o início" (à1T' àpxilc;; Ó ôLápoÀoç ájJ.apTávEL -lJo 3.8). Nesse sentido, portanto, "aquele que peca procede do diabo" (I]o 3.8); isso significa: a característica da existência do pecador é ser filho do diabo; ou, dito de outra maneira: o pecado não é um acontecimento grave que se dá ocasionalmente; antes, nele se revela que o ser humano é pecador por natureza, determinado pela irrealidade, pelo nada. A universalidade do pecado, isto é, o fato de que todos os seres humanos estão determinados pela irrealidade, portanto, não é atribuída a uma razão mítica; ela se revela simplesmente como um fato, e - em face da vinda da luz: KCtL. TO cl>wç EV TU OKOTL~
trevas, e as trevas não a compreenderam... estava no mundo e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Veio para o que era seu, mas o seus não o receberam] (1.5,10s.). aÜTTl õÉ EOTlV ti KpLOlÇ OTl TO
seres humanos amaram mais a escuridão do que a luz] (3.19). Ele, porém, se revela como realidade não somente no fato de que os seres humanos (em seu conjunto) se negam a crer, e sim de igual modo também no fato de existirem pessoas que chegam à fé (OOOL ÔE EÂapovaurov [quantos o receberam] - 1.12; 3.21). Pois a fé é a confissão de ter andado na cegueira até agora, de ter estado enredado nas "obras" do diabo, de ter passado da morte para a vida (9.39; 1Jo 3.8; Jo 5.24; 1Jo 3.14). Com efeito: antes da vinda da luz, todo o "mundo" está nas trevas, na morte. Mas por meio da vinda da luz é dirigida ao ser humano a pergunta se ele quer permanecer nas trevas, na morte. Portanto, por meio do envio do Filho, Deus colocou o mundo no estado do "in suspenso", em suspensão: EL jJ.il1íÀSov KUL EMÁTloa aUTolç,
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§ 44. A
CRIAÇÃO PERVERTIDA EM "MUNDO"
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á~ap"d,av OUK ELxoaaV'
vuv õE TIpÓ$aOlV OUK EXOUOlV TIEpl -rflç f4uxp't'l.uç uu't'wv [se eu não tivesse vindo e falado a eles, não teriam pecado; agora, porém, não têm desculpa para os seus pecados] (15.22). O ser humano não pode agir diferente do que ele é, mas no chamado do revelador se lhe abre a possibilidade de ser diferente. Ele pode trocar sua procedência, sua origem, sua natureza; pode "nascer de novo" (3.1ss.) e, desse modo, chegar a seu verdadeiro ser. Na decisão da fé ou da descrença se constitui definitivamente a existência do ser humano, e somente agora sua procedência adquire sua univocidade. Os "judeus", a respeito dos quais é dito: ÚI-lElÇ EK 't'WV KcX't'W EO't'É [vós sois aqui de baixo] (8.23), e que são tratados como os filhos do diabo, são aqueles que, por meio de sua negação da fé, se fixaram em seu pecado (8.44). Agora os filhos de Deus e os filhos do diabo podem ser distinguidos quando alguém "pratica a justiça" e "ama o irmão" (I]o 3.10); o amor ao irmão afinal é o cumprimento do "novo" mandamento (13.34; Ijo 2.7ss.), que agora se tornou uma possibilidade para aqueles que "passaram da morte para a vida" (I]o 3.14; 2.8). Em sua contradição ao revelador, o "mundo" se constitui definitivamente como "mundo": com isso o KÓ0I-lOç e seu príncipe estão "julgados" (12.31; 16.11).
§ 44. A CRIAÇÃO PERVERTIDA EM IIMUNDO" 1. Deus mantém sua sentença como que suspensa, até que, em face do envio do Filho, os seres humanos, se fixaram pela descrença em seu antigo ser ou pelá fé aproveitaram a nova oportunidade do ser; nisso evidencia-se que a vida humana antes do encontro com o revelador não é unívoca, apesar da revolta contra Deus. Pois também em sua revolta o mundo não consegue se desvencilhar do fato de ser criação (p. 448). Isso se manifesta no fato de que a pergunta pela realidade (&À:r\SELa), pela vida, perpassa toda a existência do ser humano. [o expressa isso nas frases que falam do clÂl1SLVÓV [verdadeiro]. Quando Jesus é chamado de o àÂllSLvàv Q>wc; [verdadeira luz], a real, autêntica, verdadeira luz (1.9; Ijo 2.9), então está pressuposto que o ser humano tem consciência da luz em si e pergunta por ela.
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Afinal, ele tem de seguir seu caminho, necessita de uma compreensão de si mesmo em seu mundo. Ele pode, naturalmente, enganarse e seguir a uma falsa luz; mas também quando o faz de fato e acredita ver apesar de ser cego, de ser livre apesar de ser escravo, ele se mostra, não obstante, de modo consciente ou inconsciente, movido por essa pergunta. Quando Jesus se autodenomina a luz do mundo (8.12), então ele se apresenta como o portador daquilo pelo qual o mundo está procurando. A existência humana sabe, aberta ou veladamente, de sua dependência daquilo que lhe traz vida. Ela tem fome e sede, porque quer viver. E quando esse desejo se concentra, inicialmente, de modo primitivo, na alimentação, as fantásticas representações míticas do alimento milagroso (6.31) e da água da vida (4.15) já mostram que, no fundo, se trata do anseio por vida. Quando Jesus se autodenomina de pão e água da vida (6.27ss.; 4.10ss.; cf. 7.37), ele pressupõe uma compreensão prévia tal como ela se expressa na mitologia. Ele é a árvore da vida, da qual fabula o mito (15.1ss.). As frases EYW ELlJ.l [eu sou] são a resposta à pergunta pela vida; pois nelas, o EYW [eu] é predicado (§ 48,2), e seu sentido é: nele está presente aquilo pelo qual o ser humano anseia; nele isto é realidade, contra toda a aparência; ele é o àÀT]8lVàç lfp-roç EK TOU oupavou [verdadeiro pão que procede do céu] (6.32); ele é a àÀllelvi) ãlJ.iTEÀOÇ [a verdadeira vinha] (15.1). O sentido é o mesmo quando ele se autodenomina de KaÀàç iTOllJ.1ÍV [bom pastor] (10.11,14), onde o KaÀóç [bom], como nas demais passagens o àÀT]elVÓÇ [verdadeiro], caracteriza o verdadeiro pastor em contraste com o ~.1laeWTÓÇ [mercenário]. O EYW ELlJ.l dá a resposta à pergunta do ser humano pela (w~ [vida], pelo neptooóv (a plenitude que satisfaz definitivamente todos os anseios); Jesus pressupõe o saber aberto ou oculto do ser humano de ser dependente daquele que dá a vida. 2. A ilusão que nasce da presunção de querer viver de si mes-
mo transforma a verdade em mentira, transforma a criação no "mundo", Pois em sua ilusão, os seres humanos não permitem que a pergunta pela vida se torne a pergunta por si mesmos, a fim de se darem conta de sua condição de criaturas, e dão a resposta a si mesmos, para, desse modo, conseguirem sua segurança. Tomam o provisório pelo definitivo, o não-verdadeiro pelo verdadeiro, a morte pela
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vida. Eles se dão a resposta em sua religião, na qual naturalmente mostram que têm certa consciência de um além do ser humano e seu mundo. Mas, ao se considerarem seguros em sua religião, invertem esse saber. As diferentes religiões discutem entre si e negam uma à outra o direito de sua veneração de Deus. Mas nem em Jerusalém nem no Garizim Deus é venerado de forma legítima; os &:1118 l vo 1 .TIpOOKuvE't"a [ [verdadeiros adoradores1 são aqueles que o veneram EV lTVEUJ.lCX'tl KaL alll8Elq, [em espírito e verdade]. Portanto, a verdadeira veneração de Deus é evento escatológico, que o próprio Deus efetua por meio de seu Espírito, e que se toma realidade pela vinda do revelador (4.19-24). No exemplo da religião judaica João mostra como o desejo do ser humano de se garantir perverte o saber de Deus, como transforma a exigência e a promessa de Deus em posse, fechando-se deste modo para Deus. Ao fazer isso, João não toma como ponto de partida a busca judaica pela ôlKcxloaúv11 [justiça], e sim o anseio de vida atuante em toda religião (§ 41,3; p. 439). O pecado dos "judeus" não é, como em Paulo, seu Kauxâo8al [gloriar-se] em virtude de suas obras (§ 23,2; p. 301s.), e sim - o que todavia objetivamente não faz nenhuma diferença - seu fechamento contra a revelação que questiona sua segurança. Quase se poderia dizer: o pecado dos judeus não reside, como em Paulo, em sua ética, e sim em sua dogmática. Eles estudam as Escrituras, porque acham que nelas "têm a vida eterna" e por isso rejeitam a Jesus, que lhes poderia dar a vida (5.39s.). Eles pervertem o sentido das "Escrituras", pois não entendem que justamente elas testificam a respeito de Jesus, que, como revelação de Deus, rompe toda segurança. Moisés, ao qual se reportam e no qual "puseram sua esperança", torna-se justamente seu acusador (5.45). A religião, que deveria inquietá-los, mantê-los abertos para o encontro com Deus, serve-lhes de meio para a tranqüilidade, fecha-os em relação a Deus. Na verdade nem conhecem a Deus (5.37; 7.28; 8.19,55; 15.21; 16.3). Pois conhecê-lo não significa elaborar pensamentos, talvez corretos, sobre Deus, e sim reconhecê-lo como criador e estar aberto para o encontro com ele. Por isso, em sua boca tudo que é certo fica errado. Aferram-se a sua lei, para afastar a perturbação que Jesus significa para sua segurança (c. 5). A argumentação de 7.19-24, que acusa os judeus de não
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cumprirem a lei (v. 19) e de, a fim de permanecerem fiéis à lei, transgredir o mandamento do sábado (v. 23), mostra que a lei não é uma grandeza unívoca, que pudesse proporcionar segurança. Eles deveriam reconhecer que Moisés os instrui por meio da lei da circuncisão, concorrente com o mandamento do sábado, a perguntar pelo verdadeiro sentido da lei. A passagem de 7.49s. mostra como os "judeus" usam a lei somente como meio para a própria segurança: Nicodemos acusa os conselheiros judaicos de pronunciarem a contra Jesus sem interrogá-lo, ferindo com isso a lei. Eles, porém, têm a réplica na ponta da língua: segundo a Escritura, da Galiléia não sai nenhum profeta. Seu estudo das Escrituras está a serviço de uma dogmática que lhes dá a segurança ao lhes oferecer critérios para a avaliação da revelação, tornando-os, desse modo, surdos para a palavra viva do reveladoro Assim também o C. 9 mostra que entre eles o abuso da lei para seus fins se coaduna de modo perfeitamente correto com a lei. Por fim 8.17s., ridiculariza a invocação da lei, quando Jesus refere a seu testemunho e ao do Pai a frase de que por duas testemunhas uma causa é considerada comprovada (Dt 17.6; 19.15). A reflexão sobre a definação da lei afinal deveria mostrar que ela é aplicável somente a seres humanos e que a revelação de Deus não precisa credenciar-se perante seres humanos. A palavra de Deus não pode ser sujeita à exigência humana de testemunho ratificador; pois do contrário aquela prescrição deveria ser aplicada - o que é absurdo! Os "judeus" jogam a revelação efetiva em sua história, confirmada na Escritura, contra Jesus. Como pode ele ter uma pretensão que o tornaria maior do que foi Abraão (8.52s.)! Mas Abraão não era da opinião de que nele a dádiva de Deus a Israel estivesse encerrada uma vez por todas, mas olhando para o futuro, esperava pelo dia escatológico do cumprimento (8.56). Assim como os judeus não entendem o sentido da lei em seu recurso a Moisés, também não entendem, em seu recurso a Abraão, que este não significa posse para eles, e sim promessa. Eles se consideram filhos de Abraão (8.33), e, por isso, livres, esquecendo que liberdade não é posse, antes somente pode ser dom escatológico. Eles teriam o direito de invocar a seu favor sua filiação de Abraão, se entendessem corretamente seu sentido como promessa que aponta para o futuro e compromete
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para o futuro. O retrospecto à sua história não os deveria tornar seguros, e sim comprometê-los com a fidelidade a Deus, que leva o ser humano a esquecer-se de si mesmo e lhe indica o futuro, para o qual ele deve manter-se aberto. Se entendem a Abraão, se a fidelidade a seu passado se revela como abertura para o futuro de Deus isso terá que se mostrar no encontro com Jesus. Ao se fecharem a ele e ao quererem matá-lo, mostram que não são filhos de Abraão. Certamente os judeus têm sua esperança e estão, nesse sentido, voltados para o futuro. Mas transformaram sua esperança em dogmática messiânica e com isso estão privados da liberdade para o futuro. Sabem que a procedência do Messias será misteriosa - mas de Jesus se conhecem terra natal e pais (6.41s.; 7.27; cf. 1.46)! Mas até nessa objeção reside um saber correto: na revelação não sucede algo humano, e sim divino. Esse saber, porém, está pervertido! Pois em sua dogmática imaginam o divino como um fenômeno cuja divindade o ser humano pode constatar em virtude de seus critérios - ao invés de corno evento que destrói o ser humano que aqui quer fazer constatações. Sua objeção não entende que o divino não pode ser contraposto ao humano no modo como eles. o imaginam na certeza de seu juízo: "Como pode um homem comum afirmar que é o revelador!" Justamente isto - para o pensamento humano um absurdoé o mistério da revelação, que é entendido somente se o ser humano abre mão da certeza com que acredita poder julgar o divino e o humano como fenômenos constatáveis. O que os judeus chamam de mistério, nem mesmo é um mistério, autêntico pois em sua dogmática mitologizante transformam o além - a misteriosa origem de Jesus em Deus - no aquém, que está sujeito a seu parecer. Para aquele que quer constatar, por meio de critérios disponíveis, quando e onde se está diante do mistério de Deus, já não há mais mistério; pois seu reconhecimento pressupõe justamente que surjam dúvidas a respeito dos critérios correntes. Por isso o mundo permanece cego em face da revelação e, justamente ao saber, ele nada sabe. O verdadeiro mistério está encerrado no Ó Âóyoç aáp~ EyÉVE'tO [o Logos tornou-se carne] (1.14), e João nada sabe ou nada quer saber de uma tentativa de transformar esse mistério em um acontecimento do aquém por meio de uma história mitológica do nascimento (cf. 1.45; 6.42; 7.27s.); os judeus não erram porque não estão correta-
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mente informados sobre a origem de Jesus, e sim porque aplicam o critério errado. Outros jogam ainda outro dogma messiânico contra Jesus: o ' Messias tem que ser um descendente de Davi nascido em Belém, ao passo que Jesus é originário de N azaré (7.42)! - e 'por meio da pergunta errada bloqueiam para si o acesso à fé. Sabe-se a respeito do Messias que ele, quando tiver chegado, permanecerá eternamente ; (12.34)! Espera-se, portanto, o Messias como aquele que realizará os sonhos humanos, a saber, como aquele que fará da salvação que ele traz um permanente estado terreno; pois houve o desejo de proclamá-lo rei porque saciou os famintos por meio de seu milagre (6.15). O povo não sabe que a salvação que Jesus traz é o questionamento, a negação do mundo; que sua aceitação exige a renúncia a todos os sonhos ideais. Sem dúvida: o revelador permanecerá junto com os seus (15.4s.) - mas não de tal forma que ele se transforme numa figura citerior! Não: sua presença citerior terá um fim, e somente depois de se haver despedido do aquém, ele tornará aos seus e tomará morado com eles juntamente com o Pai (14.23), de um modo que permanecerá oculto para o mundo (14.22). Assim, em geral o mundo tem as concepções e perguntas corretas. Fala de "honra" (ôóça), e em seu anseio de honra, de reconhecimento mútuo, evidencia-se o saber correto de que o ser humano como tal se encontra na insegurança e tem que buscar confirmação por natureza. O mundo, porém, perverte a pergunta correta, dando a resposta a si mesmo. Ele ignora que a existência do ser humano, sendo a da criatura, é pergunta como um todo, e que Deus é a instância, junto à qual o ser humano deveria procurar confirmação, valor. Mas o ser humano não pergunta pela "honra" que Deus dá. Pois perguntar por ela significaria reconhecer o estado de insegurança de toda a existência do ser humano e abandonar a segurança que ele mesmo criou. Em vez disso, em sua vaidade, os seres humanos aceitam honra uns dos outros, concedendo cada qual ao outro sua "honra", à fim de que este lhe conceda a sua (5.44). E assim eles se fecham para a revelação de Deus. O mundo conhece o amor, naturalmente! Mas ama somente seu lôLov [próprio], o que lhe é próprio e familiar (15.19). No fundo, portanto, ele ama somente a si mesmo e odeia aquele que revela sua
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problemática. O mundo conhece alegria e demonstra com isso que a existência humana encontra, por natureza-seu cumprimento na alegria, na qual todo o perguntar acaba, na alegria que o revelador concede (15.11; 16.24; 17.13). Mas o mundo não conhece uma alegria autêntica, e por isso eterna, mas tão-somente a alegria sobre o próprio sucesso (aparente). O mundo fala de liberdade, e não percebe que se encontra na escravidão, a saber, no pecado (8.32-36). O mundo fala de pecado, justiça e juízo, mas compreende esses conceitos a sua maneira, e o juízo da revelação consiste em que o verdadeiro sentido desses conceitos seja revelado (16.8-11). Que significa pecado? Ele é a descrença pela qual o mundo se fixa em si mesmo, como fica evidente ~a atitude tomada em relação a Jesus. Que significa justiça? Para o mundo, ela é ter razão, o sucesso nas coisas visíveis; na verdade ela é a superação do mundo, assim como ela se torna evento na despedida de Jesus do mundo (sua õlKUlOOÚVll [justiça] é sua Vl.Kll [vitória] -16.33). Que significa juízo? O juízo (a saber, o juízo de Deus, do qual se trata no contexto) realiza-se, segundo a opinião do mundo, no visível, seja como catástrofe cósmica, como ensina o apocalipsismo, seja em catástrofes da história mundial, como espera a profecia veterotestamentária e, em parte, também o judaísmo. Na verdade, o juízo acontece na decisão do ser humano em relação a Jesus como o revelador de Deus, de modo que, quem não crê, já está julgado (3.18; 12.48), como, aliás, o "príncipe deste mundo" já foi julgado, quando Jesus é exaltado por meio da morte (12.31). Assim o mundo cria sua segurança e nela se move como o natural, familiar. Ele rejeita a perturbação que a aparição de Jesus lhe causa com seu TIWÇ ÔÚVU'tUl 'tau'ta YEvÉo8al; [como pode ocorrer isso?] (3.9) ou por meio de seu 1TWÇ... ; [como... ?] (6.42; 7,15; 8.33; 12.34). Todavia não se rejeita tudo que é novo sem discussão; antes, tudo é avaliado pelo critério do antigo, do qual se tem certeza: EPEÚVll00V KaL 'LÔE, O'tl EK 'tf]ç raÂ.lÂ.aLaç TIpoq)'r)'tllç OUK EYEl.pE'tal [Examina e vê que da Galiléia não se levanta profeta] (7.52). Pergunta-se pela legitimação de Jesus (5.31ss.); existem os especialistas no assunto, que servem de orientação: I-l1ÍTIO'tE àÂ.118wÇ Eyvwoav ol ãPXOV'tEÇ, O'tl olrt"óç EO'tlV Ó XPlO-rÓÇ; [Acaso as autoridades de fato reconheceram que ele é o Cristo?] (7.26). As pessoas também têm seus ideais: em vez de desperdiçar, dever-se-ia auxiliar os pobres (12.5). O palpável é consi-
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derado O real: a aáp~ [carne]. A palavra de Jesus sobre o renascimento é incompreensível para o mundo, porque conta somente com as possibilidades do natural, não com o poder milagroso de Deus, com o 1TvEu~a [Espírito] (3.3-8). Ele julga Ka-rã. -r~v aápKa [segundo a carne] (8,15) ou Ka-r' Oltn.V [segundo a aparência] (7.24). O mundo também conhece uma ordem que cuida do direito na terra: o Estado. É a ele que o mundo recorre para se livrar do perturbador, de Jesus. Mas não se evidencia apenas que o Estado é fraco demais para executar sua tarefa quando ele se fecha à palavra da revelação, mas sobretudo que o próprio mundo perverte o sentido do Estado quando abusa dele para satisfazer seus desejos, recorrendo então à mentira e à calúnia 09.12).
B. A Kpí.oLt; do mundo BULTMANN, R., "Die Eschatologie des Johannes-Evangeliums" (1928), in: ID., Glauben und Verstehen 1(1933), 8il ed. 1980, p. 134-152 [trad. port.: "Escatologia do Evangelho de João", in: Crer e compreender: ensaios selecionados, São Leopoldo, Sinodal, 2001, p. 62-79]. - BLANK, J., Krisis. Untersuchungen zur johanneischen Christologie und Eschatologie, 1964. - KYSAR, R., "The Eschatology of the Fourth Gospel. A Correction of Bultmanns Redactional Hypothesis", Perspective 13 (1972), p. 23-33. - WANKE, J., "Die Zukunft des Glaubenden. Theologische Erwãgungen zur johanneischen Eschatologie", ThGI 71 (1981), p. 129-139. - J(LEIN, G., Art. Eschatologie. IV. Neues Testament, TRE X, 1982, p. 270-299, esp. p. 288-291.
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H IIII
§ 45. O
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1. Neste mundo da morte apareceu a vida (Ijo 1.2), ao mundo das
trevas veio a luz (1.5; 3.19), e isso pelo fato de que o Filho de Deus veio ao mundo. É Jesus, que cronologicamente apareceu depois do Batista e do qual vale, não obstante, que ele existia antes deste (1.15,30), sim, é ele que afirma a respeito de si mesmo, que já existia antes de Abraão (8.58); mais ainda: que ele existia antes da fundação do mundo (17.5,24), e no qual a comunidade crê como no àTI' àpxiiç [desde o princípio] (I]o 2.13s.). Nele a "Palavra" que no princípio estava com Deus se fez carne (1.1s.,14) e veio para sua propriedade, isto é, ao mundo que lhe pertence como aquele por meio do qual ele foi feito (1.9-11). Até que ponto podem tais afirmações, que falam em forma mitológica de Jesus como o preexistente Filho de Deus que se tornou homem, realmente ser entendidas no sentido mitológico? Isso somente pode ser esclarecido por meio de uma interpretação mais exata; em todo caso, é significativo que o início da Primeira Epístola, que quanto ao conteúdo quer dizer a mesma coisa que o prólogo do Evangelho, fala da vida que estava no começo com o Pai e que apareceu de modo audível, visível e palpável (naturalmente, o que não precisa ser dito, na pessoa de Jesus) - que ele fala dessa vida como da vida "que era no início", portanto, como de alguma coisa e não de uma pessoa (I]o 1.1s.). Em todo caso, está claro que na pessoa de Jesus se tornou audível, visível e palpável a realidade divina do além no espaço do mundo terreno. Jesus é o XpLO-rOÇ Ó uloç roü SEOU Ó ELc; -rov KÓO~OV EPXÓ~EVOÇ [Cristo, o Filho de Deus, que veio ao mundo] (11.27). Em tudo que é, diz e faz, ele não deve ser entendido como uma figura deste mundo, e sim seu aparecimento neste mundo deve ser compreendido como um ser-enviado, um ter-vindo. Ele é aquele que o Pai "santificou e enviou a este mundo" (10.36); que o Pai o enviou, testemunham-no suas obras (5.36); isso se deve crer (6.29; 11.42; 17.8), conhecer (17.25); pois a aLwvLoç (w1Í [vida eterna] é isto: ~(va YLVWaKW
[que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo a quem enviaste] (17.3). Assim Deus é chamado de: 1TÉ~*UÇ ~E lTu-r1ÍP [o Pai que me enviou] (6 vezes) ou simplesmente TIÉ~*ac; ~E [aquele que me enviou] (dezenove vezes). E assim a comunidade confessa: KUL ó
ó
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TtI-l.El.ç TESEeXl-I.ESa KaLl-Lap-rLpOÚI-LEV O-rL Ó TIa-rT1P àTIÉa-raÀKEV -rOV U10V aw-rflpa orou KÓOI-L0U [e nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou o filho
como salvador do mundo] (1Jo 4.14). A seu ser - enviado corresponde seu vir ou ter - vindo; e as duas afirmações podem, naturalmente, ser combinadas. Como aquele que é enviado, ele não veio por vontade própria: EYW yàp EK TOU 8EOÜ EçflÀ80v KaL ~KW. OUÕE yàp àTI' EllauTou EÀ~ÀuSa, àÀÀ' EKEl.VÓÇ I-I.E àTIÉa-rELÀEv [pois eu vim de Deus e estou aqui. Não vim por minha iniciativa, mas aquele me enviou] (8.42; cf. 7.28s.; 17.8). Constantemente repetem-se as afirmações de que ele "veio ao mundo" (3.19; 9.39; 11.27; 12.46; 16.28; 18.37) ou que ele "veio do Pai (ou de Deus)" (8.42; 13.3; 16.27s.,30; 17.8) ou simplesmente que ele "veio" (5.43; 7.28; 8.14; 10.10; 12.47; 15.22). Justamente isso os seus reconheceram e assim o confessa a fé (11.27), enquanto os judeus não sabem de onde ele vem (8.14) ou têm uma noção falsa a respeito (7.28s.), e os falsos mestres contestam que Jesus Cristo veio "na carne" (1Jo 4.2; 2Jo 7). Em formulação de cunho mais mitológico, pode constar que ele desceu do céu (3.13; 6.33,38,41s.). O caráter de sua vinda como o revelador da realidade divina no mundo é enfatizado pelo fato de que à sua vinda corresponde sua partida. Por sua vinda, portanto, ele não se torna um fenômeno do mundo, uma figura da história mundial. Ele está aqui como um hóspede; vem a hora em que deverá despedir-se (13.1). Ele pode e irá partir de novo (8.14): EçflÀ80v EK orou TIa-rpoç KaL EÀ1ÍÀu8a Elç -rov KÓOI-I.ov. mx,ÀLv àepl.l1l-LL rõv KÓ0I-L0V KaLTIOpEúOl-LaL TIpOÇ -rov TIa-rÉpa
[Saí de junto do Pai e vim para o mundo. Novamente deixarei o mundo e irei para junto do Pai] (16.28; cf. 13.3; 14.12,28; 16.5,10,17). Seu tempo de permanência na terra é breve e, quando tiver ido embora, será procurado em vão (7.33; 8.21; cf. 13.33). Assim como ele desceu do céu - assim consta novamente em linguagem mitológica -, subirá novamente para o lugar onde estava antes (6.62; cf. 3.13). Ele será "levantado" (3.14; 12.32,34; cf. p. 28); ele será "glorificado" (12.23; 13.31s.; 17.1; cf. 7.39; 12.16), e isso com a õóça [glória] que teve na preexistência junto ao Pai (17.5,24). Sua vinda e
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sua partida fazem parte de sua atuação como revelador, como se evidencia no fato de que tanto sua vinda quanto sua partida podem ser designadas como o juízo (3.19 e 12.31), e que, como razão para o dom da vida eterna, pode valer tanto sua elevação quanto seu envio (3.14s. e 3.16). 2. O envio do Filho é o ato do amor de Deus: EV roúrr» E4>uvEpw8T) tl &.yáTIT) 'tOU SEOU EV tll.J.LV
manifestou nisto: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo para que vivêssemos por meio dele] (I]o 4.9). Oúrcoc yàp 1ÍyáTIT)OEV Ó 8Eàç 'tàv KÓOI.J.OV, WO-rE 'tàv ulàv 'tàv l.J.ovoYEvfl EÕWKEV, ~(va TIâç Ó TII.O'tEÚWV ELÇ uu'tàv I.J." àTIóÂT)'tul. à).,).,' EX1J (w"v uLwvl.oV [Pois Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna] (3.16).
o
amor de Deus aparece no envio. Isso é expresso tanto pelo conteúdo da frase quanto por sua formulação, não apenas pelo EÕOKEV [deu] que lembra o 1TapÉõoKEV [entregou] de uso comum entre os cristãos (p. 129 e p. 440s., e Rm 4.25; 1Co 11.23), mas também pela caracterização do Filho como IJ.OVOYEVTÍÇ. Somente em ]o 3.16,18; 1Jo 4.9 (e decerto também em [o 1.18, embora aqui o texto não esteja garantido) aparece I-10VOYEVT]Ç ulóç [Filho unigênito] como característica de Jesus no NT. A designação deverá ser compreendida como predicado de valor no sentido de amado acima de tudo", de acordo com o uso lingüístico da LXX. Em contrapartida o I-10VOYEV1ÍÇ [unigênito] absoluto de jo 1.14 deve provir da mitologia gnóstica. Ver a respeito o meu comentário a João, p. 47, 2. iI
Assim, pois, cumpre-se naqueles que crêem em Jesus como o Filho enviado por Deus o sentido desse envio: eles recebem o amor de Deus: Kal.1ÍI.J.ELç EyvWaKUI.J.EV Kal. TIETII.O'tEÚKUIJ.EV 'tl,V àyáTITlv ~v EXEI. Ó 8Eàç EV lÍlJ.LV [também nós conhecemos e cremos o amor que Deus tem por nós] (lJo 4.16; cf. Jo 17.26; lJo 2.5; 3.17; 4.7-12), enquanto aquele que ama o mundo não será envolto pelo amor de Deus (I]o 2.15). O amor de Deus é a razão do envio do Filho. Expressa-se isso na maneira como é indicada a finalidade do fato de ele ser enviado ou de sua vinda. Ele veio ao mundo somente para testificar a favor da "verdade" (18.37) ou - o que tem o mesmo sentido - veio ao
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A TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
mundo como a "luz", para que todo o que nele crê não permaneça nas "trevas" (l2.46). Novamente é a mesma coisa quando Jesus diz que veio '[va (wrW EXWOLV KCtl TIEpLOoàv EXWOW [para que tenham vida e a tenham em profusão] (l0.10) ou se diz que Deus o "deu", '[va TIâç Ó TILOTEÚWV ELç aUTàv fJ.~ àTIàÀllTaL àÀÀ' EXTI (w~v aLwvLOv [para que todo que crê nele não morra, mas tenha a vida eterna] (3.16) ou que Deus o enviou ao mundo 'Lva (~OWfJ.EV ÔL' aUTou [para que vivamos por meio dele] (I]o 4.10, se essa frase não for uma glosa redacional), Em formulação geral, que Deus o enviou '[va owetl KÓ0fJ.0ç ÔL' at>Tou [para que o mundo seja salvo por meio dele] (3.17). Assim, pois, Jesus pode ser denominado o oCJrryp toú KÓOPOV [Salvador do mundo] (4.42; 1Jo 4.14). Com isso ele ganha o título especificamente helenista de portador da salvação (ver p. 124ss.); entretanto, o sentido de seu envio é expresso com maior freqüência pelos títulos procedentes da tradição protocristã judaica, enquanto o título de KÚPLOÇ [Senhor] falta quase completamente. ó
No Evangelho segundo João o título de KVPWÇ aparece pela primeira vez no capo 20 (e no suplementar capítulo 21). Portanto é usado primeiro nas histórias pascais, visto que sua ocorrência em 4.1; 6.23; 11.2 remonta a um glosador. Também em 2Jo 3 o título foi inserido em diversos manuscritos. Será que o evangelista quis evitar a aplicação do título cúltico (§ 12,2) ao Jesus terreno, para reservá-lo para o ressurreto? Mas por que então o título falta nas epístolas joaninas? Acaso porque lembra demasiadamente os KÚpLOL TIOÀÀOl [muitos senhores] OCo 8.5) das religiões helenistas (F. C. GRANT, The Growth of the Gospel, 1933, p. 207)? Ou ele não correspondia à concepção de que os discípulos de Jesus não são ÔOUÀOL [servos], e sim cj>tÀOL [amigos] 05.14s.; W. BOUSSET, Kyrios Christos, 2<1 ed., 1921, p. ISS)? Ou o título é evitado ou tão reprimido, porque João é tão reservado em relação à esfera do cúltico e sacramental (p. 437; § 47,4), e porque o título justamente não expressa o que para João é o essencial: Jesus como figura escatológica? - O. CULLMANN, Christologie des NT, 1957, p. 239, quer atribuir maior importância ao título de KÚpLOÇ, dificilmente com razão.
Jesus é o Meooiaç (l.41; 4.25) ou o Xpiotoç (denominação usada expressamente como tradução de MEooCaç; ver p. 126s.). Entre os judeus repetidamente se discute se é justo chamá-lo assim (7.26s.,31,41s.; 9.22; 10.24; 12.34; cf. 1.20), sendo negado pelos falsos mestres (I]o 3.22), ao passo que constitui a confissão dos crentes
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§ 45. O
ENVIO 00 FILHO
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(11.27; 20.31; 1Jo 5.1). O antigo sentido do título messiânico como titulo real está preservado pelo fato de que, em alternância com ele, aparece f3aaLÀEú, toii 'Iap(njÀ [rei de Israel] (1.49), e se esse título é explicado por uLoç 'tOU SEOU [o Filho de Deus], esse evidentemente também tem, a princípio, o antigo significado messiânico (§ 7,5), embora, conforme intenção do evangelista, nele se expresse ainda algo mais, de acordo com a diferenciada compreensão helenista (§ 12,3). Por fim, procedente da tradição protocristã judaica é o título ó ulõç toõ al/(}pwrrov [o Filho do homem] (§ 5,1; § 9,4). João todavia o entende, na maioria das vezes, no sentido do mito gnóstico, como designação do preexistente que se fez homem e que novamente tem que ser elevado (1.51; 3.13s.; 12.23,34; 13.31, entre outras); não obstante ele se reporta ao sentido protocristão judaico ao fundamentar o ofício de Jesus como juiz do mundo no fato de ser ele o uLàç 'tOU &v8pwíTOU (5.27, caso essa frase não for uma glosa redacional). ó
3. Em todos os títulos se expressa que sua vinda é o evento escatológico. Por meio de sua vinda cumpriram-se as profecias de Moisés e dos profetas (1.45; cf. 5,39,46). A samaritana que espera informação sobre o Messias que deverá vir, Jesus responde: EYW ELIJ.L Ó ACXAWV OOL [sou eu, o que fala contigo] (4.25s.). A esperança judaica de que o Messias, como o "segundo redentor", dará pão do céu, como outrora Moisés (4.255.), o "primeiro redentor", está cumprida por meio de Jesus, que dá o verdadeiro pão do céu (6.31s.). Quando ele denomina sua vinda como "meu dia", que Abraão ansiava ver, então isso significa que sua vinda é o "dia do Messias" do qual fala a esperança protocristã judaica (ver p. 122). Sua vinda e partida, que formam uma unidade (ver acima 1), constituem o evento escatológico. Isso, porém, é dito sobretudo nas frases em que sua vinda e ida são designadas como o juízo do mundo. CXl.)'t'll õÉ EO'tLV ti KpLOLÇ, O'tL 'to epwç EArlAUSEV ELÇ 'tov KÓO~OV, KCX1. TtyáíT'llOCXV o l &v8purrro L lJ.âAAOV 'to OKÓ'tOÇ fi 'to epwç
[O juízo é este: que a luz veio para o mundo
e os seres humanos amaram mais a escuridão do que a luz] (3: 19). Etç xp Lj..LCX EYW Etç 'tOV KÓOIJ.OV roírrov TlASOV, l va o l IJ.1) pÂ.ÉnOV'tEç pÂ.Énwo Lv
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K(Ú
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oi. PÀÉTIOV-rEÇ -rUQ>ÀOL yÉvwvm:l
[Foi para juízo que vim a este mundo, para que os que não vêem vejam e os que vêem tornem-se cegos] (9.39). A historização da escatologia, introduzida já por Paulo, foi levada até as últimas conseqüências por João, ao entender a xpío«; [juízo] ou o Kplfla [julgamento] no sentido duplo de juízo e separação; o juízo se realiza justamente no fato de que no encontro com Jesus acontece a separação entre fé e descrença, entre os que enxergam e os que são cegos (3.19; 9.39). O crente não é julgado; a descrença, porém, permanece nas trevas, permanece sob a ira de Deus e com isso está julgada: 'C'
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o lTlO-rEUWV Ele;; curov ou xptvetm.. Ó fl~ TIlO-rEÚWV 1íõll KÉKpl-ral
[Quem nele crê não será julgado. Quem não crê já está julgado] (3.18). Agora que se faz ouvir a palavra de Jesus, vale: rov ÀÓYov uou àKOÚWV KaL lTlO-rEÚWV ni> lTÉflt/Jav,r( flE EXEl (w~v aLwvLOv KaL ElÇ Kp[OlV OUK EpXE'tcn, CxÀÀà I-lE'tapÉpllKEV EK roõ 8avcX-rou ELç -r~v (w'lÍv ... " v ,,..,, EpXE-ral wpa Kal vuv EO-rlV, Õ-rE oi. VEKpOL CxKOÚOOUOlV -rfle;; Q>wvflç roi) uioõ rof eEOU KaL ol àKoúoav-rEç ('lÍoouOlv ó
[Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não passará pelo julgamento, mas passou da morte para a vida... Chegará a hora e é agora, Em que os mortos ouvirão a palavra do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão] (5.24s.) Enviando Jesus ao mundo, o Pai lhe deu a autoridade de ressuscitar os mortos e de julgar (5.21s.,26s.). Por isso aquele que nele crê já tem a vida:
§ 45. O
ENVIO DO FILHO
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Ó TTLO'tEÚWV ELç rõv ULàv EXEL (Wl,VaLWVLOV, Ó ÔE àTTELSWV 'te{) uie{) OUK Õ$E'taL (wTÍv, àÂÂ'
rí 6pyl, SEOU ~ÉVEL
ETT' aU1"àv
[Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, aquele que rejeitar o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus se mantém sobre ele] (3.36; cf. 6.47; Ijo 5.12). Jesus diz: EYW EL~L
rí àváo'taoLe; Kal. rí
(w~. Ó 1H01"EÚWV ELç E~E Kav àTTOSáv1J (TÍOE'taL, KaL mxe; (wv Kat 1T LO'tEÚWV ELç E~E ó
ou ~~ à1T08áv'IJ ELç 'tàv aLwva
[eu sou a ressurreição e a vida. Quem crer em mim, ainda que morra, viverá, mas todo aquele que vive e crê em mim jamais morrerá por toda a eternidade] (l1.25s.; cf. 8.51).
o juízo, portanto, não é um dramático acontecimento cósmico; ele acontece na relação do ser humano com a palavra de [esus." Assim como pode ser dito que Jesus veio ao mundo para o juízo (9.39), também pode ser dito que Deus não o enviou para julgar, e sim para salvar (3.17). Jesus pode dizer que não julga a ninguém (8.15), e, por outro lado, que, não obstante, ele julga (8.16; 5.30). No fundo, não é ele o juiz, e sim a palavra que profere: E&V tl.ç ~OU àKOÚO'IJ 1"WV pT}~á'twv KaL ~~
" \ ' , , EXEL rov KpLVOV1"a mrrov. Ó Âóyoç DV EÂáÂT}Oa, EKELVOÇ Kpl.VEL au'tóv [Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou eu quem o julgará. Pois não vim para julgar o mundo, Mas para salvar o mundo. 81
11.25s. é uma correção da escatologia tradicional, que se expressa na palavra de Marta no v. 24.
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Aquele que me rejeitar e não acolher as minhas palavras já tem quem o julgue. A palavra que falei o julgará] 02.47s.). Assim como aqui a redação eclesiástica acrescentou um EV tiJ EoXát1J rliJ.Épq: [no último dia], para introduzir a tradicional escatologia futura, assim também introduziu em 6.39,40,44 um &ÀÀà (ou Ko:t) &vO:Ot~OW o:uTàv (EYW) EV T11 EOX{h-lJ rliJ.Épq: [mas (ou: e) o ressuscitarei no último dia], urna frase que tem seu lugar orgânico em 6.54 no contexto do trecho 6.51b-58, igualmente introduzido pela redação eclesiástica. Neste trecho o pão da vida, que no discurso precedente é o próprio Jesus, é referido à ceia do Senhor, e esta é interpretada (no sentido de Inácio) corno o cf>ápiJ.O:KOV &6O:VO:OlO:Ç [remédio da imortalidade]. Quase mais perceptível ainda do que esses acréscimos é a introdução de 5.28s., onde, em total contradição ao v. 25, a wpo: [hora] do ressuscitamento dos mortos é transferida do presente para o futuro. - Sobre I]o 2.28; 3.2 ver abaixo (§ 50,6).
A vinda e a partida de Jesus é a Kp(OI,Ç [juízo] do mundo - este o tema dominante de trechos inteiros (3.1-21,31-36; 4.43-6.59; 7.15-24; 8.13-20). Numa cena concreta de 6.60-71, é apresentada a Kp(OI,Ç que acontece por meio de sua palavra: no OKÀ.TJpÕÇ Âóyoç [palavra dura] se distinguem os discípulos autênticos dos inautênticos. E a separação efetuada pela atuação de Jesus é assinalada pela bipartição da apresentação dessa atuação: c.2-12 descrevem a revelação perante o mundo, c. 13-17 (ou 20), a revelação perante a comunidade dos crentes. Mas a historização da escatologiav também encontra sua expressão no fato de que o mundo nem percebe o que acontece. Os pontos de vista do mundo, existe somente uma perturbação, uma agitação que leva a partidarismos (OX(O~(XT(X [cismas] - 7.43; 9.16; 10.19); ele não suspeita que nestes acontece uma decisão e uma separação. Revela-se nisso, de modo horripilante, que ele já foi julgado. Se para o mundo a hora da paixão é a hora do triunfo, da alegria 06.20), porque nela aparentemente o ãpxwv ToD KÓO~OU [chefe do mundo] está mandando (14.30), essa hora é, na verdade, justamente o julgamento do mundo e o julgamento de seu ãpxwv (12.31; 16.11). 82
Um exemplo especial de demitologização da escatologia é a interpretação da figura mítica do anticristo. Em I]o 2.18; 4.3 o aparecimento dos falsos mestres é interpretado como a aparição do anticristo, sim, diz inclusive: vDv &V-CLXPWTOL TIOUOL YEyóvcxaLv [agora apareceram muitos anticristos]!
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§ 46. O
ESCÂNDALO DO Ó À.ÓyoC; aàp~
EyÉVE'tO
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§ 46. O ESCÂNDALO DO ó À.Óyoc; aftp~ éyÉVEt'O Além da bibliografia ref. ao § 45, v.: RICHTER, G., "Die Fleischwerdung des Logos imJohannesevangelium", NovT 13 (1971), p. 81-126; NovT 14 (1972), p. 257-276. - Ref. a 2: WETTER, G. P., Der Sohn Gottes, 1916. - Ref. a 3: BECKER, J., Das Evangelium des Johannes, I, 1979, p. 112-120. - Ref. a 4: LERüY, H., Riitsel und Mij3verstiindnis..., 1968.
1. De que modo se dá a vinda do Filho de Deus ao mundo? Ele vem como ser humano. O tema de todo o Evangelho segundo João é a frase: Ó Â,óyoç aàpç EyÉVETO [o Logos tornou-se carne] (1.14). E esta sentença é defendida pela lª e a 2í.l Epístolas de João contra os falsos mestres, isto é, evidentemente contra gnósticos cristãos que negam a identidade entre o Filho de Deus e o ser humano Jesus, quer por aqueles que afirmam que a união das duas figuras em uma só figura é apenas temporária, quer por aqueles que negam categoricamente a realidade do ser humano Jesus, considerando, como docetistas, a figura humana do Filho de Deus apenas um corpo aparente. A eles se responde: todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio na carne, que não confessa a Jesus (o ser humano como o Filho de Deus), não é lide Deus" [gene orig.]; sim, essa falsa doutrina nada mais é do que a obra do anticristo (I]o 4.2s.; 2Jo 7). Justamente porque João usa a forma do mito gnóstico da redenção para sua imagem da figura e da obra de Jesus (§ 41,3), a delimitação contra a gnose é para ele uma tarefa urgente. Inicialmente está claro que para ele a encarnação do Filho de Deus não é, como na gnose, um processo cósmico, que desencadeia o evento escatológico (o evento redentor) como um processo natural, pelo qual se dissolve a ligação das naturezas de luz e trevas, essencialmente opostas entre si. O redentor gnóstico liberta as almas humanas preexistentes, que lhe são congêneres em virtude de sua natureza de luz, da matéria que as mantém em prisão (corpo e alma) e as conduz para o mundo da luz. João excluiu o conceito gnóstico da
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para transmitir ao ser humano a gnose" na forma de doutrinas cosmogônicas e antropológicas nem para trazer-lhe misteriosas fórmulas e rituais, em cujo poder seu eu pode realizar com segurança a viagem para o céu (§ 48,3). O revelador não aparece como ser humano em si, isto é, não como portador da natureza humana, e sim como determinado ser humano histórico, como Jesus de Nazaré. Sua humanidade é autêntica: Ó Àóyoç; oàpç EyÉVE'ro. Por isso João desconhece uma teoria sobre a maneira maravilhosa da entrada do preexistente no mundo e sobre a maneira de sua união com o homem Jesus. Ele não conhece nem a lenda da partenogênese", nem a do nascimento de Jesus em Belém - ou, se a conhece, nada quer saber dela. Jesus é natural de Nazaré, e esse fato, escandaloso para os judeus, é justamente enfatizado (1.45; 7.52). Os judeus, que conhecem a origem de Jesus e seus pais (7.27s.; 6.42), não se enganam quanto à realidade efetiva, e sim ao negarem a pretensão desse Jesus de Nazaré de ser o revelador de Deus; eles não se enganam quanto à matéria de seu juízo, e sim ao pronunciarem um juízo Kct'rà oápKa [segundo a carne]. O revelador também não se apresenta como mistagogo, que distribui ensinamentos, fórmulas e sagrações, de modo que sua pessoa serviria tão-somente como mediador e se tornaria indiferente para aquele que recebeu a "gnose". É verdade que Jesus diz ao despedir-se da terra: E4>avÉpwoá oou -co ovoj..La roiç àv9pw1ToLç; oüç õÉõwKaç j..LOL EK TOl) KÓOj..LOU [revelei o teu nome aos seres humanos que do mundo me deste] (17.6; cf. v. 26), mas não transmitiu qualquer conhecimento de Deus, tampouco trouxe ensinamentos sobre o surgimento do mundo e o destino da alma. Ele não medeia algo, e sim chama a si; ou, quando promete uma dádiva, essa dádiva é ele mesmo: ele mesmo é o pão da vida que ele dá (6.35); ele mesmo é a luz (8.12); ele mesmo é a vida (11.25; 14.6). Jesus, o Filho de Deus que se tornou homem, é um ser humano autêntico - isso, por sua vez, não significa que em sua personalidade o divino se tornasse contemplável, entusiasmante ou comovente, fascinante ou imponente. Se assim fosse, o divino seria concebido U
83
Em códigos latinos ocorre, em vez de al... EYEVVtÍ8110CW [os... que nasceram] em 1.13, qui natus est; certamente uma correção do texto original.
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§ 46. O ESCÂNDALO DO Ó lóyoc;
aà~ eyÉVE'to
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apenas como o humano elevado, exponenciado; mas segundo João, o divino é justamente o oposto ao humano; de modo que é um paradoxo, um escândalo dizer que o Verbo se fez carne. Com efeito, falta à figura joanina de Jesus qualquer caráter contemplativo, e a relação dos discípulos .como seus "amigos" (15.14s.) de modo algum é imaginada como relação de amizade pessoal-humana. Isso querem ensinar sobretudo os discursos de despedida, ao mostrarem que os discípulos só chegará a uma relação correta com ele quando ele tiver ido embora; sim, que somente ele será o revelador no sentido pleno, quando estiver elevado e glorificado (cf. esp. 14.28; 16.7; § 50,6). 2. Mas em que sentido pode-se então afirmar com vistas ao Encarnado: E8Euac4tE8a 'r~v õóÇav cflrt"ou [vimos a sua glória] (1.14)? Acaso sua figura humana é, ao mesmo tempo, a transparência através da qual se vislumbra sua natureza divina? À primeira vista assim poderia parecer; pois alguns trechos do Evangelho descrevem Jesus como o eretoç ávríp [homem divino} no sentido do helenismo (p. 180s.), que dispõe de um saber maravilhoso, faz milagres e é imune a perseguições hostis. Como 8ElOÇ &.vTÍP, Jesus perscruta as pessoas que se encontram com ele, a Pedro e Natanael (1.42,47s.) e conhece os antecedentes da samaritana (4.17s.). Mas para o evangelista essas histórias tomadas da tradição são figuras simbólicas que mostram que o crente se sabe perscrutado por Deus, que no encontro com o revelador lhe é posta a descoberto a própria existência. Quando 2.24s. diz em termos gerais que Jesus perscruta as pessoas, de modo algum se está pensando numa capacidade supranatural, e sim no saber a respeito do ser humano que brota do saber de Deus e que, por isso, sabe que escândalo Deus é para o ser humano. O mesmo assunto está na raiz das palavras: aÁMx EyvwKa ót l 'tf]v ayánrlV orou SEou ouc EXE'rE EV Eau'rolç [mas eu vos conheci e sei que não tendes o amor de Deus em vós] (5.42) - Jesus o infere da descrença dos judeus; ele sabe que, em face da revelação divina, vem à tona a resistência humana. Assim ele sabe que as pessoas murmuram quando ouvem o OKÁflpàç Âóyoç [palavra dura] do revelador (6.61s.), e sabe o que oprime os crentes e bloqueia sua compreensão enquanto ainda não se livraram da idéia
w.âç
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de que a revelação deveria provocar uma mudança intramundana (16.19). A onisciência deJesus lhe é confirmada pelos discípulos: vuv O'(õaIlEV on oIõaç iTáVTa [agora sabemos que sabes tudo] (16.30) - não, porém, por ter-se demonstrado como tal por meio de um saber miraculoso, e sim porque -, na despedida, falou abertamente (iTapPTlaLq.), sem enigmas (iTlXpOLIlLa -16.29). Com a transição da mxpoiuí« para a iTapPTlaLa, porém, na verdade não está caracterizado um progresso no comportamento de Jesus, e sim muito antes, uma mudança na situação dos discípulos. Pois, em termos de conteúdo, Jesus agora não disse nada mais do que vinha dizendo desde sempre; mas o que foi dito anteriormente está sob uma nova luz, visto queem face da despedida -, tudo parece provisório e sem desvendamento definitivo, isto é, sua compreensão autêntica somente o futuro poderá trazer (16.12-28, esp. v. 25s.). A confissão dos discípulos, portanto, antecipa esse futuro e não significa outra coisa senão que na atuação de Jesus como revelador, que agora chega ao fim, está contido todo o conhecimento. Correspondentemente, a continuação da confissão não diz: "Não precisas perguntar a ninguém", e sim: "Ninguém precisa perguntar-te." A "onisciência" de Jesus, portanto, não é entendida como uma faculdade supra-humana, e sim como seu saber que se comunica aos crentes: quem o reconheceu como o revelador, ao saber uma coisa, sabe tudo, e está cumprida a promessa de Jesus: EV EKE [VTI T11 lÍl-lÉpq. EI-lE OUK EpwníaETE ouõÉv [naquele dia não me perguntareis nada] (16.23). De modo irrefletido, o maravilhoso saber de Jesus é mencionado, acompanhando a tradição, na história de Lázaro (11.4,11-14). Naturalmente Jesus sabe da traição de Judas antecipadamente (6.64,70; 13.18); no entanto, ao lado da intenção apologética (caso se pode encontrar algo nesse sentido em João), aqui certamente é determinante de novo a idéia de que na natureza da revelação - por despertar a resistência do ser humano - se fundamenta inclusive a apostasia do discípulo; a fé não tem garantia, e a comunidade tem que superar o escândalo de que também em seu seio o diabo encontra sua ferramenta. No mesmo sentido deve ser interpretada a profecia da fuga dos discípulos e da perseguição da comunidade (16.32; 15.18-16.4 a): ela é uma presciência que decorre do conhecimento da
§ 46. O
ESCÂNDALO DO
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natureza da revelação. E assim também deve ser entendida a ciência de Jesus a respeito do destino que o espera: ele, que traz e é a revelação, sabe o que está por vir (2.19,21); ele conhece a "hora" (13.1; 18,4; 19.28); para ele, o "gnóstico" perfeito, o destino não é um. enigma. O tema da intocabilidade de Jesus ou de seu arrebatamento das mãos dos adversários antes de ter chegado sua hora (7.30,44; 8.20.59; 10.39) serve para ilustrar o fato de que o destino do revelador não é determinado pelo querer humano, e sim por disposição divina. 3. Jesus atua como milagreiro, como é mencionado em parte em termos gerais (2.23; 3.2; 4.45; 7.3,31; 10.41; 11.47; 12.37; 20.30), em parte é descrito em determinadas narrativas de milagres (2.1-12; 4.4654; 5.1-9; 6.1-25; 9.1-7; 11.1,..44). Seus milagres chamam-se orU.J.ELIX [sinais], e essa palavra preservou seu verdadeiro sentido de "sinal". Os 0Tl~Ela revelam a ÓáÇIX [glória] de Jesus (2.11; cf. 9.3; 11.4), e a descrença, que não se deixa convencer por tantos milagres, é recriminada (12.37). Mas por outro lado, Jesus diz em termos de repreensão: ÊCtV !J.il oTl~Ela KaL 't'Épa't'IX 'lóll't'E, ou ~i) 1TLO't'EÚOTlTE [se não virdes sinais 'e prodígios, de forma alguma crereis] (4.48). A Tomé o ressurreto dirige a frase em tom de crítica: O'tL EWPIXKáç ~E 1TE1T(o't'EuKaç; lJ,IXKápLOL DL !-til l.ÕÓV'tEÇ KaL TILOTEÚOavTEç [porque me viste creste? Bem-aventurados que não viram e creram] (20.29). É sinal de descrença se os judeus perguntam: T( ouv lTOLElç ou 0TlIJE1ov, ~(va '(ÓW~EV KaL1TLo't'Eúaw~ÉV OOL; 1;( Êpyú'n; [e então, que sinal farás para que vejamos e creiamos em ti? Que realizarás?] (6.30; cf. 2.18). Eles exigem um milagre análogo ao milagre do maná de Moisés, e não têm compreensão para o Epyá(EOeaL [realizar] de Jesus. Se sua pergunta se segue ao 011~El.OV [sinal] do milagre do pão, então está sendo evidenciado que seu sentido nem se encontra no acontecimento miraculoso. Mas justamente isso já disse o v. 26: 'Tl'tEl'tÉ ~E oUX O't'L E'(ÕETE 0TlIJEl.a, &ÀÂ' ÕTL EcPáYETEÊK 'twv lfpTWV KaL Exop'táo8TlTE [vós me procurais, não porque vistes um sinal, mas porque comestes do pão e vos fartastes]. Como ol1~Ela, os milagres de Jesus são ambíguos; são sujeitos a mal-entendidos como o são suas palavras. Naturalmente, são acontecimentos que impressionam, mas indicam que a entrada do revelador em cena significa uma perturbação do que é conhecido do mundo; eles lembram que a revelação não é um evento terreno, e sim
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supraterreno. Eles são figuras r símbolos. A história da epifania no milagre do vinho é símbolo do que acontece em toda a atividade de Jesus: da revelação da õóçu [glória] de Jesus - não como a do milagreiro r e sim a daquele através do qual são concedidas X&pl.ç e aÀ~eEl.U [graça e verdade]. Enquanto os milagres da cura do filho do (3UOl.Àl.KÓÇ [oficial do rei] (4.46-54) e do aleijado no tanque (5.1-9) são apenas orUlE'iu no sentido geral para a atividade promotora da vida do revelador.. os milagres do pão (6.1-15) . . a cura do cego (9.1-7) e o ressuscitamento de Lázaro (11.1-44) têm sentido simbólico especial ao apresentarem a revelação como o alimento.. a luz e a vida. E difícil decidir se o milagre da caminhada sobre o lago (6.16-25) está apenas associado tradicionalmente ao milagre do pão ou se quer demonstrar a superioridade do revelador sobre as regras da vida natural. Os aTJJ..lE[a como fenômenos milagrosos não são identificação.. não são legitimação de Jesus. Isso já o mostram 6.26 r30 (ver acima); também o mostra a observação de que a fé dos muitos r que se apóia nos milagres não é uma fé confiável (2.23-25). Toda a narrativa mostra.. antes que os milagres.. quando não entendidos como sinais.. são motivo de escândalo! Os milagres da cura do aleijado e do cego provocam inimizade e perseguição e o ressuscitamento de Lázaro leva Jesus à cruz. Ainda que para muitas pessoas os milagres sejam o primeiro impulso para chamar a atenção para Jesus.. para o início da fé - são como que uma concessão para tal-r para os líderes do povo.. para os representantes do mundo eles são o motivo que leva à decisão de matá-lo 01.47; cf. 12.18s.). 4. Justamente porque os milagres são 011~E1ur que devem ser entendidos, eles também propiciam a possibilidade do mal-entendimento. Depois do milagre do pão, que suscita a pergunta se ele é "o profeta que deverá vir ao mundo" (6.14), a multidão quer proclamá-lo rei (6.15).. porque espera dele salvação física (6.26). Seus irmãos querem levá-lo para a festa dos tabernáculos em jerusalém, a fim de que lá se apresentasse ostensivamente: oUõàç yáp rt EV KplTT-rQ TTOlEL KUL (11-rE1 uu-roç EV TTuPPl1a(~ EtVUL. EL -ruu-ro: TTolElç,
rQ KÓO~4l [pois ninguém faz algo em segredo e busca a divulgação do fato. Se fazes estas coisas, revela-te ao mundo] (7.4). Eles não entendem o modo de atuação da revelação; não entendem que para
§ 46. O
ESCÂNDALO DO Ó Ã.Óyoç oUP~ éyÉVE'tO
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o ponto de vista do mundo a revelação sempre terá que permanecer algo KPUlTTÓV [oculto], e que, não obstante, ela acontece Év 'TT(xpp"a(~ [abertamente], naturalmente não em impertinência demonstrativa, e sim no cotidiano nada demonstrativo. O que vale para os milagres - o fato de não serem compreendidos - vale para a atividade de Jesus em geral. Como os judeus, também os discípulos não entendem o ato da purificação do templo; somente depois da ressurreição de Jesus eles começam a entender seu sentido (2.17). O mesmo acontece com a entrada de Jesus em Jerusalém (12.16). Pedro não entende o sentido do lava-pés (13.4ss.). Assim como os atos de Jesus, também suas palavras são mal entendidas, enquanto são compreendidas nas categorias do pensamento mundano. Os judeus haverão de entender grosseiramente mal a palavra da destruição e reedificação do templo (2.20). Assim como Nicodemos somente pode entender o renascimento no sentido natural-exterior (3.4), assim também a samaritana entende mal a palavra da água viva, ao compreender o üõwp (wv [água viva] primeiramente como água da fonte e depois como água milagrosa (4.11,15). Os discípulos não entendem de que alimento Jesus fala como sendo sua comida (4.33) e os judeus não entendem qual é o pão do céu que Jesus oferece (6.34). A palavra de Jesus sobre seu únáYElv [ir embora] é mal entendida como a intenção de viajar para a diáspora (7.35s.) ou até mesmo como a intenção do suicídio (8.22). Assim como os discípulos entendem mal a palavra dirigida a Judas: o nOLELç rroírjooi. TáXlOV [o que fazes, faze-o rápido] (13.28s.), assim também Tomé fica perplexo perante a afirmação de que os discípulos conhecem o caminho que ele irá trilhar (14.4s.). Os discípulos não entendem aquele j...LlKPÓV [um pouco], que vale para a partida de Jesus e para sua volta (16.17s.); eles não entendem por que Jesus não quer revelar-se ao mundo (14.22). Simbolicamente, a incompreensão da multidão é ilustrada pelo fato de que a voz do céu que responde à oração de Jesus, é entendida por alguns como trovão, pelos outros, com efeito, como voz angelical, no entanto, sem perceberem que essa voz na verdade não se dirige aIesus, e sim a eles (12.28-30). Em tudo isso manifesta-se o escândalo do Ó Âóyoç aàpç ÉyÉVETO [o Logos tornou-se carne] - o escândalo que consiste no fato de que o revelador aparece como ser humano que não deve demonstrar
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perante o mundo sua afirmação de ser o Filho de Deus. Pois a revelação é o juízo sobre o mundo; ela tem que ser percebida por ele como ataque, como escândalo, enquanto o mundo não abrir mão de seus critérios. Enquanto isso, deverão entender mal seus atos e suas palavras ou estes permanecerão uma iTUPOllJ.lU, um enigma 00.6; 16.25,29), embora Jesus sempre tivesse dito tudo abertamente (18.20). A impossibilidade interior de entendê-lo se expressa de modo mais crasso no desafio: EL ou EL XplO'tÓÇ, ELTTOV lÍlJ.L.V TIUPPlloí.ç: [se tu és o Cristo, fala para nós abertamente]. Jesus já o disse há muito tempo; por isso pode responder somente: ELTIOV ÚIJ.LV, KaL ou TIlO'tEÚE'tE [eu já falei para vós, mas não crestes] (10.24s.). Assim ele é um estranho para o mundo, cuja língua não se entende. Por que não? Não porque ele não fosse uma pessoa humana de verdade, e sim porque, como simples ser humano, exige a fé em sua afirmação de ser o s::' 'I 'I' , " , s:: e' reveIa d ar: ouz 'tl 'tTlV I\.al\.lav 'tTlV ElJ.llv OU YlVWOKE'tE; ori ou ouvco E UKOUElV 'tOV ÀÓYOV 'tOV EIJ.Óv [por que vós não captais a minha fala? Porque não podeis ouvir minha palavra] (8.43). Por que os judeus, que conhecem a ele e sua origem, não obstante não sabem quem ele é e de onde vem? Porque não conhecem a Deus! (7.38). Assim Jesus pode dizer, por um lado, que ele não testifica a seu próprio favor; se o fizesse, seu testemunho não seria verdadeiro (5.31s.). Por outro lado, ele testemunha constantemente a seu favor ao manifestar a pretensão de ser o revelador; e ele pode afirmar que, se o faz, seu testemunho é verdadeiro (8.14). Ambas as coisas valem, dependendo sempre do ponto de vista: um testemunho como o mundo o exige, uma legitimação, ele não pode nem deve dar; mas ele tem que dar o testemunho que consiste em sua pretensão que contesta a competência do mundo e que, a seus ouvidos, não é um testemunho verdadeiro. O escândalo do Ó Áóyoç aàpç EyÉVE'tO tem, por fim, sua expressão mais nítida na contradição direta à pretensão de Jesus (p. 459s.). Necessariamente soa como blasfêmia demente o fato de ele, um ser humano, igualar-se a Deus, e as autoridades decidem matá-lo (5.17s.). Sua pretensão provoca a acusação de que ele é um "samaritano" e possesso por um demônio (8.48); de modo semelhante sua afirmação de que aquele que observa sua palavra, não verá a morte (8.51s.), e que ele é mais velho do que Abraão (8.57); e querem apedrejá-lo ó
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§ 46. O
ESCÂNDALO DO Ó lóy~ aàp~
eyévE'to
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(8.59). Sua afirmação de que ele e o Pai são uma revolta os ouvintes a tal ponto que novamente querem lapidá-lo (10.30s.). Em suma, não se suporta ouvir seu OKÂTJpOÇ Âóyoç [palavra dura] (6.60); e a insistência em sua pretensão tem por conseqüência que também seus discípulos o abandonam, com exceção de poucos (6.66). Ele prenuncia o impacto escandaloso que causará sua cruz, nas palavras: roírro (a saber, o OKÂTJpOÇ Âóyoç) új.Lâç oKavõaÂL(El; Eàv Oúv SEWPí1'tE rõv ULOV roõ avSpwlTOU àval3aLvovra OTIOU llV TO TIpÓ1"EpOV; [Isto (a palavra dura) vos escandaliza? E se virdes o Filho do ser humano subindo para onde estava antes? (6.61)] - uma palavra singularmente ambígua; pois o mundo apenas perceberá a forma exterior desse avaPaLvElv [subir]: sua crucificação. João expõe esse oKávôaÂov [escândalo] no final, de modo drástico, quando faz com que Pilatos apresente o Jesus maltratado e coroado de espinhos à multidão com as palavras: Iôoü Ó ãvSpwlToÇ [aqui está o homem] (19.5) e '(ÔE Ó J3aOlÂEUÇ Új.Lwv [vede o vosso rei] (19.14). Aqui e na inscrição na cruz (19.19) estão representados em um quadro monstruoso o paradoxo e o escândalo da pretensão de Jesus. 5. Pode-se dizer que, por meio de sua exposição da atuação de Jesus como o Filho de Deus feito homem, João desenvolveu e aprofundou de modo singular aquela teoria do mistério messiânico do Evangelho segundo Marcos (§ 4,4). Sobre a figura de Jesus paira um mistério, embora diga abertamente quem ele é e qual sua pretensão; embora o diga? Não! Precisamente porque o diz. Pois para o mundo ele é o Messias oculto em toda publicidade, não porque ocultasse algo ou ordenasse mantê-lo em segredo, e sim porque o mundo, tendo olhos que vêem, não vê. (12.40). Sua abscondidade é justamente a conseqüência de sua auto-revelação; justamente esta faz dos "que vêem" "cegos" (9.39). Sua atuação como um todo é tanto revelação quanto escândalo, que constitui uma unidade coesa entre vir e ir (ver acima 2). Seu ir, sua "elevação", isto é, sua cruz, não apenas é a parte final do todo, mas, primeiro faz do todo o que ele é, a revelação tanto quanto o escândalo. A ponderação de Jesus, pela qual João substitui a cena do Getsêmani da tradição sinótica: -rL E'LlTW; lTáTEp, oWoóv j.LE EK 'tf]ç wpaç -raú'tTJç; [que direi? Pai, livra-me dessa hora], é imediata-
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mente rejeitada por ele: &11à tlLà roüro ~18ov El.e; 'tllv wpav taÚnlV [mas foi justamente para essa hora que eu vim] (12.27). Na paixão se completa o sentido do envio de Jesus. E ao ser compreendida e assumida como o cumprimento da obra ordenada pelo Pai (14.31), ela se torna a hora da elevação, da glorificação. Vista a partir dessa consumação, toda a obra do homem Jesus é revelação da tlóça [glória]; e se no Evangelho segundo Marcos é possível reconhecer o processo histórico que aí se concretizou, que a vida não-messiânica de Jesus foi messianizada no retrospecto, então em João se evidenciou a razão objetiva interior desse processo. O evangelista expressa isso por meio da prece de Jesus, que segue àquela ponderação: TTá'tEp, tlóçaaóv aou 'to õvo~a [Pai, glorifica o teu nome], e por meio da voz celestial que responde a essa oração: EtlÓçaaa KaL TTá1LV tloçáaw [já glorifiquei e tornarei a glorificar] (12.28). A glorificação do nome de Deus, que começa com a crucificação como elevação de Jesus, e a glorificação do nome de Deus por meio da atuação do Jesus terreno (17.4) formam, portanto, uma unidade; uma não existe sem a outra. Mas a glorificação do nome de Deus é simultaneamente a glorificação do próprio Jesus, e à prece: TTá'tEp, tlóçaaóv aou 'tO õvo~a [Pai, glorifica o teu nome] corresponde aquela outra: ná'tEp, E1~1u8EV ti wpa· tlóçaaóv aou 'tov ul.óv [Pai, chegou a hora; glorifica o teu Filho] (17.1). E a motivação dada a essa prece é pelo: ~(va uioe; tlOçáa1J aÉ [para que o Filho te glorifique], deixa claro a unidade da tlóça de Deus e da de Jesus. E a continuação da motivação pelo: Ka8wç EõwKaç aute.;> EçouaLav náallç onpxóc [assim como lhe deste autoridade sobre toda carne] (17.2), deixa claro, por sua vez, a unidade da õóça depois da elevação com a õóça antes da elevação. Ambas as coisas estão expressas por sua vez nas palavras que afirmam que a prece é ouvida: ó
vín> EÕOÇáaell
ó
uloc roü &VepW1TOU,
KaL Ó 8EOÇ EtlOÇáa811 EV au'te.;>. El Ó 8EOÇ Eõoçáa8lJ EV au't<{) , KaL Ó SEOÇ õoçáoEL aúràv EV au't(~, 5: t:' " Ka,L EU'e'uç ooccoe L «urov
[Agora o Filho do homem é glorificado, e Deus é glorificado nele.
§ 47. A
REVELAÇÃO DA
00Qt
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E se Deus é glorificado nele, Deus também o glorificará nele, e o glorificará logo] (13.31s.)84 No vuv [agora] da wpa [hora] da despedida do Filho de Deus deste mundo (12.23,27,31; 13.1,31; 17.1), portanto, passado e futuro estão amarrados um ao outro, e porque é o futuro que faz do passado o que ele é - a revelação da õáça - os discípulos devem alegrar-se com a despedida de Jesus (14.28; 16.7). A relação de fé com Jesus é, portanto, evidentemente uma relação com o exaltado, no entanto não no sentido da relação com uma figura celestial que - como o redentor gnóstico - se despiu da vestimenta da existência humano-terrena. Antes o exaltado é, ao mesmo tempo, o homem terreno Jesus; o õoçaoOELç [glorificado] sempre é o oápç YEvá~EVOÇ [encarnado]. Em outras palavras: a vida terrena de Jesus não se torna elemento de um passado histórico, mas, permanece presente. A figura histórica de Jesus, sua história humana, preserva o sentido de ser revelação de sua õáça [glória] e, concomitantemente, da de Deus; ela é o evento escatológico. Isso naturalmente não é visível para o mundo, ao qual o exaltado não se revela (14.22) - não pode revelar-se; pois ele não pode receber o "Espírito da verdade", que dá conhecimento aos crentes (14.17; 16.18s.). Estes, porém, podem dizer agora, no retrospecto à vida terrena de Jesus: EeEaoá~EOa 'tl)v õáçav au'tou [vimos a sua glória] (1.14). E qual é a imagem que o crente obtém desta vida?
§ 47. A REVELAÇÃO DA õóQx W., Die Erhõhung und Verherrlichung Jesu im JohannesevangeHum, 1960. - CADMAN, W. H., The Open Heaven. The Revelation of God in the [ohannine Sayings of Jesus, Ed. por G. B. CAIRD, 1969. - Ref. a 4: ScHWEIZER, E., "Das johanneische Zeugnis vom Herrenmahl" (1953), in: ID., Neotestamentica, 1963, p. 371-396. - LOHSE, E., "'Wort und Sakrament: im Johannesevangelium" (1960/1961), in: ID., Die Einheit des Neuen Tesiaments, 1973, p. 193-208. THÜSING,
84
No texto presente, precede àquela prece; mas a ordem original está alterada; 13.31s. deve vir após o capo 17; ver meu comentário p. 350s.
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H., Die Sakramente im Johannesevangelium, 1970. - WILCKENS, D., "Der eucharistische Abschnitt der johanneisehen Rede vom Lebensbrot (Joh 6,51c-58)", in: Neues Testament und Kirche. FS für R. Schnackenburg, 1974, p. 220-248.
- KLOS,
1. Na hora da despedida, Filipe dirige-se a Jesus perguntando: KÚPLE, ÕElÇOV rlllLV -rOV TIa1:Épa KaL àpKEl1ÍIlLv [Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos bastará]. Ele recebe por resposta: roooirrov Xpóvov IlEO' UIlLV ELlll KaL OUK EyvwKáç IlE, <:t>(ÀL TITIE; Ó EwpaKwç EIlE EwpáKEV -rov iTa-rÉpa... ou iTLO-rEÚELÇ õn EYW EV nil mrrp], KaL Ó TIa-rf]p EV EIlOL E01:LV; [tanto tempo
estou convosco e não me conheceste, Filipe? Aquele que me viu, viu o Pai... Não crês que eu estou no Pai e o Pai em mim?] (14.8-10). Na pessoa do homem Jesus o próprio Deus está presente - e somente nele; pois: ouõE1.ç EpXE1:aL TIpàç -ràv iTa1:Épa EL Ilf] ÕL' EIlOU [ninguém vem ao Pai a não ser por meio de mim] 04.6). Em recorrentes expressões se enfatiza essa unidade de Jesus como Filho com Deus como Pai: EYW KaL Ó iTa-rf]p EV EOIlEV [eu e o Pai somos um] 00.30). Com a fórmula do mito gnóstico se lê: ele não está sozinho, mas o Pai que o enviou está com ele (8.16,29; 16.32). Fórmulas do misticismo têm que servir para descrever a unidade: o conhecimento mútuo de Pai e Filho (10.14,38), bem como o mútuo estar um no outro 00.38; 14.10s.,20; 17.21-23). Ou novamente em linguagem mitológica: o Pai "ama" o Filho (3.35; 5.20; 10.17; 15.9; 17.23s.,26) e o Filho "permanece no amor do Pai" 05.10). Porém, em todas essas expressões não existe nem mitologia, nem misticismo, nem ainda uma metafísica no sentido da posterior doutrina das duas naturezas; isto já é mostrado pela continuação daquela resposta a Filipe, que faz a exegese do EYW EV tI{) mrrpl KUL Ó iTa1:f]p EV EIlOL: tã p~lla1:u a EYW ÀÉyw UIlLV aiT' Ellaurou ou ÀaÀw' Ó õE iTa1:f]p Ó EV EIlOLIlÉVWV iTOLEL1:ã Epya aU1:ou [eu estou no Pai eo
Pai está em mim: as palavras que eu digo para vós não falo a partir de mim mesmo; o Pai que permanece em mim faz as suas obras] 04.10). Na atuação de Jesus, portanto, Deus está presente e se torna perceptível, não, para a observação contemplativa como imagina aquele pedido de Filipe, e sim somente para a abertura do ser humano, que se deixa atingir pela atuação de Jesus, que pode "ouvir" sua palavra (8.43). Sim, em Jesus Deus também vem ao encontro daquele que se fecha à sua palavra - todavia, para juízo. Em 1 João a unidade de Pai e Filho se expressa às vezes de modo
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REVELAÇÃO DA
ôóQl
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singular, quando não se pode distinguir se o texto fala de Deus ou de Jesus (p. ex., 5.14s.). Em Jesus está presente o próprio Deus, mais precisamente em Jesus como ser humano, no qual não se percebe nada de extraordinário senão sua audaciosa afirmação que nele estaria presente o próprio Deus. É nisto que reside o paradoxo da idéia da revelação, que João foi o primeiro a focalizar. Para Paulo é estranha a reflexão a respeito da revelação que acontece na figura humana de Jesus e em sua atuação e seu destino. Para ele o Jesus terreno é apenas o KEvw8ELÇ [que se esvazia], o lT'twXEúaaç [que se torna pobre] (Fp 2.7; 2eo 8.9). João confere sonoridade ao paradoxo. E assim expõe o fato de que em Jesus vem ao encontro dos seres humanos o próprio Deus de modo aparentemente contraditório: por um lado, em frases que dizem que Jesus possui igual dignidade e igual direito que Deus, sim, que Deus como que abdicou de seus direitos em favor de Jesus; por outro lado, expressa-o de tal maneira que Jesus somente fala e age na obediência à vontade do Pai e nada faz por própria iniciativa. Por um lado, diz-se que Deus deu a Jesus seu (isto é, de Deus) nome (17.11)85, que entregou "tudo" em suas mãos (3.35; 13.3), que lhe concedeu a Êçouala lTáal1Ç ocpxóc [autoridade sobre toda carne] (17.2), que lhe concedeu (w~v EXELV EV Eauni) [ter vida em si mesmo], como ele mesmo "tem a vida em si" (5.26), e correspondentemente lhe deu a autoridade de julgar (5.22,27). Assim como o Pai, ele ressuscita os mortos e vivifica a quem ele quer (5,21); ele trabalha como O Pai (5.17) e pode reivindicar para si a mesma honra que este (5.23). Por outro lado, Jesus declara: O-rL Ka'tapÉPl1Ka alTO roü oópnvoü OUX ~(va lTOLW -ro 8ÉÀ.l1al-la -ro ÊI-lÓV, cXÀ.À.à 'to SÉÀl1l-la -rOU lTÉI-l$av-róç I-lE [porque desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou] (6.38). Ele age na obediência à ÊV-rOA:lí [mandamento] que recebeu do Pai (10.18); 12.49s.; 14.31; 15.10). Somente nisso tem sua existência: EI-l0V ~pwl-lá Êa-rLv, ~(va lTOLW -ro SÉÀ."ll-la -rOU lTÉI-l$av-ráç I-lE KaL -rEÂEU~(JW aúrou to EPYOV [a minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra] (4.34), e esta é a última palavra 85
17.11 deve ser lido assim: rlÍPlloov ocurouç EV nil OVÓIJ.«rl oou <\) ÕÉõwKá.Ç IJ.0L [guarda-os no teu nome que me deste]. O oüç ÕÉÕWKlXÇ [os que me deste] de alguns testemunhos textuais é correção que adapta o texto ao v. 6.
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do crucificado: 't"E't"ÉÀEO"W',l [está consumado] 09.30). Sua atuação é a realização da obra da qual foi incumbido pelo Pai (5.36; 9.4; 10.32,37; 17.4), e isso não o faz por amor de sua própria honra, e sim por amor da honra do Pai (7.18; 8.49s.; cf. 11.4); de sua honra é o Pai quem cuida (8.50,54; cf. 16.14). Repetem-se reiteradas vezes as formulações negativas: Jesus não veio por própria iniciativa, em autoridade própria, mas o Pai o enviou (7.28s.; 8.42; cf. 5.43). A partir de si próprio ele nada pode fazer; ele age somente por instrução do Pai (5.19s.,30; 8.28). Ele não ensina e fala de si, mas apenas pronuncia as palavras das quais o Pai o incumbiu (7.17s.; 12.49; 14.10,24; 17.8,14). Todavia esses enunciados não servem para diminuir a autoridade de Jesus e de suas palavras; antes, pelo contrário, têm a finalidade de estabelecê-la. Justamente porque não fala de si mesmo, pode-se afirmar que fala as palavras de Deus (3.34); que aquele que o ouve, ouve as palavras de Deus, desde que não esteja endurecido (8.47), e que aquele que ouve sua palavra tem a vida, desde que creia (5.24). Aquelas formulações negativas tampouco querem, de modo algum, caracterizar a humildade de Jesus; o sumo sacerdote não fala &4>' Eau't"ou [a partir de si rriesrno] (11.51), assim como tampouco o fez outrora Balaão (Nm 24.13). A opinião de que aí se quer caracterizar a humildade de Jesus já é contestada por 5.17s.; pois, em sua indignação, os judeus têm toda razão no fato de que as palavras de Jesus seriam um atrevimento sacrílego quando analisadas do ponto de vista humano. Esse ponto de vista, porém, a partir do qual se mediria o caráter de Jesus de acordo com critérios humanos, é justamente o ponto de vista errado; não é a humildade que se quer evidenciar, e sim sua autoridade como a autoridade paradoxal de UIn ser humano que fala as palavras de Deus; em outras palavras, quer se apresentar a idéia da revelação. 2. Quais são, porém, as obras que Jesus realiza por ordem de Deus? Ou, qual é a obra? Pois Nas obras" que Jesus realiza por ordem do Pai (5.20,36; 9.4; 10.25,32,37; 14.12; 15.24) são, no fundo, somente uma única obra como consta no começo de sua atividade: EIJ-OV ~pwlJ-á EOTlV '(va TIOl(~ TO 8ÉÀ'IllJ-lX roü TIÉlJ-llJav't"áç IJ-E Kal TEÀEU.ôoco au'toü 't"o
EPYOV [a minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e
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§ 47. A
REVELAÇÃO DA ~
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consumar a sua obra] (4.34), assim no final, no retrospecto: EYW OE Eõ&;aarx ETIL -rilç y'flç, -rà EPYOV -rEÂE LWoaç oõÉõwKàç 1-10 L ~(va TIOLTÍOw [eu te glorifiquei sobre a terra, consumando a obra que deste para fazer] (17.4). No querigma da comunidade helenista, a morte e a ressurreição de Jesus são os fatos salvíficos (§ 9,4; P: 127ss.) que, visto que formam uma unidade, poderiam ser chamados de "a obra" de Jesus, embora não ocorra essa terminologia. Também Paulo não fala da "obra" de Cristo, embora também ele pudesse chamar assim a morte e a ressurreição de Iesus." Enquanto em Paulo a encarnação de Cristo também faz parte do evento salvífico como um todo, para João ele é o evento salvífico decisivo; e se para Paulo ela está subordinada ao evento da morte (§ 33,1), então se poderia dizer que para João, inversamente, a morte está subordinada à encarnação. No entanto, numa análise mais acurada, a encarnação, como a "vinda" do Filho de Deus, forma uma unidade com a morte como sua "partida" (§ 45,1). Nessa unidade, porém, a ênfase não recai, como em Paulo, sobre a morte. Em João, esta não tem significado salvífico destacadó, mas é a conclusão do EPYOV [obra] que começa com a encarnação (§ 46,5), a última prova da obediência (14.31), sob a qual se encontra toda a vida de Jesus. O Únf)KOOç I-1ÉXPL 8avá-rou [obediente até a morte] (Fp 2.8) do hino crístico, que Paulo cita (p. 181, 367s.), foi desdobrado por João em toda a amplitude de sua exposição. E assim a morte de Jesus ganhou uma face dupla: ao ser, por um lado, a consumação da obediência, ela é, por outro lado, a liberação de Jesus de sua missão, e Jesus pode retornar novamente para a õó~a anterior na preexistência (6.62; 17.5). Por isso a crucificação, que João naturalmente relata, vale de antemão como o úlJrw8'flvaL [ser elevado] de Jesus, que tem um singular sentido duplo (3.14; 8.28; 12.32,34), e como seu ôõ çaaBilvuL [ser glorificado] (7.39; 12.16,23; 13.31s.; 17.1,5); em contrapartida falta o discurso paulino do orcupóç [cruz] e do Eo-raupWI-1Évoç [crucificado] (§ 41,2; p. 433s.), e nas palavras prospectivas de Jesus, João substitui os termos cXnoK-ravBilvaL [ser morto] e o-ruuPW8'flVUL [ser crucificado] das predições sinóticas da paixão por úlJrw8'flvaL [ser elevado] e õo~ao8'flvaL [ser glorificadol. Todavia o caminho para a ele86
To EPYOV roü XPL(J"COÚ [a obra de Cristo] em Fp 2.30 é a obra a serviço de Cristo reali-
zada na missão.
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vação passa pela morte 02.24), e nela se cumpre o sentido da missão de Jesus 02.27; § 46,S). Mas a morte não é um acontecimento que se deveria livrar do caráter de catástrofe por meio da subseqüente ressurreição; antes, ela mesma já é, como tal, a elevação. Isso, porém, significa: a morte de Jesus é subordinado à idéia da revelação; nela, o próprio Jesus age como o revelador e não é o objeto sofredor de uma providência salvífica divina. João não fala do náaXELv [sofrer] e dos TIa8~l-La:ta [sofrimentos]. Aquele enigmático õEi [é necessário] divino (8.48) ocorre uma vez, não porém na associação ÕEL TIaeELV [deve sofrer] (Me 8.31, etc.), e sim como útVw8il vaL ÕEL [deve ser elevado] (3.14). E em 14.31 não se diz: oü-rwç ÕE1 YEvÉaeaL [assim deve acontecer] (cf. Mt 26.54), e sim oúttoc TIOLW [assim faço]. Assim, pois, a história da paixão de João não mostra Jesus propriamente como o sofredor, e sim como o agente, como o vencedor. Portanto, a interpretação cristã comum da morte de Jesus como sacrifício expiatório pelos pecados (ver p. 89s., 131) não determina a visão joanina. Apenas se pode perguntar se João se adaptou em algumas expressões à teologia da comunidade. Quando o Batista aponta para Jesus: 'í.ÕE 6 CtI-LVOç -rOU 8EOU Ó a.'í.pwv -r~v ál-LaptLaV roü KÓal-L0u [aí está o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo] (1.29), Jesus está sendo designado como aquele que tira o pecado do mundo." analogamente conste em Ijo 3.5: OtL EKELVOÇ E
Em João, a'CpELV tem o sentido de "retirar", "levar embora", como corresponde ao significado básico da palavra; não "tomar sobre si"; cf. 1Jo 3.5 com 1.9.
§ 47. A
REVELAÇÃO DA ~
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EOTLV Kat ÕlKaLoç (se. Deus!), ~(va à~TI rlf.11v Tàç é4uxp-claç Ka1. Ka8aplOn rlf.1éiç àlTà lTáo"ç àÕLKLaç [se confessarmos os nossos pecados ele (Deus) é
fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça]. Do mesmo modo as duas frases que designam Jesus como LÀaof.1àç lTEP1. -CWV á!-1ap-CLWV rlf.1WV [expiação pelos nossos pecados] (I]o 2.2; 4.10) provavelmente são glosas redacionais. Do sangue de Jesus se fala, além de 1Jo 1.7, ainda em outras passagens. No evangelho, 6.53-56, isto é, no trecho 6.51b-58, incluído pela redação eclesiástica, no qual se dá nova interpretação ao discurso precedente ou à discussão precedente, na qual Jesus se revela como pão da vida, referindo-o ao sacramento da ceia do Senhor (§ 47,4). Depois em 19.34 b, onde a redação eclesiástica encontra na estocada com a lança um sentido mais profundo por meio do acréscimo: KaL El;f'1À.8EV Eu8uç allJ.a KaL üõwp [e imediatamente escorreu sangue e água]. O sentido pode ser somente que os sacramentos do batismo e da ceia do Senhor estão ancorados na morte de Jesus. A situação é diferente em 1Jo 5.6: otrróç Eonv Ó EÀ.8wv ôt ' üõa'toç Kal alj.Lu'toç, 'Inooüç XpLG'tÓÇ [este é o que veio através do sangue e da água: Jesus Cristo]. Pois aqui a água e o sangue não designam os sacramentos, e sim o começo e o ponto final de sua atuação, seu batismo e sua morte. Perante a gnose docetista quer-se constatar a realidade da via humana do redentor; por isso continua: OUK EV -cC\'> üõan j.LÓVOV, &À.À.' EV 'tC\'> üôan KaL EV 'tQ a'Cl-la'tl [não só pela água, mas pela água e pelo sangue], isto é, o Redentor não apenas se ligou ao homem Jesus no batismo, para depois separar-se dele novamente antes da morte, mas também sofreu a morte. Aqui não se fala de um significado salvífico da morte ou do sangue de Jesus.
Seja, porém, como for! Em todo caso, a idéia da morte de Jesus como sacrifício expiatório não tem relevância em João; e se a tivesse adotado da tradição da comunidade, ela seria um corpo estranho em seus escritos. É característico que João não narra a instituição da ceia do Senhor, cuja liturgia contém no ÓTIEP Úf.1wv (ou lToÂ.À.wv) [por vós ou por muitos] a idéia do sacrifício expiatório (p. 199). Ele a substituiu pela oração de despedida, na qual o ÚTIEP a:uTwv EYW àyui(w E!-1aU-CÓV [por ele eu santifico a mim mesmo] (17.19) alude claramente às palavras da ceia. Essas palavras, com efeito, designam a morte de Jesus como sacrifício; mas, como também nas demais passagens em João, a morte deve ser entendida, no contexto de sua vida, como a conclusão de sua atividade. Esta é um sacrifício em seu todo, o que está expresso na caracterização de Jesus como aquele ov Ó lTlX.-Cflp rly(aoEv Kal àTIÉO-CELÀ.EV ELÇ -cov KOO!-10V [que o Pai santificou e enviou ao
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mundo] 00.36)88, como, aliás, o TOV utov TOV 1..LOvoYEvii EÔWKEV [deu o seu Filho unigênito] (3.16) não fala especificamente da entrega à morte, e sim do envio de Jesus. Também não se diz que o sacrifício seria um sacrifício expiatório pelos pecados; nem em [o 17, nem nas demais passagens nos discursos de despedida se fala do perdão dos pecados. Aliás, no Evangelho se fala do perdão dos pecados somente em 20.23, onde a autoridade dos discípulos de perdoarem pecados é atribuída a uma palavra do ressurreto. Como aqui, também em 1 João se faz referência à prática eclesiástica, que, aliás, mais do que o Evangelho, toma em consideração a terminologia da comunidade. Aqui se fala duas vezes da remissão dos pecados: ela é concedida por Deus àquele que confessa seus pecados (1.9, ver acima), e seu recebimento caracteriza os membros da comunidade (2.12). No Evangelho, porém, a libertação do pecado é prometida por meio da palavra de Jesus, ou por meio da cXÀTÍeEla [verdade] transmitida na palavra: ECtV IlELVllTE EV TQ ÀÓYüI TQ EIlQ, cXÀlleWÇ llaellTaL 1l0Ú EOTE, KaL YVWOEOeE T~V cXÀTÍeElav, Kal 1\ aÀTÍeEla EÀEUeEpWaEl Úllâç [se permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará] - a saber, do pecado, como diz o que se segue (8.31-34). A isso corresponde que é Kaeapóç [puro] aquele que permitiu que nele acontecesse o serviço de Jesus 03.10); esse serviço, porém, consiste no fato de ter revelado aos seus o nome do Pai, de lhes ter trazido as palavras que o Pai lhe havia dado 07.6,8). E assim conste em 15.3: Tíôl1 UIlElÇ KaeapoL EaTE ÔLCt TO ÀÓYOV OV ÀEÀcXÀEKa UIlLV [vós já estais limpos por causa da palavra que vos disse]. Assim finalmente se torna plenamente compreensível aquele U7TEp aUTwv EYW áYLcX(W Ellau-róv [por eles eu santifico a mim mesmo]; pois continua: '[va waLv KaL aUToL TÍYLaollÉvOL EV cXÀlleEL~ [para que sejam também eles santificados na verdade]. Com isso, porém, se diz somente como deverá acontecer o cumprimento da prece: aYLaaov atrrouç EV T1J cXÀl1eEl~ [santifica-os na verdade]; ao que se acrescenta expressamente a explicação: Ó Àóyoç Ó oõc &ÀTÍeElá Eanv [a tua palavra é a verdade] (17.17). A morte de Jesus, portanto, não é ss
Naturalmente tem que se contar com a possibilidade de que 10.34-36, com sua prova escriturística apologética, é uma intercalação posterior. A formulação do v. 36 em todo caso vai totalmente no sentido de João.
§ 47. A
REVELAÇÃO DA
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compreendida como urna obra especial, e sim no conjunto de toda a atividade de Jesus, como sua consumação. 3. A ressurreição de Jesus não será um acontecimento de especial importância se a morte na cruz já é a elevação e a glorificação de Jesus. Ela não precisa destruir a vitória da morte que esta eventualmente teria conquistado na crucificação; pois a própria cruz já foi a vitória sobre o mundo e seu príncipe. A hora da paixão é a xp La lÇ [juízo] do mundo, que significa a queda do lXpxwv TOU KÓO~OU TOÚTOU [chefe deste mundo], o juízo sobre ele (12.31; 16.11), e Jesus vai para a paixão como o vencedor (16.33), contra o qual o ãpxwv TOl> KÓ0I-t0U nada pode fazer (14.30). Não se afirma em parte alguma que a ressurreição e elevação que se seguiram à morte fizessem de Jesus o Senhor sobre todos os poderes cósmicos e demoníacos (cf., p. ex., Fp 2.11; Ef 1.20s.; 1Pe 3.21s.; PolFil 2.1). Pois ele não recebeu seu poder vivificador pela ressurreição, mas o Pai lho deu de antemão: (wflV EXElV EV EUUT4> [ter vida em si mesmo] (5.26); e ele se confronta com os seres humanos como aquele que é a ressurreição e a vida; como aquele que é o caminho, a verdade e a vida (11.25; 14.6); e sua palavra chama o crente à vida já agora (5.24s.; 11.25s.), como é demonstrado pelo ressuscitamento de Lázaro (c. 11). Por isso, nos ditos de Jesus que ocorrem em João, não se encontra, como nos sinóticos, a predição de seu CtVUoTf}val ou EYEP8flvUl [ressuscitar]. O evangelista fala a respeito somente em urna observação em 2.22: OUV fryÉp811 EK VEKpWV E~v~08110UV ol ~U8'llTUt aUTou... [quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos se lembraram...]. Em vez disso, porém, diz em 12.16: CtÀÀ' ÕTl EÕOçúa8'll 'Inooüç, TÓTE E~v~a811auv ... [mas quando Jesus foi glorificado, então se lembraram...]. O Ctvua8ftvut se encontra somente em uma glosa redacional em 20.9, o EYEP8flvut, no capítulo acrescentado pela redação: 21.14. Nas epístolas joaninas, os termos faltam totalmente. Não é de se admirar que o evangelista, seguindo a tradição, narre as histórias pascais; resta, porém, perguntar que sentido têm para ele. Quando 20.21, o final original do Evangelho, diz em conexão com as histórias da páscoa: TIoÂÂà I-tEV ODv Kal ttÂÁtt
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TEOLOGIA 00 EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
como os milagres de Jesus (§ 46,3). Elas exemplificam a vitória de Jesus sobre o mundo, ou, certamente melhor: elas exemplificam o cumprimento da promessa de 16.22: KaL Ú~El.ç ouv vuv ~EV ÀúrrT)V EXE'tE' mXÀLv ÕE õljJO~aL ú~iiç, KCtL XCtp~OE'tCtL ú~wv rí KCtpÕLa [vós agora tendes tristeza; mas tomarei a ver-vos e o vosso coração se alegrará] (cf. 16.16). E contanto que sejam acontecimentos reais - e o evangelista não precisa ter duvidado de sua realidade -, também são igualados aos milagres como acontecimentos sob o aspecto de, no fundo, serem dispensáveis, sim, que não deveria haver necessidade deles, mas representes uma concessão à fraqueza dos seres humanos. Isso se evidencia na história de Tomé: OTt ÉwpCtKáç ~E, TIETILo'tEuKaç; ~aKáploL ol ~il 'LõovTEÇ KaL TILO'tEúOCtV'tEÇ [porque me viste creste? Bem-aventurados os que não viram e creram] (20.29). Dificilmente o evangelista concluiu sua exposição com este último dito de Jesus sem uma profunda intenção; reside nisso a crítica de uma pequenez de fé que exige demonstrações palpáveis do revelador e uma advertência para não se ver nas histórias pascais mais do que podem ser: sinais, imagens ou confissões da fé pascal. Isso, porém, se evidencia também a partir das promessas dos discursos de despedida. Paralelamente à promessa pascal de 16.1624, com o TIáÀLV ÕE õ$o~aL ú~iiç [tornarei a ver-vos] (16.22; ver acima) corre aquela outra: OUX àcPlÍow ó~âç 6pq:,avoúç, EPxoflal TIpàç ú~âç [não vos deixarei órfãos, mas virei até vós], portanto, a promessa de um EPXEo8aL [vir], isto é, de sua parusia. Quando, porém, continua: E'n I-I.LKpàv KaL Ó KÓO~OÇ flE oUKÉn 8EWPEl., Ú~ElÇ ÕE 8EwpE1TÉ ~E, OTL EYW (w KCtL ó~Elç (lÍOE'tE (Imais um pouco e o mundo não mais me verá; vós,
porém, ireis ver-me.] "pois como eu vivo, também vós vivereis"), com isso a promessa da parusia resvala para o lado da promessa pascal. Isso, porém, significa: para João, ressurreição e parusia são idênticas. O fato de, além disso, correr paralelamente a essas promessas a do Espírito (do Paracleto -14.15-17), portanto, a promessa pentecostal, então para João páscoa, pentecostes e parusia não são três acontecimentos distintos, e sim um só e o mesmo acontecimento. Assim, aliás, a terminologia da páscoa e a da parusia se confundem constantemente: 14.19; 16.16,19,22 falam do reencontro; do fato de que ele vive fala 14.9; de sua aparição perante os discípulos, 14.21s.; por outro lado, falam de sua vinda 14.3,18,23,28, e o EV EKELV1J
§ 47. A
REVELAÇÃO DA
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'tu 1Í!J.Ép~ [naquela
hora], tão característico da expectativa escatológica, ocorre em 14.20; 16.23,26; o EPxercXL wpa [vem a hora], em 16.25. E no meio disso intercala-se a promessa do Espírito: 14.15-17,26; 15.26; 16.7-11,13-15. Aquele um evento, porém, que se tem em vista em tudo isso, não é um evento exterior, e sim interior: a vitória que Jesus conquista quando, a partir da superação do escândalo, suscitada no ser humano a fé. A vitória que Jesus conquistou sobre o ãpxwv rof KÓO!J.OU [chefe do mundo] é o fato de que agora existe a fé que vê nele a revelação de Deus. Ao EYW vEvLKllKa -rov KÓ0I-L0V [eu venci o mundo] (16.33) corresponde a confissão dos crentes: aü-rll EO-rLV 1Í ,
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v ucn 11 v LKlloaoa rov K00!J.0V, 11 TI LO-r LÇ l1!J.WV. r Le; EO-r Lv o V LKWV -rOV KOOj.l.OV EL I-Lll Ó TILO-rEÚWV O-rL '!1100UÇ EO-rLV ó uioç roü SEOU; [esta é a vitória que
venceu o mundo: a nossa fé. Quem é vitorioso sobre o mundo a não ser aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?] (I]o 5.4s.). Trata-se de um evento interior, o que é constatado expressamente no breve diálogo entre Judas e Jesus: KÚPl.E, KIXl yÉYOVEV o'tt. tllJ.'i.v I-LÉÀ-À.El.Ç E!J.epavL(ELv Kal oúx1-rQ KÓOI-L~; [Senhor, que houve que estás para mostrar-te a nós e não ao mundo?]; a resposta de Jesus é: Eáv -rLe; àyaTIq; I-LE,
'te
-rov À.óyov uou -rllP1ÍoEL, KaL Ó lTlx-r1ÍP uou àyaTI1ÍoEL aD-róv, Ka'i. TIpOÇ oúrov EÀ.EuOóI-LESa Kall-L0vllV TIap' aD-roi) TIOLTlOÓJ.lE8a [se alguém me ama, guar-
dará a minha palavra e o Pai o amará e viremos até ele e faremos morada junto dele] (14.22s.). O mesmo vale para o envio do Espírito, do TIVEi)j.l.a -rllÇ eXÀ.118ELaÇ, Ô KOOIlOÇ ou ôúva-rIXL À-a(3E1.v, O'tL ou 8EWPE1. ó
aD'tO OUõE YLVWOKEL. ÚI-LELÇ YLVWOKE-rE au-ró, O-rL rmp' ÚI-LLV J.lÉVEL KaL EV ÚlJ.l.V Eo-raL [Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque
não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, pois ele permanece junto de vós e está em vós] (14.17). Por fim, entende-se por si só, a parusia não é para João um acontecimento cósmico-dramático iminente, se a vinda de Jesus já é a KpLOLÇ [juízo] (§ 42,1); correspondendo a isso, faltam em João as predições da parusia própria dos sinóticos a respeito da vinda do Filho do homem na õóÇa deseu Pai, nas nuvens do céu, e semelhantes (Me 8.38; 13.265., etc., ver p. 70). 4. Em João os "fatos salvíficos" no sentido tradicional não são de relevância e todo o evento salvífico: encarnação, morte e ressurreição de Jesus, Pentecostes e a parusia foram reunidos em um só evento: a revelação da àÀ.1ÍBELa [verdade] de Deus na atuação terrena
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TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
do homem Jesus e a superação do escândalo na fé. A esse fato corresponde que os sacramentos tampouco desempenham papel de relevância. Na verdade, evidentemente João pressupõe o batismo como prática eclesiástica ao relatar, em 3.3, que Jesus está arregimentando discípulos e batizando. (Como correção, afirma-se, em 4.2, que ele próprio não batizou, e sim, seus discípulos; uma glosa antiga?) Mas no texto que temos em 3.5: Eàv Il~ nç YEVV"SU EÇ ÜÕCft"OÇ KaLTIVEúlla"C"oç, ou õúva"C"aL ElOEÀSElV ELÇ "C"l)V ~OLÀE[UV roí) SEOU [se alguém não nascer da água e do Espírito não poderá entrar no reino de Deus], o üõu"C"oç KaL [da água e] evidentemente é uma inserção da redação eclesiástica; pois no que se segue, fala-se somente do renascimento do Espírito, e não mais do batismo, e contradiz à palavra do livre sopro do Espírito (v. 6) que o Espírito estaria ligado à água do batismo. Muitos vêem no lava-pés uma representação do batismo (13.4ss.); injustamente. Pelo contrário, ele representa o serviço de Jesus por excelência, que faz dos discípulos pessoas puras; mas, de acordo com 15.3, eles são limpos pela palavra que Jesus lhes falou. A redação eclesiástica glosou (34 b,35) o relato do ferimento com a lança (19.34a) e viu retratados no sangue e na água que saiu do ferimento os sacramentos da ceia do Senhor e do batismo (p. 487s.). O XPLOIlU [unção] que a comunidade recebeu, de acordo com 1Jo 2.20,27, e que lhe enseja conhecimento (IlÉVEL EV ÚIlLV KaL. .. ÕLõáoKEL úllâç TIEpL TIáv"C"wv, KUL à.ÂTJSÉç EOTlV... [permanece em vós e... vos ensina sobre todas as coisas, e é autêntica...]), é o TIVEUIlU Tílç &Â"SELaç [o Espírito da verdade], do qual vale a mesma coisa (14.17: O"C"l TIUP' UIlLV IlÉVEL KaL EV úlllv Eo"C"aL [que permanecer junto de vós e está em vós], e 14.26: EKEl.VOÇ Úllâç õlõáçEL TIávtu [ele vós ensinará todas as coisas]; cf. 16.13). Podese cogitar se esse Espírito é concebido como dado por meio do batismo, o que poderia sugerir a designação XP10llU [unção]. Assim, porém, como o TIvEulla Tilç &ÂTJSELUÇ [Espírito da verdade] de 14.17; 16.13 é o poder da palavra que atua na comunidade (§ 50,7), assim também o XP10llU de 1Jo será justamente a palavra cheia de poder. A ceia do Senhor foi, como em 19.34b, introduzida pela redação eclesiástica em 6.51b-58 (p. 4875.); pois o "pão da vida" nos ditos precedentes de Jesus, sem dúvida não se refere à ceia sacramental, e sim designa, tal como a "água da vida" e a "luz", o próprio Jesus como aquele que traz a vida, sendo-a ele próprio (11.25; 14.6). Tam-
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§ 48. A
REVELAÇÃO COMO A PALAVRA
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bém a idéia do
§ 48. A REVELAÇÃO COMO A PALAVRA 1. Resta perguntar: quais são as obras que Jesus realiza e que "testificam" a seu favor (55.36; 10.25)? Seriam os G7JJ.l.ELa, os milagres
que, em Mt 11.2, são chamados de EPYcx roi) XpLO'tOU [obras de Cristo]? Esses, em todo caso, não podem sê-lo no sentido de constituírem uma legitimação inequívoca. Pois são sinais ambíguos, cujo sentido se compreende somente na fé (§ 46,3). Nisso eles se assemelham aos ditos que igualmente são ambíguos e sujeitos a mal-entendidos (§ 46,4); sim, no fundo nada mais são do que palavras, verba visibilia. Somente assim é compreensível que, no retrospecto sobre toda a atividade de Jesus, essa pode ser descrita como TIOLEl.V 011~E1cx [fazer sinais] (12.37; 20.30), embora na própria exposição os ol1l-1ELa sejam subordinados aos PlÍl-1cx'tcx [palavras], e o retrospecto da oração de despedida designe a atividade de Jesus como a tradição dos p~l-La'ta que Deus lhe deu (17.8,14). Com efeito: as obras de Jesus - vistas em sua totalidade: sua obra - são suas palavras. Quando Jesus diz: 1"& yàp Epya â ÕÉÕWKÉV
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TEOLOGIA IX) EVANGELHO SEGUNIX) JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
~OL Ó na'ti}p ~(va -rEÀELWOW au-rà, au-rà -rà Epya
â nOLW ~ap-rUpEL rrepl, E~OU OTL Ó naníp ~E cX1rÉo-raÀKEv [pois as obras que o Pai me deu para que eu as complete, essas mesmas obras testemunham a meu respeito que o Pai me enviou] (5.36), as palavras precedentes (5.19s.) mostram quais são propriamente as obras de Jesus, a saber, o Kp(VELV [julgar] e (wonoLELv [vivificar], e como atuaram, a saber, por meio de sua palavra. Feito e palavra são idênticos; isso mostram numerosas formulações.
8.28:
róre YVWOEOSE Õ'tL EYW EL~L KaL. à1T' E~au'tou àÀÀà KaSwç Eô(õaçEv ~E
ó
1TDUJ ouõÉv,
naníp, -rau-ra AaÀw
[então sabereis queIll eu sou e que nada faço a partir de mim mesmo, rnas falo as coisas que o Pai me ensinou]. 14.10:
rà pr1para â EYW ÀÉyw Ó
ÕE
Ú~L v cXn' E~au-rou ou ÀaÀw,
na-ri}p Ó EV E~OL I-LÉvwv nOLEl
nx Epya ainou
[as palavras que eu vos digo não falo a partir de rnim rnesrno, mas é o Pai que permanece em mim que faz as suas obras.].
15.22,24: EL ~l1llÀSov KaL ,
",
EL -ra epva
ÊÀáÀ1]oa au'toLç, à~ap-r(av OUK E'(xooav ... , ,_ e: ; '" errorrjocc EV mrrou;..., al-Lap-rLav OUK ELxooav
" , ~11
[se eu não tivesse vindo e lhes falado, não teriam pecado... se não tivesse feito as obras entre eles...r não teriam pecado]. Cf. ainda em 8.38 a alternância de lulElv e TIOLE1V [falar e fazer]; em 17.4,8,14 a alternância de EPYOV, PTÍlJ.u-ru e Àóyoç [obra, palavras e pnlavra]. A isso corresponde a alternância de "ver'" e "o'uvir" em 8.38, etc.; a respeito ver abaixo. - Parece que 10.38 e 14.11 contradizem o fato de que as obras não se agregam às palavras para furrdarnerrtá-Ias, mas outra coisa não são do que as palavras, pois ali diz em ambas as vezes: "se não me credes, crede ao menos nas obras (ou por causa das obras)!" E o "rne" não significa: "em minhas palavras"? No entanto, o fato de 14.11 seguir a 14.10 mostra que os Epya nada mais são do que os Pt1lJ.a-ru. Quando Jesus aponta de sua pessoa para sua atuação, isso somente pode significar que aponta de uma fé numa autoridade que simplesmente aceita o que é dito sobre Jesus, para uma fé que cOITlpreende a palavra de Jesus como a palavra dirigida a ele, portanto, como sua atuação. Nesse sentido Jesus rejeita a exigência dos judeus em 10.24s., para que diga abertamente que se ele é o Messias; que deduzam a resposta a essa pergunta de suas obras, que testemunham a seu favor.
§ 48. A
REVELAÇÃO COMO A PALAVRA
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A identidade de obra e palavra é visível, além disso, no que é dito sobre o efeito da palavra. TCt ptÍ~a"t'a & EYW Â,EMÂ,f)KU U~l.V, lTVEu~á EO'tLV KaL (w1Í EO'tLV [as palavras que vos falei são espírito e vida] (6.63). E a isso se segue a confissão de Pedro: p1Í~a'ta (wf)ç aLwvlou EXELÇ [tens as palavras da vida eterna] (6.68). Quem crê nas palavras de Jesus e naquele que o mandou, tem a vida eterna, passou da morte para a vida (5.24); quem cumpre sua palavra não verá a morte eternamente (8.51). Sua palavra, portanto, dá a vida; e naturalmente não tem outro sentido o fato de que sua palavra conduz ao conhecimento da verdade e concomitantemente à liberdade (p. 70s.). Sua palavra purifica e santifica (15.3; 17.17). Com isso naturalmente a palavra é ao mesmo tempo o juiz sobre a descrença: KaL ECtV t (ç ~OU Q:KOÚOU n3v Pll~á1"wV KaL ~ i} ~uÂ,áçU, , , ,/ EYW ou KpLVW curov ... á à6E"t'WV E~E KaLI-lD Â.a~rxxvwv 'tCt p1Í~a't(( I-l0U " , / , , EXE L t'OV Kp LVOVTa aUTOV' á Â,óyoç EMÀlloa, EKEl.VOÇ KptVEL uUt'óv \
/
ov
[se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou eu quem o julgará... aquele que me rejeitar e não acolher as minhas palavras terá quem o julgue; a palavra que falei é quem o julgará] (12.47s.).
2. Qual é, porém, o conteúdo da palavra ou das palavras de Jesus? O que Jesus viu e ouviu junto ao Pai é o que ele fala ou como pode contar também, em conseqüência da identidade de palavra e ato - o que ele mostra ou faz. Assim, pois, corresponde à frase final do prólogo: 6EOV OUÕELÇ EwpaKEv lTW'TTOTE' ~OVOYEVi)Ç ULOÇ 6 WV ELÇ t'OV KÓÀlTOV t'OU lTcx"t'póç, EKElVOÇ EçllY'ríoat'o [ninguém jamais viu Deus; o filho unigênito que está no seio do Pai foi quem o manifestou] (1.18; cf. 6.46). Jesus testifica ou fala do que viu (junto ao Pai - 3.11; 8.38) ou o que viu e ouviu (3.32), ou, simplesmente, o que ouviu (8.26/40; 15.15; cf. 5.30; o mesmo do Espírito -16.13); ele fala como o Pai lho ensinou (8.28; cf. 7.17), como o Pai lho ordenou 02.49); fala as palavras que o Pai lhe deu (17.8); faz o que vê o
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Pai fazer, o que o Pai lhe mostra (5.19s.). Em termos gerais: Jesus revela o nome do Pai (17.6,26). E não faz distinção entre o uso do tempo presente para falar do que o Filho vê ou ouve (5.19s.,30) ou o pretérito para falar do que viu ou ouviu (as demais passagens), tampouco existe uma distinção entre 6.37: iTâv oõ(ÕWOLV f.L0L Ó iTaT~p [todo aquele que o Pai me deu], e 10.29: 6 iTaT~p f.L0U oç ÕÉÔWKÉV f.L0L (se. aUTá) [o Pai que me deu].
Admira-se, porém, que as palavras de Jesus jamais comunicam algo especial ou concreto do que viu ou ouviu junto ao Pai. Em parte alguma comunica coisas ou acontecimentos dos quais teria sido testemunha ocular ou auricular. Jamais o mundo celestial é tema de seu discurso; ele também não transmite mistérios cosmogônicos ou soteriológicos, a exemplo do redentor gnóstico. Tema de seu discurso é sempre apenas um só: que o Pai o enviou, que ele veio como a luz, o pão da vida, como testemunha a favor da verdade, etc., que partirá novamente e que é preciso crer nele. Está claro, portanto, que os enunciados mitológicos perderam seu sentido mitológico. Na verdade, Jesus não é apresentado como um ser divino preexistente, a fim de revelar mistérios inauditos; antes, a terminologia mitológica tem por objetivo caracterizar a importância absoluta e decisiva de sua palavra; a idéia mitológica da preexistência está posta a serviço da idéia da revelação. Sua palavra não emana da esfera da observação e do pensamento humanos; ela vem do além; é uma palavra destituída de toda motivação humana, uma palavra determinada, como também o discurso e agir do ser humano, quando se coloca em contradição hostil a sua palavra, somente podem ser uma palavra determinada - no caso, naturalmente, pelo diabo (8.38,41). Por isso sua palavra simplesmente está acima de qualquer controle humano, e é uma palavra autoritativa, que coloca o ouvinte diante da decisão sobre morte e vida. Dizem a mesma coisa aquelas afirmações de que Jesus nada faz e diz de si próprio (ver acima 1) - sentenças que igualmente se propõem a incutir a autoridade de Jesus, cujas palavras, embora palavras de um ser humano, não são palavras humanas: ouÔÉnoTE EÀ.ÚÀll0EV OÜTWÇ &.vepW'TTOç, wç OUTOÇ ÀuÀE'i &.vepW'TTOç [jamais alguém falou como este ser humano fala!] (7.46)1 Certa analogia é representada pela palavra dos profetas veterotestamentários, que igualmente não falam motu proprio, mas são inspirados por Deus. Mas a analogia ó
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também revela a diferença: as palavras de Jesus não são inspiradas de caso em caso; ele fala constantemente a partir da unidade com Deus (ver acima 1). Suas palavras não colocam, como o fazem as dos profetas, a situação histórica momentânea do povo sob a luz da exigência, promessa e ameaça divinas; elas não ensinam o conhecer necessário de caso em caso; pelo encontro com sua 'pessoa, o ser humano é chamado, em sua situação humana, pura e símplesmente à decisão. Nenhum profeta tem importância absoluta; um sucede ao outro. Jesus não é sucedido por nenhum outro revelador; nele a revelação de Deus foi dada ao mundo uma vez por todas, e essa revelação é inesgotável. Pois os novos conhecimentos que ainda serão dados à comunidade por meio do Espírito, serão somente lembrança do que Jesus disse (14.26), ou, como diz Jesus, EK roü E~OU À.1Í~.J.lJIETcU [receberá do que é meu] (16.14; § 50,7). Assim se revela o sentido mais profundo daquela singular oscilação ou troca da forma de expressão entre "falar" e "fazer", "palavra" e "obra". As palavras de Jesus não transmitem nenhum conteúdo palpável senão que elas são palavras da vida, palavras de Deus; isto é, não por seu conteúdo, mas como palavras suas, como palavras daquele que as pronuncia, elas são palavras da vida, palavras de Deus. Não em seu conteúdo atemporal, e sim no fato de serem ditas é que reside seu caráter especial e decisivo - e por isso elas são tanto obras" quanto "palavras": o fazer de Jesus é um falar, seu falar é um fazer. Justamente por isso, em João quase todos os ditos de Jesus são ditos a respeito dele mesmo, e não se pode indicar, além disso, determinado complexo de pensamentos como seu conteúdo, como a doutrina" de Jesus. Essa é a razão da diferença radical entre a pregação de Jesus em João e a dos sinóticos; João acolheu apenas um mínimo dos ditos do Senhor que foram preservados (§ 41,1). Suas palavras são ditos a respeito dele mesmo - isso não significa: ensinamentos sobre a qualidade metafísica de sua pessoa, doutrinamento cristológico. Pelo contrário! Se fossem entendidas nesse sentido, elas seriam mal entendidas; pois não se teria entendido que suas p1Í~aTcx [palavras] são Epya [obras]. Quem as entende desse modo deveria sujeitar-se a ser remetido a suas obras, como os judeus que exigem dele a clara declaração de que ele é o Messias (10.24s.; ver acima p. 494). 11
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Suas palavras são enunciados a respeito dele mesmo; pois sua palavra é ele mesmo (p. 445). O que vale de sua palavra, vale dele mesmo: suas palavras são "vida", são "verdade" e, por outro lado, EYW EL~L tl óõo; KUL tl àÀ~8ELU KUL tl (w~ [eu sou o caminho, a verdade e a vida] (14.6). Quem ouve sua palavra e crê naquele que o eiviou, tem a vida (5.24) e, por outro lado: EYW EL~L " àváaTuoLç KUL " (wrr Ó 1TLOTEÚWV Elç E~E Kav à'TTo8áv1J (~OETUL [eu sou a ressurreição e a vida; quem crer em mim, mesmo que morra, viverá] (11.25). Importa "aceitar" (ÀUI-L~áVELV) suas palavras (12.48;17.8), seu "testemunho" (3.11,32s.); e, por outro lado: importa "aceitar" a ele (1.12; 5.43; cf. 13.20). Rejeitá-lo (à8ETELV) e não aceitar suas palavras é a mesma coisa (12.48). O fato de os seus "permanecerem" nele e ele neles e o fato de suas palavras "perrnanecerem" neles é a mesma coisa (15.4-7). Ele é o juiz (5.22,27), e são suas palavras que julgam (12.48). Assim, pois, o evangelista pode atribuir a ele, ao preexistente, o mitológico título Aóyoç. Tão certo como em [o 1.1 Aóyoç não é substantivo, e sim nome próprio, tão certo também o sentido conceitual do nome "Palavra" está vivo para o evangelista. Pois ele dificilmente começaria seu Evangelho com a frase: EV àpXU ~v 6 Áóyoç [no princípio era o Logos] sem pensar no EV àpxiJ [no princípio] de Gn 1.1 e no "disse Deus" da história da criação em Gn 1. Isso, porém, também se evidencia de 1Jo I, onde no lugar da pessoa do Aóyoç aparece, como sinônimo, a grandeza objetiva do Áóyoç Tflç (wf)ç (à ~v &1T' àpxf)ç, oO:KllKOOllfv... 1TEpt 1:01) ÁÓYou Tf)Ç (wflç) [palavra da vida (que era desde o princípio, o que temos ouvido... sobre a palavra da vida)], onde, portanto, o sentido conceitual "palavra" está bem claro. - O título Aóyoç não remonta ao AT onde - como também no judaísmo ~ nunca se fala em termos absolutos "da palavra", e sim da "palavra de Deus". Esta, porém, não designa - como o ""i N~1?"~ rabínico determinada figura (seja uma pessoa, seja uma potência cósmica, uma "hipóstase"), e sim o agir poderoso de Deus em determinados casos. O título Aóyoç também não procede da tradição filosófico-grega (especialmente da estóica), que o evangelista teria recebido de Filo de Alexandria; pois o pensamento filosófico do Àóyoç como o conjunto de leis racionais do cosmo divino não consta do ideário de João. A figura do Aóyoç vem da tradição de uma mitologia cosmológica, que também influenciou o judaísmo e especialmente a Filo. Na literatura judaica veterotestamentária aparece a figura da "Sabedoria", um paralelo para "Palavra", como, aliás, em Filo "Palavra" e "Sabedoria" aparecem lado a lado. Na gnose, cuja influência também se faz sentir em Filo, a figura do Aóyoç não tem apenas função cosmológica, mas também
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soteriológica. Nesse ambiente, encontra-se a origem do Logos joanino. Além dos trabalhos de BOI5MARD e ELTE5TER, mencionados com ref. ao § 45, cf. também H. SCHLIER, Im Anfang war das Wort, in: Die Zeit der Kirche, 1956, p.274-287.
Suas palavras são enunciados a respeito dele mesmo, e assim, por fim, toda a revelação que ele traz se concentra nas grandes frases do Éyw ElJ-lL [eu sou}. EYW El~L ó ãpTOÇ Tilç (wf}ç. "E~E '" , ot"EPXO~EVOÇ TIpOÇ ou ~l1TIElvaalJ, , "'" KCU, oe lTLOTEUWV ELÇ E~E ou
~11
ÕLo/llaEL llr' , 1TW1TO-rE
[eu sou o pão da vida. quem vem a mim jamais terá fome, e o que crê em mim jamais terá qualquer sede] (6.35; cf. 6.51a). EYW El~ L TO
[eu sou a luz do mundo. quem me segue jamais andará nas trevas, mas alcançará a luz da vida] (8.12). EYW ELj..1.L TÍ 8úpa [eu sou a porta] (10.9), EYW EL~L 1TOLj..1.T1V KaÀóç [eu sou o bom pastor] (10.11,14). EYW ELIJL ri aváa-raaLç KaL ri (<.Ui) [eu sou a ressurreição e a vida] (1.25). EYW ELj..1.L lÍ KallÍ àÀ.~eELa KallÍ (w~ [eu sou o caminho, a verdade e a vida] (14.6). EYW El~lri ã~1TEÀ.OÇ ri &À.118Lv1Í [eu sou a videira verdadeira] (15.1,5). ó
ó
óôõc
Sim, por fim Jesus também pôde enunciar esse EYW EL~L [eu sou] em termos absolutos, sem complemento: Eàv yàp j.l~ 1TLOTEúollTE OTL EYW ELIJ.L, 0:1To8aVEl.o8E EV Talç Ctj.Lap-rLaLç Új.LWV [pois se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados] (8.24), e: oTav ÚWWOll-rE rõv ÚLOV roü av8pw1ToU, 1TÓ-rE yvwaEo8E O-rL EYW El~L [quando levantardes o Filho do ser humano, então sabereis que eu sou] (8.28). Que falta ainda? Evidentemente nada determinado, especial, e sim: "tudo aquilo de que digo que eu sou" - ou talvez melhor: aquele do qual dependem U
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vida e morte, ser e não-ser", "aquele pelo qual todo o mundo espera, aquele que traz a salvação". Pois é preciso considerar que nas frases com EYW EL.I-U, o EYW é predicado, e não sujeito; o sentido sempre é o seguinte: "em mim está presente o pão da vida, a luz, etc." (p. 456). Todas as figuras do pão e da luz, da porta e do caminho, do pastor e da videira afinal significam o que sem figuras significa a vida e a verdade, portanto, aquilo que o ser humano tem que ter e que anseia ter para poder existir de fato. Com o EYW ELI-ll, portanto, Jesus se apresenta como aquele pelo qual o mundo espera e que satisfaz todos os anseios. Isso é representado simbolicamente na cena do poço em Samaria. Às palavras da samaritana: OLÔU OH MEOOLaç EPXETUl. .. OTav EÀSTJ EKElvoç, o:vaYYEÀEl tll-l1V aTIaVTa [sei que o Messias virá... quando ele vier nos anunciará todas as coisas], Jesus responde: EYW ELI-ll, Ó ÀaÀwv OOl [sou eu, o que fala contigo] (4.25s.). E de modo semelhante respondeu ao cego curado à pergunta quem seria o Filho do homem: KaL EwpaKaç aln;ov KaL Ó ÀaÀwv I-lETà ooü, E'KElVÓÇ EOTlV [já o viste; é o mesmo que fala contigo] (9.37). Pois o anseio do mundo adquire forma no pensamento do portador da salvação em suas diferentes formas, com seus diferentes títulos; e assim em João se atribuem a Jesus os títulos dos salvadores da tradição judaica e helenista (§ 45,2). Jesus é aquele no qual se cumpre a antiga esperança; sua vinda é o evento escatológico (§ 45,3). Todos os títulos tradicionais, porém, são insuficientes. Isso é indicado pelo título que aparece na confissão de Pedro: KaLlÍl-lElç TIETIlOTEÚKal-lEV KaL EYVWKUI-lEV OTl au EI aYlOÇ TOU SEDU [nós temos crido e reconhecido que tu és o santo de Deus] (6.69). Esse título ocorre somente mais uma única vez no NT, a saber, na confissão dos demônios de Me 1.24; ele não tem tradição (pelo menos quanto ao que consta); pois, com efeito, Jesus também é chamado de ó aYLOÇ [o santo] em I]o 2.20; Ap 3.7, mas aí não se trata de um título; o sentido é "aquele que é santo". O título designa a Jesus como o absolutamente transcendente, que tem seu lugar ao lado de Deus e que perante o mundo é o representante de Deus. Mas ao mesmo tempo certamente também se deveria perceber que ele é aquele OV Ó naTl,p ljYlaoEv KaL o:nÉoTElAEV Ei-ç TOV KÓ0I-l0V [a quem o Pai santificou e enviou ao mundo] 00.36), e que se santifica a favor dos seus (17.19; p. 487). ó
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3. Assim se vê por fim que Jesus como o revelador de Deus,
nada revela, exceto que ele é o revelador, e que com isso está dito que ele é aquele pelo qual o mundo espera e que, em sua pessoa, traz aquilo que é o objeto de todos os anseios da humanidade: vida e verdade como a realidade da qual o ser humano pode existir, na qual perguntas e enigmas têm um fim. Como, porém, ele traz isso? De nenhuma outra maneira do que dizendo que ele o é e o traz - ele, o homem na palavra humana, que sem legitimação exige a fé. Portanto, em seu Evangelho, João apenas apresenta o fato da revelação, sem expor seu conteúdo. No mito gnóstico, cuja linguagem João usa para expressar-se, basta, em princípio, que a revelação consista em nada mais do que no fato de ela ter acontecido, isto é, na afirmação de que o revelador teria vindo e se retirado; que teria descido e teria sido elevado novamente. Pois, embora a gnose fale bastante sobre o conteúdo da revelação em especulações cosmogônicas e soteriológicas, não obstante para ela o decisivo é o mero fato de a que a revelação aconteceu. E isso porque para ela o redentor é uma figura cósmica, e a redenção é, no fundo, um processo cósmico, por meio do qual os elementos de luz, presos no mundo material, são libertados e elevados para o mundo da luz Cp. 471s.). A relação cósmica entre o redentor e os redimidos, a identidade de sua
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predicativos negativos de Deus, característicos do misticismo. E a negação do mundo não tem para ele o sentido que tem no misticismo, isto é, não tem o sentido ontológico de descrever, via negationis, o modo de ser de Deus, e sim como o "mundo" é visto como poder histórico, a saber, como o mundo dos seres humanos que se constitui na revolta contra Deus (§ 42, § 44) assim sua negação é a condenação do ser humano, a negação de sua autonomia presunçosa e dos valores e critérios daí resultantes. Se, porém, não se quiser representar a revelação nem como transmissão de determinadas doutrinas, nem como estímulo a uma experiência anímica, pode-se representar 'somente o mero fato. Este, porém, não permanece vazio, visto que é apresentado como abalo e negação de toda auto-afirmação humana, e como negação de todos os critérios e valores humanos que, justamente como tal negação, é a afirmação e cumprimento do anseio humano por vida, por realidade autêntica. Isso somente o pode ver a fé que supera o escândalo e se sujeita àquela negação, que reconhece sua cegueira para, desse modo, tornar a ver (9.39). Então fica claro que o ser humano chamado à fé não terá que exigir uma identificação, uma legitimação da palavra da revelação, uma IlUp-rup(u [testemunho] (p. 476). Jesus não pode legitimar-se, não pode apresentar uma IlUPTUPLU no sentido como a exige o mundo. Claro, as "Escrituras" testificam a seu favor (5.39); mas os judeus distorceram o sentido desse testemunho (p. 457). Claro, Deus testifica em seu favor (5.81s.); mas o mundo não aceita esse testemunho, porque não conhece a Deus (5.37; 7.28; 8.19,55; 16.3). E como testifica Deus a seu favor? Por meio de suas obras (5.365.; 10.25)! Mas essas obras são idênticas à sua palavra (p. 493ss.), portanto, com sua afirmação de que ele é o reveladoro O testemunho é, portanto, simultaneamente aquilo que se quer testificar! Por isso, ao lado da afirmação de que Jesus não testifica a seu favor, pode constar aquela outra: que ele testifica a seu favor (8.14,18). Ele testemunha a seu favor por meio de seu EYW ElIlL. Esse testemunho, porém, somente é entendido como tal pela fé: 6 ÀUpwv UUTOU 't~v J.1ap-rup(av Em1:>páYLoEV O'tL 6 SEOÇ àÀtlStíç Eonv [aquele que acolhe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro] (3.33): O iTLO'tEÚWV ELÇ -rov utov -rOU SEOU EXEL -r~v ~1(Xp1Up(UV EV ÉUUTQ. 61l~ TTLOTEÚWV TQ SEQ tVEúonw iTEiTo("oEvauTóv [aquele que crê no Filho de Deus tem em si mesmo o I I Ido II
t"'" 111 f,
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testemunho. Aquele que não crê em Deus fez dele um mentiroso] (I]o 5.10). O paradoxo é este: a palavra de Jesus não encontra sua legitimação na regressão da palavra testificadora à coisa testificada, e sim somente na aceitação crente da palavra. Esse também é o sentido do dito: Eáv TLÇ SÉÀ1J 1'0 SÉÂ.lll-la aUTou (se, TOU SEOU) TIOLE1V, yvwoETaL TIEPl -rilç ôLôaxilç (se, Tilç EI-lilç), TIÓTEPOV EK TOU SEOU EOTLV 11 EYW lhr' EI-lUUTOU À.aÀw [se alguém quiser fazer a sua (de Deus) vontade, saberá a respeito da (minha) doutrina se ela provém antes de Deus ou se eu falo a partir de mim mesmo] (7.17). Pois o "fazer a vontade de Deus" não significa um comportamento moral, de modo que a palavra exortaria a começar primeiramente com a ética, do que então resultaria uma compreensão para a dogmática. Pelo contrário, a vontade de Deus nada mais exige do que a fé (6.29). Somente nessa fé se enxerga a coisa testificada e se reconhece o testificador como legítimo; com outras palavras, o objeto da fé se revela somente à fé. Quem, todavia, nessa fé tem Hem si" o testemunho, tem com isso precisamente a vida: Kal aüTll EOTlv ri l-lapTupla OTL (W'DV alwvLov EÔWKEV Ó SEOÇ ril-llv [e este é o testemunho: que Deus nos concedeu a vida eterna] (lJo 5.11). Então finalmente fica claro que o revelador nada mais é que determinado ser humano histórico, Jesus de Nazaré. E a pergunta: "por que justamente este?" não deve ser respondida, se não se quiser acabar com o escândalo, que é parte essencial da revelação. Naturalmente, esse Jesus tem que apresentar-se aos seres humanos em determinada figura; mas João se restringe a mostrar dele somente aquilo que é escândalo. Se ele presume que nas comunidades, para as quais escreve, está viva uma imagem de Jesus e de sua pregação da tradição, ele quer, em todos os casos, que ela seja entendida sob a luz de seu conceito de revelação. Isso significaria que ele vê o sentido da pregação sinótica no fato de que ela é, em última análise, o estremecimento e a negação da autocompreensão do "mundo". Em todo caso, porém, não vê a tarefa da pregação da comunidade na transmissão da tradição histórica de Jesus. O testemunho da comunidade é o testemunho do Espírito a ela concedido, o qual representa a Jesus como o lXÀÀoç TIapáKÂ.llTOÇ [outro consolador] (14.16); e se o Espírito fará lembrar tudo que Jesus disse (14.26), então essa recordação não é a presentificação da reprodução histórica, e sim a pre-
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sentificação do evento escatológico que com ele irrompeu no mundo (16.8-11). E se o Espírito "conduz a toda verdade" (16.13), isso significa que ele ensinará a compreensão do respectivo presente à luz desse evento (§ 50,7). Pode-se falar da revelação em Jesus além do fato consumado somente caracterizando-a como o escândalo, como o juízo sobre o "mundo", como a negação da auto-afirmação humana? Algo ainda pode acontecer. Visto que ela se mostra à fé como revelação, seu sentido pode ser esclarecido ainda melhor, mostrando-se qual o movimento que se desenrola na fé.
c. Afé A., Der Glaube im Neuen Testament (1885), 6i\. ed., 1982 Cedo por P. STUHLMACHER), p. 486-520. - SCHNACKENBURG, R., Das Johannesevangelium, 1. Teil (1965), 5i\. ed., 1981, p. 508-524. - HEI5E, J., Bleiben. Menein in den johanneischen Schriften, 1967. - HAHN, F., "Sehen und Glauben im Johannesevangelium", in: Neues Testament und Geschichte..., FS für O. Cullmann, 1972, p. 125-141. - LÜHRMANN, D., Der Glaube im frühen Christentum, 1976, esp. p. 60-69. - HÜBNER, H., Art. IJ-Évw KTÀ., EWNT Il, 1981, p. 1002-1004. SCHLATIER,
§ 49. A FÉ COMO O OUVIR DA PALAVRA 1. O Evangelho segundo João foi escrito ~[va TIlOTEÚrrrE 01:l 'Incoíx EOTLV 6 XpL01:0Ç 6 ULOÇ 1:0U SEOU, K(tl 'lva TIlO1:EÚOV1:EÇ (wrjV EXllTE EV 1:Q 6VÓ~a1:l aUTou [para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
e para que, crendo, tenhais vida em seu nome] (20.31). O Batista havia sido enviado por Deus a fim de testificar a favor de Jesus, ([va mivTEç iTlOTEÚOWOLV õt ' CXUTOU [para que todos cressem por meio dele] (1.7). Deus enviou o ~OVOYEVl]Ç ulóç, ([vcx miç ó iTlOTEÚWV Elç aUTov ~l] LiiTÓ).l1TCXl, Li).).' EX1J (WTW atwvLOv [Filho unigênito, para que todo o que crê nele não morra, mas tenha a vida eterna] (3.16). O Filho do homem tem que ser levantado 1va mxç 6 TILOTEÚWV EV CXUTQ EX1J (w~v atwvLOV [para que todo o que crê nele tenha a vida eterna] (3.15). Aos iTLOTEÚOVTEÇ Ele; 1:"0 õvo~a aUTou [que crêem no seu nome] o Encarnado dá a EÇOUOLCX, TÉKva 8EOU YEvÉoSaL [autoridade de se tornarem crianças
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de Deus] (1.12). 'O TIlO1"EÚWV ELc; rõv uLàv EXEl (wt,v aLwvlov [aquele que crê no Filho tem a vida eterna] (3.36). Assim a exigência da fé (6.29; 12,36; 1Jo 3.23) e a promessa para o crente (6.35,40,47; 7.37,38a; 11.25s.; 12.44-46; 14.12; 1Jo 5.1,10,13) perpassam todo o Evangelho e a Primeira Epístola de João. Expressões metafóricas dizem a mesma coisa. "Vir a Jesus" não significa outra coisa que crer nele (5.40; 6.37,44s.,65), e as duas coisas encontram-se num paralelismo sinônimo (6.35; 7.37). Quem o "segue" como a "luz do mundo" recebe a mesma promessa como aquele que nele crê (8.12); igualmente aquele que "entra" por ele como "porta" (10.9) ou aquele que "bebe" da "água" que ele dá (4.13s.; cf. 6.35; 7.37). Crer nele também nada mais é do que "recebêlo" O.1Xf-LpávElV - 1.12; 5.43) e "amá-lo" (8.12; 14.15,21ss; 16.27). Na terminologia, João parte do uso cristão geral, segundo o qualTILoTEÚEW [crer] designa a aceitação da mensagem cristã (p. 135s.; João usa sempre o verbo; o substantivo TILOnc; [fé] ocorre somente em 1Jo 5.4). Portanto, o objeto da fé pode ser indicado por uma frase introduzida por on [que] (6.69; 10.38; 11.27,42; 17.8; 20.31; 1Jo 5.1, etc.), e em seu lugar também pode aparecer a versão abreviada iTLa'tEÚEl.V ELC; [crer em] (passim no Evangelho, bem como em 1 João; alternando com iTLO'tEÚELV OTL [crer que] em 11.25-27), sinônimo de iTLaTEÚELV Ele; Tà õvolJ.a (cúroü) [crer no (seu) nome] 0.12; 2.23; 3.18; 1Jo 5.13; cf. a troca em 3.18). Também o TILOTEÚEl.V absoluto tem o mesmo sentido e pode igualmente alternar com iTLOTEÚHV on (11.40,42; 16.30s.), bem como com iTLO'tEÚEW ELC; (3.18; 4.39,41). Especificamente joanino é o uso, ao lado de todas essas expressões, de iTLOTEÚELV com o dativo (5.38,46; 8.45s., etc.; em alternância com iTLOTEÚELV ELç: 8.30s.; iTLO'tEÚEl.V T0 ÓVÓlJ.ctTL em vez de Elc; Tà ÕVOlJ.ct: 1Jo 3.23).
Como ele e sua palavra são idênticos (§ 48,1), suas palavras também podem ser mencionadas como objeto da fé (5.47; cf. 2.22) ou as "obras" idênticas com as palavras (10.38). Assim como ele é objeto do Aaf..LpáVElV [acolher, receber] (ver acima), assim o são também seus pTÍl-la-ra [palavras] (12.48; 17.8) ou sua f-Lap-rupLa [testemunho] (3.11,32s.; cf. Ijo 5.9). Daí se explica que para João "dar-lhe fé" (TIlO1"EÚElV com dativo) e "crer nele" (TIlO1"EÚElV Etc;;) são idênticos. Não é o caso que primeiramente se deveria dar-lhe fé, confiar nele, para se poder crer nele; antes se deve crer que se pode crer nele; uma coisa não pode acontecer sem a outra. Assim se torna claro que na palavra anunciada se encontra o próprio anunciador; a unidade do anunciador com o
(4.19; 7.52 e demais passagens) e expressões em estilo de fórmula (3.3,36; 8.51 e demais passagens).
o
paralelísrno ou a identidade de crer, ouvir e ser já rnostra que o ver não é algo COITlO UITla coriterrrplação rnística. É a percepção da fé que reconhece na pessoa histórica de Jesus a à.Â.:tí8ELIX [verdade] e a (w1Í [vida], proporcionadas sorrierite por ela, e que, portanto, não são perceptíveis na contemplação direta. Isso se evidencia expressarnente da resposta de Jesus ao pedido de Filipe: ÕElÇOV lÍ~lv -ràv 1Hx-rÉpa, KUl. àpKEl lÍ~lv [rnostr-a-rios o Pai e isso nos basta]; resposta: TOOOU-rOV xpóvov ~ES' ú~wv Et~l- KCXL OUK EYVWKáç ~E, cI>O•. Lrrrre: Ó ÉwpaKwç EI-Ú:: EWPUKEV -ràv nu-rÉpu [tanto tempo estou convosco e ainda não rne conheces,
Filipe? Qtrern rne telTI visto tem visto o Pai] (14.8s.; cf. 12.45). Por isso também segue ao Ó Áóyoç oàpç EyÉVE-rO [o Logos tornou-se carne] o E.=8EUaáj..LESU -ri,v õóçuv uu-rou [contcrnplamos a sua glória] (1.14). Esse ESEuoá~ESa [coriterrrplarnos] não designa o "testerrruriho ocular" no sentido da informação histórica; pois nesse sentido tarribérn os judeus descrentes eram testem.unhas oculares, e, não obstante, nada viram. da õóçu [glória]. O sujeito do SEâa8lll- [contem.plar], porérn, não são apenas os contem.porâneos crentes (os prim.eiros discípulos), e stm os crentes de todos os tem.pos; pois o revelador não foi apenas outrora, rrras permanece sendo o Encarnado para sem.pre. jarriais a fé pode afastar-se dele, COITlO se a õóça ou a àÁ1ÍSELU [verdade] e a (w1Í [vida] pudessem tornar-se visíveis diretam.ente ou como se a revelação consistisse num conteúdo do pensam.ento, para cuja transrrrissão a encarnação do "Verbo" teria sido apenas um expediente, agora pertencente ao passado. Por isso o papel dos crentes corrternporâneos não consiste ern, através de seu testem.unho ocular, oferecer às gerações subseqüentes a garantia da certeza, e sirn elTI. lhes trarrsrrritir o escândalo do Ó Áóyoç oàpç EyÉVETO [o Logos tornou-se carne]. 2. O ver é, portanto, o conhecer próprio da fé. Assim, pois, ópiiv [ver] e YLVWOKELV [conhecer] podeITl ser ligados UITl ao outroou ser Irrtercarnb'iaclos (14.7,9,17; Ljo 3.6; cf. tarnbérn 5.37 com. 8.55; ou 6.46 corn 17.25). A fé é trrna fé autêntica somente na meclicla em que é
§ 49. A
FÉ COMO O OUVIR DA PALAVRA
509
Visto que o conteúdo das duas frases introduzidas por Õ-rl [que] é idêntico, está claro Que EYVWOav [reconheceram.] e EnLoTEuoUV [cre-
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na palavra] (8.31), com o que é sinônima tanto a expressão do permanecer nele, no revelador (15.4-7; lJo 2.6,27s.; 3.6,24; cf. ijo 4.13,25s.: em Deus; lJo2.10: na luz; 15.9s.; lJo4.16: na&y(br'll [amor[), como também a outra que fala da permanência da palavra nos crentes (15.7; lJo 2.24). A formulação de 8.31: Eàv ÚI-l.ElÇ I-l.E [V'llt"E EV t"4> ÀÓYúI t"4> EI-l.4>... YVulo-Eo8E t"l,V &Á1Í8EW,V [se vós permanecerdes em minha palavra... conhecereis a verdade] poderia sugerir a idéia de que o conhecer ainda não é próprio da fé como fé autêntica, mas que leva para além dela. No entanto, isso seria um mal-entendido. Inicialmente está claro que crer e conhecer não se distinguem com vistas a seu objeto. Que o Pai enviou a Jesus é objeto tanto do crer 01.42; 17.8,21) quanto do conhecer (17.3); que Jesus veio do Pai é crido 06.27-30), assim como é conhecido que seu ensinamento procede do Pai (7.17). Assim como a &Á1Í8ELa é o objeto do conhecer (8.32), assim a fé crê naquele que é a &Á1Í8ELa 04.6). O fato de Jesus ser o Cristo é algo que é crido (11.27; 20.31), mas simultaneamente também é conhecido (6.69). Assim como, pela unidade dos discípulos, o mundo será levado à fé de que o Pai enviou a Jesus (17.21), assim ele também tomará daí o mesmo conhecimento (17.23); e em correspondência em isto é dito a respeito dos seus: KUL Eyvwoav &Àn8wç an. TIUPO: OOÚ Ei;f}À8ov, , , ".l Kal, ETIlot"Euoav OTl ou I-l.E aTIEOTELA.aç [eles de fato reconheceram que saí de junto de ti e creram que tu me enviaste] 07.8). ~""
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§ 50. A FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA Ref. a 4: BECKER, J., Das Evangelium nach [ohannes, lI, 1981, p. 451-456. ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, 1982, p. 280-301 [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 301-324]. - Rei. a 6: ONUKI, T., Gemeinde und Welt im ]ohannesevangelium..., 1984. - Ref. a 7: SCHNACKENBURG, R., Das [ohanneseoangelium, IIl. Teil (1975), 3 il ed., 1981, p. 156-173. - WILCKENS, V., "Der Paraklet und die Kirche", in: Kirche. F5 für G. Bornkamm, 1980, p. 185-203. - PORSCH, F., Art. TIlXpáKATl'WÇ K'rA., EWNT IIl, 1983,p. 64-67. - Rei. a 8: ScHWEIZER, E., "Der Kirchenbegriff irn Evangeliurn und in den Briefen des Johannes" (1959), in: Io., Neotestamentica, 1963, p. 254-271. - WElSS, H-F., "Zur Frage der Einheit der Kirche irn [ohannesevangelium und in den Briefen
I
. rarn] não são dois atos distintos. Sornente conquanto iTLO'tEÚELV [crer] pode designar a prirneira aproximação de Jesus, que, porém, ainda não é urna fé plena, o YLVWOKELV [conhecer] pode ser diferenciado de iTLOTEÚELV corno um ato separado. Por exemplo, naquela passagem de 8.30-32, onde é dito aos iTElTLO'tEUKÓTEe;; UUTQ 'Iooôoáor: Eàv ÚI-lEl.Ç I-I.ELVT]TE EV TQ ÀÓY<.p EI-I.4> ... YVWOEOSE [judeus que creram nele: se vós permanecerdes na rniriha palavra conhecereis...]. Assim ern todos os casos em 10.38: Kav EI-lOL 1-lT, lTLOTEÚT]TE, TOL.e;; EPYOle;; iTLOTEÚE'tE, ~(vu YVW'tE KUL YLVWoKE'tE O'tL EV EI-I.OL Ó TIUTT,P Kàyw EV T0 rrecrpf [e mesmo que não creiais em mim, crede nas mírihas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai] (p. 495s.). Assim talvez também em 6.69: lÍI-I.El.Ç iTEiTLO'tEúKaI-l.EV KUL EyvwKal-lEV O'tl ou EL aYLoç 'tOU SEOU [nós cremos e reconhecemos que tu és o santo de Deus]. Que, porérn, crer no sentido pleno e conhecer não são dois atos ou níveis distintos se evidencia pelo fato de que a seqüência tarribérn pode ser inversa: assirn como ern 17.8 tarrrbérn em 16.30 e lJo 4.16: KaL lÍI-lEl.Ç EYVWKUI-lEV KaL iTEiTLOTEÚKUI-I.EV 'tT,V àyáiTT]v llv EXEL Ó SEOÇ EV Tti-Ll.V [e nós temos reconhecido e crido no arrior que Deus tem por nós]. Portanto, iTLOTEÚELV [crer] e YLVWOKELV [conhecer] não podem ser diferenciados como níveis, de modo que nas cornunidades existiriarn, corno nas comunidades gnósticas, písticos e gnósticos. A fé não é algo corno a aceitação de urn dogma, à qual seguiria então o acesso a conhecirnentos esotéricos ou urna contemplação mística. Antes a fé é tudo. Não se pode separar o conhecer do crer e alçarse acim.a dele; mas a fé também é um conhecer. Assim como todo conhecer pode ser somente urn conhecer na fé, assim no conhecer a fé vem como que a si mesma. O conhecer é urn momento estrutural da fé. A isso corresponde o fato de que a relação de Jesus com Deus é designada somente como YLVWOKELV (10.15; 17.25), jamais como lTLO'tEÚElV, enquanto todo conhecer humano é somente um. conhecer crente. Isso somente terminará quando a existência humana estiver no fim e o iTLO'tEÚELV for substituído por um mero SEWPELV [contemplar], que não mais visa à õóça [glória] velada pela oápç [carne], e sim tem aquela diretamente por objeto (17.24). ....
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§ 50. A
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
511
zação; a renúncia à segurança aparente e à mentira da vida; a dispo,;::i,...~n n~r~
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des Ignatius", in: Theologische Versuche, X (1979), p. 67-81. - LINDEMANN, A., "Gemeinde und Welt im Johannesevangelium", in: Kirche. F5 für G. Bornkamm, 1980, p. 133-161. - ONUKI, T., v. acima ref. a 6.
1. Como para Paulo, também para João a fé é o caminho para a salvação, e somente a fé. No entanto, esse "somente pela fé" é algo natural para João e não é enfatizado expressamente. Falta em João a antítese paulina: 1TLO-rLÇ - Epya [fé - obras], e por isso o conceito XápLC; [graça] não tem importância (p. 436). Em João não está em discussão
a pergunta pelo caminho da salvação, e sim a pergunta pela própria salvação; ele não está voltado para anseio por ôucoaooúvn [justiça], e não luta contra a presunção judaica de poderem conquistar a justiça pelas próprias obras; ele está voltado para anseio do ser humano por vida e combate uma compreensão falsa de vida. O mundo anseia por vida e acredita conhecê-la encontrá-la ou até mesmo tê-la (5.39). E a ele se diz que está na morte (cf. 5.25). Ele presume vê-la, e a ele é dito que é cego (9.39). Acredita conhecer a Deus, o cXÀ116Lvàç 6EÓÇ [Deus verdadeiro], porém, não o conhece (1.9; I]o 2.8; - 6.32; 15.1; § 42). O mundo, porém, não se encontra no engano, e sim na mentira (8.44,55); ele não crê em Jesus - justamente porque ele diz a verdade (8.46s.); o mundo não quer vir à luz (3.19). A exigência da fé é, portanto, a exigência ao mundo de renunciar a seus critérios e juízos, à autocompreensão que teve até agora, ao edifício de sua segurança que construiu na renegação do criador, em autonomia auto-arrogada (§ 42; § 44). Apesar da orientação antitética diversa, está evidente a unidade interior com o conceito de fé de Paulo (§ 35). A fé é a renúncia ao mundo, o ato da desmundani-
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Pois para João o mundo não é, como acontece na gnose, um poder cósmico que envolve o ser humano com fatalidade inevitável e que é essencialmente estranho à sua 'ÍlÚOLÇ [natureza], pertencente ao mundo da luz, e sim um poder histórico constituído pelo próprio ser humano que se revoltou contra Deus (§ 42-44). Não é seu destino ou sua
tar critérios tota1tnente novos a respeito do que se chama morte e vida, e receber a vida que Jesus dá e é (5.19ss.; l1.25s.), e que não é dem.onstrável m.undanam.ente. A fé é, portanto, a superação do escândalo - do escândalo que consiste no fato de que a vida se oferece ao ser hum.ano som.ente na palavra que ul? sim.ples homem, Jesus de N azaré, lhe profere - um. b orrrern que tem a pretensão de que nele o ser humano se depara com. Deus, sern que pudesse tornar essa pretensão verossúnil ao m.undo. É o escândalo do Ó Àóyoç oàpç EyÉVE-rO [o Logos tornou-se carne] (§ 45, § 48). Dessa forma ela é a vitória sobre o mundo (Ijo 5.4). A fé, porém, não é, por exemplo, uma visão de mundo dualista. Ela não surge pelo fato de que o ser hum.ano, agora vacilante em. sua segurança, começa a desconfiar do m.undo e lhe volta as costas para, em elucubrações especulativas ou no silêncio m.editativo, alçar-se a um mundo do além. A fé não é um ato a ser realizado Iívrernerite pelo ser humano, para o qual Jesus apenas desse a .....m.otivação". Antes, a fé se dirige justamente a ele, que é o caminho, a verdade e a vida, e sem o qual rring'uém chega ao Pai (14.6; § 46,1). A fé não é fuga do m.undo e ascese, e sim desmundanização como quebra de todos os critérios e valores hurnanos'", Nesse sentido o crente não é rnais EX "COU KÓ0IJ.0U [do m.undo] (15.19; 17.14,16), isto é, não pertence m.ais ao m.undo corno sua origem determinante (§ 43,2). Por isso o rnundo não "conhece" os crentes, assim como não conheceu a "ele" (Ljo 3.1); strn, ele os odeia, corno odiou a ele (15~18-20; LIo 3.13). Assirn COITIO a jornada de Jesus levou à m.orte, também a jornada dos seus levará a perseguição e morte (12.24-26;16.1-4). Mas aquele: OUK EK "COU KOOIJ.0U [não do rnundo] não deve ser confundido com. uma retirada do rrurnclo. Jesus não pede ao Pai lva àpUç au"Couç EK "COU KOOl-tOU, àÀÀ' "Lva "C11P1Íonç au-rouç EK "COU TIOVllPOU [que os tires do rnurido, m.as que os guardes do mal] (17.15). Assim como Deus o enviou ao mundo, também. ele envia os seus ao rnundo (17.18). 89
Também. se pode dizer: a fé é "dar meia-volta". No entanto, os terrnos ~HávOLa. e ~HavOElv, já evitados por Paulo, faltam. completamente ern João - evidentelTIente por causa do perigo de um mau entendirnento rnoral.
§
50. A
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
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gerado de Deus] (Ljo 3.9) - urna frase que sorn.ente pode ser corripreendia corretam.ente em sua relação dialética com a outra: TIâc ó
2. Como essa decisão não procede de motivações intramundanas, sendo antes uma decisão contra o mundo, que se torna uma possibilidade somente pelo fato de que Deus vem ao encontro do ser humano como o revelado em Jesus, ela se afigura como uma decisão determinada, porém sern que de fato o seja (§ 43,1). Claro, ela é efetuada por Deus; não, porém como se o agir de Deus acontecesse antes dela ou COlTlO que atrás dela, e sim de tal rrtoclo que isso acontece justamente dentro dela; pois a resposta que a fé dá à pergunta da revelação que lhe sucede, sabe-se efetuada pela própria pergunta. A decisão da fé entende-se COlTlO algo presenteado. Não foram os discípulos que escolheram a Jesus, e sirn ele os escolheu (15.16). É nisso que reside a certeza da fé que ouve a palavra: -ràv EPXÓIJ.EVOV TIpÓÇ IJ.E ou IJ.T] EKPáÀw EÇW [não lançarei fora aquele que vier a rnirn] <, , '( , p. "') , ' ap1TaOEl (6 .37) , e aque Ia ou t ra: OUX -rlÇ au-ra se, -ra, rrpopccru 1:"a ElJ.a EK -rilç XE ipóc 1J.0u [não as (as rnírihas ovelhas) raptará da minha mão] (10.28), e o que se sabe "preservacío" no mundo, tal como a intercessão do revelador o pediu do Pai em sua despedida (17.9-19). No discurso pastoril a certeza da fé é apresentada sob a figura do conhecimento mútuo do revelador e dos crentes: YlVWOKW 1:"à ElJ.à Kal. Y l VWOKOUO [ IJ.E 1:"à ElJ.á... [conheço as minhas e as minhas me conhecem... ] (10.14-18,27-30). Sim, inclusive se pode ousar dizer, na linguagem mitológica da gnose: mxç Ó YEYEVVlllJ.Évoç EK 1:"OU 8EOU alJ.ap-r [av ou 1TOlEL, OTl onÉplJ.a au-rou EV aUTQ IJ.ÉVEl· Kal. ou ôúvcerm, alJ.apTávElV OTl EK
[todo o que é nascido de Deus não comete pecado, pois a sua semente permanece nele; e não pode pecar porque foi
TOU 8EOU YEyÉvVT}Tal
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Em que consiste a õóça [glória] que os crentes receberam? A primeira resposta tem que ser: no conhecimento dado à fé. O fato de que Jesus dá aos seus sua õáça equivale ao fato de que lhes dá (WT] alwvloç [vida eterna] (17.2); e que significa isso? aUTT} õÉ EOTlV rí alwvloç (wi) ., r , , ' ,~ 8 ' 8' ,< ,' ~ _. 'I ~ X ptorov ' lva YlVWOKWOlV OE TOV IJ.OVOV aAT} lVOV EOV Kal ov \a1TEOTElAU,Ç noouv [a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo, a quem enviaste] (17.8). Esse conhecimento duplo, isto é, no fundo uniforme - pois Deus somente é conhecido por meio do revelador, e este somente é conhecido se nele se conhece a Deus-, porém, é idêntico ao conhecimento da àÀi)8Ela [verdade] (8.22) pro-rY'l Oh rt ~ ~
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TIOLWV 't"~V ÕLKaLOOÚVllV El; ainou YEyÉvVll't"aL
[todo o que pratica a justiça é nascido dele] (Ljo 2.29): todo aquele (mas somente aquele) q u e faz a justiça" é gerado de Deus - todo aquele que é gerado de Deus (corno o corrrprova seu agir) não peca (ver abaixo). A certeza da fé é strrnaltariearnerrte subjetiva e objetiva. Ela é caracterizada corno certeza subjetiva nas palavras do discurso pastoril quando diz: as ovelhas conhecem a voz do pastor e, num. instinto seguro, não seguem. ao cham.ado de um. estranho (10.3-5,8). Essa certeza é própria da fé porque é sim.ples ouvir e obedecer; se perguntasse por razões para seu direito, por 'urna garantia para sua validade, teria perdido sua certeza. Co:mo fé ouvinte, ela própria é prova de sua certeza para si rriesrna: pela aceitação do testemunho ela confirm.a a verdade de Deus (3.33; 1Jo 5.10; p. 502s.). Mas corno fé ouvinte, ela não encontra sua certeza e:m si rnesrna, e strn naquilo e:m que crê. O YLVWOKOUOl. ~E 't"ã E~á: [as m.inhas m.e conhecem.] corresponde ao YLVWOKW -rã E~á [conheço as rnirihas], pelo que está designada a certeza objetiva, que, portanto, deve ser diferenciada rigorosam.ente de toda sensação de certeza. Justa:mente é isto que significa a suprem.acia da fé sobre o m.undo (lJo.5.4): que sua certeza so:mente é do ouvir e não pode ser levada à experiência intram.undana, sendo por isso rnesrno inabalável. ü
3. Corno superação do escândalo e com.o decisão contra o mundo, a fé é desm.undanização, passagem para a existência escatológica. Em meio ao m.undo, o crente está subtraído à existência m.undana; em.bora ainda EV -rQ KÓO~4> [no mundo], não é rriais EK -rou KÓO~OU [do rrumclo] (17.11,14,16). Já passou pelo juízo e passou para a vida (3.18; 5.24s.), já deixou a m.orte para trás (8.51; 11.25s.); já tem. a vida (3.36; 6.47; 1Jo 5.12; § 45,3). Para ele vale: 1Í oxot í« TIapáYE't"aL KaL -ro epwç -ro O:ÁllSLvàv iíÕll Q>alvEL [as trevas estão passando e a ven:iadeira luz já brilha] (Ljo 2.8). Assim como Jesus foi 'urn estranho no rrruriclo, tarnbérn o são os crentes que lhe pertencem., e ao se despedir ele pode dizer: õEÕÓçaOj..LaL Evau-roLç [tenho sido glorificado neles] (17.10), e: 't"~v ôól;av ílv õÉôwKáç j..LOL ôÉôwKa aU-tOLç [a glória que rne deste dei a eles] (17.22).
§ 50. A
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
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[natureza], da qual a isenção de pecado é própria COIllO tarrta qualidade natural. Ela é antes própria da fé, e essa afinal não é trrna con-
única realidade, e perscruta a realidade do mundo como ilusão (§ 42,2). O conhecer, porém, é um conhecer crente (§ 49,2), não um conhecimento teórico à distância, e sim um deixar-se determinar pelo conhecido, um ser no conhecido, de modo que o relacionamento com o revelador e com Deus também pode ser designado com o ElvaL EV [estar em] (15.3ss.; 17.21). Ao conhecimento está prometida a liberdade, que é justamente a liberdade em relação ao mundo, da realidade aparente, de sua sedução, bem como de sua inimizade aberta (§ 42,2). Assim como Jesus venceu o mundo (16.33), assim a fé é a vitória sobre o mundo (1Jo 5.4). Assim como o ãpxwv 'tOU KÓOIlOU 'tOU-tOU [chefe deste mundo] está vencido e nada mais pode contra Jesus (12.31; 14.30), ele tampouco pode algo contra os crentes que venceram o "maligno" (1Jo 2.13s.). Por isso a liberdade em relação ao mundo é a liberdade em relação ao pecado (8.31-36). O gerado de Deus não pode mais pecar (1Jo 3.9; p. 513s.), não peca mais, e o "maligno" não consegue agarrá-lo (1Jo 5.18). Os crentes que aceitaram o serviço de Jesus (simbolizado no lava-pés) estão "limpos" (13.10); ficaram limpos pela palavra que Jesus lhes proferiu (15.3). Ele "santificou-se" por eles, para que sejam 1ÍYLCWIlÉVOL EV &À1l8E(~ [santificados na verdade] (17.19; p. 487), e pede ao Pai: &y(aoov CCL)"WUÇ EV 'tu àÀ118E(~· Ó Àóyoç Ó ooç &ÀTÍ8EUX, EO'tlV [santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade] (17.17). Essa prece, bem como aquela outra: 'C va 'tllPTÍa1JÇ au'touç EK 'tOU lTovTJpOU [para que os guardes do mal] (17.15), encontram-se ao lado daqueles enunciados constatadores. Isso mostra que a liberdade em relação ao pecado não consiste em ser dotado com uma nova cPÚOLç
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"produzir frutos" é a condição para "permanecer" em Jesus, e, por outro lado, o "permanecer" em Jesus é condição para produzir frutos; e quando, por um lado, a "limpeza" é considerada como presenteada sempre nova ao "produzir frutos", e quando, por outro lado, diz: iíÕTJ Ú\lEl.çKa8apoL EO'tE [vós já estais limpos] (p. 488). E quando isto é fundamentado pelo: õlà 'tàv ÀÓYov ÔV ÀEMÀllKa UIlWV [por causa da palavra que vos tenho falado L pode-se caracterizar a limpeza com o termo luterano como uma limpeza extra nos. Justamente a confissão do pecado efetua que essa limpeza se torne a nossa, visto que a confissão dos pecados pode consolar-se com o perdão (1Jo 1.9; r-f.
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vicção adquirida por meio de razões racionais e que agora se possui, e sim a superação do mundo a ser realizada nova a todo momento. Enunciados positivos de que a fé é a vitória sobre o mundo, que o crente não pode mais pecar, têm sentido imperativo no contexto, ao colocarem diante dos olhos do endereçado o que é a fé pela qual se decidiram como crentes. O ou õúva:raL Ctl-Lap-ráVELV [não poder pecar] não descreve (como na gnose) o estado empírico do crente, e sim o sentido da fé. Sem dúvida, também Paulo havia tido em mente a relação entre indicativo e imperativo (§ 38,1). Mas, vivendo na expectativa do fim iminente do mundo, ele não havia desdobrado o problema ern vista do fato de que os crentes continuavam pecando. Outra é a situação ern João, para o qual a perspectiva escatológica do tempo não tem importância em decorrência de sua radical presentificação do evento escatológico. Ele enxerga a singular dialética, que consiste no fato de que, por um. lado, vale: o crente não peca (Tjo 3.9; 5.18); por outro lado, porém: Eàv E'LTIWJ.lEV O-rL á\J.ap-rlav OUK EXOI-LEV, ÉaU'rouç nÀ.avWI-LEV Klll'ri àÂ:ríeELa OUK EO-rLV EV lÍl-LWV [se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos e a verdade não está em nós] (Ljo 1.8). O que 1Jo 1.5-10 quer mostrar é que o "aricíar na luz" e a confissão dos pecados constituem uma unidade paradoxal.90 O ou õúva-raL eXl-Lap-rávELV [não poder pecar], portanto, não leva a UITla falsa segurança, e sim justamente radicaliza a consciência de ser pecador. Sabendo que necessita constantemente do perdão, o crente também. sabe que pode consolar-se constantemente nele, se permitir que sua relação com Deus seja determinada por meio de Jesus Cristo, o que está expresso frase em form.a mitológica na seguinte: Eáv -rLÇ ál-Láp1:-1J, TTapáKÀll'tOv EX0I-LEV rrpõç -ràv na-rÉpa [se alguém pecar temos um consolador junto ao Pai] (Ljo 2.1; mostra-o 16.26s., que aqui não se deve fazer 'urria interpretação no sentido mitológico, ver abaixo). O discurso da árvore da vida (da "vtdeíra", 15.1ss.) descreve a relação dialética de indicativo e imperativo quando, por um lado, 9Q
quanto a isso H. 1953, p. 149s.
Cf.
VON CAMPENHAUSEN,
§ 50. A
Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht,
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
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mundo é tentador, ele tem., em primeiro lugar, o sentido negativo de não u a m a r " o mundo (Tjo 2.15); isso significa, concretamente: rnan-
palavra] (p. 508),ela é simultaneamente um -rllPELV -ràç EV-rOÃáÇ [guardar os mandamentos], e isto é a condição para o j..1ÉVELV EV 'ti] àyáTI1J [permanecer no amor], que é idêntico ao I-lÉVElV EV ni> ÁÓYúJ [permanecer na palavra] (8.31). O 'tllPElV -ràç Ev-roÀáç forma uma unidade inseparável com o -rllPElV -ràv ÁÓYov. Por isso o Eáv nç àyaTI~ I-lE, 'tàv ÁÓYov uou 'tllPTÍOEl [se alguém me ama, guardará a minha palavra] (14.23) pode substituir o Eàv àyaTIéi'tÉ j..1E 'tàç Ev'toÀàç 'tàç Ej..1âç -rllPTÍoE'tE [se me amais, guardareis os meus mandamentos] 04.15). Em correspondência com isso, a fé e o amor podem ser resumidos como o conteúdo de um mesmo mandamento: KaL aü-rll EO-rLV ri EV'tOÀl1 núroí), '[va TIlOnÚOWI-lEV 't
[Este é o meu mandamento: que creiamos no seu nome, de Jesus Cristo, e amemos uns aos outros, conforme o mandamento que nos deu] (lJo 3.23). E assim o 'tllPE1V nxç Ev-roÂáç [guardar os mandamentos] é a razão cognitiva para o EyvwKÉval au'tóv [reconhecê-lo] (I]o 2.3-6). Por isso o imperativo lembra ao crente o que ele já é graças ao preveniente amor que se nos depara no revelador (15.9; 1}04.10). 4. Inicialmente o 'tllpELV -ràç EV-rOÂáÇ pode ser definido em termos bem gerais. Visto que os crentes permanecem no mundo (17.11), e o
I, ·11
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A unidade do 'tllPElV 'tàv ÀÓYov [guardar a palavra] e do 'tTlPElv 'tàç EvcoÀáç [guardar os mandamentos] diz que na fé autêntica está posta a fundamentação para todo o fazer futuro e que este não pode mais obter sua motivação do mundo. Portanto, na fé já foi tomada como que uma decisão antecipada acerca de todo o fazer como fazer do amor. Justamente por isso a fé comprova sua liberdade em relação ao mundo no amor - e nesta vitória da fé sobre o mundo está fundamentado o fato de que as EV-rOÀa.L [mandamentos] de Deus não são "pesadas" (Ijo 5.3). Também é nesse sentido que o mandamento do amor se chama KalVl1 EV-rOÀTÍ [mandamento novo]. Pois a denominacão "nova" não se refere à relativa novidade histórica, aue em
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ter-se livre da E'TTlOUIJ.La [cobiça] (Ljo 2.16). Quem tern a esperança de "vê-Io COlTIO ele é", esse mesmo áYVL(El Eau-ràv KaOwç EKELVOÇ áyvóç EU-rlV [purifica a si rnesrno, assim como aquele é puro] (Ljo 3.3) - em. correspondência com. a prece de despedida de Jesus (17.17; p. 515). De rriodo positivo a exigência pode ser designada COlTIO a do TIOlELV -rà &pEu-rà EVW'TTlOV au-rou [fazer o que é agradável diante dele] (Tjo 3.22) ou corno a do 'TTEpl'TTa-rELv EV -rQ ~ú>-rL [andar na luz] (lJo 1.6s.). O "aridar na luz", porém, é definido com mais exatidão corno o àya1T(xv -ràv àÕEÀ~ÓV [amar o irmão] (Tjo 2.9-11), e este, ou o àÀÀTÍÀouç àyalTâv [amar uns aos outros], é o verdadeiro conteúdo das Ev-roÀaL [rnariclarnerrtos], ou, corno tarnbérn pode constar, da EV-rOÀ'IÍ [mandamento] (15.12; Ljo 3.23; 4.21); e nele se evidencia a unidade interior de indicativo e imperativo. Do acolhimento do amor resulta o compromisso de amar: Ev-roÀllv Kalvllv ÕLÕWlJ.l ÚIJ.WV, t(va àya'TTâ-rE àÀÀ1ÍÀouç KaOwç T1yálTEUa úlJ.âç, t(va KaL úlJ.Elç àya'TTâ-rE aÂÀ1ÍÀouç [dei-vos um novo maridamento: que ameis uns aos outros; assim corno eu vos arneí também vós ameis uns aos outros] (13.34) - sendo que o KaOwç [assim corno] não descreve o modo de amar, nos indica sitnultaneam.ente sua razão. 'A ya'TTll-rOL, E l oúrcoc 6 OEÓÇ f)ytX.'TTEUaV úlJ.âç, KaL lÍlJ.Elç 6
§ 50. A
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLóGICA
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tológica charriada para o uccprupei.i> [tes.terrrurthrrr] (15.27), para o Inundo existe coristarrternerrte a possibilidade de ser incluído no círculo do aÀÀ:!ÍÀouç aya:1Tâv
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breve haveria de pertencer ao passado, como, aliás, do ponto de vista do tempo, o mandamento também poderia ser chamado de antigo: OUK EV-rOATlV KaLvilv ypcX
novo, que é verdadeiro nele e em vós, que as trevas estão passando e a verdadeira luz já brilha] (1Jo 2.8). Quem odeia seu irmão, está nas trevas (1Jo 2.9,11), é assassino como o fratricida Caim OJo 3.12,15) O amor de Deus não permanece. Quem fecha a porta ao irmão necessitado, neste (1Jo 3.17). Quem afirma que ama a Deus, enquanto odeia seu irmão, é mentiroso (1Jo 4.20). No cumprimento do mandamento do amor os crentes tomam consciência de sua existência escatológica: 1Í~E1ç O'[ÔUjJ.EV O't"L jJ.E't"UPEf3lÍKUjJ.EV EK 't"OU 8uvá't"ou ELÇ 't"~v (wlÍv, o't" L&yaTIWjJ.EV roix &ÕEA
Todavia por meio da EV1"DÀ'; [mandamento] do àÀÀ,;Àouç àycx1Hiv [amar uns aos outros] de João não se restringe ou se anula o mandamento cristão do amor ao próximo. Mas a exigência do amor fraternal é para o círculo dos que areceberam seu amor o legado do revelador que se despede; é a lei do círculo de discípulos. Como este não é um grupo fechado, e sim a comunidade esca-
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completa] (1Jo 1.491; cf. 2Jo 12). A alegria tem que ser conquistada contra a tentação do KÓOj..lOÇ [mundo], mas com isso ela também se torna inabalável: KUL 't"~v xapàv Új..lWV ouõElç a'[pEL u
11~M
[amar uns aos outros]. - Além disso, ao que parece, as sentenças de 1Jo sobre o amor fraternal de modo algum se referem somente aos irmãos cristãos (p. ex. 3.17).
5. A existência escatológica se caracteriza por E LpTWTl [paz] e Xapá [alegria], que tradicionalmente descrevem a salvação escatológica (cf. Rm 14.17, etc.). Elpryv1J é "salvação" no sentido pleno do termo semítico !:l;~~ [shalom], no qual a "paz" está incluída como um componente. Jesus presenteia essa salvação aos seus como legado de despedida. Se acrescenta ao ElPTÍvllv a4>LTlIJ.L ÚIJ.LV [deixo-vos paz]: ElpTWTlV -rllV El-lllV ÕLÕWI-U Úl-lwv'
ou Ka8wç Ó KOOI-lOÇ Õ[ÕWOLV EYW Õ[ÔWI-lL úl-llv
[a minha paz vos dou; não a dou como a dá o mundo] (14.27), então a ElPTÍvll [paz] é designada como uma possibilidade escatológica, que se encontra além das possibilidades intramundanas e que não se realiza nem na situação de vida exterior, nem em um estado da alma, e sim pode ser compreendida somente como realidade na fé, que, por isso, tampouco como a liberdade, pode tornar-se um estado. No mundo os crentes têm 8A.(~ILÇ [tribulação]; somente "nele" eles têm ELPtÍVll (16.33). Portanto está novamente evidente o "extra nos". O mesmo vale para a xapá [alegria]. Também ela é concedida aos seus como "stra" alegria (15.11; 17.13) e se distingue por isso de toda alegria mundana - como, aliás, também não se pode indicar um no quê dessa alegria. Se ela é designada como TIElTÀllPWI-lÉVTl [completa] (16.24; 17.13), também por meio dessa designação ela é caracterizada como a alegria escatológica. Essa alegria, embora dádiva do revelador, nunca é realizada definitivamente como estado, e sim se encontra diante do crente como alegria a ser realizada sempre de novo. Esse paradoxo se expressa no .Iado-a-Iacío: 'Lva ti Xapà ti EI-lfl EV Úl-llV TI Kal. 1Í Xapà Úl-lwv lTÀllPw8iJ [para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa] (15.11). Como alegria escatológica ela nunca pode ser realizada como estado, mas sim no evento, a saber, no ato da fé que supera a À.ÚTIll [tristeza]. que acomete o crente no mundo (16.20-22). Do rnesrno modo, porém, igualmente no consolo fraternal, no qual ela se torna evento tanto no admoestador quanto no admoestado: TaUTa ypá,4>WI-lEV til-lELÇ Lva ti xapà tll-lWV 'Õ lTETIÀllPw}J.ÉVll [escrevemos estas coisas para que a vossa alegria seja
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para que sejam um assim
COTIlO
nós somos um;
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entende mais a partir do mundo, e sim a partir de Deus; wç TO ~wç EXeCE, TILOTEÚETE ELç TO ~wç, '[VCX ULOL 4>WTOÇ yÉVllo9E [como quem tem a luz, crede na luz para que vos torneis filhos da luz] (12.36). O "filho da luz" encontra-se na claridade, na qual se entende em seu mundo e conhece seu caminho (p. 446). 6. A existência escatológica é descrita como um ser dos crentes no revelador ou ainda como um ser deste neles, de modo que estão unidos numa unidade entre si e com ele - a uma unidade que ao mesmo tempo é a unidade com o Pai, no qual está o Filho e que está no Filho. Por isso se lê como admoestação e promessa: ~E l VCXTE EV E~Ol, K&YW EV ú~lv [permanecei em mim, e eu em vós] (15.3; cf. v. 4s.) ou como pura promessa: EV EKELVU TU lÍ~Ép~ YVWOEo9E tJf.!ElÇ OTL EYW EV n~ TICXTpl uou KCXL tJf.!Elç EV Ef.!ol K&YW EV úf.!lv [naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós estais em mim e eu em vós] (14.20). E na oração de despedida se lê: KCXL Ti]V õóçcxv llv ÕÉe5WKCXÇ f.!0L e5Ée5wKcx «úro'ic, 'Lvcx WOlV EV Kcx8wç lÍf.!Elç EV . , " EV CXUTOLÇ ,.... KCXl"ou"EV euor, , EYW 'í.vcx WOlV TE'tEÀElWf.!ÉVOl ElÇ EV
[e a glória que me deste dei a eles, 91
A estranha e difícil leitura r1llwv [nosso] ao invés do esperado ÚIlWV [vosso] deverá ser, por fim, a correta. Esse "nós" resume então o "nós" e o "vós" do v. 3 numa unidade. Se ÚIlWV for a grafia original, também neste caso vale o fato de que a alegria se realiza como evento.
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direto havido até então e que estabelece uma distância entre eles, é necessária; porque somente desta distância ele é conhecido como aquele que ele é para eles. Por isso devem alegrar-se com sua partida (14.28), pois ela é salutar para eles; se assim não fosse, ele não poderia enviar o Paracleto, o Espírito (16.7). De nenhum outro modo, porém, a não ser no Espírito, ele voltará; a antiga concepção protocristã da 1TCXpOUOlCX [parusia] está abandonada; o mundo nada perceberá de sua volta (14.21s.; p. 490s.).92 Os discursos de despedida descrevem a situação dos crentes no mundo como de abandono, na qual a revelação justamente ga__ 1_ _
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para que sejam. aperfeiçoados num. só] (17.22s.).
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m.esm.o dfzern as fórmulas, nas quais o relacionamento entre Jesus e os seus é descrito COInO um. YLVWOKELV [conhecer] rnúruo (10.2s.,14s.,27). Enquanto esse m.odo de falar tem sua ortgern na tradição da linguagem. mística, a form.ulação de outros ditos, que drzern a rriesrna coisa, tem a coloração da Iinguagem apocalíptica: a prom.essa da volta e do reencontro (14.18s.,28; 16.16s.), sobretudo 14.23: Eáv 't"Lç àyum~ j..LE, 'C"ov ÂÓYov j..LOU Tl1PTÍOE L KaL naTTÍp uou àyunTÍoE L ceúróv, KaL rrpóc «utõv EÂEuOój..LE8a KaLj..LOvilv rrap' au'tQ nOLll0ój..LE8a [se alguém. rne ama guardará a rrririha palavra e o m.eu Pai o arriará, e viremos até ele e faremos rnor'acla nele]. Assim. com.o essas últim.as palavras não falam de um.a parusia realista (p. 490), tampouco as primeiras falam de um.a relação m.ística entre Jesus e os seus (p. 482). Todas essas palavras descrevem a existência escatológica dos crentes subtraída ao m.undo. Essa existência, porém., é real som.ente na fé e não num relacionamento direto com Jesus ou com Deus. Deus é acessível som.ente através de Jesus, e sem.pre sornerrte através do oàpl; YEVÓj..LEVOÇ [tornou-se carne], sem.pre som.ente na superação do escândalo (p. 479ss.). Tampouco existe acesso direto ao exaltado, UIn relacionam.ento direto com. ele - até que o exaltado levará os crentes para junto de si (14.3), e eles puderem. conrernplar sua õól;a [glória] diretam.ente (17.24). Assim. COInO o relacionarnento pessoal direto dos discípulos com. o Jesus histórico ainda não era o relacionam.ento crente com. ele como com. o Filho, e sim. tornou-se isso prtmeiro j..LE'tlx. 'tau'ta [depois dessas coisas] (13.7), ou seja, EV EKElVlI TU rtj..LÉpq; [naquele dia] (14.20; 16.23,26), isto é, quando ele foi reconhecido com.o o exaltado - asstrn tam.bém o relacionamento crente com o exaltado não é um. relacionam.ento direto. COInO outrora aos judeus (7.33s.), Jesus também diz a seus discípulos na hora da despedida: E'tL j..LLKpàv j..LE8' Uj..LWV El.j..LL· (l1-rTÍoETÉ j..LE, ó
KaL Ka8wç EIlTOV Tolç 'Iouôc.íorc Õ-rL órrou EYW únáyw új..LElç ou ôúvao8E EÂ8Elv,
[um. pouco ainda estarei convosco; buscar-m.e-eis, rnas o que falei aos judeus também. digo a vós: para onde eu vou não podereis ir] (13.33). Sua partida, que interrom.pe o relacionam.ento
KaL új..Llv ÂÉyw &p-rL
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EYW EçEÀÉl;aj..LTlv új..Liiç
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
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[não fostes vós que m.e escolhestes, m.as fui eu
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....o.1..".
.....~r.~~rrr.a~t-nt. ..... nt.Tn1
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ruta ~eu sermuo ~p. LJ:/ o), Justamente no mundo existe a pOSSIbIlId.ade para os crentes de serem despojados do mundo e essa possibilidade deverá realizar-se no avançar da fé para ELPTÍvll [paz] e xapá [alegria] através de 8.H$lÇ [tribulação], ÀÚiT1) [tristeza] e t"apaXTÍ [tumulto]. Os crentes não são tirados do mundo, mas têm sua missão no mundo (17.15,18; p. 512s.). A fé não passa para o ver já neste mundo; não é coroada pela experiência desmundanizante do êxtase, e sim é desmundanização qual fé; melhor: como fé, realiza a desmundanização constantemente. Somente nesta constância ela é fé autêntica, no "permanecer", na fidelidade (p. 508). O tipo de fidelidade exigida no j..LElVan EV Ej..LOl [permanecei em mim] (15.4), mostra, por sua vez, que o crente não se encontra numa relação pessoal direta com o reveladoro Pois não apenas porque o "permanecer" é idêntico com o "perrnanecer em sua palavra" (8.31), e sim sobretudo porque: a relação de fidelidade entre Jesus e os crentes não se assemelha a uma relação de fidelidade entre amigos humanos, que, em princípio, se confrontam como parceiros iguais, ambos dando e recebendo ao mesmo tempo, ambos vivendo um do outro e um para o outro. Pelo contrário, aqui Jesus é o único que dá aquilo de que o crente vive, como o mostra a figura da videira. E se Jesus chama os crentes de amigos 05.14s.), qualquer mal-entendido daí decorrente é afastado imediatamente: OUX Ój..LElÇ j..LE E~EÀÉ~aa8E, aÀÀ' 92 I]o 2.28; 3.2 fala do futuro
[parusia], 4.17 da lÍl-lÉpa KpíOEWÇ [dia do juízo]. Se não se tratar aí de acréscimos da redação eclesial (como no evangelho, 5.28s, etc.), então só se pode interpretar isso de acordo com a indicação dos discursos de despedida e, portanto, ver a napouoía e a lÍl-lÉpa KpíOEWÇ na vinda prometida em 14.3.
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sobre o mundo, também o é na oração; isto é, sua oração não mais está determinada pelo anseio e pela preocupação com o futuro mundano. Pois o atendimento é prometido para aquele que "permanece em Jesus" e Uno qual permanecem as palavras de Jesus" 05.7). Desse modo a oração é designada expressamente como um aLt"Ela8al Kat"Ct TO 8ÉÀ1)fla aUTou [pedir de acordo com sua vontade] (1Jo 5.14). O cumprimento da oração não consiste no cumprimento de desejos mundanos arbitrários. Isso se depreende das palavras: KaL ECtv o'(ÕaflEv Ot"l aKoúH rlflWV Eàv aLTwflE8u, O~LÕUflEV OTl EXOflEV Tà al.-rTÍfluTa & ll-rTÍKaj..LEv aiT' au-rou [e se sabemos que ele ouve o que nós lhe pedi, -
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perIllanece o da fé. Contanto que o revelador proporciona aos crentes um. relacionam.ento COIn Deus, este é o da oração, no qual am.bas as coisas ericorrtrarn s-ua expressão: a certeza da ligação com.o da distância. A oração mostra riovarnente que o crente ainda se encontra Év 'tQ KÓOI-lCV [no Inundo], m.as, não obstante, é a expressão da existência escatológica, que não é mais EK 'toü KÓal-L0u [do m.undo]; pois pode ter a certeza de ser ouvida: Éàv I-LELVll'tE EV EI-lOL KaL 'Cà pTÍIJ.ll'tá tJ.OU EV Úl-lwv t-tELVU, o Éàv SÉÂ.ll'tE ai.'tlÍoaaSE, KaL YEvTÍoE'taL. ÚI-lLV [se perm.anecerdes em. mim. e as m.inhas palavras perm.anecerem. em. vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito] (15.7). Essa prom.essa é repetida em. singulares variações: ora é a oração dirigida ao Pai "em nom.e de Jesus", que o Pai atenderá (15.16; 16.24,26), que o Pai atenderá "em. nom.e de Jesus" (16.23), ora é a oração nem. riorne de Jesus" que ele próprio atenderá (14.13s.). Todas as variações expressarn somente isto: essa oração som.ente é possível àquele para aquele o relacionarnerito com. Deus foi aberto por Jesus e perm.anecerá aberto sem.pre. E COIllO nesta oração o orante se confessa a Jesus por meio do em nom.e de Jesus", assim. também se confessa a Jesus ao atender em nome de Jesus". Assim é indiferente se pedim.os a Deus ou a Jesus, se é Deus quem. atende a oração ou Jesus. No entanto, a firn de manter afastada a concepção m.itológica, na qual se im.agina o Jesus exaltado com.o um.a pessoa intercessora, que se encontra entre Deus e os seres hum.anos, diz expressam.ente: ou Â.Éyw Úl-LLV Õ'tl EYW Epw'ttÍaw 'tov na'tÉpa rrep], útJ.wv~ au'toç yàp Ó TIa'tllP Q>lÂ.EL út-téiç, Õ'tL Út-tELÇ ÉtJ.E TIEQ>lÀl)Oa'tE ...
[não vos digo que pedirei ao Pai por vós, pois o próprio Pai vos arria, porque vós m.e am.astes... ) (16.26s.). Nesse sentido também. se deve interpretar Tjo 2.1, onde se trata da oração especial por rem.issão dos pecados: Éáv 'tL.ç álJ.Ú.p'tU, nupáKÂ.Tl'tOV EXOtJ.EV npõc rõv nu'tÉpa [se alguém. pecar, temos um. consolador junto ao Pai] (p. 515), onde a figura m.itológica do ....intercessor" não significa outra coisa senão o que nas demais passagens se expressa com. a oração ....em. nom.e de Jesus". Por ser a expressão da existência escatológica, essa oração pode ter a certeza de ser ouvida. Pois quem., na fé, se tornou senhor
§ 50. A
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FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
7. Por firn, o critério da existência escatológica é a posse do Espíri.L.-.
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mos, saoemos que temos os pedidos que lhe tazemos] (Ijo 5.15),isto é, haja o que houver: é o atendimento da oração - ou melhor: a própria oração já é o atendimento. Isso, porém, vale, e vale somente, quando, na oração, a existência escatológica se torna, por meio disso, consciente de que pede a Deus a realização de si mesma "em nome de Jesus". Essa atitude de oração se chama tiaponoia [liberdade, franqueza] OJo 5.14). Temos essa -rrapPllola Eàv TÍ Kapõla 1111 KaTaYlvwOK1J [liberdade se o coração não nos condena] (I]o 3.21), isto é, quando não nos precisamos condenar como pecadores. Mas para o crente justamente essa autocondenação anda de mãos dadas com o saber on IlEl(WV EOTLV 6 8Eàç T'fle; Kapõlaç TÍllwv KaL YlVWOKEl -rrávTa [que maior é o Deus de nossos corações e conhece tudo] OJo 3.20), isto é, que podemos ter a certeza do perdão de Deus. E justamente esse saber nos confirma de que somos EK -r'flç àÀll8Elae; [da verdade] (v. 19)93. A atitude da rrappno í« é, portanto, paradoxal ao designar a liberdade perante Deus que resulta justamente da autocondenação perante Deus, que, quando se torna um 0IlOÀOYElv -ràe; úllap-rlae; TÍllwv [confessar os nossos pecados] OJo 1.9), já é, em princípio, ela mesma uma demonstração da treppncí«. É esta -rrapPllola que também é própria da fé na rrupouo in [parusia] de Jesus ou EV TU TÍIlÉp~ -rue; KplOEWÇ [no dia do juízo] (I]o 2.28; 4.17), desde que essas formulações não sejam produto de redação eclesiástica (p. 522, n, 92). 93
O texto e a compreensão de Ijo 3.19s. são incertos. Eu associo o EV wú't"lp [nisso] do v. 19 ao que segue, e suponho que antes de on ~E((WV EOÚV Ó I1Eóç [que Deus é maior] foi omitido um OlÕalJ.EV (sabemos].
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TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
em seu verdadeiro sentido (p. 502). O oEYW rrouõ ou oí« olõaç ãpn, YVWaTI ÕE IlE-rà -rau-ra [o que farei não sabes ainda, mas ficarás sabendo depois dessas coisas] 03.7) se cumprirá. Quando Jesus diz em despedida: ETL -rroÀÂà EXW úlllv ÀÉYElV, aÀÀ' ou õúvao8E pao-r&(Elv ãp-rl [ainda teria muitas coisas a dizer-vos, mas ainda não poderíeis suportar] (16.12), isso não indica que a "doutrina" de Jesus tivesse sido incompleta, e sim que por sua natureza ela não está encerrada, o que justamente faz parte de seu sentido. Pois que poderia faltar ainda se diz: -rr&v-ra â ~Kouoa -rrapà roü na-rpóç uou Eyvwploa úlllV [tudo o que ouvi da parte do meu Pai vos dei a conhecer] (15.15)? Ou se diz: EQ>avÉpwoá ,
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L.VU 11 V'l::Upou. L.vI,
vu I I .....UJV "=VUJf'.."=V
[nisto sabemos que ele perlllanece em. nós: porque nos concedeu do seu Espírito] (Ljo 3.24), ou: EV 't"oú't"q> YLVWOK0I-I.EV ã-CL E1I aú't"Q lJ.ÉV0I-I.EV KaL au-coç EV tll-1LV, Õ't"L EK 't"OU iTVEÚl-l.cx't"oç au't"ou EÕWKEV lÍl-I.LV [nisto sabem.os que permanecemos nele e ele em. nós: ele nos deu do seu Espírito] (Llo 4.13). Nos discursos de despedida ele é cham.ado de iTapáKÂll-rOÇ [Consolador], que Jesus promete aos seus (14.16s,26; 15,26; 16.7-11,1215), termo explicado expressamente corno o lTVEUI-I.CX 't"ilç áÂllSELaç [Espírito da verdade] (14.17; 15.26;16.13) ou como iTVEUl-I.a aYLov [Espírito Santo] (14.26)94. Na primeira epístola ele também é chamado de XpL0I-I.CX [unção] que os crentes possuem (Ljo 2.20,27)95. Com. isso João adota a concepção cristã comum do Espírito com.o dádiva escatológica (§ 14,1), que, aliás, tarribérn é a de Paulo (§ 38,2); m.as para João o Espírito não é nem. o poder que efetua feitos milagrosos e fenôm.enos psíquicos extraordinários, nem ainda, com.o para Paulo, a força e a norma da conduta cristã (§ 38,3), e sim. a força do conhecimento e do
anúncio da palavra na comunidade. Conform.e corresponde à designação
iTVEUI-I.CX -rTlÇ àÂl1SELcxç [Espíri-
to da verdade], a atuação do Espírito consiste em. ensinar tudo" (14.26).e "conciuztr a toda a verdade" (16.13), de modo que "todos" aqueles que o possuem "corihecern a verdade" (Ljo 2.20s.) e não têm necessidade que alguém os instrua (Ho 2.27). O conhecimento concedido pelo Espírito, porém, não é determinada quantidade de conhecimentos ou doutrinas, que viesse complementar ou exceder o que Jesus disse (p. 496). O Espírito somente ....l embrará" o que Jesus disse (14.26); não falará Ode si rnesrno", e sim. dirá somente o que uouviu"; ele tornará "cío meu" (16.13s.). Ele "testífícara" de Jesus (15.26). O Espírito não ensinará nada de novo.. rrias tudo o que Jesus ensinou e fez aparecerá em nova luz e somente assim ficará claro U
94
95
A designação do Espírito com.o tTUpáKÀrrc:oç [Consoladorl tem. sua origem num.a tradição (supostam.ente gnóstica) até agora não esclarecida com segurança. O sentido da palavra é "assistente", "auxiliador", e não "intercessor" como em Tjo 2.1. Com a designação Xpí.
§ 50. A
527
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
órgão para o corthecirnerito do Espírito (14.17), e assim tarnbérn não ....." ,......"h.o.....o ",c ....... .0""' ...0'"
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-rOLÇ aVtJpWTIOLÇ... Ltornei O teu nome marutesto às pessoas] (17.6), e: EyvwpLoa alrtol.ç 'to õvo~á aou [dei-lhes a conhecer o teu nome] (17.26)? Mas quando a frase continua: Kal. yvwpí.aw [e darei a conhe-
aou 'to
OVOIJ.tX
cer], então se evidencia que a revelação que Jesus traz não é nem uma soma de doutrinas, nem ainda um evento encerrado, mas é o que é somente ao tornar-se constantemente evento novo. E justamente no fato de que isso acontece consiste a atuação do Espírito. Jesus de modo algum trouxe uma "doutrina" que pudesse ser resumida em sentenças; pois sua palavra é ele próprio (§ 48,2). Mas o que ele é, o que significa sua chegada e partida, o que significa sua presença, a saber, a Kpí.aLç roü KÓOf.lOU [juízo do mundo], isso importa conhecer com clareza crescente, e esse conhecimento é preciso obter novo a cada presente. O "testemunho" do Espírito, que "lembra" as palavras de Jesus, consiste no fato de que a palavra de Jesus é entendida constantemente de modo novo, permanecendo sempre a mesma; sim, que ela é a mesma justamente porque é constantemente nova. Assim o Espírito "glorifica" a Jesus (16.14). Se na relação com Jesus o Espírito é chamado de lfÂ.À.oç TIapáKÀ.ll'tOÇ [um outro consolador] (14.16), ele aparece simultaneamente como aquele que substitui a Jesus depois de sua partida. Na verdade, no Espírito o próprio Jesus vem aos seus, como já mostra o paralelismo das promessas do envio do Espírito (14.16s.; 16.12-15) e do retorno de Jesus (14.18-21; 16.16-24) (p, 490). Assim também é dito a respeito do Espírito, tanto quanto a respeito de Jesus, que ele não apenas está e permanecerá com e ao lado dos crentes (14.16s.), e sim que também estará neles, neles permanecerá (14.17; 1Jo 2.27). Assim como o mundo não conheceu a Jesus (8.19; 17.26), ele também não tem um
528
A
TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS
tem que ser anunciada como permanentemente a mesma e sempre em nova forma, isso o Evangelho segundo João mostra em sua recepção da tradição bem como em sua soberana reformulação. 8. Com tudo isso já se disse, no fundo, o essencial sobre a concepção joanina da comunidade. Se até aqui não se tratou desse assunto tematicamente, isso aconteceu porque no próprio João o conceito comunidade não constitui tema, como em Paulo. Da comunidade se fala somente de modo indireto e a palavra EKKÂlloí.a [igreja, comunidade] sequer ocorre, com exceção de 3 [o 6.9s, onde, porém, _1 _ _1 __ "_
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que . . . ouve" sua palavra somente quem é . . . de Deus" ou ""'da verdade" (8.47; 18.27), vale o mesmo da palavra da comunidade (Ljo 4.6). Aquele EKELVOÇ (se. o TTapáKAT'J"tOÇ) lJ.ap"tuP1ÍaEL rrep], ElJ.OU [ele (o Consolador) testemunhará a rrreu respeito] tem continuação: KaL ÚIJ.El.Ç õE lJ.Up"tUpEl."tE [rnas também vós testemunhareis] (15.26). Isso significa que o conhecimento concedido pelo Espírito deve permanecer vivo na pregação. Nela e por meio dela a revelação se torna conhecimento de caso em caso. Isso acontece especialmente no EÂÉYXELV [convencer] do Espírito ~16.7-11): EKEl.VOÇ EAÉY~EL 1"OV KÓalJ.OV rrepl, álJ.up..r (uç KUL TTEpl. ôLKaLOaÚVTJç Kal. rrepl, KPLOEúJÇ [ele convencerá o m.undo do pecado, da justiça e do juízo], isto é, na pregação a comunidade tem que rnostrar ao rrumdo o que é pecado - a saber, nenhuma outra coisa senão a descrença, o fecham.ento à revelação -, e o que é justiça - a saber, a vitória de Jesus no processo corn o mundo -, e o que é juízo - a saber, nenhum.a outra coisa senão a situação na qual o m.undo descrente se encontra como a julgada (p. 461); isso significa: na pregação tem que realizar-se tambérn daqui por diante o evento escatológico realizado na vinda e na ida de Jesus. A atuação do Espírito na pregação é esse evento escatológico. Assim como ele se realiza no EAÉYXELV do Espírito, assim também no amor fraternal que se manifesta na cotnunidade dos crentes (18.35). Pois tarnbérn este é um. fenôm.eno escatológico (p. 516s.). Esta, pois, é a missão que os crentes receberam., e nisto a vida da com.unidade tem. seu sentido no m.undo: que esta com.unidade existe no mundo como não-m.undana, como grandeza escatológica, "'" enviada" ao m.undo, assim como Jesus era . . . enviado" ao mundo (17.18). Separada do m.undo como comunidade dos ""'santificados" (17.17,19), um constante escândalo para o mundo e por ele perseguida (15.1816.4), rnas unidos na unidade com o Pai e com. o Filho, é assim que a corrrurriducle oferece ao mundo constantemente a possibilidade da fé (17.20-23). Como na palavra da comunidade fala o próprio Jesus, vale sempre que se faz ouvir esta palavra: EPXE"taL wpu KaL VUV E01"LV O"tE DL VEKpOI. &KOÚOOUOLV -rfjç cfJúJvflç roü ul.oü "tou 8EOU Kal. DL &Koúoav"tEç '1Íaoua Lv [virá a hora e já é agora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão] (5.25). Com.o esta palavra
§ 50. A
FÉ COMO EXISTÊNCIA ESCATOLÓGICA
529
comunidade é uma comunidade dos indivíduos reunidos que,
ela aeslgna a comurucaue mcuviouat. lambem raua toco Interesse eclesiológico específico, todo interesse no culto e na organização", Disso, porém, não se deve concluir que faltaria todo e qualquer interesse pelacomunidade. Pelo contrário, esse interesse estámuitovivo, como o confirma 1 João e, a seu modo, também 2 e 3João. Mas João não fala da comunidade na terminologia histórico-salvífica da tradição veterotestamentária judaico-cristã, para a qual a comunidade escatológica é o povo de Deus dos tempos finais, no qual a história salvífica atingiu sua consumação (§ 10). A terminologia característica desse círculo de visão falta em João (§ 41,2; p. 435). A linguagem joanina procede, antes, do ideário da gnose, segundoo qual ospneumáticos, nos quais vivem as centelhas de luz preexistentes (§ 15,1 e ver acima p. 441s.), constituem uma unidade potencial que se realiza pelo fato de que o redentor reúne as centelhas de luz dispersas e as unifica em si mesmo. Essa representação já havia influenciado a formação do conceito de Igreja em Paulo e no cristianismo helenista (§ 15,4e), e ela também está atuante em João. E característico, porém, que nele não ocorre o conceito do aw~a XpLOTOU [corpo de Cristo], tão importante em Paulo e na literatura deuteropaulina (§ 34,2) e que sequer conhece uma denominação da comunidade no singular. Os crentes reunidos na comunidade são designados como os ~a8Trra( [discípulos] de Jesus (p. ex., 13.35; 15.8), como seus
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De 3João pode-se inferiruma oposição contra a organização eclesiástica em formação; cf. quanto a isso E. KASEMANN, "Ketzer und Zeuge", ZThK 48 (1951), P: 292-311.
por meio ae sua uecisao ae te, se tornam seus QISC1PUIOS (esp, 6.60-71). De certo modo em João a comunidade é pensada como a "Igreja invisível", na medida em que pertencem a ela aqueles que "são da verdade", inclusive quando ainda não ouviram sua voz, mas ainda a ouvirão (18.37; cf. 10.3). Eles se revelam como os seus quando lhes é dirigido o chamado, e eles lhe seguem (10.1-6). Por isso a unidade dos seus em "um rebanho" ainda está por acontecer (10.16; 17.20s.) e os já crentes têm a tarefa de trabalhar para isso (17.18). Os seus, espalhados por todo o mundo, devem ser reunidos e levados à unidade com ele (17.21s.). Esse processo, porém, foi (como na gnose) desencadeado pela vinda do revelador, e assim se realiza paulatinamente a Igreja invisível na Igreja visível, na comunidade dos discípulos. Essa comunidade é caracterizada negativamente como unidade já pelo fato de ser separada do mundo, sim, de estar exposta a seu ódio (ver acima 7 e esp. 14.17,19,27; 15.18-16.11; 17.14,16; l]o 3.1,13; 4.4s.; 5.4). Ela é caracterizada positivamente pelo fato de ser a comunidade dos que existem escatologicamente, cuja liberdade em relação ao mundo e ao pecado está fundamentada em seu relacionamento com Jesus como o revelador (ver acima 1-3 e 4). A unidade na qual está unida é, em primeiro lugar, a unidade de todos os indivíduos com ele, o "Pastor" (c. 10), a "árvore da vida" (c. 15); é a unidade da fé (ver acima 6). Como, porém, a liberdade em relação a mundo e pecado inclui o imperativo de manter-se livre (ver acima 3), a comunhão com ele é, ao mesmo tempo, a comunhão entre eles, que se encontra sob o mandamento do amor (ver acima 4). Essa comunidade não procura realizar seu caráter escatológico por meio de uma disciplina de abstinência do mundo, por meio de um modo de vida ascético ou por meio de um culto sacramental; porque ela é a comunidade da palavra, da qual vive e que é, simultaneamente, sua missão para o mundo. Sua vida é movimentada pelo Espírito vivo nela, como a força do conhecimento e da pregação da palavra (v. acima 7).
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SURGIMENTO EDESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
1. Nenhuma comunhão humana pode subsistir na história sem
orden da vida comunitária. Por isso entende-se por si que nas comunidades protocristãs surgiram orden -tanto para aconstituição das comunidades individuais quanto para orelacionamento destas entre si ecom otodo da EKKA1)IJía [igreja, comunidade, ekklesíaJ. Com ocrescimento das comunidades eadifusão do cristianismo, as
ordens assumem forma, são uniformizadas econsolidadas, até que estava criada ou desenvolvida aIgr~a católica antiga. No entanto, seria aekklesía no sentido do Nr uma grandeza da história1Não éela acomunidade escatoló~ca dos desmundaniza-
CAPÍTULO
I
SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO " INICIAL DA ORDEM ECLE5IA5TICA Ver bibliografia ref. ao § 8 e § 10. - HARNACK, A. VON, Die Mission und Ausbreitung des Christentums in den ersten drei Jahrhunderten (1902), 4 11 ed., 1924. - KNOPF, R., Das nachapostolische ZeitaIter, 1905, esp. p. 147-222. TROELTSCH, E., Die Soziallehren der christlichen Kirchen und Gruppen, 1912. - LINTON, O., Das Problem der Urkirche in der neueren Forschung, 1932. G
§ 51. COMUNIDADE ESCATOLÓGICA E ORDEM ECLE-
SIÁSTICA SoHM, R., Kirchenrecht. 1., 1892. - HARNACK, A., Entstehung und Entwicklung der Kirchenverfassung und des Kirchenrechts in den ersten drei [ahrhunderten, 1910. - SCHWEIZER, E., Gemeinde und Gemeindeordnung im Neuen Testament, 1959. - BROCKHAUS, V., Charisma und Amt... , 1972. - MAURER, W., "Díe Auseinandersetzung zwischen Harnack und Sohm und die Begründung eines evangelischen Kirchenrechts", in: lo., Die Kirche und ihr Recht, 1976, p. 364-387. - In., "R, Sohms Ringen um den Zussammenhang zwischen Geist und Recht in der Geschichte des kirchlichen Rechts", in: ibid., p. 328-363. SCHMITZ, H.-J., Frühkatholizismus bei Adolf von Harnack, Rudolph Sohm und Ernst Kiisemann, 1977. - HAHN, F., "Charisma und Amt...", ZThK 76 (1979), p. 419-449. - ID., "Fr-ühkathofiziarrrus als õkumenisches ProbIem", Catholica 37 (1983), p. 17-35. - R
§ 51.
enfoca a ekklesía
535
COMUNIDADE ESCATOLÓGICA E ORDEM ECLESIÁSTICA
COlTIO
fenôrnerio histórico, Sohrn entende-a do pon...
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dos (§ 6; § 10,4; § 34)? Acaso seria um abandono de sua essência se ela, não obstante, se apresenta como uma grandeza intramundana, que, como tal, tem uma história, na qual desenvolve suas ordens? E como fica se essas ordens se tornam ordens impostas por um direito com meios coercitivos, e quando sua implementação se torna negócio de uma entidade administrativa? Não conflitam; elas então diretamente com a natureza da ekklesía, cujas ordens, desde que se pode falar de ordens, são criadas topicamente pela livre ação do Espírito? Pode a autoridade de pessoas em postos diretivos na ekklesía ser fundamentada de outra maneira do que no carisma concedido pelo Espírito? Justamente este é o tema da discussão havida entre RUDOLF SOHM e ADOLF VON HARNACK, que até hoje não está encerrada. Segundo Sohm, um direito eclesiástico está em contradição com a natureza da ekklesía; ele penetra na Igreja quando - pela primeira vez em 1Clem - a autoridade de pessoas carismáticas é entendida como autoridade funcional. Isso, porém, significa a queda da Igreja no pecado, que com isso nega sua natureza. Em contrapartida, HARNACK quer demonstrar que desde o início existiram, no cristianismo primitivo, ordens de caráter legal e que evoluíram necessariamente para ordens legais, e que tais ordens de modo algum precisam conflitar com a natureza da ekklesía. 2. Para se poder formar um juízo a respeito das duas posições contraditórias, é preciso esclarecer a diferença entre a ekklesía como fenômeno histórico e a ekklesía como comunidade escatológica sob a direção do Espírito, como a qual ela entende a si mesma. HARNACK
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
Mas também a ordem das comunidades individuais em formação é determinada pela autocompreensão da comunidade como comunhão escatológica governada pelo Espírito. Uma vez na medida em que dessa autocompreensão resulta a exclusividade da comunidade cristã, que lhe dá o caráter especial perante as comunidades dos mistérios (§ 10,3), e na medida em que essa exclusividade significa simultaneamente a separação do "mundo" (§ 10,4), na qual um disciplinar da vida tem sua origem, que em breve levará à elaboração de uma disciplina penitenciaI. Além disso, porém, na medida em que a maneira característica do surgimento e da conformação dos. cargos -
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aUl:OCOmpreensao. Lomo renomeno rusrorico, a ekklesía está sujeita às leis, às quais estão sujeitos todos os feriôrnenos históricos, e sua história é objeto de estudo histórico, sociológico e psicológico. Sem dúvida: corno sociedade religiosa histórica, a ekklesía é constituída por seus membros que a ela se associam. por livre decisão (enquanto ainda não existe algo COInO um.a "Igreja do povo", para dentro da qual se nasce). A própria ekklesía, poréIn, se corrrpr'eerrde de rrioclo totalmente diferente, ou seja, COInO a corrurnidade escatológica dos KÂll-rOl [charnados], dos EKÂEKTOL [eleitos], dos aYLoL [santos] (§ 10,3), e o crente não atribui sua rnernbreeia a urna decisão, e srm ao charriaclo de Deus e ao sacrarnertto do batislllo, que o insere (forrrurlado em term.os paulinos) no OWIJ.U XpLO-rOU [corpo de Cristo] (§ 34,2 e 3). Sem dúvida: na rnedfda ern que a corrrurridade escatológica, que como tal é invisível, se apresenta de m.odo visível eIn 'urna corrrunhão histórica, ela não pode subtrair-se à obrigatoriedade de leis históricas. Mas, não obstante, pergunta-se se e até onde a própria atrtocorrrpr-eerrsão da ekklesía é um fator que dotcrrníriou sua form.a e sua história. Enquanto Sohrn quer construir a forrna e a história prinlitiva da Igreja COInO que puramente a partir de sua atrtocorrrpr'eertsão, HARNACK perde de vista a autocompreensão e entende form.a e história cxclusrvamente a partir de fatores históricos e sociológicos. Efetivarrrerrte a autocompreensão da ekklesía foi fator de importância decisiva. A evidência :mais clara para isto é o fato de que a ligação das comunidades individuais com a ekklesía toda, pela qual a religião cristã se distingue das cornurridacíes de rnístérios helenistas, não tem. sua verdadeira razão nas circunstâncias e:mpíricas e necessidades de Iritercâmbio - por mais que essas possaIn ter contribuído de algum. m.odo -, e sim justamente na autocompreensão da ekklesía, ern decorrência da qual a Igreja em seu todo tem. prioridade sobre as Igrejas isoladas (§ 10,1, p. 139ss.), não importando se a concepção da ekklesía eIn seu todo está mais orientada na idéia do povo de Deus ou na do oWlJ.u Xp LOTOU [corpo de Cristo]. Por isso a autonomia" das comunidades individuais não conflita co:m a idéia da ekklesía toda, já pelo simples fato de que em. cada comunidade isolada se apresenta a com.unidade toda. 1:U ue
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§ 51.
537
COMUNIDADE ESCATOLÓGICA E ORDEM ECLESIÁSTICA
a palavra do carismático como palavra autoritativa cria ordem e tradiçãor? O aue Paulo escreve a suas com.unidades corrio alsruérn Que tem. a U
eclesiásticos estão fundamentados na autocompreensão da comunidade. As primeiras pessoas de autoridade são carismáticas, ao lado dos quais inicialmente aqueles que são responsáveis pela ordem exterior e pelo bem-estar da vida da comunidade desempenham papel subordinado. O caráter dos carismáticos, porém, está determinado pelo fato de que a comunidade escatológica se sente chamada pela palavra pregada (§ 8,4; § 34,1 e 2) e se reúne em torno da palavra para ouvir, mas também para pronunciar-se (1Co 4). Os carismáticos são portanto, em primeiro lugar, pregadores da palavra, e com isso está cunhado de antemão o caráter do ministério em formação. Mesmo que na autocompreensão da comunidade o sacramento que se encontra ao lado da palavra, receba um peso maior, e os dirigentes da comunidade adquiram caráter sacerdotal, não obstante eles continuam sendo os pregadores da palavra, e a comunidade permanece a comunidade reunida em torno da palavra como ouvinte. 3. Nesse sentido deve ser valorizada a concepção que SOHM tem da Igreja como constituída não pelo direito, e sim pela ação do Espírito. Ele também tem razão quando afirma que uma comunidade que se compreende desse modo não precisa de direito, e que inclusive a ordem de direito contrasta com sua natureza - no caso em que o direito passa de um direito regulador para um direito constituinte. Seu erro, porém, consiste em ignorar o fato de que uma ordem legal reguladora não apenas não se encontra em oposição à ação do Espírito, e sim que pode justamente ser criada por ela. Com razão KARL HOLL chamou a atenção perante SoHM para o fato de que
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
nados atos. Ele estabelece inicialmente algo como uma "democracia da comunidade", que pode existir perfeitamente ao lado de uma" aristocracia" dos carismáticos. Naturalmente não se pode falar de uma constituição democrática como ordem legal institucionalizada que garante a cada indivíduo seus direitos e lhe atribui os deveres. Por isto é preferível falar de uma "pneumatocracia" ou, numa expressão menos feliz, de uma "cristocracia" (E. ScHWEIZER). Entretanto, com isso não se diz nada claro; pois nem "pneumatocracia" nem "cristocracia" são contrastes autênticos a democracia (ou também a aristocracia ou monarquia). Pois a pergunta é justamente em que forma o P'"ovprno cio F~nír1to 011 c1p lri,;;,:.to
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pretensão de possuir o Espírito de Deus" (lCo 7.40; cf. 14.37, sim, tam.bém. 2.10ss.) cria tradição. E o apocalíptico atribui a seu livro profético autoridade canônica (Ap 22.18s.). O NT jam.ais teria sido escrito, preservado na tradição e canonizado com.o autoritativo, se palavra carism.ática e tradição criadora de ordem. estivessem. em. contradição. SoHM concebe os m.em.bros das com.unidades cristãs unilateralm.ente com.o individualistas e entusiastas religiosos, e a atuação do Espírito unilateralmente com.o intervenção em. inspirações rriom.entâneas. Ele com.o que considera riorrnal o que Paulo com.bate, ou, pelo rnerros, restringe com.o perigo em 1Co 12 e 14. Por mais que uma inspiração momentânea também possa determinar a palavra dos carismáticos -, a palavra que anunciam não ganha seu conteúdo de um.a revelação a partir de uma ilum.inação interior que lhes foi concedida. Eles anunciam. o pfJlJ.Cl Tílç TIlOTEWÇ [palavra da fé] (Rrn 10.8), o EUCXyyÉÂLOV [evangelho], que tem por centro a Cristo e o evento salvífico, o Âóyoç ToD o-rceupoü, Tf)Ç KCXTCXÂÂCXY'flç [palavra da cruz, da reconciliação]. Por m.ais ricamente variadas que sejam. as form.as nas quais isso acontece - e disso o NT é um testem.unho -, trata-se de urna palavra deternünada, mediada pela tradição, e jam.ais existiu um. EUCXyyÉÀLOV [evangelho] sem 1TcxpáõoOLÇ [tradição] (cf, 1Co 15.1s.). Mas o Espírito não atua somente nos pregadores da palavra, mas também. nas comunidades, e nestas por sua vez não somente em. inspirações m.omentâneas, em estranhos fenômenos psíquicos e em. feitos individuais que excedem. o norm.al (§ 14,1); antes também. nas atividades de m.embros individuais da com.unidade geradoras de ordem, em. suas prestações de serviço, que Paulo quer ver cornpreendidas como carism.as (lCo 12.5ss.,28; Rm 12.7s.; ver p. 206 e 410). Ele tam.bém. atua na comunidade COIIlO um todo, de tal rnoclo que nela se tom.em determinadas decisões e se realizem determi97
quanto a isso H. VON CAMPENHAUSEN, "Tradition und Geist irn Urchistenturn", St.udiurn Generale 4 (1951), p. 351ss. e Kirchlíches Amt und geistliche Vollmacht .
Cf.
p.324s.
§ 52. Os
MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS
539
Portanto, não se justifica contrapor o surgimento e a conform.ação de ordem. e cargo eclesiástico à ação do Espírito, do modo como
caso é incontestável que a ordem posterior, na qual os carismáticos foram substituídos por funcionários da comunidade, na qual se formou o episcopado monárquico, na qual se estabeleceu a diferenciação entre sacerdotes e leigos - foi precedida por uma ordem que deve ser chamada de democrática. Pois sem prejuízo da autoridade carismática, que não é ex officio, também atua a comunidade em seu todo. Ele não só tem o direito de examinar" os carismáticos OTs 5.21; lCo 12.10; 14.29; Did 11.7-12; Herm mand XI), mas também envia missionários (At 13.2) ou delegados OCo 16.3; 2Co 8.19; At 15.2; decerto também InFld 10.1; InEsm 11.2; InPol 7.2). Ela realiza sessões, eventualmente também convoca tribunais OCo 4.3; 5.3s.), nos quais podem acontecer decisões por maioria (2Co 2.6). Em At 6.2,5;15.22,30 reflete-se evidentemente a prática de que requerimentos ou propostas dirigidos à comunidade pelos dirigentes são decididos por toda a comunidade. Em lClem 54.2 se admoestam os obstinados a fazerem -CCt trpocrcooóuevo; ÚTIà roõ TIÂ1Í8ouç [o que foi ordenado pela maioria]. Embora no decorrer do tempo se chegue a instituir funcionários da comunidade, evidentemente as comunidades participam desse processo, das quais certamente se levantam as vozes do profetas que indicam as referidas pessoas O Tm 1.18; 4.14; cf. At 20.28). Em todo caso, lClem 44.3 diz expressamente que os sucessores dos apóstolos instituíram presbíteros nas comunidades ouvEuõOKlloáollÇ rilç EKKÂlloLaç náollÇ [com o consentimento de toda a igreja]. E analogamente Did 15.1 ordena: XElpo-cov1Íoa-cE ouv Éuu-co'iç ETILOKÓTIOUÇ KCÜ ÕLUKÓVOUÇ [escolhei, pois, para vós epíscopos e diáconos]. U
540
SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
"Charisma und Amt im Lichte der neutestamentlichen Charismenlehre", ZThK 76 (1979), p. 419-449. - LIP5, H. VON, Glaube-Gemeinde-Amt. Zum Verstiindnis der Ordination in den Pastoralbriefen, 1979. - LOH5E, R, "Die Entstehung des Bis- . chofsamtes in der frühen Kirche", ZNW 71 (1980), p. 58-73. - TRILLING, W., "Zum 'Ame im Neuen Testament. Eine methodologische Besinnung", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlícher Theologien. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, 1983, p. 317-344.
1. Nem na comunidade primitiva palestinense, nem no cristia-
nismo primitivo helenista se refletiu inicialmente sobre a instituição de ordens, cargos e serviços eclesiásticos - como correspondia à consciência escatológica de estar no fim do tempo. Para a comunidade
o faz SoHM. Assim com.o o agir racional, que surge do conheciInento daquilo que a situação exige em. dado mornento, não exclui a ação do Espírito, tam.pouco encontra-se em. oposição à natureza do Espírito o fato de que os serviços efetivados por ele na com.unidade e em. seu benefício estejam. vinculados a um. cargo eclesiástico - a não ser que se veja a ação do Espírito exclusivam.ente nos fenôm.enos do pneum.aticismo individualista. Isso não ocorreu no cristianism.o prim.itivo graças à influência da teologia paulina e joanina, rnas, ao lado disso, igualm.ente à influência da sinagoga ou da tradição judaica veterotestam.entária. O rum.o que as coisas tornaram, a ser descrito no que segue, encontra-se, portanto, sob a pergunta decisiva se e em. que medida as ordens em surgimento eram e perrn.anecem adequadas à natureza da ekklesía com.o com.unidade escatológica, constituída pela palavra da pregação. Isso inclui sírrrultanearnente a pergunta se o direito eclesiástico em. form.ação tinha e preservou caráter regulador ou constitutivo. O surgimento do direito eclesiástico em si, porém, encontra-se sob as perguntas: 1) Desde quando e como a observação das ordens é garantida por rneio de medidas punitivas? Pois, tão logo isso acontece, as ordens adquirem. o caráter de ordens legais. 2) Quais são as instâncias que instituem ordens e vigiam sobre sua observação? Seriam as corrrurriclacles - individualInente ou em seu conjunto - ou ser'iarn indivíduos, seja em virtude de ordem recebida pela comunidade, seja com base em outras forças que fundamentam sua autoridade? Quando a autoridade das ordens é representada por pessoas individuais, surge o ministério eclesiástico.
§ 52. OS MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS Ver bibliografia ref. a I (p. 446). - ROHDE, J., Urchristliche und frühkatholische Amter..., 1976. - KERTELGE,.K. (Ed.), Das kirchliche Amt im Neuen Testament, 1977. - ROLOFF, J., Art. Amt/ Ãmter/ Amtsverstãndnis. IV. Im Neuen TestaInent, TRE II, 1978, p. 509-533. - ID., Art. Apostei/Apostolat/ Apostolizitãt. I. Neues Testament, TRE III, 1978, p. 430-445. - BLUM, G. G., Art. AposteI/ ApostoIat/Apostolizitãt. 11. Alte Kirche, TRE III, 1978, p. 445-466. - HAHN, F.,
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officio; e justamente por m.eio dele a autoridade de lideranças pôde ser fortalecida. A formação de um. colégio de presbíteros também
_
A
primitiva palestinense isso se explica também já pelo fato de ela ter permanecido nas ordens da comunidade judaica e não ter pensado em constituir-se como nova comunidade religiosa (§ 8,l). Ainda que batismo e ceia do Senhor já delimitassem a comunidade palestinense em relação ao judaísmo e depois a comunidade helenista em relação às comunidades cultuais gentílicas, nem lá nem cá existiu inicialmente um estado sacerdotal. Ainda de acordo com 1Pe 2.5,9, a comunidade é um I.Epá:rEUJllX ayLOv [sacerdócio santo], um ~lXOlÀElOV LEp&:rEUJllX [sacerdócio real], isto é, todos os cristãos têm qualidade sacerdotal. Até onde, porém, ambas as comunidades necessitavam de certa direção, essa era representada por pessoas autoritativas, que de modo algum já possuíam o caráter de funcionários. Nas comunidades palestinenses essa função era exercida por Pedro, João e Tiago, o irmão do Senhor (§ 8,4); nas comunidades helenistas, por natureza, pelos "apóstolos", os fundadores das comunidades. Ao lado destes aparecem, visto que os apóstolos não são sedentários, outros pregadores da palavra: "profetas" e "mestres" - estes tampouco são funcionários, e sim pessoas chamadas pelo "Espírito" para determinadas situações, não importando se residiam numa comunidade ou eram itinerantes como os apóstolos. Mas muito cedo já aparece na comunidade primitiva palestinense a função dos "presbíteros" (§ 8,4), e dificilmente se haveria de perceber uma contradição entre ele e as pessoas autoritativas, visto que - como é provável - Tiago presidia o colégio dos presbíteros. Um conselho dos "presbíteros" é por excelência uma instituição na qual se unem a validade de autoridade pessoal e a autoridade ex
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(7TpO)lÍYOÚJlEVOl [líderes] (lClem 1.3; 21.6; Herm vis 111 9.7). A diferen-
ça entre rrpEaf3ún~poL e éttimconoi. deve ser apenas terminológica. Ambos os títulos evidentemente designam, de igual modo, os dirigentes da comunidade - no que pode ficar em aberto quais e quantas competências e obrigações eram atribuídas em cada caso aos dirigentes. Em decorrência do intercâmbio entre as comunidades, certamente aconteceu de ambos os títulos serem usados paralelamente para as mesmas pessoas, como em 1Clem e Herm (cf. também At 20.17 com 28)100. Isso está especialmente claro nas Past, para cujo autor 1TpEa~ú-cEpoÇ evidentemente é o título corrente (lTm 4.14; 5.1,19; esp. Tt 1.5), que, porém, já adota, a fim de determinar as condições
não era algo extraordinário, porque a comunidade cristã procedeu também neste ponto conforme o modelo das comunidades sinagogais judaicas'": quanto à sua forma, a comunidade primitiva apresentava-se inicialmente como uma sinagoga dentro do judaísmo. Algo semelhante vale para as comunidades cristãs no mundo helenista, que se desenvolveram a partir de comunidades sinagogais judaicas ou em ligação com elas. Também. estas cornunidades erarn dirigidas por "presbíteros". Isso se cornprova pelo fato de que justamente nas fontes, nas quais está clara a adoção de tradições sinagogais (naturalm.ente com. exceção da Did), aparecem. TIpEaJ3ÚtEpOL [presbíteros, anciãos] corno dirigentes das cornunidades; é o caso de Atos, Tiago, LClern e 2Clem (17.3-5). O título associa com o cargo airrruftartearnertte a idade; isso deve ser presum.ido pelo m.enos para o período inicial; em 1Pe 5.1-5 isso fica evidente. Nas comunidades tota1:rnente ou preponderantemente cristãs gentílicas, os dirigentes das com.unidades levam. o título de étriotcomx; [episcopo], terrno que, no uso lingüístico grego, é usado para funcionários de com.unas ou tambérn para funcionários de sociedades e comunidades ctrlttrais'". 'ETILOKOTIOL [epíscopos] cristãos ocorrem. pela primeira vez em. Fp 1.1, onde aparecem. ao lado dos ÔLÚKOVOL, igualm.ente um. título com.provado para funcionários corrumaís e de sociedades. Do uso lingüístico se pode inferir que as atribuições, exercidas inicialm.ente de forma espontânea e ell1 virtude de autoridade pessoal por determ.inados indivíduos, paulatinamente se transformaram em atribuições de funcionários. Em. lugar dos KOTILWV't"EÇ, ouvepvoüvrec, rrporo-rduevor [os que se esforçam, os que cooperam, os que lideram] (1 Ts 5.12; 1Co 16.16 e outras, cf. tarnbérn Hb 13.7) aparecem agora os TIpEOJ3ÚtEpOL [presbíteros] ou os ETILOKOTIOL [epíscopos] (e ÕLÚKOVOL [diáconos]); no entanto, p o d ern ser usados paralelamente denominações gerais corno 98
99
Ver E. ScHÜRER, Geschichte des jüdischen Volkes im Zeitalter [esu Christi II, 4 a ed., § 23 e p. 22388.; STRACK-BILLERBECK, IV, p. 145; J. JEREMIAS, Jerusalem zur Zeit Jesu 11 B, 1937, p. 88s8. ltrad. port.: Jerusalém no tempo de Jesus, São Paulo, Patrhas, 3 ól ed., 1983]; W. MICHAELIS, Das Altestenamt, 1953. Ver M. DIBELIUS ref. a Fp 1.1, in: Handbuch zum NT; H. W. BEYER, TWNT lI, p. 908ss.; H. W. BEYER, H. KARPP, RAC II, p. 394-407. A. AOAM, "Die Entstehung des Btschofaarrttes", Wort und Dienst(NF) 5 (1957), p. 104-112.
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1Co 12.28102 • Estes de modo algum. são funcionários nas com.unidades individuais, mas estão a serviço, ou melhor, forarn chamados
para esse cargo, uma tradição já formulada, na qual estavam elencadas as condições para o cargo do E1TlOK01TOÇ (lTm 3.2; Tt 1.7). Uma diferenciação do significado deve ter surgido só com o surgimento do episcopado monárquico, quando o E1TLOK01TOÇ tornou-se o presidente do colégio dos presbíteros, corno está confirmado pela primeira vez em Inácio'?'. Entretanto o desenvolvimento, que deve ter ocorrido de modo e com rapidez diferente nas diversas regiões, não precisa ser descrito em seus detalhes (na medida em que é reconhecível em vista da exigüidade das fontes) no âmbito da Teologia do NT. Antes importa destacar o caráter do ministério em formação. 2. Para tanto é preciso esclarecer inicialmente a diferença entre
os servidores nas comunidades e os "carismáticos", que igualmente desempenham um papel de liderança nas comunidades jovens. Essa diferenciação, que se tornou corrente desde a descoberta da Didaquê (1883) e sua investigação por liARNACK, afirma que aqueles ocupavam cargos administrativos e funções jurisdicionais para a referida comunidade individual; que, porém, os 1TpEOPÚ't"EpOl e E1TLOK01TOl não são pregadores da palavra - pelo menos não em virtude de seu cargo. Anunciadores da palavra são, antes, os apóstolos, os profetas e os mestres, os quais encabeçam a listagem dos carismáticos em 100
Será que Lucas os identificou intencionalmente? Ver H.
101
Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht, p. 88; ibid., p. 116s. para as Pasto Ver M. DIBELIVS ref. a Herm sim IX 27.3 no volume suplementar ao Handbuch zum NT; W. BAVER, ref. a InMag 2.2 ibid.
VON CAMPENHAVSEN,
"
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vida da comunidade. Segundo o conceito paulino, também as tarefas e atividades no âmbito da vida da comunidade (as diversas ÔUlKOVÍ,CXl [serviços], as &V't"lÀ~Il$ElÇ [auxílios] e KuPEpv~aElç [dons de administração] - 1Co 12.5,28) são dons do Espírito. Nesse sentido se pode chamar os cargos dos presbíteros e "epíscopos" de "carismáticos"; no entanto, é preciso considerar que isso corresponde à compreensão específica de Paulo, não porém ao uso lingüístico mais antigo do cristianismo helenista (§ 14,1, p. 206s.). Este coincide com a habituallinguaem científica, de acordo com a qual a capacitação e incumbência pelo carisma se encontra em contraste com a capacidade natural e o encar2:O de direito. Df> rlcorclo co-m l""() () r;:tT-i"tn:H;rn
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para o serviço de toda a Igreja. Sua atividade não é a de um funcionário, corno fica evidente em relação aos apóstolos; eles foram. vocacionados pelo Senhor e não exercem. um. cargo que deveria ser ocupado por outra pessoa após sua morte. O mesrno vale também para os profetas e mestres. Eles são chamados pelo dom. do Espírito e inicíalmente pelos menos qualquer rnernbro da comunidade pode receber o Xáp L0l-1a lcarismal do Espírito. Sua missão tampouco não está restrita à comunidade à qual pertencem. Como mostram Did" e Herm, eles também. podem., a exerrrplo dos apóstolos, ir de comurridade eITl com.unidade como pregadores itinerantes, especialm.ente depois da m.orte dos apóstolos com a prim.eira geração 103 • Para designar a diferença, deve-se chamar o "cargo" dos apóstolos, profetas e m.estres de carismático", em. contraste com. o cargo institucional dos presbíteros e "epfscopos". No entanto, seria melhor evitar a designação cargo" para os pregadores da palavra. EITl todo caso, não se deveria falar de uma "organização dupla" (de um.a organização para a comunidade individual e de outra para a Igreja como um todo); pois a atuação dos apóstolos e profetas não pode ser designada corno organização. Está certo, porém., que a atividade dos presbíteros e "epíscopos" está restrita a comunidades individuais, enquanto nas pessoas dos apóstolos, profetas e m.estres e sua atuação a EKKÀT}
11
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Apóstolos e profetas em. Ap 18.20; profetas e m.estres em. At 13.1; Did 13.1s.; apóstolos e mestres em. Herrn sim IX 15.4; 16.5; 25.2, enquanto em. vis lU 5.1 estão combinados apóstolos, bispos, mestres e diáconos. Pensa diferente, dificilm.ente com. razão, VQN CAMPENHAUSEN, Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht, p. 658.
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term.ina com o curnpc-irnerrro de sua m.issão, o apóstolo cristão per1l'lrlnpC'p o
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(ou pneumático) é a pessoa inspirada, dotado de força maravilhosa. Pode-se dizer que o carisma - sempre entendido como o maravilhoso dom do Espírito - pode ser visto sob três aspectos: 1) como a força que se manifesta em certos fenômenos do maravilhoso como o momentâneo, impetuoso, anormal (como glossolalia e êxtase), como o feito individual; 2) como a força com a qual são dotados certos indivíduos (rrvEUlllXTLKOl lespírituaisl): 3) como o fenômeno do maravilhoso com vistas a sua importância (OLKOÕ0f..L1Í [edificaçãol). Quando o segundo e o terceiro aspecto coincidem, surge o conceito eclesiástico do carisma funcional.
3. As coisas se desenvolvem no sentido de que, por um lado, os carismáticos, enquanto pregadores da palavra, mais e mais se tornam funcionários, que, portanto, o carisma originalmente concedido à pessoa, é compreendido como carisma funcional, o qual é transmitido por ordenação (lTm 4.14; 2Tm 1.6), - e que, por outro lado, a proclamação da palavra é transferida a funcionários da comunidade como direito ou dever do cargo (Past, Did, Herm). Na ponta dos carismáticos encontra-se o apóstolo, inicialmente o pregador da palavra chamado pelo Senhor ou pelo Espírito (Rm 10.14ss.; Mt 28.19ss.; Lc 24.46ss.; At 1.8 ou 13.2, etc.), o missionário tanto para o mundo judaico quanto para o mundo genh1ico. Ele pode ser chamado de Kilpuç [arauto], e sua pregação de KTÍPUYf.LU [querigma, proclamação] (Rm 10.8ss.; lCo 1.23; 9.27; 1Tm 2.7; 2Tm 1.11, etc.), Sua denominação como o "enviado" (r:t.,~~, (X"TÓO-rOÀOç [shalia/:t, apóstolo]) deve ser proveniente do instituto' judaico da o"lJ"~~ [shelihim] do sinédrio. Enquanto, porém, o cargo do r:t.,~~ judaico
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
ofício da pregação da palavra.) Sendo primariamente considerados os garantes e transmissores da tradição, do depósito da Igreja (TIapa8TÍKl1, 1Tm 6.20; 2Tm 1.12,14), os apóstolos aparecem mais e mais à luz dos funcionários de comunidade, aos quais compete a preservação da tradição depois deles. Assim, pois, também pode agora formar-se a idéia de que os apóstolos necessitam de sucessores (Past; At 14.23; 1Clem 44.2; ver em seguida). A concepção do apostolado como um cargo certamente também pôde basear-se em palavras que adjudicam aos apóstolos o direito de sustento pelas comunidades OCo 9.7-18; 2Co 11.7-12; Lc 10.7; para os mestres GI6.6) ou no fato
que se docum.enta no uso absoluto do term.o à1TÓO-CÜÀOç. O apóstolo anuncia o Senhor ressurreto; strn, nele, com.o o representante de Cristo, ele rriesrno está presente, corno o form.ula não som.ente Paulo (2eo 5.20), rnas COll1.0 tam.bém. o expressa o dito do Senhor de Mt 10.40; Lc 10.16; Jo 13.20. O conceito do apóstolo corrio o anunciador enviado pelo Senhor ressurreto está determ.inado, portanto, em. prim.eiro lugar pela idéia da autorização; sua palavra é a palavra legitim.ada pelo Senhor. Paulatinam.ente, porém, com.eça a prevalecer a idéia da tradição, m.as que, naturahnente, tarnbérn não faltava no início (lCo 15.3,14s.). O I..UXp-CÚpLOV [testerrruriho], que irricialrnenre era, etn prim.eiro lugar, "testernunho" no sentido da invocação conjuradora (1 Ts 2.12, etc.), adquire rnais e rnais o sentido de testem.unho dos fatos que os apóstolos presenciaram. corno testemunhas oculares, sobretudo da ressurreição de Cristo (At 1.22; 2.32; 3.15, etc.'?'). Essa redução do título ànóo-coÀoç, que originaltnente era atribuído a todos os tnissionários, aos doze (trrria redução da qual Paulo foi a única exceção), é o sinal evidente de que os apóstolos eram. os garantes da tradição eclesiástica. De acordo corn Ef 2.20, a Igreja é construída sobre o fundam.ento dos apóstolos e dos profetas; e estes são, jurrtarnerrte corn aqueles, os receptores da revelação (3.5). Cristo instituiu a ambos juntam.ente corri os evangelistas, pastores e rriestros corno os portadores autorizados da tradição (4.11; cf. Herm. sim IX 25,2). Naturalm.ente os apóstolos 'vêrn ern prim.eiro lugar; de acordo COIn Ap 21.14, seus riornes estão inscritos nas pedras fundam.entaís dos rrruros da nova Jerusalém. (mais sobre isso ver § 55,5). Especialrrierrtc significativa é a lenda da eleição para substituir a Judas Iscariotes no colégio dos doze, em At 1.21-26. Característica certam.ente tarribérn é a distinção entre ànóo-coÃoç e EUCXYYEÃLO-CTÍÇ [evangelista] (Ef. 4.11; cf. Z'Trn 4.5; At 21.8), sendo que este últilllO título corrrpetia aos rnísaionãrtos assim que o título de apóstolo ficou restrito aos doze. (O título de EUCXYYEÀLO-CTÍÇ não pôde Irnpor-se corno título usual, porque pe.ulafinarnente os funcionários das com.unidades assumiram o 104
Cf. quanto a isso H. CONZELMANN, Die Mitte der Zeit, 1954, p. 189, n. 1. - Cf. também O. CULLMANN, La Tradition, 1953.
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com o uso efetivo da época do autor - o carisma lhe foi conferido pela inlposição das mãos pelo presbitério (TTrn 4.14), estando este sob a orientação da
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primento de determinadas condições OCo 9.1s.; 2Co 3.2s.; 12.12). A isso acresce agora o fato de que o apostolado era visto mais e mais sob o ponto de vista da organização de toda a Igreja como um cargo que, diferentemente do dos "epíscopos" e presbíteros, vale para toda a Igreja. Isso se expressa no fato de que a organização das comunidades individuais é atribuída aos apóstolos - não sem razão, na medida em que os apóstolos - como mostram as epístolas de Paulo - não apenas fundaram as comunidades, mas também tinham, graças a isso, a pretensão - embora não de direito - de dirigi-las com admoestações por meio de cartas e visitas, velando não apenas sobre a reta compreensão da fé e combatendo heresias, mas empenhando-se também para a manutenção da boa ordem (cf. 1Co 4.15; 9.1s.; 2Co 3.1-3; 10.13-16; GI 4.17-20; e cf. a reserva de Paulo perante a comunidade romana). No entanto, constitui novidade quando a instituição dos 1TpEa{3úrEpoL e É1T{aKo1ToL é atribuída aos apóstolos. Assim já em At 14.23 e depois nas Pasto Em Tt 1.5 isso acontece na forma indireta quando o apóstolo fictício instruiu o destinatário no sentido de instituir presbíteros em todas as cidades. A função de "Tito", que substitui o apóstolo, pode ser inferida de 2Tm 4.5. Ele era EOOYYEÀLO'"CTÍÇ, isto é, no fundo igualmente apóstolo; apenas com a diferença de que, depois de restringido o título de apóstolo aos doze e a Paulo (ver acima p. 544), ele não pode mais ser designado como tal. Em todo caso, o autor das Pasto não ousa atribuir diretamente aos apóstolos os presbíteros e "epíscopos", atuantes em seu tempo como funcionários de comunidades, mas intercala, como elo intermediário, os discípulos de apóstolos, Timóteo e Tito. No caso não importa se o carisma funcional foi concedido a "Timóteo" pela imposição apostólica das mãos (2Tm 1.6) ou se - evidentemente de acordo
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
que os ETILOKOTIOl [epíscopos] e os ôláKOVOl [diáconos] realizam o serviço dos TIpo
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"profecia" (lTm 1.18; 4.14).
Essa concepção está completamente desenvolvida em 1Clem: Jesus Cristo, que havia sido enviado por Deus, enviou por sua vez os apóstolos (42.1s.). Estes então difundiram a pregação por cidades e nações, e em toda parte instituíram "epfscopos" e diáconos (42.4; 44.2), encarregando estes de providenciarem sucessores (44.2) - para o que então também se faz a demonstração escriturística com base no AT (43). Aqui, portanto, o cargo da corrrurriclacle COInO compulsório para todas as comunidades, rernorrta aos apóstolos; esses aparecem, portanto, como os organizadores da Igreja toda. Com isso, poréIn, está dado o passo decisivo: de agora em diante o cargo é considerado fator constituinte da Igreja. Toda a Igreja é sustentada pelos ocupantes dos cargos que remontam, em sucessão ininterrupta, aos apóstolos (= aos doze). A tradição do anúncio da palavra e a sucessão que garante sua continuidade não são mais, COInO originalm.ente, da competência da ação do Espírito (p. 103s.), mas estão garantidas pela instituição. Agora o Espírito está condicionado a um cargo e é transmitido através de um ato sacramental, por meio da ordenação através da imposição das mãos (At 6.6; 13.3; 1Tm 4.14; 2Tm 1.6; também 1Trn 5.33s). Inicialmente o Espírito ainda atua Iívrerncnte nesse processo. Isso se evidencia a partir do fato de que o ato da imposição das rnãos é precedido de vozes proféticas da comunidade (At 13.2; TTrn 1.18; 4.14), e depois - o que pode coincidir com isso objetivamente - do fato de que o antecessor não nomeia strrrplesrnente seu sucessor, e sim a comunidade dá seu consentimento (LClern 44.3)1°5. É provável que no caso da ordenação exista a influência da tradição da sinagoga. Mais importante, porém, é saber que esse desenvolvimento se torna compreensível pelo fato de o anúncio da palavra ter-se tornado assunto dos funcionários da corrurruclacle. Um testemunho claro para isto é Did 15.1s., onde é dito expressamente 105
Ver E. LOHSE,Die Ordination im Spiitjudentum und im NT, 1951. - E. KA.SEMANN, "Das Formular einer neutestamentlichen Orclinationsparãnese", in: Neutestamentliche Studien für Rudolf Bultmann, 2 ã ed., 1957, p. 261-268.
§ 52. Os
MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS
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valer como fator constituinte da Igreja, ao lado da palavra ou até meSlllO ern IUQ:ar dela. .
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[que se atenha à palavra fiel, conforme a doutrina, para que seja capaz tanto de consolar pela sã doutrina quanto de repreender os que contradizem]; cf. 2Tm 2.24-26). Sobretudo exige-se dos destinatários o dever de vigiar sobre a reta doutrina e de lutar contra a heresia (1 Tm 1.3; 4.6ss.,11ss.; 6.3, 20; 2Tm 2.14ss.; 3.1ss.; 4.1ss.; Tt 1.10ss.; 2,lss., 15; 3.8ss.). Sim, o carisma funcional parece expressar-se sobretudo na atividade magisterial, quando consta, depois da admoestação: TIpOOEXE
Õl.ÕaOKaÀLu Til ÚYl.Ul.VOÚOlJ Kal. 'touç áVTl.ÃÉYOVTaç EÀÉYXEl.V
Til àvaYVWOEL, TilTIapaKÃ1ÍoEl., Til ÕtÕaOKaÃLq:: fJ.1l à~ÉÃH TOU EV oot XapLOfJ.UTOÇ
[esmera-te na leitura, na consolação, no ensino: não descuides o carisma que está em ti] (1 Tm 4.13s.). Enquanto em Herm estão em primeiro plano os deveres organizacionais e caritativos, estes, não obstante, são mencionados, em vis III S,l, em tal ligação com os &TIóo'toÀOl. e õLõáoKaÀoL, que se tem de concluir que eles também são pregadores da palavra iguais a estes, especialmente porque para Herm os apóstolos pertencem a um tempo passado. Assim também em 2elem 17.3-S os presbíteros são os VOU6ETOUVTEÇ e áTIayyÉÀÀoVTEÇ TIEpl. -rfjç ow'tllPLaç [que lembram e anunciam acerca da salvação]. 4. Para a formação do cargo da comunidade, porém, acresce mais outro fator. É que os étriotconoi se tornam dirigentes do culto. Isso é tanto mais importante quanto mais, o sacramento passa a
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550
SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
o fato se reveste de especial importância assim que o culto não é mais entendido como a auto-apresentação ou como a aparição da comunidade escatológica que, no culto, está plena dos poderes do TIVEufJ.a [Espírito] como a &TIapx1Í [primícia] da salvação vindoura (Rrn 8.23; cf. Hb 6.4s.), e sim - quando, em vez da palavra, o sacramento da ceia do Senhor constitui o centro - como cerimônia salvífica que transmite o cf>clp~aKov à6avaoLaç [remédio da imortalidade] (InEf 20.2) (§ 13,3, p. 200s.). Então a consciência escatológica é encoberta ou reprimida pelo sacramentalismo e o bispo que dirige o culto se torna o sacerdote, ao qual o caráter de seu cargo proporciona uma qual~..l_...l
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Disso nada se percebe no NT ainda. Pode-se supor que a direção do culto da corrrurucíacíe e COITI ela a adrnírnstração dos sacramentos - na m.edida em que não estava tudo relegado à ação do iTVEujJ.a [Espírito] nos carismáticos - estava irríctalrrtente ao encargo daquelas pessoas que, COITIO KOiTLWV"tEÇ e iTpoLO"tájJ.EVOL [os que se esforçam e os que estão à frente] (1Ts 5.12; 1Co 16.16; Rm 12.8, entre outras) tinham. um.a autoridade pessoal - na m.edida em. que existia uma direção ordenadora em. culto e administração dos sacram.entos; pois lCo 11.17ss.; 12 e 14 mostram. que, pelo m.enos em Corinto, não existia tal ordem ao tem.po de Paulo. Mas caso se quisesse im.plementar a instrução de Paulo: iTáv"ta õE EUOXlllJ.ÓVWÇ KaL Ka:rà "tái;LV YLvÉo9w [tudo, porém, ocorra decente e ordenadamente] (1Co 14.40; cf. lClem 40.2), naturahnente era necessário que logo se designassem para isso pessoas responsáveis, assim como nos mistérios de Andania era tarefa dos papõouxoL [os que levam o bastão] providenciar ÕiTWÇ EUOXlljJ.óVWÇ KaL Eu"táK"tWÇ ÚiTO 'tWV iTapaYEYEVTlIJ.ÉVWv iTáv"ta yÉVTl"taL [para que tudo transcorra decente e ordenadam.ente da parte dos presentes] (lG V 1, 1390 § 10). Justamente isso tornou-se tarefa dos EiTlOKOiTOL nas com.unidades cristãs. Parece que isso já é abonado por Did, quando é dito, im.ediatam.ente após as prescrições sobre a KupLaK1Í (tiIJ.Épa) [(dia) do Senhor]: "Escolher agora (oúv) bispos e diáconos... " (15.1). Se isso é dito a respeito dos que prestam à comunidade o serviço de profetas e mestres, conclui-se que iniciahnente profetas e mestres - portanto, carism.áticos - eram. os dirigentes das celebrações cúlticas, corno, aliás, se permite expressamente aos profetas pronunciarem, além das orações litúrgicas, orações de agradecimento o quanto quiserem (10.6). Se em. 1Clem. 44.4 os presbíteros (ou os "epfscopos") são designados COIIlO os que "trazem as ofertas", cvícícntemente são eles os oficiantes da celebração eucarística. Segundo Herrn, pode-se concluir com. certa probabilidade que os "epfscopos" tarnbérn erarn responsáveis pela direção do culto. Em Inácio, em todos os casos, está claro que o EiTlOKOiTOÇ (aqui já o monárquico) é o adzninistrador do sacrarnerrto da ceia do Senhor (InBf 5.1s.; InMag 7.1; InTr 2.2; 7.2; InFld 4s.; 7.2). Por firn, em JustApol I 65,3; 67 aparece o presidente da comunidade (iTpOEOt"WÇ) claramente com.o dirigente do culto da com.unidade e da celebração cúltica. - EIIl contrapartida, os tiYOÚjJ.EVOL [líderes] de Hb 13.7,24 evidentemente não têm. caráter sacerdotal. O escrito com.prova que no antepenúltim.o ou último decênio do século I "existía urna concepção de Igreja que está distante de qualquer aproveitam.ento da idéia sacerdotal ou sacrificial, enfim, de qualquer idéia de culto do passado... sacrifício, consagração, entrada e serviço sacerdotal de Jesus Cristo no céu são o único m.istério do culto que ainda tern validade para os cristãos" (M. DIBELIUS, Botschaft und Geschichte II, 1956, p. 175).
§ 52. Os
MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS
551
deza escatológica, a Igreja está fora das ordens profanas do Inundo, e Dor isso nara os Tl1Pnlhros tirl To-TPirl ri TPlio13in n3in P l1Tn;::a pç:fpr;::a
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mais porque o sacramento da ceia do Senhor passou a ser considerado como sacrifício, como está prefigurado na terminologia cúltica de Did e Inácio e preparado por 1Clem, ocorrendo depois realmente em Justino; pois para ele a Eucaristia é um sacrifício (§ 13,2, p. 202s.). Aí aconteceram coisas decisivas. A ordem reguladora do culto é considerada como a que garante seu efeito e, justamente por isso, as pessoas que realizam o culto adquirem qualidade sacerdotal, e dessa maneira surge a distinção entre sacerdotes e leigos, algo totalmente estranho ao NT e que até mesmo está em contradição com ele. A inamovibilidade do dirigente do culto em si, por exemplo, não é um sintoma para o surgimento do direito eclesiástico divino, e sim sua fundamentação a partir da legislação sacerdotal do A T (lClem 43). Em face do caráter específico da comunidade cristã, porém, isso tem uma conseqüência de longo alcance. Pois daí resulta que as ordens da Igreja se tornam por si sós ordens de direito divino, e transformam a Igreja em instituição salvífica. O fato de as ordens do culto serem consideradas como ordens de direito divino por si só ainda não seria nada de extraordinário. Pois naturalmente em todos os cultos, também nos gentílicos, p. ex., nas religiões de mistérios, as ordens cúlticas eram tidas como de direito sagrado. Na Igreja cristã, porém, isso ainda tem conseqüências especiais. Como gran106
O termo "leigos"
552
ocorre pela primeira vez em lClem 40.5. Cf. quanto a isso Kírchliches Amt und geístlíche Vollmacht, p. 96, n. 8.
(À«.tKoL)
VON CAMPENHAUSEN,
SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
§ 53. A TRANSFORMAÇÃO DA AUTOCOMPREENSÃO DA
IGREJA O., Christus und die Zeit. Die urchristliche Zeit- und Geschichts-auffassung (1946), 3d ed., 1962 [trad, port.: O Cristo e o Tempo. Tempo e História no Cristianismo Primitivo, São Paulo, Custam, 2003] (sobre isso: R. BULTMANN, "Heilsgeschichte und Geschichte", in: ID., Exegética, 1967, p. 356-368). - BULTMANN, R., "Der Mensch zwischen den Zeiten nach dem Neuen Testament" (1952), in: In., Glauben und Verstehen. II!. (1960),3<1 ed., 1965, p. 35-64. -CONZELMANN, H., Die Mitte der Zeit (1954), 6<1 ed., 1977. - DIBEUUS, M., Aufsiitze zur Apostelgeschichte, ed. por H. GREEVEN (1951),4<1 ed., 1961. - DINKLER, E., "The Idea of Historv in Earliest Christianitv" (955), in: Io.. Sionum crucis, 1967, p. 313-450, CULLMANN,
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isolada de sua vida profana, de resto, inserida nas ordens seculares. Antes, sua vida é inteiramente determinada pelo fato de pertencerem à Igreja. Esta exige a totalidade, de modo que não existem mais áreas profanas da vida que pudessem estar sujeitas a exigências do direito secular. Se, segundo Paulo, já é uma negação do caráter escatológico da comunidade quando um cristão busca seu direito no tribunal secular, agora se estende a todas as ordens da vida o que vale para a ordem do culto; todas elas participam do caráter sacraI da ordem do culto. Todavia, o cristianismo primitivo, enquanto vive na expectativa do fim. próximo deste mundo, não está interessado na regulamentação das ordens profanas da vida; ele as aceita como são (LCo 7.14-24) e delega sua manutenção ao Estado (RIn 13.1-7). No entanto, à medida em que, no decurso do tempo, surgem mais e maís ordens da vida cristã, a área do direito divino tern de ampliar-se na rriesrna proporção a partir do centro da ordem cúltica. Essa tendência adquire forrna concreta também pelo fato de que o AT foi assumido pela Igreja, sendo que por isso suas ordens de direito - visto que ordens de direito divino não podern mudar - são consideradas como normativas, o que naturalmente podia tornar-se atual somente para determinadas questões, p. ex., para a questão do direito matrimonial. Esse processo é posterior à época do cristianismo prim.itivo e não precisa ser detalhado aqui; basta que se tenha mostrado o início do processo. Resta apenas considerar ainda 1) que uma regulamentação da vida por meio de dispositivos legais exige determinações punitivas para sua im.plementação (que a formulação de tais determinações punitivas tem suas origens já no cristtantsrno primitivo haveremos de mostrar no § 61); 2) que ordens legais eclesiásticas, por necessitarem do poder coercitivo, no fundo pocíern receber sua vigência somente por delegação do Estado. Se a Igreja passa a se compreender como fonte original de autoridade legal, ela entra obrigatoriamente em concorrência corn o Estado e desenvolverá finalmente a teoria de que é ela que delega ao Estado o exercício do poder coercitivo.
§ 53. A
553
TRANSFORMAÇÃO DA AUTOCOMPREENSÃO DA IGREJA
além.: culto sacram.ental e por fim ministério sacerdotal. Nesse sentiI
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O., Heil als Geschichte (1965), 2'" ed., 1967 (sobre isso: E. ScHWEIZER, ThLZ 92 (1967), p. 904-909). - GRASSER, E., Das Problem der Parusieoerzõgerung in den synoptischen Evangelien und in der Apostelgeschichte (1957), 3 d ed., 1977 (sobre isso: O. CULLMANN, ThLZ 83 (1958), p. 1-10). - VÓGTLE, A., Das Neue Testament und die Zukunft des Kosmos, 1970. - Luz, D., "Erwãgungen zur Entstehung des 'Frühkatholízísrnus/" ZNW 65 (1974), p. 88-111. - BOVON, F., Luc le Théologien. Vingt-cinq ans de recherches (1950-1975), 1978. - HAHN, F., "Das Problern des Frühkatholizismus", EvTh 38 (1978), p. 340-357. - KOCH, K., SCHMIDT, J. M. (Eds.), Apokalyptik, 1982. - MADDüX, R., The Purpose of Luke-Acts, 1982. CULLMANN,
1. Esse processo, cujo resultado se encontra além dos limites do
NT, mas que já se faz anunciar nele, é, em última análise, uma transformação da autocompreensão da Igreja. Originalmente, a Igreja se compreende como o povo escatológico de Deus, como a comunidade dos santos, dos escolhidos do mundo, dos desmundanizados. Ela percebe esse seu caráter transcendental nos dons do Espírito atuantes nela. O Espírito, porém, é o arras ou o penhor da glória vindoura, da consumação escatológica (p. 207s.); e assim a comunidade vive na esperança da consumação e comprova seu caráter transcendental em sua exclusividade e em sua vida como a dos "estrangeiros" no mundo (§ 10,3 e 4). A consciência de ser uma comunhão não-mundana pertencente ao além e plena de seus poderes na verdade não se perde no decorrer do tempo, mas é modificada de modo singular. Em conseqüência da demora da esperada parusia, paulatinamente o caráter transcendental da Igreja não é visto tanto com referência ao futuro, e sim mais em sua posse atual de instituições que já agora transmitem as forças do
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
ceia do Senhor ver 1Co 10.17). A sua escola tampouco abandonou sua compreensão do batismo (CI3.1-17; Ef 4.1-5.21; Tt 2.11-14). Mas na medida em que a nova vida não é entendida como prova do novo ser (escatológico), e sim como condição para a consecução da salvação futura (assim em Hb, cf. esp. 2.1-4; 10.19-31; 12.25-29, e ver adiante § 58 e 59), tanto mais a referência ao futuro perde o sentido que tinha em Paulo; abandona-se a relação dialética entre indicativo e imperativo (p. 405s.). O efeito do batismo é, então, restrito ao perdão dos pecados cometidos no tempo pré-cristão, e manifesta-se o problema dos pecados cometidos depois do batismo (§ 58 e 59).
do, Irussm ~.2 tala da KatJoÀl.K1l ÉKKA."oi.a Llgre.Ja catoncaj. NaturalITlente a referência ao futuro não se perde, rnas tarribérn ela é rnodífícada de rnocío singular. A salvação futura que é objeto da esperança, é vista rnenos na corisurnação da história salvífica e na transforrnação do rrnrrrdo por ocasião da irrupção do novo éon, COITlO acontece, por exemplo, ern Rrn 9-11 e 8.19-22, e sírn rnais na vida futura do indivíduo alérn da rriorte. SeITl dúvida, continua-se transmítindo a imagem do drama cósmico do fim, podendo esta adquirir força viva em determinadas épocas e situações, como no Apocalipse e 1 Pedro. O mais importante na imagem do futuro, porém, é a expectativa da ressurreição dos rnortos e do juízo (p.119122); isso quer dizer que o interesse se concentra naquilo que é decisivo para o indivíduo e justamente esse interesse encontra desde cedo sua formulação fixa na sentença de Cristo com.o Juiz dos vivos e dos m.ortos (p. 124) - na única frase no 2 2 Artigo do Símbolo Romano que fala do futuro escatológico, assim como correspondentem.ente a últim.a frase do 3 2 Artigo fala somente da esperança da "'ressurreição da carne e da vida eterna". De modo correspondente, o significado dos sacramentos é visto no fato de proporcionarem. ao indivíduo as forças da vida futura. O efeito do batism.o é a superação da morte e a conquista da vida eterna (p. 192-194); quanto a isso, Herm vis 111 3,5: 1Í (wi} ÚIJ.WV õux -üõa-roç EOWS" Kal. owSTÍoE-raL [a vossa vida foi e será salva rnecliante a água]). A ceia do Senhor se torna
§ 53. A
TRANSFORMAÇÃO DA AUTCX::OMPREENSÃO DA IGREJA
555
mas é uma força inerente às instituições, especi.ahnente ao culto sacra-
ElTI João, na verdade, a idéia do povo escatológico de Deus não tem irnportância e falta o conceito EKKÀllola [ekklesíal (p. 436-528). E lTIeSlTIO que nele esteja ern prilTIeiro plano a salvação do indivíduo, sua (wil [vida], João, não obstante, preservou a idéia da unidade dos crentes (§ 50,8) e o fez sob a renúncia a sua furiclarnerrtacão no sacramento (§ 47,4). COlTI a perspectiva histórico-salvífica, falta em João igualmente a tradicional escatologia cristã-judaica (§ 45 10 7 ) ; não falta, porém, a referência do crente ao futuro. A exerrrplo de Paulo, João compreende a existência do crente COlTIO existência escatológica (§ 50, esp. p. 513ss.) e, corno em Paulo, tarnbérn em João a relação de indicativo e imperativo é compreendida como relação dialética (§ 50,3, esp. p. 515s.). No entanto, ínícíalmentco Evangelho e as Epístolas de João não determinaram o desenvolvÍlTIento da teologia. Quando, porém, falta essa dialética paulino-joanina e se perde a consciência de que o futuro qualifica o presente no sentido de que os crentes existem já agora escatologfcamerite, então desaparece pemlattnarnerrte a compreensão para o paradoxo da situação cristã (p. 141s.), e de uma comunhão salvífica a Igreja passa a ser UlTIa instituição salvífica, também e justamente quando preservar as tradicionais concepções escatológicas. Sua transcendência não é entendida COlTIO pura referência ao futuro, mas sobretudo corno qualidade sacramental. O Espírito não é mais o poder que se torna evento topicamente nos carismas, na palavra e no ato e na conduta dos crentes, 107
A redação eclesiástica, todavia, se esforçou no sentido de inserir a escatologia tradicional no Evangelho e nas Epístolas de João por meio de algumas glosas: ver p. 469s. e 522, n. 92.
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
(3.20s.). Enquanto inicialmente se diz que as profecias do AT se referem a esta [restauração}. não obstante se vê o alvo das profecias na aparição histórica de Jesus (v. 22). Bem diferente é o caso de lPe 1.10-12! Aqui se considera como alvo das profecias os iTlX8fll..l.lX"C"u [sofrimentos] de Cristo e as I..l.E"C"à "C"uf.rtu ÕÓÇUL [as glórias depois disso] (a glorificação do ressurreto). E com isso não se faz, como em 3.26, um apelo moral, mas se quer firmar a esperança da consumação. Quando em At 3.20 se lê, sem o tom de uma expectativa impaciente: ÕiTWÇ liv EÀ8wow K(UPOl O:VU$ÚÇEWÇ I\lXl áiTOG"C"ELJ'.1J (se. Deus) "C"ov ... XPLG"C"OV 'Inooüv, OV õEi. oupuvov I..l.EV õÉçlXo8ctL ãXPl Xpóvwv áiTOKlX"C"lXO"C"áoEWÇ [para que venham tempos de refrigério... e ele (Deus) envie o ... Messias Jesus, o qual deverá ser recebido no céu até os tempos da restauração}. então, segundo lPe 1.5, os crentes são $pOUPOÚI..l.EVOL õLà iTlO"C"EWÇ ElÇ GW"C"l1P(UV É"C"oll..l.l1V árroKuÀuv8ilvUL áiTOKlX"C"áonx,oLç
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lidade sacerdotal, enquanto nos leigos ele atuará somente de modo indireto por meio da intermediação daqueles. 2. Mas a referência ao futuro se modifica ainda de outra maneira à medida que diminui a tensão escatológica. A expectativa da consumação escatológica com efeito não é abandonada completamente, mas se procrastina o cumprimento da esperança para um tempo situado numa distância indeterminada. 2Pe 3.1-10 mostra, ao combater a dúvida quanto à parusia prometida, que existem inclusive círculos, em que a expectativa esmorecera ou arrreaçava esrrrorecer. A rnesrna dúvida é combatida em lClem 23.3-5; 2elem 11 e 12. As exortações a 'urna espera paciente mostram igualmente que a esperança ameaça esrnorecer: Tg 5.7-11; Hb 10.36; 2Clelll 12.1; Herrn vis IH 8,9. A mesma. 'coisa revelam as exortações à vigilância em trechos sinóticos tardios como Me 13.33-37; Lc 12.35-38; Mt 24.43-51; além disso Ap 3.3; 16.15; Did 16; finalmente as exortações de Hermas de não deixar passar o prazo ainda existente até o ameaçador fim iminente e de fazer penitência, p. ex. sim X 4,4.
Todavia, não se trata de um processo que se tivesse desenvolvido com lisura e de modo igual em todas as partes. Em tempos de tribulação e perseguição a consciência da irrupção iminente do fim pode avivar e acender-se entusiàsticamente, com.o no Apocalipse e em 1 Pedro. Não cessam de se fazer ouvir as vozes: náv'twv õE TO 'tÉÂ.oç 1íYYI..KEV [o fim de tudo se aproximou] (lPe 4.7), EYYUÇ rí 1ÍJ.LÉpa [o dia está próximo] (Barn 21.3; cf. 4.3,9), EOXUTOL KaLpoL [últimos tempos] (lnEf 11.1; cf. ainda Hb 1.1; 9.26; Herm sim IX 12.3 e as orações eucarísticas em Did 9s.). Ao lado disso, porém, as Past e Atos mostram que, em grande parte, os crentes estão prevendo uma duração mais longa deste mundo e que a fé, ao perder sua tensão escatológica, está se transformando numa piedade cristão-burguesa. Naturalmente também em Atos, onde as Eoxa:nx-l rll-1Épal [últimos dias] de Joe13 se tornaram presentes com o derramamento do Espírito (2.16s.), o anúncio do juízo vindouro faz parte da pregação cristã (17.30s.). Enquanto Cristo permanece no céu, espera-se pelos KalpoL àvawúÇEWÇ [tempos de refrigério], pelos XPÓVOl &noKaL'ao't'áoEwÇ náv't'wv [tempos da restauração de todas as coisas]
. § 53. A
TRANSFORMAÇÃO DA AUTCX:OMPREENSÃO DA IGREJA
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quais, segundo as profecias apocalípticas (Me 13.21s. par.), aparecerão falsos messias e falsos orofetas. são referidos a.o oresente e aos falsos rnestr-es aue
ÉV KUlp4) ÉoXá:re...> [guardados pela fé para a salvação preparada para ser revelada no último tempo], e eles se alegram o.:tl.yov &pn EI. õÉov ÀUTITJ9ÉVTEÇ EV TIOlKl)1.0lÇ TIElPUOIlOLÇ [ainda que agora sejam entristecidos um pouco por diversas tenta-
ções] (v. 6). Já é característico como no começo de At a impaciência da esperança é rejeitada, quando à pergunta Ei. EV T4) Xpóve...> TOÚTe...> O:TIOKu9wTCfvElç T1)V J3aolÀEluV T4) 'IopuTÍÀ; [será nesse tempo que restabelecerás o reino a Israel?'], o exaltado não somente responde que o tempo para isso está oculto aos seres humanos, como também anuncia que antes disso a missão deve ser levada EWÇ ÉoxciTou TfjÇ Yilç [até os extremos da terra] (1.6-8)108. Também segundo as Past entende-se por si mesmo que a vida dos crentes é uma vida em esperança (lTm 1.1; Tt 1.2; 2.13; 3.7). Espera-se pela Émti>&.vElu 9ilç ÕÓ~TJç TOU IlEY&.Â.ou 9EOU KUl. OWTTlPOÇ lÍllwv XPWTOU 'ITJoOU [revelação da glória do grande Deus e de nosso Salvador Cristo Jesus] (Tt 2.13; lTm 6.14; 2Tm 4.1), espera-se pela (wi] u1.wvwç [vida eterna] (lTm 1.16; 4.8; 6.12,19), pela "salvação" (lTm 2.15; 4.16; 2Tm 2.10), e teme-se o juízo (lTm 5.24; 2Tm 4.1; cf. lTm 6.9). Mas também sua atuação histórica pode ser chamada de Émti>&.vEla [epifania] de Cristo; já agora ele destruiu a morte por seu evangelho e trouxe à luz (wTÍ [vida] e &ti>9upo[u [imortalidade] (2Tm 1.10); já agora a (wTÍ prometida é presente pelo fato de a pregação estar presente (Tt 1.2s.); já agora Deus nos "salvou" (2Tm 1.9), e isto por meio do batismo (Tt 3.5). Isso na verdade segue a compreensão de Paulo, segundo a qual o evento escatológico se realiza na pregação (§ 34,1); mas a compreensão paulina do caráter escatológico aparece bastante esmaecida (ver abaixo § 58,3m), e nada mais se percebe da tensão entre presente e futuro, nem medmo do anseio pela consumação. A ÕlKUlOOÚVTJ [justiça] não é mais o bem salvífico escatológico-presente, e sim - ao lado de EUOÉJ3ElU [piedade]! - a retidão moral (lTm 6.11; 2Tm 2.22; 3.16). Analogamente os ÜOTEPOl KUlpOL [tempos que restam] ou EoxaTul TtIlÉpal [últimos dias], nos 108
H. CONZELMANN mostrou, P: ex., op. cit., p. 170, 203-206, especíalmente com referência a Lucas e Atos, como se modifica o caráter do "tempo intermediário", ou seja, o período entre o fim do velho éon e o começo do novo.
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SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA
que procedeu como pesquisador consciencioso, indo em busca das fontes (Lc 1.1-4), e nas próprias narrações não apenas procura, ao contrário de Me, oferecer uma apresentação histórica melhor encadeada, mas também procura interligar cronologicamente os episódios narrados com a história mundial. Isso já começa em 1.5, aosituar Zacarias no período de Herodes, depois especialmente pela datação do nascimento de Jesus (2.1-3) e pela datação do aparecimento do Batista por meio de um sincronismo sêxtuplo (3.1s.). Também é significativo o fato de transformar, em 21.20-24, a profecia apocalíptica do põÉÁuYlJ.a EP'llIJ.WOEWç [horror da devastação] e das subseqüentes
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nele aparecem. (lTm. 4.1; 2Tm. 3.1), de rrioclo serncfharrte COlTIO ern 1}o 2.18. Por enquanto conta-se COlTI a perspectiva de que o rrrunclo ainda vai continuar existindo. Isso o dernonstra a oração ern favor dos autoridades do Estado, especialmente quanto à deterrninação do objetivo: 'Cvcx iíPEf.10V KCXI.. 1ÍaúXLov ~Cov (5UlYWf.1EV EV mlau EuaE~ECq. KUI.. OEf.1VÓ'ttl-rL [para que levem.os UlTIa vida sossegada e tranqüila COlTI toda a piedade e dignidade] (lTlTI 2.2; o lTIeSlTIO se depreende da oração pelo governo do Estado que se encontra ern 1Clem. 61). A graça de Deus, que é charriada de "salvaclora", é sirrrultancarnente ueducadora" - a saber, para UlTIa conduta de vida rnornlrnerite irrepreensível (Tt 2.12), e a isso corresponde a parênese das Past, à qual serve como critério a imagem de uma piedade cristão-burguesa (§ 60).
3. Por isso não se adm.ira que a com.unidade cristã se com.preenda COITlO UITla religião nova ao lado da judaica e da gentílica (vistas com.o unidade). Em At isso encontrou sua singular expressão ter-rrririofóg'ica na designação ó ô ó c [cam.inho]. Saulo vai a Dam.asco com.o perseguidor, onde talvez poderá encontrar -cLvàç -cilç õv-caç [alguns que eram. do camíriho] (9.2), e m.ais tarde ele próprio se caracteriza com.o aquele oç -caú-cllv -cilv óôõv EÕlwça lfXPL 8uvá-cou [que perseguiu este cam.inho até a m.orte] (22.4). Os judeus em Éfeso são KUKO.AOYOÜV-CEÇ Tilv óôóv [os que difamam. o carnírrho] (19.9), e surge um. tumulto TIEpl -cilç [acerca do cam.inho] (19.23). O procurador Félix está inform.ado TIEpl Tilç (24.22). É certo que eITl todas essas passagens se pode traduzir ""corrente", como aliás aos olhos dos judeus a cristã é uma ULPllOLÇ [seita] (24.14); na verdade, porém., está se falando da religião cristã, não im.portando se se pensa m.ais na doutrina cristã ou na comunidade cristã. No mesmo sentido se falará, m.ais tarde, dos cristãos com.o o TpLTOV yÉvoç [terceiro povo] (p. 154s.). A apresentação do autor de Lc e de At é guiada pela concepção do cristianismo como grandeza histôrico-mundial.t'" Em. seu Evangelho ele se esforça, por descrever com.o historiador a vida de Jesus, diferenciando-se nisso dos dem.ais evangelhos. No proêm.io assegura óôoõ
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109
Quanto a isso H. CONZELMANN, op. cit., esp. p. 184s.; E. DINKLER, The Idea 01 History in the Ancient Near East, 1955, p. 195-197; E. HAENCHEN, Die Apostelgeschichte, 1956, p. 87-91; E. KAsEMANN, ZThK 54 (1957), p. 20s.
§ 53. A
com.
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TRANSFORMAÇÃO DA AUTOCOMPREENSÃO DA IGREJA
judaísm.o: não há com.preensão da doutrina paulina da lei e
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catastrotes tMc lj.l4-lU), na protecia do síno eda destnnção de Jerusalém pelos romanos. Analogamente oferece em Atos uma história da comunidade primitiva, dos inícios da missão e das viagens missionárias de Paulo até a prisão em Roma. Já o fato de escrever um relato sobre o surgimento e os primórdios históricos da comunidade cristã - no que a comunidade escatológica não podia ter qualquer interesse - mostra oquanto se distanciou de seu modo de pensar. O fato de ter acrescentado ao Evangelho o Livro dos Atos confirma definitivamente que havia abandonado ooriginal sentido querigmático da tradição a respeito de Jesus (§ 54,3) e que a historizou. Enquanto para a fé escatológica não apenas da comunidade" primitiva, mas também de Paulo, a história do mundo está chegando ao fim, visto que com Cristo ahistória salvífica havia alcançado a consumação econcomitantemente seu fim, segundo aconcepção de Atos ahistória salvífica continua. Enquanto para Paulo Cristo, como o"fim da lei" (Rm 10.4), também é ofim da história, no pensamento de At ele se torna oinício de uma nova história salvífica, da história do cristianismo. Assim, mais tarde, ele será considerado pelo pensamento universal como oponto central eoponto de virada da história. Oautor de At também enquadra ocristianismo como religião na história mundial quando, no discurso no Areópago, faz com que Paulo tome por ponto de partida a piedade gentílica, referindo-se àinscrição no altar de Atenas e àfé estóica em Deus (17.23,28). Com isso se reclama "a história gentílica, seu mundo cultural e religioso como pré-história do cristianismo" (VIELHAUER), e isso corresponde à concepção de At a respeito da relação do cristianismo
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oDESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
562
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1. De acordo com Jd 3, adoutrina cristã éaaTIa~ TIapaÕ08Ela~ tol~ o:ylOlÇ lIlonç [a fé que foi transmitida de uma vez por todas aos san-
tos]; de acordo com 2Pe 2.21, aTIapaõo6E(a~ &y(a EVTOÀ~ [o mandamento santo que foi transmitido]; de acordo com Po1Fil7.3, oEÇ &PX~ lIapaõoMç A6yoç [a palavra transmitida desde oprincípio]. Com efei· to, aIgreja cristã, chamada pela palavra econstantemente por ela constituída, necessita da tradi~o (p. 103s.). ITapaõlõ6val (lIapaõoolç) [transmitir (trádição)] eTIapaÀa~~vElv [receber] são, desde oinício, termos que designam oprocesso da tradição (lTs 2.13; 4.1; GI1.9; 1Co 11.2,23; 15.1,3; Fp 4.9; depois CI2.6; 2Ts 2.15; 3.6; Jd 3; 2Pe 2.21; 1 ('11-.&& "7 1'\. T'\~
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CAPÍTULO
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II
DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
Dooo, C. H., The Apostolie Preaehing and its Developments (1936), 6 il ed., 1950 - ASTING, R., Die Verkündigung des Wortes im Urchristentum, 1939. - GOGUEL, M., L'Église primitive, 1947. - KÜMMEL, W. G., "Das Problem der Mitte des Neuen Testaments" (1968), in: lo., Heilsgesehehen und Geschichte, 11. Ces. Aufs. 1965-1977, 1978, p. 62-74. - ScHRAGE, W., "Die Frage nach der Mitte und dem Kanon im Karrori des Neuen Testaments in der neueren Diskussion", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, 1976, 415-442. - DUNN, J. D. G., Unity and Diversity in the New Testament. An Inquiry into the Character of Earliest Christianity, 1977. - Luz, U., "Eirrhett und Vielfalt rre u te s t arrien t Hc he r Theologien", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, 1983, p. 142-161.
... - , § 54. PARADOSIS E TRADIÇAO HI5TORICA CAMPENHAUSEN, H. VON, Kirehliches Amt und geistliehe Vollmacht in den ersten drei [ahrhunderten, 1953. - Ref. a 2: CULLMANN, O., Die ersten ehristliehen Glaubensbekenntnisse, 1943. - Io., Tradition als exegetisches, historisehes und theologisehes Problem, 1954. - ScHMITHALS, W., "Pau.lus und der historische Jesus" (1962), in: Io., Jesus Christus in der Verkündigung der Kirche, 1972, p. 36-59. - WEGENAST, K., Das Verstãndnis der Tradition bei Paulus und in den Deuteropaulinen, 1962. - CAMPENHAUSEN, H. VON, "Das Bekenntnis im Urchristentum", ZNW 63 (1972), p. 210-253. - KELLY, J. N. D., Altehristliehe Glaubensbekenntnisse. Geschiehte und Theologie, 1972. - KERTELGE, K. (Ed.), Paulus in den neutestamentlichen Spãischriften, 1981. - Ref. a 3: BULTMANN, R., Die Gesehiehte der synoptischen Tradition, (2 il ed., 1931), 9 il ed., 1979 (com suplemento elaborado por G. THEISSEN e P. VIELHAUER, 4il ed., 1971). - OIBELIUS, M., Formgeschichte des Evangeliums (2il ed., 1933), 6 01 ed., 1971 (com posfácio de G. IBER). - JEREMIAS, J., Unbekannte Jesusworte (1951), 3 01 ed., totalmente reelaborada COlTI a colaboração de O. HOFIUS, 1963. - KÓSTER, H., Synoptisehe
Überlieferung bei den apostolischen Viitern, 1957.
§ 54. P ARÁDOSIS
E TRADIÇÃO HISTÓRICA
563
se desenvolveram além do estágio primitivo - especialmente no ...-v'to",.."A...,.
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e TIapatll1KTl e o termo nas r asr para o depósito da doutrina legado pelo uso na tradição (TTm 6.20; 2Tm 1.12,14; cf. 2.2), escolhido talvez como conceito jurídico, a fim de evitar o termo TIapáÕOOLC;, que se tornou suspeito pela gnose e que também falta em Inácio (v. CAMPENHAUSEN). Normalmente o conteúdo da TIapáÕOOLC; (TIapa8TÍKTl) é a reta doutrina em contraste com a falsa doutrina; mas também pode significar a exigência ética (Díd 4.13; Barn 19.11; 1Clem 7.2; idêntico com a doutrina certamente em 2Pe 2.21). A pregação apostólica fundamenta a tradição e, no conceito de apóstolo, se torna dominante a idéia da tradição (p. 544s.). Se é verdade que toda religião necessita da tradição, na religião cristã no entanto ela não apenas desempenha um papel especial, mas ainda adquire um caráter singular. Em religiões gentílicas, a tradição se restringe inicialmente aos ofícios cúlticos e às normas litúrgicas que os acompanham; a isso pode agregar-se um mito etiológico que narra a origem do culto. Numa fase mais desenvolvida, mitos cosmogônicos podem ocorrer adicionalmente ou substituir antigas fórmulas, como na religião egípcia, no assim chamado orfismo e na gnose. Depois pode-se falar de doutrina e teologia e também essas podem ser passadas adiante como tradição. No entanto, elas são sujeitas a grande variabilidade, como mostram, p. ex., as alegorizações multicoloridas de antigos mitos nos sistemas gnósticos ou as do mito de Osíris (Plutarco, de Iside et Osiride). A religião judaico-israelita naturalmente necessita igualmente da tradição dos ofícios cúlticos e da liturgia. Ao lado dela, a tradição das leis reguladoras da vida certamente desempenha um papel maior do que na maioria das religiões gentílicas, na medida em que essas lLlem /
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DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
mento ou sua ressurreição dos mortos (Rm 10.9; 2Tm 2.8, etc., ver p. 127) e de sua exaltação (p. 128). Frases como Rm 1.3s.; 1Pe 1.20s.; 3.18s.,22; 4.5; InEf 18.2; InTr 9; InEsm 1.1s.; PoIFil2.1s., entre outras, aludem evidentemente a fórmulas de credos ou hinos, que já se tornaram tradicionais, ou citam-nas. Além dessas fórmulas crístológicas, certamente se formaram desde cedo outras que expressavam a fé monoteísta e que, mais tarde, encontraram uma forma fixa no 1Q Artigo do Símbolo Romano (p. 112-114). No fato de se encontrarem nas fórmulas cristológicas dados históricos como EK OTIÉPllaToc; Llau(õ [da semente de Davi] (Rm 1.3) e
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No judaísm.o se junta à tradição veterotestam.entária a dos escribas, responsáveis pela interpretação da tradição antiga com. vistas a sua aplicação no presente; e tarnbérn aqui a terITIinologia do TIapaÂaIJ.l3áVELv ("~p [qibelD e napaõLõóvelL (iQ7? [massarD desem.penha seu papeL A diferença decisiva entre a religião judaica veterotestam.entária e as religiões gentílicas com. vistas à tradição é que naquela se junta à tradição legal-cúltica 'urna tradição histórica, que não tem. apenas o sentido etiológico de explicar a origem. e a form.a de culto e rito, m.as que conta a história do povo, visto que nela Deus é, em primeiro lugar, o Deus da história e sua revelação acontece na história do povo - tam.bém. nisso fundam.entalm.ente distinto do grecism.o, no qual a historiografia se formou sem. inter-relação com a religião oficial, com.o historiografia profana, em.bora a reflexão histórica não tenha que prescindir necessariam.ente da reflexão religiosa (corno em. Heródoto). 2. De que espécie, porém, é a tradição no cristianismo prim.itivo e qual é seu sentido? É fato que no cristianismo helenista existia uma ttaodôoau; de fórmulas cúlticas; isso rnostra com vistas à ceia do Senhor a passagem. de 1Co 11.23-25: EYW yàp napÉÂa~ov... Ô Kal.1TapÉõwKa u~v K'tÀ. [pois eu recebi. .. o que tam.bém. vos transm.iti, etc.] (p. 199). No batism.o encontra-se inicialm.ente apenas a m.enção do nom.e de Cristo sobre o batizando. O desenvolvimento posterior da liturgia do bufisrno, que se encontra além. da época do NT, não precisa ser tratado aqui (p. 184s.). Querem.os apontar som.ente a origem. de algum.as fórm.ulas que, em. parte, encontram, m.ais tarde sua unificação e com.plem.entação no Sím.bolo Romano. Um.a napáõooLC; [tradição] correspondente ao m.ito cúltico na área cristã, que resum.e em um.a sentença breve o evento salvífico ocorrido em. Cristo, sua morte e sua ressurreição, é transmitida por Paulo em. 1Co 15.3s. (napÉõwKa yàp u~lv... oKal.napÉ~ov K't"À. [pois vos transm.iti... o que tam.bém. recebi, etc.I). Além. disso, a lTapáõoalC; encontra sua sedimentação em. fórm.ulas como nas frases a respeito de Cristo com.o o É't"Ol~WC; EXWV KPlVElV (wvraç KaL VEKPOÚC; [que está pronto para julgar vivos e mortos] (lPe 4.5, etc., ver p. 124), de seu ressuscita-
§ 54. P ARÁDosrs
565
E TRAD.IÇAo HISTÓRICA
sua origem num. acontecim.ento histórico, na morte de Jesus (lCo oi
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LpreStOu restemunno perante Pôncio Pilatos] (1Tm 6.13), expressa-se uma diferença característica entre fórmulas de credos cristãos e TIapáÕOOLC; cristã e fórmulas pagãs: o evento salvífico do qual falam as fórmulas cristãs está uinculado de modo singular aos acontecimentos da história mundial; ele não ocorreu em um tempo mítico; e tampouco não é um acontecimento atemporal numa esfera transcendental, mas aconteceu aqui na terra, há pouco tempo. O evento salvífico da cruz aconteceu ETIl. Tlovríou IILÂáTou [sob Pôncio Pilatos], a ressurreição é testemunhada por uma série de pessoas, EÇ WV OL 1TÀ.ELOVEC; f..1ÉVOUOLV EWC; apTL [dos quais a maioria permanece (viva) até hoje], e sua enumeração é um acréscimo à TIapáÕOOLÇ (lCo 15.5-8). Portanto, história e relato sobre acontecimentos históricos são partes integrantes da TIapáÕooLC;. Logo a concepção do autor de Lucas e Atos (p. 557s.), que enquadra a história de Jesus e dos tempos primevos da comunidade no contexto da história mundial, é compreensível, embora tenha se perdido nesse processo o caráter escatológico dessa história. O problema "hisiôria salvífica e história mundial" ou "reoelação e história", está colocado na TIapÚÕOOLÇ, na qual se unem as duas coisas - posto de forma nova perante o AT e o judaísmo. Pois a tradição histórica agora não mais podia ter o sentido que ela tinha no AT e no judaísmo. A revelação de Deus em Jesus não era um acontecimento da história do povo, para o qual se poderia olhar retrospectivamente como para a história de Moisés, a história do êxodo do Egito, a ocupação de Canaã, para a história da época dos juízes e dos reis. A nova aliança (p. 145) não é, como a antiga, o acontecimento fundador da história de um povo, mas por mais que tenha "[;"OU f..1ap"[;"uPTJoa,V"[;"oç ETIL llOV"C'LOU llLAQTOU
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8.9; Fp 2.6-11 mostram que era possível formular sentenças da napdôoou; sem a menção de fatos históricos; isso também mostra a relação de Paulo com a tradição palestinense a respeito de Jesus, que ele ignora quase por completo (p. 243s.); ela poderia levar à presentificação do Xpiorõc Ka-ceX oúpKa [Cristo segundo a carne], do qual ele nada mais quer saber (2Co 5.16; p. 360). Isso também mostra de certo modo João por meio da liberdade com que usa a tradição e pela configuração própria de seu Evangelho (p. 431s.). Aliás, é estranho quão pouco a literatura apostólica e a pós-apostólica fazem referência à vida de Jesus - com exceção dos evangelhos e de At (cf. esp. 2.22s.;
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par.), ela e um. evento escatoiogico, e o "povo ete Deus", com. o qual se fez essa aliança, não é um.a grandeza históricom.undial, e sim. um.a grandeza escatológica (p. 145). A degustação da ceia do Senhor, que substitui a ceia pascal (lCo 5.7), não insere na com.unhão de um. povo, rnas na comunidade escatológica, que vive neste mundo como no estrangeiro (p. 147). Pois Cristo é o fim. da história e na m.edida em que, desse m.odo, ele tam.bém. é o cum.prim.ento da história salvífica, a com.unidade cristã pôde assumir o AT com. seu relato histórico, m.as som.ente na medida em que a história veterotestam.entária era entendida no novo sentido e na m.edida em. que a continuidade com. a história de Israel era entendida corno a continuidade deste plano salvífico divino que dirige esta história e que agora se cum.priu (p. 144). Então a história de Jesus e a convocação da com.unidade escatológica se apresentava com.o o cum.prim.ento das profecias, com.o o descreve _sobretudo Mateus em. seu Evangelho. Todavia, necessária essa concepção não era. Diferente de Mateus, Marcos escreve a história de Jesus sem. a constante rem.issão às profecias e em. João a perspectiva históricosalvífica falta por com.pleto (p. 434s.). .1.1..0:::...:>;
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Aliás, o sentido histórico-salvífico da história veterotestam.entária podia perder-se igualm.ente quando as figuras da história de Israel eram. citadas, de acordo com. a tradição da sinagoga, corno exemplos para o comportamento piedoso e moral ou para o sofrimento paciente, como acontece em lClem, mas tarnbérn em Tg 5.10s.; Hb l1.17ss. Neste caso naturalm.ente também o Jesus sofredor podia ser citado COlllO modelo, com.o acontece em 1Pe 2.21; Hb 12.2. Até que ponto se abandonou desse modo o enfoque histórico-salvífico, mostra 1Clem que, além de exemplos bíblicos, também pode citar Ú1ToõE[y~a:t'a E9vwv [exemplos dos gentios] (55.1s.).
Em. todo caso, a história veterotestam.entárianão podia continuar sendo escrita corno um relato histórico sobre a vida de Jesus e com.o a história da com.unidade, se não se quisesse perder o sentido escatológico desse evento, com.o acontece em. Lucas e em. Atos (p. 557s.). 3. Até que ponto, porém., e em. que sentido a fé tinha a necessidade do relato de acontecim.entos históricos? Passagens com.o 2Co 5.18s.;
§ 54. P ARADOSIS
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É verdade que no NT se cita um.a única vez um dito do Senhor -
10.37-39); no restante do NT, somente em 1Tm 6.13; Hb 2.18; 4.15; 5.7; 12.2. Por outro lado, está claro que passagens como 2Co 5.185.; 8.9; Fp 2.6.11 somente têm sentido porque falam, simultaneamente, de uma pessoa histórica, de Jesus. E justamente a humanidade de Jesus é acentuada com a maior ênfase em Fp 2.7s.: EV ÓI-l0LWI-l(HL &V8pW1TWV YEVÓI-lEVOÇ Kal. axTÍl-lan EÚPE8El.ç wç ãv8pW1TOÇ [assumindo a semelhança humana e sendo encontrado em figura de homem] (cf, Rm 8.3; GI 4.4). A humanidade de Cristo, portanto, o fato de que o evento salvífico ocorreu na esfera da aápç [carne], é essencial: E
o DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
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de Jesus, ele apresenta de maneira plástica o fato de que a salvação escatológica se tornou história; o Jesus que ele apresenta não deve ser entendido como uma figura da história mundial, e sim como seu encerramento; justamente por isso potencializou várias vezes a divindade da figura de Jesus em relação a Marcos, que lhe serviu de fonte (cf, esp. 19.17 com Me 10.18). Depois, ao apresentar Jesus como o mestre da comunidade, esta é mostrada como a comunidade escatológica. Assim uma vez mais o relato histórico expressa o fato, trazendo à consciência a determinação do presente como presente escatológico pelo fato de que esse presente se encontra sob o gover...
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COITlO duvidar que nas comunidades eram arnp'larnente transmitidas palavras do Senhor, o que é confirmado por algumas citações nos Pais Apostólicos. A fonte dos ditos, aproveitada em. Lucas e Mateus, na verdade, foi reprim.ida em breve pelos evangelhos sinóticoso É possível que ela continuou em uso cá e lá por mais algum terrrpo: não podem.os saber se, ou em que medida, ditos do Senhor tais COInO são citados em Did 1.3-6; 1Clem 13.s; 2Clem. 2.4; Barn 4.14; PolFil 2.3 e dernaís passagens e aos quais Inácio alude ocasionalmente, provêm de tradução oral ao de uma coleção literária de ditos - se de um de nossos Evangelhos é, no rnínirno, duvidoso. Também os papiros descobertos corrrprovarn que tais coleções existiram. Mas está claro que a transmissão de ditos do Senhor não é motivada pelo interesse histórico-biográfico, e sim pela necessidade prática de reg'ularnentar a conduta de vida dos crentes e manter viva sua esperança. Nelas não se ouve o "[esus histórico", e sim o celestial Senhor da cornurudade. COlTlO, poréIn - assim. é preciso perguntar agora -, se deve entender Mateus, que traz os ditos no contexto de 'urna história de Jesus, e sobretudo Marcos, que também. aproveitou ditos do Senhor, no qual, porém, o relato sobre os feitos e o destino de Jesus ocupa o rriaior' espaço? jtrstarnertte neles se evidencia que e em que medida a tradição histórica faz parte do querigma, ou, pode ser li~ada a ele - e isso sob diferentes aspectos. E evidente que nem Mateus nem Marcos escrevem seus Evangelhos por interesses históricos, corno o faz Lucas; porém., eles são diferentes entre si. Mateus apresenta Jesus como aquele no qual a história salvífica encontrou sua consumação. Seu Evangelho está perrneacío pela dem.onstração de que em sua vida e atividade estão cumpridas as profecias veterotestamentárias: roírro ÕE (oÀov) yÉYOVEV, "Lva TIÀllPw8u' TO P118EV (ÚTIO KUPLOU ÕL.à TOU TIpO
§ 54. P ARÁVOSI5
E TRADIÇÃO HISTÓRICA
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judaica veterotestaITlentária, o caráter querigITlático do relato histórico P pxnresso. nortanto. na maneira de pensar helenista: a vida de
no do rei do tempo nnaí, como o expressa claramente o tmaí de 28.18-20: Eõó611 f,.L0L TIâaa E~ouaí.a EV oupavQ Ktxl ETIL 'tilç Yilç K'tÂ. [foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra, etc.]. Enquanto E. OINKLER (The Idea of History in Ancient Near East, 1955) demonstra o interesse de Mateus em provar que as profecias estão se cumprindo, KRISTER STENDAHL (The School of St. Matthew, 1954) procura tornar o Evangelho segundo Mateus compreensível como produto de uma escola, a saber, como um "manual for teaching and administration [manual de ensino e administração}". Em sentido semelhante vai a caracterização do evangelista Mateus como um rabino cristão por E. KASEMANN (NTS I, 1954/55, p. 2578.), que aponta para o peso que se dá em Mt à ordem da comunidade, que é formulada em grande parte no estilo de legislação casuística. G. BORNKAMM (The Background of the NT and its Eschatology, 1956, p. 222-260) descreve correspondentemente a relação recíproca de tradição e concepção teológica em Mateus, e denuncia assim a transformação da escatologia em eclesiologia, que tem aqui seu começo.
Também Marcos apresenta à sua maneira aquele fato. A demonstração de que as profecias estão se cumprindo passa para segundo plano e, na verdade, ocorre somente em 4.12 e possivelmente ainda em 7.6s.; 9.12; 11.9s.; 12.10s. 110 • A ênfase principal recai sobre os milagres e acontecimentos extraordinários como batismo e transfiguração; neles aparece a natureza do Filho de Deu claro que, naturalmente somente para os leitores do Evangelho, pois para os contemporâneos ela deveria permanecer oculta (p, 72). Em contraste com Mateus, que se encontra no círculo de concepção da tradição 110
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DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
Na descrição de Lucas e de Atos, o paradoxo foi resolvido, por um lado, a favor de uma teologia histórica, que conhece apenas uma história salvífica que transcorre como história do mundo Cp. 557s.); por outro lado, foi resolvido também pelo fato de se ter retirado do querigma a referência aos acontecimentos históricos. Isso aconteceu na gnose, na qual o evento salvífico é entendido, unilateralmente, como um evento transcendente que, em conseqüência da separação da história, se torna um evento mítico. Todavia, a gnose cristã não podia, a exemplo da gentílica, renunciar a toda a referência à pessoa histórica de Jesus e transpor o evento salvífico rrara 11m
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Jesus não é um episódio da história mundial, e sim a maravilhosa manifestação do agir de Deus em roupagetn de acorttecirneritos terrenos. Pelo fato de, ao lado dos rnilagres, se encontrarern as discussões, Jesus não é apresentado tanto como o mestre da cornunidade (como ern Mateus), e sírn mais corno o Filho de Deus que põe a descoberto a tradição judaica em sua contradição com. Deus. Pelo fato de Marcos situar a origem do 'batisrno e da ceia do Senhor nas narrativas do batism.o e da última ceia, ele tam.bém. proporciona à história de Jesus o caráter do evento da revelação. Por firn mostra por rneio do relato da transfiguração de Jesus, que a "hístóría" de Jesus corneçou a ser conhecida em. sua essência como epifania do Filho de Deus a partir da fé no ressurreto (9.9). 4. Mateus e Marcos, portanto, colocaram o relato histórico a serviço do caráter querigm.ático do UEvangelho". Porém, reside aí, de anternão, urna problernática. Isso se deve ao fato de que tanto Marcos quanto Mateus, seguindo os passos daquele, derarn a seus escritos a forma de urna apresentação histórica, de uma "vida de Jesus", na qual as peças avulsas da antiga tradição são postas num. contexto geográfico-cronológico - corno, aliás, rnuitas peças da tradição antiga já revelam. traços novelistas, que demonstrarn o interesse biográfico das cornunidades que as transmitem. A problemática surge do fato de a comunidade cristã, que se entende corno a comunidade escatológica dos que foram chamados deste mundo e pertencem ao éon vindouro, afinal não ser chamada por uma revelação vinda do alérn - seja urna revelação que aparece nas imagens de visionários extáticos, seja a revelação trazida por Ulll mito incontrolável-, e sim. pela figura histórica de Jesus, ao ouvir a palavra de Deus que a chama. Asaim COInO ela tem que efetivar seu caráter não-rrruncíano ern sua existência intrarnundana, ela não deve dissolver a figura daquele que a charrio'u - por mais que expresse sua importância na linguagern da rnitologia tradicional - iriteir'arnerrte no mito. A napáõooLÇ tem, portanto, o caráter especial de falar simultaneamente do evento escatológico e do histórico. A pergunta é se esse paradoxo foi mantido.
§ 55.
o
PROBLEMA DA RETA DOUTRINA E O SURGIMENTO DO CÂNON NEOTESTAMENTÁRIO
571
poder do Espírito (p. 526s.). Por isso a tradição não é a tradição histórica, que fundamenta a continuidade do evento histórico, e sim a
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do redentor pelo fato de negar a identidade do Filho de Deus com o Jesus histórico, ao ensinar que o Filho de Deus se teria unido ao homem Jesus apenas temporariamente - por exemplo, desde o batismo - para separar-se dele novamente antes da paixão; ou ao compreender a figura humana do redentor apenas como um corpo aparente (docetismo), Essa solução do problema tinha que ser percebida como heresia pela maioria das comunidades (p. 224, 471). Mas justamente aqueles escritos que mais acentuam o Ó AÓYOÇ oàpç EyÉVE-rO [o Logos tornou-se carne] face à gnose e que vêem.nos ~il Ó~OAOYOUV-rEÇ 'Ill00UV XpLO-rDV EPXÓ~EVOV EV OUPKL [que não confessam que Jesus Cristo veio em carne] a encarnação do anticristo, a saber João, 1 e 2 João e também Inácio, mostram o direito relativo e com isso o sentido da doutrina gnóstica: frente à historização do evento escatológico ela expressa um interesse legítimo da fé. Foi João que compreendeu com maior clareza o sentido daquele paradoxo e lhe deu expressão em seu Evangelho. Justamente por lidar com tanta liberdade com a tradição da vida de Jesus (p. 431s.), esclareceu da maneira mais nítida o sentido que a tradição tem para o querigma, ao reduzir a revelação de Deus no homem Jesus ao mero fato (§ 48,3 esp. p. 502ss.), e ao expor de maneira extrema o paradoxo do Ó AÓYOÇ oàpç EyÉVE-rO (§ 46, esp. p. 472s.) - o paradoxo de que a palavra de Deus se manifestou em determinado ser humano histórico e permanece presente nele. Ele não apresenta esse ser humano como uma pessoa do passado confiavelmente documentada, e sim como alguém que está sempre presente na palavra que o anuncia no
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se juntam numa unidade. É nesse sentido que Paulo também entende a YVWOLÇ [conhecimento] que ele divulga por sua pregação (2Co 2.14; 4.6); ela significa KEPÕULVELV XpLO-rOV KUI. EÚpE8ílVUL EV CtlJ-rQ [ganhar a Cristo e ser encontrado nele] CFp 3.8s.). É difícil distinguir objetivamente aquela EiTLYVWOLÇ [reconhecimento] e esta YVWOLÇ [conhecimento] da iTLO-rLÇ [fé], mas ambas destacam o momento estrutural do conhecimento contido na tri a t cç, o que se evidencia de modo mais claro na maneira como em João é compreendida a relação entre 7TLO-rEÚEtV [crer] e YLVWOKELV [conhecer] (§ 49,2). Afinal, o crente tem que entender o que lhe está sendo anunciado a respeito de Deus e de Cristo, e como isso df'tp.rminrl ~11;)
pregação da comunidade, na qual Jesus está presente no Espírito (§ 50,7). A sucessão, necessária para a tradição querigmática, aqui ainda não é compreendida como um.a sucessão institucional, como em At, Past e lClem (§ 52,3), e sim. como sucessão livre, efetuada pelo Espírito. Enquanto Paulo ainda quer dirimir todas as dúvidas quanto ao fato histórico da ressurreição - contrariando de modo inconseqüente sua postura fundamental - pela enumeração de testemunhas (ICo 15.5-8, ver p. 361), João conclui suas narrativas pascais com a frase: j.l.uKáplOl ol I-J:i) lÕÓV-cEÇ KUl. lTlO-cEÚOUVTEÇ [bem-aventurados os que não viram e creram] (20.29, ver p. 489).
§ 55. O PROBLEMA DA RETA DOUTRINA E O SURGIMENTO DO CÂNON NEOTE5TAMENTÁRIO BAVER, W., Rechtgliiubigkeit und Ketzerei im iiltesten Christentum (1934), 2 a ed., 1964 Cedo rev. por e com um posfácio de G. STRECKER). - BROX, N., Art. Hãresie, RAC XIII, 1984, p. 248-297, esp. p. 255-264. - Ref. a 5: CAMPENHAVSEN, H. VON, Die Entstehung der christlichenBibel, 1968. - KA.SEMANN, E. (Ed.), Das Neue Testament als Kanon, 1970. - MERKEL, H., Die Widersprüche zwischen den Evangelien, 1971. - HAHN, F., uDie Heilige Schrift als ã1teste Tradition und als Kanon", EvTh 40 (1980), p. 456-466. - LÜHRMANN, D., uGa129 und die katholischen Briefe. Beznerktrngeri ZUTIl Kanon und zur regula fidei", ZNW 72 (1981), p. 65-87. - BEYSCHLAG, K., Grundrij3 der Dogmengeschichte I, 1982, esp. p. 149-172.
1. O cristianismo não se tornou uma religião de mistérios por-
que nele a salvação não se baseia, em primeiro lugar, no culto sacramental, que quer transmitir forças divinas por meio de elementos materiais (p. 185), t:; sim na pregação da palavra, na qual a graça de Deus, ao ser pregada, vem ao encontro do ser humano e exige sua fé pessoal. Ao relatar a atuação de Deus em Cristo, a pregação é, ao mesmo tempo, desafio dirigido ao ouvinte e, ao transmitir o conhecirn.ento do que Deus fez em Cristo, ela oferece sirn.u1taneamente ao ouvinte um novo conhecimento de si mesmo. É a E1TLYVWOL.Ç aÃ.1l8ELaç [reconhecirn.ento da verdade] que liberta de ãyvoux [ignorância] e lTÂÚV11 [engano] (p. 111s.), e na qual conhecimento e reconhecimento
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2. Esta YVWOLÇ [conhecirnento] e aoepta [sabedoria], são o conhe-
cimento da vontade divina, portanto, a capacidade de julgamento
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própria situação. Pois as exposições teológicas em Gálatas e Romanos não têm outro objetivo senão desdobrar o conhecimento dado com a fé. Paulo viu com clareza que esse conhecimento não somente é possível de desdobramento, mas que, até mesmo o exige. A iTlOnç tem que comprovar-se como iTlOTlÇ viva, que o crente consiga julgar corretamente a respeito do que se lhe exige a cada momento; porque tudo que não procede da fé é pecado (Rm 14.23). Por isso deseja a seus leitores que sua capacidade de julgar cresça e se torne cada vez mais segura (Rm 12.2; Fp 1.9s.; Fm 6; ver p. 396s.). Do mesmo modo CI 1.9s. deseja: '(va iTA11pw8íl'tE 't1lV EiTlYVu)(HV 'tOU 8EA1ÍI.1U'tOÇ ainou EV mxoll oo4llç:; KU LouvÉon iTVEUI.1U't lKiJ, rrep liTaTíloa l àç lWÇ 'tOU KUP (ou ... [que sejais aperfeiçoados no conhecimento da sua vontade em toda sabedoria e entendimento espiritual, para andar de modo digno do Senhor...] (cf, 3.10). A intercessão de 2Pe 1.3 e a admoestação correspondente em 1.5; 3.18 estão formuladas em termos semelhantes; e Barn deseja que: Ó ÕE 8Eàç... ÕWll Úl.11v oü
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determinada. Ela abandonou sua origem e se torna mera especulação ou construção racional quando não vê mais corretamente a inter-relação entre o conhecimento de Deus e seu agir e o conhecimento da situação do cristão por ela determinada. A motivação para o desenvolvimento de uma teologia cristã não estava dada somente pela necessidade de uma interpretação do querigma, e sim igualmente pelo AT assumido pela Igreja, que também carecia da interpretação. 2Pe 1.20s. mostra a perplexidade em que se encontravam os cristãos da época; chama-se a atenção dos leitores para o fato de que a profecia da Escritura não pode ser interpretada arbitrariamente. mas somente dfl' aC'orcio com ~11;1 orlO"Prrl
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do querer ético, que cada crente tem o dever de cultivar e ativar; delas distingue-se outra vvcõou; e oodiia especial, cujo objeto é o plano salvífico divino e o evento salvífico descrito nas fórmulas querigmáticas da TIa.pciõooLç [tradição]. O plano salvífico divino e sua concretização em Cristo já apareciam como um ~uo'tTÍPLOV [mistério] em Paulo (1Co 2.6s.; 15.51; Rm 11.25), quanto mais depois dele (referente a CI e Ef ver abaixo sob 3; além disso 2Ts 2.7; [Rm 16.25]; 1Tm 3.9.16; Ap 10.7; InEf 19.1; InMag 9.1; InTr 2.3). As fórmulas da na.p&õooLÇ tinham que ser interpretadas; seus conceitos e suas sentenças não eram apenas passíveis de diferentes interpretações, mas levavam necessariamente a uma continuação das reflexões, a perguntar pelas conseqüências teológicas e cristológicas, cosmológicas e antropológicas que seriam necessárias, e quais delas seriam legítimas. Aí reside a origem da teologia cristã. No decorrer do tempo, porém., era inevitável que acontecesse um confronto com o pensamento genh1.ico, com sua mitologia e filosofia e que surgisse uma teologia que por fim se tornou urna espécie de filosofia cristã entre os apologetas. Também essa YVWOLÇ tem sua origem na fé, ainda que não seja algo que todos os crentes tivessem que desenvolver autonomamente. Ela é um carisma especial que nem todos recebem (lCo 12.8). Mas quem a possui tem o dever de compartilhá-lo com. outros, e estes têm o dever de lhe dar ouvidos; Paulo pode inclusive desejar que todos a alcancem (Ef 1.17). Também essa YVWOLÇ tem finalidade prática, visto que à sua luz se torna clara a situação do cristão e nela ele aprende a compreender a si rn.esmo. Asstrn as explanações teológicas de Gálatas e Rorn.anos ensinam a compreender a liberdade da existência cristã em relação à lei e aos poderes do mundo, ocorrendo o rn.esmo com. as de Colossenses. A compreensão de EÀEUSEp ía. [liberdade] e Ef;ouoía. [autoridade] tem. por conseqüência determinado comportamento. Isso mostra a discussão de Paulo com os adversários de m.atiz gnóstico em Corinto. A pergunta decisiva para o desenvolvimento da teologia é até que ponto ela se restringe ao desdobramento do conhecimento contido na fé, e isso significa, até que ponto ela é a explicação do querigma e da existência cristã por ele
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PROBLEMA DA RETA DOUTRINA E O SURGIMENTO DO CÂNOr\] NEOTESTAMENTÁRIO
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por intermédio do qual Hb e Barn, bem. COlTIO, rnais tarde, Justino cc: 11 'J.f'I ~rlrI"~"'~"" r. rnnhprllrlf:lonto_ t;l1"béTll é errroresrado ocasio-
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pneumática. Sobre a quantidade das possibilidades e tentativas de interpretação, provocada sobretudo pela lei no AT já falamos no § 11. Aqui ainda resta apontar com brevidade a importância que a interpretação do AT tinha para o desenvolvimento de uma teologia cristã. Pois não se dava apenas o caso em que a Igreja tinha que superar as dificuldades que o AT oferecia, mas o A T podia servir de fonte para a YVWOl,Ç cristã, se seus mistérios eram interpretados pelo método alegórico. Um mistério nesse sentido é para o autor de Ef a palavra de Gn 2.24, que ele interpreta como referência à união de Cristo com a Igreja (5.31s.). O autor de Hb (§ 11 certamente está orgulhoso do que ele pode oferecer a seus leitores em termos de conhecimento. Por meio da complicada introdução retórica de sua interpretação do culto veterotestamentário e de sua teoria do sumo sacerdócio de Cristo, ele deixa expressamente claro a seus leitores que seu conhecimento excede o nível de um cristianismo primitivo (5.11-6.12). Enquanto para ele os termos YVWalÇ [conhecimento] e Oü
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DOUTRINA
da paradoxal oooí« [sabedoria] da pregação da cruz, uma oodií« acessível somente aos TÉÀELOL [perfeitos], e que penetra nas profundezas da divindade OCo 2.6ss.; ver p. 236 e 397ss.). Ela certamente não é um produto do pensamento racional, como, aliás, Paulo a atribui à revelação do Espírito (2.10); e em última análise ela também desemboca no conhecimento do presente de Deus e da situação do crente (2.12; p. 399). Está claro, porém, que nessa sabedoria estão atuantes fantasia e pensamento especulativo bem como os elementos apocalípticos e da tradição mitológica. Pois desta sabedoria também faz parte o mitologema segundo o qual os príncipes deste mundo f ......r;:lTn l111r1-ir1nc.
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nalm.ente por 1Clem. (§ 11,2d), enquanto, em. geral, ele usa o AT com.o livro-modelo para a ética. Mas tarnbérn ele denomina sua arte de interpretação uma YVWOLÇ (40.1: EYKEKU
11
3 .. A YVW(JLç cristã que nasce dos motivos expostos, nos conduz diretam.ente ao problem.a da reta doutrina. Já Paulo conhecera, além.
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firmes na fé ortodoxa (InEsITl 1.1). Os falsos rriestr-es em. Tiatira, corif-r::l nc;: .....,,::l;c;: ..,nlpn"';'7::1 A..,
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p. 230). Decerto baseia nesta tradição também a concepção da queda e da libertação da criação, à qual alude Rm 8.20ss., e com certeza, mistérios como o J_woníPLov escatológico de 1Co 15.51ss., enquanto o fluonípLov histórico-salvífico de Rm 11.25ss. tem sua origem na fantasia especulativa. O próprio Paulo já se encontra sob a influência do pensamento gnóstico (§ 15,4); sua correspondência com a comunidade de Corin.. . to deixa entrever que no jovem cristianismo existiam círculos que sucumbiram a tal ponto a essa influência que a mensagem cristã era esvaziada ou pervertida. São aqueles membros de comunidades que se gloriam de sua oo
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O método representado pelas Past podia ter sucesso somente em círculos restritos; pois era impossível exterminar a busca de conhecimento; e acaso ele não era legítima como tal? Em todo caso, ela encontra sua expressão em Colossenses e Efésios na continuidade dos motivos paulinos, em Colossenses na controvérsia com "falsos mestres", em Efésios no desdobramento polêmico do conhecimento cristão. Colossenses adverte contra a
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conhecimento dos J3aSÉu -rOU ~u"tUva [profundezas de Satanás] (ou, se isso é 'urna perversão de sua afirm.ação: "tOU SEou [de Deus], 2.24). Tarnbérn Colossenses, as Past, Judas e 2 Pedro lutam. contra um. cristiarrisrno de rnatiz gnóstico. Urna das maneiras de se enfrentar este perigo era rejeitar por princípio tal anseio por conhecimento. Essa é a voz que se ouve nas Pasto Aqui a "Itereaia" não é combatida por meio de argtrmerrtos. rnas se rejeita qualquer discussão com. ela corno a tVEUÕWVUI-L0ç YVWOl.ç [falsam.ente denornínado corihecirnento] (1 Tm 6.20). O destinatário é instruído no sentido de ordenar: 1-L1l E"tEPOÕl.ÕUOKUAELV I-LTJÕE lTpOOÉXElV I-LÚSOlÇ KUL YEVEIXVOÂOYLUlÇ &:TTEpáv-rol.ç, UYTlVEÇ EK(l1TTÍoElÇ lTUpÉXOUOl.V
11
(v. l. OL-KOÕOI-LT,v) SEOU TT,V EV lTLO-rEl [não ensinar outra doutrina nem. ater-se a m.itos e genealogias internl.ináveis, que antes levam. a controvérsias do que o projeto (variante: edificação) de Deus, que está na fé] (1 Trn 1.3s.; cf. 4.7; 6.20). Ou então é exortado: Tàç õE I-Lwpàç KaL &:nal.ÕEú-roUÇ (l1TTÍaE lÇ lTUPUl-rou, EL-ÕWÇ o-rl. YEVVWOlV l-LáXaç [evita as controvérsias tolas e fúteis, sabendo que geram. brigas] (2Tm. 2.23; cf. 2.16; Tt 3.9). Os cristãos devem. observar os ÀóyOl. Tf]Ç nLo-rEwç K(Ú Tf]Ç KUÂf]Ç õlõaoKaÂLaç [palavras da fé e do bom ensino], os ÚYlUlVOVTEÇ AÓYOl [palavras sãs] do KÚplOÇ [Senhor], a úYlaLvouolX Õl.ÕaoKaÂLa [sã doutrina] (LTm 4.6; 6.3; Tt 1.9, etc.). Analogam.ente At 20.29s. não entra em discussão com. os "falsos mestres", e sim. se satisfaz COIn caracterizá-los corno &VÕpEÇ ÁaÁouv-rEÇ Õl.EOTpaI-LI-LÉvu [horneris falando coisas distorcidas]. De m.odo ainda mais sum.ário procede Judas e depois dele 2 Pedro, sendo que tarribérn aqui não se fala de urna confutação da ul:teresia" por m.eio de argumentos, mas esta é colocada sob a acusação de perversão m.oral e vida im.oral. Mas tam.bém. 1 João não entra ern discussão teológica com. os "falsos mestres", a exem.plo de Paulo, rnas simplesmente contrapõe a esses""anticristos" a sentença da verdadeira hum.anidade do Filho de Deus. Ele, todavia, oferece UIna refutação na modicla em. que m.ostra com. clareza o sentido existencial da fé, evidenciando a unidade de indicativo e iInperativo, de fé e amor (p. 515-517), enquanto Inácio fica entalado na polêlTIica dogm.ática. f.UXÂÀov
§ 55.
OL-KOvOI-LLav
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6.19). Do que ele escreve os leitores deveIn reconhecer qual a kiJ 'T"/:''''
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Embora o autor não entre numa discussão verdadeira no estilo de um diálogo argumentativo e deixe entrever a opinião contrária apenas de rriocío indireto, não obstante lhe contrapõe sua opinião sobre o terna em. discussão - a relação de Cristo com. os poderes angelicais ou com os poderes cósmicos - e. está convicto de que em Cristo estão 1TlXV'tEÇ ol, 811oauPOL 'tf}ç OO
112
Naturalmente não se está pensando na filosofia grega, mas na especulação gnóstica. E. KÁSEMANN, "Eirie christliche Taufliturgie", in: F5 für R. Bultmann, 1949, p. 133-148.
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DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
[evangelho diferente], ao tentarem i:rnpor aos gentios convertidos o jugo da lei (GI 1.6-9). Do m.esm.o modo, ele luta contra os que negam a ressurreição em Corinto (lCo 15) e contra os pregadores de tendência gnóstica, que pregam um &ÂÀoç 'Inooüç [outro Jesus] (2Co 11.4). Como continuam. as lutas contra a gnose foi mostrado anteriorm.ente (sob 3). É compreensível que nessas lutas tricrt u; [fé} adquira tanto o sentido de fides quae creditur, no sentido da reta doutrina (p. 136), como também que triat iç preserve o sentido de fides qua creditur, podendo significar a verdadeira fé. Um ou outro desses significados deven ............................. ~.....:I
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ele possui (3.4), e corno ele pode: EillYYEÂloaoSaL 'tO aVEçLXVlaO'tov lTÂofuoç 'tOU XpLO'tOU Kal
ção no seu corihecimento... para que vós saibais qual é a esperança da sua vocação, etc.] (1.17-19); que os leitores se torrtern capazes de com.preender 'tL 'to lTÀá:roç Ka1. IJ.TlKOÇ KU1. ü$oç Kal (3á8oç [qual a largura, o cornprfmerrto, a altura e a profundidade], e de conhecer 'tnv ÚlTEp~ÂÂouoav 'tílç YVWOEWÇ &yálTTlV 'tou XpLO'tOU [o arnor de Cristo que excede todo conhecimento] (3.18s.). Também ele descreve, a exemplo de Colossenses (e provavelmente recorrendo a ele), a dignidade e a obra de Cristo na term.inologia cosrnológica da gnose (1.10,20-22; 2.14-16). Seu terna naturalm.ente não é a reconciliação cósmica, e sim. a unidade da Igreja e da relação de Cristo COITl ela (2.11-23; 4.1-16; cf. 5.29-32). E nisso ele dispõe de sabedoria especial na interpretação das Escrituras, extraindo do SI 68.19 a descida de Cristo à terra e sua vitoriosa ascensão (4.8-10) e aplicando o grande IJ.UO'tlÍPLov de Gn 2.24 a Cristo e à EKKÀlloLa (5.31s.). 4. Inicialmente a variedade dos interesses e pensam.entos teológicos é grande. Falta ainda urn critério ou urna instância doutrinária autoritativa, e correntes, que m.ais tarde foram excluídas com.o heréticas, têm plena consciência de serem. cristãs - corno justamente a gnose cristã (§ 15,3). No início se encontra o conceito da fé que distingue a cornunidade cristã de judeus e gentios Cp. 135s.), não o conceito da ortodoxia, que, com. ern correlato, o conceito da heresia, nasce das diferenças que surgem. no seio das com.unidades cristãs. No que diz respeito ao conteúdo, isso acontece m.uito cedo e já Paulo arnalcliçoa os judaístas, que trazern 'u m E'tEpOV EuayyÉÂLoV
§ 55.
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PROBLEMA DA RETA DOUTRINA E O SURGIMENTO DO CÂNON NEOTESTAMENTÁRIO
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lTupaõo8Eloa 'toiç áYLOLÇ lTLO'tLÇ [fé de urna vez por todas confiada aos c<:lI't"'Il4-ru:::!l fT..-1 ':l ...... ,f 1..-1 on- -ri lv'\lI(.,'T"~'T"'Y'I 1TirT'T"lr r;:l fp ~;:lntí~~;n1;:ll' C111;:lntO;)
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ou TÍO"L"ÓXll0UV [naufragaram na fé ou se desviaram da fé] (lTm 1.19; 6.21), (lTm 1.19; 6.21), que são àÕÓKLIJOL nEpl tl,v nLonv [reprovados na fé] (2Tm 3.8), ou quando, numa pretensa visão do futuro, é dito a respeito dos falsos mestres: ànoo"L"1ÍoOV"L"UL "L"LVEÇ "L"ftç nLO"L"EWç [alguns apostatarão da fé] (lTm 4.1). Em todo caso, tem-se em vista a reta doutrina quando o verdadeiro servo de Cristo é caracterizado como EV"L"pEQJÓIJEVOÇ "L"OLÇ ÀÓYOLÇ "L"ftç 1TLO"L"EWÇ KUl "L"ftç KUAftÇ ÕLÕUOKUÀLUÇ [alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina] (hendíadis, 1Tm 4.6), a verdadeira fé quando se diz a respeito dos falsos mestres: àvu"L"pÉnouoLv "L"1Ív "L"LVWV nLonv [desvirtuaram a fé de alguns] (2Tm 2.18). Em Tt 1.13; 2.2 ocorre a expressão ÚYLULVELV "L"fl nLO"L"EL [ser são na fé], o que evidentemente tem o sentido de "ser ortodoxo"; e assim as Past também encontraram um termo fixo para a reta doutrina: lÍ ÚYLCx.lVOUOU ÕLÕUOKUÀLU [a sã doutrina] (1 Tm 1.10; 2Tm 4.3; Tt 1.9; 2.1; cf. ÚYLl,Ç AÓYOÇ [a sã palavra] em Tt 2.9; ÚYLULVOV"L"EÇ AÓYOL [sãs palavras] em 1Tm 6.3; 2Tm 1.13). Também em Ef 4.5 EA1TLÇ [esperança] tem o sentido de "reta doutrina", embora na patética frase: EtÇ KÚpLOÇ, IJLU nLonç, EV f3án"L"LOlJu K"L"A. [um Senhor, uma fé, um batismo, etc.], nLO"L"Lç [fé] tenha de início, evidentemente, o sentido de confissão de fé no sentido daquele ÓIJOAOYELV [confessar] que acontece no batismo, do qual fala Rm 10.9. No entanto o IJLU [uma] mostra que também se tem em vista tanto o contraste com outros KÚPLOL [senhores] quanto outras confissões de fé, e que também está incluída aí a idéia da correta confissão de fé. Isso significa o mesmo que a lOÓ"L"LIJOÇ nLO"L"Lç [fé equivalente], que o "Pedro" de 2Pe 1.1 e seus leitores receberam de igual modo. A reta doutrina é, em todo caso, a anui; EVUUÚYTJOUV
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o DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
designa inicialmente uma escola (At 5.17: n3v LUÕÕOUKULWV [dos saduceus]: 15.4: n3v
[confiada] ver § 54,1). Em Rm 10.9, Ój.lO).,0YELV [confessar] significa professar o credo batismal, sem que já se pense na verdadeira confissão em. oposição à heresia. Neste sentido tam.bém se fala da Óf-L0AOYLCX [confissão] em Hb 3.1; 4.14; 10.23; aqui todavia como exortação a permanecer na confissão em. contraposição à lassidão ou ao tem.or. Esse sentido Óf-L0AOYELV já tem. como confissão de Jesus em. Mt 10.32 e depois também. em. jo 9.22; 12.42; Herm sim IX 28.4,7 (aqui também. Ó~OÂ-ÓY110LÇ). Em contrapartida, a KcxÂ-ll Óf-L0AoYLa [boa confissão] de 1Tm 6.12 é a reta confissão em. contraposição à heresia, e no mesmo sentido Ó~OÂ-OYELV é usado muitas vezes (Ljo 2.23; 4.2: 'Inooõv XPLOTOV EV oupx], EAl1Â-USÓ'CCX [que Jesus Cristo veio em carne]; 4.3,15: Õ'CL 'I1100ÜÇ EO'CLV Ó ulõc 'Cal> SEOU [que Jesus é o Filho de Deus]; 2}0 7; InEsm 5.2: au-ràv acxpKoQ>ópOV [que ele porta a carne]; 7.1; PolFil 7.1). Assim forma-se uma terminologia para designar a ortodoxia. Faltam. ainda compostos com 6pSóç [reto]; pois o 6p80TIOÕELV rrpõç 'Cllv àATÍ8ELav -rOU EUaYYEALOU [andar retam.ente conforme a verdade do evangelho] (G12.14) é uma expressão puramente metafórica, igualmente o 6p8o'COj..LElV roi> Â-óYov 't"ílç àÂ-118EtaÇ bnanejar corretamente a palavra da verdade] de 2Tm. 2.15. Na época apostólica e pós-apostólica ainda não ocorrem as palavras do uso lingüístico da filosofia ópüóôoêoc, 6p8oÕo~ta, 6p80õO~ELV [ortodoxo, ortodoxia, ser ortodoxo], como aliás também õóy!J.a [dogma] ainda é usado somente no sentido geral de "prescrrção", "preceito", "instrução" (InMag 13.1; Did 11.3; Barn 1.6; 9.7; 10.1,9s.)113. Para designar a heresia oferecem-se inicialmente expressões corno E'CEpoõLõaoKaAELv [ensinar de forma diferente] (TTrn 1.3; 6.3; InPol 3.1; cf. GI 1.6; 2Co 11.4), E'CEPOÕOÇElV [ter opinião diferente] (InEsm 6.2), E't"EpOÕOÇLCX [opinião diferente] (InMag 8.1); além disso, compostos com tVEUÕ como tVEuÕOTIPOepr)'t"l1Ç [falso profeta] (lJo 4.1), WEUÕOÕLOOOKCXAOÇ [falso mestre] (2Pe 2.1), WEUÕOÕLÕcxoKuÂ-ta [falsa doutrina] (PolFil 7.2), WEUÕOÂ-Óyoç [falsa palavra] (1Trn 4.2). A"tPEOLÇ [heresia] TICXpaÕOSELoa
113
Cf. os artigos UDogma" de p.1-24.
§ 55. O
RANFT
e de
PROBLEMA DA RETA DOUTRINA E
o
FASCHER,
in: RAC III, P: 1957-1260 e IV,
SURGIMENTO DO CÂNON NEOTE5TAMENTÁRIO
583
as influências das religiões de mistérios, esp. da gnose, se tornaram efetivas. A gnose cristã não é o resultado de uma expectativa frustrada da parusia;
W. BAUER mostrou que a doutrina que, por fim, se impôs na Igreja antiga como a "reta", encontra-se no fim do desenvolvimento ou é o resultado de trrna luta entre diferentes opiniões doutrinárias. Mostrou também que a heresia não é, como acha a tradição eclesiástica, uma apostasia, uma degeneração, mas que já existe desde o início ou que, pela vitória de determinada doutrina como a "reta", as doutrinas discrepantes foram condenadas como heresia. Comisso W. Bauer também tornou verossímil que nesta controvérsia a comunidade de Roma desempenhou papel decisivo. - Depois dele, no entanto independente dele, M. WERNER (op. cit., esp. p. 126-138) defendeu tese semelhante, ao compreender a heresia como sintoma da grande crise da era pósapostólica, que consiste no fato de que, em conseqüência da demora da parusia, teria surgido um caos de opiniões doutrinárias. Visto que se quis permanecer fiel à tradição, havendo, porém, a necessidade de reinterpretá-la, teria sido provocado uma grande quantidade de tentativas de reorientação. "Por meio do constante adiamento da parusia quebra-se a lógica interna, a dominante coesão de sentido da doutrina apostólico-paulina de Cristo e da redenção, e com isso os diferentes artigos de fé e conceitos perdem sua univocidade" (p, 131s.). Originalmente, todas as tentativas de reorientação são "heresias", o que era o caso também do cristianismo grão-eclesiástico que finalmente se impôs; a grande Igreja é apenas a heresia mais bem sucedida. Evidentemente foi amplamente superestimado aí o efeito da demora da parusia. Embora se possa admitir que a demora da parusia foi um motivo para a formação de heresias, em todos os casos constitui apenas um motivo entre outros. Sim, esta demora deveria ser considerada uma conditio sine qua non, como um motivo no sentido positivo. Pois a diferenciação de opiniões doutrinárias não surge apenas na era pós-apostólica, e sim já está presente no tempo de Paulo, que se vê compelido a lutar contra "hereges" na Galácia, em Corinto e outras partes. Os temas de heresias posteriores já estão presentes em parte no cristianismo helenista da era apostólica, quando a mensagem cristã havia penetrado, desde o solo da pátria palestina, no mundo do helenismo e
,H IIIII!
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DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
apóstolos, Pedro ou Paulo, por exemplo (cf., p. ex., InRom 4.3), não como a pessoas de cunho individual e importantes, e sim como autoridades insofismáveis, cujas diferenças individuais não importam. A autoridade apostólica é, em última análise, a autoridade do colégio dos doze, ao qual somente Paulo é considerado equiparado; é característico o fato de que o primeiro compêndio de ética e ordem da comunidade é colocado sob o título ~lõax~ n~v ÕWÔEKlX &1TOO'tÓÀwv [Didaquê dos doze apóstolos]. Como, porém, se apresentava concretamente essa autoridade apostólica, depois que os doze e Paulo haviam falecido? Não podia
antes acontece o inverso, como mostram as Epístolas aos Coríntios: a rejeição da escatologia realista é uma conseqüência do pensamento gnóstico que começa a penetrar nas comunidades cristãs.
5. Em face das diferenças das doutrinas e da controvérsia entre elas, teve que surgir riecesaariarnerrte a pergunta pela autoridade fundamentadora da "reta" doutrina. Mas a quem reportar-se para fundamentar as respectivas opiniões pessoais? Acaso ao próprio kYrios? Reportar-se a uma revelação concedida diretamente pelo Senhor ou pelo Espírito somente podia tornar o problema ainda mais delicado e aumentar o embaraço. Nessa situação somente ditos do Senhor podiam ter a pretensão de autoridade, cuja confiabilidade como ditos do Jesus histórico ou do Jesus ressurreto podia ser considerada garantida; isso, porém, significa: as autoridades efetivas somente podiam ser as pessoas portadoras de uma tradição confiável, portanto, em primeiro lugar, os apóstolos. Se Serapião (ca, 200) diz: Aceitamos os apóstolos como o Senhor", ele apenas expressa o que era óbvio há muito. No conceito de apóstolo há muito o momento da tradição se tornara o elemento determinante (§ 52,3). Segundo At 2.42, a comunidade primitiva se atém à ÕLÕ
§ 55.
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PROBLEMA DA RETA DOUTRINA E O SURGIMENTO DO CÂNON NEOTESTAMENTÁRIO
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ifexpáõoo LÇ oral era desacreditada pelos gnósticos e degenerava cada - - - - --- -~-
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dos apóstolos teriam chegado ao presente. Sem dúvida, inicialmente ainda era possível mencionar discípulos dos apóstolos e os chamados anciãos", que ainda haviam convivido com seus discípulos - real ou pretensamente - (Pápias, Clemente Alexandrino); no entanto isso era algo inseguro. Isso já se evidencia justamente na luta contra a gnose; pois também essa se apóia em tradição oral, na &1ToaToAlK~ TIapáÕOOlç llv EK ÕllxÕOX'flÇ Kat lÍlJ.Elç TIapElA1Í~aIJ.EV [tradição apostólica que, pela sucessão, também nós recebemos] (Ptolomeu, ad Floram 10.5). E é justamente a gnose que torna a TIapáÕOalç [tradição] oral suspeita. Aqui porém havia uma solução quando se podia mencionar pessoas como portadoras autorizadas da tradição; e isso era possível: essas pessoas eram os funcionários das comunidades, os bispos, a respeito dos quais se tinha convicção de que sua investidura remontava aos apóstolos Cp. 546s.). Eles representam a õlaõoxtÍ [sucessão] legítima 114. O discurso de "Paulo" aos presbíteros de Éfeso (At 20.1855.) e também as Past e Inácio mostram a importância que o cargo da comunidade como portador e garante da tradição apostólica adquire na luta pela reta doutrina; mas sua importância foi assegurada definitivamente só com a consolidação do episcopado monárquico. A autoridade apostólica, porém, continua igualmente na tradição literária, cujo peso tinha que aumentar na medida em que a U
114
Esse termo aparece só a partir de Hegésipo (EUSÉBIO, Historia ecc1esiastica IV 22,3) e de Ireneu I 27.1. No entanto, õw;õÉXE08cn nesse sentido já ocorre em lClem 44.2.
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DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
As questões principais, que não nos cabe responder aqui, são as seguintes: como se chegou à inclusão de quatro evangelhos no cânone e por que as tentativas de reduzir a pluralidade à singularidade ou pelo reconhecimento de um só (Lucas por Marcião, Mateus pelos ebionitas) ou pela produção de uma harmonia dos evangelhos (Taciano) não vingaram? Como se procedeu na delimitação da parte apostólica e por que escritos controvertidos como Hebreus e Apocalipse acabaram sendo reconhecidos como canônicos, enquanto outros, como lClem, Barn e Herm foram excluídos? Que peso tinha nessas decisões a familiaridade das comunidades com determinados escritos? Até que ponto foram decisivas razões objetivas? - Como aconteceu na exclusão do Evangelho segundo Pedro, a respeito do qual o bispo Serapião constatou que deveria ser condenado como gnóstico.
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a tos apócrifos. Por volta da metade do século II, ditos do Senhor em tradição escrita já eram considerados YPcxQ>1Í [Escritura] (2Clem 2.4); [ustíno comprova a leitura de evangelhos nos cultos (JustApol I 67). O Livro do Apocalipse pressupõe que ele seja lido perante a corrrunidade (1.3). Mas a leitura das epístolas paulinas em cultos era costumeira há muito; já muito cedo as com.unidades às quais eram dirigidas, as intercambiavam., e já bastante cedo devem ter existido coleções das epístolas paulinas. 1Clem 47 remete seus leitores a Paulo e a sua Primeira Epístola aos Coríntios. Para Inácio, Paulo naturalmente é autoridade, como o era para Policarpo. Tg 2.14-26; 2Pe 3.15s. testificam que suas epístolas eram muito lidas. Também se deve à literatura apostólica o fato de que Paulo, embora não pertencesse ao círculo dos doze, fosse considerado apóstolo e por fim. à]Tóo-roÂ.oç [o apóstolo}, Em suas epístolas autênticas, a comunidade possuía realmente escritos apostólicos, e o quanto ela necessitava deles mostrao a literatura deuteropaulina, que era posta sob seu nome: 2 Tessalonicenses, Colossenses e Efésios, bem como as Past, mas igualmente escritos aos quais se apunha o nome de outros apóstolos, quer sejam publicados sob esses pseudônimos, como as Epístolas de Pedro e Judas, aos quais naturalmente podia ser equiparado Tiago, como sendo da autoria do irmão do Senhor -, quer tenham sido tais escritos eram atribuídos a apóstolos a posteriori, como as Epístolas de João e a aos Hebreus, originalmente anônimas, e o Livro do Apocalipse, cujo autor levou o nome de João. Claro que então também os evangelhos em uso nas comunidades tiveram que ser atribuídos a apóstolos (Mt, jo) ou a discípulos de apóstolos (Me, Lc), e com isso também o Livro de Atos. A tendência aí atuante é comprovada por fim. pelo fato de que pôde ser escrita um.a ~l.ôcxXil 't"WV ÔWÔEKU àiToo't"óÂ.wv [Didaquê dos doze apóstolos]. Porém, o p'roblerna então era a seleção, dentre a crescente produção literária, daqueles escritos que podialll ser considerados apostólicos. O processo histórico tinha que levar à formação de um novo cânone que se agregou ao cânone do Antigo Testamento. Os diferentes estágios desse processo não podem ser descritos no âmbito de uma Teologia do NT. ó
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TEMAS E TIPOS
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ternas contidos nos escritos canônicos. Por isto é pertinente a con~1 ........ ;:::;: .......... "r-\ ""~~r>.~
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Essencial na constatação do que deve ser considerado tradição apostólica autoritativa para a Igreja foi a atuação conjunta do episcopado e o peso da tradição escrita. Por fim o assunto foi decidido pela autoridade episcopal quando, para a Igreja grega, a 39 il Carta Pascal de Atanásio (367) fixou o volume do NT definitivamente em 27 escritos e quando no Ocidente essa decisão foi reconhecida pelo papa Inocêncio I (405). A unidade da doutrina foi garantida pelo cânone e não por uma dogmática normativa. Isso, porém, significa: essa unidade é apenas uma unidade relativa. Isso naturalmente não pôde ser modificado pelo fato de existirem formulações tradicionais de confissões que, ao lado do cânone, contribuíram para a garantia da unidade da doutrina (CULLMANN). Porque na verdade o cânon reflete uma multiplicidade de concepções da fé cristã ou de seu objeto. Por isso a unidade interior se torna questionável; em todo caso ela não se manifesta na uniformidade de sentenças formuladas dogmaticamente. Ao lado dos sinóticos, que já mostram diferenças entre si, encontra-se João, e ao lado do conjunto dos evangelhos encontra-se Paulo; ao lado dele, por sua vez, Hb, por outro lado Tiago! As variações não precisam ser percebidas como contrastes e inicialmente também foram sentidas como tais somente em casos extremos, como, p. ex., referente à pergunta se Hebreus e Apocalipse devem integrar o cânone. No decorrer da história, porém, era forçoso que as diferenças se revelassem como contrastes; e se, afinal, as diferentes confissões cristãs e as seitas todas se reportam ao cânon, isso somente é possível porque em cada uma delas se tornou dominante um dos diversos
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Deve-se à influência das epístolas paulinas - pelo menos em grande parte - a importância predominante que a forma de epístola desempenha na literatura da cristandade antiga. Escrevem-se epístolas não somente de acordo com o modelo de Paulo (esp. Inácio), mas também sob seu nome, de modo que se pode falar de uma escola paulina, à qual pertencem 2 Tessalonicenses, Colossenses e Efésios e, com alguma distância, as Past (ver p. 584s.). Mas também cabe aqui 1 Pedro, que não foi colocada sob o nome de Paulo, enquanto as demais epístolas católicas" não revelam a influência da teologia paulina; apenas mostram que a forma epistolar se havia tornado U
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TEMAS E TIPOS
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Barn (18-20). Enquanto nos escritos mencionados se reflete sobretudo a tradição homilética e parenética da sinagoga, em Hebreus e Barn 1-17 se faz sentir, ao lado desta, a tradição da teologia literária judaico-helenista, a tradição de sua exegese alegórica (§ 11,2b+c). De modo um pouco diferente, a erudição escriturística exerce sua influência em Mateus em sua demonstração do cumprimento das profecias e em seu conceito de Jesus como do portador da Torá messiânica (p. 567). Sobretudo teve grande influência a literatura apocalíptica do judaísmo. Ela pode ser percebida não apenas em toda a literatura epistolar do NT e não levou somente à inserção de tradição apocalíptica em Me 13 e Did 16, mas também teve por conseqüência a redação de um escrito apocalíptico cristão: o de João, no qual, aliás, também se aproveitou tradição judaica mais antiga. Também Herm tem a pretensão de ser apocalipse porém, a forma apocalíptica é essencialmente o enredo para as exposições parenéticas. Essa influência revela-se, além disso, na absorção de apocalipses judaicos pelo cristianismo, os quais foram transmitidos à posteridade depois de intervenções redacionais mais ou menos incisivas. Um caso especial constitui o Apocalipse de Pedro; ele foi influenciado pela tradição judaica por uma escatologia oriental, que penetrou no helenismo gentílico, com suas representações sobre o além e especialmente sobre o inferno. 3. Em parte via sinagoga, em parte diretamente, também se faz sentir a influência da filosofia popular helenista, da diatribe, com sua teologia natural e parênese ética, como acontece já em Paulo (p. 116s.). Essa influência transparece sobretudo no discurso de "Paulo" no Areópago (At 17.22-29) e na parênese das Past, mas também em Tiago, especialmente em 3.1-12, e em maior escala em lClem. Essa influência alcança seu efeito pleno mais tarde nos apologetas e na chamada Epístola de Diogneto. 4. Por fim, também a tradição da mitologia e conceitualidade gnósticas, presentes já em Paulo e João, continuaram a exercer sua influência, não somente porque se encontra com freqüência a terminologia do dualismo gnóstico e de sua parênese (p. 228s.; 230) nem
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DOUTRINA
apenas pelo fato de ocorrerem, como em Apocalipse e Herm, diversos elementos da mitologia gnóstica, mas sobretudo pelo fato de que elementos centrais da cristologia, edesiologia e escatologia foram elaborados em terminologia gnóstica, como em Colossenses, Efésios e em Inácio. Influência gnóstica esteve atuante, além disso, especialmente na produção de evangelhos e atos dos apóstolos apócrifos. A inicialmente o limite entre esta literatura e aquela que foi condenada como herética pela corrente que se tornou dominante é fluida, e demorou algum tempo, até que os evangelhos e atos dos apóstolos apócrifos, nos quais se espraiou a fantasia gnóstica, fossem excluídos.
§ 57. TEOLOGIA E COSMOLOGIA M., Die Geisterweit im Glauben des Paulus, 1909. - BULTMANN, R., "Bekenntnis- und Liedfragmente im ersten Petrusbrief" (1947), in: ID., Exegetica, 1967, p. 285-297. - LINDE5KOG, G., Studien zum neutestamentlichen Schõpjungsgedanken 1, 1952. - HEGERMANN, H., Die Vcrstellung vom Schõpfungsmittler im hellenistischen [udenium und Urchristentum, 1961. - ERN5T, J., Die eschatologischen Gegenspieler in den Schriften des Neuen Testaments, 1967. - VÕGTLE, A., Das Neue Testament und die Zukunft des Kosmos, 1970. LÀHNEMANN, J., Der Kolosserbrief. .., 1971. - STECK, O. H., Welt und Umwelt, 1978, esp. p. 173-225. DIBELIU5,
Observação preliminar É característico que o pensamento teológico, inclusive na era pós-apostólica, não se orienta pela busca de um sistema dogmático, mas é determinado por motivos concretos. Em conseqüência disso, muitos temas que eram importantes numa época posterior não entram na esfera da reflexão, e muitos pensamentos tomados da tradição, por serem pressupostos indiscutíveis, não são explicados expressamente. Por isso também não faria sentido oferecer um panorama dos pensamentos teológicos do NT na forma de uma dogmática, estruturada, por exemplo, segundo os Zoei tradicionais. Os temas se entrelaçam. Visto que praticamente todos são tangidos
§ 57.
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no tema central da cristologia que os pensamentos cristológicos não são desenvolvidos como livre especulação, e sim no interesse da soteriologia, deverá ser mais correto oferecer a exposição essencialmente como cristologia e soteriologia. Como, porém, no fundo de todos os pensamentos se encontra a fé em Deus, é recomendável antecipar uma exposição da teologia no sentido restrito. Além disso, nem a teologia nem. a cristologia são desenvolvidas especulativamente; antes fala-se de Deus somente em sua relação com o mundo; por isso, o primeiro tema terá que ser o da teologia e da cosmologia. O entrelaçamento dos temas se expressará no fato de que teologia e cosmologia não podem ser expostas sem tomar em consideração determinados pensamentos cristológicos. Se aqui e no que se segue recorremos abundantemente à chamada literatura dos pais apostólicos, o interesse não é o de traçar o desenvolvimento histórico como tal, e sim evidenciar, com vistas a ela, os elementos da forma do pensamento neotestamentário e de sua problemática interna. Quanto mais abrangente por nossa visão do desenvolvimento, tanto mais luz recai sobre o NT. 1. Certamente se acentua sempre de novo frente ao politeísmo gentílico que somente um é Deus Cp. 112s.); mas ainda não havia a necessidade de demonstrar à dúvida cética ou ao ateísmo que este Deus existia. No todo reina no discurso a respeito de Deus a tradição judaica veterotestamentária: Deus é o criador e Senhor do mundo; ele é o Juiz, perante cujo tribunal toda pessoa deverá responsabilizar-se um dia (p. 114 e 119-121), mas também é o Pai de Jesus Cristo. Assim ele é glorificado em hinos procedentes do culto cristão ou compostos segundo o modelo de hinos cúlticos (Ap 4.8,11; 5.13; 15.3s.; Herm vis 3.4; cf. 1Clem 33.2s.). Hinos escatológicos que decantam antecipadamente o feito salvífico de Deus encontram-se na base de Lc 1.46-55, 67-79, e talvez também de Ap 11.15,17s. Além disso, utilizam-se, como já o fez Paulo, pensamentos da teologia natural do estoicismo, a fim de descrever a origem do mundo em Deus e seu regime mundial (p. 115). Ambos os elementos encontram-se juntos, corno no discurso no Areópago (At 17.24-29), assim, p. ex., em 1Clem 33.3. Jamais se desenvolve a teologia natural como tal, por exemplo, no interesse de uma teodi-
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cela; seus pensamentos sempre são aproveitados apenas ocasionalmente. Assim o recurso à ÔLOLK110LÇ [habitação] divina em lClem 20 está a serviço da exortação à paz e concórdia, e em 1Clem 24 a referência à TIPÓVOUX [providência] de Deus, que se manifesta no ritmo regular da natureza, serve para fundamentar a fé na ressurreição. Não se sente a necessidade de uma teodicéia; pois frente ao problema do sofrimento sempre é possível uma resposta dupla. Pode-se compreendê-lo, inteiramente no sentido da tradição judaica veterotestamentária, como castigo pelo pecado e, com isso, como um meio disciplinar de Deus (Hb 12.4-11; Herm sim VI 3-5; VII) ou como provação (Tg 1.2s.; lPe 1.6s.; 2Clem 19.3s.). Pode-se atribuir todos os males a Satã e aos demônios ou a poderes cósmicos demoníacos e também se pode associar a isso a idéia da provação - do TTE ~p«al-lóç escatológico - (p. ex., Ap 2.10; 3.10). Os sofrimentos, em especial os sofrimentos da perseguição (Apocalipse e 1 Pedro), são as provações do tempo derradeiro, nos quais a fé tem que comprovar-se; eles são de curta duração, e assim podem servir justamente para fortalecer a fé (lPe 1.6s.; 4.12-19s.; 5.10; Did 16.5). A isso pode associar-se o pensamento especificamente cristão de que o sofrimento conduz à comunhão com Cristo (lPe 2.20s.; 4.13). Todavia, nunca mais se alcança a profundidade do pensamento paulino (p. 423ss.); permanece-se essencialmente na representação do Cristo sofredor como exemplo (lPe 2.21; 3.18; 4.1; Hb 12.1s.; InEf 10.2s.; PolFil 8.1s.).
Ainda não existe um interesse teórico na relação geral de Deus com o mundo, com exceção da histórico-salvífica, e o conceito estóico do Lagos, mais tarde adotado pelos apologetas, ainda não é usado para explicar a relação do Deus transcendente com o mundo, nem mesmo por [o, pois o lagos de seu prólogo não provém da tradição filosófica, e sim da tradição mitológica, e não está a serviço do interesse cosmológico (p. 498s.). Isso vale também para os anjos que, conforme tradição judaica veterotestamentária, constituem a corte de Deus (Hb l.4ss.; 12.22; 2Ts 1.7; 1Tm 5.21; Ap 5.11; 7.11; lClem 34.5; Herm vis II 2.7; sim V 6.4,7). Por meio deles Deus outrora mandou proclamar a lei (At 7.53; Hb 2.2); eles socorrem os seus com proteção e instrução (At 5.19; 8.26; 12.7; 27.23); também transmitem especialmente revelação (Ap 1.1; 22.6,16; Herm mand XI 9 passim). Herm não conhece apenas um anjo da IlE'tlÍVOLlX [arrependimento, conversão] (vis V 7, etc.), da ôucoaooúvn [justiça] (mand
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§ 57.
TEOLOGIA E COSMOLOGIA
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VI 2.1ss.), mas também um anjo responsável pelos animais (vis IV 2.4), e naturalmente também Miguel como o anjo que reina sobre o povo de Deus (sim VIII 3.3). Por meio de anjos Deus manda executar punições (At 12.23; Herm vis VI 3.2; VII ls.,6) e são anjos que em Ap desencadeiam os diferentes atos do evento escatológico (5-20). Eles são servos de Deus e não se lhes deve prestar veneração (Ap 19.10; 22.8s.). Todavia também existem anjos que não estão a serviço de Deus, sendo, antes, maus (Barn 9.4; 18.1; Herm mand VI 2.1ss.). Mas também se fala de anjos num sentido bem diferente, a saber, de anjos cósmicos, que não procedem da genuína tradição judaica veterotestamentária, e sim da tradição gnóstica. São os ãYYEÂOl, àpxcxí, Eçouaícxl e ÕUVállEl.Ç [anjos, principados, autoridades e poderes], que se encontram também em Paulo (p. 228s.), entre os quais estão também os àPXÓVt'EÇ TOl> cx LWVOÇ TOÜTOU [dominadores deste mundo] (lCo 2.6,8) e os 8PÓVOl e KUPl.ÓTllTEÇ [tronos e domínios] (CI 1.16; Ef 1.21). Também estas figuras, a exemplo de outros temas gnósticos, haviam sido apropriadas pela apocalíptica judaica, cuja escatologia, aliás, foi configurada por meio de especulações cosmológicas (p. 226s.). Todas essas figuras, quer tenham sido adotados da apocalíptica judaica, quer da tradição gnóstica, e mesmo que não se tenham despido inteiramente de seu eventual sentido cosmológico, foram postos a serviço da compreensão histórico-salvífica da relação entre Deus e mundo. Pensando de modo conseqüente, a idéia da criação seria posta em dúvida por meio delas - como reconheceu a gnose radical. Pois as concepções dos éones e de Satanás, bem como a concepção dos regentes cósmicos do mundo, afinal tem sua origem na mitologia de uma compreensão dualista do mundo. Também não será possível negar que a idéia da criação foi obscurecida pelo acolhimento de tais representações dualistas; no entanto - com exceção da gnose radical - ela não foi posta em dúvida. Também a figura do diabo, que tem sua origem no dualismo mitológico iraniano, não se tornou, como no judaísmo, representante de um princípio cósmico oposto ao mundo divino de luz, e sim um adversário inferior de Deus, cujo poder sedutor e destruidor, todavia, é um constante perigo ameaçador. Para Paulo, Satanás era essencialmente o tentador (p. 320s.). Mas como tam-
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bém Paulo pôde atribuir a ele ocasionalmente a frustração de seus intentos (TTs 2.18), no tempo subseqüente o diabo é considerado o causador de todo o mal. Anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem possa devorar (lPe 5.8). Ele é o rã Kpároç EXWV roü 8lwárou [que detém o poder da morte] (Hb 2.14). É o adversário de Cristo, que perturba todo o orbe terrestre (Ap 12.9), e também está por detrás do misterioso anticristo (2Ts 2~9) e por detrás do "animal" e do profeta da mentira de Ap 13.2,4. Ele é sobretudo o incentivadorao pecado. Assim como outrora seduziu ajudas (Lc 22.3;Jo 13.27, ver também p. 444), ele também é o sedutor ainda hoje (At 5.3; 1Tm 5.15; InEf 10.3; 8.1; Herm mand IV 3.4,6; V 1.3, etc.), Importa resistir-lhe na fé (lPe 5.9; Ef 4.14; 6.11; Tg 4.7) e precaver-se para não cair em seus laços (1Tm 3.6s.; cf. 6.9). Um sedutor humano pode ser chamado de "filho do diabo" (At 13.10). Como sedutor à apostasia ele também se encontra por trás dos perseguidores OPe 5.8s.; Ap 2.10; InRom 5.3). Naturalmente é ele também o que seduz os falsos mestres (2Tm 2.26; PolFil 7.1). O templo pagão (de Zeus? de Augusto e o de Roma?) em Pérgamo é seu trono (Ap 2.13), e até mesmo a sinagoga judaica pode ser caracterizada como a auvaywyi) roíi oaravâ [sinagoga de Satanás] (Ap 2.9). É característico que, segundo Inácio, separar-se do bispo é serviço do diabo (Inlism 9.1), e que a comunhão cúltica quebra o poder do diabo (lnEf 13.1). Visto que aquele que lhe é submisso acarreta com isso sobre si o juízo, sua "armadilha" também pode ser chamada de "juízo" (lTm 3.6), e "Paulo" pode entregar os falsos mestres a Satanás (lTm 1.20). Seu fim naturalmente é certo (Ap 20.2,10).
Também em Ap, onde as concepções da mitologia apocalíptica são da maior importância, Deus não obstante permanece o mxv1"oKpá1"wp [onipotente] (9 vezes em Ap, no mais somente uma vez no NT - em 1Co 6.18). Logo no início se lê: EYW EL!-LL 1"0 ltl4>a KaL 1"0 W, ÀÉYEL KÚpLOÇ 6 8EÓC;;, 6 WV KaL 61Ív KaL Ó EPxóIlEVOÇ, 6 lTav1"oKpá1"wp [eu sou o alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, o que é, que era e que virá, o todo-poderoso] (1.8). Por isso, Satanás e seus ajudantes somente podem desempenhar o papel que Deus lhes assinalou no drama escatológico. Por meio de um ato celestial como a abertura do livro dos destinos (é.Iss.), o toque das sete trombetas (8.7ss.), o derramamento das sete taças (16.1ss.), pelo grito EPXOU [vem] (6.1), pela ordem de um anjo (7.2; 10.lss.; 14.15,18; 19.17) dá-se aos poderes demoníacos como que o sinal para começarem com sua ação furiosa; e sua dependência é novamente destacada pelo Eõó811 aU1"olç (ou aU1"Q) E~ouaí.a [foi-lhes (ou: lhe) dada autoridade] (6.8; 9.3; 13.5,7; cf. 9.1 D ou pelo mero Eõó811 [foi dada] (6.4; 7.2; 9.5; 13.7,14s.).
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§ 57.
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2. Existiram, no entanto, círculos em que figuras angélicas cósmi-
cas desempenhavam outro papel. Todavia, o NT e os pais apostólicos estão livres da gnose radical, que nega a criação do mundo por Deus e a atribui a um demiurgo subalterno ou até mesmo adversário (p. 112), inclusive na forma moderada de Ptolomeu (p, 157s.). Quando, porém, 1Jo 1.5 acentua que Deus é luz pura, sem trevas, isso deverá ser uma polêmica contra um cristianismo de tendência gnóstica, no qual se renunciou à idéia da criação em favor da idéia da emanação. Pois se, de acordo com esta idéia, o mundo inferior se desenvolve em etapas sucessivas do mundo da luz, as trevas têm que ter, em última análise, sua origem em Deus. Certamente os próprios falsos mestres aqui combatidos não terão dito isso; mas o autor vê que isto é a conseqüência de seu modo de pensar (p. 224). A visão dualista do mundo também podia ser combinada com a idéia da criação de tal modo que se supôs uma queda da criação, como afirmava não apenas a apocalíptica judaica (4 Esdras 3.4ss.; 7.11s.; BarSir 23.4; 48.24s.), e sim alusivamente também Paulo (Rm 6.20ss.; p. 2285.). Entretanto, a queda de Adão, especialmente seu significado cósmico, inicialmente não tem relevância na literatura cristã antiga; somente em 1Tm 2.14 se encontra uma alusão. Se, porém, em CI 1.20 se caracteriza a obra de Cristo por meio de um CtlTOKa-ra).,ÀÚ.çaL -rã lTáv-ra ELÇ aináv [reconciliar consigo todas as coisas], e em Ef 1.10 por meio de um CtVUKEepuÀ.aLwoaOeUL T:à lTávT:u EV XpLO-r4) [fazer convergir em Cristo todas as coisas], isso pressupõe que antes de Cristo o cosmo havia entrado em desordem e discórdia. Aqui se abandonou a tradição bíblica e entrou em ação a mitologia gnóstica. E Colossenses mostra que, tal como em Paulo e João, por um lado se assumem elementos gnósticos e por outro se combatem doutrinas gnósticas. A Epístola aos Colossenses volta-se contra uma falsa doutrina que, pelo visto, liga especulações de um judaísmo sincretista, ou seja, influenciado pelo gnosticismo, à fé cristã. Aqui a dignidade e a obra de Cristo são prejudicadas pela veneração de poderes cósmicos que se chamam, como em G14.3,9, O-rOLXEl.U T:OU KOOj.LOU [princípios elementares do mundo] (2.8), &YYEÀOL [anjos] (2.18), àpXal e EÇOUOlUL [principados e autoridades] (2.10.15). O autor na verdade não oferece uma descrição detalhada dessa doutrina dos OT:OLXEl.a. [princípios
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elementares]. Quando ele - ao citar um hino da tradição (p. 578, n. 112) - descreve a posição cósmica de Cristo (1.15-20), no qual todos os poderes cósmicos têm sua origem e subsistência, e quando contrapõe Cristo aos O-rOLXElU como aquele, no qual KU-rOLKEl mxv -rà lT.blPWJ.1U -rflç 8EÓ-rT)-rOÇ OWJ.1U-rLKWÇ [habita toda a plenitude da divindade corporalmente] (2.9), então os falsos mestres devem ter atribuído - segundo opinião do autor - aos poderes cósmicos alguma participação na divindade que habita somente em Cristo ou transferido a eles parte do governo que compete somente a Cristo. Parece que veneravam culticamente os poderes angélicos (2.18); em todo caso, estão submissos aos seus ÕÓYJ.1u-ru, isto é, determinadas exigências rituais ou ascéticas (2.16,20s.). Por isso o autor, que equipara tais prescrições (talvez com razão) a preceitos legais veterotestamentários, lembra que Cristo derrogou a lei (ró Ku8' rlJ.1wv XELPÓYPO:Cpov rotç ÕÓYJ.1UOLV [o escrito da dívida contra nós, em preceitos legais]), venceu os poderes angelicais e os privou de seu poder (2.9-15). Mas, não é assim que o autor deColossenses tenha negado a existência desses poderes cósmicos. Eles fazem parte de todo o conjunto do cosmo, cuja estrutura é compreendida como o oWIJ.U XpLO-rOU [corpo de Cristo], cuja KEeplX.bí [cabeça] é Cristo. Justamente isto é o que diz aquele hino de 1.15-20 e aquela frase de 2.9: que em Cristo, como seu corpo, habita a plenitude da divindade. Se o autor interpreta o OWlJ.lX XpLO-rOU [corpo de Cristo] como a EKKÀT)oíu [igreja] (1.18), esta é compreendida como grandeza cósmica que excede a comunidade empírica, da qual então também fazem parte aqueles poderes angelicais. Sendo a cabeça da Igreja, Cristo é simultaneamente a KEQ>UÀr, 1HX.OT)ç àpxflç KlXl EÇOUOL.Uç [cabeça de todo principado e autoridade] (2.10). Está claro que aqui - já na redação cristã daquele hino!" e depois no próprio autor - foi recepcionada uma cosmologia mitológica, para descrever a figura e a obra de Cristo de modo abrangente; e há um nítido esforço no sentido de combinar a terminologia cósmica com a tradicional-cristã. A obra de reconciliação cósmica de Cristo é, ao mesmo tempo, a reconciliação que foi instituída pela cruz de Cristo, em virtude da qual foram reconciliados os antigos 116
Por meio da introdução v. 12-14, por meio da inserção de Tflç EKKÀT)OLlXÇ [da igreja] no v. 18 e de õLà TOU a'Lf-LlXTOÇ roü orccopoü aUTou [pelo sangue de sua cruz] no v. 20.
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§ 57.
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inimigos de Deus: o mundo gentílico mergulhado em pecado (1.21s.). Quando o falso mestre é caracterizado como alguém "que não permanece unido à cabeça, pela qual todo o corpo, suprido e mantido unido por meio de ligamentos e tendões, cresce no crescimento de Deus" (2.19), então a terminologia do mito, que compreende o cosmo como um corpo orgânico, serve para descrever a relação do crente com Cristo. Com a exortação contida nesta caracterização a Kpa"C"ELv "C"llV KEQ>aÀ1Ív [segurar a cabeça], praticamente não se diz outra coisa do que aquilo que em seguida é dito em terminologia paulina: . . . Se agora fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está, sentado à direita de Deus; buscai as coisas do alto, não o que está na terra" (3.1s.). Situação da Epístola aos Efésios é basicamente a mesma. Também nela foi recepcionada a conceitualidade cósmica, apenas com a diferença de que aqui a cosmologia foi comutada de modo mais conseqüente na história salvífica, sendo que muitas vezes a terminologia cosmológica e a histórico-salvífica se misturam de modo singular (p. ex. 2.11-22). O autor não precisa lutar contra falsos mestres e somente adverte ocasionalmente contra eles (4.14). Ele adota, sem constrangimento, termos gnósticos para descrever a obra salvífica. Se inicialmente a descreveu como àlToÀÚ"C"PWOLÇ [redenção] instituída por meio do sangue de Cristo, e se definiu a esta expressamente como a ãQ>EOLÇ "C"wv lTapaTI"C"wf.!á"C"wv [perdão das transgressões] (1.7), depois também traz a idéia da reconciliação do cosmo (1.10). Onde, porém, faz uso deste pensamento, ele o interpreta como a unificação de judeus e gentios na unidade em um ow~a [corpo] (2.11-22). Este ow~a, porém, não é constituído de poderes cósmicos, e sim é idêntico à EKKÀT)o(a (1.22s.). Efésios faz um uso mais amplo da terminologia gnóstica do que Colossenses, especialmente o mito da descida de Cristo para a terra e de sua ascensão (4.8-10 em estranha exegese de SI 68.19); igualmente do mito de que, em sua ascensão, Cristo derrubou o muro de separação entre o mundo inferior e o mundo superior (2.15); esse mito naturalmente se transformou para ele em mera figura. O autor também usa a imagem da coesão cósmica como um corpo que cresce em sua estrutura uniforme, que aparece em CI2.19, designando como alvo do crescimento a OlKOÕO~ll EV àyáTIlJ [edificação em amor] (4.155.), no que liga inorganicamente a
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imagem do corpo em crescimento com a imagem do edifício (corno acontece com clareza tanto maior em 2.21s.). Em Efésios os poderes cósmicos não aparecem como figuras pertencentes a todo o conjunto do cosmo, que estão incluídos na reconciliação do universo por meio de Cristo, e sim somente como poderes inimigos. Se esses agora foram submetidos a Cristo, o exaltado à direita de Deus (1.20-22), ele é concebido como vencedor sobre eles (como em C12.16). Eles, porém continuam sendo poderes ameaçadores, e o autor os associou ao diabo (6.11s.). É verdade que os crentes estão a salvo de seu domínio (2.2-6), mas continuam na luta contra eles (6.10-13). No fundo abandonou-se aqui tudo que é cosmológico-mitológico; pois de fato seu domínio consistia nos pecados e concupiscências da carne (2.1,3). A salvação desse domínio foi levada a cabo pela comiseração e graça de Deus e por meio da fé (2.4,8), e se realiza em boas obras (2.10). A luta contra os poderes é conduzida por meio da fé que se atém à palavra de Deus e por meio da oração; pois é isso que se quer dizer com a armadura descrita em 6.14-18. A apocalíptica judaica e depois dela Paulo já deixam entrever um sentimento em relação ao mundo que não mais está determinado puramente pela tradição da fé em Deus e na criação do AT - um sentimento em relação ao mundo de seres humanos que se sentem presos num m.undo transido de poderes misteriosos ou ao menos estranhos e em território inimigo. É compreensível que o dualismo da gnose e sua mitologia ganharam influência e que a redenção por meio de Cristo é interpretada como libertação de poderes cósmicos. Se nos . . . falsos mestres.. . os pensam.entos gnósticos se tornaram dominantes, a literatura deuteropaulina mostra como a força de Paulo se impõe, paralisando a mitologia dualista por ter conseguido transformá-la em expressão da compreensão da existência humana corno uma existência histórica (§ 26, esp. 3). Justamente isto tem sua influência em Efésios e Colossenses, embora neles não se alcance a profundidade dos pensamentos paulinos. Pois também foi um pensam.ento de Paulo que a obra salvífica de Cristo é uma vitória sobre os poderes cósmicos (1Co 2.6-8; 15.2426) e também já se havia manifestado no hino crístico por ele citado em Fp 2.10s. Para Paulo, porém, é característica a representação de que o drama cósmico - que começa com a ressurreição de Cristo -
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na verdade se desenrola na atualidade, mas que de modo algum já está terminado. A luta de Cristo contra os poderes preenche o tempo entre sua ressurreição e a parusia; somente nesta será destruída a morte, o último inimigo (1Co 15.20-27; p. 420). Isso corresponde à esperança da escatologia protocristã-judaica, segundo a qual o fim do drama cósmico e o triunfo de Deus e de.seu Messias ainda estão por vir. Em contrapartida, corresponde ao pensamento gnóstico a concepção de que a ressurreição ou - o que aqui é mais importante - a ascensão de Cristo já é a vitória gloriosa sobre os poderes cósmicos. A formulação deFp 2.10s deixa na dúvida se a homenagem dos poderes é considerada como já presente ou ainda futura. Mas CI 2.16 fala claramente da vitória já conquistada. Essa concepção se tornou tradicional e encontrou sua expressão numa série de formulações litúrgicas ou hinos. O hino, que está na base de 1Pe 3.18-22 terminava provavelmente com as frases reconstruídas com base nos v. 18 e 22: TIOpEUeEte; (ÕE) Ete; oupavov EKás LOEV EV ÕEÇ L~ SEOU UTIo't"ayÉvnuv aun~ àyyÉÃwv Kal EÇOUO LWV KaL ÕUVál-lEWV
[indo (porém) para o céu, assentou-se à direita de Deus, submetendo-se a ele os anjos, as autoridades e os poderes]. PolFil 2.1 cita um texto litúrgico que fala da fé: Ete; 't"ov EyEÍ.pav't"a 't"ov KÚP LDV lÍl-lwv '11100UV Xp LO't"OV EK Kat ôóvr« aun~ õóçav KaL Spóvov EK ÕEÇLWV au't"Du, 7't' , r W uTIE't"aYll 't"a" TIav't"a ETIOUpaVLa KaL' "ETILYELa
VEKpWV
[naquele que ressuscitou o nosso Senhor Jesus Cristo dentre os mortos e deu-lhe a glória e o trono à sua direita, ao qual subordinou tudo o que há no céu e na terra]. A vitoriosa ascensão de Cristo também é descrita no fragmento hínico citado em 1Tm 3.16; pois a ele se referem as frases c.&pe" àyyÉÃOLe; [apareceu a anjos] e &vEÃ~l-lcllSll El! õóÇU [foi recebido na glória]. O t&pell àyyÉÂDLe; tem seu paralelo no pÃETIÓV't"WV 't"WV oupavlwv KaL ETILYELWV KaL UTIOXeOVLWV [à vista dos seres celestiais, terrenos e subterrâneos] (In'I'r
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9.1), embora aqui se mencionem como objeto da visão a crucificação e a morte; pois esses são concebidos como processos cósmicos, que formam uma unidade com a ressurreição ou com a elevação. A visão que está por detrás de todas essas formulações encontra sua expressão mais detalhada em InEf 19: "Oculta ficou ao dominador deste éon a virgindade de Maria e seu parto; igualmente também a morte do Senhor - três mistérios que clamam em voz alta, que se realizaram no silêncio de Deus. Como essas coisas foram reveladas aos éones? Uma estrela brilhou no céu, superando em brilho todas as estrelas, e sua luz era indescritível, e sua novidade provocou estranheza. (Não se trata aqui da estrela de Mt 2.2, e sim da brilhante ascensão de Cristo) ... A partir de então toda a feitiçaria estava destruída e desapareceram todas as amarras; a ignorância da maldade estava exterminada, o antigo regime estava destruído quando Deus se revelou em figura de homem (no nascimento de Jesus, que é o início do evento cósmico) para a realização de vida nova, eterna. Tomou seu início o que era realizado por Deus. A partir de então tudo entrou em movimento porque corria ao encontro da destruição". Aqui está combinada, conforme mostra a frase final, a representação da vitória já alcançada com a da superação da morte ainda por vir, assim como nas demais passagens ela é ligada com a tradicional sentença a respeito de Cristo como o Juiz, que está por vir (lPe 4.5; PolFil 2.1; p. 124).
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quanto as figuras cósmicas ocupam o pensamento dos crentes também se evidencia a partir de [d 8-11. Aqui se acusam os falsos mestres: OápKa. j..LEV j..LLaLVOuoLV, KUpLónrra ÕE &8erouoLv, õóçaç ÕE 13Aao4>'Ilj..LOUOLV [contaminam a carne, rejeitam domínios, difamam seres gloriosos l, ao passo o arcanjo Miguel sequer ousou desprezar o diabo. Não é possível interpretar com segurança a característica alusiva; no entanto está claro que com KUPLÓ-rllÇ e õáçaL são designados poderes angelicais. Talvez tenhamos aqui um equivalente aos falsos mestres de Colossenses. Enquanto estes, por respeito aos poderes angelicais, consideram compulsória toda sorte de exigências rituais e ascéticas, os falsos mestres de Judas, conscientes de sua liberdade, assumem posição contrária; desprezam aqueles poderes e são libertinos. O autor, que naturalmente não precisa ter pertencido aos veneradores de anjos combatidos em Colossenses, em todo caso respeita aqueles poderes.
§ 58.
CRISTOLOGIA E SOTERIOLOGIA
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§ 58. CRISTOLOGIA E SOTERIOLOGIA H., Taufe und Sünde im iiltesten Christentum, 1908. - BoUSSET, W., Kyrios Christos (211 ed., 1921), 511 ed., 1965. - CULLMANN, O., Christus und die Zeit (1946), 311 ed., 1962 [trad. port.: O Cristo e o Tempo. Tempo e História no Cristianismo Primitivo, São Paulo, Custam, 2003] . - lo., Die Christologie des Neuen Testaments (1957), 5 i1 ed., 1975 [trad. port.: Cristologia do NT, São Paulo, Custom, 2i1 ed., 2004]. - Ref. a 3: Sa--m.AGE, W., Ethik des Neuen Testaments, 1982, p. 231-324 [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 249-347]. - MERK, O., in: WüRTHWEIN, E., MERK, O., Verantwortung, 1982, p. 152-164, 178-183. -I
Na medida em que são inseparáveis dos cosmológicos, os pensamentos cristológicos já tiveram que ser discutidos anteriormente. O entrelaçamento dos temas, porém, continua presente no fato de que a soteriologia, que forma uma unidade com a cristologia, não pode ser apresentada sem que já se tome em consideração prolepticamente o problema da ética, porque a compreensão da salvação está intimamente relacionada com a concepção da fundamentação da vida cristã. 1. Em todas as comunidades Jesus Cristo foi venerado como o portador da salvação. Os neófitos confessam-no como Senhor por ocasião do batismo, a ele se venera no culto como o KÚpl.OÇ presente (p. 173s.), espera-se que ele virá como Juiz e Salvador (p. 124s.).
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o quanto é importante o culto mostram a exortações à freqüência das reuniões cúlticas (Hb 10.25; Did 16.2; Barn4.10; 2Clem 17.3; InPoI4.2), especialmente à participação na ceia do Senhor (InEf 13) e à oração comum (In'Tr 12.2). O culto tem um poder: "Lembrem-se de se reunirem com mais freqüência para a eucaristia de Deus e o louvor. Pois se realizarem reuniões com freqüência, os poderes de Satanás serão aniquilados e seu poder destruidor será destruído" (InEf 13.1). No culto ressoam hinos de louvor a Deus e a Cristo. Paulo já pressupõe que se cantem "salmos" no culto OCo 14.26) e CI 3.16 exorta à entoação de salmos, hinos e cantos inspirados pelo Espírito; de modo semelhante em Ef 5.19. Inácio não diz apenas metaforicamente que a concórdia e a harmonia amorosa da comunidade é um canto de louvor a Cristo (InEf 4.1), mas também pressupõe que no culto se cantavam hinos de louvor e de prece (Rrn 2.2; 4.2). Ao lado dos hinos de louvor a Deus (ou ligados a eles) (ver p. 591), existem os que diziam respeito a Cristo. Um exemplo disto é o hino citado por Paulo em Fp 2.6-11 e, além disso, vários fragmentos de hinos ou também frases litúrgicas que estão entrançados nas epístolas e outros escritos. Os temas do hino de Fp 2.6-11 encontram-se, isolados ou juntos, em vários lugares: a encarnação do preexistente, a cruz e a elevação. lTm 3.16 decanta a encarnação e a elevação. O exaltado e o Juiz vindouro é decantado em PolFil 2.1 (ver p. 588); se for possível combinar lPe 1.20;' 3.16,22 como fragmentos de uma confissão, então ela contém todos os três elementos com o acréscimo do sentido do sofrimento (TTEpt ál-l.uptLwv, 'LVU rll-l.âç TIpoouY&YlJ -rQ 8E<.\) [pelos pecados, para nos levar até Deus] - 3.18; ver também p. 588). Possivelmente lPe 2.21-24 tem sua origem nesse hino; aqui o tema é o sofrimento vicário de Cristo. A importância cósmica de Cristo e sua obra redentora é o tema de CI 1.13-20 (de um hino de batismo?), enquanto InTr 9.1s. trata da encarnação de Cristo e de sua ressurreição, à qual seguirá a ressurreição dos crentes. Temos em Ap 5.9,12 um louvor do "cordeiro imolado", que adquiriu a salvação com seu sangue. A salvação conseguida por meio de Cristo é descrita nas frases de lClem 36.2, que, ao que parece, são provenientes de uma liturgia:
ÕLà TOÚTOU a:rEv((oIlEV EtÇ tã üqrll tWV oupavwv, ÕLã TOÚtOU EVOTIt"Pl(ÓIlES" t"rW ãllwJ.1oV KaL lmEpt(X-rrW oqrLv auto\) (se, roü eEÜU) ÕUl t"OÚtOU ~vE~xellao:v rlllWV ol 6q>9aÂ+lOL tf)ç KapÕ(aç.
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õdx TOÚ-rOU ri àaÚVETOç KaL EaKO-rW~ÉV'rl õL.ávoL.a ri~wv àvaSáÂÂEl Elç TO 4>wç, ÕUx. TOÚ-rOU "SÉÂl1aEv Ó ÕE01TÓ-rl1Ç -rflç àSaváTOU yvwaEwç ri~iiç YEúaaoSal
[por meio dele fixamos os olhos nas alturas dos céus, . por meio dele olhamos no espelho a sua (de Deus) face imaculada e soberana, por meio dele foram-nos abertos os olhos do coração. Por meio dele o nosso entendimento insensato e obscurecido ressurge para a luz, por meio dele o Senhor quis que provássemos o conhecimento imortal]. Diversos sãos os títulos conferidos a Cristo. Ele é o Filho de Deus (p. 177ss.), o KÚplOÇ [Senhor] (p. 174ss.), o aWT~p [Salvador] (p. 124s. e ver abaixo), o Kpl T~Ç [juiz] (p. 124), enquanto o antigo título do uiõc TOU &VSpW1TOU [Filho do homem] se perde (p, 126). Em seu lugar ocorrem ocasionalmente outras designações como àpXllyóÇ (Tflç (wflç ou -rftç aWTllPLaç) [autor (da vida ou da salvação)] (At 3.15; 5.31; Hb 2.10; 12.2; 2Clem 20.5) e àPXlEPEÚÇ [sumo sacerdote] (Hb 2.17; 3.1, etc.; lClem 36.1; InFld 9.1; PolFil 12.2), mas também õlõáoKCXAOÇ [mestre] (1Clem 13.1; InEf 15.1; InMag 9.1s.). No que diz respeito à pessoa de Cristo, as reflexões sobre a relação com Deus, que, mais tarde, ocuparam a Igreja antiga, ainda estão distantes. Deus é seu Pai, ao qual ele é 'obediente (InEsm 8.1; cf. InMag 7.1); o fato de ele mesmo ser designado como Deus ocorre quase exclusivamente em Inácio (p. 178s.). Igualmente distantes estão ainda as reflexões sobre a relação entre as naturezas divina e humana em Cristo. Basta a fé de que o preexistente se fez homem e que, como o ressurreto, foi novamente elevado à glória à direita de Deus. Somente o milagre de seu nascimento virginal ocupa a fantasia (Mt 1.18-21; Lc 1.34s.; InEf 18.2; 19.1; InEsm 1.1). Comparado com o questionamento posterior, a cristologia preponderante em geral deveria ser designada como pneumática, não como adocionista. Somente em Herm ligam-se, de forma pouco clara, aspectos de uma cristologia adocionista e pneumática (sim V). Ainda que a obra salvífica como um todo consista da encarnação de Cristo, de sua paixão e morte, de sua ressurreição e elevação,
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pode, não obstante, ser destacado ora este, ora aquele aspecto. Em geral, porém, a ênfase recai sobre paixão e m.orte. A m.orte de Cristo é o sacrifício oferecido em nosso favor (p. 131). Nesse sentido fala-se de seu sangue derram.ado por nós (p. 131), do O-rCiUPÓÇ [cruz] (Cll.20; 2.14; Ef 2.16; Barn 9.8; 12.1; InEf 9.1; InTr 11.2, etc.), de seu lTáaXElV [sofrer] (Me 8.31; Lc 24.46; At 3.18; 17.3; Hb 2.18; 9.26; lPe 2.19,21; Barn passim; 2Clem 1.3; InEsm 2; 7.1, etc.), de seus lTaS~lla-rct [sofrim.entos] (CI 1.24; lPe 1.11; 4.13; 5.1; Hb 2.9s.; lClem. 2.1) ou de seu lTáSoç [sofrimento] (Inácio com muita freqüência). Ele é o "cordeiro Imolado" (Ap 5.6ss., etc.; cf. At 8.32; lPe 1.19; 2.22ss.; lClem 16.7; Barn 5.2; 8.2)117. A salvação conseguida pelo sacrifício de Cristo é designada, em. geral, com.o remissão dos pecados, libertação (à1TOÁÚ-rpWOlÇ), justificação, santificação, purificação, quando caracterizada em seu efeito sobre os crentes (p. 131s.). Além disso, como a superação dos poderes cósm.icos, sobretudo da m.orte (ver p. 598s.). O resultado da obra salvífica se obtém pelo batism.o, cujo efeito é designado, por via de regra, como perdão dos pecados (p. 186s.). Provavelmente sempre se pensa nele quando se fala de perdão dos pecados, inclusive quando não é m.encionado expressamente (p. ex. Lc 24.47; At 2.38; Herm. vis IH 3,5). 2. O conceito da salvação, porém., é unívoco som.ente na m.edida em. que a salvação significa vida e libertação da morte. Assim formula, p. ex., 2Tm 1.10: Cristo é o Ko::rapYTÍoaç IJ.EV 1'OV 8&va1'ov,
Termos que descrevem a obra salvífica tornam-se tradicionais e encontram-se também onde não está formulada uma teoria redentora específica, assim, p. ex., em Lucas e Atos, para o que chama a atenção H. CONZELMANN, Die Mitte der Zeit, p. 171, 172,1, 175, 200,1.
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gelho da salvação] (Ef 1.13), o Âóyoç TfJÇ occrnpíaç [a palavra da salvação] (At 13.26; cf. Hb 2.3); seu conteúdo é a óôõc oWTl1PLaç [o caminho da salvação] (At 16.17). A oWTl1PLa [salvação] é idêntica com a Çw~ [vida], como aliás os termos podem ser juntados numa hendíadis (lnEf 18.1; 2Clem 19.1).
Agora, porém, diferenciam-se as opiniões, dependendo de como se vê o poder da morte e correspondentemente a salvação, a vida; e, além disso - o que está relacionado com isso - se a salvação é apenas futura ou é concebida como já presente. E por fim, dependendo como se imagina a concessão da salvação e de como os seres humanos se apropriam dela. A morte, sem dúvida, sempre é concebida como o fim da vida natural no morrer. No entanto, Paulo não havia compreendido a vida "natural" apenas como um fenômeno da natureza, e sim como a mobilidade histórica da pessoa humana (p. 266s.); tampouco compreendera a morte como mero processo natural, e sim simultaneamente como a nulidade já presente da vida alienada de Deus (p. 306s.). Em conseqüência disso também havia compreendido a (w1) [vida] conseguida por Cristo como uma realidade já presente, dada com a ôucctooúvn [justiça] (p. 342s.), naturalmente não como um simples estado, e sim como a liberdade em relação ao pecado que inclui o imperativo, e que se comprova na esperança, na superação de sofrimento e destino, na liberdade em relação ao mundo e seus poderes (§ 40). Para Paulo, portanto, a (w1Í é uma realidade presente de modo paradoxal. Pode-se dizer o mesmo a respeito de João (§ 72 e § 50,3). Até que ponto a compreensão paulina e joanina foi preservada? Predominam as afirmações nas quais a salvação é imaginada como futura. Um dia Cristo aparecerá para "salvar" os que o esperam (Hb 9.28), os que são preservados pelo poder de Deus, em virtude da fé, ELc; ow'tllPLav É'tOL~l1V &TIoKaÂ.u~ef)VaL.EV KaL.P4l Eoxún.p [para a salvação preparada para ser revelada no tempo final] (1Pe 1.5; cf. 1.9; 2.2). Quem invoca o nome do Senhor será salvo (segundo Joel)At 2.21; cf. 15.11; 16.30s.).
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ser humano será salvo por meio de penitência e temor de Deus (Herm mand IV 3.7; VII 1, IX 6; cf. sim 1,11; IX 12.3; 2Clem 8.2; 13.1). As mulheres serão salvas pela geração de filhos (TTm 2.15). No mais, O~çELV [salvar] ou
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aw8fjVc(l [ser salvo] futuros em lTm 4.16; 2Tm 4.18; Did 16.5; Barn 1.3; InPol
1,2; com especial freqüência em 2Clem, P: ex., 4.2;14.1.
Do mesmo modo se fala com freqüência da vida como futura, p.! ex., quando é prometido o oTÉ8apmç [imperecível] (lPe 1.4), assim também pode ser dito à
Em outras passagens a acatnpia [salvação} ou a (úJ7] [vida) é concebida como realidade presente. Assim como os crentes podem ser chamados de ol a<.p(Ó~EVOL [os salvos] (At 2.47; 1Clem 58.2) ou até mesmo ol OEOWO~ÉVOL [os que foram salvos] (Ef 2.5; Po1Fil1.3), assim também ol (WV-rEÇ [os que estão vivos] (2Clem 3.1). O feito de Deus salvou os crentes. É Deus oç Epúoa-ro rí~aç EK -rflç E~ouolaç roü OKÓ-rOUÇ KaL ~E-rÉOT110EV Eiç -r~v ~aoLÀE(av rob ul.oí) -rflç àY&.1Tl1Ç au-roi) [que nos redimiu do domínio da escuridão e nos transpôs para o reino Filho do seu amor] (CI1.13). Como entender isso mostra-o a continuação: EV t\l EXO~EV -rl,V à1TOÀÚ-rPWOLV, T~V &
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Euxap LO-rOUV-rEÇ Te{> TIaTp L. Te{> LKavWaavT L Ú!-Léiç Elç TT,V !-LEp í.õa TOU KÀ1Ípou TWV àYLWV EV TQ cPW'tL [dando graças ao Pai que nos tornou dignos de ter
parte na herança dos santos na luz] (1.12), reconhece-se que une presente e futuro da salvação, de tal maneira que considera o estado salvífico presente como uma antecipação da salvação futura, garantida pelo batismo. A salvação propriamente dita, portanto, ainda é futura, apesar de 1.14; ela está, conforme formula 3.3, "oculta com Cristo em Deus" e vale: oTav Xpurrõc cPavEpweiJ, ri (WT, riIJ.WV, 'tÓTE Kal úlJ.Elç ouv aúrQ cPavEpweTÍoEoeE EV ÕÓç'IJ [quando Cristo, a nossa vida, se manifestar, então também vós sereis manifestados com ele em glória] (3.4). Assim o autor pode dizer qUE. o Evangelho anuncia 't~v EÀTILÔa TT,V &TIOKEQ.1ÉV11V ÚIJ.l.V EV 'tolç oupavolç [a esperança que está à vossa disposição nos céus] (1.5; cf. 1.23,27). O que se pode observar em Colossenses é típico. De modo paradoxal semelhante, Ef fala da atualidade da salvação: Ó ÔE eEàç... õv'taç ó
lÍlJ.OO; VEKPOUç 'tolç lTapa1T-r~oLvouvE(WOTIOl.110EV T<{> XpUJ'tQ... KalouVTÍYELPEV
[Deus, porém,... estando nós mortos nas transgressões, vivificou-nos junto com Cristo... e nos ressuscitou e assentou juntamente com ele nas regiões celestiais em Cristo Jesus...] (2.5s.). Aqui igualmente se pensa no batismo (cf, 5.26) e salvação presente é a antecipação do futuro; pois a "Iluminação" consiste no saber -rLÇ EO'tLV ri EÀTIlÇ 'tf}ç KÂTÍOEWÇ... [qual é a esperança da vocação...] (1.18; cf. 4.4). A salvação aconteceu pelo batismo. Isso dizem várias passagens (Tt 3.5; 1Pe 3.21; Barn 11.11; Herm vis 111 3.5; mand IV 3.1; sim IX 16.2ss.). Justamente por isso pode-se falar dela como já ocorrida (cf, além das referências já citadas, 2Clem 1.4; 2.7; 3.3; 9.2,5; Herm sim VIII 6.1; IX 26.8).
Kal OUVEKásEOEV EV role ElTOUpaVLoLç EV XPLO-rQ '11100U
Como ao batismo, a consecução da salvação também podia ser atribuída à vocação, sem que nisso residisse uma diferença objetiva: pois a vocação chama para dentro da EKKÀ'JlOLa. [igreja], na qual se é admitido pelo batismo. (Em Herm KÀ:ríOLÇ [vocação] é exatamente designação do batismo - mand IV 3.6; cf. 3.4; sim VIII 11.1; sim IX 14.5.) Os Oq>(W~EVOL [que foram salvos] ou (Wvt'EÇ [que estão vivos] podem, por isso, também ser chamados de os KEKÀTJ.1ÉVOL [que foram chamados] (Hb 9.15; Herm sim IX 14.5) ou os KÀl1'tOL 1ÍYl.a.O~ÉVOL [chamados e santificados] (lClem intr.). Deus ou Cristo os chamou ELÇ 'rô ea.u~cx.o'tôv a.u'toú 4>wç [para a sua admirável luz] (lPe 2.9), «1Tà OKÓ'tOuç ELÇ q.wç [das trevas para a luz] (lClem 59.2; cf. 2Clem 1.2,8). São chamados para a ELPT)vl1 roü XpLO'tOÜ [paz de Cristo] "em um corpo" (CI3.16; cf. Ef 1.11; 4.4) para
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a atwvLOç (w't) [vida eterna] (lTm 6.12), Elç TIEpl:rroLl10I"V ÕÓÇl1Ç ... [para obtençã da salvação] (2Ts 2.14; cf. lPe 3.9; 5.10). Freqüentemente se encontra o us absoluto KÀ118fwal" [ser chamado] (Ef 4.1; 2Tm 1.9; lPe 1.15; 2Pe 1.3; 2Cle 2.4,7; 5.1, etc.), igualmente KÀfjOI"Ç [vocação] (Ef 1.18; 4.1,4; 2Ts 1.11; 2Tm 1.9 Hb 3.1; 2Pe 1.10; lClem 46.6; Herm mand IV 3.6; sim VIII 11.1). A referênci ao futuro do crente talvez se expresse de maneira mais enfática por "vocai ção" do que por "salvação", como é o caso, em 2Ts 1.11 ou em expressões como rí EÀ1Tlç 'rfjç KA:líOEWÇ [a esperança da vocação] (Ef 1.18) e rí KÀf}OI"Ç 'r i1 ETIaYYEÀLaç [a vocação da promessa] (Barn 16.9); cf. também KÀf]OI"Ç ETIOUPÚVLOq [vocação celestial] em Hb 3.1. I
9 ;
3. A pergunta decisiva agora é como se imagina mais exata~ mente a relação entre o presente e o futuro da salvação. Preservouse a compreensão dialética dessa relação, como existia em Paulo ~ em João? Está compreendida a situação cristã como a do singula . "entre", a saber, entre o "rião mais" e "ainda não"? Em termos be gerais pode-se dizer que por meio do chamado para dentro d EKKÀlloLa [igreja], por meio do perdão dos pecados da atualidad conferido no batismo é oferecida a possibilidade da salvação futura e igualmente que o presente se encontra sob o imperativo, cujo cum primento é a condição para a consecução da salvação futura. Iss depende, porém, e a arualidade da (w1Í [vida] vindoura já ser vist no próprio cumprimento do im-perativo; em outras palavras, se perdão dos pecados concedido pelo batismo é compreendido com o perdão das dívidas contraídas até o batismo e da pena merecid por causa delas ou se é entendido como a libertação do poder d pecado. a) A melhor maneira para esclarecer a problemática da situaçã seria certamente enfocar um caso extremo. Um desses casos extre mos é o "Pastor" de Hermas. Aqui se diz O'tl ri (Wll Úl-l.wv cSux üõa'to Eow811 KaL OW81ÍOE'tCU [pois a vossa vida foi salva e será salva mediant a água] (vis IH 3.5); o batismo que salvou conseguirá a salvaçã futura. Esta, porém, está condicionada a uma conduta de vida e pureza. A "carta celestial" que Herm recebe lhe assegura: "Mas sal va-te o fato de que não te afastaste do Deus vivo, e tua pureza grande abstinência. É isso que te salvou, pressuposto que permane ças nisso; e isso salva a todos que observam e levam uma vida e inocência e pureza" (vis H 3.2). O batismo somente fundamenta salvação na medida em que livra dos pecados anteriormente come
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tidos (mand IV 3.1-3; 4.4), fundamentando, desse modo, a possibilidade de um novo começo da vida, que, porém, deve ser vivida em responsabilidade própria, na obediência aos mandamentos de Deus, que Herm encarece reiteradas vezes. Em última análise então não é o batismo que salva o crente, e sim a boa conduta; a esta se promete a (w~ (p. ex. mand 111 5; IV 2.4; XII 6.3). É compreensível, pois, que então surja o problema dos pecados cometidos depois do batismo; e . esta é a revelação que Herm pretende ter recebido: que agora, depois de desperdiçado o lucro da primeira penitência (por ocasião do batismo), foi dada mais uma vez, e pela última vez antes do fim iminente, a possibilidade de uma penitência perante Deus (vis II 2.4-8; mand IV 3; sim IX 26.6). É verdade que o cristão se encontra entre passado e futuro; mas esse "entre" é apenas uma determinação cronológica; trata-se de um período intermediário, de um prazo, que deve ser aproveitado para a penitência. Todo o livro é um chamado à penitência e o autor se esforça por demonstrar que a I-lE-rávola [conversão] é uma OÚVEOlÇ [compreensão], que visa a que o pecador reconheça seu pecado e dele se arrependa, e que doravante viva segundo os mandamentos de Deus (mand IV 2.2-4, etc.). Característico de Hermas é que a nícr lÇ [fé] constitui uma virtude entre outras (mand VIII 8s.; XII 3.1; sim X 4.2), sim, a virtude principal, cujas "filhas" são EYKpáTEla, àrrÂóTllç, Errlo-rlÍl-lll, àKUKLU, OEI-lVÓTTlÇ e àyárrTl [continência, simplicidade, sapiência, inocência, dignidade e amor] (vis III 8.3ss.). Mas essa rrLoTlç afinal nada mais é do que a fé no Deus uno (mand O. b) A alusão à futura retribuição e ao juízo também perpassa as exortações de Tiago. Para ele é natural que o cristão se encontre sob a lei, cuja autoridade é acentuada pela caracterização do vóuoç [lei] como TÉÂElOÇ e paolÂlKóÇ [perfeito e real] (1.25;28), e que deve ser cumprida como um todo (2.13s.). Não está claro por que a lei também é chamada de VÓI-lOç -rf)ç EÂEuSEpLaç [lei da liberdade] (1.25; 2.12)118. Em todo caso, Tiago se encontra tão distante do conceito paulino de 118
A suposição de E. STAUFFER [ThLZ 77 (1952), p. 57755.] de que a "lei da liberdade" seria um termo judaico que se encontra no "Dead Sea Manual Df Discipline [Manual de disciplina do Mar Morto]", foi demonstrada como engano por F. NOTSCHER [Biblica 34 (1933), p. 1938.] e por H. BRAUN (Spiitjudisch-hiiretischer und früchristlicher Radikalismus I, p. 26, 5).
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liberdade quanto do conceito de fé de Paulo. Exigem-se obras da boa conduta (3.13), e a respeito do TIOlrrr~ç EPYou [realizados de uma obra] vale: oôroc lJ.uKáplOÇ EV T'fi TIOl1ÍOEL UUTOU EaTal [este é bem-aventurado naquilo que faz] (1.25). Isso se expressa de maneira mais forte na polêmica contra um ponto de vista que atribui a salvação a uma fé sem obras (2.14-26). O autor polemiza contra a sentença de que Abraão teria sido justificado somente pela fé. Isso sugere que aqui se polemiza contra Paulo ou contra uma corrente que se reporta a ele. Em todo caso, com isso o conceito de fé paulino teria sido totalmente mal-entendido. Pois sem dúvida, Paulo teria concordado com a sentença de que fé sem obras é morta (2.17,26), jamais, porém, com a tese de que a fé coopera com as obras (2.22). Tiago pode falar desse modo somente porque entende sob fé apenas a convicção teórica da existência de Deus. Uma fé que os demônios também possuem (2.19).
Aqui falta toda compreensão para a situação cristã como a situação de um "entre". Aqui penetrou o moralismo da tradição sinagogal e é possível que Tiago não apenas se encontre totalmente nesta tradição, como também que o autor tenha adotado um escrito judaico, modificando-o levemente (ver p. 588s.). c) A esta categoria também pertence Didaquê, em cuja primeira parte se aproveitou um catecismo para prosélitos (ver p. 588s.) com preceitos e proibições morais segundo o esquema dos "dois caminhos", enriquecidos pelo autor pela inclusão de ditos do Senhor. Uma fé simplória de retribuição domina as exortações, e também a conclusão do escrito, que aponta para o juízo vindouro e exorta ao YPllyopElv [estar vigilante] (16.1) e promete a salvação aos ÚTI0IJ.El.VOVTEÇ EV TU TILOTEL UUTWV [que perseveram na sua fé] (16.5) também deve ter sua origem no catecismo judaico. d) Também Barnabé adotou o catecismo judaico (18-21); com seu método de interpretação alegórica do AT (§ 11,2b) ele se encontra igualmente na tradição da sinagoga helenista. No entanto sua compreensão da existência cristã, por menos conseqüente que tenha sido em sua aplicação, vai além da de Herm, Tiago e da Did e se aproxima da dos deuteropaulinos, o que é tanto mais surpreendente para um autor que não se encontra sob a influência da teologia paulína. Sem dúvida, ele conhece o conceito forense da ôlKULOOÚVll
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[justiça] (13.7 de acordo Gn 15.6; no mais, ôucoaooúvn no sentido ético: 1.4,6; 5.4; 20.2; igualmente Õ(K
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o "templo de Deus" é descrito em 16.9:
Ó Àóyoç ai.rrou -rilç TTlO-rEWÇ, lÍ
KÀiloLÇ au-rou -rilç ETIaYYEÀlaç, lÍ ompla -rWV ÕLKaLw~á-rwv, «L Ev-roÀat -rilç õLõaX'Dç, cxu-ràç EV lÍfll.V TIPo4>l1-rEúwv,au-ràç EV TÍ!J.LV KCX-rOLKWV, robc -rQ 8avá'tC~ õEÕOUÂWflÉVOUÇ - à,VOlYWV tlflLV -rllv eúpav roü vaou, EOTLV oróuc, flE-rávoLav ÕLÕOUÇ lÍfll.V - ELoáYEL ELç -ràv ã
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ção de sua promessa, a sabedoria de suas justas exigências, os mandamentos da doutrina profetizam em nós, moram em nós, que estávamos escravizados pela morte - abrindo para nós a porta do templo, isto é, a boca, concedendo-nos arrependimento - conduz-nos para dentro do tempo imortal]. Como nesta caracterização o Àóyoç -rflç TTlO-rEWÇ [palavra da fé] vem em primeiro lugar, diz-se a respeito dos cristãos que eles são rf n íoret Tflç ETTaYYEÀLaç Kat -rQ ÂóYú:I (WOíTOLOÚ~EVOL [os que foram vivificados pela fé da promessa e pela palavra] (nota bene: não õLKaLw8Év-rEÇ [justificados]!) (6.17). O Âóyoç [palavra], no qual importa crer (9.3; 11.11), naturalmente contém a mensagem da obra de Cristo, que é o objeto do nLo't"EúELV [crer] (7.2). Mas o ser cristão também pode ser designado como TTLO't"EÚELV 'tCt> eEQ [crer em Deus] (16.7), e ocasionalmente também pela mera TTlO-rLÇ [fé] (4.9) ou pelo TILO-rEÚELV [crer] (3.6 e 13.7 na citação de Cn 17.4s. ou 15.6). Entretanto não se dá ênfase ao conceito de TTLO't"LÇ, nem mesmo se o toma em sua rigorosa acepção; não se coloca TTLO't"LÇ em contraposição aos EPya [obras]. Correspondentemente, o conceito Xáp LÇ [graça] quase desaparece; ele é usado tanto com referência à profecia do AT (5.6), quanto à graça batismal (1.2); XápLÇ é o conteúdo da cruz (9.8 e o objeto do EuaYYEÀL(E08cu [evangelizar] (14.9 segundo Is 61.1s.; em estilo de fórmula na saudação final 21.9). Na aparentemente tradicional tríade nLo't"Lç, &yánl1, EÂTILç [fé, amor, esperança], que serve para descrever o ser cristão, (1.4,6; cf. 11.8) os termos não são claramente diferenciados um do outro; de acordo com 1.4, 1TLOTLÇ e àyáTIl1 habitam na comunidade ETI' EÂTTLÕL (wflç au't"ou [na esperança da sua vida], e de acordo com 1.6, a (wflç EÂTTLç [esperança da vida] é o início e o fim da TTLO-rLÇ. A nova aliança deve ser selada nos corações EV EÀTTLÕL 't"flç TILO't"EWÇ au't"ou [na esperança da sua fé] (4.8). A fé parece ser essencialmente confiança na esperança (cf. 12.7), o que também se evidencia a partir do fato de que crer em Jesus e esperar nele podem ser usados alternadamente (cf, 6.3 com 6.9; 11.11; 12.2s.; 16.8); assim também se pode
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dizer em lugar de lTLO-rEÚELV "CC.\) SE<.\> [crer em Deus]: EÀlTL(ELV ElTl -rov SEÓV [esperar em Deus] (19.7). Se
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dádiva celestial e se tornaram partícipes do Espírito Santo e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do éon vindouro] (6.4s.). No entanto, acaso esta descrição solene vai além de dizer que os cristãos foram batizados? No mais, o presente é descrito essencialmente como o tempo da nova aliança (8.6-13; 10.15-18), instaurado pelo auto-sacrifício que Cristo ofereceu como o sumo sacerdote, de modo que a entrada para o santuário está aberta (10.19s.) e os crentes, libertos do temor da morte (2.14s.), agora têm acesso a Deus, à 7TapPTJOLO: [franqueza, ousadia] e à EÂ7TLÇ [esperança] (3.6; 4.16; 6.11,18; 7.19,25). Eles podem aproximar-se (isto é, em oração) confiantes do "trono da graça" (4.16; cf. 7.25; 10.22). Não obstante, o cristão vive na consciência da responsabilidade perante o Juiz celestial, e ainda assim ignora-se o paradoxo daí resultante quando o novo do presente é visto no fato de conter a possibilidade de conquistar, após a libertação dos pecados antigos (por meio do batismo), a salvação por meio da nova conduta. Em si o problema do pecado depois do batismo não atribulou o autor. Todavia, pecados "voluntários" são imperdoáveis (10.26-31) e para pecados graves, sobretudo para o pecado da apostasia, não existe possibilidade de penitência (6.4-6; 12.16s.). A intercessão de Cristo pelos crentes (7.25; cf. 2.17) evidentemente não significa mais do que a possibilidade de poderem receber perdão por pecados eventuais. O autor não conc1ama à penitência, a exemplo de Herm; evidentemente esta foi realizada pelos batizados uma vez por todas (6.1,6). Ele conclama à ÚTIOI-Lov~ [perseverança] 00.36; 12.1), à permanência em 7TapPlloLa e EÂTILÇ (3.6,14; 6.11; 10.23,35); o pecado verdadeiro é justamente o da apostasia. A isso corresponde o conceito de fé (p. 136s.). II(oTLç [fé] naturalmente significa, antes de mais nada, a aceitação da pregação missionária (6.1; 11.6), depois também a confiança 00.22), sobretudo, porém, a fidelidade na fé (6.12; 10.22; 11 passim; 13.7; sinônimo de ÚTIaKO~ [obediência] cf. 10.35-39) e a esperança (cap, 11 passim). A 1TLonç, em virtude da qual o c5LKcHoç [justo] viverá 00.38) é a Ú1TUKO~; a 1TLonç que testifica a Abel como um ÕLKUL.OÇ 01.4), dificilmente pode ser determinada de outro modo do que simplesmente como a fé em Deus. Assim como o contraste nínt u; - EPYU [fé - obras] é de somenos importância, também o é o ÕL.KUL.wSílvcu EK 1TLonwç [ser justificado com base na fé] ou a ÕLKUWOÚV'l') SEOU [jus-
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tiça de Deus] de Paulo. {t:llKULOOÚVí) significa retidão: 1.9; 11.33; 12.11 ou o que é direito: 5.13 ou a justiça soberana: 7.2; somente uma vez o bem salvífico que Noé adquiriu graças a sua obediência: 11.7). A confiança do crente certamente visa à graça de Deus, e em 12.15 evidentemente XáplÇ se refere à graça salvífica, decerto também em 13.9 e 10.29. Mas o contraste XáplÇ - Epya [graça obras] falta; e em 4.16, onde estão coordenadas XáplÇ e EÀ:ITLç [esperança], é a graça de Deus na qual o orante espera ElÇ EÜK(UPOV ~o1ÍeEl(W (sempre a respectiva ajuda oportuna). Importante é para o autor, antes, que os cristão sejam "purificados" e "santificados", a saber, pelo batismo. O sangue de Cristo "purifica nossa consciência das obras mortas, para que sirvamos ao Deus vivo" (9.14; cf. 1.3; 10.22; para áYlá(Elv [santificar] que, de acordo com 9.13s., é sinônimo de KaeapL(ElV [purificar], 2.11; 10.10,14,29; 13.12). Não foi feita a tentativa de encontrar um equilíbrio com o imperativo Ôl(~KETE... 't"ov àYlaollÓV lpersegui... a santificação] (12.14; cf. 12.10); tampouco um equilíbrio entre o duplo uso de 't"EÀElOUV [aperfeiçoar]. Em 9.9 (cf. 9.14); 10.1,14, isso nada mais significa do que Ku6apL(ElV [purificar] e àYlá(Elv [santificar], a saber "consagrar": em 11.40; 12.23 (cf. 12.2), "levar à perfeição" (esse sentido o verbo também tem na aplicação a Cristo: 2.10; 5.9; 7.28). O uso lingüístico duplo tem sua explicação no fato de que a consagração transporta antecipadamente para a existência celestial, desmundanizando, portanto, os consagrados. No entanto não se mostra a relação interior entre a desmundanização realizada na consagração e a que tem que ser levada a efeito pelo esforço próprio 03.13s.). O imperativo não está realmente fundamentado no indicativo. A purificação da OUVELÔí)OlÇ [consciência] de 9.14 (cf, 10.2,22) nada mais é do que o perdão dos pecados anteriores concedido na batismo, e a KaÀt, OUVELÔll0lÇ [consciência limpa] dos batizados consiste no fato de que estão EV TIâOlV KUÀWÇ 6ÉÀOVTEÇ o:'vuo't"pÉ4>Eo6al [querendo portar-se bem em todos os aspectos] (13.18). De morrer e ressuscitar com Cristo não se fala. Para a cruz de Cristo remete-se como ao modelo (12.2s.; 13.13). Sem dúvida, o autor sabe falar dos I-I.EPl0I-I.OL TIVEÚIlU'WÇ áYLOU [partícipes do Espírito Santo] (2.4); sabe que no batismo é concedido o Espírito (6.4), e afirma que quem abandona a fé peca contra o TIVEUI-I.U 't"ftç Xápl roç [Espírito da graça]. Mas do TIVEUIlU que, de acordo com Paulo, é a força da vida cristã, ele não fala. Ao invés disso ensina a compreender os sofrimentos que atingem o crente como disciplina de Deus 02.4-11).
Visto que se abandonou a dialética entre imperativo e indicativo, em última análise a salvação é apenas uma salvação futura, e o presente encontra-se fundamentalmente sob a exigência; conquanto o presente é um . . . entre", ele é apenas um tempo intermediário, um prazo por breve tempo ainda, no qual o crente haverá de comprovar-se por meio de sua ún0lJ.0vTÍ [perseverança] (10.36, etc.). É característico o fato de que o problema do legalismo não comove o
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autor; da lei veterotestamentária interessa-lhe apenas a lei cúltica, a qual ele interpreta alegoricamente (§ 11,2c). t> A introdução de 2 Pedro causa inicialmente a impressão de que o autor tem uma compreensão da fé cristã que foge da esfera do moralismo legalista, como, aliás, em 2 Pedro é quase imperceptível a influência da tradição sinagoga!. Em 1.3-11 o imperativo ético tem sua fundamentação no indicativo; da TIlOTlÇ [fé] que recebeu a dádiva divina, deriva-se uma série de atitudes ou comportamentos: &pET1Í YVWOlÇ - EYKpeXTEla - Ú1TO~OV1Í - EuoÉ~Ela -
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indireto da descrição da vida viciosa dos falsos mestres, sobre os quais virá o juízo (15), mas também da doxologia no final do escrito, que expressa a confiança de que Deus preservará os leitores sem defeitos e irrepreensíveis (24). g) Claramente configurado está o singular legalismo cristão em 2 Epístola de Clemente. O escrito que leva esse título é um sermão de exortação e penitência, que aponta para a parusia, para o juízo vindouro e para a salvação prometida aos piedosos. O juízo acontecerá segundo as obras (6.9; 11.6; 16.3; 17.4), e toda a vida do cristão deve ser um &.ywv [uma luta], à qual se promete o o't"ÉcI>avoc; [coroa] como prêmio pela vitória (7.1ss.). A advertência, porém, está motivada pela referência ao presente determinado pela obra de Cristo. Embora a oW't"l1pla [salvação] seja concebida, na maioria dos casos, como futura (p. ex. 19.3; Lva ElC; 't"ÉÀoc; OW8WlJ.EV [para que no final sejamos salvos]), os crentes já estão salvos (3.3; 9.2). Cristo, que veio como o ow't"TÍP [Salvador] e apXl1Y0C; 't"f)ç acl>Sapolaç [autor da imortalidade] (20.5), os salvou (1.4,7; 2.7; 9.5); ele os chamou (1.2,8, etc.): sofreu por amor deles (1.2). Os crentes são seu oWIJu [corpo] (14.2), a saber, a EKKAllola [igreja], que era preexistente como pneumática, e com a aparição do Cristo-rrveíxic na carne, igualmente apareceu na carne (14.18S.). OS que foram admitidos na EKKÀl10Ca pelo batismo têm o dever de conservar o batismo ou o "selo" puro (6.9; 7.6; 8.6). Têm o dever de agradecer pelo presente da salvação e de retribuí-lo (àv'rqJ.l.o8Cu [recompensa] - 1.3,5; 9.7; 15.2) com a confissão do ato (3.1ss.; 4.1ss.) e com a penitência (9.8). Preservar puro o batismo ou o selo" significa simultaneamente 'rllv oápKa ayv~v 't"EpELV [guardar pura a carne] (8.4,6; 9.3; 14.3), isto é, renunciar a este éon, ao mundo e suas concupiscências (5.5; 6.4; 16.2, etc.) e viver em boas obras, em õLKULOOÚVll [justiça], como ÕlK(UOÇ, OOLOÇ, EUOE~TÍÇ [justo, sagrado, piedoso] (6.9; 11.7; 12.1; 15.3; 19.2s, etc.). Embora fosse considerada como àpE'rTÍ [virtude] (10.1) especialmente a aY(X1TTl [amor] (4.3; 9.6; 12.1; 13.4; 15.2; 16.4), não obstante, a virtude característica de 2Clem é a EYKpáTELa [continência] (4.3; 15.1), que vai até a abstinência sexual (12.5). Certamente podemos encontrar em 2Clem uma fundamentação do imperativo no indicativo; mas falta o paradoxo paulino e com ela a realização paradoxal do futuro no presente. Por isso tamli
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bém aqui o entre" da existência cristã não é uma determinação objetiva, e sim apenas cronológica. 11
o quanto o autor se encontra distante de Paulo também se evidencia a partir do fato de que, na verdade, ocasionalmente também fala da tentação à qual ele mesmo está exposto como iTCXVecq.uxpn.uÀóç [totalmente pecador} 08.2), mas fala tão pouco do poder da ál-Lcxp't'üx [pecado] quanto de sua remissão. Para ele a oápç [carne] não significa um poder perverso, e sim a esfera do terreno (5.5; 8.2; 9.1ss.; 14.3ss.); e assim como exorta a 't'1)V OápKCX áyv1)v 't''IlPElV [guardar pura a carne], também ensina a ressurreição da oápç (9.1ss.). Analogamente, iTVEUI-LCX não é o dom e o poder escatológico, e sim designação da essencialidade celestial (9.5; 14.1ss.). A ÕL.KCXWOÚV'Il [justiça] não é o bem escatológico salvífico (o verbo ÕL.Kawuo8lXl [ser justificado] falta completamente), e sim a retidão, que é preciso praticar 01.7; iTOL.ELV, 19.3: TIpáoonv), e os ÕlKCXL.OL. [justos] são os piedosos (11.1; 17.7; 20.3). Característica é associação de 6lKCUOÇ [justos] e oowç [sagrados] (5.6; 6.9; 15.3); igualmente a ocorrência dos termos EUOE[3~Ç, EuoÉ[3ncx, 8EooÉ[3ncx [piedoso, piedade, veneração de Deus] (19.1,4; 20.4). É significativo, quando comparado com Paulo, o consolo moral em face do sofrimento: se a piedade recebesse sua recompensa já agora, estaríamos negociando e não praticando 8EOoÉ[3ncx (20.4); como aliás a exortação à desmundanização vem acompanhada da asseveração: TÍ EmÕlll-LLa TÍ EV r4) KÓOiJ.4l 't'oú't'(~ rilç ocxpKàç rnórnc I-LL.Kpá Eonv KCXl ôhyoXpóVL.Oç [a peregrinação desta carne por este' mundo é curta e breve] (5.5; cf. 6.6; 7.1). Falta também todo entusiasmo e carismatismo.
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cristianismo de 2Clem, portanto, não é menos legalista do que o de Herm, Tiago, Did, Barn e Hb, distinguindo-se deste somente pelo fato de que o legalismo (como em 2 Pedro e Judas) está menos plasmado pela tradição da sinagoga e se encontra mais sob a influência de tendências helenistas de fuga do mundo e ascese. h) A Epístola de Policarpo, que contém essencialmente exortações éticas (1TEp[ Ôl.KCXLOaúvTJç [sobre a justiça] - 3.1), é o documento de um cristianismo alheado do mundo e determinado pela esperança do futuro (8.1). Os cristãos ainda vivem no presente éon e estão na expectativa do vindouro (5.2). Esperam pelo ressuscitamento dos mortos (2.2; 5.2) e estão com o olhar voltado para o juízo iminente, que Cristo realizará (2.1; 6.2; 11.2). A dúvida sobre ressurreição e juízo é combatida como heresia (7.1). No presente a referência ao futuro deve ser realizada como desmundanização; &1TÉXE08cxL [abster-se] (2.2; 5.3; 6.1,3; 11.ls.) e &1TOÀELTIELV [abandonar] (2.1; 7.2) são os
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verbos que perpassam as exortações; importa exterminar as concupiscências mundanas (5.3; cf. 7.1 e EYKpá-rELa [continência], 4.2). Portanto, o futuro determina o presente apenas de Imodo negativo; que o futuro também qualifica o presente de modo positivo, visto que está paradoxalmente presente - disto nada se percebe. Os enunciados a respeito de Cristo - que ele veio na carne (7.1) e que sofreu e morreu por nós, por nossos pecados (1.2; 8.1; 9.2); que ele ressuscitou e foi elevado a soberano e juiz (1.2; 2.1s.; 9.2), visam apenas a mostrar que nisso está fundamentada a esperança cristã da ressurreição (2.2; 8.1). Do 1TvEu~a como o dom do tempo final e da força de nova vida não se faz menção, tampouco dos xap(o~a'La [carismas]. É característico que Cristo seja designado como &:ppa~úSv ('Li}ç ôlKalOOÚVT)Ç) [penhor (da justiça)], que morreu por nossos pecados (8.1). Correspondentemente também não se fala da oápç [carne] como poder do pecado. Há uma vaga alusão a G15.17 na formulação: TIâaa E'TTLeU~(a Ka'Là 'LDU TIVEÚ~a'LDç O'Lpa-rEÚE'LaL [toda cobiça milita contra o espírito] (5.3), tendo ainda duvidoso se se trata de uma referência ao 1TvEu~a ãYLDV [Espírito Santo], ou (como na citação de Mt 14.38) ao melhor que há no ser humano (7.2). Em todo caso, 'TTVEU~a aYLov não ocorre. Também não há nenhuma referência à presentificação sacramental da vida futura; os sacramentos não são mencionados. Embora o autor tenha conhecimento de epístolas de Paulo, sua doutrina da justificação transparece somente em 1.3: EtÕÓ't"EÇ on XápL't"L EO't"E OEOWO~ÉVOL, OUK EÇ EPYWV, &ÀÀà SEÀft~an SEDU ÕLà 'Ill00U Xpicroü [sabendo que fostes salvos pela graça, não com base em obras, mas pela vontade de Deus por meio de Jesus Cristo] (segundo Ef 2.5,8s.?). Do ÔLKCHW8f)vUL [ser justificado] o autor não fala (também não de ow8f)vaL [ser salvo] e oW't"llPla [salvação[), e õLKULOOÚVll [justiça] é usado (talvez com exceção de 8.1) somente no sentido do comportamento eticamente justo 2.3; 3.1,3; 4.1; 9.1s.): com exceção de 1.3, XáPLÇ [graça] se encontra somente nos votos finais (como gratia). A TIlOnç [fé] no sentido paulino não desempenha papel nenhum; a palavra é usada amiúde (quase sempre em termos absolutos): em 1.2 para designar o cristianismo (igualmente TILOnÚELV [crer] em 5.2), muitas vezes em combinações: com EÀlTlç [esperança] e &yáTIll [amor] em 3.28.; com &yáTITJ e áYVELCl: [pureza] em 4.2; com õLKULOOÚVll [justiça] em 9.2; com ÚlTOllov1Í [perseverança] em 13.2; às vezes determinado por Elç: ElÇ 't"Dv KÚpLOV... [para com o Senhor] em 1.2 (?); 13.2; Etç 't"ov EYE[pav't"a 't"Dv KÚPLOV [para com aquele que ressuscitou o Senhor] em 2.1; 12.2; por meio de gen. obj.: roü KUPlOU [do Senhor] em 4.3. A doutrina cristã pode ser designada como Ó TIEpl &ÀllSElaÇ Àóyoç [a palavra acerca da verdade] em 3.2; Ó EÇ &pxf)ç
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TIUpUÕOeELÇ Àóyoç [a palavra confiada desde o princípio] em 7.2; Ó Àóyoe; 't"ile; õLKULOaÚVTJe; [a palavra da justiça] em 9.1.
As sentenças sobre sofrimento e morte de Cristo por nossos pecados implicam naturalmente a idéia do perdão dos pecados conseguido por Cristo; mas o problema dos pecados depois do batismo não preocupa o autor. Ele sabe que todos somos 6
Em geral, portanto; a vida do cristão é compreendida como preparação para a salvação futura por meio do cumprimento das EVToÀa[, por meio da conduta de vida que renuncia ao mundo. O presente não é entendido como pleno do poder do já agora futuro, e a fundamentação do imperativo por Paulo está esquecida. Podese, quiçá, encontrar um resquício disso quando a parênese de 2.1, lembrando OTl XáplTL EOTE OEOW0I-lÉVOl [porque pela graça fostes salvos] (ver acima), continua: ÕLO... ÔouÀEúoaTE -rQ 8EQ... [por isso... servi a Deus...]. Quando muito; também 8.2, quando, depois da referência à paixão de Cristo por nossos pecados, é dito: I-lll-lll'taL ouv YEVWl-lE8a Tf]Ç Ú1T0l-lovf)ç (auTou) [tornemo-nos imitadores da (sua) perseverança] (cf, 10.1). Mas que o crente está libertado para a liberdade da obediência, isso o autor não aprendeu de Paulo, como, aliás, o conceito da EÀEu8EpLa [liberdade] falta completamente.
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O juízo ameaçador, que o Apocalipse de João anuncia nos capítulos 6-18 (-20), é o juízo sobre o mundo inimigo de Deus. Todavia, esse juízo também paira sobre a comunidade, que, por isso, é conclamada à vigilância e fidelidade na fé, especialmente nas sete cartas às comunidades nos capítulos 2-3 (cf, esp. 3.2s.; além disso, 16.15). Sobretudo, porém, se lhe chama a atenção para o juízo vindouro para seu consolo e fortalecimento. Nesse fato se revela, em certo sentido, que o autor tem consciência do poder do futuro atuante no presente - naturalmente apenas na medida em que a comunidade vive em segura esperança. Essa certeza se expressa nos hinos de vitória cantados no céu, que enaltecem a eterna soberania de Deus, a vitória escatológica dele e do "Cordeiro" (cf, esp. 11.15,17s.; 12.10s.; 19.1s.,6-8), especialmente na visão da salvação vindoura na imagem da nova Jerusalém, já presente no céu e como que somente à espera da hora para baixar sobre a terra (21.1-22.5). Essa esperança certamente corresponde aos pensamentos de Paulo (Rrn 8.24s.,31-39), para o qual a 1TlO'tlÇ [fé] é simultaneamente EÀ:rrí.ç [esperança] (§ 35,3); e nela a comunidade tem corno que um tesouro já presente, que a torna rica em toda pobreza (2.9), enquanto o aparentemente rico na verdade é pobre (3.17). Mas para Paulo a vida futura é presente ainda de outro modo, ao entender o sofrimento corno a fraqueza na qual o poder de Deus se aperfeiçoa (p. 422-426). Talvez se possa supor a presença desse saber atrás das palavras de Apocalipse, mas ele não é expresso em pensamentos; isso de imediato, porque o autor tem o sofrimento em vista unilateralmente (igual a 1 Pedro) como o sofrimento decorrente da perseguição (2.3,9s.; 6.9; 7.14; 12.12,17; 13.7). Para ele, o consolo consiste no fato de que ao fiel está assegurada a "coroa da vida", a recompensa celestial (passim; p. ex. 2.10; 7.13-17; 14.3; 22.14) e, além disso, que a comunidade será preservada nos terrores do tempo final (3.10; 7.1-8; 14.1-5). Ao lado disso também ocorre a idéia de que o sofrimento é uma disciplina salutar (3.19). A certeza da esperança se fundamenta na morte de Cristo, do "Cordeiro imolado" (5.6,9; 13.8), cujo sangue redime e purifica (5.9; 7.14). A pergunta de que espécie é a relação dos seus com Cristo não pode ser respondida com clareza, porque o autor não reflete sobre isso; para defini-la, em todo caso não serve o verbo lTlO'tEÚElV [crer]. i)
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II(01;l.ç [fé] ocorre várias vezes (2.13; 13.10; 14.12; cornbiriacío COITl &yálTll [amor]: 2.19), no entanto no significado de fidelidade, assim corno lTI.01;ÓÇ significa o fiel, o confiável (2.10.13; 17.14). O próprio Cristo é o I-táp'tup iTLO'tÓÇ [testerrumha fiel] (1.5; 3.14), e as palavras do livro são rnrrto], Kal. &ÂllSI.VOl [fiéis e verdadeiras] (21.5; 22.6). Normalmente nlo-rl.ç [fé] está associada à únol-tovTÍ [perseverança] (2.19; 13.10; 14.12), e o louvor à tJiTOI-tOVrl ou a exortação a ela perpassa todo
o livro. Digno da rnais subfirnc glória é aquele que preservou a ÚlT0l-t0vTÍ até ao martírio (2.13; 6.9-11; 7.9-17). A palavra de Cristo é o Àóyoç -r'flç tJiT0l-t0v'flç [palavra da perseverança], que importa preservar (3.10; cf. 3.3,8), e ela tem o rnesrrio sentido quando o autor exorta a 'tllPELV [guardar] a palavra de seu livro (1.3; 22.7,9); igualmente a exortação ao Kpa-rELv o EXE-rE [segurar o que tendes] ou EXEI.Ç [tens] (2.25; 3.11). Ao Kpa'tElv -ro oV0l-ta [segurar o riorne] (2.13) corresponde o 1-t'D àpVELOSal. [não negar] (2.13: 't'DV rrío't u> [a fé]; 3.8: -ro ov0l-ta [o norncl). Mas também importa -rllPE1V 'tO: Epya I-t0U [guardar as minhas obras] (2.26) ou 'tàç Ev-roÀàç 'tOU SEOU [os mandamentos de Deus] (12.17; 14.12), falando metaforicamente, 'tllPE1V -rà Ll-tá'tl.a [guardar as vestes] (16.15). Ao lado da exigência da tJnol-tovi] encontra-se a dos Epya [obras] (2.2.19). A cada qual será retribuído conforme as obras (2.23; 20.12s.; 22.12); as obras dos que morrem "no Senhor" os "acorrrpariharão" (14.13). Por meio do oiõa -rà Epya oou [conheço as tuas obras] do Senhor celestial, as comunidades recebem tanto consolo quanto advertência (2.2,13; 3.1,8,15); elas são conclamadas aos Epya (2.5.26, etc.) ou são elogiadas por causa de suas obras (2.2.13.19) ou repreendidas por causa delas (2.19,22; 3.1s.,15); como, correspondentemente, o juízo virá sobre os descrentes por causa de suas obras (9.20s.; 16.11; 18.6). Sob os Epya exigidos se entende um cornporfarnerrto imaculado, e isso não som.ente de acordo com. maridarnentos éticos (3.4?; 21.8,27; 22.15), e sim de acordo com mandamentos rituais (2.14.20); no entanto, faz parte deles tarnbérn a fidelidade na fé. Mas assim como se coriclarna para a fidelidade na fé, também se conclama para a penitência (2.5,16; 3.3,19; cf. 2.21s.; 9.20s.; 16.9,11). O cristianismo do Ap deverá ser definido com.o judaísmo levemente cristianizado. A importância de Cristo se restringe, afinal, essencialmente ao fato de proporcionar à fervorosa esperança a certeza que falta aos apocalípticos judaicos. Foi transferido a ele, ao
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Senhor sobre vida e morte (1.17s.; 2.8), ao celeste Consolador e Soberano, o que o judaísmo diz de Deus. A certeza da esperança e a convicção da proximidade do fim (22.10; Velt, EPX0l-lelL TelXÚ [sim, virei em breve]) fazem com que o presente pareça como que transluzido pela luz do futuro. Mas o verdadeiro caráter intermediário da existência humana não foi apreendido. Sim, sequer no sentido cronológico é inerente ao presente a determinação como de um tempo intermediário, visto que o autor não reflete sobre o passado, que foi encerrado com Cristo, e a partir do qual os crentes foram remetidos para um novo começo. Por isso fundamentalmente o presente não é entendido de modo diferente do que na apocalíptica judaica, a saber, como um tempo da interinidade, da espera. O sintoma mais claro disto é a concepção da tríor«; [fé] essencialmente como ÚTI0I-l0vi} [perseverança], tal como no judaísmo. j) Bem diferentes do Apocalipse, mas também dos demais escritos até agora apresentados, se situam as coisas onde há a influência da tradição paulina, especialmente em Colossenses e Efésios. Aqui está compreendido o sentido objetivo da situação intermediária, porque está compreendida a determinação do presente pelo futuro. O sentido cronológico do entre é de somenos importância já pelo fato de que não se fala da proximidade da parusia. Isso naturalmente não significa que a relacionalidade da existência humana com o futuro tenha desaparecido. Não raro se fala da EÀnlç [esperança]; ela está voltada para a iminente "revelação" de Cristo (CI3.4), perante o qual os crentes comparecerão um dia como santos (CI 1.22s.); ela está voltada para a vida que então será revelada com Cristo (CI3.3s.), para a salvação preparada no céu (CI1.5; Ef 1.18), para a retribuição de toda boa ação (Ef 6.8). Depois'"deste éon" virá o "vindouro" (Ef 1.21; cf. 2.2). Mas se põe mais ênfase no estado salvífico atual como antecipação da salvação futura (p. 605s.). Sem dúvida, o comportamento atual também pode ser considerado como condição da salvação futura - de modo plenamente legítimo, na medida em que esse comportamento é o Enll-lÉVELV TTlTIl.01"EL [permanecer na fé] (CI 1.23), naturalmente menos no sentido da fé na graça de Deus, se a referência à retribuição fundamenta a exortação ética (CI 3.24). Característico de Colossenses, bem como de Ef, porém, é o fato de que o presente é entendido como tempo da salvação efetivada
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pelo feito de Deus em Cristo, na medida em que os poderes cósmicos foram despojados de seu poder CCI 1.20; 2.15; ver p. 590s.). Ao apropriarem-se desse evento no batismo (CI2.12; cf. 2.20; 3.3; Ef 4.5), os crentes estão livres do domínio dos poderes, como da EçouoLa roü OKÓtOUÇ [autoridade das trevas], e foram transportados para o domínio de Cristo (Cll.13). Essa sua àlToÂÚtPWOLÇ [libertação] é a WpEOLÇ twv àl-lap"CLWV [perdão dos pecados] (CI 1.14; cf. 2.14; Ef 1.7; 5.26) - no entanto, não de tal modo como se a vida estivesse colocada sob um imperativo, cujo cumprimento seria a condição para conseguir a salvação, e sim de tal modo que, como o perdão, está simultaneamente rompido o poder do pecado, e a vida está presente na conduta obediente. Os crentes morreram com Cristo, com ele estão sepultados e ressuscitados, vivificados (CI2.12s.,20; 3.3). Neste indicativo está fundamentado o imperativo (CI3.5ss.,12ss.; Ef 4.1ss., 17,25; 5.8ss.; cf. CI 1.21s.; Ef 2.5s.). É singular a formulação de Ef 2.10: nós, como os salvos pela graça de Deus, somos "sua criação, criados em Cristo Jesus para boas obras que Deus preparou de antemão, para que andemos nelas". Com clareza especial em CI 3.2s.: t& avw Q>poVEltE, 1111 -r:;& EiTL 'tfjç yfjç. àiTE8ávEtE y&p, KC:Ú 1Í (wll ÚIlWV KÉKpUiT-r:;aL auv tQ XPLO-r:;<'\> EV t<.\> 8Ei> [cogitai as coisas do alto, não as que são aqui da terra. Pois morrestes e a vossa vida está oculta junto com Cristo em Deus]. Aqui ~e reconheceu o paradoxo: presente e, não obstante, futuro; ou: futuro e, não obstante, presente. Ele também está preservado pelo fato de que, apesar ou justamente por causa do ter morrido em Cristo, exorta-se: vEKpWOatE ouv 't& IlÉÂll t& EiTL tfjç yfjç [fazei morrer, pois, os membros terrenos] (CI 3.5; cf. Ef 4.22), e que, apesar da libertação dos maus poderes, impõe-se aos crentes a luta contra eles (Ef 6.10ss.). Percebe-se aqui claramente que a vida cristã está sempre ameaçada. É certo que não se fala do poder da oápç [carne] em luta contra o iTVE4J.a [espírito] (GI 5.17) e da tentação (lTELpá(ElV e lTElpaOI-lÓÇ faltam). A aápç e suas EiTl8uI-llal [paixões] são consideradas eliminadas com o batismo (CI2.13; Ef 2.3); não obstante, nem por isso se tornou desnecessária a exortação à luta contra as EiTl8UIlLal e contra os vícios; pelo contrário, recebeu sua fundamentação justamente pelo indicativo. O mal é um poder uniforme e, portanto, a vida do crente é uma luta constante. Isso se expressa nas exortações de Ef 6.10-20, em linguagem mitológica: importa resistir ao diabo e aos poderes demoníacos.
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(A esfera inimiga de Deus também é designada ocasionalmente por KÓO\-LOÇ no sentido paulino e [oanino: CI 2.8,20; Ef 2.2; 2.12?). O Espírito concedido no batismo é o penhor (&'ppa~wv) da salvação futura (Ef 1.13s.); mas ele também é a força concedida no presente no movimento da constante renovação (Ef 3.16; 4.23) e ele não deve ser "entristecido" por uma má conduta de vida (Ef 4.30). A fórmula paulina EV XpLU't4> [em Cristo] para designar a existência cristã encontra-se em estilo de fórmula em CI 1.2; Ef 1.1 no sentido de cristão Ela designa, como em Paulo, a comunhão com Cristo estabelecida pelo batismo: CI 2.12; Ef 2.6,10,13; 3.6. Assim certamente também em CI 1.28; 2.9s.; Ef 1.10; 2.15,21s.; em todas essas passagens vem à tona a concepção gnóstica do &V8pW1TOÇ [ser humano] cósmico, a qual está na base da fórmula (cf. esp. Ef 4.13). Muitas vezes o EV Xpw't6) tem sentido representativo: em, isto é, com Cristo está dada a salvação (Cl 2.3; Ef 1.3,6; 2.7; 4.32); no entanto o Év [em] também poderia ter sentido instrumental como certamente em Ef 1.20; 2.15. O sentido também poderia ser: pelo fato de Cristo ter sido eleito por Deus antes dos tempos, também os crentes foram eleitos (Ef 1.4,9; 3.11). Evidentemente, porém, o uso na linguagem litúrgica já adquiriu o caráter de fórmula (cf. Ef 3.21), de modo que às vezes é difícil determinar o sentido exato. /I
TI •
A salvação se tornou acessível por meio da pregação, do Àóyoç 'ttlç &'À'tlBElaÇ [palavra da verdade], do EOOyyÉÀLOV [evangelho] (CI 1.5; Ef 1.13), que revelou o mistério oculto de Deus (Cl 1.25ss.; 4.3; Ef 3.1ss.; 6.19) e que, por isso, deve permanecer viva na comunidade (CI 3.16). Nele a salvação é presente, bem como no conhecimento que lhe corresponde, para cuja definição serve uma grande quantidade de expressões: YVWOLÇ e ETIlYVWOLÇ, oodií«, OÚVEOLÇ, ~PÓVllOLÇ [conhecimento e reconhecimento, sabedoria, compreensão, cogitação]. Diferentemente de Paulo, 1TW'tÉUELV [crer] e 1TlU'tLÇ [fé] desempenham papel relativamente insignificante. IILo'tEÚElv não se encontra em Colossenses, em Efésios somente em 1.13,19, onde os rnoreóouvreç [que creram] ou 1TW'tEOOV'tEÇ [os que crêem] designam simplesmente os "cristãos" (p. 139). O uso de 1TLonç é oscilante. Ora significa a fé cristã no sentido de "cristianismo" (CI 1.23; Ef 1.15; 3.12>, especialmente quando o termo é associado a àY&1TTl [amor] (CI 1.4; Ef 1.15). Neste caso, 1TLO'tlÇ pode ser definida com mais exatidão; isso, porém, é raro; uma única vez com ELC; (que em Paulo somente se encontra associado a 1TW'tEÚUV [crerl), em CI2.5: ELÇ Xpurróv, duas vezes com Év (= ELÇ) em CI1.4: EV Xpw'tQ '!l1UOU [em Cristo Jesus]: Ef 1.15: EV 'tQ KUp(~ 'Inooõ [no Senhor Jesus]
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(em Paulo talvez GI 3.26; nas Past 1Tm 3.13; 2Tm 3.15); uma vez com gen. obj. em CI 2.12: Tílç EVEPYELaç roü SEDU [do poder de Deus]; nunca, porém, como 'I1')Ooü (XplOWU) [de Jesus (Cristor], freqüente em Paulo. - Às vezes.jrío nc deve ter mais o sentido de credulidade do que atitude subjetiva (Cl 2.7; Ef 3.17; 6.16-23); em outras passagens tem o significa objetivo, de modo que TILOnç significa a [ides qua crediiur, a "confissão", assim, p. ex., no característico Iado-a-lado ELç KÚPlOÇ, IlLa nLonç, EV páTITWlla [um Senhor, uma fé, um batismo] em Ef 4.5 (de uma tradição litúrgica?); talvez também Ef 4.13. Uma única vez ocorre TILOnç associada com XáPlÇ [graça], a saber na antítese paulina a EPya [obras] (Ef 2.8s.; cf. 2.5); no entanto, fala-se várias vezes da XáplÇ [graça] concedida por Deus em Cristo ou no Evangelho (CI 1.6; Ef 1.6s.; 2.7; cf. 4.7). É característico, porém, o fato de não constar XáplH (ou TIL01"EWÇ) ÔlKaLw6ÉvTEÇ [os que foram justificados pela graça (ou pela fél], e sim, OEOWOIlÉVOl [os que foram salvos], como aliás ÔlKalOUV [tornar justo] falta em CI e em Ef. Em CI também falta ôlKalOoúvll [justiça], que se encontra em Ef 4.24; 5.9, no entanto não no sentido forense, a fim de designar o bem salvífico (escatológico), e sim como termo ético no sentido de "honradez" (assim também (TO) 6LKalOv, em CI4.1; Ef 6.1), em 4.24 associado a ÓOlÓTllÇ [piedade], que falta em Paulo e que corresponde aproximadamente à EuoÉpHa [piedade] das Pasto
A idéia de que justamente o conhecimento distingue a existência cristã e que, por isso, tem de crescer constantemente, é especialmente característico de Colossenses e Efésios. O ato da graça de Deus, que se torna ativo na pregação é um dar a conhecer (YVWpL(HV - CI 1.27; Ef 1.9; 6.19), como também aos apóstolos foi dado a conhecer o ~ua-r~plov [mistério] do plano salvífico de Deus por meio de revelação (Ef 3.3s.,5), que constitui o objeto da pregação (CI1.25-27; 4.3; Ef 1.9; 3.9; 6.19). O conteúdo do flua-r~pLOv [mistério] é justamente o plano salvífico de Deus (CI1.26; Ef 1.9s.; 3.9s.) ou, como também pode constar simplesmente, Cristo (CI1.27), no qual estão contidos todos os tesouros da yvwalç [conhecimento] e da coóí« [sabedoria] (CI2.3). O conteúdo do conhecimento transmitido pela pregação é, com isso, o amor de Deus que excede todo o entendimento (Ef 3.19); mas ele também é o conhecimento da vontade de Deus, que exige uma conduta de vida digna (Cl1.9s.,28; 4.5; Ef 5.17). Por fim pode-se dizer - como que em resumo - que a salvação está presente na EKKÀTJa[a [igreja] como ow~a Xpurroü [corpo de Cristo], no qual os crentes foram recebidos pelo batismo (CI1.18,24; 2.19; 3.15; Ef 1.22s.; 2.16; 5.23,30). Isso, porém, não constitui uma garantia; pois a comunidade tem que comprovar que é realmente o corpo
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de Cristo, permanecendo fiel a Cristo como à cabeça do corpo (CI 2.19), na unidade do amor (CI 3.14s.; Ef 42ss.), eventualmente também no sofrimento pela Igreja (CI1.24), em instrução e admoestação mútuas (Cl 3.16), nas ações de graças e nos hinos da comunidade reunida CCI 1.12; 2.7; 4.2; esp. 3.16; Ef 3.21; 5.19s.). O interesse eclesiástico se destaca mais em Ef do que em Cl. Em primeiro lugar porque a união de judeus e gentios (como cristãos) num único templo constitui um tema especial em Ef (2.11-22), mas também na medida em que a fundamentação da Igreja nos santos" apóstolos e profetas (2.20; 3.5) e a direção da Igreja por estes, juntamente com os evangelistas, pastores e mestres (4.11), é um pensamento importante para o autor. Aqui já começa a manifestar-se a idéia da autoridade da Igreja católica antiga; no entanto, os dirigentes da Igreja ainda não possuem caráter sacerdotal; seu ofício é o da pregação da palavra. Também de uma disciplina eclesiástica específica ainda não se fala. Os membros das comunidades devem educar-se mutuamente (CI3.13-16; Ef 4.2s.,32; 5.19-21). Se a vida dos crentes está "desmundanizada", contanto que seja a vida dos que morreram com Cristo, que renunciaram e devem renunciar à antiga conduta de vida CCI 1.21; 3.5ss.; Ef 2.1ss.), que não mais visam -rCx ETIL -rf)ç yf)ç [as coisas terrenas] e sim -rã ãvw [as do alto] (CI3.2; ver acima); e contanto que ela se desenrole no âmbito da Igreja, nem por isso ela é fuga do mundo. Os preceitos ascéticos e rituais dos falsos mestres são combatidos (CI2.16,21; ver p. 578). É uma vida piedosa, em amor fraternal nas formas da existência civil, para a qual servem de modelo os catálogos domésticos CCl 3.18-4.1; Ef 5.22-6.9). Não se pode negar em Colossenses e Efésios certo doutrinarismo e uma moralização na compreensão da salvação. Natureza e origem do pecado não estão sendo compreendidas em sua profundidade, como em Paulo e João. Certamente ele é visto como poder ameaçador; mas sua essência é vista apenas na vida viciosa, assim como a conduta gentílica é descrita por catálogos de vícios (C13.5,8; Ef 2.1ss.; 4.18s.). Em decorrência disso, também a TIlO'tLÇ não está sendo compreendida com a radicalidade de Paulo e João. Também a linguagem é amplamente convencional; ela vive da tradição paulina e - especialmente Efésios - da tradição litúrgica. Não obstante, permaneceram vivos temas essenciais da teologia paulina, especial1/
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mente na compreensão da situação paradoxal dos crentes entre os tempos", na compreensão da referência do presente ao futuro e na fundamentação do imperativo no indicativo. 1) Revela afinidade com Colossenses e Efésios a Primeira Epístola de Pedro, na qual, porém, o aspecto da relação com o futuro é mais acentuado. A esperança da salvação vindoura é dominante 0.3ss.,13; 3.9; 4.13; 5.4); no entanto, de tal modo que não falta a idéia do juízo (4.6,17ss.). Sim, também a expectativa do fim imediato ainda (ou novamente) está viva (4.7). Em decorrência disso, também a desmundanização é mais acentuada. (No entanto falta o uso do termo KÓOI-LOÇ [mundo] no sentido paulino e joanino, bem como o conceito do aLwv oiiroç [este éon]). A designação dos cristãos como ãYLOl [santos] não é uma mera denominação técnica, e sim expressão do fato de não pertencerem mais ao mundo atual. A comunidade cristã é um oixoc TIVEUl-La-cLKÓç [casa espiritual], um LEpct'tEuj.la ãyLOV [sacerdócio santo], um E8voç ãYLOV [povo santo] (2.5,9s.), o que inclui simultaneamente o compromisso com urna conduta santa (1.15). Perante o mundo, os cristãos devem ter-se em conta de rrdpoucor [estrangeiros residentes] e ETILÕrUlOL [peregrinos] (2.11; cf. 1.1,17). O tempo presente tem o caráter da provisoriedade (2.17), o que, porém, é tornado especialmente corno consolo em face dos sofrimentos presentes (1.6; 5.10). O "entre", no qual se encontram os crentes, porém, não é apenas uma determinação cronológica. Pois na medida em que os crentes já são santos, é possível falar do presente da salvação. São santificados por meio do 1TVEül-La concedido no batismo, que lhes confere o efeito do sangue de Cristo (1.2; cf. 1.18-21). O batismo, cujo poder está fundamentado na ressurreição de Cristo (3.21; 1.3), salva-os, e estabelece uma nova relação com Deus (3.1)119. Assim renasceram (ou foram gerados de novo, 1.23). No entanto, consta caracteristicamente que Deus os fez renascer (os gerou novamente) ELÇ EA1Tlõa (waav [para um esperança viva] (1.3). O presente da salvação, portanto, se manifesta no fato de que são pessoas que esperam; portanto, sua 1TLO-cLÇ como tal é EÃ.1TLç. U
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~UVELÕ~OEWÇ &ya9f)ç ETIEpW"'CTU.LlX ELÇ 9EÓV deve significar: a oração que corresponde à consciência da pureza adquirida por meio do batismo.
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o presente da salvação, porém, se documenta também na nova conduta de vida, na qual a renúncia ao mundo tem que ser implementada (1.13ss..; 2.1ss.; 4.1ss.,7ss.). O sacramento do batismo não concedeu simplesmente uma nova natureza, cuja posse garante a salvação futura, mas o indicativo aparece através de toda a Epístola, em autêntico estilo paulino, como aquele que fundamenta o imperativo (1.13ss., esp. v. 15; 1.23; 2.11,24; 3.9); nisso também ocorre uma vez o tema paulino da liberdade (2.16). Ao lado disso, naturalmente, a exortação é motivada ocasionalmente pela referência ao fim iminente (4.7; 5.6). A idéia do Espírito concedido no batismo tampouco é explorada na parênese, como também se fala no máximo alusivamente da oúp~ como o poder do pecado (2.11: &TIÉXEOScx.L -cWV oapKLKwv ETILSq.J.LWV [abster-se das paixões carnaisj), e o pecado é visto somente na vida de vícios (2.1; 4.2s.,15), nas concupiscências (1.14; 2.11; 4.2s.), que caracteristicamente são denominadas de "concupiscências dos seres humanos" (4.2). Por isso também não admira que TILO-cLÇ, na medida em que não é a esperança em confiança (1.9,21), tenha o sentido geral da fé cristã, talvez com a nuança da nova fé (1.5,7; 5.9; igualmente TILO-cEÚELV [crer] em 1.8,21), como, aliás, os TILO-cEÚOV-cEÇ [que crêem] ou os TILCJ-cOL [fiéis] são simplesmente os "cristãos" (1.21; 2.7; cf. 5.12). O contraste da TILOTLÇ aos EPYcx. [obras] está ausente; pelo contrário, diz que Deus julgará a cada qual segundo seu EPYOV [obra] (1.17); e os crentes devem distinguir-se por meio de KaM Epya [boas obras] (2.12). Evidentemente se fala da XápLÇ [graça] de Deus. Ela é a graça dada por Deus por meio de Cristo (1.10; 3.7; 5.12) ou também a graça a ser esperada na futura &TIOKÚÀU$LÇ 'Inooü XpLO-cOU [revelação de Jesus Cristo] (1.13), mas também a múltipla, graça de Deus que se revela em carismas (4.10; cf. 5.10) ou em sofrimentos inocentes (2.19). Mas a XápLÇ não tem mais o sentido especificamente paulino. Assim também não se fala mais no óLKaLw8f]vaL [ser justificado]; ÓlKcx.LOOÚVll [justiça] é a honradez (2.24; 3.14); ÓLKULOÇ [justo] designa o homem íntegro, inocente (3.12,18; 4.18). O pensamento paulino do sofrer e morrer com Cristo foi modificado de modo singular. O fato de o sofrimento na perseguição ser interpretado como comunhão com o sofrimento de Cristo (4.13), não deixa de ser, por isso, paulino. Mas o conceito paulino de que a comunhão no sofrimento se realiza na decisão da fé e que, por isso,
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é um alvo a ser conquistado sempre ou um processo a se realizar permanentemente na vida do crente (p. 426) transparece só mais em 4.2. No mais, o autor o compreende no sentido de que, por meio do sofrimento dos cristãos, se estabelece um nexo com Cristo, porque o seguimento de Cristo acarreta os sofrimento da perseguição. Por isso, o crucificado não é a õúval.UÇ [poder] e a ooqií« SEOU [sabedoria de Deus] OCo 1.24), e sim o exemplo do sofrimento (2.21ss.; 3.18)naturalmente sem prejuízo da (tradicional) sentença de que a morte de Cristo foi uma morte pelos nossos pecados 0.18s.; 2.21,24; 3,18). A idéia de que assumir a cruz representa a renúncia a toda jactância e a desmundanização radical (GI6.14; Fp 3.3ss.; 1Co 1.18ss., etc.) foi abandonada. Aliás, o sofrimento é enfocado exclusivamente como sofrimento inocente, que resulta da maldade humana (2.19) ou até mesmo da inimizade dos gentios contra os cristãos (3.13ss.; 4.12ss.), como, aliás, TIElpaalJ.óç [tentação] é empregado somente para designar o sofrimento. A consciência escatológica e a distância em relação ao mundo aparecem com mais força em 1 Pedro do que em Colossenses e Efésios (e nas Past), o que certamente é causado pela hostilização ameaçadora e em parte real dos cristãos pelos gentios. Daí a parênese recebe seu caráter singular. Tanto as exortações à obediência às autoridades do Estado (2.14-17) quanto aos catálogos domésticos (2.18-3.7) não visam simplesmente a uma vida civil séria e decente, mas a um comportamento especificamente cristão: por meio de seu comportamento exemplar, o crente deve honrar a fé e deve estar disposto a padecer. A exortação ao padecimento perpassa todo o escrito 0,6s.; 2.20s.; 3.16s.) e com ela a exortação ao amor (&yáTIll bem como
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Efésios. Aqui a esperança do futuro ainda não perdeu sua tensão e a fé cristã se torna uma espiritualidade que, de modo algum, renuncia à distância em relação ao mundo, mas conquista um espaço na vida civil. É característico que, na verdade, há indícios de pensamentos paulinos, mas conceitos importantes da teologia paulina em parte sumiram; e em parte perderam seu significado original. Assim, p. ex., O~(ELV (ow8f]vctL) [salvar (ser salvo)] veio a substituir ÕLKaL.OUV (õLKaLW8flvaL.) [justificar (ser justificado)] e oWTl1Pla [salvação] veio a substituir ôucm.ooúvn [justiça] (p. 556). Somente em Tt 3.7 ocorre, como eco de Paulo, ÔlKUlW8Év'tEÇ 'tu EKElVOU Xápln [sendo justificados naquela fé]. No mais, ÔlKULOUV falta completamente, exceto na citação de 1Tm 3.16, na qual o ÊÔlKUlW8Tl (Êv TIVEUf.1an) [ser justificado (no Espírito)] é afirmado a respeito de Cristo. .1lKUWOÚV1l significa retidão, para a qual a Escritura educa (2Tm 3.16); é preciso esforçar-se por consegui-la (lTm 6.11; 2Tm 2.22), e a ela se promete a coroa (2Tm 4.8). Correspondentemente o ÔlK(UOÇ [justo] é o homem íntegro (lTm 1.9; Tt 1.8).
Raramente vezes ocorre iTLOTEÚEL.V [crer], e quando ocorre não é no sentido paulino, como já mostra a associação iTLOTEÚEL.V EiTl [crer em] com dativo (lTm 1.16; em Paulo somente nas citações Rm 9.33; 10.11). As expressões paulinas iTLOTEÚELV ELÇ [crer em] e iTLOTEÚELV OTL [crer que] faltam. Nas Past, iTLOTEÚELV [crer] significa confiar, fiar-se em algo ou em alguém (TTm 1.16; 2Tm 1.12; certamente também em Tt 3.8 com SE
Característica é a expressão nos moldes de fórmula Êv TIlO'tEl = "cristão" (lTm 1.2,4; Tt 3.15), e o Ku'tà KOLVT]V TTLonv [segundo a fé comum] de Tt 1.4. Também tem caráter de fórmula a designação do estado cristão como TIlO'tlÇ Kat &yáTTll [fé e amor] (lTm 1.14; 2Tm 1.13). Sobretudo TTLonç é a verdadeira fé em contraste com uma fé falsa, tanto no sentido subjetivo como a reta crença, quanto no sentido objetivo como a reta doutrina (ver p. 579). Como crença reta, TIlOnç perde o caráter que fundamenta a existência cristã e se transforma
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em virtude. Já é característico o fato de que ela pode ser designada de &'VUTTÓKPl'WÇ {sem hipocrisia] (I Tm 1.5; 2Tm 1.5), como Paulo caracteriza somente a à,yáTTll (Rm 12.9; 2Co 6.6; cf. 1Pe 1.22). Sem dúvida, a TI Lonç à,vUTIÓKPl1"Oç {fé sem hipocrisia] de 1Tm 1.5 aparece como raiz da à,yálTll, no entanto combinada com a Ka8apà KapõLa {coração puro] e com a OUVE LÔllO lÇ &ya8~ {consciência limpa]. Características são sobretudo as combinações com outras virtudes: com &yáTITl {amor] 1Tm 1.14; 2Tm 1.13; igualmente Tt 2.2, onde ainda se acrescenta UTIOI-I.ov~ {perseverança], e 1Tm 4.12, onde à,yáTITl e nícrtc estão ligados com à,vaaTpo
Designação característica da atitude cristã é EuaÉ~ELCX, o comportamento agradável a Deus, a piedade.
o substantivo EÓOÉ~Ela ocorre dez vezes; o verbo EÓOE~ELv em 1Tm 5.4; o advérbio EóaE~wç em 2Tm 3.12; Tt 2.12. O adjetivo falta e é substituído por OOtoç em 1Tm 2.8; Tt 1.8. EuaÉ~ELa pode, assim como TILan<;, designar o cristianismo como tal: lTm 3.16; 6.3; 2Tm 3.5. r
A piedade manifesta-se na conduta honesta (l Tm 2.2; 5.4; 6.11; 2Tm 3.12; Tt 2.12), conforme ela pode ser descrita nos catálogos domésticos (1Tm 2.8-15; 6.1s.; Tt 2.2-10). Portanto ela é o contrário da-antiga vida viciada dos gentios (Tt 3.3). Ela é a renúncia à &aÉl3Elcx [ímpiedade] e às KOalJ.lKcxl ETIl8uIJ.LCXl [paixões mundanas] (Tt 2.12; 1Tm 6.9; 2Tm 2.22; 3.6; 4.3); no entanto não ostenta traços de fuga do mundo, e sim se caracteriza por coxnpooúvr; [sensatez] (1Tm 2.9,15; ~.2; 2Tm 1.7; Tt 1.8; 2.2,4-6,12), que evita a vida desenfreada e excessos (l Tm 3.3,8; Tt 1.7; 2.3) e que revela modéstia (1Tm 6.6-10), mas que também não pratica a ascese (1Tm 4.4s,8; 5.23; sobre a atitude perante o matrimônio, ver § 60,5). Essa EuaÉ~ELCX tem a promessa para a vida atual e para a vida futura (lTm 4.8). Pois os crentes aguardam a futura ETIlQ>ávElcx de Cristo (1Tm 6.14s.; 2Tm4.1,8s.; Tt 2.13); eles têm a esperança da vida eterna (Tt 3.7; 1.2; 2Tm 1.1), da recompensa que o Senhor como Juiz retribuirá "naquele dia" à fidelidade na fé (2Tm 4.8; cf. 4.1). No entanto o presente já não se encontra mais na tensão escatológica como em Paulo. A comunidade se acomodou à idéia de que o curso do •
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§ 58.
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mundo ainda continuará por algum tempo (p. 556). Quando estiver na hora, Deus irá promover a aparição de Cristo (Kal.polç lôíou; [a seu tempo], lTm 6.14). Em parte alguma se diz que esse acontecimento é iminente, mas também não se denota desapontamento por causa da demora da parusia. É característico que com o termo escatológico E7TL.eJ>ávEL.a [epifania, aparição] também pode ser designada a aparição terrena de Cristo (2Tm 1.10; cf. Tt 2.11; 3.4). A futuridade dá lugar à consciência da salvação presente. Com efeito, as Past sabem que o presente se encontra sob a graça que outrora estava oculta e que agora foi revelada com a epifania" de Cristo (2Tm 1.9s.; Tt 1.2s.; 2.11). Conhecem também o significado do Evangelho como a palavra pregada, por meio da qual a salvação foi revelada e continua sendo revelada (2Tm 1.10; Tt 1.10; cf. também 1Tm 2.7; 2Tm 1.11; 2.9; 4.17) e têm consciência da importância da pregação para a Igreja (ITm S.17; 2Tm 2.15; 4.2; Tt 1.9; cf. também lTm 2.7; 2Tm 1.11; 2.9; 4.17). Sabem também que não foram nossas obras, e sim a graça de Deus que nos salvou (2Tm 1.9; Tt 3.7). Pelo batismo ela se torna nossa propriedade, e seguramente o batismo também oferece, como em Herm e Hb, uma nova possibilidade de vida, não, porém, como uma nova chance graças ao perdão dos pecados do passado (&eJ>EOL.Ç állap'tL.WV falta nas Past, como em Paulo!), e sim como o ÂOu'tpov 1TaÂL.YYEvEoíaç KUl &vaKaL.VWOEWÇ TIVEÚIlU'tOÇ áYlOU [lavar da regeneração e da renovação do Espírito Santo] (Tt 3.5). Portanto a condição paradoxal da existência cristã como nova existência no velho éon (Tt 2.12) e concomitantemente o sentido objetivo do entre" foram captados. O tempo presente não se encontra novamente sob a lei, ainda que sob novas condições como em Herm, Barn e Hb, e sim sob o Evangelho, no qual a graça se tornou presente (2Tm 1.11; Tt 1.3). Deus concedeu o Espírito do poder, do amor e da disciplina (2Tm 1.7) e o Espírito também ajuda no cumprimento do dever (2Tm 1.14). Todavia, o tempo do entusiasmo passou; não se fala de determinados e variados carismas, mas somente do dom da graça ministerial (1Tm 4.14; 2Tm 1.6; assim certamente também XápL.ç [graça] em 2Tm 2.1). Correspondentemente a vida do crente começa a ser submetida a uma disciplina eclesiástica, não somente na medida em que os ocupantes de cargos das comunidades reprimem os falsos mestres (2Tm 2.25; Tt 1.9,13) e os /I
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excomungam, caso necessário (lTm 1.20; Tt 3.10s.), mas também na medida em que controlam a vida ética dos membros das comunidades e lhes impõem disciplina (1 Tm 5.3-16,19s.; 2Tm 4.2; Tt 2.15). Assim, de modo semelhante como em Colossenses e Efésios, o presente da salvação está como que incorporado na EKKÀlloLa [igreja] como o OTUÀOÇ [coluna] e ÉõpaLWlJ.a T~Ç &ÀllõELaç [base da verdade] (1Tm 3.15). No entanto a idéia da EKKAlloLa não recebe a mesma ênfase como em Efésios (o vocábulo aparece somente ainda em 1Tm 3.5; 5.16) e do aWlJ.a Xp lOTOU [corpo de Cristo] não se fala. O cristianismo das Past é um paulinismo um tanto esmaecido, no qual, não obstante, a tradição paulina está atuante. A maneira como se fala da graça, na verdade, não parece paulina; mas ela é, não obstante, no sentido de Paulo, compreendida como um poder que transforma a vida presente, quando designada como uma graça que nos "educa" à vida "piedosa" (Tt 2.11s.). Pois com isso, em todo caso, o imperativo é compreendido como fundamentado no indicativo, embora isso não seja expresso do modo paradoxal como em Paulo. Certamente a desmundanização dos crentes não é concebida com a radicalidade paulina, porque não se compreende mais o pecado nem a fé em sua profundidade, como o faz Paulo. Kóouoc [cosmo] (1Tm 1.15; 3.16; 6.7) não significa mais o "mundo" no sentido paulino, exceto no discurso a respeito das KoolJ.lKal E1Tl8ujJLal [paixões mundanas] (Tt 2.12). As Past nada dizem a respeito da luta entre oápç [carne] e TIVEujJa [espírito] (oápç ocorre somente na citação de 1Tm 3.16). Falta igualmente a idéia do viver e morrer com Cristo; a caracterização paulina da vida cristã como EV XplOn{) [em Cristo] se encontra no máximo ainda em 2Tm 3.12. No mais EV Xpwni) é usado como objeto de nícrtc (lTm 1.14; 3.13; 2Tm 1.1,9; 2.1,10). Não obstante, apesar de toda a unilateralidade e falta de vibração, tratase de uma continuação legítima do pensamento paulino, quando a graça é entendida como um poder formador da vida cotidiana do cidadão; e ao se pôr essa vida cotidiana sob a luz da graça, também não se perde o jJ~ [como se não] paulino. n) Nas imediações das Past encontra-se a Primeira Epístola de Clemente, também ela sob a influência da tradição paulina, muito mais, porém, sob a influência da sinagoga helenista, de modo que resta muito pouco ou quase nada do paulinismo autêntico. Aliás, é
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difícil dizer no que consiste a cristandade de 1Clem. Seria ela algo mais do que a autoconsciência de estar seguro da graça de Deus em virtude do evento salvífico acontecido em Cristo? Seria ela, portanto, algo mais do que uma autoconsciência eclesial, como também era própria da comunidade judaica, só que avivada, fortalecida e assegurada? Como nas Past, não se abandonou a visão para o futuro escatológico; o quedesapareceu foi a tensão escatológica. Na verdade, não é raro que se fale de esperança; sim, com EÂTILÇ pode-se designar a atitude cristã como um todo (51.1: -rà Kalvàv -rf1ç EÂlTLÕOÇ [a novidade da esperança]; 57.2). Mas a esperança em Deus (59.3), que é comum aos cristãos e aos piedosos do AT (11.1 e cf. a citação de 5131.10 em 22.8, de Pv 1.35 em 57.7), é, na maioria dos casos, simplesmente a confiança em Deus; nesse sentido lTlO-rEÚElV [crer] e EÂnl(Elv [ter esperança], assim corno nlo-rlç e EÀnlç, podem aparecer combinados (12.7; 58.2). O EYYÚÇ EO-rlV [está próximo] referente a Deus (21.3; 27.3) não se refere à proximidade do fim, e sim à onipresença de Deus, e oração da comunidade (59-61) termina sem perspectiva escatológica. Todavia, o autor também pode falar do futuro reino de Deus (42.3; 50.3); de repente virá o Senhor (Deus? Cristo?) (23.5 de acordo com Is 14.1; MI3.1); é iminente o juízo (28.1s.) que retribuirá segundo as obras (34.4 de acordo com 15 40.10, etc.). Falta qualquer descrição fantasiosa do evento final e da glória da salvação futura se fala somente de passagem (34.7s.; 35.35.). O único interesse vivo, porém, gira em torno da verdade da fé na ressurreição. As dúvidas a respeito dela são refutadas (23-26) e é característico que provas tiradas da natureza desempenham o papel principal na argumentação (a alternância de dia e noite, de semeadura e colheita, a fênix), ao lado de citações da Escritura e do recurso à veracidade de Deus - não, por exemplo, o ressuscitamento de Jesus; este é mencionado somente como a anapxi} [primícia] da IlÉÂÀouaa clvúo-rao lÇ [ressurreição vindoura] (24,1), não, porém, no sentido de lCo 15.20. Para a comunidade cristã a salvação está presente de certo modo justamente no fato de ela se entender como comunidade cristã. O termo EKKÀTlOla roü SEOU [igreja de Deus], todavia, se encontra somente na introdução, em estilo de fórmula; no mais EKKÀflOla ocorre somente como designação da comunidade isolada (44.3; 47.6). Mas
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os cristãos são denominados com os antigos títulos da comunidade escatológica. Eles são os KÂTrroL TÍyuXOj..LÉVOL [chamados e santificados] (intr.), a &YLa IlEpL; [porção santa] (30.1); Deus fez dela seu EKÂOyflç IlÉpOÇ [parte eleita] (29.1) e os santificou por meio de Cristo (59.3); assim são os EKÂEK'tOL (roü 6EOU) [eleitos (de Deusr] (1.1; 2.4; 6.1; 46.4; 49.5; 58.2; 59.2), ou os EKÂEÂEYIlÉVOL t.JTIO 'tOU 6EOU ÔLC'x '!1100U XpLO'tOU [que foram eleitos por Deus mediante Jesus Cristo] (50.7), os ôu'x 6EÂTtlla'toç au'tou EV XpLoni) 'Ill00U KÂ116Év'tEç [que foram chamados por meio da sua vontade em Cristo Jesus] (32.4; cf. 59.2; 65.2; também 46.6: Illa KÀ"OLÇ EV XpLO't4) [uma vocação em Cristo]). Eles são o TIOLIlVLOV 'tOU XpLO'tOU [rebanho de Cristo] (16.1; 44.3; 54.2; 57.2). Como mostram essas expressões, nosso OW'tTÍPLOV (36.1), a salvação foi conseguida por Cristo. Por meio dele está fundamentada a relação dos cristãos com Deus, contanto que Deus nos escolheu (50.7) e chamou por meio dele (59.2; 65.2) e nos concedeu, por meio dele, o verdadeiro conhecimento de si mesmo (36.1s.). Ele é a TIÚÂll õucerooúvnc ELe; (wTÍv [portal da justiça para a vida] (48.2-4). O olhar deve voltar-se para sua paixão (2.1), para seu sangue (7.4). (O o'taupóç [cruz] não é mencionado, e sim o aLlla [sangue] (7.4; 12.7; 21.6; 49.6». Os sofrimentos, aliás, não são descritos de acordo com a tradição sinótica, e sim de acordo com Is 53 - capítulo 6. Todas as expressões já possuem forte caráter de fórmula; o autor só sabe dizer, em termos gerais, que o sangue de Cristo foi dado ÚTIEP TÍllwv [por nós] (21.6; 49.6; cf. 16.7 segundo Is. 53.6), como, aliás, também diz coisas análogas a respeito dos heróis gentílicos (55.1); que ele nos angariou ÂÚ'tPWOLÇ [redenção] (12.7) e que por meio do sangue de Cristo foi trazida a XápLe; [graça] da IlE'távoLa [conversão] para todo o mundo (7.4; cf. 8.1). . A possibilidade da penitência, na verdade, existiu desde sempre (7.5ss.; 8.1ss.), mas se tornou novamente atual para o tempo presente por meio da morte de Cristo. Falta qualquer referência expressa ao batismo; como condição para o perdão dos pecados menciona-se somente a penitência. Esta naturalmente está ligada ao cumprimento dos mandamentos. Sim, é possível dizer que os TIPoo'táYlla'ta [preceitos] de Cristo como o (uyoe; 'tf}ç XápL'tOÇ atrrou [o jugo da sua graça] (16.17) representam o sentido salvífico do presente. Assim, pois, as exigências éticas ou as virtudes correspon-
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dentes são designadas como as ÓÕOL1"r;ç EUÂOYLUÇ [caminhos da bênção] (31.1). e sob os ~uKcipl(x; KaL GUUlJ.ao1"à Õwpa 1"OU BEOU [presentes benditos e maravilhosos de Deus] aparece a EYKpú"CELa EV áyux;o~Q [continência em santificação] ao lado dos termos que designam a posse da salvação: (wi, EV &
Por isso o problema do legalismo não existe para o autor (§ 11,2d), apesar de ter tomado de Paulo a idéia de que não somos justificados por nossas obras, e sim pela fé (32.4). Ele pode, por um lado, a exemplo de Paulo, citar Cn 15.6 (10.6), e pode dizer, por- outro lado, que Abraão praticou (lTOL~oaç) OLKULoaúvrW Kat àÀTÍ8ELav õLà lTLO'tEWÇ [a jus-
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tiça e a verdade mediante a fé] (31.2). LiLKcxLOOÚVll [justiça] e õLKaLoç [justo] (este coordenado com OOLOÇ, &84)oç, EUOEP~Ç [consagrado, inocente e piedoso] em 14.1; 46.4; 48.4; 62.1) são conceitos éticos para o autor (cf. 32.3: ÕLKaLOTIpaYLa [prática justaj), mesmo se denomina a lTÚ).,l1 ôLKCXLOOÚVllÇ &VE4>YULCX ELç (w1Ív [o portão da justiça, aberto para a vida] como a TIÚÀll EV XpL01"4) [portão em Cristo] (48.2-4). Entende-se, portanto, que a lTlO1"LÇ não pode ter para ele o sentido paulino (ou joanino). Conquanto ela designa a confiança em Deus (cf, esp. 26.1; 35.5) e é sinônimo de EÀTIlÇ [esperança] (cf, acima p. 635), ela é uma virtude ao lado de outras (1.2; 35.2; 62.2) e é associada especificamente com qJL).,OÇEVLCX [hospitalidade] (l0.7; 12.1). O termo também pode significar simplesmente o comportamento cristão em seu todo (5.6; 6.2; 27.3), e assim significar a mesma coisa que EuoÉ(3ELa [piedade] (compare 1.2 com 22.1; além disso 11.1 com 10.7; 12.1; cf. ademais em relação a EUOÉrx:LCX 15.1; 61.2; 62.1) ou com ÓOLÓ1"l1Ç $uxfJç [santidade de alma] (29.1; cf. 48.4; 60.4; OOLOÇ é da preferência do autor, cf. 2.3; 6.1, etc.). Assim TIL01"LÇ pode designar palidamente o cristianismo (22.1: rí EV XpL01"Q TIL01"Le; [a fé que está em Cristo]; assim lTL01"EÚELV [crer] em 12.7; 42.4). O ator não fala nem da áj.lap1"La [pecado] nem da oápç [carne] como os poderes aos quais o ser humano está escravizado. A respeito do TIVEUj.la ayLOv [Espírito Santo] ou do lTVEUI-UX 1"fJÇ xápL'nç [Espírito da graça], é dito que ele é dado à comunidade (2.2; 46.6). Também os apóstolos trabalharam em seu poder (42.3; 47.3), e o autor escreve sua epístola ÕLeX áYLOU nVEúl-ta1"OÇ [através do Espírito Santo] (63.2). Em parte alguma, porém, se trata da luta entre o&.pç [carne] e TIVEuj.la [espírito], e o Espírito também não é considerado como àTIapx~ [primícia] ou &ppa(3wv [penhor] da consumação da salvação. Na maioria das vezes TIVEuj.la é o Espírito que inspira as palavras do AT (8.1; 13.1, etc.). O pneumatismo entusiasta desapareceu; o Espírito concedido à comunidade é concebido como o aquele que atua nas virtudes (2.2). A Xáp Le; [graça] de Deus é a graça salvífica que trouxe a possibilidade da penitência (7.4; 8.1) ou a graça em sentido bem geral (30.3), no qual ela também é concedida aos piedosos do AT (50.3; 55.3). No plural, a palavra designa, em termos gerais, as demonstrações de graça de Deus (23.1). A antítese paulina aos Epya tem tão pouca importância quanto para lTL01"LÇ. A XápLÇ 1"Ol> KUPLOU
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do nosso Senhor Jesus Cristo] aparece somente na fórmula da saudação final (65.2). Uma única vez ocorre xápLOIJ.CX [carisma] (38.1) no sentido de 1Pe 4.10 como o dom individual que deve manifestar-se na comunhão. Também a gnose, mencionada várias vezes, não é um carisma especial e não tem um objeto específico (no máximo em 48.5s.); ela é o conhecimento cristão em geral (1.2; 36.2; 41.4; 48.5; cf. YLvúSaKELv [conhecer] em 7.4; 59.3; ElTLYVWOLÇ [reconhecimento] em 59.2; E7TLYLVúSOKELV [reconhecer] em 32.1) ou especificamente a compreensão do AT, no que, porém, não se trata do método alegórico como, p. ex. em Barn (40.1). Contanto que a comunidade seja chamada por Cristo e esteja aguardando o reino de Deus vindouro, ela se encontra num tempo intermediário; e na medida em que o tempo presente desfruta dos f.LCXKCXpla e ScxulJ.aa'tà õwpa rof SEOU [bendito e maravilhosos presentes de Deus] (35.1), esse "entre" não seria apenas cronológico, mas também urna determinação objetiva. Entretanto o entre se dissolve num mero provisório, à semelhança de Ap, porque o autor não expressa, apesar das afirmações feitas a respeito de Cristo, em que medida realmente aconteceu algo decisivo por meio dele, que fundamenta. uma nova relação com Deus. No fundo trata-se da antiga relação, o que se evidencia do fato de que as características da existência cristã também são atribuídas aos piedosos do AT: EUOÉPELU, nlo'tLç, EÀ.nlç e IJ.E-rávOLCX [piedade, fé, esperança e conversão]. Assim como os .'rrpoo't&.YJ.1a-rcx [ordenações] de Deus são os mesmos para os cristãos e para o antigo Israel, as virtudes dos cristãos não são outras do que as dos piedosos veterotestamentários, e estes servem de modele àqueles. Em última análise, por meio de Cristo apenas se fortaleceu e assegurou a autoconsciência da comunidade, de modo que, no sentido do autor, seu título adequado é a designação como o npoordrrj; (patronol.srd ~ol1eoÇ -rflç &'a8EvELcxÇ tlllWV [e auxiliador nas nossas fraquezas] (36.1). o) Inácio representa um tipo totalmente diferente que todos os escritos analisados até agora. Também ele se encontra, como os tipos mencionados por último, sob a influência da teologia paulina. Esta, porém, adquire uma configuração especial em Inácio, visto que ele não procede da tradição da sinagoga, e sim do mundo espiritual do qual procede João (§ 41,3), o que explica muitas afinidades entre tlf.LWV 'Inooü XpLO'tOU [graça
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ambos':", Como João, Inácio designa a salvação na maioria das vezes como (w1Í [vida] e às vezes também como &À1Í8EltX [verdade]. Simples (wi] InMag 9.1; TO &Â.l1SwOv (iiv [o verdadeiro viver] InEf 11.1; InTr 9.2 (esta também designação de Cristo InEsm 4.1); (wil &Â.l1Swi] [vida ver- ; dadeira] InEf 7.2; TO &õLáKpnov TÍflWV (flv [o nosso indissolúvel viver] InEf 3.2; TO ÕLCX 'THXVTOÇ TÍflwv (flv [o nosso viver para sempre] InMag 1.2; (wil CdWVLOÇ [vida eterna] InEf 18.1; InPoI2.3; equivalentes os termos ausentes em João: &8avaoLa ; [imortalidade] InEf 20.2 e &
A vida é uma vida futura (ro 1TPOKElJ.lEVOV (ilv InEf 17.1) e Cristo pode ser designado tanto de nossa (wrí quanto também de nossa EÀ:rrlç [esperança] (InEf 21.2; InMag 11. etc.). Assim também o Evangelho se denomina TO EuayyÉÀlOV 'tl1Ç KOlVf]Ç EÀ1TlÕOÇ [o evangelho da esperança comum] (lnFld 5.2) e a fé cristã pode ser chamada simplesmente de EÀ1TLÇ (InMag 9.1). A esperança visa à justificação futura (InFld 8.2), sobretudo, porém, à ressurreição (InTr 9.2; InEf 11.2; InTr intr.; InRom 4.3; InEsm 5.3; InPoI7.1), à obtenção do cPwç Kaeapóv [luz pura] (InRom 6.2). Um termo específico para isto é SEOU (ETIl-)TUYXávElV [alcançar a Deus], que Inácio geralmente espera como o fruto de seu martírio (InEf 12.2; InMag 1.2; InEsm 9.2; InPol 2.3). A tradicional imagem da cristologia protocristã, porém, como que desapareceu. É certo que uma vez ocorre: EUX(X'tOl KtXlpOl [tempos finais] (InEf 11.1) no entanto, as designações da salvação como &8CtVaOlCt, &
120
Foi afirmado muitas vezes que Inácio é dependente de João, ultimamente por C. MAURER, Ignatius von Antiochien und das Johannesevangelium, 1949. Provavelmente, porém, isso não confere.
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mundo] (InRom 6.1). Das antigas imagens apocalípticas são preservadas pelo menos a do juízo e a da "ira vindoura" (InEf 11.1; InEsm 6.1); emprega-se a idéia da retribuição e do castigo futuro (InEf 16.2; InMag 5,1; InEsm 9.2), mas à parusia de Cristo a ser esperada se faz no máximo uma alusão (InPoI3.2). A iTapOUOla roü awnípoç significa antes o aparecimento histórico de Jesus, que EV -rÉÀEI. EepávT) (InMag 6.1); a XápLÇ veio por meio dele (InEsm 6.2) e se tornou presente (lnEf 11.1; InMag 8.1). A catástrofe cósmica, que a escatologia apocalíptica espera do futuro, já ocorreu no nascimento, na morte e na ressurreição de Jesus (InEf 19; cf. InMag 11; InTr 9; InFld 8.2; InEsm 1; ver p. 600). Assim a salvação está presente. Visto que Cristo é nossa vida (InEf 3.2; InEsm 4.1), o estar em Cristo já significa um estar na vida. Os crentes são "membros de Cristo" (InEf 4.2; InTr 11.2) ou "ramos da cruz" (InTr 11.2); como os que estão unidos na EKKÀT)Ola, eles são o corpo de Cristo, cuja cabeça é ele (lnEsm 1.2; InTr 11.2). Enquanto eles estão na vida, os falsos mestres já estão na morte; são VEKpOepÓpOL [portadores de cadáveres] (lnEsm 5.2; cf. InFld 6.1). Ka-rà àv8pwiTouç (flv [viver segundo os seres humanos] (InRom 8.1) seria, na verdade, um morrer, enquanto o martírio significa um viver (InRom 4.3; cf. InMag 5.2). Sim, pertencer a Cristo significa em primeiro lugar ser (InMag 10.1). A existência dos falsos mestres não passa de um ÕOKElV [parecer] (InEsm 2; InTr 10). Ao individualismo da espiritualidade, porém, se junta uma espiritualidade eclesiástica: a salvação individual encontra-se na Igreja. Por isso, a unidade da Igreja e a unidades das comunidades individuais sob a direção de um só bispo é um dos interesses principais de Inácio (InEf 4.2; InMag 6.2; InEsm 8.2, etc.), Na comunidade unificada, a oração é poderosa (InEf 5.2) e se supera o poder de Satanás. O batismo estranhamente possui pouca importância para Inácio (InEf 18.2; InEsm 8.2; InPoI6.2), enquanto, que a Eucaristia como epápl-LaKOV àeav~o(aç [remédio da imortalidade] desempenha um papel muito mais importante (InEf 20.2). A comunidade deve reunir-se com mais freqüência para celebrá-la (InEf 13.1; InFld 4). Nela acontece atualmente o evento escatológico (InEf 13.1s.) e ela efetua a EVWOI.Ç [união] com a carne e o sangue de Cristo (InFld 4; InEsm 7.1)121. 121
Sobre o conceito de Igreja de Inácio ver H. und geistliche Vollmacht p. 105-116. l
VON CAMPENHAUSEN 1
Kirchliches Amt
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Entretanto seria errado conceber o cristianismo de Inácio como mero sacramentalismo, como se a recepção do sacramento garantisse a salvação. O peculiar é que a vida inteira do crente deverá estar marcada pela unidade sacramental com Cristo, para, desse modo, adquirir por assim dizer um caráter sacramental. Inácio usa para isso a fórmula paulina EV XpLOn{} [em Cristo], para não designar somente a consumação futura como a que acontece em Cristo (InEf 11.1; Rm 4.3, etc.), mas também a fim de caracterizar a determinação da vida presente pela comunhão com ele (InEf 1.1; 8.2; 10.3, etc., ver abaixo). A união com Cristo, porém, está determinada por sua natureza paradoxal como aquele que era o preexistente Filho de Deus (lnMag 6.1; 7.2; 8.2), que se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou. Ele é o 6EOÇ àv6púmLvwç Q>UVEPOÚIlEVOÇ [Deus que apareceu em forma humana] (InEf 19.3) e esse paradoxo é enfatizado reiteradas vezes (esp. InEf 7.2) e defendido com veemênciacontra os falsos mestres. Tudo depende da realidade da humanidade e da paixão de Cristo, bem como da ressurreição (In'Tr 9s.; InEsm 2s.; 7.2). Sim, também esta é carnal; o Cristo ressurreto tinha comunhão de mesa com seus discípulos u)çocpxucéç, KaLTIEp TIVE\)\..LaTLKWç rlvwllÉVOÇ TQTIaTp[ [sendo carnal, não obstante espiritualmente unido com o Pai] OnEsm 3.3; cf. 12.2). Justamente por causa desse paradoxo Cristo também é denominado de SEÓÇ; [Deus] (InEfintr.; 1.1; 15.3, etc.), apesar de Deus naturalmente ser seu Pai e ele o Filho (lnEf 2.1; 4.2, etc.) subordinado ao Pai (InEsm 8.1; InMag 13.2), mas formado com ele uma unidade (InMag 7.1; InEsm 3.3, etc.), Ele é a YVWllll [pensamento] de Deus (InEf 3.2), seu Àóyoç; àTIO OLyfjÇ; 1TpOEÀSWV [palavra que procedeu do silêncio] (InMag 8.2; cf. InRom 8.21 InFld 9.1). No entanto, tudo depende do paradoxo "Cristo comoDeus e ser humano ao mesmo tempo" porque, em virtude dele, também o ser humano pode chegar a uma existência paradoxal: à encarnação de Deus corresponde a divinização do ser humano. É verdade que Inácio evita o conceito SEwSflVUL [divinizar], mas em seu lugar aparecem outras expressões: (ETIL-)TUYXávELV 6EOU [alcançar a Deus] (ver acima), SEOU IlETÉXELV [partilhar de Deus] (InEf 4.2), SEOU yÉIlELV [estar pleno de Deus] (InMag 14), roü SEOU ELval ou YLVEOSUL [ser ou tornarse de Deus] (InMag 10.1; InRom 6.2; 7.1). Com a fórmula EV XpLOTQ [em Cristo] (ver acima) alterna o EV 6ECi) [em Deus] (lnEf 1.1; InMag
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3.1; InPo16.1), e ao XpLDTOÇ EV rll-.úv [Cristo em nós] (InMag 12; InRom 6.3) corresponde o SEOÇ EV rlll1V [Deus em nós] (InMag 12; Rm 6.3). Os cristãos são SE04>ÓpOl. [portadores de Deus] assim como são XPLOTo
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que praticais segundo a carne tornam-se espirituais, pois estais praticando tudo em Jesus Cristo] (InEf 8.2). Visto que a aápç representa a esfera da morte, a união de aápç e iTvEUlla possibilitada por Cristo pode ser entendida como a de morte e vida. Cristo é a EV eaván.v 0:À.116lvl, (wtí [verdadeira vida na morte] (InEf. 7.2); por isso nos chama em sua paixão para junto de si como seus membros (In'Tr 11.2).
o E~(UpE1:'OV -rOU EUUYYEÀLOU [ápice do evangelho] é a nupouoí« [parusia] de Cristo, seu TT&8oç [sofrimento] e sua &.v&aTuaLç [ressurreição] (InFld 9.2; cf. InEf 20.1; InEsm 7.2). Por meio de seu TTá80ç conferiu seu poder à água batismal (Inlif 18.2); seu a-ruupóç [cruz] é o meio que eleva os crentes a Deus (InEf 9.1). Sofrimentos, morte e ressurreição são compreendidos como acontecimentos que determinam constantemente a existência cristã, não como um acontecimento do passado, de cujo benefício nos apropriamos no batismo, ao serem perdoados os pecados anteriores. Em Inácio são muito raras as expressões que manifestam essa concepção tradicional. Nele encontramos o ÚlTEP lÍl-lwv [por nós] do sofrimento e da morte de Cristo unicamente em InRom 6.1; InEsm 1.2, o ÚTTEP TWV éq.1upnwv lÍl.lWV [pelos nossos pecados] somente em 7.1. (No mais, não se encontra ál-lapTLu [pecado] ou ál-lUpTOÀÓÇ [pecador}; o verbo unicamente na característica frase de InEf 14.2: OUÕEI.Ç TTlonv ElTaYYEÀÓI-lEVOÇ ál-lUPTávEL [ninguém que tenha proclamado a fé pecal.) Inácio não incorreu na opinião de que o efeito do evento salvífico se limita a apagar os pecados cometidos no período pré-cristão. Descreve-se em abundantes expressões a comunhão com o sofrimento e a morte de Cristo: oUI.lTTu8El.V aUTI{) [sofrer com ele] (InEsm 4.2); àTT08uvEl.v ELÇ TO UUTOU TTá80ç [morrer pelo seu sofrimento] (InMag 5.2). Os cristãos sãos "ramos da cruz" (InTr 11.2), estão "cravados na cruz" (InEsm 1.1). Inácio diz a respeito de si mesmo: EI-lOÇ EPWÇ EaTuúpwTaL [meu amor foi crucificado] (Inkom 7.2). Cf., porém, p. ex., InEf intr.; 1.1; InTr 4.2; Rm 4.3 e o paradoxo da saudação EV ó
õvól.lan '11100Ú XPLOTOU KUl. TU oapxl aU1"OÚ Kal. TI{) a'Cl-lun, TTá8EL 1"E KUI. àvaa1"áaEL aapKLKfl TE KUl. lTVEUl-lanKf! [em nome de Jesus Cristo, de sua carne e seu sangue,
sofrimento e ressurreição, tanto carnal quanto espiritual] (InEsm 12.2).
Sem dúvida, Inácio é da opinião de que a participação na morte e vida de Cristo se realiza nos sacramentos. Mas essa participação dá à vida inteira um caráter sacramental; não, porém, como sucedia em Paulo, segundo o qual auonxupwSílvcu [ser crucificado com] (Rm 6.6; GI 5.24; 6.14) acontece na luta constante contra o pecado e na renúncia ao mundo, e sim nos sofrimentos reais e na disposição de morrer como imitação de Cristo (lnEsm 5.2; InMag 5.2). Daí se
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explica a ânsia de Inácio pelo martírio (esp. InRom), porque somente no martírio se realiza de maneira autêntica o que nos sacramentos e na conduta de vida era dado de modo potencial e aproximado. É só no martírio que Inácio se converterá realmente em ~l~l1'CllÇ 'C00 TTáSouç 1'00 SEOU uou [imitador da paixão de meu Deus] (InRom 6.3), embora, ao mesmo tempo, todos os cristãos possam ser chamados de ~l~l11'al SEOO [imitadores de Deus] (InEf 1.1; 10.3; InTr 1.2; InFld 7.2). Embora todo cristão seja um ~aSll'Ci)ç '11)000 XplO1'OO [discípulo de Jesus Cristo] (InMag 9.1; 10.1; InRom 3.1; InPol 2.1), o ~USll1'1ÍÇ [discípulo] autêntico é o mártir (InEf 1.2; 3.1; InTr 5.2; InRom 4.2; 5.1,3; InPol 7.1). Entretanto a comunhão sacramental determina também a vida ética, embora Inácio não a descreva como a realização do morrer e ressuscitar com Cristo. É preciso não apenas chamar-se de XPL01'lUVÓÇ [cristão], e sim KaTà XPLO'CUlVLO~OV (i1v [viver segundo o cristianismo] (InMag 4; 10.1; cf. InRom 5.2s.; InPol 7.3). Raras vezes se descreve de maneira concreta a vida cristã; na maioria dos casos, Inácio recorda simplesmente a ÉVTOÂTÍ [mandamento] ou as ÉVTOÂCtL [mandamentos] de Cristo (lnEf 9.2; InRom intr.; InFld 1.2), porque para ele Cristo também é um õLõáoKtXÂOÇ [mestre] (lnEf 15.1; InMag 9.1); ou remete aos õÓYJ.1a-ra roõ KUPlOU Kal -rWV &noo-róÂwv [dogmas do Senhor e dos apóstolos] (InMag 13.1). Ao que parece, ele pressupõe algo assim como um catecismo da vida cristã. Exorta-se de maneira especial a guardar o amor fraterno e a unidade (InMag 6.2; InTr 8.2; InFld 8 e demais passagens), à oração pelos cristãos e a suportar o desprezo e as injustiças (Ef 10); a uma conduta digna, que não provoque escândalo algum entre os gentios (In'Tr 8.2). É característico que sua advertência frente à doutrina falsa supera a parênese ética; o mais importante é ser ÉõPtX'ioç -rTI 7TlO-rEL [firme na fé].
Reiteradas vezes se mencionam TTlO1'lÇ [fé] e àyá1Tll [amor] como características do cristianismo (InEf 1.1; 9.1; 14.1s.; 20.1; InMag 1.2, etc.): a 1TlO1'LÇ [fé] é a oápç [carne], a &yáTIll [amor] é o ut~a [sangue] de Cristo (lnTr 8.1). Nessa associação, TILOTlÇ certamente significa, em geral, a aceitação da reta doutrina e a permanência nela. Entretanto, em Inácio não se pode separar a ortodoxia da atitude de vida, do desejo pela comunhão nos sofrimentos com Cristo, como, aliás, ele pode falar do 1TL01'EÚELV ELÇ 1'OV sáva1'ov ainGO [crer na sua morte] ou ELÇ 'Co at~a XplOt"OU [no sangue de Cristo] (In'Tr 2.1; InEsm 6.1).
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o DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
A origem do mOTEÚELV [crer} se encontra no mistério da morte e da ressurreição de Cristo (InMag 9.l). À níor«; contrapõe-se a àmoTla [incredulidade] (InEf 8.2; InMag 5.2), para a qual o oTaupóç [cruz] é o oKávôaÂov [escândalo] (Inlíf 18.1). Os lXTTWTOl [incrédulos] são os falsos mestres, que negam a realidade do sofrimento de Cristo (InTr 10.1; InEsm 2) e que corrompem a TTlonç por meio de sua KaK~ ôLôaoKaÃla, únEp ~ç 'IllOOUÇ Xpurroç EOTaupw811 [ensino mau, pelo qual Jesus Cristo foi crucificado] (InEf 16.2). É a ÔLÔaoKaÃla [ensino] do lXPXWV TOU alwvoç WÚTOU [chefe deste éon] (InEf 17.1), enquanto a verdadeira doutrina é a ÔLÔax~ (x
Sem dúvida, para Inácio a ortodoxia não é apenas o assentimento a sentenças dogmáticas, e sim uma atitude existencial; mas em parte alguma a nícn.c [fé] tem para ele o sentido paulino que é expresso pela contraposição aos EPYlX [obras]. Aparece apenas ocasionalmente a questão da rejeição da KaÚX1101..ç [vanglória] e do
§ 58.
CRlSTOLOGIA E SOTERIOLOGIA
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8.1; InEsm 6.2). No entanto, a exemplo de n ío n.ç, XáPLC; nunca aparece como antítese dos Epya [obras]. Inácio teve que ser tratado tão minuciosamente porque dele cai uma luz retrospectiva sobre a teologia de Paulo e por tratar-se de uma figura singular, diferenciando-se de todos os demais escritos pós-paulinos e pós-joaninos do cristianismo primitivo. Sobretudo, porém, porque nele se evidencia com clareza a problemática que estava colocada com vistas a uma apropriação autêntica do querigma cristão, que recebera sua primeira explicação teológica por meio de Paulo. No mais, quase em toda parte a fé cristã recaiu no legalismo, embora Colossenses, Efésios e 1 Pedro, bem como as Past tivessem preservado elementos da teologiapaulina e os tivessem valorizado. Inácio, porém, aprendeu de Paulo a compreender a fé cristã realmente como uma atitude existencial. Evidentemente, não conseguiu libertar-se do dualismo helenista, mas entendeu a antítese oápç e iTVEÜj.La no âmbito desse dualismo. Ele não conhece a oúpç como poder do pecado, e sim somente como a esfera da transitoriedade e da morte, de modo que não captou o sentido da doutrina da justificação de Paulo e do conceito de nlo'rLç, sendo a EAEu8TlPLa [liberdade] obtida somente depois da morte (pelo martírio) (lnRom 4.3) ea relação com a paixão e a morte de Cristo pode ser entendida como imitatio. Mas entendeu perfeitamente o caráter paradoxal da existência cristã entre "já" e "ainda não"; sim, por não ter assumido a doutrina apocalíptica dos éones, para ele o "entre" se reduz ao período entre batismo e morte (ou ressurreição), de modo que o "entre" quase perde sua conotação cronológica e é essencialmente uma determinação objetiva. Para Inácio o legalismo não constitui problema. Isso não se deve (como acontece de resto) a seu pensamento legalista, para o qual o cumprimento do (KaLvàç) vÓj.Loç [(nova) lei] como condição para a consecução da salvação futura não constitui problema, e sim ao fato de sequer lhe ocorrer a idéia de conseguir a salvação por mérito próprio. Para ele a novidade da situação cristã não reside na concessão de uma nova chance, e sim na transformação do ser. O efeito do evento salvífico não se restringe à quitação dos pecados do passado, e sim é um poder experimentado no presente. Inácio, no qual a escatologia tradicional não tem importância, não obstante entendeu a Cristo como o evento escatológico. Por isso
o DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA
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conhece a dialética da existência cristã, o paradoxo da unidade de indicativo e imperativo. Os cristãos, que são ~cterrrctl [discípulos] ou IlQ.1TrrctL eEOÜ [imitadores de Deus] ou KUPlOU [do Senhor] (InMag 10.1; InEf 1.1; InTr 1.2) afinal primeiro devem tornar-se tais (InMag 9.1; InEf 10.3; InFld 7.2). Pelo indicativo eles podem ser caracterizados como OVTEÇ eEoD [os que são de Deus] (InEf 8.1), como KctTCt 7UXVTct KEKOOlJ.llllÉVOL EV Tct'iÇ EV-COÀct'iç 'IllOOÜ Xpurroõ [adornados em todos os aspectos nos mandamentos de Jesus Cristo] (InEf 9.2), mas igualmente pelo imperativo como os que primeiro devem tornar-se KctTà lTáVTct lÍYLctollÉVOl. [em tudo santificados] (InEf 2.2). O paradoxo de Gl 5.25 retorna em Inácio na forma de: -cÉÀEL.Ol. OVTEÇ -cÉÀEL.ct KctL
Ver H.
CONZELMANN,
Die Mitte der Zeit, esp. p. 170, 183-186.
§ 58.
CRISTOLOCIA E SOTERIOLOCIA
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objetivo está totalmente esmaecido em Herm e Hebreus, onde se tornou dominante a influência da sinagoga, como em lClem, Tiago e Did; mas também em 2 Pedro, Judas e PaI, onde ela se faz sentir muito pouco ou quase nada. Quanto mais se destaca o sentido cronológico do "entre", ou inclusive ele se torna exclusivo, tanto mais a presentidade da salvação é vista no fato de que os pecados do passado foram apagados pela obra salvífica, pela morte e ressurreição de Jesus, adjudicada no batismo, e que com isso está dada uma nova chance de um novo começo; todavia de tal modo que o ser humano pode agora esforçar-se com sucesso, por meio da obediência às exigências de Deus, para cumprir a condição para a consecução da salvação futura, para realizar as boas obras, com base nas quais ele será absolvido no juízo por Deus (ou por Cristo), que julga conforme as obras. Em princípio, esse legalismo não é abandonado, e sim no máximo, modificado, quando se fala da ajuda do Espírito nos esforços humanos; igualmente quando está viva a consciência de ser o novo povo de Deus (esp. Barn, Hebreus), de ser chamado e de ser "salvo" em sentido proléptico (p. 605s.), e se com isso também está viva a esperança. Igualmente ainda não significa renúncia ao legalismo, se para os pecados cometidos depois do batismo existe a possibilidade de conseguir o perdão de Deus por meio de penitência. O fato de a pergunta por essa possibilidade surgir (Herm ou Hebreus) é um sintoma evidente do pensamento legalista. É característica a raridade com que a fé é compreendida no sentido radical, na linha de Paulo e João, como nova relação com Deus; em geral, TILOtl.Ç [fé] é compreendida como confiança em Deus, como esperança confiante ou como fidelidade persistente; até mesmo em Colossenses, Efésios e nas Past, a antítese paulina de 1TLOtl.Ç e Epya [obras] transparece apenas de leve; no mais, ela falta por completo (o que, todavia, tem sua razão especial em Inácio, ver p. 647s.) ou é reproduzida como fórmula (1 e 2Clem). O ser humano está relegado novamente às forças próprias, e do E'L tlÇ EV XplOt4l, KCXl.Vll KtLOl.Ç [se alguém está em Cristo, é nova criação] (2Co 5.17) nada sobrou. A conseqüência certamente se revela de modo mais claro em 1Clem, onde ele desaparece totalmente a diferença entre os cristãos e os piedosos do Antigo Testamento.
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o
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5. Que, porém, significa isso para a crístología? O Cristo venerado no culto como o KÚPWÇ [Senhor] presente (p. 601) afinal é entendido como Senhor do presente se este é entendido como um presente totalmente transformado por meio dele, isto é, se sua aparição é entendida no sentido de Paulo (GI4.4, etc.) e de João (5.25, etc.) como o evento escatológico que pôs um fim ao mundo antigo e se correspondentemente a existência cristã é entendida como existência desmundanizada, como existência escatológica. A pergunta decisiva é se o fim posto ao mundo é entendido somente no sentido cronológico como o fim do curso do tempo ou também, e isso essencialmente, como o fim da mundanidade do ser humano, que, como crente, se tornou nova criatura, que passou da morte para a vida. Esse sentido objetivo do evento escatológico havia sido isolado inteiramente do sentido cronológico (§ 45,3), enquanto em Paulo ainda estava ligado com ele. A radicalidade de João quase alcança a de Inácio, enquanto a compreensão paulina ficou preservada de certo modo em Colossenses e Efésios, e até mesmo nas Pasto Por isso também se vê aqui o caráter salvífico do presente no fato de que nele se faz ouvir a palavra da pregação (p. 625, 632s.), que portanto, como em Paulo, (p. 368), Cristo está presente na palavra anunciada. De resto, porém, o significado escatológico de Cristo (onde ele não desaparece completamente, como em Tiago e Herm) é visto aperras no fato de que ele em breve porá um fim no curso temporal do mundo, quando ele voltar para executar o juízo e trazer a salvação. Como o juiz futuro, ele é, logicamente, o mestre e legislador para o tempo presente, não o criador de uma nova relação com Deus. O paulino EV XpL.a't4) [em Cristo], que designa a existência do presente, ainda se encontra, nesse sentido, em Colossenses e Efésios, mas também ali já se torna uma fórmula no sentido de "cristão" (p. 625). A expressão é usada como fórmula nas Past (p. 634) e em 1 Pedro (3.16; 5.10,14), com mais freqüência em LClem e uma vez em Pol (1.1). Em Ap encontra-se uma vez EV KUpLCV [no Senhor] (14.13). OEV XpL.aH{) falta em Hebreus, Barn, Did, 2 Pedro, 2Clem e Herm. Somente em Inácio ele retoma o antigo vigor (p. 642). A participação no corpo e na morte de Cristo significava em Paulo que a vida cristã está marcada pela desmundanização a ser realizada numa luta constante contra o pecado (Rm 6.6; G15.24; 6.14).
§ 58. CRISTOLOGIA
E SOTERIOLOGIA
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Esse sentido ela ainda tem em CI 2.12,20; 3.3, talvez também em 2Tm 2.11s, e com certeza em IPe 4.1s. No entanto em 1 Pedro já se associa a ele a idéia da imitatio (p, 628s.). Na idéia da imitatio não se vê a Cristo como libertador escatológico, e sim como modelo (assim também em lClem 16.17; PoI 8.2). Se para Paulo a comunhão no sofrimento e na morte é simultaneamente a comunhão presente com a vida de Cristo (2Co 4.8ss., etc.), para a imitatio trata-se da vida futura, concedida na ressurreição. , E certo que em CoIossenses, Efésios e nas Past a presença de Cristo, conquanto seja mais que a do mestre, do legislador e do modelo, é experimentada na palavra da pregação; no mais, porém, no culto, especialmente na recepção dos sacramentos, em batismo e Eucaristia. Como estes estão fundamentados na morte e na ressurreição de Cristo, tornam, de certo modo, presente o evento salvífico, ao transmitirem seu benefício: o perdão dos pecados e o dom da vida eterna (Inácio). A não ser em Inácio, a encarnação do preexistente não tem significado particular, e sim é apenas a pressuposição necessária de seu sofrer e morrer ou também de sua atuação como mestre e fundador da Igreja por meio da missão com a qual incumbiu os apóstolos. Em conseqüência de sua concepção de aápç [carne], ela tem um significado especial em Inácio, visto que por meio dela é possibilitada a participação da existência carnal-terrena na existência pneumático-transcendental (p. 639s.). O enfoque da encarnação sob o ponto de vista da obediência e do amor, dominante em Paulo e João (Fp 2.8; Rm 15.3;2Co 8.9; GI2.20; [o 3.16; 4.34; 12.49s.; lJo 4.9) desapareceu, permanecendo apenas resquícios (InEsm 8.1; InMag 7.1).
Quanto mais a fé cristã degenera em legalismo, tanto mais a importância de Cristose reduz a sua atuação no sacramento da Igreja. Quanto menos ele está presente na palavra, tanto mais a Igreja se torna uma instituição sacramental (p. 554). Assim que a cristologia deixou de ser ingênua e passou a ser reflexiva, ela assumiria a tarefa de fornecer uma fundamentação para a importância sacramental de Cristo.
CAPÍTULO
III
.
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O PROBLEMA DA CONDUTA CRISTA
Die Mission und Ausbreitung des Christentums in den ersten drei Jahrhunderten (1902), 4'" ed., 1924. - DOBSCHÜTZ, E. V., Die urchristlichen Gemeinden, 1902. - ..KNOPF, R. Das nachapostolische Zeitalter, 1905, p. 417-444. - GOGUEL, M., L'Eglise primitive, 1947, p. 508-540. - OsBORN, E., Ethical Patterns in Early Christian Thought, 1976. - BEYSCHLAG, K., "Zur GeschichHARNACK,
A.
VON,
te der Bergpredigt in der Alten Kirche", ZThK 74 (1977), p. 291-322. - STRECI
§ 59. A COMPREENSÃO DO IMPERATIVO Ver acima bibliografia ref. ao § 58 e ref. a UI.
1. O problema da conduta cristã nasceu com a comunidade (§ 10,4; § 11,3c), e não somente nem em primeiro lugar como problema da prática da vida, e sim sobretudo como um problema da autocompreensão cristã. O problema estava posto com a situação paradoxal da comunidade que, enquanto comunidade escatológica, não pertence mais ao velho mundo, e sim ao mundo vindouro; mas que, não obstante, tem que levar sua vida no espaço do velho mundo, entre o "não mais" e o "ainda não". Como vida nova, não mais pertencente ao velho éon, ela pode ser descrita no indicativo; todavia, enquanto ela tiver de ser vivida no velho mundo, ela se encontra sob o imperativo. Como aquela, ela se encontra sob a graça, como esta, sob a lei de Deus, sob a exigência ética (§ 11,3c). O problema consiste, portanto, na pergunta: como se compreende a relação entre presente e futuro, entre indicativo e imperativo? Paulo havia resolvido o problema por meio de sua compreensão da liberdade cristã (§ 38) e havia compreendido a relação entre presente e
um
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o PROBLEMA DA CONDUTA CRISTÃ
futuro como uma relação dialética (§ 40), e assim também João (§ 50). A pergunta era se essa compreensão seria mantida; se a liberdade cristã como a liberdade para a obediência e com isso a própria obediência seriam compreendidas como dom da graça ou do Espírito; ou se a obediência seria entendida como uma obra meritória, logo, como a condição a ser cumprida para a consecução da salvação (p. 167s.); se o imperativo receberia novamente o caráter de uma lei no sentido como foi abolido na doutrina da justificação paulina, o caráter do caminho da salvação. A resposta a essa pergunta já foi dada basicamente nas exposições sobre a soteriologia (§ 58), porque não é possível separar os temas da soteriologia e da ética em virtude da particularidade da compreensão cristã da salvação, porque a pergunta pela relação entre salvação presente e salvação futura está intimamente ligada à pergunta pela relação entre indicativo e imperativo. Vimos que a tradição paulina ainda está viva em Colossenses, Efésios e 1 Pedro, e de modo atenuado nas Past; que de resto ocorre em toda parte uma recaída no legalismo, com exceção de Inácio que, na verdade aprendeu coisas decisivas de Paulo, mas o reinterpreta sob a influência do sacramentalismo. Em média, pode-se constatar que o sentido do evento salvífico como evento escatológico no sentido de Paulo e João não foi captado; que fica reduzido a um acontecimento - morte e ressurreição de Jesus - por cujo efeito concedido no batismo são apagados os pecados do passado. O ser humano purificado da culpa do passado, recebeu a chance de um novo começo, mas agora depende de sua própria força, a fim de se tornar digno da salvação vindoura por meio de sua fé. Perdeu-se o conhecimento de que o dom da graça (Paulo) ou do amor de Deus (João) renova o ser humano radicalmente - o conhecimento de que sem a graça de Deus o ser humano está entregue ao poder do pecado e da morte, que perdeu sua liberdade, e que inclusive no caso de um procedimento correto vive na desobediência contra Deus, porque a lei de Deus significa para ele o meio da auto-afirmação perante Deus, - o conhecimento de que sua libertação dos poderes que o dominam é a libertação para a obediência autêntica, mas que jamais será licenciado da graça doadora e perdoadora de Deus e relegado a suas próprias forças.
."'" "·141
§ 59. A
COMPREENSÃO DO IMPERATIVO
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2. Por isto é compreensível o desenvolvimento no sentido de
que a radical sujeição do ser humano ao poder do pecado, da mentira, das trevas, não era mais percebida. A conversão dos gentios à fé cristã foi entendida - tanto por cristãos gentílicos quando por cristãos judeus - como a obtenção de um novo e correto conhecimento de Deus, como transferência do OKÓTOÇ [escuridão] da ãyvo ux. [ignorância] e TI Àá vn [engano] para a luz do conhecimento do Deus uno (§ 9,2 e adicionalmente esp. 2Clem 1.6s.) e, assim, simultaneamente como a renúncia a urna vida mergulhada no vício (§ 9,3), que como tal se encontra sob o poder da morte. A salvação da morte se dá por meio de perdão dos pecados, conseguido pela morte de Cristo e concedido no batismo (p. 131, 186s.). O que foi dito por último naturalmente vale também para os judeus que se convertem à fé cristã. A õousela [servidão}, à qual o ser humano está sujeito antes da fé, já não é mais entendida como a escravidão sob o pecado (e a lei), como em Paulo e João (G14.24; 5.1; Rm 6.16-20; 8.15;}0 8.32-36), e sim - como também em Paulo (Rm 8.21) - como a escravidão sob o 8áva1"oç [morte] e a
Em nenhum caso a conversão é entendida como uma transformação radical do velho ser humano. É certo que ainda se percebe resquícios do pensamento paulino da destruição do TIUÀaLOÇ ãv8pwTIoç [velho ser humano] (Rm 6.6; 7.6; lCo 5.7s.) e da KULVÓTllÇ [novidade] da vida cristã (Rm 6.4), mas dificilmente ainda se entende o paradoxo das sentenças: E'C TLÇ EV XPLO-rQ, KULVll K-rlOLÇ [se alguém está em Cristo, é nova criação] (2Co 5.17; cf. G16.15), e: ÓEOW rl~wv (ãVTpW1TOÇ) CtvuKuLvolJ-raL lÍl-lÉpç: KULlÍIlÉpç: [o nosso (ser humano) interior renovase dia após dia] (2Co 4.16; cf. Rm 12.2). Raras vezes se encontra uma formulação que capta a renovação do ser humano no sentido da compreensão paulina de indicativo e imperativo. O caso mais evidente é CI3.1ss.: EL ouv aUV11yÉp811TE -rQ XPLOTQ, -rã. ãvw (l1TELTE... Ct1TE8ávE-rE
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656
yáp ,... VEKpwaa-rE OUV -ro: f.1ÉÀfJ -ro: ETTl. -rfJç yfJç... &TTEKÕUaáf.1EVOl -rOV TTaÀalOV 'õ ' \ VEOV -rOV avaKalVOUf.1EVOV... EVõ'uaaae-rE av pW1TOV... Kal EV uaaf.1EVOl -rOV OUv... [se, pois, fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas do
"e
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alto ; pois morrestes,. .. mortificai, pois, os vossos membros terrenos despi-vos do velho ser humano... e revesti-vos do novo que foi renovado... vesti, pois,...] (cf. 2.12s.). Também em Tt 3.3-7 ainda está preservado o paradoxo, quando o imperativo é fundamentado na &vaKaLvwalç [renovação] efetuada pelo 1TvEuf.1a ayLOv [Espírito Santo]. É certo que as sentenças de Cl repercutem em Ef 2.1-10; entretanto, o paradoxo já agora é expresso somente de modo débil: Kal. t
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1:
.....
uf.1aç ovruç VEKPOUÇ TOlÇ 1Tapa1TTWf.1aalV Kal -rale; af.1ap-rlalç Uf.1WV ... OUVE(W01TOlll0EV -r4> XPlO-rQ ... K-rla8ÉVTEç EV Xpla-r4> 'Inooü E1TL EPYOlÇ &yaSo'Lç [também vós, estando mortos nas vossas transgressões e
vossos pecados... fostes vivificados junto com Cristo... tendo sido criados em Cristo Jesus para realizar boas obras]. Igualmente na exortação de 4.22-24: &1To8Éa8al tJf.1âç ... -rov 1TaÀalov ãVepW1TOV ... &vaVEoooSal DE -r0 11VE4ux-rl TOU vOOç Úf.1wv Kal.EvÕúoaaSal TOV Kalvov ãv8pW1TOV -rov Ka-ro: eEOV KTla8Év-ra ... [vos despir. .. do velho ser humano... ser
renovados pelo Espírito no vosso entendimento e vestir o ser humano novo criado segundo Deus]. A palavra-chave "renovação" reaparece em Hb 6.6; mas justamente aqui se abandonou o sentido da renovação que inclui o imperativo, quando diz que, depois do batismo, já não seria mais possível néxu: &vaKalvl(ElV EtÇ f.1ETávOlav [renovar mais uma vez para o arrependimento] em caso de pecados (graves); e ameaça com a retribuição divina, que seria tão mais severa para os judeus do que para os cristãos (2.2s.; 10.28s.; 12.25), o que mostra que o autor não compreendeu a posição radicalmente diferente dos cristãos perante Deus. Quem se sai melhor é Barn 16.8: Àa~óviEç -r~v ã
tendo esperança no nome, tornamo-nos novos, criados de novo a partir do princípio]. Além disso, 6.11: E1TEl ouv àvaKalvlaaç lÍf.1âç T11 &
wç
wç TIa rô lWV EXElV T~V
tendo nos renovado pelo perdão dos pecados, fez de nós um tipo novo, como se tivéssemos uma alma de crianças, como se ele nos tivesse plasmado novamente]. Como, porém, o autor nada sabe da justiça presente (4.10),
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tampouco não entendeu a renovação de rriodo radical. Nem mesmo a expressão Ó K(UVOÇ vóuoc roü KUPLOU ti~wv 'ITloOU XpLO'tOU [a nova lei do nosso Senhor Jesus Cristo] (2.6) muda algo nisso; pois essa lei consiste dos ÕLK(UW~a'ta e Ev'toAal [justas exigências e mandamentos] (p. 610). Não importa que os cristãos sejam o KaLvoç Áaóç [novo povo] (5.7; 7.5), porque o KaLvóç [novo] designa apenas a novidade cronológica, não a qualitativa, que o cristão experimentou (por meio do batismo - vis IH 8,9: 1Í àvaKcxlvwoLÇ 'tWV 1TVEU~á1'(uV ú~wv [a renovação dos vossos espíritos]) ou a que ele recebe agora mais uma vez pelo chamado do Senhor à penitência (12,3; sim VIII 6,2; IX 14,3; cf. VI 2,4). Mas justamente o discurso da renovação, possibilitada uma vez mais e pela última vez, mostra que ele não a entende no sentido de Paulo. Se Cristo é, segundo sim IX 12.1-3, a iTÚATl KCXLVil, então ele o é somente no sentido cronológico. Especialmente característico é Herm mand XII 3,4-5,4: Herm ouviu do "Pastor" quais são os mandamentos de Deus e confessa assustado: OUK oiõa ÕÉ, El õúvav-raL aL EV'tOÂal aú'taL (ImÀCtx8fwaL, õLón oKÀl1paL ElOL ÀLav [mas não sei se é possível cumprir essas leis, pois são muito duras]. Mas como resposta, ele tem de ouvir que está enganado; pelo contrário, os mandamentos seriam fáceis e considerá-los pesados já seria pecado. Para cumpri-los bastaria querer de coração; se o ser humano recebeu do criador o domínio sobre o mundo, então certamente terá a força para cumprir os mandamentos. Basta não temer o diabo, e este fugirá!
Em última análise, somente Inácio tem compreensão para o 1"& àpxa1a iTapílASEv, lõoi: yÉYOVEV KaLvá [as coisas antigas passaram, eis que coisas novas surgiram] (2Co 5.17), para o totaliter aliter da situação cristã. Ele realmente entendeu o evento salvífico como evento escatológico e desse modo compreendeu o paradoxo inerente à existência cristã. É certo que não entendeu a libertação do ser humano como libertação do poder da carne e do pecado, mas como libertação da transitoriedade e do morrer (p. 640). Em Inácio isto é perfeitamente compreensível em face de suas pressuposições diferentes: o dualismo gnóstico-helenista, do qual ele procede, e de seu sacramentalismo. Por outro lado, perde-se inteiramente no pensamento legalistamoral a compreensão para aquilo que Paulo e João chamavam de pecado - especialmente sob a influência da tradição sinagoga!.
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Na maneira como se fala do pecado de fora a fora, revela-se que não mais se vê a total corruptibilidade do ser humano fora de Cristo. Em parte nenhuma o pecado continua a ser visto como poder uniforme, referente ao ser humano, como uma atitude de vida uniforme; somente em Colossenses e Efésios o pecado ainda é visto como poder que continua ameaçando o cristão (p. 624). Todavia, fala-se com freqüência das áfJap"rlaL [pecados], dos áfJap't~fJa'ta [faltas] e TIapa1T'twlla'ta [transgressões] e encontram-se confissões como: TIoÂÀaL fJOU E1.aLv ai áfJap'tLCtL KaL TIOLKLÀUL [muitos e diversificados são os pecados] (Herm mand IV 2,3), KUL uU'toç 1Tuv6apfJatwÀoç WV KaL fJ~TIW Q>uywv toV TIELpaafJov [e eu mesmo sou totalmente pecador e não escapo da tentação] (2Clem 18.2), TIávtEÇ 6~ELÀÉ'taL EafJEV áfJUP'tLUÇ [todos somos devedores do pecado] (PoI. 6.1). Mas quase nunca se fala da áfJap'du [pecado] como de um poder que domina o ser humano; no máximo em Hb 9.26; 12.1,4; Pol. 6.1 ele é visto como unidade. Se as pessoas antes de Cristo são consideradas eXIlUptOAO( [pecadoras] e se ele veio para salvá-las, está se pensando na vida viciosa dos gentios (lTm 1,9; cf. CI 1.21; 3.7s.; Ef 2.3; Tt 3.3; 1Pe 1.14,18; 4.3); eles estavam VEKpOL roi; TIUpuTItWfJaaLV [mortos nas transgressões] (CI2.13; Ef 2.1,5; cf. Herm sim IX 16.3ss.), seus EPYU [obras] eram VEKpá [mortas] (Hb 6.1; 9.14; de cristãos pecadores fala Herm sim IX 21.2; cf. Ap 3.1). Também da carne pouco se fala ainda no sentido paulino - excetuando-se totalmente a Inácio (p. 633). Em CI 2.11,13, a aáp~ [carne] é, se não o poder do pecado, pelo menos sua esfera: no batismo ocorreu a (X7rÉKõuoLÇ roõ oWllatoç tilç aupKóç [o despir do corpo da carne] e Cristo vivificou aqueles que estavam mortos rol.c TIapaTI'twfJaaLV KaL EV (?) 'tu &KpopuatL~ 'tilç aapKóç [nas transgressões e na incircuncisão da carne] (cf. jd 23). Reiteradas vezes se fala das ETIL8ufJLaL [paixões] da aápç (Ef 2.3; 1Pe 2.11; 2Pe 2.18; Did 1.4; Barn 10.9). De resto, porém, aápç designa, como em Inácio, apenas ainda a esfera do terreno, do corporal. Assim oáp~ é usado como termo neutro, p. ex., 2Clem 8.2; Herm vis IH 9.3; mand IH 1, etc. Várias vezes é dito que Cristo se revelou e sofreu na oáp~ (Barn 5.6,108S.; 6.7,9, etc.: 2Clem 9.5; Herm vis V 6.5ss.) ou que o homem não deve manchar sua oápç, antes conservá-la pura (2Clem, ver p. 611ss.; Herm mand IV 1.9; sim V 7.1s.; cf. ayvoç EV 'tU oapd [puro na carne], 1Clem 38.2).
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paulino KU:tex. aápKa. [segundo a carne], como característica da vida pecaminosa, desapareceu por completo; para a designação da relação natural (p. 297s.) encontramo-lo somente ainda em CI3.22; Ef 6.5 (oi K(ner. mipKa KÚPLOL [os senhores segundo a carne], isto é, dos escravos), e lClem 32.2 (Jesus descendente de Abraão KaTer. mipKa). 2elem ensina, como Inácio, a ressurreição da carne (9.1ss.).
Por isso também a antítese aápç - TrVEVj.la [carne - espírito] no sentido paulino perde sua importância e se limita a designar ainda a antítese de terreno· e divino (transcendental!), não somente em Inácio (p. ex., 1Tm 3.16; Barn 7.3; 2Clem 9.5; 14.3ss.; Herm sim V 6.5ss e demais passagens; de modo um pouco diferente em CI2.5). Mais freqüente é a antítese KÓOj.lOÇ - rJEóç [mundo - Deus], seja ela formulada expressamente (Tg 4.4; InMag 5.2; InRom 2.2), seja que se fale do KÓOIlOÇ oúroc [este mundo] (Ef 2.2; Did 10.6; Barn 10.11; 2Clem 5.1-5; Ó KÓOlloÇ OUTOÇ TtlÇ OUpKÓÇ [este mundo da carne]; 8.2; 19.3; InMag 5.2; Herm vis IV 3.2-4; sim V 5.2), seja que se use o simples Ó KÓO~OÇ sensu mala (Tg 1.27; 4.4; 2Pe 1.4; 2.20; InRom 3.2s.; 7.1; PolFil 5.3). Em tudo isso, na maioria das vezes, KÓO~OÇ não tem o sentido de poder inimigo de Deus (com clareza em Tg 4.4), mas é concebido como a esfera do terreno e o uso lingüístico é menos característico da idéia da corruptibilidade ou situação de ameaça do ser humano do que da negatividade da exigência ética; esse é o caso quando se fala das KOO~I.KUl. Ê1neU~(UI. [paixões mundanas] (Tt 2.12; 2Clem 17.3; cf. PolFil 5.3: at ÊiTLeU~((n ai EV -rQ KÓO~4l [as paixões que existem no mundo]) ou simplesmente dos KOOI-l.LKá [coisas mundanas] (2elem 5.6). O contraste entre o éon presente e o futuro continua vivo em alguns escritos, quer seja formulado expressamente (Ef 1.21; 2elem 6.3; Herm sim UI-IV), quer se fale somente "deste" ou do "presente" éon (lTm 6.17; 2Tm 4.10; InRom 6.1; PoIFil5.2; 9.2; com freqüência em Herm) ou do lípxwv 't00 aLwvoç TOÚ-rOU [chefe deste éon] (várias vezes em Inácio), quer se mencione somente o éon vindouro (Hb 6.5: ó IJ.ÉÂÂwv [o que está por vir]; Herm vis IV 3.5: EPXÓIJ.EVOÇ [o vindouro]; Barn 10.11: ó aYloc;; [o santo]; 2elem 19.4: Ó cXÂUiTOÇ [o que não causa tristeza]). Essa linguagem também é característica da ética negativa, como se pode perceber especialmente em Herm, que adverte contra as EiTl.eU~(UI. [paixões] (e cX1TáTUI. [ilusões]) deste éon tmand XI 8; XII 6.5; sim VI 2.3; 3.3, etc.) ou contra seus ~u-raLw~u-ru ó
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[futilidades] (mand IX 4; sim V 3.6), contra suas 1TovllPLcn [maldades] (sim VI 1.4) e suas 1TpaYjJ.a-rEl.aL [negócios] tmand X 1.4). O pertencimenta ao éon vindouro aparece essencialmente como o compromisso de separar-se do velho mundo por meio da obediência ao KaLvoç vójJ.oç roü Kupíou [nova lei do Senhor] (Barn 2.6), a suas EvroÂaí [mandamentos] e seus õLKaLwjJ.aTa [justas exigências], e pela renúncia às oapKLKaL ou KoojJ.LKaL E1TL6u}J.LaL [paixões carnais ou mundanas]. O indicativo no qual se fundamenta esse imperativo restringe-se justamente ao perdão dos pecados do passado; doravante o batizado está relegado a si mesmo e está obrigado a cumprir a condição para a conquista da salvação futura por meio de suas boas obras. A consciência da liberdade em relação ao poder do pecado e de ser sustentado pelo poder do Espírito se perde. A liberdade em relação ao pecado é entendida como a isenção do pecado no sentido moral. Por isso, onde se toma a sério a antítese entre antes e agora, tem que surgir o problema dos pecados - pelo menos dos pecados graves - depois do batismo e a pergunta pela possibilidade de uma penitência renovada (Hebreus, Herm). Todavia, a antítese entre antes e agora desempenha papel importante na parênese (p. 152s.); onde, porém, ela não descreve a revelação da salvação outrora oculta, mas tão-somente contrapõe aos pecados do passado a pureza conquistada pelo batismo, aí ela motiva o imperativo por meio do indicativo, sem expressar sua relação paradoxal. A isenção do pecado tornou-se com isso uma tarefa; e na medida em que esta se revelar impossível ou não cumprida, recorre-se à penitência e ao perdão divino. Pois esse é aceito sem reflexão como possibilidade estabelecida - onde também se manifesta a tradição da sinagoga. Se Herm conclama à penitência, porque se abriu mais uma vez e pela última vez uma possibilidade, 2Clem é uma pregação de penitência sob a hipótese de que a penitência é possível em todas as épocas. O chamado jJ.ETavóllo0v [arrepende-te] perpassa as cartas de Apocalipse e da penitência dos cristãos trata 2Tm 2.25; 1Clem 57.1; 62.2; 2 Did 10.6; 2Pe 3.9; InFld 3.2; 8.1; InEsm 4.1; 5.3; 9.1. 1Clem 7-8 fala da I-LETávoLa [conversão, arrependimento] como de uma possibilidade existente para os cristãos, como outrora para os justos do AT. Embora se diga ocasionalmente que há tempo para a penitência somente enquanto vivemos cá na terra (ZClem 8.1-3;
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16.1; InEsm 9.1), está claro que a penitência é possível constantemente, o que 2Pe 3.9 justifica expressamente com a longanimidade divina. Como para a penitência, também sempre há possibilidade para o perdão (Tg 5.15; PolFil 6.2). Naturalmente a penitência é a condição para o perdão (expressamente InFld 8.1). Ocasionalmente o perdão é condicionado ao cumprimento dos mandamentos de Deus em amor (lClem 50.5); pois #0 amor encobre a multidão dos pecados" (lPe 4.8; Tg 5.20; e 1Clem 49.5; 50.5; 2Clem 16.4). O mesmo efeito tem a prática do bem (PoIFil 10.2; Barn19.10; Did 4.6); sim, de acordo com 2Clem 16.4, a EÀETlI-LOOúV11 (esmola] é tão boa quanto a \.iE'távOI.tt e melhor que oração e jejum. Herm sim V 1 ainda vai além, onde se rejeita o jejum ritual e se ensina como o jejum autêntico o cumprimento dos mandamentos. Em contrapartida, em sim V 3.7 se reconhece o jejum, pondo-o, porém, a serviço da caridade: os alimentos poupados pelo jejum devem vir em benefício das viúvas, dos órfãos e pobres. Essas passagens mostram que existiram círculos, nos quais jejuar era considerado um mérito. Isso aparece em PolFil 7.2 ligado à oração, e em Did 8.1 se contrapõe o jejum cristão de terças e sextas ao jejum judaico de segunda e quinta. Outra coisa é o jejum como preparativo para a recepção de revelações (Herm vis H 2.1; IH 1.2; 10.6s.) e antes do batismo (Did 7.4). - Também sofrimentos têm o efeito de perdoar pecados quando ele levam à penitência, conforme diz Herm vis IH 7.6; sim VI 3-5; VII; dificilmente em 1Pe 4.1; talvez, porém, em Tg 5.14-16.
Na oração da comunidade de 1Clem 60.1, se implora o perdão confiando na misericórdia divina. Muitas vezes é mencionada a confissão dos pecados, como em I]o 1.9 (Tg 5.16; 1Clem 51.3; 52.1; Barn 19.12; Did 4.14; 14.1; 2elem 8.3; Herm vis I 1.3; IH 1.5s.; sim IX 23.4). Provavelmente ela é pressuposta sempre. 3. A seriedade do pecado não é mais compreendida de modo radical; a isso corresponde o fato de que igualmente a graça de Deus não é mais entendida de modo radical. É certo que se fala muito da XápLÇ [graça] de Deus, mas a antítese Epya - XápLÇ [obras - graça] transparece poucas vezes (Ef 2.5,8s.; 2Tm 1.9; Tt 3.5,7). Em termos bem gerais, não é raro que se fale da Xáp LÇ divina (2Ts 1.12; 2.16; 1Tm 1.14; At 11.23; 14.26; 15.40; 1Clem 30.2s.; 50.3; 2Clem 13.4; InEsm 12.1; PoI. 2.1; Herm mand X 3.1). Nesse caso não há muita diferença entre XápLÇ e EÀEOÇ [misericórdia] (p. 347s.). XápLÇ e EÂEOÇ são combinados não apenas
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nos votos de saudação (lTm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4 v. 1; 2Jo 3; InEsm 12.2), mas também nas demais passagens (Hb 4.16); em lugar de XápLÇ pode entrar EÀ.EOÇ (Ef 2.4; Tt 3.5). Aliás, a XápLÇ também pode ser vista na concessão da penitência (lClem 7.4, onde evidentemente não se pensa somente na penitência batismal como em At 5.31; 11.18). Em geral, Xá.pLÇ designa a graça salvífica demonstrada em Cristo, p. ex., Tt 2.11), A mensagem cristã pode ser chamada de o EuayyÉÀ.LoV ou o À.óyoç 't"fJç XápL"roç [evangelho ou palavra da graça] (At 20.24,32), Tornar-se cristão pode ser chamado de ouvir e conhecer a Xá.pLÇ de Deus (CI 1.6); ser cristão: ter-se submetido ao jugo da XápLÇ (lClem 16.17), ou: estar sob a EVEo't"woa XápLÇ [presente graça] (InEf 11.1; cf. 1Pe 5.12), Falsos mestres são hEPOÕOÇOUV't"EÇ dç 't"~v XápLV 'ITloOU XpL01"üU [os que ensinam de outra maneira sobre a garça de Jesus Cristo] (lnEsm 6.2); o pecado da apostasia é chamado de atentado contra o 1TvEulla 't"fJç XápL1"üÇ [o Espírito da graça] (Hb 10.29). Na expressão que diz que a comunidade recebeu o 1TvEulla 't"fJç xáp Lroç ou a xáp Lç 't"nç 1TvEullanKnç ÕwpEâç [a graça da dádiva espiritual] (lClem 46.6; Barn 1.2) ou que ela está plena da XápLÇ eEDU [graça de Deus] OnRom intr.), parece que a XápLÇ é concebida como um poder que ajuda ao homem a comportar-se de um modo cristãmente correto (cf. LClem 23.1; 46.6; Barn 1.3; quanto a XápLÇ como força ver também LClem 55.3).
Claro está que agora também nlotu; (e TILOTEÚEl.V) [fé (e crer)] não pode ter, como em Paulo, o sentido de obediência da fé; se não significar a confiança esperançosa ou a fidelidade, ela se torna, por assim dizer, um conceito histórico que designa o tornar-se cristão ou ser cristão ou ainda o cristianismo no sentido da fides quae creditur Cp. 580). Quando se perde a antítese Epya - nLoTLç [obras - fé], já não admira que em toda parte se faz ouvir a exigência das boas obras (e a advertência contra obras más), nas Past bem corno em 1 e 2Clem; pois o julgamento e a retribuição acontecerá segundo as obras OPe 1.17; Ap 2.23; 1Clem 34.3; Barn 4.12; 2Clem 6.9, etc.). Tg 2.24 assegura expressamente que o ser humano é justificado a partir das obras, e não somente a partir da fé (cf, 1Clem 31.2). Por isso, Herm pede ao "Pastor" que o instrua, '(va yvw, TIOLa Epya Epya(ó~EvoÇ (TÍao~aL [para que eu saiba quais as obras que devo fazer para viver] (mand IV 2.3; cf. VIII 8), e ele recebe instrução constante sobre os TIovllpá e ôlKala Epya [obras más e as justas], sobre os Epya TOU 8EOU e "[ou õLa~óÀou [obras de Deus e as do diabo], etc. - Certamente a exortação à boa obra também está presente em Paulo e também ele aponta para o julgamento OCo 15.58; 2Co 5.10; p. 389s., 4048., 410s.). Agora, porém,
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isso adquire outro sentido, porque o imperativo não está mais fundamentado no indicativo, como em Paulo, porque a XáPLÇ [graça] não é mais compreendida no sentido radical (p. 354s.) e o TIVEUIJ.U [espírito] não é mais compreendido em sua unidade de força e norma (p, 407s.). Sintomático para isto é o fato de que o discurso de IJ.FrávOLlx e &l1lEOl.Ç 't'WV álJ.lXp't'L<:3v [conversão e perdão dos pecados], que falta quase completamente em Paulo (p. 352, 385s.) passa a proliferar. Do mesmo modo como o conceito TILO't'LÇ [fé] perde o sentido paulino (e joanino), também o perde o conceito justiça. ~LKlXLoaúvll SE OU [justiça de Deus] no sentido de Paulo não é mais encontrado (sobre Tg 1.20; 2Pe 1.1 ver p. 350s.). Também o simples ôLKlXLoaúvll [justiça] e ÔlKlXlouaelXl [ser justo] são usados somente raras vezes no sentido escatológico-forense, e quando aparecem, nem sempre está claro se se está pensando na justificação do crente já ocorrida (assim com certeza somente em Tt 3.7, talvez em lClem 35.2) ou na justificação futura (Barn 4.10, onde é dito expressamente que ainda não somos ÔEÔLKIXLWIJ.ÉVOL [justificados}; 15.7; PolFil 8.1; InFil 8.2; 2elem 11.1; certamente também em 1Clem 30.3; 32.4). Na absoluta maioria dos casos, õucm.ooóvn [justiça] e ôücm.oc [justo] designam a integridade moral (§ 58,3, passim). Quando Policarpo escreve TIEPL õucm.ooóvnc [sobre a justiça], isso significa que ele fornece uma parênese ética. como integridade ou comportamento moral, P: ex., em Ef 4.24; 5.9; lTm 1.9; 6.11; 2Tm 2.22; 3.16; At 13.10; Tg 5.6,16; lPe 3.12; 2Pe 2.7s.; Ap 22.11; Barn 1.6; 19.6; PolFil9.2; na maioria das vezes em 1Clem; de fora a fora em Did e 2Clem; quase sempre em Herm. - Características são as expressões: TIOlElV ôucm.ooúvnv [praticar a justiça] já em Ijo 2.29; 3.7,10; depois Ap 22.11; lClem 31.2; 2elem 4.2; 11.7; Epyá(Ea9aL ôlKciloaúvrw [praticar a justiça] At 10.35; Hb 11.33; 1Clem 33.8 (Epyá(EoSaL EPYOV ôucoaooúvqc [realizar a obra de justiça]; muitas vezes em Herm (p. ex., mand VIII 2 ÔLK(UOOÚVllV I-1EyáÀTlV [grande justiça]); TIpáaaElv 'Cf)V ôucm.ooúvrjv [praticar a justiça], 2elem 19.3 (cf. ÔlKaLOTIpayí.Ci [prática da justiça], lClem 32.3); ôLKcna ~OUÀEúEo9al [deliberar coisas justas] Herm vis I 1.8; óõoç ôLKawaúvllç [caminho da justiça] 2Pe 2.21; Barn 1.4; 5.4; 2elem 5.7; ~.Lla90ç ôlKaLOaúvllç [recompensa da justiça] Did 5.2; Barn 20.2; 2elem 20.4. A ôLKawoúvl1 como resumo de todas as apHal [virtudes] Herm mand I 2; sim VI 1.4; combinado com àPE'CTÍ [virtude) Herm mand XII 3.1; sim VIII 10.3. O &YYEÀOÇ -rilç ôlKCiLoaúvllç [anjo da justiça] e o &YYEÀOÇ 'Cilç lTOVllPLa.Ç [anjo do mal] estão contrapostos Herm mand VI 2.1ss. - Muitas vezes a ôlKCiLOaúvll é enumeLllKaLOaÚVll
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rada como uma virtude juntamente com outras, p. ex., com &yáTTTl [amor] 2Clem 12,1; com nlanç [fé] PolFil 9.2; com EÀnlç [esperança] e nlanç Barn 1.6; com àyvEl.cx [pureza] Herm sim IX 16.7; com &À1Í8Elcx [verdade] lClem 31.2; Herm sim IX 25.2; ou num catálogo de virtudes 1Clem 62.2; Herm mand VI 2.3; VIII 10; XII 3.1; com -rCXTTElVÓÇ [humilde] Did 3.9; Barn 19.6; com aEI.wóç [venerável] Herm sim VIII 3.8. Especialmente característica é a combinação de Ôt.KCXLOUÚVTl, õ[KCXLOÇ e ÔlKCXlWÇ [justiça, justo e de modo justo] com ÓULÓTTlÇ, OULOÇ e óalwç [piedade, piedoso e piamente] 1Clem 14.1; 48.4; 2Clem 5.6; 6.9; 15.3 ou com EUUEPWÇ [piedosamente] Tt 2.12; 1Clem 62.1.
Na terminologia fica evidente que o lugar da consciência escatológica e do carismatismo está sendo ocupado paulatinamente, e já está ocupado em grande parte, pelo ideal de uma piedade moralista. Trata-se, como no judaísmo, do ideal de uma vida dos servos de Deus em piedade e temor de Deus como condição para participar da salvação futura. Como a ÔLI
EuuÉpElCX (EUUEP1ÍÇ, EUUEPEiV) [piedade (piedoso, ser piedoso)], ocasionalmente também 8EOUÉpElCX encontram-se no NT somente a partir das Past e em 2 Pedro; depois são correntes em 1 e 2Clem. "Oo toc e óorórnc no NT somente em Ef 4.24 e nas Past, freqüentemente em 1 e 2Clem. ~EIlVÓ-rTlÇ ocorre no NT em lTm 2.2, encontra-se mais vezes em LClem: e depois é trrna das expressões prediletas em Herm, para que a ~EIlVÓT"Ç personificada é uma das sete virgens (= virtudes) que constroem a torre da Igreja (vis III 8).
Especialmente característico é o uso de cjJó{3oç (f}EOiJ) [temor (a Deus)] e q>OPELOSCtL ('tàv eEÓV) [temer (a Deus)]. Também Paulo fala ocasionalmente do q>ópoç SEOU (Rm 3.18 segundo 5135.2) ou TOl> I
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ção técnica dos prosélitos como 4J0J30Ú~EVOl
't"ov eEÓV [ tementes
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inicialmente só raras vezes para caracterizar a atitude cristã (Cl3.22; 1Pe 2.17; Ap 11.18: QloJ3EloBtXL 't"à õvo~á DOU [temer o teu nome]; 19.5; cf. 14.7; 15.4); depois o termo aparece com mais freqüência em 1 e 2Clem e em Herm. Do mesmo modo, torna, se cada vez mais freqüente a respectiva' designação dos piedosos como os ÔOVÀOL BEOV ou Xp LO't"OU [escravos de Deus ou de Cristo]. No NT encontra-se ôouÂ.oç SEOU ou XPlO't"OU (ou KUplOU) [escravo de Deus ou de Cristo (ou do Senhor)] no jogo de palavras de 1Co 7.22, mas ainda não no sentido técnico. Neste sentido (aproximadamente = "cristão"): CI 4.12; Ef 6.6; 2Tm 2.24; 1Pe 2.16; Ap 1.1; 7.3; 19.2,5; 22.3. Disso se deve distinguir o uso do termo para titular pessoas de destaque como Moisés (Ap 15.2), os profetas (Ap 10.7; 11.18) e os apóstolos
4. Terminológica e tematicamente está atuando aí a influência da sinagoga e suplantando a teologia de Paulo (e de João). A tradi-
ção da sinagoga não é dominante apenas em Hebreus e Barn, em Apocalipse, Tiago e Did, em lClem e Herm - em parte na forma de fontes literárias -, mas também é perceptível na literatura deuteropaulina, em Colossenses, Efésios, nas Past e 1 Pedro. A Igreja está a
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caminho de um moralismo religioso. As forças que se opõem a esse desenvolvimento são, além dos escritos paulinos e joaninos por um lado, a tradição da pregação de Jesus contida nos sinóticos, cuja radical exigência de obediência e mensagem da graça entravam o desenvolvimento do moralismo, mas que, naturalmente, podiam ser colocados a seu serviço; por outro lado, o culto do KÚpLOÇ [Senhor] e o sacramentalismo. Inicialmente o efeito da pregação de Jesus permaneceu estranhamente fraco. Será que ele é percebido ainda de outro modo senão unicamente no fato de que o mandamento do amor aparece em geral como a exigência ética máxima? Em todo caso é surpreendente que citações de ditos de Jesus sejam extraordinariamente raras. Paulo cita raras vezes ditos do Senhor (p. 244); de resto no NT encontrase um dito do Senhor somente ainda em At 20.35 e talvez 1Tm 5.18, caso a YPO:cPlÍ [Escritura] aqui citada se refira a Lc 10.7. Em Tg se encontram talvez algumas alusões a ditos do Senhor (p. ex., 5.12), mas não citações. Uma citação um pouco mais extensa encontra-se só em Did 1.3-6, citações menos extensas em Did 8.2 (o pai-nosso); 9.5; 15.3s.? (além disso, talvez algumas alusões em 11.7; 13.1; 16.1s.?). 1Clem 13.2; 46.8; PolFil 2.3; 7.2; com maior freqüência em 2Clem (2.4 como YPO:cP1Í; 3.2; 4.2,5; 5.2-4; 6.1s.; 8.5; 9.11; 12.2 totalmente apócrifo; 13.4; 14.1?). Em Inácio no máximo algumas alusões (lnEf 14.2; PoI. 2.2; InEsm 1.1 ?). Barn põe na boca de Jesus palavras do AT ou formuladas por ele próprio (7.5,11); nos mand, porém, não cita ditos do Senhor a partir da tradição; alusões em 5.9; 7.9 ? 21.2 ? Herm se refere uma vez expressamente a um dito do Senhor (sim IX 31.2) e talvez faz algumas alusões a ditos do Senhor (mand IV 1.6; sim IX 20.3 ?; 29.1-3). Todavia, ditos do Senhor devem ter circulado amiúde nas comunidades, como demonstram achados de papiros (p. 567). Os ditos citados pelos assim chamados Pais Apostólicos estão inteiramente integrados na parênese ética.
Em todo caso, inicialmente apenas o culto do KVpLOÇ [Senhor] e o sacramentalismo constituem um contrapeso ao moralismo. Isso se evidencia de modo mais claro em Inácio, para quem o efeito do batismo não está esgotado com o pagamento dos pecados do passado. Em associação com a Eucaristia, ele confere a toda a vida cristã um caráter sacramental (p. 642s.). Afinal, Inácio é, depois de Paulo e João, o único que captou o caráter transcendental da existência ética e sua determinação pelo 1TVEU~lX [Espírito], ainda que
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não entenda a desmundanização em primeiro lugar como a liberdade em relação ao poder do pecado, e sim como a liberdade em relação à transitoriedade. Também é característico o fato de Inácio ser quase o único a Eucaristia é importante, enquanto até mesmo em Colossenses e Efésios, nos quais o sacramentalismo e o caráter pneumático da EKKÂ'lloía [igreja] afinal também aparecem em destaque, se fala somente do batismo. Naturalmente a Did oferece, em conexão com as ordens da comunidade, não apenas instruções para o batismo, mas também para a Eucaristia (9-10; 14.1), e na oração eucarística de ações de graça é dito: 1Í~L.V ÕE EXapíow lTVEu~a'tlKl)v 'tpo4>ilv Kal rrorõv Kal (Wl)V aLwvlov ôux "COU lTalÕÓC; DOU [mas agraciastenos' com comida e bebida espirituais e com a vida eterna mediante o teu servo] (10.3). No mais, a Eucaristia é mencionada apenas raras vezes (At 2.42; 20.7; [d 12). Sua celebração deve naturalmente ser pressuposta em toda parte, e deve estar incluída entre as trpooóop«] [ofertas] e AEl'toupyíal [serviços] em 1Clem 40.2. Conforme mostram [ustino e a conhecida Epístola de Plínio, a Eucaristia é uma das características da comunidade cristã. Mas em parte alguma se reconhece que ela tenha sido significativa para a autocompreensão da existência cristã. Não obstante, ela deve ter sido um fator entre outros que deram à comunidade a consciência de ser uma comunhão sustentada por poderes do além. Pois afinal ela também tem a consciência. de ter sido chamada pela graça de Deus e ter-lhe sido concedido o Espírito (ver acima p. 649). Embora seja difícil dizer como XáplC; [graça] e 7TvEu~a [espírito] determinam a existência cristã, se não forem entendidos no sentido paulino, não obstante se tem a convicção de que eles se manifestam na conduta cristã (2Tm 1.7; 1Clem 2.2; Barn 1.2ss.; InEsm intr.). E ainda que não se alcance a unidade de tais enunciados com os imperativos, nos quais se faz depender a consecução da salvação dos próprios esforços, eles revelam que as comunidades se sabem sustentadas. Essa consciência se expressa de muitas maneiras, p. ex., em Cl1.12-14,21s.; 2.10-15; Ef 1.6-14; 2.1-9; Tt 2.11-14; 1Pe 1.3-12; 2.710; 2Pe 1.3s.; nos cantos de vitória de Ap (p. 622); 1Clem 36.1s. (p, 635); Barn 16.9 (p. 612); em 2Pe 1.6s. ela está viva na consciência de pertencer à EKKÀl10La (Colossenses, Efésios, Past, 1 e 2Clem) ou ao novo povo de Deus (1 Pedro, Hebreus, Barn).
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Tampouco se perde a consciência de que o efeito da graça e do Espírito se demonstra na capacidade dada ao indivíduo (e da tarefa implicada), de atuar em favor da comunidade, como o mostram Ef. 4.7; 1Pe 4.10s.; 1Clem 38.1s.; 48.5s.; Did 1.5. Será que ainda se registram acontecimentos extraordinários como curas de enfermos? (p. 206) Em todo caso, eles não têm relevância na literatura (Hb 2.4 fala do passado). Inácio fala em termos totalmente gerais de carismas concedidos à comunidade ou a seu bispo (InEsm intr; PaI 2.2) e em todos os casos, pensa em primeiro lugar na demonstração de um comportamento cristão e responsável. É possível, todavia, que também inclua experiências de inspiração pneumática no culto, como aquela que relata a respeito de si mesmo (InFld 7.1s.; cf. Rm 7.2), e certamente também a entonação de Q1llAIlOL, üllvOL e 4>óul TIVEUIlU-CLKUL [salmos, hinos e cantos espirituais], dos quais falam CI3.16; Ef 5.19 (InEf 4.2; Rm 2.2). O antigo profetismo (p. 83 e 206) ainda continua vivo (Ef 2.20; 3.5; 4.11; 1Tm 1.18; 4.14; Ap 2.20; 22.6,9; Did 11-13; 15.1s.; Herm mand XI), mas começa, como mostram Did e Herm e também Ap 2.20, a tornar-se suspeito e é preciso um esforço para distinguir os profetas autênticos dos falsos. Também ainda se escrevem livros apocalípticos, como mostram Apocalipse e Herm, mas a reflexão literária sobrepuja (esp, em Herm) a inspiração profética. De acordo com Did 15.1, os profetas (e mestres) são substituídos pelos funcionários das comunidades, e o x&pLolla [carisma] está em vias de se tomar equipamento funcional dos funcionários (§ 52,3). Mas a consciência de pertencer a uma comunhão plena de poderes pneumáticos também continua viva quando esses poderes são administrados por uma instituição eclesiástica; sim, ela pode justamente então adquirir uma segurança especial. E essa consciência cria um equilíbrio perante a consciência de ser exigido pelo imperativo e de depender dos próprios esforços para conseguir a salvação. Uma unidade orgânica de ambas se alcançará - ainda que não no sentido de Paulo - somente com a instituição do sacramento da penitência, por meio do qual o efeito do batismo sempre pode ser renovado. E pode soar como uma antecipação do que haveria de vir, se lClem 7.4 designa a XáplÇ [graça] presenteada ao mundo por meio da morte de Cristo como a XápLÇ IlE-cavOLaç [graça do arrependimento]; pois sob esta o autor afinal não entende somente a penitência batismal.
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Porém, enquanto a }-LE-rá vo La não estivesse regulamentada pelo sacramento de penitência, a Igreja sofreria com a contradição interna que havia entre a conduta subordinada ao KUlVOÇ VÓ!J.oç [lei nova], sob os ÔtaKalw\J.a-ca e TIpoa1"áY!J.a1"a [justas exigências e ordenações], e a exigência ou promessa de ter recebido no batismo o Espírito renovador da vida.
§ 60.. O CONTEÚDO DA EXIGÊNCIA E A POSTURA FREN-
TE AOS DIFERENTES ÂMBITOS DA VIDA Ver também bibliografia ref. a IH. (p. 653) e ref. ao § 58 (p. 601). - CAMPENHAU5EN, H. VüN, Die Idee des Martyriums in der Alten Kirche, 1936. - BAUMEISTER, T., Die Anfiinge der Theologie des Martyriums, 1980. - GRIBOMONT, J., Art. Askese. IV. Neues Testament und Alte Kirche, TRE IV, 1979, p. 204-225, esp. p. 205-213. - Ref. a 4 e 5: HENGEL, M., Eigentum und Reichtum in der [rtihen Kirche. Aspekte einer frühchristlichen Sozialgeschichte, 1973. - GAYER, R., Die Stellung der Sklaven in den paulinischen Gemeinden und hei Paulus... r 1976. - DAUTZENBERG, G., "Biblische Perspektiven zu Arbeit und Eigentum", in: A. HERTZ et al., Handbuch der christlichen Ethik, V. 2, 1978, p. 343-362. - LÜHRMANN, D., "Neutestamentliche Haustafeln und die antike Õkonomie", NTS 27 (1981), p. 83-97. - MERKEL, H., Art. Eigentum. IH. Neues Testament, TRE IX, 1982, p. 410-413. - OsBORN, E., Art. Eigentum. IV. Alte Kirche, TRE IX, 1982, p. 414-417. - G. DAUTZENBERG, H. MERKLEIN, K. MÜLLER (Eds.), Die Frau im Urchristentum, 1983. - Ref. a 5: DIBELIUS, M., "Rom und die Christen im ersten [ahrhundert" (1942), in: lo., Botschaft und Geschichte, V. 11, 1956, p. 177-228. VOLKL, R., Christ und Welt nach dem Neuen Testament, 1961. - ScHRAGE, W., Die Christen und der Staat nach dem Neuen Testament, 1972.
1.. Qual é o conteúdo do KCXlVOÇ VÓ!J.oç [nova lei]? Que exigem as Ev-roÀal, os õlKaLw!J.cx-ra e 1Tpoo-ráY!J.a.-ra [mandamentos, justas exigências e ordenações]? Em que haverá que comprovar-se a obediência? A consciência de pertencer à EKKÀ"alcx [igreja] que, por sua essência, não pertence a este mundo; a consciência da exclusividade e de estar separado do mundo quase sempre permaneceu viva (§ 10,3 e § 53,1). A isso corresponde o caráter fundamental da exigência ética. Ela é, em primeiro lugar, uma exigência negativa: os que são purificados e santificados (pelo batismo) são conclamados a se purificar e santificar (§ 10,4), a renunciar aos desejos "mundanos" ou "carnais",
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o PROBLEMA
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a abster-se de toda a maldade (ver esp. p. 151s. e o que é dito sobre KÓOIlOÇ [mundo] na P: 659). Em catálogos de vícios são enumerados, como já em Paulo, as concupiscências e pecados que devem ser evitados (p. 118). A eles se contrapõem, às vezes, como já em G15.19-23, catálogos de virtudes CCl 3.5-14; Ef 4.31s.; 1Tm 6.4-11; Tg 3.15-18; cf. também 1Clem 35.5; 2elem 4.3; Herm sim IX 15: face a face com as doze virgens-virtudes encontram-se as doze mulheres de preto, os vícios); mas os catálogos de virtudes também podem vir sozinhos (Ef 4.2s.; 2Pe 1.5-7; Herm vis IH 8). Ao lado dos catálogos ou também misturadas com eles encontram-se enumerações, em estilo catequético, de mandamentos e proibições segundo o esquema dos "dois caminhos", o da vida e o da morte, o da luz e o das trevas, que, como os catálogos, foi adotado da sinagoga helenista. Em Did 1-6 e Barn 18-20 foi aproveitado o material de um catecismo para prosélitos, estruturado conforme esse esquema. Assim como são acrescentados a esse catecismo ditos do Senhor em Did 1.3-6, tais ditos também aparecem nas demais passagens da parênese (p. 665s.). Naturalmente também se tomam palavras de advertência e de ameaça do AT (lPe 3.10-12; Tg 4.6; Hb 3.7-11; 10.37s.; 12.12; 1elem 8.4; 14-15; Barn 2.10; 3.3-5; 4.11 paesim). Os vícios enumerados mencionam pecados típicos do desejo sensual e da paixão sexual, da inveja e da ganância, da ira, do ódio, das palavras maldosas e da mentira, entre outras. A enumeração não determina uma ordem sistemática ou a derivação dos diversos vícios ou virtudes de um princípio, de um ideal ético; ela se orienta livremente, em associações de sentido afim e formais. Às parêneses oferecidas em forma de catálogo e catecismo juntam-se as parêneses elaboradas. Advertência contra vícios e a exortação às virtudes encontram-se expostas em extenso estilo homilético em 1Clem de acordo com verbetes como (flÀoç [zelo] (3-6), -rlX1TELVo'1>poaúvT) [humildade] (13-16), ÓIlÓVOLlX [unanimidade] (20-22). Para isso se oferece uma riqueza de exemplos do AT, mas também do presente, inclusive das lendas e da história pagás Cp. ex. 3-6; 11-16; 20-22,55). Parêneses elaboradas encontram-se também em Tiago, cujo autor se demora um pouco mais em determinados temas (2.1-13: 1TpOaW'IToÀT)lllfrí.lX [julgar pela aparência]; 3.1-12: pecados da língua; 3.13-18: presunção de sabedoria; 4.1-5: briga e gozo do mundo;
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4.13-17: admoestações aos comerciantes; 5.1-6: advertências aos
ricos). Herm descreve, muitas vezes, especialmente nos mandata, em forma de diálogo, virtudes e vícios com suas conseqüências benfazejas ou terríveis. Contrapõem-se, por exemplo, áTIÂÓ-rl1Ç e Ka-raÂaÀui [retidão e difamação] (mand II), &.Àtí8Eux e $EUÕOÇ [verdade e mentira] (mand IH), úyvEla e ~Ol.XE[a [pureza e adultério] (mand IV), j.LaKpo8uj.Lla e ÓçuxoÀla [paciência e iracúndial (mand V), ÀÚTIl1 e LÀapó-rl1ç [tristeza e alegria] (mand X); ou são descritas as duas espécies de cPó(30ç [temor] - de Deus e do diabo - (mand VI) e igualmente as duas espécies da EYKpá-rEl.a [continência] (mand VIII), ETIl.8u~la [desejo] (mand XII) e da -rpucPtí [comodidade] (sim VI). 2. Visto em seu conjunto, todos os mandamentos individuais se encontram sob uma única exigência: a da santificação, da renúncia ao "mundo", à conduta (pagã) do passado, aos desejos carnais. A pergunta decisiva agora é se essa exigência da santificação é compreendida e desdobrada somente ou essencialmente no sentido negativo, de modo que a conseqüência seria a ascese e concomitantemente o ideal da santidade individualista do homo religiosus; ou se tem simultaneamente, como em Paulo (§ 38,3), também um sentido positivo como a exigência que remete o indivíduo à comunhão, para nela realizar o bem em autodesprendimento. Enquanto o mundo" é compreendido como a esfera do pecado que, por culpa dos próprios seres humanos, se tornou um poder sobre eles (§ 26,2 e § 44), a exigência de renúncia ao mundo será uma autêntica exigência ética, e a unidade do sentido negativo e positivo da santificação ficará preservada. Decerto deveremos dizer que, desde o princípio, existem ambas as tendências - a meramente negativa e simultaneamente a positiva - e concorrem uma com a outra, corno, aliás, já em Paulo está atuando um pensamento ascético-dualista (p. 257ss.). Do ponto de vista histórico, trata-se de verificar como influências da tradição sinagogal e da ética filosófico-popular (estóica) por um lado, e a influência do dualismo gnóstico-helenista por outro lado atuaram em conjunto ou uma contra a outra. No decorrer do tempo desenvolveram-se, dependendo da supremacia de uma ou outra tendência, dois tipos distintos da piedade cristã; na maioria das vezes, porém, é difícil estabelecer os limites. 11
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Parece preservada a unidade em que ao catálogo de vícios corresponde um catálogo de virtudes (ver acima p. 670), mas também sempre que a exortação ao &:rrÉXEo6aL -rwv oapKlKwv EiTlSq.tLWV [absterse das paixões carnais] vem associada à exigência dos KaÀ.à Epya [boas obras], como está formulado em IPe 2.11s. (cf. Tt 3.8). É o que encontramos em geral nas parêneses de Colossenses e Efésios, das Past, Hebreus, Tiago, 1Clem e PolFil. A supremacia do sentido positivo da santificação também se manifesta no fato de se desdobrar numa grande quantidade de conceitos e instruções individuais, enquanto para a designação do sentido negativo estão à disposição somente poucos termos; além dos comuns como iTLO't'lÇ, õucm.ooúvn, EuoÉpEla, OEf.lVÓ't'tlÇ [fé, justiça, piedade, veneração] temos: EYKpá't'Ela, Ú1TOf.lOV~, tXKaKLa, ánÀónlç, áyvELa [continência, perseverança, inocência, singeleza, pureza] - em relação às quais se pode, no caso individual, ficar em dúvida se significam mais a relação negativa com o mundo ou se têm uma referência à vida em comunhão. Especialmente significativa para a duplicidade da exigência é a virtude da ÊYKpárELa, que de início é mencionada só raras vezes no NT e mais tarde com mais freqüência, e pela qual se designa em primeiro lugar o lado negativo da santificação. Entretanto ela dificilmente aparece como a exigência única e dominante, mas é mencionada em catálogos de virtudes, como em GI 5.23, como uma virtude entre outras (Tt 1.8; 2Pe 1.6; lClem 30.3; 35.2; 38.2; 62.2; 64; 2Clem 4.2; Barn 2.2; PolFil 4.2; 5.2). Compete-lhe, porém, uma importância destacada, quando, de acordo com At 24.25, o excitante tema do discurso de Paulo perante Félix e Drusila é a ôucm.ooúvn e a EYKpá't'Ela; além disso, quando, em 2Clem 15.1, o autor determina a intenção de seu escrito no sentido de que teria dado aos leitores um conselho importante TIEp LEYKpa't'ELaç [sobre a continência], o que também corresponde à sua exortação de 1"l,v oápKa áyvl,v 't'llPELV [guardar a carne pura] (p. 611ss); por fim, quando em Herm mand I 2; VI 1.1, se considera a EYKpá't'Ela como o primeiro mandamento depois dos mandamentos da nLo't'lç [fé] e do
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contraste, a prática de todo o &:YlX8óv [bem] (mand VIII); naturalmente também não faltam traços ascéticos em Herm (vis 112.3; sim IX 11; ver abaixo). O sentido positivo da abstenção do mundo se manifesta, por um lado, no fato de praticamente em toda parte se exigirem "boas obras"; mas sobretudo no fato de que, entre todos os mandamentos, o mandamento do amor tem a primazia. As exigências para a vida em comunhão encontram-se, em última análise, todas sob o mandamento do amor. Ele está presente em quase todas as parêneses e se encontra com menos freqüência somente nos escritos sob maior influência da tradição judaica, corno Ap, Hb, Tg e Herm, enquanto aparece com freqüência no círculo da influência paulina. Muitas vezes ocorre nos catálogos de virtudes a àyá1TTl [amor] (ou o &:ya1Tiiv [amarj), recebendo neles às vezes urna ênfase especial por causa de sua posição no início (como Gl 5.22 assim 2Clem 4.3) ou no final. A enumeração de CI 3.12-14, p. ex., termina com a frase: E1Tl1TâolV õE roútou; 'tllv àyá1TTlV, oEO'tlV Ó OÚVÕEOIJ.OÇ TllÇ 'tEÂ-ElÓ'tTl'tOÇ [acima de tudo isso, porém, esteja -o amor, que é o vínculo da perfeição]; assim a àyá1TTl se encontra no final da série em 2Pe 1.5-7; assim ela é a última das virtudes em Herm vis III 8.5,7 (sim IX 15.2; 18.4). 1Clem 49 é (sob a influência de 1Co 13) um louvor ao amor que nos une com Deus, e 50.1 conclui: ópâre ... 1TWÇ IJ.ÉylX KlXl. 6aulJ.fXo'tóV EO'tlV t\ àYlX-TTll, KfXl 'tfiç 'tEÀElÓ1"Tl'tOÇ aU1"Tlç OUK ED1"l.V El;1ÍYTl0l.ç [vedes... como o amor é grande e admirável, e que não há explicação para a sua perfeição]. Muitas vezes a àyá1TT\ é mencionada juntamente com a 1TlO'tlÇ, como que para denominar a natureza do cristianismo (1Tm 1.14; 2.15; 4.12; 2Tm 1.13; 2.22; Barn 1.4; 11.8; 2Clem 15.2; Herm sim IX 17.4). Isso é especialmente freqüente em Inácio, que afirma em InEsm 6.1: 1"à yàp OAOV E01"l.V 1Tla1"lç KfXl àyá1TTl, WV OUÕEV TTpOKÉKPl'tfXl [pois tudo reside na fé e no amor, aos quais nada se antepõe] (cf. InEf 14.1s.; InFld 9.2). Ocasionalmente também se junta a elas a EATIíç, de modo que .surge a tríade de 1Co 13.13; é o caso em PolFil 3.2s.; que diz no final: 6 yàp EXWV àyáiTTlv lJ.aKpáv E01"lV lTáaTlç éq.lap'tíaç [pois quem possui amor está distante de todo pecado] (cf. Barn 1.4-6; Hb 10.22-24). Aparecem também outras combinações (com úytUojlóç [santidade] 1Tm 2.15; com àyvELa [pureza] lTm 4.12; PolFil 4.2; com
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que o amor opera o perdão dos pecados (p. 661). Barn dirige-se a seus leitores como -cÉKlJa &YcX1Tl1Ç [crianças do amor] (9.7; 21.9) e, em Inácio a &YcX1TTJ é o laço que une a comunidade na unidade de um coro (lnEf 4.1s.; Rm 2.2) e do mesmo modo o laço que une o autor da epístola com seus leitores (InEf 1.1; InTr 12.3). No fundo, todas as virtudes individualmente, como XPTJO-CÓ-CT)ç, jJ.aKpo8ujJ.la, 1Tpai.l-cTJç, "t"alTElvoQ>pOOÚVTJ, ÓIJ.ÓVOLa, OLK"t"LpjJ.ÓÇ, Q> LÀaõEÀQ>lcx, Q>LÀoçEvla [bondade, paciência, mansidão, humildade, unanimidade, compaixão, amizade, hospitalidade], como o uv-cÉXEo8cxL uÀÀi}ÀWlJ, XCXp((EOeaL Eau"t"olç [apoiar uns aos outros, agradar uns aos outros], a atitude &VUlTÓKPLTOÇ, ELpTJlJLKÓÇ, E1TLELK~Ç, EimEL8~ç, Eüo1TÂaYXlJOç [sem hipocrisia, pacífica, indulgente, dócil, compassiva] e semelhantes. Todas essas virtudes não são vistas como qualidades de caráter, e sim como modos de comportamento dentro da comunhão. Elas não têm sua origem na imagem ideal da humanidade ou da personalidade, mesmo que sejam adotadas virtudes gregas como oWQ>POOÚlJTJ, CXl.ÕWç, E1TLElKELa Isensatez, temor reverente, indulgência] ou o conceito do KÓOjJ.OÇ e do KoojJ.EloeaL (ver abaixo). A idéia da formação do caráter nem a idéia da formação em geral entram em cogitação. Agora naturalmente é preciso dizer que essas virtudes têm, em geral, o caráter negativo, na medida em que, em última análise, todas exigem uma coisa: o desprendimento, a renúncia ao proveito próprio e ao direito próprio - e que têm caráter meramente formal, porquanto não indicam objetivos concretos do agir, não esboçam o programa de uma configuração da comunidade. Nos dois sentidos, porém, elas são a explicação adequada do mandamento do amor, porque, por sua natureza, este não tolera determinações positivas formuladas (§ 2,4), para que não se transforme novamente em lei. Ele está descrito completamente tanto na "regra áurea" (Mt 7.12) quanto na sentença de Paulo: 1Í uyá1TT] 1:e\> TIÂllOlOlJ KCXKOlJ OUK Epyá(E1:UL [o amor não faz o mal ao próximo] (Rm 13.10). Assim, pois, a prática do amor não está orientada com vistas a um EPYOV [obra] a ser produzido, e sim pela pergunta pelas necessidades e precisões do próximo ou da comunhão que surgem aqui e agora. A liberdade cristã também tem que comprovar-se justamente na capacidade do cristão de reconhecer, sem prescrição da lei, o que a vontade de Deus exige dele em cada situação. Todavia a pergunta é se essa liberdade
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e esse dever do õOKq.J.áÇELV [examinar] (Rm 12.2; Fp 1.10; § 39,1) estão sendo mantidos. A exortação expressa para"examinar o que agrada ao Senhor" ocorre somente ainda em Ef 5.10; talvez se possa encontrá-la também em Barn 21.6: yí.VEOSE õE SEOÕí.ÕUK-rOL, EK(11-rOUV-rEç -rí. (11-rEl. KÚpLOÇ uep' l>IJ.WV [tornai-vos aprendizes de Deus, procurando saber o que o Senhor exige de vós]. Mas certamente ela também deve ser pressuposta como implícita nas exortações meramente negativas e formais - pelo menos em grande parte. ó
3. Porque por mais remota que seja a idéia de uma imagem ideal da personalidade humana como ponto de orientação do agir - outras imagens ideais se impõem: o ideal do perfeccionismo e o ideal da santidade como qualidade pessoal. Quanto mais as exigências são consideras como EV1"OÂ.u C, TIpoo-ráYIlU-ru e ÔLKULW\-1U-rU [mandamentos, ordenações e justas exigências], cujo cumprimento é a condição para a consecução da vida, da salvação, quanto mais a idéia do mérito e o olhar para o julgamento conforme as obras dominam o agir, tanto mais surge a partir daí a busca da perfeição. Neste caso a renúncia a si mesmo, exigida pelo mandamento do amor, não é mais motivada pelo interesse no próximo e na comunhão, e sim pelo interesse na própria salvação, tal como aparece em toda parte, mas de forma especialmente crassa em Herm (p. ex., Mand II 4-6; sim I; V 3.7s.). Na mesma direção atua a influência do dualismo helenista, especialmente do dualismo gnóstico (p, 153, 227-230). Assim como a exigência do amor, também a exigência da santidade muda seu sentido e surge a idéia de uma qualidade da santidade a ser conquistada pela renúncia ao mundo. Perfeccionismo e busca de santidade levam, por um lado, a que a exigência da ascese se torne sedutora. Que ela foi feita já desde cedo mostram justamente aqueles enunciados que polemizam contra ela ou ao menos exortam os ascetas à modéstia. 1Tm 4.3 combate os falsos mestres como os KWÂÚOV-rEÇ YUIJ.Elv [que impedem casar], bem como contra tais que exigem: àTIÉXEOSUL (3pwJ.Lá-rwv [abster-se de alimentos] (cf. 2.15; 5.23; Tt 1.14s.; talvez também C13.16-23,onde não está claro se realmente são combatidas tendências ascéticas ou somente ritualistas). Mas um texto como 2Clem, com sua exigência de 1"l)v OÚPKU áyvl)v 1"l1pEl.V [guardar a carne pura] (8.4; 14.3), e com seu
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ideal do celibato ou da virgindade (12.5), mostra para onde leva o caminho. Talvez Ap 14.4, quando fala dos TTup8ÉvOL, OLIlE'ttX YUVULKWV OÚK ÉIlOÂúv8110CW [virgens, que não se macularam com mulheres], se refira a ascetas, e em todo caso Herrn sim IX 11 demonstra que a prática do sineisagismo!", que começou a aparecer em Corinto já no tempo de Paulo (1Co 7.25,36s.), ainda continuava existindo. O próprio Herm não está muito longe de tais tendências. Isso mostram não apenas sua autodenominação como Ó EYKpunlç [o asceta] (vis I 2.4; cf. II 3.2) e sua exortação a 't~v OeXPKU Ku8upàv KUL lXIlLUV'tOV cf>uÂeXoOELV [guardar a carne pura e imaculada] (sim V 7), mas também o papel que EYKpá'tELU e àyvdu ou ElTL8UllLU [continência e pureza ou cobiça] desempenham justamente com vistas à vida sexual, e o interesse pelas questões matrimoniais (cf. vis II 2.3: a yuv~ [mulher] de Herm deve tornar-se sua lXÕEÂ4>~ [irmã]; mand IV 1 e 4: o casamento é desaconselhado). A exigência da ascese como válida para todos os cristãos não se impôs, mas não foi contestada como um mandamento que pessoas individuais impusessem a si Juesmas. E justamente as advertências contra excessos ascéticos (lelem 38.2; 48.6; InPol 5.2) mostram que está por estabelecer-se a distinção entre dois níveis da moral. No entanto, não é somente a busca da santidade por meio da ascese que leva à distinção de uma santidade perfeita de um estágio inferior da moral; na mesma linha vai o perfeccionismo. Pois já muito cedo se evidenciaria que a exigência da EYKpeX'tELU no sentido de uma abstenção conseqüente de todas as necessidades, prazeres e negócios mundanos não era exeqüível em termos gerais - o que é ilustrado, por um lado, pelas Past, e, por outro, por Herm. Por isso não causa admiração que o conceito da perfeição ('tEÂE LÓ'tllÇ, 'tÉÂE LOV) adquira um novo significado. Em Mt 5.48 parece que 'tÉÂELOÇ (diferentemente Lc 6.36) ainda é usado no sentido do termo hebraico t:lt,tO [shalem] ou t:l.,~~ [tamim] (= são e inteiro, sem ruptura ou divisão). Em contrapartida, em Mt 19.21 (diferente de Me 10.21) o termo significa ••
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Syneisaktentum no original. O termo é derivado do grego
(YUVIXlKIXç)
T
OUVUOáKTOl
(do verbo ouvuoáyuv) - ou seja, mulheres introduzidas no convívio de ascetas masculinos, para conviverem com eles num "matrimônio espiritual", isto é, em abstinência (EYVKpá'tElu) absoluta. Em analogia ao termo alemão, formamos "sineisagismo". (Ver RGG VI, 311. ed., Art. "Syneisakten". (N. do T.)
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CONTEÚDO DA EXIGÊNCIA E A POSTURA FRENTE AOS DIFERENTES ÂMBITOS DA VIDA
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"perfeito" no sentido perfeccionista, da mesma forma que em Did 1.4; 6.2, sendo que na última referência se distinguem claramente dois estágios da moral. Paulo, na verdade, não havia empregado 'tÉÀElOÇ na acepção semita, e sim na acepção grega (ICo 14.20; Fp 3.15); no entanto, não para designar a perfeição, e sim a maturidade; o mesmo acontece em Hb 6.1. Quem insiste na perfeição é Inácio (InEf 1.1; 15.2; InEsm l1.2s.); nele a exortação negativa à desmundanização prevalece totalmente sobre a exortação ao amor; e na imagem do mártir materializa-se para ele o ideal do homo religiosus. A posição privilegiada do mártir também é óbvia para Herm (vis IH 1,9-2.1; 5.2; sim IX 28.1ss.) e ele também distingue em outra parte dois estágios da moral, pois não apenas distingue os íntegros daqueles que necessitam da penitência (vis IH 5.3ss.), mas também conhece um agir meritório, que exc.ede a medida do exigido (sim V 2.4ss.; 3.388.). 4. Ao lado dessas tendências que, na Igreja antiga, encontram sua realização na idéia da santidade e na distinção de uma dupla moral, caminha outra corrente da parênese, para a qual são típicas os "catálogos domésticos" e, em seu todo, as Pasto Aqui vem à tona a concepção de que a conduta cristã não adquire seu caráter cristão por meio do cumprimento de exigências morais especiais e por meio de uma idéia de perfeição que as fundamenta, e sim pela observação das simples exigências éticas como podem ser conhecidas de todos. Aqui está sendo observada a exortação de Paulo: Doa EO'tLV &.À1")8fl, Doa OEI-lvá, ooa ôlKala, ooa àyvá, ooa TIpooQ>lÀfl, ooa EÜCJl1")j.La, EI 'tLÇ à:pE'tl} KaL E'( rtc ElTalVOç, 'tau'ta ÂOY((E08E [tudo que for verdadeiro, tudo que for nobre, tudo que for justo, tudo que for puro, tudo que for amável, tudo que for bem falado, se algo for virtuoso e se algo for louvável, nisso pensai] (Fp 4.8). Aqui o especificamente cristão somente pode consistir no fato de que, assim como todos os mandamentos da "lei" são cumpridos - de acordo com Rm 13.8-10; G15.14, - na exigência do amor, assim também toda &pE't~ [virtude] é entendida como exigência do amor e é cumprida na força do amor. Se a diferença em relação à ética grega consiste no fato de que a &.pE'tlÍ não é vista sob o aspecto da formação do caráter, e sim sob o aspecto da comunhão fraternal- em termos paulinos: sob o aspecto da OtKOÕO~~ [edificação] -, por outro lado está claro que as exigências como tais
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nada pedem que não seja reconhecido como bom igualmente pelos gentios. Se a comunidade deve granjear honra para Deus ou para a comunidade cristã por meio de seu procedimento ético (como já em 1Ts 4.12; 1Co 10.32, assim também Cl 4.5; 1Tm 3.7; 6.1; Tt 2.5,8,10; 1Pe 2.12,15; 3.1,16; 1Clem 1.1; 47.7; InTr 8.2), pressupõe-se que os critérios de cristãos e gentios coincidam. Analogamente, a parênese cristã também recorre, sem hesitação, a esquemas e conceitos da ética filosófico-popular e da terminologia da moral burguesa. Esquemas da doutrina dos deveres, esp. dos catálogos domésticos como
as que o judaísmo helenista já havia adotado da parênese helenista, agora são postos a serviço da parênese cristã. Tais listas de deveres encontram-se em 1Tm 3.2ss.; Tt l.5ss.; PoIFi15.2, onde se enumeram as qualidades dos E1TLOK01TOl e ÔletKoVOl. Gozam de especial preferência dos catálogos domésticos: CI 3.184.1; Ef 5.22-6.9; 1Tm 2,8-15; 6.1s.; Tt 2.2-10; lPe 2.13-3.7; Did 4.9-11; 1Clem 21.6-9; PolFil 4.2-6.2; entrançado na parênese Barn 19.5-7; segundo esse esquema também o louvor da comunidade de Corinto em 1Clem 1.3. Como já em Paulo, continuam aparecendo os termos da àPETr] [virtude}, do Ka8ryKov [conveniente}, da avvEí8T}OLÇ [consciência] Cp. 116s.). Especialmente característica é a freqüência crescente do discurso da boa consciência (OUVELÔTjOlÇ àya8TÍ, KIX8apet, e semelhantes): lTm 1.5,19; 3.9; 2Tm 1.3; lPe 3.16,21; Hb 13.18; At 23.1; 24.16; 1Clem 1.3; 41.1; 45.7; 2Clem 16.4; InTr 7.2; PoIFi15.3; correspondentemente o discurso da má consciência (OUVELÔTjOlÇ 1TOVEpá e semelhantes): lTm 4.2; Tt 1.15; Hb 10.2,22; Barn 19.12; Did 4.14; Herm mand III 4). Uma caracterização geral do comportamento cristão é dada pelos conceitos ôuccaoatn/n {justiça] e EvoÉ{3Ha [piedade] - termos que, em inscrições honrosas helenistas, costumam descrever o comportamento piedoso e virtuoso e que agora também valem como virtudes cristãs (p. 663). Também oeuuátn; e OE/.lVÓ, são adotados como designação da dignidade e decência Cp. 663). Do mesmo modo, a ow(jJPOOÚl/11 [sensatez] é incluída no rol das virtudes cristãs: 1Tm 2.9,15; At 26.25; lClem 62.2; 64; InEf 10.3 (oúS(j>pwv [sensato] lTm 3.2; Tt 1.8; 2.2,5; 1Clem 1.2; 63.3; ow(j>póvwç [sensatamente] Tt 2.12; ow(j>povElv [ser sensato] já em Paulo Rm 12.3; depois em Tt 2.6; 1Pe 4.7; 1Clem 1.3; PolFil 4.3; cf. ainda 2Tm 1.7; Tt 2.4). É raro ainda encontrar alôcôç [pudor, decência] (I Tm 2.9; Hb 12.28), igualmente raro XPT]OrÓTT]ç [bondade] (XPll0TÓÇ, XPll0TEúEo8al [bondoso, ser bondoso]) como virtude cristã CCI 3.12; Ef 4.32; 1Clem 14.3); mais freqüente ÉTnEíKELa (E1TlElKTÍÇ) [amabilidade (amável)] como já em Paulo em Fp 4.5, depois 1Tm 3.3; Tt 3.2; lPe 2.18; Tg 3.17; lClem 1.2; 21.7; 30.8; 56.1; 58.2; 62.2; InEf 10.3; InFld 1.1s. Também o KÓOjJ.WÇ [moderação, decoro], mencionado em inscrições honrosas especialmente como virtude feminina, foi acolhido
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no vocabulário cristão: 1Tm 2.9 como virtude feminina; 3.2 ao lado de aúÍq>pwv [sensato] como qualidade do ETIL
5. A amplitude das esferas de vida que são objeto da reflexão e da parênese ainda não está limitada, porque a fé cristã ainda se restringe essencialmente aos círculos de gente humilde ou de pequenos burgueses. Estes, na verdade, manifestaram interesse maior pelo âmbito mais restrito de sua vida, mas também por questão de propriedade e comércio; entre os proprietários há os de escravos, mas estão fora de cogitação os grandes empreendimentos e, sobretudo, ainda não se pode contar com uma participação responsável na vida política, sequer existindo essa ambição, assim como também está ausente a visão para os problemas e as tarefas da vida sociaL Na apreciação do matrimônio e na disciplina da vida matrimonial está presente, sem dúvida, a influência da sinagoga helenista; mas paralelamente também a influência da moral estóica, para a qual a pureza do matrimônio e a rejeição da luxúria e do divórcio fazem parte das exigências óbvias (cf. esp. Musônio e Epicteto). Entre os vícios constantes dos catálogos de vícios e combatidos também nas demais passagens constam, em primeiro lugar, !-LOLXEL«, TIOpVELa, áKa6apaLa [adultério, prostituição, impureza] e semelhantes. Em Herm desempenha papel especial a condenação do adultério (mand IV). Nos catálogos domésticos, os maridos são exortados a amarem suas esposas e as mulheres a serem obedientes a seus maridos, os filhos a obedecerem os pais, os pais a tratarem seus filhos com amabilidade (CI 3.18-21; Ef 5.22-25; 6.1-4; 1Tm 4.11; Tt 2.4s.; lPe 3.1-7; cf. lClem 1.3; InPoI5.l). As mulheres são exortadas à pudicícia e à castidade e são advertidas contra a vaidade (TTm 2.9s.; Tt 2.4s.; 1Pe 3.3s.; lClem 1.3; 21.7; PolFil 4.2). Seu dever de gerar filhos certamente é enfatizado em 1Tm 2.15; 5.14 em oposição a tendências ascético-gnósticas, cuja influência pode ser sentida em 2elem e Herm no exagero das exigências da castidade, mas, que em seu todo, foram rejeitadas. Desaconselha-se segundas núpciasseja depois do divórcio, seja depois da morte de um dos cônjuges - (como em lCo 7.11,39s.; assim 1Tm 5.9? Herm mand IV 4) e em 1Tm 3.2,12; Tt 1.6 ao que parece se proíbem segundas núpcias ao bispo ou ao diácono.'-- O dever de educar os filhos para a piedade é enfatizado com freqüência (lTm 3.4,12; Tt 1.6; esp. 1Clem 21.8; PoIFil4.2; Did 4.9, Barn 19.5, e ocasionalmente também
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se cltarna a atenção para a boa tradição da família (2Tm 1.3-5,16; 3.14s.). Ainda que a responsabilidade pela família em Herm, que dela fala tão insistentemente (vis 11 2 e 3; sim VII passim), simbolize apenas a responsabilidade pela comunidade, esse simbolismo pressupõe que a responsabilidade pela própria família fosse sentida vivamente.
Também o convívio na comunidade maior tem como que caráter familiar. Assim como pais e filhos são exortados ao cumprimento de seus deveres recíprocos, assim também são exortados idosos e jovens no seio da comunidade (lPe 5.1-5, onde os TIpEoJ)Ú'rEpoL [presbíteros] são, ao mesmo tempo, os dirigentes da comunidade; além disso em 1Clem 21.6; cf. 1.3; PolFil 5.3; 6.1; 2Clem 19.1). Analogamente os membros das comunidades são instruídos a se comportarem corretamente perante idosos e jovens e a exortá-los ao comprimento de suas obrigações (1 Tm 5.1s.; Tt 2.3-8). Consideração especial merecem as viúvas, mas também há preocupação com seu comportamento digno (1Tm 5.3s.; InPol 4.1; PolFil 4.3; Herm mand VIII 10; sim IX 27.2). Muitas vezes a assistência às viúvas e aos órfãos é estabelecida como dever (Tg 1.27; Barn 20.2; InEsm 6.2; PolFil 6.1; Herm vis II 4.3; mand VIII 10; sim I 8; V 3.7; IX 27.2). Já desde cedo existiu um estado oficial da viuvez, distinguido por direitos e deveres especiais (1 Tm 5.9ss.) e, ao que parece, nessa classe também podiam ser admitidas virgens (Infism 13.1). Em círculos de tendência gnóstica mulheres desempenharam papel importante como profetisas ou mestras, como nos primórdios (At 18.26: Priscila; At 21.9 as quatro filhas de Filipe corno iTlXp8ÉVOL rrpodmreúoixroa [virgens profetisasj). Na corrente que se tornou dominante na Igreja, esse direito lhes foi negado (TTm 3.11s.; interpolação 1Co 14.34s.; Ap 2.20). - Para todos os rnernbros da comunidade e em especial para seus funcionários, valem as exortações ao amor, à amabilidade e à modéstia, a serem cordatos e verazes, e as advertências contra ira e inveja, contra indiscrição e mentira, irrrptrreza e embriaguez. Não admira que se exijam virtudes ""burguesas"; contudo é surpreendente que se exorte a "boas obras", mas somente raras vezes ao trabalho dedicado (em Paulo 1Ts 4.11s.; depois 2Ts 4.6-12; Did 12.3s.) e que essa exortação seja feita com vistas à prática da caridade e à 'ex'piação dos pecados (Ef 4.28; Barn 19.10). Prevalece a exortação negativa: não se deve &1"áK1"WÇ TIEpL TIa:rElv [andar desregradamente] (2Ts 3.6,11), não
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TIEpLEpyá(E08cxL [intrometer-se] a.ÀÀO-rpLOETILOKOTIOÇ [que cuida do
(2Ts 3.11; 1Tm 5.13), não ser um que outros fazem, um intrometido] (lPe 4.15); em suma, a exortação à lÍoux(a [serenidade L ao lÍOUXÚ(ELV [aquietar-se] (como em 1Ts 4.11, assim em 2Ts 3.12; 1Tm 2.2,115.; 1Pe 3.4; Did 3.8; Barn 19.4; Herm mand V 2.3-6; VI 2.3; VIII 10; XI 8). Nenhuma outra ambição reina na comunidade, a não ser a que expressa a finalidade da intercessão pelas autoridades governamentais: t(va líPEj.LOV KaL 1Í.OÚXI.OV P(ov Ôt..ÚYWj.LEV EV 1TeXoll EUOE!3E(q. KaL OEj.LVÓ-rll-rL [para que tenhamos uma vida tranqüila e serena com toda a piedade e dignidade] (1Tm 2.2).
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comportamento cristão perante os não-cristãos está delineado na instrução de Tt 3.1s.: Adverte-os serem submissos às autoridades e aos funcionários, a obedecerem e a estarem dispostos para toda boa obra, a não injuriarem ninguém, a ficarem longe de brigas, a serem condescendentes e amáveis para com todos as pessoas em todos os sentidos". Sobre o posicionamento perante o Estado, ver abaixo. A exortação à amabilidade perante não-cristãos e a advertência a não pagarem o mal com o mal é incutida em lPe 3.15s. (decerto também já em 3.9) e em InEf 10.2s. Especificamente as esposas cristãs são conclamadas a esse comportamento em relação a seus maridos gentios (lPe 3.1s.); advertência análoga vale para os escravos cristãos (lPe 2.18s.). Aliás, em tudo os cristãos devem buscar honrar de Deus com sua conduta (p. 677s.). As orações da comunidade incluem a intercessão por todos os seres humanos (lTm 2.1; lClem 60.4; InEf 10.1; PolFil 12.3). U
o quanto está longe da comunidade cristã a idéia da transformação do mundo, de um programa econômico ou político, evidencia-se a partir de seu posicionamento frente à propriedade, à escravatura e ao Estado. No que diz respeito à questão da propriedade, o quadro do comunismo do amor da comunidade primitiva, traçado em At 2.45; 4.32-35, é um elemento isolado dentro da tradição e é representativo somente na medida em que se trata de um modelo do amor, disposto a estabelecer aquela LOÓTTlÇ [igualdade] da qual Paulo fala em 2Co 8.13s.: a abundância de um deve ajudar a superar a carência do outro. O costume de reservar dinheiro para os necessitados aos domingos (ICo 16.2) consolidou-se no costume de fazer uma coleta no culto dominical, que fica à disposição do dirigente da comunidade para atos beneficentes OustApol I 67.6). Esse tipo de comunismo de amor" sempre permaneceu espontâneo; assim como 11
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Paulo não conhece uma ETIl-ray~ [disposição] nesse sentido (2Co 8.8), nem deseja um dar EK ÀÚTIllÇ li EÇ &VáYKllÇ [com tristeza ou por obrigação] (2Co 9.7), tampouco o deseja o tempo subseqüente. Por isso não surpreende o fato de que, no tempo subseqüente, não existe uma igualdade econômica nas comunidades, mas existem ricos e pobres lado a lado. É compreensível, porém, que surja a desconfiança contra a riqueza (Tg 2.1-7) e que se multipliquem as admoestações aos ricos e as advertências contra a ganância e avareza (l Tm 6.6-10,17-19; Tg 5.1-6; Hb 13.5; Herm vis IH 6.5-7; sim I; VIII 9.1, etc.), Especialmente Herm conclama à beneficência, que trará proveito ao próprio rico, porque a oração de agradecimento dos pobres o beneficia (vis III 9.2-6; mand II 4-6; VIII 10; esp. sim Il). De mãos dadas com a advertência contra a riqueza anda a contra o comércio e as TIpáçElç [práticas] e TIpaYlla-rElal [negócios] mundanas (2Tm 2.4; Tg 4.13-16; Herm vis I 3.1; III 6.5; mand 111 5; X l.4s.; sim IV 5; VI 3.5; VIII 8.1s.; IX 20.1s.). Na questão dos escravos persiste o ponto de vista de Paulo (ICo 7.21s.; cf. Fm): isso significa que, contanto que se trate de uma questão de ordem social íntramundana, o problema não existe para a comunidade cristã. O fato da existência da escravidão é aceito como ordem mundial estabelecida, cuja mudança não é tarefa dos cristãos. Por isso também não causa espécie o fato de existirem senhores cristãos que mantêm escravos. A independência da fé cristã em relação à ordem secular e sua superioridade, porém, se revela também no fato de que no seio da comunidade a diferença entre senhor e escravo não tem vez, porque, como cristãos, ambos são irmãos. Disso, porém, os escravos não devem derivar o direito de desprezar seus senhores cristãos (lTm 6.1; InPo14.3) ou pretender que a comunidade pague o resgate (InPoI4.3). Os senhores - quer sejam cristãos, quer sejam gentios - afinal são seus senhores somente Ka-rà aápKa [segundo a carne] (CI3.22; Ef 6.5); seu verdadeiro senhor é Cristo, e no temor dele, os escravos devem servir fielmente a seus senhores terrenos, como se fosse um serviço prestado ao Senhor (CI 3.22-25; Ef 6.5-8; cf. lTm 6.1s.; Tt 2.9s.; Did 4.11; Barn 19.7). Devem suportar com paciência eventuais tratamentos injustos, com o olhar voltado para o inocente sofrimento de Cristo (lPe 2.18-25). Analogamente, porém, também os senhores eram admoestados a concederem aos
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escravos o que é justo e direito (C14.1), a não tratá-los com ameaças (Ef 6.9; Did 4.10; Barn 19.7) e a não desprezá-los (InPol 4.3). Quanto ao relacionamento com o Estado, vale igualmente que o cristão deve submeter-se a ele como ordem estabelecida, visto que foi instituída por Deus (como em Rm 13.1-7, assim também 1Clem 61.1). O cristão lhe deve obediência (Tt 3.1; 1Clem 60.4), justamente também quando ele se torna suspeito para o cristão (1Pe 2.13-17). Desde cedo a comunidade cristã se apropriou da oração sinagogal pela autoridade governamental (1Tm 2.1s.; lClem 61.1s.; PolFil12.3). O autor de At esforça-se por enfatizar a lealdade dos cristãos e a comprovar que a afirmação de serem inimigos do Estado é difamação judaica (18.12ss.; 21.27ss.; 23.29; 25.18s.; 26.31). O ódio contra Roma que irrompe em Apocalipse não se baseia em rejeição da ordem estatal por princípio, e sim no questionamento da exigência do culto ao Imperador, na qual a obediência cristã naturalmente encontra seu limite. Por isso não se deve compreender a atitude de Apocalipse como oposição ao reconhecimento geral da ordem do Estado. Geralmente esta não é questionada, mas pertence naturalmente às ordens passageiras deste mundo. Por isso não se sente o dever de assumir responsabilidade por ela e seu manuseio justo - o que obviamente provém do fato de que, por enquanto, os cristãos ainda pertencia a camadas sociais, para as quais tal responsabilidade não entrava em cogitação.
§ 61. A DISCIPLINA H' Taufe und Sünde im iiltesten Christentum, 1908. - POSCHMANN B' Paenitentia secunda. Die kirchliche Buj3e im iiltesten Christentum, 1940. - BOHREN R' Das Problem der Kirchenzucht im Neuen Testament, 1952. - CAMPENHAUSEN H. VON Kirchliches Amt und geisiliche Vollmacht in den ersten drei [ahrhunderien, 1953 1 p. 135-1621 234-261. - KASEMANN E' "Sâtze heiligen Rechtes im Neuen Testament" (1954/1955)1 in: lD' Exegetische Versuche und Besinnungen Il, 1964 p. 69-82 (sobre isso: K. BERGER "Zu den sogenannten Sãtzen Heiligen Rechts", NTS 17 (1970/1971)1 p. 10-40). - HUNZINGER C.-H' I Art. Bann. lI/2. Neues Testament, TRE VI 1980 p. 164-167. - BECKER J'I Art. Buíse. IV. Neues Testament, TRE VIII 1981 p. 446-451. - BENRATH G. A., Art. BuBe. V. Historisch, TRE VIII 1981 p. 452-473 esp. p. 452s. WINDISCHI I
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1. A preocupação com a pureza da comunidade não se funda so-
mente no interesse pela salvação do indivíduo, mas é também uma preocupação da comunidade toda, visto que ela deve e quer ser a comunhão dos santos como um todo. É pois de seu interesse elaborar uma disciplina que, por meio de advertência ou castigo, eduque os indivíduos e, em casos graves, exclua membros indignos. A pureza da comunidade, porém, não está ameaçada somente por uma conduta imoral de seus membros, e sim de igual modo por heresias. Também estas são consideradas pecado (cf. esp. Inácio) e corresponde à tradição judaica que, assim como vê um nexo causal entre gentilismo e vida viciosa (p. 116s.), também o vê entre heresia e vício, como o mostra a polêmica contra os falsos mestres nas Past, em Judas e 2 Pedro. A responsabilidade pela pureza da comunidade inicialmente e em certo sentido também de modo permanente - está nas mãos de todos os membros da comunidade. Assim como Paulo havia admoestado os tessalonicenses: TIlXplXKaÀEI:tE &ÀÀlÍÀouç K(Ú OLK06oj.1.EiTE Elç TOV Eva [exortai-vos reciprocamente e edificai ou ao outro] (TTs 5.11), e especificamente: vou8EtE1TE TOUÇ kráKtouç [admoestai os indisciplinados] (5.14), e assim como havia pressuposto o poder para o VOU8ETELV O:ÀÀlÍÂouç [admoestai uns aos outros] entre os romanos (Rm 15.14), admoestações nesse sentido continuam: para o vou8ETElv Éautoúç ou &ÀÂ~Âouç [admoestai uns aos outros ou reciprocamente] (CI 3.16; 1Clem 56.2; 2Clem 17.2); para o TTapaKaÀELv [exortar] (Hb 3.13; 10.25; Barn 19.10; Herm mand VIII 10; XII 3.2); para o ElTlOtpÉQJELV [converter] (Tg 5.19s.); para o EÂÉYXELV [repreender] (Did 15.3; cf. 2.7; 4.3; Barn 19.4. - Ef 5.11 deve referir-se a gentios e não a cristãos errantes. Obscuro é Jd 22). Especialmente pais e mães têm o dever de educar a prole ou a família (TIlXLÕEÚELV [educar], cf. Ef 6.4; 1Clem 21.8; PolFil 4.2; Herm vis II 3.1s.; VOU8ETEiv Herm vis I 3.1s.); o mesmo dever têm os mais velhos para com os jovens (lClem 21.6). A tarefa, porém, compete especialmente às pessoas responsáveis, sobretudo aos dirigentes das comunidades, cujo dever é o rrapaKlXÂEiv [exortar], conforme as Past não se cansam de incutir (lTm 4.13; 5.1; 6.3; 2Tm 4.2; Tt 1.9; 2.6,15; igualmente InPol 1.2) e como designa o autor de Hb (Hb 13.19,22) e repetidas vezes Inácio (InEf 3.2; InMag 14.1; InTr 6.1, etc.) como o objetivo do escrito. Ao diri-
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gente da comunidade cabe o dever de rruLÕEÚELv [disciplinar] (2Tm 2.25; Herm vis IH 9.10; cf. sim IX 31.5s.), de vou6E't'Elv [admoestar] (como lTs 5.12), como está pressuposto em CI1.28; At 20.31; 2Clem 17.3; 19.2, e como acontece em 1Clem 7.1, do EÂÉYXELV [repreender], conforme é recomendado em lTm 5.20; 2Tm 4.2; Tt 1.9,13; 2.15. 2. Em casos especialmente graves, o pecador (ou o falso mestre)
tem que ser excluído da comunidade, seja porque o pecado é tão grave que impossibilita de antemão o convívio com o pecador, seja porque as tentativas de admoestação e repreensão foram inúteis. De Ap 2.14s.,20s. depreende-se que os falsos mestres têm que ser excluídos; para todos os pecadores graves se depreende isso de Ap 22.15. Paulo já havia exigido que o celerado que tem "a esposa de seu pai" seja entregue a Satanás, isto é, que seja excomungado (lCo 5.1-5; cf. v. 11). Analogamente o autor das Past diz que entregou dois falsos mestres a Satanás (TTm 1.20), enquanto o "Paulo" de 2Ts 3.6,14s. na verdade proíbe o contato com o pecador, no entanto evidentemente só de modo restrito e preliminar; pois diz: ~" roç EX9pOV TÍYElOGE, Ct'AMx VOU8E'tEl'tE mç &'ÕEÀq>ÓV [não o tratem como inimigo, mas admoestai-o como irmão]. A instrução de PolFil 11.4 é semelhante. Mas também em 2Tm 2.25s. o dirigente da comunidade é exortado a repreender os falsos mestres amigavelmente, para que cheguem à penitência e reconheçam seu engano e sejam arrancados dos laços de Satanás. Mas se tudo isso ficar sem efeito; tem que acontecer a exclusão, como diz Tt 3.10. Esse também deve ser o sentido dos versículos de [d 22s., de tradição incerta. - Em Did 14.2 exige-se o rompimento preliminar das relações com pessoas envolvidas em desavenças até que elas se reconciliem; do mesmo modo se proíbe o contato com um membro da comunidade que cometeu uma falta contra outro membro até que aquele tenha feito penitência. Assim também Tg 5.19s. exorta que se reconduza o irmão que se desviou da verdade (cf. 2elem 15.1). Herm mand IV 1.9 ordena a mesma atitude para com um pecador, enquanto Inácio aconselha que com falsos mestres não se fale nem em particular nem em público uma palavra sequer (InEsm 7.2; cf. InEf 7.1). H. KÜSTER IZNW 48 (1957), p. 231-233] mostra como se expressa em ditos do Senhor extracanônicos a pergunta por um perdão repetido.
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o PROBLEMA DA CONDUTA CRISTÃ
Tanto para a readmissão de um membro da comunidade provisoriamente excluído, quanto para a exclusão definitiva de um pecador (ou herege) notório e impenitente, já cedo tiveram de ser criadas determinadas regras; no entanto, nas fontes disponíveis pouco se reconhece a respeito. Pode-se supor que sobre a exclusão definitiva decidia a comunidade reunida, como Paulo havia exigido dos coríntios (l Co 5.4s.). Condição para a readmissão do penitente era, com certeza, de antemão a confissão penitenciaI perante a comunidade. Assim se lê, p. ex., em Did 4.14: EV EKKA'llaLq. EÇolloAoy,;alJ t"à TIupaTIt"ú~uná aou, KUL ou TIpOaEÀEÚGlJ ETIL1TpOOEUX~V aou EV OUVEL.Õ1ÍOEL. TIOV1lP~
[na congregação confessarás as tuas transgressões e não te aproximarás com tua oração com consciência pesada], inclusive se aqui não se pensa em quem cometeu pecados especialmente graves que, depois de uma exclusão provisória, são readmitidos. (A mesma instrução se encontra em Barn 19.12, onde, porém, falta EV EKKAllaL~ [na congregaçãoj.) A confissão dos pecados exigida em 1Clem 51s. dos agitadores de Corinto certamente deve ser imaginada como confissão pública perante toda a comunidade. O mesmo também se pode inferir de InFld 3.2, quando se fala daqueles que IlEt"uvo~aavt"Eç ETIL dlV Évót"llt"a t"ilç EKKÀ'll0Laç [arrependidos voltam à unidade da igreja], e se em 8.1 a penitência é designada como um J.lEt"avOElv ELc; Evót"llt"a SEOU KaL OUvÉõpL.OV -rOU ETIL.aKÓTIOU [voltar arrependido para a unidade de Deus e a assembléia do epíscopo], Como a readmissão era documentada, sem dúvida, pela admissão ao culto da comunidade e especialmente à ceia do Senhor, é de se supor que a confissão penitencial era feita nessa ocasião. Isso certamente também se evidencia a partir do fato de que, segundo Did 14.1, toda a comunidade deve confessar seus TIupaTItwJ.lata [transgressões] antes de participar da Eucaristia (aproximadamente na maneira como acontece na oração de 1Clem 60.1s.); tanto mais isso deve aplicar-se a quem cometeu algum pecado grave. A eles também se poderia referir o chamado de Did 10.6, que precede a celebração eucarística: E'L tL.ç aYL.óç Eanv, EPXÉaSw (para a Eucaristia), E'L TL.Ç OUK Eon IlEt"avod rco [quem for santo, venha, quem não for, arrependa-selo Acaso a cena de Herm vis IH 1,5ss., na qual a 'EKKÀllolu [Igreja] anima Hermas, que confessou seus pecados, foi montada segundo o modelo de um costume litúrgico, em decorrência do qual o pecador, depois de haver confessado seus
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§ 61. A
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pecados perante a comunidade, é animado e consolado pela comunidade? A figura do anjo da penitência em Herm seria urna imagem do representante da comunidade que realiza a admissão? Quando Hermas é solicitado a transmitir as instruções recebidas da EKKÀ110LU a Clemente bem como aos TIpEa~ú-rEpoL [presbíteros] e TIPOLO-ráIJ.EVOI. [líderes] (vis 11 4.3), então certamente o faz para que procedam de acordo com elas. De resto não há indícios de uma absolvição proferida oficialmente nessa época inicial. 3. Muito cedo surgiu a pergunta pela distinção entre pecados leves e graves. No acréscimo da redação eclesiástica em 1Jo 5.14-21, distinguem-se, no v. 16, pecados ~ilTIpoç 8ávu-rov [não para a morte] e outros TIpOÇ 8ávu't"DV [para a morte], e para os últimos se nega inclusive a intercessão. Não está sendo dito a que pecados a redação se refere. O ideal de uma comunidade isenta de pecados naturalmente não pôde ser mantido; por fim não havia outra saída senão conformar-se com uma integridade média dos membros. Era possível, por exemplo, tolerar os pecados "involuntários" (LClem 2.3) ao contrário dos "voluntários" (Hb 10.26); e podia-se ter a confiança de que a confissão geral da comunidade e a prece por perdão - que, aliás, era pronunciada (diariamente) no pai-nosso - conseguiria esse perdão. Somente heresias notórias e graves transgressões morais continuavam causando escândalo, sobretudo, porém, a apostasia e a renegação em tempos de tribulação. A expulsão dos falsos mestres" certamente nem sempre se deu por banimento expresso, como pressupõe 1Tm 1.20 e exige Ap 2.14s.,20. Às vezes os "falsos mestres" devem ter-se separado da comunidade ortodoxa" por vontade própria (cf, 1Jo 2.19), reivindicando para si a ortodoxia e acusando aquela de heresia. 3 João e Inácio deixam entrever como esses cismas forçosamente tinham de acontecer. Pecados graves, que tinham por conseqüência a exclusão provisória - para os quais, porém, podia ser concedido perdão após confissão e penitência -, eram, ao que parece, inicialmente o divórcio e a luxúria, conforme demonstram sua colocação dentro dos catálogos de vícios e as exortações referentes a eles. Em alguns círculos esses pecados eram considerados imperdoáveis. Isso o mos. tra Hb 12.16s.; 13.4 e a posterior prática eclesiástica até ao edito de U
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Calixto (217 / 218). Inicialmente fala-se pouco do homicídio que~ como os pecados anteriores, mais tarde passou a ser contado entre os pecados mortais; ele é mencionado somente em enumerações tradicionais de mandamentos e vícios (Did 2.2; 3.2; S.ls.; Barn 19.5; 20.1s.). O pecado da apostasia, porém, tem papel de destaque. Este pecado era considerado, em grande parte, como imperdoável (Hb 6.4-8; 10.26-29) e mais tarde foi considerado como pecado mortal, para o qual não se concedia perdão; isso perdurou até a perseguição de Décio. Para Herm isso ainda era diferente, pois renegação e apostasia eram, na verdade, os pecados mais graves (cf. sim VIII 6.4; IX 18.3; 19.1), mas ele os considera imperdoáveis somente em caso de impenitência (vis III 7.2; cf. em geral vis IH 5-7; sim VIII 6.4-6). Naturalmente Hermas também conhece pecadores empedernidos, aos quais se nega a possibilidade de fazer penitência (sim IX 6.2; 19.1). Em geral, porém, anuncia, conforme corresponde à intenção de seu escrito penitencial, a possibilidade da penitência para todos os pecadores (cf, esp. sim VIII 11.1-3 124) ; e ainda que faça distinção entre diversas classes de pecados (cf, esp. vis IH; sim VIII e IX), a princípio ele não conhece a distinção entre pecados leves e pecados mortais. Essa diferenciação, insinuada em 1Jo 5.16 e Hb 10.26~ também não é conhecida ainda aos outros escritos da era apostólica e pós-apostólica. O chamado à penitência de 1Clem não conhece restrições (c. 7 e c. 8)~ tampouco o de 2Clem. Até mesmo Inácio considera possível a penitência para os falsos mestres OnFld 3.2; 8.1; InEsm 5.1; 9.1) ainda que ache difícil que ela ocorra (InEsm 4.3). A direção que o desenvolvimento haveria de tomar é evidente!", A distinção entre pecados leves e graves põe em risco, de antemão, a compreensão radical do pecado, como o haviam compreendido Jesus, Paulo e João. Porém, abre-se mão dela de modo fundamental, quando se associa àquela distinção a distinção de duas espécies de penitência. Ainda que isso não aconteça expressamente, não obstante ocorre efetivamente quando se passa a exigir uma penitência eclesiástica oficial para os pecados graves. Pois esta é algo diferente 124
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Hermas ainda não conhece uma disciplina penitencial eclesiástica, tampouco Inácio; ver VON CAMPENHAUSEN, op. cit., P: 154-156. Sobre isso, ver VON CAMPENHAUSEN, op. cit., p. 234-261.
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da penitência, para aqual todos os cristãos são chamados constantemente (p. 660), algo diferente da mentalidadepenitente, na qual a comunidade pede perdão dos pecados (lClem 60.1; Did 14.1). Visto que com ainvasão do legalismo se perdeu acompreensão autêntica tanto do pecado quanto da graça (§ 59,3), opecador que era excluído da comunhão eclesiástica tinha de ser considerado como alguém que não se encontrava mais sob agraça de Deus. Perdera oque lhe fora concedido no batismo. Se então aIgreja lhe concedia perdão com em vista de sua penitência eoreadmitia em sua comunhão, esse ato tinha que se tornar; pelo que ele significava, uma repetição do batismo. Assim como obatismo era um sacramento, necessariamente também oinstituto eclesiástico da penitência tinha que tornar-se um sacramento. Com isso se haveria de completar ocaráter da Igreja como instituição salvífica (p. 554).
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1. Tarefa e problemática da Teologia do Novo Testemento" (a relação entre teologia e pregação) A ciência da teologia neotestamentária tem a tarefa de expor a teologia do N'l', isto é, dos pensamentos teológicos dos escritos neotestamentários, tanto os explicitamente desenvolvidos (como, p. ex., a doutrina de Paulo acerca da lei), quanto os que atuam implicitamente em narrativas ou admoestações, em polêmicas ou consolações. Pode-se perguntar se é adequado apresentar os pensamentos teológicos dos escritos neotestamentários como uma unidade sistematicamente estruturada - como que uma dogmática do NT - ou em sua diversidade, de acordo com os escritos isoladamente ou grupos de escritos, no que então as diversas figuras podem ser entendidas como elos de um contexto histórico. Na apresentação que oferecemos optou-se pelo segundo procedimento. Com isso ficou expresso o fato de que não pode haver uma dogmática cristã normativa, ou seja, que não é possível resolver definitivamente a tarefa teológica - a tarefa que consiste em desenvolver o conceito de Deus e concomitante do mundo e do ser humano, que procede da fé. Pois essa tarefa sempre permite somente soluções ou tentativas de soluções nas respectivas situações históricas Os epilegômenos" reproduzem, com pequenas modificações e complementações, minha contribuição para a edição comemorativa para MAURICE GOGUEL, Aux sources de la tradition Chrétienne", publicada em 1950 pela editora de Delachaux e Niestlé (Neuchâtel e Paris). 127 Ver quanto a isso G. EBELING, Die Geschichtlichkeit der Kirche und ihrer Verkündigung aIs teologisches Problem, 1954. - lo., "The Meaning of 'Biblical Theology"', [oumal of Theological Studies (1955), p. 210-225. - H. SCHLIER, "Über Sinn und Aufgabe einer Theologie des Nl'", BZ (1957), p. 6-23. - Cf. também J. N. SANDERS, The foundation of the Christian Faith, 1950. 126
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repetidas. A continuidade da teologia através dos tempos não consiste em apegar-se a sentenças uma vez formuladas, e sim na vitalidade com a qual a fé resolve de modo compreensivo, a partir de sua origem, os desafios que a situação histórica constantemente nova lhe coloca. É decisivo que os pensamentos teológicos sejam compre-
endidos e explicitados como pensamentos da fé, nos quais se desdobra a compreensão crente de Deus, do mundo e do ser humano; portanto, não como produto de uma livre especulação ou solução científica da problemática que envolve a Deus, o mundo e o ser humano, através do pensamento objetivador. Sentenças teológicas - tarnbém as do NT - nunca podem ser objeto da fé, mas tão-somente a explicação da compreensão a elas inerente. Como tais, elas são condicionadas à situação, e, por isso, necessariamente incompletas. Essa incompletude, porém, não é urna carência que deveria ser corrigida pelas gerações subseqüentes, sendo que cada uma deveria acrescentar o que ainda falta, de modo que uma soma progressiva finalmente resultaria numa dogmática completa. A incompletude reside, antes, na inexauribilidade do compreender na fé, que tem que atualizar-se constantemente; ela significa, portanto, tarefa e promessa. Assim, aliás, a compreensão de mim mesmo, em meu mundo de trabalho e do destino à luz de um amor que me foi presenteado ou de uma responsabilidade a mírn confiada, sempre é necessariamente incompleta. É óbvio, p. ex., que os pensamentos neotestamentários a respeito do Estado e da sociedade são incompletos, porque os autores do NT não podiam ter urna visão das possibilidades e problemas das formas de Estado e sociedade que a história revelou desde então. Claro está igualmente que o moderno mundo da ciência e técnica coloca a compreensão crente diante de novos desafios, nos quais ninguém podia penst:lr na época do NT. Por isso os pensamentos teológicos do NT podem ser normativos somente na medida em que induzem ao desenvolvimento de uma compreensão de Deus, do mundo e do ser humano na situação concreta, a partir da fé. Da natureza dos enunciados teológicos como explicação do COIllpreender crente porém segue-se igualmente que esses enunciados podem corresponder mais ou menos aos fatos. Existe a possibilidade que o compreender crente não está claramente desenvolvido, que
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está bloqueado - eventualmente condicionado pelo compreender pré-crente de Deus, do mundo e do ser humano e por sua terminologia - e, portanto, se fala, quem sabe, do agir de Deus e das relações entre Deus e o ser humano em termos jurídicos ou da relação de Deus com o mundo em conceitos mitológicos ou cosmológicos, que são inadequados para a maneira como o crente entende a transcendência de Deus; ou também o fato de expressar a transcendência de Deus na terminologia do misticismo ou do pensamento idealista. Disso resulta - também em relação aos escritos do NT - a tarefa da crítica objetiva, como LUTERO, por exemplo, a praticou na Epístola de Tiago e no Apocalipse de João. O mais importante, porém, é aquela noção fundamental de que os pensamentos teológicos do NT são o desdobramento da própria fé, decorrente da nova compreensão de Deus, mundo e ser humano dada à fé - ou, como também se pode formular: decorrente da nova autocompreensão. Pois a nova autocompreensão do crente não significa o compreender no sentido de uma antropologia científica, a qual objetiva o ser humano a um fenômeno do mundo, e sim um compreender existencial de mim mesmo juntamente com meu compreender de Deus e do mundo. Pois eu não sou eu mesmo como um fenômeno mundial isolável e objetivável, e sim em minha existência inseparável de Deus e do mundo. Se a exposição científica dos pensamentos teológicos do NT tem por tarefa expor a esses como o desdobramento da autocompreensão crente, ela não expõe o objeto da fé, e sim a própria fé em sua auto-explicação. Aqui, porém, surge o verdadeiro problema da exposição! Pois, acaso pode-se tomar em vista a fé sem que se veja simultaneamente também seu em quê", seu objeto? Pois no NT a fé não é entendida como uma autocompreensão que nasce autonomamente da existência humana, e sim como uma autocompreensão autorizada por Deus, acessível por seu agir. A fé não é uma opção entre possibilidades para entender a si mesma, existentes em geral para o ser humano, e sim a resposta à palavra de , Deus, que o atinge na pregação de Jesus Cristo. E fé num querigma que fala do agir de Deus no homem Jesus de Nazaré. Se, portanto, a ciência da teologia do NT quer apresentar a fé como a origem dos enunciados teológicos, ela tem que, evidenteJ'J
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mente, apresentar o querigma e a autocompreensão trazida à luz por meio deste, na qual a fé se explicita. E justamente nisso reside o problema! Pois tanto o querigma quanto a autocompreensão da fé, na medida em que são expressos em palavras e sentenças, sempre já aparecem explicados em certo sentido; isso, porém, significa, em pensamentos teológicos. Ainda que existam no NT determinadas sentenças que se pode designar de especificamente querigmáticas, também elas sempre estão formuladas em determinada terminologia, como, p. ex., a mais simples frase KÚpLOÇ 'IllOOUÇ [Jesus é Senhor] (2Co 4.5), pois pressupõe determinada compreensão do conceito KÚpLOÇ [Senhor]. Por isso não é possível decidir simples e claramente entre sentenças querigmáticas e teológicas no NT ou também extrair do NT uma autocompreensão que não esteja formulada em frases teológicas. Não obstante, a exposição tem que ter essa distinção sempre em mente, e tem que interpretar os pensamentos teológicos como explicação da autocompreensão despertada pelo querigma, se não quiser compreendê-los como um pensar objetivador, desligado do "ato de viver" - no que, em princípio, não faz diferença se atribui esse pensar à razão ou à "revelação", Pois se a revelação é concebida como um ensejo para a transmissão de ensinamentos, estes têm o caráter do pensamento objetivador, próprio da ciência, que elimina a referência existencial à vida; só que então se trata de ensinamentos pseudocientíficos. Esse procedimento seduz ao mal-entendido como se o objeto da fé fosse a teologia como a "reta doutrina", enquanto somente o querigma pode ser considerado a "reta doutrina" que é o objeto da fé. Enquanto as sentenças da filosofia são "reta doutrina" como tais, na medida em que contêm verdade, as sentenças da teologia ainda não são por si mesmas "reta doutrina", e sim ensinam, enquanto contêm verdade, o que é a "reta doutrina", que não se encontra na pesquisa, mas é dada no querigma. Mas justamente ao querigma a teologia nunca pode apreender em forma definitiva, e sim sempre somente como querigma vazado em conceitos e isso significa como um' querigma já explicado teologicamente. Esse estado de coisas se revela em sua problemática justamente quando se permanece firme na convicção de que a fé não pode ser outra coisa do que a resposta ao querigma, e que esta outra coisa
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não é senão a palavra de Deus que interpela o ser humano, como palavra inquiridora e promissora, como palavra de julgamento e de graça. Como tal ela não se oferece ao pensamento crítico, e sim fala para dentro da existência concreta. Ela nunca aparece de outro modo do que na forma de uma explicação teológica; isso se deve ao fato de que ela jamais pode ser enunciada de outro modo a não ser em linguagem humana, formada por pensamentos humanos. Justamente isso, porém, confirma seu caráter querigmático; pois nisso se evidencia que as sentenças do querigma não são verdades gerais, e sim palavra que se dirige a alguém em uma situação concreta. Por isso elas somente podem aparecer em uma forma determinada por uma compreensão da existência ou por sua interpretação. E correspondentemente elas são compreensíveis somente para aquele que pode entender o querigma como palavra interpeladora em sua situação inicialmente somente como pergunta, como desafio. Em outras palavras: o querigma somente é compreensível como querigma se a autocompreensão por ele despertada for compreendida como uma possibilidade de autocompreensão humana, tornando-se assim um apelo para a decisão. Pois evidentemente o pesquisador não pode pressupor sua fé como meio de conhecimento e dispor dela como pressuposto de um trabalho metódico. Mas o que ele pode e deve fazer é: manter-se disponível, aberto, livre; melhor: na pergunta ou no saber de que toda a autocompreensão é questionável, e no saber que a autocompreensão existencial (diferenciando-se de uma interpretação existencialista da existência humana) é real somente na realização da existência, e não na reflexão pensante isolada.
2. A história da ciência da teologia neotestamentária Um resumo da história da ciência da teologia neotestamentária pode esclarecer o problema 128. Sua origem se encontra nos Collegia bíblica da ortodoxia luterana antiga, naquela coleção de palavras 128
Com base num resumo da história, também AMOS N. WILDER desenvolve a problemática da teologia neotestamentária na obra editada por lfAROLD R. WILLOUGHBY, The 5tudy of the Bible Today and Tomorrow, Chicago, Univ. of Chicago Press, 1947, p. 419-436.
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bíblicas que, como dieta probantia, deveriam fornecer a prova escriturística para as sentenças da dogmática. Indistintamente são ordenadas passagens do AT e do NT segundo os loei da dogmática, como, p. ex., em S. SCHMIDT, Collegium biblieum, in quo dieta Veteris et Novi Testamenti juxta seriem loeorum eommunium theologieorum explieantur (1671, 2a. ed., 1689). A pressuposição óbvia é que as sentenças da dogmática são, como a doutrina da Escritura, como "reta doutrina", o objeto da fé. Portanto, identifica-se de modo simplório querigma e teologia. - As coisas não são diferentes no pietismo; só que aqui, onde o título Teologia Bíblica aparece pela primeira vez!", se apresentou a doutrina da Escritura de modo independente da dogmática>", - Os teólogos do Iluminismo continuam nessa linha e para eles a doutrina da Escritura, independente da dogmática, serve de critério crítico na qual aquela deve ser medida. Já os títulos de algumas obras são característicos: em 1771-1775, G. T. ZACHARIAE publicou sua Biblische Theologie oder Untersuchung des biblischen Grundes der vornehmsten theologisehen Lehren [Teologia bíblica ou análise da base bíblica das principais doutrinas teológicas]. Em 1787, foi publicada a Oratia de iusto discrimine theologiae biblicae et dogmaticae regundisque utriusque finibus, de J. P. GABLER. Se LORENZ BAUER apresentou separadamente a Theologie des AT (17961803) e a Theologie des NT (1800-1802), tal separação já mostra a separação da dogmática e a intenção de apresentar a teologia da Escritura como um fenômeno histórico. Em nada difere a Biblisehe Dogmatik des AT und NT, oder kritische Darstellung der Religionslehre des Hebraismus, des [udeniums und des Urchristentums [Dogmática bíblica do AT e do NT, ou descrição crítica da doutrina da religião do Hebraísmo, do Judaísmo e do Cristianismo Primitivo], de M. L. DE WEITE (1813). Paulatinamente torna-se pressuposição óbvia que o cristianismo é religião racional - como a qual ela é demonstrada por meio de correta interpretação da Escritura. Pois a interpretação tem que demonstrar como acomodação a vfalsos con129 130
Na Biblische Theologie, de C. HAYMANN, 1708. Exemplo: A. F. BÜSCHING, Epiiome ihelogiae e solis sacris literís concinnata, 1756; Gedanken von der Beschaffenheít und dem Vorzug der biblisch-dogmatischen Theologie vor der scholastischen, 1758.
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ceitos populares" tudo o que contradiz aos princípios da razão e experiência na Escritura. Está inteiramente claro que aqui, como na ortodoxia, a teologia neotestamentária vale como a reta doutrina, só que esta não se fundamenta na autoridade da Escritura, e sim é desenvolvida pelo pensamento racional e só é reencontrada na Escritura - no que pode ficar em suspenso até que ponto está presente a tradição cristã naquilo que se acredita constatar como conteúdo do pensamento racional. Como a ortodoxia, também o Iluminismo não conhece a referência da teologia ao querigma, só que agora não se pode mais falar de identidade de querigma e doutrina, porque a doutrina bíblica é considerada como incorporação histórica c"' simbólica") de verdades racionais, não podendo, portanto, ser autoridade para a fé. Na verdade, o Iluminismo foi até as últimas conseqüências no caminho encetado pela ortodoxia. Ambos são coincidem no seguinte: não enxergam a diferença entre teologia e querigma, e confundem a fé no querigma com o reconhecimento de sentenças teológicas. Essas sentenças teológicas têm para ambos o caráter de verdades gerais atemporais. A diferença somente é que para a ortodoxia as sentenças teológicas são enunciados da Escritura entendida como autoridade, enquanto para o Iluminismo elas são verdades fundamentadas na razão e encontradas através do pensamento racional. Enquanto, portanto, para o Iluminismo o caráter querigmático da "reta doutrina" desapareceu completamente, ele é mantido pela ortodoxia contanto que para ela as sentenças teológicas da Escritura são autoridade e são consideradas como objeto da fé - com o que, todavia, estão sendo mal entendidos querigma e fé. Com o Iluminismo não ocorreu apenas o desligamento da autoridade da Escritura, mas aconteceu ainda outra mudança. Se pela reta interpretação da Escritura se quiser demonstrar que o cristianismo que nela se manifesta é a religião racional, a interpretação tem que eliminar todos os elementos locais e temporais, todos os fatores individuais e particulares, a fim de ganhar o atemporal-geral. É compreensível, porém, que o interesse se concentre mais e mais no primeiro ponto, pois a verdade geral já é conhecida de antemão, e uma exposição histórica pode-se fazer somente dos fenômenos individuais, histórico-temporalmente determinados. Assim sur-
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geITl as exposições da teologia neotestamentáría que 1) estão interessadas nas diferenças individuais dos autores neotestamentáríos e que caracterizam a essas como conceitos doutrinários" diversos, e que 2) colocam. as formações de perisarnentos neotestam.entárias num. contexto relacional histórico. Por fim - e nisso a tradição do Ilum.inism.o continua presente nos século XIX e XX - a teologia do NT é entendida corno um fenômeno da história das religiões, e a ciência que a apresenta, ao que parece, não deve mais, como ciência histórica, estar interessada na pergunta da verdade. Esse desenvolvim.ento poderia ter sido impedido, se o trabalho de F. C. BAUR tivesse tido um efeito docisivo-". BAUR não diferencia, como o Iluminism.o, entre as eternas verdades da razão, que têm. caráter atemporal, e sua incompleta versão histórico-contemporânea, que uma m.ente ilum.inada supera; ele vê (nos passos de Hegel) que verdade pode ser apreendida som.ente em. sua respectiva forrna histórica, e que se desdobra como a verdade sornerite na totalidade do curso histórico do desenvolvim.ento. Sujeito desse desenvolvim.ento é o espírito, e a história é "o espelho eternamente claro, no qual o espírito contempla a si m.esrno, contem.pla sua própria irnagem., para ser também para si, para sua própria consciência o que ele é em. si, e para saber-se com.o o poder m.ovente do que se fez Iristor'icarnerite't-ê", Mas assim. como reflexão histórica é o caminho para o estabelecim.ento da verdade, assim a investigação da história do cristianismo, e em primeiro lugar de sua origem. e, portanto, do NT, é o caminho para o estabelecimento da verdade da fé cristã - no que para BAUR não pode haver dúvida de que essa verdade não pode ser outra a não ser a do espírito. Portanto a interpretação do NT tem que entender sua teologia como a explicação da consciência cristã como época decisiva no vir-a-si-mesmo do espírito. Com isso BAUR acerta o sentido da teologia neotestamentária enquanto esta é a explicação racional da autocompreensão crente. Por um lado, a ortodoxia havia preservado a idéia de que através do U
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As preleções de BAUR sobre a teologia neotestamentária foram publicadas depois de sua morte (1860) por seu filho, em 1864. F. C. BAUR, Lehrbuch der christlichen Dogmengeschichte, 1847, p. 59.
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NT é dirigida ao ser humano uma palavra na qual se deve crer. Por outro, porém, havia substituído o querigma pela doutrina teológica, fazendo desta o objeto da fé. BAUR foge desse perigo. Todavia, ao reduzir a autocompreensão da fé à autoconsciência, que surge, no decurso histórico, a partir do ser humano, na qual o espírito chega à consciência de si mesmo - ele elude o querigma. Porém não como no racionalismo, cujo pensar não conhece autoridade, e no qual agora a história passa a ser essa autoridade, ocupando o lugar do querigma, quando a reflexão retrospectiva da história se toma o caminho do vir-a-si-mesmo do espírito no ser humano. O promissor questionamento de BAUR já se perdeu em sua escola. Ficou preservada a representação da história como um processo de desenvolvimento, e também continuou tendo seus reflexos o quadro histórico concreto que BAUR havia traçado segundo o esquema hegeliano de tese, antítese e síntese: da luta do evangelho paulino livre da lei com o cristianismo judaico comprometido com a lei nasce, finalmente, em concessões, a Igreja católica antiga. Depois de BAUR, porém, se perde a pergunta pelo sentido da história e da reflexão histórica. O trabalho de pesquisa continuou na direção proposta pelo Iluminismo, só que a fé nas eternas verdades da razão ou a consciência de as ter conhecido definitivamente, se perdeu, e que a fé cristã já não era mais considerada a religião "racional". Isso, porém, significou que a pesquisa caiu num historismo que compreendia o cristianismo primitivo e, juntamente com ele, o NT como um fenômeno no contexto relacional histórico-mundial estabelecido pelo encadeamento de causa e efeito. A conseqüência de um relativismo pleno naturalmente foi evitado com a interpretação idealista do curso do desenvolvimento da história como algo que faz sentido: mesmo sem se fixar na filosofia hegeliana da história, era possível perceber o poder do espírito atuando na história, e crer num progresso no qual as eternas verdades e normas são compreendidas com crescente clareza. Sob a influência do romantismo também era possível entender a personalidade como força formadora de história. Desse modo encontrou-se nos ensinamentos do NT a expressão da visão de mundo cristã - como "éticoreligiosa" - e se via a importância de Jesus no fato de ele ter sido o anunciante de verdades ético-religiosas, e de as ter incorporado de
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modo singular e eficaz em sua pessoa. Exemplos representativos dessa concepção são H. J. HOLTZMANN, Lehrbuch der Neutestamentlichen Theologie [Manual da teologia neotestamentárial (1896-1897, 2ª ed., 1911), modelar em escrupulosidade crítica, e P. WERNLE em seu temperamental e impressionante livro Die Anfiinge unserer Religion [Os primórdios de nossa religião], 1901, 251 ed., 1904. Outra mudança, cuja importância inicialmente não era previsível, aconteceu no trabalho da escola histórico-comparativa das religiões. Como seu escrito programático pode ser considerado o tratado de W. WREDE Über Aufgabe und Methode der sogenannten neutestamentlichen Theologie [Sobre tarefa e método da assim chamada teologia neotestamentárial (1897). WREDE combateu o método dos "conceitos doutrinários" porque estaria se baseando numa compreensão intelectualista do cristianismo; a fé cristã seria religião, e não um sistema de pensamentos! Por isso seria tarefa da ciência, descrever, como teólogo neotestamentário, a religião viva do cristianismo primitivo. Evidentemente sente-se aqui a influência de um conhecimento correto das doutrinas teológicas como expressão e não como objeto da fé - no entanto, não como desdobramento da autocompreensão crente, e sim como reflexão pensante a posteriori sobre os objetos da fé. Aqui está rompido o nexo entre o ato de vida e o ato de pensar (conforme costumava expressar-se A. SCHLATTER). A causa da deficiência reside na falta de um conceito claro de fé e religião. Sabe-se apenas que religião não é um comportamento teórico, que ela é, antes, sentimento, piedade; e sabe-se que ela pode assumir forma em diversos tipos. Pode aparecer como confiança em Deus. E como Deus naturalmente é considerado a santa vontade, que põe e exige o bem, a confiança em Deus encerra a consciência do comprometimento ético, e dela também emana uma relação positiva com o mundo como o lugar no qual a vontade ética tem que comprovar-se em tarefas concretas. Religião, porém, pode igualmente ser "religião redentora". Nela recua a idéia da vontade exigente no conceito de Deus, e se dá espaço à idéia da transcendência. Conseqüência é uma atitude negativa perante o mundo, e a piedade da fuga do mundo pode chegar até ao misticismo. Mas a idéia da redenção também pode ser admitida naquela religião da confiança em Deus e do sentimento de responsabilidade como a idéia da
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redenção do pecado. Nesse sentido H. WEINEL apresenta em sua Biblische Theologie des NT [Teologia Bíblica do NT] de 1911 (4'" ed... 1928).. sobre o fundo de uma orientação histórico-religiosa geral, a "religião" de Jesus como "religião ética da redenção".. em contraposição à "religião mística (na 1'" edição: estética) da redenção", cujos temas naturalmente se unem na "religião" do cristianismo primitivo com aquela de diversas maneiras. Em sua breve e engenhosa apresentação Neutestamentliche Theologie im Abrij3 [Teologia neotestamentária em resumo], de 1927.. também J. 1
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AposteIs PauIus [A ação do Espírito Santo segundo a visão popular do tempo apostólico e segundo a doutrina do apóstolo Paulo} (1898, 3a ed. 1909). Diversos trabalhos de W. HEITMÜLLER mostraram o sentido e a importância dos sa.cramentos para a o cristianismo primitívo-", e em conexão com isso, obteve-se um novo conhecimento do sentido de EKKÀlloLex e da peculiaridade e importância do conceito de Igreja no cristianismo primitivo 134. É óbvio que, ao lado da pesquisa histórico-crítica e históricoreligiosa, também teve prosseguimento o trabalho dos pesquisadores conservadores, sob a influência da tradição ortodoxa. Também é óbvio que, na discussão com as outras correntes, essa pesquisa foi amplamente influenciada por seus questionamentos e resultados. Na tradição do método do "conceito doutrinário" encontram-se o extremamente meticuloso Lehrbuch der Biblischen Theologie des NT [Manual da Teologia Bíblica do NT], de B. WEISS (1868, 7í! ed. 1903) e o sucinto Grundrifi der neutestamentlichen Theologie {Esboço da Teologia neotestamentária}, de T. ZAHN (1928). Mais influenciado por questionamentos modernos, em seus resultados, porém, conservador, é a Theologie des NT, de PAUL FEINE (1910, 8í! ed. 1951). É significativo que tanto B. WEISS quanto P. FEINE acrescentam à sua exposição da teologia do NT uma exposição da "religião" do NT135. Não se poderá afirmar que aqui tivesse acontecido uma abertura para novos conhecimentos da problemática da relação de teologia e querigma. O mesmo vale para a Theologie des NT [Teologia do NT], de F. BÜCHSEL (1935, 2 d ed., 1937), apesar do subtítulo Geschichte des Wortes Gottes im NT [História da palavra de Deus no NT}, pois o autor não distingue as doutrinas teológicas do querigma como palavra de Deus, antes, as considera como palavra de Deus. Também a original Theologie des NT, de E. STAUFFER (1941, 133
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Im Namen [esu": Eine sprach- und religionsgeschichtliche Untersuchung zum NT, speziell zur altchristlichen Tauje, 1903; além disso, seus artigos Abendmahl e Taufe [Santa ceia e Batismo], in: RGG I e V, 1909 e 1913. Cf. OLOF LINTON, Das Problem der Urkirche in der neueren Forschung, 1932. Desde então, diversos artigos de M. GOGUEL, in: RHPhrel (1933, 1938), e N. A. DAHL, Das Volk Gottes. Eine Untersuchung zum Kirchenbetoujltsein des Urchristentums, 1941. B. WEISS, Die Religion des NT, 1903, 2 il ed., 1908; P. FEINE, Die Religion des NT, 1921. U
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4 a ed., 1948), não é determinada por aquela problemática. STAUFFER, na verdade, rompe com o método do "conceito doutrinário" e com o esquema do desenvolvimento. Depois de um breve panorama da "evolução da teologia protocristã", descreve o ideário teológico do NT como uma unidade sob o título Die Christozentrische Geschichtstheologie des NT [A Teologia histórica cristocêntrica do NT} e assim transforma a teologia em uma filosofia histórica religiosa. Também a obra em dois volumes de M. ALBERTZ, Die Botschaft des NT lA mensagem do NT] O/I, 2il ed., 1947; 1/2, 1952; lI/I, 1954; Il/2, 1957), pretende apresentar a unidade do ideário teológico do NT, contudo não como uma filosofia religiosa da história, mas como "mensagem" levada pelo Espírito de Deus. Essa obra original associa motivos conservadores e críticos (histórico-formais) e volta-se polemicamente contra a tarefa de apresentar uma "teologia" do NT, mas, na sua contraposição de teologia e mensagem, não reconhece o sentido que as idéias teológicas têm como interpretação da "mensagem". Pela primeira vez surgiu em 1950 urna apresentação católica da Theologie des NT, a de MAx MEINERTZ (em 2 volumes). Seguiu-lhe em 1951 eThéologie du NT, de J. BONSIRVEN. Ambos querem descrever as idéias teológicas do NT em sua multiplicidade e unidade, entendendo a multiplicidade como desenvolvimento histórico orgânico da revelação dada na pessoa de Jesus e de sua pregação. Não se poderá dizer que conseguiram desvencilhar-se do método do conceito doutrinário, apesar da orientação histórica, embora BONSIRVEN separe, em considerações metodológicas preliminares, a teologia neotestamentária como apresentação histórica da dogmática, e mostre com clareza o problema da multiplicidade histórica na unidade. Em MEINERTZ faltam considerações metodológicas, e ele enfatiza que não pretende tratar de problemas da teologia neotestamentária, e sim apresentar positivamente o conteúdo teológico do NT. No entanto, ele forneceu considerações metodológicas a posteriori, in: Randglossen zu meiner Theologie des NT [Glosas marginais à minha Teologia do NT], Theologische Quartalschrift, 1952, p. 411ss. Deve-se mencionar também O. Kuss, Die Theologie des NT. Eine Einführung lA teologia do NT: uma introdução], 1937. Uma categoria especial assume a Neutestamentliche Theologie [Teologia neotesta-
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meniária], de R. ScHNACKENBURG. A edição alemã (1963) foi conside-
ravelmente ampliada em relação à francesa (961). O livro, que traz o subtítulo de Der Stand der Forschung [O estado da pesquisa], não é uma apresentação bem-acabada, mas proporciona uma excelente introdução à problemática de uma teologia do NT e suas questões, consistindo numa exposição descritiva, mas ao mesmo tempo crítica das concepções defendidas tanto pela pesquisa protestante quanto pela católica. O autor vê claramente a tarefa de captar a unidade da reflexão teológica do NT na diversidade de suas manifestações, e nesse ponto ele vai além de MEINERTZ e BONSIRVEN. Da mesma forma, ele vê claramente a problemática dada pela associação de exposição histórica e interpretação teológica. Ele vê sobretudo a diferença entre os enunciados diretos do NT e a reflexão teológica neles em parte implicada, em parte também formulada. Disso resulta a sua diferenciação pertinente entre revelação, querigma, homologia e teologia. Em 1967, foi publicado o Grundrij3 der Theologie des NT [Esboço da teologia do NT], de HANS CONZELMANN, concebido como manual especialmente para estudantes. Ainda que o autor não deixe dúvidas sobre a sua própria compreensão da teologia do NT, ele igualmente (como corresponde a um manual desse tipo) oferece de caso para caso uma orientação objetiva sobre outros pontos de vista. Saúdo esse livro como um aprofundamento e complemento - que não deixa de ser crítico - à minha Teologia do NT. As seções sobre o querigma da protocomunidade e da comunidade helenista são muito mais detalhadas. Original é o modo como a imagem da pessoa e da proclamação de Jesus, às quais não se dedica uma seção própria precedente, ganha relevância indiretamente pela reiterada referência à tradição de Jesus que repercute nos sinóticos e também nos escritos posteriores. A ênfase principal recai sobre a teologia de Paulo. Os métodos e os conceitos fundamentais são apresentados detalhadamente. A isso segue uma exposição da teologia paulina, cujo ponto alto seguramente pode ser visto na última parte, intitulada De libertate Christiana. A um capítulo mais breve denominado O desenvolvimento depois de Paulo, segue a exposição da teologia de João, precedida por uma seção sobre o "Iocal histórico da literatura joanina". O autor passa então a caracterizar detidamente a compreensão
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joanina da revelação tanto como escândalo quanto COIllO interpelação esclarecedora e o sentido do assim chamado dualismo joanino. Estou de acordo com o autor ao entender a sua tarefa como a explicação dos textos originais da fé; estou de acordo também quando ele deixa claro, em toda linha, o caráter de palavra do evento salvífico e interpreta as sentenças mitológicas e dogmáticas como palavra que atinge a existência do ouvinte; concordo ainda quando ele conta com a existência de escolas, nas quais os escritos neotestamentários ganharam a sua forma. Em contraposição a mim, ele não quer diferenciar entre a época"apostólica" e a tradição que deu início ao "catolicismo mais antigo", embora ele não ignore a mudança ocorrida no conceito de fé e os primeiros intentos de aprimoramento do dogma nem o surgimento do ministério eclesiástico e, desse modo, o surgimento da igreja com instituto de salvação. No entanto, esta problemática pode constituir o ponto de partida para a discussão, para a qual o autor deu estímulos em profusão. Uma posição especial em todo esse desenvolvimento assume ADOLF SCHLATTER. Seu livro Der Glaube im NT [A fé no NT} (1885, 4'1 ed., 1927) já pode ser considerado uma teologia neotestamentária in nuce. Seguiu-lhe sua Theologie des NT (1909-1910 136) . Ele expôs sua concepção da tarefa no pequeno escrito Die Theologie des NT und die Dogmatik lA Teologia do NT e a dogmática], de 1909. ScHLATTER se posiciona tanto contra o levantamento "estatístico" dos pensamentos neotestamentários na ortodoxia, quanto contra o método racionalista do conceito doutrinário e contra a escola histórico-comparativa das religiões. A todos eles acusa, com razão, de separarem o ato de pensar do ato de viver. Mas não vê sua unidade, como BAUR, no fato de que os pensamentos teológicos são a explicação da autocompreensão do ser humano como espírito (como razão). Pois entende o ser humano a partir de sua vontade e vê em seu querer e agir a origem de seus pensamentos. "Elas (se. as "pessoas do NT") aniquilam a tentativa de separar o ato de pensar do ato de viver, e é por isso que sequer produzem a aparência de nos quererem apre136
Os dois volumes foram publicados em 1921; em 2.íl. edição, com os títulos Die Geschichte des Christus LA história do Cristo] e Die Theologie der Apostel lA teologia dos apóstolos].
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sentar conhecimentos atemporais, independentes de condições históricas. Seu trabalho intelectual se encontra, antes, numa ligação consciente e independente com seu querer e agir; ele tem seu fundamento e sua matéria em suas experiências de vida e lhes serve de meio para o exercício de sua profissão. Seus pensamentos são elementos constituintes de seus atos e, com isso, de sua história. Por isso a tarefa da teologia neotestamentária ainda não está esgotada com a estatística que elabora um índice dos pensamentos de Jesus e de seus discípulos. Assim surge com facilidade uma imagem distorcida da história, uma soma de 'doutrinas' abstratas e atemporais, que são imaginadas como conteúdo de uma consciência separada do querer e do agir. Nesta forma, porém, Jesus e seus discípulos não carregaram em si seus pensamentos. Para uma observação mais correta, temos que esclarecer o contexto que produz seus pensamentos, e no qual eles também entram de novo imediatamente como a base de sua obra"!", Daí também se segue que a apresentação tem de distinguir os diversos "modos de ensinar", para que se tome claro que a história protocristã tem "sua origem nos processos formadores das condições de vida pessoais de cada um" 138 • Frases como estas poderiam ser interpretadas no sentido do relativismo histórico, mas naturalmente não é este o caso. O que ScHLATIER designa como as "experiências" das "pessoas" do NT, que são fundamento e matéria da formação de seus pensamentos ou, como"as condições de vida pessoais", tem sua origem no encontro com a pessoa do Jesus histórico. A história protocristã começa com a "própria vida interior de [esus"?", a saber, com o fato de que Jesus se sabe como Cristo e age de acordo. Na medida em que agora o encontro com Jesus e seu reconhecimento como o "Cristo" se chama fé, os pensamentos teológicos são, de acordo com isso, o desdobramento da fé, provocado, nos respectivos momentos, por tarefas históricas concretas. De acordo com SCHLATTER, também se poderá dizer certamente: desdobramento do novo autoconhecimento, dado com a fé; pois que a fé inclui um compreender, no qual o ser humano 137 138 139
Neutestamentliche Theologie I, p. lOs. Das NT und die Dogmatik, p. 40. Ibidem, p. 60.
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compreende a si mesmo de modo novo a Deus, ao mundo e a si mesmo, deverá ser óbvio para ScHLATTER. Não obstante, parece-me que também ScHLATTER não enxergou com clareza a relação entre teologia e querigma. Pois não percebe que o Jesus histórico aparece como o "Cristo" somente no querigma. Por isso ele coloca no lugar do querigma o Jesus histórico - no que se pressupõe que [esus pode ser visualizado como o "Cristo" por meio da pesquisa histórica, quando por esse meio se pode visualizar no máximo uma autoconsciência messiânica. Essa deve ser a razão pela qual SCHLATTER se sente peculiarmente bloqueado em todas as questões da crítica histórica, especialmente perante a pesquisa literária dos evangelhos, querendo interpretar a formação dos pensamentos teológicos unilateralmente a partir da tradição judaica veterotestamentária, na qual se encontra o próprio Jesus, e ignorando a importância do sincretismo helenista. Neste caso, o querig-, ma da comunidade se torna, em última análise, transmissão de tradições históricas, ou seja, transmissão da imagem histórica de Jesus (tal como a vê Sc:HLAlTER), na qual Jesus já seria perceptível como o "Cristo". Com isso se encobre o problema característico de como o Jesus pregador de tornou o "Cristo" pregado, e justamente desse modo também se encobre a singular natureza do querigma. A apresentação da teologia neotestamentária oferecida no presente livro se encontra, por um lado, na tradição da pesquisa histórico-crítica e histórico-religiosa, e procura, por outro lado, evitar o problema desta pesquisa, que consiste na ruptura entre ato de pensar e ato de viver, e, por isso, no desconhecimento do sentido de enunciados teológicos. Visto que o NT é um documento da história, especificamente da história das religiões, sua explicação exige o trabalho da pesquisa histórica, cuja metodologia foi elaborada desde o tempo do Iluminismo e que foi usada proficuamente na pesquisa do cristianismo primitivo e na explicação do NT. Agora, esse trabalho pode guiar-se por um duplo interesse: uma vez pelo interesse em reconstruir história do passado ou em interpretar os escritos do NT. Todavia, não existe uma coisa sem a outra, e ambas desde sempre se influenciam reciprocamente. Pergunta-se, no entanto, qual desses interesses está a serviço do outro. Pode-se inquirir os escritos do NT
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como as "fontes", a fim de reconstruir a partir delas a imagem do cristianismo primitivo como fenômeno de um passado histórico; ou a reconstrução está a serviço da interpretação dos escritos do NT sob a pressuposição de que estes têm algo a dizer ao presente. Na apresentação aqui oferecida, o trabalho histórico foi posto a serviço da interpretação dos escritos neotestamentários. Justamente por isso foi preciso que se interpretassem os pensamentos teológicos do NT em sua relação com o "ato de viver", isto é, como explicação da autocompreensão crente. Pois como doutrinas teóricas, verdades atemporais eles não podem reivindicar importância para o presente, mas, sim, somente como a expressão de uma compreensão de existência humana que também seja uma possibilidade de sua autocompreensão para o ser humano da atualidade uma possibilidade que lhe está sendo disponibilizada justamente através do NT, na medida em que este não apenas lhe mostra que essa autocompreensão é a resposta ao querigma, à palavra de Deus que se dirige a ele, e sim lhe transmite o próprio querigma. A tarefa da apresentação de uma teologia do NT é evidenciar essa autocompreensão crente em sua relação com o querigma. Isso acontece diretamente na análise da teologia de Paulo e de João, indiretamente na exposição crítica do desenvolvimento da Igreja antiga, porque nesta se torna visível a problemática da autocompreensão crente, bem como a problemática das formulações querigmáticas por ela requeridas.
ANEXO I Bibliografia anteposta por RUOOLF BULTMANN a cada uma das seções principais e parágrafos e depois complementada por ele pró. prIo.
Primeira parte - Premissas e motivos da teologia neotestamentária I. A PREGAÇÃO DE JESUS [p. 39]
Geschichte der Leben-Jesu-Forschung, 6a ed., 1951 [trad. port.: A Busca do Jesus Histórico, São Paulo, Novo Século, 2003]. A. JÜLICHER Die Religion [esu und die Anfiinge des Christentums bis zum Nicaenum (Die Kultur der Gegenwart I, 2/3), 2a ed., 1922. W. BOUSSET, Jesus (Religionsgeschichtliche Volksb. I, 4), 4a ed., 1922. P. WERNLE, Jesus, 2a ed., 1916. W. HEITMÜLLER, Jesus, 1913. A. ScHLATTER, Die Geschichte des Christus, 2a ed., 1923. R. BULTMANN, Jesus (Die Unsterblichen 1), za ed., 1951. K. BORNHÀUSER, Das Wirken des Christus durch Taten und Worte, 2a ed., 1924. K. L. ScHMIDT, Jesus Christus, RGG III, 2a ed., p. 110-151. A. C. HEADLAM, Jesus Christ in History and Faith, 1925. F. C. BURI
ScHWEITZER,
KÜMMEL.
R. OITO, Reich Gottes und Menschensohn, 3a ed., 1954. R. MEYER, Der Prophet aus Galiliia, 1940. A. T. CAOOUX, The Theology of Jesus, 1940. C. J. CADOUX, The Historie Mission of Jesus, 1943. H. J. CADBURY, Jesus. What Manner of Man?, 1947. W. MANSüN, Bist du, der da kommen soU?, 1952. O. A. PIPER, "Das Problem des Lebens [esu seit Schweitzer", in: f5 für O. Schmitz, 1953, p. 73-93. W. TAYLOR, The Life and Ministry of Jesus, 1954.
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ANEXO
I
E. PERCY, Die Botschaft [esu, 1953. G. BORNKAMM, Jesus von Nazareih, 1956 [trad. port.: Jesus de Nazaré, São Paulo, Teológica, ed., 2004]. T. W. MANSON, The Life of Jesus: some tendencies in present-day research (The Background of the NT and its Eschatology), 1956, P: 211-221. E. STAUFFER, Jesus, Gestalt und Ceschichie, 1957. W. GRUNDMANN, Die Geschichte [esu Christi, 1957. E. STAUFFER, Die Botschaft [esu damals und heuie, 1959. H. CONZELMANN, Jesus Christus, RGG II!, 3d ed., p. 619-653. Católicos: A. REATZ, Jesus Chrisius, 1924. K. ADAM, Jesus Christus, 1933. R. GUARDINI, Der Herr, 1937. X. LÉoN-DuFouR, Les Évangiles et l'histoire de lésus, 1963 [trad. port.: Os evangelhos e a história de Jesus, São Paulo, Paulinas, 1972].
z-
§ 1. A pregação escatológica [p. 401
J.
WEISS, Die Predigt [esu vom Reiche Gottes, 3il ed., 1964. H. D. WENDLAND, Die Eschatologie des Reiches Gottes bei Jesus, 1931. Referente às pressupostos da história das religiões: W. BOUSSET, Die Religion des Judentums in der spiithellenistischen Zeit, 3<1 ed., 1926. E. C. HosKYNs, F. N. DAVEY, Das Riitsel des Neuen Testamento, tradução alemã,
1938. A. N. WILDER, Eschatology and Ethics in the Teaching of Jesus, 2 d ed., 1950. W. G. KüMMEL, Verheij3ung und Erfüllung, 3 d ed., 1956. ERICH GRÃSSER, Das Problem der Parusieoerzõgerung in den synoptischen Epangelien und in der Apostelgeschichte, 1957. B. RIGAUX, La seconde Venue de Jésus ("La Venue du Messie"), 1962, p. 18355. E. LUNDSTRÓM, The Kingdom of Got in the Teaching Df Jesus, 1963. N. PERRIN, The Kingdom Df Got in the Teaching Df Jesus, 1963. Ver ademais a bibliografia mencionada em I, p. 39. § 2. A explicação da exigência de Deus Cp. 481 Além da bibliografia citada em I p. 39 e § 1 p. 40, ver ainda: E. GRIMM, Die
Ethik [esu, 2d ed., 1917. E. KLOSTERMANN, [esu 5tellung zum AT, 1904. F. K. KARNER, Der Vergeltungsgedanke in der Ethik Jesus, 1927. H. WINDISCH, Der Sinn der Bergpredigt, 2d ed., 1937. E. LOHMEYER, Kultus und Eoangelium, 1942. Sobre a ética judaica, além de W. BOUSSET (no § 1), ver: G. F. MCúRE, [udaism
in the First Centuries of the Christian Era 1. II, 1927. R. SANDER, Furcht und Liebe im paliistinensischen [udenium, 1935. E. SJÓBERG, Gott und die Siinder im paliistinischen [udenium, 1939. G. BORNKAMM, "Der Lohngedanke im NTff, EvTh (1946), p. 143-166.
i4-,
I
ANEXO
I
711
F. C. GRANT, "The Teaching of Jesus and First-Century [ewisch Ethics", in: H. R. WILLOUGHBY, The Study of the Bible Todayand Tomorrow, 1947, p. 298-313. A. N. WILDER, Eschatology and Ethics in the Teaching of Jesus, 2'" ed., 1950. H. BRAUN, Spiiijüdiech-hiíretischer und frühchristlicher Radikalismus II, 1957. W. PESCH, Der Lohngedanke in der Lehre [esu, 1955. H. K. McARTHUR, The Understanding of the Sermon of the Mount, 1960.
§ 3. A idéia que Jesus tinha de Deus Ip. 601 V. bibliografia referente a I p. 39. Além disso: J. LEIPOLDT, Das Gotteserlebnis im Licht der vergleichenden Religionsgeschichte, 1927. R. A. HOFFMANN, Das Gottesbild [esu, 1934. W. GRUNDMANN, Die Gotteskindschaft in der Geschichte [esu und ihre religionsgschichtlichen Voraussetzungen, 1938. W. G. KÜMMEL, "Die Gottesverkündigung [esu und der Gottesgedanke des Spãtjudentums", Judaica, I (1945), p. 40-68. H. F. D. SPARI
§ 4. A pergunta pela eutoconsciêncie messiânica de Jesus Ip. 641 Das Messiasgeheimnis in den Evangelien, 1901. H. J. HOLTZMANN, Das messianische Bewufitsein [esu, 1907. A. SCHLATTER, Der Zweifel an der Messianitiit [esu, 1907. A. FRÓVIG, Das Selsbtbewufitsein Jesu ais Lehrer und Wundertiiter, 1918. - ID., Das Sendungsbewufitsein [esu und der Geisi, 1924. - ID., Der Kyriosglaube des NT und der Geist, 1928. R. BULTMANN, ZNW 19 (1919/1920), p. 165-174; ID., Geschichte der synoptischen Tradition, 3'" ed., 1957, p. 263-381 e ainda P: 147-150. V. TAYLOR, Jesus and his sacrifice, 1933. R. H. LIGHTFOOT, History and Interpretation in the Gospel, 1934. H. J. EBELING, Das Messiasgeheimnis und die Botschaft des Marcus-Evangelisten, 1939. C. T. CRAIG, "The Problem of the Messiasship of Jesus", in: BooTH, E. P. CEd.), NTS (1942), p. 9ss. J. BIENECK, Sohn Gottes ais Christusbezeichnung der Synoptiker, 1951. R. LEIVESTAD, Christ the Conqueror, 1954. T. W. MANSON, The Servant Messiah, 1953. E. ScHWEIZER, Erniedrigung und Erhõhung bei Jesus und seinen Nachfolgern, 1955. E. SJÓBERG, Der verborgene Menschensohn in den Evangelien, 1955. S. MOWINCKEL, He That Cometh, 1956, p. 346ss. T. W. MANSON, "Realized Eschatology and the Messianic Secret", in: Studies in the Gospel: Essays in Memory of R. H. Lightfoot, 1957, p. 209-222.
W. WREDE,
712
ANEXO
I
O. CULLMANN, Die Christologie des NT, 1957 [trad, port.: Cristologia do NT, São Paulo, Hagnos, p. ed., 2008]. - Ver também a bibliografia referente ao § 5. Ver, além disso, a literatura referente a I, p. 39, esp. R. ÜTIo, Reich Gattes und Menschensahn (sobre isso v. R. BULTMANN, ThR(NF) 9 (1937), p. 1-35). Especificamente sobre a questão do "Filho do Homem" v. H. LIETZMANN, Der Menschensohn, 1896 (tese que Lietzmann, no entanto, retirou mais tarde). A. MEYER, [esu Muttersprache, 1896, p. 91-100, 140-149. G. DALMAN, Worte [esu i. 2 a ed., p. 191-219, 383-397. P. FIEBIG, Der Menschensohn, 1901. J. WELLHAUSEN, Einleiiung in die drei ersten Evangelien, 2a ed., 1911, p. 123-130. W. BOUSSET, Kyrios Christos, 2a ed., 1931, p. 5-13. C. H. KRAELING, Anthropos and Son of Man, 1927. J. JEREMIAS, Erlõsung und Erlõser im Urchristentum, 1929. E. STAUFFER, "Messias oder Menschensohn?", NovT I (1956), p. 81ss. P. VIELHAUER, "Gottesreich und Menschensohn in der Verkündigung [esu": FS für G. Dehn, 1957, p. 51-79. E. SCHWEIZER, "Der Menschensohn", ZNW 50 (1959), p. 185-209. H. E. TODT, Der Menschensohn in der synoptischen Überlieferung, 1959. F. HAHN, Christologische Hoheitstitel: ihre Geschichte im frühen Christentum, 1963. W. KRAMER, Christos, Kyrios, Gottessohn, 1963. P. VIELHAUER, "Jesus und der Menschensohn", ZThK 60 (1963), p. 133-137. - ID., "Ein Weg zur neutestamentlichen Christologie", EvTh 25 (1965), p. 24-73. 11. O QUERIGMA DA COMUNIDADE PRIMITIVA lp. 73] C. WEIZSÃCKER, Das apostolische Zeitalter der christlichen Kirche, 3i!. ed., 1901. E. VON DOBscHüTz, Probleme des apostolischen Zeitaliers, 1904. P. WERNLE, Die Anfiinge unserer Religion, 2i!. ed., 1904. R. KNOPF, Das nachapostolische Zeiialier, 1905. A. JÜLICHER, v. bibliografia referente a I, p. 39. F. J. F. JACKSON, K. LAKE, The Beginnings of Christianity I-V, 1920-1933. W. BOUSSET, Kyrios Christos, 2 a ed., 1921. J. WEISS, Das Urchristentum, 1917. H. ACHELIS, Das Christentum in den ersten drei [ahrhunderien, 2í.l ed., 1925. R. SCHÜTZ, Apostei und [ünger, 1921. W. MICHAELIS, Tãujer, Jesus, Urgemeinde, 1928. E. MEYER, Ursprung und Anfiinge des Christentums III, 1923. K. KUNDSIN, Das Urchristentum im Lichte der Evangelienforschung, 1929. E. LOHMEYER, Calilãa und [erusalem, 1936. C. H. DODD, The Apostolic Preaching and its Deve1opments, 1936.
ANEXO
I
713
W. G. KÜMMEL, Kirchenbegriff und Geschichtsbewufitsein in der Urgemeinde und bei Jesus, 1943. - ID., "Futurtsche und prãsentische EschatoIogie im ãltesten Urchristentum", NTS 5 0958/1959), p. 113-126, agora em: HeiIsgeschehen und Geschichte: Gesammelte Aufstitze, 1965, p. 351-363. § 5. O problema da relação da pregação da comunidade primitiva com a pregação de Jesus [p. 74}
Além da literatura indicada para II, cf.: J. WEISS, Jesus im Glauben des Urchristentums, 1910. C. H. DOOD, "The GospeIs as History: a Reconsideration". Bulletin of the [ohn Rylands Library, v. 22, n. 1, 1938. - lo., History and ihe Gospele, 1938. E. KASEMANN, UDas ProbIem des historischen jesus", ZThK 51 (1954), p. 125-153. N. A. DAHL, "Der historische Jesus aIs geschichtswissenschaftliches und theoIogisches ProbIem", KuD I (1955), p. 104-132. E. HEITSCH, "Die Aporie des historischen Jesus aIs Problem theoIogischer Hermeneutik", ZThK 53 (1956), p. 196-210. E. FUCHS, uDie Frage nach dem historischen Jesus", ZThK 23 (1956), p. 210-229. P. BIEHL, "Die Frage nach dem historischen Jesus", ThR 24 (1956/1957), p.54-76. E. FUCHS, "Claube und Geschichte im Blick auf die Frage nach dem historischen Jesus", ZThK 54 (1957), p. 117-156. . J. JEREMIAS, "Der gegenwãrtige Stand der Debatte um das ProbIem des historischen Jesus", Wissenschaftliche Zeitschrift der Ernst Moritz Arndt-Universitiit Greifswald, Gesellsch. u, Sprachwissenschaft. Reihe, v. 3.6 (1956/ 1957), p. 165-170. R. BULTMANN, Allgemeine Wahrheiten und christliche Verkündigung", ZThK 54 (1957), p. 244-254. E. ScHWEIZER, "Der GIaube an Jesus den Herrn in seiner Entwicklung von den ersten N achfolgern bis zur hellenistischen Gemeinde", EvTh 17 (1957), p.7-21. R. BULTMANN, Das Verhiiltnis de urchristlichen Christusbotschaft zum historischen Jesus, (SAHeidelb., 1960, 3), 3a ed., 1962. E. FUCHS, Zur Frage nach dem historischen Jesus, Gesammelte Aufsãtze II, 1960. H. BRAUN, "Der Sinn der neutestamentlichen Christologie", in: In., Gesammelte Studien zum NT und seiner Umwelt, 1962, p. 243-282. J. M. ROBINSON, Kerygma und historischer Jesus, 1960. - Numerosas contribuições à discussão em: Der historische Jesus und der kerygmatische Christus, 1960. - Contribuições de diversos autores em: Die Frage nach dem historischen Jesus, I II suplemento a ZThK, 1959. W. ScHMITHALS, "Paulus und der historische Jesus", ZNW 53 (1962), p. 145160. U
714
ANEXO
I
§ 6. A comunidade primitiva como a comunidade escatológica Cp. 791 Ver bibliografia referente ao § 1,3 (p. 46). N. A. DAHL, Das Volk Gottes, 1941. G. JOHNSTON, The Church in the NT, 1943. H. VON CAMPENHAUSEN, Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht, 1953 (cap. 1) - Referente a 3, ver O. CULLMANN, Die Tauflehre des NT, 1948. J. ScHNEIDER, Die Taufe im NT, 1952. N. A. DAHL, "The Origin of Baptism", Norsk Teol. Tidsskr. 56 (1955), p. 36-52. - Referente a 4, ver J. JEREMIAS, Die Abendmahlsworte [esu, 2 ã ed., 1949. E. ScHWEIZER, "Das Herrenmahl im NT", ThLZ 79 (1954), p. 577-592. E. Fucns, Das urchristliche Sakramentsverstiindnis, 1958.
§ 7. A importância de Jesus para a fé da comunidade primitiva Cp. 841 Ver bibliografia ref. a 11, esp. W. BOUSSET, Kyrios Christos, e ref. ao § 5. Além disso: W. STAERK, Soter I, 1933; PAUL VOLZ, Die Eschatologie der [üdischen Gemeinde, 1934; J. BIENECK, Sohn Gottes als Christusbezeichnung der Synoptiker, 1951. O. CULLMANN, Die Christologie des NT, 1957 [trad. port.: Cristologia do NT, São Paulo, Hagnos, lã ed., 2008]. E. ScHwEIZER, Erniedrigung und Erhõhung bei Jesus und seinen Nachfolgern, 1955. H. RIESENFELO, "The mythological background of NT Christology", in: The Background of the NT and the Eschatology, 1956, p. 81-95. - Além disso, cf. a bibliografia mencionada ref. ao § 5.
§ 8. O surgimento das formas eclesleis lp. 961 Cf. bibliografia correspondente a II. Além disso: FLOYO V. FILSON, The Separation of Christianity from Judaism, AnglTheolRev, n. 21, p. 171-185, 1939. L. BRUN, A. FRIDRICHSEN, Paulus und die Urgemeinde, 1921. W. BAUER, Der Wortgottesdienst der iiltesten Christen, 1930. J. M .. NIELEN, Gebet und Gottesdienst im NT, 1937. E. LOHMEYER, Kultus und Evangelium, 1942. O. CULLMANN, Urchristentum und Gottesdienst, 3<1. ed., 1956. E. TROELTSCH, Die Soziallehren der christlichen Kirchen und Gruppen, 1912. R. H. LIGHTFOOT, Locality and Doctrine in the GospeIs, 1938. H. VON CAMPENHAUSEN, Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht in den ersten drei Jahrhunderten, 2 ã ed., 1963. G. DELLING, Der Gottesdienst im NT, 1952. Sobre a relação entre as ordens comunitárias da cristandade primitiva e as ordens comunitárias da seita de Qurnran, ver Bo REICKE, ThZ 10 (19540), P: 95112, ou in: The Scrolls and lhe NT, 1957, p. 143-156. J. DANIÉLOU, RHPhreI35 (1955), p. 104-116; O. CULLMANN, JBL 64 (1955), p. 213226.
ANEXO
I
715
111. O QUERIGMA DA COMUNIDADE HELENISTA ANTES E PARALELAMENTE A PAULO [p.107] Cf. bibliografia referente a 11. Além disso: W. BAUER, RechtgIiiubigkeit und Ketzerei im ãltesten Christentum, 2l.l ed., 1964. B. H. S1REETER, The Rise of Christianity (The Cambridge Ancient History XI), 1936. M. GOGUEL, L'égtise primitive, 1947. Aqui naturalmente também entram em consideração os respectivos capítulos das exposições da História da igreja antiga.
§ 9. A pregação a respeito de Deus e seu juízo, de Jesus Cristo, o juiz e salvador, e a exigência da fé [p. 1091 A. VON HARNAcK, Die Mission und Ausbreitung des Christentums in den ersten
drei Jahrhunderten, 3l.l ed., 1915, I, p. 104-114. K. AXENFELD, "Díe jüdische Propaganda als Vorlãuferin und Wegbereiterin derurchristlichen Mission", in: MissionswissenschaftI. Studien: Fs für G. Werneck, 1904, p. 1-102. A. OEPKE, Die Missionspredigt des AposteIs Paulus, 1920. E. NORDEN, Agnostos Theos, 1913. M. DIBELIUS, "Paulus auf dem Areopag", Sitzungsberichte der HeideIberger Akademie für Wiss., Phil-hist. KI., 1938, 39, 2. tratado), 1939, ou in: Aufsiitze zur Apostelgeschichte, 2l.l ed., 1957, p. 29-70.. W. ScHMID, "Die Rede des AposteIs Paulus vor den Philosophen und Areopagiten in Athen". Philologus 95 (1942), p. 79-120. C. H. DODD, The Apostolic Preaching and its deoelopments, 6.d ed., 1950. . H. HOMMEL, "Neue Forschungen zur Areopagrede Act 17", ZNW 46 (1955), p. 145-178. B. GÁRTNER, The Areopagus Speech and Natural ReveIation, 1955. W. N AUCK, "Die Tradition und Komposition der Areopagrede", ZThK 53 (1956), p. 11-52. . Aqui também devem ser mencionados os diferentes estudos de A. SEEBERG, que mostram qual o material que se cristalizou paulatinamente em formulações tradicionais da pregação missionária, das quais evolui finalmente a confissão de fé .Iem diversas formas). Com a única restrição de que SEEBERG coloca no início da evolução erroneamente um "catecismo" mais ou menos consolidado. Do ponto de vista histórico-traditivo, estes estudos, que também mostram a ligação da pregação cristã com a tradição judaica, têm valor inestimável: Der Katechismus der Urchristenheit, 1903. - Das Evangelium Christi, 1905. - Die beiden Wege und das Aposteldekret, 1906. - Die Didache des [udeniums und der Urchristenheit, 1908. - Christi Person und Werk nach der Lehre seiner Jünger, 1910. Importante para a história da tradição também é O. CULLMANN, Die ersten christlichen Glaubensbekenntnisse, 1943. - Referente a 5: J. ScHNIEWIND, Euangelion, fascículos 1 e 2, 1927, 31.
716
ANEXO
I
E. MOLLAND, Das Paulinische Euangelion, 1934. M. DIBELIUS, Formgeschichte des Evangeliums, 3 d ed., 1959, p. 16-32. A. ScHLATIER, Der Glaube im NT, 4il. ed., 1927. R. GYLLENBERG, Pistis (em sueco), 1922. R. ASTING, Die Verkündigung des Wortes im Urchristentum, 1939. M. POHLENZ, "Paulus und die Stoa", ZNW 42 (1949), p. 69-104. R. BULTMANN, TWNT VI, p. 174-213. H. CONZELMANN, Die Mitte der Zeit., s- ed., 1964, p. 191-197.
§ 10. A consciência de igreja ee relação com o mundo Ip. 1381 Bibliografia ref. a 1 e 2: ver p. 46, ref. ao § 1,3; esp. N. A. DAHL, Das Volk Gottes, 1941, - Ref. a 2 esp.: E. GRAFE, Das Urehristentum und das AT, 1907; O. MICHEL, Paulus und seine Bibel, 1929. E. E. ELLIS, Paul's use of the Old Testament, 1957. - Ref. a 3 e 4: H. JACOBY,
Neutestamentliehe Ethik, 1899. E. VON DOBSCHÜTZ, Die urchristlichen Gemeinden, 1902. - ID., Probleme des apostolisehen Zeitalters, 1904. M. DIBELIUS, Exkurs zu Herm sim II 5 in: Erganzungsband zum Handbuch zum NT IV, p. 5555. G. }OHNSTON ver p. 79. L. BRUN, "Der kirchliche Einheitsgedanke im Urchristentum". ZsystTh 14 (1937), p. 86ss. H. PREISKER, Das Ethos des Urehistentums, 2il. ed., 1943. C. T. GRAIG, The One Chureh in the Light of the NT, 1946. S. HANSON, The Unity of the Church in the NT, 1946. L. H. MARSHALL, The Challenge of the NT Ethics, 1946. M. GOGUEL, L'Eglise primitive, 1947. A. M. HUNTER, Die Einheit des NT, 1952, p. 42-66. G. JOHNSTON, "The Church and Israel: Continuity and Discontinuity in the NT Doctrine of the Church", [ournal of Religion 34 (1954), p. 26-36. J. SCHNEIDER, Die Gemeinde nach dem NT, s- ed., 1955. § 11. A relação com o judaísmo e o problema do Antigo Testamento Ip. 1551 Ver bibliografia ref. ao § 8 e na p. IDOs. ref. ao § 8,2. - Além disso: R. KNOPF, Das nachapostolische Zeitalter, 1905, p. 346-369. H. WENSCHKEWITZ, Die Spiritualisierung der Kultusbegriffe: Tempel, Priester
und Opjer im NT, 1932.
J.
KLEVINGHAUS, Die theologische Stellung der Apostolischen Viiter zur alttes-
tamentlichen Offenbarung, 1948. T. F. TORRANCE, The Doetrine of Graee in the Apostolie Fathers, 1948. P. H. MENOUD, L'Eglise naissante et le Judaism, 1952. L. GOPPELT, Christentum und [udenium im 1. und 2. Jahrhundert, 1954. H. J. SCHOEPS, Urgemeinde, Judenehristentum, Gnosis, 1956.
ANEXO
I
717
§ 12. Kyrios e Filho de Deus [p, 170J
Ver bibliografia ref. a 11, esp. W. BOUSSET, Kyrios Christos. - Além disso: J. WEISER, Christus. Die Anfiinge des Dogmas, 1909. M. DrnELIUS, "Christologie des Urchristentums", in: RGG I, 2il ed., p. 1502-1607. O. CULLMANN, Die Christologie des NT, 1957 [trad. port.: Cristologia do NT, São Paulo, Hagnos, 1il ed., 2008]. - Ref. a 1: ver ref. ao § 8: W. BAUER, J. M. NIELEN, O. CULLMANN, DELUNG. - Além disso: R. KNOPF, Das nachapostolische Zeitalter, 1905, p. 222-252. A. DUHM, Gottesdienst im iiltesten Christentum, 1928. - Ref. a 2: ver ref. ao § 7,5, p. 91ss. (cf. também ref. ao § 4, p. 64s.), esp. W. GRAF BAUDISSIN, Kyrios II, p. 257-301. - Além disso: E. VON D. GOLTZ, Das Gebet in der iiltesten Christenheit, 1901. A. KLAWEK, Das Gebet zu Jesus, 1921. G. HARDER, Paulus und das Gebet, 1936. - Ref. a 3: G. P. WETTER, Der Sohn Goties, 1916. L. BIELER, BElOlJ ANHP I, 1935, p. 134-140. W. L. KNOX, "The 'Divine Hero' Christology in the NT", HTR 41 (1948), p.229-249. M. DIBEUUS, "Exkurs zu Kol 1,17", in: Handbuch zum NT 12 (1953), 3il ed., p. 10-12. E. SCHWEIZER, Erniedrígung und Erhõhung bei Jesus und seinen Nachfolgern, 1955, p. 86-88. S. ScHULZ, "Maranatha und Kyrios Jesus", ZNW 53 (1962), p. 125-144. § 13. Os sacramentos [p. 1831
K. PRÜMM, "Le mystêre dans la Bíble", in: Suppl. au Dictionnaire de la Bible VI, 1, p. 173-225. E. FUCHS, Das urchristliche Sakramentsverstiindnis, 1958. G. VON D. LEEUW, Sakramentales Denken, 1959. - Ref. a 1: R. KNOPF, Das nachapastolische Zeitalter, p. 271-290. W. HEITMÜLLER, Im Namen [esu, 1903. - ID., Taufe und Abendmahl im Urchrístentum, 1911. J. LEIPOLDT, Die urchristliche Taufe im Lichte der Religionsgeschichte, 1928. R. REITZENSTEIN, Die Vargeschichte der christlichen Taufe, 1929. J. THüMAS, Le mouvement baptiste en Palestine et Syrie, 1935. E. STAUFFER, "Taufe im Urchristentum", in: RGG V, 2il ed., p. 1002-1010. M. S. ENSUN, Christían Beginning, 1938, p. 186-200. H. G. MARSH, The Origine and Significance of the NT Bapiism, 1941. F. LUNDBERG, La Typologie baptismale dans l'A';cienne Église, 1942. F. LEENHARDT, Le Baptême Chrétien, son origin, sa signification, 1946. O. CULLMANN, Die Tauflehre des NT, 1948. W. F. FLEMINGTON, The NT Doctrine of Baptism, 1948.
718
ANEXO
I
J. JEREMIAS, Hat die iilteste Gemeinde die Kindertaufe gekannt?, 2
il
ed., 1949. - In., Die Kindertaufe in de ersten vier [ahrhunderien, 1958. - In., Nochmals: Die Anfiinge der Kindertauie, 1962. H. ScHLIER, "Zur kirchlichen Lehre von der Taufe", in: Die Zeit der Kirche, 1956, p. 107-129. G. ScHILLE, "Katechese und Taufliturgie", ZNW 51 (1960), p. 112-131. N. AOLER, Taufe und Handauflegung, 1951. B. REICKE, Diakonie, Festfreude und Zelos in Verbindung mil der altchristlichen Agapefeier, 1951. M. BARTH, Die Taufe ein Sakrament? , 1951. J. ScHNEIOER, Die Taufe im NT, 1952. A. BENOIT, Le Baptême Chrétien au second Siêcle, 1953. Rei. a 2: LIETZMANN, CULLMANN, LOHMEYER ver ref. ao § 8,3, p. 102. Além disso: R. KNOPF, op. cii., p. 253-271. W. HEITMÜLLER, ver acima. M. GOGUEL, L'Eucharisiie des origines à [ustin Martyr, 1910. A. J. B. HIGGINS, The Lord's Supper in the NT, 1952. Rei. a 3: G. BORNKAMM, "Herrenmahl und Kirche bei Pauhrs", ZThK 53 (1956), p. 312-349. E. ScHWEIZER, Art. Abendmahl I, in: RGG I, 3il ed., col. 65-73.
§ 14. O Espírito [p. 2051
P. VOLZ, Der Geist Gottes und die verwandten Erscheinungen im AT und im anschliej3enden [udentum, 1910. H. GUNKEL, Die Wirkungen des Heiligen Geistes nach der populiiren Anschauung der apostolischen Zeit und der Lehre des Aposteis Paulus, 3 il ed., 1909. H. WEINEL, Die Wirkungen des Geisies und der Geister im nachapostolischen Zeitalter bis auf Irenãus, 1899. F. BÜCHSEL, Der Geist Gottes im NT, 1926. M. OIBELIUS, Exkurs zu Herm mand V 2,7 im Ergãnzungsband zum Handbuch zum NT IV, p. 517-519. C. K. BARRETT, The Holy Spirit and the Cospel Tradiiion, 1947. E. SCHWEIZER, Gegenwart des Geistes und eschatologische Hoffnung bei Zarathustra, spiitjudische Gruppen, Gnostiker und den Zeugen des NT (The Background Df the NT and its Eschatology, 1956, p. 482-508). - Io., TWNT VI, p. 394-450. § 15. Elementos gnósticos [p. 2171 W. BOUSSET, Hauptprobleme der Gnosis, 1907. P. WENOLANO, Die hellenistisch-riimische Kultur in ihren Beziehungen zu [udentum und Christentum (Handbuch zum NT 1,2),2 e 3 il ed., 1912, p. 163-187. R. REITZENSTEIN, Die hellenistischen Mysterienreligionen, 3 il ed., 1927.
ANEXO
I
719
H. JONAS, Gnosis und spiitantiker Geist, I. Die Mythologische Gnosis, 2íl. ed., 1954; 11. Von der Mythologie zur mystischen Philosophie, 1954. - ID., The Gnostic
Religion, 1958. H. SCHLIER, Religionsgeschichtliche Untersuchungen zu den Ignatiusbriefen, 1929. - ID., Christus und die Kirche im Epheserbrief, 1930. - ID., Der Mensch im Gnostizismus, in: Besinnung auf das NT, 1964, p. 97-lll. E. KÂSEMANN, Leib und Leib Christi, 1933. - ID., Das wandernde Gottesvolk, 1939. H.-W. BARTSCH, Gnostisches Gut und Gemeindetradition hei Ignatius von
Antiochien, 1940. W. BAUER, Rechtgliiubigkeit und Ketzerei im iiltesten Christentum, 1934. C. H. KRAELING, Anthropos and Son of Man, 1927. F. C. BURKITI, Church and Gnosis, 1932. E. HAENCHEN, "Cab es eine vorchristliche Gnosis?", ZThK 49 (1952), p. 316-349. H. J. SCHOEPS, Urgemeinde, Judenchristentum, Gnosis, 1956. R. P. CASEY, "Gnosis, Gnosticism and NT", in: The Background of the NT and its Eschatologu, FS ror C. H. Dodd, 1956, p. 52-80. G. STRECKER, Das [udentum in den Pseudoklementinen, 1958. Mais bibliografia ref. ao § 29.
Segunda parte - A teologia de Paulo e de João I. A TEOLOGIA DE PAULO [p. 241] A. SCHWEITZER, Geschichte der Paulinischen Forschung von der Reformation
bis auf die Gegenwart, 1911. F. C. BAUR, Paulus (1845), 2'" ed., 1866/1867. E. RENAN, St. Paul, 1969. C. HOLSTEN, Das Evangelium des Paulus t II, 1880, p. 98. O. PFLEIDERER, Der Paulinismus, 2íl. ed., 1890. W. WREDE, Paulus, 2íl ed., 1907. A. DEISSMANN, Paulus, 2íl. ed., 1925. E. LOHMEYER, Grundlagen paulinischer Theologie, 1929. - ID., Probleme paulinischer Theologie, 1954. A. SCHWEITZER, Die Mystik des Aposteis Paulus, 1930 [trad. port.: O misticismo de Paulo o Apóstolo, São Paulo, Novo Século, 2003]. R. BULTMANN, "Paulus", RGG IV, 2íl. ed., col. 1019-1045). W. L. KNox, St. Paul and the Church 01 Jerusalem, 1930. - ID., St. Paul and the Church of the Gentiles, 1939. A. D. Nocx, St. Paul, 1938 (alemão: Paulus, J940). J. HUBY, St. Paul, Apôtre des Nations, 1944. W. D. DAVIES, Paul and the Rabbinic [udaism, 1956. J. KNox, Chapters in a Life of Paul, 1950.
720
D. W.
ANEXO
I
RIDOLE~
Paul Man of Contlict, 1950. M. DIBELIUS~ W. G. KüMMEL~ Paulus, 2ã ed., 1956. G. BORNKAMM, Das Ende des Gesetzes, 1952. K. STÜRMER, Auferstehung und Erwiihlung, 1953. J. MUNCK, Paulus und die Heilsgeschichte, 1954. G. BORNKAMM, "Paulus", RGG V, s- ed., p. 166-190. - Littérature et Théologie Pauliniennes, Recherches Bibliques. B. RIGAUX~ St. Paul et ses lettres, 1962~ em alemão: 1964.
§ 16. A posição histórica de Paulo Ip. 2421 Sobre a conversão de Paulo: W. G. KÜMMEL~ Rõmer 7 und die Bekehrung des Paulus, 1929. R. STEIGER, Die Dialektik der paulinischen Existenz, 1931. O. KIETZIG, Die Bekehrung des Paulus, 1932. - Relatório crítico sobre estudos mais recentes do caminho da formação e da conversão de Paulo por R. BULTMANN, ThR(NF) 6 (1934), p. 229-246. E. PFAFF, Die Bekehrung des Paulus in der Exegese des 20. [ahrhunderts, 1942. H. GRASS, Ostergeschehen und Osterberichie, 1956, p. 207-226. H. G. Wooo, "The Conversion of St. Paul", NTS 1 (1955/1956), p. 276-282. W. D. DAVIES, Paul and the Rabbinic [udaism, 1948. D. W. RIOOLE, Paul, Man of Conilict, 1940. C. K. BARRETI, From First Adam to Last, 1962. J. KNox, Chapters in a Life of Paul, (l950)~ cf. p. 719. M. CAMBIER, Dictionnaire de la Bible, Suplemento VII~ 1963, P: 279ss. O. Kuss, "Die RolIe des AposteIs Paulus in der theologischen Entwicklung der Urkirche", Münchener Theologische Zeitschrift 14 (l963)~ p. l-59, 109-187. W. SCHMITHALS, Paulus und [akobus, 1963. Sobre o problema da relação entre Jesus e Paulo: M. GOCUEL, L'apõtre Paul et [ésus Christ, 1904. A. JÜLICHER, Paulus und Jesus, 1907. A. MEYER, Wer hat das Christentum gegründet, Jesus oder Paulus?, 1907. J. WEISS~ Paulus und [esus, 1909. W. HEITMÜLLER~ "Zum Problem Paulus und Jesus", ZNW 13 (1912), p. 320-337. - lo., "Jesus und Paulus", ZThK 25 (1915), p. 156-179. P. WERNLE~ "Jesus und Paulus", ZThK 25 (l915)~ p. 1-82. B. W. BACON, Jesus and Paul, 1920. R. BULTMANN~ "Die Bedeutung des historischen Jesus für die Theologie des Paulus", in: Glauben und Verstehen, 1933, p. 188-213. - lo., "Jesus and Paulus", in: Jesus Christus im Zeugnis der Heiligen Schrift und der Kirche, 1936, p. 68-90. H. WINDISCH, "Paulus und Jesus", ThStKr (1934/35), p. 432ss. W. G. KÜMMEL, Jesus und Paulus, ThBI 19 (1940), p. 209-231. J. ScHNIEWINO, Die Botschaft [esu und die Theologie des Paulus, Nachgelassene Reden und Aujsãtze, 1952, p. 16-37. A. FRIDRICHSEN, "Jesus, St, [ohn and St. Paul", in: The Roat of the Vine (1953), p. 37ss.
ANEXO
I
721
1. Os conceitos antropológicos lp. 247] H. LÜDEMANN, Die Anthropologie des Aposteis Paulus, 1972. W. GUTBROD, Die Paulinische Anthropologie, 1934. P. ALTHAUS, Paulus und Luther über den Menschen, 2'1 ed., 1951. W. D. STACEY, The Pauline View of Man, 1956. § 17. O conceito oeJiJa [p. 247J
E. I<ÃSEMANN, Leib und Leib Christi, 1933. H. WHEELER ROBINSON, The Christian Doctrine Df Man, 3'1 ed., 1926. W. G. KüMMEL, Das Bild des Menschen im NT, 1948. C. H. DaDD, P. J. BRAlSIOTIS, R. BULTMANN, H. CLAVIER, Man in God's Design, 1952. J. A. T. ROBINSON, The Body, 1952. K. GROBEL, ~w~ux as "Self, Person" in the Septuaginta, in: Neutestamentliche Studien für Rudolf Bultmann, 2<1. ed., 1957. p. 52-59. W. D. STACEY, The Paulíne View of Man, 1956. § 19. NoOt; e OVV€íÕrpL' [p. 2681 Ref. a 4: C. A. PIERCE, Conscience in the NT, 1955. - Rica bibliografia em Bauer, Wb.
2. Carne, pecado e mundo § 21. Criação e ser humano [p. 285J
G. BORNKAMM, nDie Offenbarung des Zornes Gottes", ZNW 34 (1935), p. 239/ 252; ou in: Das Ende des Gesetzes, 1952, p. 9-33. H. ScHUER, nÜber die Erkenntnis Gottes bei den Heiden", EvTh (1935), p. 9-26, agora in: Die Zeit der Kirche (1956), p. 29-37. G. LINDESKOG, Studien zum neutestamentlichen Schõpiungsgedanken, 1952. K. G. KUHN, uTIELpUOJ.1ÓÇ, á,J.1Up'r(u, o&.pç im NT und die damit zusammenhãngenden Vorstellungen", ZThK 49 (1952), p. 200-222. § 22. O conceito oáp{ [p. 291}
H. LÜDEMANN e W. GUTBROD, ver ref. a 1 (p, 247); E. KASEMANN ver ref. ao § 17. W. ScHAUF, Sarx, 1924. K. G. KUHN, uTIELpUOJ.1óç, á,llup'r(a., a&.pç im NTund die damit zusammenhãngenden Vorstellungen", ZThK 49 (1952), p. 200-222; ou in: The Scrolls and the NT, p. 94-113. W. D. DAVIES, "Paul and the Dead Sea Scrolls: Flesh and Spirít", in: The Scrolls and the NT, p. 157-182. E. ScHWEIZER, IJDie hellenistische Komponente im neutestamentlichen oápçBegriff", ZNW 48 (1957), p. 237-253.
722
ANEXO
I
§ 24. Pecado entorte lp. 307} W. G. KÜMMEL, Rõmer 7 und die Bekehrung des Paulus, 1929. R. BULTMANN, "Rõrner 7 und die Anthropologie des Paulus", in: Imago Dei, FS für G. Krüger, 1932, p. 53-62, agora in: Der alte und der neue Mensch in der Theologie des Paulus, 1964, p. 28-40. - lo., "Adam und Christus nach Rõmer 5", in: ibid., p. 41-66. P. ALTHAUS, Paulus und Luther über den Menschen, 2i.l ed., 1951. G. BORNKAMM, "Sünde, Gesetz und Tod", in: Das Ende des Gesetzes, 1952, p.51-69. E. ELLWEIN, "Das Ratsel von Rõrner 7", KuD 1 (1955), p. 247-268. E. JüNGEL, "Das Gesetz zwischen Adam und Christus", ZThK 60 (1963), p. 42-74.
§ 25. A universalidade do pecado Cp. 310} Ref. a 2: J. JEREMIAS,' Aõá~, TWNT I, p. 141-143. - Além disso, a bibliografia listada em Bauer, Wb; e ainda: A. VOCTLE, "Die Adam-Christus-Typologie und 'der Menschensohn''', Trierer Theologische Zeitschrift 60 (1951), p. 309-328. § 27. A lei Cp. 321}
E. GRAFE, Die paulinische Lehre vom Gesetz, 2i.! ed., 1893. - Io., Das Urchrístentum und das AT, 1907. O. MICHEL, Paulus und seine Bíbel, 1929. A. SCHLATTER, Der Glaube im NT, 4i.! ed., 1927, p. 323-399. K. OLOMANNS, ThBl 8 (1929), p. 110-116. R. BULTMANN, ver ref. ao § 24. C. MAURER, Die Gesetzeslehre des Paulus, 1941. E. E. ELLIS, Paul's Use of the Old Testament, 1957. - Cf. também os artigos de BULTMANN e JÜNGEL ref. ao § 24. B. O ser humano sob a
1. A
ÔLICCXLOOÚVll
11'LO"tLC;
geoü [p. 333]
Da bibliografia mais antiga: T. HÁRING, ôLKaLOaÚV7J Oeoi) bei Paulus, 1896. H. CREMER, Die paulinische Rechtfertigungslehre im Z usammenhang ihrer geschichtlichen Voraussetzungen, 2i.! ed., 1910. - A rica bibliografia mais recente está arrolada no contexto do artigo õl-Kal.OOúVll em Bauer,Wb. Mencionamos E. VON DOBSCHÜTZ, "über die paulinische Rechtfertigungslehre", ThStKr 85 (1912), p.38-87. W. MICHAELIS, "Rechtfertigung aus Glauben bei Paulus". Festgabe für A. Deij3mann, 1927, p. 116-138. H. BRAUN, Gerichtsgedanke und Rechtfertigungslehre bei Paulus, 1930. F. V. FILSON, St. Paul's Conceptíon of Recompense, 1931.
ANEXO
I
723
W. MUNDLE, Der Glaubensbegrift des Paulus, 1932. R. GYLLENBERG, "Die paulinische Rechtfertigungslehre und das AT", Studia Theologica I (1935), p. 35-52. G. ScHRENK, Art. Ôl,K{HOaÚVT1, TWNT u, p. 204-229.
Die Rechtfertigungsverkündigung des Paulus in der neueren Forschung, 1940. H.-W. HEIDLAND, Die Anrechnung des Glaubens zur Gerechtigkeit, 1936. G. BORNKAMM, Das Ende des Gesetzes, Paulusstudien, 1952. O. Kuss, Der Rõmerbrief 1, 1957, p. 115-131. E. JÜNGEL, Paulus und Jesus, 2il. ed., 1964. E. KASEMANN, "Gottesgerechtigkeít bei Paulus", in: Exegetische Versuche und Besinnungen u, 1964, p. 181-193. R. BULTMANN, JBL 83 (1964), p. 12-16. H. HOFER,
§ 29. A atualidade da ÓLKtnOOVVJ1 [p. 3381
E. DINKLER, in: The ldea of History in the Ancient Near East, 1955, p. 181-191, sobre a compreensão paulina de tempo e história. Cf. a bibliografia ref. ao § 28. 2. A XáPLC; [p.353]
Charis, 1913. J. MOFFAT, Graee in the NT, 1931. W. T. WHITLEY, The Doetrine of Grace, 1932. J. WOBBE, Der Charisgedanke bei Paulus, 1932. G. P.
WEITER,
§ 32. A Xáp" como evento [p. 3531
G.
§
"Díe Offenbarung des Zornes Gottes", ZNW 34 (1935), p. 239-262, ou in: Das Ende des Gesetzes, 1942, p. 9-33. BORNKAMM,
33. Morte e ressurreição de Cristo como evento salvífico [p. 3581
Der Tod Christi in seiner Bedeutung für die Erlõsung, 1895. HOPPE, Die ldee der Heilsgeschichte des Paulus, 1926. J. SCHNEIDER, Die Passionsmystik des Paulus, 1929. K. MITTRING, Heilswirklichkeit bei Paulus, 1929. E. WEBER, Eschatologie und Mystik im NT, 1930. W. E. WILSON, "The Development of Paul's Doctrine of Dying and Rising again with Christ", Expos. Times 2 (1930-1932), p. 562ss. G. WIENCKE, Paulus über [esu Tod, 1939. - Ref. a 6 b: H. ScHUMACHER, Christus in seiner Prãexistenz und Kenose, 1914. E. LOHMEYER, Kyrios Jesus, SA Heidelberg., 1927/1928, n. 4. E. BARNIKOL, Philipper 2, 1932. - Io., Mensch und Messias, 1932. E. KASEMANN, "Kritische Analyse von Phil2,5-11", ZThK 47 (1950), p. 313-360, agora in: Exegetische Versuche und Besinnungen 1, 1960, p. 51-95. A. T.
SEEBERG,
724
ANEXO
I
L. CERFAUX, Le Christ dans la Théologie de St. Paul, 1951, em alemão: 1964 [trad. port.: O cristão na teologia de Paulo, São Paulo, Teológica/Paulus, 2003]. H. BRAUN, "Die Heilstatsachen irn NT", in: Gesammelte Siudien zum NT und seiner Umwelt (1962), p. 299-309.
§ 34. A palavra, a igreja, os sacramentos [p. 373] Ref. a 1: O. ScHMITZ, Die Bedeutung des Wortes bei Paulus, 1927. R. BULTMANN, Glauben und Verstehen, 1933, p. 153-187.. E. MOLLAND, Das paulínische Euangelion, 1934. - Ref. a 2: T. ScHMIDT, Der Leib
Christi, 1919. W. KOESTER, Die Idee der Kirche beim AposteI Paulus, 1928. G. GLOEGE, Reich Gottes und Kirche im NT, 1929. H. SCHLIER, Christus und die Kirche im Epheserbriei, 1930. E. KASEMANN, Leib und Leib Chrieii, 1933. A. WIRKENHAUSER, Die Kirche als der mystische Leib Christi nach dem AposteI Paulus, 1940. E-J. LEENHARDT, Etudes sur l'Église dans le NT, 1940. O. MICHEL, Das Zeugnis des NT von der Gemeinde, 1941. N. A. DAHL, Das Volk Goites, 1941. E. PERCY, Der Leib cu-eu, 1942. C. T. CRAIG, The One Church, 1946. H. ScHLIER, "Corpus Christi", RAC IlI, p. 437-453. E. SCHWEIZER, "Die Kirche aIs Leib Christi in den paulinischen Homologumena", in: Neotestamentica. 1963, p. 272-292. H. VON CAMPENHAUSEN, "Zur Auslegung von Rõm. 13", in: Aus de Frühzeít des Urchristentums, 1963, p. 81-101. - Ref. a 3: ver bibliografia ref. ao § 13; além disso, A. DEISSMANN, Die neu-
testamentliche Formel "in Christo [esu", 1892. O. SCHMITZ, Die Christusgemeinschaft des Paulus im Lichte seines Genetivsgebrauchs, 1924. W. WEBER, Christusmystik, 1924. E. WISSMANN, Das Verhiiltnis von Iliatu; und Christusfrõmmigkeit bei Paulus, 1926. A. WIKENHAUSER, Die Christusmystik des heiligen Paulus, 1928. H. VON SODEN, Sakrament und Ethik bei Paulus, 1931; ou in: Urchristentum und Geschichte I, 1951, p. 239-275. W. MUNDLE, Der Glaubensbegriff des Paulus, 1932. E. W. WILSON, "The Development of Paul's Doctrine of Dying and Rising again with Chr'iat", Expos. Times 42 (1930/1932), P: 562ss. S. STRICKER, "Der Mysteriengedanke des heiligen Paulus nach Rm 6,2-11", Liturg. Leben I (1934), p. 285-296. W. SCHMAUCH, In Christus, 1935.
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ANEXO
I
725
W. T. HAHN, Das Mitsterben und Mitauferstehen mil Christus bei Paulus, 1937. H. ScHLIER, I'IDie Taufe. Nach dem 6. Kapitel des Rõmerbriefs", EvTh (1938>.p. 335-347; ou in: Die Zeit der Kirche, 1956. p. 47-56. M. DIBELIUS, Paulus und die Mystik, 1941; ou in: Botschaft und Geschichte II, 1956, p. 134-159. L. CERFAUX, La Théologie d'Église suivant St. Paul, 1942. R. LUNOBERG, La Typologie baptismale dans l'Ancien Église, 1942. R. SCHNACKENBURG, Das Heilsgeschehen bei der Taufe nach dem AposteI Paulus, 1950. J. DUPONT, Gnosis. La Connaissance religieuse dans les Épitres de St. Paul, 1949. H. D. WENOLAND, "Das Wirken des Hl. Geistes in den Clãubigen nach Paulus", ThLZ 77 (1952), p. 457-470. O. Kuss, "Zur paulinischen und nachpaulinischen Tauflehre im NT", Theologie und Glaube, 1952, p. 401-425.. agora in: Auslegund undVerkündigung I (1963), p. 121-150. . G. BORNKAMM, "Taufe und neues Leben bei Paulus", in: Das Ende des Geseizes (1952), p. 34-50. P. SEIOENSTICKER, Lebendiges Opfer, 1954. J. JEREMIAS, Die Kindertaufe in den ersten vier [ahrhunderten, 1958. - ID., Nochmals: Die Anfiinge der Kindertaufe, 1962. K. ALAND, Die Siiuglingstaufe im NT und in der alten Kirche, 1961. - ID., "Voturn zur Kindertaufe".. ThLZ 87 (1962), p. 867-876. G. BORNKAMM, "Herrenmahl und Kirche bei Paulus", in: Studien zur Antike und Christentum (1959), p. 138-176. E. KASEMANN, "Anliegen und Eigenart der paulinischen Abendmahlslehre", in: Exegetische Versuche und Besinnungen I, 1960, p. 11-34. P. NEUENZEIT, Das Herrenmahl, 1960. A. WEGENAER, Das Heilswerk Christi und die Virtus Divina in den Sakramenten, 1958. 3. A
lI'LO"tLt;
[p. 382]
A. ScHLATIER, Der Glaube im NT, 4 ii ed., 1927. A. NAIRNE, The Faith of the NT, 1920. R. GYLLENBERG, Pistis, 1922 (sueco). - lo., "Glaube hei Paulus", ZsystTh 13 (1937), p.612-630. - Além disso, as obras de ScHMITZ, WISSMANN e MUNDLE ref. ao § 34, e W. MICHAELIS, Rechtfertigung aus Glauben bei Paulus, Festgabe für A. Deij3mann, 1927, p. 116-138. E. FUCHS, Die Freiheit des Glaubens, 1949. O. Kuss, "Der Glaube nach den paulinischen Hauptbriefen", in: Theologie und Glaube, 1956, p. 1-26, agora in: Auslegung und Verkündigung I, 1963, p. 187-212.
726
ANEXO
I
F. NEUGEBAUER, Das paulinische "in Christus" im Verhiiltnis zur Pisiis, dissertação, Halle, 1957. H. LJUNGMAN, Pistis, 1964. - Ref. a 2: J. DUPoNT, Gnosis. La connaissance religieuse dans les épitres de St. Paul, 1949.
§ 36. A vida na tdacu; lp. 3941 Ver bibliografia imediatamente antes do § 35. Além disso, E. SoMMERLATH, Der Ursprung des neuen Lebens nach Paulus, 1923. - Ref. a 2: J. DUPoNT (ver antes do § 35). H. SCHLIER, "Kerygma und Sophia", EvTh (1950/1951), p. 481-507; ou in: Die Zeit der Kirche, 1956, p. 206-232. - ID., "Vom Wesen der apostolischen Ermahnung", in: Die Zeit de Kirche (1956), p. 74-89. W. SCHRAGE, Die konkreten Einzelgebote in der paulinischen Pariinese, 1961. 4. A EMU9EpLU
Cp.
402]
J. WEISS, Die christliche Freiheit nach der Verkündigung des Aposteis Paulus,
1902. O. SCHMITZ, Der Freíheitsgedanke bei Epiktet und das Freiheitszeugnis des Paulus, 1923. M. MÜLLER, "Freiheit", ZNW 25 (1926), p. 177-236. H. JONAS, Augustin und das paulinische Freiheitsproblem, 1930. K. DEISSNER, Autoritiit und Freiheit im iiltesten Christentum, 1931. W. BRANDT, Freiheit im NT, 1932. H. ScHLIER, Art. EÀEÚSEpOC;;, TWNT Il, p. 484-500. E. KASEMANN, "Der gottesdienstliche Schrei nach der Freiheit", in: Apophoreta, FS für E. Haenchen, 1964, p. 142-165. '
§
38. A liberdade em relação ao pecado e o andar no Espírito [p. 4031
Ref. a 1: P. WERNLE, Der Christ und díe Sünde bei Paulus, 1897. R. BULTMANN, "Das Problem der Ethik bei Paulus", ZNW 23 (1924), p. 123-140, agora in: Der alie und der neue Mensch in der Theologie des Paulus, 1964, p.7-27. H. WINDISCH, "Das Problem des paulinischen Imperativs", ZNW 23 (1924), p.265-281. W. MUNDLE, "Religion und Sittlichkeit bei Paulus", ZsystTh 4 (1927), p. 456-482. H. VON SODEN, Sakrament und Ethik bei Paulus (Marburger Theologische Studien I), 1931. G. BORNKAMM, "Die christliche Freiheit", in: Das Ende des Gesetzes (1952), p. 133-138. H. SCHLIER, "Über das volkommene Gesetz der Freiheit", in: Die Zeit der Kirche (1956), p. 193-206. E. GRASSER, "Freiheit und apostolisches Wirken bei Paulus", EvTh 15 (1955), p.333-342.
ANEXO
I
727
- Ref. a 2 e 3: ver H. GUNKEL e F. BÜCHSEL ref. ao § 14. E. SOKOLOWSKI, Die Begriffe Geist und Leben hei Paulus, 1903. A. JUNCKER, Die Ethik des AposteIs Paulus 1. II, 1904, 1919. K. DEISSNER, Auferstehungshoffnung und Pneumagedanke bei Paulus, 1912. H. BERTRAMS, Das Wesen des Geistes nach der Anschauung des Aposteis Paulus, 1913. W. REINHARO, Das Wirken des Heiligen Geistes im Menschen nach den Briefen des Aposteis Paulus, 1918. O. SCHMITZ, Der Begriff õúvcqiu; bei Paulus, Festgabe für A. Deij3mann, 1927, p. 139-167. H. R. HOYLE, The Holy Spirit in St. Paul, 1928. A. ScHWEITZER, Die Mystik des Aposteis Paulus, 1930(trad. port.: O misticismo de Paulo o Apóstolo, São Paulo, Novo Século, 2003]. H. PREISKER, Das Ethos des Urchristentums, 1949. S. DJUKANOVIC, Heiligkeit und Heiligung bei Paulus. Dissertação, Bern 1938. A. KIRCHGÁSSNER, Erlõeung und Sünde im NT, 1950, p. 3-20, 147-157. E. DINKLER, "Zum Problem der Ethik beí Paulus", ZThK 49 (1952), p. 154-200. G. BORNKAMM, "Die christliche Freíheit", in: Das Ende des Gesetzes (952), p. 133-138. H. SCHLIER, "Über das vollkommene Gesetz der Freiheit", in: Die Zeit der Kirche (1956), p. 193-206. - lo., "Der Staat nach dem NT", in: Besinnung auf das NT (1964), p. 193-211. E. KÃSEMANN, "Sâtze heiligen Rechtes im NT", in: Exegetische Versuche und Besinnungen lI, 1964, p. 69-82. - lo., "Gottesdíenst im Alltag der Welt", in: ibid., p. 198-204. - ID., "Grundsãtzliches zur Interpretation von Rõm. 13", in: ibid., p. 204-222. H. VON CAMPENHAUSEN, "Zur Auslegung von Rõm. 13", in: Aus der Frühzeit des Christentums (1963), p. 81-10l. O. CULLMANN, Der Staat im NT, 2a ed., 1961. O. Kuss, "Paulus über die staatliche Gewalt", in: Auslegung und Verkündigung I, 1963, p. 246-259. - Ref. a 4: E. G. GULIN, Die Freude im NT I, 1932. M. GOGUEL, L'Église primitive, 1947, p. 450-484.
§ 39. A liberdade em relação à lei e a posição do ser humano lp. 4131 Ver bibliografia ref. a B 4 (p. 402). - Ref. a 2: E. DINKLER, "Zum Problem der Ethik bei Paulus", ZThK 49 (1952), p. 167-200. - Ref. a 3: W. LÜTGERT, Die Liebe im NT, 1905. J. MOFFATT, Love in the NT, 1925. H. PREISKER, "Die Liebe im Urchristentum und in der Alten Kirche", ThStKr 95 (1924), p. 272-294. - lo., Die urchristliche Botschaft von der Liebe Gottes, 1930.
728
ANEXO
I
G. BORNKAMM, Der kõstlichere Weg (l Kr 13), jahrbuch der theologischen Schule Bethel, 1937, p. 131-150; ou in: Das Ende des Gesetzes, p. 93-112. H. ScHLIER, Über die Liebe. 1 Kor 13, in: Die Zeit der Kirche, p. 186-193. V. WARNACH, Agape, 1951. C. SPICQ, Agape dans Ie NT 1, 1958.
§ 40. A liberdade em relação à morte lp. 419} Ver bibliografia ref. ao § 38. Além disso: K. L. ScHMIDT, "Eschatologie und Mystik im Urchristentum", ZNW 21 (1922), p. 227-291. H. E. WEBER, "Eechatologie" und IIMystik" im NT, 1930. - Ref. a 1: R. KABISCH, Die EschatoIogie des Paulus, 1893. E. TEICHMANN, Die paulinische Vorstellung von Auferstehung und Gerichi, 1896. - Ref. a 2: A. STEUBING, Der paulinische Begriff "Christusleiden", Dissertação, Heidelberg, 1905. E. LOHMEYER, ~vv Xpwrc;J, Festgabe für A. Deij3mann, 1927, p. 218-258. J. SCHNEIDER, Die Passionsmystik des Paulus, 1929. M. DIBELIUS, PauIus und die Mystik, 1941, ou in: Botschaft und Geschichte II, 1956, p. 134-159. R. LIECHTENHAN, IIDie Überwindung des leidens bei Paulus... ZThK(NF) 3 (1922), p. 368-399. J. DUPoNT, ain: Xpurtc), 1952. H. ScHLIER, IIÜber die Hoffnung", in: Besinnung auf das NT (1964), p. 135-145. II
,
11. A TEOLOGIA DO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO E DAS EPÍSTOLAS JOANINAS [p. 429]
Além dos comentários e dos respectivos capítulos das teologias do NT, cf. ref. à história da pesquisa: B. W. BACON, The Fourth Gospel in Research and Debate, z- ed., 1918. W. F. HOWARO, The Fourth GospeI in Recent Criticism and Interpretation, 4<1. ed., ver. por C. K. BARRETT, 1955. E. GAUGLER, Das Christuszeugnis des Johannesevangeliums, in: Jesus Christus im Zeugnis der Heiligen Schrift und der Kirche, 1936, p. 34-67. P.-H. MENOUO, C évangiIe de Jean d'aprês les recherches récentes, 2<1. ed., 1947. J. BEHM, IIDer gegenwârtige Stand der Erforschung des [ohannesevangeliums", ThLZ 73 (1948), p. 21-30. E. HAENCHEN, IIAus der Literatur zum johannesevangeltum" 1929-1956, ThR(NF) 23 (1955), p. 295-335. - Io., "Neuere Literatur zu den [ohannesbriefen, ThR(NF) 26 (1960), p. 1-43, 267-291. - Ref. à caracterização geral: J. E. CARPENTER, The Johannine Writings, 1927. A. OMOOEO, La mistica Giovannea, 1930. W. WREOE, Charakter und Tendenz des Johannesevangeliums, 2<1. ed.. 1933. R. H. STRACHAN, The Fourth Gospel. Its Significance and Environment, 3<1. ed., (s/ d, 2<1. ed., 1943).
ANEXO
I
729
W. F. HOWARD, Christianity according St. [ohn, 2a ed., 1947. W. TEMPLE, Reading in St. [ohns Gospel, 1945. H. CLAVIER, "Le probleme du rite et du mythe dans le quatriême Evangile", RHPhrel 31 (1951), p. 275-292. C. H. DaDO, The Interpretation of the Fourth Gospel, 1953 [trad, port.: Interpretação do Quarto Evangelho, São Paulo, Teológica/Paulus, 2003]. ID., L'Évangile de Jean (12 trabalhos de 12 autores diferentes sobre temas diversos de João), 1958. A. C. HEADLAM, The Fourth Cospel as History, 1948. A. H. N. CREEN-ARMYTAGE, [ohn Who Saw, 1952. H. P. V. NUNN, The Authorship of the Fourth Gospel, 1952. R. A. EOWARDS, The Disciple who wrote these things, 1953. - Io., The Gospel according to St. [ohn, 1954. R. GYLLENBERG, Johanneska Evangelium, 1961.
§ 41. A posição histórica de João lp.
430J
Ref. a 1: H. WINDISCH, Johannes und die Synoptiker, 1926. - ID., "Die Absolutheit des Johannesevangeliums", ZsystTh 5 (1928), p. 3-54. T. SIGGE, Das Johannesevangelium und die Synoptiker, 1935. P. CARDNER-SMITH, St. [ohn and the Synoptic Gospels, 1938. E. COODENOUGH, "[ohn a primitive Cospel", JBL 64 (1954), p. 145-182. - Ref. a 3: A. ScHLATIER, Sprache und Heimat des vierten Evangeliums, 1902. C. F. BURNEY, The Aramaic Origine of the Fourth Gospel, 1922. C. C. TORREY, "The Aramaic Origin of the Cospel of John", HTR 16 (1923), p.304-344. J. D. ZWAAN, "john wrote in Aramaic", JBL 57 (1938), p. 155-171. J. BONSIRVEN, "Les Aramaismes de S. Jean l'évangeliste?", Biblica 30 (1949), p.405-432. R. BULTMANN, "Die Bedeutung der neuerschlossenen mandâischen und maníchãischen Quellen für das Verstãndnis des Johannesevangeliums", ZNW 24 (1925), p. 100-146. F. BÜCHSEL, Johannes und der hellenistische Synkretismus, 1928. H. ODERBERG, The Fourth Gospel, 1929. L. SCHMIDT, Johannesevangelium und Religionsgeschichte, 1933. E. PERCY, Untersuchungen über den Ursprung der Johanneischen Theologie, 1939 (sobre isso: R. BULTMANN, Orientalistische Literaturzeitung, 1940, p. 150-175). E. SCHWEIZER, EGO EIMI, 1939. K. KUNOSIN, Charakter und Ursprung der Johanneischen Reden, 1939. - ID., Zur Diskussion über die Ego-Eimi-Sprüche des Johannesevangeliums (Charisteria [oh. Kõp ... oblata, 1954, p. 95-107). H. BECKER, Die Reden des Johannesevangeliums und der Stil der gnostischen Offenbarungsrede, 1956.
730
ANEXO
I
W. NAUCK, Die Tradition und der Charakter des ersten Johannesbriefes, 1957. E. HIRSCH, "Stilkritik und Literaranalyse im vierten Evangelium", ZNW 43 (1950/1951), p. 129-143. B. NOACK, Zur Johanneischen Tradition, 1954. W. GRUNDMANN, Zeugnis und Gestalt des Johannesevangeliums, 1961. H. BRAUN, "Literar-Analyse und theologische Schichtung im ersten [ohannesbrief", in: Gesammelte Studien zum NT und seiner UmweIt, 1962, p. 210-242. W. F. ALBRIGHT, "Recent Discoveries in Palestine and the Gospel of St. [ohn", in: The Background of the NT and its Eschatology. FS für C. H. Dodd, 1956, p. 153-171. L. MOWRY, "The Dead Sea Scrolls and the Background of the Gospel of [ohn", The Biblical Archaeologist (1954), p. 78s. E-M. BRAUN, "L'arriêre-fond judaíque du quatriême Évangile et la Communauté de l'Alliance", RB 62 (1955), p. 5-44. F. F. BRUCE, "Qumran and Early Christianity", NT5 2 (1955/1956), p. 176-190. R. E. BROWN, "The Qumran SoroUs and the [oh. Gospel and Epistles", in: K. STENDAHL CEd.), The Scrolls and the NT, 1957, p. 183-207. E. LOH5E, Die Texte aus Qumran, hebr. u. deutsch, 1964. De resto, cf. as resenhas bibliográficas críticas de H. BRAUN, Qumran und das NT, em ThR(NF) 28 (1962) e ThR(NF) 30 (1964); especificamente sobre o Evangelho de João no n. 28, p. 192-234, e sobre as cartas de João no n. 30, p. 101-117. A. O dualismo j oanino [p. 442]
Além da bibliografia mencionada imediatamente antes do § 41 sobre a caracterização geral de João, ver ainda: E. v. SCHRENK, Die johanneische Anschauung vom Leben, 1898. F. BÜCHSEL, Der Begriff der Wahrheit in dem Evangelium und in den Briefen des Johannes, 1911. J. B. FREY, "Le concepte de 'Vie' dans l'Évangile de Saint Jean", Biblica I (1930), p.37ss. H. PRIBNOW, Die johanneische Anschauung vom "Leben", 1934. - Além disso, v. no TWNT os artigos &Â~eHa, (átu, eáva1"oç, eJ>wç, \jJEUÕOÇ. F. MUSSNER, ZQN. DieAnschauung vom Leben im 4. Evangelium, 1950. H. ScHLIER, "Welt und Mensch nach dem [ohannes-Evangelium", in: Besinnung auf das NT (1964), p. 242-253. B. A
ICpLOLC;
do mundo [p. 462]
R. BULTMANN, "Die Eschatologie des Johannes-Evangeliums", in: Glaube und Verstehen, 1933, P: 134-152 [trad. port.: "Escatologia do Evangelho de João",
ANEXO
I
731
in: Crer e compreender: ensaios selecionados, São Leopoldo, Sinodal, 2001, p. 62-79]. D. FAULHABER, Das Johannes-Evangelium und die Kirche, 1935. B. AEBERT, Die Eschatologie des Johannes, 1937. A. CORELL, Consummatum este Eskatologie och Kyrka i Johannes-evangeliet, 1950.
§
45. O envio do Filho
tv- 462J
W. LÜTGERT, Die Johanneische Christologie, 2i! ed., 1916. W. BOUSSET, Kyrios Christos, 2 a ed., 1921, p. 154-183. J. SCHNEIDER, Die Christusschau des Johannesevangeliums, 1935. E GAUGLER, "Das Chrisuszeugnis des Jahnnesevangeliums", in: Jesus Christus und das Zeugnis der Heiligen Schrift und der Kirche. 2. Reihe zur EvTh, 1936, p. 34-67. D. E. HOLWERDA, The Holy Spirít and Eschatology in the Gospel of [ohn, 1959. W. THÜSING, Die Erhõhung und Verherrlichung [esu im Johannes-Evangelium, 1960. J. BLANK, Krisis. Untersuchungen zur johanneischen Christologie und Escha-
tologie, 1964. J. DUPoNT, Essais sur la Christologie de S. Jean, 1951. H. ScHLIER,"Am Anfang war das Wort", in: Die Zeit der Kirche (1956), p. 274-287. S. SCHULZ, Untersuchungen zur Menschensohn-Christologie im Johannesevangelium, 1937. R. ScHNACKENBURG, "Logos Hymnus und johanneischer Prolog", BZ (1957), p. 69-109. J. GIBLET, "[ésus et le 'Pêre' dans le IVe évangile", in: L'Évangile de Jean, 1958, p. 111-130. P. WINTER, MOVOYEVT,Ç napà rrurpóç, Zeitschrift für Religions- und Geistesgeschichte 5 (1953), p. 335-365. M.-E. BOISMARO, Le prologue de S. Jean, 1953. O. MICHEL, O. BETZ, "Von GoU gezeugt", in: [udenium, Urchristentum, Kirche. FS für J. Jeremias, 2a ed., 1964, p. 3-23. H. ScHLIER, "Der Offenbarer und sein Werk nach dem [ohannes-Evangelium", in: Besinnung auf das NT, 1964, p.254-263. W. ELTESTER, "Der Logos und sein Prophet", in: Apophoreta. FS ror E. Haenchen, 1964, 109-134. § 46. O escândalo do ó lÓYQ; aàp( ÊyÉver:o Ip. 471J
Além da bibliografia referente ao § 45, ver: ref. a 2: G. P. WETTER, Der Sohn Gottes, 1916. - Ref. a 4: O. CULLMANN, ThZ 4 (1948), p. 360-372. § 47. A revelação da 6óea [p.481}
H. H. HUBER, Der Begrift der Offenbarung im Johannes-Evangelium, 1934.
732
ANEXO
I
J. GIBLET, IILa Glorification du Christ dans le quatriême évangile", in: L'Évangile de Jean, 1958, p. 131-145. - Ref. a 3: H. GRASS, Ostergeschehen und Os terberichie, 1956, p. 51-93. - Ref. a 4: W. H. RANEY, The Relation of the Fourth
Cospel to the Christian cultus, 1933. C. T. CRAIG, "Sacramental Interest in the Fourth Gosper',JBL 58 (1939), p. 31-41). W. MICHAELIS, Die Sakramente im [ohanneseoangelium, 1946. O. CULLMANN, Urchristentum und Gottesdienst, 2 il ed., 1950. - lo., Les sacrements dans l'éoangile [ohannique, 1951. H. CLAVIER, "Le Probléme du rite et du mythe dans le 4. Évangile. RHPhrel lI
,
(1951), p. 275-292. W. THÜSING, v. § 45.
c. A fé [p. 504] A. ScHLATIER, Der Claube im NT, 4 il ed., 1927. R. GYLLENBERG, Pistis, 1922 (suecol). J. HUBY, liDe la connaissance de foi chez S. Jean RechScrel 21 (1931), p. 385-421. T. PREISS, La justification dans la pensée johannique, La vie en Chrisi, 1952. Artigo TI Lonç no TWNT. H. ScHLIER, "Meditationen über den Johanneischen Begriff der Wahrheit in: Besinnung auf das NT, 1964, p. 272-278. - In., "Glauben, Erkermen, Lieben nach dem Iohannes-Evangelíum", in: ibid., p. 279-293. ll
,
ll
,
§ 50. A fé como existência escatológica [p. 5101 D. FAULHABER, ver ref. ao § 45. - Ref. a 4: W. LÜTGERT, Die Liebe im NT, 1905. J. MOFFAT, Love in the NT, 1920. C. B. BoWEN, "Love in the Fourth Cospel", [ournal of Religion 13 (1933), p. 31-41. H. PREISKER, Das Ethos des Urchristentums, 2 a ed., 1949. - Ref. a 5: E. G. GULIN, Die Freude im NT tt, 1936. - Ref. a 7 ver bibliografia ref. ao § 14; além disso: M. GOGUEL, La notion joh.
de l'Esprit, 1962. J. G. SIMPSON, "The Holy Spirit in the Fourth Gospel", Expos. 9 (1925), série IV, p.292-299. H. WINDISCH, "Jesus und der Geist im johannes-Evangclium", in: Amicitiae Corolla, R. Harris-Festschrift, 1933, p. 303-318. C. K. BARRETT, "The Holy Spirit in the Fourth Cospel", [ournal of Theological Studies (1950), p. 1-15. A. FRIDRICHSEN, "Die Kirche im 4. Evangelium", Schwedische Theologische Quartalschrift 16 (1940), p. 227-242. - Além das obras de HOLWEROA, THÜSING e BLANK, mencionadas no § 45, cf. também M. F. BERROUARO, "Le Parac1et", Revue de Sciences Philosophiques et Théologiques 33 (1949), p. 361-389.
ANEXO
I
733
J. G. DAVIEs, "The Primary Meaning of Parakletos", Journal of Theological Studies (NS) 4 (1953), p. 35-38. E. ScHWEIZER, Der Kirchenbegriff im Evangelium und den Briefen des [ohannes, in: Neotestamentica, 1963, p. 254-271. H. ScHLIER, "Zum Begriff des Geistes nach dem Johannes-Evangelium", in: Besinnung auf das NT, 1964, p. 264-271. O. BETZ, Der Paraklet, 1963.
Terceira parte - O desenvolvimento até a Igreja Antiga I. SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA ORDEM ECLESIÁSTICA [p. 533]
Ver bibliografia referente aos § 8 e § 10. Referente à bibliografia até 1932, ver O. LINTON, Das Problem der Urkirche in der neueren Forschung, 1932. - Dentre a bibliografia mais antiga ver esp. A. VON HARNACK, Die Mission und Ausbreitung des Christentums in den ersten drei Jahrhunderten, 4 11 ed., 1924. A. LOISY, L'Évangile et l'Église, 5 11 ed., 1929. E. TRüELTSCH, Die Soziallehren der christlichen Kirchen und Gruppen (Gesammelte Schriften 1), 1912. R. KNOPF, Das nachapostolísche Zeitalter, 1905, p. 147-222. - Dentre a rica bibliografia surgida desde então, ver: K. MÜLLER, H. VON CAMPENHAUSEN, Kirchengeschichte 1,1, 3 11 ed., 1941, p. 116-126. O. MICHEL, Das Zeugnis des NT's von der Gemeinde, 1941. E. ScHWEIZER, Das Leben des Herrn in der Gemeinde und ihren Diensten, 1946. - Sobretudo: M. GOGUEL, L'Église primitive, 1947. H. von CAMPENHAUSEN, Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht in den ersten drei Jahrhunderten, 1953. Mais bibliografia nos §§ seguintes.
§ 51. Comunidade escatológica e ordem eclesiástica Ip. 5331 R. SOHM, Kirchenrecht 1, 1892. - ID., Wesen und Ursprung des Katholizismus (Abhandlung der sãchsischen Gesellschaft der Wissenschaften, Phil.-hist. Kl. 27.10), 1909, 2 a ed., 1912. A. VON HARNACK, Entstehung und Entwicklung der Kirchenverfassung und des Kirchenrechts in den ersten drei Jahrhunderten, 1910. E. FOER5TER, Rudolf Sohms Kritik des Kirchenrechtes, 1942. K. HOLL, Der Kirchenbegriff des Paulus im Verhiiltnis zu dem der Urgemeinde, Sitzungsbericht der preuísischen Akademie der Wissenschaften, Berlin, 1921, ou in: Gesammelte Schriften II, 1928. W. MUNDLE, "Das Kirchenbewuístsein der ãltesten Christenheit", ZNW 22 (1923), p. 20-42. H. VON CAMPENHAUSEN, "Recht und Gehorsam in der âltesten Kirche", ThBl 20 (1941), p. 279-295.
734
ANEXO
I
J. ScHNEIDER, Gemeinde nach dem NT, 3í.1. ed., 1955. E. KAsEMANN, "Sâtze heiligen Rechts im NT", in: Exegetísche Versuche und Besinnungen 1964, p. 69-82.
u,
§ 52. Os ministérios eclesiásticos Ip. 5391 Ver bibliografia ref. a I; além disso: K. L. SCHMIDT, "Le Ministere et les rnínístêres dans l'église du NT", RHPhR (1937), p. 313-336. A. C. HEADLAM, F. GERKE, "The Origin of the Christian Ministry", in: The Ministry and the Sacraments (1937), p. 326-367. P.-H. MENOUD, L'Eglise et les ministêres selon le NT, 1949. W. NAUCK, "Problerne des frühchristlichen Amtsverstãndnisses", ZNW 48 (1957), p. 200-220. - Ref. a 2: F. V. FILSON, "The Christian Teacher in the First Century", JBL 60 (1941), p. 317-328. - Ref. a 3: A. FRIDRICHSEN, The Apostle and his Message, 1947. H. VON CAMPENHAUSEN, "Der christliche Apostelbegriff", StTh I (1948), p. 96130. - In., "Lehrerreihen und Bíschofsreihen", in: In Memorian Ernst Lohmeyer, 1951, p. 240-249. - lo., Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht in den ersten drei [ahrhunderien, 1953, p. 23-31 e, especificamente ref. a Paulo, p. 32-58. J. MUNCK, "Paul, the Apostle and the Twelve", StTh IH (1950), P: 96-110. J. BROSCH, Charismen und Amter in der Urkirche, 1951. H. GREEVEN, "Propheten, Lehrer, Vorsteher bei Paulus", ZNW 44 (1952/1953), p.1-43. C. K. BARRETI, "The Apostles in and after the NT", Svensk Exegetisk Arsbok 21 (1956), p. 30-49. H. ScHLIER, "Die Ordnung der Kirche nach den Pastoralbriefen", in: Die Zeit der Kirche (1956), p. 129-147. E. KAsEMANN, "Das Formular einer neutest. Ordínatíonsparânese", in: Exegeilsche Versuche und Besinnungen f, 1960, p. 101-108. - Io., "Amt und Gemeinde im NT", in: ibid., p. 109-134.
§ 53. A transfonnação da autocompreensão da igreja lp. 5521 M.- GOGUEL, "Eschatologie et apocalyptique dans le Christianisme primitif", RHPhR (1932), p. 381-434, 490-524. A. FRIDRICHSEN, "Église et Sacrament dans le NT", RHPhR (1937), p. 337-356. H. D. WENDLAND, Geschichtsanschauung und Geschichtsbewufitsein im NT, 1938. O. BAUERNFEIND, "Die Geschichtsauffassung des Urchristentums", ZsystTh 15 (1938), p. 347-378. M. WERNER, Die Entstehung des christlichen Dogmas, 1941. E. F. SCOTT, The Nature of the Early Church, 1941. G. JOHNSTON, The Doctrine of the Church in the NT, 1943. O. CULLMANN, Christus und die Zeit, 1946.
ANEXO
I
735
P. VIElHAUER, "Zum Paulinismus der Apostelgeschichte", EvTh (1950/51), p. 1-15. F. C. GRANT, An Introduction to NT- Thought, 1950, p. 268-290. M. DIBELIUS, Aufsiitze zur Apostelgeschichte, 1951, esp. p. 108ss. G. BORNKAMM, "Die Verzõgerung der Parusie", in: In Memoriam E. Lohmeyer, 1951, p. 116-126. R. BULTMANN, "Der Mensch zwischen den Zeiten", in: Man in God's Design, 1952, P: 39-59. - ID., "The Transformation of the Idea of the Church in the History of Early Christianity", Canadian [ournal of Theology I (1955), p. 73-81. H. CONZELMANN, Die Mitte der Zeit, s- ed., 1964. E. DINKLER, in: The ldea of History in the Ancient Near East, 1955, p. 199-202. E. GRÃSSER, Das Problem der Parusieoerzõgerung in den synoptischen Evangelien und der Apostelgeschichte, 2il. ed., 1960. E. LOHSE, "Lukas als Theologe der Heilsgeschichte", EvTh 14 (1954), p. 256-275. U. LUCK, "Kerygma, Tradition und Geschichte [esu bei Lukas", ZThK 57 (1960), p. 51-66. U. WILCKENS, Die Missionsreden der Apostelgeschichte, 1961. W. ELTESTER, "Lukas und Paulus", in: Eranion. F5 für H. Hommel, 1961, p. 1-17. S. ScHULZ, "Cottes Vorsehung bei Lukas", ZNW 54 (1963), p. 104-116. G. BRAUMANN, uDas Mittel der Zeit", ZNW 54 (1963), p. 117-145. E. KASEMANN, "Paulus und der Frühkatholizismus", in: Exegetische Versuche und Besinnungen II, 1964, p. 239-252. E. HAENCHEN, Die Apostelgeschichte (Meyers Kommentar), 12/1311 ed., 1959, introdução § 7 e § 8, p. 84-106. - Ver, além disso, os relatórios de pesquisa de E. GRÃSSER, "Die Apostelgeschichte in der Forschung der Gegenwart", ThR(NF) 26 (1960), p. 93-167, e de C. K. BARRETI, Luke the Historian in Recent Study, 1961.
11. O DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA [p. 561] A. LOISY, La naissance du Cristianisme, 1933. B. H. STREETER, The Rise of Christianity, 1936. C. H. DODD, The apostolic Preaching and its Development, 1936, 6il. ed., 1950. J. LEBRETON, J. ZELLER, L'Église primitive, 1938. R. ASTING, Die Verkündigung des Wortes im Urchristentum, 1939. J. GEWIESS, Die urapostolische Heilsverkündigung nach der Apostelgeschichte, 1939. C. T. GRAIG, The Beginning of Christianity, 1943. F. V. FILSON, One Lord, One Faith, 1943. A. M. HUNTER, The Unity of the NT, 1943. E. F. ScOTI, The Varieties of NT-Religion, 1943. M. GocUEL, L'Église primitive, 1947. - ID., Les premiers temps de l'Église, 1949. H. SCHULTE, Der Begriff der Offenbarung im NT, 1949.
736
ANEXO
I
H. KARPF, "'Bischof", RAC 11, p. 400-407. G. KLEIN, Die zwOlf Apostei, 1961. W. SCHMITHALS, Das kirchliche Apostelarnt, 1961. G. G. BLUM, Tradition und Sukzession. Studien zum Normbegriff des Apostolischen von Paulus bis Irenãus, 1963.
§ 54. Parádosis e tradição histórica [p. 561} H. VON CAMPENHAUSEN, Kirchliches Amt und geistliche Vollmachi, 1953, p. 163-194. Ref. a 1: G. VAN DER LEEUW, Phiinomelogie der Religion, z- ed., 1956, § 64,4. G. F. MOORE, Judaism I, 1927, p. 251-262. W. G. KÜMMEL, "Jesus und der jüdische Traditionsgedanke", ZNW 21 (1934), p. 105-130. - Ref. a 2: H. LIETZMANN, "Symbolstudien", ZNW 21 (1922), p. 1-34; ZNW 22 (1923), p. 257-279; ZNW 24 (1925), p. 193-202. O. CULLMANN, Die ersten christlichen Glaubensbekenntnisse, 1943. - Io., Tradition aIs exegetisches historisches und theologisches ProbIem, 1954. J. DE GHELLINCK, "Les origines du symboIe des apôtre", NouvelIe Revue de Théologie, 1945, p. 178ss. - Ref. a 3: M. DIBELIUS, Formgeschichte des Evangeliums, 2 a ed., 1933. R. BULTMANN, Die Geschichte der synoptischen Tradition, 3ª ed., 1957. J. JEREMIAS, Unbekannte [esustoorte, 1951 [trad. porto Palavras desconhecidas de Jesus, Academia Cristã, 2006. H. KÜSTER, IíDie auíSerkanonischen Herrenworte", ZNW 48 (1957), p. 220-237. - lo., Synoptische Überliejerung bei den apostolischen Viitern, 1947. - Ref. a 4: H. CONZELMANN, Die Mitte der Zeit, 1954, p. 161s.
§ 55. O probleine da reta doutrina e o surgimento do cânone neotestementário te- 5711 W. BAUER, Rechtgliiubigkeit und Ketzerei im ãltesten Christentum, 1934. E. FASCHER, Dogrna II B, RAC III, p. 6-24. E. KASEMANN, "Die Anfãnge christlicher TheoIogie", in: Exegetische Versuche und Besinnungen Il, 1964, p. 82-104. - Io., "Zurn Thema der urchristlichen ApokaIyptik", in: ibid., p. 105-131. R. BULTMANN, "Ist die ApokaIyptik die Mutter der christlichen Theologie?", in: Apophoreta. FS für E. Haenchen, 1964, p. 64-69. M. WERNER, ver § 53. G. VON O. LEEUW, ver § 54. - Ref. a 5: A. VON HARNACK, Die Briefsammlung des Aposteis Paulus und die anderen vorkanonischen Briefsammlungen, 1926. H. STRATHMANN, "Die Krisis des Kanons in der Kirche", ThB120 (1941), p. 295-310. O. CULLMANN, "Die Pluralitãt der Evangelien aIs theologisches Problem im Altertum", ThZ I (1945), p. 23-42.
ANEXO
I
737
H. VON CAMPENHAUSEN, ver § 52 e 54. W. G. KÜMMEL, "Notwendigkeit und Grenze des neutestamentlichen Kanons", ZThK 47 (1950), p. 277-312. E. KAsEMANN, "Begründet der neutestamentliche Kanon die Einheit der Kirche?", EvTh 11 (1951/52), p. 13-21. - Cf. além disso as apresentações da história do cânone, esp. nas introduções ao NT.
§ 56.
Temas e tipos [p. 587]
Ref. a 2: O. MICHEL, Grundfragen der Pastoralbriefe, in: Wurm-Festschrift, 1949. F. SPITTA, Studien zum Hirten des Hermas (Zur Geschichte und Literatur des Urchristentums 11), 1896. A. MEYER, Das Riitsel des Jakobusbriefes, 1930. H. WEINEL, "Die spãtere christliche Apokalyptik", in: Eucharisterion (FS für H. Gunkel) II, 1923, p. 141-173. A. DIETRICH, Nekyia, 1893. M. DIBELIUS, Paulus auf dem Areopag, SA Heidelberg 1939, ou in: Aufsiitze zur Apostelgeschichte, 1951, p. 29-70). H.-J. ScHOEPS, "Ebionitische Apokalyptik im NT", ZNW 51 (1960), p. 101-11l. - Cf. também os comentários de M. Dibelius a Tg (Meyers Kommentar) e às Past (Handbuch zum NT). - Ref. a 4: H. SCHLIER, Religionsgeschichtliche Untersuchungen zu den Ignatiusbriefen, 1929. - In., Christus und die Kirche im Epheserbrief, 1930. E. KÂSEMANN, Leib und Leib Christi, 1933. - lo., Das wandernde Gottesvolk.
Eine Untersuchung zum Hebriierbrief, 1939. K. L. ScHMIDT, Kanonische und apokryphe Evangelien und Apostelgeschichten, 1944.
§ 57.
Teologia e cosmologia [p. 590]
F. C. GRANT, An Introduction to NT-Thought, 1950, p. 99-143. H. ScHLIER e E. KASEMANN. ver ref. ao § 56. G. BORNKAMM, "Die Hãresie des Kolosser-Briefes", ThLZ 73 (1948), p. 11-20; ou in: Das Ende des Gesetzes, 1952, p. 139-156. R. BULTMANN, "Bekenntnis- und Liedfragmente im ersten Petrusbrief", in: Coniectania Neotestamentica XI, 1947, p. 1-14. H. BIETENHARD, Die himmlische Welt im Urchristentum und Spiitjudentum, 1951. G. LINDESKOG, Studien zum neutestamentlichen Schôpjungsgedanken, I, 1952. H. SCHLIER, "Mãchte und Gewalten nach dem NT", in: Besinnung auf das NT, 1964, p. 146-159. - lo., uDie Engel nach dem NT", in: ibid., p. 160-175. E. GRÂSSER, Das Problem der Parusieoerzõgerung in den synoptischen Evangelien und in der Apostelgeschichte, 2 iol ed., 1960. A. STROBEL, Untersuchungen zum eschatologischen Verzõgerungsproblem, 1961. E. KASEMANN, "Eine Apologie der urchristlichen Eschatologie", in: Exegetische Versuche und Besinnungen I, 1960, p. 135-157.
738
§
ANEXO
I
58. Cristologia e soteriologia [p. 6011
Ver bibliografia referente ao § 57; além disso: W. BOUSSET, Kyrios Christos, 2 51 ed., 1921. H. WINDISCH, Taufe und Sünde im altesten Christentum, 1908. V. TAYLOR, Forgiveness and Reconciliation, 1946. O. CULLMANN, Christus und die Zeit, 3 51 ed., 1962. - ID., Die Christologie des NT, 3 51 ed., 1963. F. C. GRANT, An lntroduction to NT-Thought, 1950, p. 187-267. G. BORNKAMM, "Das Bekenntnis im Hebrãerbrief", in: Gesammelte Aujedtze II, 1959, p. 188-203. O. Kuss, "Der theologische Grundgedanke des Hebrãerbriefes", in: Auslegung und Verkündigung 1, 1963, p. 281-328. - ID., "Der Verfasser des Hebrãerbriefes aIs Seelsorger", in: ibid., p. 329-358. - Ref. a 3: E. PERCY, Die Probleme der Kolosser- und Epheserbriefe, 1946. H. SCHLIER, V. WARNACH, Die Kirche im Epheserbrief, 1949. H. ScHLIER, "Die Kirche nach dem Briefe an die Epheser", in: Die Zeit der Kirche, 1956, p. 159-186. G. BORNKAMM, "Die Hâresie des Kolosserbriefes", in: Gesammelte Auisãtze 1, 1952, p.139-156. E. LOHSE, "Christologie und Ethik im Kolosserbrief", in: Apophoreta. FS für E. Haenchen, 1964, p. 156-168. P. POKORNY, "Epheserbrief und gnostische Mysterien", ZNW 53 (1962), p. 160194. O. MICHEL, "Grundfragen der Past", in: Auf dem Grunde der AposteI und Propheten. FS für Wurm, p. 1948, p. 83ss. W. NAUCK, Die Theologie der Pastoralbriefe 1, Dissertação, Cõttingen, 1950. H. VON CAPENHAUSEN, PoIykarp von Smyrna und die Past (SA Heidelberg), 1951/1952, p. 2. J. KLEVINGHAUS, Die theologische SteUung der Apostolischen Viiter zur alttestamentlichen Offenbarung, 1948. W. WREDE, Untersuchungen zum ersten Klemensbriefe, 1891. A. von HARNACK, Der erste Clemensbrief (SA Berlin), 1909, p. 38-63. Bibliografia ref. a Barn em H. WINDISCH, in: Handbuch zum NT, Ergãnzungsband lII, 1920; além disso: P. MEINHOLD, "Geschichte und Exegese im Barnabasbrief", ZKG (1940), p. 255-303. Sobre a rica bibliografia ref. a Inácio, ver W. BAVER, in: Handbuch zum NT, Ergãnzungsband II, 1920; além disso T. PREISS, "La Mystique de I'Imitation et de l'Unité chez Ignace d'Antioche", RHPhR 18 (1938), p. 197-241. R. BULTMANN, "Ignatius und Paulus", in: Studia Paulina, FS für J. de Zwaan, 1953, p. 37-51. K. H. ScHELKLE, Die Passion [esu in der Verkündigung des NT, 1949.
ANEXO
I
739
111. O PROBLEMA DA CONDUTA CRISTÃ [p. 653] A. VON HARNACK, Die Mission und Ausbreitung des Christrentums in den ersten drei [ahrhunderien I, 4 a ed., 1924. E. VON DOBSCHÜTZ, Die urchristlichen Gemeinden, 1902. R. KNOPF. Das nachapostolische Zeitalter, 1905, p. 417-444. R. ASTING, Die Heiligkeit im Urchristentum, 1930. M. GOGUEL, L'Église primitive, 1947, p. 508-540. H. PREISKER, Das Ethos des Urchristentums, 1949.
F. C. GRANT, An lntroduction to NT-Thought, 1950, p. 300-334. C. H. DODD, CospeI and Lato, 1951. Y. TAYLOR, Forgiveness and Reconciliation, 1946. H. 5CHLIER, "Vom Wesen der apostolischen Ermahnung", in: Die Zeit der Kirche, 1956, p. 74-89. -
§ 60. O conteúdo da exigência e a postura frente aos diferentes âmbitos da vida [p. 669} Ver bibliografia ref. a IH. DE KNOPF também as p. 105-137, de GOGUEL também as p. 541-600. Além disso: K. MÜLLER, H. VON CAMPENHAUSEN, Kirchengeschichte I, 1, 3a ed., 1941, § 6,9 e § 23. H. VON CAMPENHAUSEN, Die ldee des Martyriums in der alten Kirche, 1936. ID., Die Askese im Urchristentum, 1949. H. WINDISCH, lmperium und Evangelium, 1931. H. ScHLIER, "Die Beurteilung des Staates im NT", ZZ 10 (1932), p. 312:..330, ou in: Die Zeit der Kirche, 1956, p. 1-16. K. PIEPER, Urkirche und Staat, 1935. E. 5TAUFFER, Gott und Kaiser im NT, 1935. - ID., Christus und die Ciisaren, 1948. G. Krrrsi, UDas Urteil des NT über den Staat", ZsysTh 14 (1937), p. 651-680. K. L. ScHMIDT, "Das Gegenüber von Kirche und 5taat in der Gemeinde des NT", ThBI16 (1937), p. 1-16. F. J. LEENHARDT, Le Chrétien, doii-il servir l'état?, 1939. O. ECK, Urgemeinde und Imperium, 1940. W. BIEDER, EkkIesia und Polis im NT und in der alten Kirche, 1941. M. DIBELIUS, "Rom und die Christen im ersten [ahrhundert", SBHeidelb. 1041/ 42, Nr. 2; ou in: Batschaft und Geschichte lI, 1956, p. 177-228. W. SCHWEITZER, Die Herrschaft Christi und der Staat im NT, 1949. J. LEIPOLDT, Der soziale Gedanke in der altchristlichen Kirche, 1952. O. CULLMANN, Der Staat im NT, 1956.
§ 61. A disciplina [p. 6831 O. D. W ATKINS, A History of Penance, 1920.
740
H.
ANEXO
I
Taufe und Sünde im ii1testen Christentum, 1908. S. HOH, Die kirchliche Bufie im 2 [ahrhunderi, 1932. B. POSCHMANN, Paenitentia secunda. Die kirchliche Buf3e im iiltesten Christenium, 1940. P. BONNARD, "La discipline ecclésiastique selon le NT", in: Centenaire de la Faculté de théol. de l'église évang. libre du Canton de Vaud, 1947, p. 115-135. R. BOHREN, Das Problem der Kirchenzucht im NT, 1953. G. BORNKAMM, "Das Anathema in der urchristlichen Abendmahlsliturgie", in: Das Ende des Gesetzes, 1954, P: 123-132. . H. von CAMPENHAUSEN, Kirchliches Amt und geistliche Vollmacht, 1953, p. 135-162. E. KASEMANN," Sãtze Heiligen Rechts im NT", NTS I (1954/1955), p. 248-260. WINDISCH,
ANEXO II Complementos feitos entre 1965 e 1983/1984 I. Recensões de R. Bultmann, Theologie des Neues Testaments: 1) 11. ed, 1953 (incluindo fascículos de 1948-1953) 21. ed., 1954. Ed. anglo-americana: v. I, New York, 1951; London, 1952; v. 11, London, 1955. A. E., Interpretation 6 (1952), p. 352-355. BARRETI, C. K., lournal of Theological Studies(NS) 5 (1954), p. 260-262. BARTH, M., "La méthode de BULTMANN dans 'la théologie du Nouveau Testa, ment'", Etudes théologiques ef religieuses 31 (1956), p. 3-25 [= ThZ 11 (1955), p. 1-27]. BARTH, M., Journal of Religion 37 (1957), p. 46ss. BENOIT, P., RB 58 (1951), p. 252-257; RB 59 (1952), p. 93-100; RB 61 (1954), p. 432-435. BIERBERG, R. P., CBQ 15 (1953), p. 382-386. BLUMENBERG, H., "Marginalien zur theologischen Logik Rudolf Bultmanns", Philosophische Rundschau 2 (1954/1955), p. 121-140. BoNNARD, P., RThPh 1 (1951), p. 45-52; RThPh 6 (1966), p. 59s. BRAUN, H., VuF (1949/1950), p. 49-67. BRlNKMANN, B., Scholastik 27 (1952), p. 2958.; Scholastik 29 (1954), p. 104-107. BOITE, B., Recherches de Théologie Ancienne et Médiévale, 15 (1950), p. 134s.; Recherches de Théologie Ancienne et Médiévale 21 (1954), p. 1505. BUESS, E., ThZ 8 (1952), p. 101-106. COLON, J.-B., Revue des Sciences Religieuses 24 (1950), p. 154-157. CONZELMANN, H., ZKG 66 (1954/1955), p. 151-157. DAHL, N. A., Die Theologie des Neuen Testaments, ThR(NF) 22 (1954), p. 21-49. DE WOLF, L. H., [ournal of Bible and Religion 20 (1952), p. 104-106; Journalof Bible and Religion 25 (1957), p. 2468. DEN BUSCHE, H. VAN, Collationes Gandavenses, série n. 1 (1951), p. 355; série n. 4 (1954), p. 398. EGENDER, D. N., Irénikon, 27 (1954), p. 105-108. ELTE5TER, W., ZNW 43 (1950/1951), p. 275-277. GRANT, F. C., JBL 69 (1950), p. 69-73; JBL 71 (1952), p. 515., JBL 71 (1954), p. 51-53. GRANT, F. C., Anglican Theological Review 35 (1951), p. 196s.; Anglican Theological Review 38 (1954), p. 151 s. BARNETI,
742
ANEXO
II
F. C., The Crozer Quarterly 29 (1952), p. 192s. JENKINS, C., Erasmus 4 (1951), col. 609-612. JOURNET, C., Nova et Vetera 31 (1956), p. 73. Kuss, O., Theologie und Glaube 44 (1954), p. 290s. LADO, G. E., Westminster Theological Journal 15 (1953), p. 147-156; Westminster Theological Journal 18 (1956), p. 210-215. LANGERBECK, H., Gnomon 23 (1951), p. 1-17; Gnomon 26 (1954), p. 497-504. LEVIE, J., NRTh 73 (1951), p. 653-655; NRTh 77 (1955), p. 89s. LINDESKOG, G., Svensk Exegetisk Arsbok 17 (1952), p. 155s. MANSON, T. W., JThSt 50 (1949), p. 202-206; N5 3 (1952), p. 246-250. MARLÉ, R., RechScRel 42 (1954), p. 434-468. McKENZIE, J. L., CBQ 16 (1954), p. 250-253. MICHEL, O., ThLZ 75 (1950), cal. 29-32; ThLZ 79 (1954), cal. 146-149. MINEAR, P. S., Theology Today 9 (1952), p. 413s. MIZIOLEK, W., Collectanea Theologica. Cura Societatis theologorum Polonae 27 (1956), p. 115-131. MOE, O., Tidsskrift for Teologi og Kirke 21 (1950), p. 50-53 (como parte de uma recensão coletiva, p. 46-55). MOODY, D., Review and Expositor 53 (1956), p. 229. NEUENSCHWANDER, U., Schweizerische Theologische Umschau 19 (1949), p. 73-84. NINEHAM, O., The Expository Times 64 (1952/1953), p. 97s.; 66 (1954/1955), p. 15-19; 67 (1955/1956), p. 92s. OOEBERG, H., "[ohannes' historiska stãllning": Erevna 13,2 (1956), p. 498. e n. 1830. PETRIE, S., Reformed Theological Review 15 (1956), p. 53s. PIPER, O. A., Princeton Seminary Bulletin 49 (1956), p. 51s. POTTERIE, I. DE LA ,Bijdragen 11 (1950), p. 291s.; Bijdragen 14 (1953), p. 91-93; Bijdragen 15 (1954), p. 2048. Puzo, F., Gregorianum 35 (1954), p. 326-330. ROBINSON, J. M., Theology Today 13 (1956), p. 261-269. ROBINSON, N. H. G., NTS 4 (1957/1958), p. 339-343. RYLAARSDAM, J. C., Chicago Theological Seminary Register 46 (1956), p. 79s. SANOERS, J. N., Theology 56 (1953), p. 230; Theology 59 (1956), p. 336s5. ScHNACKENBURG, R., MThZ 7 (1956), p. 303-307. SEVENSTER, J. N., Nederlandse Theologisch Tijdschrift 8 (1953), p. 65-81. SoUCEK, J. B., Theologickâ Príloha (1952), p. 16-21. SPICQ, C., Revue des Sciences Philosophiques et Théologiques 36 (1952), p. 59, 179s.; Revue des Scíences Philosophiques et Théologiques 38 (1954), p.1625. STAPLETON, M. P., Theological Studies 12 (1951), p. 5708. TAYLOR, V., Scottish [ournal of Theology 6 (1953), p. 197-199. TURNER, H. E. W., The Church Quarterly Review 154 (1953), p. 233-236; The Church Quarterly Review 157 (1956), p. 20288. UNNIK, W. C. Van, Bibliotheca Orientalis 9 (1952), p. 200-202. GRANT,
I, ,',''''
"f
ANEXO
11
743
VIELHAUER, P., VuF (1951/1952), p. 25-34. W AHLSTROM, E. H., Interpretation 10 (1956), p. 3518. WALVOORD, J. F., Biblioteca Sacra 112 (1953), p. 1748.; 115 (1958), p. 68. WEERDA, J., ZRGG 7 (1955), p. 177-179. WILDER, A. N., [ournal of Religion 32 (1952), p. 128-130. 2) 3& ed., 1958:
Bsrcorr, P., RB 66 (1959), p. 4495. CHADWICK, H., Gnomon 32 (1960), p. 4718. KAMPMANN, A. A., Bibliotheca Orientalis 17 (1960), p. 192. KASSING, A., Archiv für Liturgiewissenschaft 6 (1959), p. 496-502. Kuss, O., Theologie und Glaube 49 (1959), p. 4658. MOULE, C. F. D., JThSt(NS) 11 (1960), p. 1508. SUBILIA, V., Protestantesimo 15 (1960), p. 108-110. TROCMÉ, É., RHPhR 40 (1960), p. 1885. VAWTER, B., CBQ 21 (1959), p. 3998. VIARD, A., Revue des 5ciences Philosophiques et Théologiques 44 (1960), p.283ss. WINTER, P., NTS 6 (1959/60), p. 174-177. WINTER, P., Forum 44 (1960), p. 298. 3) 4. ed., 1961:
MICHEL, O., ThLZ 86 (1961), col. 755s. FENTON, J. C., "Recent Biblical Theologies 11. R. Bultman's...", The Expository Times 73 (1961/1962), p. 8-11. BARBAGLIO, G., Scuola Cattolica 95 (1967), p. 114*, 34*.
11. Obras exegéticas de Rudolf Bultmenn de 1965-1976: BULTMANN, R., Exegetica. Aufeãtze zur Erforschung des Neuen Testaments, selecionado, introduzido e editado por E. Dinkler, Tübingen, 1967 (cf, E. DINKLER, Einleitung, in: ibid., p. IX-XXIII). BULTMANN, R., Die drei [ohannesbrieie, KEK 14. Abt., 7iJ. ed. Gõttingen, 1967 (= p. ed. dessa nova interpretação). BULTMANN, R., Der .zxoeite Brief an die Korinther, ed. v. E. Dinkler, KEK-Sonderband, Gõttingen, 1976 (cf. E. DINKLER, Vorwort und Einleitung des Herausgebers, in: ibid., p. 9-12).
111. Apresentações gerais mais recentes da Teologia do Novo Testamento (1965--1983/1984): CONZELMANN, H., Grundrijl der Theologie des Neuen Testaments: Einführung in die evangelische Theologie 2, München, (1967), 2iJ. ed., 1968 (1976 ed. complementar para estudos).
744
ANEXO
11
ScHELKLE, K. H., Theologie des Neuen Testaments: v. I. Schõpfung. Welt-ZeitMensch (1968); v. 11. Gott war in Christus (1973); v. IlI. Ethos (1970); v. IV, I. Vollendung von Schõpfung und Erlõsung (1974); v. IV, 2. Jüngergemeinde und Kirche (1976), Kommentare und Beitrãge zum Alten und Neuen Testament, Düsseldorf, 1968-1976 [trad, port.: Teologia do NT, São Paulo, Loyola, 1978-1979.5 v.l. KÜMMEL, W. G., Die Theologie des Neuen Testaments nach seinen Hauptzeugen. Jesus. Paulus. Johannes, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Erganzungsreihe 3, Gõttingen (1969), 4 il ed., 1980 [trad. port.: Síntese teológica do NT, São Paulo, Teológica/Paulus, 4il. ed. revista e atualizada, 2003]. JEREMIAS, J., Neutestamentliche Theologie. Erster Teil: Die Verkündigung Jesu, Gütersloh, 1971 [trad. port.: Teologia do NT, parte I, São Paulo, Hagnos, 1il ed.,2008]. LADO, G. E., A Theology of the New Testament, Guildford/London (1974) 1975 [trad, port.: Teologia do NT, Rio de Janeiro, JUERP, 19851. LOHsE, E., Grundrij3 der neutestamentlichen Theologie, Theologische Wissenschaft v. 5, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1974 [trad. port.: Introdução ao NT, 3 il ed., São Leopoldo, Sinodal, 1980]. GOPPELT, L., Theologie des Neuen Testaments, ed. por J. ROLOFF, v. 1. [esu Wirken in seiner theologischen Bedeutung; v. 2. Vielfalt und Einheit des apostolischen Christuszeugnisses, Gõttingen, 1975. 1976 (ed. norte-americana: Theoiogy of the New Testament, trad. por J. E. ALSUP, ed. por J. ROLOFF, V. I. lI, Grand Rapids/Mich., 1981, 1982 [com rearranjos e ampliações]) [trad. port.: Teologia do NT, São Paulo, Teológica/Paulus, 3 a ed., 20031. NEILL, S., Jesus Through Many Eyes. Introduction to the Theology of the New Testament, Philadelphia/Guildford/London, 1976. KIEFFER, R., Nytestamentlig teoiogi, Lund, 1979. GUTHRIE, D., New Testament Theology, Leicester, 1981.
Visões panorâmicas em: SCHREINER, J. (Ed.), Anspruch und Gestalt des Neuen Testaments, com a colaboração de G. DAUTZENBERG, Würzburg, (1969) 2 a ed., 1979 [trod. port.: Forma e exigências do NT, São Paulo, Hagnos, la ed., 2008]. ROLOFF, J., Neues Testament, Neukirchener Arbeitsbücher, Neukirchen-Vluyn, (1977) 3<1 ed., 1982. KÜSTER, H., Einführung in das Neue Testament im Rahmen der Religionsgeschichte und Kulturgeschichte der hellenistischen und rõmischen Zeit, Berlin/New York, 1980. PORSCH, F., Viele Stimmen - ein Glaube. Anfiinge, Entfaltung und Grundzüge neutestamentlicher Theologie, Biblische Basis Bücher 7, Kevelaer /Stuttgart, 1982.
li
ANEXO
II
745
IV. Complementos bibliográficos às P: 39-708 referentes aos anos 19651983/1984 (cf, Prefácio à ~ ed. às p. 31~35).
• Ref. à p. 39 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 709:
Primeira parte - Premissas e motivos da teologia neotestamentária 1. A pregação de Jesus
BETZ, O., Was wissen wir von Jesus?, Stuttgart/Berlin, 1965. LÉON-DuF'OUR, X., Die Evangelien und der historische Jesus, Aschaffenburg, 1966. STROBEL, A., Die moderne Jesusforschung, Calwer Hefte 83, Stuttgart, (1966) 2íil ed., 1968. BEN-CHORIN, S., Bruder Jesus. Der Nazarener in jüdischer Sicht, München, 1967. BURCHARD, C., Art. Jesus, in: Der kleine Pauly, 11, 1967, cal. 1344-1354. PERRIN, N., Rediscovering the Teaching of Jesus, New York/Evanston, 1967 (= Was Iehrte Jesus wirklich?, GõUingen, 1972) [trad, port.: O que ensinou Jesus realmente?, São Leopoldo, Sinodal, 1977]. TRILLING, W., Fragen der Geschichtlichkeit [esu, Düsseldorf, 2íil ed., 1967. FLUSSER, O., Jesus in Selbstzeugnissen und Bilddokumenten, rowohIts monographien, Reinbek, 1968. NIEDERWIMMER, K., Jesus, Gõttingen, 1968. BARTSCH, H.-W., Jesus. Prophet und Messias aus Galiliia, Frankfurt/M., 1970. CULLMANN, O., Jesus und die Revolutioniiren seiner Zeit. Gottesdienst. Gesellschaft. Politik, Tübingen, 1970. HENGEL, M., War Jesus Revolutioniir?, Calwer Hefte 110, Stuttgart, 1970. PESCH, W. (Ed.), Jesus in den Evangelien. Ein Symposion mit J. Blinzler, H. Geist, P. Hoffmann, H. Leroy, F. Mussner, R. Pesch u. G. Voss, SBS 45, Stuttgart, 1970. LEHMANN, M., Synoptische Quellenanalyse und die Frage nach dem historischen Jesus. Kriterien der Jesusforschung untersucht in Auseinandersetzung mit Emanuel Hirschs Frühgeschichte des Evangeliums, BZNW 38, Berlin/ New York, 1970, ROLOFF, J., Das Kerygma und der irdische Jesus. Historische Motive in den Jesus-Erziihlungen der Evangelien, Gõttingen, 1970. VÓCTLE, A., "Jesus von Nazareth", in: R. KOTTJE, B. MOELLER (Eds.), Õkumenische Kirchengeschichte I, Mainz/München, 1970, p. 3-24. FUCHS, E., Jesus. Wort und Tat. Vorlesungen zum Neuen Testament I, Tübingen, 1971. Kuss, O., IUBruder Jesus'. Zur 'Heimholung' des Jesus von Nazareth in das Judentum", MThZ 22 (1971), p. 284-296. BLANK, J., Jesus von Nazareth. Geschichte und Relevanz, Freiburg/Basel/Wien, 1972. BRAUN, H., Jesus. Der Mann aus Nazareth und seine Zeit, Themen der Theologie I, Stuttgart/Berlin, (1969) 3íil ed., 1972. - Jesus and Man'e Hope, Pittsburgh Theological Seminary 1/11. A Perspective Book, Pittsburgh/Penns., 1970.
746
ANEXO
II
TRILLING, W., "Geschichte und Ergebnisse der historisch-kritischen [esusforschung", in: SCHIER5E, F. J. (Ed.), Jesus von Nazareth, Grünewald-Materialbücher 3, Mainz, 1972, p. 187-213. TROCMÉ, É., "Quelques travaux récents sur le Jesus de l'histoire", RHPhR 52 (1972), p. 485-498. 1
ANEXO
II
747
DEMKE, C., Die Einzigartigkeit [esu. Theologische Informationen für Nichttheologen, Neukirchen-Vluyn, 2 a cd., 1980. FENEBERG, R., FENEBFRG, W., Das Leben [esu im Evangelium. Mit einem Geleitwort v. K. Rahner, QD 88, Freiburg/Basel/Wien, 1980. RICHES, J., Jesus and the Transformation of [udaism, London, 1980. STROBEL, A., "Die Autoritãt des Wortes }esu. Überlegungen zum Zeugniswert der sog. Streitgesprãche", in: J. TRACK, Lebendiger Umgang mit Schrift und Bekenntnis. Theologische Beitrãge zur Beziehung von Schrift und Bekenntnis und zu ihrer Deutung für das Leben der Kirche. Im Auftrag des Dozentenkollegiums der Augustana-Hochschule, Stuttgart, 1980, p. 63-84. W ANKE, J., 'Kommentarworte'. Ãlteste Kommentierungen von Herrenworten, BZ(NF) 24 (1980), p. 208-233. KAHLEFELD, H., Die Gestalt [esu in den synoptischen Evangelien, Frankfurt/ M.,1981. RIESNER, R., Jesus als Lehrer. Eine Untersuchung zum Ursprung der EvangelienÜberlieferung, WUNT 2. Reihe Bd. 7, Tübingen, 1981 (2a ed., 1984; cf. DAUTZENBERG, G., Theologische Revue 80 (1984), col. 22-24). ScHNEIDER, G., Art. "Irjooín; Kt"À., EWNT Il, 1981, col. 440-452. VERMES, G., Jesus the leio. A Historian's Reading of the Gospels, Philadelphia, 1981. VERMES, G., The Gospel of Jesus the [eur, The Riddell Memorial Lectures Forty-eight-Series delivered at the University of Newcastle upon Tyne on 17, 18 and 19 March 1981, Newcastle upon Tyne, 1981.· KüMMEL,-W. G., "Iesusforschung seit 1965: Nachtrãge 1975-1980", ThR(NF) 46 (1981), p. 317-363. WANKE, J., 'Bezugs- und Kommentarworte' in den synoptischen Evangelien. Beobachtungen zur Interpretationsgeschichte der Herrenworte in der uorevangelischen überlieferung, Erfurter Theologische Studien v. 44, Leipzig, 1981. HAAsE, W. (Ed.), Aufstieg und Niedergang der rõmischen Welt. Geschichie und Kultur Roms im Spiegel der neueren Forschung 11.25,1: Principat: Religion (Vorkonstantinisches Christentum: Leben und Umwelt [esu: Neues Testament [Kanonische Schriften und Apokryphen]), Berlin/New York, 1982 (dali: STAUFFER, E., Jesus, Geschichte und Verkündigung, p. 1-130. WILCOX, M., Jesus in the Light of his Enviromnent, p. 131-195. HOLLENBACH, P. W., The Conversion of Jesus: From Jesus the Baptizer to Jesus the Healer, p. 196-219. DER.RErr, J. D. M., Law and Society in Jesus's World, p. 477-564 [com bíbliografiaj). KÜMMEL, W. G., "[esusforschung seit 1965: Nachtrãge 1975-1980", ThR(NF) 47 (1982), p. 136-165 (Teil 111. Die Lehre [esu), 348-383. LÚFBERG, J., Spiritual or Human Value? An Evaluation - Systematical Reconstruction and Analysis of the Preaching of Jesus in the Synoptical Gospels, Studia Philosophiae Religionis 10, Lund, 1982. DELOBEL, J. (Ed.), Logia. Les Paroles de Jesus - The Sayings of Jesus, Mémorial J. Coppens, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium LIX, Leuven, 1982.
748
ANEXO
II
ABERNATHY, O., Understanding the Teaching of Jesus: Based on the Lecture Series of Norman Perrin "The Teaching of Jesus', New York, 1983. BORING, M. E., "Christían Prophecy and the Sayings of Jesus: The State of the Question", NTS 29 (1983), p. 104-112. ScHNEIDER, C., "[esu überraschende Antworten. Beohachtungen zu den Apophthegmen des dritten Evangeliums", NTS 29 (1983), p. 321-336. YAMAUCHI, 1., "Jesus as Teacher Reconsidered", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70 Ceburtstag, Cõttingen, 1983, p. 412-426. FORTE, B., Jesus von Nazaret: Geschichte Goites, Gott der Geschichte. Com um prefácio de W. Kasper, Tübinger Theologische Studien 22, Mainz, 1984. MERKEL, H., "The opposition between Jesus and Judaism", in: BAMMEL, E., MouLE, C. F. D. (Eds.), Jesus and the Politics of His Day, Cambridge/New York, 1984, p. 129-140. ScHWEIZER, E., "[esusdarstellungen und Christologien seit Rudolf Bultmann", in: JASPERT, B. (Ed.), Rudolf Bultmanns Werk und Wirkung, Darmstadt, 1984, p. 122-148. • Ref. à p. 40: BULTMANN, R., Die Geschichte der synoptischen Tradition, FRLANT 29, Cõttingen, 9<1. ed., 1979 e suplemento elaborado por C. THEISSEN e P. VIELHAUER, Cõttingen, 4<1. ed., 1971. CONZELMANN, H., "Líteraturbericht zu den Synoptischen Evangelien", ThR(NF) 37 (1972), p. 220-272. KÜMMEL, W. C., Einleitung in das Neue Tesiament, Heidelberg, 17<1. ed. 1973, p. 13-120 [trad. port.: Introdução ao NT, São Paulo, Paulus, 1982]. VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur. Einleitung in das Neue Testament, die Apokryphen und die Apostolischen Vater, Berlin/New York, 1975, p. 263-329. CONZELMANN, H., "Literaturbericht zu den Synoptischen Evangelien (Fortsetzung)", ThR(NF) 43 (1978), p. 3-51, 321-327. SCHENKE, H.-M., FISCHER, K. M., Einleitung in die Schriften des Neuen Testaments. lI. Die Evangelien und die anderen neutestamentlichen Schriften, Gütersloh, 1979, p. 9-136. (com bibliografia). FARMER, W. R., Jesus and the CospeI. Tradition, Scripiure, and Canon, Philadelphia, 1982. ScHMITHALS, W., "Art. Evangelien, Synoptische", TRE X, 1982, p. 570-626. (com bibliografia). ELLIS, E. E., "Cospel Criticism. A Perspective on the State of the Art", in: STUHLMACHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortrãge vom Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 27-54. KELBER, W. H., The Oral and the Written Gospel. The Hermeneutics of Speaking and Writing in the Synoptic Tradition, Mark, Paul, and Q, Philadelphia, 1983.
ANEXO
11
749
KÓSTER, H., "Art. Forrngeschichte/Formenkritik. 11. Neues Testament", TRE Xl, 1983, p. 286-299. (com bibliografia). KÜMMEL, W. G., EinIeitung in das Neue Testament, Heidelberg, 21 a ed. 1983 (complementos bibliográficos ref. ao § 5, p. 552-557). VORSTER, W. S., "Kerygma/History and the Gospel Genre", NTS 29 (1983), p.87-95. HAA5E, W. (Ed.), Aufstieg und Niedergang der rõmischen Welt. Geschichte und Kultur Roms im Spiegel der neueren Forschung 11.25,2: Principat: Religion (Vorkonstantinisches Christentum: Leben und Umwelt jesu: Neues Testament, Forts. [Kanonische Schriften und Apokryphen)), Berlin/New York, 1984 (dali: DoRMEYER, O., FRANKEMÓLLE, H., Evangelium als literarische Gattung und als theologischer Regriff. Tendenzen und Aufgaben der Evangelienforschung im 20. Jahrhundert, mit einer Untersuchung des MarkusevangeIiums in seinem Verhêiltnis zur antiken Biographie, p. 15451704; REICKE, B., Die Entstehungsverhêiltnisse der synoptischen Evange1ien, p. 1758-1791). VORSTER, W. S., "Der Ort der Gattung Evangelium in der Literaturgeschíchte", VuF 29 (1984), Heft 1: Wissenschaft vom Neuen Testament, p. 2-25. • Ref. à fonte .IIQ":
LÜHRMANN, O., Die Redaktion der Logienquelle, WMANT 33, NeukirchenVluyn, 1969. HOFFMANN, P., Studien zur Theologie der Logienquelle, NTA(NF) 8, Münster, (1972) 2íl. ed., 1975. SCHULZ, S., Q. Die Spruchquelle der Evangelisten, Zürich, 1972 (cf. HOFFMANN, P., BZ(NF) 19 (1975), p. 104-115). EOWARDS, R. A., A Theology of Q. Eschatology, Prophecy, and Wisdom, Philadelphia, 1975. POLAG, A., Die Christologie der Logienquelle, WMANT 45, Neukirchen-Vluyn, 1977. LAUFEN, R., Die Doppelüberlieferungen der Logienquelle und des Markusevangeliums: BBB 54, Kõnigstein-Bonn, 1980 (com bibliografia). POLAG, A., "Die theologische Mitte der Logienquelle", in: STUHLMACHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortrãge vom Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 103-111. KLOPPENBORG, J. S., "Tradition and Redaction in the Synoptic Saying Source", CBQ 46 (1984), p. 34-62. • Ref. à história da redação:
G., "Redaktionsgeschichte als Aufgabe der Synoptikerexegese", in: In., Eschaton und Historie. Aufsiitze, Gõttingen, 1979, p. 9-32.
STRECKER,
• Ref. à discussão mais recente:
a) ScHMITHALS, W., ilKritik der Formkritik", ZThK 77 (1980), p. 149-185.
750
ANEXO
11
BLANK, R., Analyse und Kritik der formgeschichtlichen Arbeiten von Martin Dibelius und Rudolf Bulimann, Theol. Diss. Bd. XVI der Theol. Fak. Basel, Basel, 1981. ScHADEWALDT, W., "Die Zuverlâssigkeit der synoptischen Tradition", Theologische Beiirãge, 13 (1982), p. 201-223. DIHLE, A., "Die Evangelien und die griechische Biographie", in: STUHLMACHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortriige vom Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 383-411 (cf. resumo: ID., "Die Evangelien und die biographische Tradition der Antike", ZThK 80 (1983), p.33-49). b) RIESNER, R., IIDer Ursprung der Jesus-Überlieferung", ThZ 38 (1982), p.493-513. STUHLMAÇHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortriige vom Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983 (dali esp.: STUHLMACHER, P., Zum Thema: Das Evangelium und die Evangelien, p. 1-26; GERHARDSSON, 8., Der Weg der Evangelientradition, P: 79-102; GUELICH, R., The Gospel Genre, p. 183-219). ZIMMERMANN, A., "Die urchristlichen Lehrer. Studien zum Tradentenkreis der oloouKaÀOL", WUNT 2. Reihe Bd. 12, 1984.
• Ref. à p. 40 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 710: § 1: A pregação escatológica LADD, G. E., Jesus and the Kingdom. The Eschatology of Biblical Realism, New York/Evanston/London, 1964. MAIER, F. W., Jesus - Lehrer der Gottesherrschaft, Würzburg, 1965. SCHNACKENBURG, R., Gottes Herrschaft und Reich. Eine biblisch-theologische Studie, Freiburg, 4 d ed., 1965. KUHN, H.-W., Enderwartung und gegenwiirtiges Heil. Untersuchungen zu den Gemeindeliedern von Qumran, StUNT 8, Cõttingen, 1966. STROBEL, A., Kerygma und Apokalyptik. Ein religionsgeschichtlicher und theologischer Beitrag zur Christusfrage, Côttíngen, 1967. FLENDER, H., Die Botschaft Jesu von der Herrschaft Gottes, München, 1968. KLEIN,G., IfIReich Gottes' als biblischer Zentralbegriff", EvTh 30 (1970), p. 642-670. BECKER, J., Johannes der Tiiufer und Jesus von Nazareth, BSt 63, NeukirchenVluyn, 1972. ScHMITHALS, W., "Jesus und die Weltlichkeit des Reiches Gottes", in: ID., Jesus Christus in der Verkündigung der Kirche. Aktuelle Beitrãge zum notwendigen Streit um Jesus, Neukirchen-Vluyn, 1972, p. 91-117. GRASSER, E., Die Naherwartung Jesu, SBS 61, Stuttgart, 1973. HIERS, R. H., The Hisiorical Jesus and the Kingdom of God, University of Florida Humanities Monograph Number 38, Gainesville, 1973. HOLMAN, C. L. The ldea of an lmminent Parousia in the Synoptic Gospels, Studia Biblica et Theologica. Essays by the Students of Fuller Theological Seminary 3, 1973, p. 15-31.
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I
ANEXO
11
751
LORENZMEIER, T., "Zurn Logion Mt 12,28; Lk 11,10", in: Neues Testament und christliche Existenz, FS für H. Braun, Tübingen, 1973, p. 289-304. DIAS, P. V., "Kirche. In der Schrift und im 2. [ahrhundert", in: ScHMAus, M., et ai. (Eds.), Handbuch der Dogmengeschichte, v. Ill, fase. 3a, Freiburg/Basel/Wien, 1974, § 6: Die Verkündigung der Gottesherrschaft durch Jesus, p. 20-27. GRÃSSER, E., JlZu m Verstãndnis der Gottesherrschaft", ZNW 65 (1974), p. 3-26. KÜMMEL, W. G., Jesu Antwort an Johannes den Tãujer. Ein Beispiel zum Methodenproblem in der Jesusforschung, Sitzungsberichte der Wissenschaftlichen Gesellschaft an der Johann-Wolfgang-Goethe-Universitãt Frankfurt/Main v. XI, Nr. 4, Wiesbaden, 1974. VOCTLE, A., "Theo-logíe' und "Eschato-logie' in der Verkündigung Jesu?", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 371-398. . LATTKE, M., "Zur jüdischen Vorgeschichte des synoptischen Begriffs der 'Kõnigsherrschaft Gottes''', in: Gegenwart und kommendes Reich, Schülergabe A. Vogtle, Stuttgarter Biblische Beitrãge, Stuttgart, 1975, p. 945. LINNEMANN, E., "Zeitansage und Zeitvorstellung in der Verkündigung Jesu", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 237-263. MAISCH, 1., "Die Botschaft [esu von der Gottesherrschaft", in: Gegenwart und kommendes Reich, Schülergabe A. VÕGTLE, Stuttgarter Biblische Beitrãge, Stuttgart, 1975, p. 27-41. OBERLINNER, L., "Díe Stellung der 'Terminworte' in der eschatologischen Verkündigung des Neuen Testaments", in: Gegenwart und kommendes Reich, Schülergabe A. Võgtle, Stuttgarter Biblische Beitrãge, Stuttgart, 1975, p. 51-66. ScHMITHALS, W., "Jesus und die Apokalyptik", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für H. Conzelrnann, Tübingen, 1975, p. 59-85. VOCTLE, A., "Der 'eschatologische' Bezug der Wir-Bitten des Vaterunser", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. Kümmel, Gõttingen, 1975, p. 344-362. WENZ, H., Theologie des Reiches Gottes. Hat sich Jesus geirrt?, Evangelische Zeitstirnrnen 73, Harnburg-Bergstedt, 1975. WOLF, P., "Cerícht und Reich Gottes bei [ohannes und Jesus", in: Gegenwart und kommendes Reich, Schülergabe A. Vôgtle, Stuttgarter Biblische Beitrãge, Stuttgart, 1975, p. 43-49. PERRIN, N., Jesus and the Language of the Kingdom. Symbol and Metaphor in the New Testament Interpretation, London, 1976. BEISSER, F., Das Reich Gottes, Gõttingen, 1976. RUCKSTUHL, E., "Streiflichter zur Eschatologie Jesu", in: Zukunft in der Gegenwart. Wegweisungen in Judentum und Christentum, Judaica et Christiana v. 1, Bern/Frankfurt, 1976, p. 79-93. THOMA, C., "Die gegenwãrtíge und kommende Herrschaft Gottes als fundamentales jüdisches Anliegen im Zeitalter [esu", in: Zukunft in der Gegenwart.
752
ANEXO
II
Wegweisungen in [udenium und Christentum, Judaica et Christiana v. 1, Bern/ Frankfurt, 1976, p. 57-77. MÜLLER, V. B., "Vision und Botschaft. Erwãgungen zur prophetischen Struktur der Verkündigung [esu", ZThK 74 (1977), p. 416-448. RIEDLlNGER, H., "Jesus und die Zukunft", in: SAUER, J. (Ed.), Wer ist Jesus Christus?, Freiburg/Basel/Wien, 1977, p. 93-120. FRANKEMüLLE, H., "[üdische Messiaserwartung und christlicher Messiasglaube. Hermeneutische Anmerkungen im Kontext des Petrusbekenntnisses Mk 8,29", Kairos, 20 (1978), p. 97-109. GRUNDMANN, W., "Weisheit im Horizont des Reiches Gottes. Eine Studie zur Verkündigung Iesu nach der Spruchüberlieferung Q", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürrnann, Leipzig, 1978; Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 175-199. STROBEL, A., "Art. Apokalyptik/ Apokalypsen. IV. Neues Testament", TRE III, 1978, p. 251-257. CHILTON, B. D., God in Strength. Jesus'Annoucement of the Kingdom, Studien zum Neuen Testament und seiner Umwelt (SNTU), Ser. B v. 1, Freistadt, 1979. COPPENS, J., La Releve apocalyptique du Messianisme royal I: La Royauté. Le Regne et le Royaume de Dieu. Cadre de la Releve apocalyptique, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium L, Leuven, 1979. GRAY, J., The Biblical Doctrine of the Reign of Cod, Edinburgh, 1979. RUAGER, S., Das Reich Gottes und die Person [esu, Arbeiten zum Neuen Testament und zum Judentum 3, Frankfurt-M./Bern/Cirencester, 1979. BROWER, K., "Mark 9:1 Seeing the Kingdom in Power", Journal for the Study of the New Testament, 6 (1980), P: 17-41. Luz, V., Art. ~aLÂE[a K1"Â., EWNT I, 1980, col. 481-491. (com bibliografia). NORDSIECK, R., Reich Cottes-Hoffnung der Welt. Das Zentrum der Botschaft [esu, Neukirchener Studienbücher v. 12, Neukirchen-Vluyn, 1980. ScHLOSSER, J., La Rêgne de Dieu dans les dits de Jesus, Tom. I/lI, Études Bibliques, Paris, 1980. VORGRIMLER, H., "Zur Eschatologie Jesu", in: ID., Hoffnung auf Vollendung. Aufrifi der Eschatologie, QD 90, Freiburg/Basel/Wienr 1980, p. 32-45. BECKER, ]., "Zukunft und Hoffnung. B. Zukunft und Hoffnung im Neuen Testament", in: SCHMIDT, W. H ... BECKER, J., Zukunft und Hoffnung, Biblisché Konfrontationen.. Kohlhammer-Taschenbücher v. 1014r Stuttgart/Berlin/ Kõln/Mainz, 1981, esp. p. 95-117, 194-195. BLANK, J., Der 'eschatologische Ausblick' Mk 14,25 und seine Bedeutung, in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Mufsner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p.508-518. MERKLEIN, H., "Die Vmkehrpredigt bei Johannes dem Tãufer und Jesus von Nazaret", BZ(NF) 25 (1981), p. 29-46, SCOTI, B. B., Jesus, Symbol-Maker for the Kingdom, Philadelphia, 1981. KLEIN, G., "Art. Eschatologie. IV. Neues Testament".. TRE X, 1982, p. 270-299 (esp. p. 271-274) (com bibliografia).
II
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ANEXO
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STEGEMANN, H., "Der lehrende Jesus. Der sogenannte biblische Christus und die geschichtliche Botschaft [esu von der Gottesherrschaft", NZSTh 24 (1982), p. 3-20. STRECKER, G., "Vaterunser und Glaube", in: Glaube im Neuen Testament. Studien zu Ehren von Hermann Binder anlãíslich seines 70. Geburtstages, BiblischTheologische Studien v. 7, Neukirchen-Vluyn, 1982, p. 11-28. VOGLER, W., "Gib uns, was wir heute zum Leben brauchen. Zur Auslegung der vierten Bitte des Vaterunsers", in: Das lebendige Wort. Beitrãge zur kirchlichen Verkündigung. Festgabe für Gottfried Voigt zum 65. Geburtstag, Berlin, 1982, p. 52-63. BETZ, O., "[esu Evangelium vom Gottesreich", in: STUHLMACHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortriige vom Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 55-77. GIESE~ H., "Mk 9,1 - ein Wort [esu über die nahe Parusie?", Trierer Theologische Zeitschrift 92 (1983), p. 134-148. MERKLEIN, H., [esu Botschaft von der Gottesherrschaft. Eine Skizze, SBS 111, Stuttgart, 1983. (com bibliografia). SCHÜRMANN, H., Gottes Reich - [esu Geschick. [esu ureigener Tod im Licht seiner Basileia- Verkündigung, Freiburg/Basel/Wien, 1983. Cf. também a bibliografia mencionada com ref. a I p. 39 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 709. • Ref. à p. 45: Parábolas:
BISER, E., Die Gleichnisse Jesu. Versuch einer Deutung, München, 1965. BROWN, R. E., "Parable and Allegory Reconsidered", in: ID., New Testament Essays, Milwaukee, 1965, p. 254-264. ROBINSON, J. M., "[esus' Parables as God Happening", in: Jesus and the Hisiorian. Written in Honor of E. C. Colwell, Philadelphia, 1968, p. 134-150. JÓRNS, K. P., "Die Gleichnisverkündigung [esu. Rede von Gott als Wort Gottes", in: Der Ruf [esu und die Antwort der Gemeinde. Exegetische Untersuchungen J. Jeremias zum 70. Geburtstag gewidmet von seinen Schülern, Gõttingen, 1970, p. 157-178. VIA, D. O., Die Gleichnisse [esu. Ihre literarische und existentiale Dimension. Trad. por E. Güttgemanns, BevTh 57, München, 1970. EICHHOLZ, G., Gleichnisse der Evangelien. Form, Überlieferung, Auslegung, Neukirchen-Vluyn, 1971. GÜ1TGEMANNS, E., "Díe linguistisch-didaktische Methodik der Gleichnisse jesu", in: ID., Studia linguistica neotestamentica. Gesammelte Aufsiitze zur linguistischen Grundlage einer Neutestamentlichen Theologie, BevTh 60, München, 1971, p. 99-183. PERRIN, N., "The Modern Interpretation of the Parables of Jesus and the Problem of Hermeneutics", Interpretation 25 (1971), p. 131-148.
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ANEXO
11
HARNISCH, W., "Die Ironie als Stilmittel in Gleichnissen [esu", EvTh 32 (1972), p.421-436. HARRINGTON, W. J., "The Parables in Recent Study" (1960-1971), Biblical Theology Bulletin II (1972), p. 219-241. BERGER, K., "Materialien zur Form und Überlieferungsgeschichte neutestamentlicher Gleichnisse", NovT 15 (1973), p. 1-37. KÜMMEL, W. G., "Noch einmal: Das Gleichnís von der selbstwachsenden Saat. Bemerkungen zur neuesten Diskussion um die Auslegung der Gleichnísse Jesu", in: Orientierung an Jesus. Zur Theologie der Synoptiker. Für J. Schmid, Freiburg/Basel/Wien, 1973, p. 220-237. FUNK, R. W., Semeia 1. A Structuralist Approach to the Parables, Missoula, 1974, ali: CROSSAN, J. O., A Basic Bibliography for Parables Research, p. 236-274. HARNISCH, W., "Die Sprachkraft der Analogie. Zur These vom 'argumentativen Charakter' der Gleichnisse Jesu", StTh 28 (1974), p. 1-20. BULTMANN, R., "Die Interpretation von Mk 4,3-9 seit Jülicher", in: Jesus und Paulus, F5 für W. G. Kümmel, Gõttingen, 1975, p. 30-34. SABOURIN, L., "The Parables of the Kingdom", Biblical Theology Bulletin VI (1976), p. 115-160. AURELIO, T., Disclosures in den Gleichnissen [esu. Eine Anwendung der disclosure- Theorie von 1. T. Ramsey, der modernen Metaphorik und der Theorie der Sprechakte auf die Gleichnisse [esu, Regensburger Studien zur Theologie 8, Frankfurt/Bern/Las Vegas, 1977. BOUCHER, M., The Mysterious Parable. A Literary Study, CBQ Monograph Ser. 6, Washington, 1977. FRIEDRICH, J., Gott im Bruder? Eine methodenkritische Untersuchung von Redaktion, Überlieferung und Tradition in Mt 25,31-46, CThM, Reíhe A Bd. 7, Stuttgart, 1977. FUNK, R. W., "The Narrative Parables: The Birth of Language Tradition", in: God's Christ and His People. Studies in Honour of Nils Alstrup Dahl, Oslo/ Bergen zTromse, 1977, p. 43-50. GEISCHER, H. J., "Verschwenderische Güte. Versuch über Markus 4,3-9", EvTh 38 (1978), p. 418-427. HUFFMAN, N. A., "Atypical Features in the Parables of Jesus", JBL 97 (1978), p.207-220. KLAUCK, H. J., Allegorie und Allegorese in synoptischen Gleichnistexten, NTA(NF) 13, Münster, 1978. KÜMMEL, W. C., "[esusforschung seit 1965. IV. Bergpredigt-Cleichnisse-Wunderberichte (com complementos)", ThR(NF) 43 (1978), p. 105-161,233-265 (esp, p. 120-142). MAGASS, W., "Bemerkungen zur Cleichnisauslegung", Kairos, 20 (1978), p. 40-52. SATAKE, A., "Zwei Typen von Menschenbildern in den Cleichnissen [esu", Annual of the Japanese Biblical Institute IV (1978), p. 45-84. SELLIN, G., " Allegorie und 'Gleichnis'. Zur Formenlehre der synoptíschen Gleichnisse", ZThK 75 (1978), p. 281-335.
ANEXO
11
755
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756
ANEXO
11
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• ReI. à p. 47: Mt 16.17-19: BORNKAMM, G., "Die Binde- und Lõsegewalt in der Kirche des Matthãus", in: ID., Geschichte und Glaube. Zweiter Teil, Gesammelte Aufsiitze IV, BevTh 53, München, 1971, p. 37-50. HAHN, F., "Die PetrusverheiBung Mt 16,18s.", Materialdienst des Konfessionskundlichen Instituts Bensheim 21 (1970), p. 8-13. KERTELGE, K., "Jesus und die Gemeinde", in: MÜLLER, K. CEd.), Die Aktion [esu und die Re-Aktion der Kirche. Jesus von Nazareth und die Anfiinge der Kirche, Würzburg, 1972, p. 101-117. BLANK, J., "Neutestamentliche Petrus-Typologie und Petrusamt", Concilium 9 (1973), p. 173-179. BROWN, R. E., DONFRIED, K. P., REUMANN, J., Peier in the New Testament, New York/Paramus/Toronto, 1973, p. 75-107. VOCTLE, A., "Zum Problem der Herkunft von 'Mt 16,17-19"', in: Orientierung an Jesus. Zur Theologie der Synoptiker. Für J. Schmid, Freiburg/Basel/ Wien, 1973, p. 372-393. DIAS, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. Jahrhundert (v. ref. à p. 40 § 1), § 7; § 12,3 (p. 27-30; 70-77). HOFFMANN, P., "Der Petrus-Primat im Matthausevangelium", in: Neues Testament und Kirche, FS für R. Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p.94-114. THYEN, H., "Der irdische Jesus und die Kirche", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 127-141.
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ANEXO
11
757
MUSSNER, F., "Petr'us und Paulus - Pole der Einheit. Eine Hilfe für die Kirchen", QD 76, Freiburg/Basel/Wien, 1976 (esp. p. 14-22). KAHLER, C., "Zur Form- und Traditionsgeschichte von Matth. XVI. 17-19", NTS 23 (1976/1977), p. 36-58. KÜNZEL, G., "Studien zum Cemeindeverstândnis des Matthãus-Evangeliums", CThM, série A, v. 10, Stuttgart, 1978 (esp. p. 180-201) (com bibliografia). LAMPE, P., "Das Spiel mit dem Petrusnamen - Matth. XVI. 18", NTS 25 (1978/ 1979), p. 227-245. GRASSER, E., "Neutestamentliche Grundlagen des Papsttums? Ein Diskussionsbeitrag", in: Arbeitsgemeinschaft õkumenischer Universitãtsinstitute (Ed.), Papsttum als õkumenische Frage, München/Mainz, 1979, p. 33-58 (esp. p. 39ss.). KINGSBURY, J. O., "The Figure of Peter in Matthew's Gospel as a Theological Problem", JBL 98 (1979), p. 67-83. PESCH, R., Simon-Petrus. Geschichte und geschichtliche Bedeutung des ersten Jüngers [esu Christi, Pãpste und Papsttum 15, Stuttgart, 1980 (esp, p. 96-104). ROLoFF, J., Art. EKKÀl1oLa; K1"À., EWNT I, 1980, col. 998-1011 (esp, col. 1009s.). ScHNACKENBURG, R., "Das Vollmachtswort vom Binden und Lôsen, traditionsgeschichtlich gesehen", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 141-157. CHEVALLIER, M.-A., mTu es Pierre, tu es le nouvel Abraham' (Mt 16/18)", Études Theologiques et Religieuses 57 (1982), p. 375-388. DERRETI, J. D. M., "Binding and Loosing (Matt 16:19; 18:18; john 20:23)", JBL 102 (1983), p. 112-117. MANNs, F., "Le Halakah dans l'évangile de Matthieu. Note sur Mt 16,16-19", Bibbia e Oriente 25 (1983), p. 129-136. PESCH, R., Art. Ilêrpoc K"tÀ., EWNT lII, 1983, col. 193-201. (com bibliografia).
• Ref. à p. 48 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7105.: § 2: A explicação da exigência de Deus DUPoNT, J., Les Béatitudes I-III, Paris, I, 2 a ed., 1958; lI, 1969; IH, 1973. GOPPELT, L., "Das Problem der Bergpredigt. [esu Gebot und die Wirklichkeit dieser Welt", in: lo., Christologie und Ethik. Aufsiitze zum Neuen Testament, Gõttingen, 1968, p. 28-43. NOLL, P., Jesus und das Gesetz. Rechtliche Analyse der Normenkritik in der Lehre [esu, Sammlung gemeínverstãndlícher Vortrãge 253, Tübingen, 1968. BURCHARD, C., "Das doppelte Liebesgebot in der frühen christlichen Überlieferung", in: Der Ruf [esu und die Antwort der Gemeinde. Exegetische Untersuchungen J. Jeremias zum 70. Geburtstag gewidmet von seinen Schülern, Gõttingen, 1970, p. 39-62. WENDLAND, H. D., Ethik des Neuen Testaments. Eine Einführung, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreíhe 4, Gõttingen, 1970, p. 4-33 [trad, port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1974].
758
ANEXO
11
BoRNKAMM, G., "Wandlungen im alt- und neutestamentlichen Gesetzesverstândnis", in: Io., Geschichte und Glaube. Zweiter Teil, Gesammelte Aufsiitze IV, BevTh 53, München, 1971, p. 73-119. BERGER, K., Die Gesetzesauslegung [esu, Ihr historischer Hintergrund im Judentum und im Alten Testament, Teil I: Markus und Parallelen, WMANT 40, Neukirchen-Vluyn, 1972 (cf. sobre isso HÜBNER, H., Mark. VILl-23 und das "Jüdisch-Hellenistische" Cesetzesverstândnis, NTS 22 (1975/1976), p.319-345. FURNISH, V. P., The Love Command in the New Testament, Nashville/New York, 1972, London, 1973. HÜBNER, H., Das Gesetz in der synoptischen Tradition. Studien zur These einer progressiven Qumranisierung und Judaisierung innerhalb der synoptischen Tradition, Witten, 1973. KÜMMEL, W. G., Ãuísere und innere Reinheit des Menschen bei Jesus", in: Das Wort und die Worter, FS für G. Friedrich, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, fi
1973, p. 35-46.
LOHSE, E., "Ich aber sage euch", in: ID., Die Einheit des Neuen Testaments. Exegetische Studien zur Theologie des Neuen Testaments, Gõttingen, 1973, p.73-87. NISSEN, A., Gott und der Niichste im antiken Judentum. Untersuchungen zum Doppeigebot der Liebe, WUNT 15, Tübingen, 1974. BURCHARO, C., "Versuch, das Thema der Bergpredigt zu finden", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für Hans Conzelmann, Tübingen, 1975, p.409-432. DIETZFELBINGER, C., Die Antithesen der Bergpredigt, ThExh 186, München, 1975. FULLER, R. H., "Das Doppelgebot der Liebe. Ein Testfall für die Echtheitskriterien der Worte [esu", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für Hans Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 317-329. GRAsSER, E., "Jesus und das Heil Gottes. Bemerkungen zur sog. 'Individualisierung des Heils"', in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für Hans Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 167-184. HOFFMANN, P., Em, V., Jesus von Nazareth und eine christliche Moral. Sittliche Perspektiven der Verkündigung ]esu, QD 66, Freiburg/Basel/Wien, 1975. SANOERS, J. T., Ethics in the New Testament. Change and Development, London, 1975, p. 1-46. HUBAUT, M., "[ésus et la Loi de Moíse", Revue theologique de Louvain 7 (1976), p.401-425. BEYSCHLAG, K., "Zur Geschichte der Bergpredigt in der Alten Kirche", ZThK 74 (1977), p. 291422. HAHN, F., "Neutestamentliche Grundlagen einer christlichen Ethik", TrThZ 86 (1977), p. 31-41. HOLTZ, T., "Grundzüge einer Auslegung der Bergpredigt", Die Zeichen der Zeit 31 (1977), p. 8-16. ZELLER, D., Die weisheitlichen Mahnsprüche bei den Synoptikern, forschung zur bibel17, Würzburg, 1977.
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ANEXO
11
759
G., "'Der Aufbau der Bergpredigt", NTS 24 (1977/1978), p. 419-432. BECKER, J., "Das Problem der Schriftgemãâheit der Ethik", in: HERTZ, A., KORFF, W., RENDTORFF, T., RINGELING, H. (Eds.), Handbuch der christlichen Ethik, v. 1, Freiburg/Basel/Wien/Gütersloh, 1978, p. 243-269 (esp. p. 246-252). HENGEL, M., "Jesus und die Tora", TheoIogische Beitrãge 9 (1978), p. 152-172. HOFFMANN, P., IUEschatologie' und 'Friedenshandeln" in der Jesusüberlieferung", in: LIEDKE, G. (Ed.), Eschatologie und Frieden, v. 11. Eschatologie und Frieden in biblischen Texten. Texte und Materialien der Forschungsstãtte der Evangelischen Studiengemeinschaft, Reihe A, Nr. 7, Heídelberg, 1978, p. 179-223. KüMMEL, W. G., "[esusforschung seit 1965. IV. Bergpredigt-Gleichnisse-Wunderberichte (mit Nachtrãgen)", ThR(NF) 43 (1978), p. 105-161,233-265 (esp, p. 109-120). MERKLEIN, H., Die Gottesherrschaft aIs HandIungsprinzip. Untersuchung zur Ethik Jesu, forschung zur bibel 34, Würzburg, 1978. SCHNEIDER, G., "Chrístusbekenntnís und christliches Handeln. Lk 6,46 und Mt 7,21 im Kontext der Evangelien", in: Die Kirehe des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978, Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 9-24. SlRECKER, G., NDie Antithesen der Bergpredigt (Mt 5,21-48par)", ZNW 69 (1978), p.36-72. WESTERHOlM, S., Jesus and Scribal Authority, Coniectanea Biblica. NT 10, Lund, 1978. BALD, H., "Eschatologíe oder theozentrische Ethik? Anmerkungen zum Problem einer Verhãltnisbestimmung von Eschatologie und Ethik in der Verkündigung [esu", VuF 24 (1979), cad. 1, p. 35-52. BERNER, D., Die Bergpredigt. Rezeption und AusIegung im 20. [ahrhunderi, Gõttinger Theologische Arbeiten v. 12, Gõttingen, 1979. (com bibliografia). DIETZFELBINGER, C., "Die Antithesen der Bergpredigt im Verstãndnis des Matthãus", ZNW 70 (1979), p. 1-15. GRIMM, W., "Die Hoffnung der Armen. Zu den Seligpreisungen [esu", Theologisehe Beitrãge, 10 (1979), p. 100-113. McELENEY, N. J., "The PrincipIes of the Sermon on the Mount", CBQ 41 (1979), p.552-570. PIPER, J., 'Loue your enemies'. Jesus' love command in the synoptie gospeIs and in the early paraenesis. A history of the tradition and interpretation of its uses, SNTSMS 38, Cambridge/London/New York/New Rochelle/Melbourne/Sydney,1979. BARTH, G., "Art. Bergpredigt. L Im Neuen Testament", TRE V, 1980, p. 603618 (com bibliografia). HOFFMANN, P., "Eschatologie und Friedenshandeln in der Jesusüberlieferung", in: Eschatologie und FriedenshandeIn. Exegetische Beitrãge zur Frage christlicher Friedensverantwortung von U. Luz, J. KEGLER, P. LAMPE, P. HOFFMANN, SBS 101, Stuttgart, 1981, p. 115-152 (cf, acima lo., "Eschatologie" u. "Friedenshandeln"..., 1978). HüBNER, H., Art. VÓj..LOç KTÀ., EWNT lI, 1981, col. 1158-1172 (esp. col. 1165-1167). BoRNKAMM,
760
ANEXO
11
JACOB, G., "Die Proklamation der messianischen Gemeinde", in: ROGGE, J., ScHILLE, G. (Eds.), Theologische Versuche XII, Berlin, 1981, p. 47-75. Luz, U., "Gesetz. IH. Neues Testament", in: SMENO, R., Luz, U., Gesetz, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer-Taschenbücher v. 1015, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1981, p. 58-86. McELENEY, N. J., "The Beatitudes of the Sermon on the Mount/Plain", CBQ 43 (1981), p. 1-13. MERKEL, H., "Jesus im Widerstreit", in: Glaube und Gesellschaft, FS für W. F. Kasch, Bayreuth 1981, p. 207-217. STRECKER, G., Art. IlUK&.pLOÇ K't"À., EWNT Il, 1981, col. 925-932. STUHLMACHER, P., "Die neue Gerechtigkeit in der Jesusverkündigung", in: lo., Versõhnung, Gesetz und Gerechtigkeit. Aufsiitze zur biblischen Theologie, Gõttingen, 1981, p. 43-65. BETZ, H. D., "Die hermeneutischen Prinzipien in der Bergpredigt (Mt 5,1720)", in: Verífikationen, FS für G. Ebeling zum 70. Geburtstag, Tübingen, 1982, p. 27-41. GUELICH, R. A., The Sermon on the Mount. A Foundation for Understanding, Waco,1982. KANTZENBACH, F. W., Die Bergpredigt. Anniiherung-Wirkungsgeschichte, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1982. KüMMEL, W. G., "Jesusforschung seit 1965: Nachtrâge 1975-1980", ThR(NF) 47 (1982), p. 348-383 (esp. ref. ao "Sermão do Monte", p. 349-353). MERK, O., "Verantwortung. B. Verantwortung im Neuen Testament", in: WüR1HWEIN, E., MERK, O., Verantwortung, Biblische Konfrontationen, KohlhammerTaschenbücher v. 1009, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1982 (esp, p. 122140, 170-176 [bibliografia]). ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 4, Cõttingen, 1982 (esp. "I. [esu eschatologische Ethik", p. 21-115) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 23-123]. ScHRAGE, W., Art. Ethik. IV. Neues Testament", TRE X, 1982, p. 435-462 (esp, p.436-443) (com bibliografia). STUHLMACHER, P., "Jesu vollkommenes Gesetz der Freiheit. Zum Verstãndnis der Bergpredigt", ZThK 79 (1982), p. 283-322. FRANKEMÜLLE, H., "Neuere Literatur zur Bergpredigt", Theologísche Revue 79 (1983), col. 177-198. HENGEL, M., "Die Bergpredigt im Widerstreit", Theologísche Beítriige 14 (1983), p.53-67. LOHFINK, G., "Wem gilt die Bergpredigt? Eine redaktionskritische Untersuchung von Mt 4,23-5,2 und 7,285.", ThQ 163 (1983), p. 264-283. MERKLEIN, H., "Die Antithesen der Bergpredigt (Mt 5) nach der Intention [esu", in: REIKERSDORFER, J. (Ed.), Gesetz und Freíheit, Wien/Freiburg/Basel, 1983, p.65-84. STALOER, K., Überlegungen zur Interpretation der Bergpredigt, in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher 11
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11
761
Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Ceburtstag. Cõttingen, 1983; p. 272-290. BETZ, H. D., "Kosmogonie und Ethik in der Bergpredigt", ZThK 81 (1984); p. 139-17l. DILLMANN; R., Das Eigentliche der Ethik Jesu. Ein exegetischer Beitrag zur moraltheologischen Diskussion um das Proprium einer christlichen Ethik, Tübinger Theologische Studien Bd. 23; Mainz, 1984. EICHHOLZ, G., Christus der Bruder, in: ID.; Das Riitsel des historischen Jesus und die Gegenwart [esu Christi, ed. por G. Sauter, ThB 72; München, 1984, p.15-78. STRECKER, G., Die Bergpredigt. Ein exegetischer Kommentar, Gõttingen, 1984. (com bibliografia).
. • Rei. à p. 60 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 711: § 3: A idéia que Jesus tinha de Deus JEREMIAS; J.; U Abba", in: ID.; Abba. Studien zur neutestamentlichen Theologie und Zeiigeschichte, Gõttingen, 1966, p. 15-67. SCHÂFER, R., Jesus und der Gottesglaube. Ein christologischer Enttourf, Tübingen,1970. BECKER, J.; "Das Gottesbild [esu und die ãlteste Auslegung von Ostern", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für H. Conzelmann, Tübingen 1975, p. 105-126. SCHRAGE, W., "Theologie und Christologie bei Paulus und Jesus auf dem Hintergrund der modernen Gottesfrage", EvTh 36 (1976), p. 121-154. MERI
• Rei. à p. 64s. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 711s.: § 4: A pergunta pela autoconsciência messiânica de Jesus Rei. a questões cristológicas, excetuando a do Filho do homem): BRüX, N., Das messianische Selbstverstãndnis des historischen Jesus, in: ScHUBERT, K. (Ed.), Vom Messias zum Christus, Wien/Freiburg/Basel, 1964, p. 165-201.
762
ANEXO
11
FULLER, R. H., The Foundations of New Testament Christology, London, 1965 (esp. p. 102-141). ScHWEIZER, E., Art. ULÓÇ KTÃ., TWNT VIII, [1967] 1969, p. 364-395 (esp. p. 367ss.). SCHWEIZER, E., Jesus Christus im vielfiiltigen Zeugnis des Neuen Testaments, Siebensterntaschenbuch 126, München/Hamburg, 1968, esp. P: 18ss. HORSTMANN, M., Studien zur markinischen Christologie, NTA(NF) 6, Münster, 1969. CHRIST, F., Jesus Sophia. Die Sophia-Christologie bei den Synoptikern, AThANT 57, Zürich, 1970. COL~E, C., "Tradifionsüberschreitende Argumentationen zu Aussagen [esu über sich seIbst", in: Tradition und Glaube. Das frühe Christentum in seiner Umwelt. Festgabe für K. G. Kuhn zum 65. Geburtstag, Gõttingen, 1971, p.230-245. POKORNY, P., Der Gottessohn. Literarische Übersicht und Fragestellung, ThSt 109, Z ürich, 1971. BETZ, O., "The Concept of the So-called 'Divine Man' in Mark's Christology", in: Studies in New Testament and Early Christian Literature, Essays in Honor of A. P. Wikgren, SuppINovT 38, Leiden 1972, p. 229-240. FRANKEMOLLE, H., "Hat Jesus sich seIbst verkündet? Christologische Implikationen in den vormarkinischen Parabeln", BuL 13 (1972), p. 184-207. MACK, B. L., Logos und Sophia. Untersuchungen zur Weisheitstheologie im hellenistischen [udenium, StVNT 10, Cõttingen, 1973. BERGER, K., "Die kõniglichen Messiastraditionen des Neuen Testaments", NTS 20 (1973/74), p. 1-44. BERGER, K., "Zum ProbIem der Messianitât Jesu", ZThK 71 (1974), p. 1-30. PERRIN, N., A Modern Pilgrimage in New Testament Christology, Philadelphia,1974. HENGEL, M., Der Sohn Goites. Die Entstehung der Christologie und die jüdischhellenisiische Religionsgeschichte, Tübingen, 1975. HOWARD, V., Das Ego [esu in den synoptischen Evangelien. Untersuchungen zum Sprachgebrauch [esu, MarbThSt 14, Marburg, 1975. Luz, V., Das Jesusbild der vormarkinischen Tradition, in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 347-374. STUHLMACHER, P., "Jesus aIs Versõhner. Überlegungen zum Problem der Darstellung [esu im Rahmen einer Biblischen Theologie des Neuen Testaments", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, F5 für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 87-104. WILKEN, R. L. (Ed.), Aspects of Wisdom in [udaism and Early Christianity, Notre Dame/lnd-London, 1975. MYRE, A., "Développement d'un instantané christologique: le prophete eschatoIogique", in: LAFLAMME, R., GERVAIS, M. (Eds.), Le Christ hier, aujourd'hui et demain, LavaI, 1976, p. 143-156.
I/
ANEXO
II
763
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Luz, V., "Das Geheimnismotiv und die markinische Christologie", ZNW 56 (1965), p. 9-30. HAY, L. S., "Marks Use of the Messianic Secret", [ournal of the Ameriean Academy of Religíon 35 (1967), p. 16-27. MINETTE DE TILLESSE, G., Le seeret messianique dans l'Évangile de Mare, LO 47, Paris, 1968. MAURER, C., "Das Messiasgeheimnis des Markusevangeliums", NTS 14 (1967/ 68), p. 515-526. AUNE, o. E., uThe problem of Messianic secret", NovT 11 (1969), p. 1-31. ScHWEIZER, E., "Zur Frage des Messiasgeheimnisses bei Markus", in: ID., Beiirãge zur Theologie des Neuen Testaments. Neutestamentliche Aujsãtze (1955-1970), Zürich, 1970, p. 11-20. RAISÂNEN, H., Das "Messiasgeheimnis" im Markusevangelium. Ein redaktionskritischer Versuch, Schriften der Finnischen Exegetischen Gesellschaft 28, Helsinki 1976. PESCH, R., Exkurs: "Das sogenannte Messias-Geheimnis und die markinische Christologie", in: ID., Das Markusevangelium, HThK 11/2, Freiburg/Basel/Wien, 1977, p. 36-47. GNILKA, J., 7. Exkurs: "Das Messiasgeheimnis", in: lo., Das Evangelium nach Markus (Mk 1-8,26), EKK 11/1, Zürich/Einsiedeln/Kõln/NeukirchenVluyn, 1978, p. 167-170.
764
ANEXO
II
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• Rei: à p. 69 (Filho do homem): MARSHALL, I. H., "The Synoptic Son of Man Sayings in Recent Discussion", NTS 12 (1965/1966), p. 327-351. HAUFE, G., "Das Menschensohn-Problem in der gegenwãrtigen wissenschaftlichen Diskussion", EvTh 26 (1966), p. 130-141. MARLOW, R., "The Son of Man in Recent Journal Literature", CBQ 28 (1966), p.20-30. BORSCH, F. H., The Son of Man in Myth and History, London, 1967. COLPE, C., Art. ul.õc roõ àv8pc..)-rrou, TWNT VIII, [1967] 1969, p. 403-481. JEREMIAS, J., "Die ãIteste Schicht der Menschensohn-Logien", ZNW 58 (1967), p. 159-172. HIGGINS, A. J. B., "The Son of Man Concept and the Historical Jesus", in: Studia EvangelicaV, Papers... Part II: The New Testament Message, TV 103, Berlin, 1968, p. 14-20. LEIVESTAD, R., "Der apokalyptische Menschensohn ein theologisches Phantom", Annual of the Swedish Theological Institute, 6 (1968), p. 49-105. LINOESKOG, G., "Das RãtseI des Menschensohns", StTh 22 (1968), p. 149-174. MADDOX, R., "The Function of the Son of Man according to the Synoptic GospeIs", NTS 15 (1968/1969), p. 45-74. COLPE, C., "Der Begriff 'Menschensohn' und die Methode der Erforschung messianischer Prototypen", Kairos, 11 (1969), p. 241-263; 12 (1970), p. 81112; 13 (1971), p. 1-17; 14 (1972), p. 241-257. BORSCH, F. H., The Christian and Gnostic Son of Man, Studies in BiblicaI Theology, Seco II, Series 14, London, 1970. LEIVESTAD, R., "Exit the Apocalyptic Son of Man", NTS 18 (1971/1972), p. 243-267. MAOOOX, R., "Methodenfragen in der Menschensohnforschung", EvTh 32 (1972), p. 143-160. MÜLLER, V. B., Messias und Menschensohn in jüdischen Apokalypsen und in der Oftenbarung des [ohannes, StNT 6, Gütersloh, 1972. MÜLLER, K., "Menschensohn und Messias. Religionsgeschichtliche Vorüberlegungen zum Menschensohnproblem in den synoptischen Evangelien", BZ(NF) 16 (1972), p. 161-187; BZ(NF) 17 (1973), p. 52-66. ó
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ANEXO
II
765
lfAMERTON-KELLY, R. G., Pre-Existence Wisdom and the Son Df Man. A Study of the Idea Df Pre-Exisience in the New Testament, 5NT5M5 21, London, 1973. MOULE, C. F. D., "Neglected Features in the Problem of rthe Son of Man"', in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/ Wien, 1974, p. 413-428. THEISOHN, J., Der auserwiihlte Richter. Untersuchungen zum traditionsgeschichtlichen Ort der Menschensohngestalt in den Bilderreden des Athiopischen Henoch, StUNT 12, Cõttingen, 1975. LINDARS, B., "Re-Enter the Apocalyptic Son of Man", NTS 22 (1975/76), p. 52-72. Jesus und der Menschensohn. Für Anton Võgtle, Freiburg/Basel/Wien, 1975 (ref. ao § 4 devem ser considerados em especial os seguintes trabalhos: MüLLER, K., Der Menschensohn im Danielzyklus, p. 37-80; ScHWEIZER, E., Menschensohn und eschatologischer Mensch im Frühjudentum, p. 100116; HIGGINS, A. J. B., "Menschensohn" oder "ich" in Q: Lk 12,8-9jMt 10,3233?, p. 117-123; ScHÜRMANN, H., Beobachtungen zum Menschensohn- Titel in der Redequelle. Sein Vorkommen in Abschluf3 und Einleitungswendungen, p. 124-147; PESCH, R., Die Passion des Menschensohnes. Eine Studie zu den Menschensohnworten der vormarkinischen Passionsgeschichte, p. 166-195; GNILKA, J., Das Elend vor dem Menschensohn (Mk 2,1-12), p. 196-209; KÜMMEL, W. G., Das Verhalten Jesus gegenüber und das Verhalten des Menschensohns. Markus 8,38 par und Lukas 12,8f. par Matthiius 10,32f., p. 210-224; KERTELGE, K., Der dienende Menschensohn (Mk 10,45), p. 225-239; HAHN, F., Die Rede von der Parusie des Menschensohnes. Markus 13, p. 240-266). COPPENS, J., "Le Fils d'homme dans le judaisme de l'époque néotestamentaire", in: Miscellanea in honorem Joseph Vergotte, Orientalia Lovaniensia Periodica 6/7, 1975/76, Leuven, p. 59-73. CASEY, P. M., uThe Son of Man Problem", ZNW 67 (1976), p. 147-154. GLASSON, T. F., "The Son of Man Imagery: Enoch XIV and Daniel VII", NTS 23 (1976/1977), p. 82-90. BOWKER, J., uThe Son of Man", JThSt(NS) 28 (1977), p. 19-48. BROWN, J. P., uThe Son of Man: 'This Fellow"', Biblica, 58 (1977), p. 361-387. FRIEDRICH, J., Gott im Bruder? Eine methodenkritische Untersuchung von Redaktion, Überlieferung und Tradition in Mt 25,31-46, CThM, Reihe A, Bd. 7, Stuttgart, 1977, esp. p. 188-219. MÜLLER, M., "Über den Ausdruck 'Menschensohn' in den Evangelien", StTh 31 (1977), p. 65-82. SAHLIN, H., "Zum Verstãndnis der christologischen Anschauungen des Markusevangeliums", StTh 31 (1977), p. 1-19. BLACK, M., "[esus and the Son of Man", Journal for the New Testament, Issue 1, 1978, p. 4-18. KEARNS, R., Vorfragen zur Christologie. 1. Morphologische und Semasiologische Studie zur Vorgeschichte eines christologischen Hoheitstitels, Tübingen,1978.
766
ANEXO
II
LOADER, W. R. C., "The Apocalyptic Model of Sonship: Its Origin and Development in New Testament Traditíon", JBL 97 (1978), p. 525-554. McDERMOTI, J. M., "Luc, XII, 8-9: Pierre angulaire", RB 85 (1978), p. 381-40l. PESCH, R., "Über die Autoritât [esu. Eine Rückfrage anhand des Bekennerund Verleugnerspruchs Lk 12,8s. par", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leípzíg, 1978; Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 25-55. VERMES, G., "The 'Son of Man' Debate", Journal for the Study of the New Testameni, 1 (1978), p. 19-32. WILSON, F. M., "The Son of Man in [ewish Apocalyptic Literature", Studia Biblica et Theologica 8 (1978), p. 28-52. FITZMYER, J. A., "Another View of the 'Son of Man' Debate", [ournal for the Study of the New Testament 4 (1979), p. 58-68. CESE, H., "Die Weisheit, der Menschensohn und die Ursprünge der Christologie als konsequente Entfaltung der biblischen Theologíe", Svensk Exegetisk Àrsbok 44 (1979), p. 77-114. COPPENS, J., "Ou en estle probléme de Jésus 'Fils de I'homme:", Ephemerides Theologicae Lovanienses 56 (1980), p. 282-302. HIGGINS, A. J. B., The Son of Man in the Teaching of Jesus, 5NT5M5 39, Cambridge/London/New York/Melbourne/Sydney, 1980. KEARNS, R., Vorfragen zur Chrisiologie II: Überlieferungsgeschichtliche und Rezeptionsgeschichtliche Studie zur Vorgeschichte eines christologischen Hoheitstitels, Tübingen, 1980. KÜMMEL, W. G., "Jesusforschung seit 1965. V. Der persõnliche Anspruch Jesu", ThR(NF) 45 (1980), p. 40-48. MOLONEY, F. J., "The End of the Son of Man?", Downside Review 98 (1980), p.280-290. COPPENS, J., "Le fils d'Homme dans les traditions juives postbibliques hormis de livre des paraboles de l'Hénoch éthiopien", Ephemerides Theologicae Louanienses, 57 (1981), p. 58-82. COPPENS, J., La Releve apocalyptique du Messianisme royal III: Le Fils de d'Homme Néotestamentaire, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum. Lovaniensium 55, Leuven, 1981. LINDARS, B., "The New Look on the Son of Man", BJRL 63 (1981), p. 437-462. MOLONEY, F. J., "The Reinterpretation of Psalm VIII and the Son of Man Debate", NT5 27 (1981), p. 656-672. HAASE, W. (Ed.), Aufstieg und Niedergang der rômischen Welt. Geschichte und Kultur Roms im Spiegel der neueren Forschung 11.25,1: Principat: Religion (Vorkonstantinisches Christentum: Leben und Umwelt [esu: Neues Testament, Forts. [Kanonische Schriften und Apokryphenl), Berlin/New York, 1982 (dali: BIETENHARD, H., "Der Menschensohn" - d vloç !"Ou áVOpWTTOV. Sprachliche und relígionsgeschichtliche Untersuchungen zu einem Begriff der synoptischen Evangelien 1. Sprachlicher und religíonsgeschichtlícher TeU, p. 265-350 [bibliografia]; LEIVESTAD, R., Jesus-Messías-Menschensohn, p.220-264 [bibliografial).
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ANEXO
11
767
BRUCE, F. F., "The Background to the Son of Man Sayings", in: Christ the Lord: Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p. 50-70. KEARNS, R. Vorfragen zur Chrisiologie III. Religionsgeschichtliche und Traditionegeschichtliche Studie zur Vorgeschichte eines christologischen Hoheitstitels, Tübingen, 1982. KÜMMEL, W. G., "[esusforschung seit 1965: Nachtrãge 1975-1980", ThR(NF) 47 (1982), p. 348-383 (esp. -ren V. Der persõnliche Anspruch jesu", p. 369-378). VÓCTLE, A., "Bezeugt die Logienquelle die authentische Redeweise [esu vom 'Menschensohn'?", in: DELOBEL, J. (Ed.), Logia. Les Paroles de Jesus - The Sayings of Jesus. Mémorial J. Coppens, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium LIX, Leuven, 1982, p. 77-99. WALKER, W. O., "The Son of Man Question and the Synoptic Problem", NTS 28 (1982), p. 374-388. HAMPEL, V., Menschensohn und historischer Jesus, Diss. theol. Fachbereich Evang. Theol. Marburg, (WS 1982/1983; datilografada). COPPENS, J., La Releve apocalvptique du Messianisme royal 11. Le fils d'homme vétero-et intertestamentaire, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium LXI, Leuven, 1983. GERLEMAN, G., Der Menschensohn, Studia Biblica 1, Leiden, 1983. HAHN, F., Art. DLÓÇ K'tÀ., EWNT lII, 1983, col. 912-937 (esp, col. 927-935). LINDARS, B., Jesus Son of Man. A Fresh Examination of the Son of Man Sayings in the Gospels, London, 1983. WALKER, W. O., "The Son of Man: Some Recent Developments", CBQ 45 (1983), p. 584-607. KüMMEL, W. G., Jesus der Menschensohn?, SbWGF XX, 3, Stuttgart, 1984.
• Rei. à p. 67 (milagres): KERTELGE, K., Die Wunder [esu im Markusevangelium. Eine redaktionsgeschichtliche Untersuchung, StANT XXIII, München, 1970. KERTELGE, K., "Die Überlieferung der Wunder jesu und die Frage nach dem historischen Jesus", in: ID. (Ed.), Rückfrage nach Jesus. Zur Methodik und Bedeutung der Frage nach dem historischen Jesus, QD 63, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 174-193. THEISSEN, G., Urchristliche Wundergeschichten. Ein Beitrag zur formgeschichtlichen Erforschung der synoptischen Evangelien, StNT 8, Gütersloh, 1974. KOCH, D.-A., Die Bedeutung der Wundererziihlungen für die Christologie des Markusevangeliums, BZNW 42, Berlin/New York, 1975. 1
768
ANEXO
11
strahlen, dein Herz wird beben und weit werden", Arbeiten zum Neuen Testament und [udentum (ANTI) v. 2, Frankfurt/Bern/Las Vegas, 1977. HOLLADAY, C. R., Theios Aner in Hellenisiic [udaism: A Critique of the Use of this Category in New Testament Christology, Society of Biblical Literature, Diss. Ser. Nr. 40, Missoula/Mont., 1977. LÉON-DuFOUR, X. (Ed.), Les miracles de [ésus selon le Nouveau Testament, Parole de Dieu 16, Paris, 1977. MAILLOT, A., Les miracles de [ésus, Les Cahiers de Réveil, Tournon, 1977. DIETZFELBINGER, C., Vom Sinn der Sabbatheilungen [esu, EvTh 38 (1978), p.281-298. KÜMMEL, W. G., "Jesusforschung seit 1965. IV. Bergpredigt-Gleichnisse-Wunderberichte (mit Nachtrãgen)", ThR(NF) 43 (1978), p. 105-161,233-265 (esp, p. 142-161). MÜLLER, U. B., "Krankheit und Heilung. B. Neues Testament", in: SEYBOLD, K., MÜLLER, U. B., Krankheit und Heilung, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer-Taschenbücher v. 1008, Stuttgart/Berlin/K01n/Mainz, 1978, p. 80-169, 174-176. NIELSEN, K. H., "Ein Beitrag zur Beurteilung der Tradition über die Heilungstatigkeit [esu", in: FUCHS, A. (Ed.), Probleme der Forschung, Studien zum Neuen Testament und seiner Umwelt (SNTU) v. 3, Wien/München, 1978, P: 58-90. BERG, W., Die Rezeption alttestamentlicher Motive im Neuen Testament - dargestellt an den Seewandelerztihlungen, Hochschulsammlung Theologie Exegese Bd.1, Freiburg, 1979. KRATZ, R., Rettungswunder. Motiv-, traditions- und formkritische Aufarbeitung einer biblischen Gattung, Europãische Hochschulschriften, Reihe XXIII, Theologie v. 123, Frankfurt/Bern/Las Vegas, 1979 (passim). LOHSE, E., "Glaube und Wunder. Ein Beitrag zur theologia erucis in den synoptischen Evangelien", in: Theologia crucis - signum crucis, FS E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 335-350. SUHL, A. (Ed.), Der Wunderbegrift im Neuen Testament, Wege der Forschung CCXCV, Darmstadt, 1980. TRAUTMANN, M., Zeichenhafte Handlungen [esu. Ein Beitrag zur Frage nach dem geschichtlichen Jesus, forschung zur bibel 37, Würzburg, 1980. ANNEN, F., "Die Dãmonenaustreibungen [esu in den synoptischen Evangelien", in: Theologisches [ahrbuch, Leipzig, 1981, p. 94-128. BORGEN, P., "Miracles of Healing in the New Testament", StTh 35 (1981), p.91-106. KERTELGE, K., "Die Wunder Jesu in der neueren Exegese", in: Theologisches [ahrbuch, Leipzig, 1981, p. 67-93. BÕCHER, O., "Art. Exorzismus", TRE, v. X, 1982, p. 747-750. KÜMMEL, W. G., "Jesusforschung seit 1965: Nachtrãge 1975-1980", ThR(NF) 47 (1982), p. 348-383 (esp. "Teil IV. Bergpredigt-Gleichnisse-Wunderberichte", p. 366-369).
ANEXO
11
769
REMUS, H.," Does Terminology Distinguish Early Christian from Pagan Mirac1es?", JBL 101 (1982), p. 531-551. WENHAM, G. J., "Christ's Healing Ministry and His Attitude to the Law", in: Christ the Lord: Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p. 115-126. BÜHNER, J. A., "Jesus und die antike Magie. Bemerkungen zu Morton Smith, Jesus der Magier", EvTh 43 (1983), p. 156-175. DAUTZENBERG, G., "Der Glaube in der Jesusüberlieferung", in: JENDORFF, B., SCHMALENBERG, G. (Eds.), Anwalt des Menschen. Beitriige aus Theologie und Religionspiidagogik, Cieísen, 1983, p. 41-62. BORSCH, F. H., Power in Weakness: New Hearing for the Gospel Stories of Healing and Discipleship, Philadelphia, 1983. LIPP, W., Der rettende Glaube. Eine Untersuchung zu den Wundergeschichten im Markusevangelium, Diss. theol. Fachbereich Evang. Theol. Marburg, (WS 1983/1984, datilografada). WEDER, H., "Wunder [esu und Wundergeschichten", VuF 29 (1984), Heft 1: Wissenschaft vom Neuen Testament, p. 25-49.
• Rei. à p. 68 (sobre a questão do Filho de Davi): LOHSE, E., Art. ulóc K'CA.., seção B: ul.óc und uÍ,oç 'COl> àvepwTIoU im NT, TWNT VIII, 1969, p. 486-492. BURGER, C., Jesus als Davidssohn. Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung, FRLANT 98, Gõttingen, 1970. HAHN, F., Art. uÍ,óç K'rA.., EWNT III, 1983, cal. 912-937 (esp. coI. 935-937).
• Rei. à p. 69s. (sobre Me 8.31): STRECKER, G., "Die Leidens- und Auferstehungsvoraussagen im Markusevangelium", ZThK 64 (1967), p. 16-39. HOFFMANN, P., "Mk 8,31. Zur Herkunft und markinischen Rezeption einer alten Überlieferung", in: Orientierung an Jesus. Zur Theologie der Synoptiker. Für J. Schmid, Freiburg/Basel/Wien, 1973, p. 170-204. ScHMITHALS, W., "Die Worte vom leidenden Menschensohn. Ein Schlüssel zur Lõsung des Menschensohn-Problems", in: Theologia crucis - signum crueis, F5 für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 417-445.
• Rei. à p. 71 (sobre a interpretação de ls 53): JEREMIAS, J., TI
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11
• ReI. à p. 73 e à lista bibliográiicacomplementar de Bultmann p. 712s.: 11. O querigma da comunidade primitiva BULTMANN, R., Das Urchristentum im Rahmen der antiken Religionen, Zürich/Stuttgart, 1949 (também in: rowohIts deutsche enzyklopãdie, v. 157/158, Reinbek, 1962). GRUNDMANN, W., "Geschichte und Botschaft des Urchristentums in ihrer religiõsen Umwelt", in: LEIPOLDT, J., GRUNDMANN, W., Umwelt des Urchristentums, v. I, Berlin, 2<1 ed., 1967, p. 416-475. FILSON, V., Geschichte des Christentums in neutestamentlicher Zeit, Düsseldorf,1968. CONZELMANN, H., Geschichte des Urchristentums, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 5, Gõttingen, (1969), 2.il ed., 1971. KÕSTER, H., ROBINSON, J. M., Entwicklungslinien durch die Welt des frühen Christentums, Tübingen, 1971. LÜHRMANN, D., "Erwagungen zur Geschichte des Urchristentums", EvTh 32 (1972), p. 452-467. HOLTZ, T., "Überlegungen zur Geschichte des Urchristentums", ThLZ 100 (1975), col. 321-332. BRucE, F. F., Zeítgeschichte des Neuen Testaments. Teil 11. Von Jerusalem bis Rom, Wuppertal, 1976. BRUCE, F. F., Men and Movements in the Primitive Church. Studies in Early Non-Pauline Christianíty, Exeter, 1979. GRANT, R. M., Christen als Bürger im Rbmischen Reich, Sammlung Varidenhoeck, Gõttingen, 1981. KRAFT, H., Die Entstehung des Christentums, Darmstadt, 1981. ScHNEEMELCHER, W., Das Urchristentum, Urban-Taschenbücher/Kohlhammer Taschenbücher v. 336, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1981. FULLER, R. H., "New Testament Trajectories and Biblical Anthority", in: Studía Evangelica, v. VII: Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, BerIin, 1982, p. 189-199 (ref, a KÕSTER, H., ROBINSON, J. M., EntwickIungslinien, v. acima). WALLACE-HADRILL, D. S., Christian Antioch. A study of early Christian thougt in the East, Cambridge/London/New York, 1982. BROWN, R. E. MEIER, J. P., Antioch and Rome. New Testament Cradles of Catholic Christianity, New York/Ramsey, 1983. KüMMEL, W. G., "Das Urchristentum", ThR(NF) 48 (1983), s. 101-128.
• Rei. à p. 74 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 713: § 5. O problema da relação da pregação da comunidade primitiva com a pregação de Jesus ANDERSON, H., Jesus und Christian Origins. A Commentary on modern Víewpoints, New York/Oxford, 1964.
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ANEXO
11
771
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772
ANEXO
II
ScHULZr 5 ... IIDie neue Frage nach dem historischen [esus".. in: Neues Testament und Geschíchte. Hístorísches Geschehen und Deutung im Neuen Testament.. O. CULLMANN zum 70. Geburtstag.. Zürich/Tübingen.. 1972r p. 33-42. GRÃSSERr E... "Christologie und historischer Jesus. Kritische Anmerkungen zu Herbert Brauns Christologieverstãndnís".. ZThK 70 (1973).. p. 404-419. GRÃSSER.. E... "Motive und Methoden der neueren [csusliteratur. An Beispielen dargestellt".. VuF 18 (1973).. [1974] fase. 2.. p. 3-45. HAHN.. F... IIDie Frage nach dem historischen [esus"r TrThZ 82 (1973).. p. 192-205. ROLOFF.. J... "Auf der Suche nach einem neuen Jesusbild. Tendenzen und Aspekte der gegenwãrtigen Diskussion". ThLZ 98 (1973).. col. 561-572. WAGNER.. F... "Systematísch-theologische Erwãgungen zur neuen Frage nach dem historischen [esus".. KuD 19 (1973).. p. 287-304. BIRKEL.. H. F ... Das Verhiiltnis von existentiaIer Interpretation und historischer Jesusfrage aIs Problem des Verstehens in der Theologie bei Bultmann und Ebeling.. Diss, theol. Erlangenr WS 1973/74.. esp. p. 86-148. KERTELGE.. K. (Ed.).. Rückfrage nach Jesus. Zur Methodik und Bedeutung der Frage nach dem historischen Jesus, QD 63r Freiburg/Basel/Wienr 1974 (dali esp.: HAHN, F «r Methodologische Überlegungen zur Rückfrage nach Jesus .. p. 11-77). KÜMMEL.. W. G -r [esú Antwort an Johannes den Tiiufer. Ein BeispieI zum MethodenprobIem in der Jesusforschung.. 5itzungsberichte der Wissenschaftlichen Gesellschaft an der Johann-Wolfgang-Goethe-Universitat Frankfurt/ Main v. XI.. Nr. 4 r Wiesbaden, 1974 (esp. p. 5-24). ScHWEIZER.. E., uWer ist Jesus Christus?".. ThLZ 99 (1974).. col. 721-732. STANTON.. G. N ... Jesus of Nazareth in New Testament Preaching.. 5NT5MS 27, London.. 1974. DUPoNT, J. CEd.), [ésus aux origines de la christologie, Bibliotheea Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium XL.. Gembloux/Louvain.. 1975. KÜMMEL.. W. G -r "Ein [ahrzehnt [esusforschung" (1965-1975).. ThR(NF) 40 (1975), p. 289-336. LINDEMANN, A ... "[esus in der Theologie des Neuen Testaments".. in: Jesus Christus in Historie und Theologie.. F5 für H. Conzelmann, Tübingen r 1975 r p.27-57. SCHULZ, S., IIOer historische Jesus. Bilanz der Fragen und Lõsungen" r in: Jesus Christus in Historie und Theologie, F5 für H. Conzelmann, Tübingen.. 1975.. p.3-25. MARXSEN, W., "Die urchristlichen Kerygmata und das Ereignis Jesus von Nazareth", ZThK 73 (1976), p. 42-64. WALTER, N -r IUHistorischer Jesus' und Osterglaube", ThLZ 101 (1976).. col. 321338. MÜLLER.. M ... "Der Jesus der Historiker, der historische Jesus und die Christusverkündigung der Kirche".. KuD 22 (1976), p. 277-298. GÃRTNER, B. E., IIDer historische Jesus und der Christus des Glaubens. Eine Reflexion über die Bultmannschule und Lukas".. in: FUCHS, A. (Ed.), Theo-
ANEXO
II
773
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774
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• Rei. à P: 79 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7135: § 6. A comunidade primitiva como a comunidade escatológica Rei. ao § 6,1: DIAS, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. [ahrhundert (v. acima ref. à p. 40, § I), esp. § 8: "Die Kirche des Auferstandenen" (p. 31-33); § 9: "Die SammIung der ersten Jünger und Zeugen [esu und deren Selbstverstãridnis" (p. 36-41). MERKLEIN, H., "Die EkkIesia Gottes. Der Kirchenbegriff bei PauIus und in JerusaIem", BZ(NF) 22 (1978), p. 48-70. ROLoFF, J., Art. EKKATlOLa K'tÀ., EWNT 1, 1980, cal. 998-1011 (com bibliografia).
I I
t
"I
i
I 11, I
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11
775
• Rei. ao § 6,2 Ip. 79s.1: sobre o conceito ekklesía:
ScHRAGE, W., "Ekklesia" und "Synagoge". Zum Ursprung des urchristlichen KirchenbegrifíS, ZThK 60 (1963), p. 178-202. BERGER, K., "Volksversammlung und Gemeinde Gottes. Zu den Anfãngen der christlichen Verwendung von 'ekklesía"', ZThK 73 (1976), p. 167-207. ROLOFF, J., [v. ref. ao § 6,1], esp. col, 999-1002. Sobre a comunhão de bens: BRAUN, H., Qumran und das Neue Testament I, Tübingen, 1966, p. 143. HENGEL, M., Eigentum und Reichtum in der frühen Kirche, Stuttgart, 1973, p. 39ss. DAUTZENBERG, G., "Biblische Perspektiven zu Arbeit und Eigentum", in: HERTZ, A., KORFF, W., RENDTORFF, T., R1NGELING, H. (Eds.), Handbuch der christlichen Ethik, v. 2, Freiburg/Basel/Wien/Gütersloh, 1978, p. 343-362. (com bibliografia). KLAUCK, H. J., "Gütergemeínschaft in der klassischen Antike, in Qumran und im Neuen Testament", Revue de Qumran, vol. 11, 41(1982), p. 47-79.
• ReI. ao § 6,3 [p. 81s.1: DINKLER, E., "Die Taufaussagen des Neuen Testaments. Neu untersucht im Hinblick auf Karl Barths Tauflehre", in: VIERING, V. F. (Ed.), Zu Karl Barths Lehre von der Taufe, Gütersloh, 1971, p. 60-153, esp. p. 62ss. ALAND, K., "Zur Vorgeschichte der christlichen Taufe", in: Neues Testament
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• Rei. ao § 6,4 [p. 82s.1: Du TOIT, A. B., Der Aspekt der Freude im urchristlichen Abendmahl, Winterthur, 1965. SANDVIK, B., Das Kommen des Herrn beim Abendmahl im Neuen Testament, AThANT 58, Zürich, 1970, esp. p. 13ss. • Rei. à p. 83: BRAUN, H., Qumran und das Neue Testament lI, Tübingen, 1966, p. 295S.
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• • • §
11
Rei. ao § 6,7 [p, 841 cf. os complementos rei. a "mlssão" p. 783s. Ref. ao § 6,8 [p. 841 HQ" cf. os complementos p. 749. Ref. à p. 84s. e à lista bibliográfica complementar de BuItmann p. 714: 7. A importância de Jesus para a fé da comunidade primitiva
PULLER, R. H., The Foundations of New Testament Christology, London, 1965 (esp. p. 142-182). BEARE, F. W., "Sayings of the Risen Jesus in the Synoptic Tradition: An Inquiry into their Origin and Significance", in: Christian History and Interpretation: Studies presented to [ohn Knox, London, 1967, p. 161-181. THÜSING, W., Erhôhungsuoreiellung und Parusieerwartung in der iiltesten nachõsterlichen Christologie, SBS 42, Stuttgart, s/ d [1970]. HENGEL, M., "Chrístologie und neutestamentliche Chronologie. Zu einer Aporie in der Geschichte des Urchristentums", in: Neues Testament und Geschichte. Historisches Geschehen und Deutung im Neuen Testament, O. CULLMANN zum 70. Geburtstag, Zürich/Tübingen, 1972, p. 43-67. AUNE, D. E., "The Significance of the Delay of the Parousia for Early Christianity", in: Current Issues in Bibiical and Patristic Interpretation. Studies in Honor of Merril C. Tenney, Grand Rapids/Mich., 1975, p. 87-109. ARENS, E., The HAeON-Sayings in the Synoptic Tradiiion, A Historical CriticaI Investigation, Freiburg/Sch./Gõttingen, 1976. GOURGES, M., A la droite de Dieu. Résourrection de [ésus et actualisation du Psaume 110,1 dans Ie Nouveau Testament, Études bibliques, Paris, 1978. DUNN, J. D. G., Christology in the Making: A New Testament Inquiry into the Origins of the Doctrine of Incarnaiion, London, 1980. BoRING, M. E., Sayings of the Risen Jesus: Christian Prophecy in the Synoptic Tradition, SNTSMS 46, Cambridge/London/New York/Melbourne/Sydney, 1982. LINDARS, B., Christ and Salvation, BJRL, n. 64, 1982, p. 481-500.
• Ref. à p. 87s.: (Ié pascal): MARXSEN, W., OELLING, G., GEYER, H. G., Die Bedeutung der Auferstehungsbotschaft für den Glauben, Gütersloh, 1966. BRANDENBURGER, E., "Die Auferstehung der Glaubenden als historisches und theologisches Problem", WuD 9 (1967), p. 16-33. SEIDENsncKER, P., Die Auferstehung [esu in der Botschaft der Evangelisten, SBS 26, Stuttgart, 1967. KREMER, J., Das iilteste Zeugnis von der Auferstehung [esu Christi (I. Kor. 15, 1-11), SBS 17, Stuttgart, 21967. BLANK, J., Paulus und Jesus. Eine theologische GrundIegung, StANT XVIII, München, 1968, p. 133-183. LEHMANN, K., Auferweckt am dritten Tag nach der Schrift. Früheste ChristoIogie, Bekenntnisbildung und Schriftauslegung im Licht von 1. Kor 15,3-5, QO 38, Freiburg/Basel/Wien, 1968. MARXSEN, W., Die Auferstehung Jesu von Nazareth, Gütersloh, 1968.
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II
777
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II
779
KiEFFER, R., "Résurrection du Christ et résurrection génerale. Essai de structuration de la pensée paulinienne, Nouvelle Revue Theologique, n. 113, 1981, p. 330-344. LÉON-DUFOUR, X., Ais der Tod seinen Schrecken uerlor. Die Auseinandersetzung Jesu mit dem Tod und die Deutung des Paulus. Ein Beiund, Olten/Freiburg, i. Br., 1981 (em francês: Face à la mort Jésus et Paul, Editions du Seuil, Paris, 1979). MERKLEIN, H., "Die Auferweckung [esu und die Anfãnge der Christologie (Messias bzw. Sohn Gottes und Menschensohn)", ZNW 72 (981), p. 1-26. ROCHAIS, G., Les récíts de résurrection des morts dans le Nouveau Testament, SNTSMS 40, Cambridge/London/New York/New Rochelle/Melbourne/ Sydney, 1981. ScHWEIZER, E., Auferstehung - Wirklichkeit oder Illusíon?", EvTh 41 (1981), p.2-19. STUHLMACHER, P., "[esu Auferweckung und die Gerechtigkeitsanschauung der vorpaulinischen Missionsgemeinden", in: In., Versõhnung, Gesetz und Gerechtigkeit. Aufsiitze zur biblischen Theologie, Gõttingen, 1981, p.66-86. BARTSCH, H.-W., "Inhalt und Funktion des urchristlichen Osterglaubens", in: HAASE, W. (Ed.), Aufstieg und Niedergang der rõmischen Welt. Geschichte und Kultur Roms im Spiegel der neueren Forschung 11.25,1: Principat: Religion (Vorkonstantinisches Christentum: Leben und UmweltJesu; Neues Testament [Kanonische Schriften und Apokryphen]), Berlin/New York, 1982, p. 795-843 [com bibliografia até 1973 (por H. RUMPELTES, Frankfurt a.M.), p. 844-873; bibliografia até 1980 (por T. POLA, Tübingen), p. 873-890]. DERRETT, J. D. M., The Anastasis: The Resurrection of Jesus as an Historical Event, Shipstone-on-Stour, 1982. OBERLINNER, L., "Die Verkündigung der Auferweckung Jesu im geõffneten und leeren Grab. Zu einem vernachlãssigten Aspekt in der Diskussion um das Grab [esu", ZNW 73 (1982), p. 159-182. WINOEN, H.-W., Wie kam und wie kommt es zum Osterglauben? Darsteliung, Beurteilung und Weiterführung der durch Rudolf Pesch ausgelõsten Diskussion, Disputationes Theologicae v. 12, Frankfurt/M./Bern, 1982. PESCH, R., "Zur Entstehung des Glaubens an die Auferstehung Jesu. Ein neuer Versuch", Freiburger Zeitschrift für Theologie und Philosophie, n. 30, 1983, p.73-98. U
• Rei. à P: 90: ROLOFF, J., "Anfãnge der soteriologischen Deutung des Todes [esu (Mk X. 45 und Lk XXII. 27)", NTS 19 (1971/1972), p. 38-64. RUPPERT, L., Jesus ais der leidende Gerechte? Der Weg Jesu im Lichte eines altund zwischentestamentiichen Motivs, Stuttgart, 1972. GRIMM, W., Weil ich dich liebe (v. ref. a p. 71).
780
ANEXO
II
STUHLMACHER, P., "Zur neueren Exegese von Rõm 3,24-26", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. KÜMMEL, Cõttingen, 1975, p. 315-333. KERTELGE, K., Der Tod [esu. Deutungen im Neuen Testament, QD 74, Freiburg/ Basel/Wien, 1976 (dali esp.: GNILKA, J., Wie urteilte Jesus über seinen Tod?, p. 13-50; VÓCTLE, A., Todesankündigungen und Todesvermãchtnis [esu, p. 51-113; PESCH, R., Das Abendmahl und jesu Todesverstãndnis, p. 137-187; SCHNACKENBURG, R. [com contribuições parciais de O. KNOCH e W. BREUNING], 1st der Gedanke des Sühnetodes [esu der einzige Zugang zum Verstãndnis unserer Erlõsung durch Jesus Christus?, p. 205-230). GUBLER, M.-L., Die frühesten Deutungen des Todes [esu. Eine motivgeschichtliche Darstellung aufgrund der neueren exegetischen Forschung, Orbis Biblicus et Orientalis 15, Freiburg-Suíça/Gottingen, 1977. (com bibliografia). HOWARD, V., "Did Jesus Speak about his own Death?", CBQ 39 (1977), p. 512-527. RUPPERT, L., "Das Skandalon eines gekreuzigten Messias und seine Überwindung mit Hilfe der geprãgten Vorstellung varo leidenden Gerechten", in: Kirche und Bibel. Festgabe für Bischof Eduard Schick, Paderborn/München/Wien/Zürich, 1979, p. 319-341. HAHN, F., "Das Abendmahl und Jesu Todesverstãndnis", Theologische Revue 76 (1980), col. 265-272. OBERLINNER, L., Todeserwartung und Todesgewiflheit [esu. Zum Problem einer historischen Begründung, Stuttgarter Biblische Beítrãge lO, Stuttgart, 1980. PESCH, R., Das Abendmahl und [esu Todesverstiindnis, QD SO, Freiburg/Basel/Wien, 1980. SCHLIER, H., "Der Tod im urchristlichen Denken", in: ID., Der Geisi und die Kirche. Exegetische Aufsiitze und Versuche IV, Freiburg/Basel/Wien, 19S0, p. 101-116. SCHÜRMANN, H., "[esu Todesverstãndnis im Verstehenshorizont seiner Umwelt", ThGI 70 (1980), p. 141-160. ScHÜRMANN, H., "[esu ureigenes Todesverstãndnis", in: Begegnung mit dem Wort, FS für H. Zimmermann, BBB 53, Bonn, 19S0, p. 273-309. STEICHELE, H.-J., Der leidende Sohn Goites. Eine Untersuchung einiger alttestamentlicher Motive in der ChristoIogie des Markusevangeliums, BU 14, Regensburg, 1980. STUHLMACHER, P., "Existenzstellvertretung für die Vielen: Mk 10,45 (Mt 20,28)", in: Werden und Wirken des Alten Testaments, FS für C. Westermann, Gõttingen/Neukirchen-Vluyn, 1980, p. 412-427. KLEINKNECHT, K. T., Der leidende Gerechtfertigte. Untersuchungen zur alttestamentlich-jüdischen Tradition vom 'leidenden Gerechten' und ihrer Rezeption bei Paulus, Díss. Evang. TheoL Fak. Tübingen, 1981 (2 v.). LÉON-DuFOUR, X., AIs der Tod seinen Schrecken verlor. Die Auseinandersetzung [esu mit dem Tod und die Deutung des Paulus. Ein Befund, Olten/ Freiburg-i.Br., 1981 (em francês: Face à la mort Jesus et Paul, Éditions du Seuil, Paris, 1979).
ANEXO
11
781
O'NEILL, J. C., "Did Jesus teach that his death would be vicarious as well as typical?", in: Sufteríng and Martyrdom ín the Nero Testament. Studies presented to G. M. StyIer by the Cambridge New Testament Seminar, Cambridge/London/New York/New Rochel1e/Melbourne/Sydney, 1981, p.9-27. FRIEDRICH, G., Die Verkündigung des Todes [esu im Neuen Testament, BiblischTheoIogische Studien 6, Neukirchen-Vluyn, 1982. }ANOWSKI, B., Auslõsung des verwirkten Lebens. Zur Geschichte und Struktur der biblischen Lõsegeldvorstellung", ZThK 79 (1982), p. 25-59. JANOWSKI, B., Sühne als Heilsgeschehen. Studien zur Sühnetheologie der Príesterschrift und zur Wurzel KPR im Alten Orient und im Alten Testament, WMANT 55, Neukirchen-Vluyn, 1982. KERTELGE, K., "Díe 'reine Opfergabe'. Zum Verstãndnis des 'Opfers' im Neuen Testament", in: Freude am Gottesdíenst. Aspekte ursprünglícher Líturgíe. FS für J. G. Plõger, Stuttgart 1983, p. 347-360. SCHÜRMANN, H., Gottes Reích - [esu Geschíck. [esu ureígener Tod im Lícht seíner Basiléia- Verkündigung, Freiburg/Basel/Wien, 1983. U
• Rei. às p. 91-96: Cf. as investigações sobre as titulações cristológicas mencionadas com ref. à p. 26s.; ademais: HENGEL, M., "Erwãgungen zum Sprachgebrauch von Xpurróç bei Paulus und in der 'vorpaulinischen' Überlieferung", in: Paul and Paulinísm. Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 135-159. HAHN, F., Art. XPWTÓÇ K'tÀ., EWNT III, 1983, col. 1147-1165. (com bibliografia).
• Rei. à p. 95: FITZMYER, J. A., "The Contribution of Qumran Aramaie to the Study of the New Testament", NTS 20 (1973/1974), p. 382-407. FITZMYER, J. A., "Der semitische Hintergrund des neutestamentlichen KyríostiteIs", in: Jesus Chrístus in Historie und Theologie, Neutestamentliche FS für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 267-298. HENGEL, M., Der Sohn Gottes. Díe Entstehung der Christologie und die jüdischhellenistische Religionsgeschichte, Tübingen, 1975, esp. p. 120-130. FITZMYER, J. A., Art. KÚptOÇ, EWNT lI, 1981, col. 811-820.
• Rei. à p. 96s. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 714: § 8. O surgimento das formas eclesiaís: ROLoFF, J., Apostolat-Verkündigung-Kírche. Ursprung, Inhalt und Funktion des kírchlíchen Apostelamtes nach Paulus, Lukas und den Pastoralbrie[en, Gütersloh, 1965, esp. p. 166ss., 1698S., 211ss. ScHNACKENBURG, R., "Lukas als Zeuge verschiedener Gemeindestrukturen", BuL 12 (1971), p. 232-247. KERTELGE, K., Gemeinde und Amt im Neuen Testament, Biblische Handbibliothek X, München, 1972, esp. p. 55ss.
782
ANEXO
II
CULVER, R. D., Apostles and Apostolate in the New Testament", Bibliotheca Sacra, 134 (1977), p. 131-143. ROLOFF, J., Art. Apostel/ Apostolat/Apostohzitãt. L Neues Testament, TRE III, 1978, p. 430-445 (com bibliografia). TRILLING, W., IIDie Entstehung des Zwõlferkreises. Eine geschichtskritische Überlegung", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978. Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 201-222. BÜHNER, J.-A., Art. à1TOO-rOÀOÇ, EWNT I, 1980, col. 342-351. (Cf. também a bibliografia ref. a "Terceira parte: o desenvolvimento até a Igreja Antiga" [esp. ref. a I (p. 732); zu § 51 (p. 732s.); zu § 52 (p. 733]). 11
Sobre o culto: CONZELMANN, H., "Christus im Gottesdienst der neutestamentlichen Zeit", Pastoraltheologie, 55 (1966), p. 355-365. HAHN, F., Der urchristliche Gottesdienst, SBS 41, Stuttgart, 1970. BUCHANAN, G. W., "Worship, Feasts and Ceremonies in the Early jewish-Christian Church", NTS 26 (1979/80), p. 279-297 (com bibliografia). HENGEL, M., "Hymnus und Christologie", in: Wort in der Zéit. FS für K. H. Rengstorf zum 75. Geburtstag, Leiden, 1980, p. 1-25 (= ID., Hymn and Christology, in: Studia Biblica, n. 1978: 111. Papers on Paul and Other New Testament Authors. Sixth International Congress on Biblical Studies, Oxford 37 April 1978, ed. by E. A. Livingstone, [ournal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 3, Sheffield, 1980, p. 173-197). FRANCE, R. T., "The Worship of Jesus: A Neglected Factor in Christological Debate?", in: Christ the Lord. Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p. 17-36. MARTIN, R. P., "Some Reflections on New Testament Hymns", in: Christ the Lord. Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p.37-499. WIMMER, J. F., Fasting in the New Testament: A Study in Biblical Theology, Theological Inquiries: Studies in Contemporary Biblical and Theological Problems, New York/Ramsay /Toronto, 1982. BECKER, H., KARZYNSKI, R. (Ed.), Liturgie und Dichtung, St. Ottilien, 1983 (dali esp.: GNILKA, J., Der Christushymnus des Philipperbriefes (2,6-11) und die neutestamentliche Hymnendichtung, p. 173-185; JÕRNS, K.-P., Proklamation und Akklamation. Die antiphonische Grundordnung des frühchristlichen Gottesdienstes nach der Johannesoffenbarung, p. 187-208). DEICHGRÂBER, R., HALL, S. G., Art. Formeln, Líturgische. n. Neues Testament und Alte Kirche, TRE XI, 1983, p. 256-265. FIEDLER, P., Neues Testament und Liturgie, Archiv für Liturgiewissenschaft, 25 (1983), p. 207-232 (com bibliografia). WEISER, A., "Die betende Urgemeinde", in: Freude am Gottesdienst. Aspekte ursprünglicher Liturgie. FS für J. G. Plõger, Stuttgart, 1983, p. 67-76. BERGER, K., Art. Gebet. IV. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 47-60.
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ANEXO
11
783
SIGAL, P., "Early Christian and Rabbinic Liturgical Affinities: Exploring Liturgical Acculturation", NTS 30 (1984), p. 63-90.
Sobre a doutrina social: GRIMM, B., Untersuchungen zur sozialen Stellung der frühen Christen in der rõmischen Gesellschaft. Diss. phil. München, 1975 (com bibliografia). THEISSEN, G., Soziologie der Jesusbewegung. Ein Beitrag zur Entstehungsge. schichte des Urchristentums, ThExh 194, München, 1977. HOCK, R. F., "The Workshop as a Social Setting for Paul's Missionary Preaching", CBQ 41 (1979), p. 438-450. MEEKS, W. A. (Ed.), Zur Soziologie des Urchristentums. Ausgewiihlte Beitrãge zum frühchristlichen Gemeinschaftsleben in seiner gesellschaftlichen Umwelt, ThB 62, München, 1979. THEISSEN, G., Studien zur Soziologie des Urchristentums, WUNT 19, Tübingen, 1979 (2 a ed., ampliada 1983) [trad. port.: Sociologia da cristandade primitiva: estudos, São Leopoldo, Sinodal, 1987]. HOLMBERG, B.," Sociological versus Theological Analysis of the Question Concerning a Pauline Church Order", in: PEDERSEN, S. (Ed.), Die paulinische Theologie. The Pauline Literature and Theology, Teologiske Literatur und o Studier 7, Arhus/Gõttingen, 1980, p. 187-200. ScROGGS, R., "The Sociological Interpretation of the New Testament: The Present State of Research", NTS 26 (1980), p. 164-179. GLASSWELL, M. E., "Some Issues of Church and Society in the Light of Paul's Eschatology", in: Paul and Paulinism. Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 310-319. KEE, H. C., Das frühe Christentum in soziologischer Sicht. Methoden und Anstof3e, UTB 1219, Gõttingen/Zürich, 1982 (inglês: Christian Origins in Sociological Perspective, Phíladelphía, 1980). KEE, H. C., Miracle in the Early Christian World. A Study in Sociohistorical Method, New Haven /London, 1983. MEEKS, W. A., The First Urban Christians. The Social World Df the Apostle Paul, New Haven/London, 1983 [trad. port.: Os primeiros cristãos urbanos: o mundo social do apóstolo Paulo, São Paulo, Paulinas, 1992]. MEEKS, W. A., "Social Functions of Apocalyptic Language in Pauline Christianíty", in: HELLHOLM, D. (Ed.), Apocalypticism in the Mediterranean World and the Near East. Proceedings of the International Colloquium on Apocalyptícism, Uppsala, August 12-17, 1979, Tübingen, 1983, p. 687-706. STOWERS, S. K., "Social Status, Publie Speaking and Private Teaching: The Circumstances of Paul's Preaching Activity", NovT 26 (19841), p. 59-82. <
Missão: HAHN, F., Das Verstiindnis der Mission im Neuen Testameni, WMANT 13, Neukirchen-Vluyn, (1963), 2'" ed., 1965, esp. p. 48ss., 65ss.
784
ANEXO
11
SCHILLE, G., Aniãng« der Kirche. Ertodgungen zur apostolischen Frühgeschichte, BevTh 53, München, 1966. KASTING, H., Die Anfiinge der urchristlichen Mission, BevTh 55, München, 1969, esp. p. 81ss., 99ss. HENGEL, M., "Die Ursprünge der christlichen Mission", NTS 18 (1971/1972), p.15-38. FROHNES, H., KNORR, U. W. (Eds.), Kirchengeschichte aIs Missionsgeschichte, v. I. Die Alte Kirche, München, 1974 (dali esp.: MOLLAND, E., Besaís die Alte Kirche ein Missionsprogramm und bewuíste Missionsmethoden?, p. 51-67; KRETSCHMAR, G., Das christliche Leben und die Mission in der frühen Kirche, p. 94-128; bibliografia ref. "Mission im Neuen Testament", p. 422-425). PAULSEN, H., "Das Kergygma Petri und die urchristliche Apologetik", ZKG 88 (1977), p. 1-37 (esp. p. 33ss.). BURCHARD, C., "Formen der Vermittlung christlichen Glaubens im Neuen Testament. Beobachtungen anhand von KTÍPUYI.UX, f-LIXp't"Up LIX und verwandten Wõrtern", EvTh 38 (1978), p. 313-357. KÜNZEL, G., Studien zum Gemeindeverstiindnis des Matthiius-Evangeliums, CThM, Reihe A v. 10, Stuttgart, 1978, p. 102-112,211-217. HENGEL, M., Zur urchristlichen Geschíchtsschreíbung, Stuttgart, 1979 (esp, "11. Die entscheidende Epoche der urchristlichen Geschichte: Der Weg zur universalen Mission", p. 63-105). DAUTZENBERG, G., "Der Wandel der Reich-Cottes-Verkündigung in der urchristlichen Mission", in: DAUTZENBERG, G., MERKLEIN, H., MÜLLER, K. (Eds.), Zur Geschichte des Urchristentums, QD 87, Freiburg/Basel/Wien, 1979, p. 11-32. BURCHARD, C., Jesus für die Welt. Über das Verhãltnis von Reich Gottes und Mission, in: Fides pro mundi vita. MissionstheoIogie heute. Hans-Werner Gensichen zum 65. Geburtstag, Missionswissenschaftliche Forschungen v. 14, Gütersloh, 1980, p. 13-27. HAHN, F., "Der Sendungsauftrag des Auferstandenen. Matthãus 28, 16-20", in: Fides pro mundi vita (v. acima], p. 28-43. MADDOX, R., Witnesses to the End of the Earth. The Pattern of Mission in the Book of Aets, Enfield/NSW, 1980. VINCENT, J. J., "Pluralism and Mission in the New Testament", in: Studia Bíblica, 1978: lII. Papers on Paul and Other New Testament Authors. Sixth International Congress on Biblical Studies, Oxford 3-7 April1978, ed. by E. A. Livingstone, Journal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 3, Sheffield, 1980, p. 391-402. SCHMITT, J., "Les discours missionaires des Actes et l'histoire des traditions prépauliniennes", RechScRel, 69 (1981), p. 165-180. STUHLMACHER, P., "Weg, Stil und Konsequenzen urchristlicher Mission", Theologische Beitrãge, 12 (1981), p. 107-135 (com bibliografia). BOVON, F., "Pratiques missionaires et communication de l'Évangile dans le christianisme primitif", Revue de Théologie et de Philosophie, 114 (1982), p.369-381.
ANEXO
11
785
OUPONT, J., "La Mission de Paul daprês Actes 26.16-23 et la Mission des Apôtres daprês Luc 24.44-49 et Actes 1.8", in: Paul and Paulinism. Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 290-30l. 1
• Rei. à p. 100: (Hhelenistas"): HENGEL, M., "Zwischen Jesus und Paulus. Die 'Hellenisten', die 'Sieben' und Stephanus (Apg 6,1-15; 7,54-8,3)", ZThK 72 (1975), p. 151-206 (bibliografia p. 204-206). BRUCE, F. F., Men and Movements in Prirnitive Church. Studies in EarIy Non-Pauline Christianity, Exeter, 1979 (esp, "Stephen and the Hellenists", p. 49-85). HENGEL, M., Zur urchristlichen Geschichtsschreibung, Stuttgart, 1979 (esp. p. 63ss.). PESCH, R., GERHART, E., ScHILLING, F., mHel1enisten' und 'Hebrãcr". Zu Apg 9,29 und 6,1", BZ(NF) 23 (1979), p. 87-92. STANTON, G., "Stephen in Lucan Perspective", in: Studia Bíblica, 1978: Ill, Papers on Paul and Other New Testament Authors. Sixth International Congress on Biblical Studies, Oxford 8-7 April 1978, ed. by E. A. Livingstone, Journal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 3, Sheffield, 1980, p. 345-360. NEUDORFER, H.-W., Der Stephanuskreis in der Forschungsgeschichte seit F. C. Baur, Monographien und Studienbücher in der Theologischen Verlagsgemeinschaft v. 309, GieBen/Basel, 1983. WALTER, N.,"AposteIgeschichte 6,1 und die Anfãnge der Urgemeinde in [erusalem", NTS 29 (1983), p. 370-393. BERGER, K., Art. Geist/Heiliger Geist/Geistesgaben 111. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 178-196 (esp. ref. aos "helenistas", p. 181-183).
• Rei. à p. 102: (ceia do Senhor): KLAPPERT, B., Art. Herrenmahl, Theol. Begr. Lexikon zum NT, v. 11/1, 1969, p. 667-768. (bibliografia p. 680). OELLING, G., Art. Abendmahl. 11. Urchristliches Mahl-Verstãndnis, TRE 1,1977, p. 47-58 (com bibliografia). MERKLEIN, H., "Erwãgungen zur Überlieferungsgeschichte der neutestamentlichen Abendmahlstraditionen", BZ(NF) 21 (1977(, p. 88-101, 235-244.
786
ANEXO
11
KLAUCK, H.-J., "Herrenmahl und hellenistischer Kult. Eine religionsgeschichtliche Untersuchung zum ersten Korintherbrief", NTA(NF) 15 (1982), Münster (esp. p. 8-233). LÉoN-DuFouR, X., Le partage du pain eucharistique selon le Nouveau Testament, Éditions du Sueil, Paris, 1982.
• Rei. à p. 107 e à lista bibliográfica complementar de BuItmann p. 714s.: IIL O querigma da comunidade helenista antes e paralelamente a Paulo DIAs, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. Jahrhundert (v. ref. a p. 40, § 1), p. 44-51. Cf. também as investigações mencionadas com ref. ao § 8 de HAHN, F., KASTING, H. e HENGEL, M. é fundamentalmente: UNNIK, W. C. van, Das U rchristenturn in seiner hellenistischen U mwelt, Wissenschaftliche Zeiischrift HaUe, n. 18, 1969, p. 109-126. HENGEL, M., Judentum und Helleniemus. Studien zu ihrer Begegnung unter besonderer Berücksichtigung Paliistinas bis zur Mitte des 2. Jahrhunderts vor Christus, WUNT 10, Tübingen, (1969), z- ed., 1973. HENGEL, M., "Die Begegnung von [udentum und Hellenismus im Palãstina der vorchristlichen Zeit", in: Verborum Veritas, FS für G. Stãhlin, Wuppertal, 1970, p. 329-348. MARSHALL, I. H., "Palestinian and Hellenistie Christianity: Some Critical Comments", NTS 19 (1972/1973), p. 271-287. FISCHER, V., Eschatologie und Jenseitserwartungen im hellenistischen Diasporajudentum, BZNW 44, Berlin/New York, 1978. SIEGERT, F., Drei hellenistisch-jüdische Predigten, WUNT 20, Tübingen, 1980. CONZELMANN, H., Heiden-Juden-Christen. Auseinandersetzung in der Literatur 'der hellenistisch-rômiechen Zeit, BhTh 62, Tübingen, 1981. BARTH, G., "Pistis in hellenistischer Religiositãt", ZNW 73 (1982), p. 110-126.
• Rei. à p. 109s. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 715: § 9. A pregação a respeito de Deus e seu juízo, de Jesus Cristo, o juiz e salvador, e a exigência da fé: LANGEVIN, P.-É., "Le Seigneur [ésus selon un texte prepaulinien I Th 1,9-10", Scíences Ecclésiastiques 17 (1965), p. 263-282, 473-512. MINKE, H.-V., Die Schôpjung in der frühchristlichen Verkündigung nach dem ersten Clemensbrief und der Areopagrede, Diss. theol. Hamburg, 1966. LANGEVIN, P.-É., [ésus Seigneur et l'eschatologie. Exégêse de Textes prépauliniens, Studia Travaux de recherche collection dirigée par les Facultés S. J. Montréal avec la collaboration de I'Université de Sudbury 21, Bruges/Paris, 1967. BUSSMANN, C., Themen der paulinischen Missionspredigt auf dem Hintergrund der spiitjüdisch-hellenistischen Missionsliteratur, Europãische Hochschulschriften Reihe XXIII, v. 3, Bern/Frankfurt/M., 1971. CAMPENHAUSEN, H. VON, "Das Bekenntnis im Urchristentum", ZNW 63 (1972), p.210-253.
ANEXO 11
787
WILCKENS, U., Die Missionsreden der Apostelgeschichte. Form- und traditionsgeschichtliche Untersuchungen, WMANT 5, Neukirchen-Vluyn, (1961) 3il ed., 1974. MÜLLER, U. B., Prophetie und Predigt im Neuen Testament. Formgeschichtliche Untersuchungen zur urchristlichen Prophetie, StNT 10, Gütersloh, 1975. VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur. Einleitung in das Neue Testament, die Apokryphen und die Apostolischen Viiter, Berlin/New York, 1975, p. 9-58 (com bibliografia). LANGEVIN, P.-É., IIUne confession prépauline de la 'Seigneurie' du Christ. Exégêse de Romains 1,3-4", in: LAFLAMME, R., GERVAIS, M. (Eds.), Le Christ hier, aujourd'hui et demain, Lavai, 1976, p. 277-327. P AULSEN, H., "Das Kerygma Petri und die urchristliche Apologetik", ZKG 88 (1977), p. 147 (esp. p. 22ss.). SYNOFZIK, E., Die Gerichts- und Vergeltungsaussagen bei Paulus. Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung, Gõttinger Theologische Arbeiten v. 8, Gõttingen, 1977 (esp, p. 91-95). BOVON, F., "Une formule prépaulinienne dans I'építre aux Galates (Ga 1,4-5)", in: Paganisme, [udaisme, Christianisme. Influences et affrontements dans le monde antique. Melanges offerts à M. Simon, Paris, 1978, p. 91-112. HAHN, F., "Das Bekenntnis zu dem einen Gott im Neuen Testament", in: Das Menschenbild des Nikolaus von Kues und der christliche Humanismus. Festgabe für Rudolf Haubst zum 65. Geburtstag, Mitteilungen und Forschungsbeitrãge der Cusanus-Gesellschaft 13, Mainz, 1978, p. 281-291. HOLTZ, T., "'Euer Glaube an Gott.' Zu Form und Inhalt von 1 Thess 1,98.", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzíg, 1978; Freiburg/ Basel/Wien, 1978, p. 459-488. CONZELMANN, H., "Die Schule des Paulus", in: Theologia crucis - signum crueis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 85-96 (esp. p. 85-87). DuPoNT, J., "Le discours à I'Aréopage (Ac 17,22-31) lieu de rencontre entre christianisme et hellénisme", Biblica, 60 (1979), p. 530-546 (com bibliografia). BEASLEy-MURRAY, P., "Romans 1:3f: An Ear1y Confession of Faith in the Lordship of Jesus", Tyndale Bulletin, 31 (1980), p. 147-154. HENGEL, M., "Hymnus und Chrístologie", in: Wort in der Zeit. Festgabe für K. H. Rengstorf zum 75. Geburtstag, Leiden, 1980, p. 1-25. BETZ, H. O., Art. 8EÓÇ K't"À., EWNT II, 1981, coL 346-352 HOFIUS, O., Art. ÉÇO\-LoÀoyÉw K't"À., EWNT II, 1981, cal. 20-23. HOFIUS, O., Art. O\-LoÀoyÉw K't"À., EWNT 11, 1981, col. 1255-1263. MüLLER, U. B., "Zur Rezeption gesetzeskritischer Jesusüberlieferung im frühen Christentum", NT5 27 (1981), p. 158-185. THEOBALD, M., wDen Juden zuerst und auch den Heiden'. Die paulinische Auslegung der Glaubensformel Rõm 1,3s.", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 376-392. MEYER, B. F., "The pre-Pauline Formula in Ram. 3.25-26a", NT5 29 (1983), p. 198-208. ~
788
ANEXO
11
NIEOERWIMMER, K., "Zur praedicatio Dei im Neuen Testament", in: HEINE, S., HEINTEL, E. (Eds.), Gott ohne Eigenschaften?, Wien, 1983, p. 107-118. WEOOERBURN, A. J. M., "Hellenistic Christian Traditions in Romans 6?", NTS 29 (1983), p. 337-355. • Rei. à p. 110, "rei. a 5" e p. 132:
STUHLMACHER, P., Das paulinische Evangelium I. Vorgeschichte, FRLANT 95, Gõttingen, 1968. STRECKER, G., "Literarische Überlegungen zum EuayyÉÀL.ov-Begriff im Markusevangelium", in: Neues Testament und Geschichte. Historisches Geschehen und Deutung im Neuen Testament, O. Cullmann zum 70. Geburtstag, Zürich/ Tübingen, 1972, p. 91-104. ScHNACKENBURG, R., 'liDas Evangelium' im Verstãndnis des ãltesten Evangelisten", in: Orientierung an Jesus. Zur Theologie der Synoptiker. Für J. Schmid, Freiburg/Basel/Wien, 1973, p. 309-324. STRECKER, G., "Das Evangelium [esu Christi", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, FS für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 503-548. DAlITZENBERG, G., "Die Zeit des Evangeliums. Mk 1,1-15 und die Konzeption des Markusevangeliums", BZ(NF) 21 (1977), p. 219-234; BZ(NF) 22 (1978), p. 76-91. WREGE, H.-T., Die Gestalt des Evangeliums. Aufbau und Struktur der Ssmoptiker sowie der Apostelgeschichte, BET 11, Frankfurt/Bern/Las Vegas, 1978 (esp. p. 161 ss.). BOUITIER, M., "Evangelium Chrísti, Evangelium de Christo", Revue de théologie et de philosophie 111 (1979), p. 123-139. - LUCK, V., Inwiefern ist die Botschaft von Jesus Christus "Evangelium"?, ZThK 77 (1980) p. 24-41. STRECKER, G., Art. EuaYYEÀL(W K"tÀ. e Art. EuayyÉÀLoV K"tÂ., EWNT lI, 1981, col. 173-176, 176-186. WREGE, H.-T., Wirkungsgeschichte des Evangeliums. Erfahrungen, Perspektiven und Moglichkeiten, Gõttingen, 1981. STUHLMACHER, P., "Zum Thema: Das Evangelium und die Evangelien", in: lo. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortrãge zum Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 1-26. WEOER, H., "'Evangelium [esu Christi' (Mk 1,1) und 'Evangelium Gottes' (Mk 1,14)", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Gõttingen, 1983, p. 399-411. KÜSTER, H., "Überlieferung und Geschichte der frühchristlichen Evangelienliteratur", in: HAASE, W. (Ed.), Aufstieg und Niedergang der rõmischen Welt. Geschichte und Kultur Roms im Spiegel der neueren Forschung I1.25,2: Principat: Religion (Vorkonstantinisches Christentum: Leben und Umwelt [esu: Neues Testament, Forts. [Kanonische Schriften und ApokryphenD, Berlin/New York, 1984, p. 1463-1542.
ANEXO
11
789
• ReL à p. 123 (rei. a #4"):
MARE, W. H., irA Study of New Testament Concept of the Parousia", in: Current lssues in Biblical and Patrisiic lnterpretation. Studies in Honor of Merril C. Tenney, Grand Rapids/Mich., 1975, p. 336-345. KUNE, M. G., "Primal Parousia", The Westminster Theological [ournal 40 (1977/1978), p. 245-280. PAULSEN, H., "Das Kerygma Petri und die urchristliche Apologetik", ZKG 88 (1977), p. 1-37. BAUCKHAM, R. J., IIThe Delay of the Parousia", Tyndale Bulletin 31 (980), p. 3-36. SCHNACKENBURG, R. (Ed.), Zukunft. Zur Eschatologie bei [uden und Christen, Schriften der Katholischen Akademie in Bayern v. 98, Düsseldorf, 1980 (esp.: ScHNACKENBURG, R., Das Neue und Besondere christlicher Eschatologie, p. 51-78; TALMON, S., Eschatologie und Geschichte im biblischen Judentum, p. 13-50). BECKER, J., "Zukunft und Hoffnung. B. Zukunft und Hoffnung im Neuen Testament", in: ScHMIDT, W. H., BECKER, J., Zukunft und Hoftnung, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer-Taschenbücher v. 1014, Stuttgart/Berlin/ Kõln ZMaínz, 1981 (esp. p. 117-130, 195s.). KüMMEL, W. G., "Ein [ahrhundert Erforschung der Eschatologie des Neuen Testaments", ThLZ 107 (1982), col. 81-96. DAUTZENBERG, G., "Psalm 110 im Neuen Testament", in: BECKER, H., KACZYNSKI, R. (Eds.), Liturgie und Dichtung, St. Ottilien, 1983, p. 141-171. GRELOT, P., Dans les angoisses: L'espérance. Enquête biblique, Parole de Dieu, Paris, 1983. • Rei. à p. 125:
BROX, N., Die Pastoralbriefe, RNT 7,2, Regensburg, 4 il ed., 1969, p. 232s. (excurso: "Retter, Heiland"), BECKER, J., "Erwãgungen zu Phil 3,20-21", ThZ 27 (1971), p. 16-29. ScHELKLE, K. H., Art. awt'~p Kt'À., EWNT III, 1983, col. 781-784. BULTMANN, R., LüHRMANN, D., Art.
POPKES, W., Christus traditus. Eine Untersuchung zum Begrif! der Dahingabe im Neuen Testament, AThANT 49, Zürich. Stuttgart, 1967. POPKES, W., Art. 1TapaÔLÔWI-lL Kt'À., EWNT lII, 1983, col. 42-48.
790
ANEXO
11
• Rei. à p. 133: BURCHARD, C., "Formen der Vermittlung christlichen Glaubens im Neuen Testament. Beobachtungen anhand von Kt)PUYIlU, IlUp1"UpLU und verwandten Wõrtern", EvTh 38 (1978), p. 313-357. MCOONALD, J. I. H., Kerygma and Didache. The articulation and structure of the earliest Christian message, SNTSMS 37, Cambridge/London/New York/New Rochelle/Melbourne/Sydney, 1980. MERK, O., Art. Kf\pÚaaW K1"Â., EWNT II, 1981, col. 711-720. HAHN, F., "Urchristliche Lehre und neutestamentliche Theologie. Exegetische und fundamentaltheologische Überlegungen zum Problem christlicher Lehre", in: KERN, W. (Ed.), Die Theologie und das Lehramt, QO 91, Freiburg/Basel/Wien, 1982, p. 63-115. MCOONALD, H. O., "The Kerygmatic Christology of Rudolf Bultmann", in: Christ the Lord: Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p. 311-425. ROLOFF, J., "VoIk Cottes und Lehren", in: F5 für F. v. Lilienfeld, Erlangen 1982, p.55-92. ScHRAGE, W., "Einige Beobachtungen zur Lehre im Neuen Testament", EvTh 42 (1982), p. 233-251.
• Rei. à p. 138s. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 716: § 10. A consciência de igreja e a relação com o mundo McKELVEY, R. J., The New Temple. The Church in the New Testament, Oxford 1969. KLINZING, G., Die Umdeutung des Kultus in der Qumrangemeinde und im Neuen Testament, StUNT 7, Gõttingen, 1971. HAINZ, J., Ekklesia. Strukturen paulinischer Gemeinde-Theologie und GemeindeOrdnung, BU 9, Regensburg, 1972, e8p. p. 229s8. KERTELGE, K., Gemeinde und Amt im Neuen Testament, Biblische Handbibliothek X, München, 1972, p. 66ss. DIAS, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. Jahrhundert (v. ref. a p. 40, § 1), p. 4458., 5185. HAINZ, J. (Ed.), Kirche im Werden. Studien zum Thema Amt und Gemeinde im Neuen Testament, München/Paderborn/Wien, 1976 (cf. VOGTLE, A., Kirche und Amt im Werden, MThZ 28 (1977), p. 158-179). JÉRVELL, l, "Das Volk des Geistes", in: God's Christ and His People. Studies in Honour of Nils AIstrup Dahl, Oslo/Bergen/Tromsõ, 1977, p. 87-106. HAHN, F., KERTELGE, K., SCHNACKENBURG, R., Einheit der Kirche. Grundlegung im Neuen Testament, QD 84, Freiburg/Bern/Wien, 1979 (dali: HAHN, F., Einheit der Kirche und Kirchengemeinschaft im Neuen Testament, p. 9-51; SCHNACKENBURG, R., Oie Einheit der Kirche unter dem Koinonia-Gedanken, p. 5 2-93; KERTELGE, K., Abendmahlsgemeinschaft und Kirchengemeinschaft im Neuen Testament und in der Alten Kirche, p. 94-132).
ANEXO
11
791
WILCKENS, U., "Eucharistie und Einheit der Kirche. Die Begründung der Abendmahlsgemeinschaft im Neuen Testament und das gegenwãrtige Problem der Interkommunion", KuD 25 (1979), p. 67-85. BANKs, R., Paul's Idea of Community. The Early House Churches in their Historical Setting, Exeter, 1980. KUHN, H.-W., "Nachfolge nach Ostern", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 105-132. MARTIN, R. P., The Family and the Fellowship: New Testament Images of the Church, Grand Rapids/Mich., 1980. ROLOFF, J., Art. EKKÀ1l0LO: K't"À., EWNT I, 1980, col. 998-101l. KERTELGE, K., "Kerygma und Koinonia. Zur theologischen Bestimmung der Kirche des Urchristentums", in: Kontinuitãt und Einheit. Für Franz MuBner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 327-339. KLAUCK, H.-J., Hausgemeinde und Hauskirche im frühen Christentum, SBS 103,Stuttgart, 1981. LOHFINK, G., IIHat Jesus die Kirche gestiftet?", ThQ 161 (1981), p. 81-97. VENETZ, H.-J., SO fing es mil der Kirche ano Ein Blick in das Neue Testameni, Zürich/Einsiedeln/Kõln, 1981. BAUMBACH, G., "Die Anfânge der Kirchwerdung im Urchristentum", Kairos(NF) 24 (1982), p. 17-30. FRIEDRICH, G., Art. Erbauung. I. Neues Testament, TRE, v. X, 1982, p. 18-2l. HARRINGTON, D. J., The Light af All Nations: Essays on the Church in New Testament Research, Good New Studies V. 3, Wilmington/Dublin, 1982. VOGLER, W., "Die Bedeutung der urchristlichen Hausgemeinden für die Ausbreitung des Evangeliums", ThLZ 107 (1982), col. 785-794. GNILKA, J., "Die neutestamentliche Hausgemeinde", in: Freude am Gottesdienst. Aspekte ursprünglicher Liturgie. FS für J. G. Plõger, Stuttgart, 1983, p.229-242. LOHFINK, G., Wie hat Jesus die Gemeinde gewollt? Zur gesellschaftlichen Dimension des christlichen Glaubens, Freiburg/Basel/Wien, 1983 [trad. port.: Como Jesus queria as comunidades: a dimensão social da fé cristã, São Paulo, Paulinas, 1987]. • Ref. especificamente a #2":
CAMPENHAUSEN, H. VON, Die Entstehung der christlichen Bibel, BhTh 39, Tübingen, 1968, esp. p. 28ss. VIELHAUER, P., "Paulus und das Alte Testament", in: Studien zur Geschichte und Theologie der Reformation. FS für E. Bizer, Neukirchen-Vluyn, 1969, p.33-62. BLACK, M., "The Christological Use of the Old Testament in New Testament", NT5 18 (1971/1972), p. 1-14. MICHEL, O., "Zum Thema Paulus und seine Bibel", in: Wort Gottes in der Zeii, F5 für K. H. Schelkle, Düsseldorf, 1973, p. 114-126.
792
ANEXO
II
HOLTZ, T., "Zur Interpretation des Alten Testaments im Neuen Testament", ThLZ 99 (1974), col. 19-32. LINDARS, B., "The Place of the Old Testament in the Formation of New Testament Theology. Prolegomena", NTS 23 (1976/1977), p. 59-66 (cf, Borgen, P., Response, ibid., p. 67-75). KUTSCH, E., "Von der Aktualitãt alttestamentlicher Aussagen ror das Verstãndnis des Neuen Testaments", ZThK 74 (1977), p. 273-290. HÜBNER, H., Art. ypa
• Rei. a 3 e 4: SPICQ, C., Théologie Morale du Nouveau Testament, I. 11., Ét. Bibl., Paris, 1965. CRÀSSER, E «r Der Glaube im Hebriierbrief, MarbThSt 2 r Marburg, 1965, esp. p.146ss. HAUFE, C., "Form und Funktion des Pneuma-Motivs in der frühchristlichen Parãnese", in: Studia Evangelica V, Papers... Part H: The New Testament Message, TU 103, Berlinr 1968, p. 75-80. WENDLAND, H. D., Ethik des Neuen Testaments (v. ref. a p. 47: § 2) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo.. Sinodal, 1974]. FURNISH r V. P., The Love Command in the New Testament, Nashville. New York,1972. SANDERS, J. T., Ethics in the New Testament. Change and Development, London,1975. OSBORN r E.r Ethical Patterns in Early Christian Thought r London/New York/ Melbourner 1976. STRECKER, C., "Strukturen einer neutestamentlichen Ethik", ZThK 75 (1978), p. 117-146. WISCHMEYER, O ... "Vorkommen und Bedeutung von Agape in der auíserchristlichen Antike".. ZNW 69 (1978), p. 212-238. COLLANGE, J. F... De Jesus à Paul. L'éthique du Nouveau Testament, Le Champ Éthique 3 r Genêve, 1980. NISSEN, J., "The Problem of Suffering and Ethics in the New Testament" r in: Studia Biblica, 1978: IH. Papers on Paul and Other New Testament Authors. Sixth International Congress on Biblical Studies.. Oxford 3-7 April 1978.. ed. by E. A. Livingstone, [ournal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 3, Sheffield, 1980, p. 277-287.
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U
ANEXO
11
793
BECKER, J., Art. Buíâe, IV. Neues Testament, TRE VII, 1981, p. 446-451. DAUTZENBERG, G., "Neutestamentliche Ethik und autonome Moral", ThQ 161 (1981), p. 43-55. GERHARDSSüN, B., The Ethos of the Bible, Philadelphia, 1981. HAHN, F., "Die theologische Begründung urchristlicher Parãnese", ZNW 72 (1981), p. 88-99. HÜBNER, H., Art. Dekalog. IH. Neues Testament, TRE V/lI, 1981, p. 415-418. LAvB, F., Die Begegnung des frühen Christentums mit der antiken Sklaverei, SBS 107, Stuttgart, 1982. SCHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreíhe 4, Gottingen, 1982 (esp. "Il, Ethische Ansãtze in den frühen Gemeinden", p. 116-130) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 124-140]. HEILIGENTHAL, R., "Werke der Barmherzigkeit oder Almosen? Zur Bedeutung von EÀElll-10aúv11," NovT 25 (1983), p. 289-301. - MAHONEY, M., Paraenesis, the Oikonomia and the Expectation of the Parousia in the Early Church, Milltown Studies 11, 1983, p. 57-83. ScHRAGE, W., "Zur Frage nach der Einheit und Mitte neutestamentlicher Ethik", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Gõttingen, 1983, p.238-253.
• Rei. à p. 141 (coleta): GEORGI, D., Die Geschichte der Kollekte des Paulus für Jerusalem, ThF 38, Hamburg-Bergstedt, 1965. NICKLE, K. F., The Collection. A Study in Paul's Strategy, Studies in Biblical Theology n. 48, Naperville/HI. 1966. BVLTMANN, R., Der zweite Brief an die Korinther, ed. por E. DINKLER, KEKSonderband, Gõttingen, 1976, p. 265 (bibliografia ref. a 2Co 8 e 9). BERGER, K., "Almosen für Israel. Zum historischen Kontext der paulinischen Kollekte", NTS 23 (1976/1977), p. 180-204. HURTADO, L. W., "The [erusalem Collection and the Book of Galatians", [ournal for the Study of the New Testament, Issue 5, 1979, p. 46-62. ECKERT, J., "Die Kollekte des Paulus für Jerusalem", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel(Wien, 1981, p. 65-80.
• Rei. à p. 142s. (história da salvação): CVLLMANN, O., Heil aIs Geschichte. Heilsgeschichtliche Existenz im Neuen Testament, Tübingen, 1965. ' DIETZFELBINGER, C., Heilgeschichte bei Paulus?, ThExh 126, München, 1965. HESSE, F., Abschied von der Heilsgeschichte, ThSt 108, Zürich, 1971. KLEIN, G., "Bíbel und Heilsgeschichte. Die Fragwürdigkeit einer Idee", ZNW 62 (1971), p. 1-47.
794
ANEXO
11
ELTE5TER, W., "Israel im lukanischen Werk und die N azarethperikope", in: GRÃSSER, E., STROBEL, A., TANNEHILL, R. C., ELTE5TER, W., Jesus in Nazareth, BZNW 40, Berlin/New York, 1972, p. 76-147. KÜMMEL, W. G., "Heilsgeschichte im Neuen Testament?", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p.434-457. GRÁSSER, E., "Acta-Forschung seit 1960", ThR(NF) 41 (1976), p. 259-290, esp. 273ss., 287ss. BRUCE, F. F., The Tíme ís Fulfilled. Fíve Aspects of the Fulfílment of the Old Testament in the New, Exeter, 1978. Luz, D., Art. Geschichte/Geschichtsschreibung/Geschichtsphilosophie. IV. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 595-604. • Rei. à p. 145 (~faliança"):
Luz, V., "Der alte und der neue Bund bei Paulus und im Hebrãerbrief", EvTh 27 (1967), p. 318-336. SEIB, W., lHae~KTJ im Neuen Testament. Randbemerkungen eines [uristen zu einem Theologenstreit, in: Studies in Jewish Legal History. Essays in Honour of David Daube, London, 1974, p. 183-196. KUTSCH, E., Neues Testament - Neuer Bund? Eine Fehlübersetzung wírd korrigiert, Neukirchen-Vluyn, 1978. HARTMAN, L., "Bundesideologie in und hinter einigen paulinischen Texten", in: PEDERSEN, S. CEd.), Die paulinische Literatur und Theologíe. The Paulíne Literature and Theology, Teologiske Studier 7, Árhus/Gõttingen, 1980, p. 103-118. HEGERMANN, H., Art. Õl.ae~KTJ KtÃ.., EWNT I, 1980, col. 718-725. JAUBERT, A., Art. Gottesbund, RAe XI, 1981, cal. 977-996 (esp. seção B. "Christlich. I. Neues Testament", cal. 983-988). • Rei. à p. 1495. e p. 150 nota 38:
NIEDERWIMMER, K., Askese und Mysterium. Über Ehe, Ehescheidung und Eheverzicht in den Anfiingen des christlichen Glaubens, FRLANT 113, Gõttingen,1975. ScHRAGE, W., "B. Frau und Mann im Neuen Testament", in: GERSTENBERGER, E. S., ScHRAGE, W., Frau und Mann, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer Taschenbücher v. 1013, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1980, p. 92188, 189-197 [trad. port.: Mulher e homem no NT. In: GERSTENBERGER, R, ScHRAGE, W., Mulher e homem, São Leopoldo, Sinodal, 1981]. G. DAUTZENBERG, H. MERKLEIN, K. MÜLLER CEd.), Die Frau im Urchristentum, QD 95, Freiburg/Basel/Wien, 1983. RINGELING, H., Art. Frau. IV. Neues Testament, TRE XI, 1983, p. 431-436.
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ANEXO
11
795
• Ref. à p. 153 (Sobre "tipos de pregação cristã"): TACHAU, P., "Einet" und "[etzt " im Neuen Testament. Beobachtungen zu einem urchristlichen Predigtschema in der neutestamentlichen Briefliteratur und zu seiner Vorgeschichte. FRLANT 105, Gõttingen, 1972.
• ReI. à p. 155 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 716: § 11. A relação com o judaísmo e o problema do Antigo Testamento: V. os complementos ref. à p. 138 (= § 10), seção 1 e 2. RENGSTORF, K. H., LIDas Neue Testament und die naehapostolische Zeit", in: RENGSTORF, K. H., KORTZFLEISCH, S. (Ed.), Kirche und Synagoge. Handbuch zur Geschichte von Christen und [uden, v. I, Stuttgart, 1968, p. 23-83. YOUNG, F. M., "Temple Cult and Law in Early Christianity. A Study in the Relationship between Jews and Christians in the Early Centuries", NTS 19 (1972/1973), p. 325-338. CONZELMANN, H., Heiden-Juden-Christen. Auseinandersetzungen in der Literatur der hellenistisch-rõmischen Zeit, BhTh 62, Tübingen, 1981. GRÃSSER, E., "Zwei Heilswege? Zum theologischen Verhãltnis von Israel und Kirche", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/ Wien, 1981, p. 411-429. MÜLLER, P.-G., Altes Testament, Israel und das Judentum in der Theologie Rudolf Bultmanns", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 439-472. LI
• ReI. à P: 156 nota 41: ScHMITHALS, W., "[udaisten in Galatien?", ZNW 74 (1983), p. 27-58.
• ReI. às p. 158-160: WENGST, K., Tradition und Theologie des Barnabasbriefes, AKG 42, Berlin, 1971 (sobre isso v. K. BEYSCHLAG, ZKG 85 (1975), p. 95-97). HAGNER, D. A., The Use of the Old and New Testament in Clement of Rome, Supp1NovT XXIV, Leiden, 1973. VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur, Berlin, 1975, p. 599ss. (Carta de Barnabé); p. 237ss. (Carta aos Hebreus): p. 529ss. (1a Carta de Clemente) (com bibliografia em cada seção). WENGST, K., Art. Barnabasbrief, TRE, v. V, 1980, P: 238-241 (com bibliografia). WENGST, K., Barnabasbrief" r in: lo., Didache (Apostellehre), Barnabasbrief. Zweiter Klemensbrief. Schrift an Diognet. Introd., ed., trad. e expl. por K. Wengst, Schriften des Urchristentums 11. Teil, Darmstadt, 1984, P: 103-136 (esp. p. 119-136). LI
• ReI. à p. 170 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 716s.: § 12. Kyrios e Filho de Deus: FULLER, R. H., The Foundations of New Testament Christology, London, 1965, esp. p. 182ss., 203ss.
796
ANEXO
II
BOERS, H., "Jesus and the Christian Faith. New Testament Christology since Bousset's Kyrios Christos", JBL 89 (1970), p. 450-456. HENGEL, M., "ChristoIogie und neutestamentliche Chronologie. Zu einer Aporie in der Geschichte des Urchristentums", in: Neues Testament und Geschichte. Historisches Geschehen und Deutung im Neuen Testament, O. CULLMANN zum 70. Geburtstag, Zürich/Tübingen, 1972, p. 43-67. HURTADO, L. W., "Forschungen zur neutestamentlichen ChristoIogie seit Bousset. Forschungsrichtungen und bedeutende Beitrãge", Theologische Beitriige, 10 (1979), p. 158-171.
• Rei: a 1: v. complemento ref. p. 96 (culto): Ademais: RORDORF, W., Sabbat und Sonntag in der Alten Kirche, Traditio Christiana. Texte und Komrnentare zur patristischen Theologie II, Zürich, 1972. STAATS, R., "Die Sonntagnachtgottesdienste der christlichen Frühzeit", ZNW 66 (1975), p. 242-263.
• ReI. a 2: v. complementos ref. à p. 95: FITZMYER, J. A., Der semitische Hintergrund des neutestament1ichen Kyriostitels. HENGEL, M., Der Sohn Gottes, p. 120-130.
• ReI. a 3: HENGEL, M., Der Sohn Gottes (com bibliografia). WÜLFING V. MARTIZ, P., FOHRER, G., ScHWEIZER, E., LOHSE, E., ScHNEEMELCHER, W., Art. uióc, uio8EOLlX, TWNT IX, [1967] 1969, p. 334-403 (bibliografia passim). POKORNY, P., Der Gottessohn. Literarische Übersicht und Fragestellung, ThSt 109, Zürich, 1971. LANGEVIN, P.-E. "QueI est le 'Fils de Dieu' de Romains 1,3-4?", Scíence et Esprit,29 (977), p. 145-177. MERKLEIN, H., "Zur Entstehung der urchristlichen Aussage vom prãexistenten Sohn Gottes", in: G. DAUTZENBERG, H. MERKLEIN, K. MÜLLER (Ed.), Zur Geschichte des Urchristentums, QD 87, Freiburg/Basel/Wien, 1979, p. 33-62. SCHIMANOWSKI, G., Priiexistenz und Christologie. Untersuchungen zur Priiexistenz von Weisheit und Messias in der jüdischen Tradition, Diss, Evang. Theol. Fak. Tübingen, 1980. HAHN, F., Art. ul.óc K'tA., EWNT III, 1983, col. 912-937.
• Rei. à p. 183 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 717s.: § 13. Os sacramentos: Rei. a 1 (batismo): BIEDER, W., Die Verheifiung der Taufe im Neuen Testament, Zürich, 1966. BEASLEy-MuRRAY, G. R., Die christ1iche Taufe, Kassel 1968. KRETSCHMAR, G., "Die Geschichte des Taufgottesdienstes in der alten Kirche", in: Leiturgia. Handbuch des evangelischen Gottesdienstes V, Kassel, (1964/ 1966) 1970, p. 2-348, esp. p. 2-58 (com bibliografia).
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ANEXO
11
797
DUNN, J. G., Baptism in the Holy Spirit, Studies in Biblical Theology, 11, 15. London,1970. ALAND, K., Taufe und Kindertaufe, Gütersloh, 1971. CAMPENHAUSEN, H. VüN, "Taufen auf den Namen Jesu?", VigChrist, 25 (1971), p. 1-16. DINKLER, E., "Die Taufaussagen des Neuen Testaments. Neu untersucht im Hinblick auf Karl Barths Tauflehre", in: VIERING, V. F. (Ed.), Zu Karl Barths Lehre von der Taufe, Gütersloh, 1971, p. 60-153 (com bibliografia). BARTH, G., "Zwei vernachlâssigte Gesichtspunkte zum Verstãndnís der Taufe im Neuen Testament", ZThK 70 (1973), p. 137-161. HAHN, F., Die Tauje im Neuen Testament, Calwer Predigthilfen/Taufe, Stuttgart, 1976, p. 9-28. HAUFE, G., "Taufe und Heiliger Geist im Urchristentum", ThLZ 101 (1976), col. 561-566. BOUTIIER, M., "Complexio oppositorum. Sur Ies formules de ICor XII. 13; GaI III. 26-8; Cal IH. 10,11", NTS 23 (1976/1977), p. 1-19. RAGER, A., Die Taufe in der Sicht Rudolf Bultmanns, Líc. Arbeit Kath. Theol. Fak. Münster, 1978.
• ReI. a 2 (ceia do Senhor): HAHN, F., "Die alttestamentlichen Motive in der urchristlichen AbendmahIsüberlieferung", EvTh 27 (1967), p. 337-374. BITTLINGER, A., Das Abendmahl im Neuen Testament und in der frühen Kirche, Wetzhausen, 1969. KLAPPERT, B., Art. Herremnahl, Theol. Begr. Lexikon zum NT, v. 11, 1, 1969, p. 667-678 (bibliografia p. 680). ROLoFF, J., "Heil aIs Gemeinschaft. Kommunikative Faktoren im urchristlichen HerrenmahI", in: CORNEHL, P., BAHR, H. E. (Eds.), Gottesdienst und Offentlichkeit. Zur Theorie und Didaktik neuer Kommunikation, Konkretionen 8, Hamburg, 1970, p. 88-117. SANDVIK, B., Das Kommen des Herrn beim Abendmahl im Neuen Testament, AThANT 58, Zürich, 1970. SCHENK, W., Die Einheit von Wortverkündigung und Herrenmahl in den urchristlichen Gemeindeversammlungen, Theologische Versuche 11, Berlin, 1970, p. 65-94. SCHÜRMANN, H., "Das Mahl des Herrn", in: ID., Ursprung und Gesta It. Erõrterungen und Besinnungen zum Neuen Testament, Düsseldorf, 1970, p. 77-196. FENEBERG, R., Christliche Passajeier und Abendmahl. Eine biblisch-hermeneutische Untersuchung der neutestamentlichen Einsetzungsberichte, StANT XXVII, München, 1971. PATSCH, H., Abendmahl und historischer Jesus, CThM, Reihe A v. 1, Stuttgart, 1972 (com bibliografia).
798
ANEXO
11
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ANEXO
11
799
FEELy-HARNIK, G., The Lord's Table. Eucharist and Passover in Early Christianity, Symbol and Culture, Phíladelphía, 1981. REUMANN, J., fi'The Problem of the Lords Supper' as Matrix for Albert Schweitzer's 'Quest of the Historical [esus", NTS 27 (1981), p. 475-487. BAUMBACH, G., "Zum gegenwãrtigen Stand der Interpretation neutestamentlicher Abendmahlstexte", Die Zeichen der Zeit, 36 (1982), p. 169-175. FIEDLER, P., Probleme der Abendmahlsforschung, Archiv für Liturgiewissenschaft 24, 1982, p. 190-223. LÉON-DuFOUR, X., Le partage du pain eucharistique selon le Nouveau Testament, Éditions du Seuil, Paris, 1982. FELMY, K. C., "Was unterscheidet diese Nacht von allen anderen Nãchten?" Die Funktion des Stiftungsberichtes in der urchristlichen Eucharistiefeier nach Didache 9 f. und dem Zeugnis [ustins, [ahrbucli für Liturgik und Hymnologie, 27 (1983), p. 1-15. KNOCH, O., UTut das zu meinem Gedãchtnis" (Lk 22,20; 1Kor 11,24 O. Die Feier der Eucharistie in den urchristlichen Gemeinden, in: Freude am Gottesdienst. Aspekte ursprünglicher Liturgie. FS für J. G. Plõger, Stuttgart, 1983, p. 31-42. MARXSEN, W., "Die Geschichte des Abendmahls im Neuen Testament", Die Zeichen der Zeit, 37 (1983), p. 248-252.
• Rei. à p. 205 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann P: 718: § 14. O Espírito: KAMLAH, E., Art. Geist, Theol. Begr. Lexikon zum NT, v. 1, 1967, p. 479-487 (bibliografia p. 489). CONZELMANN, H., Art. Xaí.pw K'tÂ., seção XápLOJ..Ul, TWNT IX, [1971] 1973, P: 393-397. DAUTZENBERG, G., Urchristliche Prophetie. Ihre Erforschung, ihre Voraussetzungen im [udentum und ihre Struktur im ersten Korintherbrief, BWANT 104, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1975. DUNN, J. D. G., Jesus and the Spirit. A Study of the Religious and Charismatic Experience of Jesus and the First Christians as Reflected in the New Testament, London, 1975. LAMPE, G. W. H., Goâ as Spirit, The Bampton Lectures 1976, Oxford, 1977. CHEVALLIER, M.-A., Souftle de Dieu. Le Saint-Esprit dans le Nouveau Testameni, Le point théologique 26, Paris, 1978. ScHLIER, H., uÜber den Heiligen Geist nach dem Neuen Testament", in: ID., Der Geist und die Kirche. Exegetische Aufsiitze und Vortriige IV, Freiburg/ Basel/Wien, 1980, p. 151-164. TURNER, M. M. B., "The Spirit of Christ and Christology", in: Christ lhe Lord: Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p. 168-190. BROWN, R. E., "Diverse Views of the Spirit in the New Testament", Worship, 57 (1983), p. 225-236. KREMER, J., Art. 1TVE\lJ.a K'tÂ., EWNT III, 1983, cal. 279.,.291. BERGER, K., Art. Geist/Heiliger Geist/Geistesgaben. 111. Neues-Testament, TRE XlI, 1984, p. 178-1%.
800
ANEXO
11
• Rei. à p. 217 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7185.: § 15. Elementos gnósticos: QurSPEL, G., WILSON, R. M., JONAS, H., "Gnosticism and the New Testament", in: HYATT, J. P. CEd.), The Bible in Modern Scholarship ..., Nashville-New York, 1965, p. 252-293. ScHENKE, H.-M., "Die Gnosis", in: LEIPOLDT, J., GRUNDMANN, W. (Ed.), Umwelt des Urchristentums, v. I, Berlin, 211. ed., 1967, p. 371-415. BIANCHI, U. CEd.), Le origini dello gnosticismo. Colloquio di Messina 13-18 Aprile 1966. Tessi e discussioni, SuppltoNumen XII, Leiden, 1967. HAARDT, R., Die Gnosis, Wesen und Zeugnisse, Salzburg, 1967. POKORNY, P., "Der Ursprung der Gnosis", Kairos, 9 (1967), p. 94-105. RUDOLPH, K., "Gnosis und Gnostizismus. Ein Forschungsbericht", ThR(NF) 34 (1969), p. 121-175, 181-231, 258-361; T.hR(NF) 36 (1971), p. 1-61, 89-124; ThR(NF) 37 (1972), p. 289-360; ThR(NF) 38 (1973), p. 1-25. WILSON, R. M., Gnosis und Neues Testament, Urban- Taschenbücher 118, Stuttgart, 1971 (= ID., Gnosis and the New Testament, Oxford, 1968). COLPE, C., "New Testament and Gnostic Christology", in: NEUSNER, J. CEd.), Religions in Antiquity, Essays in memory of E. Goodenough (= Studies in the History of Religions, SuppI. to Numen XIV), Leiden, 1968, p. 227-243. BOHLIG, A., Mysterion und Wahrheit. Gesammelte Beitriige zur spiitantiken Religionsgeschichte, Arbeiten zur Geschichte des spãteren [udentums und des Urchristentums VI, Leiden, 1968. ELTESTER, W. (Ed.), Christentum und Gnosis, BZNW 37, Berlin/New York, 1969. LOHSE, E., Umwelt des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 1, Gõttingen, 1971, p. 187-206 [trad, port.: Contexto e Ambiente do NT, São Paulo, Paulinas.. 2000] . SCHOTTROFF, L., Der Glaubende und die feindliche Welt. Beobachtungen zum gnostischen Dualismus und seiner Bedeutung für Paulus und das [ohannesevangelium, WMANT 37, Neukirchen-Vluyn, 1970 (v, a respeito BERGMElE R, R., "Entweltlichung. Verzicht auf religionsgeschichtliche Forschung?", NovT 16 (1974), p. 58-80). BERGMEIER, R., "Quellen vorchristlicher Gnosis?".. in: Tradition und Glaube. Das frühe Christentum in seiner Umwelt. FS für K. G. Kuhn zum 65. Geburtstag, Cõttíngen, 1971, p. 200-220. TROGER, K.-W., Mysterienglaube und Gnosis in Corpus Hermenticum XIII, TU 110, Berlin, 1971. PRÜMM, K., Gnosis an der Wurzel des Christentums? Grundlagen der Entmythologisierung, Salzburg, 1972. FISCHER, K. M., Tendenz und Absicht des Epheserbriefes, FRLANT 111, Gõttingen, 1973. TROGERr K.-W. (Ed.), Gnosis und Neues Testament. Studien zur Religionswissenschaft und Theologie, Berlin, 1973. YAMAUCHI, E. M., Pre-Christian Gnosticism. A Survey of the Proposed Evidences, London, 1973.
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II
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802
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ANEXO
11
803
bis zu den Qumranfunden, Judentum und Umwelt v. 6, Frankfurt/M./Bern, 1983 (esp. § 14: "Das Beispiel: R. Bultmanns 'religionsgeschicht1iche' Beurteilung der Gnosis", p. 54-58). LONGAN, A. H. B., WEDDERBURN, A. J. M. (Eds.), The New Testament and Gnosis: Essays in honour of R. MeL. Wilson, Edinburgh, 1983. V AN DEN BROECK, R., "The Present State of Gnostic Studies", VigChr 37 (1983), p. 41-71. • ReI. à p. 231 nota 49 BULTMANN, R., Der zweite Brief an die Korinther, KEK-Sonderband, Gõttingen, 1976, p. 132-146.
• Rei. à p. 2415. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 719.:
Segunda parte - A teologia de Paulo e João I. A teologia de Paulo
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804
ANEXO
11
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ANEXO
11
805
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806
ANEXO
II
BALZ, R., Art. IlauAoç K1:A., EWNT tu. 1983, col. 139-145. LÜDEMANN, G., Paulus, der Heidenapostel. lI. Antipaulinismus im frühen Christentum, FRLANT 130, Gõttingen, 1983 (v. a respeito: LINDEMANN, A., ZKG 95, 1984, p. 242-250). THElSSEN, G., Psychologische Aspekte paulinischer Theologie, FRLANT 131, Gõttingen, 1983. TRILLlNG, W., Mit Paulus im Gesprãch. Das Lebenswerk des groisen Võlkeraposteis - eine Hinführung, Graz/Kõln, 1983. ZIESLER, J., Paulíne Christianity, The Oxford Bible Series, Oxford/New York, 1983. KÜMMEL, W. G., "Rudolf Bultmann als Paulusforscher", in: JASPERT, B. (Ed.), Rudolf Bultmanns Werk und Wirkung, Darmstadt, 1984, p. 174-193.
• Rei. à p. 242 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 719s.: § 16. A posição histórica de Paulo: Sobre a conversão de Paulo: KÜMMEL, W. G., Rõmer 7 und das Bild des Menschen im Neuen Testament. Zwei Studien, ThB 53, München, 1974, p. 225s. (= Literatur zur Bekehrung des Paulus seit 1929 [-1971}). STUHLMACHER, P., Das paulinische Evangelium 1. Vorgeschichte, FRLANT 95, Gõttingen, 1968, esp. p. 63-108. STUHLMACHER, P., "Das Ende des Gesetzes". Über Ursprung und Ansatz der paulinischen Theologie, ZThK 67 (1970), p. 14-39. BORNKAMM, G., "The Revelation of Christ to Paul on the Damascus Road and Paul's Doctrine of Justification and Reconciliation", in: Reconciliation and Hope. New Testament Essays on Atonement and Eschatology, presented to L. L. Morris, Grand Rapids/Mich., 1974, p. 90-104. HAACKER, K., 1JDie Berufung des Verfolgers und die Rechtfertigung des Gottlosen. Erwãgungen zum Zusammenhang zwischen Biographie und Theologie des AposteIs Paulus", Theologische Beitriige 6 (1975), p. 1-19. STENDAHL, K., Der [ude PauIus und wir Heiden. Anfragen an das abendliindische Christentum, München, 1978 (sobre a "conversão": p. 17-37). GAGER, J. G., "Some Notes on Paul's Conversion", NTS 27 (1981), p. 697-704. HEDRICK, C. W., "Paul's Conversion/Call: A Comparative Analysis of the Three Reports in Acts", JBL 100 (1981), p. 415-432. SCHADE, H.-H., Apokalyptische Christologie bei Paulus. Studien zum Zusammenhang von Christologie und Eschatologie in den Paulusbriefen, Gõttinger Theologische Arbeiten 18, Gõttingen, 1981 (esp. p. 105-113). DIETZFELBINGER, C., Die Berufung des Paulus aIs Ursprung seiner Theologie, Habil. Schr. Evang.-Theol. Fak. München, 1982 (datilograf.).
o Paulo "pré-cristão": JEREMIAS, J., "Paulus als Hillelit", in: Neotestamentíca et Semitica, Studies in Honour of M. BIack, Edinburgh, 1969, p. 88-94.
ANEXO
II
807
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Sobre o problema "[esus e Paulo": KÜMMEL, W. G., "[esus und Paulus", in: ID., Heilsgeschehen und Geschichte, Gesammelte Aufsiitze 1933-1964, MarbThSt 3, Marburg, 1965, p. 439-456. FURNISH, V. P., "The [esus-Paulus Debate. From Baur to Bultmann", Bulletin of the [ohn Rylands Library, 47 (1965), p. 342-381. LATEGAN, B. C., De Aardse Jesus in die Prediking van Paulus volgens sy briewe,· Rotterdam, 1967. . BLANK, J., Paulus und Jesus. Eine theologische Grundlegung, StANT XVIII, München, 1968. KUHN, H.-W., "Der irdische Jesus hei Paulus als traditionsgeschichtliches und theologisches ProbIem". ZThK 67 (1970), p. 295-320. DUNGAN, D. L., The Sayings of Jesus in the Church of Paul, Philadelphia, 1971. ScHMITHALS, W., "Paulus und der 'historische' Jesus", in: lo., Jesus Christus in der Verkündigung der Kirche. Aktuelle Beitrãge zum notwendigen Streit um Jesus, Neukirchen-VIuyn, 1972, p. 36-59. FRASER, J. W., Jesus & Paul. Paul as Interpreter of Jesus from Harnack to Kümmel, Abingdon/Berkshire, 1974. PESCH, R., "Christus dem FIeische nach kennen" (2Kor. 5,16)? Zur theologischen Bedeutung der Frage nach dem historischen Jesus, in: PESCH, R., ZWERGEL, H. A., Kontinuitiit in Jesus. Zugãnge zu Leben, Tod und Auferstehung, Freiburg/BaseI/Wien, 1974, p. 9-34, 125-131. BULTMANN, R., Der zweite Brief an die Korinther, KEK-Sonderband, Gõttingen, 1976, p. 155-158. REGNER, F., "Paulus und Jesus" im 19. Jahrhundert. Beitrãge zur Geschichte des Themas "Paulus und Jesus" in der neutestamentlichen Theologie, Studien zur Theologie- und Geistesgeschichte des Neunzehnten Jahrhunderts v. 30, Gõttingen, 1977.
808
ANEXO
11
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• Rei. à p. 245 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann frei. à p. 247] p. 720: A. O ser humano antes da revelação da tdatu; (e p. 247): 1. Os conceitos antropológicos: GÜTTGEMANNS, E., Der leidende AposteI und sein Herr. Studien zur paulinischen Christologie, FRLANT 90, Gõttingen, 1966, esp. p. 199-281. SCROGGS, R., The Last Adam. A Study in Pauline Anthropology, Oxford, 1966. QUINLAN, J., "The Christian Man in St. Paul", JBL 87 (1968), p. 301-308. KASEMANN, E., "Zur paulinischen Anthropologie", in: ID., Paulinische Perspektiven, Tübingen (1969) 2 a ed., 1972, p. 9-60 [trad. port.: Perspectivas paulinas, São Paulo, Teológica/Paulus, 2 a ed., 2003, p. 11-57]. JEWETT, R., Paul'« Anthropological Terms. A Study in their Use in Conflict Settings, Arbeiten zur Geschichte des antiken Judentums und des Urchristentums X, Leiden, 1971. KÜMMEL, W. G., Rõmer 7 und das Bild des Menschen im Neuen Testament (s. complemento ref. à p. 242 [§ 16]), p. 227 (com bibliografia). MURPHY-O'CONNOR, J., L'existence chrétienne selon Saint Paul, LD 80, Paris, 1974. HAACKER, K., "Wie redet die Bibel vom Menschen? Biblische Vorgaben zur anthropologischen Diskussion heute", Theologische Beitriige, 8 (1977), p.241-260.
ANEXO
11
809
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• Rei. à p. 247 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7205: § 17. O conceito o~. ScHWEIZER, E., "Die Leiblichkeit des Menschen: Leben-Tod-Auferstehung", in: lo., Beitrãge zur Theologie des Neuen Testaments. Neutestamentliche Auieatze (1955-1970), Zürich, 1970, p. 165-182. BAUER, K.-A., Leiblichkeit - das Ende aller Werke Gottes. Die Bedeutung der Leiblichkeit des Menschen bei Paulus, StNT 4, Gütersloh, 1971. GUNORY, R. H., Sôma in Biblical Theology with Emphasis on Pauline Anthropology, SNTSMS 29, London/New York/Melbourne, 1976. HEINE, S., Leibhafter Glaube. Ein Beitrag zum Verstiindnis der theologischen Konzeption des Paulus, Wien/Freiburg/Basel, 1976. (V. também complemento ref. à p. 244.). ScHWEIZER, E., Art. aWI..ux K'tÂ., EWNT III, 1983, col. 770-779.
• Rei. à p. 259: § 18. !l'uxrf, 1TJHiíi#Ja
e (curf
SCHWEIZER, E., in: BERTRAM, G. et aI., Art. q1UX~ K'tÂ., TWNT IX, 1973, esp. p. 647-650. KOBERLE, A., "Das griechische Verstãndnis der Seele", Theologische Beitrãge 14 (1983), p. 133-142. SANO, A., Art. \fJux1Í K'tA., EWNT III, 1983, col. 1197-1203.
810
ANEXO
II
• Rei. à p. 268 e à lista bibliográfica complementar de BuItmann p. 721: § 19: NoDç e OVVEíôflOI,' THRALL, M. E., "The Pauline Use of L;uVElÕll0I.Ç", NTS 14 (1967/68), p. 118-125. BONNARO, P., "L'intelligence chez Saint Paul [orig. 1968]", in: lo., Anamnesis. Recherches sur le Nouveau Testament, Geneve/Lausanne/Neuchâtel, 1980, p. 133..143. CHAOWICK, H., Betrachtungen über das Gewissen in der griechischen, [iidischen und christlichen Tradition, Rheirrisch-Westfâ lische Akademie der Wissenschaften Vortrãge G 197, Opladen, 1974. HILSBERG, P., Das Gewissen im Neuen Testament. Über Anwendung und Nichtanwendung des Wortes Gewissen im Neuen Testament, Theologische Versuche IX, Berlin, 1977, p. 145-160, STEPIEN, J., "Syneidesis (das Gewissen) in der Anthropologie des AposteIs Paulus", Collectanea Theologica, 48 (1978), p. 61 ..81. WILCKENS, U., "Exkurs: Das Gewissen bei Paulus (exegetisch und wirkungsgeschichtlích)", in: lo., Der Brief an die Rõmer (Rõm 1-5), EKK VI/I, Zürich/ Einsiedeln/Kõln/Neukirchen-Vluyn, 1978, p. 138..142. SANO, A., Art. vouç KTÃ.., EWNT II, 1981, cal. 1174-1177. ECKSTEIN, H ...J., Der Begriff Syneidesis bei Paulus. Eine neutestamentlich-exegetische Untersuchung zum Gewissensbegriff, WUNT 2. Reihe v. 10, Tübingen, 1983. LÜOEMANN, G., Art. auvEÍ-õl101.Ç KTÃ.., EWNT III, 1983, col. 721-725. MCCAUGHEY, T., "Conscience and Decision Making in some Early Christian Communities", Irish Biblical Studies 5 (1983), p. 115-131.
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• Rei. à p. 285 e à lista bibliográfica complementar de BuItmann p. 721: § 21. Criação e ser humano. § 21,1 (p. 285-286) CAMBIER, J. M., "Le jugement de tous les hommes par Dieu seul, selon la vérité, dans Rom 2,1-3,20", ZNW 67 (1976), p. 187-213. SYNOFZIK, E., Die Gerichts- und Vergeltungsaussagen bei Paulus. Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung, Gõttinger Theologische Arbeiten v. 8, Gõttingen, 1977, p. 78-85. WILCKENS, V., "Exkurs: Das Gericht nach den Werken I. lI.", in: lo., Der Brief an die Rõmer (Rõm 1-5), EKK VI/I, Zürich/Einsiedeln/Kõln/NeukirchenVluyn, 1978, p. 127-131, 142-146.
;
,I,,,,",",
"'f ".41'+1
1'''H+f
ANEXO
11
811
G., "Sündenverstãndnis und theologia crucis hei Paulus", in: Theologia crucis - signum crucis, F5 für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 249-282 (esp. p. 251-259). SHIELDS, B. E., Creation in Romans, Díss. Evang.-Theol. Fak. Tübingen, 1981. POPKES, W., "Zum Aufbau und Charakter von Rõmer 1.18-32", NTS 28 (1982), p. 490-501. WILSON, S. G., "Paul and Religion", in: Paul and Paulinism. Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 339-354. KLEIN,
§ 21,2 (p. 286-288)
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§ 21,2 e 3 (p. 286-289
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l
1
812
ANEXO
11
BINDEMANN, W., IJDie Hoffnung der Schõpfung. Rômer 8,18-22 und die Frage einer Theologie der Befreiung von Mensch und Natur", Neukirchen-Vluyn, 1983.
• ReI. à p. 291 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 721: § 22: O conceito oáp! SANO, A., Der Begriff "Fleisch" in den paulinischen Haupibriejen, BU 2, Regensburg, 1967. BRANOENBURGER, E., Fleísch und Geist. Paulus und die dualistische Weisheit, WMANT 29, Neukirchen-Vluyn, 1968. HÜBNER, H., " Anthropologischer Dualismus in den HodayothT", NTS 18 (1971/ 72), p. 268-284. SANO, A., Art. aápç K't"Â.", EWNT III, 1983, col. 549-557. V. também bibliografia ref. ao complemento p. 247 (§ 17). IJ
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• Rei. à p. 307 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 721: § 24. Pecado e morte. KÜMMEL, W. G., Rõmer 7 und das Bild des Menschen im Neuen Testament. Zweí Studien, ThB 53, München, 1974, p. 224 (= Literatur zu Riimer 7 seit 1960 [até 1973 inclusive]). ScHNACKENBURG, R., "Rômer 7 im Zusammenhang des Rõmerbríefes", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. Kümmel, G6ttingen, 1975, p. 283-300. CAMBIER, J.-M., "Le 'moi' dans Rom. 7", in: LORENZI, L. de (Ed.), The Law of the Spírit in Rom. 7 and 8, Monographic Series of "Benedíctína", BiblicalEcumenical Section 1, Rome, 1976, p. 13-44 (discussão p. 44-72). KRUYF, T. de, IJThe Perspective of Romans VII in: Miscellanea Neotestamentica ti. SupplNovT XLVIII, Leiden, 1978, p. 127-141. ANZ, W., "Zur Exegese von Rõmer 7 bei Bultmann, Luther, Augustin", in: Theologia crucis - signum crucis, F5 für K Dinkler, Tübingen, 1979, p. 1-15. DEUSER, H., "Claubenserfahrung und Anthropologie. Rõm 7,14-25 und Luthers These: totum genus humanum carnem esse", EvTh 39 (1979), p.409-431. YAGI, S., "Das Ich bei Paulus und [esu - zum neutestamentlichen Denken", Annual of the [apanese Biblical Instiiute, V (1979), p. 133-153. 11 ,
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• Rei. à p. 315: § 26. O conceito KÓOJJoç BALZ, H., Art. KÓOIJ.OÇ bibliografia).
K1"À.,
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• Rei. à p. 3215. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 722: § 27. A lei: BECK, J. ° Altes und neues Gesetz. Eine Untersuchung über die Kompromiíslosigkeit des paulinischen Denkens", MThZ, 15 (1964), p. 127-142. HAUFE, C., "Die Stellung des Paulus zum Gesetz", ThLZ 91 (1966), col. 171-178. Kuss, O., "Nomos bei Paulus", MThZ 17 (1966), p. 173-227.
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• ReI. à p. 333 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 722: B. O ser h umano sob a .,,{CTn, 1. A ôLKaLOOVJl11 9Eov
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11
819
CONZELMANN, H., "Rechtfertigung durch den Glauben", in: lo., Theologie als Schriftauslegung. Aufsiitze zum Neuen Testament, BevTh 65, München, 19-74, p. 215-228. THÜSING, W., "Rechtfertigungsgedanke und Christologie in den Korintherbriefen", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/ Basel/Wien, 1974, p. 301-324. WILCKENS, V., "Was heiíst bei Paulus: 'Aus Werken des Gesetzes wird kein Mensch gerecht?''', in: Io., Rechtfertigung als Freiheit. Paulusstudien, Neukirchen-Vluyn, 1974, p. 77-109. HÜBNER, H., "Existentiale Interpretation der paulinischen "Gerechtigkeit Gottes', Zur Kontroverse Rudolf Bultmann - Ernst Kãsemann", NTS 21 (1974/ 75), p. 462-488. DONFRIEO, K. P., "[ustification and Last Judgment in Paul", ZNW 67 (1976), p.90-110. HAHN, F., "Taufe und Rechtfertigung. Ein Beitrag zur paulinischen Theologie in ihrer Vor- und Nachgeschichte", in: Rechtfertigung, F5 für E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 95-124. LÜHRMANN, D., "Christologie und Rechtfertigung", in: Rechtfertigung, FS ror E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 351-363. ScHMIO, H. H., "Rechtfertigung als Schõpfungsgeschehen. Notizen zur alttestamentlichen Vorgeschichte eines neutestamentlichen Themas", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/G6ttingen, 1976, p. 403-414. ScHWEIZER, E., "Cottesgerechtigkeit und Lasterkataloge bei Paulus (inkl. Kol. und Eph.)", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 461-477. STRECKER, G., "Bcfreiung und Rechtfertigung. Zur Stellung der Rechtfertigungslehre in der Theologie des Paulus", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 479-508. WILCKENS, D., "Christologie und Anthropologie im Zusammenhang der paulinischen Rechtfertigungslehre", ZNW 67 (1976), p. 64-82. BERGER, K., "Neues Material zur "Gerechtigkeit Gottes''', ZNW 68 (1977), p.266-275. ROMANIUK, K., ULa justice de Dieu dans l'Épitre de saint Paul aux Romains", Collectanea Theologica 47 (1977) [caderno especial], p. 139-148. LAMBRECHT, J., uThe Line of Thought in Gal. 2.14b-21", NTS 24 (1977/1978), p.484-495. WOLTER, M., Rechtfertigung und zukünftiges Heil. Untersuchungen zu Rõm. 5,,1-11, BZNW 43, Berlin/New York, 1978. WILCKENS, D., "Exkurs: 'Gerechtigkeit Gottes"', in: In., Der Brief an die Rõmer (Rom 1-5), EKK VI/I, Zürich/Einsiedeln/Kõln/Neukirchen-Vluyn, 1978, p. 202-233. Howxno, G., Paul: crisis in Galatia. A Study in Early Christian Theology, SNTSMS 35, Cambridge/London/New York/Melbourne, 1979 (esp. p. 46-65).
820
ANEXO
11
KLEIN, G., "Sündenverstãndnis und theologia crucis bei Paulus", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 249-282. FUNG, R. Y.-K., "[ustification by Faith in 1 & 2 Corinthians", in: Pauline Studies. Essays presented to Professor F. F. Bruce on bis 70th Birthday, Exeter/ Devon/Grand Rapids/Mich., 1980, p. 246-261. KERTELGE, K., Art. ôLKlXLOOÚVll KT.A.., EWNT I, 1980, col. 784-796. ID., Art. ÔLKlXLÓW K"rà ••, ibid., col. 796-807. ID., Art. ÔLKCXCWl-LlX K"rÃ., ibid., col. 807-810. PIPER, J., "The Demonstration of the Righteousness of God in Romans 3:25,26", Journal für the Study of the New Testament 7 (1980), p. 2-32. ScHMID, H. H., "Gerechtigkeit und Glaube. Genesis 15,1-6 und sein biblischtheologischer Kontext", EvTh 40 (1980), p. 396-420. V AN DAALEN, D. H., "The Revelation of God's Righteousness in Romans 1:17", in: Studia Biblica 1978, IH. Papers on Paul and Other New Testament Authors. Sixth International Congress on Biblical Studies, Oxford, 3-7 April 1978, ed. by E. A. Livingstone, [ournal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 3, Sheffield, 1980, p. 383-389. WILLIAMS, S. K., "The 'Righteousness of God' in Romans", JBL 99 (1980), p.241-290. GROSS, H., "'Rechtfertigung' im Alten Testament. Bibeltheologische Betrachtungen", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 17-29. . ROBERTS, J. H., "Righteousness in Romans with Special References to Romans 3:19-31", Neotestamentica 15 (1981), p. 12-33. STUHLMACHER, P., "Die Gerechtigkeitsanschauung des Apostels Paulus", in: ID., Versõhnung, Gesetz und Gerechtigkeit. Aufsiitze zur biblischen Theologie, Cõttingen, 1981, p. 87-116. ZELLER, D., "Zur Pragmatik der paulinischen Rechtfertigungslehre", Theologie und Philosophie 56 (1981), p. 204-217. LINDEMANN, A., "Die Gerechtigkeit aus dem Gesetz. Erwãgungen zur Auslegung und zur Textgeschichte von Rõmer 105", ZNW 73 (1982), p. 231-250. REUMANN, J., 'Righieousness' in the New Testament. '[ustiiication' in the United States. Lutheran-Roman Catholic Dialogue by J. Reumann with responses by J. A. Fitzmyer, J. D. Quinn, Philadelphia/New York/Ramsay, 1982 (esp, p. 41-91). THISELTON, A. C., "On the Logical Grammar of Justification in Paul", in: Studia Evangelica VIII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford, 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlín, 1982, p. 491-495. DIMARCO, A., "Dikaíosyne - dikaiôma dikaiôsis in Rm. Linguistic ed exegesi", Laurentianum 24 (1983), p. 46-75. OEMING, M., "Ist Genesis 15,6 ein Beleg für die Anrechnung des Glaubens zur Gerechtigkeit?", ZAW 95 (1983), p. 182-197.
I
f
I
~
I i I
d
I
I
ANEXO
11
821
ScHNELLE, V., Gerechtigkeit und Christusgegenwart. Vorpaulinische und paulinische Tauftheologie, Gõttinger Theologische Arbeiten 24, Gõttingen, 1983. LÜHRMANN, D., Art. Gerechtigkeit. IlI. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 414420 (esp. p. 416-418). ScHARBERT, J., Art. Gerechtigkeit. I. Altes Testament, TRE XII, 1984, p. 404-411 (esp. p. 408-410). SCHMITT, R., Gottesgerechtigkeit - Heilsgeschichte - Israel in der Theologie des Paulus, Europãische Hochschulschriften, Reihe XXIII. Theologie v. 240, Frankfurt/M./Bern/New York/Nancy, 1984 (esp. p. 14-58).
• Ref. à p. 338 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 723: § 29. A atualidade da Õf,KaUJOÚV1] GONZÁLEZ ÁLVAREZ, G., Das Verstiindnis der Zeit und der Geschichte bei Paulus, Diss. phil. München, (1963), München, 1966. STUHLMACHER, P., "Erwãgungen zum Problem von Gegenwart und Zukunft in der paulinischen Eschatologie", ZThK 64 (1967), p. 423-450. STUHLMACHER, P., "Erwãgungen zum ontologischen Charakter der K(UV" K'tlOlÇ bei PauIus", EvTh 27 (1967), p. 1-35. Luz, V., Das Geschichtsverstiindnis des Paulus, BevTh 49, München, 1968. Luz, V., Art. Geschichte/Geschichtsschreibung/Geschichtsphilosophie. IV. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 59,5404 (esp. p. 600-603).
• Ref. à p. 340: LÜHRMANN, D., Das Offenbarungsverstiindnis bei Paulus und in paulinischen Gemeinden, WMANT 16, Neukirchen-Vluyn, 1965.
• Rei. à p. 343: "Sobre o muito discutido tema "Paulo e a gnose'": POKORNY, P., Der Epheserbrief und die Gnosis. Die Bedeutung des HaupiGlieder-Gedankens in der entstehenden Kirche, Berlin, 1965. SCHMITHALS, W., Paulus und die Gnostiker. Untersuchungen zu den kleinen Paulusbriefen, ThF 35, Hamburg-Bergstedt, 1965. PRüMM, K., "Zur neutestamentlichen Gnosis-Problematik. Gnostischer Hintergrundund LehreinschIag in den beiden EingangskapiteIn von I Cor.?", ZkTh 87 (1965), p. 399-442; ZkTh 88, 1966, p. 1-50. WEISS, H.-F., "Paulus und die Hãretiker, zum Paulusverstãndnis in der Gnosis", in: ELTESTER, W. (Ed.), Christentum und Gnosis. Aufsiitze, BZNW 37, Berlin, 1968, p. 116-128. . ScHMITHALS, W., Die Gnosis in Korinth. Eine Untersuchung zu den Korintherbriefen, FRLANT 66, Gõttingen, 3â ed., 1969. ScHMITHALS, W., "Das Verhãltnis von Gnosis und Neuem Testament aIs methodisches Problem", NT5 16 (1969/1970), p. 373-383.
822
ANEXO
II
ECKERT, J., Die urchristliche Verkündigung irn Streit zwischen Paulus und seinen Gegnern nach dem Galaterbrief, BU 6, Regensburg, 1971. ScHüSSLER-FIORENZA, E., Apocalyptic and Gnosis in the Book of Revelation and Paul", JBL 92 (1973), p. 565-581. ELLIS, E. E., Ii'Weisheit' und 'Erkenntnis' im 1. Korintherbrief", in: Jesus und Paulus. FS für W. G. Kümmel, Côttíngen, 1975, p. 109-128. PAGELS, E. H., The Gnostic Paul. Gnostic Exegesis of the Pauline Letters, Philadelphia, 1975. WINTER, M., Pneurnatiker und Psychiker in Korinth. Zum religionsgeschichtlichen Hintergrund von 1. Kor. 2,6-3,4, MarbThSt 12, Marburg, 1975. HORSLEY, R. A., "Pneumatikos vs. Psychikos: Distinction of the Spiritual Status among the Corinthians", HTR 69 (1976), p. 269-288. CARR, W., "The RuIers of this Age - I Corinthians 11.6-8", NTS 23 (1976/1977), p.20-35. DAUTZENBERG, G., "Botschaft und Bedeutung der urchristlichen Prophetíe nach dem ersten Korintherbrief (2:6-16; 12-14)", in: PANAGOPOULOS, J. (Ed.), Prophetic Vocation in New Testament and Today, Leiden, 1977, p. 131-161. KLOSS, H., Gnostizismus und 'Erkenntnispfad' - ihre Gemeinsamkeit angesichts des 'Wortes vorn Kreuz', Eine religionsphiinomenologische Studie, Diss. theol. Kirchl. Hochsch. Berlin, 1978. ScHENKE, H.-M., "Die Tendenz der Weisheit zur Gnosis", in: Gnosis, FS für H. Jonas, Gõttingen, 1978, p. 351-372. ScHMITHALS, W., "Zur Herkunft der gnostischen Elemente in der Sprache des Paulus", in: Gnosis, FS für H. Jonas, Cõttíngen, 1978, p. 385-414. BARBOUR, R. S., "Wisdom and the Cross in 1 Corinthians 1 and 2", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 57-71. DASSMANN, E., "Paulus in der Gnosis", Jahrbuch für Antike und Christentum 22 (1979), p. 123-138. WENGST, K., rr» Paulinismus' und 'Gnosis' in der Schrift an Diognet", ZKG 90 (1979), p. 41-62. WILCKENS, U., "Zu 1Kor 2,1-16", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 501-537. HANSON, A. T., The New Testament lnterpretation of Scripture, London, 1980 (esp. p. 21-96 sobre 1Co 2.1-16). LORENZI, L. de (Ed.), Paolo a una chiesa divisa (lCor 1-4), Serie Monographica di 'Beriedictina'. Sezione biblico-ecumenica 5, Roma, 1980 (dali esp.: BEST, E., The Power and the Wisdom of God 1 Corinthians 1,18-25, p. 9-39 [discussão p. 39-41]; WILCKENS, U., Das Kreuz Christi aIs die Tiefe der Weisheit Gottes. Zu 1.Kor 2,1-16, p. 43-81 [discussão p. 81-108]; LÉON-DUFOUR, X., Jugement de l'homme et jugement de Dieu 1Cor 4,1-5 dans le cadre de 3,18-4,5, p. 137-153 [discussão p. 153-175]). MERK, O., Art. lipxwv K1"À., EWNT 1, 1980, col. 401-404. SCHMITHALS, W., Art. YWWOKW KtA., EWNT 1, 1980, col. 596-604. li
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ANEXO
II
823
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824
ANEXO
11
HOFIUS, O., "'Gott hat unter uns aufgerichtet das Wort von der Versõhnung' (2Kor 5,19)", ZNW 71 (1980), p. 3-20. MARTIN, R. P., "New Testament Theology: A ProposaI. The Theme of ReconciIiation", Exposítory Times 91 (1980), p. 364-368. FRYER, N. S. L., "Reconciliation in Paul's Epistle to the Romans", Neotestamentica 15 (1981), p. 34-68. MARTIN, R. P., Reconciliation. A study of Paul's theology, London, 1981 (= Atlanta 1981). MERI
• Rei. à p. 353 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 723: 2. A Xápu;.
DOUGHTY, D. J., "The Priority of XAPIL:. An Investigation of the Theological Language of Paul", NT5 18 (1971/72), p. 163-180. CONZELMANN, H., in: In., ZIMMERLI, W., Art. xaí.pw K'CÀ., TWNT IX, 1973, p. 349-405, seção XáplÇ K'CÀ., 02, p. 383-387. POTIERIE, I. DE LA, "XáPlÇ paulinienne et XáplÇ johannique", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. Kümmel, Gõttingen, 1975, p. 256-282. THEOBALD, M., Die ubersirõmende Gnade. Studien zu einem paulinischen Motivfeld, forschung zur bibel 22, Würzburg, 1982. BERGER, K., Art. XáPLÇ K'CÀ., EWNT III, 1983, col. 1095-1102.
• Rei. à p. 358 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 723: § 33. Morte e ressurreição de Cristo como evento salvifico. THÜSING, W., "Per Christum in Deum. Studien zum Verhãltnís von Christozentrik und Theozentrik in den paulinischen Hauptbriefen", NTA(NF) 1, Münster, (1965) 2ã ed., 1969.
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ANEXO
II
825
FITZER, G., "Der Drt der Versôhnung nach Paulus", ThZ 22 (1966), p. 161-183. GÜTTGEMANNS, E., Der leidende AposteI und sein Herr. Studien zur paulinischen ChristoIogie, FRLANT 90, Gõttingen, 1966. TANNEHILL, R. C., Dying and Rising with Christ. A Study in Pauline Theology, BZNW 32, Berlin, 1966. ORTKEMPER, F.-J., Das Kreuz in der Verkündigung des AposteIs Paulus. Dargestellt an den Texten der paulinischen Hauptbrieie, SBS 24, Stuttgart, 1967. ScHRAGE, W., "Das Verstãndnis des Todes jesu Christi im Neuen Testament", in: VIERING, F. (Ed.), Das Kreuz [esu Christi als Grund des Heils, Gütersloh, 1967, p. 49-89. BRANDENBURGER, E., "L:'tIXUPÓÇ, Kreuzigung und Kreuzestheologie", WuD(NF) 10 (1969), p. 17-43. KASEMANN, E., "Die Heilsbedeutung des Todes [esu bei Paulus", in: lo., Paulinische Perspektiven, Tübingen, (1969) 2il ed., 1972, p. 61-107 [irado port.: Perspectivas' paulinas, São Paulo, Teológica/Paulus, 2il ed., 2003, p. 59-99]. SCHRAGE, W., "Rõmer 3,24-26 und die Bedeutung des Todes [esu Christi bei Paulus", in: RIEGER, P. (Ed.), Das Kreuz [esu, Forum 12, Gõttingen, 1969, p.65-88. ROLOFF, J., "Kritische Überlegungen zur gegenwartigen Diskussion um das Kreuz [esu", in: Die Heilsbedeutung von Kreuz und Auferstehung [esu Christi, Fuldaer Hefte 20, Berlin. Hamburg, 1970, p. 51-84. ScHWEIZER, E., "Díe 'Mystik' des Sterbens und Auferstehens mit Christus bei Paulu.s", in: lo., Beitriige zur Theologie des Neuen Testaments. Neutestameniliche Aufsiitze (1955-1970), Zürich, 1970, p. 183-203. KOCH, H., Rõmer 3,21-31 in der Paulusinterpretation der letzten 150 [ahre, Diss. theoL Gõttingen, 1971. DELLING, G., Der Kreuzestod [esu in der urchristlichen Verkündigung, Gõttingen, 1972. DIETRICH, W., "Kreuzesverkündigung, Kreuzeswort und Kreuzesepigraph: Rand1::emerkungen zum 'Kreuz Christi' bei Paulus", Theokratia II: 19701972, ~.973, p. 214-231. KAsEMANN, E., An die Riimer, HNT 8a, Tübingen, (1973), 3il ed., 1974, p. 85-95 (bibliografia p. 85s.). Luz, V., "Theologia crucis aIs Mitte der Theologie im Neuen Testament", EvTh 34, 19~74, p. 116-141. MARSHALl, I. H., "The Development of the Concept of Redemption in the New Testarnent", in: Reconciliation and Hope. New Testament Essays on Atonemen: and Eschatology, presented to L. L. Morris, Grand Rapids/Mich., 1974, p. 153-169. 5c:HRAGE, W., "Leid, Kreuz und Eschaton. Die Peristasenkataloge ais Merkmale paulinischer theologia crucis und Eschatologie", EvTh 34 (1974), p. 141-175. ELwELL, W., "The Deity of Christ in the Writings of Paul", in: Current Issues in Biblical and Patristic Interpretation. Studies in Honor Df Merril C. Tenney, Grand Rapids/Mich., 1975, p. 297-308.
826
ANEXO
11
KUHN, H.-W., "Jesus als Gekreuzigter in der frühchristlichen Verkündigung bis zur Mitte des 2. Iahrhunderts", ZThK 72 (1975), p. 1-46 (esp. p. 27-41). STUHLMACHER, P., "Zur neueren Exegese von Rõm. 3,24-26", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. Kümmel, Cõttingen, 1975, p. 315-333. HENGEL, M., "Mors turpissima crucis. Die Kreuzigung in der antiken Welt und die 'Torheit' des 'Wortes vom Kreuz:", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gottingen, 1976, p. 126-184. KERTELGE, K., "Das Verstãndnís des Todes [esu bei Paulus", in: KERTELGE, K. CEd.), Der Tod [esu, Deutungen im Neuen Testameni, QD 74, Freiburg/ Basel/Wien, 1976, p. 114-136. ScHRAGE, W., "Theologie und ChristoIogie bei Paulus und Jesus auf dem Hintergrund der modernen Gottesfrage", EvTh 36 (1976), p. 121-154 (esp. p. 121-135). STUHLMACHER, P., "Achtzehn Thesen zur paulinischen Kreuzestheologie", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gottingen, 1976, p.509-527. BRUCE, F. F., "Christ and Spirit in Paul", BJRL 59 (1977), p. 259-285. STUHLMACHER, P., "Zur paulinischen Christologie", ZThK 74 (1977), p. 449-463. KLEIN, G., "Sündenverstãndnis und theologia crucis bei Paulus", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 249-282. OsTEN-SACKEN, P. VON DER, "Die paulinische theologia crucis als Form apokalyptischer Theologie", EvTh 39 (1979), p. 477-496. ECKERT, J., "Der Gekreuzigte als Lebensrnacht. Zur Verkündigung des Todes [esu bei Paulus", ThGl 70 (1980), p. 193-214. LORENZI, L. de CEd.), Paolo a una chiesa divisa (lCor 1-4), Serie Monographica di 'Benedictina', Sezione biblicoecumenica 5, Roma, 1980 (dali esp.: BEST, E., The Power and the Wisdom of God 1 Corinthians 1,18-25, p. 9-39 [discussão p. 39-41]; WILCKENS, U., Das Kreuz Christi aIs Tiefe der Weisheit Gottes. Zu 1.Kor 2,1-16, p. 43-81 [discussão p. 81-108]). NIELSEN, H. K., "Paulus' Verwendung des Begriffes ~úvaIlLç. Eine Replik zur KreuzestheoIogie", in: PEDERSEN, S. CEd.), Die paulinische Literatur und Theologie. The Pauline Literature and Theology, Teologiske Studier 7, Árhus/ Gõttingen, 1980, p. 137-158. ROLoFF, J., Art. Uaa"t~pLOv K"tÀ.., EWNT Il, 1981, col. 455-457. WEDER, H., Das Kreuz [esu bei Paulus. Ein Versuch, über den Geschichtsbezug des christlichen Glaubens nachzudenken, FRLANT 125, Gôttingen, 1981. FRIEDRICH, G., Die Verkündigung des Todes Jesu im Neuen Testament, BiblischTheologische Studien 6, Neukirchen-VIuyn, 1982 (esp, p. Kap. 12 "Das Kreuz", p. 119-142). KUHN, H.-W., "Die Kreuzesstrafe wãhrend der frühen Kaiserzeit. Ihre Wirklichkeit und Wertung in der Umwelt des Urchristentums", in: HAASE, W. (Ed.), Aufstieg und Niedergang der rõmischen Welt. Geschichte und Kultur Roms im Spiegel der neueren Forschung lI.25,1: Principal: Religion (Vorkonstantinisches Christentum: Leben und Umwelt Iesu:
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ANEXO
II
827
Neues Testament [Kanonische Schriften und Apokryphen]), Berlin. New York 1982, p. 648-793. KUHN, H.-W., Art. cruupóç K-rÀ., EWNT lII, 1983, col. 639-645. KUHN, H.-W., Art. ornupóco K-rÂ. EWNT III, 1983, col. 645-649. ScHWARTZ, D. R., "Two Pauline Allusions to the Redemptive Mechanism of the Crucifixion", JBL 102 (1983), p. 259-268.
• ReI. a 5. em especial: DINKLER, E., "Die Verkündigung ais eschatologisch-sakramentales Geschehen. Auslegung von 2Kor 5,14-6,2", in: Die Zeit [esu, F5 für H. 5chlier, Freiburg/BaseI/Wien, 1970, p. 169-189. BULTMANN, R., Der zweite Brief an die Koriniher, KEK-Sonderband, Gõttingen, 1976 (esp. p. 146-169, bibliografia p. 264), e DINKLER, E. (Ed.), ibid., p. 11s.
• ReI. a 6b: DEICHGRÀBER, R., Gotteshymnus und Christushymnus in der [rühen Christenheit. Untersuchungen zu Form, Sprache und Stil der [ruhchristlichen Hymnen, StUNT 5, Gõttingen, 1967 (esp. p. 118-133). MARTIN, R. P., Carmen Christi. Philippians 11. 5-11 in Recent lnterpretation and in the Setting of Early Christian Worship, SNT5MS 4, London, 1967. MouLE, C. F. D., "Further Reflexions on Philippians 2:5-11", in: Apostolic History and the Gospel, Biblical and Historical Essays, presented to F. F. Bruce, Pasadena/Cal., 1970, p. 264-276. ScHNACKENBURG, R., "Christologie des Neuen Testamentes", in: Das Christusereignis, Mysterium Salutis. Crundrij3 heilsgeschichtlicher Dogmatik 111/1, Einsiedeln/Zürich/Kõln, 1970, p. 227-388 (esp, Seção 4, p. 309-337). SANDERS, J. T., The New Testament Christological Hymns. Their Historical Religious Background, SNTSMS 15, London, 1971. WENGST, K., Christologische Formeln und Lieder des Urchristentums, StNT 7, Gütersloh, (1972), 2 â ed., 1974. ScHNEIDER, G., "Prãexistenz Christi. Der Ursprung einer neutestamentlichen Vorstellung und das Problem ihrer Auslegung", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 399-412 (com bibliografia). HENGEL, M., "Der Sohn Gottes. Die Entstehung der Christologie und die jüdischhellenistische Religionsgeschichte", Tübingen, 1975. HOOKER, M. D., "Philippians 2:6-11", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. Kümmel, Gõttingen, 1975, p. 151-164. HOFIUS, O., Der Christushymnus Philipper 2,6-11, WUNT 17, Tübingen, 1976. MURPHY-O'CONNOR, J., "Christologícal Anthropology in Phil 11,2-11", RB 83 (1976), p. 2540. . HOWARD, G., ilPhil2:6-11 and the Human Christ", CBQ 40 (1978), p. 368-387.
828
ANEXO
11
BYRNE, B., '''Sons of Cod' - 'Seed of Abraharrr'. A Study of the Idea of the Sonship of Cod of AIl Christians in Paul against the Jewish Background", Analecta Bíblica 83, Rome, 1979. DEMAREsT, B. A., "Process Theology and Pauline Doctrine of the Incarnation", in: Pauline Studies. Essays presented to Professor F. F. Bruce on his 70th Birthday, Exeter/Devon/Crand Rapids-Mich., 1980, p. 122-142. CRUNDMANN, W., "Der Weg des Kyrios Jesus Christus. Erwãgungen zum Christushymnus Phil2,6-11 und der damit verbundenen Konzeption im Neuen Testament", in: ID., Wandlungen im Verstiindnís des Heils, Berlin. Stuttgart, 1980, p. 9-24. HENGEL, M., "Hymnus und Christologie", in: Wort in der Zeit. Festgabe für K. H. Rengstorf zum 75. Ceburtstag, Leiden, 1980, p. 1-25. DELLING, C., Art. Cotteskindschaft, RAC xi, 1981, col. 1159-1185. POHLMANN, W., Art. lloocP~ K'tÂ., EWNT 11, 1981, col. 1089-1091. BARTSCH, H. W., "Der Christushymnus Phil. 2,6-11 und der historische Jesus", in: Studia Evangelica VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlin, 1982, p. 21-30. BENOIT, P., "Preexistence et Incarnation", in: ID., Exégese et Théologie IV, Paris, 1982, p. 12-61 ["Reflexions complémentaires" (1981), p. 41-61]. COOPER, K. T., "Paul and Rabbinie Soteriology: A Review Article", The Westminsier Theological [ournal XLIV (1982), p. 123-139. HENGEL, M., "Erwagungen zum Sprachgebrauch von XPLO'tÓÇ bei Paulus und in der 'vorpaulinischeri' Überlieferung", in: Paul and Paulinism, Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 135-159. LACEY, D. R. de, 1II0ne Lord: in Pauline Christology", in: Christ the Lord: Siudies in Christology Presented to D. Cuthrie, Leicester, 1982, p. 191-203. CNILKA, J., "Der Christushymnus des Philipperbriefes (2,6-11) und die neutestamentliche Hymnendichtung", in: BECKER, H., KACZYNSKI, R. (Ed.), Liturgie und Dichiung, St. Ottilien, 1983, p. 173-185. HAHN, F., Art. Xpioróc K'tÂ., EWNT III, 1983, col. 1147-1165 (esp. col. 1156-1159).
• Ref. à p. 367: HAHN, F., "Das Problem 'Schrift und Tradition' im Urchristentum", EvTh 30 (1970), p. 449-468. VAN DER MINDE, H.-J., Schrift und Tradiiion bei Paulus. Ihre Bedeutung und Funktion im Rõmerbriei, Paderborner theologische Studien 3, München/ Paderborn/Wien,1976.
• ReI. à p. 3735. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7235.: § 34. A palavra, a Igreja, os sacramentos. Ref. a 1: BORMANN, P., Die Heilswirksamkeit der Verkündigung nach dem Apostei Pauluso Ein Beitrag zur Theologie der Verkündigung, Konfessionskundliche und kontroverstheologische Studien XIV, Paderborn 1965.
ANEXO
II
829
ScHUSTER, R., Evangelium das Wort. Untersuchungen zum Verstiindnis des Wortsinns von Evangelium bei Paulus, Diss. theol. Marburg, 1967. STUHLMACHER, P., Das paulinische Evangelium. 1. Vorgeschichte, FRLANT 95, Gõttingen, 1968. LOHSE, E., Wort und Sakrament in der paulinischen Theologie, in: VIERING, V. F. (Ed.), Zu Karl Barths Lehre von der Taufe, Gütersloh, 1971, p. 44-59. SCHNEIOER, N., Die rhetorische Eigenart der paulinischen Antithese, HUTh 11, Tübingen, 1970. JOHNSON, S. L., "The Gospel That Paul Preached", Bibliotheca Sacra, 1971, p.327-340. GRÃSSER, E., "Das eine Evangelium. Hermeneutische Erwãgungen zu Gal. 1,610", in: lo., Text und Situation. GesammeIte Aufsiitze zum Neuen Testament, Gütersloh, 1973, p. 84-122. ScHLIER, H., "EuayyÉÂLOv im Rõmerbrief", in: Wort Gottes in der Zeii, FS ror K. H. Schelkle, Düsseldorf, 1973, p. 127-142. DELLING, G., "Nahe ist dir das Wort". Wort-Geist-Glaube bei Paulus, ThLZ 99 (1974), col. 401-412. STRECKER, G., "Das Evangelium [esu Christi", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, Neutestamentliche Festschrift ror H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 503-548 (esp. p. 517-523, 524-531). FITZMYER, J., "The Gospel in the Theology of Paul", Interpretation 33 (1979), p.339-350. KIM, S., The Origin of Paul's Gospel, WUNT 2. Reihe v. 4, Tübingen, 1981. STRECKER, G., Art. EuayyÉÀ.loV KTÂ., EWNT 11, 1981, col. 176-186. STUHLMACHER, P., "Das paulinische Evangelium", in: STUHLMACHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortrãge vom Tübinger Symposium, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 157-182. • Ref. a 2:
KASEMANN, E., "Das theologische Problem des Motivs vom Leibe Christi", in: lo., Paulinische Perspektiven, Tübingen, (1969) 2a ed., 1972, p. 178-210 [trad. port.: Perspectivas paulinas, São Paulo, Teológica/Paulus, 2 a ed., 2003, p. 165-193]. HAINZ, J., Ekklesia. Strukturen paulinischer Gemeinde-Theologie und Gemeinde-Ordnung, BU 9, Regensburg, 1972 (com bibliografia). ROETZEL, C. J., Judgement in the Community. A Study of the Relationship between Eschatology and Ecclesiology in Paul, Leiden, 1972. DIAS, P. V., Kirche in der Schrift und im 2. [ahrhundert, Handbuch der Dogmengeschichte v. 111, Fasz. 3a, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 77-90 (com bibliografia). SAMPLEY, J. P., "Societas Christi: Roman Law and Paul's Conception of Christian Community", in: God's Christ and His People. Studies in Honour of Nils AIstrup Dahl, Oslo/Bergen/Tromsõ, 1977, p. 158-174.
830
ANEXO
II
WEISS, H.-F., "'Volk Gottes' und 'Leib Christi'. Überlegungen zur paulinischen Ekklesiologie", ThLZ 102 (1977), col. 411-420. KERTELGE, K., "Abendmahlsgemeinschaft und Kirchengemeinschaft im Neuen Testament und in der Alten Kirche", in: HAHN, F., KERTELGE, K., SCHNACKENBURG, R., Einheit der Kirche. Grundlegung im Neuen Testament, QD 84, Freiburg/Basel/Wien, 1979, p. 94-132 (esp. p. 98-111). BANKS, R., Paul's Idea of Community. The Early House Churches in their HistoricaI Setting, Exeter, 1980. DINKLER, E., "Die ekklesiologischen Aussagen des Paulus im kritischen Rückblick auf Barmen 111", in: BURGSMÜLLER, A. (Ed.), Kirche aIs "Gemeinde von Brüdern". Barmen III, 1. v. Vortrãge aus dem Theologischen AusschufS der Evangelischen Kirche der Union..., Gütersloh, 1980, p. 115-139. JESKE, R. L., "The Rock was Christ: The EccIesiology of 1 Corinthians 10", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p.245-255. ROLoFF, J., Art. EKKÀllOLCi KTÀ., EWNT I, 1980, col. 998-1011 (esp. col. 1002-1005). ALLMEN, D. V., La Familie de Dieu. La Syrnbolique familiale dans le paulinisme, Orbis biblicus et Orientalis 41, Fribourg/Gottingen, 1981. HAINZ, J., "Gemeinschaft (KOLVWVLa:) zwischen Paulus und Jerusalem (GaI2,9s.). Zum paulinischen Verstãndnis von der Einheit der Kirche", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 30-42. HAINz, J., Koinonia. 'Kirche' als Gemeinschaft hei Paulus, BU 16, Regensburg, 1982. KLAIBER, W., Rechtfertigung und Gemeinde. Eine Untersuchung zum Paulinischen Kirchenverstiindnis, FRLANT 127, Côttingen, 1982. PAULSEN, H., "Schisma und Hâresie. Untersuchungen zu lKor 11,18.19", ZThK 79 (1982), p. 180-211. Le Corps et le Corps du Christ dans la premiêre Építre aux Corinthiens. Congrés de l'ACFEB, Tarbes (1981), Présenté par V. Guénel, LD 114, Paris, 1983. SCHWEIZER, E., Art. aWIlCi KTÀ., EWNT Ill, 1983, col. 770-779.
• ReI. a 3: (V. também os títulos não repetidos aqui do complemento ref. à p. 183 [§ 131 sobre batismo e ceia do Senhor).
• ReI. ao batismo: TANNEHILL, R. C., Dying and Rising with Christ. A Study in Pauline Theology, BZNW 32, Berlin, 1966. GÁUMANN, N., Taufe und Ethik. Studien zu Rõmer 6, BevTh 47, München, 1967. FRANKEMOLLE, H., Das Taufverstiindnis des Paulus. Taufe, Tod und Auferstehung nach Rõm. 6, SBS 47, Stuttgart, 1970. ScHWEIZER, E., "Die 'Mystik' des Sterbens und Auferstehens mit Christus bei Paulus", in: ID., Beitrãge zur Theologie des Neuen Testaments. Neutestamentliche Aufsiitze (1955-1970), Zürich, 1970, p. 183-203.
ANEXO
II
831
1
Ceia do Senhor: MERENOINO, P., "Das ist mein Leib - der für euch" (1. Cor. 11,24), Archiv für Liturgiewissenschaft 10 (1967), p. 111-124. Sc:HLIER, H., "Das Herrenmahl bei Paulus", in: Io., Das Ende der Zeit. Exegetische Aufsiitze und Vortriige III, Freiburg/Basel/Wien, 1971, p. 201-215. THEI55EN, G., "Soziale Integration und sakramentales Handeln. Eine Analyse von I. Cor. XI, 17-34", NovT 16 (1974), p. 179-206. PANIKULAM, G., "Koinonia in the New Testament. A Dynamic Expression of Christian Life", Analecta Biblica 85, Roma, 1979 (esp, p. 17-30). LÜHRMANN, D., Ahendmahlsgemeinschaft? Ga12,Tlss.", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 271-286. HAHN, F., "Herrengedãchtnis und Herrenmahl bei Paulus", Liturgisches [ahrbuch 32 (1982), p. 166-177. KLAUCK, H.-J., "Herrenmahl und hellenistischer Kult. Eine religionsgeschichtliche Untersuchung zum ersten Korintherbrief", NTA(NF) 15, Münster, 1982. 11
832
ANEXO
11
KLAUCK, H.,J., "Kultische Symbolsprache bei Paulus", in: Freude am Cottesdienst. Aspekte ursprünglicher Liturgie. FS für J. G. Plôger, Stuttgart, 1983, p. 107-118. MAYER, B., "'Tut dies zu meinem Gedãchtnis!' - Das Herrenmahl unter dem Anspruch des Abendmahls (1 Kor 11, 17-34)", in: Freude am Gottesdienst. Aspekte ursprünglicher Liturgie. FS für J. G. Plõger, Stuttgart, 19811, p. 189-200. SIGAL, P., "Another Note to 1 Corinthians 10.16", NT5 29 (1983), p. 134-139.
• Rei. à p. 3825. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 725: 3. A 1TLm;I.,.
FUCHS, E., "Die Logik des paulinischen Glaubens", in: Geist. und Geschichte der Reformation. Festgabe für Hanns Rückert, Berlin, 1966, p. 1-14. BINDER, H., Der Glaube bei Paulus, Berlin, 1968. 5cHENK., W., "Die Gerechtigkeit Gottes und der Glaube Christi. Versuch einer Verhãltnisbestimmung paulinischer Strukturen", ThLZ 97 (1972), col. 161-174. FUCHS, E., "Der Anteil des Geistes am Glauben des Paulus. Ein Beitrag zum Verstãndnís von Rõmer 8", ZThK 72 (1975), p. 293-302. LÜHRMANN, D., Glaube im frühen Christentum, Gütersloh, 1976 (esp, p. 46-59). LOHSE, E., "Glauben. B. Glauben im Neuen Testament", in: HERMISSON, H.-J., LOHSE, E., Glauben, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer-Taschenbücher v. 1005, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1978, p. 79-132, 135-140. LÜHRMANN, D., Art. Glaube, RAC 11, 1979, cal. 48-122 (esp. cal. 64-80). FRIEDRICH, G., "MuB ÚiT
• ReI. à p. 385: LÜHRMANN, D., "Pistis im [udentum", ZNW 64 (1973)/ p. 19-38. LOHSE, E., "Emuna und Pistís. [üdísches und urchristliches Verstândnis des Glaubens", ZNW 68 (1977), p. 147-163. VAN DAALEN, "D. H., The "erruma Z n[onç of Habakkuk 2.4 and Romans 1.17", in: Studia Evangelíca VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford 1973, ed. by E. A. Livingstone, Berlin, 1982, p. 523-527.
~
I
l
;
I
j
I
•I
I
,
ANEXO
11
833
• Rei. à p. 3885. (§ 35,3): WOSCHITZ, K. M., Elpis-Hoffnung. Geschichte, Philosophie, Exegese, Theologie eines Schlüsselbegriffs, Wien/Freiburg/Basel, 1979. MAYER, B., Art. E,bTLÇ KTÀ., EWNT I, 1980, col. 1066-1075. NEBE, G., 'Hoffnung' bei Paulus. Elpis und ihre Synonyme im Zusammenhang der Eschatologie, StUNT 16, Cõttingen, 1983.
• Rei. à p. 390 (§ 35,4): BALZ, H., Art. 1034-1039.
und
EWNT III, 1983, col. 1026-1033,
• Ref. à p. 394 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 725: § 36. A vida na u{m;u;. JÜNGEL, E., "Erwãgungen zur Grundlegung evangelischer Ethik im Anschluís an die Theologie des Paulus. Eine biblische Meditation", ZThK 63 (1966), p.379-390. FURNI5H, V. P., Theology and Ethics in Paul, Nashville/New York, 1968. GRABNER-HAIDER, A., Paraklese und Eschatologie bei Paulus, NTA(NF) 4, Münster, 1968. MERK, O., Handeln aus Glauben. Die Motivierungen der paulinischen Ethik, MarbThSt, 5, Marburg, 1968 (com bibliografia). WENDLAND, H. O., Ethik des Neues Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTO Ergãnzungsreihe 4, Gõttingen, 1970 (esp. p. 49-88) [trad, port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1974]. SANDERS, J., Ethics in the New Testament. Change and Development, London, 1975 (esp. p. 47-66). HALTER, H., Taufe und Ethos. Paulinische Kriierien für das Proprium christlicher Moral, Freiburger Theologische Studien 106, Freiburg/Basel/Wien, 1977. HA5EN5TAB, R., Modelle paulinischer Ethik. Beitrãge zu einem Autonomie-Modell aus paulinischem Geist, Tübinger Theologische Studien 11, Mainz, 1977 (a respeito de Halter e Hasenstab cf.: STRECKER, G., "Autonome Sittlíchkeit und das Proprium der christlichen Ethik bei Paulus", ThLZ 104 (1979), col. 865-872). SYNOFZIK, E., Die Gerichis- und Vergeltungsaussagen bei Paulus. Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung, Gõttinger Theologische Arbeiten 8, Gõttingen, 1977. BECKER, J., "Das Problem der Schriftgemãísheit der Ethik", in: HERTZ, A., KORFF, W., RENDTORFF, T., RrNGELING, H. (Eds.), Handbuch der christlichen Ethik I, Freiburg/Basel/Wien/Gütersloh, 1978, p. 243-269. STRECKER, G., "Strukturen einer neutestamentlichen Ethik", ZThK 75 (1978), p. 117-146. Ou TOIT, A. B., "Dikaiosyne in Rõm. 6. Beobachtungen zur ethischen Dimension der paulinischen Gerechtigkeitsauffassung", ZThK 76 (1979), p. 261-291.
834
ANEXO
11
ScHüRMANN, H., "Haben die paulinischen Wertungen und Weisungen Modell-
charakter? Beobachtungen und Anmerkungen zur Frage nach ihrer formalen Eigenart und inhaltlichen Verbindlichkeit", Theologisches [ahrbuch, 1979, Leipzig, 1980, p. 144-167. DEIDUM, T. J., "New Covenant Morality in Paul", Analecta Biblica 89, Roma, 1981. GERHARDSSON, B., The Ethos of the Bible, Philadelphia, 1981 (esp. p. 63-92). KÕRTNER, U. H. J., "Rechtfertigung und Ethik bei Paulus. Bemerkungen zum Ansatz paulinischer Ethik", WuD(NF) 16 (1981), p. 93-109. MÜNCHOW, C., Ethik und Eschatologie. Ein Beitrag zum Verstiindnis der frühjüdischen Apokalyptik mit einem Ausblick auf das Neue Testament, Gõttingen, 1981 (esp. p. 149-178). SCHADE, H.-H., Apokalyptische Christologie bei Paulus. Studien zum Zusammenhang von Christologie und Eschatologie in den Paulusbriejen, Gõttinger Theologische Arbeiten 18, Gõttingen, 1981 (esp. p. 46-63). MERK, O., "Verantwortung. B. Verantwortung ÍIn Neuen Testament", in: WüRTHWEIN, E., MERK, O., Verantwortung, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer-Taschenbücherv. 1009, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1982, p. 143-152, 176-178 (com bibliografia). ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament. NTD Ergãnzungsreihe 4, Gõttingen, 1982 (esp, "IV. Die christologische Ethik des Paulus", p. 155-230) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 169-247]. HEIUGENTHAL, R., Untersuchungen zur Bedeutung der menschlichen Taien im Frühjudentum, Neuen Testament und Frühchristentum, WUNT 2. Reihe v. 9, Tübingen, 1983 (esp, p. 95-113, 165-315). MOHRLANG, R., Matthew and Paul. A Comparison of Ethical Perspectives, SNTSMS 48, Cambridge/London/New York/New Rochelle/Melbourne/ Sydney, 1983 (esp, p. 26-42, 57-67, 81-89, 101-106, 115-123). WATSON, N. M., "Justified by Faith; Judged by Works An Antinomy?", NTS 29 (l983), p. 209-221. BRANDENBURGER, E., Art, Gericht Gottes. III. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 469-483 (esp, p. 475-478). • Rei. à p. 396:
DAUTZENBERG, G., Art. Glossolalie, RAC XI, 1981, col. 225-246. ScHüTZ, }. H., Art. Charisma. IV. Neues Testament, TRE VII, 1981, p. 688-693 (com bibliografia). GRUDEN, W. A., The Gift of Prophecy in 1 Corinthians, Washington, 1982. BERGER, K., Art. xápLO~a Kt"À., EWNT III, 1983, col. 1102-1105 (com bibliografia). PERROT, C., "Charisme et institution chez Paul", RechScRel 71 (1983), p. 81-92. PRATSCHER, W., "Zum Phãnomen der Glossolalie", in: HEINE, S., HEINTEL, E. (Eds.), Gott ohne Eigenschaften?, Wien, 1983, p. 119-132.
ANEXO
II
835
WEDER, H., "Die Gabe der hermeneia O. Kor. 12 und 14)", in: Wirkungen hermeneutischer Theologie. Zürcher Festgabe zum 70. Geburtstag Gerhard Ebelings, Zürich, 1983, p. 99-112.
• ReI. à p. 398: BALCHIN, J. F., "Paul, Wisdom and Christ", in: Christ the Lord: Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p. 204-219. HEGERMANN, H., Art. oü
• Rei. à p. 399 (§ 36,3): WAHLBRECHT, F., Gebrauch und Verstiindnis der christologischen, LÉv'-Bestimmung bei Paulus, Teil I. 11., Diss. theol. [ena, 1982.
• Rei. à p. 402 nota 68: MAYER, B., Unter Gottes Heilsratschluj3. Priidestinationsaussagen hei Paulus, forschung zur bibel15, Würzburg, 1974.
• ReI. à p. 402 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 725s.: 4. A €Â.Ev8Epla. NIEDERWIMMER, K., Der Begrift der Freiheit im Neuen Testament, Theologische Bibliothek Tõpelmann v. 11, Berlin, 1966. ScHLIER, H., "Zur Freiheit gerufen. Das paulinische Freiheitsverstãndnis", in: ID., Das Ende der Zeit. Exegetische Aufsiitze und Vortriige III, Freiburg/ Basel/Wien, 1971, p. 216-233. ScHÜRMANN, H., "Díe Freiheitsbotschaft des Paulus Mitte des Evangeliums?", Catholica 25 (1971), p. 22-62. NE5TLE, D., Art. Freiheit, RAC VIII, 1972, col. 269-306. KASEMANN, E., Der Ruf der Freiheit, Tübingen, Sã ed., 1972. MUSSNER, F., Theologie der Freiheit nach Paulus, QD 75, Freiburg/Basel/Wien, 1976 (bibliografia p. 83). MURPHY-O'CONNOR, J., "Freedorn or the Ghetto ICor, VIII, 1-13; X, 23X-XI, 1", RB 85 (1978), p. 543-574. LORENZI, L. de (Ed.), Freedom and Love. The Guide for Christian Life (ICo 8-10; Rm 14-15), Monographic Series of 'Benedictina'. Biblical-Ecumenical Section 6, Roma, 1981. CAMBIER, J.-M., "La Liberté du Spirituel dans Rom. 8.12-17", in: Paul and Paulinism. Essays in honour of C. K. Barrett. London, 1982, p. 205-220. WEDER, H., "Eleutheria und Toleranz", in: RENDTORFF, T. (Ed.), Glaube und Toleranz. Das theologische Erbe der Aufkliirung, Gütersloh 1982, p. 243-254. SHAW, G., The Cost ofAuthority. Manipulation and Freedorn in the New Testament, London, 1983.
836
ANEXO
11
• Ref. à p. 403 e à lista bibliográfica cornplemerüar de Bulbnann p. 7265.: § 38. A liberdade etn relação ao pecado e o andar no espírito. V. os trabalhos, mencionados no complemento ref. à p. 394 (§ 36), de FURNISH, V. P.; GRABNER-HAIDER, A.; KÕRTNER, U. H. J.; MERK, O.; 5ANDERS, J. T.; ScHRAGE, W.; WENDLAND, H. D.; MOULE, C. F. D., Obligation in the Ethic of Paul, in: Christian History and Interpretation: Studies presented to John Knox, London, 1967, p. 389-406. NIEDERWIMMER, K., "Das Problem der Ethik hei Paulus", ThZ 24 (1968), p. 81-92. NIEDERWIMMER, K., "Ethik aus Taufe und Eucharistie bei Paulus", in: Kirche zwischen Planen und Hoffen, Kassel, 1968, p. 15-32. 5TYLER, G. M., "The Basis of Obligation in Pauls Christology and Ethics", in: Christ and Spirit in the New Tesiament, in Honour of C. F. D. Mou'le, London, 1973, p. 175-187. BOUTIIER, M., "La vie du chrétien en tant que service de la justice pour la sainteté", in: LORENzI, L. de (Ed.), Battesimo e giustizia in Rom 6 e 8, Serie Monographica di "Benedictina", Sezione bfbljco-ecurucrrica 2, Rorna, 1974, p. 127-154 (discussão p. 154-176). POTTERIE, I. DE LA, "Le chrétien conduit par l'Esprit dans son cheminement eschatologique (Rom 8,14)", in: LORENZI, L. DE (Ed.), The Law of the Spirit in Rom 7 and 8, Monographic Series of "Benedictina", Biblical-Ecurnenical Section 1, Roma, 1976, p. 209-241 (discussão p. 241-278). PEDERSEN, 5., "Mit Furcht und Zittern" (Phil. 2, 12-13), StTh 32 (1978), p. 1-31. LORENZI, L. de (Ed.), Dimensions de la vie chrétienne (Rm 12-13), Serie Monographique de " Benedictina", Section Biblico-Oecuménique 4, Roma, 1979 (dali esp.: SÁNCHEZ BOSCH, J., Le Corps du Christ et les charisrnes dans I'Építre aux Rornains, p. 51-72 [discussão p. 72-83]; VÕGTLE, A., Paraklese und Eschatologie nach Rõrn 13,11-14, p. 179-194 [discussão p. 195-220]). ORTKEMPER, F.-J., "Lebcri aus dem Glauben. Christliche Grundhaltungen nach Rõmer 12-13", NTA(NF) 14, Mürister, 1980. HOLTZ, T., "Zur Frage der inhaltlichen Weisungen hei Paulus", ThLZ 106 (1981), col. 385-400. Luz, U., LIEDKE, G. (Ed.), "Eschatologie und Friedenshandeln bei Paulus", in: LIEDKE, G. (Ed.), Eschatologie und Friedenshandeln. Exegetische Beitr âge zur Frage christlicher Friedensverantwortung v. U. Luz, J. Kegler, P. Lampe, P. Hoffmann, 5BS 101, 5tuttgart, 1981, p. 153-193. REINMUTH, E., Geist und Gesetz. Studien zu Voraussetzungen und Inhalt paulinischer Parãnese, Diss. theol. Halle/S., 1981. WOLBERT, W., "Vorbilcí und parãnetísche A'utor-itãt. Zum Problern der Nachahrnung des Paulus", MThZ 32 (1981), p. 249-270.
• Ref. a 2 e 3: DOUGHTY, D.
J., Heiligkeit und Freiheit. Eine exegetische Untersuchung der
Anwendung des paulinischen Freiheitsgedankens in 1. Kor. 7, Diss. theol. Gõttingen, 1965.
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ANEXO
11
837
STUHLMACHER, P., "Christliche Verantwortung bei Paulus und seinen Schülern", EvTh 28 (1968), p. 165-186. LOHSE, E., Ó VÓIlOÇ roõ 1TVEÚIlCX,"tOÇ -rf]ç (wf]ç. Exegetische Anmerkungen zu Rõm, 8,2, in: Neues Testament und christliche Existenz, FS H. Braun, Tübingen, 1973, p. 279-287. LLOYD-JONES, D. M., Romans. An Exposition of Chapter 8:5-17, Edinburgh, 1974. MouLE, C. F. D., "'Justification' in its relation to the condition Ka-rCt 1TVEUlJ.a (Rom. 8:1-11)", in: LORENZI, L. DE (Ed.), Battesimo e giustizia in Rom 6 e 8, Serie Monographica di "Benedictina", Sezione biblico-ecumenica 2, Roma, 1974, p. 177-187 (discussão p. 187-201). HODGSON, R. (Ir.), Die Quellen der paulinischen Ethik, Diss, theol, Heidelberg, 1976. LOHSE, E., "Zur Analyse und Interpretation von Rõm 8,1-17", in: LORENZI, L. de (Ed.), The Law of the Spirit in Rom 7 and 8, Monographic Series of "Benedíctina", Biblical-Ecumenical Section 1, Roma, 1976, p. 129-146 (discussão p. 147-166). BRUCE, F. F., "Christ and Spirit in Paul", BJRL 59 (1977), p. 259-285. LULL, D. J., The Spirit in Galatia. Paul's Interpretation of Pneuma as Divine Pouier, Society of Biblical Literature Diss. ser. 49, Chico, 1980. KECK, L., "The Law and "The Law of Sin and Death" (Rom 8:1-4): Reflections on the Spirit and Ethics in Paul", in: CRENSHAW, J. L., SANDMEHL, S. (Eds.), The Divine Helmsman. Studies on Cod's Control of Human Events. Presented to Lou H. Silberman, New York, 1980, p. 41-57. RICHARDSON, P., "'1 Say, not the Lord': Personal Opinion, Apostolic Authority and the Development of Early Christian Halakah", Tyndale Bulletin 31 (1980), p. 65-86. COETZER, W. C., "The Holy Spirit and the Eschatological View in Romans 8", Neotestamentica 15 (1981), p. 180-198. WOLBERT, W., Ethische Argumentation und Pariinese in 1Kor 7, Moraltheologische Studien v. 8, Düsseldorf, 1981. DAUTZENBERG, G., MERKLEIN, H., MÜLLER, K. (Eds.), Die Frau im Urchristentum, QD 95, Freiburg/Basel/Wien, 1983. BAUMERT, N., Ehelosigkeit und Ehe im Herrn. Eine Neuinterpretation von lKor 7, forschung zur bibel47, Würzburg, 1984.
Sobre Rm 13.1-7 (cf. a lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 727): KASEMANN, E., An die Riimer, HNT 8a, (1973), 3'l ed., 1974, p. 337-347 (bibliografia, p. 337). WILCKENS, V., "Rõmer 13,1-7", in: Io.: Rechtfertigung als Freiheit. Paulusstudien, Neukirchen-Vluyn, 1974, p. 203-245. FRIEDRICH, J., POHLMANN, W., STUHLMACHER, P., "Zur historischen Situation und Intention von Rõm, 13,1-7", ZThK 73 (1976), p. 131-166. ALAND, K., "Das Verhâltnis von Kirche und Staat nach dem Neuen Testament und den Aussagen des 2. [ahrhunderts", in: ID., Neutestamentliche Entwür[e, ThB 63, München, 1979, p. 26-123 (esp. p. 38-50, 110-116).
838
ANEXO
11
RrEKKINEN, V., Rômer 13. Aufzeichnung und Weiterführung der exegetischen Diskussion, Annales Academiae Scientarum Fennicae. Dissertationes Humanarum Litterarum 23, Helsinki, 1980 (com bibliografia). WILCKENS, V., "Exkurs: Wirkungsgeschichte von Rõm 13,1-7", in: lo., Der Brief an die Rõmer. 3. Teilband: Rõm 12-16, EKK VI/3, Zürich/Einsiedeln/Kõln/ Neukirchen-Vluyn, 1982, p. 43-66 (com bibliografia). HEILIGENTHAL, R., "Strategien konformer Ethik im Neuen Testament am Beispiel von Rõm 13.1-7", NTS 29 (1983), p. 55-61. HEILIGENTHAL, R., Untersuchungen zur Bedeutung der menschlichen Taten im Frühjudentum, Neuen Testament und Frühchristentum, WVNT 2. Reihe v. 9, Tübingen, 1983, esp. p. 93-113. POHLE, L., Die Christen und der Staat nach Riimer 13. Eine typologische Uniersuchung der neueren deutschsprachigen Schriftauslegung, Mainz, 1984.
• Rei. à p. 407 nota 70: BERGER, K., "Zu den sogenannten Sãtzen heiligen Rechts", NT5 17 (1970/1971), p.10-40.
• Rei. à p. 412 (§ 38,4): Du TOIT, A. B., Art. Freude. I. Neues Testament, TRE XI, 1983, p. 584-586.
• Rei. à p. 413 e à lista bibliográfica complementar de BuItmann p. 727: § 39. A liberdade em relação à lei e a posição do ser humano: (Cf. bibliografia e complementos ref. à p. 394 [§ 36]; p. 402 ref. a 4; p. 403 [§ 38]).
SANOERS, J. T., "I. Cor. 13. Its Interpretation since the First World War", Interpretation 20 (1966), p. 159-187. ScHÜ1TPELZ, O., Der hõchste Weg. I. Korinther 13, Diss. theol. Heidelberg, 1973. KIEFFER, R., Le primat de l'amour. Commentaire épistémologique de 1 Corinthiens 13, LD 85, Paris, 1975. GERHARDSSON, B., "1 Kor 13 - Zur Frage von Paulus' rabbinischem Hintergrund", in: Donum Gentilicium. New Testament Studies in Honour of David Daube,Oxford, 1978, p. 185-209. PEOERSEN, S., "Agape - der eschatologische Hauptbegriff hei Paulus", in: PEOERSEN, S. (Ed.), Die paulinische Literatur und Theologie. The Pauline Literature and Theology, Teologiske Studier 7, Árhus/Gõttingen, 1980, p. 159-186. WISCHMEYER, O., Der hõchste Weg. Das 13. Kapitel des 1. Korintherbriefes, StNT 13, Gütersloh, 1981 (cf. acima ScHÜ1TPELZ, O., 1973). WISCHMEYER, O., "Traditionsgeschichtliche Vntersuchung der paulinischen Aussagen über die Liebe (&:Y&.1TT)", ZNW 74 (1983), p. 222-236.
ANEXO
11
839
• Ref. à p. 419 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 727s.: § 40. A liberdade em relação à morte. E., Der leidende Apostel und sein Herr. Studien zur paulinischen Christologie, FRLANT 90, Gõttingen, 1966. HOFFMANN, P., Die Toten in Christus. Eine religionsgeschichtliche und exegetische Untersuchung zur paulinischen Eschatologie, NTA(NF) 2, Münster, (1966) 2 a ed., 1969. SHIRES, H. M., The Eschatology of Paul in the Light of Modern Scholarship, Philadelphia, 1966. . BOERS, H. W., Apocalyptic Eschatology in I Corinthians 15. An Essay in Contemporary Interpretation", Interpretation 21 (1967), p. 50-65. MUSSNER, F., "'Schichten' in der paulinischen Theologie. Dargetan an 1. Kor. 15", in: ID., Praesentia Salutis. Gesammelte Studien zu Fragen und Themen des Neuen Testaments, Kommentare und Beitrãge zum Alten und Neuen Testament, Düsseldorf, 1967, p. 178-188. WILCKE, H. A., Das Problem eines messianischen Zwischenreiches bei Paulus, AThANT 51, Zürich/Stuttgart, 1967. HUNZINGER, C.H., "Die Hoffnung angesichts des Todes im Wandel der paulinischen Aussagen", in: Leben angesichts des Todes, FS für H. Thielicke, Tübingen, 1968, p. 69-88. Luz, V., Das Geechichtsoerstandnis des Paulus, BevTh 49, München, 1968 (esp. p. 301-402). BECI
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840
ANEXO
II
SPÓRLEIN, B., Die Leugnung der Auferstehung. Eine historisch-kritische Untersuchung zu 1. Kor. 15, BU 7, Regensburg, 1971. BAUMERT, N., Tãglich. sterben und auferstehen. Der Literalsinn von 2. Kor. 4,125,10, StANT XXXIV, München, 1973. HARNISCH, W., Eschatologische Existenz. Ein exegetischer Beitrag zum Sachanliegen von 1. Thessalonicher 4,13-5,11, FRLANT 110, Gõttingen, 1973. LANG, F. G., 2. Korinther 5,1-10 in der neueren Forschung, Beítrâge zur Geschichte der Biblischen Exegese 16, Tübingen, 1973. KLEIN, G., "Apokalyptische Naherwartung bei Paulus", in: Neues Testament und christliche Existenz. FS für H. Braun, Tübingen, 1973, p. 241-262. DAUTZENBERG, G., "Was bIeibt von der Naherwartung? Zu Rõm. 13, 11-14", in: Biblische Randbernerkungen, SchüIerfestschrift R. Schnackenburg, Würzburg, 1974, p. 361-374. SCHRAGE, W., "Leid, Kreuz und Eschaton. Die PeristasenkataIoge aIs MerkmaI paulinischer theoIogia crucis und Eschatologie", EvTh 34 (1974), p. 141-175. WIEFEL, W., "Die Hauptrichtung des WandeIs im eschatologischen Denken des Paulus", ThZ 30 (1974), p. 65-81. BAUMGARTEN, J., Paulus und die Apokalyptik. Die Auslegung apokalyptischer Überlieferung in den echten Paulusbrieien, WMANT 44, NeukirchenVluyn, 1975. GIBBS, J. G., "The Cosmic Scope of Redemption According to Paul", Biblica 56 (1975), p. 13-29. SCHWEIZER, E., "1. Korinther 15, 20-28 aIs Zeugnis paulinischer Eschatologie und ihre Verwandtschaft mit der Verkündigung [esu", in: Jesus und Paulue, FS für W. G. Kümmel, Gõttingen, 1975, p. 301-314. VENETZ, H.-J., Der Glaube weifi um die Zeit. Zum paulinischen Versiãndnis der "Letzien Dinge", Biblische Beitrãge 11, Fribourg, 1975. ZEDDA, S., L'escatologia biblica. II. Nuovo Testamento, Brescia, 1975 (esp. p. 15-275). BECKER, J., Auferstehung der Toten im Urchristentum, SBS 82, Stuttgart, 1976. BULTMANN, R., Der zweite Brief an die Korinther, KEK-Sonderband, Gõttingen, 1976 (esp. p. 112-146, 164-176). SANDELIN, K.-G., Die Auseinandersetzung mit der Weisheit in 1. Korinther 15, Meddelanden fran Stiftelsens fõr Abo Akademi Forskningsinstitut 12, Aba, 1976. VOCTLE, A., "Rõm. 13,11-14 und die 'Nah'-Erwartung", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsernann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 557-574. ALTERMATH, F., Du corps psychique au corps spirituel. Interprétation de lCor 15,35-49 par les auteurs chrétiens des quatre prerniers eiêcles, Beitrãge zur Geschichte der biblischen Exegese 18, Tübingen, 1977. SIDER, R. J., "Paul's Understanding of the Nature and Significance of the Resurrection in I Corinthians", NovT 19 (1977), p. 124-141. BAUMBACH, G., "Die Zukunftserwartung nach dem Phílípperbrief", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978. Freiburg/Basel/ Wien, 1978, p. 435-457.
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ANEXO
11
841
CANTINAT, J., "Réflexions sur la résurrection de [ésus (daprês saint Paul et saint Marc)", Paris, 1978 (esp, p. 15-77). POKORNY, P., Die Hoffnung auf das ewige Leben im Spütjudent um und Urchristentum, Aufsãtze und Vortrãge zur Theologie und Religionswissenschaft, H. 70, Berlin, 1978 (esp. p. 1641). FROITZHEIM, F., Christologie und Eschatologie bei Paulus, forschung zur bibel35, Würzburg, 19790 HOFFMANN, P., Art. Auferstehung. I. Auferstehung der Toten. 1/3. Neues Testament, TRE IV, 1979, p. 450-467 (esp, p. 452-458). HOFFMANN, P., Art. Auferstehung. 11. Auferstehung [esu Christi. 11/1. Neues Testament, TRE IV, 1979, p. 478-513 (esp. p. 490-497). STENGER, W., "Beobaehtungen zur Argumentationsstruktur in 1Kor 15", Linguistica Biblica 45 (1979), p. 71-128. WOSCHITZ, K. M., Elpis-Hoffnung. Geschichte, Philosophie, Exegese, Theologie eines Schlüsselbegrífts, Wien/Freiburg/Basel, 1979. BINDER, H., "Das Gesehenk der Geborgenheit. Exegetisehe Studie zu 11. Kor. 5,1-10", in: Bewahrung und Erneuerung, FS für A. Klein, Beiheft der "Kirehlichen Blatter", Heft 2, Sibiu, 1980, p. 9-26. FÜGLISTER, N., "Die biblisehe Anthropologie und die postmortale Existenz des Individuums", Kairos(NF) 22 (1980), p. 129-145. HOLTZ, To, "Díe Hoffnung der Kreatur naeh Paulus", Die Zeichen der Zeit 34 (1980), p. 96-103. HYLDAHL, N., "Auferstehung Christi - Auferstehung der Toten (IThess 4,1318)", in: PEDERSEN, S. (Ed.), Die paulinische Literatur und Theologie. The Pauline Literature and Theology, Teologiske Studier 7, Árhus/Gõttingen, 1980, p. 119-135. LÜDEMANN, G., Paulus, der Heidenapostel. 1. Studien zur Chronologie, FRLANT 125, Gõttingen, 1980 (esp, p. 213-271). BECKER, J., "Zukunft und Hoffnung. B. Zukunft und Hoffnung im Neuen Testament", in: ScHMIDT, W. H., BECKER, J., Zukunft und Hoftnung, Biblisehe Konfrontationen, Kohlhammer-Tasehenbüeher v. 1014, Stuttgart/Berlin/ Kõln/Mainz, 1981, p. 130-166, 195-197. BIEDER, W., Art. 8ávut"oç Kt"À., EWNT II, 1981, col. 319-329. LINCOLN, A. T., Paradise Now and Not Yet. Studies in the role of the heavenly dimension in Paul's thought with special rejerence to his eschatology, SNTSMS 43, Cambridge/London/New York/New Rochelle/Melbourne/ Sydney, 1981. RADL, W., Ankunft des Herrn. Zur Bedeutung und Funktion der Parusieaussagen bei Paulus, Beitrãge zur biblischen Exegese und Theologie (BET) 15, Frankfurt-M. / Bern / Cirencester-U .K., 1981. SCHADE, H.-H., Apokalyptische Christologie bei Paulus. Studien zum Zusammenhang von Christologie und Eschatologie in den Paulusbriefen, Gõttinger Theologisehe Arbeiten 18, Gõttingen, 1981. ScHOTTROFF, L., Art. (<3 Kt"À., EWNT II, 1981, col. 261-271 (esp. col. 263-267).
842
ANEXO
II
SELLIN, G., Der tote Adam und der lebendig machende Geist, Eine exegetische und religionsgeschichtliche Untersuchung von lKor 15, Habil. Schr. Evang.-Theol. Fak. Münster, 1981. COURT, J. M., "Paul and the Apocalyptic Patterrr", in: Paul and Paulinism. Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 57-66. KLEIN, G., Art. Eschatologie. IV. Neues Testament, TRE X, 1982, p. 270-299 (esp. p. 279-286) (com bibliografia). MEEKS, W. A., "Social Functions of Apocalyptic Language in Pauline Christianity", in: HELLHOLM, D. (Ed.), Apocalypticism in the Mediterranean World and the Near East.. Proceedings of the International Colloquium on Apocalyptícísm, Uppsala, August 12-17, 1979, Tübingen, 1983, p. 687-705. NEBE, G., 'Hoffnung' bei Paulus. Elpis und ihre Synonyme im Zusammenhang der Eschatologie, StUNT 16, G6ttingen, 1983. SELLIN, G., iUDie Auferstehung ist schon gescheherr'. Zur Spiritualisierung apokalyptischer Terminologie im Neuen Testament", NovT 25 (1983), p.220-237. LAATSCH, W., 2. Korinther 5,1-10. Analyse und Interpretation, Mag. Schr. Fachbereich Evang. Theol. Marburg, WS 1983/84. ROSENTHAL, U., Die Auferstehung und die Existenz in der Cegenwart nach 1. Kor. 15, Mag. Schr. Fachbereich Evang. Theol.Marburg, WS 1983/84. HASLER, V., "Credo und Auferstehung in Korinth. Erwagungen zu 1Kor 15", ThZ 40 (1984), p. 12-33.
• ReI. à p. 429 e à lista bibliográfica completnenter de Bultmann p. 727s: lI. A teologia do Evangelho segundo João e das epístolas joaninas BULTMANN, R., "Zur Interpretation des Johannesevangeliums", ThLZ 87 (1962)i cal. 1-8. ScHNACKENBURG, R., Das Johannesevangelium. 1. Teil. Einleitung und Kommentar zu Kap. 1-4, HThK IV, 1, Freiburg/Basel/Wien, (1965) a- ed., 1972, p. 1-196; lI. Teil. Kommentar zu Kap. 5-12, ibid., 1971; llI. Teil. Kommentar zu Kap. 13-21, ibid. 1975 (bibliografia v. I. Teil, p. IX-XXIV e 526-535; 11. Teil, p. XI-XVI; 111. Teil, p. XI-XVI). ScHNACKENBURG, R., Die [ohanneebriefe, HThK XIII, 3, Freiburg/Basel/Wien, (1953) s- ed., 1975 [sobre a 2<1 ed., 1963 cf. R. Bultmann, ThLZ 92, 1967, col. 273-275]. BULTMANN, R., Die [ohannesbriefe, KEK 14. Abt., G6ttingen, 7 a ed. 1967 (= la ed. dessa nova interpretação). MALATESTA, E., St. [ohns Gospel 1920-1965. A cumulative and classified bibliography of books and periodical literature on the Fourth Gospel, AB 32, Roma, 1967. METZGER, H. O., "Neuere Johannes-Forschung", VuF 12/2 (1967), p. 12-29. HAENCHEN, E., "Das Johannesevangelium und sein Kommentar", in: lo., Die Bibel und toir, Gesammelte Aufsiitze lI, Tübingen, 1968, p. 208-234 (ref. ao comentário a João de Bultrnann).
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ANEXO
11
843
KÜMMEL, W. G., Das Neue Testament im 20. Jahrhundert. Ein Forschungsbericht, SB5 50,Stuttgart, 1970, p. 105-123. VAWTER, B., "Some Recent Developments in Johannine Theology", Biblical Theology Bulletin 1 (1971), p. 30-58. RENGSTORF, K. H. (Ed.), Johannes und sein Evangelium, WdF LXXXII, Darmstadt, 1973. ScHNACI
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ANEXO
11
NETHÕFEL, W., Strukturen existentialer Interpretation. Bultmanns Johanneskommentar im Wechsel theologischer Paradigmen, Gõttingen, 1983. ScHNACKENBURG, R., "Aus der johanneischen Forschung", BZ(NF) 27 (1983), p. 281-287; BZ(NF) 28 (1984), p. 115-122, 267-271. ScHNACKENBURG, R., Das Johannesevangelium. IV. Teil. Ergãnzende Auslegungen und Exkurse, HThK IV / 4, Freiburg/Basel/Wien, 1984.
• Rei. à p. 430 e à lista bibliográfica complementar de BuItmann p. 728s.: § 41. A posição histórica de João.
Rei. à p. 728: BULTMANN, R., Die Bedeutung..., v. complemento de Bultmann do ano de 1971 in: Rengstorf, K. H. (Ed.), [ohannes und sein Evangelium (v. acima p. 840).
Panoramas: SCHNACKENBURG, R., v. ref. à p. 430 (parte de cima). BULTMANN, R., Die [ohannesbrieie, v. ref. a P: 430 (parte de cima). THYEN, H., V. rei.' a p. 430 (parte de cima). KYSAR, R., v. ref. a p. 430 (parte de cima). BULTMANN, R., Art. [ohannesbriefe, RGG III, 3ã ed., 1959, col. 836-839. BULTMANN, R., Art. Johannesevangelium, RGG III, 3ã ed., 1959, col, 840-850. KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament, Heidelberg, 17ã ed. 1973, p. 155-212 (bibliografia p. 155-160); p. 383-398 (bibliografia p. 383s., 393) [trad. port.: Introdução ao NT, São Paulo, Paulus, 2a. ed., 1982]. WIKENHAUSER, A., SCHMID, J., Einleitung in das Neue Testament, Freiburg/Basel/Wien, 6<1 ed., 1973, p. 299-344, 614-626 (p. 299-303, 614 [bibliografia]). VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur. Einleitung in das Neue Testament, die Apokryphen und die Apostolischen Viiter, Berlin/New York, 1975, p. 410-484. BECKER, J., v. ref. à p. 430 (parte de cima). SCHENKE, H.-M., FISCHER, K. M., Einleitung in die Schriften des Neuen Testaments. lI. Die Evange1ien und die anderen neutestamentlichen Schriften, Gütersloh, 1979, p. 168-229. KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament, Heidelberg, 21 ã ed. 1983, complementos ao § lO, p. 569-573.
Sobre algumas questões específicas em 1-3: BUNZLER, J., [ohannes und die Synoptiker. Ein Forschungsbericht, SBS 5, Stuttgart, 1965. BARRETT, C. K., Das Johannesevangelium und das [udenium, Franz DelitzschVorlesungen 1967, Stuttgart, 1970. TITUS, E. L., "The Fourth Gospel and the Historical Jesus", in: Jesus and the Historian. Written in Honor of E. C. Colwell, Philadelphia, 1968, p. 98-113.
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11
845
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846 WENGST~
ANEXO
11
K., Hiiresie und Orthodoxie im Spiegel des ersten [ohannesbrieies, Gütersloh~ 1976. HAHN~ F~ "Die Worte vom lebendigen Wasser im [ohannesevangelium. Eigenart und Vorgeschichte von [oh 4~10.13s.; 6~35; 7~37-39"~ in: God's Christ and His People. Studies in Honour of Nils AIstrup Dahl, Oslo /Bergen/Tromsa, 1977, p. 51-70. JONGE~ M. DE (Ed.), L'Évangile de Jean. Sources, rédaction, théologie, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium XLIV, Gembloux/Louvain, 1977 (dali esp.: DoNFRIED~ K. P., Ecclesiastical Authority in 2-3 [ohn, p. 325333; GIBLET, J., Développements dans la théologie johannique, p. 45-72; LINDARS, B., Traditions behind the Fourth Gospel, p. 107-124; MARTYN, J. L., Glimpses into the History of the Johannine Community. From its Origin through the Period of Its Life in which the Fourth Gospel was Composed, p. 149-175; NEIRYNCK, F, [ohn and the Synoptics, p. 73-106; THYEN, H., Entwicklungslinien innerhalb der johanneischen Theologie und Kirche im Spiegel von Ioh. 21 und der Lieblingsjüngertexte des Evangeliums, p. 259-299). LANGBRANDTNER, W., Weltferner Gott oder Gott der Liebe. Der Ketzerstreit in der johanneischen Kirche. Eine exegetisch-religionsgeschichtliche Untersuchung mit Berücksichtigung der koptisch-gnostischen Texte aus Nag Hammadi, BET6, Frankfurt/M./Bern/Las Vegas, 1977 (com bibliografia). MALHERBE, A. J., "The Inhospitality of Diotrephes", in: God's Chrisi and His People. Studies in Honour of Nils Alstrup Dahl, Osloz'Bergen zTromse, 1977, p. 222-232. ONUKI~ T., "Die johanneischen Abschiedsreden und die synoptische Tradition - traditionskritische und traditionsgeschichtliche Untersuchung", Annual of the [apanese Biblical Institute IH (1977), p. 157-268. VOUGA, F., Le cadre hístorique et l'intention théologique de [ean, Beauchesne Religions, Paris, 1977. BROWN, R. E., "'Other Sheep not of this Fold': The Johannine Perspective on Christian Diversity in Late First Century", JBL 97 (1978), p. 5-22. CARSON, D. A., "Source Criticism of the Fourth Cospel: Some Methodological Questiona", JBL 97 (1978), p. 411-429. SMALLEY, S. S., [ohn: Evangelist and Interpreter, Exeter, 1978. NEIRYNCK, F. com a colaboração de Delobel, J., Snoy, T., Van Belle, G., Van Segbroeck, F., Jean et les Synoptíques: Examen critique de l'exégêse de M.E. Boismard, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium XLIX, Cembloux/Louvain, 1979. O'LEANY~ J. S., "Limits to the Understanding of [ohn in Christian Theology", in: Studia Biblica: 11. Papers on The Gospels. Sixth International Congress on Biblical Studies Oxford, 34 April1978, ed. by E. A. Livingstone, Journal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 2, Sheffield, 1980, p. 227-241. ScHNACKENBURG, R., "Tradition und Interpretation im Spruchgut des [ohannesevangeliums", in: Begegnung mit dem Wort. FS für H. Zimmermann, Bonn, 1980, p. 141-159.
ANExo 11
847
SMALLEY, S. S., "The Christ-Christian Relationship in Paul and John", in: Pauline Studies. Essays presented to Professor F. F. Bruce on his 70th Birthday, Exeter/Devon/Grand Rapids-Mich., 1980, p. 95-105. CARSON, D. A., "Historical Tradition in the Fourth Gospel: After Dodd, What?", in: FRANCE, R. T., WENHAM, D. (Eds.), Gospel Perspectives. Studies in History and Tradition in the Four Cospels, v. 11, Sheffield, 1981, p. 83-145. LÉoN-DUFoUR, X., "Towards a Symbolic Reading of the Fourth Gospel", NTS 27 (1981), p. 439-456. ScHILLE, G., "Traditionsgut im vierten Evangelium", in: ROGGE, J., ScHILLE, G. (Eds.), Theologische Versuche XII, Berlin, 1981, p. 77-89. BRYSON, H. T., Increasing the ]oy..Studies in 1 [ohn, Nashville/Tenn., 1982. BÜHNER, J.-A., "Denkstrukturen im Johannesevangelium", Theologische Beiirãg« 13 (1982), p. 224-231. NEWBIGIN, L., The Light Has Come. An Exposition of the Fourth Goepel, Grand Rapids /Mich., 1982. WEBSTER, E. C., "Pattern in the Fourth Gospel", in: Art and Meaning: CUNES, D. J. A., GUNN, D. M., HAUSER, A. J. (Eds.). Rhetoric in BiblicaI Literature, journal for the Study of the Old Testament, suplem. ser. 19, Sheffield, 1982, p. 230-257. WHITACRE, R. A., Johannine Polemic. The Role of Traditíon and Theology, Socíety of Biblical Literature, Diss. ser. 67, Chico, 1982. CULPEPPER, R. A., Anatomy of the Fourth Gospel: A· Study in Literary Design, Foundations and Facets: New Testament, Philadelphia, 1983. DUNN, J. D. G., "Let [ohn be [ohn. A Gospel for Its Time", in: STUHLMACHER, P. (Ed.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortrãge vom Tübinger Symposium, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 309-339. ScHNACKENBURG, R., "Paulinische und johanneische Christologie. Ein Vergleich", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologíe. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Gõttingen, 1983, p. 221-237. ZELLER, D., "Paulus und [ohannes. Methodischer Vergleich im Interesse einer neutestamentlichen Theologie", BZ(NF) 27 (1983), p. 167-182. • Rei. à p. 4355.: STENGER, W.,
"LhK(uOOÚVll
in Jo. XVI 8. 10", NovT 21 (1979), p. 2-12.
• Rei. à p. 442: BÓCHER, O., Der johanneische Dualismus im Zusammenhang des nachbiblischen [udeniums, Gütersloh, 1965. BERGMEIER, R., Glaube aIs Gabe nach [ohannes. Religions- und theologiegeschichtliche Studien zum prãdestinaiianischen Dualismus im vierten Euangelium, BWANT, 6. F. H. 12 (= Der ganzen Sammlung 112. H.), Stuttgart/ Berlin/Kõln/Mainz, 1980 (com bibliografia).
848
ANEXO
II
• Rei. à p. 442 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 729s.: A. O dualismo joanino. V. bibliografia e complementos ref. à p. 429s. (ref, a 11. e ao § 41). BECKER, J., "Beobachtungen zum Dualismus im Johannesevangelium", ZNW 65 (1974), p. 71-87. ScHNACKENBURG, R., "Leben und Tod nach [ohannes", in: ID., Christliche Existenz nach dem Neuen Testament. Abhandlungen und Vortriige II, München, 1968, p. 123-148. LANGBRANDINER, W., v. ref. à p. 429s.; BERGMEIER, R., v. ref. à p. 440. ONUKI, T., Gemeinde und Welt im Johannesevangelium. Ein Beitrag zur Frage nach der theologischen und pragmatischen Funktion des johanneischen Dualismus, WMANT 56, Neukirchen-Vluyn, 1984.
• Rei. à p. 443: § 42. Mundo e ser humano. STAMM, R. T., "Creation and Revelation in the Gospel of [ohn", in: Search the Scriptures. New Testament Studies in Honor of R. T. Stamm, Leiden, 1969, p.13-33. DULIERE, W. L., La haute terminologie de la rédaction johannique. Les vocables qu'elle a introduits chez les Gréco-Romains: Le Logos- Verbe, le Paraclet-Esprit-Saint et le Messias-Messie, Collection Latomus 117, Bruxelles, 1970. IBUKI, Y., Die Wahrheit im Johannesevangelium, BBB 39, Bonn, 1972. CASSEM, N. H., "A Grammatical and Contextual Inventory of the Use of the [ohannine Corpus with some Implications for a Johannine Cosmic Theology", NTS 19 (1972/1973), p. 81-91. POTTERIE, I. DE LA, La vérité dans Saint Jean. Tome I. Le Christ et la vérité. L'Esprit et la vérité; Tome 11. Le croyant et la vérité, AB 73.74, Roma, 1977. IBUKI, Y., "Das Licht der Welt", Bulletin of Seikei University 16 (1979), p. 1-46. BLANK, J., "Der Mensch vor der radikalen Alternative. Versuch zum Grundansatz der 'johanneischen Anthropologie''', Kairos(NF) 22 (1980), p. 146-156.
• Rei. à p. 455: § 44. A criação deturpada em "mundo": BRAUN, F.-M., "Le péché du monde selon saint Jean", Revue Thomiste 65 (1965), p. 181-201. GRÁSSER, E., "Die antijüdische Polemik im Johannesevangelium", in: ID., Text und Situation. Gesammelte Aufsiitze zum Neuen Testament, Gütersloh, 1972, p. 50-69. GRÃSSER, E., "Die [uden ais Teufelssõhne in [oh, 8,37-47", in: ID., Text und Situation. Gesammelte Aufsiitze zum Neuen Testament, Gütersloh, 1972, p. 70-83.
ANEXO
11
849
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850
ANEXO
11
• Rei. à p. 462: LÜHRMANN, D., "Der Staat und die Verkündigung. Rudolf Bultmanns Auslegung von [oh 18,28-19,16", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 359-375.
• Rei. à p. 462 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 730: B. A Kpío", do mundo: RICCA, P., Die Eschatologie des vierten Evangeliums, Zürich/Frankfurt/M., 1966. MOULE, C. F. D., "A Negleeted Factor in the Interpretation of Johannine Eschatology", in: Studies in [ohn. Presented to Professor J. N. Sevenster on the Occasion of His Seventieth Birthday, Leiden, 1970, p. 155-160. KYSAR, R., "The Eschatology of the Fourth Gospel- A Correction of Bultmann's Redactional Hypothesis", Perspective 13 (1972), p. 23-33. RICHTER, G., "Prâsentische und futurische Eschatologie im 4. Evangelium", in: Gegenwart und kommendes Reich, Schülergabe A. Võgtle, Stuttgarter Biblische Beitrãge, Stuttgart, 1975, p. 117-152. BECKER, J.,Auferstehung der Toten im Urchristentum, SBS 82, Stuttgart, 1976 (esp. p. 117-148). WANKE, J., "Die Zukunft des Glaubenden. Theologische Erwãgungen zur johanneischen Eschatologie", ThGl 71 (1981), p. 129-139. KLEIN, G., Art. Eschatologie. IV. Neues Testament, TRE X, 1982, p. 270-299 (esp. p. 288-291). HENGEL, M., "Reich Christi, Reich Gottes und das Weltreich im vierten Evangelium", Theologische Beitrãge 14 (1983), p. 201-216.
• Rei. à p. 462 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 730: § 45. O envio do Filho: Sobre o prólogo: DEMKE, C., "Der sogenannte Logos-Hymnus im [ohannes-Prolog", ZNW 58 (1967), p. 45-68. ALAND, K., "Eine Untersuchung zu [oh. 1,3.4. über die Bedeutung eines Punktes", ZNW 59 (1968), p. 174-209. JEREMIAS, J., "Zum Logos-Problem", ZNW 59 (1968),p. 82-85. KYSAR, R., "Rudolf Bultmanns interpretation of the concept of creation in [ohn 1,3-4. A Study of Exegetical Method", CBQ 32 (1970), p. 77-85. BARRETI, C. K., The Prologue of St [ohn's Gospel, London, 1971. WENGST, K., Christologische Lieder und Formeln des Urchristentums, StNT 7, Gütersloh, (1972), 2il ed., 1974 (esp. p. 200-208). ZIMMERMANN, H., "Christushymnus und johanneischer Prolog", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p.249-265.
ANEXO
11
851
En-, E. J., "Wisdom, Torah, Word: The Johannine Prologue and the Purpose of the Fourth Gospel", in: Current Issues in Biblical and Patristic Interpretation. Studies in Honor of Merril C. Tenney, Grand Rapids/Mich., 1975, p. 128-146. BORGEN, P., "Der Logos war das wahreLicht. Beitrãge zur Deutung des [ohanneischen Prologs", in: FUCHS, A. (Ed.), Theologie aus dem Norden, Studien zum Neuen Testament und seiner Umwelt (SNTU), ser. A v. 2, Linz-Freistadt, 1977, p. 99-117. GESE, H., "Der Johannesprolog", in: ID., Zur biblischen Theologie. Alttestamentliche Vortriige, BevTh 78, 1977, p. 152-201. IBUKI, Y., "Lobhyrnnus und Fleischwerdung. Studie über den johanneischen Prolog", Annual of the Japanese Biblical lnstitute IH (1977), p. 132-156. VELLANICKAL, M., The Divine Sonship of Christians in the [ohannine Writings, AB 72, Roma, 1977 (esp. p. 105-162). HOFRICHTER, P., Nicht aus Blut, sondern monogen aus Gott geboren. Textkritische, dogmengeschíchtliche und exegetische Untersuchung zu Joh 1,1314, forschung zur bibel31, Würzbúrg, 1978. HAYWARD, C. T. R., "The Holy Name of the God of Mose and the Prologue of St. John's Gospel", NTS 25 (1978/79), p. 16-32. . HOFRICHTER, P., iUEgeneto anthropos'. Text und Zusãtze im Johannesprolog", ZNW 70 (1979), p. 214-237. IBUKI, Y., "Offene Fragen zur Aufnahme des Logoshymnus in das vierte Evangelium", Annual of the [apanese Biblical Instítute V (1979), p. 105-132. KOSCHORKE, K., "Eine gnostische Paraphrase des johanneischen Prologs", VigChr 33 (1979), p. 383-292. SCHMITHALS, W., JlDer Prolog des Johannesevangeliums", ZNW 70 (1979), p. 16-43. CULPEPPER, R. A., JlThe Pivot of Iohn's Prologue", NTS 27 (1981), p. 1-31. MILLER, E. L., Salvatíon History in the Prologue of John 1,3-4, Diss. theol. Fak. . Basel, 1981. RITT, H., Art. ÀÓY0C; K't"À., EWNT II, 1981, col. 880-887. SIEGWALT, G., "Der Prolog des Johannesevangeliums ais Einführung in eine christliche Theologie der Rekapitulation", NZSTh 24 (1982), p. 150-171. MILLER, E. L., "The Logic of the Logos Hymn: A New View", NTS 29 (1983), p.552-561. THEOBALD, M., Im Anfang war das Wort. Textlinguístische Studie zum [ohannesprolog, SBS 106, Stuttgart, 1983 (com bibliografia).
Sobre a cristologie em termos fundamentais: KÃSEMANN, E., [esu letzter Wille nach Johannes 17, Tübingen, (1966), 3 a ed., 1971 (v. a respeito BORNKAMM, G., "Zur Interpretation des JohannesEvangeliums. Eine Auseinandersetzung mit Ernst Kãsemanns Schrift '[esu letzter Wille nach Johannes 17''', in: ID., Geschichte und Glaube. Erster Teil, Gesammelte Aufsiitze III, BevTh 48, 1968, p. 104-121).
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ANEXO
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KUHL, J., Die Sendung [esu und der Kirche nach dem [ohannes-Euangelium, Studia Instituti Missiologici Societatis Verbi Divini 11, St. Augustin-Siegburg, 1967. MEEKS, W. A., The Prophet-King. Moses Traditions and the Johannine Christology, SupplNovT XIV, Leiden, 1967. MAuRER, C., "Der Exklusivanspruch des Christus nach dem JohannesevangeHum", in: Studies in John. Presented to Professor J. N. Sevenster on the Occasion of His Seventieth Birthday, Leiden, 1970, p. 143-154. POLLARD, T. E., Johannine Christology and the Early Church, SNTSMS 13, London/New York, 1970. ScHNACKENBURG, R., "Christologie des Neuen Testaments", in: Mysterium Salutis III, 1: Das Christusereignis, Zürich/Kõln, 1970, Seção 4,3: "[ohanneische Christologie...", p. 337-350. ScHWEIZER, E., "Jesus der Zeuge Gottes. Zum Problem des Doketismus im Johannesevangelium", in: Studies in John. Presented to Professor J. N. Sevenster on the Occasion of His Seventieth Birthday, Leiden, 1970, p. 161-168. ScHLIER, H., "Zur Christologie des Johannesevangeliums", in: Io., Das Ende der Zeit. Exegetische Aufsiitze und Vortriige III, Freiburg/Basel/Wien, 1971, p. 85-101. BRAUN, E-M., Jean le Theologien III: Sa Théologie 11: Le Chrisi, notre Seigneur, Ét. Bibl., Paris, 1972. MIRANDA, J. P., Der Vater, der mich gesandt hat. Religionsgeschichtliche Untersuchungen zu den johanneischen Sendungsformeln. Zugleich ein Beitrag zur johanneischen Christologie und Ekklesiologie, Europâísche Hochschulschriften Reihe XXIII/7, Bern/Frankfurt/M., 1972. RIEDL, J., Das Heilswerk Jesu nach Johannes, Freiburger TheoIogische Studien 93, Freiburg/Basel/Wien, 1973. BARRETI, C. K., "'The Father is greater than I' (lo 14,28): Subordinationist Christology in the New Testament", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 144-159. FORTNA, R. T., "ChristoIogy in the Fourth Gospel: RedactionaI CriticaI Perspectives", NTS 21 (1974/75), p. 489-504. MÜLLER, U. B., "Die Bedeutung des Kreuzestodes [esu im Johannesevangelium. Erwãgungen zur KreuzestheoIogie im Neuen Testament", KuD 21 (1975), p. 49-71. MÜLLER, U. B., Die Geschichte der Christologie in der johanneischen Gemeinde, SBS 77, Stuttgart, 1975. OsTEN-SACKEN, P. VON DER, "Leistung und Grenze der johanneischen KreuzestheoIogie", EvTh 36 (1976), p. 154-176. BEUTLER, J., "Die Heilsbedeutung des Todes [esu im [ohannesevangelium nach [oh 13,1-20", in: KERTELGE, K. (Ed.), Der Tod [esu. Deutungen im Neuen Testament, QD 74, Freiburg/Basel/Wien, 1976, p. 188-204. SUNDBERG, A. C., "ChristoIogy in the Fourth GospeI", Biblical Research 21 (1976), p.29-37.
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ANEXO
11
853
BÜHNER, J.-A., Der Gesandte und sein Weg im 4. Evangelium, WUNT 2. Reme v. 2, Tübingen, 1977. JONGE, M. de, Jesus: Stranger from Heaven and Son of God. Jesus Christ and the Christians in Johannine Perspective, Society of Biblical Literature, Sources for BiblicaI Studies Nr. 11, Missoula/Mont., 1977. LINDARS, B., "The Passion in the Fourth Cospel", in: God's Christ and Ris People. Studies in Honour of Nils Alstrup DahI, Oslo/Bergen/Tromso, 1977, p.71-86. MIRANDA, J. P., Die Sendung [esu im vierten Evangelium. Religions- und the, ologiegeschichtliche Untersuchungen zu den Sendungsformeln, SBS 87, Stuttgart, 1977. POLLARD, T. E., "The Father-Son and God-Believer Relationships according to St [ohn: a Brief Study of [ohn's Use of Prepositions", in: JONGE, M. de (Ed.), L'Évangile de Jean. Sources, rédaction, théologie, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium XLIV, Gembloux/Louvain, 1977, p.363-369. SMITH, D. M., "The Presentation of Jesus in the Fourth Gospel", Interpretation 31 (1977), p. 367-378. VELLANICKAL, M., The Divine Sonship of Christians in Johannine Writings, AB 72, Roma, 1977. . FEMENA, D. A., Jesus and the Father in the Fourth Cospel, Diss. phil. Duke University, 1978 (datilograf.). POTIERIE, I. DE LA, "La notion de commencement" dans les écrits johanniques", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978. Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 379-403. THYEN, H., IONiemand hat grôísere Liebe aIs die, daís er sein Leben für seine Freunde hingibt' (Joh 15,13). Das johanneische Verstândnis des Kreuzes Jesu", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. DINKLER, Tübingen, 1979, p. 467-481. GNILKA, J., "Zur Christologie des Johannesevangeliums", in: KAsPER, W. (Ed.), Christologische Schwerpunkte, Düsseldorf, 1980, p. 92-107. CARSON, D. A., Divine Sovereignty and Human Responsibility. Biblical perspectives in tension, Atlanta, 1981. LEROY, H., wKein Bein wird ihm zerbrochen werden' (Joh 19,31-37). Zur johanneischen Interpretation des Kreuzes", in: Eschatologie. Bibeltheologische und philosophische Studien zum Verhãlinis von Erlõsungstoelt und Wirklichkeitsbewaltigung. FS für E. Neuhãusler, St. Ottilien, 1981, p.73-81. MATSUNAGA, K., "The "Theos'-Christology as the Ultimate Confession of the Fourth Gospel", Annual of [apanese Biblical Institute VII (1981), p. 124-145. PINTO, E., Jesus the Son and Giver of Life in the Fourth Gospel, Díss. Pontifícia Universitas Urbania, Roma, 1981 (datilograf.). Rrrr, H., mso sehr hat Gott die Welt geliebt...' (Joh 3,16). Gotteserfahrung bei Johannes", in: "Icn will euer Cott werden". Beispiele biblíschen Redens Ir
854
ANEXO
11
von Gott. Com contribuições de N. LOHFINK, J. JEREMIAS, A. DEISSLER, J. SCHREINER, P. HOFFMANN, E. GRÁSSER, H. RITT, SBS 100, Stuttgart, 1981, p. 207-226. WALTER, N., "Glaube und irdischer Jesus im Johannesevangelium", in: Studia Evangelica VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford, 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlin, 1982, p. 547-552. BECKER, J., "Ich bin die Auferstehung und das Leben. Eine Skizze zur johanneischen Christologie", ThZ 39 (1983), p. 136-151. HAHN, F., Art. XPWTÓÇ K-rA.., EWNT lII, 1983, col. 1147-1165 (esp. col. 1161s.). MINEAR, P. S., "Diversity and Unity: A Johannine Case-Study", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Gõttingen, 1983, p. 162-175.
Sobre a cristologia do Filho do homem: RUCKSTUHL, E., "Die johanneische Menschensohnforschung 1957 bis 1969", in: Theologische Berichte I, Zürich/Kõln, 1972, p. 171-284. LINDARS, B., "The Son of Man in Johannine Christology", in: Christ and Spirit in the New Testament, in Honour of C. F. D. Moule, London, 1973, p. 43-60. MADDOX, R., "The Function of the Son of Man in the Gospel of [ohn", in: Reconciliation and Hope. New Testament Essays on Atonement and Eschatology, presented to L. L. Morris, Grand Rapids/Mich., 1974, p. 186-204. RUCKSTUHL, E., Abstieg und Erhõhung des johanneischen Menschensohnes", in: Jesus und der Menschensohn. Für A. Võgtle, Freiburg/Basel/Wien, 1975, p. 314-341. SMALLEY, S. S., "Johannes 1,51 und die Einleitung zum vierten Evangelium", in: Jesus und der Menschensohn. Für A. Vôgtle, Freiburg/Basel/Wien, 1975, p.300-313. COPPENS, J., "Le Fils de I'Homme dans 1'Évangile johannique", Ephemerides Theologicae Lovanienses 52 (1976), p. 28-81. MOLONEY, F. J., The Johannine Son of Man, Biblioteca di Scienze Religiose 14, Roma, (1976) z- ed., 1978. MOLONEY, F. J., "The Johannine Son of Man", Biblical Theology Bulletin VI (1976), p. 177-189. BORGEN, P., "Some [ewish Exegetical Traditions as Background for Son of Man Sayings in [ohn's Gospel (Jn 3,13-14 and context)", in: JONGE, M. de (Ed.), L'Évangile de Jean. Sources, rédaction, théologie, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium XLIV, Gembloux/Louvain, 1977, p.234-258. COPPENS, J., Les logia johannique du Fils de l'homme, in: L'Évangile... [v. acima], p. 311-315. MOLONEY, F. J., "A Johannine Son of Man Discussion?", Salesianum 39 (1980), p. 93-102 lref. a contribuições sobre João in: Jesus und der Menschensohn. Für A. Võgtle, Freiburg/Basel/Wien, 1975]. 11
ANEXO
II
855
• Rei. à P: 471: § 46. O escândalo do ó láyoç aàp{ iyblf:T:o
V. bibliografia e complementos ref. a p. 462 (§ 45). RICHTER, G., "Die Fleischwerdung des Logos im johannesevangelium", NovT 13 (1971), p. 81-126; NovT 14, 1972, p. 257-276. P ANIMOLLE, S. A., "La XAPI~ negli atti e nel Quarto Vangelo", Revista Biblica 25 (1977), p. 143-158.
• Rei. a 3 em especial: HOFBECK, S., Semeion. Der Begrift des "Zeichens" im Johannesevangelium unter Berücksichtigung seiner Vorgeschichte, Münsterschwarzacher Studien 3, Münsterschwarzach, 1966. WILKENS, W., Zeichen und Werke. Ein Beitrag zur Theologie des 4. Evangeliums in Erziihlungs- und Redestoff, AThANT 55, Zürich, 1969. BEcKER, J., "Wunder und Christologie. Zum literarkritischen und christologischen Problem der Wunder im Johannesevangelium", NTS 16 (1969/1970), p. 130-148. FORTNA, R. T., The Gospel of Signs. A Reconstruction of the Narrative Source Underlying the Fourth Gospel, SNT5MS 11, London/New York, 1970. NICOL, W., The Semeia in the Fourth Cospel. Tradiiion and Redaction, SupplNovT XXXII, Leiden, 1972. RICHTER, G., "Zur sogenannten Semeia-Quelle des Johannesevangeliums", MThZ 25 (1974), p. 64-73. LOHSE, E., "Miracles in the Fourth Gospel", in: What about the New Testament? Essays in Honour of C. Evans, London, 1975, p. 64-75. BELLE, G. van, De Semeia-Bron in het vierde Evangelie. Outstaan en groei van een hypothese, Leuven/Louvain, 1975. FREED, E. O., HUNT, R. B., "Fortna's Signs-Source in John", JBL 94 (1975), p. 563-579. JONGE, M. de, Jesus: Stranger from Heaven and Son of God. Jesus Christ and the Chrisiians in Johannine Perspective, Society of Biblical Líterature, Sources for Biblical Studies Nr. 11, Missoula/Mont. 1977 (esp, p. 117-140). JONGE, M. de, "Signs and Works in the Fourth Gospel", in: Miscellanea Neotestamentica 11, SupplNovT XLVIII, Leiden, 1978, p. 107-125. LÉON-DUFOUR, X., "Autour du semeion johannique", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978. Freiburg/Basel/Wien, 1978, p.363-378. BECKER, J., Das Evangelium nach [ohannes. Kapitel 1-10, Õkurnenischer Taschenbuchkommentar zum Neuen Testament v. 4/1, Gütersloher Taschenbücher/Siebenstern v. 505, Gütersloh/Würzburg, 1979 (esp.: "Exkurs 1: Die Semeiaquelle", p. 112-120 [bibliografia]).
856
ANEXO
11
HEEKERENS, H.-P., Die Zeichenquelle der johanneischen Redaktion. Ein Beitrag zur Entstehungsgeschichte des vierten Evangeliums, Diss. theol. Heidelberg, 1979. LEIDIG, E., [esu Cespriich mit der Samaritanerin und weitere Cespriiche im [ohannesevangelium, Theol. Diss. Basel, 15, Basel, 1979 (esp. p. 1-14). BETZ, O., Art. OrU.LELOV K'"CA., EWNT 111, 1983, col. 569-575. CLARK, D. K., "Sign in Wisdom and john", CBQ 45 (1983), p. 201-209.
• ReI. a 4: LEROY, H., Riitsel und Mij3verstiindnis. Ein Beitrag zur Formgeschichte des [ohannesevangeliums, BBB 30, Bonn, 1968. DEWEY, K. E., "Paroimiai in the Gospel of [ohn", in: Gnomie Wisdom, ed. by J. D. CROS5AN, Semeia 17, Montana! Miss. 1980, p. 81-99. CARSON, D. A., "Understanding Misunderstandings in the Fourth Gospel", Tyndale Bulletin 33 (1982), p. 59-91.
• ReI. à p. 481 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 731: § 47. A revelação da ~a: MEEs, M., "Erhõhung und Verherrlichung Iesu im Johannesevangelium nach dem Zeugnis neutestamentlicher Papyri", BZ(NF) 18 (1974), p. 32-44. FORE5TELL, J. T., The Word Df the Crasso Salvation as Revelation in the Fourth CospeI, AB 57, Roma, 1974. CAOMAN, W. H., The Open Heaven. The Revelation of Cod in the Johannine Sayings of Jesus, Ed. by G. B. Caird, Oxford, 1969. ApPOLo, M. L., The Oneness Motif in the Fourth Gospel, WUNT, 2. Reihe v. 1, Tübingen,1976. NICHOLSON, G., Death as Departure. The Johannine Descent-Ascent Schema, Society of Biblical Literature Diss. ser. 63, Chico, 1983. PAMMENT, M., "The Meaning of doxa in the Fourth Gospel", ZNW 74 (1983), p.12-17.
• ReI. a 4: BORGEN, P., Bread from Heaven. An Exegetical Study of the Concept of Manna in the Cospel of [ohn and the Writings Df Philo, Leiden, 1965. RICHTER, G., "Zur Formgeschichte und literarischen Einheit von [oh 6,31-58", ZNW 60 (1969), p. 21-55. KLOS, H., "Die Sakramente im Johannesevangelium", 5B5 46, Stuttgart, 1970. BORNKAMM, G., "Vorjohanneische Tradition oder nachjohanneische Bearbeitung in der eucharistischen Rede Johannes 6?", in: Io., Ceschichte und Claube. Zweiter Teil, Cesammelte Aufsiitze IV, BevTh 53, 1971, p. 51-64. DINKLER, E., "Die Taufaussagen des Neuen Testaments. Neu untersucht im Hinblick auf Karl Barths Tauflehre", in: VIERING, V. F. (Ed.), Zu Karl Barths Lehre von der Taufe, Gütersloh, 1971, p. 60-153 (esp, p. 124-131).
ANEXO
11
857
ScHLIER, H., uJ ohannes 6 und das johanneische Verstãridriis der Eucharistie", in: ID., Das Ende der Zeit. Exegetische Aufsiitze und Vortriige lII, Freiburg/ Basel/Wien, 1971, p. 102-123. SCHNACKENBURG, R., "Das Brot des Lebens", in: Tradition und Glaube. Das frühe Christentum in seiner Umwelt. Festgabe für K. G. Kuhn zum 65. Geburtstag, Gõttingen, 1971, p. 328-342. WILCKENS, U., "Der eucharistische Abschnitt der johanneischen Rede vom Lebensbrot (Joh 6, 51c-58)", in: Neues Testament und Kirche. Für Rudolf Schnackenburg, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 220-248. BARRETI, C. K., "Das Fleisch des Menschensohnes (Joh 6,53)", in: Jesus und der Menschensohn. Für A. Võgtle, Freiburg/Basel/Wien, 1975, p. 342-354. WILLIAMS, J. T., "Cultic Elements in the Fourth Gospel", in: Studia biblica: Il, Papers on The Gospels. Sixth International Congress on Biblical Studies, Oxford, 3-7 April 1978, ed. by E. A. Livingstone, [ournal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 2, Sheffield, 1980, p. 339-350. GOURGUES, M., "Section christologique et section eucharistique en Jean VI. Une propositíon", RB 88 (1981), p. 515-531. MATSUNAGA, K., UIs [ohrr's Gospel Anti-Sacramental? A New Solution in the Light of the Evangelist's Milieu", NT5 27 (1981), p. 516-524. PASCHAL, R. W. (Ir.), "Sacramental Symbolism and Physical Imagery in the Gospel of [ohn", Tyndale Bulletin 32 (1981), P: 151-176. • Rei. à p. 483:
UNTERGASSMAIR, F. G., Im Namen Jesu. Der Namensbegriff im Johannesevangelium. Eine exegetisch-religionsgeschichtliche Studie zu den johanneischen Namensaussagen, forschung zur bibel 13, Stuttgart. Würzburg, s/do [1973]. • Rei. à p. 493: § 48. A revelação como palavra:
PORSCH, F., Pneuma und Wort. Ein exegetischer Beitrag zur Pneumatologie des [ohanneseoangeliume, Frankfurter Theologische Studien 16, Frankfurt/M., 1974. LATTKE, M., Einheit im Wort. Die spezifische Bedeutung von àyárr1J, àyarriiv und Q;LÀELV im [ohanneseoungelium, StANT XLI, München, 1975. POTTERIE, I. DE LA, "Parole et esprit dans S. Jean", in: JONGE, M. de CEd.), L'Éuangile de Jean. Sources, rédaction, théologie, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium XLIV, Gembloux/Louvain, 1977, p. 177-201. RADL, W., Art. pflf-LIX K1"À., EWNT Ill, 1983, col. 505-507. • Rei. à p. 499: V. complementos ref. p. 462 (§ 45).
MACK, B. L., Logos und Sophia. Untersuchungen zur Weisheitstheologie im hellenistischen [udenium, STUNT 10, Gõttingen, 1973 (cf, a respeito ScHNACKENBURG, R., BZ(NF) 18 (1974), p. 281).
858
ANEXO
11
• ReI. à p. 499:
HARNER, P., The "I am" of the Fourth Gospel: A 5tudy in [ohannine Usage and Thought, Facet Books, Biblical ser. 26, Philadelphia, 1970. STEVENS, C. T., The "1 am" Formula in the Gospel of [ohn, Siudia Biblica et Theologica 7 (1977), p. 19-30. DUNN, J. D. G., "Prophetic 'I'-Sayings and the Jesus tradition: The importance of testing prophetic utterances within ear1y Christianity", NTS 24 (l977/ 1978), p. 175-198. MORGAN-WYNNE, J. E., "The Cross and the Revelation of Jesus as EYW ELIJ.L in the Fourth Gospel (Iohn 8.28)", in: Siudia Biblica: lI. Papers on The Gospels. Sixth International Congress on Biblical Studies, Oxford, 3-7 April 1978, ed. by E. A. Livingstone, Journal for the 5tudy of the New Testament, suplem, ser. 2, Sheffield, 1980, p. 219-226. Cf. também os complementos ref. ao § 45 (ref. à p. 462). • ReI. à p. 5025.:
BEUTLER, J., Martyria. Traditionsgeschichtliche Untersuchungen zum Zeugnisthema bei [ohannes, Frankfurter Theologische Studien lO, Frankfurt/M., 1972. TRITES, A. A., The New Testament Concept of Witness, 5NT5MS 31, Cambridge/New York/Melbourne, 1977 (esp. p. 78-127). IBUKI, Y., "Das Zeugnis [esu im [ohannesevangelium", Annual of [apanese Biblical Institute VIII (l982), p. 123-161.
• ReI. à p. 504 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 731: C. A fé: SCHNACKENBURG, R., Das [ohanneseoangelium. 1. Teil (v. acima ref. à p. 430), Exkurs 7: Das johanneische Glauben, p. 508-524. GYLLENBERG, R., 11 Anschauliches und Unanschaufiches im vierten Evangelium", StTh 21 (l967), p. 83-109. HEISE, J., Bleiben. Menein in den Johanneischen Schriften, HUTh 8, Tübingen, 1967. HAHN, F., "Sehen und Glauben im [ohannesevangelíum", in: Neues Testament und Geschichte. Historisches Geschehen und Deutung im Neuen Tesiament, O. Cullmann zum 70. Geburtstag, Zürich/Tübingen, 1972, p. 125-141. IBUKI, Y., Die Wahrheit im [ohanneeeoangelium, BBB 39, Bonn, 1972. PAINTER, J., "Eschatological Faith in the Gospel of [ohn", in: Reconciliation and Hope. New Testament Essays on Atonement and Eschatology, presented to L. L. Morris, Grand Rapids/Mich., 1974, p. 36-52. LÜHRMANN, O., Der Glaube im frühen Christentum, Gütersloh, 1976 (esp. p.60-69). MALATESTA, R, Interiority and Covenant. A Study of EÍvaL év and /J.€VELV év in the First Letter of [ohn, AB 69, Roma, 1978.
ANEXO
11
859
POTIERIE, I. DE LA, "La vérité dans Saint Jean, Tome 11. Le croyant et la vérité", AB 74, Roma, 1977 (esp, p. 593-787). HÜBNER, H., Art. IlÉvw K't"À., EWNT Il, 1981, col. 1002-1004. WANKE, J., "Die Zukunft des Glaubenden. Theologische Erwãgungen zur johanneischen Eschatologie", ThGI 71 (1981), p. 129-139. • Rei. à p. 510 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7315.: § 50. A fé como existência escatológica:
PORSCH, F., LATIKE, M., v. ref. à p. 493 (§ 48). HEISE, J., v. complemento ref. à p. 504. LAZURE, N., Les valeurs morales de La Théologie [ohannique, Ét. Bíbl., Paris, 1965. ScHNACKENBURG, R., "Der Christ und die Sünde nach Johannes", in: Io., Christliche Existenz nach dem Neuen Testament. Abhandlungen und Vortriige 11, München, 1968, p. 97-122. ScHLIER, H., "Die Bruderliebe nach dem Evangelium und den Briefen des [ohannes", in: lo., Das Ende der Zeit. Exegetische Aufsiitze und Vortriige 111, Freiburg/Basel/Wien, 1971, p. 124-135. WENOLANO, H. D., Ethik des Neuen Testamenis, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergânzungsreíhe 4, Gõttingen, 1970, p. 109-116 [trad, port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1974]. FURNISH, V. P., The Love Command in the New Testament, Nashville. New York,1972. SANOERS, J. T., Ethics in the New Testament. Change and Deoelopmeni, London, 1975, p. 91-100. THYEN, H., " ... denn wir lieben die Brüder" (1 [oh, 3,14), in: Rechtfertigung, F5 für E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 527-542. BECKER, J., Das Evangelium nach Johannes. Kapitel 11-21, Õkumenischer Taschenbuchkommentar zum Neuen Testament V. 4/2, Gütersloher Taschenbücher 1 Siebenstern V. 506, Gütersloh/Würzburg, 1981 ("Exkurs 11: Urchristliches und joh. Líebesgebot", p. 451-456 [bibliografia ]). GERHARDSSON, B., The Ethos of the Bible, Phíladelphía, 1981, esp. p. 93-116. COLLANGE, J.-F., "Faire la vérité": considerations éthiques sur Jean 3,21, RHPhreI 62 (1982), p. 415-423. MERK, O., B. "Verantwortung im Neuen Testament", in: WüR1HWÉIN, E., MERK, O., Verantwortung, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer-Taschenbücher v. 1009, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1982 (esp. "'VI. Die johanneischen Schrifien", p. 161-163, 181s. [bibliografia]). ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD-Erganzungsreihe 4, Gõttingen, 1982 (esp. "VII. Das Gebot der Bruderliebe in den johanneischen Schriften", p. 280-301) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 301-323]. SEGOVIA, F. F., Love Relationships in- the Johannine Traditions: Agape/Agapan in l/oh and in the Fourth Gospel, Society of Biblical Literature Diss. ser. 58, Chico, 1982.
860
ANEXO
II
• Rei. a 6 ao 13-17: "Discursos de despedida"): V. bibliografia em HAENCHEN; E., Johannesevangelium. Ein Kommentar, ed. por U. Busse a partir dos manuscritos legados; Tübingen, 1980; p. 452s., 467s., 471-474; 480s., 484-486, 492, 499s. DIETZFELBINGER, C., "Die eschatologische Freude der Gemeinde in der Welt der Angst Joh 16,1643", EvTh 40 (1980); p. 420-436. PAINTER, J., "The Farewell Discourses and the History of Johannine Christianity", NTS 27 (1981), p. 525-543. SIMOENS, Y.; La gloire d'aimer. Structures stilistiques et interprétatives dans le Discours de la Cêne (In 13-17), AB 90; Roma; 1981. WOLL, D. 8.; Johannine Christianity in Conflict: Authority, Rank and Succession in the First Farewell Discourse, Society of Biblical Literature Diss. ser. 60, Chico, 1981. HULTGEN; A. J., "The johannine Footwashing (13.1-11) as Symbol of Eschatological Hospitality", NT5 28 (1982), p. 539-546. LÉON-DUFOUR, X., "Situation de Jean 13", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Gõttingen, 1983, p. 131-14l. ONUKI, T., Gemeinde und Welt im Johannesevangelium. Ein Beitrag zur Frage nach der theologischen und pragmatischen Funktion des johanneischen Dualismus, WMANT 56, Neukirchen-Vluyn, 1984.
• Rei. a 7 (Paráclito): BROWN, R. E., "The Paraclete in the Fourth Gospel", NTS 13 (1966/67), p. 113-132. BORNKAMM; G., "Die Zeit des Geistes", in: Io., Geschichte und Glaube. Erster Teil, GesammeIte Aufsiitze III, BevTh 48; 1968, p. 90-103. BoRNKAMM; G.; "Der Paraklet im Johannes-Evangelium", in: Io., Geschichte und Glaube. Erster Teil, Gesammelte Aufsiitze III, BevTh 48, 1968, p. 68-89. BROWN; R. E., The "'Paraclete' in the Light of Modern Research", in: Studia Euangelica N, 1: The New Testament Scriptures, TU 102, Berlin, 1968, p. 158-165. JOHNSTON, G., The Spirit-Paraclete in the Cospel oi John, SNTSMS 12, London, 1970. MÜLLER, U. B., "Die Parakletenvorstellung im Johannesevangelium", ZThK 71 (1974), p. 31-77. SCHNACKENBURG; R.; Das Johannesevangelium. 1II. Teil. Kommentar zu Kap. 13-21, HThK IV /3; Freiburg/Basel/Wien, 1975 (IJExkurs 16: Der Paraklet und die Paraklet-Sprüche", p. 156-173). POTTERIE; r. DE LA, La vérité dans 5aint Jean. Tome I. Le Christ et la vérité. L'Esprit et la vérité, AB 73, Roma, 1977 (esp, p. 329-471). BORING, M. E., "The Influence of Christian Prophecy on the [ohannine Portrayal of the Paraklete and Jesus"; NT5 25 (1978/79), p. 113-123. WILCKENS, D., "Der Paraklet und die Kirche", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Ceburtstag, Tübingen, 1980; p. 185-203.
ANEXO
II
861
BECKER, J., Das Evangelium nach[ohannes. KapiteI11-21, Ôkumenischer Taschenbuehkommentar zum Neuen Testament v. 4/2, Gütersloher Taschenbücher/ Siebenstern v. 506, Gütersloh/Würzburg, 1981 ("Exkurs 12: Paraklet und Geistvorstellung im [oh", p. 470-475 [bibliografia]). CASURELLA, A., The [ohannine Paraclete in the Church Fathers. A Study in the History of Exegesis, Beitrâge zur Gesehichte der Biblisehen Exegese 25, Tübingen, 1983. PORSCH, F., Art. mxpáKÀT]TOÇ K't"À., EWNT III, 1983, col. 64-67.
• Rei. a 8 {comunidade}: BAUMBACH, G., "Die Funktion der Gemeinde in der Welt in johanneischer Sieht", Die Zeichen der Zeit 25 (1971), p. 161-167. HAACKER, K., "Jesus und die Kirehe naeh Johannes", ThZ 29 (1973), p. 179-201. DIAS, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. [ahrhunderi, Handbueh der Dogmengesehichte IH, Fase. 3a, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 99-104 (com bibliografia). RrCHTER, G., "Zum gemeindebildenden Element in den johanneischen Schríften", in: HAINZ, J. (Ed.), Kirche im Werden. Studien zum Thema Amt und Gemeinde im Neuen Testament, Münehen/Paderborn/Wien, 1976, p. 253292 (bibliografia p. 291s.). MCKENZIE, S., "The Chureh in 1 John", Restoration Quarterly 19 (1976), p. 211-216. KYSAR, R., "Community and Gospel: Veetors in Fourth Gospel Criticism", Interpretation 31 (1977), p. 355-366. MATIILL, A. J., "Johannine Communities behind the Fourth Gospel: Georg Riehters Analysis", Theological Studies 38 (1977), p. 294-315. MARZOTfO, D., "L'unità degli uomini nel Vangelo di Giovanni", suplem. Revista Biblica 9, Brescia, 1977. ScHNACKENBURG, R., "Die johanneisehe Gemeinde und ihre Geisterfahrung", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978. Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 277-306. BRowN,R. E., The Community of the Beloved Disciple. The Life, Loves and Hates of an Individual Church in New Testament Times, New York/ Ramsey /Toronto, 1979 (em alemão sem a parte inicial: Ringen um die Gemeinde. Der Weg der Kirche nach den Johanneischen Schriften, Salzburg, 1982). HAHN, F., KERTELGE, K., SCHNACKENBURG, R., Einheit der Kirche. Grundlegung im Neuen Testament, QD 84, Freiburg/Basel/Wien, 1979 (dali: HAHN, F., Einheit der Kirehe und Kirchengemeinschaft in neutestamentlieher Sicht, p. 9-51 [esp. p. 27-35]; ScHNACKENBURG, R., Die Einheit der Kirehe unter dem Koinonia-Gedanken, p. 52-93 [esp. p. 80-90]). HAHN, F., "Díe Hirtenrede in Joh. 10", in: Theologia crucis - signum crucis, F5 für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 185-200. MEEKS, W. A., "Die Funktion des vom Himmel herabgestiegenen Offenbarers für das Selbstverstãndnis der johanneisehen Gemeinde", in: lo. (Ed.), Zur
862
ANEXO
II
Soziologie des Urchristentums. Ausgewiihlte Beiirãge zum frühchristlichen Gemeinschaftsleben in seiner gesellschaftlichen Umwelt, ThB 62, München, 1979, p.245-283. WEISS, H.-F., Ut omnes unum sinto Zur Frage der Einheit der Kirche im [ohannesevangelium und in den Briefen des Ignatius, in: RCX:;GE, J. SCHILLE, G. (Ed.), Theologische Versuche X, Berlin, 1979, p. 67-81. LINDEMANN, A., "Gemeinde und Welt im Johannesevangelium", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 133-161. PAINTER, J., "The Farewell Discourses and the History of Johannine Christianity", NTS 27 (1981), p. 525-543. WOLL, D. B., Johannine Christianity in Conflict: Authority, Rank and Succession in the First Farewell Discourse, Society of Biblical Literature Diss. ser. 60, Chieo 1981. WENGST, K., Bedriingte Gemeinde und verherrlichter Christus. Der historische Ort des Johannesevangeliums aIs Schlüssel zu seiner Interpretation, Biblisch-Theologische Studien 5, Neukirchen-Vluyn, 1981. PERKINS, P., "Koinonia in Ijohn 1:3-7. The Social Context of Division in the [ohannine Letters", CBQ 45 (1983), p. 631-641. ONUKI, T., Gemeinde und Welt im Johannesevangelium. Ein Beitrag zur Frage nach der theologischen und pragmatischen Funktion des johanneischen Dualismus, WMANT 56, Neukirchen-Vluyn, 1984. • Rei. à p. 533 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 732:
Terceira parte - O desenvolvimento até a Igreja antiga 1. Surgimento e desenvolvimento inicial da ordem eclesiástica
CHADWICK, H., The Early Church, London, 1967, em alemão: Die Kirche in der antiken Welt, Sammlung Gõschen 7002, Berlin/New York, 1972. DAUVILLIER, J., Les Temps Apostoliques. ler siêcle, Histoire du Droit et des Institutions de l'Église en Occident lI, Paris, 1970. KOTTJE, R., MOELLER, B. (Ed.), Oekumenische Kirchengeschichte I, München. Mainz, 1970. ANDRESEN, C., Die Kirchen der alten Christenheit, Religionen der Menschheit 29, 1/2, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1971. KÜSTER, H., ROBINSON, J. M., Entwicklungslinien durcn die Welt des frühen Christentums, Tübingen, 1971 (cf, a respeito HAHN, F., Neuorientierung in der Erforschung des frühen Christentums?, EvTh 33 (1973), p. 537-544; FULLER, R. H., New Testament Trajectories and Biblical Authority, in: Studia Evangelica VII. Papers presented to the Fifth lnternational Congress on Biblical Studies held at Oxford, 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlin, 1982, p. 189-199; KÜMMEL, W. G., Das Urchristentum, ThR(NF) 48 (1983), p. 101-128 [esp, p. 113-115]).
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ANEXO
11
863
MUSSNER, F., Die Ablõsung des apostolisehen durch das nachapostolisehe Zeitalter und ihre Konsequenzen, in: Wort Gottes in der Zeit, FS für K. H. Schelkle, Düsseldorf, 1973, p. 166-177. DIAS, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. Jahrhundert, Handbuch der Oogmengesehichte IH, Fase. 3a, Freiburg/Basel/Wien, 1974, p. 107-165 (com bibliografia). FRüHNEs, H. et aI. (Ed.), Kirchengeschichte als Missionsgeschichte1: Oie alte Kirche, Münehen, 1974. ANDRESEN, C., Geschichte des Christenturns I. Von den Anfiingen bis zur HochschoIastik, Theologisehe Wissenschaft 6, Stuttgart/Berlin/KõIn/Mainz, 1975, p. 1-21. ANDRESEN, C., Art. Antike und Christentum, TRE III, 1978, p. 50-99 (esp. p. 51-73). HAHN, F., "Das apostolische und das nachapostolische Zeitalter als õkumenisches Problem", Õkumenische Rundschau 30 (1981), p. 146-164. KRAFT, H., Die Entstehung des Christentums, Darmstadt, 1981 -. ANDRESEN, C., "Die Anfãnge ehristlicher Lehrentwicklung", in: C. ANDRESEN, A. M. RITIER, K. WESSEL, E. MÜHLENBERG, M. A. ScHMIDT (Eds.), Handbueh der Dogmengesehiehte v. 1: Die Lehrentwicklung im Rahmen der Katholizitãt, Gõttingen, 1982, p. 1-98. BEYSCHLAG, K., Grundrij3 der Dogmengeschichte I. Gott und Welt, Grundrisse 2, Oarmstadt, 1982.
• Rei. à p. 533 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 732s.: § 51. Comunidade escatológica e ordem eclesiástica: BÓCKENFÓRDE, W., Das Rechtsverstiindnis der neueren Kanonistik und die Kritik Rudolf Sohms, Diss. Münster, 1969. BROCKHAUS, V., Charisma und Amt. Die paulinische Charismenlehre aui dem Hintergrund der frühchristlichen Gemeindefunktionen, Wuppertal, 1972 (bibliografia p. 240-247). MARsHALL, I. H., I11Ear1y Catholicism' in the New Testament", in: R. N. LONGENECKER, M. C. TENNEY (Eds.), New Dimensions in New Testament Study, Grand Rapids/Mich., 1974, p. 217-231. MAURER, W., "Díe Auseinandersetzung zwischen Hamack und Sohm und die Begründung eines evangelischen Kirchenrechts", in: ID., Die Kirche und ihr Recht. Gesammelte Aufsiitze zu11! evangelischen Kirchenrecht, Jus Ecc1esiasticum 23, Tübingen, 1976, p. 364-387. MAURER, W., R. "Sohms Ringen um den Zusammenhang zwischen Geist und Recht in der Geschichte des kirchlichen Rechts", in: ID., Die Kirche und ihr Recht. Gesammelte Aufsiitze zum evangelischen Kirchenrecht, Jus Ecclesiasticum 23, Tübingen, 1976, p. 328-363. SCHMITZ, H.-J., FrühkathoIizismus bei Adolf von Harnack, Rudolph Sohm und Ernst Kiisemann, Themen und Thesen der Theologie, Düsseldorf, 1977. HAHN, F., "Charisma und Amt. Die Diskussion über das kirchliche Amt im Lichte der neutestamentlichen Charismen1ehre", ZThK 76 (1979), p. 419-449.
864
ANEXO
11
BARTSCH, C., "Fruhkatholizismus", ais Kategorie historisch-kritischer Theologie. Eine methodische und theologiekritische Untersuchung, Studien zu jüdischem Volk und christlicher Gemeinde 3, Berlin, 1980. ScHELKLE, K. H., "Charisma und Amt", in: Begegnung mit dem Wort, FS für H. Zimmermann, BBB 53, Bonn, 1980, p. 311-323. ScHÜRMANN, H., Auf der Suche nach dem 'Evangelisch-Katholischen'. Zum Thema 'Frühkatholizismus"', in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 340-375. TRlLLING, W., "Bemerkungen zum Thema 'Frühkatholizismus'. Eine Skizze", Christianesimo nella Storia 11 (1981), p. 329-340. FULLER, R. H., "Early Catholicism. An Anglican Reaction to a German Debate", in: U
Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie, FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Cõttingen, 1983, p. 34-41. HAHN, F., "Frühkatholizismus als õkurnenísches Problern", Catholica 37 (1983), p. 17-35. ROGGE, J., SCHILLE, G. (Ecí.), Frühkatholizismus im ôkurnenischen Gespriich. Aus der Arbeit des Okumenisch-Theologischen Arbeitskreises in der DOR, Berlin, 1983.
• Ref. à p. 539s. e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 733: § 52. Os ministérios eclesiásticos: BROCKHAUS, V., Charisma und Amt, v. ref. à p. 533 (§ 51). ROLOFF, J., Apostolat - Verkündigung - Kirche. Ursprung, Inhalt und Funktion
des kirchlichen Apostelamtes nach Paulus, Lukas und den Pastoralbriefen, Gütersloh, 1965. RORDORF, W., "La théologie du miriistêre dans l'Église ancíenne", Verbum Caro 18 (1965), p. 84-104. LEENHARDT, F.-J., "Les fonctions constitutives de l'Église et de l'Épiscope selon le NT", RHPhR 47 (1967), p. 111-149. ScHNACKENBURG, R., "'L'apostolicité': état de la recherche", Istina 14 (1969), p. 5-32. KERTELGE, K., "Das Apostelamt des Paulus, sein Ursprung und seine Bedeutung", BZ(NF) 14 (1970), p. 161-181. LEMAIRE, A., Les ministêres aux origines de I'Église. Naíssance de la triple hiérarchie: évêques, presbytres, diacres, LO 68, Paris, 1971. STUHLMACHER, P., "Evangelium - Apostolat - Gerneinde", KuD 17 (1971), p.97-112. ScHNACKENBURG, R., "AposteI vor und neben Paulus", in: ID., Schriften zum Neuen Testament. Exegese in Fortschritt und Wandel, München, 1971, p. 338-358. KERTELGE, K., Gemeinde und Amt im Neuen Testament, Biblische Handbibliothek X, München, 1972. HAHN, F., "Der Apostolat im Vrchristentum. Seine Eigenart und seine Voraussetzungen", KuD 20 (1974), p. 54-77.
Le Ministêre et les Ministêree selon le Nouveau Testament. Dossier exégêtique et reflexion théologique, par ... sous le direction de J. Delorme, Paris, 1974.
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ANEXO
II
865
HERTEN, J., "Charísma - SignaI einer Gemeindetheologie des Paulus", in: HAINZ, J. (Ed.), Kirche im Werden. Studien zu Amt und Gemeinde im Neuen Testament, München/Paderborn/Wien, 1976, p. 57-89. HAINZ, J., IIDie Anfãnge des Bischofs- und Diakonenamtes", in: lo. (Ed.), Kirche im Werden. Studien zu Amt und Gemeinde im Neuen Testament, München/Paderborn/Wien, 1976, p. 91-107. ROHDE, J., Urchristliche und frühkatholische Amter. Eine Untersuchung zur frühchristlichen Amtsentwicklung im Neuen Testament und bei den apostolischen Viitern, TheoIogische Arbeiten XXXIII, Berlin, 1976. EMMINGHAUS, J. H., Amtsverstãndnis und Amtsübertragung im [udentum und in der frühen Kirche des 1. Jahrhunderts", Bibel und Liturgie 50 (1977), p. 174-186. KERTELGE, K. (Ed.), Das kirchliche Amt im Neuen Testament, Wege der Forschung CDXXXIX, Darmstadt, 1977 (bibliografia, p. 565-574). LOHFINK, G., IIDie Normatívitãt der Amtsvorstellungen in den Pastoralbriefen", ThQ 157 (1977), p. 93-106. BLUM, G. G., Art. AposteI/ Apostolat/ Apostolizitãt, 11. Alte Kirche, TRE III, 1978, p. 445-466. HANSON, R. P. C., Art. Amt/Ãmter / Amtsvcrstãndnis. V. Alte Kirche, TRE XI, 1978, p. 533-552. KERTELGE, K., "Offene Frage zum Thema 'Geistliches Amt' und das neutestamentliche Verstãndnis von der 'repraesentatío Christi"', in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978; Freiburg/Basel/Wien, 1978, p.583-605. ROLOFF, J., Art. Arnt/Ãmter/ Amtsverstãndnis. IV. Im Neuen Testament, TRE XI, 1978, p. 509-533 (com bibliografia). ROLOFF, J., Art. AposteI/ApostoIat/ Apostomtãt. I. Neues Testament, TRE 111, 1978, p. 430-445 (esp. p. 440ss.). VÓCTLE, A., "Exegetische Reflexionen zur Apostolizitãt des Amtes und zur Amtssukzession", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978; Freiburg/BaseI/Wien, 1978, p. 529-582. HAHN, F., "Charisma und Amt im Lichte der neutestamentlichen Charismenlehre", ZThK 76 (1979), p. 419-449. LIPS, H. V., Glaube - Gemeinde - Amt. Zum Verstiindnis der Ordination in den Pastoralbriefen, FRLANT 122, Gõttingen, 1979 (com bibliografia). LOHSE, E., "Episkopos in den Pastoralbriefen", in: Kirche und Bibel. Festgabe für Bischof Eduard Schick, Paderborn/München/Wien/Zürich, 1979, p. 225-231. BROWN, R. E., "Episkope and episkopos. The New Testament Evidence", Theological Studies 41 (1980), p. 322-338. LOHSE, E., "Die Entstehung des Bischofsamtes in der frühen Christenheit", ZNW 71 (1980), p. 58-73. SCHELKLE, K. H., "Charísma und Amt", in: Begegnung mit dem Wort, FS für H. Zimmermann, BBB 53, Bonn, 1980, p. 311-323. 11
866
ANEXO
II
VANHOYE, A., Prêtres anciens, prêtre nouveau selon le Nouveau Testament, Parole de Dieu 20, Paris, 1980. Sc:HÜfZ, J. H., Art. Charisma. IV. Neues Testament, TRE VII, 1981, p. 688-693 (com bibliografia). VOKES, F. E., "The Origin and Place of Presbyters in the New Testament Church", in: 5tudia Evangelica VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford 1973, ed. by E. A. Livingstone, TV 126, Berlin, 1982, p. 541-545. PERKINS, PH., Ministering in the Pauline Churches, New York/Ramsey, 1982. GRELOT, P., "Église et ministêres". Pour un dialogue critique avec Edward Schillebeeckx, Paris, 1983. HERRON, R. W. CIr.), "The Origin of the New Testament Apostolate", The Westminster Theological [ournal 45 (1983), p. 101-131. HIEBERT, D. E., "Behind the Word 'Deacon'. A New Testament Study''', Bibliotheca Sacra 140 (1983), p. 151-162. PERROT, C., "Charisme et institution chez Paul", RechScRel 71 (1983), p. 81-92. TRILLlNG, W., "Zum 'Amt' im Neuen Testament. Eine methodologische Besinnung", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Geburtstag, Gõttingen, 1983, p. 317-344. DASSMANN, E., "Hausgemeinde und Bischofsamt", in: Vivarium. FS für T. Klauser zum 90. Geburtstag, JAC, Erg. 11, Münster, 1984, p. 82-97.
• Ref. à p. 552 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 7335.: § 53. A transformação da autocompreensão da igreja: CULLMANN, O., Heil ais Geschichte. Heilsgeschichtliche Existenz im Neuen Testament, Tübingen, 1965. ScHNACKENBURG, R., "Der Christ und die Zukunft der Welt", in: ID., Christliche Existenz nach dem Neuen Testament. Abhandlungen und Vortriige II, München, 1968, p. 149-185. VÓCTLE, A., Das Neue Testament und die Zukunft des Kosmos, Kommentare und Beitrãge zum Alten und Neuen Testament, Düsseldorf, 1970. ScHLlER, H., "Das Ende der Zei!';, in: ID., Das Ende der Zeit. Exegetische Aufsãtze und Vortriige IH, Freiburg/Basel/Wien, 1971, p. 67-84. BALZ, H. R., "Eschatologie und Christologie. Modelle apokalyptischer und urchristlicher Heilserwartung", in: Das Wart und die Worter, FS für G. Friedrich, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1973, p. 101-112. LOHSE, E., "Apokalyptik und Christologie", in: ID., Die Einheit des Neuen Testaments. Exegetische Studien zur Theologie des Neuen Testaments, Cõttingen, 1973, p. 125-144. Luz, V., "Erwãgurigen zur Entstehung des 'Frühkatholízísmus'", ZNW 65 (1974), p. 88-111.
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11
867
MERKLEIN, H., "Untergang und Neusehõpfung. Zur theologischen Bedeutung neutestamentlicher Texte vom 'Ende' der Welt", in: Biblische Randbemerkungen, Schülerfestschrift R. Schnackenburg, Würzburg, 1974, p. 349-360. LOHSE, E., "Christus als der Weltenrichter", in: Jesus Christus in Historie und TheoIogie, Neutestamentliche Festschrift für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 475-486. SCHRAGE, W., "Die Frage nach der Mitte und dem Kanon im Kanon des Neuen Testaments in der neueren Diskussion", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 415-442. ScHULZ, S., Die Mitte der Schrift. Der FrühkathoIizismus im Neuen Testament als Herausforderung an den Protestantismus, Stuttgart, 1976 (cf. a respeito MÜLLER, P.-G., Destruktion des Kanons - Verlust der Mitte, Theologische Revue 73 (1977), col. 177-186). SCHMITZ, H. J., Frühkatholizismus bei AdoIf von Harnack, Rudolph Sohm und Ernst Kiisemann, Themen und Thesen der Theologie, Düsseldorf, 1977. HAHN, F., "Das Problem des Frühkatholizismus", EvTh 38 (1978), p. 340-357. ScHWARTE, K.-H., Art. Apokalyptik/ Apokalypsen. V. Alte Kirche, TRE III, 1978, p. 257-275. STROBEL, A., Art. Apokalyptik/Apokalypsen. IV. Neues Testament, TRE III, 1978, p.251-257. HAVER, C., "When History Stops: Apocalypticism and Mystieism in [udaism and Christianity", in: CRENSHAW, J. L., SANDMEHL, S. (Ed.), The Divine Helmsman. Studies on God's Conirol of Human Events. Presented to Lou H. Silberman, New York, 1980, p. 207-22l. GLASSON,T. F., "What is Apocalyptic?", NTS 27 (1981), p. 98-105. LAMPE, P., "Die Apokalyptiker - ihre Situation und ihr Handeln", in: LIEDKE, G. (Ed.), Eschatologie und Friedenehandeln. Exegetische Beitriige zur Frage christlicher Friedensverantwortung. Com contribuições de D. Luz, J. KEGLER, P. LAMPE, P. HOFFMANN, SBS 101, Stuttgart, 1981, p. 59-114. KOCH, K., ScHMIDT, J. M. (Ed.), Apokalyptik, Wege der Forschung CCCLXV, Darmstadt, 1982. ROWLAND, C., The Open Heaven: A Study of Apocalyptic in [udaism and Christianity, New York, 1982. HELLHOLM, D. (Ed.), Apocalypticism in the Mediterranean World and the Near East .. Proceedings of the International Colloquium on Apocalypticism, Uppsala, August 12-17, 1979, Tübingen, 1983. (Cf. também as investigações de BARTSCH, C.; FULLER, R. H.; HAHN, F.; ROGGE, J. ScHILLE, G. (Ed.): ScHüRMANN, H. rei. ao § 51 ["Comunidade escatológica e ordem eclesiástica"]). • Rei. a 3 (escritos de Lucas):
FLENDER, H., Heil und Geschichte in der Theologie des Lukas, BevTh 41, München,1965.
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BORGEN, P., "Von Paulus zu Lukas. Beobachtungen zur Erhellung der Theologie der Lukasschriften", 5tTh 20 (1966), p. 140-157. Studies in Luke-Aets. Essays presented in honor of Paul Schubert..., (1966) London, 1968. BETZ, O., "The Kerygma of Luke", Interpretation 22 (1968), p. 131-146. REUMANN, J., "Heilsgeschichte in Luke. Some Remarks on its Background and Comparison with Paul", in: 5tudia Eoangelica IV, I: The New Testament Scriptures, TU 102, Berlin, 1968, p. 86-115. BURCHARD, C., Der dreizehnte Zeuge. Traditions- und kompositionsgeschichtliche Untersuchungen zu Lukas' Darstellung der Frühzeit des Paulus, FRLANT 103, Cõttingen, 1970. MARSHALL, L H., Luke: Historian and Theologian, Exeter, 1970. CONZELMANN, H., Die Apostelgeschichte erkliirt, HNT 7, Tübingen, 2il ed., 1972. ELLIs, E. E., Eschatology in Luke, Philadelphia. 1972. ELTESTER, W., "Israel im lukanischen Werk und die Nazarethperikope", in: GRÃSSER, E., STROBEL, A., TANNEHILL, R. C., ELTESTER, W., Jesus in Nazareth, BZNW 40, Berlin/New York, 1972, p. 76-147. JERVELL, J., Luke and the PeopIe of God. A New Look at Luke-Acts, Minneapolis /Min., 1972. KRÃNKL, E., Jesus der Knecht Gottes. Die heilsgeschichtliche 5tellung [esu in den Reden der AposteIgeschichte, BV 9, Regensburg, 1972. KÜMMEL, W. G., "Lukas in der Anklage der heutigen Theologie", ZNW 63 (1972), p. 149-165. PLÜMACHER, E., Lukas als hellenistischer Schriftsteller. 5tudien zur AposteIgeschichte, StVNT 9, Cõttingen, 1972. BRAUMANN, G. CEd.), Das Lukas-Evangelium. Die redaktions- und kompositionsgeschichtliche Forschung, Wege der Forschung CCLXXX, Darmstadt, 1974. VÚLKEL, M., "Zur Deutung des 'Reiches Gottes' bei Lukas", ZNW 65 (1974), p.57-70. WILCKENS, V., "Lukas und Paulus unter dem Aspekt dialektisch-theologisch beeinfluBter Exegese", in: In., Rechtfertigung aIs Freiheit, Paulusstudien, Neukirchen-Vluyn, 1974, p. 171-202. ZINGG, P., Das Wachsen der Kirche. Beiirãge zur Frage der lukanischen Redaktion und Theologie, Orbis Biblicus et Orientialis 3, Freiburg-Suíça/ Gõttíngen, 1974. GASQUE, W., A History ofthe Criticism of the Acts of the Apostles, Beítrãge zur Geschichte der Biblischen Exegese 17, Tübingen, 1975. LOHFINK, G., Die Sammlung Israels. Eine Untersuchung zur lukanischen Ekklesiologie, StANT XXXIX, München, 1975. MERK, O., "Das Reich Gottes in den lukanischen Schriften", in: Jesus und Paulus, FS für W. G. Kümmel, Gõttingen, 1975, p. 201-220. MICHEL, H.-J., "Heilsgegenwart und Zukunft bei Lukas", in: Gegenwart und kommendes Reich, Schülergabe A. Võgtle, Stuttgarter Biblische Beítrãge, Stuttgart, 1975, p. 101-115.
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11
869
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870
ANEXO
11
geschichte, p. 99-127; HAHN, F., Das Problem alter christologischer Überlieferungen in der Apostelgeschichte unter besonderer Berücksichtigung von Act 3,19-21, p. 129-154). LINDEMANN, A., PauIus im iiltesien Christentum. Das Bild des Aposteis und die Rezeption der paulinischen Theologie in der frühchristlíchen Líteratur bis Marcion, BhTh 58, Tübíngen, 1979 (esp. p. 49-68, 161-173). MATTILL, A. (jr.), Luke and lhe Last Things, a perspectioe for the understanding of Lukan thought, Dillsboro, 1979. PRAST, F., Presbyter und Evangelium in nachapostohscher Zeít. Die Abschiedsrede des Paulus in Mílet (Apg 20,17-38) im Rahmen der lukanischen Konzeption der Evangelíumsverkündígung, forschung zur bibel29, Stuttgart, 1979. ROLOFF, J., "Die Paulus-Darstellung des Lukas. Ihre geschichtlichen Voraussetzungen und ihr theologisches Ziel", EvTh 39 (1979), p. 510-531. ScHMITHALS, W., "Die Berichte der Apostelgeschichte über die Bekehrung des Paulus und die "Tendenz des Lukas", in: Theologia Víatorum XIV, Berlin, 1979, p. 145-165. KÜLLING, H., "Zur Bedeutung des Agnostos Theos. Eine Exegese zur Aposteigeschichte 17, 22.23", ThZ 36 (1980), p. 56-83. NüTZEL, J. M., Jesus aIs Offenbarer Gottes nach den lukanischen Schriften, forschung zur bibel39, Würzburg, 1980. ScHWEIZER, E., "Plãdoyer der Verteidigung in Sachen Moderne Theologie versus Lukas", ThLZ 105 (1980), col. 241-252. TAEGER, J.-W., "Paulus und Lukas über den Menschen", ZNW 71 (1980), p. 96-108. UNTERGASSMAIR, F. G., Kreuzweg und Kreuzigung [esu: Ein Beítrag zur lukanischen Redaktionsgeschichte und zur Frage nach der lukanischen "Kreuzestheologie", Paderborner Theologische Studien 10, Paderborn/Zürich, 1980. CALLOUD, J., "Paul devant l'Aréopage dAthênes. Actes 17,16-34", RechScReI 69 (1981), p. 209-248. CHILTON, B., " Announcement in Nazara: An Analysis of Luke 4:16-21", in: FRANCE, R. T., WENHAM, D. (Eds.), GospeI Perspectíves. Studies in History and Tradition in the Four Coepels lI, Sheffield, 1981, p. 147-172. DoWNING, F. G., "Ethical Pagan Theism and the Speeches in Acts", NTS 27 (1981), p. 544-563. KERTELGE, K. (Ed.), PauIus in den neutestamentIichen Spiitschriften. Zur PauIusrezeption im Neuen Testament, QD 89, Freiburg/Basel/Wien, 1981 (dali: LÓNING, K., Paulinismus in der Apostelgeschichte, p. 202-234 [bibliografia]; MÜLLER, P.-G., Der "Paulinismus" in der Apostelgeschichte. Ein forschungsgeschichtlicher Überblick, p. 157-201). KIRCHSCHLÂGER, W., [esu exorzistisches Wirken aus der Síeht des Lukas. Ein Beitrag ZUT lukanischen Redakiion, Osterreichische Biblische Studien 3, Klostemeuburg, 1981. La ParoIe de Grâce. Études lucaniennes à la mérnoire d'Augustin George, réumes par J. Delorme et J. Duplacy, RechScRel 69/1 et 2, Paris, 1981.
ANEXO
PILGRIM~
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ANEXO
II
JUEL, D., Luke-Acts. The Promise of History, Atlanta, 1983. MARSHALL, I. H., "Luke and his 'Gospel"', in: STUHLMACHER, P. CEd.), Das Evangelium und die Evangelien. Vortriige vom Tübinger Symposium 1982, WDNT 28, Tübingen, 1983, p. 289-308....... PLÜMACHER, E., Acta-Forschung 1974-1982, ThR(NF) 48 (1983), p. 1-56. STROBEL, A., "Geist-Erfahrung und Wortverkündigung im Kontext von Apg. 2. Gedanken zu einem Thema lukanischer Theologie", in: PREUSS, H. D. CEd.), Erfahrung - Glaube - Theologie. Beitriige zu Bedeutung und Ort religiõser Erfahrung. Im Auftrag des Dozenten-Kollegiums der Augustana-Hochschule, Stuttgart, 1983, p. 65-84. WILSON, S. G., Luke and the Law, SNTSMS 50, Cambridge/London/New York/New Rochelle/Melbourne/Sydney, 1983. BOVON, F., Lukas in neuer Sicht. Gesammelte Aufsiitze, Biblisch-Theologische Studien v. 8, Neukirchen-Vluyn, 1984. JASPERT, B. CEd.), Rudolf Bultmanns Werk und Wirkung, Darmstadt, 1984 (dali: fuHN, F., Die antiochenische Quelle in der Apostelgeschichte, p. 316-331; MERK, O., Die Apostelgeschichte irn Frühwerk Rudolf Bultmanns, p. 303-315). PLÜMACHER, E., "Acta-Forschung 1974-1982", ThR 49 (1984), p. 105-169.
• Ref. à p. 561 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 734s.: 11. O desenvolvimento da doutrina CLAVIER, H., Les oariéies de la pensée biblique et le problême de son uniié, Esquisse d'une Théologie de la Bible sur les textes originaux et dans leur contexte historique, SupplNovT XLIII, Leiden, 1976. DUNN, J. D. C., Unity and Diversity in the New Testament. An Inquiry inio the Character of Earliest Christianity, London, 1977. Luz, D., "Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologien", in: Die Mitte des Neuen Testaments. Einheit und Vielfalt neutestamentlicher Theologie. FS für E. Schweizer zum 70. Ceburtstag, Gõttingen, 1983, p. 142-161.
• Ref. à p. 561 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 735: § 54. Parádosis e tradição histórica: FANNoN, F., "The Influence of Tradition in St. Paul", in: Siudia Evangelica IV, 1: The New Testament Scriptures, TU 102, Berlin, 1968, p. 292-307. BLÂSER, P., "Das Verhãltnis von Schrift und Tradition bei Paulus", Catholica 23 (1969), p. 187-204. HAHN, F., "Das Problem 'Schrift und Tradition' im Urchristentum", EvTh 30 (1970), p. 449-468. ScHLIER, H., "Die Anfãnge des christologischen Credo", in: WELTE, B. CEd.), Zur Frühgeschichte der Christologie, QD 51, Freiburg/Basel/Wien, 1970, p. 13-58. CAMPENHAUSEN, H. V., Das Bekenntnis im Urchristentum, ZNW 63 (1972), p.210-253.
ANEXO
11
873
KELLY, J. N. D., Altchristliche GIaubensbekenntnisse. Geschichte und Theologie, Gõttingen, 1972. VóGTLE, A., "Die Schriftwerdung der apostolischen Paradosis nach 2. Petr. 1,12-15", in: Neues Testament und Geschichte. Historisches Geschehen und Deutung im Neuen Testament, O. Cullmann zum 70. Geburtstag, Zürich/Tübingen, 1972, p. 297-305. LINDESKOG, G., Autoritãt und Tradition im Neuen Testament", Annual of the Swedish TheologicaI Institute 9 (1973), p. 42-63. CONZELMANN, H., "Zum Überlieferungsproblem im Neuen Testament", in: ID., Theologie aIs Schriftauslegung. Aufsiitze zum Neuen Testament, BevTh 65, München, 1974, p. 142-151. WEISS, H.-F., "Bekenntnis und Überlieferung im Neuen Testament", ThLZ 99 (1974), col. 321-330. CAMPENHAUSEN, H. V., "Das Bekenntnis Eusebs von Caesarea (Nicaea 325)", ZNW 67 (1976), p. 123-139. VAN DER MINDE, H.-J., Schrift und Tradition bei Paulus. Ihre Bedeutung und Funktion im Rõmerbriei, Paderborner Theologische Studien 3, München/ Paderborn/Wien, 1976. ZEILINGER, F., "Die Trãger der apostolischen Tradition im Kolosserbrief", in: FUCHS, A. (Ed.), Jesus in der Verkündigung der Kirche, Studien zum Neuen Testament und seiner Umwelt (SNTU), ser. A v. 1, Linz-Freistadt, 1976, p. 175-190. CONZELMANN, H., "Die Schule des Paulus", in: TheoIogia crueis - signum crueis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 85-96. KERTELGE, K. (Ed.), Paulus in den neutestamentlichen Spiitschriften. Zur Paulusrezeption im Neuen Testament, QD 89, Freiburg/Basel/Wien, 1981. ULLMANN, W., "Was heiíst deuteropaulinisch?", in: Studia Evangelica VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford, 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlin, 1982, p. 513-522. VóGTLE, A., IiIKeine Prophetie dér Schrift ist Sache eigenwilliger Auslegung' (2Petr 1,2üb)", in: Dynamik im Wort. Lehre von der BibeI. Leben aus der Bibel. FS aus Anlaís des 50jãhrigen Bestehens des Katholischen Bibelwerks in Deutschland (1933-1983), ed. por Katholischen Bibelwerk e.V., Stuttgart, 1983, p. 257-283. U
• Rei. a 3 em especial: BULTMANN, R., Die Geschichte der synoptischen Tradition. Ergiinzungsheft. Bearb. v. Theissen, G., VIELHAUER, P., Cõttingen, 401 ed., 1971. KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament, Heidelberg, 17íl. ed. 1973, p. 46-49 (com bibliografia) [trad, port.: Introdução ao NT, São Paulo, Paulinas, 1982]. KLINE, L. L., The Sayings of Jesus in the Pseudo-CIementine Homilies, Society of Biblical Literature, Diss. ser. Nr. 14, Missoula/Mont., 1975.
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11
MEES, M., Aufierkanonísche Parallelstellen zu den Herrenworten und ihre Bedeutung, Quaderni di "Vetera Christianoram" 10, 1975. HOFIUS, O., "Unbekannte [esusworte", in: STUHLMACHER, P. (Ed.l., Das Evangelium und die Evangelien. Vortriige vom Tübinger Symposium 1982, WUNT 28, Tübingen, 1983, p. 355-382.
• Rei. à p. 567: BORNKAMM, G., "Der Auferstandene und der Irdische. Mt 28,16-20", in: BORNKAMM, G.-BARTH, G.-HELD, J., Überlieferung und Auslegung im Matthiiusevangelium, WMANT 1, Neukirchen-Vluyn, 4il ed., 1965, p. 289-310. VOCTLE, A., "Das christologische und ekklesiologische Anliegen von Mt 28,1820", in: lo., Das Evangelium und die Evangelien. Beitriige zur Evangelienforschung, Kommentare und Beitriige zum Alten und Neuen Testament, Düsseldorf, 1971, p. 253-272. LANCE, J., Das Erscheinen des Auferstandenen im Evangelium nach Matthãus. Eine traditions- und redaktionsgeschichtliche Untersuchung zu Mt 28,1620, forschung .zur bibel 11, Würzburg, 1973. KÜNZEL, G., Studien zum Gemeindeverstiindnis des Matthãus-Euangeliurns, CThM, Reihe A v. 10, Stuttgart, 1978 (esp. p. 102ss., 157ss., 167ss., 194ss. lbiblíografíal). HAHN, F., "Der Sendungsauftrag des Auferstandenen. Matthãus 28,16-20", in: Fides pro mundi vita. Missionstheologie heute. Hans Werner Gensichen zum 65. Geburtstag, Missionswissenschaftliche Forschungen 14, Gütersloh, 1980, p. 28-43 (com bibliografia). SCHABERG, J., The Father, the Son and the Holy Spirit: The Triadic Phrase in Matthew 28:19b, Society of Biblical Literature Diss. ser. 61, Chico, 1982. FRIEDRICH, G., "Die formale Struktur von Mt 28,18-20", ZThK 80 (1983), p. 137-183.
• Rei. à p. 568: VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur. Einleitung in das Neue Testament, die Apokryphen und die Apostolischen Vater, Berlin/New York, 1975, p. 252-355. PESCH, R., Das Markusevangelium. 1. Teil. Einleiiung und Kommentar zu Kap. 1,1-8,26, HThK 11/1, Freiburg/Basel/Wien, 1976, p. 1-68 (com bibliografia). GNILKA, J., Das Evangelium nach Markus (Mk 1-8,26), EKK 11/1, Zürich/Einsiedeln/Kõln/Neukirchen-Vluyn, 1978, p. 17-35. SCHENKE, H. M., FISCHER, K. M., Einleitung in die Schriften des Neuen Testaments. 11. Die Evangelien und die anderen neutestamentlichen Schriften, Gütersloh, 1979, p. 9-95 (com bibliografia). KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament, Heidelberg, 21 a ed. 1983, complementos ref. ao § 6 ("0 Evangelho de Marcos"), p. 558-561 (com biblio-
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II
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grafia) [trad, port.: Introdução ao NT~ São Paulo, Paulinas, 1982]. BREYTENBACH, C., Nachfolge und Zukunftserwartung nach Markus. Eine methodenkritische Studie, AThANT 71, Zürich, 1984 (esp. p. 11-132).
• Rei. à p. 571 e à lista bibliográfica complementar de BULTMANN p. 735: § 55. O problema da reta doutrina e o surgimento do cânone neotestamentário: BETZ, H. D., "Orthodoxy and Heresy in Primitive Christianity", Interpretation 19 (1965), p. 299-311 (a respeito de W. BAUER, cf. o título seguinte). ALTENDORF, H. D., "Zum Stichwort: Rechtglãubigkeit und Ketzerei im ãltesten Christentum", ZKG 80 (1969), p. 61-74 (= recensão de W. BAUER, Rechtglãubigkeit und Ketzerei im ãltesten Christenium, 2., ed. revisada com um posfácio de G. Strecker, BhTh 10, Tübingen, 1964). , ELZE, M., "Hãresie und Einheit der Kirche im 2. [ahrhundert", ZThK 71 (1974), p.389-409. KRAFI, R. A., "The Development of the Concept of 'Orthodoxie' in Early Christianity", in: Current Issues in Biblical and Patristic Interpretation. Studies in Honor of Merril C. Tenney. Grand Rapids/Mich., 1975, p. 47-59. LÜHRMANN, D., Glaube im frühen Christentum, Gütersloh, 1976 (esp. p. 70-99). BOGART, J., Orthodox and Heretical Perfectionism, Socíety of Biblical Literature, Diss. ser. Nr. 33, Missoula/Mont., 1977. BLANK, J., "Zum Problem 'Hãresie und Orthodoxie' im Urchristentum", in: DAuTZENBERG, G., MERKLEIN, H., MÜLLER, K. (Eds.), Zur Geschichte des Urchristentums, QD 87, Freiburg/Basel/Wien, 1979, p. 142-160. McCUE, J. F., "Orthodoxy and Heresy: Walter Bauer and the Valentinians", V(gChr 33 (1979), p. 118-130. HARRrNGTON, O. J., "The Reception of Walter Bauer's 'Orthodoxy and Heresy in Earliest Christíanity' during the Last Decade", HTR 73 (1980), p. 289-298. HARRINGTON, D. J., The Light Of Ali Nations. Essays on The Church In New Testament Research, Good News Studies 3, Wilmington/Dublin, 1982 (esp, p. 162-173). NORRIs, F. W., "Asia Minor before Ignatius: Walter Bauer Reconsidered", in: Studia Evangelica VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studies held at Oxford 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlin, 1982, p. 365-377. BRüX, N., Art. Hãresie, RAC, [v. Xlfl], fase. 98, 1984, col. 248-297 (esp, col. 255-264).
• Rei. a 5: CAMPENHAUSEN, H. , V., Die Entstehung der christlichen Bibel, BhTh 39, Tübíngen,1968. KASEMANN~ E. (Ed.), Das Neue Testament als Kanon. Dokumentation und kritische Analyse zur gegenwiirtigen Diskussion, Gõttingen, 1970.
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ANEXO
II
MERKEL, H., Die Widersprüche zwíschen den Evangelien. Ihre polemische und apologetische Behandlung in der Alten Kirche bis zu Augustin, WUNT 13, Tübingen, 1971. KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Tesiament, Heidelberg, 17 1973, p. 420-451 (com bibliografia) [trad. port.: Introdução ao NT, São Paulo, PauIinas, 1982]. SAND, A., Kanon. Von den Anfiingen bis zum Fragmentum Muratorianum, Handbuch der Oogmengeschichte, v. I, Fase. 3a (1), Freiburg/Basel/Wien, 1974 (com bibliografia). MERKEL, H., Die Pluralitiit der Evangelien als theologisches und exegetisches Problem in der Alten Kirche, Traditio Chrístiana 3, Bern/Frankfurt-M./ Las Vegas, 1978 (csp. p. VII-XXVII; fontes p. 2-161). HAHN, F., "Oie Heilige Schrift als ãlteste christliche Tradition und als Kanon", EvTh 40 (1980), p. 456-466. LüHRMANN, O., "Gal 29 und die katholischen Bríefe. Bemerkungen zum Kanon und zur regula fídei", ZNW 72 (1981), p. 65-87. BEYSCHLAG, K., Grundrij3 der Dogmengeschichte. I: Gott und Welt, Grundrisse 2, Darmstadt, 1982 (esp. p. 149-172).
• Rei. à p. 578 notas 111 e 112: GABATHULER, H. J., Jesus Christus. Haupt der Kirche - Haupt der Welt. Der Christushymnus Colos ser 1, 15-20 in der theologischen Forschung der letzten 130 [ahre, AThANT 45, Zürich/Stuttgart, 1965. LÃHNEMANN, J., Der Kolosserbrief. Komposiiion, Situation und Argumentation, StNT 3, Gütersloh, 1971. PÕHLMANN, W., "Die hymnischen All-Prãdíkationen in Kol. 115-20", ZNW 64 (1973), p. 53-74 (com bibliografia). BURGER, C., Schõpjung und Versôhnung, Studien zum liturgischen Gut im Kolosser- und Epheserbrief, WMANT 46, Neukirchen-Vluyn, 1975. ScHWEIZER, E., "Zur neueren Forschung am Kolosserbrief (seit 1970)", in: Theologische Berichte V, Zürichy Einsiedeln z Kõln, 1976, p. 163-191 (bibliografia, p. 190s.). ScHWEIZER, E., Der Brief an die Kolosser, EKK, Zürich/Einsiedeln/Kõln/Neukirchen-Vluyn, 1976, esp. p. 50-74. FRANCIS, F. O., "The Christological Argument of Colossians", in: God's Christ and Ris People. Studies in Honor of Nils Alstrup Dahl, Oslo/Bergen/ Tromso, 1977, p. 192-208. Q'NEILL, J. C., "The Source of the Chrístology in Colossians", NTS 25 (1978/ 79), p. 87-100. BEASLEY-MuRRAY, P., "Colossians 1:15-20: An Early Christian Hymn Celebratíng the Lordship of Christ", in: Pauline Studies. Essays presented to Professor F. F. Bruce on his 70th Birthday, Exeter /Oevon/Grand Rapids-Mich., 1980, p. 169-183.
ANEXO
II
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ALETII, }.-N., Colossiens 1,15-20. Genre et exégêse du texte. Fonction de la thématique sapientelle, AB 91, Roma, 1981. POLLARD, T. E., "Colossians 1.12-20: A Reconsideratíon, NTS 27 (1981), p.572-575.
• Rei. à p. 578s.: FISCHER, K. M., Tendenz und Absicht des Epheserbriefes, FRLANT 111, Gõttingen, 1973.
• Rei. à p. 587 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 736: § 56. Temas e tipos: • Rei. a 1.: BRüX, N., Die Pastoralbriefe, RNT 7,2, Regensburg, 4 ii ed., 1969.
• Rei. a 2.: BALZ, H. R., Eschatologie und Christologie, v. ref. à p. 552 (§ 53). LOHSE, E., Apokalyptik und Christologie, v. ref. à p. 552 (§ 53). HARNISCH, W., Verhangnis und Verheifiung der Geschichte. Untersuchungen zum Zeit- und Geschichtsverstiindnis im 4. Buch Esra und in der syr. Baruchapokalypse, FRLANT 97, Gõttingen, 1969. KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testameni, Heidelberg, 17ii ed. 1973, p. 398-401 (com bibliografia). [trad. port.: Introdução ao NT, São Paulo, PauIinas, 1982]. ScHMITHALS, W., Die Apokalyptik. Einführung und Deuiung, Gõttingen, 1973. Apocalypses et théologie de l'espérance. Congress de I'Association catholique française pour l'étude de la Bible, LD 95, Paris, 1977. MÜLLER, K., Art. Apokalyptik/ Apokalypsen. IH. Die jüdische Apokalyptik. Anfãnge und Merkmale, TRE III, 1978, p. 202-251. J. J. COLLINS (Ed.), Apocalypse. The Morphology of a Genre, Semeia 14, Montana/ Miss., 1979. HELLHOLM, D. (Ed.), Apocalypticism in the Mediterranean World and the Near East.. Proceedings of the In ternationa 1 Colloquium on Apocalypticism, Uppsala, August 12-17, 1979, Tübingen, 1983. KüMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament, Heidelberg.Rl" ed. 1983, complementos ref. ao § 33 (" Apocalipsismo e apocalipses"), p. 584 (com bibliografia).
• Rei. a 4: FISCHER, K. M., Tendenz, v. ref. à p. 571 (§ 55). POKORNY, P., Der Epheserbrief und die Gnosis. Die Bedeutung des Haupt-GliederGedankens in der entstehenden Kirche, Berlin, 1965.
878
ANEXO
li
• ReI. a 4 (apócrifos): VIELHAUER, P., Geschichie der urchrisilichen Literatur. Einleitung in das Neue Testament, die Apokryphen und die Apostolischen Vater, Berlin/New York, 1975, p. 613-692 [em port.: História da Literatura Cristã Primitiva, São Paulo, Academia Cristã, 2 01 ed., 2007]. BoVON, F. (Ed.), Les Artes apocryphes des apõtres: Chrisiianisme et monde paiens, Publications de la Faculté de Théologie de l'Université de Cenêve 4, Cenêve, 1981. BERGER, K., "Unfehlbare Offenbarung. Petrus in der gnostíschen und apokalyptischen Offenbarungsliteratur", in: Kontinuitiii und Einheii. Für Franz MuBner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 261-326. CAMERON, R. (Ed.), The Other Gospels. Non-Canonical Gospel Texts, Philadelphia,1982. HEDRICK, C. W., "Kingdom Sayings and Parables of Jesus in the Apocryphon of [ame: Tradition and Redaction", NTS 29 (1983), p. 1-24 McDoNALO, D. R., The Legend of the Apostle. The Battle for Paul in Story and Canon, Philadelphia, 1983.
• ReI. à p. 590 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 736: § 57. Teologia e cosmologia LÃHNEMANN, J., Der Kolosserbrief, v. ref. à p. 571 (§ 55). ScHWEIZER, E., v. ref. à p. 571 (§ 55). ERNsT, J., Die eschatologischen Gegenspieler in den Schriften des Neuen Testaments, BU 3, Regensburg, 1967. OsTEN-SACKEN, P. VON DER, Gott und Belial. Traditionsgeschichtliche Untersuchungen zum Dualismus in den Texten aus Qumran, StUNT 6, Gôttingen, 1969. ERNsT, J., Pleroma und Pleroma Christi. Geschichie und Deutung eines Begriffs der paulinischen Antilegomena, BU 5, Regensburg, 1970. ScHWEIZER, E., "Die 'Elemente der Welt', Gal. 4,3.9; Kol. 2,8.20", in: lo., Beitrãge zur Theologie des Neuen Testaments. Neutestamentliche Aujsiitze (1955-1970), Zürich, 1970, p. 147-163. VOCTLE, A., Das Neue Testament und die Zukunft des Kosmos, Kommentare und Beitrãge zum Alten und Neuen Testament, Düsseldorf, 1970. GIBBS, J. G., Creaiion and Redemption. A Study in Pauline Theology, SupplNovT XXVI, Leiden, 1971. GIBBS, J. C., "Pauline Cosmic Christology and Ecological Crisis", JBL 90 (1971), p.466-479. ScHWEIZER, E., "Versõhnung des Alls", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, Neutestamentliche Festschrift für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p.487-501. WEISS, H.-F., "Schõpfung in Christus. Zur Frage der christologischen Bcgründung der Schõpfungstheologie im Neuen Testament", Die Zeichen der Zeit 31 (1977), p. 431-437.
ANEXO
11
879
STECK, O. H., WeIt und Umwelt, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer Taschenbücher v. 1006, Stuttgart/Berlin/Koln/Mainz, 1978 (esp. p. 173-225). YATES, R., "Chríst and the Powers of Evil in Colossians", in: Studia Biblica 1978: IH. Papers on Paul and Other New Testament Authors. Sixth International Congress on Biblical Studies Oxford, 3-7 April1978, ed. by E. A. Livingstone, Journal for the Study of the New Testament, suplem. ser. 3, Sheffield, 1980, p. 461-468. BENOIT, P., "Pauline Angelology and Demonology. Reflexions on the Designations of the Heavenly Powers and on the Origin of Angelic Evil According to Paul", Religious Studies Bulletin [Sudbury, Ont.], n. 3, 1983, p. 1-18.
• Ref. à p. 601 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 737: § 58. Cristologia e soteriologia: • Ref. a 3.: Cf. as indicações bibliográficas em DIAS, P. V., Kirche. In der Schrift und im 2. [ahrhunderi, Handbuch der Dogmengeschichte IH, Fase. 3 a, Freiburg/Basel/Wien, 1974 (sobre Colossenses e Efésios, p. 91; Past, p. 111; 1 Pedro, p. 94; Hebreus e Tiago, p. 104; lClem, p. 113; In, p. 117; Herm, Did e Barn, p. 118); em KÜMMEL, W. G., Einleitung in das Neue Testament, Heidelberg, 171973 (21.íl ed. 1983, complementos [biblografia]) e VIELHAUER, P., Geschichte der urchristlichen Literatur. Einleitung in das Neue Testament, die Apokryphen und die Apostolischen Viiter, Berlin/New York, 1975 nas respectivas seções.
De resto: WENDLAND, H. D., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergânzungsreihe 4, Gõttingen, 1970, p. 89-109, 116-122 (UOs escritos deuteropaulinos" e As missivas do Apocalipse de João") [trad, port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1974]. SANDERS, J. T., Ethics in the New Testament. Change and Development, London, 1975, p.l01-128 (UThe later Epistles and the Apocalypse"). SWHLMACHER, P., "Christliche Verantwortung bei Paulus und seinen Schülern", EvTh 28 (1968), p. 165-186. Luz, V., "Rechtfertigung bei den Paulusschülern", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gottingen, 1976, p. 365-383. LOHSE, E., "Kirche im Alltag. Erwãgungen zur theologischen Begründung der Ethik im Neuen Testament", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 401-414. ScHÜRMANN, H., "Christliche Weltverantwortung im Lichte des Neuen Testaments", Catholica 34 (1980), p. 87-110. LOHSE, E., uDas Evangelium für die Armen", ZNW 72 (1981), p. 51-64. MERK, O., "B, Verantwortung im Neuen Testament", in: WÜRTHWEIN, E., MERK, O., Verantwortung, Biblische Konfrontationen, Kohlhammer Taschenbücher v. 1009, Stuttgart/Berlin/Koln/Mainz, 1982 (esp. p. 152-164, 178-183 [bibliografia]). U
880
ANEXO
11
ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 4, Côttíngen, 1982 (esp. p. "V. A ética da responsabilidade para com o mundo nas Cartas Deuteropaulinas", p. 231-265) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, 294-284].
• Rei. a Colossenses e Efésios: LOHSE, E., Die Briefe an die Kolosser und an Philemon, KEK IX/2, Gõttingen, 14. ed., 1968 (= l il ed. dessa nova seqüência) (com bibliografia). GRÃSSER, E., "Kolosser 3,1-4 aIs Beispiel einer Interpretation secundum homines recipientes", in: ID., Text und Situation. Gesammelte Aufsiitze zum Neuen Testament, Gütersloh, 1973, p. 123-151. ScHRAGE, W., "Zur Ethik der ntl. Haustafeln", NTS 21 (1974/75), p. 1-22 (com bibliografia). ScHNACKENBURG, R., Der neue Mensch. Mitte christlichen Weltverstãndnísses. Kol. 3,9-11, in: ID., Schriften zum Neuen Testament. Exegese in Fortschritt und Wandel, München, 1971, P: 392-414. ScHWEIZER, E., "Gottesgerechtigkeit und Lasterkataloge bei PauIus (inkl. Kol. und Eph.)", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gottingen, 1976, p. 461-477. STEINMETZ, F.-J., Protologische Reilszuversicht. Die Strukturen des soteriologischen und eschatologischen Denkens im Kolosser- und Epheserbrief, Frankfurter Theologische Studien 2, Frankfurt/M., 1969. LINDEMANN, A., Die Aufhebung der Zeit. Geschichtsverstiindnis und Eschatologie im Epheserbrief, StNT 12, Gütersloh, 1975. ScHWEIZER, E., Der Brief an die Kolosser, EKK, Zürich/Einsiedeln/Koln/Neukirchen-Vluyn, 1976. CARAGOUNIS, C., The Ephesian Mysterion. Meaning and Content, Coniectanea Biblica, New Testament ser. 8, Lund 1977. MEEKs, W. A., "In one Body: The Unity of Humankind in Colossians and Ephesians", in: God's Christ and Ris People. Studies in Honour of Nils AIstrup Dahl, Oslo/Bergen/Tromso, 1977, p. 209-221. MEYER, R. P., Kirche und Mission im Epheserbrief, SBS 86, Stuttgart, 1977. ScHWEIZER, E., "Die Weltlichkeit des Neuen Testaments: die Haustafeln", in: Beitriige zur alttestamentlichen Theologie, F. S. W. Zimmerli, Gõttingen, 1977, p. 397-413. STEGEMANN, E., "Alt und Neu bei Paulus und in den Deuteropaulinen (KolEph)", EvTh 37 (1977), p. 508-536. RADER, W., The Church and Racial Rostility. A Ristory Df Interpretation of Ephesians 2:11-22, Beitrãge zur Geschichte der Biblischen Exegese 20, Tübingen, 1978. CONZELMANN, H., "Die Schule des Paulus", in: Theologia crucis - signum crueis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 85-96. LOWE, H., "Bekenntnis, Apostelamt und Kirche im Kolosserbrief", in: Kirche. FS für Günther Bomkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 299-314.
ANEXO
11
881
THRAEDE, K., IIZum historischen Hintergrund der 'Hausrafelrr' des NTII, in: Pietas, F5 für B. Kõtting, [ahrbuch für Antike und Christentum, Erg. 8, Münster, 1980, p. 359-368. GNILKAI J., "Das Paulusbild im Kolosser- und Epheserbrief", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 179-193. LINDEMANN, A., IIDie Gemeinde von 'Kolossã'. Erwãgungen zum 'Sítz im Leben' eines pseudopaulinisehen Briefes", WuD(NF) 16 (1981), p. 111-134. LÜHRMANN, D., "Neutestamentlíche Haustafeln und antike Õkonomie", NTS 27 (1981), p. 83-97. MERKLEIN, H., "Paulínische Theologie in der Rezeption des Kolosser- und Epheserbriefes", in: KERTELGE, K. (Ed.), Paulus in den neutestamentlichen Spiitschriften. Zur Paulusrezeption im Neuen Testament, QD 89, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 25-69 (com bibliografia). EVANS, C. A., IIThe Colossian Mystics", Biblica 63 (1982), p. 188-205. MUSSNER, F., Der Brief an die Epheser, Õkumenischer Tasehenbuehkommentar zum Neuen Testament 10, GütersIoh/Würzburg, 1982. ScHNACKENBURG, R., Der Brief an die Epheser, EKK X, Zürich/Einsiedeln/Kõln/ Neukirchen-VIuyn, 1982. ScHNACKENBURG, R., IIDie Kirehe als Bau: Epheser 2.19-22 unter õkumenischem Aspekt", in: Paul and Paulinism. Essays in honour of C. K. Barrett, London, 1982, p. 258-272. CANNON, G. E., The Use of Traditional Materiais in Colossians, Maeon/GA., 1983. LINDEMANN, A., Der Kolosserbrief, Züreher BibeIkommentare NT 10, Zürich, 1983. ScHENK, W., "Chrístus, das Geheimnis der Welt, als dogmatisches und ethisches Grundprinzip des Kolosserbriefes", EvTh 43 (1983), p. 138-155. BARTH, M., "Traditions in Ephesians", NT5 30 (1984), p. 3-25. LONA, H. E., Die Eschatologie im Kolosser- und Epheserbrief, forschung zur bibel 48, Würzburg, 1984.
• Rei. a Hebreus: GRAsSER, E., IlDer Hebrãerbrief 1938-1963", ThR(NF) 30 (1964/1965), p. 138-236. GRASSER, E., Der Glaube im Hebrãerbrief, MarbTh5t 2, Marburg, 1965. BRAUN, H., "Die Gewinnung der GewiBheit im Hebrãerbrief", ThLZ 96 (1971), col. 321-330. DAUTZENBERG, G., IIDer Glaube im Hebrãerbrief", BZ(NF) 17 (1973), p. 161-177. GRÃSSER, E., "Zur Christologie des Hebrãerbriefes. Eine Auseinandersetzung mit Herbert Braun", in: Neues Testament und christliche Existenz, F5 für H. Braun, Tübingen, 1973, p. 195-206. GRÃSSER, E., "Der historische Jesus im Hebrãerbrief", in: lo., Text und Siiuation. Gesammelte Aufsiitze zum Neuen Testament, Gütersloh, 1973, p. 152-181. GREER, R. A., The Capiain of our Salvatíon. A 5tudy in the Patristic Exegesis of Hebretos, Beitrãge zur Geschichte der Biblisehen Exegese 15, Tübingen, 1973.
882
ANEXO
11
ROLOFF, J., "Der mitleidende Hohepriester. Zur Frage nach der Bedeutung des irdischen Jesus für die Christologie des Hebrãerbriefes", in: Jesus Christus in Historie und Theologie, Neutestamentliche Festschrift für H. Conzelmann, Tübingen, 1975, p. 143-166. GRÃSSER, E., "Rechtfertigung im Hebrãerbrief", in: Rechtfertigung, FS für E. Kãsemann, Tübingen/Gõttingen, 1976, p. 79-94. JOHNSSON, W. G., Issues in the Interpretation of Hebrews, Andrew University Seminary Studies 15, 1977, p. 169-187. SPICQ, C., L'Épltre aux Hebreux, Sources bibliques, Paris, 1977. ZIMMERMANN, H., Das Bekenntnis der Hoffnung. Tradition und Redaktion im Hebrãerbriei, BBB 47, Kõln-Bonn, 1977. MEES, M., "Die Hohepriester-TheoIogie des Hebrãerbriefes im VergIeich mit dem Ersten Clemensbrief", BZ(NF) 22 (1978), p. 115-124. GRÃSSER, E., "Die Heilsbedeutung des Todes [esu in Hebrãer 2,14-18", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 165-184. HUGHES, G., Hebrews and Hermeneutics. The Epistle to ihe Hebrews as a New Testament example of biblicul interpretation, SNTSMS 36, Cambridge/ London/New Rochelle/MeIbourne/Sydney, 1979. NISSIlA, K., Das Hohepriesterrnotiv im Hebrõerbriei. Eine exegetische Untersuchung, Schriften der Finnischen Exegetischen Gesellschaft v. 33, Helsinki, 1979. LAUB, F., Bekenntnis und Auslegung. Die paritneiische Funktion der Christologie im Hebrãerbriei, BU 15, Regensburg, 1980. ScHLlER, H., "Zur Christologie des Hebrãerbriefes", in: ID., Der Geist und die Kirche. Exegetische Aufsiitze und Vortrage IV, Freiburg/Basel/Wien, 1980, p.88-100. VANHOYE, A., Prêires anciens, prêire nouveau selon le Nouveau Testament, Éditions du Seuil, Paris, 1980 (esp, p. 79-263) [em port.: Sacerdotes antigos e sacerdote novo segundo o Novo Testamento, Academia Cristã, São Paulo, 2005]. LOADER, W. R. G., Sohn und Hoherpriester. Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung zur Christologie des Hebrãerbrieiee, WMANT 53, Neukirchen-Vluyn, 1981. GRÃSSER, E., "Die Gemeindevorsteher im Hebrãerbrief", in: Vom Amt des Laien in Kirche und Theologie. FS ror G. Krause, Berlin/New York, 1982, p. 67-84. HEGERMANN, H., "Das Wort Gottes als aufdeckende Macht. Zur TheoIogie des Wortes Gottes im Hebrãerbrief", in: Das lebendige Wort. Beitriige zur kirchlichen Verkündigung. Festgabe für G. Voigt zum 65. Geburtstag, Berlin, 1982, p. 83-98. PETERSON, D., Hebrews and Perfection. An Examination of the Concept of Perfection in the 'Epistle to the Hebretos', SNT5MS 47, Cambridge/London/ New York/New Rochelle/Melbourne/Sydney, 1982. THOMPSON, J., The beginnings of Christian philosophy, CBQMS 13, Washington,1982. WALTER, N., "Christologie und irdischer Jesus im Hebrãerbrief", in: Das lebendige Wort. Beiirãge zur kirchlichen Verkündigung. Festgabe für G. Voigt zum 65. Geburtstag, Berlin, 1982, p. 64-82.
I I I·, ,., II d i
I
ANEXO
11
883
HAACKER, K., "Der Glaube im Hebrâerbrief und die hermeneutische Bedeutung des Holocaust. Bemerkungen zu einer aktuellen Kontroverse", ThZ 39 (1983), p. 152-165.
• Rei. às Past.: BROX, N., Die Pastoralbriefe, RNT 7,2, Regensburg, 4 1969. MERK, O., "Claube und Tat in den Pastoralbriefen", ZNW 66 (1975), p. 91-102. FLCXJR, L., "Church order in the Pastoral Epistles", in: Ministry in the Pauline Letters, Neotestamentica 10 (1976), Pretoria 1976, p. 86-96. HERR, T., Naturrecht aus der kritischen Sicht des Neuen Testaments, Abhandlungen zur Sozialethik 11, München/Paderborn/Wien, 1976 (esp. p. 73-86, 87-115). MÜLLER, U. B., Zur frühchristlichen Theologiegeschichte. Judentum und Paulinismus in Kleinasien an der Wende vom ersten zum zweiten [ahrhundert n. Chr., Gütersloh, 1976 (esp. p. 53-77). HASLER, V., "Epiphanie und Christologie in den Pastoralbriefen", ThZ 33 (1977), p. 193-209. W ANI
884
ANEXO
11
KRETSCHMAR, G., "Der paulinische Glaube in den Pastoralbriefen", in: Glaube im Neuen Testament. Studien zu Ehren von Hermann Binder anlãíslich seines 70. Geburtstages, Biblisch-Theologische Studien 7, Neukirchen-Vluyn, 1982, p. 115-140. ScHWARZ, R., Bürgerliches Christentum im Neuen Testament? Eine Studie zu Eihik, Amt und Recht in den Pastoralbriefen, Osterreichische Biblische Studien 4, Klosterneuburg 1983. VERNES, D. C., The Household of God. The Social World of the Pastoral Epistles, Society of Biblical Literature Diss. ser. 71, Chico, 1983.
• Rei. a 1 Pedro: DELLING, G., "Der Bezug der christlichen Existenz auf das Heilshandeln Gottes nach dem ersten Petrusbrief", in: Neues Testament und christliche Existenz, FS H. Braun, Tübingen, 1973, p. 95-113. Neotestamentica,9 (1975): Essays in General Epistles of the New Testament, Pretoria 1975 (dali: COMBRINK, H. J. B., The structure of 1Peter, p. 34-63; VILLIERS, J. DE, [oy in Suffering in 1Peter, p. 64-86). MILLAVER, H., Leiden, als Gnade. Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung zur Leidenstheologie des ersten Petrusbriefes, Europ âische Hochschulschriften, Reihe XXIII. Theologie 56, Bern. Frankfurt/M., 1976. BAVER, J. B., "Der erste Petrusbrief und die Verfolgung unter Domitian", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leipzig, 1978. Freiburg/ Basel!Wien, 1978, p. 513-527. BROX, N., "Der erste Petrusbrief in der literarischen Tradition des Urchristentums", Kairos 20 (1978), p. 182-192. GOPPELT, L., Der Erste Peirusbriei, ed. por F. HAHN, KEK XII/I, Gõttingen, 1978 (com bibliografia). NEUGEBAUER, F., "Zur Deutung und Bedeutung des 1. Petrusbriefes", NTS 25 (1978/1979), p. 61-86. BROX, N., Der erste Petrusbriej, EKK XXI, Zürich/Einsiedeln/Koln/Neukirchen-Vluyn, 1979 (com bibliografia). MARXSEN, W., "Der Mitãlteste und Zeuge der Leiden, Christi. Eine martyrologische Begründung des 'Romprimats' im 1. Petrus-Brief?", in: Theologia crucis - signum crucis, FS für E. Dinkler, Tübingen, 1979, p. 377-393. VANHOYE, A., Prêtres anciens, prêtre nouveau selon le Nouveau Testament, Éditions du Seuil, Paris, 1980 (esp. p. 269-306) [em port.: Sacerdotes antigos e sacerdote novo segundo o Novo Testamento, Academia Cristã, São Paulo, 2005]. BALCH, D. L., Let Wives Be Submissive. The Domestie Code in 1 Peter, Society of Biblical Literature Mon. ser. 26, Chico, 1981. COTHENET, E., "Le realisme de l'espérance chrétienne selon 1 Pierre", NTS 27 (1981), p. 564-572. ScHRóGER, F., Ansãtze zu den modernen Menschenrechtsforderungen im 1. Petrusbrief", in: Der Dienst für den Menschen in Theologie und Verkündigung, 11
I
I.
1+ j d
I
I
"
j.
ANEXO
II
885
F5 für A. Brerns, Eichstãdter Studien(NF) XIII, Regensburg, 1981, p. 179-191. SCHROGER, F., Gemeinde im 1. Petrusbrief. Untersuchungen zum Selbstverstiindnis einer christlichen Gemeinde an der Wende vom 1. zum 2. ]ahrhundert, Schriften der Universitãt Passau, Kath. Reihe v. 1, Passau 1981. ELLIorr, J. H., A Home for the Homeless: A Sociological Exegesis of I Peter. Its Sítuation and Strategy, Philadelphia, 1981 (London, 1982; cf. a respeito WOLFF, C., ThLZ 109 (1984), col. 443-445). KOHLER, M. E., "La Communauté des Chrétiens selon la premiêre Építre de Pierre RThPh 114 (1982), p. 1-21. MUNRO, W., Authority in Paul and Peter. The Identification of a Pastoral Stratum in the Pauline Corpus and 1 Peter, SNTSMS 45, Cambridge/London/New York/ New Rochelle/Melbourne/Sydney, 1983. ll
,
• Rei. a Tiago: KÜMMEL, W. G., Einleitung (v. acima), p. 441-443 (com bibliografia). NICOL, W., "Faith and works in the Letter of James", in: Neotestamentica 9, 1975: Essays on the General Epistles of the New Testament, Pretoria, 1975, p. 7-24. HOPPE, R., Der theologische Hintergrund des [akobusbriejes, forschung zur bibel 28, Würzburg, 1977. ScHILLE, G., uWider die Gespaltenheit des Glaubens. Beobachtungen am jakobusbrief", Theologische Versuche IX, Berlin, 1977, p. 71-89. WANKE, J., "Die urchristlichen Lehrer nach dem Zeugnis des jakobusbriefes", in: Die Kirche des Anfangs. Für Heinz Schürmann, Leípzig, 1978; Freiburg/Basel/Wien, 1978, p. 489-511. WUELLNER, W. H., "Der jakobusbrief im Licht der Rhetorik und Textpragmatik", Linguistica Biblica 43 (1978), p. 5-66. BLONDEL, J.-L., "Le fondement théologíque de la parénêse dans l'Épitre de [acques", RThPh 111 (1979), p. 141-152. BURCHARD, C., "Gemeinde in der strohernen Epístel. MutmafSungen über Iakobus", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 315-328. BURCHARD, C., -zo [akobus 214-26 ZNW 71 (1980), p. 27-45. ZMIJEWSKI, J., Christliche "Yollkommenheit", Erwiigungen zur Theologie des ]akobusbriefes, Studien zum Neuen Testament und seiner Umwelt (SNTU), ser. A v. 5, Linz 1980, p. 50-78. PERDUE, L. G., "Paraenesis and the Epistle of James", ZNW72 (1981), p. 241-256. BAASLAND, E., "Der Jakobusbrief aIs neutestamentliche Weishettsschrift", Studia Theologica 36 (1982), p. 119-139. LAWS, S., The Doctrinal Basis for the Ethics Df james, in: Studia Evangelica, VII. Papers presented to the Fifth International Congress on Biblical Studíes held at Oxford, 1973, ed. by E. A. Livingstone, TU 126, Berlin, 1982, p.299-305. 11
,
886
ANEXO
11
ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 4, Gõttingen, 1982 (UVI. A parênese da Carta de Tíago". p. 266-279) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 286-300]. HEILIGENTHAL, R., Untersuchungen zur Bedeutung der menschlichen Taten im Frühjudentum, Neuen Testament und Frühchristentum, WUNT 2. Reihe 9, Tübingen, 1983, esp. p. 26-52. LUCK, V., "Die Theologie des [akobusbriefes", ZThK 81 (1984), p. 1-30.
• Rei. a Apocalipse: SATAKE, A., Die Gemeindeordnung in der Johannesapokalypse, WMANT 21, Neukirchen-Vluyn, 1966. JORNS, K.-P., Das hymnische Evangelium. Untersuchungen zu Aufbau, Funktion und Herkunft der hymnischen Stücke in der Johannesoffenbarung, StNT 5, Gütersloh, 1971. HAHN, F., IJDie Sendschreiben der Apokalypse. Ein Beitrag zur Bestimmung prophetischer Redeformen", in: Tradition und Glaube. Das frühe Christentum in seiner Umwelt. Festgabe K. G. Kuhn, Côttíngen, 1971, p. 357-394. ScHÜSSLER-FIORENZA, E., "Priester für Gott. Studien zum Herrschafts- und Priestermotiv in der Apokalypse", NTA(NF) 7, Münster, 1972. BÓCHER, O., Die Apokalypse, Ertrãge der Forschung 41, Darmstadt, 1975 (com bibliografia). MÜLLER, U. B., Prophetie und Predigt im Neuen Testament. Formgeschichtliche Untersuchungen zur christlichen Prophetie, StNT 10, Gütersloh, 1975. MÜLLER, U. B., Zur frühchristlichen Theologiegeschichte. Judenchristentum und Paulinismus an der Wende vom ersten zum zweiten Jahrhundert n. Chr., Gütersloh, 1976, esp. p. 13-52. SCHÜSSLER-FIORENZA, E., "The Quest for the [ohannine School: The Apocalypse and the Fourth Gospel", NTS 23 (1976/1977), p. 402-427. COLLINS, J. J., "Pseudonymity, Historical Reviews and the Genre of the Revelation of [ohn", CBQ 39 (1977), p. 329-343. GERHARDSSON, B., IJDie christologischen Aussagen in den Sendschreiben der Offenbarung (Kap, 2-3)", in: FUCHS, A. CEd.), Theologie aus dem Norden, Studien zum Neuen Testament und seiner Umwelt CSNTU), ser. A V. 2, Línz-Freistadt, 1977, p. 142-166. PRIGENT, P., "L'Héresie asiate et l'Église confessante de l'Apocalypse à Ignace", VigChr 31 (1977), p. 1-22. SAHLIN, H., Die Bildersprache der Offenbarung, Õrebro, 1977. ScHÜSsLER-FroRENzA, E., "Composition and Structure of the Book of Revelation", CBQ 39 (1977), p. 344-366. ZEILINGER, F., "Das himmlische Jerusalem. Vntersuchungen zur Bildsprache der ]ohannesapokalypse und des Hebrãerbriefes", in: Memoria Jerusalem. Freundesgabe Franz Sauer zum 70. Geburtstag, Graz, 1977, p. 143-165.
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ANEXO
11
887
LÃHNEMANN, J., "Die sieben Sendschreiben der [ohannes-Apokalypse. Dokumente für die Konfrontation des frühen Christentums mit hellenistischrõmischer Kultur und Religion in Kleinasien", in: Studien zur Religion und Kultur KIeinasiens, FS für F. K. Dõrner, Études Preliminaires aux Religions orientales dans l'empire Romain, v. 66; Leiden, 1978, P: 516-539. STROBEL, A., Art. Apokalypse des [ohannes, TRE lII, 1978, p. 174-189. PRIGENT, P., "L'Apocalypse: Exégêse historique et analyse structurale", NTS 25 (1978/79), p. 127-137. HAHN, F., "Zum Aufbau der Johannesoffenbarung", in: Kirche und Bibel. Festgabe für BischofEduard Schick, Paderborn/München/Wien/Zürich, 1979, p. 145-154. LAMBRECHT, J., "The Book of Revelation and Apocalyptic in the New Testament", Ephemerides Theologícae Lovanienses 55 (1979), p. 391-397 (com bibliografia). SCHENKE, H.-M., FISCHER, K. M., Einleitung in die Schriften des Neuen Testaments. Il. Die Evangelien und die anderen neutestamentlichen Schriften, Gütersloh, 1979, esp. p. 301-309. GONTHER, H. W., Der Nah- und Enderwartungshorízont in der Apokalypse des heiligen Johannes, forschung zur bibel 41, Würzburg, 1980. LAMBRECHT, J. (Ed.), L'Apocalypse johannique et I'Apocalyptique dans Ie Nouveau Testament, Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium LIII, Gembloux/Leuven, 1980 (dali esp.: HOLTZ, T., Gott in der Apokalypse, p. 247-265; PRIGENT, P., Le temps et le Royaume dans l'Apocalypse, p. 231-245; VANNI, D., L'Apocalypse johannique. État de la question, p. 21-46). SATAKE, A., "Kirche und feindliche Welt. Zur dualistischen Auffassung der Menschenwelt in der Johannesapokalypse", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, P: 329-349. BOCHER, O., "[ohanneísches in der Apokalypse des Johannes", NTS 27 (1981), p. 310-321. FISCHER, K. M., "Die Christlichkeit der Offenbarung Johannes", ThLZ 106 (1981), col. 165-172. GOULDER, D. M., "The Apocalypse as an Annual Cycle of Prophecies", NTS 27 (1981), p. 342-367. MAIER, G., Die Johannesoffenbarung und die Kirche, WUNT 25, Tübingen, 1981. WOLFF, C., "Die Gemeinde des Christus in der Apokalypse des [ohannes"; NTS 27 (1981), p. 186-197. CARNEGIE, D. R., "Worthy is the Lamb: The Hymns in Revelation", in: Christ the Lord: Studies in Christology Presented to D. Guthrie, Leicester, 1982, p.243-256. ScHRAGE, W., Ethik des Neuen Testaments, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 4, Gõttingen, 1982 (esp.: -rx. A exortação escatológica no Apocalipse de João", p. 307-324) [trad. port.: Ética do NT, São Leopoldo, Sinodal, 1994, p. 330-347].
888
ANEXO
II
B6cHER, O., "Israel und die Kirche in der Johannesapokalypse", in: ID., Kirche in Zeit und Endzeit. Aufsiitze zur Offenbarung des ]ohannes, Neukirchen-Vluyn, 1983, p. 28-57. JORNS, K.-P., "Proklamation und Akklamation. Die antiphonische Grundordnung des frühchristlichen Gottesdienstes nach der Johannesoffenbarung", in: BECKER, H.-KACZYN5KI, R. (Ed.), Liturgie und Dichtung, St. Ottilien, 1983, p. 187-208. KARRER, M., Die ]ohannesoffenbarung als Brief. Studien zum literarischen, historischen und theologischen Ort dieses Werkes, Diss. Theol. Fak. Erlangen 1983. LÉON-DUFOUR, X., UL'Apocalypse de Jean", RechScRel 71 (1983), p. 309-336. MüLLER, U. B., "Literarische und formgeschichtliche Bestimmung der Apokalypse des [ohannes als einem Zeugnis frühchristlicher Apokalyptik", in: HELLHOLM, D. (Ed.), Apocalypticism in the Mediterranean World and the Near East, Proceedings of the International Colloquium on Apocalypticism, Uppsala, August 12-17, 1979, Tübingen, 1983, p. 599-619. POPKES, W., "Die Funktion der Sendschreiben in der Johannes-Apokalypse. Zugleich ein Beitrag zur Spatgeschichte der neutestamentlichen Gleichnisse", ZNW 74 (1983), p. 90-107. BARR, D. L., "The Apocalypse as a Symbolic Transformation of the World: A Literary Analysis", Interpretation 38 (1984), p. 39-50. MÜLLER, U. B., Die Offenbarung des ]ohannes, Õkurnerrischer Taschenbuchkommentar zum Neuen Testament 19, Güterslober Taschenbücher/ Siebenstern v. 510, Cütersloh/Würzburg, 1984. ROLOFF, J., Die Offenbarung des Johannes, Zürcher Bibelkommentare NT 18, Zürich, 1984. • Ref. a lClem:
KNOCH, O., Die Eigenart und Bedeutung der Eschatologie im theologischen Aufrif3 des ersten Clemensbriefes, Theophaneia 17, Bonn, 1964. BEYSCHLAG, K., Clemens Romanus und der Frühkatholizismus. Untersuchungen zu I Clemens 1-7, BhTh 35, Tübingen, 1966 (com bibliografia). BRUNNER, C., Die theologische Mitte des Ersten Klemensbriefs. Ein Beitrag zur Hermeneutik frühchristlicher Texte, Frankfurter Theologische Studien 11, Frankfurt/M., 1972 (com bibliografia). STALDER, K., "Apostolische Sukzession und Eucharistie bei Clemens Romanus, Ireriãus und Ignatius von Antiochien", Internationale Kirchliche Zeitschrift 62 (1972), p. 231-244; Internationale Kirchliche Zeitschrift 63 (1973), p.lOO-128. HAGNER, D. A., The Use of the Old and New Testaments in Clement of Rome, SupplNovT XXXIV, Leiden, 1973. ALAND, K., "Das Ende der Zeiten. über die Naherwartung im Neuen Testament und in der Alten Kirche", in: lo., Neutestamentliche Entwürfe, ThB 63, München, 1979, p. 124-197 (esp. p. 158-164). BAUMEISTER, TH., Die Anfiinge der Theologie des Martyriums, Münsterische Beitrãgc zur Theologie v. 45, Münster, 1980, esp. p. 229-248.
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ANEXO
11
889
KNCX:::H, O., "Petrus und Paulus in den Schriften der Apostolischen Vãter", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muêner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 240-260 (esp. p. 243-245)
• ReI. à Didaquê: TUILIER, A., Art. Didache, TRE VIII, 1981, p. 731-736. WENGST, K., "Didache. Literatur. Einleitung", in: lo., Didache (Apoeteilehre). Barnabasbrief. Zweiter Klemensbrief. Schrift an Diognet. Introd., ed., trad. e interpretação por K. WENGST, Schriften des Urchristentums lI, Darmstadt 1984, p. 3-63.
• Rei. a Barn: WENGST, K., Tradition und Theologie des Barnabasbriefes, AKG 42, Berlin/New York,1971. WENGST, K., Art. Barnabasbrief, TRE V, 1980, p. 238-241 (com bibliografia). WENGST, K., Barnabasbrief. Literatur. Einleitung, in: In., Didache (Apostellehre). Barnabasbrief. Zweiter Klemensbrief. Schrift an Diognet. Introd., ed., trad. e interpretação por K. WENGST, Schriften des Urchristentums lI, Darmstadt, 1984, p. 103-136.
• ReI. a Inácio: RATHKE, H., Ignatius von Antiochien und die PauIusbriefe, TU 99, Berlin, 1967. RICHARDSON, C. C., The Christianity of Ignatius of Antioch, New York, 1967. TARVAEINEN, O., Glaube und Liebe bei Ignatius von Antiochien, [oensu, 1967. AUNE, D. E., The Cultic Setting of Realized EschatoIogy in EarIy Christianity, SupplNovT XXVIII, Leiden, 1972 (esp. p. 136-165 [bibliografia]). STAATS, R., "Die martyrologische Begründung des Romprimats bei Ignatius von Antiochien", ZThK 73 (1976), p. 461-470. P AULSEN, H., Studien zur TheoIogie des Ignatius von Antiochien, Forschungen zur Kirchen- und Doginengeschichte V. 29, Gõttingen, 1978 (com bibliografia). ALAND, K., V. ref. a 1Clem., esp. p. 164-166. LINDEMANN, A., Paulus im ii1testen Christentum. Das Bild des AposteIs und die Rezeption der pauIinischen TheoIogie in der frühchristlichen Theologie bis Markion, BhTh 58, Tübingen, 1979, esp. p. 199-221. MEINHOLD, P., Studien zu Ignatius von Antiochien, Verõffentlichungen des Instituts für Europãische Geschichte Mainz, v. 97, Wiesbaden, 1979. RIUS-CAMPS, J., The four authentic Letters of Ignatius the Martyr. A criticaI Study based on the Anomalíes contained in the Textus receptus, XPI~TIA NII:MO~ 2, Roma, 1979. ZANARTU, S., "Les concepts de vie et de mort chez Ignace d'Antioche", VigChr 33 (1979)í p. 324-341.
890
ANEXO
11
KNOCH, O., "Petrus und Paulus in den Schriften der Apostolischen Vãter", in: Kontinuitdt und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 240-260 (esp, p. 246-251). HALLEux, A. DE, "'L'Église catholique' dans la Lettre ignacienne aux Smyrniotes", Ephemerides Theologicae Lovanienses 58 (1982), p. 5-24. • Rei. a Hermas: PERVEDEN, L., The Concept of the Church in the Shepherd, Lund, 1966. REILING, J., Hermas and Christian Prophecy. A Study of the Eleventh Mandate, SupplNovT XXXVII, Leiden, 1973. BAUMEISTER, T., Die Anfiinge der Theologie des Martyriums, Münsterische Beitrâge zur Theologie v. 45, Münster, 1980, esp. p. 252-257. HELLHOLM, D., Das Visionenbueh des Hermas ols Apokalypse. Formgeschicht-liche und texttheoretische Studien zu einer literarischen Gattung. I. Methodologísche Vorüberlegungen und makrostrukturelle TextanaIyse, Coniectanea biblica, New Testament ser. 13:1, Lund 1980. OsIEK, C., "Rich and Poor in the Shepherd of Herrnas", CBQ MS'15, Washington, 1983.
• Rei. a 2 Pedro: FORNBERG, T., An EarIy Church in a Pluralistic Society. A Study of 2 Peter, Coniectanea biblica, New Testament ser. 9, Lund, 1977. NEYREY, J. H., The Form and Background of Polemic in 2 Peter, Diss. Yale University 1977. VÓGTLE, A., "Petrus und Paulus nach dem Zweiten Petrusbrief", in: Kontinuitiit und Einheit. Für Franz Muísner, Freiburg/Basel/Wien, 1981, p. 223-239. CAULLEY, T. S., The ldea of lnspirution' in 2 Peter 1:16-21, Diss. Evang.Theol. Fak. Tübingen,1983. SNYDER, J. L, The Promise of His Coming. The Eschatology of 2 Peter, Diss. Theol. Fak. Basel, 1983. VÓGTLE, A., "Keine Prophetie der Schrift ist Sache eigenwilliger Auslegung" (2 Petr 1,20b), in: Dynamik im Wort. Lehre von der Bibel. Leben aus der Bibel. FS aus Anlaís des 50jahrigen Bestehens des Katholischen Bibelwerks in Deutschland (1933-1983), ed. por Katholischen Bibelwerk e.V., Stuttgart, 1983, p. 257-285.
• Rei. à Carta de Judas: ROWSTON, D. J., "The Most Neglected Book in the New Testament", NTS 21 (1974/1975), p. 554-563. HAHN, F., "Randbernerkungen zum [udasbríef", ThZ 37 (1981), p. 209-218.
• Rei. a 2Clem: DoNFRIED, K. P., "The Theology of Second Clement", HTR 66 (1973), p. 487-501.
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ANEXO
11
891
DONFRIED, K. P., The Setting of Second Clement in Early Christianity, SupplNovT XXXVIII, Leiden, 1.974. STEGEMANN, C., Herkunft und Entstehung des sog. 2. Klemensbriefes, Diss. Evang.Theol. Fak. Bonn, 1974. ÓFFNER, E., Der zweite Klemensbrief. Moralerziehung und Moralismus in der ãltesten christlichen Predigt, Diss. Theol. Fak. Erlangen (1976; impr. fotomecânica 1982). WENGST, K., "Zweiter .Klemensbrief. Literatur. Einleitung", in: lo., Didache (Aposiellehre). Barnabasbrief. Zweiter Klemensbrief Schrift an Diognet. Introd., ed., trad. e interpretação por K. Wengst, Schriften des Urchristentums 11, Darmstadt, 1984, p. 205-235.
• Rei. à p. 653 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 738: 111. O problema da conduta de vida cristã SPICQ, C., Théologie morale du Nouveau Testament, I. 11, Paris, 1965. LIPPERT, P., Leben als Zeugnis. Die werbende Kraft christlicher Lebensführung nach dem Kirchenverstiindnis neutestamentlicher Briefe, Stuttgarter Biblische Monographien 4, Stuttgart, 1968. DAVIES, W. D., "The Relevance of the Moral Teaching of the Early Church", in: Neotestamentica et Semítica, Studies in Honour of M. Black, Edinburgh, 1969, p. 30-49. DAVIES, W. D., "The Moral Teaching of the Early Church", in: The Use of the Old Testament in the New and other Essays. Studies in Honour of W. F. Stinespring, Durham/N. C., 1972, p. 310-332. OSBORN, E., Ethical Patterns in Early Christian Thought, London/New York/ Melbourne, 1976. BEYSCHLAG, K., "Zur Geschichte der Bergpredigt in der Alten Kirche", ZThK 74 (1977), p. 291-322. , STRECKER, G., "Strukturen einer neutestamentlichen Ethik", ZThK 75 (1978), p. 117-146. ÓFFNER, E., Der zweíte Klemensbrief. Moralerziehung und Moralismus in der ãltesten christlichen MoraIpredigt, Diss. Theol. Fak. Erlangen (1976; impr, fotomecânica 1982). OsBORN, E., Art. Ethik. V. Alte Kirche, TRE X, 1982, p. 463-473 (passim). SCHRAGE, W., Art. Ethik. IV. Neues Testament, TRE X, 1982, p. 434-462 (com bibliografia).
• Rei. à p. 653: § 59. A compreensão do imperativo: V. lista bibliográfica complementar de Bultmann ref. à p. 601 (§ 58) e os complementos de 1965-1983/84 ref. ao § 58; adernais: BECKER, J., Art. BuBe. IV. Neues Testament, TRE VII, 1981, p. 446-451. BENRAlH, G. A., Art. Buêe. V. Historisch, TRE VII, 1981, p. 452-473 (esp. p. 452s.).
892
ANEXO
11
BAUMEISTER, TH., Art. Gebet. V. Alte Kirche, TRE XII, 1984, p. 60-65 (esp. p.60-62). MERKEL, H., Art. Gerechtigkeit. IV. Alte Kirche, TRE XII, 1984, p. 420-424 (esp. p.420s.). MERKEL, H., Art. Gericht Gottes. IV. Alte Kirche bis Refortnationszeit, TRE XII, 1984, p. 483-492 (esp. p. 483s.).
• Ref. à p. 669 e à lista bibliográfica complementar de Bultmann p. 738: § 60. O conteúdo da exigência e a postura frente aos diferentes âmbitos da vida: V. também complementos de 1965-1983/84 ref. à p. 601 (§ 58) e p. 653 (ref,
a "IH") VOLKL, R., Christ und Welt nach dem Neuen Testameni, Würzburg, 1961. ScHNEEMELCHER, W., "Der diakonische Dienst in der alten Kirche", in: KRIMM, H. (Ed.), Das Diakonische Amt der Kirche, Stuttgart, 2>1 ed., 1965, p. 61-105. GÜLZow, H., Christentum und Sklaverei in den ersten drei [ahrhunderien, Bonn, 1969. ScHRAGE, W., Die Christen und der Staat nach dem Neuen Testameni, Gütersloh,1971. GOPPELT, L., "Prinzipien neutestamentlicher Sozialethik nach dem 1. Petrusbrief", in: Neues Testament und Geschichte. Historisches Geschehen und Deutung im Neuen Testament, O. Cullmann zum 70. Geburtstag, Zürich/ Tübingen, 1972, p. 285-296. HENGEL, M., Eigentum und Reichtum in der frühen Kirche. Aspekte einer frühchristlichen Sozialgeschichte, Stuttgart, 1973. GRIMM, B., Untersuchungen zur sozialen Stellung der frühen Christen in der rõmischen Gesellschaft, Diss. phil. Mürichen, 1975. NIEDERWIMMER, K., Askese und Mysterium. Über Ehe, Ehescheidung und Eheverzicht in den Anfiingen des christlichen Glaubens, FRLANT 113, Cõttingen, 1975 (com bibliografia). GAYER, R., Die Stellung des Sklaven in den paulinischen Gemeinden und bei Paulus. Zugleich ein sozialgeschichtlich vergleichender Beitrag zur Wertung des SkIaven in der Antike, Europãische Hochschulschriften, Reihe XXIII. Theologie v. 78, Bern/Frankfurt 1976. KÜGLER, U.-R., Die Pariinese an die Sklaven aIs Modell urchristlicher Sozialeihik, Diss. Theol. Fak. Erlangen (1976; impr. fotomecânica 1977). BLEICKEN, J., Verfassungs- und SoziaIgeschichte des Riimischen Kaiserreiches, V. 1.2, UTB 838. 839, Paderborn, 1978 (passim). DAUTZENBERG, G.,"Biblische Perspektiven zu Arbeit und Eigentum", in: HERTZ, A., KORFF, W., RENDTORFF, T., RINGELING, H. (Eds.), Handbuch der christlichen Ethik 2, Freiburg/Basel/Wien/Gütersloh, 1978, p. 343-362. BAUMEISTER, T., Die Anfiinge der Theologie des Martyriums, Münsterische Beitrãge zur Theologie V. 45, Münster, 1980. GRIBOMONT, J., Art. Askese. IV. Neues Testament und Alte Kirche, TRE IV, 1979, p. 204-225 (esp, p. 205-213).
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ANEXO
11
893
THRAEDE, K., "Zum historischen Hintergrund der "Haustafeln" des NT", in: Pieias, FS ror B. Kõtting, Jahrbuch ror Antike und Christentum, Erg. 8, Münster, 1980, p. 359-368. LÜHRMANN, D., "Neutestamentliche Haustafeln und antike Õkonomie", NTS 27 (1981), p. 83-97. MERKEL, H., Art. Eigentum. 11I. Neues Testament, TRE IX, 1982, p. 410-413. OsBORN, E., Art. Eigentum. IV. Alte Kirche, TRE IX, 1982, p. 414-417. G. DAUTZENBERG, H. MERKLEIN, K. MÜLLER (Eds.), Die Frau im Urchristentum, QD 95, Freiburg/Basel/Wien, 1983. RINGELING, H. i Art. Frau. IV. Neues Testament, TRE XI, 1983, p. 431-436 (com bibliografia). . JUDGE, E. A., Art. Gesellschaft/Gesellschaft und Christentum. 111. Neues Testament, TRE XII, 1984, p. 764-769; IV. Alte Kirche, ibid., p. 769-771. WACHT, M., Art. Gütergemeinschaft, RAC, (v. XIII], fase. 97, 1984, col. 1-59 (esp. col. 26-28).
• Rei. à p. 683 e à lista bibliográfica complementar de Bultm.ann p. 738: § 61. A disciplina: AONO, T., Die Entwicklung des paulinischen Gerichtsgedankens bei den Apostolischen Viitern, Europãísche Hochschulschriften, Reihe XXIII. Theologie v. 137, Bern/Frankfurt/M./Las Vegas, 1979 BECKER, J., Art. BuBe. IV. Neues Testament, TRE VII, 1981, p. 446-451. BENRA1H, G. A., Art. Bu1Se. V. Historisch, TRE VII, 1981, p. 452-473 (esp. p. 452s.). MERKEL, H., Art. Gericht Gottes. IV. Alte Kirche bis Reformationszeit, TRE XlI, 1984, p. 483-492 (esp. p. 483s.).
• Rei. à p. 687: ScHOLER, D. M., 5ins Within and 5ins Without: An Interpretation of 1 john 5:16-17, in: Current Issues in Biblical and Patristic Interpretation. 5tudies in Honor of Merril C. Tenney, Grand Rapids/Mich., 1975, p. 230-246.
• Rei. às p. 691-708: Epilegômenos. KüMMEL, W. G., Das Neue Testament. Geschichte der Erforschung seiner Probleme, Orbis academicus 111/3, Freiburg/München, (1958), 2 11 ed., 1970. BEILNER, W., Neutestamentliche Theologie, in: Dienst an der Lehre. Studien zur heutigen Philosophie und Theologie, Wiener Beitrãge zur Theologie X, Wien, 1965, p. 145-165. JOEST, W., MussNER, F., ScHEFFCZYK, L., WILCKENS, V., Was heij3t Auslegung der Heiligen Schrift?, Regensburg, 1966. KüMMEL, W. G., Das Neue Testament im 20. ]ahrhundert. Ein Forschungsbericht, SBS 50, Stuttgart, 1970, esp. p. 123-146.
894
ANEXO
11
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SIEGWALT, G., "Biblische Theologie aIs Begriff und Vollzug", KuD 25 (1979), p.254-272.
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ANEXO
II
895
STUHLMACHER, P., Vom Verstehen des Neuen Testaments. Eine Hermeneuiik, Grundrisse zum Neuen Testament, NTD Ergãnzungsreihe 6, Gõttingen, 1979 (com bibliografia). GRÁSSER, E., "Offene Fragen im Umkreis einer Biblischen Theologie", ZThK 77 (1980), p. 200-221 (cf. STUHLMACHER, P., rr •• .in verrosteten Angeln", ibid., p. 222-238). HAusMANN, G., "Biblische Theologie und kirchliches Bekenntnis", in: Lebendiger Umgang mit Schrift und Bekenntnis. Theologische Beiirãge zur Beziehung von Schrift und Bekenntnis und zu ihrer Bedeutung für das Leben der Kirche, Im Auftrag des Dozentenkollegiums der Augustana-Hochschule ed. por J. Track, Stuttgart, 1980, p. 41-61. MERK, O., Art. Biblische Theologie. 11. Neues Testament, TRE VI, 1980, p. 455-477 (com bibliografia). STRECKER, G., UlBiblische Theologie'. Kritische Bemerkungen zu den Entwürfen von Hartmut Gese und Peter Stuhlmacher", in: Kirche. FS für Günther Bornkamm zum 75. Geburtstag, Tübingen, 1980, p. 425-445. BARRETT, C. K., "What is New Testament Theology? Some Reflections", in: Intergerini Parietis Septum (Eph. 2:14). Essays presented to Markus Barth on bis sixty-fifth birthday, Pittsburgh, 1981, P: 1-22. HOOKER, M. D., "New Testament Scholarship: Its Significance and Abiding Worth BJRL 63 (1981), p. 419-436. HÜBNER, H., "Biblische Theologie und Theologie des Neuen Testaments. Eine programmatische Skizze", KuD 27 (1981), p. 2-19. POKORNY, P., "Probleme biblischer Theologie", ThLZ 106 (1981), col. 1-8. ScHMITHALS, W., Art. Bultmann, Rudolf (1884-1976), TRE VII, 1981, p. 387-396 (com bibliografia). HAHN, F., "Urchristliche Lehre und neutestamentliche Theologie. Exegetische und fundamentaltheologische Überlegungen zum Problem christlicher Lehre", in: KERN, W. (Ed.), Die Theologie und das Lehramt, QD 91, Freiburg/Basel/Wien, 1982, p. 63-115 (esp, p. 98-113). HASEL, G., "Biblical Theology: Then, Now, and Tomorrow", Horizons in Biblical Theology 4 (1982), p. 61-93. LosER, W., "Dimensionen der Auslegung des Neuen Testaments. Zum Gesprãch Heinrich Schliers mit Rudolf Bultmann", Theologie und Philosophie 57 (1982), p. 481-497. SEEBASS, H., "Biblische Theologie", VuF, suplem. a EvTh 27 (1982), fase. 1/1982 (AT), p. 28-45. STUHLMACHER, P., "Exegese und Erfahrung", in: Verifikationen. FS für G. Ebeling zum 70. Geburtstag, Tübingen, 1982, p. 67-89. HÜBNER, H., "Sühne und Versõhnung, Anmerkungen zu einem umstrittenen Kapitel biblischer Theologie KuD 29 (1983), p. 284-305. KLEIN, H., "Leben - neues Leben. Mõglichkeiten und Grenzen einer gesamtbiblischen Theologie des Alten und des Neuen Testaments", EvTh 43 (1983), p. 91-107 (numa versão levemente modificada in: MERK, O. (Ed.), U
,
U
,
896
ANEXO
11
Schriftauslegung als theologische Aufkliirung. Aspekte gegenwiirtiger Fragestellungen in der neutestamentlichen Wissenschaft, Gütersloh, 1984, p. 76-93). MILDENBERGER, F., Theologie der Lutherischen Bekenntnisschriften, Stuttgart/Berlin/Kõln/Mainz, 1983 (esp, p. 178-186). MÜLLER, K., Das [udenium in der religionsgeschichtlichen Arbeit am Neuen Testament. Eine kritische Rückschau auf die Entwicklung einer Methodik bis zu den Qumranfunden, Judentum und Umwelt 6, Frankfurt/M./Bern, 1983 (esp. Capo 3: "Religionsgeschichte unter den Bedingungen einer 'Existentialen Interpretation' urchristlicher Überlieferungen", p. 49-66). REICKE, R, "W. M. L. de Wette's Contribution to Biblical Theology", NTS 29 (1983), p. 293-305. REVENTLOW, H. GRAF, Hauptprobleme der Biblischen Theologie im 20. [ahrhundert, Ertrãge der Forschung V. 203, Darmstadt, 1983 (esp. "IH. Neuansãtze einer Biblischen Theologie", p. 138-172). SCHMID, H. H., "Was heiíst 'Biblische Theologie?"', in: Wirkungen hermeneutischer Theologie. Zürcher Festgabe zum 70. Geburtstag Gerhard Ebelings, Zürich, 1983, p. 35-50. WARE, J. H., "Rethinking the Possibility of a Biblical Theology", Perspectives in Religious Studies 10 (983), p. 5-13. LoHSE, E., "Rudolf Bultmanns 'Theologie des Neuen Testaments' und ihre Bedeutung für die Predigt der Kirche", in: JASPERT, B. (Ed.), Rudolf Bultmanns Werk und Wirkung, Darmstadt, 1984, p. 420-425. OEMING, M., Das Alte Testament ais Teil des christlichen Kanons. Eine hermeneutische Untersuchung der gesamtbiblischen Theologien der Gegenwart, Diss. Evang.-Theol. Fak. Bonn, 1984. ZIMMERLI, W., "Biblische Theologie" Berliner Theologische Zeitschrift I (984), p.5-26. I
I",,) .. ",.
,
INDICE DE AUTORES A ACHELIS, H. - 73 ANDRESEN, C. - 533
B BALZ, H. R. - 65 BARREIT, C. K. - 205, 429 BARTH, G. - 110, 183, 383 BAUER, K. - 247 BAUER, W. - 107, 217, 571 BAUMGÃRTEL, F. - 247, 291 BAUR, F. C. - 241 BECKER,J.- 109,333,403,419,429,442, 462,471,510,683 BEN-CHORIN, S. - 241 BENRATH, G. A. - 683 BERGER,K.- 170,205,353,683 BEYSCHLAG, K. - 217, 533, 571, 653 BLANK,J.-39,242,462 BLEVINS, 1. L. - 65 BLUM, G. G. - 539 BOHREN, R. - 683 BORNKAMM, G. - 34,39,48, 183,241,285, 307,343,353,374,413,462 BOUSSET, W. - 29, 39, 65, 73, 90, 95, 115, 125,170,217,241,462,466,601,701 BOVON, F. - 552, 587 BRANDENBURGER,E.-291,310,403 BRAUN,H.-39,48,74 BROCKHAUS, U. - 533 BRüECK, R. VAN DEN - 217 BROWN, R. E. - 429 BULTMANN, R. - 3, 31,32,33,34,35,39,
46,64,65,73,74,109,110,114,150, 153, 241, 242, 307, 310, 321, 333, 340, 359, 373, 374, 382, 402, 403, 419, 429, 430, 462, 547, 552, 561, 578, 590, 601 BURCHARD, C. - 110
c CADMAN, W. H. - 481 CAMPENHAUSEN, H. VON - 109, 138, 183, 533,515,537,542,561,571,669,683 CASPER, B. - 60 CHADWICK, H. - 533 COLPE, C. - 65 CONZELMANN, H. - 39, 73, 110, 155, 241, 545,353,429,552,556,557,604,648 CULLMANN, O. - 47, 65, 68, 83, 84, 89, 92, 94, 95, 100, 102, 109, 114, 125, 130, 139, 170, 183, 185, 430, 440, 466,504,545,552,561,588,601
D DAHL, N. A. - 47, 79, 82, 153, 702 DALMAN, G. - 65, 90 DANIÉLOU, J. - 104 DAUTZENBERG, G. -205,403,669 DEICHGRÃBER, R. - 110 DELLING, G.. - 79, 83, 183,241,358 DmELIUs, M. - 39, 82, 109, 116, 125, 130, 170, 204, 235, 241, 374, 541, 542, 549,552,561,590,669 DINKLER,E. -34,79,183,338,403,552 DOBSCHÜTZ, E. V. - 73, 653
898
ÍNDICES
DODD,C.H.-73,74,430, 561 DUPONT, J. - 109,343, 374,382,394,462
E EBELING, G. - 242 EBELING, H. J. - 65 ECKSTEIN, H. J. - 268 EICHHOLZ, G. - 241 ELTESTER, W. - 109, 462
F FASCHER, E. - 47 FELD, H. - 183 FELMY, K. C. - 183 F1EDLER, P. - 183, 310 FINDEIS, H.-I. - 334 FrrzMYER, J. L - 170 FRASER, J. W. - 242 FRIEDRICH, G. - 85, 333, 358, 373, 383 FUCHS, E. - 382 FULLER, R. H. - 65,107, 170 FURNISH, V. P. - 394, 403, 413
G GEORGI, D. - 344 GNILKA, I. - 462 GOGUEL, M. - 533, 561, 653 GOPPELT, L. - 39, 73,430, 533, 601 GRÀSSER, E. - 40, 402, 552, 601 GREEVEN, H. - 109 GRIBOMONT, J. - 669 GUNDRY, R. H. - 247 GUNKEL, H. - 205 GUTBROD, W. - 247, 291
H HAENCHEN, E. - 429 HAHN, F. - 40, 65,85,96,109, 138, 170, 321, 359, 374, 462, 504, 533, 539, 552, 571 HALL, S. G. -
no
HAMMERTON, K. - 60 HARNACK, A. VON - 217, 533, 653 HARNISCH, W. - 41 HEGERMANN,H. -394,587,590 HEITMÜLLER, W. - 39, 183, 242 HENGEL,M.-65, 97, 170,669 HERMISSON, H.-I. - 383 HERTZ, A. - 403, 669 HINNEBERG, P. - 73 HOFFMANN, P. - 419 HOFIUS, O. - 333, 359 HOLTZ, T. - 39, 109, 138, 241, 403 HOLTZMANN, H. I. - 64 HOWARD, V. - 65 HOWARD, W. F. - 429 HÜBNER, H. - 49, 139,241,321,504 HUNZINGER, C.-H. - 683 HURTADo, L. W. - 170
J JASPERT, B. - 34, 39, 74, 241 JEREMIAS, J. - 39, 46, 71, 79, 94, 131, 185, 561 IEwETT, R. - 241, 247 lONAS, H. - 34, 217, 402 lONGE, M. DE - 430 JÜLICHER, A. - 46, 73, 242 JÜNGEL, E. - 242
K KABISCH, R. - 419 KAISER, O. - 34 KÀSEMANN, E. - 74, 235, 247, 333, 359, 374, 403, 407, 429, 462, 528, 547, 557,571,578,683 KASPER, W. - 462 KATTENBUSCH, F. - 104 KERTELGE, K. - 97, 138, 333, 539, 561, 601 KLAIBER, W. - 374 KLEIN, G. - 41, 139,285,314,419,462
899
ÍNDICE DE AUTORES
Kt.os, H. - 482 KNOPF, R. - 73, 183, 533, 653 KOCH, D.-A. - 139 KOCH, K. - 552 KÜRTNER, U. H. J. - 403 KORTZFLEISCH, S. - 155 KÜSTER, H. - 73, 430, 561 KOTIJE, R. - 73, 533 KRAFf, H. - 73 KREMER, J. - 205 KRETSCHMAR, G. - 183 KUHN, H. W. - 359 KÜMMEL, W. G. - 29, 32, 39, 40, 47, 48, 60,65,73,74,80,85,104,105,139, 150,241,242,247,307,429,430,561 Kuss, O. - 241, 344
MERKEL, H. - 571, 669 MERKLEIN, H. - 41, 48, 85, 183,403, 669 MICHAELIS, W. - 46, 88, 385, 541 MOELLER, B. - 73, 533 MooRE, G. F. - 90 MÜLLER, K. - 403, 669 MÜLLER, P.-G. - 155, 242 MÜNCHüW, C. - 403 MUNDLE, W. - 104, 374, 382
L
o
LIETZMANN, H. - 102 LIGHfFOOT, R. H. - 96 LINDEMANN, A. - 241, 510, 587, 601 LINNEMANN, E. - 46 LINTON, O. - 533 LIPS, H. - 540 LOHMEYER, E. - 68, 73, 71, 81, 95, 102, 174,175,183,359,419 LOHSE, E. - 73, 90, 242, 333, 374, 383, 430,481,540,547 LONGAN, A. H. B. - 217 LÜDEMANN,G.-217,241 LÜDEMANN,H.-247,291 LÜHRMANN,D.-333,383,504,571,669 Luz, U.-40,49, 139,321,338,552,561
M MADDOX, R. - 552 MARSHALL, I. H. - 107 MAURER, W. - 533 MEEKS, W. A. - 96 MENOUD, P.-H. - 429 MERK, O. - 35, 110, 394, 403, 601
N NESTLE, D. - 403 NEUENZEIT, P. - 183 NEUGEBAUER, F. - 48, 382, 394 NIEDERWIMMER, K. - 403 NISSEN, A. - 48 NOCK, A. D. - 241
ONUKI, T. - 442, 510 ORTKEMPER, E-J. - 403 OSBORN, E. - 653, 669 Orro, R. - 65
p PAULSEN, H. PERRIN, N. PIPER, O. A. POSCHMANN,
- 109 39 - 39 B. - 683
R REGNER, F. - 242 REITZENSTEIN,R.- 183,217 RENDTORFF, T. - 403 RENGSTORF, K. H. - 155,241,430 REsE, M. - 241 RICHTER, G. - 471 RIDDERBOS, H. - 241 RIEKKINEN, V. - 403 RIGAUX, B. - 241 ROBINSON, J. M. - 73 ROGGE, J. - 533, 539
900
ÍNDICES
ROLOFF,J.-39, 79,96,138,430,539 RUDOLPH, K. - 217
S SAND,A.-268,285,291 SANDERS, E. P. - 241 SANDERS, J. N. - 691 SANDERS, J. T. - 413 SCHADE, H.-H. - 242 SCHELKLE, K. H. - 241 SCHILLE, G. - 533 SCHLATIER,A.- 110,382,504 SCHLlliR,H.-242,343,402 SCHMIDT, J. M. - 552 SCHMIDT, K. D. - 73 SCHMIDT, K. L. - 39, 80 SCHMIDT, W. H. - 419 SCHMITHALS, W. - 34, 39, 156, 307, 344, 462,561 SCHMI1Z, H.-J. - 533 SCHNACKENBURG,R.-138,374,429,430, 442,504,510 SCHNEEMELCHER, W. - 73 SCHNELLE, U. - 374 SCHOEPS, H.-J. - 241 SCHRAGE, W. - 49,60,139,394,403,419, 510,561,601,669 SCHuNAcK,G.-310,429 SCHÜRER, E. - 541 SCHWEI1ZER,A.-39,241 SCHWEIZER, E. - 39, 65, 74, 79, 84, 96, 183, 205, 247, 291, 344, 374, 430, 481,510,552,533 SEEBERG - 109 SIMON, M. - 241 SJÓBERG, E. - 48, 65 SMEND, R. - 49, 321 SODEN, H. VON - 374, 403 STRECKER,G.-49,110,217,373,403,653 STUHLMACHER, P. - 110,241,321,334,373 SYNOFZIK, E. - 109,403
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T THEISSEN, G. - 65, 96, 242, 561 THÜSING, W. - 481 THYEN, H. - 429, 587 TÓDT, H. E. - 65 TRILLING, W. - 39, 241, 540 TROELTSCH, E. - 96, 533
v VERHEULE, F. - 217 VlliLHAUER, P. - 65, 109, 138, 430, 561, 587 VIERING, F. - 79, 183 VóGTLE, A. - 73,419, 552, 590 V OLKL, R. - 669
w WALTER, N. - 97 WEDDERBURN, A. J. M. - 217 WEDER, H. - 242, 358, 403 WEISER, A. - 382 WEISS, H.-F. - 510 WEISS, J. - 40, 73, 74, 170 WEIZSÃCKER, C. - 73 WENDLAND, H. D. - 374,403 WENGST, K. - 155, 359,430, 601 WERNLE, P. - 403 WETIER, G. P. - 353,471 WILCKENS, U. - 109, 322, 344, 482, 510 WILDER, A. N. - 48 WINDISCH, H. - 430,601,683 WISCHMEYER, O. - 413 WOLBERT, W. - 403 WOLF, E. - 73, 132 WOLFF, H. W. -71 WREDE, W. - 64, 430
z ZELLER, D. - 430 ZIMMERLI, W. - 353
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ÍNDICE ANALÍTICO A Aliança - 131, 144, 145, 158, 162, 168, 198, 201, 308, 332, 342, 362, 371, 376, 378, 407,414,436,493,564,611,612,614 Anjos-43,64, 178, 179,224,228,231,232,288,289,317,320,332,592,595,599, 600 Antigo Testamento - 155, 157, 159, 161, 163, 165, 167, 169,585 Apocalipse de João - 621, 693 Apóstolo-92, 104, 130, 175,215,236,261,274,275,280,283,2~O,291,296,366, 368,370,371,373,375,384, 387,400,411,413,425,428,544, 546,562,583, 585, 702 Arrependimento - 118, 119, 120, 130, 151, 152, 160, 168, 243, 271, 353, 386,432, 592,611,612,620,656,660,668 Ascensão - 88, 230, 232, 258, 441, 579, 597, 599, 600 Ascese-48, 149, 154,220,238,256,511,618,632,671,672,675,676 Atos dos Apóstolos - 11, 55, 73, 101, 105, 108, 113, 118, 122, 128, 129, 130, 134, 176,217,556,558,570,585 B
Barnabé, Epístola de - 11, 156, 158, 610ss. Batismo-66,81,82,101, 104, 120, 147, 148, 154, 162, 168, 171, 175,181,184, 185, 186, 188, 189, 190, 191, 192, 193, 194, 195, 196, 197, 200, 201, 203, 206, 210, 212,213,216,222,223,224,236,359,364,365,379, 380, 381,382,406,407, 408,410,412,422,487,492,525,535,540,553,556, 563,568, 570,580,601, 602,604,606,607,608,611,614,615,616,617,620,624,625,626,628,629, 633,636,641,644,647,649,651,654,655,656,658, 660,661, 666,668,669, 689
c Cânon - 637 Canto - 171, 172,602 Cargo - 102, 103, 539, 541, 542, 543, 544, 546, 547, 548, 550, 584 Carismáticos - 105, 180,536, 537, 538, 542, 544, 549 Carne - 144, 146, 148, 149, 154, 164, 179, 187, 198,200,201,203,206,209,211, 222,223,232,248,253, 254,256,257,258,263,265,266, 267,271, 274,276, 277,280,281,285,291,292,293,295,296,297,298, 299, 300,301, 302,303,
902
ÍNDICES
305,307,308,310,317,319,320,327,332,360,363,388, 391, 393, 395,400, 404,408,411,414,421,427,435,448,459,462,463,464,471,472,473,477, 480,483,493,507,509,511,521,553,566,570, 581,598, 600,611, 617, 618, 619,624,634,638,641,643,644,645,646,651,657,658,659,672,675,682 Ceia do Senhor - 101, 145, 164, 171, 194, 196, 198, 199,200,201,202,203,204, 359,364,380,381,432,437,470,487,492,540, 549,550, 553,554, 563,565, 569,602,686 Coleta - 105, 141, 284,296, 681 Colossenses, Epístola aos - 595, 623ss. Communio - 382 Comunidade primitiva - 40, 65, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88,89,91,92,93,94,95,97,98,99,100,101,102,103,104, 105, 106, 107, 126, 130,131,134,140,141,155,176,178,184,190,203,208, 214, 222, 244, 360, 361,362,376,432,433,540,558,583,681,701 Confiança-62,78, 127, 136, 137,169,303,315,327,331,336,386,387,388,393, 394,424,612,614,615,617,629,635,637,638,649,662,687, 700 Confissão-62,66,72,81,87, 151, 175, 176, 177, 185, 197,243,330,381,384,386, 388,402,426,454,466,474,491,495,500,515,516, 580,581, 602,617,626, 661, 686, 687 Conhecimento - 56, 59, 61, 75, 85, 86, 90, 111, 112, 158, 160, 166, 169, 204, 207, 214, 219, 223, 235, 237, 245, 246, 247, 270, 272, 276, 287, 300, 312, 321, 324, 325,327,367,370,375,383,387,395,397, 398, 399,443,446,472,474,481, 482,492,495,501,508,512,514,525,527, 529,539, 571,572,573,574,575, 576,577,578, 579,587,603,613,616,619,625,626,636, 639,654, 655,695, 700, 701 Convenção dos apóstolos - 100, 105, 141, 244 Conversão - 112, 118, 120, 135, 168, 185, 242, 243, 244, 353, 386, 592, 609, 611, 620,636,639,655,660,663 Cosmologia - 153, 287, 368, 591, 596, 597 Credos - 127, 564 Criação - 62, 113, 115, 148, 177, 182, 194,219,222,224,227,228,238,268,286, 287,288,289,291,292,299,301,316,320,339,372, 375, 379,402,418,423, 434,438,445,448,455,456,498,576,593,595,598,624,649,655 Cristianismo helenista _68, 71,92,93,95,98, 101, 107, 108, 126, 133, 134, 136, 140, 142,145,155,157,173,176,178,181,182,196,200,203, 208, 218, 226, 227, 242,244,245,362,365,383,441,528,544,553,563,582,587 Cristo - v. Filho de Davi, Filho de Deus, Filho do homem, Messias, Servo de Deus como Deus - 128, 267, 270, 277, 289, 355,448,511,603, 700 como juiz do mundo - 67, 124,467 como mestre - 75, 90, 651 sua encarnação - 371ss., 471ss., 485,602 sua morte e ressurreição - 87ss., 127ss., 138, 358-373,646 Cristologia - 86, 182,222,223,224,230,246,434,590,591,601,603,640, 650, 651
ÍNDICE ANALÍTICO
903
Culto- 55,95,97,98,99,101,134,144,146,159,163,164,170, 172,173,174,175, 178,184,192,197,201,202,203,204,205,214,215,218, 377, 411, 437, 528, 529,548,549,550,553,555,562,563, 571, 574,591,601,650,651,666,668, 681,683,686 Culto no templo - 97, 101 D
Demônios - 42, 44, 72, 83, 91, 146, 169, 176, 189, 191, 200, 221, 500,592, 610 Descida ao inferno - 230, 231 Determinismo - 449 Deus - 608S., 109ss., 591ss. como Juiz - 42, 67, 121, 124, 126, 138,362,467 como criador - 115, 286, 291, 457 Diabo - 152, 161, 229, 321, 364, 444, 447, 449, 453, 454, 455,474, 496, 593, 598, 600,624,657,662,664,671 Didaquê - 11, 542, 584, 585, 588, 610 Direito - 49, 50, 51, 53, 57, 100, 105, 106, 123, 147, 236, 277, 296, 315, 329, 336, 342,346,407,416,457,458,462,483,513, 534,536, 539,543,544,546,550, 551,570,615,674,680,682 Disciplina - 34, 91, 162,317,501,529,536,609,615,621,627,633,679,684,688 Ditos - 40,54,67,68,69,70,71,84,86,87,90,99, 133, 167, 171,244,431,438, 442,489,492,493,497,521,566,567,583,585,610,620,666,670,685 Domingo - 172, 197 Doutrina - 41, 85, 92, 96, 112, 114, 120, 121, 139, 149, 157, 169, 187, 190, 215, 218, 220,223,224,226,233,244,246,254,312,327,339,388,420,447,450,451,471, 482,497,503,526,548,557,559,562,570,575,577,580,581,582,583,584,586, 587,595,612,619,631,645,646,647,654,678,691,694,696,697,699,702 Doze - 29 Dualismo - 153, 216, 218, 226, 228, 255, 256, 258, 259, 437, 439, 442, 445, 449, 493,512,589,593,598,647,657,671,675,705 E
Efésios, Epístola aos - 597, 623ss. Escatologia - 78, 138, 204, 220, 222, 223, 226, 231, 233, 287, 337, 422, 443, 468, 469,470,493,554,568,583,589,590,593,599,641,647,701. Escravos- 158,304,344,371,373,417,659,665,679,681,682 Esperança-41,43, 75,92,96,102,122,125,128,137,143,148,158,188,194,196, 226,233,255,257,294,313,337,343,389,391, 392,393, 394,409,413,419, 421,423,457,459,467,500,517,552, 553,555,556, 567,579,580,599, 605, 606,607,608,612,614,615,618,619,621,622,623,628,629,631,632,635, 638,639,640,649,656,664 Espírito-34,45,82, 110, 148, 154, 176, 180, 188, 195,206,208,234,236,248,249, 261,262,263,264,265,266,267,268, 272,280,282, 285,293,295,297, 304,
904
ÍNDICES
305,319,322, 338, 389,408,411,414,435,447,457,471,481,495,579,611, 619,624,634,638,643,646,659,663,667,698,699,701,705 Estado - 186, 209, 223, 266, 273, 279, 286, 320, 335, 352, 377, 385, 388, 389,409, 420,454,460,515,519, 540,605,607,616,623,631,680,694,704 Estoicismo - 111, 116, 154, 165,342,591 Ética-49,51,52,57,58,60, 118, 142, 158, 160, 161, 167, 192, 194,205,210,323, 335,337,340,341,342,380,399,411,457,503,562,563, 575, 578,584, 589, 601,623,634,645,646,653,654,659,663,666,669,671,677,678,700 Eucaristia - 171, 184, 186, 197,200,201,202,203,204,211,550,641,651,666,686 Exigência ética - 49, 59 Exorcismo - 176 F
Família - 33, 47, 680, 684 Fé - 31, 40, 46, 62, 66, 72, 76, 77,85,87,88,89,90,91,98, 105, 111, 112,113, 118, 120, 121, 122, 127, 128, 129, 134, 135, 136, 137, 138, 142, 143, 149, 156, 157, 158,160,166,168,169,194,207,209,212,214,225,233, 235, 243,246, 247, 255,261,265,267,273,277,279,282,302,304,308,311, 316, 322,323,325, 326,327,328,329,330,331,332,334,338,339,343, 344,345, 346, 347, 348, 350,352,353,355,361,367,368,369,371,372,375, 376,377, 380, 381, 383, 384,385,386,387,388,389,390,391,392,393,395, 396,397, 398, 399,400, 401,402,403,405,406,410,413,414,418,420,421,422,424,426,432,436, 437,443,446,449,452,454,455,460,464,468,474,476,478,481,490,491, 492,493,494,501,502,504,505,506,507,508, 509,510,511, 512, 513,514, 515,516,517,518,519,521,522,523,524,527,529, 537, 546,555, 556, 558, 562,564,565,569,570,571,572,573,574,575,577,579, 580, 582,586, 591, 592,594,595,598,599,603,605,609,610,612,613,614, 616, 619,621, 622, 623,625,629,630,631,632, 635,637,639,640,644,645,646, 647,649,651, 654,655,662,663,664,665,672, 673,679, 682,691,692,693,694,695, 696, 697,698,699,700,705,706 Fidelidade - 53, 58,98, 137, 353, 459, 522, 614, 621, 622, 632, 649, 662 Filho de Davi - 68, 92 Filho de Deus - 68, 93 Filho do homem - 42,44,46,65,66,67,68,69, 70, 71, 72, 75, 77, 78, 82, 84,85, 86, 90,92,94,95,126,173,218,227,467,491,500,504,603 Filosofia - 117, 222, 243, 573, 578, 581, 589, 694, 699, 703 G
Gentilismo - 304, 684 Gnose - 154, 157, 161, 163, 167,218,219,220,221,222,223,224,225,226,228, 229,237,243,258,261,289,342,343,361, 369, 374,420,423,426,439,440, 449,471,472,487,498,501,512,515,528,529,562,570, 576, 579,583, 584, 593,595,598,639
I
I I
;; -i I 1- 11
f
~
ÍNDICE ANALÍTICO
905
Graça-76, 77,78,83,89,119,135,163,166,168, 175,176,209,212,263,282,325, 326,327,328,329,331,332,338,346,347,348,349,350,352,353,354,355, 356,357,358,361,367,372,383,388,390,392,393,395,396,401,402,403, 404,406,409,414,424,436,438,444,447,476, 510,557,571,587, 598,612, 614,615,619,620,623,624,626, 629,633,634, 635,636,638,646,653,654, 661,662,663,666,667,668,689,695 H
Hebreus, Epístola aos - 156, 159, 163, 613ss. Helenistas - 54, 82, 83, 97, 98, 99, 100, 101, 105, 107, 115, 116, 140, 142, 156, 173, 178, 184, 192,202,204,210,218,420,439,466,535,540,618,678 Heresia - 179,226,548,566,570,577,579,581,582,618,684,687 Hermas - 11, 45, 109, 119, 154, 168, 182, 194, 208, 211, 215, 234, 555, 588, 608, 686, t?88 Hinos- 172,207,214,564,591,599,602,621,627,668 História - 40, 45, 57,63, 64, 66, 70, 71, 72, 77, 78, 88, 93, 95, 97, 98, 103, 105, 106, 110, 113, 116, 130, 132, 139, 142, 143, 144, 154, 166, 172, 173, 176, 186, 192, 217,220,237,244,246,286,287,288,289,330,333,361,369,373,376,378, 388,431,432,437,458,459,461,464,474,476,481,486,490,498, 528,534, 535,553,558,563,564,565,567,569,570, 586, 597,670,692,695,698,699, 703,705,706,707 Humanidade de Cristo - 179 I
101, 104, 132, 140, 187, 190,215,234,235,283,378,528,534,538, 553,578,596,607,608,617,626,634,635,667,669,686,705 Imitatio - 426, 647, 651 Imperativo - 148,215,341,342,381,402,405,410,412,451,515,516, 517, 529, 554,577,605,608,615,616,617,620,624,628,629, 634,637, 648,653,654, 655,660,663,668 Imposição das mãos - 104, 120, 185, 190, 215, 546, 547 Inácio - 11, 12, 108, 128, 129, 130, 131, 141,154,169,177,179,181,196,200,201, 202,204,224,226,232,235,437,470,542,549,550,562,566,567,570,576, 577,584,585,587, 588,590,594,602,603, 604,639,640,641,642,643,644, 645, 646,647,648,649,650, 651,654,657,658,659,666,668,673,677,684, 685,687,688 Indicativo - 148,381,406,412,515,517,554,577,615,616,617,624, 628,629, 634,637,648,653,654,655,660,663 Ira de Deus - 353, 354 Israel-29,41,50, 77,79,80,83,84,86,90,94,97,98,99,102,139,142,143,144, 145,147,155,158, 159, 162,227,296,300,324,378,436,458,467,553,556, 565,613,639 Igr~a-34,47,
906
ÍNDICES
J
Jejuar - 43, 54, 661 Jejum - 50, 55, 56,149, 185,189,213,431,661 Jerusalém - 60, 66, 79, 87, 88, 95,99, 100, 101, 102, 104, 105, 115, 141, 155, 164, 243,244,296,457,476,545,558,621 Jesus - 40-72 (v. também Cristo) seu envio - 87, 435, 480, 488 sua vinda - 85, 86,491 João, Evangelho segundo - 429-529 Judaísmo-29,49, 50, 54,55, 61,62, 63, 64,70,75, 76,77,78,80,85,90,93,95,97, 101, 107, 110, 112, 113, 114, 116, 118, 119, 123, 134, 135, 143, 146, 152, 155, 156, 164, 165, 169, 182, 189, 203, 210, 224, 226, 242, 252, 274, 304, 313, 315, 316,318,337,338, 343,344,414,433,439,442,461,498,540, 541,559, 563, 564,589,593,595,622,637,648,664,678 Justificação - 121, 132, 169, 187, 326, 334, 340, 342, 344, 346, 347, 348, 351, 385, 388,587,604,619,640,647,654,663 Justino - 12,69, 161,162, 163, 169, 177, 194, 195, 196,200,202,203,550,575,585,667 K
Kyrios - 65, 73, 94, 95,115,125,170,171,173,175,177,179,181,359,385,462,
466,601,701 L
Lei-49,51,53, 54, 55,57,58,62,64, 75, 85,90,97,98,99,100,106,111,113, 141, 155, 156, 157, 158, 159, 161, 163, 166, 167, 168, 199,209,229,243,244, 257,260,269,270,274,275,279,280,282,283,300, 302, 303,305, 307, 308, 309,310,311,313,322,323,324,325, 326, 327,328,329,330,331,332,337, 339,342,343,344,345,346,347,348,350,354,360, 363, 364,368, 384, 385, 386,391, 399,401,405,406,408,414,415,418,420,431,432,433,436,457, 458,518,558,559,567,573,574,580,587,592,596,609,611,616,633,647, 653,654,655,657,660,669,674,677,691,699 Liberdade-52, 98, 106, 157, 168, 192, 193,220,236,237,277,299,304,343,363, 366,403,404,405,406,407,408,410,411,414,415,416,417,418,420,426, 428,439,444,445,448,458,459,461,495,514, 518,519, 524,529, 566, 570, 573,600,605,609,620,629,647,653,654,655,660,667,674 Lucas, Evangelho segundo - 557, 570 M
Marcos, Evangelho segundo - 72, 132, 181,479, 480, 568 Mateus, Evangelho segundo - 568 Matrimônio - 53, 150, 259, 632, 676, 679 Medo - 121, 281, 287, 303, 330, 390, 391, 392, 394, 426
ÍNDICE ANALÍTICO
907
Mentira - 54, 228, 315,434,439,441,443,445,446,447,448,456,462, 511, 594, 655,670,671,680 Messias - 41, 556, 557 Milagre - 45, 105, 186,411,431,432,460,475,476,603 Ministério - 103, 106, 165, 210, 308, 326, 332, 335, 351, 352, 369, 371, 375, 376, 414,536,539,542,553,705 Missão - 84, 93, 97, 99, 104, 136, 178, 219, 357, 383, 432, 485, 522, 527, 529, 543, 545,556,558,651 Mistérios- 125, 130, 132,180,181,189,191,192,193,194,195,196,200,201,203, 204,221,232,236,243,342,364,365,367,380,381,395,398,420,423,496, 535,536,549,550,571,574,575,576,583,600 Misticismo - 217, 256, 258,409, 482, 502, 693, 700 Monoteísmo - 113 Morte-69, 71, 78,85,89,90,102,128,129,130,131,132,138,140,145, 180,181, 184,191,192,194,195,196,198, 199,201,204,205,210,219,220,221,223, 228,232,233,237,248,249,250,254,255, 257,258,260,266,286,288,292, 306,307,308,309,310,313,314,316,320,321,322, 324, 326,328, 330, 331, 333,334,335,336,343~355,356,358,359,360,361,362,363,364,365,366,
367,368,369,370,372,373,375,380,381,382,387,398,400,403,404,405, 407,408,410,411,414,420,421,422,423,424,425,426,427,428,437,444, 445,447,448,450,451,454,456,461,463,468,478,485,486,487,489,491, 495,496,500,510,511,513,518,543,553,556,557,563,565,594,599,600, 603,604,605,611, 614,620,621,623,630,636,640, 641,643,644,645,646, 647,648,649,650,651,654,655,668,670,679,687,698 de Jesus - 131, 191, 362,485,486,487 O
Obras - 12, 32, 50, 98, 116, 118, 121, 149, 152, 158, 169, 243, 253, 299, 300, 301, 302,303,305,311,325,326,327,329,337,344,345,346,348,350,383,388, 401,436,437,441,453,454,457,463,482,484,493,494,497,502,505,509, 510,575,598,610,611,612,614,617,619,622,624,626,629,633,635,637, 646,649,656,658,660,661,662,672,673,675,680,696 Oração-56, 62, 94, 95, 114, 149, 164, 171, 172, 173, 176, 185,200,213,215,437, 441,477,480,487,493,520,523,524,557,598,602,614,628,635,641,645, 661,665,667,682,683,686 Ordem da comunidade - 133, 244, 568, 584 Ordenação - 104, 544, 547 Ortodoxia - 226, 576, 579, 581, 645, 646, 687, 695, 697, 698, 705 P
Paixão de Cristo - 642 Paradoxo- 147,148, 179, 180, 181, 182, 186,290,304,340,409,473,479,483,503, 519,554,569,570,613,614,617,624,642,643,644,648,655,657,665
R
Reconciliação - 103, 106, 132, 135,317,351,352,368,369,375,376,537,578,579, 596,597,598 Referência ao futuro - 552, 553, 554, 555, 608, 618 Reino de Deus - 41, 43, 45, 46, 48, 59, 60, 61, 63, 75, 79, 492, 635, 701 Relação com o mundo - 138, 139, 141, 143, 145, 147, 149, 151, 153 Remissão dos pecados - 131, 168, 353, 362,488, 523, 604,701 Renascimento - 147, 190, 194, .196, 342, 462, 477, 492 Resgate - 132, 363, 682 Ressurreição - 42,66,67,69, 70, 72, 78,85,86,87,92,93, 104, 116, 120, 122,123, 127, 128, 129, 130, 132, 139, 180, 191, 192, 193, 194, 195, 196, 197, 199,210, 216,222,223,227,232,233,235,243,244,248,254, 255, 256,257,358, 359, 360,361,364,365,366,367,369,372,373,375,380, 381, 388,400,410,420, 421,422,444,469,477,485,489,490,491,498,499,545,553, 563,564,571, 580,588,592,598,600,602,603,611,618,628,635, 640, 641,642, 643,644, 646,647,649,651,654,659 Ressurreição de Cristo - 128, 372, 422 Ressurreição dos mortos - 122, 128, 366, 564 Retribuição - 49, 52, 161, 609, 610, 613, 623, 641, 656, 662 Riqueza - 47,137, 150,212,317,398,579,670,682 Ritualismo - 55, 59 S
Saber - 29, 57, 60, 82, 85, 88, 95, 97, 100, 116, 120, 137, 161, 162, 166, 169, 174, 185,202,203,206,219,237,246,261,264,266, 268,269, 273,274, 275,276, 278,279,283,287,291,293,300,304,318,319,326, 327, 328,330, 341, 342, 344,348,349,352,354,358,363,369,370,371,387, 390, 395,396,397, 398, 400,401,407,410,415,421,425,438,441,448,454,456,457,459,460,461, 472,473,474,479,488,494,500,502,519,524,526, 527,547, 557,566,567, 568,572,574,576,593,607,608,615,617,621,623,626,675,695,698,706 Sacerdócio - 163, 204, 540, 574, 628, 630 Sacramentalismo - 550, 642, 654, 657, 666 Sacramentos- 106, 108, 191,370,380,437,487,492,493,549,553,619,644,651, 702 Sacrificio-46,48,89,90, 131, 145, 159, 163, 164, 171,195,198,201,202,205,243, 248,250,277,355,362, 363,364,386,440,486,487,549,550,566,604,614 Sacrifício expiatório - 198, 201, 362, 363, 486, 487 Salvação - 41, 44, 58, 60, 61,64,66,75,92,96,98,99, 100, 103, 106, 119, 125, 129, 135, 139, 140, 153, 158, 161, 163, 168, 180, 184, 190, 204, 208, 210, 218, 227, 233,235,237,243,246,258,326,327,333,334, 343, 345,348,354,357, 358, 368,371,372,375,380,385,389, 391, 394,412,414,420,421,436,443,460,
911
ÍNDICE ANALÍTICO
537,539,542,545,547,558,562, 563,564,565, 566,567,568,569, 570,573, ~7h
~7~
~~~
~~~
~QA
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Sentimento de mundo -598 Serviço - 54, 55, 110, 142, 153, 165, 177,205,207,215,252, 315, 378, 387,458, 485,488,492,496,514,517,537,543,548,549, 569,592, 593,594,620,661, 666,678,682,707 Servo de Deus -71, 93s., 324 Sinagoga-55, 71,80,97,107,143, 171, 197,539,541,547,565,588,589,594,610, 618,634,639,649,660,665,670,679,683 Sinóticos-40,46,70,71,93, 134, 180, 181,431,432,438,489,491,497,555,567, 586,666,704 Sofrimento -41, 70, 71, 90, 129, 140, 177, 179, 194, 196,202,227,232,292,357, 423,424,426,565, 592,602,604,605,618,620,621,627,629,644,646,651, 682 Sucessão - 104, 106,547,571, 584 T
Temor -49,98, 148, 188,276,302,327,390,391,392,581,605,613,614,620,664, 671,672,673,682 Teodicéia - 111, 423, 592 Teologia -31, 32, 34,62,107,111,114,116,156,157,166,168,218,242,243,244, 245,246,288,433,438,486,539,554,562,570,573,574, 587, 588,589, 591, 610,627,631, 639,647,665,691,692,693,694,695,697,698, 700, 701, 702, 703, 704, 705, 707, 708 Teologia cristã - 574 Teologia natural- 591 Tiago, Epístola de -609, 693 Tradição-40, 42,49,58,62, 63, 65,67,69, 70, 71, 72, 74, 77, 79,82,84,85,86,87, 89,91,92,93,94,95,96,99, 102, 103, 104, 106, 108,110, 111, 113, 114, 115, 117,125,127,128,130,131,133,137,143,153,157,167, 176, 177, 179, 180, 190,195,197,198,202,203,204,222,223,225, 227, 229,231,234, 244,261, 286,287,289,290,307,334,359,362,364,365, 373, 378,420,431,438,442, 446,466,467,473,474,479,486,487,489,493,498, 500,503,521,525, 528,
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616,618,623,626,627,630, 634,636,637, 639,648,654,657,660,665, 666, 671,673,680,681,684,685,697,698,702,704,707 Transcendência - 116, 205, 554, 693, 700 V
Verdade-43,44,46,53, 72,92,95,98,106,108,112,129,135,142,147,159,163, 168,172,178,181,190,192,228,229,233,235,253,270, 275, 282, 293,297, 304,307,308,313,320,321,324,341,343,354,361, 363,367, 372, 384, 385, 389, 399,434,436,439,440,441,442,443,445,446,447,448,449,450,451, 452,456,457,461,465,470,472,474,476,477,478,481,488,489,491,495, 496,498,499,500,501,504,506,507,508,510, 511, 513,514,515, 524,525, 526,529,552,554,556,557,562,567,568,571,576,581,586,595,598,599, 609,613,618,619,621,625,631,634,635,636, 638,640,641, 642,654,664, 671,677,679,685,688,694,697,698,703 Vicariedade - 363 Vida-31,34,42,43,48,49,50, 52,53,54,55, 56,57,62,66,67,68,71,88,97,105, 106,111,114,118,119,122,128,129,130,132,135,148,151, 167, 168, 169, 178,180,185,186,191,192,193,194,195,200,201,204, 205, 206, 209, 210, 213,216,219,229,233,237,243,249,250,251, 254, 255,256,257,259,260, 261,265,266,267,269,275,277,280,285,286,288, 289,291, 292,293,294, 295,296,298,299,300,301,302,303,304,306,307, 308,309, 310,311,313, 314,315,316,317,318,319,321,322,324,326,328,329, 331, 333, 334, 335, 338,343,354,355,356,357,360,361,366,369,370,372, 373, 374, 377, 380, 381,382,385,386,394, 395,396, 399,400,402,403,404,405,406,408,409, 410,411,412,418,420,421,422,424,425,427,428,434,437,439,440,441, 444,445,447,448,450,453,454,455,456,457,463,465,466,468,469,470, 472,476,480,481,483,484,485,487,489,492,495,496,497,498,499,500, 501,502,503,504,507,511,513,514, 515,517, 518,519,527,529,534,536, 544,551,552,553,554,556,557,562,565, 566, 567,569,570,577,579,600, 601,603,604,605,606,608,611,612,613,615, 616,617, 619,620,621,623, 624,626,627,629,630,631,632,633,634,636,637, 638,640, 641,642, 644, 645,650,651,653,655,658,659,664,666,669, 670,672, 673,675, 676,679, 681,684,694,700,706
II
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914
INDICES
ÕlKalOauv~ -615, 631, 638, 646, 663
õlKalW~ata ~ 159, 160, 16~, 324,611,613,637,657,660,669,675 ÔlWKEl v-28)
õOKl~a(ElV -272, 27), 32~, 392, )97, 411, 415, 416, 67; õo~a· 88,173,177,179,209,228,249,270,283,288,339,385, 407, 408, 411, 420, 421,422,423,435,437,441,460,464,473,475,476,480,4~1,485,491,507,
;09,)13,514,)20,521,)56,599,600,606 bOUAElU - 228, 28~, j04, 414, 421,
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·112,120,400,405,411,418,665 ÔOUAOÇ • 174, 376, 377,405,417, 665
ÔOUAEUElV
õuva~El~ ·177, 190, 195,209,215,228, 235, 2~~, j20, 59J, 613 (v, aYYEAol)
ÍNDICE DE TERMOS GREGOS (seleção)
àyáTT'" - 189, 196, 203, 238, 267, 272, 284, 297, 325, 332, 357, 358, 371, 390, 395, 396, 397, 399,402,409,411,412,415,417,418,419,421,465,473,508,509, 516,517,579,597,606,609,612, 616,617,619, 620,622,625,630, 631,645, 664,673,674 ãYYEÀOL (&PXal, õuvá.~ELÇ, EçouolaL) - 228, 288, 320, 593, 595 àYLá(w (àYLOÇ, àYLaa~óç) - 187, 412, 487s., 615, 637 ãyvoLa - 111, 112,571,655 à8avaola - 200, 204, 382, 470, 493, 550, 553, 640, 641 alõwç - 674, 678 alwv-42, 115, 120, 121, 122, 161,211,324,354,363,421,424,434,447,448,450, 452,463,465,468,469,503,504,514,556,606,608,616,640,667 &À1Í8ELa - 112,228, 235, 353,434,436,446,447,455,476,488,491,498, 499, 507, 508,514,515,581,637,640,664,671 à~ap~la- 150, 162, 187,248,250,253,257,258,259,260,265,267,273,278,285, 304,305,306,310,313,321,322,326,327,330,338,341, 347, 353,356, 363, 364,395,396, 398,400,405,406,414,423,453,455,486,494, 512,515,524, 527,618,620,638,644,656,658,673 &V8pWTTOÇ-249,257, 258,259,261,262,285,288,289,290, 294,322,324,330,360, 368,400,407,479,496,566,582,625,655 à1TÉXEa8aL - 152, 153, 618, 629, 672, 675 &TToKaÀú1T~ELV - 339 àTToÀú~pwaLç- 131,258,335,412,421,597,604,624 &TTÓO-rOÀOç - 290, 544, 583, 585 &pE~1Í - 111, 117, 167,324,385,435,616,617,663,677,678 &PXa( - 228, 288, 320, 593, 595 (v. &YYEÀOL) ãpxwv-227,231,232,444,470,489,491,514,640,646,659 &Q>EOLÇ (rrôv á~apnwv) - 81, 188, 352, 386, 597, 624, 633, 663 0:Q>8apo(a - 122, 211,283, 395, 556, 604, 606, 617, 637, 640, 646 PaOLÀEla
~OÚ
8EOÚ - 40ss., 122s8., 244
YLVWOKELV - 112, 3978., 507s8., 57288., YP"'YOPEI.V - 122, 150, 229, 610
ÍNDICE DE TERMOS GREGOS
1Íf.!Épa (6pyfJç) - 121s., 3538.
915
EYKpá't"ELa - 617s., 637, 672ss., 676 EYW EL~L -432,438,450,456,467,494,498,499,500,502,594 ElvaL EK - 447, 448 ElPTÍVT] - 175,231,268,271,284,338,351,357,358,390,412,413, 434, 519, 522, 607 EKKÀT]oía - 47,79,80, 132, 138, 140, 141, 187, 234, 235, 237, 283,376,378,436, 528,534,538,543,553,554,578,579,596,597,607, 608,617, 626, 634, 635, 641,667,669,686,702 EÀEoç - 347,616, 661 EÀEu8Epía - 168, 236, 237, 277, 304,402,405,409,416, 573, 609, 620, 655 E,J..lríç - 388,389,390,391,392,393,394,419, 421,580,612,614,615,619,620, 621,623,628,635,638,639,640,664,673 EV't"OÀ1Í - 209,286,291, 306, 308, 309, 310, 311, 312, 322, 324, 331, 405, 483, 493, 516,517,518,562,583,620,637,645 Eçouoía - 236, 416s. ,l:' "1 E~OUOLaL - v. aYYEII.OL ETTíYVWOLÇ - 112,327,571,572,625,639 ETTLEíKELa - 678 ETTL8uI..LELV (E-rTLSUl..Lía) - 149, 264, 282, 284, 285, 301, 305, 410, 435 ETTLKaÀELo8aL - 175ss. ETTíOKOTTOÇ - 541, 549, 679 ETTLO't"pÉ
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ÍNDICES
voüç-206,236,260,264,268,269,270,272,274,278,279,285,322,325,354,411,435 ÓI..L0ÀOYELV (Ól-I.oÀoyía) - 386s., 581s. oV0l-I.a -,82, 175ss., 184s., 188ss. 0PYtÍ - 121, 353s. ÓO LOÇ - 617, 626, 638, 664 TTapáYYEÀl-I.a - 637 TTapáõooLÇ - 84, 87, 89, 108, 127, 129, 359, 537, 562, 563, 564, 566, 569, 573, 584. 585 napaStÍKT] - 546. 562 napáKÀll't"OÇ - 435, 503, 510, 525, 526, 527
8ÉÀ.EL v (8ÉÀ.llt-LU) - 281 L\ao't1Ípl.Ov - 89, 131 Ka8f1Kov - 117, 678 KaLvóç - 145, 657 KaÀ.ELv - 177,436,548,577,581,684 KapõLa - 127, 150, 162, 164, 167, 187, 188, 271, 278, 279, 280, 281, 282, 284, 285, 293,294,295, 358,381,386,389,409,411,435,490,524,602,611,632 Ka'taÀ.À.aY1Í - 351, 352 KauxãoBaL -236,237,280,294,302,303,327,331,345,368,384, 390, 393,400, 435,457 KTÍpuYjJ.a - 134, 135, 544 KÓOI-J.LOç - 678 KÓOI-l0ç - 110, 113, 151, 234, 246, 265, 288, 294, 301, 303, 305, 308, 315, 316, 317, 318,319, 320,400,404,423,426,427,434,435,443,445,448,449,454,455, 466,490,519,520,625,628,640,659,670,674 KPLVELV (KpLl-la, KpLOLÇ, KpL't1Íç) - 120, 121, 124, 272, 273, 494, 563 K'tLOLÇ - 288ss. KÚPWÇ- 65, 73,94,95,115,125,170,171,173,175,177,179,181,359, 385,462, 466,601,701 À.aóç - 144s., 611 À.0yL(EoBaL - 236, 273, 337, 385 Aóyoç - 182,498 jJ.lX.Ká.p LOÇ - 118 I-lap'tup La - 502, 505 I-l(i'ta toç - 151 I-lEpLl-lvãv - 151, 283, 284, 285, 294, 300, 301, 303, 307, 435 I-lE'távOLlX. - 118, 120, 151,271,353,386,511,592,609,611,612,620,636,639,656, 660,661,663,669 I-lOVOYEV'IÍÇ - 465 jJ.op$1Í - 248 v1Í$EL V
122 vólljJ.a - 270, 384, 435 VÓjJ.LjJ.lX. - 637 VÓl-loç-49, 159, 161, 162, 168,257,282,316,322,323,324,325,328,329,332,346, 347,348, 354,391,399,401,407,414,415,418,436, 587,609,611,647,655, 657,660,669 -
ÍNDICE DE TERMOS GREGOS
917
oodií« - 207, 209, 212, 283, 294, 299, 317, 318, 319, 360, 390, 394, 398, 399,409,
iTlXplXÀlX~~VELV - 562,
563 iTlXpOOOLlX - 69, 125, 129, 162,249,420,522,524,641,644 TIlXPPTJOLlX - 394, 474, 476, 478, 520, 524, 614, 637 7TE1TOLSÉVO:L -
136, 303, 327, 388, 393, 394
TIEpLTIlXTElv -
148, 151,266,267,295,297,299,400,405,409,411,421,423,445,
517,680 nlortç - 113, 118, 120, 127, 135, 136, 137, 160, 207, 209, 235, 245, 247, 277, 282, 296,316,323,325,329,333,334,338,339,343, 345,346,348, 349, 353,382, 383,384,385,386,387,388,390,392,393, 394,396,397,398, 399,401,402, 403,418,436,491,505,510,562,572,574,576,580,609, 612, 613,614, 616, 619,620,621,622,623,625,627,628,629,631,632,634, 635, 637,638, 639, 645,646,647,649,662,663,664,672,673 TIÀUVTj - 111, 571, 655 TIVEÚ~a - 83, 110, 181, 188, 191,205,206,207,208,210,211,212,213,215,216, 219,220,233,234,236,248,249,251,254,255,258,259, 260, 261, 262, 263, 264,265,266,267,268,270,272,279,280,282,284, 285 293, 294,295, 296,297,300,301,304,308,312,319,332,338,356,358, 376, 379,402,404, 405,407,408,409,410,411,412,418,423,435,457,462,491,492,495,525, 549,550,579,611,613,615,616,617,618,619,624, 628, 631,634,638,643, 644,646,647,656,659,662,663,666,667,701 TIpEOPUTEpOL - 103, 541s., 546, 620 TIpÓVmlX - 111, 116, 592 TIpooTáy~aTlX - 160, 168, 636, 637, 639, 669, 675 TITWXÓç - 81 1292,
aápç - 292, 25688., 286, 29188., 29888., 618, 624, 629,634,638, 643, 6458.,6588.
320, 321 OE~VÓÇ - 664, 678 oTJf.l.Ela - 475, 476, 489, 493, 508 OKOTIELV - 283 oKoTLa (oxóroç) -228, 434, 443, 450, 451,453,454,499,513,518
muavâç -
·
J/~,J/J,J/~,J/J,J/U,JJO,JJ~,Ul~,OlJ,O~J,O~O,OJU
OrOlxElO'. - 228, 304, 316, 319, 320, 578, 595 OUVElÔllOlÇ - 117, 268, 269, 271, 273, 274, 275, 276, 277, 279, 395, 411, 435, 615, 632, 678 mppO'.y(ç - 1888. oX~~o: - 248, 308, 318, 366, 424 O(~~o: - 247, 374 ow~o: Xploroü- 106, 141, 193, 199,234,250,378,379,400,408,528,535,553,578, 596,626,634 owr~p (oWrTlPLa, OW9~VO'.l) - 125, 603, 604, 617, 641 ow4>pooúvll - 632, 674, 678 rO'.'ITElvOQ>POOÚlJTl - 419, 630 ULo9TlOlO: - 342s. utoç roi) &v9pw'ITOU - 65, 69s., 75, 95s., 126, 467, 603 Ú'ITO:Ko~-314, 355,360,369,371, 383,384, 385,388,401,405,406,614 Ú'ITO~OV~ - 614, 622, 632 4>ó~oç
- 3038., 390s., 6648. Q>POVElV - 179, 271, 298, 408, 411, 678 Q>ÚOlÇ - 116,435,452,471,501,512,514 Q>wç - 228, 443, 4458. Q>WtlO~Óç - 195 XO'.pá - 412s., 5198. XápLÇ-83, 175, 176,209,210,212,263,325,328,329,331,332,338,346,347,348, 349,350,353,354,355,356,357,358,359,383,388,390,391,393,395,396, 399,402,403,406,409,424,436,447,476, 510,587, 612,615,619,626, 629, 633,636,638,641,646,661,662,663,667,668 xáplo~o:-207,209,213,346, 355,396,397, 398,408,436,543,639,646,668 XPTlorótTlç - 348, 391, 674, 678 xplo~a - 492, 525 EV XplorQ - 379, 399s., 649, 650 $UX~
- 259, 261, 263, 265, 267 $UXlKÓÇ - 229, 261, 310, 312
I
920
4J088. 6.788, 7.68. 7.988. 7.158. 7.2488.
8.11s. 8.2788. 8.31
8.38 9.288. 9.7
INDICE5
45 91 55
6.43
51
9.62
56
10.238. 10.2988. 10.3088. 11.588. 11.20 11.318. 12.32 12.49 13.1s8.
46 90 43
56 99 44 658" ~7
698. 59,698. 66,70,87
93
10.19
56 56 62 44 45 79, 91 87
60
,
,
INDICE DE PASSAGENS BIBLICAS E EXTRABÍBLICAS (seleção)
Mateus 1.1 SS. 4.1ss. 5.3ss. 5.17-19 5.21-48 5.2388. 5.298. 5.438S. 6.1s8. 6.9ss. 6.1988. 6.228. 7.7ss. 8.5ss. 8.17 8.22 9.3788. 10.58. ] 0.17 10.23 ]0.28 10.3488. 10.40 11.5 11.6 11.19 12.36 12.39 13.318. 13.448s.
68,93 66 60 54,90,98 5188. 55,96 48 57 548. 62 47 52 62 99 71 46 91 99 97 99 63 87,90 87 44 46 56 63 59 45 46
15.24 16.17ss. 16.18s. 16.19-10s. 17.12 17.2488. 18.1588 18.218. 18.2388. 19.28 20.1ss. 21.2888. 23.1ss. 23.13 23.25-28 23.3488. 24.27 24.37 25.1488
86,90 87, 91 79 105 70 54,97 91, 105 57 63 79,91 52 60 59 63 55s. 60 68s. 69s. 52
Marcos 1.9ss. 1.15 2.5ss. 2.1588. 2.17 2.188. 2.19 3.4 3.35 4.2688.
66 60 105 56 60,86 56 55 56 47 458.
ÍNDICE DE PASSAGENS BÍBLICAS E EXTRABÍBLICAS
5.24s. 5.24
468, 527 450
15 .2 2 1 15.2ó
455,494 527
921
9.31 9.37 9.3888. 9.43 9.47 10.28s. 10.16 10.1788. 10.338s. 10.45 11.1ss. 12.2888. 12.35s8. 12.388s. 13.9 14.21 14.22ss. 14.28 14.41 14.62 16.7
70 87 91 48 48 53 87 54 69 69 66 54,56 68,93 59 97 69 198 87 69 69 87
Lucas 1.1 ss. 1.69 2.1s8. 3.18. 3.22 3.23s8 6.20s 6.24-26
~
,.
558 94 558 558 181 93 43 59
.
I. I
d,
I
,
~.
922
• ..•t-'u
i4" " I ..
4o I
I'
''',o.ll
'< -. ' I ·
13.34s. 14.1588. 14.2688. 14.288s. 15.188. 15.11ss 16.15 17.7 17.2188. 17.25 17.33 18.188. 18.988. 21.20ss 22.29s. 22.28s. 22.318. 24.26s. 24.34 24.50ss.
87 48 47 48 60 63 52 52 43 70 53 62 52,63 558 79 91 87 88 87 88
João 1.18s. 1.14 3.388. 3.5 3.16 3.18 3.19 3.36 4.49s.
182,454 446,471,507 194 190,492 465 468 454,4678. 452s.,469 77
1'1111-1 .,.i+-
-
'I ..... ~-, ... I . . .
1'1.
t,.
i
-,
1<
1'"11"
ÍNDICES
20.298. 21.988. 21.18 21.25 22.16
225 83 103 100 187
Romanos 1.3 1.4 1.18-3.20 1.198. 2.18
928., 564 67 311, 325 287 325
10.3 10.4 10.9 10.10 11.36 12.2 13.8-10 14.7-9 15.26
330 326, 344 127, 174, 381, 3868. 389 1158., 287 325, 397 418 124, 404, 4278. 81
1 Coríntios 1.1888. 236
5.25 6.25 6.31s. 6.35 6.38 6.51 6.51b-58 6.61 6.69 7.16 7.17 7.37 7.46 8.12 8.24 8.28 8.31-34 8.30-32 8.42 8.43 8.51 9.39 9.41 10.388. 10.9 10.10 10.11.14 10.38 11.258. 12.31 12.36 12.46 12.46-48 13.4 13.318. 13.33 14.6 14.888. 14.17 14.228. 15.1,5
506 450 77 499 483 450 201.492 479 509 450 503 451 496 450,499 499 494,499 488 235, 509 464 478 451 453, 467s. 453 513 499 466 499 509 469, 4988. 231 520 453 451. 4698.• 495 492 4808. 521 4988. 482,494,507 491 491,521 499
16.7-11 16.16-24 16.22 16.28 17.3 17.8 17.22s. 19.34s.
461. 527 490 490 464 447.463 508 520s. 194
Atos 1.3S8. 1.21s. 2.22 2.36 2.42s. 2.45 2.46 3.20 4.12 4.24 4.25 4.34s8. 4.6-8 6.188. 8.488. 8.328. 10.18s. 11.1988. 11.28 11.30 14.1588. 14.23 15.29 17.18 17.23 17.2388. 17.288. 17.30 17.31 17.32 19.188
88 103s. 181 67 82 106 97, 101 556 184 114 94 106 108 998. 100 71 99 100, 105, 108 83 103 113 546 103 123 111, 558 113 117, 558 111, 1188. 120, 124 123 190
ÍNDICE DE PASSAGENS BÍBLICAS E EXTRABÍBLICAS
15.98 15.1288.
349 123,422
I
6.38. 6.14
419 303,400
923
2.588. 2.288. 3.9 3.20 3.23 3.24 3.248. 4.13-16 4.25 5.8 5.12-19 5.19 5.20 6.288. 6.6 6.11 6.128. 6.14 7.5 7.788. 7.10 7.1488. 7.23 7.24 8.3 8.10 8.13 8.188. 8.2088. 8.248. 8.388.
121 293 326 344 347 351 89 329 89, 129 3578. 228,312,346,369 3408. 356 192 400 406,423 250 406 308 243, 30888., 328 308, 322 257,269,305,309,330 269, 364 257, 308 363 265 253,256 339 228, 288 389 2888.
924
230, 236 211 121 4048., 4278. 121 4248. 176,265 315 318 187 4158. 251 265 259 238,427 236 11388., 287 106 418 77 199 200 277 19888. 113 175,402 379 207,54388. 223 71, 129 87
ÍNDICES
1 Tessalonicenses 1.9 1128., 120, 125 120, 125 1.98. 4.5 111 4.1588. 125
1 Timóteo 1.38. 2.18. 3.16 4.388. 4.138. 6.13
2.6s8. 2.1388. 3.1388. 3.21-23 4.5 4.128. 5.3-5 5.6 5.10 6.11 6.12 6.1388. 6.17 7.188. 7.29-31 8.188. 8.488. 9.188. 9.208. 10.188. 10.168. 10.21 10.29 11.2388. 12.2 12.3 12.13 12.28 15 15.3 15.588.
577 557,681 232, 599 224, 577 548 130, 564
1 Pedro 1.3 1.58. 1.14 1.21 2.5,9 2.2288. 3.1888. 3.21
128, 147, 194 556 111 128 540 . 71 231,599 187
2 Pedro 1.3-11
616
1 Cl
1Q'7
15.21 15.28 15.4488. 15.45 15.4588.
229 287 229,311 261 310
2 Coríntios 1.22 3.2 3.6 4.5 4.108. 4.13 5.188. 5.10 5.16 5.21 6.88. 7.1 8.9 9.8 12.288. 12.9 12.98. 12.12
190 280 308,326,331 175 256 402 258 121, 325 297 341 425 148 230 397 258 348 424 104
Gálatas 1.14 2.1-10 2.10 2.1188. 2.16 3.10 3.19 3.21-25 3.28 4.88. 5.4 5.5 5.24 5.25
243 100 81 100 326 3258. 328 328s.,339 377 111 326
389 400 406,409
Efésios 1.13 1.17-19 2.188. 2.58. 3.88. 3.188. 4.6 4.888. 4.18 4.2288. 5.888. 5.14 5.2588. 5.26
190 579 656 193, 607 579 579 1158. 230 111 1488., 656 2298. 229 234 187
Filipenses 1.98. 2.688. 2.10 2.128. 3.888. 3.108. 3.1288. 3.20 4.7 4.1188.
397 66,174,181,230,365,602 173 391 235, 388 366,400 147, 3928., 396 125, 147 271 427
Colossenses 1.98. 1.1288. 1.15-20 1.24 2.8 2.15 3.188. 3.2ss. 3.58S. 3.16
572 191,602,6068. 182,231,234,578,596 370 578 230 193, 655 624 148 602
ÍNDICE DE PASSAGENS BÍBLICAS E EXTRABíBLICAS
1.18 2.2s8.
128 224
I
5.1 5.6
149 149
925
2Timóteo
2.8 2.11 2.18 2.23
92, 127 193 223 577
Tito
1.9 2.13 3.5
548 556 147, 190, 194
Hebreus
1.188. 1.3 2.10 2.11s 2.14s 2.17 3.788 6.1 6.2 6.4 6.6 9.28 10.22 11.6 13.14
179 182 115 233 128 233 77 113 120, 122 6138. 656 71 187 120 147
2.16 3.188.
575 223,555,616
1João
1.4 1.5 1.7 1.9 2.78. 2.19 2.20,27 2.28 2.29 3.2 3.9 3.23 3.24 4.9 4.13 4.14 4.16 4.17 5.4 5.14s. 5.19
520 224 486 486s. 518 225 492 522 513 522 513 516 525 465 525 4638. 465, 509 522 491 524 224
Judas
8ss.
600
Tiago
1.25 2.148s.
6098. 575, 6098.
Apocalipse 1.8 594
Sign In