Técnico em Agroindú Agroindústria stria Introdução a Agroindústria Cristiane Brauer Zaicovski
Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas - Visconde da Graça
Pelotas-RS 2012
Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância
© Campus Pelotas - Visconde da Graça Este Caderno oi elaborado em parceria entre o Campus Pelotas - Visconde da Graça e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-T e-Tec ec Brasil. Equipe de Elaboração Campus Pelotas - Visconde da Graça - CAVG Coordenação Institucional Cinara Ourique do Nascimento/CA Nascimento/CAVG VG Proessor-autor Cristiane Brauer Zaicovski/CAVG Projeto Gráfco Eduardo Meneses Fábio Brumana
Equipe Técnica Maria Isabel Giusti Moreira/CAVG Pablo Brauner Viegas/CAVG Rodrigo da Cruz Casalinho/CA Casalinho/CAVG VG Diagramação Maria Isabel Giusti Moreira/CAVG Revisão Cristiane Silveira dos Santos/CAVG Marisa Teresinha Pereira Neto Cancela/CAVG
Ficha catalográfca
Apresentação e-Tec Brasil Amigo(a) estudante! O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos caminhos encontradospara que essa expansão se eetive com maior rapidez e eciência é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os estudantes que requentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de 300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a distância, oerecidos por instituições públicas e privadas de ensino. Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de ormação ormação de proessores, em nível superior. Para expansão e melhoria da educação prossional e ortalecimento do Ensino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oerecer aos jovens das perierias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportunidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo do trabalho e, dessa orma, com elevado potencialpara o desenvolvimento produtivo regional. O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação Prossionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED) do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e ederais. O Programa apóia a oerta de cursos técnicos de nível médio por parte das escolaspúblicas de educação prossional ederais, estaduais, municipais e, por outro lado,a adequação da inra-estrutura de escolas públicas estaduais e municipais. Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de adequaçãode escolas e 74 instituições de ensino técni co, as quais propuseram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas prossionais.
O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades ederativas. A perspectiva do Programa é que sejam oertadas10.000 vagas, em 250 polos, até 2010. Assim, a modalidade de Educação a Distância oerece nova interace para amais expressiva expansão da rede ederal de educação tecnológica dos últimos anos: aconstrução dos novos centros ederais (CEFETs), (CEFETs), a organização dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi. O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva e participaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação prossional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, sustentados pela ormação continuadade proessores e pela utilização dos recursos tecnológicos disponíveis. A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua ormaçãoprossional e na sua caminhada no curso a distância em que está matriculado(a). Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.
Sumário Apresentação Apresent ação e-T e-Tec ec Brasil
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Sumário
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Indicação de Ícones
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Palavra do proessor proessor-autor -autor
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Outros - instituição validadora
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Apresentação da Disciplina
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Projeto instrucional
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3 Agroindústria
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3.1 Va Vantagens ntagens da Agroindustrializ Agroindustrialização ação 3.2 Matéria-Prima 3.3 Aproveitame Aproveitamento nto da Matéria-Prima
4 Sistemas Agroindústriais (SAGs)
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4.1 Denição 4.2 Componentes dos SAGs 4.3 Mudanças nos SAGs
21 21 23
Atividades de aprendizagem
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Reerências
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Currículo do Proessor
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Indicação de Ícones Os ícones uncionam como elementos grácos utilizados para acilitar a organização e a leitura do texto. Veja a unção de cada um deles:
Atenção: Mostra pontos relevantes encontrados no texto.
Saiba mais: Oerece novas inormações que enriquecem o assunto como “curiosidades” ou notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: Utilizado para denir um termo, palavra ou expressão utlizada no texto Midias integradas: Indica livros, lmes, músicas sites, programas de TV, ou qualquer outra onte de inormação relacionada ao conteúdo apresentado. Pratique: Indica exercícios e/ou Atividades Complementares que você deve realizar. Resumo: Traz uma síntese das idéias mais importantes apresenta das no texto/aula. Avaliação: Indica Atividades de Avaliação de Aprendizagem da aula.
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Técnico em Agroindústria
Palavra do proessor-autor proessor-autor Prezado (a) aluno (a), A área de Ciência e Tecnologia de Alimentos encontra-se em ranca ranca expansão. A Agroindústria está mais moderna e diversicada, oerecendo, ao mercado consumidor cada vez mais exigente, uma série de novos produtos, sempre com muita qualidade. Através da disciplina de Introdução à Agroindústria, trabalharemos os principais conceitos relacionados à Ciência e Tecnologia de Alimentos, à Agroindústria e Sistemas Agroindustriais e introduzir as Principais Operações Unitárias realizadas na Agroindústria e Equipamentos empregados. Para melhor entendimento da disciplina, há disponível um Fórum de Avisos e um Fórum de Dúvidas que os ajudará na realização das atividades propostas. Seja bem-vindo (a) ao espaço da disciplina de Introdução à Agroindústria! Lembre-se: Há uma equipe que trabalha para que você supere s upere suas diculdades.
Conte conosco! Proessora Cristiane Brauer Zaicovski
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Outros - instituição validadora
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Apresentação da Disciplina
Prezado (a) aluno (a), Seja bem-vindo (a) ao espaço da disciplina de Introdução a Agroindústria, Nesta disciplina, será possível obter-se uma visão sobre os conceitos da Ciência e Tecnologia de Alimentos, as principais alterações alimentares, principais equipamentos utilizados na indústria e ver os principais conceitos relacionados a agroindústria. Essa disciplina está dividida em três unidades dispostas em duas semanas. Na primeira semana, estudaremos conceitos básicos relativos a Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Alterações Alimentares e Agroindústria. Na segunda semana, conheceremos as principais operações unitárias e equipamentos utilizados na agroindústria. Lembre-se: Há uma equipe que trabalha para que você supere sua diculdades. Conte conosco! Proessora Cristiane Brauer Zaicovski
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Técnico em Agroindústria
Projeto instrucional Instituição:
Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas - Visconde da Graça Nome do Curso: Técnico em Agroindústria Proessor-autor: Cristiane Brauer Zaicovski Disciplina: Introdução a Agroindústria
PROJETO INSTRUCIONAL Ementa básica da disciplina: A disciplina de Introdução à Agroindústria
abordará os conceitos relacionados à introdução a ciência e tecnologia de alimentos, alterações alimentares, agroindústria e sistemas agroindustriais e equipamentos utilizados na agroindústria.
Semana
Aula
Recursos
1. Introdução a Ciência e Tecnologia
Conhecer os principais undamentos da Ciência e Tecnologia de Alimentos
Unidade Curricular 1
2. Principais Alterações nos Alimentos
Conhecer os principais agentes que alteram as características sensoriais dos alimentos
Unidade Curricular 1
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3. Agroindústria
Defnir e reconhecer os diversos tipos de agroindústria
Unidade Curricular 2
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4. Sistemas Agroindustriais (SAGs)
Conceituar o que são os Sistemas Agroindustriais e os reconhecer os principais atores que atuam.
Unidade Curricular 2
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5. Equipamentos Utilizados na Agroindústria
Conhecer os principais equipamentos empregados na transormação da matériaprima em produto agroindustrial
Unidade Curricular 3
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1ª
2ª
3ª
Carga Horária (Horas)
Objetivos e aprendizagem
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3 Agroindústria
Objetivos da aula Denir e reconhecer os diversos tipos de agroindústria
É um tipo de empresa que matéria-prima de origem animal e/ou vegetal envolvendo transormação e conservação através de alterações ísicoquímicas, armazenamento, embalagem e distribuição. distr ibuição. Com o aumento da produção de alimentos para atender aspectos sócio-econômicos e demográcos, criou-se a necessidade do homem aprender a conservar os excedentes e perecíveis por mais tempo. Essa situação que inspirou a criação e o processo da indústria de alimentos. A agroindústria se relaciona com vários ramos da Ciência: química, ísica, turismo, biologia, engenharia, veterinária, agronomia, topograa, zootecnia, matemática. Para a obtenção da melhor matéria-prima para a agroindustrialização é necessário um planejamento para a produção desta, que vai desde o plantio dos vegetais e seleção de reprodutores animais até a ase em que o alimento é utilizado para a elaboração de um produto derivado. Em todas as ases da agroindustrialização, o objetivo é que a matéria-prima satisaça sempre as exigências relacionadas com seu valor nutritivo, com suas características sensoriais, com sua sanidade e sua capacidade de resistir ao processamento.
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Figura 3.1 Fluxograma da Agroindustrialização Matéria-Prima (Selecionada)
Benefciamento (Limpeza, Higienização, Seleção)
Elaboração (Operações de natureza física, química e biológica)
Preservação e Conservação (Eliminação de microorganismos patogênicos e enzimas)
Armazenamento (Embalagem, tal como, vidro, papel, lata, plástico)
3.1 Vantagens da Agroindustrialização •
maior tempo de vida útil;
•
melhor qualidade sensorial (cor, sabor, aroma);
•
obtenção de produtos dietéticos;
•
•
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obtenção de produtos modicados através de salga, dessecação, etc.; melhor acondicionamento e apresentação dos produtos;
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•
consumidores adquirem produtos ora da época de sara (por exemplo, polpa de ruta congelada);
•
consumidores podem adquiri produtos típicos de outras regiões;
•
utilização de resíduos.
3.2 Matéria-Prima Classicada segundo sua procedência. •
Vegetal: Veg etal: arroz, cebola, laranja, pêssego;
•
Animal: aves, bovinos, suínos, pescado;
•
Mineral: sal de cozinha, bicarbonato de sódio;
•
Sintéticos: aspartame, cliclamato de sódio.
3.3 Aproveitamento da Matéria-Prima Classicada de acordo que é utilizada na elaboração de um produto. •
Inteira: compota, carne enlatada;
•
Desgurada: extrato de tomate;
•
Secos ou dessecados: charque;
•
Extração: suco de rutas, óleo vegetal;
•
Misto: picles.
•
Bebidas alcoólicas: ermentadas (cerveja, vinho), ermento-destiladas (cachaça. uísque);
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•
•
•
Queijos e produtos lácteos: iogurte, bebida láctea, doce de leite; Produtos de coneitaria: balas, bombons, chocolate;
•
Óleos comestíveis e margarina;
•
Ovos e produtos derivados;
•
Pescados e rutos-do-mar;
•
Geléias, doces em massa produtos similares;
•
Carne: bovina, suína, ovina, aves;
•
Açúcares e xaropes: sacarose, glicose;
•
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Cereais, panicação e massas alimentícias: arinhas, pães, tortas, biscoito, massas;
•
•
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Bebidas não-alcoólicas: rerigerantes, suco de rutas, leite, caé, chá;
Vegetais: conservas, ermentados, Vegetais: ermentados, congelados, desidratados, minimamente processados; Ingredientes especiais: condimentos, sal, pectina, gelatina, amido;
•
Alimentos para crianças;
•
Sopas: congeladas, desidratadas;
•
Alimentos pré-prontos.
Técnico em Agroindústria
4 Sistemas Agroindústriais (SAGs) Objetivos da aula Conceituar o que são os Sistemas Agroindustriais e os reconhecer os principais atores que atuam.
4.1 Defnição Sistema Agroindustrial, a SAG, consiste na sequência de atividades que transormam a matéria-prima em um produto pronto para o consumidor.. Também dor Também consiste nas relações contratuais entre empresas cujo objetivo nal é disputar o consumidor em determinado produto.
4.2 Componentes dos SAGs Os componentes do SAG se inter-relacionam e operam dentro de uma cadeia produtiva, da produção de insumos a chegada do produto nal ao consumidor.
Figura 4.1 Componentes dos SAGs Ambiente Organizacional: associações, pesquisa, cooperativas, frmas, inormação.
Insumo
Agricultura
Mídias integradas
Para saber mais sobre SAG Uva
Indústria
http://www.sober.org.br/ palestra/9/590.pd
Consumidor
Distribuição Varejo
Para saber mais sobre SAG Carne Bovina
Distribuição Atacado
http://galileu.undanet.br/ jornada/artigos/adm/helio_ sena.pd
Ambiente Institucional: cultura, tradições, educação, costumes
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4.2.1 Insumos - Agricultura Consiste na produção primária, agentes atuantes na geração de matéria-prima para a agroindústria. Representa um dos elos mais confituosos no agronegócios porque são distantes do mercado nal, dispersos geogracamente e bastante heterogêneos. A produção agrícola é uma atividade de crescente complexidade, o que leva o agricultor a lidar com aspectos tecnológicos, mercadológicos, de recursos humanos e ambientais. Essa complexidade vem induzindo a mudança do perl do agricultor com muita rapidez em todo o mundo. Assim sendo, as empresas de insumos passam a perceber a importância de ajudar o seu cliente (agricultor) a resolver seus problemas, ao invés de apenas vender o insumo. Exemplos de empresas de insumos agrícolas: deensivos agrícolas (Monsanto, Bayer, Dupont, etc.), máquinas e tratores (Ford, Valmet, etc.), semenes (Agroceres, Cargill, etc.), ertilizantes (Copas, Trevo, etc.), rações animais (Purina, Guabi, Socil, etc.), produtos veterinários (Vallée, Boehringer, Boehringer, ect.).
4.2.2 Agroindústria Consistem nos agentes que atuam na transormação do alimento, denominadas de agroindústrias. Podem ser de Primeira Transormação, que adiciona atributos ao produto, sem transormá-lo ou de Segunda Transormação quando o produtos. Trata-se de um conjunto de atividades exercidas por empresas de portes variados, desde empresas amiliares, de pequeno porte, até grandes conglomerados internacionais. Por um lado, a agroindústria lida com o seu cliente, que é o agente distribuidor, os supermercados, por exemplo, onde necessita colocar seu produto a venda, em outras palavras, adquirir a prateleira. Em contrapartida, lida também com o seu supridor, o setor primário, com quem deve dividir margens da venda do produto.
4.2.3 Mercado Atacado A distribuição de alimentos para grandes centros urbanos passa por plataormas centrais cujo papel tem sido concentrar sicamente o produto e
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permitir que agentes varejistas se abasteçam.
4.2.4 Mercado Varejista A unção de distribuir produtos em grandes centrais passou a ser altamente especializada e realizada por agentes com dierentes características. Convivem no universo da distribuição tanto as grandes cadeias internacionais tais como, Carreour e Wal-Mart, cadeias nacionais, tais como, Pão de Açúcar.. Porém, pequenas empresas, tais Açúcar t ais como padarias e açougues, participam dessa etapa. O varejo de alimentos passa por grandes mudanças em todo o mundo, em especial com o aumento ao que se reere aos aspectos de qualidade, o que induz ao aumento da importância das marcas, selos de qualidade e rastreabilidade dos alimentos.
4.2.5 Consumidor Trata-se do ponto ocal para onde converge o fuxo dos produtos do SAG. O produto nal é adquirido pelo consumidor para satisazer as suas necessidades alimentares, que variam de acordo com a renda, preerências, aixa etária e expectativas, etc.
4.2.6 Ambiente Instituicional e Organizacional O fuxograma dos Componentes do SAG é amparado por duas margens: uma representada pelo ambiente institucional e outra pelo ambiente organizacional. O ambiente institucional são as regras do jogo representadas pelas leis, tradições e costumes que caracterizam as dierentes sociedades, portanto, de diícil mudança. O ambiente organizacional consiste nas estruturas que dão suporte ao uncionamento dos SAGs, tais como, empresas, universidades, cooperativas, associações de produtores, etc.
4.3 Mudanças nos SAGs O encadeamento dos elos dos SAGs é diversicado e complexo. O vaivém do fuxo de inormações nos sistemas é mais orte no sentido do
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movimento “para trás”, pois a reorganização sistêmica se inicia com as mudanças de padrões de consumo. A tabela abaixo resume o fuxo das tendências nos negócios agroalimentares Tabela 4.1: Tabela de Fluxos
Sentido Insumos/Consumidor
Sentido Consumidor/Insumo Consumidor/Insumoss Sentido Duplo
Fluxo ísico dos produtos logística) Fluxo de serviços Troca de direitos de propriedade Fluxo de comunicações (promoção) Fluxo de inormações Fluxo de pagamentos Fluxo de Pedidos Negociações Fluxo fnanceiro (fnanciamento)
Para acilitar o vaivém nesses fuxos, existem as chamadas empresas acilitadoras, que são aqueles que prestam serviços de transporte, estocagem, propaganda, serviços nanceiros, seguros, pesquisas de mercado, etc. O SAG sore infuência de vários atores: •
Macroambiente: principalmente ambiente econômico
(por exemplo, impactos da crise mundial que iniciou-se em 2008 sobre alguns SAGs brasileiros); •
Recursos Naturais: relativo a enômenos da natureza
(por exemplo, notícias de escassez de petróleo para o SAG da cana-de-açúcar); •
Tecnologia: uso de tecnologias (código de barras, inter-
net, produtos geneticamente modicados); •
Ambiente Institucional: que pode dividir-se em ormais
(leis e regulamentos) e inormais (tradição, costume). A seguir são analisadas as mudanças que impactam cada um dos Componentes do SAG:
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4.3.1 Mudanças no comportamento do CONSUMIDOR A segmentação dos mercados consumidores é uma importante característica que infuencia nas estratégias empresariais com respeito ao desenvolvimento e apereiçoamento de produtos e serviços. O mercado está, cada vez mais, ragmentado e as empresas estão ocando, ocando, em geral, os segmentos do mercado para melhor atendê-los. A partir do Plano Real (1994), o aumento da renda da população provocou algumas mudanças no comportamento do consumidor de alimentos e bebidas. As principais modicações são: •
Consumo ora do domicílio: observa-se uma grande expansão
dos negócios de ast-ood além da prolieração de restaurantes “a quilo”, os buets a balança pois são sinônimos de praticidade, rapidez, conveniência e adequação aos desejos dos consumidores. •
Segurança Alimentar: cresce a preocupação dos consumidores
quanto à origem dos produtos, presença de resíduos tóxicos e microorganismos patogênicos e ao estado de conservação dos alimentos. Associado à segurança alimentar, o conceito de rastreabilidade visando descrever na embalagem do produto todo o sistema produtivo do mesmo (origem, local de processamento, quem o distribuiu, etc.) é crescente nos segmentos de mercado mais exigentes. •
Estrutura etária: a população mundial cresce a uma taxa apro-
ximada de 1,5% ao ano; porém, a população com mais de 65 anos cresce 2,7% ao ano. No Brasil, verica-se a tendência de um aumento na participação dos idosos na população total do País. •
Conveniência: a expansão de lares com menor número de mo-
radores e o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho têm levado ao consumo de produtos de ácil preparo e cocção, muitas vezes com embalagens individualizadas. A urbanização da população também ortalece estas mudanças
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•
Valores de Aspectos Culturais, Regionais e Exóticos: produtos
exóticos, ligados ao ator da atratividade pelo que é novo e da diversicação na alimentação, têm mercado crescente, o que abre uma oportunidade no exterior às comidas típicas e rutas tropicais do Brasil, oerecidas no ormato desejado de conveniência e segurança por estes consumidores. •
Preocupação Ambiental: a abordagem do desenvolvimen-
to sustentável de mercado tem induzido algumas empresas a ocar suas estratégias em consumidores “verdes”, através do posicionamento de produtos “ambientalmente limpos” ou pela melhoria da imagem corporativa, através do envolvimento ou, ainda, pelo patrocínio em programas ambientais. Por exemplo, produtos orgânicos, com selos e outros atores de dierenciação, são valorizados por esse segmento de mercado e realçados nas embalagens como um dierencial. Também há o debate em relação aos produtos geneticamente modicados, que não estão tendo aceitação em alguns segmentos de mercados, particularmente na Europa. Não se pode esquecer dos chamados “produtos populares”, que, mesmo não sendo direcionados a atender, na sua magnitude, os padrões de consumo anteriormente citados (à exceção da segurança alimentar), se direcionam ao enorme segmento de consumidores com maiores restrições orçamentárias. •
Direitos e Exigências Legais: cada vez mais as empresas têm
que se adaptar as regulamentações técnicas que visam, na maiori das vezes, ao beneício e proteção aos consumidores pois os códigos de deesa de consumidores estão muito rigorosos e controles maiores estão sendo eitas às empresas.
4.3.2 Mudanças no Setor de Distribuição (ATACADO e VAREJO)
O setor de distribuição têm crescido em importância e poder de negociação nas relações do SAG, pois identica mais acilmente as tendências de consumo e coordena o fuxo de inormações e mercadorias na cadeia
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produtiva. Através desse setor permite-se saber quem compra, quando, quanto, o que é. Também há o crescimento acentuado de lançamentos de marcas próprias pelos varejistas e atacadistas destinadas a varejistas menores, acirrando disputa e o valor do espaço nas gôndolas, pois geralmente são mais baratas. Hoje em dia, a otimização da produtividades das gôndolas gôndolas tem sido valorizado através de pagamentos adiantados por espaço (locação de lugar privilegiado), eliminação de custos, gestão por categorias de produtos e aumento de produções no ponto-de-venda, em detrimento da redução nos gastos com propaganda, nanciadas em grande parte pela indústria de alimentos. Também observa-se a perda de participação de mercado de ormatos tradicionais, tais como, eiras livres, açougues, lojas que não apresentam atrativos e prontas soluções aos consumidores. Serviços como entrega a domicílio e vendas via internet são cada vez maiores e vêm ocupando importante espaço na distribuição de produtos da agroindústria. As lojas varejistas em postos de combustíveis e as máquinas de vendas de produtos vêm apresentando crescimento de mercado.
4.3.3 Mudanças na Indústria Nos dias de hoje, verica-se uma estagnação do consumo de alimentos nos países desenvolvidos e com o consumo per capita em queda. Esta estabilidade européia e as menores taxas de crescimento nos Estados Unidos têm induzido as corporações agroalimentares desdes países se voltarem para mercados emergentes, tais como, Leste Europeu, Sudeste Asiático e América Latina, pelo potencial que estes mercados representam. Além do mais, um aumento na renda per capita az com que consumidores de extratos sociais de menor renda adquiram adquiram hábitos de consumo de consumidores que possuem renda superior. Com isso, há um aumento no consumo de produtos mais elaborados. Dessa orma, a perspectiva de aumento no consumo de produtos mais elaborados com crescimento e melhor distribuição de renda no País é considerável. Além do potencial de crescimento, alguns mercados do País já possuem signicativos valores de venda. A combinadores desses atores está atraindo investimentos de multi-
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nacionais, acirrando o ambiente competitivo no mercado interno brasileiro. A reorganização em setores industriais especícos, à busca de redução de custos devido à tendência de redução de margens pelos gastos com lançamentos de novos produtos, à redução no ciclo de vida dos produtos e às pressões exercidas pelos varejistas (inclusive pela expansão de marcas próprias) está induzindo uma crescente concentração na indústria de alimentos. Empresas de maior porte, além de apresentarem maiores vantagens em termos de escala, conseguem suportar os pesados investimentos em comunicação. As agroindústrias, empresas que ornecem produtos intermediários que são usados em indústrias de alimentos também seguem a grande maioria das tendências, com destaque à expressiva mudança no oco, antes orientado para a produção e agora mais direcionado à satisação das necessidades de seus consumidores industriais.
4.3.4 Mudanças na Produção Rural Dois atores vêm condicionando um cenário de mudanças no setor agrícola: a abertura comercial e a estabilização da economia. No Brasil está ocorrendo o contínuo deslocamento das regiões produtoras de grãos e, consequentemente, de carnes para a Região Centro-Oeste, pelo ato da terra ser mais barata em relação a áreas mais próximas a centros de consumo. O resultado é o aumento no tamanho médio das azendas. Também é nítido o deslocamento das regiões produtoras de gado de corte para o Norte e o Centro-Oeste do País, buscando menores custos e maior escala de produção. Isso não signica que a pequena produção não possa ser competitiva. Em primeiro lugar, podem-se selecionar, para propriedades de menor porte, atividades mais compatíveis à pequena escala, tais como: rutas olerícolas e atividades de turismo rural. Buscam-se a diversicação das ontes de renda e a produção de parte da subsistência. Em segundo lugar, há de se promover um processo de cooperação estratégica entre pequenas propriedades, de orma a se reduzirem custos ligados às atividades de marketing, nanças e controle da produção. Estratégias diversa podem ser estabelecidas nesse aspecto: uso de denominações de origem, identicação dos produtos como oriundos de pequenos produtores, e assim por diante.
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Técnico em Agroindústria
A busca de outras ontes de renda por parte dos produtores também é um ator importante, com o crescimento dos mercados de turismo rural (ecoturismo, hotéis-azenda), compostos de amílias urbanas que gostariam de passar nais de semanas no campo ou em estabelecimentos rurais, aprendendo sobre a produção e aproveitando o tranquilo ambiente do campo.
4.3.5 Mudanças na Indústria de Insumos
Verica-se uma orte orientação no sentido de serem buscadas tecnologias com alta relação beneício/custo para os produtores e com oco no consumidor nal. Também a questão ambiental preocupa cada vez mais, pois produtos “ecologicamente corretos” passam a ser reconhecidos por consumidores exigentes e dispostos a pagar preços dierenciados, inclusive podendo estar interessados em quais insumos oram usados. Grandes discussões sobre produtos geneticamente modicados estão na pauta dos SAGs. O retorno e reciclagem de embalagens. bem como aspectos de segurança na aplicação de produtos químicos também são preocupações da indústria de insumos. Além disso, nos sistemas de distribuição dos insumo agrícolas, grandes mudanças estão ocorrendo, com o oerecimento de serviços pelas empresas aos produtores (produto aplicado), através da contratação de empresas prestadoras de serviços terceirizadas, podendo trazer maior eciência no uso de máquinas e também uma esperada concentração no varejo desses produtos.
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Atividades de aprendizagem Marque V para Verdadeiro ou F para Falso. 1. ( ) Agroindústria é o tipo de empresa que que envolve a transormação e conconservação de matérias-primas de origem vegetal ou animal. 2. ( ) A agroindústria agroindústria se relaciona relaciona apenas com ramos da Ciência que envolve química e ísica. 3. ( ) São etapas da agroindustrialização: seleção da matéria-prima, benebeneciamento, elaboração, conservação e armazenamento. 4. ( ) Melhorar a qualidade qualidade sensorial, como cor cor,, sabor e aroma, aroma, de produtos produtos não é uma vantagem da agroindustrialização. 5. ( ) Sistema agroindustrial agroindustrial consiste consiste na sequência de atividades que transormam a matéria-prima em um produto pronto ao consumidor consumidor.. 6. ( ) São componentes do do SAG: insumos, agricultura, indústria e consumidor. 7. ( ) O mercado mercado varejista varejista consiste a distribuição de alimentos para grandes centros urbanos. 8. ( ) O mercado mercado varejista varejista consiste o ponto nal nal de um um SAG. 9. ( ) O ambiente institucional institucional e ambiente organizacional organizacional amparam o SAG. 10. ( ) O SAG não sore infuências infuências de espécie alguma. alguma.
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tas-RS
Reerências BARUFFALDI, R.; OLIVEIRA, M.N. Fundamentos da Tecnologia de Alimentos. v3. São Paulo: Atheneu, 1998. 318p. BOBBIO, F.O.; BOBBIO, P.A. Introdução à Química de Alimentos. 3ed. São Paulo: Varela, Varela, 2003. 20 03. 238p. 238 p. EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimentos. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2000. FELLOWS, P.J. Tecnologia do Processamento de Alimentos Princípios e Prática. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 602p. FOSCHIERA, J.L. Indústria de Laticínios. Porto Alegre: Suliani, 2004. 88p. GAVA, A.J. Princípios de Tecnologia de Alimentos. 3ed. São Paulo: Nobel, 1981. 278p. Al imentos. v1. Porto Alegre: Artmed, 2006; 294p. ORDÓÑEZ, J.A. Tecnologia de Alimentos.
RIBEIRO, E.P.; SERAVALLI, E.A.G. Química de Alimentos. 2ed. São Paulo: Blucher Blu cher,, 2007. 184p. NEVES, M.F.; CHADDAD, F.R.; LAZZARINI, S.G. Alimentos: novos tempos e conceitos na gestão de negócios. São Paulo: Ed. Pioneira, 2000. 129p. ZYLBERSZTAJAN, D.; NEVES, F.M. Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares . São Paulo: Ed. Pioneira, 2005. 428p.
BARUFFALDI, R.; OLIVEIRA, M.N. Fundamentos da Tecnologia de Alimentos. v3. São Paulo: Atheneu, 1998. 318p. EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimentos. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2000. FELLOWS, P.J. Tecnologia do Processamento de Alimentos Alim entos - Princípios e Prática. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 602p. FOSCHIERA, J.L. Indústria de Laticínios. Porto Alegre: Suliani, 2004. 88p.
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e-Tec Brasil
GAVA, A.J. GAVA, A.J . Princípios de Tecnologia de Alimentos. 3ed. São Paulo: Nobel, 1981. 278p. MAIA, G.A.; SOUSA, P.H.M.; LIMA, A.S.; CARVALHO, J.M.; FIGUEIREDO, R.W. Processamento de Frutas Tropicais: nutrição, produtos e controle de qualidade . Fortaleza: UFC, 2009. 277p. ORDÓÑEZ, J.A. Tecnologia de Alimentos. v1. Porto Alegre: Artmed, 2006; 294p.
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Técnico em Agroindústria
Currículo do Proessor Cristiane Brauer Zaicovski possui graduação em Bacharelado em Química de Alimentos pela Universidade Federal de Pelotas (2002) e Pós-Graduação, níveis de mestrado e doutorado, em Ciência e Tecnologia Agroindustrial, pela Faculdade Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas (2008), com ênase na área de Ciência e Tecnologia de Frutas e Hortaliças. Possui experiência nas áreas de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Qualidade de Alimentos e Propriedades Funcionais em Alimentos. É docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-RioGrandense, Campus C.A.V.G. C.A.V.G. Atua no curso técnico em Agroindústria e nos cursos Tecnólogo em Viticultura e Enologia e Tecnólogo em Agroindústria. É autora de trabalhos cientícos publicados em periódicos nacionais e internacionais.