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Tem Espírito No Carro?

Tarsis Roberto

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Tem Espírito no Carro?

1ªEdicão

Santa Luzia do Pará 2017

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Tem Espírito No Carro? Copyright © by Tarsis Roberto, LLC Ilustração da capa © 2017 by Tarsis Roberto Design original da capa © Tarsis Roberto

Filho, Tarsis Roberto Gonçalves Miranda 1.Terror, Tem Espírito No Carro?

Todos os direitos reservados. Proibida reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios. Os direitos morais do autor foram assegurados.

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Notas: Essa é mais uma obra de meu trabalho e esforço. Sempre agradeço àqueles que me incentivam e apoiam. Obrigado! 😊

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Tem Espírito No Carro? PARA AS MINHAS MÃES POSTIÇAS

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1 Parte

Espírito do Mal “O mal nasce quando a bondade morre”

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1 Onde Tudo Começa, Também Tudo Termina A estrada era bem iluminada, até porque ainda brilhava o sol, naquele belo dia de verão, não havia buracos e nem parecia que iria chover, seria mais um passeio de fim de semana, para uma praia muito visitada na região, coisa que eles sempre faziam. No carro vermelho, Hatch compacto da família, a mãe ia dirigindo, o pai no outro banco, estava conversando com os dois filhos gêmeos do casal, que estavam no banco de traz, crianças de dez anos de idade. Ele estava os proibindo de jogar um tipo de jogo, febre mundial com realidade aumentada. — Mas pai... — questiona um dos garotos. Ele era branco de cabelos escuros e olhos azuis. Vestindo uma blusa do personagem

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Tem Espírito No Carro? Batman, seu herói favorito e uma bermuda clara. — Não Pedro, eu já disse, não quero vocês jogando esse tal de Pokémon... não sei o quê — responde o seu pai. Ele era pardo de cabelos castanhos e olhos de mesma cor e tinha média estatura. Vestindo uma camiseta de cor laranja e calça jeans. — Pai é só um jogo — diz o outro garoto, que usava um óculos, de cor azul e preto. Vestindo uma camisa azul, com a estampa do personagem Capitão América e uma bermuda vermelha. — Matheus, o seu pai tem razão — diz a mãe deles ajeitando o espelho retrovisor para olhar para traz. Ela era branca de cabelos claros e olhos azuis, um pouco mais baixa que o seu marido, aparentando também ser mais jovem que ele. Vestindo uma blusa amarela tomara que caia e saia preta. — Vão procurar baixar algum aplicativo educativo, porque suas notas na escola precisam melhorar, além disso,

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Tem Espírito No Carro? coloquem o sinto, quantas vezes vou ter que falar. — Tá, a gente tinha esquecido — diz o Pedro passando o sinto junto o Matheus. A mãe deles balança a cabeça. A estrada estava ficando muito movimentada, um carro faz uma ultrapassagem perigosa e quase se choca com uma carreta. — É cada maluco — diz o pai. — Flávia acho melhor você ir mais de vagar. — Henrique amor, eu sei — responde Flávia sorrindo. — Você sabe, eu sou muito nervoso com essas coisas. Uma grande placa indicava que eles tinham chegado, onde estava escrito: Bem Vindo à Praia de Ajuruteua, Governo do Estado do Pará. Prefeitura de Bragança. Flávia então dirige até chegar em um ponto perto da praia, onde ficariam até o cair da tarde. Eles saem do

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Tem Espírito No Carro? carro indo trocar de roupa em uma pousada mais próxima. Os garotos ficam só de sunga, o Matheus com uma de cor amarela e o Pedro com uma vermelha, eles correm em direção a água depois de já terem posto suas pulseiras de identificação que o seu pai tinha inventado. — Meninos esperem! — grita a Flávia, que tinha vestido um biquíni branco e rosa com estampa floral. — Eles esqueceram de passar o protetor solar. — Pode deixar, eu levo e dou uma olhada neles — diz o Henrique vestindo agora uma bermuda preta e branca de tecido fino, ele beija a Flávia e vai atrás dos garotos. Flávia então estende uma toalha na areia para se deitar debaixo de uma barraca de plástico, de modo a ficar na frente do carro. Ela ficava olhando deitada de barriga pra baixo, o seu marido e seus filhos brincando de pular as ondas. Depois de um tempo ela cai em um leve sono e

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Tem Espírito No Carro? acorda ao escutar com o que parecia ser reclamações de um de seus filhos. — O que aconteceu? — pergunta ela ao ver o Matheus pulando com uma perna só, o rosto dele estava bastante vermelho e parecia ter chorando. — Ele levou uma queimadura de uma água-viva — responde Henrique. — Ele é mariquinha, isso nem dói tanto assim — diz Pedro. — Pedro não fala assim com o seu irmão — diz a Flávia vendo a queimadura na perna do Matheus e tocando na testa dele. — O que foi? — pergunta o Henrique. — Tem certeza que foi uma água-viva, ele parece que está com febre — responde a Flavia levando o Matheus para dentro do carro. — O que? Que azar o seu Matheus, eu vou voltar pra água — diz o Pedro tentando se virar, mas o seu pai segura em seu braço. — Nada disso espera um pouco.

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Tem Espírito No Carro? — Mas pai, eu não tenho culpa se o Matheus ficou doente. — Não questiona o seu pai, agora vai pro carro — diz a Flávia parecendo irritada. — Mãe... — Vai pro carro e fica com o seu irmão, eu vou comprar uma garrafinha de água para dar o um remédio pra ele e já volto... acho que o passeio acabou. — Mas nós acabamos de chegar... que droga! — diz o Pedro entrando no carro que estava com os bancos cobertos por plásticos para evitar que molhassem. Pois os garotos costumavam entrar no carro sem se trocarem antes. — Eu não sei onde errei com ele, acho que aquela fase horrível está vindo mais cedo... — Eu vou falar pro cara da barraca que nós já vamos e volto logo — diz o Henrique aos seus filhos e sai com a Flávia.

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Tem Espírito No Carro? O Pedro tinha sentado em um dos bancos da frente e o Matheus estava deitado no banco de traz. — Viu só Matheus, por sua culpa nós já vamos ter que voltar. — Minha culpa? Você jogou aquela coisa em mim, esqueceu? — Não era pra tanto, não esperava que iria fazer você ficar doente. — Eu podia falar pra mamãe — responde o Matheus olhando algo no seu celular. — Égua 1 Matheus, desculpa irmão, eu prometo que vou... — Vai fazer o quê? — Prometo... deixa eu ver... — diz o Pedro pensando. — Posso fazer o seu dever de casa. — Eu já fiz.

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Égua é uma expressão muito falada na cidade de Belém do Pará que demonstra uma indignação.

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Tem Espírito No Carro? — Tudinho? — Sim. — Então... posso... — Não, esquece, vamos brincar de um jogo que eu aprendi na internet. — Que jogo? O Matheus pede para o Pedro procurar um papel e uma caneta nas coisas do pai deles, pois este trabalhava em um escritório. O Pedro então encontra uma agenda de negócios de Henrique e dentro dela havia uma caneta. — Pra sua sorte o papai ainda usa essas coisas — diz o Pedro entregando a caneta e uma folha da agenda para o Matheus. — Mas como é esse jogo? — Mas preciso de mais uma coisa... Nesse momento algo cai de uma das viseiras do carro, assustando o Pedro que abre as pernas rapidamente. Era justamente uma tesoura totalmente metálica, que perfura o plástico, ficando

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Tem Espírito No Carro? enfiada no banco entre as pernas do Pedro que olha para o Matheus. — O que foi? — pergunta o Matheus. O Pedro tira a tesoura do banco e mostra ao Matheus que fica surpreso. — É justo o que eu quero. — Mas o papai vai ficar furioso. O Henrique já tinha chegado há algum tempo e estava arrumando as coisas que a Flávia tinha esquecido no chão. Ele então olha depois para o carro e tem a impressão de ter visto mais alguém dentro dele, além dos garotos. Ele se aproxima e nota que a terceira pessoa era na verdade a sua esposa Flávia que estava medicando o Matheus. — Não vi você chegar. — Olha o que aconteceu — aponta ela para o pequeno furo no banco do motorista. — Mas o que foi isso?

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Tem Espírito No Carro? — A culpa não foi nossa pai, uma tesoura caiu da viseira — responde o Pedro. O Henrique olha para o Matheus. — Foi verdade pai. — Tem certeza Matheus, não defende o seu irmão. — Em casa a gente vê isso — diz a Flávia. — Vem pra traz Pedro. — Mãe vamos ficar mais um pouco — diz o Pedro. — Mas o seu irmão... — Mãe eu estou bem, posso ficar aqui no carro. — Não acho justo. — Flávia o Matheus parece melhor, vamos ficar mais um pouco, eu vi uns amigos do escritório logo ali, quero falar com eles e quando eu voltar a gente vai pra casa tá bem?

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Tem Espírito No Carro? — Tá, mas não demora — responde ela. — Meninos, vamos tomar um banho e trocar de roupa. A Flávia leva uma bolsa de cor escura e os meninos duas espécies de mochilas, com suas roupas, a mãe deles liga o alarme do carro e eles saem. Eles depois de alguns minutos retornam e percebem que o Henrique ainda não havia chegado. A Flávia tinha vestido uma blusa branca com a estampa de duas araras e um macacão jeans. O Pedro uma camiseta preta de um personagem de vídeo game e uma bermuda verde. O Matheus uma camisa vermelha com a estampa do personagem Homem de Ferro e uma bermuda azul. A Flávia tira os plásticos molhados dos bancos, os colocando no portas malas. E manda os meninos entrarem no carro, olhando no seu relógio dourado. — Eu odeio quando o pai de vocês faz isso, eu vou atrás dele e vocês procurem comer alguma coisa tá bom, tem frutas e bolacha

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Tem Espírito No Carro? na minha bolsa — diz ela beijando em suas testas. — Amo vocês. — Tá mãe, vai — responde o Pedro. — Fala direito Pedro, eu sou sua mãe — diz Flávia. — Você tá muito saliente2 hoje. Passados alguns minutos depois que a Flávia saiu, os garotos resolvem iniciar a brincadeira. O Matheus tinha reunido o papel a caneta e a tesoura. — Que jogo esquisito é esse? Como se joga isso? — pergunta o Pedro que agora estava sentado do lado do Matheus. — O nome do jogo é papel, caneta, tesoura. — Que nome horrível, fala sério... você que inventou não foi? — Eu vi na internet, mas agora vamos começar, você deve escrever uma pergunta sobre o que você quiser — responde o Matheus cortando com a 2

Saliente é uma expressão muito falada da cidade de Bragança no Pará, que quer dizer enxerido ou espevitado.

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Tem Espírito No Carro? tesoura a folha de papel ao meio e entregando uma das metades para o Pedro. — Eu também vou escrever, mas acontece que a pergunta deve ser lida de traz pra frente para poder dar certo. — Tá entendi, mas deixa eu escrever primeiro — diz o Pedro pegando a caneta das mãos do Matheus. — Mas espera... quem vai responder a minha pergunta? Você? — Não bobo, o espírito do carro, todo carro tem um fantasma. — Matheus sabe que isso não existe. — Vamos ver, agora escreve logo. O Pedro então pensa e depois começa a escrever. Depois de ter escrito uma frase ele entrega a caneta para o Matheus que também escreve uma frase no seu pedaço de papel. — E agora? — pergunta o Pedro.

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Tem Espírito No Carro? — Eu vou ler a minha a pergunta de traz pra frente e depois você ler a sua e deixamos a caneta escrever as respostas. — Tem certeza? Acho que esse jogo não funciona. — É claro que funciona, eu vi na internet já disse — responde o Matheus. — Agora deixa eu começar. O Matheus então escreve a pergunta: Tem espírito no carro? Ele Então lê essa frase de traz pra frente e coloca o papel entre ele e o Pedro que tinha escrito a pergunta: O que vai acontecer comigo amanhã? O Pedro também lê a sua pergunta de traz pra frente e também põe o seu papel entre ele e o Matheus. O Matheus pega a caneta e a coloca em cima das folhas de papel e quando ele iria pegar a tesoura ela se movimenta abruptamente ficando presa nas folhas de papel assustando os garotos. O Pedro com puro reflexo do susto pega os papéis com a tesoura e joga para o porta malas. O Matheus rapidamente ao olhar para o

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Tem Espírito No Carro? Pedro percebe que a caneta tinha ficado no banco e de repente ela se mexe ficando em pé como se alguém a segurasse. Os garotos então saem do carro temerosos e dão de cara com os seus pais que pareciam estar discutindo. — Você sabe Henrique, eu não gosto quando você faz isso, diz que vem logo e demora pra caramba. — Flavia, não precisava ter ido atrás de mim, todos ficaram me olhando. Os garotos então interrompem os seus pais e contam o que tinha acontecido. O pai deles então abre o porta malas para guardar algumas coisas e não vê nem os papéis e nem a tesoura. Ele diz que não havia nada do que os meninos falaram. O Matheus e o Pedro se olham e entram no carro procurando a caneta que também tinha sumido. — Pedro, você e o Matheus devem terem cochilado um pouco, foi só um sonho, não teria acontecido se o pai de vocês

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Tem Espírito No Carro? estivesse aqui — diz ela entrando no carro. — Você também saiu Flávia, mas deixa pra lá, eu vou me lavar, trocar essa roupa e já volto — diz ele saindo. — Agora vai demorar mais um ano pra ele voltar — resmunga Flávia penteando os seus cabelos. Os garotos sentados no banco de traz, pareciam não acreditarem no que tinha acontecido. O Matheus tinha voltado a jogar no seu celular e o Pedro também estava com seu, mas só que numa rede social, postando algumas fotos dele e do Matheus pulando as ondas. A Flávia depois de pentear os cabelos estava procurando algo, mas não encontra. — Algum de vocês viram uma tesoura ? Eu me lembro de ter trago, só não sei onde coloquei. Os garotos se olham.

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Tem Espírito No Carro? — Eu já disse, foi um sonho, uma tesoura não pode se mover sozinha — diz Flávia encontrando a mesma tesoura no mesmo lugar de antes, em uma das viseiras. — Não disse, olha aqui. Ela mostra a tesoura pra eles e começa a cortar as pontas de seu cabelo. Os garotos ficam inquietos e temiam que algo de ruim fosse acontecer. Ela de repente grita: — Ai meu Deus! — Mãe... o que aconteceu? — pergunta o Matheus se inclinando pra frente para olhar, assustando a sua mãe. — Não, nada, é só que cortei errado, vou ter que ir lá em baixo 3 em um salão quando chegarmos, não posso ir trabalhar assim amanhã na escola. 3

Lá em baixo é uma expressão usada na cidade de Bragança no Pará, para se referir ao local onde se situa a Orla da cidade e também a tradicional feira, que fica em um nível terreno mais baixo em relação à algumas regiões do município.

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Tem Espírito No Carro? O Henrique aparece em seguida, ele tinha vestido uma bermuda azul e uma blusa branca e verde. Deixando a sua outra bermuda molhada dentro do porta malas. — Pronto, já podemos ir — diz ele entrando no carro e vendo alguns fios de cabelo espalhados no banco. — Não acredito, por que você fez isso aqui dentro? — Que dizer que você reparou nisso e não viu o estado do meu cabelo, amor você é ótimo — responde ela ligando o carro e jogando a tesoura dentro de um porta objetos. O Henrique pega a sua agenda e vê que a caneta havia borrado, manchado quase duas folhas inteiras. Ele então bota a caneta dentro de uma sacola e tenta limpar a mão com um lenço de pano. O Pedro ainda continuava com seu celular, mas o Matheus estava quase dormindo. A Flávia então começa a dirigir saindo da praia que estava bastante lotada de

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Tem Espírito No Carro? pessoas e carros. Depois em fim de quase meia hora, eles conseguem seguir viagem. Era por volta de 16:00 horas, o sol já não brilhava tão intensamente, por causa do tempo chuvoso que se formava, quando a Flávia percebe uma movimentação estranha na estrada por causa de um carro preto compacto que estava fazendo várias ultrapassagens em altíssima velocidade. Logo se ouve um grande barulho vindo de pelo menos três viaturas policiais que estavam seguindo o carro estranho. A Flávia então diminui a velocidade do carro. — É uma perseguição — afirma ela. — Sim eu sei, esse maluco pode causar algum acidente, vamos esperar um pouco — diz o Henrique. A Flávia então encosta o carro entre algumas árvores, pois a pista não tinha acostamento. O Matheus acorda. — Por que nós paramos?

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Tem Espírito No Carro? — Você nem viu, a polícia está atrás de um carro, igual aquele jogo de vídeo game, foi maneiro. — Pedro... não foi nada maneiro como você disse, a pessoa pode ter bebido muito ou ter feito algo pior — diz sua mãe. O carro preto ao se aproximar de uma grande ponte, percebendo que estava cercado, pois mais policiais estavam chegando. O motorista então faz uma curva violenta batendo em algumas árvores, voltando para traz e enganando as três viaturas que o seguia, uma delas inclusive derrapa na pista quase se chocando com duas viaturas que vinham no outro sentido. — Desgraçado, vamos voltar — grita um dos policiais dando a curva na viatura, enquanto o seu parceiro tentava atirar nos pneus do carro preto que se distanciava cada vez mais , já sem muito controle. O Henrique desce do carro e Flávia vai atrás dele, os dois então ficam na frente do

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Tem Espírito No Carro? carro de modo que o Henrique encostado no capô, abraça por trás a Flávia. — Flávia é sério, você tem que parar com esses ciúmes, eu só tinha ido falar com os meus amigos, não tinha nenhuma mulher lá. — Desculpa amor... mas você sabe que eu não gosto quando você sai dizendo que vem logo e esquece que tem esposa e filhos. — Desculpa tá bom. A Flávia se vira beijando o Henrique. De modo a puxar ele do carro, os dois ficam de frente um para o outro e não mais de costas para o carro. A Flávia fica no lado esquerdo e o Henrique no direito. O Pedro nota e cobre os olhos com suas mãos, o Matheus estava sorrindo, mas algo o faz parar. Ele avista um carro preto vindo na direção do carro da família. A Flávia vê primeiro que o Henrique e o empurra para a pista. O Pedro tinha conseguido tirar o cinto de segurança, mas não tinha saído a tempo, o Matheus tinha tentado tirar o

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Tem Espírito No Carro? cinto, mas não consegue. A Flávia é imprensada e arrastada junto com o carro. O Henrique tenta se levantar mas é atropelado por uma viatura que não tinha conseguido desviar à tempo. O carro preto começa a pegar fogo e o carro da família capota duas vezes, jogando o Pedro para fora e voltando a sua posição normal. O Matheus tem a cabeça perfurada por um ferro de formato chato arredondado de uma cadeira de praia que estava no porta malas e que nem se quer tinha sido usada e morre ao ver a metade do corpo de sua mãe estirado na pista. O motorista do carro preto é detido pelos polícias e o Henrique tem os primeiros socorros, mas devido aos graves ferimentos, ele morre antes da chegada de qualquer ambulância. O Pedro consegue se levantar do chão e embora tivesse sangrando na cabeça e com vários arranhões nos braços e pernas ele caminha em direção ao carro, que apenas estava com a frente destruída, por

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Tem Espírito No Carro? causa do impacto e vê o corpo do seu pai sendo coberto por um plástico. — Pai... — ele diz tentando se aproximar, mas é contido por um policial. — Eu sinto muito, mas ele... Antes que o policial terminasse a frase o Pedro se desprende e sai correndo se aproximado do carro e notando um grande rastro de sangue que vinha de parte do corpo de sua mãe que também estava sendo privado dos olhares curiosos. Ele então começa a chorar bastante e lembra do seu irmão. O Pedro olha para dentro do carro e vê o Matheus morto. Ele entra no carro antes que dois policiais o pegasse e abraça o corpo de seu irmão já sem vida. — Garoto você precisa vir conosco — diz um dos policiais. — Vamos te levar até um hospital — diz o outro policial. — O seu irmão está no céu agora.

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Tem Espírito No Carro? Uma Ambulância aparece no local e depois um carro do corpo de bombeiros para apagar as chamas do carro preto. Isso tira a atenção dos policiais que não veem o momento em que o Pedro encontra a tesoura e enfia na sua própria garganta. Os policiais se assustam com a cena e levam o Pedro para a ambulância. Dentro do carro duas folhas de papel respingadas por sangue tinham as seguintes respostas: sim, para a pergunta do Matheus, que queria saber se tinha espírito no carro? e nada, para a questão do Pedro que perguntou o que aconteceria com ele amanhã?

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2 Nova História Um ano depois... — Alô Pedro, não vai dar de te ver agora, manda um beijo pra galera — diz uma garota negra de cabelos crespos pretos e olhos claros que estava sentada em uma cadeira da mesa da cozinha, vestindo uma blusa amarela sem alças e uma saia branca. — Ah, mais tarde a gente se fala, tenho uma surpresa pra falar, te amo e tchau. — diz ela desligando o telefone fixo móvel. — Era o teu namorado vagabundo de novo Aline? — pergunta um homem com uma aparência de meia idade de cabelos grisalhos e olhos azuis que estava sentado em outra cadeira, vestindo uma blusa branca e azul e uma calça jeans.

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Tem Espírito No Carro? A Aline olha rapidamente.

para

o

seu

pai

— Pai, o Pedro não é vagabundo, ele já tem um emprego sabia — diz ela terminando de tomar um copo de leite. — Menos mal, tomara que ele tenha dinheiro pra bancar o casamento, porque do jeito que as coisas estão. — Pai! Não fala isso na frente dele pelo amor de Deus, além disso não vamos nos casar agora. Um garoto aparentado ter entre dez e onze anos aparece na cozinha. Ele era pardo de cabelos escuros e olhos claros e estava vestindo com um uniforme escolar, branco e verde. — Pra onde vocês vão? Quem vai me levar para a escola? Hoje tem prova. — Ah, eu não acredito Joaquim, você não disse nada — questiona a Aline se levantado.

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Tem Espírito No Carro? Neste momento o Pai de Aline recebe uma ligação. E pela cara que ele fazia deu de a Aline perceber que era algo ruim. — O meu cereal acabou — diz o Joaquim vasculhando a geladeira. O pai de Aline desliga o celular com a cara de sério fazendo a Aline desistir de perguntar do que se tratava, embora ela tivesse escutado o seu pai falando algo sobre um saque. — Aline o seu carro vai ter que esperar — disse o pai de Aline no seco, fazendo ela estremecer. — O supermercado foi assaltado durante a noite, arrebentaram as portas com um carro causando o maior prejuízo. — Eu não tenho sorte — fala a Aline se sentando novamente. — Eu sinto muito, mas a sua mãe sempre dizia, quando começa errado é melhor não insistir, pois ...

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Tem Espírito No Carro? — Errado vai terminar — completa a Aline interrompendo o seu pai. — Eu vou pegar o carro, Joaquim você já estar pronto? — grita o seu pai. — Já volto — responde o Joaquim correndo para a sala, ele sobe as escadas entra no seu quanto que ficava à esquerda no corredor, mas lembra que a sua mochila estava no sofá na sala, local que ele mesmo tinha posto. A Aline então encontra o Joaquim na sala. — É melhor você botar internet no seu celular não tem mais — diz Joaquim saindo pela porta e a Aline vai atrás dele. — Pai, o Joaquim tá mexendo nas minhas coisas de novo. O pai de Aline estava saindo da garagem com a sua camionete branca. — Para de implicar com seu irmão. O Joaquim entra no carro rindo.

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Tem Espírito No Carro? — Eu vou pegar os seus bonecos de superheróis — diz a Aline para o Joaquim que para de rir. — Pai escutou o que ela disse? — Eu já falei pra vocês dois pararem com isso, tchau filha — diz o pai dela saindo com o carro. A Aline entra na sua casa trancando o portão e vai até o seu quarto que ficava à direita no corredor. Ele tinha as paredes pintadas de branco com detalhes rosa, uma cama à direita próxima de uma janela e um guarda-roupa espelhado à esquerda do lado de uma escrivaninha. — Mas eu uso a internet do wifi, o que será que ele fez agora? — se pergunta Aline procurando e vendo o seu celular todo desmontado, com peças espalhadas pela sua cama toda. — Mas que menino atentado. O pai de Aline deixa o Joaquim na escola e segue para o seu supermercado que ficava a 5 km do colégio.

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Tem Espírito No Carro? — Manoel, foram muitos, os seguranças tentaram evitar, mas mesmo assim o prejuízo foi grande — diz o seu gerente acompanhado de alguns empregados do Supermercado Tropical Norte que começaram a mostrar todos os estragos, além dos que ficavam visíveis logo na faixada. A Aline ainda no seu quarto, entra em uma rede social pelo o seu notebook, contando aos seus amigos o que tinha acontecido com o seu celular. Ela depois ver algumas fotos de Pedro que estava participado de uma competição de skate e vídeo games. Ele era branco de cabelos escuros e olhos pretos, e tinha uma tatuagem pequena no braço direito de um skate com o seu nome e o de Alice. — Eu queria está aí com você meu amor — comenta ela depois de ter curtido as fotos do namorado. Depois de um tempo a campainha toca. A Aline ver pela janela do seu quarto que

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Tem Espírito No Carro? era a empregada chegando para preparar o almoço. Ela desce e abre o portão. — Oi Vânia, pode entrar — diz a Aline levando Vânia para dentro de casa. — Onde está o seu celular, eu liguei várias vezes, pra avisar que vinha mais tarde — diz a Vânia se digerindo para a cozinha. Ela aparentava ter meia idade, era parda de cabelos loiros e olhos pretos, vestindo uma calça jeans e blusa vermelha. — O Joaquim mexeu nele e acho que não presta , tá todo desmontado — responde a Aline. — Ah, por isso, então me dá de novo o número do telefone fixo, eu procurei, mas acho que perdi. — Tá, eu vou pegar, minha memória é péssima — diz a Aline indo até a sala enquanto a Vânia abria a geladeira procurando os ingredientes para temperar um frango.

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Tem Espírito No Carro? A Aline procura pelos sofás, e olha para a foto de sua mãe que estava em cima de um mesa retangular de vidro do lado de um painel na parede onde se encontrava uma grande TV 3d. A sua mãe era negra de olhos claros e na fotografia esbouçava um belo sorriso do lado do marido e da Alice ainda criança e do Joaquim ainda bebê. — Parece que foi ontem, eu mesmo tirei a foto — diz a Vânia aparecendo na sala, fazendo a Aline desistir de chorar as lágrimas que já vinham em seus olhos. — Queria que ela tivesse visto até onde eu cheguei — diz a Aline colocando de volta a fotografia na mesa. — A sua mãe dizia que um preto quando chega em algum lugar, é por que ele venceu todas as batalhas, e mesmo chegando no topo, eles não querem mais ver o preto como preto, mas sim como um negro com nome e cargo de branco.

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Tem Espírito No Carro? — Minha mãe era sábia, eu sou preta com muito orgulho — diz a Aline encontrando um bloco de anotações com alguns números. Elas voltam para a cozinha e depois de ter preparado o almoço Vânia diz que já iria embora. — Mas por quê? Não acredito que está com vergonha do papai agora? — pergunta a Aline. — Não é isso Aline, só que... — Só que nada, foi por isso que parou de ligar pro celular dele, está com vergonha por causa da mamãe. A Vânia fica vermelha e bebe um copo de água. — Aline! Eu sou casada esqueceu? — Larga aquele homem Vânia, ele ainda te bate? Vânia pensou antes de responder.

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Tem Espírito No Carro? — Não, ele tá bebendo pouco agora — responde a Vânia meio sem graça tentado esconder uma marca roxa atrás da orelha com o cabelo. — Você que sabe, o meu pai tá inteiro ainda — diz a Aline indo para o seu quarto, mas volta correndo depois. — Não vai embora. A Vânia balança a cabeça sorrindo. Depois de meia-hora o Manuel chega com o Joaquim. O Joaquim corre pro seu quarto indo guardar a sua mochila enquanto o seu pai se sentava no sofá pra ligar a TV. Neste instante a Aline desce as escadas trazendo o seu celular em pedaços. — Olha o que o seu filho fez. — Eu não tô com cabeça pra isso, pega o celular dele até comprar um novo — responde Manuel não dando muito atenção.

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Tem Espírito No Carro? — O quê? — diz o Joaquim falando de boca cheia com um prato nas mãos já vindo da cozinha, cuspindo boa parte da comida. — Não posso ficar sem celular. — Pensasse antes de mexer no meu — disse a Aline tirando o celular de Joaquim que estava no bolso da bermuda dele. — Pai!— diz o Joaquim. — Eu vou é comer — diz o Manuel entrando na cozinha e dando de cara com a Vânia que fica sem jeito. — Oi Vânia — diz o Manuel lavando as mãos e sentado pra almoçar. A Aline começa a mexer no celular de Joaquim. — Olha... a Ana mandou uma mensagem, que pena Joaquim ela disse que já tem namorado — diz a Aline rindo. O Joaquim pega uma folha de alface de sua comida e arremessa contra a Aline, mas que nem chega perto dela.

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Tem Espírito No Carro? — Pai — grita ele correndo pra cozinha e para de gritar quando vê o seu pai tomando açaí, depois de já ter almoçado. — Há eu quero também — resmunga o Joaquim largado o seu prato na pia e esquecendo por um instante a sua birra com a Aline.

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3 Celular Novo

Ao cair da noite na volta da faculdade a Aline decide encontrar os seus amigos em uma lanchonete. — Tchau Anderson, até amanhã — diz a Aline saindo do carro dele, seu colega de turma. Ele era moreno de olhos escuros. O Pedro estava com seus amigos dentro da lanchonete e vê a Aline saindo do carro com o um jaleco nas mãos. — Cara toma cuidado, as mulheres são loucas por um carinha com carro — diz um garoto de cabelos não muito curtos castanhos e olhos de mesma cor, vestindo uma jaqueta preta e calça jeans. — Cala a boca Carlos — responde o Pedro vendo a Aline se aproximar deles.

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Tem Espírito No Carro? — O que foi? — pergunta a Aline apercebendo todos olhando pra ela. — Todo mundo já está sabendo o que aconteceu no supermercado do seu pai — diz o Carlos que estava com um dos braços ao redor do pescoço de uma garota lhe oferecendo balinhas. — Há é isso — diz ela se sentando. —Foi mesmo chato, mas parece que prenderam dois suspeitos. — E a surpresa? — pergunta Pedro. — Foi mesmo uma surpresa, meu pai iria comprar o meu carro, mas com essa é difícil até mesmo o meu aniversário sair. O Pedro tira uma caixa pequena que estava escondida atrás de suas costas e dar pra Aline. — Eu comprei pra você. — O que é isso? — pergunta a Aline tirando o embrulho que por sinal estava bastante amassado e nota que era um smartphone.

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Tem Espírito No Carro? A garota que estava sentada do lado de Carlos olha pra ele querendo dizer que queria um também. — Um celular, Pedro não precisava... o meu pai ia ter que comprar outro — diz ela beijando ele. A garota dá uma cotovelada em Carlos. — Bárbara tá maluca? — E você vem me dar balinhas — diz Bárbara jogando as balas em Carlos e fazendo o Pedro e a Aline rirem. Ela era loira com olhos pretos e tinha as unhas pintadas de roxo e usava uma maquiagem pesada no rosto. — Relaxa gata — diz o Carlos. — Mas e o Luan? Quando ele volta de São Paulo? — pergunta a Aline comendo um pedaço de hambúrguer de Pedro. — Acho que ainda nessa semana — responde o Pedro. — E você Aline? Como vai o curso? — pergunta a Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? — Quase morri quando fomos ter que ver vários cadáveres — responde Aline fazendo o Carlos desistir de dar uma mordida em seu lanche. — Desculpa! — Ser médico não é fácil, eu não ia conseguir abrir nenhum corpo — diz Barbara recebendo um olhar mortal de Carlos. — Agora eu não vou mas comer. — Também não tô gostando, vamos falar de outra coisa — diz o Pedro. Na TV da lanchonete que estava na parede aparece uma reportagem de um acidente que tinha acontecido há um ano na estrada para Ajuruteua em Bragança. O homem que tinha causado o acidente estava preso em um presídio em Belém, mas fazia pouco tempo que ele tinha escapado. Uma mulher já bastante idosa estava com a foto de uma garoto dizendo para a repórter que fazia um ano que ele tinha entrado em coma. E que tinha vindo

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Tem Espírito No Carro? de Bragança especialmente pra gravar a reportagem e pedir justiça pela morte de sua filha, seu outro neto e genro. — Que triste — acho que está faltando mais respeito com a própria vida alheia, mas gente acho que já vou. — Mas já? — pergunta Carlos. — Tá ficando tarde — responde Aline se levantando. — Eu te levo em casa — diz o Pedro. O Pedro e Aline então saem da lanchonete enquanto o Carlos e a Bárbara discutiam. Ele a leva em uma moto cor preta e vermelha até a casa dela. — Obrigada pelo celular — diz a Aline descendo da moto. — Em uma coisa o seu pai tem razão, o homem é que tem que manter a casa. — Isso é muito machista, mas quem falou isso?

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Tem Espírito No Carro? O Pedro se recusa a responder se encostando em sua moto. — É o Joaquim não é, esse garoto tá passando do limite, o que ele te pediu agora? — Ele quer um skate — responde ele. — Sinto muito, mas não, ele quebra o meu celular e quer ganhar um skate, ele que espere, o namorado é meu — disse ela abraçando o Pedro e o Beijando. — Foi muito caro esse celular? — Não, relaxa, ganhei o prêmio do concurso, foi uma grana boa. — Seu besta, por que não me falou antes que tinha vencido? — Fiquei com raiva quando te vi com o Anderson... aposto que o seu pai prefere ele. A Aline olha pra ele apertando os olhos. — Ah não, para com isso, o meu pai não é contra o nosso namoro.

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Tem Espírito No Carro? — Claro que não, principalmente se eu tiver como te bancar. — É melhor eu entrar, antes que eu devolva esse celular. — Aline, eu não quis te magoar — diz o Pedro indo atrás dela. — Eu sei que não é fácil — diz a Aline se virando pra falar com ele. — Mas você vai ficar comigo e não com o meu pai. A Aline vê uma parte de um panfleto no bolso do casaco de Pedro e o pega. — O que é isso? — É de uma loja de carros usados, eu peguei na lanchonete. — Quer comprar um carro agora por causa do Anderson? — pergunta a Aline balançando a cabeça e devolvendo o panfleto. — Eu podia te devolver esse celular. — Aline, se fizer isso eu vou ficar muito chateado com você, égua... eu ralo pra

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Tem Espírito No Carro? burro pra comprar algo legal que você possa gostar. — Você disse que comprou com o dinheiro do prêmio. — É, mas não foi fácil ganhar. — Pedro eu gosto de ganhar presentes, qual mulher não gosta, mas preferia que você confiasse em mim, eu não ficaria com o Anderson nem se ele tivesse uma Ferrari entendeu — diz ela entrando em sua casa depois de Vânia ter aberto o portão. — Droga — diz o Pedro chutando um dos pneus de sua moto. A Aline entra e mostra o seu celular novo para o seu irmão que estava na sala vendo TV e devolve o celular dele. — Pode ficar com o seu, mas se você pegar o meu celular novo, eu vendo todos os seus bonecos entendeu Joaquim. O Joaquim confirma com a cabeça. — Pois é bom mesmo — diz a Aline. — Mas uma coisa, para de ligar pro meu

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Tem Espírito No Carro? namorado, ou eu vou dizer pra todos os seus colegas que você dorme com aquela minha boneca grande. — Você tá ficando louca? — Só tô avisando, entra no meu quarto de novo pra você ver — responde a Aline subindo para o seu quarto. Ela guarda as suas coisas e pensa no folheto de Pedro. A Aline então começa a pesquisar no seu notebook sobre lojas de carros seminovos. Deitada sobre a sua cama.

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4 O Carro Bem cedo a Aline procura o seu pai para falar sobre os carros que ela tinha visto na internet. Ele estava sentado na mesa da cozinha tomando o café da manhã que tinha sido preparado pela Vânia, que dessa vez tinha vindo na hora certa. — Por que você não espera um pouco mais? Assim a gente compra um melhor. — Pai alguns tiveram pouco meses de uso, o senhor compra o carro e eu esqueço da festa de aniversário — responde a Aline pegando uma xícara para pôr café. — Tá falando sério, quanto mais ou menos é o valor desses seminovos? — pergunta Manuel. — Uns 15 mil.

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Tem Espírito No Carro? — 15 mil? Eles são usados ou são acabados? — Pai, tem de todos os preços, mas esses são os mais baratos que eu encontrei, porém o senhor sabe, chorando eles fazem mais barato. Manuel pensa um pouco antes de responder. — Vamos ver isso depois que eu voltar meio-dia. — Por que não vamos agora? O senhor sabe ainda dá tempo até chegar a hora de levar o Joaquim pra escola. O Manuel olha em seu relógio. — Tá bom então. — Pai eu te amo — diz a Aline indo abraçálo. — Vânia pelo amor de Deus não diz nada disso pro Joaquim. — Ele vai me fazer mil perguntas — responde Vânia.

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Tem Espírito No Carro? A Aline ia saindo pro seu quanto, mas o seu pai grita : — Mas tem que ser o mais barato que tiver, a mensalidade da sua faculdade não é barata, além disso vou ter que rezar muito pra nossa senhora para pagar ela esse mês. — Tá bom — responde a Aline parando na escada. — Eu prometo que vou deixar de ir no shopping e também parar de comprar no cartão de crédito. — É bom mesmo, ou desse jeito eu vou à falência. A Vânia sorrir enquanto lavava algumas louças. Depois de ter se arrumado a Aline e o seu pai seguem para a revendedora de carros seminovos que ainda estava terminando de abrir as portas. — Você sabe que a gente não pode se mostrar muito interessados, pois eles sobem o preço do valor real.

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Tem Espírito No Carro? — Tá pai — confirma a Aline descendo do carro. — Droga, Aline me espera — diz ele descendo do carro. — O que foi pai? — Pessoal dessa loja me conhece, não vão querer abaixar o preço, temos que ir em outra — diz Manuel enquanto a Aline já entrava na loja olhando os carros. O Manuel balança a cabeça e depois de trancar o seu carro vai atrás dela. — Essa menina. A Aline estava olhando os carros quando percebe umas sombras estranhas que se moviam rapidamente entre eles. Ela tenta ver do que se tratava, mas o seu pai aparece lhe roubando a atenção. — Encontrou algum em conta? A Aline avista um carro preto, Hatch compacto que parece lhe agradar.

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Tem Espírito No Carro? — Pai esse é perfeito — diz a Aline se aproximando e vendo que o seu valor era de 25 mil. — Esse não dá, passou do valor que combinamos. — Fala com o gerente. — Bom dia! Eu me chamo Ricardo — diz um funcionário. — Bom dia! Me chamo Manuel e essa é a minha filha Aline — responde Manuel apertando a mão do vendedor. — Onde está o gerente? — pergunta a Aline. — Queria saber se dava pra baixar o preço desse carro aqui. — Desculpa, mas o gerente ainda não chegou — diz o funcionário que estava os atendendo. — Mas temos carros mais em conta se isso for o problema, venham comigo. O vendedor leva o Manuel para ver outros carros, mas a Aline permanece olhando o carro preto. Ela se aproxima do

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Tem Espírito No Carro? vidro da porta dianteira para olhar o carro por dentro, quando o seu pai lhe chama para ela ver outro carro. Esse outro era um compacto vermelho. — Esse combina mais com você — diz Manuel para a Aline que parece não gostar muito. — Esse é 15 mil, mas podemos fazer por 14 avista. — Eu pago 13 mil — responde Manuel. — Mas o carro tá completo — diz o vendedor abrindo uma das portas do carro. — Pai eu não gostei desse carro — diz a Aline. O vendedor olha para a Aline. — Eu vou ligar pro gerente pra ver se ele faz esse valor pro senhor — diz o atendente saindo. — É sempre assim, mas você viu? Foi bem você ter falado que não gostou.

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Tem Espírito No Carro? — Mas eu falei a verdade, eu prefiro o outro. — Mas Aline o outro é mais caro. A Aline entra no carro. — O Pedro nem vai acreditar... Ela para de falar quando olha para o espelho retrovisor e se assusta ao ver um garoto sentado no banco de trás, com a cabeça para baixo. Ela se vira rapidamente, mas percebe que não havia ninguém e que uma das portas traseiras estava aberta. Mas eu não tinha visto nenhuma criança na loja. Pensa Aline saindo do carro indo trancar a outra porta. O funcionário então volta. — O senhor teve sorte, consegui falar com o gerente e ele autorizou a venda, pode vir comigo por favor. — Aline eu já volto — diz o Manuel saindo com atendente.

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Tem Espírito No Carro? A Aline ao tentar fechar a porta do carro ver um pedaço de papel e sobre ele uma banda de uma sandália não muito grande no banco de traz. — Mas o que isso faz aqui? — pergunta a Aline entrando novamente no carro. Nesse momento a porta se fecha sozinha assustando a Aline. O carro então começa a se mover sozinho quebrando o vidro da faixada e descendo uma rampa que dava direto para a pista. A Aline tenta sair do carro, mas as portas não abriam. O carro começa a alarmar deixando a Aline apavorada. Os funcionários então veem o carro descendo para a pista e correm atrás. — Mas aquele é o carro da minha filha — diz o Manuel correndo também. O carro para no meio da pista e quase causa um acidente, pois alguns carros conseguem parar a tempo de colidirem. Os funcionários da revendedora se aproximam e conseguem abrir as portas e

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Tem Espírito No Carro? tirar a Aline de dentro do carro. Ela estava bastante nervosa. — Aline você está bem? — pergunta o seu pai. — Estou, mas esse carro eu não quero, ele é estranho... andou sozinho — responde Aline. — Você deve ter feito alguma coisa — diz o vendedor. — Não, não mexi em nada. — Mas e agora? — diz o Manuel enquanto os funcionários tiravam o carro do meio da pista. — Compra o outro — diz Aline. — Desculpa o transtorno senhor Manuel, se o senhor quiser comprar o outro carro posso fazer um desconto legal pra você — diz o vendedor. O Manuel olha para a Aline que balança a cabeça que sim.

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Tem Espírito No Carro? — Tá bem, mas não quero ouvir falar em festas de aniversários e compras por alguns anos — diz Manuel. — Pai também não exagera. — Você gostou daquele preto não foi? — pergunta o vendedor. — Foi — responde a Aline. — Então vamos lá de novo senhor Manuel — diz o vendedor. — Agora Aline, espera fora do carro tá bem, sua carteira ainda não chegou pelo amor de Deus — diz o seu pai saindo novamente para tratar do pagamento. Depois de ter pago o carro o Manuel e a Aline saem da revendedora e os funcionários começam a conversar, enquanto uma sombra entrava no carro de Aline.

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5 Convite Para Morte Em uma noite vindo da faculdade com o seu carro novo, a Aline buzina para Pedro que estava fechando uma oficina de carros e motos, onde ele trabalhava. — De quem é o carro? — pergunta Pedro. — É meu entra — responde a Aline. — Mas e a sua moto? — Estou concertando umas coisas nela. Olha é a Bárbara. A Aline então para o carro para a Bárbara entrar. — Obrigada! Estava vindo da academia, mas vocês viram o Carlos? Ele não me atendeu o dia todo. — Devia parar de ligar tanto — diz o Pedro.

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Tem Espírito No Carro? — Então esse é o seu carro, ele é maneiro — diz Bárbara. — É, mas quem te contou? Eu queria fazer surpresa. O Pedro olha violentamente para ela que estava sentada ao seu lado. — O carro é seu? Como não me contou Aline? — pergunta ele. — Mas eu falei naquela hora, esqueceu? — Eu não tinha prestado atenção. — Mas então Bárbara, quem lhe falou? — Você não viu, o seu irmão postou na internet, ele também falou lá que você pagou o maior mico, foi verdade? O Pedro olha discretamente para a Aline que mesmo assim percebe. — Foi — responde ela sem ânimo. O Joaquim me paga quando eu chegar em casa. Pensa ela.

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Tem Espírito No Carro? — Aline tenho um convite show, vai acontecer uma grande festa em Bragança e bem que você poderia nos levar no seu carro, o que acha? — pergunta Bárbara. — Não sei, tenho muitas coisas da faculdade pra resolver, fora que eu dependo do meu pai deixar. A Aline para o carro na frente do prédio da Bárbara. — Temos que aproveitar amiga, a vida é curta — diz a Bárbara descendo do carro. — Tchau! — Tchau — responde a Aline e o Pedro quase que juntos. A Aline agora segue com o carro para a casa de Pedro que ficava no bairro da Cremação. E ele tinha ficado calado estranhamente. — Pedro o que foi? — Não, nada. — Fala logo é o carro não é?

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Tem Espírito No Carro? O Pedro olha para a Aline e decide responder. — É só que agora todos os meus amigos vão ficar pegando no meu pé: olha a sua namorada tem um carro e você não. — Amor... os seus amigos são idiotas, quer dizer, os só seus — responde Aline o beijando. — Mas vem cá, você sabia dessa festa em Bragança? O Pedro demora para responder. — Sim... sabia, por que? — Você queria ir sem mim? O Pedro pensa bastante, como se tentasse buscar as palavras certas. — Eu iria te falar, é porque uns amigos me convidaram e eu não iria levar você pra eles ficarem babando pela minha médica. — Há tá bom, tira a mão — diz a Aline batendo na mão de Pedro que estava em cima de sua coxa. — Pois agora eu vou. — Mas e eu?

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Tem Espírito No Carro? — Você vai poder escolher... olha que bom, em ir comigo sua namorada ou com esses seus amigos idiotas que vão dizer: olha a sua namorada tem um carro e você não. — Tá bom, não vamos discutir de novo, mas você não está pensando em ir nesse carro está? — E por que não? — Como assim? Você mesmo disse que a sua carteira ainda não havia chegado e se acontecer alguma coisa? — Nem pensei nisso e ainda tem o meu pai, mas o Carlos tem carteira, não tem? — O que? Agora sim eu preciso ir junto. A Aline sorrir parando o carro na frente da casa do Pedro. Ela então sai do banco do motorista indo sentar no colo de Pedro que parece ficar excitado. — Não se anima não, que eu não sou louca de fazer isso aqui, além disso você tá cheirando a óleo queimado.

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Tem Espírito No Carro? — Temos que fazer no carro um dia desses — responde Pedro beijando a Aline. — Pedro para com isso, o meu pai cancelou a minha festa de aniversário por causa do carro, então se eu for mesmo, você vai ter que ir comigo, deixa pra sair com os seus amigos em outra ocasião tá bom? — pergunta a Aline tirando a blusa de Pedro que estava gostando e só concorda com a cabeça. A Aline então sai de cima dele voltando para o seu lugar e devolvendo a blusa. — Então tá, tchau. — Aline... — diz o Pedro desapontado. 😩 — Hoje não amor — responde ela sorrindo. — Te amo. 💗 O Pedro sai do carro vestindo a sua camisa. Eles se despedem e Aline segue para a sua casa.

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Tem Espírito No Carro? No caminho para casa o carro de Aline começa a acender e apagar as luzes do teto. — Ai meu Deus, o que é isso? O carro também começa a dar sinal todo tempo. Um carro que vinha atrás então tenta fazer uma ultrapassagem quando ver outro carro vindo em sua direção. — Sua maluca! Só podia ser mulher mesmo — diz o motorista voltando para traz do carro da Aline para não causar um acidente. — Desculpa! — grita Aline. — Droga de carro maluco. Chegando em sua casa o carro volta ao normal. — Pai esse carro tá com defeito, precisa de uma revisão — diz a Aline encontrando o seu pai na sala. — Isso que dá comprar carro usado.

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Tem Espírito No Carro? — Ela tá é com armação pai — responde o Joaquim. — Cala a boca peste, vai dormir — diz a Aline com raiva. — Aline não fala assim. — Mas pai... o Joaquim tá se metendo muito na minha vida, eu não aguento mais — diz ela subindo para o seu quarto. — O que deu nela? — Ela deve estar estressada Joaquim, então é melhor você parar de implicar com sua irmã. — Mas é só brincadeira — responde Joaquim que estava assistindo um filme com seu pai.

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6 Papel, Caneta e Tesoura O final de semana tinha chegado e a Aline estava com os seus amigos no seu carro indo para Bragança. — O que você falou pro seu pai, pra ele deixar você vir? — pergunta Pedro. — Não falei nada, achei até estranho, ele disse que iria me fazer bem sair um pouco, e deixar de ligar pro Joaquim, desde que eu o mantenha informado de tudo que aconteça. — E você Luar? Pegou algum paulista por lá? — pergunta Carlos. — Carlos o Luan já tem namorado, ele não é como você — diz Bárbara. — Espera deixa o cara responder.

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Tem Espírito No Carro? — Gente coloquem o sinto por favor — pede a Aline. — Não Carlos, eu não fui pra lá com essa intenção — responde o Luan colocando o sinto. Ele era pardo de olhos claros e estatura média. — Fala sério... — Mas então, você ganhou mesmo a bolsa? — pergunta Aline. — Ainda não, estou esperando a resposta. — E qual é o curso mesmo? — pergunta Pedro. — Direito. Eles já tinham saído de Belém e já se encontravam próximos de Castanhal por volta das 16:00 da tarde. — Gente que tal se distrair um pouco com um jogo — pergunta Barbara. — Já vem você — diz Carlos. — Quem tem uma tesoura? ✂

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Tem Espírito No Carro? — Bárbara acho que ninguém trouxe — responde Aline. O Pedro então procura no porta objetos. — Aqui só tem papel. 📄 — Então me dá, vai precisar também. — Que macumba é essa garota? — pergunta Marcos. — Marcos você sabe pelo menos o que é Macumba pra você ficar falando aí — diz Bárbara. O Pedro então verifica uma viseira e uma tesoura cai quase furando a sua coxa se ele não tivesse afastado as pernas. — Caramba — diz Pedro pegando a tesoura toda de metal. — Mas de quem é isso? Ah, só pode ser do meu irmão. — O seu pai tem razão, você está paranoica com o seu irmão, essa tesoura não parece ser de uma criança — diz

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Tem Espírito No Carro? Pedro entregando a tesoura para a Bárbara. — Ele não disse isso Pedro — responde Aline. — Pelo menos não com essas palavras. — Então vamos falar com os espíritos? — pergunta Bárbara. — Bárbara eu não gosto dessas brincadeiras, sempre acontece coisas estranhas — responde Luan. — É só um jogo, mas agora preciso de sangue. O Carlos e o Luar olham para ela. — É brincadeira, só vamos precisar fazer algumas perguntas — responde ela pegando uma caneta que prendia o seu cabelo. — Aline começa por você. O que você gostaria de perguntar? — Tá bom, deixa eu pensar... acho que... o Pedro e eu vamos nos casar algum dia? — Aline isso parece óbvio não acha?

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Tem Espírito No Carro? — Eu concordo — responde Pedro se inclinando para beijar a Aline que estava dirigindo. — Gente vocês sabem muito bem como é a vida — diz Aline. — Tá bom então vou escrever — diz Bárbara escrevendo a pergunta de Aline no papel. — Agora Você Pedro. — Não acredito nisso, mas como é só brincadeira tudo bem... quando eu vou comprar um carro? — Pedro... pensei que perguntaria sobre a gente. — Ah Aline, é só uma brincadeira, além disso você já tinha perguntado algo sobre nós. — Tá gente, agora você Carlos. — Pergunta pra esse espírito aí, se ele sabe quando a gente vai transar de novo gata? — diz ele cheirando o pescoço de Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? O Pedro sorrir e para quando a Aline olha para ele. — Você é mesmo idiota — responde a Bárbara escrevendo a pergunta de Marcos. — Você agora Luan. — Eu não quero. — Luan não dá um de chato agora vai, fala logo. — Tá eu pergunto, é... será que eu vou mesmo ganhar a bolsa em Direito? — Isso parece certo Luan, você vai ganhar com certeza — responde a Aline. — Mas agora falta eu... — diz Bárbara. — Espírito, o Carlos é a pessoa certa pra mim? — Ei gata, qual é dessa pergunta? — pergunta Carlos. — Ah Carlos, a sua pergunta me fez ter que fazer essa pergunta — responde Bárbara. Os outros começam a rir.

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Tem Espírito No Carro? — Tudo pronto, agora só vamos esperar o espírito se manifestar e responder as nossas perguntas — diz Bárbara colocado a caneta e a tesoura sobre o papel em seu colo. — Mas Barbara, pra que serve a tesoura — pergunta o Pedro. — Se a tesoura cortar o papel, é porque o espírito vai nos matar. — Você bebeu foi? — pergunta Carlos jogando o papel junto com caneta e a tesoura para o porta malas. — Marcos seu doido, não se pode fazer isso. — Tá eu sei, eu vou morrer... mas diz o pro seu espírito esperar pelo menos a festa terminar. Bárbara balança a cabeça. Eles tinham acabado de entrar em Capanema. Dentro do porta mala, o papel que estava amassado começa a se abrir, a

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Tem Espírito No Carro? tesoura estava tremendo e caneta escreve uma frase: Tem Espírito no Carro.

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7 Percurso Sombrio Depois de saírem de uma lanchonete, Aline segue para um posto de gasolina para abastecer o carro e o frentista mexe com ela. — Pra aonde a delícia vai? — O que esse cara falou? — pergunta Pedro. — repete de novo seu imbecil — diz ele querendo sair do carro. — Pedro não, fica aqui por favor — diz a Aline o puxando pelo braço. — Se quiser Pedro eu te ajudo — diz o Marcos. — Deixa esse idiota pra lá — diz Bárbara. — Calma, eu só perguntei — diz o frentista.

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Tem Espírito No Carro? — Pra onde vamos não te interessa — responde Aline dando o dinheiro e saindo com o carro. O homem então ao dar as costas e atingido por uma tesoura que atinge uma de suas pernas fazendo ele cair no chão enquanto os seus colegas corriam para socorrê-lo. Depois de percorrer alguns metros Luan percebe o porta mala estava fazendo um barulho. — Acho que o porta mala está aberto. — É verdade, escutei também algumas batidas — diz Bárbara. A Aline então para o carro e o Pedro desce para fechar o porta mala, ele vê a tesoura com sangue em cima de algumas malas. — Quem se machucou? — pergunta ele voltado para dentro do carro. — A tesoura estava com sangue lá a trás. — Sério? Cadê? — pergunta Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? — Eu joguei fora, estava manchado a mala de vocês, por que trouxeram tantas coisas se vamos voltar amanhã? — Coisas de garotas não é Barbara, vocês não entendem — diz a Aline Sorrindo. No posto o frentista estava sendo atendido por uma ambulância, mas a tesoura havia sumido de sua perna. No percurso havia muitos carros indo para Bragança. — Parece que a festa vai ser mesmo boa — diz Luan. — Aline se tiver cansada eu posso dirigir? — pergunta Pedro. — Até que enfim — diz a Aline encostando o carro para eles trocarem de lugar. O Pedro então agora começa a dirigir. — Carlos na volta você dirigi, então é Melhor você pegar leve na bebida, pra amanhã não acordar mal — diz Aline.

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Tem Espírito No Carro? — Pode deixar doutora — confirma o Carlos. — Mas agora acelera aí Pedro, todos os carros estão passando da gente. O Pedro então entusiasmado acelera o carro ultrapassando alguns carros. — Assim também não, eu quero chegar viva meu bem, não importa a hora — diz a Bárbara. A Aline então olhar para o Pedro não gostando. — Tá bom, eu vou diminuir. O Luan olha percebendo que não havia mais nenhum carro na frente deles. — Parece que você deixou mesmo eles pra traz — diz ele ao Pedro. Os carros na verdade tinham parado. Um que estava sendo dirigido por um idoso e outro carro estavam com os pneus furados e outros três com problemas mecânicos.

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Tem Espírito No Carro? — Nunca vi uma coisa dessas — diz o idoso vendo os quatro pneus furados do seu carro prata Sedan. Eles enfim chegam em Bragança. — Carlos pega a minha caneta — pede a Bárbara. — Deixa pra lá, depois eu pego. — Eu quero agora. — Liga logo para as suas amigas, para confirmar se vamos poder ficar na casa delas. — Tá bom, mas pega a minha caneta — diz a Bárbara pegando o seu celular. O Carlos não esboça nenhuma reação e então o Luan se vira para tentar encontrar a caneta de Bárbara. — Obrigada Luan — diz Bárbara com o seu celular perto do ouvido e com uma das mãos ela joga o cigarro de Marcos para fora do carro.

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Tem Espírito No Carro? — Tá maluca, olha o que olha o que você fez, Pedro para o carro. — O quê? Não acredito — diz a Bárbara. — Era o último — diz o Carlos descendo do carro para procurar o cigarro enquanto a Bárbara falava com suas amigas. — Tá bom então queridas, até logo — diz Bárbara desligando. — Confirmado podemos dormir na casa delas. O Luan não encontra a caneta. — Acho que não está aqui, só tá o papel. O Carlos estava se abaixando para pegar o cigarro na pista quando a Aline vê uma carreta se aproximando. O Pedro então buzina o carro para alertar o Carlos. O Luan então se distrai ao se assustar com os gritos de Bárbara chamando o Carlos. Ele então quando estava se virando para olhar, sente sua mão sendo perfurada por algo e grita assustando os outros.

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Tem Espírito No Carro? A carreta passa e o Carlos volta para o Carro vendo o Luan com a mão direita ensanguentada com a caneta perfurada. — Como isso aconteceu? — Ai meu Deus, Aline ajuda ele — diz Bárbara virando o rosto nervosa. — Eu trouxe alguns materiais, mas pra isso tem que ser uma cirurgia, precisamos levá-lo para um hospital — responde Aline pedindo para o Carlos uma bolsa pequena branca que estava no porta mala. A Aline então troca de lugar com a Bárbara e cuida do ferimento de Luan tentando conter o sangramento, enquanto o Pedro seguia para o hospital ouvindo as instruções de Bárbara que já conhecia a cidade.

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8 Hospital Luan Parecia calmo, mas estava sentindo muita dor. Eles chegam no Hospital e Aline segue com o Luan para dentro. Carlos e Bárbara começam uma discussão do lado de fora. — Olha o que deu, pega a minha caneta... pega a minha caneta... — diz o Carlos com tom de deboche se encostando no carro. — A culpa não foi minha seu ridículo — grita Bárbara. — Ah não, foi do espírito agora. — Quem sabe? Aquilo foi muito estranho — diz Bárbara entrando no hospital. O Carlos joga o resto do seu cigarro fora com raiva.

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Tem Espírito No Carro? — Cara a culpa não foi de ninguém, as coisas acontecem. — Mas isso foi mesmo estranho, como aquela caneta foi perfurar a mão dele daquele jeito? — Isso realmente eu não sei — responde Pedro olhando para dentro do carro. Bárbara encontra a Aline em um dos corredores sentada em uma cadeira e se senta ao seu lado. — Onde ele está? — Eu fiz um escândalo e levaram ele pra ser avaliado, disseram que o médico ainda não chegou. — E ainda tem isso, mas pareceu grave e... o Carlos tem razão a culpa foi minha, se eu não tivesse pedido a caneta. — Não Bárbara, não foi sua culpa, mas foi esquisito não acha? Não pareceu um acidente. — Eu também achei, será que...

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Tem Espírito No Carro? — O quê? — Não, nada, deixa pra lá — diz a Bárbara vendo o Carlos e o Pedro se aproximando. — E o Luan? Assim vamos perder o Show — diz o Carlos. A Aline balança a cabeça. — Idiota — diz Bárbara cruzando os braços. — Sinto muito Carlos, mas nem o médico chegou ainda, o Luan vai ter que fazer uma cirurgia e vai demorar — diz Aline. — Mas agora deixa eu falar com o meu pai. Aline vai para fora e liga pro seu pai contando o que tinha acontecido. Depois ela resolve abrir o porta mala para guardar a sua bolsa branca com materiais médicos e pegar uma bolsa de mão com objetos pessoais. Ela ver dois papéis. Um deles sujo com sangue e outro que parecia normal. O normal ela deixa no mesmo lugar. O outro ela pega para ver mais de

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Tem Espírito No Carro? perto constatando que se tratava mesmo de sangue, porém havia algo mais. Voltando para dentro do hospital, Aline leva o papel lendo uma frase que estava escrito. — Tem espírito no carro, gente, quem escreveu isso, não tem graça nenhuma — diz ela jogando o papel no lixo. O Carlos então decide pegar o papel. — Pode ter sido o Luan — diz ele. — Deixa isso aí — diz Bárbara o impedindo de colocar a mão no lixo. — Não parece, o Luan não brinca com essas coisas — diz Aline. — A Aline tem razão, além disso acho que já deu essa viagem, vamos nos acomodar e voltar quando terminar a cirurgia do Luan. — Tá falando sério? O Luan não tá morto, não podemos ter vindo pra cá só pro Luar se machucar não é ?— pergunta Carlos se levantado de uma cadeira.

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Tem Espírito No Carro? — Carlos e se fosse você? — pergunta Bárbara. — Égua entende. Uma enfermeira chega no momento avisando a Aline que o Médico havia chegado, e que o Luan seria atendido depois de três pacientes, por estarem em situação mais grave. — Tudo bem, obrigada — diz a Aline. — E agora ? — pergunta Carlos. — Vamos fazer assim, vocês vão para a festa eu fico com o Luan. — Eu fico com você — diz o Pedro. — Não Pedro vai se divertir, além disso o Carlos tem um pouco de razão, o Luan não vai morrer e com certeza queria que nós fossemos para a festa. — Eu concordo com Aline, até porque , esses artistas famosos cobram alto, mas cantam pouco, vocês sabem como é, não vai demorar tanto assim. E aí? — pergunta ele para a Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? — Não vai ser a mesma coisa, mas tudo bem, porém... Aline será que ele não vai ficar chateado. — Eu falo com ele, agora vão — diz ela. — Tem certeza? Eu posso ficar — diz Pedro. — Sim tenho, mas por via das dúvidas, Bárbara fica de olho nele. — Um olho para cada, pode deixar — responde Bárbara se referindo também ao Carlos. A Aline e o Pedro sorriem enquanto o celular da Bárbara toca. — São as minhas amigas — diz ela atendendo o celular. — Já estamos chegando pra nos arrumar, tá bom, tchau. Então vamos. — Tchau amor — diz o Pedro beijando a Aline na boca. — Tchau gente — diz a Aline. — Tirem bastante fotos.

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Tem Espírito No Carro? Pedro, Bárbara e Carlos saem do hospital e seguem para a casa das amigas de Bárbara. — Elas moram no Samaumapara — diz a Bárbara. — O que diabos é isso? — pergunta Pedro. — Me esqueci que você não conhece Bragança, vamos eu vou te orientar.

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9 Tem Espírito no Banheiro Aline estava com o Luan falando que os outros tinham ido para o show. O Luan disse que estava tudo bem, só sentia muito por tudo isso, e por a Aline ter que ficar com ele. — Luan, tudo bem, eu não queria dizer para o Pedro, mas eu não estava me sentindo muito bem pra ir, eu tenho tido alguns enjoos nesses dias. — Enjoos... hum... — disse o Luan sorrindo meio que forçado por causa da dor. — O quê? — Aline você é medica, não sabe? A Aline não entende no primeiro momento, mas depois começa a rir.

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Tem Espírito No Carro? — Eu grávida, não mesmo... será? — pergunta Aline no momento em que o Luan é chamado para fazer a cirurgia. — Luan boa sorte — diz a Aline. — Obrigado Aline, bem que eu queria ter uma caneta acoplada na mão, mas não desse jeito — diz o Luan sendo levado para a sala de cirurgia. Eu grávida? Meu pai vai me matar. Pensa Aline. *** Bárbara e os outros já tinham chegado na casa das amigas dela. — Oi queridas, Pedro e Carlos, essas são a Vanessa e a Paula. — Muito prazer — diz o Carlos beijando as mãos das garotas enquanto entrava na casa delas. — Sou namorado da Bárbara. — Já vimos fotos suas com a Bárbara — diz a Vanessa. Ela era loira de olhos verdes.

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Tem Espírito No Carro? — Mas é os outros? — pergunta Paula. Ela era morena de olhos escuros. — A Bárbara disse que... — Vocês nem sabem o que aconteceu, um de nossos amigos teve um acidente com uma caneta e a Aline ficou com ele. O celular de Pedro começa a tocar. — É a Aline — diz ele que estava se arrumando com o Carlos em um quanto. — Tudo bem então Aline, ainda estamos aqui na casa das amigas da Bárbara, mas já vamos sair. — O que ela queria? — perguntou o Carlos vestindo uma calça. — O Luan acabou de entrar na sala de cirurgia — responde o Pedro terminando de vestir uma blusa de cor branca e azul. Depois de esperarem a Bárbara se arrumar eles seguem para o show. O Pedro e o Carlos estavam na parte da frente e as garotas no banco de traz.

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Tem Espírito No Carro? — A Aline ligou Bárbara, o Luan já entrou na sala de cirurgia — fala o Pedro. — Ainda bem — responde Bárbara mexendo no cabelo. — E vocês meninas? — pergunta Carlos. — Vão pegar muitos garotos? A Bárbara sorrir olhando para a Vanessa e a Paula. — Elas são namoradas seu idiota, esqueceu Carlos, eu vivo falando delas, isso é uma prova que você não me dá ouvidos. O Carlos fica envergonhado e o Pedro dava risada enquanto dirigia. *** A Aline estava esperando a cirurgia do Luan terminar em uma sala de espera junto com outras pessoas que esperavam por seus familiares. Ela então pede para uma enfermeira lhe mostrar onde ela poderia encontrar um banheiro, para que pudesse tomar um banho. A enfermeira

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Tem Espírito No Carro? sinaliza um ao final de um grande corredor. Aline então pega sua bolsa e se dirige para o banheiro. Ao caminhar pelo corredor de paredes verdes claras, as luzes começam a piscar, e uma sombra aparece atrás de Aline, sumindo logo em seguida. Ela se distrai um pouco, mas continua caminhando até chegar no banheiro. Enquanto a Aline tomava o seu banho, a torneira da pia do banheiro começa a escorrer sangue, logo tomando conta do chão inteiro. Sua bolsa que estava na bancada com espelho, tomba para o lado deixando cair uma tesoura no chão cheio de sangue. A Aline no momento em que abria uma cortina para sair do chuveiro, dá de cara com a poça de sangue a deixando espantada, ela então tenta correr, mas uma mão surge do chão trazendo a mesma tesoura. A Aline fica horrorizada e começa a gritar voltando para detrás da cortina. — Meu Deus, o que é isso?

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Tem Espírito No Carro? A Aline pensa em pegar o seu celular, mas desiste quando a tesoura começa a furar a cortina a fazendo gritar novamente, agora pedindo por ajuda, enquanto o sangue tomava conta do banheiro inteiro. A Aline sobe em cima do vaso, já muito nervosa. — Quem é, o que você quer? — Ajuda — responde uma vós saindo de uma sombra detrás de Aline, fazendo ela pular de cima do vaso, caindo dentro da poça de sangue que encobre todo o seu corpo. Ela então sobe e nada até a porta, as luzes se apagam, e uma mão puxava o seu pé esquerdo para baixo. Ela já estava ficando sem forças quando decide gritar pela última vez. — Não...! Pedro...! — grita a Aline se debatendo bastante. O sangue imediatamente começa a sumir, descendo pelo ralo, deixando a Aline no chão muito cansada tentando respirar. A sua bolsa estava no mesmo

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Tem Espírito No Carro? lugar, como se não tivesse acontecido nada. A Aline ainda um pouco nervosa sai do banheiro correndo com a sua bolsa e suas roupas. E passa pelo corredor com rapidez, despertado a curiosidade das pessoas que passavam. Ela aproveita para se trocar em uma sala onde o paciente tinha saído e depois sai do hospital para comprar algo para comer. Será que eu ligo pro Pedro...? Pensa Aline tirando o celular de sua bolsa, enquanto era servida por um atendente de uma lanchonete que ficava do outro lado da rua. — Obrigada — diz ela agradecendo o rapaz que depois lhe oferece um lenço de papel. — Tem sangue no seu pescoço — diz o rapaz. A Aline sorrir meia sem jeito e pega o papel para se limpar.

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Tem Espírito No Carro? Não, quando ele retornar eu falo o que aconteceu, mas o que aconteceu? O que foi aquilo? Pensa ela jogando o papel no lixo.

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10 Carro Assombrado, Não Pode Ser Roubado. Pedro e os outros enfim chegam no show que iria acontecer no aeroporto, eles entram depois de o Pedro ter encontrado um lugar para estaciona o carro. Momentos depois eles já estavam se divertindo bastante e todos estavam bebendo e dançando. — Pedro bebe mais, você ainda não bebeu quase nada — diz o Carlos trazendo uma cerveja. — Não cara, a Aline não tá aqui, além disso depois daquilo fiquei meio sem clima — responde o Pedro vendo a Vanessa e a Paula dançando juntas. — Elas sabem rebolar — diz o Carlos sorrindo.

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Tem Espírito No Carro? — Bárbara também — responde o Pedro mostrando ela dançando perto de um cara alto barbudo. — O que? — diz o Carlos indo até ela. — Vem cá você tá maluca. O Carlos a tira de perto do homem. — O que foi? — Estava pensando o quê? Me chifrar na minha frente. Bárbara solta uma gargalhada. — Então para de olhar pra outras, meu bem. — É só o que faltava — diz o Carlos emborcando a garrafa de cerveja na boca. No lado de fora quatro homens estavam se movimentado por entre os carros estacionados e um deles percebem que o carro de Aline estava sem o alarme e chama os outros para arrombá-lo. Na fuga estando a uma certa distância, eles comemoram o roubo e um dos bandidos que estava no banco de trás, decide

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Tem Espírito No Carro? verificar o porta mala, quando as luzes se apagam, mas ele sente que tinha encostado em algo, parecido com algum líquido. Ele então ao olhar para a sua mão, as luzes voltam, o fazendo ver que se tratava de sangue. Ele então mostra para o parceiro do seu lado que se assusta e depois olha para dentro do porta mala, vendo uma poça de sangue com membros humanos boiando. Uma pequena mão começa a surgir de dentro do sangue com uma tesoura e acerta na testa do bandido. O outro que estava do seu lado grita tentando abrir a porta. — Que parada é essa? — pergunta ele vendo o seu colega se debatendo do seu lado. — Diego é um carro — diz o homem que estava dirigindo fazendo o outro do seu lado rir. O carro então para nesse instante e as luzes começam a piscar. — Droga! O carro tá com defeito — diz um dos bandidos enquanto o homem de do banco de trás consegue a abrir a porta,

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Tem Espírito No Carro? mas é atingido na perna com uma tesoura por uma figura pequena que sai do porta mala. Ele mesmo assim foge. Os outros olham para traz e se assustam ao ver a figura bizarra e tentam fugir, mas portas não se abrem. A arma que estava na cintura de um dos homens dispara sozinha três vezes, o matando. O que estava dirigindo quebra o vidro da porta e tenta escapar, mas é atingido várias vezes com tesouradas nas costas e cai no chão pondo muito sangue pela boca. As portas do carro se abrem deixando os outros dois corpos caídos no chão e começa a andar sozinho a traz do outro bandido que andava machucado em direção à Orla da cidade. O bandido percebe o carro lhe seguindo e se esconde próximo a um muro que não era iluminado, e se abaixa. Ao olhar para trás ele ver um menino caminhando devagar, se aproximando cada vez mais dele. seu rosto estava escuro.

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Tem Espírito No Carro? — Vou te pegar — diz o menino ainda andando, mas agora sorrindo e escorrendo sangue pela boca. O homem se levanta e corre quando dá de cara com o carro, ele então se vê forçado a entrar em um casarão abandonado. E o carro para na frente do casarão. O homem pega o seu celular e liga pra Polícia. — Por favor, venham me prender... venham me prender... — começa a gritar o bandido desesperado, quando uma mão segura em seu ombro, o fazendo parar de gritar. Ele corre saindo do casarão e cai no meio da rua, sendo atropelado pelo carro, tendo sua cabeça esmagada. Dentro carro aparece uma figura no banco de traz, voltando devagar para dentro do porta mala. *** No hospital o doutor pede para uma enfermeira jogar no lixo a caneta que estava na mão do Luan. Ela então ao pegar

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Tem Espírito No Carro? a caneta nota que a tinta estava se movimentado e ao se aproximar do seu rosto, a caneta espirra tinta nos olhos dela que cai assustada no chão. Sendo ajudada por alguns colegas. A Aline tinha comprado um teste de gravidez que tinha dado positivo e estava na sala de espera aguardando a saída do Luan. — Meu Deus é verdade, estou grávida — diz ela olhando no seu celular, e o relógio marcava meia-noite em ponto. Ela depois de guardar o seu celular na bolsa se assusta ao ver um menino sentado ao seu lado. Ele aparentava ter entre dez ou onze anos. — Oi, você me assustou, com quem você está? — Meu Irmão. — Seu irmão, mas onde ele está? O menino abaixa a cabeça. — Como é o seu nome?

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Tem Espírito No Carro? — Matheus — responde o garoto. — E nome do seu irmão? Matheus. — Pedro. — O meu namorado também se chama Pedro. — Eu sei. — Sabe...? — questiona a Aline não entendendo. — Espera vou falar com a moça pra ver se ela sabe onde está o seu irmão. A Aline então fala com uma atendente, apontado na direção onde estava o menino. — Mas, que menino? — pergunta a mulher não vendo ninguém. — Desculpa, acho que ele foi embora — diz a Aline também notando que o garoto tinha sumido. Mas pra onde tão rápido. Pensa ela voltando a se sentar.

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Tem Espírito No Carro? Um médico vem avisar que o Luan já iria sair da sala. Despertando a Aline de breve cochilo. — Tudo bem obrigada — responde ela abrindo a sua bolsa para pegar um espelho quando nota que a mesma tesoura estava lá dentro também. A Aline laça sua bolsa para longe, só ficando com o seu celular. *** No show o celular de Pedro começa a tocar, mas ele não escuta. A Bárbara então pede para ele tirar uma foto deles todos e ao pegar o celular ele vê as ligações de Aline. — Ele tira uma self rapidamente e se afasta indo ligar pra Aline. — Aline amor, aconteceu alguma coisa? — Pedro... por favor vem ficar comigo, não estou me sentindo bem — ela estava nervosa olhando para a sua bolsa no chão. — Tá, eu vou agora.

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Tem Espírito No Carro? O Pedro entrega as chaves do carro para o Carlos e sai dizendo que iria ficar com a Aline e que não iria voltar. — Carlos só pega mais leve aí na bebida, entendeu? — Pode deixar Pedro — diz a Bárbara. — A Paula pode dirigir caso precise. — Tudo bem — responde o Pedro indo embora. No lado de fora ele passa pelo carro vendo que ele estava no mesmo lugar e chama um moto-táxi para levá-lo até o hospital.

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11 Em Carro Assombrado, Namorar é Errado. A Aline depois de ter ligado para o Pedro resolve pegar a sua bolsa. Ela devagar se aproxima e se abaixa com cuidado notando que a tesoura havia sumido. Aline então se levanta quando o mesmo menino passa correndo descendo uma rampa. — O garoto — diz a Aline indo atrás dele. O menino estava caminhando por um corredor curvo e Aline estava o seguindo, quando ao chegar no meio da curva o menino some. — Pra onde ele foi? — pergunta a Aline continuando a andar e vendo o menino no final do corredor. — Ah, você está aí, encontrou o sei irmão?

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Tem Espírito No Carro? O menino abaixa a cabeça. — O carro — diz o menino repentinamente entrando em uma sala. — O que? Espera... — grita a Aline correndo e entrando na mesma sala, só que ela não tinha notado que se tratava do necrotério do hospital. Ela então pede desculpas para os profissionais presentes que estavam cuidando de alguns corpos e sai da sala assustada. — O que tá acontecendo? — se pergunta Aline voltado para a sala de espera e vendo que o Luan acabara de ser liberado. — Luan, ainda bem que deu tudo certo — diz a Aline o abraçando, mas sem tanta alegria. — O que aconteceu, você está bem Aline? — Claro que estou... na verdade... eu não sei, tem acontecido coisas estranhas. — Tipo o quê?

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Tem Espírito No Carro? — Não é nada, deve ser besteira minha — diz a Aline pensando na fala do garoto, quando o Pedro aparece. — Pedro — diz a Aline o abraçando fortemente. — E aí Luan, tudo certo? — pergunta Pedro. — É, parece que sim — responde Luan olhando para a sua mão enfaixada. — Só não vou poder usá-la por um bom tempo. — Gente, vamos sair daqui, vamos esperar por eles em outro lugar — diz a Aline se distanciando sem esperar os dois. Eles então ficam sentados em um banco na entrada do hospital. — Pensei que os médicos gostassem de hospitais — diz o Pedro. — Não, gostamos de salvar pessoas, não de hospitais — responde a Aline. — Acho que ninguém gosta — diz o Luan.

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Tem Espírito No Carro? — Mas Luan, me diz uma coisa, como foi isso? — pergunta o Pedro. — Ninguém entendeu. A Aline parecia ansiosa pela resposta. Ela estava sentada entre os dois. — Não quero espantar vocês, mas foi como se alguém tivesse feito. — Como assim? — pergunta Aline. — Não sei como, mas quando a caneta perfurou a minha mão, senti como se uma pessoa a segurasse. O médico também disse, que pra caneta ter feito isso precisaria muita força, circunstâncias específicas. — Específicas? — pergunta Pedro. — É — diz a Aline. — o movimento ou lugar o onde estava a mão são circunstâncias importante. — Ele me perguntou o que eu estava fazendo e como estava a minha mão, minha mão não estava apoiada, estava

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Tem Espírito No Carro? apenas tocando com os dedos os objetos tentando encontrar a caneta. — Aconteceu uma coisa estranha comigo também, sabe a tesoura? — pergunta a Aline. — Eu a joguei fora, não lembra — responde o Pedro. — Ela apareceu na minha bolsa. — Impossível — questiona o Pedro. — Larguei ela bem distante daqui. — Também tive uma visão horrível no banheiro, por isso te liguei Pedro, eu fiquei com medo — diz a Aline o abraçando. — Eu não sei vocês, mas acho que tudo isso começou depois daquele jogo da Bárbara — diz o Luan. A Aline e o Pedro se olham. *** A Bárbara e o Carlos tinham ido até o carro para namorar aproveitando que nem a Aline e nem o Pedro estavam. O

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Tem Espírito No Carro? Carlos estava um pouco bêbado e quase não consegue tirar a sua blusa. O Carlos começa a beijar a Bárbara, quando ela nota algumas marcas de sangue no banco e na porta. — Carlos... tem sangue aqui. — É o sangue do Luan, esqueceu? — Não, não saiu tanto sangue assim. — Para com isso e me beija gata — diz o Carlos beijando o Pescoço de Bárbara e pagando nos seus seios. Nesse momento uma das portas traseiras se abre sozinha assustando a Bárbara. — Quem fez isso, você não trancou o carro? — Deve ser algum idiota — diz o Carlos descendo para olhar. Quando a porta se fecha sozinha deixando a Bárbara trancada. Uma mão puxa o seu cabelo e ela grita indo para a parte da frente do carro. Olhando em direção ao porta mala. O

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Tem Espírito No Carro? Carlos por estar embriagado não estava conseguindo destravar o carro. Duas mãos ensanguentadas aparecem saindo do porta mala aterrorizando a Bárbara que começa a gritar bastaste batendo suas mãos no vidro. — Carlos... Carlos... — gritava ela aterrorizada. Ela então decide olhar para traz e ver o que parecia a figura de um menino com um papel, caneta e uma tesoura nas mãos. — Vamos jogar — grita o menino pulando em cima dela a fazendo desmaiar. O Carlos depois com a ajuda da Vanessa consegue abrir o carro e tirar a Bárbara que acorda assustada. — O menino do carro... — Bárbara se acalma, você desmaiou — diz a Vanessa. — O show terminou, vamos, vou levar vocês — diz a Paula pegando as chaves que estavam com o Carlos.

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Tem Espírito No Carro? — Eu vou pegar um moto-táxi — diz a Bárbara. — Bárbara, por quê? Vamos todos juntos, é melhor, além disso é muito tarde e você está um pouco bêbada — diz a Vanessa. — Tudo bem, mas quero ir na frente — diz a Bárbara percebendo um corte no seu braço, quando o seu celular toca. — Aline, tá bem, vamos passar aí. — O que foi? — pergunta o Carlos. — A cirurgia do Luan já terminou, então vamos para o hospital buscá-los. A Bárbara olha para trás entre o espaço do Carlos e da Vanessa e depois volta a olhar rapidamente para frente. No espaço depois então aparece uma sombra, mas que nem o Carlos e nem a Vanessa notam.

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12 Revelações Na entrada do hospital, o Luan e Aline conversavam, quando o Pedro aparece trazendo comida para o Luan, se sentado novamente perto deles. — Pedro... eu estava falando com o Luan daquela reportagem que a gente assistiu na lanchonete lembra? Sobre aquele acidente. — Sim, eu lembro. — Não sei se eu estou ficando louca, mas agora lembrei que o garoto da foto que a senhora segurava, pareceu com um garoto que eu vi no hospital. — Seria muito difícil, eu não lembro muito bem, mas parece que um dos garotos morreu e outro ficou em coma.

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Tem Espírito No Carro? — Gente eu já estou ficando todo arrepiado — diz o Luan. A Aline então pega o seu celular. — Pedro, toma... pesquisa algo sobre isso, deve ter algo na internet, não gosto de ver fotos de acidente. — Tá bem, mas acho que isso não tem nada a ver — diz o Pedro pegando o celular das mãos de Aline. O Pedro então faz uma busca, pesquisando por acidentes em Bragança. Aparecem algumas fotos e sites, mas que não eram do caso. — Aline eu não tô encontrando. — Pedro o acidente aconteceu... — Espera... tem uma coisa — diz o Pedro interrompendo a Aline. — Olha isso. O Pedro entrega para a Aline ver. — É alguma foto? — Não só ler.

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Tem Espírito No Carro? A Aline então ler uma frase em destaque de um site que dizia: O caso do papel, da caneta e da tesoura. E mais em baixo também tinha: O menino da tesoura. A Aline fica arrepiada devolvendo o celular para o Pedro, que mostra para o Luan. — Eu já estou ficando comendo — diz o Luan. — É, parece que tem mesmo algo de estranho com esse jogo — diz o Pedro. — Pedro continua lendo a reportagem — diz a Aline. — Tá bem — ele confirma. “No dia 22 de Abril de 2016, depois de estarem retornando de um passeio à Praia de Ajuruteua, uma família inteira é vítima de um delinquente, que fugia da Polícia depois de ter roubado um carro na Praia. No carro estavam o casal e seus dois filhos gémeos, Pedro e Matheus”

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Tem Espírito No Carro? — O quê? Pedro e Matheus... — O que foi Aline? — pergunta Luan. — Matheus é o mesmo nome do menino que eu vi. — Mais isso é muito comum Aline — questiona o Pedro. — Mas ele também me disse que o seu irmão se chamava Pedro, eu até brinquei dizendo que era o mesmo nome do meu namorado. O Pedro entranha e continua a ler. “ A primeira a morrer foi a mãe, de nome Flávia, ela teve o seu corpo arrastado e partindo ao meio. O pai de nome Henrique, foi atropelado e não resistiu aos ferimentos. Um dos meninos foi arremessado do carro e o outro morreu ainda dentro do carro no banco de traz, com uma perfuração na cabeça” Nesse momento a Aline e o Luan se olham.

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Tem Espírito No Carro? “Porém ainda não tinha acabado, segundo os policiais, o menino que tinha sobrevivido, depois de ter visto a família inteira morta, decide se matar enfiando uma tesoura no próprio pescoço. Ele foi resgatado e permanece em coma até hoje” — Isso foi horrível — diz a Aline. — E diz aqui também, que foi encontrado no carro, um papel dividido ao meio, uma caneta, além da tesoura, e nos papéis havia duas perguntas: Tem Espírito No Carro? Uma letra em baixo que foi constatado que era sangue tinha escrito sim, e no outro papel havia a outra pergunta: O que vai acontecer comigo amanhã? E da mesma forma uma resposta dizia a palavra nada. — Tá bom Pedro para por favor — diz a Aline. — Não quer ver a foto dos meninos? — Pergunta ele. — Sim! — responde a Aline olhando as fotos e constatando que se tratava do

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Tem Espírito No Carro? mesmo garoto. — Meu Deus... é o mesmo menino, e o carro e o mesmo modelo que o meu. A Aline se levanta assustada. — O menino falou algo sobre ajuda e o carro... — O que você tá falando? — pergunta o Pedro se levantado e abraçando ela. — Se acalma Aline deve ser coincidência. — Eu não acredito em coincidências, pra mim também tem algo errado — diz o Luan. — Liga para os outros Pedro — diz A Aline. — Mas o que eu devo falar? — Olha! Não são eles? — pergunta o Luan ficando perto da pista e vendo o carro se aproximando e passando por eles em alta velocidade. — Pra onde eles vão? — Pergunta Pedro ligando para o celular de Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? A Paula tinha perdido o controle do carro que agora se movimentava sozinho. O celular de Bárbara toca e ela atende chorando. — Alô Pedro, não vamos pra nenhum lugar, o carro tá possuído, está andando sozinho, não posso falar agora... não Carlos... para! O Carlos estava tentado guiar o carro. — Que possuído coisa nenhuma, mulher é que não sabe dirigir — diz ele tomando o lugar de Paula. *** —E aí? — pergunta a Aline. — Não entendi muito bem, parece que tem algum problema com o carro, eu vou atrás deles é vocês ficam aqui. — Pedro, cuidado... e não entra no carro. — Aline... não se preocupe, são apenas histórias. Eu vou tentar voltar logo, mas vai depender do problema do carro — diz o Pedro beijando a Aline.

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Tem Espírito No Carro? — Pedro eu tô falando sério, nada pode acontecer com você, não agora que eu... — O quê? — Que ela quer se casar com você quando voltarmos — responde o Luan surpreendendo a Aline. — Isso é verdade Aline? — Ah... é — confirma a Aline sorrindo disfarçadamente. — Você sempre disse que teria ter a nossa própria casa antes — diz o Pedro. — Mas deixa, depois a gente fala sobre isso. O Pedro sai estranhando um pouco o que o Luan tinha dito. — Luan, você me salvou. — Digamos que por enquanto, você vai ter que contar, uma hora ou outra, só achei que agora não seria o momento certo. — Tem razão — diz a Aline pegando o seu celular e vendo que ainda estava aberta a página do site.

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Tem Espírito No Carro? — Não pode ser... — O que Aline? — pergunta o Luan vendo a foto do carro do acidente no celular dela. — E se for o mesmo carro? — Mas você não tirou o seu da loja? Além disso o do acidente é vermelho. — Sim! Mas numa loja de seminovos, eles podem ter modificado a pintura, ai meu Deus eu nunca pensei numa coisa dessas — diz a Aline pondo a mão na cabeça. — Aline isso já séria coincidência de mais, mas depois do que aconteceu com a minha mão, não duvido mais de nada. A Aline se levanta do banco. — Tenho que tentar ver esse menino de novo. — Mas e o garoto que ficou em coma, será que ele está nesse hospital. — Vamos ter que descobrir — diz a Aline caminhando junto com o Luan para dentro do hospital.

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Tem Espírito No Carro? — Eu digo logo... fantasma de hospital é o Ó — diz o Luan.

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13 Terror no Carro

A Bárbara já estava muito nervosa, agora ela e o Carlos estavam na frente e a Vanessa e a Paula no banco de traz. — Carlos o que tá acontecendo? — pergunta a Bárbara. — Não sei — diz o Carlos tentado controlar o carro que passava se batendo com outros carros estacionados na rua e ao passar por um cruzamento atropela duas pessoas que ficam com ferimentos leves. — Meu Deus — diz a Vanessa olhando para traz quando o menino aparece na sua frente com uma tesoura enfiada no pescoço. A Vanessa grita tentando abrir a porta do carro, e nesse instante a porta se abre

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Tem Espírito No Carro? deixando ela cair de modo que as suas pernas ficam presas no carro, sendo o seu rosto arrastada por alguns metros. Ela gritava bastante e Paula tentava puxá-la para dentro mas não consegue. A Bárbara gritava muito e o Carlos então decide soltar o corpo de Vanessa que cai bolando na pista, o seu rosto estava desfigurado. — Por que você fez isso? — pergunta a Paula. — Você queria que ela fosse arrastada ainda mais, eu sinto muito — diz o Carlos pondo a mão no rosto. — Eu não sei que droga é essa com esse carro. A Bárbara chorava bastante. A Paula então decide pular do carro. — Paula não faz isso — grita a Bárbara. — Eu não vou morrer aqui — diz a Paula quando o cinto de segurança prende o seu pescoço. — Carlos ajuda — grita a Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? O Carlos então tenta puxar o cinto, mas não conseguia. O carro estava dando uma curva fazendo o Carlos quase ser lançado para fora. Mas ele se segura e fecha a porta. A Bárbara também agora estava ajudando a puxar o cinto, quando o carro dá uma grande freada. O Carlos é lançado contra o para brisa que se quebra e a Bárbara bate forte a cabeça e desmaia. A Paula embora ainda presa pelo cinto no pescoço, permanecia viva. Uma sombra começa a sair do porta mala e se transforma em um menino aparecendo na frente de Paula que depois fecha os olhos e começa a chorar pedindo por socorro. O menino coloca a ponta da tesoura dentro da boca de Paula que estava tremendo. *** O Pedro estava correndo e só depois encontra um moto-táxi, ele passa pelo corpo de Vanessa que estava arrodeado por curiosos e pede para o homem retornar.

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Tem Espírito No Carro? — Meu Deus, é a Vanessa — diz o Pedro perplexo. Uma viatura chegava ao local acompanhado de uma ambulância. O Pedro tenta ligar para a Aline pra avisar, mas o celular estava sem área. — Que droga, mas preciso encontrar logo os outros — diz o Pedro saindo de novo com o moto-taxista. *** A Bárbara acorda vendo a Paula com uma tesoura enfiada na boca se debatendo. A Bárbara grita saindo do carro. Ela tenta acordar o Carlos que estava com alguns ferimentos na cabeça, sangrando bastante. Nesse momento o carro liga sozinho e parte em cima de Bárbara que corre sendo perseguida pelo carro em uma rua estreita. O Carlos acorda vendo que estava no capô do carro. E cai na frente de uma mureta média de uma casa quando o carro freia. A Bárbara tenta se aproximar para ajudá-lo, mas o

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Tem Espírito No Carro? carro avança esmagando o corpo de Carlos contra a mureta. — Não!... Não! — grita a Bárbara chorando. O Carro então começa a dar ré e a Bárbara sai correndo pedindo ajuda. Ela tenta ligar para o Pedro, mas o Pedro não atente por estar andando de moto. Ela então liga para a Aline, mas o celular dela estava sem área. — O Luan — diz a Bárbara tentado ligar pra ele também, mas ela lembra que ele estava na sala de cirurgia, quando o carro buzina em cima dela, deixando o celular cair no chão. Ela olha para o celular, mas decide correr entrando dentro de um cemitério. — Aqui ele não pode entrar. O carro fica estacionado em frente ao cemitério forçando a Bárbara a se esconder atrás de uma catacumba.

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Tem Espírito No Carro? — Ai meu Deus — diz ela quando uma mão segura em seu pé e sai puxando a arrastando pelo chão. A Bárbara grita conseguindo se livrar e sai correndo quando dá de cara com um menino segurando uma tesoura. Ela fica pálida como se estivesse morta. O menino vestia uma blusa e bermuda rasgadas com marcas de sangue, era bem pálido, seu rosto estava para baixo e da tesoura saía sangue como se fosse um ferimento aberto. — Vou te pegar — disse o menino avançado contra a Bárbara como se estivesse flutuando, o seu pescoço entorta para traz como se estivesse quebrado. A Bárbara corre sendo empurrada pelo menino, tendo a sua cabeça perfurada por uma cruz de ferro pontiaguda. *** O Pedro estava procurando o carro há muito tempo, quando o moto-taxista

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Tem Espírito No Carro? avista um carro parado na frente do cemitério. — Jhou, tem um carro ali — diz ele. — Eu tô vendo, é ele mesmo — confirma o Pedro descendo da moto. O homem ver o carro todo ensanguentado e se assusta, ele então olha para o cemitério e vai embora. — Ei? O dinheiro — pergunta o Pedro se aproximando do carro e vendo ele todo amassado e com muito sangue. Ao entrar ele se depara com a Paula morta com o cinto no pescoço e a tesoura enfiada na boca. — O que aconteceu aqui? — ele se pergunta começando a ficar nervoso. Os faróis do carro se acendem e o carro começa a andar sozinho novamente com o Pedro dentro. As portas se trancam e as luzes internas pagam e acendem a todo momento. O Pedro pega o seu celular, mas algo o lança para fora do carro. Ele então

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Tem Espírito No Carro? tenta sair pelo para brisa, porém o cinto de segurança enrola em seu corpo. Ele estava se debatendo bastante quando do porta mala surge o menino. O Pedro tenta chutá-lo, mas não dava, o menino subia pelo seu corpo com a tesoura na mão. — Vou te matar — grita o menino lançando de sua boca bastante sangue no rosto de Pedro.

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14 Procurado um Espírito

A Aline e o Luan tinham conseguido entrar dentro do hospital depois de alegarem que o Luan não estava se sentindo bem. Eles então se separam tentado encontrar os leitos de UTI. A Aline então pergunta para uma enfermeira que saía de uma sala na ala pediátrica, que fala onde ficava a UTI, mas ela diz que não seria possível entrar. — Tudo bem — responde a Aline. — Obrigada. A Aline então espera alguns médicos saírem e se veste com um jaleco que ela encontra um uma cadeira e pega o seu crachá de estudante de medicina que ficava na sua bolsa.

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Tem Espírito No Carro? — Eu vou ser médica mesmo — diz a Aline, notando o mesmo menino na frente da porta onde ficava a UTI. Deve ser ali. Pensa ela indo a traz do garoto. A Aline entra em uma pequena sala ode ficavam as roupas dos visitantes, além de toucas e mascaras, ela então põe uma touca e uma mascara e entra na sala de UTI. Um médico manda ela ficar de olho enquanto ele iria sair um pouco. A Aline confirma com a cabeça e começa a procurar pelo menino. Até que ela encontra. Já um pouco afastado da entrada. Ela vê a ficha com o nome dele e de sua mãe. Pedro de Sousa Silva e Flávia Benedita de Sousa Silva. É ele... Pensa a Aline. O menino então aparece do lado da cama assustando a Aline e fazendo as luzes piscarem.

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Tem Espírito No Carro? — Você precisa ajudar ele — diz o menino, mas sem olhar diretamente. — Só assim ele vai parar. A Aline fica pasma por um instante, mas cria coragem para falar. — Como? O menino aponta para os aparelhos. — Não posso fazer isso... não posso desligar. O menino balança a cabeça que não. A Aline então se aproxima e ver que os medicamentos usados que estavam próximos ao menino o deixavam em coma induzido. — Mas por que ele foi sedado? — se pergunta a Aline notando que ele não precisava de aparelhos para respirar, vendo a marca de uma cirurgia realizada no pescoço do menino. — Não acho que... talvez ele tenha ficado descontrolado, mesmo assim... será que por um ano? Não impossível.

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Tem Espírito No Carro? — O que é impossível? — pergunta uma enfermeira. — Esse menino, o que ele ainda faz aqui? — Desculpa doutora...? — Aline. — Sim doutora Aline, eu não sei, o doutor Sérgio é que cuida desse caso, não fala pra ninguém, mas dizem que ele recebe dinheiro por fora para cuidar especialmente desse menino. — Então eu acho que já entendi o que tá acontecendo. — Doutora pelo amor de Deus, não diz que foi eu que falei — fala a enfermeira. — Então me ajuda a tirar ele daqui. — Isso eu não posso — responde a enfermeira. O menino então aparece no alto flutuando fazendo a enfermeira desmaiar ao vê-lo.

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Tem Espírito No Carro? — Já que não vai ajudar, pelo menos também não vai atrapalhar — diz a Aline. — O Carro — diz o menino sumindo depois que as luzes piscam novamente. — O que tem o carro?... — pergunta a Aline tentado ver o menino novamente. O Luan estava passando por um corredor quando uma sombra começa a segui-lo. Ele olha para traz e a sombra desaparece. — Aline... — grita o Luan correndo e as luzes dos corredores se apagam. O Luan assustado entra na primeira sala que ele encontra. Que era onde ficavam os mortos. Dois cadáveres estavam deitados em cima de macas cobertos por um plástico preto. Ele então tenta sair, mas a porta se fecha. Um dos corpos começa a se mexer e o Luan correr para o final da sala, gritando por socorro.

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Tem Espírito No Carro? Eu disse pra Aline... fantasmas de hospitais são os piores. Pensa ele subindo em cima de alguns armários de metal. Na UTI, a Aline deixa a sala depois que o médico aparece lhe agradecendo. Ela então procura pelo Luan, para lhe ajudar a tirar o menino do hospital e acaba tendo uma ideia. Ela pega o seu celular. — Caramba está sem área, além disso eu não sei como eu posso falar com a avó do menino. O menino fantasma então aparece balançando a cabeça que não. — O que? Ela não tem celular? O menino então balança a cabeça novamente. — Belém. — Hum... ela está em Belém, não pode me ajudar, mas é agora o que eu faço?

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Tem Espírito No Carro? *** Dentro do carro Pedro ainda estava vivo, mas com uma tesoura enfiada na coxa. O carro estava em baixa velocidade indo em direção ao hospital. O menino então lança algo em direção ao Pedro. O Pedro se vira para olhar e vê que era a cabeça do menino, com os olhos abertos. O Pedro se assusta tentando se livrar. E quando o corpo do menino sem cabeça saía do porta malas, o Pedro tenta falar com ele. — O que você quer...? Quem é você? O Espírito pega a sua cabeça e volta para o porta malas. — Quero acordar — diz uma voz vinda do porta malas. *** No hospital a Aline procurava o Luan quando ela escuta ele pedindo socorro dentro de uma sala.

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Tem Espírito No Carro? — Luan... — grita a Aline. — Eu vou chamar alguém. A Aline sai indo pedir ajuda para um guarda e quando ela volta o Luan estava em cima de uma maca, com o corpo todo perfurado por utensílios médicos. — Não... — grita a Aline chorando sendo levada pelo guarda. No correr surge alguns médicos trazendo dois corpos. Um era da Vanessa e o outro do Carlos. — Meu Deus — grita a Aline saindo correndo do hospital vendo o seu carro estacionado na frente. Ela vê primeiramente a Paula no banco de traz e põe a mão na boca, tremendo bastante. Ela se aproxima chorando e ver o Pedro dando o seu último suspiro. — Aline... — Pedro...? Pedro... — grita a Aline desmaiado.

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2 Parte

O Bem Vive Dentro do Mal “Às vezes o bem é forçado a fazer o mal”

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15 Acordando do Pesadelo A Aline acorda dentro do banheiro toda ensanguentada, sua bolsa estava em cima da pia e no chão perto dela havia uma tesoura. — Aquilo foi um sonho? — ela se pergunta ainda muito assustada. Ela então toma um novo banho e se veste rapidamente, ela pega a tesoura colocando dentro de sua bolsa e corre pelo corredor pegando o celular de dentro da sua bolsa, ligando para o Pedro. — Alô Pedro, onde você está? — Oi amor, acabamos de chegar, o que foi? — Onde está o carro? — Acabei de estacionar e entramos, tá meio difícil de te escutar.

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Tem Espírito No Carro? — Não entra no carro tá bem, e diz pra ninguém entrar — diz a Aline. — Aline... o quê? — Não deixa ninguém entrar no carro — grita a Aline assustando duas enfermeiras que passavam. — Desculpa. — Mas por que não Aline? — Eu explico depois, agora eu tenho que ajudar o garoto. — Que garoto? — Só mais uma coisa... eu estou grávida e ponto final faz o que eu falei — diz a Aline desligando. —Aline... Aline... — grita o Pedro. — O que foi Pedro? — pergunta a Bárbara. — Eu vou ser pai — responde o Pedro entusiasmado. — Parabéns! Papai — diz o Carlos batendo no ombro de Pedro e olhando para a Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? — Não me olha assim, só se eu estivesse louca de ter filho com você Carlos — responde a Bárbara fazendo a Paula e a Vanessa rirem. *** A Aline então corre até a ala de UTI e entra na sala onde estava o menino. Ela então ver o médico pronto para aplicar um medicamento no menino por meio de uma seringa. — Não! — grita ela se aproximando. — Não faz isso. A Aline percebe que o menino estava movimento uma das mãos. — Quem é você? — pergunta o médico parando o processo. — O garoto não precisa ser sedado. — Você é médica por acaso, eu sei cuidar dele, agora saia daqui, não é permitido visitas agora — diz o médico pegando novamente a seringa.

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Tem Espírito No Carro? — Eu já falei — diz a Aline tirando a tesoura da bolsa e apontando para o médico que recua assustado. Nesse momento aparecem.

outros

médicos

— O que está acontecendo? você não pode entrar aqui desse jeito — pergunta um dos médicos. — Eu sei mas o caso é grave — responde a Aline. — Chamem os seguranças, essa mulher é louca — diz o médico que estava cuidando do menino. — Sinto muito mas você tem que sair — diz outro médico. — Eu vou sair, mas avaliem o menino, ele não precisa de sedação. Os dois médicos então se aproximam do garoto quando o outro sai correndo da sala. — Você tem razão, o garoto parece bem e logo vai acordar — diz um dos médicos.

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Tem Espírito No Carro? — O que o doutor Sérgio estava querendo com isso? — pergunta o outro médico. — Hora o que? Dinheiro — responde a Aline. — Quando mais tempo o garoto ficasse no hospital, mas dinheiro ele iria conseguir da avó do menino. Os médicos se olham. O Médico Sérgio estava correndo por um dos corredores quando dá de cara com um menino saindo da parede. — O que é isso? — Eu vou te matar — responde o menino avançando contra o médico que volta correndo. Uma maca sai de dentro de uma sala indo em direção ao médico que é atingido sendo lançado contra uma janela de vidro que corta a sua boca, o fazendo cair do segundo andar em cima de uma grade de ferro com pontas, tendo a sua barriga perfurada de modo que atravessa o seu corpo.

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Tem Espírito No Carro? — Falta um — diz o menino na janela, sumindo em seguida. No leito de UTI o menino estava acordando e pergunta por sua avó. — Os médicos vão se comunicar com ela — responde a Aline. — Desculpa pelo que eu fiz com o seu amigo, eu estava com muita raiva, não podia voltar. A Aline se assusta, mas lembra do Luan. — Ele está bem agora, pelo menos eu acho, já deve até ter saído da sala de cirurgia, mas será que acabou realmente? O menino confirma com a cabeça, quando o seu irmão surge perto dele. — Obrigado — diz o menino entregando a mesma caneta para a Aline e some envolto de uma luz. — Seu irmão ajudou bastante Pedro — diz a Aline. — É, eu sei... vamos sempre estar juntos.

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Tem Espírito No Carro? A Aline então mostra a tesoura e a caneta para o menino. — Com quem deve ficar? — Acho que com ninguém. — Eu vou ter que mostrar isso, quando for contar essa história, além disso, quero estudar o seu caso, se você quiser é claro. — Estudar? — Sim, eu vou ser médica e o estado de coma é um dos temas mais misteriosos na medicina. — Então eu aceito — responde o menino com um sorriso discreto. A Aline sorrir e sai da sala ouvido de alguns médicos que a avó do menino chegaria pela manhã. Ela encontra o Luan e juntos ficam em uma sala à espera do Pedro e os outros. Até que ela decide sair por um instante, mandando o Luan esperar. — Onde você estava Aline ?

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Tem Espírito No Carro? A Aline mostra o teste. — E aí? — Deu positivo — diz a Aline abraçado o Luan. — O Pedro vai ficar muito feliz, mas antes, o que você ficou fazendo, enquanto eu estava na sala de cirurgia. — Isso eu vou contar quando estivemos todos juntos e em casa — responde a Aline. — Mas é a sua mão? — Só não vou poder fazer nada com ela por um tempo. Depois de alguns minutos o Pedro e os outros chegam. — A Aline abraça o Pedro é o beija. — O papai não aguentou esperar — fala o Carlos. — E você Luan? — Tá tudo bem. — Aline é verdade? Você está grávida— pergunta a Bárbara.

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Tem Espírito No Carro? — Não, só falei isso para o Pedro fazer o que eu tinha dito. O Pedro parece que tinha levado um soco nesse momento. — O quê? — Mas o Pedro não falou nada, só disse que ia ser pai — diz a Bárbara. A Aline olha para o Pedro que parecia com raiva. — Pedro... — Não, eu tô chateado — diz ele saindo do hospital. A Aline então vai atrás dele enquanto a Bárbara apresentava as suas amigas para o Luan. — Pedro vem aqui. — Você não devia brincar assim. A Aline então abraça o Pedro mostrando para ele o teste que tinha dado positivo.

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Tem Espírito No Carro? — É verdade seu besta. — Jura? Eu te amo — diz o Pedro beijando a Aline. — Eu vou ser pai! — gritava ele. — Para tá maluco — diz a Aline enquanto os outros se aproximavam. — O que vai ser? — Ainda tá cedo, então não me estressa se não eu vou perder o menino. — Menino... sério? — Ai meu Deus, é só maneira de falar Pedro — responde a Aline fazendo os outros tirem.

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16 Voltando Para Casa No diz seguinte, depois de terem se despedido das amigas de Bárbara. A Aline decide visitar o menino no hospital. Sua avó estava muito feliz e já iria levá-lo para casa. Ela também tinha visto quatro corpos sendo levados para dentro de um carro e escuta as pessoas comentando que se tratavam de quatro homens mortos durante a madrugada. — Aline quem é esse menino? — pergunta o Pedro quando a Aline volta para o carro. — Eu conheci ele, coitado, o médico estava mantendo ele sedado para conseguir mais dinheiro de sua avó. — Meu Deus — diz a Bárbara que estava no banco da frente com o Carlos que iria dirigir.

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Tem Espírito No Carro? — Como é o nome dele? — pergunta Pedro. — Igual ao seu... Pedro. O Carlos liga o carro e acelera. — Vamos chegar logo em Belém comigo no comando. — Nem pensar, quero chegar duplamente viva — diz a Aline pondo a mão na barriga e beijando o Pedro que estava sentado do lado dela e do Luan no banco de traz. — Ai Carlos... eu estou grávida — diz a Bárbara pondo as duas mãos na barriga. — Tá louca? Quer que eu vire o Carro — diz o Carlos enquanto os outros dão risada. Um pedaço de papel voa saindo do porta mala e caindo perto de Aline. Ela então olha o papel e ver escrito as perguntas que eles tinham feito para o jogo. — O que é isso? — pergunta o Luan.

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Tem Espírito No Carro? — Nada — diz a Aline amassando o papel e o guardando em sua bolsa. — Gente eu tenho outro jogo pra gente... — Não! — diz a Aline de repente. A Bárbara olha para ela sem entender. — É só que o último não deu muito certo — diz a Aline sorrindo. — Tem razão, mas alguém encontrou o papel? queria ver se as perguntas foram respondidas. O Luan olha para a Aline, lembrando que ela tinha guardado o papel em sua bolsa. — Não vi nada — diz o Pedro. — Nem eu — fala o Luan. Horas depois eles chegam em Belém. — Quero todos lá em casa hoje à noite — diz a Aline. — Festa, eu tô dentro — diz o Carlos. — Não vai ser festa — responde a Aline.

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Tem Espírito No Carro? — Aline tem certeza? O seu pai não gosta de mim. — Você principalmente Pedro, deve estar sem falta. Assim ao cair da noite os amigos de Aline chegam em sua casa e todos ficam dentro do quarto de Aline. O Pedro e o Luan sentados na cama de Aline e a Bárbara sentada nas pernas de Carlos que estava em uma cadeira. — Pensei em não falar, mas acho que não posso guardar isso só pra mim — diz a Aline pegando o seu notebook e mostrando para o Pedro um site com a reportagem sobre o caso do menino. — Sim eu lembro desse caso, vimos na lanchonete — diz o Pedro. — Mas o que tem isso — pergunta a Bárbara. — Ler o que tá dizendo aí Pedro — diz a Aline.

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Tem Espírito No Carro? O Pedro então ler parando na parte em que fala que foi encontrado no carro, o papel uma caneta e a tesoura. — Parece que eles jogaram o mesmo jogo que a gente — diz o Pedro. — Meu Deus — diz a Bárbara. — Eu conheci esse jogo na internet. — Então o menino que você foi visitar...? — pergunta o Carlos. — Era o mesmo menino, ele foi responsável por isso na mão do Luan. — O quê? Isso não é possível, além disso, ele estava em coma — diz o Pedro. — Eu não disse antes, mas eu senti como se fosse uma pessoa — diz o Luan. — O coma ainda é um mistério, quer dizer... o que realmente acontece com a mente da pessoa nesse estado. Há vários relatos de pessoas que saíram do coma e contam que tiveram experiências fora do corpo. Alguns cientistas acreditam que o espírito na verdade é uma energia natural

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Tem Espírito No Carro? do corpo humano, e que ela pode continuar no ambiente mesmo depois da morte do corpo. Seria o que chamamos de fantasmas. — Mas Aline, como esse menino...? — Ele mesmo me contou, antes que uma tragédia acontecesse o irmão dele me mostrou através de um sonho o que aconteceria com vocês. Ele fez isso para que eu evitasse as mortes. E eu consegui. Depois que o garoto acordou e o espírito dele pôde voltar para o seu corpo, tudo voltou ao normal, e nada do que vi se tornou realidade. — Espera Aline... você está dizendo que a gente iria morrer? — pergunta o Luan. — Sim, e foi a pior coisa que já vi ou senti, muito pior do que um pesadelo — diz a Aline pegando de sua bolsa o papel, a caneta e a tesoura. — Mas eu joguei essa tesoura fora — diz o Pedro.

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Tem Espírito No Carro? — Ela veio parar na minha bolsa, não sei como. A Bárbara olha para o Carlos. — O que foi? Não foi eu não, só vi essa tesoura quando a joguei junto com os outros troços para o porta malas. — E tudo começou naquele momento, o mesmo jogo... o mesmo carro. — O mesmo carro? — pergunta o Pedro. — Tem a foto aí no computador, nem fizeram questão de mudar a placa — diz a Aline. O Pedro vê a foto onde estava dois carros. O vermelho do acidente e o preto da Aline. — Agora sim eu fiquei assustado — diz o Pedro. — Deixa eu ver isso — diz o Carlos. A Bárbara pega o notebook das mãos do Pedro e vê a foto junto com o Carlos.

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Tem Espírito No Carro? — Não entro mais nunca nesse teu carro Aline — diz a Bárbara. — Sinistro mesmo — diz o Carlos passando o computador para o Luan ver a foto. — Mas eu deixei o melhor pro final — diz a Aline abrindo o papel. — As nossas perguntas, então você sabia? — diz a Bárbara. — Sim, mas agora deixa eu ler as respostas. A primeira pergunta foi pra mim, que perguntei se eu e o Pedro iriamos nos casar algum dia. A Aline olha para os seus amigos. — Aline para, fala logo — diz a Bárbara. — Ele respondeu que sim... e antes de o nosso filho nascer. — Gente do céu — diz a Bárbara. — Aline... você escreveu isso não foi — pergunta o Carlos.

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Tem Espírito No Carro? — Não, olha essa letra e foi escrito com sangue — responde a Aline mostrando o Papel. — Carlos não tá vendo que foi o menino — diz a Bárbara. — Continua Aline. — Tá bem, a segunda pergunta foi do Pedro, que perguntou quando ele iria comprar um carro. E a resposta foi... nunca. — O quê? Aline... — questiona o Pedro. — Eu tô brincando, ele respondeu que você vai comprar um carro no final do ano. — Mas como eu vou comprar um carro no final do ano trabalhando naquela oficina. — Comece a procurar um emprego melhor — diz a Bárbara. — Agora foi a pergunta do Carlos que eu me recuso a ler — diz a Aline. — Tá, eu só perguntei quando eu e a Bárbara iriamos fazer sexo — diz o Carlos.

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Tem Espírito No Carro? — Pois bem, ele disse que hoje tem — diz a Aline mostrando o papel com a data daquele mesmo dia. — Eu acredito nesse espírito — diz o Carlos fazendo a Bárbara bater na cabeça dele. — Mas isso meu bem, vai depender da resposta da minha pergunta — diz a Bárbara. — Agora tem a pergunta do Luan, que perguntou se ele iria ganhar a bolsa em Direito. — E então? — pergunta o Luan. — Você vai ganhar a bolsa e em primeiro lugar — responde a Aline quando o celular de Luan faz um barulho. Ele então pega o seu celular e sorrir. — O que foi Luar? — pergunta o Pedro. — Eu acabei de receber um e-mail, eu ganhei a bolsa e fui o primeiro colocado. — Parabéns! — diz a Aline.

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Tem Espírito No Carro? — Essa até eu adivinhava — fala a Bárbara ansiosa pela resposta de sua pergunta. — Vai agora Aline, minha vez. — Bom... a Bárbara perguntou se o Carlos é o homem certo para ela. E o espírito disse que... vocês combinam. — Eu tô falando, eu gostei desse espírito, valeu aí menino da tesoura — diz o Carlos fazendo os outros rirem. — Ah, tá bom — diz a Bárbara balançando a cabeça. Todos já estavam saindo da casa da Aline quando ela pede para o Pedro ficar. — Acha que eu vou enfrentar essa barriga sozinha, nem pensar vamos falar com o meu pai. — É isso aí Pedro, enfrente o sogrão — diz o Carlos saindo com a Bárbara e o Luan. O pai da Aline estava na sala com o Joaquim. — Tudo bem senhor Henrique — pergunta o Pedro quase que tremendo.

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Tem Espírito No Carro? — Já trabalha? — pergunta o pai de Aline. — Pai... — Já sim. — Então pode continuar o namoro. O Pedro já estava dando as costas quando a Aline o puxa. — Não pode passar de hoje, vai lá — diz a Aline empurrando o Pedro para a sala. — Ai meu Deus, pai o senhor não tá vendo que o Pedro quer pedir a mão da Aline em casamento e que ela vai ter bebê — diz o Joaquim. — Isso eu já sabia, o quê? Um bebê? — se espanta o Henrique olhando para a Aline. — A parte do casamento eu nem sabia — diz a Aline. — Isso é verdade Aline? — Pai... é — responde a Aline.

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Tem Espírito No Carro? — Desculpa pai da Aline, mas eu vou ser o marido dela — diz o Pedro criando coragem. — Mas isso com certeza — diz o Pai de Aline puxando o Pedro para conversar na cozinha. — Aline não vai ficar com raiva de mim? — pergunta o Joaquim. — Você me fez um favor — te amo, te amo, te amo — diz ela o abraçando. — Você vai ter mesmo filho? — Vou e ele vai ganhar todos os seus brinquedos — responde a Aline. — Pai! — grita o Joaquim correndo para a cozinha. Depois de um tempo o Pedro é liberado. — Olha nem foi como você pensou — diz a Aline. — Isso por que você não viu o tanto de perguntas que ele me fez — responde o Pedro.

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Tem Espírito No Carro? — Vamos ter que pensar no casamento — diz o pai de Aline saindo da cozinha. A Aline então pega as chaves do seu carro e entrega para o seu pai. — Vende, vai ajudar bastante. — Tá falando sério? — É Aline tá falando sério? — pergunta o Pedro. Quando na verdade ele queria dizer: pelo amor de Deus não faz isso. — Sim eu tenho, além disso, não quero ouvir falar em passeios e carros por um bom tempo — diz a Aline levando o Pedro para o seu quarto. — Não quero saliências aqui Aline — grita o Henrique percebendo que o Joaquim estava assistindo. — Pega! Eu vou ter um neto. — diz ele baixinho comemorando. A Aline tranca a porta do quarto e os dois começam a se beijar deitados na cama.

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Tempos Depois.... A Aline depois de ter levado o carro Suv médio azul de Pedro até um lava-jato, decide visitá-lo no seu também novo emprego, em uma loja de carros seminovos. Ela estava empurrando um carrinho de bebê azul com o seu filho dentro. Um garotinho negro de olhos claros. — Olha Matheus, o seu pai está ali — diz ela vendo o Pedro atendendo um cliente e depois ele vai até ela. — Oi amor, e você garotão — diz o Pedro pegando os seu filho nos braços. — Acabei de deixar o carro pra ser lavado e decidi passar aqui, as vendas estão boas hoje?

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Tem Espírito No Carro? — Mais ou menos, a crise ainda não passou totalmente — diz o Pedro brincando com o Matheus. — O Luan mandou uma foto na faculdade, te mostro quando chegar em casa — diz a Aline recebendo uma ligação. — Oi Bárbara, você está procurando um vestindo, tá bom, eu vou te ajudar. — O que ela quer? — A Bárbara depois que pegou o meu buquê, não para de pensar em casamento, quer que eu vá procurar com ela um vestido. — O Carlos sabe disso? — Eu acho que não. — Falando no Carlos, sabe aquele caso do menino da tesoura... — Sim — diz Aline com um olhar preocupado. — O Carlos me falou que o homem que tinha causado o acidente, morreu dentro de um carro que ele próprio tinha acabado

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Tem Espírito No Carro? de roubar, com uma tesoura enfiada na garganta. — Que horror — diz a Aline ficando pensativa. — Pois é... O Pedro entrega o Matheus para a Aline quando um novo cliente aparece. — Amor preciso ir — diz o Pedro a beijando e beijando o seu filho. — Diz tchau para o papai Matheus — diz a Aline acenando e colocando ele dentro do carrinho. A Aline quando já estava saindo da loja nota um garoto que parecia ter uns dezoito anos falado com a sua mãe sobre um carro, uma picape pequena branca. Ele era loiro de olhos escuros. — Eu não quero esse carro mãe. — Mas esse eu achei bom. — Eu vi alguma coisa — diz o garoto. — Gustavo! Para de coisa.

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Tem Espírito No Carro? A Aline se aproxima. — Desculpa, mas tem outros carros lá a trás. — Mas já vimos quase todos — responde a mulher. — Sabem, procurem pelo vendedor de nome Pedro, ele é meu marido, falem que eu conversei com vocês, ele vai fazer um preço bom em outro carro eu tenho certeza. Me chamo Aline, caso ele pergunte. — Tá bem então, obrigado — diz a mulher saindo com o seu filho que sorrir para a Aline. A Aline tira de sua bolsa o mesmo papel e a caneta, e escreve a frase: tem espírito no carro? E rapidamente aparece a resposta que sim. Ela então guarda o papel e a caneta e nota uma boneca dentro do carro sentada em um dos bancos da frente. Ela pega uma faixa que dizia vendido e põe no carro. Saindo em seguida com o seu filho.

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Tem Espírito No Carro? No caminho para casa depois de ter pego o carro no lava-jato. O Pedro liga para ela. — Aline tem um carro branco com a faixa vendido, mas que nenhum vendedor lembra de tê-lo negociado. — Foi eu — responde a Aline parando o carro para falar no celular. — Por que? — Porque tem espírito no carro — responde a Aline. O Pedro desliga o celular e olha o carro de perto e a boneca tinha sumido. Ele então diz para os colegas que a sua esposa tinha reservado e que ele não lembrava. Durante a noite o Pedro e a Aline vão até a concessionária e levam o carro o puxando com o carro deles. — Pra onde vamos levar? — pergunta o Pedro. — Por enquanto... pra casa — responde a Aline.

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Tem Espírito No Carro? Assim, enquanto o Pedro dirigia, uma menina loirinha com uma boneca nos braços e uma corda amarrada no pescoço, usando um vestido rosa, aparece batendo no vidro de uma das portas dianteiras do carro branco. Tem Espírito No Carro?

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