SÃO TOMÁS DE AQUINO
PRINCÍPI D RELID DE NURL ENE E EÊNCI
Introdução tradução poáio
HNRQU PNTO MA
ELEMENTOS
@
SUDOESTE
sta edição de Os Princípios da Realidade Natural foi composta em caracteres inion desenhados po Robert Slimbach e impressa no Bloco Gráco, Lda. Rua da Restauraão 387 4050506 Porto- Portugal em Novembro de 2003
Caa: José Badão/Atelie B2
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SUMÁRO INTRODUÇÃO
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O PRNCPOS DA REALDAD NATURL I Ser em acto e em potência matéria a forma e a privaão
19 2
III s qatro casas os três princípios e o elemeto
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IV Interdependência das casas
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V Diversas maneiras de ser das qatro casas
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V s sentidos nívoco eqívoco e analógico
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0 NTE E A ESSlNCA Prólogo
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I Denição do ente e da essência
5
II Sbstâncias compostas e essência
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II énero, espécie e diferena
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IV Sbstâcias separadas
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V Essências nas diversas realidades
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V Essência nos acidentes
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OSFÁCO
pensamento osóco de São omás centrado no Ser
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Peqeno vocablário da escolástica medieval
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tores e obras citadas
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Esboo biográco de São omás de qino
7
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NTRODUÇÃO
O
e principiis naturae ou e rinci piis rerum naturaium e e ente et essentia s opúscuos
em português «Üs princípios da reaidade natura» e «Ü ente e a essência» pertencem ao número das obras menores de São Tomás de Auino ue s terá redigido em Paris no começo da década de 125, nos primeiros anos de magistério quando comentava na Universidade o primeiro ivro das entenças de Pedro Lombardo Há quem avente a hipótese de a pequenina obr s rincípios da eaidade atura constituir um apontamento redigido por Tomás de Auino ainda na ualidade de estudante ao er na versão atina de Utiizamos o texto latino de Opera Omnia (Obas Completas) de São Tomás de Aquino, editadas po odem do Papa eão XIII etiado do tomo pepaado pelos ades pegadoes ou dominicanos, paa os Editoi di San Tomaso, Roma, 976: De Principiis naturae ad Fatem Silvestem pp 3947) e De ente et essentia (36938). Ente as edições destes dois opúsculos, salientamos a edição bilingue (latim e ancês) de Jean Madian, do pimeio, com o título Les principes de la ralit naturelle, ntoduction, taduction et notes Pais Nouvelles Éditions atines, 963; e a de ain de ibea et Cyille Michon, do segundo, Être et Essence Pais, Éditions du Seu, 996
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Migue scoto e com o comentário de Averróis os ivros I e II da ísica de Aristótees e o ivro V da etafísica do mesmo Aristóteles Por se tratar de uma introdução sumária e muito cara sobre temas da mais ura osoa os manuscritos mutilicaramse e hoe guardamse em aruivos de numerosas cidades europeias incluindo Lisboa e facto na Bibioteca Naciona de Lisboa este no códice 2299 folhas 73ra a 76rb uma cóia da segunda metade do sécuo XIV em ae 300 x 220 mm em duas counas com o títuo ncip t de prncips rerum ste manuscrito foi comrado em Paris no ano de 427 ( 309v) Quando no sécuo surge a imrensa o e prn cpis naturae tem uma rimeira edição em Colónia em 472 Até ao m do sécuo publicaramse mais nove incunábulos desta obra Tanto os 82 manuscritos conhecidos como as múl tilas edições feitas a partir de 472 registam imensas variantes A edição crítica citada de 976 ue segui mos rocura obter um texto o mais próxmo ossí vel do original saído das mãos de Tomás de Auino Os manuscritos dos séculos X e XIV oferecem um texto contínuo Os modernos editores adoptam a sua divisão em seis caítulos Para facilitar a eitura atemonos aos arágrafos abertos ea edição latina de 976 2 C Sanc hoae de Aquno Opera Omnia, 6 e 3 3· Iidem 8 n0 31
0
Não houve nunca quaquer esécie de dúvida acerca da autenticidade do «Sermo seu tractatus de ente et essentia» um dos muitos títuos que se arranou ara esta equenina obra de São Tomás de Aquino Os destinatários são os confrades e os coe gas ou estudantes quando ainda não eistia rofes sor como escreveu Ptoomeu de Lucca na sua Histo ria eccesiastica noa Aqui também se arma que o Santo outor a terá redigido quando iniciava o magistério em Paris Os eseciaistas debruçaramse sobre a ossíve interretação das aavras de Ptoo meu ara concuírem que a data da comosição do e ente et essentia osciará entre os anos de 1252 a 256, possivemente depois do e principiis naturae O ano não ossui o rigor de uma questão disu tada epois de aresentada a denição da essência o Autor passa a distinguir as substâncias comostas as substâncias simes (ama inteigência e eus) e os acidentes rocurando saber em cada um destes casos onde está o género a esécie e a diferença A amidão do horizonte e a importância das osições tomadas onde se aborda o robema dos universais a distinção entre o ente e a essência em todas as criaturas e se recusa o hiemorsmo das criaturas esirituais tornam diíci a cassificação deste pequeno compêndio onde a ógica e a metafísica se dão as mãos Cf Opera Omnia ibide Ibidem 20
A noção de essência é central no sistema de Ai cena, o principal expositor de Aristóteles. A maneira como Tomás de Aquino pega no tema prooca o extraordinário sucesso de um escrito que parece não ter sido destinado ao público e cedo acabou por ser copiado, recolhido no orpus de Aristóteles, tradu zido para grego e até hebraico. Conhecese uma trintena de cópias do século X e princípios do século XV e perto de uma centena do sécuo Também a Biblioteca Nacional de Lisboa guarda dois códices o códice 2241 (olhas 114ra7a ), do m do século X em pergaminho, 22 x 15 mm, a duas colunas; e o códice 2299, olhas 114ra12ora, do m do século XV com o título ncpt ber de qudtate encum. Este códice 2299, como se apontou acima, contém ainda o e principiis rerum. As edições impressas do ractatus de ente et essen tia sancti home de quno principiam em Pádua no ano de 1475. Só os incunábulos são 16 ou 17 (um desta época não tem data). No século publica ramse algumas edições escolares com o texto atio e respectia tradução, inclusie em japonês. Naturalmente, com tantos manuscritos e com tantas edições, as ariantes do texto multiplicamse. Algumas glosas passam, nas cópias, para o texto; trocams e umas palaras por outras sinónimas (solum=tantum); experimentase a correcção do texto (principium=causa); explicitase o comple 6 Ibidem 326, nn 68 e 69
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mento subentendido. Assim, tornase extrema mente diícil e complicado obter a ersão primigé nia do Autor e azer um aparato crítico completo Nesta tradução portuguesa seguimos o texto latino das pera mnia de São Tomás de Aquino da citada edição crítica de 1976 O texto arquétipo não oerece diisões é absolutamente contínuo. O seu conteúdo impôs bem cedo a utilização de alíneas separadoras á a edição rinceps de Pádua, de 1475, reimpressa em 1482, destacou o prólogo e inaugurou uma diisão em sete capítulos. O Padre RolandGosselin, em 1926, diide a obrinha da orma aqui seguida pró logo, signicado de essência substâncias compos tas substâncias simples e acidentes i. Nos opúsculos e principiis naturae e e ente et essentia São Tomás de Aquino coloca as pedras essenciais da construção das grandes sumas que o denirão como o outor omum O tema unda mental do primeiro são as quatro causas causa material, causa ormal, causa eciente e causa nal; no segundo ornece as bases da ontologia pura mente losóca, ao ponto de nunca citar a Bíblia nem os Padres da greja. Na suposição de que só l ê São Tomás de Aquino quem domina bem o latim medieal, nunca abun daram as traduções das suas obras em ernáculo, muito menos as consideradas menores, como é o caso destes opúsculos Acresce o acto de o latim, 13
nos dias de hoje, estar a ser deixado para poucos especialistas. Desta orma, os grandes monumentos de cultura de um passado em que a língua eicular era o latim tornaramse inacessíeis ao grande público. A tradução para uma língua ulgar é o meio para o atingir Vericamos, por outro lado, que a cultura grega chegou ao ocidente medieal mediante traduções latinas, incusie as obras de Aristóteles. Estas, por sina, chegaramnos atraés da língua árabe. As tra duções, porém, são sempre, de alguma orma, trai ções ao pensamento original, mesmo para quem domine as duas línguas em presença. Tal acontece, com sobeja razão, relatiamente a textos antigos, que separam ciilizações e maneiras de exprimir. Tornar totalmente inteigíel a um leitor do nosso tempo um texto de São Tomás de Aquino, não obs tante a clareza que põe em tudo quanto escree, é sempre tarea arriscada. De acto, uma tradução ite ral tornase de muito diícil compreensão para os desconhecedores da língua de São Tomás. «Há pas sos que embaraçam lósoos [ . . ; há passos a res peito dos quais os maiores tomistas ainda discor dam. ... Todo o sistema de São Tomás assenta numa ideia gigantesca e, no entanto, simples, que arange todas as coisas existentes e as que poderiam existir. Ele representou esta concepção cósmica pela palar es » de sentido óbio para quem sabe um 7. G K Chesteton Tomás de Aquino ivaia Cu Baga
20220
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ouco de latim mas sem tradução satisfatória ara vernáculo de quaquer lngua moderna elo que a deixamos no original ete A terminologia losóca medieval tem ouco a ver com a terminologia losóca moderna. Notese or exemlo o sentido de «forma» e de «matéria» na linguagem tomista A rimeira é a quaidade real e decisiva que faz com que uma coisa sea ela e não outra; a matéria é o eemento mais misterioso indenido e informe que identica erfeitamente uma coisa e é a sua forma A forma é o acto aquilo que faz com que um tiolo sea tiolo uma estátua sea uma estátua e não uma massa informe Já o dominicano M. D Chenu esecialista na obra de São Tomás não se coibiu de armar que as formas literárias e o estilo técnico da obra de São Tomás «Ó serão inteigveis como a exressão omogénea das insirações dos métodos dos rocessos do ensino coevo» do seu temo Acresce o facto de os mltilos exemos tirados da vida quotidiana tornarem óbvio o que em teoria e numa linguagem muito rória da éoca seria bem difcil de entender Não obstante todas as diculdades e hesitações na escolha dos vocábuos ortugueses que ossam traduzir melhor o ensamento de Tomás de Aquino ousamos tentar a sorte. O breve vocabuário no na audará orventura a comreender mehor a densa literatura dos dois textos traduzidos. 8. M D Chenu, St. Thomas d'Aqin et la théologie Mates spiituels, Bouges, 197, p 79
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De qualquer forma outros arriscaram a tradução ara lnguas modernas ntendeu o editor da tradução ortuguesa deste osculo arriscar também consciente de restar um aulio à história do ensamento Assim como Sã o Tomás dezasseis séculos aós a morte de Aristóteles se aventurou a levar aos leitores do seu temo o ensamento do stagirita não nos areceu descabido a ouco mais de sete séculos de distância da morte de São Tomás de Aquino levar ao leitor ortuguês de hoje o ensamento do Doutor Angélico Juntamos um Posfácio a seguir à tradução ortuguesa dos dois textos anunciados rinciiando or um aontamento sobre a losoa de São Tomás de Aquino seguido de breve vocabulário da losoa medieval mais referenciada nestes osculos ara terminar com um esboço biográco do Santo Doutor
OS PNCÍPOS DA EALDADE NATUAL
I [SER EM E EM
1 Há coisas que odem existir e não existem e há coisas que á existem Camase ser em potêcia ao que ode existir e não existe e ser em acto ao que já existe Po outo lado há duas esécies de ser: o ser essecial ou substacial de uma coisa or exemo se um homem e isto é o ser considerado em si mesmo; e o ser acietal como é o caso de o homem se branco e isto é o ser considerado sob relação articular Nestas duas esécies de ser há aguma coisa em otência ois alguma coisa existe em otência ara que o omem exista: o eserma e o sangue menstrual ; há alguma coisa em otência ara que sea banco: o omem tanto o que existe em otência ara ser substacial como o que existe em otência j ara ser acietal ode chamarse matéria tal como o eserma do homem e o homem de ele branca * Nós diamos hoje o gâmea masculino ou espemaoóide e o gâmea feminino ou óvulo [N do T]
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Mas diferem no seguinte o que eise em otência ara ser substancial chamase matéria de que é feita; mas o que eiste em otência ara ser acidental chamase matéria em que se actualiza. [2.] Em termos adequados o que eiste em otência ara ser acidental chamase sujeito; mas o que eiste em otência ara ser substancial chmase roriamente matéria ois o sueito dá ser ao acidente isto é dálhe eistência orque o acidente só tem ser mediante o sueito Da o aarse que os acidentes estão no sueito mas não se armar que a fora substancial estea no sueito. Assim sendo a matéria diere do sueito orque o sujeito é o que não ro vém de qualquer coisa que se lhe acrescente as eiste or si e ossui um ser comleto tal como o home não deve a sua eistência à cor branca da ele. Mas arase que a matéria obtém o ser a ar tir do que se lhe acrescenta uma vez que or si é ser " incomleto melhor não ossui qualquer estência como escreve o Comentador ao segundo catulo de e ima De onde se conclui utilizando uma linguagem simles que a forma dá o ser à matéria as o acidente não dá o ser ao sueito é o sueito que dá o ser ao acidente ainda que às vezes se toe um elo outro ou sea a matéria elo sueito ou inversamente. [3] Assim como tudo o que eiste em otência ode ser chamado matéria também tudo o que tem exis zo
ência qualquer que sea a eistência subsancial ou acidental ode chamarse forma O homem or eemlo sendo branco em otência tornase branco em acto ela cor branca; o eserma sendo homem em oência tornase homem em acto mediane a alma E orque a forma orna o ser em aco eis a razão de se armar que a forma é aco A forma substacial orém é aquela que faz eistir em acto um ser substancial; a forma acietal é aquela que faz estir em aco um ser acidental [ 4. ] E orque a geração de um ser é movimento ara a forma uma dula geração resonde a uma dula forma à forma substncil resonde a geração ro riamene dia; à forma acidental resonde a gera ção sob uma relação aricular Quando ois se raa de forma subsncial afirmase que alguma coisa aconeceu simlesmente como or eemlo um homem nasceu ou um homem é concebido Quando orém se rata de forma acidenal não se arma que alguma coisa aconeceu simlesmente mas que iso aconteceu Quando o homem nasceu branco não armamos simlesmente que o homem nasceu ou foi concebido mas que nasceu e foi concebido branco A esta dula geração corresonde uma dula cor rupção: simles ou acidental Mas a geração e a cor rução simles exisem aenas no género da subs ância; a geração e a corrução acidenal eisem em odos os ouros géneros 2
"
E orque a geração envolve uma certa mudança do não ser [ou do não ente ara o ser [ou ara o ente ao contrário a corrução envove a assagem do ser ara o não ser A geração não rovém de qualquer não ser mas de não ente que é ente em otência ta como a estátua feita de cobre eiste em oência e não em acto [5 Portanto ara haver geração requeremse três coisas: o ser em otência que é a matéria; o não ser em acto que é a privação; e aquilo mediante o qual se torna em acto que é a forma Assim quando do cobre se faz uma estátua o cobre que é otência ara a forma de estátua é maéria o asecto sem gura ou sem disosição é a rivação a gura a ar tir da qual se chama estátua é a forma Não é porém a forma substacial orque o cobre antes de ossuir figura tem ser em acto e o seu ser não deende daquela gura mas é forma acietal ois todas as formas articiais são acidentais De facto a arte só opera no que á eiste constitudo em ser erfeito ela natureza
II ÉR FR E RVÇÃ
[ 6.] São três os pricípios a atureza: a matéria a forma e a privação Um dos três, a forma, é o que provoca a geração; os outros dois são, por sua arte, onde provém a geração. Por isso, a matéria a privação são a mesma coisa no sujeito ou realidade; a razão é que as distingue. De facto, o bronze, sem guração, é o mesmo antes de receber a forma, mas por uma razão se chama bronze e por outra razão se diz sem figuração. Por isso, a privação chamase pricípio no por si, mas por acidente, por coincidir " com a matéria Da mesma forma dizemos que um médico constrói a sua casa, não por ser médico, mas por ser construtor No mesmo sujeito, o médico, coincide o construtor. H á duas espécies de acietes: os ecessários quando não se separam da realidade, como é a faculdade de o ser humano rir; e os ão ecessários quando se separam, como é o caso da cor branca do homem Embora a privação seja um princípio por acidente, no se segue, no entanto, daí que não seja 23
necessária à geração, porque a matéria nunca é ibertada da privação. Efectivamente, enquanto per manece sob certa forma, tem privação de uma outra forma e, ao contrário, assim como no fogo há priva ção de ar, também no ar há privação de fogo. [7] Advirta-se que sendo a geração feita a partir do
não ser, não dizemos que a egação seja um pricí pio sim a privação porque a negação não tem ' necessidade do sujeito ao qual se apica Não ver pode armarse também de coisas que não existem: uma quimera não vê. O mesmo se pode armar de entes que não nasceram para ver, como acontece com as pedras A privação só se arma acerca de determinado sujeito nascido para existir, ta como a cegueira só se arma acerca de quem nasceu para ver. A geração não se opera a partir do que pura e sim pesmente não existe, mas a partir de um não ente que existe em determinado sujeito e não em qua quer sujeito Não se faz fogo a partir de quaquer matéria não inamável, mas a partir de determinada matéria inamáve Daí o dizer-se que a privação é princípio Mas a privação distingue-se de outros pricípios na medida em que uns são princípios no estao e ser acabao e outros são princípios no estao e ser em evolução Para haver estátua, é necessário haver bronze e, ulteriormente, a gura da estátua. Depois de feita a estátua, para esta existir é necessário ue estas duas coisas, o bronze e a gura, 24
permaneçam A privação é princípio em evolução e não em estado de ser acabado, porque enquanto se faz a esttua, ela não é ainda uma esttua. De facto, se o fosse j, não se tornaria em esttua, porque tudo aquilo que se faz não existe, a não ser em momentos sucessivos, como acontece no tempo e no movimento. Mas a partir do momento em que a esttua exste, deia de haver a privação da esttua, porque a armação e a negação não são simultâ neas, tal como não se pode estar ao mesmo tempo privado de alguma coisa e em posse dessa mesma coisa. Assim, a privação é princípio por acidete, como acima se expôs. Os outros dois são princípios por si mesmos )
8. De tudo o que foi dito se deduz que a matéria,
segundo a razão, distinguese a forma e da priva ção. A matéria de facto, é aquilo em que existe a forma e a privação tal como no cobre existe a forma e a não guração Todavia, umas vezes a matéria é entendida com privação, outras vezes sem privação. O bronze, sendo matéria da esttua, não evoca a ideia de privação, porque do facto de ser bronze não se entende sem forma nem gura. Mas a farinha, sendo matéria de que se faz pão, evoca em si a priva- ção da forma de pão, porque do facto de ser «fari nha» indica um estado que não é o de pão Na gera ção, a matéria (ou sujeito material) permanece, mas não a privação; o composto de certa matéria e de certa privação desaparece. Por isso, a matéria que 25
não impica necessariamente uma certa privação permanece; a matéria que impica necessariamente uma certa privação é transitória. 9] Advirta-se que toda a
matéria tem composição
de forma O bronze, por exempo, é matéria a res peito da estátua; todava, o próprio bronze é com posto de matéria e forma e, por isso, o bronze não é chamado matéria prima porque tem forma. Porém, aquea matéria que é entendida sem quaquer forma e prvação, mas é sujeita à orma e à privação, chama-se matéria prima, porque antes dea não há outra matéria. Esta também se chama hylé isto é, caos ou confusão, em grego. E porque toda a ei ção e todo o conhecimento se obtêm pea forma, eis o motivo de a matéria prima não poder denir-se ou conhecer-se por si mesma, mas em reação à forma, ao ponto de se dizer que a matéria prima é aquio que é e que se mantém assim reativamente a todas as formas e privações, ta como o bronze é reativamente à estátua e à privação de guração. E esta é a matéria prima sem mais. Pode também cha mar-se matéria prima reativamente a um certo géero como acontece com a água reativamente às diversas souções aquosas. Todavia, não é matéria prima sem mais, porque é composto de matéria e forma, o que supõe uma matéria anterior. * A palava gega À signica, em linguagem losóca, maéia; mas o pimeio signicado é madeia, oesa [N do T]
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[10.] Advirtase que a matéria prima e tambm a forma no se gera nem se corrompe, porque toda a geraço parte de aguma coisa para outra O ponto de partda da geraço a matria; o ponto de che gada da geraço a forma Portanto, se a matra e a forma se gerassem, haveria matria de matria e forma de forma, e assim de seguida at ao innito Daí que a geraço, falando com propriedade, só pode partir de um composto [] Advirta-se ainda que a matéria prima cha mada numericamente una em todas as coisas Mas o numericamente uno pode entender-se de duas maneiras: possuir uma forma determinada em número, como acontece em Sócrates Deste modo, a matria prima no coisa numercamente una, por em si no comportar forma aguma Tambm se diz que aguma coisa numericamente una, quando no dispõe de estruturas que a fazem diferir segundo o número Assim, dizse que a matria prima coisa numercamente una, porque enten dida fora de todas aqueas estruturas que criam uma mutiplicidade numrica 12] Advirtase que, embora a matéria no com- porte, na sua natureza, quaquer forma ou privação como a noço de bronze no envove guraço ou ausência de figuraço, todavia, a matria nunca dea de ser forma e privaço, pois existe umas vezes sob ma forma e outras vezes sob otra forma Por 27
si mesma, porém, a matéria nunca pode existir, pois a noção de matéria não comporta quaquer forma, não pode existir em acto, uma vez que é a forma qe dá existência ao acto A matéria só exste em potên cia Por isso, qualquer coisa que exsta em acto não pode chamar-se matéria prima
III (AS QUATRO CAUSAS, OS RÊS PRINCÍPIOS E O ELEENTO]
13. Do que se aaba de de se dedu que são tês os pricípios da ealidade natual: a matéria a forma e a privação Mas estes tês pnípios não são su
entes paa a geação De fato, o que existe em potêcia não pode po i s mesmo passa a acto tal omo o obe que exste em potêna paa se estátua não se fa po si mesmo estátua, mas pesa de um opeado paa que a foma da estátua saia da potênia ao ato Também a foma não pode po s mesma passa da potêna ao ato (falo da foma do objeto geado, da foma que é ponto de hegada da geação), pois a foma só exste no se do objeto poduido. O que é tabalhado existe em mudança enquanto o objeto não fo teminado Impota, potanto, que, paa além da matéia e foma, haja algum pnípo atvo. o que se hama causa eciete ou motoa, ou agente, ou de onde suge o pnípio do mov mento. 29
14] E porque, na palavra de Aristóteles no segundo ivro da etafísica tudo o que age só age em vista de alguma coisa, importa que exista um quarto princí pio, entendido pelo operador, e este chama-se m Advirta-se que, emora todo o agente, tanto natural como voluntrio, tenda a um fim, não se segue, todavia, que todo o agente conheça o m ou sore ele deliere Conhecer, porém, o m é necessrio no respeitante a acções que não são determinadas, mas se escolhem entre possiilidades opostas, como acontece com os age tes vol utários Por isso, importa conhecerem o m pelo qual determinem as próprias acções Mas nos agetes aturais s acções são determinadas; daí a necessidade de escoher aques que convêm ao m Avicena cita o exemplo do tocador de cítara, que não tem necessidade de deiberar sore qual a cord a percutir, por as percussões serem determinadas den tro de si próprio Caso contrrio, haveria demora entre as percussões, o que não podia ser A deliera ção, porém, é mais perceptível no caso do agente voluntrio do que no caso do agente natural Se com preendemos que o agente voluntrio, que nos é mais bem conhecido, pode agir algumas vezes sem deie ração, então devemos admitir, com mais forte rão, que um agente natura tenda para o seu m sem qual quer delieração tender para o seu m não é mais do que ter uma inclinação natural numa certa direcção Do sobredito se deduz a existência de quatro cau sas material eciete formal e al 30
15. mbora se diga que o pricípio e a causa são convertíveis, segundo se lê no livro quinto da etafí sica de Aristóteles, todavia o mesmo Aristóteles, no livro da ísca estabelece a exstência de quatro cau
sas e de três princípios Considera as causas tanto por realidades extrínsecas como por realidades intrínsecas A matéria e a forma são consideradas intrínsecas, por serem partes constitutivas de uma coisa; a causa eciente e a causa nal são chamadas extrínsecas, porque são externas ao objecto produ zido Mas por pricípios considera só as causas intrínsecas Não se nomeia entre as causas a priva ção, por ser princípio acidental, como foi dito quando armamos a existência de quatro causas, entendemos tratar-se de causas por si, a que se redu zem todas as causas por acidente, porque tudo o que exste por acidente é reduzido ao que existe por i
16. mbora Aristóteles, no primeiro livro da ísica considere os pricípios causas intrínsecas, todavia, " como escreve no livro undécimo da etafísica o princípio propriamente dito respeita às causas extrínsecas, e chama elemeto às causas que são par tes do objecto, ou seja, causas intrínsecas, e chama causa a ambas Acontece, no entanto, que por vezes toma um pelo outro De facto, toda a causa pode chamar-se princípio, e todo o princípio pode cha mar-se causa Todavia, a palavra causa parece dizer mais do que princípio tomado na acepção comum, porque o que é princípio, quer tendo, quer não
tendo por conequênca outro er pode chamare prncípo ta como o operáro é chamado o prncí po do cutelo porque do eu trabalho reulta o cutelo. Ma quando aguma coa e muda da bran cura para a negrura dze que a brancura é o prn cípo daquela mudança. De manera geral chamae prncípo a tudo aquo de que é ponto de partda a mudança. Toaa a brancura não é aquo de cuja extênca reulta o etao poteror to é a negrura. Só é chamao caua aquele prncípo e que procee o etado poteror. Por o chamae caua aqulo de cujo er reulta outro er. Por o aquee prncípo que é ponto de partda da mudança não pode por s chamar-se causa embora e lhe chame prncípo. Por ee moto a privação é coocada entre o prncípo e não entre a caua porque a pração é aqulo e que toma orgem a geração. Ma pode também chamar-e caua por acdente enquanto conce com a maté ra como acma fo expoto. 17
lemento no entdo própro ó e refere a
caua erdaderamente matera que entram na compoção de um objecto. Ma não e refere a quaquer caua matera ma ó à que entra na pr mera compoção. Am não zemo que o membro ão elemento do homem porqe o membro também ão compoto a partr de outro ma dzemo que a terra e a água ão elemento w porque não ão compoto a partr e outro corpo 32
mas a partir dees é que há a primeira composição dos corpos aturais. Da Aristótees escrever, o quito ivro de etafísica que «eemeto é o pri meiro compoete imaete de um ser e ão se divide segudo a forma». A eposição da primeira parte «primeiro compo ete», está patete o que acaba de ser dio. A seguda parte <
Do sobedito, potnto, se conclui que o pincípio é de gum modo mis do que cus, e cus mis do que o elemento E isto é o que iz o Comentdo [Aveóis] o quinto livo d etafí sica [de Aistóteles] .
IV INTERDEPENDÊNCIA DAS CAUSAS]
18 Depois do estudo dos quatro géeros e causas
advirta-se que ão é impossíve ter o mesmo obeto várias ausas. A estátua tem por ausa o obre e o artista: o artista omo ausa efiiete e o obre omo ausa materia. Também ão é impossível ser o mesmo obeto ausa de otrários pois assim omo o pioto é ausa de salvação de um avio também é ausa do seu afudameto. ausa do seu afudameto pela sua ausêia; é ausa da sua salvação pela sua preseça omo esreve o ilóofo [Aristóteles o segudo livro da ísica
19. Advirtase aida que ão é impossível ser uma mesma oisa causa e efeito ão sob o mesmo
aspeto mas sob aspetos diferetes. Assim é que o adar é ausa de saúde omo ausa eiete mas a saúde é ausa do adar omo causa fial pois o adar é por vees ausa de saúde para se ser saudá ve. Também o orpo é matéria da alma ma a alma é forma do orpo. De fato a causa eciete éo em 35
relação ao m, porque o m não existiria em acto a ão ser pela operação do agente. Mas a causa nal é causa da causa eciente, sendo que a causa eciente só opera para atingir o m Daí a causa eciente ser causa daquilo que constitui o m, como acontece com o adar, para haver saúde. No entanto, a causa eciente não faz que o m seja m, ou seja, não faz que o m seja a causa al. Assim é que o médico faz que a saúde exista em acto, mas não faz que a saúde seja uma causa nal. O fim também não é causa do que é casa e ciente, mas é causa da eciência da causa eciente, pois a saúde não faz o médico ser médico (falo da saúde recuperada pelo médico), mas faz que o médico seja causa eficiente, ou seja, a saúde é a razão pela qual o médico age. O m é, portanto, a causa da causalidade eciente, porque ela é a razão pela qual age a causa eciente. Do mesmo modo, faz a matéria ser matéria e a forma ser forma, pois que é em vista do m que a matéria toma forma. A forma só aperfeiçoa a matéria mediante o m. De onde o armarse que o m é a casa das causas, porque é causa da causalidade em todas as causas. De facto, a matéria chama-se causa da forma, enquanto a forma só existe na matéria; de igual modo, a forma é causa da matéria, enquanto a matéria só tem ser em acto por meio da forma. De facto, matéria e forma existem em relação uma com a outra, como se lê no segundo livro da ísica pois, quanto ao seu composto, assemelhamse s partes, 36
elatiamente ao todo, e ao simples, elativamente ao composto. [20] Mas poque toda a causa enquanto causa, é natualmente anteio ao seu efeito advita-se que a anteioidade se entende de dois modos, como esceve istóteles no écimo sexto ivo os i mais Po sua divesidae, uma coisa pode dizese ao mesmo tempo aterior e posterior a uma outa, e pode se ao mesmo tempo causa e efeito anteio- ' idade entende-se, que na odem da geação e do tempo, que na odem da substância e do que a completa. De facto, a natueza pocede do imper eito ao pereito e o incompleto ao completo O impefeito é anteio ao pefeito, pela geação e pelo tempo. Mas o pefeito é anteio ao impefeito na odem a substância, tal como se pode dize que o homem existe antes da ciança segundo a substância e do que a completa, mas a ciança é antes do homem na odem da geação e do tempo. Mas, emboa, em temos geais, o impereito sea anteio ao perfeito e a potência anteio ao acto, consideando que num e mesmo se o impefeito pecede o pefeito e a potência pecede o acto, toda via, em temos simples, é necessáio que o pefeito e o acto seam pioitáios, poque o que leva a potên cia a acto é um se em acto, e o que apefeiçoa o impefeito é o se pefeito. Na vedade, a matéria é anteio à forma na odem da geação e do tempo, pois existe pimeio aquio a que alguma coisa chega 37
e depois auio a ue chega. Mas a forma é anterior à matéria pea substância e peo que a competa, por ue a matéria só possui ser competo pea forma. De igual modo, também a causa eciente, ue é motor para um m, é anterior ao m na ordem da geraço e do tempo. Mas o m é primeiro na ordem da causa eciente, enquanto eciente na ordem da substância e do ue a completa, porue a acço da causa e ciente somente existe competamente peo m. Por tanto, estas duas causas, a materia e a eciente, exis tem prioritariamente por via de geraço; mas a forma e o m so prioritários segundo a via da perfeiço. [1.] Note-se a existência de dupa necessidade a asoluta e a condiciona. A ecessiae absoluta é a ue procede de causas anteriores na ordem da gera ço, a saber a causa material e a causa eciente. A necessidade da morte, por exempo, provém da matéria e do facto de sermos um composto de con trários. Chama-se-he necessidade absouta, porue no pode ser impedida. Também se lhe dá o nome de necessidade materia. A ecessiae coicioal procede de causas posteriores na ordem da geraço, a saber a causa formal e a causa na. Dizemos ue é necessário haver concepço para ser gerado um homem. Chamase-lhe necessidade condicional, porue no é necessário em si ue esta muer con ceba, mas é condiço para ue nasça um homem ue a muher conceba. Também se he dá o nome de necessidade em nço de um m. 38
22.] Advirtase que três causas: a causa forma, a causa nal e a causa eciente podem incidir um só objecto como é patente na geração ou produção do fogo. De acto, o ogo gera ou produz o fogo. Por tanto, o ogo é causa eciente, enquanto gera; e é causa formal, enquanto faz existir em acto o que antes existia em potência; e é causa nal, enquanto as operações do agente terminam nele e enquanto é requerido peo agente. Há uas espéces e fs: o da geração e o do ' objecto gerado, como se verica na eitura de um cutelo. De facto, a forma do cuteo é o m do que se quer produzir quando se faz o cuteo; mas o cortar, que é a nção própria do cuteo, é o m do objecto produzido. O m do objecto gerado ou produzido, porém, coincide s vezes com as duas causas sobre ditas, ou seja, quando a geração se faz por um ser da mesma espécie, tal como o homem gera um ser humano e uma oliveira dá origem a uma oliveira. Isto não pode entenderse acerca do m do objecto produzido. Advirta-se, no entanto, que o e a forma não formam senão uma só coisa, no sentido de que a orma do objecto gerado ou produzido e o m da geração ou produção são uma única e mesma coisa. Mas com a causa eciente não acontece o mesmo. Ea não é um único e mesmo indivíduo com a forma e o m: ea pertence apenas à mesma espécie De facto, é impossíve que o construtor e o objecto construdo sejam o mesmo no número, mas podem 9
se o mesmo na espécie Assim sucee quano o omem gea um omem O omem que gea e o omem geao são ivesos em númeo, mas são os mesmos na espéce A matéria poém, não se et ca com as tês outas causas, poque a matéia, po se um ente em potência, tem a maca o impe feito as as outas causas, po existiem em acto, têm a maca o pefeito O perfeito poém, e o imperfeito não coinciem no mesmo
v DIVERSAS MANEIRAS DE SER DAS QUARO CAUSAS]
[23 Dao são quatro as causas: a nt a forma a matria a na airta-s ar as s po ntnr mitas manras D a tr roo r ou postr p ostror or a fao ma causa po sr at omo armamos a art miina o mio são a asa a saú Mas a art miina asa antror o mo asa postror O msmo aont aont na asa a sa fora nas otras otra s asas asas Not Not -s mos smpr ar a stão à causa pr mera para ao prgntar-s: Por moto st omm s ro? -s rsponr: Por o mio o ro E aina: Por motio o ro? Por possi poss i a art rar [24 irta-s ana a asa postror a- próxma a asa antrior causa remot remo ta maa causa próxma Da stas as sõs asas amas om o msmo sgnao: ma antrior otra postror; ma próxima as asas otra rmota D-s porm osrar o sgint: Smpr o mais 41
universal se chama causa remota; o que é mais par ticular, causa próxima. Assim, afirmamos que a forma próxma do homem é a sua denição, ou seja, seja , animal racional. O animal é mais remoto e a subs tância ainda mais remota. Efectivamente, todas as formas superiores são formas das inferiores. De igual modo, modo, a matéria próxma da esttua é o cobre, mas a matéria remota é o metal e, por isso, mais remoto remoto ainda é o corpo sólido.
25 guaente guaente,, uma é causa caus a das causas causas por por si; outra é causa das causas por acidente. Chama-se causa por si
aquela que é causa de algum objecto enquanto tal, tal como o aruitecto é casa eciente da casa e a madeira é causa materia do escabeo. Chama-se causa por aci ete aquela que acontece acontece à causa por si, quando a mamos, por exemplo, que o gratico é construtor O gramtico gramtico construtor construtor é causa causa por acidente, pois não o é enquanto gramtico, mas enquanto construtor. O mesmo mesmo acontece acontece nas outras outras causas.
26 H causas simples e causas compostas. A causa simples é a causa só por si, ou então, é a causa só por
acidente. Tal acontece quando, por exemplo, arma mos que o construtor é causa da casa e, de igual modo, quando armamos que o médico é causa da casa A causa composta porém, é quando ambas se chamam chama m causa, causa, como quando armamos armamos qe o cons cons trutor médico médico é causa da casa. Pode também chamar w -se causa simples, conforme o que se lê em Avcena, 42
aquio que é causa sem recurso de uma outra O cobre, por exemplo, é causa da estátua sem adjunção adjunção de outra matéria, pois do cobre se faz a estátua, tal como se arma que o médico cura as doenças ou que o fogo aquece Porém, a causa composta existe quando há necessidade de ajuntar diversas coisas para haver causa: um só homem não é causa do movimento movimento do navio, mas ma s muitos, muitos, tal ta l como como uma só pedra não não é causa materia de um umaa casa, casa, mas m as muitas muitas 27] Há causas em acto e causas em potêcia A causa em acto é aquela que produz actualmente o seu efeito, como o construtor que edifica, ou o po têcia cobre com que se faz a esttua A ca usa em pot é aquela que, embora não produza actualmente quaquer efeito, pode todavia provocálo, como é o caso do construtor que não constrói, mas poe construir, e o cobre enquanto não é esttua Avirtase que, faando d e causas causas e m acto, acto, é neces neces sário que a causa e o efeito sejam simultâneos, de modo que se há um, haja o outro De facto, se hou ver um construtor em acto, é necessário que ele construa; e se há edicio em acto, é necessário que exsta um construtor em acto Mas isto não é neces neces sário para as causas que só existem em potência Advirtase, porém, que uma causa uiversal é comparada a um efeito universa, e uma causa si gular corresponde a um efeito sigular tal como armamos que o construtor é causa a casa e este construtor construtor é causa ca usa desta casa _i) 43
VI OS SENTIDOS UNÍOCO EQUÍOCO E ANALÓGICO]
28. Avirtase ainda que alano e princípios ntrínsecos, isto é, matéra e orma, há uma ieti ae e uma istição de prncípios relativamente a
uma entiae e uma distinção de prncipiados ou eeitos Alguns eles são iênticos em número, como acontece com Sócrates e «este homem» dado como seno Sócrates; há outros que são diversos em número e iênticos pela espécie Sócrates e Platão, por exemplo, embora dierentes em número, con vêm toava na espécie humana; outros ainda die rem na espéce, mas são idênticos no géero como o homem e o burro, que convêm no género animal; outros, nalmente, divergem no género, mas identi camse segundo a aalogia como é o caso da subs tância e a quantae, que não convêm em nenhum género, mas convêm apenas segundo a analogia, pois só têm em comum o ser. O ser, porém, não é género, porque o ser não se aplica aos diversos seres e maneira unívoca, mas de maneira analógica 45
[29] Para comreender o qe acaba de ser dito advirtase qe h três maneiras diferentes de alicar ma mesma denominação a ma lralidade de seres: de forma nívoca, eqívoca e analógica Emregase a forma uívoca ao mesmo nome e ao mesmo signicado, isto é, eição como acontece à alavra animal, alicada ao homem e ao burro Ambos são animais e ambos são sbstância animada sensível, qe é a denição de animal Emregase a forma equívoca qando se alica a seres diversos m mesmo nome, empregado com sentido diferente Assim é qe o «cão» tanto pode ser m animal qe ladra, como ma constelação celeste Convêm no nome, mas não na denção, nem no signicado De facto, o signicado de uma alavra é a sa denição, conforme se lê no qarto livro da etafísica [ de Aristóteles Emregase a forma aalógica quando se aplica uma mesma alavra a realidades qe diferem por sua natreza e denição, mas são vistas sob ma relação qe lhes é comum, tal como a palavra «são» se diz de m coro de animal, da urina e da bebida, mas não tem o mesmo sentido nos três casos De facto, dizse qe a urina é sã no sentido de nela se encontrar m sintoma de saúde falase de corpo são enqanto é sjeito de saúde falase de bebida sã no sentido de ser casa de saúde Mas estes três sentidos distintos referemse a m só m: à saúde [3 ] Efectivamente, as coisas qe têm ma relação
de analogia isto é, de roporção, o de comara ção, o de conveniência, referemse a m m único, como se verifico no exemlo da saúde otras vezes, referemse a m só agente o causa eciente Assim é chamado «médico» não só o qe sabe medi cina, como também aqele qe a não conhece, como m charlatão falase ainda de instrmentos médicos, por referência a m só género de acto, o acto médico, qe é a medicina; otras vezes, orém, é or referência a m só sjeito nte vem de subs tância mas também reseita à qualiae à quanti ae e a otros atribtos Mas a qalidade e todas as otras coisas não são totalmente ente no mesmo sentido qe a sbstância o é Todas as coisas se dizem entes a partir do facto de serem atribtos da sbstância, qe é o sjeito das otras coisas Daí o dizerse qe o ente provém, rimeiramente, da sbstância e, osteriormente, de otras coisas Por conseginte, o ente não é comm à sbstância e à qantidade e aos otros atribtos, orqe nenhm ' género ode ser atribído dessa maneira às sas ró rias espécies o seja, rimeiramente a ma de entre elas e deois às otras or via de conseqência, mas o ente é atribído à sbstância e aos acidentes de maneira analógica Esta é a nossa conclsão A sbs tância e a qantidade diferem no género, mas élhes comm a analogia [31] Pelas denominações múltilas qe designam m só e mesmo indivído, h uma só forma e uma 47
só matéria como acontece com Túlio e Cícero, qe são a mesma essoa Para aqeas denominações qe designam indivídos diversos ertencendo a ma mesma espécie mtilicidade de matéria e de forma, mas não de esécie, como acontece com Sócrates e Platão, qe são dois lósofos distintos galmente, ara aqeas denominações qe designam m mesmo géero e cjos rincíios ertencem ao mesmo género, como é o caso da alma e do 1" coro do brro e do cavalo, diferem ela esécie, mas são do mesmo género dêntico raciocínio se aica àqelas denominações qe são emregadas só de maneira anloga o roorcional os ses rincíios são os mesmos somente or analogia o ro orção De facto, a matéria a forma e a privação or otras alavras, a potêcia e o acto são rincíios da substâcia e dos otros géeros Todavia, a matéria, a forma e a rivação diferem do género, conforme se trate de sbstânca o de acidente. Se as mesmas noções de matéria, forma e rivação se alicam tanto aos acidentes como à sbstância, é or analogia de roorcionalidade, isto é, qe a mesma reação, or m lado, entre a matéria da sbstância e a rória sbstância, e, or otro lado, entre a matéria de m acidente, tal como a qantidade e a qantidade em si rória Todavia, assim como a sbstância é casa de todos os acidentes, assim os rincíios da sbstância são os rincíios de todos os acidentes
O ENTE E A ESSÊNCA
1] Porque um erro pequeno no prncío acaba por ser grande no fim, como afirma o Flósofo Arstóteles] no lvro I do tratado éu e o uo e que o ente e a essênca são o que o ntelecto concebe em prmero lugar, como escreve Avcena no começo da sua etafísica para que não nos aconteça car no erro da ignorânca, devemos, a m de resolver a dculdade, denr a essênca e o ente e como se encontram nas diversas realidades e se relaconam com as intenções lógcas, a saber, o géero a espécie e a ifereça 2] Mas porque devemos trar dos compostos o conhecmento do que é simples e atngr, a partr do posteror, o que é anteror, para que, prncpando do que é mas fácl, o estudo se torne mas acessível, vamos proceder do sgncado do ente para o sgncado da essênca
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CAPÍTUO (DFINIÇÃO DO NT DA SS�NCIA]
Advirtase que, como escreve o ilósofo no li vro V da etasica o ete por si é entendido de duas
maneiras a primeira divide-se em dez géneros; a segunda signica a verdade das proposiçes A dife rença destes dois sentidos est em que, no segundo, pode chamar-se ente tudo aquilo de que uma propo sição armativa pode ser formada, mesmo que tal não ponha nada na realidade Assim é que as priva çes e as negaçes podem chamar-se entes De facto, dizemos que a armação se opõe à negação e que a cegueira est no olho No primeiro sentido, porém, só pode chamar-se ente o que pe alguma coisa na realidade Assim é que a cegueira e outras privações ou negaçes deste tipo não são entes 2 ] O nome de
essêcia por seu lado, não é tirado
de ente no segundo sentido, pois deste modo são chamados alguns entes que não têm essência, como é evidente nas privaçes Mas a essência é tirada de ente no primeiro sentido Daí a palavra do Comen 53
tador Averróis], no mesmo gar: O ente, no rimeiro sentido, signica a essência do obecto E or qe, como foi dito, o ente, tomado neste sentido, se divide or dez géneros, imorta qe a essência sig niqe agma coisa de comm a todas as natrezas eas qais os diversos entes são colocados nos diversos géneros e esécies A hmanidade, or exemo, é a essência do homem e assim or diante 3] E orqe aqilo eo qa ma coisa é constitída no rório género o esécie é o qe é signicado ea eição indicando o qe é a coisa, daí concírem os ósofos qe o nome da essência é mdado ara quiiae Isto é també o qe o Filósofo freqentemente chama o qe era ser qal qer coisa, isto é, aqilo or qe agma coisa tem de ser ma coisa qaqer. Chamasee também forma na edida em qe ea forma é signicada a certeza de cada coisa, como escreve Avicena no ivro da sa etafísica Também isto se chama, or otro nome, atureza entendendo natreza no rimeiro dos qatro sentidos qe Boécio assinaa no ivro s uas aturezas o sea, no sentido de qe se chama natreza a tdo o qe ode, de agm modo, ser areendido ea inteigência, ois ma coisa só é inteigíve mediante a sa definição e essência. Também o Fiósofo, no ivro V da etafí sica arma qe toda a sbstância é natreza Todavia, a alavra natreza, assim entendida, arece sig nicar a essência da coisa segndo a qa é orde 54
nada à sa oeração rória, ois nenhma coisa erde a oeração rória, enqanto a alavra qididade rovém do facto de ser signicada ela denição Chamaselhe, orém, essência, enqanto é or ela e é nela qe o ente ossi o ser
4 Mas orqe o ente toma o nome, de maneira absolta e em rimeiro lgar, a artir das substâ cias e, deois, de maneira relativa, dos acidetes daí se sege qe também a essência existe de maneira prória e verdadeiramente na sbstância de certo modo e de maneira relativa, nos acidentes De entre as sbstâncias, mas são simples e otras compostas Em ambas existe a essência. Nas sbstâncias simles, orém, existe de modo mais verdadeiro e nobre, na medida em qe também ossem m ser mais nobre, ois são casa do qe é comosto, elo menos a substâcia primeira simples qe é eus Mas orqe as essências daqelas sbstâncias j não nos são ocltas, devemos começar elas essências das sbstâncias comostas, ara qe, artindo do mais fcil, se torne o assnto de melhor comreensão
CAPÍTULO SUBSÂNCIAS COMPOSAS E ESS�NCIA]
[1] Nas substâcias compostas conecese a forma e a matéria tal como no omem se conece a alma e o coro Mas não se ode dzer que só uma das duas se cama essênca De acto, é evdente que a matéra solada do objecto não é essênca, orque não só um objecto é reconecível ela sua essênca, mas também é ordenado numa eséce ou num género A matéra nem é rncío de conecmento, nem, segundo ela, cosa alguma é determnada ara um género ou uma eséce, mas segundo o que alguma cosa é em acto Também a orma sozna não ode camarse essênca da substânca comosta, anda que alguns se esorcem or o sustentar Do que o dto se nere claramente que a essêcia é o que é sgncado ela denção da cosa Porém, a eição das substâcias aturais contém não só a orma, mas também a matéra, os, caso contráro, não avera derença entre as eições aturais e matemáticas E não se ode armar que a matéra se encontre na denção da substânca natural como acrescento à 57
sa essência, o como m ser exterior à sa essência, orqe esta esécie de denições é rória dos acidentes, qe não têm essência erfeita. Daí, a necessidade de receberem na sa denição m sujeito qe é exteror ao se género. É ortanto, evidente qe a essência comreende a matria e a forma 2] Não se ode armar, orém, qe a essêcia signiqe ma reação entre a matria e a forma o qalqer coisa qe lhe fosse ajntado, orqe isso seria necessariamente acidenta e estranho à cosa, e esta não seria conhecda or esta relação Tdo sto faz arte da essênca. De facto, mediante a forma, qe é o acto da matéria, esta tornase ente em acto, e este tornase agma coisa O qe lhe é ajntado não dá à matéria o ser em acto de maneira absota, mas ser em acto como cosa determinada, tal como acontece com os acidentes. Por exemo, a brancra faz o branco em acto. Daí também qe, qando adqre determinada forma, não se arma qe é gerada de maneira absolta, mas de manera relativa. 3] Portanto, a alavra essência nas sbstâncias comostas signica o qe é comosto de matéria e · forma Com isto concorda a alavra de Boécio no se comentário das ategorias onde escreve que * Esta afmação é de facto atiuda a Boécio po Santo Aleto Magno, po São Boaventua e po São Tomás No entanto como taem em odapé os editoes das Opera Omnia, p 370 não se enconta em Boécio [N do T
usya signica o comosto Com efeito, a ara os gregos é o mesmo qe essência ara
nós, como ele rório o diz no livro s uas atu rezas Avicena também arma qe a qididade das sbstâncias comostas é a rória comosição da matéria e da forma O Comentador Averróis] tam bém escreve acerca do livro VI da etafísica: «A natreza qe têm as esécies nas coisas sjeitas à geração é m intermedirio, isto é, m comosto de matéria e forma» Também a razão est de acordo, orqe o ser da sbstância comosta não é só o da forma, nem só o da matéria mas o do rório comosto Ora, a essêcia é aqilo segndo o qal ma coisa se chama ser Por isso, importa qe a essência, ela qal ma coisa é denominada ser, não seja só forma, n em seja só matéria, mas ma coisa e otra, ainda qe só a forma seja, à sa maneira, casa deste ser Assim, de facto, vemos nas otras realidades, formadas or vrios rincíios, qe a coisa não é chamada só a artir de m otro destes rincíios, mas daqele qe abrange a ambos, como é evidente nos sabores A acção do calor na digestão da hmi dade casa a doçra, e embora deste modo o calor seja casa da doçra, todavia não se chama coro doce elo calor mas elo sabor, qe abrange o qente e o húmido 4· Mas orqe a matéria é o pricípio a iiviua ção areceria dedzirse daí qe a essência, qe em si comreende ao mesmo temo a matéria e a forma, 59
fosse apenas particuar e não universa. Disto se seguiria que os uiversais não teriam denição se a essência é o que é signicado pea denição Adirta se, por isso, que a atéria não é entendida, sem mais, princípio de individuação, mas só o é a matéria designada. Cao matéria esigaa aquela que se considera sob determinadas dimensões. Esta maté ria, poré, não se põe na denição dada ao omem enquanto omem, mas seria posta na denição de Sócrates, se Sócrates tivesse uma denição. Na de nição do oe põese a matéria ão esigaa pois na denição do omem não se põe este osso e esta carne, mas o osso e a carne tomados absoutaente, que são a atéria não designada do omem.
[. Assim, portanto, é evidente que a essência do oem só difere da essência de Sócrates pelo esig ao e o ão esigao Por isso, o Comentador [Averróis escreve a respeito do livro V da etafí sica: «Sócrates não é nada mais do que animalidade e racionaidade, que são a sua quididade.» Assi também diferem a essência do géero e da espécie segundo o designado e o não designado, ainda que nestes dois casos aja outro odo de designação. De facto, a designação do indivíduo em reação à espécie é feita da matéria designada por dimensões, enquanto que a designação da espécie em reação ao género fazse pela ifereça constitutiva, tirada da forma da coisa. Ora, esta deterinação ou designa ção, que se encontra na espécie em reação ao 6o
género, não se faz or qalqer coisa existente na essência da esécie qe não esteja de modo nenhm na essência do género Antes, tdo o qe existe na espéce existe também no géero como não determinado Com efeito, se o animal não fosse o todo qe é o homem, mas arte dele, não se lhe alicaria, ois qe nenhma arte integral se alica ao se todo
6 Poderse ver de qe modo isto acontece, ao examinarse a diferença existente entre o corpo tomado enqanto arte animal e o coro tomado enqanto género, orqe não ode ser género da maneira qe é arte integral A alavra corpo ode assmir vrios sentidos De facto, chamase corpo no género da sbstância, o qe ossi determinada natreza, de modo qe nele ossam designarse o determinarse as três dimensões, ois as rrias três dimensões designadas são o coro qe existe no género da qantidade Acontece, orém, nas coisas qe o ossidor de ma erfeição atinja também ma erfeição lterior, como se verica no homem qe ossi ma atureza sesitiva e, além disso, ma atureza itelectiva De igal modo, também, e acima da erfeição de ossir determinada forma ara qe nela ossam assinalarse as três dimensões, ode ajntarse otra erfeição, or exemlo, a vida e o mais A alavra coro, ortanto, ode signicar ma determinada coisa com ma determinada forma, da qal sege nela a ossibilidade de assina lar com recisão as três dimensões, a saber qe 6
nenhma perfeição lterior reslte daqela forma, mas, se algma coisa lhe é antada, tal não sea compreendido na denição do corpo assim entendido O corpo será ma parte integral e material do animal, porqe, neste sentido, a alma não estará compreendida no qe é significado pela palavra corpo ela será algma coisa de antado ao próprio corpo, de tal modo qe de dois, da alma e do corpo, seja constitído o animal, como de das partes
7.) Pode também entenderse a palavra corpo com o signicado de certa coisa, qe possi determinada forma, de modo qe as três imesões nela possam ser designadas, qalqer qe seja aqela forma, qer dela possa provir algma perfeição lterior, qer não Deste modo, o corpo será género animal, porqe no animal não precisará de entender nada qe não esteja implicitamente contido no corpo De facto, a alma não é ma forma diferente daqela pela qal, nesta coisa, podiam ser designadas as três dimensões Por isso, qando se dizia qe o corpo é o qe possi determinada forma de qe podem ser designadas as três dimensões nele, entendiase qal fosse a forma o a alma, o a pedreira, o qais qer otras coisas Assim, a forma do animal é implicitamente contida na forma do corpo, na medida em qe o corpo é o se género
8.) Tal é também a relação de aimal a homem Se, de facto, animal fosse nome qe apenas indicasse 62
uma certa realidade com determinada erfeição, como sentir e moverse or um rincíio existente nele mesmo, com exclusão de qualquer outra erfeição, então qualquer outra erfeição ulterior que lhe fosse ajuntada relacionarseia com o animal a modo de um comarte e não imlicitamente contida na noção de animal Desta forma, o anima não seria género Mas é um género, na medida em que signica uma certa realidade com uma forma de que odem rovir a sensação e o movimento, qualquer que seja essa forma: aenas alma sensível, ou ao mesmo temo alma sensível e racional
9 Assim, ortanto, o género signica indeterminadamente tudo o que existe na espécie ois não signi ca só a matéria De igual modo, também a dife rença signica o todo e não significa só a forma também a definição signica o todo; o mesmo se diga da esécie, mas de modo diferente, orque o género signica o todo como uma certa denomina ção que determina o que é material na coisa, sem determinação da rória forma Por isso, o género é tomado a artir da matéria - embora não seja matéria como é evidente ara o coro, assim chamado or ter uma erfeição tal, que as três dimensões odem ser designadas nele, erfeição que se rela ciona com a erfeição ulterior como sua matéria Mas a diferença, ao contrrio, é uma certa denominação feita a artir de forma determinada, sem considerar no seu rimeiro conceito o que é matéria J 63
deterinada Isto é claro qando se chaa aniado o qe te a ala, ois não se deterina qe coisa seja se coro o qalquer outra coisa Daí, a aração de Avicena de qe o género não é en sado na diferença coo fazendo arte da sa essên cia, as aenas coo ente fora da essência, tal coo tabé o sjeito existe a artir da inteligên cia das aixões É tabé or isso qe o género não se alica or si à diferença, coo escreve o Fiósofo no livro III da etafsica e no IV dos óicos a não ser talvez no sentido e que o sujeito se alica à aixão Mas a denição o esécie abrange e otro, a saber, deterinada atéria, qe designa o noe do género, e deterinada fora, qe designa o noe da diferença 10] Daqi aarece claraente a razão ela qal o géero a esécie e a difereça se relaciona de aneira roorcional co a matéria a forma e o '" comosto na natreza, ebora não seja idênticos De facto, o género não é atéria, as é toado a artir da atéria coo signicando o todo; e a diferença não é fora, as é toada a artir da fora, coo signicando o todo Daí o dizeros qe o hoe é anial racional, e não qe é coosto de anial e de racional, coo dizeos que é coosto de ala e coro De facto, dizse qe o hoe é coosto de ala e coro, coo a artir de das c oi s as é c on s ti t uí d a a t er c ei r a, q u e n ão é nenhua das das, ois o hoe em é coo em 64
alma. Mas se se diz que o homem é de uma certa maneira composto de anima e de raciona, ta não ser como uma terceira coisa a partir de duas coisas, mas como um terceiro conceito a partir de dois conceitos Com efeito, o conceito de animal é sem determinação de uma forma especia, mas exprime a natureza da coisa a partir do que é materia relativamente à perfeição útima Mas o conceito desta diferença raciona consiste na determinação de uma forma especia A partir destes dois conceitos é for mado o conceito da espécie o da definição Por isso, assim como uma reaidade constituída por outras reaidades não recebe deas a sua identicação, também o conceito não recebe de outros conceitos a sua identicação, pois não armamos que a denição seja género o u diferença [] Do facto de o gero signicar toda a essência da epcie não se concui que diversas espécies do mesmo género tenham uma só essência, porque a unidade do género procede da própria indetermina ção ou indiferença O que é signicado peo género não é necessariamente uma natureza numerica mente una em diversas espécies, à qua se ajuntaria outra reaidade, a diferença determinante, à maneira da forma que determina a matéria nmericamente una O género signica uma forma sem todavia determinar esta ou aquea , uma forma expressa por diferença determinada, não distinta da signicada, de maneira indeterminada, pelo género Por 65
isso, o Comentador ao ivro XI da etafísica arma qe a matéria prima chamase na or negação de todas as formas, enqanto qe o género se chama no eo carcter comm da forma significada Tornase assim evidente qe, ma vez ajntada a diferença e afastada a indeterminação, qe era a casa da nidade do género, as esécies ermaneçam diversas ea essência
12 E orqe, como se disse, a natreza da espécie é indeterminada em reação ao indivíduo ta como a natreza do género o é em reação à esécie, segese qe da mesma forma qe o género, na medida m qe se apica à esécie, impica no seu signicado, I embora de maneira indistinta, tdo o qe é de maneira determinada na esécie Também o qe é esécie, na medida em qe o qe se aica ao indivído, deve signicar tdo o qe essenciamente existe no indivído, embora de maneira indistinta Assim, a essência da espécie é signicada ea alavra homem Daí, o aicarse a Sócrates a aavra homem Se, orém, a natreza da esécie é signicada com a excsão da matéria designada qe é princípio de individuação ea se ter como arte Deste modo, é signicado ea aavra hmanidade, ois a hmanidade signica o orqê de o homem ser homem Ora, a matéria designada não é o orqê de o homem ser homem, e não é, ortanto, de modo agm contida entre aqees rincíios a artir dos qais o homem é homem Uma vez qe a hmani 66
dade inci só no se conceito aqilo de onde o homem tem de ser homem, é evidente qe a matéria designada é excída o rejeitada do signicado de hmanidade E como a arte não se alica ao todo, reslta daí qe a hmanidade não se alica nem ao homem nem a Sócrates Por isso, Avicena escreve qe a qididade do comosto não é o rório comosto de qe ela é a qididade, embora a mesma qididade seja comosta Por exemo, a hmanidade, embora seja comosta, não é o homem Pre cisa, ao contrário, qe seja recebida em algma coisa, qe é a matéria designada [13 Mas orqe, como foi dito, a designação da espécie relativamente ao género se faz ela forma a designação do indivíduo relativamente à esécie, fazse ela matéria. necessário, ortanto, qe a alavra qe signica aqilo de onde é tirada a natreza do género, com exclsão da forma determinada qe aerfeiçoa a esécie, signiqe a arte material do todo, assim como o coro é a arte material do homem A aavra, orém, qe signica aqilo de onde é tomada a natreza da esécie, com excsão da matéria designada, signica a arte forma Por isso, a hmanidade é signicada como forma deter minada e chamaselhe forma do todo, não certa mente como se fosse forma ajntada às artes essen ciais, a saber, forma e matéria, tal como a forma de ma casa se ajnta às sas artes integrais ela é antes a forma qe é m todo, isto é, abrange a 67
forma e a matéria Exci, no entanto, o qe é desig nado or matéria 14 Assim, ois, é evidente qe as aavras omem e hmanidade signicam a essênia do omem, mas de modo diverso, como foi dito, orqe a aavra homem signica a essência mana como m todo, enqanto qe não exci a designação da matéria, mas imícita e indistintamente a contém, ta como s disse qe o género contém a diferença Por isso, a aavra omem aicase aos indivdos Mas a aavra humanidade significa a essência mana como ma arte, orqe não contém no se signi cado senão aqio qe é rório do omem enqanto omem, e exci toda a designação, elo qe não se aica a indivídos da esécie mana É or isso qe a aavra essência se encontra mas vezes aicada à reaidade, qando dizemos, or exemo, qe Sócrates é ma certa essência otras vezes negase, como acontece qando dizemos qe a essência de Sócrates não é Sócrates
CAPÍTULO GÉNERO ESPÉCIE E DIFERENÇA]
[ ] De o is de ter visto o significad o da aavra essência nas sbstâncias comostas, vejamos de qe modo se reacionam as noções de géner espécie e ierença Ora, orqe aqio a qe convém a noção de género o de esécie o de diferença é aicado a este singular designado, é imossíve qe a noção uniersal de género e de esécie convena à essência, na medida em qe signica ma arte, como é o caso das aavras manidade o animaidade Por isso, arma Avicena qe a racionaidade não é iferença mas princípi de diferença Pea mesma razão, a hmanidade não é esécie, nem a animaidade é género Também não se ode armar qe a noção de género e de esécie convena à essência tomada como determinada reaidade existente fora dos indiídus como sstentavam os Patónicos, orqe então o género e a esécie não se aicariam ao indivído De facto, não se ode dizer qe Sócrates é aqio qe é searado dee, nem essa reaidade searada serviria ao conecimento deste indivído 69
Resta, or isso, qe a noção de género o de esécie convenha à essência na medida em qe signica m todo, como acontece nas alavras homem o ani mal, qe contêm imlícita e indistintamente tdo o qe existe no indivído 2] Ora, a natureza o essncia assim entendida ode ser considerada de das maneiras Segndo a noção rória, só ode ser considerada de ma maneira, e esta é a sa consideração absolta Desta maneira, nada é verdadeiro acerca dela senão o qe lhe convém como tal Daí, tdo qanto se lhe atri ba de otras realidades, ser falsa atribição. Por exemlo, ao homem como tal convém ser racional e animal e otras determinações ertencentes à sa definição; mas ser branco o reto, o qalqer otra coisa qe não ertença à noção de hmani dade, não convém ao homem como tal Daí a ergnta: Se esta natreza assim considerada ode ser na o múltila A resosta é qe não ode ser nem ma nem otra coisa, orqe ambas estão fora do conceito de hmanidade e ambas odem alicarse lhe Se a lralidade ertencesse ao se conceito, nnca oderia ser na, sendo todavia na, como existe em Sócrates De igal modo, se a nidade er tencesse ao se conceito, então seria na e a mesma a natreza de Sócrates e de Platão, e não oderia ser mltilicada em vrios indivídos Por otras ala vras, se se considera a essência segndo o ser qe tem nisto o naqilo, então qalqer coisa lhe ode 70
ser alicada or acidente em razão daquilo em que existe Armarse que o homem é branco orque Sócrates é branco não convém ao homem enquanto homem 3] Ora, esta natureza tem um ser dulo: um nos singulares e o outro na alma Conforme cada um dees, os acidentes acomanham a dita natureza Nos singulares também ea tem um ser múltilo, consoante a diversidade dos singulares Todavia, segundo a sua rimeira consideração, a considera ção absoluta, nenhum destes acidentes é devido a esta natureza Com efeito, é falso afirmar que a essência do homem enquanto ta, tena o ser neste singular, orque se o tivesse conviria ao homem enquanto homem e nunca estaria fora deste singular De igual modo também, se conviesse ao homem, enquanto homem, não estar neste singular, nunca estaria nele Mas é verdade armar que ertence ao homem, não enquanto homem, estar neste ou naquele singular, ou na alma É ortanto, evidente que a natureza do homem considerada absoutamente, faz abstracção de todo o ser, mas de ta maneira que não exclua algum dees Esta natureza c assim considerada alicase a todos os indivíduos 4] Contudo, não se ode armar que a noção do universal convenha à natureza assim entendida, or que a unidade e a comunidade ertencem à noção do universal, mas nenhum dos dois convém à natureza 71
hmana segndo a sa consideração absolta. Com efeito, se a comnidade ertencesse ao conceito de homem, então a comnidade encontrarseia em tdo aqio em qe a hmanidade se encontrasse também E isto é falso, orqe em Sócrates não se encontra qalqer comnidade, mas tdo o qe existe nele é individado galmente também não se ode armar qe a noção de género o de esécie aconteça à natreza hmana segndo o ser qe tem nos indivídos, orqe a natreza hmana não se encontra nos indivídos segndo a nidade, de modo qe sea no aqilo qe convém a todos, como o exige a noção de niversal. Resta, ortanto, qe a noção de esécie aconteça à natreza hana segndo aqee ser qe tem no intelecto. De facto, a rória natreza hana tem no intelecto m ser searado de todas as realidades idividuates. Daí o ossir ma noção niforme com todos os idivíduos existentes fora da alma, na medida em qe, no mesmo gra, ela é ma semehança de cada m e condcente ao conhecimento de todos enqanto homens E do facto de ossir tal reação com todos os indivídos, o inteecto desco bre a noção de esécie e a atribi a si Daí a alavra do Comentador [Averróis] no rincíio do tratado a lma: « É o intelecto qe rodz nas coisas a niversalidade» Também Avicena diz o mesmo na sa etafísia Ainda qe esta natreza ensada tenha a noção do niversa enqanto se comra às 72
coisas fora da ama, ore é na a semehança de todas, no entanto, na medida em e tem o ser neste o notro inteecto, ea é ma certa esécie ensada articar Por isso, é evidente o erro do Comentador no ivro a lma e retende concir da niversaidade da forma ensada a ni dade do inteecto em todos os homens, ore a niversaidade não ertence àea forma segndo o ser e tem no inteecto, mas segndo o e se refere às coisas como sa semehança É como se hovesse ma estta corora a reresentar mitos homens Essa imagem o esécie da estta rere sentaria m ser singar e rório consoante o e existisse nesta matéria, mas teria a reresentação comm de vrios homens [6 A natreza hmana, considerada absota mente, convém a Sócrates, enanto e a noção de espécie não he convém segndo a sa consideração absota, mas é rória dos acidentes e a acom anham segndo o ser e tem no inteecto Segese, ortanto, e a aavra esécie não é aicada a Só crates como se dissesse e Sócrates é ma esécie Ta aconteceria necessariamente se a noção de esécie conviesse ao homem segndo o ser e tem em Sócrates, o segndo a sa consideração absota, a saber, enanto é homem De facto, tdo anto convém ao homem como ta se aica a Sócrates
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7] Todavia, convém aicarse ao gnero or si, orqe está na sa denição A aicação o predi cação é, com efeito, qaqer coisa qe se cometa mediante a acção do inteecto Este comõe e divide, tendo como fndamento, na rória reaidade, a nidade do qe é dito m do otro Por isso, a noção de predicabilidade ode ser incída na noção desta intenção de género, formado igamente or m acto do inteecto Não obstante aqio a qe o inteecto atribi a intenção da redicabiidade, comondo m com otro, não é a rória intenção do género, mas antes aqio a qe o inteecto atribi a intenção de género, or exemo, o qe é signi cado ea aavra anima
Assim, ortanto, se torna caro como a essência o naurea se reaciona com a noção de espcie orqe a noção de esécie não faz arte das qe e convêm segndo a sa absota consideração, nem se trata dos acidentes qe a acomanam segndo o ser qe tem fora da ama, ta como a brancra o a negrra mas trata dos acidentes qe a acomanam segndo o ser qe tem no inteecto Por esta forma e convém também a noção de gnero o de dife rença
CAPÍTLO [SUBSTÂNCIAS SEPARADAS
[1 ] Resta agora ver or qe modo h essência em substâncis seprds a saber, na lm na inteligên ci e na cus primeir Embora todos aceitem a simlicidade da casa primeira, algns esforçamse, no entanto, or introdzir a comosição de forma e de matéria nas inteligências e na ama O iniciador desta osição arece ter sido Avicebron, no se livro onte d id sto, orém, oõese em geral às dotrinas dos ósofos, qe consideram estas sbstâncias searadas da matéria e rovam qe não têm matéria algma A sa demonstração mais forte é tirada da caacidade do entender nelas existente De facto, vemos qe as formas não são inteligíveis em acto a não ser na medida em qe são searadas da matéria e das sas condições, nem se tornam inteli gíveis em acto a não ser em virtde da ubstânci inteligente na medida em qe são recebidas nela e movidas or ela morta, ois, qe em qaqer sbstância inteligente haja ma tota imnidade a reseito da matéria, de ta modo qe nem tenha · 75
matéria como parte dela, nem também seja como forma impressa na matéria, como acontece nas formas materiais [2] Ningém pode dizer qe qalqer matéria
possa impedir a inteligibilidade Só o pode fazer a matéria corporal De facto, se isto não pertencesse senão à noção da matéria corporal, como a matéria só se chama corporal enqanto se mantém sob forma corporal, seria necessrio qe a matéria tivesse a propriedade de impedir, a partir da forma materia, a inteligibiidade Tal não pode acontecer, porqe também a própria forma corporal é inteligíve em acto como as otras formas, enqanto é tirada da matéria Por isso, nem na ama nem na inteligência h, de maneira algma, composição de matéria e forma, para qe a inteligência aí seja rece bida do mesmo modo qe nas sbstâncias corpo rais Mas na alma e na inteligência h composição de forma e de ser Por isso, no comentrio da nona proposição do livro as ausas lêse qe a inteligência tem a forma e o ser, entendendose aí a forma pea própria qididade o natreza simples [3] É fcil de ver como pode ser assim Se das rea-
lidades, qaisqer qe elas sejam, estão nma relação tal, qe ma é casa do ser da otra, aqela qe tem a razão de casa pode ter o ser sem a otra, mas não viceversa Ora, ma tal reação encontrase entre forma e matéria, porqe a forma d o ser à 76
matéria, e é, ortanto, imossíve a matéria existir sem agma forma todavia, não é imossível existir agma forma sem matéria, ois a forma, enqanto forma, não tem deendência a reseito da matéria Mas se se encontram agmas forma formass qe só odem existir na matéria, isso acontecelhes na medida em prim eiro princípio princípio qe é aco qe são afastadas do primeiro primeiro e puro. É or isso, qe as formas mais róximas do rimeiro rincíio são formas or si sbsistentes sem matéria, ois a forma, or ma, segndo todo o se se género, género , nã o recisa de matéria, coo foi dito, e deste modo as formas são inteligências, e or isso não é reciso qe as essências o qididades destas sbstâncias sejam distintas da rória forma
4 ] Nisto, Nist o, ortanto ortanto,, difer diferee a essência da subsância composa e da subsân su bsância cia simples simples a essência da sbs tância comosta não é aenas forma mas abrange forma e matéria a essência da sbstância simes, or o r se ado, é aenas forma forma Deste fact factoo decorrem decorre m otras das diferenças A rimeira é qe a essência da sbstância comosta ode ser signicada coo todo o coo arte, o qe acontece or casa da designação da matéria, coo acima se disse Por isso, não se aica, de qaqer modo, a essência da coisa comosta à mesma coisa comosta, ois não ode armar arm arse se qe o homem é a sa sa rória qi qidididade Mas a essência de a coisa simes, qe é a sa forma, não ode ser significada senão como todo to do,, or or nada na da existi existirr ai a i aém aém da forma forma ara ar a a rece 77
ber Por conseqência, seja qal for o modo como se tome a essência da sbstância sbstância simles, qe é a sa forma, orma , a ea se alica. alica . Daí a arm a rmaçã açãoo de Avicena: cena : «A qididade do simles é o rório simles», or qe não h otra coisa ara a receber A segnda diferença é qe as essências das coisas comostas, do facto de serem recebidas na matéria designada, mltilicamse segndo as divisões da matéria, do qe acontece serem algmas da mesma esécie e nmericamente diferentes. Mas como a essência da sbstância simles não é recebida na matéria, não ode haver haver aí ta mtilicação mtilicação e não se ode enco e nconntrar naqelas sbstâncias vrios indivídos da mesma esécie Aí h tantos indivídos qantas as esécies, esécie s, como co mo escrev escr evee exressa exressamente mente Avicena Avicena [. Portanto, estas substâncs embora sejam for mas sem matéra não têm, contdo, ma simlicipu ro mas têm mistra de dade total, nem são acto puro pot po tênca Eis como o facto é manifesto: Tdo o qe não ertence ao conceito da essênca o da qud dade vem do exterior e entra entr a na na comosiç como sição ão jntamente com a essência, orqe nenhma essência ode ser comreendida sem aqio qe constiti as artes da essência. Ora, toda a essência o qididade ode ser comreendida sem qe agma coisa seja comreendida acerca do se ser, ois e osso comreender o qe é o homem o a fénix e, toda via, ignorar se existe na natreza É ortanto, claro qe o ser é dferente de essênca ou quddade A 78
menos qe haja algma coisa cja qididade seja o se próprio ser, esta coisa não pode ser senão na e primeira, porqe é impossível ma coisa ser mltiplicada de maneira diferente da adição de ma diferença, tal como a natreza do género se mtipica em espécies, o pelo facto de ma forma ser recebida em diversas matérias, tal como a natreza da espécie se mltiplica em diversos indivídos, o então, pelo facto de m ser absolto e o otro ser recebido em otrem É como como se hov hoves esse se m dete deter r minado calor separado de m calor nã o separado separado da sa própria separação Se, porém, se apresenta ma coisa qe sej sej a apenas ser, de modo qe o mesmo ser seja sbsistente este ser não receberá a adição da diferença, diferença, porqe porqe já não seria apenas ser mas ser e, além disso, di sso, ma m a for forma ma determinada determinada e mito menos receberia recebe ria a adição de matéria, matér ia, porq po rqe e então então seria ser não sbsistente mas material Daí se concli qe ta coisa, qe é o se ser, não pode ser senão única Importa, pois, qe em qalqer otra coisa para além al ém dela, dela , ma coisa é o se se ser s er e otra coisa coi sa é a sa sa qididade o natreza o forma Por isso é preciso qe nas inteligências haja m ser para aém da forma or ma Eis a razão r azão por p or qe qe se diz di z qe qe a inteligência é
fo rma rm a e ser
[6] Tdo o qe convém a qaqer coisa é casado pelos pelos princípio prin cípioss da sa natrez natreza, a, como a capacidade de rir no homem, o provém de algm princípio etrínseco como a lz na atmosfera, proveniente do l " 79
Sol. Ora, é impossíve que o mesmo ser sea causado pela mesma forma ou quddade da coisa falo coo de causa eciente porque assm determinada coisa seria causa de s própria e se produzria a si própria na estência. Portanto, iporta que toda a realdade, cuo ser é dierente da su natureza, receba o ser de outrem. E porque tudo o que é por outrem se reduz ao que or s coo à sua causa prmeira, imorta que haja alguma realidade que ' seja causa de ser de todas as realidades, porque ea rópria é apenas er Aliás, rseia até ao nnto nas causas, porque tudo o que não é apenas Ser tem causa do seu ser, coo se disse. É claro, portanto, que a inteligência é forma e ser e que te o ser a artir do prmero nte que é apenas Ser Este Ser é a causa prmera Deus. [7 Tudo o que recee alguma coisa de outrem existe em potênca a respeito desse outrem, e o que é recebido nee é seu acto É necessário, portanto, que a própria quddade ou forma que é a ntegência, estea em potência relativamente ao ser que recebe de Deus. Esse ser é recebido à maneira do acto. Assi, encontrase o acto e a potência nas nteligên cias, que não a forma e a matéria, a não ser em sentdo equvoco. Por sso, tamém o padecer, o receber, o ser sueito e tudo o mais, que parecem convir às cosas em razão da matéra, convêm de maneira equvoca às substâncas ntelectuas e às ubstâncas corporas como escreve o Comentador no livro
a lma E porque, como foi dito, a quididade da inteigência é a própria inteligência, por isso a quidi dade ou sua essência é o mesmo que ela própria, e o seu ser recebido de Deus é aquilo em que subsiste na naturea das coisas Por este motivo, alguns diem que estas substâncias são compostas a partir do que é e do por que é, ou então, daquilo que é ser, como escreve Boécio [ 8 E porque nas inteigências se coloca a potênia e o ato não será difcil encontrar uma multidão de inteligências, o que seria impossvel se nelas não houvesse alguma potência Da a afirmação do omentador no lvro III a lma Se a naturea do intelecto possvel fosse gnorada, não poderamos • encontrar multiplicidade nas substânias separadas Elas distinguemse, portanto, entre si segundo o grau de potência e acto, de que a inteigência supe rior, que é mais próima do primeiro princpio, tem mais acto e menos potência, e assim por diante [9.] Isto completase na alma humana, que assegura o último grau entre as substânias espirituais Por isso, o seu intelecto possvel relacionase com as for mas inteigveis, como a matéria prima, que asse ' gura o útimo grau no ser sensvel, e com as formas sensveis, como escreve o Comentador Averróis] no III livro a lma É por esse motivo que o Filó sofo Aristóteles] a compara à tábua em que nada está escrito E porque ea tem mais potência do que 8
as outras substâncias in telectuais ela tornase a tal ponto prxima das coisas materiais que a realidade material levada a participar no seu ser de modo que da alma e do corpo resulte um s ser num s composto embora esse ser enquanto pertence à alma não sej a dependente do corpo . P or isso depois desta forma que a alma encontramse outras formas que têm mais potência e são prximas da matria equanto o seu ser não existe sem matria. Entre estas formas encontrase uma forma e graus at às primeiras formas dos elementos que são as formas mais prximas da matria. Da o não terem alguma actividade a não ser segundo a exigência das qualidades activas e passivas e outras pelas quais a matria se dispõe a receber a forma.
APÍTULO ESSÊNCIA NAS DIVERSAS REALIDADES
[] Depois de visto o que precede, compreendese caramente de que maneira a essência se encontra nas diversas reaidades Com efeito, há três modos de haver essênci nas subsânias Em primeiro ugr, há quaquer coisa, à semehança de eus cuja essên cia é o seu próprio ser Por isso, há aguns ósofos a armar que Deus não possui quididade ou essência por a sua essência se confundir com o seu ser. Do facto se concui Ee não estar num género, porque tudo o que está num género precisa de ter quididade ' para aém do próprio ser, uma vez que a quididade ou natureza do género ou da espécie não se distingue segundo a razão da natureza naquio de que é género ou espécie, mas é o ser diverso em seres diversos [2. Mas se armamos que eus é apenas ser não caiamos no erro daquees que disseram que Ee é o ser universa peo qua quaquer coisa este formamente. De facto, o ser de Deus é ta, que não pode 83
serlhe feita adição alguma Pela sua própria purea, é ser distinto de todo o ser Por isso, no comentário à nona proposição do livro as ausas armase que a individuação da primeira causa, que é apenas ser, se fa por sua pura bondade Ora, o ser comum, da mesma forma que não incui no seu conceito qualquer adição, também não inclui no seu conceito a exclusão da adição, porque, se fosse o caso, nada poderia entenderse como ser o que ao ser se ajun tasse alguma coisa [3 . De igual modo também, embora Deus seja ape nas ser, não se segue lhe faltem as restantes perfeições e noeas Antes, possui todas as pefeições existentes em todos os géneros, porque se arma simplesmente perfeito, como o diem o Filósofo e o Comentador no livro V a etafísca Possuias, porém, de modo mais excelente do que todas as realidades, porque nEle são um só e nas outras têm " diversidade Isto acontece, porque todas as perfeições lhe convêm segundo o seu ser simples, como se alguém, por uma só qualidade, pudesse realiar as operações de todas as qualidades, possusse naquela única qualiae todas as outras qualidades Assim, l\ Deus, no seu ser, possui todas as perfeições [ 4 ] Há um segundo modo de encontrar a ssênca nas substâncas ntelectuas cradas Neas, o ser é uma coisa e a essência é outra, embora a essência exista sem matéria É que o ser das substâncias não é 84
absoluto, mas recebdo e, por sso, lmtado e nto relatvamente à capacdade da natureza do que as recebe Por outro lado, a natureza ou quddade das substâncas é absoluta, não recebda em determnada matéra Por sso, escrevese no lvro as au sas que as ntelgêncas são nferormente nntas e superormente ntas, pos são ntas quanto ao ser que recebem do que lhe é superor, mas não são nferormente ntas, porque as suas formas não se lmtam à capacdade de qualquer matéra que as w recebe Por sso, em tas sustâncas não se encontra uma multdão de ndvduos numa só espéce, como se dsse, a não ser na alma humana por causa do crpo a que se une posto que a sua indiiduação dependa ocasonalmente do corpo quanto ao seu come ço, po rque só adqure ser ndvduado no crpo de que é acto, todava da não se segue que, desaparecdo o corpo, pereça a ndvduação Pos sundo um ser absoluto a partr do qual adquru o ser indiiduado de onde fo feta a forma deste " corpo, aquele ser permanece sempre ndvduad Por sso, afrma Avcena que a indiiduação das almas e a sua multpcação dependem do corpo quanto ao seu prncp, ma s nã quant ao seu m [ 5 E porque nestas substâncas a quddade não é o mesmo que ser, eas podem ordenarse numa cate goria. Por sso, encontrase nelas o género, a espéce e a dferença, embora as suas dferenças própras nos seam ocultas Com efeto, mesmo nas cosas 85
sensves as própras diferenças essenciais são desconhecdas; da serem sgncadas peas diferenças aci dentais que provêm das essencas, ta como a causa é sgncada pelo seu efeto e o bpede é apresentado como a dferença do homem. Ora, os acdentes própros das substâncas materas sãonos desconhecdos Assm é que não podemos apontar as suas dferenças nem por s nem pelas dferenças acdentas 6 . Deve se , no entanto , advertr que não é do mesmo modo que se toma o género e a dferença naqueas substâncas e nas substâncas sensves Nas substâncias sensíveis o género é tomado a partr do que é materal na cosa, e a dferença a partr do que é forma na mesma. Por sso, Avcena escreve no começo do seu lvro a lma que a forma nas cosas compostas de matéra e orma «é diferença simples daqulo que se consttu a parr dea». Não se trata, porém, de que esa orma sea a dferença, mas por que é prncpo da dferença, como o mesmo dz na sua etafísica Chamase à ta dferença uma «dferença smpes», porque é tomada do que é parte da quddade da cosa, ou sea, é tomada da forma. Como, porém, as substâncias imateriais são qudda des smpes, a dferença não pode ser tomada nelas de uma parte da quddade, mas deve ser tomada de toda a quddade. Por sso, no começo do vro a lma escreve Avcena que «Ó têm dferença smpes as espéces cuas essêncas são compostas de matéra e forma» 86
7] Iguamente é a partir de toda a essência que se toma o género mas de modo dierente De acto uma ubtância eparada convém com uma outra na imaterialidade Dierem entre si pelo grau de peeição segundo o seu aastamento da potenciali dade e aproximação ao acto puro É portanto a partir daquilo que as acompanha enquanto são imateriais que o género é tomado nelas como acontece com a intelectualidade ou quaquer outra coisa do mesmo tipo Porém é a partir daquilo que acompanha nelas o seu grau de pereição que é tomada neas a diferença aliás por nós desconhecida E não importa que estas dierenças seam acidentais porque são segundo uma maior ou menor pereição o que não diversifica a espécie pois o grau de pereição ao receer a mesma orma não diversica a espécie assim como o mais ranco e o menos ranco participam de uma rancura da mesma natureza Mas o diverso grau de perfeição nestas mesmas ormas ou naturezas participadas diversica a espécie tal como a natureza procede por graus das plantas aos animais Há seres intermédios entre animais e plantas segundo o iósoo no livro VII do tratado o nimai Tamém não é necessário que a divisão das substâncias intelec tuais se aça sempre por duas diferenças verdadeiras porque é impossve tal acontecer em todas as coisas como escreve o iósoo no ivro XI do tratado o nimai
[8. Há um terceiro modo de a essência se encontrar nas substâncias compostas de matéria e forma, onde o ser é recebido e nito, peo facto de possuir ser por outrem ta como a sua natureza ou quididade é recebida na matéria designada. Por isso, são nitas pea parte superior e pela parte inferior Neas, por causa da divisão da matéria designada, é possíve a mutipicação de indivduos numa única espécie Já escrevemos acima como nisto a essência se reaciona com as intenções ógicas
CAPTULO [ESSÊNCIA NOS ACIDENTES
1 Agora resta er de que modo a essência exste nos acidentes pos já se falou do modo de ela estar em todas as substâncas. E porque, como se dsse, a essênca é o que se sgnca pela denção, morta que os acdentes tenham uma essênca tal como têm uma defnção. Têm, porém, uma definição incompleta porque só pode defnrse um sueto posto na sua denção É assm, porque os acden tes não têm um ser por si separado do sujeto Mas, assm como um ser substancal resulta de matéra e 10 forma quando estas entram na composção, gual mente o ser acdental resulta do acdente e do sujeto uando o acdente chega ao sujeto Por sso, também nem a forma substancal nem a matéra têm essência completa pos na denção da forma substancal mporta pôr aqulo de ue é forma, e assm a sua denção é por adção de alguma cosa que é exteror ao seu género, como acontece com a denção do acdente. Esta a razão de colocar na denção da alma o corpo a partr do natural ue 89
consdera a alma só enquanto é orma de um corpo sco. [2. Todava, há uma derença entre as formas subs\ tanciais e acidentais porque, assm como a orma substancal não tem por s um ser absoluto sem o que lhe advém, o mesmo acontece com a matéria. Por sso, é pela conunção de ambas que resulta aquele ser em que a realdade subsste por s e nelas se torna uno por s. Uma determnada essênca resulta da su a conunção. D a que a orma, embora, em s consderada, não tenha a noção completa da essênca, todava é parte da essência completa. Mas aqulo a ue o acdente advém é um ente, em s i completo, subsstente no seu ser, verdaderamente um ser que precede naturalmente o acdente que lhe é auntado. Por sso, o acidente ajuntado a partr da sua conunção com o que lhe advém, não causa aquele ser no qua a realdade subsste e pelo qual a realdade é um ente por si; mas causa determnado ser segundo sem o qual uma realdade subsstente não pode ser compreendda, assm como o prmero não pode ser compreenddo sem o segundo. De onde se conclu que a partr do acdente e do sueto não resulta o um por si mas o um por acidente Uma determnada essênca não resulta da sua conunção, como resulta da conunção da orma relatvamente matéra. Por esse motvo, o acdente não contém a noção da essênca completa, nem é parte de uma essênca completa. Mas assm como é ente de 90
manera relata, assm tamém tem uma essênca de manera relata 3 Mas porque aqulo que é máxmo e mas erdadero em qualquer género é causa do que exste depos naquele género por exemplo, o ogo, que está no cume da quentura, é causa do calor nas co sas quentes, como se lê no lro da etafísica a sustânca, que é prmera no género do ente, pos sundo a essênca no grau máxmo de erdade, mporta que sea causa dos acdentes que partcpam, de manera secundára e relata, na noão do ente Tal acontece, todaa, de áras maneras De acto, porque as partes da sustânca são a matéra e a orma, alguns acdentes acompanam soretudo a ; orma, e outros a matéra Há, porém, uma determnada orma cuo ser não depende da matéra, como é o caso da alma intelectual Mas a matéra só tem ser medante a orma De onde se deduz que nos acdentes que acompanham a orma há alguma cosa que não tem comuncaão com a matéra, como é o caso do entender, que não funcona por órgão corporal, como proa o lósoo no lro a lma Mas á outras cosas, de onde resulta a orma, que têm comuncaão com a matéra, como o é o caso do sentr Mas nenum acdente atnge a matéra sem comuncaão com a orma 4] Todaa, naqueles acidentes que atngem a matéra enco ntra se uma certa dersdade De l 9
facto, alguns acidentes atingem a matéria segundo a relação mantida com uma forma especca, como acotece com o sexo masculino e o sexo feminino nos animais, cua diversidade se reduz à matéria, como se escreve no livro X da etafísca. Por este motivo, desaparecida a forma animal, os ditos acidentes só permanecem de maneira equvoca Outros acidentes, porém, atingem a matéria segundo a sua relação com a forma geral Por isso, desaparecida a forma especíca ainda nela permanecem, como é, por exemplo, a negrura da pele no etope, a qual provém da mistura dos elementos e não da natureza da alma Por isso, mantémse nele depois da morte ] E porque cada coisa é individuada a partir da
sua matéria e colocada num género ou espécie pela sua forma, os acidentes que acompanham a matéria são acidentes do indivduo, segundo os quais os indivduos da mesma espécie diferem entre si Os " acidentes, porém, que acompanham a forma são as paiões próprias do género ou da espécie, de modo que se encontram em todos os que participam a natureza do género ou da espécie, tal como a faculdade de rir no homem acompanha a forma, porque o rir acontece a partir de certa apreensão da alma do homem [ 6 ] Advirtase ainda que os acdentes são causados, às vezes, a partir dos prncípos essencas segundo um acto perfeto como é o caso do calor no fogo, 92
que é sempre quente; outras vezes, porém, sãono apenas segundo a aptidão. Um compemento vem de um agente exterior, como é o caso da diafaneidade na atmosfera, que se realiza mediante o corpo lúcido exterior. Nestes casos, a aptidão é acidente inseparvel; mas é separve o compemento que se lhe ajunta de algum princpio exterior à essência da realidade ou que não entra na constituição da realidade, como o moverse ou coisa semehante. [7. Advirtase também que nos acidentes o género a derença e a espéce assumem signicado do que têm nas substâncias. Com efeito, porque nas sustâncias, a partir da foma substancia e da matéria, se faz uma unidade por si, com uma determinada natureza esutante da sua conjunção, natureza que é colocada a justo ttulo na categoia da substância, são as paavras concretas que significam o composto, que a justo ttuo se di z estarem no género, ta como acontece com as espécies ou os géneros, por exemplo, homem ou anima. A forma ou matéia, porém, só est deste modo na categoria por edução, tal como se arma que os princpios estão no género. Mas do acidente e do sujeito não se faz uma unidade por si. Da o não resultar da sua conjunção quaquer natureza a que a intenção do género ou da espécie possa ser atribuda. Esta a razão de as paavras acidentais concretas, por exempo, branco e músico, não se colocarem numa categoria, como são as espécies ou os géneros, a não ser por forma 93
rdutora Tal acontc somnt quando são signi cados m abstra cto, p or xmplo, br ancura música E porqu os acidnts não s compm d matéria form a, n ão p od nls s r tomad o o génro por matéria a difrnça por forma, como acontc nas substâncias compostas Mas importa qu o génro primiro sja tomado do próprio modo d sr, sgundo o qual o nt assum divrsas dsignaçs, conform é antrior postrior, rlati vamnt aos dez géneros das categorias Por xmplo, a catgoria quantidade toma ssa dsignação a partir do facto d sr mdida da substância é qualidade nquanto é uma disposição da substância, assim or diant, sgundo o Filósofo no livro IX da eta
ísica
8. As dierenças nos acidentes vricams a partir da divrsidad dos princpios qu os causam E por qu as paixs próprias são causadas plos princ ; pios próprios do sujito, o sujito é posto na sua dnição m lugar da difrnça s são dnidas no abstracto, conform xistm d manira própria no génro Por xmplo, é próprio do camlo tr o focino curvo Mas acontcria o contrário, s a sua dnição foss tomada d forma concrta Então, o sujito sria posto na sua dnição como génro, porqu ntão sriam dnidos à manira das subs tâncias compostas, m qu a noção do génro é tirada da matéria, como armamos qu o camlo é d focino curvo Acontc o msmo s um aci 94
dente é prncípo de outro acdente, tal como o prncípo da relação é acção, paxão e quantdade É segundo estes três acdentes que o Flósoo dvde a relação no lvro V da etafísia Mas porque os prncípos própros dos acdentes nem sempre são manestos, algumas vezes tomamos as derenças dos acdentes pelos seus eetos, como, por exemplo, se chama congregante ou dssocante às derenças de cor, causadas pela muta ou pouca luz, de que provêm as dversas tonaldades da cor 9 Assm, portanto, se conclu claramente como é que a essênca exste nas substâncas e nos acdentes, nas substâncas compostas e smples, e de que modo em tudo sto se encontram as ntenções lógcas un versas, à excepção do primeiro prinípio Deus ] , que exste no cmo da smpcdade e ao qua não convém a noção de género ou de espéce e, conseguntemente, também não lhe convém a denção, por causa da sua smplcdade N Ele, damos por term nado este tratado Assm seja
POSFÁCO
O PENSENTO FILOSFICO DE SÃO TOMÁS CENTRADO NO SER
O
pensamento losco de São Tomás de Aquno soretudo estudado a partr do opúscuo nte e a ssência. Complementar a este opúsculo são s rincpis a eaiae atura porventura de mas ácl compreensão e com doutrna que s aordará explctamente nos seus comentáros a Arst teles. Na Idade Mda domnava a losoa do Ser, ou seja, a ntgia Mas o certo que exste não apenas um Ser, mas mutos seres, varados e dstntos entre s, em número e em espce. Gostaramos de saer qul a sua orgem, por que motvo são mútplos e varados. Tanto Arstteles como Tomás de Aquno têm do ser, não um conceto unvoco, mas análogo. Conece ada o ser em acto e em potênca. O ser, enquanto tal, ojecto da losoa prmera e apcase, analogamente, a todos os seres. Assm se formuam os trans cendentas o ser, o uno, o verdadero, o bom, o alguma cosa, os prmeros prcpos, as noções generalssmas que determnam medatamente o conceto 99
de se acto e potência essência e existência substância e acidentes causa e efeito Dento da hieaquia dos sees o nosso Douor coloca Deus em primeiro lugar: se vivo subsistente simplicssimo acto puo; depois os Anjos e almas humanas separadas seres vivos e subsistenes compostos de acto e potência de essência e existência; em teceiro lugar sees vivos não subsisenes compostos de matéia e foma; em quato lugar sees não vivos puamente corpóreos composos de matéria e forma; em úlimo lugar os acidentes São Tomás insiste no caácte análogo do ser: Deus é o homem é a pedra é Os seres convêm em alguma coisa em ser mas disinguemse uns dos outros em muito Não é a mesma coisa ser subsân cia e acidente A analogia implica sempe alguma semelhança um temo comum Mas implica am bém alguma dissemelhança Há palavas unívoca quando se aplicam a diver sos objectos com um significado absoutamente idêntico Assim a palava animal aplicase no mesmo sentido a um cavalo a um cão e a um boi A palava euívoca aplicase a diversos objecos com um signicado completamente distinto Cão tanto pode ser um animal como uma constelação celeste O se tem duas deteminações pimárias e imediatas: em acto quando tem actualmente a existência que lhe coresponde; em potência quando ese nas causas ecientes com capacidade de lhe dar a exisên w
ci ctul Só Deus é cto puro; todos os demis seres cegm cto depois de terem existido em potênci Ms este cto não é pereito pois continu com um no de potencilide que é riz d su cpci dde de munç de moimento de pereição A essênca de um cois é o que um cois é e o que se express pel su enição A denção por seu ldo signic nturez d espécie A nturez é o mesmo que essênci ms distinguese del pel rzão enqunto com ess plr se esign essênci em orem à operção A essênci iiese em sustânci simples (D eus) e compost ( susistente njos lms seprds e não susistente corpóre e cidentl A essênci dos seres cridos (compostos de cto e potênci de mtéri e orm) é determináel por dois ctos um intrnseco que é o d orm deter minnte d mtéri e um outro extrnseco em todos os seres cridos que é o d existênci qul põe essênci complet em cto A essênci dene se pelo modo próprio de existir que le corres ponde: em si ou em outrem São Tomás distingue essênca e exstênca A essên ci identicse com o ser num sentio mplssimo e indetermindo comum todos os seres Ao ser determindo precem s dierençs ds quis resultm os géneros e s espéces. A orm dá o ser no sentido de que dá às essên cis su dierenç especc e s constitui em géne ros e espéces determinds
O indeerminad nã pde exisir, e a rma, susancial u acidenal, é a que deermina a essên cia para que pssa receer ac da exisência que lhe crrespnde A exisência só pde receerse sre alguma essência cncrea, deerminada, pari cular Mas há disinçã real enre essência e exsência? Deus é ac pur; a s criauras sã cmpsas de ac e pência Deus em ser pr essência; as criauras êmn pr paricipaçã A disinçã real enre essência e exisência, pr S ã Tm ás clhida de Alara, Avicena e Maimónides, decrre da eria arisélica d ac e pência e ainda a parir d seu cncei de ser divin e criad Quaquer essência, excep a divina, nã cném em si a exisência acual «As essências ds seres cningenes, an sus anciais cm acidenais, pdem er u nã er em ac a esência, u pdem perdêla depis de a er id Pr cnseguine, nesses seres ac da exsên cia nã se idenica cm a sua essência nem n cn cei nem na reaidade É alg exrnsec» «Nas criauras, essência e exisência sã duas cisas dis inas, n cncei e na realidade» Decrrenes da essência e exisência sã a substân ia e s aientes. Pdem cnsiderars e em dis 1 Guillermo Fraile, Historia d e la Filosofa, 851 e 852
adrid, BAC, 966 pp
estados potencial ou actual Susistir é o modo próprio que corresponde à sustância ( U7Otam�) . sustância poe ser innita e nita, simples e com posta, susisente e não susistente, espiriual e corpórea, completa e incompleta Deus cria primeiramente quatro sustâncias elementares distintas, nitas, limitadas água ar terra e fogo. Na produção destes quatro elementos entram em jogo a matéria prima as quatro formas substan ciais e o acidente de quantiae matéria prima não preexiste às ormas sustanciais é o primeiro sujeito de recepção das ormas sustanciais materiis s orms espirituais são completas; as ormas materiais são incompletas e, por isso, comunicáveis a outros sujeitos matéria é potencial, nita, indeerminada e determinável s ormas são actos determinantes «Ü resultado da união da matéria prima e das ormas sustanciais é, não um, mas quatro indivduos sustanciais corpóreos, com os seus dois princpios essenciais constitutivos» quantidade é um acidente, que supõe já constitudo o seu sujeito sustancial Na losoa tomista assume notável relevo a eoria hilemórca matéria e forma Consiste essencialmene num conceito dualista da reaidade, em que se distinguem dois princpios intrnsecos consitutivos dos seres em potência (matéria) e em acto (orma) 2 Idem Ibidem p 88
O amor da verdade levado às últimas consequên cias dentro de uma lógica rgida e de uma coerência exemplar oi o segredo do êto da losoa de São omás de Aquino iluminado pela é em Deus e robustecido pela moral cristã Antes de ser um génio um sábio oi um cristão um santo
PEQUENO OCABULRIO A ESCOLSTICA EIEAL
vem do latim absolvere, com dois sentidos bem distintos o de desligar separar libertar; e o de acabar tornar perfeito. O seu antnimo é relativo. Em São Tomás de Aquino aparece com os dois sentid os
BSU
na Escolástica é a noção de uma qualidade concebida independentemente dos sujeitos que a pos s u e m . É complementada pela noção de concreto. Homem por exemplo é ideia concreta; humanidade é ideia abstracta.
BSR,
no sentido técnico mais usual é o que pode ter lugar ou desaparecer sem destruição do sujeito. Assim o dene Porfírio que divide os acidentes em separáveis (por exemplo o homem e o dormir) e inseparáveis (por exemplo o etope e o ser preto). Aristteles considera o acidente uma determinação ou qualidade fortuita que pode ou não pertencer a um sujeito determinado sendo completamente estranha à essência (ou substância) neces sária (por exemplo o músico é branco); ou ainda uma determinação ou qualidade que embora não pertencendo à essência necessária de um sujeito determinado é conexa
DENE,
com a sua essência e necessariamente deriva da sua deni ção (por exemplo, a soma dos ângulos de um triângulo euclidiano vale dois rectos) . Entre as dez categorias aristo télicas, uma é a substância e nove são os acidentes: quali dade, quantidade, relação, acção, paixão, tempo, lugar, situação e posse O acidente s existe pela substância e na substância. é o prprio exercício da activdade por oposição potência; é forma, por oposição matéria. Uma possibili dade indeterminada, quando se determina, torna-se acto do mais baixo grau, mas esta espécie de potência actual chega nalmente a uma realidade, que é o acto do mais alto grau.4 O extremo limite inferior da potência é a maté ria prima, pura potenciaidade indeterminada, enquanto eus é acto puro, sem mistura de potencialidade. O acto está para a potência como o construir está para o saber construir.
é o princípio da vida, do pensamento e de ambos ao mesmo tempo, enquanto realidade distinta do corpo, pelo qual manifesta a sua actividade. Constitui uma entidade em si, uma substância
M
é a identidade da relação que une dois a dois os termos de dois ou vários pares. São Tomás de Aquino distingue analogia de atribuição de analogia de proporção
NI
ea Maira oas a Sai homas 'qui Les principes de la réalit naturelle, Paris pp usu6 4. f ré alae Vocabulaire technique et critique de la Philosophie Paris 1951, 617. Nese peueo oabuário seguimos prefereialmee alae osuámos aia Nioa bbagao Dizionario di Filosofa e urim 971
w
(a denida arás). A anaogia de aribuição consise no uso de ermo nem unívoco nem equívoco. Homem apli cado a Scraes e a Plaão é unívoco; causa em senido judiciário e em senido físico é ermo equívoco; ridene aplicado a um roso e a um jardim é ermo análogo. O ser de eus e o ser das criauras respeia à analogia de pro porcionalidade que não à analogia de aribuição na in guagem de São Tomás e dos omisas. em laim praedicamentum é palavra do vocabulário arisoélico com o signicado primiivo de predicado da proposição. Caegorias são as diferenes classes do ser ou as diferenes casses de predicados que se podem armar de um sujeio qualquer. Ariseles disin guiu dez caegorias a subsância e nove acidenes ( quani dade qualidade relação lugar empo siuação posse acção e paixão) CATEGORIA,
A palavra <
> ata, segundo Ariseles Tomás de Aquino e ouros escolásicos pode ser formal ouma, maerial UÂT, eciene aPXT Ç lYTEÇ e nal ( 'EÂOÇ Os escolásicos disinguem a Prima causa (a que não em causa) a causa principal e a causa instru mental (o operário e o uensíio) a causa directa e a causa indirecta (a que produz e a que deixa fazer) a causa uní voca e a causa equívoca (aquela que coném somene o mesmo e a que coném mais do que o efeio) e causa adu tiva (que leva ao aco a causa principal). Causa é sempre correlaiva de efeio. A causa eciene de São Tomás de Aquino é apresenada a parir de Avicena um dos princi pais represenanes da losoa árabe de radição sobre udo arisoélica junamene com Averris. Avicena decompõe o agene em duas espécies de causas a causa CAUSA.
[
motora e a causa eciente. São Tomás tiiza como sinó nios os termos agente, causa motora e caus a eciente em latim res, designa tudo o qe pode ser pensado, suposto, armado o negado. Coisa, objecto e realidade são termos muitas vezes empregados como sinónimos Mas rigorosamente os dois útimos são mais extensos, pois se apicam a tudo o que é susceptível de ser perce bido Metasicamente falando, há a considerar a coisa em si, sem supor outra coisa COISA,
é o formado de várias partes O sentido com post é aquele em que duas partes da mesma expressão devem ser entenidas como aplicáveis em conjunto ao mesmo sujeito Opõe-se ao setdo dvddo, em qe se aplicam separadamente. Por exempo: os cegos não vêem Mas na passagem evangéica (Mt 11,5 e Lc ,22): «Os cegos vêem, os srdos ouvem», a frase é tomada no sentido divi dido. A passagem do sentido composto ao sentido divi dido, ou reciprocamente, dá azo aos sosmas, às ambigui dades COMPOSTO
CONCRETO
é correativo de abstracto.
é todo o objecto material constituído pea nossa percepção. O corpo humano opõe-se de alguma forma ao espírito e à ama CORPO
emprega-se em losoa para designar o con ceito grego de q9opa oposto a yç geração, produ ção. Tal acontece quando uma coisa deixa de ser, ao ponto de ainda poder designarse peo mesmo noe Uma tradução mais exacta seria <>. CORRUPÇÃO
w
exprime a essência de uma coisa. Esa essência é composa do género e das diferenças. De onde a regra escolásica segundo a qual a denço se faz pelo género próximo e pela diferença especca. Há a deição omi al, a que dá a conhecer o senido de um ermo a parir de palavra mais conhecida de perfrase de emologia ou descriço. Exemplo um gládio é uma espada Há depois as deições reais, que enunciam e designam sem equvoco o que é o objeco expresso pelo ermo a denir Podem ser extrísecas (pela causa ecene ou pela causa nal a blis é um lquido segregado pelo fel; o relógio é um nsrumeno para indicar a hora; ou ambém pelo modo de produço o crculo é a superfcie plana obida ea revoluço de uma reca à vola de um mesmo pono cenral) e itrísecas (descriivas: o homem é um bpede sem penas e essen ciais que se azem pelo género próximo e pela dferença especca o homem é um animal racional).5
DEFNIÇÃO
D do pono de visa onológico al como é viso por So Tomás de Aquino no opúsculo O ete e a essêcia é um princpio único e supremo da exsênca e da aciv dade quer seja enendido como subsância imanene dos seres quer seja enendido como causa ranscendena criando o mundo fora dele quer seja enenddo como m do universo. eus é o ser dos seres a causa das causas o m dos ns o verdadero absoluo. é relaço de aleridade enre cosas que so idênicas sob ouro aspeco. De onde a dsinço escolás ica das coisas umericamete diferetes (que no diferem por qualquer carácer inrnseco mas só pelo faco de DIFERENÇA
s f ) Madiran Op ci. nota
sere várias) e as coisas especcamete dferetes ( dife re ela sa essncia o enição) A difeença tamé istinge a espécie das otras esécies do eso géneo é a chaaa iferença especíca. é o acto de searar na aração qe se iscte o qe se aite o qe se não adite Chama-se dstção nérica a qe consiste aenas na epetição de a aresentação jlgaa intica qanto ao conteúdo; específca o intínseca e caso contrário; real, a qe existe ente ois seres qe pode ser efectivamente sepa raos; formal, a qe só pode se feita or pensamento m ógica dstção alicase e princíio aos inivíos; dfereça, às espécies; dversdade, aos géneos. DISTINÇÃO
e ógica é opeação pea qal se epate a extensão e conceito (chaao géneo) em vrias casses qe são as extensões respectivas de otos concei tos (chaaos géneros)
DVSÃO,
é too o fenóeno conceio coo rodto de a casa e a casa eciente o ecaz
EEITO
teve dois signicados pinciais o de coo nente rieiro de todo composto; o de temo o resltao e ocesso de anise o de disão. O pi eiro estes conceitos é o ais antigo tendo sio are ciao or Platão e ais aina o Aistótees. Os ee entos das palavas o exeo são as etas. Notese oré qe os eeentos odem-se chaar as entidades ais niversais coo a ága o ar a terra e o fogo consi erados siles e inivisíveis como rincípios (não gera os e incorrtíveis) e otros seres. ELEENTO
Em latim, ens, particípio presente do verbo sum ou esse (ser), ente traduz o gerúndio portugus sendo. raduz se habitualmente por ser. A palava Ontologia, que recente mente veio substituir a palavra Metasica, tem origem no correspondente particípio presente grego , São omás usa os dois termos (ente e ser), certamente por lhes encontrar aguma diferença Os entes signicam muitas coi sas e em sentidos muito diversos. Anda ligada ao termo endade, denida como sendo o que constitui a essncia e a unidade de um género também é um objecto concreto sem unidade ou identidade material é ainda um objecto de pen sameto desprovido de qualquer determinação particular. ENTE
é uma palavra que pode ser explicada por várias maneiras diferentes, de natureza incerta. O cão, por exemplo, na medida em que é um animal e um astro, é uma palavra equívoca. EQUvc
é um conceito considerado como formando parte ou sendo elemento de outro conceito Platão utiliza a palava ideia por espécie Aristteles confunde espécie com forma. São omás de Aquino também arma que a espécie é a forma da coisa. <>. 6 O vocábulo anda ligado ao género, ao ponto de se falar de <>/ ESPÉE
6 bbao t p 8 7 f ae t pp
m ]
orma o ndo do ser por oposição às modi cações que só o atngem supercal ou temporariamente. Por oposção à existência a essência é o que constitu a natureza de um ser a natureza conceptual de uma cosa: um poder de ser. Arstóteles dene a essênca como aquilo pelo qual qualquer cosa é o que é. Responde geralmente a perguntas como estas: Quem o Sócrates? Um ósoo. Que é o açúcar? Um cosa branca e doce. Qu e é o omem? Um anmal racona Dstngase porém a essência de uma readade (quaquer que seja a resposta dada à per gunta) da essência necessária ou substância Esta enuncia a realdade do que não pode deixar de ser e é o porquê da mesma realdade. Assm o homem dendo como ani mal raconal é omem porque é racona. Se um omem à pergunta Que és? responde: Sou um músico a sua res posta não exprme verdadeiramente o que ele é de si mesmo pois pode dear de o ser. Mas se responde que é anmal raconal então exprme o que não pode deiar de ser. A teora da essênca embora diversa da substância a ela pode conduzr. Alás na linguagem comum o termo conunde-se com a essência necessária ou substânca. ESSNCIA
em geral é qualquer delmtação ou den ção do ser. Pode assumir três signicados partculares: modo de ser determinado ou determináve; modo de ser real ou de acto; modo de ser própro do omem Opõe se à essênca e ao nada a plena actuaidade; aparece como ajuntamento à essência; é a realdade viva ou vivida por oposição às abstracções e às teoras EXISTNCIA,
em Lógca é o «conjunto dos objectos (reas ou deas concretos ou abstractos) aos quais se aplca um eemento do conecmento; é ainda o «conjunto de
EXTENS,
m
objectos ou de indivíduos considerados numa operação ógica como uando se diz ue a extensão do predicado numa proposição pode não ser senão uma parte da sua extensão tota>>. é o termo o imite o ponto aonde se chega a perfei ção do ue se uer reaizar o destino de um ser. Opõese a começo e a meio. São omás de Auino distinguiu ainda o m bom e o m mau o m comum e o m próprio, o m o agente (por exempo o ganho do aruitecto) e o m a obra (a casa que ee constrói) o m interior e o m exterior o m último e o m próximo I
é o princípio de agir em cada uma das coisas. A forma dá ser à coisa. É muito utiizada peos Escoásticos na sequência de Aristótees com uma grande quantidade de epítetos: forma substancial, forma exemplar, forma iniviual O seu oposto é a matéria. Historicamente a paa vra eõoç de Aristótees corresponde às duas paavras de origem atina forma e espécie ainda ue a forma tenha o sentido de carácter comum e a espécie o de casse consti tuída pea posse deste carácter comum Segundo Aristóte es forma é o princípio de organização e de unidade de cada um dos seres; nos Escoásticos é princípio substan cia de um ser indivdua. Nesta acepção a forma ou causa forma é tida como um eemento constitutivo. Forma e fgura são a mesma coisa como se verica no exempo cássico da estátua de mármore em ue o mármore é a matéria e a estátua a forma ou gura ue por seu ado é acidente. ORA
é uma casse que se distingue das outras não só por agumas propriedades defnidas mas também por
GÉERO
J
uma série desconhecida de propriedades em número indenido «Quando duas casses exstem numa reação ta, que a extensão de uma é uma das partes entre as quais pode ser dividida a extensão da outra, a primeira é cha mada espécie, e a segunda, género, ao qual pertence a pri meira.>> 8 Dois seres dizem-se da mesma espécie, quando se parecem mais um com o ouro; do mesmo género, quando têm em comum alguns caracteres importantes no sentido epistemoógico, é o modo de pro dução de um obecto de pensamento, sobretudo o que constrói uma gura por um movimento determinado de uma outra gura á conhecida. O cilindro, por exemplo, é a gura gerada por um rectângulo que efectua uma revo lução completa girando à volta de um dos seus lados É termo muito usado por Aristóteles, com um sentido bem mais extenso do que a geração em português, precisando, por isso, de ser traduzida, em muitos casos, por produção. ERAÇÃO,
termo de origem grega que tem no seu étimo o correspondente aos vocábulos portugueses maté ria e forma, é a doutrina que expica os seres, segundo o conceito aristotélico e escoástico neas contido. HILEMORFISMO,
diz respeito à unidade de sbstância no entendimento de Aristótees. ode ser acidental, quando dois atributos acidentais, por exemplo, branco e músico, são referidos à mesma coisa, ao mesmo homem, o que não signica, de facto, que o homem em geral seja branco ou músico IDENTFICAÇÃO
8 dem Ibidem p 8
«no senio mais geral e mais complexo a palavra, é um objecto e pensamento concreto, eermi nao, que orma m oo reconhecível nm real, oere cio quer pea experiência exerna, quer pela experiência inerna.9 INDIVDUO,
(princípio e). O princípio e iniviua ção, ermo inrouzio na lingagem losóca pelas tra uções e Avicena, é o qe az m ser possir não só um ipo especíco, mas ambém uma existência singular, concrea, eerminaa no empo e no espaço.
INDIVIDUAÇÃO
é sinónimo e enenimeno e opõese à razão, aculae o raciocínio iscursivo.
INTELECTO
em linguagem escolstica, é a aplicação o espírio a m objeco e conhecimeno e ambém o pró prio coneúo o pensameno, a que o espírito se aplica Num ouro senio, no senio éico, a inenção é um aco e vonae, orienao para m m NTENÇÃO,
é o que num ser consiui o elemeno potencial, ineterminao, por oposição ao que é acalizao, à orma rimitivamente, isinguiase a matéria prima e a matéria segunda Esa, porém, ornose sinónima a pri meira e caiu em esuso, ao mesmo empo que se esbaia na paavra maéria a ieia aristoéica e potencialiae pura
MATÉRIA
Ese ermo signica a epenência a pro posição impicaa pela relação ao sisema e proposições NECESSRIO
9. dem Ibidem p 495
s
qu a implicam, o ncadamnto das causas dos fitos num sistma dtrminado Opõs ao contingnt é corrlativo da noção d possívl É ncssária a proposi ção cua contraditória implica contradição, ou é conh cia priori por falsa uma das dz catgorias d Aristótls, é tudo o qu s faz ou acontc a um suito Opõs a acção Not-s o caráctr passivo daqula o caráctr activo dsta As <>, a parir d Dscarts (século xvn), suplantaram d todo o sntido aristotélico scolás tico da paixão PAIXÃO
na dnição d Aristótls, sguido plos Esco lásticos, é o qu corrspond xactamnt a um concito, a um tipo a uma norma a qu é impnsávl acrscntar alguma coisa na ordm considrada PERFEITO
é o caráctr próprio do conhcimnto qu o sr conscint tm d si msmo, por oposição à xistência m si POR SI
iz rspito ao qu pod tal ou tal coisa, ao qu pod produzir-s ou sr produzido, mas qu não xist actualmnt na ralidad Não é um não-sr absoluto, como a privação, mas um não-sr rlativo, uma possibii dad ambígua d contrários Tnd para o sr dsa-o É o qu Aristótls diz da matéria, cua potência é uma das caractrísticas principais: la aspira forma, isto é, ralização, ao acto POTNCIA
é o acto d armar ou ngar um prdicado d um suito, por oposição qur s simpls dniçõs ou dnominaçõs, qur aos uzos indivisos ou impssoais m
PREDICAÇÃO
6
que o predicado não se distingue do sujeito quer enm aos juzos de relação. é ponto de partida fonte ou causa de acção o que é primeiro em importância. Os princpios de uma ciência são o conjunto das proposições directoras caracte rsticas às quais todo o desenvolvimento ulterior deve ser subordinado. Os scolásticos distinguiam o rincíio de ser, o rincíio de vir a ser e o rincíio de conhecer. Princ pio designa o que está na origem do raciocnio do ser do tempo. Toda a causa é um princpio mas nem todo o princpio é uma causa. O princpio é mais geral do que a causa. Os princpios são verdades demonstradas evdentes por si prprios. Os primeiros princpios da razão são o rincíio de identidade o rincíio de substância o rincí io de causalidade eciente e o rincíio de nalidade PRNP
é uma relação de um sujeito a um predicado que de facto não lhe pertence mas que não é incompatvel com alguma das caractersticas que formam a essência deste como acontece com o homem que não está sen tado. A negação de privação opõese à negação de incom patibilidade ou de exclusão. No vocabulário de Aristte les a privação opõe-se a posse e serve para designar a ausência num objecto de determinado atributo (privação de vista na planta na toupeira em certos animais nos pri meiros dias de vda num homem cego) O último exem plo é o mais signicativo de privação. O ponto de partida de toda a geração é a privação da forma tura num sujeito que é apto a possula e que aspira a possula . PRIVÇ
é a maneira de ser (armada ou negada) de um sujeito. Implica uma certa duração quer permanente
QUIDDE
r 11 7
(como a cnca e a vrtude), quer passagera (como o calor, o ro, a doença). Estendese às attudes, às aeções e aé às guras e aos números. A qualdade é o que per tence essencalmene ao ndvíduo e o az tal. Qualdades so os aspectos sensíves da percepço. Há qualdades pri meiras e segudas ocultas . uma das categoras arstotélcas, é o meddo ou mensurável; é o conunto de todas as determ nações de que se ocupam a artmétca, a geometra a mecânca (número, grandeza, extenso, massa, mov mento . . . ) .
QUNTDDE,
(em latm Quidditas, no orgnal grego de Arstteles EtVat com traduço lteral latna quod quid era esse) é um ermo ntroduzdo pelas tradu ções latnas das oras de Arstteles, etas pelos traduto res de Toledo, no século XII, nclundo Mguel Escoto, a partr do árae de Avcena e de Averrs. Sgnca essn ca necessára ou sustancal ou sustânca. Exprme-se na denço. So Tomás de Aquno tomaa como snnma de orma, de essnca, de natureza. QUDIDDE
emologcamente lgada a ratus (assegurado, xado), é a aculdade de comnar concetos e proposções. Ela será a prpra actvidade do espírto; é a gua autnoma do homem em todos os campos; é a prpra sustânca ou a sua denço; é argumento ou prova, quando se dz É pre cso ouvr a razo do adversáro; é relaço em sentdo mate mátco, quando se ala de razo drecta ou razo nversa.
RAZÃO
. Há o ser erbo e o ser substatio No prmero caso, é termo smpes, mpossível de denr. Como sustantvo,
ser é o que existe Por seu ado, o ser de rzão é objecto de pensamento articialmente criado pelo esprito para as necessidades do discurso e sem existência em si, nem na representação concreta Neste sentido, todas as ideias abs tractas e gerais são, de aguma forma, seres de razão é o que não tem partes componentes Opõe-se a composto. SMPLES
é o que há de permanente nas coisas que mudam Ela é a primeira das dez categorias aristotélicas. A noção de substância nasce da percepção e da análise da mudança. Para que uma coisa mude, é preciso que per maneça presente sob os diversos aspectos sucessivos da mudança O homem alegre, triste, doente, presente, ausente, é sempre o mesmo homem A substância é o que existe por si mesmo, sem supor um ser iferente de que seja um atributo ou uma reação. Substância opõe-se ao acidente. A denição de substância não é unvoca, mas ambgua Os Escolásticos distinguiam substâncias comple tas (um homem, por exempo e substâncias incompletas (o braço de um homem. Notese, no entanto, que o braço, substância incompleta, só o é relativamente ao corpo, pois em si é substância completa. Há aina quem distinga a substância prima ser individual, por exceência o sujeito dos diversos predicados, e a substância segunda o que pode ser secundariamente o sujeito e uma proposi ção, como são os termos gerais «O homem>> e <>. A esta só se he pode chamar substância por analogia
SUBSNCIA
é tudo o que é submetido à reexão, à discussão, aquio de que se fala, o ser a que é atribudo o predicado. Há o sujeito gramatical designado pela forma da proposi
SUJEO
ção; o sujeito lógico ou seja, a ideia a que se aplica a asser ção; o sujeito real no sentido aristotélico, o ser individual Há ainda quem fale de sujeito de inerência sujeito meta sico sujeito último um tanto conndidos com o sujeito real é a palavra que tem o mesmo sentido em dois empregos diferentes or exemplo, o Ser em eus e o ser nas criaturas Opõese a equívoco e, algumas vezes, a aná ogo NVOCA
AUOS E OBS CIAAS
ARISTOTELES (383 a.C.), autor de obra losóca ímpar, que lhe valeu o título de ser por antonomásia <<Ü Filósofo», tradu zida para árabe e do árabe para latim sobretudo por Miguel Escoto ( + 135) e nesta língua lido e assimilado por São Tomás de Aquino Dele são aqui citados a Metahysca os Lbr Physcorum, De Generatone et corrutone, De anma, De anmalbus, De causs, De caelo et mundo e Tócos.
AVERROIS (Ibn Rushd, 1161198) muçulmano espanhol de Cór dova, falecido em Marrocos (Marraquexe), é por excelência << Comentador>> de Aristóteles Dele aqui são citados os comentá rios à etasca e outras obras de Aristóteles, ainda que sempre com a identicação de <> Aqui são citados princi palmente os Comentáros à Metasca e à Físca de Aristóteles AVICEBRN (Saomão Ibn Gebirol, 11158) judeu espanhol de Máaga, escreveu em árabe. Dele é aqui citada a Fons vtae. AVICENA Ibn Sina, 98137) médico muçulmano, nascido no Turquestão persa, é utilizado com equência por São Tomás, bebendo sobretudo dos seus livros Sufcena e De Metahysca ÉCI (Mânlio Severino Boécio, nasceu em Roma por 8 e morreu executado em 5) Considerado o primeiro dos óso fos medievais e o último dos flósofos romanos, eminente humanista, depositário da sabedoria antiga e educador da Idade
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Moderna São omás de Aquino conheceu-he a obra e comen touhe o tratado sobre a rindade Aqui é citada a sua obra De persona et dualis naturis e o De Hebdomada CÍCR (Marco úlio 'Ccero 1043 a.C) escritor do mais beo atim orador de raça e ósofo ao seu jeito embora sem a garra do pensamento grego. Aqu é citado apenas como exem po. PAÃ (428347 a.C.) a partir de Sócrates é o crador de uma losoa essencialmente dealsta que irá ser aproveitada por Santo Agostnho e seus dscpuos inclusive os ndadores da escoa ancscana Aqui é citado co mo ósofo. SOCRAS (470399 aC.) lósofo não escritor nuenciou poderosamente os dois mestres maiores da osoa grega: Pa tão e Arstótees. Aqui é citado como exempo
ESBÇ BIGRÁFIC E SÃ TMÁS E AQUIN
OMAS, lho de Landolfo e de Teodora, nasce no
T começo de 225 no castelo de Roccasecca, condado de Aqino (Reino das as Sicíias) Sonhando porventra a família em vêlo m dia abade do mosteiro de Montecas sino, para ali o envia na infância, assmindo então a qali dade de oblato. e 23 a 239, na célebre abadia, faz os pri meiros estdos Frederico II, em 239, explsa os morado res desta casa religiosa e transforma -a em fortaleza jovem Tomás, de novo entrege aos cidados paternos, é enviado para Nápoles, onde prossege os estdos Por 24, ingressa na rdem dos Pregadores o ominicanos. A família opõe-se e retémno em casa, de Maio de 244 a Agosto de 245, qando consege fgir para Nápoles, onde termina o noviciado e de onde sai, a segir, para a Univer sidade de Paris. Ali é se mestre Santo Alberto Magno, qe o faz oportnamente se acharel o assistente Qando Alberto Magno, em 248, é deslocado para Colónia, a m de, nessa cidade, ndar m Studum o aproveitado alno acompanhao Em Colónia terá recebido a ordenação sacerdotal e começado a dar as primeiras lições. Ainda como estdante parece ter redigido já os primeiros ensaios sobre temas teológicos e losócos.
I
Regressado a Pars em 1252 prepara o mestrado em Teooga, sob a regêca do s eu cofrade Fre Eas Bruet, ao mesmo tempo que esa a quadade de bachare bíbco. Sobe, em 1254 a bachare setecáro. erá sdo, esta quadade, que redgu para o Fre Svestre o opús cuo De inciiis ntue e, para os cofrades e coegas, o opúscuo De ente et essenti Em Feverero de 1256 aos 1 aos de dade, recebe ceça de esar, obtedo assm o precoso e raro títuo de Mestre in sc gin a Uver sdade de Pars. Ao ogo do ao de 1256 São omás de Aquo ca a redacção de uma das suas maores obras, a Summ cnt Gentiles (suma cotra os pagãos), cujo títuo orga o Liv d vedde d fé ctólic cnt s es ds inéis
Em Juho de 1259 omás de Aquo, berto Mago e outros mestres da Ordem dos Pregadores partcpam o Capítuo Gera em aecees Nee se decde creme tar os estudos de eooga, e o osso Mestre da Uvers dade de Pars é desocado para a Itála peo m desse ao. Terseá xado prmero em Nápoes Em Setembro de 1261 ecotrase o coveto domcao de Oeto. Ao mesmo tempo que esa, desevove grade actvdade terára em dversas fretes, respodedo às mutas so ctações que he são fetas, cusve do Papa Urbao I O ofíco da soedade do Corpo de Crsto, promugado peo ctado Papa a 11 de Agosto de 1 2 6 4 a São Tomás de Aquo se deve. Em Setembro de 1265 os seus superores ecarregam o de orgazar um Estudo Gera o coveto de Sata Saba, em Roma, ode cometa, de 1265 a 126 mas uma vez, as Sentençs de Pedro Lombard A sua eorme capacdade de trabaho e a geerosdade para ateder a quem he pede mafestamse durate o béo passado
1
em Roma. Teá então teminado a Summa contra Gentiles e iniciado a edacção da famosa e monmental Summa Theologae, qe deixaá incompleta (na III pate, qestão 90 inclsive) Começo a escevê-la dante o ano lectivo de 266-26 e nesse taalho se manteve at 2, qando a doença o impedi de temina as ltimas qesões soe os ns ltimos do homem Em Setemo de 26 solicitado a volta paa a Uni vesidade de Pais Só m gnio, então no apoge, como o de Tomás de Aqino seia capaz de esponde à enome agitação ali einante O Doto Comm tem de lta con ta os impgnadoes das Odens Mendicantes, conta o aistotelismo e aveoísmo heteodoxo, com a Facldade das Ates (Filosoa) a petende soepo-se à Facldade de Teologia e conta os mantenedoes da petensa tadi ção agostiniana As Odens Mendicantes foam ciadas em fnção da moilidade, em contaposição da stablitas Zo (estaili dade do lga) dos demais instittos eglaes da poca Não admia, pois, a moilidade de Tomás de Aqino, qe, em Jnho de 22, encaegado pelos speioes da Odem de oganiza e diigi em Nápoles ma escola speio de Teologia Nela começa a ensina no mês de Oto desse ano, ao mesmo tempo qe possege a Suma de Teologia e edige otos tatados menoes, qe tamm deiaá inacaados Tomás de Aqino temina paicamene a actividade liteáia (qe foa sempe imensa desde os pimeios tem pos de estdane de Pais) em Dezemo de 2, depois da visão em qe se lhe mosto qe toda a sa oa não passava de palha. De facto, segndo o estemnho de Reginaldo de Pipeno, Tomás de Aqino teia eneciado de ma expeiência espiital dante a celeação da
l
missa, no dia 6 de Dezemro de 123 Evocando a relação dos dois sentidos da Sarada Escritura, o literal e o espiri tual, sendo um palha e o outro rão, o Santo condenciou a Frei Reinaldo: <> A falta de saúde levouo a ir repousar para a casa da sua irmã Teodora, no castelo de São Severino, não lone de Nápoles Não ostane o seu precário estado de saúde, o Papa Greório X convocouo, na qualidade de teóloo famoso, a assistir ao Conclio de Lião (França), que principiaria a 1 d e Maio de 124. Põese a caminho em m de Janeiro e adoece quando passa por Maenza e se recolhe em casa de uma sorinha Dali transportam-no para a abadia cisterciense de Fossanova, perto de Terra cina, onde, reconfortado com o sacramento da Santa Unção, morre passados rês dias, a de Março de 124 aos 4 anos de idade O apa João XXII canonizao a 18 de Julho de 1323; São Pio declarao Doutor da Irea uni versal a 11 de Aril de 156 e Leão XIII, patrono universal de todas as escolas católicas, a 4 de Aosto de 18 O estudante orducho e calado ao ponto de os coleas lhe terem dado o epteto pouco eloioso de <<oi mudo>>10 atine rapidamente, e por mérito próprio, o topo da carreira universitária Quando lhe dão a palavra, Frei Tomás mostra quanto vale Há quem distriua a sua imensa produção literária em seis rupos: 1 Escritos sistemáticos: Summa contra Gentiles e Summa Theologiae; 2.° Comentários à Sarada Escritura;
1. Cf Jacques Chevalier Histie de la Pense, 2 - La pensée chrétienne Paris Flammarion 956, p.
126
3° omentários a Aristóteles; 4. o Esritos polémios; 5 Questões disputadas e quodlibetales; 6. Obras menores de onsulta entre as quais poderemos
oloar os opúsulos Os Princípios da Realidade Natural e O Ser e a Essência