Edição 09 - set/out 2013
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ÍNDICE
13 SEXO ANAL Dr. Celso Marzano responde as maiores dúvidas e mitos sobre essa prática sexual
06 TERAPIA DE CASAL
Especialista explica como funciona a terapia e destaca o momento certo de buscar ajuda
10 VIAGRA FEMININO Medicamento promete aumentar a libido e facilitar o orgasmo feminino
11 SEXO VIRTUAL A busca do prazer na era digital
20 LGBT Gays que hostilizam outros “tipos” de gays
21 TRANSEXUALIDADE Identidade e cuidados desde a psicologia
23 ANORGASMIA E A REPRESSÃO SEXUAL Psicólogo relata a dificuldade das mulheres em atingir o orgasmo
26 PERFIL Entrevista com a empresária Ana Martinez, fundadora da marca de lingerie Justine
28 MERCADO Produtos eróticos para usar sozinha ou a dois
30 PARQUE JEJU LOVE LAND Conheça a história do parque coreano que possui 140 esculturas eróticas
EDITORIAL
EXPEDIENTE
Set/out 2013
Com muito trabalho e dedicação, a nossa equipe finalizou mais uma edição da Revista Impulso, que está repleta de matérias relevantes e atuais, além de artigos assinados por especialistas renomados em suas respectivas áreas. Nesta edição, abordamos um tema que é considerado um dos maiores tabus da sociedade, o sexo anal. Para desmitificar esta prática sexual, conversamos com o urologista, terapeuta sexual e sexólogo Celso Marzano, autor do livro “Prazer Secreto”. Na seção Mercado, indicamos diversos produtos para usar sozinha ou a dois. Além disso, falamos com Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal, que explica detalhadamente como funciona a terapia de casal. Conheça também a história do parque Jeju Love Land, que fica localizado na ilha de Jeju, na Coreia do Sul. O local é composto por 140 esculturas eróticas, exposições interativas e exibições de filmes de educação sexual. Não deixe de conferir os artigos sobre sexo virtual, transexualidade, viagra feminino, gays que hostilizam outros “tipos” de gays e anorgasmia. Desejo uma ótima leitura a todos! Valéria Albuquerque
Diretora Geral Valéria Albuquerque
Negócios Luciana Albuquerque
[email protected] Redação Tiago Rodrigues
[email protected] Direção de arte Edimário de Lima
[email protected] Financeiro Gracia Prezotto
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[email protected] Colaboradores Cristiane Laurentino Luka Lopes Shirley Macedo
Agradecimentos Daniela Melo Gustavo Gomes Jeovan Santos Liliane Aguiar Maria Clemônica Natália Rocha Regina Soares Rose Lima
Edição Digital Área de numeração Nº 9ª 2013
ISSN 2316-851X
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SAIBA TUDO SOBRE TERAPIA
DE CASAL Especialista explica como funciona a terapia de casal e destaca o momento certo de buscar ajuda Manter um relacionamento saudável não é uma tarefa fácil. O casal precisa, desde o início da relação, aprender a se respeitar e ter um bom diálogo para que tudo caminhe perfeitamente. Mas nem sempre funciona assim, há casais que não se entendem e, aquilo que deveria ser apenas uma conversa, termina em uma discussão sem limites. Quando chega um momento no relacionamento em que os dois não conseguem mais resolver todos os problemas conjugais, talvez seja a hora de procurar ajuda. É nessa fase conturbada da relação que a terapia de casal poderá ajudar a salvar um casamento, amenizar brigas, entre outras questões. Para explicar como funciona e quando optar pela terapia de casal, conversamos com a psicóloga e terapeuta familiar e de casal Marina Vasconcellos. Impulso: Como funciona a terapia? Marina Vasconcellos: A terapia funciona
as tentativas de conversa normalmente terminam em brigas, um não consegue se colocar que o outro já vem com defesas e ataques, ou não se falam porque um não consegue se expressar, enfim, um profissional treinado para isso possibilitará que o diálogo aconteça. Impulso: Quais são as questões mais comuns no consultório? MV:
- Traição, seja ainda uma ameaça ou o fato em si. - Dificuldade de comunicação: desvios, falhas, incapacidade de se expressar, distorções de sentido, inexistência dela. - Diferenças em relação à educação dos filhos, caminhos a seguir. - Doença de um deles que se recusa a aceitar que precisa de tratamento, colocando em risco a própria relação (vícios em jogos, alcoolismo, transtornos psiquiátricos ainda não diagnosticados, neuroses consequentes de traumas infantis não elaborados, etc). - Ciúme exagerado, chegando a ser patológico (casos onde deve-se procurar tratamento médico e psicológico). - Diferença na evolução emocional entre eles, quando um cresce e o outro fica em um patamar muito abaixo, criando uma distância grande entre os dois que acaba por inviabilizar a convivência. - Questões financeiras, quando não chegam a um acordo de como gastar ou investir o dinheiro do casal, que muitas vezes é encarado separadamente, ou seja, não formam uma mentalidade de parceria, e sim encaram como sendo de cada um o que ganham. - Sexualidade: descompasso de desejo, falta dele ou exagero por parte de um; não encontram um equilíbrio para ela. - Diferença de valores básicos, de modos de encarar as atitudes, a vida em si. - Descompasso nas ambições. - Conflitos com as famílias de origem (pais, irmãos, filhos de outros casamentos...). - A tecnologia atrapalhando as relações (vícios em internet, pessoas que não param de trabalhar nunca, estão sempre conectados, não conseguindo separar a vida pessoal da profissional). - Questões de gênero não identificadas como tal: homens funcionam de maneira diferente das mulheres, mas essas diferenças são encaradas como “pessoais”, e não como algo ligado ao gênero. - E muitos outros temas...
com ambos presentes na sessão desde o primeiro encontro. Geralmente com 1h30min. de duração, uma vez por semana, onde o terapeuta trabalhará para que consigam se conversar e entender um ao outro, facili- Impulso: A terapia serve apenas para casados ou também tando a comunicação que vem distorcida, dificultada ou bloqueada para namorados? por motivos os mais variados. Existem exercícios para tanto, propostos pelo terapeuta, onde aprenderão uma forma saudável de MV: Qualquer “casal” pode fazer essa terapia, sejam namorados, noivos, recém casados, casais homossexuais, casados há anos comunicar um conteúdo que normalmente provocaria conflitos. e anos... Basta haver um conflito ou a sensação de que algo não É um ambiente protegido, até pela presença de um terceiro que está bem e não estão conseguindo resolver sozinhos, para que funciona como mediador entre eles, onde não pode haver agres- se procure o tratamento. sões, o tom de voz deve ser controlado, à medida do possível, para evitar discussões calorosas e permitir que cada um consiga real- Impulso: Quem busca a terapia, o homem ou a mulher? mente comunicar o que precisa, garantindo que seja ouvido e MV: Em geral é a mulher que toma a iniciativa de buscar ajuda, compreendido em sua essência. já que ela tem mais facilidade em expor os problemas e falar sobre Importante frisar que o foco desse trabalho é a “relação”, e não eles (isso é uma questão de gênero). O homem, por ser mais cada um em si. Problemas pessoais que surjam no caminho são fechado, só toma a frente quando algo está realmente muito mal encaminhados para uma psicoterapia individual para não expor e não dá pra continuar como está. certas privacidades ao parceiro, quando elas não têm a ver com Impulso: Quanto tempo dura a terapia? a relação. MV: Em média a duração é de alguns meses, não mais que isso. Depende de como o casal chega, do quanto estão comprometidos Impulso: Quantos casais você atende em média por mês no com o trabalho e de quanto tempo já se passou acumulando-se consultório? frustrações não resolvidas... Há casos onde trazem uma questão MV: Atendo em média dois casais por mês, já que a procura é bem bem focada, e assim que for resolvida, não precisam mais de ajuda. maior por terapia individual. Outros iniciam por um motivo e surgem outros no caminho, como um novelo que vai se desenrolando. Mágoas deixadas debaixo Impulso: Quando optar pela terapia de casal? do tapete ressurgem com intensidade, denunciando o quanto havia MV: Assim que o casal ou um deles sente que não está feliz, e a ser dito e trabalhado, mas que foi temporariamente deixado de não consegue resolver ali a questão apenas conversando com o lado por não saberem como resolver adequadamente. Muitas coisas parceiro (muitas vezes a comunicação não existe por medo da são revistas, contratos são refeitos, negociações, aprende-se a reação do outro ao que ele tem a falar – seja agressividade ou relevar fatos menos importantes e valorizar o que antes não se olhava... medo de magoar - e as insatisfações vão apenas se acumulando, Pode ser um longo processo de crescimento e amadurecimento transformando-se em outros conflitos), deve procurar ajuda. Se do casal. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
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“ A CHAVE PARA UM BOM RELACIONAMENTO É O DIÁLOGO” Impulso: As pessoas têm medo de contar para amigos ou parentes que estão em processo de terapia para solucionar problemas no relacionamento? Se sim, por quê? MV: Sim, em sua maioria os casais não gostam de contar para conhecidos que estão em tratamento, muito por preconceito do que irão pensar. Se o preconceito em relação à psicoterapia individual ainda é grande, imagine dizer que o casal se encontra em tratamento! Seria como assumir a incapacidade de ambos em resolver seus problemas, necessitando de uma terceira pessoa que os auxilie. Fora este fato, também evitam contar para preservar sua privacidade e evitar cobranças das pessoas. Um casal em crise não precisa ficar falando para as pessoas que não está bem, é saudável que preservem seu espaço e procurem solucionar seus problemas de forma discreta e protegida, sem a interferência de outras pessoas dando palpites e opiniões muitas vezes prejudiciais a eles. Além do quê, evitam preocupar parentes e amigos, muitas vezes desnecessariamente. Há situações que não precisam ser abertas a pessoas que estão fora da relação, pois diz respeito apenas ao casal. Impulso: Há casais que procuram a terapia para se separar, como isso funciona? MV: Sim, há casais que procuram o tratamento para terem a certeza de que estão tomando a decisão correta, elaborar os conflitos, existentes, amenizar brigas, entender as diferenças, lidar com a sensação de fracasso total de algo que antes acreditavam, evitar divórcios litigiosos, negociar questões relacionadas a filhos e financeiras... Impulso: A infidelidade conjugal também leva muita gente ao consultório?
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MV: Sim, a infidelidade é um dos temas recorrentes. Acontecem traições de fato que foram descobertas, as vir tuais, as suspeitas... A terapia ajuda o casal a fazer um balanço da relação e entender porque houve brecha para que ela acontecesse, esclarecendo tudo o que antes não se falava. Há praticamente um novo contrato de relação a partir da decisão da volta, do perdão. Impulso: Quais dicas você daria para casais que desejam ter um bom relacionamento? MV: A chave para um bom relacionamento é o diálogo, sempre. Não deixe que pequenas coisas se acumulem, insatisfações não ditas por medo de magoar acabam só piorando a situação, pois o que era pequeno transforma-se em grandes bolas de neve, e quando menos se espera pode eclodir com muita força, colocando em risco a união. Se o diálogo não acontece, procure ajuda para aprender a tê-lo e entender porque ele não existe. Se não está feliz por algum motivo tente passar ao parceiro de alguma forma, pois o casamento se faz das pequenas coisas do dia a dia, e não de grandes eventos. Se a rotina está tomando conta de seu relacionamento e não sabem como mudá-la, vale a pena o investimento em algo que os fará repensar e revigorar a relação. Enfim, uma terapia de casais bem feita pode facilitar enormenorme o crescimento e amadurecimento de uma relação a dois. Marina Vasconcellos Psicóloga pela PUC–SP; Especialização em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae; Psicodramatista Didata pela Federação Brasileira de Psicodrama - FEBRAP e Terapeuta Familiar e de Casal pela UNIFESP.
Contato: 11 3862-8064 | www.marinavasconcellos.com
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VIAGRA FEMININO PODE CHEGAR AO MERCADO EM 2016 Pesquisadores da indústria farmacêutica trabalham arduamente para desenvolver uma pílula que estimule o desejo sexual das mulheres e tenha um impacto significante na sexualidade feminina. A pesquisa está sendo realizada pela empresa holandesa Emotional Brain.
Medicamento promete aumentar a libido e facilitar o orgasmo feminino
De acordo com o jornal britânico Daily Mail, as mulheres poderão em breve ser capaz de comprar sua própria versão do Viagra. A pílula, chamada Lybrido, está sendo desenvolvida para aumentar o desejo sexual da mulher, além de tornar o ato sexual mais satisfatório e prazeroso, pois faz com que os orgasmos femininos sejam mais intensos e frequentes. O Viagra Feminino pode chegar ao mercado no final de 2016. Já o Viagra masculino, que foi lançado em 1998 e ficou popularmente conhecido como pílula azul, é comercializado mundialmente e as vendas somam aproximadamente 5 bilhões de reais por ano em todo o mundo. Segundo a publicação, a fórmula do viagra feminino possui uma combinação de testosterona e outras substâncias semelhantes a da pílula azul, que funcionam no cérebro e no corpo para aumentar a libido. Testes anteriores haviam falhado porque a libido feminino decorre, muita das vezes, de fatores físicos e psicológicos. A Emotional Brain acredita ter resolvido o problema com uma pílula dois em um. O comprimido é menor que uma aspirina e deve ser ingerido 3 horas e meia antes do ato sexual. Um estudo realizado com mais de 200 mulheres nos Estados Unidos obteve resultados satisfatórios, porém todos foram mantidos sob sigilo. O fundador da empresa, Dr. Adriaan Tuiten, os descreve com muito, muito promissor. Em entrevista ao Daily Mail, Tuiten afirma que, com a pílula, as mulheres fizeram sexo com mais frequência e estavam mais propensas a atingir o orgasmo. No entanto, elas sofreram alguns efeitos colaterais como dores de cabeça e vermelhidões no rosto e no pescoço. A companhia planeja realizar um teste maior para colocar o medicamento no mercado na data prevista. Dr. Tuiten acredita que o comprimido será mais popular entre as mulheres casadas há muito tempo, porque talvez a vida sexual tenha caído na rotina. O especialista americano em saúde sexual da mulher, Dr. Andrew Goldstein, disse ao jornal New York Times que as empresas farmacêuticas, tal como a Emotional Brain, estará sobre pressão para provar que eles não estão transformando as mulheres em ninfomaníacas. No entanto, Dr. Adriaan Tuiten afirmou que até 43% das mulheres sofrem de baixo desejo sexual em algum momento de suas vidas e que, longe de transformá-las em maníacas sexuais, e o medicamento vai simplesmente aumentar a libido para níveis normais. www.revistaimpulso.com.br www.revistaimpulso.com.br -- set/out jul/ago 2013
Fonte: Daily Mail, Emotional Brain http://www.dailymail.co.uk
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c l ic k a m u s a n e “Com ap e c h egar ond e d p essoa po qu is er ” o nosso o humano e d
do se xo r te do un i vers O se xo fa z pa das formas de e xpressãoo mundo d ia a d ia. Uma e a tua lmen te acon tece n ira de se ad e da se xua l id e t cr iou uma no va mane o e isso v ir tua l. A in ternde se con v i ver com o ou tro pra zer comun icar e is uma forma de busca d promo veu ma u lada se xua l. i tamen te v inc tação e tr s e tá s e l no tua A pa la vra v ir c i berné t ica e tem uma copessoas s m à l inguage é rea l ”. A tra vés d isso a uer, fando que “não a is l ivres para ser quem q e enconpodem ser mcomo dese ja.As pessoas squa l com tas iar e a tuar paço, em tempo rea l cada de es te tram nes te es dor e independen te de on -eró t icoseu compu ta m a se re lac ionar a fe t ivo gen i ta l, jam e começa. A me ta é o pra zer, o se xoens pe lo se xua lmen te ua l izado a tra vés de imag troca de a e x i b ição v is s eró t icos ou a inda pe la c ia l izam acesso a s i te n tre pessoas que po ten pessoas e mensagens xua l. É comum que essas m se xussare um encon tro se para se e xpreupas ín t imas, s re v i l is a m se s in tam endo se u t i l izar de ro encona lmen te, pod s ou cosmé t icos se xua is ese jo, a me l horar o d de assessór io ra a p s p o h s x trados em se i tação e o orgasmo. xc e pode c hegar fan tas ia, a a so s e p a k um c l ic s ico não Com apenas A ausênc ia do con ta to fíe mesmo onde qu iser. en vo l v imen to com o ou tro r io cada imp l ica o não esso ao corpo do parce te, so fre, não tendo ac idos tem um corpo que sen um dos en vo l v ou go za. a se emoc iona tua l passou ir v xo e s o s pessoa para não Para mu i tas tan te em sua v ida. Mas e sen t ir ser uma consa pessoa prec isa con fiarque es ta correr r iscos nça em re lação ao ou tro e decepmu i ta segura po is é grande o número d os e x tra, do ou tro lado d i vu lgação de fo tos e víde s, e ções, cr im o de re lação. i ficu ldade de ídos des te t ip d m te e u q s pessoa cupan te Tam bém temr e pode se tornar preo se re lac iona
L A U T R I V O S E X quando o sexo virtual vira uma “muleta” para quem tem baixa autoestima, pouca confiança, medo de se expor e de ser rejeitado, pois através deste tipo de relação a pessoa tende a se isolar cada vez mais. Enfim todas as formas de expressão e busca de uma sexualidade segura são válidas desde que não haja o prejuízo físico ou emocional de qualquer uma das partes envolvidas. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
Samanta Fonseca Psicóloga, Terapeuta Sexual e Grafóloga; Enfoque em Terapia Comportamental pela USP; Diretora administrativa do CEDES - Centro de Orientação e Desenvolvimento da Sexualidade; Apresentadora e organizadora do programa Dr. do Sexo. www.cedes.com.br
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DR. CELSO MARZANO responde as maiores dúvidas e mitos sobre essa prática sexual
“NO SEXO ANAL NÃO HÁ FINGIMENTO” A prática do sexo anal é repleta de dúvidas, curiosidades e mitos. Por ser uma das grandes fantasias sexuais masculinas, há mulheres que praticam o sexo anal apenas para satisfazer seus parceiros, sem ao menos buscar informações de como tornar esta prática mais prazerosa e segura. No entanto, o sexo anal é considerado um dos maiores tabus existentes em nossa sociedade. Para sanar todas as dúvidas desta prática sexual, falamos com o urologista, terapeuta sexual e sexólogo Celso Marzano, autor do livro “Prazer Secreto”. “No sexo anal não há fingimento. Seu corpo, mente e sua psique devem estar de acordo na sua prática. Não tenha coito anal porque o seu parceiro quer, a está pressionando ou porque acha que não será uma parceria amada e desejada se não o fizer. A forma de expressão de sua sexualidade é de decisão unicamente sua. O desejo é o ingrediente chave para o sucesso do intercurso anal. Se você tentar e não gostar, tudo bem. Você deve respeitar os seus desejos”, conta Marzano. Impulso: Celso, qual a maior preocupação das pessoas quando o assunto é sexo anal? O sexo anal ainda é considerado um tabu?
pelo sexo anal desprotegido. Apesar de tudo isso, algumas pessoas gostam muito da prática do sexo anal, enquanto outras odeiam e rejeitam. Um terceiro grupo, ainda, nunca tentou e tem curiosidades. De maneira geral, o sexo anal não deve ser dolorido. Se doer, é porque o casal está fazendo algo de errado. A falta de informações técnicas é, provavelmente, a causa das doloridas tentativas desta variação sexual. É totalmente possível praticar o sexo anal com segurança e prazer, usando lubrificante, camisinha e técnica adequada. Mesmo assim, existem pessoas que não curtem, não aceitam. Se o seu parceiro ou parceira for uma dessas pessoas, respeite seus limites e não o force. O sexo anal é uma variação sexual que envolve pessoas em busca do prazer. A intenção do casal homossexual ou heterossexual é a felicidade, e no aspecto sexual a entrega, a busca de novos prazeres sexuais e a intimidade. Fica clara a intenção da troca de “energias sexuais” positivas, onde um quer ajudar o outro. Muitos depoimentos relatam que a prática leva à experiência e à perfeição, e que a melhor maneira de aprender sobre o sexo anal é fazê-lo. MITO I: Dor no sexo anal
A crença de que a estimulação anal, principalmente o coito, tem que machucar ou doer é falsa. A maioria dos praticantes do sexo Celso Marzano: A prática do sexo anal é, provavelmente, o maior anal não tem dor alguma. Este medo assusta e afugenta a maioria tabu sexual existente em nossa sociedade. A penetração pelo ânus das pessoas desta prática sexual. Entre homossexuais, onde a parece - para algumas pessoas - como uma prática cruel e suja. prática anal é constante a dor é praticamente ausente. Se presente Quando o sexo anal é citado na mídia, muitas vezes leva a ideia em pequena intensidade e só na penetração não atrapalha o prazer. de negatividade, violência e degradação e dificilmente de positi- Sempre que existir dor significa que algo está inadequado naquele vidade ou prazer. momento. O ânus é uma região muito inervada e a dor pode inibir A sua reputação ficou pior ainda nas últimas décadas, devido ao o prazer. No entanto, no sadismo sexual, a dor é uma fonte de surgimento do vírus HIV, da AIDS, que é facilmente transmitido muita excitação. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
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EXISTEM MITOS QUE DIZEM: PENSAR EM SEXO ANAL SUGERE ALGUMA “TENDÊNCIA HOMOSSEXUAL”? PRIMEIRO, O TERMO “TENDÊNCIA HOMOSSEXUAL” É UMA FORMA DE PRECONCEITO E O SEU USO FOI BANIDO E DEVE SER EVITADO
são as mais comuns. Outras contaminações possíveis ocorrem na vulva, vagina e boca em situações de erros de higiene e de cuidados locais. Desta forma, o uso do preservativo (camisinha) é muito importante para a sua proteção. Em relacionamento monogâmico, com dois parceiros saudáveis, o risco da transmissão de doenças é mínimo.
Quando ocorre qualquer possibilidade de penetração anal (com o dedo, objeto ou pênis) ocorre um espasmo (contração) dos músculos locais como se fosse uma defesa para a não penetração. Haverá dor se os parceiros não esperarem até que estes músculos relaxem. O relaxamento depende da cumplicidade, confiança e do carinho. Desta forma, não haverá desconforto local, relaxamento maior e ausência de dor muscular, o que facilitará a penetração.
Sexo é o ato físico propriamente dito e a sexualidade é a expressão, em todas as suas formas, do sexo. Depende da nossa cultura, do país, da cidade, da família e toda nossa sociedade. Cada um de nós tem uma cultura sexual própria e uma sexualidade própria e individual. Temos o instinto sexual que nos leva à aproximação e ao sexo com a pessoa que nos atrai. Para que esta sexualidade ativa seja prazerosa e crescente, temos que conhecer os detalhes da resposta sexual, com todos seus aspectos físicos e emocionais. Devemos quebrar mitos e tabus sexuais, que fazem muitas pessoas sofrerem por anos e anos, por ideias errôneas sobre a sua sexualidade. Não tenho a intenção de incentivar a prática do sexo anal, mas sim, a meta de que a sexualidade humana seja conhecida em todos os seus detalhes, para o crescimento do ser humano como um todo e para uma qualidade de vida melhor para todos nós.
MITO II: Perda de fezes após o sexo
Este é um acontecimento raro nesta prática sexual. A anatomia da região anal mostra no ânus dois esfíncteres musculares em forma de anel que circundam o canal anal e que funcionam de forma independente. O esfíncter externo é voluntário (você tem controle dele) e o interno é involuntário (você não tem controle de sua contração). O esfíncter externo você controla como, por exemplo, os músculos da sua mão, isto é, você os contrai e relaxa quando quiser. O esfíncter interno é diferente, ou seja, controlado pela parte autônoma do sistema nervoso central, como os músculos do coração. Este (interno) reflete e responde ao medo e à ansiedade durante o sexo anal. Quando ocorre uma penetração sem que o receptor esteja preparado, com os músculos dos esfíncteres contraídos, pode ocorrer trauma com ruptura de fibras musculares, gerando dor ou sangramento. Nos casos de atentado violento ao pudor pela introdução de acessórios de grosso calibre no ânus, de forma violenta, sempre há lesões de maior ou menor grau nestes esfíncteres. MITO III: Orgasmo no sexo anal. Possível?
Sem dúvida que sim. Em entrevistas de praticantes muitos relatam orgasmos e também muitas mulheres e homens chegam ao orgasmo com o sexo anal e com uma estimulação genital concomitante. Outros não têm orgasmo, mas não vêem nisto uma derrota e sim uma forma de aproximação, carinho e amor. As mulheres têm maior possibilidade do orgasmo quando praticam contrações musculares da vagina e da região pélvica que aumentam a sua excitação, somada ao efeito da fantasia excitante de estar sendo penetrada. Entre os homens, a estimulação da próstata e região facilita o orgasmo. A excitação aumenta também no sexo anal quando os participantes estão envolvidos em muita fantasia e imaginação. No entanto, a estimulação direta genital tem o papel importante para se chegar ao clímax quando o sexo anal está sendo praticado. MITO IV: O sexo anal sempre traz algum prejuízo ao corpo
Esta afirmação não é verdadeira. O sexo anal é uma prática que exige conhecimentos prévios de como praticá-lo de forma adequada entre homens e mulheres de qualquer orientação sexual (heterossexuais, homossexuais, bissexuais e transexuais) ou de qualquer crença religiosa. Nenhum prejuízo é causado por esta variação sexual se os dois parceiros a aceitam, a conhecem e a praticam com técnica correta, delicadeza e preparo psicológico. A agressividade, a dor e o sangramento são raros e resultam de contusões, lesões locais, gerando ansiedade e afastamento dos parceiros. O maior prejuízo possível nesta prática sexual são as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Gonorréia, Sífilis, Herpes, HPV e AIDS www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
Impulso: Por que é bom sabermos detalhes sobre as práticas sexuais? CM: A energia vital e a “energia sexual” fazem parte do ser humano.
Impulso: Por que os homens adoram tanto o sexo anal? CM: A nossa cultura valoriza muito essa parte do corpo: a nádega.
Ao observarmos, veremos que existe um apelo muito grande da mídia do que é chamado de “preferência nacional”. Isso está estampado nas capas de revistas, programas de auditório, filmes e principalmente nos eróticos. Essa exposição funciona como uma erotização e mantém a valorização do bumbum. Outras culturas valorizam e erotizam-se por outras partes do corpo como os seios, as pernas etc. Por outro lado, existe o aspecto do ânus ser mais apertado que a vagina, o que pode proporcionar uma sensação mais prazerosa ao homem, o que também justificaria tal prática. O sexo anal é uma variação sexual realizada pela procura do prazer sexual. É uma das fantasias sexuais masculinas e femininas mais frequentes, embora pouco discutidas e pouco conhecidas em seus detalhes. Respeitando-se todas as religiões e crenças, é um assunto que merece e deve ser conhecido e discutido por todos, mesmo por aqueles que não pretendem praticá-lo. Existem mitos que dizem: Pensar em sexo anal sugere alguma “tendência homossexual”? Primeiro, o termo “tendência homossexual” é uma forma de preconceito e o seu uso foi banido e deve ser evitado. O sexo anal pode ser praticado por heterossexual, bissexuais e homossexuais sem perder a sua própria orientação sexual. É uma fantasia sexual compartilhada por homens e mulheres. É importante salientar que o prazer anal ou o sexo anal são práticas muito prazerosas e muito praticadas. Impulso: Como se deve iniciar o sexo anal para evitar dor e incômodo? CM: A
penetração anal deve ser um processo lento e gradual. Paciência é crucial. Cada casal deve criar o seu próprio ritmo para que o sexo anal dê certo. Como esta prática sexual precisa de tempo não é uma boa opção quando se quer, ou só se pode, ter um envolvimento erótico rápido (“rapidinha”) e se estiver em local não adequado. Também se estiver ansioso, estressado ou nervoso, por qualquer motivo, esta variação deve ser protelada. Quanto mais tempo você tem no início, mais benefício terá no final. É fundamental que a mulher (relação hetero) ou o homem (relação hetero quando penetrado por uma mulher com dedo ou acessórios sexuais e relação homo quando penetrado por outro homem) esteja bem relaxado e se sinta à vontade.
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O ideal é que o penetrado (homem ou mulher) comande os movimentos da penetração, pois se o músculo anal se contrair poderá provocar um desconforto; se isso ocorrer, cabe ao parceiro ter a paciência de esperar a região relaxar novamente e reiniciar a prática. A mulher poderá chegar ao orgasmo, principalmente se houver a manipulação do clitóris durante a penetração anal. O importante é que a penetração aconteça de forma lenta e cuidadosa. Pode ser que a primeira tentativa não seja tão prazerosa. Portanto, é necessário que o casal converse muito e que a mulher ou o homem não ceda apenas para satisfazer seu parceiro. Tem que ser uma decisão conjunta, pois como disse anteriormente, requer confiança, respeito e amor mútuos. É importante que os parceiros sexuais troquem o máximo de informações do que desejam: diga qual a velocidade de penetração que acha a mais correta e qual a posição sexual desejada. Também o penetrado tem que estar preparado e livre a dizer para que o parceiro diminua a velocidade de penetração, mude de posição sexual e até que pare totalmente o ato sexual. O sexo anal ou anogenital é a introdução do pênis no ânus e reto da mulher ou do homem. Nas primeiras vezes a penetração anal poderá ser acompanhada por desconforto e dor devido à musculatura mais rija do ânus e pelos seus anéis musculares (esfíncteres). O relaxamento e o uso de lubrificantes à base de água preparam a região anal para a penetração peniana que proporciona grande prazer chegando até o orgasmo. Para que o sexo anal não cause desconforto e dor, é essencial que o outro, ao ser penetrado, esteja relaxado e calmo. Carícias www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
preliminares, sexo oral, palavras de carinho, abraços e beijos ajudam a preparar a penetração. Tocar suavemente a região anal tem o efeito de uma massagem, dilatando e relaxando o esfíncter externo do ânus. A prática do anilingus (sexo oral no ânus) na mulher e no homem, na linguagem homossexual chamada de cunete, pode ser realizada e ajudar no relaxamento e na excitação. Se não houver essa preparação para a penetração, em geral há dor no sexo anal. O lubrificante deve ser colocado em um dedo que é introduzido no ânus. Isto pode ser feito várias vezes, pois a introdução do dedo, além de ser uma carícia, causa espasmos e relaxamentos nos músculos do ânus. Os movimentos de dilatação devem ser lentos, circulares e com muita delicadeza. Se ocorrer espasmos ou contrações do ânus, indicam que a dilatação está sendo eficaz e está perto o momento propício para a introdução do pênis. Aqueles que sentem muita dor, mesmo com lubrificantes e relaxamento muscular, podem recorrer a géis anestésicos, mas esse procedimento não é comum e deve ser evitado, pois o prazer também diminui bastante, devido à limitação da sensibilidade. O tamanho do pênis, quanto ao comprimento, geralmente não resulta em dor ou desconforto ao parceiro, pois os esfíncteres musculares, como acontecem em outras musculaturas, relaxam, dilatam e o diâmetro do ânus fica maior. Já quanto ao diâmetro do pênis, se for muito grande, pode causar dor. Neste caso, o relaxamento e a dilatação devem ser lentas, cuidadosas e por um tempo maior. No caso de pênis de grandes dimensões ou consolos (pênis ou acessórios artificiais) os cuidados com a lubrificação, a posição
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sexual e a delicadeza da penetração e das investidas são essenciais. A fantasia de introduzir todo o pênis ou a de possuir todo o pênis deve ser avaliada nestes casos para pênis maiores de 18cm. Lembre-se que o canal do reto tem profundidade média de 17cm. Investidas violentas e repetitivas podem traumatizar a mucosa do reto. Quando houver a penetração, o ideal é não fazer movimentos bruscos e até como dica o permanecer imóvel com o pênis por certo tempo e esperar que o ânus se adapte a situação da penetração facilitará o ato (os carinhos no resto do corpo devem continuar). Na introdução, o penetrante pode encontrar dificuldade de avançar com o pênis, como se fosse um obstáculo. Esta é a primeira válvula (anel da mucosa do canal do reto), que deve ser ultrapassada com delicadeza. A passagem do pênis por esta válvula do canal do reto sem causar incômodo depende muito da sensibilidade e experiência do penetrante. Ao perceber a dificuldade de penetração sugere-se a seguinte tática: um pequeno movimento para trás (retroceder vagarosamente) e uma leve mudança da direção do pênis pode fazer um encaixe mais adequado e a ultrapassagem desta válvula. Portanto a penetração deve ser lenta, progressiva, não violenta e com atenção do parceiro penetrante. Uma vez vencida esta válvula o procedimento com as outras acima deve ser o mesmo. Nunca a penetração deve ser violenta, principalmente aos iniciantes, pois os contatos intensos e rígidos do pênis com estas válvulas provocarão incômodos e dores, impossibilitando a continuidade do ato. Em certo momento o parceiro penetrante percebe que o canal anal relaxa e recebe totalmente o pênis (dependendo do tamanho do mesmo). Após alguns segundos, aquele que penetra inicia movimentos www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
brandos e gentis e, em consenso com o parceiro, aumenta o ritmo e a força. A excitação é progressiva e ambos poderão chegar ao orgasmo tão esperado. Após o orgasmo, é importante valorizar este momento de entrega vivido a dois com demonstrações de carinho, fazendo com que a experiência leve ao prazer emocional fortalecendo vínculos afetivos. Impulso: Existe uma posição ideal? CM: A melhor posição sexual para a prática do sexo anal é aquela onde os parceiros fiquem à vontade, descontraídos, relaxados, seguros e que não leve a emoções negativas de medo, ansiedade e tensões musculares. A posição ideal é aquela onde os casais se sintam mais confortáveis e mais confiantes, com maior possibilidade de ter prazer. A tentativa e o experimentar são válidos para se saber qual é a melhor posição dos corpos, onde a penetração é facilitada, sem dificuldades e sem dor. Estes são os parâmetros para uma realização sexual também no sexo anal. Os praticantes mais assíduos sugerem que a posição mais indicada para principiantes ou aqueles que sentem muitos incômodos é a colher de costas. A mais perigosa para os iniciantes no sexo anal e que se relacionam com parceiros estranhos, é a posição de quatro, pois nela o homem que penetra tem controle total da situação e pode não estar preocupado com a integridade física do outro. A posição mais adequada e relaxante é a chamada “em colher”, onde a parceira que recebe o pênis fica de costas para o parceiro e com as pernas encolhidas, favorecendo o relaxamento perineal e nádegas. Muito beijo, carinho, palavras doces e emotivas associadas a uma masturbação concomitante favorecem em muito a excitação crescente e desvio da ansiedade vinda pela novidade e medo da possível dor e trauma local.
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ACESSÓRIOS PODEM SER UTILIZADOS PARA ESTA ESTIMULAÇÃO E ENCONTRAMOS MUITOS DESTES EM SEX SHOPS. O TOQUE NA REGIÃO PODE LEVAR A SENTIMENTOS DE MEDO, NOJO, REPÚDIO, ENTRE OUTROS Impulso: Sexo anal pode causar hemorroidas? CM: NÃO. Sexo anal, ao contrário do que muitos imaginam, não
Impulso: Em filmes pornográficos, por exemplo, há alternação entre sexo anal, vaginal e oral. Vale tudo pelo prazer ou isso pode trazer complicações para o casal? CM: Nunca após a penetração anal deve existir penetração vaginal
em seguida. Também a manipulação com os dedos no ânus nunca devem ser seguidas de manipulações vaginais ou orais Tanto o pênis, como os dedos e consolos, se penetrados no ânus, com ou sem camisinha, são contaminados com fezes ou com secreções fecais, nem sempre visíveis, e não devem ser sugados ou penetrados na vagina ou na boca. Estas contaminações e infecções podem ser graves levando a consequências sérias como infertilidade, pelviperitonite (infecção da região da bacia e abdome), dores e tratamentos longos com antibióticos. No caso da mulher estar grávida pode levar até ao aborto.
provoca hemorroidas. Isso é mito, vem de uma crença e educação preconceituosas de que o sexo é só para reprodução, portanto, só vaginal. Entretanto, se a pessoa já tiver hemorroida e se o sexo anal for praticado no período de inflamação desta, agravará o quadro Impulso: Porque algumas pessoas estimulariam o seu ânus? CM: A resposta pode parecer simples: pelo prazer obtido na região; além de causar muita dor. Existem, no entanto, vários enfoques que devem ser avaliados: Impulso: O sexo anal pode causar câncer? prazer, curiosidade, fetiche, fantasia, poder, submissão, entre outros. CM: Não provoca câncer em nenhuma hipótese. Os mitos e tabus da nossa cultura e também religiosos associam sexualidade anal com homossexualidade. Impulso: Posso contrair doenças fazendo sexo anal? Acessórios podem ser utilizados para esta estimulação e enconCM: Primeiro quero deixar muito claro que estas complicações relatadas a seguir são acontecimentos raros e quando presentes tramos muitos destes em sex shops. O toque na região pode levar a são de fácil e média dificuldade de resolução. Na grande maioria sentimentos de medo, nojo, repúdio, entre outros. das vezes esta prática sexual é acompanhada de muito prazer e Claro que esta prática é uma escolha pessoal e se a pessoa não se sente à vontade, deve explorar outras áreas do corpo. Algumas satisfação. regras básicas e cuidados especiais devem ser conhecidos e apliO sexo anal sempre deve ser praticado com preservativo por cados quando houver interesse e curiosidade na manipulação duas razões: destas regiões do corpo. - É uma região riquíssima em bactérias e acúmulo de fezes. - É propensa à micro lesões internas devido à fricção do pênis no A introdução de algo no reto através do esfíncter (músculo em forma de anel que mantém o ânus fechado) pode ser desconforânus e na mucosa do canal do reto. tável nas primeiras vezes, mas a pessoa se acostuma de forma Jamais um preservativo que foi utilizado em um sexo anal pode relativamente fácil, se assim o desejar. ser reutilizado em sexo oral, vaginal ou outro anal. Uma vez introduzido, o objeto estimula a glândula prostática, que No reto, permanecem restos de fezes que podem, na penetração, fica ao lado da parede do canal anal no homem, ou estimula a pasair no preservativo ou, em maior quantidade, atingir os parceiros. rede vaginal, localizada ao lado desta região na mulher. Na maioria Para evitar este contratempo, é recomendado tentar evacuar e lavar das vezes da prazer, maior intimidade, maior cumplicidade e ser o ânus. Para os mais experientes pode ser usado o chuveirinho, uma preliminar prazerosa à penetração. colocando água no reto para que saia junto com as fezes (lavagem intestinal). No entanto, o uso frequente deste procedimento pode Se a masturbação ou penetração for realizada por outra pessoa, alterar a flora intestinal. Este deve ser realizado com técnica ade- tenha certeza de discutir o ato antes da sua realização, as condições de higiene, o uso do preservativo e a maneira correta de realizar quada para se evitar lesões do ânus e da mucosa do reto. a penetração. O parceiro que está realizando a manipulação anal Por muito tempo, acreditou-se que o sexo anal levaria à inconti- perde, muitas vezes, a noção destes parâmetros pela própria excitação. nência do esfíncter. Não é uma complicação frequente, mas se sabe que penetrações violentas em uma musculatura extrema- Sex shops (boutiques eróticas): Atualmente estas lojas têm uma mente rígida e não lubrificada e introdução inábil de objetos podem grande importância na obtenção do prazer sexual e ajudam muito causar ferimentos e laceração do reto levando a perda de gases nas respostas sexuais masculinas e femininas, de todas as orientações sexuais. Eles atuam em todas as fases da resposta sexual e fezes. humana: desejo, erotização, estimulação, fantasia, imaginação, O uso de duas camisinhas ao mesmo tempo deve ser evitado, pois excitação e no orgasmo. Vale a pena uma visita para conhecer o atrito entre elas provoca calor, o que fragiliza o látex e favorece a todos os produtos existentes neste mercado, que está em franco ruptura do preservativo, colocando os parceiros em risco de con- desenvolvimento e crescimento. Com alta tecnologia e muito preotrair DSTs. É uma falsa ideia de maior segurança. Use uma só cupados com a manutenção da saúde dos seus usuários. Existem camisinha de boa procedência e de forma adequada. muitos acessórios nacionais e importados de primeira linha que quebram mitos/tabus e promovem um maior conhecimento de seu corpo e de sua resposta sexual. Nestas lojas encontramos produtos específicos para a prática do sexo anal como óleos, géis lubrifiSe o sexo anal for praticado sem o uso da camisinha, pode cantes com anestésicos ou não, dildos (pênis artificiais), dilatapropiciar a contaminação de doenças como: Na pessoa que penetra: Chatos, Gonorréia, Clamídia, Hepatite B dores, plugs anais, entre outros. Não tenha vergonha e faça uma visita. e C, Herpes, HIV/AIDS, Condilomas/HPV, Sífilis; Uretroprostatites. Plug Anal: Plugs anais são acessórios sexuais desenhados espeNa pessoa que é penetrada: Chatos, Gonorréia, Hepatite B, Herpes, cialmente para serem inseridos no ânus e reto para o prazer sexual. Eles são semelhantes ao pênis, geralmente mais finos, menores HIV/AIDS, Condilomas/HPV, Sífilis. em comprimento e largura e têm bases largas que permanecem fora do corpo, impedindo a sua total penetração. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
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todo homem e mulher devem lavar o ânus após a evacuação. A coceira é um sintoma prévio e indicador da inflamação. Portanto é importante sempre lavar a região após o sexo anal. A necessidade absoluta de higiene é um requisito que aparece até em manuais ancestrais de técnicas sexuais, como o Kama Sutra. Estes plugs são populares e podem ser prazerosos para homens O grande livro do Yoga Tântrico dos hindus ensina que preparar-se e mulheres, homo ou heterossexuais. Acredita-se como hipótese para o sexo com uma boa higiene, banho, perfumes e enfeites que, o prazer para o homem nesta penetração se deve a estimu- são condições essenciais para extrair o máximo de prazer do ato lação (massagem) da glândula prostática (próstata), e na mulher amoroso. pela estimulação e massagem de parte interna e profunda do clitóris. Impulso: Como se faz a lavagem interna? De forma diferente da mulher, que tem o colo do útero como término CM: Enema, clister ou chuca, sendo este último o termo mais do canal da vagina, o reto tanto no homem quanto na mulher tem con- popular entre os indivíduos GLSBT, é a introdução de água ou tinuidade com o intestino grosso e, por este motivo, os plugs anais qualquer outro líquido no intestino através do ânus. Pode ser feito têm uma base larga que limita a penetração total do mesmo, para com fins medicinais (como tratamento, preparo para procedimenque não ocorra esta situação emergencial de pronto-socorro. tos médicos, exame diagnóstico ou como a modalidade de medicina Também porque é possível perfurar o reto, estes “brinquedinhos” alternativa denominada hidrocolonterapia), por higiene para o estítêm a forma apropriada (menores, sem reentrâncias e de consis- mulo sexual (masturbação anal) ou para o sexo anal propriamente dito. tência adequada). Esta lavagem pode ser feita com um produto médico chamado Os plugs podem e devem ser recobertos com preservativos (cami- Fleet Enema (enemas) ou com o chuveirinho do chuveiro. O sinhas) para maior higiene, pois podem entrar em contato com enema é o processo de introduzir água (ou outra solução líquida fezes. Não devem ser emprestados ou usados por outras pessoas não irritativa) dentro do ânus para limpar o cólon, reto e o canal pela possível transferência de secreções de uma pessoa para a anal. Quando o líquido penetra no canal do reto retira resíduos fecais e estimula a evacuação. É aconselhável que o enema seja outra, evitando-se as DSTs. realizado próximo ao banheiro pela urgência da evacuação que Existe uma grande variedade de cores, formas e texturas muito pode ocorrer. semelhantes ao pênis. Alguns plugs vibram e outros ejaculam líquidos simulando o sêmen. Outros são feitos de materiais rígidos Use a mangueirinha do chuveirinho da seguinte forma: • Faça a lubrificação do ânus com lubrificante à base de água. e até de metal, mas estes devem ser considerados como perigosos • Provoque a abertura do ânus inicialmente com um dedo e, pelo fato de não serem flexíveis e poderem provocar ferimentos posteriormente, dois dedos. na mucosa do reto.
A HIGIENE COM ÁGUA E SABONETE LOGO APÓS A RELAÇÃO ANAL É VITAL PARA SE EVITAR COMPLICAÇÕES LOCAIS
O custo de cada plug varia entre 30 a 200 reais de acordo com a maior ou menor sofisticação em termos de material utilizado, novidade no mercado e outros parâmetros. Impulso: É recomendado fazer depilação íntima total? CM: Uma dúvida comum entre os praticantes de sexo anal se refere aos pêlos característicos ao redor do ânus. Fazer ou não a depilação? Não é obrigatório este procedimento porque a lubrificação satisfatória favorece a penetração sem ter atrito com os pêlos. Por razões estéticas, pelo visual, higiene e/ou conforto do parceiro, vários homens e mulheres depilam a região pubiana e o ânus. Para a depilação podem ser usados cremes depilatórios específicos para partes íntimas ou o barbeador, cuidando que seja utilizada água morna, creme de barbear não alcoólico e um creme hidratante logo após a depilação. Inicie vagarosamente, passando o aparelho de depilação (barbear) na direção do crescimento dos pelos e use a outra mão para esticar a pele facilitando a depilação e evitando ferimentos. Geralmente as mulheres têm menos pêlos que os homens e fazem este procedimento em clínicas de estética. A depilação é opcional e a decisão é individual. Impulso: Como evitar que situações constrangedoras ocorram durante o sexo anal? CM: Fazer uma boa higiene e adequada evita constrangimentos. Higiene: A higiene com água e sabonete logo após a relação anal é vital para se evitar complicações locais. O sexo anal por si pode provocar pequenos ferimentos microscópicos na pele do ânus e região que são portas de entrada para bactérias e vírus. Geralmente não são lesões visíveis, mas existem mesmo se for usada muita lubrificação. Estes ferimentos muito pequenos normalmente cicatrizam dentro de um ou dois dias e não levam à complicações se a higiene local for adequada. Atualmente se ensina que se houver possibilidade, www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
• Faça força para defecar para facilitar a entrada dos dedos e
introduza a parte final da mangueirinha do chuveiro já ligado. Evite água muito quente. • Pode ser realizado este procedimento nas seguintes posições:
de cócoras no banho ou sentado na privada fazendo com que a água morna penetre no reto. O importante é escolher a posição mais confortável e na qual você tem controle total do que está fazendo. • Retire a mangueirinha e fique sentado por alguns instantes. O enchimento do canal do reto com água estimula o reflexo da defecação e assim as fezes ali existentes saem. • Repita a operação até que saiam todas as fezes e a água e,
pronto, o reto está limpo. Como fazer a higienização com a Ducha Anal A higienização com ducha anal é feita de maneira simples e segura. Veja a seguir o passo a passo de como usá-la corretamente: • Coloque água fria no reservatório da ducha. • Encaixe o aplicador no reservatório. • Fique em pé, próximo ao vaso sanitário, e introduza o aplicador
no ânus para bombear a água. • Aplique a água com cautela e deixe-a escorrer naturalmente. • Repita o processo até que água saia completamente limpa.
Celso Marzano, médico urologista, sexólogo, terapeuta sexual e educador sexual. Formado há 33 anos pela Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba (PUC), completou sua formação colegial em Nova York, Estados Unidos. Pós-graduado em Terapia e Educação sexual pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH). Especialização em Psicodrama. Mestrando em Ciência da Saúde. Ex-professor colaborador da Cadeira de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC - Fundação ABC, em Santo André - SP. Ex-vereador em 1988. Diretor do Centro de Orientação e Desenvolvimento da Sexualidade (CEDES). É consultor de revistas, jornais, rádios e TVs, ministrando cursos e palestras sobre sexualidade. Autor do livro ”O Prazer Secreto”, Editora Eden.
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GAYS QUE HOSTILIZAM OUTROS “TIPOS” DE GAYS ENTÃO, O GRUPO DE EXCLUÍDOS ACABA REPRODUZINDO O QUE FOI FEITO COM ELES. PADRÕES DE “SUPERIORIDADE” E “INFERIORIDADE” SERÃO CRIADOS DENTRO DO PRÓPRIO GRUPO Ao longo da história o homem foi estabelecendo regras para poder se organizar “melhor” em grupo. Tradições religiosas, demandas sociais e econômicas contribuíram para que a heterossexualidade se tornasse a única orientação sexual “verdadeira”, “correta”, “natural”, “fixa” e “possível”. Por causa da revolução industrial, as cidades européias ficaram muito populosas a partir do século XVIII. Era preciso estabelecer regras para o controle da população. Disciplinar, para tornar as pessoas obedientes, produtivas e lucrativas era a palavra de ordem da época. A família nuclear (papai, mamãe e filhinhos) vai se tornando a célula fundamental e funcional que sustentava a burguesia capitalista industrial que surgia. A religião e a ciência, financiadas principalmente pelos novos burgueses, endossavam todas as formas de disciplina e controle que os favorecessem. Aqueles que não se adequavam às normas eram submetidos a tratamentos para se tornarem “normais” e “funcionais”. Caso não adiantasse, poderiam ser até mesmo mortos ou mandados para instituições isoladas de confinamento. Séculos antes, influenciados principalmente pelas ideias dos filósofos gregos Sócrates (469 – 399 a.C.) e Platão (428 – 328 a. C.), acreditava-se que era justamente na alma que se localizava a verdadeira identidade da pessoa. Por meio da confissão religiosa, descobriu-se que o corpo iria manifestar na carne, os desejos que estavam na alma. Portanto, para saber quem a pessoa era, bastavam saber quais eram seus desejos. Baseados nas tradições, normas e costumes estabelecidos, os sacerdotes faziam um minucioso levantamento de todos os tipos de desejos e os classificavam em “normais” e “anormais”. Quaisquer práticas sexuais que não obedecessem às leis da procriação, casamento e família, eram consideradas anormais imediatamente. Aquilo que parece estranho e anormal sofre preconceito instantaneamente. Então, o grupo de excluídos acaba reproduzindo o que foi feito com www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
eles. Padrões de “superioridade” e “inferioridade” serão criados dentro do próprio grupo. No caso dos homossexuais, por exemplo, os principais subgrupos criados são: os leathers, os ursos, os intelectuais, as barbies, os alternativos, os fashions, as poque-poques, as finas, os pães com ovos, os fora do meio, os andróginos, enfim... Para se proteger, diante de tantas diferenças, o ser humano tem a necessidade de se sentir mais forte em relação ao outro. Elege seu grupo como sendo o único possível, digno, natural, superior e verdadeiro. Ataca e hostiliza os demais, pois sente vontade de se colocar superior, por meio de uma hierarquia fantasiosa, que ele mesmo convenciona. No fim, ele não percebe que quer queira quer não, depende e está conectado a todos os seres que existem. É preciso mudar nossa mentalidade COMPETITIVA para uma mentalidade COOPERATIVA. Possivelmente, assim haverá maior crescimento, harmonia, paz, solidariedade e união entre todos nós. Bibliografia Consultada: FOUCAULT, Michel História da sexualidade I a vontade de saber. São Paulo: Graal Editora, 2010. NIETZSCHE, Friedrich Vontade de Potência. São Paulo: Editora Vozes, 2011. Pedro Paulo Sammarco Antunes
Graduou-se pela Faculdade de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (2002). É doutorando em Psicologia Social e mestre em Gerontologia (2010) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tanto o mestrado como o doutorado foram realizados com auxílio da bolsa de estudos CAPES. Obteve também os títulos de pós-graduação lato-sensu em Sexualidade Humana pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2008) e em Gestalt-terapia pelo Instituto Sedes Sapientiae (2004). Tem experiência na área de psicologia clínica com ênfase em sexualidade humana. É colunista das revistas G Magazine, H Magazine, Bear Mais Magazine e Portal Mixbrasil.
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TRANSEXUALIDADE Identidade e cuidados desde a psicologia
NO BRASIL DEVEM EXISTIR CERCA DE 50 MIL TRANSEXUAIS À ESPERA DE RECEBEREM ALGUMA ATENÇÃO DE SAÚDE As culturas humanas criaram duas categorias de pessoas, dividindo-nos em dois gêneros: o homem e a mulher, baseados nos genitais com os quais nascemos. Além desta identidade de gênero precisamos de formas de expressão destas duas identidades que são os papéis de gênero (masculino e o feminino). Algumas pessoas nascem com um sexo definido (macho ou fêmea), mas desenvolvem uma identidade oposta ao genital com a qual nasceu. Estas pessoas passam a infância e adolescência em conflitos emocionais importantes, pois o mundo as trata de modo oposto àquele com o qual se compreendem. Tratados como homens, sempre pensam dentro de si e se percebem mulheres. Tentam se expressar assim, mas isto apenas aumenta o conflito com o mundo externo, com o social. A maior parte das vezes somente adultos é que conseguirão tomar providências para superar estes dilemas emocionais. Estas pessoas são as transexuais ou transgênero. A partir da década de 1980 a condição transexual passa a ter um reconhecimento diagnóstico para oficialmente e permitir um tratamento que conduzisse à adequação corpo-mente. No Brasil devem existir cerca de 50 mil transexuais à espera de receberem alguma atenção de saúde. A cada cinco transexuais que nasceram com o sexo masculino, existe um que nasce com o sexo feminino. Outra forma de se referir a esta condição é a Disforia de Gênero, e outras modalidades que demonstram uma condição patológica também tem sido tentadas, a exemplo de “neurodiscordância de gênero”. A questão é que poderia esta condição ser apenas uma variação psicossocial da expressão de ser humano e que não é uma patologia em si. O sofrimento transexual A fase conflitante desde o nascer até tomar alguma providência que se coadune com o bem-estar é bastante complicada. A história de sofrimento constantes, intenso e facilitador de outros aspectos psicopatológicos é comum nestas pessoas. Estes sofrimentos são solitários e raramente expostos a outras pessoas.
Estas pessoas envolvem-se em situações de risco de vida, tentativas de automutilação e o suicídio ocorrem com frequência. Na falta da compreensão do que lhes ocorre, as pessoas à volta também não compreendem os sofrimentos destes transexuais. Passam a ser percebidos como pessoas estranhas e com “problemas”. As famílias nas quais se integram não compreendem o que lhes passa, mas tentam impor-se no que consideram ser adequado, forçando que se enquadrem nos papéis sociais que a família supõe seja “normal”. Esta tentativa da família, tentando fazer o que consideram que é o melhor, apenas piorará ao longo de décadas toda a problemática emocional do transexual. Na primeira década do século XXI, com a internet, estas pessoas puderam encontrar outras com as quais se identificaram em suas dores. Assim formaram comunidades pelo Orkut e trocam informações, orientações e tentam ajudar-se quando o mundo social não lhe aponta como solucionar seus lamentos e dores. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
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O tratamento psicológico Embora muitos transexuais busquem o psicólogo para produzirem um “laudo”, a atuação psicoterápica tem várias funções reais que precisam ser consideradas. A busca do laudo implica na fantasia de que com as transformações cirúrgicas todo o tormento que viveram por décadas sumirá como por milagre. Quando pensamos nesta pessoa que nos procura com todas as experiências de vida da condição de Disforia de Gênero, percebemos uma história de sofrimentos intensos, sejam estes na esfera pessoal ou social, portanto a primeira necessidade que surge é a necessidade de uma atuação emergencial. A psicoterapia inicia-se na produção de um caminho de desenvolver capacidades de suportar frustrações e capacidades que não foram desenvolvidas ao logo da vida de sofrimento. Neste momento buscam-se as capacidades emocionais para enfrentar as frustrações que ainda virão e que todos os outros já desenvolveram desde a infância, mas que não tiveram outras problemáticas para administrar. Outro aspecto importante para estas pessoas é a necessidade de desenvolver habilidades sociais, e novas formas de entrosamento interpessoal. Aprender a compreender novas emoções e como expressá-las de modo coerente com a nova identidade social de gênero é um caminho não trilhado cheio de emoções novas e boas que ainda não foram vivenciadas. A capacidade de trabalho e atitudes profissionais laborais está na linha de ação psicológica. Pelos sofrimentos e o tempo gasto com estas emoções negativas, é mais comum que esta pessoa chegue aos 20 anos de idade sem experiências de trabalho, sem convívio com o mercado de trabalho. Esta falta de experiência somente aumenta a incapacidade real e a sentida a cada ano que se passa, piorando as capacidades desta pessoa, e tornando-a mais inútil ao mercado de trabalho e para os possíveis empregadores. Mais provavelmente esta pessoa parou de estudar no final do ensino fundamental com o objetivo individual de evitar o sofrimento de enfrentar um mundo que lhe denomina de modo contrário ao que se compreende em termos de ser homem ou mulher. Serão alguns anos desenvolvendo qualidades úteis para inserir-se no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que precisará recuperar escolaridade perdida. Outro aspecto importante e necessário será o desenvolvimento da capacidade de relacionamento interpessoal afetivo. Existem dois caminhos que podemos perceber são seguidos pelas pessoas transexuais. Muitas enveredam na prostituição como forma de se sustentar, o que conduz a relacionamentos muito variáveis e que não permitem desenvolvimento afetivo. O outro caminho também não auxilia muito pois produz relacionamentos incoerentes com a identidade de gênero que esta pessoa tem. Neste segundo caminho temos os que se casam de acordo com as regras sociais, implicando que se submetem a vivências inúteis e em desacordo com os pro jetos de futuro que precisam desenvolver para assumirem a nova identidade de gênero buscada. A outra vertente estabelece relacionamentos de comportamentos evasivos e evitativos da condição genital mesmo que muitas vezes sejam alvo de desejos por parte de outras pessoas exatamente pela existência de um genital que precisa ser futuramente modificado. Estas circunstâncias apenas produzem um histórico de vida que precisa ser remodelado. A vivência social de adequação de gênero compõe este tratamento. Aprender a viver como uma pessoa de outro sexo, sem exageros, sem estereotipias, e modo a serem percebidas com naturalidade não é algo que acontece em poucas semanas. O aprendizado que todos vivem ao longo das duas primeiras décadas de vida precisa ser desenvolvido agora, de forma mais intensificada, e dirigida. A psicoterapia permite o acompanhamento para que os padrões sejam individualizados e possam ter uma expressão e uma marca individual da mesma forma que as outras pessoas.
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O SUPORTE PSICOLÓGICO PÓS-CIRÚRGICO PERMITIRÁ ADEQUAR-SE AO NOVO CORPO Outro passo necessário do acompanhamento psicoterápico é o preparo para a fase de modificações corporais. Para a maioria das pessoas, uma intervenção cirúrgica é uma forma de solucionar uma doença. Para outras pessoas é a busca fantasiosa de se mostrar melhor do que se é. Aos transexuais as transformações cirúrgicas misturam estas motivações e é necessário que existam equilíbrios emocionais para o enfrentamento. Muitos anos foram consumidos com auto promessas fantasiosas de um pós cir úrgico de sonhos. O reconhecimento de realidade e de possibilidades precisa ser muito bem elaborado, e mesmo assim frustrações acontecerão! Ansiedades não podem ser motivadoras para estes processos cirúrgicos. Se isto ocorrer teremos relatos de transexuais que se sentem injustiçados por cirurgiões que não cumpriram o que aqueles pacientes desejavam. Obviamente passar vários anos na sequência brigando com o cirurgião não fará este paciente feliz, nem solucionará as circunstâncias físicas que eram objetivo das cirurgias. Quando os cirurgiões acatam a necessidade cirúrgica destas pessoas, sem que tenham sido cuidadas nos aspectos psicossociais, ouvirão (e ultimamente lerão pela internet) as reclamações, mesmo que juridicamente nunca tenham como ser reparadas. A dificuldade de suportar frustrações e aproveitar os ganhos que desenvolveram apenas produzirá pessoas que continuam em busca de novas cirurgias estéticas de modo psicopatológico, e com novos sofrimentos. Estes aspectos têm sido percebidos por muitas pessoas como demonstração de terem estas pessoas sido um equívoco para estes tratamentos, e que outras não deveria ser submetidas a tratamentos cirúrgicos. O suporte psicológico pós-cirúrgico permitirá adequar-se ao novo corpo, superar as frustrações decorrentes das expectativas reais e fantasiosas anteriores à cirurgia e desenvolver nova auto percepção corporal. Ainda resta um aspecto a ser desenvolvido: o comportamento sexual. Existem muitos psicólogos e que atuam em muitas vertentes, sob muitas óticas diferentes. Porém poucos psicólogos atuam com transexuais, e poucos sabem como administrar as questões sexuais que advém diretamente desta proposta de trabalho.Os psicólogos que trabalham desde a teoria cognitivo-comportamental e que tem se dedicado à sexualidade/sexologia são os mais indicados para este tratamento. Oswaldo M. Rodrigues Jr. Psicólogo (CRP 06/20610), Diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (www.inpasex.com.br). 1er Vocal de la Junta Directiva 2010-2014 de ALAMOC – Asociacion Latinoamericana De Analisisy Modificacion Del Comportamiento y Terapias Cognitivas-Conductuales, autor do livro “O sexo que mais aparece” (Ed. Livro Pronto, São Paulo, 2012). Carla Zeglio Psicóloga (CRP 06/49221), Diretora do Instituto Paulista de Sexualidade (www.inpasex.com.br). Coordenadora do CEPES – Curso de Especialização em Psicoterapia com Enfoque na Sexualidade do InPaSex.
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ANORGASMIA E A REPRESSÃO SEXUAL O orgasmo aprisionado A anorgasmia é a dificuldade em atingir o orgasmo, mesmo que haja interesse sexual. A impossibilidade em chegar ao orgasmo ocorre com frequência entre as mulheres. Estatísticas recentes indicam que 25% das mulheres são orgásticas, ou seja, conseguem atingir o clímax sexual e de fato se sentem plenamente satisfeitas em seu prazer e 75% possui alguma dificuldade para alcançar o máximo de prazer na relação sexual. As consequências são cruciais a ponto de algumas mulheres criarem aversão ao sexo. Desam paradas e desesperançosas, sentem-se vazias quanto à própria satisfação sexual e, consequentemente, deprimem. Mas discutir a anorgasmia feminina é considerar, antes de tudo, que o ciclo sexual entre homens e mulheres são diferentes. Enquanto que os homens possuem um sistema quase que mecânico e objetivo: excitação, ereção, ejaculação e orgasmo, o ciclo do desejo da mulher não é sistemático e simplista como do homem. Elas sentem desejo e podem chegar ao orgasmo, mas os caminhos para a realização deste prazer é bem diferente ao do homem. Acima de tudo, elas querem se sentir acolhidas, amparadas e seguras. Assim, o sexo é satisfatório sem, necessariamente, se obter orgasmo. Em alguns casos de anorgasmia as causas podem ser orgânicas como algumas doenças, disfunções hormonais, uso imoderado de álcool ou drogas psicoativas e dores na relação sexual, como no caso do vaginismo. Outras causas dizem respeito à má-formação congênita, que pode impedir o acesso ao clitóris, hipertrofia dos pequenos lábios que pode encobrir o acesso à vagina, entre outras. Mas fato é que muitos mitos e conceitos antigos alicerçam e reforçam essa impossibilidade de chegar ao orgasmo, principalmente no que diz respeito às atribuições ao ato sexual. Tabus e preconceito impedem a mulher a experimentar livremente o prazer sexual. Culpa e vergonha acentua a rejeição de muitas mulheres ao próprio corpo.
Problemas emocionais estão relacionados e influenciam diretamente na dificuldade de obter orgasmo. Brigas constantes, mágoa, discussões, ressentimentos e imposições do parceiro em satisfazê-lo ou a cobrança ao desempenho sexual são alguns exemplos mais comuns. Mas diante de tanta repressão do passado, não surpreende a dificuldade de vivermos plenamente nossos desejos. A igreja e com o advento do cristianismo muito desta censura foi acentuada e o sexo passou a ser considerado algo danoso, maléfico e constantemente associado ao demônio. Este foi o estopim para uma mudança brutal nos relacionamentos entre as pessoas, emocionalmente e principalmente sexual. A repressão às práticas sexuais era taxativa e não davam margem para deslizes. O sexo serviria apenas e estritamente para fins de procriação. Na era vitoriana, por exemplo, o prazer das mulheres era inaceitável e a falta de desejo era visto como uma boa característica feminina. O ascetismo religioso que prega a concepção de que os prazeres mundanos devem ser aniquilados em prol da fidelidade e obediência a Deus. Ao corpo atribui-se o lugar do prazer maléfico, logo, tudo que levasse a pessoa ao prazer era considerado pecado. A negligência ao corpo era sinal de redenção e uma tentativa de livrar-se dos prazeres mundanos, como isso, as pessoas não se lavavam e se torturavam para que não fossem assombradas pelos desejos mundanos. Na Renascença era comum muitas mulheres não lavarem o cabelo por anos e os piolhos considerados “pérolas divinas”. O psicanalista Wilhelm Reich dizia que o objetivo da repressão sexual é fabricar indivíduos para se adaptar à sociedade autoritária, se submetendo a ela e temendo a liberdade, apesar de todo o sofrimento e humilhação de que são vítimas.
Os homens também vivem hoje os resquícios de uma educação distorcida e que dificulta muito o orgasmo. A “cultura do machão” criou conceitos de que os homens não podem dispensar mulher nenhuma e que devem ser sempre viris. Existe uma constante preocupação com o pênis e a ereção. Falhar é inadmissível. Diante de todas estas exigências e cobranças os homens hoje dão sinais evidentes de cansaço em manter este papel masculino. A preocupação é com a ejaculação faz com que o sexo seja apressado, repetitivo e obrigatório. O mecanicismo ao praticar o ato sexual faz com que muitos homens não respeitem o tempo de suas comA repressão sexual é um paradigma que aos poucos vêm se dis- panheiras e o sexo é banal. Por outro lado o homem sente-se solvendo na sociedade, mas a vulva, suas características, poten- julgado e avaliado pela parceira, o que dificulta muito o orgasmo. cialidades e estética ainda são conceitos enigmáticos para muitas Concordo com João da Mata, importante somaterapeuta quando mulheres que negam o próprio cor po. Muitas escondem a genitália diz “A sexualidade é um dos pontos mais sensíveis da vida humana. e impede que o parceiro veja e a toque. Isso faz com que ela não Uma sexualidade mais livre quer dizer uma vida mais livre”. revele as posições que prefere ou conduza a relação sexual de maneira que possa ser favorável a ela. O medo do julgamento do Breno Rosostolato outro inviabiliza a entrega às sensações e o prazer é cerceado. Psicólogo e terapeuta sexual. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
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PERFIL “Empreender não é tarefa fácil, independentemente do país. Exige conhecimento de mercado, domínio da área de atuação ou boa retaguarda através de profissionais do segmento”, ressalta a empreendedora Ana Martinez, fundadora da marca de lingerie Justine. Em entrevista à Revista Impulso, a empresária conta como surgiu a ideia de criar a marca, qual o segredo para se manter no mercado, como funciona o processo de criação de uma nova coleção, entre outras questões que você pode conferir logo abaixo. Quando e como surgiu a ideia de criar a marca Justine? Ana Martinez: Depois de mais de 20 anos dedicados à confecção de moda, em 2008, a marca Justine surgiu do desejo de traduzir a experiência adquirida na produção de peças femininas de qualidade superior em uma linha de produtos inédita no mercado de moda íntima. Impulso: Qual é o diferencial da Justine? AM: Peças inéditas, de qualidade impecável, modelagens perfeitas e acabamentos manufaturados. Flores, bordados e adereços artesanais, tecidos nobres em propostas únicas. Apresentamos design inovador sem abdicar das tendências de moda e as coleções não se destinam à grande distribuição. As peças insinuam-se no mercado sensual sem perder a feminilidade e a delicadeza. Toda a linha inspira glamour e é extremamente comprometida com os detalhes. As linhas se dividem em peças para Noite e Núpcias, Lingeries e Acessórios, incluindo artigos em couro, pedrarias entrelaçadas com cristais e embalagens especiais em caixas car tonadas. Impulso: Qual é o segredo para se manter em um mercado tão competitivo? AM: Inovação, atendimento diferenciado e fidelização do cliente através de políticas de parceria, confiança mútua e cooperatividade. Impulso: Quais são os melhores meios de divulgação da marca? AM: Formadores de opinião, produtores de moda e jornalistas, chegam à marca por indicação ou visibilidade na mídia. Com isso temos forte presença em novelas, mini séries, editoriais de moda e figurinos especiais para personagens de TV e Teatro. Também contribuem as mídias sociais, participações em eventos do setor, feiras, além de consistente networking. Impulso: Como você avalia o mercado de lingerie atualmente? AM: O setor vem crescendo fortemente nos últimos anos, atraindo também marcas internacionais. Quem ganha com isso é o consumidor que tem acesso a diferentes propostas de estilo, preço e qualidade. Marcas nacionais tradicionais tenderam a sair das vitrines de lojas multimarcas e se firmar cada vez mais nas marcas próprias, criando lojas conceito e fortalecendo o “branding” em particular. www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
Impulso: Como funciona o processo de criação de uma nova coleção? AM: A inspiração vem de fontes diversas, mas sempre em busca do diferencial. Acabamentos inovadores, matérias primas menos usuais, criam coleções coordenadas que permitem múltiplas combinações. Impulso: É difícil empreender no Brasil? Por quê? AM: Empreender não é tarefa fácil, independentemente do país. Exige conhecimento de mercado, domínio da área de atuação ou boa retaguarda através de profissionais do segmento. Além de determinação, espírito competitivo e certa dose de ousadia. Especialmente no Brasil, devido à alta carga tributária, a burocracia e a instabilidade econômica, a exigência se torna ainda maior. Soma-se a isso, a forte concorrência dos produtos vindos da Ásia para o abastecimento das marcas nacionais e as importações em geral. Impulso: Independente do segmento, quais dicas você daria para quem pretende empreender? AM: Muito trabalho de pesquisa, conhecimento do mercado, avaliação de competitividade, vantagens e riscos e, acima de tudo, determinação e confiança no que deseja empreender. Justine www.justine-sp.com.br Rua Vergueiro 4512, São Paulo – SP CEP 04102-002 55(11) 3848-0144 | 3045-2633
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MERCADO Acessórios eróticos para usar sozinha ou a dois Existem inúmeros modelos de brinquedos eróticos disponíveis para esquentar a intimidade do casal. Há acessórios pequenos, silenciosos, grandes, leves, discretos, escalonados, resistentes à água e com funções diferenciadas. No entanto, toda mulher deveria experimentar um acessório erótico para conhecer melhor seu próprio
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corpo, explorando melhor as zonas erógenas. Além disso, os produtos eróticos oferecem novas sensações, proporcionam momentos intensos de prazer e esquentam a relação. Pensando nisso, selecionamos oito tipos de produtos eróticos para você se divertir sozinha ou a dois.
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AS ESCULTURAS ERÓTICAS DE JEJU LOVE LAND
O Jeju Love Land é um parque de esculturas eróticas localizado na ilha de Jeju, na Coreia do Sul. No local há 140 esculturas representando seres humanos em várias posições sexuais. O parque é composto por grandes estátuas, exposições interativas e exibição de filmes de educação sexual. O site do Jeju Love Land descreve o local como “um lugar onde a arte orientada e o erotismo se encontram”. Todo o parque foi projetado em torno de um lago que contém uma estátua de dois pares de pernas de cabeça para baixo emaranhados em torno de si. As esculturas começaram a ser construídas em 2002 por 20 graduados da Universidade Hongik – Seul, mas a inauguração só aconteceu em 16 de novembro 2004. Após a guerra da Coreia, a ilha se tornou um destino turístico para casais em lua de mel, devido também pelo clima quente da região. Apesar disso, a ilha de Jeju ficou conhecida por ser um centro de educação sexual. Os visitantes devem ser maiores de 18 anos de idade, mas há uma área de lazer reservada para menores, enquanto os adultos visitam o parque. www.jejuloveland.com www.revistaimpulso.com.br - set/out 2013
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LITERATURA ERÓTICA Livros eróticos para esquentar o clima O sucesso mundial do livro Cinquenta Tons de Cinza, da escritora E.L. James, contribuiu para que novos títulos da literatura erótica chegassem às prateleiras das livrarias no Brasil. Com narrativas repletas de cenas picantes, as histórias eróticas excitam as leitoras e servem de inspiração para esquentar o clima. Para você não ficar de fora, selecionamos 3 livros eróticos que vão te ajudar a inovar entre quatro paredes e apimentar o momento.
Cinquenta Tons de Prazer Editora: Best Seller Autora: Marisa Bennett
Butterfly Editora: Universo dos Livros Autora: Kathryn Harvey No andar de cima de uma loja exclusivamente masculina na Rodeo Drive existe um clube particular chamado Butterfly, um espaço em que as mulheres são livres para expressar suas fantasias eróticas mais secretas.
Falsa Submissão Editora: Record Autora: Laura Reese
Somente as mulheres mais belas e mais poderosas de Beverly Hills são convidadas a entrar: Jessica, uma advogada que suspira pela época em que os homens eram machos e as mulheres satisfaziam seus prazeres; Trudie, uma construtora que quer um homem que a desafie em todos os sentidos e sem tabus; e Linda, uma cirurgiã que usa mascaras para desmascarar os desejos que esconde até de si mesma.
Chicotes, roupas justas de vinil negro, correntes, um cachorro dinamarquês. O prazer bizarro do sadomasoquismo não fazia muito sentido para Nora Tibbs, jornalista em uma cidade da Califórnia. Isto até o brutal assassinato da irmã Franny, uma tímida enfermeira. Obcecada pela idéia de encontrar o criminoso, Nora se deixa conduzir pelo misterioso M. – o mesmo homem com quem a irmã havia se envolvido antes de ser torturada e morrer – por um mundo de jogos eróticos perversos, sem regras ou limites, descobrindo os desejos mais primitivos e sensações antes inimagináveis.
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Mordidas no pescoço, tapas no bumbum, cordas nos pulsos, couro em todo o corpo – o delicioso universo sexual do BDSM está ao seu alcance em Cinquenta tons de prazer. Ao abordar trinta técnicas mais leves do sadomasoquismo – desde spanking e amarrar o parceiro com uma charmosa echarpe de seda até falar obscenidades na cama e transar de olhos vendados –, este livro lhe mostrará tudo que você precisa para trazer suas fantasias com bondage e sadomasoquismo para a realidade e fazer seu quarto tremer. Cada capítulo traz trechos do Kama Sutra ou da literatura erótica clássica, além de dicas como “Regras para falar obscenidades”; “Os melhores acessórios para BDSM”; “Como se tornar o submisso perfeito”, e oferece outros recursos para você continuar explorando esses novos prazeres, apimentando ainda mais as lições contidas neste livro. www.record.com.br
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