A Educação Superior e o resgate intelectual O Relatório de Yale de 1828
A Educação Superior e o resgate intelectual O Relatório de Yale de 1828
A Educação Superior e o resgate intelectual – O Relatório de Yale de 1828 1ª edição – novembro de 2016 –CEDET. Título srcinal: The Yale Report of 1828. Os direitos desta edição pertencem ao CEDET – Centro de Desenvolvimento Profissional e Tecnológico Rua Ângelo Vicentim, 70 CEP: 13084-060 – Campinas, SP Telefone: (19) 3249-0580 e-mail:
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Yale, Universidade de A Educação Superior e o resgate intelectual: o Relatório de Yale de 1828 / Universidade de Yale; tradução de Giovanna Louise – Campinas, SP: Vide Editorial, 2016. ISBN: 978-85-95070-01-1 1. Educação 2. Educação Liberal. 3. Educação Superior / Universidade I. Título II. Autor CDD – 370 370.112 378 ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO
1. Educação – 370 2. Educação Liberal – 370.112 3. Educação Superior / Universidade – 378 Conselho Editorial:
Adelice Godoy César Kyn d’Ávila Diogo Chiuso Silvio Grimaldo de Camargo Thomaz Perroni VIDE Editorial – www.videeditorial.com.br Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica ou mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem permissão expressa do editor.
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO . . . 9 PREFÁCIO Educação Liberal e vida acadêmica . . .19
RELATÓRIOS SOBRE O ENSINO NA FACULDADE DE YALE por um comitê da corporação e pelo corpo docente acadêmico . . . 23 RELATÓRIO DO CORPO DOCENTE PARTE I
Apresenta uma visão concisa do programa de ensino da faculdade . . . 29 PARTE II
Contém extratos daquela parte do relatório do corpo docente em que a resolução da corporação é mais especificamente considerada . . . 99
RELATÓRIO DO COMITÊ DA CORPORAÇÃO para a corporação da Faculdade de Yale . . .153
APRESENTAÇÃO “Foi preciso esperar até o começo do século XX para que se presenciasse um espetáculo incrível: o da peculiaríssima brutalidade e agressiva estupidez com que se comporta um homem quando sabe muito de uma coisa e ignora desde a base todas as demais”. – Ortega y Gasset em A missão da universidade.
Este relatório da Universidade de Yale, publicado não teveaos a intenção de serem um1828, alertase quanto problemas educacionais que desafiam hoje, não só os Estados Unidos, mas o mundo todo, com certeza poderia ter sido considerado como tal. No início do século XIX, a Revolução Industrial chegava aos Estados embora não causando ainda o Unidos, mesmo impacto que causava na Europa. As uni9
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versidades americanas não tinham, como logo constatou-se, a tradição de formar profissionais para atender a demandas industriais. Não se formavam médicos, engenheiros, advogados ou economistas. A formação oferecida nessas universidades era, por assim dizer, ampla: os currículos incluíam o aprendizado do latim, do grego, do hebraico, do siríaco, do caldaico; da filosofia, da história, da retórica, da literatura, da matemática etc. Todas essas disciplinas eram ensinadas sem que houvesse um objetivo prático ou profissional; em vez disso, o objetivo era a formação de pessoas melhores, portadoras conhecimento vasto e consistente –dee um mais: que fossem capazes de transmitir tal conhecimento de forma precisa e eficaz, a fim de favorecer o desenvolvimento da sociedade. Mas foi o desenvolvimento da indústria que logo passou a pressionar as universidades paradizer, que oferecessem currículo, por assim mais práticoum – isto é, focado nas novas necessidades de mercado. 10
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É dentro desse cenário que surge este relatório, elaborado pela Universidade de Yale para mostrar quão absurdo seria transformar o ensino superior em uma escola profissional. O relatório demons tra que, se as universidades tivessem como objetivo principal a formação de médicos, engenheiros, e outros profissionais , a única coisa a ser ensinada (e, portanto, a única que seria aprendida) seria como trabalhar. Mas seria essa a única missão do indivíduo na sociedade: atender ao mercado de trabalho? Não teriam as pessoas obrigações com suas famílias, com a sua local? O de indivíduo não teriacomunidade nenhuma obrigação compreender questões polít icas, econômicas e humanas mais amplas? A única coisa necessária aos homens seria mesmo saber como trabalhar? Como diz o relatório, rebaixar o ensino superior a um mero instrumento formação profissional coloca em riscodea própria democracia: 11
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Diminua-se o valor de uma educação acadêmica, e a difusão de conhecimento entre as pessoas cessaria, o nível geral de valor intelectual e moral cairia, e nossa liberdade civil e religiosa seria colocada em risco por causa da desqualificação última de nossos cidadãos para o exercício do direito e do privilégio da democracia. ***
Primeiro, a formação das pessoas; depois, a profissionalização. Este pensamento foi mantido durante bom tempo na América, mas no período posterior à guerra civil,profissionalizante a pressão em favor do ensino superior aumentou, e acabou prevalecendo. Uma conseqüência incontornável dessa alteração de orientação é o embrutecimento do ser humano. Inicialmente, tem-se a impressão equivocada de uma subida de nível na qualificação, a especialização profissional leva o pois recém-formado a saber mais sobre a sua área justamente 12
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por ele dispor mais do seu tempo para se aprofundar nos detalhes relativos a ela. Por isso, tem-se a impressão de uma melhoria na formação. Mas, a longo prazo, a situação se inverte. A amplitude da educação se torna fundamental para o avanço do profissional em sua própria área e os benefícios sociais são evidentes: Quando um homem dá início à prática de sua profissão, as energias de sua mente devem ser dedicadas principalmente aos deveres próprios do ofício. Mas, se seus pensamentos nunca exploram outros assuntos, se ele jamais circula pelos vastos domínios da literatura e da ciência, haverá certa estreiteza em seus hábitos de pensamento, uma peculiaridade de caráter que por certo omarcará como um homem de opiniões e conhecimentos limitados. Caso se destaque em sua profissão, sua ignorância de outros temas e as imperfeições de sua educação estarão ainda mais expostas à observação pública. Por outro lado, aquele que não só é eminente na vida profissional, mas também possui uma
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mente ricamente abastecida de conhecimentos gerais, tem uma elevação e uma dignidade de caráter que lhe confere uma influência poderosa na sociedade, e uma esfera muitíssimo ampla de utilidade. Sua situação permite-lhe difundir a luz da ciência em meio a todas as classes da comunidade.
Nos dias de hoje, vive-se o fenômeno do fácil acesso à – e do excesso de – informação pela Internet. Uma quantidade incomensurável de dados, textos, estatísticas, análises etc., está à disposição. Porém, o fenômeno da especialização obriga a que o profissional foque-se cada vez mais em um mesmo assunto ou atividade. É inevitável que a maior parte do conteúdo produzido seja desprezado, que sequer se tome conhecimento da existência de boa parte dos assuntos importantes em discussão. Surge então uma situação paradoxal em que uma pessoa é inteligentíssima dentro edeum umcompleto campo limitado do conhecimento, incapaz quando se trata, inclusive, às vezes, de 14
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coisas banais, que dizem respeito ao cotidiano comum. ***
Mas por que não alterar essa situação? Existe algum impedimento para que se volte a uma educação mais ampla? O fato é que qualquer tentativa nesse sentido se torna cada vez mais inviável economicamente. A necessidade de aumentar a produtividade e gerar riquezas exige cada vez mais especialização e mais profissionalização. Até mesmo na questão do aprendizado, criam-se métricas para aumentar a “produtividade” (entendendo produtividade como a capacidade de absorver mais informação voltada para a formação profissional). Está demonstrado que uma educação personalizada faz um indivíduo aprender duas vezes mais personalizada é feitarápido. atravésTal deeducação computadores; o objetivo é expandir o conhecimento 15
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(técnico, é claro) da pessoa. Mas, é de se perguntar: qual é o objetivo dessa expansão? Não é outro além de fazê-la, no fim das contas, render mais no trabalho. Ninguém está preocupado em fazer uma “pessoa duas vezes melhor”, mas em fazer uma pessoa duas vezes mais produtiva. ***
A educação superior foi hoje substituída por uma “educação para o trabalho”. E, o que é pior, iniciativas de mudança tais como uma “educação para a cidadania” ou uma “educação para dignidade” levam quantoapenas o atual.a caminhos tão deletérios A libertação da educação só se dá quando se a direciona, antes de tudo, para o seu propósito real: uma educação que liberte o homem de sua ignorância. O relatório de Yale de 1828 écompreenda um documento isto. valioso para que se
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“O novo bárbaro, atrasado em sua época, arcaico e primitivo em comparação com a terrível atualidade dos seus problemas. Esse novo bárbaro é principalmente o profissional, mais sábio que nunca, porém mais inculto também – o engenheiro, o médico, o advogado, o cientista”. – Ortega y Gasset em A missão da universidade.
PREFÁCIO Educação Liberal e vida acadêmica
Um dos documentos mais influentes da história da educação superior norte-americana foi “O Relatório de Yale de 1828” [The Yale Rep ort o f 1828] . O relatório era composto de duas partes: uma discussão geral sobre a natureza da educação liberal, e uma argumentação favorável à manutenção das literaturas grega e latina na grade curricular da faculdade. Este traslado da primeira parte do Relatório de Yale foi preparado pelo website da Collegiate Way, porque um dos temas tratados no relatório ési apara importância da vida acadêmica o desenvolvimento do aluno.emA segunda parte do relatório, referente às 19
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línguas clássicas, tem enfoque mais limitado, como também foi reproduzida com vistas à inteireza do documento. O contexto histórico em que o Relatório de Yale foi escrito era complexo. Ele abrangia a ascensão da democracia jacksoniana nos Estados Unidos, o crescente poder econômico da jovem república norte-americana, o prestígio cada vez maior das universidades da Alemanha e a fundação da Universidade de Londres. O relatório serviu tanto de material de apoio para os críticos das faculdades norte-americanas como proteção para os defensores das instituições acadêmicas. O The American College and Univerlivro sity: A History [A Faculdade e a Universi-
dade Norte-Americanas: Uma História], obra clássica de Frederick Rudolph, analisa detalhadamente a influência do Relatório de Yale e é uma excelente fonte de informações adicionais. O queporém, pode se perder em umao análise isolada, é em que medida relatório revela que a vida acadêmica atual – a 20
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vida corporativa de pequenas sociedades acadêmicas – não é assim tão diferente, em muitos aspectos, daquela de 175 anos atrás. Os tempos mudaram? É evidente que sim – primeiro, porque os estudantes modernos raramente vão para a universidade aos dezesseis anos de idade. No entanto, quem quer que já tenha lecionado para estudantes universitários de hoje e tenha ouvido lamentos sobre como é terrivelmente difícil para eles estudarem uma matéria da qual não gostam, tal como matemática (ou biologia, ou filosofia, ou história, ou poesia, ou francês, ou química), sentir-se-á em casa em meio ao corpo docenteconvencido da Yale dede1828, que estava “bastante que nossos estudantes não são tão deficientes intelectualmente como, por vezes, professam ser”. E, conquanto, por muitos anos, tenha sido moda ridicularizar a doutrina do in loco parentis [em lugar dos pais] como obsoleta e opressiva, qualquer leitura imparcial do Relatório de Yale mostrará que a atitude do corpo docente com 21
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relação aos estudantes da época era afetuosa, humana e prática. Embora os tempos tenham mudado, muitos aspectos da vida acadêmica permaneceram os mesmos. Membros residentes de faculdades que estejam em busca de um documento provocativo para ler em um grupo de discussões para estudantes ou como tutorial para novatos, talvez encontre neste antigo relatório a escolha ideal. R.J. O’Hara
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RELATÓRIOS SOBRE O ENSINO NA FACULDADE DE YALE Por um comitê da corporação, e pelo corpo docente acadêmico1
1 New Haven: impresso por Hezekiah Howe, 1828.
m uma Reunião entre o Presidente e os Membros do Colegiado Faculdade de Yale, realizada da em 11 de setembro de 1827, aprovou-se a seguinte resolução: Que Sua Excelência, o Diretor Tomlinson, o Reverendo e Presidente Day, o Reverendo Dr. Chapin, o Honorário Noyes
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Darling, e oanalisem Reverendo Abel McEwen, em comitê, a conveniência de alterar o ensino regular desta faculdade, de modo a excluir de tal ensino o estudo das línguas mortas, substituindo-o, portanto, por outros estudos; bem como de não mais exigir um conhecimento adequado de na taisfaculdade línguas como condição de admissão e oferecer instrução nas mesmas para aqueles que optem 25
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por estudá-las após sua admissão; e que o referido comitê seja instado a apresentar suas conclusões na próxima reunião anual desta corporação. Este comitê, em sua primeira reunião, no mês de abril de 1828, após ter ponderado sobre a questão a ele submetida, solicitou que o Corpo Docente da faculdade expressasse seus pontos de vista com relação ao tema da resolução. A conveniência da manutenção das línguas antigas como parte essencial de nosso ensino está tão obviamente relacionada ao objeto e ao programa de ensino da faculdade que não se poderia fazer justiça ao tema específico de que trata a resolução sem uma sucinta exposição sobre a natureza e a organização das diversas ramificações do sistema como um todo. Desse modo, o relatório do corpo docente foi dividido em duas partes: uma delas apresenta uma visão concisa do programa de ensino da faculdade;dee a outra, uma análise da conveniência insistir no estudo das línguas antigas. 26
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Tal relatório foi lido ao comitê, em sua reunião no mês de agosto. O comitê submeteu suas conclusões à corporação, em sua sessão no mês de setembro, e esta votou pela aceitação do relatório, ordenando que fosse impresso, juntamente com os documentos lidos diante do comitê, ou as partes deles que, a seu critério, o comitê e o corpo docente julgassem conveniente publicar.
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RELATÓRIO DO CORPO DOCENTE
PARTE I Apresenta uma visão concisa do programa de ensino da faculdade
endo o comitê da corporação,
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ao encaminhada a moção qual para foi análise da conveniência de abandonar o estudo das línguas antigas como parte do ensino regular desta faculdade, solicitado a opinião do corpo docente a respeito do assunto, vimos respeitosamente apresentar as seguintes considerações. Decididamente partilhamos da opinião de que nosso atual programa de ensino é passível de aperfeiçoamentos. Temos consciência de que o sistema é imperfeito: e acalentamos a esperança de que algumas de suas falhas possam ser remediadas sem demora. Cremos que, de tempos em tempos, mudanças podem ser feitas com proveito, a fim de atender às diversas 31
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demandas da comunidade, adequar o ensino ao rápido avanço do país no tocante a população, refinamento e prosperidade. Não temos dúvidas de que importantes melhorias podem ser sugeridas pela observação atenta das instituições acadêmicas da Europa e pelo sincero espírito de pesquisa que hoje é tão predominante na temática da educação. Os guardiões da faculdade parecem ter sempre agido segundo o princípio de que ela não deve ser estacionária, mas antes avançar continuamente. Assim, algumas alterações vêm sendo propostas, quase que todos os anos, a partir de seu primeiro escalão. Portanto, é com grande surpresa que ocasionalmente ouvimos a insinuação de que nosso sistema é inalterável; de que, em sua srcem, as faculdades foram planejadas nos dias da ignorância monástica; e que, “estando atadas, imóveis, ao mesmo lugar, aelas servem tão somente para mensurar rápida torrente de avanços que passa por elas”. 32
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Não poderia ser mais oposto a tudo isso o real estado de coisas nesta e nas demais instituições de ensino dos Estados Unidos. Nada é mais comum que ouvir aqueles que tornam a visitar a faculdade, após uns poucos anos de ausência, expressando sua surpresa diante das mudanças que foram feitas desde sua graduação. Não só a grade curricular e os métodos de ensino foram bastante modificados como ciências inteiras foram introduzidas pela primeira vez: química, mineralogia, geologia, economia política, etc. Elevando-se o nível das qualificações necessárias para admissão, o nívelAlterações de aprendizado também foi elevado. tão abrangentes e freqüentes constituem prova satisfatória de que, se aqueles a quem é confiada a superintendência da instituição ainda aderem firmemente a alguns aspectos srcinais, isso se dá antes pela observância de um princípio superior que por oposição cega a reformas salutares. Temos fé d e que ap erfeiçoament os 33
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continuarão a ser feitos, com a rapidez possível, sem o risco de perder aquilo que já foi conquistado. Contudo, talvez tenha chegado o momento em que devemos parar e indagar se promover mudanças graduais será suficiente, como o foi até aqui, e se não é preferível desmantelar todo o sistema e substituí-lo, criando um sistema melhor em seu lugar. De diversos lugares temos ouvido a insinuação de que nossas faculdades devem ser remodeladas; de que não estão adaptadas ao espírito e às necessidades desta época; que logo serão abandonadas, a menos que se ajustem ao caráter empresarial este argumento pode ser da de nação. grandeComo relevância para a questão ora submetida ao comitê, gostaríamos de pedir sua indulgência enquanto tentamos explicar, detalhadamente, a natureza e o objetivo do atual programa de ensino da faculdade. Em vãoda tentaremos decidir conveniência manutenção de sobre nossaaatual sistemática de ensino sem termos uma 34
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compreensão clara do objetivo de uma educação acadêmica. Um plano de estudo pode ser muito útil para um propósito específico, mas pode não ser adequado para outros propósitos diferentes. Universidades, faculdades, instituições acadêmicas e de formação profissional não se devem constituir com base no mesmo modelo, mas, antes, devem ser tão diversas quanto necessário para atingirem os fins que respectivamente têm em vista. Qual é, então, o objetivo adequado a uma faculdade? Não é necessário identificar aqui o que é que, em cada caso, confere a uma instituição o status de faculdade. Todavia, se não tivermos compreendido muito mal o intento dos patronos e guardiões desta faculdade, seu objetivo é lançar os alicerces de uma educação superior: e isso deve ser feito em um período da vida em que é necessário fornecer um substituto da supervisão dos pais. A base de uma educação meticulosa e completa deveeduser ampla, profunda e sólida. Para uma cação parcial ou superficial, o suporte 35
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pode consistir de materiais menos rígidos, e erigir-se de maneira mais apressada. As duas grandes qualidades que se adquirem com a cultura intelectual são a disciplina e o aparato da mente, expandindo suas capacidades e cumulando-a de conhecimento. A primeira delas é, talvez, a mais importante das duas. Por conseguinte, deve ser objetivo peremptório de um curso acadêmico convocar as capacidades do estudante a um exercício vigoroso e diário. Devem-se prescrever aquelas disciplinas e adotar aqueles métodos de ensino que sejam mais aptos a ensinar a arte de concentrar a atenção, direcionar a linha de raciocínio, analisar um tema proposto para investigação; de seguir, com discernimento preciso, o desenvolvimento de uma argumentação; de sopesar adequadamente os indícios e provas apresentados à apreciação; de despertar, elevar e controlar a imaginação; de organizar com habilidade os tesouros queosapotenciais memória do ajunta; de despertar e guiar talento. Tudo isso não se alcançará com uma gra36
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de curricular leve e apressada; com a leitura de uns poucos livros, a participação em umas poucas palestras, e uns poucos meses de assiduidade a uma instituição acadêmica. Os hábitos de pensamento devem ser formados por dedicação prolongada, contínua e minuciosa. As jazidas da ciência precisam ser escavadas até muito abaixo da superfície para que comecem a revelar seus tesouros. Se, em muitas das artes mecânicas, o desempenho habilidoso das operações manuais requer um aprendizado de anos, com atenção diligente, tanto mais o treinamento das capacidades da mente exige um esforço vigoroso, constante e sistemático. No lançamento das bases de uma educação meticulosa e completa é necessário que todas as faculdades mentais mais importantes sejam postas em exercício. Não basta que uma ou duas sejam cultivadas, enquanto outras são negligenciadas. Não se deve deixar que única um edifício repouse sobre uma coluna.suntuoso Quando certos dotes mentais recebem uma cultu37
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ra muito mais elevada que outros, ocorre uma distorção do caráter intelectual. A mente nunca atinge total perfeição a menos que suas diversas capacidades sejam treinadas de modo a alcançarem as justas proporções que lhes designou a natureza. Se o estudante exercita tão somente suas habilidades de raciocínio, será carente de imaginação e refinamento, de eloqüência ardente e fascinante. Se restingir sua atenção a provas tangíveis, não estará apto a decidir corretamente em casos de probabilidade. Se contar, sobretudo, com sua memória, suas habilidades inventivas ficarão debilitadas pelo desuso. Na sistemática de ensino destamanter faculdade, um dos objetivos tem sido uma proporção tal entre as diferentes disciplinas de literatura e ciência que promova no estudante um adequado equilíbrio de caráter. Da pura matemática ele aprende a arte do raciocínio ilustrativo. Ao lidar com as ciências físicas, ele se familiariza com fatos, com o processo de indução e com as variedades de indícios prováveis. 38
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Na literatura antiga ele encontra alguns dos modelos mais primorosos de requinte. Pela leitura do inglês ele descobre o poder da língua em que deverá falar e escrever. Por meio da lógica e da filosofia da mente, ele aprende a arte de pensar; e com a retórica e a oratória, a arte de falar. Pelo exercício freqüente da composição escrita, ele adquire riqueza e exatidão de expressão. Graças à discussão de improviso, ele se torna ágil, fluente e dinâmico. É importantíssimo que eloqüência e aprendizado sólido caminhem juntos; que aquele que tenha acumulado os mais preciosos tesouros do pensamento possua De as mais de oratória. que elevadas vale um habilidades homem ter-se feito profundamente versado se não tiver capacidade alguma de comunicar seu conhecimento? E qual é a utilidade de uma demonstração de elegância retórica por parte de alguém que saiba pouco ou nada que valha a pena comunicar? Est enim scientia comprehendenda rerum plurimarum, sine qua verborum volubilitas ina39
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nis atque irridenda est. Cic. [Cícero, De Oratore, Livro I: “Sem conhecimento de
muitas coisas, a abundância de palavras é vazia e mesmo absurda”.] Nosso curso, pois, tem por objetivo uma união entre ciência e literatura, entre sólidos conhecimentos e habilidade na arte da persuasão. Nenhum aspecto de um sistema de educação intelectual tem maior importância que uma combinação de deveres e motivos que efetivamente faça com que o estudante lance mão dos recursos de sua própria mente. Sem isso, todo o aparato de bibliotecas, instrumentos, espécimes, aulas expositivas e professores não bastarão para assegurar exímia excelência. O estudante deve formar a si mesmo, por seus próprios esforços. As vantagens oferecidas por uma residência na faculdade pouco podem fazer além de incentivá-lo e auxiliá-lo em seus esforços pessoais. As habilidades criativas devem ser especialmente engajadas em vigoroso exercício. E ainda que sejam abundantes os conhecimentos de um estudante, se não 40
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tiver talento para formar novas combinações de pensamentos, ele será obtuso e ineficiente. Os esforços mais sublimes do gênio humano consistem nas criações da imaginação, nas descobertas do intelecto, nas conquistas pelas quais os domínios da ciência se expandem. Porém, o cultivo das faculdades criativas não é o único objetivo de uma educação liberal. A mais talentosa das inteligências não pode promover grandes acréscimos à ciência para a qual a sabedoria de eras tem contribuído. Se fosse possível que um jovem tivesse suas faculdades cultivadas ao máximo, sem o conhecimento oriundo de outras pessoas ele estaria pouco qualificado para a vocação produtiva da vida. À disciplina da mente, portanto, deve ser associada a instrução. O método analítico deve ser combinado com o sintético. A análise é mais eficiente no direcionamento das capacidades de invenção; mas éensinar, demasiado lentaespaço em seudeprogresso para em um tempo razoável, o círculo das ciências. 41
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Em nossa estrutura de transmissão de conhecimento, bem como em disciplina intelectual, tais disciplinas devem ser ensinadas de modo a produzir a adequada simetria e equilíbrio de caráter. Duvidamos que as capacidades da mente possam ser desenvolvidas, em suas mais justas proporções, pelo estudo exclusivo de línguas, ou de matemática, ou de ciência natural ou política. Assim como a estrutura corporal é levada a sua máxima perfeição não por uma movimentação simples e uniforme, mas por uma variedade de exercícios, também as faculdades mentais expandem-se, fortalecem-se e adaptam-se umas às outrasdivisões mediante familiaridade com diferentes daaciência. Um aspecto importantíssimo das faculdades deste país é que os estudantes geralmente se encontram em uma idade que exige um substituto da supervisão dos pais. Quando saem de casa e são expostos às cenas de tentação nunca dantes enfrentadas, é necessário que um guardião confiável e afetuoso os leve 42
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pela mão e guie-lhes os passos. Esse fator determina a espécie de governança que deve ser mantida em nossas faculdades. Sendo um substituto das normas de uma família, ela deve aproximar-se do caráter de controle parental tanto quanto o permitam as circunstâncias do caso. Ela deve ser fundamentada em mútua afeição e confiança. Deve buscar a realização de seu propósito principalmente por influência gentil e persuasiva, não totalmente ou, sobretudo, pela restrição e pelo terror. Não obstante, por vezes, punições podem ser necessárias. Pode haver membros perversos em uma faculdade, bem como em uma a quem nada,família. senão oPode braçohaver da leiaqueles pode alcançar. O caráter parental da governança de uma faculdade exige que os estudantes sejam tão unidos entre si que constituam uma única família; que o relacionamento entre eles e seus instrutores [ sic a todo tempo] possa ser freqüente e familiar. Isso torna necessário o fornecimento de prédios adequados para a residência dos 43
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estudantes: falamos agora de faculdades no interior, cujos membros, em sua maioria, vêm de longe. Em uma cidade grande, onde os estudantes possam residir com os pais, apenas dormitórios públicos são necessários. Esse também pode ser o caso em instituições de formação profissional, nas quais os estudantes t êm idade mais avançada e, portanto, não demandam supervisão minuciosa por parte de seus instrutores. Tendo assim declarado o que entendemos ser o objetivo característico da educação nesta faculdade, a saber, lançar um alicerce sólido em literatura e ciência, pediríamos agora permissãoquanpara acrescer umas poucas observações to aos meios que se empregam para realizar tal objetivo. Ao se ministrar o ensino, pretende-se seja observada uma proporção adequada entre aulas expositivas e os exercícios que sabatina oral;são ou comumente seja, exameschamados do conhecimento de um compêndio. A grande vantagem 44
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das aulas expositivas é que, ao mesmo tempo em que exigem os máximos esforços do expositor e aceleram seu progresso à eminência profissional, elas dão ao tema aquela luz e aquele espírito que faz despertar o interesse e o ardor do estudante. Elas podem colocar diante dele os princípios da ciência com a atraente vestimenta da vívida eloqüência. Quando se devem explicar instrumentos, realizar experimentos ou exibir espécimes, elas constituem o método apropriado de comunicação. Não obstante, estamos longe de crer que todos os propósitos do ensino possam ser atendidos da melhor forma possível aulasao expositivas. Elas nem apenas sempre por impõem estudante uma tarefa premente e definida. Ele pode permanecer em seu assento e pôr-se a ouvir passivamente o expositor sem sequer colocar em exercício as habilidades ativas de sua própria mente. Esforçamo-nos essaexames deficiência, parte,para comremediar freqüentes sobre em os temas das aulas expositivas. Além disso, 45
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é importante que o estudante tenha oportunidades de recolher-se consigo mesmo e dar um direcionamento mais assertivo a seus pensamentos do que quando está ouvindo a instrução oral. Assegurar seus esforços constantes e sinceros é o grande objetivo dos exames ou sabatinas orais diárias. Nesses exercícios, o guia é normalmente um compêndio. Exige-se o estudo de uma parcela específica dele para cada encontro. Apenas dessa maneira a tarefa pode ser suficientemente definida. Se ela estiver distribuída entre diversos livros sobre o mesmo assunto, a diversidade de afirmações neles dará ao estudante uma desculpa para a inexatidão de suas respostas. Ademais, não conhecemos método mais eficaz de desorientar e confundir o aluno, ao iniciar o estudo de uma ciência nova, que lhe indicar meia dúzia de autores diferentes, para serem lidos ao mesmo tempo. Ele correrá o risco de não aprender nada Quando vier a ocupar-se doefetivamente. estudo de sua profissão, poderá encontrar seu caminho em meio 46
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ao labirinto e estabelecer com firmeza as próprias opiniões, dedicando dias ou semanas ao exame de cada ponto distinto. Desse modo, compêndios já não são tão necessários nesse nível avançado da educação como o são durante a faculdade, onde o tempo destinado a cada disciplina é, raras vezes, mais que suficiente para que o estudante se familiarize com seus princípios elementares. Estes, com poucas exceções, não são pontos novos e controversos, mas já há muito estabelecidos; e são apresentados em seus aspectos mais positivos no estilo consistente e peculiar de um autor eminente. Não obstante, a nossas turmas é dada a oportunidade de uma completa investigação e discussão de temas específicos nos debates por escrito e naqueles de improviso, que constituem uma parte importante de nosso programa de exercícios. Na medida em que o estudante tenha parados ampliar investigaçõestempo para além limitessuas de seu compêndio, já estudado com afinco, seu ins47
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trutor poderá prestar-lhe grande auxílio indicando os diversos autores que tratam dos pontos mais importantes das lições e propondo correções, exemplos e comentários próprios. Dessa forma, grande parte de nossos exercícios diários tornam-se aulas expositivas informais e de improviso. No entanto, a atividade de explicar e comentar excede-se sempre que substitui a necessidade de esforço por parte do aluno. Se não nos enganamos, certa parcela da popularidade de uma instrução oral demasiado copiosa deve ser atribuída à satisfação do estudante em escapar da exigência de esforço mental. É a fim de assegurar o incessante e vigoroso exercício das faculdades intelectuais que se atribuem responsabilidades tão constantes e particulares ao estudante. Para isso que foram criados nossos exames semestrais. Estes, junto com os exames dos alunos do último ano, ocupam de doze quatorzeem dias porgrupos, ano. Cada ma é adividida dois que tursão avaliados em salas separadas, ao mesmo 48
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tempo, por sete ou oito horas por dia. Na ocasião, faz-se presente um comitê composto por cavalheiros de erudição e distinção, vindos de diferentes partes do estado. O grau de correção com que cada estudante responde às perguntas que lhe são postas sobre as diversas disciplinas é anotado ali mesmo, e depois lançado em um registro permanente, mantido pelo Corpo Docente. Aos instrutores, porém, as avaliações diárias nas salas de sabatina oral são um teste menos falível de aprendizado que esses exames públicos. Os últimos servem ao propósito de satisfazer as indagações de estranhos. Consideramos indispensável a um adequado ajuste de nosso sistema acadêmico que haja nele tanto Professores como Tutores. Com isso busca-se, por um lado, a experiência daqueles que há muito são residentes na instituição e, por outro, as informações ainda frescas e minuciosas daqueles que,dos mais recentemente dos no meio estudantes, têm ainsericlara lembrança de suas impressões, seus pre49
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conceitos e seus hábitos de pensamento peculiares. No comando de cada grande divisão da ciência é necessário que esteja um Professor para supervisionar o departamento, formular o plano de ensino, regular o método de conduzi-lo e lecionar as partes mais importantes e difíceis da matéria. Mas os estudantes de uma faculdade que acabam de ingressar no estudo dos primeiros elementos da ciência, não têm por ocupação principal os pontos mais obscuros e controversos dela. Sua atenção não se deve voltar exclusiva ou principalmente às mais recentes descobertas. Primeiro, é preciso que aprendam os princípios que estiveram presentes no curso de investigações ao longo de épocas sucessivas e, hoje, tornaram-se menos complicados e fixos. Antes de chegar a regiões ainda inexploradas, eles devem atravessar o campo cultivado que as antecede. O Professor à frente do departamento pode, de assim, emreceber algumas partes do programa ensino, o auxílio daqueles que não são tão profun50
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damente versados como ele em todas as complexidades da ciência. Na verdade, não cremos que os princípios elementares sejam sempre ensinados com o máximo proveito por aqueles cujas pesquisas já os levaram tão além dessas verdades mais simples que, ao voltarem a elas, fazem-no com relutância e desagrado. Teria Sir Isaac Newton superado todos os seus contemporâneos no ensino das regras comuns da aritmética? Em geral, os jovens são dotados do maior ardor na transmissão de princípios familiares e na solução daquelas dificuldades menores do aluno que, há não longo tempo, pontuavam seu próprio caminho. Quanto à política interna da instituição, como os estudantes reúnem-se em uma única família, considera-se medida essencial que alguns dos tutores constituam uma parcela dessa família, estando sempre presentes junto aos estudantes, não apenas em e durante as atividades do suas dia, refeições mas nas horas destinadas ao descanso. Assim, os prédios 51
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de nossa faculdade foram projetados de modo que não há dormitório ocupado por estudantes que não fique próximo aos aposentos de um dos tutores. Mas o aspecto de nosso sistema que torna indispensável um número considerável de tutores é a subdivisão de nossas turmas e a atribuição de cada parcela ao encargo particular de um homem. Cada uma das três turmas iniciais é divida em dois ou três grupos, e cada grupo é confiado à supervisão de um tutor. Embora não esteja restrito à instrução apenas de seu próprio grupo, mas possa fazer trocas com outros tutores, de modo que cada um tenha a oportunidade de ensinar sua disciplina favorita, o tutor, ao encontrar seus alunos nas salas de sabatina oral duas ou três vezes todos os dias e inspecionar sua conduta em outras ocasiões, presta um serviço à política da instituição, que não poderia ser realizado de nenhuma outra forma. Pretende-se a governança tenha, tanto quanto que possível, um caráter parental, que seja uma governança de 52
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influência amena e agradável. Contudo, a base dela precisa ser a afeição mútua, aquela que pode florescer tão somente a partir de intimidade cotidiana e especial. Se o mesmo professor leciona oito ou dez grupos diferentes, em rápida sucessão, será difícil para ele sentir que tem uma relação próxima com todos os alunos. Se o mesmo aluno assiste às aulas de uma dúzia de instrutores diferentes, de forma rotativa, pode ser que respeite a todos eles; mas não se pode esperar que tenha por eles particular afeição. O tutor de um grupo tem a oportunidade, que nenhum outro servidor da faculdade usufrui, de conhecer intimamente o caráter de seus alunos. É importantíssimo que esse conhecimento esteja à disposição do Corpo Docente. Pela distribuição de nossa família entre indivíduos diferentes obtêm-se informações minuciosas, que podem ser comunicadas à Diretoria sempre que necessário. Ainda, com estruturação, a responsabilidade dos essa diversos instrutores torna-se muito mais 53
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definida que quando ela recai coletivamente sobre o conjunto. Cada Professor é responsável pela organização criteriosa de seu próprio departamento, e pelo êxito de sua condução, na medida em que isso dependa de seus esforços e talentos pessoais. Cada tutor é responsável, em certa medida, pelo progresso e comportamento apropriado de seu grupo. Mas pouco se sente a responsabilidade quando considerada algo comum a muitos, sem uma clara distribuição entre os indivíduos. Com uma proporção adequada de professores e tutores, podemos unir as vantagens da experiência com o fervor e a atividade; da investigação a atenção cuidadosa aos profunda princípioscom elementares; da afeição pessoal e da responsabilidade individual com um arranjo tal das diferentes partes do sistema que proporcione unidade e simetria ao todo. Esperamos que o ensino acadêmico, de acabamos apresentar uma visãoque sucinta, possadeser cuidadosamente diferenciado de vários outros objetivos e 54
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estruturas com os quais vem sendo confundido com demasiada freqüência. Ele está longe de abranger tudo quanto o estudante terá oportunidade de aprender. O objetivo não é completar sua educação e dá-la por finda, mas lançar os alicerces e avançar na construção da infraestrutura tanto quanto o curto período de sua residência aqui o permitir. Se ele adquirir aqui um conhecimento minucioso dos princípios da ciência, poderá, então, em grande medida, prosseguir sozinho em sua educação. Ao menos, ele foi ensinado a aprender. Com o auxílio de livros e meios de observação, ele pode avançar constantemente em conhecimento. Aonde quer que ele vá, qualquer que seja a companhia em que esteja, ele terá aquelas visões gerais sobre qualquer tópico de interesse, o que lhe permitirá compreender, assimilar e formar uma opinião correta acerca das afirmações e discussões que ouvir. muitase coisas importantes que se Existem deve conhecer que não são ensinadas nas faculdades porque podem ser 55
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aprendidas em qualquer lugar. O conhecimento, conquanto indispensável, chega-nos tão livremente, através de nossas atividades, como nossos necessários suprimentos de luz, ar e água. O ensino ministrado aos alunos de graduação na faculdade não tem o intuito de incluir estudos de formação profissional. Nosso objetivo não é ensinar aquilo que é específico a nenhuma das profissões, mas lançar as bases que são comuns a todas elas. Há escolas específicas para medicina, direito e teologia, vinculadas à faculdade, bem como em diversas partes do país, as quais estão abertas a recepcionar todos aqueles estãoadequados preparadosa para ingressar nos que estudos suas várias profissões. Nestas, o curso acadêmico não pretende interferir. Mas por que, pode-se questionar, um estudante deve desperdiçar seu tempo com estudos que não têm conexão imediata com sua futura profissão? Haverá a química de capacitá-lo a pleitear na corte, ou as cônicas de qualificá-lo a pregar, ou 56
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a astronomia de ajudá-lo na prática da medicina? Por que não deveria sua atenção ater-se apenas ao assunto que ocupará os esforços de sua vida? Em resposta a isso, pode-se observar que não há ciência que não contribua com seu auxílio à habilidade profissional. “Tudo lança luz sobre tudo.” O grande objetivo de uma educação acadêmica, preparatória ao estudo de uma profissão, é promover aquela expansão e aquele equilíbrio das capacidades mentais, aquelas concepções liberais e abrangentes, e aquelas primorosas proporções de caráter que não se podem encontrar naquele cujas idéias estão sempre a um Quandoconfinadas um homem dá canal inícioespecífico. à prática de sua profissão, as energias de sua mente devem ser dedicadas principalmente aos deveres próprios do ofício. Mas, se seus pensamentos nunca exploram outros assuntos, se ele jamais circula pelos vastos domínios da literatura e da ciência, haverá certa estreiteza em seus hábitos de pensamento, uma peculiaridade de caráter 57
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que por certo o marcarão como um homem de opiniões e conhecimentos limitados. Caso se destaque em sua profissão, sua ignorância de outros temas e as imperfeições de sua educação estarão ainda mais expostas à observação pública. Por outro lado, aquele que não só é eminente na vida profissional, mas também possui uma mente ricamente abastecida de conhecimentos gerais, tem uma elevação e uma dignidade de caráter que lhe confere uma influência poderosa na sociedade, e uma esfera muitíssimo ampla de utilidade. Sua situação permite-lhe difundir a luz da ciência em meio a todas as classes da comunidade. Um homem deve ter outro objetivo além de obternão o sustento mediante atividades profissionais? Não tem ele deveres a cumprir para com sua família, seus concidadãos, seu país; deveres que exigem um aparato intelectual variado e extenso? Estudos de formação profissional deliberadamente excluídos do ensinosão na faculdade para deixar espaço para aque58
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les conhecimentos literários e científicos que, se não brotarem li, na maioria dos casos, jamais serão alcançados. Eles não florescerão de maneira espontânea, em meio à azáfama do trabalho. Não estamos falando aqui daqueles intelectos extraordinários que, por sua energia inerente, superam as barreiras de uma educação falha e abrem seu caminho ao renome. Essas são ilustres exceções à regra geral, não exemplos de imitação geral. Não se encontram Franklins e Marshalls em número suficiente para encher uma faculdade. E mesmo Franklin não teria sido o que foi se não existissem faculdades no país. Quando as mais importantes instituições acadêmicas mantêm um padrão educacional elevado, homens de capacidades superiores que não tiveram acesso a elas são estimulados a buscar elevação semelhante, por seus próprios esforços, e com o auxílio da luz que, assim, resplandece à sua volta. Visto que nosso ensino não se propõe a completar uma educação na ciência 59
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teológica, na médica, nem na jurídica; tampouco inclui todos os pequenos detalhes de atividades mercantis, mecânicas ou agrícolas. Essas jamais podem ser efetivamente aprendidas, exceto nas condições mesmas em que devem ser praticadas. O jovem comerciante deve ser treinado no escritório de contabilidade; o mecânico, na oficina; o produtor rural, no campo. Todavia, não temos, em nossas dependências, nenhuma fazenda ou loja experimental; nenhuma manufatura de algodão ou ferro; nenhuma chapelaria, nem estabelecimento de prateiro ou de montador de coches. Então, perguntar-se-á, que propósito dos a com tais profissões são rapazes enviadosdestinaa uma faculdade? Eles não devem ser enviados, em nossa opinião, com a expectativa de concluir sua educação na faculdade, mas com a perspectiva de construir um cuidadoso alicerce no tocante aos princípios da ciência, preparatórios das artes práticas. Como nãoao se estudo pode aprender tudo em quatro anos, a teoria ou a prática 60
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deve ser, ao menos em certa medida, adiada a uma oportunidade futura. Porém, se a teoria científica das artes tem de ser adquirida em algum momento, ela é inquestionavelmente a primeira, no que diz respeito ao tempo. A pedra angular deve ser colocada antes de se erigir a infraestrutura. Se se fizessem ajustes adequados, os detalhes da educação mercantil, mecânica e agrícola poderiam ser ensinados na faculdade, para graduados residentes. Assim, a habilidade prática estaria fundamentada em informações científicas. Pode-se indagar: Quando um rapaz recebe seu diploma, para que ele está preparado? Ele deixa a faculdade qualificado para uma atividade profissional? Nossa resposta é não – se ele parar por aí. Sua educação teve início, mas não foi concluída. A faculdade deve ser censurada por não realizar aquilo que nunca se comprometeu a fazer? Reclamamos do pedreiro queele feznão o alicerce uma dizendo que fez nadadeútil, quecasa, não terminou a construção, que o produto de 61
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seu trabalho não é habitável, e que, portanto, não há nada de prático no que ele fez? Dizemos do semeador, que cultivou e colheu uma safra de algodão, que ele não fez nada prático por não ter dado a seu produto a forma de vestimenta? Em educação, assim como em moral, costumamos ouvir a insinuação de que princípios não são essenciais, desde que a prática esteja correja. Por que desperdiçar com teorias o tempo necessário ao aprendizado das artes práticas? Temos consciência de que algumas operações podem ser realizadas por aqueles que têm pouco ou nenhum conhecimento dos princípios de que elas dependem. O marinheiro pode abrir suas velas ao vento sem compreender as leis da decomposição de forças; o carpinteiro pode dar ângulos retos a suas armações de madeira sem o conhecimento dos Elementos de Euclides; o tintureiro pode fixar suas cores sem ser versado princípios dahomem química. Contudo, os nos trabalhos de tal estão restritos à estrada estreita que foi 62
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demarcada por outros homens. Ele precisa da constante supervisão de homens de conhecimentos mais amplos e científicos. Caso se aventure para além dos procedimentos usuais que lhe são prescritos, ele trabalha a esmo, sem a orientação de princípios estabelecidos. Graças à prática contínua e prolongada, ele pode ter alcançado um alto grau de destreza. Mas a organização de planos de negócio, as novas combinações de processos mecânicos, as descobertas e aperfeiçoamentos nas artes devem, em regra, vir de mentes que receberam uma educação mais elevada e sistematizada. Há uma fertilidade nos princípios científicos da qual o mero artista não tem compreensão. Uma única lei geral pode abranger mil ou dez mil casos particulares, cada um dos quais tão difícil de aprender ou lembrar como a lei mesma que os explica a todos. Precisa-se de homens de mero detalhe prático, em números preencher as posiçõesconsideráveis, subordinadaspara nos estabelecimentos em que se desenvolvem atividades 63
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mecânicas; porém, os cargos superiores exigem visões esclarecidas e abrangentes. Estamos longe de acreditar que se deve ensinar tão somente teoria em uma faculdade. Ela não pode ser efetivamente ensinada, salvo em conexão com exemplos práticos. Estes são necessários para despertar o interesse pelas instruções teóricas, e particularmente importantes na demonstração da aplicação de princípios. Portanto, é nosso objetivo, enquanto engajados em investigações científicas, mesclá-las, tanto quanto possível, com exemplos e experimentos práticos. De que valem todas as sublimes descobertas que imortalizaram os nomes de Newton, Arquimedes, e outros, se os princípios que eles descobriram nunca forem ensinados àqueles que podem aplicá-los na prática? Por que conferimos tantos elogios exaltados ao talento criativo, se os resultados de investigações srcinais ficarem restritos a uns poucos cientistas, em vez de difundidos entre aqueles que estão engajados nas tarefas ativas da vida? Trazer os princí64
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pios da ciência à aplicação prática pelas classes laborais é a função dos homens de educação superior. Foi a separação de teoria e prática que desmereceu a ambas. Apenas sua união pode elevá-las a sua verdadeira dignidade e valor. O homem da ciência está normalmente disposto a adotar um ar de superioridade quando observa as opiniões limitadas e parciais do simples artesão. Este último, por sua vez, ri das asneiras práticas do primeiro. As falhas na educação de ambas as classes seriam remediadas ofertando-lhes um conhecimento de princípios científicos, preparatório para a prática. Sabemos que uma educação meticulosa não está ao alcance de todos. Muitos, por escassez de tempo ou de recursos pecuniários, precisam contentar-se com um ensino parcial. Uma educação imperfeita é melhor que nenhuma educação. Se um jovem tem condições de dedicar apenas dois anos a profissional, uma educação científica eou detrês formação ser-lhe-á adequado selecionar umas poucas dentre 65
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as disciplinas mais importantes e dedicar sua atenção exclusivamente a elas. No entanto, isso é uma imperfeição que emerge da necessidade do caso. Um programa de estudo parcial inevitavelmente ofertará uma educação parcial. Isso, estamos bem convencidos, é, de longe, preferível a uma educação superficial. Dentre todos os métodos de ensino oferecidos ao público, esse, que se propõe a ensinar quase tudo em pouco tempo, é o mais absurdo. Dessa maneira, nada é efetivamente ensinado. O aluno é conduzido com tamanha rapidez pela superfície que mal permanece algum vestígio de seus passos, ao terminar o curso. O que ele aprendeu, ou pensa que aprendeu, é apenas suficiente para inflar sua vaidade, expô-lo à observação pública e render-lhe o escárnio de homens de bom senso e sapiência. Uma educação parcial costuma ser conveniente; uma educação superficial jamais o é. Qualquer coisa quenão um imporjovem se comprometa a aprender, ta quão pequena, ele deve aprendê-la de 66
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modo tão efetivo que possa propiciar-lhe algum uso prático dela. Se existe alguma maneira de ensinar em quatro anos tudo quanto valha a pena saber, sentimo-nos livres para admitir que não estamos de posse do segredo. Mas, pergunta-se, por que se deve exigir que todos os estudantes de uma faculdade dêem os mesmos passos? Por que não permitir que cada um deles escolha aquelas disciplinas que mais lhe agradam, a que seus talentos inerentes se mostrem mais adaptados, e que estão mais intimamente relacionadas à profissão que pretende exercer? A isso respondemos que o programa por nós estabelecido contém tão somente aqueles assuntos que devem ser compreendidos, em nossa opinião, por todo aquele que almeja uma educação minuciosa. Eles não constituem as peculiaridades de nenhuma profissão ou arte. Estas devem ser aprendidas em escolas formação profissional e técnica. Não de obstante, os princípios da ciência são o fundamento 67
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comum de todas as elevadas realizações intelectuais. Assim como em nossas escolas primárias ensinam-se a leitura, a escrita e a aritmética a todos os alunos, por diferentes que sejam suas possibilidades, também na faculdade todos devem ser instruídos naquelas disciplinas que ninguém destinado a profissões mais elevadas deve ignorar. Que disciplina que atualmente se estuda aqui poderia ser deixada de lado sem prejuízo evidente ao sistema? Sem mencionar de forma específica, neste momento, as línguas ant igas, quem é que, buscando uma educação superior e equilibrada, poderá permanecer ignorante elementos das ramificaçõesdos da matemática, oudiversas de história e antiguidades, ou de retórica e oratória, ou de filosofia natural, ou astronomia, química, mineralogia, geologia, economia política, ou filosofia mental e moral? Pensa-se, por vezes, que um aluno não deve ser agrada exortado estudo daqu ilotem que não lhe ouaopara o qual não capacidade. Mas, como ele poderá saber 68
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se tem gosto por uma ciência, ou aptidão para ela, antes de ter sequer iniciado o estudo de suas verdades elementares? Se ele é realmente destituído do talento suficiente para esses departamentos comuns da educação, então está destinado a uma esfera de atuação limitada. No entanto, estamos bastante convencidos de que nossos estudantes não são tão desprovidos de capacidades intelectuais como por vezes professam ser, embora sejam facilmente levados a crer que não têm capacidade para o estudo daquilo que se lhes dizem ser quase que totalmente inútil. Quando uma turma se familiarizou com os elementos comuns das diversas ciências, então é o momento apropriado para que se separem e se dediquem a seus estudos prediletos. Assim, podem fazer sua escolha a partir de um teste real. Hoje, isso é feito aqui, em certa medida, em nossomais terceiro A separação ter início cedoano. e estender-se até pode mais adiante, desde que as qualificações para 69
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admissão na faculdade tenham sido levadas a um patamar mais elevado. Se a opinião que expusemos até aqui sobre a questão estiver correta, notar-se-á que o objetivo do sistema de ensino nesta faculdade não é oferecer uma educação parcial, que consista de umas poucas disciplinas apenas; nem, por outro lado, dar uma educação superficial, que propicie um parco conhecimento de quase tudo; tampouco é fornecer os detalhes que concluem uma educação de formação profissional ou prática; mas iniciar um curso meticuloso de estudos e levá-lo adiante, até onde permita o tempo de residência aqui. Pretende-se ocupar, máximo proveito, os quatro anos para que oprecedem imediatamente o estudo de uma profissão ou das operações que são específicas às instituições superiores de caráter mercantil, manufatureiro e agrícola. Visto que o ensino é apenas preparatório a uma profissão, a grade curricular sobre a qual é conduzido não é copiada de escolas de formação profissional. Existem 70
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diferenças importantes oriundas do caráter diverso dos dois cursos e da diferente faixa etária de ingresso do estudante. Na instituição de formação profissional, é adequado que se estudem assuntos em vez de compêndios. Durante esse período, o estudante dedica-se não ao aprendizado de meros elementos de diversas ciências, mas a conhecer completa e meticulosamente um grande departamento de conhecimento, a cujo estudo terá de dedicar vários anos. Deve-se propiciar ao estudante tempo para formar sua própria opinião sobre cada ponto importante, através do lento processo de comparar eõessopesar as várias e conflitantes opinide outros estudiosos. Nesse estágio de educação, é admissível uma quantidade muito maior de aulas expositivas. O profundo interesse despertado por uma longa e contínua dedicação a um mesmo campo de investigação substitui a necessidade das tarefas detalhadas que se exigem nos estudos elementares. A idade do estudante, bem como a perspectiva de em 71
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breve iniciar a prática profissional, em regra será suficiente para assegurar sua aplicação assídua, sem a influência coercitiva de leis e penalidades. Embora as restrições em uma faculdade sejam maiores que em instituições de formação profissional, elas são menores que em academias comuns. Nas últimas, o aluno realiza seus estudos na presença do instrutor. Tendo ainda dez ou doze anos de idade, ele precisa de assistência e incentivo mais freqüentes, na forma de conversas coloquiais, do que os membros de uma faculdade, os quais, conquanto jovens, não são crianças. Nossa instituição não segue exatamente os moldes do padrão das universidades européias. Circunstâncias diferentes tornaram convenientes diferentes medidas de organização. A política da maioria dos governos monárquicos tem sido concentrar as vantagens de uma educação superiorNa emInglaterra, uns poucospor lugares privilegiados. exemplo, cada uma das antigas universidades de 72
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Oxford e Cambridge não é tanto uma instituição única, mas um grande número de faculdades distintas, ainda que contíguas. Todavia, neste país, nossos hábitos e sentimentos republicanos jamais permitirão um monopólio da literatura em um único lugar. Deve haver, na união, ao menos tantas faculdades quantos são os estados. Tampouco acusaríamos este arranjo de inadequado, desde que a penúria não seja a conseqüência de um apoio tão infimamente repartido. Não antevemos quaisquer resultados desastrosos da multiplicação de faculdades, se ao menos puderem ser adequadamente providas de recursos. nãodébil nos falta o receio de que umContudo, crescimento e minguado de nossa literatura nacional seja justamente a conseqüência da parca disponibilização de recursos para a maioria de nossas escolas públicas de ensino superior. As Universidades do continente europeu, emultimamente especial da Alemanha, ganhando a atenção e ovêm respeito de eruditos deste país. Em uma escala 73
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ampla e liberal, elas estão proporcionando excelentes recursos e instalações para uma educação completa. Mas não cremos que sejam modelos a ser copiados, em todas as suas características, por nossas faculdades norte-americanas. Esperamos que esta faculdade, ao menos, possa ser poupada da mortificação de uma tentativa ridícula de imitá-las, já que não dispõe dos recursos necessários para executar tal propósito. A única instituição deste país que, ao que nos consta, começou a desenvolver o programa das universidades européias precisou despender, antes de dar início às operações, mais de trezentos mil dólares, montante muito maior quee a Faculdade de Yale recebeu em do cento vinte e cinco anos, pela generosidade de pessoas e do estado. Os estudantes ingressam nas universidades da Alemanha com idade mais avançada e conhecimentos preparatórios superiores do que é o caso neste país. O período de educação, que lá é dividido apenas em duas partes, uma das quais é passada no ginásio, 74
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e a outra, na universidade, aqui é divido em três: o período da escola elementar, o da faculdade, e o da escola de formação profissional. Os alunos, quando ingressam na universidade, estão quase ou tão avançados em literatura, quando não em ciência, como nossos estudantes, quando graduados. Na Alemanha, a instituição que corresponde mais de perto a nossas faculdades, na questão de conhecimentos e na idade dos estudantes, é o ginásio. As universidades ocupam-se principalmente de estudos de formação profissional. Em Halle, por exemplo, de mil e cem estudantes, apenas sessenta não se dedicam ao estudo de Estados Teologia,Unidos, Direitoase escolas Medicina. Mas, nos de formação profissional estão espalhadas pelo país, e muitas delas ficam distantes das faculdades. As diversas denominações de cristãos têm seus próprios Seminários Teológicos. Estudantes de Direito estão distribuídos por vários estados a fim de ajustar sua educação às peculiaridades da prática judiciária em cada um deles. Se 75
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ao Instituto Teológico, ao Instituto Médico e ao Instituto de Direito vinculados à Faculdade de Yale se agregasse o que, na Alemanha, recebe o nome de Escola de Filosofia para as pesquisas superiores de literatura e ciência, os quatro departamentos, juntos, constituiriam uma universidade no sentido europeu do termo. O próprio departamento acadêmico teria ainda seu distinto e adequado objetivo, o de lecionar as disciplinas preparatórias a todos os demais. Em nossa opinião, seria infundado pensar em adotar, em uma faculdade, os regimentos e a grade curricular de uma universidade, a menos que seus estivessem três ou quatro anos estudantes mais adiantados que hoje, tanto em idade como em conhecimentos adquiridos. Os pais deste país concordariam em enviar os filhos, aos dezesseis anos de idade, a uma instituição em que não haveria absolutamente nenhum esforço de desenvolver a disciplina, além daquele de preservar a ordem na sala de aula? Quando esses alunos, após terem atravessado o 76
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terreno penoso e lúgubre do aprendizado elementar, e chegado ao campo aberto e encantador (em que os grandes mestres da ciência estão avançando de maneira competitiva e estimulante), em vez de labutarem sobre uma página de latim ou grego, com suas gramáticas, dicionários e comentários, os estudantes lêem essas línguas com facilidade e prazer? Quando, após fazerem um levantamento geral dos vastos e diversificados territórios da literatura, eles tiverem escolhido para cultivar aqueles pontos que mais se adaptam a seus talentos e gostos, sendo assim, possível deixar que sigam, em segurança, seu curso de estudos, sem impulso injunções autoritárias, nemo as regrasdas de estatutos e as punições? Mas duvidamos que uma faculdade de universitários, desprovida de qualquer substituto para o controle parental, fosse patrocinada por muito tempo neste país. Embora não consideremos as instituições acadêmicas da Europa como modelos perfeitos a serem copiados com 77
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exatidão por nossas faculdades norte-americanas, estamos longe de condenar qualquer característica de sistemas de ensino que tiveram srcem mais antiga que nossas escolas superiores republicanas. Não imaginamos que o mundo não tenha aprendido absolutamente nada com a experiência das idades; nem que uma disciplina, ou um método de ensino, deva ser abandonado, precisamente porque permaneceu firme após ser testado por várias nações, e ao longo de sucessivos séculos. Acreditamos que nossas faculdades podem fazer aperfeiçoamentos importantes inspirados nas universidades e escolas da Europa, nãoasadotando indiscriminadamente todas suas medidas, mas introduzindo, de maneira cautelosa e com as devidas modificações, aqueles aspectos de sua estrutura que sejam adequados a nossa situação e a nosso caráter específico. O primeiro e grande aperfeiçoamento que ver feito épara a elevação do níveldesejamos de conhecimentos admissão. Até que isso seja feito, haveremos apenas 78
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de incorrer em inevitável fracasso e escárnio ao tentarmos fazer uma imitação geral de universidades estrangeiras. Um dos argumentos freqüentemente apresentados em favor de uma educação parcial é a suposta falta de tempo para um curso mais amplo. Bem sabemos, como já observamos, que uma educação meticulosa não pode ter início e fim em quatro anos. No entanto, se os três anos que precedem imediatamente a idade de vinte e um anos forem dedicados ao estudo de uma profissão, haverá muito tempo, antes disso, para o aprendizado de tudo quanto é hoje exigido para a admissão em uma faculdade, além do curso estabelecido para os não graduados. Embora as leis determinem a idade mínima de quatorze anos para admissão, com que freqüência já fomos pressionados a ignorar a regra em benefício de algum jovem que havia completado sua preparação mais cedo eo que, se compelido esperaro até atingir requisito da idade,a“corre risco de arruinar-se por falta de ocupa79
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ção”? Não podemos esperar que tal argumento seja apresentado com fervor ainda maior quando os atuais métodos melhorados de ensino nas escolas elementar e preparatória estiverem acelerando cada vez mais o progresso do aluno? Porém, suponhamos que acontecesse de o estudante, em conseqüência de começar seus estudos tardiamente, demorasse um pouco mais para dar início ao exercício dos deveres de sua profissão. Seria esse um sacrifício digno de ser comparado com a imensa diferença entre o valor de uma educação limitada e de uma educação meticulosa? Empurrar um jovem parapara a vida é tão indispensável seuprofissional bem-estar futuro que, em vez de adiá-la por um único ano, ele deve abrir mão de todas as vantagens de uma disciplina intelectual e conhecimentos superiores? Bem sabemos que a população inteira do nunca poderá educacional gozar dos benefíciospaís de uma formação minuciosa. Uma grande parcela deve conten80
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tar-se com a instrução bastante limitada de nossas escolas de ensino fundamental. Outros podem ter condições de acrescentar a isso o privilégio de uns poucos meses em uma academia. Outros ainda, com objetivos mais elevados e recursos mais abundantes, podem permitir-se dispor de dois ou três anos para freqüentar um programa de estudos parcial, em alguma instituição que ofereça instrução em qualquer disciplina ou disciplinas escolhidas pelo aluno ou por seus pais. A questão que se apresenta então é se a faculdade deve ter todas as variedades de aulas e departamentos encontrados nas academias, ou se deve restringir-se ao único objetivo de um ensino equilibrado e minucioso. Fala-se que hoje o povo demanda que as portas sejam abertas a todos; que a educação deve ser modificada, e variada, de modo a adaptar-se às exigências do país e às perspectivas de indivíduos que o ensino dado àqueles quediferentes; estão destinados a ser comerciantes, ou manufatureiros, ou agriculto81
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res deveria ter uma relação especial com suas respectivas atividades profissionais. Indubitavelmente, o povo tem razão de exigir que haja cursos adequados de formação educacional e acessíveis a todas as classes de jovens. E alegramo-nos diante da perspectiva de medidas amplas para se atingir tal propósito, com a melhoria de nossas academias e a criação de escolas secundárias de comércio, ginásios, liceus, escolas agrícolas, etc. Mas, o povo insiste que toda faculdade deva tornar-se uma escola secundária, um ginásio, um liceu, uma academia? Por que deveríamos intrometer-nos com tais valiosas instituições? Por que desejar tirar sua função de suas mãos? A faculdade tem seu objetivo adequado, e elas têm seus próprios objetivos. Que vantagem se haveria de obter ao tentar fundi-las todas em uma? Quando em quase todas as nossas escolas, academias e escolas de formação profissional o padrão educação tem sido elevado,deseria o momento de aampliado faculdadee rebaixar seu padrão? Devemos recuar e 82
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abandonar o campo que, pelos últimos trinta anos, vimos lutando tanto para conquistar? Aqueles que estão buscando tão somente uma educação parcial devem ser admitidos na faculdade, apenas com o intuito de associar seu nome ao desta? De levar consigo um diploma acadêmico sem incorrer no pavoroso risco de serem oprimidos pelos estudos? Por que o diploma de uma faculdade é mais valorizado que o certificado de uma academia, se o primeiro não é prova de uma educação superior? Quando o ensino em uma é rebaixado ao nível do ensino na outra, graduar-se em uma ou outra é igualmente honroso. Qual é a principal diferençaNão entre uma faculdade e uma academia? que a primeira ensine mais disciplinas que a segunda. No país existem muitas academias cuja grade curricular, ao menos no papel, é mais variada que aquela das faculdades. Mas, enquanto uma academia ensina de tudo, faculdade, ao dirigir um seuspouco esforços para aum curso uniforme, intenta realizar seu trabalho com 83
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maior precisão e economia de tempo, assim como o comerciante que negocia com uma única categoria de produtos, ou o manufatureiro que produz apenas um tipo de tecido, executa sua atividade com maior perfeição que aquele cuja atenção e técnica estão dividas entre uma multidão de objetos. Se nosso tesouro estivesse transbordando, se tivéssemos fundos de sobra, exigindo que procurássemos por um novo objetivo em que gastá-lo, talvez não houvesse mal algum em criar um departamento para um curso sucinto e rápido, desde que vinculado à faculdade, de modo a ficar sob a supervisão da mesma diretoria. Mas ele deveria ser distinto das quatro turmas de não graduados, como o são a escola médica e a escola de direito. Todos os recursos ora aplicados no próprio departamento acadêmico mal são suficientes, ou, antes, são insuficientes para onossos objetivo em vista. parcela ou de recursos, nemNenhuma de nosso pessoal de nosso trabalho pode ser redirecionada 84
A EDUCAÇÃO SUPERIOR E O RESGATE INTELECTUAL
para outros propósitos sem prejudicar a educação que estamos tentando proporcionar. Uma universidade londrina, que começa com um capital de várias centenas de milhares de dólares e busca oferecer um sistema de ensino para a juventude de uma cidade cuja população é de mais de um milhão de pessoas, bem pode criar seus cursos superiores e inferiores, seus departamentos científicos e práticos, seus institutos de formação profissional, mercantis e mecânicos. Mas deve uma faculdade, com uma renda de dois ou três mil dólares por ano em fundos, fingir ser, de repente, uma universidade londrina? Se viéssemos a ser instituição nosso atual curso de uma graduação ainda tal, deveria constituir uma ramificação distinta do complicado sistema organizacional. Todavia, ao tornar a faculdade mais acessível a diferentes tipos de pessoas, não poderíamos aumentar nossos números e, dessatalvez forma, expandir nossa renda? A medida funcionasse dessa maneira por um período muito curto, enquan85
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to um diploma da faculdade conservasse seu atual valor perante a opinião pública, um valor que depende inteiramente do caráter da educação que oferecemos. Porém, no instante em que se perceber que a instituição caiu a um nível inferior de mérito, sua reputação despencará a um nível equivalente. Depois de nos termos tornado uma faculdade apenas no nome, sendo, em realidade, nada mais que uma academia; ou meio faculdade e meio academia, então, o que induzirá os pais de diversas partes distantes do país a enviar-nos seus filhos, quando dispõem de academias suficientes em sua própria vizinhança? Não há influência mágica em um ato de incorporação que dê celebridade a uma instituição acadêmica que, por si mesma, não inspire respeito pelo elevado grau de sua educação. Quando a faculdade tiver perdido a confiança do povo por rebaixar seus padrões de mérito, por substituir uma educação meticulosa por uma educação parcial, podemos esperar que ela seja abandonada por aquela clas86
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se de pessoas que, até hoje, foram atraídas para cá com grandes expectativas e metas. Ainda que não venhamos a sofrer de imediato no tocante aos números, haveremos de trocar a melhor parcela de nossos alunos por outros que tenham objetivos e méritos inferiores. Enquanto pudermos manter uma reputação elevada, não precisamos ficar apreensivos com relação aos números. Sem reputação, será inútil pensar em mantê-los. É um experimento temerário agir segundo a estratégia de primeiro angariar números para depois estabelecer uma boa reputação. Estamos cientes de que há uma grande imperfeição na realização do propósito de oferecer um ensino meticuloso. As observações que fizemos sobre este tema referem-se antes ao que desejaríamos ver levado a efeito do que aquilo que declaramos ter sido de fato realizado. Numerosas e alarmantes dificuldades serão eternamente encontradas. Uma das principais dentre elas é reivindicação que 87
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tão freqüentemente se apresenta a nós de admitir que alunos com preparação deficiente ingressem na faculdade. Os pais pouco sabem a quem constrangimentos e ultrajes estão submetendo os filhos ao impeli-los a uma situação para a qual não estão devidamente qualificados. Dentre aqueles que quase são reprovados na admissão, de quando em quando, um ou outro é desligado da turma. Aqui e ali, após avançar pelos quatro anos com muita dificuldade e humilhação, algum deles apenas obtém enfim um diploma, que é praticamente todo o benefício que leva de sua residência aqui. Ao passo que, se tivesse a nós uma bem preparado, talvez tivesse vindo alcançado posição respeitável em sua turma e adquirido uma educação substancial. Outra séria dificuldade com que temos de lidar é a impressão que se incute na mente de uma parte de nossos estudantes, de de todas as partes do que país,não de que vindos o estudo qualquer coisa apreciem instintivamente, ou que deman88
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de um esforço vigoroso e constante, ou ainda que não esteja diretamente relacionada às atividades profissionais que pretendem seguir, não tem utilidade prática alguma. Eles, é claro, permanecem ignorantes daquilo que pensam não valer a pena aprender. E causa-nos preocupação perceber que, não apenas os estudantes, mas seus pais também parecem, em regra, mais interessados no título de uma educação que na substância. Receamos que as dificuldades que ora enfrentamentos venham a ser intensificadas, em vez de reduzidas, com uma tentativa de unificar diferentes sistemas de educação. Está longe de ser nosso intento ditar a outras faculdades um sistema que devam adotar. Pode haver boas razões em número suficiente para que algumas delas adotem um curso de ensino parcial. Não estamos certos de que a demanda por educação esmerada seja, atualmente, bastante para preencher todasestudantes as faculdades dos Estados Unidos com que ficarão satisfeitos com nada menos que a 89
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aquisição de conhecimentos sólidos e elevados. Mas deve-se esperar que, em um futuro não muito distante, elas consigam subir a este patamar elevado e deixar a atividade da educação de segunda linha para as escolas inferiores. A competição entre faculdades pode promover os interesses da literatura: se essa for uma competição antes por excelência que por números; se cada uma delas buscar sobrepujar as outras não em ostentação imponente, mas no valor substancial de sua educação. Quando a rivalidade se transforma em mera disputa por números, um hábil programa de medidas para recrutar mais alunos que as demais, o padrão de mérito cairá cada vez mais, até que as faculdades desçam ao nível de academias comuns. É apropriado aos patronos e guardiões do aprendizado sólido ceder a essa influência triste e decadente? Nosso país tem recursos bastantes para proporcionar de pessoas os meios adegrandes acesso números a uma educação meticulosa. Ao mesmo tempo, tentações 90
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específicas são aqui apresentadas a nossos jovens, para induzi-los a contentar-se com um programa de estudos parcial e superficial. Na Europa, a competição entre homens letrados é tão ferrenha que aqueles de conhecimentos moderados têm poucas perspectivas de sucesso. Mas, neste país, o campo de atividades empreendedoras é tão vasto, a demanda até pelo aprendizado comum é tão urgente, e as profissões que rendem um sustento adequado são tão numerosas e acessíveis que um jovem com um grau de instrução bastante limitado, se tiver uma boa dose de autoconfiança e espírito empreendedor e dinâmico, e encontrar emprego. Ele pode pode destacar-se inclusive galgar os degraus que levam a posições de destaque ou cargos públicos, e, assim, ao aplauso popular. Se ele não tiver condições de esclarecer seus compatriotas com sua superioridade intelectual, poderá ao menos lhes atrair a atenção pelo brocatel2 de seus enfeites acadêmicos. Este é o fascínio de uma 2 Brilho falso - NR.
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educação apressada e superficial. Temos reservas abundantes dessa vegetação de choupos-pretos, delgados, frágeis e maculados. Gostaríamos de ver mais do olmo majestoso, de raízes profundas, erguendo a copa lentamente rumo aos céus, estendendo sua ampla sombra agradável e tornando-se cada vez mais venerável com os anos. Existem poucos exemplos de maior desperdício imprevidente de tempo e dinheiro do que aqueles que são gastos em uma educação superficial. O pai geralmente trabalha duro para proporcionar ao filho os meios de obter aquilo que não tem valor substancial quando, com um pouco mais de seria tempo e pequenas sas adicionais, possível lançardespeefetivamente os alicerces da elevada excelência acadêmica e da distinção profissional. Nosso dever para com nosso país exige de nós um esforço de oferecer as possibilidades de uma educação meticulosa. Talvez nãomais hajaprofundamente outra nação cujos interesses fossem afetados pela substituição de um aprendizado sólido 92
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por outro, superficial. A difusão universal das áreas comuns do conhecimento exige que os aspirantes à eminência acadêmica ascendam a um patamar muito elevado. Eles devem assumir seu lugar em um pico que se ergue acima da altura das cordilheiras que o cercam. Em meio a uma população tão esclarecida, pode destacar-se aquele cuja educação não ofereceu visões mais amplas que aquelas que ele poderia adquirir com colóquios em carruagens e barcos a vapor, ou com a leitura de jornais e de um ou dois volumes de excertos elegantes? A multiplicação sem precedentes de escolas e academias neste país exige que as faculdades tenham por objetivo um padrão elevado de excelência acadêmica. É quase universal a convicção de que as primeiras, assim como as últimas, admitem grandes aperfeiçoamentos. Mas quem deverá promover tais aperfeiçoamentos e dar o caráter eseo há tompoucos de nossos sistemas educacionais homens de instrução meticulosa no país? Aquele que 93
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haverá de providenciar um plano abrangente de medidas deve, ele mesmo, estar em um patamar elevado, do qual possa ter uma visão de todo o campo de operações. Um aprendizado superficial em nossas escolas superiores inevitavelmente estenderá sua influência às escolas inferiores. Se as nascentes são rasas e turvas, as correntes não podem ser abundantes e límpidas. Escolas e faculdades não são instituições rivais. O sucesso de cada uma delas é essencial à prosperidade da outra. Nosso sistema republicano de governo faz com que seja de extrema importância que um grande número de pessoas desfrute das vantagens de uma educação meticulosa. No continente oriental, os poucos que estão destinados a áreas específicas da vida política podem ser educados para tal propósito enquanto a maioria do povo é deixada em relativa ignorância. Todavia, neste país em que cargos e posições acessíveis apara todos aqueles que estejamsão qualificados exercê-los, conhecimentos intelectuais superiores não 94
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devem ser restringidos a nenhuma classe de pessoas. Comerciantes, manufatureiros e agricultores, bem como cavalheiros profissionalizados, ocupam lugares em nossos conselhos públicos. Portanto, deve-se estender uma educação meticulosa a todas essas classes. Não basta que sejam homens de bom senso, capazes de decidir de maneira correta e dar um voto silencioso em grandes questões nacionais. Sua influência sobre as opiniões de outras pessoas faz-se necessária: uma influência que deve emergir de vastos conhecimentos e da força da eloqüência. O discurso em nossas assembléias deliberativas deve restringir-se a uma o conhecimento queúnica nos profissão? propicia oSeco-é mando de agentes e instrumentos físicos, tanto mais é ele que nos torna capazes de controlar as combinações do maquinário moral e político. Os jovens destinados a ocupações de caráter físico nãocom deveriam sersimexcluídos mais das faculdades base no ples argumento de que a grade curricular 95
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não é especificamente adaptada a suas atividades. Tal princípio excluiria também aqueles que estão destinados às profissões. Em qualquer dos casos, o objetivo do curso de graduação não é concluir a preparação para a atividade profissional, mas para transmitir aqueles conhecimentos gerais e variados que aperfeiçoarão, elevarão e engrandecerão qualquer atividade. Comerciantes, manufatureiros e agricultores não podem extrair benefícios de uma elevada cultura intelectual? Eles constituem exatamente as classes que, a partir de sua situação e de sua atividade econômica, têm as melhores oportunidades de dar aplicações práticas aos princípios da ciência. As grandes propriedades que a maré de prosperidade de nosso país está agregando com tamanha rapidez acabarão, sobretudo, em suas mãos. Não é desejável que eles devam ser homens de educação superior, de visão ampla e liberal, com aqueles e elegantes que osconhecimentos elevarão a umsólidos maior renome que a mera posse de propriedade; 96
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que não permitirão que eles acumulem e escondam seus tesouros, ou os dilapidem com extravagâncias absurdas; que lhes darão condições de adornar a sociedade com sua erudição, de andar pelos círculos de maior inteligência com dignidade, e de aplicar sua riqueza da maneira que lhes seja mais honrosa possível, e mais benéfica a seu país? O caráter dinâmico e empreendedor de nossa população faz com que seja da maior importância que essa atividade e essa energia sejam guiadas por inteligências sensatas, fruto do pensamento profundo e da disciplina precoce. Quanto maior o impulso para a ação, tanto maior é a necessidade de orientação prudente e hábil. Quando praticamente toda a tripulação do navio está aos mastros, desfraldando as velas de gávea e apanhando a brisa, é necessário que haja uma mão firme no leme. Um ensino leve e moderado inadequado paravasta, dirigir éassimplesmente energias de uma nação tão tão inteligente, tão poderosa em recursos, 97
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e que avança tão depressa em população, poderio e prosperidade. Onde um governo livre dá plena liberdade para o intelecto humano expandir-se e atuar, a educação deve ser proporcionalmente liberal e ampla. Quando até mesmo nossas montanhas, rios e lagos são de escala tal que parecem indicar estarmos destinados a ser uma nação grandiosa e poderosa, deve nosso aprendizado ser débil, parco e superficial?
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PARTE II Contém extratos daquela parte do relatório do corpo docente em que a resolução da corporação é mais especificamente considerada
credita-se que uma educação liberal tenha sido geralmente compreendida como um programa de disciplinas das artes e ciências que, pelas melhores estimativas, fortalece e amplia as faculdades da mente ao mesmo tempo em que a familiariza com os principais princípios dos grandes objetos da investigação e do conhecimento humano. Uma educação liberal é obviamente diferente de uma educação de formação profissional. A primeira é especializada naqueles tópicos com os quais é necessário ou conveniente ter alguma familiaridade em qualquer situação da vida; a última, naqueles que qualificam o indivíduo para um determinado posto, negócio ou emprego. A primeira é antecedente no tem-
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po; a última depende da primeira como seu alicerce mais adequado. Uma educação liberal presta-se a ocupar a mente, na medida em que tem o poder de abrir e alargar; uma educação de formação profissional exige um entendimento já cultivado pelo estudo e preparado pela prática para esforços metódicos e perseverantes. Essas parecem ser as noções sobre as quais o sistema de educação acadêmica está fundamentado. Acredita-se que existam certas disciplinas comuns nas quais deveriam ser instruídos todos os homens de educação mais esmerada, que são preparados para misturar-se da maneira mais favorável com pessoas de diferentes gostos, idades e atividades, e para iniciar-se, com as melhores perspectivas de sucesso, nos detalhes do estudo e da prática profissional. Como essa educação, que é chamada liberal, era srcinalmente fundamentada nos objetos da época que eram de interesse e atividadea tais acadêmica, ela sempre esteve associada objetos e alterou-se de acordo com os variáveis 102
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estágios do conhecimento. Assim, o que, em dada época, era objeto de pouca estima, e dificilmente encontrava lugar em um programa de ensino liberal, passava, em outras circunstâncias, a ser bem-visto e recebia uma parcela equivalente de atenção. Não cabe neste momento indagar se as mudanças realizadas no ensino acadêmico foram suficientemente abrangentes e freqüentes; basta, para o propósito em pauta, afirmar a realidade de tais mudanças e admitir sua conveniência. Destarte, para ser liberal, uma educação deveria dizer respeito às principais áreas do conhecimento e, como o conhecimento é variável, modificar-se com ele.a educação deveria O tema ora submetido à discussão é se o plano de ensino adotado pela Faculdade de Yale está suficientemente ajustado ao atual estado da literatura e da ciência e, em especial, se se exige uma mudança tal que excluísse plano eo estudo clássicos gregos desse e romanos tornassedos o conhecimento da literatura antiga desne103
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cessário à obtenção de um diploma nas artes liberais. Antes de examinar este tópico diretamente, pode ser útil postular como premissas uns poucos comentários sobre outro ramo da educação liberal, a fim de expor com maior clareza a sorte de objeções que são geralmente apresentadas, algumas contra um aspecto, e algumas contra outro, do programa de ensino acadêmico como um todo; e deixar um pouco mais explícitas as opiniões limitadas e inadequadas daqueles que as exortam. A utilidade do aprendizado da matemática é amplamente reconhecida, e são poucas as pessoas, nenhuma talvez, que considerariam como educação liberal um curso do qual a matemática fosse totalmente excluída. Ao menos, confere-se um lugar proeminente ao estudo da matemática naquelas instituições que professam ter por objetivo aquilo a que se chama uma educação prática, e nas quais as línguas antigas sãoa justificativa em parte oudetotalmente excluídas, com serem de pouca ou nenhuma utilidade prática. Se 104
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se perguntar em quais razões se fundamentam as pretensões do aprendizado de matemática, a resposta está à mão. O estudo da matemática, como concordam os homens mais proficientes que são versados na atividade da educação, é especialmente adequado para aguçar o intelecto, fortalecer a faculdade da razão, e induzir um hábito geral de pensamento favorável à descoberta da verdade e à detecção de erros. Ademais, a ciência matemática encontra-se na base da maioria das ciências práticas, ou presta valioso auxílio na ilustração de seus princípios e em sua aplicação aos propósitos da vida. Ele constitui aaplicar-se melhor ao preparação queira estudo dapara físicaquem em todas as suas vertentes, e não deixa de ter seu uso, ao menos quanto a sua influência indireta, na maior parte de nosso raciocínio sobre outros assuntos. Mas a isso por vezes objeta-se que, embora grande parte doassim, que separa dissea maiopossa ser verdadeiro, ainda ria dos estudantes, o conhecimento mate105
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mático é de pouco uso prático. Afirma-se que as simples regras da aritmética são tudo o que a maior parte dos homens terá ensejo de aplicar e, se a tais regras acrescentar-se algum conhecimento de escrituração contábil, poucos, de fato, sentem falta de conhecimentos mais abrangentes nessa disciplina. Por que, pergunta-se, deve um estudante ser compelido a devotar anos à aquisição de uma espécie de conhecimento que é útil tão somente na medida em que lhe permite desenvolver o estudo da navegação, da agrimensura, da astronomia e de outras ciências nas quais os princípios matemáticos têm ampla participação, quando ele não tem desejo nem expectativa de dedicar-se, na prática, a nenhuma daquelas ciências e, por sua aversão ao assunto como um todo, provavelmente esquecerá em poucos anos o que aprendeu com tanto esforço? Se um homem que se ocupa da teologia, da lei ou da medicina deseja conhecer algum princípio de navegação, deixe que ele o indague, diz o autor da objeção, de al106
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guém cuja atividade econômica seja compreender tal ciência. Se ele quer que uma substância seja analisada, deixe-o solicitá-lo ao químico profissional; se deseja saber o nome de um mineral, suas propriedades ou seu uso, deixe que pergunte a um mineralogista, que, pelo amor que tem por essa ciência, familiarizou-se com os inúmeros fatos e detalhes que ela abrange, e que, pelo conhecimento muito superior que tem de sua profissão, encontra real emprego em seus recintos. Se for importante que ele saiba os horários do nascer e do pôr-do-sol e da lua, o horário, a magnitude ou a duração de um eclipse, deixe que compre almanaque, que é um caminho muito um mais curto de chegar a todo esse conhecimento do que determinar até mesmo um único dentre aqueles pormenores por seus próprios cálculos. Deixe que estudem as ciências aqueles, e somente aqueles, que têm uma predileção por elas e que esperam dedicar-se ao menos a uma ciência como meio de subsistência. Se o conhecimen107
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to de qualquer ciência é útil, a demanda por tal conhecimento assegurará não só sua existência como sua difusão na exata medida necessária, e tudo quanto estiver além é não só supérfluo como prejudicial. Aqueles que produzem para o mercado um artigo invendável agem em oposição aos princípios mais básicos de economia política. Se não há necessidade de mercadorias, quem não percebe que haverá um excesso delas? E o fabricante que persistir no fornecimento delas promoverá a própria ruína; ou seja, instituições em que se ensina matemática para além de sua real aplicação prática serão necessariamente abandonadas pelo público. Contudo, apesar de todas essas dificuldades e objeções, o conhecimento em questão ainda é prático, não na visão limitada que dele tem aquele que apresenta a objeção, mas em um sentido maior e mais amplo, o qual pode ser útil explicar de forma O estudante que acumule umasucinta. quantidade de conhecimento matemático e estenda suas investigações 108
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àquelas ciências que dependem de princípios matemáticos, embora ele mesmo não esteja engajado na aplicação prática de nenhuma ciência, é ainda assim levado a estabelecer uma importante relação com aquelas pessoas que nela estão engajadas, e recebe, através de tal relação, os mais importantes benefícios. Ele tem condições de avaliar as atividades de outras pessoas, de estimar o valor de tais atividades, de compreender o progresso da ciência e ter interesse pelas profissões de uma larga porção da humanidade. Quer seja seu cargo público ou privado, quer ele se dedique a uma carreira profissional, desempenhar as obrigações deou umprecise magistrado, as ocasiões para o emprego de seus conhecimentos são inumeráveis. Admitindo-se que lhe escapem da memória muitos ou a maioria dos detalhes das ciências, ele ainda sabe onde buscar informação e como direcionar suas investigações, e é ecapaz de julgar corretamente os talentos as pretensões daqueles que se destacam em qualquer 109
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departamento e a quem ele possa querer empregar na realização de atividades práticas. Ele está familiarizado com a região em que se encontra, age com mais entendimento naquilo que se propõe a fazer, e percebe-se que, em conseqüência de seus conhecimentos, ele é, em todas as suas transações, um homem mais prático. O estudante, do mesmo modo, ao familiarizar-se com os princípios gerais das ciências, prepara-se para seguir, até onde lhe aprouver, qualquer disciplina para a qual considere ter talento e inclinação. Educado dessa maneira, além das vantagens da disciplina mental que já foram mencionadas, ele encontra amplia o em círculo de seus pensamentos, seus conhecimentos superiores novos meios de beneficiar ou influenciar outras pessoas, e sua mente é, assim, muito mais moldada pelo conhecimento liberal. É por essa mesma razão geral que se pode defender o uso a necessidade literatura clássica em euma educação da liberal. Não se negará que tal estudo ocu110
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pa, na atualidade, um papel importante em meio às atividades acadêmicas, tanto na Europa como na América. Nas Ilhas Britânicas, na França, na Alemanha, na Itália e, de fato, em todo país da Europa em que a literatura tenha alcançado distinção e importância, os clássicos gregos e romanos constituem parte essencial de uma educação liberal. Em alguns países, os estudos clássicos estão reemergindo de uma depressão temporária; em outros, onde não ocorreu tal depressão, eles são empreendidos com ainda mais fervor; e em nenhum deles há indícios de que estejam caindo no conceito do povo. Pode haver maior no variedade de uso opiniões que antigamente tocante ao do aprendizado clássico em certas áreas da vida; mas a convicção de sua necessidade na educação superior, naquela que reivindique ou pretenda ser chamada liberal, não parece ter sofrido qualquer mudança considerável. A formação literária de todos os países da Europa baseia-se, mais ou menos, na literatura clássica, e extrai de 111
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tal fonte seus mais importantes exemplos. Isso se mostra evidente não só a partir de obras tais que há muito surgiram e que compõem a literatura-padrão dos tempos modernos, mas a partir daquelas publicadas mais recentemente, e até mesmo dos periódicos atuais. O aprendizado clássico está entremeado com qualquer discussão de caráter literário. Estamos aqui apenas insistindo no fato, e isso é inegável. Portanto, quem quer que, sem um preparo em literatura clássica, se envolva em qualquer investigação literária, ou tente discutir qualquer tópico literário, ou passe a integrar aqueles círculos de homens que, em qualquer país da Europa, ou neste país, são reconhecidos como homens de conhecimentos liberais, imediatamente sente uma deficiência na própria educação e convence-se de que lhe falta uma parte importante do aprendizado prático. Se os estudantes devem ser preparados a agir mundo literário como de uma fato ele é,no a literatura clássica,tala partir perspectiva puramente prática deverá 112
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constituir uma parte importante dos seus estudos desde o início. No entanto, as alegações em favor do aprendizado clássico não se limitam a esse único ponto de vista. Ele pode ser defendido não só como disciplina necessária da educação, na atual configuração mundial, mas em razão de seus óbvios méritos próprios. A familiaridade com os escritores gregos e romanos é especialmente adequada para formar o refinamento e disciplinar a mente, tanto com relação ao pensamento como ao estilo da linguagem, para a apreciação do que é elevado, austero e simples. As obras que tais escritores nos deixaram, em prosa e em verso, quer consideradas em relação a sua estrutura, seu estilo, seus métodos de exemplificação, ou sua execução em geral, aproximam-se mais que quaisquer outras do que a mente humana, quando dotada de disciplina e conhecimentos meticulosos, e constituem o que certamente é muitíssimoaprova, desejável possuir: um padrão para a determinação do 113
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mérito literário. De fato, duvida-se ou nega-se essa excelência dos antigos autores clássicos; e, portanto, torna-se necessário citar provas disso na medida em que o assunto o admita. A questão que ora se considera não está desacompanhada de analogias. No âmbito do aprimoramento humano, há outros fatos intimamente associados, tanto em seu caráter como no tocante a suas circunstâncias, ao que ora se afirma, os quais lhe propiciam vigoroso suporte. A arquitetura e a escultura, em suas formas mais aplaudidas, não só tiveram srcem como alcançaram sua perfeição na Grécia. Em certos aspectos, tais artes podem ter sido modificadas com o passar do tempo, mudanças que talvez tenham sido introduzidas a fim de adequar suas obras às necessidades e aos estilos de uma época posterior. Não obstante, as obras srcinais do gênio grego antigo são os modelos de os artistas, até mesmo da atualidade,que usam para orientar seus labores, eo padrão pelo qual, em grande medida, seus 114
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méritos são determinados. É inútil fingir que isso é resultado de preconceito, de um viés de impressões antigas e de uma veneração indevida da antiguidade. O escultor, ao cinzelar uma cabeça ou um braço, tem sempre a natureza em vista; apesar disso, ele recorre aos remanescentes da antiga arte grega como seus melhores guias, os intérpretes mais confiáveis da própria natureza. Sua obra não é uma imitação: é uma semelhança mais próxima à perfeição graças às técnicas oriundas da contemplação e do estudo de excelência superior. Em arquitetura, o olhar daquele que está pouco familiarizado com a antiguidade fica impressionado com a simplicidade e as exatas proporções dos modelos da Grécia antiga; e tais primeiras impressões são reforçadas pela observação e a reflexão. O tempo, que traz à luz tantos defeitos na maioria das descobertas do homem e sugere tantos aperfeiçoamentos a elas, outorgou sanção àdos perfeição quecultores acompanhousua os esforços primeiros da ciência arquitetônica. 115
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Se, então, a escultura e a arquitetura, após a revolução de tantos séculos, ainda se socorrem dos remanescentes da antiga técnica, não deve ser motivo de surpresa que, em outros departamentos do refinamento, a antiguidade ostente a mesma excelência; não nos precisamos espantar que, em poesia e eloqüência, ela tenha igualmente deixado amostras dignas de se tornarem padrões para as eras posteriores. Que essa superioridade é encontrada na literatura antiga prova-se pelo único testemunho adequado: a voz dos homens das letras de todo país em que os clássicos são estudados e onde prevaleceu um refinamento correto. É desnecessário citar autoridades aqui. A literatura da Europa atesta o fato. Dificilmente pode-se encontrar uma questão em que a decisão prática da humanidade seja mais absoluta. Mas o estudo dos clássicos é útil não só na medida em que lança os alicerces de um refinamento correto proporcionaque ao estudante aquelas idéiaseelementares são encontradas na literatura da moder116
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nidade, as quais em nenhum outro lugar ele aprende tão bem como em suas fontes iniciais; mas também porque esse estudo em si cria a mais efetiva disciplina das faculdades mentais. Esse é um tema em que se insiste tanto que pouco precisa ser dito a seu respeito aqui. Deve ser evidente até ao observador mais superficial que os clássicos oferecem material para exercitar talentos de todos os níveis, desde a inauguração do intelecto jovem até o período de sua máxima maturidade. A esfera dos estudos clássicos estende-se desde os elementos da linguagem até as mais difíceis questões que emergem da pesquisa e da crítica literária. Todas não as faculdades da mente são empregadas: só as capacidades de memória, julgamento e raciocínio como também o refinamento e a imaginação ocupam-se e são aprimorados. Do mesmo modo, a disciplina clássica promove a melhor preparação para o estudo deda formação profissional. interpretação linguagem e seu uso Acorreto em nenhum outro lugar são mais impor117
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tantes que nas profissões da teologia e do direito. Todavia, em um curso de educação clássica, cada estágio instrui a mente na estrutura da língua e no significado das palavras e frases. Em pesquisas de caráter histórico, e muitas delas são realizadas no âmbito das profissões, certo conhecimento, em especial da língua latina, costuma ser indispensável. Ninguém negará a utilidade de um conhecimento minucioso do grego ao teólogo. Reconhece-se que se podem encontrar exemplos de êxito ímpar nessas profissões por parte de pessoas que não desfrutaram das vantagens de uma educação clássica. No entanto, êxitos desse tipo provam tão somente que, por vezes, talentos podem abrir à força seu caminho à excelência, vencendo grandes obstáculos. Ao se estabelecer um plano educativo, dever-se-ia investigar não aquilo que alguns homens de talentos incomuns fizeram, mas o que a maioria dos homens necessário. em casos deconsidera extraordinário êxito,Mesmo tais como aqueles a que se fez alusão ainda agora, 118
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a falta de um conhecimento clássico em geral se fez sentir e foi lastimada. Na profissão da medicina, o conhecimento das línguas grega e latina é menos necessário hoje do que o foi no passado, mas, mesmo na atualidade, pode-se duvidar que as facilidades propiciadas por um aprendizado clássico para a compreensão e a familiaridade com os termos da ciência não compensam, com vantagem, o tempo e o trabalho que a obtenção desse aprendizado demanda. Além disso, um médico que queira investigar meticulosamente a história de sua profissão perceberá que o conhecimento das línguas antigas é essencial a seu objetivo. Da mesma forma, em todas as profissões, um conhecimento da literatura geral é de grande importância como qualificação para um amplo intercâmbio com a humanidade. Sempre se ressalta o rigor do caráter profissional, em que a atividade da leitura e da reflexão se limita a um único canal. O mero teólogo, o mero advogado ou o mero médico, por maior conhecedor que 119
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seja de sua profissão, tem menores chances de sucesso que se sua educação de base tivesse tido um caráter mais liberal. A essas vantagens tão óbvias que ora acompanham o estudo da literatura clássica na faculdade, a grade curricular que, ao que consta, seria proposta em substituição promete apenas poucos equivalentes parciais. Em vez dos poemas de Homero, que tiveram influência tão ampla e substancial na poesia heróica de todas as épocas subseqüentes, e aos quais, não se pode negar, recorre-se constantemente para o estabelecimento de muitos dos mais importantes cânones da crítica, oferecem-nos, em alguns novos cursos, La Henriade , de Voltaire, e História de Charles XII, do mesmo autor, em lugar dos escritos históricos de Lívio e Tácito. Essa é uma amostra das melhorias educacionais que dão ensejo a tanta jactância, um exemplo de uma mudança para tornar conhecimento mais no prático e popular.oMas, em que sentido, tocante à familiaridade com as regras do requin120
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te e a intimidade com aqueles princípios gerais pelos quais se julga o mérito literário, o conhecimento de La Henriade é mais prático que o conhecimento da Ilíada? De que maneira a primeira qualifica aquele que a conhece a atuar no mundo literário de um modo mais vantajoso que a última? Acreditamos que os críticos eminentes atribuam a Voltaire, enquanto poeta, um lugar mais elevado que a Homero, ou que eles o julgam um modelo a ser mais cuidadosamente estudado e imitado? Ou, para tornar a questão mais geral, a fim de compreender o verdadeiro espírito e gênio da literatura inglesa, o que tem maior prático: literatura da França, ou a uso literatura da aGrécia e de Roma? O conhecimento mais superficial dos principais autores de nossa língua é suficiente para despertar espanto diante do fato de que tais perguntas sejam seriamente propostas. Se o novo programa proposto, siderado enquanto introdução a umconconhecimento de literatura geral, é abso121
O RELATÓRIO DE YALE DE 1828
lutamente inferior ao antigo, e de caráter muito menos prático, perceber-se-á que ele não é menos deficiente para os propósitos da disciplina mental. Adquirir o conhecimento de qualquer dentre as línguas modernas da Europa é, sobretudo, um esforço de memória. A estrutura geral dessas línguas é muito semelhante à de nossa própria. As poucas diferenças idiomáticas podem se apreendidas com pouco esf orço, e não existe a mesma necessidade de comparação e diferenciação precisas, como no estudo dos escritores clássicos da Grécia e de Roma. Para que se reconheça tal verdade, compare-se página de Voltaire a uma página deuma Tácito. Tampouco esse programa educacional que exclui a literatura antiga é menos inadmissível enquanto alicerce para o estudo de uma profissão. A preparação do estudante que se tenha limitado ao francês, ao italiano e ao imperfeita para que eleespanhol dê inícioé amuito um curso de teologia ou direito. Ele sabe menos 122
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sobre a literatura de seu próprio país do que se tivesse sido educado pelo método antigo, as faculdades de sua mente foram submetidas a exercícios menos vigorosos, e as fontes do conhecimento que ele deve agora adquirir mostram-se menos acessíveis. Se se disser que o programa de literatura exclusivamente moderna é destinado àqueles que não estão talhados à vida profissional, a resposta é que o número de pessoas que obtêm uma educação liberal sem, a princípio, decidir se seguirão ou não uma profissão está longe de ser insignificante. Muitos dos que inicialmente supõem ter a opinião formada sobre essa questão alteram suas escolhas diante de circunstâncias que não poderiam prever. Adote-se o programa proposto, e muitos ingressariam no curso simplesmente pela novidade, ou mais por uma convicção de que ele poderia ser feito com menos esforço; e a conseqüência seria que a faculdade, na medidaum eminstrumento que operassepara tal causa, constituiria reduzir a qualidade profissional de nosso 123
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país. Mas, aqui, perguntar-se-ia: a literatura das nações modernas da Europa não faria parte de um curso de educação liberal? A literatura moderna não é um tema de discussão tanto quanto a antiga? Sim, indubitavelmente, e nossas instituições públicas deveriam oferecer meios que facilitassem o aprendizado das línguas mais populares da Europa. As reivindicações com relação às línguas modernas são questionadas tão somente quando são propostas como substitutas das antigas, não quando são recomendadas por seus próprios méritos. Se a literatura moderna é importante, ela deve ser estudada pelo método que leva mais diretamente a uma compreensão plena e meticulosa dela, e tal método é através da literatura dos antigos. Se a língua e a literatura da Itália, de França e da Espanha, para além daquilo que é meramente superficial, são um objetivo do estudante, elas deveriam ser aprendidas por meio do latim.naTambém não há motivos para duvidar, medida em que a experiência permite avaliar, que 124
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esse seja o modo mais rápido de familiarizar-se com as línguas em questão. Começar com as línguas modernas em um programa de ensino é inverter a ordem da natureza. As línguas modernas, no tocante à maioria de nossos alunos, são estudadas e continuarão a sê-lo como uma habilidade adicional em vez de um aprendizado necessário. Do mesmo modo, aqueles que despendem tempo aprendendo a falar as línguas modernas logo perdem tal conhecimento, a menos que vivam onde tais línguas estão em uso constante. Também não pode haver dúvidas de que os estudantes de fato negligenciam seu francês, seu italiano e seu espanhol, depois de formados, exceto quando tais línguas são conservadas pelo uso cotidiano, tanto quanto negligenciam seu latim e seu grego. Isso é especialmente verdadeiro com relação à vida profissional, em que a exigência de um das as línguas modernas, em conhecimento comparação com antigas, é totalmente insignificante. Supor que 125
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as línguas modernas sejam mais práticas que as antigas para a grande maioria de nossos alunos apenas porque as primeiras são atualmente faladas em algumas partes do mundo é uma evidente falácia. A questão adequada é: que grade curricular proporciona a melhor cultura intelectual, leva ao conhecimento mais minucioso de nossa própria literatura, e lança as bases mais sólidas para o estudo de uma profissão. As línguas antigas têm nisso uma inegável vantagem. Se os elementos das línguas modernas forem aprendidos por nossos alunos juntamente com o curso acadêmico estabelecido, e abundantes meios que facilitam tal propósito são há muito fornecidos, a aquisição de outros conhecimentos acontecerá mais facilmente, sempre que as circunstâncias os façam importantes e úteis. Por vezes ouvem-se queixas dos graduados desta faculdade que visitaram a Europa, no sentido de que seus conhecimentos eram parcos para a literatura doclássicos velho mundo; mas não se recorda de nenhum que te126
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nha lamentado o fato de ter cultivado o aprendizado antigo enquanto esteve aqui, não importa quanto tempo possa ter dedicado ao assunto. Ao contrário, aqueles que se destacaram em literatura clássica e, da mesma forma, adquiriram um conhecimento adequado de alguma das línguas européias modernas além do inglês, perceberam-se os mais qualificados para fazer pleno uso de suas novas vantagens. Deficiências em literatura moderna são supridas com facilidade e rapidez nos casos em que a mente recebeu uma disciplina adequada; deficiências em literatura antiga são supridas tardiamente e, na maioria dos casos, de maneira imperfeita. É verdade que alguns propuseram uma espécie de curso intermediário, no qual, para serem admitidos na faculdade, exige-se que os estudantes tenham alguns conhecimentos rudimentares de latim e grego, mas, uma vez admitidos, as línguas antigas são deixadas lado, e apenas as línguas modernas sãode estudadas. Ou que, por ocasião de sua admissão na faculda127
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de, os estudantes tenham a oportunidade de optar entre seguir o novo programa ou aquele já estabelecido há muito tempo. Alega-se que, neste caso, ambos os grupos começam do mesmo ponto e, como viajantes rumo à capital da União, tomam estradas diferentes, mas, por fim, ou seja, quando chegam à graduação, todos se reúnem novamente antes de sua separação final para as diversas ocupações da vida. Esse projeto, porém, é passível da objeção de que estudantes que viessem a interromper os estudos de latim e grego depois de admitidos na faculdade teriam dessas línguas apenas conhecimento suficiente para menosprezá-las e odiá-las. Eles seriam as pessoas a proclamar, em todos os lugares, a inutilidade da literatura antiga, que aprenderam as línguas latina e grega e não angariaram nenhum benefício delas, que até se esqueceram de tudo quanto sabiam. Tudo isso, com exceção da idéia exagerada faziam de seu conheciment o anterior,que seria, com relação a eles, a mais pura verdade. Além 128
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disso, tais pessoas, assim educadas para os propósitos da vida real, em muitas situações após a graduação, acreditariam ser de conveniência prática atuar como instrutores dessas línguas inúteis. Com poucas qualificações, ou nenhuma, para o ofício que exerceriam, o propósito da instrução necessariamente sofreria em suas mãos. Se o ensino das antiguidades for preservado como parte de sua grade curricular, a faculdade, como precisa contar com seus graduados para instruir nas escolas preparatórias, seria a primeira a sofrer com esse sistema aperfeiçoado, e, assim, seria levada a promover a própria destruição. Ademais, é questão que desperta certa curiosidade saber o que se pretende com a união final dos estudantes que trilham esses caminhos diferentes. Que eles percebessem, ao final do curso, que todos receberam a mesma educação certamente não é o intento, já queunião isso contradiz a hipótese srcinal .faA única óbvia é esta: que todos riam jus a um título acadêmico. Eles have129
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riam de unir-se para receber seus diplomas. Se alcançar as honras da faculdade, como são chamadas, fosse o principal objetivo da educação, esse aprimoramento no velho curso acadêmico poderia ser considerado real. Mas, se se busca a substância em vez da sombra, a coisa significada, e não o signo apenas, ainda resta a seguinte questão a ser analisada: essas estradas diferentes não levariam a regiões completamente diferentes aqueles que as percorrem? Embora seja evidente a falácia de substituir uma educação por um diploma, não é improvável que esse esquema seja aprovado por uma parcela da comunidade, eà uma popularidade temporária se siga mudança. Tampouco existem motivos para crer que tal seja o limite dos aperfeiçoamentos nos antigos métodos de formação acadêmica. ***** Sendo tal, pois, o valor da literatura antiga, tanto com relação ao apreço geral 130
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em que é tida no mundo literário como por seus méritos inerentes, se a faculdade viesse a conferir títulos de graduação a estudantes por seus conhecimentos de literatura moderna apenas, isso equivaleria a declarar ser essa uma educação liberal, coisa que o mundo não reconhecerá como merecedora do nome, e que aqueles que receberão diplomas nesses moldes logo perceberão não ser aquilo que é intitulada. Uma educação liberal, qualquer que seja a grade curricular a ser adotada pela faculdade, deveria sem dúvida continuar a ser o que tem sido já há muito. A literatura antiga está demasiado enraizada no sistema integral da literatura moderna da Europa para ser tão facilmente posta de lado. A faculdade não deve abusar de sua influência nem se impor, de qualquer maneira, como um ditador. Se ela deve seguir um programa muito diferente daquele que o estado atual da literatura exige; se ela suas honras de acordo comdeve umaconferir regra que não é aprovada por homens eruditos, o corpo docente não vê 131
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nenhuma perspectiva que o faça posicionar-se a favor de tais inovações, exceto que seus integrantes serão considerados visionários da educação, ignorantes de seu intento e objetivos, e inadequados para ocupar seus cargos. A conseqüência última não é difícil de prever. A faculdade seria desacreditada pelo povo, e perderia irremediavelmente sua reputação. Outro plano para o aperfeiçoamento do sistema acadêmico é conferir títulos de graduação tão somente àqueles que tenham concluído o programa atualmente estabelecido, mas permitir que outros estudantes que não estejam em busca das honras da faculdade sejam instruídos nas disciplinas que escolherem. Supõe-se que tal esquema apresente uma evidente superioridade com relação a todos os demais: satisfará os desejos daqueles que estão contentes com o antigo sistema e disponibilizará as vantagens da faculdade que, pelas circunstâncias por suasàqueles condições, desejam uma educação parcial. Que a educação possa ser par132
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cial e, ainda assim, útil, não se nega. Uma educação tal deve, afinal, ser aquela que é adquirida pela grande maioria da comunidade. Que os meios de alcançar tal educação deveriam ser abundantes, que seu incentivo deveria ser adequado a seu objetivo, todos reconhecem. A única questão é se dois modelos de educação tão diversos podem ser adequadamente unidos em uma mesma escola. As objeções a uma união desse tipo nesta faculdade são óbvias e numerosas. ****** Em faculdades com estrutura diferente da nossa, tal união poderia ser aceitável. Aqui, certamente,ambos os tipos de alunos fariam apenas prejudicar uns aos outros. ****** Não obstante, com relação a todas as propostas dessa natureza, a indaga133
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ção deveria ser se há uma reivindicação tal dessas mudanças por parte do povo ao ponto de tornar imperativo que a faculdade as adote em qualquer uma das formas pelas quais foram apresentadas. Reconhece-se que existem reclamações sobre o antigo sistema de educação acadêmica em alguns periódicos de caráter público, que indivíduos vociferam sobre o assunto e consideram tudo o que seja antigo certamente errado, e tudo quanto seja novo, certamente correto. Mas parece não haver motivos para crer que a maioria dos defensores desta faculdade, aqueles a quem se deve recorrer em busca de apoio e patrocínio, integrem asnafileiras desses inovadores. Perseverando trilha de conferir títulos de graduação tão somente àqueles que foram meticulosamente disciplinados no aprendizado antigo e moderno, a faculdade tem muito que esperar, e nada que temer; mas, abandonando que vempor trilhando há tantoa estrada tempo, ecerta vagueando vielas e desvios, ela seria leviana com sua prospe134
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ridade e colocaria em risco os meios mesmos de seu sustento e sua existência. Após esses comentários gerais a respeito da questão postergada, não se pode pensar ser irrelevante ao assunto tocar de forma sucinta em um tópico que, ultimamente, é quase que invariavelmente trazido à baila sempre que se discute o estado atual de nossas faculdades. Faz-se alusão aqui à acusação reiterada, que se faz em tantas formas, de que faculdades, mesmo neste país, são lugares em que se acalentam abusos, em que noções e hábitos antiquados são preservados muito depois de serem descartados pelo mundo inteiro, que, disso,ae todo especialmente, nelase se fazalém oposição e qualquer aperfeiçoamento, excluindo-o tanto quanto possível. Certo autor, que se pode pensar falar com autoridade sobre esse ponto, diz: “o sistema público de ensino permanece, após decorridos dois séculos, praticamente o mesmo”. “O sistema europeu de educação foi transferido, com poucas altera135
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ções, para nossas faculdades norte-americanas. E, qualquer que seja o estado de coisas lá, não hesito em dizer que, neste país, são necessários importantes aperfeiçoamentos.” Outro autor, depois de afirmar que nossos sistemas de educação foram herdados das instituições européias e que, desde o início, foram mal adaptados ao caráter peculiar deste país, prossegue dizendo que: “Os mesmos sistemas, porém, com ínfimas alterações, foram mantidos até os dias atuais e, agora, reinam em nossos colégios públicos, ainda que as circunstâncias gerais do país tenham mudado completamente”. E novamente: “É sensato tentar qualificar uma juventude para o exercício do trabalho útil nos Estados Unidos por métodos concebidos para formar eclesiásticos submetidos às monarquias do velho mundo?” A partir de censuras como essas, incute-se na mente de muitos a impressão de que faculdades são, em todos os seus nossas aspectos mais importantes, aquilo que eram quando foram srcinalmente 136
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instituídas; que as últimas pessoas a promover aperfeiçoamentos na educação são aquelas para as quais a educação é um negócio; e, em especial, que aqueles que lecionam em faculdades superam todos os demais em estupidez e estão satisfeitos por continuar eternamente labutando na mesma moenda, com os olhos fixos no caminho em que estão sempre movendo a mesma roda. É desnecessário aqui dar início a uma defesa geral de nossas faculdades: umas poucas declarações a respeito desta faculdade serão suficientes. O que era a Faculdade de Yale em seus primórdios nos é contado, em parte, na Life of Dr. Johnson [A obra Vida de do Chandler, Dr. Johnson], o primeiro Presidente da Faculdade King’s College, em Nova Iorque. O Dr. Johnson formou-se em 1714, e seu biógrafo provavelmente extraiu suas informações a respeito da faculdade, como era à época, do próprio
Dr. Chandler, Johnson. “Por muitos que anos,” diz o “o máximo se tentava geralmente alcançar na faculdade, em 137
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aprendizado clássico, era analisar a sintaxe e interpretar cinco ou seis orações de Cícero, a mesma quantidade de livros de Virgílio, e apenas parte do Testamento em grego, com alguns capítulos do Saltério hebraico. A aritmética comum e um pouco de agrimensura eram o limite máximo dos conhecimentos matemáticos. A lógica, a metafísica e a ética ensinadas à época estavam emaranhadas nas teias de aranha escolásticas de uns poucos sistemas simplórios, e hoje seriam reservadas como alimento apropriado para vermes. De fato, na época em que o Sr. Johnson recebeu seu diploma de Bacharel, os alunos tinham ouvidoque falar de certa novanae estranha filosofia estava em voga Inglaterra, e os nomes Descartes, Boyle, Locke e Newton haviam chegado a seus ouvidos, mas eles não tinham permissão de pensar que se devessem esperar quaisquer aprimoramentos de inovações filosóficas, etc.” Diante dos preconceitos próprios desse autor, alguns de seus argumentos devem 138
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ser aceitos com deduções significativas, mas que está substancialmente correto seu relato da faculdade à época em que o Dr. Johnson a cursava, no que tange à extensão da grade curricular, parece algo de todo independente de outras provas. No ano de 1784, o Dr. Benjamin Lord, de Norwich, neste estado, então aos noventa anos de idade, escreveu ao Presidente Stiles um relato de como era a faculdade em seu tempo de estudante. O Dr. Lord concluiu sua graduação no mesmo ano que o Dr. Johnson, ou seja, em 1714. Em sua carta, ele diz: “Os livros das línguas e ciências estudadas para as sabatinas orais em meu tempo eram os de Cícero e Virgílio, a Lógica de Burgersdijk e de Ramus, o Manuscrito de Física de Pierson, etc. Nós recitávamos o Testamento em grego, não conhecíamos Homero e outros, e recitávamos os Salmos em hebraico. Recitávamos a Medula de Ames aos sábados e, às vezes, também seus casosestudávade Consciência . Quanto à matemática, mos e recitávamos pouco mais que rudi139
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mentos, algumas das coisas mais simples; nossas vantagens, naquela época, eram demasiado pequenas para que qualquer um se destacasse em algum ramo da literatura,” etc. Certamente ninguém com o mais parco conhecimento do assunto, e que não tenha qualquer objetivo sinistro em mente, afirmará que, de 1714 até 1828, foram feitas tão somente “ínfimas alterações” no sistema de ensino desta faculdade. Isso está tão distante da verdade que novos departamentos foram criados, e os cursos de línguas, matemática, física e, de fato, todas as disciplinas foram bastante ampliados. Hoje é impossível determinar exatidão Está as mudanças sucessivas quecom ocorreram. obviamente implícito na linguagem do Dr. Chandler, que se formou, ele mesmo, na faculdade, que grandes aperfeiçoamentos haviam sido feitos já em sua época. É bem sabido que os estudos de Matemática e de Filosofia Natural progrediram bastante Presidência do Presidente Clap.durante Aumen-a tou-se muito a atenção dada à redação e à 140
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oratória em inglês por volta do ano 1770 e nos anos subseqüentes. As mudanças que foram introduzidas nos últimos trinta anos, tanto na grade curricular como no método de ensino, estão gravadas na lembrança de membros do corpo docente e da corporação. Pelo que parece ser uma cláusula sensata em nossas leis, a seleção de compêndios, o método de ensino, a seqüência de exames, e muitos dos detalhes mais importantes nas questões de ordem prática da faculdade são deixados ao julgamento e à discricionariedade do corpo docente, tendo a corporação o direito de revisá-los a qualquer tempo. Nenhum tema tem do ocupado constantemente a atenção corpo mais docente que o modo como o ensino na faculdade poderia ser aprimorado e tornado de utilidade mais prática. As comunicações sempre foram livres e constantes entre o corpo docente e a corporação no tocante a assuntos relacionados comnecessário o ensino na Quando se julga o faculdade. auxílio da corporação, este tem sido solicitado, de 141
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modo que, por tal procedimento, os interesses da instituição vêm sendo regularmente promovidos. O comentário mais freqüente por parte daqueles que visitam a faculdade depois de alguns anos de ausência é que se fizeram mudanças para melhor, e aqueles que fazem uma investigação completa são os mais dispostos a aprovar o que encontram. Portanto, as acusações de que a faculdade é estacionária, de que nenhum esforço é feito para adequá-la às necessidades da época, que tudo o que se faz é com o propósito de perpetuar abusos, e que a faculdade continua praticamente igual ao que era ao tempo de sua fundação são totalmente injustificadas. As mudanças pelas quais o país passou ao longo do último século não são maiores que as mudanças feitas na faculdade. Estes comentários foram limitados à Faculdade de Yale, já que sua história é aqui conhecida com mais exatidão. dúvida, outras faculdades a que se fezSem alusão nas passagens anteriores podem defender-se com igual sucesso. 142
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****** Em um relatório em que tantos interesses da faculdade são trazidos à luz, e no qual se considera apropriado reafirmar e defender alguns de seus regulamentos internos, o comitê pode legitimamente esperar que se deva dar alguma atenção a certas declarações a respeito de todas as nossas faculdades, declarações feitas recentemente por um autor que, a partir de sua situação, se poderia acreditar grande conhecedor do real estado das coisas, e tivesse sopesado com cuidado o significado de suas asserções. Equívocos ou inverdades deveriam despercebidas, comuns mas, neste caso, opassar silêncio poderia ser interpretado como uma admissão de que acusações muito graves foram acertadamente apresentadas. Esta é a justificativa, caso alguma seja necessária, para que se teçam comentários acerca de duas de tais acusações. De acordo com dito autor, “os exames públicos na maioria de nossos centros 143
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de ensino, à exceção de West Point, são tristes farsas, que não foram impostas a ninguém, nem sequer aos estudantes submetidos a elas”. “É insensato”, diz ele, “pensar em realizar às pressas, em um único dia, a avaliação de sessenta rapazes com relação aos estudos de um ano”, etc. Embora os cavalheiros do comitê possam saber como é despropositada tal censura aos exames desta faculdade, talvez não seja inapropriado dizer, com alguns detalhes, como tais exames são de fato conduzidos. Se são realmente farsas, está na hora de uma reforma começar. Cada uma de nossas turmas é avaliada duas vezes ao ano. Por ocasião do encerramento do ano, as turmas do primeiro, do segundo e do terceiro ano são avaliadas nos estudos do ano, cada qual em dois grupos. Pouco mais de um dia é reservado para cada turma e, como cada uma delas é examinada em dois grupos, o tempo é equivalente a mais menos dois diascomo e meio, cada classeoufosse examinada umseúnico corpo. Ao final do mês de abril de cada 144
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ano, essas três turmas são avaliadas em todos os estudos realizados desde a data de sua admissão na faculdade. O tempo é estendido; em outros aspectos, os exames são iguais aos anteriores. Em abril, a turma do quarto ano é avaliada nos estudos do último ano até aquele momento, e o método de avaliação é o mesmo usado com as outras turmas. Em julho, os Formandos são examinados para a obtenção do diploma. Eles são avaliados em dois grupos, e o conteúdo é o do curso inteiro da faculdade. Já há vários anos, essa avaliação estende-se por não menos que três dias, e, por vezes, três dias e meio, geralmente duração de oito diárias. Como com a turma é dividida emhoras dois grupos, isso equivale a uma avaliação de seis ou sete dias para a turma inteira. Todos os exames de línguas são ad aperturam libri3 e não existe qualquer acordo, em nenhuma disciplina, entre examinador e examinado quanto ao caminho que a 3 “Ao abrir o livro”, ou seja, sem estudo prévio, à primeira leitura - NT.
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avaliação deve seguir. É muito raro que algum estudante se ausente por ocasião da avaliação de sua turma, e isso nunca ocorre senão por motivos muito urgentes, em especial nos exames para obtenção do diploma. Sempre que indivíduos se ausentem, eles são examinados posteriormente, e de forma mais detalhada do que poderiam ter sido na data regular. Portanto, não há nenhum incentivo à ausência. Deve-se acrescentar que, durante os exames de conclusão de curso, não se interrompe o ensino normal na faculdade e, durante os outros exames, a interrupção é apenas parcial. Se tudo isso é uma triste farsa, seriaSeinteressante saber o que seria realidade. isso é de fato uma farsa, dela não suspeitaram nem aqueles que examinam nem aqueles que são examinados, ou eles não compreenderam corretamente o significado do termo. Não se finge que tais exames não admitem aperfeiçoamento. Quaisquer sugestões comitê ou da corporação a respeitodo desse tema serão recebidas com toda a atenção 146
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possível. Deve-se, porém, afirmar claramente que, na opinião do corpo docente, os exames das turmas, como ora realizados, são um grande incentivo ao estudo e propiciam os meios, em especial associados com outras oportunidades, de formar uma opinião satisfatória quanto aos conhecimentos adquiridos pelos estudantes, individualmente. A outra acusação que, neste momento, parece exigir atenção é que nenhuma de nossas faculdades oferece um ensino meticuloso por parte dos professores. “O máximo que um instrutor se compromete a fazer atualmente”, diz esse autor, “em nossas faculdades é averiguar, dia após dia, se os jovens que estão reunidos em sua presença provavelmente estudaram a lição que lhes foi dada. Sua obrigação termina aí”. E ainda: “Nenhuma de nossas faculdades é um lugar de ensino meticuloso por parte dos professores, e nenhuma dentre de melhor classe faz metade do aquelas que poderia fazer no sentido de levar a mente de seus instrutores a agir 147
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de maneira direta e vigorosa sobre a mente de seus alunos, e assim incentivá-los, capacitá-los e compeli-los a aprender o que deveriam aprender, e o que poderiam aprender com facilidade”. O corpo docente desta faculdade não dirá que se lança sempre ao uso dos melhores métodos de ensino, ou que, em todas as circunstâncias, faz o máximo que está ao seu alcance fazer; mas, à alegação de que tudo o que se comprometem a fazer “é averiguar, dia após dia, se os jovens que estão reunidos em sua presença provavelmente estudaram a lição que lhes foi dada”, a ela contestaria com uma negativa irrestrita. Dispensam-se os mais pródigos cuidados e esforços para explicar e reforçar os princípios de toda disciplina a que os estudantes devem dedicar-se, não só quando estão reunidos nas aulas, mas freqüentemente, por necessitarem de auxílio, de modo individual. Se é que o corpo docente o quedeseseus pretende dizer acom varsabe a mente instrutores agir“lede maneira direta e vigorosa sobre a mente 148
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de seus alunos”, seus membros crêem que fracassariam em seu dever para consigo mesmos e para com a instituição se não assegurassem ao comitê que, em sua opinião, algo muito semelhante existe aqui. O autor prossegue, e indaga: “Quem, neste país, pelos meios que aqui lhe foram oferecidos, conseguiu transformar-se em um bom especialista em grego? Quem foi cuidadosamente ensinado a ler, escrever e falar em latim? Mais ainda, quem aprendeu qualquer coisa em nossas faculdades com a minúcia que o permitiria seguir em segurança e diretamente rumo ao renome no departamento em que assim ingressou, sem ter de voltar e refazer os alicerces para seu êxito?” Não se afirma que os estudantes desta faculdade aprendam absolutamente tudo o que é desejável saber nas diversas disciplinas aqui ensinadas. Seus instrutores estão muito longe de reivindicar, eles mesmos, tais conhecimentos, também nãogrupo sabem tiveram notíciae de nenhum denem instrutores, quer neste país, quer no exterior, 149
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cujas justas pretensões se elevem a tais alturas. Não se nega que, em literatura clássica particularmente, não se aprende tudo o que, em outras circunstâncias, talvez se pudesse esperar. Acreditamos que esta disciplina do curso acadêmico se está aperfeiçoando gradativamente em meio a todo o desencorajamento sob o qual luta – desencorajamento oriundo, sobretudo, de fora; que muitos estudiosos deixam a faculdade, a cada ano, versados o bastante nos clássicos gregos e romanos para perceber e apreciar suas belezas, bem como com condições e disposição para fazer avanços futuros no mesmo departamento; e quedetodos aqueles que se clássicos formam extraem seus conhecimentos um importante auxílio em seus estudos de formação profissional, bem como em outras atividades. De que, em todos os departamentos, nossos estudantes são ensinados com aquela meticulosidade que os permite, comque esforços próprios (condição que, pelo sabemos, é requisito em todos os países), “seguir em segurança 150
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e diretamente rumo ao renome no departamento em que assim ingressou, sem ter voltar e refazer os alicerces de seu êxito”, não há prova maior que a notoriedade geral, e é a isso que apelamos. ***** [Como as duas partes deste relatório foram escritas separadamente, com peças independentes uma da outra, alguns tópicos foram abordados em ambas. Tais tópicos foram conservados na segunda parte apenas na medida em que se apresentavam em associações um pouco diferentes.]
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RELATÓRIO DO COMITÊ DA CORPORAÇÃO Para a corporação da Faculdade de Yale
comitê designado para analisar a conveniência de se alterar o ensino regular desta faculdade, retirando deste curso o estudo das línguas mortas, e de substituí-lo, portanto, por outros estudos; bem como da exigência de um conhecimento adequado de tais línguas como condição de admissão na faculdade, e sobre a possibilidade de oferecer o curso de línguas mortas para os alunos que assim desejarem, após serem admitidos nesta faculdade, respeitosamente informa que: Que, ciente da magnitude da tarefa que lhe foi apresentada, bem como de sua relevância direta para os interesses e a reputação da faculdade, considerando, como o faz, uma mudança em sua organização e suas leis, a qual envolve um
O
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desvio radical do objetivo srcinal deste estabelecimento, o comitê julgou aconselhável remeter o assunto ao corpo docente da faculdade, com a solicitação de que suas opiniões com relação à questão, resultado da longa experiência e da cuidadosa observação na atividade do ensino, pudessem ser plenamente explicadas, e que suas objeções à inovação proposta fossem apresentadas e discutidas. O comitê está muito satisfeito de que o corpo docente, no documento ora apresentado, tenha feito um apanhado abrangente de todo o ensino aqui ministrado, e desvelado os elementos de uma educação liberal e os princípios pelos quais ela deve ser regulada e administrada, demonstrando claramente a íntima relação que a literatura clássica guarda com outros aprendizados e com as ciências, e as vantagens conferidas por seu estudo preliminar na aquisição daqueles conhecimentos. A habilidade comdocente que o exime assuntoo cofoi discutido pelo corpo mitê de uma enorme responsabilidade. 156
A EDUCAÇÃO SUPERIOR E O RESGATE INTELECTUAL
Tendo o presente documento apresentado de forma exaustiva e competente as considerações que devem ser sopesadas e contempladas para se chegar a uma decisão quanto à medida analisada, pode-se julgar que, com sua apresentação, o comitê tenha cumprido o encargo que lhe foi confiado. Não obstante, espera-se que a importância da medida seja considerada uma justificativa suficiente para um sucinto detalhamento dos motivos de sua oposição a um plano de ação avaliado, em seu julgamento, como algo que afetará negativamente a prosperidade da faculdade. Nas universidades da Europa, parece que um conhecimento minucioso das línguas antigas é universalmente considerado importante pré-requisito para que se alcance sucesso e reputação bastante significativos em quaisquer das profissões nelas ensinadas, ao passo que a ignorância de tais línguas consti-o tui obstáculo à distinção acadêmica, qual é raramente superado. 157
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O mundo erudito há muito resolveu esta questão, e eventos e experiências posteriores confirmaram sua decisão. Pode-se satisfatoriamente verificar o avanço de qualquer comunidade em civilização e conhecimento geral pelo respeito que ela tem pela literatura clássica. Quanto a este assunto, na Europa parece prevalecer uma opinião e uma prática idênticas entre homens de destacada erudição, ou de eminência profissional ou política; e em nosso país, presume-se, a opinião não é muito diversa em meio à mesma classe. Deve-se reconhecer, de fato, que, na França, imediatamente antes e durante a revolução, as línguas eruditas foram negligenciadas. No entanto, tal exemplo não pode reivindicar nossa imitação, tanto por seus resultados de erudição como pelos morais. Quais foram os efeitos de tal negligência na literatura daquele país? Não obstante se tenham feito progressos e descobertas importantíssimas em algumas áreas das ciências e das artes, os reinos mineral e 158
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geológico tenham sido penetrados e explorados com incansável zelo e inigualável habilidade; e as artes da guerra tenham contribuído para maior perfeição, sua fama literária está diminuída. Na literatura, a Alemanha deixou-a muito atrás, e já se percebe o efeito disso sobre as profissões versadas e os estadistas da França. Se, tendo diante de nós as opiniões esclarecidas e a prática estabelecida em uma parte da Europa, e a desastrosa experiência da outra, relegarmos a literatura clássica a um lugar secundário ou a uma posição inferior no ensino, e mesmo admitíssemos e formássemos estudantes, como é a proposta, sem o mais ínfimo conhecimento das línguas antigas, não poderíamos esperar que a elevada reputação de erudição que esta instituição tem mantido até agora seja necessariamente prejudicada? De fato, em futuro não distante, esta faculdade provavelmente cairia ao nível uma mera academia, enquanto seus de diplomas, já não sendo prova de grandes conhecimentos literários e 159
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científicos, perderiam seu valor. O padrão de erudição não só cairia aqui como nos haveríamos de tornar diretamente cúmplices da derrocada do atual caráter erudito de nosso país. Ao contrário, somos o povo cujo governo e instituições têm aquele espírito que, mais especial e imperiosamente que qualquer outro, exige seja o campo do aprendizado clássico explorado e cultivado de forma diligente e meticulosa, e que sua mais rica safra seja colhida. Os modelos da literatura antiga que são colocados nas mãos do jovem estudante certamente conseguirão imbuir sua mente dos princípios de liberdade, inspirar-lhe o mais vívido patriotismo e estimular as ações nobres e generosas, sendo, portanto, particularmente adequados à juventude norte-americana. Para apreciar devidamente o caráter dos antigos, o meticuloso estudo e o conhecimento acurado de clássicos, najálíngua srcinais, sãoseus indispensáveis, que a dos simplicidade, a energia e as impressionantes peculiari160
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dades de tais exemplos imaculados de liberdade que são claramente apresentados de forma tão bela em seus modelos de literatura clássica são tão difíceis de descobrir em traduções comuns, ou mesmo nas mais fiéis, como a intensidade, o vigor e a luminosidade intelectual do ser vívido, ativo e inteligente da imitação esculpida nas estátuas. Enquanto a literatura clássica é estudada em outros países civilizados e cristãos com avidez cada vez maior, toda medida tendente a depreciar o valor e a importância da busca pelos conhecimentos clássicos, bem como que a tente desencorajar, em nosso país, deverazoável encontrar resistência, e nenhum esforço deve ser omitido na tentativa de aumentar o respeito que a maior parte da comunidade deve ter pela educação. Diminua-se o valor de uma educação acadêmica, e a difusão de conhecimento entre pessoas cessaria, nível geral de valor as intelectual e moral ocairia, e nossa liberdade civil e religiosa seria colocada 161
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em risco por causa da desqualificação última de nossos cidadãos para o exercício do direito e do privilégio da democracia. Portanto, a medida em consideração é, com a estrutura das nossas valiosíssimas instituições, colocar em risco a sua durabilidade; e tender a desencorajar, como o faz, subestimando o que até agora tem sido considerado um importante ramo de aprendizado, e causando um abandono dos conceitos e práticas, já há muito estabelecidos, de aprendizado e sabedoria. Baseado somente nessa razão, o comitê já poderia dizer que a adoção dessa exigência seria um experimento altamente perigoso. Todavia, o comitê não fundamenta sua oposição ao plano proposto tão somente nas considerações já apresentadas. Ele está plenamente convencido de que o minucioso estudo das línguas antigas, em especial do latim e do grego, não só antes como após a admissão na faculdade, é, em muitos aspectos, decididamente e positivamente útil ao aluno. No disciplinamento intelectual dos jovens, a importân162
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cia do estudo dessas línguas, na opinião do comitê, não pode ser razoavelmente negada, e dificilmente será questionada por muitos daqueles cujos julgamentos são pautados pela luz da experiência. Tal estudo leva o jovem estudante de volta à era inicial da história dos esforços intelectuais, revela as operações mais simples e primordiais da mente, e o familiariza com suas obras brilhantes e ímpares. Ele estimula a diligência e a dedicação rigorosa e responsável ao provar ao estudante que as jazidas do aprendizado podem ser penetradas tão somente pelo esforço incessante, ao mesmo tempo em que o adverte da inutilidade e do destino do talento quando não assistido por pesquisas profundas e laboriosas. A memória do estudante torna-se assim retentiva; sua recordação das coisas, rápida; e sua capacidade de discernimento crítico, mais acurada. Começando a estudar a língua em sua simplicidade primitiva e acompanhando seu progresso até o estágio atual, o estudante por certo acaba por aperfei163
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çoar seu refinamento e ampliar sua capacidade de pensar e de comunicar seu pensamento. A familiaridade com os elementos da língua e a mitologia, bem como com a cronologia e a geografia dos antigos, que o estudante adquire por intermédio dos clássicos, naturalmente instiga em sua mente um desejo ardente de conhecimento, enquanto sua imaginação é inspirada pela poesia e eloqüência de tais obras. Os feitos heróicos que os antigos celebram podem, de fato, despertar a ambição do aluno, mas a sabedoria de seus preceitos haverá de lhe iluminar e guiar o julgamento, e abrandar seu fervor, conduzindo-o aos campos da ciência com a esperança de alcançar troféus valiosos, mas sem derramamento de sangue, nos conflitos da mente. Tendo acesso aos repositórios dos mais antigos e mais esplêndidos resultados dos esforços da mente, ele se apodera dos requintados tesouros da antiguidade e, acompanhando os processos dos intelectos talentosos posteriores, sua mente 164
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torna-se rica em conhecimento, e ele fica apto não só a interagir com as pessoas versadas do mundo como, como a desenvolver atividades práticas em geral. Insiste-se que as línguas mortas não são necessárias nem úteis às interações e atividades da vida nem mesmo do erudito, e que, para todos os fins práticos, é perdido o tempo despendido no aprendizado delas. No entanto, para o comitê,tal objeção não é bem fundamentada. Quem concordaria em abrir mão da disciplina mental que o estudo da álgebra impõe, ou em orientar o estudante a pôr Euclides de lado, porque a perfeita organização dos signos de uma, ou os problemas e demonstrações do outro, talvez não sejam diretamente úteis à prática dos homens de negócios? Tais exercícios dão vigor à mente, produzem um hábito de pensamento cuidadoso e conexo, e preparam o estudante para o uso bem-sucedido dos materiais que ele pode ter extraído da miscelânea seuabolir apren-o dizado. Contudo, as razõesde para estudo da literatura clássica não são mais 165
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convincentes ao fundamentar-se, como o fazer, no postulado inadmissível de que o estudante deveria restringir-se ao mero aprendizado prático. O estudo do grego como disciplina da educação elementar não só revela o grau de perfeição a que a língua foi levada no passado e a precisão quase matemática a que está sujeita, como instrumento de comunicação, mas, ao mesmo tempo, leva o estudante à contemplação e ao profundo conhecimento de um povo extraordinário e incomparável, cuja história intelectual demonstra êxito ímpar, e que deve continuar sendo objeto de interesse cada veznenhuma maior com o passar E se por outra razão,do aotempo. menos como meio de cultivar um conhecimento da filosofia e dos poderes da linguagem, e de aprimorar o refinamento e o estilo, as línguas antigas devem ser estudadas desde cedo, com cuidado e dedicação. A utilidade da literatura clássica às profissões que exigem formação, porém, oferece mais um motivo, e forte, na opi166
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nião do comitê, para que seja mantida em um lugar proeminente na grade curricular da faculdade. Pode-se de fato alcançar grande respeitabilidade sem seu auxílio, como aconteceu com advogados de extraordinários dons intelectuais, mas presume-se que tais pessoas em geral acabem por lamentar sua incapacidade de utilizar as ricas ilustrações e embelezamentos que o erudito copiosamente extrai do aprendizado clássico. Também o profundo e extenso conhecimento da natureza humana, tão essencial ao advogado e ao estadista, pode ser adquirido com maior efetividade investigando-se e desenvolvendo-se as srcens da ação humana, em todas as idades. Pelas diversas comparações assim instituídas, a indispensável qualificação de um advogado, de um estadista ou de um juiz, qual seja, sensatez e discernimento em seu julgamento, pode ser aperfeiçoada, quando não realmente desenvolvida. Essa característica inestimável de sabedoria não é construída por opiniões casuais e superficiais sobre homens e coi167
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sas. Tais opiniões devem ser estudadas, investigadas e analisadas com diligência, profundidade, cuidado e minúcia através de todos os importantes acontecimentos da história até os clássicos antigos, em sua língua srcinal, por aquele que deseja destacar-se como jurista ou estadista. Para grandes conhecimentos e ampla atuação na medicina e na cirurgia, a importância de um conhecimento das línguas latina e grega dificilmente será negada, quando se recorda que uma grande parcela da linguagem de tais artes, mesmo em seu atual estágio avançado, tem srcem clássica. Sem a literatura clássica, o teólogo experimentará sérios constrangimentos em uma profissão de tremenda responsabilidade e imensurável importância. Tendo sido as línguas antigas transformadas nos meios de comunicação da religião revelada ao homem, os srcinais devem ser considerados o padrão de exatidão e veracidade, e, assim, o único recurso seguro para explicar e afastar dificuldades 168
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e dúvidas tão constantemente criadas por traduções involuntariamente ou deliberadamente errôneas. Em uma matéria de tão profundo interesse, que professor estará disposto a abrir mão de quaisquer meios disponíveis de apurar a verdade? Como controvérsias envolvendo interesses eternos são geralmente resolvidas por comentários de interpretação bíblica, a lealdade à alma dos homens impõe uma obrigação imperativa de ler e conhecer as Escrituras em sua simplicidade e pureza srcinais. De fato, é provável que não seja necessário discorrer sobre tal ponto, já que a ignorância do conhecimento clássico e dos meios mais seguros de explicar os oráculos da verdade deve ser, nessa profissão, largamente condenada. Se, então, desejamos, de acordo com o exemplo e as intenções dos Pais e Patronos daquela Instituição, saber e comunicar a verdade em simplicidade, belezaaqui e força, as línguassua antigas tornar-se-ão objetos de mais intenso interesse e maior patrocínio. 169
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A simples consideração de que a verdade divina foi comunicada ao homem nas línguas antigas deve resolver tal questão, e conferir-lhes perpetuidade. Além disso, enquanto abre as mais copiosas fontes de ilustração e explanação, a literatura clássica possibilita àquele que se fez proficiente nela enfatizar, com maior efeito, o desempenho dos deveres. Insiste-se que, se o estudo das línguas antigas já não fosse exigido como requisito de admissão na faculdade ou como parte de sua grade curricular, o tempo do estudante poderia ser empregado de forma útil no aprendizado de sua própria língua eglês de está outras modernas. Porém, o intãolínguas vinculado às línguas antigas, descende tão diretamente delas, tem tanto delas em sua composição e base que, para conhecê-lo de maneira meticulosa, o estudo daquelas línguas é indispensável. De fato, elas podem ser consideradas a base da maioria das línguas modernas. O comitê de bom grado reconhece que tanto os estudantes que esperam ser cha170
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mados ao exterior, quer em virtude de negócios, quer para atividades científicas, como aqueles que buscam destacar-se em erudição devem aprender as línguas modernas mais largamente faladas. No entanto, o caminho mais rápido para o aprendizado das línguas modernas em uso geral é tornar-se bom conhecedor das antigas, das quais as modernas derivam. Admite-se amplamente que, com uma compreensão adequada do latim, facilita-se muito o progresso do estudante em francês. Portanto, é motivo de satisfação para o comitê que, nos períodos mais avançados da vida acadêmica, quando o estudante já tiver progredido o suficiente nos clássicos antigos, o francês possa ser estudado sem qualquer perturbação do sistema estabelecido e com grande vantagem enquanto curso paralelo. No entanto, mesmo o francês, no julgamento do comitê, não deve substituir os clássicos, seja condição de admissão, no cursocomo regular ou como teste de seja conhecimento. O comitê não o considera um 171
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curso equivalente. O espanhol e o italiano são aprendidos com tanta facilidade por alguém que seja versado em latim que bem podem ser considerados apêndices dele, e não precisam, na opinião do comitê, ser incluídos na grade curricular sistemática da faculdade em que aquela língua seja ensinada; menos ainda têm elas direito de precedência. O comitê considera prudente e adequada a regra atual que permite que alunos estudem francês e espanhol à sua escolha, e é da opinião de que, a todos que possam demonstrar seu desejo de estudar tais línguas, quando adequadamente avançados nas línguas antigas, ser mantidas as instalações e osdevem meios adequados. As considerações especificadas de forma sucinta no exame necessariamente rápido que fez do assunto que lhe foi encaminhado levaram o comitê à conclusão de que é desaconselhável alterar omodo ensino regular de a excluir do nesta mesmofaculdade, o estudo das línguas antigas. 172
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Plenamente convencidos da importância do estudo meticuloso e de um conhecimento acurado das línguas antigas, e acreditando que concepção tão errônea a respeito de sua utilidade se srcine do fato de que elas têm sido apenas parcialmente estudadas e aprendidas, o comitê tem visto, com aprovação, que, nos últimos vinte e cinco anos, tais línguas têm recebido aqui atenção crescente, e que aumentou consideravelmente o rol dos conhecimentos clássicos e outros, exigidos como qualificação para admissão na faculdade. O efeito desse aumento foi claramente o de elevar a fama da instituição eperíodo o níveldedopreparação aprendizado. Prolongado acadêmica e, emo conseqüência, adiada a idade em que os estudantes normalmente solicitam admissão, eles são mais efetivamente capacitados a dedicar-se aos estudos que exigem maturidade de intelecto e, mais tarde, a progredir em erudição e ciência. Aprovando com veemência as atividades que têm sido desenvolvidas até 173
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aqui, o comitê mantém a opinião de que as condições de admissão podem, muito adequadamente, ser elevadas de forma gradativa até tornar enfim necessários, como condição de admissão, conhecimentos muito mais extensos, em especial dos clássicos, do que as leis da faculdade estabelecem atualmente. No entanto, o comitê não considera aconselhável que a corporação tome qualquer medida a esse respeito até que ele possa valer-se das informações e da experiência do Corpo Docente, recebendo deste uma recomendação específica. Faculdade de Yale, 9 de setembro de 1828.
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Este livro foi impresso pela Gráfica Daikoku. O miolo foi feito com papel chambrill avena 80g, e a capa com cartão triplex 250g.