UFF – Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia TEQ – Departamento de Engenharia Química Laboratório de Engenharia Química I Prof.: Maria Luisa Rodriguez Peçanha
SEDIMENTAÇÃO
Por: Alan Jordão Ferreira Camila Fontoura Paulo Gabriel Alexandre Vasconcelos Mariana Menezes
Niterói – RJ 10 de dezembro de 2012
1. Sinopse 1.1.
Finalidades e objetivos
Através de um ensaio de sedimentação em batelada, utilizando um Teste de Proveta, deseja-se determinar os parâmetros de projeto para um sedimentador contínuo, ou seja, a seção transversal e a altura. Estes parâmetros serão determinados através da construção da curva de sedimentação.
1.2.
Descrição da experiência
Uma suspensão de carbonato de cálcio 6% (p/v) é colocada numa proveta de 1000 mL, a mistura é agitada e, em seguida, deixada em repouso sobre a bancada. Medições de tempo sucessivas são realizadas a cada 50 mL de clarificado durante a evolução da sedimentação. A temperatura e a altura correspondente correspondente a 50mL 50mL são medidas.
1.3.
Equações envolvidas nos cálculos
Foi utilizado o Método de Kynch, no qual:
A área é dada por: S
F AC A a
onde, a é o mínimo da curva obtida quando colocamos:
S
X Vl
A altura do sedimentador é dada por: z D
com V = Vs + Vl
F LC L
e
V S
V S
F C A A .t rs sol
F C A A .t C t * sol
A altura total do sedimentador é dada por:
Z total total = Z D D + 6 f t t
1.4.
Comparação dos resultados
Os valores obtidos para a área e para a altura do sedimentador de 6,5 m² e 2,2 m, respectivamente; podem ser considerados compatíveis com os valores conhecidos para os sedimentadores mais utilizados industrialmente, pois, em média, um reator de sedimentação contínuo tem cerca de 2 m de altura e área de seção transversal bem variada devido à vazão e à concentração utilizadas.
1.5.
Conclusão
Neste trabalho utilizou- se o “Teste de Proveta” para medir parâmetros de um sedimentador contínuo em grande escala. Foi encontrado uma área de seção transversal igual a 75,7 m 2 e altura igual a 2,1 m. Estes resultados estão coerentes com o esperado, pois sabe-se que sedimentadores contínuos normalmente tem grande diâmetro e baixa profundidade.
1.6.
Recomendações
As principais recomendações que devem ser adotadas durante a execução da prática são agitar a mistura adequadamente, buscando tampar a abertura da proveta para evitar perdas de material. Além destas, é necessário estar atento à evolução da sedimentação para obter as marcações de tempo e altura da maneira correta. Para que os efeitos de parede sejam minimizados seria ideal que a proveta fosse substituída por uma de maior diâmetro.
2. Introdução 2.1.
Finalidades e objetivos
Através de um ensaio de sedimentação em batelada, utilizando um Teste de Proveta, deseja-se determinar os parâmetros de projeto para um sedimentador contínuo. Os sedimentadores são estruturas amplamente utilizadas na indústria tanto para processos de clarificação quanto para os de espessamento. O projeto destes equipamentos baseia-se na curva de sedimentação. Para projetar um sedimentador contínuo são necessárias duas etapas: o cálculo da área da seção transversal, relacionado à vaza da suspensa a ser tratada, e cálculo da altura, relacionado à concentração desejada para a lama.
3. Resumo Teórico 3.1.
Introdução Teórica
A sedimentação é um processo físico que tem o objetivo de separar sólidos de líquidos ou dois líquidos. Consiste em deixar a mistura em repouso até que a fase mais densa se deposite no fundo do recipiente pela ação da gravidade. Os processos de sedimentação na indústria química são realizados de forma contínua ou descontínua em equipamentos denominados decantadores ou sedimentadores. As operações que compõem estes processos podem ser dividas em clarificação e espessamento. No espessamento o produto de interesse é o sólido e na clarificação, o produto de interesse é o líquido clarificado. O formato de um sedimentador contínuo é geralmente feito de uma parte cilíndrica e outra cônica, com função de facilitar a retirada da corrente de fundo do equipamento. A parte superior do equipamento possui um vertedouro por onde transborda a corrente de líquido clarificado. A alimentação é posicionada na região central do equipamento, podendo ser feita no topo ou no interior do mesmo. O sedimentadores podem ser utilizados em diversos ramos industriais, tais como indústria automobilística, celulose e papel, têxtil, tendo como principal função a potabilização da água, separação de hidróxidos, lavadores de ar. Por exemplo, na indústria da mineração, os sedimentadores são
utilizados com as seguintes finalidades: obtenção de polpas com concentrações adequadas a um determinado processo subseqüente; espessamento de rejeitos com concentração de sólidos elevada, visando transporte e descarte mais eficazes; recuperação de água para reciclo industrial; recuperação de sólidos ou solução de operações de lixiviação, utilizados em processos hidrometalúrgicos. A operação de sedimentação é baseada em fenômenos de transporte, onde a partícula sólida em suspensão está sujeita a ação das forças da gravidade, do empuxo e de resistência ao movimento. O mecanismo da sedimentação descontínua auxilia na descrição do processo contínuo, com o uso do teste de proveta, que é baseado no deslocamento da interface superior da suspensão com o tempo. Durante o teste pode ser observada, após um tempo, a existência de cinco regiões distintas: uma região de líquido clarificado, a de sedimentação livre e a de compactação, como mostrado na figura abaixo.
Figura 1: Mecanismo da sedimentação descontínua A região A mostra o líquido clarificado. Esta camada pode se mostrar turva durante um tempo pela permanência de partículas finas na suspensão. A região B tem a mesma concentração da suspensão inicial, ou seja, entre A e B é possível notar nitidamente a linha que divide as regiões. A partir da região C, chamada de zona de transição, a concentração da suspensão aumenta de cima pra baixo, variando entre o valor inicial até a concentração da camada mais espessa. A região D mostra a suspensão espessada na zona de compressão, ou seja, é a suspensão onde os sólidos decantados sob a forma de flocos se encontram dispostos uns sobre os outros, sem atingirem a máxima compactação. Os sólidos decantados logo no início do teste se localizam na região E, a espessura desta zona praticamente não varia durante o ensaio.
Através da figura pode-se observar a evolução da decantação com o tempo. As zonas A e D tornam-se mais significativas, enquanto a zona B diminuiu. As zonas C e E permaneceram inalteradas. Ao final do processo B e C desapareceram, ficando apenas o líquido clarificado, a suspensão em compressão e o sedimento grosso. Este ponto também é chamado ponto de compressão, ou ponto crítico. A zona A aumenta enquanto que a zona D diminui lentamente até a superfície de separação das camadas A e D atingirem o valor.
3.2.
Dedução de todas as equações
3.2.1. Cálculo da área de seção transversal do sedimentador (Método de Kynch) Com os dados experimentais, é possível constrir o gráfico Z x t (altura da interface clarificada x tempo obtido experimentalmente). Por esse gráfico, obtêm-se as alturas da interface clarificada (zi), através de retas tangentes aos pontos do gráfico.
Figura 2: Obtenção da Altura da Interface Clarificada
O balanço material para o sólido na proveta é: C o .V o
C L .V i
Equação 1
Onde: C0 é a concentração inicial; V0 é o volume inicial; CL é a concentração na altura L; Vi é o volume da interface clarificada. Calcula-se, em seguida, os valores de CL, para cada zi correspondente ao instante tL: C L
C O . Z O Z i
Equação 2 A velocidade de sedimentação de sólidos na proveta é dada por: V L
dZ dt
t t L
Equação 3 V L
Z i Z L t L
Equação 4
Figura 3: Sedimentador Contínuo
Considera-se um sedimentador contínuo de seção transversal S para se fazer os balanços de massa para sólido e para líquido, conforme apresentado na Figura 3. Balanços de massa, supondo CS = 0 (as partículas não são arrastadas para o extravasante): Para sólidos: FA. CA = FC.CC
Equação 5 Para líquido: FA.(A - CA) = FS. S + FA.(C - CC)
Equação 6 Rearranjando e dividindo por S: F S
F A .C A
S
S
1 C A
.
_
. C C S 1
Equação 7 F S S
- velocidade de ascenção do líquido limpo Onde: _
A
.Cc C C
C .C A
C A
Equação 8 Para um nível L qualquer dentro do sedimentador, numa região de mesma seção transversal, temos uma dedução análoga: Para sólido: FL.CL = FC.CC
Equação 9
Para líquido: FL.(L – CL) = FS.S + FC.(C - CC)
Equação 10 Rearranjando e dividindo por S: _
F S S
1 ' F .C 1 L L . . S C L C C S
Equação 11 Onde: _
'
L .C L C .C c C C C L
Equação 12 Para que as partículas não sejam arrastadas para o extravasante (hipótese inicial: Cs =0), a velocidade de sedimentação dos sólidos deve ser maior ou no caso limite, igual a Q/S. Neste ponto, ligaremos o teste de proveta com o sedimentador contínuo fazendo:
F S S
V L
Equação 13 Onde: FS/S é a velocidade de ascensão do líquido no sedimentador; VL é a velocidade de sedimentação dos sólidos no teste de proveta. C L (concentração de sólidosno nível L do sedimentador) C L
C L(concentração de sólidosassociados a (t
C O . Z O Z i
Equação 14
L , Z L ) no teste
de proveta)
F L .C L S
V L
_
1 1 ' . C C C S L
Equação 15 Determinam-se os valores FL.CL/S e plotando-se o gráfico ((FL.CL)/S) x (VL), encontra-se o valor mínimo da curva obtida, que será utilizado para o cálculo da área mínima necessária para um sedimentador contínuo, pois:
F L .C L a S min
Equação 16
F L .C L
F A .C A
S
F A .C A a
Equação 17
Figura 4: Determinação do Valor mínimo da Curva
3.2.2. Cálculo da altura do sedimentador A região D do Teste de Proveta corresponde à zona de compactação que vai de uma determinada altura ao fundo do equipamento.
Figura 5: Esquema mostrando a região D do teste de proveta Para determinarmos a altura, precisamos inicialmente do volume da zona de compressão (V). Este volume é a soma do volume de sólidos (Vs) e de líquido (VL). V = Vs + VL Equação 18 Determina-se o valor de t* (tempo crítico durante o teste de proveta quando passa a haver somente duas zonas) através da curva de Z versus t; encontra-se o tempo associado ao ponto da curva cortado pela bissetriz do ângulo formado pelas retas correspondentes à fase inicial (sedimentação linear) e final (compressão) da sedimentação (Figura 7). Constrói-se o gráfico de 1/CL versus t para determinar o valor de tC (tempo necessário para chegar à concentração desejada) e o valor da área abaixo da curva, no intervalo entre t* e tc . Determina-se o valor de VS (volume de sólidos na zona de compressão): V S
F C A A t C t * sol Equação 19
Determina-se o valor de V L (volume de líquido na zona de compressão)
VL
F C A A líq .x.Area líq . .t c t* líq . sol.
Equação 20
Figura 6: Esquema para determinação de t*
ZD
V
S
Equação 21 A altura total do sedimentador pode ser estimada, adicionando à altura da zona de compressão, as alturas que se seguem (segundo Foust): 2 ft para fundo (cônico/ piramidal); 2 ft de estocagem; 2 ft submersão do duto de alimentação.
Z total
Z D 6 ft
Equação 22
4. Parte Experimental 4.1.
Materiais e equipamentos
Fluido: - 1L de água destilada
Sólido: - 60 g de carbonato de cálcio (CaCO 3)
Equipamentos: - Proveta volumétrica de 1000 mL - Bécher de 1000 mL - Balança Digital com erro de 0,005 g - Bastão de vidro - Cronômetro digital - Pisset com água destilada - Paquímetro com erro de 0,05 mm - Termômetro com precisão de 0,2°C - Papel filme
4.2.
Descrição da instalação
A instalação corresponde a uma proveta volumétrica de 1000 mL com uma suspensão de carbonato de cálcio a 6% (p/v). O sistema é agitado, cuidadosamente, para que a homogeneidade da mistura seja obtida. O conjunto permanece em repouso sobre a bancada para que se inicie o teste de proveta. 4.3.
Procedimento experimental
Em uma balança digital, pesou-se o bécher e tarou-se a balança. Adicionou-se o carbonato de cálcio no bécher até que o seu peso atingiu 60,03 g. Acrescentou-se uma pequena quantidade de água destilada ao bécher, afim de transferir a mistura para a proveta, este procedimento foi repetido até que todo o sólido tivesse sido carreado. Em seguida, completou-se o volume da proveta com água destilada até atingir a marca de 1000 mL. Tapou-se a boca da proveta com papel filme e, com o auxílio da palma da mão, agitou-se a mistura para homogeneização. O sistema foi posicionado em repouso sobre a bancada e iniciou-se o cronômetro. A cada marcação de 50 mL de clarificado o tempo foi registrado. Com o paquímetro, mediu-se o comprimento correspondente a 50 mL na proveta volumétrica. Durante a sedimentação, mediu-se, também, a temperatura da mistura. A penúltima marcação foi realizada após o clarificado ter percorrido 30 mL em relação à marcação anterior, enquanto a última foi efetuada no dia seguinte à prática.
5. Apresentação e Discussão dos Resultados 5.1.
Apresentação e discussão dos resultados
Os dados foram obtidos a partir da medição do tempo necessário para cada redução do volume da interface clarificada em 50 mL. A par tir do diâmetro da proveta, que é constante, relacionou-se a variação de volume com a variação de altura da interface clarificada. A Tabela 1 reflete os dados obtidos bem como a relação do volume com a altura a partir da Equação 1:
Equação 1: Equação da altura
Tabela 1: Dados experimentais e cálculo da altura correspondente Tempo (s)
Marcação da Proveta (mL)
Altura correspondente (cm)
0
1000
34.9
112.77
950
33.155
239.62
900
31.41
383.21
850
29.665
525.58
800
27.92
671.15
750
26.175
874.99
700
24.43
1045.87
650
22.685
1273.33
600
20.94
1556.15
550
19.195
1903
500
17.45
2322
450
15.705
2783
400
13.96
3330
350
12.215
3967
300
10.47
4903
250
8.725
6788
220
7.678
261908
165
5.7585
Para o cálculo dos parâmetros do sedimentador, inicia-se elaborando duas retas com os dados experimentais. A primeira reta considera haver somente sedimentação linear (zona 1) nos primeiros oito pontos, que podem ser bem ajustados para uma reta, e a segunda reta considera acontecer somente compressão (zona 3) nos dois últimos pontos. Já os pontos intermediários foram ajustados para uma função logarítmica, representando a zona de transição (zona 2). Segue abaixo os gráficos das três zonas:
Zona de Sedimentação Linear 40 ) m35 c ( a d30 a c i f i r 25 a l c e c 20 a f r e t 15 n i a d10 a r u t l 5 A
y = -0,0116x + 34,369 R² = 0,9928
Pontos Experimentais Linearização dos pontos
0 0
200
400
600
800
1000
1200
Tempo (s)
Zona de Compressão 9
) m c 8 ( a d7 a c i f i r 6 a l c 5 e c a 4 f r e t n i 3 a d2 a r u t 1 l A
y = -8E-06x + 7,7291 R² = 1
0 0
50000
100000
150000 Tempo (s)
200000
250000
300000
Zona de Transição ) 25 m c ( a d20 a c i f i r a 15 l c e c a f r 10 e t n i a d 5 a r u t l A
y = -9,169ln(x) + 86,611 R² = 0,9994
Pontos Experimentais Curva dos pontos
0
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Tempo (s)
As equações encontradas em cada uma das zonas foram:
Zona 1: Zona 2: Zona 3:
5.2.
Cálculo da área da seção transversal do sedimentador:
5.2.1. Cálculo de , e : A partir das equações em cada zona, calculou-se a velocidade de sedimentação ( ) derivando as equações em cada ponto. Também foi calculado , que é a altura de interface clarificada de uma suspensão de concentração homogênea igual a , com a mesma quantidade de sólidos da suspensão original.
a) Zona 1
[]
Pode-se perceber então que é o coeficiente linear da reta, ou seja, para todos os pontos dessa região.
b) Zona 2
[ ] c) Zona 3
[] Usando a mesma consideração da Zona 1, então
.
foi utilizado a equação abaixo para as três zonas, e :
Para o cálculo do onde
Segue abaixo na Tabela 2 os valores encontrados: Tabela 2: Valores encontrados para
, e .
Tempo (s)
Altura correspondente (cm)
vL (cm/s)
Zi (cm)
CL (g/ml)
0
34.9
0.000000
34.369
0.060957462
112.77
33.155
0.011600
34.369
0.060957462
239.62
31.41
0.011600
34.369
0.060957462
383.21
29.665
0.011600
34.369
0.060957462
525.58
27.92
0.011600
34.369
0.060957462
671.15
26.175
0.011600
34.369
0.060957462
874.99
24.43
0.011600
34.369
0.060957462
1045.87
22.685
0.011600
34.369
0.060957462
1273.33
20.94
0.007201
30.109
0.069582085
1556.15
19.195
0.005892
28.364
0.07386289
1903
17.45
0.004818
26.619
0.078704948
2322
15.705
0.003949
24.874
0.084226381
2783
13.96
0.003295
23.129
0.090580959
3330
12.215
0.002753
21.384
0.097972643
3967
10.47
0.002311
19.639
0.106677886
4903
8.725
0.001870
17.894
0.117080977
6788
7.678
0.000008
7.7291
0.271059632
261908
5.7585
0.000008
7.7291
0.271059632
5.2.2. Cálculo de (
)/
Nessa parte, usou-se os dados:
⁄
Para calcular (densidade da corrente de alimentação) e (densidade da corrente do concentrado) foram usados os valores de volume da Tabela 3, volume este calculado a partir da equação . Depois de encontrado os volumes, foi usado novamente esta equação para encontrar e .
Tabela 3: Valores de
na alimentação e no concentrado m (g)
ρ (g/ml)
Alimentação
V (ml)
C(g/ml)
Sólido
2.7300
60.03
21.99
Líquido
0.9968
974.87
978.01
Corrente
1.0349
1034.90
1000.00
Sólido
2.7300
120.06
43.98
0.9968
952.95
956.02
1.0730
1073.01
1000.00
Concentrado Líquido Corrente
0.6003
1.2006
Então:
_
Ainda houve a necessidade de encontrar ρ' de modo a obter todos os dados necessários para realizar o cálculo de . Temos:
_
ρ'
_
ρ'
Com todos os dados obtidos, podemos usar a equação abaixo: _
( ) ' ρ
Porém: _
ρ'
Então, simplificando e rearranjando a equação temos:
Segue abaixo a Tabela 4 com os valores de Tabela 4: Valores de
⁄.
CL(g/l)
1/CL(l/g)
vL (dm/s)
Fl*Cs/S (g/s.dm²)
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
60.95746167
0.016404883
0.00116
0.143640553
69.58208509
0.014371515
0.00072008
0.119172314
73.86288958
0.013538598
0.000589211
0.113104618
78.70494759
0.012705682
0.000481818
0.110091802
84.22638096
0.011872765
0.000394875
0.111433447
90.58095897
0.011039848
0.000329465
0.1215432
97.9726431
0.010206931
0.000275345
0.146634835
106.6778858
0.009374014
0.000231132
0.221211541
117.0809769
0.008541097
0.000187008
0.882410932
A partir desses valores, um gráfico de encontrar o ponto mínimo (a).
X foi feito para
1 0,9 0,8 0,7 ) ² m d . 0,6 s / g 0,5 ( S / s 0,4 C * l F 0,3 0,2 0,1 0 0
0,0002
0,0004
0,0006
0,0008
0,001
0,0012
0,0014
vl (dm/s)
É possível então calcular a área da seção transversal a partir do ponto mínimo, sendo:
5.3.
Cálculo da altura do Sedimentador
5.3.1. Cálculo de trl Para calcular t rl, que é o tempo de residência do líquido na zona de compressão do sedimentador, encontramos primeiro os valores de t* e tC. No cálculo de t C, pela proximidade com o último ponto obtido na zona 2, e pela proximidade da curva obtida com os pontos (R²=0,9994) utilizaremos essa equação para obter o tempo para se atingir Cc.
O valor de t* é o tempo associado ao ponto da curva z X t pela bissetriz do ângulo formado pela reta da fase inicial (Zona 1) com a reta da fase final (Zona 3) como representado no gráfico abaixo:
Cálculo de t* ) 400 m350 m ( a 300 d a c 250 i f i r 200 a l c e 150 c a f r 100 e t n 50 i a d 0 a r u t l A
Pontos experimentais Reta zona 1 Reta Zona 3 Bissetriz 0
2000
4000
6000
8000 10000 12000
Tempo (s)
Equação da reta bissetriz:
Juntamente com a equação da zona 2 é possível saber em qual ponto essas duas curvas se cruzam. Este é o ponto com t*, sendo:
Agora com os valores de tC e t* é possível calcular t rL.
∫ ( )
Porém, a equação de t rL tem uma integral de C L em função do tempo. Sabe-se que seu valor está na zona 2, podemos calcular a integral:
∫
∫
Com o valor da integral, foi calculado o valor de t rL:
5.3.2. Cálculo de VS e VL
Por fim, a altura do Sedimentador é dada por:
Como, segundo Foust, a altura total do Sedimentador será p z D acrescido de 2 ft para fundo (cônico/piramidal), 2 ft para estocagem e 2 ft de submersão do duto de alimentação, z total será:
6. Conclusões Este trabalho teve como objetivo dimensionar um sedimentador contínuo a partir do “Teste de proveta”, que é um ensaio de sedimentação em batelada
realizado no laboratório. O sedimentador dimensionado apresentou uma área de seção transversal de 75,7 m2 e altura de 2,1 m. Estes resultados foram coerentes com o esperado, pois se sabe que sedimentadores contínuos são de grande diâmetro e baixa profundidade. Portanto, os valores encontrados para a área e para a altura do sedimentador podem ser considerados satisfatórios, pois, em média, um reator de sedimentação contínuo tem cerca de 2 m de altura e área de seção transversal bem variada devido à vazão e à concentração utilizadas. Recorrendo ao Perry´s Handbook, podemos encontrar tanques de sedimentação industriais com diâmetros de até 30 m. Pode-se concluir então que a prática realizada cumpriu com o seu objetivo de demonstrar como calcular parâmetros de um sedimentador industrial a partir de um simples teste em escala laboratorial.
7. Recomendações Para minimizar os erros experimentais algumas recomendações devem ser seguidas durante a execução da prática: 1) Verificar se a proveta está adequadamente limpa antes de transferir a mistura. 2) Durante a agitação da mistura deve-se ter cuidado para não ocorra perda de material, ou seja, deve-se buscar vedar a boca da proveta da melhor forma possível. 3) A agitação deve ser realizada até que seja possível observar que não existe deposição do sólido no fundo da proveta para que a homogeneização da mistura seja alcançada. 4) Observar constantemente a deposição do material para que o tempo e a altura sejam tomados adequadamente. Outras recomendações poderiam ser adotadas para melhorar o desempenho da prática: 1) Utilizar uma proveta com um diâmetro maior para minimizar os efeitos de parede. 2) Fazer um estudo sobre a influência do uso da densidade da partícula (considerando o volume de poros) ao invés da densidade do sólido sobre os cálculos.
8. Apêndice 8.1.
Notação empregada
- densidade média
’
A
- densidade da alimentação
C
- densidade do concentrado
liq. S
- densidade do líquido
- densidade do sobrenadante.
sol
- densidade do sólido
C A - concentração da alimentação CC - concentração de concentrado CL - concentração na altura L CO - concentração inicial CS - concentração do sobrenadante F A - vazão na Alimentação FC - vazão de concentrado FS - vazão do sobrenadante S - área da Seção transversal de um Sedimentador Contínuo t = tL - tempos obtidos experimentalmente t* - tempo crítico, é quando passa haver duas fases na proveta correspondente à uma concentração crítica C * tC - tempo necessário para chegar a concentração desejada no concentrado C C trL - tempo de residência do líquido na zona de compressão do sedimentador trS - tempo de residência do sólido na zona de compressão do sedimentador V - Volume Total
Vi - volume na altura L vL - velocidade de ascensão do líquido no sedimentador VL - Volume total de líquido V0 - Volume inicial VS - Volume total de sólidos ZD - altura do sedimentador Zi - altura de interface clarificada ZL - altura da interface clarificada em t = t L Z0 - Altura inicial ztotal - altura final do sedimentador
8.2.
Bibliografia consultada
FOUST, A.S., WENZEL, L.A., CLUMP, C.W., MAUS, L., ANDERSEN, L.B.; “Principles of Unit Operations”; John Wiley & Sons, Inc. New York and London;
Japan; Toppan Printing Company LTD; 1960; pp. 465 - 472. BUTZEK, Ana Carolina; LINDEMANN, Caroline; SCHMIDT, Vanesse Wendt. Sedimentação. Rio Grande, 2010. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA6-kAB/sedimentacao# . Acesso em: 30 de janeiro de 2013.