REENCARNAÇÃO: PRÓS E CONTRAS Pe. Estêvão Bettencourt C.S.B.
compreender mel3or que o amor do 5eus irreversvel est! na raiz da e&ist'ncia APRESENTAÇÃO
de todo 3omem, a fim de conduzi-lo à plenitude da ?ida atravs da camin3ada da e&ist'ncia presente@
O tema "Reencarnação" ocorre frequentemente quando se discute o
Estêvão Bettencourt, O.S.B.
sentido da vida. As indagações que esta suscita parecem, às vezes, poder resolver-se pelo recurso a encarnações anteriores. odavia esta "solução f!cil" nada resolve, pois preciso confessar que as "encarnações anteriores" ainda são menos l#cidas ou mais misteriosas que a vida presente. $uem que sa%eria contar os enredos de suas e&ist'ncias pregressas( )or conseguinte, oportuno e&aminarmos os fundamentos com que muitos apelam para a tese da reencarnação* quais os argumentos em que se apoiam( + qual a força de tais dados, à luz da )sicologia, da )arapsicologia, da ilosofia e da %lia /agrada( A f cristã ensina que certas interrogações suscitadas pela e&ist'ncia presente são, para n0s, de difcil penetração, não porque uma força cega ou mec1nica este2a a reger a nossa 3ist0ria, mas porque um 4rande Amor e&erce a sua s!%ia )rovid'ncia so%re n0s. al o amor de 5eus, que, sendo infinitamente perfeito, não pode ser plenamente com preendido por nossa intelig'ncia criada. /e 3! interrogações6 em nossa vida, estas se devem ao fato de os desgnios de 5eus ultrapassarem longe o nosso limitado entendimento. $uando não compreendemos o plano de 5eus, is t o se d! porque +le mais Amor do que podemos imaginar. 7m d ia , quando o virmos face-a-face 8 cf. 9: or 9; , 9< 6 9= o ;, <> , teremos a resposta para as d#vidas que 3o2e gostariamos de resolver recorrendo a 3ip0teses. O presente op#sculo, a%orda a tem!tica da reencarnação so% seus v!rios aspectos, a fim de a2udar, em termos simples, a refle&ão das pessoas interessadas. +stas sentem, por v ez es , a necessidade de e&plicações que em poucas palavras vão ao essencial. )ossa este op#sculo prestar serviço aos seus leitores e lev!-los a 2
;. :onclusão ......................................................................... 9F REENCARNAÇÃO: PRÓS E CONTRAS SUMÁRIO Apresentação ................................................................................< 9. $ue reencarnação( .............................................................. B <. Reencarnação* /im ou Cão( ...................................................... B <.9. Razões de ordem psicol0gica <.9.9. Carrações feitas em sono 3ipn0tico ...............D <.9.<. O fenEmeno da paramnsia .......................... F <.9.;. + os g'nios( .................................................. G <.9.B. Aprender recordar ....................................... G <.9.D. As simpatias e antipatias ............................... H <.9.I. As tend'ncias e inclinações ........................ 9J <.9.F. Os instintos .................................................. 9J <.9.G. As semel3anças e dissemel3anças ............ 9J <.<. Razões de ordem filos0fico-religiosa <.<.9. A desigualdade de sortes ............................ 99 <.<.<. O inferno ...................................................... 9< <.; Razões de ordem natural <.;.9. A lei dos contr!rios ...................................... 9; <.;.<. Catureza cclica ......................................... 9; <.B. Razões de ordem 3ist0rica <.B.9. )ovos não-cristãos ................................ 9B <.B.<. Ca tradição da Kgre2a ............................. 9B <.D. Razões de ordem %%lica <.D.9. =oão atista e +lias .................................................... 9I <.D.<. =esus e Cicodemos ........................................... 9I <.D.;. =esus e o cego de nascença ............................. 9F 3
outro. Alm das correntes religiosas derivadas da Nndia, devemos mencionar que v!rias escolas filos0fico-religiosas ocidentais adotam a crença da reencarnação* assim o +spiritismo, a Rosa-:ruz, o +ssencialismo, a ogosofia, a Antroposofia, etc. A palavra reencarnação tem seus sinEnimos ou quase sinEnimos*
REENCARNAÇÃO: PRÓS E CONTRAS
metempsicose 8transmigração das almas>, metensomatose 8mudança de corpo>, palingenesia 8repetido nascimento>, pluralidade de e&ist'ncias etc.
A :rença na reencarnação tem-se alastrado não s0 entre os não
)erguntamo-nos agora* quais os argumentos geralmente aduzidos
cristãos, mas tam%m entre os fiis cat0licos. Luitos destes, mal
nos de%ates em torno da reencarnação(
informados so%re o assunto, 2ulgam poder conciliar entre si a f cat0lica e a doutrina da reencarnação. +is por que, nas p!ginas seguintes,
. REENCARNAÇÃO: SIM OU NÃO?
a%ordaremos* 9> a noção de reencarnação6 <> os argumentos de%atidos
A tese da reencarnação luta com a grande dificuldade de, em
em torno do assunto6 ;> Reencarnação e Ressurreição.
estado psquico normal, ningum ter consci'ncia ou reminisc'ncia de 2! 3aver e&istido no corpo em uma pr-vida. P o que recon3ece
1. QUE É A REENCARNAÇÃO?
sinceramente um ardoso adepto moderno da reencarnação*
Reencarnação significa a volta de um esprito ou elemento psquico
"O mais importante argumento contra a reencarnação é o
à carne ou ao corpo. /upõe que determinado esprito ten3a animado um
esquecimento quase geral das vidas passadas; são etremamente raras
corpo em vida anterior6 ter-se-! desencarnado e, ap0s certo intervalo,
as recordaç!es de reencarnação; eis por que podem ser consideradas
3aver! retornado à terra assumindo outro corpo. As reencarnações são
como ilus!es individuais... Se é verdade que # vivemos algumas ve$es%
regidas pela lei do Marma, que, conforme seus defensores, o%riga todo
como se eplica não s& o esquecimento geral 'das vidas anteriores(% mas
indivduo a pagar 8e&piar> em encarnação posterior as fal3as cometidas
o esquecimento dessas vidas por esp)ritos elevados e so*retudo pelos
na vida presente6 seria uma lei cega. 5ei&aria de se e&ercer desde que a
m)sticos% que penetram até a essência do ser+" ',. -/OS-0,S12%
pessoa não tivesse mais6 pecado a e&piar6 isto l3e permitiria desencarnar-
Preesisten$a
se definitivamente.
e
3eincarna$ione%
p.
45s%
citado
por
S2,E1%
0
3eencarnação dos Esp)ritos. São Paulo 5674% p. 568(.
/egundo os povos de tradição 3industa, a reencarnação pode ocorrer em corpo de animal irracional 8da o respeito de muitos pelos
Ora, para quem ignora o motivo pelo qual est! destinado a se purificar
animais infra-3umanos>. Os ocidentais, porm, acreditam que as
neste mundo 8ou pelo qual se reencarnou>, vã a sanção ou a
transmigrações das almas se dão apenas de um corpo 3umano para
reencarnação. A 2ustiça 3umana e&ige que o ru castigado sai%a por que 4
punido6 o %om senso se revolta contra punição que não ten3a
limiar desta vida e passar para a sua e&ist'ncia pregressa"* ?irgnia
e&plicação. )ara que eu me possa emendar dos erros pelos quais sou
então contou que no sculo SKS vivera na Krlanda com o nome de ride
punido, devo sa%er quais foram. At mesmo o cão que castigado por
Lurp3. eria nascido aos
ter su2ado a casa, instrudo a respeito da falta que cometeu. Cotemos
idade, estudava. :asou-se com /ean rian Lac:art3, fil3o de um
as s!%ias palavras de +nias de 4aza 8Q D*
advogado de :orU, e foi morar em elfast, conforme o enredo apresentado. 5ivertia-se tocando a lira e dançando a =iga. :omprava sua roupa no :adenns Vouse. O seu marido era professor de 5ireito na
"9uando ten:o de castigar meu il:o ou meu servo% ...começo por admoest#
$uenns 7niversit de elfast e escrevia artigos para o peri0dico News-
evitar recair no mesmo erro. =ão deveria >eus% quando envia as mais
Letter da cidade. ride ter! morrido num domingo de 9GIB, vtima de
terr)veis puniç!es% instruir aqueles que as sorem% a respeito do motivo
uma queda. 5escreveu seus funerais e sua vida desencarnada6 ressaltou
desses castigos+ Poderia Ele tirar
que não passara pelo purgat0rio, ao contr!rio do que l3e insinuara o )e.
crimes+ ...que proveito se :# de esperar da punição% se ninguém nos
=o3n 4oran, da igre2a de /anta eresa. Acrescentou ainda alguns dados
mostra qual oi a nossa culpa+ Em verdade% semel:ante castigo vai
so%re a sua nova encarnação, em curso desde 9H<;.
contra o que pretende? irrita e leva @ revolta" (Theophrastes, )4
A 3ist0ria contada por ?irgnia nessa "encar nação anterior" era
GD,;J<>.
muito vivaz e minuciosa6 a narradora usava sotaque irland's e e&pressões
Cão o%stante, os reencarnacionistas 2ulgam poder valer-se de
regionais da Krlanda, dançava a =iga e apresentava particularidades tão
razões de ordem psicol0gica, filos0fica, fsica, 3ist0rica e %%lica para
verossmeis que parecia realmente ter e&perimentado tudo quanto ela
firmar a sua tese. +&aminemos, pois, tais argumentos.
descrevia. Kmpressionado com tais resultados, Lore ernstein mandou uma comissão de peritos à Krlanda para averiguar a genuinidade das
.1. Ra!"e# $e or$e% 'co()*'ca#
narrações6 estes W como tam%m os rep0rteres do Post de 5enver, do
8.5.5. =arraç!es eitas em sono :ipn&tico
Dail News de :3icago e do Li!e, que se l3es seguiram W puderam
comprovar a veracidade de v!rios t0picos do enredo narrado6 outros não 9. )ara estudar este assunto, vamos, antes do mais, relatar a
foram confirmados6 pareciam mesmo anacrEnicos 8por e&emplo, ride
3ist0ria de ?irgnia ig3e ocorrida em 9HD< nos +stados 7nidos da
Lurp3 teria raspado toda a pintura de sua cama de metal quando tin3a
Amrica, pois tal o caso mais famoso e tpi co ent re os cong' neres.
quatro anos de idade em 9GJ<6 ora antes de 9GDJ não 3avia camas de
?irgnia ig3e foi 3ipnotizada por Lore ernstein, 3onrado
metal na Krlanda>. +m 2aneiro de 9HDI Lore ernstein pu%licou os
comerciante de )ue%lo, :olorado 87./.A.>, de ;I anos de idade, que se
resultados de todas as suas e&peri'ncias e pesquisas no livro The Search
dedicava ao 3ipnotismo à guisa de passatempo, sem ser especialista no
o! Bri"e #urph '0 procura de ride Lurp3>, de
assunto. evando a /ra. ?irgnia à regressão de idade, f'-la "transpor o
poucas semanas venderam-se 9FJ.DJJ e&emplares dessa o%ra@ 5
O fato que, para muita gente, o fenEmeno ride Lurp3 parecia ser a
por ?irgnia. O Rev. Z3ite con3ecera a 2ovem ?irgnia, quando
prova ca%al de que e&iste reencarnação6 as grandes revistas ilustradas da
frequentava a igre2a dele6 em uma srie de artigos para o =ornal 0merican
+uropa e dos +stados 7nidos pu%licaram longas reportagens so%re o
de :3icago, revelou que, como criança, ?irgnia vivia do ou tro lado da rua
caso ride Lurp3, insinuando tal teoria6 ten3a-se em vista especial-
em que residia a /ra. ridie 8não ride> Lurp3 :orUell6 pEs-se a
mente a revista Li!e 8edição espan3ola> de HTBT9HDF. Lultiplicaram-se as
namorar o fil3o dessa sen3ora irlandesa, de modo que ia frequentemente
sessões de 3ipnotismo destinadas a desco%rir e identificar "encarnações
à casa desta e ouvia as 3ist0rias auto%iogr!ficas narradas por ridie
anteriores" dos respectivos pacientes6 em 2ornais apareceram an#ncios
Lurp3 :orUell, com sotaque irland's e com recurso ao folclore e ao lin-
de 3ipnotizadores que se prontificavam para detectar vidas pregressas
gua2ar pr0prios das regiões de :orU e elfast6 ?irgnia a%sorvia essas
dos seus clientes ao preço do 7/X
3ist0rias com grande interesse, a ponto de se identificar 8at certo grau>
As consequ'ncias deste re%oliço foram sensacionais* na :alif0rnia, Lr.
com a sen3ora irlandesa, que ela 2ulgava seria a sua futura sogra.
Vpnosis fez "retroceder" uma mul3er que fora cavalo em 9GJJ@ +m
odavia desfez o namoro e esqueceu as e&peri'ncias vividas em casa de
/3reveport, uisiana 87./.A.>, registrou-se o recorde* um rapaz de 9F
ridie Lurp3 :orUell. :ontudo ficaram no seu inconsciente to das as
anos 3ipnotizou uma moça que recuou dez mil anos no tempo. +m /3a-
reminisc'ncias que l3e 3aviam sido transmitidas pela irlandesa. Ora, anos
Ynee, OUla3oma, um 2ovem de 9H anos, c3amado Ric3ard /YinU, redigiu
depois colocada em sono 3ipn0tico por ernstein, ?irgnia 8como toda
a seguinte mensagem* "/into muita curiosidade acerca do relato de
pessoa 3ipnotizada> perdeu o controle de si mesma e dei&ou-se
ride Lurp36 por conseguinte, quero ir investig!-lo pessoalmente"* e
comandar totalmente pelo 3ipnotizador. +le l3e ordenava 8como narra o
suicidou-se com um tiro@...
pr0prio ernstein>* "quero que sua mente retroceda mais e mais... V!
odavia muitos estudiosos revelaram menos entusiasmo6 quem
outras cenas, de terras distantes e lugares longnquos, em sua mem0ria.
con3ecia psicologia e 3ipnotismo, não se impressionava com o livro de
?oc' poder! falar-me so%re elas e responder às min3as perguntas". oi
ernstein, pois não apresentava novidades. 5urante dec'nios os
imediatamente ap0s esta ordem que ?irgnia ig3e se converteu em ride
reencarnacionistas 2! 3aviam apontado casos semel3antes, em%ora
Lurp3, de :orU na Krlanda6 para desempen3ar o papel correspondente,
menos vultosos. +ram, por e&emplo, con3ecidas as e&peri'ncias do coro-
tirou do seu inconsciente as noções que a vel3a irlandesa l3e tin3a
nel Al%ert de Roc3as que, no incio do sculo SS, teria induzido uma
narrado e que ela passou a apresentar como suas pr0prias e&peri'ncias
paciente 3ipnotizada a reviver onze "encarnações"6 em 9GGF o esprita
de vida pregressa. W O pastor Zall Z3ite revelou que ?irgnia, 2ovem,
ernandes :olavida "magnetizara" um mdium que conseguia recordar
fizera declamações em irland's,... que aos sete anos de idade 3avia
quatro de suas "reencarnações"6 os teosofistas Annie Z. easant e
raspado a pintura de sua cama de metal e, em consequ'ncia, levara uma
ead%eater referiam v!rias e&peri'ncias do mesmo tipo.
surra 8façan3a esta que ?irgnia atri%ua a "ride Lurp3" na encarnação
O caso de ride Lurp3 f0i finalmente desvendado, quando em :3icago
anterior>. O nome do esposo de ride W /ean rian Lac:art3 W
o pastor protestante Zall Z3ite se pEs a acompan3ar o enredo narrado
e&plicava-se %em* Sean é a forma irlandesa de Aoão 8nome do fil3o de 6
ridie Lurp3 :orUell, que ?irgnia namorara>, e Brian era o nome do
epis0dios que, uma vez analisados, se evidenciam como fatos ocorridos
esposo atual e real de ?irgnia ig3e... Assim v!rios pormenores da vida
ao 3ipnotizado na e&ist'ncia atual, mas diversamente associados pela
de ?irgnia ig3e, oportunamente investigados, coincidiam com o enredo
fantasia. 5a mesma forma, o operador poder! fazer que o paciente
atri%udo a ridie Lurp3 e o elucidavam suficientemente6 evi denciava-se,
antecipe o futuro ou a vel3ice, tomando a voz rouca e tr'mula de um
desta maneira, que, para atender ao comando de ernstein, ?irgnia não
ancião. ?ale a pena registrar o seguinte* o 3ipnotizador que em
3avia narrado senão e&peri'ncias de sua vida presente, livremente
/3reveport 8uisiana> conseguiu levar diversas pessoas a vidas
associadas entre si. ornava-se in#til ou mesmo anticientfico o recurso à
pregressas, cometeu um descuido ao enfrentar o quarto paciente* em vez
reencarnação.
de l3e dizer* "$uero que voc' retroceda... mais... e mais... atravs do tempo... at outro lugar...", disse "...mais... e mais... a+, outro $un"o%. O
<. Carrado e desvendado o caso de ?irgnia ig3e, podemos propor as seguintes considerações*
paciente então anunciou imediatamente que era um ser estran3o c3amado
As pesquisas so%re as narrações de vida pregressa feitas em sono
":", que vivia na uz e que realizava viagens interplanet!rias num disco
3ipn0tico permitem dizer que se trata de fenEmenos let!rgicos, assim
voador@...
e&plic!veis*
3a%itualmente
temos
conscientes
apenas
9TG
dos
am%m significativo este particular* em geral, as pessoas que
con3ecimentos que adquirimos desde a inf1ncia6 os FTG restantes ficam
dizem recordar-se de suas e&ist'ncias passadas, apresentam-se como
no inconsciente, como que ignorados. :ontudo, por efeito de c3oque psi-
personagens importantes. O o%servador 5ouglas Vome declarava que 2!
col0gico forte, as noções latentes podem aflorar à mente e com%inar-se
tivera a 3onra de encontrar ao menos doze Laria Antonieta, rain3a da
de muitas maneiras, dando ocasião a que o indivduo fale e proceda
rança, seis ou sete Laria /tuart, rain3a da Knglaterra, multidão de /ão
como se 3ouvesse mudado de personalidade. P o que se verifica, por
us e outros reis, uns vinte Ale&andres e :sares6 nunca, porm, se
e&emplo, quando algum colocado em estado de transe* um
defrontara com personagem insignificante... Ora quem entra numa clnica
3ipnotizador que possua domnio so%re seu paciente, pode sugerir-l3e
de doentes mentais, tem f!cil oportunidade de conversar com muitos
que e&perimente as situações mais estran3as e ridculas* o 3ipnotizado
"vultos eminentes" da 3ist0ria passada. As pretensas afirmações de reen-
sentir! então sucessivamente calor e frio com sintomas tpicos destas
carnação não serão, pois, em v!rios casos, e&pressões requintadas da
situações6 far! convictamente as vezes de soldado, de 4eneral e de Rei,
megalomania de indivduos psicopatas(
de ricaço e de mendigo, de acordo com as sugestões que o operador l3e quiser incutir6 retroceder! no tempo, comportando-se como criança,
8.58. O enmeno da paramnésia
tomando voz infantil, mostrando-se tagarela e capric3oso6 tentar! engatin3ar, escrever! com letra de aprendiz de escola prim!ria. +, se o
Luitas pessoas que vão, pela primeira vez, a determinado
3ipnotizador insistir, conseguir! que seu paciente "ultrapasse o limiar da
lugar, t'm a impressão de 2! 3aver estado a, recon3ecendo o
vida presente", contando epis0dios de uma vida anterior à atual,
am%iente com suas caractersticas. )ergunta-se* como e&plicar tal 7
fenEmeno, dito de paramnsia, senão pela reencarnação( +m vida
8.5.. E os gênios+
pregressa, a pessoa 2! teria visitado tal luga r. W A prop0sito, podem-se fazer quatro considerações, que
As pessoas geniais, segundo os reencarna cionistas, seriam
dispensam a reencarnação. a>
espritos
[s vezes a pessoa não esteve conscientemente no lugar,
que
se aperfeiçoam
em
numerosas
encarnações
anteriores.
mas l! esteve inconscientemente6 ora o inconsciente 8mesmo o de uma
W al e&plicação gratuita. $uem o%serva os g'nios, verifica
criança de colo> col3e impressões e as guarda latentes. 5igamos, pois,
que não nasceram sa%endo, mas são pessoas que estudam e
que uma criança se2a levada a uma praça p#%lica ou a um cemitrio6
pesquisam concentradamente ou sem dispersão. Ora, isto supõe
trinta anos mais tarde supostamente, esta pessoa volta a tal am%iente6
i nt el i g' n ci a p e rs pi c az e v o nt a de d ec i di d a, m a s n ã o s u p õe
compreende-se
encarnações anteriores.
que
o
recon3eça
imediatamente...
Afirmar!
conscientemente 2! ter visitado o lugar W o que ser! verdade, não,
$uanto a crianças-prodgio, pode-se o%servar o seguinte*
porm, numa encarnação anterior.
Luitas vezes as crianças-prodgio são as que aprendem com
%>
)ode acontecer tam%m que a pessoa ten3a visto imagens
rapidez e facilidade. odavia estes predicados se devem à
do lugar em fotografias de livros ou filmes W o que leva a crer que 2!
constituição nervosa de tais crianças, de tal modo que raramente
ten3a estado no lugar.
elas se torna pessoas talentosas. Ao contr!rio, as crianças apa-
c> Eiste tam%m a e&plicação pela 3iperestesia. V! pessoas cu2o
rentemente não talentosas, mas dotadas de natureza calma,
inconsciente capaz de ler o inconsciente de outrem. Ora, se vou ao
aprendem de maneira mais contnua e podem c3egar a ser
=apão pela primeira vez e ten3o a impressão de 2! ter estado l!, posso
pessoas de import1ncia ou mesmo geniais.
perguntar-me se nunca me ac3ei ao lado de uma pessoa que 2! tivesse
5eve-se o%servar que as crianças tidas como prodgios em
estado no =apão. :aso positivo 8o que plausvel>, eu terei perce%ido
matem!tica ou m#sica são como as demais crianças em outros
inconscientemente o que o amigo vira conscientemente e trazia no seu
setores de atividade intelectual. Ora, verifica-se que os prodgios
inconsciente.
do c!lculo são os mais mec1nicos que 3!, pois as m!quinas
d>
Acontece tam%m que 3! muitos o%2etos semel3antes, de
calculadoras os podem reproduzir 8sem ter intelig'ncia>* às vezes,
modo que, ao dizermos que 2! vimos algo, podemos estar confundindo
pessoas pouco prendadas t'm e&traordin!ria facilidade para o
esse algo com algum semel3ante.
c!lculo W o que mostra que este não o sinal de prodgio nem
+m suma, 3! v!rias e&plicações para o fenEmeno da
de genialidade. Algo de semel3ante se diga em relação aos
paramnsia dotadas de %ase cientfica6 a #nica destituda de
prodgios musicais.
fundamento seria o recurso à reencarnação. 8. 5.7. 0prender é recordar 8
5uas pessoas que não se con3ecem mutuamente, podem V! pessoas que aprendem com tanta facilidade que dão a
e&perimentar viva simpatia ou antipatia uma pela outra, ao se
i mp r es sã o d e q ue e st ã o a p en as a vi va nd o c on 3e ci me nt os 2 !
encontrarem pela primeira vez. Os reencarnacionistas tentam e&plicar o
adquiridos 8no caso... adquiridos em vida pregressa>. O argumento
fenEmeno afirmando que eram amigos ou inimigos em encarnação
não recente, pois 2! )latão 8Q ;BG a.:.> o utilizava* no di!logo
anterior.
Dénon refere que /0crates fazia perguntas a um escravo, que
W /em o recurso gratuito à reencarnação, tal fato se pode elucidar
respondia acertadamente6 ora, tais respostas, segundo o fil0sofo,
de quatro maneiras*
revelavam a aquisição de con3ecimentos numa vida anterior à
a> Os psic0logos falam de "recordação traum!tica"* uma ocorr'ncia
união da alma com tal corpo. )latão o%servava ainda que todos
insignificante da inf1ncia ou da 2uventude de algum pode dei&ar marcas
os 3omens trazem con3ecimentos em estado latente, que não
no psiquismo dessa pessoa para o resto da vida. Assim uma criança que
foram adquiridos na vida presente, mas, sim, numa encarnação
sofra uma emoção desagrad!vel por parte de um animal 8sapo, cac3orro,
anterior.
gato, serpente...>, poder! sentir, por toda a sua e&ist'ncia, profunda
=!
/ an to
Ag os ti n3 o
8Q
B ;J >
c ri ti ca va
t al
a rg um en ta çã o,
repulsa por tais animais. O mesmo efeito pode provir de certas pessoas
ponderando que as respostas acertadas eram sugeridas ao
ou de certos nomes de pessoas* conta-se o caso de algum que, ao
escravo pelo pr0prio modo como eram feitas* "A proporção que l3e
frequentar o 4rupo +scolar, voltava quase diariamente para casa com
faziam per guntas %em graduadas e coordenadas, o escravo via o que
uma turma de crianças, entre as quais uma menina de nome Vildegarda,
l3e apontavam e contava o que via" (De Trinitate, SKK 9D6 ) B<, 9J99>.
que era grandona e detratora6 %astou isto para que mais tarde sentisse
O%servemos ainda que a arte de estudar e aprender uma
antipatia por qualquer mul3er de nome Vildegarda. am%m se diz que o
atividade psicossom!tica6 est! em relação não s0 com o psquico do
fil0sofo Ren 5escartes sempre alimentou simpatia por ol3os vesgos,
estudioso, mas tam%m com as suas disposições fsicas ou corporais6 a
porque a primeira mul3er que ele amou, sofria deste defeito. +m suma, a
im%ecilidade, a de%ilidade mental ou idiotice... são consequ'ncias de
psicologia registra numerosos casos em que a emoção-c3oque 2! 3!
lesões do organismo e, em especial, do cre%ro. 5e outro lado, os esp-
muito desapareceu, mas persiste o estado emocional correspondente.
ritos ditos "mais evoludos" %eneficiam-se de disposições org1nicas e
%> Os psic0logos tam%m con3ecem a "lei da individualidade dos
fisiol0gicas que tornam a aprendizagem mais f!cil, imediata e intuitiva.
instintos", que assim pode ser formulada* quando algum instinto nosso se
7ma alma %em dotada, num corpo sadio, naturalmente propensa a
satisfaz plenamente com determinado o%2eto, perde o interesse por
r!pida e perspicaz apreensão da verdade.
qualquer outro o%2eto da mesma espcie6 da prov'm simpatias irrefletidas para com certos lugares e certas pessoas, como se s0 esses lugares e essas pessoas fossem capazes de nos trazer a felicidade.
8.5.. 0s simpatias e antipatias
c> am%m a lei das associações psicol0gicas e&plica muitos casos 9
de simpatia à primeira vista* as pessoas com que nos encontramos pela
reencarnacionistas. "O 3omem que revela talento musical, talvez ten3a sido
primeira vez, nos lem%ram 8por suas semel3anças nas feições, no modo
rou&inol6 o que possui grandes capacidades para arquiteto, talvez ante-
de falar, no ol3ar, nos gesto...> outras pessoas que nos são raras ou aves-
riormente ten3a vivido como castor", escreve o esprita . iguier '>opo
sas. 5a as simpatias e antipatias espont1neas.
Dorte% p. 4(.
d> Outras vezes os sentimentos de simpatia ou antipatia t'm fundo
G O%servamos que todos os 3omens, assim como os animais
se&ual (se&-appeal' trata-se de algo natural, nem sempre dotado de
irracionais, t'm instintos cong'nitos, sem os quais não poderiam
caractersticas perversas.
so%reviver 8alimentar-se, defender-se...>, mas pereceriam fatalmente6 os
odas estas e&plicações dispensam a reencarnação.
instintos %!sicos pertencem à estrutura din1mica de qualquer organismo vivo. Alm dos instintos fundamentais, compreende-se que os seres 3umanos ten3am instintos peculiares, caractersticos da respectiva
8.6.4. 0s tendências e inclinaç!es
personalidade6 3a%ilitam seus portadores a e&ercer suas funções na Algumas crianças sentem forte inclinação para alguma profissão
ou
arte*
querem
tornar-se
soldados,
sociedade ou a se entrosarem na comunidade 3umanaW sem o que
aviadores,
ningum se auto-realiza.
engen3eiros, artistas de cinema ou televisão... Ora, isto, dizem-nos, s0 se e&plica porque tais pessoas e&erceram tal profissão ou arte em
8.5.H. 0s semel:anças e dissemel:anças
encarnação anterior. Respondemos* se tais inclinações prov'm de uma vida anterior,
$uando, ap0s a morte de certa pessoa, nasce outra, notavelmente
devem ser inatas. Ora, difcil admitir que algum ten3a sido
semel3ante à falecida, dizem alguns estudiosos que estamos diante de
astronauta, locutor ou artista de televisão... em encarnação anterior,
um caso de reencarnação6 o esprito do defunto estaria voltando a este
visto que se trata de profissões recentes. 5eve, pois, 3aver outra
mundo num corpo quase id'ntico ao da encarnação anterior.
e&plicação para o fenEmeno6 com efeito, a psicologia ensina que, se
W +m resposta, pode-se o%servar* os reencarnacionistas não se
algum ouvir, desde a inf1ncia, elogiar certa arte ou ci'ncia, poder!
surpreendem de que um fil3o se2a semel3ante ao pai ou à mãe, pois isto
facilmente conce%er o seu futuro em função de tal arte ou ci'ncia.
se e&plica naturalmente pelas leis da gentica, sem necessidade de recursos à reencarnação. odavia, se nasce uma criança parecida com o falecido avE ou %isavE ou algum outro parente "desencarnado", 3! quem
8.5.F. Os instintos
2ulgue que o surpreendente fenEmeno deva ser e&plicado pela pluralidade P costume sentirmos inclinações para certas coisas e aversão por outras6
das e&ist'ncias. Ca verdade esta tese revela a ignor1ncia dos mais
trata-se de instintos que trazemos inatos e não adquiridos nesta vida6 por
recentes estudos concernentes à 3ereditariedade de caracteres fsicos
conseguinte são provas de encarnações anteriores, conforme os
8cor, feições, altura...> e psquicos6 ao gerarem uma criança, os pais condi10
cionam os seus traços som!ticos e as faculdades psquicas que
viveram encarnações anteriores6 por seus mritos ou demritos
dependem destes 8todas as ações 3umanas são atos de um composto
8sancionados pela lei do 1ar ma( % o%tiveram sorte feliz ou
psicossom!tico>.
desgraçada para a sua presente encarnação. :om efeito, a lei do
Cote-se ainda que, mesmo entre pessoas não consanguneas,
Marma ensina que todo ato mau cometido uma dvida contrada que
podem e&istir e&traordin!rias semel3anças. P vão, porm, querer
dever! ser paga6 se não o for nesta e&ist'ncia mesma, ser! paga na
e&plic!-las pela 3ip0tese da reencarnação, visto que tais indivduos não
seguinte ou nas seguinte s.
consanguneos são, muitas vezes, contempor1neos entre si, de modo
W Respondemos*
que um não pode ser a reencarnação do outro.
a> P gratuito o pressuposto de que todos os 3omens devem ter
V! quem argumente em favor da reencarnação a partir do fato
começado a e&istir em iguais condições fsicas e psquicas. 5eus
contr!rio. :om efeito, dizem, entre fil3os dos mesmos pais encontram-
so%eranamente livre para criar quem +le queira e como +le queira. O
se surpreendentes diferenças de capacidade intelectual e de car!ter
mundo inteiro est! c3eio de criaturas variegadas6 não 3! sequer duas
moral6 numa famlia de lar tranquilo, nasce às vezes um indivduo de
fol3as ou duas flores a%solutamente iguais entre si. P precisamente esta
esprito indisciplinado e vadio6 ocorre que at entre g'meos se deem ca-
variedade que faz a %eleza e a 3armonia do universo. W O que a 2ustiça
racteres e temperamentos muito diversos. Ksto tudo parece desafiar as
divina nos assegura, que cada criatura, dentro da sua pr0pria realidade,
leis da 3ereditariedade e e&igir e&plicação pela teoria da reencarnação.
rece%e as graças necess!rias para c3egar ! plenitude da perfeição6 sem
+m contraparte, o%servamos que tal 3ip0tese supõe noção
d#vida, o /en3or 5eus c3ama cada ser 3umano à perfeição e l3e oferece os
demasiado estreita da 3ereditariedade e do atavismo. Alm disto,
su%sdios necess!rios para atingi-la.
não leva em consideração os fatores acidentais que afetam a vida
%> P falso fazer coincidir a felicidade com sa#de, din3eiro e sucesso
intra-uterina, o nascimento, a primeira inf1ncia de cada indivduo e
temporal... Luitos daqueles que possuem tais %ens, são inquietos e sofrem
que devem ser e&aminados um por um, em cada caso particular.
não raro dolorosos dramas ntimos ou p#%licos, ao
contr!rio, muitos
daqueles que não os possuem, são tranquilos e serenos e comunicam aos .. Ra!"e# $e or$e% -'(o#)-'core('*'o#a
outros paz, magnanimidade e valores morais. +m #ltima an!lise, a grandeza de algum não est! no ter, mas no ser6 pode algum ter muitos %ens mas ser um monstro, como tam%m pode ter muitos %ens materiais, mas ser uma
8.8.5. 0 desigualdade de sortes
grande personalidade. Ora a grande personalidade 3erdeira da felicidade 7m dos mais frequentes argumentos filos0ficos o das
m!&ima, que a vida eterna.
desigualdades . 7ns nascem ricos, sadios e muitos prendados, ao
5e resto, -nos muito difcil aquilatara felicidade dos 3omens, pois certo
passo que outros v'm ao mundo doentes, alei2ados e po%res... Ora,
que não 3! quem não ten3a sua cru$ a carregar . A cruz escola ou
dizem-nos, isto s0 se pode e&plicar pelo fato de que uns e outros
instrumento de purificação ou engrandecimento como 2! ensinavam os 11
antigos gregos mediante o trocadil3o p#t:os m#t:os 8sofrimento escola ou
sa%eremos o porqu' dos desgnios do /en3or. +ntrementes pode-se dizer
educação>6 cf V% D, G. P certo, porm, que, ao permitir se2a cada um tentado,
que o sofrimento nem sempre punição de pecados pessoais, mas
o /en3or 5eus se encarrega de l3e dar a graça necess!ria para superar o
sempre providencial6 vem a ser ocasião de crescimento interior, de modo
mal e dele tirar o proveito respectivo 8cf. 9 :or 9J, 9;>.
que quem não sofre, se amesquin3a ou se fec3a no egosmo6 a natureza 3umana tal que ela se %eneficia enormemente no cadin3o do
c> A lei do 1arma é a aplicação da lei da causalidade fsica ao mundo
sofrimento. A 2ustiça de 5eus consiste em ministrar a todo 3omem os
moral* " lei sem e&ceção, que rege o universo inteiro, desde o !tomo
su%sdios necess!rios para carregar a sua cruz com grandeza de alma,
invisvel e imponder!vel at os astros6 consiste em que toda causa produz o
de modo que adquira mritos.
seu efeito, sem que nada possa impedir ou desviar o efeito, uma vez posta a causa" 8ver . L. )AL+/, Detaps)quica I Espiritismo. arcelona 9HDJ, p.
8.8.8. O inerno
BG<>. P cega, autom!tica e não inteligente, e&atamente como as leis fsicas. O que se faz, ter! inevitavelmente as suas consequ'ncias sem possi%ilidade
O conceito cristão de inferno, dizem, contr!rio ao conceito de um
de perdão.
5eus %om e perfeito. Ora a tese da reencarnação o evita.
Ora não 3! prova de que e&ista a lei do 1arma% como não 3! prova da
- Ca verdade, a doutrina concernente ao inferno não derroga em
reencarnação. rata-se de lei fatalista, mecanicista, que não se coaduna nem
a%soluto à ondade de 5eus. O que torna o inferno inaceit!vel a muitos
com a %ondade de 5eus nem com a li%erdade do 3omem6 no +vangel3o 5eus
de nossos contempor1neos, a concepção falsa que dele t'm. P o que se
aparece como )ai... o )ai que, conforme a par!%ola do fil3o pr0digo 8c 9D, 99-
depreender! das e&planações a%ai&o.
;<>, perdoa imediatamente ao fil3o que se mostre arrependido. )ode-se
=esus deu claramente a entender que, ap0s a peregrinação
mesmo dizer que tal lei leva ao a%surdo6 com efeito, segundo o 1arma% toda
terrestre, duas são as formas de vida possveis para o 3omem* uma
pessoa sofredora nesta vida deveria estar pagando graves pecados de
%em-aventurada6 a outra, infeliz. Assim, por e&emplo, falam as par!%olas
encarnação anterior6 seria um grande pecador reencarnado, ao passo que
do 2oio e do trigo 8Lt 9;, , da rede do pescador 8Lt 9;, ;F-BJ>, dos
todo indivduo sadio e rico deveria estar col3endo os frutos positivos das
convidados à ceia 8c 9B, 9I-, das virgens 8Lt . Ca 3ist0ria
virtudes praticadas em e&ist'ncia pregressa 8seria uma pessoa muito
do mau rico e do po%re !zaro 8c 9I, 9H-;9> o contraste inculcado
%enemrita> W o que contraditado pela e&peri'ncia.
com a m!&ima veem'ncia* na vida p0stuma poderão inverter-se os papis
d> Ainda a respeito do sofrimento, não podemos apontar a causa precisa
que atualmente ca%em aos indivduos. As duas sortes são tam%m
pela qual cada criatura sofre... e sofre tais e tais males6 ali!s, nen3um
apresentadas com muita 'nfase no quadro do 2uzo universal, em Lt
sistema filos0fico ou religioso o pode e&plicar de maneira ca%al. Apenas
;;-BI.
podemos afirmar, segundo a doutrina cat0lica, que 5eus, em seu plano
O inferno nada tem a ver com imagens populares de tanque de
sumamente s!%io, não se engana nem comete in2ustiça6 um dia, todos
en&ofre fumegante, nem algo criado por 5eus. ?em a ser a frustração 12
total ou a separação de 5eus resultante de livre opção da criatura na
tal estado, longe de ser incompatvel com a santidade de 5eus, resulta
terra.
precisamente do fato de que 5eus ama a criatura... e a ama divinamente,
:om outras palavras* todo ser 3umano foi feito naturalmente para o
isto , sem se poder desdizer e sem poder retirar-l3e o seu amor6 cf. <m
%em... e para o em que não se aca%e ou o em Knfinito W 5eus. +ste,
<, 99-9;.
e&plcita ou implicitamente, e&erce atração so%re todo 3omem, à
?'-se, pois, que não 3! necessidade de reencarnação para
semel3ança do Corte que atrai a agul3a da %#ssola. /e algum, usando
remover o "inferno indigno de 5eus". Kmporta frisar que, no decorrer da
da sua livre vontade, diz Sim a esse Corte 8\ 5eus>, encontra repouso e
sua peregrinação terrestre, o 3omem rece%e do /en3or todas as graças
plenitude 8a %em-aventurança celeste>... /e, porm, voluntariamente
necess!rias para se santificar e c3egar à plenitude da vida.
l3e diz =ão e na 3ora da morte encontrado pelo /en3or nessa atitude de repulsa consciente e volunt!ria, ter! o definitivo distanciamento de
./. Ra!"e# $e or$e% na+0ra(
5eus6 o /en3or respeitar! a sua opção negativa e não o forçar! a voltar
8..5. 0 lei dos contr#rios
para 5eus. P tal estado que se c3ama inerno; a pr0pria criatura a ele se condena, sem que o /en3or 5eus necessite de proferir alguma
/egundo )latão, a "lei dos contr!rios" lei fundamental da
sentença. Alm dessa dolorosa frustração, 3! no inferno o que a
natureza. )or conseguinte, a vida s0 pode nascer da morte, pois esta
/agrada +scritura c3ama ogo%... fogo, porm, que não o da terra.
representa o contr!rio da vida. )or isto toda criança que nasce na carne,
al estado definitivo e sem fim, porque a alma 3umana , por
algum que 2! morreu na carne.
si mesma, imortal. O mesmo s0 terminaria
W +m resposta, o%servemos que a lei dos contr!rios se aplica,
W se o /en3or aniquilasse a criatura 8o que seria contr!rio à
quando muito, às realidades 3omog'neas* um peso superior supõe a
/a%edoria do :riador6 5eus não destr0i o que ele faz>6
e&ist'ncia de um inferior6 um comprimento maior supõe outro menor6 um
W se o /en3or forçasse a vontade da criatura a dizer-l3e um
tempo dilatado supõe um menos prolongado... al lei, porm, não tem
Sim p0stumo, contr!rio à livre opção da mesma 8ora, o /en3or que
significado no plano das realidades 3eterog'neas, pois nunca se derivar!
deu li%erdade ao 3omem, não l3a retira>6
um comprimento mais e&tenso de um peso mais leve, nem um tempo mais
W se o /en3or cessasse de amar a criatura e dei&asse de l3e
dilatado de uma densidade mais fraca. Ora, a vida e a morte não são
aparecer como o /umo em6 então o pecador se fec3aria em si mesmo
realidades 3omog'neas* diferem entre si como o comprimento e o peso6
ou no seu egosmo, sem e&perimentar a atração de 5eus6 ele não sofreria
no que est! morto, impossvel desco%rir uma propensão, por mnima que
inferno. +is, porm, que o /en3or não pode dei&ar de amar o 3omem,
se2a, para o desa%roc3ar da vida6 e na força de e&pansão que a vida,
porque +le incapaz de se contradizer6 +le não pode dizer =ão ap0s ter
não se v' a tend'ncia para a imo%ilidade que a morte .
dito Sim; o seu amor irreversvel. +is o que se entende por inferno numa l#cida concepção. ?'-se que
8..8. =ature$a c)clica 13
sua o%ra 0 3eenc arnaç ão do s Esp) ritos ? A natureza, dizem, procede por ciclos* dia-noite, verão-inverno,
"São muitos os povos que sempre se conservaram rerat#rios
primavera-outono, semente-planta-semente... )or conseguinte, tam%m
@s concepç!es reencarnacionistas. Outros muitos s& *em tarde
a e&ist'ncia do ser 3umano seria marcada pelos ciclos das
admitiram essa doutrina% que não eistia no seu Credo primitivo.
reencarnações.
0ssim não encontra mos vest)gio nen:um da reenc arnaç ão
W Respondemos que nen3uma dessas analogias tem força
entre os persas% por eemplo; da mesma orma não recon:ece a
pro%at0ria* não se v' por que deduzir das mesmas que o 3omem deva
reencarnação a religião primitiva da C:ina% que s& *em tardiamente
periodicamente morrer e renascer. Lais* na natureza não se desco%re
a aceita so* a inluência do *udismo. 0 religião do antigo Egito
fenEmeno algum que apresente genuna analogia com a reencarnação. A
tam*ém é al:eia @ idéia da reencarnação" 8pp. 58s(.
semente lançada à terra desenvolve-se numa planta, que vive por algum
Ca Nndia mesma, que por vezes tida como %erço da tese da
tempo e depois morre. O vento dispersar! as cinzas da planta morta,
reencarnação, a religião primitiva não con3ecia tal doutrina. Os mais
fertilizando os campos e favorecendo a germinação de outras sementes.
antigos te&tos da literatura 3indu, e tam%m da literatura mundial, que
Las nunca se ouviu dizer que a planta morta se transforma em semente e
professam a palingenesia, datam dos sculos ?KKT?K antes de :risto6
assim recomeça a viver. P verdade que, antes de se transformar em
são alguns dos 3inos panis:ads. Os orientalistas não sa%em indicar
matria podre, a planta produz frutos de cu2as sementes se originam novas
como nem por que tal crença se originou na Nndia.
plantas6 estas, por sua vez, darão frutos, e assim indefinidamente. +ssas
Lesmo nos povos que professavam a reencarnação, encontram-se
plantas novas, porm, não são a repetição ou a reencarnação das
grandes vultos que não adotaram tal teoria6 assim os mais destacados
anteriores6 são indivduos totalmente distintos* cada uma possui um
pensadores de Roma e grande n#mero de fil0sofos gregos 8entre os quais
plano de organização unicamente seu.
Arist0teles, sem d#vida o maior de todos>. :onclui-se, pois, que não 3! unanimidade entre os povos antigos a
.. Ra!"e# $e or$e% 2'#+)r'ca
respeito da reencarnação. al unanimidade, porm, e&iste no tocante à
8.7.5. Povos não cristãos
crença na imortalidade da alma6 todos os povos que a 3ist0ria con3ece, t'm como certo que a morte do composto 3umano não acarreta a da alma
Os reencarnacionistas apelam tam%m para o testemun3o dos
e que esta so%revive ao separar-se do corpo. A ideia da ressurreição dos
povos antigos, afirmando que estes, desde as mais remotas pocas e
corpos ou da recomposição do composto 3umano emerge no 2udasmo
com certa unanimidade, professaram a doutrina dos sucessivos retornos
tardio 8cf. 5n 9<, e se torna um dos grandes artigos de
a este mundo.
f do :ristianismo.
] :ontudo um e&ame atento dos documen tos da 3ist0ria leva a conclusão assaz diversa. +is o que afirma o )e. )aulo /iYecU /. =. em
8.7.8. =a tradição da 2grea 14
tegrados na suprema felicidade com 5eus6 o inferno não seria eterno. V! quem diga que os cristãos da antiguidade acreditavam na
Cotemos que estas ideias foram propostas com reservas e a ttulo de
reencarnação. /omente no sculo ?K a Kgre2a se ter! afastado de tal
3ip0tese 8cf. Peri 0rc:on% PL 99, <. odavia os discpulos de Orgenes,
doutrina.
c3amados origenistas, eram monges do +gito, da )alestina e da /ria,
W /endo assim, e&aminemos os testemun3os dos primeiros sculos
que se %eneficiavam dos escritos ascticos e msticos do mestre, mas eram
do :ristianismo*
pouco versados em teologia6 por conseguinte, não tin3am critrios para distinguir entre as verdades de f e as proposições 3ipotticas de <9D> 2ulga ser a doutrina da
Orgenes. Os origenistas, portanto, nos sculos K?T?K professaram como
reencarnação ar%itr!ria, porque não se %aseia nem nas sugestões da
artigos de f não s0 a pree&ist'ncia das almas e a restauração final de
nossa consci'ncia nem na f cat0lica6 lem%ra que a Kgre2a não a pro fessa,
todos na felicidade inicial, mas tam%m a reencarnação. :ontrariavam
mas, sim, os 3ereges, especialmente aslides e os Larcionistas. :f.
assim o pensamento do pr0prio Orgenes, que era avesso à reencarnação,
Eclogae e Scripturis Prop:eticis JK22% )4 H, FJI6 Ecerpta e Scriptis
tida por ele como "f!%ula inepta e mpia" '2n 3om. PL 9B, 9J9D>.
Clemente de 0leandria
8Q
/:eodoti JJK222% PL H, IFB6 Stromata KKK, ; K?, )*, PL 557s. 586Ms.
As doutrinas dos origenista s c3amar am a atenção das autoridades da Kgre2a. +m DB;, o )atriarca Lenas de :onstantinopla redigiu e promul-
/. Krineu 8 Q o%serva que em nossa mem0ria não se encontra
gou quinze an!temas contra Orgenes, dos quais os quatro primeiros nos
vestgio de pretensas e&ist'ncias anteriores '0dv. Naer 22% % )4 F,
interessam diretamente*
HMs(; em nome da f, opõe o dogma da ressurreição dos corpos* nosso
1.
"/e algum crer na fa%ulosa pree&ist'ncia das almas e na
5eus %astante poderoso para restituir a cada alma o seu pr0prio corpo
repudi!vel 3a%ilitação das mesmas 8que geralmente associada àquela>,
8i%. KK ;;, )4 F, H(.
se2a an!tema.
Outros autores antigos se poderiam citar a propor semel3antes
2.
/e algum disser que os espritos racionais foram todos criados
ponderações. O mais importante, porm, Orgenes de Ale&andria 8Q .
independentemente da matria e al3eios ao corpo, e que v!rios deles
+ste propEs, à guisa de 3ip0tese, a pree&ist'ncia das almas* todos os
re2eitaram a visão de 5eus, entregando-se a atos ilcitos, cada qual
espritos teriam sido criados desde toda a eternidade e dotados da mesma
seguindo as suas m!s inclinações, de modo que foram unidos a corpos, uns
perfeição inicial* muitos, porm, terão a%usado da sua li%erdade e pecado.
mais, outros menos perfeitos, se2a an!tema.
al pecado 3aver! sido, para 5eus, a ocasião de criar um mundo material,
. /e algum disser que o sol, a lua e as estrelas pertencem
a fim de servir de lugar de castigo e purificação. :onforme a falta cometida,
ao con2unto dos seres racionais e que se tornaram o que eles 3o2e
cada esprito teve que tomar em punição um corpo mais ou menos grosseiro.
são por se voltarem para o mal, se2a an!tema.
Os que não se purificassem devidamente nesta vida, deveriam passar,
7. /e algum disser que os seres racionais nos quais o amor
depois da morte, para "um lugar de fogo". Las finalmente todos seriam rein15
a >eus se arreeceu% se ocultaram dentro de corpos grosseiros Dt 5F% 5M<5? Os 2udeus 2ulgavam que +lias não morrera, mas
como são os nossos% e oram em consequência c:amados :omens% ao passo que aqueles que atingiram o ltimo grau do mal tiveram%
fora arre%atado aos cus 8cf. e, por isto, voltaria à terra
como partil:a% corpos rios e tene*rosos% tornando
para revelar e ungir o Lessias. Ora, nos tempos de :risto, politica-
c:amamos demnios e esp)ritos maus% sea an#tema.
mente agitados, o )rofeta +lias era esperado em Ksrael com particular insist'ncia. )ois %em, =esus respondeu que =oão atista
O )apa ?iglio e os demais )atriarcas deram a sua aprovação a esses
fizera as vezes de +lias por reproduzir as atitudes fortes e
artigos. :onclumos, pois, que a doutrina da reencarnação nunca foi profes-
destemidas do )rofeta 8cf. c 9,9F>. O pr0prio =oão atista negou
sada oficialmente pela Kgre2a :at0lica 8contradiz ao :redo cristão>6 todavia
peremptoriamente ser +lias, quando os enviados dos 2udeus o
ap0s Orgenes 8sculo KKK> foi professada por grupos particulares de monges
interrogaram 8cf. =o 9, <9>. ` luz destas ponderações, entenda-se
orientais, pouco iniciados em teologia6 em DB; foi solenemente re2eitada
tam%m o te&to de Lt 99, 9Bs.
pelas autoridades da Kgre2a. A mesma condenação ocorreu nos :onclios
Lais* no momento da ransfiguração aparecem a =esus Loiss
ecum'nicos de ião 89 e lorença 89B;H>, que ensinam a imediata
e +lias 8cf. Lt 9F, ;>. Ora, na quele tempo =oão 2! fora e&ecutado por
passagem desta vida para a sorte definitiva do alm 85/ GDF ^BIB_ e 9;JI
Verodes ou 2! morrera. )or conseguinte, deveria aparecer a =esus
^H;_>. O :onclio ?aticano KK, por sua vez, fala do "#nico curso da nossa
=oão atista e não +lias conforme a doutrina da reencarnação, pois
vida terrestre 8V% H, ", tencionando assim opor-se à teoria da migração
esta ensina que, quando o esprito se materializa, sempre se
das almas6 cf. -umen Lentium n8 BG.
apresenta na forma da #ltima encarnação. W 5onde se v' que =oão atista não era a reencarnação de +lias.
.3. Ra!"e# $e or$e% 454('ca 8..8. Aesus e =icodemos
Os escritos do Covo estamento estão intimamente associados ao pensamento 2udaico pr-cristão. Ora este não admitia a reencarnação das
Ao %? O advr%io grego #not:en% que por vezes traduzido
almas. /endo esta doutrina professada por fil0sofos gregos, os 2udeus se
por de novo% reaparece em Lt ,
fec3aram a ela, pois eram infensos a qualquer tipo de sincretismo religioso.
ocasião da morte de =esus, o vu do emplo se cindiu #not:en% isto
- oi nesse am%iente que =esus pregou o seu +vangel3o.
, de cima a %ai&o 8não de novo>.
eita esta o%servação, passemos ao e&ame sucinto dos te&tos
Cicodemos não entendera as palavras de =esus6 fiel aos
%%licos geralmente citados em favor da reencar nação.
ensinamentos 2udaicos, 2ulgava impossvel a reencarnação* ":omo pode um 3omem nascer, sendo vel3o( )oder! entrar segunda vez no seio de sua mãe e voltar a nascer(" 8=o ;,B>. =esus logo
8..5. Aoão Batista e Elias 16
dissipou a d#vida, e&plicando que se tratava de renascer não no
9H.
sentido %iol0gico, mas, sim de nascer de outro modo, ou se2a, pela !gua e pelo +sprito* "+m verdade, em verdade te digo* quem não nascer da !gua e do +sprito, não poder! entrar no Reino de 5eus" 8=o ;,D>. )ositivamente, =esus tin3a em vista o atismo, que torna o /. CONC6USÃO
3omem fil3o de 5eus.
:omparando entre si a tese da reencarnação e a proposição cristã da ressurreição, verificamos que entre uma e outra 3! duas diferenças
8... Aesus e o cego de nascença
de %ase ou estruturais. :om efeito* Ao 6% 2s? Os 2udeus 2ulgavam que todo mal consequ'ncia de um
9> A doutrina cristã da ressurreição supõe um 5eus, )ai ondoso,
pecado. )or conseguinte, no caso de um cego de nascença, pensariam
que toma a iniciativa de criar e tam%m de salvar a criatura. +sta
num pecado dos pais 8que, segundo a mentalidade do clã, seria punido
salvação, 5eus a oferece ao 3omem no decurso de uma vida pas sada na
so%re os fil3os>, ou no pecado do pr0prio cego6 esta #ltima 3ip0tese
terra, vida durante a qual a graça do /alvador solicita a criatura para a
deveria parecer-l3es a%surda, pois sa%iam que as crianças nascem sem
felicidade eterna. +m vista disto, a /a%edoria 5ivina prov' para que
ter cometido previamente nem %em nem mal 8cf. Rm H,99>. Assim
nen3um au&lio falte ao 3omem no decorrer de sua peregrinação
perple&os, lançaram suas in terrogações a =esus, sem se dar o tra%al3o
terrestre. +m consequ'ncia, terminada esta vida, 2usto que a criatura
de procurar terceira solução para o caso. Ora, =esus respondeu sem
3umana entre na sua sorte definitiva* a ressurreição da carne permitir! que
a%ordar o aspecto especulativo da questão, elucidando diretamente a
o ser 3umano, em sua identidade psicossom!tica, ten3a a sua 2usta sanção.
situação concreta que l3e apresentavam* nem uma 3ip0tese nem outra,
W al concepção profundamente religiosa, pois recon3ece o primado de
mas um desgnio superior de 5eus 8"... para se manifestarem nele, cego,
5eus so%re a criatura e o car!ter gratuito da salvação.
as o%ras de 5eus">.
O mesmo não se pode dizer da mentalidade reencarnacionista.
5e resto, a +scritura diretamente contr!ria à reencarnação
:om efeito6 esta atri%uiu ao 3omem o poder de se remir, de se tornar
quando, por e&emplo, afirma* "oi esta%elecido, para os 3omens, morrer
perfeito por seus esforços, fazendo praticamente a%stração do
uma s0 vez6 depois do qu', 3! o 2ulgamento" 8V% H,. Cotemos
au&lio divino. )ouco ou nada entra em lin3a de conta de um
tam%m as palavras de =esus ao %om ladrão* "Vo2e mesmo estar!s
reencarnacionista a noção de 5eus, )ai %ondoso e providente, que
comigo no paraso" 8c <;,B;>. Os te&tos muito enf!ticos em que =esus e
deu e&ist'ncia aos 3omens, quis compartil3ar e consagrar o
os ap0stolos anunciam a ressurreição dos mortos, o cu e o inferno, são
sofrimento e a morte do 3omem, e sem o qual a criatura nada
outros tantos testemun3os que se opõem à reencarnação* ve2am-se Lt
a%solutamente pode. Cão admira, pois, que a reencarnação ten3a
D, <<6 9;,DJ6 <<, <;-;;6 Lc ;,
aos ol3os da razão nem diante da psicologia e da e&peri'ncia 3umanas.
sido outrora, e ainda 3o2e se2a, frequentemente professada dentro de uma filosoia pante)sta ou monista. Sim% as crenças :indus% que inspiram muitos reencarnacionstas, cancelam a distinção entre o 5ivino e o 3umano, entre o Knfinito e o finito, ensinando que a 5ivindade "se realiza" no 3omem, "vai tomando consci'ncia de si" no 3omem, à medida que este evolui ou se aperfeiçoa. +sta tese parece e&plicar que a criatura pode por si c3egar à união com a 5ivindade6 todavia il0gica, pois coloca o finito e o Knfinito na mesma lin3a6 ora 5eus, que por si o Klimitado, não pode vir a identificar-se com o finito e o contingente. <> A comovisão suposta pelo reencarnacionismo pessimista em relação à matria, tida como c!rcere ou sepulcro da alma 'soma \ sema% em grego>. A grande aspiração de muitos grupos reencarnacionistas li%ertar-se do corpo e, consequentemente, deste mundo material e da sua 3ist0ria6 por isto muitos povos que professam a reencarnação, não evoluram em sua civilização, mas vivem em condição de misria, porque não l3es interessa vincular-se aos %ens materiais. Ao contr!rio, a tese da ressurreição dos corpos otimista em relação à matria, tida como criatura de 5eus e parte integrante do ser 3umano. A este ttulo, o corpo 3umano dever! ressuscitar e participar da sorte definitiva da alma 3umana. )or isto tam%m o cristão se sente impelido a tra%al3ar neste mundo material que 5eus l3e deu, a fim de o configurar ao desgnio do :riador. O cristão 2ulga que a 3ist0ria tem um sentido din1mico e camin3a para a sua plenitude, que ser! o Reino de 5eus6 est! longe de ser uma cadeia de ciclos mon0tonos e repetitivos, dos quais preciso escapar. Ca %ase destas considerações, pode-se afirmar que a doutrina da reencarnação, apesar dos seus aspectos msticos, não se sustenta nem 18