SÉRIE PETRÓLEO E GÁS
QSMS
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
SÉRIE PETRÓLEO E GÁS
QSMS
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA � CNI Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA � DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL � SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade
Presidente
SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
SÉRIE PETRÓLEO E GÁS
QSMS QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
© 2012. SENAI – Departamento Nacional © 2012. SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro Reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI do Rio de Janeiro, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional do Rio de Janeiro Núcleo de Educação a Distância – NUCED
FICHA CATALOGRÁFICA Catalogação-na-Publicação (CIP) – Brasil Biblioteca Artes Gráficas – SENAI-RJ S491q SENAI/DN. QSMS: qualidade, saúde, meio ambiente e segurança aplicados a petróleo e gás / SENAI/DN [e] SENAI/RJ. – Brasília : SENAI/DN, 2012. ISBN 88 p. : il. ; 29,7 cm. – (Série Petróleo e Gás). 1. Indústria petroquímica. 2. Trabalho – qualidade. 3. Segurança do Trabalho. 4. Meio Ambiente. I. SENAI/RJ. II. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. III. Título. IV. Série. CDD: 665.5
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional
Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações Figura 1 – Qualidade no trabalho acima de tudo Figura 2 – Na arte popular o conceito de cidadania – Tiradentes-MG Figura 3 – Constituição brasileira Figura 4 – A participação da sociedade para reivindicar seus diretios Figura 5 – Aferição técnica dos equipamentos – Qualidade do trabalho Figura 6 – Envolvimento da empresa e funcionário na qualidade – SMS-Segurança-Senai Figura 7 – Gestão Ambiental Figura 8 – Melhorar o nível de vida x produtividade Figura 9 – Nas áreas de riscos o trabalho feito com toda segurança Figura 10 – Transporte de acidentado Figura 11 – Remoção de acidentado Figura 12 – Compressão Figura 14 – Processo de ressuscitação Figura 15 – Imobilização na maca Figura 16 – Equipamentos de proteção individual Figura 17 – Tipos de EPI Figura 18 – Capacete Figura 19 – Óculos Figura 20 – Abafador de ruídos Figura 21 – Luvas Figura 22 – Botas Figura 23 – Proteção contra quedas Figura 24 – Na área de trabalho, segurança acima de tudo Figura 25 – Na plataforma de petróleo encontramos todos os tipos de agentes físicos Figura 26 – Aterramento de tanques de líquidos in�amáveis Figura 27 – Símbolo identi�cativo de risco químico Figura 28 – Biodiversidade brasileira Figura 29 – Coleta seletiva Figura 30 – Nascentes, rios, lagoas e mares – preservar é preciso Figura 31 – Algumas fontes de energia Figura 32 – Poluição na Baía de Guajará – Belém do Pará – Ao fundo Mercado Ver-o-Peso Figura 33 – Países x Desenvolvimento ecológico
11 15 16 21 27 29 29 31 35 41 42 43 44 46 48 49 50 50 50 51 51 52 61 62 63 64 69 71 75 76 77 79
Sumário 1 Introdução
11
2 Cidadania
15
2.1 Conceito
16
2.2 Direitos sociais e humanos
17
2.3 Inclusão social: PCD
18
3 Ética
21 3.1 Conceito
22
3.2 Importância para as relações familiares e pro�ssionais
23
3.2 Crise ética na contemporaneidade e seus efeitos nas relações interpessoais
23
4 Qualidade do trabalho
27
4.1 Conceitos e procedimentos
28
4.2 Princípios de gestão da qualidade satisfação do cliente, participação e produtividade
29
4.3 A qualidade no exercício do trabalho
31
4.4 Organização, limpeza, desperdício
31
4.5 Conformidade dos produtos gerados
32
5. Saúde, higiene e segurança do trabalho 5.1 Noções básicas
35 36
5.1.1 De�nição de acidente
36
5.1.2 Classi�cação dos acidentes de trabalho
37
5.2 Causas dos acidentes: ato inseguro e condição insegura
38
5.2.1 Ato inseguro
38
5.2.2 Condição insegura
39
5.3 Consequências dos acidentes de trabalho
40
5.3.1 Para o trabalhador
40
5.3.2 Para a empresa
40
5.3.3 Para o país
41
5.4 Primeiros socorros
41
5.5 Equipamentos de proteção individual e coletiva: tipos e aplicabilidade
47
5.5.1 Equipamento de Proteção Individual – EPI
48
5.5.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC
53
5.6 Legislação e Normas técnicas aplicáveis
53
5.6.1 CLT – Consolidação das Leis do Trabalho e o Código Penal
54
5.6.2 Portaria 6.514/77 do Ministério do Trabalho
54
6 Riscos ambientais no trabalho 6.1 Agentes físicos, químicos e biológicos
61 61
6.1.1 Agentes Físicos
62
6.1.2 Agentes Químicos
63
6.1.3 Agentes Biológicos
64
6.2 Agentes ergonômicos
65
6.3 Prevenção e redução de danos
66
7 Preservação do Meio Ambiente 7.1 Impactos ambientais da ação humana 7.1.1 Impacto ambiental da indústria do petróleo
69 70 71
7.2 Segregação, descarte e reciclagem
72
7.3 Racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia
73
7.4 Preservação do meio, uso de tecnologias limpas, de recursos renováveis e desenvolvimento sustentável
75
Referência
7.4.1 Prevenção do Meio Ambiente
75
7.4.2 Uso de tecnologias limpas e de recursos renováveis
76
7.4.3 Desenvolvimento sustentável
77 83
Figura 1 – Abertura de QSMS em produção Figura 2 – Cidadania/constituição/ atitude – em construção Figura 3 – Ética – em construção Figura 4 – Envolvimento da empresa e dos funcionários na qualidade Figura 5 – PDCA Figura 6 – Produtividade x nível de vida Figura 7 – Acidente de Trabalho Figura 8 – Ato inseguro Figura 9 – Acidente de Trabalho Figura 10 – Transporte de acidentados Figura 11– Remoção de Acidentados Figura 12 – Compressão Figura 13 – Torniquete Figura 14 – Ressucitação Figura 15 – Imobilização e paciente na maca Figura 16 – Capacete Figura 17 – Abafador de ruídos Figura 18 – EPI Figura 19 – Proteção contra Quedas Figura 20 – tipos de EPI Figura 21 – Na Plataforma encontramos todos os tipos de agentes físicos Figura 22- Símbolo de riscos Figura 23 – Aterramentos de Tanques Figura 24 – Levantamento de cargas Figura 25 – Sustentabilidade Figura 26 – Pingüim atingido por vazamento de óleo Figura 27 – Desmatamentos e Queimadas Figura 28 – Atividades x áreas de impactos Figura 29 – Descarte de lixo Figura 30 – Poço de petróleo Figura 31 – Preservação Figura 32 – Fontes de Energia Limpa Figura 33 – Poluição Ambiental Figura 34 – Países x Desenvolvimento ecológico
Introdução
1
o h l i F a r i e v i l O e d o d i d n a C o i n o t n A
Figura 1 – Qualidade no trabalho acima de tudo
De todos os tipos de trabalhos que o homem pode desempenhar, um dos mais propensos a riscos é o executado nas indústrias de Petróleo e Gás, em função não só do tipo de operação efetuada, mas também do tipo de produto que é manufaturado. Estes riscos independem do local, da plataforma, do navio, re�naria; ou da área de atuação, seja na prospecção, perfuração, extração ou no re�no, até mesmo na venda e utilização em postos distribuidores. O que requer, portanto, a sua formação contínua, em capacitações, aperfeiçoamentos e conscientização da importância desse tema na sua prática pro�ssional. Por mais que não desejemos, riscos sempre existirão, podendo levar à ocorrência de acidentes sérios. E é isso que queremos evitar, não é mesmo? O conhecimento das normas de Qualidade, Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde (QSMS), e o seu uso no dia a dia, entretanto, podem reduzir esses índices, diminuindo as perdas e aumentando os benefícios tanto para a empresa, quanto para o ser humano envolvido, seja o trabalhador ou o mero usuário do produto �nal.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
Os componentes da sigla QSMS: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde interagem num processo produtivo, re�etindo o comportamento do trabalhador no seu ambiente de trabalho. A partir dessa interação conseguimos obter um produto de boa qualidade, confeccionado com segurança, protegendo o meio ambiente e sem agredir a saúde de todos os envolvidos, sejam trabalhadores, diretores ou consumidores. Leve sempre em consideração: “temos que aprender cada vez mais para melhor aproveitar este bem tão precioso que é a VIDA”. Tudo que será visto nesta Unidade Curricular, QSMS, depende de você e de sua atitude, por isso, leia, aprenda e ponha em prática, atingindo assim o objetivo �nal: ser o melhor técnico de Petróleo e Gás.
QSMS COMPONENTES CURRICULARES
CARGA HORÁRIA
Fundamentos Técnicos e Cientí�cos de Petróleo e Gás Comunicação/Informática – 32h Fundamentos da Indústria de Petróleo e Gás – 60h QSMS – 24h
Módulo Básico
Metrologia e Instrumentação Aplicada ao Petróleo e Gás – 80h
356h
Química Aplicada ao Petróleo e Gás – 80h Física Aplicada ao Petróleo e Gás – 80h
Operação de Sistema Produtivo na Cadeia de Petróleo e Gás Módulo Especí�co Pro�ssional (1ª Etapa)
Exploração On-shore e Off-shore – 160h Tecnologias do Sistema Produtivo On-shore e Off-shore – 160h
484h
Processamento do Petróleo e Gás – 100h Logística e Manutenção da Cadeia de Petróleo e Gás – 64h
Manutenção em Sistemas Produtivos na Cadeia de Petróleo e Gás Manutenção Industrial – 100h
Planejamento e Atividade na Cadeia de Petróleo e Gás Módulo Especí�co Pro�ssional (2ª Etapa)
Gestão de Pessoas – 40h Gestão da Produção – 80h
Controle da Qualidade de Insumos, Produtos e Processos na Cadeia de Petróleo e Gás Ensaios Analíticos na Cadeia de Petróleo e Gás – 80h Avaliação de Desempenho de Insumos, Produtos e Processos – 60h
CARGA HORÁRIA TOTAL: TÉCNICO EM PETRÓLEO E GÁS: 1.200H
360h
1 INTRODUÇÃO
Anotações:
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CIDADANIA
2
s n i t r a M s o l r a C é s o J / o i l ó F n I
Figura 2 – Na arte popular o conceito de cidadania – Tiradentes – MG
No capítulo anterior falamos sobre atitude, pois tanto cidadania, ética e qualidade dependem das atitudes tomadas pelas pessoas que almejam obter alguma coisa a mais, tanto para si quanto para o seu país ou para a empresa em que trabalham.
VOCÊ SABIA?
Atitude é toda reação ou modo de agir de uma pessoa em relação a uma outra pessoa, a um objeto, a uma opinião ou a uma situação.
Você já pensou que até 1939 nós não possuíamos petróleo e hoje somos o país com uma das maiores reservas petrolíferas? Isto ocorreu porque alguém acreditou e tomou a atitude de continuar a pesquisar e abrir poços até encontrar petróleo. Hoje em dia temos que ser cada vez mais cidadãos interativos, atuantes, para que possamos fazer prevalecer os n ossos direitos e deveres. Isto é cada vez mais válido na nossa vida, onde procuramos cobrar dos nossos eleitos, presidente, governador, prefeito, senadores, deputados e vereadores, que eles apliquem melhor o dinheiro dos impostos na educação, na saúde e na segurança. No entanto, quando falam que temos que fazer alguma coisa, participar, usamos sempre a desculpa de que estamos atrasados ou temos algum compromisso naquele horário.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
Cidadania não é uma coisa indivisível, não pode ser obtida ou usufruída em partes, ela é plena, ou você a exerce ou alguém vai exercê-la em seu nome. No seu colégio, quantas vezes você foi chamado a participar de alguma atividade em benefício da turma? Participou? Aqui também temos este problema. O trabalhador quer segurança e melhorias, mas algumas vezes deixa de fazer o mais importante que é participar, seja dando sua opinião ou fazendo proposições, pois ele é o elemento principal de qualquer processo, seja de aprendizagem ou de trabalho, esteja na escola ou numa re�naria, ou até mesmo em casa.
2.1 CONCEITO Cidadania é o direito que todo cidadão nato tem de poder participar diretamente do destino do seu país, escolhendo através do voto quem exercerá em seu nome essa direção. Ser cidadão é participar dos destinos de um país, possuindo direitos e deveres para com o mesmo.
SAIBA MAIS
Você pode encontrar mais informações sobre Cidadania nos sites relacionados abaixo: www.educare.org/educa/index www.brasilescola.com/sociologia www.oabsp.org.br www.cidadania.org.br/conteudo.asp www.emilianojose.com.br
Esses direitos e deveres são garantidos no Brasil, pela Constituição de 1988, nos artigos 1º e 5º, e foram incluídos para que ninguém possa tomar o destino do país em suas mãos sem que você tenha dado autorização. No seu artigo 1º, parágrafo único, temos: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição
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Figura 3 – Constituição Brasileira
2 CIDADANIA
Isto quer dizer que você é responsável diretamente por tudo que os políticos fazem em seu nome, não valendo aqui o chavão “meu deputado não foi eleito,” ou “anulei o meu voto”, pois nas eleições o seu não comparecimento ou a anulação de seu voto não o impedem de cobrar os seus direitos, mas também não o eximem do dever de se corresponsabilizar pelos atos deles realizados em nosso nome. Não esqueça que ser cidadão é fazer com que respeitem os seus direitos, sejam sociais ou econômicos, além de ter deveres dentre os quais o de respeitar o direito dos outros seres humanos.
2.2 DIREITOS SOCIAIS E HUMANOS Consideramos como direitos sociais e humanos os descritos na Constituição Brasileira, que são os direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à segurança, à proteção, à maternidade e à infância, à assistência aos desamparados; todos garantidos pelo Capítulo II, artigo 6º ao artigo 11, além do artigo 5º, com todos os seus parágrafos. Esses artigos visam garantir os princípios básicos, necessários ao cidadão, para viver com dignidade dentro de uma sociedade mais justa, e estão de acordo com os tratados internacionais assinados pelo Brasil. Os direitos sociais garantem desde um salário mínimo, que atenda às condições mínimas de sobrevivência ao ser humano, até a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, bem como, um tratamento especial ao cidadão portador de de�ciências físicas.
CASOS E RELATOS
Você, como técnico, trabalhando na plataforma Abrolhos, localizada na Bacia de Campos, deverá se dirigir até o setor de pouso dos helicópteros, a �m de pegar o helicóptero que o levará até a base em terra, onde você irá usufruir de um merecido �m de semana. Ao chegar ao heliporto, você veri�ca que um de seus funcionários também necessita ir à terra, visto que o pai dele está enfermo, entretanto, por hierarquia, já que ele é seu subalterno, você terá preferência nesta viagem. Sabendo do problema, você toma a providência de embarcá-lo no seu lugar, aguardando a chegada da próxima aeronave, que será daí a doze horas.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
2.3 INCLUSÃO SOCIAL: PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS Antigamente, o de�ciente físico era responsabilidade única do Estado, que acabava não tendo condições de atendê-lo com o mínimo necessário para a sua sobrevivência. Atualmente, constatamos que o de�ciente físico passou a ser considerado um ser humano com necessidades especiais, alguém que pode participar ativamente da sociedade produtiva gerando receitas para ele e para o país. É o que chamamos de inclusão social. Na manutenção, quantas vezes você veri�ca que o equipamento está com defeito, mas não consegue encontrá-lo? Aí, você para, e �ca a escutar a máquina trabalhando para, en�m, descobrir o problema. Nesta situação, por mais que tenhamos braços e olhos, o sentido que mais usamos para detectar o problema é a audição. Além desta situação, também podemos encontrar cadeirantes na área administrativa de diversas empresas, no controle de torres de aeropor tos, na digitação de mapas e relatórios, o que representa uma condição de aproveitamento de cidadãos com diversas especialidades e com uma rentabilidade no trabalho maior do que outros, considerados normais. Os de�cientes auditivos, por exemplo, vêm sendo empregados principalmente no setor de digitação de dados e até em outros locais, inclusive em re�narias e plataformas, tendo em vista o seu alto poder de concentração. A sua aceitação e inclusão no ambiente de trabalho não foi conseguida por concessão da alta administração de uma empresa, mas sim por força de lei que garante um percentual mínimo de vagas nas empresas e nos concursos, sejam públicas ou privadas, para o cidadão com necessidades especiais, em troca de algumas vantagens econômicas. Essas vantagens econômicas vão favorecer as empresas na diminuição dos impostos e melhorar indiretamente a qualidade de vida dos de�cientes e a sua integração ao trabalho.
2 CIDADANIA
RECAPITULANDO Como você pôde perceber a integração entre qualidade, segurança, meio ambiente e saúde, depende de uma tomada de atitude do cidadão, muitas vezes rompendo costumes que impediam a utilização de mão de obra especializada porque a pessoa era portadora de necessidades especiais, o que sobrecarregava os cofres do erário público. Hoje, devido à participação popular, já encontramos diversos portadores de necessidades especiais trabalhando em locais onde ninguém an tigamente imaginava encontrá-los. O que permitiu que isso ocorresse foram as atitudes dos cidadãos que passaram a exigir os seus direitos e a querer participar da direção de seu país. Isto é o que chamamos CIDADANIA
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ÉTICA
3
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Figura 4 – A participação da sociedade para reivindicar seus direitos – Câmara Municipal – Rio de Janeiro-RJ
No estudo deste capítulo vamos focar a interação da ética com o trabalho e como isso in�uencia a relação entre os seres humanos, na comunidade, no nosso ambiente e na sociedade. Veri�caremos que as normas estão disponíveis para padronizar o nosso proceder, garantindo os nossos direitos e deveres; e que elas foram decorrentes de diversos códigos não escritos, mas aceitos por todos que evoluíram com o passar do tempo. O mesmo acontece com os trabalhos na área petrolífera, pois nestes anos muitas situações aconteceram, positivas e negativas, e se transformaram em normas ou códigos de condutas e procedimentos, cujo principal objetivo foi o de evitar que determinadas situações pudessem comprometer as operações, o ser humano ou as instalações.
VOCÊ SABIA?
Ética deriva do termo grego Ethos, que signi�ca caráter, conduta , convívio social.
Nossa sociedade sofre mudanças diariamente, algumas devido ao aperfeiçoamento da tecnologia e outras em função do acúmulo de conhecimento por parte dos indivíduos.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
Essas mudanças, boas ou más, vão alterar a nossa compreensão do que seja ética, bem como o nosso proceder ético, modi�cando o nosso modo de vida. Podemos dizer que procedimento ético é o comportamento que não procura prejudicar o nosso semelhante nem destruir um patrimônio, quer ele seja nosso ou da comunidade, isto é ETICA.
SAIBA MAIS
Você pode aprofundar seu estudo sobre ética consultando os seguintes sites: www.suapesquisa.com/o_que_e/etica_conceito.htm portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro082.pdf www.espacoetica.com.br www.trabalhoetico.com.br/
3.1 CONCEITO Por de�nição, ética é o conjunto de normas e valores que têm como objetivo principal direcionar a conduta humana para um bom convívio na sociedade. A ética se aplica tanto aos indivíduos, aos grupos, empresas ou organizações, e está baseada no direito que todos temos de poder escolher entre as opções que nos são apresentadas, entretanto, para que tal escolha não prejudique outro indivíduo, outra empresa, é comum a elaboração de um código, que pode ser escrito ou não, que rege todo o comportamento em uma empresa, em uma escola ou na sociedade em geral. Você conhece algum Código de Ética? Você pode ter se lembrado do Código Penal, o Código de Defesa do Consumidor e o Código de Leis Trabalhistas e de Segurança do Trabalho, dentre outros. Estes são exemplos de códigos escritos. E os códigos não escritos? Pensou em algum? Alguns exemplos de códigos não escritos que podemos citar são: o respeito aos pais e o amor à pátria e à natureza.
SAIBA MAIS
Pesquise sobre as leis acima citadas nos sites a seguir. www.emdefesadoconsumidor.com.br www.mte.gov.br www.trabalho.seguro.com/OIT www.abnt.org.br
3 ÉTICA
3.2 IMPORTÂNCIA PARA AS RELAÇÕES FAMILIARES E PROFISSIONAIS É na família que primeiramente se apresenta a ética, por meio do contato com a mãe, com o pai e com os outros familiares, nos exemplos de como se portar diante das pessoas, no convívio com os amigos, na execução das tarefas, desde a tenra idade até quando se assume uma pro�ssão. A partir desse instante, toda vivência adquirida, principalmente no convívio familiar, passa a in�uenciar sua postura no trabalho, evidenciando o seu bom senso, as suas atitudes, o seu comprometimento com aquilo que faz, en�m, sua ética pro�ssional.
3.3 CRISE ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE E SEUS EFEITOS NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS Como podemos notar, ética não é uma coisa fácil de ser entendida muito menos de ser aplicada, pois é bastante subjetiva, podendo ter diversas variações inerentes ao tipo de sociedade e cultura em questão, estando sujeita a inter ferências oriundas de outros fatores. Dentre essas interferências, podemos citar as causadas pela globalização e a crise do petróleo. A crise advinda do processo de globalização ocasionou uma grande �exibilização dos contratos das empresas da área de Petróleo e Gás. Estes contratos causaram, em alguns países, perdas nos direitos trabalhistas, desemprego e desvalorização do trabalho. Outro fator que afetou bastante a ética foi a crise econômica de 1970, que in�uenciou o preço do petróleo e deu origem à criação da OPEP (Organização dos países produtores e exportadores de petróleo), gerando um aumento na in�ação e grandes prejuízos, com fechamento de empresas e perda de trabalho. O mercado passou a exigir das organizações uma competitividade maior, tendo em vista a globalização, exigindo também a melhoria nos seus produtos, a �m de enfrentar uma oferta crescente de produtos similares e as constantes solicitações por parte dos consumidores. O reconhecimento de que o ser humano é capaz de se responsabilizar pelos seus atos, tendo senso crítico, exercendo a cidadania e participando nas decisões que afetam o seu interesse, obrigou as empresas a criarem processos que objetivassem a valorização do seu trabalho e o intercâmbio entre os seus três elos determinantes: a empresa, o trabalhador e o consumidor.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
Essa valorização fez com que o trabalhador buscasse aumentar os seus conhecimentos, melhorando a sua comunicação, contribuindo para a melhoria da qualidade dos produtos. Por parte das empresas houve um investimento em campanhas de preservação da natureza, melhor quali�cação do trabalhador, construindo uma nova sociedade pautada por esses novos valores éticos. Em contrapartida, o consumidor passou a exigir respeito e um produto de melhor qualidade, bem como o direito a escolher um produto que lhe satis�zesse, a um custo menor, levando em conta o custo-benefício, obrigando as empresas a conhecerem cada vez mais o gosto e os interesses dos consumidores. A primeira responsabilidade de uma empresa foi alterada, deixando de ser apenas o lucro, tendo sido ampliada para uma melhor relação empregado-empregador-consumidor, abrangendo questões que vão desde a sua educação até o meio ambiente. É certo que muitos dogmas éticos que conhecemos no passado sofreram alterações, mas um comprometimento ético no trabalho, com o trabalhador e com o consumidor �nal continuará a ser exigido das empresas.
O exercício por parte do trabalhador e do consumidor dos seus direitos de cidadão foram os grandes responsáveis pela mudança na ética das empresas e uma melhoria na qualidade dos seus produtos, bem como o respeito pelo meio ambiente.
CASOS E RELATOS
Você é o técnico supervisor da empresa Pet & Róleo Ltda., situada em Duque de Caxias, tradicional fabricante de válvulas de serviço utilizadas em instalações petrolíferas. Você percebe na inspeção de um lote de peças que elas vêm apresentando defeito, obrigando a devolução para o setor de produção, gerando retrabalho e atraso na entrega. Por meio de uma análise na planilha de fabricação você identi�ca o funcionário que vem produzindo as peças; e sabe que se comunicar à che�a quem é o responsável por esses defeitos, ele poderá ser mandado embora. Você, que cresceu na empresa, inclusive já tendo passado por esse tipo de problema, como procederia, sabendo também que o causador desse problema passa por di�culdades monetárias e depende desse emprego?
3 ÉTICA
RECAPITULANDO A ética é bem subjetiva dependendo mais do ponto de vista e da formação cultural de cada um dos envolvidos. Como podemos notar está sujeita à diversas interpretações, que agradam a uns, mas não satisfazem a outros. Neste capítulo você veri�cou que ela sofre modi�cações com o tempo, mas mantêm seus princípios básicos. Quando pensamos em ética, muitas vezes esquecemos que foi ela que deu origem às leis que hoje regem a humanidade. Junto com a cidadania, a ética forma o ponto central para combater a falta de educação, a falta de segurança, a falta de hospitais, a corrupção, en�m, pode melhorar em muito o nosso país. Todas as �rmas deveriam ter a ética como ponto primordial nas suas negociações com o poder público e com o povo. Isso não acontece se for seguida a Lei de Gérson, que defende a bandeira que devemos levar vantagem em tudo.
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QUALIDADE DO TRABALHO
4
o t n e m a r c a S o n g a M r e b e l C
Figura 5 – Aferição técnica dos equipamentos – Qualidade do trabalho
Muitos dos produtos que chegam ao mercado passam por especi�cações precisas e têm como objetivo atender determinados requisitos. Tal processo proporciona a diminuição dos custos de fabricação e a sua aceitação por um grupo de consumidores. O mesmo acontece nas re�narias de Petróleo e Gás onde esta exigência é bem maior, pois erros em especi�cações, além de produzirem um produto diferente, que não atende à necessidade dos clientes, podem provocar danos às instalações ou mesmo causar acidentes. É nesta hora que se procura cumprir diversos princípios, visando a obtenção d e um produto que atenda tanto às especi�cações na fase de fabricação, quanto às solicitações dos clientes consumidores no �nal. Isto é, esse produto deverá estar em conformidade com os requisitos dese jados, a isso chamamos “qualidade”. O conceito de qualidade é bastante subjetivo, estando diretamente ligado a valores percebidos pela empresa e pelo consumidor, sofrendo inclusive in�uência do binário custo-benefício. Muitas vezes um produto de boa qualidade atende ao desejo do consumidor e às especi�cações, enquanto um produto de ótima qualidade tornaria inviável a sua fabricação por requerer troca de equipamentos, mudanças de layout e até do material, aumentando o seu custo �nal.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
Numa empresa de petróleo e gás, entretanto, o sentido de qualidade vai mais longe, não dependendo apenas do produto ou do desejo do consumidor, entram aqui outros fatores que dependem do processo e de como ele será manipulado, até a obtenção da sua especi�cação �nal.
4.1 CONCEITOS E PROCEDIMENTOS Qualidade não é uma coisa nova, o ser humano sempre procurou obter coisas melhores desde o tempo das cavernas, quando desejava ter uma arma mais resistente ou uma ferramenta agrícola melhor, até agora, onde procura ter um carro melhor, o que exige uma gasolina de melhor qualidade. Essa inconstância e o desejo de possuir coisas melhores do que as existentes foram fatores que impulsionaram as descobertas e a evolução da humanidade, levando-a a pesquisar, estudar, en�m, progredir cada vez mais. Para William Edward Deming (1900 a 1993), a qualidade é um processo de melhoria constante baseada no conhecimento do processo de fabricação, das pro�ssões, da educação, da sociedade e dos seres humanos. Sendo dele o conceito do ciclo PDCA.
P de planejamento (Plan) D de fazer (Do) C de veri�car (Check) A de agir corretamente (Action) Já para Joseph Juran (1904 a 2008), os principais componentes para um processo de qualidade são a alta gerência e o treinamento dos funcionários, tendo criado a famosa Trilogia da Qualidade (Planejamento, Melhoria e Controle). Outra pessoa que contribuiu bastante foi Frederick Taylor (1856-1915), que criou o conceito de Administração Cientí�ca (através da divisão do trabalho e do estudo de tempo e movimento), com o qual introduziu no meio produtivo conceitos e técnicas para viabilizar a produção em larga escala, com rapidez e produtividade, dando assim, o primeiro passo para a de�nição de qualidade. Podemos conceituar qualidade como: Qualidade é satisfazer ao cliente, interno ou externo, atendendo ou excedendo suas expectativas, através da melhoria contínua do processo Conceito proposto por Karou Ishikawa, que foi discípulo de Deming.
4 QUALIDADE DO TRABALHO
4.2 PRINCÍPIOS DE GESTÃO DA QUALIDADE SATISFAÇÃO DO CLIENTE, PARTICIPAÇÃO E PRODUTIVIDADE Gestão da qualidade é o processo de planejar, controlar e melhorar, não só o método de fabricação, mas também o produto em si. A redução de defeitos ocorrerá como complementação, con�rmando que o produto está em condições de executar os serviços para os quais ele foi criado.
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Figura 6 – Envolvimento da empresa e funcionário na qualidade – SMS-Segurança-Senai
A qualidade não só reduz os custos de fabricação, mas também aumenta a sua con�abilidade dos produtos, tornando a organização e�ciente. Na área de petróleo e gás, os produtos devem atender a uma determinada conformidade para serem aceitos pelas re�narias ou plataformas. Garantindo assim um valor de qualidade, diminuindo não só os custos diretos e indiretos, mas também minimizando a possibilidade de acidentes causados por esse produto. Na gestão da qualidade é muito comum utilizarmos os métodos mencionados anteriormente, PDCA, a Trilogia da Qualidade e o estudo de tempos e movimentos. O PDCA tem como objetivo monitorar a e�cácia da gestão, tanto no processo de instalação quanto de produção, identi�cando as situações indesejáveis e procurando corrigi-las. Como foi dito anteriormente, as quatro atividades: Planejamento-Execução-Veri�cação-Correção, utilizadas no PDCA, tornam o processo cíclico, isto é, não tem começo nem �m, pois ao sofrer correções retorna para o planejamento, que será modi�cado em função das correções sofridas e continuará novamente.
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Figura 7 – Gestão Ambiental
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VOCÊ SABIA?
Na vida temos muitos exemplos de situações cíclicas dentre elas a mais simples é a respiração. O ar, ao ser aspirado, vai para o pulmão, entra na corrente sanguínea, passa pelos órgãos, retornando ao pulmão, de onde é expelido, voltando ao início. O mesmo acontece com o sangue e com a água.
A Trilogia da Qualidade tem os mesmos parâmetros: planejamento-controle-melhoria. O conceito usado para qualidade deixa bem claro que ela exige uma melhora contínua, tendo em vista que o que hoje satisfaz, ou atende à expectativa do nosso cliente, não atenderá no futuro, pois este processo é dinâmico. Como exemplo, podemos citar que o petróleo retirado no início da década de 1970 atendia a todos e ainda sobrava. Uma das causas da crise de petróleo de 1970 foi a informação de que o petróleo ia acabar, devido ao número crescente de consumidores, o que fez com que os países produtores aumentassem o seu preço da noite para o dia.
CASOS E RELATOS
A empresa XPTO, fornecedora de produtos para a área de Petróleo e Gás, foi convidada para prestar serviço para uma �rma estrangeira. No dia marcado, a �rma em questão, por meio de seu representantes, compareceu à XPTO para uma visita, sendo muito bem recebida, entretanto, deparou-se com algumas situações que não lhe agradaram, a tal ponto, que chegou a querer cancelar o contrato. A pedido do proprietário da XPTO, a �rma estrangeira fez uma lista das irregularidades apontadas e deu um prazo de 90 dias para a sua adequação ao solicitado. Ao término do prazo, retornaram às instalações da XPTO e constataram que a situação tinha melhorado 100%. Questionado sobre como (em tão curto espaço de tempo) tinham conseguido efetuar uma melhora substancial, o dono da XPTO informou à �rma estrangeira que aplicou o método das 5S. Você, como técnico, saberia dizer quais foram as irregularidades apontadas pela �rma na visita anterior?
4 QUALIDADE DO TRABALHO
4.3 A QUALIDADE NO EXERCÍCIO DO TRABALHO Para termos qualidade precisamos precisamos atualizar cada vez mais, não só os nossos trabalhadores, mas também o parque fabril, pois a cada ano surgem equipamentos melhores e que exigem um trabalhador melhor preparado. Esta exigência faz com que sejam melhor aproveitados o material e a mão de obra, contribuindo para reduzir os custos. O que ocorre no trabalho em re�narias e plataformas de petróleo é que as empresas recebem o mesmo material, mas o mercado exige, por exemplo: melhores lubri�cantes para os seus equipamentos, uma gasolina que não agrida o meio ambiente, uma quantidade maior de óleo diesel e com menos teor de enxofre, en�m, fatores que provocam um constante aprimoramento a �m de atender uma nova realidade. Hoje em dia já se fala em perfurações a mais de 7 mil metros de profundidade. O que seria da Petrobras se ela não tivesse investido em tecnologia e não atualizasse os seus funcionários? En�m, se não atualizasse o seu modo de gerir a organização. Você Você já pensou nisso?
PRODUTIVIDADE = MAIOR NÍVEL DE VIDA
1 Motivação psicológica 2 Motivação econômica 3 Motivação técnica
2 1
CORRENTE DA SEGURANÇA
3
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Figura 8 – Melhorar o nível de vida x produtividade
4.4 ORGANIZAÇÃO, LIMPEZA, DESPERDÍCIO Ao término da Segunda Guerra Mundial o Japão se deparou com uma situação bastante ruim, além de não possuir matéria-prima, o país tinha seu parque industrial bastante obsoleto e destruído. destruído. Com o passar do tempo, o Japão foi se reestruturando, até chegar à potência que é hoje. Isso ocorreu baseado na aplicação do princípio dos 5 S, ou os sensos de Seiton (ordenação-organização), Seiso (limpeza), Seiri (utilização), Seiktesu (bem-estar) e hitsuke (autodisciplina), além de um investimento maciço em educação e treinamento.
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1. Se uma empresa quer ter qualidade, o primeiro item a ser trabalhado é o senso da organização, guardar e ordenar ordenar o seu material de trabalho para encontrar com facilidade o que necessita. Seiton, com isso, conseguirá melhorar o moral dos funcionários, a melhoria do ambiente físico da empresa, a economia de tempo e energia, a melhoria na comunicação com os trabalhadores e a redução dos acidentes.
2. Após a organização é necessário retirar tudo o que não serve ser ve mais, fazer uma limpeza, abrindo espaço para o que serve, além de diminuir custos de material estocado indevidamente, melhorando o layout da empresa e facilitando o acesso dos trabalhadores ao material realmente necessário.
3. Por último, aqui trataremos do desperdício. desperdício. Com a aplicação aplicação dos dois primeiros itens, veri�caremos que grande parte do material inservível já terá sido retirado, permanecendo o que realmente é útil ao processo. Através de um controle mais apurado será reduzido o custo, com estoques de materiais, de produtos acabados e de outros itens de pequeno valor, mas, que, ao �nal, devido às quantidades, representam um valor de custo alto. Estes três itens também se aplicam à área de petróleo e gás onde, devido ao avanço tecnológico, muito material inservível é descartado anualmente, tais como: tubos, brocas quebradas, bombas etc., dando lugar a equipamentos mais novos, mais atualizados.
4.5 CONFORMIDADE DOS PRODUTOS GERADOS Uma empresa apresenta qualidade em seus produtos, mas eles não conseguem ser vendidos para empresas de petróleo e gás. Por quê? Porque não apresentam conformidade, isto é, o produto não atende ao padrão requerido para ser utilizado, podendo ocasionar danos à instalação, além de risco aos trabalhadores. Mas o que é conformidade? Conformidade é a análise de todas as fases de fabricação de um determinado produto, desde o recebimento do material até a sua distribuição, sendo elaborado um produto padrão que atende à área petrolífera; baseado neste padrão é confeccionado um documento, que garante que todos os produtos a partir daquela data serão fabricados de acordo com essas especi�cações. A conformidade garante à empresa de Petróleo e Gás um produto que realmente atenda às especi�cações requeridas a esse tipo de indústria.
4 QUALIDADE DO TRABALHO
RECAPITULANDO Hoje em dia veri�camos que um produto de qualidade é o necessário para que a �rma se mantenha no mercado, mas, para chegar a ele, ela deve investir no preparo do funcionário, a �m de que possa atingir o que deseja. Quanto ao funcionário, veri�camos que os princípios dos 5S podem ser empregados também em casa, melhorando o convívio entre as pessoas, organizando os materiais e documentos nas residências. Cada centavo investido na qualidade é a garantia de que a �rma terá retorno e estabilidade no futuro, entretanto, cada vez mais, �ca mais caro investir em qualidade, devido, principalmente, principalmente, ao baixo nível cultural cultural dos pro�ssionais contratados por ela. Devemos, entretanto, entretanto, deixar bem claro, que a sobrevivência da �rma passa pela melhoria constante da qualidade dos seus produtos e serviços.
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SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
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Figura 9 – Nas áreas de riscos o trabalho feito com toda segurança
As áreas petrolífera e de gás envolvem produtos que normalmente estão sobre pressão e à altas temperaturas. Esses fatores, pressão e temperatura, têm a propensão de ocasionar riscos, caso não sejam manipulados com os cuidados requeridos. Estes riscos, que podem ter a sua gravidade aumentada, devido ao tipo de serviço e local de trabalho, são regidos por normas de segurança que objetivam a proteção dos trabalhadores, quer eles trabalhem nas tarefas de prospecção, extração, transporte, re�no, ou na distribuição dos produtos originados do petróleo e gás. Por mais que as leis estejam aí, por meio do noticiário constatamos que o Brasil ainda é um dos países que apresentam um número excessivo de acidentes do trabalho, estando também entre os que desrespeitam bastante às leis ambientais.
FIQUE ALERTA
Esta área de Petróleo e Gás é de grande importância para o País, mas em primeiro lugar está a sua vida, sua segurança.
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5.1 NOÇÕES BÁSICAS Todo o processo de melhorias na Segurança, Higiene e Saúde envolve a gestão da empresa, exigindo do empregador um maior comprometimento de sua par te, a melhoria na política da empresa, no gerenciamento, além de requerer um maior investimento, seja na área de treinamento ou na de equipamentos. Na área de Petróleo e Gás, constatamos que esse investimento é grande, mas, por maior que seja o impacto inicial, ele favorece à empresa, aumentando a sua credibilidade e facilitando a sua divulgação no mercado internacional. Do lado do trabalhador, esse investimento gera o conhecimento das medidas tomadas na prevenção de acidentes, in�uenciando na sua segurança e na melhoria de sua qualidade de vida e do seu trabalho.
5.1.1 DEFINIÇÃO DE ACIDENTE Acidente é todo fato que pode resultar em danos ao patrimônio ou a pessoa física, podendo causar lesão ou não.
Podemos dizer que acidente do trabalho é o que decorre diretamente pelo exercício do trabalho, a serviço ou não da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, bem como o segurado especial, enquanto no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. (Lei nº 6.367/76, Lei da Previdência nº 8.213/91, Decreto nº 2.172 de 05/03/97 e NR-4).
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5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Podemos considerar como acidente de trabalho: Doenças Pro�ssionais provocadas pelo trabalho. Eventos que ocorram durante a prestação de ser viços, por ordem da empresa, fora do local de trabalho. Ocorrências que aconteçam em viagens a serviço da empresa. Acidentes que ocorrem no trajeto entre a casa e o trabalho, ou do trabalho para a casa.
FIQUE ALERTA
Os acidentes normalmente não ocorrem por uma única causa, e sim por uma combinação de fatores gerados por atos ou condições inseguras, que se relacionam sob uma determinada circunstância.
5.1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO
5.1.2. A – QUANTO AO TIPO DE LESÃO
Acidentes sem lesão É o acidente que não apresenta lesões na pessoa. Acidentes com lesão É quando o corpo humano sofre uma lesão em consequência do acidente. Acidente com incapacidade permanente parcial É a redução parcial da capacidade de trabalho em caráter permanente, podendo, contudo, executar outros tipos de serviços para os quais seja treinado. Acidente com incapacidade permanente total É a perda da capacidade laborativa permanente, excluindo a morte. Acidente com morte Neste tipo de acidente o acidentado perde sua vida.
VOCÊ SABIA?
O termo laborativo(a) vem do latim Labor , que significa trabalho.
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5.1.2. B – QUANTO AO LOCAL DE OCORRÊNCIA Acidente típico É aquele que ocorre dentro do ambiente de trabalho. Acidente de trajeto É aquele que ocorre durante o trajeto de ida ou volta do trabalho. Acidentes com perda de material Quando não há lesão ao trabalhador, mas só prejuízo material, envolvendo máquinas e utensílios, instalações e produtos.
5.2 CAUSAS DOS ACIDENTES: ATO INSEGURO E CONDIÇÃO INSEGURA Quando desejamos identi�car as causas dos acidentes de trabalho, dentro do ambiente de petróleo e gás, é conveniente distinguir as que possuem origem no trabalhador – atos inseguros – e as decorrentes do uso inadequado dos equipamentos, ou do ambiente de trabalho, – condições inseguras.
5.2.1 ATO INSEGURO É o ato que, contrariando normas de segurança, pode causar ou favorecer à ocorrência de acidente. Alguns exemplos: Ficar junto ou sob carga suspensa. Colocar parte do corpo em local perigoso. Usar máquinas sem habilitação ou permissão. Fumar ou usar chama em locais indevidos. Brincadeiras e exibicionismos, entre outras.
Causas dos atos inseguros A imprudência (imperícia ou negligência do trabalhador) é o fator principal para a ocorrência dos atos inseguros, dos quais podemos citar: Levantamento impróprio de carga. Permanência em baixo da carga. Manutenção, lubri�cação ou limpeza de máquinas em movimento. Retirada ou desativação de dispositivos de segurança e proteção em máquinas ou equipamentos. Uso incorreto ou falta de uso de EPI. Dirigir sem estar habilitado máquinas de transporte de carga. Operar equipamentos sem terem recebido os devidos treinamentos.
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
5.2.2 CONDIÇÃO INSEGURA Normalmente essas condições decorrem do uso inadequado das máquinas, ferramentas, área de trabalho obstruída ou ambiente de trabalho inadequado. Essas condições inseguras podem ser decorrentes da ação direta do trabalhador, ou da não preparação do ambiente para o tipo de utilização a ser dada.
Podemos citar como condição insegura:
Quando o trabalhador retira a proteção da
máquina, ou anula a proteção de segurança da mesma, objetivando facilitar a manutenção ou aumentar a sua produtividade.
A iluminação insu�ciente ou ventilação inadequada.
A não de�nição das áreas para estocagem de material.
O ato de debruçar-se sobre o corrimão ou descer sentado nele.
A falta de equipamento de proteção individual ou equipamento inadequado.
Fatores que in�uenciam na causa dos acidentes Dentre os principais fatores que podem favorecer um acidente ou uma condição insegura, temos: Trabalhador Falta de conhecimento ou despreparo para executar uma tarefa. Equipamento Falta de manutenção dos equipamentos, segurança dos equipamentos desativada. Material Inadequado para o uso naquela atividade. Ambiente Falta de iluminação, excesso de ruído, vibrações nos equipamentos, condições atmosféricas, esses fatores podem alterar o estado emocional do trabalhador, gerando fadiga e cansaço. Numa estação de trabalho de Petróleo e Gás, seja on-shore ou off-shore, estar atento aos fatores acima são de grande importância na prevenção da saúde e na segurança do trabalho.
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CASOS E RELATOS
Dois pro�ssionais estão efetuando a soldagem de uma tubulação por onde passará petróleo bruto. Você, ao passar por eles, percebe que um está com a indumentária requerida para a solda e o outro, pelo contrário, está trabalhando sem os óculos e sem o capacete. Você, como técnico, percebe a existência de risco e comunica ao responsável pelo trabalho, da necessidade de EPI para a execução daquele tipo de serviço, que prontamente suspende a execução dos serviços, até que o outro funcionário retorne com o equipamento de proteção individual requerido, um óculos.
5.3 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO Todo dano sofrido num ambiente de Petróleo e Gás tem sua abrangência elevada face aos custos envolvidos, ao tipo de operação e à quantidade de homens exigida para a sua execução, o que requer uma avaliação da origem da causa mais apurada, tendo em vista que o acidente poderá gerar descon�ança e receio por parte dos outros trabalhadores.
5.3.1 PARA O TRABALHADOR Uma das principais consequências dos acidentes sofridos por trabalhadores está na perda da condição laborativa, que vai afetar a sua vida econômica e também a sua vida sócioafetiva, atingindo inclusive a sua família, no caso de �car mutilado ou de sua morte, deixando-a desamparada.
5.3.2 PARA A EMPRESA Com a parada dos equipamentos ocorrerá atraso na produção ou na extração de petróleo, os trabalhadores do local onde ocorreu o acidente ficarão afe tados emotivamente, haverá perda de prestígio no mercado e o custo com seguros será aumentado, além das perdas de material e das horas trabalhadas, até o momento do acidente.
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
5.3.3 PARA O PAÍS Apesar do fato de que os primeiros quinze dias de afastamento do trabalhador são da responsabilidade do empregador, é o País quem arca com os custos relativos ao atendimento médico, à reabilitação, entre outros. Custos estes bastante altos, até que o trabalhador possa readquirir a sua capacidade laborativa, conforme preceitua a Lei 8.231/91, que diz que “O INSS continua sendo o segurador obrigatório a todos infortúnios laborais, por mera responsabilidade objetiva”, isto é, a responsabilidade de restabelecer o trabalhador é toda do INSS, do País, caso não se ja comprovada a ação direta da empresa para o acidente.
5.4 PRIMEIROS SOCORROS Primeiro socorro é a assistência imediata e adequada após um acidente, sendo de vital importância para o paciente, devendo ser aplicado no local da emergência, até a chegada da assistência médica. Para prestar os primeiros socorros, deve-se ter calma, para adquirir a con�ança do paciente; ter tato, não ficar fazendo perguntas desnecessárias; e ter experiência, para saber usar tudo o que estiver a sua disposição no momento do socorro à vítima.
FIQUE ALERTA
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Figura 10 – Transporte de acidentado
“Caso você não se sinta preparado para executar os primeiros socorros, aguarde a chegada do médico ou do socorrista, pois qualquer movimentação ou atendimento inadequado pode aumentar a lesão ou causar traumas mais graves ao paciente, mas não abandone o paciente acidentado, a pior coisa para ele neste momento é sentir-se desamparado e só.”
A observação dos sintomas, do histórico do caso, a veri�cação da extensão da lesão, observando qual lesão merece mais atenção e a identi�cação do grau de hemorragia (se estiver ocorrendo) são dados básicos para a prestação dos primeiros socorros.
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FIQUE ALERTA
Ao solicitar socorro num acidente não esqueça de informar o tipo de acidente, a quantidade de acidentados, a gravidade das lesões (se possível) e o local exato do acidente, esses dados possibilitarão um atendimento mais rápido e melhor.
No relato a seguir apresentamos um exemplo bem simples de aplicação de cuidados, demonstrando a importância da aquisição de conhecimento sobre este assunto e de como é possível a e�ciência na prestação dos primeiros socorros.
CASOS E RELATOS
Um mecânico de manutenção tem que desmontar uma parte da tubulação, para tanto, ele fecha as válvulas e despressuriza a linha, deixando a tubulação sem líquido e livre para o trabalho. Começa a desmontagem retirando os parafusos e removendo a tubulação. Ao deslocá-la, recebe um jato de óleo, que atinge em cheio a face e os olhos. Você, técnico, ao constatar esta situação, toma a providência de lavar os olhos e a face do trabalhador afetado, por pelo menos 15 minutos, com água corrente, à baixa pressão. Após esta ação, você encaminha o mecânico acidentado para o departamento médico, acompanhado por um outro funcionário.
Na situação acima, constatamos que a ação após o acidente foi precisa e correta, já que a demora poderia ocasionar danos mais sérios para o acidentado.
FIQUE ALERTA
O primeiro cuidado que devemos ter antes de prestar socorro a uma vitima é o de verificar a segurança da área onde ocorreu o acidente, para que você também não sofra um acidente.
Evite remover a vítima se não houver perigo imediato de agravar a sua situação, enquanto espera a chegada do atendimento médico. Só a remova após ter prestado os primeiros socorros, se constatar a necessidade da sua locomoção.
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Figura 11 – Remoção de acidentado
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
A) Hemorragias No caso de rompimento de algum vaso sanguíneo, isso pode levar a vítima à morte, por anemia aguda. Caso isso ocorra, devemos adotar umas das medidas abaixo:
1. Compressão É empregada em ferimentos leves, nesse caso, usamos um chumaço de gaze ou um lenço, limpo, dobrado, sobre as bordas da ferida.
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Figura 12 – Compressão
2. Torniquete É o método usado quando a hemorragia é mais grave, e os processos anteriores não deram certo. Consiste na passagem de um pedaço de pano em volta do membro afetado, três dedos acima do ferimento, deixando uma pequena folga, pela qual se introduz um pedaço de ferro ou madeira, torcendo-o até que seja cessada a hemorragia. Não esqueça de afrouxá-lo, de 15 em 15 minutos.
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Figura 13 – Torniquete
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B) Reabilitação cardiorrespiratória Costumam acontecer quando ocorrem vítimas de acidentes provocados por parte elétrica, ou por pancadas na parte da traquéia, ou afogamentos.
1. Parada respiratória É a parada de funcionamento dos pulmões, identi�cada pela coloração e aspecto azulado da pele, devido à insu�ciência de oxigênio no sangue. Utilizamos para restabelecer o método de respiração arti�cial boca a boca.
2. Parada cardíaca É a parada de funcionamento do coração, identi�cada pela falta de batimentos cardíacos pela, pulsação e pelas pupilas dilatadas da vítima. O método empregado é o da massagem cardíaca externa para tanto, colocamos as mãos espalmadas sobre o esterno da vítima e pressionamos, em um ritmo de 60 compressões por minuto.
VOCÊ O osso esterno é o osso entre as costelas, na parte frontal SABIA? do tórax.
3. Parada cardiorrespiratória É a parada de funcionamento do coração e do pulmão ao mesmo tempo. O método utilizado é a junção dos dois primeiros, a respiração boca a boca e a massagem cardíaca externa, na proporção de dois sopros para quinze compressões; no caso de dois socorristas, temos a proporção de um sopro para cinco compressões.
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Figura 14 – Processo de ressuscitação
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
C – Ferimento Na cabeça e na face Todos os ferimentos nesta área são perigosos para o paciente que, nestes casos, devem ser removidos para um hospital ou departamento médico, o mais rápido possível.
1. Hemorragia Aplicar compressa fria sobre o ferimento sem apertar.
2. Escalpe Ferimento onde há o descolamento do couro cabeludo. Deve ser feita uma tricotomia (raspagem dos pêlos da cabeça), cuidando de abaixar o couro cabeludo, além de uma compressão local para conter a hemorragia.
3. Perfurante Não devem ser retirados os objetos perfurantes, é urgente transpor tar a vítima para o hospital com o máximo cuidado.
No tórax Este tipo de ferimento pode ocasionar a entrada de ar ou de gases na cavidade pleural, ocasionando uma pneumonia (pneumotórax). O método utilizado é o de tampar o ferimento com um chumaço de gaze esterilizada e um pano limpo, �xado por uma atadura, cuidando de transportar a vítima para o hospital.
No abdômen O método é o mesmo para o ferimento no tórax. É necessário cobrir o ferimento com um chumaço de gaze esterilizada, ou pano limpo, e encaminhar a vítima a um hospital. Caso as vísceras tenham saído, não tente colocá-las pra dentro, cubra-as com pano limpo úmido ou atadura (de preferência aquecida) e leve-o urgentemente a um hospital. Um dos maiores problemas de ferimentos não é a hemorragia, mas sim a infecção que eles podem gerar.
D- Queimaduras 1. Queimaduras por agentes químicos Ácidos fortes, ou álcalis, podem lesar áreas do organismo, mas o mais frequente é ocorrer contato na pele, boca e olhos. O método consiste em evitar a contaminação: lave bastante a área queimada, de preferência, com água fria, corrente ou fervida. No caso dos olhos, após a lavagem, coloque um curativo macio sobre os olhos fechados e encaminhe a vítima ao hospital.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
2. Queimaduras por descargas elétricas. A queimadura por choque elétrico é aparentemente pequena, mas os danos internos são bem maiores que os externos. Além de, na verdade, serem duas queimaduras, uma na entrada da corrente e outra na saída da corrente. O método é semelhantes às demais queimaduras, entretanto, deste tipo de acidente pode surgir uma parada cardiorrespiratória. Nesse caso, você deverá efetuar os procedimentos vistos anteriormente.
FIQUE ALERTA
Em acidentes que envolvem a parte elétrica, antes de aplicar os primeiros socorros, verifique primeiro se o acidentado ainda está em contato com a corrente elétrica, desligue a corrente elétrica. Caso isso não seja possível, desloque-o para outro local com um pedaço de pau, borracha ou um pano bem grosso, eliminando o contato.
E- Lesões 1. Entorses e Luxações Distensão dos ligamentos articulares, com separação momentânea das articulações, este tipo de lesão provoca in�amações, edemas e dor durante os movimentos. O método adotado consiste em não movimentar a articulação afetada, aplicando bolsa de gelo sobre a região, imobilizando a área afetada e encaminhando a vítima ao médico.
2. Fraturas É o rompimento parcial ou total de qualquer osso da estrutura esquelética do corpo humano, podendo ser fechada ou aberta (rompimento da pele). O método adotado para os primeiros socorros recomenda que se deixe o membro quebrado o mais natural possível, imobilizando-o com uma tala, que seja su�ciente para ultrapassar a área afetada.
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Figura 15 – Imobilização na maca
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
No caso de rompimento da pele, controle a hemorragia, �cando atento para o sangramento arterial, e proceda como o descrito, a �m de conter hemorragias e fraturas mencionadas anteriormente. Acalme a vítima e encaminhe-a o mais rápido possível a um hospital. Esta noção de primeiros socorros é o su�ciente para que você saiba como se portar num acidente, seja no trabalho, na rua ou em casa. Não estamos abrangendo tudo, por isso, recomendamos que além de ler essas anotações, você faça um curso de primeiros socorros, pois conhecimento nunca é demais. Normalmente, todo pronto socorro municipal ministra cursos gratuitos na área de primeiro socorros, procure por um na sua cidade.
SAIBA MAIS
Nos sites abaixo você encontrará mais informações sobre primeiros socorros. www.prehospitalar.com.br www.samu.192.com.br www.portal.saude.gov.br
5.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA: TIPOS E APLICABILIDADE No ambiente de petróleo e gás a importância dada à utilização dos equipamentos de proteção individual e coletivo se deve principalmente ao tipo de produto, às suas propriedades físicas e químicas e à particularidade da utilização das suas instalações, que apresentam diversas situações, em que, por outros meios, não teríamos como prevenir ou eliminar a ocorrência de acidentes de trabalho. Para tanto, o Ministério do Trabalho, por meio das Normas Regulamentadoras-NRs esclarece quem é responsável pelo fornecimento, pela especi�cação, guarda e manutenção, assim como pela obrigatoriedade do seu uso. Veja o que cabe ao empregador, na Norma Regulamentadora-1 : Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho e elaborar ordens de serviço, dando ciência aos empregados dos riscos existentes em cada área. Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho. Na NR-6, de acordo com a CLT, artigo 166, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamentos de proteção individual, adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
SINMETRO
1
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
Entretanto, cabe ao trabalhador a obrigatoriedade de uso dos equipamentos de proteção, sua preservação e, em caso de perda, o mesmo, poderá ser obrigado a adquirir um outro equipamento, podendo sofrer punições pecuniárias, ou até demissão por justa causa.
SESMT
2
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
FIQUE ALERTA
Dentro de uma refinaria ou plataforma de petróleo para iniciar qualquer serviço é obrigatória a concessão da Permissão para Trabalho (PT) , na qual consta o tipo de serviço a ser executado, o risco da atividade a ser executada, o modo como deverá ser executado e o tipo de equipamento de proteção individual a ser utilizado; a sua não observância pode gerar a demissão dos trabalhadores envolvidos, ou a quebra do contrato com a empresa contratada.
CIPA
3
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
5.5.1 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI Considera-se EPI – Equipamento de Proteção Individual – todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
TIPOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Capacete de segurança
Máscara filtradora
Camisa ou camiseta
Luvas
Cinto de segurança
Calça comprida
Calçado fechado o t i r B é r d n A / o i l ó F n I
Figura 16 – Equipamentos de proteção individual
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
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Figura 17 – Tipos de EPI
A �nalidade desses EPI’s é evitar a queda das pessoas, considerando a distribuição das forças de impacto, não sobrecarregando nenhuma parte do corpo humano. As principais características de um EPI são: que ele seja adequado, resistente, prático e confortável, caso possível.
Todos os equipamentos a serem fornecidos deverão ser homologados no Ministério do Trabalho, tendo garantida a sua conformidade pelo SINMETRO1. No caso de um equipamento importado, o mesmo se dá pelo fabricante e por um técnico registrado no Conselho Regional da Categoria, que se responsabilizarão pelo produto. Além de terem sido recomendados pelo SESMT 2 e pela CIPA 3 da empresa.
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QSMS – QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA APLICADOS A PETRÓLEO E GÁS
EPI para proteção da cabeça Capacetes Capacete de proteção contra impactos de objetos sobre o crânio. Capacete de segurança para proteção contra choques elétricos.
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Figura 18 – Capacete
Capacetes de segurança para a proteção do crânio e da face contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor, nos combates contra incêndio e trabalhos em áreas sujeitas à altas temperaturas (extração e re�no de petróleo).
Capuz Capuz de segurança para a proteção do crânio e do pescoço contra riscos de origem térmica, soldagem em geral. Capuz de segurança para a proteção do crânio e do pescoço contra respingo de produtos químicos, usado em pinturas, re�narias, plataformas.
EPI para proteção dos olhos e face s n i t r a M a l e t S / o i l ó F n I
Óculos Protetores faciais Máscaras de solda
Figura 19 – Óculos
Usados principalmente na proteção dos olhos e da face contra respingos, partículas e vapores de produtos químicos e radiações.
EPI para proteção auditiva Protetor auricular Abafador de ruídos Usado quando o nível sonoro ultrapassa valores considerados acima do normal, ou no caso de permanência por um período prolongado na área de risco, normalmente causado por um equipamento ou sistema.
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Figura 20 – Abafador de ruídos
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
EPI de proteção respiratória Respirador puri�cador de ar. Respirador de adução de ar (usado em locais onde a atmosfera é altamente perigosa). Respirador de fuga (usado contra agentes químicos, em condição de escape, cuja concentração seja inferior a 18% em volume).
EPI para proteção do tronco Deve ser usado em áreas sujeitas à contaminação por produtos químicos, ou que tenham impacto e penetração de objetos, ou que apresentem risco de queimaduras por frio intenso.
EPI pra proteção dos membros superiores Luvas tipo Vaqueta (usadas para abrir e fechar válvulas e apertar parafusos). Luvas de PVC utilizadas para descarregar caminhões ou manipular produtos químicos. Creme protetor s n i t r a M a l e t S / o i l ó F n I
Manga Braçadeiras Dedeiras
Figura 21 – Luvas
EPI para proteção dos membros inferiores Meia Calçados Perneiras Calça Usados para proteção de pernas, coxas e pés, podendo ser de PVC, usados contra umidade e produtos químicos, bem como, no manuseio de objetos com arestas cortantes.
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Figura 22 – Botas
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EPI para proteção do corpo inteiro Macacão Conjunto formado por calça, blusão ou jaqueta
EPI para proteção contra quedas com diferença de nível Dispositivos trava-quedas Cinturão
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Figura 23 – Proteção contra quedas
VOCÊ SABIA?
Saber mais sobre os equipamentos de proteção individual e sua utilização é importante para você, que além de identificar qual o equipamento mais apropriado a ser utilizado em determinada situação, pode verificar se o equipamento que está usando é o correto, colaborando para evitar acidentes provocados pelo uso inadequado de equipamentos de segurança.
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
5.5.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC Existem diversos tipos de equipamentos de proteção coletiva, todos ligados a sua utilização no ambiente de trabalho. Dentre esses equipamentos podemos citar: Chuveiros e lava-olhos, usados quando se trabalha com produtos químicos que podem molhar ou atingir o rosto de uma pessoa. Exaustores, ventiladores, ar-condicionado, equipamentos que têm por �nalidade retirar o calor excessivo, fator que produz cansaço, fadiga e que colabora para falhas e diminuição dos re�exos do trabalhador. Iluminação, quadro elétrico, fusíveis e disjuntores, elementos que colaboram na proteção do ser humano contra descargas elétricas. Extintores de incêndio, hidrantes e mangueiras, que são bastante úteis no início de um incêndio.
VOCÊ SABIA?
Conhecer os pontos de encontro e o modo como proceder num incêndio são de grande importância, pois ajudam no controle do pessoal e na tomada de decisões que podem salvar vidas. Não esqueça, você pode ajudar muito mais seguindo às instruções e procedimentos do brigadista, sem se expor a qualquer risco, desnecessário nessas horas.
O Código de Processo Penal – CPC, em seu artigo 129, estabelece que ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem tem pena de detenção de 3 meses a 1 ano e se isso resultar em lesão corporal de natureza grave, a pena pode estender-se até 5 anos. O artigo 159, do CPC, a�rma que aquele que,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem, �ca obrigado a reparar o dano Estes artigos demonstram que a necessidade de controlar o que atinge a saúde do trabalhador durante o exercício do trabalho é responsabilidade direta de quem o contratou; e que a utilização dos equipamentos de proteção individual e coletivo, bem como a sua conservação, é de obrigatoriedade tanto do empregador quanto do empregado.
5.6 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS Desconhecer as leis existentes não isenta ninguém das punições cabíveis, pelo contrário, em muitos casos pode ajudar na cobrança de seus direitos e no cumprimento dos seus deveres.
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5.6.1 CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO E O CÓDIGO PENAL A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, nos artigos 154,155, 156,157,158 e 159, trata da Segurança e Medicina do Trabalho. O Código Penal rege a parte relativa às punições e à aplicação penal.
5.6.1. A – ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS E NORMAS INTERNACIONAIS A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – estabelece as normas técnicas a serem aplicadas na descrição de equipamentos, na especi�cação de máquinas, na seleção de materiais e no dimensionamento de peças, empregadas tanto nas atividades industriais, quanto nas atividades de petróleo e gás. Normas DIN (alemã), ASTME e SAE (americanas) são muito utilizadas na área de petróleo e gás em função do fato de que a maior parte dos equipamentos é de de origem estrangeira. Além dessas, o Brasil participou de diversas convenções da OIT – Organização Internacional do Trabalho, adotando outras normas que passaram a ser inclusas e aceitas na Legislação Trabalhista.
5.6.2 – PORTARIA 6.514/77 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Na segurança do trabalho temos muitas Leis que atuam, não só na proteção do trabalhador, dentro do ambiente de trabalho, mas também durante o seu tra jeto para casa. Para poder melhor de�nir qual o tipo de trabalho, bem como procurar melhorar, cada vez mais, as proteções ao trabalhador, o Ministério do Trabalho criou a Portaria 6.514/77, que estabelece os procedimentos e as obrigações a serem cumpridas, tanto por parte do empregador quanto do empregado, as Normas Regulamentadoras.
Para facilitar a consulta essa norma foi dividida, hoje chegando a quase 35 normas, que atendem áreas especí�cas de um trabalho.
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5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
VEJA AQUI UM CONJUNTO DE NORMAS REGULAMENTADORAS DA ABNT NR-1 – Disposições gerais NR-2 – Inspeção prévia NR-3 – Embargo ou interdição NR-4 – Serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho-SESMT NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA NR-6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO NR-8 – Edi�cações NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA NR-10 – Instalações e serviços em eletricidade NR-11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais NR-12 – Máquinas e equipamentos NR-13 – Caldeiras e vasos de pressão NR-14 – Fornos NR-15 – Atividades e operações insalubres NR-16 – Atividades e operações perigosas NR-17 – Ergonomia NR-18 – Condição e meio ambiente de trabalho na indústria da construção NR-19 – Explosivos NR-20 – Líquidos combustíveis e in�amáveis NR-21 – Trabalho a céu aberto NR-22 – Segurança e saúde ocupacional em mineração NR-23 – Proteção contra incêndios NR-24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho NR-25 – Resíduos industriais NR-26 – Sinalização de segurança NR-27 – Registro pro�ssional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho NR-28 – Fiscalização e penalidades NR-29 – Segurança e saúde no trabalho portuário NR-30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário NR-31 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaço con�nados NR-32 – Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde
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Dentre as anteriormente citadas veremos com mais detalhes as que tratam principalmente de: PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Todas são importantes, mas essas são as consideradas principais, para você, técnico, ter uma noção de como elas atuam na sua segurança.
FIQUE ALERTA
O técnico, por mais que não conheça todas as Leis aplicáveis, nem as Normas Regulamentadoras, não pode desconhecer as que se referem ao seu ambiente de trabalho, pois é de sua responsabilidade a sua segurança e a de toda a sua equipe, bem como as que se referem ao funcionamento da CIPA e ao SESMT.
PCMAT – NR-18 ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO Esta Norma Regulamentadora estabelece medidas de cunho administrativo, de planejamento e de organização objetivando, o controle de medidas preventivas no meio ambiente de trabalho. Ela estabelece quais os tipos de EPIs utilizados, as exigências das outras normas pertinentes a cada ambiente, como exemplo a NR-9 Programa de Prevenção de Risco Ambiental; estabelecendo também quem será o responsável pela implantação. Tal medida objetiva principalmente prevenir os acidentes de trabalho, levando em conta cada um dos ambientes existentes na empresa e o tipo de agente predominante.
PCMSO – NR-7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação do PCMSO, com o objetivo de controlar, individualmente, os trabalhadores sujeitos aos agentes químicos, físicos e biológicos, dispostos na NR-9 (PPRA); este programa é aplicável também aos trabalhadores rurais, hoje bastante comprometidos com a utilização de agrotóxicos e outros inseticidas.
5 SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
No PCMSO estão inclusos os exames considerados obrigatórios: Adicional Periódico De retorno ao trabalho De mudança de função Demissional Esses exames são compostas por: Avaliação clinica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental. Exames complementares, realizados de acordo com os termos especi�cados nesta NR.
VOCÊ SABIA?
O exame periódico pode ser exigido semestralmente, dependendo apenas do tipo de atividade e grau de risco a que esteja sujeito o trabalhador. A realização desses exames não tem a finalidade de simplesmente cumprir uma exigência do Ministério do Trabalho, mas sim a de resguardar a sua saúde contra quaisquer problemas ou riscos que possam atingi-lo. Lembre-se de que o maior interessado neles deve ser VOCÊ.
Esse programa visa à antecipação, reconhecimento, controle e avaliação dos riscos existentes em cada um dos ambientes da empresa. Deste programa fazem parte a identi�cação dos riscos e o estabelecimento de parâmetros mínimos e diretrizes gerais, visando proteger o trabalhador quanto aos riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. A identi�cação dos riscos permite a tomada de medidas preventivas e a melhor seleção dos EPIs a serem utilizados pelos trabalhadores.
PPRA – NR-9 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais tem como objetivo analisar cada um dos ambientes que compõem a empresa, veri�cando quais os tipos de riscos existentes em cada ambiente e como eles se relacionam com a atividade funcional dos mesmos, gerando um mapa de riscos, que serve como base para identi�car quais os equipamentos de proteção individual e coletivos mais adaptados aos tipos de riscos existentes.
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Os Programas de Prevenção de Riscos Ambientais e de Controle Médico de Saúde Ocupacional andam juntos, pois o primeiro investiga o ambiente de trabalho, enquanto o outro, através dos seus relatórios, procura descobrir qual a in�uência destes riscos sobre os trabalhadores, juntos eles oferecerem medidas mais e�cazes contra os danos e acidentes causados por eles.
CIPA – NR-5 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES Essa Comissão tem a particularidade de ter parte de seus membros eleitos pelos trabalhadores e a outra parte escolhida pelo empregador. Sua função é fazer com que os seus integrantes participem, colaborando no levantamento das situações de risco e na elaboração de soluções dos mesmos, além de ser um canal de comunicação entre o trabalhador e a diretoria da empresa.
SAIBA MAIS
Os sites relacionados devem ser utilizados para complementar seus estudos. Legislação trabalhista: www.trabalho.seguro.com Normas ABNT: www.abnt.org.br Normas Regulamentadoras: www.mte.gov.br
RECAPITULANDO Conhecer as normas de segurança do trabalho além de ser uma obrigação do trabalhador é também uma demonstração de ética, cidadania e qualidade, além de garantia de vida, tanto da sua quanto a dos seus companheiros. Ressaltamos também que devido à existência de grandes particularidades na área de primeiros socorros, muitas vezes nos sentimos despreparados para atuar nestas emergências, entretanto, devemos deixar claro que nunca podemos abandonar a pessoa acidentada, mesmo que não a conheçamos, a�nal, trata-se de um exercício de solidariedade e de cidadania. Caso você queira aprender mais sobre primeiros socorros, informamos que a Cruz Vermelha tem diversos cursos gratuitos nesta área, inclusive, o de socorrista.
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Anotações:
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RISCOS AMBIENTAIS NO TRABALHO
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o t n e m a r c a S o n g a M r e b e l C
Figura 24 – Na área de trabalho, segurança acima de tudo
Nos trabalhos executados nas re�narias e plataformas temos uma concentração de grande número de riscos ambientais, em função não só da matéria-prima, que é o petróleo, mas também devido a todo o processo de sua transformação nos produtos �nais: gasolina, querosene, óleo diesel, óleos lubri�cantes e resíduos como asfalto. Esses agentes são in�uenciados pela concentração, intensidade, tempo de exposição e sensibilidade de cada indivíduo ao produto em questão.
6.1 AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS Como vimos no capítulo anterior, a NR-9 estabelece o controle sobre os Riscos Ambientais no Trabalho. O levantamento e a identi�cação desses riscos permitem a tomada de soluções preventivas, minimizando a possibilidade de danos mais sérios, tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Sua aplicação hoje é obrigatória e tem como objetivo identi�car e melhor mensurar os tipos de riscos a que o trabalhador está sujeito, em função das atividades que são executadas por ele.
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Podemos considerar a divisão dos agentes de riscos atuantes no ambiente em quatro grupos: Agentes Físicos Agentes Químicos Agentes Biológicos Agentes Ergonômicos
6.1.1 AGENTES FÍSICOS São agentes ligados à utilização de equipamentos ou ao processo de obtenção de algum produto, no caso de petróleo e gás, principalmente, aos obtidos na área de extração e re�no.
Origem Ruídos Temperaturas Pressões anormais Vibrações Radiações ionizantes ou não ionizantes
I N C
Figura 25 – Na plataforma de petróleo encontramos todos os tipos de agentes físicos
6 RISCOS AMBIENTAIS NO TRABALHO
Medidas preventivas Uso de abafadores de ruídos ou eliminação da sua fonte emissora. Manutenção dos equipamentos e sinalização dos locais com grande intensidade de ruído. Uso de roupas adequadas, de algodão, ou com revestimentos contra o calor. Melhorias na ventilação e exaustão do ambiente. Diminuição do tempo de exposição ao calor e constante reposição de líquidos (este é muito usado em áreas cujo calor é excessivo, plataformas ou trabalhos sobre sol intenso). No caso de radiações, temos o aumento de blindagens ou diminuição do tempo de exposição (inclusive com aposentadoria antecipada).
6.1.2 AGENTES QUÍMICOS São um dos que mais causam danos à saúde na área de petróleo e gás, aproximadamente 85% das intoxicações são causadas por Agentes Químicos, devido à ocorrência de vazamentos das substâncias, bem como o contato direto com petróleo e gás. As características principais desses agentes são a sua volatilidade e a sua solubilidade em gordura.
Carvão vegetal
Barra sólida de cobre soldada nas juntas
Conduto de água
Figura 26 – Aterramento de tanques de líquidos in�amáveis
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Origem Utilização de produtos químicos, que podem se apresentar sob a forma de aerosol, gases, líquidos, sólidos e poeiras. Compostos ou produtos inaláveis ou que possam ser absorvidos pela pele, ou passíveis de serem ingeridos devem ser controlados e sinalizados, a �m de que não sejam usados inadvertidamente.
Modelo do símbolo do risco químico
Símbolo do risco químico do ácido sulfúrico H2SO4
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Figura 27 – Símbolo identi�cativo de risco químico
Medidas preventivas Evitar intoxicações ocupacionais que podem ser controladas ou eliminadas com uso de exaustores. Limpeza rigorosa nos locais de vazamentos ou derrames. Higiene do ambiente e pessoal. Uso de EPI e EPC adequados é de grande importância para a eliminação de qualquer contaminação. Qualquer agente químico presente no ambiente de trabalho que penetre por via respiratória, digestiva ou pela pele, tem a sua ação tóxica aumentada, pois facilmente atingirá o sangue, podendo agredir qualquer órgão interno do corpo humano. Os riscos causados por substâncias químicas vão depender da via de penetração, da concentração, do tempo de exposição e da sensibilidade individual.
6.1.3 AGENTES BIOLÓGICOS No trabalho de prospecção e extração (tanto no mar quanto em terra) os agentes biológicos estão presentes, razão pela qual devemos tomar bastante cuidado
6 RISCOS AMBIENTAIS NO TRABALHO
com esse tipo de risco, face ao seu grau de comprometimento da produção e ao seu raio de ação, podendo atingir todos os integrantes da equipe ao mesmo tempo.
Origem São vírus, fungos, icterícias, bactérias, parasitas, vermes e animais peçonhentos e venenosos, que normalmente podem proliferar no ambiente, quando existe a falta de higiene ou pequenos descuidos.
Medidas preventivas Cuidado no armazenamento de materiais. Limpeza dos ambientes de trabalho. Higiene na preparação e na distribuição dos alimentos para os trabalhadores. Controle de resíduos. Exame médico periódico e vacinação. Os agentes biológicos utilizam a água, o solo e o ar como meios para atingir o organismo de trabalhador. A ocorrência de micro-organismos patogênicos exige para a sua eliminação o controle de resíduos, exames e vacinações, o que pode comprometer ainda mais a produção.
CASOS E RELATOS
É muito comum veri�carmos nas o�cinas a ocorrência de trabalhadores, em que após ter em contato com óleo ou graxa, utilizam solventes, como varsol, querosene, para remover a graxa e o óleo. Eles esquecem que esses produtos também removem a gordura protetora da pele, podendo causar não só câncer de pele, como outras dermatites. Cabe a você, técnico, informar a eles sobre esse risco.
6.2 AGENTES ERGONÔMICOS São inerentes ao processo de posicionamento do ser humano, isto é, ao seu modo de sentar, à posição de trabalho, ao tipo de móveis usados e ao tipo de atividade executada, todos eles afetando o esqueleto humano, causando fadiga, dores lombares, problemas de baixa estima, entre outros.
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Medidas preventivas Adequar o mobiliário ou ferramental ao tipo de serviço a ser executado, evitando diversos problemas na coluna e em outras partes do corpo. Não levantar peso maior do que o permitido para a sua estrutura óssea. Ao erguer um peso maior, dobrar os joelhos, usando sempre equipamentos auxiliares.
100% dos casos de LER/DORT são curáveis quando diagnosticados no início.
VOCÊ SABIA? LER – Lesões por Esforços Repetitivos
DORT – Distúrbios Ósteomusculares Relacionados ao Trabalho
6.3 PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE DANOS A prevenção e redução de danos numa empresa se dão através da eliminação das causas dos Atos Inseguros e das Condições Inseguras, que são as fontes geradoras dos acidentes de trabalho. Para tanto, temos que trabalhar na origem das causas, que são: Trabalhador – Dar melhor treinamento e capacitação para o trabalhador. Equipamento – Melhorar a manutenção dos equipamentos. Ambiente – Melhorar a sinalização e o conforto do ambiente de trabalho. Material – Selecionar o material mais adequado ao tipo de serviço a ser realizado. Risco ambiental – Procurar eliminar o foco desses riscos. Quando atacamos estes cinco pontos diminuímos não só os riscos de acidentes, como aumentamos a produtividade da empresa, diminuindo os produtos defeituosos e reduzindo os danos que possam ocorrer. Não podemos esquecer que um trabalhador motivado e valorizado tem melhor produtividade, o que representa uma produção com mais qualidade, uma empresa mais organizada e com maior credibilidade no mercado.
6 RISCOS AMBIENTAIS NO TRABALHO
RECAPITULANDO O conhecimento das normas de prevenção de acidentes é de grande importância, tanto para o ambiente de trabalho quanto para o ambiente residencial. Muitas vezes, o acidente pode ser evitado pelo modo como você se sente quanto à preservação e à prevenção de acidentes. Se você se sentir bem, ao ler esse material você procurará entender como proceder e o que fazer, tanto para evitar, quanto para prevenir um acidente. A realidade algumas vezes nos coloca em situações constrangedoras, em acidente, muitas vezes, o modo de agir é de primordial importância para a sobrevivência da pessoa. Não esqueça: o conhecimento nesta área poderá ser usado tanto na empresa em que trabalha, quanto em sua residência, para salvar a pessoa mais importante da sua vida.
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PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
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Figura 28 – Biodiversidade brasileira
A crescente necessidade de petróleo e a grande distância entre os países produtores e consumidores têm tornado o transporte marítimo e a utilização das plataformas de petróleo imprescindíveis na solução de obtenção de petróleo, assim como na parte logística. Uma fonte de problemas para o meio ambiente também foi criada, pois apesar das medidas de segurança (tomadas pela Petrobras, assim como por outras empresas do ramo), observou-se que nem sempre essas medidas têm sido e�cazes. Um exemplo foi o que ocorreu em 2011, no Rio de Janeiro, gerando a poluição das praias, a mortes de animais e a destruição da fauna e �ora marítima. É crucial que entendamos que só a conscientização do ser humano e a prevenção evitam que ocorram falhas nos sistemas de segurança. A legislação ambiental em vigor, além de sua complexidade apresenta alguns problemas de jurisprudência, por conta da existência de con�ito de jurisdição (se é federal, estadual ou municipal a sua aplicação), do que resulta as grandes falhas na sua aplicação da Lei de Crimes Ambientais.
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7.1 IMPACTOS AMBIENTAIS DA AÇÃO HUMANA Nossos antepassados viviam dentro de cavernas, matavam os animais apenas para comer e usavam o fogo para se aquecer. O que eles tinham em comum com o ser humano atual? Isso mesmo, todos os dois, no passado ou no presente, precisavam modi�car o meio ambiente para sobreviver, contribuindo assim, para a sua degradação, em maior ou menor valor, mas sempre uma degradação signi�cativa.
Em toda atividade exercida pelo ser humano ele estará consumindo material ou energia. Recursos originários da Terra, para a qual ela devolverá na forma de rejeitos, causando impacto ao meio ambiente.
Isto também ocorre com qualquer indústria, mesmo as de petróleo e gás, por mais que sejam tomadas as medidas preventivas, haverá sempre a modi�cação do ambiente. E, hoje em dia, ninguém consegue viver sem iluminação, gás, carro, vacinas e alimentos.
VOCÊ SABIA?
40% do lixo coletado pelas empresas de limpeza urbana é lixo que você joga na rua.
A legislação federal estabelece diversas políticas de proteção ao Meio Ambiente, Lei 6.938/81, de uso dos Recursos Hídricos, Lei 9.433/97, e de Educação Ambiental, Lei 9.795/99, além da Constituição Federal/1988, artigo 225 e outros, estabelecendo multas altíssimas, em caso de Poluição Ambiental. Entretanto, continuamos com os problemas de sempre, rios poluídos, Baía de Guanabara sem os seus gol�nhos, devido à poluição, dentre outros problemas.
Atividade x área de impacto Atividade
Área de impacto ambiental
Poeira e fumaça
Poluição do ar
E�uente sanitário
Poluição da água
Ruídos
Poluição sonora
Produtos químicos
Poluição do ar, alergia provocadas ao ser humano
Consumo de energia e de água
Redução da oferta do recurso
Resíduos
Poluição do solo
7 PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
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Figura 29 – Coleta seletiva
CASOS E RELATOS
A �rma WPXT trabalha na área de petróleo e gás, seu lema é: “O meio ambiente é primordial para a vida”. Ela procura efetuar o seu trabalho sempre protegendo não só a vida humana, mas também tomando todos os cuidados com o meio ambiente. Recentemente, ela declinou de um trabalho, muito bem remunerado, de retirada e descarte de resíduos de uma re�naria, tendo em vista que o mesmo não seria embalado corretamente, segundo às normas regulamentadoras – NR 9, nem seguiria às leis de proteção ambiental. Dias mais tarde, seu dono assistiu na TV a um noticiário, informando que a �rma que efetuou esse descarte havia sido multada, com um valor altíssimo.
7.1.1 IMPACTO AMBIENTAL DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO Registramos este impacto desde a fase de prospecção, em que temos os abalos sísmicos provocados pelas explosões (tanto em terra quanto no mar), assim como na fase de produção e na fase de transporte e armazenamento, onde há riscos de vazamentos, que podem poluir as águas do mar. Com isso, o meio ambiente necessitará de muitos anos para retornar as condições anteriores. O que será do homem durante este tempo? É uma pergunta que ninguém sabe responder.
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O que se pode a�rmar é que se não �zermos nada para corrigir, esse quadro não estaremos só acabando com o meio ambiente, mas sim com a própria humanidad e.
SAIBA MAIS
Até 1981, a Legislação Ambiental admitia um grau tolerável de poluição por parte das indústrias. Atualmente não se admite mais que uma atividade produtiva cause danos ambientais, com uma multa que pode atingir a totalidade do patrimônio da empresa. Você pode pesquisar mais detalhes em www.ibama.gov.br/leiambiental/home.htm, sobre a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605).
Devemos, portanto, aplicar a regra dos três “Rs” Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
7.2 SEGREGAÇÃO, DESCARTE E RECICLAGEM Uma grande parte do lixo gerado pelo ser humano é descartado de forma descuidada no ambiente. Papel, barbante, pilhas, cigarros, tecido etc. são alguns dos materiais que demorarão um bom tempo até que retornem ao ambiente na sua forma original. Esse material, após ser recolhido, será encaminhado para lixões, ou no caso de ocorrer uma chuva, será levado para rios ou mares, atingindo não só outros seres humanos, mas toda fauna e �ora.
CASOS E RELATOS
O número de queimaduras ocasionadas por água-vivas aumenta no verão. Elas são provocadas pela mortalidade de grande quantidade de tar tarugas, que se alimentam delas. Isto porque as tartarugas confundem o plástico descartado pelo ser humano com as água-vivas e acabam engolindo esse material e morrendo as�xiadas. É o ser humano recebendo como prêmio aquilo que ele mesmo produziu, além de prejudicar um animal que nada tem a ver com o nosso erro.
Assim, precisamos começar a agir de modo consciente, para tanto, devemos aplicar os três Rs, a �m de preservar a nossa vida. Para começar, devemos nos educar como seres humanos. Somente com esta conscientização poderemos garantir o controle de um dos grandes problemas do meio ambiente: o lixo doméstico e o de rua.
7 PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Por meio da coleta seletiva poderemos obter uma grande quantidade de lixo reutilizável, além de proteger o meio ambiente, pois o descarte inteligente protege o meio ambiente.
A partir da criação de normas internas para serem usadas no descarte de materiais, como a existente na área de petróleo e gás, a �m de evitar incêndios, o descarte de estopas e trapos embebidos em óleo passou a ser efetuado em recipientes metálicos, medida tomada a partir da criação de normas internas, para serem usadas no descarte de materiais. Assim como possíveis derramamentos e vazamentos (que por acaso ocorram) devem ser limpos o mais rapidamente possível, para evitar não só acidentes, como danos ambientais maiores. A preocupação por parte das empresas com o custo das matérias-primas e com a energia gasta para confeccionar um produto, têm levado as mesmas a pensar na criação de produtos mais duráveis, de melhor qualidade e que possam ser reparados quando apresentarem defeito. Teríamos, assim, a eliminação, não só dos resíduos, mas também das sucatas, produtos descartados por serem considerados obsoletos ou por apresentarem defeito. Com o emprego desse processo, a mão de obra considerada excessiva para a produção seria utilizada na recuperação dos produtos dani�cados, evitando o acúmulo de sucatas e produtos obsoletos. E, por �m, com a conscientização de que a matéria-prima é escassa, com a desmontagem e a reutilização de partes destes produtos, em produtos novos, teríamos uma melhor utilização da matéria-prima, o que completaria a regrinha dos três Rs.
7.3 RACIONALIZAÇÃO DO USO DOS RECURSOS NATURAIS E FONTES DE ENERGIA Racionalização do uso dos recursos naturais Os recursos que nós temos no ambiente devem ser usados com parcimônia. Entretanto, a competição desenfreada acabou por gerar um grande consumo de produtos e de energia, que hábito pouco a pouco tem afetado os elementos vitais para o ser humano, como por exemplo, a água, o ar, os alimentos, a matéria-prima para os produtos, as �orestas e, principalmente, a fauna.
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O grande desperdício de água, aos poucos, transformará esse líquido no elemento mais valioso da face da Terra, pois estamos acabando com os rios, as lagoas e com os reservatórios subterrâneos. O ar das nossas cidades já está bastante poluído, em função do uso dos veículos movidos à gasolina e a óleo diesel.
VOCÊ SABIA?
As nossas florestas estão se reduzindo, devido à transformação do seu ambiente em pasto, através das queimadas, que geram fuligem e aquecimento ambiental; e o gado, que com seus dejetos produz metano, o que agride mais ainda a camada de ozônio. O uso indiscriminado de pesticida não aumentou significativamente a quantidade de alimentos agrícolas, mas contribuiu para criar insetos e pragas mais resistentes. Tudo isso é obra do ser humano, obra que causa impacto cada vez maior ao meio ambiente.
O petróleo está acabando, e por mais que encontremos novas áreas petrolíferas, elas estão em locais nos quais ainda não existe tecnologia, ou em áreas de difícil acesso, tornando o custo de sua extração bastante alto.
Energia Algumas das fontes de energia existentes, tais como: as hidroelétricas, as térmicas e a nuclear, que nos fornecem energia elétrica, tão necessária hoje em dia, estão comprometidas. As duas primeiras, hidroelétrica e térmica, estão bastante degradadas com a utilização na agricultura e a nuclear exige grandes áreas para o depósito de resíduos nucleares. No Brasil temos grandes potenciais hídricos e uma �oresta tropical exuberante, a Amazônia, que está bastante degradada com a utilização na agricultura. A energia é primordial para o ser humano. Com base nessa necessidade, cada vez mais crescente, o Brasil passou a investir em energia limpa, por meio de diversos projetos, empregando biocombustível. Hoje usamos o etanol, obtido da cana de açúcar, e o biodiesel, extraído da mamona, do amendoim, do girassol e da soja. Inclusive, existe a obrigatoriedade de empregarmos 5% de biodiesel, junto com o diesel obtido do petróleo. Também temos a utilização do biogás, obtido da decomposição de matéria orgânica por bactérias, em biodigestores. Temos outras fontes de energia possíveis de serem empregadas em larga escala, e que estão em fase de teste, como a energia eólica. A Petrobras está empregando a energia das marés e a energia solar no Parque Eólico de Mangue Seco, no Rio Grande do Norte. Atualmente, já se pensa na utilização de garrafas pet, como combustível, em usinas térmicas.
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7.4 PRESERVAÇÃO DO MEIO, USO DE TECNOLOGIAS LIMPAS, DE RECURSOS RENOVÁVEIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
7.4.1 PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
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Figura 30 – Nascentes, rios, lagoas e mares – Preservar é preciso
Um dos maiores problemas na área de Petróleo e Gás é a ocorrência de vazamentos, o que além de produzir danos monetários, com a perda do produto, também produz danos considerados incalculáveis ao meio ambiente. Atualmente, a perfuração de poços de petróleo no mar tem gerado receitas altíssimas para as empresas e para o país, entretanto, apenas uma pequena parte dessa receita tem sido aplicada na prevenção e correção dos danos ao meio ambiente. No caso de vazamento no mar, em virtude de mais de 85% do petróleo ser transportado por navios, é muito mais barato utilizar o processo de contenção e deixar a natureza interagir do que se precaver, fazendo um controle e monitoramento de todo o processo, a �m de não permitir que eles ocorram. Os métodos empregados para corrigir um vazamento de petróleo no mar, inicialmente, são: Espalhamento Evaporação Dispersão Emulsi�cação Dissolução
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São considerados processos de rápida determinação do destino do óleo derramado, enquanto os de oxidação, sedimentação e biodegradação são considerados processos mais demorados, que variam em função do tipo de óleo vazado. Os processos descritos não eliminam a causa, somente minimizam o efeito nocivo dos problemas causados pelo vazamento. A aplicação das normas ISO 14001/2004 tem como �nalidade apoiar a proteção ambiental e a prevenção da poluição, contendo requisitos que podem ser auditados para efeito de Certi�cação, sendo muito exigida no comércio exterior de petróleo e gás. É certi�cada por essa norma a empresa que estiver em conformidade com a legislação ambiental do país produtor.
7.4.2 USO DE TECNOLOGIAS LIMPAS E DE RECURSOS RENOVÁVEIS Diversas metas foram estabelecidas quando foi assinado o Protocolo de Kyoto. Elas visam à redução das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa. Este protocolo permite que os países que �carem abaixo dessas metas possam vender a sobra de suas metas para países que não conseguiram alcançá-las. Segundo alguns ecologistas esse protocolo não estaria atingindo o seu objetivo, que seria o de forçar todos os países a reduzirem a emissão de gases que afetam a camada de ozônio.
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Figura 31 – Algumas fontes de energia
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O uso de tecnologias limpas e de recursos renováveis tem sido empregado no Brasil. A utilização de fontes alternativas de energia, tais como, a biomassa e o biodiesel, principalmente, visa substituir ou diminuir a poluição ambiental causada pelo uso do petróleo e do carvão mineral. O uso da energia solar e da energia eólica ainda encontram-se em fase de estudos, devido ao seu alto custo, se comparado com os custos dos outros tipos de energia atualmente utilizados. Esses estudos são feitos predominantemente na Região do Nordeste, onde temos a predominância de ventos e de sol, durante uma boa parte do ano e uma escassez de energia elétrica.
RESÍDUOS SÓLIDOS A Petrobras vem trabalhando na redução de resíduos sólidos gerados nas re�narias, através de uma coleta seletiva, permitindo a sua reciclagem e utilização própria, ou para venda a terceiros. Outros resíduos que não podem ser reciclados são tratados em unidades de biodegradação natural, onde micro-organismos do solo transformam os resíduos oleosos.
7.4.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Consiste em atender às necessidades do presente sem comprometer às gerações futuras, envolvendo obrigatoriamente as questões ambientais, o desenvolvimento tecnológico e toda a sociedade.
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS
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Figura 32 – Poluição na Baía de Guajará – Belém do Pará – Ao fundo Mercado Ver-o-Peso
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Crescimento da população Hoje 7 bilhões, no futuro, quem sabe, 10 bilhões, ou mais. Destruição da camada de ozônio Estabelecer programas de re�orestamento com a conversão de CO2 em O2. Aquecimento global Parar com as queimadas nas �orestas. Poluição do ar Controlar a emissão de gases expedidos pelas chaminés das fábricas e a liberação de hidrocarboneto dos veículos. Degradação dos ecossistemas Controle de vazamentos de substâncias químicas e do desmatamento.
RELATÓRIO NASA – AGÊNCIA NACIONAL DE AERONÁUTICA E ESPAÇO A Nasa – Agência Espacial Norte Americana – estabeleceu no seu relatório, algumas medidas que poderiam, segundo eles, diminuir o aquecimento global, em até 1ºC, nos próximos 30 anos, além de reduzir as doenças respiratórias e aumentar a produção de cereais. Vamos identi�car que medidas são essas? 1. Diminuir o vazamento de gás nas minas de carvão. 2. Eliminar as perdas de gás nos poços de petróleo. 3. Tratar o esterco de criações do gado que produzem metano. 4. Reduzir vazamentos de gasodutos. 5. Capturar a emanação de metano nas usinas de tratamento. 6. Separar o lixo biodegradável para reciclagem e uso da biomassa. 7. Arejar as plantações de arroz, pois em áreas alagadas elas produzem metano. 8. Substituir a frota antiga de carros por novos, que vêm com catalisadores nas descargas. 9. Obrigar a instalação de �ltros em usinas e em veículos que utilizam óleo diesel. 10. Difundir em países pobres os fornos por queima de biogás. 11. Trocar a queima do coque em usinas siderúrgicas por outro subproduto mais e�ciente; entre outras.
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Com isso teríamos uma melhora substancial no ar e no meio ambiente. Temos uma pergunta, não respondida pela Nasa em seu relatório: quem bancaria isso tudo? Que algo tem que ser feito e com urgência todos sabemos, vejam as conferências e acordos internacionais. Mas, chegamos ao elemento principal: o custo, já que os países desenvolvidos não querem pagar a conta, mesmo sabendo que grande parte da degradação foi feita por eles; e os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento não possuem reservas monetárias que suportem tais investimentos.
UM BALANÇO ECOLÓGICO Superavit
Déficit
Potencial ecológico maior que o seu consumo
Potencial ecológico menor que o seu consumo
CANADÁ 2,1 vezes
EUA 2,1 vezes
BRASIL 3,1 vezes
ESPANHA 3,3 vezes
BOLÍVIA 7,3 vezes
REINO UNIDO 3,6 vezes
Figura 33 – Países x Desenvolvimento ecológico
VOCÊ SABIA?
Um grau centígrado a mais nos termômetros pode reduzir o tamanho de invertebrados marinhos, em até 4%; salamandras em 14%; e peixes em até 22%.
SAIBA MAIS
Os sites abaixo podem complementar seu estudo sobre meio ambiente. www.portaldomeioambiente.org.br www.sustentabilidade.org.br www.cetesb.sp.gov.br www.mma.gov.br
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RECAPITULANDO O meio ambiente tem a sua importância cada vez mais ressaltada nos dias de hoje, principalmente quando nos deparamos com questões como o aquecimento global, o desmatamento, a falta de água e o lixo acumulado. Todas as medidas devem ser tomadas, sendo a principal, delas, a educação, tanto do povo quanto das grandes empresas. Mesmo sabendo que as �rmas podem reclamar devemos tentar conscientizá-las, a �m de que cuidem melhor do meio ambiente, de grande importância para a nossa sobrevivência. Neste livro procuramos ressaltar a importância da Ética, da Cidadania, da Qualidade e dos conhecimentos, tanto na preservação das indústrias, quanto no melhor aproveitamento da matéria-prima. Veri�camos também que tudo passa pelo melhor preparo do ser humano para a execução dos trabalhos, assim, as �rmas precisam entender que se o homem for bem preparado, elas terão maior lucro, menos problemas, menos acidentes e maior produtividade. Tudo que vimos nesta Unidade Curricular tem como objetivo prepará-lo me lhor para o exercício de sua pro�ssão, com mais segurança, com mais garra, evitando acidentes que poderão comprometê-lo e, muitas vezes, até tirar a vida de alguns de seus colegas de trabalho, ou das pessoas de sua convivência. Esteja certo de que isto é um pequeno resumo para que você possa iniciar a sua caminhada com segurança. Lembre-se de que nós aprendemos todos os dias, a toda hora, enriquecendo sempre a nossa vida. Boa sorte neste novo caminho que com os conhecimentos adquiridos você pode iniciar agora.
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Anotações:
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REFERÊNCIAS ABRANTES, José. Programa 8S – A base da �loso�a. Seis Sigma. AMOEDO, Sebastião. Ética do trabalho na era pós-qualidade , Ed. Qualitymark. ARAÚJO, Gilvanni Moraes. Legislação de segurança e saúde ocupacional gerenciamento verde . Editora e Livraria Virtual. BRANCO, Samuel Murgel. Energia e meio ambiente . Editora Moderna. CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência da qualidade total . Ed. Fundação Christiano Ottoni EEUFMG. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988. Diversos Autores. Administração da produção . Ed. Atlas. Fundacentro. MTrab. Livros de 1 a 6 . Lei 6.514/77. Segurança e medicina do trabalho normas regulamentadoras, Editora Atlas. LIMA, Haroldo. Petróleo no Brasil. A situação, o modelo e política atual. MOREIRA, Maria Suely. Gestão ambiental. Pequeno Manual de Treinamento – INDG. MURTA, Aurélio Lamare S. Energia: o vício da civilização . Série Desa�os do Século XX. Ed. Garamond. Revista Brasil Energia, Ano 30, nº 373 – dez./2011. Revista Brasil Energia, Ano 30, nº 372 – nov./2011. Revista Isto É , Ano 35, nº 2.186, out./2011. Revista Isto É , Ano 35, nº 2.187, out./2011. Revista Isto É , Ano 35, nº 2.189, out./2011.
RODRIGUES, Marcus Vinícius. Ações para qualidade. Ed. Qualitymark. SANTOS, Andréa S; FILHO, Rodrigues Saulo. Um futuro incerto, mudanças climáticas e a vida no planeta. Série Desa�os do Século XXI. Garamond. Senac. Ética & Trabalho SENAI-Petrobras. Curso de segurança, meio ambiente e saúde . 2003. Senai-RJ. Apostilas de segurança e qualidade . Senai-RJ. SMS-saúde. Série Sucesso Pro�ssional. Negócios éticos. Publifolha. THOMAS, José Eduardo. Fundamentos de engenharia de petróleo . Ed. Interciência. TN Petróleo, nº 80, nov./dez./11.
MINICURRÍCULO DO AUTOR NELSON DE MORAIS LEANDRO
Formado em Engenharia Mecânica, especialidade Fabricação, pela Faculdade de Engenharia Souza Marques (1978), formado em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela UERJ (1980), com Curso de Especialização em Sistemas de Ar Condicionado e Refrigeração e de Otimização da Manutenção pela UERJ (1988), com o Curso de Bacharel em Matemática, pela Universidade Candido Mendes (1975). Ministra aulas de Matemática há dez anos, em diversas escolas, sendo professor concursado da Secretaria Estadual de Educação. Participou, durante o período de 2004 a 2007, como professor de diversas disciplinas no Senai Euvaldo Lodi, por contrato, sendo efetivado em agosto de 2010. Foi supervisor técnico do Banerj e do Banco Itaú na área de Sistemas de Ar Condicionado e Refrigeração, durante o período de 1988 a 2002, tendo projetado diversos sistemas de ar condicionado para as agências do Banerj. Atualmente é responsável técnico pela Empresa Multitec Ar Condicionado Ltda. e pela MTS Comércio e Serviços Ltda. – ME. Participou de diversos cursos e palestras na área de Elétrica, Mecânica e Sistemas de Refrigeração e de Segurança do Trabalho.
SENAI � DEPARTAMENTO NACIONAL UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISS IONAL E TECNOLÓGICA � UNIEP Rolando Vargas Vallejos
Gerente Executivo Felipe Esteves Morgado
Gerente Executivo Adjunto Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
SENAI � DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO DE JANEIRO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA � NUCED Luis Roberto Arruda Marcela Gomes Geraldo
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional Ana Beatriz Lima Guedes Monteiro
Coordenação do Projeto Nelson de Morais Leandro
Elaboração Gisele Teixeira Saleiro
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