Aprenda a falar em público Módulo II
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Sumário
Unidade 4 – Linguagem corporal .................................................................................. 4 4.1 – Linguagem corporal: seu poder na comunicação............................................... 4 4.2 – Aprendendo a reconhecer e a usar a linguagem do corpo .................................. 7 4.2.1 – Postura: ......................................................................................................... 8 4.2.2 – Distância: .................................................................................................... 10 4.2.3 – Gestos: ........................................................................................................ 12 4.2.4 – Expressões faciais:....................................................................................... 14 4.3 – O poder persuasivo do olhar ........................................................................... 16 4.4 – Utilizando-se da linguagem corporal nas apresentações .................................. 19 4.4.1 – A boa aparência pessoal: alguns conselhos .................................................. 20 Unidade 5 – Planejando e realizando uma apresentação em público ............................ 26 5.1 – Planejando e organizando a sua apresentação.................................................. 26 5.1.1 – Planejamento: .............................................................................................. 27 5.1.2 – Objetivos: .................................................................................................... 28 5.1.3 – Estrutura:..................................................................................................... 30 5.1.3.1 – Introdução: ............................................................................................... 31 5.1.3.2 – Desenvolvimento:..................................................................................... 32 5.1.3.3 – Conclusão:................................................................................................ 32 5.1.4 – Preparação:.................................................................................................. 33 5.2. – Comunicação verbal: ..................................................................................... 34 5.2.1 – Voz: ............................................................................................................ 34 5.2.4 – O discurso: .................................................................................................. 35 5.3 – Higienização da voz: ...................................................................................... 37 5.4 – Leitura em voz alta ......................................................................................... 37 5.5 – Apresentação: a hora de falar.......................................................................... 39 5.5.1 – A introdução:............................................................................................... 40 5.5. 2 – Desenvolvimento:....................................................................................... 43 5.5.3 – Conclusão:................................................................................................... 46 5.6 – Checklist ........................................................................................................ 47 Conclusão do módulo 2:.............................................................................................. 51 2
Bibliografia................................................................................................................. 52
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Unidade 4 – Linguagem corporal Nesta unidade vamos nos dedicar a trabalhar uma parte importante da comunicação: a linguagem corporal. Veremos a importância dela na comunicação, como ler as informações que ela nos passa e como utilizá-las em nosso favor na hora de falar em público. Além disso, vamos aprender quais são as dicas para nos vestirmos adequadamente, como as vestimentas podem melhorar nossa imagem e quais são os acessórios que reforçam as nossas mensagens.
4.1 – Linguagem corporal: seu poder na comunicação Você já reparou que julgamos algumas pessoas que não conhecemos como simpáticas Isso
é
ou
arrogantes?
muito
frequente,
principalmente
quando
assistimos entrevistas com pessoas famosas ou palestras e apresentações. No entanto, será que essas pessoas são realmente assim, ou melhor dizendo,
será
que
essas
pessoas realmente gostariam de ser percebidas assim? Essa percepção que temos de uma pessoa que muitas vezes não conhecemos é fruto da aparência ou da imagem que alguém constrói para si. A aparência física, os movimentos e os gestos, a postura, a modulação da voz e a dicção são alguns elementos que ajudam a compor a nossa imagem. Esses elementos não são acessórios, mas, sim, signos que reforçam a comunicação não-verbal, expressando nossas intenções. É claro que as aparências enganam e iludem, no entanto as primeiras impressões são bastante importantes, já que, normalmente, as pessoas nos julgam por elas. Por isso nos preocuparmos com a aparência e postura pode fazer uma grande diferença. 4
Alguns estudos apontam dados interessantes a respeito desta primeira impressão que temos das outras pessoas. Descobriu-se que fazemos um julgamento dos outros nos primeiros 5 segundos de um primeiro encontro e que 80% da opinião que teremos de alguém é formada pelos 4 primeiros minutos em que entramos em contato com esse desconhecido. Se levarmos essas informações em consideração, então nos parece bastante sensata a preocupação com o nosso comportamento não-verbal, afinal não é necessário que alguém fale alguma coisa para que tenhamos uma opinião sobre ela. Entendemos como comportamento nãoverbal toda a linguagem que não envolve necessariamente o conteúdo das palavras. Por exemplo, os gestos, os nossos movimentos, a maneira como nos vestimos, entre outros elementos, fazem parte do nosso comportamento nãoverbal. Observe a imagem ao lado e reflita: como você vê essa pessoa e o que faz com que você a veja assim. Precisamos ter em mente que, independente da cultura em que vivemos, as palavras, os gestos e os movimentos acontecem juntos. De modo geral, no entanto, tendemos a prestar mais atenção no que falamos que na maneira como nos portamos, por isso é frequente contarmos uma história e o nosso corpo contar outra. Essa atenção demasiada que damos à fala é porque acreditamos que ela é o nosso principal meio de comunicação, visto que a escolha de palavras e a ordenação do discurso são conscientes, ou seja, são feitas por nós. Entretanto, algumas pesquisas apontaram que a comunicação verbal é responsável por apenas 35% da transmissão de nossas mensagens, os outros 65% são responsabilidade da comunicação não-verbal, ou seja, nossa linguagem corporal. Por isso, sugere-se que a linguagem corporal tenha sido o primeiro sistema de comunicação usado pelo ser humano. A linguagem gestual, ou seja, não-verbal, por ser muito sutil e vasta, costuma ser ignorada pela maior parte das pessoas. Por exemplo, é bastante frequente alguém que não presta atenção a seus gestos enquanto conta uma história e que não presta atenção nos gestos de quem ouve essa mesma história. 5
Este pouco caso com os gestos pode ocasionar situações embaraçosas, como um apresentador que não percebe que sua plateia está cansada de ouvi-lo e precisa fazer um intervalo, ou, ainda, dizer que gostamos de alguma coisa enquanto nossas expressões afirmam o contrário. Apesar de o nosso corpo representar uma parcela significativa na nossa comunicação, estima-se que 70% da nossa linguagem corporal seja inconsciente, sendo comum que os nossos gestos nos denunciem ou nos favoreçam sem que saibamos. Por isso, é preciso que fiquemos atentos aos nossos gestos e dos nossos interlocutores, minimizando, assim, situações como as que citamos. A partir desta explanação, podemos voltar às pessoas a quem nos referimos no início do texto, aquelas que julgamos mesmo sem conhecer. É bem provável que essas pessoas que julgamos arrogantes ou antipáticas não estejam fazendo uma boa utilização da linguagem corporal ou, ainda, não estão acreditando no discurso que estão usando. Já uma pessoa simpática ou carismática costuma fazer um bom uso da sua linguagem corporal, mostrando-se quase sempre simples e receptiva, ainda que muitas vezes este comportamento possa ser falso. No próximo tópico vamos aprender a ler alguns sinais da linguagem corporal e vamos conhecer as principais situações em que o conhecimento desta linguagem é exigido.
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4.2 – Aprendendo a reconhecer e a usar a linguagem do corpo Ainda que estejamos acostumados a dar mais
atenção
para
a
linguagem
e
que,
normalmente, não prestamos atenção em nossas posturas, precisamos notar que somos, sim, bons leitores da linguagem não-verbal. O cientista britânico Charles Darwin foi o primeiro a perceber isso. Segundo ele, poderíamos reconhecer milhares de expressões faciais e identificar nelas sentimentos como raiva, angústia, tristeza, alegria, serenidade etc. Quando vamos para uma festa, por exemplo, conseguimos identificar com alguma facilidade alguém que está interessado em nós, mesmo que essa pessoa não nos diga. O olhar fatal, as inclinações do corpo, e os sutis toques no braço e na mão são exemplos claros de atitudes adotadas pelas pessoas quando estão interessadas em outras. O mesmo acontece quando assistimos a uma palestra em que o apresentador nos olha com arrogância e desinteresse ou, ainda, quando somos rejeitados ou censurados. Essa percepção nada mais é do que uma leitura dos gestos que as pessoas fazem. A
nossa
linguagem
verbal,
inclusive, coloca em evidência a nossa habilidade de ler esses gestos por meio da utilização de algumas expressões. Essas
expressões
aparecem
quando
reconhecemos uma atitude ou postura que não conseguimos expressar por meio de uma palavra ou sentença concreta. Veja alguns exemplos de expressões cotidianas abaixo:
7
•
“Não fique de queixo caído” (Não fique surpreso)
•
“Tire este peso dos ombros” (Relaxe!)
•
“Não continue empurrando tudo com a barriga” (não seja desleixado com as suas responsabilidades, tome uma atitude)
•
“Quando chegar à festa, entre de cabeça erguida” (quando chegar à festa, mostre que está bem!)
•
“Que nariz empinado tem aquela menina, ela pensa que é a dona do mundo” (Que menina arrogante, ela pensa que é dona do mundo). Para aprendermos a interpretar a nossa linguagem corporal e também a do outro,
devemos ter em mente alguns pontos-chaves, tais quais: •
Postura;
•
Distância;
•
Gestos;
•
Expressões faciais.
4.2.1 – Postura: A postura é o modo como nos posicionamos diante do público. Pode ser negativa ou positiva. Dentre as características da postura negativa estão:
•
Olhar indireto e evasivo;
•
Ombros
caídos.
Demonstram
falta
de
confiança em si próprio; •
Mexer no pescoço/orelha. Indica rejeição à opinião da outra pessoa;
•
Braços cruzados. Mostram que a pessoa está na defensiva;
Tente evitar essa postura o máximo que puder, pois costuma criar o distanciamento das pessoas. Se estiver numa apresentação fique atento, para não manter uma postura subserviente – ombros caídos, olhar baixo, costas curvadas e expressão de desamparo. 8
Uma outra postura negativa é a arrogante. Evite o nariz empinado, os olhos ameaçadores, o queixo erguido e o ar de superioridade. Caso contrário, é bem provável que você afaste sua plateia. Já quando uma pessoa possui uma postura positiva, podemos observar:
•
Uma postura que incentiva a comunicação;
•
Olhar franco e direto;
•
Sorriso aberto;
•
Corpo virado para frente e postura aberta, indicando confiança;
•
Manutenção dos braços em mãos em posições neutras;
•
Cabeça e ombros levantados.
Note que mesmo quando estamos sentados sem dizer nada, podemos transmitir uma mensagem diferente das que desejamos apenas com a postura. Por isso, evite dobrar as pernas e deixar a coluna cair para trás, pois pode parecer que você está cansado(a) ou sem entusiasmo. Se estiver no trabalho, não se sente como se estivesse afundado(a) na cadeira, pode parecer descaso com o seu trabalho e as pessoas ao seu redor. Opte sempre por uma postura mais direta e formal independente da posição e do lugar em que se encontra. Já durante uma apresentação, é preciso que você adote uma postura adequada para transmitir sua mensagem com eficiência, manter a credibilidade e conquistar a atenção do público. Saiba que é por meio da expressão corporal que acentuamos o nosso magnetismo pessoal. Por isso, precisamos ter coragem de fazer uma análise objetiva da força e da agilidade de nossa comunicação não-verbal. Lembre-se sempre que é o movimento corporal do comunicador que vai incitar os movimentos da plateia. Desse modo, paixão gera paixão e apatia gera apatia. Veja abaixo algumas dicas de como se movimentar durante a apresentação e assegurar uma postura adequada:
9
•
Fique sempre bem posicionado;
•
Não coloque as mãos no bolso enquanto fala;
•
Não cruze os braços, ou coloque-os nas costas;
•
Deixe os braços naturalmente ao longo do corpo ou acima da linha da cintura;
•
Não fique se movimentando desordenadamente;
•
Só se movimente quando tiver intenção de dar ênfase a um assunto ou quando quiser se aproximar do público;
•
Tire objetos de perto de você. Assim, você poderá caminhar com tranquilidade sem correr o risco de esbarrar em algo e criar uma situação embaraçosa.
4.2.2 – Distância: A distância inadequada é um elemento fácil de ser percebido por qualquer pessoa e tem muito a dizer.
Normalmente,
percebemos
rapidamente
quando alguém se aproxima indevidamente de nós. Quando não conhecemos alguém, por exemplo, estabelecemos algumas distâncias padrões e somente quando a situação se torna mais íntima e confortável é que convidamos, por meio de nossa linguagem corporal, essa pessoa a se aproximar. As distâncias interpessoais podem ser divididas em quatro categorias, são elas:
•
Íntima;
•
Pessoal;
•
Social;
•
Pública.
A distância pública e social são as que dizem respeito ao trabalho e aos negócios interpessoais. Veja alguns exemplos de distâncias dessas duas categorias:
10
•
Distância social próxima: 1,2 a 2m. Esta distância é comumente estabelecida nas relações entre cliente-vendedor e patrão-empregado, já que evita familiaridade e intimidade.
•
Distância pública próxima: 3 a 8m: É a distância considerada ideal para reuniões informais e alguns tipos de exposições.
•
Distância pública afastada: mais de 8m. Esta distância é utilizada normalmente para grandes reuniões e palestras.
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4.2.3 – Gestos: Como já dissemos antes, o nosso corpo é um dos fatores mais importantes na comunicação. Quando dialogamos com alguém ou um grupo e utilizamos uma comunicação gestual inadequada, podemos transmitir uma ideia errada para os nossos ouvintes. Por isso, precisamos prestar atenção na postura, na distância e nos gestos. Tudo o que dizemos é regulado pela sinalização e pela movimentação dos gestos. Isso significa que, apesar de não substituírem a verbalização, eles acentuam a mensagem que queremos passar, ou seja, dão vida a ela. Os gestos podem ser de diferentes tipos e ter diferentes conotações. Estão ligados ao movimento das mãos e do corpo, bem como as expressões faciais. Eles devem fluir com naturalidade, pois é a mensagem que deve requisitá-los e não o contrário. Eles podem indicar sinais positivos ou negativos na comunicação, tanto da sua parte quando da parte do seu interlocutor. Por isso, fique atento para que os seus gestos fortaleçam sua mensagem. Veja
abaixo
importantes
algumas relacionadas
dicas à
movimentação gestual:
•
Alinhe o gesto com a palavra, buscando
harmonia
e
equilíbrio. •
Observe se a sua movimentação gestual está de acordo com os traços específicos de sua personalidade. Fique atento para que a sua comunicação corporal atenda às necessidades da plateia.
•
Escolha as palavras com cuidado para que a linguagem corporal não contradiga o que está falando. 12
•
As mãos costumam ser muito expressivas e de acordo com a posição e a velocidade com que se movimentam, podem comunicar coisas diversas. Por isso, preste atenção se a movimentação de suas mãos é condizente com o que diz. Por exemplo, uma pessoa que vira as palmas para si própria quer dizer que a interação com o interlocutor é positiva e que, portanto, está receptiva a ele.
•
Procure dar evidências de que está prestando atenção no discurso de seu interlocutor. Olhar nos olhos, colocar a mão no queixo, e acenar com a cabeça indicam atenção.
•
Busque vestir-se de modo adequado ao auditório e/ou à situação. Caso você sue muito, ou fique muito nervoso(a), escolha uma cor de roupa que reduza a evidência do suor.
Você viu, logo acima, algumas dicas sobre como utilizar a comunicação gestual em seu favor. Veja agora alguns gestos que devem ser evitados durante sua comunicação, seja durante uma exposição, seja durante uma conversa ou entrevista de emprego. •
Evite erguer os braços acima da cabeça;
•
Ao gesticular, evite movimentar as mãos além da altura do peito;
•
Evite gestos repetitivos. Em excesso, os gestos se tornam uma barreira visual;
•
Atenção aos gestos contraditórios. A linguagem gestual deve ser condizente com o seu discurso;
•
Tente não ficar ajeitando os óculos e o cabelo a todo o momento. O mesmo vale para gravatas;
•
Não fique apoiando-se ora em uma perna, ora em outra. Não se apoie em móveis do cenário;
•
Não coloque as mãos no bolso, e nem na cintura. Evite também pôr as mãos para trás do corpo ou ficar de braços cruzados;
•
Não fique ocupando as mãos desnecessariamente. Evite ficar segurando chaveiros e canetas ou roendo unhas;
•
Não fique esfregando as mãos toda hora. Também evite movimentar as mãos em excesso;
•
Não fique consultando o relógio toda hora. Seu interlocutor pode achar que você está incomodado(a) com a situação; caso precise controlar o tempo, olhe discretamente; 13
•
Se estiver sentado em uma reunião ou entrevista, não bata o pé ou movimente a perna repetitivamente. Esses movimentos indicam ansiedade, nervosismo e até irritação, além de aborrecerem as outras pessoas. O mesmo vale para o movimento de bater os dedos na mesa.
4.2.4 – Expressões faciais: Você certamente já ouviu dizer ou pronunciou uma sentença do tipo: “Essa menina fala com os olhos”. Quando ouvimos ou pronunciamos uma expressão como esta, estamos falando de pessoas que investem na expressão facial. As expressões faciais são componentes fundamentais da linguagem corporal e podem ser incluídas na comunicação gestual. Além disso, elas são as formas mais básicas e comuns de expressar as emoções do emissor. De acordo com diferentes estudos, as pessoas podem produzir mais de mil expressões faciais, embora apenas algumas possuam um
significado
Isoladamente,
pouco
inequívoco. dizem
a
respeito de algo e nem sempre são fáceis de reconhecer, mas quando ligadas a um determinado contexto, podem
identificar
diversos
sentimentos e situações e transmitir informação sobre aquilo que é provável que façamos no momento seguinte. Por exemplo, quando estamos enjoados tendemos contrair as nossas sobrancelhas e os lábios. Os elementos faciais, quando combinados, podem exprimir expressões complexas como ironia, cólera, arrogância e compaixão. Por isso, costuma-se dizer que as expressões faciais são as que representam mais o modo como estamos nos sentindo, enquanto o resto do corpo traduz a intensidade desses sentimentos. No entanto, são as expressões que costumamos disfarçar com mais facilidade; por exemplo, podemos rir 14
mesmo sem achar algo engraçado, ou ainda, parecermos atenciosos quando não estamos prestando atenção. Neste sentido, quando vamos fazer uma apresentação, participar de uma reunião, ou realizar uma entrevista de emprego, devemos nos manter atentos não apenas à postura, mas, principalmente, às expressões faciais nossas e dos nossos interlocutores. Para nos expressarmos, utilizamo-nos, principalmente, dos olhos, da boca e da sobrancelha, entre outros recursos. É importante que as nossas expressões faciais sejam coerentes com as emoções que sentimos – ou queremos demonstrar sentir –, pois as pessoas costumam julgar o que falamos de acordo com os sinais do rosto. A mesma coerência é exigida entre o que dizemos e o que expressamos. É importante, por exemplo, que assuntos alegres ou tranquilos, expressem uma fisionomia serena ou sorridente. No entanto, não devemos utilizar a mesma fisionomia durante todo o discurso, sendo importante que as nossas expressões acompanhem as informações transmitidas. Veja abaixo uma breve explanação sobre os principais recursos faciais que utilizamos, o sorriso, a boca e a sobrancelha. Sorriso: Um dos recursos mais relevantes a ser utilizado nas apresentações é o sorriso. Ele funciona como um convite ao público, gerando empatia da plateia pelo apresentador. Por isso, procure sorrir ao iniciar um discurso, pois isso transmite uma imagem simpática e demonstra confiança. Faça o mesmo ao encerrar o discurso, evitando expressões de alívio ou insegurança. Sobrancelhas: discretas, elas costumam dar sinais certeiros, apesar de pequenos. Quando estão arqueadas, por exemplo, demonstram interesse, e quando franzidas, demonstram dúvidas. Podem demonstrar seriedade, irritação e desconfiança. De modo geral, movimentamos as sobrancelhas de modo involuntário, mas, quando atentos à elas, podemos utilizá-las em nosso favor. Veja abaixo alguns exemplos:
•
Levantar uma sobrancelha: desconfiança;
•
Levantar ambas as sobrancelhas: atração;
15
•
Cerrar as sobrancelhas: estado emocional intenso associado à ansiedade ou algo negativo.
Olhar: os olhos e as interações oculares são utilizados para regular a conversação. Podem demonstrar atenção, desatenção, interesse, sentimentos, assertividade etc. Dada a importância dele na comunicação, vamos tratá-lo mais de perto no próximo tópico.
4.3 – O poder persuasivo do olhar Os olhos são os elementos mais importantes
das
comunicação.
expressões
Por
meio
de
faciais um
na olhar
conseguimos perceber se o nosso interlocutor está triste ou feliz, irritado ou sereno. Também conseguimos perceber o efeito que causamos nos outros por meio do olhar. Você com certeza já passou pela situação de estar conversando com alguém e perceber, de repente, que o olhar desta pessoa está distante. Esse olhar distanciado ou vago costuma indicar que o nosso assunto não é muito interessante. Isso ocorre porque certos componentes oculares são utilizados para regular a conversação baseados em convenções sociais. Por isso, podemos afirmar que o olhar é o ponto mais importante da comunicação facial e também a forma mais sutil de expressão corporal. Entre
as
diversas
funções
atribuídas
ao
olhar,
podemos
identificar
principalmente: Dar e receber feedback: Buscamos, por meio do olhar, os olhos de outra pessoa para sabermos se estamos agindo de maneira correta. Em caso de inadequação de nossas atividades, podemos receber um olhar de reprovação ou censura, ou um olhar encorajador.
16
Informar que o canal de comunicação está aberto para a fala de alguém: Muitas vezes solicitamos ou permitimos que uma pessoa fale ou se manifeste apenas pelo olhar. Evidenciar emoções: Olhares curtos ou fugidios podem sugerir preocupação, vergonha, timidez, e desinteresse, ao contrário de um olhar demorado que mostra um interesse mais elevado por alguma coisa ou alguém. Já no ambiente de trabalho, quando um superior não sabe a resposta para alguma dúvida ou problema levantado, tende a desviar o olhar para o lado para pensar em uma situação apropriada.
Sinalizar a natureza de um relacionamento: Verifica-se maior contato
visual entre
amigos e
pessoas emocionalmente próximas. Já pessoas de cargos mais elevados parecem não estar obrigadas a fixar o
olhar
para
falar
com
os
subordinados. De modo geral, as pessoas tendem a manter mais contato visual enquanto escutam e menor enquanto falam. No entanto, o padrão pode ser invertido quando uma pessoa quer sinalizar domínio.
O olhar em uma apresentação Antes de começarmos, pense em como você se sente quando alguém com quem conversa não olha em seus olhos ou que desvia o olhar o tempo todo. Você certamente pensou no desconforto que esta situação costuma causar. Quando falamos com alguém que não nos olha ou desvia o olhar temos a impressão
de
que
a
nossa
comunicação
está
prejudicada. Essas atitudes demonstram falta de interesse ou incômodo por parte da outra pessoa; além 17
disso, um contato visual inadequado pode demonstrar insegurança e falta de credibilidade. Por isso, precisamos ter consciência de que falar em público é mais do que passar um conteúdo ou uma informação. Falar em público significa conversar com as pessoas. Quando olhamos para a plateia, estamos estabelecendo um diálogo com ela, assim como faríamos caso estivéssemos com uma única pessoa. Ao olharmos a plateia com interesse e amizade assumimos um compromisso com ela. É como se disséssemos para o nosso público que gostaríamos de interagir da forma mais produtiva e prazerosa possível, entendendo e aceitando as principais diferenças e convidando-o para o debate produtivo. Sendo assim, é necessário que você fique atento ao modo como olha sua plateia durante uma apresentação. Conhecer o impacto que seu olhar provoca pode ajudar no processo comunicativo, aumentar o clima de confiança e abrir espaço para o diálogo. Veja a seguir algumas dicas para manter um contato visual adequado durante a apresentação:
•
Não olhe para um único lado da plateia. Divida-a em três grupos e alterne seu olhar entre eles. É importante que cada grupo receba a mesma atenção sua;
•
Não encare o público;
•
Não desvie o olhar da plateia. Essa atitude costuma vir atrelada a sentimentos como timidez, insegurança e inibição. Caso sua plateia note isso, pode sentir-se rejeitada, ou, pior, pode achar que você não está preparado(a) o suficiente para sua apresentação;
•
Preste atenção à linguagem corporal dos participantes para saber o que estão sentindo no decorrer de sua apresentação;
•
Evite o olhar vazio ou perdido;
•
Evite fixar os olhos em um único ponto ou pessoa;
•
Mantenha mais contato visual com quem ocupada cargo superior ou com quem irá decidir um negócio;
•
Não fique olhando repetidamente para o relógio; 18
•
Não olhe para as pessoas por cima;
•
Evite consultar toda hora as suas anotações e perder o contato visual com o público;
•
Se precisar ler um discurso, olhe com frequência para a plateia.
Veja agora como interpretar o que os olhos de seu público estão dizendo: Esfregar os olhos: sinal de aborrecimento; Pestanejar em excesso: nervosismo ou desinteresse; Olhar prolongado: interesse ou atração; Olhar fixo: ameaça ou agressividade; Piscar os olhos: cumplicidade; Olhos levantados: necessidade de pausa; Fechar os olhos por longo período: “não quero mais ouvir nada”.
4.4 – Utilizando-se da linguagem corporal nas apresentações A importância da imagem pessoal na comunicação Devemos ter em mente que falar em público não se resume apenas em falar. A oratória é comunicação, e para comunicar-se com eficiência é preciso que uma série de elementos esteja em sintonia: qualidade da apresentação, preparação, recursos multimídias dinâmicos e criativos, postura e, entre outros, a imagem pessoal, ou seja, a aparência. O modo como usamos roupas e acessórios evidenciam a imagem que queremos passar para os
outros,
pois
a
comunicação
começa,
normalmente, pela aparência. Isso porque as 19
primeiras impressões acontecem logo nos primeiros segundos de um encontro. Além disso, a apresentação pessoal tem reflexo na receptividade e na avaliação da plateia, pois o comunicador é também um formador de opinião. Sendo assim, a maneira como você se veste e se apresenta é um dos itens que demonstram o valor que dá a si mesmo, às suas ideias, e ao seu trabalho. Um bom apresentador deve vestir-se de maneira elegante, sofisticada e coerente ao seu propósito, mas, cuidado, elegância e sofisticação nada têm a ver com estar chique ou na moda e, sim, apropriado para a ocasião. Uma boa dica é conhecer as regras do grupo social para o qual você se apresentará e lembrar-se, sempre, que não devemos nos vestir como as pessoas do nosso próprio grupo, mas, sim, como as pessoas do grupo que almejamos pertencer. Caso você pense coisas do tipo “Quero que gostem de mim pelo que eu sou, e não pela minha aparência” ou, ainda, “não existe mais ditadura da moda, hoje cada um pode usar o que quer”, reveja seus conceitos, pois o cuidado com a aparência pode fazer com que a plateia preste mais atenção a você e lhe confira mais credibilidade. Além do mais, uma escolha acertada pode fazer com que você, inclusive, melhore sua reputação e posição no trabalho. Vestir-se
adequadamente
também
pode
auxiliá-lo durante uma apresentação, fazendo com que você se sinta mais seguro e confiante quanto ao seu desempenho, afinal o cuidado consigo mesmo é sinônimo de autoestima elevada e respeito por si próprio. A escolha das roupas e acessórios deve ser usada em seu favor, como todos os outros recursos de comunicação não-verbal.
4.4.1 – A boa aparência pessoal: alguns conselhos Para compor uma boa imagem visual é preciso observar alguns aspectos importantes, tais como: 20
Tipo de evento e objetivo: uma reunião de negócios, apresentação de um projeto para a sua empresa, apresentação de um produto para clientes externos, exposição de dados para funcionários, palestras para desconhecidos, conferências, entrevistas de emprego, aulas etc. Quem é o público alvo: Verifique quem é o público alvo, se ele é jovem, formal, formado por especialistas etc. Você não deve vestir-se de maneira informal, se for fazer uma reunião para o presidente e diretores de uma empresa, mas, não poderá usar terno e gravata ao fazer uma apresentação para adolescentes. Horário e local da apresentação: O horário da apresentação pode definir qual o traje mais adequado a ser utilizado. Eventos à luz do dia, por exemplo, pedem comedimento nos acessórios e nas cores das roupas. Duração da exposição: checar quanto tempo vai durar sua exposição pode definir a escolha de seu traje. Se fizer uma apresentação muito longa, talvez seja melhor usar roupas que você
ache
mais
confortáveis.
Mas
se
a
apresentação for rápida, você pode, inclusive, arriscar-se a colocar um sapato que incomode ou uma roupa que nunca tenha usado. Temperatura: Verifique qual será a temperatura
do
lugar
onde
vai
fazer
a
apresentação e se há ou não ar condicionados ou aquecedores. Caso o local seja muito quente, por exemplo, opte por roupas que disfarcem evidências de suor. Se tiver ar condicionado, procure vestir-se com uma roupa de manga comprida leve, assim, você não se sentirá incomodado caso a temperatura fique muito baixa. Além disso, homens e mulheres devem estar atentos a pequenos detalhes que podem mostrar desleixo, desorganização, falta de postura e asseamento. Veja a seguir quais são eles.
21
Conselhos para os homens:
•
Mantenha barba e cabelo bem cuidados. Caso você use bigode, não o deixe ultrapassar a linha dos lábios superiores;
•
Em caso de dúvidas sobre a roupa mais adequada, utilize terno e gravata. Mas, fique atento: caso você comece a sua apresentação de paletó terá de utilizá-lo até o final. É deselegante tirar, desabotoar ou arregaçar as mangas. Em caso de situação formal, jamais use o paletó aberto;
•
Compre ternos de bom caimento e prefira os de cor lisa. Preto, azul-marinho e cinza são as cores mais utilizadas em situações formais e devem ser utilizadas com sapatos pretos e meias escuras;
•
Evite gravatas muito coloridas ou estampadas. O ideal é que elas não ultrapassem três cores. A gravata deve combinar com a camisa e o paletó e o laço deve ser ajustado e no lugar correto. O comprimento deve ser na altura do cinto, nem abaixo e nem acima, por isso, verifique se a ponta da gravata está na altura da fivela do seu cinto;
•
Mantenha os cadarços bem amarrados e os sapatos limpos. Não utilize sapatos muito velhos em lugares onde você permanecerá a maior parte do tempo sentado. O motivo é simples: quando cruzar as pernas, o solado desgastado ficará em evidência;
•
O cinto e o sapato devem combinar. O mesmo vale para as meias, que devem acompanhar a cor do sapato e devem ir até a altura da panturrilha. Jamais use uma meia clara com um sapato escuro, principalmente meia branca;
•
Não utilize roupas fora de seu tamanho. Elas não devem estar nem apertadas demais, e nem largas demais. O punho da camisa não deve aparecer mais do que 2cm para fora do terno. Jamais saia com roupas amarrotadas ou mal passadas;
22
Conselhos para mulheres:
•
Não deixe nunca em evidência alguma parte da roupa íntima, como alça de sutiã;
•
Quanto maior a formalidade, mais discreta deve ser sua bolsa;
•
Evite sandálias muito abertas, pois transmitem informalidade excessiva. Opte pelos sapatos fechados;
•
Saltos altos podem demonstrar autoconfiança, mas muito altos ou de bico muito fino, podem estimular o fetichismo masculino. Opte pelo salto médio e se estiver de calça, prefira os saltos baixos;
•
Evite calçados que façam muito barulho. Eles desconcentram e irritam a plateia;
•
Quanto maior for seu grau de importância ou posição, menos jeans você deve usar;
•
Use joias e acessórios discretos. Evite que as pessoas prestem mais atenção neles do que na sua apresentação;
•
Não use jamais uma maquiagem carregada ou escura demais em uma apresentação. Opte por maquiagens que possuem efeitos, mas que poucos notam. A elegância está sempre na discrição;
•
Não utilize saias ou vestidos curtos durante a apresentação. Eles devem ser, no máximo, 3 cm acima do joelho. O terninho e o blazer ajudam a formar um visual mais sóbrio e formal. Uma boa opção é optar pelo tailleur;
•
Se for utilizar meia calça, opte pelas mais finas. Não se esqueça de levar um par extra para o caso delas desfiarem;
•
Evite sapatos e roupas desconfortáveis. Retire as etiquetas internas para não incomodar durante a apresentação; 23
•
Use esmaltes claros e discretos. Mantenha as unhas sempre feitas;
•
Não use jamais roupas que evidenciem seu corpo durante uma apresentação.
Conselhos para homens e mulheres
•
Não fique escravo da moda. Adapte as tendências ao seu estilo e personalidade. Se não souber o que vestir, opte-se sempre pelo padrão clássico de se vestir;
•
Não utilize perfumes fortes;
•
Use
acessórios
qualidade.
Não
de
boa
adianta
fazer uma apresentação bem vestido, carregando uma bolsa ou pasta surrada; •
Mantenha as unhas sempre bem feitas;
•
Se utilizar óculos, prefira os modelos com lentes antirreflexo para que a plateia possa ver o seu olhar enquanto fala;
•
A roupa que está usando deve sempre promover seu marketing pessoal, mas de modo discreto e elegante.
A importância dos acessórios Assim como as roupas que utilizamos e escolhemos, os objetos que carregamos afetam fortemente a primeira impressão que as pessoas têm de nós. Eles podem indicar status,
posição
preferências,
posição
econômica, social
e
econômica, cuidado, organização, sofisticação e conhecimento de modo bastante sutil e eficiente. 24
Ainda que essas inferências dependam do contexto e do imaginário do receptor, busque acessórios de qualidade. Por exemplo, se for um superior, tenha sempre uma boa caneta em sua mesa ou no bolso. Caso seja secretária, mantenha uma agenda sofisticada, simples e bem organizada e limpa; só escreva a caneta aquilo que será permanente. Os acessórios mais importantes são: agenda ou caderno de anotações, canetas, bolsas, sapatos, cinto, gravata, e eletroeletrônicos.
25
Unidade 5 – Planejando e realizando uma apresentação em público Nesta unidade do curso, veremos como organizar e realizar uma apresentação. O primeiro tópico se concentrará na parte estrutural e que antecede à apresentação de fato, focando-se em elementos como os objetivos, a estrutura e o planejamento. Em seguida, trataremos da linguagem verbal: a voz e o discurso, oferecendo-lhe as principais técnicas e dicas para ter um desempenho satisfatório nesta área. Logo depois discutiremos as leituras em público, quais são as situações onde elas são bem-vindas e quais são as melhores formas de realizá-las. Também nesta unidade, será dado enfoque à apresentação de fato. Como controlar o nervosismo, iniciar uma introdução, fazer um bom desenvolvimento e uma boa conclusão. Por fim, discutiremos um pouco sobre a importância do checklist para a sua apresentação e como agir em situações de branco, ou seja, esquecimento.
5.1 – Planejando e organizando a sua apresentação Já vimos aqui todos os recursos necessários para fazermos e
nos
prepararmos
para
uma
comunicação eficiente em público: aprendemos a utilizar os recursos audiovisuais em nosso favor, como devemos nos portar e nos vestir, como devemos nos preparar para diferentes
espaços,
como
compreender as necessidades da plateia etc. Agora, devemos nos ater ao que vamos falar efetivamente, à nossa apresentação. Para isso, precisamos entender o que ela é de fato. Uma apresentação é uma exposição de ideias e de conteúdos para um público determinado. Ela pode ter diversas funções, como informar, motivar, propor, convencer, 26
entreter ou agradecer e cada função que ela desempenhará, será exigido um tipo de orador, com uma exposição específica e uma plateia direcionada a isso. Por exemplo, um dos papéis desempenhado pelo líder é o de motivar aqueles que o seguem, já o de um chefe de departamento específico é convencer o diretor e o presidente a fazerem mais investimentos neste setor. Por outro lado, o presidente desta mesma empresa pode fazer uma exposição que proponha uma redução nos gastos e aumento da carga horária de trabalho. Sendo assim, é importante que o orador saiba que a sua função não é apenas falar sobre algo, mas, sim, estabelecer os objetivos certos para isso. Uma apresentação é, portanto, uma confluência de vários fatos e mobiliza diversas pessoas. Por isso, precisamos ter em mente que uma apresentação vai muito além do momento de falar, ela demanda tempo, planejamento, preparação e formatação de um conteúdo. Ela possui uma série de etapas que vão desde o momento em que definimos o objetivo até o momento em que finalizamos nossa apresentação. Conhecer cada passo da exposição e saber aproveitá-lo garante uma boa parte do sucesso na transmissão da mensagem. No decorrer desta unidade você entrará em contato com as principais etapas para a realização de uma apresentação de sucesso.
5.1.1 – Planejamento: O
planejamento
é
uma
importante
ferramenta de organização que você pode utilizar para começar sua apresentação. É nesta fase de planejamento que você vai definir quais são os objetivos e, a partir disso, elaborar a introdução, o desenvolvimento,
e
a
conclusão
de
sua
apresentação. É neste momento também que você define qual é o tema e a abordagem, quais são as informações relevantes, quanto tempo você dará para cada parte que irá desenvolver e quais são os 27
recursos que você vai utilizar: recursos multimídias, postura, tom da apresentação etc. Em suma, é aqui que você vai treinar, praticar, encontrar e corrigir erros e falhas de sua apresentação.
5.1.2 – Objetivos: Quando
realizamos
uma
palestra, não é apenas a nossa performance que está em jogo. Embora ela seja importante, mais importante ainda é o conteúdo, a mensagem que queremos passar. Quantas vezes você não foi a uma palestra em que, apesar da empatia do orador, você saiu sem saber o que
realmente
estava
sendo
exposto? Uma exposição precisa ser bastante clara e direta. Ela precisa passar os conteúdos com eficiência dentro do tempo estabelecido e partindo de uma organização lógica. Não vamos conseguir assimilar os motivos daquela apresentação se ela não for organizada com essa finalidade e, o pior, ao final teremos investido tempo e dinheiro por mais confusão e menos esclarecimento. Por isso, o objetivo é a primeira etapa do planejamento para realizarmos uma exposição. Ele é uma antecipação do futuro, do que você poderá conquistar após a sua apresentação e deve ser dividido em quatro tipos:
•
Objetivos mensuráveis: possíveis de se medir o progresso;
•
Objetivos factíveis: possíveis de serem realizados;
•
Objetivos específicos: devem-se evitar generalizações;
•
Objetivos concisos: devem ser exatos, precisos e bem formulados.
28
A partir do momento em que você conseguir defini-lo, você terá certeza do que pretende atingir e aonde quer chegar. Sendo assim, é neste momento em que definimos os quatro elementos fundamentais para a nossa apresentação: O que apresentar: Qual é o nosso tema e o nosso foco. Por que: Qual o motivo que nos levou a escolher esse tema, com qual finalidade abordaremos determinado assunto e o que buscamos atingir. Para quem: Aqui definimos para quem vamos realizar a apresentação. Quem será o nosso público, leigos ou especialistas? Serão nossos superiores ou subordinados? Faremos a apresentação para nossos colegas de trabalho ou de prédio? Quanto tempo: Neste momento vamos definir o tamanho de nossa exposição. Palestras exaustivas demandam mais tempo, ao contrário de palestras mais superficiais que, por consequência, devem ter um tempo menor. Uma boa maneira de você definir os objetivos é anotar as ideias relacionadas ao assunto. Para isso, três etapas são necessárias:
•
Escreva as ideias em diferentes folhas ou cartões;
•
Divida-as por categorias, semelhanças, graus de interesse ou coerência;
•
Coloque títulos com poucas palavras em cada um destes cartões.
Seguindo essas etapas, você conseguirá ter uma visão abrangente do assunto, e as diferentes formas de abordar o mesmo tema, eliminando com facilidade o que não serve para a abordagem adotada. Uma outra dica é definir onde cada ideia que você anotou deve aparecer em sua apresentação, ou seja, se ela deve aparecer no início, no meio ou no fim da exposição e definir a duração a qual cada uma será exposta.
29
5.1.3 – Estrutura: O primeiro fator que deve ser levado em consideração aqui é o público que você pretende atingir com a sua exposição, pois, assim, você definirá como a estrutura de sua apresentação deve ser. Por exemplo, um público mais sério pede uma apresentação mais realista ou estrutural, ou seja, com um número maior de dados ou de estatísticas e uma organização estrutural mais rígida, com começo meio e fim bem delimitados. No entanto, precisamos primeiro entender o que é a estrutura de um texto para sabermos como devemos planejar a da nossa apresentação. A estrutura compreende as fases e o modo como você vai organizar a sua apresentação. Normalmente, uma apresentação é dividida em três partes: uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. De modo geral, existe um padrão de informações que devem aparecer em cada parte da apresentação, mas é você quem define quais serão as que terão mais relevância dentro de cada uma das partes e qual será o tempo disponível para elas. Para facilitar a elaboração desta etapa, escreva um roteiro, ou um texto, contendo os detalhes e a ordem das suas ideias, como se fosse um pequeno trabalho escrito que você tivesse que entregar sobre o tema escolhido. Com um roteiro escrito e detalhado, você tem mais chances de visualizar se o que você planejou faz sentido e se os assuntos relacionam-se entre eles. Além do mais, é um recurso importante para a sua preparação, pois à medida que as ideias são colocadas e desenvolvidas no papel, você já estará estudando para a palestra. É neste momento também que você vai montar a sua apresentação audiovisual a partir do roteiro que você montou. Aqui são feitas escolhas sobre os tipos de recursos a ser utilizados e como eles deverão ser apresentados. Por exemplo, se for utilizar os slides do Power Point, monte-os à medida que terminar cada parte da estrutura. 30
Veja os principais conteúdos que devem ser desenvolvidos dentro de cada uma das três etapas de uma apresentação, lembrando que ainda estamos no momento do planejamento. No decorrer do curso você verá como essas partes poderão ser apresentadas.
5.1.3.1 – Introdução: A introdução deve se apresentar como um convite aos ouvintes para que ouçam sua mensagem. Nela devem estar contidas as principais informações sobre você, o tema e seus principais desdobramentos e a motivação para a apresentação. No entanto, a ordem e o tempo que devem ser dados a cada uma dessas informações dependem do público, do tipo de apresentação e da imagem que você quer passar como orador. Por exemplo, se você vai falar sobre um assunto para um público bastante especializado, talvez seja bom reservar mais tempo para falar de suas habilidades e formação do que sobre a relevância do tema que você escolheu. Mencione qual é a sua formação acadêmica e qual é a sua experiência sobre o tema, faça com que esse público sinta confiança no seu conhecimento. Já no caso de você fazer uma palestra com um intuito motivacional, talvez seja melhor preparar sua introdução com uma experiência pessoal que fez com que você aprendesse uma lição, ou interagir mais com a plateia para conquistá-la. Uma dica interessante para ser utilizada na introdução é a de revelar a estrutura que você elaborou para a palestra, quais são suas intenções e expectativas. Revele como você vai desdobrar os temas, quais terão mais destaques, qual é o tempo planejado para a exposição, se você pensou ou não em um intervalo e quanto tempo abrirá para perguntas e dúvidas. Quanto mais informações você estiver disposto a revelar, melhor será a relação com seu interlocutor. Tenha em mente uma coisa: a sua introdução não deve ultrapassar mais do que 15% do total da apresentação. Veja como desenvolver melhor a introdução no item 5.5.1 desta unidade.
31
5.1.3.2 – Desenvolvimento: É
nesta
etapa
que
são
desenvolvidos os tópicos citados na introdução e que você selecionou ao montar seu objetivo. Esse é o espaço que você tem para agrupar os argumentos mais consistentes e que darão veracidade e credibilidade às ideias que defende. É importante que você defina neste momento de planejamento quais são os tópicos que você quer abordar com mais cuidado e mais tempo, e quais são aqueles que você poderá deixar de lado na ausência de tempo suficiente. Também é neste momento em que os recursos multimídias, principalmente os slides, devem aparecer em maior número, pois os principais assuntos propostos precisam ficar claros o suficiente para que o espectador compreenda, a credibilidade do orador se mantenha e o número de dúvidas possa ser minimizado, focando-se nos conteúdos que foram menos explorados, propositalmente, pelo orador. Esta parte da exposição deve ser a maior e deve equivaler a 80% do tempo selecionado para a apresentação.
5.1.3.3 – Conclusão: É o momento em que os temas apresentados no desenvolvimento devem ser sintetizados e resumidos. A conclusão deve expandir a ideia central, destacando os pontos mais relevantes. Nela é possível fazer comentários e projeções sobre o futuro e relacionar o conteúdo com a vida cotidiana. Mas uma conclusão só é eficiente se o desenvolvimento da apresentação tiver sido satisfatório, ou seja, se ele conseguiu englobar todos os assuntos propostos. Ela deve ser breve – não deve ocupar mais de 5% da exposição – mas consistente, pois é neste momento que os espectadores solidificam as informações. 32
5.1.4 – Preparação: Você
já
definiu
seus
objetivos, quais serão os recursos audiovisuais, o tempo disponível para a apresentação dos temas mais relevantes e quais informações não irão para sua exposição, portanto agora é o momento de preparar-se para a apresentação. Entendemos como preparação, tudo o que for feito para uma exposição de qualidade, tanto do ponto de vista teórico quanto prático. Sendo assim, a preparação engloba situações como:
•
Estudar sobre o tema ou assunto; quanto mais você dominar o assunto, menos chances de errar;
•
Fazer ligações entre os temas escolhidos;
•
Observar se o tempo ideal para cada tópico está sendo respeitado;
•
Planejar perguntas e respostas;
•
Lidar com possíveis contra-argumentos;
•
Preparar-se para mudar o discurso quando for necessário;
•
Elaborar um roteiro ou uma cola;
•
Pensar em formas de entreter a plateia e chamar sua atenção;
•
Pensar em como resolver imprevistos, como atrasos, nervosismo e branco;
•
Ler a sua apresentação diversas vezes, não para memorizar, mas para estudar. Faça anotações sobre ela, esclareça pontos, reforce as partes importantes;
33
5.2. – Comunicação verbal: Na unidade 4, afirmamos que a
comunicação
não-verbal
correspondia à grande importância na transmissão das mensagens. Ela era fundamental para a construção de nossa imagem e no que gostaríamos de transmitir. Entre os principais elementos
que
compunham
a
linguagem corporal estavam: gestos, postura, expressões faciais e vestimentas. No entanto, por maior que seja a importância desta forma de comunicação, ela depende muito da linguagem verbal. Podemos definir como linguagem verbal toda comunicação que utiliza palavras ou signos. Ela pode ser oral (fala), gráfica (escrita) ou por sinais (linguagem de sinais) e, independente do modo como ela se apresenta, terá sempre uma forma e um conteúdo. No caso da comunicação oral, a forma é a voz e o conteúdo é o que as letras juntas significam, já no caso da linguagem de sinais, a forma costuma ser os sinais e o conteúdo o conjunto destes sinais combinados. A união da voz e das palavras molda a maneira pela qual falamos, veja como a seguir.
5.2.1 – Voz: Fazem parte da voz elementos como dicção, articulação, respiração, tom e volume. Esses elementos combinados oferecem ao ouvinte uma série de informações sobre quem fala: idade, estado emocional, e estado físico são alguns deles. Se fizéssemos um paralelo com a linguagem não-verbal, a voz seria a 34
aparência pessoal, por isso ela deve ser harmoniosa e elegante. Como os sons que emitimos colocam-nos em julgamento a todo o momento, melhorando ou piorando nossa credibilidade, vejamos abaixo algumas dicas para evitar uma produção vocal pouco eficiente:
•
Tente não falar muito alto ou muito baixo;
•
Não fale muito rápido ou muito devagar;
•
Não fale de maneira estridente;
•
Cuidado para não embolar as palavras;
•
Fique atento à articulação e a dicção. Você pode realizar um exercício simples que melhora a pronúncia das palavras: leia um texto em voz alta com uma caneta entre os dentes;
•
Evite respirar mal;
•
Evite falar com pouca ou nem uma entonação.
5.2.4 – O discurso: A comunicação verbal depende da clareza das mensagens passadas, por isso depende do acerto vocabular e intelectual dos envolvidos na comunicação. Isso significa que quando comunicador fala, deve estar atento aos espectadores, pois ele precisa compreender o que o orador esteja falando, para que a comunicação seja de fato efetiva. Por isso, para falar bem é necessário que o comunicador tenha um vocabulário amplo, conheça bem a gramática de sua língua ou da língua que vai se comunicar e saiba organizar as ideias em seu discurso. Muitas pessoas se incomodam de falar em público porque acham que seu vocabulário é pobre e insuficiente, no entanto, boa parte dessas pessoas não se preocupa em melhorar a coerência e ampliar o vocabulário por meio de leituras, filmes e peças de teatro. Lembre-se de que se você não praticar, não 35
estudar, não se dedicar e não se esforçar, as probabilidades de sucesso, em qualquer área, ficam seriamente diminuídas. Sendo assim, perceba em quais momentos você deve adotar uma linguagem formal ou informal, com uso de gírias, ou palavras mais rebuscadas, mas tente sempre manter a naturalidade. Utilizar um vocabulário que não é seu, pode deixar você em apuros, fazendo com que comenta erros de pronúncia ou significado e pode, inclusive, colaborar para uma má imagem pessoal, tornando-o arrogante, por exemplo, por usar um vocabulário empolado. Veja abaixo algumas dicas que você pode seguir para melhorar sua comunicação verbal:
•
Utilize um vocabulário apropriado ao seu interlocutor;
•
Seja polido;
•
Evite erros gramaticais como o gerundismo (nós vamos estar falando), e uso indevido do pronome (para mim fazer isso);
•
Pronuncie as palavras corretamente. Formas como “pobrema” e “adevogado” costumam ser mal vistas;
•
Fique atento a vícios de linguagem, como “né”, “tipo assim”, “ta?”. Quando produzidos de modo excessivo, aborrecem a plateia;
•
Personalize sua linguagem, usando “você” e “nós”;
•
Evite expressões como “está claro?” e “vocês entenderam?”
•
Procure organizar as ideias.
36
5.3 – Higienização da voz: Para um melhor desempenho de fala e leitura em público, é preciso uma série de cuidados com a voz. Entre os cuidados, encontramos:
•
Evite pigarros e tosse, pois eles provocam atrito nas pregas vocais de forma bruta;
•
Se estiver em um ambiente com ar condicionado, beba mais água, pois ele costuma reduzir a umidade do ar, o que resseca o trato vocal;
•
Cafés e mates também ressecam o trato vocal, por isso evite-os antes e durante a apresentação;
•
Balas e pastilhas podem mascarar a dor do esforço vocal;
•
Beba bastante água.
5.4 – Leitura em voz alta Há uma grande diferença entre ler em voz alta para nós mesmos e para um público. De modo geral, quando lemos para nós mesmos seguimos um ritmo de acordo com as nossas necessidades. Já quando lemos para os outros, precisamos estar atentos a fatores que facilitam a ação comunicadora. Por causa disso, a leitura em público constitui-se em uma técnica difícil e complexa para o comunicador. Podemos citar duas razões principais que tornam difícil a leitura em público: a falta de prática 37
e a falta de técnica adequada. Por isso, recomenda-se a leitura em público apenas em situações extremamente necessárias, como:
•
Pronunciamentos oficiais;
•
Textos muito técnicos;
•
Discursos de posse;
•
Discursos de despedida;
•
Agradecimentos;
•
Discursos de formatura, festas etc. Apesar das dificuldades, é possível fazer
boas
leituras
em
público,
obedecendo alguns padrões e treinando diariamente em voz alta. Em primeiro lugar, ao selecionar um texto para ler em público, você deve lê-lo em voz baixa e fazer
um
interpretação,
demorado buscando
exercício as
de
principais
ideias e argumentos, palavras-chaves e desconhecidas e termos estrangeiros. Em segundo lugar, você deve prestar atenção à dificuldade que tem para pronunciar algumas palavras no texto, ou dar fluência a ele. Você deve ficar atento (a) à pontuação e cadência do texto e na articulação e dicção de sua fala. Para corroborar com seu sucesso na leitura de textos, separamos algumas dicas que auxiliam as regras elencadas até agora:
•
Mantenha contato visual;
•
Mantenha o papel na altura do peito;
•
Faça poucos gestos, mesmo se você tiver bastante experiência; 38
•
Faça marcações no texto que indiquem quais são os momentos do texto que devem ter pausas mais prolongadas ou que o tom da voz pode ser abrandado;
•
Grave o ensaio e peça para que alguém assista e diga qual foi a mensagem do texto lido;
•
Treine sempre;
•
Escreva números grandes por extenso. Em vez de escrever 100000, escreva cem mil ou ainda 100 mil.
5.5 – Apresentação: a hora de falar Durante toda a unidade, você aprendeu a organizar e planejar suas apresentações. Vimos, durante o curso, os melhores recursos audiovisuais, como lidar
com
a
plateia,
conquistar
a
credibilidade etc. Agora está na hora de vencer o medo e mostrar aos seus colegas e espectadores o seu valor: é o momento de realizar a sua apresentação. Em primeiro lugar é preciso que você controle o nervosismo. Já vimos que o nervosismo e o medo podem levá-lo a um mal desempenho, por isso, utilizar-se de pequenas técnicas pode fazer com que você se sinta mais confortável e confiante. Veja abaixo como:
•
Chegue cedo no dia da apresentação. Verifique os arquivos e os recursos que vai utilizar como computador e microfone;
•
Releia o seu roteiro e as suas anotações;
•
Não elimine o medo, controle-o. O medo comedido nos deixa mais atentos;
•
Assopre diversas vezes em um saco de papel. Normalmente, quando estamos nervosos, temos uma hiperventilação;
39
•
Faça contato visual com o seu público. Sua confiança provavelmente melhorará quando receber o primeiro aceno positivo;
•
Valorize-se. Pensamentos negativos diminuem o seu potencial;
•
Canalize a energia do nervosismo para o entusiasmo, colocando mais emoção em sua fala;
•
Se tiver tremores na mão, leve consigo seu roteiro em papéis menores e mais duros, pois disfarçam a tremedeira;
•
Veja-se como uma pessoa comum. Pensar que você é inferior, azarado ou desprovido de talento agrava a situação.
Com a consciência dos elementos que minimizam o nervosismo, você com certeza se sentirá mais calmo e se sentirá mais confiante para o momento mais complicado da apresentação: a introdução.
5.5.1 – A introdução: Apesar de apenas fornecer informações de menor relevância como tempo proposto para a apresentação, seu currículo e o tema, a introdução é muito importante, pois é nela que você se defronta com o público pela primeira vez e é neste momento em que será julgado pelos seus conhecimentos e aparência, sendo determinante para conquistar ou não a credibilidade. Vimos,
durante
o
planejamento e a organização, a importância de direcionar a sua introdução para o seu público, investindo mais tempo em uma outra
informação.
Também
é
importante definir como você vai abrir sua introdução, pois nada em sua apresentação deve ser improvisado, por isso selecionamos algumas maneiras de como as apresentações podem ser iniciadas. 40
Iniciar com uma piada: Se a situação e o tema não forem sérios e formais, inicie sua apresentação com uma piada breve, mas tome cuidado para que ela não seja preconceituosa para não constranger o público; Iniciar com uma história: Pode ser um recurso eficiente se o seu público for mais afetivo e se o seu tema permitir isso, pois a história provoca o imaginário da plateia e também o interesse dela. As histórias podem ser narrativas, parábolas, lembranças ou fatos e devem ser contadas de forma breve e objetiva, lembrando que devem estar relacionadas com o tema. Uma boa sugestão, para enriquecer seu discurso com histórias, é a leitura do clássico As fábulas de Esopo, cujas histórias são populares e têm fundo moralizante. Evite essa estratégia se falar em dados matemáticos e projeções, por exemplo, para os seus superiores em uma reunião. Iniciar com um trecho ou uma citação: Uma citação pode ser extraída de textos e falas de pessoas conhecidas. Podem ser também máximas, ditados, frases de efeito e provérbios. De modo geral, elas têm efeito positivo, pois evidenciam a cultura do orador; no entanto é preciso se preocupar com a autenticidade das frases que você escolher. Por isso evite buscar frases na internet e, sim, nos livros. Iniciar com uma notícia e ou dados estatísticos: É ideal para assuntos em que os números têm relevância ou, ainda, para assuntos atuais, como meio ambiente, violência etc. Inicie com notícias atuais e dados atualizados, preferencialmente de um jornal ou veículo de grande circulação, e notícias do dia; Iniciar com uma charge: Ideal para temas polêmicos, cujas opiniões costumam ser bastante divergentes, tendo em vista que as charges possuem um conteúdo crítico, mas bem humorado. Também é um recurso eficiente para palestras e exposições voltadas para o público adolescente e jovem. Uma sugestão boa é trazer charges de artistas ou personagens conhecidos, preferencialmente não muito antigas. Para encontrar as charges
procure
em
sites,
41
revistas
e
jornais;
Iniciar com uma estrutura fechada: É a forma de introdução preferida pela grande maioria dos palestrantes, por englobar uma série de informações relevantes de maneira clara e objetiva. Ela é composta por quatro pontos: a) Informações sobre quem você, o que representa e faz, seus títulos (pósgraduação, mestrado) e experiências. É o momento em que você mostra sua competência e habilidade para estar ali, mas cuidado para não parecer exibido (a); b) Objetivos da apresentação; c) Informações sobre as vantagens da exposição; d) Informações sobre os principais tópicos abordados, tipo de abordagem, duração, se haverá espaço para dúvidas e debate e de que modo o público pode contribuir para o andamento da exposição; É preciso ter em mente o fato de que não existe uma forma exata e correta para que seja feita a introdução, pois para cada público é necessária uma abordagem e cada orador tem seu método e personalidade que devem estar evidentes em sua comunicação. Além disso, é possível misturar diversos tipos de introdução, desde que de maneira correta e ordenada. Por exemplo, você pode utilizar-se da introdução com estrutura
42
fechada e, ainda assim, começar sua apresentação com uma notícia ou uma piada. A seguir vamos ver algumas dicas para que você faça uma introdução rica e completa:
•
Após ocupar seu espaço, cumprimente as pessoas. Não peça desculpas se estiver atrasado ou gripado;
•
Se o seu público for composto de superiores seus, cumprimente-os e reconheça a oportunidade que tem de falar para eles;
•
Agradeça superiores, colaboradores e organizadores do evento;
•
Se não tiver sido apresentado, faça-o evidenciando os motivos pelos quais é a pessoa ideal para a apresentação;
•
Faça elogios sinceros sobre o público, mostrando sua satisfação de fazer a apresentação para eles;
•
Não inicie a apresentação dando uma opinião pessoal sobre o assunto;
•
Interaja com a plateia;
•
Determine para a plateia quais serão os principais pontos a serem desenvolvidos. Escolha, preferencialmente, três para citar;
•
Sintetize o tema e a estrutura;
•
Dê o máximo de informações sobre a apresentação para os seus ouvintes;
•
Relacione o tema com um fato histórico;
•
Relacione o tema com a vida dos espectadores.
Com uma introdução bastante completa e eficiente é possível que você já se sinta mais confiante e menos nervoso, sentindo-se mais a vontade com o público, que também deve mostrar-se mais tolerante e satisfeito com você, atribuindo-lhe a credibilidade e colocando-se a postos para ouvir o seu desenvolvimento.
5.5. 2 – Desenvolvimento: Como já dito anteriormente, é no desenvolvimento que você vai mostrar o quanto se preparou e como manter a credibilidade conquistada pela plateia. Você deve
43
abarcar, em sua exposição, todos os itens mencionados pela introdução, respeitando os tempos determinados para cada argumento. Também é aqui que você utilizará, com maior intensidade, os recursos audiovisuais, por isso, é preciso lembrar que você deve fazer isso de maneira eficiente, respeitando a plateia. Veja duas poderosas dicas a esse respeito:
•
Não fique de costas para a plateia enquanto mostra um slide;
•
Não utilize materiais que exijam a luz apagada por muito tempo, eles podem deixar o público sonolento.
O desenvolvimento da exposição deve ser dinâmico, senão será pouco provável que você mantenha a atenção dos ouvintes por muito tempo. Por isso, a utilização da voz e a maneira como você organiza seu discurso serão fundamentais nesta etapa. Lembre-se de não manter o tom informacional e monocórdio o tempo todo, e cuide para não falar alto ou baixo demais. Ao realizar o seu discurso, evite os cacoetes e vícios de linguagem e, o mais importante, argumente com clareza, isto é, passe a mensagem objetivamente para que as pessoas entendam o que está sendo passado. Isso significa que você deve usar exemplos comedidamente, pois eles atrapalham, muitas vezes, o desenvolvimento da teoria. Quando for utilizá-los, enfatize isso e ressalte os pontos mais importantes que devem ser observados na exemplificação, para que nem o público e nem você se dispersem. Há algumas dicas que podem ser seguidas para um melhor desempenho em seu desenvolvimento, veja-as a seguir:
44
•
Evite a falta de conteúdo em sua exposição, pois seu público se sentirá frustrado. Isso não significa que você deve abordar diversos temas e tópicos, mas que deve fazer a explanação da maneira mais completa possível.
•
Evite também a prolixidade. Não inclua elementos que não possuam uma ligação direta ou aparente entre o tema e não se estenda muito em um único elemento. Além disso, o discurso oral tende a ser redundante, mas isso não quer dizer que você pode ficar repetindo-o o tempo todo.
•
Use mecanismos para que seu público possa reter melhor a informação, como os recursos audiovisuais. Destaque para a plateia as partes mais relevantes de um slide ou de uma fala sua, sugerindoos que anotem ou prestem mais atenção neles.
•
Utilize fatos, estatísticas e estudos de caso. Estes elementos costumam fazer com o que o público confie mais em você e em sua exposição, além, é claro, de conseguirem visualizar com clareza o que vem sendo realizado em relação ao tema e o que pode ser feito no futuro.
•
Sempre que for possível, utilize-se do humor e de suas experiências com as pessoas.
•
Se possível, dê exemplos ilustrados, com gráficos, imagens, explanações didáticas e testemunhos.
Você precisa ter em mente que o foco da apresentação não está em você, mas na plateia, ou seja, no desejo de que ela saia satisfeita e melhor informada. Por isso, preocupe-se sempre em enviar a mensagem do modo mais eficiente possível, respeitando os sinais que os espectadores fornecem e orientando o seu discurso quando for necessário. Assim, você conseguirá realizar uma boa conclusão de sua exposição.
45
5.5.3 – Conclusão: A conclusão é um momento especial para o apresentador e a plateia, pois é o momento final da exposição, ou seja, quando as ideias centrais são sintetizadas e que a mensagem,
como
um
todo
é
transmitida. Por ser justamente a última parte da apresentação, esse é o momento em que a plateia mais se recordará da apresentação. Por isso, a conclusão deve ser rápida e bem elaborada. Isso quer dizer que você deve investir em uma finalização que reforce a mensagem que quis passar, ou seja, as suas palavras aqui devem ter força e impacto. No entanto, uma conclusão eficaz depende exclusivamente do conteúdo e da forma como foi exposta e deve abarcar, tanto por parte do apresentador quanto do espectador, as seguintes sensações:
•
Clímax;
•
Sensação de satisfação;
•
Contentamento;
•
Preenchimento das expectativas;
•
Tomada de decisões e ações. Para atingir essas finalidades, é preciso que você siga seis passos em sua
conclusão:
•
Sintetize os pontos principais de sua exposição;
•
Faça recomendações sobre os procedimentos que julgar pertinentes;
46
•
Estimule as pessoas a assumirem novas posturas e tomarem a iniciativa para a resolução de um problema ou de uma nova perspectiva;
•
Transmita mensagens de motivação e ânimo. Isso quer dizer que por mais sério que seja o motivo para seu encontro com o público – como uma reunião de emergência sobre os fundos de sua empresa – apresente soluções e propostas possíveis;
•
Preveja algumas perguntas que possam ser formuladas pelos seus ouvintes e lance a eles, ou as responda enquanto estiver concluindo suas ideias;
•
Agradeça a atenção das pessoas e elogie a iniciativa delas de dedicarem um tempo a ouvi-lo.
Lembre-se que, por mais importante que seja importante sintetizar as ideias e motivar as pessoas, a conclusão não deve ocupar mais do que 5% de sua apresentação, por isso, mais uma vez, seja conciso e objetivo.
5.6 – Checklist Durante todo o curso, reforçamos a ideia de organização e preparação que devem ser feitas previamente para a realização de sua palestra. Você viu, por exemplo, que o conhecimento prévio da plateia ajuda a direcionar o seu discurso, e que informarse sobre o lugar de sua apresentação ajudaria a elaborá-la de forma mais consciente. Além desses exemplos, vimos que você devia pensar previamente na estrutura, nos objetivos de sua exposição e nos recursos visuais que vai utilizar.
47
A esses grupos de ideias previamente estabelecidas chamamos de checklist. Já vimos uma definição simples deste recurso na unidade 4, mas agora vamos formalizá-la e aprofundá-la. O checklist consiste em uma lista de verificação que varia de acordo com as necessidades apresentadas e pode ser
elaborado
para
verificar
tanto
atividades já realizadas quanto as que ainda não foram. É um excelente procedimento utilizado para definir quais são as tarefas de curto, médio e longo prazo e pode ser utilizado
em
praticamente
qualquer
situação. O exemplo mais comum é a lista de supermercados, ou seja, aqueles itens necessários que anotamos antes de ir às compras. Isso quer dizer que esse tipo de listagem é fundamental para evitar erros, falhas e esquecimentos, além de ajudar a nos tornarmos pessoas mais organizadas. Portanto, o checklist é um recurso poderoso que pode ser utilizado em todas as fases de sua apresentação. Para que ele seja realizado com eficiência, ele deve ser redigido em forma de tópicos curtos para evidenciar as ideias principais e são fundamentais para mantê-lo focado em sua apresentação e evitar branco e nervosismos. Você pode marcar de diversas formas o checklist para evidenciar as informações importantes. O uso de negritos ou canetas de cores diferentes auxilia a visualização do que já foi concretizado. Veja a seguir um breve exemplo de checklist.
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Checklist para o planejamento da exposição:
Definir o tema: OK. “bullying” Definir o público: OK.. Jovens adolescentes de escola privada Definir o espaço da apresentação. OK. Colégio do Brasil* Definir o tempo. OK. 50 minutos Definir os objetivos. Conscientizar sobre os problemas psicológicos de quem faz ou sofre bullying OK. Definir direcionamento do discurso: NÃO REALIZADO Definir se haverá espaço para debate. NÃO REALIZADO Definir materiais que utilizarei. OK. Material elaborado em “Power Point” Definir trajes. Informal. OK.
*Nome fictício
5.7 – O branco Se mesmo depois de todas as técnicas e dicas que oferecemos para você durante todo o curso, você ainda estiver preocupado com o branco, aquela situação que nos leva
a esquecer
tudo
o que
aprendemos,
independentemente de termos nos preparado ou não, então veja como se preparar para ele. O branco nada mais é do que um reflexo do medo e do nervosismo. Para evitá-lo, é preciso que você esteja calmo e preparado. De modo geral, ele não dura mais do que poucos minutos, mas, dependendo do nosso estado de ansiedade, ele pode durar muito mais e causar 49
constrangimento, tanto por parte do orador quanto da plateia, o que só agrava a situação. Por isso, utilize as técnicas e dicas que elaboramos para você no decorrer do curso, prepare-se bem e tenha sempre um roteiro próximo a você, assim você consegue retomar o raciocínio de onde parou.
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Conclusão do módulo 2: Parabéns, você concluiu o curso “Aprenda a falar em público”! Esperamos que tenha conseguido assimilar os conteúdos propostos e utilizá-los em seu favor. Você agora está apto a realizar palestras melhor estruturadas, com um conhecimento mais amplo de cada etapa. Para receber o seu certificado, você deve realizar mais uma avaliação em nosso site. A equipe dos Cursos 24 Horas agradece a sua atenção e a sua escolha e deseja-lhe sucesso em todas as áreas de sua vida.
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Bibliografia Livros: Cintra, José Carlos A. Vencendo a timidez e o medo de falar em público, ed. Gente, São Paulo. Passadori, Reinaldo As 7 dimensões da comunicação, editora Compacta, Curitiba. Weil, Pierre O corpo fala, editora Vozes, Petrópolis. Sites: http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Lemos.PDF http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=156&doc=11595&mid=2 http://profleandrolopes.blogspot.com/2009/05/trabalho-8-series-1-e-2-comunicacaonao.html http://profleandrolopes.blogspot.com/2009/05/trabalho-8-series-1-e-2-comunicacaonao.html http://www.fpam.pt/Nacional/Formacao/TecNiv1/tn1013dComunicacaoOral.pdf http://linguagemcorporal.net.br/linguagem-corporal-comunicacao-nao-verbal/comocomunicacao-nao-verbal-influencia-falamos/ http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/uoleco/index.htm http://www.espirito.org.br/portal/artigos/ednilsom-comunicacao/ed66cef-vidap2.html http://www.sucessonews.com.br/acabe-com-o-medo-de-falar-em-publico/ http://www.ejef.tjmg.jus.br/home/files/manual_conciliadores/arquivos_hot_site/pdfs/t12 _performance_do_multiplicador.pdf http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/sucesso/falar/190704falar_publico.shtm http://www.giselakassoy.com.br/atuacao/cada-um-e-cada-qual-adaptando-sua-palestraou-seminario-ao-seu-publico-alvo http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_7658/artigo_sobre_saiba_como_apresenta r_muito_bem_suas_ideias 52
http://www.infoescola.com/curiosidades/checklist/ http://www.espirito.org.br/portal/artigos/celuz/cursos/lista-de-checagem.html
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