PRIMEIROS SOCORROS Disciplina: Esportes Aquáticos Prof. Esp. Romulo Bruzaca
PRIMEIROS SOCORROS DEFINIÇÃO São procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que
sofreram acidente ou doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada de ajuda
especializada.
SILVEIRA; MOULIN, 2006.
PRIMEIROS SOCORROS CONCEITOS Urgência: Situação inesperada, onde NÃO HAVERIA RISCO
IMINENTE À VIDA, que requer pressa no atendimento, podendo evoluir para emergência.
Emergência: Situação inesperada, que acontece quando um individuo CORRE PERIGO IMINENTE DE PERDER órgão, função corporal ou a VIDA. NOVAES; NOVAES,; NUNES, 2006.
PRIMEIROS SOCORROS CONCEITOS Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou
mortas que necessitam de atendimento. Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não
resultam pessoas mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futuro.
NOVAES; NOVAES,; NUNES, 2006.
PRIMEIROS SOCORROS CONCEITOS Socorro Básico: São os procedimentos realizados não-
invasivos. Suporte Avançado: São os procedimentos que necessitam
de invasão.
NOVAES; NOVAES,; NUNES, 2006.
PRIMEIROS SOCORROS CONCEITOS Sintomas: São informações obtidas a partir de relatos da
vítima. Sinais: São informações obtidas pela observação da
vítima. Pressão Arterial / Frequência Cardíaca / Temperatura /
Respiração NOVAES; NOVAES,; NUNES, 2006.
PRIMEIROS SOCORROS Estabeleça um roteiro de perguntas - SAMPLE: S - sinais e sintomas; A - alergias; M - medicações; P - passado médico; L - líquidos e alimentos;
E - eventos relacionados com o trauma ou doença.
ASPECTOS LEGAIS CÓDIGO PENAL Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. SILVEIRA; MOULIN, 2006.
ASPECTOS LEGAIS CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE Resolução nº 218/97: Reconhece como profissionais de
saúde de nível superior as seguintes categorias: Assistentes Sociais, Biólogos, profissionais de Educação Física,
Enfermeiros,
Fonoaudiólogos,
Farmacêuticos,
Médicos,
Médicos
Fisioterapeutas, Veterinários,
Nutricionistas, Psicólogos e Terapeutas Ocupacionais.
SILVEIRA; MOULIN, 2006.
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO
Principais
Secundárias
Terciárias
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO PRINCIPAIS Parada Cardiorrespiratória; Parada Respiratória; Obstrução Respiratória;
Traumatismo Crâneo-Encefálico (TCE); Trauma de Tórax;
Trauma de Abdômen; Grandes Hemorragias.
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO SECUNDÁRIAS Trauma de coluna; Trauma de bacia; Grandes Queimados; Fratura de Fêmur.
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO TERCIÁRIAS Ferimentos; Fraturas de extremidades; Pequenos Queimados.
FASES DO ATENDIMENTO AVALIAÇÃO DO CENÁRIO 1. Inteirar-se do ocorrido com tranqüilidade e rapidez; 2. Verificar os riscos para si próprio, para a vítima e terceiros; 3. Planejamento de recursos materiais e humanos visando garantir a eficiência do atendimento; 4. Proteger a vítima do perigo mantendo a segurança da área; 5. Não tentar fazer sozinho mais do que o possível; Chamar por socorro especializado;
FASES DO ATENDIMENTO AVALIAÇÃO DA VÍTIMA A – Abertura das vias aéreas com controle cervical
B – Boa ventilação C – Controle hemodinâmico (circulação / controle das hemorragias) D – Déficit neurológico E – Exposição completa da vítima e controle térmico PRIORIDADE ABSOLUTA (Chamado de ABC da Vida)
FASES DO ATENDIMENTO
Alteração de A-B-C para C-A-B As Diretrizes da AHA 2010 para RCP (ressuscitação cardiopulmonar) e ACE (Atendimento cardiovascular de
emergência) recomendam uma alteração na sequência de procedimentos de SBV de A-B-C (via aérea, respiração, compressões
torácicas)
para
C-A-B
(compressões
torácicas, via aérea, respiração) em adultos, crianças e bebês
Alteração de A-B-C para C-A-B MOTIVO: Na sequência A-B-C, as compressões torácicas, muitas
vezes, são etardadas enquanto o socorrista abre a via aérea para aplicar respiração boca a boca, recupera um dispositivo de barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Com a alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas serão iniciadas mais cedo e o
atraso na ventilação será mínimo
FASES DO ATENDIMENTO
FASES DO ATENDIMENTO RESUMO 1. O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração“ foi removido do algoritmo;
2. C-A-B, em vez de A-B-C.; 3. O socorrista atuando sozinho deve iniciar a RCP com 30 ompressões, em vez de 2 ventilações, para reduzir a demora na aplicação da primeira compressão.
4. A frequência de compressão 100/minuto).
FASES DO ATENDIMENTO MASSAGEM CARDÍACA Adultos (8 anos em diante) 1 ou 2 executantes 2 ventilações x 30 massagens
FASES DO ATENDIMENTO COMPLICAÇÕES NA RCP (não são indicativos obrigatórios de interrupção) - Fraturas de costelas – em princípio continuamos. - Fraturas de esterno – torna-se contra-indicação. - Luxação costo-esternal – em princípio continuamos. - Perfuração de vísceras (coração / pulmões / aorta /
diafragma / etc...) – depende de exames complementares.
FASES DO ATENDIMENTO CONTRA-INDICAÇÕES DA RCP já são indicativos para a não realização do procedimento de RCP, porém, em certos casos, a decisão de continuar ou não ficará a critério do executante
- PCR por trauma de tórax
- Vítimas com doenças em estágio terminal - Pessoas com mais de 75 anos - PCR ocorrida a mais de 15 minutos - Surgimento de rigidez cadavérica CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS
HEMORRAGIAS CLASSIFICAÇÃO – QUANTO AO TIPO DE VASO - Arteriais – são de cor viva (rutilante) e saem em jatos;
- Venosas – sangramento contínuo e coloração escura; - Capilares – sangramento contínuo de fluxo lento.
CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS CLASSIFICAÇÃO – QUANTO LOCALIZAÇÃO - Externas – Sangramento de estruturas superficiais;
- Internas – Sangramento de estruturas profundas, pode ser oculto ou se exteriorizar.
CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS CUIDADOS - Perda de até 15% do volume sanguíneo (750 mL), geralmente não causam alterações; - Perdas acima de 15% e menores que 30% do volume sanguíneo (750 a 1.500 mL), geralmente apresentam estado de choque compensado – sem hipotensão. - Perdas acima de 30% (> 1.500 descompensado com hipotensão;
mL),
choque
- Perda > 50% do volume sanguíneo causa morte.
CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS HEMOSTASIA: ação de contenção das hemorragias. Compressão Direta da Lesão 1. Elevação do segmento – usa-se a gravidade a nosso favor (é realizado apenas em membros); 2. Compressão direta – também chamada de compressão no local. É o método mais utilizado e eficaz.
ELEVAÇÃO + COMPRESSÃO DIRETA CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS HEMOSTASIA: ação de contenção das hemorragias. ELEVAÇÃO + COMPRESSÃO DIRETA
CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS HEMOSTASIA Compressão Indireta da Lesão 1. Elevação do segmento – usa-se a gravidade a nosso favor (é realizado apenas em membros);
2. Compressão indireta – comprimir a arteria que irriga a região de extremidade.
CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS HEMOSTASIA Torniquete Último recurso em hemorragias graves em extremidades que não responderam as técnicas anteriores;
Só é utilizado nas amputações traumáticas.
CANETTI et al, ,2007
HEMORRAGIAS TORNIQUETE - usamos um objeto como caneta ou graveto para aumentar a compressão no segmento apendicular.
TRAUMAS SUSPEITAS DE TRAUMATISMOS GRAVES - Queda > 1.5 x altura da vítima; - Colisões a mais de 32 km/h; - Expulsão do paciente para fora do veículo; - Morte de um ocupante do veículo; - Danos severos aos veículo.
CANETTI et al, ,2007
TRAUMAS Procedimentos nas fraturas abertas sem exposição 1. Evitar movimentação; 2. Hemostasia; 3. Checar pulsos distais (só em membros); 4. Cobrir o ferimento; 5. Estabilizar;
6. Imobilizar.
TRAUMAS Procedimentos nas fraturas abertas com exposição 1. Evitar movimentação; 2. Hemostasia; 3. Checar pulsos distais (só em membros); 4. Cobrir o osso exposto ; 5. Estabilizar;
6. Imobilizar.
TRAUMAS Midríase (Pupilas dilatadas) – pode ser indicativo de hipóxia cerebral, edema intracraniano, hipovolemia, TCE.
TRAUMAS Miose (Pupilas contraídas) – pode indicar intoxicação, envenenamento.
Anisocoria (Pupilas desiguais) – geralmente indica edema
intracraniano por TCE, sendo que o edema nesses casos localiza-se do lado da midríase.
TRAUMAS CUIDADOS BÁSICOS COM OS FERIMENTOS ABERTOS 1. Proteja-se e se a ferida apresenta sangramento, pare a
hemorragia; 2. Lave o ferimento com água e sabão neutro ou preferencialmente, soro fisiológico; 3. Cubra a ferida com gaze esterilizada; 4. Nunca use pomadas, nem qualquer outro produto que
possa causar reação alérgica.
INCONSCIÊNCIA Síncope - inconsciência até 3’ - é a perda da consciência completa e breve, levando a um estado de morte
aparente, porém com a característica da retomada de consciência espontânea.
Coma – inconsciência por mais de 3’ - geralmente os pacientes apresentam apenas as funções vegetativas, mas que podem ainda assim estar reduzidas.
ATENÇÃO! No atendimento de emergência, a classificação da inconsciência como síncope ou coma não é
prioridade. O profissional atende da mesma forma, ou seja, os procedimentos são referentes a
uma pessoa inconsciente!
INCONSCIÊNCIA CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA HIPOGLICEMIA
Redução da glicose circulante (ocorre em
qualquer
pessoa) – a administração de açúcar por via oral é o procedimento clássico, contanto que o paciente esteja consciente. Nos casos de inconsciência, o açúcar poderá ser posto na mucosa sub lingual, sem haver deglutição.
INCONSCIÊNCIA CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA HIPERGLICEMIA
Elevação da glicose circulante (ocorre somente em diabéticos) – a conduta é a administração de insulina. Nos casos de inconsciência onde não temos diagnóstico de hipo ou hiperglicemia, é colocado açúcar sublingual. Se o paciente reagir satisfatoriamente, temos a confirmação de hipoglicemia. Em caso contrário, confirmamos hiperglicemia.
INCONSCIÊNCIA CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA CONVULSÃO
Pode ocorrer diminuição de aporte sanguíneo cerebral com todos os resultados já conhecidos. Na convulsão, o indivíduo não enrola nem engole a língua e a saliva não é contagiosa. A crise convulsiva é dividida em duas fases distintas:
INCONSCIÊNCIA CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA CONVULSÃO
1. FASE TÔNICO-CLÔNICA Duração de 40” a 1’, onde a principal preocupação é
evitarmos outras lesões, principalmente T.C.E., realizando a contenção da cabeça e assim evitando choques com o solo.
INCONSCIÊNCIA CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA CONVULSÃO
2. FASE DE RELAXAMENTO O paciente corre risco, pois estando geralmente em
decúbito dorsal e com a ação da gravidade, ocasiona “queda da língua” e provoca asfixia. Tomamos cuidados com a permeabilidade das vias aéreas, e o colocamos lateralizado, para escoamento das secreções da boca.
INCONSCIÊNCIA
INCONSCIÊNCIA Curvatura da Aorta
Fundo do estômago
Facilita o escoamento sanguíneo pelo arco aórtico
Mantém o conteúdo gástrico no fundo do estômago
Veia cava inferior
Evita compressão da veia cava inferior
TÉCNICAS DE TRANSPORTES Transporte só passa a ser prioridade quando: 1. Não há mais nada a fazer no local;
2. Quando dele depender a vida da vítima; 3. Quando o local oferecer risco à vítima ou ao socorrista. Métodos de transporte poderão ser com: 1, 2, 3 ou mais executantes.
BIBLIOGRAFIA NOVAES, Giovane da Silva; NOVAES, Jefferson da Silva; NUNES, Rodolfo de Alkimim Moreira. Guia de socorros de urgência: atendimento pré-hospitalar. Rio de Janeiro, RJ: Editora Shape, 2006. SILVEIRA, Elzio Teobaldo da; MOULIN, Alexandre Fachetti Vaillant. Socorros de urgência em atividades físicas: curso teórico-prático. 6 ed.,Brasília: CREF 7, 2006.Z, Fernando CANETTI, Marcelo Dominguez; RIBEIRO JÚNIOR, Célio; ALVAREZ, Fernando Suarez; SILVEIRA, José Márcio da S.; SILVA, Simone P. da; SILVEIRA, Lúcia Teresa C. da. Manual básico de socorros de emergência para técnicos em emergências médicas e socorristas. 2 ed., São Paulo: Editora Atheneu, 2007