Português
LINGUAGENS
William Roberto Cer Cereja eja Thereza Cochar Magalhães
27614COL01 ENSINO MÉDIO Literatura Produção de texto Gramática Interpretação de texto
COMPONENTE CURRICULAR
Língua Portuguesa
MANUAL DO PROFESSOR
Prgês
LINGuAGENS William Rber Cereja Professor graduado em Português e Lingustica e licenciado em Português pela Universidade de São Paulo Mestre em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo Doutor em Lingustica Aplicada e Análise do Discurso pela PUC-SP Professor da rede particular de ensino em São Paulo, capital
thereza Cchar Magalhães Professora graduada e licenciada em Português e Francês pela FFCL de Araraquara, SP Mestra em Estudos Literários pela Unesp de Araraquara, SP Professora da rede pública de ensino em Araraquara, SP
Ares ambém de: obras para ensin fndamenal Português: nguagens (1º ao 9º ano) Gramátca — Texto, reflexão e uso (6 (6º ao 9º ano) Gramátca reflexva (6º ao 9º ano) Todos os textos (6º ao 9º ano) obras para ensin médi lteratura brasera lteratura portuguesa Gramátca reflexva — Tex Texto, to, semântca e nteração Texto e nteração interpretação de textos
9ª edição São Paulo, 2013 CoMPoNENtE CuRRICuLAR
Línga Prgesa
MANUAL DO PROFESSOR
Prgês
LINGuAGENS William Rber Cereja Professor graduado em Português e Lingustica e licenciado em Português pela Universidade de São Paulo Mestre em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo Doutor em Lingustica Aplicada e Análise do Discurso pela PUC-SP Professor da rede particular de ensino em São Paulo, capital
thereza Cchar Magalhães Professora graduada e licenciada em Português e Francês pela FFCL de Araraquara, SP Mestra em Estudos Literários pela Unesp de Araraquara, SP Professora da rede pública de ensino em Araraquara, SP
Ares ambém de: obras para ensin fndamenal Português: nguagens (1º ao 9º ano) Gramátca — Texto, reflexão e uso (6 (6º ao 9º ano) Gramátca reflexva (6º ao 9º ano) Todos os textos (6º ao 9º ano) obras para ensin médi lteratura brasera lteratura portuguesa Gramátca reflexva — Tex Texto, to, semântca e nteração Texto e nteração interpretação de textos
9ª edição São Paulo, 2013 CoMPoNENtE CuRRICuLAR
Línga Prgesa
MANUAL DO PROFESSOR
© William Roberto Cereja, 2013 Thereza Cochar Magalhães Copyright desta edição:
SARAIVA S.A. Livreiros Editores, São Paulo, 2013. Rua Henrique Schaumann, 270 — Pinheiros 05413-010 — São Paulo — SP PABX: (0xx11) 3613-3000 SAC: (0xx11) 0800-0117875 www.editorasaraiva.com.br Todos os direitos reservados.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Cereja, William Roberto Português : linguagens, 1 / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. — 9. ed. — São Paulo : Saraiva, 2013. Suplementado pelo manual do professor. Bibliografia. ISBN 978-85-02-19430-4 (aluno) ISBN 978-85-02-19431-1 (professor) 1. Português (Ensino médio) I. Magalhães, Thereza Cochar. II. Título. 13-02693
CDD-469.07
Índice para catálogo sistemático: 1. Português : Ensino médio 469.07
Português: linguagens Volume 1 Gerente editorial: Editor: Editoras-assistentes: Preparação de texto: Revisão:
Lauri Cericato Noé G. Ribeiro Paula Junqueira e Caroline Zanelli Martins Célia Tavares Pedro Cunha Jr. e Lilian Semenichin (coords.)/Luciana Azevedo/ Maura Loria/Eduardo Sigrist/Rhennan Santos/Elza Gasparotto/ Aline Araújo/Gabriela Moraes/Patricia Cordeiro Pesquisa iconográfic iconográfica: a: Cristina Akisino (coord.)/Vanessa Volks/Ana Szcypula/ Danielle Alcântara (estagiária)/Thiago Fontana Licenciamento Licenciamen to de textos: Marina Murphy Sugestões de textos e atividades: Carlos Henrique Carneiro, Carolina Assis Dias Vianna, Norberto Lourenço Nogueira Júnior, Júnior, Pedro Reinato e Rosineide de Melo
Gerente de arte: Nair de Medeiros Barbosa Supervisor de arte: José Maria de Oliveira Projeto gráfico e capa: Homem de Melo & Troia Design Imagem de capa: Catadores de lixo de Gramacho , de Vik Muniz. © Vik Muniz. Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2012. Coleção particular
Ilustrações: Cássio Lima/Filipe Rocha/Ivan Coutinho/Jótah/Laerte Silvino/
Diagramação: Assessoria de arte: Encarregada de produção e arte: Coordenação de editoração eletrônica:
Marcos Guilherme/Mariângela Haddad/Mario Yoshida/Raf Yoshida/Rafael ael Herrera/Ricardo Herrera/R icardo Dantas/Rico/T Dantas/Rico/Toninho oninho Gonçalves/Vera Basile/ Vicente Mendonça/Weberson Santiago/Zuri Alexandre M. Uehara/José Aparecido de Oliveira/Setsumi Sinzato Maria Paula Santo Siqueira e Carlos Magno Grace Alves Silvia Regina E. Almeida
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo utilizado apenas para fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) autor(es) e da editora.
Prezado estudante: No mundo em que vivemos, a linguagem perpassa cada uma de nossas atividades, individuais e coletivas. Verbais, não verbais ou transverbais, as linguagens se cruzam, se completam e se modificam incessantemente, acompanhando o movimento de transformação do ser humano e suas formas de organização social. A invenção e a popularização do cinema, do rádio e da tevê nos conduziram à era da informação, que, em virtude dos avanços da informática, tem como marca principal a aproximação entre vários povos e nações, propiciada pela rede internacional de computadores, a Internet. Nesse mundo em movimento e em transformação, os estudos de linguagem ou de linguagens tornam-se cada vez mais importantes. É por meio das linguagens que interagimos com outras pessoas, próximas ou distantes, informando ou informando-nos, esclarecendo ou defendendo nossos pontos de vista, alterando a opinião de nossos interlocutores ou sendo modificados pela opinião deles. É pela linguagem que é expressa toda forma de opinião, de informação e de ideologia. Também é por meio da linguagem ou das linguagens que o homem tem se expressado, no transcorrer da História, registrando o resultado de suas ideias, emoções e inquietações em livros científicos ou filosóficos, nas artes plásticas, na música, na literatura — enfim, nas obras que constituem o rico acervo científico-cultural que temos hoje à disposição. Esta obra pretende ajudá-lo na desafiante tarefa de resgatar a cultura em língua portuguesa, nos seus aspectos artísticos, históricos e sociais, e, ao mesmo tempo, cruzá-la com outras culturas e artes. Assim, coloca-se o desafio de estabelecer relações e contrastes com o mundo contemporâneo, por meio das diferentes linguagens em circulação — o cinema, a pintura, a música, o teatro, a tevê, o quadrinho, o cartum, a informática, etc. —, e analisar os diálogos que a literatura brasileira estabeleceu com outras literaturas, bem como o diálogo que as literaturas africanas de língua portuguesa têm estabelecido com a literatura brasileira. Por meio de atividades sistematizadas e de roteiros de leitura, pretende também dar-lhe suporte para a leitura e interpretação de textos não verbais, como o cinema e a pintura, prepará-lo para os desafios do Enem e dos vestibulares e oferecer-lhe condições para que produza, com adequação e segurança, textos verbais, orais e escritos, de diferentes gêneros, como um seminário, um debate, um relatório científico, uma carta argumentativa de reclamação, um poema, um anúncio publicitário, um editorial, um texto dissertativo-argumentativo para o vestibular, etc. Além disso, tem em vista ajudá-lo a compreender o funcionamento e a fazer o melhor uso possível da língua portuguesa, em suas múltiplas variedades, regionais e sociais, e nas diferentes situações sociais de interação verbal. Enfim, este livro foi feito para você, jovem sintonizado com a realidade do século XXI, que, dinâmico e interessado, deseja, por meio das linguagens, descobrir, criar, relacionar, pesquisar, transformar... viver intensa e plenamente. Um abraço, Os Autores.
Para Ciley e Rodolfo, companheiros de todas as horas, e para Lis e Carolina, irmãs desta obra.
Agradecimentos A né g ribi, i imum, qu, sm m , maia as as isõs sb sa ba A m u iia: a paua Juquia cai zai Mais, a ai; a cisia Akisi, usiasm a uiasa squisa iáia; a céia taas, as isas susõs a aaçã x; as mais mmbs a qui iia, ia amaam ss içã a ba As sss nb luç nuia Júi, rsii M cas hiqu cai, as susõs xs aiias à qui asssss aóis, qu, m aís, iu ssas sas si imia iá sss aus As sss Basi, qu iquam sa muaçã m suas susõs, m sia a faa caba csa, Jaaía paíia, Jaa d’aqu paua caa, hi rius caa fiuia, Káia cisia oiia ts, nia eia pis Bi vaéia dua fia gus Os Autores
Smári
LItERAtuRA
PRoDuÇÃo DE tEXto
LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
INtERPREtAÇÃo DE tEXto
uNIDADE
1
A LITERATURA NA BAIXA IDADE MÉDIA
10 A IMAGEM EM FOCO: mastà, d, lantação, g 12
CAPÍtuLo 1 – O que é literatura? LItERAtuRA
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14 A nAturezA dA linguAgeM literáriA 15 A literAturA e suAs funções 17 LEITURA: “A aa a ma mm”, A ca; am laoratóro d tratura, e v la 19 LEITURA: “g ”, J caa 21 estilos de épocA: AdequAção e super Ação 22 LEITURA: “M a”, cam Ab; “e m a ma”, A caa 23 A literAturA nA escolA 25 periodizAção dAs literAturAs portuguesA e BrAsileirA 26
CAPÍtuLo 2 – Introdução aos gêneros do discurso
28 o que é gênero do discurso? 32 os gêneros literários 32
PRoDuÇÃo DE tEXto
CAPÍtuLo 3 – Linguagem, comunicação e interação LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
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36 linguAgeM verBAl e linguAgeM não verBAl 37 códigos 39 A línguA 40 A teoriA dA coMunicAção 42 AS FUNçÕES DA LINGUAGEM NA CONSTRUçãO DO TEXTO 49 SEMâNTICA E DISCURSO 51
CAPÍtuLo 4 – O poema PRoDuÇÃo DE tEXto
52 TRABALHANDO O GêNERO 52 os versos e seus recursos MusicAis 53 o poeMA no espAço 59
A poesiA de trAdição orAl: o cordel 59 PRODUZINDO O POEMA 60
CAPÍtuLo 5 – A linguagem do Trovadorismo
62 LEITURA: aa am, Mam ca, aa am, d d 63 o texto e o contexto eM perspectivA MultidisciplinAr 65
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 6 – O texto teatral escrito PRoDuÇÃo DE tEXto
68 TRABALHANDO O GêNERO 68 PRODUZINDO O TEXTO TEATRAL 73 ESCREVENDO COM EXPRESSIVIDADE: A denotAção e A conotAção 75
CAPÍtuLo 7 – As variedades lingusticas LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
78 diAletos e registros 81 gíriA 82 AS VARIEDADES LINGUíSTICAS NA CONSTRUçãO DO TEXTO 84 SEMâNTICA E DISCURSO 85
CAPÍtuLo 8 – A produção literária medieval
86 A forMAção dA línguA e dA literAturA portuguesA 87 A erA MedievAl e suAs épocAs 87 LITERATURA COMPARADA: diálogo entre A cAnção populAr no BrAsil e A cAntigA trovAdorescA 92 LEITURA: am Auto da arca do nfrno , g v 97
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 9 – Figuras de linguagem LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
100 AS FIGURAS DE LINGUAGEM NA CONSTRUçãO DO TEXTO 110 SEMâNTICA E DISCURSO 111
CAPÍtuLo 10 – Competência leitora e habilidades de leitura INtERPREtAÇÃo DE tEXto
113 o que são coMpetênciAs e hABilidAdes? 114 PREPARE-SE PARA O ENEM E O VESTIBULAR 116
EM DIA CoM o ENEM E o VEStIBuLAR 118 VIVÊNCIAS PROJETO: pAlAvrA eM cenA 122
LItERAtuRA
PRoDuÇÃo DE tEXto
LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
INtERPREtAÇÃo DE tEXto
uNIDADE
2
HISTÓRIA SOCIAL DO CLASSICISMO
124 A IMAGEM EM FOCO: O nascnto d Vênus, B 126
CAPÍtuLo 1 – A linguagem do Classicismo renascentista LItERAtuRA
128
LEITURA: am a Dvna coéda, da A, m ma paa ma cam 129 o texto e o contexto eM perspectivA MultidisciplinAr 132
CAPÍtuLo 2 – O relato pessoal PRoDuÇÃo DE tEXto
136 TRABALHANDO O GêNERO 136 PRODUZINDO O RELATO PESSOAL 138 ESCREVENDO COM TÉCNICA: A descrição 140
CAPÍtuLo 3 – Texto e discurso – Intertexto e interdiscurso LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
145 textuAlidAde, coerênciA e coesão 148
A coerênciA e o contexto discursivo 150 intertextuAlidAde, interdiscursividAde e pAródiA 151 A COERêNCIA E A COESãO NA CONSTRUçãO DO TEXTO 155 SEMâNTICA E DISCURSO 156
CAPÍtuLo 4 – O Classicismo em Portugal LItERAtuRA i
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157 luís de cAMões: o grAnde sAlto 158 LEITURA: am Os usíadas 162 LEITURA: cam 167 LITERATURA COMPARADA: diálogo entre A líricA cAMoniAnA e A cAnção populAr 169
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CAPÍtuLo 5 – Hipertexto e gêneros digitais: o e-ma , o bog e o comentário PRoDuÇÃo DE tEXto
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172 TRABALHANDO O GêNERO 173 o e-mAil 173 PRODUZINDO O e-mail 174 o blOg 175 o coMentário 176 PRODUZINDO O COMENTáRIO 180 ESCREVENDO COM COERêNCIA E COESãO: pArAlelisMos sintáticos e seMânticos 180
CAPÍtuLo 6 – Introdução à semântica LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
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A
187 sinoníMiA e AntoníMiA 189 cAMpo seMântico, hiponíMiA e hiperoníMiA 190 polisseMiA 191 A AMBiguidAde 193 A AMBIGUIDADE NA CONSTRUçãO DO TEXTO 195 SEMâNTICA E DISCURSO 195
CAPÍtuLo 7 – O Quinhentismo no Brasil
197 A produção literáriA no BrAsil-colôniA 198 A literAturA de inforMAção 199 LEITURA: am a Carta cama, a n am Ma Mü 200 A literAturA de cAtequese: José de AnchietA 202
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 8 – A observação, a análise e a identificação INtERPREtAÇÃo DE tEXto
204 PREPARE-SE PARA O ENEM E O VESTIBULAR 206
EM DIA CoM o ENEM E o VEStIBuLAR 208 VIVÊNCIAS PROJETO: dA espAdA à velA: o Mundo eM MudAnçA 212
LItERAtuRA
PRoDuÇÃo DE tEXto
LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
INtERPREtAÇÃo DE tEXto
uNIDADE
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BARROCO: A ARTE DA INDISCIPLINA
216 A IMAGEM EM FOCO: As vadads da vda huana, ham swk 218
CAPÍtuLo 1 – A linguagem do Barroco LItERAtuRA
LEITURA: “na s, a ma m a” “caa mm a m”, ma g Ma, am m p A va 221 o texto e o contexto eM perspectivA MultidisciplinAr 224
CAPÍtuLo 2 – Os gêneros instrucionais PRoDuÇÃo DE tEXto
220
227 o tutoriAl 227
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TRABALHANDO O GêNERO 227 PRODUZINDO O TUTORIAL 229 outros gêneros instrucionAis: receitAs, regrAs, dicAs 231 TRABALHANDO O GêNERO 231 PRODUZINDO A RECEITA 234 PRODUZINDO DICAS 236 ESCREVENDO COM EXPRESSIVIDADE: A síntese e A clArezA de ideiAs 239
CAPÍtuLo 3 – Sons e letras LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
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242 clAssificAção dos foneMAs 244 sílABA 245 encontros vocálicos 247 encontros consonAntAis 247 dígrAfos 247 ortoepiA e prosódiA 249 SONS E LETRAS NA CONSTRUçãO DO TEXTO 251 SEMâNTICA E DISCURSO 252
CAPÍtuLo 4 – O Barroco em Portugal
253 pe Antônio vieirA: A literAturA coMo Missão 254 LEITURA: am “sm bm a ama pa a a haa”, p A va 256
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 5 – O resumo
260 TRABALHANDO O GêNERO 260 PRODUZINDO O RESUMO 264
PRoDuÇÃo DE tEXto
CAPÍtuLo 6 – A expressão escrita: ortografia – divisão silábica LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
267 ortogrAfiA 267 divisão siláBicA 277 A DIVISãO SILáBICA NA CONSTRUçãO DO TEXTO 278 SEMâNTICA E DISCURSO 279
CAPÍtuLo 7 – O Barroco no Brasil
281 gregório de MAtos: AdequAção e irreverênciA 282 LEITURA: “o-, M d, bm a”, g Ma 285
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 8 – O seminário PRoDuÇÃo DE tEXto s e
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287 TRABALHANDO O GêNERO 287 PRODUZINDO O SEMINáRIO 287 plAneJAMento e prepArAção de uM seMinário 287 coMo ApresentAr uM seMinário 288 coMo ApresentAr uM seMinário eM grupo 290 propostAs pArA A produção de seMinários 291 revisão e AvAliAção dos seMinários 295
CAPÍtuLo 9 – A expressão escrita: acentuação LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
296 regrAs de AcentuAção gráficA 298 A ACENTUAçãO NA CONSTRUçãO DO TEXTO 301 SEMâNTICA E DISCURSO 302
CAPÍtuLo 10 – A comparação e a memorização INtERPREtAÇÃo DE tEXto
303 coMpArAção 303 MeMorizAção 305 PREPARE-SE PARA O ENEM E O VESTIBULAR 306
EM DIA CoM o ENEM E o VEStIBuLAR PROJETO: feirA de inclusão digitAl VIVÊNCIAS
309 313
LItERAtuRA
PRoDuÇÃo DE tEXto
LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
INtERPREtAÇÃo DE tEXto
uNIDADE
4
HISTÓRIA SOCIAL DO ARCADISMO
316 A IMAGEM EM FOCO: O juranto dos Horácos, Ja-l da 318
CAPÍtuLo 1 – A linguagem do Arcadismo
320
LEITURA: ma c Ma a ca tm A gaa Ba 321 o texto e o contexto eM perspectivA MultidisciplinAr 324
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 2 – O debate regrado público
327 TRABALHANDO O GêNERO 327 PRODUZINDO O DEBATE REGRADO 330
PRoDuÇÃo DE tEXto
CAPÍtuLo 3 – Estrutura de palavras LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
334 tipos de MorfeMAs 336 OS ELEMENTOS MÓRFICOS NA CONSTRUçãO DO TEXTO 338 SEMâNTICA E DISCURSO 339
CAPÍtuLo 4 – O Arcadismo em Portugal
341 poMBAl e verney: A Missão de “iluMinAr” portugAl 342 As AcAdeMiAs 342 BocAge: o sAlto dA eMoção 342 LEITURA: Ba 344
LItERAtuRA
CAPÍtuLo 5 – O artigo de opinião
346 TRABALHANDO O GêNERO 346 PRODUZINDO O ARTIGO DE OPINIãO 349
PRoDuÇÃo DE tEXto
CAPÍtuLo 6 – Formação de palavras LÍNGuA: uSo E REFLEXÃo
352 processos de forMAção de pAlAvrAs 353 eMpréstiMos e gíriAs 358 PROCESSOS DE FORMAçãO DE PALAVRAS NA CONSTRUçãO DO TEXTO 360 SEMâNTICA E DISCURSO 362
CAPÍtuLo 7 – O Arcadismo no Brasil LItERAtuRA
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363 ArcAdisMo nA colôniA: entre o locAl e o universAl 364 os árcAdes e A inconfidênciA 364 cláudio MAnuel dA costA: A consciênciA árcAde 365 LEITURA: ma c Ma a ca 366 toMás Antônio gonzAgA: A renovAção árcAde 367 LEITURA: “la 77”, tm A gaa 368 BAsílio dA gAMA e o nAtivisMo indiAnistA 370 sAntA ritA durão: Apego Ao Modelo clássico 372 LEITURA: am O Uraua , Ba a gama, Carauru , saa ra d 374 LITERATURA COMPARADA: diálogo entre A poesiA ModernA e A poesiA árcAde 376
CAPÍtuLo 8 – O texto dissertativo-argumentativo PRoDuÇÃo DE tEXto
378 TRABALHANDO O GêNERO 378 PRODUZINDO O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO 381 ESCREVENDO COM EXPRESSIVIDADE: os estrAngeirisMos 383
CAPÍtuLo 9 – A explicação e a demonstração INtERPREtAÇÃo DE tEXto
385 PREPARE-SE PARA O ENEM E O VESTIBULAR 388
390 EM DIA CoM o ENEM E o VEStIBuLAR VIVÊNCIAS PROJETO: A Arte BrAsileirA no período coloniAl 394
BIBLIOGRAFIA íNDICE REMISSIVO
398 399
Mulher segurando balança (1664), de Jan Vermeer van Delft.
UNIDADE
3
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Na t ion
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barroco: a arte da indisciplina
O Renascimento deu ao homem o papel de senhor absoluto da terra, dos mares, da ciência e da arte. E o sentimento de que, por meio da razão, ele tudo podia. Mas até onde iria a aventura humanista? No século XVII, por força de vários acontecimentos religiosos, políticos e sociais, valores religiosos e espirituais ressurgem, passando a conviver com os valores renascentistas. A expressão artística desse momento de dualismo e contradição é o Barroco. Estudar esse movimento implica conhecer as condições em que vivia o homem da época, tanto na Europa quanto no Brasil-Colônia.
216
Fique ligado! Pesquise! Para estabelecer relações entre a literatura e outras artes e áreas do conhecimento, eis algumas sugestões:
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Moça com brinco de pérola , de Peter Webber; A rainha Margot , de Patrice Chéreau; Gregório de Matos , de Ana Carolina; Caravaggio , de Derek Jarman; O homem da máscara de ferro , de Randall Wallace; Mary Stuart — Rainha da Escócia , de Charles Jarrot; As bruxas de Salem, de
Nicholas Hytner.
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VIVÊNCIAS Projeto:
Feira de inclusão diital Montagem de uma feira digital, com exposição de textos produzidos para a Internet e apresentação de ferramentas digitais, como as dos sites Google Art Project e Tag Galaxy.
Professor: É conveniente que já no início do bimestre sejam organizadas e distribuídas as atividades propostas no projeto do capítulo Vivências.
[…] Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. (Gregório de Matos. Poemas escolhidos . Organização de José Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, s.d. p. 202.)
Leia Moça com brinco de pérola , de Tracy Chevalier (Bertrand Brasil); As missões , de Júlio Quevedo (Ática); Os sermões , de Pe. Antônio Vieira (Cultrix); Antologia poética , de Gregório de Matos (Ediouro); Melhores poemas , de Gregório de Matos (Global); A vida é sonho , de Calderón de la Barca (Abril Cultural); Cid e Horácio: tragédia em cinco atos , Três tragédias: Phedra, Esther e Athalia , de Corneille (Ediouro); O avarento (Ediouro), Don Juan (L&PM), Escola de mulheres (Nórdica), O burguês ridículo , de Molière (Sete Letras); O mundo de Sofia , de Jostein Gaarder (Companhia das Letras).
Ouça Ouça a produção musical dos compositores barrocos Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Haendel. E também os CDs: Música do Brasil colonial — Compositores mineiros ; Padre João de Deus de Castro Lobo — Missa e credo para oito vozes ; Sacred Music from 18th century — Brasil ; Sermão de Santo Antônio aos peixes (Saulos). Ouça também a canção “Pecado original”, de Caetano Veloso, e descubra pontos de contato entre ela e as ideias do Barroco.
Navegue http://www.revista.agulha.nom.br/grego.html http://www.brasiliana.usp.br/bbd/search?filtertype=*&filter=sermoes+ padre+vieira&submit_search-filter-controls_add=Buscar http://www.vidaslusofonas.pt/padre_antonio_vieira.htm http://www.memoriaviva.com.br/gregorio/
Visite Visite as cidades que possuem igrejas e museus com obras dos séculos XVII e XVIII, como Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Sabará, Tiradentes, Diamantina, Salvador, Olinda e Recife, entre outras.
217
A ImAgEm Em FOCO Observe o quadro As vaidades da vida humana (1645), de Harmen Steenwyck, e responda às questões propostas.
s e r d n o L , y r e l l a G l a n o i t a N
1. O quadro de Steenwyck é considerado uma natureza-morta, um tipo de pintura que retrata objetos e seres inanimados ou mortos: um jarro com flores, uma cesta com frutas ou outros alimentos, etc. Por que o quadro de Steenwyck pode ser considerado natureza-morta? Porque apresenta vários objetos inanimados, além do crânio humano.
2. Observe que o centro da tela é ocupado por um crânio humano. Com base no nome do quadro e na posição do crânio, levante hipóteses: Qual é o tema central do quadro? A morte, que põe fim a todas as vaidades.
3. Essa natureza-morta é constituída por símbolos, isto é, elementos que adquiriram certos significados na história de nossa cultura, como a concha vazia, o cronômetro, a espada japonesa, a flauta e a charamela, a lâmpada apagada, o livro, o jarro de vinho (à direita) e o crânio. Conheça, ao lado, o significado de alguns deles.
218
Concha vazia: símbolo da riqueza e da
perfeição; como está vazia, também sugere a morte. A flauta e a charamela: instrumentos musicais relacio-
nados ao amor; por sua forma alongada, fálica, são elementos que fazem referência ao universo masculino. O jarro de vinho: relacionado aos prazeres
materiais, como a bebida; por baixo da alça, porém, nota-se o perfil de um imperador romano, sugerindo o desejo humano de glória, de poder. O livro: o conheci-
mento, a sabedoria.
a) Nesses símbolos, estão representados os prazeres e valores do homem da época. Quais A riqueza, os prazeres sensuais, a sabedoria e são eles?
esquerda, e o escuro, que vai do centro para a direita. Na cultura cristã, a luz é um símbolo do divino e do eterno. O da posição entre a vida eterna, divina, e a
b) O quadro tem por título As vaidades da vida humana . A palavra vaidade origina-se do latim vanitas , que significa “o que é vão, sem valor”. Qual é, portanto, a visão do artista sobre esses valores da época? Como o próprio nome
a) O fato de a luz, no quadro, incidir primeiramente sobre o crânio, que representa a morte, sugere uma oposição. Qual é o dualismo barroco existente nessa oposição?
a bebida ou o poder.
vida humana, precária e finita.
b) Por que se pode dizer que esse quadro é uma espécie de advertência ao ser humano?
sugere, na concepção do artista esses valores são inúteis, são vãos.
c) Considerando-se o significado do crânio e sua posição de destaque no quadro, o que, na visão do artista, estaria acima de todos esses A morte, que põe fim a todas as ambições e valores?
Porque há nele a ideia de que a vida humana é transitória e frágil e de que o homem necessita deixar de lado as coisas vãs e se preocupar com o espírito. 6.
prazeres humanos.
4.
Há, a seguir, um conjunto de elementos essenciais à arte e à literatura barroca, como: consciência da efemeridade da vida e do tempo
Atrás e acima do crânio, aparece uma lâmpada recém-apagada, conforme sugere o tênue fio de fumaça que sai dela. Considerando que o fogo, a chama e a luz associam-se à ideia de vida, responda:
concepção trágica da vida figuração jogo de claro e escuro
a) O que a lâmpada apagada representa?
oposição entre o mundo material e o mundo Todos os elementos podem ser identificados na espiritual tela. Destacam-se, contudo, consciência da efe-
Representa a morte, a ideia de que um dia a chama (a vida) se apaga.
b) Que outros elementos do quadro, além do crânio, apresentam o mesmo significado da lâmpada? O cronômetro, que sugere principalmente o passar do
morbidez requinte formal
tempo, da vida, e a concha que está vazia, sem vida.
5.
Quais desses elementos podem ser identificados na tela As vaidades da vida humana , de Steenwyck?
Observe que, da parte esquerda e superior do quadro, desce um raio de luz, criando um contraste entre o claro, que vai do centro para a a r r e t a l g n I , ) y r e l l a G t r A k r o Y ( t s u r T s m u e s u M k r o Y
e n o t s y e K / y r a r b i L t r A n a m e g d i r B e h T
Natureza-morta (1620),
quadro de Abraham van Beyeren.
meridade da vida e do tempo, concepção trágica da vida, jogo de claro e escuro, oposição entre o mundo material e o mundo es piritual, morbidez.
s e g a m I w o l G / y r a r b i L t r A n a m e g d i r B e h T / n o d u a r i G
a ç n a r F , k r i k n u D , s t r A x u a e B s e d e é s u M
Natureza-morta com crânio ,
de Letellier.
219
LITERATURA
M u s é e d
e s
B e
a u x - A
r t s , R o
u e n ,
CApÍTULO 1
F r a n ç a
A flagelação de Cristo (c. 1605-07), de Caravaggio.
a gugm b O Barroco — a arte que predominou no século XVII — registra um momento de crise espiritual na cultura ocidental. Nesse momento histórico, conviviam duas mentalidades, duas formas distintas de ver o mundo: de um lado o paganismo e o sensualismo do Renascimento, em declínio; de outro, uma forte onda de religiosidade, que lembrava o teocentrismo medieval. No século XVI, o Renascimento representou o retorno à cultura clássica greco-latina e a vitória do antropocentrismo. No século XVII, surgiu o Barroco, um movimento artístico ainda com alguns vínculos com a cultura clássica, mas que buscava caminhos próprios, condizentes com as necessidades de expressão daquele momento.
220
LEITURA Os dois primeiros textos a seguir são de autoria de Gregório de Matos, o principal poeta barroco brasileiro; o terceiro é de Pe. Antônio Vieira, sermonista renomado e o principal escritor barroco de Portugal. Leia-os e responda às questões propostas.
TEXTO I
TEXTO II
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.
Carregado de mim ando no mundo, E o grande peso embarga-me as passadas, Que como ando por vias desusadas, Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?
O remédio será seguir o imundo Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, Que as bestas andam juntas mais ousadas, Do que anda só o engenho mais profundo.
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza.
Não é fácil viver entre os insanos, Erra, quem presumir que sabe tudo, Se o atalho não soube dos seus danos.
Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
O prudente varão há de ser mudo, Que é melhor neste mundo, mar de enganos, Ser louco c’os demais, que só, sisudo.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos . Organização de José Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, s.d. p. 317.)
(Gregório de Matos. In: Poemas escolhidos , cit., p. 253.)
c’os: com os. enenho: talento, argúcia, capacidade inventiva. insano: demente, insensato. sisudo: ajuizado. varão: homem adulto, respeitável.
inconstância: variabilidade, volubilidade.
, G s i s s M , A o e t e d r o P c s o r i c u n O a r F o ã S e d a j e r g I / i n i d l a i F o l u m ô R
a i a i r l a á t I M , a a t n m a o S R , e a d i r a o j t e i t r g V I / a s l e l e g d a m I y t t e G / k c o t S r e p u S
Escultura de Aleijadinho.
LITERATURA
Êxtase de Santa Teresa , de Lorenzo Bernini.
221
TEXTO III 5b. texto
I: “Luz/noite escura”, “tristezas/alegria”, “firmeza somente na inconstância”, “na alegria sinta-se tristeza”; texto II:
“as bestas andam juntas”/“anda só o engenho mais profundo”, “louco/sisudo” […] Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes, ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa, que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura, mas a futura veem-na os olhos, a presente não a alcança o entendimento. E que duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulverem reverteris: reverteris : Sois pó, e em pó vos haveis de converter, – Sois pó, é a presente; em pó vos haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o veem, nem o entendimento o alcança. [...] (Pe. Antônio Vieira. In: Barroco . São Paulo: Harbra, 2009. p. 14.) 1a. Apontando
a transformação de algo em seu contrário: o Sol, a Luz, a formosura e a alegria não duram mais que um dia e tornam-se noite escura, tristes sombras e tristeza, respectivamente.
i r d a M , o d a r P o d u e s u M
A coroação de espinhos (1618-20), (1618-20), de Van Dyck.
4a. Entre outros: “Que como ando por vias desusadas, / Faço o peso crescer,
e vou-me ao fundo”, “Não é fácil viver entre os ins anos”, “Que é melhor neste mundo, mar de enganos, / Ser louco c'os demais, que só, sisudo”.
1. No texto I, o eu lírico aborda o tema da efemerida-
4. O texto II aborda o tema do “desconcerto do mun-
de ou inconstância das coisas do mundo, que fazia parte das preocupações do homem barroco.
do”, isto é, o sentimento de desagregação e estranhamento do eu lírico em relação ao mundo.
a) Na primeira estrofe, es trofe, como ele apresenta essa percepção da efemeridade efemeridade? ?
a) Identifique no poema um trecho que exemplifique essa postura do eu lírico.
b) Das mudanças apontadas, qual afeta o estado es tado de ânimo do eu lírico?
b) Que imagem, presente na última estrofe do poema, corresponde à concepção de mundo do eu lírico do texto I? mar de enganos
A transformação da alegria em tristeza.
2. O eu lírico do texto I não compreende a razão da instabilidade instabilida de das coisas.
5a. texto
I: “Nasce o Sol”, “Depois da Luz se segue a noite escura”; texto
5. A linguagem barroca geralmente busca expressar
a) Em que estrofe se nota claramente o sentimento de inconformismo com a instabilidade? Na segunda estrofe; a sequênsequên Justifique sua resposta.
estados de conflito espiritual. Por isso, faz uso de inversões, antíteses e paradoxos, entre outros recursos. Identifique Identifique nos textos I e II:
b) No final f inal do texto, te xto, a que conclusão sobre a inconstância das coisas o eu lírico chega?
a) exemplos de inversão quanto à estrutura sin“Carregado de mim ando no mundo”, “Se o atalho não tática; II:soube dos seus danos”
cia de frases interrogativas é resultado desse inconformismo.
À conclusão de que a firmeza (ou estabilidade) das coisas está na sua inconstância.
3. Os dois primeiros poemas apresentam aspectos em comum, como, por exemplo, o tipo de composição poética, o tipo de imagens e o tema. a) Qual é o tipo de composição poética desses textos? O soneto. b) No texto II, que imagem o eu lírico emprega logo no primeiro verso para se referir ao seu modo de estar est ar no mundo? ando no mundo
b) exemplos de antíteses e paradoxos.
6. O texto III apresenta uma explicação religiosa para a inconstância mencionada nos textos I e II. a) Em que consiste essa explicação?
Na afirmação bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará.
b) Levante hipóteses: Considerando que o autor do texto era um religioso empenhado na conversão das pessoas ao catolicismo, qual seria, para ele, o meio de escapar à inconstância das coisas no mundo?
c) Que outras expressões desse texto têm vínculo semântico com essa imagem?
7. Leia o boxe “Cultismo e conceptismo” e procure
d) As imagens dos dois textos são auditivas, táteis, olfativas ou visuais? Visuais.
nos textos elementos que se identifiquem com as duas tendências de estilo presentes no Barroco.
passadas, vias, caminho, pisadas, atalho
222
A aceitação da ideia religiosa de que existe vida eterna depois da morte.
Professor: Os poemas estudados são ricos em imagens e figuras de linguagem, enquanto o texto de Vieira prima pelo raciocínio lógico e pelo jogo de ideias. Contudo, a fronteira entre uma tendência e outra nos três textos não é rígida.
Cultiso e concetiso
Carpe diem:
aroveita o teo!
Duas tendências de estilo se manifestaram no Barroco. São elas: Cultiso: gosto pelo rebuscamento formal, caracterizado por jogos de palavras, grande número de figuras de linguagem e vocabulário sofisticado, e pela exploração de efeitos sensoriais, tais como cor, som, forma, volume, sonoridade, imagens violentas e fantasiosa fantasiosas. s. Concetiso (do espanhol concepto , “ideia”): jogo de ideias, constituído pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento lógico, por analogias, histórias ilustrativas, etc. Embora seja mais comum a manifestação do cultismo na poesia e a do conceptismo na prosa, é normal aparecerem ambos em um mesmo texto. Além disso, essas tendências não se excluem. Um mesmo escritor tanto pode pender para uma delas quanto apresentar traços de ambas as tendências.
A consciência da efemeridade do tempo já existia na poesia poesia clássica anterior ao Barroco. E ela geralmente levava os poetas ao carpe diem (em diem (em latim, “colhe o dia”, “aproveitaa o dia”), ou seja, ao desejo de aproveitar a vida “aproveit enquanto ela dura, o que quase sempre resultava num convite amoroso e sensual à mulher amada. No Barroco, em virtude do forte sentimento religioso da época, o carpe diem também diem também se fez presente, mas quase sempre revestido de culpa e conflito. O filme Sociedade dos poetas mortos introduz introduz brilhantemente o tema do carpe diem quando diem quando o professor de literatura, representado pelo ator Robin Williams, pergunta a seus alunos: “Estão vendo todos estes alunos das fotos, que k c parecem fortes, o t s n eternos? Estão i t a L / todos mortos. s i b r o Carpe diem...”. diem... ”. C
/ l e m a h u D s i o ç n a r F
Cena de Sociedade dos poetas mortos .
Como síntese do estudo feito até aqui, compare as características do Barroco com as do Classicismo:
BARROCO
CL ASSICISmO Quanto ao conteúdo
Conf li to en entre vi visão an antropocênt rica e teocêntrica
Antropocentrismo
Oposição entre o mundo material e o mundo espiritual; visão trágica da vida
Equilíbrio
Conf li to entre fé e razão
Racionalismo
Cristianismo
Paganismo
Morbidez
Inf luência da cultura greco-latina
Idealiza Idea lização ção amor amorosa osa;; sens sensuali ualismo smo e sentim sentimento ento de culpa culpa crist cristão ão
Idealiza Idea lização ção amor amorosa osa;; neopla neoplatoni tonismo smo;; sens sensuali ualismo smo
Consciência da efemeridade do tempo
Universalismo
Gosto por raciocínios complexos, intrincados, desenvolvidos em parábolas e narrativas bíblicas
Busca de clareza
Carpe diem
Quanto à fora Gos to pelo sone to
Gos to pelo sone to
Empre go da medida nova (poesia)
Empre go da medida nova (poesia)
Gosto pelas inversões e por construções complexas e raras; emprego frequente de figuras de linguagem como a antítese, o paradoxo, a metáfora, a metonímia, etc.
Busca do equilíbrio formal
LITERATURA
223
o texto e o contexto em perspectiva multidisciplinar Leia, a seguir, o infográfico e um painel de textos interdisciplinares que relacionam a produção literária do Barroco ao contexto histórico, social, religioso e cultural em que o movimento floresceu. Após a leitura, responda responda às questões propostas. , r r a o l d u a i c v l t a r S a . p S o . ã o ç e m l i n o ô C / n a a s r e o d t n u a a l o e h d , o a ã ç d i a r p o u l o c c o , e I r I b I o V c X . c m e é s a r u v a r G
a i l á t I , a ç n e r o l F , i z i f f U i l g e d a i r e l l a G
1545-1563
1549
1580
1593-1594
1601
1609
1622
1624
1640
Realização do Concílio de Trento
Chegada da Companhia de Jesus ao Brasil
Passagem de Portugal ao domínio espanhol
Pintura de Baco , por Caravaggio
Publicação de Prosopopeia , de Bento Teixeira, e início do Barroco
Chegada de Pe. Antônio Vieira à Bahia
Fundação dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar no Maranhão
Invasão holandesa na Bahia
Fim da união das Coroas ibéricas e restauração da Coroa portuguesa
o q é B? “Barroco”, uma palavra portuguesa que significava “pérola irregular, com altibaixos”, passou bem mais tarde a ser utilizada como termo desfavorável para designar certas tendências da arte seiscentista. Hoje, entende-se por estilo barroco uma orientação artística que surgiu em Roma na virada para o século XVII, constituindo até certo ponto uma reação ao artificialismo maneirista do século anterior. O novo estilo estava comprometido com a emoção genuína e, ao mesmo tempo, com a ornamentação vivaz. O drama humano tornou-se elemento básico na pintura barroca e era em geral encenado com gestos teatrais muitíssimo expressivos, sendo iluminado por um extraordinário claro-escuro e caracterizado por fortes combinações cromáticas. (Wendy Beckett. História da pintura . São Paulo: Ática, 1987. p. 173.)
Judite ao matar Holofernes (1612-21), Holofernes (1612-21), de Artemisia Gentileschi.
224
a ç n e r o l F , i z i f f U a i r e l a G
s n e g a m I r a s l u P / s e v a h C s n e b u R
a d n a l o H , ã d r e t s m A , m u e s u m s k j i R
1655
1658-1660
1683
1694
1695
1711
1774
Pregação do “Sermão da sexagésima”, por Pe. Antônio Vieira na Capela Real de Lisboa
Pintura de A leiteira , de Vermeer
Retorno de Gregório de Matos ao Brasil, após estudos em Portugal, e início de sua obra literária
Exílio de Gregório de Matos, mandado para Angola
Destruição do Quilombo de Palmares
Fundação de Vila Rica, hoje Ouro Preto, onde floresceu o Barroco mineiro
Maturidade de Aleijadinho na produção da arte barroca
Barroo: a expressão ideológia da contrarreforma De maneira geral, o Barroco é um estilo identificado com uma ideologia, e sua unidade resulta de atributos morfológicos a traduzir um conteúdo espiritual, uma ideologia. A ideologia barroca foi fornecida pela Contrarreforma e pelo Concílio de Trento, a que se deve o colorido peculiar da época, em arte, pensamento, religião, concepções sociais e políticas. Se encararmos a Renascença como um movimento de rebelião na arte, filosofia, ciências, literatura — contra os ideais da civilização medieval, ao lado de uma revalorização da Antiguidade clássica, [...] —, podemos compreender o Barroco como uma contrarreação a essas tendências sob a direção da Contrarreforma católica, numa tentativa de reencontrar o fio perdido da tradição cristã, procurando exprimi-la sob novos moldes intelectuais e artísticos. Esse duelo entre o elemento cristão legado da Idade Média, e o elemento pagão, racionalista e humanista, instaurado pelo renascimento sob o influxo da Antiguidade, enche a Era Moderna, até que no final do século XVIII, por meio do Filosofismo, do Iluminismo e da Revolução Francesa, a corrente racionalista logrou a supremacia. [...] São, por isso, o dualismo, a oposição ou as oposições, contrastes e contradições, o estado de conflito e tensão, oriundos do duelo entre o espírito cristão, antiterreno, teocêntrico, e o espírito secular, racionalista, mundano, que caracterizam a essência do barroco. (Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil . 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. p. 98-9.)
literatura
225