Os Exús nas sete linhas li nhas de Umbanda: Linha de Ogum: Exu Tranca Ruas das Almas, Exu tranca Ruas de Embaré, Exu Tranca Ruas das Sete Encruzilhadas, Exu Veludo, Exu Sete Encruzilhadas, Exu sete Facas, Exu da Mangueira e outros. Linha de Oxossi: Exu Marabô, Exu Tronqueira, Exu Mangueira e outros. Linha de Xangô : Exu Marabô Toquinho, Exu Labareda, Exu do Lodo, Exu Pedra Negra e outros. Linha de Yorimá : Exu Caveira, Exu Tata Caveira, Exu 7 covas, Exu Bananeira, Exu Mulambo, Exu 7 porteira e outros. Linha de Oxalá : Exu Tiriri, Exu Veludinho, Exu Gira Mundo, Exu Sete Encruzilhadas e outros.
Srs Exus e suas falanges Sr. Sete Encruzilhadas : Exu de serventia de Oxalá Caboclo Urubatão da Guia Caboclo Caboclo Caboclo Caboclo Caboclo Caboclo
Guaracy Guarany Aymoré Tupy Ubiratan Ubirajara
representa a Vibração Espiritual intermediário para Ogum intermediário para Oxossi intermediário para Xangô intermediário para Yorimá intermediário para Yori intermediário para Yemanjá
Exu Sete Encruzilhadas Exu Sete Poeira Exu Sete Capas Exu Sete Chaves Exu Sete Cruzes Exu Sete Pembas Exu Sete Ventanias
Sr. Tranca Ruas : Exu de serventia de Ogum representa a Vibração Espiritual Caboclo Ogum Rompe Mato intermediário para Oxossi Caboclo Ogum Beira Mar intermediário para Xangô Caboclo Ogum de Male intermediário para Yorimá Caboclo Ogum Megê intermediário para Yori Caboclo Ogum Yara intermediário para Yemanjá Caboclo Ogum Matinata intermediário para Orixalá Caboclo Ogum de Lei
Exu Tranca Ruas Exu Exu Exu Exu Exu Exu
Veludo Tira-Toco Porteira Limpa-Tudo Tranca-Gira Tira Teima
Sr.Marabô : Exu de serventia de Oxossi Caboclo Arranca Toco Caboclo Caboclo Caboclo Caboclo Caboclo Caboclo
Cobra Coral Tupynambá Jurema Pena Branca Arruda Araribóia
representa a Vibração Espiritual intermediário para Xangô intermediário para Yorimá intermediário para Yori intermediário para Yemanjá intermediário para Orixalá intermediário para Ogum
Exu Marabô Exu Capa Preta Exu Lonan Exu Bauru Exu das Matas Exu Campina Exu Pemba
Sr. Gira-mundo: Exu de serventia de Xangô
Caboclo Xangô Kaô Caboclo Pedra Preta Caboclo 7 Cachoeiras Caboclo 7 Pedreiras Caboclo Pedra Branca Caboclo 7 Montanhas Caboclo Agodô
representa a Vibração Espiritual intermediário para Yorimá intermediário para Yori intermediário para Yemanjá intermediário para Orixalá intermediário para Ogum intermediário para Oxossi
Exu Gira-Mundo Exu Exu Exu Exu Exu Exu
Meia-Noite Quebra Pedra Ventania Mangueira Corcunda das Pedreiras
Sr. PINGA FOGO : Exu de serventia de Yorimá (Pretos-Velhos). Pai Guiné Pai Congo D'Aruanda Pai Arruda Pai Tomé Pai Benedito Pai Joaquim Vovó Maria Conga
representa a Vibração Espiritual intermediário para Yori intermediário para Yemanjá intermediário para Orixalá intermediário para Ogum intermediário para Oxossi intermediário para Xangô
Exu Pinga-Fogo Exu do Lodo Exu Brasa Exu Come-Fogo Exu Alebá Exu Bará Exu Caveira
Sr. Tiriri :Estes exus de serventia das Crianças Tupanzinho Yariri Ori Yari Damião Doum Cosme
representa a Vibração Espiritual intermediário para Yemanjá intermediário para Orixalá intermediário para Ogum intermediário para Oxossi intermediário para Xangô intermediário para Yorimá
Exu Tiriri Exu Mirim Exu Toquinho Exu Ganga Exu Manguinho Exu Lalu Exu Veludinho
Sra. Pomba Gira: Gira: Exu de serventia de Yemanjá. Cabocla Yara
representa a Vibração Espiritual
Exu Pomba-Gira
Cabocla Estrela do Mar
intermediário para Orixalá
Exu Carangola
Cabocla do Mar
intermediário para Ogum
Exu Má-Cangira
Cabocla Indayá
intermediário para Oxossi
Exu Nanguê
Cabocla Iansan
intermediário para Xangô
Exu Maré
Cabocla Nanã Burukum
intermediário para Yorimá
Exu Gererê
Cabocla Oxum
intermediário para Yori
Exu do Mar
Caboclo Xangô Kaô
representa a Vibração Espiritual
Exu Gira-Mundo
Templo de Umbanda Pai Joaquim de Aruanda
Falanges de Exus Jump to: navigation, search Srs Exus e suas falanges, de acordo com o Templo Pai Joaquim de Aruanda.
Contents
1 Oxalá 2 Ogum 3 Oxossi 4 Xangô 5 Yorimá (Pretos-Velhos) 6 Ibeji 7 Iemanjá
Oxalá
Exu Sete Encruzilhadas : Exu de serventia de Oxalá Caboclo Urubatão da Guia - representa a Vibração Espiritual - Exu Sete Encruzilhadas Caboclo Guaracy - intermediário para Ogum - Exu Sete Poeiras Caboclo Guarany - Intermediário para Oxossi - Exu Sete Capas Caboclo Aymoré - Intermediário para Xangô - Exu Sete Chaves Caboclo Tupy - Intermediário para Yorimá - Exu Sete Cruzes Caboclo Ubiratan - Intermediário para Yori - Exu Sete Pembas Caboclo Ubirajara - Intermediário para Iemanjá - Exu Sete Ventanias
Ogum Exu Tranca Ruas : Exu de serventia de Ogum
Caboclo Ogum de Lei - representa a Vibração Espiritual - Exu Tranca Ruas Caboclo Ogum Rompe Mato - Intermediário para Oxossi - Exu Veludo Caboclo Ogum Beira Mar - Intermediário para Xangô - Exu Tira-Toco Caboclo Ogum de Male - Intermediário para Yorimá - Exu Porteira Caboclo Ogum Megê - Intermediário para Yori - Exu Limpa-Tudo Caboclo Ogum Yara - Intermediário para Iemanjá - Exu Tranca-Gira Caboclo Ogum Matinata - Intermediário para Orixalá - Exu Tira Teima
Oxossi Exu Marabô : Exu de serventia de Oxossi
[[Caboclo Arranca Toco - representa a Vibração Espiritual - Exu Marabô Caboclo Cobra Coral - Intermediário para Xangô - Exu Capa Preta Caboclo Tupynambá - Intermediário para Yorimá - Exu Lonan Caboclo Jurema - Intermediário para Yori - Exu Bauru
Caboclo Pena Branca - Intermediário para Iemanjá - Exu das Matas Caboclo Arruda - Intermediário para Orixalá - Exu Campina Caboclo Araribóia - Intermediário para Ogum - Exu Pemba
Xangô Exu Giramundo: Exu de serventia de Xangô
Caboclo Xangô Kaô - representa a Vibração Espiritual - Exu GiraMundo Caboclo Pedra Preta - Intermediário para Yorimá - Exu Meia-Noite Caboclo Sete Cachoeiras - Intermediário para Yori - Exu Quebra Pedra Caboclo Sete Pedreiras - Intermediário para Iemanjá - Exu Ventania Caboclo Pedra Branca - Intermediário para Orixalá - Exu Mangueira Caboclo Sete Montanhas - Intermediário para Ogum - Exu Corcunda Caboclo Agodô - Intermediário para Oxossi - Exu das Pedreiras
Yorimá (Pretos-Velhos) Sr. Pinga-Fogo : Exu de serventia de Yorimá (Pretos-Velhos).
Pai Guiné - representa a Vibração Espiritual - Exu Pinga-Fogo Pai Congo De Aruanda - Intermediário para Yori - Exu do Lodo Pai Arruda - Intermediário para Iemanjá - Exu Brasa Pai Tomé - Intermediário para Orixalá - Exu Come-Fogo Pai Benedito - Intermediário para Ogum - Exu Aleba Pai Joaquim - Intermediário para Oxossi - Exu Bará Vovó Maria Conga - Intermediário para Xangô - Exu Caveira
Ibeji Exu Tiriri : Exus de serventia das Crianças
Tupanzinho - representa a Vibração Espiritual - Exu Tiriri Yariri - Intermediário para Iemanjá - Exu Mirim Ori - Intermediário para Orixalá - Exu Toquinho Yari - Intermediário para Ogum - Exu Ganga Damião - Intermediário para Oxossi - Exu Manguinho Doum - Intermediário para Xangô - Exu Lalu Cosme - Intermediário para Yorimá - Exu Veludinho
Iemanjá Pomba Gira: Exu de serventia de Iemanjá.
Cabocla Yara - representa a Vibração Espiritual - Exu Pomba-Gira Cabocla Estrela do Mar - Intermediário para Orixalá - Exu Carangola Cabocla do Mar - Intermediário para Ogum - Exu Má-Cangira Cabocla Indayá - Intermediário para Oxossi - Exu Nanguê Cabocla Iansan - Intermediário para Xangô - Exu Maré
Cabocla Nanã Burukum - Intermediário para Yorimá - Exu Gererê Cabocla Oxum - Intermediário para Yori - Exu do Mar
Qual a diferença entre Omolu orixa e Omúlu Exu Primeiro quando falamos em Omolu a primeira coisa que temos que prestar atenção é exatamente um dos detalhes mais pequenos, a grafia. Omolu quando escrito assim se refere ao orixa também conhecido como Obaluaiê (no Candomblé) ou Xapana (na Nação) o que é um erro comparar com Omúlu, que quando escrito assim se refere à entidade que se apresenta como Exu na linha de Quimbanda. Bom mas agora que já vimos a diferença gramatical entre as duas distintas entidades vamos conhecer suas histórias:
No culto nagô é chamado de Omúlu. Senhor Supremo dos cemitérios incumbido de zelar pelos mortos ali enterrados. Apresentando-se nos terreiros coberto por um lençol ou toalha branca, tendo que ser levantado por médium de muita firmeza. Comandando uma das mais poderosas Linhas da Quimbanda, a Linha das Almas. Senhor de um grande poder comparado apenas ao Maioral, “Seo Lúcifer”,
Quando solicitado trabalha para minimizar o
sofrimento dos filhos, recebendo obrigações presentes e solicitações no cruzeiro do cemitério, possuindo dois grandes colaboradores, Exu Caveira e Exu da Meia-Noite.
Exus Satânicos versus Espíritos Obsessores Saravá Pai Omolu, com licença Seu Exu Caveira e suas falanges para que através deste trabalho e da minha vivência possa eu aqui transmitir com este artigo alguns pontos da lei de quimbanda e dos seus queridos filhos a meus irmãos. A quimbanda não é simplesmente mais uma das linhas existentes dentro dos cultos afrobrasileiros; suas influências não são somente bantu, nagô e yorubá. Também abrangem em larga escala vários aspectos da religião indígena, católica, o espiritismo moderno, a alquimia e mesmo o estudo da natureza fundamental da realidade e correntes orientais.
É importante lembrar que apesar de existir o sincretismo entre exu e o diabo os Exus são intermediários entre os orixás e os homens! Quanta confusão se faz com eles. Quantos lhe confundem, sem ao menos o conhecerem. Consta na 3º lei de Newton: "a toda ação corresponde uma reação igual, de mesma direção e sentido contrário". E como se Newton falava de exu quando formulou sua lei, pois ele é a reação! Ele é o sentido contrário! Ele é a força que equilibra e mantém a todos que o invocam no caminho de evolução! O equilíbrio é alcançado quando conseguimos nos sobrepor às dificuldades pela vontade e aproveitamento das influências astrais ritualísticas. É fato que sem a ignorância não se chegaria ao conhecimento, sem a dor não se chegaria à cura e sem as trevas não se chegaria a luz. Exu é o momento inicial de tudo, onde a falta de conhecimento é superada pela evolução e então aparecem as soluções para os males.
Mas o Exu não é o diabo como muitos afirmam. Ele não é o sofrimento e nem a solidão. Ele é o vento, é o sorriso, é a rebeldia, é a luta pela vitória. Ele é a própria vitória e a alegria por tê-la conseguido. Ele é o trabalho e a evolução, é o respeito e a admiração. É a elegância, a arrogância, a cortesia, a gentileza, a dolência, a malemolência, a malandragem, é até mesmo o trabalho. Enfim ele é, o que se pedir para ele ser. Ele é o limiar da espiritualidade com a humanidade. Ele entende aos dois. Ele chora com a tristeza do filho e ri com a sua vitória. Ele bebe, ele fuma, ele dança, ele é a festa. Ele é exatamente como gostaríamos de ser ou já somos. Nos momentos de trabalho, trabalhamos; nas festas dançamos, sorrimos, nos alegramos somos e nos consideramos demônios ou diabos quando necessário ou para todo o sempre são os exus.
A pomba-gira, é a manifestação feminina do exu. São mulheres maravilhosas, que admiram a beleza, a festa e a música. Do ponto de vista da quimbanda, exu é entidade, não é divindade. Exu e pomba-gira, entidades de quimbanda, foram homens e mulheres que quando encarnados, amavam a noite, eram boêmios, indulgentes segundo o relato deles que por escolha ou determinação de outros planos desconhecidos, trabalham agora na espiritualidade, utilizando esta nova roupagem. Quem sabe o que nos aguarda quando as nossas faltas tivermos de pesar.
Exus Satânicos Salvaguardamos várias confusões ao verificar que atualmente muitas pessoas pensam que a quimbanda é um culto "satanista", tendo aquele sentimento de dualidade aonde as pessoas vêem o bem e o mal em uma luta eterna confundindo a figura do diabo com tudo de ruim sem lembrar que ele é quem representa os sentidos e a liberdade de suas ações desde o princípio dos tempos. O conceito de polaridades, positiva e negativa não se encaixa no plano imaterial, o exu quer acordos e pactos. Ele tem seu preço e realiza seu trabalho. Isso não quer dizer o mesmo que atitudes, positiva e negativa mas sim jogos de interesses e trocas de energia. Exu de fato é um ser satânico mais não da maneira interpretada pelos ignorantes e pelas famigeradas religiões da mão direita. Ele é satânico no mesmo sentido que os satanistas são. São estratégicos e ensinam como lidar com situações de guerras, amorosas e profissionais em fim todos os desafios que enfrentamos no dia a dia e não temos domínio completo. Se nossa visão é limitada é ai que eles ajudam no plano astral com sua energia imaterial junto à vontade do pai de santo e das pessoas envolvidas no terreiro. Os rituais são o inicio da materialização destas forças almejadas e por esta atuação pedem os exus seus salários, os despachos. Quem conseguir entender esta profundidade vai entender o por que me referi aos exus como sendo satânicos pois apesar de não serem o diabo dos cristãos são professores dos mistérios ocultos incorporados em carne humana.
É bom deixar claro também que o exu da quimbanda não é o mesmo exu do candomblé aonde ele é um orixá menor da cultura yorubá, o Exu da quimbanda é geralmente um Egum sendo que na maioria dos casos, assim como eles mesmo dizem, a alma de alguém que pertenceu ao culto, feitiçarias, orgias, matanças, conquistas e agora trabalha como mensageiro dos orixás. Segundo a Quimbanda, os espíritos, exus, com os quais estamos tratando hoje tiveram em sua maioria encarnações aqui na terra em finais do século XIX e princípios a meados do século XX e daí vêm muitos de seus costumes, suas vestimentas e comportamento. Ainda na questão do sincretismo é muito importante frisar que os autores que até hoje discorreram sobre o assunto usaram um organograma básico para apresentar o que muitos pensam ser a verdadeira organização hierárquica da quimbanda mas é somente a cópia de um livro antigo de evocação e cultos da cultura ocidental que fala sobre os demônios, suas hierarquias e poderes, o “Grimorium Verum”. A formação da quimbanda teve uma forte influência dos escravos e índios que sincretizaram exu com o diabo por este ser “inimigo dos
brancos” e por não aceitarem os santos católicos, identificando-se assim mais uma vez com o
exército das trevas.
O Nascimento da Quimbanda Com o advento da umbanda começou o trabalho de quimbanda em terreiros e isso deu sustentação firme aos trabalhos com os “compadres” exus que logo se popularizou, e assim
formatou o atual culto da quimbanda. Na verdade pode-se dizer que a quimbanda como a conhecemos atualmente nasceu juntamente com a umbanda em 15 de novembro de 1908, pois uma linha completa o outra formando esta força que nos da vida e este reino cheio de luz. A quimbanda esta organizada hierarquicamente em sete grandes reinos: as sete linhas da quimbanda, sendo que na quimbanda quem manda é o Sr. Omolu. O rei, coroado por oxalá, este delega os poderes aos exus chefes de falange. É importante lembrar que quando o exu, qualquer um deles, estiver incorporado no pai de santo, no dirigente dos trabalhos, ele esta trabalhando com a coroa e por este motivo é o chefe dos trabalhos da gira de quimbanda tendo liberdade de movimento entre os reinos através do contato com os outros exus presentes no trabalho. Trabalhar com os "compadres", exus requer muito respeito e consideração por parte dos dirigentes, médiuns e consulentes pois são entidades muito poderosas e de muita energia.
Espíritos Zombeteiros Enfim os exus são magos astrais conhecedores e mestres das artimanhas. São indulgentes, sabem o valor da liberdade, são brincalhões e adoram colocar temor naqueles de que nada sabem e que em nada vão acrescentar. Por isso em todas as minhas publicações tenho dito que é necessário um profundo conhecimento e intimidade com estas entidades para não ser enganado por espíritos zombeteiros que ao invés de alertar e ensinar as mandingas e feitiços mantém na mais pura enganação os invocadores despreparados. E não somente isso mais assim extraem deste energia vital para todo o tipo de despachos levando o mesmo a uma servidão sem fim. Os espíritos zombeteiros são exatamente como aquelas pessoas que vivem nas ruas mentindo se dizendo feiticeiros cartomantes e toda esta casta que vivem tentando adivinhar circunstâncias da vida pessoal de suas vitimas. Muita vezes os zombeteiros já estão acompanhando as pessoas e por isso sabem fatos particulares da vida da mesma e então quando encontram médiuns, as vezes um amigo ou amiga da vitima eles incorporarão nesta pessoa e começam a dizer fatos particulares e que precisa se fazer um despacho e que depois disto tudo vai mudar. Muitas das vezes esta mudança realmente acontece por que ai o espírito o abandona e passa a acompanhar o médium não desenvolvido onde terá mais energia e possibilidades de manifestações e adorações. E então o médium inconsciente de sua mediunidade pela suas forças intuitivas ao perceber que as coisas não andam bem depois que aconteceu a primeira incorporação procurara defesas em casas do gênero ou pessoas mais experientes. Estas ações dos espíritos obsessores são presididas pelos exus que na verdade tem o intuito de trazer ao local certo tanto o médium inexperiente para o desenvolver e também os obsessores
que ao realizarem seus trabalhos acabam voltando as calungas.
Conhecendo uma entidade genuína ou seja os chefes exus. Os chefes exus são entidades de extrema postura, imponentes, desafiadores; ficam frente a frente e olham nos olhos. São carismáticas, sábias, seus ensinamentos são surpreendentes e completos sua energia é transcendental e eletrizante. Suas oratória e gestos são poderosos, expressivos, demoníacos e livres sem redundância nos assuntos e termos. São detetives do plano astral sondam inimigos, projetos "secretos' e revelam com efetividade e precisão os fatos necessários, as atitudes a serem tomadas e as magias a serem utilizadas ou seja, tudo o que for do interesse do filho de fé para obtenção de méritos. Pedem sempre em seus despachos artigos e comidas e bebidas de "requinte".
Reconhecendo os obsessores (quiumbas). Espíritos confusos as vezes falam em morte e desgraças o tempo todo são eles que são mandados para casa de inimigos e pessoas não queridas pelos quimbandeiros ou por quem encomenda algum trabalho. No todo emanam uma energia repugnante até mesmo em suas vozes, pois falam entre os dentes. Não possuem postura, olham para o chão o tempo todo e devido aos lugares trevosos onde vivem sua sabedoria é inexistente e falam de coisas do passado e de pessoas que trouxeram dores emocionais e pedem sempre putrefações em seus despachos. O contato com os obsessores é chocante e trás sensação de muito medo a pessoas sensíveis, e por isso mesmo quando tentam imitar os chefes exus podem ter sucesso. São seres extremamente desgraçados, amargos, maliciosos revoltados e obsessivos. Quando é feito um trabalho no qual é liberado um destes por outros quimbandeiros ou por encomendas a vítima chega a vir no centro para se desfazer da manifestação deste espírito muitas das vezes o incorporado e tentam agredir de morte a vitima do feitiço. É necessário sempre pessoa preparada ao redor para contê-los e o chefe de terreiro vai conversar com este espírito ver o que ele recebeu para estar atuando naquela vida quem o mandou e o que ele quer para sair de lá. Ai então recebem o exu de cabeça que irá levá-lo embora para o devido local liberando a vitima deste vampiro espiritual para então cumprir com suas obrigações e tratos que fora feitos. Estas duas explicações são básicas outros formatos podem ser manifestos, por isso a necessidade de extremo discernimento.
CHEGA DE ESTUPIDEZ - Estudo etimológico sobre as palavras Umbanda e Kimbanda
Chega de Estupidez – estudo etimológico das palavras Umbanda e Kimbanda
Por Mário Filho* Introdução
Muitos escritores de livros de Umbanda separam Kimbanda de Quimbanda, o que é um grande erro! São apenas grafias diferentes, a primeira do Quimbundo e do Umbundu e a outra do Português, que significam a mesma coisa. Os portugueses transliteraram a palavra kimbanda para quimbanda, sendo este termo mais utilizado fora de Angola. Crê-se, no Brasil, infelizmente, que Kimbanda ou Quimbanda seria uma prática de magia negra, com a utilização dos Exus e Pombagiras (Bombogiras) para a realização de feitiços e trabalhos maléficos. Dão a essas entidades o status de criaturas malévolas por excelência, sendo a Kimbanda o culto ou
prática onde eles devem se manifestar. O intuito desse artigo é evitar esse entendimento estúpido. Quero destacar, inicialmente, que a Kimbanda (ou a palavra em português Quimbanda) não tem nada a ver com os demônios da Goécia, com Magia Negra, ou qualquer coisa nesse sentido, nem mesmo o trabalho exclusivo com Exus ou Pombagiras. Esse é um erro crasso! O panteão da Kimbanda possui todos os seres que se manifestam na Umbanda e em outros cultos afro-brasileiros ou afro-ameríndios. Não se agüenta mais ver os “adolescentes revoltadinhos” e “satanistas de carpete” atribuírem à Kimbanda um culto satânico de destruição e morte. Chega dessas idiotices e imbecilidades! Veem-se sites, aos montes, afirmando que Exu Marabô é o demônio Put Satanakia ou que Exu Tranca-Ruas é o demônio Tarchimache. Quanta irresponsabilidade. O pior é que muitos acreditam nisso!!! Apenas como esclarecimento: esses nomes vêm do livro chamado de Grande Grimório, escrito pelo Papa Honorius I ou Honorius III (não se sabe ao certo), fruto da imaginação demoníaca que os católicos medievais tinham a respeito do mundo espiritual, que deveria ser habitado por demônios e seres malévolos. Alguns ditos “acadêmicos” de Umbanda escrevem muitos disparates a respeito do vocábulo Kimbanda, tal como o “Mestre” Itaoman, influenciado pela Umbanda Esotérica de W.W. da Matta e Silva (diria, eu, Umbanda esquisotérica) que diz, referindo-se a uma pretensa guerra mágica espiritual
entre o “bem e o mal”: Ergueu-se, assim, dos confins do Reino das Sombras, sob o impulso do ódio de uma das partes e da maldade da outra, do sangue derramado pelos dois lados, uma “Corrente Maléfica”, que atraiu os piores Magos Negros de todas as épocas, formando-se a “Kimbanda”, que é o ponto de perversidade das raças martirizadas.[1]
Nós não mais podemos ler tantos absurdos como, por exemplo, o que escreve MAES (1997, 165-166), canalizador de uma bazófia transmissão do espírito Ramatis: o umbandista é o médium, o cavalo, o mago ou o filho do terreiro que deve praticar unicamente o bem; o quimbandeiro é o médium, o cavalo, o mago ou o filho do terreiro que pratica exclusivamente o mal. O primeiro é o intérprete das origens angélicas, o segundo é o marginal, o feiticeiro o discípulo das fontes diabólicas.[2]
Quanta imbecilidade em tão poucas linhas! Será que isso foi realmente canalizado de um espírito “de luz”, como se apregoa? É claro que não! Isso apenas representa a pequenez mental do pretenso médium, este sim nas trevas da ignorância! O que escreve é a vazão de seus pensamentos tacanhos e sem conhecimento, eivados por uma total ignorância da origem histórica dos cultos afro-brasileiros. A Kimbanda, assim como todos os demais cultos afro-brasileiros ou afroameríndios, tem panteão próprio, bastante semelhante à Umbanda brasileira e que não tem nenhuma ligação com o mal, com anjos caídos e com demônios. Aos idiotas e imbecis que pensam diferente só dou um conselho: vão estudar!!
Esse artigo tem como base a obra “O que é Umbanda”, de Armando Cavalcanti Bandeira (Rio de Janeiro: Ed. Eco, 1970, pág. 31-37), publicado no site Povo de Aruanda http://www.povodearuanda.com.br/?tag=cavalcanti-
bandeira&paged=2 , utilizando-se, ainda, várias fontes de pesquisa, inclusive de textos escritos em Angola e em outros países.
Análise
Tem havido muita confusão entre os termos umbanda e quimbanda, inclusive nos significados etimológicos.
Há páginas e mais páginas escritas sobre o uso do termo Umbanda. Quer-se acreditar que a primeira vez que foi empregado teria sido na famosa reunião espírita em Niterói - Rio de Janeiro, quando houve a segunda manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Este fato é o mito fundador da Umbanda. No entanto, é inverídico. Conforme exporemos ao longo deste artigo, ver-se-á que a palavra Umbanda já havia sido registrada no Séc. XVII em terras, hoje, Angolanas. Queremos, de uma vez por todas, dizer que aquilo que as pessoas dizem modernamente ser Kimbanda ou Quimbanda não tem nada a ver com a origem do termo. O uso incorreto da palavra Kimbanda ou Quimbanda é fruto do mar de ignorância histórica que banha nossos Terreiros de cultos afrobrasileiros. A má fama da Kimbanda ou Quimbanda advém de desgraças históricas: a escravidão e a imposição do cristianismo católico em terras Bantu. No final do Séc. XV Dom João de Portugal enviou uma expedição ao Congo, composta por padres, monges, soldados, camponeses e profissionais liberais com o intuito de formar uma sociedade nos moldes europeus. Esse envio foi em atendimento à requisição do Rei, o Manicongo, que foi batizado como Católico e queria que seu reino fosse como a Europa. O Manicongo enviou seu filho a Roma (Vaticano) para estudar e se tornar Padre. Este, D. Henrique I, foi o primeiro Bispo negro (1521). O Manicongo e seus sucessores obrigaram todos os súditos a se tornarem católicos. No entanto, essa não foi uma opção agradável a eles, sendo que muitos preferiam se manter ligados a sua religião tradicional. Dessa forma aqueles que praticavam o catolicismo eram homens de Deus e tinham uma religião correta. Aqueles que seguiam a religião tradicional, como a Kimbanda, entre outros cultos tradicionais bantu, foram considerados homens do diabo, pois professavam uma religião primitiva e atrasada, típica do demônio. Esse entendimento chegou até nós através da escravidão. Os navios negreiros traziam os quimbandeiros, ou seja, aqueles que “seguiam o diabo”. Os responsáveis pelo tráfico escravo já humilhavam essas pessoas por se tratarem de “seguidores do demônio”. O batismo católico compulsório, feito antes do embarque nos navios, não livrava os escravos de serem mais humilhados.
Ao chegarem aqui, esses escravos continuaram com sua prática religiosa, mesmo sofrendo todo tipo de perseguição, utilizando-se de vários subterfúgios para isso, como a sincretização de seu panteão com os santos católicos, por exemplo. Aliado a isso houve uma incorporação do valor “ser do demônio” como uma estratégia de proteção, pois ao assumirem serem adeptos da Kimbanda causavam medo nos senhores feudais e em outros negros, que, por receio, muitas das vezes, não os agrediam e lhes davam um status superior. Além da escravidão e da imposição do catolicismo na África há um outro motivo que nunca poderá ser olvidado: o preconceito, oriundo do racismo, conforme aponta PHAF-RHEINBERGER & PINTO (orgs., 2008, p. 161-162): A Umbanda vem de Angola. Neste país o termo significa “medicina tradicional” ou “prática tradicional de cura”. Aquele que é responsável por essa prática médica é chamado de Kimbanda. No Brasil esse conceito angolano foi reinterpretado. Umbanda tornou-se algo como uma religião que promove o contato com o mundo transcendental, através da iniciação do médium. Da mesma forma é usada, por vezes, como sinônimo do conceito brasileiro de magia branca (magia boa, magia de cura). A palavra Kimbanda surge no Brazil com a grafia Quimbanda, mudando-se totalmente seu sentido original. Não se refere mais a uma pessoa, mas a uma força oposta à magia de cura, sendo chamada de magia negra. Por que isso aconteceu? Reinterpretações possuem um propósito psicológico. Elas satisfazem as necessidades das pessoas que podem ser inconscientes. Estamos assistindo ao que uma sociedade essencialmente racista está fazendo com a terminologia africana. Enquanto a Umbanda com uma prática de cura de fundo religioso é aceita no Brasil, o praticante africano desta arte de cura não é aceito. Assim, a idéia original do termo quimbanda foi despersonalizada. Tornou-se um símbolo das forças do mal, da bruxaria. Os conceitos angolanos originais do termo foram reinterpretados em termos de uma dicotomia bastante racista, sendo o negro sinônimo de demoníaco e o branco de bondoso.[3]
Para BANDEIRA a palavra Kimbanda, oriunda da língua Quimbundo, não pode ser confundida com feiticeiro, pois designa funções diferentes: o curandeiro é o Kimbanda, o feiticeiro é o Muloji. Para afirmar isso vale-se das palavras do Padre Antonio Miranda de Magalhães, que viveu muitos anos em Angola e publicou o livro “Alma Negra”, editado em Lisboa, em 1936, no qual afirma que o mezinheiro, preparador de ervas, não deve ser confundido com o feiticeiro[4]. Ilustra isso com uma expressão, em quimbundo, que define muito
bem a diversidade funcional entre os dois: O KIMBAND „EKI KI MULOJI É (Este curandeiro não é feiticeiro); e outra frase: NGEJIAMI UMBANDA (Conheci a arte de curar)
BANDEIRA nos lembra que em 1894 Heli de Chatelain, em seu livro Folktales of Angola, registrava o termo Umbanda e Kimbanda e mostrava a sua
derivação gramatical e significado, como é encontrado em qualquer dicionário Kimbundo ou Quimbundo (como é grafado em português), assim, nada há de mais claro e positivo. Isso, é claro, vai de encontro aos inúmeros livros umbandistas que afirmam que o termo foi utilizado pela primeira vez no Brasil, quando do evento conhecido como a segunda manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Ora, sabe-se que quando do início da Umbanda havia uma luta para dar um nome adequando àquele movimento. Primeiramente se pensava em usar o termo Embanda (Imbanda, plural de Kimbanda, que será explicado ao longo deste artigo), porém não soava bem. A opção foi o uso do termo já grafado (desde o séc. XVII) e conhecido entre os descendentes angolanos, ou seja, o termo Umbanda. Etimologicamente o substantivo KIMBANDA (que significa, em Angola: curandeiro, médico ocultista), sendo que ao se substituir o prefixo KI por U, forma-se um nome abstrato, o qual designa arte ou ofício. UMBANDA, então, é a arte de curar, ofício de ocultista. BANDEIRA afirma, em síntese: UMBANDA: Termo da língua quimbundo, comum a várias tribos e línguas africanas especialmente entre os Umbundos e, segundo o etnólogo Carlos Estermann (1960) é bastante usado entre os Nhaneka-Umbi e igualmente conhecido pelos Cunhamas, embora nestes com menos freqüência em seus cultos; entretanto não se restringe a Angola, pois, é encontrado na Guiné nos cânticos de invocação espiritual. Abrange alguns significados semelhantes: arte de curar, magia, segundo o Padre Domingos V. Balão[5] e J. Cordeiro da Mata[6]. (…) bruxaria, magia, arte ou magia de encantar [7]. (…) ciência médica ou ciências médicas; originando -se de KIMBANDA, médico[8]. (….) arte de curar originando-se do verbo KUBANDA, subir de onde deriva o vocábulo KIMBANDA, curandeiro, do qual resulta o substantivo UMBANDA[9].
BATSTONE (1997, p. 108) define a palavra Umbanda: A palavra Umbanda vem originalmente da língua Kimbundo (uma das línguas falada em Angola) sendo usada para descrever objetos religiosos e o líder religioso, também
chamado de Kimbanda. No Brasil a palavra Umbanda foi aplicada, a partir dos anos 1930 (gn), para designar um novo sistema religioso de grande apelo para a classe média, que sintetizou elementos nativos brasileiros, bem como elementos africanos e europeus. Da cultura indígena se apropriou do herbalismo e da imagem heróica do Caboclo; dos africanos se apropriou de elementos rituais do Candomblé, da Europa absorveu o catolicismo popular e o espiritismo de Allan Kardec (Kloppenburg, 196; Birman, 1983)[10].
O etnólogo e historiador Oscar Ribas, define a Umbanda como ciência de Quimbanda, referindo-se sobre a origem quanto ao termo KUBANDA. BANDEIRA supõe que se trata do verbo “subir”, pois o espírito segundo a concepção bantu, vem de baixo (da terra) para cima, e não de cima para baixo, como os espíritas acreditam.[11] BANDEIRA cita a etnologista Ana de Sousa Santos, do Instituto de Investigação Científica de Angola, que faz um estudo detalhado sobre o vocábulo Kimbanda (1960): Se na combinação de regras gramaticais se pode aceitar o modo como se articula o prefixo e radical de “Kubanda” para resultar “KIMBANDA” , e a relação desses vocábulos com “umbanda” tal como apresenta Cavalcante Bandeira, de acordo com o que preceitua José L. Quintão , a verdade é que em razão funcional e etimológica do termo “Kubanda” tal ligação deve ser rejeitada. Por isso, diz muito bem o autor: “Não podemos entender a modificação de sentido por falta de relação direta ou indireta da palavra “banda” que hoje na concepção usada não tem qualquer relação com o Quimbanda. De fato, o termo “kimbanda” (quimbanda), a nosso ver não derivou de “Kubanda”, subir, galgar, mas certamente de “kubanda” (note-se que há variações e pronúncia) consertar, remendar. Ora, visto uma das funções do curandeiro ser exatamente a de consertar os males físicos dos mortais, é muito natural que dali proviessse sua origem, ou então de “Kubanda”, sinônimo de prescrever, visto que receita, aconselha, prescreve, etc (…) mas há mais.também ao verbo “kubanda” é atribuído o significado de desvendar. Outorgando se à missão do “kimbanda” cuidar do mistério das enfermidades psíquicas que, como se sabe, para isso, esse agente recorre às cerimônias de adivinhação, assim se estabelece mais uma relação entre “Kubanda” e “Kimbanda”. Quanto à “kubanda” (ou banda) com o significado de subir, só aparece em toda a atividade de “kimbanda” e em práticas religiosas ou mágicas religiosas, pelo menos dentro do que temos conhecimento durante as sessões dos “ilundu” (espíritos), quando o médium começa a entrar em transe, mas só no sentido de incitamento e aplauso. Com respeito ao vocábulo “umbanda”, se ele não pode servir para rotular um culto africano, como muito bem salienta Cavalvanti Bandeira,
pode-se admitir que entre os bantos ele seja como que uma convergência de elementos culturais religiosos. Em Luanda, tem a “umbanda” ainda hoje uma feição característica apreciável como expressão de um processo ritualista orientado por uma entidade – a mãe de umbanda – (Many ia umbanda)ou pai de umbanda (Pai ia umbanda), conforme for o sexo feminino ou masculino . Modernamente há nesta sociedade quem traduza essa expressão por madrinha ou padrinho .[12]
Assim, o Kimbanda é um médico, que utiliza a Umbanda, ciência(s) médica(s). No Candomblé de tradição bantu, ou conhecido como Candomblé Angola, Kimbanda é o nome do Rito praticado, sendo o Sacerdote chamado de Táta Kimbanda (Pai de Quimbanda), assim como é chamado, também, no culto de Kimbanda, o Sacerdote. JAMES e BROADHEAD na obra Historical dictionary of Angola (2004, p. 79) dão o seguinte significado à palavra Kimbanda: Adivinho que herdou ou adquiriu as habilidades necessárias para se comunicar com o mundo espiritual. (...) O Kimbanda pode manter contato com os espíritos dos antepassados para saber se eles foram ofendidos por alguém e, em caso afirmativo, como resolver a questão.[13]
O escritor, músico e compositor Nei Lopes, em seu famoso "Novo Dicionário banto do Brasil" (p. 187), dá para o vocábulo Quimbanda um dos seguintes significados: Sacerdote de cultos de origem banta. Do quimbundo kimbanda, sacerdote e médico ritual correspondente ao quicongo nganga. O termo se distingue de outro como o quimbundo muloji e o quicongo ndoki, que designam o feiticeiro, agente de práticas que objetivam malefícios[14] .
Para RIBAS (1989, pág. 29) o Kimbanda desempenha as funções de adivinho e de médico, ambas necessárias para a cura de doenças . Cita outros
agentes religiosos angolanos tais como muloji (feiticeiro), o kilamba (ministro do culto de espíritos ctónicos designados por yanda[15] [14]), ou múkua-mbamba (homem-do-chicote que persegue os feiticeiros). Os dois primeiros agentes, o kimbanda e o mulôji, distinguem-se na sua prática e ciência, respectivamente umbanda, como arte de curar e uanga, como feitiço, malefício[16]. O adivinho que promove a ligação entre vivos e mortos pode acumular o papel do Kimbanda, o que detém poderes para curar doenças do corpo ou da alma, mediante rituais de invocação dos espíritos dos antepassados, oferendas
e “limpeza” dos elementos atingidos pelo malefício. TENGUNA (2008, p. 156) diz que os sacerdotes encarregados de chamar os espíritos do passado, do funeral do rei e da investidura de um novo rei, dos rituais de iniciação na idade adulta das moças e rapazes eram chamados de kimbandas, pessoas de ambos os sexos, especialmente preparados para exercer essas funções e era entre eles que se encontravam os “artistas”: os contadores de histórias, os músicos, os dançarinos e os artistas plásticos, os escultores e os pintores de estatuetas e das máscaras. Chamavam os espíritos benéficos e tinham, evidentemente, competência de curar doenças e resolver conflitos sociais. Faziam-no frequentemente por adivinhação, ou seja, consultando os espíritos. (...) Também havia espíritos do mal. Estes não eram chamados pelo Kimbanda e sim pelo Muloji (o feiticeiro ou bruxo) e eram pagos para causar desgraças a alguém .[17]
O etnólogo Arthur Ramos (1934) em seu livro "O Negro brasileiro" nos informa: Em Angola o kimbanda kia diahamba, aquele que evoca os espíritos, se distingue do kimbanda kia kusaa, o curandeiro. No Brasil o mesmo Embanda (Imbanda) cumpre as duas funções.
Em Angola a palavra Imbanda[18] é o plural de Kimbanda. Mbanda (Umbanda) é a arte de curar desenvolvida e praticada pelos Imbanda [19] bantu, passada por tradição oral de geração em geração com bastante zelo. Esta arte ainda é praticada em toda Angola como parte do sistema religioso tradicional. Muitas gerações angolanas foram salvas de pestes, epidemias, doenças incuráveis, doenças espirituais e emocionais, através desta arte milenar de curar. Desde tempos mais remotos Angola foi sempre terra de muitas artes curativas, praticadas pelos Imbanda, também conhecidos como Otyimbanda (curandeiros). O Kimbanda também lança mão de métodos de adivinhação ( ngmbo ya cisuka) e vatícinio, sendo os mais conhecidos o transe, o muxacato, jimbamba
(búzios), o trabalho com os Inkice (divindades semelhantes aos Orixás), etc. Através desses vários métodos o kimbanda desvenda as origens das doenças, indica às pessoas as causas ambientais, espirituais ou mágicas das doenças e as aconselha com receitas da mesma ordem, não deixando, nunca, de recorrer à farmácia da natureza. Faz, também, o diagnostico tradicional e já ut ilizava, no passado, antes da colonização, p.ex., o cordão umbilical para tratar doenças da
infância. A zooterapia foi também muito usada, para tratar doenças mentais. A massagem tradicional angolana foi e ainda é muito usada pelos Imbanda. Na província do Bengo, estão situados os dois principais centros de devoções de Angola, onde o sincretismo entre as tradições angolanas e católicas, andam de mãos dadas, como também se observa nos diversos rincões brasileiros. Os rios Bengo, Kwanza, Ndanji, Lagoa da Ibendua e outros cursos de água, fazem parte do grande misticismo do Bengo, pela crença popular na kianda (singular de yanda), a divindade feminina da mitologia Bantu, que habita as aguas. Observamos que rituais da Sagrada Tradição angolana são
realizados,
desde
os
tempos
mais
remotos,
nos
rios
e
lagoas mencionados. Artes curativas tradicionais são mais uma evidência do misticismo do Bengo. Umbanda é uma das artes de curar desenvolvida e praticada pelos povos bantu, e continuada pelos seus descendentes, os angolanos. Energúmenos, que desconhecem tudo aquilo que escrevemos anteriormente, falam as piores sandices que se podem imaginar, citando, por exemplo, a chamada “kimbanda malei”, sendo esta oriunda da “má lei” para alguns idiotas ou do termo malé (do yorùbá Ìmàle), que designa o seguidor da religião islâmica, dizendo que a Kimbanda seria a reunião das práticas dos feiticeiros muçulmanos.Será que essas pessoas realmente tem alguma ligação com o mundo espiritual? Parece-nos que não, pois se os tivessem, de verdade, saberiam que estão erradas, pelo simples fatos de que seus "guias espirituais" os corregiriam. Um “autor” de historinhas para boi dormir, escreveu o seguinte: “Malei é uma palavra que realmente deriva do povo Malê – portanto encontramos uma forte presença de magia árabe/sufi e Marabô realmente é o chefe dessa linha, por causa de sua conexão com os feiticeiros muçulmanos do norte da África Ocidental, chamados de Marabos”. É difícil de entendermos como alguém pode se dizer kimbandeiro e escrever essa idiotice. Vamos esclarecer alguns fatos: Malei vem do Orixá Mallet que Zélio Fernandino de Moraes, o precursor da Umbanda, incorporava, e que se dizia ser um “tipo de Ogum” e protegia Zélio. Malê não era um povo, mas era como os negros não muçulmanos chamavam os negros muçulmanos, conforme citei anteriormente. O Exu
Marabô, ao qual o “autor” se refere, cujo nome não tem nenhuma ligação com o termo Marabout, do árabe Murabit (aquele que guarnece, em alusão aos guardiões das fortalezas muçulmanas), pois os Marabout são professores do Alcorão, conselheiros políticos e religiosos, alguns praticam a magia tradicional africana, sendo que na linguagem berbere é sinônimo de santo e de pessoa pia, enquanto que o nome Marabô, dado ao Exu, vem do Orìkí Barabo, que podemos traduzir, como o Rei do Corpo e da Floresta Sagrada - Oba Ara Igbó, o qual encontramos, por exemplo, em uma das cantigas, feita em língua Yorùbá (portanto não tem nada a ver com a língua Kimbundu), na tradição do Candomblé, em homenagem ao Òrìsà Èsù, : A jí ki Barabo e mo jùbá, àwa kò sé A jí ki Barabo e mo jùbá, e omodé ko èkó ki Barabo e mo juba Elégbára Èsù l’ònà Acordamos e cumprimentamos Barabo, que vós não nos façais mal Acordamos e cumprimentamos Barabo, a criança aprende na escola Apresento meus respeitos a Barabo, o Senhor da Força, Èsù dos caminhos.
Portanto, vê-se, claramente que Barabo é um Oriki, uma louvação, a Èsù, que pela sua derivação lingüística acabou se tornando Marabô.
Conclusão
As práticas dos Imbanda, provenientes de crendices ou não, são artes que existem realmente e as terapêuticas tradicionais dão e sempre deram muito bom resultado. Sem terem apoio da ciência moderna, ou da medicina ocidental, os Kimbandas (Imbanda), prestam um serviço à comunidade, sendo capazes de diagnosticar, prevenir, tratar e curar as doenças próprias da época, hereditárias ou não. Com os seus conhecimentos e experiência em terapêuticas obtidas a partir dos seus conhecimentos da natureza e dos recursos naturais agrícolas, florestais, hídricos, e minerais os kimbanda asseguraram, no passado, a saúde pública em Angola. Presentemente, apesar de continuarem com as suas práticas de medicina tradicional, são mais procurados pelas suas capacidades como xamâs. Desde a antiguidade, Angola foi sempre terra de muitas artes curativas,
praticadas pelos imbanda, também conhecidos como quimbandas e curandeiros. Homens e mulheres, verdadeiros artesãos da cura, abençoados por Nzambi (Deus) com o dom de curar, conhecedores e bastante experientes em terapias sobrenaturais e naturais. Os grandes mestres Kimbanda, da “região dos Ambundu”, eram e são da província do Bengo, nomeadamente do Dande. Eles asseguraram, durante muitos séculos, a saúde publica em todas as tribos de Angola, sem necessitar de fundos internacionais ou apoios de governo e/ou OMS. Para promover e salvar esse grande carisma de curar, oferecido por Nzambi (Deus) aos angolanos, está-se, hoje, a organizar na diáspora, a revista M’banda, de medicina natural angolana, onde as terapêuticas, são organizadas a partir de recursos naturais, agrícolas, florestais, marinhos, hídricos, e minerais de Angola. No passado, famílias portuguesas, aderiam a esta arte, para resolver situações que a medicina não conseguia debelar. A terapêutica tradicional angolana comporta duas partes distintas: parte sobrenatural e a parte farmacológica. O Kimbanda, aquele que está apto a oferecer a cura física e espiritual das pessoas, sempre trabalhou a fim de restaurar a ordem moral da comunidade em que estava inserido. O universo moral bantu, oferecido pelas artes do Kimbanda, foi explicitamente usado como um escudo psicológico, que deu à população grande nível de auto-confiança e lhes permitiu enfrentar a dominação e exploração levada à cabo pela colonização portuguesa. Era o que lhes dava alento para continuarem a sobreviver. Durante a cruenta guerra civil em Angola, acontecida após a independência desse país, os Imbanda tiveram papel proponderante, pois eram eles que ofereciam auxílio psicológico às vítimas da guerra (vítimas de estupro, soldados em crise, órfãos, viúvas etc). Como é possível uma arte tão bela e maravilhosa ter recebido a pecha, em nossa pátria, de coisa do mal, do demônio, da ignorância? Ora, poupem-me!!!! A diferenciação que muito se faz entre Umbanda e Quimbanda, infelizmente, se dá pelo projeto iniciado nos anos 1940 de embranquecimento da Umbanda, fruto do racismo e do eurocentrismo que grassava na classe média daquela época. O 1º Congresso de Espiritismo de Umbanda foi o carrochefe desse entendimento, quando se concluiu que era necessário tirar da
Umbanda “as práticas primitivas dos negros africanos”. Desse forma, a Quimbanda seria o contraponto da Umbanda, esta dos brancos e evoluídos, aquela dos negros e atrasados. Uma dicotomia que se observa na sociedade em geral. Não podemos mais admitir isso! É chegada a hora de haver seriedade naquilo que se faz e pratica. Para encerrar quero dizer que o simples fato de inúmeros idiotas e imbecis, que se auto-intitulam “Pais de Santo” ou “Mães de Santo”, dizerem que praticam a Quimbanda, que trabalham com Exus e Pombagiras, que são aptos a fazer malefícios, feitiços e amarrações, prometendo trazer “a pessoa amada em sete dias ou seu dinheiro de volta”, não faz com que a Quimbanda se resuma ao que falam. São um bando de safados e sem-vergonha, que exploram as crendices dos incautos. Mais uma vez, poupem-me!!! Mario Filho Tata Kimbanda Malê, orgulhoso filho de Tata Kimbanda Lúcio Negão.