RINALDO FABRIS BRUNO MAGGIONI Tradu^ao e comentarios IN Sfn u »
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OS EVANGELHOS (II) Tradugao GIOVANNI DI BIASIO (Lc) JOHAN KONINGS (Jo)
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Supervisao exegetica JOHAN KONINGS
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Edifdes Loyola
LUCAS: 1,5—2,52
Um paralelo analogo verifica-se entre o nascimento-circuncisao do Batista (1,57-80) e o nascimento-circuncisao de Jesus (2,1-21). Mas, contra o fundo desta semelhanqa ex terna e formal, emerge claro o contraste entre Jesus e o Batista. Duas cenas ou episodios ampliam o diptico de Jesus: a visita de Maria a Isabel (1,39-56) e a apresentaqao de Jesus no templo (2,22-39). O contraste aparece sobretudo no conteudo das respectivas cenas: Joao e o profeta consagrado a Deus desde o nascimento para preparar a sua vinda ao meio do povo; Jesus 6 o descendcnte de Davi, o Messias, Filho dc Deus, quc cumpre plenamcnte a vontade de Deus. O filho do sacerdote e da idosa Isabel e um dom da promessa de Deus; o filho da jovem dc Nazare e um dom radical da potencia criadora de Deus. O anuncio do Batista acontece no templo de Jerusalem, no contexto de uma solene liturgia; o anuncio de Jesus, numa aldeia insignificante da menosprezada Galileia. Mas a plena manifestaqao do filho de Maria realizar-se-a no templo, onde recebera o testcmunho autorizado de dois justos carismaticos, Simeao e Ana. Ainda no templo, lugar da presenqa do Senhor, na vespera de sua maturidade, Jesus cumpre um gesto profetico: o templo e a sua casa, a morada de seu Pai (2,41-50). Em poucas palavras, o paralelo Jesus-Joao serve para evidenciar a dignidade ex ceptional e a missao de Jesus. Como no evangelho publico, o interesse central destas sugestivas narrativas da assim chamada “infancia de Jesus” c “querigmatico”, isto e, visa anunciar Jesus Cristo aos que abraqam a fe. Com efcito, o vcrticc dcste evangelho em miniatura e verdadeiramente o anuncio que o mensageiro de Deus da aos pastores: hoje nasceu para vos um Salvador, o Cristo Senhor (cf. 2,11). Aqui se perccbe claramente o valor que estcs dois capitulos tSm para a comunidade crista. A preocupagao querigmatica ou de anuncio leva continuamente o redator a fazer part pa rtic icip ipar ar,, cm form fo rm a de coro co ro,, a com co m unid un idad adee dos do s acon ac on teci te cim m ento en toss ou real re alid idad adee apre ap rese senntada. Esta preocupagao esta na base dos trechos liricos que servem como contraponto a trama narrativa: o cantico de Maria apds o dialogo das maes; o de Zacarias no momento da imposigao do nomc ao filho; o hino dos anjos quando do nascimento dc Jesus; o de Simeao ao acolher o menino Jesus no templo. Sao breves pausas quc fazcm os ouvintes ou leitores refletircm c permitem interiorizar a mensagem quc transparece de cada um dos acontecimentos narrados. Alem disso, as rapidas anotaqoes do cvangelista a respeito das reaqocs ou sentimentos dos protagonistas sao um tacito convite dirigido aos leitores a tomarcm parte ou sintonizarem com as diversas pcrsonagens: o medo e a perturbaqao de Zacarias, a alegria e a adir iraqao dos parentes de Joao (1,12.65); a perturbaqao de Maria e a sua admiraqao, junto com a de Jose (1,29; 2,33); o reconhecimento alegre dos pastores (2,20); a pressa de Maria e dos pastores (1,39; 2,16). Estas notas nao so criam o clima espiritual destes dois capitulos, mas sugerem ao lcitor um comportamcnto espiritual: acolher com entusiasmo, alegria e liberdadc interior o dom de Deus, o encontro com Jesus Salvador. Mas, acima de todas estas atitudes, emerge a fe reflexiva e a disponibilidade gencrosa da mac do Messias, Maria, que se apresenta como modelo de todo crente que volta a escutar o anuncio da presenqa de Deus na 1 stdria stdria humana. Por isso, isso, o evangelho da infancia com todo direito direito constitui o preludio do evangelho publico, porque antecipa a “boa nova” da presenqa salvifica salvifica de Deus em Jesus e convida a comunidade crente a acolhe-la com fe corajosa. 27
INDICE DO SEGUNDO VOLUME
O Evangelho de Lucas Introdug&o Texto e comentdrios
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9 11 24
Not N otas: as: Realidade historica e interpretagao nas narragoes do evangelho da infancia de Lucas 1—2 Pobres e ricos em Lucas A oragao no terceiro evangelho A salvagao segundo Lucas .............................................................................................................
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O Evangelho de Joao
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Introdugao Texto e comentdrios O substrato historico-religioso do conceito deL de L o g o s Linguagem, dualismo e simbolismo no quarto evangelho Discursos e sinais no evangelho de JoSo As Escrituras e Jesus O Filho do Homem no evangelho de J o a o O juizo, o testemunho e os ju d e u s O amor em Joao e seus aspectos eclesiais Pedro e o discfpulo que Jesus amava tndice analitico Bibliografia brasileira aos Evangelhos (seletiva)
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45 108 187 204 20 4 249 24 9 251 25 1 275 27 5 290 29 0 298 29 8 321 336 33 6 35 2 375 37 5 45 0 496 49 6 499 49 9 539 53 9
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LUCAS: 1,5-25
Anuncio do nascimento de Joao Batista: l,5-254 5 No tempo de Herodes, rei rei da Judeia, havia um sacerdote chamado lCr 24,10 Zacarias, pertencente a classe de Abdias; sua esposa, uma descendente de Aarao, chamava-se Isabel. 6 Do ponto de vista religioso, religioso, ambos eram eram fieis, fieis, porque praticavam praticavam integralmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor. 7 Mas nao tinham filhos, filhos, pois Isabel Isabel era esteril esteril e ambos eram avanavan- Gn 18,11; Jz 13,2-5 ISm 1,5-6 qados em anos. 8 Chegou para Zacarias o tumo, atribuido a sua classe, de servir no no templo de Deus. 9 Segundo o costume costume do serviqo serviqo sacerdotal, sacerdotal, ele foi foi sorteado sorteado para oferecer o incenso no santuario do Senhor. 10 Durante a hora da oferenda do incenso, toda a assembleia do povo estava rezando do lado de fora. 11 Entao apareceu-lhe um anjo do Senhor, de pe, 4 direita do altar do incenso. Dn 10,17 12 Aquela visao, Zacarias ficou perturbado e um temor religioso apoderou-se dele.
15 Mas o anjo lhe disse: disse: Nao temas, Zacarias, a tua tua oraqao foi atendida: a tua esposa, Isabel, te dara um filho e lhe daras o nomc de Joao. 14 Isto sera para ti motivo de alegria e regozijo e muitos irao se alegrar pelo seu nascimento. 15 Com efeito, ele recebera uma grande missao por parte do Senhor; por isso, nao bebera nem vinho, nem outras bebidas inebriantes, e sera consagrado pelo Espirito Santo desde o seio de sua mSe. 16 Sua tarcfa sera converter ao Senhor, seu seu Deus, muitos do povo de de Israel, 17 prcparando a sua vinda vinda com o espirito e a forqa forqa de Elias, de modo a rcalizar uma tal conversao que os pais se comprazerao nos filhos e os rcbcldes voltarao a sentimentos de verdadeira justiqa,5e assim aprcsentar ao Senhor um povo de boas disposiqoes. 18 Zacarias disse ao anjo: Que prova tenho para saber se se isto e verdaverdade? Eu sou velho e minha esposa e de idade avanqada. w 0 anjo lhe respondeu: Eu sou sou Gabriel, um daqueles que que estao dirediretamente sob as ordens do Senhor, e fui enviado para comunicar-te esta boa nova. 20 Pois bem, porque nao quiseste acreditar nas minhas minhas palavras, que irSo se cumprir no momento estabelecido, eis que seras reduzido ao silencio e nao poderas mais falar ate o dia em que estas coisas aconteqam. 21 Nesse interim o povo estava espcrando Zacarias e se admirava de sua demora no santuario. 22 Mas quando saiu, ele nao conseguia falar; entao ent ao entenderam entender am que
Gn 17,19
N m 6,36, 3-44
Ml 3,23-24 Sr 48,10
Dn 8,16 Tb 12,15
4. P. B e n o i t , L’infanzia di Giovanni Battista secondo Luca, in: Ese E se ge si e Te olog ol ogia, ia, Roma, 1971, 253-300. 5. A expressao literal do texto diz: “Para converter os coragOes dos pais aos filhos e os rebeldes J sabedoria da justiga”. £ uma citagao citagao de Ml 3,24 e Sr 48,1 0, em que a figura do mensage iro esca tol6g ico, que preceded a vinda do Senhor, & apresentada com os tragos de Elias, preparando uma conversao que reconduz, ao mesmo tempo, I fidelidade plena.
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LUCAS: 1,5-25 tivera uma visao no santuario. Ele tentava fazer-se entender por gestos, mas pcrmanecia mudo. 23 Quando terminou o periodo de seu serviqo no templo, voltou para casa. 24 A lgu m tem po d epois , Isabel, sua esp osa, ficou g ravida e na o se deixou ver por cinco meses, pois pensava consigo: 25 Eis como agiu comigo o Senhor, agora que se dignou por fim a minha vergonha no meio do povo.
Gn 30,23
Nu N u m estil es tiloo sole so lene ne,, que qu e lem le m b ra o s an tig ti g os rela re lato toss da B iblia ib lia,, ab re-s re -see a prim pr im e ira ir a cena ce na do evangelho das origens: o anuncio e a promessa do nascimento de Joao Batista. A estrutura da narrativa e simples e linear: a apresentaqao dos pais (5-7), a apariqao e a mensagem do anjo (8-20), a conclusao (21-25). Essenciais e rapidas sao tambem as indicaqoes cronologicas e geograficas: no tempo de Herodes, do ano 37 a.C. a 4 d.C., rei da Palestina (chamada Judeia, como nos escritos gregos do tempo). Os dois prota gonistas, Zacarias e a esposa Isabel, aparentados com a grande estirpe sacerdotal, sao dois judeus devotos e praticantes segundo o ideal tradicional. A humilde posiqao familiar deles e relida atraves da lente de aumento das grandes personagens biblicas: um casal fiel a Deus, mas sem filhos e de idade avanqada, como eram Abraao e Sara, como os pa is de SansS Sa nsSoo e de Sam Sa m uel. ue l. So bre br e este es te fund fu nd o relig re lig ioso io so,, que qu e ev oc a as cx p ec tati ta tivv as e esperanqas biblicas, projeta-se a cena desnortcante da mensagem divina. Ao sacerdote Zacarias, no seu turno de serviqo no templo de Jerusalem — seu meio de subsistencia — a sort so rtee d esig es ignn a o am b icio ic iona nado do d ev er de aprc ap rcse senn tar ta r a ofer of eren endd a de ince in cens nsoo no alta al tar, r, na prim pr im eira ei ra sala sa la do san sa n tuar tu ario io.6 .6 Est E stee sole so lene ne cont co ntex ex to litu li turg rgic icoo co nsti ns titu tuii um a dign di gnaa m o ldu ld u ra pa ra a apar ap ariq iqao ao do anjo an jo e su a meris me risag agem em deci de cisi siva va,, que qu e m arca ar cam m u m a vira vi rada da na hist hi stoo ria ri a salvlfica. Ne N e ste st e pont po nto, o, a narr na rrat ativ ivaa se g ue a pa u ta das da s narr na rraq aqoc ocss de an un cio ci o do nasc na scim im en to de per p er so n a g e n s do A T: apar ap ariq iqao ao do anjo an jo,, pertu pe rtu rbaq rb aqao ao de Z acar ac aria ias, s, m e ns ag em do en viad vi adoo divino e sinal de confirmaqao. Mas a novidade e constitulda pelo conteudo da mensa gem. E sem duvida uma mensagem importante, porque trazida pelo anjo Gabriel que, na tradiqao do AT, e encarregado de revelar o sentido ultimo da historia salvlfica (cf. Dn 8,16-19; 9,20.27). Dc fato, o mensageiro divino anuncia o nascimento dc um homem extraordinario, escolhido e habilitado por Deus para uma tarefa exclusiva: preparar a vinda do Senhor. Tambem a apresentaqao de Joao, com o nomc significativo dc “o Senhor mostrou o seu favor”, segue a pauta biblica das grandes personagens do AT. Mas aqui os traqos sao concentrados e engrandecidos. Joao, como os carismaticos do AT, sera totalmente consagrado a Deus; como os profetas Elias e Jeremias, ficara sob a guia e proteqao pe p e rm an en te de D eus. eu s. Sua Su a m issa is saoo e de scri sc rita ta com co m clar cl aras as refe re fere renc ncia iass a tare ta refa fa de m en sage sa ge iro ir o 6. Zacarias fazia parte parte de uma das 24 clas ses em quc se dividiam os sacerdotes, segund o uma uma divisa o que remontaria a Davi (lCr 24,3); mais precisamente, era da oitava classe, a de Abdias. Cada classe excrcia, de um sibado ao outro, o serviqo no templo de Jerusalem, conforme o turno estabelecido. Cada classe sacerdotal era dividida em certo numero de famflias de sacerdotes, que se revezavam durante a scmana do turno. Para o serviqo cotidiano precisava-se de 30 sacerdotes; assim se compreende ter sido uma sorte excepcional para Zacarias poder apresentar o incenso dentro do santuSrio, no altar, durante o oficio matutino e vespertino (cf. J . J e r e m i a s , Je rusa ru sa lem le m au tem te m ps d e J isu is u s, Paris, 1967, 271-282: calcula-se que no tempo de Jesus havia ao todo uns 18.000 sacerdotes e levitas, distribuidos pela Jud£ia e Galileia).
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LUCAS: 1,26-38
quc deve preparar a ultima vinda do Senhor e que tem em Elias seu modelo espiritual. Elias era esperado pelos judcus para o tempo messianico como o profeta que, segundo as alusdes dc Ml 3,23-24 e Sr 48,10, devia cncetar a grande conversao do povo dc Deus, em preparaqao a vinda do messias. Esta reconstruqao da figura e do papcl do Batista, com os traqos do profeta dos ultimos tempos, faz entender ao lcitor quc estamos na virada decisiva da historia. Agora as promessas do antigo povo chegam a seu cumpri mento e o profeta que “precede o Senhor” recolhe todas as expectativas para purifica-las e exalta-las. A reaqao dc Zacarias, que pede um sinal dc confirmaqao ou garantia, entra na urdidura dos relatos dc anuncio (cf. Gn 18,12; Jz 6,37). O sinal dado a Zacarias e ao mesmo tempo um sinal da eficacia da palavra de Deus e um castigo pela sua pouca fe. N a reve re vela laqa qaoo plen pl en a e fina fi nall da salv sa lvaq aqao ao,, no lim li m iar ia r da qual qu al se acha ac ha o sa cerd ce rdot otee Za cari ca rias as,, n3o ha mais lugar para a pcrplexidade e a duvida. Mas o sil6ncio que golpcia o sacerdote ao entrar em contato com o mundo divino e tambem a moldura apta para acolher esses grandes acontecimentos guiados soberanamente por Deus. “As minhas palavras se irao cumprir no tempo cstabelecido” (1,20).7 Esta realizaqao pontual das palavras do anjo e descrita com sobricdade e comoqao rcligiosa, nos vcrsfculos conclusivos. Isabel, como as antigas maes dos patriarcas, rcconhece na sua inesperada gravidez a intcrvenqao bondosa dc Deus. O fato de ela sc esconder tem a mesma funqao rcligiosa do silcncio dc Zacarias e prepara a plena reveIaqio e explosao de alegria que ressoara no encontro com a mac do Messias (1,40-44). Este primeiro episodio nos introduz no clima do evangelho da infancia. Clima dc alegria e rcgozijo, quc acompanhara o nascimento de Joao; tao grande noticia e dada a Zacarias, quc ele nao conscgue dizer mais nada; Isabel, com Intimo reconhecimento, agradece a Deus por sua condescendcncia e misericordia. Joao Batista esta no limiar do tempo novo; ele e o ponto final das esperas e preparaqocs. Mas o movimento da narraqao esta decisiva me nte orientado para o futuro futuro imediato. O anuncio do nascim ento deJoao deJoao pre pa p a ra outr ou troo anun an unci cio: o: o dc Jesu Je sus. s. A apro ap roxi xim m aqao aq ao e o p aral ar alel eloo scrv sc rvem em pa ra pS ra pSrr em rele re levo vo , po p o r cont co ntra rast ste, e, a no v idad id adee c a g ran ra n d ez a dc Jesu Je sus. s.
Anuncio do nascimento de Jesus: l,26-388 26 No sexto mcs, o anjo Gabriel foi enviad o por D eus a uma cidade da Galileia, chamada Nazare, 27 a uma jovem prometida em casamento a um homem, descendente de Davi, chamado Jose; a jovem se chamava Maria. 28 0 anjo entrou na sua casa e lhe lhe disse: Alegra-t e, Maria, eleita pelo favor de Deus, o Senhor esta contigo.
Mt 1,18 Sf 3,14: Zc 9,9
7. Quando Zacarias comparecc nos degraus do santuario para dar a benqao ao povo, que espera com impaciencia, ele nao tem condiqoes de a pronunciar (cf. Nm 6,24-25). Pela sua gesticulaqao, o povo compreende que ele teve uma intensa experiencia religiosa, uma apariqao divina (cf. Dn 10,15). r ic it d e I’an I’an nonc no nciat iation ion,, Roma, 1954; J.P. A u d e t , L’annonce a Marie, RB 6 3 (1956) 8. S. L y o n n e t , L c ric ke char arito itome me ne, ne , 346-374; M. C a m b e , La ch ar is chez Saint Luc. Remarques sur quelques tcxtes, notamment le kech RB 70 (1963) 193-207; L. L e g r a n d , L'arriere-plan neotcstamentaire de Lc 1,35, RB 70 (1963) 161-192; B . P r e t e , A proposito di Lc 1,34, RB R B ib lt (1970) 379-393; P. B e n o i t , L'annunciazione, in: Ese E se g es i e Teolo Te olo gia , Roma, 1971, 301-328; P. G r e l o t , La naissance d’Isaac et celle de Jesus. Sur une interpretation mythologique N RT 94 (1972) 462-487. 561-585. de la conception virginale, NRT
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