ONILÈ Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés africanizados, a Mãe Terra desperta
curiosidade e interesse entre os seguidores dos orixás, sobretudo entre aqueles que compõem os seguimentos mais intelectualizados da religião. Onilé é assentada num
montículo de terra vermelha e acredita-se que guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida. Na África, também é
chamada Aiê e Ilê, recebendo em sacrifício galinhas, caracóis e tartarugas (Abimbola, 1977: 111). Onilé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-
la. Para muitos seguidores da religião dos orixás, interessados em recuperar a relação orixánatureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com
a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo. Rituais de riqueza para Onilé Abrir um buraco no chão, fertilizar a terra com água
de coco, água de canjica, leite de cabra ou caldo de cana. Forrar folhas de mamona roxa, alfavaca, guiné, peregun, ir passando pelo corpo e colocando em onilé dez ovos de
galinha caipira, dez rodelas de abacaxi, dez frutas, dez búzios, dez moedas correntes, um orogbó ralado, raízes de açafrão ralado, regar com mel e temperar tudo
com osun africano. Cantando a cantiga: Iyá ayagba iyá onilé onilé mo ju ba awo! ou Igba òrìsà, igba onilé!
Onilá mo ju ba awo! Tampar o buraco. Plantando a coroa do abacaxi por cima. Passar pelo corpo e ir jogando pela mata grãos de milho, trigo, sementes de girassol, etc.
Lembrar de sempre fertilizar a terra para rituais de riqueza como saudação e respeito à Onilé! Cantigas para louvar Onílè
Onílè mo júbà o Ìbà Òrisà Ìbà Onílè E pa 'gbo o E pa 'gbo wa tan ' gala A tan 'gala nilè kò
rò ó E pa 'gbo erú jéjé Tóto n ilè kò rò ó Aye kuru Onílè Kéré Onílè Kéré l' odò
Onílè Kéré o Onílè kú ewu o E o ina (n) Kini pàwòdì