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Ensinamentos

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Ensinamentos A Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix Rose-Croix considera que a época época moderna justifica a transmissão de uma formação formação iniciática de qualidade, baseada baseada sobre os elementos objetivos da Tradição ocidental. Nós pensamos que um ser sincero e animado de um puro desejo deve poder receber a herança dos Mestres Passados sem deformação. É fundamental que uma irmã ou um irmão sejam rapidamente r apidamente capazes de compreender os códigos simbólicos alquímicos, astrológiicos ou kabbalisticos. É importante que possa ter uma visão exata da Tradição à qual deseja participar, trazendo assim mais da luz também t ambém mais tolerância no mundo. Mas, mais do que isso, esse aprendizado deve se enraizar nas práticas eficazes, justificadas pela Tradição.

UM CONTEÚDO APROFUNDADO E DE QUALIDADE A Ordre Kabbalistique de La Rose Rose Croix transmite seus ensinamentos ensinamentos aos membros que foram aceitos na sua grande família espiritual por intermédio de livretos mensais de instrução, consultáveis na parte privada do site na internet. Os livretos de ensinamento da OKRC comportam em média cerca de trinta páginas no formato grande. Para nós a transmissão de uma Tradição Iniciática de valor não pode se reduzir a algumas páginas de formato reduzido contendo práticas quase insignificantes. Ao contrário, cada livreto da OKRC contem contem ensinamentos aprofundados relativos aos diversos aspectos da Tradição. Eles são reunidos em vários temas (variando de acordo com o nível de tempo como já membro): -Os textos principais de ensinamento mensal -Iniciação aos diversos aspectos da Tradição -Filosofia (Amor da sabedoria) -Práticas Seus ensinamentos são comentados pelos responsáveis pela Ordem e sistematicamente suportados sobre os fatos reais da história, da arqueologia e do simbolismo. As práticas são desenvolvidas e completas. Elas abordam claramente as técnicas de magnetismo, desdobramento, clarividência, teurgia, etc. Você não precisa esperar 20 anos para abordar os elementos avançados. Nós pensamos que devem ser colocados em em suas mãos o quanto antes antes porque nossa época pede e vocês são aptos a compreender o funcionamento. Essas práticas também são um meio de purificação pelo contato regular com a Egrégora da Ordem. Os livretos não se limitam aos textos escritos. Você encontrará igualmente vídeos completando os cursos, gravações de áudio e documentos complementares. É um passo importante que permitirá a você se aproximar do coração da Ordem. Segundo a modalidade escolhida em sua inscrição, cada livreto de ensinamento pode ser imprimível.

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UMA COMUNIDADE INTERNET VIVA Cada livreto está associado a um módulo interativo na internet que permitirá se envolver em discussões com outros membros sobre os temas abordados. Onde quer que esteja em nosso planeta, você poderá compartilhar suas reflexões, receber as respostas, ir mais longe l onge em suas experiências criando ligações privilegiadas com seus irmãos e irmãs. UM PERCURSO PROGRESSIVO Os cursos são organizados segundo uma progressão em várias etapas correspondentes à tradição da O.K.R.C. 1- Grau Grau de Átri Átrio o Duração: 12 livretos de ensinamento 2- Grau Grau do Limia Limiar r Duração: 24 livretos de ensinamento 3- Graus Graus de Capítulo Capítulo 1o. grau 2o. grau 3o. grau 4- Grau de Aperfe Aperfeiçoam içoamento ento UMA VERDAEIRA CADEIA INICIÁTICA O status de membro ativo da Ordre Kabbalistique de La Rose Croix lhe perimitirá ser igualmente integrado à sua cadeia iniciática e oculta. É de fato importante que você seja colocado sob a proteção de uma egrégora poderosa a partir da primeira Ordre Rose Croix que existiu. É fundamental que o estudante receba realmente o influxo espiritual que o assistirá ao longo de toda sua progressão. Uma coisa assim não pode ser feita administrativamente ou simbolicamente. Isso não significaria grande coisa. É por essa razão que com os documentos administrativos atestando sua aceitação, a Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix lhe endereçará um objeto consagrado pelos Oficiais Patriarcas RoseCroix no Templo central da Ordem. Este símbolo ativado pelo contato com um objeto sagrado, transmitido de geração em geração, será utilizado em suas práticas e rituais. Será da mesma forma para os outros graus. É por esse liame que você se integrará, por contato direto, à cadeia oculta de nossa Tradição. OS "DIPLOMAS EM KABBALA" Desde sua criação, nossa Ordem sempre achou importante transmitir um ensinamento iniciático e esotérico de qualidade. Nossos Mestres dispuseram um conjunto de diplomas validando a boa compreensão daquilo que era recebido. É extremamente importante notar que esses diplomas não são os elementos ou as provas iniciáticas. A iniciação na O.K.R.C. repousa sobre sobre seus ensinamentos, ensinamentos, seus rituais e práticas, então sobre as próprias iniciações. Os "Diplomas em Kabbala" são uma escolha pessoal pessoal e não condicionam seu progresso na Ordem, tanto em nível de ensinamentos quanto iniciáticos.


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Entretanto, para aqueles que desejarem validar sua assimilação e progresso, saiba que esses diplomas são conferidos com toda a seriedade que nossa Ordem conquistou ao curso desses longos anos de existência. Mas o que se entende por "Kabbala" ? Apesar do termo Kabbala se referir classicamente à tradição esotérica bíblica, nossa Ordem utiliza essa palavra no seu sentido amplo de " Tradição" . Os “diplomas em Kabbala” incluem, portanto, todos os domínios da Tradição Ocidental e compreende a Kabbala propriamente dita. Esta formação é uma escolha do membro e não é absolutamente obrigatória ao progresso na Ordem. 1- O Bacharela Bacharelado do em Kabbala Kabbala : ao final do grau do Limiar inclui um conjunto de questões a ser enviado à sede da Ordem. Essas respostas darão, eventualmente, lugar à atribuição do diploma tradicional tr adicional de «Bacharel em Kabbala». 2- A Licenciatu Licenciatura ra em Kabbala Kabbala : o final do primeiro grau de Capítulo abrange um conjunto de questões a ser enviado à sede da Ordem. Essas respostas darão, eventualmente, lugar à atribuição do diploma tradicional de «Lincenciado em Kabbala». 3- O Mestrado Mestrado em Kabbala Kabbala : dá lugar a uma formação específica e distinta do ensinamento da Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix. Somente os membros iniciados em um Capítulo, e possuindo pelo menos o 2° grau, podem se inscrever para a preparação a este diploma. As defesas dos trabalhos de Mestrado ocorrem a cada dois anos. 4- O Doutorad Doutorado o em Kabbala Kabbala : é organizado da mesma maneira. Somente os membros iniciados em um Capítulo, e possuindo pelo menos o 3° grau, podem se inscrever para a preparação a este diploma. As defesas dos trabalhos de Doutorado ocorrem igualmente a cada dois anos.


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Da Qabalah Hebraica à Qabalah Hermética

O NASCIMENTO DA KABBALA

Etimologicamente a palavra Kabbalah, significa simplesmente «tradição» e sua raiz hebraica «receber». Isso indica que diversas tradições receberam o que se poderia qualificar como revelação oral e escrita. O que foi o caso para o povo hebreu. Essa tradição religiosa foi transmitida a partir de Moisés à Joshua, seguido dos Juízes depois dos Reis. (Nós podemos seguir essa tradição na própria Bíblia). O sacerdote do Templo possuía essa tradição religiosa registrada, mas às vezes precisava do auxílio de Juízes e Profetas para contornar as dificuldades de transmissão. Muito evidentemente o texto foi perfeitamente e fielmente transmitido, apesar de bastante freqüentemente ao pé da letra. O sopro do espírito era portanto necessário para conservar a herança dessa revelação através de uma forma de continuidade do contato com Deus. Os Profetas asseguravam essa função da mesma maneira que os oráculos da antigüidade recebiam a mensagem divina que testemunhava essa realidade transcendental. Mas mesmo nesse caso, os comentários ou autoridades tinham dificuldade em ultrapassar o sentido literal para se elevar ao comentário místico ou espiritual do texto original. Ora, o misticismo sempre foi uma parte essencial da vida espiritual judaica. A tradição sugere fortemente que a fonte veio do próprio Abraão. Hoje é comum afirmar que a Kabbala se aplica exclusivamente a uma coleção da literatura esotérica que surgiu na Espanha medieval e no Sudoeste da França, em Provence. E que é a partir de lá que ela continua a se expandir. É certo que dois mil anos antes, os rabinos do Talmud não tinham empregado essa palavra, mas a maioria falava de “nistar”, que corresponde ao mundo secreto da Torah, estando essa colocada em paralelo com o “niglah”, ou seja, o que é revelado. Não é por menos que as raízes dessa tradição remontam sem equívoco a muito mais longe, e até mesmo muito certamente às religiões pagãs da Babilônia. A tradição judaica se apropriara de uma parte dessa herança, adaptando-a a seus textos sagrados. Esses períodos da história da religião judaica foram tempos de conflitos sectários. Como toda época desse gênero, elas foram ao mesmo tempo ricas em reflexões teológicas provenientes de variados grupos e seitas. Os rabinos que redigiram o Talmud buscavam quanto a elas manter uma certa ortodoxia e evitavam evidentemente toda derivação muito sectária. Eles se referiam portanto a essa mística sob o nome genérico de Ma{apos}aseh Merkava. O Talmud insiste no fato de que o que se obtia sob esse conhecimento não devia ser ensinado às massas, mas somente àqueles que têm a maturidade necessária para esse estudo. Pode-se dizer que se trata da origem daquilo que seria um pouco mais tarde chamado de kabbala. Numerosas experiências místicas são indicadas no Talmud, por exemplo aquela do Rabino Simon Bar Yochai, mas não é feita menção do livro que ele escreveu. É nesse momento que entra na história o Sefer Yetzirah, primeiro livro explicitamente kabbalístico. Ele surgiu entre o terceito e o quarto século. Nem todos os especialistas


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concordam sobre o fato de que aquilo que possuímos hoje seja exatamente aquilo que é mencionado no Talmud, mas parece que nada pode invalidá-lo. Essa obra nos mostra pela primeira vez uma maneira diferente de ver Deus e suas revelações com os homens e o mundo. O alfabeto hebraico é aqui evocado como auxiliar da criação (o que vemos igualmente no Zohar). As correspondências entre as partes do corpo, os planetas, os meses do ano, os metais, etc. são de suma importância. Essa tradição desenvolveu práticas e rituas extremamente interessantes. Ultrapassando a corrente hebraica, os ritos iniciáticos provenientes dessa etapa se encontrarão por exemplo na Ordre Kabbalisque de la Rose-Croix, após ter sido transmitida pelos kabbalistas cristãos e pelas correntes herméticas da Rose-Croix. Como veremos mais adiante, esses conhecimentos são em si mesmos, as heranças da antiga tradição helenística, pitagórica e neoplatônica. É o que explicariam abundantemente e brilhantemente os kabbalistas cristãos. Os escritos seguintes mais significativos foram o Sefer Raziel ou livro do anjo Raziel, o Sefer Bahir ou o livro da iluminação, e o Zohar ou livro da radiante luz{. Eles foram de uma certa maneira, os pilares dessa tradição oculta. Segundo certas fontes, o Zohar foi descoberto por Moïse De Leon, que viveu por volta de 1290 na Espanha. Mas ele é atribuído ao Rabi Shimon Bar Yochaï, o Rashbi, discípulo do Rabi Akiva que teria escrito essa coleção de textos t extos do terceiro século. É após a captura e prisão do Rabi Akiva que o Rabi Shimon Bar Yochaï viveu numa gruta com seu filho durante treze anos. Ele saiu desse retiro tendo escrito o Livro do esplendor que ficou perdido durante dez séculos. Moïse de Leon o redescobriu e o publicou. Esse texto do Zohar é uma coleção de vários volumes de comentários sobre o Torah (reúne os cinqüenta primeiros textos da Bíblia). Seu estilo destaca-se grandemente dos comentários habitualmente muito racionalistas. A partir de então, ele torna-se o{amp}nbsp; texto de referência, desenvolvendo a sabedoria da kabbala. Ao final do século XIII, os judeus conheceram um período instável e perigoso na Espanha. Isso não impediu grandes místicos tal como Abulafia de proclamar a tolerância e a abertura de espírito, escrevendo obras de uma grande profundidade. Em seguida, os judeus foram expulsos da Espanha e um certo número se refugiou em Safed na Galiléia. É lá que apareceu uma nova escola de kabbalistas. Durante essa época, a kabbala se desenvolvera num lugar onde os cristãos e os judeus viviam ainda com bom senso, a Provence. Essa extraordinária civilização não tinha ainda conhecido as cruzadas que iria destruí-la definitivamente. Os cursos eram então dados livremente nas diversas universidades do Languedoc, sem levar em conta as profissões de fé dos ensinamentos. As obras filosóficas provenientes das diferentes correntes espirituais e filosóficas entre as quais do Islam, foram traduzidas. Avicena, Averroes e Maimonide foram também publicados e estudados para a grande glória do espírito humano.{amp}nbsp; Nós devemos enfatizar que foi igualmente no Languedoc (Sul da França) que se revelou alguns séculos mais tarde a Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix. No século XVI, em Safed, o Rabino Isaac Louria, assim como numerosos kabbalistas prosseguiram o trabalho sobre as obras anteriores. Eles desenvolveram práticas e técnicas capazes de ajudar a alcançar as experiências descritas nos livros que estudavam. A kabbala ficou assim mais conhecida e foi mais compreendida. Ella tornou-se o meio de ultrapassar a letra do texto, servindo-se de sua riqueza e de sua


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potência. É necessário mencionar que essas tradições foram ao mesmo tempo orais e escritas. Elas eram orais no sentido onde técnicas e ensinamentos eram transmitidos de Mestre a discípulos; escritas no sentido onde um certo número de textos e de conselhos foram redigidos. Mas não era raro que os Mestres morressem legando um terço de seus escritos a seus discípulos, queimando outro terço e enterrando o último terço. Era importante para eles que as técnicas essenciais fossem o resultado de um trabalho interior e não uma simples recepção de um texto residindo fora da experiência individual. Encontraremos o traço desse costume nas tradições da kabbala cristã e da Rosa-Cruz. Segundo a lenda, quando a tumba do fundador dessa tradição, Christian Rosencreuz foi encontrada, ele tinha entre seus braços, um livro T.. Interessante similaridade simbólica. Os kabbalistas desenvolveram suas práticas e seus estudos à margem dos domínios universitários. Isso os atraiu freqüentemente a oposição dos rabinos. Era praticamente impossível identificar uma autoridade precisa na corrente da kabbala, porque esse conhecimento era utilizado em diversos grupos interessados pelos misticismo, pela magia, pelo esoterismo, etc. Tudo isso contribuiu freqüentemente para o caráter suspeito da kabbala. Não menos, ela continuou a se desenvolver tanto no meio judaico da África do Norte (Sérafade), quanto no meio judeu da Europa central (Ashkénaze). Tem sido assim até nossa época onde diversos mestres judeus são as heranças dessa antiga corrente. É necessário sempre lembrar o que nós dizemos mais acima, ou seja, que essa corrente proveniente do judaísmo, continua antes de tudo a ajudar os indivíduos da confissão judaica a aprofundar a mística e a espiritualidade de sua tradição. É por essa razão que os cristãos do século XV se interessaram por essa tradição e pela maneira que ela podia ser útil.

KABBALA CRISTÃ E KABBALA HERMÉTICA

O humanista Pico della Mirandola se intitulou o primeiro estudante de latim do século XV a estudar kabbala e parece realmente que foi o caso, mesmo que os judeus convertidos se aproximassem dessa ciência. Ele foi, em todo caso, o primeiro indivíduo nascido cristão a estudá-la. No século XIII, reconhecia-se que o Talmud e o Midrash tinham influências cristãs e que isso poderia ajudar na conversão dos judeus. Essa razão contribuiu para o fato de certos cristãos começarem a estudar a tradição hebraica, assim como a kabbala. Encontra-se, por exemplo, essa justificativa nas cartas dedicadas às obras dos kabbalistas cristãos a um ou outro papa. Dessa maneira o autor poderia esperar passar através das suspeitas pesando sobretudo no fato de um cristão estudando a kabbala. O primeiro judeu a verdadeiramente se converter ao cristianismo foi Abner de Burgos (1270-1348). Ele tomou o nome de Alfonso de Valladolid em 1320. Como Abulafia, ele teve visões sobre as técnicas de permutação das letras. (Ver o parágrafo sobre a língua hebraica). Quando Pico della Mirandola nasceu, os judeus conheciam esse período pacífico sobre o qual falamos anteriormente. Era o caso tanto sob o reino mulçumano da


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Espanha, quanto em terra cristã no Languedoc e em Provence. Esse foi o primeiro período de reencontro entre esses diferentes pensamentos. Esse enriquecimento mútuo durou até a reconquista. E é a partir daí que aumentou o ódio contra os judeus e conduziu um pouco mais tarde às atrocidades que conhecemos. Os judeus foram expulsos em 1477 e passaram por uma deportação massiva da Espanha em 1492. Entretanto os cristãos permitiram a opção entre a deportação forçada e a conversão. Se bem que essa última situação foi muito precária para um bom número daqueles que a escolheram. Isso lhes permitiram prosseguir um certo tempo o estudo do que era oriundo do Antigo Testamento e de uma maneira um pouco mais discreta da tradição kabbalística. Apesar dessa rejeição do povo judeu, a própria hierarquia da Igreja católica acatou o interesse nesses estudos. Mas nós sabemos bem que isso não era somente num interesse de instrução. As traduções dos textos judaicos e kabbalísticos foram efetuados por numerosos judeus convertidos. É o caso por exemplo de Samuel ben Nissim Abulfarash (12261286) que ficou mais conhecido após sua conversão sob o nome de Flavius Mithridates. Ele traduziu mais de 3000 páginas das obras hebraicas e formou Pico della Mirandola. Mithridates, como mais tarde os outros kabbalistas cristãos, buscavam convencer o papa que poderia provar as verdades cristãs pela kabbala. Sem dúvida, da mesma forma, foi ele quem traduziu as obras mais especializadas para o ensinamento de Pico della Mirandola. Apesar disso, certos buscadores reconhecem que os conhecimentos kabbalistas de Pico eram bastante limitados. Mithridates introduziu o livro do Sepher ha-Bahir junto de Pico que o estudava em sua língua original. É interessante notar que essa obra apareceu no Languedoc em torno de 1150 e já manifestou uma fusão entre as tradições kabbalísticas judaicas, neoplatônicas e gnósticas. Notamos como outro influência sobre o jovem Pico, Pablo de Heredia (1408-1486), assim como o misterioso professor Dattilo ou Dattylus que escreveu um pouco sobre sua magia. Certas idéias de Pico della Mirandola manifestaram claramente essa influência. Os Kabbalistas cristãos tiveram uma abordagem totalmente nova frente-a-frente do judaísmo. Bem evidentemente eles reconheceram a relevância e a qualidade dessa tradição religiosa. Para alguns dentre eles, os religiosos precedentes compuseram o fundamento da religião universal a qual eles pertenciam, o cristianismo. É bastante difícil hoje saber o que eles tinham em mente quando formularam essa idéia. Nós temos duas escolhas para avaliar. A primeira reside em seus escritos, e a segunda as tradições ocultas que eles constituíram e se são transmitidas a partir deles. Como tivemos a oportunidade de dizer, é necessário reter que esses escritos foram publicados levando em conta a vistoria e o julgamento da Igreja. É necessário portanto, nem sempre tomar seus textos ao pé da letra. Quanto às tradições que sucederam, seus sucessores, tal como Agrippa, deram uma idéia mais precisa da intenção inicial. O que podemos dizer é que o fundamento de seu pensamento reside bastante nas religiões espirituais que precederam se trata da Suméria, do Egito, da Grécia ou do judaísmo. Todos participaram bastante da fundação de um tipo de religião esotérica universal. Exotericamente, os kabbalistas cristãos não tiveram qualquer problema em intitular essa religião de católica, visto que


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essa palavra significa etimologicamente, universal . Entretanto a leitura de seus textos nos mostra que a concepção dessa religião universal não tem nada idêntico àquela da Igreja ortodoxa ou da Igreja de Roma. Essa religião universal provém dos princípios esotéricos da kabbala que eles desenvolveram, não é nada mais do que um hermetismo neoplatônico. De fato, trata-se de uma forma de espiritualidade integrando de maneira harmoniosa e tolerante as diferentes formas religiosas da tradição ocidental. Quanto aos padres, eles se tornariam, tanto quanto possível, adeptos iniciados à verdadeira ciência, a kabbala. Essa última aparecia como uma palavra genérica remontando esse conhecimento iniciático dos mistérios. Longe de ser apenas uma nova leitura do cristianismo, tratava-se na maior parte, de uma nova forma religiosa que teria conseqüências em todo o Ocidente e daria nascimento a outras, como as próprias correntes teúrgicas neoplatônicas, às correntes maçônicas, Rosacruzes e ocultistas. É interessante ver esse gênesis na carta prefácio de Reuchlin ao Papa Leão XIII. Pode-se apenas ser assolado, seja por sua ingenuidade desconcertante, seja pela audácia de seus propósitos. De fato, ele inicia sua correspondência por uma explicação clara das circunstâncias da renascença do neoplatonismo e da nova academia platônica em Florença. Ora, ele não ignora nada sobre a aparência da academia, e da mesma forma do fato que ela foi fundada por iniciativa de Cosme de Médicis, e sobre os ensinamentos do último descendente da tradição pagã helenística, Pléthon. Ele introduziu no Ocidente cristão uma seiva vivificante que foi capaz de romper a casca dos dogmas, reconstruindo assim as consciências desses indivíduos da exceção. Se essa renovação da filosofia clássica fosse limitada a esse aspecto, isso já seria extraordinário. Isso foi bem o caso, mas deu igualmente nascimento a uma grande corrente que transformou literalmente as letras e as artes. A semente da liberdade tinha germinado e podia então eclodir em toda a Europa. Mas a transmissão não se limitou às literaturas. Está claro hoje que por trás da academia platônica, encontrava-se a tradição oculta e iniciática do hermetismo. Queremos falar de um ensinamento real, tanto simbólicos quanto ritualísticos implicando em todo um conjunto de práticas. Muito provavelmente, após uma iniciação, os irmãos recebiam o que é correto chamar de ensinamento esotérico e estando unidos numa verdadeira família espiritual. Essa tradição hermética remonta a um período pré-cristão, a um tempo onde a Bíblia não tinha ainda sido inventada... Hermes Três Vezes Grande, Thoth Hermes já era o Deus que trouxe a ciência e a magia aos homens através da escritura sagrada hieroglífica. Os hebreus eram ainda um povo politeísta... Ao final do Império Egípcio, Alexandria foi o extraordinário local de reencontro de todas as sabedorias que perpetuavam essa maravilhosa tradição sob as vestimentas dos cultos de Mistérios e da ciência teúrgica. É essa tradição que foi transmitida através do que foi chamado de corrente de ouro dos adeptos. Ela atravessou a história e se revelou plenamente durante esse período excepcional. Eis o que escreveu Reuchlin a esse propósito; Para essa missão a via para encontrar os segredos que até para ele permaneciam escondidos nos monumentos literários dos Antigos. ele o ilustre Laurent de Médicis, pai do Papa se dedicou em encontrar por toda parte, os homens mais sábios e mais eruditos em literatura antiga, que uniam à ciência, a eloqüência: Demetrios Chalcondyle, Marsile Ficin (Marsílio Ficino), Georges Vespucci, Christophe Landino, Valori, Ange Politien, Jean Pic, Comte de la


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Mirandole, e todos os maiores sábios do mundo, que reposicionaram à luz, as invenções dos Antigos e a misteriosa antigüidade que fazia esquecer a desgraça dos tempos. As maiores mentes se rivalizavam. Um ensinava, um outro fazia os comentários; e um fazia a coleção, o outro interpretava e traduzia de uma língua para outra. Marsílio introduziu a Grécia no Latim. Politien restaurou os Romanos na Grécia. Todos se dedicavam à obra fazendo aflorar um pouco da glória sobre os Médicis. “Também, no pensamento que sozinhos faltavam aos sábios as doutrinas pitagóricas, pois os fragmentos se escondiam dispersos na Academia Laurentiana, eu cria que ele não se aborreceria se eu expusesse ao público o que se diz, que Pitágoras e o grandes Pitagóricos pensavam. Com seu feliz consentimento os Latinos leram o que até agora tinham ignorado. Para a Itália, Marsílio publicou Platão. Para a França, Jacques Lefèvre d'Etaples renovou Aristóteles; completarei a conta, e eu, Capnion, mostrarei aos Alemães um Pitágoras, cuja renascença sob meus cuidados é dedicada. A obra não poderia ser bem desenvolvida sem a Cabala dos hebreus. A filosofia de Pitágoras começava com os preceitos dos «Cabalaei» (discípulos (discípulos da cabala), cabala), e a memória dos Patriarcas deixando a Grande Grécia vieram se esconder nas obras dos Cabalistas. Requeria portanto quase tudo para vingar. Também escrevi sobre a arte cabalística, que é uma filosofia simbólica, para tornar conhecido os ensinamentos dos «Pythagoraei» (discípulos de Pitágoras) aos eruditos.” Retornaremos um pouco mais adiante a essa obra, mas já é interessante notar que a tradução de numerosas obras provenientes da religião judaica está claramente associada àquelas da tradição helenística. Constituíram a extraordinária fonte na qual se apoiaram todos os adeptos posteriores dessa corrente. Notemos ainda em torno do final da Renascença, a importante obra de Christian Knorr von Rosenroth, Kabbala Desnudada, que é uma compilação muito importante de textos kabbalísticos. Não faremos uma lista dos outros kabbalistas e de todas as obras que eles traduziram ou publicaram. Os historiadores brilhantemente realizaram um importante trabalho nesse domínio e continuam a fazer. Nosso propósito nessa obra é de lhe ajudar a compreender as origens dessa tradição, mensurando a relevância, o real valor, e compreender quais são os descendentes. Porque como sabemos, os historiadores já são relativamente objetivos na história antiga, mas cada vez mais esquecem os descendentes modernos. Além desses aspectos históricos, é importante lhe dar os elementos necessários para a compreensão das práticas provenientes dessa corrente que reunimos no décimo capítulo dessa obra. Não é sempre evidente ver que uma das características de uma via tradicional, espiritual e iniciática, consiste em associar a prática ao estudo teórico. Consideramos que esse último é bem fundamental, mas ele não deve substituir uma abordagem prática, que é a única capaz de inspirar e validar os exercícios kabbalísticos. Sem isso, se permaneceria apenas uma pura abstração isolada do sagrado. Não esqueçamos que o objetivo do praticante é de elevar para a divindade, ou numa linguagem mais contemporânea, alcançar níveis de consciência capazes de revelar o divino em nós. Não esqueçamos que mesmo para o cristianismo, Deus fez o homem à sua imagem. Alguns de nós poderíamos discutir sobre o termo “imagem”, e não se saberia efetivamente tomar consciência de uma realidade, mas se sua imagem degrada. Portanto, preferimos seguir os autores antigos platonistas que reconheciam no ser encarnado a presença do divino. Essa dissimulação da alma pelo corpo


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justifica os exercícios espirituais e as iniciações capazes de libertá-la progressivamente. Na tradição kabbalística hermética, nada nos permite invalidar isso, bem pelo contrário. Não esqueçamos que foi a academia platônica de Florença, sob a égide e a iniciativa de Ficino e de Pico, que foi criado a corrente da qual falamos. Johann Reuchlin, que tivemos a ocasião de citar aqui mais particularmente, retornou a Florença para reencontrar os irmãos i rmãos da Academia. Para finalizar, lembremos que os atuais descendentes dos kabbalistas cristãos da renascença, quer sejam ocultistas ou herméticos, devem ser orgulhosos dessa herança. Devem sempre tender em contribuir para o ideal que seus antigos mestre encarnaram, conciliando o conhecimento dos textos e das línguas, apoiados por uma constante prática interior.

Extrato Extrato traduzido traduzido do livro livro «ABC de la Kabbale Kabbale chrétien chrétienne ne » de Jean-Lou Jean-Louis is de Biasi, Biasi, a ser editado editado no Brasil pela Madras sob o título « Cabala Teúrgica ».


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