JB News – Informativo nr. 1.505
Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de outubro de 2014.
Pág. 9/25
Bloco 4 Carlos Carlos Magno Adães de Araujo O painel do Grau de Aprendiz no Rito Brasileiro –
1
Ir Carlos Magno Adães de Araujo Loja Maçônica Montanheses Livres nr. 009 Juiz de Fora -
O Painel do Grau de Aprendiz no Rito Brasileiro Outubro de 6014 (V L )
1 - INTRODUÇÃO
O painel ou quadro do grau é de uso obrigatório nos trabalhos dos três graus simbólicos e nele estão representados os instrumentos de trabalho do maçom em cada grau. No grau de aprendiz maçom do Rito Brasileiro, o painel é aberto pelo 2° Diácono após o início ritualístico dos trabalhos, quando a palavra sagrada é transmitida pelo Venerável Mestre. Nele é possível visualizar, além do maço e do cinzel instrumentos de trabalho do aprendiz maçom, juntamente com a régua lisa, que não aparece no painel - alguns paramentos, ornamentos e joias da Loja2. Convém ressaltar que no Rito Brasileiro, há diferenças sutis do painel em relação a outros Ritos, como o Escocês e Francês, por exemplo no que tange à posição das colunas. O objetivo desta peça de arquitetura, de caráter introdutório, é dissecar a simbologia implícita no painel do grau de aprendiz no Rito Brasileiro, com a finalidade de subsidiar nossos Irmãos, sobretudo os aprendizes, em seus estudos para que a subida da escada de Jacó de torne mais fácil e iluminada. Para isso, começaremos nossa exposição decodificando o significado do vocábulo aprendiz e de sua simbologia maçônica. Num segundo momento, o painel 1
Obreiro ativo e regular da Augusta, Solidária, Benemérita e Grande Benemérita Loja Maçônica Montanheses Livres n° 009, Rito Brasileiro, Oriente de Juiz de Fora, Minas Gerais.
2
Loja é o local onde os maçons se reúnem para trabalhar. O termo também se refere ao grupo de maçons autorizados por uma Grande Loja a se reunirem. As primeiras Lojas reuniam-se em aposentos reservados de tavernas e, atualmente reúnem-se em seus próprios salões, (MACNULTY, 2012) que representam o Templo de Salomão. De maneira mais informal, também chamamos as Lojas de Oficinas .
JB News – Informativo nr. 1.505
Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de outubro de 2014.
Pág. 10/25
do grau de aprendiz será abordado e sua simbologia explicada para, então, finalizarmos com as considerações acerca da necessidade de que novos trabalhos sejam produzidos a fim de lançar mais luz sobre a questão em pauta. 2 - O APRENDIZ MAÇOM Segundo o Dicionário Houaiss da Língua portuguesa (2001), o vocábulo aprendiz deriva etimologicamente do francês antigo aprentis (1175), e do latim vulgar apprenditicius, com os seguintes significados, dentre outros: I. Aquele que aprende uma arte ou ofício; II. Por extensão, aquele que principia a aprender alguma coisa; aquele que apenas se iniciou em alguma aprendizagem; principiante, novato; III. Pessoa que tem poucos conhecimentos, pouca habilidade e/ou pouca experiência; IV. Maçom do primeiro grau da maçonaria simbólica, admitido em todos os ritos e sistemas.
Em maçonaria, o aprendiz é o neófito, ou seja, um novo adepto de uma doutrina. É também aquele que não sabe falar, pois só tem três anos e também ficava confinado por três anos para aprender a trabalhar nas corporações de ofício que constituíam os pedreiros construtores de catedrais e outras grandes obras na Idade Média. Por esse motivo, não há palavra de passe no grau de aprendiz. Esses pedreiros eram livres porque podiam circular entre diferentes localidades, o que em um mundo compartimentado em feudos não era definitivamente permitido a todas as pessoas. Ao aprendiz cabe aparar as arestas que o ligam ao mundo material. Ele deve desbastar a pedra bruta, lapidá-la para construir seu templo interior, livre dos vícios do mundo profano. Segundo D’Elia Junior (2013, p. 82) “compete aos aprendizes a importante tarefa de desbastar sua ped ra bruta, isto é, de se desvencilhar dos próprios defeitos e paixões, que se constitui na principal e verdadeira obra da sublime instituição”. Seu lugar no templo do Rito Brasileiro é na coluna do sul, pois afastada que está do equador e sobretudo do leste (oriente), é onde a luz é menos intensa, haja vista o aprendiz ainda não ter condições de olhar frontalmente para a luz, pois ela o cegaria. Em outros ritos, como o Adonhiramita, diz-se que o aprendiz tem lugar no setentrião, ou seja, no norte, uma vez que a disposição do templo reproduz o hemisfério norte (setentrional ou boreal). O fato de no Rito Brasileiro o aprendiz se colocar ao sul (meridional ou austral) explica a disposição do templo no hemisfério sul, que abarca cerca de 90% do território brasileiro. Os instrumentos de trabalho do aprendiz maçom, na árdua tarefa de desbastar a pedra bruta são o maço, o cinzel e a régua lisa. Falaremos nesta seção apenas da régua lisa, pois a mesma não aparece no painel do grau de aprendiz. As demais ferramentas serão detalhadas na próxima seção, referente ao painel propriamente dito. A régua lisa ou de 24 polegadas simboliza as 24 horas do dia e sua divisão em três 3 seções de oito horas lembram ao aprendiz o tempo dedicado ao serviço do Supremo Arquiteto do Univers o 4, ao trabalho e ao lazer e descanso. De acordo com Figueiredo (2013), a régua é um antigo símbolo de retidão, método e lei. Além de instrumento de trabalho, a régua é medida de tempo, ambas as funções a serviço da humanidade. Aslan (2012, p. 1158), asse vera que “em linguagem simbólica maçônica, portanto, a medida de 24 polegadas é o Símbolo do tempo bem empregado”. Para o autor, a régua é um emblema da perfeição, retidão e do progresso da filosofia e também do infinito, pois uma reta não começo nem fim 5. No mesmo sentido, Camino (2010), recorda que o aprendiz deve seguir um caminho retilíneo. 3
O ternário está presente em toda a simbologia do grau de aprendiz, caracterizando-o.
4
No Rito Brasileiro, Deus é chamado de Supremo Arquiteto do Universo. Em outros ritos praticados no Brasil, é mais comum Chamá-lo de Grande Arquiteto do Universo. 5
Ressaltamos que a Maçonaria é um sistema moral, velado em símbolos e alegorias. Assim, matematicamente toda reta é uma curva, mas não é disso que se trata aqui, pois o que interessa são os significados simbólicos.
JB News – Informativo nr. 1.505
Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de outubro de 2014.
Pág. 11/25
3 - O PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ NO RITO BRASILEIRO
Figura 1 – Painel do grau de aprendiz no Rito Brasileiro. Fonte: Google imagens
Vamos iniciar nossa exploração do painel do grau de aprendiz no Rito Brasileiro. A exposição que se segue não tem nenhum critério de ordem, hierarquia ou importância a partir do qual iniciaremos nossa conversa. A ordem de exposição de cada item foi aleatoriamente escolhida pelo autor, com base apenas em sua subjetividade. Conforme revela a figura 1, instrumentos de trabalho do aprendiz maçom, paramentos, ornamentos e joias constituem o quadro ou painel do grau. Iniciaremos nossa exposição pelos instrumentos de trabalho que, além da régua lisa, trabalhada na seção anterior, são o maço (malho) e o cinzel. Esses instrumentos aparecem ao lado da Coluna B (Booz no Rito Brasileiro) e acima 6 da pedra bruta. Com esses instrumentos, o neófito tem a tarefa de desbastar simbolicamente a pedra bruta que existe em seu interior e, assim, erigir seu templo simbólico, no qual as virtudes sobrepujem os vícios ou, conforme nosso ritual, que ele possa cavar masmorras ao vício e erguer templos à virtude. A pedra bruta, símbolo mais expressivo do grau de aprendiz, conforme o ritual do Rito Brasileiro, aparece amorfa, repleta de arestas que precisam ser aparadas na missão de transformála em pedra cúbica e, assim, transformar o maçom em um ser humano menos imperfeito. São dois os paramentos, o Delta Luminoso e o Livro da Lei. Discorreremos somente sobre o Delta para não fugir aos objetivos dessa peça de arquitetura. O Delta, com o Olho Onividente simboliza a Suprema Luz da Loja, a Glória do Criador. Situado atrás do Venerável Mestre, o Delta representa o Supremo Arquiteto do Universo, aquele que tudo vê. Delta é a quarta letra do alfabeto grego, emblema da Trindade. É o símbolo da tripla força indivisível e divina que se manifesta como Vontade, Amor e Inteligência cósmicos, ou os polos negativo e positivo e o efeito de sua união (FIGUEIREDO, 2013). O Delta, que é um triângulo, pode ser interpretado também como a Sabedoria, Força e Beleza ou como Liberdade, Igualdade e Fraternidade (D’ELIA JUNIOR, 2013), ideais da Revolução Francesa que constituem a aclamação do Rit o Francês. Quanto aos ornamentos, são três: o pavimento mosaico, do qual nos omitiremos de falar pelos motivos já explicitados, a orla dentada e o esquadro e o compasso. A orla dentada traz os pontos cardeais, conforme ilustra a figura 1, e representa o entrosamento e a unidade, que deve rematar com a harmonia representada pelo pavimento mosaico. Antigamente, era formada por fios entrelaçados e até o século XVIII, os símbolos da Ordem eram desenhados com giz no chão, em que o entorno era preenchido por uma pesada corda 6
Acima aqui se refere a uma interpretação do painel como visto na forma de um quadro, ou seja, frontalmente ao observador. Portanto, a perspectiva é mais topológica e menos projetiva.
JB News – Informativo nr. 1.505
Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de outubro de 2014.
Pág. 12/25
que representava aquilo que hoje chamamos de orla dentada (FIGUEIREDO, 2013). Segundo Camino (2010), a orla dentada simboliza a permanente união dos maçons. Os dentes, de acordo com o autor supracitado, simbolizam os planetas que gravitam em torno do sol. O compasso e o esquadro se apresentam juntos, como um só ornamento e simbolizam a aspiração dos homens para a justiça e a retidão, de acordo com o ritual de aprendiz maçom do Rito Brasileiro. O esquadro forma as linhas retas em esquadria de 90°. O compasso lhe alivia a incumbência, pois é responsável pelos círculos. O esquadro também representa a matéria, enquanto o compasso representa o espírito. Se no grau de aprendiz o esquadro está sobre o compasso, logo deduz-se que, nesse grau, a matéria predomina sobre o espírito (D’ELIA JUNIOR, 2013). É importante notar que, além de ornamento, o esquadro e o compasso são as joias do Venerável Mestre, autoridade máxima da Loja. Juntos, o esquadro e o compasso simbolizam o equilíbrio e a vida correta, a medida de um homem justo e o símbolo do próprio Deus, o geômetra (CAMINO, 2010). O verdadeiro maçom deve estar sempre entre o esquadro e o compasso, ou seja, deve submeter sua vontade, vencer suas paixões e buscar desprender-se das ilusões terrenas (FIGUEIREDO, 2013). Quanto às joias, são seis, três móveis e três fixas. As móveis são o esquadro-compasso (o esquadro sob o compasso), o nível e o prumo. O nível o o prumo adornam o Venerável e os Vigilantes, sendo joias transferíveis aos sucessores das três luzes (Sabedoria, Força e Beleza, ou seja, o Venerável Mestre, o 1° Vigilante e o 2° Vigilante). O nível maçônico, conforme informa a figura 1, é um triângulo no vértice do qual se acha atado um fio a prumo, que divide o triângulo em dois esquadros certos, ou seja, formando dois ângulos de 90° (ASLAN, 2012). O nível simboliza a igualdade. Na Arte Real, todos os Irmãos são nivelados, ou seja, estão no mesmo plano, não há títulos ou honrarias do mundo profano que, em Loja, hierarquizem os maçons. “A esta igualdade maçônica está sujeito o personagem mais poderoso e elevado, como o mais humilde dos Iniciados, que não se distingue por outro título, senão o de Irmão” (ASLAN, 2012, p. 885). Ou ainda, nas palavras de D’elia Junior (2013, p. 85), o nível lembra “o dever de serem consideradas as coisas com a mesma igualdade e serenidade”. O nível é um antigo instrumento de construção, caro aos maçons operativos que precederam os especulativos, daí sua simbologia para os francomaçons. Incursionando pela mitologia, Aslan (2012) e Camino (2010), buscam as origens do nível em três personagens: Dédalo, que teria saído do labirinto de Creta; Rhicus, arquiteto do Labirinto de Samos e; Teodoro, arquiteto do Templo de Juno, em Samos, todos há séculos antes da Era Vulgar. O prumo ou perpendicular está em relação à coluna B e consiste em uma ferramenta de alvenaria que visa mostra se um objeto está colocado perpendicularmente ou não em relação ao horizonte, simbolizando na maçonaria a atração e a retidão que devem resplandecer nos juízos do Maçom, bem como representa a justiça e a equidade. É interessante observar que os sinais dos graus são feitos pelo esquadro e pelo prumo (ASLAN, 2012). Em síntese, o prumo simboliza a vida dentro da mora ilibada (CAMINO, 2010). Com o auxílio do esquadro e do nível, permite a construção das “muralhas do Templo”, segundo Figueiredo (2013). No painel do grau de aprendiz do Rito Brasileiro, vemos representados também três degraus, uma corda com sete nós, as colunas B e J, com as romãs nos capitéis, as três janelas, as pedras bruta e cúbica em suas respectivas colunas, o sol, a lua e as constelações. Os três degraus podem ser interpretados como a Escada de Jacó, importante símbolo iniciático que representa a ascensão da Terra ao Céu. Assim, os degraus representariam a fé, a esperança e a caridade. O aprendiz se posiciona no primeiro degrau, pois só iniciou sua subida pela escada e seu progresso na maçonaria depende, não custa recordar, do desbaste da pedra bruta, ou seja, de vencer suas paixões e submeter sua vontade, cavando masmorras ao vício e erguendo templos à virtude.
JB News – Informativo nr. 1.505
Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de outubro de 2014.
Pág. 13/25
Conforme Figueiredo (2013, p. 122), “maçonicamente, os degraus da escada do conhecimento que o postulante tem de subir gradativamente, até atingir o trono da sabedoria”. Camino (2010) alerta para o erro de se imaginar que cada degrau da escada de Jacó representa um grau maçônico. A corda do painel pode ser interpretada simbolicamente como os laços que unem os maçons em todo o mundo. Emblematicamente, a corda foi um instrumento usado nas antigas construções para deslocar blocos de rocha. Os nós podem ser interpretados como “os laços de amor” maçônicos. Suas borlas, também representadas no quadro do grau de aprendiz, representam a temperança e a coragem, a justiça e a prudência (D’ELIA JUNIOR, 2013). As colunas B e J representam os pontos solsticiais: B, a coluna da beleza, o solstício de inverno e J, a coluna da força, o solstício de verão. Nelas estão guardadas as ferramentas dos aprendizes e companheiros. Sua inspiração na maçonaria é oriunda da lenda do Templo de Salomão. Assim, as colunas um dos sustentáculos ou adornos do Templo maçônico (FIGUEIREDO, 2013). As romãs colocadas sobre os capitéis representam os maçons espalhados pela Terra. Como as sementes estão unidas, é possível evocarmos a fraterni dade 7 que deve existir entre os homens. As janelas, outrora chamadas trapeiras, aparecem no painel do grau de aprendiz do Rito Brasileiro no Ocidente, Norte e Sul, Ora, se pelas trapeiras entra a luz, o fato de o Sul estar despojado das mesmas significa que o aprendiz está no escuro, ainda não é capaz de visualizar a luz. Outra interpretação é a de que as trapeiras simbolizam as principais horas do dia: a nascer do sol, que dissipa as trevas; o meio dia, que reduz as sombras ao mínimo e; o crepúsculo e sua beleza. Os maçons operativos orientavam suas obras de acordo com os pontos cardeais e a rotação terrestre, uma vez que não havia luz elétrica nem alguma fonte de energia barata e sempre disponível para iluminar as construções. Enfim, a trapeira do Oriente simboliza a suavidade da aurora, a do meio dia simboliza a força e o calor, e a trapeira do Ocidente simboliza a luz enfraquecida que incita ao descanso. Com relação às pedras bruta e cúbica, cremos já ter explicitado sua simbologia, portanto passaremos agora à interpretação dos astros. Os astros são representados porque, segundo o ritual do grau de aprendiz do Rito Brasileiro, os povos antigos eram astrólatras, ou seja, adoradores dos astros, julgando merecer-lhes a proteção. Dentre os exemplos desses povos temos os assírios e os caldeus. O sol na maçonaria simboliza a intelectualidade, o misticismo, o espírito de luz. Colocado no oriente, adverte os maçons que estes estão sob seus raios l uminosos (CAMINO, 2010). O Venerável Mestre representa o sol nascente, haja vista se situar no oriente (leste), que é onde, aparentemente o sol “nasce”. Aparentemente porque quem gira em torno do próprio eixo é a Terra, então, como observadores terrestres, temos a impressão que a abóbada celeste se desloca sobre nossas cabeças, quando na verdade é a Terra que executa o movimento de rotação, cuja duração é de 24 horas e é responsável pela sucessão dos dias e das noites. Misticamente, o sol é a dualidade de espírito e matéria, e um inesgotável manancial de vida e luz (FIGUEIREDO, 2013). A lua, satélite natural da Terra, tem no quadro do grau de aprendiz o significado de contrabalançar o sol. Enquanto o sol ilumina a coluna do norte, a lua aparece sobre a coluna do sul, na escuridão onde se encontram os aprendizes em seus primeiros passos na Arte Real. A lua, de acordo com Camino (2010), simboliza o princípio feminino, daí talvez se situar no painel no topo da coluna do sul, embora no oriente. Ainda segundo o autor, as reuniões semanais dos maçons dizem respeito aos ciclos lunares, usados para a contagem do tempo. No Rito Brasileiro, o teto do Templo é azul, conforme revela o painel representado na figura 1. As constelações aparecem próximas à lua no painel por motivos óbvios, quais sejam o de ser impossível visualizá-las durante o dia. No teto do Ocidente aparecem a Ursa Menor com a Estrela Polar. Aqui fazemos questão de salientar o caráter simbólico dessa representação, uma vez que a 7
Sobre a relação entre Maçonaria e Fraternidade, conferir a peça de arquitetura de Araujo (2014).
JB News – Informativo nr. 1.505
Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de outubro de 2014.
Pág. 14/25
Estrela Polar não pode ser vista do hemisfério sul, representado tanto pelo Templo quanto pelo painel do grau de aprendiz no Rito Brasileiro. Embora não tenhamos encontrado nenhuma alusão a esse fato na literatura consultada, procuramos chamar a atenção para esse possível erro ou, ao contrário, ao fato dessa representação estar deliberadamente ligada, como é muito comum na liturgia maçônica, a interpretações bíblicas. De qualquer forma, o objetivo não é polemizar, mas tão somente enriquecer nossas interpretações e conhecimento maçônico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS – AD UNIVERSI TERRARUM ORBIS SUMMI ARCHITECTI GLORIAM!
Obviamente, não tivemos a pretensão de esgotar tão rico e fascinante assunto, todavia esperamos ter contribuído no sentido de elucidar, dentro de nossas limitações, a temática que envolve a simbologia do grau de aprendiz no Rito Brasileiro, cuja bibliografia é uma tarefa por ser realizada. Especificamente no Rito Brasileiro, o segundo mais praticado no Brasil, existem graves lacunas bibliográficas para os estudiosos interessados em se debruçar sobre as características, arcanos e práticas do Rito. Nossa intenção, nessa peça de arquitetura, foi trabalhar com algum grau de detalhamento cada símbolo que orna o painel do grau de aprendiz e, assim, podermos acrescentar à literatura maçônica um tijolo que permita aos Irmãos erigir, gradativamente, seu Templo Interior. Nos escoramos, como a bibliografia consultada revela, em autores de outros ritos, além da interpretação do autor acerca do Rito Brasileiro, construída sobretudo no âmbito da convivência fraterna com os IIr e Obreiros da Augusta, Solidária, Benemérita e Grande Benemérita Loja Maçônica Montanheses Livres n° 009, do Oriente de Juiz de Fora, Minas Gerais. Nessa Oficina, onde fomos iniciados nos arcanos da Arte Real, tenho o privilégio de conviver com algumas das maiores autoridades do Rito Brasileiro. Assim, deixo junto a essa humilde contribuição à literatura maçônica, a coautoria dos IIr daquela Loja, àqueles que gentilmente nos receberam em nossa peregrinação para fazer jus ao nosso Landmark 14, que discorre sobre a visitação, e aos autores com quem dialoguei e cujos créditos estão na bibliografia. A todos o nosso TF A 5 - Bibliografia
ARAUJO, C. M. A. Modernidade e Fraternidade. Trabalho enviado para o XXI Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas e publicado no jornal eletrônico maçônico JB News, n° 1498, em 21/10/2014. Juiz de Fora: 2014. ASLAN, N. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia. Londrina: Editora Maçônica A Trolha, 2012. CAMINO, R. Dicionário maçônico. São Paulo: Madras, 2010. D’ELIA JUNIOR, R. Maçonaria: 100 instruções de aprendiz. São Paulo: Madras, 2013. FIGUEIREDO, J. G. Dicionário de Maçonaria. São Paulo: Pensamento-Cultriz, 2013. GRANDE ORIENTE DE MINAS GERAIS; SUPREMO CONCLAVE AUTÔNOMO PARA O RITO BRASILEIRO. Ritual e instruções de Aprendiz Maçom: Rito Brasileiro. Cataguases, MG: 2010. HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. MACNULTY, W. K. A Maçonaria: símbolos, segredo, significado. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
