Hilariante! Extremamente engraçado! O autor maneja seu humor aguçado como um bisturi… escrito com a teatralidade extravagante e a transbordante adrenalina emocional que são características da singular voz de Nic "ilver…# $ revista %ariet& %ariet& #Engraçadíssimo!… 'm "ilver cl(ssico at) o *mago $ revista +ime Out& #Histericamente engraçado… ,+HE -.+/'0"+"1 -.+/'0"+"1 se deleita com o 2oliticamente incorreto& Nic "ilver ) o dramaturgo ,bad3bo1 do circuito O4435road6a O4435road6a $ jornal N7 8ail Ne6s& #Hilariante… o extravagantemente divertido Nic "ilver escreveu uma de suas ex2los9es mais consistentes de s(tira negra: mas bem3humorada… somos levados ;s alturas 2ela alegria demente de
OS ALTRUÍSTAS de Nicky Silver tradução Erica de Almeida Rego Migon e Ursula de Almeida Rego Migon
OS ALTRUÍSTAS (THE ALTRUISTS) de Nic "ilver +radução Erica de -lmeida /ego >igon e 'rsula de -lmeida /ego >igon
?ersonagens /ON-.8: @A anos: um baixinho: gorducho: exagerado& "78NE7: "78NE7: BC anos: irritadiça: su2er4icial e totalmente egocDntrica& .-NE: @F anos: não muito inteligente: mas incrivelmente sex& sex& %0%0-N: @G anos: a boa menina: 2or baixo de uma estam2a de brigona& +ON7: B@ anos: sex: m(sculo e 2ossivelmente brit*nico&
Local idade de Nova 7or
Tempo 'm domingo&
OS ALTRUÍSTA ALTRUÍS TAS S Uma luz sobe em Ronald, que se dirige à platéia. Ele está na cama, mas não é possível realmente ver o seu seu apartamento, nem a pessoa pessoa na cama ao seu lado, lado, que parece no momento apenas apenas uma protuberância protuberância sob as cobertas.
RONALD
Eu cresci em uma casa linda& ?ai e mãe: duas crianças: trDs quartos& 8ois
carros& 'ma 4axineira& 'm jardineiro& 'm c)u extremamente azul: um azul cerleo ou cobalto& E eu não tinha id)ia de que o mundo 4osse injusto& E quando eu vi: ao crescer: o mundo como ele ): eu sonhei que eu 2oderia 4azer um lugar melhor& Onde as 2essoas vivessem vivessem em cImodos cImodos e não soleiras& não soleiras& Onde as crianças 4ossem cuidadas 2elos 2ais at) que eles não mais 2udessem: quando então: com 2razer e de bom grado: os 2ais 4ossem cuidados 2elos 4ilhos& E eu não 4azia id)ia de quanto trabalho: quanto trabalho exaustivo: trabalho avassalador: a 2onto de eu não ter nada: nada na minha vida além do além do trabalho: do ti2o ti2o de trabal trabalho ho que seria& seria& Eu não 4azia id)ia id)ia que 4azer qualqu qualquer er coisa coisa signi4 signi4ica icava va desist desistir ir de tudo& tudo& Eu não 4azia id)ia que a2art a2artame amento ntoss at) 2udesse 2udessem m ser 4eitos: 4eitos: tão pequenos quanto este& este & >as aí: como eu 2oderiaJ Eu cresci em uma linda casa com uma 2iscina e um tram2olim e um vesti(rio e toalhas lim2as: colocadas ali 2or algu)m que eu nunca via… O bom trabalho: eu descobri: ao crescer: o bom trabalho: meu 8eus: ) sim2lesmente exaustivo& ! área do palco está dividida em tr"s apartamentos. ! luz sobe no de #$dne$, claramente em uma época o mais bonito, agora despo%ado de todo seu esplendor. &á roupas descartadas penduradas em um cabideiro. #$dne$, muito c'ique em um con con%unt %unto o ros rosa do Ric' ic'ard ($ler ler, )ala )ala para para uma protu rotub berâ erância ncia na cama, ama, presumivelmente (on$ (on$.* .*
SYDNEY
+on: j( chega! Eu não agKento mais& %ocD est( me ouvindoJ %ocD 2ode
4ingir que est( dormindo: eu não me im2orto& Linja que não est( me escutando& "ua vida inteira não 2assa de 4ingimento: mesmo! +odas as suas causas! "uas caminhadas e comícios! "uas 2asseatas e 2rotestos! "uas bombas incendi(rias e cartas engajadas! M E' NO E"+O' LE.0! omo eu 2oderia estarJ P 2ara eu me deleitar com a sua condes condescen cendDn dDncia ciaJ J Eu dever deveria ia adorar adorar quando quando vocD vocD me humilh humilha a na 4rente 4rente dos seus seus amigosJ Eu odeio seus amigos& retinos& Lalastr9es e retinos: todos eles& om toda sua
tagarelagem 2olítica& %ocDs se im2ortam mais com as entradas nos seus cabelos do que com o so4rimento dos des2rivilegiados! %ocDs estão mais 2reocu2ados com o tamanho das suas barrigas do que com os sem3teto e os indigentes! %ocDs não 2assam de um bando de im2ostores! omo vocD acha que eu me sinto quando eu sou a2resentada como Qa2enasR uma atrizJ omo se o que eu 4izesse 2ara viver não trouxesse alegria 2ara o mundo! omo se o que eu )a+o 2ara )a+o 2ara viver não tornasse a vida mais su2ort(vel 2ara os mesmos des2rivilegiados com os quais vocDs 4ingem se im2ortar! H( dignidade: 2ro4unda dignidade na minha vida: no meu trabalho! >as vocDs 2re4erem 4azer esc(rnio dele& -s 2essoas -8O/-> -8O/-> NO%E.-! Eu recebo corres2ondDncia corres2ondDncia aos montes: trilh9es de cartas! Eu tenho 4ãs! Eu tenho tietes! No 2aís inteiro: todo mundo se 2reocu2a com "anta +ereza! Ela vai largar o arlos Eduardo 2elo arlos HenriqueJ Ela vai largar aquele vício terrívelJ Ela vai encontrar a sua mãe: o verdadeiro amor: ou o sentido da vida!J -s 2essoas se im2ortam comigo! Suem se im2orta com vocDs!J Eu lhe 2ergunto& Suem se im2orta com vocD! Eu não! Eu não: +on! +on! E ainda assim vocD se re4ere a mim: vocD e seu 2equeno bando de v*ndalos 2seudo3esquerdistas como Qa2enas uma atrizR: Q a2enas uma atriz de novelaR& E: isso: isso de2ois de eu deixar vocD usar minha casa 2ara suas reun reuni9 i9es es M reun reuni9 i9es es!!J Estã Estão o mais mais 2ara 2ara cho2 cho2ad ada a de grDm grDmio io estu estuda dant ntilil!! Orgi Orgias as bacanalianas com vinho barato e não3id)ias: na >0NH- casa! 0sso mesmo& >inha casa: esta ) a minha casa! Essa cama ) minha& Essas 2aredes são minhas& Esses lençTis são meus! >eu: meu: meu: meu: meu! +udo meu! %ocD não ) nada mais que um mísero 2arasitazinho com id)ias vazias: vivendo ;s custas do meu trabalho M e aí vocD me 4az sentir menor 2orque um dia: '> 80- eu tive um casaco de 2ele M E/- 8- >0NH- >E! 5em: eu 2oderia sobreviver a isso& Eu virei a outra 4ace: 2orque eu amava vocD M ou eu 2ensei que amava& -gora eu vejo que eu sT estava embriagada com o sexo& P isso que vocD 4az: vocD embebeda as 2essoas com sexo& Então eu 2odia relevar o modo nojento que vocD me tratava M 2orque vocD tem olhos lindos e o vigor de um menino de dez anos& Utimo& Utimo& Utimo& E eu 2osso relevar o 4urto& O incessante 4urto das minhas coisas 2elo seu alegre bando de 2retensos radicais& Essa era uma linda casa! Eu tinha uma casa linda! +inha um cinzeiro de ?aris& Loi3se& /oubado 2elo Vustavo: que tem de cheiro de rancho de ovelhas da -m)rica do "ul& "umiu! +inha minha coleção de 2rimeiras ediç9es: uma a uma saindo 2orta ; 4ora& +inha um arm(rio .uis W0% bem aqui! E uma mesa estilo /egDncia! E um conjunto de mesinhas de cabeceira! +'8O "'>08O! E eu sei o que vocD est( 2ensando& Eram a2enas coisas& coisas& Ela ) obcecada 2or coisas& coisas& -s coisas são donas dela& Ela ama as coisas dela coisas dela mais do que ama a si mesma& +udo bem: eram coisas… >as eram >0NH-" O0"-"! -l)m do que: talvez vocD esteja certo: talvez sejam Qa2enasR
coisas& +alvez eu não 2recise mais delas& >as a 2arte maravilhosa M vocD est( me ouvindoJ ouvindoJ M a 2arte maravilhosa maravilhosa ) que eu 2osso 2osso com2rar mais coisas! mais coisas! Eu 2osso com2rar coisas e mais coisas! Eu 2osso com2rar coisas em du2licata e tri2licata e qualquer icata que seja igual a quatro: 2orque eu trabalho! ?orque eu tenho um em2rego! Então eu deixo as coisas 2ara l(& Eu aceno adeus: em silDncio: enquanto as minhas coisas se vão da casa em bolsos estranhos e carrinhos de mão alugados& Q+chau coisasR& Suem 2recisa delasJ E quem 2recisa de vocD: +onJ Eu digo: não eu! Eu sou maior que isso& Eu deixo 2ara l(& Eu res2iro e deixo a trag)dia se esvair de mim como um vestido barato& E a bebedeira! Eu digo: QEle ) humanoR& - bebedeira constante: o roubo de dinheiro da minha bolsa 2ara a bebedeira constante: noite a2Ts noite: semana a2Ts semana& O cheiro de suor e uísque em todos os lençTis /al2h .auren que eu tenho M eu acho que não ) esse o odor que o /al2h .auren imaginou quando ele entrou 2ara o mercado de cama: mesa e banho! E' -HO S'E NO! E a es2era: as horas se estendendo ; minha 4rente: enquanto eu me entu2o e vomito e me entu2o e vomito e me entu2o e vomito es2erando uma ligação: uma 2alavra: um sinal de que vocD est( vivo: que vocD est( bDbado e tro2eçando: mas 2or aí: em algum lugar: vivo! Eu a2rendi a aceitar& aceitar& Eu a2rendi a aceitar quando vocD ligava da cama de outra mulher! QEle tem 4raquezas& Eu não sou generosa& Ela estava 2assando a mão nele&R -h: as mentiras que eu contei 2ara mim mesma& in4inita melodia de mentiras e consolaç9es& QNão ) cul2a dele:R eu disse 2ara mim mesma quando vocD ligou da casa da >Inica Xe44re ronronando descul2as em um estado de relaxamento 2Ts3coito& 2Ts3coito& NO P -8ES'-8O -8ES'-8O ?E80/ 8E"'.?8E"'.?-" " ?O/ 0NL08E.08-8E ENS'-N+O -0N8- "E E"+Y N- ->- O> - O'+/- >'.HE/! %ocD não a2rendeu nada em seus trinta e um anos neste 2lanetaJ >as eu cul2ava a ela& QEla tinha cime: ela era voraz e insaci(vel& Ela era uma devassa e deses2erada! %ocD estava con4uso e desorientado& Ela tinha seios novos! Eu 2reciso de seios novos!R -h: a ladainha demente e auto4lagelante dentro da minha cabeça& >as eu sobrevivi! Eu sobrevivi ao tele4onema da cama da nthia 5rodric e da -llison "eaver& Eu sobrevivi ; zombaria: ao esc(rnio jorrado sobre cada vestido: cada blusa: saia e terninho que eu tenho! 0sso ) um /ichard +ler: +on! /0H-/8 +7.E/! Esse terninho custa o bastante 2ara sustentar uma das suas crianças sem3teto at) a 4aculdade de medicina M mas vocD ri dele e a2onta 2orque não são jeans rasgados com manchas de vinho tinto: 2orque não ) uma camiseta es4arra2ada: encolhida e esticada: decorada com algum símbolo ou slogan 2olítico idiota! ?O/S'E NO P ?/E+O! %ocD desdenha de hanel e Vucci e -zadine -laia 2orque nada nada que que eles eles 4aze 4azem m tem tem QVa QVa ?o6e ?o6erR rR ou Q5la Q5lac c ?o6 ?o6erR erR ou Q?el Q?ele: e: "T a >inh >inhaR aR estam2ado sobre as tetas! +udo bem! Voze da minha cara! +udo bem! >e atormente! Eu
agKento! 8o mesmo modo que eu agKento as coisas maldosas que vocD 4alou 2ara a minh minha a mãe: mãe: tudo tudo bem: bem: uma uma mulh mulher er exec execr( r(ve vel:l: mas mas ela ela nunc nunca a lhe lhe 4ez 4ez mal mal algu algum! m! NENH'> ?0NVO 8E >-.! E mesmo assim vocD achou divertido dizer 2ara ela no tele4one que eu tinha sido assassinada: es4aqueada at) a morte 2ela minha amante l)sbica! %OZ P O ?/U?/0O >-.! O >-. 80"L-/[-8O 8E -.+/'\">O! Eu vejo isso agora! Na )2oca: ah: na )2oca eu atribuía isso a um senso de humor mordaz& %ocD não tem nenhum senso de humor! %OZ NO P ENV/-[-8O! E O'+/- O0"O0"- M ] ! ] ! luz cai repentinamente. ! luz sobe no apartamento de Ronald. Um estdio esquálido, c'eio de tral'a. Ronald e -ance, de cueca, estão na cama. ! camiseta de Ronald tem um pun'o do lac lac// 0o1e 0o1err esta estamp mpad ado. o. -anc -ance e está está )ing )ingin indo do toca tocarr bate bateria ria 2 3air 3air4d 4dru rumm mmin ing5 g5 2 )reneticamente. Ronald acende um cigarro.^ cigarro. ^
RONALD
Loi maravilhoso&
LANCE
%ocD 4oi maravilhoso&
RONALD
6oc" 4oi 6oc" 4oi maravilhoso&
LANCE
Não: cara! ara! ?reste atenção: cara! %ocD 4oi maravilhoso! >aravilhoso
2ra caralho&
RONALD
]7odesto.^ 7odesto.^ Não sei&
LANCE
Não: cara! %ocD 4oi: cara!
RONALD
5em: obrigado& Eu M
LANCE
%ocD tem cocaJ
RONALD
O queJ
LANCE
%ocD tem cocaJ
RONALD
Olhe na geladeira&
LANCE
O queJ
RONALD
+em oca 8iet: eu acho& Na geladeira&
LANCE
Não: cara& oca& +i2o: coca& %ocD sabe: coca& oca… oca&
RONALD
… Não&
LANCE
>erda&
RONALD
8escul2e& ]-ance ]-ance )ica tocando bateria por um tempo.^ tempo. ^
LANCE
?T de anjoJ ] ! ! luz cai. cai. 6olta a luz em #$dne$. #$dne$. Ela continua como estava. estava.^^
SYDNEY
Liquei magoada quando vocD jogou minhas 2lantas 2ela janela!J Liquei& Eu
gostava daquelas 2lantas! Eu as adorava! Eu regava e amava e cuidava delas desde que elas eram sementes! Elas eram como meus 4ilhos! >as eram: a4inal de contas: a2enas 2lantas& E: como vocD disse: vocD não acertou ningu)m: vocD não matou ningu)m quando vocD arremessou os vasos: os vasos de terracota do d)cimo quinto andar! E vocD estava bDbado ou doido de alguma subst*ncia: com2rada: sem dvida: com o dinheiro tirado da >0NH- bolsa! Então eu cedi& E' +ENHO "08O HE/U0-! "T uma heroína: uma 4igura mítica: 2oderia su2erar as broncas e os esc*ndalos M quando vocD contou 2ara todo mundo que a gente conhecia: meus amigos: minha 4amília: >E' +E/-?E'+-: com quem vocD não tinha o direito de 4alar: 2ara início de conversa M quando vocD contou 2ara todo mundo da idade de Nova 7or que eu tinha lhe 2assado sí4ilis: quando nTs dois sabemos: sabemos sem sombra de dvida: que a >aria ?ortno 2assou sí4ilis 2ara vocD naquele comício M e então vocD 2assou 2ara mim! -S'0.O NO LO0 ENV/-[-8O! Eu 4iz concess9es: 2orque de vez em quando: uma vez 2or semana: uma vez 2or mDs: de vez em nunca: vocD 4azia amor comigo e eu via 4ogos de arti4ício: eu ouvia orquestras tocando! %ocD 4azia amor comigo e eu me lembrava do início: quando nTs 4azíamos amor sem 2arar: como atletas olím2icos! Eu agKentei tudo: eu me inseri no seu mundo do East %illage: de -l2habet it: o modismo do anti3moda: dos 2rotestos e marchas e comícios: 2orque era gostoso ter vocD dentro de mim! >as agora acabou! --5O': +ON7! E' "O' "O' '>'>- ?E"" ?E""OO-!! E' +ENH +ENHO O "EN+ "EN+0> 0>EN EN+O +O"! "! E' +ENH +ENHO O '> .0>0 .0>0+E +E E E.E E.E --5O' 8E "E/ '.+/-?'.+/-?-""-8O! ""-8O! +alvez eu es2ere demais& +alvez seja isso& +alvez alvez eu este esteja ja busc buscan ando do 2er4e 2er4eiç ição ão&& Nenh Nenhum um home homem m ) 2er4 2er4ei eito to M >-" >-" -.V'N .V'N" " "O "O >E.HO/E"! E 2ara mim chega! ON+E> - NO0+E LO0 O L0>! Suando vocD se recusou a me abraçar: quando vocD murmurou algum outro nome enquanto dormia: quando vocD tentou me matar: quando vocD segurou um travesseiro no meu rosto: em uma hedionda: violenta tentativa de acabar com a minha vida: E' >E 8E0 ON+-… S'E -" O0"-" Não E"+-%-> 0N8O 5E>! ]8ai ] 8ai a luz em #$dne$. #obe a luz em Ronald e -ance, que continua a 3batucar5.^ 3batucar5. ^
RONALD
"abe: eu quero que vocD saiba que eu acho vocD muito es2ecial&
LANCE
Eu acho vocD es2ecial tamb)m: cara&
RONALD
Não: eu estou 4alando s)rio&
LANCE
Eu tamb)m estou 4alando s)rio: cara&
RONALD
>e descul2e: mas vocD termina todas as 4rases com a 2alavra QcaraRJ
LANCE
O queJ
RONALD
Sue bom&
LANCE
%ocD tem haxixe: caraJ
RONALD
?orra&
LANCE
O queJ
RONALD
Não&
LANCE
>erda&
RONALD
Eu estava dizendo que vocD ) mesmo muito es2ecial& Eu nunca tinha 4eito
amor desse jeito antes& Eu não sei se eu consigo ex2ressar meus sentimentos& Eu sou um assistente assistente social: social: não um 2oeta& Eu lido com os o2rimidos: o2rimidos: não com 2alavras& 2alavras& >as 4azer amor com vocD 4oi incrível& %ocD %ocD ) realmente um atleta& E: meu 8eus: tão lindo&
LANCE
%ocD tem alguma bebidaJ bebidaJ
RONALD
]0ensa por um instante^ instante ^ +alvez tenha sobrado alguma coisa do "eder _ M
Não: a gente colocou a sobra no sorvete& ] ! ] ! luz cai. #$dne$ volta. Ela está uma bagun+a lacrime%ante aos )rangal'os.^ )rangal'os. ^
SYDNEY
Eu es2ero que vocD não esteja magoado& Eu es2ero que eu não tenha
machucado vocD& 8e verdade& ?orque vocD ) uma luz res2landecente na minha vida& %ocD ) um 4eixe de luz: +on: que ilumina cada canto da minha vida& %ocD ) tão bom& %ocD ) um m(rtir& %ocD ) um santo: devotando sua vida a outras 2essoas& Eu não sou nada! Eu estaria 2erdida sem vocD& Eu 4icaria deses2erada& Eu sou gananciosa e vazia e sTrd sTrdid ida& a& Eu sei sei diss disso& o& Eu sei& sei& >as >as mes mesmo assi assim: m: ) verd verdad ade e que: que: ao reco recobr brar ar a consciDncia esta manhã: eu sabia que as coisas tinham que mudar& -o re2assar os eventos da nossa coabitação: eu me dei conta que eu não su2orto mais assistir tudo que eu tenho: tudo que eu sou: sou: me esca2ar 2orta ; 4ora! -cabou! -cabou tudo! Eu Eu 2reciso esca2ar! M eu quero dizer emocionalmente: entende: esta ) a minha casa M eu 2reciso me libertar!!… E aíJ… %ocD não tem nada 2ara me dizerJ %ocD não se im2orta se eu jogar 4ora tudo que nTs tivemosJ +onJ %ocD ) realmente tão indi4erente a nTs: ; existDncia de nTs: nTs: que que vocD vocD não não vai vai leva levant ntar ar um dedo dedo:: dize dizerr uma uma 2ala 2alavr vra a 2ara 2ara salv salvar ar isso issoJ… J… ]9an'ando )or+a.^ )or+a.^ %ocD ) tão odioso!! %ocD não 2assa de uma 4orça destrutiva em uma bela embalagem! P isso que vocD )! Eu me dei conta disso enquanto su4ocava sem ar debaixo do 2eso do meu travesseiro: em2urrado sobre o meu rosto 2elas suas lindas 1
“seder” = primeira noite do Pessach, a Páscoa judaica
mãos& Eu vi: em um 4lash: que vocD ) como um veneno: se in4iltrando 2ouco a 2ouco em cada es2aço dentro de mim! E' O38E03O %OZ!… >e im2eça: 2or 4avor! E' ->O %OZ!… Não: não& Lorça: 4orça: eu vou ter 4orça! Eu vou ter coragem! %ocD me trans4ormou numa viciada! Eu 2erdi tudo& >inha casa est( vazia: exceto 2or um 2ar de sa2atos velhos e um su2orte atl)tico 2endurado sobre o chuveiro! Eu 2reciso me libertar de vocD! %ocD! %ocD: que me enche de cul2a 2orque eu como carne: 2orque eu como uvas: 2ago uma 4axineira: dirijo um carro novo: 2ertenço a um sindicato: '> 80- '"E0 -"-"-O O 8E ?E.E ?E.E:: '"O '"O 5-+ 5-+O> E >-S' >-S'00-VE VE> > "E> "E> N'N N'N- "-5E "-5E/ / E7 :UE 0;RR! E-! <;= (E#(!>!: (E#(!>! : ?O/S'E E' VO"+O >-0" 8E +0>E" "S'-/E: 9;#(; 7!=#: 7!=#: ?O/S'E E' >E "0N+O >-0" "EV'/-: -VO/- S'E O" -LE+`E" E ?'+-" E "E> +E+O LO/-> .E%-8O" ?-/- .ONVE 8E .Y!! E' %O'! +ON7! E' %O' >E .05E/+-/ 8E %OZ!! ]Ela ] Ela tira um rev?lver da bolsa.^ bolsa. ^ >e im2eça& 'ma 2alavra& 'm gesto! O mais ín4imo movimento e eu me derreto nos seus braços! Eu 2erdIo vocD! Xuro! NTs 2odemos voltar ao que nTs es2er(vamos que a nossa relação seria: antes de ela se tornar o que ela )! >E 80V- S'E %OZ >E ->-!!! ]&á ] &á uma longa pausa. @ão obtendo nen'uma resposta, ela atira tr"s vezes em 3(on$5, então deiAa o rev?lver cair no c'ão. ^ >erda& ]>epois ]>epois de um instante de 'orror, ela )oge da cena, pausando para arrumar o cabelo no espel'o do cabideiro do 'all. 8ai a luz em #$dne$. 6olta a luz em Ronald e -ance. -ance ainda está 3batucando5.^ 3batucando5. ^
RONALD
Eu estava dizendo: .ance…
LANCE
hnJ
RONALD
Não 4aça isso M ]-ance ] -ance pára de tocar bateria.^ bateria. ^ %ocD ) realmente uma d(diva&
'ma coisa maravilhosa ti2o d(diva& Eu não sei que 4orça cTsmica me levou at) aquele bar ontem ; noite& Eu nunca tinha ido ;quele bar& Eu não vou a bares& Eu não vou a lugar nenhum& Eu não saio de casa& Eu não saio do quarto& "ocialmente: na verdade& >as ontem ; noite: teve uma enchente M a 2rivada entu2iu 2orque o 2essoal do andar de cima deu descarga em um moleton no banheiro deles& - minha 2rivada entu2iu e eu saí& Eu tinha que ir: vocD est( me entendendoJ Eu nem sabia que aquele bar era ga& Eu não tinha a mínima id)ia& Eu su2onho que com aquele nome: algumas 2essoas 2oderiam ter 2ercebido 3 %arão 3 mas eu não tinha a mínima id)ia& E quando eu olhei do outro lado do salão e vi vocD l(: sentado no bar: tocando a sua bateria: como um maníaco alo2rado e delirante: eu sabia que o destino tinha me trazido ali: o destino me levou ;quele bar e 2ara dentro dos seus olhos e seus braços M e seu coração: eu es2ero&
LANCE
](ocando bateria de novo.^ novo. ^ laro&
RONALD
?orque vocD est( no meu coração& Eu es2ero que vocD acredite em mim& Eu
não amo ningu)m h( muito tem2o& Eu não estive com ningu)m: me 2arece: desde quando os continentes eram um sT& Eu não dei meu coração a uma alma viva& %ocD ) lindo& Suanto vocD 2esaJ %ocD sabeJ
LANCE
"ei l(&
RONALD
Não im2orta& %ocD ) 2er4eito& %ocD tem os olhos mais lindos& Eu j( disse
issoJ Sue cor ) essaJ omo vocD chama essa corJ
LANCE
-zul&
RONALD
Q-zulR& Q-zulR& P 2oesia& P uma melodia& E quando eu olhei dentro deles: do
outro lado de um mar de a4etados desgostosos M
LANCE
O queJ
RONALD
8e gas&
LANCE
-h&
RONALD
Suando nossos olhos se encontraram: eu sabia que minha vida estava em
uma encruzilhada& Eu sabia que algo maior que vocD e eu e 8eus estava em ação& E então ontem ; noite: quando nTs 4izemos amor: eu descobri que eu estava certo& O que eu estou tentando dizer M
LANCE
]0ára de tocar bateria.^ bateria. ^ P: 2orra: cara: o que que vocD est( dizendoJ
RONALD
O que eu estou tentando dizer ) que: eu sei que ) irracional: mas eu tenho
sentimentos 2or vocD& "entimentos verdadeiros& Não sentimentos imaginados& Suer dizer: eu sei que 4oi r(2ido: mas h( realmente algum cronograma 2ara esse ti2o de coisaJ O que eu estou lhe dizendo ) que: eu acredito: não ria: eu acredito que eu amo vocD& Eu acredito… que eu me a2aixonei 2or vocD&
LANCE
… 'au&
RONALD
P verdade&
LANCE
"em sacanagemJ
RONALD
"em&
LANCE
.egal&
RONALD
Eu quero 4icar na cama com vocD 2ara sem2re& Eu quero envelhecer nessa
cama: nesses lençTis: nessa cueca&
LANCE
5em M
RONALD
?orra& Sue horas sãoJ
LANCE
"ei l(&
RONALD
8eve ser meio dia& Eu tenho que ir M X( sei! %enha comigo! Lique comigo&
?asse o dia comigo!
LANCE
O queJ
RONALD
Eu tenho que ir 2ara a 2raça& Eles vão estar es2erando&
LANCE
SuemJ
RONALD
NTs vamos nos unir e lutar 2elo que ) nosso& -s classes des2rivilegiadas se
erguendo: aquecendo os msculos& O mundo est( cheio de Tdio e violDncia! E ) nossa 4unção: .ance: nosso dever baixar a 2orrada at) acabar com isso! Laça 2arte disso& %enha comigo: .ance&
LANCE
5em: eu 2oderia: mas…
RONALD
O queJ
LANCE
-ntes: vocD tem que me 2agar 2agar 2ela noite de ontem&
RONALD
omo )J ] ! ! luz cai. #obe a luz no apartamento de 6ivian, um estdio,
bagu bagun+ n+ad ado o e decr decrép épito ito,, c'ei c'eio o de entu entul' l'os os su%o su%oss 2 'á um nic nico o m?ve m?vell lind lindoB oB uma uma cabeceira estilo Reg"ncia, eAtremamente deslocada. 6ivian está em pé, )alando com uma protuberância na cama, (on$. on$. Ela está usando %eans pretos, cortados logo abaiAo do %oel'o, e uma camiseta com os dizeres 3CeDre &ere CeDre :ueer 9et Used to =t5 F38'eguei #ou 9a$ E >aí5G. Ela é quase sempre estridente.^ estridente. ^
VIVIAN
.evanta! ](on$ ](on$ se vira e geme.^ geme. ^ .evanta: levanta: levanta: le3van3ta!
]Ele surge, grogue, de debaiAo de um edredom.^ edredom.^
TONY VIVIAN TONY VIVIAN TONY VIVIAN
Sue horas sãoJ Não sei: meio dia& Eu quero dormir& 8ez& 8uas& Suatro& Eu não sei que horas são& >e deixe dormir& - gente tem que ir 2ara a 2raça& O que h( com vocDJ Eles estão
contando comigo& Eu vou levar as bombas incendi(rias&
TONY
HeinJ
VIVIAN
Eles estão nos es2erando& M bombas incendi(riasJ Eu disse bombas
incendi(riasJ Hoje ) bomba incendi(ria ou bomba de mau cheiroJ Sue dia ) hojeJ
TONY
8omingo&
VIVIAN
] !gora !gora decisiva.^ decisiva. ^ 5ombas de mau cheiro& 5ombas incendi(rias M não
im2orta& .evante!
TONY VIVIAN TONY VIVIAN
Lale mais baixo& .evanta: levanta: levanta: levanta! 8ez minutinhos& %ocD não 2ode 4icar aqui: vocD não 2ode estar aqui! E se a -udre
entrarJ!
TONY VIVIAN TONY VIVIAN
]-ibidinoso.^ -ibidinoso.^ E se ela entrar: 8ocinhoJ Não me chame de 8ocinho& E se ela entrarJ "e ela ela entr entrar arJ J Ela Ela mata mata vocD vocD&& Eu quer quero o dize dizerr liter literal alme ment nte& e& Ela Ela
agarraria vocD numa chave de braço e torceria o seu 2escoço que nem uma galinha& M Essa calça est( boaJ
TONY VIVIAN
Ela torceria o meu 2escoçoJ Ela consegue levantar _@F quilos em su2ino: e _F em arremesso&
Não Não se deve deve mex mexer com com a -udre udre& Não Não 4ode 4ode com com ela& ela& Ela Ela ) en4u en4ure reci cida da&& Ela Ela ) tem2eramental& Ela ) 4ichada&
TONY VIVIAN
>inha cabeça est( doendo& 8o queJ Eu estava l(& O que que vocD 4ezJ Lumou uma maconha:
tomou umas trDs: quatro: cinco garra4as de vinhoJ 8eus do c)u: O" HO>EN" "O 'N" L/-O"!
TONY
>inha cabeça est( estilhaçada& +em 2edaços da minha cabeça 2or todo o
chão&
VIVIAN TONY VIVIAN
Essa calça 4icou boaJ Licou Ttima& Elas iam at) o 2) semana 2assada&
TONY
PJ
VIVIAN
Os ratos roeram at) virar bermuda& ] ! ] ! luz cai. 6olta a luz em Ronald,
Ele e -ance permanecem como estavam.^ estavam. ^
RONALD
?agar vocDJ
LANCE
P&
RONALD
?agar vocDJ
LANCE
P&
RONALD
?agar vocDJ
LANCE
P& ]8ai 8ai a luz luz dele deles. s. 6olt 6olta a em 6ivi 6ivian an.. Ela Ela e (on$ perm perman anec ecem em como como
estavam.^ estavam.^
TONY VIVIAN TONY VIVIAN
?or 4avor: 2are de berrar& Eu não 4alei nada& -i meu 8eus& >as vocD tem que ir embora! - gente tinha que se concentrar ; uma:
ou duas ou trDs e meia&
TONY VIVIAN TONY VIVIAN TONY VIVIAN TONY VIVIAN
?ara o queJ O queJ "e concentrar 2ara o queJ O comício! Sue comícioJ Na ?raça +om2ins& P domingo: não )& %ocD disse que ) domingo& -h: o comício& P im2ortante! -s 2essoas estão contando conosco& O Vustavo vai
levar as 4aixas& Eu vou levar as bombas incendi(rias& Ou bombas de mau cheiro: sei l(& -s duas&
TONY VIVIAN TONY
Est( bem: est( bem& Eu queria me lembrar& /e4resque minha memTria&
VIVIAN TONY
8o queJ P 2elo queJ
VIVIAN TONY
O queJ O comícioJ P 2elo queJ ]Eles ] Eles se entreol'am por um longo instante.^ instante. ^
VIVIAN
]=rritada.^ =rritada.^ Eu j( vou lembrar! ]8ai ] 8ai a luz deles. Ronald retorna.^ retorna. ^
RONALD
?agar vocDJ
LANCE
O que vocD achouJ
RONALD
Eu achei que a gente se conheceu& Eu achei que nTs 2assamos 2elos
2assos da dança que todos os amantes 2assam& Eu achei que vocD gostasse de mim& Eu achei que vocD tivesse carinho 2or mim& Eu tenho carinho 2or vocD: vocD não tem carinho 2or mimJ >e diga& "eja honesto& Eu agKento& Não 2ou2e meus sentimentos&
LANCE
5em M
RONALD
>e diga que vocD me ama! Não me diga que eu não sou nada 2ara vocD! Eu
morro! %ocD est( ouvindo!J O que que eu tenhoJ Eu sou tão solit(rio 2ara caralho! E 4ico sentado em um cubículo o dia inteiro: 2reenchendo 4ormul(rios: olhando 2ara um quadro de cortiça& 8evotar a 2rT2ria vida aos outros ) tão de2rimente! ?or 4avor: me diga que eu sou es2ecial 2ara vocD!
LANCE
laro: cara& %ocD ) es2ecial&
RONALD
Vraças a 8eus! Vraças a 8eus que vocD disse isso! %ocD 2oderia ter me
matado& 'ma 2alavra indi4erente de vocD me mataria! 'm coment(rio mordaz seria uma bala na minha cabeça!
LANCE
Não 2ire&
RONALD
]6ibrando.^ 6ibrando.^ %ocD se im2orta comigo&
LANCE
laro: Ttimo& Sue seja&
RONALD
]7ais vibrante.^ vibrante.^ E vocD ) michD!
LANCE
P: e daíJ
RONALD
'ma criança sem rumo& 'ma alma 2erdida: uma 4olha morta 4lutuando rio
abaixo! %ocD 4oi enviado 2ara mim: ) obvio& O destino trouxe vocD 2ara os meus braços 2ara que eu 2udesse ajudar vocD: salvar vocD& %ocD ) minha vocação em carne e osso! 8eixe3me ajudar vocD& onte3me sua histTria&
LANCE
5em: eu nasci em >ontana: mas minha m inha mãe M
RONALD
0sto ) tão emocionante! Eu adoro 2rojetos! Eu adoro seu cabelo e seus olhos
e sua 2ele com gosto de suor M eu vou 2uxar vocD 2ara a vida: sem a 2a2elada burocr(tica& Lique comigo!
LANCE
5em: eu devia ligar 2ara o Navalhada…
RONALD
NavalhadaJ
LANCE
>eu ca4etão&
RONALD
Entendo& ]8ai ]8ai a luz deles. 6olta a de 6ivian. (on$ está colocando uma
camiseta com os dizeres 36á se )oder, HHHHHHHHHHH5 2 insira o nome do atual pre)eito de @ova Ior/.^ Ior/.^
VIVIAN TONY
/(2ido: r(2ido: r(2ido: r(2ido! ]Em tom uni)orme, sem se meAer.^ meAer.^ Eu estou r(2ido&
VIVIAN
%ocD não tem id)ia do que a -udre ) ca2az& Ela ) louca& NTs
est(vamos em +ijuana no inverno 2assado e ela 4urou os olhos de um homem sT 2orque ele olhou 2ara mim!
TONY
%ocD est( 4alando s)rioJ
VIVIAN TONY
Os dois olhos! om dardos& - mira dela ) es2antosa! Ele olhou 2ara vocDJ
VIVIAN
5em: durante o sexo& NTs est(vamos est(vamos 4azendo 4azendo sexo& O homem homem e eu:
não a -udre e eu&
TONY VIVIAN
%ocD %ocD ) uma l)sbica muito m(& Eu não lembro o nome dele& -cho que começava com .& .a6renceJ
.arrJ .esterJ >erda&
TONY
Ela 4urou os olhos dele com dardosJ
VIVIAN
NTs est(vamos em um bar&
TONY
Ela jogou um de cada vez ou os dois ao mesmo tem2oJ
VIVIAN
.eonardJ .elandJ omo eraJ >erda& 0sso vai me enlouquecer! ] ! ] ! luz
cai. 6olta a de Ronald. Ele e -ance permanecem como estavam.^ estavam. ^
RONALD
E ele bate em vocDJ
LANCE
Eu mereço&
RONALD
Ningu)m merece a2anhar!
LANCE
Eu mereço& Eu roubo dele ;s vezes& E eu encho o 2T dele de merda&
RONALD
-i: seu 2obre cordeirinho desam2arado! %ocD %ocD 2recisa de mim! Eu 2reciso de
vocD! Eu 2reciso de contato: contato humano& -ssistDncia social não 2assa de 2a2elada e tele4onemas: Q:uantas Q:uantas crianças crianças mais: "enhora XuarezJ E o 2ai est( ondeJR ondeJR NTs teremos uma vida maravilhosa juntos! 8eixe3me mostrar a cidade 2ara vocD&
LANCE
Eu vivo nas ruas&
RONALD
Eu vou lhe mostrar os lugares cobertos! cobertos!
LANCE
%ocD tem que 2agar&
RONALD
] !p?s !p?s um instante de debate interior.^ interior. ^ Est( bem& Eu não estou o4endido& Eu
com2reendo& "ua identidade: seu valor 2rT2rio: tudo de2ende da troca de ca2ital& P sT isso que vocD conheceu& Eu entendo vocD: .ance& Eu amo vocD& SuantoJ
LANCE
5em: trezentos dTlares 2ela noite de ontemM
RONALD
+udo bem&
LANCE
E mais trezentos 2ela hora&
RONALD
+udo bem&
LANCE
"e vocD quiser que eu 4ique&
RONALD
Eu quero&
LANCE
.egal& ]Ronald ]Ronald eAamina a carteira.^ carteira. ^
RONALD
%ocD aceita chequeJ
LANCE
+em /VJ ]8ai ]8ai a luz dele. ! luz sobe no apartamento de #$dne$ por um
instante. @ão 'á nen'uma atividade. ! protuberância ainda está lá. ! luz cai. ! luz sobe no apartamento de 6ivian. (on$ está procurando as pr?prias cal+as.^ cal+as. ^
VIVIAN TONY VIVIAN TONY VIVIAN
.eanderJ .ionelJ >erda: merda: merda& .arga disso& Não ) isso& ]Ele ] Ele ac'a um copo de ca)é para viagem no c'ão.^ c'ão. ^ Não: eu quero dizer: larga disso& M 0sso ) de quandoJ Estava aqui quando eu me mudei&
TONY
Suando 4oi issoJ
VIVIAN TONY
H( trDs anos& ]Ele ]Ele engole o ca)é.^ ca)é. ^ /(2ido! ]Jogando o copo.^ copo. ^ Eu estou me sentindo como eu mesmo de novo!
VIVIAN
- multidão multidão vai estar se juntando& O 2ovo vai vai estar 2ronto 2ara levantar
a 2rT2ria voz em 2rotesto& +O>-/ NO ': "E'" ?O/O"!
TONY
P 2elo queJ ]Ele ]Ele encontra as cal+as, %eans pretos, claro, e veste4as.^ veste4as.^
VIVIAN
… Ocu2ação ilegal! P isso! NTs estamos a2oiando os ocu2antes
ilegai ilegais! s! Eles Eles estão estão 2rende 2rendend ndo o os invaso invasores res!! -queles queles 2orcos 2orcos!! Nazist Nazistas as 2re2ot 2re2otent entes es 4ascistas! a2turando todos eles! Ex2ulsando! Eles tDm o direito de viver! Eles 2recisam dormir e comer e res2irar! Eles são 2essoas! 8e2ressa! Os invasores 2recisam da gente! +O>-/ NO ': ?/ELE0+O! +O>-/ NO ': ?/ELE0+'/-! +O>-/ NO ': ?O.\0-! +O>+O>-/ / NO ': ': E"U E"U/0 /0- 7'??7 '??7 O O> > "E'" "E'" /E"+ /E"+-'/-N '/-N+E +E" " L/-N L/-NE E"E "E" " E ?/E[O" 8E 0>U%E0" E - 5-57 V-? E L0.>E" 8E NO%E 8U.-/E" E "+-/5'"! +O>-/ NO ': -??'0NO E L/-??'0NO E >OH-0NO! +O>-/ NO ': 5-N-N- /E?'5.0 /E?'5.0 E ?O++E/7 5-/N!! +O>-/ NO ': X& /E E O" 0NE?.EWE" E - /E'/5-N0-[O E S'E ?O//- S'E E.E" ?EN"-> S'E "O EW?.O/-N8O +/-5-.H-8O/E" 8O +E/E0/O >'N8O - "-.Y/0O"3E"/-%O" ?-/- ?-""E-/ O> "E'" 5E5Z" E> -//0NHO" 8E -""EN+O" >.+0?.O"!!
TONY
Ocu2ação ilegal 4oi na semana 2assada&
VIVIAN TONY VIVIAN
P mesmoJ P& >erda&
TONY
]8olocando os sapatos, botas >oc 7artens, é claro. ^ Esse ) 2araJ
VIVIAN
]>ando soco no ar.^ ar.^ .05E/+E> NE."ON >-N8E.-!!
TONY VIVIAN
Ele est( livre& O queJ
TONY
O Nelson >andela est( livre&
VIVIAN
8esde quandoJ
TONY
H( muito tem2o&
VIVIAN
>eu 8eus! %ocD se distrai 2or um minuto: uma 2orra de um minuto: e
eles libertam o Nelson >andela!
TONY
Então hoje )…J
VIVIAN TONY
Eu não lembro!! >eus 2)s estão doendo onde vocD me mordeu&
VIVIAN TONY
O" HO>EN" "O 'N" 5E5Z" HO/`E"! Eu não vou andar& Eu não vou carregar toda essa merda& Eu carrego
bombas incendi(rias ou bombas de mau cheiro: mas eu me recuso a carregar as duas&
VIVIAN TONY VIVIAN
- gente gente 2ega um t(xi& %ocD %ocD tem dinheiroJ dinheiroJ %ocD temJ - -udre -udre não deixa& Ela diz que não se 2ode con4iar em mim& Ela diz
que eu 2erco o dinheiro& Ela diz que eu não consigo lembrar… o que eu estava 4alandoJ
TONY
%ocD não tem nenhum dinheiroJ
VIVIAN TONY
Não& %amos de carro&
VIVIAN TONY
%ocD tem carroJ - gente 2ode 2ode ir com o da "dne& Eu 2ego 2ego o carro: trago aqui e a gente bota
tudo no 2orta3malas&
VIVIAN
O tem2o que vai levar 2ara vocD andar at) a casa dela: a gente 2odia ir
andando at) o comício&
TONY
om essa tralha todaJ!
VIVIAN
Est( bem& %ocD vai& Eu es2ero aqui 2ara se o Vustavo ligar& ] (on$
anda, obviamente sentindo dor, até a porta. ^
TONY
%ocD morde com 4orça&
VIVIAN
O" HO>EN" "O 'N" L/O'WO"!! Lracos! 'ns 4rouxos34racos3
semi3retardados: o2ressores! M +oma ] Ela l'e entrega uma lata de spra$ vermel'o. ^ ?ara se vocD 2assar 2or um casaco de 2ele no caminho&
TONY
erto&
VIVIAN
Lique de olho na Xoan /ivers& ]Ele ] Ele sai. ! luz deles cai. #obe de novo
a luz em Ronald. Ronald e -ance estão colocando %eans pretos e botas >oc 7artens. ^
RONALD
H( quanto tem2o o Navalhada M era esse o nome dele: n)J
LANCE
P&
RONALD
H( quanto tem2o o Navalhada vem ex2lorando vocDJ
LANCE
Ex2lorandoJ
RONALD
E o2rimindo vocD com as algemas 4inanceiras dele&
LANCE
-h: a gente não 4az essa 2orra: cara& - gente não brinca desse ti2o de jogo&
Suer dizer: uma vez a gente tomou muita heroína e ele me amarrou: mas 4oi sT daquela vez&
RONALD
-i meu 8eus&
LANCE
Loi legal&
RONALD
>eu 2obre anjo desencaminhado! desencaminhado!
LANCE
%ocD %ocD j( 4oi amarrado alguma vezJ
RONALD
8eus: não&
LANCE
P legal&
RONALD
%ocD ama o seu algoz! 0sso ) tão triste& 0sso ) tão tí2ico& %ocD tem que
deix(3lo: o Navalhada : eu quero dizer&
LANCE
Eu sei l( cara& Eu devo a ele 2ra caramba& Ele me deu uma 4aca do caralho
de Natal ano 2assado& Era 2reta com uma caveira no cabo& E no meu anivers(rio: uma an4etamina 4ant(stica do caralho&
RONALD
Sue amor M mas con4ie em mim& "ua vida vai se esgotar& "ua juventude vai
descer 2elo ralo& "e a4aste dele& "e a4aste dele agora!
LANCE
E ir 2ara onde: caraJ
RONALD
?ara c(&
LANCE
O queJ
RONALD
Lique aqui&
LANCE
%ocD vai ser meu ca4etãoJ
RONALD
Não ) isso que M
LANCE
Eu não trabalho segundas e 4eriados&
RONALD
Não: não: não& 0sso tudo 4icou 2ara tr(s& >ore aqui& omigo& Eu ajudo vocD&
Eu 2osso& Eu vou garantir que vocD termine a escola M vocD terminou a escolaJ
LANCE
Não&
RONALD
Eu vou garantir que vocD termine&
LANCE
Escola ) uma merda&
RONALD
%ocD %ocD diz isso agora: mas vocD vai ver: ) o seu bilhete 2ara o 4uturo&
LANCE
Eles me ex2ulsaram 2or causa de uma briga de 4aca na quadra da escola&
RONALD
Eu vou cuidar de vocD e sustentar vocD e educar vocD& Eu vou garantir que
vocD esteja seguro e 4eliz e que vocD encontre alguma coisa: alguma coisa 2ara coisa 2ara 4azer com a sua vida que 2reencha vocD de maneiras que vocD nem imagina&
LANCE
%ocD quer dizer morar aquiJ aquiJ
RONALD
P&
LANCE
%ocD %ocD quer dizer: ti2o: eu vou ter meu 2rT2rio endereço&
RONALD
P&
LANCE
E uma 2rateleira na geladeiraJ
RONALD
P&
LANCE
E uma caixa debaixo da cama 2ara eu guardar meu cracJ
RONALD
]7enos resoluto.^ resoluto.^ +udo bem&
LANCE
%ocD %ocD ) legal demais: cara&
RONALD
] K K la -ance.^ -ance.^ Não& Não: cara& %ocD ) legal demais&
LANCE
E se eu encher o seu sacoJ
RONALD
%ocD não vai encher&
LANCE
?ode ser que sim&
RONALD
Eu saio 2ara dar uma volta&
LANCE
E se vocD encher o meu saco&
RONALD
Eu mudo& ]#imples, ]#imples, verdadeiro. Ele acaricia o cabelo dele.^ dele. ^ ?reste atenção&
?reste atenção: .ance: eu estou 4alando s)rio& Eu quero ser seu amante& Eu quero ser
mais do que isso& Eu quero ser seu irmão e seu ajudante& Eu sei que sua vida tem sido di4ícil: mas vai ser mais 4(cil agora& -gora nTs somos dois& Eu quero que vocD se sinta seguro aqui& Essa ser( a nossa casa M não minha: não sua& Nossa& Eu estava começando a me 2reocu2ar que eu 4icaria sozinho 2ara sem2re& Eu estou tão 4eliz& Eu estou tão 2ro4undamente 4eliz: que eu encontrei vocD… Eu amo vocD&
LANCE
]#implesmente.^ ]Eles se bei%am, docemente. &á uma batida na #implesmente.^ Então: t(& ]Eles
porta. Ronald abre, revelando revelando a #$dne$. #$dne$.^
SYDNEY
/onald!
RONALD
"dneJ ] ! ! luz lu z cai no apartamento de Ronald. #obe a luz no apartamento
de #$dne$. (on$ se dirige à protuberância na cama. ^
TONY
"dne: eu vou 2egar o carro& ]] ! ! luz cai no apartamento de #$dne$ e
retorna no de Ronald.^ Ronald. ^
RONALD
"dne! O que vocD M
SYDNEY
Eu 2rec 2recis iso o 4ala 4alarr com com vocD vocD!! %ocD tem tem que que me ajud ajudar ar&& %ocD tem tem um
2assa2orte 4alsoJ
LANCE
Eu tenho&
SYDNEY
Suem ) vocDJ
RONALD
.ance: essa ) minha irmã: "dne& "dne: esse ) o .ance&
SYDNEY
?razer&
LANCE
%ocD me 2arece 4amiliar&
SYDNEY
]8om )alsa modéstia.^ modéstia.^ 8e "anta +ereza&
LANCE
"anta +ereza +ereza não tem mar& Eu nasci l(&
SYDNEY
P um nome! P o nome do meu 2ersonagem! E o nome do 2rograma!
LANCE
8escul2e&
SYDNEY
Eu estou tão cansada dessa 2ergunta!
LANCE
Eu me lembro agora& Eu j( vi esse 2rograma& P da lata&
SYDNEY
?erdãoJ
LANCE
P da lata&
SYDNEY
O queJ
LANCE
8a lata&
SYDNEY
O queJ
LANCE
8a lata&
SYDNEY
O queJ
RONALD
](raduzindo.^ (raduzindo.^ 5om&
SYDNEY
Obrigada&
LANCE
+em +em um baseadoJ
SYDNEY
-qui& ]Ela ]Ela tira um baseado da bolsa e dá para ele.^ ele. ^
LANCE
Obrigado&
RONALD
O que vocD est( 4azendo aquiJ %ocD vai 2ara o comícioJ
SYDNEY
8eus: não& 8eus me de4enda& >anchas de grama e estragos do sol e
2essoas de gDnero indiscriminado cheirando a suor& M Eu 2reciso de ajuda! Eu estou 4errada& 8e verdade& 0sso ) muito s)rio!
RONALD
O que 4oiJ
SYDNEY
Eu 2osso 4alar com vocD em 2articularJ
RONALD
O .ance ) meu 2arceiro agora& NTs com2artilhamos tudo& Eu não escondo
nada&
LANCE
] !cendendo.^ !cendendo.^ Esse ) do bom: cara&
SYDNEY
Hmmm&
LANCE
P bolado&
SYDNEY
O queJ
LANCE
5olado&
SYDNEY
O queJ
LANCE
5olado&
SYDNEY
O queJ
RONALD
](raduzindo.^ (raduzindo.^ 8a lata&
SYDNEY
-h&
RONALD
NTs somos 2arceiros vitalícios& Eu o encontrei: 2erdido e sozinho: notas
4ortuitas: sem nenhuma ordem M
SYDNEY
]#abendo muito bem.^ bem. ^ Ele ) 2rostitutoJ
RONALD
Era!
SYDNEY
-i: meu 8eus: /onald& 8e novo: novo: não&
LANCE
8e novoJ
SYDNEY
%ocD sem2re 4az isso&
RONALD
Eu não sei do que ela est( 4alando& Eu não sei do que vocD est( 4alando& Eu
nunca 2aguei 2or sexo na minha vida& Eu nunca estive com um 2ro4issional&
SYDNEY
Não& >as vocD extra2ola& %ocD sem2re extra2ola& Suer dizer: se vocD gosta
de um michD: 2elo amor de 8eus: dD um relTgio 2ara ele: como todo mundo 4az&
RONALD
Eu não gosto dele! gosto dele!
LANCE
O queJ
RONALD
Eu o amo!
SYDNEY
omo vocD amava aquela garota do terceiro mundo que vocD arranjou na
+%J
LANCE
%ocD arranjou uma garota na +%J
SYDNEY
P&
LANCE
.egal&
RONALD
Eu não -//-NXE0 uma garota! Eu 2atrocinei uma garota M uma garotinha
etío2e& Eu tinha doze anos& Ela tinha seis& Ela era um encanto M
LANCE
.egal&
RONALD
%ocD recebe uma 4oto& Enormes olhos castanhos: tristes de 2artir o coração!
Ela era bonitinha e 2equenininha: com o rosto todo lambuzado de terra& E 2or menos que o valor de um co2o de ca4) 2or dia M
SYDNEY
Ele tinha doze anos& Ele mandou cada centavo que ele tinha! Ele mandou a
mesada dele M não 4oi o bastante: então ele arranjou um em2rego&
RONALD isso!
-lgu)m tem que ajudar aquelas 2essoas& E eu tenho orgulho de ter 4eito
SYDNEY
Ele varria cabelo numa barbearia: de2ois da aula& Ele mandou esse dinheiro
2ara ela! 0""O não 4oi o bastante: ele arranjou um segundo em2rego! 'm terceiro em2rego! 'm quarto e um quinto em2rego! -t) que ele teve que ser hos2italizado 2or exaustão!
RONALD
Loi mononucleose!
SYDNEY
Loi exaustão! E aí: l( no hos2ital: vocD conheceu outras 2essoas que tinham
adotado crianças na +% M e vocDs todos com2araram 4otos! .embra dissoJ!
RONALD
Não! Não: eu não lembro! Eu não lembro de nada disso!
SYDNEY
%ocDs todos com2araram 4otos: eu lembro! %ocDs todos com2araram 4otos e
elas elas eram eram +O8+O8-" " 0V'0V'-0" 0"!! %OZ %OZ" " +O8O +O8O" " -8O 8O+ +-/-> /-> - >E"> >E">- ?O// ?O//- 8E /0-N[- 8O +E/E0/O >'N8O!
RONALD
Eu 2re4iro acreditar que elas eram 2arecidas! -2enas -2enas 2arecidas!
SYDNEY
Elas eram a mesma! Era um gol2e!
LANCE
]Entretido&^ Entretido&^ Loderam vocD: cara!
SYDNEY
Em algum lugar no terceiro mundo tem uma garotinha escandalosamente
rica com enormes e tristes olhos castanhos!
RONALD
%ocD %ocD invadiu a minha casa sT 2ara me ridicularizarJ
SYDNEY
>eu 8eus! Eu esqueci! Eu 4iz uma coisa horrível! Eu estou 4alando s)rio& P
um caso de vida ou morte!
RONALD
O que aconteceuJ
SYDNEY
]7entindo.^ 7entindo.^ Eu estou me sentindo 4raca& ] 0ara -ance. -ance.^^ %ocD iria at) a
esquina com2rar uma banana 2ra mim& Eu tenho hi2oglicemia&
LANCE
?ode ser&
RONALD
NTs temos banana&
SYDNEY
Eu 4alei bananaJ Eu quis dizer mangaJ
RONALD
NTs temos manga&
SYDNEY
-bacaxi&
RONALD
+em&
SYDNEY
?DraJ
RONALD
+em&
SYDNEY
Voiaba! Eu 2reciso de uma goiaba!
RONALD
Est( bem& Est( bem& +raga goiabas 2ara "ua >ajestade&
SYDNEY
Eu tenho hi2oglicemia&
LANCE
%ocD j( disse isso&
RONALD
Não tem nada&
LANCE
"eja l( o que 4or isso aí&
SYDNEY
]0ara Ronald.^ Ronald.^ %ocD não sabe! ]0ara ] 0ara -ance.^ -ance.^ +ome& +ome aqui vinte dTlares&
"eja um anjinho e me traga uma goiaba& ]-ance ] -ance pega o din'eiro.^ din'eiro. ^
RONALD
]>etendo4o.^ >etendo4o.^ %ocD vai voltar: não vaiJ
LANCE
%ai se 4oder: cara! %ai se 4oder! %ocD est( querendo me insultar!J
RONALD
Não&
LANCE
%ocD %ocD acha que eu roubaria esses vinte dTlares de merdaJ!
RONALD
>e descul2e M
LANCE
Eu tenho 2rincí2ios! Suer dizer: eu comeria o cu dela 2or cem: mas eu não
roubaria 2orra nenhuma dela& ]-ance ] -ance sai.^ sai.^
RONALD
Eu estou tonto de 2aixão!
SYDNEY
]#atis)eita.^ #atis)eita.^ 5om: esse aí vocD nunca mais vai ver&
RONALD
%ocD %ocD ) tão cínica& O .ance ) uma graça de garoto! 'm triste anjo caído&
SYDNEY
?or 4avor& Ele nem 4ala a nossa língua&
RONALD
- língua língua ) uma coisa mut(vel: mut(vel: em eterna evolução!
SYDNEY
%ocD est( 2agando ele: não est(J
RONALD
?or que vocD nunca 2ode me a2oiarJ %ocD jamais gostou de ningu)m que
eu amei!
SYDNEY
?orque eu sou sã& ?orque eu tenho 2adr9es& ?orque vocD se a2aixona:
sem2re: sem2re: 2elo ti2o mais baixo de escTria humana&
RONALD
EscTriaJ!
SYDNEY
-ssassinos e detentos: detentos: viciados e 2rostitutos!
RONALD
"ão 2essoas como eu e vocD M vocD não ) ningu)m 2ara julgar& Eu tudo
sobre vocD& Eu sei mais do que vocD imagina& Eu sei que vocD toma rem)dio 2ara dormir e rem)dio 2ara emagrecer e rem)dio 2ara acordar M
SYDNEY
Eles tDm receita!
RONALD
/em)dio 2ara se acalmar M
SYDNEY
- >-0O/0>-0O/0- tem tem receita!
RONALD
omo vocD ousa vir aqui M eu não tenho direito a alguma 4elicidade& O .ance
) tudo 2ara mim! %ocD não tem nenhum direito de invadir a minha casa e sair julgando! %( embora!
SYDNEY
Est( bem! Est( bem! Eu me 2reocu2o com vocD! %ocD ) meu irmão! >as se
vocD não est( dis2osto a aceitar a mínima crítica: então eu não tenho 2orque 4icar aqui! Eu tentei de tudo com vocD! Eu realmente tentei! Eu amo vocD: /onald! >as não sou eu que estou julgando vocD M ) o contr(rio! E eu não agKento mais os olhares acusadores e a hostilidade constante! 8esde que nTs )ramos crianças: vocD se acha su2erior a mim! 5em: j( chega! Eu não agKento mais! -deus: /onald!
RONALD
-deus: "dne! ] Ela come+a a sair en)urecida 2 mas se vira no ltimo
instante.^ instante.^
SYDNEY
>erda& Eu quase esqueci&
RONALD
]=rritado.^ =rritado.^ O queJ
SYDNEY
Eu matei o +on& ]8ai ] 8ai a luz. ! luz sobe no apartamento de #$dne$, onde
(on$ está )alando com a protuberância na cama. ^
TONY
"dne: a vida ) sua& +udo bem& Laça o que vocD quiser& Lique na cama o
dia inteiro& "e ) assim que vocD quer viver a sua vida: eu não 2osso im2edir! >as 4aria bem a vocD: 4aria bem in4inito a vocD sair dessa cama: sair dessa casa& Laria um enorme bem a vocD se descobrir 2arte de algo maior: melhor: algo mais im2ortante do que vocD& %ocD: vocD: vocD: vocD: vocD! Nem tudo ) sobre vocD& - 4orça de atração do mundo não eman emana a de vocD vocD:: nem nem a muda mudanç nça a das das esta estaç9 ç9es es:: ou o 4lux 4luxo o das das mar) mar)s& s& %ocD ) uma 2ess 2essoa oa:: "dn "dne e!! 'ma 'ma miga migalh lha: a: uma uma 2art 2artíc ícul ula: a: uma uma mol) mol)cu cula la:: uma uma marca marca em uma mol)cula que não signi4ica nada& >as vocD j( se em2enhou em 4avor de um bem maiorJ Não& Suando eu 2edi 2ara vocD ir ao 2rotesto contra a brutalidade 2olicial: vocD 4oiJ Não: vocD virou o nariz& %ocD esnobou os sem3teto e a 2esquisa do c*ncer e os 4undos 2ara a -08" e a imigração: e os taxistas e agulhas gratuitas e os gol4inhos e testes em animais e
os 4und 4undos os 2ara 2ara esco escola lass e as crec creche hess e os índi índios os amer americ ican anos os e os dire direititos os dos dos homossexuais e os direitos dos negros e os direitos das mulheres e os direitos dos es2anhTis e os direitos dos suecos e os direitos dos chineses e os direitos dos de4icientes e a -rmDnia e a 5Tsnia e a troca de armamentos 2or re4)ns e as >ães ontra >otoristas -lcoolizados& %ocD %ocD esnobou os cortes no orçamento da 2revidDncia social e cortes no da cultura e cortes no da habitação e cortes no do ensino 4undamental e M ] 8ai a luz dele. ! luz retorna em Ronald e #$dne$.^ #$dne$. ^
RONALD
O queJ
SYDNEY
>atei&
RONALD
O queJ
SYDNEY
>atei&
RONALD
O queJ
SYDNEY
>ate >atei&i& ]8ai 8ai a luz luz dele dele.. ! luz luz reto retorn rna a em (on$, n$, conve onvers rsan ando do com com a
protuberância.^ protuberância.^
TONY
M cortes na merenda escolar e -ssistDncia -ssistDncia >)dica e "eguro "ade e troca
de agulhas e assistencialismo governamental! E quando o Vustavo 2recisou de um trans2lante de medula: vocD se interessouJ Não se interessou: não& ?orque não era sobre vocD& Em vez disso: vocD 2re4eriu 4icar aí: deitada& 0sso mesmo: aí: deitada& 0nerte& ha4urdando no caldo de sua sordidez 2equeno3burguesa& -í: deitada: como um de4unto: como uma criatura marinha encalhada: como uma morsa M como as morsas que vocD se recusou a ajudar 2rotestando contra a caça ilegal e carni4icina delas 2or causa das 2resas de mar4im& Sual ) o seu 2roblema: "dneJ Sual ) o seu 2roblemaJ ] Ele cutuca a protuberância. @ada.^ @ada.^ "dneJ "dne! ]Ele ] Ele percebe a arma no c'ão. Ele a pega.^ pega. ^ -i: meu 8eus& -i: Xesus& -i: Xesus& ] ! ] ! luz retorna em Ronald e #$dne$. #$dne$. ;s dois apartamentos apartamentos estão iluminados.^ iluminados.^
RONALD
"dne M
SYDNEY
O queJ
RONALD
?or que!J
SYDNEY
%ocD %ocD vai gritar comigo&
RONALD
%ocD matou uma 2essoa! +alvez eu grite!
SYDNEY
Est( bem& Est( bem& >as não conte 2ara a >amãe&
TONY
-i meu 8eus& -i Xesus& "dne! -i meu 8eus! ]Ele ] Ele ol'a ao redor em pânico
e solta a arma. 8ai a luz dele, deiAando a luz lu z acesa em #$dne$ e Ronald.^ Ronald. ^
RONALD
?or que vocD 4aria uma coisa tão insana!J
SYDNEY
5em: eu vou tentar contar 2ara vocD da maneira que aconteceu& Eu não
tinha a intenção de mat(3lo!
RONALD
omo 4oi que vocD matouJ
SYDNEY
Eu atirei nele&
RONALD
%ocD atirou nele!J
SYDNEY
+rDs vezes&
RONALD
E vocD não tinha a intençãoJ
SYDNEY
Eu quero dizer que eu não 2lanejei isso& %ocD não sabe o que acontece
naquela casa& %ocD %ocD não 4az a mínima id)ia M
RONALD
Eu estava l( ontem ; noite!
SYDNEY
>as vocD sem2re vai embora cedo& %ocD nunca 4ica de2ois da uma& 8e2ois
da uma: menino: de2ois da uma: ) aí que a con4usão começa& O Vustavo e o -nthon: a %ivian e a -udre: o +on: todos eles: bebendo e gritando e se com2ortando como uns 2orc 2orcos os&& O ta2e ta2ete te da sala sala est( est( chei cheio o de manc mancha hass de 2izz 2izza! a! -quel quele e ta2e ta2ete te ) uma uma antiguidade! P um exem2lar nico! Eu 2rocurei todos os cantos do mundo 2or aquele ta2ete!
RONALD
Não 2rocurou nada!
SYDNEY
5em: o decorador 2rocurou& E o ?hili22e ) o maior choramingão que eu j( vi
na minha vida! +udo que eu tive que escutar 2or causa daquele ta2ete! E agora… destruído& om2letamente destruído M
RONALD
hegue ao 2onto!
SYDNEY
Entã Então: o: onte ontem m ; noite noite o +on e a %ivi %ivian an entra entrara ram m em uma uma disc discus ussã são o
horrorosa: uma dis2uta medonha: im2ossível de vencer: sobre quem so4reu mais: as l)sbicas negras ou os gas his2*nicos! Suer dizer: que im2ort*ncia tem isso: a4inal!
RONALD
-s l)sbicas negras&
SYDNEY
Os gas his2*nicos&
RONALD
-s l)sbicas negras&
SYDNEY
%ocD não sabe&
RONALD
O que 4oi que aconteceu!J
SYDNEY
5em: a gritaria durou horas! O -nthon 4icou do lado do +on: o Vustavo
com a %ivian& - -udre e o 5runo estavam estavam lutando: luta greco3romana: no 4oer: o que: a2esar de deixar manchas de sangue: 2elo menos não 4az barulho& Suer dizer: era uma briga desen4reada! Eu não agKentei! ?ara começar: meus nervos j( estão ; 4lor da 2ele ultimamente& "anta +ereza 2erdeu a memTria e o 5ric: o arlos Eduardo marido dela: est( algum 2roblema nos testículos& E as coisas andam muito 4eias entre o +on e eu& -li(s: a cul2a ) sua M
RONALD
>inha!!J
SYDNEY
"e vocD nunca tivesse nos a2resentado: eu nunca o teria matado& 0sso tudo
) cul2a sua!
RONALD
LO/- 8-S'0! ] ! ! luz cai. ! luz sobe em 6ivian, ol'ando em sua agenda
3)ilo)aA5. Ela pausa e se dirige à platéia.^ platéia. ^
VIVIAN
Eu cresci em uma gigantesca casa verde em .archmont& >inha mãe
gostava de verde e meu 2ai trabalhada 2ara a ?latex: onde ele 2rojetava sutiãs: 2ara modelar 2eitos: 2ara atrair homens: 2ara a2risionar as mulheres& Sue babaca& ] 8ai a luz dela. ! luz retorna em #$dne$ e Ronald.^ Ronald. ^
SYDNEY
Não: não: não! %ocD tem que me ajudar! Eu 2eço descul2as& Loi assim que
aconteceu& Onde eu estavaJ
RONALD
%ai %ai saber&&&& sa ber&&&&
SYDNEY
Ontem ; noite! 0sso& Eu não conseguia dormir& Eu 2reciso do meu sono!
%ocD viu a novela: admita! Eu 2areço velha: não 2areçoJ Eu 2areço velha! Eu 2areço ter trinta anos!
RONALD
%ocD %ocD tem trinta e quatro!
SYDNEY
-.V'P> ?O8E O'%0/ %OZ!
RONALD
Ningu)m liga&
SYDNEY
Eu não conseguia dormir& Eu tomei um com2rimido&
RONALD
'mJ
SYDNEY
P&
RONALD
5om&
SYDNEY
>as eu ainda não conseguia dormir M quer dizer: eles estavam gritando
como uns animais& Então eu tomei outro com2rimido&
RONALD
8ois&
SYDNEY
]Envergon'ada.^ Envergon'ada.^ E mais dois&
RONALD
%ocD %ocD deveria estar grogue: bitolada: uma zumbi babando!
SYDNEY
]Radiante.^ Radiante.^ -h: não& não& Eu me sint sinto o revi revigo gora rada da!! Eu me sint sinto o radi radian ante te e
es2lendorosa e 2ronta 2ara o dia! ] Ele balan+a a cabe+a, estupe)ato, enquanto a luz sobe em 6ivian, )alando no tele)one.^ tele)one. ^
VIVIAN
Vustavo: esse comício hoje: ) 2ara o queJ… NE> E'! ] 8ai a luz em
6ivian.^ 6ivian.^
SYDNEY
- questão questão ): eu estava bem 2rejudicada ontem ; noite& Eu não 4aço a menor
id)ia de que horas o +on veio 2ara cama& "inceramente: eu 4iquei sur2resa dele ter vindo& Ele vem 2ara cama cada vez menos& ?ara a min'a cama: min'a cama: eu quero dizer& 8eus sabe que ele j( 4ez o circuito das camas e alcovas de todas as minhas amigas: de toda a vizinhança: meu 8eus: at) de todo mundo do meu trabalho& ?or queJ ?or que ele 4az issoJ Eu 4iz tudo 2or esse homem! Eu deixo ele usar a minha casa& Eu deixo ele usar meu carro& Eu deixo ele usar meus cart9es de cr)dito! >ilhares e milhares de dTlares todo mDs 2ara sei l( eu o que! O que mais eu 2osso 4azerJ M Eu nunca o recuso sexualmente& Eu não sei onde eu errei! Sual ) o meu 2roblemaJ!
RONALD
%ocD %ocD ) uma tagarela! P esse o seu 2roblema! %ocD ) uma tagarela!
SYDNEY
%ocD ) tão crítico& %ocD sem2re 4oi tão crítico& +udo bem: ontem ; noite em
alguma hora: todo mundo 4oi embora& Eu estava dormindo: ainda bem: mas eu 2resumo que todo mundo tenha ido embora& E o +on se en4iou na minha cama: 4edendo como um bDbado da zona M mas sabe: sinceramente: eu gosto desse cheiro: nele: misturado com suor e o 2er4ume de noventa dTlares a onça que eu com2rei 2ara ele& P sex& E eu ando tão solit(ria& Eu corri minha mão 2elos ombros dele& Ele tem ombros maciços M não d( 2ara 2erceber olhando 2ara ele de rou2a: mas os ombros dele são enormes e bem delineados e meu 8eus eu nunca mais vou abraç(3lo de novo! 8e qualquer maneira: eu 2assei minha mão 2elos ombros dele e beijei a nuca& Normalmente: quando ele est( 2resente: esse ) um sinal& E: 2elo menos no início: ele res2ondia com amor atl)tico: rítmico: inesquecível& >as ontem ; noite: ele não 4ez isso!
RONALD
Então: obviamente: vocD atirou nele&
SYDNEY
Não& Não: não 4oi 2or isso& Eu não sou louca& Eu estava beijando o 2escoço
dele: usando minha língua 2ara brincar com aqueles cabelos curtinhos: e desenhando coraç9es na nuca& Ele me ignorou& Ele me em2urrou 2ara longe e murmurou coisas indeci4r(veis: mas não 2ode ter sido nada muito amoroso: considerando a 4orça: a violDncia do gesto& -lguma coisa no +on rom2eu ontem ; noite: alguma coisa muito 2rimitiva& Ele j( me machucou de todas as maneiras imagin(veis: mas ele nunca 4oi violento! -t) ontem ; noite! E ao me em2urrar 2ara longe: ele resmungou o nome de algu)m& Eu não consegui distinguir de quem: mas não era o meu: meu : disso eu tenho certeza& >eus olhos se encheram de (gua: mas eu não seria renegada! Eu me derramei nesse homem: e eu não vou ser rejeitada& Eu lambi a orelha dele e acariciei aquela bunda dura3 4eito3m(rmore: murmurando carinhos: dizendo eu te amo1s baixinho: at) que: de re2ente: rosnando: ele virou: deu um giro: segurando o travesseiro: e o a2ertou contra o meu rosto! Eu não 2odia reclamar M eu não 2odia res2irar& Eu agarrei os 2unhos dele: mas ele tinha a 4orça de dez homens! Eu 2uxei os braços dele com 4orça: mas eles 2arecem ser 4eitos de aço! Eu me contorci! Eu me debati! Eu gritei em silDncio sob as 2enas do travesseiro… at) que meus olhos se 4echaram e eu: graças a 8eus: 2erdi a consciDncia… Ele tentou me matar: /onald& O +on tentou me matar… Então eu atirei nele&
RONALD
]Estático.^ Estático.^ -h meu 8eus&
SYDNEY
]8'orando.^ 8'orando.^ Eu atirei nele&
RONALD
5em: então: 4oi autode4esa&
SYDNEY
Não exatamente&
RONALD
Ele estava tentando matar vocD&
SYDNEY
]0rosaicamente.^ 0rosaicamente.^ Eu atirei nele algum tem2o de2ois&
RONALD
-h&
SYDNEY
Eu estou com medo&
RONALD
NTs vamos 4azer alguma coisa&
SYDNEY
O que vai acontecer comigoJ
RONALD
Eu vou 2ensar em alguma coisa&
SYDNEY
]&istérica.^ &istérica.^ E o que vai acontecer com "anta +ereza! ] Ela desmorona, em
prantos, nos bra+os dele. dele. 8ai a luz deles. ! de 6ivian retorna. Ela ainda ainda está no tele)one.^ tele)one.^
VIVIAN
"ete! "ete! Eu sT conheço: quer dizer conheço mesmo: conheço
2essoalmente: tenho como o que eu considero amigos íntimos: sete negros! Vustavo: eu 2reciso conhecer 2essoas negras! ")rio! Eu 2reciso de mais 2essoas negras: e eu não quero dizer aquelas 2essoas negras3brancas: eu quero dizer 2essoas negras3negras& "abe M calças largas: dentes de ouro: negros o2rimidos!… Eu sei como isso aconteceu& Eu sei& P a -udre& P! Suer dizer: ela 4ala engajada& Ela marcha em 2asseata e 4az doação: mas na hora do vamos ver: eu não acho que ela goste de verdade de negros! ")rio! Eu acho que: l( no 4undo: ela ) 2reconceituosa!… 5om: sim: eu sei que voc" ama voc" ama a -udre: -udre: mas isso ) 2orque vocD não tem que viver com ela& -s brigas constantes! +ão 2ossessiva: maldade 2ura! %ocD viu como ela quebrou o braço daquele cara semana 2assada: quando ela 2egou a gente se amassando no banheiro… omo vocD ousa! omo vocD ousa dizer uma coisa dessas 2ara mim! 0sso ) tão tí2ico do 2ensamento limitado masculino! O" HO>EN" "O 'N" L/--""O"! Xesus risto! P claro que eu tenho certeza que eu sou l)sbica! Eu sou l)sbica! ?O/S'E: -/-.HO: E' 80VO S'E E' "O' .P"50-! .P"50-! P "U "U S'E E' O8E0O - -'8/E7! -'8/E7! ]6ivian ] 6ivian bate o tele)one com )or+a no ganc'o e a sua luz cai. ! luz volta em Ronald e #$dne$. #$dne$. #$dne$ ainda está c'orando. ^
SYDNEY
Eu odeio a minha vida& - minha vida acabou&
RONALD
Não diga isso&
SYDNEY
?or que nãoJ P verdade& O que eu souJ Eu sou uma atriz de novela de vinte
e nove anos& >esmo se eu me sa4ar: se eu alegar insanidade tem2or(ria: M
RONALD
+em2or(riaJ
SYDNEY
%ai se 4oder 4oder&& >esmo >esmo se eu alegar alegar autode autode4es 4esa: a: ou algum algum desequ desequilí ilíbri brio o
químico: sendo que esse ltimo: eu acho bastante 2rov(vel& %ocD sabe que eu estou 4azendo a -tins M
RONALD
O queJ
SYDNEY
-tins& - dieta de -tins: a dieta3de3toda32roteína3e3gordu dieta3de3toda32roteína3e3gordura3que3vocD3 ra3que3vocD3
conseguir3en4iar3goela3engordurada3abaixo& conseguir3en4iar3goela3en gordurada3abaixo& 0sso 2ode deixar uma 2essoa maluca: não )J
RONALD
-lguma coisa deixou& deixou&
SYDNEY
+eve aquela mulher: aquela mulher bem matrona: que deu um tiro no m)dico
de dieta dela: e ela se sa4ou!
RONALD
Não se sa4ou: não&
SYDNEY
Eu detesto vocD& %ocD não 2oderia me deixar com meu 4also otimismo nem
2or um instanteJ Então: tudo bem: tudo bem: eu alego autode4esa& -í o queJ - 2rodução vai me largar mais r(2ido que batata quente& Eles sT estão 2rocurando uma descul2a 2ara me dis2ensar& Eu j( 2ercebi& Eles acham que eu estou gorda e velha& >eu 8eus: eles me vestem com rou2as de 4reira! -os vinte e nove anos: eu sou velha demais 2ara +% e nova demais 2ara a 2risão& Eu não 2osso ir 2ara a 2risão: elas me comeriam viva!
RONALD
%ocD não vai 2ara a 2risão&
SYDNEY
P tudo tudo l)sbic l)sbica& a& %ocD %ocD sabe disso: disso: não não sabeJ sabeJ +odas +odas l)sbic l)sbicas! as! Elas vão
enlouquecer& Suando: eu lhe 2ergunto: quando: vocD acha que elas j( viram uma cintura como a minha! Eu estou com medo! Eu não gosto de l)sbicas& Eu tenho medo delas&
RONALD
%ocD gosta da %ivian e da -udre&
SYDNEY
Não muito&
RONALD
Eu sem2re soube que vocD era su2er4icial: mas eu nunca 2ensei que vocD
4osse homo4Tbica&
SYDNEY
Eu não sou! Eu sT tenho medo de l)sbicas&
RONALD
O que vocD acha que essa 2alavra signi4icaJ
SYDNEY
Não me critique! %ocD não vD que eu estou cheia de 2roblema! Eu não tenho
mais 2ara onde a2elar& %ocD ) meu irmão: vocD deveria me amar! >E ->E: "E' >-.80+O! >E -X'8E!
RONALD
Est( bem: est( bem… 2are de chorar& ]Ele ]Ele a abra+a.^ abra+a.^
SYDNEY
Obrigada&
RONALD
Eu vou ajudar vocD&
SYDNEY
%ocD vaiJ
RONALD
P claro&
SYDNEY
Eu amo vocD: mesmo&
RONALD
Eu sei&
SYDNEY
%ocD ) meu irmão&
RONALD
%ocD est( com 4omeJ
SYDNEY
Não: não: eu estou em cetose&
RONALD
O queJ
SYDNEY
?rivada de carboidratos: meu cor2o est( queimando c)lulas de gordura
como combustível&
RONALD
-h: bem: acalme3se&
SYDNEY
Eu sabia: /onald: eu sabia que mesmo com todas as nossas di4erenças: que
vocD me a2oiaria& M +alvez a gente 2udesse 4azer 2arecer suicídioJ O +on bebia demais e 4icava de2rimido sem2re& Eu 2oderia 4orjar um bilhete: vocD lim2a a arma&
RONALD
"dneJ
SYDNEY
O queJ
SYDNEY
+rDs vezes& %ocD atirou nele trDs vezes&
SYDNEY
-h )& Est( certo& ?rovavelmente ?rovavelmente di4ícil 4azer isso 2arecer suicídio& suicídio&
RONALD
?or que vocD não vai lavar o rosto&
SYDNEY
0sso ) bom& 0sso ) uma boa id)ia& Eu vou me sentir melhor de2ois de lavar o
rosto& ]Ela ]Ela sai andando em dire+ão ao ban'eiro e ol'a para ele. ^ Suando 4oi a ltima vez que vocD lavou essas toalhasJ
RONALD
]0ensando.^ 0ensando.^ ãããããhhhmmm M
SYDNEY
Eu vou usar o 2a2el higiDnico& ]Ela ] Ela )ec'a a porta. &á uma batida na porta.
Ronald abre, revelando (on$.^ (on$. ^
TONY
]
RONALD
+on !!JJJ
SYDNEY
] !brindo !brindo a porta do ban'eiro. ban'eiro.^^ +on!!JJ
TONY
"78NE7!!JJ
SYDNEY
E' -+0/E0 E> %OZ!!
TONY
%OZ E"+Y >O/+-!! ](on$ ](on$ e #$dne$ desmaiam.^ desmaiam. ^
RONALD
Xesus& ] ! ! luz cai no apartamento de Ronald. #obe a luz em 6ivian. Ela está
sentada na cama, escrevendo um bil'ete.^ bil'ete. ^
VIVIAN
Suerida -udre: a2Ts uma busca 2ro4unda na minha alma e grande
con4lito interior: eu cheguei ; conclusão que vocD e eu não somos mais com2atíveis& Eu diria isso na sua cara: sua cara gentil e amorosa: mas honestamente: eu me cago de medo de vocD& Suando eu olho 2ra tr(s e vejo a carni4icina: a montanha de cor2os 4eridos e mutilados que vocD deixou no seu caminho: eu sei muito bem o ti2o de violDncia de que
vocD ) ca2az& ]-li(s: vocD consegue se lembrar do nome do homem que vocD cegou em +ijuanaJ Eu não consigo me lembrar 2or nada nesse mundo e isso est( me deixando maluca!^… >erda& ]Ela ]Ela amassa a carta e %oga no c'ão. 8ai a luz dela. 6olta a luz em #$dne$, Ronald e (on$. Ronald corre para a%udar #$dne$ a se levantar. ^
RONALD
%ocD est( bemJ
SYDNEY
P a dieta! >eu cor2o enlouqueceu& Eu estou vendo coisas! Eu tive uma
alucinação que o +on a2arecia na 2orta da sua casa!
TONY
]#e sentando. voltando a si.^ si. ^ Onde eu estouJ
SYDNEY
Olha aí: a2areceu de novo! ]Ela ] Ela desmaia.^ desmaia.^
TONY
"dneJ
RONALD
]Reanimando4a.^ Reanimando4a.^ "dne: levante!
TONY
0ara o Ronald.* -i: Ronald.* -i: meu 8eus: /onald! P carDncia de amido! >e arranje um
creme cracer! 'ma rosquinha! 'ma 4atia de 2ão!
RONALD
Não ) uma alucinação! Ele est( aqui& P o +on ! Ele est( bem aqui!
TONY
"dne! >eu 8eus: vocD est( viva!
SYDNEY
+on: voc" est( voc" est( vivo!
RONALD
]8ort"s.^ 8ort"s.^ %ocDs dois estão vivos& -gora saiam da minha casa& ] #$dne$ e
(on$ se abra+am.^ abra+am. ^
SYDNEY
Eu não acredito! 8eixe3me sentir vocD! 8eixe3me tocar vocD!
TONY
>e sinta: me toque& %( em 4rente&
SYDNEY
Eu sinto tanto: tanto: +on! Eu amo vocD! %ocD %ocD sabe que eu adoro vocD! vocD! -doro
mesmo! Eu sinto tanto: mas tanto!
TONY
?or queJ
SYDNEY
5em: 2or ter atirado em vocD: 2ara começar M esse homem não ) generosoJ
Esse homem não ) a alma mais generosa do 2laneta hoje: vai dizer!J
TONY
Eu não sei do que vocD est( 4alando& %ocD %ocD sabe do que ela est( 4alandoJ
RONALD
%agamente&
TONY
>as eu não me im2orto& Eu sT estou 4eliz que vocD est( viva! Eu 2osso usar
o seu carroJ ](on$ ] (on$ e #$dne$ se bei%am apaiAonadamente, se apalpando por um longo tempo.^ tempo.^
RONALD
5em: este ) um reencontro r eencontro emocionante&
SYDNEY
Eu sinto muito 2or todas as coisas horríveis que eu disse essa manhã&
>esmo! Eu não quis dizer nada daquilo!
TONY
Eu não escutei nada daquilo&
SYDNEY
E entã então o quan quando do eu ache acheii que que eu tinh tinha a mata matado do vocD vocD:: meu meu 2rim 2rimei eiro ro
2ensamento 4oi: juro 2or 8eus: meu nico 2ensamento nico 2ensamento 4oi: como eu vou viver: como eu vou sobreviver sem o +on : meu amado +on!
TONY
P mesmoJ
SYDNEY
?ergunte ao /onald&
RONALD
>ais ou menos&
SYDNEY
"ua su2osta morte me 4ez reavaliar tudo& >inha vida não ) o que deveria
ser& Eu sou rica e jovem e linda: 2or)m: de certa 4orma insatis4eita& Eu acho que eu e vocD deveríamos ter um bebD&
TONY
%ocD %ocD quer ter um 4ilho meuJ
SYDNEY
]8orrigindo4o.^ um 4ilho& Eu tenho que 2ensar na novela& Eu 8orrigindo4o.^ Eu quero adotar um
tenho que 2ensar na minha 4orma& M >as ) isso que est( 4altando: eu acho& Esta manhã: quando eu achei que tinha atirado em vocD: tudo entrou em 4oco& O trauma me 4ez 2erceber o que vocD signi4ica 2ara mim&
TONY
E quando eu achei que voc" estava voc" estava morta: meu 2rimeiro 2ensamento 4oi…
): 2arecido&
SYDNEY
O queJ
TONY
] !penas !penas repetindo.^ repetindo.^ Suando eu achei que vocD estava M
SYDNEY
?or que vocD achou que eu estava mortaJ
TONY
+em um cor2o na sua cama e uma arma no chão&
SYDNEY
- arma arma ) minha& O cor2o M quando quando vocD esteve l(J
TONY
-gora h( 2ouco& Eu vim vim direto de l( 2ara c(&
SYDNEY
Então: o que vocD est( dizendo ) M
TONY
+em o cor2o de um de4unto: debaixo das cobertas: na sua cama: no seu
a2artamento&
SYDNEY
8eixe3me entender isso&
TONY
+em um cad(ver na sua casa&
SYDNEY
O que vocD est( me dizendo ) M
RONALD
%OZ -+0/O' E> O'+/- ?E""O-!
SYDNEY
5em: essa ) uma 2ossibilidade&
RONALD
P a nica 2ossibilidade!
SYDNEY
P verdade&
TONY
Xesus risto: "dne& O que 4oi que vocD 4ezJ
SYDNEY
5em: eu 2ensei que 4osse vocD&
TONY
0sso não ) descul2a&
SYDNEY
Ele tentou me su4ocar!
TONY
Então ) autode4esa!
SYDNEY e RONALD TONY
Não )&
%ocD quer dizer que vocD não conseguiu notar a di4erença entre eu e um
estranhoJ
SYDNEY
Eu tinha tomado uns com2rimidos& Eu estava muito 2rejudicada& M -li(s:
onde vocD estava ontem ; noiteJ
TONY
Não comece com isso!
SYDNEY
Loi uma 2ergunta bem sim2les&
TONY
]0ara Ronald.^ Ronald.^ Ela me trata como se 4osse minha dona&
SYDNEY
]0ara Ronald.^ Ronald.^ Ele dorme com todo mundo e ri de mim 2elas minhas costas&
TONY
Não ) verdade!
SYDNEY
P verdade!
TONY
%ocD %ocD não tem o direito de me questionar!
SYDNEY
P claro que eu tenho&
TONY
Eu 4ui claro desde o início: eu não estou 2ronto 2ara M eu não estou
interessado em um com2romisso s)rio!
SYDNEY
-h: 2alavras: 2alavras! 0sso são sT 2alavras! %ocD %ocD vomita 2alavras sem
nenhum signi4icado& %ocD diz que não quer um com2romisso: e então vocD se muda de mala e cuia 2ara cuia 2ara minha casa! omo que eu devo inter2retar issoJ
TONY
Eu trouxe um barbeador e algumas cuecas!
SYDNEY
P sT isso que vocD tem!
TONY
%ocD disse que vocD com2reendia! Suando eu 4ui des2ejado vocD disse:
Q%enha Q%enha morar aqui: 4ique aqui& +udo bemR: vocD disse& QNTs somos amigosR: vocD disse&
SYDNEY
NTs est(vamos dormindo juntos!
TONY
E daíJ
SYDNEY
%ocD não ) idiota!
TONY
-h: não!J
SYDNEY
%ocD %ocD com certeza tinha que ter enxergado atrav)s de toda essa bobagem de
QNTs somos amigosR! %ocD se mudou 2ara minha casa 2orque vocD queria ser mais do que amigos! -s 2essoas não dormem com os amigos: +on! -s 2essoas não tre2am com os amigos: noite a2Ts noite: murmurando 2alavras de amor: em todas as 2osiç9es: em uma ex2loração suorenta: selvagem: de acrobacias carnais!
TONY
Eu tre2o! Eu tre2o!
SYDNEY
5om: isso ) uma loucura&
TONY
Eu sou quem eu sou: 8ocinho: e eu não tenho nenhuma intenção de mudar&
P isso& Esse sou eu& Eu escolhi viver minha vida 2reso a algo que não se%a os se%a os valores de classe m)dia mesquinhos: estu2idi4icantes que tanto escravizam vocD! Eu vivo 2ara uma conjuntura maior! .eia erouac! .eia Vinsberg!
SYDNEY
%ocD sT leu as resenhas da a2ostila!
TONY
"exo ) uma coisa natural: uma ex2ressão natural de amizade! - nica
di4erença entre um a2erto de mãos e 4oder ) que eu não me im2orto de a2ertar a mão de um homem& "e vocD me quiser na sua vida: vocD tem que me aceitar inteiro! O bom e o mau! ?orque ;s vezes eu sou mau! s vezes: eu sou muito: muito mau&
SYDNEY
Est( bem: est( bem! ](on$ e #$d #$dne$ ne$ se abr abra+a a+am, se bei% bei%a ando
apaiAonadamente apaiAonadamente e se apalpando de novo. ^
RONALD
%OZ %OZ E"S' E"S'E EE' E' S' S'E E %OZ %OZ >-+ >-+O' -.V'P .V'P>! >!J J ] #$dn #$dne$ e$ e (on$
continuam, pondo as cabe+as para )ora do abra+o para )alar. ^
SYDNEY
Eu queria saber quem&
RONALD
Eu tamb)m!
TONY
Não 4aço id)ia&
SYDNEY
/onald: vocD iria descobrir quem )J
RONALD
Eu!J
SYDNEY
O +on e eu 2rec 2recis isam amos os de um mome moment nto o de 2riv 2rivac acid idad ade& e& - gent gente e
obviam obviament ente e tem alguma algumass quest9 quest9es es a trabal trabalhar har e um relac relacion ioname amento nto merece merece essa essa atenção&
RONALD
Não! Não: eu não vou!
SYDNEY
]=nterrompendo o abra+o.^ abra+o. ^ -h: vai& Eu 4aria isso 2or vocD&
RONALD
%ocD não 4aria&
SYDNEY
+alvez eu 4izesse&
RONALD
-l)m do que: eu não 2osso& 2osso& Eu tenho que es2erar es2erar o .ance voltar& voltar&
TONY
.anceJ
SYDNEY
>ichD&
RONALD
Namorado&
SYDNEY
-h: cresça& Ele não vai vai voltar& Ele j( saiu saiu h( s)culos&
RONALD
P claro que vai!
SYDNEY
%ocD vive num mundo de sonhos&
RONALD
%ocD não entende o verdadeiro amor& %ocD sT entende mani2ulação&
SYDNEY
%ocD disse que vocD me ajudaria!
RONALD
%ocD tem o +on agora& Ele 2ode ajudar vocD&
SYDNEY
]@a porta.^ porta.^ -h: ,t( bem: ,t( bem! bem! "e ) essa essa a sua atitude& atitude& %amos %amos:: +on&
]0ara Ronald.^ Ronald.^ Lique aqui e não conte a 2essoa nenhuma: a nenhuma alma viva: a ninguém: ninguém: o que est( acontecendo& Est( certoJ
RONALD
erto!
SYDNEY
?rometa&
RONALD
Est( bem!
SYDNEY
?rometa!
RONALD
Eu 2rometo!
SYDNEY
Obrigada&
TONY
%ocD est( com as chaves do carroJ
SYDNEY
%ocD toma cuidado dessa vezJ
TONY
Não comece&
SYDNEY
%ocD sem2re arranha o interior& -quilo não ) vinil: não senhor& P couro
legítimo! ]#$dne$ ]#$dne$ e (on$ saem. ! luz cai em Ronald, volta em 6ivian. Ela está tentando escrever outro bil'ete.^ bil'ete. ^
VIVIAN
Suerida -udre: -udre: Suando vocD ler isso: eu j( terei ido embora& -o olhar
ao redor desse quarto: tentando decidir o que levar: tentando determinar o que ) meu e o que ) seu: eu estou tão con4usa& Eu não consigo lembrar quem roubou o que& Eu sei que vocD roubou a cama: mas eu acho que eu roubei o colchão& Eu sei que vocD roubou a maconha: mas eu acho que eu roubei a seda& Eu queria ter mantido um di(rio& Olhando 2ara tr(s: eu não 2osso dizer que não houve bons tem2os& Houve sim& ?oucos& 5em 2ouc 2oucos os&& Eu nunc nunca a vou vou esqu esquec ecer er o dia dia que que a gent gente e se conh conhec eceu eu&& NTs NTs est( est(va vamo moss 2rotestando contra a censura: eu acho& Naquele teatro& Eu não consigo lembrar o nome do teatro nem o nome da 2eça: ou 2orque a gente estava l(& -h: es2ere! Eu me lembro que algum teatro estava se curvando ; direita religiosa& P isso& >as a gente 2rotestou e eles montaram a 2eça no 4inal das contas& %ocD 4oi tão corajosa: lançando xingamentos e 2edras& E quando a gente descobriu que eles iam a2resentar a 2eça: vocD me chamou 2ara assistir& Eu não lembro sobre o que era: ou quem estava no elenco: sT que era com2letamente insuportável & >ais uma vitTria 2ara a esquerda! ]Ela ] Ela pondera isso, então amassa a carta e %oga no c'ão. 8ai a luz em 6ivian. ! luz volta no apartamento de Ronald. &á uma batida na porta. Ele abre, revelando -ance, que está segurando uma goiaba.^ goiaba.^
LANCE
-qui&
RONALD
%ocD %ocD voltou! Eu sabia que vocD ia voltar!
LANCE
ara: eu tive que ir a ti2o uns vinte mercados&
RONALD
%ocD ) tão bom&
LANCE
E eu ainda arranjei um cliente no caminho de casa&
RONALD
.a3ance&
LANCE
];rgul'oso.^ ;rgul'oso.^ %inte cinco 2ratas 2or uma 2unheta& M Eu com2rei um 4uminho&
RONALD
-inda que a2recie seu es2írito em2reendedor: em2reendedor: vocD vai ter que a2render
novos 2adr9es de com2ortamento& %ocD entendeJ %ocD não 2recisa mais 4azer isso& Eu vou tomar conta de vocD agora&
LANCE
Suanto vocD ganhaJ
RONALD
O sal(rio de um assistente social&
LANCE
>anda essa 2orra 2ra merda: cara&
RONALD
NTs vamos viver amor&
LANCE
?ra onde ela 4oiJ
RONALD
SuemJ
LANCE
Varota3goiaba&
RONALD
] !p?s !p?s um instante de debate interior.^ interior.^ "aiu& ?ro sho22ing& ?ro banco! ?ro
salão! Não me 2ergunte!!
LANCE
Na boa: cara: t( na boa&
RONALD
Eu sabia que vocD ia voltar! Eu acredito em vocD& %amos 4azer amor&
LANCE
Eu 2ensei que a gente ia sairJ
RONALD
- gente gente vai& %amos %amos 4azer amor&
LANCE
Eu 2ensei que a gente ia 2ara a 2raçaJ
RONALD
- gente gente vai& %amos %amos 4azer amor&
LANCE
Eu 2ensei que a gente ia 2ara algum comícioJ
RONALD
- gente vai& %amos %amos 4azer amor& ] ! luz cai. #obe a luz no apartamento de
#$dne$. (on$ está entrando. #$dne$ )ica parada na porta. ^
TONY
Est( 2er4eitamente seguro&
SYDNEY
%ocD olha& Eu vou 4icar es2erando no hall& Eu vou voltar 2ara a casa do
/onald& Eu vou sair do 2aís& >e ligue e me conte tudo&
TONY
Entre aqui&
SYDNEY
Eu estou com medo&
TONY
8o queJ Ele j( est( morto&
SYDNEY
E se 4or algu)m de quem eu gostavaJ ] ! ] ! luz cai. 6olta a luz em Ronald e
-ance.^ -ance. ^
RONALD
%ocD não quer 4azer amor comigoJ
LANCE
Não ) isso: cara&
RONALD
%ocD não gosta de mimJ
LANCE
Não ) isso: cara&
RONALD
%ocD não me acha atraenteJ
LANCE
Não ) isso: cara&
RONALD
Então o que )J!
LANCE
%ocD %ocD ainda não me 2agou e j( deve ter acabado a hora&
RONALD
Eu vou 4azer um cheque& ]8ai ] 8ai a luz deles. ! luz volta em #$dne$ e (on$
enquanto ela se aproAima da cama.^ cama. ^
SYDNEY
Eu não consigo olhar&
TONY
Eu olho& Lique em 2) ali& ] Ele aponta para o outro lado do quarto, para onde
ela vai esperar.^ esperar.^
TONY
.( vai& ]Ele ]Ele levanta o cobertor e )ica c'ocado com o que v".^ v". ^ -i meu 8eus!!
SYDNEY
O que: o que: o queJ Suem )!J
TONY
P a -udre!! ] ! ! luz sobe sobe em 6ivian, que ainda ainda está escrevendo uma uma carta.^ carta. ^
VIVIAN
Suerida -udre: -udre: "ua miser(vel: tirana: cheia de verme… ]Ela ] Ela amassa
essa tentativa e cai a luz dela.^ dela. ^
SYDNEY
-'8/E7!
TONY
Xuro 2or 8eus&
SYDNEY
Não 2ode ser!
TONY
P ela! Olhe vocD mesma& ]Ela ]Ela meio que tenta, mas não consegue.^ consegue.^
SYDNEY
omo ) que 2odeJ Eu não me lembro de tudo: mas me lembro o bastante!
Eu me lembro daqueles incríveis ombros masculinos: bem delineados: no meio da noite&
TONY
Essa ) a -udre&
SYDNEY
Eu me lembro de 2ernas cabeludas e braços cabeludos e costas cabeludas!
TONY
Essa ) a -udre&
SYDNEY
O cheiro de suor e cerveja e 2er4ume masculino!
TONY
- -udre! -udre! +udo +udo isso ) a -udre! %ocD %ocD matou a -udre! -udre! ] Ele baiAa o
cobertor.^ cobertor.^
SYDNEY
… -h meu 8eus& - 2obre: doce: gentil: meiga -udre&
TONY
%ocD %ocD disse que ela tentou matar vocD&
SYDNEY
Ela estava bDbada& Ningu)m ) 2er4eito&
TONY
-gora ela se 4oi&
SYDNEY
%ocD %ocD sabe o que isso signi4ica: não )J
TONY
%ocD estava cha2ada e ela estava bDbada e agora vocD acabou com a vida
de um ser humano inocenteJ
SYDNEY
5em: ): isso& E que eu estava na cama: acariciando e tocando e lambendo e
a4agando uma mulher& Eu cheguei 2erto assim: assim: de virar l)sbica&
TONY
0sso d( um 2ouco de tezão&
SYDNEY
Erga&
TONY
O que vocD vai 4azerJ
SYDNEY
Eu não sei& Eu não sei: +on& Eu estou com medo&
TONY
Eu estou aqui&
SYDNEY
>e abrace& ]Ele ]Ele a toma em seus bra+os.^ bra+os.^
TONY
O +on est( aqui&
SYDNEY
Eu me sinto tão segura nos seus braços&
TONY
Eu vou 2roteger vocD&
SYDNEY
%ocD vai: não vai&
TONY
?ode a2ostar&
SYDNEY
Não me deixe nunca&
TONY
ale a boca& ]Ele ]Ele a bei%a em c'eio na boca.^ boca. ^
SYDNEY
+on! ]Eles ]Eles abaiAam atrás da cama, )ora de vista, )azendo amor. ! luz sobe
em Ronald e -ance enquanto Ronald )az um c'eque. -ance está tirando as cal+as, mostrando uma cueca samba4can+ão.^ samba4can+ão.^
RONALD
"e eu colocar cinqKenta a mais: vocD acha que vocD 2oderia dizer que me
amaJ
LANCE
+(: claro: tanto 4az&
RONALD
Obrigado& ]Ronald ]Ronald entrega o c'eque a -ance. -ance coloca o c'eque dentro
da cueca e se en)ia na cama. Enquanto Ronald tira as cal+as, mostrando sua cueca samba4can+ão, vemos a mão de (on$ surgindo de detrás da cama de #$dne$. Ele está segurando as cal+as cor4de4rosa dela, que ele arremessa para longe, de pre)er"ncia para )ora de alguma %anela.^ %anela. ^
SYDNEY
] ! ! cabe+a cabe+a aparecendo.^ aparecendo.^ uidado com isso!
TONY
] ! ! cabe+a aparecendo.^ aparecendo.^ ale ale a boca: oca: mul mulher her& ](on$ a bei%a ei%a e eles les
desaparecem atrás da cama de novo. ! essa altura, o Ronald %á deve ter tirado as cal+as e ele se en)ia na cama com -ance. ;s rapazes desaparecem debaiAo das cobertas. Essas cenas continuam enquanto a luz volta em 6ivian. ^
VIVIAN
Suerida -udre: eu estou indo embora& Sualquer coisa que eu 2ossa
ter sentido 2or vocD um dia est( morta& O 4ato ) que eu 2arei de sentir qualquer coisa h( muito tem2o e: se eu 4osse honesta: eu teria que admitir que eu 4iquei 2or medo& Eu 4iquei: a2esar de amar outra 2essoa M e eu amo: ali(s! Eu sou ca2az! M eu 4iquei 2orque eu não queria admitir o 4racasso& ?orque eu me sinto segura e eu não quero 4icar sozinha e como eu sei que a 2essoa que eu amo não me ama: eu achei então que vocD era melhor que nada& >as vocD não )& %ocD ) 2ior que nada& Eu su2onho que: de certa 4orma: eu 2rovoquei vocD& Eu transei com um monte de gente 2orque eu tinha raiva de vocD: 2orque vocD não era quem eu queria& Então eu torturava vocD e vocD me torturava& ]Enquanto 6ivian pensa no que dizer a seguir, a cabe+a de 6ivian surge detrás da cama, se contorcendo ritmicamente.^ ritmicamente. ^
SYDNEY
Eu amo vocD: +on! Eu amo vocD! ase comigo!
TONY
]
SYDNEY
ase comigo! Eu sei que ) idiota! Eu sei que ) sT um 2edaço de 2a2el! Eu
sei que não signi4ica nada M ahhhhhh! ] ! ] ! mão de (on$ puAa #$dne$ pra )ora de vista de novo.^ novo.^
VIVIAN
Eu deveria saber que eu não agKentaria agKentaria h( anos atr(s& %ocD %ocD lembra lembra
quando a gente com2rou aquele cachorrinhoJ -quele 4ilhote branquinho: o NanuJ Eu amava aquele cachorrinho& >as ele 4ez xixi nos seus livros& Ele arruinou a sua "ontag e a sua 8idion& Ele cagou na Vertrude "tein& %ocD me obrigou a dar o Nanu& Eu 2edi: eu im2lorei: mas vocD me deu uma chave3de32erna invertida e eu concordei& ] 6ivian pensa por um instante. ! cabe+a de -ance -ance surge de debaiAo do cobertor.^ cobertor.^
LANCE
]Em tom monoc?rdio, completamente en)adado. ^ P isso: cara… uuu… )…
vocD ) o maior… ?a2ai: ?a2aizinho: uuu: )& ] !lguma ] !lguma coisa o mac'uca sob as cobertas.^ cobertas. ^ -0!! M +udo +udo bem: eu amo vocD& ] >e novo.^ novo.^ -0! M Eu amo vocD! ]>e ] >e novo.^ novo.^ -0! Eu j( 4alei: cara! Eu j( 4alei! ]-ance ] -ance desaparece sob as cobertas.^ cobertas. ^
VIVIAN
%ocD trans trans4o 4orm rmou ou minh minha a vida vida em um verd verdad adei eiro ro in4er in4erno no&& ] 6ivian
pensa por um instante. ! cabe+a de (on$ (on$ surge de detrás da cama, suas costas arcadas, enquanto ele se contorce ritmicamente. ri tmicamente.^^
TONY
Ningu)m ) dono de mim: nen)m! Eu sou meu 2rT2rio homem! 'm milhão de
mulheres tentaram e um milhão de mulheres 4racassaram!… -h 8eus! ]] ! ! cabe+a de Ronald surge, de dentro do cobertor. Ele estremece em "Atase rítmico. ^
RONALD
-h Xesus! Não 2are! Eu 2ago 2ago extra!
TONY
-h 8eus!
RONALD
-h 8eus!
TONY
-h 8eus!
RONALD
-h 8eus!
TONY e RONALD -H 8E'"! TONY : RONALD e VIVIAN
]Ela ainda escrevendo.^ escrevendo. ^ -H 8E'"!!!!!! ] !s !s luzes
no apar aparta tame ment nto o de #$dn #$dne$ e$ e no apar aparta tame ment nto o de Rona Ronald ld caem caem bem bem subi subita tame ment nte, e, deiAando 6ivian para concluir seu pensamento.^ pensamento. ^
VIVIAN
"e eu S' S'0" 0"E" E""E "E +O/+ +O/+'/ '/- E -5'"O 5'"O E' E"+ E"+-/0/0- O O> > '>
HO>E>! ?orque no 4inal das contas ) isso: -udre! Eu quero ser livre& .ivre de vocD e livre 2ara ir atr(s do meu verdadeiro amor! Então ) isso& 8e2ois de todos os bons tem2os e os maus tem2os: os hematomas e ossos quebrados: eu descobri que eu odeio vocD! P verdade& Eu odeio vocD& Eu odeio vocD odeio vocD odeio vocD odeio vocD!!… om amor: %ivian& ]Ela ]Ela destaca a carta do bloco e deiAa sobre o travesseiro. travesseiro. #ua luz cai. #obe a luz nos apartamentos de #$dne$ e de Ronald. !o mesmo tempo, as cabe+as de #$dne$ e de
(on$ aparecem de detrás da cama e Ronald e -ance surgem de debaiAo do cobertor. #imultaneamente, (on$ (on$,, #$dne$ e Ronald acendem um cigarro. ;s tr"s tragam uma vez e -ance tosse. ! luz deles cai. 6olta a luz no apartamento de 6ivian. Ela puAa uma mala de debaiAo de sua cama e come+a a %ogar tral'a dentro dela a esmo. ; tele)one toca. Ela atende.^ atende.^
VIVIAN
] !o !o tele)one.^ tele)one.^ -lIJ… Vustavo: sim eu aceito suas descul2as: 2orque
vocD me 4ez 2ensar& %ocD me 4ez 2erceber que acabou: minha vida com a -udre ) uma 4raude e acabou… ela não est( aqui: não… 5em: eu disse que eu es2eraria o +on vir me buscar& "im: a gente ainda vai buscar vocD… Loi: vocD lembrou!J Vraças a 8eus!… Não: não: não! Os direitos humanos dos chineses 4oi no mDs 2assado& ]ai a luz dela. #obe a luz no apartamento de #$dne$ enquanto ela e o (on$ engatin'am de detrás da cama, um tanto esgotados. Ele está colocando seus %eans. Ela agora está sem cal+as, mas a %aqueta deve ser comprida o bastante. #eu )igurino deve parecer uma versão pin/ da %aqueta de smo/ing e meia4cal+a meia4cal+a de Jud$ 9arland. 9arland.^^
SYDNEY
0sso 4oi es2etacular& %ocD ) incrível&
TONY
,5rigado: nen)m&
SYDNEY
O vigor! - 4orça! - energia contida& ?arecia que eu era a 2rimeira mulher
com quem vocD esteve em anos&
TONY
]8omo se )osse mais tempo.^ tempo. ^ Horas&
SYDNEY
]#enta4se reta, subitamente perturbada.^ %ocD acha acha que eu engol engolii perturbada. ^ +on& %ocD
carboidratosJ
TONY
O queJ
SYDNEY
Eu estou 4azendo a -tins& arboidratos não são 2ermitidos& %ocD não acha
M
TONY
Eu não acho nada&
SYDNEY
Vraças a 8eus& ]8ai ] 8ai a luz deles. #obe a luz em Ronald e -ance na cama,
colocando as cal+as.^ cal+as. ^
LANCE
>e morde assim de novo: cara: e eu corto o seu cu&
RONALD
>e descul2e& Eu me deixei levar& l evar& Eu 4ui arrebatado 2or um 4renesi de 2aixão:
um vTrtice de luxuria M
LANCE
+( bem: t( bem: t( bem&
RONALD
%amos 4alar sobre o nosso 4uturo&
LANCE
+(: t(&
RONALD
O que vocD quer 4azer com a sua vidaJ
LANCE
"ei l(&
RONALD
8eve haver alguma coisa: alguma ambição secreta que vocD sem2re nutriu&
Suando vocD 4echa os seus olhos: vocD se vD 4azendo o queJ
LANCE
"ei l(&
RONALD
Onde vocD gostaria de estar daqui a dez anosJ
LANCE
Eu gostaria de estar muito: muito… doido& ]8ai ] 8ai a luz deles. 6olta a luz em
#$dne$ e (on$. Eles ainda estão no c'ão, esgotados. ^
SYDNEY
Eu acho que a gente deveria se casar&
TONY
O queJ
SYDNEY
0magine& %ocD e eu& "enhor e "enhora +on "6allo6&
TONY
?or queJ
SYDNEY
Eu acho que eu conseguiria tolerar bem melhor sua galinhagem constante
se a gente 4osse casado&
TONY
Não&
SYDNEY
?or que nãoJ
TONY
Eu não quero&
SYDNEY
"ou euJ P 2orque vocD não quer se casar comigoJ P 2orque vocD não quer
se casar 2onto: ou sou euJ
TONY
P vocD&
SYDNEY
-h& Entendo& 5em& Então eu eu não acho que a gente gente não deve mais se ver& ver&
TONY
+udo bem&
SYDNEY
Não me deixe!
TONY
Eu sou quem eu sou!!
SYDNEY
]0erturbada.^ 0erturbada.^ %ocD baseou todo o seu 2adrão de com2ortamento em um
lema do ?o2ee M que ali(s: eu acho que vocD 2ara4raseou&
TONY
Eu não não 2ode 2oderi ria a casa casarr com com vocD vocD&& NTs NTs temo temoss valo valore ress com2 com2le leta tame ment nte e
di4erentes&
SYDNEY
5em: se vocD vai se 2reocu2ar com cada coisinha: vocD nunca vai encontrar
uma 2essoa&
TONY
Suer dizer: o sexo ) Ttimo: mas eu acho vocD eticamente corru2ta&
SYDNEY
0sso não im2ede vocD de gastar meu dinheiro em 8eus sabe o que: como
um marinheiro bDbado de licença&
TONY
Eu acho vocD moralmente 4alida&
SYDNEY
Est( bem: eu entendi& Nada de casamento& +udo bem& Então eu acho que a
gente devia morar junto&
TONY
- gente gente j( mora& ] ! ! luz sobe em 6ivian, ainda no tele)one. tele)one.^^
VIVIAN
- 4loresta 4loresta tro2ical 4oi h( trDs semanas atr(s! ]8ai ]8ai a luz de 6ivian.^ 6ivian.^
TONY
- gente gente devia contar ; %ivian& %ivian&
SYDNEY
ontar o queJ
TONY
Sue a -udre est( morta&
SYDNEY
-h: ): claro& Eu ainda estava estava no QP comigo que vocD não não quer casar&R casar&R
TONY
Ela vai 4icar arrasada& - -udre ) a vida dela: a vida inteira dela& Eu não sei
se eu j( vi algum casal mais a2aixonado e devotado um ao outro&
SYDNEY
%ocD conta 2ara ela&
TONY
6oc" atirou 6oc" atirou nela&
SYDNEY
Eu não gosto de con4rontos& Eu tenho medo de con4rontos& - %ivian4ala
muito 2alavrão&
TONY
%ocD deve isso a ela: "dne&
SYDNEY
Eu tenho uma id)ia melhor& %amos numa loja de 4erragens com2rar um ba
enorme! %ocD ainda tem meus cart9es de cr)ditoJ
TONY
+enho&
SYDNEY
- gente com2ra um ba enorme! - gente coloca a -udre dentro dele e joga
no rio! - %ivian nunca vai saber!
TONY
O que isso vai adiantarJ %ai acabar vindo ; tona&
SYDNEY
Então a gente vai com2rar um ba enorme: en4iar a -udre nele e des2achar
2ara a Lrança& Eu tenho um namorado antigo l( M a gente raramente se 4ala& O ?aulo era louco 2or mim& Ele vai 4icar tão emocionado ao ver o remetente&
TONY
'ma coisa de cada vez!
SYDNEY
erto& -^ - gente com2ra um ba enorme M
TONY
Não: não: não! ?rimeiro vocD conta 2ara a %ivian!
SYDNEY
Ela vai gritar comigo!
TONY
Eu imagino que sim&
SYDNEY
Ela jamais gostou de mim& E eu não sei 2or que! Eu me virei do avesso 2ara
4icar amiga daquela bruxa ingrata& Eu sei com certeza que 4oi ela que quebrou meu vaso >ing do s)culo dezesseis que 4icava no 4oer& -quele vaso 4oi uma 4ortuna! >as eu 4alei alguma coisaJ Eu a2ontei o dedo e exigi ressarcimentoJ Eu não 4iz isso&
TONY
'm vaso ) uma coisa& P substituível& 'ma vida humana não )&
SYDNEY
+ente vocD substituir um vaso >ing do s)culo dezesseis&
TONY
- gente vai contar 2ara a %ivian e aí a gente vai resolver o que 4azer com o
cor2o&
SYDNEY
]0rocurando as cal+as.^ cal+as. ^ Eu 2odia ter armado o maior barraco 2or causa
daquele vaso: mas eu deixei 2ara l(& -gora: eu queria ter dito alguma coisa M Onde estão as minhas calçasJ %ocD viu as minhas calçasJ
TONY
Eu joguei 2ela janela&
SYDNEY
Xesus risto: +on! +on! 0sso ) um conjunto e eu 2aguei 2reço de varejo! 0sso não
) de uma queima de estoque! Eu não roubei do 4igurino da novela! -gora o que ) que eu vou usar com essa jaquetaJ!
TONY
%ocD est( Ttima&
SYDNEY
Eu 2areço que vou irrom2er em um nmero musical a qualquer momento&
TONY
Eu acho sex&
SYDNEY
>esmo&
TONY
-hn3hãhn&
SYDNEY
5em: est( certo& >as se a gente tem que contar 2ara a %ivian: vamos
r(2ido! %amos acabar logo com isso& -nda! >eu 8eus: eu estou 4icando enjoada& Eu sT
es2ero que ela esteja de ressaca& "ei 2or ex2eriDncia que ) muito mais 4(cil subjugar uma 2essoa quando ela ela est( muito: muito: muito ressacada& ressacada& ]#$dne$ ] #$dne$ sai.(on$ se dirige à platéia.^ platéia. ^
TONY
Eu cresci em uma casa grande como um hos2ita ital& >eu 2ai era
neurocirurgião M ]#$dne$ ] #$dne$ mete a cabe+a pela porta.^ porta. ^
SYDNEY
%ocD quer andar logo! - gente não tem tem2o 2ara isso! ] (on$ acena com a
cabe+a e a segue. 8ai a luz deles. #obe a luz em Ronald e -ance. Eles estão sentados na cama.^ cama.^
RONALD
P im2ortante 2ertencer a alguma coisa& - necessidade necessidade de 4azer 2arte de uma
coisa maior ) b(sica ; condição humana&
LANCE
] !c'ando !c'ando gra+a.^ gra+a.^ 'ma coisa maior& Entendi&
RONALD
O que eu estou dizendo ) que tantos de nTs nos sentimos distantes de
nossas 4amílias: 2elo menos nossas 4amílias de sangue M vocD ) 2rTximo da suaJ
LANCE
5om: cara: quer dizer M
RONALD
P 2or 2or isso isso que que nTs nTs cria criamo moss nova novass 4amí 4amílilias as&& %ocD ente entend nde& e& -gora gora:: n?s
seremos uma 4amília& omo vocD se sente sobre criançasJ
LANCE
Eu nunca toco nelas!
RONALD
Eu sem2re quis crianças& 'ma menininha que olharia 2ara m im com orgulho&
Ou um menino que eu 2udesse vestir com rou2as bonitas&
LANCE
];l'ando ao redor.^ redor.^ %ocD viu meu bagulhoJ
RONALD
Não h( nada que nos 4aça sentir mais necess(rios do que ser necess(rio& necess(rio&
"entir o olhar de olhos 4amintos: carentes: ) como sentir o amor& on4ie em mim& Eu acho que eu sublimei meus instintos 2aternais no meu trabalho& >as agora ) hora de uma criança de verdade& - gente devia adotar um bebD!
LANCE
O queJ
RONALD
8evi 8evia a mesm mesmo! o! %ai ser ser mara maravi vilh lhos oso& o& Eles Eles estã estão o deix deixan ando do muit muitos os ga gas
adotarem crianças hoje em dia M o que é esquisito: j( que eles não nos deixam dar aula 2ara elas em escolas 2blicas& >as uma coisa de cada vez& E a gente 2odia arranjar um bebD do crac! Ou uma criança com necessidades es2eciais! es2eciais! omo a >ia Larro6! ] -ance encontra a macon'a e acende um baseado.^ baseado. ^
LANCE
>ia o queJ
RONALD
8eus nos 2Is aqui 2or uma razão: .ance& "e vocD acredita em 8eus& %ocD
acredita em 8eusJ
LANCE
Não&
RONALD
Nem eu&
LANCE
Suer dar uma bolaJ
RONALD
Não: obrigado& %ocD acha que est( 2ronto 2ara as res2onsabilidades da
2aternidadeJ
LANCE
8e jeito nenhum&
RONALD
>aternidadeJ
LANCE
%( se 4oder&
RONALD
5em: talvez seja cedo demais& %ocD sT conheceu a de2endDncia& - gente
deve começar com algo menor& 'm cachorro& %ocD %ocD gosta de cachorroJ
LANCE
achorro ) legal&
RONALD
0sso& - gente arranja um cachorro& 'm 2oodle ou um ão 81Ygua ?ortuguDs&
Eles são tão 4o4os! E ele vai ser sua res2onsabilidade& %ocD %ocD vai am(3lo e 2assear com ele e cuidar dele&
LANCE
%ou 2orra nenhuma: cara&
RONALD
Est( bem: est( bem& Nada de cachorro… 'ma 2lanta! - gente começa com
uma 2lanta&
LANCE
Eu vou ter que regarJ
RONALD
'm cacto& - gente coloca ali& 5aixíssima manutenção& - gente começa com
uma 2lanta: daí um cachorro: daí um bebD& %ocD vai ver: vocD vai ser 4eliz& - gente devia 4azer uma cerimInia de com2rometimento& ] 8ai a luz deles. #obe a luz no apartamento de 6ivian. #$dne$ e (on$ estão parados na porta. 6ivian está segurando sua mala. ^
VIVIAN TONY VIVIAN
Eu achei que vocD nunca ia voltar& %amos: vamos: vamos& "ente3se: %ivian& Não Não h( tem2 tem2o o 2ara 2ara isso isso!! - gente gente est( est( atra atrasa sada da&& +on: n: 2egu 2egue e as
bombas incendi(rias& "dne M se vocD vem: bombas de mau cheiro& O Vustavo est( es2erando!
TONY
"ente3se: %ivian!!
VIVIAN
O que )J Sual ) o 2roblemaJ
TONY
?ode 4alar: "dne&
SYDNEY
%ivian vocD se lembra daquele vaso no meu 4oerJ 5em chique: bem
antigoJ
VIVIAN SYDNEY
E' NO +OS'E0 N- ?O/-/0- 8O "E' %-"O! E aquela mesinha de cabeceira ) assustadoramente 2arecida com uma que
eu tinha até semana passada& passada &
TONY
"dne!!
SYDNEY
8escul2e&
TONY
%ai: 4ala&
SYDNEY
Est( certo: l( vai& %ivian: eu me sinto tão envergonhada& Eu não sei como
dizer isso& "T me 2rometa que vocD não vai gritar comigo M
TONY
"78NE7!
SYDNEY
Est( bem!… ]Em ]Em um resmungo indeci)rável.^ indeci)rável.^ Eu matei a -udre&
VIVIAN SYDNEY
O queJ O que vocD 4alouJ Sue que ela 4alouJ ]Resmungando.^ Resmungando.^ Eu matei a -udre&
VIVIAN
%ocD conseguiu entender o que ela disseJ Eu não entendi o que ela
disse& O que vocD disseJ
SYDNEY
E' >-+E0 - -'8/E7! -'8/E7! ]#obe a luz em -ance e Ronald.^ Ronald.^
LANCE
O queJ
RONALD
'm casamento! - gente gente devia 4azer uma cerimInia de casamento! ] 8ai a luz
de -ance e Ronald.^ Ronald. ^
VIVIAN SYDNEY
]Estupe)ata.^ Estupe)ata.^ -h… -h… -h nossa& ?ronto& Eu contei 2ara ela& - gente 2ode ir agoraJ Eu queria 2rocurar as
minhas calças&
TONY VIVIAN
Não& Eu não acredito nisso& Ela se 4oiJ - -udre se 4oiJ - minha -udre
est(…
SYDNEY
Noutra: morta: baleada: acabada: c1est 4ini& - gente 2ode irJ
VIVIAN
Eu não consigo res2irar… Eu não consigo! Não consigo! Não tem ar!
](on$ coloca o bra+o em volta dos ombros dela.^ dela. ^
TONY
Eu não 2osso nem imaginar o que vocD est( 2assando: %ivian& Eu sei o
quanto vocDs eram dedicadas uma a outra& ] 6ivian amassa a carta de 3adeus5, atrás das costas.^ costas.^
VIVIAN
P: ) verd verdad ade: e: nTs nTs )ram )ramos os&& NTs NTs nos nos am(v am(vam amos os&& /eal /ealme ment nte: e:
2ro4undamente: verdadeiramente nos am(vamos& %ocD 2assou 2elo jardim na subidaJ -udre e eu 2lantamos aquelas 4lores na noite em que eu me mudei& E nTs as vimos crescer: como nosso amor cresceu: estação a2Ts estação&
SYDNEY
%ocD %ocD quer dizer aquele 2edaço de terra ressecadaJ
VIVIAN
P: esse mesmo& Era um tributo&
TONY
%( em 4rente& 5ote 2ara 4ora& 5ata em algu)m se vocD tiver vontade&
SYDNEY
+on!
VIVIAN
]Jogando o bra+o, mas sem acertar a #$dne$. ^ %OZ >-+O' -
>0NH- -'8/E7!!!!!
SYDNEY VIVIAN TONY VIVIAN SYDNEY VIVIAN
Loi um acidente! ](riste.^ (riste.^ -h& Est( bem: eu 2erdIo vocD então& Ela est( ensandecida de tanta dor& Estou! Estou! Oh: a desolação ser( agora a minha com2anheira! >as: isso ) demente demais& Eu sT conhecerei as trevas e a dor! 8e agora em diante: eu sT usarei
negro!
SYDNEY VIVIAN TONY VIVIAN
Em o2osição ; sua 2alheta ?ucci3Los4orescente de costumeJ Eu me absterei de todos os tons de cinza! ?ronto: 2ronto& >e console: +on& >e abrace& Eu 2reciso sair daqui& Esta cidade est(
arruinada 2ara mim& Esta cidade sTrdida: com seu concreto rom2ido e suas ruelas sujas& +odo cheiro 4)tido me lembrar( da -udre! +odo 2edaço de lixo imundo que eu vir vai se 2arecer com ela! Eu 2reciso esca2ar& +alvez uma ilha& -lgum lugar tro2ical M -lgum de vocDs j( esteve em "aint 5artsJ
SYDNEY
Eu j(&
VIVIAN
-h: deitar sobre a areia e esquecer esquecer a minha trag)dia& Eu 2reciso 2reciso torrar
sob o sol escaldante: dia a2Ts dia: e me tornar outra 2essoa!
SYDNEY
'ma nbiaJ
TONY
%ocD devia& %ocD devia se a4astar 2or um tem2o&
VIVIAN
omo eu 2oderiaJ Eu não tenho nadaJ! Eu não 2oderia ir al)m do
aero2orto de Ne6ar com as minhas economias& Eu sou uma 2risioneira nesta masmorra de tormentos!
TONY
- "dne "dne 2aga&
SYDNEY
O S'EJ!
VIVIAN
%ocD %ocD 4aria issoJ! %ocD 4aria mesmo isso 2or mimJ
SYDNEY
Não&
TONY
"dne: vocD atirou no verdadeiro amor dela& P o mínimo que vocD 2ode
4azer&
SYDNEY VIVIAN
"aint 5arts ) ridiculamente caro& 'ma semana em >iami ou bubis @& -i: obrigada! >uito: muito obrigada! %ocD ) um anjo: mais ou menos&
Eu sei que eu vou conseguir deixar isso tudo 2ara tr(s algum dia: a2Ts anos me 2erdendo em cidades estrangeiras& Eu nunca 4ui ; Euro2a: sabe&
TONY
%ocD vai ver: "dne: se ex2urgar do dinheiro vai 2uri4icar vocD&
SYDNEY
Então me deixe suja&
VIVIAN
Eu vou vou 2rec 2recis isar ar de rou2 rou2as as de 2rai 2raia& a& 'm ca4t ca4tã: ã: talv talvez ez&& Ou um
sarongue& O +on 2ode vir comigoJ Ele 2ode: ele 2ode: ele 2odeJ
SYDNEY VIVIAN SYDNEY VIVIAN SYDNEY 2
%ivianJ O queJ ?or que vocD estava arrumando as malasJ -rrumando as malasJ Esta mala M 2or que vocD estava arrumando essa malaJ
o correto correto em iídiche !"u#kis$ !"u#kis$ ou !"u"kes$% !"u"kes$% a"solutamente a"solutamente nada &literalmente% e'cremento de "ode()
VIVIAN
Eu não me lembro& +udo est( meio vago& >inha vivida est( sendo
vivida em dois volumes& -ntes e de2ois da -udre& Eu me lembro de tão 2ouco do meu 2assado 4rívolo& ]#$dne$ ]#$dne$ pega uma das cartas descartadas.^ descartadas. ^
SYDNEY
E o que ) issoJ
VIVIAN SYDNEY
Eu estou escrevendo um livroJ %ocD estava deixando a -udre: não estavaJ
VIVIAN SYDNEY
Não& NTs )ramos muito 4elizes& ]#atis) #atis)eit eita, a, %ogand %ogando o a carta carta )ora. )ora.^^ -h: est( bem& ?arecia uma carta de
des2edida&
VIVIAN
+'8O 5E> E' E"+-%-! E"+Y 5E>! E"+Y 5E>! E' 8E+E"+-%-
-S'E.- >'.HE/! >'.HE/! %OZ -//-NO' -//-NO' 0""O 8E >0> 5-"E 8E +O/+'/-! ]8ai ] 8ai a luz deles. #obe a luz em Ronald e -ance. Ronald está sentado com um bloco e papel.^ papel. ^
RONALD
O segredo 2ara uma 4esta animada ) o tema& Eu sem2re gostei de temas
tro2icais& "abe: ti2o raatoa .este de Xava ou um tema de luau&
LANCE
.egal&
RONALD
-í vocD 2ode en4eitar a sala com cores vibrantes& P 4estivo& E vocD 2endura
cocos: coloca cart9es indicando os lugares na mesa dentro de conchas& E 2oi: 2oi: 2oi: jorrando livremente!
LANCE
.egal&
RONALD
- gente 2ode servir torta de creme de coco e muito 2eixe& %ocD %ocD gosta de
2eixeJ
LANCE
Não&
RONALD
erto& Na32a3da32a Na32a3da32a de 2eixe! 2eixe! E de de 4rangoJ
LANCE
Lrango ) legal&
RONALD
Não ) muito tro2ical: mas tudo bem& Não 4az bem a ningu)m ser rígido& 0sso
vai ser tão divertido! %ocD est( animado!J
LANCE
]#e dando conta.^ conta. ^ +I&
RONALD
Utimo: Ttimo: Ttimo! -gora a lista de convidados& %ejamos& Eu tenho que
chamar a "dne& E o Vustavo e a -udre e a %iviane o +on e o 5runo e o -nthon e não meus 2ais: mas todo mundo do meu escritTrio& Eu vou chamar: digamos: umas trinta
2essoas& Eu 2osso me resolver com trinta& Então vocD 2ode chamar trinta& >as nada de clientes antigos& Eu não acho que seria adequado& %ai&
LANCE
5em: eu devia convidar o Navalhada M
RONALD
%ocD achaJ
LANCE
P&
RONALD
+udo bem: tudo bem& Suem maisJ ]-ance ] -ance pensa com um longo tempo.^ tempo. ^
LANCE
Eu disse o NavalhadaJ
RONALD
8isse& Suem maisJ ]-ance ] -ance pensa de novo por um longo tempo. #obe a luz
em 6ivian, #$dne$ e (on$.^ (on$.^
VIVIAN
Ela era uma 2orca& Eu 4iquei com ela 2orque eu estava muito sT! Eu
estou tão sozinha! ]6ivian ] 6ivian desmorona nos bra+os de (on$.^ (on$. ^
TONY
Est( tudo bem: %ivian&
VIVIAN
Eu nunca a amei! Eu amo outra 2essoa h( anos& H( s)culos& >as ele
nem sabe da minha existDncia!
SYDNEY VIVIAN
EleJ Eu disse eleJ Eu quis dizer ela& >E -5/-E: +ON7! ] 6ivian bei%a
(on$ (on$ em c'eio na boca por um longo instante. #$dne$ o)ega, 'orrorizada.^ 'orrorizada. ^
LANCE
Eu disse o NavalhadaJ
RONALD
8isse& Suem maisJ ](o ] (on$ n$ empurra 6ivian para longe.^ longe.^
TONY
%0%0-N!
VIVIAN SYDNEY VIVIAN SYDNEY VIVIAN SYDNEY VIVIAN
>e descul2e! Eu não consigo evitar! E' ->O %OZ! Eu 2ensei que vocD 4osse uma l)sbica: bem l)sbica: l)sbica mesmo! +alvez eu seja: talvez não: que que vocD tem com isso: 7ocin'a!J 7ocin'a!J 5em: no momento me 2arece muito im2ortante! ?oliticamente! Eu sou l)sbica 2oliticamente! 0sso não basta! ?ara mim não& Não: não basta e larga o meu namorado& >e diga que nTs temos uma chance: +on ! >e diga que vocD tem
sentimentos 2or mim!
TONY
>as nTs não temos uma chance e eu não tenho sentimentos 2or vocD&
VIVIAN
O seu tom era outro ontem ; noite!
SYDNEY
Xesus risto +on!
TONY
5em: eu achava vocD sex quando vocD era l)sbica&
VIVIAN
Eu quero morrer& ]Ela ] Ela senta na cama e come+a a comer uma barra de
c'ocolate #nic/ers.^ #nic/ers. ^
LANCE
Eu disse o NavalhadaJ
RONALD
8isse& Suem maisJ ]8ai ] 8ai a luz em Ronald e -ance.^ -ance. ^
VIVIAN
Eu vou sim2lesmente comer e comer at) ex2lodir& Eu sT quero ser
uma montanha de bosta bem grande: gorda e solit(ria&
SYDNEY
5em: eu 4ico satis4eita que algu)m est( 4eliz& Eu vou 2ara cadeia: a não ser
que a gente 2ense em alguma coisa!
TONY
%ocD %ocD não 2ode ir 2ara a cadeia!
SYDNEY
PJ: vocD tem um 2lanoJ
TONY
%amos %amos de2redar a sua casa 2ara 2arecer que ela 4oi arrombada!
SYDNEY
8e jeito nenhum! -quilo ) um imTvel em condomínio! Eu sou 2ro2riet(ria
daquele a2artamento& E: al)m da des2esa: se essa histTria vazar: eu nunca mais vou ter a a2rovação do conselho de administração do condomínio!
VIVIAN TONY VIVIAN
Eu odeio homens! Eu odeio mulheres! Eu odeio todo mundo! 8eixe3me 2ensar& 8eixe3me 2ensar& -h: deixe3a ir& 8eixe que ela v( 2ara a cadeia& E daí! Suem 2recisa
dela: a4inal!
TONY
NTs 2recisamos: %ivian! NTs 2recisamos dela! NTs 2recisamos da casa dela
e do carro dela e das coisas dela& O arm(rio rendeu trDs mil 2ratas! E bomba incendi(ria não d( em (rvore& Lolhetos não se im2rimem sozinhos! NTs 2recisamos do dinheiro dela! NTs 2recisamos dos cart9es de cr)dito dela! omo vocD acha que eu 2aguei a 4iança do Vustavo quando ele 4oi 2reso!
SYDNEY
P isso que 4oi aquela cobrança!J
TONY
8escul2e&
SYDNEY
Esqueça&
TONY
- questão questão ) que n?s 2recisamos n?s 2recisamos dela!
SYDNEY
]=rLnica.^ =rLnica.^ Eu me sinto tão amada&
TONY
-h: cale a boca: "dne! "dne! Eu amo vocD&
SYDNEY
%ocD amaJ
TONY
5om: ) Tbvio: n)!
SYDNEY
]
VIVIAN
Eu não quero 2ensar& Eu quero comer& Eu quero comer e comer e
comer& E aí: eu quero comer mais um 2ouco&
SYDNEY
]7ais calma.^ calma.^ Eu sei o que 4azer&
TONY
O queJ
SYDNEY
P horrível… >as eu sei o que 4azer& ?reste atenção& ]8ai ] 8ai a luz. #$dne$ entra
em um )oco de luz.^ luz. ^ - id)ia lhe veio toda de uma vez: inteira& Ela nem sabia que ela era ca2az de tais 2ensamentos& ] #obe a luz em Ronald e -ance, que estão na mesma posi+ão de antes. #$dne$ #$dne$ os observa. Eles não a v"em.^ v"em. ^
LANCE
Eu estou 2ensando&
RONALD
+em que ter algu)m& +em que ter um monte de gente&
LANCE
Eu disse o NavalhadaJ
RONALD
8isse& Suem maisJ
LANCE
Eu estou 2ensando& ]; ] ; tele)one de Ronald toca. Ele atende.^ atende.^
RONALD
-lIJ
SYDNEY
Ele voltouJ
RONALD
%oltou& %oltou& Eu estava certo e vocD estava errada&
SYDNEY
%ocD %ocD contou 2ara ele alguma coisaJ
RONALD
NTs temos outros assuntos a tratar&
SYDNEY
%enha 2ara a casa da %ivianM
RONALD
Eu não 2osso agora M
SYDNEY
E venha sozinho& .argue tudo que vocD estiver 4azendo& %enha 2ara a casa
da %ivian o mais r(2ido 2ossível& ] 8ai a luz de #$dne$.^ #$dne$.^
RONALD
]8olocando os sapatos.^ sapatos. ^ Eu tenho que ir& "into muito& >as eu vou voltar&
Enquanto eu estiver 4ora: vocD 2ode 2re2arar a sua lista&
LANCE
,+( certo&
RONALD
]8om do+ura.^ do+ura.^ E vocD não tem que ter vinte e nove& %ocD 2ode ter o quanto
ou o quão 2ouco que vocD quiser&
LANCE
.egal& ]Ronald ]Ronald sai. -ance toma um trago do baseado, para gan'ar coragem,
e liga para um nmero.^ nmero. ^ E aí: Navalhada& "ou eu: o .ance… P: eu estou na boa… 5em: eu não sei… hoje ; noiteJ Não: eu acho que não… caralho: não grite comigo: cara!… NO V/0+E O>0VO: -/-!!… Eu estou ligando 2or uma razão… Eu não vou voltar… não… não… eu não… %( se 4oder: cara!… Não: não ) um novo M não )… eu conheci uma 2essoa… ele ) legal… ele )… eu con4io nele… eu vou morar aqui M eu vou morar aqui!… Eu 2osso sim! %( se 4oder: eu 2osso: sim! Eu 2osso 4azer qualquer 2orra que eu quiser!!… Eu não te devo merda nenhuma: cara!… 5om: então v( se 4oder: v( vocD se 4oder!! ]Ele ]Ele bate o tele)one no ganc'o. Um instante se passa. Ele vai até a cama e pega o bloco em que Ronald estava escrevendo a lista de convidados. Ele risca o nome de @aval'ada. Ele se sente derrotado.^… derrotado. ^… >erda& ]Ele ]Ele )ica sentado por um instante, então a luz dele dele lent lentam amen ente te cai. cai. :uan :uando do a luz luz de -anc -ance e esti estive verr apag apagad ada, a, sobe sobe a luz no apartamento de6ivian. Ronald se uniu à #$dne$, (on$ e 6ivian. 6ivian agora tem um saco de meio quilo de 7M7Ds.^ 7M7Ds. ^
RONALD
]8'ocado, im?vel.^ im?vel.^ Não&
SYDNEY
/onald M
RONALD
Não!!
TONY
P a nica saída&
RONALD
Eu o amo!!
VIVIAN TONY VIVIAN RONALD VIVIAN SYDNEY VIVIAN RONALD
-morJ ?ense nisso& >e 2ou2e de amor& %OZ NO +E> O 80/E0+O! Lique com o seu amor M Eu sou sua irmã& >e dD >f>1s& %OZ NO +E> O 80/E0+O 8E L-E/ 0""O!!
SYDNEY
%ocD disse que vocD me ajudaria&
RONALD
%OZ NO ?O8E L-E/ 0""O!
VIVIAN
omida& omida 2erdura& O amor morre&
RONALD
Eu não vou ouvir!
TONY
/onald M
RONALD
E' NO %O' O'%0/ 0""O!
TONY
Suanto tem2o 2oderia durarJ
RONALD
]0r?Aimo às lágrimas.^ lágrimas.^ %Y "E LO8E/!
TONY
'ma semana: um mDsJ
SYDNEY
NTs estamos 4alando da minha vida&
VIVIAN
Eu achei que ele 4osse um drogado& Ele não ) um drogadoJ
TONY
P&
RONALD
E daí!J
VIVIAN SYDNEY
]8omendo.^ 8omendo.^ Eu sT estou dizendo seja 4ranco& %ocD mesmo me disse M
VIVIAN RONALD
-s ruas estão cheias deles& deles& NO!
VIVIAN TONY
]8asual, com pouco caso.^ caso. ^ +em cor2os em tudo que ) canto& 8e vinte aninhos: garotos&
VIVIAN
+odo dia&
RONALD
NO!!
SYDNEY
%ocD acabou de conhecD3lo&
VIVIAN
?ara onde quer que vocD olhe&
SYDNEY
%ocD nem o conhece!
RONALD
%OZ NO ?O8E L-E/ 0""O!
VIVIAN
P tão triste&
RONALD
%OZ NO ?O8E L-E/ 0""O O> E.E!
SYDNEY
Suem sabe o que vai acontecerJ
RONALD
%OZ NO ?O8E L-E/ 0""O O>0VO!
SYDNEY
Sualquer coisa 2oderia acontecer& acontecer&
TONY
Não ) sobre isso que a gente sem2re 4alouJ
SYDNEY
Eu 2reciso de vocD&
RONALD
O que que eu tenhoJ
TONY
olocar nossa 4elicidade 2essoal depois do depois do bem maiorJ
RONALD
O que que eu tenhoJ!
TONY
"acri4ício 2essoalJ
SYDNEY
%ocD 2rometeu&
RONALD
O S'E S'E E' +ENHO!J… E' NO +ENHO N-8-! E' NO +ENHO
N-8-! ?O//- NENH'>-! E' +ENHO E.E! %OZ" EN+EN8E> 0""O!J E' +ENHO E.E E E' O ->O! "E'" 8E"V/-[-8O"! %O ?-/- ?'+- S'E O" ?-/0'! ]0ausa. ] 0ausa.^^
TONY
]Em tom monoc?rdio.^ monoc?rdio.^ - gente tem que 4azer alguma coisa& - gente tem que
4azer isso& - gente não tem nenhum 2oder sem dinheiro& - gente não tem nenhum dinheiro sem a "dne&
RONALD
?or 4avor&
TONY
E nTs 4izemos coisa& NTs 4izemos di4erença& NTs mudamos 2essoas… e
vidas&
RONALD
… eu o amo&
SYDNEY
]Estendendo o bra+o para ele.^ ele. ^ E eu amo vocD: /onald&
TONY
NTs 2recisamos dela&
SYDNEY
Eu amo vocD& ]Um inst instan ante te se pass passa. a. Rona Ronald ld está está comp comple leta tame ment nte e
derrotado. ;s outros o observam, mas não obt"m nen'um sinal de acordo.
LANCE
] !legre, !legre, ol'ando para cima. cima.^ E aí&
SYDNEY
.ance: este ) o +on: e a %ivian&
VIVIAN
]Entrando no apartamento de Ronald.^ Ronald. ^ >f>1sJ
LANCE
.egal& ]Ela ]Ela l'e dá o saco.^ ] #$dne$ cruza para dentro do saco. ^ "ua goiaba est( ali& ]#$dne$
apartamento de Ronald e pega a goiaba.^ goiaba. ^
TONY
]Entrando no apartamento de Ronald.^ Ronald. ^ ?razer em conhecer vocD&
LANCE
P&
TONY
%ocD %ocD 2oderia nos 4azer um 4avorJ
LANCE
- gente gente vai 2ro comícioJ
TONY
%ai M
SYDNEY
X(: j(&
LANCE
P 2ara o queJ
TONY
- gente gente 2recisa que vocD vocD v( M
VIVIAN
Eu vou ligar 2ara o Vustavo& ]6ivian ] 6ivian disca no tele)one.^ tele)one. ^
SYDNEY
-qui est( o endereço&
TONY
O a2artamento dela&
VIVIAN TONY VIVIAN
] !o !o tele)one.^ tele)one.^ VustavoJ +em uma arma& ] !o !o tele)one.^ tele)one.^ NTs estamos a caminho&
SYDNEY
+em uma chave M
TONY
+raga3a 2ara nTs&
SYDNEY
Embaixo do ca2acho&
VIVIAN
] !o !o tele)one.^ tele)one.^ Es2ere do lado de 4ora&
TONY
+raga3a 2ara nTs&
SYDNEY
Nosso amigo est( es2erando&
TONY
Na 2raça&
VIVIAN
] !o !o tele)one.^ tele)one.^ Eu tenho que desligar& ]Ela ] Ela desliga.^ desliga.^
LANCE
?raça +om2insJ
TONY
%ocD não se im2ortaJ
LANCE
]Encol'endo os ombros.^ ombros. ^ Eu não me im2orto&
SYDNEY
Encontre com a gente l(&
LANCE
Onde est( o /onaldJ
RONALD
]8omedidamente, do apartamento de 6ivian.^ 6ivian. ^ Eu estou aqui: .ance&
VIVIAN
]0egando de volta o 7M7s.^ 7M7s. ^ >e dD isso&
RONALD
Eu estou aqui: .ance&
LANCE
Est( bem&
TONY
Utimo&
LANCE
Na 2raça&
TONY
>uito obrigado: ]Ronald ] Ronald precipita4se para o seu apartamento.^ apartamento. ^
LANCE
]0ara Ronald.^ Ronald.^ Eu vou 2re2arar a lista esta noite& ] ;s outros observam, ou
se viram para o outro lado, em sil"ncio, enquanto Ronald anda até -ance e o bei%a, apaiAonadamente, apaiAonadamente, na boca.^ boca.^
RONALD
Eu amo vocD: .ance&
LANCE
]Em voz baiAa, envergon'ado.^ envergon'ado.^ ale a boca: cara&
RONALD
Eu amo vocD&
LANCE
8( um tem2o!
RONALD
8escul2e&
LANCE
] !legre.^ !legre.^ %ejo vocDs l(& ]-ance ] -ance se apressa porta a)ora. &á um abatimento
sobre o grupo.^ grupo. ^
SYDNEY
… eu 4aço a ligação&
VIVIAN
]8omendo.^ 8omendo.^ E aí a gente realmente tem que ir& O Vustavo estava 2D
da vida&
RONALD
Eu não vou&
TONY
%ocD tem que ir&
RONALD
Não tenho&
TONY
- gente gente 2recisa de vocD& vocD&
RONALD
-zar&
TONY
%ocD não 2ode desistir& %ocD sabe disso& %ocD dedicou sua vida inteira aos
outros& outros& P vocD& vocD& P vocD quem me disse que nunca nunca se 2ode desistir& desistir& H( muitos deles& H( muitas 2edras 2edras e as 2edras são o Tdio& E elas geralmente geralmente estão envoltas envoltas em 2(ginas 2(ginas da 5íblia& %ocD me disse isso& .embraJ
RONALD
.embro&
SYDNEY
] !o !o tele)one.^ tele)one.^ -lIJ… "im… Eu 2reciso in4ormar sobre um crime M ] 8ai
abruptamente a luz deles. #obe a luz lu z em -ance, que se dirige à platéia.^ platéia. ^
LANCE
Eu nasci em "anta +ereza& >inha mãe trabalhava numa um3e3noventa3e3
nove e de2ois em um salão& >eu 2ai sumiu antes de eu nascer& >as sem2re tinha um homem l( em casa M at) eu 4azer dez anos: e aí eu não sei& O namorado da minha mãe odiava criança e então ela teve que escolher& Eu 2eguei a estrada& ] ! ] ! luz sobe em torno dele. Ele está no apartamento de #$dne$, em pé ao lado da cama. -entamente ele pega a arma. @a medida em que ele )az isso, ouvimos o som de uma sirene e vemos a luz vermel'a piscante, à distância no início e então c'egando cada vez mais perto. Ele )ica em pé, paralizado, ol'a pela %anela. ! luz retorna no apartamento de Ronald. ; grupo está na mesma posi+ão de antes. -entamente cai a luz de -ance.^ -ance. ^
VIVIAN TONY
Eu comi meio quilo de >f>1s& E daí…J
VIVIAN SYDNEY
8aí que a gente tem que 2arar em uma conveniDncia no caminho& >e descul2e: /onald&
VIVIAN TONY VIVIAN SYDNEY VIVIAN SYDNEY
Ou num mercado& +(& Ou em algum ti2o de loja& -lgum ti2o de loja de doces& Eu estive 2ensando& Eu não entendo& ?or que vocD não conhece ningu)mJ "abe o que eu nunca 2roveiJ 'ma barra de agnut B& Suer dizer: vocD sabe que dizem que o 2oder ) um a4rodisíaco& 5om: eu não
consigo 2ensar em ningu)m mais 2oderoso do que um assistente social& %ocD deve ter dezenas de Tr4ãos sem teto e 4ugitivos bonitinhos que de2endem de vocD 2ara receberem seus cheques& ] ! ] ! luz de -ance -ance some.^ some.^
RONALD
-cho que sim&
SYDNEY
5em: 4aça uso disso: 2elo amor de 8eus&
VIVIAN
]-ambendo os dedos.^ dedos. ^ P verdade! Na ltima vez que eu visitei vocD M
tinha um cara muito 4o4o es2erando uma entrevista& Ele era delicioso!
RONALD VIVIAN
"cott: eu acho que vocD est( 4alando do "cott& P& Ele tinha uma bunda linda de morrer& Eu transei com ele no
banheiro do seu escritTrio&
RONALD *
Eu 2ensei que vocD 4osse l)sbica&
tradicional "arra de #asta de amendoim crocante co"erta com coco +ueimado% sem chocolate
VIVIAN SYDNEY
Não comece& Eu tive um dia 2)ssimo& %ocD %ocD 2oderia estar usando seus 2oderes administrativos 2ara t re2ar em tudo
quanto ) canto&
RONALD
Hmmm&
VIVIAN TONY
Eu lembrei! O queJ
VIVIAN
O comício! Eu lembrei 2ara o que que )!!
TONY : SYDNEY e RONALD VIVIAN TONY
?ara o queJ
O Xos) "anto 8omingo! O nome dele não ) "anto 8omingo! Ele P de "anto 8omingo!
VIVIAN
Não im2lica comigo: que eu estou com queda de açcar!
SYDNEY
Suem ) esseJ
TONY
'm menino inocente M
VIVIAN TONY
'm amor de garoto! ondenado M
VIVIAN
Lalsamente! +otalmente 4alsamente!
TONY
Não havia 2rova NENH'>-!
RONALD
?or homicídio&
SYDNEY
>eu 8eus!
TONY
Loi um julgamento totalmente 2reci2itado& Eles nunca tiveram uma sombra
de 2rova que ligasse o ra2az a qualquer coisa! >as deram 2ara ele um advogado: algum advogadozinho indicado 2elo tribunal: um 2alhaço que nunca tinha de4endido nada mais grave que uma multa de tr*nsito! tr *nsito! E agora ele vai ser executado!
VIVIAN RONALD VIVIAN
]0ara Ronald.^ Ronald.^ %ocD viu o retrato deleJ %i& Ele não ) um gatoJ
RONALD
Ele ) um gato&
SYDNEY
Ele vai ser executadoJ
TONY
-manhã!
VIVIAN
%ai 4ritar amanhã!
SYDNEY
>eu 8eus M
VIVIAN
]>ando soco no ar.^ ar. ^ NU" E"+->O" 0N8O: XO"P! NU" E"+->O"
0N8O "-.%-/ "-.%-/ %OZ!
SYDNEY
'm menino totalmente inocente& Sue horror&
VIVIAN
Eu j( 2osso sentir! - multidão! -" ?-.-%/-" 8E O/8E>! Eu sabia
que eram bombas bombas de mau cheiro! cheiro! Não se leva bombas bombas incendi( incendi(rias rias 2ara um comício comício contra a 2ena de morte& P contra2roducente!!
TONY
] K K porta.^ porta.^ %ocD vem: "dneJ
SYDNEY
-h: dane3se&
VIVIAN TONY
?ena de morte ) homicídio! Homicídio sancionado 2elo Estado!
VIVIAN
NU" NU " ?O8E ?O8E>O >O" " --5-5-/ / O O> > 0""O 0""O!! NU NU" " ?O8E ?O8E>O >O"! "!!! "E
LO/>O" >'0+O"! "E V/0+-/>O" 5E> -.+O E ?O/ +-N+O +E>?O S'E NO %O ?O8E/ NO" 0VNO/-/! LO8-3"E: -8E0/- E.P+/0-! LO8-3"E: ?/O>O+O/! %Y "E LO8E/: VO%E/N-8O/ E - 80/E0+- E O ?O8E/0O N'.E-/!!
SYDNEY
]0assando por 6ivian^ 6ivian ^ ?oderio nuclearJ
VIVIAN
ale a boca: eu sei l(! ?/ELE0+'/-: %Y "E LO8E/! ] (on$ passa
por 6ivian.^ 6ivian.^ %ocD disse que a gente 2oderia 2arar no mercado&
TONY
,+(& +udo bem: tudo bem: a gente 2(ra no mercado&
VIVIAN
+0/-": %O "E LO8E/!!! ]6ivian ]6ivian sai.^ sai.^
TONY
%ocD vem: "dneJ
SYDNEY
Eu não sei M est( sol l( 4ora e eu tenho tendDncia a ter sardas M
TONY
"dne "dne! !!! ](on$ sai. sai. #$dn #$dne$ e$ )ica )ica para parada da,, ol'a ol'and ndo o para para Rona Ronald ld por por um
instante, então se vira e sai. Ronald suspira, incerto do que )azer. Ele decide e pega as c'aves. ; tele)one toca. Ele atende.^ atende. ^
RONALD
] !o !o tele)one.^ tele)one. ^ "im: Vustavo: a gente est( indo& ]Ele ] Ele desliga, então se dirige
à platéia.^ platéia.^ Nunca se sabe: 2ode ter algu)m gato& ] 0ara a turma, ao sair apressado.^ apressado. ^ >e es2erem: 2orra!! ]Ele ]Ele )ec'a a porta atrás dele. lecaute.^ lecaute.^
FIM DA PEÇA