Capa: Capitão Bandeira – Fernando Lobo / Montagem: Lancelott Martins Sumário Editorial – André Carim Ilustração: Adriana, a Agente Laranja e o Escorpião Amarelo – Estêvão Moraes HQ: “FRANKENSTEIN ” – Adriana, a Agente Laranja –Hugo Máximo HQ: “INDESTRUTÍVEIS – SAGA ORIGEM – Parte 2” – Criação e História: Guido Van Pie e Arte: Marcos Gratão Homenagem a Carlos Eugênio Baptista, por Edvaldo Cardozo HQ: “UMBRAL” – Roteiro de Carlos Eugênio Baptista, Arte de Edvaldo Cardozo e Letras de Max Piaga Inclusão: Apresentação do Pedro Henrique Cypreste, por Gabriel Rocha HQ: “A FESTA NO ÔNIBUS ” – Arte, Roteiro, Cores e Letras de Pedro Henrique Cypreste Contracapa de Estêvão Moraes – Heróis de Força Extrema: Número 7, Águia Dourada, Quartzo Dourado, Relâmpago Negro, Crossbell, Fantasticman e Catalogador de Universos
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Fanzine Múltiplo e Adriana Dee, a Agente Laranja, registrados na Biblioteca Nacional sob o número 83.569 em 19 de julho de 1993 – Autor e criador: André Carim de Oliveira.
André Carim
Nada melhor do que comemorar o Dia do Quadrinho Nacional (30/1) com muita HQ. E é assim que o Múltiplo de janeiro chega, recheado de HQs. Nesta edição temos uma homenagem ao Carlos Patati feita pelo amigo Edvaldo Cardozo, nos contando um pouco de sua trajetória e nos trazendo uma HQ produzida em parceria com o Patati. Justa homenagem a quem sempre nos presenteou com grandes roteiros. Hugo Máximo me surpreendeu essa semana com uma HQ da Agente Laranja um tanto que inusitada, onde a detetive/espiã lida com o lado sobrenatural nesta HQ cheia de estilo, uma das caracterizações mais tudo a ver com a loira. Quadrinhos é também INCLUSÃO. E com esse pensamento, temos a participação mais do que especial do Pedro Henrique, aluno do amigo Gabriel Rocha que nos traz uma HQ completamente feita por ele, um incentivo a quem não se deixa derrotar pelas limitações e cresce com o seu talento. Parabéns ao Gabriel pela apresentação do garoto e a certeza que muitas outras HQs virão por aí. O Múltiplo continua pedindo passagem, apresentando grandes artistas, grandes HQs e já vislumbrando o TOMO 2 de Força Extrema, muito em breve por aqui e com uma aventura cheia de surpresas. As portas estão abertas, venha publicar com a gente, as páginas da revista estão à disposição dos artistas nacionais para publicação de todo material que venha a ser produzido. Que o ano de 2019 seja, realmente, o nosso ano!
Até breve e bom entretenimento!!!
Essa é uma homenagem a Carlos Eugênio Baptista (Carlos Patati), feita por mim, Edvaldo Cardoso, e pelo meu amigo, Editor da revista Múltiplo, André Carim. Mostraremos o carinho e a virtude de um homem de 58 anos sobre a cultura e a arte, que na flor do pensamento literário nos ensinou a arte, que depois viajou em uma galáxia de conhecimentos atômicos. Menciono também a João Carpalhau, que tive o prazer de conhecer pelo Carlos Patati. Nós três iríamos lançar esse material pela Capa Comics, mas o destino mudou a natureza dos fatos! Nascido em 08 de maio de 1960, no Rio de Janeiro. Na infância se debruçou em literaturas como os heróis de Faroeste e toda a fantasia de heróis Pulp, como Flash Gordon , O Homem Biônico e Fantasma. Mergulhou nos contos e filosofia em épocas de adolescência, onde o bailar das capas lhe era atraente, como Superman, Shazan, Capitão 7, Raio Negro. Creio que sua mente voou tanto que
deu asas à imaginação e sabedoria, por ém, seu rumo eram as revistas de terror. Lhe era mais conveniente, com co m 18 anos já estreava nas páginas no ano de 1979, nas revistas Pesadelo e Sobrenatural e Espectro. Carlos Patati (Análise das experiências com HQ) . O principal destes era “Drácula”, mas também havia “Naiara, a Filha de Drácula”, “Terror”, “O Escorpião” (um super -herói sinistro), “Seleções de Terror” e uns outros tantos. Conheci na banquinha de
revistas usadas, numa pequena galeria em Copacabana, no caminho da casa da minha avó. Não numa banca de jornal. Isso os tornava ainda mais misteriosos. Os super-heróis da Marvel e da DC tinham trânsito fácil lá em casa, mas estes gibis vi logo que não era bom deixar minha mãe ver. Havia sangue, e moças de pouca roupa, mesmo que boa parte das histórias fossem de época. Uma certa troca de frases, que aconteceu naquela lojinha, sentados no chão lendo os gibis, a título de escolhê-los, ficou comigo. O Drácula do Nico Rosso, no gibi que eu estava lendo com um confrade mais novo, agarrou sua vítima e rasgou seu vestido sem piedade. Seu seio quase pulou fora do decote, assim nos pareceu. Meu colega, fascinado, mandou:
-Caramba! Já imaginou se ele morde a bunda dela!? Entretanto, o Carlos Patati em sua vinculação em histórias, ramificava-as em suas leituras, H.P Lovecraft, como os “Gatos de Ulthar, Dagon, Em Sussurros Das Trevas...” Assim como Edgar Allan Poe , “Gato Preto, A esfinge misturada” , de Stephen King a George Romero, e aos grandes contos de lendas urbanas, e as metalinguagens nordestinas, assim como o Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa... Creio que suas referências misturadas inovaram o arco do terror. Participou da revista Mongo, a mulher Gorila, em 1987, Editora Press. Em 1989, publicando uma história ilustrada pelo veterano Júlio Shimamoto na revista Pesadelo, da Editora Vecchi. Também pela editora, publicou na revista Spektro.
Teve trabalhos editados pela Eura Editoriale, da Itália, e pela Editorial Columba, da Argentina. Ao lado do desenhista Allan Alex, criou o taxista Nonô Jacaré publicado nas revistas Porrada, em 1990, números 1, 4, 5, 8, 9, e a especial. Mil Perigos, "Metal Pesado". Em 1996, Brasilian Heavy Metal, e cujas primeiras aventuras foram reunidas numa edição especial pela Editora carioca Tipológica. A dupla de criação nessa época também roteirizou diversos quadrinhos de
terror sem a presença do taxista. Ainda com Allan Alex, publicou A Guerra dos Dinossauros, pela Editora Escala; O Segredo da Jurema, pela Opera Graphica. Em 1995, Assombração número, 4, 5 e 8. Mestre em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ministrou a cadeira "Introdução às Histórias em Quadrinhos" durante dois anos. Este trabalho deu origem à revista "PHQ", publicada pela EBAL. Foi professor de Filosofia e orientador de fanzine para escolas de segundo grau de 1990 a 1997, foi professor assistente no curso de Comunicação Social da UESC da Bahia, também foi curador das Bienais de Quadrinhos do Rio de Janeiro e consultor do FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), de Belo Horizonte, e da ComicCon carioca, além de eventos similares menores. Escreveu ao lado de Flávio Braga o livro Almanaque dos quadrinhos - 100 anos de uma mídia popular, publicado pela Ediouro em 2009 e ganhador do prêmio
de melhor livro de não-ficção para jovens, oferecido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. No mesmo ano, adaptou para os quadrinhos o romance A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo. O álbum foi desenhado por Márcio de Castro e publicado pela Panda Books. Em outubro de 2010, se tornou colunista no site Bigorna.net. Em 2014 publicou "A Noite na Taverna", adaptação para quadrinhos do livro de contos de Álvares de Azevedo, com a colaboração de cinco desenhistas, pela editora paulista DCL. Também republicou " A Noite Rompida", romance gráfico em colaboração com o artista plástico Hélio Jesuíno, originalmente realizada como catálogo de uma exposição de trabalhos deste, em 1995. A nova e melhorada edição saiu pela Editora Estronho, do Paraná. Em 2003, Sangue Bom, Editora: Opera Graphica. Foi o colaborador brasileiro no livro "1001 Comics you must read before you die", Cassell Illustrated, London, 2011, organizado por Paul Gravett, que
dá um panorama mundial do estado da arte sequencial, com textos oriundos de diversas partes do mundo. Patati já escreveu e dirigiu vídeos institucionais e de treinamento, escreveu programas de Televisão para a TVE e a TV Manchete, colaborou no roteiro do programa “Ao Pé da Letra”, exibido pelos canais Vinde e Record, e foi diretor de diálogos em duas coproduções estrangeiras de longa-metragem, “O 5º Macaco ” e “Lambada, The Movie!”. Também foi premiado pelos roteiros que escreveu para curtasmetragens exibidos nos festivais de cinema de Gramado, Salvador e Rio de Janeiro (Rio Cine) nos anos de 1984 e 1985. É autor do romance de ficção-científica “A sorte dos Girinos” (Editora Quartet, 1999). Tradutor pela Editora: Conrad, janeiro de 2007, “Epicuro O Sábio ”. Além de seus trabalhos em quadrinhos, e de suas prosas longas, tem diversos contos publicados na imprensa lusófona, e o mais recente "O Desenho da Criatura", inspirado nos Mitos de Cthulhu do escrito Pulp americano H. P. Lovecraft que integra a antologia gaúcha "A Ascensão de Cthulhu", da editora Argonautas, 2014. Estronho, 1 de maio de 2014, “A Noite Rompida”. Em 2017, publicou pela Veneta “Couro de Gato”, HQ ilustrada por João
Sanchez, sobre história do surgimento do samba, em formato de quadrinhos participou no roteiro da Coleção Sobrenatural vol. 1: Vampiros, da Avec Editora.
Creio que os últimos trabalhos que Carlos Patati fez foi comigo em 9-9-2017 quando iniciamos o projeto, ele já tinha me dito que tinha feito com Carlos Henry, porém, lançado em junho de 2017 pela Universo: “Fronteiras do Além”.
Os dois dias que são, 15 de junho de 2018, Carlos Patati, depois no 26 de julho 2018, João Carpalhau. Foram dias de revelação cósmica. creio que ao falar isso parece coisa de boboca. No entanto quem passou por uma Experiência Fora do Corpo (EFC) pode falar um pouco do assunto a capacidade de projetar tal essência, o que tive na época foi por alergia forte a uma medicação ” Irei falar do Caminho, que sempre é um caminho quando se fala
de EFC, assim dizia Raul Seixas em sua música, quase ninguém acredita nisso.”
Eu senti a relva como se fosse de verdade, mas era de verdade mesmo, o chão estava cheio de pedras ornamentadas, emparelhadas por pequenas fendas milimétricas ao redor do verde da mata -” não me lembro de jardim”- Eu sentia o cheiro do mato, da relva em geral, meus extintos sensoriais eram impulsionados à paisagem. De longe, um ser humanoide a me esperar. Eu não posso dizer se era anjo, apenas uma presença, como se eu tivesse um senso coerente, um tipo de terceiro olho, uma visão áurea do objeto, eu andava até ele, pois
no decorrer sentia uma paz que nunca tive na minha vida, indescritível, que transcendeu toda a minha mente, eu só queria absorver a paz, até parecia que estava com fome. Ao acordar, devido à adrenalina no hospital, vi a morte com outros olhos, porém, eu observo a vida como uma escola do contexto sobre uma realidade experimental, mas o que é realidade para nós, creio que há uma freada nesse sentido, impedindo o fluxo natural do pensamento, creio que vivemos em uma ilusão de realidade. O povo mais antigo via como uma viagem. Existe o conceito energético da alma se estabelecendo em palavras, como Chacras, Eteria, Cordão de Prata... Existe também o conceito do terceiro olho, uma espécime de sensor que nós desprezamos e transformamos em uma pantomina, desassociando algo que nós sempre tivemos que é totalmente observado ao pressentir o amor, os gêmeos, os animais de estimação ou até mesmo de pais e filhos, esse instinto de proteção pelo amor e dado para todos os seres vivos. No conceito geral pressentimos quando estamos isolados, ou até mesmo quando estamos em perigo, o amor é a essência vital de tudo, mesmo tendo adversidades no caminho ou algum erro do passado por certas ilusões. O amor é assim, cuidamos uns dos outros sem cobranças de nada, mesmo depois da morte sempre somos lembrados por quem nos ama de verdade.
Por Gabriel Rocha Quem produz ou trabalha com Histórias em Quadrinhos sabe que essa linguagem sofre uma estigmatização negativa, construída ao longo do tempo, com o objetivo de valorizar as artes e manifestações literárias mais tradicionais. Na verdade, fica parecendo que as artes ditas “cultas” possuem al-
guma necessidade de mediocrizar as manifestações de vanguarda por receio que lhes substituam o status quo . É um desassossego infeliz. Um novo status quo nasce nasce sem que algum pregresso se perca. Há espaço para todos. Recentemente, quem encontrou seu próprio camiPedro Henrique Cypreste nho foi o hoje companheiro de artes, aluno Pedro Henrique Cypreste. Recebi a boa oportunidade de ministrar uma turma de histórias em quadrinhos para o curso Criar, em Niterói -RJ, com um aluno muito especial. Portador de uma condição rara, as dificuldades de expressão não impediram o seu desenvolvimento ao longo de 2018 durante nossas atividades em sala de aula. a ula. Pedro já desenhava muito bem. Frequenta o curso de artes faz algum tempo, e gosta muito do que faz. No início, a comunicação era uma barreira. barr eira. Mas, o entusiasmo e simpatia do jovem são agregadores e permitiram que uma estratégia de trabalho fosse implementada para o desenvolvimento das nossas atividades. Primeiro, o aluno foi deixado à vontade para se expressar livremente. Ele desenvolveu interesse particular em reproduzir alguns quadros
da edição especial do Lagarto Negro (impresso pela Editora Kimera), em painéis únicos, como se a percepção de cada quadro fosse individualizada. Num segundo momento, foi pedido ao aluno que continuasse reproduzindo os quadros, mas agora seguindo a estrutura de uma página de quadrinhos tradicional, com as sarjetas entre os quadros e formando a ideia de uma sequência. Em seguida, a atividade consistiu em abandonar a revista do Lagarto Negro e começar a criar suas próprias sequencias. As primeiras criações, sem referências, foram algumas páginas de ação com personagens de filmes do cinema. Não haviam referências dos personagens de filmes no ambiente do curso. O próprio aluno externava agora um conceito que havia armazenado previamente dentro de si, e isso abriu um caminho. Até este momento, não havia texto. Nos foi dito que o aluno tinha pleno domínio da língua portuguesa, mas não desenvolvia mais do que frases curtas. Começamos a trabalhar os balões, típicos da linguagem dos quadrinhos, em sala de aula. A próxima atividade seria então o grande desafio: desenvolver uma sequência de páginas, narrando uma história original, com personagens próprios! O resultado é a história em quadrinho A FESTA NO ÔNIBUS, que você lê a seguir. A linguagem das Histórias em Quadrinhos permitiu que uma narrativa completa se desenvolvesse, superando a limitação inicial apresentada no início do curso. Deixo aqui meu grande agradecimento ao editor André Carim, por compreender a importância deste nosso trabalho e ceder espaço, em sua publicação periódica digital, para a história em quadrinhos A FESTA NO ÔNIBUS. Agradeço à família f amília do Pedro, por permitir a publicação da história em quadrinhos A FESTA NO ÔNIBUS como meio de recompensar o aluno Pedro Henrique Cypreste por todo seu esforço ao longo do curso. Na minha opinião, uma grande conquista! Uma narrativa completa, com personagens próprios, apresentação, início, meio e fim.