MONITORIZAÇÃO CARDÍACA Visualização de determinados parâmetros vitais através de um monitor, como ajuda técnica à vigilância.
Deve servir apenas como apoio à vigilância do doente e nunca para a substituir
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA ASPECTOS A TER EM CONTA: O doente; Tipo de monitor; Patologia inerente; Alterações detectadas.
PLANO DO CURSO OBJECTIVOS
Interpretar o traçado electrocardiográfico e algumas das suas alterações emergentes
PLANO DO CURSO Conteúdos Anatomofisiologia do coração Ciclo cardíaco Electrocardiograma Traçados electrocardiográficos
SISTEMA CARDIOVASCULAR Músculo de 250 a 350gr (0,5% do peso corporal) Tamanho de uma mão fechada Forma de cone invertido Recebe 5% do débito cardíaco Contrai-se 3 biliões de vezes durante a vida As células não se regeneram na vida adulta
ANATOMIA DO CORAÇÃO Artéria carótida esquerda
Artéria aorta
Artéria subclávia esquerda
Artéria pulmonar Veia pulmonar
Veia cava superior
Válvula semilunar Aurícula Direita
Aurícula Esquerda
Válvula Tricúspide
Veia cava inferior
Válvula Mitral
Ventrículo Direito
Ventrículo Esquerdo
ANATOMIA DO CORAÇÃO
Membrana de tecido conjuntivo fibroso entre a aurícula e os ventrículos:
Esqueleto cardíaco
- proporciona um apoio rígido para inserção dos músculos cardíacos eléctrico
funciona
como
isolante
ANATOMIA DO CORAÇÃO Músculo Cardíaco Propriedades Automaticidade Excitabilidade Condutibilidade Contractibilidade Refractariedade
Iniciar os seus próprios Automaticidade impulsos
Período refractário Refractariedade
Responder aos seus Excitabilidade próprios impulsos
Transmitir esses Condutibilidade impulsos
Contrair-se Contractilidade despolarizando-se
ELECTROFISIOLOGIA DO CORAÇÃO Sistema de Condução
2 nódulos
Feixes de condução
Sinoauricular (SA)
Feixe de His Feixe de Bachmann
Auriculoventricular (AV)
Rede de Purkinje
Nódulo SA
Feixe de His
Nódulo AV
Passo 1: nódulo SA é activado
Passo 2: os impulsos gerados pelo nódulo SA são transmitidos para o nódulo AV pelos feixes de Bachmann
Passo 4: o impulso percorre o septo ao longo dos feixes de His
Rede de Purkinje
Ramificações dos feixes
Passo 3: atraso na condução AV. Iniciase a contracção auricular Passo 5: o impulso é transportado até à rede de Purkinje, onde se inicia a contracção ventricular
CICLO CARDÍACO
O Ciclo Cardíaco diz respeito a um ciclo mecânico completo do batimento cardíaco, começando na contracção ventricular e terminando no relaxamento ventricular.
CICLO CARDÍACO Características As variações de pressão das câmaras são responsáveis pelo movimento de sangue Tem a duração normal de 0,7 a 0,8 segundos Apresenta duas fases: a Sístole e a Diástole
CICLO CARDÍACO
Sístole/Contracção
Auricular
Diástole/Relaxamento
Auricular
Ventricular
Ventricular
CICLO CARDÍACO DIÁSTOLE E SÍSTOLE AURICULAR No início da diástole ventricular, a pressão ventricular é inferior à pressão dentro a aurícula Quase todo o enchimento ventricular ocorre durante o primeiro 1/3 da diástole ventricular Aproximadamente a 2/3 da diástole ventricular, o nódulo SA despolariza e os potenciais de acção propagam-se pelas aurículas A aurícula contrai-se durante o último 1/3 da diástole ventricular e completa com o enchimento ventricular
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA Objectivos: Confirmar actividade eléctrica cardíaca Identificar o ritmo cardíaco Identificar qualquer alteração do ritmo no doente Detectar alterações da condução Permitir uma intervenção adequada Permitir avaliar os efeitos da terapêutica Detectar alterações da perfusão cardíaca (se for possível monitorizar o segmento ST)
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
ELECTROCARDIOGRAMA
12 DERIVAÇÕES
MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA
3 OU 5 ELECTRODOS
ELECTROCARDIOGRAMA “Uma imagem gráfica das forças eléctricas geradas pelo coração.”
É um meio de diagnóstico que permite registar, analisar e monitorizar os sinais cardíacos de forma a diagnosticar anomalias de condução.
O ECG regista as variações eléctricas do músculo cardíaco, registando os impulsos eléctricos do coração no papel milimétrico. Estes impulsos são registados como ondas ou deflexões. As deflexões espalham-se pelo corpo desde o coração até aos eléctrodos colocados à superfície corporal, sendo a sua colocação específica denominada por derivação.
ECG convencional Constituído por 12 derivações diferentes 6 derivações dos membros ou do plano frontal
6 derivações tóraxicas, précordiais ou horizontais
Derivam eléctrodoscolocados colocados Derivam de dos6eléctrodos em áreas específicasaos do 4 tórax sobre sobre ou adjacentes membros. o precordium (coração)
Eléctrodos dos membros
Unipolares aVR – braço dto. aVL – braço esq. aVF – perna esq.
Bipolares Derivação I: Braço esq. (+) e braço dto. (-) • Derivação II: Perna esq. (+) e braço dto. (-) • Derivação III: Perna esq. (+) e braço esq. (-
Derivações tóraxicas, précordiais ou horizontais
V1: 4º espaço intercostal, bordo direito do esterno
V2: 4º espaço intercostal, bordo esquerdo do esterno
V4: 5.º espaço intercostal, linha média clavicular
V3: 5º espaço intercostal, entre o V2 e o V4
V5: 5º espaço intercostal, linha axilar anterior
V6: 5º espaço intercostal, linha média Axilar
Onda P
Representa a despolarização auricular Uma onda P normal é ligeiramente arredondada, nem pontiaguda, nem dentada A sua altura é, geralmente, inferior a 3mm e a sua duração é normalmente inferior a 0.1 a 1 segundos
Intervalo PR Representa a quantidade total de tempo necessária para a despolarização das aurículas (onda P), assim como o tempo necessário para que o impulso se desloque lentamente através da junção AV, pelos ramos do feixe, até à despolarização ventricular (complexo QRS) O intervalo é de 0,12 seg até 0,20seg
Complexo QRS Representa a despolarização das células musculares dos ventrículos Esse processo complexo pode ser dividido em duas fases sequenciais: 1.ª fase é a despolarização do septo interventricular da esquerda para a direita 2.ª fase resulta da despolarização simultânea da massa principal dos ventrículos direito e esquerdo O complexo QRS normal tem altura inferior a 25mm e dura menos de 0,10 segundos
ONDA T Representa o período de latência entre o fim da despolarização e o início da repolarização ventricular
Intervalo QT Representa o tempo total necessário para que ocorram a despolarização e repolarização dos ventrículos Tem a duração de 0,35 a 0,45 seg Varia com a idade, género e especialmente com a frequência cardíaca
Intervalo ST
Representa o intervalo de tempo entre o fim do complexo QRS e o começo da onda T
ANÁLISE DO PAPEL DE ECG
3 métodos para calcular a frequência cardíaca Método 1500
Método R-R
Método 6 segundos
Contar o n.º de quadrados pequenos entre dois complexos QRS consecutivos Como há 1500 quadrados pequenos por minuto (0,04 segundos por quadrado), divide-se o 1500 pelo número de quadrados pequenos O qual resultado equivale à frequência cardíaca por minuto.
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
ELECTROCARDIOGRAMA
12 DERIVAÇÕES
MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA
3 OU 5 ELECTRODOS
Monitorização Contínua
Não Convencional Convencional Monitorização de 3 eléctrodos Derivação de Lewis Monitorização de 5 eléctrodos
Derivação esofágica Derivação interauricular
Finalidades: Vigiar a frequência cardíaca
Detectar disritmias de “alerta”
Detectar disritmias letais
Detectar taquicardias de amplo QRS de origem ventricular
MONITORIZAÇÃO DE TRÊS ELÉCTRODOS
DII
Mcl 1
Mcl 6
MONITORIZAÇÃO DE CINCO ELÉCTRODOS Finalidades Monitorizar duas derivações em simultâneo; Selecção a qualquer momento de várias derivações diferentes através de um selector existente no monitor. Possibilidade de observar o segmento ST
DISRITMIA OU ARRITMIA
É um ritmo anormal, ou seja, é qualquer outro ritmo que não o ritmo sinusal normal.
AVALIAÇÃO DAS DISRITMIAS:
Frequência auricular e ventricular; Regularidade das ondas P e dos complexos QRS; Intervalos; Relação de ondas P para os complexos QRS; Presença de actividade ectópica.
Disritmias auriculares
Arritmias Bloqueios Cardíacos
Flutter auricular
Bloqueios auriculoventriculares
Fibrilhação auricular
1.º Grau
2.º Grau
Mobitz de
Mobitz de
Tipo I
Tipo II
3.º Grau
Disritmias Ventriculares
Taquicardia Ventricular Fibrilhação ventricular
Assistolia Ventricular
RITMO SINUSAL NORMAL
Intervalo PR entre 0,12 e 0,20 seg Complexo QRS estável < 0,12seg Onda P positiva e de aspecto estável antes de cada complexo QRS Intervalos R-R e P-P iguais e regulares FC entre 60 a 100 bpm
Flutter Auricular
Aurículas despolarizam a uma FC de 250-350 bpm Ondas P ausentes, ondas F em “Dentes de Serra” Complexo QRS é normal Intervalo P-R não é mensurável Razão de condução é normalmente um número par (2:1, 4:1)
Fibrilhação Auricular
Aurículas despolarizam caoticamente de 350-600 bpm Ausência de ondas P Complexo QRS é normal mas ritmo ventricular é irregular
Extrassístole Ventricular
Extrassístole ventricular monomórfica
Extrassístole ventricular polimórfica
Extrassístole ventricular bigeminada
Taquicardia Ventricular
Ausência de ondas P, contudo esporadicamente surgem ondas P independentes não relacionadas com o complexo QRS Complexo QRS superior a 0,12s, largo e estranho Intervalo R-R quase regular FC > 100 bpm
Fibrilhação Ventricular
Não
existem
ondas
P
nem
complexo
identificável Apenas existem ondas de fibrilhação Linha isoeléctrica acidentada e ondulada FC ausente
QRS
Bloqueio AuriculoAuriculo-ventricular 1º Grau
Bloqueio AuriculoAuriculo-ventricular 2º Grau Mobitz I
Bloqueio AuriculoAuriculo-ventricular 2º Grau Mobitz II
Bloqueio AuriculoAuriculo-ventricular 3.º Grau
Impulsos sinusais e auriculares estão bloqueados Aurículas e ventrículos contraem independentemente Complexo QRS, estreito se comandado pelo nódulo AV, alargado se comandado por um foco ectópico ventricular Algumas ondas P ficam escondidas pelo complexo QRS e outras podem deformá-lo Intervalos R-R e P-P constantes FC 40 a 60 bpm bradicardia extrema
Assistolia Ventricular
Ausência total de actividade eléctrica do coração Também denominada por paragem cardíaca Linha isoeléctrica surge plana Não identificação electrocardiográficas FC ausente
de
quaisquer
ondas