C on du tor t or es de Con V eic ulos de EEmergência mergência
MÓDULO 3
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
APRESENTAÇÃO Nos módulos anteriores, você estudou a legislação referente à atuação do condutor de veículo de emergência e também aprendeu como agir defensivamente no trânsito. “O destino do traumatizado está nas mãos de quem faz o primeiro curativo”. Nicholas Senn (1844-1908) - Cirurgião Americano (Fundador da Association of Military Surgeons of the United States) Com esta frase Nicholas Senn resumiu o papel daquele que primeiro aborda uma vítima de trauma, pois de nada adianta esperar pelo socorro se a vítima não respirar ou estiver com uma abundante hemorragia. Em pouco tempo, ela morrerá. Outro aspecto importante é que as pessoas presentes ao local do sinistro esperam do agente público uma ação de controle e de coordenação em relação ao cenário de crise, principalmente no que concerne aos primeiros socorros dos feridos e à segurança. Neste módulo, você estudará a conduta mais adequada de um agente de segurança pública, frente a uma situação que exija o socorro de pessoas vítimas de trauma. Estudará também como prover a segurança do local, preservando a sua vida e a de terceiros. Nota Na REDE EAD você encontrará os cursos Emergencista Pré-Hospitalar I e II. Ambos foram elaborados com o objetivo de criar condições para que os participantes possam desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a realização de atendimento pré-hospitalar em situações de emergência.Caso queira se aprofundar sobre o assunto, matricule-se no próximo ciclo.
Objetivos do módulo Ao final do estudo deste módulo, você deverá ser capaz de: • Entender a necessidade de sinalizar adequadamente um local de acidente; • Conhecer os procedimentos para prover a segurança pessoal e de terceiros; • Identificar a necessidade de solicitação de recursos adequados à situação; • Conhecer os procedimentos de avaliação inicial e o suporte básico de vida (SBV),
quando necessário, bem como a adoção de medidas para o não agravamento das lesões; • Compreender a importância das ações do agente público em um cenário de crise, que levam à manutenção da vida e à segurança, em consonância com os anseios da sociedade.
Estrutura do módulo Este módulo possui as seguintes aulas: Aula 1 – Primeiras providências Aula 2 – Cinemática do trauma Aula 3 – Abordagem ao vitimado Aula 4 – Controle de hemorragias
AULA 1 Primeiras providências
Você como servidor de segurança pública que conduz veículos de emergência, já refletiu sobre as seguintes perguntas?
• Sinto-me apto a responder aos anseios da sociedade quando me deparar com uma ocorrência do gênero? • Tenho o conhecimento necessário para dar o suporte e manter a vida da vítima até a chegada do socorro especializado, contribuindo para evitar o agravamento das lesões?
Acidente em via pública . Fonte: Polícia Rodoviária Federal – PRF
• Estou preparado para efetuar o primeiro atendimento em vítimas de acidentes de trânsito?
As reflexões realizadas auxiliarão a percorrer esta aula, na qual você estudará os elementos que caracterizam a correta abordagem à cena de um acidente, primando pela segurança pessoal e de terceiros, correspondendo ao que a sociedade espera de você como servidor público. Pronto para começar?
1.1 Gerenciamento de risco: primeiras ações É muito comum, quando em deslocamentos, sejam administrativos ou em serviço operacional, você se deparar com acidentes de trânsito, com danos materiais ou com vítimas, que podem apresentar as mais diversas lesões. Nestas situações, você, como servidor de segurança pública, deverá efetuar a primeira assistência às vítimas destes eventos.
1. Sinalização do local;
Ao se aproximar do local, você deve atentar para o gerenciamento dos riscos, observando sobre os seguintes aspectos:
8. Acionamento de recursos adicionais.
2. Vazamento de combustível; 3. Eletricidade; 4. Produtos perigosos; 5. Incêndios; 6. Veículo em posição instável; 7. Perigos do veículo;
Estude sobre cada um deles.
1.1.1 Sinalização do local A sinalização é a primeira ação a ser realizada. Um local mal sinalizado está propício a gerar outras ocorrências, além de colocar em risco a vida dos profissionais e curiosos que estejam no local.
- o desvio do trânsito, se necessário, para garantir a segurança, já que a velocidade será menor e o socorro mais rápido.
Possíveis formas de sinalização: • Com cones, se houver no veículo; • Galhos e arbustos arrancados da margem da rodovia, sendo esta uma sinalização de fácil visualização e entendimento pelos outros motoristas; • Se o veículo for caracterizado e possuir sinalizadores de emergência, este deve ser utilizado para sinalizar o local, após a linha de cones ou sinalização com meios de fortuna.
Sinalização do local. Fonte:WWW.tribunadoceara.com.br
A sinalização de acidentes em trechos urbanos pode ser feita com:
Você deve colocar a sinalização a uma distância que permita aos condutores diminuírem a velocidade com segurança. Em região de serra, coloque a sinalização mais afastada do local. Havendo curvas, a sinalização deve ficar antes desta, de modo que os condutores sejam alertados que existe algo de anormal logo à frente.
- o próprio veículo, se este for caracterizado;
Veja na tabela 6, as distâncias para colocação de sinalização em casos de acidentes:
Importante!
Distância para colocação da sinalização. Fonte: DENATRAN (2010)
1.1.2 Vazamento de combustível Você pode gerenciar o risco determinado por vazamentos de combustíveis em local de acidentes através das seguintes medidas:
• Conter pequenos vazamentos.
• Identificar imediatamente a presença de vazamento de combustível; • Isolar o local e afastar fontes de ignição (fumantes, equi¬pamentos eletrônicos, veículos, etc.); • Disponibilizar equipamentos de combate a incêndio (extintores);
Acidente com vazamento de combustível. Fonte: PRF
1.1.3 Eletricidade • Tratar toda fiação elétrica como energizada; • Ter cuidado na aproximação, para que o próprio veículo não toque os fios; • Orientar as pessoas no interior do veículo energizado, ou em contato com fios, para não desembarcarem. Acidente com envolvimento de eletricidade.
Você pode gerenciar o risco determinado, por envolvimento de eletricidade, no acidente através de algumas medidas: • Identificar a presença de fios, postes ou transformadores atingidos pelo acidente;
Não execute nenhuma manobra em relação à parte elétrica sem a pre¬sença de pessoal e equipamentos especializados, o que normalmente só é possível com a presença da companhia de energia elétrica.
1.1.4 Produtos perigosos Você pode determinar os riscos do envolvimento de produtos perigosos no acidente através das seguintes medidas: • Anotar os números constantes nos rótulos e informar o serviço de emergên¬cia local; • Seguir as orientações da equipe especializada; • Se for necessário se aproximar para ver os rótulos, aproxime-se
somente o suficiente e sempre com o vento soprando pelas suas costas; • Só adentrar a área quente, quando for considerada segura por um técnico ou especialista; • Sempre considerar a possibilidade da presença de produtos perigosos.
Nota Na REDE EAD você encontra o curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos que tem como finalidade criar condições para que você saiba como agir quando estiver dentre os primeiros a chegar em locais de ocorrências envolvendo produtos perigosos em áreas públicas. O escopo do CIPP é facilitar e orientar as ações da assistência especializada, minimizar os danos ao meio ambiente e os efeitos decorrentes de vazamentos, explosões e incêndios nas comunidades e o devido gerenciamento do local sinistrado.Caso queira aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, lembre-se de matricular no próximo ciclo.
Acidente envolvendo produtos perigosos. Fonte: blogspot.com
Saiba mais... No site da Associação Brasileira das Indústrias Químicas e de Produtos Derivados http://www.abiquim.org.br/abiquim/ institucional/quem-somos (ABIQUIM) você encontrará mais informações sobre produtos perigosos.
1.1.5 Incêndios O risco determinado por incêndios pode ser gerenciado por você através de algumas medidas: • Combater imediatamente o foco com extintores de incêndio, sempre tendo como priori¬dade a própria segurança e a da pessoa a ser atendida, e como segundo objetivo a preservação do patrimônio; • Utilizar equipamento de proteção individual para o combate a incêndios em desenvolvimento. Incêndio causado pelo acidente. Fonte: PRF
1.1.6 Veículo em posição instável O risco determinado pela posição instável do veículo no acidente pode ser gerenciado por você através de algumas medidas: • Sempre estabilizar o veículo antes de adentrar o mesmo; • Utilizar procedimentos especiais de estabilização em veículo laterali¬zado, capotado ou em terrenos inclinados, podendo ser com pedaços de madeira ou mesmo cordas;
• Uma estabilização eficiente em veículos sobre a pista é murchar os pneus para que não andem quando você estiver em seu interior;
ribanceiras, é solicitar a caminhoneiros pedaços de corda e amarrar o veiculo a uma árvore, ou a um caminhão que esteja carregado;
• Sempre que possível acionar o freio de mão;
• Nunca amarre um automóvel a outro automóvel, pois o veículo acidentado poderá arrastar o outro.
• Outra maneira eficiente quando se tratar de automóveis a margem de
1.1.7 Perigos do veículo Bateria Risco: descarga elétrica, podendo produzir incêndio. Conduta: desconectar o cabo negativo (preto) da bateria.
Air bag Risco: o acionamento retardado pode provocar agravamento das lesões em vitimados posicionados próximos ao air bag. Ao se aproximar da vítima, verifique se o veículo possui air bag ou se este foi acionado.
Cintos de segurança com pré-tensionadores “Cintos de segurança são dispositivos de segurança passiva acionados, em geral, pirotecnicamente (explosão). Reduzem abruptamente a distância entre o cinto de segurança e o usuário durante o momento do impacto em acidente com grande dissipação de energia, proporcionando a redução das possíveis lesões. Os cilindros acionadores são geralmente interligados ao sistema do air bag. Risco: geram movimentação abrupta adicional ao ocupante vitimado, podendo agravar as lesões. Oferecem risco adicional de incêndio e explosão, pois ao acionar pode ocorrer ignição no habitáculo gasado por substância inflamável.
Conduta: ficar distante do alcance do air bag, ou usar um dispositivo ou outro meio para neutralizar o acionamento, como por exemplo, executar uma amarração firme em volta do volante. Importante!
Conduta: Tratar com as mesmas precauções do air bag. Retirar o mais rápido possível do vitimado o cinto de segurança conectado. O uso de uma faca, canivete ou tesoura é recomendado. Sempre corte o cinto acima da cabeça da vítima, pois com sua retração rápida ele pode lesioná-lo.
No caso de air bag do passageiro, em alguns modelos de veículos, o equipamento pode ser desativado utilizando-se a chave de ignição, na lateral do painel frontal, próximo à porta do carona. Saiba mais... http://pt.wikipedia.org/wiki/Airbag
1.1.8 Acionamento de recursos Após providenciar a segurança do local, você deve verificar quais recursos serão necessários: ambulância, bombeiros, órgão
com circunscrição sobre a via, perícia, veículos de remoção de cadáveres, concessionários de serviços públicos, etc.
Importante! Jamais realize o atendimento se o risco não for aceitável.
Os números de emergência • 190 – Polícia Militar • 191 - PRF • 192 – SAMU • 193 – Bombeiros • 198 – PRE • 0800 11 8270 – ABIQUIM (Associação Brasileira das Indústrias Químicas) Informe-se dos telefones das guardas municipais de sua região.
AULA 2 Cinemática do trauma
Acidente de automóvel . Fonte – PRF
Ao se deparar com uma cena como a da figura acima,você seria capaz de estimar as possíveis lesões sofridas pelos ocupantes do veiculo?
2.1 Definindo cinemática do trauma Uma técnica que auxilia na estimativa das possíveis lesões é a análise da cinemática do trauma, que nada mais é do que observar o veículo, visualizando onde as forças atuaram na colisão. De acordo com a localização dos danos, você poderá prever onde se encontram as principais lesões nas vítimas.
Cinemática do trauma é ... O processo de avaliar a cena de um acidente para determinar as prováveis lesões, com base nas forças e nos movimentos envolvidos no trauma. A seguir você irá conhecer os principais padrões de colisões, necessários a um bom entendimento da cinemática do trauma.
2.1 Impacto frontal O veículo colide de frente, podendo a trajetória da vítima ser para frente e para baixo, quando o veiculo sobe um barranco, por exemplo, ou para frente e para cima quando desce à margem da estrada. Nas figuras 39 e 40, os pontos amarelos indicam os prováveis locais das lesões:
A
B
A – Para frente e para cima: Lesões: Principalmente pelve, fêmur, joelho, e outras.
B – Para frente e para baixo: Lesões: Principalmente crânio, cervical, tórax, pelve, e outras.
Prováveis locais das lesões provocadas pelacolisão frontal. Fonte: NAT/UFSC
2.2 Colisão traseira O veículo é colidido por trás, o que geralmente ocorre em congestionamentos. Nestas situações, o veiculo é subitamente acelerado para frente, provocando uma hiperextensão do pescoço, com possível lesão de cervical devido ao efeito chicote. Se o motorista não estiver contido pelo cinto de segurança, poderá bater com a parte frontal do crânio no parabrisas, sofrendo uma lesão típica de colisão frontal. Importante!
Colisão traseira . Fonte: Internet
Em toda colisão traseira com grandes estragos no veículo, deve se suspeitar de lesão cervical.
2.3 Impacto lateral Ocorre quando o veículo é atingido em um dos lados, podendo essa colisão ser: • No centro de gravidade, ou; • Fora do centro de gravidade Geralmente as lesões ocorrem do lado em que o veículo foi colidido, mas
podem ocorrer lesões secundárias no lado oposto. A gravidade das lesões varia de acordo com a invasão do habitáculo pela lataria do veículo. Ocorrem geralmente em cruzamentos. Veja a figura a seguir.
2.3.1 Impacto no centro de gravidade Quando o impacto ocorrer no centro de gravidade do veículo, a energia será absorvida principalmente pela estrutura do veículo, causando grandes estragos e lesões em seus ocupantes. Impacto no centro de gravidade/Pontos. Fonte: PRF
2.3.2 Impacto fora do centro de gravidade No impacto fora do centro de gravidade o veículo sofre uma rotação, fazendo com que o ocupante gire no mesmo sentido, e dependendo da velocidade e força envolvida, pode haver lesão cervical, por rotação. Importante! Quando o impacto for fora do centro de gravidade, a energia é dissipada pelo movimento de rotação do veículo, causando menos danos na estrutura do veículo.
Impacto fora do centro de gravidade. Fonte: folhasdosulonline.com.br
2.4 Capotamento serão abordados neste curso. É possível citar as colisões com motocicletas, que são responsáveis por um número significativo de mortes todos os anos. No motociclista, as lesões são agravadas em virtude da energia, em sua maior parte, ser dissipada no corpo do condutor devido a ausência de estrutura que lhe absorva. O atendimento é o mesmo prestado aos condutores de automóveis. O veículo sofre impactos de diferentes direções e ângulos, sendo difícil prever os tipos de lesões, mas normalmente a vítima apresenta lesões por todo o corpo. Nota Nesta aula, você conheceu os principais tipos de colisões com suas prováveis lesões, mas existem muitos outros que não
Importante! Quando solicitar recursos adicionais, é muito importante que você informe a cinemática do trauma, ou seja, aquilo que você está vendo, os estragos no veículo, tipo de veículo e acidente. Assim o profissional da saúde responsável poderá prever o dimensionamento da cena e alocará os recursos necessários.
AULA 3 Abordagem ao vitimado
Nas aulas anteriores, você estudou sobre os perigos presentes na cena de um acidente, gerenciando os riscos. Também conheceu os tipos de colisões automobilísticas mais frequentes, com as lesões decorrentes, de acordo com o tipo de colisão.
Agora você irá estudar como efetuar a abordagem de um vitimado de forma correta, mantendo as funções vitais e evitando o agravamento de lesões. Como você já chamou os recursos adicionais deverá aproximar-se da vítima a fim de verificar quais as suas necessidades.
3.1 EPI Básico para socorro as vítimas Antes de atender, no entanto, você deverá tomar as precauções universais, que são medidas de proteção contra agentes biológicos. O equipamento de proteção individual (EPI) básico, para efetuar o socorro a uma vítima que apresente trauma com sangramentos é a luva de procedimentos. As luvas de procedimentos são itens de segurança indispensáveis para o condutor de veículo de emergência, mas para uma melhor proteção contra fluídos corporais, Luvas de procedimentos, máscara facial e óculos de segurança. Fonte: NAT/UFSC
você deve usar ainda máscara facial e óculos de segurança.
3.2 ABC da vida para Suporte básico de vida (SBV) Para uma correta e segura abordagem, você irá efetuar o atendimento em uma sequência que tecnicamente chama-se de protocolo. Esse atendimento inicial é chamado de exame primário, ou ABC da vida para suporte básico de vida (SBV), e é executado na seguinte ordem: • A - Abertura das vias aéreas; • B - Respiração;
• C - Circulação • D - Desabilitado (avaliação neurológica); • E - Exposição. Além do atendimento envolvendo os aspectos acima, faz-se necessário controlar a cervical. Estude a seguir, cada um deles!
A – Abertura das vias aéreas A abertura das vias aéreas é o primeiro passo essencial na assistência e tratamento de uma pessoa, pois permite a entrada de ar nos pulmões, que será levado pelo sangue até os órgãos vitais. Uma das técnicas utilizadas para abertura das vias aéreas em vítimas de trauma é a técnica de tração da mandíbula. Para execução da técnica de tração manual da mandíbula siga os seguintes passos: 1. Deite a pessoa de costas e posicione-se ao lado. 2. Estabilize a cabeça e pescoço com uma das mãos. 3. Coloque o polegar e o indicador em forma de pinça no mento (queixo) ou dentes inferiores e mento. 4. Efetue a manobra, puxando a mandíbula, como mostra a figura ao lado. Tal manipulação não deve ser feita em vítima consciente, pois ela poderá morder sua mão.
Técnica de tração da mandíbula. Fonte: PRF
Importante! - Use este método sempre que a vítima apresentar suspeita de lesão cervi¬cal; - Outros passos são inúteis se você não mantiver as vias aéreas permeáveis; - Se você for leigo em primeiros socorros, trate todas as vítimas de trauma como portadoras de lesão cervical. Saiba mais... Conheça outros métodos de abertura de vias aéreas, clicando aqui. https://www. youtube.com/watch?v=SOcy3S73W7Y)
B- Respiração O segundo passo da avaliação é verificar se a vítima está respirando, o que você deverá fazer através dos seguintes passos: • Verifique a presença de respiração;
• Veja a expansão do tórax; • Ouça o ar sendo exalado; • Sinta o ar exalado na temperatura corporal.
Dependendo da intensidade da respiração, é possível verificar simplesmente contando os movimentos respiratórios. A ausência de respiração requer manobras de reanimação cardiopulmonar imediatas. As diretrizes para reanimação cardiopulmonar foram recentemente alteradas pela AHA (American Heart Association). Saiba mais...
Avaliação da respiração. Fonte: saiba_como.blogs.sapo.pt/
Para conhecer as novas diretrizes da AHA para reanimação cardiopulmonar leia atentamente o texto Guidelines AHA 2010 disponibilizado como material complementar.
C – Circulação Após constatar que a vítima respira, você deverá verificar a circulação. Nesta etapa siga os seguintes passos: 1. Verifique o pulso carotídeo; 2. Verifique a presença de hemorragia interna; 3. Verifique evidências de hemorragia externa.
Verifique a presença de hemorragias externas Com suas mãos, apalpe as costas do vitimado, olhando as mãos a cada apalpada a fim de identificar sangramentos. Na parte visível, levante as roupas ou corte se for necessário.
Estude a seguir sobre cada um deles.
Verifique o pulso carotídeo Com seus dedos - médio e indicador -, sinta a artéria carótida no pescoço da vítima. Se não houver pulso inicie a Reanimação Cárdio Pulmonar(RCP) imediatamente. Se você é leigo e nunca fez RCP, faça apenas compressões. Comprima forte no centro do peito, no mínimo 100 compressões por minuto, sem efetuar respiração boca a boca.
Pulso Carotídeo. Fonte: PRF
Verificação de hemorragias externas. Fonte: PRF
VERIFIQUE EVIDÊNCIAS DE HEMORRAGIA INTERNA Não há muito que fazer quanto a hemorragias internas fora do ambiente hospitalar, no entanto sua identificação indica que a vítima deve ser transportada imediatamente a um hospital. A verificação dos seguintes sinais vitais pode dar uma indicação da presença de hemorragia interna: Pulso radial: Com os dedos indicador e médio apalpe o pulso radial. Valores acima de 100 batimentos por minuto podem indicar estado de choque;
Pulso radial. Fonte: Internet Valores normais de pulso radial estão entre 60 e 100 batimentos por minuto.
Respiração: Verifique e conte a respiração da vítima. Valores acima de 20 respirações por minuto também são um indicio de choque; Temperatura: Uma pele fria e úmida significa que a vítima está perdendo sangue e, consequentemente, calor corporal.
D – Desabilitado (avaliação neurológica) Após executar o ABC, você pode verificar o estado neurológico da vítima através de algumas perguntas num processo chamado Escala de Coma de Glasgow (ECG).
Saiba mais.... Para conhecer sobre a Escala de Coma Glasgow, acesse http://www.medicinaintensiva.com.br/glasgow.htm.
E – Exposição Com cuidado retire as roupas da vítima a fim de verificar possíveis lesões, pois roupas espessas podem mascarar uma hemorragia grave. IMPORTANTE! Ao retirar a roupa de uma pessoa vitimada seja discreto e retire somente o
necessário ao atendimento. Aja com ética e discrição. Saiba mais... Se você quer saber mais sobre a avaliação primária, clique aqui. http://wtisaude. com.br/cirurgia-urgencia/avaliacao-e-atendimento-inicial-ao-paciente-politraumatizado/
3.3 Controle da cervical Ao abordar a vítima, mantenha a coluna cervical imobilizada. Se estiver só, peça ajudara outra pessoa. A imobilização manual deve ser mantida até que o socorro chegue para substituí-lo.
Controle da cervical . Fonte: PRF
AULA 4 Controle de hemorragias Na aula anterior você estudou o exame primário em uma vítima e também os passos do atendimento inicial que são: • Abertura das vias aéreas; • Verificação da respiração; • Verificação da circulação;
controlada. O sistema circulatório é um sistema fechado. Uma hemorragia abundante faz com que o sistema entre em colapso em curto espaço de tempo. A perda de sangue provoca a falta de oxigenação nos órgãos vitais, principalmente no cérebro, levando a vítima a sofrer um choque hipovolêmico.
• Verificação das hemorragias.
Importante!
Agora você irá aprofundar seus conhecimentos no controle das hemorragias. Você estudou que quando o exame primário é executado, o controle das vias aéreas é o primeiro passo na assistência ao vitimado porque permite a entrada de ar nos pulmões, que será levado pelo sangue até os órgãos vitais. É o sangue transporta o oxigênio a todas as partes do corpo humano, por isso qualquer hemorragia deve ser
O choque hipovolêmico é caracterizado pela perda de grandes quantidades de sangue e líquidos, que pode levar à morte em poucos minutos. Saiba mais... Para saber mais sobre choque hipovolêmico, clique aqui. http://www.tuasaude.com/choque-hipovolemico/
4.1 - Hemorragias externas Uma hemorragia externa pode ser visualizada pelo sangue que sai do corpo através de um ferimento. Os sangramentos são classificados em: • Capilares: causada por escoriações. Geralmente cessam rapidamente sem interferência externa;
• Venosas: provêm das camadas mais profundas do tecido, e é controlada com pressão direta. Em geral não ameaçam a vida, a não ser que não sejam controladas. O sangue tem uma coloração escura; • Arteriais: São as mais importan-
tes e difíceis de serem controladas porque o sangue sai sob pressão. O sangue é vermelho vivo e jorra do
ferimento. Mesmo um pequeno ferimento em uma artéria pode ameaçar a vida.
Tipos de hemorragias externas. Fonte: concursosparaenfermagem.blogspot.com
4.1.2 Controle de hemorragias externas A hemorragia externa pode ser controlada através das seguintes técnicas: • Pressão direta; • Torniquete. Veja cada uma delas!
Pressão direta Como o nome já diz, é aplicada uma pressão sobre o ferimento. Em uma emergência a pressão pode ser inicialmente feita com a mão, daí a importância de sempre ter alguns pares de luvas descartáveis consigo. A pressão ainda pode ser feita com:
Torniquete Antes considerada como a técnica do “último recurso”, experiências militares no Iraque e Afeganistão, somadas ao uso rotineiro e seguro pelos cirurgiões levou a uma reconsideração dessa posição. Os torniquetes são muito eficazes no controle de hemorragias, e devem ser usados quando a pressão direta e curativo de pressão não consigam controlar uma hemorragia de extremidade (PHTLS, 2013, p. 115).
• Compressas de gaze; • Uma parte da roupa da própria vítima, como uma camiseta, por exemplo.
Demonstração da técnica de pressão direta. Fonte: ebah.com.br
Demonstração do uso do torniquet. Fonte: asegurancadotrabalhador.blogspot.com
Leia a seguir as considerações sobre o uso do torniquete publicadas pela AHA (American Heart Association) publicadas no Guidelines 2010. Devido aos possíveis efeitos adversos de torniquetes e a dificuldade de sua correta aplicação, seu uso para controlar hemorragias das extremidades é indicado somente se a aplicação de pressão direta não for eficaz ou possível e se o prestador de primeiro socorros tiver treinamento no uso de torniquete. Motivo: São várias as experiências com o uso de torniquetes para controlar hemorragias em campos de batalha e não há duvida de que eles funcionam nas circunstâncias corretas e com o treinamento adequado. No entanto, não existem dados sobre o uso de torniquetes por prestadores de primeiros socorros. Os efeitos adversos dos torniquetes, que podem incluir isquemia e gangrena da extremidade, bem como choque ou até mesmo a morte, parecem
estar relacionados a quantidade de tempo que permanecem aplicados e sua eficácia e parcialmente dependente do tipo de torniquete. Em geral, torniquetes especialmente projetados são melhores do que os improvisados. (GUIDELINES, 2010, p. 29) Note que tanto o publicado no PHTLS quanto no Guidelines 2010, o uso do torniquete, apesar de eficaz no controle de hemorragias, só é aconselhado nos caso em que a pressão direta não seja eficaz para controlar uma hemorragia. Importante! Qualquer gota de sangue é importante, por isso o controle das hemorragias deve ser feito por você o mais breve possível, pois o socorro pode demorar e uma pequena perda de sangue por muito tempo pode levar a pessoa a morte, ou deixar sequelas irreversíveis pela falta de oxigenação em órgãos vitais.
4.2 Choque O choque possui muitas definições, mas para o primeiro atendimento, é mais importante saber que é um estado de hipoperfusão celular, onde o nível de oxigênio nas
células é inadequado para atender o metabolismo. Existem vários tipos de choque, e os sinais e sintomas são os mesmos. Neste curso, você irá estudar o choque hemorrágico.
4.2.1 Choque hemorrágico Quando o organismo perde sangue, ele tenta compensar essa perda de alguma maneira, pois precisa manter a oxigenação de órgãos vitais. Uma perda acentuada de sangue irá desencadear alguns sinais e sintomas (PHTLS, 2013). Conforme citado na aula 3, é necessário a verificação dos sinais vitais para detectar possíveis sinais de hemorragia interna e estado de choque, quais sejam: • Pulso rápido e fraco – Pulso entre 100 e 120 bpm - batimentos por minuto indica que a vítima está em fase inicial de choque. Acima de 120, você deve considerar o choque como instalado.
• Respiração – Respiração acima de 20 rpm – respirações por minuto indica uma situação limite, e acima de 30 rpm considere a vítima em choque. • Pele fria e úmida – O organismo diminui a circulação periférica, a fim de compensar a perda de sangue. O estado de choque é irreversível no ambiente pré-hospitalar e pode levar a morte, por isso o controle das hemorragias externas é tão importante. Após o choque instalado não será possível reverter, mas você pode tratá-lo para que não evolua atuando da seguinte maneira:
• Mantenha as vias aéreas permeáveis; • Mantenha o calor corporal; • Trate as hemorragias externas; • Avalie a possibilidade de transporte.
Importante! Caso você identifique uma situação de choque e esteja em local que o socorro demore muito a chegar, avalie a possibilidade de imobilizar a vítima e transportar indo ao encontro da ambulância, pois o choque pode matar em curto espaço de tempo.
4.3 O que não fazer durante um atendimento Ao abordar uma vítima, você deverá efetuar o exame primário e atender a vítima com ética e profissionalismo, mas deve atentar para o seguinte: • Não retire a vítima do automóvel ou da posição que se encontra se você não tiver equipamentos. A não ser que seja necessário para o atendimento ou o local ofereça riscos; • Não se aproxime se o local não oferecer segurança; • Quando atender motociclistas, só retire o capacete caso a vítima não esteja respirando;
• Ao iniciar o atendimento não abandone a vítima, a não ser para pedir auxílio; • Não exponha a vítima em sua intimidade, pois em qualquer ocorrência poderá haver registro através de fotos ou filmagens; • Caso seja extremamente necessário retirar a vítima do veículo, devido ao risco de incêndio, veículo instável ou Parada Cardio Respiratória, utilize a técnica conhecida como Chave de Rauteck.
4.3.1 Passos para execução da Chave de Rauteck: • Liberar o cinto de segurança e os pés da vítima; • Com o rosto voltado para a frente do carro, passar o braço direito por trás do ombro direito da vítima e, em seguida, sob sua axila; • Pressionar a face da vítima contra a do socorrista com a mão esquerda, para garantir estabilidade ao pescoço;
• Segurar, com sua mão direita, a vítima pela roupa (cinto da calça, por exemplo) junto com seu braço direito; • Girar a vítima 90º graus para a direita e removê-la vagarosamente. Saiba mais... Assista ao vídeo http://www.youtube. com/watch?v=uXq7h7hyrq8 para visualizar os passos da Chave de Rauteck.
FINALIZANDO Neste módulo, você estudou que: • Ao se aproximar do local do acidente, você deve atentar para o gerenciamento dos riscos, observando sobre os seguintes aspectos: sinalização do local; vazamento de combustível; eletricidade; produtos perigosos; incêndios; veículo em posição instável; perigos do veículo e acionamento de recursos adicionais. • Cinemática do trauma é o processo de avaliar a cena de um acidente para determinar as prováveis lesões, com base nas forças e nos movimentos envolvidos no trauma. • O equipamento de proteção individual (EPI) básico, para efetuar o socorro a uma vítima que apresente trauma com sangramentos é a luva de procedimentos. • Para uma correta e segura abordagem, você irá efetuar o atendimento em uma sequência que tecnicamente chama-se de protocolo. Esse atendimento inicial é chamado de exame primário, ou ABC da vida para suporte básico de vida (SBV), e é executado na seguinte ordem: A - Abertura das vias aéreas; B- Respiração; C – Circulação; D – Desabilitado (avaliação neurológica); E – Exposição. Além disso, é necessário realizar o controle da cervical. • Uma hemorragia abundante faz com que o sistema entre em colapso em curto espaço de tempo. A perda de sangue provoca a falta de oxigenação nos órgãos vitais, principalmente no cérebro, levando a vítima a sofrer um choque hipovolêmico.
GABARITO MÓDULO 1 1) c. ( X ) veículo automotor com capacidade para até 9 ocupantes e PBT até 3500 kg. 2) d. ( X ) dispositivo luminoso vermelho e alarme sonoro. 3) A - ( X ) o condutor de veículo de emergência deverá apresentar, além da carteira de habilitação original, o certificado do curso especializado correspondente a este curso.
MÓDULO 2 1- F/V/V/F 2 - d) Para defender-se das condições adversas de veículo é importante fazer revisões periódicas e providenciar o reparo de peças danificadas. 3 - a) Tirar o pé do acelerador e segurar firme o volante, até que a aderência se restabeleça.
MÓDULO 3 1. V / V / F / F 2. Marque a alternativa correta nos itens que seguem: a. ( x ) Abertura das vias aéreas. b. ( x ) 60 a 100 bpm. c. ( x ) Sinalizar o local. 3 - ( x ) O torniquete é uma técnica em desuso na contenção de hemorragias.
MÓDULO 4 1) V / F / V / V 2) b) Seus sintomas básicos estão associados às manifestações de irritação e agressividade numa espécie de exaustão emocional. 3) b) 2 – 3 – 1 – 2 – 3 4) ( X ) O agente de Segurança Pública é alvo de observação constante e deve ser exemplo de postura ética.