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ÍNICE
Fala Fa land nd
leit le it
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ÍNICE
Fala Fa land nd
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FADO EM LEITR.
O is difl, mesmo é a arte de deser
Mario Ouintana
Falad em leta, dem te em mete algém led jal, a, flhet,· flhet, · ma ma cmm é m emleta de vo. E qad e dz qe ma oa oa gota de le, "vve lend", lvez sj at de bblota o conmd de mance, hóa em qadnho, ftonovela pa em ma d lvo", va de ega eda Sem dúvda, at de le é alente elacnad cm a cta, e let vo m dodfd da leta Baa rém dfa alava aa ctece a leta 7 Coo exl (am a exs de coente "faze "faze a lta" de m go, de ma tão; "le lha de algém"; "le o tem", le o o", dcad qe ato le va além da eta? Se algém na a me dá m encontã, mnha dante de eã de de meo dgado, dante
·
M Hl i
U b al, ou de fra: defes diante er proposit Minh respo e la meu modo de lê-lo. Outr
. : pamos nos vendo objetos
um cinzeiro, sem jmais têlos o; ·limitmo-os à sua função ilitária Um dia por mtivos m , os encontramos diante de um o algo totalmente novo O fI, a cr a figura que represeta seu melhor, fzer c m a ter ntido melhor, , um v
s p tabeleceu um lgção efetiva S tabeleceu I n e objeto E consideramos sa belez r(lo ou adequação ao ambiente tr, o material e as paes que c. Pemos mesmo penr sua • circnstâncias de sua criação as
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aor ou fbrinte ao fazêlo, o d a realizção, s peoas que o
drrer de sua produção e o, aqelas ligadas a ele e as que i a quem degrd� Perguntamonos p qu tnhmos enxergado isso antes sundo, i s estão nos orre por um sundo, ea é uradoura, ms dificilmente voltamos a a mesma maneir, não imrt · m ee ' i O qu _onteu? Até quee momnto o o aens lgo mais na parfernália de n
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O q é Lit
coisas ao nosso redr, com s quis temos fami liridade sem dr tenção porque não dizem nda em paicur, ou das quais temos u visão roncebid De repente se descobre um sentido não o sentido mas enas uma maneir de ser dee objeto que nos provocou determind reção, um modo espil de vêlo enxergá-o, erce-o enfim Podemos dizer que fin emos o vaso ou o cinzeiro Tudo ocorreu tavez de modo csu, sem intenção coniente ms orque houve uma conjunção de ftores pessois com o momento e o ugar co as circunstâncias l pode conter tmbém com relção a pessoa com quem convivemos mbient e situações tidinas cundo um impacto, um surpresa té ua "reveção Nd de sobrenaturl Apenas nossos sentidos, no psique psique noss rzão responderm lgo pr o que já estvm poten cilmente aptos e então se tornrm disoníveis Será assim tmbém que acontece com leitura de um exto erito? Com freqüênci nos contentmos, por economi ou preguiç em er superficilmente, ssr os olhos coo se diz Não cresentmos o to de er lgo mais de nós aém do gesto mecâni mecânico co de decifrr os sinais Sobretudo se esses sinis não se ligam e imedito um experiênci, um fntasi um neessidade noss Regimos ssi o que não nos interess no momento Um discrso oítico, u convers, m m íngua
r Heen Ma
lO
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estrangeira, uma aula expositiva, um quadró, uma pa musica, um lvro. Sentimo-nos isoados do processo de comunicação que eas mensagens instauram deslgados. E a tendência natural é ignolas ou ejetálas como ada tendo a ver com a gente Se o texto é visua, ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fxar os sinais grfios, as imagens Se sonoro, surdos Quer dizer: não o emos, não o compreendemos, impoível darlhe sentido porqu ee diz muito pouco ou nada para ns. Por essas razões, ao começamos a pensar a questão da leitura, fica um mote que agadeço a Paulo Freie "a eitura o mundo pede sempre a leitura da paavra e a leitura desta implica a contnuidade da eitura daquee
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COMO .E QUDO COMEÇAMOS A LER Desde os ·nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o aconch d um berço diferentemente das mesmas se provocadas pelos baços carinhosos que enlaçam. A u excessiva nos irrita, enquanto a penumbra tranqüiiza O som estridente ou grito nos ustam mas a canção de nnar ema nosso sono Uma superfcie spera desagrada, entanto, o toque macio de mãos ou de um p como que� se integram à nossa ele. E o ei do peito e a pusação e quem nos amamenta ou abraça poem e convites ã satsfação o ao rechaço. Começamos assim a compreender , a dar sentd ao que e a quem nos cerca Es também são os primeiros passos para apreder a ler. Tratase pois de um aprendizado mais atual
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O qe é L
Helen Martn
q uma nr, ma tão exigente e a própria vida. Fragmentado . m t, contante como no e nfronto com nó memo e mn L te Paulo Freire: "ninguém e ni, como tampouco ninguém e e s : o homen educam e iatizado pelo mundo Paro· c e bm ouando divergir nete ca, r ninguém enina ninguém a ler; o a é em última intânca, olitário, ndeie e deenvolva na convi� xagero? W c outro e com o mundo. N t. e da linguagem m rvelando, cada w aor ênfae, que aprendemo a ler ofeore; que, para aprender a ler . � o proceo da leitura, não etamo temo condiçõ de fazer aguma zino e neitamo de alguma orien ms uma vez propota intruçõe unifor , não aro caum mai confuão do iam T invetigaçõe interdiciplinare vêm i mo na leitura do texto ecrito, s na o conhimento da l(ua que , C e m todo um itema de relaçõe inter e entre ária área do conhecimento d exps do homem e da ua circuntância
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1
M "o qe is o inva m a frns desdas · bo igs, e qe pvete devm tos desconhecos·� .
Mari Hee Mrtns
d v. E fm, diz os pesquisaores a linguaf e cn te conv icçã o: aprendeos a er . l Eu i no. l r que o aprendizado e Tarzan
n a iaginaçã o de Edgar Rice
8 A dez anos, reexendo nos esco b d cn seu faecio pai o gar to-acaco
alns livros e teve . seus prieiros c m a . aavra ipressa, através e ua h. tu de iní cio pegar as iagens que m, percebeno en tão sere apenas a das figuras reais Mas "o que ais o i e a as figurinhas esenhadas ebaixo e que provaveente deveria ser nhecios . . Vários tinha pernas, m hu ·e obria bocas e olhos". Nã o p inar que esses sinais fo e as e tr�s d . Obser ano e refe tino percebeu a p a reaã o entre os "inse tozinhos" e i que os acopanhava; eles nã o era r rosos, repetia se várias vezes. Assi, re ex traorinária", aprndeu a er - ir a enor noã as le tras ne a na ri ta se eso saber que essas · o iam" Fin te! Ipo í diria os ais cé ticos D f, numa criança dee U �no de idade s t o a civiizaçã o ta faanha pare a i · de ficã o Mas os inúeros escritores
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c
l
O que é L
smpre apresentam-na intencionlente coo alg ágico, seno enquanto ato, enqanto processo de deoberta e u universo eonhecio e araihso. Ceaente aprendeos a le a artir do nosso contexto pessoa E teos que valorizá-lo para poer ir aé ee Ee o· reo Sare e seu relato autobiográfico, no qual apresenta �a perspectiva ais ealista, as não enos fascinante da iniciação à eitura "Apossei-e de u ivro intitao Trbuaçõs· d um chinês na China e o transpoei paa u quarto de espejo; aí, epoeirao sobre ua caa de arar, fiz de conta que estava leno seuia có os ohos as linhas negras sesatar ua única e e contava ua histria e voz alta, toando o uiao e pronuncar todas as sabas Surpr enerae ou ehor, fiz co que e surpreendesse , gritara airaos e decidira que er tpo e e ensinar o afabeto. Fui zeloso coo u catecúeno; ia a ponto de da a i eso alas particuares eu ontava na minha caa de armar co o Sm Famia, de Htor MaJot, que conhecia de cor e, e pae recitando e pae decifrando, _ percorri-lhe toas as páginas,_ ua aps outra quando a últia fi virada, eu sabia ler. Fiquei ouco de aegria: era inhas aqueas vozes secas e seus pequenos herbários, aquelas vozes que eu avô reaniava com o olhar, que ele
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Mr Hna Marti
D d
tamm poderíamos perceber o um mecan . ismo de de!e A a eizagem em geral e da le1tura e p ifia uma conquista de auto ie a apliação dos horizontes, implica e prometimento, acareta algus E últios, em geral, estabelecem a . Inscentemente aquela leitora e mhor nem entender (ler), porue ia ra ela novas exncias, ruptura c a e, enfretamento de uma situação, r-lhe maiores frustrações em face E esta, possivelmente, ela consdere l jas perspetivas de modifição , a u ver, muito aém de seu alcance p d u grupo social Es de resposta, a de não querer ler, vem ro dos interesses das minorias domian t P o, não estimulada abertamente; ao w o "bedoes das coisas, na aparênia, re prontos a ensinar a ler Só ue a m E defio os indivíduos e as soie et mo a nossa precisam'aprender a oeçando a ler por onta própria, a� a duras penas exeritando sua meória, s eixando iludir pela aparente gatuiade es coisas da vida, porque ·elas, em ú ncia,fazem a nossa história C exemplos de leitores tão diferencados a primeira infâcia, Tazan Sare,
O que é Lia
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ulher da roça o popósito foi enfatiar algo sepre influente no ato de ler: a interação das condiçes interiores (subetivas) e das exteors (objetivas) las são fundamentais para desen cadear e desenvolver a leitura Sea quem or o leito, o ato de ler sempre estará ligado a essas condições, precárias ou ideas
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LIANDO A NOÇÃO DE LEITURA to de leiura esá geramene resri da erita, sua aprendizagem, no à e. po tradição ao processo de gal d indiví duo, à sua capacitação
S
o
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i e atações cal, política, econô
l e ltua. Saber er e escrever, já entre g e mnos, sgnificava possuir as bass de adequada para a vida, educação u e q a não s ao desenvovimento das
inteltuais e espirituas, como das
fí pssibiitand a ciadã intear s nte à ciedade, no caso à casse dos s, d homens livres. A, s ber ler exs eris e e5 crever ' a h é alg a que não se tem acesso natum (o analfabtismo ersiste mesmo em pís v olv dos), entre s antigs era
O qe é Lt
pivilgi de puqussims E apendizad se baseava e discipina rgida, po eio de mtd anaític caracterizad pe prress pass a pass: primeir, decrar o afabet; depis, setrar;· pr fm, decdifcar palavras isoladas, fases, até chegar a texts contnus O esmo mtd· send aplicad para a erita Apesar de sécuos de civiizaçã, as cos je nã sã uit difeentes Muits educadores nã cnseuiram suerar a prática formalista e mecânica, enquant paa a mairia dos educands aprender a er se resume decreba de signos inü stics, por ais que dure a pílula cm mtds sfisticads e supostaente desalienantes Pevalece a edaggia do sacrifcio, do aprender po aprender, sem se clocar o porquê cmo e para quê iposibilitando compreender verda deiraente a funã da eitura, seu pape na vida d indivídu e da sciedade Tamm bido que nenhuma metdologia de afabetização, avançada u nã, eva por si só à eistência de leires efetivos. Uma vez alfabe tizada, a aioria das essas se iita leitua cm fins eminentemente pagáticos, es suspeitand que ler sinifica inteirar-se d mund, send tambm uma frma de cnqistar autno mia, de deixar de "er pelos lhs de utrem Da ábit de er ivrs em especi, ser istificad; cnsderarese s letrads s únics capazes, se de cia e compreene a linguae
O que é Leira
Maa Hela Martns ; i inibem do que · etimulam o goto . Elaado de modo a tranmitir uma vião mun nadora, repreiva, ta ivro etão a erdade, a eiÇo de idogia memo quando macarado por frmai
ou temático atuai e não coner
w Subjaz a intenção de. maipuar a eitura, a o de eu organizadore deturparem o
nrito, num ranco derepeito ao e itore, ob o pretexto de reguardar ípo dito inabalávei, ma que a realidade la nitente ficativa maior do organzadore do tico, entretanto, e revete de epírito •": a neceidade de viabiizar o deen wnto de capacidade epecíica, de impii cr nto demaiado complexo Quanto ao e muito conideram tai livro um • srio diante de evidente problma d ter onômico, deiciência n ormaão d fre, n própria etrutura do enio o E, enquanto a educação orml vai pr á abaixo, "ma do livro ditio, o a racteriza Oman Lin ropera ranca Rltdo de política educacional e itea mico, no mínimo, deatroo Ebre, dee modo, o receio de um diáloo ' n e crítico entre o proeo e o luno e com eu aterial de trabalho, bloquean unidade rr de realizarem-e leitura t
·• .
eeiva, conqünte; de e deenvolveem verda deiro leitore Há, portanto, um equívoco de bae quando educadore alam em "crie de eitura algo deocdo em relação noa realidade O Brai, em termo de publicaçõe, ditribuição e venda de material impreo, principalmente livro, deixa muio deejar Quno bibliotec, nem e ala Ma a oeta vem aumentando, inclu ive a preço acevei a camad mai ampl da população O voume de exepare vendido e ediçõe popuare crece, revelando que, emo em termo de leitura de livo, "crie não e dá tanto devido alt do que ler, ao preço ato, pouca quaiade do material, ou memo pea inexitênci de leitore A quetão é ai ama e coplexa ve da precariedade de condiçõe ócio-econômica e e epraia n ineiciência d inttuição ecolr, determinando e I imitando opçõe em dúvid, a concepção que liga o ábito dé leitura ena o livro deve uit inluênci peritente no no tma ucoal, ua oa einentemente livrec e deada em relação relidade, ainda omentad pela ecolática critã que orientou o jeuíta, o primeiro educdore no Brail Admai, de muito à ideologia burgue, que buca na eitização da cultur meio de perpetuar eu domínio ocia · poltico econômico
27 .
Mi Hl Mn
O qu é Lra
O qu é consderado matéria de letura, na l. one de. propcar aprendzado tão w e rouro (5eja de que espéce for) como o
+o eo cotdano famar, peos coegas e a, s dversões e atrbuções dras, peas i de caráter popuar, peos dversos comuncação de massa enfm, peo o er em ue os etores se nserem to s permanentemete aberto a númeras Não é de admrar, pos, a preferênca pea r de s bem dferentes daqueas mpostas , sem a cobrana nevtve, em r eo das execres "fchas de etura Dnsderndo readde, a eoa corre o d tar prepaando cranças e ovens mesmo dos por conseguem chegar e permanecer U) q v envehecer sem crescer caso contarem cm e E, obvamente, esse processo ocorre ndíduos quanto com nsttuções t paavras, o tro pode sar pea cuatra Am do s, sera contra-senso nsstr na a do hbto d er restrngdoo aos , qndo muto a tetos escrtos em era I p r da eperênca de etura os e anfabetos epahados peo pas ou o eos que não costumam ter na escrta sua a codana Sobretudo quando se sabe '(o devera ber) que, para modfcar esse neras reformuações epressvas se tco�econômcó e sCoutra
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de odo a permtrem mehora efetva de condções de vd da mena maor desfavorda Souções smpfcadoras ou demagcs para questões tão compeas resua· noprantes Fundamenta é que, conhecendo os tes de s ação, os educadores repensem sua prtca pro fssona e passem a agr objetva e coerentemene em face dos desequbros e defos que a rea dade apresenta Temos, então, mas um motvo pra ampar a noção de etr Vst num sendo mpo nde pendente do contto esor e pra ém do teto escrto, permte compreender e vaorzr mehor cada passo do aprendzdo das cosas, cada eperênca Incorporase, assm, o otdano de mutos o que ermente fc mtado a uma par cea mnm da socedde: ao âmto dos gabnetes ou saas de u e bbotecas, a moentos de azer ou de bua de nformação espazada Enfm, essa perspeva pr o ato de er permte a descoberta de cacterístcas comuns e dferençs entre os ndvíduos, grupos socas, s vrs cutu ras; ncentva tanto a fantasa como a conscênca d readade obetv, proporconndo eementos para uma postur crtca, apontndo aternat vas Mas ampr a noção de etura pressupõe transfor mações na vo de mundo em era e na de cutur em partcuar sso porque estamos pres a um conceto de cutra muto do à podução er t geramente provnda do traah de etrados r
Hlna Martins
A i entretanto, . nos apresenta iúmeras i culurais originárias das camadas · es do povo e cuja força significativa
eo perdurar por sécuos Daí a necessi d prnder tanto a questão da eitura q a a cultura para aé dos imites que as pua . S i, então, considerar a eit'ra como
w de comprnsão de e 1, não importndo
expreões formais por meio de que
jm. Ai, o ato de ler se refre tanto a a o quanto a outros tipos de expressão do f hu caracterizando-s tabém como
ento histórico e estabelecendo uma lnte histórica ÉÚe o leitor e o que
tl Sn uma visão ais apla da noção de r ro queões cujas respostas não tenho, pe enntrar aqui Eas sã coocadas
um defio, porque estamos inapela e ndiconados ·perspetiva da cutura , à eç eituraerita Mas essa delii to de er ipede de se englobar no s ua rie de asptos que a reaidade si coo eitiza a leitura e a escrita, �n enquanto privilégio: "e a conquia io, m sua subseqüente deocrati z e o enquanto priviégio, é uma neces io para as casses subaernas, c obrvou Fávio Aguiar e como .
O qu é Litua
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ceraente muitos outros, simpatiza com minha proposta, embora fiue puco vonade em seu "contraf oe de etrado Daí ser preciso não revelar a insatisfação quanto aos liites de nões eratificadas peos séculos, coo também ousr questionálas, aventando aternativas .
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s inúmeras concepções vigentes de leitu groo modo podem ser sintetizadas em duas caracterizações n coo uma decodificaçã o me c ânica de signos ingüísti cos, por meio de aprendizad estabele ido a pair do condicionaento eHulo-resposta (perspe cti v a behav iori askinneriana); 2) como u pro ces e copreensã o abran gente, cu ja din âi ca en v o ve opoenes senso riais, eo cionais, intetuis, fisilógicos, neurológicos, be coo culturais, e conôi cos e oí ticos (perspti v a cognitv o-so cioógi c) . Con for e as in v estigações i terdi iplinares v êm· apontando, esa últia concepão d á condições de ua abordage ais ala e eso ais aprofundada do assunto. Por certo cda área do
éonhimento enfatiza m aspto mas, nã o e propondo delimitações eanques, est á aberta ao inter câbio de inforações e expeiências. A ém disso, o debate "de codii caçã o v er u s copreensã o
Mar Hele Mrns
não importa quatas vezes, sempre realizaria mma leitura. Não prei ser espeialista o para br o qanto ·as irustâcias s ou ão (ua dor de abeça, uma reomen atada o imposição, u oflito soial) nluir a ossa leitura E ae disso, apreder a ler sigia também apr a ler o mdo, dar setido a ele e a ós os, o que, mal ou bem, azemos mesmo sem siados A ção do eduador ão seria te a de ensiar a ler, mas a de riar para o eduado realizar a sua própria zagem, oorme ses próprios iteresses, nda atasias, segundo as dúvidas e que a realidade lhe apresenta Assim, ndições '-de leiura ão implia apeas zar ou propiiar aesso aos livros Tatase, de dialogar om o leitor sobre a sua leitura, é bre o sentido que ele dá, repito, a algo , m qadro ma paisagem, a sons, imagens, c ias, situações reais ou imagiárias Eanto permaeermos isolados a ultura l não poderemos enaar a leitura seão cm strumento de poder, domiação dos que s ler e esrever sobe os aalfabetos ou i. E realidade preisa ser alterada ão propoha o eosprezo pela esrita isso oe ela, em última instâia, os nza odições de maior abstração, de refexã Impoa, ates, omeçaros a ver a
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- O qu é _Lit
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leita como istrmeto liberador e possí vel de ser usur do por toos, ã o apeas pelo letads.
' Se o ape do /edcaor pare aqui em evdêcia, ee foi trazido à bala paa ser coocado em se dev ido gar e opreedido ã o eces-
ariamene como o· do espcialista em edcaã o o do professor mas como o· de m iv ído etrado que sabe ago e se prope a esiá-lo a
_
algém. Importa mto se ter bem presete a id ia de qe iss de le r e ler b m, depede mito de nós mesmos, as osss codções reais de exisêcia, mais do e podem (o qerem) os fazer crer os "sabedoes das oisas. Aliá s, es condições vã o icsve oretar peferêcias e prv ilegiar m detemiado í ve de leira, como
se v erá a seguir -
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O que é Ltr
O T DE LER E OS SENTIDS, EMÇÕS E A RAÃ
afirmei de início, estou pens pensndo e sin re flexões acerca da ques ão da leitura. Não endo cheg deinições, con ceituções s, tmpouco presentr regrs ou eceits. O sito é compreender leitu, tentndo tifi c á- l a, por meio de uma abordagem despre ms que permit vli sptos b ásicos C
d
p, dando margem a se conhecer mais
o io to de
ler.
Es acos se elacionam à própria existência d m, incitando a antasia, o conhecimento e a r xã cerc d relidde. O leitor, entretnto p s detém no funcionamento do ato de ler, •
id trm de inter-reçõe que se est e. Todvi ropondose penlo, perce b a onigurção de três níveis básicos de n
leitur, os quis são possíveis de visulizr como nveis sensorial, emocional e raional. Cd um desses três nveis corresponde um modo de proximção o objeto lido. Como leitur é dinâic e circunstncid, esses três v o inter-relacionados seão simulâneos msmo seo um ou outro priilegiao sgundo expe riênci, expecttivs, necessiddes e interesses do leitor e ds condições do contexto gerl em que s insere Pecorrendo um feir, um bricbrque, um museu ou um ntiquário, certmente ssltmnos s mis vrids sensções, emoções e pensmentos lvez pelo inslito do conunto de objetos observdos, do lugr em que se encontrm, nos detenhmos mis olhálos. Cd indivíduo regirá eles de um modo; irá lêlos seu modo Eu, por eempo, às vezes não resisto à tentção de tocálos, cheirálos, zêlos unonr Em cets ocsiões me deprimem, ·como num mercdo de quinquilhris ou num brique, onde cd cois teve su históri prticulr e cbo n vl comm, ns mãos de quem possivelmente ignor por ompleto su tretóri Noutros sos, ssumo um postur de reverênci e encntmento te de um obeto congrdo: um mnucrito de utor notável, um cdeir que peteneu alguém moso, um originl de qudro há muito dmirdo pens trvés de reproduções. Ocorrem tmbém os momentos em que m descubro pensndo o ·
Mar Helena artin
O que é Leiura
p da existência de tais objets, qua�s as
de sua criação, sua fnalidade, o que de fo giicaram para ses ciades e ossuidores, o s reacionam com o momet histórico a e o uar em que foram ciados, -qual u o ara mm e àra o mud em que vivo. E da u desses casos, como e muitíssimos , tu realizao leituras, dado etido à c às essoas liadas a eas; ao temo e e cuara e ocuam e à mia reaçã c tudo Estou ed com mus setdos, m emções, meu itelect Se recrro aqui a em tã essoal é ara ão eraizar damente quato a efecias De mod, temse aí uma idéia iicia ds nív etura Aé diss, fica eyideciado ao a vr- fudaeta: se a eitua tem mais i e sutieas d que a mera decodificação d vras escrtas tem também m la de ·de que s etrads não se recuam e revear A eã aqi é de uma arimação or â dos níeis báscos do rocess Há maneiras de caracterizáls e estudlos Q os asectos que ' me arecem ais t oe de uerer estar as ossibilidades d rem d tema Pe cotráio, tratase ,d um iicação a ele Aliás, cabe bservar ar ta ara outas refexões, ecntrarseã w ees a reseito de ls ée eura.
Cda cosa teve ua htó rticu e acabou na va comÚm, na mão de quem povelmente gora por copleto ua ajór.
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M Helen ns
.Praticamente cada· estudioso tem uma v1sao difeenciada, talvez p se questão cada vez mais ependa e acescida de novas pespectivas, o que sempe aumenta as ossibiliades de com pndê-a
Leitura sensorial
A vião, o 'tato, a audição, o olfato e o gosto podem se apontados como s feenciais mais eementaes do ato de e O exemplo, visto anteiomente, do momentos iniciais da ação d ciança com o undo ilust a eitua sensial De ceta foma caacteiza a descobeta do univeso adulto no qua todos nós pecisamos apende a vive paa sobevive Não se tata de uma eitua elaboaa; é antes uma esosta ime diata às exigências e ofetas que esse mundo apesenta elacionase com as pimeias eolhas e motiva as pimeias evelações Talvez, po isso mesmo, Racantes Essa eitua sensoial começa, pois, muito cedo e nos acompanha o toda a vida Não impoa se mais ou menos minuciosa e simutânea à leitua emocional e acional Emboa a apaente gatui dad de u aspto údico, o jogo com e as imagens e coes, dos mateiais, dos sons, dos cheios e dos gostos incita o paze, a bua do que
O que é Leitur
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gada e a descobeta e ejeição do d aos sentidos E atavés des eitua vm eveando também paa nós mesmos Em as memóias, ico Veíssimo mi vida e significação a essas coisas de que falando: "Estu convencio e que meu p contato com a música, o canto, o cont e moogia se ocesu atavés da pimeia de acalanto que me enou pelos ouvidos, sem fr sentio em meu céebo, é óbvio, is a pi aquele conjunto tmao e sons não pa nacótico paa me induzi a sono E ca e nina faava do Bicho Tutu, que estaa tehado e que desceia aa ega o menino e ainda não estivesse domindo Mas se ee já vesse piscando, com a aeia o sono nos o leta da cantilena ea difeente uma advetêna ao Bicho Tutu aa que nã ousasse de d tehado, pois nesse caso o pai do menino manda mato E a temos sem dúvida ma efa ou estóia uma melia e um elemento mitoóg Amas e ciadas encaegaamse e eniqu a galeia mitoógica da ciança, contandolhe tó fantsticas, e cate fancamente saomasui como aqela da madasta que manou ente vivas as tês enteadas (OUço uma voz ea exclama Xô, xô, asinho! ) Des histó das meninas enteadas Capineio e meu pai I não me cotes os cabelos I minha m me penteou I minha madasta me enteo
M Helena Matins
-guardo mais o teo qe la me inspio do qe o u eedo. Po essa época a ciança já caminhva e a fita manética de sa memóia estaa ainda camete igem pot pa egistar as ões do mundo com sas pessoas, animais s e istéis" A leita sensoial ai potanto dando a conh c ao leitor o qe ele gosta o não mesmo incos ete sem a nessidade de racioalizações icatias apenas poqe ipressioa a ista o do o tato o olfato o o palada Po ceo s estarão a pensa qe ler sesorialmente u tória cotada m qado a canção até u comida é fácil Mas como le assim lio pr exemplo?
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At de ser texto escrito liro é m o; tem foma· cor textra ole cheiro. se até oilo se folhearmos sas páinas a mitos adltos e esecialente crianças ão tizados esa é a leita e cota Qem já t oporidade de ieciála e de obserar a a ealização abe o ato ela pode rede Na criaa esa leitra atraés dos setidos a m prazer ilar relacoado com sa ibilidade (aor e a do adlto) e crio e mis epotaeaete expessa). O liro objeto inerte contendo estanhos sinais
O que é Leitua .
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qem be imaes coordas atrai pelo formato e pela facilidade de manseio; pela possbilidade de abrio decifrar se mistéro e ele ela -ataés da combinação ítmca soora e isual dos siais - ma hstória de ecatamento de impreisto de aeia e apreenões E esse ogo co o niero escodido lio ai estim lad a criaça a descoberta e aprimoaento da liaem desenoledo sa capacdade de coicação co o mdo Sem as pimei ecolha: o lio co ilstrações coloridas arada mais; se não cotém imas tai meos E o fato de foheálo abridoo e fechandoo prooca a senaão de posibilidades de conhecêlo seja pa domiálo rasandoo m eso oipotete seja paa admirálo' coradoo a im de olta epetidamete aele Ese primeios cotatos propiiam à cranç a descobea o liro como m objeto espe ial difeente dos otros briqedos mas tabé fote de pazer. otiaa paa a cocetação maio do ato de ler texto escrito a partir o poesso de lfeço edo a poea de atooia paa saciar a criosdade pelo desco nhecido e para reor emoões iidas. Melho do e alqe tetatia de explica isso é bsa oaete o relato de Sate E não ba aida ler as já era bastate esobe pra exi os meus livros .. Peei os dois olme inhos chereios apalpeios abios nelienteen .
Ma Ha Mas
entação do culto da tra do lvro. poidor do· pod da palavra rta
egam d ublnhar alarga a aura mtf a qu a nvolv, rto d tar, l m ob a protão do deue, nuanto ao gral ab a ubmão: o tá rto, o e, prnpalmnte, pulado forma o é nutonávl; gnfa bdora, a a a qu o ou do mora ó atng m ptor pavo Não ra d graa u Catulo Paxão Caren, quando motrava a alguém anurto, advrta para o fato d u, d mpreo, fara lhor , ao aí e taram xelnt. áro d podr é a aaa u o to pod nprar. Daí a uma dtru ç, a probõ daqul ondrado prgoo p u onorrnt na fora d puaão s do pnamnto xprão lv. O exelo ma aabado nonrao no ndex U Pribitoru (nd do Lvro rob ) uma lta de ttulo laborada pla Igrja a Romana "para pd a ontanaão fé u a oupão oral D eado do XVI até 1966 uando fo upno, nú r do ndex fora publada , onnt, mlhar d pun exutada, a dobdêna à pobõe Há u 1 o muta Av-Mara d pntêna por t l agum do lvro aldto, uando nã
O q é La
apena por pouílo u anuálo E há qum ltralnt prdu a aba por têlo to. Ma não ão apna rlgoo o prtto d probão O govrno autortáro tê do aor · nor. E do nó abemo uto be Mmo rado d tal faa, o objto lvro nm pr onvn por ó Sua aparêna também preona, bm ou al. Qu d nó não rhaou um dl por r p tpo uto údo, por r muto groo, ou dvdo à manha gráfa ompatamnt dtrbuída na pána, ao papl ápro à brohura ou nadrnaão não aomodarm à noa ão? O raonalta drão a o mportant é o u tá rto! Não trata d raonalzar a qtão au envolv o ntdo. Do ontráro oo plar o prazr qu pod dprtar ao olo e ao tato um blo xplar, m papl doo om lutraõ olorda planjamnto gráfo udadoo, mmo o tto rt ndo pga, ho d fala vrdad ou anda abolutante ndfrávl? E a rvta nrutávl, nvolta por u pláto, dando à otra apna a apa atant tulant Nu prero onto o qu onta é a noa rpota fía ao qu no ra, a prão m noo ntdo. t, ntrtanto tando gado à moõ à razão, à vz prga pa, urprndndo, perturbando, mudando o pruro d noa ltura.
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Helen Mrtins
Quantos já se dirigiram algém. efsivamente brindo logo tratar-se e pessoa desconhecida? E aela amofada acia e· qentinha qe iro m gato nos arranhando? Há também o cao do l e branco e preto, em cópia velha, qe lta inperadamente bom Uma revista visa e agradáe qe, de repente, deixa de ter uer interesse para nós O m ivreco de s, meio ragado e sjo, com éssimo planeja to gráfico, qe acaba nos agarrando Aim, qando a eitr seja do qe for ficar aegres o deprimidos, desperta a widade, estimla a fantasia provoca descober , ranças a f então deiamos de ler apenas m os ntidos para entrar em otro n ve de lr- o emociona ·
Leitura emocional S b o ponto de vista da cultura etrada, s e a lr ns orial parece menor, s uperf icial pea s ua a natureza, a eitra emocional também tem s tr de in feioridade: ela ida com os s enti t , o que neces ariamente impicaria falta de tade, subjetvis mo. No terreno das emo ç ões a ci f icam ininteig vei, eapam ao controle d eitor, que s e vê envolvido por verdadeiras ilhas tran çadas no s eu icons ciente Não
·
O qe é L
obstante, essa a leitra mais comm de qem diz gostar de ler, talvez a qe dê aior prazer E, mais ma conradiço, é oco revelada e mit menos valorizada Certas pessoas, sitações, ambientes, coisas, bem como conversas casais, relatos, iagens, temas, cenas caracteres ficcionais o não tm o poder de incitar, como nm toqe mágico, nossa fatasia, libertar emoções Vêm ao encontro de deejos; amenizam o ressaltam frstrações diante da eaidade Levam-nos a otros tempos e ugares, imaginários não, a' qenaqelas circustâncias responde a ma necessidade provom inten tisfação o ao contrário dendeiam angústia, evando à depreso Td se pas nm processo de identificação no tems ntrole raciona bre is, peo menos naqele momento E qando nos perbemos dominado pelo ntimentos, nos reação tende a ser a de refreá-los, o negá-los, por "respeito hmano, conforme os tólicos, o, como expli Frd, por m menismo de defe, pois a epreso livre das emoes nos torna demaiado vneráveis Eses os motivos peo qais procramos esca motear o jstificar ma eitra emocional ma vez passado se impacto Cheamos mes �o a ridicuaizála, tempos depois, menosprezand nossa capacidade como leitor, na ocaio lice A leitura foi tão o mas correa se existe u eitura assim qe a feia com o par o tempo
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Mar Hlna Martins
"de cabeça fa. Naquele momento contaam nas as nossas em ões Pr que nega o ato e nos emocónamos ao isi a uma cena amoosa eal ou na telenovela, a v uma canção omântca ou em ace e uma ntaedae dométca, e uma njustça socal iexoável? Não são essas tuações e eações ns à maa dos homens? Antece que, p� um lado, a gente não que e comum; caa um e ns desea maca-se o peonaae, nã s paa os otos como ra s ppo, mesmo que po meo de esteet p iculcaos, e ma conduta péabcaa e stamente elenante, aconal o oto, s intoeantes ante e manestções esta n qe se convencono chama e expessão aa, conscente Tdo sso acaba, nã ao, zando e copcando ana mas nossas vd S não maaássmos as nossas letuas e a ema, talvez eas nos evelassem · uto m e ns mesmos, as nossas conções e vda e. E cononto de letas cetamente irías oa1ecos Ms vezes descobmos, gavadas em nos a, cenas e stuações encontadas duante a de um ance, e um le, de ua c E ntmos qe eas, co o passa do t, se tonaam eeêncas de um peíodo ia de nssas vdas, cheo de sonhs e i o
O que é Litra
Ocoem tabém lembanças ms posacas e eagadáves Imagnem m texto lo às pessas paa eaza ma pova Tuo ele aboece ou peocpa po tese qe da c de seu coteúdo povvelmente devenose econale qalades Na vedae pouc o nda é laboao A letua poe até se (na 'supotáve; u veadeo execco e angústa Esse texto � esmo se · passando muto tempo sem vêo o se eeêncas a seu espeto, está ao Dclmente voltamos a ee e espt aeto sem peconceto E caso o consgamos, talvez at tenhamos uma supesa agaável: poque se mosta ataente, enquanto tamém eavva um pouco da nossa hsta quao da pme a letua, o poqe entvamente tem con ada a sua nsgncâna paa ns, ' e nao exa e se evelado Não sentmos ago semelhante com eaão a aguém ou a alguma cosa que, em pncípo, nos agaa ou esagaa? Um ceto ato, u paene, um vznho, um obeto, um acontec mento? Essa uma das azões paa consease a pmea eta etva Coo vmos, talvez não a, as se dúvda é macante o qe, assm mesmo, eeamos evelála? Na leta emoconal emege a empata, teên ca de sent o que se senta caso svéssemos a stuação e ccnstâncas expementadas po oto, sto é na pee e outa pessoa, ou mesmo
Helena Martins
d um animal, de m objet, de ma persnage d ficçã. Carateriz-se, pis, prcess de
icpaçã afetiva nma reaidade aheia, fra d ós Ipia neessariamente dispnibiidade, , predispsiçã pra ceitar qe vem d In xteir, mesm se depis venhams a á A ciança tende a ter mair dispnibiidade qe o ut pe simpes fat de, em princípi, td le nv e desnheid e ea preir cnheer o i pssíve a fim de aprender a cnviver cm ud Aim send, nã s é mis reeptiva mais espntânea qant a manifestar e. Acba entã revend a empata de m até exacerbad. Daí serms desenden , evars mit "a ri" sas manifes t, nsideradas infntis, ist ·é, nã cni eas nrmas de nuta adut Haverá aí u pnta de inveja nssa pr qea espnta ide perdida? Será pr iss que fica mais fci expressar certs sentiments nsss em r a determinadas eitras ·
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Tez nviesse nesse mment pensarms t mens m m bjet (m fi eviden c na eitura sensria) e ais m m timent, ag qe antee eitr. Prnci nte prque n eitra emina nã imprta
O que é Leitura
pergntarms sbre se aspet, sbre qe m cert text trata, m ee nsiste, mas sim qe ee fz qe pvc em ns. À vezes, tems ma seminsiênia de estar ms end ag medícre, se riginaidade, mistificadr da reaidade sem representaiidade estética, sia, pítia, ientífia rate-se de m rmane, m fime, m reat histri, ma reprtage, m mana de mprtament sexa Mas essa dúvida aparee parial e emta mente. efine nssa igaçã m text ag mai fte e inexpiáve, irrainal Pr i�s ns sentims insegrs, qase inapaitads de epiar prqe ns prendems à eit . E 'rre, pr cert, a sitaçã inversa: apesar renheient gera d var de m text, ssa respsta a ee é de tta degrad, qe também n asa nstrangiments. demse enntrar as determinantes dessas preerênias e rejeições aparentmente desaidas, tan n nivers sia m n individa N primeir as a fnte primária está na nssa reaçã m s mdes de cmprtament, m s mits trasmitids a ns pr ma rdem sia, ctr, pítica. Para exminar a qestã sb esse pt de vista, digams, exterir, preisa ríams verificar em qe medida e pr qe ns deixams dmina infeniar pr sistemas de idéias qe masaram a reaidade. Há aí td press e frmaçã e ndiinament ide
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M Hn Mn
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muitos quadros intmamete ligados às frusÚações e agústas de cada leitor, vido também ao ecotro de suas fatasas mais comus. Date das degraças preseciadas através do vídeo, ouvia peo rádo ou das os joais e revistas, tede a deevover-se o etor um processo catáico: se as suas agruras são / tatas, há piores . Por outro ado, há sempre ago que ameta a ilusão de se cosegur, como a ovela, "tirar o pé do baro, um gope de sore um amor rio, uma heraça, uma ama geero -. Ietgado as eturas de operára (uma fábrica de São Paulo), Ecéa Bosi costata a refe rêcia por revstas setmetas, sedo as arrativas tpca as fotooeas, hstóras em quadriho ·fats, repoage sobre a vda de artistas, realização do soho de ua ciaça doete, crôica de miagre, carta ao coutóo semea Fudametado-se em Freud e Gramsci, obsea ão ser "a busca de ua copeação qualquer que moe e comoe a eitoa de fotoovela, mas a de um correato imagário de sua posição espec fia o sistema socia Stação em que se iterpe �tra carêcas ecoômicas báicas, graves ' imtaÇões de cutura e, via de regra, a impossiblida e de trasceder, peos próprios esforços, o horzote que sua casse e eu staus circu creem Vê-se, esse exepo, a mportâcia da letura emocoa ão só o âmbto iddual mas o
O é Li
·
O o;
não,
consome o o m pn como foi fio.
O que é Leiura
Maia Helena Marins
Tudo o que lemo, à exceção da natureza (io não considerarmo a interferência do homem ), é frut de uma vião de mundo de um ema de idéia e técnica de produção caracte rando um comrometimento do autor com o que roduz e, or certo, om eu o1ve eitore. Há ortanto reação entre texto e idlogia, oi eta ão inerente à intenção {nciente ou inconciente do autor a eu modo er o mundo tornando-e também elemento igão entre ele e o eitore de eu texto ete n no interea aqui elo eu valor intríneco aítico ou não dicutível ou eogiável bem ou reaizado imorta ante como algo ujeito letura. Ma e há uma intencionaidade na criação, ela idamene nem emre correonde ao modo mo a leitura e reaiza. A reota do eitor nde de número fatore reente no ato de Eando redioto a entregar-e aivamente texto tende a e deixar envove ela ideologia o ideologia nee exrea (exlícita ou não dí a ua vulneabiidade Semre averá entretanto mometo de danciamento quanto mai não ea, cauado� pr fatore externo à leitura (a interrução do ato de er or exemo. E nea ocaiõe vindo tna emergindo do univer lido o leitor ode abeer reaçõe entre eu mundo e o do texto á então oorunidade ara eaborar a emoçõe
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desencadeadas pel leitura. As vezes a retomada d? texto significa também uma noa postura d1ante dele; utras o fato de termos interromdo a leitura nã o nos impede de merglharmos nova mente nela, como s e narcotizados mso avend entã o emoções diferenciadas.
t
Assim, além da hist ória pesso àl do leitor e do
seu contexto fica de novo sublinhado o qunto os de resposta dada o texto Um dramlhão uma not( �ia de j rnal ou um incidente cotdiano podem _ ou gargalhadas um clássico do susc1tar lágmas teatro da literatura ou do cinem talvez pvoquem bocejos ou emoções as mais profundas e duradouras Depende muito do referencial da leitura da situçã o em que nos encontramos das intenções com que nos aproximamos dela do ' que el ? despera de lembranças, desejos, alegrias tstezas I Pa, or fim, fisar o quanto em gerl· repmos e desconsideramos a leitura e mocional muito em função de uma pretensa titude inte: lectual Todvia, se interrogadas sobre os motvos que as levam a ler lvros, revistas r ao cinem assistir televisã o ou mesmo ouvir fofocas, muit� pessoas reveam ser para se distrair. 1 não significa serem leitores detentos ou ncapaes de penr um texto Apenas sua tendência mais cum é deixarem-se envólver emocionalmente pelo que lêem Ocorre, entretanto e cad vez fa ores circunstanciais da leitura influem no tipo
_
-
s
Ma Helen Mtin
m maio feqüênia - as · peoas entiem idade de justifica suas peeências e a, cionaliz seus gostos. A convivênci, senão ·a conveniência socia, e poític pincipamee nos centos os, vinos tsformando em oguetes de s acionlizações, evandonos a expes disimuladas, uando não contáias e ealmente setimos Então um fime, uma agem, um ivo uma canção, uma eulua, psoa, ue o degostam ou gdam ondmente, são idos de um eito e eitua ad de modo distocido E agimos assim e temos motios inteetuai pa isso s, nesse ca, penetando- aindà ue pea dos fundos e outo nve de eitu - o
.
Leitura racional
Paa muitos s agoa estíamos o âmbito do etado, pópio da vedeia apcdd� ui e pecia a inguagem, e especia a ica Enfim, leitu é coisa ia, dizem os tuais Relacioáa com oss epeiências iais e emocioais diminui sua significação, a goância Imagines o absudo de i o e divetise com Otelo u Ricrd III
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O qe é Leir
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o, pior ainda, representar Shkespere· em popuresco: uma frona o bardo ingê tom . C u lt u r a Como dmitir tmbém que um s e fim
de �gmar Bergman possa aborreer; ue a mús e ica eudta contempor âea par apens bruho àos noss .s ouv idos que U i s s e s , de Joyce, se ev ee um t jolaço sem sentido pra nós? Essa postura intectuizada e dminante ·. 'N ão r r d m _oria dos leitore Peo con r ári o, �01 conce?da e é mntida por m elite, a dos tlectuas: pendores, estetas, rí tios e mes mo ·
.
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artsts que reserv am si o direito de ditar à no �s leitur, _em como guardm paraorsims 0 _
pv eo d caçao e fruiçã o das rte , da idéi ntes de prosseguir, conv ém elrecer H á uma � e de crcter stis diferencidors entre s dv erss tegorias de intlectuais (Hor ácio Gonales etda- as em outro liv ro desta coleçã o) Au generlizo e simplifico o sent ido de inte etu, ev ado , ic usiv e, à radiciçã o a, pos ev den e jortv co o elitismo, o inteectu- lsmo O ob etiv o disso est á em querer subinhr que h de negtiv o postur comumente ent o en did como inteectual . A eitur esse ív e inteectual enftiz poi, 0 teectusmo, doutrin que firma preemin ên Ca e ante ds coss bos da V ida.
rioridde dos fenômenos inte sbre os sentimentos e ontade. Tendeectuis uní v o; o leitor se debruç obre o ser texto,
·
Mr Helena Matins
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. pretende vê-lo solado do contexto e· sem env ol v mento pessoal, or entando-se por cer tas nor mas pr eestabelecidas. Isto é: ele endossa um odo de er pr eexstente, condconado por uma deoo
gia. Tal postura dir ige a eitur a de modo a se
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per ceber no ob jeto ldo apenas o que nteressa ao sstema de éas ao qua o etor se lga Mutas v ezes se usa, entã o, o t e xt o c o mo pr et e xt o ar a avaar e até pr ov ar asser ções alheas a ele, fr us tr ando o conhecmento daqulo que o indv dualza Ao se aplcar um esquema de etura ao texto, adotando um compoamento ester otpado em r elaçã o a ee, põe-se tamb ém de lad� uma manera de er , de dar sentdo, nossa, autêntca, e funçã o de uma letur a supostamente cor r ta por que sob o b enepácto de ntelectuas ssm, se estes autorza a r ev er êca, o rso, o ent$asmo ou o menosprezo em face de um texto, "v ogame
s disposições em contrário". · Outro aspecto muito difudido dessa concepção intelectua liga-se ao fato de, e princípio, limitar a noção de eitura ao texto erito, presspondo educação forma e ceo grau de cultura ou mesmo erudição do leitor. Como se viu de início, discuto aqui a visão da eitura confinada à escrita e ao texto iterário ou às manifeações artísticas em geral, propondo vêla como um processo de compreensão abran- gente, no qua o leitor participa com todas as suas capacidades fim de apreender as mais diversas ·
O que é Letua
formas de expressão humana e da natureza . A� im, na perspectiva proposta aqui, a com ten a para criar ou ler se concretiza tanto pr me1o de textos escritos (de caráter ficiona o não) quanto de expressão oral música a plásticas, artes dramáticas ou de situaçÕ d realidade objetiva cotidiana (trabalho, relações afetivas, sociais) Seja o leitor incuto erudito, seja qual for a origem do objeto de ei tenha ele caráter utilitário, cienífico, artít configure-se como produto da cultura focó• • popular, de massa ou das elites. Reforçase, então, o que já foi dito: a constru da capacidade de produir e copreender as diver a linguagens está diretamente igada a cond1çoes propícias para er, para dar senti a expreses formais e sibólicas, representacio ou não, quer sejam configuradas pela paavra, qr pelo gesto, pelo som, pela imagem E es ca dade racionase em princípio com a aptidão paa ler prpria reaidade individual e social Esas considerações são básicas para se per a ferença entre a leitura a nível inteua e a íve raciona, como as cloco aqui. A leitura rac1ona é certamente inelectua, enquat ea�orada por nosso intelecto; mas, se a enunc ass1 ' é para tornar mais evidentes os asptos pos1t1vos contra os negativos do que em regra considera leitura inteectual. Importa, pois, na leitura racional, lientar u A
Helena Martins
aparentes de escritor: recursos de lingugem, oridade, sntaxe, pontuação, enfim "tecqu ", segundo Boges, que obscurece as emções e coviçes do leitor, em unção de um suposto do correto ou adequado de escrever e ler um romance um poea. Na verdade, reqüentemente confunde-se a litura racional com a investigação pura e smples do arcabouço frma de m exto, com o exame sua estrutura interna enquanto sistema de relaçes entre as partes que o compem, sem efivamente estudá-lo como· um odo, com expressão de ua visão de mundo Realza-se m o que o estruturals ortdxo apregou anda proclama o estudo d text em s Es tipo de ltura lmina a dinâmica da relação leitortexocontexto, lmitando consideravelmente uma compreens maior d objeto lido. O chamado distanciameto crític, caracters da leitura a nível racnal sem dúvida duz a dsposição sensorial e o envolimnto emocnal a cederem espaço à ponidão para o quesa to No entanto, estudando a relação do leor o texto se observa a endência de acetuar que é verifcável ocasionalmente nesse text a ar do vido no decorrer da letra sensral u emocional Estas percebemno como objeto ntimento, emoção, enquanto a leitura rac l permite conhecêlo amliarmente sem apes tl Podese então estabelece uma vsão mas
O que é Leiura
objetiva do processo de elaboração de materias, forms, inguagem, temática simbologa.
Na leitura emocional o leitr se dexa envolr los sentmetos que o txo lhe desperta Su atitude é pinática, tende ao irracional. Conta aí os critéris do gosto gosta ou não d que l por motivos muito pessoais ou por caracterstis textuais que nem sempre consegue defir Mut menos se coloca a questão de como o lido se constró Já na ltura raconal o letr mais o texto tem em mira a indagação; qur s compreendê-lo, dalogar com ele Isso nos leva a considerar a leitura acal sed piamente exigente pis a disnbl dade emocinal, o processo de identifcação, a se trasformam em desprendimento do ltr em vontade de apreender um processo de cria Como dz Barthes, advém da necessidade d colocarse denr da produção, não dentr produto E, nesse sentido, Barthes vê a ltu como a parente pobre da criação, sed objetivo o de reencontrar cm algo fo crad Mas de que mdo se realiza es leitura? Par inegável ela supr um esorço especia ão mos simplesmente nos apropriar do text u acetálo passivamente Temos antes que coq tálo cnhecendo e respeitando suas caactrstis próprias sso implica cercálo de uma atençã al que nos leve a perceber peculiardades, l q o diferencia dos demais, tornao algo ú
Mar Helena Martins .
importa se apresente aior ou enor grau de qalidade. Aliás uando se fala e qualidade e itérios de valor estaos necessariaente diante o confronto entre u e outros textos entre itras. Cotejandoos, evidencia-se aqilo e idividualiza cada u E quanto aiores as iblidades de confrontar elhores as condições pra apreender isso Que le u único roance por exeplo e ter opinião definida senão definitiva sobre literatura de ficção Seu repertório desse tipo de it talvez por ser be liitado perite ior careza de crtérios. Para que leu inúeros is se torna as coplexas os parâetros versificase Não vai aí nenh uízo de valor ra u ou otro tipo de leitra leitor ou texto Qero co esse exepo apenas observar que ao apliare as fronteiras do conhiento as exncias necessidades e ntersses tabé auenta; qe ua vez encetada a trajetória e leitor a nível racional as possibilidades de litra de ualqer texto antes de sere cada vez eores pelo contrário ultiplicase Principalente porqe nosso dálogo co o oeto lido se ntre de inúeras experiências e leitra anterores enuanto lana defios e proessas para otras tantas. ·
O que é Letura
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ab ai ua observação tavez dispenvel · caso não viesse ar força ao ue tentei sublinhar no decorrer desta reflexão. Ebora enfatizasse a leitura das ais diferentes lnguagens a da escrita acabou se ipondo; os exeplos literários evidencia isso Prieio porue é através dea ue o próprio ato de ler te sido pensado; segundo pore na literatura se encontra eleentos aos qas podeos voltar inúeras vezes testando nossa eória incitando nosso iaginário dei xando sentidos eoções e pensaentos sere pereados pela variedade de sentidos ue e possir ua única palavra Alé disso quer se qeira ou não todos estaos historicaente ligados à noção de leitura co referindose à letra talvez o sna as desafador e exigente e qualuer nível especialente o racional E creio quanto ais leros de odo abrangente ais estareos tab favorecendo nossa capacidade e leitura do texto escrto. dúvida o ntercâbio de experiências e leituras desistifica a escrita o livro levando nos a copreendêlos e apreciálos de odo as natural e certaente estareos assi foaecendo nossas condições de leitores efetivos das inueá ves engens do universo e ue viveos *
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Ua inifinidade de aspectos nu texto e
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Hen Mtins
deenadear ·e oretar a letura raoa Um dos ms comuns é a narativa, sustenada pratamete r quaque tp de lnguae (faada, esrta, tua, ráfa, pásta, musa, nematoráfa). To texo os conta auma osa, seja pr de uma arratva ntdaete marada a seqüêna ronoóa dos antementos, o no romane tradona, sea de modo buo ou quase mpereptíve, oo num ema I ír ou numa omposção musal E a a do presso narratv - d mod omo a hstra é otada - pde ser exeee dexa ra a etra raona Partndo do pressuposto de e ada é ratuto m texo, tudo tem sentdo, é fruto de ma tenção onsene u inonsente, mporta e muto - a letra raona aptarms omo ostr esse setdo ou sentdos Para tanto, m ds aspetos mas snfatvos está o reo hmento dos ind/ textuas Ess pequenas ndades de sentd são verdaderas pstas para letr opreeder o objeto d em seu odo, mo que mutas vezes passem uase desper bdas ou ue o autor as dsponha de odo s ou menos expto, estabeeendose, assm, ma espée de ; as, a anda mas tuate para a etura. Ns roa dts "pso, om fre êna a raçã de ndos está resete a prpra esrçã das persoaes a aratersta ·
O qu é Litu .
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fsa da traços de personadade As esse eurs é uado de manera aratura, m ando o perfl de determnados tpos e sd exremaete exporado as nartas popuar, os fohets, nas ftonoveas, as teeovelas, nema, o teatro Os deos ássos d tpoa remotam à dupla Quxote/Panç ração de Cervantes Do Quxote tem sa aenação e unerbdade aentadas pelo frá, on íeo, doeno, envehedo, r tado om o rdíu de ma paramentação e atudes de pseudoavaer, a ás, Cavae a rste Fra Sah Pança, á no prr oe, arrea alo de bahã e prmtv, c sa aparêa embra "de muy poa sa la mera, se espírto pramát trasfo em esdero perfeto para sonhdor Qut O rmae natrasta, pstulado o prní de que o hmem é fruto de seu meo" apreset �mpre díos ambetas para rrobart d arátr e aé epar as ações das persona O osso uí de zevedo é um exempo autor ue utla esses reursos, ara faar de Zoa ou do rade ça de Queroz Quat ao text poa ou ao fantás, se dúvda pds a apresentação de d ás, a pedra de toque para a soução d (s) mstéro s) u para a ração de uma atmf sobreatura S pesaros nos fes de H ok, por exepo, verfamos a habdade cm
O que é Lr Maa Hele Martns
o cineata ubverte a expectativa d leitr, cin fa ind(ci u aparentemente meno ando pita definitiva para devendar a raa. Um oha mai bri o uma pernagem de o r em ra e gar ineperad, m parece ; a dexa d pereguidr in, qand, na verdade, trata-e de m ne; um pár indee pde reuta tadr Aprendem a ler ee indíci à medida e experiência de leita e ucedem cme aim a perceber com' ã N cntrd dipot n text, qa a tença d at criá entant, memo bend cm rqe arad indci, r dize o text e tne transparente para nó. c d Hitccck, cm na mairia d atre atmente criativo, mem o leit percebend um ve eema de cntrçã de indci, h pe a apreentaçã de element nv dfiando. i cntitie qe e cama opidae da ambigüiae do texto, aqea qaidade a de negacear e e entregar a m� , de no ear a qerer cmpreedê é ai e de n pibilitar inúmera le1tura, end aé inegtáve ·
A çã ív lu Vale retma o qe die a iiciar a u d nívei de leitura: ee ã interreacia en imutâne, mem end m oo privlegiad Deve, poi, ficar car nã h prpriaente uma ierarquia; exite, dgamo, u tendência de a leitra enrial nteder a emocinal e a eta e ceder a racinal, qe reacina cm prceo de amadureciment mem. Prém, co qi motrar qi s a itória, a experiência e a circntância d vida de cada eitr at de lr, bem cmo a repta e uetõe aprentada peo objo lid, n decrrer d prce, qe pdem ed ciar um cer níve de leitra ã e deve tambm po exitência i de cada um dee nívei Tavz haa, die, a prevalêcia de m tr Ma co mem er mit difícil reaizarm a eita apena enrial, emcinal u rcinal, o imple at de er própi da cdiçã interrelacinar enaçã, emçã e raz, tao na tetativa de e exprear cm na de b entid, cmpreender a i prÓpr e mnd " âmpada branca, a uerene, no cent mea, dava claidade uiciente paa a eira e o crchê. Memo ai, de ve em quand dee e aprximava d círc vivo da q a
M Hele Mtns
êssemos apenas e ser.1pe em um único níve, teí amos a adicalza esse modo e e � po o no a dstoção do texto ldo pea mob h_ a ao o a eitua um pocesso, poanto, damca, i não ocoe Sea coo f!xa o ola num temnado objeto e s e sempe enxegá-lo de um únco ângulo, nós e ele estáticos: em pouco mpo não mas conseguiíamos vêo Isso poque acdade de nosso céebo de egsta sensa ç emoções e pensamentos deca apdamente ua do o que queemos apeende é infntamen �e ptdo O efeito esulta nves ? do que se podea ia em ve de lemos m e melo o txto, etua se dlu, a ponto de exst Na vedade, à medida que desevolvemos oss pacidades sensoais, emoconas e aconas tamm se dsenvolve nossas etuas nesses s, ainda que, epto, um ou ou to yev leça Mas a inteação pesste Quanto mas nao ;eJ po as caacteísticas de cada um dos ves, as us em tima nstncia, são intedependentes Vejamos que caacteísticas sã o essas A etua sensoal tem um tempo de duaçao e bange um espaço mas lmtado, em face do o utilzado paa ealizáa os sentdos Seu lcnce é mais ccunscto pelo ai e agora; tene ao imedato letua emconal é m s mediatada peas expeêncas pévas, pea n anteo do eito, tem um caáte etospectO pHcito se inClna pois à vota ao passado á a
O que é L
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etura raconal. tede ser prosptv a, à mei ue a refexã o determina um pso à rente n raciocí no, o , tranorma o conhecmento p v io _em um no v o conhecmento ou em no ust ões, mpca mas concretamente possbi - d de de v ol v er o dscernmento acerca· d texto lio Es eturas� se rdcaizadas reaz mpre de modo oado umas das outrs aprsentaram asptos atamente question á v s enatzando o medatismo (sensori ', o con dorismo emocona) e o progreismo raco "sos e ue, pe própria naturez, ep crim a ·etura Feizmete é uco pro v s .
efet v rem radicalmente, em funç ã o da dn âm
própria do procedmento exstenci o hom Memo querendo f rr sua ntureza c m p r
extremstas, o homem lê como em gr vi.
num proc o permanente e nteraç o en ensaç õe, emoç ões e penmento .
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O que é Leia
A LITUR O JTO DE CADA LITOR
E o pulo do gato 7 Como diss e, ee não e
ia mesmo Moimer Ale e C. Van Doren, de teem rito um tatao sobe a ae le advertem que "as rega ara aormece o mais fáceis de egui o que a rega a i acordao enquanto se ê . consegui acodado, ou não deende em grande ae mt vida na eitua A a altua eo tenha deixao· claro que, a comreendê-a e ara a eitua se efetivar eenche uma lacuna em noa vida, ecia ao enconto de uma nesiae, e um dejo exano senoia, emocional ou aciona, e u vonae de conhece mai Ee são eus péequiito A eles se aceenam o eímuo e o ecalço do mundo exteror, sua eigência
Pa compreendê-l e ra a ler se efetiv, de preencher u lcu e nos v.
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Mr Hele Martins
e rmpns.· E, s pnros spcalmnt na i a nív l raconal, há qu consdrar o esf o rç alz á-la. O ho é um sr pnsant por
�za, as sua capacdad d racocno rc
d no t rein am ento quanto ncssta su físco
or xmlo, tornar-s um atla Naa i é gratuto; squr o prazr. Es al ás
:
d um anso d ralzaç ão lena, portanto u ua mta um pnho para atngla n
O tramnto para a ltura fetv a mplca
ndros
dsv olvros
dtrmnadas
t ns Dos anuas ddácos aos studos apro
fndos sobr o ato d le toos ofrcm
rntaç õs ora mnos ora as ob jtvas cnts Todava, caa lto tm qu scobrr ia ua t écnca própra para aprmorar s� mpenho Auxlamno, enr os fato m
�
s xtrnos, dsd o amben epo
onívl até o atral d apoo: lás, papel e rano, bomons, alofaas, rvannha
poltrona, altofalants, fons aí nra oa
a rafernála d ob jetos q s faze nc ros
q fazm part o m i-ensc n e d aa
eir
Se isso tuo pod influnciar criando uma
atosfera propíca, bamnt co raras
exe ç õs é ispnvl. Fundantal mso é a continuidad da litura, o interss m realiz á-la
Qantos letors já dxara passar a sua parada qu, no ôns surlotado, barulhnto
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O que é Leura
sacolant, stàam totalmnt rsos no radnho d plha, na otonola no roan; nu artgo cnt(co u numa oograa; na rmoração d u l d uma ça tatral d uma convrsa? Há qum cnsga lr um lvro d nsaos, r xlo, sntado quto m su canto, toan notas assnalando assagn do txto o�tos faz dtaos ou msmo d pé meo i balúrda Há os qu s snt ·no cn" apnas quando acoodados numa das dz prm as lras da saa d xbção, outros vão paa a últa Mutos curt o so ' o a t ao dor strmcr c o vou do altofalne nqunto outros só consgum arcar msi m surdna. En, caa u rCsa busr jto d lr apr1orálo ar a ltura torna cada vz as gratcant A traz muos bncos, or subsídos consdrávs rncpalmnt a n aconal. Pod apntar novas drçõs d a sclarcr dúdas, dncar aspctos an dsprcbdos ou substmados aura a conên ca crítca acrca do txto, propcar nv lmntos coparação Ua �as razõs las quas s vzs nos snt dnmados dant d um txto consdro · dfícl sá no ao d supormos ser un d fcênca noss, d ncapacdad para mpr ndê-lo. Io gral é um quívoco or qe �
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Hlna Martins
tirmo de uma leitua acional temo i e neidad de realizá-a? Tampouo t fiar rendo meaniamente; peo trio, é pior. Paa diminuir a teno, ameniar difiudae, importa muito não onidera o o omo uma ameça ou ago inatingívl Mhor eaxa, ão e preoupar em deifrá-lo·em dbrir o ntido ma e-o ao modo da o ângulo que mai atraia mmo pa o eundio do texto ratdo- de um ivro etom-o foleando e edo um ou outa pagm, em no tirmo bgados a entendêla, ma pouando ila tabeleno reçõe om otr sn id, om itra j realiada quai e qe tenam ido o meio de expeo o t o o nvei privilgiado A v o om d pavra de um poem vem-no india o mino ra omeçar · a penlo; a ição d um e de um piagem, de um antei to te remeta a uma experiênia vivida e ie a omprenã do texto; m unto dnido pode num dtermiado momento er refeênia a a j ido e por a ome o a ntenêo Efim é fundamental ão te preoneito, nm de rer pa a eitu quaique vivênia erior; prourar quetionar o teto quem ee apreente faa ja onfuo, inone te e não por qe implemen�e aeitlo.
O qu é Lira
Da a importnia de diutir a eu reeito de buar elareimento om outro eito o em outó texto itura, mai edo ou mai tade e aontee, dede que e queia reamente e ima de tuo, preimo tr preente qe não oneguimo de ve, da o puo to bem que e ontinue anano ainda m p, poi não é pado amina
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O que é Leiura
(Do Cadeo H); já diz quase tudo Cm
Drummond e vários outros poetas sã no grandes mestres de leitra Entre os fiionstas, á dezenas exelen s na literatura rasleira tei dois gaúhos par puxar a rsa ara a minha sardnha ro Verssimo, em Solo de Clarineta num to e exteno mais de romane, oee, além prazer do texto soto, indios ara se ler mer e ompreender muito de sua obra Cyro Mais nua inguagem simples, relata, nas 70 ágin de Um Menino Vai Para o Colégio, a aventura m garoto do ampo omeçando a ler o mno nrentando os desaios e desobrndse na id grande o Taan, desneesro alar mais Ai enata, em livros, quadrinhos, TV e ne leitores de tods as idades Já Satre, em muto nedo de nome, 'é pouo lido E As alavras temse a exelente ntrodução sa obra Nesse relato deliioso, ál e de leit rápida, o ato de ler e o roesso de formação do autor estão mriados, rvelando omo se fez esse que é taez o maior lósofo de nosso u e Jorge Luis Borges, mis que através dos eni lendose Históri Uniel da nfâmcia ntos) fise bendo e re onhendo omo u gran leitor se transforma nm esror genia eis é saborear seus númeos outros lros Quanto aos enos itados, tÓdos traze
NICAÇÕES PA LEITURA Be indiações para leitura foram· dadas desde níc deste noo ontato. Seria mesmo desne rio dizer que ler sobre letura não faz de niém um letor: Os textos que estão a( ao n rr, exressos em ml lingagens, à teira dsição, podem ensina a ler e mpreender a -ra, às vezes mito mas do que algo erto ifiamente sobre o assunto M, omo também se vu, através a erita a letra tem sido pensada e se torna mais áil fundar uma releão a seu respeto Prova d á nos textos qe seiram de apoio para disorr Aliás, eles oram selonados já r rem agradáves e lareedores reveando os urisos da niação à letura a omeçar, mehor r direto à oesia, à I, às memórias; Má� o uintana, lá na egrafe
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- al ás, d a le i tur a, no origin �. como Sre fz s dpimento sobe o que seja o ato e ler; sua ra com .a literatra, dando exepos de um ra
Ere o texto i recente e tore r lr encontr- O Ato e Ler (Corez); e uiel d Siv Um eto que itemtiz o báico eitr, elconnoo com fneto picoógico e fiofico, no ubíio pecimente pr profeo e bibiotecáro. em eitra em Crise na Ela (Merco Abeto), orgnzo por Regin Zmn, há tigo e pequi de vrio fsore do 1 ' 21 e 39 gru. Retme · iênci, ictindo eficinci e pon ta íd pr o impe d leitur e o enino d ltertur em no eco Pa termir, vário ivro Coleção rimeiro P elcionme com qetõe evntd _ Dentre ee, Ideoogia, de Mien Ci; tu de Mri Ljoo Poeia e Fernno aão; Ae de Jorge Coli Intetai e Hor co Gonze; Cinema enCe Bernret To e Fernno Peixoto
Bbogf
O qu é Liu
AGUIA Flávio Comentrios aos originais dte tralho BATHES oland Le Gin de la ·vox; ·eneies (6-) Paris ditions du Seuil 8 BOGES, orge Lis De culto de os irs ln: • inquisicines Benos Air E Editores 0 BO, Ecléa Cultura de ms e culura ppu; eit de rias Petróis, Voz, BUOUGHS Edgar ice Taan, flh d selv P Companhia Ed Nacional 68 CHAUI, Mailena "Conos de históra e oa 1� S nterno sobre o Nacional e o Popa na Cultua Brl · FUNATE io de aneiro 80 (ndito) CHAPPN igia A. T s volta para o sto "popar. E vta oncida ao jornal Esad de ul Sã Pao, 23 de maio de 8 ESCAP, Robet & BAK, onald A me de l io aneio, Fndação Getúlio Vargas/MEC, 5 FEIE, Pao A imrncia d a de ler (em tês a q se completam) S Pao, Autor Asciados/Cortez 1 . Pagia d primid 6 . io de aneiro, Paz e 8
IN; Osn D idl B da glóra problemas incuurais b So Palo Summus MATNS Cyr Um menn vai a clgi Poto Movino, EVSTA Ist t A V no outro mndo So Paulo de A de 8 SATE, Jean-Pal As lavr•. So Paulo, Difu E 4 ivro SMH Frank UndBnding r8íg a ycinstc a of reading and learing o read , Nova Yoqe, Rin hart and Winston 8 VESSMO, ri Sl de Crne Poro Aegre, G, 1973 vol 1
ADLR, M mir J & V N O EN Charles. A ar e de ler. io
d Jo, Agir, 4
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