CURSO DO SISTEMA DE APRENDIZAGEM APRENDIZAGEM
VIVER EM PORTUGUÊS
A literatura do nosso tempo
Índice Introdução............... Introdução.......................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... .................................. ........................ 2 Resultados da aprendizage................... aprendizage.............................. ..................... ........................................... ................................. ! ".#on$eito de literatura....................... literatura.................................. ..................... ..................... ..................... ..................... ................. ......% % 2.#on$eito de te&to liter'rio........................ liter'rio................................... ...................... ..................... .............................( ...................( !.)
literatura portuguesa
do
VIVER EM PORTUGUÊS
s*$ulo ++
.............. ....................................................................................... ................"% %.)
relação da TEMPO ((// ((/ / ; A ITERATURA !O "OSSO TEMPO literatura
portuguesa do
s*$ulo ++
$o
outras ,oras de e&pressão art-sti$a."
/.Os
autores e a
sua
produção liter'ria 0
1ue
g*neros liter'rios e
1ue te'ti$as.................... te'ti$as.............................. ..................... ..................... ..................... .......................................... ................................. 2/ /.".)gustina essa 3u-s................... 3u-s.............................. ..................... .............................................. .................................... 2/ /.2.)nt4nio 3o5o )ntunes.................. )ntunes............................. ..................... ............................................ ..................................2 2 /.!.6a7id Mourão 8erreira......... 8erreira.................... ...................... ..................... ..................... ................................!2 .....................!2 /.%.6inis Ma$9ado................... Ma$9ado.............................. ...................... ..................... ..................... ..................... ....................... .............!/ !/
:oana Ri5eiro Formadora: :o
"
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A literatura do nosso tempo
Índice Introdução............... Introdução.......................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... .................................. ........................ 2 Resultados da aprendizage................... aprendizage.............................. ..................... ........................................... ................................. ! ".#on$eito de literatura....................... literatura.................................. ..................... ..................... ..................... ..................... ................. ......% % 2.#on$eito de te&to liter'rio........................ liter'rio................................... ...................... ..................... .............................( ...................( !.)
literatura portuguesa
do
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s*$ulo ++
.............. ....................................................................................... ................"% %.)
relação da TEMPO ((// ((/ / ; A ITERATURA !O "OSSO TEMPO literatura
portuguesa do
s*$ulo ++
$o
outras ,oras de e&pressão art-sti$a."
/.Os
autores e a
sua
produção liter'ria 0
1ue
g*neros liter'rios e
1ue te'ti$as.................... te'ti$as.............................. ..................... ..................... ..................... .......................................... ................................. 2/ /.".)gustina essa 3u-s................... 3u-s.............................. ..................... .............................................. .................................... 2/ /.2.)nt4nio 3o5o )ntunes.................. )ntunes............................. ..................... ............................................ ..................................2 2 /.!.6a7id Mourão 8erreira......... 8erreira.................... ...................... ..................... ..................... ................................!2 .....................!2 /.%.6inis Ma$9ado................... Ma$9ado.............................. ...................... ..................... ..................... ..................... ....................... .............!/ !/
:oana Ri5eiro Formadora: :o
"
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A literatura do nosso tempo
/./.:os* #ardoso Pires............... Pires......................... ..................... ..................... ..................... ................................. ...................... ! /.(.:os* Saraago..................... Saraago................................ ..................... ..................... .......................................... ............................... %2 /.<.3-dia :orge................... :orge............................. ..................... ..................... ..................... ......................................... .............................. %( /..Manuel )legre................... )legre.............................. ..................... ..................... ..................... .................................. ........................ %= /.=.Sop9ia de Mello re>ner )ndersen...................................................../2 /."?.Verg-lio /."?.Verg-lio 8erreira............ 8erreira....................... ...................... ..................... ..................... ..................................... .......................... // Propostas de ati7idade...................... ati7idade................................ ..................... ..................... ..................... ............................ ................. /= Sugest@es de tra5al9oA...................... tra5al9oA................................. ..................... ......................................... ............................... /= i5liograBa.................... i5liograBa............................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................................... .......................... (2
Introdu#$o O 4dulo intitulado C) literatura do nosso tepoC est' pensado segundo perspeti7as de in,oração e de ,oração. Pensaos 1ueD no $onte&to de u segundo n-7el de ,oração a$ad*i$aD os ,orandos não de7erão ignorar o 1ue est' teporalente ais pr4&io de siD e 1ual1uer 'rea do sa5erD e ta5* ao n-7el do 1ue e literatura se es$re7e e de 1ue o ,az. Os edia di7ulgaD alguas 7ezesD o 1ue de ais re$enteente se pu5li$aD as as * ipo iport rtan ante te 1ue 1ue para parale lela laen ente te 9aa 9aa u a$ a$op opan an9a 9aen ento to ais ais espe$ializadoD no sentido de le7ar $ada ,orando ao el9or apro7eitaento poss-7el da1uilo 1ue a literatura li teratura l9e pode o,ere$er. O presente 4dulo de7er'D poisD ser apli$ado nesta perspeti7aD perspeti7aD de olde a 1ue os ,orandos se torne $ada 7ez ais atentos F es$rita liter'riaD desen7ol7a desen7ol7a $opetn$ias $opetn$ias de autonoia autonoia de leituraD leituraD de apreço apreço pela arte e $apa$idade de retenção de in,oraçãoD por esta 7ia.
:oana Ri5eiro Formadora: :o
2
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Resultados da aprendi%a&em •
IdentiB$ar $ara$ter-sti$as gen*ri$as do te&to liter'rio.
•
#ara$terizar generi$aente os di,erentes g*neros liter'rios.
•
6istinguir os 7'rios g*neros liter'rios.
•
Esta5ele$er relaç@es entre a literatura portuguesa do s*$ulo ++ e outras ,oras de e&pressão art-sti$a.
•
IdentiB$ar ,ontes de inHun$ia de di,erentes $orrentes ou autores na$ionais e estrangeiros.
•
Re$on9e$er u $onunto de autores representati7os do s*$ulo ++ e rela$iona0os $o a sua ,ora de es$rita e prin$ipais o5ras.
•
6esen7ol7er $apa$idades de leituraD interpretaçãoD an'lise $r-ti$a e de apreço pela arte
Formadora: :oana Ri5eiro
!
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'()onceito de literatura
) pala7ra literatura deri7a do tero lati litteraeD 1ue ,az re,ern$ia ao $onunto de $on9e$ientos e $opetn$ias para es$re7er e ler 5e. O $on$eito est' rela$ionado $o a arte da gra'ti$aD da ret4ri$a e da po*ti$a. 6e a$ordo $o o 6i$ion'rio da 3-ngua Portuguesa da Porto EditoraD a literatura * a arte de $opor o5ras e 1ue a linguage * usada esteti$aente e e 1ue * usada ua l-ngua $oo eio de e&pressão. Ta5* * usado este tero para deBnir o $onunto das produç@es liter'rias de u pa-sD de ua *po$a ou de u g*nerose$tor de $on9e$iento J$oo a literatura persaD por e&eploK e o $onunto de o5ras 1ue trata so5re ua arte ou ua $in$ia Jliteratura desporti7aD literatura ur-di$aD et$.K. ) literatura traduzD assiD u $onunto de te&tos es$ritos Juitas 7ezes ta5* B&ados na tradição oralKD esteti$aente ela5orados a partir da linguage $ouD 1ue dão $onta da espe$iB$idade $ultural de ua $ounidade. ) deBnição de o5ra liter'ria poder' 7ariarD as ua an'lise 9ist4ri$a salienta os denoinados $l'ssi$os da literaturaD o5ras 1ueD pela sua iportLn$ia so$ial e $ulturalD ar$ara deterinadas *po$as. ) o5ra liter'ria a re$onstituição de u a$onte$iento atra7*s da $ouni$ação es$ritaD sendo 1ue ,undaentalente atendendo a ,unção sei4ti$aD representa a e&e$ução do ato pri'rioD $ouni$ar.
Formadora: :oana Ri5eiro
%
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Iporta 7alorizar ua 7isão lingu-sti$aD $ultural e art-sti$a da literatura eD parti$ularenteD do ensino da literaturaD no sentido de poder garantir $on9e$ientosD e&perin$ias e 9'5itos ,undaentaisD ne$ess'rios aos adoles$entes 1ue 9oe ,re1uenta a es$olaD para 1ue possa ser e5ros de direito de u patri4nio $ou. )nualenteD os grandes ,eitos da literatura 7e0se re$opensados $o a atri5uição do Pr*io o5elD e 1ue os ,elizes laureados re$e5e os respeti7os pr*ios pelas ãos da )$adeia Sue$a.
Formadora: :oana Ri5eiro
/
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*()onceito de te+to liter,rio )onceito ) literatura pode ser entendida $oo ua iitação pela pala7ra assente na B$$ionalidadeD 1ue apresenta dois 7alores nu$learesA o 7alor de signiB$ado JseLnti$oK e o 7alor ,oral Jde e&pressão lingu-sti$aK. N' ani,estaente ua intenção est*ti$aD art-sti$aD altaente poliss*i$a. )1uilo 1ue deBne o te&to liter'rio *D ais do 1ue a 7ontade de $ouni$açãoD a sua $apa$idade de signiB$arC. Este te&to 7i7e do 1ue a ensage $ont* e não do 1ue ela siplesente dizC. O te&to liter'rio eprega as pala7ras da l-ngua $o li5erdadeD re$orrendo ao seu sentido $onotati7o ou eta,4ri$o. O te&to liter'rio * o instruento essen$ial no ensinoaprendizage da l-ngua portuguesaD inserido nu prograa edu$ati7o 1ue 7alorize a interpretaçãoD a $apa$idade iaginati7a e o poder de an'lise. Indu5ita7elenteD o te&to liter'rio proeta ao '&io a ulti,un$ionalidade da l-nguaD $on$iliando o prazer da leitura ao desen7ol7iento da $opreensãoe&pressão es$rita. Essa leitura de7er' ser atentaD reHe&i7aD $apaz de esiuçar sentidosD de ensinar a des$o5rir as poten$ialidades do portugus. U te&to transporta sepre in,oração no7aD no7os 1uestionaentosD no7os est-ulos F reHe&ão. Essa no7idade interage $o os $on9e$ientosD $on$eitosD
ideias
pr*0e&istentes
eD
dessa
interaçãoD
resulta
ua
representação ni$aD indi7idualD $oposta pelos sa5eres parti$ulares do sueitoD originando a interpretação. Esta interpretação * su5eti7a e oti7a ua dis$ussão produti7a e ua tro$a de ideias 1ue parte de ua 5ase $ouD o te&toD as $ua signiB$ação di,ere de indi7-duo para indi7-duo ' 1ueD $ada uD de a$ordo
Formadora: :oana Ri5eiro
(
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$o
os
seus
es1ueas
$on$eptuaisD
$onstr4i
as
suas
pr4prias
representaç@es. )o ler u te&toD o leitor apropria0se da sua in,oração 5'si$a e ela5oraD so5re esteD ua representação indi7idual 1ue se distinguir' de 1ual1uer outra por1ue * oldada pelo seu $on9e$iento do undo. )o ela5orar a sua pr4pria representação indi7idual do te&toD o leitor est' a $onstruir u odelo interpretati7oD ou seaD u odelo situa$ional. ) interpretação de u te&to e&ige a sua $opreensão pr*7iaD isto *D o sueito te de estar 9a5ilitado a $opreender a l-ngua es$ritaD possuindo $on9e$ientos espe$-B$os a$er$a do do-nio $ogniti7o no 1ual se insere a te'ti$a do te&toD ua 7ez 1ue o $on9e$iento do undo 1ue a leitura propor$ionaD auenta a sua $opetn$ia para a $opreensão de no7os te&tos. )ssiD espera0se de 1ue ensina 1ue sea $apaz de $onduzir os alunos nesse pro$esso de des$o5ertaD 1ue 7ai da pala7ra F ,rase e da ,rase ao te&toD a5rindo traetosD na7egando pelas lin9as 1ue desen9a o te&to es$rito. ED da parte de 1ue 1uer aprender a gostar de lerD 1ue se interesseD 1ue se dei&e surpreender pelas es$ol9as e,etuadas. Sa5er ler *D 9oe e sepreD ais do 1ue ua $ondição de su$esso pessoalD es$olarD proBssional e so$ial. Q o ,ator de su$esso $oleti7o de ua nação. Por issoD o direito F leitura tornou0se ua 1uestão de ustiça so$ialD o 1ue ipli$a 1ue ua das grandes prioridades de 1ual1uer sistea edu$ati7o sea o desen7ol7iento da $opetn$ia de leitura para todos os alunos. Sa5er ler e gostar de ler são os passos para o desen7ol7iento. E 1uanto ais se gostar de lerD ais se l e se sa5e ,az0lo. Por*D s4 1ue sa5e lerD gosta de ler. Para isso a literatura * a ais do 1ue a el9or opção. ) literatura * a solução. G-neros liter,rios Te&to narrati7o JRoan$eK
Formadora: :oana Ri5eiro
<
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o roan$e 9' ua regra ua ação $entral relati7aente e&tensaD e7entualente $opli$ada por aç@es se$und'rias dela deri7adas. )s personagensD noralente e 1uantidade e $ople&idade ais ele7adas do 1ue nos restantes g*neros narrati7osD são atra7essadas por $onHitos -ntiosD trauas e o5sess@es. G*nero por natureza propenso F representação do realD o roan$e te no espaço ua $ategoria $o ,unç@es parti$ularente rele7antesA o espaço do roan$eD pela sua aplidão e porenor de $ara$terizaçãoD re7ela poten$ialidades $onsider'7eis de representação e$on4i$o0so$ialD e $one&ão estreita $o as personagens 1ue o po7oa e $o o tepo 9ist4ri$o e 1ue 7i7e. ) este tepo 9ist4ri$o não * estran9oD naturalenteD o tepo $oo ,undaental $ategoria narrati7aD $o in$idn$ias na 9ist4ria e no dis$urso narrati7o do roan$e Jo tepo da 9istoria pode ser o5eti7aente $al$uladoD as * reela5orado pelo odo $oo * representado na narrati7aKD e $o aspetos uito di7ersiB$adosA en1uadraento 9ist4ri$o propriaente ditoD
ipli$aç@es
psi$ol4gi$as
Jtepo
Bltrado
por
7i7n$ias
das
personagensKD alus@es so$iais. Te&to 6ra'ti$o JTeatroK Entender0se0' por draa toda a representação direta de ua ação $onsuada nu tepo relati7aente $on$entrado. O ,a$to de essa representação ser direta ipli$a não s4 a sua $on$retização perante u p5li$oD as ta5* a ausn$ia de narrador por outro ladoD o ,a$to de o draa ser so5retudo ação ,az $o 1ue os a$onte$ientos sea apresentados 1uase sepre de ,ora uito 7i7aD pro$essando0se os a7anços 5rus$os no tepo $o o au&-lio de arti,-$ios espe$-B$os Jpor e&eplo a udança de ato ou $en'rioK. Isto signiB$a 1ue a representação dra'ti$a aBra 0se $oo resultado da interação de re$ursos de trs naturezasA liter'riosD 9uanos e t*$ni$os.
Formadora: :oana Ri5eiro
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)ssiD os re$ursos liter'rios são $onstitu-dosD $oo se disseD pelo dis$urso das personagens eD de u odo geralD pela arti$ulação da ação e das Bguras 1ue l9e dão 7ida en1uanto $oponentes de u uni7erso de B$ção parti$ular. Por sua 7ezD os re$ursos 9uanos serão so5retudo os autores 1ue dão 7ida e interpretação F ,ala das personagensD se os 1uais o te&to dra'ti$o não pode ser ati7ado. 8inalenteD aos re$ursos t*$ni$os $orresponde todos os instruentos 1ue parti$ipa direta ou indiretaente na $onstituição da ilusão dra'ti$aA iluinaçãoD guarda0roupaD e,eitos sonorosD $en'riosD et$.
Te+to .rico /poesia0 ) poesia l-ri$a não se enra-za no anseio ou na ne$essidade de des$re7er a realidade ep-ri$aD ,-si$a e so$ialD ne no deseo de representar sueitos independentes do EuD ou de $ontar ua ação. ) poesia l-ri$a enra-za0se siD na re7elação e no apro,undaento do Eu l-ri$oD tendendo sepre esta ani,estação a interrogar e a re7elar a identidade do 9oe e do ser. O undo e&teriorD as $oisasD os seresD a so$iedade e os e7entos 9ist4ri$os não $onstitue u do-nio al9eio ao poeta l-ri$o. o entantoD o a$onte$iento e&teriorD 1uando est' presente nu te&to l-ri$oD te sepre $oo ,unção predoinante e7o$ar ou $onte&tualizar ua atitude e u estado -ntioD sus$itados por tal epis4dio ou tal $ir$unstLn$ia na su5eti7idade do poeta. O te&to l-ri$o não $oporta des$riç@es seel9antes Fs de u te&to narrati7o atra7*s dos eleentos des$riti7os proeta 0se si5oli$aente as eoç@esD os estados -ntios do Eu. )ssiD no te&to l-ri$oD 1uer os eleentos
narrati7osD
1uer
os
eleentos
des$riti7osD
re7ela
a
interioridade do Eu. O te&to l-ri$o * al9eio ao Huir do tepo 0 os te&tos l-ri$osD a teporalidadeD 1uando * representadaD * $oo u eleento do undo interior do EuD
Formadora: :oana Ri5eiro
=
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$on$orrendo para a representação do 1ue * $entral no uni7erso l-ri$oA ua ideiaD ua eoçãoD ua sensaçãoD et$. O te&to l-ri$o * ar$ado pela $on$entração eoti7a e e&pressi7a 0 ) grande aioria dos te&tos l-ri$os te ua e&tensão relati7aente reduzida. O te&to l-ri$o realizaD de odo singularD a si5iose da l-ngua ,alada e da l-ngua es$rita 0 Se as $ara$ter-sti$as do te&to l-ri$o re,eridas pressup@e a per,oran$e oral do poea 0 eso 1ue pro$essada apenas interiorente atra7*s de ua leitura silen$iosa 0 os aspetos relati7os F ,ora ipressa do te&to pressup@e a $opreensão e a ,ruição do poea $oo te&to es$ritoD $oo o5eto espa$ial de natureza 7isual.
)omo 1a%er um coment,rio a um te+to liter,rio )o a5ordares u te&to liter'rioD $o 7ista F sua an'liseD de7er's ter e $onta u pressuposto ,undaentalA •
)nalisar u te&to não * resui0lo
•
)nalisar u te&to não * para,rase'0lo.
'( E prieiro lugarD de7er's le5rar0te 1ue ua prieira leitura pode ser insuB$iente. U te&to liter'rio * u sistea $ople&o de relaç@es entre pala7ras e ideias. O 1ueD F prieira 7istaD pare$e e7idente pode não s0lo. #opreender u te&to en7ol7e u tra5al9o lento de apro&iação eD por 7ezesD a prieira leitura re7ela0nos apenas ua ipressão geral ne sepre $orrespondente F essn$ia do te&to. Q pre$isoD poisD ler o te&to tantas 7ezes 1uantas as ne$ess'rias para 1ue a ensage $oe$e a tornar0se e&pl-$ita. E se o te&to * u te$ido $oposto por al9as 1ue se entrelaça Jas pala7ras nas suas ltiplas relaç@esK * ne$ess'rio des,azer a teia Janalisar pala7rasD ,rasesD $onuntos de ,rasesK para $opreender a l4gi$a interna 1ue presidiu F sua $onstrução. o des,azer dessa teia t $a5iento todas as operaç@es 1ue possa $ontri5uir para ua el9or $opreensão do te&toA
Formadora: :oana Ri5eiro
"?
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•
Pro$urar sa5er o signiB$ado de todas as pala7rasD eso as ais in$ouns
•
Pro$urar interpretar as 7'rias $onotaç@es de 1ue as pala7ras e as e&press@es se re7este 0 agrupar pala7ras e e&press@es e $apos seLnti$os Jso5retudo se 7eriB$ares 1ue no te&to se insiste neste ou na1uele $apo de signiB$açãoK
•
8azer o le7antaento de $lasses de pala7ras 1ueD por 7ezesD iprie ua deterinada diensão ao te&to JreparaD por e&eploD no 7alor e&pressi7o de uitos adeti7osK
•
Reparar na pontuação utilizada Juitas 7ezesD u siples ponto de e&$laação ou uas reti$n$ias 7 dar a ua e&pressão u sentido no7oK
•
Ter e $onta Jso5retudo no te&to po*ti$oK o 7alor ,4ni$o de alguas pala7rasD ua 7ez 1ue a insistn$ia e deterinados sons e as $o5inaç@es sonoras Ja riaD por e&eploK pode ter u papel iportante
•
)nalisar a organização estrutural do te&to.
EnBD ,azer o le7antaento dos 7'rios re$ursos estil-sti$os 1ue ,ora usados no te&to a n-7el ,4ni$oD or,ossint'ti$o e seLnti$o.
*( 6epois desse tra5al9o de an'liseD ser0te0' ,'$il tirar alguas $on$lus@es. Ter'sD $o $ertezaD $opreendido 1ual o tea do te&to e poder's passarD entãoD a ua 2 ,ase do teu tra5al9o 0 a ela5oração es$rita da an'lise interpretati7a. Trata0seD agoraD de es$re7er o teu te&to so5re o te&to. ) redação do teu $oent'rio poder' o5ede$er ao seguinte planoA
A Introdu#$o Geralente 5re7eD poder' apresentar in,oraç@es so5re os seguintes aspetosA •
•
Tipo de te&toD g*nero liter'rio a 1ue perten$e Per-odo liter'rio e 1ue est' inserido
Formadora: :oana Ri5eiro
""
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•
•
Integração na o5ra Jse ,or u e&$ertoK Tea.
O !esen2ol2imento ) parte ais iportanteD não apenas pela sua e&tensãoD as por1ue de7er' $orresponder a ua e&pli$itação das 7'rias etapas de an'lise e interpretação
do
te&to.
#onteplar'
todos
os
aspetos
re,eridos
anteriorente e 1ue serão ordenados agora $onsoante o 1ue te pare$er ais eB$az para a desontage do te&to. 6e7er's re,erir todos os eleentos 1ue te pareça pertinentes a n-7el estrutural e te'ti$oD pois s4 assi te ser' poss-7el apro&iares0te da ensage e&pressaD des$odiB$ar as ideiasD as eoç@esD os sentientosD tendo sepre presente 1ueD e relação a u te&to liter'rio não 5asta per$e5er o 1ue diz as ta5* $oo o diz. Se no pedido de $oent'rioD nu testeD ,ore e&pli$itados os t4pi$os a desen7ol7erD de7er's ,az0lo arti$uladaenteD ,undaentando sepre as tuas aBraç@es. #o todos estes eleentosD poder's agora re$onstituir o te&toD $onBrar o 1ue disseste 1uando enun$iaste o tea. Q $oo se ti7esses andado F roda das pala7ras at* $on$lu-res o $-r$ulo.
A )onclus$o un$a uito longaD de7er' ser ua esp*$ie de 5alanço JresuidoD $laroK do anteriorente e&posto. Poder' ta5* apresentar dois outros aspetosA •
Relação J5re7eK do te&to $o os outros te&tos do eso autor ou da esa *po$a
•
Opinião pessoal so5re o te&to Japenas 1uando tal te ,or pedidoK.
) an'lise te&tual * pois u ,ator ,orati7o e 7alorati7o do indi7-duo e ipli$a a$ia de tudo es$re7er $o $orreção.
Formadora: :oana Ri5eiro
"2
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A literatura do nosso tempo
3(A literatura portu&uesa do s-culo 44
) literatura portuguesa desen7ol7eD nas suas origensD u liriso de intenso ,ulgorD $o a poesia tro7adores$aD e uito parti$ularente $o as $antigas de aigoD 1ue se prolonga na l-ri$a $aoniana e $l'ssi$a de ua aneira geralD reno7ando0se
a partir do RoantisoD $o
personalidades
desta$adasA •
Garrett e o na$ionaliso roLnti$o de e&pressão aorosa
•
#es'rio Verde e o 1uotidiano ur5ano siultaneaente idealizado e 5anal
•
)ntero de uental e a dila$eração do pensaento ipli$ado na e&istn$ia $on$reta
•
#ailo Pessan9a e o son9o da per,eição 7er5al na $orrosão do tepo 9uano
E u grande nero de poetas $onteporLneos. 3u-s de #a@es Js*$. +VIK e 8ernando Pessoa Js*$. ++K sãoD no entantoD $onsiderados os aiores es$ritores da literatura portuguesa de ,a$toD o Moderniso en$ontra e Pessoa J,undador da re7ista Orp9euK ua e&pressão $ople&a e personalizadaD ' 1ue a gal'&ia dos seus 9eter4nios Jnoes de personalidades di,eren$iadas $o as 1uais $opWs a sua o5raK $onstitui u ,en4eno ar$ante na sua $oposição liter'ria e na e&perin$ia
9uana
$orrespondenteD
$o
resultados
liter'rios
surpreendentesD 1ue $onBgura ua autnti$a B$ção da arte de es$re7er. Mas a B$ção Jespe$ialente o roan$eK $on9e$e ta5* parti$ular 5ril9o na literatura portuguesa.
Formadora: :oana Ri5eiro
"!
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A literatura do nosso tempo
6esde ernardi Ri5eiro Js*$. +VIKD as so5retudo a partir do Roantiso e do RealisoD auenta a produção liter'ria deste g*neroD $o $res$ente interesse do p5li$o e da $r-ti$aD e a$entuando os aspetos di7ersos 1ue a prosa narrati7a te in$essanteente $riado a partir da relação indi7-duo0 so$iedade 1ue $ara$teriza $entralente o apogeu do roan$e no s*$ulo +I+A •
#onstrução da intrigaD
•
)$entuação da personageD
•
6oinLn$ia so$ialD
•
Pro5le'ti$a da e&istn$iaD
•
#onHitos su5eti7osD
•
8lu&o teporalD
•
E&er$-$io de es$ritaD
•
Ni5ridiso de g*nerosD
•
Rees$ritas par4di$as e
•
6es$onstrução do relato dis$ursi7o.
Es$ritores $oo #ailo #astelo ran$oD Eça de ueir4sD Raul randãoD )1uilino Ri5eiro eD ais re$enteenteD Verg-lio 8erreiraD )gustina essa03u-sD :os* #ardoso PiresD :os* Saraago e )nt4nio 3o5o )ntunes são alguas das Bguras ais eergentes neste $ap-tuloD onde os $onteporLneos se desta$a pelo seu nero e 1ualidade. 6e entre os $onteporLneosD salienta0se Bguras de o5ra nuerosa e repartida por di,erentes g*nerosD espe$ialente a poesiaD o roan$e e o $ontoD asD e $ertos $asosD ta5* o teatroD $r-ti$aD ensaio e es$rita auto5iogr'B$a e diar-sti$a. Estão neste $aso es$ritores ' desapare$idosD as 1ue at* 9' pou$o tepo ar$ara a $ena intele$tual portuguesaD $o as suas personalidades
Formadora: :oana Ri5eiro
"%
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ult-odas e $o a ,orça di7ersiB$ada do seu talentoD de ua aneira geral epen9ado e prati$ar ua aliançaD por7entura $onHituosaD entre o tra5al9o po*ti$o e a e&istn$ia $on$retaD e e aBrar a $apa$idade l$ida Jisto *A inteligente e radiosaK da literatura para entender o real. Prin$ipais noesA Miguel TorgaD Vitorino e*sioD :orge de SenaD #arlos de Oli7eira e 6a7id Mourão08erreira. Ta5* nesse sentido se aBra os $ori,eus da poesia $onteporLnea J$ultores e5ora de outras ,oras de e&pressão liter'riaKD de entre os 1uais se desta$a )nt4nio Raos RosaD Sop9ia de Mello re>ner )ndresenD Eug*nio de )ndrade e Ner5erto Nelder. a prosaD dedi$ados a u tipo de B$ção 1ue reela5ora a no7el-sti$a tradi$ional para a apro&iar de outros g*neros J$r4ni$aD poea e prosaD e outros tipos de es$rita estran9os F $on7enção liter'riaKD e prati$ando no7as odalidades de arti$ulação no dis$urso narrati7oD eerge Bguras ,eininas $entraisA Maria :udite de #ar7al9oD Maria Vel9o da #osta e Maria Ga5riela 3lansol. ) di7ulgação da literatura nas es$olas te sido al7o de aplo de5ateD sendo prati$aente iposs-7el $9egar0se a ua $on$lusão so5re 1ue autores in$luir nas $adeiras ligadas F l-ngua e $ultura portuguesa. Os 9'5itos de leitura nun$a ,ora grandes JeD so5retudoD nun$a ,ora de7idaente ,oentadosK entre os PortuguesesD e5ora 9aa auentado o nero de 5i5liote$asD e no7as ,oras de o$upação dos tepos li7res ostra0seD de $erto odoD ad7ers'rias da literaturaD pelo enos na sua ,ora ais tradi$ional. )lguns o7ens autoresD uito e espe$ial na 'rea da poesiaD $ooD por e&eploD :os* 3u-s Pei&oto ou :a$into 3u$as Pires Jta5* $o in$urs@es no teatroKD t sido 5e0su$edidos na a$eitação dos seus tra5al9osD não des$urando ua linguage ais pr4&ia da 1ue * usada no dia0a0dia pelas
Formadora: :oana Ri5eiro
"/
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$aadas ais o7ens e pro$urando ,oras atuais Jespe$ialente no prieiro $asoK de di7ulgação das suas o5ras. ) transição do s*$ulo ++ para o s*$ulo ++I testeun9a ta5* o apare$iento dua literatura le7e J* ,re1uenteente $9aada de lig9tCKD ,en4eno algo re$ente e Portugal as desde 9' d*$adas 5astante $ou noutras latitudes J$o designaç@es $ooD por e&eploD literatura de aeroportoCK e 1ueD se 5e 1ue re$e5idaD no -nioD $o reti$n$ias por parte dos $-r$ulos ais literatosD trou&eD pelo enosD a 7antage de ter $onseguido atingir assinal'7eis 7olues de 7endas. Se os re$*0$on1uistados leitores de$idirão atra7essar a ponteC e al$ançar ua outra arge liter'riaD ,oral e ideologi$aente ais $ople&aD * ua 1uestão 1ue B$a e a5erto para o no7o s*$ulo.
Formadora: :oana Ri5eiro
"(
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5(A rela#$o da literatura portu&uesa do s-culo 44 com outras 1ormas de e+press$o art.stica Modernismo )5in$ia est*ti$a $osopolita 1ue deBne as artes e a $ultura europeia e interna$ional na 7irage do s*$uloD eD uito e espe$ialD durante as suas prieiras duas ou trs d*$adas. E PortugalD est' ligada Fs Bguras de 8ernando PessoaD M'rio de S'0 #arneiroD )lada egreiros e uitos outrosD e polariza0se e too da re7ista Orp9eu J".X neroD "="/K. Est*ti$a por e&$eln$ia da di7ersidade Jpatente e outras est*ti$as ada$entes e o7ientos de 7anguarda 0 sensa$ionisoD paulisoD interse$ionisoD et$.KD da 1uestionação dos 7alores esta5ele$idos *ti$a e literariaenteD da eu,oria ,a$e Fs in7enç@es da t*$ni$aD da li5ertação da es$rita liter'ria de todas as $on7enç@es e de todas as regrasD o oderniso ar$ou o s*$ulo ++ de u odo uito agudoD a tal ponto 1ue $o ele se arti$ula $onstanteente as teorias e as pol*i$as e torno de outras duas noç@es 9ist4ri$o0liter'rias e est*ti$as relati7aente indeterinadas Jodernidade e p4s0odernisoKD 1ue s4 a sua atriz pode audar a e&pli$itar. a literatura portuguesaD a re7ista Presença Jde :os* R*gio e :oão Gaspar Si@esK * por uns entendida $oo a $ontrarre7olução do oderniso JEduardo 3ourençoKD eD por outrosD $oo u segundo oderniso. ) arte oderna surgiu e rutura $o o s*$. +I+A rope0se $o os $4digosD $o a perspeti7aD $o o $on$eito de 5eloD et$. ) pintura odernista isturou as deli$adas e elegantes ,oras do g4ti$o $o o si5oliso roLnti$oD tendo $oo resultado ua pintura de u grande erotiso e naturalidade.
Formadora: :oana Ri5eiro
"<
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Enuera0se o $u5isoD o a5stra$ionisoD o ,uturiso e o surrealiso $oo alguns dos ais iportantes o7ientos odernistas na pintura. O oderniso não tardou a $9egar a Portugal. 6esta$a0se noes $oo )adeo de Souza0#ardoso )lada egreiros e Santa0Rita pintor.
)adeo de Souza0#ardosoD Entrada, "="<
"eorrealismo #orrente liter'ria de inHun$ia italiana 1ue ane&a alguas $oponentes da literatura 5rasileiraD noeadaente a da denn$ia das inustiças so$iais do roan$e nordestino. uer na poesiaD 1uer na prosaD o neorrealiso assue ua diensão de inter7enção so$ialD agudizada pelo p4s0guerra e pela sedução dos sisteas so$ialistas 1ue o $lia portugus de ditadura itiB$a. ) sua atriz po*ti$a $on$entra0se no grupo do o7o #an$ioneiroD $oleção de poesiaD $o Sid4nio Mural9aD :oão :os* #o$9o,elD #arlos de Oli7eiraD Manuel da 8onse$aD M'rio 6ion-sioD 8ernando aora e outros. o roan$eD Soeiro Pereira GoesD $o EsteirosD e )l7es RedolD $o Gai5*usD de "=%?D inauguraraD na B$çãoD ua o5ra e&tensa e representati7aD 1ue ta5* uitos dos outros poetas en$ionados Jso5retudo os 1uatro prieirosK $ontri5u-ra para enri1ue$er.
Formadora: :oana Ri5eiro
"
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O roan$e neorrealista reati7a os e$anisos da representação narrati7aD inspirando0se das $ategorias ar&istas de $ons$in$ia de $lasse e de luta de $lassesD ,undando0se nos $onHitos so$iais 1ue p@e so5retudo e $ena $aponesesD oper'riosD patr@es e sen9ores da terraD as os el9ores dos seus te&tos analisa de ,ora a$utilante as ,a$etas di7ersas dessas di7ersas entidades. )derindo Fs propostas do eorrealiso liter'rioD alguns pintores lança ua pintura eorrealistaD ,undada no Bgurati7iso e nua $r-ti$a so$ial de raiz Mar&istaD retratando as $ondiç@es de 7ida das $lasses ais des,a7ore$idas e do operariado industrial. E PortugalD desta$a0se )ugusto GoesD :lio PoarD Manuel 8ilipeD M. Ri5eiro de Pa7iaD 3ia de 8reitasD #ipriano 6ouradoD VespeiraD Rog*rio Ri5eiroD ueru5i 3apaD )li$e :orge ou :os* 6ias #oel9o So5re a ,orte inHun$ia do eorrealiso nas artes e Portugal 7er o te&to so5re o Moderniso. E Portugal o eorrealiso surge no eso per-odo 1ue o Surrealiso e o )5stra$ionisoD gerando0se entre estes o7ientos a$esa pol*i$a so5re a natureza e o papel das artes.
)ugusto GoesD Os pescadores, "=(2
Modernidade ão * ua $orrente est*ti$aD as ua noçãoD uito ,re1uenteD $o a 1ual se 1ualiB$a uitas 7ezesD e e teros positi7osD a 1ualidade de ua o5ra.
Formadora: :oana Ri5eiro
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6esligada seanti$aente do $on$eito de odernisoD e7o$a outros oentos 9ist4ri$os de reno7ação est*ti$a e $ultural. E nosso entenderD Pessoa * u grande poeta por1ueD atra7*s da di7ersidade dos seus 9eter4niosD est' ais ligado a ua noção de odernidade do 1ue ao $on$eito de odernisoD assi $oo )lada egreiros )nt4nio oto e Irene 3is5oaD presen$istas iper,eitosD são0no na edida e 1ue ela5ora ta5* a sua 1uota0parte de odernidade. ) reno7ação do roan$e prati$ada na segunda etade deste s*$ulo Ja partir de )gustina essa03u-sD e ) Si5ilaD "=/%D e a sua o5ra posteriorD assi $oo os roan$es de Verg-lio 8erreiraD e 7'rios outros autoresD e&. :os* #ardoso PiresD )ugusto )5elairaKD assi $oo a o5ra de alguns poetas J)nt4nio Raos RosaD Eug*nio de )ndradeD Ner5erto NelderKD $onBgura ua odernidade indistintaD di,eren$iada e re$orrente no 7o$a5ul'rio $r-ti$o 1ueD a despeito de deBnir de ,a$to u uni7erso idnti$oD pro7o$a alguas $on,us@esD so5retudo na edida e 1ueD e $ertos $asosD se $on,unde $o a noção entretanto posta e 7oga de p4s0oderniso.
Vieira da Sil7aD 25 de Abri
P6s7modernismo Eti1ueta pol*i$a 1ue se ap@e a 7'ria da produção liter'ria $onteporLneaD 7ulgarizada pelas $ontro7*rsias Blos4B$asD as do ponto de 7ista liter'rio seriaente en$arada por grupos e autores aeri$anos e $anonizada por
Formadora: :oana Ri5eiro
2?
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iner ineros os tra5al9 tra5al9os os $ient-B $ient-B$os $os e teses teses e uni7ers uni7ersida idades des dos EU) e da Europa do orte. E PortugalD PortugalD o seu ,un$ionaento ,un$ionaento na literatura * não s4 teido as ainda denegado e re$al$ado. 6e 1ual1uer odoD a indi,eren$iação de odalidades narrati7asD o gosto da ree eess$rit $rita a e da par par4dia 4diaDD a sedu eduçã ção o pela pela alt alteraç eraçã ão e $orr orreç eçã ão dos dos a$onte$ientos do passadoD o gosto do ,ant'sti$oD a re$usa das a&iologias e a tendn$ia para o aleat4rio pode entre7er0se e te&tos tão di7ersos 1uanto 8inisterraD de #arlos de Oli7eiraD )le&andra )lp9aD de :os* #ardoso PiresD Pai&ão do #onde de 8r4isD de M'rio de #ar7al9oD Nist4ria do #er$o de 3is5oaD de :os* SaraagoD #ontos do Mal ErranteD de Maria Ga5riela 3lansolD Os Guarda0#9u7as #intilantesD de Teolinda Teolinda Gersão ou Ol9os VerdesD de 3u-sa #osta Goes. Send Sendo o a p4s0 p4s0o oder derni nida dade de ua ua *po$ *po$a a de ino7 ino7aç aç@e @ess t*$n t*$ni$ i$as asDD so$i so$iai aisD sD art-st art-sti$a i$asD sD liter' liter'rias rias e pol-ti$ pol-ti$asD asD entre entre outras outrasDD op@e0s op@e0se e natura naturalen lente te ao Moderniso ou F ModernidadeD sendo 1ue o de$l-nio das 7anguardas deste eso Moderniso ar$a a transição entre estes dois per-odos. U destes aspetos ,oi a progressi7a iplantação do a5stra$ioniso na BguraçãoD no 1ue se re,ere F arteD por e&eploD ipondo0se progressi7aente a Y$rise da representaçãoC.
:oana Ri5eiro Formadora: :o
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:os* de GuiarãesD !o"ena#e" a Ma#ritteD Ma#ritteD "=%
Surrealismo Muito tardioD na literatura portuguesaD * representado por grandes poetas J)nt4nio PedroD Manuel de 3iaD M'rio0Nenri1ue 3eiriaD M'rio #esarin>K e te grande ipa$to na $onBguração do dis$urso po*ti$o da odernidadeD de Ner5erto Nelder ao grupo de es$ritores da pu5li$ação Poesia0(" JGastão #ruzD 8iaa Nasse Pais randãoD 3uiza eto :orgeD Maria Teresa NortaKD não es1ue$endo Ru> eloD #asiiro de rito e :oão Rui de Sousa. 8a7or a7ore$ e$e e as asso asso$i $iaç aç@e @ess 7o$a 7o$a5u 5ular lares es li7r li7res esDD as relaç relaç@e @ess se seL Lnt nti$ i$as as ins4litasD e esta5ele$e o priado da iaginação. Salienta0se de no7o 1ue o surrealiso te7e ua ,orte e&pressão noutros $apos art-sti$os para al* da 3iteraturaD noeadaente nas artes 7isuais 0 pint pintur uraD aD es$u es$ult ltur uraD aD ,oto ,otogr graB aBa. a. E Portu ortuga galD lD M'rio M'rio #e #esa sarin rin>D >D )nt4 )nt4ni nio o 6a$osta e #ruzeiro Sei&asD por e&eploD desta$a0se não s4 na literatura as ta5* na pintura.
:oana Ri5eiro Formadora: :o
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)nt4nio 6a$ostaD MeancoiaD MeancoiaD "=%2
E+perimentalismo #orr #o rres espo pond nde e a u odo odo de inte inter7 r7en ençã ção o es est* t*ti ti$a $aDD as assu sui ido do $o $oo o 7angua 7anguarda rdaDD de poetas poetas ali ali's 's uitas uitas 7ezes 7ezes ligado ligadoss a outro outross o7ie o7iento ntosD sD noeadaente ao neorrealiso e ao surrealisoD e te $oo e&poentes prin$ipaisD 1ue se ant* B*is a esse odo desde 9' 1uatro d*$adasD E. M. de Melo e #astro e )na Nat9erl> Jesta ta5* autora de ua no7ela iportante de tipo surrealistaD O MestreK.
M'rio otasD Piet$
:oana Ri5eiro Formadora: :o
2!
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8(Os autores e a sua produ#$o liter,ria 7 9ue &-neros liter,rios e 9ue tem,ticas
8('(A&ustina essa u.s
%ia Me&, A"arante, '(22 )gustina essa03u-s nas$eu a "/ de Outu5ro de "=22D e Vila MeãD )arante. 6ela )nt4nio :os* Sarai7a aBra serD depois de 8ernando PessoaD o segundo ilagre do s*$ulo ++ portugusD re,erindo0se F originalidade e densidade liter'ria da sua o5ra roanes$aD $onstitu-da por ais de 1uatro dezenas de t-tulosD a 1ue se soa peças de teatroD 5iograBasD ensaiosD li7ros de 7iagens e de $r4ni$as. 6a sua o5ra de B$ção narrati7a para adultosD reBra0se apenas alguns t-tulos $oo ) si5ila J"=/%KD )s pessoas ,elizes J"= OZen J"=<=KD O osteiro J"=?KD Os eninos de ouro J"=!KD Vale )5raão J"=="KD Ordens enores J"==2KD U $ão 1ue son9a J"==
Formadora: :oana Ri5eiro
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linguage teatralD ta5* produziu te&tos e&pressaente destinados a $rianças. )s $ara$ter-sti$as onis$ientes e deirgi$as dos seus narradores $ontri5ue para ua 1ue5ra da organização $an4ni$a do te&toD e 1ue 7'rios espaços e tepos se entre$ruza na tentati7a de e&pli$ação dos $oportaentos assuidos pelas personagens. EstasD por sua 7ezD $ara$teriza0se por ua ,orça 7ital asso5rosa ouD pelo $ontr'rioD por ua ,ragilidadeD ua ipotn$ia perante a 7idaD 1ue ainda 7e re,orçar as $ara$ter-sti$as das personalidades doinadoras. Q essa ,orça telri$a 1ue trans,ora as suas personagens e personagens 'gi$as 1ue reorganiza o undo F 7olta delas. Os seus te&tos narrati7os são $onstru-dos atra7*s da integração de longos oentos des$riti7os e 1ue a autoridade do sa5er do narrador se ip@eD $oo se
as suas
ultrapassasseD
$ara$terizaç@es ,-si$asD
trans$endesse
os
psi$ol4gi$as ou
atri5utos
poss-7eis
de
so$iais $ada
personage ou de $ada espaço. os $ontos para $riançasD o $ar'$ter senten$ioso da sua es$rita pare$e sua7izar0se pela diinuição dos arguentos utilizadosD as reapare$e atra7*s das $ara$ter-sti$as de u dis$urso ,orado por ,rases ais $urtas e in$isi7as. )s et',oras e iagens utilizadas ta5* ora estão pr4&ias do undo da in,Ln$ia e assue o 9uor ipiedoso das $riançasD ora denun$ia a $r-ti$a ordaz 1ue se es$onde por detr's da e&perin$ia adulta.
Formadora: :oana Ri5eiro
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;E< =ruscamente< Germa come#ou a 1alar de >uina( Era em Setem=ro< e a casa< temporariamente ?a=itada e+pulsa2a o seu car,cter de a=andono e de ru.na< com a9uele calor de 2o%es e de passos 9ue amarrotam 1ol?el?os amontoados em todos os so=rados( O tempo esta2a morno< impre&nado dessa 9uietude de nature%a e+aurida 9ue se encontra num =a9ue ondulante de 1ol?a ou na ,&ua 9ue corre inutilmente pela terra eri#ada de canas donde a =andeira de mil?o 1oi cortada( !esde a morte de >uina< nunca mais a casa ti2era a9uela emana#$o de mist-rio &rotesco ou in&-nuo@ e Germa n$o encontra2a mais sa=or nos seres ao =oral?o< me+endo as ac?as< 1a%endo rodin?as de 1o&o7preso com o ati#ador es=raseado< ou catando nos escanos o rapa do "atal< em cuBas 1aces as letras tin?am sido desen?adas com tinta 2enenosa de =a&omin?as( A?< >uina< t$o estran?a< di1.cil< mas 9ue n$o era poss.2el recordar sem uma saudade ansiada< 9uem 1ora elaC Doa9uina Au&usta nascera nessa mesma casa da Vessada< setenta e seis anos antes( Era uma menina de aspeto pouco 2i,2el< ro+a< mori=unda< e 9ue apresenta2a no pulso es9uerdo uma manc?a cor de s-pia< moti2ada pelo 1acto de sua m$e ter sido salpicada de 1.&ado de porco< por ocasi$o de uma matan#a< estando ela nos primeiros tempos da &ra2ide%(; )gustina essa03u-sD in A Sibia, "=/!
Formadora: :oana Ri5eiro
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8(*(Ant6nio o=o Antunes
)isboa, '(*2 )nt4nio 3o5o )ntunes nas$eu e 3is5oaD e "=%2. Psi1uiatra de proBssãoD ini$iou a pu5li$ação da sua o5ra liter'riaD para adultosD e "=<=D $o Me4ria de ele,anteD a 1ue se seguira ais de 7inte roan$es ; $oo 8ado ale&andrino J"=!KD )s naus J"=KD ão entres tão depressa nessa noite es$ura J2???KD O ar1uip*lago da ins4nia J2??KD ue $a7alos são a1ueles 1ue ,aze so5ra no ar[ J2??=KD SW5olos rios 1ue 7ão J2?"?K ;D al* de li7ros de $r4ni$as. )s 7i7n$ias da Guerra #olonial J1ue presen$iou e )ngolaD durante dois anosK $onstitue parte do su5strato te'ti$o dos seus roan$es. )tualenteD * u dos autores portugueses ais traduzidos no estrangeiro e a sua o5ra te sido uitas 7ezes preiada. )nt4nio 3o5o )ntunes $oeçou por utilizar o aterial ps-1ui$o 1ue tin9a ar$ado toda ua geraçãoA os enredos das $rises $onugaisD as $ontradiç@es re7olu$ion'rias de ua 5urguesia epolgada ou agredida pelo 2/ de )5rilD os trauas pro,undos da guerra $olonial e o regresso dos $olonizadores F p'tria priiti7a. Isto peritiu0l9eD de iediatoD o5ter u re$on9e$iento unto dos leitoresD 1ueD no entantoD não ,oi suB$ienteente a$opan9ado pelo lado da $r-ti$a.
Formadora: :oana Ri5eiro
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)s des$onBanças e relação a u estran9o 1ue se introetia no eio liter'rioD a pou$a adesão a u estilo e&$essi7o 1ue rapidaente ,oi $lassiB$ado de gong4ri$o e o pr4prio su$esso de p5li$oD $ontri5u-ra para alguns desentendientos persistentes 1ue se
$oeçara a
des7ane$er $o a reper$ussão interna$ional Je parti$ular e 8rançaK 1ue a o5ra de )nt4nio 3o5o )ntunes o5te7e. Ultrapassado este ogo de e1u-7o$osD )nt4nio 3o5o )ntunes tornou0se u dos es$ritores portugueses ais lidosD 7endidos e traduzidos e todo o undo. Pou$o a pou$oD a sua es$rita $on$entrou0seD adensou0seD gan9ou espessura e eB$'$ia narrati7a. 6e u odo ipiedoso e o5stinadoD esta o5ra traça u dos 1uadros ais e&austi7os e so$iologi$aente pertinentes do Portugal do s*$ulo ++. ) sua o5ra prosseguiu nua $ont-nua reno7ação lingu-sti$aD tendo os seus roan$es seguintes JE&ortação aos #ro$odilosD ão Entres Tão 6epressa essa oite Es$uraD ue 8arei uando Tudo )rde[ oa Tarde Fs #oisas )1ui e ai&oKD 5e re$e5idos pela $r-ti$aD ar$ado deBniti7aente a B$ção portuguesa dos ltios anos.
Formadora: :oana Ri5eiro
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"ada a n$o ser de tempos a tempos um arrepio nas ,r2ores e cada 1ol?a uma =oca numa lin&ua&em sem rela#$o com as outras< ao princ.pio 1a%iam cerim6nia< ?esita2am< pediam desculpa< e a se&uir pala2ras 9ue se destina2am a ela e de 9ue se ne&a2a a entender o sentido< ?, 9uantos anos me atormentam 2ocs< n$o ten?o satis1a#es a dar72os< lar&uem7me< isto em crian#a< em 1rica< e depois em is=oa< a m$e c?e&a2a7se ao arm,rio da co%in?a onde &uarda2a os rem-dios H S$o as 2o%es )ristinaC a9ui na )l.nica silncio< com as inBe#es as coisas desinteressam7se de mim< uma 1rase< s 2e%es< mas sem amea#as nem %an&as< o nome apenas H )ristina uma ama=ilidade pressurosa H )omo est,s )ristinaC ou uma 9uei+a H "unca mais nos li&aste a cama< a mesa e as cadeiras 9uase o=Betos de no2o< em=ora se perce=a um ressentimento espera< n$o se atre2ia a tocar7l?es< deita2a7se pesando o menos poss.2el na esperan#a 9ue a almo1ada ou os len#6is n$o a sentissem e pode ser 9ue se distraiam e n$o sintam< n$o de2em sentir por9ue nen?um H )omo est,s )ristinaC desde ?, semanas< tirando as 1ol?as num capric?o do 2ento e as =ocas de re&resso um instante< o 9ue me incomodam as =ocas< o diretor da )l.nica H Ando a pensar dar7l?e uns dias de licen#a na condi#$o de tomar os comprimidos n$o ?a2ia a som=ra de uma su&est$o< um consel?o< a ordem H Tens de matar o teu pai com a 1aca &ra#as a !eus ausente< 9uase pa% se ?ou2esse pa% e n$o ?,< ?, pretos a correrem em uanda< camionetas de soldados< tiros< &ritos numa am=ulJncia a arder na praia< so= p,ssaros 9ue se escapa2am< e ao terminar de arder nen?um &rito< o pai 1oi padre< n$o era padre B, e a m$e %an&ada
Formadora: :oana Ri5eiro
2=
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H >uem te contou isso miKdaC /L0 )nt4nio 3o5o )ntunesD Co"iss&o das )$#ri"asD 2?""
Formadora: :oana Ri5eiro
!?
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A literatura do nosso tempo
8(3(!a2id Mour$o Ferreira
)isboa, '(2+ )isboa, '((PoetaD B$$ionistaD ensa-staD $r-ti$o liter'rioD draaturgoD tradutor e pro,essor uni7ersit'rio. 6epois de ,re1uentar o #ol*gio ModernoD onde ,oi aluno de \l7aro Salea e $olega de M'rio SoaresD li$en$iou0se e 8ilologia RoLni$aD e "=/"D $o ua tese so5re S' de MirandaD na 8a$uldade de 3etras da Uni7ersidade de 3is5oaD a- tendo tido $oo estres NernLni #idadeD Vitorino e*sioD :a$into do Prado #oel9oD Maria de 3ourdes el$9ior e $oo $olegas Se5astião da Gaa e 3indle> #intraD entre outras personalidades da $ultura portuguesa $onteporLnea de 1ue ,oi aigo e 1ue uito o ar$ara na sua ,oração pessoal e a$ad*i$a. Entre "=/< e "=(! ,oi assistente da 8a$uldade de 3etras da Uni7ersidade de 3is5oaD onde ,oi readitidoD $oo pro,essor au&iliarD e "=. )- ar$ou 7'rias geraç@es de estudantes na regn$ia das $adeiras de Teoria da 3iteratura e de 3iteratura Portuguesa e nua pr'ti$a da do$n$ia onde o to Fs 7ezes ret4ri$o do dis$urso não ini5ia a $apa$idade de di'logo e pare$ia $orresponder antesD na a5ordage te4ri$a da literatura e no gosto da sua partil9aD F esa e&ign$ia de rigor ,oral 1ue pun9a na es$ritaD ao
Formadora: :oana Ri5eiro
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eso gosto de arti$ular pala7ras e de as organizar e 7ersos $oo 1ue nelas arti$ula os seus ais antigos ar1u*tipos $ulturais. )o pu5li$ar nos ltios anos de 7ida re$ol9as po*ti$as de ine1u-7o$a teatização do erotiso JO #orpo Iluinado e Msi$a de #aaKD 6a7id Mourão08erreira e&pWs0seD entre o estuar dos sentidos e o desen$anto do nada JUr5ano Ta7ares RodriguesD 6on :uan e o donuanisoA na literatura portuguesaD in 6i$ion'rio de 3iteratura dirigido por :a$into do Prado #oel9oD "=<KD a an'lises inustaente redutoras da sua o5ra po*ti$a. E no entanto pare$e tão ,'$il re$on9e$er 1ueD nessa es$ritaD ora ldi$aD ora dra'ti$aD 6as s-la5as a esp'tula $oeça pou$o a pou$o a odelar0te e ala o 1ue era apenas $orpo ] ...^ e O 1ue era apenas ala 7ol7e0se agora $orpo J#orpoeaKD tão insigniB$ante * do ponto de 7ista po*ti$o a di,erença. U Monuento de Pala7ras J"==(K * siultaneaente re$onstituição de u per$urso -ntio e testaento po*ti$oD nua $uriosa $ronologia sentiental e po*ti$a 1ueD ' eleg-a$aD as lu$idaD tran1uilaente se enun$ia e antologi$aente se organiza e dis$o pela 7oz do Poeta. Pou$as 7ezes u es$ritor ter' 7isto a sua orte tão pu5li$aente anun$iadaD tão edi'ti$aD as sin$eraenteD $9orada.
Formadora: :oana Ri5eiro
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E POR VENES E por 2e%es as noites duram meses E por 2e%es os meses oceanos E por 2e%es os =ra#os 9ue apertamos "unca mais s$o os mesmos E por 2e%es Encontramos de n6s em poucos meses O 9ue a noite nos 1e% em muitos anos E por 2e%es n&imos 9ue lem=ramos E por 2e%es lem=ramos 9ue por 2e%es Ao tomarmos o &osto aos oceanos S6 o sarro das noites n$o dos meses , no 1undo dos copos encontramos E por 2e%es sorrimos ou c?oramos E por 2e%es por 2e%es a? por 2e%es "um se&undo se en2olam tantos anos( 6a7id Mourão08erreiraD Obra po.tica '(*/'(//
Formadora: :oana Ri5eiro
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8(5(!inis Mac?ado
)isboa, '(01 )isboa, 211/ Es$ritor. Ini$iou a sua $arreira $oo ornalista desporti7o e $r-ti$o de $inea. Tra5al9ou nos ornais Re$ordD orte 6esporti7oD 6i'rio Ilustrado e 6i'rio de 3is5oa. Organizou nos prin$-pios dos anos sessenta os prieiros #i$los de #inea da #asa da Iprensa e ,ez $r-ti$a $ineatogr'B$a na re7ista 8ile. os anos setenta ,oi diretorD $o )nt4nio RaosD da edição portuguesa da re7ista de 5anda desen9adaD Spirou. So5 o pseud4nio de 6ennis M$S9ade deu a lue trs roan$es poli$iais. TraduziuD $o Rita )l7es Ma$9adoD Truan #apote JU atalD "=!K. So5re o seu roan$e O ue 6iz Molero ; grande &ito editorialD traduzido e 7'rias l-nguas e o5eto de ua 7ersão teatral de uno )rtur Sil7a ; aBrou Eduardo 3ourenço tratar0se de u li7ro0$9a7e do nosso tepo. )nt4nio Mega 8erreira $onsiderou0o o ais iportante te&to de B$ção 1ue se pu5li$ou e Portugal nos ltios anos ]...^ p'ginas ira$ulosaente repletas de sinais da ais 5elaD inteligente e eo$ionada es$rita produzida por u es$ritor portugus na d*$ada de . E 3uiz Pa$9e$o ,ala de ua $a7algada ,uriosa de epis4diosD ua ,eiraD u tropel de genteD ua ,esta popular de alu$os e alu$asD tudo $9aladoD
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ua alegria enore 1uase insensataD o sentiento nos oentos doloridos as tudo tão pr4&io de n4s e tão naturalente reproduzido na es$rita.
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)?e&ou uma es9uadraQ< disse Austin< e a9ueles a 9uem c?ama2am os camones in2adiram a cidade< tin&indo7a com a =rancura das suas 1ardas( Meia dK%ia deles enou pela rua acima< passou pelos Vai ou Rac?a< estes cuspiram para o c?$o em sinal de despre%o< o Nuca 1oi atr,s deles de =ra#o estendido< es1re&ando o dedo pole&ar no indicador< e?< camone< mone< mone< um camone atirou um monte de moedas ao ar e a miuda&em lutou =ra2amente para
apan?ar
o
din?eiroQ(
essas
e+curses
a
=airros
descon?ecidos des2endam mundos no2osQ< interrompeu Mister !eu+e( % duas ou trs desse &-nero e tirei e+celentes 1oto&raasQ( Austin sorriu(
=emQ< disse
ele< os camones
continuaram a su=ir a rua< pararam Bunto ao n&elo< 9ue esta2a sentado no seu =anco de madeira a e+perimentar a ?arm6nica< um deles apro+imou7se e disse &irls< e 1e% com o =ra#o o mo2imento respeti2o< e ant &irls< o n&elo disse &irl - a tua m$e%in?a< est,s a perce=er ou precisas de e+plicadorC< sim< a tua m$e%in?a< o camone riu7se para os outros< um deles a2an#ou e 1e% uma esp-cie de passe Fred Astaire< conta 9uem sa=e< e de repente o n&elo B, tin?a &uardado os 6culos e a ?arm6nica no =olso< come#ou a despac?ar os camones< enou um pela loBa de m62eis do Ventura< outro 1oi cair numa das cadeiras da ar=earia ollood< e+atamente em cima do Pimentel< 9ue esta2a a ser escan?oado pelo Doa9uim "a2al?in?as< um terceiro mer&ul?ou no tan9ue de roupa da Mi9uelina Fortes< outro ainda 1oi tam=-m remetido para a loBa do Ventura< encontrou o primeiro no camin?o< 2in?a de re&resso< e estatelaram7se os dois numa cama de casal< o n&elo com os p-s< com as m$os< com a ca=e#a< 2ai disto< os camones ena2am por tudo 9uanto era porta< positi2amente distri=u.dos ao domic.lio< o Nuca diria mais tarde 9ue Ricardito entre )?amas e andidos< a sua ta nKmero um< ao p- da9uilo n$o era nada(
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6inis Ma$9adoD O 3e di4 MoeroD "=<<
8(8(Dos- )ardoso Pires
S 6o&o do Peso7Casteo 8ranco, '(25 )isboa, '((/ Ve 7i7er para 3is5oa uito o7e. )p4s $on$lu-do o li$euD ,re1uenta o $urso de Mate'ti$as Superiores da 8a$uldade de #in$iasD 1ue a5andona para se alistar na Marin9a Mer$ante $oo prati$ante de piloto se $urso. Viaa então por toda a $osta de \,ri$aD at* ser ,orçado ao a5andono dessa ati7idade. 6esde entãoD a sua ati7idade proBssional $entrou0se e torno da literatura e do ornaliso $ulturalD tendo sido diretor liter'rio de 7'rias editorasD diretor da re7ista )lana1ue J$ua redação era $onstitu-da por 3u-s de Sttau MonteiroD )le&andre O_eillD Vas$o Pulido ValenteD )ugusto )5elaira e o es$ultor :os* #utileiro e 1ue $onta7a $o a direção gr'B$a de Se5astião RodriguesKD diretor0adunto do ornal 6i'rio de 3is5oa J"=<%KD redator da Gazeta Musi$al e de Todas as )rtes e $r-ti$o liter'rio da re7ista )Bnidades. )utor 7'rioD do roan$e F s'tira pol-ti$aD passando pelo teatro e pela $r4ni$aD :os* #ardoso Pires * $onsiderado u dos aiores e el9ores
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prosadores
e
$ontadores
de
9ist4rias
da
literatura
portuguesa
$onteporLneaD tendo o5ras traduzidas nua 1uinzena de l-nguas. un$a tendo integrado 1ual1uer $orrente liter'ria espe$-B$a ; $onsidera7a0 se a si pr4prio u integrado arginal ;D a$usaD no entantoD inHun$ias 7'riasD desde o neorrealisoD no in-$io da $arreiraD ao surrealisoD passando por T$9e`o7 e por autores aeri$anos $oo PoeD NeingZa>D Mel7ille. Resulta da1ui u realiso $r-ti$o de estilo uito pessoalD $ara$terizado por grande depuraçãoD tanto ao n-7el narrati7o $oo sint'ti$o e 7o$a5ularD ua prosa 7i7a e o5eti7a 1ue ,oi tendo na ati7idade ornal-sti$aD desen7ol7ida ao longo dos anosD a sua oB$ina peranente. ) ligação do autor ao ornaliso $oeçou na adoles$n$ia e ante7e0se regularenteD sendo os ar$os ais iportantes deste per$urso as passagens pela re7ista )lana1ueD pelo :ornal do 8undãoD pelo 6i'rio de 3is5oa e pelo P5li$o. Q ta5* apontado F sua es$rita u $ariz $ineatogr'B$oD de $erta ,ora $orro5orado pelas 7'rias adaptaç@es de te&tos seus para o $inea. ) ais re$ente adaptação ,oi o Ble alada da Praia dos #ãesD realizado por :os* 8onse$a e #ostaD so5re o roan$e 9o4nio de "=2 1ue 7aleu a #ardoso Pires o Grande Pr*io de Roan$e e o7ela da )sso$iação Portuguesa de Es$ritores.
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O mudo ou2ia< modestamente< &irando a &arra1a de cer2eBa so=re a mesa( Um artista 9ue tin?a cado con?ecido pelo 1ado do Arsenal e por outros 1ados de e+clusi2o n$o merecia 2er7se assim mo#o de ce&o< a estender a m$o caridade pK=lica( Os narradores de ta=erna n$o s6 c?ama2am a aten#$o dos 1orasteiros para a inBusti#a 9ue esta2am a presenciar como se ol?a2am entre si com piedade( Um deles a=riu os =ra#os< resi&nado: A%ares< disse ele( A &ente c, em Portu&al c?ama a isto a%ares< 9ue - 9ue se ?,7de 1a%erC Mister< na nossa terra passa7se muita diculdade< disse outro( )om mais al&umas rodadas as triste%as B, n$o pa&a2am d.2idas e< sendo assim< al&u-m come#ou a cantar o ino do enca acompan?ado &uitarra pelo ce&o( !epois 2ieram uns 2ersos ao Bocoso< com licen#a da sen?ora< e at- 9uadras populares onde a pr6pria Sop?ia 1e% coro( Foi ent$o 9ue se ou2iram na &uitarra as notas do Fado do Arsenal: o =ando dos ==ados calou7se imediatamente por9ue o mudo se tin?a posto de p- e le2anta2a a m$o a impor silncio e concentra#$o( ado a lado< ele e o ce&o en1rentaram a assistncia< a &uitarra a aclarar o tom< a anar( E na altura pr6pria< o mudo a=riu as &oelas( E pronunciou sem soltar um som a letra do Fado do Arsenal< =atendo os l,=ios ao ritmo do instrumento e com as pausas< as 2oltas e os arrastados 9ue manda2a a re&ra( Fa%ia os &estos sentidos do 1adista de ra#a< o meneio dos om=ros< o prolon&ado 1ec?ar dos ol?os< o peito arro&ante na tirada mais 1unda( Mas sem uma pala2ra< sem uma nota( Parecia um ?omem a cantar numa redoma isolada pro2a de som( Um por um< se&unda surpresa< a assistncia de ==ados ps7se a cantar( )anta2a com os ol?os no sila=ar do 1adista sem som< lendo7l?e a letra nos l,=ios e se&uindo7os pelo ritmo< e era coisa Knica< disse Fran#ois !-santi< ou2ir um mudo na 2o% dum coro de ==ados( Um 1en6meno dram,tico e &rotesco e 9uase reli&ioso(
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)omo se 1osse um 2entr.lo9uo 9ue se %esse ou2ir em 2,rias &uras ao mesmo tempo( :os* #ardoso PiresD Ae9andra Ap:aD "=<
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8(W(Dos- Sarama&o
A4in:a#a7Goe#&, '(22 )an4arote7i:as Can$rias7Espan:a, 21'1 Pr*io o5el de 3iteratura "==. as$ido no Ri5ateoD as desde uito no7o a residir e 3is5oaD :os* Saraago * u $aso paradig'ti$o de es$ritor autodidataA $o u $urso e serral9aria e$Lni$a $on$lu-do e "=!=D 7aiD ao longo dos anosD repartir a sua ati7idade proBssional pela traduçãoD a direção liter'ria e de produção nua $asa editoraD $ola5oraç@es 7'rias e ornais e re7istas. Tendo e5ora ini$iado a sua $arreira nas letras e "=%
Formadora: :oana Ri5eiro
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Tudo isto * ser7ido por u estilo 1ue passar' a $onstituir ,orte ar$a do autor e 1ue se deBneD 5asi$aenteD pela supressão de alguns sinais de pontuaçãoD noeadaente pontos Bnais e tra7ess@es para introduzir o di'logo entre as personagensD o 1ue 7ai resultar nu rito HuidoD ar$adaente oral e uito pr4prioD tanto da es$rita $oo da narrati7a. 6e roan$e 9ist4ri$o se te ine7ita7elente ,alado e relação F produção roanes$a de SaraagoD e5ora o pr4prio autor re$use tal eti1ueta apli$ada Fs suas o5ras. Se o roan$e de :os* Saraago * 9ist4ri$oD pela diensão 9ist4ri$aD e ,ant'sti$oD pela diensão ,ant'sti$aD ele * prin$ipalente dos 9oens e das ul9eres na 9ist4ria e da sua $apa$idade de 7er e agir so5re o real para al* do $r-7el e do e7idente. Parte da e&traordin'ria re$eti7idade 1ue as suas o5ras t ere$ido e todo o undoD e 1ue $ulinou $o a atri5uição do o5elD de7er0se0'D se d7idaD a esse $ar'$ter 9uanistaD a esse reduto de $onBança e esperança no poder do 9uano 1ue a sua o5ra proeta. 6e ,a$toD eso antes da $onsagração '&ia trazida pelo o5elD Saraago era ' o autor portugus $onteporLneo ais traduzidoD $o li7ros editados e todo o undoD da )*ri$a do orte F #9inaD e detin9a ' u $apital de prest-gio re$on9e$ido pela atri5uição de 7'rios pr*ios liter'rios interna$ionais e na$ionais.
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Grita o po2in?o 1uriosos improp-rios aos condenados< &uinc?am as mul?eres de=ru#adas dos peitoris< alan%oam os 1rades< a prociss$o - uma serpente enorme 9ue n$o ca=e direita no Rossio e por isso se 2ai cur2ando e recur2ando como se determinasse c?e&ar a toda a parte ou o1erecer o espet,culo edicante a toda a cidade< a9uele 9ue ali 2ai - Sime$o de Oli2eira e Sousa< sem mester nem =ene1.cio< mas 9ue do Santo O1.cio declara2a ser 9ualicador< e sendo secular di%ia missa< con1essa2a e pre&a2a< e ao mesmo tempo 9ue isto 1a%ia proclama2a ser ?ere&e e Budeu< raro se 2iu con1us$o assim< e para ser ela maior tanto se c?ama2a padre Teodoro Pereira de Sousa como 1rei Manuel da )oncei#$o< ou 1rei Manuel da Gra#a< ou ainda elc?ior )arneiro< ou Manuel encastre< 9uem sa=e 9ue outros nomes teria e todos 2erdadeiros< por9ue de2eria ser um direito do ?omem escol?er o seu pr6prio nome e mud,7lo cem 2e%es ao dia< um nome n$o - nada< e a9uele - !omin&os A1onso a&areiro< natural e morador 9ue 1oi em Portel< 9ue n&ia 2ises para ser tido por santo< e 1a%ia curas usando de =n#$os< pala2ras e cru%es< e outras semel?antes supersti#es< ima&ine7se< como se ti2esse sido ele o primeiro< e a9uele - o padre Ant6nio Tei+eira de Sousa< da il?a de S( Dor&e< por culpas de solicitar mul?eres< maneira can6nica de di%er 9ue as apalpa2a e 1ornica2a< decerto come#ando na pala2ra do con1ession,rio e terminando no acto recato da sacristia< en9uanto n$o 2ai corporalmente aca=ar em An&ola< para onde ir, de&redado por toda a 2ida< e esta sou eu< Se=astiana Maria de Desus< um 9uarto de crist$7no2a< 9ue ten?o 2ises e re2ela#es< mas disseram7me no tri=unal 9ue era n&imento< 9ue ou#o 2o%es do c-u< mas e+plicaram7me 9ue era e1eito demon.aco< 9ue sei 9ue posso ser santa como os santos o s$o< ou ainda mel?or< pois n$o alcan#o di1eren#a entre mim e eles< mas repreenderam7me de 9ue isso - presun#$o insuport,2el e or&ul?o monstruoso<
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desao
a
!eus<
a9ui
2ou
=las1ema<
?er-tica<
temer,ria<
amorda#ada para 9ue n$o me ou#am as temeridades< as ?eresias e as =las1-mias< condenada a ser a#oitada em pK=lico e a oito anos de de&redo no reino de An&ola< e tendo ou2ido as senten#as< as min?as e mais de 9uem comi&o 2ai nesta prociss$o< n$o ou2i 9ue se 1alasse da min?a l?a< - seu nome limunda< onde estar,< onde est,s limunda< se n$o 1oste presa depois de mim< a9ui ?,s7de 2ir sa=er da tua m$e< e eu te 2erei se no meio dessa multid$o esti2eres< 9ue s6 para te 2er 9uero a&ora os ol?os< a =oca me amorda#aram< n$o os ol?os< ol?os 9ue n$o te 2iram< cora#$o 9ue sente e sentiu< 6 cora#$o meu< salta7me no peito se limunda a. esti2er< entre a9uela &ente 9ue est, cuspindo para mim e atirando cascas de melancia e imund.cies< ai como est$o en&anados< s6 eu sei 9ue todos poderiam ser santos< assim o 9uisessem< e n$o posso &rit,7lo< enm o peito me deu sinal< &emeu pro1undamente o cora#$o< 2ou 2er limunda< 2ou 27la< ai< ali est,< limunda< limunda< limunda< l?a min?a< e B, me 2iu< e n$o pode 1alar< tem de n&ir 9ue me n$o con?ece ou me despre%a< m$e 1eiticeira e marrana ainda 9ue apenas um 9uarto< B, me 2iu< e ao lado dela est, o padre artolomeu ouren#o< n$o 1ales< limunda< ol?a s6< ol?a com esses teus ol?os 9ue tudo s$o capa%es de 2er< e a9uele ?omem 9uem ser,< t$o alto< 9ue est, perto de limunda e n$o sa=e< ai n$o sa=e n$o< 9uem - ele< donde 2em< 9ue 2ai ser deles poder meu< pelas roupas soldado< pelo rosto casti&ado< pelo pulso cortado< adeus limunda 9ue n$o te 2erei mais< e limunda disse ao padre< Ali 2ai min?a m$e< e depois< 2oltando7se para o ?omem alto 9ue l?e esta2a perto< per&untou< >ue nome - o seu< e o ?omem disse< naturalmente< assim recon?ecendo o direito de esta mul?er l?e 1a%er per&untas< altasar Mateus< tam=-m me c?amam Sete7S6is( :os* SaraagoD Me"oria do Con;entoD "=2
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8(X(.dia Dor&e
8oi3ei"e, )o3., '(*Roan$istaD $ontista e autora de ua peça de teatroD 3-dia Guerreiro :orge nas$eu e oli1ueie e "=%(. 3i$en$iada e 8ilologia RoLni$aD ,oi pro,essora li$eal e 3is5oa e e \,ri$a ; )ngola e Moça5i1ue ; para onde partiu e "=. )li 7i7eu o ar$ante a5iente da Guerra #olonialD 1ue ais tarde des$re7eria no roan$e ) #osta dos Murrios atra7*s da perspeti7a de ua personage ,eininaD a ul9er de u oB$ial do e&*r$ito portugus de ser7iço e Moça5i1ue. 6e regresso a 3is5oa $ontinuou a ati7idade do$ente eD e "=?D pu5li$ou o roan$e O 6ia dos Prod-giosD 1ue l9e 7aleu o Pr*io Ri$ardo Mal9eirosD da )$adeia das #in$ias de 3is5oa. Esta sua prieira o5ra pu5li$ada de7e u ipulso F re7olução de )5ril de "=<%A O 6ia dos Prod-gios $onstr4i0se $oo ua alegoria do pa-s ,e$9ado e parado 1ue Portugal era so5 a ditaduraD peranenteente F espera de ua ,orça 1ue o trans,orasse. O roan$e te7e grande ipa$to unto do p5li$o e da $r-ti$a e 3-dia :orge ,oi de iediato saudada $oo ua das ais
Formadora: :oana Ri5eiro
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iportantes re7elaç@es das letras portuguesas e ua reno7adora do nosso iagin'rio roanes$o. ) linguage narrati7a deste roan$e e do seguinte ; O #ais das Merendas ; reete para a atos,era do realiso 'gi$oD so5repondo 7'rios planos narrati7os nua estrutura poli,4ni$a de onde se desta$a personagens 1ue ad1uire ua diensão eta,4ri$aD ou eso -ti$a. os roan$es de 3-dia :orgeD a $ondição so$io$ultural das personagensD so5retudo as ,eininasD reHete0se e di'logosD testeun9os a 1ue não * al9eia a atenção 1ue a autora dispensa F tradição oralD e relação direta $o a $r4ni$a da nossa 9ist4ria re$enteD antes e depois da re7olução. ) par da ati7idade liter'riaD 3-dia :orge ,oi pro,essora $on7idada da 8a$uldade de 3etras
de
3is5oaD ati7idade
1ue
interropeu
para
desepen9ar ,unç@es na )lta )utoridade para a #ouni$ação So$ialD entre "==? e "==%. Os seus li7ros t0l9e ere$ido 7ariad-ssios pr*ios e estão traduzidos para di7ersas l-nguas.
Formadora: :oana Ri5eiro
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Por entre o =arul?o 9ue 1a%ia dentro e 1ora< per&untei7l?eYSa=e o 9ue si&nica o seu nomeCQ elena de Tr6ia come#ou a rirY"$o< n$o sei(Q "unca l?e disseram aec elenaCQ "$o< nuncaQYdisse ela com pestanas inocentes a =aterem ao lon&o dos ol?os< a1astada a&ora dos crust,ceos e da tur9us 9ue l?es 9ue=ra2am t$o =em as eri#adas patas( >uis 9ue elena sou=esse( !i%er aec elena - o mesmo 9ue di%er eis a causa do conZitoY &ostaC Era uma =ela mul?er< despida lem=ra2a um pom=o< como outras lem=ram uma r$ e outras uma =aleia( "$o era s6 a 2o% 9ue lem=ra2a um pom=o< a c?amar pelo =arco< mas era tam=-m a perna< o seio< al&uma coisa esta2a espal?ada por ela 9ue pertencia 1am.lia das colum=inas( Tal2e% o ca=elo 2ermel?o< a pele leitosa( Ela [elena\ ps uma perna 1ora do len#ol( Os mKsculos &-meos de elena n$o se 2em< por mais 9ue elena comprima o peito do p-( Ten?o a perna de elena na min?a m$o< pe#o7l?e 9ue a cur2e para 2er a atua#$o dos &-meos( A perna apenas toma um pouco mais de 2olume e en&rossa( Passa7 se o mesmo com a co+a( elena a=re e 1ec?a a co+a( O seu slip t$o escasso 9ue mel?or 1ora n$o o ter( elena pu+a os Boel?os< senta7se< le2anta o assento< retira o slip< escorre&a7o pelas pernas sempre unidas< estende7se( 3-dia :orgeD A costa dos "3r"
8(](Manuel Ale&re
Formadora: :oana Ri5eiro
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A literatura do nosso tempo
=#3eda, '(0Poeta. 8ez os estudos se$und'rios no PortoD altura e 1ue ,undouD $o :os* )ugusto Sea5raD o ornal Preldio. 6o 3i$eu )le&andre Ner$ulanoD do PortoD passou a #oi5raD e $ua Uni7ersidade ,oi estudante de 6ireitoD de par $o ua grande ati7idade nas 'reas da pol-ti$aD da $ultura e do desporto. E "=(2D ,oi o5ilizado para )ngolaD tendo a- parti$ipado nua tentati7a de re7olta ilitarD pelo 1ue este7e preso no ,orte de São Paulo de 3uandaD $'r$ere onde $on9e$eu 3uandino VieiraD )nt4nio :a$into e )nt4nio #ardoso. 3i5ertado da $adeia angolanaD ,oi deso5ilizado e en7iado para #oi5ra e regie de residn$ia B&a. )p4s o 2/ de )5rilD regressou a PortugalD passando a dedi$ar0se F pol-ti$a no seio do Partido So$ialista de 1ue * e5ro da #oissão Pol-ti$a. 8ez parte do "X Go7erno #onstitu$ional e te sido desde então deputado F )sse5leia da Rep5li$a. Q ta5* e5ro do #onsel9o de EstadoD do #onsel9o das Ordens a$ionais e do #onsel9o So$ial da Uni7ersidade de #oi5ra. #oo poetaD $oeça a desta$ar0se nas $oletLneas Poeas 3i7res J"=(!0 "=(/KD pu5li$adas e #oi5ra de par $o o #an$ioneiro V*rti$e. Mas o grande re$on9e$iento dos leitores e da $r-ti$a nas$e $o os seus dois 7olues de poeasD Praça da #anção J"=(/K e O #anto e as )ras J"=(
Formadora: :oana Ri5eiro
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logo apreendidos pelas autoridadesD as $o grande $ir$ulação nos eios intele$tuais. #oeçando por toar por 5ase te'ti$a a resistn$ia ao regieD o e&-lioD a guerra de \,ri$aD logo a poesia de Manuel )legre e7oluiria nu registo *pi$o e l-ri$o 1ue 5e5e uito e #a@es e nua es$rita r-ti$a e el4di$a 1ue pede ser re$itada ou usi$ada. Para al* das re7istas e ornais ' $itadosD Manuel )legre te $ola5oração dispersa por uitos outros ornais e re7istas $ulturaisD de 1ue desta$aosA ) Poesia til J#oi5raD "=(2KD Seara o7aD o supleento do 6i'rio Popular 3etras e )rtesD #adernos de 3iteratura J#oi5raD "=<0KD :ornal de Poetas e Tro7adores J3is5oaD "=?0K e :3A :ornal de 3etrasD )rtes e Ideias. Est' traduzido para aleãoD ,ran$sD italianoD roeno e $astel9anoD e in$lu-do e antologias portuguesas e estrangeiras. Poesia suaD de$laada por M'rio ViegasD ,oi gra7ada e dis$o.
A RAPARIGA !O PAÍS !E ARI a=ito o sol dentro de ti descu=ro a terra aprendo o mar rio acima rio a=ai+o 2ou remando por esse TeBo a=erto no teu corpo( E sou metade campons metade marin?eiro apascento meus son?os i#o as 2elas so=re o teu corpo 9ue de certo modo - um pa.s mar.timo com ,r2ores no meio( Tu -s meu 2in?o( Tu -s meu p$o( Guitarra e 1ruta( Melodia(
Formadora: :oana Ri5eiro
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A mesma melodia destas noites enlou9uecidas pela =risa no Pa.s de A=ril( E eu procura2a7te nas pontes da triste%a canta2a adi2in?ando7te canta2a 9uando o Pa.s de A=ril se 2estia de ti e eu per&unta2a at6nito 9uem eras( Por ti c?e&uei ao lon&e a9ui t$o perto e 2i um c?$o puro: al&ar2es de ternura( >uando 2ieste tudo cou certo e ac?ei ac?ando7te o Pa.s de A=ril( Manuel )legreD 01 anos de poesiaD "==<
8(^(Sop?ia de Mello rener Andersen
Porto, '('( )isboa, 211* Sop9ia de Mello re>ner )ndresen nas$eu no PortoD a ( de o7e5ro de "="=D e ,ale$eu e 3is5oaD a 2 de :ul9o de 2??%. ) sua in,Ln$ia ,eliz 7i7ida no Porto propi$ia0l9e iagens e reinis$n$ias 1ueD de ua ,ora ou de outraD se 7ão ental9ar na sua o5ra l-ri$a e
Formadora: :oana Ri5eiro
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narrati7aD e espe$ial nos $ontos para $riançasA a $asa do #apo )legre e o seu ardi Jatual :ardi otLni$o do PortoD 1ue inspirou O Rapaz de ronzeD ) noite de atalD ) HorestaKD a praia da Grana Jna orige de ) enina do arKD as ,estas de atal de tradição n4rdi$a Jde $ua e4ria estão i5u-dos O #a7aleiro da 6inaar$a e ) noite de atalK. Sop9ia * re$on9e$idaente ua das 7ozes aiores da poesia portuguesa de todos os tepos Jta5* autora de $ontos para adultosD de peças de teatro e de ensaiosK e os seus li7ros in,antis tornara0se 7erdadeiros $l'ssi$os da literatura portuguesaD tendo sido alguns deles traduzidos para outras l-nguas. ) poesia 1ue pu5li$ou ,oiD por ais 1ue ua 7ezD distinguida $o pr*ios de prest-gioD na$ionais e interna$ionais JPr*io #a@esD Pr*io Pessoa e outrosKD o eso a$onte$endo $o a sua o5ra destinada aos ais no7osD a 1ue ,oi atri5u-do o Grande Pr*io #alouste Gul5en`ian de 3iteratura para #rianças. Ineras 7ezes reeditadosD tanto O Rapaz de ronze J"=/(KD ) ,ada Oriana J"=/KD ) enina do ar J"=/K e ) noite de atal J"=(?K $oo O #a7aleiro da 6inaar$a J"=(%KD ) Horesta J"=(KD O )no de Tior J2??%K e os re$ontos 1ue * poss-7el ler e ) 'r7ore J"=/KD a par da 5re7e peça teatral O oador J". ed.D ]"=("^ 2. ed.D 2???KD representaD na sua aioriaD oentos altos da 9ist4ria da literatura portuguesa para $rianças. Se se assuire de$laradaente $oo o5ras oralistasD não resta d7idas de 1ue a sua inteligente urdidura aponta para u de7er serD e 1ue surge 7alorizados a aturezaD a 9aroniaD o e1uil-5rio e a ustiça. b $ondenação do ego$entriso e do artiB$ialisoD da 9ipo$risia e da per7ersão originada pelo apego aos 5ens ateriaisD op@e0se a aizadeD o aorD a paz e a generosidadeD 5e $oo Jassi o assinalou #lara Ro$9aK a e&altação do 9uaniso $ristãoD do 7alor so$ial e *ti$o da o5ra de arte e da Bdelidade a prin$-pios antigos e uni7ersais.
Formadora: :oana Ri5eiro
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POEMA A min?a 2ida - o mar o A=ril a rua O meu interior - uma aten#$o 2oltada para 1ora O meu 2i2er escuta A 1rase 9ue de coisa em coisa sila=ada Gra2a no espa#o e no tempo a sua escrita "$o tra&o !eus em mim mas no mundo o procuro Sa=endo 9ue o real o mostrar, "$o ten?o e+plica#es Ol?o e con1ronto E por m-todo - nu meu pensamento A terra o sol o 2ento o mar S$o a min?a =io&raa e s$o meu rosto Por isso n$o me pe#am cart$o de identidade Pois nen?um outro sen$o o mundo ten?o "$o me pe#am opinies nem entre2istas "$o me per&untem datas nem moradas !e tudo 9uanto 2eBo me acrescento E a ?ora da min?a morte aZora lentamente )ada dia preparada Sop9ia de Mello re>ner )ndresenD Ce" poe"as port3#3eses no >e"ininoD 2??/
8('_(Ver&.lio Ferreira
Formadora: :oana Ri5eiro
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Go3;eia, '('- )isboa, '((Verg-lio )nt4nio 8erreira nas$eu e Melo JGou7eiaKD a 2( de :aneiro de "="(D e ,ale$eu e 3is5oaD a " de Março de "==(. E "=%?D $on$lui a li$en$iatura e 8ilologia #l'ssi$aD na 8a$uldade de 3etras da Uni7ersidade de #oi5ra. Tendo sido pro,essor do ensino se$und'rioD ,oi $oo es$ritor 1ue se distinguiu no panoraa da literatura portuguesa a partir dos anos 1uarenta do s*$ulo ++. #o ua O5ra 1ue se ins$re7e no odo narrati7oD e se situa entreD por u ladoD o eorrealiso J$onstituindo Man9ã su5ersaD de "=//D u e&eplo odelar da apropriação do roan$e presen$ista da adoles$n$ia pelos neorrealistasD segundo algua $r-ti$aK eD por outro ladoD o E&isten$ialiso Jprin$ipalente a partir de )pariçãoD de "=/=KD $ulti7ou intensaente o roan$eD o ensaio e o di'rioD as ta5* o $ontoD ainda 1ue de ,ora ais arginal. #laro 1ue 9' ainda roan$eD e at* na sua diensão ais $onsensual e a$identalente roanes$aD 1ue * a da 9ist4ria de aor. Mas seD na se1un$ia da tradiçãoD ta5* a1ui o aor * a1uilo 1ue s4 se sa5e depoisD di,erenteente delaD este depois não * a orige reen$ontrada as u ,r'gil presente 1ue se sustenta apenas da es$rita do noe aadoD $oo e #artas a Sandra.
Formadora: :oana Ri5eiro
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este presenteD 1ue * a perda serena de todas as est4riasD desen9a0se $o nitidez a diB$uldade $onteporLnea do ,azer sentido. Q dessa $rise Jde $ultura e de $i7ilizaçãoKD das suas 7'rias al-neas poleizantes Jar&isoD estruturalisoD BlosoBa da linguageKD as ta5* da1uilo 1ue $ria a esperança de u depois dela Ja arteD os autores 1ue se aaD a insistn$ia do pensaentoKD 1ue ,ala os ineros ensaios 1ue V. 8. ta5* es$re7euD $o uito parti$ular a$erto #arta ao 8uturo J"=/KD In7o$ação ao Meu #orpo J"=(=K e Pensar J"==2K.
Formadora: :oana Ri5eiro
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Pela Kltima 2e%< durmo na casa do Alto( ` uma noite sem lua mas com um c-u 2i2o de estrelas( Mas a min?a aten#$o prende7se cidade< plan.cie( Para os lados da estrada de Viana descu=ro um espet,culo e+traordin,rio 9ue me al2oro#a< 9ue me 1ascina: numa 2asta e+tens$o de terreno< um incndio la2ra intermina2elmente< iluminando a noite( ` uma ;9ueimada;< supon?o< o incndio do restol?o para a reno2a#$o da terra( Alin?adas pelos sulcos< as c?amas a2an#am como um Za&elo ine+or,2el( E aos meus ol?os sa9ueados - como se uma cidade ardesse< uma cidade 1ant,stica< a=erta de 9uarteires< de pra#as< de son?os( )idade< min?a cidade((( >ue a terra ten?a ra%$o so=re ti< 9ue essa 1or#a 9ue mal sei te a=sor2a< te re2ele em cin%as< tire delas outra 1ecunda#$o e outro i&norado recome#o 7 9ue me importaC A min?a 2ida - ;a; 2ida< s6 e+iste o 9ue sou: n$o se ima&ina 9uem se n$o -(( Acendo um ci&arro< co7me a ol?ar o incndio( em=ra7me ima&ens da &uerra< de cidades =om=ardeadas( Al&u-m de2e ir pe&ando o 1o&o por sectores< esta=elecendo lin?as de c?amas 9ue o 2ento 2ai impelindo( O campo arde 2astamente< como uma destrui#$o uni2ersal( >uase ou#o o crepitar das c?amas como o 1er2or nal de uma inunda#$o( Sinto7me s6 e nu< escapando ao desastre( Mas esta nude% 9ue eu al&um dia Bul&uei possi2elmente co=erta pela compreens$o dos outros< esta redu#$o e+trema s min?as ra.%es< esta solid$o inicial de 9uem n$o pode es9uecer a sua po=re condi#$o - o sinal ?umilde e ami&o de 9ue 2ida 9ue me deram a n$o repudiei< de 9ue cuidei dela< a n$o perdi< a le2o comi&o nesta 2ia&em =re2e< a aceito ao meu ol?ar de 1raternidade e perd$o((( A noite a2an#a< a min?a cidade arde sempre( Vou 1undar outra noutro lado( Mas n$o sa=ia eu 9ue ela de2ia arderC Acaso ser, poss.2el construir uma cidade como a ima&ino< a cidade do omemC Acaso
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n$o dura ela em mim< no meu son?o< apenas por9ue a penso sem conse9uncias<
a
ima&ino<
a
n$o
2i2o<
l?e
n$o
e+iBo
responsa=ilidadesC "$o o sei< n$o o sei((( Mas o 9ue sei - 9ue o ?omem de2e construir o seu reino< ac?ar o seu lu&ar na 2erdade da 2ida< da terra< dos astros< o 9ue sei - 9ue a morte n$o de2e ter ra%$o contra a 2ida nem os deuses 2oltar a t7 la contra os ?omens< o 9ue sei - 9ue esta e2idncia inicial nos espera no m de todas as con9uistas para 9ue o ciclo se 1ec?e 7 o ciclo< a 2ia&em mais per1eita( Verg-lio 8erreiraD Apari?&oD "=/=
Formadora: :oana Ri5eiro
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Propostas de ati2idade ) literatura de7er' $9egar aos ,orandos de ua ,ora enos a$ad*i$a e ais e ,unção de aspetos 1ue possa despertar o seu interesse. )ssiD o ,orador poder' oti7ar os seus ,orandos para as di,erentes o5ras e autoresD ,azendo apresentaç@es di7ersiB$adasA •
3eitura de te&tos pre7iaente sele$ionados e gra7ados por ua 7oz e&terior F sala de aula Ju ator de teatro lo$alD u aigoD u ,ailiar...K
•
Re,ern$ia F o5ra atra7*s da te'ti$a 1ue l9e * $entralD ou da 5iograBa do autor
•
Passage de u prograa tele7isi7o onde se ten9a ,alado de literatura
•
3e7ar F aula algu* do e&teriorD 1ue goste de ler e sai5a $aptar a atenção dos ,orandos
•
#oent'rio a u artigoD de ornal ou re7istaD 1ue se reBra F pro5le'ti$a liter'riaD a ua 1ual1uer o5ra ou autor
)o longo do tra5al9o dos di,erentes te&tosD irão sendo apresentados os eleentos $ara$terizadores dos 7'rios g*neros liter'riosD a poss-7el adaptação a outras ,oras de arteD a presençaD ou nãoD de eleentos 5iogr'B$os do autorD et$D et$.
Su&estes de tra=al?o: '(8orandos e ,orador ,arão a an'lise $oparati7a de u te&to ornal-sti$o e de u te&to de autor $onteporLneo $on9e$idoD JSaraagoD #ardoso
PiresD
Manuel
)legreD...K
tendo
e
atenção
A
Formadora: :oana Ri5eiro
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•
) linguage in,orati7a
•
) linguage est*ti$a
•
) ,oraestrutura e o $ontedo
O ,orador $9egar'D $o a $ola5oração dos ,orandosD F organização de u 1uadro0 s-nteseD 1ue $onten9a as di,erenças anteriorente en$ontradas.
*.)presentação de o5ras ilustradas por artistas pl'sti$os E&A do es$ultor 8ran$is$o Si@es na o5ra po*ti$a de 6a7id Mourão 8erreiraA C:ogo de Espel9osC •
3eiturainterpretação de alguns poeas
•
3eiturainterpretação das iagens da $apa e $ontra$apa da o5ra re,erida
3()presentação de o5ras traduzidas e teatro E&ACO 1ue diz Molero Cde 6iniz Ma$9ado. a ipossi5ilidade de 7er a peçaD seria Iportante le7ar u dos seus atores F $on7ersa $o os ,orandos.
5()presentação de o5ras traduzidas para o $inea E&A ) Man9ã Su5ersaC de Verg-lio 8erreira.
8(O ,orador apresentar' ua lista de autores $onteporLneos e os ,orandos pes1uisarãoD durante 2! seanasD no sentido de $on9e$ereA •
) 5iograBa do autor
•
O 7erdadeiro noe eou o pseud4nio
•
)s o5ras 1ue es$re7euD $o 1ue te'ti$aJsK e e 1ue g*neroJsK
W.O ,orador pedir' a $ada ,orando 1ueD durante 2! seanasD ,aça ua re$ol9a de todas as re,ern$ias ,eitas a autores de literatura portuguesa $onteporLneaA
Formadora: :oana Ri5eiro
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E ornais di'rios e outros
•
E ornais da espe$ialidade
•
E prograas tele7isi7o
•
E ,ol9etos $ulturais
•
E pu5li$aç@es lo$ais
#ada ,orando ,ar' a apresentação oral do autor pes1uisadoD atra7*s deA •
#opilação de te&tos re$ol9idos
•
Te&to ela5orado pelo ,orando
•
IagensJ,otograBaD postal...K e
•
Te&to.
i=lio&raa )) VV. Pro#ra"a de Port3#3@s Ensino Sec3nd$rioD Ed. 6GI6# ; Minist*rio da Edu$ação
Formadora: :oana Ri5eiro
(?