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O PROFESSOR REFÉM OUTRAS OBRAS DA AUTORA Encurtando a adolescência Rampa (romance) O adolescente por ele mesmo Educar sem culpa Sem padecer no paraíso Limites sem trauma Escola sem conflito Os direitos dos pais Diabetes sem medo A escola em Cuba (Editora Brasiliense) Tnia !a"uri
O #RO$ESSOR RE$%&' para pais e professores entenderem porue fracassa a Educa*o no Brasil +,ARTA ED-./O ED-TORA RECORD R-O DE 0A1E-RO 2 S/O #A,LO 3445
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Cip6Brasil7 Catalo"a*o6na6fonte Sindicato 1acional dos Editores de Li8ros9 R07 !a"ur:9 Tnia9 ;<=<6 >4>p7 o professor ref?m' para pais e professores entenderem porue fracassa a educa*o no Brasil @ Tnia !a"ur:7 6 uarta edi*o 6 Rio de 0aneiro' Record9 34457 -SB1 64;64=56< ;7 Educa*o 6 Brasil7 37 A8alia*o educacional 6 Brasil7 Bras il7 >7 #rofessores e alunos 6 Brasil7 -7 Título7 456444 CDD6 >47<; CD,6>(;) Cop:ri"t 3445 b: Tnia !a"ur: Capa' Renato !a"ur: $oto da autora' Rodri"o Lopes Direitos eFclusi8os desta edi*o reser8ados pela ED-TORA E D-TORA RECORD LTDA7 Rua Ar"entina ;; 6Rio de 0aneiro9 R0 6 34<3;6>4 6 Tel7' 363444 -mpresso no Brasil -SB1 64;64=56< #ED-DOS #ELO REE&BOLSO #OSTAL' CaiFa #ostal 3>743 6 Rio de 0aneiro9 R0 3<<4 ED-TORA afiliada Di"italiGa*o' Hítor Ca8es Corre*o' &arcilene Aparecida Alberton Iisi Ca8es 1ota da corretora' HJrios dos "rJficos desta obra n*o puderam ser adaptados9 por?m9 a leitura da mesma n*o fica preKudicada9 pois todos os "rJficos e uadros9 bem como as tabelas ue n*o puderam ser colocadas9 est*o descritas9 sendo analisadas pela autora7 Aos professores ue atuam nas salas de aula9 eris anMnimos9 ue9 com todas as incrí8eis dificuldades atuais9 continuam sua luta diJria por um Brasil melor
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Cip6Brasil7 Catalo"a*o6na6fonte Sindicato 1acional dos Editores de Li8ros9 R07 !a"ur:9 Tnia9 ;<=<6 >4>p7 o professor ref?m' para pais e professores entenderem porue fracassa a educa*o no Brasil @ Tnia !a"ur:7 6 uarta edi*o 6 Rio de 0aneiro' Record9 34457 -SB1 64;64=56< ;7 Educa*o 6 Brasil7 37 A8alia*o educacional 6 Brasil7 Bras il7 >7 #rofessores e alunos 6 Brasil7 -7 Título7 456444 CDD6 >47<; CD,6>(;) Cop:ri"t 3445 b: Tnia !a"ur: Capa' Renato !a"ur: $oto da autora' Rodri"o Lopes Direitos eFclusi8os desta edi*o reser8ados pela ED-TORA E D-TORA RECORD LTDA7 Rua Ar"entina ;; 6Rio de 0aneiro9 R0 6 34<3;6>4 6 Tel7' 363444 -mpresso no Brasil -SB1 64;64=56< #ED-DOS #ELO REE&BOLSO #OSTAL' CaiFa #ostal 3>743 6 Rio de 0aneiro9 R0 3<<4 ED-TORA afiliada Di"italiGa*o' Hítor Ca8es Corre*o' &arcilene Aparecida Alberton Iisi Ca8es 1ota da corretora' HJrios dos "rJficos desta obra n*o puderam ser adaptados9 por?m9 a leitura da mesma n*o fica preKudicada9 pois todos os "rJficos e uadros9 bem como as tabelas ue n*o puderam ser colocadas9 est*o descritas9 sendo analisadas pela autora7 Aos professores ue atuam nas salas de aula9 eris anMnimos9 ue9 com todas as incrí8eis dificuldades atuais9 continuam sua luta diJria por um Brasil melor
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Agradecimentos
A todos os professores ue9 espontnea e entusiasmadamente9 cederam preciosos minutos de seu escasso tempo para colaborar no estudo9 a"radeo a disponibilidade9 a franueGa e onestidade com ue formularam suas respostas9 sem as uais n*o teria realiGado esse obKeti8o7 N dra7 Antonia #etroa9 doutora em Ciências da Comunica*o pela ,S# e professora6adKunta da $aculdade de Educa*o da ,$R09 a"radeo pela eficiência na 8alida*o de contePdo do instrumento da pesuisa9 mas especialmente pela amiGade e carino ue nos une J tantos anos7 N dra7 &aria de 0esus &endes da $onseca9 Estatística e pesuisadora6 adKunta da $unda*o Osaldo CruG9 a"radeo pela cientificidade e seriedade profissional com ue 8alidou tecnicamente o instrumento da pesuisa7 N dra7 !ilda Qnoploc9 diretora6presidente da Enfoue #esuisa e Consultoria de &aretin" Ltda79 bem como sua competente e solícita euipe9 a"radeo pelo eficiente tratamento dos dados estatísticos e9 acima de tudo9 pelo carino e incenti8o7 Ns Secretarias &unicipais de Educa*o (34436=) dos municípios de AraFJ9 em &inas Ierais Belford RoFo9 Araruama9 A raruama9 Cabo $rio e Duue de CaFias9 no Rio de 0aneiro9 a"radeo imensamente a disponibilidade e "eneroso empeno de suas eficientes e dedicadas euipes9 no encaminamento e aplica*o da pesuisa em escolas da rede pPblica7 Ao Sinepe de &arin"J9 Associa*o de Educa*o Catlica de Curitiba9 ,lbra do Rio Irande do Sul e a todos os diretores e euipes t?cnico6 peda""icas das escolas e instituiUes ue participaram do estudo (listadas ao final do li8ro)9 pela inestimJ8el boa 8ontade em or"aniGar meus encontros com os docentes e9 especialmente9 pelo empeno para ue tudo desse certo7 Ao meu marido uerido9 companeiro de sempre9 ue me perdoou do tanto ue o esueci9 por muitas e muitas oras se"uidamente9 nestes Pltimos três anos de trabalo9 sem Kamais reclamar (nem baiFino) V e ue te8e9 como sempre9 a cora"em de ser o primeiro a ler os ori"inais V deiFan deiFando9 do9 em suas suas mar"en mar"ens9 s9 peuen peuenas as mensa"e mensa"ens ns crític críticas as onest onestas9 as9 irMnicas9 mas sempre "enerosas9 Kias incalcula8elmente 8aliosas Ao 1ato9 filo uerido9 a"radeo pelas interminJ8eis "ar"aladas ue me compele a dar e pela ale"ria ue sempre o acompana e me impedem de esuecer ue a 8ida tamb?m ? feita para rir e brincar7 Ao Beto9 filo uerido9 a"radeo por me manter antenada s mudanas no mundo dos Ko8ens9 a par dos Wse"redinosW ue alunos s contam a seus pares9 e pela 8oG e 8iol*o9 ue9 repentinamente9 in8adiam meu escritrio para me relaFar9 deliciada9 nas muitas 8eGes em ue esti8e es"otada7 Todos os ue aui citei V e os ue in8oluntariamente in8oluntariamente tena cometido a
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inKustia de n*o citarVme apoiaram tanto e sempre ue s "ratid*o seria pouco7 Dedico6les acima de tudo meu afeto e amor7
Sumário
-ntrodu*o Capítulo ; 6 Os mitos da escola moderna ;; Capítulo 3 6 Al"umas consideraUes peda""icas sobre a istria da crise ; Capítulo > 6 ObKeti8o do estudo >4 Capítulo = 6 Como foi feita a pesuisa >; Capítulo 6 #erfil dos docentes entre8istados >3 Capítulo 5 6 Resultados e anJlise do estudo >> Tema ; V A pro"ress*o automJtica < Tema 3 V As três maiores dificuldades em sala de aula > Tema > V #ercep*o do professor em rela*o s suas propostas ;;; Tema = V O professor diante dos temas trans8ersais ;;5 Tema V O professor diante de al"uns pressupostos peda""icos ;> Tema 5 V XJbitos9 abilidades e atitudes do professor ;54 Tema V Conecimento dos docentes sobre al"uns tericos da Jrea educacional ;5= Tema V Linas peda""icas predominantes nas escolas ;; Tema < V #laneKamento peda""ico ;4 Tema ;4 V T?cnicas de ensino e recursos audio8isuais mais utiliGados ;< Tema ;; V A8alia*o da aprendiGa"em 34 Capítulo 6 ConsideraUes finais777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777773>> AneFo ; 6 &etodolo"ia utiliGada para determina*o do tamano da amostra 3; AneFo 3 6 Constru*o e 8alida*o do instrumento de pesuisa 3 AneFo > 6 -nstrumento utiliGado na pesuisa 3< AneFo = 6 Halida*o interna do instrumento de pesuisa 3 AneFo 6 Locais onde foi feita a pesuisa 3 AneFo 5 6 #erfil detalado da amostra 3; AneFo 6 -nstituiUes onde foram aplicados os uestionJrios e profissionais responsJ8eis 3<; AneFo 6 Referências biblio"rJficas 3<<
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INTRODUÇO
Anualmente a8aliaUes nacionais e internacionais e8idenciam ue o Brasil ainda n*o encontrou a frmula de o saber ser democraticamente distribuído entre todos7 1o #isa6344> ;9 a8alia*o internacional ue abran"e uarenta países9 o Brasil ficou em Pltimo lu"ar em matemJtica7 1o Rio de 0aneiro9 o Estadual 3445 39 mostrou9 nos Pltimos três anos9 decr?scimo nos conceitos A e aumento nos conceitos E7 Em 344=9 apenas >95Y dos alunos obti8eram A em 3449 o índice caiu para ;9; Y7 Em 3445 foi ainda mais baiFo' ;9>>Y7 Conceitos E V os mais baiFos da escala V cresceram' =;9; 393 e =945Y7 A maior dificuldade detectada foi em rela*o interpreta*o de teFtos7 % preciso diGer maisZ De uem ? a culpaZ Especialistas debatem e analisam9 mas as conclusUes di8er"em7 &etodolo"ia9 eFcesso de contePdos9 anacronismo curricular9 formas de a8aliar as condiUes de 8ida da popula*o9 desmoti8a*o O Pisa (Programme for International Student Assessment) foi lançado pela OCDE, em 1997 Os resultados o!tidos nesse estudo permitem monitori"ar, de uma forma regular, os resultados dos sistemas edu#ati$os em termos do desempen%o dos alunos, no #onte&to de um en'uadramento #on#eitual a#eito interna#ionalmente O Pisa pro#ura medir a #apa#idade dos o$ens de 1 anos usarem os #on%e#imentos 'ue t*m de forma a enfrentar os desafios da $ida real, em $e" de simplesmente a$aliar o dom+nio 'ue det*m so!re o #ontedo do seu #urr+#ulo es#olar 1
E&ame de 'ualifi#aç-o a 'ue s-o su!metidos os alunos 'ue #on#luem o Ensino ./dio e / a primeira etapa do e&ame $esti!ular para a 0E2 (0ni$ersidade do Estado do io de 2aneiro) e a 0E34 (0ni$ersidade Estadual de 3o$a 4ri!urgo) 2
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docente e discente9 interferência da mídia9 -nternet etc7 s*o apontados9 por si e em conKunto9 como causas da ineficiência em Educa*o7 1*o ne"o7 De fato9 aueles9 e outros tantos9 têm seu percentual de responsabilidade no processo7 O problema ? ue9 com eFce*o de poucos estudos abran"entes V como os eFemplos de pesuisa acima citados V9 atribuem6se WculpasW uase sempre calcadas em opiniUes pessoais9 impressUes na 8erdade7 1a maior parte das 8eGes9 n*o se baseiam em estudos concretos ue as fundamentem7 Ou seKa' Waca6seW muito9 mas pesuisa6se pouco7 Repete6 se e copia6se uase tudo' de ideias a li8ros9 de ipteses a WteoriasW7 #aulatinamente9 de tanto ou8ir tais afirmati8as (cate"ricas9 em "eral)9 muitas pessoas acabam acreditando7 A repeti*o eFausti8a e inconteste acaba dando ares de 8erdade ao ue nem sempre representa toda a realidade7 +uem n*o tem por Jbito uestionar ou in8esti"ar as informaUes ue recebe (ori"ens e autores) comea a repetir o ue ou8iu7 &uitos dos ue falam sobre Educa*o (e ue por 8eGes nunca deram aulas9 por eFemplo9 no Ensino BJsico) o faGem com tal se"urana e at? com certo ar de superioridade9 ue inibem os ue os escutam7 Em "eral9 comeam assim' Wtodos sabem ue777W Wcomo ? de conecimento "eralW777 +uem os ou8e9 e n*o estJ embasado9 acaba acando ue ? um pressuposto incontestJ8el7 E assim se criam mitos9 modas e manias em Educa*o9 ue9 como tal9 preKudicam a caminada se"ura em dire*o a um futuro de país desen8ol8ido9 alfabetiGado e consciente7 #ara combater essa tendência propono9 desde lo"o9 três pontos para constituir o fundamento do processo de anJlise e a8alia*o em educa*o7 Sem eles dificilmente corri"iremos os des8ios9 insucessos9 influências e contaminaUes n*o deseKadas na escola9 como seu uso político9 por eFemplo' ;7 Continuidade nas eFperiências e proKetos peda""icos iniciados' -ndependentemente de mudanas de "o8erno9 t?rmino de mandatos9 substitui*o de cefias e car"os de dire*o7 Em outras pala8ras' todo proKeto a ser implementado teria ue especificar o período mínimo de consecu*o9 lon"o o suficiente para ue resultados mínimos pudessem ser obser8ados7 Antes de decorrido tal praGo9 n*o poderia ser abortado ou interrompido9 eFceto se resultados ne"ati8os9 fruto do acompanamento (necessariamente presente durante todo o processo)9 fossem percebidos de forma ineuí8oca7 37 Acompanamento e a8alia*o sistemJticos e abran"entes de processo e de produto' #ara permitir ue distorUes9 dificuldades9 problemas e des8ios fossem detectados a curto praGo9 possibilitando correUes imediatas7 #roKetos ue implicassem em mudanas radicais9 tanto em termos metodol"icos como estruturais9 de8eriam ser iniciados eFperimentalmente9 em locais predefinidos9 nunca em todo o país de imediato7 Tal medida traria conse[ências positi8as imediatas como a redu*o de perdas financeiras (mal8ersa*o de 8erbas pPblicas9 muito fre[ente no Brasil)9 do des"aste emocional e do ceticismo ue tomam conta dos profissionais en8ol8idos em proKetos aos uais aderem e se dedicam9 e ue lo"o a se"uir s*o
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abandonados9 a maioria das 8eGes sem eFplicaUes t?cnicas plausí8eis ue sustentem tais decisUes7 >7 AnJlise final de resultados' Tendo em 8ista estender9 suspender ou prorro"ar o proKeto9 sempre9 por?m9 tomando por base os dados re8elados pelo proKeto6piloto9 fio condutor de decisUes sobre pertinência9 permanência ou mudanas nos mesmos Eu sei9 n*o ? mesmo nenuma no8idade\ #or ue ent*o n*o o faGemos aindaZ S essa medida KJ diminuiria muito as decisUes tecnicamente in8iJ8eis e fadadas ao fracasso9 ue com fre[ência acontecem no cenJrio nacional9 com conse[ências nefastas para a sociedade brasileira e para o indi8íduo em particular9 ue9 ao final de anos de estudos (ou de fre[ência escola)9 se percebe en"anado9 por estar inapto s eFi"ências da 8ida9 da sociedade e do mercado de trabalo7 Cada mudana ue se coloca em prJtica no sistema educacional implica em "astos financeiros e9 no mínimo9 oras e oras de trabalo por parte dos ue participam do sistema7 #ara os professores em especial9 representa tamb?m9 muitas 8eGes9 no8os esforos e muita capacidade de adapta*o7 #articularmente no sistema pPblico9 no ual9 concordem ou n*o9 têm ue aderir7 E milares9 apesar das conecidas dificuldades da profiss*o9 esforam6se para aprender a no8a modalidade9 buscando acertar9 embora nem sempre com êFito7 % inconcebí8el9 portanto9 ue se suspenda e se perca todo um trabalo sem uma anJlise aprofundada ue Kustifiue tal decis*o7 % inaceitJ8el ue mudanas ue ainda n*o frutificaram V porue n*o ou8e tempo para isso V seKam de repente WKo"adas no liFoW9 simplesmente porue al"u?m com poder WcaiuW9 o substituto Wn*o "ostou da ideiaW ou n*o uis Wdar raG*oW ao antecessor9 ou ainda porue n*o era adepto da Wmesma lina peda""icaW7 $aamos da educa*o uma ciência7 ,m trabalo ue permanea acima e al?m dos interesses pessoais9 políticos ou partidJrios7 Em ue n*o se manipulem dados9 n*o se escamoteiem obKeti8os9 nem se admita ter"i8ersa*o7 Este li8ro ? resultado de um estudo ue 8isa a contribuir com dados concretos e anJlise crítica9 construído a partir do olar do professor sobre al"uns dos problemas da escola brasileira na atualidade7 Espero sinceramente ue as propostas apresentadas no seu decorrer frutifiuem9 no sentido de faGer no8os e muitos adeptos causa do estudo científico e sistemJtico das dificuldades9 problemas e possibilidades de soluUes para a educa*o7 Desde ;<549 a educa*o no Brasil 8em passando por sucessi8as mudanas metodol"icas9 t?cnicas e estruturais9 cada uma delas apresentada aos docentes como a mais apropriada para os problemas ue afli"iam e afli"em o professor em sua sala de aula7 Especialmente as mudanas nos m?todos9 cada uma a seu turno9 foram apresentadas a pais9 professores9 alunos e especialistas como capaGes de resol8er os problemas bJsicos do ensino7 Escola ati8a9 construti8ista9 crítico6social dos contePdos9 tecnicista9 para citar apenas al"umas das ue conuistaram a simpatia e as esperanas de educadores7 #aradoFalmente9 por?m9 com tantas mudanas9 s temos 8isto ueda na ualidade da
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educa*o ue9 aliJs9 continua ladeira abaiFo9 como atestam os estudos ue 8êm sendo feitos V inclusi8e o Saeb 344; >9 do ual apresento peueno eFtrato' Em 344>9 dois anos depois9 portanto9 o mesmo sistema encontrou situa*o n*o menos "ra8e7 Al"uns dados aKudam a ilustrar' Tabela' esultado #r+ti#o e muito #r+ti#o5 6uarta s/rie5 Portugu*s e leitura5 ,8: .atem;ti#a5 1,< Oita$a s/rie5 Portugu*s e leitura5 =<,>: .atem;ti#a5 7,1 ?er#eiro ano do ensino m/dio5 Portugu*s e leitura5 @>,<: .atem;ti#a5 <>,>
$im da tabela7 Ou seKa9 ao final da uarta s?rie do Ensino $undamental9 mais da metade dos alunos continua mal sabendo ler e faGer cJlculos matemJticos bJsicos7 Ao final da oita8a s?rie e do Ensino &?dio J uma peuena WmeloraW V muito9 muito peuena9 como se pode 8er7 A a8alia*o re8elou ue uase =4Y dos alunos concluem o Ensino BJsico praticamente analfabetos e sem o domínio dos instrumentos mínimos necessJrios para conse"uir um empre"o de contínuo (sem ualuer desprestí"io classe9 por fa8or\)7 Em &atemJtica9 pode6se obser8ar ue o percentual de resultados críticos e muito críticos s faG crescer at? ue o aluno conclua a Educa*o BJsica7 A compara*o entre os resultados da rede pPblica e da particular tamb?m n*o pode deiFar nin"u?m feliG7 O Saeb considera adeuados (lon"e9 portanto9 de bom ou eFcelente) resultados acima de >44 pontos ao final da oita8a s?rie7 Ao final do Ensino &?dio9 o parmetro fiFado ? de >4 pontos em #ortu"uês e acima de > em &atemJtica7 Resultados encontrados' ao final da oita8a s?rie9 nenum dos três sistemas de ensino (municipal9 estadual e particular) atin"iu o mínimo9 eFce*o da rede pri8ada e apenas em &atemJtica ao final da oita8a s?rie9 em ue se alcanou >4=9> pontos percentuais7 Como diriam nossos alunos' W#assou raspando\\\\W O ue pensar de tudo issoZ Al"uma coisa estJ errada ou n*o\ Somos incompetentes9 a8essos s mudanasZ De forma al"uma7 1*o ? possí8el supor V nem seria Kusto V ue todos os professores brasileiros tenam resol8ido ensinar mal de propsito7 Em ualuer cate"oria profissional J de fato al"uns ue poderíamos considerar incompetentes9
O Sistema 3a#ional de A$aliaç-o da Edu#aç-o ;si#a dete#tou uma situaç-o dram;ti#a nas es#olas das redes de ensino de todo o pa+s Segundo dados de =BB1, 9 das #rianças da 'uarta s/rie, ou sea, #om 'uatro anos de es#olari"aç-o, ainda eram analfa!etas e, o 'ue / pior, a tend*n#ia dete#tada foi de uma 'ueda progressi$a nos padres de rendimento es#olar Os dados proetam a e&ist*n#ia de #er#a de 9>B mil #rianças na 'uarta s/rie do Ensino fundamental 'ue n-o sa!em ler (desempen%o muito #r+ti#o) e mais de 1
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ineficientes ou at? propositalmente relapsos7 Acontece em todas as profissUes7 A"ora9 um contin"ente inteiroZ ,ma le"i*o ue ultrapassa oKe a casa de 3 milUes\\\ 1*o9 certamente a culpa n*o pode ser deles\ 1*o em bloco\ A prpria peda"o"ia moderna ? uem afirma' uando mais de metade dos alunos fracassa9 o problema n*o ? do aluno e sim do sistema7 1*o seria o mesmo casoZ Se tantos professores n*o têm conse"uido resol8er em suas salas de aula a uest*o da ualidade9 n*o se pode atribuir isso a al"o como um WcomplMW oruestrado pelos ue escoleram WensinarW durante trinta anos\ O problema de8e situar6se9 portanto9 e partindo da mesma premissa peda""ica9 no sistema7 1*o estarJ a educa*o brasileira tomando rumos eui8ocadosZ Escolendo9 por eFemplo9 estrat?"ias ou reformas educacionais sem embasar essas escolas na realidade das salas de aula9 do conteFto9 enfimZ O ue deu certo9 o ue deu erradoZ #or ue funcionou e por ue n*o funcionouZ O ue poderia ter feito funcionarZ O ue faltou para ue funcionasse bemZ S*o uestUes ue temos de responder para sair do impasse em ue nos encontramos7 De nada adianta9 a cada no8o "estor9 comear um no8o modelo9 e do Gero777 #orue9 comeando do Gero9 poderemos sanar um dos euí8ocos antes cometidos9 mas se"uramente iniciaremos outros7 $atalismoZ DesesperanaZ 1*o9 apenas realismo e eFperiência7 0J fiGemos isso antes V e 8Jrias 8eGes7 O ue n*o se faG9 e ur"e faGer9 entre outras medidas9 para e8itar no8os fracassos9 ? ou8ir o docente ue estJ atuando nas salas de aula9 antes de colocar em prJtica no8os proKetos ue afetam o trabalo (s 8eGes a 8ida9 como 8er*o a se"uir) de cada um deles7 E9 uando falo em ou8ir9 ? ou8ir9 em escala representati8a9 buscando primeiro esclarecer a proposta9 em se"uida9 discutir9 analisar9 saber o ue pensam e como encaram9 em termos concretos9 aueles ue ir*o eFecutar7 Refiro6me especialmente a ou8ir e escutar9 porue s ou8ir ? pouco e muito frustrante (em al"uns casos at? se tem ou8ido9 mas considerar o ue foi colocado ? bem outra coisa9 assim como outra coisa9 ainda mais distante9 ? faGê6lo como rotina9 com respeito profissional e le8ando em conta9 de fato9 o ue foi dito)7 1*o se trata de pedir permiss*o nem de in8erter a ieraruia9 mas de in8esti"ar o ue eles têm a diGer sobre as necessidades intrínsecas do proKeto e a 8iabilidade de eFecu*o7 Como se poupariam problemas com isso\ A comear pela redu*o da desconfiana com ue muitos profissionais oKe encaram uaisuer no8as propostas7 E por uêZ #orue est*o cansados\ S isso\ Cansados de tentar um outro modo de ensinar de acatar uma no8a lei ou eFi"ência de se fundamentar na mais recente9 importante e re8olucionJria teoria peda""ica (e ue9 com certeGa9 8ai sal8ar a educa*o no Brasil) de faGer9 com o maior esforo9 na maior correria e sacrifício9 um curso superior ue a lei impMs e depois re8o"ou = de A ei de Diretri"es e ases em $igor (D 9@989<) esta!ele#eu em seus Artigos <= e >7, F 85 GAt/ o fim da D/#ada da Edu#aç-o (de"=BB<) somente ser-o admitidos professores %a!ilitados em n+$el superior ou formados por treinamento em ser$iço Em =B de agosto de =BB@ (seis anos e meio depois), por/m, o Consel%o 3a#ional de Edu#aç-o pu!li#ou a 4
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comear a trabalar certos obKeti8os para os uais n*o se sentem aptos nem moti8ados e Kamais supuseram 8iessem faGer parte do seu trabalo (pensem no ue pode si"nificar para9 por eFemplo9 um professor de &atemJtica9 por escola pessoal e 8oca*o9 8oltado para nPmeros9 contas e operaUes altamente abstratas9 falando sobre pre8en*o de doenas seFualmente transmissí8eisZ)7 A9 est*o cansados9 sim\ 1o entanto9 ainda assim9 uando sabem e acreditam ue s*o mudanas importantes9 8*o adiante9 tentam9 estudam9 procuram faGer o melor e aí9 uando KJ est*o aprendendo9 mais se"uros e at? "ostando9 simplesmente acaba\ #or uêZ #orue mudou o "o8erno ou o secretJrio ou o ministroZ\ 1*o i"noro ue n*o s*o todos os ue 8erdadeiramente se empenam9 mas muitos o faGem7 A pesuisa confirmarJ o ue afirmo9 nos capítulos ue se se"uem7 Como esperar ades*o em tais circunstncias e com tal istricoZ Ao se decidirem as autoridades por ualuer tipo de mudana (estrutural9 metodol"ica etc)9 seria muito sensato n*o aplicJ6la a toda a popula*o6 al8o7 #orue9 no Brasil9 n*o se promo8e como rotina9 como parte inte"rante e indissociJ8el do processo9 a8alia*o dos m?todos e linas em uso7 1*o se analisam rotineiramente resultados9 bons ou maus9 do ue se estJ utiliGando no momento9 antes de se promo8erem no8as trocas7 1em se tomam decisUes a partir daí7 Simplesmente se decreta o fim de uma era V e o início de outra7 +uando se deseKa realmente ue um plano funcione9 ue dê certo e tena bons resultados9 ? preciso ou8ir uem 8ai eFecutar7 &esmo ue uem eFecuta ainda n*o conea a t?cnica e faa um treinamento depois9 ele estJ apto a pensar de um outro ponto de 8ista9 um n"ulo ue uem planeKa nem sempre percebe7 % assim em uase todas as profissUes7 ,m en"eneiro pode ou8ir um mestre6de6obras e e8itar inPmeros transtornos9 porue9 embora com menor saber li8resco9 tem muitas 8eGes maior conecimento prJtico7 Claro9 o ideal seria ue todos ti8essem os dois9 mas9 como n*o ? assim a 8ida9 uem uer ter sucesso no ue faG dJ 8alor a todos os tipos de saberes e competências7 Os docentes est*o e8identemente mais aptos a apontar os WnsW do sistema porue trabalam diretamente com os alunos7 -nfeliGmente s*o 8istos por muitos planeKadores como WmerosW eFecutores7 E9 assim9 as mudanas 8*o e 8êm9 idealiGadas ao sabor de simpatias pessoais9 cada 8eG ue no8a euipe "estora (nas esferas federal9 estadual ou municipal) esoluç-o nH 1, 'ue, prati#amente, re$oga a e&ig*n#ia a#ima5 Art 1o Os sistemas de ensino, de a#ordo #om o 'uadro legal de refer*n#ia, de$em respeitar em todos os atos prati#ados os direitos ad'uiridos e as prerrogati$as profissionais #onferidas por #reden#iais $;lidas para o magist/rio na edu#aç-o infantil e nos anos ini#iais do ensino fundamental, de a#ordo #om o disposto no art <= da ei 9@989< F primeiro Aos do#entes da edu#aç-o infantil e dos anos ini#iais do ensino fundamental ser; ofere#ida formaç-o em n+$el m/dio, na modalidade 3ormal at/ 'ue todos os do#entes do sistema possuam, no m+nimo, essa #reden#ial (grifos da autora) 3-o ignoro 'ue n-o s-o todos os 'ue $erdadeiramente se empen%am, mas muitos o fa"em A pes'uisa #onfirmar; o 'ue afirmo, nos #ap+tulos 'ue se seguem 5
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assume o poder9 i"norando o ue KJ foi realiGado9 o ue deu certo e o ue falou7 1a 8erdade9 essa tal8eG seKa uma das "randes causas dos sucessi8os fracassos a ue assistimos nos Pltimos anos7 Sem le8ar em conta os preKuíGos ue a crescente frustra*o causa uando domina professores9 ref?ns de uma situa*o na ual n*o se conse"uem faGer ou8ir como profissionais s?rios e capaGes ue s*o7 Teno ciência de ue al"uns dos 8Jrios municípios em nosso país faGem le8antamentos Kunto s euipes docentes das escolas7 Sei ue al"uns o faGem e em al"umas situaUes7 1o entanto9 uantos desses estudos foram realmente considerados ao elaboraram6se no8os proKetos e mudanasZ #oucas 8eGes o parecer docente ? encarado como de8eria7 O ue os professores eFpressam9 uando ou8idos9 raramente ? fator decisi8o para embasar decisUes@aUes peda""icas7 Em outras pala8ras9 al"umas 8eGes at? se ou8e o professor9 mas J certa reser8a em rela*o s suas colocaUes9 ue acabam consideradas9 muitas 8eGes9 como resistência mudana ou como a opini*o9 di"amos9 de Wuem n*o uer faGer e estJ in8entando desculpasW7 1s9 especialistas9 mesmo inconscientemente9 tendemos a considerar conecedores ue somos das teorias (mestres9 super8isores9 coordenadores9 doutores)9 ue sabemos o ue ? melor para a educa*o7 #arte disso at? ? 8erdade9 mas n*o podemos nem de8emos deiFar de considerar ue' 1. especialistas Wsabem mais teorias9 m?todos9 t?cnicas etc7W9 mas os docentes9 com toda a certeGa9 sabem mais da prJtica9 pelo menos enuanto est*o lidando diretamente com os alunos9 porue 8i8em as dificuldades9 os sucessos e as barreiras na prpria pele9 a cada dia9 a cada ora e minuto da sua lon"a Kornada diJria9 cada 8eG mais ceia de oras9 minutos e se"undos\ #ortanto9 se n*o atentarmos de 8erdade s suas ponderaUes9 daremos continuidade desconstru*o da indissolP8el uni*o teoria@prJtica9 t*o defendida9 aliJs9 por todas as modernas linas peda""icas7 Se9 ao contrJrio9 analisarmos em conKunto as diretriGes9 pro8a8elmente nos surpreenderemos positi8amente com a riueGa do ue 8amos encontrar7 Ao faGer esse trabalo9 por eFemplo9 descobri ue os professores9 em sua maioria V apesar das dificuldades9 mJ remunera*o e pressUes9 do aumento alucinante de tarefas9 responsabilidades e obKeti8os da escola moderna9 apesar de tudo V9 continuam dispostos e em busca de ensinar ualitati8amente bem 37 se KJ empreendemos9 em poucas d?cadas9 tantas mudanas educacionais V e a bem da 8erdade9 ainda assim continuamos diante de um uadro de fracasso sem precedentes V9 n*o de8eríamos repensar se as soluUes para os problemas est*o sendo tomadas adeuadamenteZ As decisUes têm sido tomadas por um peueno "rupo ue9 num dado momento9 ocupa os postos de mando no uadro educacional7 +uem sabe n*o seria mais eficiente9 partir do campo9 para 8ariarZ Repito' n*o estou menospreGando o saber dos especialistas V mas n*o seria ora de escutarmos realmente o ue nos diGem os demais en8ol8idos no processo9 antes de partir para a eFecu*o de uma no8a estrat?"iaZ Em &edicina9 os tratamentos disponibiliGados para uso comercial passam
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antes por anos de testes7 #rimeiro em animais em laboratrio9 depois em peueno "rupo9 mais adiante em "rupos maiores9 e9 apenas diante de resultados raGoa8elmente se"uros9 s*o testados em seres umanos7 S ent*o s*o comercialiGados7 #or ue n*o faGer o mesmo em Educa*oZ Certamente eliminaríamos muitos fracassos7 Antes de impor mudanas sist?micas ou metodol"icas ue afetam todo o sistema9 ? preciso in8esti"ar ue eFperiências est*o surtindo efeito concreto em classe9 aperfeioJ6las se necessJrio9 implantar eFperimentalmente em um peueno "rupo de escolas V at? se ter al"uma possibilidade de aferir a ualidade dos resultados V9 e9 se 8Jlidos9 s ent*o utiliGar em lar"a escala7 Os docentes poderiam contribuir para le8antar demandas ue sempre sur"em uando se altera al"uma coisa na prJtica7 SeKa em termos de infra6estrutura9 necessidade de treinamento9 espao físico9 etc7 asse"urando dessa forma al"uma possibilidade de sucesso7 Educa*o ue se uer de resultados de8ia ser feita assim7 #or ue comear do Gero sempre9 e ao sabor de Wmodismos peda""icosWZ 1em seria preciso pesuisar muito7 Anualmente instituiUes pPblicas e pri8adas premiam eFperiências bem6sucedidas em Educa*o7 0J s*o muitas9 "raas aos esforos de docentes criati8os7 1*o precisamos in8entar nem copiar nada V por ora9 pelo menos7 S coler os frutos da sensibilidade de nossos melores talentos7 Antes de tudo9 a"ir de modo científico e n*o por ensaio e erro7 Afinal9 KJ estamos no s?culo ]]-9 e "rande parte dos cidad*os desse nosso Brasil ainda n*o sabe ler nem contar7 1*o podemos mais nos dar ao luFo de no8os fracassos7
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!AP"TU#O $ Os mitos da esco%a moderna
Ser professor nunca foi uma tarefa simples7 XoKe9 por?m9 no8os elementos tornaram o trabalo docente ainda mais difícil7 A disciplina parece ter6se tornado particularmente problemJtica7 +uando as escolas se re"iam pelo &odelo Tradicional9 o maneKo de classe era9 sem dP8ida9 mais fJcil7 Afinal9 o poder fica8a todo concentrado nas m*os do professor7 Ao aluno cabia ficar uietino9 prestando aten*o9 e777 se conse"uisse9 aprendendo7 A teoria subKacente era' Wuando o professor ensina9 os alunos aprendemW9 ou seKa9 WaprenderW era considerado conse[ência ine8itJ8el do WensinarW7 Antes ue os mais apressados pensem ue estou defendendo a 8olta ao modelo tradicional de ensino 59 eFplico' o ue estou afirmando ? ue o eFercício autocrJtico do poder ?9 sem dP8ida9 mais fJcil de ser eFercido do ue administrar relaUes democrJticas7 Hale lembrar ue9 a despeito do modelo de relaUes interpessoais ue predomine em classe9 se o professor ti8er bom domínio de contePdo9 consciência profissional9 deseKo real de le8ar os alunos aprendiGa"em e raGoJ8el forma*o didJtica9 os resultados s*o9 em "eral9 bons7 +uem estudou J cerca de trinta anos te8e professores mais ou menos como os acima descritos7 O ue n*o si"nificou9 obri"atoriamente9 mau ensino7 #elo contrJrio9 ? do conecimento de todos ue a escola pPblica9 por eFemplo9 ?poca9 era a escola de ualidade ue os pais de classe m?dia ueriam para seus filos7 1*o se pode9 pois9 afirmar ue ? a WboaWrela*o afeti8a entre o professor e seus alunos ue determina a ualidade do resultado educacional7 Todos ns ti8emos professores ue pouco ou nada se relaciona8am conosco V sem ue isso os transformasse em maus professores (no sentido de conduGir o processo da aprendiGa"em)7 E 8ice6 8ersa7 Tamb?m conecemos mestres9 ontem e oKe9 muito ueridos pelos alunos9 carinosos9 espirituosos (a aula9 um riso s777)9 mas ue9 em mat?ria de ensino9 deiFam muito a deseKar7 Em síntese9 "eneraliGar a esse respeito ? imprudente7 % b8io ue9 se pudermos Kuntar as duas coisas (boa rela*o afeti8a e bom ensino)9 os resultados com certeGa ser*o melores7 &as nem sempre um relacionamento carinoso e educado por parte do mestre conduG aprendiGa"em7 1o entanto9 poucos s*o os profissionais ue conse"uem atualmente uestionar determinados conceitos ue circulam com desen8oltura e fre[ência nos meios educacionais7 Transformaram6se em mitos7 #ropono9 portanto9 na contram*o ao usual9 ue analisemos al"uns9 s para WesuentarW o debate7 &ito ;' O afeto e o carino dos professores s*o elementos imprescindí8eis #omum pessoas lerem pe'uena parte de um par;grafo e a partir da+ #%egar a #on#luses J no #aso, n-o seriam um nem dois 'ue de imediato suspeitariam fortemente de um G$i/s retrKgradoG no meu te&to Por isso, #aro leitor, #almaL eia todo o #ap+tulo, antes de formar uma opini-o so!re o 'ue estou propondoL 6
Segundo Mouaiss5 fig G#onstruç-o mental de algo ideali"ado, sem #ompro$aç-o pr;ti#a: ideia, estereKtipoG 7
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para ue o aluno aprenda7 DesfaGendo o mito' Afeto e carino s*o sempre positi8os9 mas n*o determinam9 por si ss9 a aprendiGa"em7 Al?m disso9 a afirmati8a induG falsa ideia de ue professor s?rio9 introspecti8o9 ue n*o eFternaliGa sentimentos por característica pessoal9 n*o pode ser bom professor9 o ue ? se"uramente uma in8erdade7 Outro aspecto ne"ati8o desse mito ? faGer o aluno acreditar ue professor ue n*o prioriGa as relaUes afeti8as com o aluno9 embora seKa educado9 ? um mau professor (mesmo ue dê aulas mara8ilosas)7 1esse conteFto9 se o aluno fracassa9 a WculpaW ? do professor9 ue n*o soube faGer um bom relacionamento7 Ti8e professores ue me ensinaram muitíssimo e com os uais a rela*o sempre foi formal9 distante e at? fria7 Al"uns Kamais esueci foram marcantes na mina forma*o seria in8erdade diGer ue o fracasso9 caso ocorresse9 teria sido culpa dessa frieGa7 Claro9 sempre preferiremos os ue aliem todas as ualidades (intelectuais e afeti8as)9 mas ? impossí8el aceitar determinadas "eneraliGaUes9 pelo radicalismo ue embutem7 #or outro lado9 na sala de aula dos modelos liberais9 atualmente indicados como mais adeuados (nem pensar em uestionar isso9 pelo amor de Deus\)9 tudo ? passí8el de discuss*o9 desde o contePdo at? a metodolo"ia e a forma de a8alia*o nela9 a ieraruia de poder fica muito menos 8isí8el9 e para al"uns estudantes tem sido compreendida como ineFistente ? nessa mesma sala9 ue alunos (e seus responsJ8eis) se sentem com o direito de opinar (determinarZ) Wo ue uerem aprenderW9 Wo ue "ostamW e at? como uerem o ue "ostam7 1*o ? por acaso ue os professores se ueiFam9 cada 8eG com mais 8eemência9 das dificuldades de moti8ar9 de ter alunos interessados7 Torna6 se tarefa muito difícil conciliar "ostos9 propostas e obKeti8os os mais 8ariados7 Ce"ar ao consenso numa turma pode9 por 8eGes9 tornar6se uase impossí8el7 Especialmente uando boa parte dos alunos9 em particular adolescentes e pr?6adolescentes muito mais interessados em Wpassar de anoW (se possí8el com o mínimo de estudo9 leituras e trabalo) do ue aprender 8erdadeiramente9 toma consciência dessa possibilidade e a transforma num timo instrumento para o imediatismo e edonismo ue os caracteriGam7 Apoiados pela crítica contundente e lar"amente disseminada V mas nem sempre 8erdadeira V aos ue s*o classificados como Wmaus professoresW (os ar"umentos' d*o aulas WcatasW9 Wfora da realidadeW9 d*o Wpro8as ue estressamW9 Wfalam muitoW9 Wpassam tarefas trabalosasW9 entre outras)9 boa parte dos alunos9 munidos desses WbonsW preteFtos para reclamar e por 8eGes encobrindo o moti8o real (estudar nada ou muito pouco)9 na sua in"enuidade e falta de 8is*o a lon"o praGo9 tornam6se os mais preKudicados num processo cuKo resultado todos ns conecemos7 &ito 3' Com um bom professor9 os alunos aprendem sem faGer uaisuer esforos9 a moti8a*o sur"e9 assim como a concentra*o7 Estudar ou faGer tarefas em casa torna6se praticamente desnecessJrio7 As aulas s*o t*o mara8ilosas ue todos aprendem com facilidade7 DesfaGendo o mito' % claro ue uma aula bem planeKada9 utiliGando recursos metodol"icos e audio8isuais9 com eFercícios inteli"entes e
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desafiadores9 ? eFtremamente mais moti8adora9 a"iliGa a aprendiGa"em9 torna o aprender a"radJ8el e de modo "eral todo o processo fica facilitado7 1o entanto9 ainda ue saibamos ue o trabalo do professor carece crescer nesse sentido V tamb?m apenas isso n*o "arante a aprendiGa"em7 Tudo na 8ida9 ualuer meta ue se tena9 reuer al"um esforo para ser atin"ido7 Ou muito esforo' depende do caso9 do indi8íduo e do obKeti8o7 Considero um s?rio dano faGer o aluno e sua família acreditarem ue9 uando o professor atua de forma metodolo"icamente moderna e adeuada9 todo aluno aprende como ue por um passe de mJ"ica7 Sempre a8erJ9 tamb?m por parte do aluno9 necessidade de dedica*o e concentra*o9 de momentos de estudo indi8idual para eFercitar o ue estudou9 refletir para sedimentar conceitos e transferir aprendiGa"ens7 WHender ilusUesW desse tipo s conduG o aluno a acar ue tudo ue se refere aprendiGa"em ? responsabilidade Pnica e eFclusi8a da escola e@ou do professor7 Ele n*o precisa faGer nada9 nenum esforo9 absolutamente nada9 porue as Wboas aulasW faGem tudo por ele7 % preciso ue os alunos e a família 8oltem a acreditar e a perceber ue J sempre necessidade de reciprocidade7 #or melor ue seKa a atua*o do professor9 ela Kamais eliminarJ o fato de ue o aluno ? parte ati8a e inte"rante do processo e ue dele depende uma cota de responsabilidade a ser di8idida com a institui*o7 Era natural9 com a informa*o "lobaliGada e democratiGada da atualidade9 ue família e sociedade tomassem ciência de al"uns dos modernos conceitos de educa*o7 1o entanto9 o ue em princípio seria positi8o9 acabou se tornando um complicador a mais9 porue muitas dessas pessoas confundiram o seu peueno arsenal de informaUes com domínio do saber7 Sentem6se abilitadas9 portanto9 a Kul"ar atitudes peda""icas das escolas7 Lendo arti"os9 superficialmente resumidos9 ou ou8indo peuena e ineFpressi8a parte de uma teoria9 passaram a faGer "eneraliGaUes eui8ocadas7 &al informadas9 por?m ansiosas por propiciar educa*o de ualidade aos filos9 passaram a criticar 8i"orosamente o trabalo das escolas7 Se os comentJrios V nem sempre pertinentes V s*o feitos diante dos filos9 a uest*o se a"ra8a7 &uitos deles passaram a uestionar o professor em tudo (Wse meu pai n*o confia9 porue eu iria confiarWZ)7 Ainda mais se a atitude docente contraria seus deseKos imediatos V aí o ue poderia ser contribui*o para a meloria do ensino9 8ira bri"a9 imposi*o e desconfiana mPtua7 XJ casos em ue pais e alunos têm raG*o9 claro o ue preocupa ? o fato de ue uestionamentos le"ítimos 8êm assumindo a forma de confronto9 processos e demandas Kudiciais V o ue com certeGa em nada fortalece a ualidade da escola7 Ao contrJrio9 le8a a ue profissionais abilitados e s?rios se sintam completamente inse"uros e ameaados V por pais e alunos9 pela sociedade9 por 8eGes at? internamente pelo sistema9 enfim V9 tornando6se 8erdadeiros ref?ns de todo um conteFto9 ue os fra"iliGa e mant?m em permanente estresse7 Especialmente porue V e isso ? o mais triste V esses des"astantes confrontos muitas 8eGes nada têm a 8er com o incremento de saberes nem da ualidade do ensino7 XJ famílias ue apelam Kustia por moti8os inacreditJ8eis7 ,tiliGando6se de brecas de arti"os da le"isla*o (inclusi8e do Estatuto da Criana e do Adolescente)9 lon"e de estarem lutando para ue seus filos aprendam
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mais e melor9 8isam9 por eFemplo9 a suspender decisUes peda""icas da institui*o ou obter tratamento diferenciado para os filos9 suspens*o de sanUes ou at? 8anta"ens financeiras7 #ara eFemplificar9 transcre8o nota publicada recentemente na coluna W-nforme 0urídicoW do 0ornal doSinepe6ER0 9 intitulada WBolino caroW' A pretens-o da m-e em reali"ar, nas depend*n#ias do esta!ele#imento edu#a#ional, na se'N*n#ia do #ampeonato de futsal (ati$idade e&tra#urri#ular), uma Gfestin%a #om o !olo, a pipo#a, o su#o e pi#ol/s de frutaGJ'ue ela teria Gprometido, anun#iado e esperadoG propor#ionar ao seu fil%o J e a re#usa da es#ola em autori"ar integralmente a pretens-o da m-e, uma $e" 'ue somente foi autori"ado 'ue fosse le$ado o !olin%o para #antar para!/ns para a #riança ao t/rmino da ati$idade e&tra#urri#ular, $irou aç-o de indeni"aç-o por danos materiais e morais, ; ulgada impro#edente &as ainda pode ter recurso7 E a
per"unta ue n*o sai da cabea' escola ? casa de festasZ 1*o se trata de discutir a atitude da escola ou a pertinência do deseKo da m*e7 O ue importa acentuar ? o uanto situaUes como a descrita incenti8am uma atmosfera de desconfiana e confronto entre instituiUes ue istoricamente sempre foram aliadas e batalaram em prol dos mesmos obKeti8os V educar9 conscientiGar9 formar cidad*os <7 1o mesmo Kornal9 podemos ler adiante outra notícia ue re8ela a eFtens*o do problema (rela*o família6escola)'
Carteiro .andar #arta de #o!rança por interm/dio do aluno autori"a indeni"aç-o for danos morais Aluno n-o / #arteiro 0se o #orreio e lem!rese de mandar a #arta de #o!rança em en$elope fe#%ado sem 'ual'uer tipo de alus-o 'ue possa #ausar #onstrangimento ao destinat;rio
Os dois casos foram publicados com o intuito de preser8ar9 alertar e orientar as escolas contra possí8eis problemas Kurídicos7 Essa ? a situa*o7 Como lidar com essa no8a realidade9 sem perder a autoconfiana9 a se"urana e a certeGa de ue podemos trabalar conceitos e atitudes como i"ualdade de direitos e de8eresZ Ou de ue todos de8em se"uir as re"ras estabelecidas pela sociedade (aui representada pela escola)Z -ma"inemos um col?"io com 3 mil alunos7 #ro8a8elmente a cada dia leti8o a8erJ um estudante ani8ersariando7 Como seria atender sin"ular ideia de comemora*o ue cada família idealiGasseZ Ao apro8arem e at? incenti8arem comemoraUes9 as escolas têm em 8ista desen8ol8er e estimular o afeto9 a amiGade9 o carino entre as crianas7 $aG parte do processo de socialiGa*o9 a aprendiGa"em da i"ualdade de oportunidades9 o estímulo "enerosidade9 em ue omena"ear aos ue ueremos bem ? um eFemplo no entanto9 a institui*o estabelece e precisa estabelecer re"ras para ue esses e8entos possam ser realiGados por todos os alunos7 De8em ser ati8idades simples9 uase simblicas9 sem com isso deiFar de atender plenamente seu obKeti8o V ami"uinos compartilam e se compraGem no ani8ersJrio do cole"a7 Assim9 todos V tenam mais ou menos recursos e pais mais ou menos criati8os V ter*o Wo seu diaW7 Dessa maneira9 e8itam6se comparaUes9 eFclusUes e ostenta*o7 % e8idente ue o primeiro eFemplo desfaG ualuer possibilidade de se desen8ol8er a "enerosidade7 1o entanto9 a cada dia9 mais educadores relatam casos do "?nero7 A ualuer contrariedade se tomam medidas ue9 antes de mais Ano IQ, nH >>, ul%oagostosetem!ro de =BB, p > A esse respeito, ler Es#ola sem #onflito J Par#eria #om os pais, e#ord, =BB@
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nada9 acabam in8iabiliGando o processo educacional7 A ideia inicial de participa*o da comunidade na escola des8irtuou6se9 transformada em pressUes ue nada têm a 8er com a*o educacional7 E ue s faGem diminuir o espao de atua*o da escola9 transformando6a9 a seu turno9 tamb?m em ref?m do WclienteW (no caso da escola particular) ou de indi8íduos de ?tica uestionJ8el9 ue9 sabemos9 infeliGmente dominam em al"uns casos parte das comunidades em ue a escola estJ situada (em se tratando da rede pPblica)7 ,ns usam o poder do dineiro9 outros9 o da fora física e do medo7 Em ualuer um9 a escola e os docentes tornam6se ref?ns de uma situa*o na ual "radualmente #erdem espao para a"ir de forma educacional9 com independência e se"urana7 &ito >' A participa*o da comunidade ? essencial ualidade do ensino7 DesfaGendo o mito' A participa*o da comunidade (família) ? importante para traGer informaUes e inteirar6se das ati8idades ue as escolas realiGam9 al?m do acompanamento do desempeno e atitudes dos filos em rela*o aos estudos7 #odem cooperar muitíssimo uando fornecem suas impressUes e ideias9 assim como críticas e su"estUes7 1o momento9 por?m9 em ue tal participa*o se re8este de carJter impositi8o9 de confronto9 manipula*o ou luta por poder9 Kamais poderJ ser considerada positi8a ou democrJtica7 N comunidade cabe participar9 sim9 mas para fortalecer os princípios de i"ualdade de direitos9 n*o para impor condiUes e Kamais para obter 8anta"ens para si ou para seus filos7 +uanto a*o da Kustia9 de ad8o"ados e dos Conselos Tutelares9 ? importante ue analisem profundamente sua fun*o como mediadores em situaUes de conflito7 % essencial ue continuem cumprindo seu papel9 e8itando9 por?m9 aUes ue in8iabiliGem ou inibam a ati8idade educati8a e socialiGadora da escola9 ue precisa ter se"urana e respaldo da sociedade9 al?m de ser respeitada e 8ista como institui*o constituída de profissionais especialiGados9 ue9 em sua maioria s*o os formadores dos cidad*os de aman*7 A ideia de ue uma turma na ual percentual eFpressi8o de alunos apresenta baiFo rendimento em um ou 8Jrios componentes curriculares tem sempre como causa o trabalo ineficiente do professor pode at? ter al"um fundamento peda""ico7 XJ al"umas d?cadas nin"u?m pensaria assim7 O aluno era sempre o culpado' n*o a8ia estudado o suficiente ou fora desatento7 #osi*o sem dP8ida radical9 inKusta e incorreta7 XoKe9 feliGmente9 reconece6se ue a fala na aprendiGa"em tem em "eral causas mPltiplas9 ue podem estar no processo9 na metodolo"ia9 na didJtica inadeuada do professor9 na a8alia*o V e tamb?m (por ue n*oZ)9 no prprio aluno7 O leue se ampliou7 +ue bom por isso\ &as9 por al"um moti8o indecifrJ8el9 saímos de um pensamento radical para cair em outro7 Se J pouco todas as culpas recaíam sobre o aluno9 oKe muitos passaram a atribuí6las V todas V ao professor7 O ue ? uma fla"rante distor*o7 Se muitas 8eGes o problema se ori"ina na forma pela ual a escola trabala ou na ineficiência de determinado professor9 em outras9 at? bem fre[ente9 pode estar9 sim9 no aluno V ue em muitos casos n*o estuda9 estJ desatento e desinteressado7 Apontar o professor como Pnico responsJ8el pelos fracassos no ensino ? mascarar a realidade9 especialmente uando isso ocorre sem uma anJlise profunda e concreta
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do processo desen8ol8ido7 -"norar ue parte dos alunos V por raGUes sociais ou pessoais ;4 V n*o uerem9 n*o "ostam de estudar9 e muito menos de se esforar para aprender9 ? i"ualmente i"norar ue o ser umano ? mPltiplo e ue cada indi8íduo ? Pnico e rea"e di8ersamente aos estímulos recebidos7 E ? i"norar tamb?m ue muitas dessas 8ariJ8eis n*o podem ser superadas unicamente pelo trabalo do professor9 por melor ue ele seKa e por mais ue trabale bem e se esforce muito7 &ito =' Se um percentual eFpressi8o de alunos apresenta maus resultados9 si"nifica ue o professor falou7 DesfaGendo o mito' Claro ue9 com bons professores e boa infra6estrutura escolar9 o percentual de alunos com cances de aprender e de ter resultados positi8os cresce "eometricamente9 mesmo os ue est*o desestimulados7 A "eneraliGa*o9 por?m9 ? sempre peri"osa7 1o caso em uest*o9 i"noram6se' a) a 8ida escolar pre"ressa dos alunos b) trabalos mal desen8ol8idos em s?ries anteriores9 ue podem ter deiFado lacunas de aprendiGado eFtensas9 por 8eGes n*o sanJ8eis em um ano leti8o apenas c) a postura da família em rela*o escola (estudos compro8am ue pais ausentes9 displicentes e ue n*o d*o limites em casa têm9 percentualmente9 filos com mais baiFo rendimento ue os pais ati8os9 atentos e ue acompanam de perto os estudos dos filos) d) a disposi*o da criana ou do Ko8em para de fato WfaGer a sua parteW (se"undo modernos conceitos da #eda"o"ia9 aprendiGa"em ? um processo interno ue demanda ati8idade do aprendiG7 1*o por outro moti8o caiu por terra a ideia de ue Wse o professor ensina9 o aluno aprendeW e) ue aprender e ensinar s*o dois processos inter6relacionados9 isto ?9 um influencia o outro9 suKeitos tamb?m a uma "ama de fatores inter8enientes (moti8a*o pessoal9 capacidade intelectual9 percep*o afeti8a em rela*o a determinados componentes do currículo9 situa*o emocional da família)7 Esses fatores incidem sobre ambos9 docentes e alunos7 Ao se analisar o fracasso escolar9 ? preciso considerar toda a compleFidade da uest*o7 SimplificJ6la procurando ^culpado_ V um apenas V ? 8is*o simplista ou ue embute al"um outro interesse7 % claro ue eFistem muitos outros mitos n*o abordados7 Com o tempo9 todos eles foram se tornando aFiomas V ue6como tal n*o se discutem7 Sur"iram ao lon"o das Pltimas d?cadas de8ido a distorUes in8oluntJrias9 falta de treinamento docente adeuado9 mJ prJFis etc7 Seria le8iano tentar a8entar as causas7 Tampouco importa a"ora7 Rele8ante ? refletir onestamente sobre a prJtica ue estJ sendo desen8ol8ida no sistema educacional brasileiro e sobre ue construtos se eri"em7 E9 luG da anJlise9 descobrir uais deles foram euí8ocos e uais Algumas #ausas so#iais5 a!andono em #asa, falta de limites, superproteç-o da fam+lia, eesso de est+mulos mais atraentes na so#iedade ou em #asa, mordomias demais, din%eiro f;#il, situaçes de #onflito gra$es, pro!lemas de sade, uso de drogas, #ansaço Por tra!al%ar fora et# Pessoais5 imaturidade, agressi$idade, ne#essidade de autoafirmaç-o, preguiça, falta de força de $ontade, imediatismo, falta de #ompreens-o 'uanto a importRn#ia dos estudos, in#apa#idade de $en#er difi#uldades, difi#uldade de #on#entraç-o et# 10
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se re8elaram Pteis7 % preciso ue ns9 educadores9 n*o tenamos medo de pensar e repensar a realidade em bases concretas7 1enuma teoria pode ser mitificada9 tornar6se inuestionJ8el7 A refleF*o e a8alia*o críticas sobre a rela*o teoria@prJtica ? uma necessidade ue precisa ser praticada sistematicamente7 Ent*o sim9 poderemos decidir com se"urana V sem esuecer Kamais ue ualidade de ensino tem rela*o ineuí8oca com ualidade do produto (me perdoem os ue odeiam este termo)7 1este trabalo9 o termo pesuisa ? utiliGado unicamente em referência ue se baseia na metodolo"ia científica aplicJ8el s ciências umanas7 $icam eFcluídas9 portanto9 as ue se anunciam como tal9 mas na 8erdade s*o meros Wle8antamentosW (por eFemplo9 uma Pnica per"unta9 respondida em um encontro com pPblico restrito e focal9 cuKas características sociais9 culturais etc7 n*o s*o nem ao menos definidas pode ter at? al"um 8alor9 mas restrito9 nunca "eneraliGJ8el a todo um uni8erso)7 Tamb?m ficam eFcluídas as ue n*o esclarecem ue m?todos foram utiliGados9 ual a amostra e o uni8erso9 os obKeti8os9 tipo de amostra9 como se trabalaram os dados do ponto de 8ista estatístico etc7 1*o ? incomum 8ermos pessoas afirmando Wna pesuisa ue fiGW e ponto final7 1*o se encontra um trabalo publicado em re8ista especialiGada9 indicaUes biblio"rJficas9 dados estatísticos9 caracteriGa*o da clientela V nada7 Tamb?m estJ se tornando comum ou8irmos al"uns profissionais anunciarem Wter criado uma teoriaW sem eFplicitar o tipo de estudo ou ao menos as e8idências em ue se baseiam7 % preciso ue ns9 educadores9 saibamos eFi"ir compro8a*o ou defini*o das condiUes em ue certas colocaUes s*o feitas9 para podermos caminar em dire*o cientificidade7 Os poucos mitos ue aui eFpus 8isaram apenas a re8elar a todos os interessados ue9 se de fato ueremos resol8er problemas educacionais9 temos ue nos munir da necessJria isen*o intelectual9 de uma rí"ida disposi*o de n*o preKul"ar9 de nada predeterminar7 #recisamos ter posturas mais científicas9 e9 como se faG em ualuer ciência9 pedir (eFi"irZ) dos ue defendem a ado*o desta ou dauela nedida ue esclaream em ue se baseia sua escola e uais as medidas necessJrias para sua efeti8a*o na prJtica7 #recisamos apoiar cada 8eG mais as respostas ue buscamos em estudos de campo9 pesuisas ;; amplas e 3este tra!al%o, o termo pes'uisa / utili"ado uni#amente em refer*n#ia 'ue se !aseia na metodologia #ient+fi#a apli#;$el s #i*n#ias %umanas 4i#am elu+das, portanto, as 'ue se anun#iam #omo tal, mas na $erdade s-o meros Gle$antamentosG (por e&emplo, uma ni#a pergunta, respondida em um en#ontro #om p!li#o restrito e fo#al, #uas #ara#ter+sti#as so#iais, #ulturais et# n-o s-o nem ao menos definidas pode ter at/ algum $alor, mas restrito, nun#a generali";$el a todo um uni$erso) ?am!/m fi#am elu+das as 'ue n-o es#lare#em 'ue m/todos foram utili"ados, 'ual a amostra e o uni$erso, os o!eti$os, tipo de amostra, #omo se tra!al%aram os dados do ponto de $ista estat+sti#o et# 3-o / in#omum $ermos pessoas afirmando Gna pes'uisa 'ue fi"G e ponto final 3-o se en#ontra um tra!al%o pu!li#ado em re$ista espe#iali"ada, indi#açes !i!liogr;fi#as, dados estat+sti#os, #ara#teri"aç-o da #lientela J nada ?am!/m est; se tornando #omum ou$irmos alguns profissionais anun#iarem Gter #riado uma teoriaG sem e&pli#itar o tipo de estudo ou ao menos as e$id*n#ias em 'ue se !aseiam pre#iso 'ue nKs, edu#adores, sai!amos e&igir #ompro$aç-o ou definiç-o das #ondiçes em 'ue #ertas #olo#açes s-o feitas, para podermos 11
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tecnicamente bem6feitas9 o suficiente ao menos para permitir9 com se"urana mínima9 a tomada de decisUes7
!AP"TU#O & A%gumas considera'(es )edag*gicas so+re a ,ist*ria da crise
Analisar as causas do fracasso ? preocupa*o sobre a ual se debruam todos os ue est*o en8ol8idos com Educa*o e ue deseKam uma escola de ualidade7 % claro ue s*o muitas9 n*o apenas uma7 Hou eFcluir9 no entanto9 causas macroeconMmicas e sua correla*o política9 porue a maioria de ns as conece de cor e salteado' falta de empeno e de 8ontade política9 uso inadeuado de 8erbas pPblicas9 precariedade de instalaUes e infra6 estrutura9 remunera*o docente inualificJ8el etc7 Al?m do mais9 rotineira e ciclicamente9 sabemos9 elas 8oltam baila (e continuar*o a 8oltar) sob a forma de discursos belíssimos e inflamados9 especialmente uando se aproFimam eleiUes em uaisuer ní8eis777 +uem sabe9 um dia9 n*o nos ce"uem atra8?s de aUes sincerasVe n*o de pala8ras ue se desfaGem ao 8ento depois777 Hou9 portanto9 me ater a raGUes do fracasso sobre as uais podemos eFercer uma a*o efeti8a e imediata7 De tudo ue relato e analiso a se"uir9 fui testemuna ocular abracei9 com esperana e entusiasmo9 muitas das mudanas a ue me referirei no decorrer do li8ro de outras tantas desconfiei da eficJcia9 mas tentei aplicar sentindo na pele as dificuldades operacionais V e por 8eGes at? suas pre8isí8eis derrotas7 Trabalei e lutei nesse mister por mais de trinta anos7 Ainda n*o desisti9 ue n*o sou de abandonar essa causa na ual creio muitíssimo777 Comecei em ;<59 como professora alfabetiGadora9 depois fui super8isora e9 finalmente na ,ni8ersidade $ederal do Rio de 0aneiro9 me dediuei forma*o de profissionais da educa*o7 #amin%ar em direç-o #ientifi#idade
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Acredito ue três fatores t?cnicos têm contribuído para a ueda da ualidade de ensino' ;7 a mJ compreens*o e distor*o das no8as linas peda""icas aplicadas V de8ido escasseG ou ineFistência de treinamento docente adeuado9 antes da implanta*o 37 a falta de eFperimenta*o pr?8ia em proKetos6piloto9 antes da implanta*o "eral ao sistema e >7 o raro acompanamento de resultados de cada no8a proposta implantada7 ,ma rJpida (e incompleta) retrospecti8a de como se introduGiram mudanas no processo educacional brasileiro nos Pltimos trinta e poucos anos pode ser Ptil para ue se entenda parte das raGUes do fracasso7 Mudan'as a to-ue de cai.a ,ma das piores conse[ências dos fatores anteriormente citados ? a "rande inse"urana ue determinam no professor7 Cada ino8a*o ? sempre apresentada como a melor e mais eficaG para os males ue afli"em a escola brasileira7 assim sendo9 cumpre colocJ6la em prJtica7 De preferência9 lo"o7 Ainda ue três anos depois aparea uma outra9 ue tamb?m ? apresentada como a melor op*o V e ue impliue abandonar a anterior7 Em torno de ;<49 o modelo tradicional de ensino comeou a ser substituído9 embora lenta e timidamente9 pelas ideias de 0on Dee:9 &aria &ontessori9 Decrol:9 #aulo $reire9 Anísio TeiFeira9 #ia"et9 Hi"otsi e tantos outros "randes nomes da #eda"o"ia7 Suas teorias comeam a influenciar o ideJrio dos professores ;37 Da Escola Ati8a9 o Waprender a aprenderW deiFou marcas profundas7 Ensinar contePdo9 de repente n*o ? mais t*o importante uanto independentiGar o aluno7 O Wsaber bancJrioW ? recaado e #aulo $reire sur"e com a alfabetiGa*o comprometida com a consciência política7 O professor tem ue Ko"ar fora as listas de coleti8os9 feminino9 plural de nomes compostos etc7 A WdecorebaW ? eFpur"ada e ? bem68inda a refleF*o7 A democratiGa*o das relaUes em classe tamb?m sur"e como desafio para professores ue9 at? ent*o9 a8iam sido formados e trabala8am como autoridades incontestJ8eis7 A Teoria da 1*o6 Direti8idade9 de Carl Ro"ers9 alterou ineui8ocamente a rela*o professor6 aluno9 traGendo o Wmodelo umanistaW para a escola7 Sur"e o facilitadorW da aprendiGa"em9 e subitamente o docente tem ue compreender e assimilar ue Wnin"u?m ensina nada a nin"u?mW7 Assustado9 an"ustiado9 o professor se per"unta' W&eu Deus9 tudo isso ? muito lindo9 mas na prJtica9 o ue si"nifica9 como ? ue se faGZW A 8elocidade das transformaUes sociais9 tecnol"icas e relacionais ? intensa7 Com isso9 uma conecida e muito utiliGada t?cnica de ensino podia ser condenada9 banida9 considerada WantiuadaW de uma ora para outra7 Os professores9 atMnitos9 assistem derrocada de tudo ou uase Ca!e ressaltar 'ue todos os autores #itados trou&eram sem d$ida #ontri!uiçes positi$as aos #on#eitos edu#a#ionais, ao menos no plano teKri#o 12
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tudo ue aprenderam nos cursos de forma*o7 A forma clJssica de trabalar ? W8irada do a8essoW7 O docente repentinamente se sente despido de todo o arsenal prJtico conecido e se 8ê diante de uma uantidade enorme de ideias e formas de trabalar em sala ue ? preciso aprender7 E rJpido777 #orue KJ foram apro8adas e KJ est*o sendo utiliGadas na escola\\\ &uitas dessas teorias9 ue soam belíssimas na letra do teFto9 parecem aos docentes 8erdadeiros eni"mas na prJtica7 Em outras pala8ras9 o professor se per"unta' 2 Como transformar essas teorias9 t*o ricas9 t*o no8as e t*o diferentes9 em WfaGer peda""icoWZ 2 Como atuar para ser um professor moderno9 n*o tradicional9 n*o ultrapassadoZ 2 Como ensinar ao aluno o Waprender a aprenderWZ 2 Como cumprir o pro"rama ue continuam a le cobrar9 e9 ao mesmo tempo9 atender ao ue o aluno "osta e uer faGer9 ue pode n*o ter nenuma rela*o com o ue a sociedade eFi"eZ 2 Como faGer cumprir o Wcontrato de trabaloW preconiGado por Ro"ers9 numa sala de aula ue abri"a trinta9 uarenta alunos uarenta uereres di8ersos9 uarenta opiniUes "eradas por obKeti8os pessoais tamb?m di8ersosZ #arte dos alunos estJ realmente interessada em aprender9 mas outra boa parte (em especial se forem adolescentes mo8idos pelo edonismo9 pra"matismo e utilitarismo ue oKe dominam a sociedade) uer mesmo ? namorar mais9 con8ersar com os ami"os e saber o mínimo possí8el (com al"umas eFceUes9 naturalmente)7 Todos9 por?m9 Kul"ando ser um direito inalienJ8el ser apro8ado9 passar de ano9 formar6se (afinal Ws professor ruim repro8a aluno9 n*o ? isso ue andam diGendo por aíZW)777 Como a"ir9 ent*oZ Como conciliar tantas mudanas e desafios no8os9 se as dificuldades mais simples n*o s*o sanadas9 como turmas "randes e com poucas oras de aula9 por eFemploZ Como esclarecer suas prprias dP8idas9 sem parecer um profissional incompetenteZ E como atender s compleFas tarefas de um currículo ue9 a cada ano9 ? acrescido de no8os desafios (por eFemplo' como tratar com se"urana e adeua*o o tema trans8ersal W#re8en*o ao uso e abuso de dro"asW9 se a realidade brasileira nos mostra ue parte dos professores nem escre8e corretamenteZ Ou se Kamais te8e contato9 seuer 8isual9 com a forma física do crac)7 Se deslocarmos o foco de nossa aten*o dos "randes centros urbanos e nos 8oltarmos para os professores da Jrea rural ou da periferia das "randes cidades9 a defasa"em serJ certamente ainda mais "ra8e7 A despeito do ue preconiGou a Lei de DiretriGes e Bases em ;<<59 ano de sua entrada em 8i"or9 e ue tamb?m marcou o início da camada D?cada da Educa*o9 persistem no Brasil professores lei"os muitos n*o recebem um salJrio mínimo mensalmente outros lêem e escre8em ma l;>7 &as9 apesar de tudo isso9 as autoridades esperam ue o professor9 assim9 de uma ora para outra9 aprenda assuntos ue nunca foram sua escola profissional e tamb?m ue9 num passe de mJ"ica9 mude sua metodolo"ia eprodu"o dois e&tratos de te&tos ela!orados por do#entes5 GComprei o sapato #itado on"e anosG: GEle nem sa!e 'uanto o adimiroG 13
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de ensino com entusiasmo e empeno (se"urana ele 8ai buscar aondeZ) V e ue cola muitos e melores resultados V9 mesmo ue essa no8a forma de ensinar demande reformas físicas ue n*o aconteceram e 8erbas ue n*o apareceram para adaptar a realidade de suas classes9 lotadas9 mal euipadas9 s 8eGes mul6tisseriadas777 #osturas desse tipo podem de fato melorar a ualidade da Educa*oZ % o ue sinceramente me per"unto7 XJ real inten*o de melorar a Educa*o atuando dessa formaZ 1as Pltimas d?cadas9 autoridades educacionais 8êm adotando medidas ue parecem i"norar (desconsiderarZ) as condiUes reais de trabalo nas salas de aula7 Se n*o i"noram9 pior ainda9 porue nada foi feito para ue tais medidas dessem certo7 Treinamento adeuado e suficiente9 pre8is*o e pro8is*o de euipamentos9 s para citar duas7 &as a mudana9 a\ Essa ? implantada imediatamente777 #or isso V ainda ue respaldadas do ponto de 8ista de teoria peda""ica Wde pontaW V9 transformam6se em mais fracassos7 #ara ue ti8essem sucesso9 de8eriam ter sido precedidas mudanas na infra6estrutura e por treinamento s?rio aos docentes7 Em resumo9 o ue temos 8isto acontecer ?' 1o Brasil9 as mudanas educacionais têm sido Wde papelW9 ocorrem na WleiW7 &as lJ na sua sala de aula9 o professor n*o recebe o treinamento de ue necessita para efeti8ar com se"urana o no8o modelo7 &uito menos ce"am a ele os suportes necessJrios de infra6estrutura física9 material9 ou os euipamentos ue poderiam ao menos possibilitar al"uma cance de sucesso7 Re%a'/o )ro0essor1a%uno2 o a0eto como m3todo Al?m desse conteFto de mudana metodol"ica acelerada9 as no8as teorias tamb?m trouFeram alteraUes profundas no ue se refere rela*o professor6aluno V ue se super8aloriGou7 O bom professor ? Wami"oW dos alunos7 #euena pausa para refleF*o' SerJ ue um professor do Wnosso tempoW de primJrio9 mesmo aueles oKe considerados WantiuadosW para os padrUes atuais9 mas ue nos ensina8a com empeno9 ue era Kusto9 respeitoso9 dedicado9 trabalador9 preocupado em faGer aprender V ainda ue s?rio e carrancudo V n*o era nosso ami"oZ E o ue ? afinal um Wprofessor ami"oW\ 1*o seria o ue nos feG (e faG) aprender V e bemZ Ser ami"o dos alunos passou a si"nificar antes de tudo ser compreensi8o e aceitar as diferenas indi8iduais como al"o definido V e definiti8o7 A teoria pode n*o ter pretendido isso9 mas9 no ní8el prJtico9 ualuer inter8en*o em termos de controle de disciplina ou de a8alia*o (de comportamento e de saberes) ? atualmente entendida como ameaadora Wboa rela*oW7 Os WmeloresW professores passaram a ser aueles cuKos alunos Wos adoramW9 n*o importa tanto se ensinam ou n*o7 O importante ? compreender9 entender as dificuldades9 considerar seus problemas emocionais9 sua classe social (dentro desse enfoue9 alunos de classes menos fa8orecidas precisam ser compensados afeti8amente9 e n*o como de8eria9 superando deficiências de saberes ue efeti8amente impedem
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seu pro"resso financeiro e social) e aKudar a superJ6los do ponto de 8ista emocional6afeti8o7 #rofessor torna6se9 nesse conteFto9 sinMnimo de Wespecialista em relaUes umanasW7 AliJs9 WprofessorW9 ao ue parece9 ? termo ue nem de8e mais ser empre"ado7 Su"ere6se educador ou facilitador777 Como se9 mudando o nome9 tudo o mais ficasse resol8ido\ E n*o fica V basta 8er nossos resultados\ A ideia de entender as diferenas e dificuldades indi8iduais ? perfeita7 Desde ue V como educadores9 professores9 facilitadores ou ue nome tena V9 al?m de aceitar as particularidades do indi8íduo9 a"íssemos de forma efeti8a para superJ6las9 principalmente em termos de aprendiGa"em7 S compreender ? muito pouco7 S aceitar9 tamb?m7 % preciso ue a escola cumpra seu papel7 +ue ?9 antes de tudo9 preparar o aluno (e9 por meio dele9 a sociedade) para crescer intelectual9 refleFi8a e tecnicamente para poder enfrentar o mundo tal como ele se nos apresenta oKe9 com todas as suas dificuldades de empre"o9 eFi"ências de ualidade etc77 $ocar9 Pnica ou prioritariamente9 o aspecto emocional ? trabalo para psiclo"os e terapeutas9 n*o para uem tem compromisso com a ualidade da aprendiGa"em7 Compreendidos nossos Ko8ens têm ue ser9 sim9 sem dP8ida9 mas superando suas dificuldades de aprendiGa"em sempre7 % assim ue o aluno precisa ser amparado7 Acreditar no potencial do ser umano9 na real capacidade de 8encer e superar seus problemas e deficiências ? essencial para ue o professor n*o se aliene do seu real obKeti8o777 Re)ro4a'/o2 causa ou conse-56ncia7 -ntrinsecamente relacionada uest*o anterior9 a forma de pensar a apro8a*o@repro8a*o de alunos merece destaue pelo foco ue assumiu nas Pltimas d?cadas7 Transcre8o a se"uir dois peuenos teFtos9 eFtraídos de arti"os publicados em re8istas de educa*o9 assinados por profissionais da Jrea (aos uais9 fao uest*o de esclarecer9 n*o estou criticando conceitualmente9 e a uem dedico muito respeito)7 Como esses dois9 poderiam ser centenas de outros9 ue continuamente 8êm sendo publicados9 dentro desse mesmo enfoue7 A sele*o foi9 portanto9 aleatria9 e o obKeti8o9 le8ar o leitor a refletir sobre de ue forma determinadas afirmati8as9 especialmente as cate"ricas9 8indas de formadores de opini*o altamente ualificados9 ressoam e modificam a prJFis docente' O professor ? o Pnico profissional cuKo fracasso ? atribuído9 automaticamente9 a suas 8ítimas' se o aluno n*o aprende ? porue n*o estudou e n*o por culpa do professor7 Enuanto o professor ti8er o poder de destruir o aluno mediante repro8a*o9 o sistema escolar estarJ9 fundamentalmente9 corrompido pela coa*o irresistí8el ;=7 O papel do professor ? cuidar para ue os ue n*o escre8em t*o bem seKam mais cuidados do ue aueles ue KJ escre8em bem7 O ue se faG9 entretantoZ Apenas se enaltece a competi*o9 di8ul"ando notas e pr?mios7 Di8ul"am6 se resultados (a8alia*o classificatria) e nada se faG para oportuniGar aos #amp!ell, S GPropKsitos da a$aliaç-o da aprendi"agemG In AC Edu#ati$o, p =7, ano <, nH B, outu!ro de =BB 14
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ue precisam de aKuda para a8anarem nauelas Jreas7 Com certeGa9 esses ue n*o escre8em bem9 por eFemplo9 tamb?m s*o melores em outros aspectos da escola ou da 8ida7 &uitas 8eGes s*o Ko8ens ue têm ue trabalar para sustentar a família9 s*o timos mPsicos9 s*o eFcelentes Ko"adores de futebol7 E a escola tende a desconsiderar essas Jreas como de menor 8alor7 1*o s*o7 Trata6se de pessoas diferentes9 s isso777 A compara*o ? noci8a em ualuer circunstncia9 porue sempre crianas e Ko8ens sair*o perdendo com isso ;7 -mportante ressaltar ue ambos os teFtos se baseiam em modernos conceitos da Jrea de a8alia*o7 1*o J9 nas afirmati8as9 erros conceituais ou propsitos outros ue n*o acertar o processo7 #ercebe6se (especialmente lendo6os na ínte"ra9 o ue recomendo) com o obKeti8o de esclarecer9 informar9 orientar o processo de a8alia*o V ue realmente ainda continua mal compreendido e mal eFecutado em "rande parte dos casos7 O ue me preocupa V e me parece forte demais9 daí a importncia de se repensarVs*o essas formas afirmati8as e cate"ricas com ue se traduG a teoria V Wo professor9 ao repro8ar9 destri o alunoW Wo sistema estarJ corrompido pela coa*o irresistí8elW ou Wa compara*o ? noci8a sempreWV e sua repercuss*o na prJtica peda""ica7 % imenso o nPmero de especialistas ue afirma ser a a8alia*o um recurso autoritJrio9 elitista9 de manuten*o do status uo9 de submiss*o etc7 Esse conceito9 amplamente difundido9 s ? 8erdadeiro se o professor utiliGar de forma incorreta a a8alia*o7 #orue nada ? bom ou mau em si7 O uso ue se faG dos obKetos9 das ideias9 das pala8ras ? ue pode ser bom ou mau9 adeuado ou inadeuado9 Ptil ou noci8o7 As afirmati8as acima "rifadas s*o9 portanto9 8erdadeiras9 por?m apenas em parte777 O rendimento do aluno de fato depende diretamente do trabalo docente7 Se ele ensina bem9 usa metodolo"ia adeuada9 incenti8a e cria oportunidades de refleF*o9 re8is*o e fiFa*o9 se J recupera*o paralela sempre9 em boa parte dos casos o aluno atin"e os obKeti8os deseKados7 Em tese V ? preciso deiFar bem claro7 #orue a aprendiGa"em n*o obedece a uma rela*o de causalidade ineuí8oca777 A aprendiGa"em n*o depende apenas dos recursos de ensino9 nem apenas do professor9 mas tamb?m de muitas outras 8ariJ8eis777 CondiUes de trabalo9 remunera*o adeuada dos docentes9 forma*o e atualiGa*o dos professores9 infra6 estrutura física9 sem falar nas condiUes dos educandos7 As afirmati8as destacadas (sem dem?rito al"um s autoras) est*o9 a meu 8er9 carre"adas de imenso lai8o psicolo"iGante9 ue9 de t*o imbricado no pensamento da maioria9 se tornou nos nossos dias difícil at? de ser percebido V especialmente por uem ama ensinar e estJ imbuído dos melores propsitos umanísticos7 &as reafirmo' repro8a*o n*o destri aluno7 Se isso fosse 8erdade9 uantos de ns estaríamos 8i8os e produti8os oKeZ % saudJ8el considerar9 al?m do mais9 ue o omem n*o ? apenas psiue7 % tamb?m um ser social7 Somos indi8íduos constituídos de capacidade de auto6supera*o9 de características ue nos diferenciam e ue nos re8elam mais compleFos do ue os teFtos citados su"erem7 O ser umano ? capaG %offmann, 2 GPor uma mudança efeti$a na a$aliaç-oG In Dire#ional Es#olas, pp 8>, ano 1, nH 9, outu!ro de =BB 15
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de superar dificuldades inima"inJ8eis7 Sob incrí8el tortura9 resistir para sal8ar a 8ida de um ami"o7 #assando sede9 fome9 frio e necessidades terrí8eis9 persistir9 resistir e sobre8i8er9 como ocorreu no Xolocausto777 % capaG tamb?m de moti8ar6se9 de estabelecer metas e obKeti8os de 8ida9 de lutar com ines"otJ8eis e insuspeitados recursos para satisfaGer sPbitas necessidades ou deseKos9 bem menos essenciais do ue aueles aos uais nos referimos acima777 1a sociedade de consumo9 no dia6a6dia dos nossos alunos9 isso pode si"nificar coisa bem diferente' Kuntar durante semanas ou meses um dineirino9 faGer WbicosW para W"anar um eFtraW at? conse"uir comprar um determinado t?nis de determinada marca9 cobiado por todos os Ko8ens nauele momento7 Como se 8ê9 as no8as "eraUes s*o perfeitamente capaGes de se superar e alcanar obKeti8os para os uais esteKam moti8adas7 E ue 8*o al?m dos meramente constituídos pela a*o do professor7 S*o tamb?m capaGes de reconecer suas prprias responsabilidades (e irresponsabilidades)9 de decidir o ue deseKam ou n*o faGer7 TraGem consi"o9 desde o nascimento9 mecanismos inatos de reeuilibra*o face a dificuldades9 assim como um euipamento co"niti8o particular ue determinarJ a forma peculiar e indi8idual de rea"ir diante do sucesso ou do fracasso7 -ncenti8ado adeuadamente9 o Ko8em pode canaliGar esse potencial para superar dificuldades de aprendiGa"em tamb?m9 por ue n*oZ Bem9 o leitor dirJ9 ? isso ue9 se espera9 o professor faa7 Certo7 &as o aluno9 com i"ual fora9 tem ue ter consciência de ue o saber9 a aprendiGa"em9 ? um trunfo para ele9 aluno7 +ue tem ue ter tanto empeno para alcanar esse propsito uanto tem para comprar o t?nis Wde marcaW777 #ortanto9 ao aceitarmos como 8erdade ue Wcabe ao professor despertar a moti8a*o dos alunosW (e nesse caso fica implícita a ideia de ue cabe unicamente ao professor9 8isto ue nada mais se acrescenta premissa)9 restrin"imos e subestimamos a capacidade dos Ko8ens no seu processo de independentiGa*o9 de responsabiliGa*o social9 assim como i"noramos o li8re6arbítrio V do ual somos todos dotados7 A responsabilidade da aprendiGa"em tamb?m ? uma fun*o do aluno V n*o apenas da escola ou do professor7 Em fun*o disso9 oKe9 os alunos esperam ue a performance do professor se assemele de um soman9 uma esp?cie de mJ"ico ue os encante777 Esperam tamb?m ue em cada aula o mestre les apresente desafios9 uestUes en"raadas9 di8ertidas e interessantíssimas9 al?m de ter a capacidade de "erir os inPmeros (e cada dia mais 8iolentos) conflitos ue ocorrem em sala9 decorrentes da falta de limites e da 8iolência social7 Esperam9 al?m do mais9 ue o professor consi"a trabalar inte"rando os contePdos bJsicos (leitura9 escrita9 cJlculos bJsicos) e os temas trans8ersais (Educa*o para o Trnsito9 por eFemplo\)9 porue soGinos (tem muito profissional da Jrea escre8endo isso) os alunos9 coitadinos9 n*o 8*o conse"uir formar o todo777 S n*o sabem9 esses pobres alunos9 formados e iludidos por essa 8is*o idealiGada do ue seKa Wensino modernoW9 ue as condiUes de forma*o e de trabalo docentes n*o mudaram777 E n*o sabem tamb?m ue o ue oKe ? criticado por alunos V e por muitos renomados docentes como WcontePdos desinteressantesW V poderJ a m?dio praGo ser eFi"ência para ue possam sobre8i8er
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financeiramente soGinos777 &as a "ente n*o "osta e n*o uer ler9 nem faGer reda*o9 tudo na escola ? cato\ Estudar Ieo"rafia9 ent*o9 nem pensar9 n*o 8amos 8iaKar9 nem nada9 isso 8ai ser8ir pra uê9 meu777 Esperam9 acima de tudo9 ue o uerido mestre coadune tudo isso com al"uma frmula especial ue os faa interessar6se pelo ue estJ sendo desen8ol8ido na aula V seKa um contePdo9 uma abilidade ou uma no8a competência7 Ent*o9 se a aula n*o estJ t*o WmaneiraW como na8e"ar na -nternet9 Ko"ar um Ko"uino eletrMnico na lan6ouse mais prFima de casa V ent*o nesse caso777 &e desculpem9 tM fora\ 1ada a 8er com o ue Weu "ostoW7 Hou ? pra casa falar mal desse professor no meu bl"ui\ Aco melor777 demais\\\\ Antes de $reud9 nin"u?m era WdestruídoW por uma nota ou por uma repro8a*o (nota Gero9 aliJs9 ? eFpress*o ue causa "rande como*o e repulsa nos meios educacionais7 Em "eral9 uem a8alia apenas por meio de pro8as e notas uase automaticamente passa a ser considerado Wcarta fora do baraloW9 professor antiuado9 autoritJrio9 desconecedor das modernas teorias de aprendiGa"em)7 % b8io ue nin"u?m se sente feliG em ser repro8ado ou em tirar Gero9 mas9 se foi surpreendido com o "abarito ue Wpe"ouW de um coordenador mais distraído9 ou se n*o estudou absolutamente nada o ano todo777 Tem ou n*o ue assumir as conse[ências dos seus atosZ 1*o defendemos oKe uma escola ue dê oportunidades i"uais a todosZ Ent*o o ue estamos faGendoZ $in"indo ue o aluno aprendeu e deiFando ue ele pro"rida na numera*o da s?rieZ EstJ na uarta9 na uinta9 na oita8a9 mas n*o s n*o aprendeu a ler e escre8er9 como tamb?m n*o aprendeu a se esforar9 a lutar pela 8ida e faGer Kus ao direito educa*o ue a lei le "arante\ % assim ue formamos cidad*osZ Se9 anos mais tarde9 trabalando num escritrio9 fJbrica ou em ualuer empre"o9 n*o produGir nada9 o ue ocorrerJZ SerJ dispensado9 demitido7 Sem tirar nem pMr7 E o ue estamos ensinando na escola de oKeZ +ue responder pelas suas aUes WdJW traumaZ +ue9 se a aula n*o 8ersa sobre um contePdo fJcil ou di8ertido ou de uso imediato9 ele n*o precisa aprender9 e tem direito de acar ue ? o professor ue n*o sabe trabalar direitoZ Estamos formando nas no8as "eraUes o conceito de ue9 na 8ida9 as coisas 8*o ser fJceis e di8ertidas sempreZ Desacreditamos tanto na capacidade dos nossos Ko8ens a ponto de os considerarmos incapaGes de Kuntar9 de reunir num todo9 transferindo conecimentos9 ue aprendem nas aulas de Ieo"rafia9 &atemJtica ou LiteraturaZ Essa Wfacilita*oW n*o seria o fator incapacitanteZ 1*o menospreGa o alunoZ 1*o ? superprote*oZ Se um aluno ? retido numa s?rie (aps uma a8alia*o Kusta9 reitero)9 acreditamos mesmo ue ele n*o tem reser8as e foras internas9 emocionais e co"niti8as9 ue o capacitam a Wencarar os ami"osW ue foram promo8idos V porue estudaramZ DiG6se ue oKe a escola de8e desen8ol8er competências (mais ue ensinar WcontePdosW V tem "ente ue usa o termo com repulsa9 como se aprender contePdo fosse al"o despreGí8el)7 Tudo bem7 Iostaria ue al"u?m me con8encesse de ue desen8ol8er consciência e responsabilidade sobre seu prprio desempeno n*o ? uma competência V aliJs9 essencial nos dias de oKe777
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O ue faG de fato mal ? a inKustia e a falta de oportunidade7 +uer diGer9 se o aluno aprendeu9 atin"iu os obKeti8os mínimos ou at? bem mais9 mas ainda assim foi repro8ado9 a8aliado inadeuadamente9 aí ? diferente7 $icar re8oltado9 com baiFa auto6estima ou WtraumatiGadoW V nesse caso9 sim V ? perfeitamente possí8el7 &as em ue percentual isso ocorre nas nossas salas de aula;5Z Al"u?m KJ feG al"uma pesuisa s?ria9 científica9 a respeitoZ Em suma9 tudo 8ai depender da forma pela ual o processo acontece antes9 durante e ao final7 Se o professor usou recursos metodol"icos adeuados9 feG a8alia*o contínua9 deu 8Jrias oportunidades de fiFa*o e re8is*o de contePdos9 a8aliou de no8o9 promo8eu recupera*o9 enfim9 deu de fato assistência ao aluno9 e ele9 ainda assim9 n*o atin"iu os obKeti8os mínimos necessJrios continuidade dos estudos nas s?ries se"uintes V nesse caso9 repro8ar n*o destri7 O enfoue ue se infiltrou na educa*o parece uerer faGer crer ue9 de ora para outra9 o omem perdeu todo o seu potencial de luta9 de rea*o s dificuldades e s frustraUes7 % como se ti8esse se tornado incapaG de rea"ir a ualuer problema ou dificuldade7 1o modelo tradicional de ensino9 em ue o poder do professor era total (e a inKustia9 por isso mesmo9 bem mais pro8J8el)9 os educadores pareciam crer ue os alunos eram esticos;7 A"ora9 numa mudana de ;4 "raus9 parecemos acreditar ue somente por meio do edonismo ; ? possí8el aprender777 #orue sempre tanto eFa"ero9 porue n*o ficarmos no euilibrado meio6termo aristot?licoZ Afinal9 o ue ? oKe a 8ida fora da escolaZ 1*o J competi*oZ As pessoas n*o s*o a8aliadasZ Os postos de trabalo est*o aí9 s esperando as no8as "eraUes assumi6losZ Ao contrJrio\ Todos nos ueiFamos de ue oKe a sobre8i8ência V trabalo9 moradia9 salJrio V estJ difícil7 E todos (at? boa parte dos "randes erdeiros de imp?rios financeiros têm ue ter competência) temos ue 8i8er essa realidade9 concordemos com ela ou n*o\ #odemos lutar9 sim9 para ue a realidade mude9 mas9 enuanto isso n*o acontece9 classe A e B no Brasil s*o os ue têm renda familiar em torno de três mil reais\ E sabemos ue s*o menos de ;4Y da popula*o777 E as outras classesZ Como Kul"ar9 diante dessa realidade9 ue a escola n*o tem como compromisso preparar os alunos para ue tenam melores cances na .EC, Inep, Pes'uisa 3a#ional 6ualidade da Edu#aç-o A Es#ola P!li#a na Opini-o dos Pais .aio=BB5 G.ais de 7>,> dos pais ou respons;$eis afirmaram 'ue os fil%os n-o #ostumam re#lamar da forma #omo s-o a$aliados na es#ola e deram nota m/dia de >,@ para a forma #omo os do#entes ulgam o desempen%o dos alunos Entretanto, >B,< dos pais ou respons;$eis entre$istados #on#ordam #om a frase Go medo da repro$aç-o fa" os alunos estudarem maisG e para >,@ Gos tra!al%os para #omplementar as notas fa"em #om 'ue os alunos estudem menosG E, por fim, para <=,>, Ga apro$aç-o no final do ano est; muito f;#ilG Denominaç-o dada lin%a filosKfi#a do grego Ten-o de Ci#io (@8B=<8) e seus seguidores, 'ue !us#a$am a impassi!ilidade em fa#e da dor, da ad$ersidade e do infortnio 4ilosofia 'ue #onsidera o pra"er indi$idual e imediato o ni#o !em poss+$el, prin#+pio e fim da $ida 16
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8ida concreta9 ue eFiste lJ foraZ +uerer ue o filo faa o curso superior na melor uni8ersidade (em ualuer Jrea de conecimento) n*o ? crime nenum9 ? realismo9 ? amor777 E a escola ue trabala com ualidade faG perfeitamente as duas coisas (ue eu pessoalmente 8eKo como uma apenas)' ensinar muito bem as competências e saberes ue a sociedade atual eFi"e e formar cidad*os conscientes9 solidJrios V n*o predadores sociais7 +uem disse ue uma coisa ? incompatí8el com a outraZ +uem ? ue aca ue J aí al"uma dicotomiaZ E baseado em ue se faGem essas afirmati8asZ #ode ser po?tico ima"inar uma escola em ue os alunos riem do momento da entrada ao da saída em ue todos os docentes s*o incri8elmente criati8os e ima"inosos a ponto de o aluno Waprender brincandoW em ue toda a euipe se rePne uma 8eG por semana ou mais para planeKar aulas inte"radas em ue todos os docentes têm tempo e condiUes de infra6 estrutura para9 em 8eG de falar sobre 8e"etais9 le8ar seus uarenta alunos ao 0ardim Botnico para 8er in loco cada fola9 cada formato9 cada raiG uma escola tamb?m em ue todos os cole"as s*o le"ais9 n*o J a"ressi8idade9 nem "rupinos9 nem bull:in"7777 1*o J dP8ida um sono777 e ? po?tico\ &as onde estamos a"ora no Brasil9 falando da realidade\ Somos um dos países ue mais têm analfabetos adultos9 analfabetos Ko8ens e777 estudantes uase analfabetos\ Somos um país ue ainda n*o le8ou a s?rio o propsito de educar sua "ente7 As medidas ue tomam os "o8ernantes s*o por 8eGes risí8eis ou inacreditJ8eis em suas contradiUes ideol"icas ;< e at? le"ais7 Ent*o9 como e por ue pre"ar a implanta*o de formas de ensinar ue nem nos países mais ricos e com i"ualdade social eFiste aindaZ #reparar para a 8idaVum dos obKeti8os inerentes escola moderna V n*o inclui entre as competências a serem desen8ol8idas a capacidade de luta9 de supera*o9 de crescimento pessoal (luta ?tica9 le"al e transparente9 bem esclarecido)Z E ainda se condenam os pais e as escolas ue Wpreparam para o 8estibularW\ Como se fosse um absurdo um pai uerer dar ao filo melores oportunidades no futuro\ E serJ ue as escolas ue preparam bem para o 8estibular realmente ensinam malZ 1*o formam cidad*osZ SerJ ue sempre se tem ue escoler entre uma coisa e outraZ #or ue n*o as duasZ XJ muitas escolas ue faGem as duas muito bem\ As pro8as do 8estibular de acesso s mais bem conceituadas uni8ersidades (pelos crit?rios do prprio &EC) s*o eFatamente auelas ue medem o "rau e a capacidade de o aluno refletir6 analisar e a8aliar9 enfim9 de transferir conecimento\ E essas n*o s*o certamente as ue a8aliam o conecimento camado de bancJrio por #aulo $reire777 Analisem al"umas dessas pro8as\ Est*o disposi*o de uem ueira9 nos sites nos Kornais educati8os V ? s procurar777 Ent*o por ue serJ ue somente no ensino bJsico brasileiro crianas e Ko8ens s*o considerados t*o indefesos9 sem atributos9 sem capacidade de 8encer obstJculos (estudar9 prestar aten*o9 se concentrar9 suar a camisa) A#redito 'ue o leitor re#orde J n-o 'uero #itar nomes J 'ue re#entemente, no estado do io de 2aneiro, se tentou proi!ir o ensino da lei da e$oluç-o de DarUin 19
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a ponto de n*o suportarem uma nota baiFa ou uma san*o educacionalZ +uem realmente n*o estudou nada9 n*o esta8a nem aí para prestar aten*o9 se en8ol8erVe esses eFistem tamb?m V ter*o mais tarde9 na 8ida em sociedade9 capacidade de luta9 caso forem ascendendo sem esforo al"um at? a oita8a s?rieZ 1a ora de trabalar9 al"uma empresa 8ai pensar na auto6estima deleZ Ou na capacidade incrí8el de faGer WembaiFadinasW ou de cantar bemZ S se for esse o tipo de competência reuerida para a 8a"a777 E somente nesse caso\ Ao a8aliar determinada abilidade V por eFemplo9 faGer cJlculos matemJticos simples en8ol8endo multiplica*o V9 o professor tem ue a8eri"uar se essa abilidade (e n*o outra) foi aduirida por cada um de seus alunos7 A partir daí9 tomarJ decisUes peda""icas relacionadas (dar no8os conceitos9 re8er os ue n*o foram assimilados9 eFplicar tudo de no8o de outra forma etc7) 1*o pode V nesse momento V pensar9 a9 o 0o*o n*o acertou nenum dos eFercícios propostos9 mas como ele ? timo para or"aniGar as festas da turma9 n*o posso dar a ele um conceito insatisfatrio7 #ode sim\ Simplesmente porue o fato ? ue V a despeito de outras capacidades ue o 0o*o possua V nesse aspecto específico ele n*o lo"rou o ue seria o mínimo deseKJ8el7 Tamb?m dentro da mesma lina (n*o competiti8a nem destruidora)9 o docente pode dar conceitos altos Wnota deGW aos ue demonstraram dominar auele contePdo9 competência ou abilidade7 Cama6se a isso WcompararWZ 1*o7 -sso ? ser Kusto na a8alia*o dauele tpico7 KJ em outro momento9 uando for 8erificar outra competência9 por eFemplo9 capacidade de or"aniGa*o de e8entos9 o 0o*o poderJ ter a sua Wnota deGW ou o seu conceito eFcelente7 E outros n*o V se n*o ti8erem boa performance7 O ue n*o se pode ? misturar alos com bu"alos9 porue em 8eG de estarmos sendo Kustos e faGendo uma a8alia*o mais completa e compleFa (como se uer oKe)9 em pouco tempo ficaremos incapacitados para analisar ou Kul"ar o crescimento dos alunos e o trabalo desen8ol8ido7 Os dados colidos no processo a8aliati8o9 KJ ue ? a isso ue a a8alia*o moderna se propUe (8isualiGar9 concluir e analisar a situa*o para a"ir de forma a melorar o processo e o produto)9 precisam ser analisados obKeti8amente\ DiGer ue nossas escolas s se preocupam com competi*o e compara*o ? uma peri"osa "eneraliGa*o7 A escola se preocupa com isso tamb?m9 mas em parte7 XJ 8Jrias d?cadas ue o sentido de a8aliar mudou9 passando a en"lobar 8Jrios aspectos 347 Ainda assim9 os resultados ue o .odernamente se pre#oni"a a a$aliaç-o de todo o pro#esso de aprendi"agem, e n-o apenas do produto ao fim dos tra!al%os desen$ol$idos Considerase impres#ind+$el englo!ar, al/m das pro$as e testes usuais, a o!ser$aç-o #ont+nua do aluno indi$idualmente no de#orrer de todo o per+odo de aulas 3a a$aliaç-o s-o #onsiderados di$ersos atri!utos do desen$ol$imento emo#ional, so#ial e da intelig*n#ia Para tanto, o professor de$e utili"ar $ariados instrumentos, #omo fi#%as de o!ser$aç-o para aferir %a!ilidades e #ompet*n#ias: tra!al%os indi$iduais e de grupo: autoa$aliaç-o et# Para ulgar ade'uadamente o desempen%o dos alunos, de$em ser #onsiderados aspe#tos #ogniti$os, motores, afeti$o emo#ionais, al/m de %a!ilidades so#iais, #omo inserç-o so#ial e rela#ionamento pessoal 20
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&EC9 -nep9 ,nesco e outras entidades 8êm colendo V como KJ mostramos V n*o traduGem melorias do ponto de 8ista ualitati8o7 -"norar ue9 no Brasil9 boa parte dos alunos ue ce"am ao professor9 a cada início de ano9 estJ despreparada para o ní8el em ue se encontra (seKa por falta de pr?6reuisitos9 deficiências escolares anteriores9 problemas familiares9 sociais) ? desconecer a realidade tanto da rede pPblica uanto de parte da particular7 1o entanto9 ? nesse eFato momento ue os docentes 8êm percebendo ue J uma press*o V sutil s 8eGes9 ineuí8oca em outras V no sentido de diminuir o nPmero de alunos com notas ou conceitos WbaiFosW7 1*o ? al"o eFplícito9 mas J uma percep*o de ue se de8e e8itar repro8ar7 -sso no ue se refere ao ensino particular9 porue na rede pPblica a ado*o do ensino por ciclos e a pro"ress*o continuada acabou com o problema nas primeiras s?ries V pelo menos o da falta de 8a"as777 #romo8er um aluno ? uma "rande ale"ria para todo professor consciente9 mas apro8ar uem n*o alcanou os obKeti8os educacionais mínimos da s?rie ? an"ustiante7 #orue um bom profissional sabe ue estJ condenando essa criana ao fracasso maior V o fracasso na 8ida7 Estou eFa"erandoZ 1*o7 XoKe se eFi"em mais saber e competência mesmo em profissUes ue em princípio n*o eFi"em "rande forma*o7 E o aluno sai da oita8a s?rie mal sabendo preencer um formulJrioZ\777 % a isso ue camamos Wassistir emocional e afeti8amenteWZ En-uanto isso2 na esco%a888 WA reten*o traumatiGa o alunoW9 afirmam especialistas9 sem9 contudo9 re8elar em ue estudos científicos se baseiam9 ue compro8am a 8eracidade da rela*o7 A reno8a*o tamb?m ? apontada como principal responsJ8el pela e8as*o escolar7 #ausa para refleF*o' #or ue o aluno abandona a escolaZ #or ter sido repro8ado duas9 três 8eGes V ou por n*o ter aprendidoZ #or ue ficou com WbaiFa auto6estimaW V ou por perceber ue9 aps anos9 continua sem saber ler9 escre8er9 entender um "rJficoZ #or estar WtraumatiGadoW V ou por ter perdido a esperana de pro"redirZ#or ter sido repro8ado V ou porue precisa sobre8i8er9 e dali9 ele Ka compreendeu9 nada mais 8irJZ De8ol8e6se a esperana a uma criana ou Ko8em entre"ando6le um certificado de conclus*o do Ensino BJsico9 ainda ue ele se perceba despreparado para lutar pela 8idaZ O sistema de ciclos e a pro"ress*o continuada resol8em o problema da ualidade do ensinoZ De8ol8em realmente a auto6estima ao alunoZ A Wpro"ress*o continuadaW ( .ano!ra pol+ti#oadministrati$a, para mel%orar o flu&o de $agas nas es#olas p!li#as Poder; algum leitor di"er5 G.as, ?Rnia, em muitos pa+ses 'ue ti$eram eelentes resultados, Espan%a e Coreia do Sul, por e&emplo, adotouse e adotase a progress-o #ontinuadaL Por 'ue n-o pode dar #erto no rasilVG ) sem sua "?mea siamesa 66 aprendiGa"em de ualidadeW faG o aluno recuperar a f? na escola e em si prprioZ Ou apenas aKuda a reconduGi6lo a sala de aula9 a"ora com a "arantia (aprenda ou n*o) de ue finaliGarJ o cursoZ Trata6se
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de rem?dio ou placebo 3;Z Essencial foi ue se deu prioridade Educa*o BJsica9 o ue si"nificou in8estimento financeiro macio V e ue ce"ou ao destino de fato777 1o Brasil se "asta onGe 8eGes mais com Educa*o Superior do ue com o Ensino BJsico\ 1os países citados9 a rela*o ? de apenas o dobro7 Al?m dessa diferena fundamental9 ? plano ainda do &EC in8estir9 at? final de 34459 Y dos recursos financeiros de ue dispUe9 inau"urando mais > uni8ersidades federais (ai de ns)7 #orue n*o se trata de apenas mudar a forma de pro"ress*o\ 1esses países9 a pro"ress*o continuada foi apenas uma dentre toda uma s?rie de medidas9 t*o ou mais importantes7 A atual Lei de DiretriGes e Bases KJ feG no8e anos\ EstJ na pr?6 adolescência\ Estipula a obri"atoriedade da educa*o pr?6escolar o ensino fundamental com no8e anos de dura*o a forma*o em ní8el superior dos docentes o aumento "radual do nPmero de oras dos alunos nas escolas (acabar com os três turnos nas escolas pPblicas9 ue reduG a Kornada diJria de aulas para três oras e meia) a obri"atoriedade da recupera*o paralela entre outras eFcelentes propostas7 A D?cada da Educa*o instituída pela LDB9 em final de 3445777 Temos uma lei timal &as onde est*o os resultadosZ O )ro0essor re03m $inal da istria7 Repito com tristeGa' professor oKe ? ref?m\ Ref?m9 primeiramente9 da mJ ualidade de ensino ue ele prprio recebeu7 Afinal9 tamb?m o professor comeou como aluno V ou n*oZ E9 se a Educa*o BJsica ? de mJ ualidade (sendo otimista9 J pelo menos duas d?cadas)9 foi essa a ualidade de ensino ue o professor recebeu7 Bem ou mal9 estJ formado7 E lo"o comeou a trabalar ($alta tanta coisa em educa*o9 mas empre"o ? das poucas ue J de sobra777)7 Comea trabalando em um col?"io9 mas9 "anando o ue "ana9 lo"o percebe ue precisa de mais777 Em pouco tempo estJ em outros dois V e comea a correr sem parar9 para poder cobrir suas necessidades um pouco mais di"namente para n*o se atrasar para corri"ir as pro8as de tantos alunos777 EstJ9 pois9 sobrecarre"ado7 &as9 a cada dia9 a cada ano9 no8os obKeti8os9 no8as metodolo"ias9 no8as formas de a8alia*o 8*o sur"indo7 Ele estJ sem tempo at? para corri"ir ,ma pro8a dauelas comuns9 sabe9 de mPltipla escola V ima"ine a8aliar ualitati8amente\ Tem uatrocentos alunos\ HJ lJ saber ual ? ual9 uem ? uem\ Al"u?m da coordena*o eFplica numa reuni*o ue o importante a"ora ? ue os professores trabalem em conKunto9 inte"rando os componentes curriculares9 faGendo com ue o aluno participe mais etc7 etc7 etc7 Ele at? concorda V teoricamente9 o &?todo de #roKetos ? incrí8el\ Ele tamb?m acredita nisso V mesmo\ &as a maioria n*o tem tempo para se reunir9 outros n*o uerem mais trabalo do ue KJ têm7 Como faGer ent*oZ #or outro lado9 boa parte dos professores n*o sabe ainda nem como planeKar nem como eFecutar o no8o m?todo9 afinal ti8eram uma ou duas reuniUes (4orma farma#*uti#a sem ati$idade, #uo aspe#to / id*nti#o ao de outra farma#ologi#amente ati$a Molanda, A Di#ion;rio $irtual da l+ngua portuguesa, S/#ulo I) 21
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com as euipes das coordenadorias re"ionais para WconeceremW o processo V e mais nada9 porue aprender mesmo ? outra coisa777 Bem9 ele tem ue concordar' trabalar com proKetos pode at? ser melor em termos de resultados finais9 mas ue ? mais compleFo do ue faGer um plano de aula simples9 lJ isso tamb?m ? 8erdade777 Tem ue planeKar9 inte"rar as ati8idades9 desen8ol8er o processo e a8aliar em conKunto\ Sen*o9 n*o funciona7 #ortanto9 ainda ue ueira9 n*o conse"ue e acaba faGendo do Keito ue sabe V do Keito ue dJ9 na 8erdade\ &as o professor consciente9 auele ue trabala de forma di"na e produti8a (em Educa*o9 como em ualuer Jrea9 J uem n*o se preocupe com a ualidade do trabalo9 assim como eFistem os ue nem consciência têm de suas deficiências9 seKam metodol"icas ou de contePdo)9 ? ref?m tamb?m de outras 8ariJ8eis9 al?m da forma*o deficiente ue ele prprio recebeu7 O professor ? ref?m tamb?m' do tempo de ue necessita9 mas de ue n*o dispUe9 para superar deficiências bJsicas de forma*o das pressUes internas ue sofre do sistema V ue o impulsiona a implementar t?cnicas e m?todos ue le eFi"em dedica*o uase indi8idual a cada aluno V e ue ele n*o conse"ue9 porue n*o WdJ tempoW da prpria consciência ue le re8ela sua impotência para realiGar uma a8alia*o ualitati8a9 tal ual se preconiGa atualmente dos alunos9 ue oKe o enfrentam e desafiam abertamente9 em muitos casos da família dos alunos9 ue perdeu a autoridade sobre os filos e pressiona a escola para faGê6lo em seu lu"ar da sociedade9 ue 8olta e meia surpreende professores e "estores com medidas cautelares9 mandados de se"urana e processos777 Outra pausa 6para refleF*o' DJ para ima"inar9 sem muito esforo9 o ue sente e pensa um professor em tal situa*o9 n*o dJZ -ma"inemos ent*o' Aí9 em meio correria e pressUes do dia6a6dia9 um aluno "rita com ele9 depois o ofende e desautoriGa diante dos demais777 Ele n*o responde9 porue sabe ue n*o de8e9 fala com cautela ue ter*o um encontro na coordena*o para re8erem o ocorrido9 mas o aluno sai da sala sem ue ele autoriGe e ainda bate com a porta7 A sua 8olta os demais Ko8ens o encaram J eFpectati8a V al"uns com certa ironia no olar9 outros com pena777 Ele continua a aula9 mas fica deprimido9 sentindo6se9 meio assim9 como diGerZ Sem autoridadeZ Tal8eG9 mas n*o s\ Sem cora"em\ A9 isso sim9 sem cora"em de faGer o ue o moderno currículo preconiGa' formar cidad*os\ &as ele n*o estJ se sentindo cidad*o9 porue tem medo de ser a"redido9 despedido9 umilado ou at?777 assassinado\ #ortanto9 al?m de sem cora"em e sem autoridade V sem di"nidade o ue ? muito pior\ Sim9 porue esse aluno9 ue saiu batendo a porta9 disse ue ? ele uem pa"a o seu salJrio777 Iritando assim9 bem alto9 na sala de aula777 1a coordena*o tentaram con8ersar9 mas o aluno sacou o celular e li"ou para a m*e e777 WfeG ueiFa do professorW\ E9 ent*o9 con8ersando mais tarde com o coordenador9 foi aconselado a ir le8ando9 com Keito9 porue9 sabe9 as coisas oKe est*o difíceis9 os pais 8i8em em p? de "uerra com a escola\ #or tudo e por nada9 ameaam mudar para outro col?"io9 entrar com mandado de se"urana ou
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processar777 &as o cole"a ue 8olta com ele de Mnibus para casa9 porue s*o 8iGinos9 trabala na escola pPblica9 sabeZ E lJ a coisa ? pior ainda\ Os alunosVal"uns ? claroV8êm at? com arma para sala de aula e mostram para os cole"as ou deiFam o professor perceber9 assim como uem n*o uer nada9 sabe como 33Z 1em s de derrotas 8i8e o ensino9 sem dP8ida7 A todo momento ou8e6se' oKe uase toda a popula*o entre e ;= anos estJ na escola\ % 8erdade9 mas serJ esse de fato um "rande sucessoZ ,m obser8ador menos en8ol8ido pode facilmente ter a impress*o de ue a repetência diminuiu e9 consePentemente9 a e8as*o7 #ara o aluno e sua família9 por?m9 n*o serJ uma decep*o profunda perceber9 anos depois9 ue o Ko8em concluiu o Ensino $undamental9 mas n*o estJ apto a um empre"o dos mais simplesZ Afinal9 ele n*o aprendeu a ler9 a contar777 Tamb?m n*o ? sintomJtico ue a rede pri8ada de ensino n*o tena adotado o sistema de ciclos@pro"ress*o automJticaZ #or ue serJZ E9 muito embora se tente asse"urar ue a ualidade de ensino na rede pPblica n*o ? inferior da rede pri8ada9 como eFplicar o fato de ue a maioria dos professores (=Y)9 mesmo os da rede pPblica9 matricula seus prprios filos em escolas particulares 3>Z A apro8a*o absoluta seria um êFito espetacular se resultasse9 ob8iamente9 da concretiGa*o de um trabalo de ualidade em ue os alunos ti8essem alcanado os obKeti8os educacionais mínimos (ue KJ s*o mínimos eFatamente por representarem cerca de apenas 4Y do ue se pretende atin"ir) de cada s?rie7 Aí sim\ +ue mara8ila\ Acabaríamos com a repro8a*o9 as 8a"as estariam sobrando para atender demanda9 mas (Presença de alunos so! efeito de ;l#ool, drogas ou portando armas em sala de aula, segundo professores de +ngua Portuguesa da ter#eira s/rie do Ensino ./dio, Sae! =BB@ 4onte5 Inep.EC Presença de alunos (em ) So! efeito de ;l#ool5 Sim5 1,8: n-o5 >B,1: n-o responderam5 8, So! efeito de drogas il+#itas Sim5 1@,@: n-o5 >=: n-o responderam5 8,7 Com armas !ran#as5 Sim5 8,=: n-o5 91,=: n-o responderam5 8,< Com armas de fogo5 Sim5 =,9: 3-o5 9=,@: 3-o responderam5 8,> 4onte5 I3EP.EC) 22
0nes#o, .EC, Inep O perfil do professor !rasileiro5 O 'ue fa"em, o 'ue pensam, o 'ue al meam .oderna, =BB 23
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Vo melor de tudo V os alunos estariam pro"redindo DE HERDADE7 1*o teríamos o dissabor de compro8ar9 por meio do Enem ou do Saeb (a8aliaUes feitas pelo prprio &inist?rio da Educa*o) o ue cada professor sabe' ue o ensino estJ cada 8eG pior9 a cada ano9 mais e mais alunos concluem o Ensino BJsico sem saber9 por 8eGes9 nem interpretar um teFto na lín"ua materna7 A super8aloriGa*o da rela*o professor@aluno tornou6se uma faca de dois "umes7 Sem dP8ida9 foi um a8ano acabar com o autoritarismo dando 8eG ao entendimento e ao diJlo"o nas escolas7 &as a distor*o na interpreta*o do ue seKa uma Wboa rela*o professor@alunoW abriu camino para o desrespeito e at? para a"ressUes físicas a professores7 #ro8a8elmente muitos recordam o caso da 8ice6diretora de uma escola na cidade de 0acareí9 em S*o #aulo9 atin"ida por um tiro disparado por um aluno inconformado com uma san*o recebida7 Recentemente outra escola9 em $ribur"o9 cidade do Estado do Rio de 0aneiro9 foi fecada por conta de ameaas 8ida de alunos e profissionais\ E outros episdios9 como o do professor ue te8e recentemente seu carro depredado por um aluno aborrecido com uma nota baiFa7 E como interpretar o comentJrio da ent*o presidente do "r?mio estudantil do Cefet (uma escola t?cnica federal do Rio de 0aneiro) ue9 entre8istada por Kornalistas aps a eFplos*o de uma bomba dentro da institui*o9 ue decepou a m*o de uma professora9 afirmou con8icta' WEla n*o ? muito uerida pelos alunos7W 1*o estaria essa Ko8em eFterioriGando a ideia de ue9 em se tratando de um professor Wpouco ueridoW9 o orror do ato 8iolento e co8arde bem como a a"ress*o irresponsJ8el de certa forma seriam KustificJ8eis9 num conteFto em ue a rela*o professor6aluno se tornou o ue de mais importante a escola tem a oferecerZ +ue mundo ? esse em ue o euilíbrio emocional9 a tolerncia e a capacidade de encarar conse[ências das prprias decisUes (n*o estudar o suficiente9 por eFemplo) foram obliterados pelo indi8idualismo eFacerbadoZ O interesse pessoal e o pra"matismo enlouuecidoZ #obre de ns9 no Brasil e no mundo9 se todos pensarem dessa forma\ A continuar o processo9 tal8eG em bre8e nin"u?m mais ouse ser professor7 0J ? bem alto o nPmero de professores ue9 a cada dia9 decidem abandonar a carreira 3=7 Os cursos de forma*o de professores est*o se es8aGiando7 Se9 al?m dos baiFos rendimentos9 os alunos continuarem acando ue podem tudo ue O #ont+nuo #res#imento da populaç-o e a deterioraç-o das #ondiçes de tra!al%o est-o pro$o#ando uma es#asse" de professores no mundo inteiro, o 'ue poderia afetar seriamente a 'ualidade da edu#aç-oG, aponta o estudo, intitulado Perfil Estat+sti#o da Profiss-o Do#ente Segundo o relatKrio, em 1997 %a$ia um total de 9 mil%es em todo o mundo O nmero de #rianças em idade es#olar aumentou mais rapidamente do 'ue o de professores na d/#ada de 199B, Gat/ o ponto em 'ue, em alguns pa+ses em desen$ol$imento, e&istem mais de #em alunos por professorG, desta#a o estudo Os autores do relatKrio mostramse preo#upados #om Ga deterioraç-o das #ondiçes de tra!al%o e os !ai&os sal;rios, 'ue est-o influen#iando o nmero de professores ne#ess;rios para a #res#ente 'uantidade de #rianças es#olari"adas no mundoG Pes'uisa OI? (Organi"aç-o Interna#ional do ?ra!al%o) 0nes#o (Organi"aç-o das 3aWes 0nidas para a Edu#aç-o, Ci*n#ia e Cultura), =BB 24
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o professor ? o culpado #or ualuer dificuldade relati8a ao processo ensino6aprendiGa"em e ue de8e a"ir de acordo com o ue os alunos deseKam e n*o a partir de premissas educacionais definidas pelo saber t?cnico9 ent*o aí mesmo ? ue raramente encontraremos al"u?m deseKoso de abraar a carreira777 A rela*o professor@aluno ? importante e ine"J8el7 De preferência9 ela de8e ser amistosa e afetuosa DE A&BAS AS #ARTES7 1*o pode9 por?m9 em iptese al"uma9 ser o fator mais importante dentro da escola7 A rela*o peda""ica tem ue se embasar numa ieraruia (n*o rí"ida9 nem autoritJria9 mas uma ieraruia)9 em ue de8e estar bem definido para o aluno ue o professor ? a autoridade7 &esmo ue a eFera de forma democrJtica e participati8a9 em Pltima anJlise9 o professor tem o direito e o de8er de manter em classe as condiUes ue permitam ue a aprendiGa"em ocorra7 SeKam seus alunos crianas ou adolescentes7 Dar ênfase aos aspectos psicol"icos9 s necessidades indi8iduais e s fases do desen8ol8imento do ser umano n*o eFclui considerar e dar ênfase tamb?m a outros enfoues V t*o importantes uanto7 Aspectos sociol"icos têm sido com fre[ência esuecidos e at? abandonados9 numa 8is*o simplista em ue o psicolo"ismo assume um papel preponderante9 sen*o Pnico7 XJ ue se considerar ur"entemente o omem como um ser social9 "re"Jrio9 apto a superar dificuldades e a se superar7 A superprote*o9 "erada pelo euí8oco dessa 8is*o unicista9 s tem traGido desser8ios sociedade7 Enuanto n*o 8oltarmos a compreender o ser umano em seus mPltiplos aspectos V capaG de assimilar re"ras9 de se auto6superar9 de entender e 8er o outro (enfoue sociol"ico) V9 enuanto continuarmos a entroniGar a psiue como mais importante ue os demais elementos ue compUem o ser umano9 n*o conse"uiremos melorar a ualidade e o ní8el de aprendiGa"em dos nossos alunos7 XJ ue se estabelecer um mínimo de disciplina e or"aniGa*o nas nossas salas de aula7 1*o se pode super8aloriGar a rela*o professor@aluno9 n*o em detrimento do saber7 O professor n*o ? psiclo"o9 n*o WtrataW alunos7 Ele pode e de8e sim compreender os problemas9 ser afetuoso e aKudar no ue for possí8el em termos umanísticos9 mas sua fun*o precípua ? ensinar7 E ensinar bem9 dominando o contePdo e usando adeuadas t?cnicas de ensino e de a8alia*o7 &as ensinando9 ue esta ? a sua fun*o7 Caso contrJrio9 estarJ fu"indo ao compromisso bJsico da carreira ue ele"eu e na ual batalarJ (professor n*o trabala9 batala) por cerca de trinta anos de sua 8ida7 #rofessor ? auele ue ensina7
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!AP"TU#O 9 O+:eti4o do estudo Em 34439 comecei a elaborar o proKeto do ue se tornou um amplo estudo9 com o obKeti8o de coler dados concretos sobre o pensamento do professor brasileiro ue atua em sala de aula7 #ode n*o ser muito9 perto do ue precisamos no imenso mundo de necessidades da educa*o7 1o entanto9 ? uma pesuisa de campo in?dita9 realiGada em escala representati8a9 e ue aborda aspectos pol?micos da prJtica docente9 tais como pro"ress*o continuada9 auto6a8alia*o9 a8alia*o ualitati8a9 metodolo"ia9 entre outros9 diretamente li"ados ualidade do ensino9 foco ue9 no momento9 8em preocupando a todos ue militam na Jrea7 Continuo defendendo a cientificidade na Educa*o contra o eFperimentalismo inconse[ente9 e9 por isso mesmo9 busuei proKetar9 eFecutar e analisar esse trabalo de forma científica7 O propsito ue me animou e conduGiu durante as lon"as e di8ersas etapas (três anos) foi sempre auele obKeti8o maior ue9 acredito9 todo professor consciente e apaiFonado pelo ue faG (como eu o sou e tantos milares de outros por esse imenso país) estJ irremedia8elmente 8inculado7 "arantir um ensino de ualidade a toda a popula*o brasileira Esse estudo importa porue dJ 8oG (e9 especialmente ou8idos) s pessoas ue de fato trabalam nauilo ue denomino Wfrente de batalaW9 ou seKa9 a sala de aula7 +uem melor para informar uais as dificuldades9 as possibilidades9 as eFi"ências e necessidades do ensinoZ +uem mais apto a informar uais as eFperiências peda""icas ue ti8eram êFito e uais as ue fracassaramZ +uem melor pode informar s autoridades educacionais medidas ue se faGem inadiJ8eis9 ur"entesZ Se n*o para decidir9 certamente para alimentar de forma concreta a refleF*o dos especialistas com 8aliosas informaUes do microssistema (a unidade escolar)7 De8eriam ser esses9 como afirmei anteriormente9 os dados a embasar propostas daueles ue9 nos altos escalUes do planeKamento educacional9 por 8eGes propUem medidas peda""icas ue les parecem mara8ilosas9 mas ue aos ue as operacionaliGam podem suscitar uestionamentos tal8eG insuspeitados por uem estJ ausente das salas9 e9 portanto9 lon"e da realidade atual das escolas7 Ou8ir sistemJtica e amplamente o professor de sala de aula V em especial antes de se adotarem medidas de carJter nacionalVpouparia o sistema de muitos dos fracassos a ue 8imos assistindo nas Pltimas d?cadas9 sem falar no uanto se e8itaria desperdiar em termos de tempo9 esforos e recursos financeiros pela ado*o de medidas fadadas ao fracasso9 por serem ineFe[í8eis7
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!AP"TU#O ; !omo 0oi 0eita a )es-uisa #ara obter uma amostra representati8a do pensamento do professor brasileiro9 foram utiliGados os se"uintes dados da Sinopse Estatística da Educa*o BJsica9 Censo Escolar9 publicada em 344; 3' Rede de ensino' #ri8ado' `#rofessores do ensino fundamental' 3;<<=; `professores do ensino m?dio' ;;337 &unicipal' `#rofessores do ensino fundamental' 5>;5 `professores do ensino m?dio' ;537 Estadual' `#rofessores do ensino fundamental' 535== `#rofessores do ensino m?dio' 3<5;7 $ederal' `#rofessores do ensino fundamental' 34<; `#rofessores do ensino m?dio' ;;>=7 Totais' `#rofessores do ensino fundamental' ;=3<3 `#rofessores do ensino m?dio' =4;; `Total "eral' ;==<7 A partir do uni8erso de docentes do Ensino BJsico (acima)9 os estatísticos consultados indicaram como amostra si"nificati8a mil docentes ( do Ensino $undamental e 3;> do Ensino &?dio)7 Al?m disso9 su"eriram atender9 na medida do possí8el9 distribui*o dos professores pelas diferentes re"iUes "eo"rJficas brasileiras e os se"mentos em ue leciona8am7 A constru*o do uestionJrio de pesuisa9 sua 8alida*o e forma de Os originais do presente li$ro foram entregues para pu!li#aç-o em de"em!ro de =BB, 'uando o .EC ainda n-o pu!li#ara o resultado do Censo =BB 25
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aplica*o se"uiram os crit?rios da pesuisa científica para a Jrea das Ciências Xumanas7 Todos os dados referentes a essa etapa do trabalo9 bem como anJlise e comentJrios a respeito9 est*o disponibiliGados ao leitor ue se interesse9 sob a forma de AneFos9 ao final do li8ro7 `Amostra recomendada' ;7444 funUes docentes `ConcretiGada' ;7;3 entre8istas `&ar"em de erro' >Y (para mais ou para menos)7
!AP"TU#O < Per0i% dos docentes entre4istados Os especialistas em Estatística Aplicada Educa*o indicaram uma amostra necessJria de ;7444 funUes docentes7 O estudo foi concluído com ;7;3 entre8istas 8Jlidas9 um acr?scimo de ;Y9 portanto9 o ue aumenta a si"nificncia da amostra7 O detalamento completo do perfil dos entre8istados9 com cJlculos estatísticos respecti8os e o resultado do cruGamento de dados9 estJ disponí8el ao leitor interessado nos AneFos9 ao final do li8ro7 Apresento a se"uir apenas os dados imprescindí8eis 8isualiGa*o da eFtens*o do trabalo7 2 A pesuisa abran"eu =3 cidades9 em 33 estados da federa*o7 2 $oi colida de forma espontnea e n*o identificada7 2 <> Y dos entre8istados eram muleres e Y9 omens 2 Abran"ência' docentes re"entes de turmas do Ensino BJsico isto ?9 Ensino $undamental (primeira a oita8a s?ries) e Ensino &?dio (primeira a terceira s?ries)7 Docentes de Educa*o -nfantil n*o foram incluídos na amostra7 $aiFa etJria docente' `; a 3=' 5Y `3 a >4' 3Y `>; a =4' ==Y (a maior parte) `=; a 4 6 34Y `&ais de 4 6 Y7 53Y dos docentes tinam eFperiência profissional superior a deG anos ;=Y tinam eFperiência i"ual ou inferior a cinco anos7 Irau de instru*o' `;Y V apenas ní8el m?dio `4Y V superior completo
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`>;Y V especialiGa*o ou aperfeioamento `3Y V mestrado 5Y eram professores da rede pPblica de ensino ;Y9 da rede particular e ;5Y trabala8am em ambas7 O estudo contou com professores de todas as disciplinas ue constituem componentes bJsicos do currículo do Ensino BJsico ($undamental &?dio)7 > Y eram professores de primeira uarta s?rie ;5Y trabala8am de uinta s?rie oita8a e ;3Y no Ensino &?dio9 de acordo9 portanto9 com a distribui*o do uni8erso estudado7 359=Y tinam forma*o de ní8el &?dio (específica para ma"ist?rio)7 5>Y possuíam ní8el superior7 =Y n*o tinam ualuer forma*o peda""ica7 =Y afirmaram ter Woutros tipos de forma*oW (Y dos uais eram cursos de especialiGa*o)7 3 SAAEC9 Censo Escolar9 Distrito $ederal9 ;<<<9 publicado em 344;7
!AP"TU#O = Resu%tados e aná%ise do estudo Tema ; V A pro"ress*o automJtica Duas medidas foram colocadas em prJtica9 na rede pPblica9 8isando supera*o do alto ní8el de repro8a*o@e8as*o nas s?ries iniciais do Ensino $undamental' a #romo*o AutomJtica primeiramente9 e depois o Ensino por Ciclos de Estudos (com #ro"ress*o Continuada)7 #elas discussUes apaiFonadas ue ambas pro8ocaram9 foi a primeira uest*o a ue os professores responderam no estudo7 +uadro ; V Opini*o sobre #ro"ress*o Continuada `Total' ;7;37 ;7 S tem sentido se o aluno ti8er tamb?m "arantidas melorias na ualidade de ensino 2. Acredito ue 8J faGer decair ainda mais a ualidade do ensino 3. S funciona para melorar o fluFo de 8a"as9 ? uma medida política apenas 4. #enso ue contribui efeti8amente para a meloria da ualidade do ensino 1*o respondeu 2 Entre as uatro opUes apresentadas9 55Y escoleram a ue s 8ê 8alidade na #ro"ress*o Continuada caso a implanta*o seKa simultnea a
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outras medidas ue asse"urem a consecu*o dos obKeti8os pretendidos7 2 Somando6se os percentuais das opUes intermediJrias (Wmedida meramente políticaW e a ue a 8incula a medida Wueda na ualidade no ensinoW)9 obt?m6se um total de <Y de professores contrJrios #ro"ress*o Continuada7 Ao menos no ue se refere forma pela ual a medida foi implantada no Brasil9 a reKei*o ? n*o somente alta9 mas uase total7 #ausa para refleF*o' A teoria ue embasa a medida afirma9 entre outros pressupostos9 ue a criana ue ? repro8ada9 especialmente no início do processo educacional9 acaba9 em "rande parte dos casos9 desestimulada9 frustrada ou com baiFa auto6estima7 % 8erdade9 mas nem sempre7 XJ uma tendência bastante comum de se confundir a parte com o todo7 +uer diGer9 o particular (em al"uns casos9 o aluno repro8ado) ? assumido como "eral (em todos os casos9 alunos repro8ados) e se torna re"ra7 % um raciocínio mais fre[ente do ue se pode ima"inar e ocorre porue a eFperiência pessoal ? t*o si"nificati8a para o indi8íduo ue al"uns acabam acreditando ue a sua 8i8ência9 uase sempre particular e setoriGada9 ? "eneraliGJ8el7 Esse en"ano ocorre com mais fre[ência com uem n*o estJ abituado s sutileGas e características da pesuisa científica7 A eFperiência pessoal ? fundamental9 mas uase sempre limitada realidade prFima9 auela em ue a pessoa atua e aos atributos da classe social na ual ocorre9 assim como aos padrUes culturais e s circunstncias em ue o fato ocorreu9 o ue torna in8iJ8el a "eneraliGa*o para todo um uni8erso7 Toda criana pode apresentar dificuldade nos estudos em al"um momento do processo ou mesmo desde o início dele ? normal e perfeitamente compreensí8el7 O ue o aluno precisa9 e de8e receber por parte da família e da escola9 ? de todo o apoio para ue possa superar tais dificuldades o mais rapidamente possí8el7 1o entanto9 a fala ainda assim persiste9 em al"uns casos7 O aluno com dificuldade de aprendiGa"em n*o precisa de promo*o artificial s?rie ou etapa se"uinte o ue ele de fato necessita ? contar com um sistema ue o aKude a superar as dificuldades7 E9 para isso9 o mais importante ? acompanar seriamente o trabalo ue as escolas V pPblicas ou pri8adas VfaGem para oportuniGar condiUes concretas de aprendiGa"em e de supera*o de dificuldades7 % a isso ue 8eno camando de criar as WcondiUes de infra6estruturaW7 Ou seKa9 o professor ue estJ operacionaliGando o Sistema de Ciclos@#ro"ress*o AutomJtica foi treinado adeuadamente (antes de comear) para faGer de forma competente o seu trabaloZ As escolas ti8eram sua realidade compatibiliGada com o proKeto implantado9 de forma a criar condiUes físicas para a aprendiGa"emZ +uer diGer9 os alunos est*o tendo mais oras de aulaZ Os professores est*o com turmas menoresZ Os alunos têm acesso a recursos 8ariados de ensino9 ue les permitam superar dificuldadesZ Ou apenas se implantou nominalmente o sistemaZ 1esse caso9 as cances de sucesso s*o muito reduGidas7 A uest*o da apro8a*o@repro8a*o ?' se proporcionarmos a todos os alunos ensino de ualidade (incluídos nesse conceito professores bem preparados e remunerados de forma condi"na)9 turmas menores9 mais tempo na escola9
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mecanismos de recupera*o paralela permanente e eficiente para todos os ue ti8erem dificuldades (medidas infra6estruturais)9 reduGiremos drasticamente a repetência (e com isso a e8as*o)7 1*o ? por moti8os fPteis ue tantos docentes s*o desfa8orJ8eis ao Sistema de Ciclos9 t*o elo"iado por parte dos especialistas7 #ara realmente melorar a ualidade do ensino9 de8eria ter sido implantado em conKunto com outras medidas9 ue permitissem sua eFecu*o de fato e a contento7 A ades*o9 nesse caso9 seria in8ersamente proporcional imensa reKei*o re8elada pela pesuisa7 Tema 3 V As três maiores dificuldades em sala de aula % uase impossí8el 8encer uma crise e tomar decisUes educacionais ue a solucionem sem ou8ir uem estJ no centro dela7 Em fun*o disso9 os entre8istados foram solicitados a assinalar9 dentre sete pro8J8eis problemas9 apenas uma op*o V a mais importante7 ,ma oita8a op*o les da8a oportunidade de apresentar outra dificuldade9 caso n*o constasse da lista a ue Kul"asse a mais "ra8e7 1o uadro a se"uir9 o resultado "eral em percentuais e ordem decrescente' +uadro 3 &aior dificuldade do professor' `&anter a disciplina em sala' 33Y `&oti8ar os alunos' 3;Y `$aGer a a8alia*o dos alunos' ;Y `$alta de participa*o e interesse dos pais' ;Y `Trabalar com classes ceias ;Y `Desrespeito@falta de limite dos alunos' ;Y `Dominar o contePdo de sua disciplina' ;Y `Outras' =Y `1*o responderam' 3Y `Base' ;;37 Os maiores )ro+%emas Como indica o uadro 39 a disciplina em sala de aula ? oKe o maior problema9 se"uido de muito perto pela falta de moti8a*o7 1*o se pode dissociar um do outro V aliJs9 ? uase impossí8el afirmar uem ? causa e uem ? conse[ência7 Em "eral9 o aluno se torna indisciplinado uando pJra de aprender7 Ou estJ desmoti8ado e por isso se torna indisciplinado7 #ortanto9 podemos considerar ue9 se ambos forem solucionados9 uase metade dos problemas do professor estariam resol8idos7 Tanto a criana indisciplinada como a desmoti8ada se alienam do ue le est*o propondo em aula7 1o entanto9 ali permanecem uatro oras diJrias7 Se n*o estJ nem aí para as ati8idades ue o professor propUe9 8ai faGer al"uma outra coisa V e tentar conse"uir compania7 E boa parte dos cole"as de turma aderem a esses Wcon8itesW777 Afinal9 s*o crianas7 Em pouco tempo o "rupo terJ aumentado de tal forma ue tornarJ impossí8el o incremento dos saberes9 o desen8ol8imento de competências e abilidades intelectuais9 sociais e afeti8as de ue todos necessitam7 &uitos leitores de8em estar se per"untando' Wmas n*o caberia ao
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professor a tarefa de moti8ar e de disciplinarZW7 Sim9 pro8ocar o interesse (incenti8ar) e maneKar bem a classe s*o9 ambas9 competências do professor7 &as sempre foram7 1o entanto9 a incidência ele8ada de professores ue indicam essas tarefas como os maiores desafios n*o pode ser i"norada7 Afinal9 foram =>Y do total em todos os ní8eis de ensino9 localidades e re"iUes7 Esse alto índice des8ela com clareGa ue9 se at? um passado recente tais ati8idades consistiam em tarefas de ue o docente Wda8a contaW9 oKe se tornou um entra8e7 $u"iu ao controle7 Alunos desmoti8ados e@ou indisciplinados acabam resultando num s problema9 ue de8em ter outras causas7 1*o podemos atribuir apenas ao professor a tarefa de superJ6lo7 &ais ainda uando eles prprios admitem ue n*o est*o dando conta da situa*o7 E isso n*o pode ser i"norado7 % um recado e um pedido de aKuda7 Sem dP8ida9 com alunos desmoti8ados e indisciplinados9 a ualidade do ensino n*o 8ai melorar7 O terceiro problema maior V Wa8aliar os alunosW V te8e ; a )9 duas ou três afirmati8as separadas por barras (@) ue constituem9 na realidade uma apenas9 mas ue foram redi"idas de forma di8ersa pelos professores7 #or eFemplo' no uadro (ue relaciona as raGUes da dificuldade ue os professores sentem para a8aliar)9 a primeira lina apresenta Wa a8alia*o ? ualitati8a e n*o uantitati8a@a a8alia*o de8eria 8aloriGar mais a inteli"ência total do aluno@a a8alia*o tem muito nPmero@a a8alia*o n*o ? amplaW7 +uatro maneiras de eFpressar a mesma ideia9 e ue por isso estatisticamente9 s*o consideradas uma apenas7 #rocurei manter a reda*o ori"inal dos professores9 de forma a ser o mais fiel possí8el ao ue eles procuraram re8elar7 Daí ue9 por 8eGes9 o leitor poderJ acar estrano ou at? mesmo inadeuado9 do ponto de 8ista da lín"ua culta9 al"um item7 Analisando as causas da indisciplina (uadro >)9 percebe6se ue 8Jrias delas9 embora com roupa"em di8ersa9 apontam na mesma dire*o7 +uadro > Dificuldade ; F Causas &anter a disciplina em sala `Os alunos n*o têm limite@s*o rebeldes@a"ressi8os@faltam com o respeito' ==Y `$alta de educa*o familiar@liberdade familiar@falta de educa*o ;
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`O papel da família foi totalmente substituído pela escola' =Y `Desestrutura*o familiar' =Y ` &oti8a*o fora de sala de aula ? maior (comunica*o9 Ko"os9 -nternet9 esportes9 mídia)' >Y `Turmas etero"?neas diferenciadas' >Y `A educa*o mudou@oKe em dia o professor n*o pode nada@ falta de autoridade do professor@WtraumatiGaW' o aluno' >Y `$alta a presena da família na escola' >Y `XoKe em dia J uma in8ers*o de 8alores' >Y `$alta de atitudes mais en?r"icas por parte da escola@escola muito aberta' 3Y `-nse"urana do professor' 3Y `A des8aloriGa*o do professor@da fi"ura do professor' 3Y `-maturidade dos alunos' 3Y `Outros' ;5Y `1*o responderam' ;Y `Base' 37 Hamos nos ater inicialmente anJlise das três mais citadas' Os alunos n*o têm limite9 s*o rebeldes9 a"ressi8os9 faltam com o respeito ao professor ==Y $alta de educa*o e eFcesso de liberdade familiar ;
a falta de responsabilidade pessoal e social7 WOs alunos n*o têm limites@s*o rebeldes9 a"ressi8os e faltam com o respeito autoridadeW@Wfalta de educa*o familiar9 liberdade familiar9 falta de educa*oW@Wfalta de compromisso e apoio da famíliaW' ? fJcil perceber ue todas essas formas apontam apenas uma causa na 8erdade9 ue somadas perfaGem =Y7 O nPmero fala por si e tamana consistência n*o pode ser colocada em dP8ida' A família abriu m*o de seu papel essencial de "eradora da ?tica e de primeira a"ência socialiGadora das no8as "eraUes7 Hem de uma ieraruia en"essada e rí"ida demais (at? a d?cada de ;<4)9 na ual as crianas n*o tinam espao mínimo para contesta*o9 a família moderna tentou criar um no8o modelo de relaUes entre pais e filos9 em ue o n*o6autoritarismo seria a base ( "agurX, ? Sem pade#er no para+so (1991), Edu#ar sem #ulpa (199@), imites sem trauma (=BBB), e#ord, entre outros) 7 #ena ue se tena eFa"erado na dose7 Assim9 recaímos num eFtremo de liberdade e praGer pessoal ue esuece a empatia9 a "enerosidade e os direitos do outro7 XoKe9 adultos9 crianas e Ko8ens parecem n*o compreender ue9 al?m dos direitos conuistados (liberdade entre eles)9 J uma contrapartida necessJria9 fundamental' cada direito conuistado acopla ineFora8elmente um de8er9 ue le ? inerente ( TagurX, ? Os direitos dos pais, e#ord, =BB8 )7
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A conse[ência estJ aí9 nas salas de aula9 na sociedade V em tudo7 1in"u?m pode 8i8er faGendo s o ue uer e o ue "osta7 XJ o outro7 Ele eFiste V e tamb?m tem direitos a serem considerados7 Esuecer ? 8oltar barbJrie e ao #rimiti8ismo7 Os demais itens do uadro >9 uase todos9 apontam na mesma dire*o ^os alunos faGem o ue uerem em casa (=Y) o papel da família foi totalmente substituído pela escola (=Y) desestrutura*o familiar (=Y) falta de presena da família na escola (>Y) incrementando com mais ;Y `-maturidade dos alunos' >Y `$alta de perspecti8a@eFpectati8a de 8ida' >Y `$alta de recursos audio8isuais' fitas9 slides9 CD9 8ídeo' >Y `A escola n*o se atualiGou@metodolo"ias ultrapassadas@professores tradicionais@re"ras' 3Y `XoKe em dia J uma in8ers*o de 8alores' 3Y `Aulas montonas@desinteressantes 3Y `XJ um eFcesso de contePdo a ser dado' 3Y `$alta de rela*o entre contePdo e cotidiano do aluno' 3Y `#roblemas pessoais@emocionais@carência do aluno em sala de aula'3Y `Tempo@falta de tempo' 3Y `Remunera*o inadeuada@baiFa' 3Y
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`Outras' 33Y `1*o responderam' 3;Y `Base' >47 #or estrano ue parea primeira 8ista9 a dificuldade em pro8ocar o interesse dos alunos para aprender foi eFplicada pela prpria Wfalta de interesse dos alunosW7 #arece um contra6senso9 uma afirmati8a absurda7 Afinal9 como eFplicar a conse[ência pela causa ou 8ice68ersaZ Se n*o ti8esse sido indicada por 33Y dos entre8istados9 e9 considerando a abran"ência da amostra9 poder6se6ia supor a8er erro estatístico ou respostas eui8ocadas de al"uns dos respondentes7 &as n*o foi esse o caso7 O ue parece ter ocorrido foi a tentati8a de os docentes ressaltarem ue J um desinteresse t*o fre[ente e persistente9 ue 8em in8alidando os esforos ue faGem para superJ6lo7 Outros itens listados pelos docentes aKudam a entender melor a situa*o7 A se"unda causa com 34Y do total (Wfora da sala de aula J coisas muito mais interessantes ue a escola n*o ofereceW)9 somada uinta9 com Y de respostas reunidas numa mesma causa V embora re8estida ou eFterioriGada de formas di8ersas7 Se considerarmos ue os três podem facilmente eFplicar o primeiro (alunos sem interesse9 dispersos9 desmoti8ados como conse[ência da des8aloriGa*o do saber como um bem pelo ual 8ale a pena lutar)9 ce"aremos a Y7 % inuestionJ8el a conKun*o de mensa"ens oriundas de praticamente todos os 8eículos de comunica*o7 A "rande maioria conduG ideia de ue o ue importa ?777 2 Wser feliG a"oraW (estudar n*o ? se"uramente o ue os alunos consideram felicidade) 2 WfaGer apenas o ue se uer e se deseKaW (sem Kamais referir ao ue se de8e) 2 Wser li8reW (sem referir responsabilidade decorrente da liberdade) 2 Wser Ko8emW (para sempre9 se possí8el9 e como se Ku8entude fosse "arantia de superioridade em rela*o aos mais 8elos e como se a ce"ada da idade n*o fosse acontecer para todos ine8ita8elmente V o
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mito da Ku8entude eterna)7 A sociedade de consumo9 portanto9 conspira fortemente para ue os Ko8ens desconsiderem o saber como um 8alor importante7 Afinal9 os "randes WerisW ue inspiram nossas crianas e Ko8ens s*o modelos9 cantores9 Ko"adores de futebol9 enfim9 fi"uras entroniGadas pelo sistema9 n*o pelo saber9 mas pela fama9 sucesso financeiro e poder ue alcanaram em pouco tempo (s*o pilares da sociedade moderna)7 1*o estou in8alidando nem discutindo o 8alor de nenum desses ofícios7 1*o ? esse o ponto ue importa nesse estudo7 O ue importa ? lembrar o ue a mídia ressalta V os "anos estratosf?ricos7 1unca as dificuldades9 as lesUes9 o sofrimento por oras de treinamento7 Ressaltam os namoros9 o apartamento tripleF9 as coberturas cinemato"rJficas9 o iate9 as 8ia"ens7 A W8ida de sonoW7 A impress*o ue uerem passar ? ue todos podem ter essa 8ida de "lamour7 +uantos milUes de indi8íduos n*o s*o seduGidos por essa forma de 8er o mundoZ +uantos n*o acabam assumindo posturas franca e eFtremadamente edonistas9 le8ando a ue deseKem faGer na 8ida t*o somente o ue les a"rada e dJ praGerZ 1ossos alunos desinteressados e desmoti8ados n*o estar*o entre elesZ Acrescentem6se ao uadro a inse"urana ue ? uase unanimidade entre os pais a ausência física e s 8eGes tamb?m a afeti8a V pela eFcessi8a e crescente car"a de trabalo9 inclusi8e da muler a desestrutura*o ue reina oKe em muitas famílias a falta de tempo e de limites ue paulatinamente 8êm tomando conta da 8ida familiar e tem6se um uadro bastante prFimo ao ue 8i8enciam oKe muitos dos nossos Ko8ens7 Tal situa*o s poderia desa"uar em descompromisso em rela*o a determinados 8alores9 nos uais a família sempre te8e papel primordial e de ue oKe boa parte se encontra apartada7 Compreende6se9 portanto9 ue9 2 se os pais est*o ausentes a maior parte do tempo 2 se9 uando est*o com os filos9 n*o têm uma 8is*o clara e obKeti8a de ual ? o seu papel prioritJrio 2 muitos pais9 sentindo6se sem foras para lutar contra o ue parece ser re"ra "eral (ser bom aluno9 tirar boas notas e estudar para uê9 KJ ue a sociedade s 8aloriGa a aparência9 a Ku8entude e a beleGa\ Se o desempre"o ? alto mesmo entre os ue têm muitos anos de estudoZ)9 acabem inibidos ou imobiliGados em sua a*o socialiGadora e formadora e adotem atitudes de superprote*o ou de isolamento e aliena*o em rela*o s atitudes dos filos 2 a inse"urana e debilidade da família9 alienando6se do papel do WpaiW (autoridade primeira)9 facilite a eclos*o da a"ressi8idade9 especialmente diri"ida ueles ue9 em Pltima instncia9 representam9 fora do mbito familiar9 o líder mais prFimo9 a pessoa (por 8eGes a Pnica) ue estJ diGendo aos Ko8ens para faGer o ue n*o uerem nem "ostam (estudar9 ser a8aliado9 faGer tarefas WcatasW)9 ue9 enfim9 ? o professor 2 se a família n*o atua ou n*o sabe como atuar para colocar a escola como prioridade (8oltamos ao problema dos limites e da autoridade)9 ou ainda se se deiFou seduGir pelos 8alores da sociedade de consumo9 os alunos fatalmente considerar*o ue o compromisso com a aprendiGa"em
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n*o ? essencial7 Assim9 as cinco primeiras causas da desmoti8a*o apontadas pelos docentes no uadro = podem ser conKu"adas em uma apenas V como interfaces do mesmo problema7 O professor diante desses poderosos elementos enfrenta uma situa*o ue precisa 8encer9 mas para a ual estJ em desi"ualdade de condiUes7 Tal8eG refletindo sobre esse conKunto de 8ariJ8eis9 possamos compreender por ue o desinteresse das no8as "eraUes em rela*o aos estudos 8em aumentando tanto e oKe constitui o se"undo maior desafio enfrentado pelos professores (;Y)7 1o s?culo ]]-9 os recursos ue at? as escolas mais euipadas oferecem9 por melores ue seKam9 acabam sendo sempre menos atraentes (ou similares) aos ue os alunos têm9 no dia6a6dia9 em casa7 Em se tratando da rede pPblica ent*o9 a situa*o torna6se mais desfa8orJ8el ainda7 Em "rande parte delas falta tudo9 de bebedouros a "iG7 Somente recursos e m?todos9 no entanto9 ser*o sempre insuficientes para moti8ar (e disciplinar) os alunos9 caso a sociedade e especialmente a família n*o 8oltarem a 8aloriGar a educa*o9 o ensino e a fi"ura do professor7 A4a%ia'/o2 terceiro maior )ro+%ema A8aliar os alunos foi o terceiro maior problema apontado pelos docentes7 Caso seKa necessJrio refrescar a memria9 su"iro uma releitura do uadro 3 ( pJ"ina >=)7 +uadro V Dificuldade > F Causas `A8alia*o ? uantitati8a e n*o ualitati8a@de8eria 8aloriGar mais a inteli"ência total do aluno@? muito ^nPmero_9 n*o ? ampla' 3>Y `A8aliar com Kustia ? sempre muito difícil@teno medo de ser inKusto' ;;Y `O processo de a8alia*o ? muito compleFo@amplo@de "rande responsabilidade' ;4Y `EFcesso de alunos em sala de aula@salas superlotadas' Y `Turmas etero"êneas@diferenciadas' Y `$alta uma maneira melor de se a8aliar' Y `Os modelos de a8alia*o do sistema de ensino' =Y `A dificuldade de a8aliar a criana como um todo' >Y `Di8ersidade de formas de a8alia*o@os crit?rios precisam ser definidos' 3Y `A a8alia*o n*o ? contínua' 3Y `1*o se a8alia indi8idualmente9 mas sempre um aluno em rela*o ao outro' 3Y `Os alunos ce"am a s?ries a8anadas sem base@com muita dificuldade@pouco conecimento'3Y `#roblemas pessoais@emocionais@carência do aluno'3Y `Outras causas apontadas ue n*o relaciono' 3;Y `1*o responderam' ;Y `Base' ;<;7 A maior parte das respostas concentrou6se fortemente em três 8ariJ8eis apenas (8er uadro acima)9 ue somadas totaliGaram =>Y das respostas7 E demonstram claramente ue o professor tem consciência da responsabilidade e da dificuldade de a8aliar se"undo as modernas teorias educacionais7 Teme ser inKusto ao a8aliar ualitati8amente9 e9 ao mesmo
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tempo9 sente6se desconfortJ8el ao a8aliar apenas uantitati8amente7 A uarta causa9 com Y9 ? complementar s outras três e refere6se ao "rande nPmero de alunos em sala de aula9 o ue9 sem dP8ida al"uma9 ? um fator ue impede a eFecu*o da a8alia*o recomendada atualmente7 Com muitos alunos e turmas "randes9 o professor tem poucas possibilidades de escola7 Basicamente duas' a) faGer o ue recomenda a moderna teoria de a8alia*o Wdo Keito ue dJW V o ue9 como o estudo re8ela9 acaba traGendo um sentimento de culpa e de ineficiência ou b) optar pelo ue conse"ue faGer e o torna menos inKusto com o aluno7 #ausa para entender o conflito' #ara a8aliar ualitati8amente ? necessJrio ue o professor tena contato direto e constante com cada um de seus alunos7 S assim se conse"ue9 efeti8a e realisticamente9 8erificar os a8anos "raduais e sucessi8os de cada estudante7 Tamb?m s assim se podem 8erificar outros aspectos ue faGem parte da a8alia*o ualitati8a (tais como dedica*o9 empeno pessoal na realiGa*o de tarefas9 o desen8ol8imento@auisi*o de competências e abilidades9 como9 por eFemplo9 usar corretamente mapas9 dicionJrios9 interpretar "rJficos9 ue demandam obser8a*o uase indi8idualiGada)7 Com > a =4 alunos por turma9 considerando um professor de s?ries iniciais9 ue trabale em duas escolas (? a realidade de "rande parte)9 implicaria em detalar pro"ressos no mínimo semanais9 em todas as Jreas do desen8ol8imento9 o ue demanda ao menos al"uns minutos de obser8a*o a cada dia9 para cada um de seus alunos9 ue podem ce"ar a 49 no caso do eFemplo7 Caso lecione no se"undo se"mento do Ensino $undamental ou no Ensino &?dio em apenas uma escola e ministrando somente uma disciplina (o ue ? bastante raro na realidade brasileira)9 teria ao menos cinco turmas com >4 alunos cada (o ue tamb?m ? raro)9 totaliGando9 na melor das ipteses9 ;4 alunos para a8aliar7 1o entanto9 na realidade de oKe9 uase todos os professores trabalam em duas ou três escolas7 O ue si"nifica dobrar ou triplicar o nPmero de alunos7 &atematicamente impossí8el nas condiUes atuais7 -sso caso se deseKe faGer a8alia*o ualitati8a de ualidade7 % uase um mila"re o ue se espera do professor777 1*o ? por acaso ue muitos acabam retornando ao esuema tradicional de a8alia*o7 A8aliar diferentes tipos de saberes e competências9 usando 8Jrios instrumentos de a8alia*o (al?m das pro8as9 testes9 trabalos9 por eFemplo)9 ? muito mais adeuado e Kusto do ue faGê6lo apenas atra8?s de pro8as7 +uanto a isso9 n*o resta dP8ida7 1a prJtica9 como isso se re8ela impossí8el de ser feito bem6feito9 acaba "erando insatisfa*o tanto por parte dos professores uanto dos alunos7 Entre a8aliar como os manuais de didJtica ensinam e o ue a realidade les permite9 acaba sendo menos comprometedor utiliGar o modelo anterior (duas ou três pro8as por bimestre9 por eFemplo)7 Afinal9 se n*o medem tudo o ue o aluno sabe9 medem ao menos o ue foi incluído nauele teste ou pro8a7 Com a se"urana de ue est*o dando a todos os alunos i"ualdade de condiUes7 Tecnicamente9 o ue se condena nas Wpro8asW9 e ue pode de fato ocorrer9
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? ue um determinado aluno (WaGaradoW) s n*o tena aprendido Kusto o ue caiu nauela pro8a e9 embora saiba muitas outras coisas9 n*o pMde demonstrJ6lo9 porue Wn*o caíramW7 Com isso9 a nota ue ele recebe (ruim9 no caso) n*o reflete o saber ue ele tem7 Somente o ue n*o tem7 Esse eFemplo s ? 8Jlido no caso de se aplicar uma pro8a apenas em todo o bimestre7 #ode tamb?m ocorrer ue um outro (WsortudoW) soubesse eFatamente e t*o somente auilo ue Wcaiu na pro8aW7 1esse caso9 sua nota (boa) tamb?m n*o refletiria o ue ele sabe 8erdadeiramente9 dado ue sabe apenas aueles itens ue foram a8aliados7 % importante9 no entanto9 ressaltar dois aspectos ue parecem ter sido esuecidos7 +uando um professor estJ bem preparado do ponto de 8ista didJtico9 ao elaborar uma pro8a ou um teste9 ele Kamais inclui apenas um ou dois dos obKeti8os@itens trabalados em sala7 #elo contrJrio7 Se o instrumento de a8alia*o for bem construído e ti8er9 di"amos9 34 uestUes9 elas de8er*o abran"er todos os contePdos trabalados7 Assim9 se desen8ol8eu uatro unidades9 cada uma seria contemplada com cinco uestUes9 as uais inclusi8e 8ariariam em termos de compleFidade e profundidade7 Ou seKa9 duas ou três iriam 8erificar a aprendiGa"em de conceitos essenciais em rela*o uele dado obKeti8o (ou contePdo)9 enuanto as demais 8isariam a analisar o "rau de profundidade ou a capacidade de transferir auele saber para outras Jreas do conecimento9 por eFemplo7 Com isso9 dJ6se a todos os alunos cances i"uais de demonstrar o ue aprendeu e at? ue ponto aprendeu7 % Kusto e a8alia a todos i"ualmente7 Em síntese9 uma pro8a bem elaborada pode9 sim9 a8aliar muito bem e em ní8eis di8ersos de compleFidade (nada de saber bancJrio apenas) o saber dos alunos7 Se nem todos os docentes sabem elaborar bem pro8as e testes9 o ue n*o ? absolutamente impro8J8el (n*o esuecer ue no nosso estudo =Y dos entre8istados afirmaram n*o ter ualuer forma*o peda""ica)9 n*o si"nifica ue o instrumento seKa mau em si7 Si"nifica apenas ue precisamos capacitar melor os docentes7 Se9 por outro lado9 a a8alia*o ualitati8a ? mais abran"ente9 estendendo6 se a outros tipos de saberes9 ? ine"J8el tamb?m ue demanda despender muito mais tempo em sua realiGa*o9 al?m de forma*o peda""ica ainda melor7 -sso porue cada aluno de8e ser analisado em seus pro"ressos pessoais e mediante a obser8a*o direta do professor7 E aíZ Se de fato nossos professores a8aliam9 mal utiliGando pro8as9 como esperar ue9 com treGentos alunos9 possa faGê6lo melor9 nas mesmas condiUes em ue atua atualmenteZ #ara uem n*o uer cometer inKustias ou WfaGer de conta ue a8alia de forma moderna V s para constarW V9 pode ser um fardo terrí8el7 Especialmente para aueles ue têm consciência de como ? impro8J8el faGê6lo adeuadamente7 &edidas assim implantadas podem dar certoZ -"norando ou fin"indo i"norar a realidade do WeFecutorWZ Sem mudar a realidade antes9 e sem preparar suficientemente todos os professores9 decerto ue n*o7 &uitos desconecem a realidade dos docentes ue est*o nas salas de aula7 Outros ima"inam conecê6la9 sem Kamais ter ficado frente a frente com a realidade7 Ainda assim9 criticam6nos9 al"uns at? com dureGa7 #or
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eFemplo9 Wpor n*o faGerem a8alia*o como de8eriamW e Wpor manterem formas de a8aliar ultrapassadasW9 atribuindo Wresistência mudanaW ou a WpreteFtos di8ersosW (falta de tempo9 turmas "randes)7 Tal8eG mudassem de ideia caso 8i8enciassem in loco a situa*o7 +uem eFecuta as no8as e compleFas formas de a8alia*o (sem as condiUes de infra6estrutura necessJrias e sem treinamento adeuado)9 e n*o te8e real oportunidade de eFpressar as dificuldades de sua eFecu*o na prJtica9 pode sentir ue n*o tem outra possibilidade a n*o ser faGer o ue ? possí8el na realidade em ue trabala (o ue pode si"nificar WfaGer mal feitoW)7 Manter1se atua%i>ado2 -uarto grande )ro+%ema docente Os cinco problemas considerados mais "ra8es para o professor brasileiro referem6se a sua prpria atua*o7 &anter a disciplina9 moti8ar e a8aliar os alunos s*o tarefas inerentes a*o docente7 E9 em "rande parte9 ? em fun*o deles ue se obt?m um bom ou mau desempeno dos alunos7 Seria plausí8el e umano9 dada a situa*o em ue se encontra especialmente a rede pPblica9 encontrar professores atribuindo aos alunos9 a WculpaW dos insucessos7 1o entanto9 o estudo re8elou o contrJrio' os professores demonstraram ter consciência V preocupam6se com a situa*o V e incluíram a uest*o da atualiGa*o permanente e a escola de metodolo"ias adeuadas entre seus maiores problemas7 Como as duas se relacionam9 acei interessante trabalar os dados em conKunto9 incluindo tamb?m a Wdeficiência na forma*oW (uadros 59 e 9 ue se se"ue)7 +uadro 5 V Dificuldade = F Causas &anter6se constantemente atualiGado em sua disciplina `Tempo@falta de tempo' 3Y `$alta de recursos financeiros' =Y `XJ poucos cursos de capacita*o@especialiGa*o na Jrea do professor' 3Y `A des8aloriGa*o dos professores@da fi"ura do professor' 3Y `Desmoti8a*o dos professores@ os professores est*o desestimulados' 3Y `O professor tem medo de mudanas' ;Y `$alta de credibilidade do professor com rela*o Js mudanas do mundo' ;Y `#oucas oportunidades de trocas de eFperiências com professores@cole"as' ;Y `Dificuldade para participar de cursos de aperfeioamento (n*o eFplicou o poruê)' ;Y `Base' ;5=7
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+uadro V Dificuldade F causas' Escola da metodolo"ia adeuada a cada unidade ou aula' `Despreparo dos professores' 3>Y `$alta de tempo' Y `$alta de material escolar' papel ofício9 FeroF e li8ro' >Y `$alta de um planeKamento diferenciado por s?rie' >Y `$alta de rela*o entre contePdo e cotidiano do aluno' >Y `Dificuldade de encontrar m?todos ue despertem interesse do aluno@moti8ar' 5Y `EFcesso de contePdo a ser dado' 3Y `A compleFidade do assunto abordado' 3Y `$alta de espao físico@condiUes da escola' 3Y `Outras (n*o relacionadas ao problema9 mas citadas)' >4Y `1*o responderam' 3Y `Base' ;3>7 +uadro ' Dificuldade 5 F causas' Deficiência na forma*o e@ou treinamento continuado' `Dificuldade financeira para custear cursos e li8ros de atualiGa*o' 4Y `$alta de tempo@eFcesso de trabalo' =Y `Acomoda*o@desmoti8a*o dos professores' ;4Y `Irande uantidade de mudanas no mundo atual' Y `XJ poucos cursos de capacita*o e@ou especialiGa*o na Jrea do professor' 3Y `1*o J acer8o para consulta e studo e9 se J9 ? desatualiGado' ;Y7 `O professor tem medo de mudanas' ;Y `#oucas oportunidades de trocas de eFperiências com professore@cole"as ;Y `1*o responderam' 3;Y `Base' ;<7 O professor reconece ue estJ desatualiGado peda"o"icamente9 defasado em termos de contePdo9 e ue as mudanas cada 8eG mais 8eloGes e di8ersificadas do mundo tornam a atualiGa*o permanente uma necessidade fundamental e ineuí8oca7 #or ue ent*o n*o o faGemZ Os dois primeiros itens do uadro (falta de tempo9 =Y remunera*o inadeuada9 4Y) n*o deiFam mar"em a dP8ida7 Sem dineiro9 o professor tem ue trabalar em 8Jrias escolas trabalando em 8Jrias escolas9 nem ue uisesse V e pudesse V teria condiUes para isso7 Apenas os dois primeiros itens9 portanto9 perfaGem <Y\ Claro demais para al"uma outra eFplica*o7 O uadro 59 da mesma forma9 liuida a uest*o em apenas dois itens' falta de tempo e de recursos financeiros7 #onto final7 Comentar as demais causas apontadas nesse conteFto torna6se desnecessJrio7 A 8erdade sur"e clara e obKeti8a' do Keito ue estJ n*o dJ\ A uest*o da atualiGa*o permanente9 sem dP8ida uma das necessidades
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do mundo moderno em praticamente todas as Jreas profissionais9 "ana rele8ncia especial uando se refere ao ma"ist?rio7 0ustificar tal afirmati8a ? absolutamente desnecessJrio7 Os dados foram cate"ricos' a falta de tempo e de recursos financeiros s*o fatores ue impossibilitam os docentes de in8estirem em sua ualifica*o7 Tal8eG al"uns leitores acem "raa V afinal ? t*o conecida essa realidade de ue uma conclus*o assim pode parecer b8ia demais777 Com a diferena de ue9 aui9 s*o os prprios professores ue est*o afirmando7 % preciso ainda considerar ue esse item da pesuisa admitia mais do ue uma resposta9 o ue poderia pro8ocar dispers*o ampla e reduGida incidência em cada uma delas7 1o entanto9 os dois primeiros itens do uadro 5 soGinos ultrapassam os ;44Y (a uest*o permitia ue os docentes apresentassem mais de uma causa)9 re8elando con8er"ência e consciência7 Se o professor do Ensino BJsico n*o "ana o suficiente para sua subsistência (uando recebe em dia\ #ara dar um eFemplo apenas9 em 344=9 docentes de di8ersos municípios do Brasil ti8eram seus salJrios atrasados em at? no8e meses V O Ylo!o, p @,1Z#aderno, =>@=BB )9 continuarJ dando mais aulas do ue poderia para bem se desincumbir da tarefa7 Es"otado pela car"a orJria eFcessi8a e pelas prprias condiUes de trabalo9 ceio de problemas9 portanto9 n*o tem condiUes V nem mesmo físicas V para se aperfeioar7 &as uem ? ue n*o sabe disso9 n*o ? mesmoZ E9 se todos sabem9 porue as pro8idências n*o s*o tomadas seriamenteZ O uadro relaciona as raGUes da dificuldade de escola metodol"ica adeuada s aulas e contePdos7 E tamb?m aui encontramos causas anteriormente citadas como' Wdespreparo do professorW (3>Y)9 Wfalta de tempoW (
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"rita8a WEu teno a fora777W9 e saía 8oando e resol8endo todos os problemas) lutando tamb?m com o cansao9 com o eFcesso de trabalo9 com muitas turmas e eFcesso de alunos (eFistem escolas do Ensino &?dio com at? setenta alunos por turma na rede pPblica777 1a rede pri8ada de ensino9 a situa*o ? menos dramJtica9 mas9 mesmo aí apenas nas ue atendem s classes mais fa8orecidas economicamente7 0J ue podem praticar mensalidades mais altas contam com mais recursos financeiros9 e assim pro8êm condiUes de trabalo9 infra6estrutura e remunera*o melores7 Com isso9 os professores têm mais possibilidades de preparar aulas atraentes9 acesso a recursos de atualiGa*o mais imediato (bibliotecas9 -nternet9 re8istas especialiGadas) V9 enfim9 condiUes ue propiciam um desempeno mais eficiente7 &as ue nin"u?m se iluda V mesmo na rede pri8ada9 esse "rupo ? peueno7 A maioria das escolas particulares e suas euipes enfrentam condiUes bem difíceis7 A cada crise econMmica J um percentual bastante eFpressi8o de pais obri"ados a re8er a uest*o dos "astos com educa*o7 E muitos acabam matriculando os filos na escola pPblica7 Se nos deslocarmos para o subPrbio ou a periferia das "randes cidades ou para a Gona rural9 o uadro serJ bem di8erso e9 em "eral9 mais precJrio do ue o da rede pPblica7 Os col?"ios têm poucos alunos9 com escasseG permanente de recursos materiais e umanos ue atendam popula*o mais carente7 Com fre[ência s*o obri"adas a fecar de8ido a dificuldades financeiras7 Com professores eFaustos9 estressados e defasados dando aulas cansati8as e antiuadas9 alunos desmoti8ados9 desinteressados e indisciplinados tendem a se tornar mais desmoti8ados e desinteressados ainda7 E seus professores9 mais eFaustos e estressados777 +ue situa*o\ E aí9 cada um com suas dificuldades9 ? como se pensassem' As crianas' W0J ue ? tudo sempre a mesma coisa9 ent*o9 8amos ba"unar9 porue assim9 ao menos9 a "ente se di8erte\W Os docentes' WOs alunos de oKe n*o têm mais Keito7W $eca6se assim um círculo 8icioso9 ue se auto6alimenta9 se faG e refaG continuamente9 o ual ur"e romper9 para ue se possa iniciar o processo de reconstru*o do Ensino BJsico de ualidade7 Dificuldade de disciplinar as turmas9 alunos desmoti8ados9 professores despreparados7 Três fatores ue nos indicam eFatamente por onde precisamos iniciar as aUes educacionais7 #ausa para refletir mais um pouuino' Em s* consciência9 serJ ue al"u?m poderia condenar um profissional9 de ualuer Jrea9 por ficar desmoti8ado trabalando numa situa*o ao menos prFima ue 8i8encia oKe o professor brasileiroZ E ainda assim9 como se 8erJ adiante9 a moti8a*o ? "rande9 8erdadeiro mila"re9 face s barreiras e dificuldades ue enfrentam7 &uitos est*o adoecendo ^da profiss*o_ ( S+ndrome de urnout ) V J9 sim9 docentes deprimidos9 J os descrentes9 J os ue se e8adem para outras profissUes9 enfim777 XJ o ue ? natural ue aKa em tal situa*o7 &as9 por incrí8el ue parea9 J ainda muitos moti8ados e prontos a assumir mais e mais tarefas educacionais (ue9 aliJs9 n*o param de crescer)7 S*o esses os ue lotam auditrios9 participando de cursos9 seminJrios e con"ressos para discutir problemas9 a8entar ipteses9
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tentar soluUes9 trocar eFperiências V bem ou mal sucedidas7 Esses s*o os ue carre"am o Brasil para diante e faGem a diferena\ O professor na 8erdade ? um eri9 o "rande eri brasileiro anMnimo9 mo8ido o mais das 8eGes por uma esp?cie de con8ic*o interior9 ue o domina e faG continuar tentando9 tentando9 tentando777 Sem essa (abenoada) compuls*o9 o ue seria dos nossos meninosZ Tema > V #ercep*o do professor em rela*o s suas propostas +ualuer profissional9 para manter6se moti8ado e com um ní8el mínimo de ades*o ao processo9 precisa sentir ue sua eFperiência9 ideias e opiniUes s*o ou8idas7 &ais ue ou8idas9 consideradas7 Ser ou8ido e respeitado por seus pares tem rela*o direta com a auto6 estima do indi8íduo9 influenciando diretamente tamb?m a produti8idade e a permanência do interesse pela meloria da ualidade do processo7 #or isso9 saber como o professor percebe e se sente em rela*o ao ambiente educacional uando eFprime suas ideias9 proKetos9 dP8idas e uestionamentos em rela*o ao sistema foi t*o importante para o estudo7 $oram a8aliadas as percepUes dos docentes em rela*o aos demais professores9 aos diretores e euipe t?cnico6peda""ica (orientadores educacionais9 super8isores9 coordenadores)7 #ara e8itar eFcesso de dados9 resumi os resultados em um uadro apenas7 +uadro < $re[ência com ue a opini*o peda""ica do professor ? considerada Sempre' `#or outros doscentes (&?dia >9;) ;94) ;Y `#elo diretor' (m?dia 39<) ;=Y7 &uitas 8eGes' `#or outros doscentes (m?dia >9;) 5Y `#ela euipe t?cnica (m?dia >94) 5=Y `#elo diretor (m?dia 39<) Y7 Raramente' `#or outros doscentes (m?dia >9;) 94) ;Y7 1unca' `#or outros doscentes (m?dia >9;) ;Y `#ela euipe t?cnica (m?dia >94) 3Y `#elo diretor (m?dia 39<) =Y7 1*o responderam' `#or outros doscentes (m?dia >9;) >Y `#ela euipe t?cnica (m?dia >94) =Y `#elo diretor (m?dia 39<) 5Y7 #ode6se 8erificar ue o percentual de professores ue considera nunca ser ou8ido pelos diretores (=Y)9 somado ao dos ue se consideram raramente ou8idos (;>Y)9 perfaG 3>Y (mais de um uinto do total)7 Somente ;=Y consideram ser ou8idos sempre7 %9 portanto9 maior o nPmero de professores ue n*o s*o ou8idos7 De ualuer forma9 a maioria (5Y) afirmou ue ? ou8ido muitas 8eGes9 o ue ? sem dP8ida eFcelente9 embora ser ou8ido n*o si"nifiue9
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obri"atoriamente9 nem considerar9 nem colocar em prJtica o ue se ou8iu7 Outro resultado importante mostra ueda de um ponto percentual na m?dia por cate"oria' cole"as ou8em mais seus pares do ue euipe t?cnica e diretor (menor índice positi8o)7 A consistência dos dados pMde ser a8aliada pelos resultados in8ersamente proporcionais encontrados ao analisarmos as cate"orias raramente ou8idos e nunca ou8idos7 pode6se depreender9 portanto9 ue9 uanto mais alto o ní8el ierJruico ocupado pelo profissional nas instituiUes educacionais9 menos ele considera a opini*o do professor7 O professor percebe ue suas opiniUes s*o mais respeitadas e consideradas pelos cole"as e menos pelos ue detêm o poder decisrio (euipe t?cnica e dire*o)9 ue os 8êem como WeFecutoresW e n*o como WpensadoresW do processo educati8o9 cuKas ponderaUes de8am ser consideradas7 Comparando a postura dos administradores9 especialistas e docentes com a re"i*o "eo"rJfica onde a escola estJ situada e com os di8ersos se"mentos do ensino9 foram constatados al"uns resultados bastante interessantes' ;7 relacionados aos docentes entre si 2 Enuanto 33Y dos professores das re"iUes Sudeste e 1ordeste (percentual mais ele8ado) consideram ue seus cole"as de trabalo sempre le8am em considera*o os pontos de 8ista peda""icos ue eFpressam9 na Re"i*o Sul os percentuais foram os mais baiFos' somente ;3Y afirmaram ue suas opiniUes peda""icas s*o sempre le8adas em considera*o pelos cole"as7 2 A intera*o entre cole"as ue trabalam de primeira uarta s?rie ? bem maior ue a dos demais se"mentos (diferena si"nificati8amente positi8a de cinco pontos percentuais)7 Esse dado tal8eG esteKa relacionado ao fato de ue9 a partir da uinta s?rie9 cada docente trabala apenas com uma disciplina (s 8eGes duas)9 têm orJrios em dias alternados e9 portanto9 n*o comparecem diariamente escola7 Assim9 nem sempre se encontram9 ao contrJrio do re"ente de primeira uarta ue 8ai diariamente escola7 E9 mesmo uando se encontram V os professores da uinta s?rie em diante d*o aulas e mudam de turma a cada uarenta ou cin[enta minutos V raramente permanecem mais ue cinco minutos na sala dos professores)7 2 1*o ou8e diferena si"nificati8a entre os resultados no ensino pPblico ou pri8ado9 por re"i*o "eo"rJfica9 nem por ní8el em ue trabala8am V o ue torna o resultado mais si"nificati8o7 3) relati8os aos diretores de escola 2 A anJlise por re"iUes9 no entanto9 detala aspectos interessantes em rela*o aos dois eFtremos do continuum (locais onde os professores s*o mais e menos ou8idos)7 Obser8e o uadro6resumo' `Diretores' `1unca s*o ou8idos' Y (norte e nordeste) `Sempre s*o ou8idos' ;5Y (sudeste)7 Euipe t?cnica' `1unca s*o ou8idos' Y (norte) `Sempre s*o ou8idos' 34Y (sudeste)7
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Demais doscentes' `1unca s*o ou8idos' 3Y (Sul) `Sempre s*o ou8idos' 33Y (sudeste e nordeste)7 2 Resultados semelantes foram encontrados em rela*o aos especialistas (euipe t?cnica)7 2 O importante9 por?m9 ? ue os "estores e especialistas n*o apenas ouam9 mas le8em em conta o ue pensam os professores na ora de tomarem decisUes peda""icas7 Tema =VO professor diante dos temas trans8ersais $enMmeno sin"ular encontra6se em marca no Brasil7 XJ9 por um lado9 consenso em rela*o ao fato de ue a ualidade do ensino decaiu7 1*o fosse percep*o "eral dos ue militam em Educa*o9 temos os resultados das pesuisas9 ue atestam isso claramente7 A situa*o ? t*o "ra8e9 ue por 8eGes se torna cMmica' a mJ ualidade do ensino transformou6se em tema de pro"ramas de umor na TH ou de cronistas ue utiliGam9 por eFemplo9 uestUes de pro8as e redaUes de alunos de 8Jrios ní8eis para di8ertir ou8intes e leitores7 Al?m dos erros "ramaticais ou de concordncia9 s*o eFploradas tamb?m as demonstraUes (consideradas muito9 mas muito en"raadas) de total desconecimento sobre uestUes bJsicas de Xistria9 Ieo"rafia ou &atemJtica7 +ue acabam de ualuer forma constituindo tamb?m compro8a*o da deprimente realidade7 Escritores assombrados incluem em seus teFtos referências a e6mails9 cartas ou faF ue recebem de leitores9 com os mais comeGinos erros de concordncia9 "rafia9 e re"ência7 Al?m disso9 outros instrumentos atestam ue o brasileiro ue Wsabe lerW pouco ou nada lê KJ se disse ue Wo pior analfabeto ? auele ue9 sendo alfabetiGado9 nada lêW V por n*o uerer ou n*o "ostar7 At? professores s*o incluídos no rol dos ue pouco ou nada lêem7 ,m colunista de Kornal de lar"a circula*o dedica6se com fre[ência a publicar fotos de cartaGes colocados em ruas das cidades brasileiras ou porta de estabelecimentos comerciais com erros inacreditJ8eis e9 de fato9 ilariantes7 Irande parte das deficiências do ensino ? atribuída mJ forma*o docente9 o ue concorre para aumentar a crescente descrena da sociedade e da família em rela*o escola7 % s obser8ar o crescente nPmero de processos ue pais mo8em contra escolas e@ou professores9 ou a facilidade com ue oKe se troca de institui*o9 bastando para tanto ue o filo se Kul"ue inKustiado ou di"a em casa ue determinado professor Wn*o "osta deleW ou o perse"ue7 ,ma ueiFa ? por 8eGes suficiente para ue a família transfira a criana para outro col?"io7 Embora tais atitudes n*o tenam e8identemente rela*o apenas com a uest*o da ualidade (estJ at? muito mais li"ada a outras 8ariJ8eis9 de ue tratei de forma profunda no li8ro Escola sem conflito9 #arceria com os pais V TagurX, ? Es#ola sem #onflito Par#eria #om os pais e#ord, =BB@)9 a rapideG com ue se descarta uma institui*o educacional atesta a falta de credibilidade do ensino como um todo7 % como se os pais acreditassem ue Wnessa ou em outra escola ualuer9 n*o a8erJ "rande diferena em termos de resultado finalW7 O paradoFo ? ue9 se por um lado J na sociedade uma crescente
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desconfiana em rela*o ao ue a escola estJ produGindo9 por outro9 acredita6se ue9 por meio do ensino9 se possa resol8er "rande parte dos "ra8es problemas ue nos incomodam oKe7 SeKam no8os problemas ou os anti"os ue se a"uam (relacionados ?tica social9 de"rada*o do meio ambiente9 deteriora*o das relaUes sociais9 ao recrudescimento de determinadas doenas etc)9 J uma clara esperana de ue9 uns e outros9 seKam resol8idos pela Educa*o9 ue dessa forma 8ai a"re"ando mais e mais obKeti8os ao seu KJ 8asto e inatin"í8el rol7 Se o Brasil9 em pesuisas internacionais ue tratam de ualidade de ensino (inclusi8e as realiGadas pelo "o8erno brasileiro)9 encontra6se atualmente nas mais baiFas posiUes se o professorado ? considerado mal treinado e mal preparado se o currículo ? considerado arcaico e obsoleto9 como incluir no8os e compleFos obKeti8os a essa mesma institui*oZ A per"unta melor ?9 na 8erdade' como meramente incluir no8os obKeti8os9 sem pro8er condiUes para ue possam ser alcanadosZ % essa a contradi*o ue incrementa e aprofunda os resultados ineficientes do ensino7 A necessidade de um currículo dinmico e em contínua transforma*o ? real7 &as somente incluir no8os obKeti8os melora a realidade do despreparo docenteZ Especialmente uando tais obKeti8os traGem em seu boKo a necessidade n*o apenas de treinamento9 mas de aprofundamento filosfico9 político9 moral e científico desse mesmo docente ue V a realidade 8em demonstrando V ainda nem conse"ue ensinar a ler9 escre8er e contar (obKeti8os bJsicos)Z Com essas consideraUes em mente9 incluí no estudo uestUes 8isando a a8aliar a maneira pela ual o professor encara a inclus*o ao currículo de no8os obKeti8os relacionadas a Cidadania9 %tica9 &eio Ambiente9 #re8en*o ao ,so de Dro"as e Educa*o SeFual9 entre outras7 Busuei in8esti"ar dois aspectos' ;) se os professores estariam moti8ados a trabalar esses no8os elementos curriculares e 3) at? ue ponto eles se Kul"am aptos (capacitados) a trabalJ6los7 Essa preocupa*o estJ diretamente relacionada uest*o da ualidade7 Afinal como esperar resultados satisfatrios para essas no8as e mais compleFas propostas uando n*o se estJ alcanando nem obKeti8os mínimos da Escola BJsicaZ Hamos ponderar um pouco sobre a uest*o da Educa*o SeFual9 por eFemplo7 Sabemos ue nem os seFlo"os9 com especialiGa*o e ps6"radua*o9 têm conse"uido alcanar satisfatoriamente seus obKeti8os mais elementares7 O uso de condon (WcamisinaW) pelos Ko8ens ? um eFemplo7 -ma"inem o ue pode si"nificar para um lei"o (no caso em uest*o9 o professor pode ser considerado lei"o) lidar com tema t*o compleFo9 ue en8ol8e9 al?m de conecimentos específicos9 posturas pessoais9 ue 8ariam em fun*o da cultura familiar e social9 assim como em fun*o das prprias eFperiências pessoais9 para citar o mínimo7 Essa realidade (da ual ? essencial ter consciência) n*o me parece ter sido le8ada em considera*o ao serem implantados os temas trans8ersais do currículo7 O fio condutor do pensamento ue determinou a inclus*o no currículo
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dessa "ra8e e importante temJtica #arece6me ter sido' W0J ue temos oKe no Brasil um incremento assustador de adolescentes "rJ8idas V at? entre &eninas de ;4 a ;= anos (dados dos dois Pltimos censos do -BIE) V9 por ue n*o le8ar o professor a trabalar o temaZ ( Esse fato n-o o#orre somente no rasil 3a Europa, pes'uisa pu!li#ada em =BB pela O.S, em par#eria #om a roo[ e #om o AYI Institute, re$elou #res#imento alarmante do #omportamento in#onse'Nente de o$ens em $;rios pa+ses, #omo Inglaterra, Dinamar#a, 4rança e Aleman%a, entre outros Situaçes de gra$ide" pre#o#e, aumento das infe#çes por doenças se&ualmente transmitidas, des#aso #om m/todos de pre$enç-o s DS? e #ontra#epç-o, ante#ipaç-o da idade de in+#io da $ida se&ual ati$a, !em #omo de a!ortos $*m #res#endo de forma alarmante ) E9 pronto7 S isso7
Os temas trans8ersais9 entre os uais se encontra Educa*o SeFual9 de8em faGer parte do currículo9 sim7 O professor de ualidade Kamais se at?m ao contePdo estrito das mat?rias das uais estJ incumbido9 e em "eral trabala temas da atualidade9 traGendo para a sua sala fatos ue a sociedade 8i8encia no momento9 esteKam ou n*o diretamente 8inculados ao contePdo ue escoleu ensinar7 A 8is*o "lobaliGada da forma*o das no8as "eraUes n*o ? uma no8idade do s?culo ]]-7 O s?culo ]]9 desde seu início9 estJ repleto de peda"o"os e estudiosos da educa*o cuKas teorias remetem necessidade de a escola inserir seu trabalo9 o mais amplamente possí8el9 no conteFto social7 Esse parêntese se faG necessJrio para ue n*o aKa dP8ida acerca de ue defendo9 assim como tantos especialistas9 ue a Educa*o se faa de forma cada 8eG mais ampla7 &as9 para ue tal amplitude n*o aumente os fracassos ue nosso ensino KJ tem9 transformando6se em mais metas ue apenas se a"re"am a tantas outras n*o cumpridas (como ler e escre8er bem)9 ? ue fao a ressal8a' #odemos9 sim9 trabalar os temas trans8ersais9 desde ue A1TES o docente receba forma*o para tal9 de forma a ue cada no8a meta n*o concorra para uma ainda maior desualifica*o dos resultados finais7 Ser um professor moderno9 com amplid*o de obKeti8os9 ? importante7 #or?m9 sem ue9 a partir dessa 8is*o ideal9 se abandone a raG*o primeira de a escola eFistir (ue9 no meu modesto ponto de 8ista9 consiste em dar primeiramente condiUes a toda criana e Ko8em de9 ao concluir o Ensino &?dio9 inserir6se com di"nidade na sociedade9 isso si"nificando estar apto a concorrer a um empre"o9 poder se manter social9 financeira e afeti8amente)7 +ue o WmelorW n*o impea o Wmínimo necessJrioW7 Hamos desen8ol8er os temas trans8ersais (depois de melorar as condiUes de trabalo e de preparar adeuadamente o professor)7 Antes9 por?m9 temos ue mudar a realidade das nossas escolas de forma a cumprir as metas primJrias do Ensino BJsico7 Todos os brasileiros têm o direito de saber ler9 faGer cJlculos matemJticos bJsicos9 escre8er bem9 interpretar com facilidade o ue lêem9 assim como precisam ser capaGes de compreender a realidade ue os cerca7 S*o esses obKeti8os ue temos ue atin"ir #R-&E-RO7 #orue uem n*o domina essas abilidades oKe estJ fora\ $ora do mundo9 fora da sociedade777 EST $ORA DE T,DO7 Certa 8eG li uma poesia (atribuída a Cico ]a8ier)9 da ual reproduGo uma parte9 porue ? o ue9 me parece9 estamos faGendo em Educa*o' A gente pode morar numa #asa mais ou menos, 3uma rua mais ou menos, Dormir numa #ama mais ou menos,
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Comer uma #omida mais ou menos A gente pode ol%ar em $olta e sentir 6ue tudo est; mais ou menos ?udo !em O 'ue a gente n-o pode mesmo, de eito nen%um, amar mais ou menos, Ser amigo mais ou menos, a#reditar mais ou menos Sen-o a gente #orre o ris#o de se tornar 0ma pessoa mais ou menos
Acrescento9 por mina conta e risco' 1s9 docentes9 nas condiUes atuais 1*o podemos9 de Keito al"um9 Ensinar tudo9 e muito menos9 Ensinar tudo mais ou menos7 W +ueremos ue nossos alunos leiam mais ou menosZ +ue entendam mais ou menos como preca8er6se em rela*o s doenas seFualmente transmissí8eisZ +ue o cidad*o de oKe preser8e mais ou menos nossas reser8as naturaisZ +ue nossos Ko8ens seKam cidad*os mais ou menosZ Certamente n*o\ &as ? o ue temo V ue cada 8eG mais esteKamos incorporando ao ensino obKeti8os ue sabemos mais ou menos como atin"ir9 metodolo"ias ue conecemos mais ou menos9 e ue9 portanto9 eFecutamos tamb?m mais ou menos9 infli"indo aos nossos alunos al"o como9 mais ou menos9 um estelionato cultural7 +uando autoridades educacionais acrescentam tarefas@ obKeti8os no8os ao trabalo docente apenas formalmente ou le"almente9 est*o i"norando ou pretendendo i"norar ue9 a cada elemento acrescentado num mesmo e inalterado conteFto9 no8as demandas se criam9 e ue9 se n*o atendidas9 conduGir*o uase ine8ita8elmente ao fracasso7 #ara e8itar o ue KJ ocorreu e ainda ocorre em situaUes assim9 ter6se6ia ue pro8er al"umas condiUes antes de implementar no8a medida9 por eFemplo' 2 treinamento efeti8o a priori do corpo docente e de uem mais esti8er en8ol8ido no proKeto 2 pre8is*o e disponibiliGa*o de 8erbas necessJrias operacionaliGa*o do proKeto 2 pro8er as escolas de material adeuado (audio8isual9 para consulta9 estudo etc7) de forma ue o trabalo possa se desen8ol8er a contento9 mobiliGando e interessando os alunos7 -nformaUes Wtipo aula eFpositi8aW (sobre educa*o seFual9 cidadania9 polui*o ambiental etc7) têm efeito uase nulo em termos de mudana de comportamento 2 preparar adeuadamente as unidades escolares para tornar possí8el o uso de metodolo"ias e@ou dinmicas necessJrias s características dos diferentes temas@obKeti8os (bibliotecas com material moderno e adeuado aos temas li8ros recursos audio8isuais filmes proKetores para os mesmos etc7) 2 pro8er tempo necessJrio (por semana9 mês ou ano) para ue se a"re"uem no8as metas V considerando a car"a orJria diJria em 8i"or e as possibilidades reais de operacionaliGa*o9 e8itando ue o professor se 8eKa forado a subtrair tempo das ati8idades em desen8ol8imento para atender no8a demanda afinal9 se o nPmero total de oras diJrias permanece inalterado9 por?m aumentam os obKeti8os a serem alcanados9
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ue solu*o alternati8a o professor temZ 2 como esperar um trabalo efeti8o e de ualidade sem adotar as medidas acimaZ +uando nada disso ? le8ado em conta e somente se introduG mais uma tarefa ou obKeti8o9 sem suporte mínimo para os ue a eFecutar*o9 estamos faGendo uma educa*o mais ou menos9 para n*o diGer ue estamos faGendo uma educa*o menos7 E9 infeliGmente9 ? o ue se faG e o ue tem sido feito7 Com tantas dificuldades V ue poderiam conduGir os professores ao total desalento V9 ? encantador 8erificar os resultados da pesuisa9 no ue se refere moti8a*o do professor em rela*o aos no8os encar"os ue sur"iram nos Pltimos anos7 % tamb?m i"ualmente essencial refletir sobre o "rau de consciência e clareGa ue demonstraram7 1os uadros ue se se"uem9 ? fJcil perceber ue moti8a*o eFiste9 e at? mesmo certo "rau de aptid*o9 mas ? indiscutí8el ue J uma diferena percentual eFpressi8a9 ao se comparar aptid*o e moti8a*o9 ue s en"randece o professor7 +uadro ;4 Aptid*o@moti8a*o para trabalar temas trans8ersais Cidadania C idadania (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) +uadro ;3 Aptid*o@moti8a*o para trabalar temas trans8ersais #reser8a*o do meio ambiente 1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7 Em rela*o aos temas trans8ersais a8aliados nos uadros ;4 a ;39 ? fJcil perceber o alto índice de moti8a*o (o professor estJ disposto a trabalar os temas) assim como tamb?m ? muito alto o percentual de professores ue se consideram aptos (ualitati8amente capaGes de desempenar bem)7 Especialmente no ue se refere a três deles' Tema Apto V &oti8ado Cidadania (563Y) #reser8a*o do meio ambiente (>6Y) %tica (364Y) Em rela*o Cidadania e %tica9 os professores consideram6se mais aptos ue moti8ados7 O contrJrio foi detectado em rela*o #reser8a*o do &eio Ambiente V a moti8a*o suplantou em dois pontos percentuais o índice dos ue se consideram preparados7 O cruGamento dos dados (ui6uadrado) do uadro ;49 permitiu perceber ue9 na Re"i*o Sul9 apenas Y dos entre8istados consideram6se aptos a trabalar o tema cidadania9 diferena si"nificati8amente mais baiFa ue a m?dia nacional (5Y)7 1a Re"i*o 1ordeste9 ao contrJrio9 ou8e diferena positi8a si"nificati8a (= p7p7 acima da m?dia nacional)7 Em rela*o ao ní8el lecionado9 encontramos diferena si"nificati8amente maior entre os professores de primeira a uarta s?rie V ; p7p7 acima da m?dia "eral nacional enuanto entre os de uinta s?rie Ensino &?dio o índice foi si"nificati8amente mais baiFo7 Apenas Y afirmaram estar moti8ados9 contra 3Y da m?dia nacional7 Em rela*o #reser8a*o do &eio Ambiente (uadro ;3) a estatística es tatística mostrou ue os professores da Re"i*o Sul e os de uinta s?rie ao Ensino
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&?dio s*o os ue se consideram menos aptos e tamb?m os menos moti8ados7 Os do Sudeste e Centro6Oeste (ambos com Y contra Y da m?dia nacional) foram os mais moti8ados em rela*o ao tema7 % fundamental lembrar ue as diferenas s*o peuenas (Y para os mais moti8ados contra ;Y para os menos)9 com percentuais sempre muito ele8ados (em torno de 4Y)7 0J entre os ue se Kul"am aptos e n*o6aptos9 n*o6aptos9 a diferena ? bem maior' o índice 8ariou de =Y9 na Re"i*o Sul9 at? 5Y9 na Re"i*o 1ordeste7 Essa diferena de percentuais ? si"nificati8a e n*o pode ser i"norada9 por indicar o ní8el de consciência do professor uanto aos conecimentos ue tem sobre o tema7 De8e si"nificar alto ní8el de eFi"ência em rela*o ao seu desempeno7 Ambas9 no entanto9 reafirmam o propsito de ue se dêem condiUes efeti8as ao professor9 necessidade maior ue a disposi*o positi8a ue apresentam e ue n*o pode ser desperdiada7 O ue n*o se pode ? esperar bons resultados sem s em treinamento adeuado e satisfatrio7 A moti8a*o nesse caso tende a decrescer9 tanto mais rapidamente uanto mais consciente ? o profissional7 +uadro ;> Aptid*o@moti8a*o para trabalar temas trans8ersais #re8en*o ao uso de dro"as (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) +uadro ;= Aptid*o@moti8a*o para trabalar temas trans8ersais Educa*o seFual (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) 1o ue se refere #re8en*o ao ,so de Dro"as e Educa*o SeFual9 a ueda no percentual de professores ue se consideram aptos cai uase pela metade9 em ní8el nacional (=Y e =; Y9 respecti8amente)9 res pecti8amente)9 como atestam os uadros ;> e ;=7 Da mesma forma ue o percentual de professores moti8ados (5Y e 5Y) cai bastante em rela*o moti8a*o pelos demais temas7 % uase impossí8el n*o associar aptid*o e moti8a*o7 +uanto mais consciente ? o profissional9 mais inse"uro se sente9 caso n*o se considere apto a faGer um trabalo adeuado7 Essa capacidade de auto6a8alia*o9 em especial uando se trata de assuntos t*o rele8antes como os ue estamos analisando9 le8a lo"icamente menor moti8a*o9 cama6se a isso consciência profissional7 % essencial camar a aten*o para o fato de ue eFatamente os temas ue ti8eram maior índice de reKei*o foram aueles para os uais eFistem oKe cursos de especialiGa*o9 aperfeioamento e at? forma*o em ní8el superior7 1ada impede de pensar ue essa reKei*o reKei* o maior sinaliGe a consciência profissional acima referida7 #rofessores da Re"i*o 1orte foram os ue se consideraram percentualmente mais aptos (5>Y) os da Re"i*o Centro6Oeste9 os menos aptos (>Y)7 Em termos moti8acionais9 os da Re"i*o Sudeste ce"aram a 4Y9 ultrapassando em =Y a m?dia nacional7 #rofessores de uinta s?rie@Ensino &?dio consideraram6se si"nificati8amente mais aptos ue os de primeira a uarta s?rie9 acima tamb?m da m?dia nacional9 nacional9 em rela*o ao tema dro"as7 O mais alto índice de moti8a*o ficou com os professores da Re"i*o Sudeste (4Y)9 = p7p7 acima da m?dia nacional7 Os docentes da Re"i*o
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1orte foram os ue se consideraram mais aptos para trabalar na pre8en*o ao uso de dro"as (5>Y contra =Y da m?dia nacional9 diferena estatisticamente si"nificati8a)7 Outro dado bem eFpressi8o se refere aos professores da Re"i*o Centro6 Oeste9 "rupo com a maior diferena percentual entre os ue se consideram aptos e os ue se consideram moti8ados (apenas >Y se consideram preparados9 enuanto =Y se declararam moti8ados para trabalar com #re8en*o ao ,so de Dro"as)7 De todos os temas trans8ersais estudados9 Educa*o SeFual foi o ue apresentou percentuais mais baiFos9 tanto no ue tan"e moti8a*o como aptid*o (mais at? do ue os referentes uest*o das dro"as)7 A ueda ? muito acentuada9 como se percebe no uadro ;=7 % muito rele8ante ressaltar ue n*o ou8e diferena si"nificati8a em nenum dos cruGamentos (por re"i*o9 se"mento lecionado ou localiGa*o das escolas) uanto Educa*o E duca*o SeFual9 o ue denota9 portanto9 uma coerência9 ue n*o pode ser despreGada7 Em todo o país9 J inse"urana por parte dos docentes em rela*o ao tema7 O ue refora a necessidade de se a8aliar pre8iamente as possibilidades de sucesso s ucesso ou fracasso de cada medida ou mudana ue se faa no currículo7 E8identemente9 se se deseKa realmente faGer educa*o com ualidade7 De modo "eral9 os docentes n*o se sentem bem preparados9 embora esteKam raGoa8elmente moti8ados para trabalar com educa*o seFual9 sem dP8ida9 o tema trans8ersal no ual se mostraram mais inse"uros7 Analisar raGUes ue eFpliuem essa realidade demandaria estudo específico9 o ue9 aliJs9 recomendo seKa empreendido pelas autoridades competentes9 tendo em 8ista ue o assunto KJ faG parte do currículo7 &as creio ue al"umas consideraUes iniciais podem ser feitas com bastante se"urana7 #ela sua "ra8idade e compleFidade9 bem como pela rele8ncia social e repercussUes na família e na sociedade9 Educa*o SeFual e #re8en*o ao ,so de Dro"as constituem oKe campos de estudo específicos e ue KJ contam com especialistas ue se preparam por toda uma 8ida9 seKa em cursos de "radua*o (&edicina@#siuiatria ou #sicolo"ia)9 seKa em ps6 "raduaUes e mestrados7 Como esperar ue o professor9 praticamente sem nenum treinamento ou com treinamento mínimo9 se sinta confortJ8el diante de tal obKeti8oZ Ou apto e se"uroZ 1*o ? demais lembrar V no ue se refere ao tema #re8en*o ao ,so de Dro"as V ue na nossa sociedade a maioria das pessoas adultas se sente em rela*o ao assunto9 com toda a raG*o9 fortemente ameaada pelo entorno ue alimenta o ciclo usuJrio6dependente uímico@aliciador6 traficantes7 #ortanto9 ? preciso considerar nesse uesito n*o apenas a uest*o do Wsentir6se aptoW ou Wmoti8adoW7 XJ ue considerar tamb?m o medo e a inse"urana7 Lidar com um assunto ue contraria interesses econmicos importantes e ue ? circundado por 8iolência at? contra pessoas notoriamente conecidas da mídia e9 portanto9 tal8eG um pouco mais prote"idas (o assassinato do Kornalista Tim Lopes re8elou como est*o pouco prote"idas as pessoas ue tratam a uest*o) pela 8isibilidade ue têm7 Como se sentirJ um professor cuKo aluno pode ser um parente9 prote"ido ou ele prprio usuJrio (ou aliciador) ao esclarecer9 debater e
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tratar um tema de tal ma"nitudeZ Saber e moti8a*o podem n*o ser suficientes no caso7 Tal8eG os professores n*o se sintam fisicamente se"uros para faGer esse trabalo7 +uanto Educa*o SeFual (uadro ;=)9 al?m da compleFidade9 J outra característica ue de8e ser pensada e discutida7 #ara alcanar seus obKeti8os (pre8enir os riscos da imprudência e do desconecimento e e8itar o incremento da "ra8ideG precoce e das doenas seFualmente transmitidas)9 ? preciso en8ol8er os Ko8ens de forma muito si"nificati8a9 caso contrJrio transforma6se numa mera aula de ciências na ual se estuda o ciclo reproduti8o umano7 Al?m disso9 parte essencial do trabaloVse o deseKamos9 de fato9 Ptil do ponto de 8ista social V obri"atoriamente de8e incluir discussUes filosficas9 políticas9 ?ticas e culturais7 E ? preciso considerar ue nem sempre as famílias deseKam 8er seus filos orientados por pessoas de uem n*o conecem o pensamento9 a 8is*o de mundo e a orienta*o de 8ida9 assim como n*o deseKam ue seus filos se orientem de forma di8ersa dauela na ual acreditam7 1*o ? nada simples7 #or outro lado9 encontrar uma forma (metodolo"ia) de ensinar9 orientar e educar seFualmente a Ku8entude de oKe9 t*o fortemente influenciada@mobiliGada pela mídia9 a n*o retardar um minuto seuer tudo o ue possa si"nificar praGer (imediatismo9 consumismo e competiti8idade s*o molas mestras da sociedade atual) ? um "rande desafio7 Se esse assunto n*o for trabalado de forma a atrair os Ko8ens para repensar a liberdade e suas conse[ências9 pode acabar se tornando apenas mais uma fonte de conflitos (professores e alunos escola e família) ou tornar6se mero e mal aceito arremedo do ue se pretende educacionalmente7 #ara melor 8isualiGa*o9 resumi os uadros ;4 a ;= num outro (uadro ;)9 sob a forma de cur8as ue permitem melor 8isualiGa*o do conKunto7 A inclina*o descendente para a direita demonstra a ueda das competências dos professores9 se"undo sua prpria percep*o9 em rela*o aos cinco temas trans8ersais abordados no estudo7 $ica fJcil perceber9 por eFemplo9 ue9 enuanto 5Y dos professores se consideram aptos para tratar a temJtica Cidadania9 apenas =;Y se Kul"am em condiUes de trabalar Educa*o SeFual (menos da metade\)7 E assim sucessi8amente7 +uadro ; Aptid*o@moti8a*o para trabalar temas trans8ersais (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) Lembro ue os uadros do presente capítulo re"istram somente o uantitati8o de professores ue responderam afirmati8amente uest*o7 Os ue responderam ue Wn*o se considera8am aptosW ou Wn*o moti8adosW9 n*o foram neles incluídos 357 Em outras pala8ras9 os uadros ;4 a ; s incluíram o percentual de professores ue se declararam aptos e moti8ados a trabalar com os temas trans8ersais7 -sso si"nifica ue9 se =Y se diGem aptos9 >Y n*o se consideram como tal e9 portanto9 n*o Se ne#ess;rio, #onsulte o ane&o @ J GInstrumento utili"ado na pes'uisaG
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foram incluídos nesses uadros em ue esta8a sendo a8aliada a rela*o aptid*o@moti8a*o7 #ode6se9 pois9 concluir ue9 com treinamento s?rio e adeuado (n*o duas ou três reuniUes ou palestras9 lo"icamente)9 poderíamos a8anar de forma si"nificati8a num campo em ue pre8en*o ? indiscuti8elmente a melor arma7 &as isso n*o se conse"ue sem um treinamento s?rio V a priori7 +ue tipo de resultados podemos esperar de uma estrat?"ia ue WKo"aW os professores para tarefas seríssimas9 mas para as uais n*o foram adeuadamente trabalados e V mais ainda V n*o foi nem sua escola profissionalZ Ainda assim9 como se 8iu9 "rande parte deles estJ disponí8el9 disposta7 Os resultados apresentados denotam consciência crítica9 clareGa e disposi*o dos professores em rela*o aos temas trans8ersais7 O WrecadoW9 por?m9 ? claro' 1*o estamos ainda sabendo trabalar direito os temas trans8ersais do currículo9 de forma ue o resultado seKa de fato socialmente importante V mas ueremos faGê6lo\ Apenas9 aKudem6nos9 dêem6nos as condiUes e os saberes9 suporte9 infra6estrutura9 condiUes9 enfim V e ent*o ns o faremos9 e faremos bem\777 Em ue outra profiss*o se encontra tal disposi*oZ Tema V O professor diante de al"uns pressupostos peda""icos 1as Pltimas d?cadas9 m?todos e t?cnicas educacionais consa"rados em #eda"o"ia foram se"uida e se8eramente uestionados por autores de di8ersas correntes9 ue comearam a se tornar conecidas a partir da se"unda metade do s?culo ]]7 &uitos deles faGiam parte da prJtica docente e eram utiliGados por uase a totalidade das escolas9 no Brasil e no mundo7 Aulas eFpositi8as9 pro8as escritas ou orais9 se"unda ?poca9 repro8a*o9 nota9 decorar9 pro"rama de ensino9 contePdo9 pr?mio e casti"o9 para citar al"uns9 foram aos poucos substituídos por outros9 considerados mais modernos e (portanto\) mais eficientes7 #or eFemplo' a pro8a oral9 antes uma rotina nas escolas9 passou a ser considerada estressante e umilante foi abolida7 A pro8a escrita tamb?m passou por duras críticas9 tendo sido sucessi8amente substituída por outros mecanismos considerados mais adeuados e atuais9 por eFemplo9 a auto6a8alia*o9 os trabalos de "rupo9 a pesuisa e as ficas de obser8a*o de desempeno7 #ro8as n*o foram abolidas9 mas passaram por muitas e contínuas modificaUes9 especialmente uanto forma de constru*o9 tornando6se mais didJticas e Kustas7 As pro8as finais (em ue se a8alia8a todo o contePdo trabalado durante um ano ou semestre) tornaram6se cada 8eG menos fre[entes9 sendo substituídas por a8aliaUes parciais9 em "eral restritas aos obKetí8os desen8ol8idos a cada bimestre7 O re"ime seriado foi substituído9 nas uni8ersidades9 pelo re"ime semestral7 1o ensino fundamental9 a a8alia*o mensal cedeu 8eG a8alia*o bimensal7 As WnotasW foram substituídas na rede pPblica de ensino por conceitos7 1o Brasil V mas n*o somente aui V9 essa forma de 8erifica*o da aprendiGa"em foi entusiasmadamente defendida por
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"rande nPmero de especialistas7 A Lei de DiretriGes e Bases da Educa*o 1acional (Lei 75<3@;) concretiGou a prJtica9 tornando obri"atrios o uso de conceitos e a a8alia*o WpreponderantementeW ualitati8a7 Embora diri"ida a todo o ensino oficial e oficialiGado 39 ? importante ressal8ar ue "rande parte das escolas particulares n*o adotou a medida7 Al"umas o fiGeram por um tempo9 mas depois retornaram ao uso das notas7 Os conceitos inicialmente escolidos foram re8istos depois de al"uns anos e tamb?m mudaram7 Assim9 ti8emos o WE9 &B9 B9 R9 ;W (eFcelente9 muito bom9 bom9 re"ular e insuficiente)9 al"um tempo depois substituídos por WA9B9C9D9EW ou por WTA9#A9 1AW (obKeti8os totalmente atin"idos obKetí8os parcialmente atin"idos obKeti8os n*o atin"idos)7 A nomenclatura obedece a determinaUes das Secretarias de Educa*o e podem9 portanto9 mudar de um estado ou de um município para outro7 Outros conceitos9 ue faGiam parte do repertrio docente V como WensinarW e WaprenderW V9 passaram por "randes modificaUes7 #assou6se a utiliGar a eFpress*o Wprocesso ensino6aprendiGa"emW9 por melor eFpressar a inter6rela*o entre o trabalo do professor e o do aluno7 Ao redimensionar6se o papel do professor9 aumentou6se sua responsabilidade no processo9 mostrando ue n*o eFistem dois percursos separados V um (ensinar) ue cabe ao professor9 e outro (aprender)9 ue depende do aluno7 E8idencia8a6se a interdependência fundamental entre o trabalo do professor e o desempeno do aluno7 Esse enfoue 8isa8a tamb?m a incrementar o uso de m?todos e t?cnicas 8ariados9 de forma ue proporcionasse mais cances de aprendiGa"em7 $oi um pro"resso9 sem dP8ida7 #or?m9 numa inesperada contrapartida9 mais uma dessas distorUes ue n*o se sabe eFatamente como sur"em ocorreu7 Como se ressaltou muito a importncia da tarefa docente9 isso acabou pro8ocando uma sutil e uase imperceptí8el ideia de ue todo o esforo do aprender V ou uase todo V ? tarefa do professor7 +ue ? tarefa do professor9 n*o J dP8ida7 &as n*o ? s do professor7 E ultimamente uase n*o se fala mais da responsabilidade e dos de8eres dos alunos7 S dos direitos7 O problema dessa postura ? ue estJ se criando no aluno a eFpectati8a de ue o professor precisa e de8e atrair sua aten*o e interesse V o ue ? 8erdade em parte9 porue de fato as aulas de8em ser didaticamente adeuadas e atraentes7 O ue n*o de8e si"nificar (nem pretendia) ue o aluno n*o precisa9 ele tamb?m9 faGer a sua parte ati8amente7 1*o eFime9 portanto9 o estudante da contrapartida7 Se ele tem direito de aprender9 tamb?m tem o de8er de se esforar e se concentrar para poder aprender7 A escola moderna9 ati8a9 refleFi8a e participati8a n*o ? um lu"ar em ue as pessoas s*o contratadas para Wdi8ertirW os alunos9 como se fossem os docentes9 artistas ou perfor6mJticos7 -sso muitas 8eGes de fato ocorre7 Transformar as aulas em momentos di8ertidos e lPdicos n*o si"nifica9 por?m9 ue todos tenam ue obri"atoriamente9 em todas as aulas9 in8entar formas e frmulas di8ertidas ou en"raadas para ue o aluno Ensino ofi#ial \ todo o #onunto das es#olas da rede p!li#a Ensino ofi#iali"ado \ Es#olas da rede pri$ada, re#on%e#idas ofi#ialmente, e so! super$is-o administrati$a dos Krg-os p!li#os 27
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preste aten*o7 A sala de aula ? o local ao ual ele 8ai porue ? do seu interesse aprender9 porue precisa ser independente intelectual e financeiramente7 E nada se aprende se n*o se uer aprender7 1ada se conse"ue sem esforo ou sem empeno e consciência7 Ainda ue al"uns temas ou assuntos paream desinteressantes ou sem importncia9 ele9 aluno9 precisa compreender ue9 uando aduire um no8o saber9 n*o estJ faGendo Wum fa8orW aos pais e professores7 Aprender ? uma necessidade 8ital9 um pr?6reuisito da sociedade moderna aduirir saberes de8e9 pois9 constituir9 para uem aprende9 uma felicidade9 um instrumento ue irJ beneficiJ6lo em primeira instncia e9 dependendo do seu empeno e capacidade9 poderJ beneficiar tamb?m a sociedade como um todo7 Outras mudanas inicialmente eFcelentes acabaram tendo sua possibilidade de meloria do processo uase anulada pelo uso inde8ido7 #or eFemplo9 a prJtica de WdecorarW (memoriGar)9 ue era usual (listas de 8erbos9 femininos9 coleti8os9 nomes de rios e seus afluentes9 tabuada9 fatos e datas istricos faGiam parte do dia6a6dia de todos os alunos)9 passou a ser 8ista como arcaica9 especialmente pelo eFa"ero com ue era utiliGada9 aconselando6se e8itar o mais possí8el seu uso9 principalmente uando feita de forma mecnica9 sem ue a criana compreendesse seu sentido7 E9 mais uma 8eG9 caiu6se no outro eFtremo V praticamente aboliu6se a memoriGa*o do processo7 Em conse[ência9 oKe9 os alunos n*o sabem ual ? a capital da Espana9 onde fica o rio DanPbio9 nem sabem uanto ? 9 nem ue toda pala8ra proparoFítona de8e ser acentuada7 #aulo $reire9 tal8eG nosso mais uerido educador9 uando camou de conecimento bancJrio a memoriGa*o mecnica9 n*o proscre8eu toda e ualuer forma de memoriGa*o9 apenas a mecnica7 -ma"ino ue ele Kamais poderia supor ue sua afirmati8a9 t*o lPcida9 sobre a necessidade de compreender para aprender9 acabaria distorcida e radicalmente interpretada (nada mais pode ser WdecoradoW)7 O ue pretendo com essa anJlise toda V ue a al"uns pode estar parecendo lon"a e sem sentido V n*o ? criticar as mudanas9 mas camar a aten*o para suas distorUes e conse[ências9 especialmente em rela*o sua influência na ualidade do ensino7 E isso ocorreu porue poucos foram os professores ue ti8eram a oportunidade de estudar ou analisar profundamente essas no8as prJticas7 1*o ti8eram tempo tamb?m #ara refletir se eram con8enientes9 se poderiam ou n*o melorar o faGer peda""ico7 As mudanas apenas ce"a8am para serem colocadas em prJtica V9 mais e mais mudanas a cada dia7 -nse"uros9 os professores 8iram paulatinamente ruir suas con8icUes peda""icas7 Cada um dos elementos ue faGiam parte do seu dia6a6dia (m?todos de ensino9 a8alia*o9 recursos audio8isuais9 formas de disciplinar em sala9 planeKamento9 estrutura curricular) se tornou obsoleto e caiu em desuso7 $oi se tornando necessJrio9 com fre[ência cada 8eG maior e em rJpida sucess*o V9 abandonar a eFperiência acumulada durante anos de sala de aula7 #or seu turno9 o Estado les deu pouco treinamento9 pouco tempo para se adaptarem9 e V mais "ra8e ainda V feG poucas mudanas estruturais7 Esse tem sido o uadro 8i8enciado pelos
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professores brasileiros a partir dos anos ;<49 aproFimadamente7 N medida ue determinados conceitos passa8am a ser considerados indiscutí8eis (e inatacJ8eis) para o ue se preconiGa8a ser a moderna peda"o"ia9 mais difícil se torna8a para os professores opor6se ou n*o adotar a mesma lin"ua"em7 Trabalando como super8isora de distrito educacional em escolas municipais e tamb?m como docente na $aculdade de Educa*o da ,ni8ersidade $ederal do Rio de 0aneiro9 durante anos9 ti8e contato diJrio e mPltiplas oportunidades de ou8ir os professores V das redes pPblica e pri8ada7 &inas aulas nas disciplinas de DidJtica e Super8is*o Escolar eram propícias eFposi*o das dP8idas e dificuldades ue os professores 8i8encia8am7 Com clareGa e sinceridade9 KJ ue estJ8amos em situa*o de aprendiGa"em9 fui testemuna das incerteGas e das perpleFidades ue cada uma dessas mudanas trouFe para o WfaGer peda""icoW7 As anJlises aui apresentadas s*o9 acima de tudo9 fruto dessa troca riuíssima com os docentes ue atua8am nas escolas da rede de Ensino BJsico do município do Rio de 0aneiro7 por todos esses muitos anos de trabalo e eFperiências riuíssimas9 n*o poderia deiFar de incluir no estudo uestUes ue 8isassem a 8erificar at? ue ponto os professores realmente concordam com os conceitos ue se utiliGam oKe nas escolas7 SerJ ue correspondem ao ue pensam os docentes9 ou apenas eFpressam o ue eles consideram ser WadeuadoW ao perfil do docente eficiente e modernoZ #ara ue as respostas pudessem ser de fato fi?is' ;) os docentes ti8eram o anonimato claramente "arantido 3) utiliGei a t?cnica de Wper"untas casadasW9 em ue o cruGamento de uma e outra (seu par e oposto conceitual) permite 8erificar a consistência da resposta7 Dessa forma9 uem responde afirmati8amente a determinada uest*o9 se o faG eFpressando de fato o ue pensa9 de8erJ responder ne"ati8amente uela ue constitui o seu par9 e 8ice68ersa7 Herifica6se9 por meio dessa t?cnica9 em ue percentual os professores eFpressaram coerentemente seu pensamento7 Alto índice de incon"ruência permite inferir ue o conceito emitido n*o reflete o pensamento emitido7 E 8ice6 8ersa (consistência@inconsistência)7 Como n*o seria possí8el incluir todos9 selecionei al"uns dentre os itens ue sofreram alteraUes mais profundas nas Pltimas d?cadas' o conceito de escola de ualidade a uest*o do controle da disciplina e da moti8a*o da escola da &etodolo"ia da apro8a*o@repro8a*o de alunos da utiliGa*o de recursos audio8isuais das t?cnicas de ensino (socialiGado 8ersus indi8idualiGado) e da uest*o da rela*o #rofessor 8ersus aluno7 +uadro ;5 Considere falsa ou 8erdadeira a alternati8a' ;7 A melor forma de disciplinar ? conse"uir moti8ar o aluno7 <Y consideraram6na 8erdadeira7 37 A boa escola ? auela ue ensina 8alores e contePdos7 <=Y consideraram6na 8erdadeira7 >7 A repro8a*o s causa danos se for inKusta e o aluno n*o ti8er tido real oportunidade7 <;Y consideraram6na 8erdadeira7 =7 Bom professor n*o ? o ue ensina9 mas o ue le8a o aluno a aprender7 Y consideraram6na 8erdadeira7
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7 Bom professor ? auele ue tem contePdo9 sabe transmiti6lo7 5Y consideraram6na 8erdadeira7 57 A melor escola ? auela em ue o aluno encontra professores ami"os e ambiente a"radJ8el7 53Y consideraram6na 8erdadeira7 7 O uso de recursos audio8isuais 8ariados "arante uma boa aprendiGa"em Y consideraram6na 8erdaddeira7 7 A melor forma de aprender ? atra8?s do trabalo em "rupo7 ==Y consideraram6na 8erdadeira7 <7 A maior parte das ino8aUes educacionais ue ce"am s escolas raramente traGem pro"resso para os alunos7 3=Y consideraram6na 8erdadeira7 ;47 Corri"ir pro8as ou trabalos com canetas 8ermelas causa danos emocionais ao aluno7 34Y consideraram6na 8erdadeira7 ;;7 A repro8a*o traumatiGa o aluno9 impedindo o seu pro"resso posterior7 ;Y consideraram6na 8erdadeira7 ;37 Em toda a turma sempre 8ai eFistir um percentual de alunos ue n*o uerem estudar7 ;3 Y consideraram6na 8erdadeira7 ;>7 Atualmente a aula eFpositi8a ? um recurso ultrapassado9 ue n*o de8e ser usado7 Y consideraram6na 8erdadeira7 ;=7 #assar tarefas para o aluno em casa sobrecarre"a o aluno7 =Y consideraram6na 8erdadeira7 ;7 A melor forma de conse"uir disciplinar ? dar uma pro8a bem difícil7 ;Y consideraram6na 8erdadeira7 Base' ;;37 ,m dos conceitos ue mais alteraUes 8êm sofrendo se refere apro8a*o@repro8a*o de alunos7 De um lado9 temos o "rupo ue considera inadeuado repro8arV ainda ue o aluno n*o apresente o crescimento mínimo necessJrio s?rie@ciclo ue cursa7 Se"undo essa corrente9 a ado*o dos Ciclos de Estudo e da #ro"ress*o Continuada seria a forma correta de resol8er o problema9 KJ ue consideram ue Wtodo aluno sempre aprende al"uma coisaW e ue o aluno repro8ado se sente punido e fre[entemente abandona os estudos ou fica com problemas de auto6estima7 Em oposi*o9 J aueles ue consideram a repro8a*o dos ue n*o alcanam os obKeti8os mínimos da etapa um fato peda""ico normal9 n*o determinando obri"atoriamente e8as*o ou baiFa auto6estima9 sal8o se o aluno for a8aliado de modo inKusto ou n*o ti8er oportunidade real de sanar as deficiências naturais ue sur"em durante o desen8ol8imento do processo de aprendiGa"em7 Errar faria parte do processo de acertar@aprender7 A reten*o do aluno ue te8e todas as oportunidades de alcanar os obKeti8os mínimos eFi"idos (cerca de 4Y do total) ? encarada por esse "rupo de pensadores n*o como causa e sim como conse[ência normal do n*o atin"imento dos obKeti8os7 Consideram ue9 mantendo o aluno por mais um ano na mesma s?rie9 as oportunidades de supera*o das dificuldades ser*o muito maiores7 O ue n*o ocorre no caso da pro"ress*o automJtica9 em ue9 s dificuldades KJ constatadas9 se a"re"am os no8os obKeti8os da s?rie subse[ente (muitos dos uais dependem de aprendiGa"ens anteriores ue n*o ocorreram)7 O uadro ;5 re8ela ue apenas ;Y dos professores consideram ue a
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repro8a*o causa traumas ao aluno ou impede seu pro"resso posterior7 A repro8a*o ? encarada9 portanto9 pela maioria dos professores (Y) como um instrumento de ue se pode lanar m*o se necessJrio sem maiores problemas7 A consistência ficou e8idenciada na medida em ue apenas
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esperanas9 calmina9 ue n*o cria problemas9 ue entrou para a escola pPblica7 % um doce de criana9 mas um tanto dispersi8a e sem muito estímulo7 $oi passando de ciclo a ciclo9 porue ? assim ue funciona9 mas mal sabe ler9 n*o compreende o ue lê9 faG contas simples com dificuldade9 n*o conse"ue resol8er problemas bJsicos9 n*o entende um mapa9 n*o conse"ue analisar os dados de uma tabela V mas9 feliGmente9 n*o repetiu ano nenum e9 portanto9 n*o abandonou os estudos (ou a escolaZ)9 e9 por al"uma insondJ8el raG*o9 n*o estJ nem de lon"e percebendo ue n*o aprendeu nada7 #ausa mínima para peuena inda"a*o' SerJ ue nossas crianas9 ue s*o t*o sensí8eis e traumatiGJ8eis em rela*o a uma nota baiFa ou a uma san*o9 s*o t*o impassí8eis e apJticas em rela*o ao saberZ Estando completamente defasadas em rela*o aos cole"as de turma9 nada percebemZ #or eFemplo9 ue um bom nPmero sabe multiplicar e ela nem somar conse"ue aindaZ SerJ mesmo possí8el essa dualidadeZ 1ossa meninina ce"ou uinta s?rie7 -ma"inemos a"ora o dilema de um professor de Lín"ua #ortu"uesa ao deparar6se com 8Jrios e 8Jrios alunos como a nossa meninina do eFemplo acima7 1essa etapa ele estaria trabalando um obKeti8o como9 por eFemplo9 Wdesen8ol8er a capacidade de anJlise9 síntese e a8alia*o de teFtos de autores brasileirosW7 Ele constata ue metade dos alunos n*o sabe ler o bJsico e os demais lêem raGoa8elmente bem7 O ue ele de8e faGerZ A9 sim9 di8ersificar\ Claro7 % isso mesmo do ponto de 8ista metodol"ico7 &as serJ ue ele tem condiUes para faGê6loZ 1*o precisamos 8oltar ao ue KJ discutimos V falta de infra6estrutura9 turmas com eFcesso de alunos etc7 +uem trabala na realidade da sala de aula9 especialmente nas escolas da rede pPblica V a maioria dos docentes V9 conece a dificuldade de colocar em prJtica esse obKeti8o nas atuais circunstncias7 1*o ? impossí8el9 mas ? muito9 muito difícil7 A n*o ser9 portanto9 ue mudem as condiUes9 essa nossa ami"uina do eFemplo e seus cole"as na mesma situa*o acabar*o repetindo o ano9 ao fim do re"ime de ciclos (corresponde entrada do ue era o anti"o "inJsio ou uinta s?rie no re"ime seriado9 mais ou menos)7 E aí9 nesse momento9 os alunos podem repetirZ A"ora n*o 8ai mais dar traumaZ 1em baiFar a auto6estimaZ 1*o 8*o deiFar de ir escola (e8as*o)Z 1ossa alunina do eFemplo9 se n*o for retida9 irJ passando9 passando9 at? concluir a oita8a s?rie7 Sem ter superado as deficiências7 E o Brasil continuarJ a fi"urar nas listas dos menos eficientes em Educa*o7 Sem pr?6Kul"amentos a fa8or ou contra9 com toda a isen*o9 8amos considerar outro dado' como est*o rea"indo os alunos a partir da percep*o de ue a escola de oKe raramente repro8aZ Seria muito absurdo ou despropositado supor ue ao menos parte da indisciplina e desinteresse dos alunos (apontado nesse estudo pela maioria dos professores como o maior dos problemas da escola atual) tena rela*o com a consciência de ue repro8a*o ? oKe uma possibilidade cada 8eG mais remotaZ 1a rede pri8ada isso tamb?m ? fato7 Embora n*o adotem o sistema de ciclos9 ? cada 8eG mais fre[ente o aluno repro8ado mudar para outra institui*o com o incenti8o dos pais9 con8ictos de ue o filo
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nunca conse"uiria superar o WtraumaW de continuar num col?"io em ue os anti"os cole"as de turma foram promo8idos9 e ele n*o7 ,tiliGam ar"umentos como os ue se se"uem (e outros de teor semelante)' W&eu filo ficaria abalado em sua auto6estima se continuasse na seFta e os cole"as fossem para a s?tima s?rieW WO caso do meu filo foi de uma inKustia absurda' ele foi repro8ado por meio ponto apenas\\ E me di"a V o ue ? afinal meio pontinoZ $oi mJ 8ontade do professor9 ri"ideG9 sabe\ (esuecem ue a apro8a*o em "eral ocorre com eFi"ência de apenas 4Y de apro8eitamento V o ue ? muito pouco se deseKamos faGer frente s necessidades mundiais de saber e ualifica*o)7 WCoitadino do meu filo9 t*o comportado\ E nem assim foi apro8ado7 Os professores dessa escola n*o sabem o ue ? a8alia*o moderna\W 1*o teriam9 oKe9 muitos dos nossos Ko8ens con8ic*o de ue9 sabendo ou n*o9 estudando ou n*o9 na maior parte das 8eGes ser*o apro8adosZ Teno consciência de ue de8o estar nesse eFato momento deiFando muitos leitores de Wcabelo em p?W9 porue sei ue essas n*o eram as intenUes nem o propsito das no8as propostas peda""icas7 &as o fato ? ue distorUes ocorreram e est*o aí na rede pPblica9 ou na pri8ada9 ue recebeu tamb?m a influência desses conceitos7 1*o se pode nem ima"inar o tipo de desdobramentos ou conse[ências ue est*o sur"indo na prJtica7 A mais 8isí8el tal8eG seKa a ueda da ualidade do ensino brasileiro como um todo7 A anJlise crítica n*o pode e n*o de8e eFcluir nenuma iptese7 #or isso9 embora consciente de ue o pensamento de "rande parte dos tericos e especialistas em a8alia*o n*o seKa esse9 especialmente daueles ue est*o muito influenciados pelos problemas da psiue9 n*o posso deiFar de uestionar' At? ue ponto nossos alunos V com a capacidade ue têm de perceber nossas WfraueGasW e inse"uranas VKJ n*o compreenderam o atual processoZ Afinal9 n*o ? tamb?m 8erdade ue9 por sermos umanos9 temos a tendência KJ famosa e conecida Wlei do menor esforoWZ Com nossos prprios filos9 n*o cortamos Wum dobradoW uando nos percebem intimidados ou culpadosZ A forma de a"ir e analisar o mundo V edonista e imediatista nos Ko8ens V seria diferente com os professoresZ Se os alunos percebem ue9 estudando ou n*o9 WpassamW de ano9 8*o continuar estudandoZ Se9 respondendo mal ou sendo "entis e educados9 pro8ocam praticamente as mesmas reaUes nos professores e autoridades (con8enamos9 em princípio9 os alunos9 em sua maioria9 n*o s*o WamantesW dos estudos9 especialmente oKe em dia9 com tantas benesses tecnol"icas atraentes9 facilidades e liberdade)9 por ue seriam polidos e "entis uando contrariadosZ 1*o estaria essa concep*o protecionista enfrauecendo6os9 diminuindo sua persistência9 determina*o e decis*o de 8encer obstJculosZ De ue forma9 mesmo ns9 adultos9 a"imos uando al"u?m (por eFemplo9 um ami"o9 namorado9 cole"a de trabalo ou a mam*e superle"al) faG tudo por nsZ +ual a tendência da maioriaZ Apro8eitar9 n*o ? mesmoZ 1*o ? bem pro8J8el ue boa parte das crianas e Ko8ens tena percebido o clima eFistente nos col?"ios 3<9 e daí deri8ado para uma maior Es#lareço 'ue, em!ora a Progress-o Autom;ti#a e o egime de Ci#los seam adotados
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acomoda*o9 KJ ue9 por características da idade (imaturidade9 por eFemplo)9 n*o têm como auilatar a priori seus preKuíGos ou se perceberem como os maiores preKudicados nessas circunstnciasZ #elo ue o estudo re8elou9 apenas ;3Y dos docentes (ainda do uadro ;5) acredita ue sempreVem todas as turmas V eFistirJ um "rupo de alunos ue n*o estuda e por isso tem ue ser repro8ado7 1*o J raG*o para se acar9 portanto9 ue todo professor ue repro8a um aluno o faG por al"um estrano e sJdico moti8o9 por W8in"anaW ou como Wcasti"oW (sal8o em al"uns casos9 ? claro)7 #elo contrJrio9 ? raGoJ8el acreditar ue o tempo em ue Wrepro8ar muitoW da8a status n*o encontra eco no pensamento do professor brasileiro do Ensino BJsico7 Afinal9 < (Wa melor escola ? auela na ual o aluno encontra professores ami"os e ambiente a"radJ8el porue mais importante ? a rela*o afeti8aW e Wa boa escola ? auela ue ensina 8alores e contePdo9 le8ando o aluno a ter melores oportunidades na 8ida9 profissional e pessoalmenteW) do mesmo uadro9 percebe6se ue <=Y dos professores acreditam ue a Wboa escolaW (aui usada no sentido de escola de ualidade) ? auela ue desen8ol8e 8alores e contePdo9 ue dJ ao aluno oportunidade de crescer na 8ida9 tanto pessoal como profissionalmente9 contra 53Y ue consideram a escola o espao onde o aluno prioritariamente de8e ter professores ami"os e ambiente a"radJ8el9 isto ?9 ue a rela*o afeti8a entre professores e alunos ? o mais importante7 &uito se tem falado da importncia do afeto9 respeito e carino ue de8e eFistir entre professor e alunos7 1as Pltimas d?cadas9 a ideia e8oluiu no sentido de prioriGar a rela*o afeti8a (pro8a8elmente oriunda de distorUes de linas psicol"icas) >4 sobre os demais obKeti8os da escola9 "erando "rande impacto7 S*o conceitos ori"inJrios de brilantes tericos9 n*o obri"atoriamente focados na Educa*o7 S para citar um ue conuistou muitos adeptos no Brasil V Carl Ro"ers7 Tal8eG nenum desses tericos tena &almente pretendido WprioriGarW um aspecto sobre o outro7 Tal8eG pela presena do casti"o físico arbitrJrio (palmatria9 aKoelar no milo9 colocar Wcap?u de burroW entre outros maus6tratos)9 ue por d?cadas se utiliGou nas escolas de todo o mundo9 esses "randes pensadores V com toda a raG*o V esti8essem tentando fundamentar e difundir a ideia de ue9 com afeto e amor9 se colem melores resultados9 em uaisuer relaUes9 seKam ou n*o educacionais7 -nfeliGmente9 essa bela concep*o sofreu as conse[ências do maniueísmo reducionista ue acaba faGendo com ue as pessoas insistam em crer ue sempre se tem ue optar entre dois lados V ficando a fa8or ou contra7 &uitas coisas na 8ida s*o inclusi8as9 como o amor e a apenas nas primeiras s/ries do Ensino ;si#o, todo o sistema tem #amin%ado no sentido de diminuir e&ig*n#ias de #ontedo, moti$ados por $;rios fatores, um dos 'uais, sem d$ida, / a generali"aç-o do #on#eito de Gtrauma da repro$aç-oG A'ui utili"ado no sentido de Ggenerali"ar ou ela!orar #on#eitos rela#ionados psi'ue, #om !ase em estudos 'ue os respaldemG 30
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responsabilidade9 ou como o respeito e os limites7 #odem coeFistir V aliJs9 ? muito melor uando coeFistem777 Dar afeto e tratar os alunos com respeito ? uma condi*o bJsica e necessJria7 1o entanto9 essa forma de intera*o n*o anula ou eFclui a necessidade de se alcanarem tamb?m obKeti8os co"niti8os e competências indispensJ8eis ao Ko8em ue in"ressa no mercado de trabalo9 na 8ida9 no mundo real enfim9 aps a conclus*o de seus estudos7 O conflito na realidade ? ineFistente9 fruto da 8is*o eui8ocada e focada prioritariamente na rela*o professor6aluno9 como se fosse necessJrio escoler entre WensinarW ou WamarW7 1a escola de ualidade9 os dois têm ue coeFistir7 1o entanto9 a 8is*o reducionista do omem 8em se eFacerbando na escola9 assim como KJ ocorreu na família7 >; Todos uerem (e de8em) ser tratados com afeto9 carino e respeito7 1o entanto9 assim como um pai (autoridade) responsJ8el tem ue camar os filos realidade uando percebe erros9 dP8idas ou atitudes inadeuadas (e isso n*o si"nifica absolutamente ue o amor diminuiu9 nem o afeto)9 da mesma forma têm ue a"ir os professores7 AliJs9 a prpria teoria da educa*o moderna coloca como obKeti8os maiores a Wforma*oW9 prioritariamente informa*o7 Se n*o se pode camar a aten*o de um aluno ue desrespeita um cole"a9 porue isso pode "erar um problema emocional ou WumilarW9 o ue sobra para a escola faGerZ Arremedo de educa*o com resultados deplorJ8eis para os Ko8ens e para a sociedade7 O indi8idualismo ? a eFpress*o mJFima do psicolo"ismo7 #or 8olta de ;<49 a sociedade esta8a encantada com teorias de di8ersas Jreas do saber9 ue redimensionaram a indi8idualidade do ser umano9 aprofundando e 8aloriGando as diferenas pessoais9 as idiossincrasias9 8aloriGando a ideia de ue o mundo de8eria ser um lu"ar onde as pessoas realiGassem suas diferenas9 fossem feliGes e 8i8essem de forma mais autêntica7 Aos anseios de liberdade e autodefini*o do mo8imento ippie Kuntaram6 se as descobertas epistemol"icas >3 de9 entre outros9 &ontessori9 #ia"et9 e a filosofia eFistencialista de Sartre9 sem falar da psicanJlise de $reud7 Aos poucos9 todas essas influências acabaram le8ando a ue muitos pensadores (da Jrea educacional e fora dela) deiFassem de 8er a escola como o local em ue eminentemente se aprendia9 para passar a 8ê6la como o local onde Was crianas de8eriam estar ale"res e satisfeitasW7 timo ue isso tena ocorrido7 1ada melor do ue crianas e Ko8ens feliGes7 #or mais ue seKa difícil admitir9 essa conceitua*o n*o basta para a escola ue se pretende democrJtica e inclusi8a7 +ualuer "rupo de pessoas ue se rePne para morar Kunto9 Kantar num restaurante ou sair para um fim de semana prolon"ado pode ter esses obKeti8os7 E9 nesses casos9 ? suficiente7 1a escola9 por?m9 n*o7 Em relaç-o fam+lia, tratei o tema em $;rios li$ros J imites sem trauma (e#ord, =BBB): Edu#ar sem #ulpa (199@): Sem pade#er no para+so (1991) Conunto de #on%e#imentos 'ue t*m por o!eto o #on%e#imento #ient+fi#o, $isando a e&pli#ar seus #ondi#ionamentos (seam eles t/#ni#os, %istKri#os ou so#iais, seam lKgi#os, matem;ti#os, ou lingN+sti#os), sistemati"ar suas relaçes, es#lare#er seus $+n#ulos e a$aliar seus resultados e apli#açes 31
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O essencial na escola de ualidade ? ue nela o aluno encontre oportunidade de aprender a con8i8er9 de se tornar cidad*o9 de eFercer e 8i8er a democracia plenamente9 por?m sem ue isso si"nifiue esuecer ou perder de 8ista a necessidade de pro8er condiUes efeti8as ao final do processo de inser*o social e profissional7 -"ualdade de oportunidades para todos ? a ideia ue de8e predominar7 E uma meta t*o ele8ada e compleFa nem sempre pode ser alcanada apenas por meio da ale"ria9 de brincadeiras e9 principalmente9 sem esforo\ XJ muito de esforo a ser feito9 por professores e pelos alunos tamb?m7 E9 por 8eGes9 atra8?s de conflitos9 WbroncasW9 sanUes e re"ras claras7 1ada disso impede o afeto e o respeito9 e a liberdade V ao contrJrio7 1o entanto9 pressupUe a eFistência de autoridade e se"urana7 #rofessor e escola de ualidade propiciam9 sim9 aos alunos ambiente fraterno9 carinoso e ami"o9 ainda ue em al"uns momentos possa parecer Wn*o t*o ami"oW9 para al"uns deles e suas famílias V especialmente na ora em ue se erra e uma san*o ? aplicada7 O erro e as atitudes inadeuadas s*o partes intrínsecas do processo de aprendiGa"em9 pois nin"u?m nasce sabendo re"ras sociais nem ual a ?tica 8i"ente7 #or isso9 erros e atitudes inadeuadas7 1*o s*o considerados atos mar"inais e sim etapas inerentes ao processo de aprendiGa"em7 O ue ainda assim n*o elimina a necessidade de sanUes7 Os resultados encontrados para as afirmati8as = e (Wbom professor n*o ? auele ue ensina9 mas o ue le8a o aluno a aprenderW e Wbom professor ? auele ue tem contePdo e sabe transmiti6loW) demonstram ue a maioria absoluta dos docentes ( e 5Y) concorda com os modernos conceitos ue definem o professor eficiente como auele ue instrumentaliGa o aluno9 permitindo6le dominar o mecanismo do aprender e tornando6o independente para9 a ualuer momento9 estando ou n*o no mbito escolar9 continuar a aprender7 2 Tamb?m predomina entre os professores a ideia de ue nin"u?m pode ensinar se n*o domina o saber7 Daí ue a conKu"a*o dos três elementos (contePdo9 comunica*o e relaUes umanas) obte8e a concordncia de 5Y7 2 #raticamente todos os professores concordam (<Y) com a ideia de ue a moti8a*o ? o principal fator no ue se refere disciplina em sala de aula (afirmati8a ;)9 enuanto apenas ;Y aca ue Wdar uma pro8a bem difícil ? a melor forma de disciplinarW7 1*o ou8e9 em nenum dos cruGamentos referentes ao item9 diferenas si"nificati8as7 O mesmo se deu em rela*o ao conceito de escola moderna de ualidade9 a8aliGada pela maioria como Wa ue ensina contePdo e 8aloresW7 Os pressupostos ue mais di8idiram a opini*o dos professores (percentuais de concordncia e de discordncia numericamente mais prFimos) foram' a) Y consideram o uso de recursos audio8isuais necessJrio para "arantir a aprendiGa"em9 contra =3Y ue discordam (afirmati8a ) b) 5Y n*o acreditam ue o trabalo de "rupo seKa a melor forma de aprender9 contra ==Y ue concordam (afirmati8a )7 O item ue apresentou maior diferena percentual foi o ue afirma a importncia das ino8aUes peda""icas (afirmati8a <)' 5Y concordam ue as ino8aUes educacionais trouFeram pro"resso 8erdadeiro para os
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alunos9 contra 3=Y ue consideram ue raramente ou8e pro"resso com tais mudanas7 O uadro ; mostra o percentual de correla*o 8erdadeiro@falso de cada um dos ; pressupostos apresentados7 +uadro ; (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) Em rela*o s modernas teorias de educa*o9 o resultado da pesuisa re8elou' A maioria dos docentes brasileiros9 nas Pltimas d?cadas9 a"re"ou no8os pressupostos peda""icos aos seus conceitos educacionais9 mostrando6se abertos mudana7 1o entanto9 em rela*o a ideias com as uais n*o concordam9 mantêm uma postura crítica9 sendo capaGes de eFpressar de forma clara e franca os seus pontos de 8ista7 Tema 5 V XJbitos9 abilidades e atitudes do professor A rapideG do a8ano das modernas ino8aUes tecnol"icas9 muitas das uais s*o utiliGadas nas escolas (infeliGmente com mais fre[ência na rede pri8ada)9 e considerando ue seu uso adeuado eFi"e uma s?rie de abilidades e competências9 tornou ine8itJ8el 8erificar at? ue ponto nossos profissionais possuem tais abilidades7 Caso contrJrio9 como transformar a sala de aula num local atraente e com discussUes moti8adoras e atuais9 ue pretende le8ar o aluno independência intelectual e capacitJ6lo crítica e refleF*oZ +uem n*o sabe usar o computador ou uem n*o lê pelo menos um li8ro por mês pode trabalar conectado ao mundoZ O uadro ; re8ela dados surpreendentes9 especialmente em rela*o aos mais modernos instrumentos de comunica*o da atualidade9 como computador e -nternet7 Embora 8erificando t*o somente se o professor WsabeW ou Wn*o sabeW utiliGar determinados euipamentos9 o percentual positi8o superou a eFpectati8a9 dada a conecida situa*o financeira da classe7 +uadro ; XJbitos9 abilidades e atitudes dos docentes (Y total e por re"i*o) (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) 2 4Y afirmaram saber usar e na8e"ar na -nternet 2 Y declararam6se familiariGados com o uso do computador (ambiente indos) 2 o retroproKetor9 recurso facilmente encontrado nas escolas9 obte8e Y de afirmati8as 2 >Y afirmaram saber confeccionar transparências manualmente 2 usar aparela"em de som e 8ideocassete ? abilidade de < e <Y9 respecti8amente 2 pro"ramar o 8ideocassete para "ra8ar filmes ou pro"ramas no 8ideocassete ? abilidade dominada apenas por 55Y7 +uanto uest*o da atualiGa*o permanente do professor (ue s ocorre mediante leitura abitual de li8ros9 re8istas9 semanJrios9 Kornais etc7) e le8ando em conta a concep*o atual de educa*o para a cidadania e inclus*o profissional e social9 a pesuisa confirma ser remota a possibilidade de as euipes docentes encontrarem6se atualiGadas culturalmente9 de forma ue transformem salas de aula em locais de discuss*o embasada e orientada'
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2 3Y apenas afirmaram ler um Kornal9 todos os dias 2 =4Y lêem ; li8ro de literatura por mês 2 ; Y afirmaram ler 3 li8ros de Educa*o9 por ano e 2 5>Y afirmam ue s*o assinantes de uma re8ista de Educa*o7 O uadro 34 mostra diferenas re"ionais9 n*o muito eFpressi8as9 embora se 8erifiuem al"umas7 2 As Re"iUes Sul9 Sudeste e Centro6Oeste concentraram maior incidência de diferenas positi8as 2 1o 1orte e 1ordeste encontram6se os mais baiFos percentuais em rela*o ao país9 em uase todos os casos7 Em síntese9 podemos concluir' #ara sanar a curto praGo deficiências culturais e tecnol"icas dos docentes9 as políticas educacionais precisam pro8idenciar medidas ue efeti8amente les possibilitem aduirir com fre[ência e facilidade li8ros9 re8istas e assinaturas de re8istas e Kornais7 >> Tema V Conecimento dos docentes sobre al"uns tericos da Jrea educacional De uma lista de no8e autores9 a maioria dos uais te8e suas ideias difundidas (e muito aceitas)9 a partir de meados do s?culo ]]9 os docentes ti8eram ue escoler entre três opUes (Wconeo bemW@Wconeo poucoW@Wn*o coneoW)9 de acordo com o ue Kul"assem ser o ní8el de conecimento pessoal sobre os tericos listados7 O resultado encontrado foi o se"uinte' +uadro ;< Conecimento espontneo sobre al"uns tericos em Educa*o (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) Com eFce*o dos dois Pltimos (&aa"er e &aareno)9 pode6se 8erificar ue o percentual foi eFtremamente positi8o V no mínimo 5>Y afirmaram Wconecer bemW ou Wum poucoW os autores citados (dados computados em conKunto)7 Dos autores menos conecidos9 ? possí8el faGer al"umas suposiUes7 &aa"er9 por eFemplo9 te8e influência no Brasil ?poca da Escola Tecnicista9 cuKos obKeti8os esta8am intimamente relacionados produti8idade9 tendo em 8ista o deseKo de o "o8erno9 nauele momento istrico9 estar interessado no desen8ol8imento tecnol"ico (A Lei de DiretriGes e Bases de ;<; criou inclusi8e o se"undo "rau obri"atoriamente profissionaliGante)7 XoKe9 decorridos mais de 3 anos9 e sem a sustenta*o ue te8e ?poca9 suas teorias foram praticamente deiFadas de lado7 Aliado a esse fato9 o perfil dos nossos entre8istadosV dos uais Y tinam uarenta anos ou menos V parece claro porue &aa"er se tornou t*o pouco familiar aos professores7 0J &aareno9 ao contrJrio9 somente J poucos anos seu pensamento comeou a ser di8ul"ado no Brasil com mais intensidade portanto o baiFo percentual ? compreensí8el7 #or outro lado9 soa muito coerente o fato de os dois tericos mais WconecidosW serem #aulo $reire e 0ean #ia"et9 se"uidos de A esse respeito $ale lem!rar 'ue at/ o Gdes#onto de 1B so!re o preço de #apaG, 'ue Professores tin%am em li$rarias de todo o pa+s at/ %; alguns anos, foi suprimido em 'uase todas 33
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perto por Hi"otsi9 &ontessori e Emilia $errero7 #aulo $reire9 mundialmente respeitado9 al?m de brasileiro9 e8identemente ? familiar at? para lei"os7 2 +uanto a 0ean #ia"et9 suas teorias 8êm embasando a Educa*o no Brasil seus estudos9 pensamento e publicaUes sobre as etapas do desen8ol8imento co"niti8o da criana ser8em9 inclusi8e9 de base terica estrutura*o curricular do nosso sistema de ensino7 Seria muito estrano um professor n*o conecer ao menos as bases de sua teoria7 2 Emilia $errero ? referência no modelo construti8ista e tem tido suas ideias e li8ros amplamente di8ul"ados em nosso país9 especialmente uando se trabalam uestUes li"adas alfabetiGa*o7 2 Hi"otsi feG estudos sobre o desen8ol8imento da inteli"ência e da aprendiGa"em prFimos9 em al"uns aspectos9 aos de #ia"et7 % um dos nomes mais citados9 oKe9 pelos especialistas no Brasil9 especialmente pela ênfase dada rela*o professor6aluno7 Aparentemente tudo estJ muito bem777 O resultado "lobal apresentado no uadro ;< permitiria supor ue reuniUes peda""icas9 cursos etc9 e a orienta*o do prprio sistema têm dado fundamento t?cnico bastante apreciJ8el aos professores das escolas7 1o entanto9 outra uest*o do estudo a8aliou de forma mais concreta esse conecimento ue9 espontaneamente9 os docentes afirmaram ter V ao menos parcialmente7 Em outro item do uestionJrio9 os entre8istados tinam ue relacionar o autor sua obra mais conecida ou característica mais marcante de suas teorias7 As respostas a essa uest*o (uadro ;<) foram9 a se"uir9 WfiltradasW7 Si"nifica diGer ue eFcluímos os professores ue afirmaram n*o conecer os autores7 Os percentuais dos ue afirmaram Wconecer bemW@Wconecer poucoW as teorias e autores listados foram comparados (em conKunto) com os ue relacionaram corretamente nome@obra@teoria bJsica7 Embora consciente de ue J uma "rande diferena entre conecer uma teoria e meramente apontar o nome do li8ro ue a cont?m ou a característica mais marcante de um autor9 esse seria o mínimo de conecimento ue uem declara conecer V ainda ue pouco V de8eria apresentar7 Os resultados apresentados no uadro 34 re8elaram ue9 na 8erdade9 o conecimento terico6peda""ico dos professores ? bem menor do ue o ue encontramos no uadro anterior9 uando a resposta foi espontnea7 Analisando os dois9 podemos concluir ue o professor tem menos conecimento sobre as teorias e autores do ue pensa ou "ostaria de confessar7 Os percentuais a se"uir refletem resultados mais consistentes e reais' +uadro 34 Associa*o correta' ideia F autor $iltro' Conece muito@conece um pouco cada autor -d?ia e obra' `#eda"o"ia do oprimido autor' #aulo $reire' `Respostas consistentes' 3Y7 `EstJ"io do desen8ol8imento co"niti8o@epistemolo"ia "en?tica 0ean #ia"et' `Resposta consistente' 5Y7 `Estudos sobre o processo de aprendiGa"em da leitura e da escrita Emília $errero'
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`Respostas consistentes' 5Y7 `#recursora da id?ia da criana como personalidade autMnoma &aria &ontessore' `Respostas consistentes' Y7 `nfase no processo scio6istrico Hi"otsi' `Respostas consistentes' =Y7 `1*o6direti8idade Carl Ro"ers' `Respostas consistentes' 3=Y7 `#oema peda""ico e o li8ro dos pais &aareno' `Respostas consistentes' 3=Y7 `-n8ariantes peda""icos C7 $reinet' `Respostas consistentes' ;Y7 `ObKeti8os comportamentais &aa"er7 `Respostas consistentes' ;Y7 2 <Y (cerca de ;7;>4 docentes) afirmaram conecer bem@um pouco #aulo $reire9 mas somente 3Y mostraram consistência ao relacionar corretamente autor@obra@id?ia7 De ;7;>4 ue afirmaram conecer bem ou um pouco9 >; professores n*o acertaram nem mesmo o título de um dos seus li8ros mais conecidos7 O mesmo raciocínio se pode faGer em rela*o aos demais autores7 2 Os dados acima foram apresentados em ordem decrescente9 para facilitar a 8erifica*o9 um a um9 dos percentuais de conecimento dos docentes em rela*o a cada autor7 HeKamos &aria &ontessori9 por eFemplo7 Dos ;74>; (Y do total) docentes ue afirmaram conecer a autora9 apenas 53= (9Y) mostraram consistência ao relacionJ6la ideia de ue a criana tem personalidade autnoma9 com características peculiares e di8ersas do adulto7 #ortanto9 considerando a amostra total (;7;3 docentes)9 5 (95Y) n*o conecem da ilustre m?dica italiana sen*o o nome7 Como analisar os resultados encontrados para #ia"et e $errero se J anos nos pautamos nos estudos e teorias ue desen8ol8eramZ Do total de docentes9 <5Y e Y afirmaram Wconecer ou conecer um poucoW9 respecti8amente9 as ideias dos autores citados9 por?m a consistência foi de apenas 5Y no caso de #ia"et e de 5Y em Emilia $errero7 1*o resta dP8ida de ue o ní8el de conecimento sobre teorias peda""icas dos docentes estJ muito au?m do mínimo ue se pode deseKar para melorar a ualidade t?cnica do ensino nas nossas escolas7 1*o se trata9 por?m9 de WculparW os docentes7 Ao contrJrio9 o obKeti8o a ue nos propusemos foi re8elar o ue de fato os professores est*o abilitados a faGer dentro do ní8el de conecimentos t?cnico6peda""icos ue possuem9 comparando com o ue se espera ue eles faam9 em fun*o das propostas metodol"icas em 8i"or7 A necessidade de ualifica*o fica e8idenciada claramente9 bem como a dire*o em ue poderíamos encaminar propostas de aperfeioamento7 Tamb?m aKuda muito a esclarecer onde se de8em buscar raGUes para o fracasso ue temos tido na prJtica V espera6 se ue os professores operacionaliGem teorias ue a maioria praticamente desconece ou sobre as uais têm rudimentos tericos7 Como se pode propor e esperar ue os professores operacionaliGem9 com bons resultados9 teorias ue eFi"em abilidade e alta ualifica*o9 uando se i"noram o ue e o uanto eles sabem sobre elas (a pesuisa a8aliou
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apenas a forma*o t?cnico6peda""ica mas o mesmo raciocínio de8e ser feito em rela*o ao contePdo ue cada um leciona) V e o estudo demonstrou ue sabem muito poucoZ Herbas destinadas ao treinamento e recicla"em dos docentes de8em ser utiliGadas de acordo com resultados de estudos de campo sobre as necessidades emer"enciais dos profissionais7 ReuniUes esporJdicas9 minicursos9 simpsios de um ou dois dias9 ministrados de forma aleatria9 n*o sistemJtica ou somente uando se deseKa implantar no8os m?todos ou t?cnicas9 n*o têm aKudado a melorar a ualidade nem a resol8er problemas bJsicos ue afetam diariamente a atua*o docente e o resultado do ensino V e s*o os ue primeiramente de8em ser superados7 % preciso propiciar a uem atua nas salas de aula e tem compro8adas deficiências (uer seKam de contePdo ou metodol"icas)9 ualifica*o didJtico6peda""ica ue abranKa prioritariamente deficiências detectadas7 #or eFemplo9 professores9 de uaisuer Jreas9 com desempeno incompatí8el ou deficiente em Lín"ua #ortu"uesa9 por eFemplo9 precisam9 antes de tudo9 de cursos intensi8os para sanar essas deficiências9 ue eFistem e9 e8identemente9 impedem a meloria da ualidade do ensino como um todo7 Tema V Linas peda""icas predominantes nas escolas Acabamos de constatar ue o conecimento didJtico6peda""ico docente estJ defasado9 mais at? do ue supUem os prprios docentes7 % importante relacionar esses dados com o problema da ualidade "lobal do ensino9 nunca in?rcia9 falta de 8ontade ou de ideal dos professores7 Se al"uns leitores esti8erem nesse momento inda"ando Wde onde ela tirou tal conclus*oW9 apresso6me a lembrar o capítulo sobre moti8a*o docente7 1ele ficou claramente demonstrado ue9 mesmo representando aumento de tarefa e 8ersando sobre temas aleios a sua forma*o9 a "rande maioria dos professores responde positi8amente ao desafio9 mas uer sentir6se apta7 Em fun*o dessa consciência (Wn*o me sinto apto ou se"uro para trabalar determinados temas e@ou a utiliGar m?todos para os uais n*o fui preparadoW)9 procurei in8esti"ar em ue medida esse desconecimento das modernas teorias educacionais compromete ou n*o o trabalo docente7 Cada profissional tem sua preferência em rela*o forma ideal de trabalar7 Assim como acredita em certos modelos9 ? fato tamb?m ue pode discordar inte"ralmente de outros7 ,ma coisa9 por?m9 ? ine"J8el' para decidir se "osta ou n*o9 se concorda ou discorda9 a condi*o bJsica ? conecê6los e a seus fundamentos tericos bem como a sua forma de operacionaliGa*o7 Em "eral9 cada escola tem seu proKeto peda""ico7 1o entanto9 teno 8erificado9 em contato com docentes de 8Jrias localidades9 ue al"uns n*o sabem ual a lina peda""ica do col?"io em ue trabalam7 Al"uns afirmam ue o col?"io n*o adota nenuma lina específica9 outros i"noram ual seKa7 Com base nessa constata*o9 decidi le8antar uais as linas peda""icas mais utiliGadas nas escolas brasileiras7 O uadro 3; resume os dados encontrados7
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+uadro 3; Lina peda""ica da escola em ue leciona `Construti8ista' =3Y `tradicional' ;Y `crítica dos contePdos' ;Y `ati8a@no8a' ;3Y `sciointeracionista' >Y `lina peda""ica prpria' 3Y `scioconstruti8ista' 3Y `tecnicista' 3Y `a soma do melor de todas' ;Y `pro"ressista' ;Y `n*o direti8a' ;Y `n*o sabe' ;>Y `n*o responderam' 5Y `base' ;;37 2 As duas Pltimas Leis de DiretriGes e Bases adotaram a lina construti8ista@pia"etiana7 Era9 portanto9 de se esperar ue os resultados apontassem V como ocorreu V o maior percentual para esse modelo (=3Y)7 2 A se"uir9 encontramos ;Y de docentes cuKas escolas utiliGam o modelo tradicional7 2 ;Y adotam a lina crítico6social dos contePdos7 2 ;3Y se"undo os professores utiliGam a lina da Escola Ati8a7 2 Os demais modelos apontados apresentaram percentuais bem baiFos e pul8eriGados7 2 ;>Y dos docentes afirmaram desconecer ual o modelo peda""ico adotado em suas escolas7 Outros 5Y deiFaram o item em branco9 o ue pro8a8elmente si"nifica ue tamb?m o desconecem7 Seria9 por?m9 plausí8el considerar tamb?m a iptese de essas escolas n*o terem definido m?todo al"um ou Wadotado umW apenas para atender eFi"ências le"ais9 caso em ue o m?todo nem sempre ? di8ul"ado aos profissionais da unidade7 &ais importante9 por?m9 do ue Wapenas saber citar ualW o m?todo professado pela escola9 ? 8erificar se eFiste coes*o em torno desse plano de trabalo9 especialmente uando se tem em mente um ensino de ualidade7 As escolas s*o formadas por euipes coerentes e coesas em fun*o de obKeti8os formuladosZ Em ue medida se trata apenas de um "rupo de pessoas ue por obra do destino est*o a"rupadas num mesmo espao físico9 cada uma trabalando de acordo com seus prprios obKeti8os9 m?todos9 formas de a8aliar9 A coes*o de uma euipe t?cnico6peda""ica ? reuisito importante para ue se obtenam resultados efeti8os em Educa*o7 +uando dire*o e euipe t?cnica defendem ideias ou proKetos em ue os docentes n*o acreditam ou aos uais se opUem9 em "eral os resultados costumam ser bastante ne"ati8os7 -sso n*o si"nifica ue os diretores e especialistas têm ue faGer t*o6somente o ue os professores deseKam e uerem ou 8ice68ersa7 Si"nifica ter consciência de ue ? essencial buscar formas de se conse"uir a ades*o real de todos V seKa atra8?s de discussUes e estudos ou por outros m?todos ue cada um Kul"ue mais adeuado a sua realidade7
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O ue n*o se de8e manter ? a dicotomia entre planeKadores e eFecutores7 XJ ue se buscar a forma*o de euipes unidas e armnicas V embora n*o necessariamente omo"?neas em tudo7 Euipe armnica n*o si"nifica unicidade total9 mas ? essencial ue o docente se sinta ou8ido e respeitado7 Coes*o se conse"ue uando as decisUes peda""icas finais s*o fruto de refleF*o9 anJlise crítica e decisUes conKuntas9 nas uais o professor ? parte ati8a7 Em ualuer Jrea9 a ades*o da euipe aos obKeti8os da or"aniGa*o ? sabidamente fator condicionador de resultados positi8os7 #or isso9 pareceu6me interessante le8antar o ní8el de ades*o ao proKeto peda""ico das escolas7 O ue le8a uma pessoa a ser professorZ Afinal9 ? uma profiss*o com pouco status9 p?ssimas condiUes de trabalo (especialmente na rede pPblica9 mas n*o apenas) remunera*o inualificJ8el9 dificuldades e desafios crescentes9 e at? riscos físicos >=7 O ue9 ent*o9 mant?m cerca de 3 milUes de docentes nas salas de aulaZ S pode ser9 acredito9 a con8ic*o no poder da Educa*o7 XJ9 com certeGa9 um percentual ue permanece porue n*o te8e outras oportunidades9 mas n*o creio ue seKa a maioria7 #elo menos9 n*o ? o ue os dados deste estudo indicam7 O ser umano9 uando insatisfeito e sem perspecti8as9 adota posturas defensi8as as mais di8ersas7 XJ os ue se tornam a"ressi8os9 J os ue perdem a esperana e J os ue resistem faGendo o mínimo possí8el7 Estes Pltimos adotam9 conscientemente ou n*o9 atitudes passi8as primeira 8ista9 mas9 no espao de poder ue les ? específico (a sala de aula)9 a"em de acordo com o ní8el ue les permite a sua desilus*o7 % b8io ue detectar esse tipo de sentimento ? muito difícil7 Considerei ue a melor maneira de le8antar esse dado raGoa8elmente conforme realidade seria por meio de um professor ue trabalasse no mesmo local7 Afinal9 o contato entre pessoas do mesmo ní8el ierJruico no trabalo costuma ser mais aberto e franco do ue o ue temos com ocupantes de funUes superiores7 +uadro 33 Conecimento da lina peda""ica adotada nas escolas &?dia Y (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) 2 1a percep*o dos entre8istados9 Y dos professores sabem ual ? a lina adotada pela escola7 De ualuer forma9 ainda falta muito para ue se possa afirmar ue J9 em toda a rede de ensino9 coes*o de obKeti8os7 Afinal9 =4Y ? um percentual muito ele8ado9 especialmente em se tratando do proKeto peda""ico da escola7 2 O cruGamento dos dados indicou' V docentes das s?ries mais altas e os de cidades do interior têm percentualmente menos conecimento do proKeto peda""ico (; e =Y9 respecti8amente) do ue seus cole"as ue lecionam nas primeiras s?ries IS.EC, Inep Informati$o nH 91, ano @, un%o de =BB GOutra 'uei&a dos professores da Edu#aç-o ;si#a, segundo dados do Sae! =BB@, referese s agresses e ameaças por Parte de alunos Cer#a de =@ dos do#entes de +ngua Portuguesa da ter#eira s/rie do Ensino ./dio disseram ; ter sofrido agresses $er!ais e ,8, ameaças por parte dos alunos e B7 ; sofreu agresses f+si#asG 34
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V o mesmo ocorre com os ue trabalam nas capitais dos estados em compara*o com os resultados de outras cidades (53 e 54Y9 respecti8amente)7 &ais interessante do ue saber se os professores conecem a lina peda""ica adotada pela sua escola9 ? analisar se9 tendo esse conecimento9 sua atua*o em sala de aula se faG em consonncia com ela ou n*o7 S*o dados ue fornecem pistas bastante se"uras sobre ades*o e sobre coes*o7 Ambos influenciam diretamente a ualidade do produto7 O uadro 3> re8ela os resultados' +uadro 3> Atua*o dos professores F #ressupostos peda""icos oficialmente adotados 1as escolas em ue trabala ou trabalou9 os professores9 de forma "eral9 atuam efeti8amente9 em sala de aula9 de acordo com os pressupostos peda""icos oficialmente adotados pela escolaZ (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) 2 Se"undo os professores9 5; Y dos seus cole"as atuam de acordo com a peda"o"ia oficialmente adotada V porue consideram a unidade fundamental (o ue n*o si"nifica obri"atoriamente ue esteKam satisfeitos ou em conformidade com a ideia peda""ica da escola) 2 >Y atuam da forma ue uerem9 porue n*o J uma filosofia definida 2 ;Y trabalam em suas salas da forma ue deseKam9 seKa ual for a lina peda""ica da escola9 o ue remete falta de coes*o na euipe 2 ;=Y atuam de acordo com os pressupostos oficialmente adotados9 somente porue a super8is*o ? atuante V o ue si"nifica ue tal8eG discordem9 mas se submetem9 KJ ue J eFi"ência t?cnica7 Os resultados apontaram maioria (5; Y) atuando de acordo com o proKeto peda""ico de sua escola7 XJ ue considerar9 por?m9 o fato de ue 5Y da amostra era composta por professores da rede pPblica9 o ue com certeGa te8e influência nos resultados V a decis*o sobre m?todo e currículo ? tomada em ní8el "o8ernamental7 Ainda ue oKe se permita s escolas certa liberdade operacional9 a estrutura bJsica no ensino pPblico ? determinada no ní8el macro7 Se considerarmos esse aspecto9 podemos afirmar ue ? bastante alto o percentual dos ue n*o trabalam de acordo com a lina adotada ou o faGem apenas por press*o (>3Y ? praticamente um tero do total)7 ,ma solu*o simples9 mas de compro8ados resultados positi8os9 seria estabelecer9 dentro da prpria escola9 encontros semanais (incluídos na car"a orJria contratual V e remunerados9 portanto)9 com o obKeti8o de estudar e discutir informalmente teorias e modelos peda""icos9 bem como situaUes e problemas específicos da prJtica pela troca de eFperiências9 8isando supera*o de problemas semelantes7 0J eFistem reuniUes demais nas escolas9 dir*o al"uns7 Realmente7 &as n*o como um centro de estudos9 um frum de debates remunerado777 Entre m?dicos nos ospitais9 ? uma prJtica corrente7 At? na nossa rede pPblica9 t*o deficiente financeiramente9 um dia por semana costuma ser consa"rado a encontros para leitura e discuss*o de arti"os9 relato e discuss*o de casos9 apresenta*o de sínteses de trabalos apresentados em con"ressos etc7 #or ue n*o faGer o mesmo no ma"ist?rioZ Somente a atualiGa*o permanente e a discuss*o dentro de uma euipe ue se
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conece9 ue conece as dificuldades da sua escola9 dos seus alunos9 podem enseKar um clima ue possibilite ue a ades*o se instale naturalmente7 Ao remunerar o professor ue estuda e reflete sobre a realidade de sala de aula e sobre no8os m?todos de ensino9 a sociedade estarJ n*o apenas re8i"orando a auto6estima docente9 como possibilitando concretamente a atualiGa*o permanente9 e ainda dando mostras de ue 8aloriGa o saber e respeita o profissional da Educa*o como elemento fundamental para o crescimento de uma na*o7 Tema < V #laneKamento peda""ico peda""ico Xou8e ?poca em ue o &inist?rio da Educa*o planeKa8a tudo para os professores7 Desde o #laneKamento Ieral (ue corresponde mais ou menos ao atual #laneKamento Anual9 curricular ou educacional)9 8Jlido para todas as escolas brasileiras9 at? o famoso WlenolW (era como camJ8amos o li8reto ue recebíamos e ue contina os contePdos por s?rie e disciplina V tamb?m 8Jlido para todo o Brasil)7 O WapelidoW sur"iu de8ido ao tamano das folas' fecado9 assemela8a6 se a um li8ro normal9 mas cada uma de suas s uas pJ"inas se Wdesdobra8aW9 crescendo 8Jrias e 8Jrias 8eGes7 #ara utiliGJ6lo9 tínamos ue ir desdobrando essas pJ"inas7 Ao final9 fica8am t*o compridas ue passamos a camJ6lo dessa forma espirituosa7 Em todo o Brasil9 em ualuer estado9 município ou cidade9 os contePdos eram9 portanto9 os mesmos para todos os professores7 Resta8a a eles faGer somente o plano diJrio (plano de aula)7 Esse modelo9 por?m9 com Wpro"ramasW definidos9 foi abolido7 $undamentado na ideia de ue cada estado9 município ou re"i*o "eo"rJfica tem suas especificidades9 assim como cada pessoa (influência9 como KJ referi9 da super8aloriGa*o da indi8idualidade9 ue sur"iu a partir dos anos ;<4)9 o &EC optou por manter apenas a necessJria omo"eneidade educa*o nacional9 dando mais liberdade a*o peda""ica docente e atendendo s diferenas indi8iduais9 culturais e sociais7 Como em tantas outras reformas no Brasil9 n*o ou8e um trabalo de treinamento pr?8io suficiente9 de forma a permitir uma operacionaliGa*o eficiente7 Hamos tentar compreender' anualmente cada professor recebia um pro"rama predefinido e pronto para ser cumprido7 Aos docentes cabia apenas transformar os contePdos em aulas9 ue atendessem a sua turma7 De repente9 suspendem o ue era usado J muitos anos e en8iam um no8o9 ue n*o estabelecia mais o contePdo a ser dado e sim os obKeti8os a serem atin"idos9 incluindo Jbitos e atitudes (ue antes n*o consta8am do planeKamento)7 ,ma terceira coluna pretendia eFemplificar como atin"ir cada um dos obKeti8os7 Era a Pnica em ue os costumeiros contePdos V forma com a ual os professores esta8am acostumados a trabalar V apareciam7 1*o estou afirmando ue n*o se pode ou n*o se de8a mudar7 Especialmente se estudos a8anam e apontam compro8adamente (por eFperiências prJticas e n*o apenas teoricamente) para melores resultados educacionais7 1o caso9 busca8a6se di8ersificar os pro"ramas para atender a uma clientela eFtremamente di8ersa e dar
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mais liberdade de o profissional trabalar a seu modo7 &uito positi8o V desde ue se prepare bem esse profissional abituado a receber pronto um material ue demanda conecimentos t?cnicos especialiGados7 Se9 subitamente9 ele tem ue faGer por si o ue especialistas faGiam por ele9 sem treinamento adeuado9 s se pode esperar ueda de ualidade7 &ais uma WreformaW ue trouFe pioras e n*o &elorias ao ensino7 +uanto mais liberdade9 mais responsabilidade e mais necessidade de uma forma*o adeuada7 Como as pesuisas mostram9 o Brasil comeou a decair9 em termos de Educa*o9 a partir das d?cadas de ;<<647 Como esperar9 portanto9 ue esse profissional9 cada 8eG menos abilitado9 pudesse sentir6se confortJ8el em tal situa*oZ O ue ocorreuZ A maioria dos professores profess ores passou a utiliGar apenas a terceira coluna do no8o documento V eFatamente porue se parecia muito com os anti"os WlenisW ue concretiGa8am o Wue faGer docenteW7 &uitos dir*o ue isso apenas compro8a ue os professores n*o aceitam mudanas777 #ode9 primeira 8ista9 parecer al"o desse tipo7 &as9 na 8erdade9 acredito ter sido antes uma medida de defesa7 Se n*o sabiam como operacionaliGar obKeti8os9 mas sabiam trabalar com contePdos9 ent*o9 pareciam pensar os professores9 W8amos faGer o ue sabemos ? menos preKudicial para o aluno e mais se"uro para nsW7 Tal8eG 8ocês esteKam se per"untando como posso posso afirmar isso7 Simples' eu era super8isora de escolas da rede r ede pPblica do município do Rio de 0aneiro ?poca7 #osso diGer9 portanto9 com base base na mina prpria eFperiência9 ue 8i a inse"urana crescer n*o apenas entre os docentes9 mas at? entre os super8isores dos ní8eis intermediJrios e de unidade escolar (na ocasi*o9 cada escola tina um super8isor escolar9 pelo menos\)7 E n*o sem raG*o7 A prJtica demonstrou ue os professores n*o se encontra8am preparados para essa mudana7 Xou8e treinamento9 mas insuficiente7 Daí a solu*o praticamente "eral' os professores se ati8eram a trabalar o ue compreendiam e sabiam faGer7 +uadro 3= Tipos de planeKamento utiliGados em sua escola (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) sem diferena si"nificati8a em rela*o amostra total7 (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) O uadro 3= re8ela ue9 muito embora nas Pltimas d?cadas se 8ena preconiGando ue cada escola de8e elaborar 8Jrios tipos de planeKamentos9 na prJtica n*o ? o ue 8em ocorrendo7 #ara facilitar a compreens*o9 apresento a se"uir uma peuena e muito simplificada conceitua*o de cada tipo de planeKamento' (;) educacional ou curricular V ? o plano "eral ue en8ol8e a escola e scola como um todo9 propiciando coes*o e unicidade9 de sua elabora*o de8em participar todas as euipes da institui*o (3) de curso V permite uma 8is*o "lobal do ue se pretende alcanar por s?rie e por turma7 De8e6se elaborar um plano de curso para cada turma e@ou Jrea ou componente curricular (>) de aula V estabelece o ue se pretende alcanar a cada aula9 discriminando obKeti8os9 metodolo"ia9 recursos auFiliares a serem utiliGados9 a8alia*o etc
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(=) de unidade V utiliGado uando se deseKa faGer um trabalo mais aprofundado sobre determinado tema ou obKeti8o9 com dura*o pre8iamente estipulada e ati8idades especiais9 de preferência en"lobando 8Jrias mat?rias9 com trabalo em conKunto7 &ais utiliGado da primeira uarta s?rie7 Ressaltando al"uns dados' &enos de metade das escolas (=4Y) faG planeKamento "eral7 O ue a maioria utiliGa (54Y) ? mesmo Wo conecido e 8eloW plano de aula se"uido do #lano de Curso9 porue propicia ao professor uma boa 8is*o "eral de como di8idir o tempo pelo período leti8o como um todo7 At? mesmo o #lano de Aula tem sido ne"li"enciado (apenas 3Y planeKam as ati8idades diJrias de suas turmas\)7 O #lano de ,nidade ? utiliGado por apenas um uinto das escolas9 nas primeiras s?ries7 XJ diferenas si"nificati8as de re"i*o para re"i*o9 bem como de capitais para cidades do interior7 O ue podemos concluir' ;) Tomando por base o fato de ue apenas =4Y das escolas elaboram planeKamento educacional (? em fun*o da elabora*o desse tipo de plano ue se discutem as metas mais amplas da institui*o9 ins titui*o9 as metodolo"ias9 os proKetos ue ser*o desen8ol8idos de forma inte"rada9 a forma pela ual os alunos ser*o a8aliados)9 podemos deduGir ue9 sal8o en"ano9 a maioria das escolas ainda n*o funciona como um sistema9 em torno do ual se inte"ra toda a euipe9 forma preconiGada pelas teorias educacionais modernas7 3) Iestores9 dire*o9 euipe t?cnico6peda""ica e corpo docente tal8eG considerem desnecessJrio9 inPtil ou impossí8el utiliGar tantos tipos de planos e9 portanto9 utiliGam seu espao de poder decisrio faGendo o ue acreditam ser Wo possí8elW ou o ue Wfunciona melorW V ? uest*o a ser in8esti"ada Kunto s escolas9 caso se deseKe de fato a participa*o ati8a dos ue est*o nas Wlinas de frenteW7 >) Os professores n*o têm tempo (dadas as condiUes eFtenuantes de trabalo e a car"a orJria) de faGer tantos tipos de planos (iptese bem plausí8el9 por sinal)9 o ue tamb?m eFplicaria a incidência maior do uso de #lanos de Aula9 elaborados por cada professor para a sua s ua turma9 e isoladamente7 1a maior parte das 8eGes9 ao contrJrio do ue preconiGa a didJtica9 o mesmo #lano de Aula ? usado para todas as turmas da mesma s?rie9 i"norando6se9 portanto9 a base desse tipo de planeKamento V ue de8e ser feito de acordo com o andamento e as peculiaridades de cada turma7 =) % importante repensar a utiliGa*o de tantos tipos de planos7 A realidade9 sem dP8ida9 denota forte reKei*o a 8Jrios deles (o de unidade9 por eFemplo)7 ) Seria recomendJ8el um estudo ue in8esti"asse a rela*o de produti8idade entre docentes ue utiliGam e os ue n*o utiliGam planeKamentos específicos para cada uma de suas turmas7 5) Tamb?m se poderia in8esti"ar se J diferena si"nificati8a no rendimento dos alunos uando o professor usa o mesmo plano para todas as turmas ou9 como seria metodolo"icamente adeuado9 um #lano de Aula para cada turma9 adaptado s necessidades de cada uma7
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) Enfim9 todos os estudos su"eridos permitiriam 8erificar at? ue ponto tantos e t*o 8ariados tipos de planos s*o de fato necessJrios e se influem no melor desempeno docente e discente7 E9 finalmente9 se a Wintui*oW ou a eFperiência prJtica das escolas V ue praticamente aboliram al"uns deles V têm ou n*o raG*o de ser9 contra toda a teoria ue preconiGa o uso de cada um deles com finalidades específicas7 % preciso ue tenamos outros enfoues sobre os WporuêsW do fracasso da Educa*o no Brasil7 Os docentes est*o nos en8iando mensa"ens (nem t*o cifradas) uando n*o efeti8am na prJtica al"umas determinaUes de ní8eis superiores7 Refiro6me ao enorme nPmero de professores ue9 em di8ersos pontos do país9 adotam posturas reati8as semelantes V sem ue tenam combinado nada e sem ao menos saber ue outros faGem o mesmo ue eles7 O estudo mostra com clareGa esse pensamento7 #or outro lado9 "osto de 8oltar s 8eGes (s s 8eGes) ao passado e uestionar al"umas coisas7 #or eFemplo' antes o professor utiliGa8a apenas o #lano Ieral ue o &EC en8ia8a e o #lano de Aula9 e a escola alcana8a muito bem seus obKeti8os V uem acaba8a o anti"o primJrio9 podem crer9 sabia ler de 8erdade7 XoKe9 as no8as teorias preconiGam tantos outros tipos de planeKamento (muitos dos uais at? s*o utiliGados por parte dos col?"ios9 como se 8iu)9 mas a ualidade estJ cada dia pior n*o seria interessante nos per"untarmos uem ? ue estJ de fato corretoZ Os ele8ados percentuais ue encontramos em muitos dos itens analisados nos le8a obri"atoriamente a pensar ue9 ou representam uma lina de pensamento9 V ou resultam da impossibilidade de realiGa*o prJtica7 +uadro 3 $re[ência com ue planeKa as aulas (1*o foi possí8el adaptar esta tabela7) 2 O percentual de escolas ue adotam oficialmente o modelo ? de 54Y em m?dia (uadro 3=)7 1o entanto9 ? o tipo de planeKamento ue a "rande maioria dos professores utiliGa (<3Y)7 2 Ao cruGar os dados V professores ue utiliGam o #lano de Aula por li8re e espontnea 8ontade (item de resposta espontnea) e o percentual de escolas ue o adotam V9 ce"a6se a um percentual de <Y de utiliGa*o7 +uase ;44Y9 portanto9 usam porue acam Ptil e importante V e n*o apenas porue les ? eFi"ido7 2 Esse dado concretiGa a teoria de ue a ades*o ? muito maior uando a escola adota al"o ue os professores de fato acreditam ser Ptil e 8iJ8el9 seKa um tipo de plano9 um m?todo ou uma t?cnica7 1*o um professor apenas9 ? claro9 mas a maioria deles7 Ao ue tudo indica9 a Wrealidade do possí8elW do dia6a6dia de escolas e docentes contraria as propostas tericas das autoridades educacionais7 Tal8eG os professores 8enam tentando diGer da forma ue podem ue9 ainda ue os obKeti8os ue norteiem al"umas medidas seKam ideais9 ainda ue aKa de fato deseKo sincero de acertar9 ? preciso' ;) ue as ino8aUes peda""icas9 metodol"icas9 de planeKamento e a8alia*o seKam9 antes de mais nada9 eFe[í8eis V caso contrJrio9 a realidade as adapta ou anula ou 3) se as mudanas n*o s*o compatí8eis com a realidade9 ? preciso mudar essa realidade antes de implantJ6las9 se n*o se deseKa9 a se"uir9 assistir a mais fracasso7
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Tema ;4 V T?cnicas de ensino e recursos audio8isuais mais utiliGados T?cnicas de ensino At? meados do s?culo ]] as escolas9 do ponto de 8ista de m?todos e t?cnicas de ensino9 trabala8am uase omo"eneamente7 $ruto da busca do Wm?todo PnicoW9 ue norteou durante bastante tempo a peda"o"ia9 se basea8a em um princípio muito simples' Wo professor ensina9 os alunos aprendemW7 A rela*o era simples e cada um tina o seu papel bem definido7 Depois de ensinar9 o professor 8erifica8a9 mensalmente9 por meio de pro8as escritas e9 em al"uns casos9 orais9 se os alunos tinam aprendido7 Os ue demonstrassem ue sim9 eram promo8idos os demais9 repro8ados7 Xa8ia uma se"unda cance para os ue n*o ti8essem bom resultado V a Wse"unda ?pocaW9 uma no8a oportunidade de faGer a Wpro8a finalW7 Os pais (os ue podiam9 ? claro)9 principal Wsocorro peda""icoW da ?poca9 ? ue pro8idencia8am aulas com professores particulares para sanar deficiências ou dificuldades dos filos9 apontadas pelo Wboletim escolarW7 Caso fossem bem6sucedidos na Wse"unda ?pocaW9 eram promo8idos se n*o9 permaneciam na s?rie7 As etapas ue os professores percorriam durante o ensino eram praticamente as mesmas9 em ualuer disciplina ou s?rie7 #rimeiramente da8a6se a Wmat?ria no8aW o se"undo passo era a fiFa*o9 por meio de eFercícios em sala e em casa o terceiro momento era o da 8erifica*o da aprendiGa"em7 Ao final9 reinicia8a6se o ciclo' mat?ria no8a9 fiFa*o9 8erifica*o7 A busca pelo m?todo Pnico9 um ideal peda""ico ue consumira d?cadas9 n*o s terminou como passou a ser considerado inadeuado didaticamente7 Atualmente9 ? importante utiliGar 8ariadas t?cnicas9 de acordo com as necessidades e características da clientela9 da prpria mat?ria e de cada aluno7 $oi uma "uinada e tanto\ Do ensino centrado no professor passou6 se ao ensino centrado no aluno7 Em outras pala8ras9 antes eram os docentes ue determina8am Wa maneira de ensinarW (ual o ritmo adeuado9 o momento de a8aliar9 o uanto eFercitar e fiFar os conceitos) de acordo com sua percep*o9 eFperiência e tamb?m de acordo com a prpria personalidade7 1o no8o enfoue9 s*o as características do aluno ue determinam as eFperiências e ati8idades desen8ol8idas em sala7 Entra em cena a ideia do Womem como indi8íduo PnicoW9 al?m das teorias estudadas e dissecadas por psiclo"os9 m?dicos e peda"o"os ue se tornaram mundialmente conecidos e respeitados9 como &aria &ontessori9 0on Dee:9 0ean #ia"et9 Hi"otsi9 Decrol:9 &aareno9 #aulo $reire9 Anísio TeiFeira7 A peda"o"ia do s?culo ]] incorporou e modificou radicalmente a forma de ensinar (m?todo)7 $oram mudanas enormes9 ue afetaram inclusi8e a or"aniGa*o física da sala de aula7 As carteiras dos alunos9 at? ent*o fiFadas ao assoalo9 foram substituídas por mesas e cadeiras soltas9 mais le8es e m8eis9 para fa8orecer adaptaUes em fun*o das 8ariadas ati8idades ue de8eriam passar a faGer parte do dia6a6dia das salas de aula9 como a pesuisa e o trabalo em "rupo9 e outras 8isando a fa8orecer a intera*o e a participa*o dos alunos7 Da aula ue se resumia eFposi*o oral e um resumo (ditado pelo
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professor ou escrito no uadro6de6"iG)9 com e8entuais inserUes de mapas e "lobos terrestres e raras WdemonstraUesW (em "eral na Jrea de Ciências Biol"icas9 +uímica e $ísica)9 ce"a6se concep*o do aluno como prota"onista da aprendiGa"em' ? a Escola Ati8a9 na ual o aluno "anou liberdade V de falar9 de per"untar9 de tirar suas dP8idas9 de trabalar Kunto aos cole"as7 A escola ficou mais mo8imentada9 mais ale"re e menos rí"ida7 Estudos e pesuisas na Jrea do comportamento (#sicolo"ia Social9 #sicolo"ia da AprendiGa"em etc7) tamb?m contribuíram com no8as ideias9 demonstrando9 por eFemplo9 ue os eFercícios de fiFa*o utiliGados pela escola tradicional9 sempre preparados e resol8idos pelo aluno indi8idualmente9 de8eriam ser enriuecidos por prJticas de trabalo em "rupo9 ue9 a partir de ent*o9 foram crescentemente 8aloriGadas7 O aluno ue faG aprende mais e melor do ue o ue apenas ou8e o aluno ue troca eFperiências cresce e enriuece9 aprende a ou8ir9 a respeitar o outro7 A di8ersidade de ideias e o debate s*o incenti8ados7 Em conse[ência9 trabalos de "rupo e pesuisas passaram a ser indicados9 e seu uso rapidamente te8e aumento 8erti"inoso7 Essas s*o apenas al"umas das muitas ideias ue foram sur"indo aui9 apresentadas de forma sucinta e bre8e9 e ue influenciaram a metodolo"ia e as t?cnicas de ensino7 % claro ue "rande parte inicialmente ce"ou s escolas mais como teoria do ue como prJtica7 De início9 sentia6se certo WclimaW apenas777 Troca8am6se ideias nas salas de professores9 ou8iam6se comentJrios como Wparece ue tabuada n*o 8ai mais ser usada777W ou Wme disseram ue as cartilas 8*o ser substituídas por li8ros feitos nas escolas777W7 Coisas assim7 Aos poucos9 essas ideias conuistaram mais e mais adeptos e foram sendo colocadas em prJtica7 &uitos erros ocorreram e continuam a ocorrer de8ido compreens*o eui8ocada e informa*o superficial das no8as metodolo"ias9 bem como das no8as t?cnicas9 ue rapidamente se distanciaram dos propsitos dos autores (lembro o capítulo em ue tratamos do ní8el de conecimento terico dos docentes)7 E9 assim9 mais uma 8ariJ8el associou6se s anteriormente citadas9 ue contribuíram para a ueda da ualidade V o uso inadeuado das modernas t?cnicas de ensino7 1o caso da alfabetiGa*o9 por eFemplo' os professores sempre utiliGaram cartilas7 Com a ado*o das bases construti8istas na educa*o brasileira9 muita "ente WKo"ou foraW as cartilas777 A Teoria Construti8ista9 entre outros conceitos9 trouFe a ideia de ue o aluno de8e aprender atra8?s de passos ue ele prprio 8ai WconstruindoW em fun*o das eFperiências de aprendiGa"em7 Resumidamente9 si"nifica ue o conecimento n*o de8e ser apresentado WprontoW criana7 De8e6se estimulJ6la a WdescobrirW aos poucos9 e por si9 especialmente atra8?s de ati8idades su"eridas pelo professor7 &uito bem7 Antes9 ao alfabetiGar9 o professor ensina8a primeiro as letras9 as sílabas9 depois a pala8ra e as frases (8aria8a9 dependendo de o m?todo ser silJbico9 fMnico9 "lobal9 natural)7 1*o importa\ +uando n*o se treina bem um profissional e se implanta um m?todo no8o9 de eFecu*o muito mais compleFa9 ? preciso ter cuidado9 muito cuidado777 #orue9 sen*o9 em 8eG de melorar o ue esta8a indo raGoa8elmente bem9 estra"a6se tudo de 8eG\
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Holtando ideia de Wconstru*o do saberW9 o ue ocorreu nesse conteFtoZ CartilaVuma WcoisaW ue KJ 8em pronta9 ima"ine s ue antiuado\ V comeou a ser 8ista com desconfiana e criticamente7 Daí ue muitos docentes9 ceios de boas intenUes9 e s 8eGes at? sob a orienta*o de super8isores peda""icos entusiasmados9 resol8iam n*o usar mais cartilas WprontasW7 Elas seriam feitas paulatinamente9 na prpria escola9 em consonncia com o ue os alunos trouFessem de sua realidade imediata9 da casa9 da comunidade7 Do ponto de 8ista terico9 perfeito\ S n*o pre8iram (por falta de treinamento e eFperimenta*o pr?8ia) ue para ue isso funcionasse V e melorasse a ualidade do ensino V seria preciso ter 8erba disponí8el9 tempo eFtra e muitas oras a mais de trabalo7 Sim porue ? necessJrio9 a cada dia9 criar uma pJ"ina da cartila WconstruídaW9 rascunar9 depois escre8er9 imprimir (se a escola ti8er computador e impressora V timo\ Caso contrJrio9 acredite9 mime"rafo\ ]eroF KJ ? luFo absurdo\)7 E o ue ? ue a maioria das escolas tinaZ $alta de recursos financeiros ou de material na uantidade necessJria777 E os docentesZ $alta de tempo\ Ent*o9 abandonou6se a cartila9 num impulso de criati8idade e entusiasmo com o no8o m?todo e777 o resultado foi ue9 em muitas escolas9 o ue se camou de WcartilaW ficou impensa8elmente inferior anti"a9 impressa9 colorida V embora pronta\ A no8a era feita Wem casaW9 WconstruídaW9 sim9 mas de ualidade deplorJ8el9 sem atrati8os para os alunos9 s 8eGes sem nitideG etc7 etc7 etc\ Sem contar os casos em ue9 na Pltima ora9 n*o pMde ser impressa porue n*o a8ia material9 o papel acabara9 o mime"rafo en"uiara (em a*o de protesto9 por eFcesso de uso)7 Estou relatando uma eFperiência ue eu prpria testemunei uando era super8isora distrital7 Sem dP8ida9 a inten*o foi eFcelente\ &as os resultados\\\ 1em preciso diGer777 Tem "ente no ensino brasileiro Ko"ando fora o feiK*o6com6arroG9 porue aca ca8iar muito mais "ostoso7 &as n*o tem dineiro ainda para comprar o ca8iar ue uer comer e KJ desperdiou a comida ue tina\ ResultadoZ $ome9 ema"recimento9 desnutri*o\ Esse ? apenas um eFemplo do ue 8em acontecendo no Brasil ue uer ualidade na Educa*o777 Analisando a"ora as t?cnicas de ensino7 Se"undo uma das classificaUes mais simples9 elas formam três "rupos' 2 T?cnicas de ensino indi8idualiGado (cada aluno trabala por si) 2 T?cnicas de ensino socialiGado (alunos trabalam di8ididos em "rupos) e 2 T?cnicas de ensino socioindi8idualiGadas (durante parte do tempo os estudantes trabalam em "rupo e em outra9 indi8idualmente)7 #ara ue atinKa seus propsitos9 ? preciso ue o professor tena conecimentos ue le permita escoler as t?cnicas adeuadas para cada contePdo ou obKeti8o ue 8J desen8ol8er7 1*o se escole a t?cnica de ensino como uem escole uma camisa ou um sapato7 XJ indicaUes adeuadas6 Lembro ue ou8i9 certa 8eG9 um cole"a diGendo ue passara um trabalo de "rupo para seus alunos sobre777 a partícula WseW e suas 8ariadas possibilidades sintJticas\ 1ada mais inadeuado\ Em decorrência da forma*o didJtica deficiente9 na prJtica esses propsitos n*o 8êm sendo atin"idos7 #or eFemplo9 no caso do Ensino SocialiGado' o obKeti8o ? promo8er a
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discuss*o9 a refleF*o9 o Jbito de ou8ir opiniUes di8er"entes e ar"umentar7 Al?m disso9 ensinar a con8i8er com diferentes pontos de 8ista9 por 8eGes anta"nicos ou inconciliJ8eis9 mas ue precisam ser respeitados7 E outro9 fundamental9 seria propiciar o aprofundamento do saber7 O Ensino SocialiGado9 em si9 ? eFtremamente 8Jlido9 mas o ue ocorreu9 em parte de8ido s se8eras críticas diri"idas a partir de ent*o eFposi*o oral9 foi ue muitos professores praticamente deiFaram de Wdar aulasW9 tornando6se V uando muito V Wor"aniGadoresW de propostas de discussUes em "rupo7 Com a fora ue o Wtrabalo de "rupoW "anou em pouco tempo9 de8ido ao uso eFcessi8o e mal orientado9 muitos alunos comearam a ficar t*o saturados ue9 oKe9 mal podem Wou8irW falar em Wtrabalo de "rupoW7 Como isso pMde acontecerZ Simples' professores com muitas turmas e muitos alunos simplesmente n*o conse"uem usar o trabalo de "rupo como de8eriam7 #rimeiro9 porue n*o conse"uem dar o feedbac necessJrio aos alunos7 Se"undo9 porue todo trabalo de "rupo ue en8ol8e pesuisa (refiro6me ueles ue os alunos faGem fora da sala de aula e traGem depois para entre"ar ao professor) s tem real 8alor uando o aluno recebe9 n*o s orienta*o do professor antes (em termos de obKeti8os9 biblio"rafia9 itens a serem abordados etc)9 durante (o mais importante momento ? o de acompanamento V os alunos pesuisam9 esboam o trabalo ue pretendem faGer9 traGem os teFtos ue pesuisaram e resumiram e discutem com o professor) e9 especialmente9 depois (dando orienta*o at? para ue o trabalo seKa aprofundado9 discutido e refeito uando necessJrio7 Essa orienta*o9 bem como o planeKamento pr?8io e a orienta*o do trabalo9 eFi"e obri"atoriamente pelo menos uma leitura atenta por parte do professor9 ue assim poderJ faGer anotaUes9 obser8aUes e correUes ue permitam aos alunos compreender em ue falaram7 Dar um conceito ou nota apenas em nada contribui para o real crescimento dos alunos V em nenum dos aspectos ue a t?cnica pretende alcanar7 1o entanto9 nas circunstncias em ue trabala o docente brasileiro9 torna6se impossí8el ler e a8aliar 8erdadeiramente o trabalo feito7 % prJtica bem comum9 portanto9 ue os conceitos seKam conferidos de forma superficial (e9 por isso9 muitas 8eGes inKusta)7 XJ casos em ue os trabalos nem ao menos s*o lidos7 Se pesuisa se"ue6se Wo seminJrioW (nome dado apresenta*o oral do trabalo para o resto da turma)9 aí mesmo ? ue o aprofundamento se torna nulo7 Com um a"ra8ante' cada "rupo acaba WestudandoW apenas uma unidade do pro"rama e Wou8indoW outros "rupos WapresentaremW as demais7 Em resumo9 uma t?cnica ue 8isa ao aprofundamento acaba produGindo eFatamente o oposto 66 superficialismo e burla777 +uem9 no entanto9 utiliGa adeuada e didaticamente o trabalo de "rupo9 sem dP8ida9 enriuece e alcana uma dinamicidade perfeita em sala de aula7 &as isso s ocorre uando os professores têm condiUes de trabalo e tempo para tal7 O tema se tornou at? moti8o de cacota (e irrita*o tamb?m) entre os alunos7 &as o processo continua em pleno 8i"or7
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XoKe os alunos dominam (de cor e salteado) a WdinmicaW9 ue ? mais ou menos a se"uinte' ; V #rimeiro dia de aula' ;) o professor se apresenta 3) em se"uida9 apresenta o Wpro"ramaW do curso9 pre8iamente di8idido em unidades de ensino >) prFima etapa V a turma ? di8idida em tantos "rupos uantas s*o as unidades do pro"rama =) cada "rupo fica encarre"ado de uma unidade9 ue serJ apresentada em dia predefinido aos demais cole"as (uma esp?cie de aula9 seminJrio ou9 muitas 8eGes9 apenas a eFposi*o oral W8ela de "uerraW9 s ue feita pelos alunos V a"ora Wati8osW V perante um professor a"ora sonolento e passi8o)9 aps o ue recebem um conceito ou nota7 V Aps a primeira aula9 o "rupo (ue muitas 8eGes se mant?m durante anos9 contrariando um dos pressupostos da t?cnica9 ue busca a intera*o em 8ariadas e diferentes associaUes) se rePne' ;) di8idem entre si a unidade (ue de unidade daí em diante n*o terJ mais nada) V cada um fica encarre"ado de uma parte cada um s lê@estuda@pesuisa@copia (\) a sua parte s sabe (mal) a sua parte7 0J J at? um acordo tJcito' os "rupos ue assistem concordam com tudo ue les ? apresentado no dia do WseminJrioW sob pena de9 caso contrJrio9 serem tamb?m ar"[idos ou uestionados pelos demais "rupos no dia da apresenta*o WdelesW 3) em "eral9 os alunos di8idem as tarefas de acordo com as abilidades (ou da falta delas) de cada um V e n*o em fun*o do interesse ue o contePdo pro8ocou7 ,m faG a capa o se"undo procura o(s) li8ro(s) na biblioteca e copia9 resume ou9 cada 8eG mais fre[entemente a"ora9 WbaiFaW diretamente da -nternet9 o ue Kul"a necessJrio para satisfaGer o professor> um outro faG cpias para todos outro ainda compUe a parte audio8isual da apresenta*o (Kunta os pedaos ue cada um acou na -nternet e ue9 eficientemente9 KJ le en8iaram por e6mail9 aos uais dJ formato omo"?neo V mesma letra9 tamano9 mar"ens) V e entre"a ao coordenador@ apresentador V em "eral o melor ou mais apto a falar em pPblico V9 ue por essa Wcar"aW maior de responsabilidade fica isento de ualuer outra ati8idade7 >) o "rupo apresenta o trabalo feito9 sob o olar atento (ipnotiGadoZ) dos cole"as7 O professor anota al"umas coisas e9 ao final9 faG al"uns poucos comentJrios V s 8eGes9 nem isso7 5 V O professor di8ul"a as notas@conceitos7 Ns 8eGes9 entre"a os trabalos9 outras n*o7 O aluno nunca mais 8ê ou tem notícias do mesmo7 AliJs9 uem li"aZ XJ casos em ue o professor Wle8aW o trabalo do "rupo para a8aliar em casa7 S*o inPmeros os relatos de trabalos nunca de8ol8idos9 de notas ou conceitos Kamais Kustificados ou de trabalos entre"ues com uma nota sete (por eFemplo) e nenum comentJrio9 nenuma Kustificati8a sobre9 de ue falas ocorreram9 enfim777 Como diGem os alunos' Wfoi nota dada pela M; in#lusi$e G#lassifi#açesG $aliosas so!re #ada Gtipo de professorG, repassadas, entre os alunos, ano a ano5 fulano gosta de #apa !onita: !eltrano fa" 'uest-o de muita foto: o de Yeografia sK Gd; nota !oaG 'uando o tra!al%o tem muitas p;ginas et# 35
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cara do fre"uês777W >5 +uer diGer9 a mudana (ado*o de 8ariadas t?cnicas 8isando a aprofundar e moti8ar os alunos) ocorreu em al"uns casos para melor V mas9 em muitos outros9 para pior7 De ualuer modo9 eFistem al"uns pontos bJsicos ue podem ser adotados 8isando supera*o da mJ prJFis9 KJ ue n*o supUem ou implicam mudanas físicas nem estruturais9 apenas conecimento t?cnico' V as aulas n*o de8em ser todas elas eFpositi8as9 nem apenas de trabalos de "rupo V caso se utiliGe a eFposi*o oral9 de8e6se faGê6lo de forma menos formal9 permitindo a participa*o imediata dos alunos atra8?s de per"untas9 comentJrios e esclarecimento de dP8idas (eFposi*o oral dialo"ada) V o aluno de8e participar ati8amente de sua aprendiGa"em V o professor de8e 8ariar a metodolo"ia para propiciar mais oportunidades de aprendiGa"em (cada pessoa tem uma forma ue le ? mais propícia para compreender e apreender conceitos) V de8e6se9 o uanto possí8el9 traGer para as aulas uestionamentos ou desafios ue insti"uem e le8em o aluno a refletir sobre o tema a ser aprendido9 de forma ue a aprendiGa"em n*o ocorra mecanicamente V uanto mais se utiliGarem eFemplos concretos e associaUes com a realidade social9 melor9 porue incrementam a moti8a*o e o interesse do aluno V os temas abordados de8em possibilitar enfoues amplos ue en8ol8am todo o sistema e oportuniGem ao aluno uma 8is*o de mundo inter6 relacionada e em constante intera*o7 Le8ando em conta o ue acabei de descre8er e considerando ue as ino8aUes peda""icas em Educa*o costumam le8ar cerca de cin[enta anos at? ce"arem s salas de aula9 8eKamos uais as t?cnicas mais utiliGadas oKe pelos professores' +uadro 35 +ue t?cnicas mais utiliGa em suas aulasZ `Trabalo de "rupo' =Y `trabalo indi8idual' ;=Y `n*o responderam' >Y `base' ;;37 O uadro 35 indica modifica*o acentuada na prJtica peda""ica em rela*o aos anos ;<547 As t?cnicas mais utiliGadas atualmente s*o as de ensino socialiGado (trabalos feitos em "rupo)7 1ossos professores KJ n*o utiliGam apenas a eFposi*o oral9 oKe apelidada depreciati8amente de Waula de cuspe6e6"iGW9 embora o percentual dos ue utiliGam esta t?cnica se aproFime bastante do ue lana m*o preferencialmente do ensino socialiGado7 Camo a aten*o para o fato de ue9 didaticamente9 a prJtica n*o constitui WpecadoW (como oKe supUem al"umas pessoas)9 desde ue utiliGada alternadamente com 0ma #olega #ontoume 'ue, depois de anos, en#ontrou no #%-o, atr;s de uma estante da !i!liote#a, um tra!al%o de pes'uisa 'ue %a$ia feito no Ensino ./dio da es#ola em 'ue atualmente tra!al%a$a, e pelo 'ual tin%a o!tido um #on#eito eelente, mas 'ue nun#a l%e %a$ia sido de$ol$ido Sem uma anotaç-o, uma #orreç-o ou um elogio Al/m do 'ue ela es#re$era na /po#a, apenas traçasL 36
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outros recursos7 Os trabalos indi8iduais s*o usados como op*o primeira por apenas ;=Y dos docentes7 Em ;<549 era praticamente s o ue se usa8a9 al?m da eFposi*o oral7 Resta saber de ue forma o trabalo ? desen8ol8ido em cada uma dessas opUes docentes V o mais importante na 8erdade777 Ao ue o estudo indica9 os especialistas em Educa*o est*o efeti8amente faGendo ce"ar suas mensa"ens didJticas aos docentes7 1o entanto9 a ualidade e o desempeno dos alunos continuam caindo7 O ue podemos concluir9 ent*oZ 1o início do capítulo9 tentei deiFar patente a forma pela ual a Wmelor das t?cnicasW ou o Wmelor m?todoW podem ser des8irtuados9 anulando6se9 por mal conduGidos9 todo o benefício ue poderiam traGer aos alunos7 ,tiliGados de forma eui8ocada ou distorcida (em condiUes desfa8orJ8eis de treinamento docente e com infra6estrutura inadeuada9 por eFemplo)9 ualuer t?cnica ou m?todo pode ser um fracasso9 conduGindo ueda da ualidade do ensino9 desmoti8a*o e at? ao embuste7 #or outro lado9 um m?todo oKe considerado Wanti"oW (eFcluindo os coerciti8os ue utiliGa8am casti"os físicos e@ ou umilantes) ou outro mais moderno podem9 ambos9 produGir eFcelentes resultados9 se utiliGados por docentes criati8os9 eFperientes e se"uros do seu uso9 dos obKeti8os a serem alcanados e dos esforos ue est*o dispostos a despender nessa tarefa7 Em resumo' pode6se mudar o m?todo e as t?cnicas de ensino por outras mais modernas9 sem ue isso melore a ualidade do ensino9 porue n*o ? o m?todo ue faG um bom professor ? o professor ue faG ualuer m?todo tornar6se efeti8o7 O ue n*o anula nem desmente a necessidade (apenas refora) de Ko"armos todas as nossas WcartasW na recupera*o da ualidade docente7 Recursos audio8isuais O uso de recursos audio8isuais como instrumento auFiliar do ensino9 al?m de possibilitar maior aprendiGa"em uando se trabalam temas abstratos9 compro8adamente aumenta o interesse e a moti8a*o do aluno7 1a sociedade do s?culo ]]-9 a tecnolo"ia in8adiu e cati8ou crianas e Ko8ens em suas prprias casas9 mesmo nas classes menos fa8orecidas economicamente9 em ue TH e Ko"uinos eletrMnicos KJ s*o uma realidade7 Seria de se esperar ue a escola a utiliGasse em lar"a escala9 nem ue fosse para o aluno sentir ue a escola ? uma institui*o sincroniGada com o seu tempo7 1o uadro 3 o leitor poderJ 8erificar uais recursos s*o os mais utiliGados9 a partir de uma rela*o apresentada aos entre8istados7 +uadro 3 $re[ência dos recursos utiliGados em sala de aula al?m do uadro6de6"iG (em Y) (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) 2 Al"uns dos recursos tradicionalmente utiliGados9 como slides9 Jlbuns seriados e transparências9 parecem estar sendo substituídos por outros mais modernos e dinmicos como Kornais de circula*o nacional9 computadores e filmes7 Estes Pltimos9 ao ue parece9 8êm se tornando
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referência no día6a6dia da sala de aula moderna7 2 O recurso mais utiliGado9 no entanto9 ? bem anti"o (Wmurais e cartaGesW)9 e essa op*o (5Y) de8e ter rela*o com seu baiFo custo V o ue era de se esperar9 dada a situa*o das escolas brasileiras7 #ode tamb?m estar relacionado ao fato de ue os prprios alunos podem confeccionJ6los com facilidade9 o ue estaria de acordo com o princípio bJsico da Escola Ati8a7 2 Surpreende o uso de computadores (>3Y afirmaram usar muito e 3Y9 s 8eGes) e filmes em sala de aula (3; Y disseram usar muito Y9 s 8eGes)7 2 Tamb?m a tele8is*o (;Y usam muito =Y s 8eGes) tem sido bastante utiliGada7 +uadro 3 #ercentual de uso de recursos auFiliares em sala Escola pPblica F particular &?dia Y (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) 2 &urais e cartaGes s*o os recursos mais utiliGados tanto na escola pPblica uanto na pri8ada7 1*o ou8e diferena estatisticamente si"nificati8a uando comparadas as duas modalidades7 2 O uso de filmes e Kornais de circula*o nacional9 pouco maior na escola pPblica9 pro8a8elmente se de8e a iniciati8as sociais de "randes empresas pri8adas7 Em todo o Brasil temos oKe escolas ue recebem re"ularmente re8istas e Kornais7 Al"umas dessas empresas d*o9 inclusi8e9 orienta*o ao professor para ue seu uso seKa adeuado s necessidades de sala de aula7 #ara desconforto dos ue 8i8em propalando ue professores s*o resistentes a ino8aUes metodol"icas9 t?cnicas ou estruturais9 os dados acima re8elam o contrJrio7 Tendo a seu dispor os recursos e dominando as t?cnicas e metodolo"ias9 os docentes os utiliGam9 porue sabem ue9 aumentando o interesse do aluno9 consePentemente aumentam tamb?m a moti8a*o e a aprendiGa"em7 E9 com isso9 diminuem os casos de indisciplina (especialmente aueles ori"inados pela monotonia das aulas ou pela inati8idade do aluno)7 +uando recursos modernos9 atraentes e adeuados do ponto de 8ista peda""ico s*o disponibiliGados nas escolas9 o professor utiliGa9 e muito7 Ele9 mais do ue nin"u?m9 tem consciência de ue9 uanto mais 8ariada e plena de recursos ? a aula9 maior o interesse dos alunos e9 conse[entemente9 maior a aprendiGa"em e menor a indisciplina7 #ortanto9 8ale in8estir n*o somente na capacita*o metodol"ica e de contePdo docente9 mas tamb?m no euipamento e na infra6estrutura escolar7 Tema ;; V A8alia*o da aprendiGa"em A8alia*o ontem +uando a a8alia*o era feita apenas atra8?s de pro8as9 o professor n*o se sentia inse"uro7 #orue elaborar uestUes baseadas apenas no contePdo desen8ol8ido em sala de aula ? e8identemente mais fJcil do ue a8aliar aspectos t*o compleFos ue 8*o desde a forma*o de Jbitos e atitudes9 passando pelo desen8ol8imento de competências co"niti8as9 afeti8as e sociais7 % o ue se espera seKa feito pelos professores oKe7
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1*o se trata de discutir ue tipo de a8alia*o de8e ou n*o ser feita9 ual a melor ou a mais moderna7 Trata6se9 sim9 de 8erificar uais s*o as reais condiUes de trabalo dos professores e9 daí9 repensar o ue pode resultar da aplica*o de medidas ue n*o possam efeti8amente ser realiGadas com ualidade7 A uest*o ?' o ensino 8em melorando desde ue se adotou a a8alia*o ualitati8aZ Os alunos mostram maior domínio das abilidades necessJrias sobre8i8ência no s?culo ]]-Z #arece6me ue as pesuisas nacionais e internacionais mais recentes KJ nos responderam7 A decis*o fica entre' ;) Continuar a WtentarW a8aliar ualitati8amente9 sabendo ue o professor nem ao menos conece o rostino de cada um de seus alunos9 al?m de sabermos tamb?m ue9 nas atuais condiUes em ue trabala9 ele n*o tem mesmo tempo de faGê6lo adeuadamente (o ue KJ resultou9 e ainda continuarJ resultando9 em ueda de ualidade)Z 3) Holtar a usar apenas a a8alia*o ue mede conecimentos e competências co"niti8as9 porue isso o professor pode ao menos faGer de forma mais bem6feitaZ Ou >) &udar a realidade das salas de aula9 a infra6estrutura das escolas9 pro8er treinamento adeuado para os professores e9 aí sim9 continuar9 ou melor9 comear afaGer 8erdadeiramente a8alia*o ualitati8aZ XJ cerca de três d?cadas9 a pro8a era considerada o Pnico instrumento de a8alia*o7 Era pro8a escrita9 pro8a oral9 pro8a e mais nada7 XoKe9 se preconiGa uma a8alia*o mais ampla7 Afirma6se ue as pro8as n*o a8aliam nada9 s WmedemW conecimento9 o ue poderia induGir a inKustias com o aluno7 W#ro8a n*o mede nadaW' mais uma meia68erdade7 #orue9 entre uma pro8a muito bem elaborada do ponto de 8ista didJtico (ue pode a8aliar altos ní8eis de competência e saber9 dependendo da forma como ? elaborada) e a a8alia*o ualitati8a como tem sido (mal) feita9 a pro8a pode ser um instrumento mais Kusto9 especialmente porue mais 8iJ8el V ao menos enuanto n*o mudam as condiUes atuais de trabalo do professor7 ,ma pro8a bem elaborada ? um timo instrumento de a8alia*o9 se se se"uirem todas as suas etapas didJticas' ;) elabora*o adeuada e abran"ente 3) resultados analisados de forma a detectar unidades n*o suficientemente trabaladas e ue necessitam9 portanto9 de mais aulas ou do uso de outras t?cnicas de ensino >) utiliGa*o dos resultados da anJlise das pro8as para elaborar estrat?"ias de recupera*o e melorar deficiências de aprendiGa"em re8eladas7 Se utiliGada dessa forma9 uma pro8a muitas 8eGes ? um instrumento de a8alia*o mais preciso do ue uma a8alia*o ualitati8a em ue se utiliGam trabalos de "rupo (feitos e corri"idos da forma descrita no capítulo sobre t?cnicas e ensino)9 e8entualmente pro8as e ficas de obser8a*o (em ue o professor lana conceitos m?dios para todos9 porue n*o pode na 8erdade obser8ar o desempeno indi8idual)7 #orue feita dessa forma9 a a8alia*o ualitati8a9 na 8erdade9 de ualitati8a tem apenas o nome7 &as KJ falamos sobre isso em capítulo anterior7 A uest*o ue me parece essencial9 na situa*o atual das escolas brasileiras9 ? encarar a realidade ue temos e escoler9 entre as duas
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alternati8as acima9 a ue menor preKuíGo traG ualidade do ensino7 O ue n*o se pode continuar a faGer em encontros9 con"ressos9 seminJrios e cursos ? discursar sobre a forma ideal de a8aliar9 i"norando a realidade V enuanto o professor fica ou8indo e pensando' +ue lindo\ A9 ue mara8ila9 se eu pudesse faGer assim\\\ &as n*o dJ9 eles n*o sabem9 por isso insistem ue pena\ Como eu continuo com treGentos alunos9 correndo feito louco de um lado para o outro9 ent*o 8ou ter ue continuar faGendo do Keito ue dJ777 O ue si"nifica ue al"uns 8*o continuar a faGer um arremedo de a8alia*o ualitati8a9 enuanto outros continuar*o dando suas pro8as9 por 8eGes mal elaboradas V porue ? o ue sabem e o ue conse"uem faGer7 +uem continua tentando faGer a8alia*o ualitati8a nas condiUes atuais acaba numa farsa9 em ue WpedeW um ou dois trabalos de "rupo turma9 o ue9 Kunto com o Wconceito indi8idualW atribuído a cada aluno (com crit?rios ue por 8eGes n*o ficam claros para nin"u?m)9 termina le8ando promo*o alunos ue n*o atin"iram obKeti8os mínimos da s?rie (eFcluída a pro"ress*o continuada)7 Se isso n*o piora a cada dia ue passa os resultados educacionais9 ent*o n*o sei mais nada de Educa*o777 E9 assim9 ou8e6se a"ora V assombrada a sociedade V a notícia de ue os alunos do Ensino &?dio no Brasil est*o apresentando "ra8es deficiências de forma*o e um ní8el de aprendiGa"em compatí8el com o esperado numa uinta ou seFta s?ries7 A mesma constata*o estJ sendo feita a partir dos resultados do EFame 1acional de Cursos aplicado pelo &EC nos Pltimos três anos9 a estudantes ue completam cursos de "radua*o em uni8ersidades pPblicas e particulares7 Sobretudo uando se discutem formas de incrementar a ualidade do ensino e9 mais especificamente9 uando consideramos as reais necessidades dos alunos na moderna sociedade9 fica muito claro ue9 obri"atoriamente9 o aluno ao concluir a obri"atoriedade escolar9 antes de tudo V e a despeito do m?todo de ensino ou de a8alia*o ue se utiliGe V precisa' ;7 Ler compreensi8a e analiticamente (condi*o bJsica para ser li8re e responsJ8el pelas suas decisUes intelectuais9 políticas e ideol"icas) 37 Compreender os fatos sociais e o mundo em ue estJ inserido (para poder tomar decisUes calcadas em sua prpria anJlise e n*o ser usado como obKeto consumidor ou como eleitor facilmente iludí8el9 por eFemplo) >7 Estar instrumentaliGado para competir no mercado de trabalo9 dominando o arsenal mínimo necessJrio a sua inser*o produti8a na sociedade7 Al"u?m KJ disse ue Wo timo ? inimi"o do bomW7 -nfeliGmente9 muitos s*o os ue9 ao se WapaiFonaremW por uma ideia9 esuecem o mais importante' para mudar ? preciso antes criar as condiUes infra6estruturais para ue a mudana de fato possa ocorrer7 Caso contrJrio9 continuaremos a mudar9 mudar9 mudar777 &as s na aparência e na nomenclatura7 Ou9 mais "ra8e ainda9 mudaremos sempre para pior em termos de ualidade final7 +uando Ko"amos fora um modelo e instalamos outro9 mais moderno9 sem analisar se de fato J condi*o de eFecu*o real9 continuamos incorrendo em falas ue s nos le8am a retroceder9 a perder o bonde da istria V ao contrJrio do ue se deseKa7
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As mudanas conceituais sobre a melor forma de a8aliar o desempeno tomam por base uma s?rie de estudos ue comearam a influenciar a Educa*o no Brasil por 8olta das d?cadas de ;<546;<4 e ue influenciaram educadores em todo o mundo7 #ara compreender tais conceitos V em especial os relacionados a8alia*o V9 n*o ? certamente necessJrio refaGer toda a istria da Educa*o e da #eda"o"ia9 o ue9 aliJs9 seria rematada pretens*o9 al?m de desnecessJrio9 pois temos disposi*o eFcelentes compêndios9 assinados por autores bastante capaGes e especialiGados no tema7 1o entanto9 8ale a pena eFpor9 sucintamente9 as principais mudanas implantadas para os leitores n*o afeitos ao tema terem uma ideia mais clara7 At? mais ou menos a d?cada de ;<49 no Brasil9 os alunos eram a8aliados de forma muito uniforme' ;7 Xa8ia um pro"rama Pnico para todo o país9 8indo do &EC9 e cada professor era responsJ8el apenas pelos contePdos da mat?ria ue leciona8a (n*o se fala8a em interdisciplinaridade nem em inte"ra*o curricular ?poca)7 37 Anualmente o &EC en8ia8a9 a todas as escolas brasileiras da rede oficial e oficialiGada9 pro8as Pnicas9 ue todos os professores aplica8am e corri"iam se"undo uma tabela9 tamb?m en8iada pelo &EC7 >7 As pro8as de reda*o eram corri"idas se"uindo uma outra tabela ue considera8a n*o somente a parte "ramatical como tamb?m as ideias eFpressas pelo aluno7 =7 As notas 8aria8am de 4 a ;44 (primeiras s?ries ou o anti"o primJrio) e de 4 a ;4 (para "inJsio e científico)7 7 Apenas os ue ti8essem 4Y de acertos ou mais eram apro8ados os ue n*o conse"uissem iam para a Wse"unda ?pocaW7 57 A se"unda ?poca era uma no8a oportunidade ue os alunos tinam de refaGer estudos9 re8er a aprendiGa"em e a a8alia*o7 Dura8a um mês ("eralmente em Kaneiro) e9 ao final9 os alunos faGiam no8a pro8a7 7 +uem n*o obti8esse o estipulado para apro8a*o depois dessa se"unda cance fica8a automaticamente repro8ado7 7 O aluno podia ficar em se"unda ?poca at? no mJFimo em três mat?rias mais do ue isso era repro8ado9 sem direito se"unda ?poca7 <7 Xa8ia tamb?m pro8a oral9 al?m da escrita9 com WpontoW (tema) sorteado na ora9 sobre o ual o aluno de8eria discorrer9 WeFplicitando tudo o ue sabia sobreW ou abordando aspectos ue o professor determinasse7 A8alia*o oKe' A se"uir9 eFplicito9 em linas muito "erais9 o ue se preconiGa atualmente como a8alia*o moderna7 ;7 Comecemos pelo termo a8aliar V ue "anou no8a e mais compleFa dimens*o V faGendo nítida distin*o entre Wmedir conecimentosW e Wa8aliar desempenoW7 W&edirW (o ue@uanto o aluno aprendeu) passou a desi"nar uma forma insuficiente e ne"ati8a de 8erificar a aprendiGa"em9 e em "eral se relaciona9 na prJtica9 ao uso de pro8as e testes apenas7 O se"undo termo ? utiliGado uando se deseKa faGer men*o maneira deseKJ8el de se 8erificar se os obKeti8os do ensino e da aprendiGa"em foram alcanados7 -nclui 8ariados instrumentos9 como pro8as9 testes9 trabalos indi8iduais e de "rupo9 obser8a*o atra8?s de ficas e auto6
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a8alia*o7 37 Os Wpro"ramas oficiaisW foram substituídos por Wsu"estUes de contePdos curriculares mínimosW9 depois pelos denominados Wparmetros curriculares nacionaisW7 Essas mudanas têm um cuno e8identemente mais abstrato e9 portanto9 s*o abilidades menos obser8J8eis em termos operacionais7 >7 As WnotasW9 at? ent*o utiliGadas9 foram substituídas por conceitos (ue assumiram nomenclaturas 8ariadas ao lon"o dos anos9 como 8imos)7 =7 A8aliar9 na no8a concep*o9 inclui9 al?m de resultados do desempeno mensurJ8el (escre8er corretamente9 faGer cJlculos9 resol8er problemas etc)9 outras aprendiGa"ens at? mais importantes9 como a auisi*o de competências nas Jreas co"niti8a9 afeti8a9 psicomotora e social9 aspectos ualitati8os ue9 se"undo a prpria LDB9 de8em preponderar sobre os uantitati8os7 -sso tem si"nificado na prJtica9 ue um aluno com rendimento abaiFo do mínimo eFi"ido na parte de contePdo propriamente dito (em "eral em torno de 4Y)9 mas ue ? educado9 polido9 esforado e atento9 ue ? eFcelente em mPsica ou esportes9 pode ser promo8ido s?rie se"uinte9 mesmo ue demonstre deficiências em leitura ou cJlculos7 7 Tamb?m se tornou fundamental9 ao a8aliar9 considerar os pro"ressos do aluno em rela*o a si prprio9 n*o em rela*o ao "rupo9 conceito calcado na #sicolo"ia9 ue condena a Wcompeti*oW entre os alunos7 A classifica*o do rendimento dos alunos9 a Wpremia*oW dos melores com medalas ou com WestrelasW coladas em cadernos9 as relaUes nominais ieraruiGadas em murais9 todas foram descartadas e consideradas noci8as9 estressantes e preKudiciais do ponto de 8ista emocional ainda se"undo essa teoria9 tais prJticas desestimulam os alunos com desempeno mais baiFo e podem afetar sua auto6estima7 1*o 8ou entrar na discuss*o do m?rito9 8alidade9 concordncia ou corre*o das teorias ue sustentam os itens acima7 S*o9 por?m9 pressupostos ue 8i"oram oficialmente7 Acei importante9 portanto9 relembrar o ue os professores faGiam e o ue ti8eram ue passar a faGer9 em termos de a8alia*o9 para ue o leitor possa compreender e analisar os resultados ue ser*o apresentados7 Como os docentes a8aliam atualmente Os resultados encontrados para a per"unta Wcomo a8alia seus alunosW (ue tipo de instrumentos usa) est*o no uadro 3<' +uadro 3< -nstrumentos mais utiliGados na a8alia*o dos alunos Dados Y (1*o foi possí8el adaptar esta tabela7) O leitor perceberJ ue as opUes apresentadas ao entre8istado iam desde a forma mais tradicional de a8aliar (s usando pro8as) at? a mais completa (s?tima op*o)7 A maioria (3Y) afirmou a8aliar da forma mais completa7 Em se"uida 8êm os docentes ue utiliGam pro8as9 testes9 trabalos indi8iduais e de "rupo (33Y)6$rmula praticamente i"ual anterior9 eFcluindo apenas as ficas de obser8a*o7 #rFimo do ideal (op*o apontada pela maioria)\ 2 Total dos 3 itens mais utiliGados' =Y\ 2 Comparando os dados em fun*o da re"i*o "eo"rJfica9 encontramos na Re"i*o 1orte o mais alto percentual dos ue afirmaram utiliGar a mais completa forma de a8alia*o (53Y)7 A Re"i*o Sudeste ficou com o menor índice (4Y)7
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2 At? mesmo uem trabala com muitos alunos9 8Jrias turmas em cada escola e at? em mais de uma escola (maioria do professorado brasileiro) V caso dos docentes a partir da a s?rie V a8aliam seus alunos propiciando6les mPltiplas oportunidades e 8ariados instrumentos (=;Y)7 2 Apenas 3Y do total utiliGam apenas pro8as7 2 Outro dado interessante' apenas 3Y a8aliam utiliGando somente trabalos (indi8iduais ou de "rupo)7 #ausa curta para peueno comentJrio istrico' % bom esclarecer ue9 uando a Escola 1*o6Direti8a9 de Carl Ro"ers9 se tornou conecida no Brasil V e aui feG ardorosos defensores V9 era o ue se preconiGa8a' abolir as pro8as7 Ainda oKe temos os ue defendem a ideia7 #ro8as e notas tornaram6se9 portanto9 ?poca9 at? mal8istas7 +uem as utiliGa8a acaba8a tacado de antiuado ou tradicionalista7 A d?cada de ;<4 foi prdi"a em se"uidores ro"erianos radicais7 1o Ensino Superior9 n*o era nada difícil ao professor ue persistia em Wdar pro8aW deparar6se com alunos re8oltados9 prontos afaGerem WabaiFo6assinadosW criticando se8eramente uma prJtica t*o anti"a777 Xou8e um periodo em ue praticamente s se podia a8aliar atra8?s de trabalos e auto6a8alia*o7 $oi um momento de radicalismo9 ao ual nem todos aderiram9 mas ue e8identemente tamb?m trouFe sua parcela de contribui*o ueda da ualidade do ensino (s se a8alia8a usando auto6a8alia*o e trabalos de "rupo9 dentro das condiUes anteriormente descritas)7 A teoria ue estimula a utiliGa*o de instrumentos e formatos 8ariados no processo de 8erifica*o da aprendiGa"em foi assimilada e 8em sendo utiliGada pela maioria dos docentes e instituiUes de ensino9 sem ualuer e8idência de meloria na ualidade dos resultados do ensino9 pelo contrJrio7 Conceitos ou notas Como KJ foi mencionado9 as duas Pltimas Leis de DiretriGes e Bases enfatiGaram o uso de conceitos na a8alia*o9 em substitui*o s notas7 O estudo re8elou (uadro >4) ue9 ao contrJrio do ue se poderia esperar e supor9 a maioria das escolas continua a utiliGar notas (Y do total)9 índice ue aumenta de forma ainda mais si"nificati8a ao compararmos o percentual utiliGado no ;g se"mento do Ensino $undamental (=Y) e nas demais s?ries9 a partir da a (<=Y)7 +uadro >4 Resultado da a8alia*o em sua escola ? eFpresso por meio de' (1*o foi possí8el adaptar este "rJfico7) Apesar do tanto ue os especialistas ressaltam a superioridade do uso de conceitos em 8eG de notas9 a prJtica demonstra ue a ades*o a essa ideia n*o ocorreu7 A maioria das escolas utiliGa notas na a8alia*o (ou 8oltou a utiliGarZ)9 como se pode 8erificar acima9 incíusi8e nas primeiras s?ries do Ensino $undamental7 % fJcil constatar ue o percentual de escolas ue utiliGa conceitos ? muito baiFo7 &ais interessante9 por?m9 ? 8erificar ue muitos dos ue WutiliGamW o conceito o faGem atra8?s de uma prJtica bastante comum e muito difundida' uem n*o sabe ou n*o concorda em WdarW conceito9 a8alia como sabe ou como pode9 dJ a nota e depois9 por meio de uma tabela com faiFas ue estipulam a rela*o entre notas e cada conceito (eFemplo' A h alunos ue têm notas entre <4 e ;44)9 transforma essa nota em conceito9 ou seKa9 faG uma esp?cie de con8ers*o (uadro >;)7
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+uadro >; Con8ers*o de nota para conceito Total Base' ;7;3 `;a A =a Base' 5;= `uinta em diante Base' =>= % importante9 tamb?m9 refletir sobre o ue conduGiu a esse tipo de atitude7 Seria uma postura anti?tica do professor9 uma tentati8a de Wen"anarW seus superiores ou o sistemaZ Sinceramente n*o creio7 Baseada na mina eFperiência em escolas9 como super8isora de distrito educacional9 acredito ue os professores o faGem porue' ;) n*o se sentem se"uros para dar conceito (n*o ti8eram treinamento9 nem escola) e 3 o) tentam dessa maneira preser8ar a inte"ridade de sua consciência e diminuir os riscos de cometer inKustias com seus alunos7 2 Dos entre8istados >; Y nunca trabalaram com conceito 33 A8alia*o ualitati8a (Y ue realiGa) Total' ;7;3 1*o responderam' Y 1*o sabe usar nem acredita' 4Y 1*o sabe usar9 por isso n*o utiliGa' =Y Sabe faGer9 n*o usa porue n*o acredita' 3Y Tem dP8idas9 mas usa como sabe9 aca positi8o' ;Y Sim Sabe trabalar bem e usa sempre9 ? a melor forma de a8aliar' >5Y E9 finalmente9 no uadro >39 o mais importante dado sobre o tema' apenas >5Y dos docentes declararam ue sabem trabalar bem com a a8alia*o ualitati8a9 utiliGam6na sempre e a consideram a melor forma de a8aliar7 Outros impressionantes ;Y afirmaram ue usam Wdo Keito ue sabem9 porue acam positi8oW7 2 $ica compro8ada9 mais uma 8eG9 ue a imposi*o de m?todos e t?cnicas de ensino e a falta de treinamento suficiente e profundo9 assim como a precipita*o na ado*o de medidas sem o cuidado t?cnico de ue elas carecem9 s podem conduGir a reaUes como as ue o estudo re8elou9 assim como conse[ente continuada e ineForJ8el ueda na ualidade do processo e do produto7 +ualuer iniciati8a de mudana ue n*o conte com a ades*o e o treinamento pr?8io de uem 8ai eFecutJ6la correrJ sempre um enorme risco de fracasso7 2 XJ9 por parte dos professores9 8ontade de mudar9 de trabalar bem7 1o entanto9 precisam da contrapartida do Estado9 dos "estores e do apoio da sociedade7 2 Afinal9 embora eris annimos9 como os camo9 e ref?ns da situa*o absurda do ensino de oKe9 mila"res eles ainda n*o faGem\ 1o8a pausa para mais uma refleF*o' Se KJ se considera8a incompleta e ineficiente conceituar le8ando em conta apenas o ue o aluno demonstra ue aprendeu em uma pro8a9 o ue diGer da a8alia*o ue se propUe considerar aspectos muito mais compleFos9 e ue s podem ser
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efeti8amente a8aliados atra8?s da obser8a*o direta ou de ati8idades ue as re8elemZ SerJ ue a situa*o do professor mudou e ns n*o fomos a8isadosZ SerJ ue as turmas a"ora est*o com 3 alunos9 a partir da uinta s?rieZ SerJ ue os docentes passaram a "anar t*o bem ue s trabalam em um col?"ioZ Ou ele continua sem tempo para preparar didaticamente at? uma simples pro8a de resposta curtaZ #ara ue a a8alia*o seKa Kusta9 al?m de obedecer aos crit?rios t?cnicos em si9 ? 6preciso ue' 2 seKam dadas oportunidades ualitati8a e uantitati8amente i"uais a todos os alunos 2 todos seKam obser8ados em todos os aspectos do seu desen8ol8imento e em i"ual nPmero de oportunidades 2 ue a a8alia*o ocorra durante todo o desenrolar do processo (uanto mais 8eGes melor9 porue assim o aluno terJ de fato oportunidades de demonstrar tudo o ue aprendeu) 2 uma abilidade ue estJ sendo a8aliada de8e ser rea8aliada em diferentes dias@momentos durante o processo9 de forma a permitir ue o aluno n*o tena seu desempeno considerado pelo ue foi eFpresso num Wmau momentoWW (para eliminar o ue tanto se critica na forma tradicional de a8alia*o) ue9 portanto9 tamb?m n*o pode ter toda a WresponsabilidadeW pelo conceito final7 > Esses s*o al"uns tpicos indispensJ8eis para operacionaliGar a teoria moderna de a8alia*o com ualidade7 Consideremos o professor ue KJ citamos em outros eFemplos9 auele ue tem uns treGentos alunos9 lembraZ #er"unto a"ora' serJ ue ele pode mesmo identificar o crescimento indi8idual9 como se pretende oKeZ #ensando nisso apenas9 nesse simples fato e em nenum outro (e seriam muitos os ue poderíamos elencar)9 seria absurdo considerar ue9 enuanto for essa a realidade9 o aluno n*o seria mais bem a8aliado se fiGesse duas ou três pro8as9 desde ue muito bem elaboradas e de acordo com as modernas t?cnicas didJticasZ SerJ mesmo possí8el acreditar ue9 sem ao menos saber o nome de cada um de seus alunos9 um professor pode ser Kusto ao a8aliar as competências9 abilidades e atitudes desen8ol8idas indi8idualmente9 e ue s se eFibem atra8?s9 por eFemplo9 de comportamentos eFterioriGados em situaUes específicasZ Sinceramente9 n*o posso crer ue a a8alia*o ue o professor conse"ue faGer nas atuais circunstncias seKa superior uela ue duas ou três pro8as bem construídas didaticamente permite em termos de i"ualdade de oportunidades e de corre*o de des8ios7 Se o profissional ? consciente dessa limita*o9 ue fatalmente o obri"arJ a Wima"inar conceitosW para al"uns alunos sobre os uais n*o te8e oportunidade ou tempo de 8erificar desempenos9 o ue pode faGerZ WO mal menorW9 pensa7 DJ um conceito Outra #r+ti#a #ontra a forma tradi#ional de a$aliar se !aseia na tese de 'ue na pro$a o aluno pode n-o ter se sa+do !em por estar #om pro!lemas em #asa, por e&emplo, ou #om algum malestar f+si#o momentRneo ou outro pro!lema 'ual'uer O 'ue sK seria superado se ele ti$esse outras oportunidades 37
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m?dio9 para ao menos n*o ser t*o inKusto7 E se um outro professor for menos conscienciosoZ #oderJ9 por eFemplo9 por uma Pnica atitude ne"ati8a9 tal8eG a Pnica ue determinado aluno eFternou9 considerar ue uma abilidade afeti8a ou social n*o foi atin"ida7 E aíZ O conceito emitido 8ai ser desfa8orJ8el777 e9 se9 depois disso9 ele n*o ti8er mais nenuma oportunidade de obser8ar esse mesmo aluno9 KJ ue tem tantosZ E9 assim9 a ualidade do ensino tem ue continuar a decair7 E a indisciplina e o desinteresse tamb?m777 Esses ar"umentos parecem6me mais do ue suficientes para ue ualuer pessoa compreenda por ue oKe a a8alia*o se tornou um problema t*o s?rio para o professor7 Acredito ue poucos professores9 oKe9 tenam 8i"or9 se"urana e cora"em para9 em pPblico9 le8antar6se num con"resso de Educa*o9 por eFemplo9 e claramente afirmar' Weu aco ue a a8alia*o como era feita antes era melorW ou Wao dar uma pro8a ao meu aluno9 sei ue n*o estou faGendo toda a Kustia em rela*o aos seus saberes9 mas estou sendo onesto e Kusto em rela*o ao ue pude de fato 8erificar sobre o percentual de erros e acertos ue ele apresentou nauele momento específicoW7 A press*o ? "rande demais para ue os WeFecutores sintam6se com cora"em para9 de pPblico9 eFpor o ue esse estudo9 ue os prote"e e oportuniGa falar9 permitiu777 Recupera*o paralela #ara ue a8aliarZ #rincipalmente para detectar dificuldades a tempo de sanJ6las7 E para e8itar ue um problema n*o superado impea a pro"ress*o do aluno a aprendiGa"ens posteriores7 Daí a importncia ue se dJ9 at? na le"isla*o9 a essas ati8ídades (de8eriam ser rotina nas escolas)9 por constituírem molas mestras de pre8en*o reten*o9 e defesa eficaG em fa8or da pro"ress*o do processo de auisi*o de saberes e competências7 A se"uir9 8eKamos como se encontra a situa*o dos alunos ue apresentam dificuldades de aprendiGa"em no dia6a6dia das escolas (uadro >>)' +uadro >> ,tiliGa*o da recupera*o paralela no trabalo diJrio &?dia Y ;44 (1*o nos foi possí8el adaptar este "rJfico7)Total Base' ;7;3 Dos entre8istados9 5Y afirmaram utiliGar WsempreW a recupera*o paralela7 0J ;Y usam uando têm tempo (refleFo da realidade das salas de aula)7 Esse ? um dado ue permite uma s?rie de interpretaUes di8ersas7 W+uando têm tempoW pode si"nificar9 para determinado docente9 faGer uma re8is*o uma 8eG por mês9 o ue ? pouuíssimo para alunos com dificuldades s?rias9 como tamb?m pode si"nificar deG minutos diJrios ou ainda ; minutos trimestralmente9 para outros7 O dado6ca8e9 por?m9 ? ue ;>Y dos alunos continuam sem nenuma cance de superar dificuldades9 a n*o ser ue a família o faa (5Y dos professores usam raramente Y n*o usam)7 =Y dos docentes n*o responderam7 Se somarmos ;>Y com os ;Y a ue faGem uando podem9 teremos um percentual de 3Y com esses ue n*o responderam9 >3Y7 (0J sei9 KJ sei\ 1*o responder n*o si"nifica n*o faGer7 Certíssimo7 &as pode si"nificar7) Ou serJ ue n*o responderam porue
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n*o sabem o ue ? recupera*o paralelaZ Aco muito difícil7 Ainda assim9 deiFando de lado esses =Y9 ainda ficaríamos com os 3Y9 uase um tero do total de alunos\ % bom lembrar ue9 mesmo com a recupera*o paralela sendo feita por 5Y dos docentes9 ainda assim9 J um ní8el de reten*o considerado muito alto no Brasil7 O ue demonstra ue a ualidade9 os m?todos ou o tempo despendido na recupera*o diJria de alunos podem estar au?m do ue necessitam para superar seus problemas7 E esse ? um aspecto realmente rele8ante7 +ue tamb?m pode indicar9 ao menos9 duas possibilidades (ue9 caso compro8adas9 eFi"iriam9 ambas9 a*o peda""ica reparatria ur"ente)' ;) o professor n*o tem condiUes de usar o recurso9 por al"um moti8o ue merece ser in8esti"ado dentro da realidade das escolas 3) o professor ainda n*o compreendeu ue9 enuanto a maioria dos alunos n*o ti8er aprendido um conceito9 uma competência ou abilidade ue se esteKa desen8ol8endo9 de nada adianta Wcorrer com a mat?ria9 para ter tempo de dar tudo ue foi planeKadoW V uma distor*o conceitual t?cnico6didJtica ue precisaria ser sanada com rapideG9 para diminuir preKuíGos a curto praGo7 1o cruGamento dos dados "erais com os específicos9 foram detectados' V na Re"i*o 1ordeste utiliGa6se menos a recupera*o paralela do ue no Brasil como um todo V professores de uinta s?rie em diante9 at? o fim do Ensino &?dio9 tamb?m usam o recurso si"nificati8amente menos ue os das s?ries iniciais do Ensino $undamental V nos demais cruGamentos (rede pPblica F pri8ada9 escolas das capitais F outras cidades) n*o foram encontradas diferenas si"nificati8as7 Seria pertinente in8esti"ar se J rela*o estatisticamente si"nificati8a entre o percentual anual de alunos retidos e o de alunos ue n*o têm recupera*o paralela7 Esse estudo teria ue9 no entanto9 eFcluir alunos ue est*o sob o re"ime da #ro"ress*o Continuada7 Se nos dados encontrados esti8erem incluídos alunos ue n*o recebem recupera*o paralela9 mas est*o no Sistema de Ciclos (rede pPblica9 as primeiras s?ries9 em uase todo o país)9 aí a uest*o ? outra V e bem "ra8e7 1*o ou8e possibilidade9 no meu estudo9 de faGer esse cruGamento9 mas fica a su"est*o7 Tratar6se6ia de discutir os prprios fundamentos do Sistema de Ciclos7 Se os docentes e os alunos9 tendo em 8ista a #ro"ress*o Continuada9 deiFam de possibilitar aos alunos a supera*o das dificuldades do dia6a6dia9 estaríamos diante de uma profunda distor*o dos obKeti8os do sistema implantado7 ,m assunto a ser pesuisado V de interesse nacional7 A auto6a8alia*o 1as modernas concepUes peda""icas9 a auto6a8alia*o encontrou um espao considerJ8el9 como mais um dos instrumentos de ue o professor pode lanar m*o na busca de uma forma mais Kusta de 8erificar o crescimento dos alunos7 Os alunos s*o ou8idos em rela*o ao seu prprio desempeno9 bem como 8is*o ue têm sobre sua postura diante dos estudos e da escola em "eral7 % uma ideia ue tem apoio de parte dos docentes e restriUes de outros7 O estudo propiciou uma eFcelente oportunidade de 8erificar de ue modo o professor se posiciona a respeito'
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2 Cerca de dois teros dos professores afirmaram utiliGar a 7 auto6a8alia*o (=Y)7 2 3>Y n*o utiliGam7 2 Os dados confirmam a predisposi*o positi8a dos entre8istados no sentido de adotarem no8as propostas' os ue usam ou usaram ? > 8eGes maior do ue os ue nunca utiliGaram (=Y F 3>Y)7 +uadro >= ,tiliGa*o de auto6a8alia*o com alunos &?dia Y Total' ;7;3 1*o responderam' >Y 1*o' 3>Y Sim' =Y Embora os dados absolutos paream francamente positi8os primeira 8ista9 o uadro > re8ela outro enfoue9 mais aprofundado9 considerando9 nessa aborda"em9 apenas dados referentes aos docentes ue KJ usaram ou usam o instrumento em suas salas de aula7 A opini*o dos docentes sobre o uso da auto6a8alia*o foi le8antada num continuum com uatro opUes (apro8a*o9 duas possibilidades de apro8a*o com restri*o e abandono do uso aps utiliGa*o)7 +uadro > Opini*o sobre utiliGa*o da auto6a8alia*o com alunos &?dia Y ;44 (1*o nos foi possí8el adaptar este "rJfico7) 2 Do total de professores ue usa8am ou KJ tinam utiliGado a auto6 a8alia*o (=Y dentre os ;7;3 entre8istados9 ou 4 docentes)9 Y a consideraram um bom recurso e continuam utiliGando7 2 Desses9 5Y usaram por um tempo9 mas abandonaram por considerarem ue mais de 4Y n*o se auto6a8aliam de forma Kusta 2 ;Y n*o consideram a auto6a8alia*o recurso 8Jlido9 ou têm restriUes ao seu uso7 1esse índice de reKei*o ? preciso ainda considerar os 35Y da amostra total9 ue9 desde o início9 declararam n*o utiliGar o recurso7 RefaGendo os cJlculos9 o percentual de docentes ue reKeita a auto6a8alia*o ?9 portanto9 de 9>Y do total7 2 O cruGamento de dados mostrou diferena si"nificati8a na Re"i*o 1ordeste e de uinta s?rie em diante (em maior percentual pararam de usar9 depois de terem eFperimentado a t?cnica)7 2 Tamb?m ou8e diferena estatisticamente si"nificati8a entre os professores de primeira uarta s?rie (os ue mais utiliGam) e os de uinta em diante (os ue menos utiliGam)7 Em termos "erais9 podemos afirmar9 em fun*o dos dados sobre a8alia*o' 1as condiUes atuais9 em especial a partir da uinta s?rie9 tanto na rede pPblica como em "rande parte das escolas particulares ? praticamente impossí8el faGer a8alia*o ualitati8a bem6feita9 isto ?9 dentro dos padrUes t?cnicos necessJrios e ue Kustificam sua ado*o9 o ue n*o in8alida as modernas teorias de a8alia*o9 bastante bem6aceitas pelos docentes9 mas
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ressalta a necessidade de se propiciar condiUes de trabalo compatí8eis com os obKeti8os ue se espera ue os docentes operacionaliGem e alcancem7
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!AP"TU#O ? !onsidera'(es 0inais ^1a teoria9 ? uma coisa9 na prJtica9 ? outra9_ o saber popular despreGado por al"uns parece encontrar eco nas escolas7 #or uêZ #orue profissionais ue n*o acreditam realmente numa ideia acabam faGendo o ue Kul"am o mais adeuado V ou o possí8el9 dentro do conteFto7 % como se pensassem' Wmelor faGer bem o ue sei ou o ue consi"o9 do ue mal o ue mal sei faGerW7 Em outras pala8ras9 como se pMde 8erificar no decorrer dos 8Jrios temas aui abordados9 a realidade nas salas de aula muitas 8eGes acaba le8ando o professor a operacionaliGar m?todos e t?cnicas diferentes dos preconiGados7 E sempre mais fre[entemente se a situa*o le ? ad8ersa9 se a estrutura bJsica o impede ou se n*o se sente apto a adotar m?todos e t?cnicas7 1o decorrer do presente estudo9 foram re8elados dados sobre as dificuldades da realidade do dia6a6dia dos docentes nas escolas brasileiras 9 ue9 pela sua amplitude9 se le8ados em conta seriamente9 permitir*o formular políticas ue dêem aos professores condiUes para superar as dificuldades e problemas re8elados e ue9 sem dP8ida9 constituem fatores ue V entre outros V 8êm comprometendo seriamente a ualidade da escola bJsica brasileira7 Tal8eG9 em 8ista destes acados9 tenamos ue pensar em abandonar al"umas das prJticas atualmente recomendadas9 mas ue n*o s*o operacionaliGJ8eis nas condiUes de trabalo eFistentes9 substituindo6as por outras9 factí8eis7 O melor e o mais recomendJ8el9 no entanto9 seria criar condiUes para ue as medidas consideradas ualitati8amente melores pudessem de fato ser concretiGadas7 Al?m disso9 as conclusUes e recomendaUes apresentadas ao lon"o deste trabalo9 se colocadas em prJtica9 diminuiriam sobremodo a dicotomia entre especialistas e profissionais de campo7 Ou para usar terminolo"ia mais moderna9 entre pensadores e eFecutores (tiners e maers) ou ainda9 entre especialistas V com alto ní8el de forma*o e conecimento das mais modernas teorias educacionais9 mas distanciados da prJtica por 8ariadas raGUes V e profissionais de campo V9 ue têm muita eFperiência prJtica e9 em "eral9 menor ní8el de forma*o (boo smarts e street smarts)7 -"norar e@ou despreGar a realidade das salas de aula lotadas na maioria das escolas do país a m?dia de uatro oras de aula a impossibilidade uase total de o professor se atualiGar nas condiUes de trabalo e remunera*o atuais9 ? fecar os olos realidade de ue o Brasil n*o ? composto pelos poucos ue pertencem s classes A e B ? esuecer as salas multisseriadas ? fin"ir ue KJ superamos o problema dos ue nem "iG têm V para citar o recurso mais corriueiro de uma escola ? faGer de conta ue n*o se sabe ue o professor "ana pouuíssimo ue J os ue nem completaram o Ensino &?dio assim como eFistem os ue 8iaKam no lombo de burricos ou em canoas at? ce"ar a seus alunos777 % fJcil e confortJ8el criticar diGendo9 a uantos ueiram ou8ir9 ue cabe ao
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professor encantar9 fascinar9 deslumbrar crianas e Ko8ens ue ? obri"a*o do docente moderno ser empreendedor e criati8o ue de8e 8ariar m?todos e t?cnicas de forma peda"o"icamente correta e a8aliar ualitati8amente7 Discurso atraente ue tem sua base terica9 mas ue esuece o Brasil continente9 o Brasil ue tem milUes de crianas com fome9 carências físicas etc7 O Brasil ue n*o tem nem sala de aula em muitos municípios9 nos uais a escola ? apenas uma casina tosca9 perdida num mund*o de c*o9 ue separa os alunos de suas casas9 tamb?m toscas9 uilmetros atrJs777 +ue esuece principalmente a realidade de um docente ue certamente n*o pode encantar nin"u?m9 crianas ou Ko8ens9 porue nem ele prprio estJ encantado com a realidade diJria ue enfrenta em sala de aula7 Os problemas aui apresentados desnudam a escola brasileira e n*o deiFam mar"em dP8ida' estamos a l?"uas de distncia do ca8iar (a escola idealiGada9 ue encanta) precisamos ur"entemente do feiK*o6com6 arroG (a escola ue ensina bem)7 #ara recuperar o tempo perdido9 a Educa*o tem ue primeiro cumprir sua fun*o inclusi8a V no sentido lato da pala8ra V propiciando cidadania mínima a uem ainda nem cidad*o ?9 porue n*o compreende nem pode compreender o ue ocorre a sua 8olta9 KJ ue n*o lê9 n*o faG contas ou9 uando lê9 n*o compreende o ue estJ lendo7 0J posso ou8ir "ritos de protesto dos ue interpretar*o minas minas pala8ras como as de al"u?m ue se posta contra as ino8aUes9 contra o praGer9 o lPdico e o belo7 1*o9 n*o se trata absolutamente disso7 1*o estou uerendo uma escola sisuda ou autoritJria7 Apenas9 uma escola ue ensine de fato7 1unca9 por?m9 ce"aremos escola democrJtica e ualitati8amente adeuada ue se deseKa para o nosso país enuanto os instrumentos mínimos de trabalo n*o esti8erem disponí8eis a todos os professores9 enuanto n*o for esta a realidade de todas as nossas escolas9 pPblicas ou pri8adas9 tanto em termos de forma*o9 atualiGa*o9 como no plano material e na infra6estrutura7 -sso ? sonar com o possí8el e o 8iJ8el777 #ara tanto9 su"iro ue comecemos colocando em prJtica os recados6síntese ue deiFei delimitados por molduras e em ne"rito9 ao final de cada tema discutido ao lon"o das pJ"inas ue antecedem este capítulo final7 Tantas reformas KJ foram feitas9 tantas no8as ideias KJ foram adotadas9 adotadas9 tanto KJ se mudou a le"isla*o ue9 8erdade seKa dita9 a maioria da classe KJ 8ê com ceticismo ualuer mudana ue se anuncie777 anuncie777 Afinal9 entra reforma sai reforma9 entra ano sai ano9 mudam le"isla*o e nomenclaturas9 mas a decadência cada 8eG maior no ensino brasileiro ? ine"J8el9 especialmente no Ensino $undamental e &?dio7 Resultados s?rios s*o denunciados por sucessi8as pesuisas9 nacionais e internacionais9 re8elando o ue todos no Brasil KJ conecem e criticam9 mas ue9 parece9 nin"u?m sabe ou conse"ue se sobrepor7 > At? pais de alunos das escolas da rede pPblica de ensino parecem ter no*o clara do ue deseKam e de como percebem a situa*o atual7 Em sua s ua .EC, Inep esultados preliminares do Censo =BB, di$ulgados em outu!ro, indi#am 'ueda de matri#ulados no Ensino ;si#o, aumento da repet*n#ia e da e$as-o em relaç-o a =BB8 38
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anJlise simples9 por?m 8erdadeira9 indicam o professor como prota"onista do processo9 no ue se refere Wualidade do ensinoW9 Wmoti8a*o dos alunosW e ao Wsucesso ou fracassoW escolar ><7 &as9 com a mesma clareGa e obKeti8idade9 eFpressi8o percentual manifesta deseKo de encontrar euipes t?cnicas com mais autoridade nas escolas pPblicas9 numa clara reKei*o ao fato de a escola se ter tornado9 se"undo eles9 al?m de Wmuito fJcil para os alunosW9 Wterra de nin"u?mW9 Wespao da desordem9 indisciplina e da trans"ress*oW V corroborando o ue pude encontrar no estudo aui apresentado7 Outros aspectos rele8antes do trabalo feito com os pais merecem aten*o e leitura inte"ral por todos aueles ue se interessam pelo assunto7 Os pais pedem mais limites e mais contePdo7 Claro e simples7 As contribuiUes ue especialistas da Jrea têm traGido9 por meio de seus uestionamentos9 propostas9 proKetos9 refleFUes e pesuisas9 sobre o ensino no Brasil s*o ine"J8eis e seria s eria mesmo ridículo V especialista ue sou V i"norJ6los ou subestimJ6los7 Lon"e de mim tal inten*o7 #arece6me9 ao contrJrio9 ue o trabalo e os resultados ue aui apresento9 embora possam pro8ocar debates e contro8?rsias9 8ir*o incrementar a discuss*o para conduGir o país a um proKeto educacional mais efeti8o7 Os dados aui eFpostos para refleF*o e anJlise de todos têm o obKeti8o de enriuecer e ampliar saberes sobre os #roblemas atuais da Educa*o no Brasil7 Acabar com o isolamento em ue o professor de sala de aula se encontra oKe ? eFtremamente importante9 e espero ue essa disfun*o seKa resol8ida a curto praGo7 1*o me parece possí8el resol8er res ol8er os problemas ue a Educa*o brasileira 8em acumulando J d?cadas sem ue se oua V com muita aten*o e seriedade V o docente ue eFecuta as medidas da política educacional7 Hi8emos um momento de democracia plena e isso torna possí8el sonar s onar com a inte"ra*o completa entre educadores9 atuem eles em uaisuer ní8eis ierJruicos' &inist?rio da Educa*o9 secretarias municipais ou estaduais9 centros re"ionais9 escolas V pouco importa7 #ara fins administrati8os e financeiros9 ? de fato necessJrio determinar e delimitar Jreas de atua*o7 Apenas para essa finalidade9 por?m7 #recisamos en8idar esforos para promo8er uma real e concreta coaliG*o9 se deseKamos alcanar mais e melores resultados no processo educacional7 Espera6se Es pera6se do professor ue seKa o eFecutor eficiente V e moti8ado V das mudanas ue ní8eis mais altos proKetam7 Hi8emos a era da propalada W"est*o democrJticaW9 da Wauto"est*oW9 mas ao professor n*o ? dado o direito de participar efeti8amente desse a8ano7 Esporadicamente s*o consultados sobre um ou outro assunto9 raramente9 por?m9 suas opiniUes e 8i8ências s*o consideradas de modo mais amplo7 % impossí8el9 claro9 considerar a multiplicidade de ideias ue sur"em num uni8erso com cerca de 3 milUes de docentes9 como ? o caso do Brasil7 XJ ue se ter diretriGes bJsicas comuns9 uer seKam os WcontePdos mínimos curricularesW9 os Wparmetros educacionaisW ou o nome ue se les dê a cada ?poca7 Iarantir um aprendiGado mínimo ? essencial9 e precisa ser s er "arantido a todo o alunado7 % premissa indiscutí8el e fundamental7 .EC, Inep A es#ola p!li#a na opini-o dos pais ras+lia, =BB
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precisamos ce"ar a um ponto em ue n*o se faa mais mudana V seKa s eKa ela metodol"ica9 de contePdo ou estrutural V sem ue se ouam antes os eFecutores num trabalo de campo eFtenso para (n*o estou su"erindo ou8ir uma dPGia de professores se WueiFando disso ou dauiloW) e cuKas consideraUes seKam 8erdadeiramente analisadas7 +ue as mudanas ocorram\ 1in"u?m deseKa esta"nar o processo educati8o9 muito menos re8i8er o Wpassado ultrapassadoW777 #ara mudar a prJFis9 no entanto9 ? necessJrio ue n*o se aKa simplesmente usando a fora da lei9 modismos peda""icos ou simpatias pessoais7 +uaisuer medidas9 para ue funcionem9 de8em decorrer de estudos de realidade ue as tornem 8iJ8eis em primeiro lu"ar9 e9 em se"undo9 necessitam muitíssimo da ades*o de uem eFecuta7 E ades*o se alcana de ue formaZ primeiro9 #reparando muito bem e pre8iamente uem eFecuta9 por meio de estrat?"ias realmente adeuadas9 com dura*o suficiente para ue os docentes se sintam prontos e tecnicamente con8encidos a colocar a mudana em prJtica e se"undo9 mudanas precisam estar sempre calcadas na real possibilidade de eFecu*o7 AliJs9 esses dados sobre necessidades necess idades concretas V de infra6 estrutura e umanas V podem ser fornecidos pelos prprios docentes9 nos mesmos encontros de treinamento7 &ina eFperiência em escolas da rede bJsica de ensino me permite afirmar ue "rande parte das estrat?"ias implantadas em Educa*o fracassou porue n*o a8ia realmente possibilidade de serem operacionaliGadas7 A ado*o dos WEstudos SociaisW (Jrea de estudos do currículo da escola es cola de primeiro Irau)9 em substitui*o a Xistria e Ieo"rafia9 uando da implanta*o da Lei de DiretriGes e Bases 5<3@;9 ? um eFemplo7 1*o podia dar certo V e por isso n*o deul #rofessores licenciados em Xistria9 da noite para o dia9 foram instados a lecionar Ieo"rafia tamb?m V e 8ice6 8ersa9 claro7 A istria recente da Educa*o E duca*o no Brasil KJ demonstrou de sobra ue9 sem ades*o9 a operacionaliGa*o fala (no caso citado9 os professores9 em sua maioria absoluta9 discorda8am da proposta) de uma situa*o como essa9 s se pode esperar o uêZ Derrota7 1*o coneo caso semelante em nenuma outra profiss*o' ima"inem um profissional especialiGado numa determinada Jrea de conecimento ue9 de um momento para o outro9 ? forado a trabalar em al"o ue n*o sabe9 ou de ue s sabe os rudimentos9 n*o "osta ou at? detesta777 +ual a empresa ue faG isso sem9 para comear9 preparar eFausti8amente seus funcionJriosZ 1o início do s?culo ]]9 a maioria dos pais ainda escolia profiss*o e cMnKu"e para os filos9 mas at? as relaUes familiares e8oluíram para uma maior democratiGa*o7 &as9 por 8olta dos anos ;<49 KJ poucos sofriam tais imposiUes7 EFportado da $rana9 o eFistencialismo encantou intelectuais de toda parte7 A pala8ra de ordem era liberdade7 De decis*o9 de estilo de 8ida9 de escolas9 enfim7 Como compreender e aceitar ue9 no Brasil dos anos ;<49 a lei ue re"ia a Educa*o (LDB) impusesse uma mudana como a acima descritaZ E9 principalmente9 como esperar incremento de ualidade se9 de imediato9 a capacidade dos docentes se reduGia a 4Y do ue seria ensinadoZ O resultado res ultado n*o podia ser diferente do ue foi777
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1o entanto9 somente com a no8a Lei de DiretriGes e Bases (de ;<<5) ? ue se retornou ao ensino da Xistria e da Ieo"rafia7 Em ue pese o mal ue KJ esta8a feito (foram 3 anos em 8i"or\)9 8ale a pena parar e pensar' 2 serJ ue esse retorno ocorreu porue as teorias ue embasa8am Wa Jrea Estudos SociaisW foram WdesmentidasW por outra mais modernaZ 1*o ue eu tena sabido 2 serJ ue se feG uma pesuisa ampla9 antes de re8o"ar a medida anterior e restaurar o ensino da Xistria e Ieo"rafia separadamenteZ 1*o ue eu tena sabido tampouco 2 o ue ocorreu foi ue no8os "estores9 ent*o no poder9 pensa8am di8ersamente e9 por isso9 mudaram de no8o (1esse caso em especial9 "raas a eles por isso777)\ Outro eFemplo' tamb?m em ;<;9 impMs6se o Se"undo Irau #rofissionaliGante (obri"atoriamente)7 $oi uma loucura9 uma correria7 Todas as escolas (pPblicas e pri8adas) ti8eram ue adaptar (correndo) suas instalaUes9 euipamentos e recursos umanos para atender le"isla*o e formar t?cnicos em +uímica9 $ísica9 Datilo"rafia9 Enferma"em etc7 Eram deGenas de profissUes de ní8el m?dio7 A ideia ? boaZ Claro ue sim9 considerando as necessidades no Brasil7 1o entanto9 a forma pela ual foi feita777 1em preciso diGer ue a maioria se transformou em escolas de forma*o de professores para o ma"ist?rio do ensino do primeiro Irau (nada mais nada menos ue o anti"o Ensino 1ormal)7 Era mais fJcil9 mais barato9 mais rJpido7 Hinte e cinco anos depois9 no8a re8ira8olta V abandonou6se o esuema9 retornando6se ao anterior (com outro nome9 Ensino &?dio)9 KJ n*o mais necessariamente profissionaliGante777 Al"uma coisa pode funcionar bem9 assimZ E a ualidade do ensino9 n*o terJ caído ainda Wmais um pouuinoW\ZZ O ensino particular9 com mais liberdade de a*o9 muitas 8eGes conse"uiu passar ao lar"o de al"umas dessas medidas7 0J em rela*o a outras9 tamb?m foi obri"ado a9 sem discuss*o9 Wadaptar6seW777 E a readaptar6se depois777 A substitui*o de notas por conceitos9 a pro"ress*o automJtica9 os ciclos de estudos foram tamb?m implantados dessa forma7 Embora pudessem ter contribuído positi8amente para melorar a ualidade da Educa*o9 acabaram como acabar*o todas as reformas9 se assim prosse"uirmos7 $racassando e piorando o produto final777 Ao implantarem9 por eFemplo9 o Sistema de Ciclos9 se ti8essem feito9 antes9 um treinamento s?rio e concentrado dos professores se ti8essem ampliado o nPmero de escolas de modo a permitir turmas com menos alunos se ti8essem aumentado a car"a orJria discente enfim9 se apenas ti8essem colocado em prJtica os itens pre8istos na LDB de ;<<59 certamente a medida n*o estaria sendo 8ista como estJ (uma forma de Wpassar o aluno de ano9 tena ou n*o aprendidoW) por muitos pais9 alunos e professores7 $oi o ue ocorreu9 por eFemplo9 em Cuba9 ue utiliGa o sistema de pro"ress*o automJtica at? a uarta s?rie =4 J muitos anos7 Com as se"uintes diferenas' todas as escolas funcionam em tempo inte"ral o "agurX, ? Es#ola em Cu!a Impresses de uma edu#adora !rasileira, rasiliense, 19>>
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professor se"ue com seus alunos da primeira uarta s?rie9 portanto9 ele ? responsJ8el pelo resultado final7 Os professores lecionam apenas uma mat?ria (Espanol9 &atemJtica9 Ciências etc7) desde a primeira s?rie7 1*o eFiste o professor poli8alente como aui7 XJ um super8isor para cada mat?ria (camado cefe de cJtedra)9 ue se rePne uma 8eG por semana (s seFtas6feiras) com os docentes para planeKarem em conKunto o trabalo da semana se"uinte9 tendo por base a a8alia*o do desempeno de cada aluno durante a semana ue termina7 Os alunos com al"um tipo de dificuldade s*o9 desde lo"o9 incluídos em uma esp?cie de recupera*o paralela9 ue se inicia na se"unda6feira se"uinte7 Em síntese9 n*o se pode pretender resultados positi8os lanando toda ou a maior parte da responsabilidade sobre apenas um dos elementos ue trabalam no sistema (no caso9 o professor) e9 ainda por cima9 em condiUes precJrias7 Onde deu certo9 ou8e um sistema inteiro apoiando o professor e super8isionando o trabalo7 Tamb?m foram dadas condiUes ao aluno (tempo9 material9 professores bem preparados) para superar as naturais dificuldades7 % bem diferente do ue se tem feito aui7 1a Espana e na Coreia9 se usou ainda mais um outro recurso ue faria muita diferena V os professores ti8eram seus "anos muito aumentados9 o ue les possibilita trabalar em apenas um col?"io e dedicar6se 8erdadeiramente a cada um de seus alunos7 Difícil em face de tudo ue foi eFposto9 n*o associar a ueda de ualidade de ensino a cada um dos temas aui analisados7 &uito embora n*o seKam e8identemente os Pnicos fatores a considerar9 com certeGa9 resol8er esses V s para comear VKJ seria uma 8erdadeira mara8ila\\\ O problema n*o estJ na mudana9 e sim no descompromisso9 na precipita*o9 na forma radical (no sentido de abran"ência a todo o sistema) e rJpida (e ue9 portanto9 deiFam de ser propostas e passam a ser impostas) com ue as reformas s*o feitas7 E ue têm le8ado ao insucesso9 n*o6aceita*o9 impossibilidade de ado*o9 e reKei*o propostas ue9 em outras circunstncias9 poderiam ter realmente melorado o ensino7 Antes de se faGer ualuer altera*o a mais no sistema educacional V KJ J um 8isí8el cansao em rela*o a no8as propostas V de8em6se analisar o processo e o produto7 Embora muitos odeiem ou8ir al"u?m utiliGar o termo produto em Educa*o9 ? necessJrio9 porue tamb?m em Educa*o o produto eFiste7 E ? atra8?s dele ue se pode a8aliar o processo7 Assim como por interm?dio do processo9 podemos ima"inar o produto ue serJ obtido7 Se o produto ? bom9 ? muito pro8J8el9 uase certo9 ue o processo estJ sendo ao menos satisfatrio por?m9 se o produto como um todo ? ruim9 deficiente ou insatisfatrio9 ent*o com certeGa o processo estJ com problemas7 E do processo faGem parte todos os ue dele participam9 inclusi8e os responsJ8eis pela tomada de decisUes7 O ue estou uerendo diGerZ Simplesmente ue' Se9 com todas as mudanas ue ocorreram em Educa*o nas Pltimas d?cadas9 o ue se conse"uiu foi uma ueda acentuada da ualidade9 n*o J dP8ida' decisUes incorretas ou inadeuadas ocorreram7 E as decisUes podem ter sido sobre m?todos9 t?cnicas9 estrutura curricular9 falta de
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infra6estrutura9 mau preparo dos recursos umanos9 a forma de a8aliar9 enfim V 8Jrios ou todos esses elementos\ % preciso n*o repetir os erros7 Os dados est*o aui9 para uem uiser ler e refletir7 +uando se toca nesse assunto (a escola era boa e a"ora estJ ruim)9 muitos ar"umentam ue a escola antes era boa9 porue s atendia a poucos pri8ile"iados e9 oKe9 se atende no Brasil a uase toda a popula*o escolariGJ8el7 Si"nifica admitir ue J obri"atoriamente incompatibilidade entre uantidade e ualidade no ensino7 O ue estJ compro8adamente desmentido pelos resultados de 8Jrios países ue recentemente 8enceram a batala da Educa*o7 +ualidade n*o ? necessariamente etapa posterior ao atendimento massa7 At? porue9 no plano indi8idual9 cada professor continuou a dar aulas para o mesmo nPmero de turmas7 O problema ? ue n*o se in8estiu na Educa*o BJsica como se de8eria7 #ermitiu6se inflarem as turmas como balUes9 o ue tornou impossí8el a assistência adeuada aos alunos7 A8iltou6se ainda mais a remunera*o docente9 enuanto nos países ue resol8eram seus problemas o salJrio foi um item incrementado de forma substancial7 Se os resultados (produto) ti8essem melorado ou esti8essem ao menos melorando9 teríamos uma indica*o positi8a de ue as mudanas foram efeti8as7 +ualuer empresa9 ualuer "estor competente9 sabe disso\ Se a mudana 8em para melorar o produto9 a"iliGar o processo9 enfim9 se traG crescimento9 mant?m6se a mudana7 Caso contrJrio9 suprime6se7 &as nada se faG sem acompanamento7 Acompanamento s?rio9 8erdadeiro9 uero diGer7 1*o se alteram m?todos de trabalo sem treinar pessoal9 n*o se introduG mudana em nenuma empresa ue deseKa ter resultados sem analisar uais as demandas para implementa*o (físicas e umanas)7 $aGer diferente disso ? suicídio V ou mJ6f?7 Ent*o a per"unta ue se de8e faGer ?' +ue processo ? esse ue produG tantos analfabetos funcionais9 leitores ue n*o lêem9 Ko8ens ue n*o sabem multiplicar9 di8idir9 cantar o Xino 1acional9 diGer onde fica #ortu"al etc7Z =; &eloramos em uêZ A9 Sim\ -a me esuecendo\ Temos <Y dos Ko8ens em idade escolar na escola\ BomZ timo\ O ue n*o se comenta ? ue destes apenas 9W e9 por fim9 ue os ue concluem a Educa*o BJsica uase sempre o faGem em condiUes de competência eui8alente a uma uinta s?rie=39 no mJFimo7 A repetência V ue tanto incomoda "estores da política educacional V relaciona6se diretamente incapacidade de atuar na supera*o das dificuldades ue as crianas apresentam durante o processo de aprender7 E essa incapacidade estJ li"ada a todos os problemas ue KJ analisamos' falta de tempo e de estrutura para o atendimento específico do aluno9 0nes#o, elatKrio so!re analfa!etismo, no$em!ro de =BB P3AD, =BB@, Inep, .EC
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falta de tempo remunerado do professor etc7 ,tiliGando um ou outro modelo peda""ico9 o ue faG de fato diferena ? a possibilidade de se utiliGarem estrat?"ias metodol"icas ue assistam s crianas com resultados abaiFo dos deseKados7 A reten*o ou a promo*o implicam ambas V n*o importa ual das duas V num compromisso da escola com a recupera*o do aluno9 sem o ue9 aí sim9 poder6se6J causar danos sociais (e emocionais tamb?m)7 A nomenclatura ou o sistema utiliGado ? o ue menos importa na 8erdade7 O ue faG a diferena n*o ? o nome ue se dJ ao processo9 e sim o processo como ? realmente feito7 %9 ob8iamente9 os resultados ue precisam ur"entemente mudar\ #ara melor e8identemente9 ue para pior KJ mudamos 8Jrias e 8Jrias 8eGes777 ltima pausa para refleF*o' WSi"am6me os ue forem brasileirosW9 disse o nosso duue de CaFias =>9 e ? o ue parecem diGer os professores desesperados diante das turmas repletas de alunos e dificuldades777 Diante do desafio do líder9 al"uns dos brasileirinos o se"uem e conse"uem ir adiante777 mas os demais9 n*o V porue n*o podem9 dadas as defasa"ens anteriores V9 e9 ent*o9 ou se resi"nam ao seu destino (n*o saber ler nem compreender o ue lêem n*o estar altura do ue se eFi"e na escola nem mais tarde9 nos empre"os de ue tanto necessitam)9 ou assumem atitudes a"ressi8as9 indisciplinadas9 desrespeitosas777 Ou ainda9 sem opUes e sem esperana9 ao final de al"uns dias ou semanas alienam6se do ue estJ sendo proposto pelo professor7 E9 um belo dia9 8*o para casa e n*o 8oltam mais777 Se de fato se deseKa mudar o panorama da Educa*o no Brasil9 tem6se muito ue refletir9 analisar V e uestionar muitas Wpremissas intocJ8eisW7 Este li8ro V a anJlise e os resultados aui apresentados V ? a mina contribui*o a essa causa7 #rofessor ? uem ensina7 E uem ensina9 para ensinar com ualidade9 precisa acreditar no ue faG7 E precisa tamb?m ue acreditem nele7
ANE@OS ANE@O $ &etodolo"ia utiliGada para determina*o do tamano da amostra O tamano da amostra foi calculado para estimar um parmetro # ualuer9 presente no uestionJrio7 #ara isso se assume ue o parmetro terJ 8arincia mJFima (pior caso possí8el)7 Assumindo ue # h 4 para a obten*o da 8arincia mJFima9 e como + ? seu complementar9 tem6se ue' 4rase atri!u+da ao #omandante das forças !rasileiras na Yuerra do Paraguai, 'uando sua liderança atinge a plenitude no esforço para #on#itar nossos soldados a fa"erem perigosa tra$essia de ponte so!re o arroio de ItororK, aç-o em 'ue muitos perderam a $ida 43
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#] (;h344 #or maior ue seKa o tamano9 sempre eFiste a possibilidade de uma Wamostra infeliGW (n*o representati8a do uni8erso) ocorrer9 produGindo estimati8as com erro superior ao calculado7 Sabendo6se disso9 assume6se o risco de aceitar uma possibilidade em 8inte (Y) de se sortear uma Wamostra infeliGW7 Conecendo6se o tamano total das funUes docentes e determinando6se a priori o tamano da amostra de 7444 funUes docentes tem6se ue o erro (d) associado estimati8a ? dado por' d h tj (16n) @ (16;)kHG j (#+)@n kH3 Sendo (t) a abscissa da cur8a de fre[ência da distribui*o normal ue define a h Y (relati8o probabilidade de aparecimento de uma amostra infeliG)9 (1) o tamano da popula*o e (n) o tamano da amostra9 temos ue o erro associado estimati8a ? i"ual a aproFimadamente >94;Y7 -sso si"nifica ue o 8erdadeiro 8alor de dado parmetro estimado em ;4Y9 por eFemplo9 poderJ estar entre ;>94; Y e 59<Y9 para mais ou para menos7 A di8is*o das ;7444 funUes docentes de8erJ ser feita o mais proporcionalmente possí8el s re"iUes e tipos de ensino9 conforme a tabela a se"uir7 Amostra relati8a s funUes docentes Ensino $undamental Ensino &?dio Brasil 3;> 1orte 53 ;3 1ordeste 3== == Sudeste >4> ;4= Sul ;;< >5 Centro6Oeste ; Dessa forma9 isto ?9 com este nPmero de entre8istas distribuído da maneira acima9 a amostra produGirJ estimati8as bastante consistentes do ponto de 8ista estatístico9 em rela*o opini*o dos professores a respeito dos di8ersos temas abordados na pesuisa7
ANE@O & Constru*o e 8alida*o do instrumento de pesuisa
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#ara traduGir de forma obKeti8a o pensamento do professor brasileiro9 foram necessJrias a constru*o e 8alida*o de um uestionJrio constituído de' ;) dados "erais dos participantes 3) dados sobre forma*o profissional e eFperiência >) informaUes bJsicas sobre o "rau de conecimento peda""ico dos entre8istados =) uestUes ue re8elassem o posicionamento dos docentes em rela*o a al"umas mudanas ocorridas no sistema educacional brasileiro ) itens ue permitissem caracteriGar al"uns aspectos da prJtica diJria docente (tipo de planeKamento9 m?todos de ensino9 recursos auFiliares9 forma de a8alia*o entre outros)7 O modelo inicialmente concebido passou por seis etapas9 entre as uais as de 8alida*o interna e eFterna (de contePdo e por especialistas) e as de aperfeioamento9 at? a 8ers*o final7 DEFINIÇO DA AMOSTRA A aplica*o dos uestionJrios le8ou cerca de um ano para ser concluída7 Embora a pre8is*o inicial fosse de mil docentes9 concluí o estudo com mais ;3 entre8istas 8Jlidas9 ue9 incluídas9 deram mais fidedi"nidade ao estudo9 concluído com uma amostra9 portanto9 ;Y maior7 $oram aplicados9 ao todo 3 mil uestionJrios9 com um retorno de ;7;39 o ue indica uma mortalidade de =;9=Y7 ,m alto índice9 especialmente le8ando em conta o fato de ue os professores eram con8idados a participar V e s o faGiam se de fato o deseKassem e de forma totalmente 8oluntJria7 A aplica*o era feita lo"o aps a eFplana*o do proKeto para o "rupo docente9 numa peuena e rJpida reuni*o9 or"aniGada pelo diretor da escola ou por al"u?m da euipe por ele desi"nado7 Em se"uida apresenta*o9 os uestionJrios eram distribuídos apenas aos ue opta8am por participar9 enuanto os demais podiam retirar6se7 Os participantes receberam total "arantia de anonimato9 para possibilitar respostas 8erdadeiras7 Os uestionJrios recebiam apenas numera*o se[encial e o nome da cidade7 1o momento da entre"a9 eram colocados em pastas fecadas9 tornando impossí8el9 a partir daí9 identificar o respondente7 O tempo despendido pelos entre8istados 8ariou entre ;4 minutos9 no mínimo9 e = minutos no mJFimo7 A m?dia ficou em 34 minutos na maioria dos casos7 Como a aplica*o era feita imediatamente aps a apresenta*o dos obKeti8os do estudo9 ocorreu ue boa parte dos entre8istados9 ue de início a8ia decidido responder ao uestionJrio9 simplesmente aps um lapso de tempo se retirou da sala sem de8ol8er o instrumento7 ,ma das ipteses ue poderia eFplicar o fato seria a falta de tempo dos professores V parte deles pode ter ima"inado ue as respostas demandariam poucos minutos7 De posse do uestionJrio9 8erifica8am ue precisariam de mais tempo do ue dispunam9 e ent*o desistiam7 Outra iptese ue me parece bem pro8J8el ? a de ue9 ao conecerem o contePdo de parte das uestUes propostas (ue eFi"iam al"um tipo específico de saber peda""ico)9 al"uns professores tenam sentido inse"urana ou medo de estarem sendo a8aliados7 De ualuer forma9 ?
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um dado di"no de re"istro9 ue tanto pode refletir inse"urana do professor como falta de Jbito ou de deseKo de eFternar suas opiniUes7 -mprescindí8el ressaltar o empeno e a colabora*o 8aliosa dos diretores e coordenadores9 assim como de super8isores e orientadores educacionais9 ue atuaram de forma decisi8a para o sucesso do trabalo9 abrindo9 entusiasmados9 as portas de suas escolas para mim7 1*o ou8e nenum caso de interdi*o proposta de pesuisa9 en8iada por carta inicialmente9 e formaliGada depois9 uando aceita7 Todos os docentes ue se en8ol8eram no estudo demonstraram9 com bastante ênfase9 interesse em conecer os resultados9 t*o lo"o fosse possí8el7 TRATAMENTO DOS DADOS As estatísticas utiliGadas foram' ;) m?dia e percentual dos dados 3) ui6uadrado9 para detectar diferenas si"nificati8as ou n*o si"nificati8as9 em fun*o dos se"uintes parmetros' a) se"mento do ensino trabalado b) tipo de escola (pPblica ou particular) c) localiGa*o da escola V capital F cidades do interior e@ou re"iUes "eo"rJficas Considerando o nPmero enorme de dados obtidos ao final dos cJlculos estatísticos9 para "arantir clareGa ao leitor9 tomei como re"ra comentar somente os casos em ue o cruGamento de dados apresentou diferenas si"nificati8as9 resultando diretamente dessa decis*o ue dados de cruGamento n*o comentados si"nificam ue9 para os cruGamentos feitos9 NO FORAM EN!ONTRADAS DIFERENÇAS SINIFI!ATIAS8
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ANE@O 9 -nstrumento utiliGado na pesuisa Data' +uestionJrio ng Cidade Estado Caro #rofessor7 O uestionJrio abaiFo faG parte de um estudo ue estou realiGando em 8Jrios estados brasileiros9 com a finalidade de detectar características e dificuldades relati8as prJtica docente no Ensino $undamental e no Ensino &?dio das escolas brasileiras oKe7 Se puder contribuir com a sua eFperiência9 serJ de inestimJ8el 8alia7 &uitas 8eGes ou8i cole"as afirmando ue raramente s*o consultados uando reformas e mudanas educacionais s*o implantadas9 sendo eles9 no entanto9 ue têm ue implementJ6las7 $orma $inal (Hers*o ng 5) Aui 8ocê terJ oportunidade de se pronunciar7 A pesuisa ? annima9 n*o a8endo ualuer identifica*o9 o ue possibilita ue suas respostas seKam francas9 mesmo ue considere o tema delicado ou difícil de ser abordado7 #or outro lado9 ? claro ue9 uanto mais 8erdadeiras forem as suas declaraUes9 mais o estudo espelarJ a realidade do #E1SA&E1TO DO #RO$ESSOR no Brasil7 Conto com 8ocê9 caro cole"a9 para realiGar este trabalo9 ue9 espero9 8ena dar 8oG uele ue atua em sala de aula7 Desde KJ muito "rata pela sua 8aliosa colabora*o7 Pro0a8 TCnia agur DADOS PESSOAIS (&AR+,E ,& W]W 1O #AR1TESE CORRES#O1DE1TE)' (-) SeFo' ;7 ( ) &asculino 37 ( ) $eminino
(--) -dade ;7 ( ) Teno entre ; e 3= anos 37 ( ) Teno entre 3 e >4 anos >7 ( ) Teno entre >; e =4 anos =7 ( ) Teno entre =; e 4 anos
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7 ( ) Teno mais de 4 anos (---) Irau de instru*o (&arue apenas o mais alto "rau concluído7) ;7 ( ) 1í8el $undamental 37 ( ) 1í8el &?dio 6 >7 ( ) 1í8el Superior =7 ( ) EspecialiGa*o@Aperfeioamento 7 ( ) &estrado 57 ( ) Doutorado 7 ( ) #s6Doutorado (-H) XJ uantos anos lecionaZ ;7 ( ) at? 37 ( ) entre 5 e ;4 >7 ( ) entre ;; e; =7 ( ) ;5 ou mais (H) Atualmente 8ocê trabala em' ;7 ( ) Escola #Pblica 37 ( ) Escola #articular >7 ( ) Em ambas (H-) 1o momento9 em ue ní8el 8ocê lecionaZ (#ode marcar mais de um9 se for o seu caso7) ;7 ( ) primeira uarta s?rie 37 ( ) uinta oita8a s?rie >7 ( ) Ensino &?dio (H--) +ue mat?rias ue estJ lecionando este anoZ (S responda esta uest*o9 se for professor de uinta s?rie em diante7) (H---) Tem forma*o específica para o eFercício do ma"ist?rioZ ;7 ( ) Sim9 curso de $orma*o de #rofessores ní8el m?dio 37 ( ) Sim9 Licenciatura ou #eda"o"ia >7 ( ) Sim9 em 1í8el de &estrado ou Doutorado =7 ( ) Sim9 outro7 +ualZ 7 ( ) 1*o teno forma*o específica para o ma"ist?rio7 RES#O1DA9 &ARCA1DO CO& ,& W]W 1A COL,1A O, #AR1TESES O, DE ACORDO CO& O +,E SE #EDE' A) Como 8ocê encara a #ROIRESS/O CO1T-1,ADA9 implantada em al"umas s?ries do Ensino $undamental na rede pPblicaZ ;7 ( ) #enso ue contribui efeti8amente para a meloria da ualidade do ensino 37 ( ) Acredito ue 8J faGer decair ainda mais a ualidade do ensino >7 ( ) S funciona para melorar o fluFo de 8a"as9 ? uma medida política apenas =7 ( ) S tem sentido se o aluno ti8er tamb?m "arantidas melorias na ualidade de ensino
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B) 1a sua eFperiência9 ual a maior dificuldade do professor E& SALA DE A,LA oKeZ (&arue apenas uma9 a ue considera a maior7) ;7 ( ) A escola da metodolo"ia adeuada a cada unidade ou aula 37 ( ) Dominar o contePdo de sua disciplina >7 ( ) &anter6se constantemente atualiGado em sua disciplina' =7 ( ) $aGer a a8alia*o dos alunos 7 ( ) &oti8ar os alunos 57 ( ) &anter a disciplina em sala 7 ( ) ,sar recursos audio8isuais 7 ( ) Outra7 +ualZ C) Escre8a9 a se"uir9 a CA,SA a ue 8ocê atribui essa dificuldade apontada no item anterior7 (CASO XA0A &A-S DE ,&A9 enumere9 de forma obKeti8a9 e em ordem de importncia9 as > principais) D) De modo "eral9 considera ue9 nas escolas em ue atua ou atuou9 seus pontos de 8ista peda""icos s*o ou8idos e le8ados em conta (em cada uma das linas abaiFo9 marue com um W]W a op*o ue melor descre8e a sua eFperiência)' Sem) Muitas Raramen Nunc re e>es te a ;7 #elos demais professores 37 #ela dire*o >7 #ela euipe t?cnica E) Considera6se apto e@ou moti8ado a trabalar com os temas trans8ersais abaiFo relacionados9 propostos na no8a Lei de DiretriGes e Bases da Educa*o 1acional9 de ;<<5Z (#ara cada tema marue WS-&W ou W1/OW9 tanto na coluna referente a A#TO como na referente a &OT-HA./O7) TEMA
APTO SIM NO
MOTIADO SIM NO
;7 Cidadania 37 %tica >7 Educa*o SeFual =7 #re8en*o ao ,so de Dro"as 7 #reser8a*o do &eio Ambiente &arue com um W]W a coluna adeuada9 de acordo com o ue pensa a respeito das afirmati8as ue se se"uem' AFIRMATIA ERDADEIR FA#SA A ;7 A repro8a*o traumatiGa o aluno9 impedindo seu pro"resso posterior 37 A repro8a*o s causa danos se for inKusta e o aluno n*o ti8er tido real oportunidade de aprender
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>7 Em toda turma sempre 8ai eFistir um percentual de alunos ue n*o uerem estudar e por isso têm ue ser repro8ados =7 A melor escola ? auela em ue o aluno encontra professores ami"os e ambiente a"radJ8el9 porue mais importante ? a rela*o afeti8a 7 A boa escola ? auela ue ensina 8alores e contePdo9 le8ando o aluno a ter melores oportunidades na 8ida9 profissionalmente e pessoalmente 57 Bom professor n*o ? o ue ensina9 mas o ue le8a o aluno a Waprender a aprenderW 7 Bom professor ? auele ue tem contePdo9 sabe transmiti6lo e relaciona6se bem com seus alunos 7 O uso de recursos audio8isuais 8ariados "arante uma boa aprendiGa"em <7 Atualmente a aula eFpositi8a ? um recurso ultrapassado ue n*o de8e ser usado ;47 A melor forma de aprender ? atra8?s do trabalo de "rupo ;;7 A melor forma de conse"uir disciplina ? dar uma pro8a bem difícil ;37 A melor forma de disciplinar ? conse"uir moti8ar o aluno9 atra8?s de aulas ue trabalem temas li"ados realidade da 8ida ;>7 A maior parte das ino8aUes educacionais ue ce"am s escolas raramente traGem pro"resso 8erdadeiro para os alunos ;=7 Corri"ir pro8as ou trabalos com caneta 8ermela causa danos emocionais ao aluno ;7 #assar tarefas para o aluno faGer em casa sobrecarre"a o aluno e o desmoti8a I) &arue um W]W na coluna WS-&W ou na coluna W1/OW9 de acordo com os seus Jbitos9 abilidades e atitudes9 utiliGando toda a sua franueGa (lembre6se' o uestionJrio n*o ? identificJ8el)' GBITOS2 ABI#IDADES E ATITUDES SIM NO ;7 Sei confeccionar material impresso (Jlbum seriado9 mural9 apostila etc7) 37 Sei faGer transparências utiliGando canetas apropriadas >7 Sei utiliGar o retroproKetor =7 Sei utiliGar aparela"em de som para CD 7 Sei operar um 8ideocassete para proKetar um filme "ra8ado 57 Sei pro"ramar aparelo de 8ideocassete para "ra8ar filmes na TH 7 Sei usar um computador utiliGando o pro"rama indos
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7 Sei utiliGar um computador acoplado a um sistema multimídia <7 +uando preciso9 sei conectar6me -nternet e na8e"ar ;47 Leio diariamente pelo menos um Kornal ;;7 Sou assinante de uma re8ista de Educa*o ;37 Leio9 por ano9 pelo menos dois li8ros sobre Educa*o ;>7 Leio semanalmente uma re8ista tipo HeKa9 %poca9 -sto%9 EFame etc7 ;=7 Leio9 por mês9 pelo menos um li8ro de Literatura (fic*o9 romance9 poesia9 suspense etc7) ;7 1o Pltimo ano9 esti8e em pelo menos um encontro sobre Educa*o (seminJrio9 con"resso etc7) X) AbaiFo est*o relacionados al"uns dos especialistas ue trouFeram contribuiUes importantes para o campo da Educa*o7 Em rela*o s teorias ue elaboraram9 marue com um W]W a coluna ue retrata ual o seu real conecimento de cada uma delas (seKa absolutamente franco)' AUTOR !ONE!E !ONE!E NO BEM POU!O !ONE!E ;7 &7 &O1TESSOR37 &AIER >7 E&-L-A $ERRERO =7 #A,LO $RE-RE 7 0EA1 #-AIET 57 C $RE-1ET 7 &AQARE1QO 7 H-IOTSQ<7 CARLROIERS -) 1umere a se"unda coluna de acordo com a primeira9 relacionando ideia e autor' ;7 &7 ( ) nfase no processo scio6istrico &O1TESSOR37 &AIER ( ) Estudos sobre o processo de aprendiGa"em da leitura e da escrita >7 ( ) #eda"o"ia do oprimido E&-L-A$ERRERO =7 #A,LO $RE-RE ( ) #recursor da ideia da criana como personalidade autnoma 7 0EA1 #-AIET ( ) #oema #eda""ico e o Li8ro dos #ais 57 C7 $RE-1ET ( ) ObKeti8os comportamentais 7 &AQARE1QO ( ) 1*o6direti8idade 7 H-IOTSQ( ) -n8ariantes peda""icas <7 CARL ROIERS ( ) EstJ"ios do desen8ol8imento co"niti8o@epistemolo"ia "en?tica
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0) &arue com um W]W a lina peda""ica da escola em ue 8ocê LEC-O1A (se trabala em mais de uma9 use uma lina para cada escola)' ( )ESCOLATRAD-C-O1AL ( )AT-HA ( )1OHA ( )CO1STR,T-H-STA ( )1/O D-RET-HA ( )TEC1-C-STA ( )CRT-CA DOS CO1TEDOS ( )O,TRA 6 +,ALZ ( )1/O SEConsidera ue os professores9 E& S,A &A-OR-A9 têm conecimento de ual ? a lina peda""ica adotada nas escolas em ue trabalamZ ;7 ( ) Sim9 a maioria tem conecimento da lina peda""ica 37 ( ) 1*o9 a maioria n*o sabe ual ? a lina peda""ica adotada pela escola L) 1as escolas em ue trabala ou trabalou9 os professores9 de forma "eral9 atuam efeti8amente9 em sala de aula9 de acordo com os pressupostos peda""icos oficialmente adotados pela escolaZ ;7 ( ) Sim9 mas somente porue J super8is*o direta a*o docente 37 ( ) Sim9 porue consideram fundamental a8er unidade e coes*o peda""ica >7 ( ) 1*o9 na maioria dos casos cada um trabala do Keito ue uer9 uando estJ em sua sala =7 ( ) 1*o9 na mina escola n*o J lina peda""ica claramente determinada9 cada um ensina como uer &) Em sua escola9 ue tipos de planeKamento peda""ico s*o utiliGadosZ (Se trabala em mais de uma escola9 opte pela escola na ual se encontra no momento em ue responde a esse uestionJrio7) ;7 ( ) #laneKamento educacional@curricular 37 ( ) #lano de curso >7 ( ) #lano de unidade =7 ( ) #lano bimestral 7 ( ) #lano de aula 1) Costuma participar dos planeKamentos conKuntos das escolas em ue trabalaZ (&AR+,E A#E1AS ,&A9 a ue melor representa a sua situa*o7) ;7 ( ) Sim9 aco muito importante 37 ( ) Sim9 mas s porue sou obri"ado9 aco ue fica s no papel >7 ( ) +uando 8ou9 fico apenas de Wcorpo presenteW9 porue n*o aco ue tena utilidade =7 ( ) $alto sempre ue posso9 aco desnecessJrio O) Costuma planeKar suas aulas (#lano de Aula)Z ;7 ( ) Sempre 37 ( ) Ns 8eGes
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>7 ( ) Raramente =7 ( ) 1unca #) O ue 8ocê &A-S utiliGa em sala9 para dar suas aulas (&AR+,E A#E1AS ,&A9 a mais usada)' ;7 ( ) EFposi*o oral 37 ( ) Trabalo de "rupo >7 ( ) Trabalo indi8idual +) +ual dos recursos abaiFo 8ocê utiliGa em sala de aula9 al?m do uadro6 de6"iG (para CADA recurso9 marue um W]W na op*o adeuada fre[ência de utiliGa*o)' REC,RSO ,sa ,sa s Raramente 1*o muito 8eGes usa usa ;7 TRA1S#AR1C-AS 37 $-L&ES >7 SL-DES =7 TELEH-S/O 7 LB,& SER-ADO 57 CO,TADOR 7 0OR1A-S DE C-RC,LA./O 1OR&AL 7 &,RAL@CARTA!ES R) Como 8ocê a8alia seus alunos' ;7 ( ) Atra8?s de pro8as 37 ( ) Atra8?s de pro8as e testes >7 ( ) Atra8?s de pro8as9 testes e trabalos indi8iduais =7 ( ) Atra8?s de pro8as9 testes9 trabalos indi8iduais e de "rupo 7 ( ) Atra8?s de pro8as9 testes9 trabalos indi8iduais9 trabalos de "rupo e ficas de obser8a*o 57 ( ) Somente atra8?s de trabalos indi8iduais e@ou de "rupo 7 ( ) Atra8?s de trabalos indi8iduais e@ou de "rupo e de ficas de obser8a*o S) Com rela*o a8alia*o ualitati8a (formati8a)9 8ocê' ;7 ( ) Sabe trabalar bem com ela e utiliGa sempre9 porue ? a melor forma de a8aliar 37 ( ) Tem al"umas dP8idas a respeito9 mas usa do modo ue sabe9 porue aca positi8o >7 ( ) Sabe faGer9 mas n*o utiliGa por n*o acreditar nessa forma de a8alia*o =7 ( ) 1*o sabe utiliGar direito9 por isso n*o utiliGa 7 ( ) 1*o sabe utiliGar9 nem acredita nesta forma de a8aliar T) 1a escola em ue trabala9 a a8alia*o ? feita atra8?s de notas ou conceitosZ (Se trabala em mais de uma escola9 considere a ue 8ocê estJ no momento em ue preence este uestionJrio7) ;7 ( ) 1ota
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37 ( ) Conceito ,) Ao corri"ir pro8as9 trabalos9 testes V ao a8aliar o aluno9 enfim V9 #RE$ERE dar nota ou conceitoZ ;7 ( ) 1ota' 37 ( ) Conceito H) +uando usa conceito9 costuma dar nota e depois faGer con8ers*o para conceito9 utiliGando uma tabelaZ ;7 ( ) Sim 37 ( ) 1*o >7 ( ) 1unca trabalei com conceito ]) ,tiliGa REC,#ERA./O #ARALELA em seu trabalo diJrioZ ;7 ( ) Sempre9 ? fundamental 37 ( ) Ns 8eGes9 uando teno tempo >7 ( ) Raramente9 ? uase impossí8el na situa*o em ue trabalo =7 ( ) 1*o utiliGo ) ,tiliGa ou KJ utiliGou A,TO6AHAL-A./O com seus alunosZ ;7 ( ) Sim 37 ( ) 1*o ATE1./O' S RES#O1DA N #R]-&A +,EST/O CASO TE1XA RES#O1D-DO WS-&W N +,EST/O A1TER-OR7 !) Se KJ utiliGou A,TO6AHAL-A./O com seus alunos9 o ue acouZ ;7 ( ) EFcelente recurso9 a maioria dos alunos s*o muito conscientes e Kustos9 por isso continuo a utiliGar 37 ( ) DeiFei de usar9 porue menos de 4Y dos alunos costumam ser Kustos em rela*o ao seu prprio desempeno >7 ( ) ,so outros crit?rios tamb?m9 porue apenas em poucos casos o Kul"amento do aluno coincide com o meu =7 ( ) De modo "eral9 os melores alunos costumam ser mais se8eros na a8alia*o do prprio desempeno9 enuanto os de rendimento mais baiFo s*o mais complacentes consi"o prprios9 por isso n*o uso7 AO TER&-1AR9 1/O DE-]E DE HER-$-CAR SE ES+,ECE, DE RES#O1DER A ALI,&A +,EST/O7 &A-S ,&A HE!9 &,-TO IRATA #ELA HAL-OSA COLABORA./O\
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ANE@O ; Halida*o interna do instrumento de pesuisa O uestionJrio de pesuisa9 A1TES de ser aplicado em campo9 foi 8alidado internamente pelos profissionais abaiFo relacionados9 cuKa competência9 eFperiência e isen*o propiciaram o aperfeioamento do modelo inicial9 ue aps seis 8ersUes9 foi considerado adeuado para aplica*o de forma a permitir ue o estudo refletisse de forma obKeti8a e clara o pensamento do professor brasileiro7 HAL-DA./O #OR ES#EC-AL-STA E& &ETODOLOI-A DA #ES+,-SA Dra7 &AR-A DE 0ES,S &E1DES DA $O1SECA V Estatística V #esuisadora6AdKunta da $unda*o Osaldo CruG V Epidemiolo"ista V &estre em SaPde #Pblica pela ,nesp V Doutoranda em &edicina Social pela ,ER0 HAL-DA./O #OR ES#EC-AL-STA E& CO1TEDO Dra7 A1TO1-A #ETROA V Doutora em Ciências da Comunica*o pela ,S# V &estre em #sicolo"ia Escolar pela ,$R0 V #rofessora6AdKunta da $aculdade de Educa*o da ,$R0
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ANE@O < Locais onde foi feita a pesuisa REIO EORGFI!A 4 CE1TRO6OESTE ; 4 CE1TRO6OESTE 3 4 CE1TRO6OESTE > 4 CE1TRO6OESTE = Subtotal 4 1ORTE 4 1ORTE 5 4 1ORTE Subtotal 4 1ORDESTE 4 1ORDESTE < ; 1ORDESTE 4 ; 1ORDESTE ; ; 1ORDESTE 3
!IDADES
Brasília
UF D$
Campo Irande
&S
CuiabJ
&T
#almas
TO
= &anaus
= A&
&acapJ
A#
Bel?m
#A
> &acei
> AL
S*o Luís
&A
Campina Irande
#B
0o*o #essoa
#B
#etrolina
#E
128
; > ; = ; ; 5 ; ; ; < 3 4 3 ; 3 3 3 > 3 = 3 3 5 3 3 3 < > 4 > ; > 3 > > > = > >
1ORDESTE
Recife
#E
1ORDESTE
Teresina
#-
1ORDESTE
1atal
R1
1ORDESTE
AracaKu
SE
1ORDESTE
Sal8ador
BA
Subtotal S,L
;4 Curitiba
#R
S,L
&arin"J
#R
S,L
1o8o Xambur"o
RS
S,L
#orto Ale"re
RS
S,L
$lorianpolis
SC
S,L
0oin8ille
SC
Sub6total S,DESTE
5 Araruama
> R0
S,DESTE
Belford RoFo
R0
S,DESTE
Cabo $rio
R0
S,DESTE
Duue de CaFias
R0
S,DESTE
Terespolis
R0
S,DESTE
#etrpolis
R0
S,DESTE
Rio de 0aneiro
R0
S,DESTE
Holta Redonda
R0
S,DESTE
Hila Hela
ES
S,DESTE
Hitria
ES
S,DESTE
AraFJ
&I
S,DESTE
Belo XoriGonte
&I
S,DESTE
Di8inpolis
&I
129
5 > > > < = 4 = ; = 3
S,DESTE
Io87 Haladares
&I
S,DESTE
Campinas
S#
S,DESTE
$ranca
S#
S,DESTE
S7Bernardo do Campo
S#
S,DESTE
Santo Andr?
S#
S,DESTE
S*o #aulo
S#
Subtotal REIO EORGFI!A Total
;<
= UF 33
!IDADES =3 Cidades
130
ANE@O = #erfil detalado da amostra O perfil dos ;7;3 professores (de =3 cidades9 em 33 estados da federa*o) ue participaram do estudo estJ eFplicitado nos uadros ; a ;49 ue se se"uem7 ,tiliGei como símbolo9 8Jlidos para todos os uadros em ue foram feitos cruGamentos de dados' 2 Setas ne"ras 8oltadas para baiFo h diferena estatisticamente si"nificati8a ne"ati8a (menor ue o total "eral) 2 Setas brancas 8oltadas para cima h diferena estatisticamente si"nificati8a positi8a (maior ue o total "eral) +uadro ; #articipa*o por "?nero +uadro 3 I?nero F Se"mento Os uadros ; e 3 confirmam a predominncia do "?nero feminino na profiss*o9 com diferena si"nificati8a apenas nas s?ries finais do Ensino $undamental e &?dio9 conser8ando6se9 mesmo nesse caso9 a maioria de muleres no ma"ist?rio7 +uadro > $aiFa etJria docente A idade dos participantes da pesuisa 8ariou de ; at? mais de 4 anos9 com predominncia do "rupo situado entre >; e =4 anos (==Y do total)7 A le"isla*o concede aposentadoria dos professores cinco anos mais cedo do ue s demais profissUes (nos ní8eis de Ensino $undamental e &?dio)7 Aliando esse fato s dificuldades e des"astes do eFercício do ma"ist?rio9 compreende6se por ue se reduG bastante o percentual dos ue continuam na ati8a aps os 4 anos7 % uma profiss*o de pessoas relati8amente Ko8ens' no nosso estudo Y tinam entre ; e =4 anos e apenas 3Y mais de =;7 +uadro = EFperiência no ma"ist?rio Embora a participa*o na pesuisa tena sido espontnea e 8oluntJria9 o fato de ter a8ido maior concentra*o de profissionais com eFperiência docente superior a ;4 anos (53Y)9 foi um feliG acaso9 porue esses profissionais passaram por eFperiências peda""icas mais 8ariadas e muitos deles 8i8enciaram o trabalo docente na 8i"ência de duas diferentes leis de DiretriGes e Bases (;<; e ;<<5)7 Apenas ;=Y tinam eFperiência i"ual ou inferior a anos7
131
A atual LDB tornou os estudos de ní8el superior uma eFi"ência para todos os docentes9 a despeito do se"mento em ue lecionem9 conforme se pode 8erificar a se"uir' ?]?0O QI DOS PO4ISSIO3AIS DA ED0CAW^O 88 Art <=H A formaç-o de do#entes para atuar na edu#aç-o !;si#a farse; em n+$el superior, em #urso de li#en#iatura, de graduaç-o plena, em uni$ersidades e institutos superiores de edu#aç-o: admitida, #omo formaç-o m+nima para o e&er#+#io do magist/rio na edu#aç-o infantil e nas 'uatro primeiras s/ries do ensino fundamental, a ofere#ida em n+$el m/dio, na modalidade normal
A eFi"ência do arti"o 53 iniciou6se na implanta*o em ;<<57 Em conse[ência9 como demonstra o uadro 9 adiante9 "rande parte dos professores apressou6se a cumpri6la7 Do total "eral9 apenas ;Y dos professores declararam forma*o apenas de ní8el m?dio9 enuanto 4Y tinam ní8el superior9 >3Y9 especialiGa*o e@ou aperfeioamento e 3Y9 mestrado7 +uadro Irau de -nstru*o Diferenas si"nificati8as foram 8erificadas' V de acordo com a re"i*o "eo"rJfica (Re"i*o Sul foi a ue apresentou maior percentual de doscentes com ní8el superior e mestrado) V em fun*o do se"mento de atua*o no ensino (a eFi"ência de ní8el superior KJ 8i"ora8a para os professores a partir da uinta s?rie e Ensino &?dio antes da atual LDB) V nas capitais dos estados onde o percentual de professores com ní8el de forma*o mais alto foi si"nificati8amente maior ue o das cidades do interior o maior percentual de professores com mestrado ficou entre os ue lecionam de a oita8a s?rie do Ensino $undamental9 embora 3Y ainda apresentam apenas forma*o de ní8el m?dio Y dos ue lecionam no Ensino &?dio ainda têm forma*o somente de ní8el m?dio7 +uadro 5 Docentes da rede particular ] pPblica A maioria dos docentes entre8istados (5Y) trabala8a no ensino pPblico e ;Y na rede pri8ada ;5Y em ambas as redes7 O uadro discrimina o elenco de disciplinas ministradas pelos professores entre8istados' a amostra do estudo cobriu todos os componentes bJsicos do currículo do Ensino BJsico ($undamental &?dio)7 +uadro Disciplina(s) ue ministra Lín"ua #ortu"uesa Lín"ua Estran"eira Literatura Xistria Ieo"rafia &atemJtica $ísica Ciências Biolo"ia $orma*o de #rofessores V @Ensino &?dio +uadro 1í8el em ue leciona Gei 9@98, de Diretri"es e ases da Edu#aç-o 3a#ional, 199<, .EC
44
132
A distribui*o em rela*o ao ní8el lecionado mostrou predominncia de professores das primeiras s?ries do Ensino $undamental (>Y) e 3Y a partir da uinta s?rie9 de acordo9 portanto9 com a distribui*o do uni8erso estudado=7 +uadro < $orma*o específica para o ma"ist?rio O uadro < mostra maioria dos docentes com forma*o específica para o ma"ist?rio em cursos de $orma*o de #rofessores de ní8el m?dio (=Y) e superior (5>Y) apenas =Y sem forma*o peda""ica e =Y com Woutros tipos de forma*oW7 Comparando a forma*o docente das capitais com a das demais cidades9 o estudo encontrou diferena si"nificati8a' 54Y dos professores das capitais dos estados apresenta8am forma*o em ní8el superior9 contra
ANE@O ? -nstituiUes onde foram aplicados os uestionJrios e profissionais responsJ8eis' Sem a imediata e entusiasmada ades*o dos educadores aui relacionados9 ue n*o somente franuearam mina entrada em suas escolas e@ou instituiUes9 como tamb?m colaboraram de forma efeti8a e proati8a para a concretiGa*o do estudo9 este trabalo n*o teria sido possí8el7 A eles9 meus mais sinceros9 8erdadeiros e como8idos a"radecimentos7 N INSTITUI!AO NOME !ARO !IDADE UF H 4 Col?"io das -rm*s -r7 Ana Diretora Sal8ador BA ; Sacramentinas Hir"ínia 4 Centro Educacional &?rcia Super8isora Hila Hela ES 3 Carles Darin &aria do Ensino e Hitria #imentel &?dio .EC, Censo Es#olar, Distrito 4ederal, =BB1
45
133
4 >
Col?"io 0esus &aria 0os?
4 =
Col?"io S*o #aulo
4
Col?"io D7 Bosco
4 5 4
Col?"io Cipicom@ObKeti8o Col?"io Cora*o de 0esus
4 4 <
-nst7 Educa*o -maculada ;;; Con"resso #araibano em Educa*o
; 4 ; ; ; 3 ; >
Col?"io &O#Col?"io Atual Col?"io A#O-O
Orientadora educacional e coordenador a peda""ica -r7 Coremir Diretora @ Da:se &aria orientadora &ool educacional Hal?ria #siclo"a ReGende da escolar Sil8a &er:lane Diretora Clen Dutra &aria Diretora Cristina $abel IontiKo Ros?lia de Diretora AraPKo Ri8aldo Diretor Antnio de AraPKo Re"ina Diretora Canedo Simone #sicopeda"o B?r"amo "a ReKane &aia Diretora
; ; 5 ;
Col?"io IEO
Haldeci Halentim Loc Edite &aria Barbosa Iuilon Edi8nia
Col?"io &arista #io ]
$ernando
Col?"io Re"ina Coeli
; ; <
Col?"io &a"num A"ostiniano Col?"io Santo A"ostino
Lucimar Socorro $arias Eido #ena Couto #rof7 Baccim
N
INSTITUI!AO
; =
Centro -nte"rado de Educa*o do Sa"rado Cora*o Centro Educacional &enino 0esus
Lemos Andr?a Bor"es &acado &atias
NOME
$ranca
S#
Terespol R0 is Campo Irande
&S
Io87 &I Haladares Belo &I XoriGonte Campinas S# 0o*o #essoa
#B
Rio de 0aneiro Recife
R0
Recife
#E
Assessora peda""ica
Curitiba
#R
Super8isora escolar
$lorianp olis
SC
Diretora
#etrolina
#E
Orientador educacional Diretora coordenador a "eral Super8isor peda""ico Diretor peda""ico
0o*o #essoa Campina Irande
#B
Belo XoriGonte Rio de 0aneiro
&I
!IDADE
UF
!ARO
#E
#B
R0
134
H 3 Centro Educacional Adriana e 4 Xi"ino da Sil8eira l8aro 3 Col?"io Salesiano Santa &ar"aret ; TereGina TeiFeira de Santoro 3 Col?"io -1ECarla Qirillos 3 3 Col?"io Damas da Rosa &a7 $7 > -nstru*o Crist* Albuueru e @ -rm* 1oêmia 3 Col?"io A"ostiniano -8ani LPcia = &endel Aparecida Breda
3 3 5 3
Col?"io D7 Bosco
Iilda Luc
Col?"io piran"a
SMnia e LPcia Edna Cristina #7 SJ8io
3
Col?"io ObKeti8o
3 < > 4
Col?"io Con8i8er
> ; > 3 > >
Col?"io #ueri Domus @ ,nidade 0ardim Col?"io #ueri Domus @ ,nidade #etrpolis Col?"io &arista
> = >
Col?"io Cuna &elo
,ni8ersidade Luterana do Brasil
Cleusa &ocioti Sil8a &aria Teresa Carmem $reitas
Diretores
Terespol R0 is Coordenador S*o #aulo S# peda""ico Super8isora peda""ica Coordenador a "eral @ Coordenador a de Ensino #siclo"a escolar @ coordenador a de primeira uarta s?rie Coordenador a Diretoras
&acei
AL
Recife
#E
S*o #aulo S#
Curitiba
#R
#etrpolis R0
Coordenador Rio de a de uinta 0aneiro oita8a s?rie e Ensino &?dio Diretora &arin"J
R0
#R
Diretora
Recife
#E
#rofessora e psiclo"a clínica Coordenador a de e8entos Diretor "eral
#orto Ale"re
RS
Hice6diretora 1atal @ Coordenador a de arte e cultura
R1
Col?"io Boa Hia"em
Lourdes Bol"eroni Ricardo Iaspar Tnia &7 Leiros Ca8alcanti @ &7 Ilria 1a8arro Iuedes Ana #ai8a
Santo S# Andr? S*o #aulo S#
#siclo"a
Recife
#E
Escola &adre de Deus
0osiane
#siclo"a @
Recife
#E
135
> 5
1Pcleo Educati8o &onteiro Lobato
> >
Col?"io An"lo
> <
-nstituto Dom Barreto
-nstituto #io ]-
N INSTITUI!AO H = Col?"io &arista de 4 Brasília
= ; = 3
Col?"io Cora*o de 0esus Col?"io Sa"rado Cora*o de &aria
= >
Sociesc
= = =
Rede&H-
= 5
Col?"io Crescimento
= =
Col?"io &acedo Soares
Col?"io baco
Centro Educacional Atual
Iolin @ Cristiana CruG &aria Dolores &7I7 CaiFeta &arcos !7 #ania"o -sabel Cristina dos Santos &arcílio $7 Ran"el de $arias 0anaína Teles NOME
Cristina &7 DeCisola @ 0essiana Ramalo $7 AraPKo Dinarte 1e"r*o 0r7 &?rcia Campos Almeida Cristiane Alida Colin Corrêa 0os? Carlos #ortu"al Rodolfo Saad @ 1?li $i"ueira Ariadne Caroline Lon"o Hir"ínia &7 1ardeli &Jrcia Cristina &endes S7
Super8isora Diretora
AraFJ
Diretor
Di8inpoli &I s Rio de R0 0aneiro
#siclo"a Diretor @ #rofa7 de informJtica
!ARO
Teresina
!IDADE
&I
#-
UF
Assessora cultural @ AuFiliar de nPcleo
Brasília
D$
Diretor
CuiabJ
&T
Super8isora
Belo XoriGonte
&I
Assessora de dire*o
0oin8ille
SC
Diretor
Rio de R0 0aneiro Diretor S*o S# Administrati Bernardo 8o @ do Campo Assistente de Dire*o Diretora S*o Luís &A Coordenador a Diretora Holta R0 Redonda Diretora &acapJ A#
136
= <
Col?"io Cirandina
4
-nstituto E8an"?lico 1o8a Xambur"o
; 3
Escola Criarte
> =
Col?"io &dulo
S&E Belford RoFo
SouGa &a7 EliGabet Iois &ello @ Hitria LPcia C7 Sil8a Os8inoToilli er &iriam Scrates Dilcelina da Sil8a $aria
0os? LPcio Al8es Costa Associa*o das Escolas Simone Catlicas@AEC !ampier Col?"io &arista de Haluíria #almas &oreira ReGende S&E de Araruama &arle: 5 Car8alo 1unes Terra S&E de Cabo $rio Celma Rosa de &ello Ramos S&E de Duue de CaFias &:riam &edeiros da Sil8a N INSTITUI!AO NOME H Centro -nte"rado de Berenice < Educa*o@ C-EC &a"al*es &artins 5 Escola 0ardim Raimundo 4 Aldo Siueira
Diretora @ Bel?m Coordenador a
#A
Diretor
RS
Diretora
1o8o Xambur" o Brasília
D$
Coordenador Belford a de RoFo Educa*o Diretor AracaKu
R0
Diretora
Curitiba
#R
Diretora
#almas
TO
Diretora do Departamen to de Ensino Diretora do Departamen to de Ensino Coordenador a de Educa*o !ARO
Araruama R0
Diretora
&anaus
A&
Diretor
&acapJ
A#
SE
Cabo $rio
R0
Duue de CaFias
R0
!IDADE
UF
137
ANE@O Referências biblio"rJficas
Bourdieu9 #7 Sobre a tele8is*o7 Rio de 0aneiro' 0or"e !aar9 ;<<7 Conselo 1acional de Educa*o9 Cmara de Educa*o BJsica9 Resolu*o ng ;7 Brasília9 344>7 Carmona9 B79 !a"ur:9 T7 et al7 O desafio da TH pPblica' uma refleF*o sobre sustentabilidade e ualidade7 Rio de 0aneiro' ACER#6THE Brasil9 344>7 CEE7 #arecerW7 5@<9 CE$@CE&9 ;<<7 $erreiro9 E7 RefleFUes sobre alfabetiGa*o7 S*o #aulo' CorteG9 ;<<7
138
$reire9 #7 #eda"o"ia da autonomia' Saberes necessJrios prJtica educati8aS*o #aulo' #aG e Terra9 ;<<57 Iadotti9 &7 #ensamento peda""ico brasileiro7 S*o #aulo9 tica9 ;<<7 Iolleman9 D7 -nteli"ência emocional7 Rio de 0aneiro' ObKeti8a9 ;<<7 Iottman9 07 -nteli"ência emocional e a arte de educar nossos filos7 Rio de 0aneiro' ObKeti8a9 ;<<7 Iuillou S7 Comment 8atil apprendre lirel #aris' AAilan9 ;<<<7 lllic9 -7 Sociedade sem escolas7 #etrpolis' HoGes9 ;<47 0acob9 C7 #eut6on encore ?le8er ses infantsZ #aris' $leurus6&ame9 34447 Libneo7 07 C7 DemocratiGa*o da escola pPblica' A peda"o"ia crítico6social dos contePdos7 S*o #aulo Lo:ola9 ;<7 Lei ng <7><=9 de 34 de deGembro de ;<<59 DO, 3>6;36;<<57 LuGuria"a L7 Xistria da educa*o e da peda"o"ia7 S*o #aulo' 1acional9 ;<7 &auia8el7 17 O príncipe7 Rio de 0aneiro' #aG e Terra9 ;<<57 &EC9 C1E7 #arecer 3@344;7 D$9 344;7 &EC9 Iabinete de A8alia*o Educacional9 Or"aniGa*o para a Coopera*o e o Desen8ol8imento Econmico9 IAHE@OCDE7 #ro"ramme for -nternational Student Assessment7 Resultados do estudo internacional #-SA 344>L Brasília9 344=7 &EC9 -nstituto 1acional de Estudos e #esuisas Educacionais Anísio TeiFeira7 Estatísticas dos professores no Brasil7 Brasília9 344>7 &EC9 lnep9 Sinopse da educa*o bJsica9 Brasília9 344>7 &EC9 lnep9 #esuisa nacional ualidade da educa*o' a escola pPblica na opini*o dos pais7 Brasília9 3447 &ello9 I7 17 &a"ist?rio de;g "rau' da competência t?cnica ao compromisso político7 S*o #aulo' CorteG Autores Associados9 ;<;7 &ilollan9 $7 SinnerF Ro"ers' &aneiras contrastantes de encarara educa*o7 S*o #aulo' Summus9 ;<7 &ontessori9 &7 &ontessori em família7 #ortu"al' #ortu"Jlia7
139
&orei7 I7Tual6LoiGeau D7 #etit 8ocabulaire ded?rout escolaire7 #aris' Ramsa:7 34447 Oli8eira9 &7 Q7 Hi"otsi7 S*o #aulo' Scipione9 ;<<7 Oli8eira7 &7 D7 Oli8eira7 D7 A 8ida na escola e a escola na 8ida7 #etrpolis' HoGes7 ;<=7 #ia"et9 07 A epistemolo"ia "en?tica7 #etrpolis' HoGes9 ;<37 #lan9 D717 #olítica educacional no Brasil' Caminos para a sal8a*o pPblica7 #orto Ale"re' Artmed9 344;7 #uente9 &7 Tendências contemporneas em psicolo"ia da moti8a*o7 S*o #aulo CorteG@Autores Associados9 ;<37 RauG:9 07 B7 0afrro9 L7 H?cole d?sceu8r?e' La nou8elleauerellescolaire7 #aris' $lammarion9 34447 Re:9 B7 As competências trans8ersais em uest*o7 #orto Ale"re' Artmed9 34437 Ro"ers9 C Tornar6se pessoa7 Lisboa' &oraes9 ;<>7 Sa8iane9 D7 Educa*o' do senso comum consciência filosfica7 S*o #aulo' CorteG9 ;<47 Serafín A7 et al7 Disciplina e con8i8ência na institui*o escolar7 #orto Ale"re' Artmed9 34437 Steiner9 I7 liUes dos mestres9 Rio de 0aneiro' Record9 3447 Hi"otsi9 L7S7 #ensamento e lin"ua"em7 S*o #aulo' &artins $ontes9 34447 itaer9 R7 S7 Sampaio9 $7 $reinet7 S*o #aulo' Scipione9 ;<<=7 !a"ur:9 T7 Educa*o em Cuba' -mpressUes de uma educadora brasileira7 S*o #aulo' Brasiliense9 ;<7 !a"ur:9 T7 Sem padecer no paraíso' em defesa dos pais ou sobre a tirania dos filos7 Rio de 0aneiro' Record9 ;<<;7 !a"ur:9 T7 Educar sem culpa' a "?nese da ?tica7 Rio de 0aneiro' Record9 ;<<>7 !a"ur:9 T7 O adolescente por ele mesmo7 Rio de 0aneiro' Record9 ;<<57 !a"ur:9 T7 Encurtando a adolescência7 Rio de 0aneiro' Record9 ;<<<7 !a"ur:9 T7 limites sem trauma' Construindo cidad*os7 Rio de 0aneiro'