Administração da Produção Produção
(Operações Industriais e de Serviços)
Jurandir Jurand ir Peinado Peinado Alexandre Reis Graeml Alexandre
Administração da Produção
(Operações Industriais e de Serviços)
Jurandir Peinado Alexandre Reis Graeml
Depósito legal junto à Biblioteca Nacional, conforme Lei 10.994 de 14 de dezembro de 2004.
Centro Universitário Positivo – UnicenP Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 81280-330 – Curitiba – PR E-mail:
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Administração da Produção
(Operações Industriais e de Serviços)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca do UnicenP - Curitiba ***
Administração da produção: operações industriais e de serviços / Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml Curitiba : UnicenP, 2007. 750 p. ISBN ****** 1. Administração da produção. 2. Operações industriais. 3. Administração. I. Peinado, Jurandir; Graeml, Graeml, Alexandre R. II. Título
UnicenP 2007
CDU ****** IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
Sobre os autores Alexandre Reis Graeml Graeml Engenheiro Industrial pelo CEFET-PR. Mestre e doutor em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Pesquisador Fulbright em Berkeley (Universidade da Califórnia). Autor do livro Sistemas de Informação: o alinhamento da estratégia de TI com a estratégia corporativa, publicado pela Editora Atlas, e de dezenas de artigos acadêmicos e em revistas de negócios. Professor do curso de Comércio Exterior e do mestrado em Administração do UNICENP e do departamento de informática da UTFPR U TFPR (antigo CEFET). Jurandir Peinado Peinado Bacharel em Administração de Empresas e pós-graduado em Desenvolvimento Gerencial pela FAE. Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC. Autor do livro Kanban : Manual prático de implementação, publicado pelo Sindimetal do sudoeste do Paraná. Foi gerente de logística e diretor industrial de empresas como a Companhia Brasileira de Bicicletas, a Atlas Indústria de Eletrodomésticos Ltda., Indústrias Todeschini S/A e Electrolux do Brasil. Foi professor da FAE e, atualmente, é professor do curso de Comércio Exterior do UNICENP e do curso de pós-graduação latu sensu em engenharia de produção da UTFPR (antigo CEFET).
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Fundamentos das operações produtivas
PRIMEIRA PARTE - Fundamentos das operações produtivas
A primeira parte deste livro apresenta os fundamentos das op-
erações da produção. Os assuntos são contemplados em três capítulos, o primeiro capítulo localiza o tema da administração das operações de produção dentro do contexto da administração geral das organizações, o segundo e o terceiro capítulos têm por objetivo proporcionar uma visão científica do trabalho realizado por administradores de produção, abordando as técnicas fundamentais necessárias ao gerenciamento das operações produti vas. Capítulo 1 – Princípios da administração da produção Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre a administração da produção, permitindo que o leitor possa compreendê-la e localizá-la no amplo contexto da administração de empresas.
Capítulo 2 – Estudo de tempos, movimentos e métodos Este capítulo fornece uma visão científica da administração das operações da produção. Aborda as técnicas fundamentais do estudo de tempos, movimentos e métodos, que são a base fundamental para compreender o gerenciamento das atividades de produção em qualquer tipo de organização. Capítulo 3 – Estudo de processos de trabalho Este capítulo inicialmente fornece o conceito de processos de trabalho e discute diversas ferramentas práticas, que permitem a descrição, mensuração, análise e proposição de melhorias desses processos. Em seguida, são abordados os aspectos ergonômicos, que devem ser observados nos locais e condições em que ocorrem os processos de trabalho.
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e t r a p a r i e m i r P
Capítulo 1 – Princípios de administração da produção
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PIRES, Silvio R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: Conceitos, estratégias, práticas e casos. São Paulo: Atlas, 2004. pp. 164-183. RITZMAN, Larry P; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. pp. 03-25. WAGNER III, John A; HOLLENBECK, John R. Comportamento organizacional: Criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva, 1999. pp. 07-20.
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Capítulo 3 – Estudo de processos de trabalho
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
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1 - Fluxograma linear de operações DIAGRAMA DE FLUXO DE PROCESSO MP
PA
Processo:
Local:
Expedição
Produto:
Analista:
No
de Duração Tipo atividade D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇ D ∇
2 - Fluxograma setorial Almoxarifado
Prensa
Pintura
Montagem
MP
PA
3 - Fluxograma de linhas de montagem MP
MP
MP
PA
4 - Fluxograma de arranjo físico funcional Torno
Montagem
MP
PA
Prensa
Pintura
Descrição da atividade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Distância percorrida
Resumo da operação: MP = matéria prima PA = produto acabado
Tipos de fluxogramas utilizados em operações industriais
Formulários padronizados de fluxograma É muito comum se utilizar formulários impressos para a elaboração de fluxogramas. A Figura 22 apresenta um modelo comumente utilizado em processos industriais.
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Atividade Quantidade Itens % Valor Tempos %
D
∇
Total
Distância total: ______________ Índice de aproveitamento: ___________ Data ____ / ____ / _____
Formulário padronizado para fluxo de processo
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Projeto de sistemas produtivos
SEGUNDA PARTE - Projeto de sistemas produtivos
A segunda parte deste livro está ligada ao projeto dos sistemas
de produção. A questão é tratada em três capítulos, que discutem diferentes leiautes produtivos, o planejamento da capacidade de produção e a localização das instalações. Capítulo 4 – Arranjo físico Este capítulo fornece o conceito básico de arranjos físicos em organizações e uma série de ferramentas práticas que auxiliam na escolha e elaboração de um novo arranjo físico, o mais adequado possível, ou na análise de um arranjo físico já existente, de modo que se possa propor melhorias. Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre o planejamento da capacidade de produção e sua avaliação econômica, permitindo que o leitor compreenda e utilize a técnica para apoio à tomada de decisões, no contexto da administração geral de empresas. Capítulo 6 – Localização de instalações produtivas Este capítulo visa a estudar os aspectos da localização de instalações produtivas e fornecer uma metodologia para o estudo das possíveis alternativas de localização para a tomada de decisão consistente sobre a determinação da localização geográfica de uma operação produtiva.
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e t r a p a d n u g e S
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6 Capítulo 6 – Localização de instalações produtivas
Administração Administr ação da Produção Produção (Operações (Operações industriai industriaiss e de serviços) serviços)
O modelo do centro de gravidade leva leva em contra as distâncias e custos de transporte de captação de matérias-primas e distribuição de produtos acabados. O ponto correspondente ao centro de gravidade representa o local onde os custos de transporte são mínimos. O modelo da análise custo x lucro x volume consiste em realizar uma análise CLV para cada uma das alternativas de local pré-selecionado para a operação, optando-se, naturalmente, pela de melhor resultado. Vale a pena conferir conferir o conteúdo deste deste capítulo!
Objetivos de aprendizagem Este capítulo visa a estudar os aspectos da localização de instalações produtivas e fornecer uma metodologia para o estudo das possíveis alternativas de localização para a tomada de decisão consistente sobre a determinação da localização geográfica de uma operação produtiva. Após a leitura deste deste capítulo, o leitor estará apto a:
Compreender e identificar os objetivos e os principais fatores qualitativos e quantitativos que influenciam na decisão de localização.
Preparar avaliações das alternativas de localização, por meio do método de ponderação qualitativa, do modelo do centro de gravidade e do modelo da análise custo x lucro x volume.
Resumo Localizar uma instalação significa determinar o melhor local para se instalar uma base de operações, onde serão fabricados produtos ou prestados serviços. Os principais fatores que devem ser levados em consideração na decisão de localização industrial são: disponibilidade de matéria-prima, energia elétrica, água, mão-de-obra, facilidades e incentivos fiscais, qualidade de vida, qualidade dos serviços essenciais e localização dos mercados consumidores. Os principais fatores na decisão de localização de organizações do tipo comercial e de serviços são a proximidade do mercado consumidor e a localização dos concorrentes. O modelo de ponderação qualitativa propõe propõe uma forma de medir e dar valor a dados de natureza subjetiva, possibilitando a comparação entre as várias alternativas de localização. Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
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Capítulo 6 – Localização de instalações produtivas
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Capítulo 7 – Previsão de demanda
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sendo a célula F17 e ative a opção “ Min ”. Isto fará com que o Excel procure o menor valor possível para o desvio padrão da demanda. Defina como células variáveis as células D20, D21 e D22, que são, respectivamente, os valores das ponderações dos três últimos períodos. Defina as restrições D20:D22 0; D20:D22 1 e D23 = 1 Clique em resolver . A solução encontrada aparece na Figura 78.
Caixa de diálogo Solver do Excel - MMP Determinação dos pesos da média móvel ponderada utilizando o Solver do Excel – Produto B A análise dos resultados permite concluir: para a demanda do produto A: a solução do Solver amplificou o peso do antepenúltimo mês, demonstrando que a série não tem tendência e os pesos dos meses iniciais devem ser considerados para o cálculo da melhor média de previsão. Isto também pode sugerir a vantagem de incluir mais períodos no cálculo da média móvel. O valor do desvio padrão da demanda apresentou leve diminuição e as tendências de viés aumentaram, variando de -3,00 a + 2,30, o que também indica que mais períodos podem ser incluídos. Em outras palavras, ambos os modelos são válidos para o produto A, porém o primeiro modelo, da média móvel simples parece melhor se adequar à série de demandas; para a demanda do produto B: a aplicação da média móvel ponderada diminuiu o desvio padrão, porém o modelo não é adequado, uma vez que o desvio padrão dos erros de previsão continua elevado e apresenta elevada tendência de viés. Isto ocorre devido à série de demandas possuir nítida tendência de crescimento e sazonalidade. Determinação dos pesos da média móvel ponderada utilizando o Solver do Excel – Produto A
MODELO DA MÉDIA MÓVEL COM SUAVIZAÇÃO EXPONENCIAL SIMPLES O modelo de previsão de demanda baseado na média móvel com suavização exponencial é uma variação da média móvel ponderada que também deve ser aplicado apenas para demandas que não apresentem tendência nem sa-
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Capítulo 7 – Previsão de demanda
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
Defina como célula variável a célula D20, que contém o valor de . Indique as seguintes restrições: D20 0 e D20 1. Clique em resolver . A solução encontrada aparece na Figura 81 e na Figura 82.
Determinação do fator utilizando o Solver do Excel – Produto A
Determinação do fator utilizando o Solver do Excel – Produto B A análise dos resultados permite concluir: para a demanda do produto A: a solução do Solver determinou = 1, transformando o modelo de suavização exponencial em um modelo de média móvel simples. Isto demonstra que os meses iniciais devem ser considerados para o cálculo da previsão, o que sugere a inclusão de mais períodos no cálculo da média móvel. Ambos os modelos são válidos para o produto A; para a demanda do produto B: a solução do Solver também determinou = 1, transformando o modelo de suavização exponencial em um modelo de média móvel simples, o qual já foi analisado anteriormente, tendo sido considerado inadequado. Isto ocorre porque, como já foi dito antes, a série de demanda apresentada pelo produto B possui nítida tendência de crescimento e sazonalidade, o que torna inadequado o uso dos modelos de média móvel. Os modelos de previsão de demanda baseados na média móvel simples, ponderada e com suavização exponencial são os modelos mais simples de pre visão de demanda e devem ser aplicados apenas para produtos cuja demanda não apresente tendência ou sazonalidade. Além disto, estes modelos não são capazes de lidar com aleatoriedade muito severa, que pode ser detectada a partir de desvios padrão elevados. Apesar de, à primeira vista, parecerem modelos simples demais, eles são largamente utilizados, de maneira formal ou intuitiva nas organizações, justamente pela facilidade de cálculo e entendimento.
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Capítulo 7 – Previsão de demanda
Cálculo de b : b =
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n D i × Pi − n × D × P i=1 2 n 2 Pi − n × (P ) i =1
9277 − (10 × 160,8 × 5,5) 433 = = b = 5,25 82,5 385 − (10 × 5,5 2 )
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
de diálogo. Outra caixa de diálogo vai aparecer, conforme mostra a Figura 85. Selecione as células $B$2:$B$11 para o intervalo Y de entrada e as células $A$2:$A$11 para o intervalo X de entrada.
Cálculo de a : a = D − b × P = 160,8 − 5,25 × 5,5 a = 131,93 Equação da demanda: Di
=
a + b × Pi Di = 131,93 + 5,5 × Pi
A partir da equação da reta obtida por regressão linear obtêm-se as pre visões de demanda para os períodos 11 e 12, da seguinte forma:
D11 = 131,93 + 5,5 × 11 = 192
D12 = 131,93 + 5,5 × 12 = 198
Cálculo da equação de regressão linear para previsão utilizando o Excel Uma planilha Excel permite calcular facilmente os valores dos coeficientes a e b , utilizando-se a ferramenta de análise de dados e regressão linear. A planilha é montada com a mesma seqüência de passos utilizada para a montagem da planilha da Figura 74, com apenas uma alteração da forma de cálculo da previsão, conforme explicado a seguir. Cálculo da previsão da demanda: Digite a fórmula =$C$16+$C$17*A2 na célula C2 e arraste para todas as células da faixa C2:C13. As células C16 e C17 contêm os valores dos coeficientes ( a ) e (b ), respectivamente, que foram encontrados utilizando-se a ferramenta de regressão linear do Excel.
Previsão de demanda por regressão linear Cálculo dos coeficientes a e b da regressão linear: a regressão linear é uma ferramenta para calcular os valores do coeficiente de nível a e do coeficiente de tendência b . Para obter esses coeficientes, basta clicar em ferramen- tas , selecionar análise de dados e escolher regressão linear , a partir da caixa Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
Parâmetros da regressão linear Após realizar esta parametrização, clique OK e uma nova planilha com os resultados da regressão linear será gerada, conforme a Figura 86. O valor denominado interseção da célula B17 representa o coeficiente de nível ( a ) e o valor denominado variável X1 da célula B18 representa o coeficiente de tendência ( b ).
Resultados da regressão
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Capítulo 10 – Sistema kanban de abastecimento e u q o t s E
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Fórmula 10.4 – Estoque kanban sem set up D × TR ES n 0 K = +1+ Q Q K K
c
q1
Onde: Q/K = quantidade de peças por contentor; N 0 K = número de contentores; PR = ponto de reposição; D = demanda no período; TR = tempo de ressuprimento; ES = estoque de segurança.
Q e
q3
Pr
b
q2
t1
a
d T
Es
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Tr t3
t2
Tempo
Cálculo do ponto de reposição (quantidade)
Cálculo do ponto de reposição no sistema kanban No sistema kanban, o estoque é formado por um determinado número de contentores, sendo que cada um deles contém a mesma quantidade de peças. Desta forma, o estoque pode ser abastecido assim que houver um contentor vazio, ou seja, o ponto de reposição será quando o primeiro contentor estiver vazio. Portanto: Ponto de reposição = Estoque máximo - um contentor E máx = Q/K x nºK Então: Fórmula 10.3 – Ponto de ressuprimento no sistema kanban Q Q Q PR = × n 0 K − PR = (n 0 K − 1) K K K
Exemplo 1 – Kanban para material comprado A Torrabrás é uma empresa que monta e comercializa torradeiras elétricas de pão. Atualmente, a empresa compra de um fornecedor quatro modelos de chicotes elétricos. A matéria-prima é comum a todos os chicotes, composta de fios, conectores e presilhas plásticas. Os chicotes diferem no comprimento e quantidade de fios utilizados. A Torrabrás deseja desenvolver um sistema kan- ban de controle de estoques. Com os dados de produção apresentados no Quadro 54, dimensionar o estoque do sistema kanban . Quadro 54 Dados de produção da Torrabrás
Demanda diária Tempo ressuprimento (dias) Estoque de segurança (dias) Quantidade de peças/contentor
A 50 3 2 30
Modelos B C 240 120 2 1 2 2 60 50
Resolução:
n 0 K =
D × TR ES +1 + Q Q K K
Onde: Q/K = quantidade de peças por contentor; N 0 K = número de contentores; PR = ponto de reposição.
Chicote A:
Cálculo do número de contentores para o kanban Igualando PR das fórmulas 10.2 e 10.3, tem-se: Q ES + D × TR = (n 0 K − 1) K
Chicote B:
ES = 2 dias x 50 peças por dia = 100 peças
50 × 3 100 +1+ = 9,3 ≅ 9 contentore s n K A = 30 30 0
ES = 2 dias x 240 peças por dia = 480 peças
240 × 2 480 +1+ = 17 contentore s n K B = 60 60 0
Chicote C:
n 0 K C =
ES = 2 dias x 120 peças por dia = 240 peças
120 × 1 240 +1 + = 8,2 ≅ 8 contentores 50 50
Chicote D:
ES = 2 dias x 30 peças por dia = 60 peças
30 × 4 60 n K D = +1+ = 7 contentores 30 30 0
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D 30 4 2 30
Capítulo 10 – Sistema kanban de abastecimento
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OHNO, Taiichi. O sistema Toyota de produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997. PEINADO, Jurandir. Kanban : manual prático de implementação. Curitiba: Sindimetal, 2001. RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. pp. 407-410. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. pp. 493-505. STEVENSON, Willian J. Administração das operações de produção. Rio de Janeiro: LTC, 2001. pp.503-527. TUBINO, Dalvio Ferrari. Sistemas de produção: a produtividade no chão de fábrica. Porto Alegre: Bookman, 1999. pp.85-109.
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Gestão da qualidade em sistemas produtivos
QUARTA PARTE - Gestão da qualidade em sistemas produtivos
A quarta quarta parte desse livro é reservada para os assuntos rela-
cionados à gestão da qualidade em sistemas produtivos. O assunto é contemplado em dois capítulos: o capítulo 12 apresenta os princípios gerais da qualidade e o capítulo 13 mostra como as técnicas estatísticas podem ser utilizadas para controlar e garantir a qualidade da produção.
Capítulo 12 – Princípios da gestão da qualidade Este capítulo apresenta os conceitos elementares relacionados às principais ferramentas da qualidade, permitindo que o leitor compreenda e possa utilizar essas técnicas para gerenciar questões de qualidade em uma organização. Capítulo 13 – Controle estatístico da qualidade Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos fundamentais e as principais ferramentas sobre os dois principais métodos de verificação e controle de especificações de qualidade: a aceitação por amostragem e o controle estatístico de processo.
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e t r a p a t r a u Q
Capítulo 12 – Princípios da gestão da qualidade
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medido, ou que puder ser ouvido, saboreado, cheirado ou verificado, de qualquer outra maneira, com o auxílio dos cinco sentidos. É sobre fatos que devem se basear as decisões empresariais, com vistas à melhoria da qualidade de produtos e processos produtivos. As opiniões podem até ser motivadoras de estudos mais aprofundados, capazes de proporcionar as evidências objetivas em que boas decisões precisam se apoiar. TESTE DOS FATOS João da Silva, foi detido em Ipanema pelo soldado José Fernandes, do batalhão de trânsito da Polícia Militar. João estava dirigindo sem a carteira de habilitação e levava consigo uma garrafa de uísque aberta. Escreva um "F" diante das afirmativas que constituem fatos, no presente caso: (____) Os pais de João têm tanta culpa como ele. (____) Na certa João estava bêbado. (____) João foi preso e está na cadeia. (____) O soldado José Fernandez é da Polícia Militar. (____) João tinha esquecido em casa a sua carteira de habilitação. (____) Não adianta nada o que se ensina aos jovens na escola sobre trânsito e direção consciente.
Gráficos demonstrativos Quando os dados são apresentados em forma de tabela, pode ser difícil visualizar com a clareza necessária o seu comportamento e tendência. Uma outra maneira de apresentação de dados é por meio de gráficos demonstrativos. A forma gráfica de apresentação fornece visualização mais rápida e abrangente dos dados de uma folha de verificação. Os gráficos demonstrativos podem ser preparados em várias formas e configurações. As mais usuais são o gráfico de curvas, o gráfico circular e o gráfico de barras. Os dados do Quadro 72, por exemplo, podem ser representados por qualquer um dos três tipos de gráfico, conforme mostrado das figuras a seguir.
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110 100 90
Waffer Recheado Salgado Leite Maisena
80 70 60 50 40 30 1
2
3
4
Gráfico de curva da produção de biscoitos
Maisena 14% Leite 24% Salgado 15%
Waffer 32%
Recheado 15%
Gráfico de círculo da produção de biscoitos 350 300
a d a 250 l e n o t
Waffer Recheado Salgado Leite Maisena
200
m e o ã 150 ç u d 100 o r P
50 0
1
2
3
4
Total
Semanas
Gráfico de barras da produção de biscoitos
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Capítulo 13 – Controle estatístico da qualidade
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-1s s e r o l a V
s e r o l a V
+1s
-2s
+2s
-3s
Média Amplitude
Média e amplitude
Desvio padrão da curva de distribuição normal Enquanto a média aritmética de uma série de dados é uma medida de tendência central dos valores dos elementos da amostra, o desvio padrão fornece a média da tendência dos afastamentos desses elementos em torno da média. O desvio padrão é geralmente representado pela letra grega sigma ( ) ou pela letra S (do inglês: Standard ) ou tam. A formula 13.3 relembra o cálculo do desvio padrão. Convém ressaltar que o desvio padrão naturalmente está diretamente associado ao tamanho da amplitude da amostra. Fórmula 13.3 – Cálculo do desvio padrão n
σ =
2
( xi − x ) i 1 =
n −1
onde: = desvio padrão xi = iésimo elemento da amostra n = número de elementos da amostra
+3s 68,26% 95,44% 99,74%
Porcentagem de valores dentro de determinadas faixas de distribuição normal
Influências das causas de variação As causas especiais de variação podem a média ou a amplitude ou am bos os parâmetros de uma determinada especificação do produto. Em outras palavras, se ocorrerem causas especiais de variação no processo de corte de chapas, o valor da média das chapas cortadas que, sob influência de apenas causas naturais de variação é de 149 mm e a amplitude é de 6 mm, será alterado. Isto significa que se o processo estiver sob controle, serão produzidas apenas peças com comprimento de 146 a 152 mm, dentro das especificações. Se ocorrerem causas especiais de variação no processo então esta média de 149 mm e ou esta amplitude de 6mm poderão se alterar e a peça sair da especificação aceita. A Figura 182 demonstra graficamente esta situação.
O desvio padrão e curva de distribuição normal são utilizados para estimar a porcentagem de elementos com valores em função do grau de afastamento do valor da média. Em uma distribuição normal tem-se que: 68,26% da área sob a curva de distribuição normal esta compreendida entre um desvio padrão acima e abaixo da média; 95,44% da área sob a curva de distribuição normal está compreendida entre dois desvios padrão acima e abaixo da média e 99,74% da área sob a curva de distribuição normal está compreendida entre dois desvios padrão acima e abaixo da média. A Figura 181 ilustra este comportamento.
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Gestão de materiais em sistemas produtivos
QUINTA PARTE - Gestão de materiais em sistemas produtivos
A s atividades de gerenciamento de materiais complementam a
gestão do próprio processo produtivo. É necessário determinar os níveis de estoque a serem mantidos, o tamanho dos lotes de compra e a freqüência de aquisição, para garantir que o processo produtivo, e principalmente o mercado, não fique desabastecido. A quinta parte deste livro é composta por três capítulos que tratam, especificamente, da classificação de materiais, dos estoques cíclicos e dos estoques se segurança.
Capítulo 14 – Classificação e inventário de materiais Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre as formas mais comuns de codificação e classificação de materiais, facilitando o controle do grande número de itens de materiais que pode existir em uma organização. Depois disto, este capítulo explica o que são e orienta sobre como executar inventários físicos de estoque. Capítulo 15 – Estoques cíclicos Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre os tipos de estoques existentes em uma organização e, dentro deste contexto, apresentar as técnicas de administração de estoques cíclicos. Capítulo 16 – Métodos de ressuprimento e estoques de segurança Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre as diferentes formas de ressuprimento de estoques, apresentando as diversas formas de calcular os estoques de segurança, de forma que a organização fique devidamente protegida contra possíveis variações de demanda e do tempo de entrega dos materiais.
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Capítulo 14 – Classificação e inventário de materiais
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6. O dono de um pastifício deseja adotar uma abordagem ABC para controlar os custos dos estoques de matérias primas utilizadas. Dadas os valores unitários dos produtos e o consumo médio mensal, classificar os itens nas categorias A, B ou C, de acordo com o valor monetário mensal representado por estas mercadorias. Item Consumo Valor mensal unitário 01 1500 10,00 02 300 45,90 03 1220 118,00 04 400 40,00 05 2020 35,00 06 700 55,00 07 240 28,00 08 700 5,00 09 840 5,00 10 300 11,00
REFERÊNCIAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. p p. 360-374. FRANCISCHINI, Paulino G; GURGEL, Floriano do Amaral. Administração de materiais e do patrimônio. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. pp. 97-103; 243-250. GURGEL, Floriano do Amaral. Logística industrial. São Paulo: Atlas, 2000. pp. 121-123; 176185. MARTINS, Petrônio Garcia; CAMPOS ALT, Paulo Renato. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000. pp. 156-158; 162-167. MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2001. pp. 27-35. PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000. pp. 30. POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2004. pp. 92-97. STEVENSON, Willian J. Administração das operações de produção. Rio de Janeiro: LTC, 2001. pp. 423-430. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2002. pp. 64-70; 93-106; 381-393.
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Capítulo 15 – Estoques cíclicos
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
d) Qual o custo com pedidos, de estocagem e total considerando o LEC? e) Qual passa a ser o custo do frete se o distribuidor decidir reduzir seu estoque cíclico pela metade? Solução: a) LEC =
2 × D × Cp t × Cu
=
2 × 540 × 1800 LEC ≅ 44 toneladas 0,25 × 4000
D 540 = ≅ 12 entregas por ano LC 44 365 c) Intervalo de entrega = ≅ 30 dias 12
b) Número de entregas =
d)
CT = CE + CP = t × Cu ×
e) LEC =
2 × D × Cp t × Cu
D 44 540 + Cp × = 0,25 × 4000 × + 1800 × ≅ R$ 44.091,00 LC 2 44
LC
2
44 2 × 540 × Cp Cp ≅ R$ 448,00 = 2 0,25 × 4000
CÁLCULO DE LOTES DE COMPRA EM PLANILHA ELETRÔNICA A utilização de um programa de planilhas eletrônicas, como o Excel®, possibilita rapidez e simplicidade nos cálculos de lote de compra, o que contribui para a adoção deste tipo de ferramenta no cotidiano das organizações. A seguir, são apresentados a montagem e o funcionamento de uma planilha eletrônica para os cálculos apresentados até o momento. A Figura 200 mostra uma planilha montada no Excel® com os cálculos de custos para vários tamanhos de lote de compra, incluindo o lote econômico de compra, para o exemplo da Compubrás, apresentado anteriormente.
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Cálculo de lotes de compra com Excel A planilha é montada da seguinte forma: Entrada de dados: nas células D3, D4, D5 e D6 são digitados, respecti vamente, os valores do custo unitário do material, do custo de um pedido, da taxa juros (ou custo de oportunidade) relativo à manutenção de itens em estoque (custo de estocagem) e a demanda do período. É importante ressaltar que a unidade de tempo da taxa de juros deve ser a mesma utilizada para a verificação da demanda. Lote econômico de compras: na célula I3 é digitada a fórmula do lote econômico de compras: =RAIZ((2*D6*D4)/(D5*D3)). Variação por pedido: a célula C8 inclui o incremento dos lotes de compra a serem calculados, que aparecerão na coluna A13:A32. Seu valor pode ser alterado de forma que o gráfico permita boa visualização do entorno do LEC. Lotes de compra a serem analisados: a coluna referente aos lotes de compra que se deseja analisar pode ser montada digitando-se um valor de lote de compra qualquer (inferior ao LEC, calculado em I3) na célula A13. A seguir, deve-se digitar a fórmula =A13+$C$8 na célula A14, arrastando-se esta fórmula para as demais células da coluna A, desde a célula A14 até atingir uma
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Capítulo 15 – Estoques cíclicos
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
CORREA, Henrique L.; CORREA Carlos A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços - uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2004. pp. 516528. CORREA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle da produção. São Paulo: Atlas, 2001. pp. 56-61. DAVIS, Mark M.; AQUILANO, Nicholas J; CHASE, Richard B. Fundamentos da administração da produção. Porto Alegre: Bookman, 2001. pp. 469-491. FRANCISCHINI, Paulino G.; GURGEL, Floriano do Amaral. Administração de materiais e do patrimônio. Pioneira Thomson, 2002. pp. 163-185. GAITHER, Norman; Frazier, Greg. Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira, 2001. pp. 272-285. MARTINS, Petrônio G.; CAMPOS ALT, Paulo Renato. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000. pp. 176-184. MEREDITH, Jack R.; SHAFER, M. Scott. Administração da produção para MBAs. Porto Alegre: Bookman, 2002. pp. 284-289. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira, 1998. pp. 471-505. RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. pp. 300-305. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. pp. 382-396. STEVENSON, Willian J. Administração das operações de produção. Rio de Janeiro: LTC, 2001. pp. 430-440.
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Capítulo 16 – Métodos de ressuprimento e estoques de segurança
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16 Capítulo 16 – Métodos de ressuprimento e estoques de segurança
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
O sistema de revisão periódica providencia, a intervalos regulares de tempo, uma quantidade variável de material. Isso ocorre quando uma data préestabelecida é atingida. A quantidade comprada será definida com base em um limite máximo, chamado nível de suprimento, sendo subtraída deste valor a quantidade remanescente no estoque na data de colocação do pedido. Os estoques de segurança visam a proporcionar um certo nível de atendimento exigido ou pré-estabelecido, evitando que a variabilidade do suprimento ou da demanda, interfiram com a capacidade de se atender um pedido. Se ocorrer um eventual atraso na entrega ou na produção, ou se a demanda superar a previsão, a organização conta com um estoque adicional que pode ser utilizado para evitar a falta do produto. Vale a pena conferir o conteúdo deste capítulo!
Objetivos de aprendizagem Este capítulo tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre as diferentes formas de ressuprimento de estoques, apresentando as diversas formas de calcular os estoques de segurança, de forma que a organização fique devidamente protegida contra possíveis variações de demanda e do tempo de entrega dos materiais. Após a leitura deste capítulo, o leitor estará apto a: Entender o conceito e a diferença entre os diversos sistemas de revisão de estoque.
Compreender o conceito e identificar a necessidade dos estoques de segurança em qualquer tipo de organização.
Calcular os estoques de segurança para o sistema de revisão contínua e de revisão periódica em função da variabilidade da demanda, do tempo de ressuprimento e do nível de serviço desejado.
Resumo Existem duas formas principais de reabastecer os estoques, à medida que estes vão sendo consumidos: o sistema de revisão contínua e o sistema de revisão periódica. O sistema de revisão contínua providencia, a intervalos irregulares de tempo, uma quantidade fixa de material. Isso ocorre quando a disponibilidade total do estoque atinge determinado nível previamente definido, denominado ponto de ressuprimento. Quanto maior o ponto de ressuprimento, maior será o estoque de segurança.
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Capítulo 16 – Métodos de ressuprimento e estoques de segurança
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Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
RITZMAN, Larry P; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. pp. 305-325. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. pp. 396-413. STEVENSON, Willian J. Administração das operações de produção. Rio de Janeiro: LTC, 2001. pp. 440-469.
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