Linguagem Corporal Aula 01
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE.
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Aula 01: Corpo – nosso existir no mundo OBJETIVO: Compreender a evolução do pensamento a respeito do corpo e pontuar o conceito de corporeidade.
“O corpo é meu referencial com o mundo, por meio dele existo e me relaciono com os demais. ” Fabrin (2002)
Informações sobre o Plano de Ensino O título da disciplina Linguagem Corporal remete a várias reflexões. Conhecemos realmente o nosso corpo? Damos a devida importância para o que ele expressa? O corpo tem uma linguagem? Se tem uma linguagem, como poderemos ter acesso a ela? É comum utilizarmos da linguagem corporal em nossas relações interpessoais? E na prática docente, é possível fazer a leitura corporal do alunado em prol da melhoria no processo de aprendizagem? Para responder a estes questionamentos precisamos percorrer um longo e instigante caminho. Mas, antes, faz-se necessário apresentar a todos o plano de ensino que norteará as várias reflexões ref lexões que promoveremos ao longo das aulas. Consta na ementa que a disciplina Linguagem Corporal tem como proposta a delimitação do conceito de movimento e suas relações na construção da identidade no período contemporâneo. Dessa maneira, o corpo humano é entendido como sede de significados culturais e são examinadas questões relativas à dimensão histórica, política e social do movimento humano e suas linguagens; aspectos culturais na construção da corporeidade; a construção da identidade pelo indivíduo com restrições de movimentos. Para contemplar estes propósitos, objetiva compreender a influência das diferentes correntes teóricas na concepção de movimento humano; reconhecer as diferentes manifestações do movimento humano e suas relações com a cultura; entender o corpo humano como sede de signos e de significados; analisar a
mobilidade de indivíduos com restrição de movimentos; planejar e propor atividades motoras adaptadas. Buscando discussões pertinentes aos objetivos propostos, ofereceremos textos que contemplem: a natureza cultural do indivíduo; a construção Cultural do Corpo Humano; identidade na pós-modernidade; o Corpo: sede de signos sociais; do corpo matéria-prima ao corpo cidadão e atividade motora adaptada. Referenciando os questionamentos acima dá para perceber que se trata de uma disciplina apaixonante e envolvente que pretende dialogar sobre a importância da linguagem corporal no contexto escolar, escolar, tendo como ponto de partida as reflexões a respeito do corpo. Indicaremos ainda atividades práticas para complementar todo entendimento teórico sobre o conteúdo. Não aguça sua curiosidade saber como o corpo era tratado antigamente? Pois bem, tentaremos auxiliá-los a satisfazer esta curiosidade. Os vários olhares sobre o corpo Uma viagem nos conceitos de corpo nos dá uma ideia da evolução do pensamento desde antes de Cristo. Segundo Assmann (1995: 73/74), há 3000 a.C. jardim fechado ”, o corpo era visto, pelos cristãos, como mistério inviolável, “ jardim ”, sede do bem e do mal. Posteriormente, a visão do corpo passa de aberto e devassável para corpo anatômico, de acordo com o conceito da medicina oficial e do esporte competitivo e, ainda, ao corpo imaginário , para os psicanalistas. O corpo ajustável ao que se precisa, visão mais moderna, vai desde o corpo força-de-trabalho, passa pelo corpo-fetiche e chega ao corpo valor de troca , abordagem da engenharia genética e do mercado de órgãos. Os filósofos medievais identificam o corpo como instrumento da alma. Para Descartes (1996), corpo e mente são substâncias diferentes e independentes, valorizando-se o intelecto: "penso, logo existo". Para Sócrates (apud Queiroz, 2001), caberia aos filósofos, mais que qualquer outro pensador, desprezar todos os prazeres da carne, como comer, beber, os prazeres do amor, os prazeres físicos, para purificarem a alma, pois consideravam o corpo separado da alma. O corpo físico morre e a alma permanece. A alma entendida no sentido da razão, do pensamento, da inteligência.
Merleau-Ponty (1999) considera que o corpo é uma forma de experiência ou como modo de ser vivido: "eu sou meu corpo". Marx traz a questão do corpo em suas análises sobre as relações do trabalho, em que o homem, ao vender sua força de trabalho, vende seu corpo. E, segundo Sartre (1999), não há conhecimento puro, “só existe conhecimento comprometido”, e é exatamente o corpo que “representa a individualização do meu comprometimento com o mundo”. O pensamento filosófico caminha por duas linhas: ora coloca o corpo sob suspeita e o marginaliza, ora o enaltece. Platão retrata essa marginalização do corpo por meio do logocentrismo 1, ao dizer que a alma raciocina melhor quando não é perturbada pelas influências dos órgãos sensoriais (apud Queiroz, 2001). Foucault (2002) discute a rigidez com que o soldado se impõe perante a sociedade, com altivez, demonstrando vigor e coragem. Ele era treinado para as batalhas e tinha que manter-se forte e demonstrar valentia. Posteriormente, o corpo do soldado foi sendo disciplinado, condicionado, transformado, “fabricado”. A esta manipulação do corpo, Foucault denomina de corpo dócil. A relação entre docilidade-utilidade é o que Foucault chama de disciplinas. Um corpo obediente torna-se uma máquina a serviço do poder. Exemplifica argumentando que o soldado, no quartel, tem um treinamento rigoroso para ser considerado bom soldado e manter a disciplina e traça um paralelo com os alunos, considerando que: O treinamento dos escolares deve ser feito da mesma maneira: poucas palavras, nenhuma explicação, no máximo um silêncio total que só seria interrompido por sinais – sinos, palmas, gestos, simples olhar do mestre ou, ainda, aquele pequeno aparelho de madeira que os Irmãos das Escolas Cristãs usavam: era chamado por excelência o “Sinal” e devia significar em sua brevidade maquinal ao mesmo tempo a técnica do comando e a moral da obediência. (Foucault, 1995, p.140)
Assmann (1995) pontua a dificuldade que as pessoas têm em lidar com a questão do corpo, pois, desde a infância, a sociedade impõe um conceito de corpo,
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Saiba Mais: Logocentrismo vem do latim logos, que significa razão e centrismo e refere-se a algo que está no centro, portanto, a razão é considerada o centro de todo e qualquer pensamento.
ora feito de “linguagens, símbolos e imagens”, ora apresenta “um corpo humano adequado e conforme” associado ao moderno consumismo. O “culto ao corpo”, visando apenas a parte física e anatômica é o que a mídia passa para a população vendendo a ideia de malhação, corpo escultural, emagrecimento etc. Enaltecendo, de certa forma, excessivamente o corpo. Muitas vezes, a estética conduz ao uso de anabolizantes, que provocam doenças ou levam à morte. Você deve estar se perguntando por que a necessidade de fazer esse resgate sobre o pensamento a respeito do corpo. Convido-o a continuar a leitura para obter a resposta. Corporeidade e aprendizagem O corpo, como nosso referencial de vida, nosso estar presente no mundo, tem suma relevância no campo da Educação, não o corpo na concepção da palavra, pura e simplesmente considerado matéria, mas o corpo que necessita de vida, e esta é decorrente de uma mente para proporcionar vivências de todos os momentos na interação com a sociedade. Corpo e mente integrados, indissociáveis em um único ser é o que os autores pontuam como corporeidade. Nas reflexões de Fabrin (2002), corporeidade é corpo vivenciado no tempo e no espaço. É mente-corpo coexistindo e co-habitando um mesmo ser. A criança está constantemente em processo de aprendizagem. Isto significa admitir que o tempo inteiro a corporeidade está atuante, pois se a mente está atenta em toda e qualquer explicação do professor, há um corpo que manifesta toda a emoção do aprender, e se há um corpo que se movimenta nas atividades recreativas é porque a mente possibilita essa expressividade corporal. A corporeidade vai permear e acompanhar o ser humano por toda sua existência. É preciso, portanto, desconstruir a visão que ainda persiste nos meios escolares de que a mente, o intelecto, está presente em sala de aula e o corpo em movimento, no pátio, na hora do recreio, nas aulas de Educação Física. Acesse o site a seguir e assista a um vídeo muito interessante que retrata as discussões a respeito da corporeidade: .
Deu para entender por que fizemos o resgate histórico a respeito do corpo para culminar no entendimento da corporeidade? Bom, nesta aula fizemos o resgate sobre o pensamento a respeito do corpo para culminar com o conceito de corporeidade. Esse corpo sofre a influência da cultura? É o que veremos na próxima aula Leitura complementar: FABRIN, F. C. S. Corporeidade: educar para não reeducar. Revista de Pós Graduação . São Paulo: UNINOVE, v.1, p. 57-60, 2002. REFERÊNCIAS ASSMANN, Hugo. Paradigmas Educacionais e Corporeidade . 3. ed. Piracicaba: Unimep, 1995. DESCARTES, René. Discurso do Método . Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996. FABRIN, F. C. S. Corporeidade: educar para não reeducar. Revista de Pós Graduação . São Paulo: UNINOVE, v. 1, p. 57-60, 2002. FOUCAULT, M. Vigiar e Punir . Petrópolis: Vozes, 2002. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia e Percepção . São Paulo: Martins Fontes, 1999. QUEIROZ, José J. Redescobrindo a corporeidade I, II, III, IV. Revista Revés do Avesso, X (1): CEPE – Centro Ecumênico de Publicações e Estudos “Frei Tito de Alencar Lima”. São Paulo. 2001. SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada . Petrópolis: Vozes, 1999.
Linguagem Corporal Aula 02
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Aula 02: Cultura corporal OBJETIVO: Entender as possibilidades corporais no dia a dia e o conceito de cultura corporal. “O homem modifica sua maneira de lidar com o corpo de acordo com a sociedade em que está inserido.”
Gonçalves (2007)
Na nossa primeira aula, apontamos os vários olhares sobre o corpo ao longo da história por meio da articulação do pensamento de vários autores. É possível expressar-se livremente em todo e qualquer espaço social? As pessoas se expressam corporalmente da mesma maneira? Há diferenças entre os grupos sociais com relação à expressão corporal? Gonçalves (2008) pontua que a corporalidade ou corporeidade 1 e as diversas maneiras de lidar com o corpo não são universais e constantes, mas sim uma construção social, histórica, pois o homem influencia e é influenciado pela sociedade em que vive, em seu modo de sentir, pensar e agir. O contexto social2 em que o indivíduo está inserido é que vai influenciar nas técnicas corporais, como o andar, pular, correr, nadar etc.; nos movimentos corporais expressivos relacionados à postura, gestos, expressões faciais constituintes da comunicação não verbal; na ética corporal que compreende as ideias e sentimentos sobre o corpo, como o pudor, a vergonha, os ideais de beleza, e ainda contribui para o controle de estrutura dos impulsos e necessidades. Pensando nisso, podemos considerar que a cultura imprime marcas no indivíduo? Se responderam afirmativamente, podemos dizer que existe uma cultura corporal? 1
Saiba Mais: Em muitos textos que abordam o corpo, temos visto as expressões corporalidade e corporeidade. É importante salientar que os dois termos são sinônimos. Corporalidade utiliza-se em uma abordagem biológica e corporeidade, em uma abordagem filosófica. Saiba Mais: Contexto social são diferenças entre as sociedades e entre as pessoas de uma mesma sociedade. �
O homem modifica sua maneira de lidar com o corpo de acordo com a sociedade em que está inserido. Isto está presente na maneira como se veste, dança, pratica esporte, modifica a natureza, segundo suas necessidades. Que tal acessar o site indicado a seguir para ver alguns exemplos de como cada cultura lida com o corpo? . . Segundo Gonçalves (2008, p. 13), “cada corpo expressa a história acumulada de uma sociedade que nele marca seus valores, suas leis, suas crenças e seus sentimentos que estão na base da vida social”. Daólio (2008, p. 34) corrobora com esta ideia afirmando que “todo e qualquer homem que se possa considerar será sempre influenciado pelos costumes de lugares particulares, não existindo homem sem cultura”. Neira (2007, p. 11) afirma que cada grupo cultural cria seu estilo próprio de jogar, dançar, lutar etc., expressa sua cultura por meio das práticas esportivas e elabora, assim, novos códigos de comunicação. Esses códigos são signos que se inscrevem nos corpos de cada grupo cultural vivenciados de maneira lúdica. Essas manifestações recebem o nome de cultura corporal, cultura corporal de movimento ou cultura ou cultura de movimento. movimento.
Diferentes culturas corporais
Já pontuamos de maneira breve, na aula anterior, as diferentes reflexões a respeito do corpo ao longo da história da humanidade. O corpo foi sendo reprimido por conta da divisão do trabalho, diminuindo assim a espontaneidade, pois o corpo cada vez mais se instrumentalizou em função do trabalho a ser executado. Não foi sempre assim. Gonçalves (2008) vai nos auxiliar a entender as diferentes maneiras de lidar com o corpo de acordo com a diversidade cultural que permeia a sociedade. A autora inicia sua discussão comentando que o homem primitivo tinha mais liberdade de expressão corporal, pois estabelecia uma íntima relação com a natureza, identificando sua caça ou aproximação de inimigos pelas vibrações do solo.
Os povos africanos têm os corpos pintados, tatuados, demonstrando sua expressividade corporal por meio da dança e dos rituais místicos. Há diferenças ainda nas civilizações orientais, nas quais o homem era visto como ser corporal e sensível, e nas civilizações ocidentais inicialmente havia a visão dual: homem como corpo e espírito. Visão que foi sofrendo modificação ao longo da história conforme discutido na aula anterior. Devemos ressaltar que na Era Industrial, em virtude do sistema capitalista, o corpo ficou mecanizado, robotizado, por conta do aumento da produtividade. O filme Tempos Modernos , de Charles Chaplin, é bastante representativo dessa robotização do corpo. Confira. Mesmo nos esportes institucionalizados, percebe-se uma ilimitada manipulação e aperfeiçoamento do corpo principalmente visando à competição. Prática do desporto escolar, marginaliza os menos dotados e distingue os superdotados. Podemos aqui considerar os “corpos dóceis” caracterizados por Foucault? Também na publicidade observa-se uma exposição do corpo. As agências de publicidade associam o corpo saudável, erotizado, a um determinado produto, visando aumentar o consumo. Isso provoca uma preocupação excessiva com o corpo de acordo com o que a mídia divulga como padrão de beleza. O controle e o autocontrole do corpo internalizam sentimentos, gerando estresse e provocando doenças psicossomáticas. O corpo sempre nos dá dicas que algo não vai bem, nós que não sabemos ouvi-lo. A escola e o controle do corpo
Como fica o corpo do aluno no ambiente escolar? A disciplina exigida na escola reprime o corpo a tal ponto de prejudicar a aprendizagem? Claro que o aluno não pode fazer o que quer, quando quer e da maneira que quer. Há normas e regras a serem obedecidas para torná-lo cidadão consciente e responsável pelos seus atos. O mínimo de disciplina tem que haver, mas o que observamos, e vários autores pontuam, é que se valoriza muito o aspecto cognitivo do aluno, e o que se refere à expressividade corporal, ao movimento, que é inerente ao ser humano, tem sido reprimido. A disposição das carteiras no espaço escolar, a maneira fragmentada de se apresentar o currículo, também demonstra este controle.
Para você refletir: o aluno que se movimenta não aprende? Discussões a respeito do movimento do corpo nortearão as aulas 6, 7 e 8. Calma. Não se precipite. Controle sua ansiedade. Exercite o conhecimento de seu corpo. Precisamos dar continuidade à discussão de cultura corporal articulando-a com a prática pedagógica, abordagem da terceira aula, e ainda promover uma discussão sobre linguagem corporal, tema da quarta aula.
REFERÊNCIAS
DAOLIO, Jocimar. Da cultura do Corpo . Campinas: Papirus, 2007. GONÇALVES, M. A. S. Sentir, Pensar e Agir : corporeidade e educação. Campinas: Papirus, 2008. NEIRA, M. G. Ensino de Educação Física . São Paulo: Thomson Learning, 2007.
Linguagem Corporal Aula 03
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE.
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Aula 03: A cultura corporal no contexto escolar OBJETIVO: OBJETIVO: Demonstrar as possibilidades de ações interdisciplinares por meio da articulação das experiências da Educação Física com outras disciplinas do currículo.
“A escola tem como objetivo colaborar na formação das pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-la.”
(Neira)
Trouxemos o conceito de cultura corporal e a riqueza de expressividade dos grupos culturais. Pontuamos que a cultura corporal refere-se às diversas maneiras de expressividade corporal de um grupo de pessoas ou de uma sociedade. Será que a cultura corporal é preocupação apenas da Educação Física, já que aborda danças, jogos e várias modalidades esportivas? A maioria dos autores que discute a cultura corporal contempla as aulas de Educação Física por acreditar que com esta disciplina está a responsabilidade de promover o movimento movimento da criança. criança. Às outras disciplinas, disciplinas, cabe a responsabilidade responsabilidade de desenvolver a capacidade cognitiva, o intelecto. E, já sabemos, é um grande equívoco, pois a todo o momento a criança está em movimento. O ato da escrita e da leitura já nos aponta para esta modalidade. O que se observa é a diversidade de possibilidades de lidar com o corpo nas aulas de Educação Física. Isso não significa dizer que nas outras disciplinas o professor não possa utilizar desta modalidade. m odalidade. Você deve estar se perguntando: por que discutir ações da Educação Física em um curso de Pedagogia? Pois bem. Sabe-se que, até o momento, as práticas recreativas desenvolvidas desenvolvidas na Educação Infantil são de responsabilidade do pedagogo, pois não há obrigatoriedade de um educador físico, como no Ensino Fundamental, para atuar com os alunos nesta faixa etária. Marcos Neira demonstra, em uma experiência com alunos do Ensino Fundamental II, que podemos promover um diálogo entre as várias disciplinas do currículo por meio da cultura corporal.
Ele inicia sua reflexão pontuando que, na Educação Física, em vez de formar atletas, o objetivo é analisar a cultura corporal. O que será que ele quer dizer com isso? O antes e o agora Na década de 1980 o objetivo da Educação Física era revelar os talentos esportivos dos alunos e oferecer condições de melhoria da performance tanto física como motora dos alunos, ou seja, desenvolver mais velocidade nas corridas, aumentar o número de exercícios abdominais, potencializar os chutes e cortadas dependendo do esporte que se pratica. Hoje, o que se espera desta disciplina é uma reflexão mais voltada para a realidade, enfatizando as possibilidades humanas relacionadas ao movimento. O que se privilegiava anteriormente (os esportes) caiu em desuso e o ideal é que se observem as opções que promovem uma infinidade de manifestações corporais, que abrange das danças, de qualquer ritmo, às lutas, das brincadeiras tradicionais, que pouco se tem divulgado, aos esportes mais radicais, uma tendência quase que global da prática de esportes divulgada na mídia. Neira (2007, p. 26) acredita que “é possível pensar em ações pedagógicas a partir das práticas sociais dos diversos grupos culturais que chegam à escola.” Para contemplar a convergência de saberes da educação, Neira (2007, p. 26) discute a necessidade de dar voz aos grupos silenciados, às minorias subjugadas e às identidades historicamente impedidos de entrarem na escola pode contribuir significativamente para a construção de um caminho para a luta pela representação. Assim o espaço de socialização escolar, público por natureza, pode se tornar um espaço de diálogo cultural, pois a diversidade de saberes produzida por diferentes grupos entra em contato com aos ofertados pela instituição ou trazidos por representantes de outros grupos culturais.
Manifestações corporais pertencentes a um determinado grupo social, mesmo m esmo que as mais polêmicas, como o funk e o axé, têm que ser contemplados na escola, não somente nas aulas de Educação Física, pois o currículo desta disciplina, desde 1996, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tem obrigatoriamente de integrar a proposta pedagógica da escola. Essa integração é perfeitamente possível, pois contempla o objetivo da escola como um todo, que é
colaborar na formação das pessoas desenvolvendo o senso crítico do aluno com a finalidade de auxiliar na melhoria da sociedade em que vive. E como poderíamos fazer isso? De maneira interdisciplinar na qual cada disciplina desenvolva uma atividade de acordo com sua especificidade. Tomemos como exemplo a experiência de Neira 1 relacionada ao funk e ao axé, ritmos preferidos por grupos de jovens em bailes, principalmente da periferia. Você já deve ter participado ou ouvido falar da Feira das Nações (ou Feira Cultural) promovida por algumas escolas. Nesses eventos, é possível perceber uma ação conjunta dos professores das várias disciplinas em prol da interdisciplinaridade. No caso do funk e do axé, a Educação Física promoveria o desenvolvimento dos ritmos, a História entraria em situar no tempo quando este ritmo começou a fazer parte dos grupos, a Geografia contribuindo para localizar em qual região ele surgiu ou em quais ele tem maior repercussão. Como se trata de ritmos que envolvem a sensualidade, caberia à Psicologia promover discussões sobre o impacto que o ritmo provoca nos adolescentes, a Biologia entraria com orientações a respeito da sexualidade. Em Língua Portuguesa, caberia analisar o significado das letras e à Matemática caberia levantar dados estatísticos sobre as populações que são adeptas destes ritmos. Assim, todos contemplariam os objetivos da escola, auxiliando a formação de um cidadão crítico e reflexivo, contribuindo efetivamente para o processo de aprendizagem. Se, por outro lado, a Educação Física se preocupasse apenas em repetir os passos das danças, ela cairia na mesmice. Reproduziria o modelo antigamente, agindo de maneira isolada, apenas cumprindo seu papel de oferecer atividades para o aluno, muitas vezes, desvinculadas de seu interesse.
Saiba Mais: Marcos Garcia Neira atuou como docente em escolas públicas e privadas da cidade de São Paulo e em cursos de pós-graduação lato sensu. Possui licenciatura plena em Educação Física, licenciatura plena em Pedagogia, mestrado em Educação, doutorado em Educação, pós-doutorado em Educação Física e pós-doutorado em Educação. Atualmente, é docente em cursos de graduação e pós-graduação stricto-sensu da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Pesquisador e professor visitante nos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade do Minho, Portugal (NEIRA, 2007). �
Mas como saber quais os interesses dos alunos? Como identificar suas necessidades? Como contextualizar a aprendizagem, de maneira a torná-la significativa para o aluno? Para entender as necessidades dos alunos, Neira sugere que se faça um diagnóstico perguntando para os alunos suas preferências, observando a vida dos grupos de alunos pós-muros da escola. A prática esportiva, na visão de Neira, por vezes, são atividades excludentes, pois não dão oportunidades para todos os alunos participarem. Exemplifica ao citar as competições, que, de acordo com sua visão, são uma forma de discriminação, pois privilegiam os mais dotados, aqueles que se destacam nos esportes, e excluem os que não têm tanta habilidade naquela modalidade esportiva. Estes simplesmente farão parte da torcida ou não comparecerão às aulas. Uma provocação: Como será que estão sendo ministradas as aulas de Educação Física nas escolas públicas e privadas? Convido-o a fazer uma pesquisa para se inteirar desta realidade. Trouxemos discussões sobre o corpo, pontuamos a necessidade de entender a corporeidade, mostramos o quanto a cultura impregna marcas no corpo das pessoas de um grupo social. E o que tudo isso tem a ver com o tema central que nomeia a disciplina Linguagem Corporal? Retomemos uma das indagações de nossa primeira aula: o corpo tem uma linguagem? Confira na nossa próxima aula. Saiba Mais Visite os sites sobre funk e axé e perceba a expressividade corporal desses ritmos. Dois sites foram selecionados para compor a representatividade da discussão teórica. Eu, no seu lugar, dava uma espiadinha: - . Egl_2g3-k&feature=related>. - . 7x9TUWU8>.
REFERÊNCIAS Entrevista com Marcos Neira sobre o papel da Educação Física nas escolas. Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2011 e 22 mai. 2011. NEIRA, M. G. Ensino da Educação Física . São Paulo: Thomson Learning, 2007.
Linguagem Corporal Aula 04
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Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE.
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Aula 04: A linguagem corporal como elemento da aprendizagem a prendizagem OBJETIVO: Compreender a importância da linguagem corporal como forma de comunicação e sua contribuição para a aprendizagem.
“O corpo fala mais do que mil palavras.” (Weil)
Demonstramos que cada grupo social tem sua cultura corporal expressa por meio das danças, lutas e práticas esportivas, que se constituem em novos códigos de comunicação. Um desses códigos refere-se à linguagem corporal.
A comunicação verbal e não verbal Sabemos que o homem se comunica com outro homem por meio da linguagem. A comunicação pode ser verbal, expressa expressa por meio da da oralidade e da escrita, e não verbal, que compreende os gestos, a mímica, o olhar, o sorriso, o tom de voz, os movimentos corporais e a postura. A comunicação não verbal, comumente expressa pelo corpo, constitui-se então na linguagem corporal (Fabrin, 2011). A sociedade dá ênfase à linguagem verbal, esquecendo-se de que a linguagem corporal também é significativa no relacionamento interpessoal. A linguagem corporal pode ser representada isoladamente ou em conjunto com a linguagem verbal. Não somos robôs para simplesmente emitir sons sem significado. Ao falar, balbuciamos, gesticulamos, damos entonação peculiar às palavras, estabelecemos uma postura específica, olhamos ou desviamos o olhar ao nosso público. Esses sinais se constituem na linguagem corporal. Se buscarmos o significado da palavra linguagem, perceberemos que é a definição de linguagem corporal está inserida na de linguagem. No dicionário Houaiss (2004, p. 1763), entendemos que linguagem é “qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.” A referência da comunicação por meio de gestos é a linguagem corporal.
Linguagem verbal e linguagem corporal O que surgiu primeiro entre os homens: a linguagem verbal ou a linguagem corporal? Os estudos mostram que a linguagem corporal existe desde o surgimento da espécie humana na Terra. Os primeiros hominídeos se comunicavam com seus semelhantes por meio de gestos, grunhidos. Maturana e Varela (2001) supõem que a linguagem verbal tenha surgido entre os hominídeos1, por meio da reflexão sobre o convívio social para a conservação e sobrevivência da espécie. Para Vygotsky (2000, p. 7) “a transmissão racional e intencional de experiências e pensamentos outros requer um sistema mediador, cujo protótipo é a fala humana, oriunda da necessidade de intercâmbio durante o trabalho” A linguagem é fator de interação social e, conforme argumentam Davis e Oliveira (2000), tem duas importantes funções. Uma delas é permitir a comunicação, e a outra, também relevante, é responsável em organizar, articular e orientar o pensamento. Podemos considerar também que a linguagem corporal está presente na criança muito antes do nascimento, pois mesmo dentro do útero materno ela reage aos estímulos externos. Ao nascer, comunica-se com o adulto por meio do choro, das expressões faciais, da expressividade corporal. Acesse o site > e perceba a importância da linguagem corporal na relação mãe e bebê. Com a convivência, a mãe consegue ”traduzir” o choro do seu filho identificando se é por causa de fome, frio, dor e até quando ele está com manha. Você já viu um recém-nascido quando está com cólica? Ele contorce seu corpinho, de tanta dor.
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Saiba Mais: Maturana e Varela (2001) mencionam que os primeiros hominídeos viviam nas savanas. Por conta do andar bípede, eles ficavam com as mãos livres para levar o alimento aos componentes do grupo. A responsabilidade em alimentar a criação era compartilhada pelo macho e a fêmea, o que talvez explique o surgimento de um comportamento linguístico próprio da espécie e do grupo ao qual pertenciam.
Se interagirmos com o aluno, entendendo-o como um ser integral, em seus aspectos cognitivo, intelectual, emocional, social e espiritual, respeitando suas potencialidades e limitações, podemos responder seguramente que sim, pois, ao observamos as pessoas no que seu corpo revela com a linguagem corporal, podemos ter uma leve noção de seus traços de personalidade, seus anseios, suas angústias, suas necessidades, suas satisfações. Quer se surpreender com as pessoas com quem convive? Reserve um tempinho e exercite sua observação. Tente identificar traços de personalidade revelados pela maneira como ela se expressa corporalmente. Podemos por vezes, controlar as palavras, mas o corpo nos trai. Os atores é que foram treinados para incorporarem seus personagens. Os não atores sucumbem às nuances corporais. Você deve estar se perguntando se é possível fazer a leitura corporal na prática docente em prol de auxiliar no processo de aprendizagem. Nossa próxima aula promoverá esta articulação.
Leitura complementar No recém-publicado (maio/2011)
Organização do Trabalho Pedagógico : Múltiplos
olhares, há um capítulo de autoria de Filomena Fabrin que aborda o tema em questão. Veja os dados do livro nas referências.
REFERÊNCIAS FABRIN, F. C. S. Linguagem Corporal: elemento essencial para a aprendizagem. In: TEIXEIRA, C. R. e SCHWANTES, R. A. S. (orgs.).
Organização do Trabalho
Pedagógico : Múltiplos olhares. São Leopoldo: Oikos, 2011. (p. 149-159). HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa . Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. MATURANA, H. R.; VARELA, F. J.
A Árvore do Conhecimento : as bases biológicas
da compreensão humana. Trad.: MARIOTTI, H.; DISKIN, L. São Paulo: Palas Athenas, 2001. VIGOTSKI, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2000. WEIL, P.; TOMPAKOW, R. O Corpo Fala . 58. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
Linguagem Corporal Aula 05
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE.
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Aula 05: A linguagem corporal no cotidiano escolar OBJETIVO: OBJETIVO: Perceber a linguagem corporal no cotidiano escolar. “Cada pessoa possui particular linguagem verbal, uma maneira especial de manifestar-se; certos tons, certas frases, certos acentos e cadências exclusivos.”
Brikman (1989)
Pontuamos que a linguagem corporal faz parte da vida do ser humano desde seu nascimento. Demonstramos sua importância para a comunicação em geral. É possível fazer a leitura corporal no contexto escolar? Pensemos no que ocorre normalmente com uma criança quando ela quer explorar o mundo que a cerca, dar vazão à sua curiosidade, fazer as coisas por ela mesma. É comum ouvirmos os pais falando aos seus filhos “Não mexa aí”, “agora não é hora de brincar”, “não suba aí, senão você pode cair”. Claro que temos que intervir quando a atitude da criança põe em risco sua integridade física. Mas o que percebemos é que, muitas vezes, o zelo é excessivo e a criança vai deixando de se expressar espontaneamente. Existe a possibilidade de se resgatar a expressividade corporal inibida pelo convívio social? O resgate da expressão corporal Na sala de aula também temos a liberdade cerceada, pois, de acordo com alguns professores, o aluno tem que ficar quieto, parado, concentrado, porque acreditam que somente assim estarão promovendo a aprendizagem. Como o movimento natural da criança foi sendo tolhido com o convívio social, Brikman (1989), professora de Expressão Corporal, mostra-nos que é possível resgatar essa expressividade oferecendo às crianças oportunidade de demonstrá-la por meio das danças clássicas e contemporâneas, com o objetivo de abordar a educação por meio da arte.
Segundo a autora, a expressão corporal deve ser entendida em seus múltiplos significados e possibilidades: saber que se é e sentir-se como se é; preservar a própria plenitude corporal, comunicar-se consigo mesmo e com os outros, aceitar-se corporalmente com uma atitude sensível e criativa. (p. 16)
Nesta prerrogativa, Neira (2007, p. 16) complementa que os gestos, esses recursos da comunicação corporal, são uma forma específica de linguagem, a linguagem corporal. Esses gestos, textos que ao longo da vida vão consolidando um estilo pessoal de ser, uma corporeidade, não são meros acessórios, mas partes constituintes da identidade cultural do sujeito e do seu grupo. São moldados pela mediação que se estabelece entre o sujeito e a cultura.
Se o gesto é uma forma de linguagem, então ele é um signo. “O signo apresenta dois lados indissociáveis e complementares: o significado – o conceito dado ao signo – e o significante – a imagem que fazemos dele” (Neira, 2007, p. 19). Para possibilitar o encontro da linguagem do corpo, implícita na expressão corporal, é necessário explorar todas as possibilidades do movimento corporal, iniciando pela descoberta do próprio corpo, por meio da sensibilização, entendendoo em toda sua plenitude, enaltecendo suas possibilidades e respeitando suas limitações. O respeito à individualidade Dessa maneira, o professor deve respeitar a individualidade de cada aprendiz, pois eles têm ritmos diferentes de aprendizagem. Quando propõe uma atividade, não é aconselhável fazer comparações entre o desempenho dos alunos, apontar o melhor, o mais bonito, superestimando ou subestimando a performance de cada um, pois é preciso entender que cada aluno é único, respeitando a sua subjetividade. É natural que o professor, por conta de toda sua experiência e prática dos movimentos, acumule mais experiências e destreza que seus alunos, porém enfatiza-se que o professor não deve ter a pretensão de ser modelo para todos os seus alunos. Cada um vai aprender no seu tempo, no seu ritmo, dentro de sua especificidade (Brikman, 1989).
Ele deve, sim, ser o “nexo coordenador entre a ideia e a ação” (Brikman, 1989, p. 25), o que implica dizer que deverá ser o mediador entre a atividade proposta e, efetivamente, o que o aluno poderá executar, respeitando sempre sua individualidade, mesmo em trabalhos grupais. Respeitar o aluno em sua individualidade o ajudará a ter autoconfiança e segurança na sua relação com o outro e com o mundo que o cerca. A segurança, segundo a autora, implica oferecer serenidade e dar oportunidade de liberar o medo de agir, que impede o aluno de expressar-se. Isso é possível havendo três pilares de apoio. Saber-se que se é; sentir-se como se é; permitir que o organismo funcione em plenitude fisiológica, por meio de uma postura correta, tendo uma adequada localização de energia 1, controlando o grau de tonicidade2, culminando em uma respiração livre. A autora pontua que o movimento corporal é uma maneira primitiva de o homem manifestar-se, constituindo-se assim em uma forma de comunicação com seus semelhantes. Esse pensamento vem ao encontro de discussões anteriores sobre a origem da linguagem corporal. A linguagem corporal e a personalidade A linguagem corporal também é uma maneira de a pessoa manifestar sua personalidade. É possível, por meio da observação um pouco mais apurada, perceber traços de personalidade das pessoas com quem convivemos. Podemos considerar, por exemplo, se uma pessoa é extrovertida, tímida, agitada, nervosa ou calma simplesmente fazendo uma leitura do que seu corpo revela nas relações interpessoais. Claro que, quanto mais se convive com a pessoa, mais acertadamente identificamos esses traços.
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Saiba Mais: Na área da expressão corporal, energia é a capacidade que tem o corpo de produzir movimento por meio de seu sistema muscular em funcionamento ideal, o que lhe permite atingir um máximo de rendimento com um mínimo de desgaste (Brikman, 1989, p. 33). 2 Glossário: Qualidade ou estado tônico, ou seja, estado em que os tecidos orgânicos revelam vigor ou energia (Hurtado, s/d, p. 108).
Mas, a título de curiosidade, faça um exercício observando pessoas que não são do seu convívio, que cruzam com você, por exemplo, em um shopping. Que leitura você faz desses corpos? Podemos fazer uma leitura corporal com as pessoas paradas, apenas observando sua postura, mas a linguagem corporal também está relacionada a como as pessoas se movimentam no tempo e no espaço. Confira também as imagens nos sites a seguir para complementar as aulas: � http://www.youtube.com/watch?v=oQNQuzfwKyY&feature=related � http://www.youtube.com/watch?v=x2QDCEPndH8&NR=1 � http://www.youtube.com/watch?v=ew7V9JuA6RM&feature=related
REFERÊNCIAS BRIKMAN, Lola. A linguagem do movimento corporal . São Paulo: Summus, 1989. HURTADO, J. G. G. Dicionário de Psicomotricidade . Porto Alegre: Prodil, 1991. NEIRA. M. G. Ensino de Educação Física . São Paulo: Thomson Learning, 2007.
Linguagem Corporal Aula 06
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Aula 06: O movimento humano OBJETIVO: Conceber o movimento como tema central da expressão corporal. “Movimento é vida.”
Feldenkrais (1988)
O título dessa aula gera diversas questões: todas as pessoas se movimentam do mesmo modo? O que entendemos por movimento? Temos consciência de todos os nossos movimentos? Damos a devida importância para o que ele expressa? As respostas a esses questionamentos serão buscadas em autores que se debruçam sobre o tema há um longo tempo, pesquisando, praticando e teorizando-o de modo a indicar possíveis pistas para uma melhor compreensão do mesmo. Vejam, por exemplo, se vocês concordam com Feldenkrais quando ele diz que “cada pessoa possui um porte peculiar e pode ser reconhecida a pelo menos 500 metros de distância” (p. 151). Para verificar a veracidade desta proposição, sugiro que observem seus pais ou o(a) namorado(a), um amigo(a) vindo ao longe. Talvez você note a peculiaridade de um balançar de braços ou da forma de caminhar (mais arrastada, saltitante etc.), característicos de cada um destes. Entendemos por movimento, então, “a resposta que ativa a massa muscular por uma reação em cadeia que percorre o corpo de um ponto ao outro” (Brikman, 1989, p. 29). Ou ainda, “mudança de um corpo (ou parte de um corpo) de um lugar (ou posição) para outro; deslocamento” (Houaiss, 2001). Ao entrarmos na discussão de corpo, de acordo com as concepções acima, percebemos que se trata, por meio do movimento, de conscientizar tudo aquilo que passa pelos sentidos, isto é, de permitir-se sentir prazer ou recusa pelo que se percebe e pelo que se está fazendo; de perceber o que está realmente acontecendo com seu corpo quando este se movimenta. m ovimenta. Pare sua leitura agora e procure perceber sua respiração. Ela está ofegante ou tranquila? Curta ou profunda? Localiza-se mais na parte de cima do peito ou na região da barriga? Pois bem, quando você começa a refletir sobre seus movimentos e toma consciência deles está a um passo de aprimorá-los deixando-os mais aprazíveis.
O corpo se expressa por meio dos movimentos
A maneira de usar o corpo e os movimentos para resolver problemas e satisfazer nossas necessidades pode ser percebida na luta pela sobrevivência ao plantar, colher, tratar dos animais, pescar, fazer produtos e também nos jogos, nos esportes, nas lutas, nas danças e no lazer (Selbach, 2010, p. 33). A capacidade de movimentar o corpo de maneira consciente, sem prejudicálo, é algo a ser desenvolvido gradualmente e esta evolução requer uma habilidade motora que pode mudar progressivamente ao longo da vida. Saber adaptar os movimentos ao que se quer expressar é base de uma importante aprendizagem para alunos e professores. Além disso, “o corpo fala1” por meio dos movimentos, ao que podemos chamar de “comunicação não verbal”, abordagem presente na nossa quarta aula. Gaiarsa (2002) nos ensina que o que dá sustentação, força e sentido aos pronunciamentos verbais é precisamente a cara, o tom de voz, o gesto e a posição que assumimos ao comunicarmos algo a alguém. Piaget (1896-1980) preocupou-se em nos fazer entender que a pessoa que não tem experiência em movimentar-se e manipular objetos não pode ter uma noção atuante do que vem a ser a manipulação de ideias ou de conceitos. Reich (1897-1957), por sua vez, demonstrou a importância da expressão das emoções por meio dos movimentos corporais. Deu para entender a importância do movimento em nossas vidas? E na escola, como será que o movimento é compreendido? É o que veremos na próxima aula.
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O site representa claramente a fala de Piaget. Acesse o link e confira se tenho razão.
Saiba Mais
Assista ao filme Tempos Modernos , de Charles Chaplin, e busque identificar nele o que os movimentos repetitivos, realizados sem consciência, podem fazer com uma pessoa no mundo do trabalho e em seu cotidiano .
REFERÊNCIAS
BRIKMAN, Lola. A linguagem do movimento corporal. São Paulo: Summus, 1989. FELDENKRAIS, Moshe. Vida e movimento. São Paulo: Summus, 1988. ______. Microfísica do Poder . Petrópolis: Graal, 1993. GAIARSA, José Ângelo. O que é corpo. São Paulo: Brasiliense, 2002. HOUAISS, Antonio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2001. SELBACH, Simone. Educação Física e didática. Petrópolis: Vozes, 2010.
Linguagem Corporal Aula 07
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Aula 07: O movimento na escola OBJETIVO: Possibilitar a articulação da fala dos autores que abordam o movimento na escola. “Jamais pude entender a educação
como uma experiência fria, sem alma.”
(Paulo Freire, 1996)
Estudamos na aula anterior o conceito de movimento e a concepção de que ele é o tema central da expressão corporal. Essa aula busca respostas para outras questões: há lugar na escola para o movimento espontâneo da criança? A escola educa corpo e mente? Alguns autores têm buscado respostas para essas questões por meio de pesquisas e práticas investigativas para apontar caminhos viáveis para uma melhor compreensão do tema. Vamos a eles! No autêntico movimento corporal fundem-se compreensão e desejo. Freud, citado por Nanni (1995), chama o desejo de agir e de pulsão. E, segundo a teoria de Freud, pulsão é o impulso para o gesto gerado pelo prazer, ou ainda, é o conteúdo emocional do gesto. Vale lembrar que a escola, dessa maneira, não deve manipular o corpo com técnicas de controle, em um trabalho corporal mecânico, dissociado da emoção, da consciência e da busca pelo prazer (BRUNS, 1985, p. 61). Neste enfoque, a educação motora, de acordo com a psicomotricidade, educação psicomotora, pois em se tratando de ser humano não existe desenvolvimento motor puro, tem como objetivo ampliar as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas e expressões corporais, desenvolvendo assim, também, o movimento humano. No mundo atual, voltado às máquinas e à tecnologia, as pessoas estão mais robotizadas e a escola, como parte desse mundo, prioriza a racionalização. Desse modo, deixa de desenvolver a sensibilidade, que faz parte de um mundo voltado à espontaneidade, liberdade e criatividade e, portanto, acaba separando o corpo da mente.
As crianças estão sempre em contato com uma grande variedade de experiências de movimentos. A denominada “tendência lúdica do movimento” pode
ser notada pelos professores quando, por exemplo, solicita-se uma atividade de recortar e a tesoura na mão da criança se transforma em personagem, avião ou qualquer outro objeto que a criança imagine. Basta querer que a criança permaneça estática, sentada em sua carteira, ao longo do período que passa na escola, que isso acontecerá de fato? A relação entre o corpo e a escola Entendemos que, por razões historicamente determinadas, a educação escolar tem privilegiado valores intelectuais em relação a valores corporais. Giffoni (1973, p. 15) afirma que os problemas educacionais quase sempre são considerados pelo lado intelectual. Bèrge (1988, p. 24) também concorda quando utiliza a metáfora "o cérebro se empanturra, enquanto o corpo permanece esfomeado’’.
A escola que trabalha de forma consciente respeita as diferenças corporais, ou seja, as individualidades de cada um e não dicotomiza o ser humano, não separa o corpo físico do mental, entendendo que ambos funcionam de modo integral. Pensamento que reforça as discussões sobre corporeidade abordadas na primeira aula. Portanto, pensar em uma escola emancipadora é pensar em um espaço não apenas de escuta, mas de permanentes representações, construções e criações, tratando de interagir corpo e mente. O fato é que compreender a importância do movimento na escola como possibilidade de estabelecer múltiplas relações com as demais áreas do conhecimento, analisando, discutindo, refletindo e contextualizando seu papel na contemporaneidade, passa a ser condição para quem trabalha com seres humanos, principalmente para quem trabalha com educação, em que uma multiplicidade de corpos está presente nas salas de aula. É a partir do movimento que podemos perceber as primeiras realizações das crianças e a manifestação do desenvolvimento do sistema perceptivo-sensóriomotor (VERDERI, 2000).
Deu para entender a importância do movimento na escola? Você já ouviu falar em psicomotricidade? Qual seu papel no contexto escolar? Esses temas farão parte de nossa próxima aula. REFERÊNCIAS BÈRGE, Y. Viver o seu corpo por uma pedagogia do movimento. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988. BRUHNS, H. T. Conversando sobre o corpo. Campinas: Papirus, 1985. GIFFONI, M. A. C. Danças folclóricas brasileiras e suas aplicações educativas. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1973. NANNI, D. Dança educação – princípios métodos e técnicas . 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. VERDERI, E. B. Dança na escola. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
Linguagem Corporal Aula 08
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Aula 08: A psicomotricidade e o processo de aprendizagem OBJETIVO: Apresentar os conceitos básicos da psicomotricidade, salientando sua importância tanto no desenvolvimento da criança como no processo de aprendizagem. Nunca devemos querer dominar o corpo do outro. Nunca
“
Nosso único orgulho deveria ser o de libertá-lo.
”
(Bertherat e Berbstein, 1991)
Na aula anterior, refletimos sobre o papel do movimento na escola e percebemos que, tradicionalmente, a atividade motora das crianças tem sido desconsiderada. Essa aula propõe outras reflexões: o que é psicomotricidade? Qual a importância do entendimento desse conceito para futuros educadores? Como se dá na prática pr ática esse novo enfoque? Autores franceses como LaPierre e LeBoulch LeBoulch e o brasileiro João Batista Freire consideram a educação psicomotora uma base para todo o aprendizado escolar, principalmente no que diz respeito à relação das funções motoras com as funções mentais. Sabe-se que nas crianças que frequentam a Educação Infantil e as séries iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), os atos motores são indispensáveis na compreensão de sua relação com o mundo. A criança transforma em símbolos aquilo que pode experienciar corporalmente, isto é, o que ela vê, cheira, pega etc. Se o corpo, em uma compreensão mais ampla, é vivência simbólica, também é m anifestação de si e meio de intercâmbio social. Assim, trata-se de garantir uma educação de corpo inteiro, como diz Freire (1989), entendida como a associação entre o ato motor e a compreensão, a consciência de si mesmo (limites da ação, tensões e relaxamentos) para relacionarse com os outros e com os objetos, em cada momento, da melhor maneira possível. Bertherat e Bernstein (1991) nos ensinam que nosso corpo somos nós. É nossa única realidade perceptível. Não se opõe à nossa inteligência ou sentimentos. Por isso, tomar consciência do próprio corpo é ter acesso ao ser inteiro (p.14).
Concepções de psicomotricidade psicomotricidade A psicomotricidade é uma ciência difundida nos tempos atuais que se ocupa do estudo do ser humano por meio de seu corpo em movimento. Ajuriaguerra (1980) definiu o termo como “a realização do pensamento
através do ato motor pre ciso, econômico e harmonioso” (p. 1). A psicomotricidade concebe o ser humano como unidade funcional. Para Vayer (1986), a psicomotricidade deve proporcionar às crianças os meios que desenvolvam ao máximo suas potencialidades. O desenvolvimento da criança e sua evolução são resultados das constantes interações entre a criança, os objetos e o mundo dos outros. A relação entre psicomotricidade e educação se manifesta porque ambas não podem compreender a aprendizagem, seja ela predominantemente motora, afetiva, cognitiva ou social, como uma simples repetição de conceitos ou de habilidades, sem que haja uma intervenção consciente do próprio sujeito. Em primeiro lugar, a criança percebe a posição de seu corpo no espaço. Depois, a posição dos objetos em relação a si mesma e, por fim, aprende a perceber as relações das posições dos objetos entre si. Na prática, uma criança que está brincando de amarelinha, por exemplo, está vivenciando estímulos motores ao mesmo tempo em que seu raciocínio lógico está sendo solicitado e, como está brincando com outras crianças, experiencia, ao mesmo tempo, situações emocionais e sociais. Observe a graciosidade da criança brincando de amarelinha acessando o site . >. A psicomotricidade tem
como objetivo melhorar ou normalizar o
comportamento geral do indivíduo, desenvolvendo também um trabalho constante sobre as condutas motoras, por meio das quais o indivíduo vai se conscientizar de seu próprio corpo, desenvolver seu equilíbrio, controlar a sua coordenação global e fina, a respiração e organizar e estruturar a orientação espaço-temporal. Portanto, as escolas devem buscar a psicomotricidade como recurso tecnológico para a educação integral do indivíduo. Não foi interessante conhecer um pouco sobre psicomotricidade?
Mas o que fazer quando nos deparamos com a impossibilidade de movimentos por conta do envelhecimento? Qual o papel do futuro fut uro educador dessa maneira? Trataremos desse assunto em nossa próxima aula.
Leitura complementar complementar Aprofunde seus conhecimentos conhecimentos sobre a Psicomotricidade, pesquisando em: FABRIN, F. C. S. “Reflexões sobre a psicomotricidade ”. In: Revista Projetos Escolares: educação infantil. Ano 6, n. 68. São Paulo: On line, 2010 (p. 9-15).
REFERÊNCIAS AJURIAGUERRA, Julian de. Manual da Psiquiatria Infantil . São Paulo: Masson, 1980. BERTHERAT, T.; BERNSTEIN, C. O corpo tem suas razões. 14. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991. FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1989. VAYER, P. A criança diante do mundo. mundo. 3. ed. Porto Alegre: Artes médicas, 1986.
Linguagem Corporal Aula 09
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Aula 09: Velhice – possibilidades e limitações dos movimentos OBJETIVO: Pontuar OBJETIVO: Pontuar as implicações do envelhecimento corporal e o papel do futuro pedagogo na educação não formal de pessoas idosas e no seu próprio envelhecimento. A educação se inicia com o nascimento nascimento do
“
indivíduo e se prolonga durante toda a sua existência.
”
(Hurtado, 1996)
Em aulas anteriores, tratamos de conteúdos relativos às diferentes reflexões a respeito do corpo ao longo da História. Agora, precisamos considerar o processo de envelhecimento nesse contexto histórico, contemplando ainda a leitura corporal demonstrada pelo corpo que envelhece. Durante mais de dois mil anos de história humana, a idade foi um critério de status social. Os velhos eram poucos e valorizados por seus semelhantes mais jovens. Para se chegar a uma idade avançada, era necessário possuir certo status ou poder que permitisse uma alimentação e forma de vida sem as carências e trabalhos exaustivos da maioria da população. Envelheciam os sacerdotes, os reis, os nobres e privilegiados que desfrutavam de poder sobre a maioria e que não tinham de se preocupar em obter seu sustento básico. Os velhos eram poucos e seu pequeno número, aliado ao poder (material e espiritual) e à experiência de vida, colocava-os em uma posição de respeito e obediência devidos pela maioria. Os velhos mandavam, tanto política como econômica e espiritualmente, e raramente se discutiam suas decisões. Em muitos textos que abordam o corpo que envelhece temos visto a expressão “Qualidade de vida” . Qualidade de vida “é um evento que tem múltiplas
dimensões, é multideterminado, diz respeito à adaptação de indivíduos e grupos em diferentes épocas e sociedades.” (NERI, 2001).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta aspectos necessários para que se possa mensurar se um indivíduo desfruta ou não de uma adequada qualidade de vida. Destacam-se aqueles ligados às condições sociais, econômicas, de educação e de saúde. Este último é comprovadamente incrementado quando se
pratica atividades físicas. No caso específico da pessoa idosa, ou seja, aqueles que têm mais de 60 anos de idade, sabe-se que estabelecer contato com seu próprio corpo de modo prazeroso possibilita um incremento na qualidade de vida. Pesquisas científicas comprovam os benefícios advindos da prática de atividades físicas ao longo do processo de envelhecimento: revigoram os ossos, os músculos e as articulações, previnem a osteoporose, reduzem o peso, melhoram a circulação, o coração, o equilíbrio, o humor, a atividade sexual, a autoestima e o sono, aumentam a oxigenação cerebral, ajudam a controlar o diabetes, a hipertensão e o colesterol alto. A idade não impossibilita os movimentos. Eles permitem uma vida de melhor m elhor qualidade. Só o médico pode determinar que atividades físicas podem ser feitas com segurança e cabe aos educadores físicos acompanharem o desenvolvimento de exercícios, como: natação, caminhar ligeiro, danças, hidroginástica, pedalar, ginásticas (Tai Chi Chuan e Lian Gong), abdominais, musculação, bocha, tênis de mesa e bilhar; e exercícios vigorosos, como: caminhar depressa, subir escadas ou rampas longas, trote, futebol de salão, tênis, basquete e vôlei. vôlei. Futuros pedagogos podem atuar em espaços de educação não formal, como universidades para a Terceira Idade e centros de convivência para pessoas Idosas. Nesses locais, é papel do pedagogo construir, com o grupo multidisciplinar, o projeto pedagógico e acompanhá-lo, auxiliando a equipe nos aspectos didáticopedagógicos. Além disso, faz parte da atuação do graduado em Pedagogia garantir a aplicação do artigo 22 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10741/03), que indica que “nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. ” É preciso, também, que nos atentemos para o fato que o envelhecimento é um processo natural que não escolhe os indivíduos. Todos nós sentimos seus efeitos. A questão primordial é: como lidamos com isso? De modo geral, a mídia insiste em apresentar modelos que nos remetem à juventude eterna: corpos siliconados, lipoaspirados, magros e belos. Buscar libertar-se da ideia de um padrão único de beleza é uma das reflexões que, principalmente as mulheres do século XXI, precisam trazer à tona. O futuro pedagogo tem direito a envelhecer com saúde física, mental e qualidade de vida.
Acesse
o
site
www.portalterceiraidade.com.br
para
aprimorar
seus
conhecimentos. Pensando nisso, podemos considerar o envelhecimento como impedimento para a movimentação corporal? Se responderem afirmativamente, podemos dizer que existem crenças que revelam preconceitos em relação ao corpo que envelhece? O ser humano necessita modificar sua maneira de lidar com o corpo de acordo com o seu processo de envelhecimento, que é único e inevitável. Na próxima aula será apontada uma proposta para promover a qualidade de vida das pessoas de várias faixas etárias. Temos certeza que ela vai mudar a visão de muitos com relação ao envelhecer. Você já se deu conta de quantas pessoas idosas existem ao seu redor? Ainda não? Dê uma pausa na sua rotina e observe. Sugerimos assistir ao filme Cocoon, que é bastante significativo para abordar a questão do envelhecimento e apresenta uma maneira bastante peculiar de preservar a juventude. Para refletir Onde está escrito que devemos permanecer jovens para sempre?
REFERÊNCIAS FILHO, Wilson Jacob. Atividades físicas físicas na terceira terceira idade. Campinas: Alínea, 2002. NERI, A. L. Palavras-chave Palavras-chave em Gerontologia. Campinas: Alínea, 2001. TODARO, Mônica de Ávila. “Dança e qualidade de vida na terceira idade ”. In: DIOGO, M. J. D. Saúde e Qualidade de Vida na Velhice. Campinas: Alínea, 2004.
Linguagem Corporal Aula 10
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Aula 10: A dança – linguagem promotora de saúde e qualidade de vida OBJETIVO: Apresentar a importância da dança como linguagem corporal apropriada a pessoas de todas as idades. “
Todos têm o direito de dançar: baixos, altos, gordos, magros, novos e velhos.
”
(Antônio Gades)
Não há dúvida que as crianças pequenas adoram se movimentar. Elas vivem e demonstram seus estados afetivos com o corpo inteiro: se estão alegres, pulam, correm e brincam ruidosamente. Se estão tímidas ou tristes, encolhem-se e sua expressão corporal é reveladora do que sentem. Henri Wallon nos lembra que a criança pequena utiliza seus gestos e movimentos para apoiar seu pensamento, como se este se projetasse em suas posturas.
O papel do professor na Educação Infantil como mediador da expressividade corporal O movimento é uma linguagem que comunica estados, sensações, idéias – o corpo fala. Assim, é importante que na Educação Infantil o professor possa organizar situações e atividades em que as crianças conheçam e valorizem as possibilidades expressivas do próprio corpo. E as pessoas idosas? Elas gostam também?
A educação e a terceira idade A educação assume papel relevante como condição para permitir ao idoso viver e acompanhar as constantes evoluções da sociedade, adaptando e participando ativamente nesse ritmo acelerado de mudanças. A concepção de educação permanente deve ser evidenciada por meio de cursos de atualização em diversas áreas, tendo como alvo o público da terceira idade.
A educação se configura como uma alavanca de resgate para a autoestima, autoconfiança e qualidade de vida dessa faixa etária. Esse modelo reforça a participação e integração do idoso na sociedade, repudiando a segregação e o isolamento da população idosa. No entanto, aqui repousa como relevante um questionamento: esse modelo e vivenciado pelos idosos brasileiros? (Oliveira, 1999). Feldenkrais (1984) afirma que a qualidade de vida está ligada à qualidade do nosso movimento e que as mudanças na percepção sinestésica e na autoimagem resultam em mudanças em todos os outros aspectos que compõem o ser humano.
Para refletir Você pensa que velhice é sinônimo de doença e que, nessa fase da vida, o vigor físico jamais estará à sua disposição? Acredita que idosos não podem aprender mais? Observe essa foto e surpreenda-se!
Dança: uma forma de linguagem Se o corpo é o que determina nossa relação com o meio, a dança utiliza o que se pode chamar de linguagens sonoras, táteis e visuais. E como, ao dançar, fundem-se essas percepções, pode-se dizer que este tipo de atividade física é também uma forma de criação e de expressão corporal. Na dança, movimenta-se o corpo para que a alma se expresse. Bailar... bailar... bailar... Deixar-se inebriar pela suavidade de uma melodia ou movimentar seu corpo em um ritmo frenético. O que importa? Apenas bailar. Abordamos temas que remetem à leitura de um corpo que tem algo a dizer a todo o momento. Corpo este de pessoas “normais” que não apresentam problemas físicos ou neurológicos. Faz-se necessário analisar a mobilidade de indivíduos com restrição de movimentos; planejar e propor atividades motoras adaptadas. É o que faremos nas aulas a seguir. Um filme que aborda essas situações é Elza e Fred. Que tal assisti-lo?
REFERÊNCIAS FELDENKRAIS, M. Vida e movimento . São Paulo: Summus, 1984. OLIVEIRA, Rita de Cássia. Terceira idade: do repensar dos limites aos sonhos possíveis. São Paulo: Paulinas, 1999. TODARO, Mônica de Ávila; FILHO, Wilson Jacob. Dança: uma atividade física de corpo e alma. Campinas: Alínea, 2002.
Linguagem Corporal Aula 11
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Aula 11: A impossibilidade de movimentos OBJETIVO: Analisar a mobilidade dos indivíduos com restrição de movimentos, com
o intuito de oferecer informações para uma prática docente que possibilite a inclusão deste aluno no processo de ensino e aprendizagem. aprendizagem. [...] não existe uma verdade em atividade motora adaptada.
“
Existem vários diálogos [...] „
‟
” ”
(Diehl) Você certamente já cruzou com pessoas com alguma deficiência. O que você sentiu? Pensou em alguma maneira de auxiliá-las? Imaginou-se no lugar delas? Questionou-se sobre como a família se sente ou lida com elas? Refletiu sobre a maneira como se orientam e ocupam o espaço que as rodeia, como interagem com as pessoas, o que sentem enquanto pessoas com necessidades especiais? O que necessitam para serem realmente incluídas na sociedade? Antes de iniciarmos uma reflexão e contribuirmos com informações que o auxiliarão nos questionamentos propostos, é necessário esclarecer um termo ainda usado em alguns segmentos da sociedade que é “portador” de necessidades especiais. Portar significa, segundo segundo o dicionário Aurélio, p. 519, “carregar consigo; levar; conduzir”. O que implica an alisar que os termos carregar, levar e conduzir são
transitórios, pois em um momento posterior posso deixar de fazê-los. Por exemplo: carrego comigo uma bolsa para ir ao trabalho. Chegando ao local, deixo a bolsa no armário. Consigo fazer isso com as pessoas? Em um momento elas são “portadoras” da deficiência e em outro não? O termo foi utilizado de maneira
equivocada e ainda é usado assim. Depois de muitas reivindicações, em 2009, o MEC publicou um decreto que regulamenta o uso da terminologia correta. O termo portador deixa de existir e passa-se a utilizar “pessoas com deficiência ”. Confira no site . >. Todo casal sonha em ter um filho “normal1”. Quando esse sonho não se torna realidade, vem uma série de frustrações. Muitos pais rejeitam seus filhos. Pai que 1
Saiba Mais: O termo normal entre aspas visa registrar a relatividade deste conceito. Cada sociedade determina o padrão de normalidade e tudo o que não se encaixa nesse padrão é considerado diferente, “anormal”. Necessidades educacionais especiais não se referem
abandona o lar e deixa na responsabilidade da mãe os cuidados com este filho, ou ainda, considera-se incapaz, um “fardo” que tem que carregar para o resto da vida. Além disso, superprotegem o filho, não lhe dando a oportunidade de se desenvolver desenvolver de acordo com sua capacidade. Hoje, com o leque de possibilidades de acesso à informação, percebemos que houve mudanças significativas, pois as pessoas com deficiência estão sendo respeitadas nas suas especificidades. São valorizadas pela sua competência, respeitadas nas suas diferenças, porque ser diferente é normal. Cidade e Freitas (2002, p. 1) afirmam que: A ideia da escola como espaço inclusivo nos remete a dimensões físicas e atitudinais que permeiam a área escolar, onde diversos elementos como a arquitetura, engenharia, transporte, acesso, experiências, conhecimentos, sentimentos, comportamentos, valores, etc. coexistem, formando este locus extremamente complexo. A partir disto, a discussão de uma escola para todos tem suscitado inúmeros debates sobre programas e políticas de inserção de alunos com necessidades especiais.. A grande polêmica está centrada na questão de como especiais promover a inclusão na escola de forma responsável e competente.
Pensando nisso, vamos discutir a interação dessas pessoas com a impossibilidade de movimentos no contexto escolar e mostrar as possibilidades de atividades, Diehl (2008) denominou-as AMA – Atividades Motoras Adaptadas, que são voltadas para os deficientes físicos, mentais, sensoriais com o intuito de incluílos verdadeiramente em todos os momentos de aprendizagem. Frug (2001) ressalta que “a motricidade humana, além de ser um processo adaptativo, evolutivo e criativo, é uma expressão práxica de um ser „carente‟, dos outros, que não existe sem o „outro‟ numa interação ”. A criança aprende brincando. Pensar em atividades motoras remete à gama de jogos e brincadeiras à mercê da criança nas mais variadas etapas de seu desenvolvimento. Nessa prerrogativa, Diehl (2008) afirma que todas as crianças e os jovens, sem exceção, têm o direito de brincar, pois
apenas às crianças com deficiência. O tema será abordado em outras disciplinas do curso que discutirem a inclusão.
Brincar é criar, tomar iniciativas. É aprender regras e limites, para que o jogo funcione. Através do jogo, a criança descobre valores, aprende a conviver sem gritar e brigar. Ganha autoestima e confiança, pois se sente capaz de participar. Desenvolve a concentração, a coordenação e a habilidade motora. Dá asas à imaginação e à fantasia. (p. 109)
No campo dos esportes percebemos um movimento cada vez mais significativo para inserir as pessoas com impossibilidade im possibilidade de movimentos. Em termos mundiais, data do século XX, mais precisamente em 1924, os primeiros eventos esportivos para os surdos; em 1960, para as pessoas com deficiência física e oito anos depois (1968) surgem as atividades adaptadas para a deficiência mental, que serão apresentadas nas aulas 12, 13, 14 e 15. No Brasil, iniciou-se em 1980 e 1990, nas universidades públicas e particulares, as discussões abordando as atividades motoras adaptadas. Essas atividades não são restritas aos educadores físicos, mas abrangem todos os professores das mais diversas áreas do conhecimento em qualquer faixa etária, por contribuirmos com o conhecimento dos alunos do curso de Pedagogia, mais especificamente, com a Educação Infantil e Ensino Fundamental I. O Conselho Federal de Educação, por meio da Resolução n. 03/87, reconhece oficialmente a disciplina de Atividades Motoras Adaptadas. Apesar da resolução, ainda encontramos atualmente universidades que não incluem em sua matriz curricular essa disciplina ou outra similar. As pessoas de modo geral aprendem a superar seus limites, descobrem potencialidades, tornam-se competitivas, desenvolvem o espírito de cooperação. Isto é possível, segundo Frug (2001, p. 16), por meio da educação motora (psicomotora) que “propicia o desenvolvimento global do ser humano, permitindo que a pessoa possa se expressar em sentimentos e pensamentos com o corpo completo, não apenas biomecânico ”, independente de qualquer deficiência. Os sites a seguir dão uma dimensão da necessidade de adaptar, quando necessário, as atividades motoras para os alunos com deficiência. . >. . >. . >.
Agindo assim poderemos com segurança e acertadamente incluir as pessoas com deficiência em atividades esportivas e recreativas, estimulando os fatores cognitivo, perceptivo, social e emocional, inerentes a todas as pessoas, sem exceção. Etapas Habilidades básicas
Proposições Jogos simples com movimentos locomotores, manipulativos e estabilizantes.
Exemplos Desenvolvimento dos padrões motores básicos: correr, saltar, arremessar, receber, rolar, chutar, quicar uma bola e outros. Habilidades Fazer as crianças e Jogos com combinações de de transição adolescentes executarem movimentos básicos, poucas os jogos, conforme regras regras, com combinações mais preestabelecidas, utilizando- complexas dos movimentos; e se de combinações dos jogos com muitas regras padrões básicos do estabelecidas pelo grupo ou movimento. pelo professor. Habilidades Jogos com padrões motores Ensino-aprendizagem Ensino-aprendizagem das específicas específicos e regras oficiais táticas do jogo, como (confederados). handebol, voleibol, entre outros. Fonte: Diehl, 2008, p. 110. Leitura complementar
Acesse o site a seguir e confira as reflexões de Sassaki em: “Como chamar as
pessoas
com
deficiência ”.
Disponível
em:
. >. REFERÊNCIAS
CIDADE, R. E; FREITAS, P. S. Educação Física e Inclusão : Considerações para a Prática Pedagógica na Escola. Integração , v. 14 – Edição Especial – Educação Física
Adaptada.
p.
27-30,
2002.
Disponível
em:
. Acesso em: 08 jun. 2011.
DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2008. FRUG, Chrystianne Simões. Educação Motora em portadores de deficiência : formação da consciência corporal. São Paulo: Plexus, 2001.
Linguagem Corporal Aula 12
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE.
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Aula 12: Atividades recreativas para deficientes físicos OBJETIVO: OBJETIVO: Apresentar possibilidades de movimentos para o deficiente físico de maneira a proporcionar a inclusão no ambiente escolar. “ A criança com deficiência física física desenvolverá desenvolverá locomoção, locomoção, manipulação de objetos e estabilização do corpo de maneira peculiar”
(Diehl) Que sentimentos surgem ao se deparar com pessoas com alguma deficiência? Dó? Piedade? Impotência? Sensibiliza-se com a pessoa? Olha-a com igualdade? Difícil responder, não? Fica a critério de cada um fazer uma reflexão a respeito. Percebemos que o preconceito ainda persiste no relacionamento com as pessoas “diferentes”.
Antes de apontar as possibilidades de desenvolvimento das pessoas com deficiência física, tema de nossa aula, é preciso entender o que está sendo considerado como deficiência física. Para Diehl (2008, p. 92), “pessoas com deficiência física são aquelas que apresentam algum tipo de comprometimento para a realização dos padrões motores esperados”, referindo-se a pessoas com restrição parcial ou total de realizar alguns
movimentos, os mais simples relacionados aos membros inferiores, como andar, correr, pular, realizar movimentos que possibilitem a estabilização do corpo e, ainda, dificuldade em manipular objetos por conta do comprometimento com os membros superiores, o que aumentará as dificuldades quando as atividades exigirem apoio das mãos. Essas restrições de movimentos, segundo a autora, podem ser de origem genética ou ocasionadas por algum traumatismo em acidentes que a pessoa sofreu em algum momento de sua vida. As deficiências físicas podem ser originadas de acordo com quatro fatores:
a) Origem cerebral, como PC (paralisia cerebral) e traumatismo crânioencefálico. b) Origem medular, como a poliomielite, espinha bífida, lesões medulares degenerativas, traumatismos medulares. c) Origem muscular, como a distrofia muscular progressiva de Duchenne. d) Origem osteoarticular: malformações, amputação. É comum vermos estas pessoas em cadeiras de rodas, utilizando muletas ou bengalas ou até carrinho de rolimã, algumas com poder aquisitivo melhor, em carrinhos adaptados e motorizados para se locomoveram. Elas têm que se valer de algum instrumento que possibilite o deslocamento do corpo pelos espaços que circulam. Como será que estas pessoas se sentem diante do que é veiculado na mídia: corpo “belo”? E para ser “belo” tem que ser “perfeito”? E para ser “belo” e “perfeito”
ísico não se enquadra neste tem que ser “normal”, portanto, o deficiente f ísico estereótipo. Diehl (2008, p. 92) afirma, magistralmente, que “devemos nos permitir
conhecer e perceber esse corpo a partir do que ele é, com as diferenças e as magias que o tornam humano e, também, belo”.
Os sites a seguir representam o que está sendo discutido:
. 04023968D4894326>.
. >. Por que se chamam atividades motoras adaptadas? Porque, se for específica,
não estaremos promovendo a inclusão deste aluno no processo de ensino e aprendizagem, estaremos reforçando a exclusão. Cabe ao professor de recreação ou de Educação Física adaptar as atividades motoras para que todos os alunos participem e aqueles que tiverem deficiência física possam adquirir um repertório de movimentos, de maneira peculiar, observando as especificidades de cada deficiência, sem subestimar o potencial de cada um em realizar as atividades propostas.
Para Braccialli, Manzani e Reghanham “O jogo inicia-se por meio da exploração corpórea, incluindo a possibilidade de brincar com o próprio corpo ”. Portanto, segundo as autoras, a criança que apresenta um déficit motor, poderá encontrar maior dificuldade e, por vezes, poucas oportunidades em participar de jogos e brincadeiras oferecidos para a turma por causa das limitações de movimento ocasionadas pela deficiência física. Daí a necessidade de adaptação das atividades motoras que podem ser realizadas em sala de aula, no pátio ou em quadras poliesportivas. Daremos dois exemplos de atividades motoras adaptadas para deficientes físicos a título de ilustração. Pode-se ampliar a gama de possibilidades no livro que norteou nossas discussões, de Rosilene Moraes Diehl, mencionado nas referências bibliográficas. Corrida dos bambolês
Quantidade de alunos: alunos : livre. Material a ser utilizado: utilizado: bambolês. Realização da atividade: atividade: quadra ou pátio. Disposição dos alunos: alunos : em fileira, na cadeira de rodas ou sentados no chão. Descrição da atividade: atividade : os alunos devem posicionar-se no fundo da quadra ou pátio, segurar um bambolê na mão e colocar o outro à sua frente no chão. O professor dá o sinal para começar a atividade. O aluno entra no bambolê que está
no chão e coloca o que está na mão à sua frente; entra nele, pega o bambolê que ficou atrás passa para frente e assim sucessivamente até chegar do outro lado da quadra ou pátio. Quem chegar primeiro é o vencedor. (Texto e imagem adaptados de: DIEHL, 2008, p. 192) Estoure o balão
Quantidade de alunos: alunos : livre. Material a ser utilizado: utilizado: balões e barbante. Realização da atividade: atividade: quadra ou pátio. Disposição dos alunos: alunos : sentados, aleatoriamente, no chão ou na cadeira de rodas. Descrição da atividade: atividade : os alunos que utilizam cadeira de rodas amarrarão o balão atrás da cadeira. Os que estiverem sentados no chão amarrarão na cintura. Os alunos devem estourar o balão dos colegas e ao mesmo tempo proteger o seu. O vencedor será aquele que ficar com seu balão intacto. (Texto e imagem adaptados de: DIEHL, 2008, p. 194) REFERÊNCIAS BRACCIALLI, L. M. P.; MANZINI, E. J.; REGANHAN, W. G. Contribuição de um programa de jogos e brincadeiras adaptadas para a estimulação de habilidades motoras em alunos com deficiência física. Temas sobre Desenvolvimento. São
Paulo,
v.
13,
n.
77,
p.
37-46,
2004.
Disponível
em:
. . Acesso em: 8 jun. 2011. DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças : jogos para crianças e jovens com deficiência. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2008.