DICAS DO ENEM
LÍNGUA PORTUGUESA TEMA 7: Variação linguística AUTOR: Nayara Moreira Santos
Mais próxima, para
TEMA 7:
Variação linguística Autor: Nayara Moreira Santos
SANTOS, Nayara Moreira. Língua Portuguesa: Variação linguística. Valinhos, 2014.
TEXTO E CONTEXTO
Pag. 03
Pag. --
Pag. --
REFERÊNCIAS
Pag. 17
GABARITO
Pag. 19
TEXTO E CONTEXTO
Leia com atenção os versos abaixo que um grande poeta romano escreveu há mais de dois mil anos: Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na or da idade;
se uma matrona autoritária ou uma ama dedicada; se um mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...) (Horácio)
Que coisa, não?
Horácio (65 a.C. – 8 a.C.), lho de um escravo, foi um dos maiores poetas e lósofos da Roma Antiga, conhecido por escrevertanto textos líricos quanto satíricos.
TEXTO E CONTEXTO QUESTÃO 01 De modo geral, os versos de Horácio atentam para o fato de que:
a) os falantes de uma mesma língua falam da mesma maneira, independente de fatores, como, por exemplo, a idade, prossão ou classe social.
b) há uma grande diferença na fala de um homem para a fala de uma mulher. c) as falas de pessoas que usam uma mesma língua podem apresentar variações dependendo de diversos fatores, como, por exemplo, a idade, prossão ou classe social.
d) nem todas as pessoas naquela época sabiam se comunicar, usando a língua da maneira que queriam e sem se preocupar se o ouvinte entenderia.
Que coisa, não?
A suposta supremacia da língua inglesa nos Estados Unidos e na Inglaterra subestima o inglês falado em outros países como primeira língua. O que está em questão, quando considera-se que uma língua seja “melhor falada” em determinados países e não em outros, é a própria realidade política e econômica desses países em diferentes momentos históricos, não a língua em si.
Como você pôde ver, a questão da variação linguística não é recente, nem mesmo se resume à língua portuguesa: há muitos anos,vários estudiosos do assunto vêm questionando a suposta homogeneidade do modo de falar dos usuários de uma mesma língua. Isso signica que cada um fala da maneira que lhe convém? Não é bem assim. Todos os falantes de determinada língua conhecem suas estruturas gerais, isto é, as regras que regem seu funcionamento. Independentemente de seu grau de escolaridade e de outros fatores externos, não teremos alguém que diga: DO QUE COMEU MAIS DEVERIA CARLOS
Isso porque todo falante sabe, ainda que nunca tenha frequentado a escola, que na língua portuguesa as palavras se combinam de determinadas formas (seguem determinadas regras de combinação). Assim uma forma possível seria dizer: CARLOS COMEU MAIS DO QUE DEVERIA
TEXTO E CONTEXTO Porém, essas formas de dizer podem sofrer certas variações decorrentes de diversos fatores, como: • a idade do falante; • o grupo social a que o falante pertence; • sua prossão; • a relação entre falante e ouvinte etc.
Essas variações na nossa fala são chamadas de variações linguísticas. Assumir que a língua apresenta tais variações é imprescindível para que possamos usá-la mais adequadamente nos diferentes contextos e que, sobretudo, respeitemos outras maneiras de falar, não alimentando possíveis preconceitos linguísticos que, infelizmente, são amplamente propagados. Atrelado aos estudos da variação linguística, que veremos mais adiante, estão os conceitos de adequação e inadequação linguística.Engana-se quem pensa que o ideal, para que o ato de comunicação seja eciente, em quaisquer contextos, seja fazer uso de linguagem formal, mais “apurada”. Observar o contexto em que se está inserido é fundamental para adequar nosso modo de falar a ele.
Os fatores a serem observados são: • o interlocutor (não se fala em uma mesa de bar com amigos dos tempos do colégio do mesmo modo que se fala em uma apresentação de projeto aos seus chefes). • o assunto (não se fala sobre um incêndio que desabrigou várias famílias carentes do mesmo modo que se fala sobre o campeonato de futebol do bairro). • a situação de comunicação (não se fala em uma reunião de negócios do mesmo modo que se fala em um piquenique com amigos no parque). Assim, esses fatores inuenciam consideravelmente para que nossa linguagemapresente maior ou menor grau de for malidade ou informalidade.
TEXTO E CONTEXTO vêm, do que fazem, nós acabamos esperando determinadas atitudes e, por que não, certos modos de falar. Então, podemos armar que estereótipo é tudo aquilo que pensamos das pessoas sem as conhecermos a fundo, isso porque já temos uma imagem preconcebida delas de acordo com o grupo social a que pertencem, sua prossão etc. Por exem plo, se você, antes mesmo de ouvir um cantor de rap abrir a boca, esperar que ele vai falar uma innidade de gírias, isso signica que você já tem uma imagem fabricada do grupo social do qual ele faz parte. Leia o texto abaixo para responder as questões 02, 03 e 04. O trecho traz um diálogo entre um entrevistador e um jogador de futebol, minutos antes da partida. Tente descobrir qual é o estereótipo que está sendo explorado: Aí, galera
[...] — Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. — Minha saudação aos acionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso de seus lares. — Como é? — Aí, galera. — Quais são as instruções do técnico? — Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do uxo da ação. — Ahn?
— É para dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. [...] VERISSIMO, Luis Fernando. Correio Braziliense. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
TEXTO E CONTEXTO QUESTÃO 02 O entrevistador tinha uma ideia preconcebida de como o entrevistado, um jogador de futebol, deveria falar, mas acabou sendo pego de surpresa. O que causou esse estranhamento? a) O entrevistador esperava que o jogador falasse com uma linguagem mais coloquial, mais próxima do cotidiano. Porém, o jogador fez uso de palavras rebuscadas, formais e técnicas.
b) O entrevistador esperava que o jogador falasse com termos mais técnicos e formais, próprios de especialistas nas táticas do futebol. Porém, o jogador fez uso de uma linguagem muito informal e corriqueira.
c) O entrevistador esperava que o jogador falasse com uma linguagem mais informal, do dia a dia. Porém, o jogador fez uso de palavras muito antigas da língua portuguesa, que sequer existem mais no nosso dicionário.
d) Na verdade, não houve nenhuma quebra de expectativa. Anal, o entrevistador não demonstrou estranhamento acerca da linguagem usada pelo jogador.
QUESTÃO 03 Como você deve ter notado, quando o jogador responde com uma linguagem mais formal e não é compreendido pelo entrevistador, ele adapta sua fala para uma linguagem mais informal. Imagine que você estivesse assistindo a essa entrevista em um canal de TV aberto no domingo à tarde. Qual das duas linguagens usadas pelo jogador seria mais fácil para o público geral entender? Por quê? a) A linguagem formal. Isso porque o público-alvo de um canal aberto no domingo à tarde é mais erudito, habituado a fazer uso da língua culta mesmo em situações de lazer.
b) A linguagem informal. Isso porque seria difícil para muitos telespectadores de um canal aberto no domingo à tarde reconhecerem palavras tão formais e técnicas.
c) A linguagem formal. Isso porque mesmo as classes mais populares já estão acostumadas a ouvir jogadores de futebol falando de maneira mais rebuscada e técnica.
d) A linguagem informal. Isso porque todos os telespectadores de um canal aberto no domingo à tarde, sem exceções, não
TEXTO E CONTEXTO QUESTÃO 04 A partir das respostas que você deu nas questões 02 e 03 e levando em consideração o contexto da crônica em que a entrevista foi realizada, você diria que a linguagem formal que o jogador utiliza estaria: a) Adequada, pois está totalmente de acordo com as regras da gramática normativa. b) Inadequada, pois é incompreensível para qualquer pessoa. c) Adequada, pois condiz com o grau de formalidade da situação. d) Inadequada, pois o contexto pedia certa descontração, uma linguagem mais “solta”.
A variação linguística, como já foi armado aqui, acontece por conta de diversos fatores. Nessa ocina, focaremos: • a época em que os falantes vivem, ou seja, a variação histórica. • o lugar em que os falantes vivem desde quando nasceram ou há determinado número de anos, ou seja, a variação geográca. • o grupo social do qual falantes fazem parte, ou seja, a variação social. Variação histórica
Leia o texto abaixo: Antigamente Antigamente, as moças [...] eram todas mimosas e muito prendadas. [...] Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa [...]. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...] Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo [...]. ANDRADE, Carlos Drummond de. Antigamente. In: _______________. Caminhos de João Brandão. Rio de Janeiro: Record, 1988.
O trecho que você acabou de ler faz parte de uma crônica de Carlos Drummond de Andrade publicada originalmente
TEXTO E CONTEXTO mais passadas ainda no Brasil. Ainda hoje podemos encontrar pessoas mais velhas que usem alguma das palavras ou expressões acima. Um avô, por exemplo, poderia facilmente falar hoje para o seu neto que está terminando a graduação e não consegue conquistar aquela garota especial que “levar tábua” é uma coisa normal. Em outras palavras, o que o avô quer dizer é que “levar um fora” não é coisa de outro mundo, faz parte da vida. “Levar tábua” era uma expressão usada antigamente quando a menina se recusava a dançar com determinado rapaz no baile. Dizia-se então, que o rapaz havia “levado uma tábua” de Fulana. “Janotas” eram os rapazes “elegantes” da época, aqueles que se vestiam bem. “Fazer pé-de-alferes” era o ato de “dar em cima” de alguém, namorar, galantear. “Animatógrafo” e “cinematógrafo” eram aparelhos que projetavam imagens animadas sobre uma tela. Em outras palavras, o que conhecemos hoje como “cinema”. Esses são alguns exemplos de como a língua pode ser exível, mutável. Ela vai sendo modicada pelos usuários com o passar do tempo. Tais modicações podem ser no modo de falar, na graa das palavras (como a palavra “farmácia”, por exemplo, que um dia já foi “pharmacia”) e até mesmo no signicado delas. As transformações que acontecem ao longo do tempo na língua são chamadas de variação histórica. As gírias, por nem sempre serem as mesmas de geração para geração e seguirem certos modismos, são exemplos pertinentes de variação histórica.
TEXTO E CONTEXTO
Ele é um
E l a é u m b r ot i n ho . ..
E le a co rd ou t od o s e re le pe ! A
pão! p a ! S u p i m
pa ta vinas. Não en tendi
f es t a f o i u m e st ou ro ! ”,
u f o i x u x A n o i t e ! b e l e z a
Leia o texto abaixo para responder as questões 05 e 06: Presente para a senhora
[...] — Posso escolher meu presente do Dia das Mães, meu fonho? — Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato. — Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer pouco de mim. — Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato!
— Deixe eu escolher, deixe... — Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal! — Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?
TEXTO E CONTEXTO [...] ANDRADE, Carlos Drummond. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.
QUESTÃO 05 O humor do texto está no fato de que: a) a mãe deu um blazer com furos para o lho. b) a mãe não entende duas gírias que o lho fala. c) o lho não gosta de roupas muito formais. d) o lho não comprou um presente para a mãe.
QUESTÃO 06 Tendo em vista que esse texto foi escrito por Carlos Drummond de Andrade há algumas décadas, mesmo as gírias “barato” e “furado” podem não ser usadas pelos adolescentes de hoje, por serem, muitas vezes, já consideradas ultrapassadas. Selecione a alternativa abaixo que traga, respectivamente, gírias mais atuais que estão na fala dos jovens de hoje e que substituíram essas do texto. a) demorô; beleza. b) mala; brega. c) maneiro; zoado. d) tá ligado?; zica.
TEXTO E CONTEXTO Variação geográfca
QUESTÃO 07 Leia com atenção as frases abaixo: I. Os carapanãs me picaram a noite inteira! II. Os pernilongos me picaram a noite inteira! III. As muriçocas me picaram a noite inteira! Agora observe a imagem a seguir. Qual das frases anteriores se relaciona com o que está sendo ilustrado?
a) Frase I. b) Frase II. c) Frase III. d) Todas as alternativas anteriores.
TEXTO E CONTEXTO e sugador de sangue. A palavra “carapanã” é comumente usada no Norte do Brasil; a palavra “pernilongo” é mais usada no Sudeste e “muriçoca” é usada na região Nordeste. Sendo que o nome do inseto muda de lugar para lugar, temos com isso um exemplo claro de variação geográfca. É importante destacar que a variação geográca não está presente apenas no vocabulário. Ela pode ser averiguada em certas estruturas de frases (enquanto é mais comum ouvirmos no Nordeste “Vou não”, no Sudeste ouvimos “Não vou”, por exemplo) e na pronúncia, mais conhecida como sotaque. Por isso costumamos dizer que há o sotaque carioca, o cearense, o paulistano, o gaúcho, o mineiro e tantos outros.
QUESTÃO 08 Leia os versos abaixo: [...] Que importa que uns falem mole descansado Que os cariocas arranhem os erres na garganta Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
[...] Juntos formamos esse assombro de misérias e grandezas, Brasil, nome de vegetal! (Mário de Andrade)
De modo geral, o poeta reete sobre a variação geográca do ponto de vista: a) da pronúncia e do ritmo da fala.
Que coisa, não?
“Paroara” é uma palavra indígena que signica “nordestino”.
TEXTO E CONTEXTO c) da estrutura da frase. d) todas as alternativas anteriores.
Variação social
Para começarmos a reetir sobre esse tipo de variação, vejamos alguns trechos da canção Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa: Se o sinhô não tá lembrado, dá licença de contá
Que aqui onde agora está esteardiçoarto
Era uma casa véia, um palacete assobradado Foi aqui seu moço Que eu, o Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca [...] Esse samba foi escrito em 1955 por Adoniran Barbosa, um cantor e compositor brasileiro nascido em Valinhos – S.P. em 1910 e que faleceu na cidade de São Paulo, onde morava, em 1982. Em 1955 a sociedade paulistana se dividia basicamente entre as classes alta (elite) e média e as classes populares (proletariado). Adoniran escreveu esse samba em protesto às condições de vida das classes populares e em crítica à elite que menosprezava a linguagem usada pelo proletariado, especialmente o chamado “mal português” praticado pelos imigrantes italianos, moradores dos cortiços do Bexiga.
TEXTO E CONTEXTO Em resposta ao protesto, a elite paulistana e os críticos musicais da época rotularam Adoniran como músico de má qualidade, mas anos mais tarde Adoniran estava musicando canções até de Vinícius de Moraes. Em meados de 1970, quando questionado sobre o rótulo recebido no passado, Adoniran disse o seguinte: “Sou um sambista nato. Gosto de samba e pouco me importa se custaram a me aceitar assim. Implicavam com as minhas letras, com os nóis fumo, nóisvamu, nóissemu etc. Mas o que eu escrevo está lá direitinho no Bexiga. Lá é engraçado, o crioulo e o italiano falam igualzinho. O crioulo fala cantando e todo mundo se entende”.
Que coisa, não?
Vale a pena escutar as gravações que a cantora Elis Regina fez de canções de Adoniran Barbosa, sobretudo a canção “Tiro ao Álvaro” (remetendo à expressão “tiro ao alvo”).
Em outras palavras, o que Adoniran Barbosa problematiza é que os grupos sociais a que pertencemos inuenciam nosso modo de falar, gerando, assim, determinadas variedades linguísticas que, muitas vezes, são discriminadas por aqueles que fazem parte de classes sociais mais favorecidas ou ainda que fazem parte de grupos sociais não estigmatizados. A esse fenômeno chamamos de variação social.
QUESTÃO 09 Selecione abaixo a alternativa que a variação social é a que mais se sobressai: a) As meninas que frequentavam o baile no meu bairro eram umas teteias. b) Uai sô, por que você cou irritado? c) Nós vai leva ele no médico. d) Ele não passa de um mancebo mal-educado, queria ver se fosse no meu tempo.
QUESTÃO 10 Nós já vimos que as gírias, na perspectiva das mudanças entre as gerações, podem ser consideradas variação histórica.
TEXTO E CONTEXTO variação social. Observe as linhas a seguir: Brother, dei uma batida ali naquela arrebentação que me fez parecer um pró. Agora vou car aqui só na areia com a minha lupa e minha prancha observando aquele prego tentar me imitar. Essa fala poderia ter sido dita por alguém de qual grupo social? a) Os ciclistas. b) Os hippies. c) Os surstas. d) Os skatistas.
ATIVIDADE DE AUTODESENVOLVIMENTO Essa atividade tem como objetivo proporcionar a você um aprofundamento da reexão sobre as variações linguísticas.
Passo 1: • Assista ao vídeo Variação Linguística, disponível no link . Acesso
em 05 de julho de 2013. Se preferir clique aqui . Conforme for assistindo ao vídeo, anote as informações e armações que mais chamarem atenção para uma possível reexão, seja para concordar ou refutar.
TEXTO E CONTEXTO Passo 2: • Agora imagine que você tenha sido convidado pelos produtores desse vídeo para fazer uma leitura crítica dele, ou
seja, dar um parecer sobre a qualidade do conteúdo, ressaltando suas qualidades e o que poderia ser melhorado. Seu texto deverá ter de 10 a 15 linhas.
REFERÊNCIAS
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. 1ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 1985. ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos e a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2007. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus . 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
Saiba Mais • BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999. 50ª ed. – Obra fundamental para maior entendimento sobre as discussões dos estudos da linguagem acerca das diferentes formar de falar e possíveis propostas para combatermos o preconceito linguístico e sermos mais abertos à diversidade sociocultural brasileira e à inclusão social.
REFERÊNCIAS
Saiba Mais • Juca Entrevista – SirioPossenti Parte I: . Se preferir clique aqui – Entrevista feita com o professor e linguista SirioPossenti, em que ele defende a posição de que a língua não deve impor caracterizações como “certo” e “errado” e muito menos promover a exclusão social a partir de preconceitos em torno de como as pessoas falam. • OLIVEIRA, Mariangela Rios de. Preconceito linguístico, variação e papel da Universidade . Cadernos de Letras da UFF - Dossiê: Preconceito linguístico e cânone literário, nº 36, p. 115-129. 1. sem. 2008. Disponível no link: . Se preferir clique aqui – Esse artigo é didaticamente esclarecedor para a questão da variação linguística, abordando as raízes do preconceito linguístico e o modo com que ele se congura como um preconceito social.
GABARITO
Questão 1 Resposta: c) as falas de pessoas que usam uma mesma língua podem apresentar variações dependendo de diversos fatores, como, por exemplo, a idade, prossão ou classe social.
Questão 2 Resposta: a) O entrevistador esperava que o jogador falasse com uma linguagem mais coloquial, mais próxima do cotidiano. Porém, o jogador fez uso de palavras rebuscadas, formais e técnicas.
Questão 3 Resposta: b) A linguagem informal. Isso porque seria difícil para muitos telespectadores de um canal aberto no domingo à tarde reconhecerem palavras tão formais e técnicas.
Questão 4 Resposta: d) Inadequada, pois o contexto pedia certa descontração, uma linguagem mais “solta”. Questão 5 Resposta: b) a mãe não entende duas gírias que o lho fala. Comentário: A mãe não compreende o signicado das gírias “barato” e “furado” e acaba considerando apenas o sentido literal delas. Isso porque essas gírias não são familiares a sua geração, ou seja, são exemplos de variação histórica da língua.
Questão 6 Resposta: c) maneiro; zoado. Comentário: “Maneiro”, assim como “barato”, é uma referência a algo interessante, de boa qualidade (o jovem de hoje poderia dizer: “Vou te dar um presente maneiro, mãe.”). Já “zoado”, assim como “furado”, é uma gíria usada para indicar algo ruim, imprestável, antiquado (o jovem de hoje poderia dizer: “Mãe, a senhora me deu um blazer zoado!”).
GABARITO Questão 7 Resposta: d) Todas as alternativas anteriores. Questão 8 Resposta: a) da pronúncia e do ritmo da fala. Questão 9 Resposta: c) Nós vai leva ele no médico. Comentário: As alternativas A e D apresentam variação histórica, enquanto que a alternativa B apresenta uma variação geográca, contendo uma expressão tipicamente mineira.
Questão 10 Resposta: c) os surstas. Comentário: Na frase que você leu, não só o contexto faz alusão a uma prática de surfe como as gírias são atribuídas a esse grupo social. Para os surstas, “brother” é o amigo camarada, “batida” signica levar a prancha até a crista da onda, “arrebentação” é a parte do mar em que quebram as ondas, “pró” é um sursta prossional, “lupa” signica óculos de sol e, por m, “prego” é o sujeito que surfa mal.
Mais próxima, para você ir mais longe.
unopar.br