Quando Quando Quando - Michael BubleFull description
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Quando, quando - Tom Jones lead sheet, music.
Quando a Gente Ama partitura
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Tony Renis, Pat Boonje, Quando, Quando, Quando, sheet musicFull description
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Ioseph Ki-Zerbo
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Para quando a
Africa? Entrevista com Renê Holenstein
Tradução de Carlos Aboim de Brito
INR!"#$%!
A memória, trampolim para o futuro
No decurso destas entrevistas, gostaria que o senhor me falasse sobre as questões e os desafios que o século que começou representa para a África.Dirijo-me ao senhor porque é um historiador célebre e porque foiuma testemunha privilegiada de grande parte da histria africana do século passado. !lém disso, sempre foium personagem contempor"neo politicamenteengajado,que representou e defendeu os interesses e os pontos de vista do continente africano em numerosas confer#nciase em comissões internacionaisde alto n$vel. %omprometeu-se,como pol$tico de renome,com o futuro do seu pa$s - pagando muitasve&es com o seu prprio corpo. %omo historiador , através de seus livros e confer#ncias , contribuiu para dar a conhecer a histria mundiala partir de uma perspectiva africana. No decurso das nossas conversas,pedirei ao senhor que comente os acontecimentos histricos atuaisde um ponto de vista africano. 'emos hoje a África mergulhada no caos,envolvida em conflitosétnicos,embora essas imagens sejam encaradas como coisa normal . (uais s)o as grandes questões que se colocam hoje na África* Entre as grandes questões está, em primeiro lugar, a do Estad o. O Estado mal consegue se formar e já é pre ssionado por instituições como o Banco Mundial. Elas exigem que exista uma estrutura estatal cada e! menor, e a influ"ncia das em presas multinacionais impõe-se cada e! mais. #erá que a $frica terá tempo de criar um tipo de Estado semel%ante ao europeu& 'oje, os dirigentes africanos fa!em do Estado um Estado patr(mon ia l ou étnic o, que n) o é um erd ad eiro Estado, que trans-
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no #eneI ascido em /0, gal , 1 %ei 2 3nt a 4i op cri ou u ma n oa es col a de e st udo s %ist5ricos e antropol5gicos so *re a $frica e, em particular, o Egito antigo em sua relaç)o com a $frica negra. 4e 6 até sua morte, lecionou na 7aculdade de 8etras e 1i"ncias 'umanas de 4acar 9capital do #enegal:. 9.E.:
Joseph Ki-Zerbo
3 seguir, %á a quest)o da unidade e da fragmentaç)o da $frica. Min%a idéia, como oc" sa*e, é que a $frica dee constituir-se atraés da integraç)o, que n)o existe erdadeiramente %oje. ; p elo se u mas é preciso um ter aut"ntico, n)o um ter de esmola, de mendicidade. ?rata-se do pro*lema da identidade e do papel a desempen%ar no mundo. #em identidade, somos um o*jeto da %ist5ria, um instrumento utili!ado pelos outros, um utens(lio. E a identid ade é o pap el assumido> é co mo numa pe ça d e teatro, em que cada um rece*e um papel para desempen%ar. a identidade, a l(ngua conta muito. O século que começou assistirá @ decad"ncia das l(nguas africanas& #ua lenta asfixia seria dramática, seria a descida aos infernos para a identidade africana. Aorque os africanos n)o podem contentar -se com elementos culturais que rece*em do exterior . #omos forjados, moldados, formados e transformados atraés dos o*jetos manufaturados que nos "m dos pa(ses industriali!ados do orte, com o que eles t"m de carga cultural. Em contrapartida, eniamos para o orte o*jetos que n)o t"m qualquer mensagem cultural a dar aos nossos parceiros. 3 tro ca c ultura l é muito mais desigua l do q ue a troca d os *ens mat er iais. ?u do o que é alor agregado é etor de cultura. +uando utili!amos e sses *ens, entra mos na cultura daqu ele que os pr odu!iu. # omos transfor mados pelo estuário europe u que usamos, p elo c imento c om o qual constru(mos as n ossas casas, pelo s com putadores que rece*emos. ?udo isso nos molda, enquanto n5s eniamos para os pa(ses do orte algod)o, café e cacau *ruto, que n)o cont"m alor agregado espec(fico. Em outras palaras, e stamos c on finados a setores onde pro du!imo s e gan%a mos o menos poss(el, e a nossa cultura tem poucas possi*ilidades de se difundir, de participar da cultura mundial. ; por isso que um dos grandes pro*lemas da $frica é a luta pela troca cultural equitatia. Aara isso, é necessário dar infra-estrutura @s nossas culturas. ma cultura sem * ase material e l og(stica é a penas um ento que passa.
o senhor pertence, juntamente com o senegal#s %hei+ !nta Diop,
Para quando
a África?
partir d e uma perspectiva africana. O senhor devolveu aos africanos a sua histria. De objetos da etnologia européia que eram, o senhor fe& deles sujeitos do seu prprio destino. %omo se sabe, até os anos sessenta, era difundida na uropa a crença de que a África n)o tinha uma histria que valesse a pena ser contada. (ual é o lugar da histria da África na histotiogratia geral* 3 $fr ica é o *er ço d a %u ma ni da de. ?odos o s cientistas do mundo admitem %oje que o ser %umano emergiu na $frica. inguém o contesta, mas muita gente esquece isso. Estou certo de que, se 3d)o e Ea tiessem aparecido no ?exas, ouir(amos falar disso todos os dias na 1!. ; erdade que os pr5prios africanos n)o exploram suficientemente esta <antagem com paratia<, que consiste no fato de que a $frica foi o *erço de inenções fundamentais, constitutias da espécie %umana durante centenas de mil%ares de anos. 7oi a partir do continente africano que o /omo erectus, graças ao fogo que desco*riu 9Arometeu tam*ém era africano: e graças ao *ifaceC - instrumento e a rma muito eficiente - , pDde migrar para a Europ a o utro ra, no orte do planeta, co*erto de calotas geladas, a ida era im poss(el> n)o %á est(gios %umanos na Europa, nos per(odos mais recuados. 3lém disso, foi no Egito que a maior ciili!aç)o da 3ntigFidade surgiu> e o Egito é o fil%o natural dos primeiros tempos da $frica como *erço da %umanidade, em*ora ten%am ten tado desl igar o p a(s do s fara5s da $ frica, pretendend o q ue fa! parte do Oriente Médio. O l(der da 7rente acional na 7rança - =ean-Mar (e 8e Aen - e seus parceiros deeriam aprender a %ist5r ia real do mund o. =sso os l earia d ir eta me nte a recon %e ce r que seu s antepassados foram os primeiros emigrado s indos da $frica.
passou uma grande O senhor tem um percurso fora do comum0 parte da inf"ncia no !lto 'olta 1hoje 2ur+ina 3asso4 , no 5enegal e em 6ali, onde fe& os seus estudos b7sicos e secund7rios. Depois, durante os anos cinq8enta, estudou /istria na 5orbonne 1 em 9aris4 e foi o primeiro africano a obter ali um doutoramento , a mais alta distinç)o acad#mica. (ue motivos o levaram a estudar /istria*
0 Grande rede norte-americana de not(cias, de alcance mundial. 9.E.: 0 O *iface é um pedaço de pedra de formato aproximadamente oal, com uma extrem id ade l arg a, p or on de é seguro, e a outra alongada, com as duas *ordas laterais cortantes. Essa *orda é feita pela per cuss)o com um seixo duro, de modo a retirar lascas da pedra, até l%e dar o formato apropriado. É o mais antigo utens(lio fa*ricado pelo /omo erectus. 9.E.: /
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#o *re este assunto, er as o*ras de 'er*ert Marcuse. I ascido na Martinica, em 0, 3imé 1é sa ire formous e na Es co la orma l # up er io r d e A ar is. +ua ndo estudaa na 7rança, começou a escreer e fundou, junto com #eng%or 9e r no ta J : e o ut ro s, a r ei st a l :; t ud ia nt N oi r. Koltou @ Martinica como professor . 7o i eleito prefeito de 7ort de 7rance em HI e deputado na 3ssem *léia acional 7rancesa em HJ. Em IL, c rio u o Aa rt id o A ro gr es sista Mart(niqu"s, com a proposta de independ "n ci a p or u ma ia c omu ni st a de inspiraç)o pan-africanista. #ua asta o*ra inclui poesia, e ns ai os e p eç as t ea tr ai s. 9 . E. : J 8éopold-#édar #eng%or nasceu em J, no #enegal. 8icenciou-se em 8etras em Aaris, onde con%eceu 3imé 1ésaire 9er nota I:, com quem esta*eleceu os fundamentos da negritude . ?ornou-s e p ro fe ss or e, durante a #egunda Guerra Mundial, quando lutou no E xé rc it o f ra nc "s , p ar ti ci po u d a 7rente acional niersitária. E m HI , fo i e le it o de put ad o pelo #enegal, em II, #ecret ár io d e E st ad o e , e m J , t or no u-s e o pr ime ir o p re sid ent e d o #e ne ga l, c arg o q ue o cup ou at é 6, quando se retirou da id a p ol (t ic a, p as sa nd o a i er na 7rança, onde morreu em /. 9.E.: H
)ose*+ KI-Zerbo
)o, e, aliás, a %ist5ria africana era descon%ecida. 7i! todos os meus e studo s n o Nm*ito franc"s, com manuais franc ese s. )o %aia nada no programa que tratasse da $frica. 3inda pequenos, t(n%amos de utili!ar um liro de 'ist5ria franc"s que começa assim <ossos antepassados, os gauleses ... < 3ssim, n o in (cio da nossa formaç)o, % oue defor maç )o . epetimos maquinalmente o que queriam inculcar -nos. Mais tarde, na u ni ersid ade, fi! todos os meus estudo s sem uma r efer "ncia @ %ist5ria da $frica, salo de modo superficial, em relaç)o @ % ist5ria eu ropéia, para a ssin alar o papel d a $frica d urante o tráfico dos negros, por exemplo. Aosso citar -l%e ainda os assuntos do doutoramento <7lorença no século PK<, <3 3leman%a de Qeimar< ... Mas nada so*re a $fricaC Aouco a pouco, essa exclus)o foi-me parecendo uma monstruosidade. 3o estudar a =dade Média européia e o per(odo contemporNneo, tie ontade d e con%ec er a % ist5ria africana. 1 omeçaa a i ntere ssar-me, precisamente porque a sua aus"ncia nos do(a e nos deixaa sequiosos. O desejo de exumá-=a, de me enoler nela, nasceu dessa contradiç)o. Optei pela 'ist5ria, inicialmente, porque meu pai tee uma ida longa. Ele era um %omem de 'ist5ria. Era portador de uma parte da nossa %ist5ria local, dado que fora o primeiro cr ist)o do 3lto Kolta, e gostaa de contar os acontecimentos. 3ssim, fui preparado para o of(cio de %istoriador por essa educaç)o. 1onsidero tam*ém que a 'ist5ria é
Para quando
a África?
4epestr eL e outros, nos terem apresentado um ol%ar alternatio so*re a $frica, um ol%ar sem complexos, que respondia ao despre!o com um desafio. Eles pr5prios tin%am ficado traumati!ados com e ssa e du caç)o capenga, m(o pe, que d espre!aa e ocultaa os alores da cultura africana, desde as l(nguas até a ciili!aç)o material> e responderam, juntamente com 3lioune 4iOp6,com uma < presença africana<, uma mensagem de renascimento. 5s, os %istoriadores africanos, reali!amos a mudança indo ainda mais longe. 3firmamos a necessidade de refundar a 'ist5ria a partir da matri! africana. O sistema colonial prolongaa-se até a esfera da inestigaç)o. ?odas as pesquisas em agronomia, geografia e economia eram feitas em grandes institutos no estrangeiro. 3 pesquisa era um dos instrumentos da coloni!aç)o, a tal ponto que a inestigaç)o %ist5rica tin%a decidido que n)o %aia %ist5ria africana e que os africanos coloni!ados estaam pura e simplesmente condenados a endossar a %ist5ria do coloni!ador . 7oi por esta ra!)o que nos dissemos que t(n%amos de partir de n5s pr 5prios para c%egar a n5s pr5prios. Koc" sa*e que procuramos noas fontes da %ist5ria africana, particularmente a tradiç)o oral. Aroei que a express)o
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