O Catimbó da Jurema
Um pouco da história-Estudos etno-históricos-por Marcelo Bolshaw Gomes ...Dentre os estudos da antropologia brasileira a Jurema ocupa um lugar singular. O próprio termo comporta denota!"es m#ltiplas $ue s%o associadas em um simbolismo comple&o. 'l(m do sentido bot)nico a pala*ra Jurema designa ainda pelos menos tr+s outros signi,icados ... /reparado l0$uido 1 base de elementos do *egetal de uso medicinal ou m0stico e&terno e interno como a bebida sagrada 2*inho da Jurema23 ... Cerim4nia m5gico-religiosa liderada por pa6(s &am%s curandeiros re7adeiras pais-de-santo mestras ou mestres 6uremeiros $ue preparam e bebem este 2*inho2 e8ou d%o a beber a iniciados ou a clientes3 ... Jurema sendo igualmente uma entidade espiritual uma 2cabocla2 ou di*indade e*ocada tanto por ind0genas como remanescentes herdeiros diretos em cerim4nias do Catimbó de cultos a,robrasileiros e mais recentemente na Umbanda. .../ara o pro,essor Jos( Maria 9a*ares de 'ndrade esse 2comple&o semiótico2 chamado Jurema representa at( ho6e na polissemia deste termo um ponto de *ista e uma resist+ncia (tnica dos nordestinos autóctones 2um ,io condutor de um tra!o cultural distinti*o do componente ind0gena da cultura popular regional e nacional.2 ...:uma primeira ,ase da coloni7a!%o a resist+ncia dos po*os ind0genas no :ordeste n%o permitiu $ue a Jurema en$uanto 5r*ore sagrada ,osse conhecida em seus usos e signi,icados n%o sendo assim documentada pelos coloni7adores e estrangeiros. ...:uma segunda ,ase histórica a Jurema representa um elemento ritual ligado 1 própria resist+ncia armada dos po*os ind0genas ou 1 guerra empreendida contra inimigos inclusi*e em suas alian!as. 'inda nesta ,ase na $ual a Jurema come!a a ser documentada seu signi,icado ainda n%o ( entendido mas seu uso 65 ( moti*o de repress%o pris%o e morte de 0ndios.
...:a medida em $ue a*an!a o rolo compressor da coloni7a!%o processo de genoc0dio ou tentati*a de domina!%o n%o só pol0tica e econ4mica como tamb(m cultural aparece uma no*a ,orma de resist+ncia a Jurema assume um lugar central na religiosidade popular n%o só ind0gena regional - Catimbó. Diante do componente negro a Jurema garante seu reconhecimento como entidade ;esp0rito di*indade cabocla< autóctone 2dona da terra2. ' Jurema ( absor*ida pelos cultos a,ro-brasileiros tendo surgido inclusi*e os 2Candombl(s de Caboclos2. ....:as #ltimas d(cadas ( no conte&to da Umbanda religi%o nascente e em pleno processo de sistemati7a!%o e de e&pans%o nacional $ue a Jurema ( integrada na cosmologia sagrada no pante%o da religi%o nacional. Constatamos em *5rios estados nordestinos as 2=inhas da Jurema2 dentre as linhagens e ,ilia!"es religiosas da Umbanda. :esses #ltimos anos e paralelo ao mo*imento religioso propriamente brasileiro a Jurema continua como 2n#cleo duro2 segredo bandeira ou s0mbolo para os remanescentes ind0genas em pleno 2mo*imento (tnico2 num conte&to de de,esa de seus direitos humanos de suas 5reas de reser*as e de sua autonomia e reconhecimento no pluralismo da sociedade e das culturas brasileiras. ...;c, >ibeiro?@@?< ' presen!a do A( /elintra e da cacha!a s%o essenciais no catimbó onde inclusi*e 2n%o h5 Mestre abst+mio2. ...Em 'lhambra pe$ueno munic0pio situado ao sul de Jo%o /essoa na /ara0ba est5 situada a cidade sagrada da Jurema. =5 est%o sepultados $uarenta e dois mestres principais dentre eles Mestre A( /elintra. nico esp0rito $ue n%o ( da tradi!%o do 0ndio $ue pode aparecer nos rituais pois ele segundo di7em 2bai&a em $ual$uer tipo de ser*i!o2 ...' Jurema ( uma 5r*ore $ue ,loresce no agreste e na caatinga nordestina tendo duas $ualidades a 6urema-branca e a 6urema-preta. Os pa6(s ;sacerdotes tupis< usa*am a bebida da 6urema-branca $ue ,a7iam com $ue as pessoas ti*essem sonhos. Os ,eiticeiros babalori&5s pernambucanos os mestres de Catimbó os pais-deterreiro dos candombl(s da Bahia usam muito a 6urema. ...angirardi Jr. ;?@< a,irma $ue o termo 6urema designa *5rias esp(cies dos g+neros Mimosa 'c5cia e /ithecelobium. Jonathan Ott em seu F9he 'ngelsF Dictionar ;?@@H< tamb(m aponta no seu *erbete sobre o 2Iinho da Jurema2 $ue al(m da Mimosa hostilis Benth. outras esp(cies de leguminosas tais como Mimosa Ierrucosa Benth. 'cacia piauhensis Benth. e *5rias esp(cies /ithecellobium podem
ser designadas pelo mesmo nome. ...angirardi Jr. aponta $ue a Jurema 2estudos sob o aspecto ritual2 de onde emergem mani,esta!"es di*ersas de e&perimenta!%o religiosa ...-6urema era usada ritualmente por tribos de dois grandes grupos ind0genas $ue habitaram o :ordeste J+ os tapuias dos antigos escritores e arir0. /erderam-se no entanto para sempre os detalhes das cerim4nias em $ue a er*a era ingerida por esses 0ndios cerim4nias essas n%o registradas por nenhum escritor da (poca2 ;angirardi Jr. ?@?@<. 'l(m disso *ale sugerir $ue a 6urema ,oi combatida durante a cate$uese ind0gena $uando os abor0gines da regi%o :ordeste eram aldeados em miss"es3 e combate ideológico este $ue parece ter se estendido a 6uremeiros de uma maneira geral at( a primeira metade deste s(culo pois como in,orma angirardi Jr. ...- as reuni"es de culto em $ue bebiam 6urema era chamada antigamente de ad6unto da 6urema e designa*a pr5tica supersticiosa c8 artes do dem4nio e como tal os seus adeptos esta*am su6eitos 1s penas da lei. ...Mas se n%o e&istem relatos sobre usos rituais da 6urema antes do contato dos 0ndios com a ag+ncia coloni7adora pode-se encontrar em contrapartida descri!"es de rituais sincr(ticos nos $uais se consome 6urema. De ,ato a 6urema ,a7 parte n%o apenas de ritos ind0genas mas sua utili7a!%o ritual acha-se tamb(m di,undida entre di*ersos sistemas de cultos ;em 5reas rurais e urbanas< tais como catimbós &ang4s candombl( etc. egundo angirardi Jr. 2os pa6(s ind0genas ensinaram aos brancos e mesti!os os mist(rios da pa6elan!a. Esta in,luiu no catimbó. Uma e outra receberam a mescla do espiritismo da ,eiti!aria europ(ia e nas ora!"es e imagens de santos do catolicismo. Depois completando o ciclo o pa6( ind0gena recebe de *olta sincreti7ado tudo a$uilo $ue ensinara. E passa inclusi*e a trabalhar com os encantados ...2 ;angirardi Jr.?@?@K<. ...'t( o s(culo LL beber 6urema era sin4nimo de ,eiti!aria ou pr5tica de magia. Da casca de seu tronco e de suas ra07es se ,a7 uma bebida $ue ( considerada m5gico-sagrada. endo tamb(m Jurema o local sagrado onde *i*em os Mestres do Catimbó religi%o ,orte do :ordeste. ...Este culto se di,undiu dos ert"es e 'grestes nordestino em dire!%o 1s grandes cidades do litoral as constantes ondas
migratórias entre o interior e o litoral de*em ter in,luenciado nestes interc)mbios de elementos simbólicos no culto. Espalhando-se em algumas cidades nordestinas como >eci,e /ara0ba Maceió :atal chegando ao sudeste e sul do Brasil. Desse modo o s0mbolo da 5r*ore $ue liga o mundo terreno ao al(m e embora amargo d5 sapi+ncia aos $ue dela se alimentam. Mesas de Jurema ...Chama-se Mesa o altar 6unto ao $ual s%o consultados os esp0ritos e onde s%o o,erecidas as obriga!"es. Com imagens de santos católicos e de esp0ritos a,ro-amer0ndios marac5s e cachimbos. Duas categorias de entidades espirituais tem seus assentamentos nas mesas de Jurema os Caboclos e os Mestres. ...Os Mestres s%o descritos como esp0ritos curadores de descend+ncia escra*a ou mesti!a ;0ndio com negro ou branco com uma das duas outras ra!as<. :o pante%o 6uremista e&istem *5rios mestres e mestras cada $ual respons5*el por uma ati*idade relacionada aos di*ersos campos da e&ist+ncia humana. :as mesas as representa!"es das entidades relacionadas nesta categoria s%o as mais elaboradas geralmente possuindo o estado completo e a 26urema plantada23 em especial a do 2mestre da casa2 a$uele $ue incorpora no 6uremeiro ,a7 as consultas e iniciam os a,ilhados nos segredos do culto. /or tudo isso esse mestre ( carinhosamente chamado de 2meu padrinho2. ...' /a6elan!a e o Catimbó cultos basicamente ind0genas mas 65 miscigenados com elementos crist%os e católicos $ue entrou o :egro ou o seu descendente especialmente no :ordeste os citados cultos e cerim4nias at( certo ponto bem an5logas 1s de seus antepassados a,ricanos. ...Em continuidade no tempo ,oi da ,us%o destes no*os cultos de Caboclos Encantados com os primeiros aportes isolados da religiosidade dos negros $uase sempre escra*os ,ugiti*os $ue encontraram guarida e prote!%o na /a6elan!a e no culto dos Encantados $ue esbo!ou-se o Culto do Catimbó. ...E&empli,icando a mudan!a de tais ,un!"es ou!a-se o triste depoimento de um *elho /a6( de nome 9arcu5a $ue assim se lamentou com um pes$uisador 2 No6e n%o h5 mais /a6(s3 somos todos Curandeiros2 ;>oger Bastide 2apud2 C)mara Cascudo em 2:o*os Estudos sobre o Catimbó2 Brasiliensis pg. @<.
Iisite o ite N99/88.EPE>'.Q:PO
>ami,ica!"es da Jurema ' pala*ra Jurema apresenta di*ersos signi,icados os $uais n%o se resumem a usos distintos do seu emprego na medida em $ue podem aparecer interligados. /oderia supor-se ter ha*ido um signi,icado inicial progressi*amente encoberto pela perda de memória e por uma mentalidade popular con,usa. eria igualmente poss0*el retalhar a Jurema em *5rios signi,icados mais ou menos arbitrariamente ligados 1 mesma pala*ra. 'o se e&aminar mais de perto essas possibilidades h5 de se con*ir $ue meramente reiteram uma pr(-concep!%o de ob6eto e de pala*ra insistindo em dei&ar no limbo a sutile7a e a ri$ue7a da interdepend+ncia entre todas as suas acep!"es. /roceder dessa ,orma ( tamb(m descartar ou menospre7ar a enuncia!%o popular e dei&ar passar uma oportunidade #nica de seguir tra!os da memória social brasileira e de acompanhar as suas deambula!"es. :a contram%o dessa tend+ncia e&perimente-se dar ou*idos 1s enuncia!"es da Jurema nas di*ersas acep!"es em $ue ela se re*ela Jurema ( uma 5r*ore mas n%o e&atamente. R uma e outras. ' sua identi,ica!%o bot)nica permanece relati*amente inde,inida.H O nome pode se re,erir ;principalmente< a esp(cies dos g+neros Mimosa 'c5cia e /ithecellobium ;angirardi Jr ?@ citado por GrSnewald ?@@@a< $ue n%o espelham as denomina!"es populares de *5rias 5r*ores como Jurema ;/reta Branca Iermelha etc.< as $uais por sua *e7 admitem *aria!%o regional.T Jurema ( uma bebida. ' partir de partes da$uelas plantas nem sempre as mesmas ;as mais re,eridas s%o a Mimosa tenui,lora e a Mimosa *errucosa< obt(m-se um l0$uido de uso religioso e medicinal. 's ,órmulas do seu preparo os tecidos *egetais utili7ados e as dosagens assim como a combina!%o com outros ingredientes s%o *ari5*eis. Jurema ( uma cerim4nia religiosa ;di*ersamente celebrada por 0ndios
ou caboclos< no )mbito da $ual a$uela bebida ( comungada. s *e7es distinguida como uma religi%o espec0,ica no comple&o cen5rio da espiritualidade brasileira mais comumente o culto da Jurema apresenta-se di,uso em pr5ticas religiosas nas $uais pode ter um papel mais ou menos central pa6elan!a tor( catimbó umbanda candombl( de caboclo etc. Jurema ( uma 2entidade2 espiritual $ue se mani,esta no transe de adeptos dessas religi"es ;'nthon VWW?<. Ou uma classe um tipo de 2entidades2 ha*endo muitas Juremas. ' Jurema $ue se mani,esta nesses cultos pode caracteri7ar-se de maneira bastante *ariada em di,erentes pr5ticas e em di*ersos n#cleos da mesma religi%o. s *e7es a sua caracteri7a!%o pode ser di*ersa no mesmo n#cleo ou at( mesmo Juremas di*ersas podem incorporar na mesma m(dium. Jurema tamb(m pode ser o local de culto e ora!%o a mesa da Jurema ou o 2cong52 umbandista. Jurema ( o 2mundo espiritual2 de onde pro*+m os encantados $ue se mani,estam nas sess"es. Jurema ( o 2plano espiritual2 dos esp0ritos cultuados na di,usa 2espiritualidade brasileira2 $ue se apresentam como 0ndios. Jurema ( uma 0ndia meta,0sica. 'tende pelo nome de Jurema uma apresenta!%o antropomór,ica do sagrado ,lorestal. Em rituais con*i*em a bebida e a 2cabocla2 do mesmo nome ;'ssun!%o VWW?<. Una ou duasX Jurema pode ser uma 2linha2. ' 2linha2 das 2caboclas de O&ossi2 ;antropomor,oses ,emininas de epi,anias ,lorestais 2encantos da mata2<. R uma e m#ltiplas. ' linha da Jurema pode n%o se restringir 1 2,alange2 de 2esp0ritos da mata ,emininos2. N5 2esp0ritos masculinos2 $ue s%o 6uremeiros. :%o obstante sertane6a e planta a Jurema ( ho6e associada a caboclas da 5gua e especialmente do mar ;con,orme o som 26uremar2 e a signi,ic)ncia da cor comum ao oceano e 1 mata<. Jurema ( um ob6eto. /intura ou estatueta de uma 0ndia com tra!os $ue podem *ariar - as suas apresenta!"es ic4nicas est%o longe de serem tratadas como meras representa!"es - na pr5tica ritual podendo receber a aten!%o cuidado e respeito de*idos 1 própria 2realidade2.
Mas a sua imagem n%o necessariamente se corpori,ica em ob6eto material. /ode ser apari!%o ob6eti*amente percebida por 2*identes2 com a mesma $ualidade da percep!%o de uma pessoa comum como pode igualmente surgir como uma 2imagem mental2 parecida com as cenas on0ricas dela se distinguindo por acontecer em *ig0lia e por outros sinais $ue *ariam bastante de in,ormante para in,ormante ;e*entos concomitantes como cantos de p5ssaros ou *4os de borboletas nitide7 da imagem 2a*isos2 e 2con,irma!"es2 etc.<. Jurema ( uma cidade. ' cidade da Jurema uma cidade do 'l(m. Mas muito concretamente a cidade da Jurema pode consistir numa cole!%o de copos e ta!as com di*ersas bebidas $ue com ,ins rituais se assentam na 2mesa da Jurema23 bem como pode ser uma 6uremeira ;5r*ore< ou um 6uremal. Jurema ( a mata. ' cidade da Jurema pode alargar-se do 6uremal 1 totalidade e *ariedade da ,loresta no seu con6unto. Jurema ( um tronco ;de 6uremeira<. Um galho $ue ritualmente marca um ponto de sacralidade no lugar do culto. Mas o tronco do 6uremal tamb(m ( o lugar de onde *+m os caboclos e mestres do seu culto o $ue ( literalmente *erdadeiro mais do $ue uma ,igura de linguagem a Jurema ingerida comumente ( preparada a partir da casca do tronco ;ou da casca da rai7<. :os pontos reitera-se assiduamente $ue a Jurema ( um 2lugar2 de onde se *em ou para onde se *ai. I5rios pontos cantados o e&pressam preser*ando uma ambigSidade signi,icati*a do outro como eu Eu *enho de longe do tronco do 6uremal. Yuem *emX O caboclo 0ndio (tnicoX O praticante do culto $ue reali7a o ritualX O 2guia2 $ue 2incorpora2X O Outro ou euX Como a Jurema poderia representar-se se se indetermina o su6eito relati*amente ao $ual ela se ob6eti*ariaX Essas 5r*ores troncos e espiritualidade tamb(m s%o um sinal diacr0tico da identidade (tnica ind0gena. ' Jurema ( um tra!o signi,icante $ue delimita o 2ser2 0ndio. :o s(culo LL a perpetua!%o do seu culto ;depois de meio mil+nio de persegui!"es< passou a ser um modo de reconhecer a etnia e processos de acultura!%o se in*erteram em processos de etnog+nese. :%o apenas o er*i!o de /rote!%o ao Zndio ;antecessor da PU:'Q< o adotou como crit(rio de reconhecimento de comunidades ind0genas ;o $ue parado&almente incenti*ou a preser*a!%o ou rein*en!%o do uso a ,abrica!%o de tradi!"es< como remanescentes de tribos ind0genas competem entre si para se demarcar do culto caboclo e para preser*ar o segredo e
a,ian!ar a ,idelidade dos seus ritos 1 origem assegurando-se uma 2pure7a2 (tnica ;GrSnewald ?@@@b<. De $ual$uer modo cumpre sublinhar $ue este diacr0tico apenas aparentemente se consubstancia num ,ato bot)nico. ' concep!%o contempor)nea de planta ob*iamente n%o ( a mesma do uni*erso ind0gena ;ha6a *ista a 2imprecis%o2 ta&on4mica< embora ra07es desta tal*e7 a,lorem na remiss%o da 5r*ore a uma ,igura de mulher. Yuimicamente a Jurema ;Mimosa tenui,lora< apresenta um alcalóide da ,am0lia dos alucinógenos indólicos ;Carlini [ Masur ?@@3 Grae,, ?@K<. Mas a dimens%o de sacralidade do seu consumo passa ao largo da descri!%o bio$u0mica dos seus e,eitos e ambas s%o incompat0*eis e *erdadeiras 1 sua maneira. /or um lado nem sempre as dosagens e os modos de consumo ritual $ue 2abrem os encantos2 seriam capa7es de e&plicar as altera!"es de consci+ncia por eles pro*ocados. /or outro $uando se e&amina a Jurema por uma perspecti*a estritamente simbólica descobre-se $ue os pretensos s0mbolos uni*ersais nela en*ol*idos s%o realmente signi,ic5*eis a partir de procedimentos muito particulares e de a!"es rituais neuro,isiologicamente e,icientes. 'l(m disso $ual$uer tentati*a de redu7ir a Jurema a uma supersti!%o a ser esclarecida pela ci+ncia moderna ou como remetendo a uma tradi!%o ind0gena degradada pressuporia uma concep!%o linear do tempo n%o autori7ada pelos dados. O modo arcaico do seu consumo se mant(m como n#cleo de identidade e de resist+ncia (tnica ind0gena garantia de reconstitui!%o e continuidade mas a Jurema tamb(m se internacionali7a como enteógeno ;GrSnewald ?@@@a< e ,re$Sentemente estas di*ersas dimens"es con*i*em entre si ao mesmo tempo e 1s *e7es nas mesmas pessoas. 'ntiga e contempor)nea na Jurema enra07am-se memórias sociais inconscientes. O seu arca0smo e re,lorescimento permitiriam transportar signi,ic)ncias e re*elar processos de conser*a!%o de tempos aparentemente perdidos pela ,alta de documentos escritos e pela e&tin!%o ,0sica de po*osX Nistoricamente o uso ind0gena da Jurema n%o ,oi meramente ritual e religioso. /erseguida pela piedade romana en$uanto meio de cura a Jurema ,oi tolerada $uando ingerida em ocasi"es de guerra ;'ndrade [ 'nthon ?@@<. Os 6uremeiros s%o tamb(m guerreiros histórica e miticamente ,alando e certamente n%o ( 1 toa $ue na sua *ers%o antropomór,ica a Jurema possa se ,a7er acompanhar de ,lecha e bodo$ue.
>esistente desde h5 muito culti*ou-se al(m do território simbólico brasileiro estritamente ind0gena. >ami,ica-se especialmente na memória e nas epop(ias do homem nordestino sendo celebrada por um cancioneiro popular $ue 1s *e7es descre*e o seu uso ritual e medicinal sem por isso dei&ar de ser meta,órico e simbólico. R principalmente ;mas n%o e&clusi*amente< nesse )mbito $ue a Jurema ( apreciada como comunh%o com o sagrado crist%o. Mesmo entre as comunidades ind0genas $ue a empregam diacriticamente como seu distinti*o a 2pure7a2 (tnica pro,essada mani,esta-se sincreticamente. ' pala*ra an6uc5 signi,icaria 2an6o c52 e o *inho da Jurema seria o *erdadeiro sangue de Cristo pois $uando ,oi derramado teria sido guardado 6unto a um p( de Jurema ;GrSnewald ?@@@a<. Bastide ;?@KH8VWW?< relata $ue os poderes associados 1 Jurema e $ue a distinguem das outras 5r*ores s%o atribu0dos pelos catimbo7eiros ao ,ato de a Iirgem na ,uga para o Egito ter escondido o menino Jesus numa 6uremeira. ' 5r*ore 2guarda2 a agrada Pam0lia ;Brand%o [ >ios VWW?< e entre as mais importantes 2,alanges de esp0ritos2 $ue a acompanham incluem-se os caboclos do >ei alom%o ;Carlini ?@@<. Em suma em *e7 de proporcionar uma 2sua2 representa!%o a Jurema ( multiplicadora de representa!"es. :%o ( uma #nica planta abrange a ;polissemia da< mata inteira. Os seus p(s s%o cidades. ',igura-se mulher cabocla morena linda 0ndia... /oderosa n%o obstante ,ruto de uma cultura oral enra07a-se em letras os 2seus2 0ndios ora se re*elam seres espirituais assemelhados a constru!"es liter5rias rom)nticas ou a imagens de comemora!"es c0*icas ;antos ?@@H< ora $uando e,eti*amente pessoas e comunidades ind0genas pelo menos em parte estas receberam tal identidade a partir de crit(rios dispon0*eis na literatura antropológica. /orta-*o7 de um recalcado coleti*o e signi,icante do seu retorno a Jurema guarda saberes sociais e memórias coleti*as incompat0*eis com a delimita!%o representati*a. Pitomor,ose humana ,re$Sentemente guarda sentidos corporais e espelha e&ist+ncias a$u(m e al(m da estrita determina!%o de signi,icados e da sua abstra!%o em s0mbolo.
Cancioneiro da Jurema /ortentoso ,esti*al de deslocamentos literalmente bot)nicos
condensados com aspectos cultuais $ue metonimicamente tamb(m podem denominar-se 2Jurema2 n%o adianta persegui-la para encontrar um 2umbigo2 bot)nico ou etnogr5,ico $ue lhe ache uma realidade ,inal a $ual se6a a origem das suas representa!"es e permita ob6eti*5-la total e coerentemente. >eal e su6eito ( Outro misterioso e antropomór,ico. Conta-se em parte e as ,olhas das suas escrituras podem ser escutadas recorrendo-se aos poemas cantados $ue a celebram. ' m#sica ritual relati*a ao seu culto permite-lhe mostrar-se tal como se re*ela aos olhos da cultura dita popular. ' Jurema ( planta. 9em rai7 tronco sementes ,olhas ,lores per,ume... $ue n%o se resumem a ,iguras de linguagem nem se achatam 1 mera bot)nica. ' Jurema ( algo mais humana mulher morena linda consci+ncia l0$uido sagrado. O seu per,ume e as suas ,olhas comportam um 2clima2 $ue a consubstancia. 9ransportam caboclos. Os seus p(s s%o cidades. Misteriosa 2reside2 no centro da mata *irgem. =5 nascem ;poliss+micas< ,lores. R ,unda a rai7 da Jurema e a comunh%o da sua casca desperta consci+ncia e transporta memória. Muito pro,unda corpos su6eitos $ue longe de a interlocutores
irrecalc5*el brasileiros ob6eti*arem sem pre6u07o
retorno de ra07es (tnicas ind0genas nos a Jurema retorna em mil e uma ,acetas re,letem o ponto de *ista dos seus da sua sacralidade.
Muitos dos seus 2pontos2 dramati7am per,ormances rituais e memórias sociais. 's ,olhas da Jurema podem ser maceradas mas a sua colheita tamb(m pode ser o transe como orienta!%o para a *ida dos m(diuns e para a comunidade dos ,i(is humanas ,olhas desgarradas da 5r*ore m%e caboclos desenrai7ados $ue 2incorporam2 os do 2'l(m2 e com eles ,ilialmente se aconselham. =e*ar essa literatura a s(rio ( tomar a letra ao p( do corpo. ' Jurema se re*ela como uma esp(cie de poesia imanente ao imagin5rio brasileiro cu6a deci,ra!%o implica um enredamento na ner*ura sutil das ,olhas e em contato com espinhos. /ouco importa a inconsci+ncia de uma representa!%o total dessa epi,ania por parte dos su6eitos populares atingidos pelo seu 2tombo2 ;inicia!%o<. Eles s%o mais do $ue sabem pois a Jurema transborda a consci+ncia. egue-se uma sele!%o de trechos e coment5rios de letras de m#sicas rituais de dom0nio ;ou pelo menos de uso< p#blico - na sua $uase totalidade gra*adas em terreiros umbandistas da Grande %o /aulo $ue n%o se pretende nem poderia ser e&austi*a.
O m(todo seguido consiste em tomar literalmente a s(rio o $ue se enuncia pelo multi,acetado repertório musical ritualmente e,ica7. :%o se le*a em conta os signi,icados conscientemente atribu0dos pelos participantes aos seus ritos mas t%o somente o $ue as letras implicitamente dei&am 1s claras se6a por eles e&plicitado ou n%o ;isto ( d5-se ou*idos ao Outro escuta-se o inconsciente<. Cada cantiga ecoa ,rases de uma narrati*a do Outro re*eladora de memórias sociais e&pectati*as históricas e principalmente de processos coleti*os de cogni!%o n%o redut0*eis a representa!"es nem totali75*eis por su6eitos indi*iduais. O ponto ,ulcral ( $ue a luminosidade da Jurema ;inclusi*e a alucinose $ue suscita< a,irma-se n%o ser da ordem da ilus%o. /ara os $ue a cultuam imp"e-se a tare,a de ter coragem para ou*ir a sua *erdade e se apro,undar no próprio ser ' Jurema n%o engana ningu(m. ' declara!%o mais do $ue descre*e ,irma e con,irma o seu *alor e seu uso ritual. O estatuto dos enunciados $ue a re*elam apresenta-se mais propriamente per,ormati*o do $ue descriti*o. Em con,ormidade com esse modo de acontecer do ,en4meno religioso 6u07os de realidade e&tempor)neos n%o podem p4r entre par+nteses as implica!"es hermen+uticas (ticas e metodológicas da decis%o de dar cr(dito ou n%o 1 sua narrati*a. O acesso aos rec4nditos da Jurema depende de um trabalho de interpreta!%o Oh\ Jurema /reta senhora rainha. Dona da cidade mas a cha*e ( minha h5 2cha*es2 para conhecer os seus segredos. O seu culto apela a um empenho e compet+ncia hermen+uticos ritualmente rea,irmados. 'lteridade enunciante ( senhora dos seus dom0nios. O segredo guarda-se e narra-se a $uem $uer. Mas os seus des0gnios n%o s%o arbitr5rios. ',irmam-se obedientes ao 2superior2 :a sua aldeial5 na Jurema n%o se ,a7 nada sem ordem suprema. O seu culto ordena-se pelo mais ele*ado. R pro,undo 9empo disse 9empo dir5 $ue ( ,unda a rai7 da Jurema. O tempo sacrali7ado a,irma-se como perene garante o culto de abissais ra07es de 5r*ores genealógicas ind0genas e de estados alterados de consci+ncia. Comung5-la implica em procedimentos precisos e rigorosos tanto 2t(cnica2 como eticamente Oi l5 nas matas l5 na Jurema ( uma lei se*era ( uma lei sem pena.
el*a a Jurema ( uma lei sem pena in,le&0*el. Mas parado&almente piedosa. R uma cabocla de pena o $ue permite sublinhar um tra!o not5*el da signi,ic)ncia inconsciente social e ps0$uica os elementos signi,icantes comp"em cenas presen!as mas n%o ob6eti*am conte#dos. /odem ter usos $ue do ponto de *ista da ,ic!%o representati*a parecem contraditórios. ' Jurema ( um clube para caboclos uma ordem para os $ue se *estem de pena ;se recobrem de misericórdia con,orme o impl0cito conte&to signi,icante da l0ngua portuguesa independentemente da consci+ncia dos in,ormantes poder ou n%o resgat5-lo<. ' Jurema con*ida e preside e ele ( caboclo e se *este de pena *enha *er as ,or!as $ue tem a Jurema. 'o *estir-se de pena a Jurema ;tamb(m< ( alada ;ele*ada< e colorida ;luminosa<. :ote-se o cunho sensorial e imediato das met5,oras imagens para le*ar ao p( do corpo sem distin!%o entre coisas e signi,ic)ncia. %o $uase t5cteis e *eiculam *alores. O,erecem-se literalmente ao 2olhar2. Os caboclos ,0sicos ou meta,0sicos acodem per,ormati*amente ao chamado para 2*er2 - impl0cita alus%o 1 2luminosidade2 ;alucinose< da Jurema. 'o contempl5-la Outro su6eito s%o capturados pela sua lu7 *i*enciada como olhar como ( brilhante o seu olhar. ' sua associa!%o a rios ( uma constante - Jurema sentada na beira de um rio - e os pontos insistem na tem5tica do 2*er2 Eu *i a Cabocla Jurema se banhando na cachoeira. Mostra-se nas 5guas. >e*ela-se em 5guas $ue *+m do alto. Como essa linguagem n%o ( representati*a apenas ilusoriamente se poderia con,undir esse tipo de 2altura2 com uma locali7a!%o espacial ;*ide Corbin ?@]?< ou um acidente geogr5,ico Eu *enho das 5guas claras eu *enho do alto mar. Eu *enho de muito longe do tronco do 6uremal. ' Jurema ( grandiosa. 'cima de $ual$uer realismo a sua rai7 sertane6a implanta-se em alto mar. 's 5guas claras do long0n$uo alto mar circulam pelo tronco do 6uremal. 'l(m de rios e cachoeiras literalmente h5 mar no 6uremar ' marola l5 do mar a0 *em rolando e a cabocla Jurema ( $uem *em chegando. ' par da sonoridade tamb(m a cor das matas pode ligar a cabocla ao mar O seu penacho ( *erde ( da cor do mar. =onge de $ual$uer *eleidade de representa!%o ob6eti*a pura signi,ic)ncia ao p( do *er. :o caminho da signi,ic)ncia a li$uide7 da Jurema ( m#ltipla n%o se
resumindo 1 sei*a e a seus preparados. 9entar e&plic5-lo apenas por a planta manter-se *i!osa no meio da seca ( perse*erar na linguagem do erro e do acerto representati*o. :%o h5 realismo. ' mo!a linda 0ndia pode ser sereia Cabocla da 6uremeira sereia em alto mar. :a mesma linha a luminosidade mar0tima pode literalmente consubstanciar-se em estrelas ... ou a Cabocla Jurema sou a Estrela do Mar. ' polissemia da e&press%o na*ega por todas as combina!"es de sentidos do animal de mesmo nome at( 1 estrela $ue orna a cabe!a da mais comum imagem umbandista de Qeman65. O brilho estelar em pauta espraia-se pelo ,irmamento O seu manto ( de estrelas ó Jurema sete estrelas 2lhe2 alumiam ó Jurema.@ ' Jurema re*este-se de lu7 e re*erbera entre 2alto2 e 2mar2 :o c(u tem estrelas no mar tamb(m tem sal*e a estrela do c(u sal*e a Estrela do Mar. Mais uma *e7 goram-se as e&pectati*as de encontrar $ual$uer lai*o de realismo. ' estrela n%o se prende ao ,irmamento e reside =5 no 6uremal onde canta o rou&inol onde mora a estrela guia onde tem raiar do sol. R imposs0*el redu7i-la. 'lcan!a-se em imagens mas em realidade n%o se captura. Est5 al(m da imagina!%o Ela *em de longe de longe sem imaginar. :o capacete tr+s penas no bra!o uma cobra coral. Ela ( Jurema cabocla primeira rainha do meu 6acut5. /osto $ue ( imposs0*el represent5-la h5 liberdade para imagin5-la em ,orma humana o $ue permite $ue a pluralidade dos seus sentidos se diri6a a todos os sentidos humanos. Con,igura-se ,eminina e bela. Enuncia-se mulher n%o obstante planta Yue mo!a linda ( a cabocla Jurema. ' sua atra!%o ( en*ol*ente e ;$uase< sensorial. Mostra-se humana e sedutora.'ssenhoreia-se dos ,i(is prendendo o olhar. Chama a aten!%o. Cati*a. ' antropomor,ose permite atingir m#ltiplas ,acetas do praticante. O encanto pelo esp0rito pode ser tamb(m sensual. Desta ,orma o muito estranho Outro long0n$uo mostra-se 1 medida humana. Os di*ersos modos como a sua a!%o possa se sentir *%o tender a se con,igurar em *estes e en,eites de mulher ' Jurema ( muito linda com seu capacete de pena. Como o signi,icante 2pena2 ( comumente utili7ado como meton0mia de caboclo um capacete de penas tamb(m signi,ica $ue a Jurema carrega na sua cabe!a muitos 0ndios ;as suas 2lu7es2 os
seus 2,alangeiros2< o $ue ,a7 sentido na organi7a!%o do ritual 65 $ue a ela ( atribu0do o papel de aconselhar e orientar 2entidades2 ind0genas $ue incorporam nos terreiros. Mas n%o ( apenas na cabe!a $ue a cabocla linda se *este de penas. ' roupa $ue re*ela o seu corpo de mulher tem a mesma consist+ncia plum5ria e luminosa Mas como ( linda a Cabocla Jurema com seu saiote de pena. :o )mbito dessa linguagem t%o superlati*amente signi,icati*a para al(m de abstra!"es n%o ( poss0*el separar bele7a de moralidade e de sensualidade. ' sedu!%o da Jurema encanta todas as es,eras da sensibilidade. O seu conhecimento ,ormula-se em muitos sentidos. Comp"e-se de pala*ras e de lu7 de cantos e de imagens. ' 2ci+ncia2 da Jurema ( inerentemente bela. Dessa ,orma re,or!a-se o seu poder de atra!%o sobre o humano. uperlati*amente atraente ( a própria soberania sobre o belo R rainha da bele7a. Qmagens como 2penas2 presenti,icam-na metonimicamente e instam ao 2*er2 ao imaginar ao concentrar-se na sua 2luminosidade2. 9al contato e possess%o estabelecem-se ;,ora da es,era intelectual e proposicional< como uma como!%o emocional e est(tica ine,5*el $ue na linguagem do culto ( aludida na ,orma de pro,usas re,er+ncias 1 bele7a da Jurema Eu ti*e um sonho l5 nas matas da Jurema nunca *i tanta bele7a cidade do 6uremal. ' Jurema ( bele7a e consci+ncia atraentes. Qnterpela por meio de signi,ic)ncias sinest(sico-sensoriais. =u7 em ,orma de planta ;o $ue alude 1 materialidade do seu potencial alucinógeno< a sua cabe!a ( comparada ao ol Yue lindo capacete de pena $ue tem a Cabocla Jurema. Ele ( t%o lindo como a lu7 do ol. R interpretada como mani,esta!%o *egetal da luminosidade solar ' coroa dela ( um girassol. O Outro ( outra planta. ' coroa da rainha ( um girassol. ' sens0*el alus%o 1 superlati*a e uni,icante luminosidade solar ( patente. R sentida como sol em ,orma de planta sem nenhuma necessidade de esgotar o sentido de sol numa cole!%o de signi,icados. ' proli,era!%o das suas ,ito,anias pode ampliar-se con,orme a necessidade ritual e a liberdade po(tica Jurema *em e tra7 as rosas Jandira ( $uem tra7 o 6asmim. 's duas na umbanda s%o irm%s minhas caboclas tenham pena de mim. /ode igualmente di7er-se 2ao lado2 de uma outra importante presen!a
do sagrado em ,orma de planta na cultura religiosa brasileira Ela ( Jurema 'roeira ela *em das matas 'roeira ela desce o rio 'roeira e sua ,lecha mata 'roeira. 'ssocia-se a outras plantas sagradas escorre no rio ( certeira. ' sua poli,onia imaginal pode e&pressar-se numa rica e multi,acetada e*oca!%o da sua presen!a. ' ob6eti*idade representati*a dissol*e-se em composi!%o alusi*a a algo absolutamente insubstanti*o. Qn#meras *e7es de planta espec0,ica alarga-se ao con6unto da mata ,loresta pois na linguagem dos 2encantados2 os lugares de encantamento as suas 2moradas2 participam do seu ser e Ela mora na ,loresta. :a linguagem do culto ,loresta ;ou mata ou macaia< op"e-se 1 aldeia. E aldeia tanto pode signi,icar a comunidade dos caboclos o lugar espiritual dessas 2entidades2 como re,erir-se 1 comunidade do terreiro. /ortanto ( cab0*el interpretar ,loresta como alteridade relati*amente ao propriamente humano apresente-se este ,0sica ou meta,isicamente ;2m(dium2 ou 2entidade2<. ' Jurema ( Outro long0n$uo e misterioso. R a própria mata *irgem - Estrela dF'l*a ( minha guia alumeia sem parar ;ou corre o mundo sem parar uma *ariante<. Qlumine a mata *irgem cidade do 6uremal ;ou cidade do a6uc5 segundo outra *ariante< - e a ,loresta ( uma cidade de seres espirituais. :%o h5 di,iculdade em assimilar a mata aos mist(rios e desa,ios do n%o ,amiliar n%o humani7ado at( por$ue a mitologia dos ori&5s tamb(m ritualmente permite essas apro&ima!"es. Mas o culto da Jurema celebrado com o corpo inteiro n%o permite a redu!%o da mata a uma alegoria do desconhecido e da inconsci+ncia :o centro da mata *irgem eu plantei rai7. :asceu ,lores. O praticante ao implantar-se no centro da mata *irgem ;no )mago da Jurema< ,a7endo-se outro 0ndio colhe ,lores O per,ume da ,lor da Juremeira se espalha por todo o 6uremal. ' ben!%o dos caboclos de 'ruanda pr5 sal*ar ,ilhos de Umbanda ( a mandado de O&al5.?W 'tendendo 1 ordem di*ina o per,ume da 6uremeira se espalha por todo o 6uremal. R a b+n!%o dos caboclos de 'ruanda. Os caboclos $ue se incorporam portanto depreendem-se da ,lor da 6uremeira. 'contecem em imagens po(ticas $ue se presenti,icam sensorialmente e per,umam a consci+ncia. I+m da mata ^ + + boca da mata dei&a esses caboclos passar boca da mata. 9odas as cenas per,orm5ticas do transe podem apresentar-se antropomor,icamente. Os port"es da mata s%o a sua boca. ' boca de uma mulher $ue pro,ere sentidos enunci5*eis por caboclos Yuando o
caboclo bate a ,olha da 6urema e preto *elho tra7 arruda e guin( eles *+m trabalhar na lei de umbanda.?? 9rabalhar na lei de umbanda para um caboclo ( bater ,olha da Jurema. 'pro,undar essa estro,e implicaria num mergulho nos signi,icados rituais associados ao uso ritual do *egetal. =imitandonos ao esclarecimento das resson)ncias antropomór,icas de 2,olha2 cumpre di7er $ue no )mbito dessa 2leitura2 presenti,icante ( importante n%o es$uecer $ue cultualmente a Jurema ( uma 25r*ore de ci+ncia2 e $ue as suas ,olhas podem ser lidas como p5ginas de um li*ro. 's ,olhas tamb(m podem ser os m(diuns $ue os caboclos *%o apanhando no ch%o O *ento est5 soprando na mata 6ogando as ,olhas da Jurema no ch%o. O *ento est5 soprando as ,olhas est%o caindo caboclos *%o apanhando ( l5 no ch%o. 'ssumida como m%e ( da Jurema $ue se desprendem as *idas humanas 6ogadas na terra mas recolhidas e cuidadas pelos caboclos $ue para tanto dependem de autori7a!%o superior Ele ( caboclo em $ual$uer lugar ele n%o apanha a ,olha da Jurema sem ordem suprema de /ai O&al5. ' par de uma re,er+ncia ao ser caboclo como obediente a Deus nesse ponto percebe-se claramente a ,us%o entre o meta,órico e o literal na linguagem do transe pois as ,olhas *egetais s%o e,eti*amente colhidas segundo prescri!"es religiosas. :uma outra *ers%o ,ica claro $ue as ,olhas ;tamb(m< s%o os m(diuns. ' Jurema aparece como origem e os caboclos surgem como mediadores de re-liga!%o 's ,olhas da Jurema o *ento *ai le*ando o *ento *ai le*ando e os caboclos *%o apanhando. ' incorpora!%o ( signi,icada como tempestade sopro ;o $ue permite dar uma imagem dos mo*imentos con*ulsi*os $ue habitualmente acompanham a entrada e sa0da do transe<. Os mo*imentos corporais os balan!os da incorpora!%o parecem o sacudimento de uma 5r*ore pela *entania. Mais uma *e7 n%o importam os sentidos inscritos na ordem ob6eti*a do mundo mas o limiar de sentido inscrito na 6un!%o entre corpo e imagina!%o. :%o obstante a total ,alta de realismo ;e tal*e7 por isso mesmo< cenas descritoras da *inda do Outro em dire!%o ao 2eu2 possuem uma not5*el e,ic5cia imaginal en$uanto ,atores indutores do transe.Em *e7 de concentra!%o e in*oca!%o por parte dos cultuantes ( como se o Outro se concentrasse no local e tempo do ritual ua ,lecha caiu serena ó Jurema dentro deste cong5. Essa in*ers%o especular ( um tra!o bastante caracter0stico dessa linguagem. ' ,lecha da Jurema pode ser uma meton0mia da sua presen!a. Como
todos os adere!os das 2entidades2 alude a uma parte da ,uncionalidade do ser Jurema $ue mais do $ue represent5-la permite compreender est(tico-sensorialmente as a!"es e interpela!"es do Outro personi,icado em ,loresta e mulher. 2er*e2 para de,esa e para a ca!a. Com ela a 20ndia2 protege e alimenta os seus ,ilhos. 9amb(m 2ca!a2 os seus ,i(is. Mas a sua ,lecha cai serena. ' Jurema 2(2 pa7. Comporta serenidade.V Como sói acontecer com muitos pontos este admite *aria!"es ua ,lecha caiu certeira Jurema dentro desse cong5. :essa estro,e sublinha-se a precis%o da Jurema e reitera-se o seu acerto. /er,ormati*amente a in*oca!%o inclui um apelo um dese6o de e,ici+ncia e a determina!%o de uma resolu!%o e,ica7. Outra *ariante multiplica o n#mero de ,lechas uas ,lechas ca0ram serenas morena dentro deste cong5. Em todos os casos sucede-se uma narrati*a incompat0*el com o achatamento proposicional. Encontra-se mais do $ue uma representa!%o ,alsa de um estado de coisas ;preconceito $ue implicaria em redu7ir o discurso do transe 1 ilus%o< um apelo per,orm5tico a uma alteridade alusi*a ao próprio ser e proposta como su6eito enunciante de uma narrati*a. ' serenidade $ue se sup"e 1s ,lechas $ue atingem o espa!o ritual signi,ica muito mais um apelo a uma incorpora!%o tran$Sila - uma *e7 $ue a ,lecha ( meton0mia da a!%o $ue ( ser Jurema en$uanto toca aos circunstantes - do $ue propriamente descre*e o momento de entrada em transe ,re$Sentemente $uase con*ulsi*o - o $ue se simboli7a e se reconhece em pontos como ' Cabocla Jurema $uando *em na aldeia ,a7 a mata balan!ar. /ontos $ue a par de e&plicitarem o espelhamento antropomór,ico da mata no corpo abrem caminho 1 integra!%o signi,icati*a desses poliss+micos balan!os por *e7es *eementes para n%o di7er 2*iolentos2 Olha o tombo da Jurema no balan!o $ue ela d5. ' Jurema sacode o corpo e balan!a e&ist+ncias $ual 2m%e2 $ue prepara os ,ilhos para a *ida :as matas $ue ela domina n%o dei&a os ,ilhos tombar. '$ueles $ue a obedecem aprendem a n%o cair. /ermanecem atentos. Concentrados :o centro da mata *irgem uma linda cabocla eu *i. Com seu saiote de penas ( a Jurema ,ilha de 9upi. ' 20ndia2 ,ilia-se ao ancestral oprimido. >eabilita-o e d5-lhe ,ei!%o meta,0sica. Qnstitui-o como antepassado. ' letra mostra-a
como ,orma de reconhecimento e admiss%o do Outro abor0gene bem como de ,ilia!%o a Outro amer0ndio. O transe ( uma ,orma de apro&ima!%o ao distante e de encontro com o estranho ,amiliar Os port"es da mata eu 65 mandei abrir. Yuem tem sangue de caboclo est5 na hora de sair. Como cidade a mata tem port"es. ' sa0da dos caboclos a abertura dos port"es signi,ica a permiss%o para a entrada na consci+ncia dos m(diuns ;ou dito de outro modo a autori7a!%o para a altera!%o da sua consci+ncia<. R preciso ter sangue de caboclo ser seu 2,ilho2. :o ,inal de uma gira na hora da desincorpora!%o o eu retoma do outro o seu lugar a consci+ncia *olta ao normal Caboclo *ai embora pr5 cidade da Jurema. Os caboclos retornam para o 2lugar2 de onde *ieram e esse pode ser um momento de rea,irmar a ambigSidade entre 2eu2 e 2outro2 $ue se tem e*idenciado nuclear no processo do transe - Iou pr5 Jurema $uem *ai embora sou eu - e $ue ( t0pica de pontos de incorpora!%o. Eu *enho de muito longe do tronco do 6uremal. Yuem *emX Um caboclo ou 2eu2X Outro ou o su6eito 2dissociado2X ' lon6ura do tronco igualmente ecoa memórias sociais inconscientes *inculadas 1 *astid%o de ra07es ind0genas donde brotam e onde se implicam os ancestrais 2,alangeiros da Jurema2. ',irma-se uma ,ilia!%o a um tronco genealógico presente e atual uma identi,ica!%o $ue tamb(m ( uma ado!%o pelo Outro bem como um compromisso em escutar as ra07es Ele 6urou e tornou a 6urar de ou*ir os conselhos $ue a Jurema lhe d5. :%o apenas ontem mas sempre Ele 6urou e sempre 6urar5 pelos conselhos $ue a Jurema *ai lhe dar. Consci+ncia alterada abissal a Jurema ( conselheira. Ela ,ornece instru!"es aos $ue com ela operam. /ara isso a comungam nos rituais mais pró&imos das ra07es ou lhe prestam aten!%o mesmo sem o recurso 1 bebida. Ela transgride os limites das *5rias imagens $ue a tentam conter. :a *erdade ( ela $ue con,orme o conceito $ue dela se tenha re*ela $uem s%o os $ue a 2representam2 bio$u0micos 0ndios catimbo7eiros mission5rios bot)nicos umbandistas sociólogos psi$uiatras etc. ' sua docilidade 1s *ariadas ,ormas de interpret5-la e*idencia $ue escorre por entre conceitua!"es e escapa 1s tentati*as de ob6eti*a!%o. 'contece como Outro enunciante $ue ao depor-se situa os seus interlocutores. :arra-se de maneira comple&a e ,urti*a a
tentati*as de de,ini!%o. >enunciando-se ao *i(s psicologista da /sican5lise a Jurema pode e de*e ser tratada como Outro interpelante. Dar ou*idos ao Outro n%o signi,ica a,ian!5-lo e&istente nem tomar partido contr5rio 1 sua e&ist+ncia. 'li5s tran$Silamente n%o realistas as suas enuncia!"es mostram-na despreocupada $uanto a decis"es meta,0sicas sobre o estatuto ob6eti*o da sua realidade. /resenti,ica-se poeticamente certeira e serenamente con,orme ra7"es n%o domestic5*eis cogniti*amente. O simbolismo da planta deri*a dos galhos *egetais para signi,icados na l0ngua. ' Jurema 5r*ore e mulher promo*e um estranhamento do humano e uma humani7ante nature7a. 's suas ,olhas ,lores troncos e ra07es desli7am polissemicamente irreali7am-se e culminam em processos no )mbito dos $uais a planta pode ser signo de um s0mbolo e o s0mbolo presenti,icar *erdadeiramente a planta. :%o ,a7 sentido a dicotomia entre coisa e signo.
'utor Jos( Prancisco Miguel Nenri$ues Bairr%o - Paculdade de Piloso,ia Ci+ncias e =etras de >ibeir%o /reto - U/
MQ9R>QO DO C'9QMB_
O YUE
QG:QPQC'
2C'9QMB_2
:%o e&iste presente sem passado. E como uma ponte me sinto unindo tempos agregando conhecimentos descortinando mist(rios germinando adormecidas sementes re*erenciando memórias reencontrando antepassados redescobrindo os 2saberes2 de nossos ancestrais *islumbrando assim um sentimento 0ntegro numa caminhada $ue n%o esconde suas ra07es nem renega suas origens. No6e sou um grito de alerta num sussurro incessante para $ue na busca do no*o na con$uista da maturidade espiritual na reno*a!%o
dos conceitos e na e&tin!%o dos pr( conceitos o 2*elho2 na sua sabedoria plena na $uietude de $uem ,a7 da temperan!a uma bandeira di*ina n%o perca seu *alor n%o se6a usurpado em suas lembran!as de consci+ncias passadas e re,orce $ue ( no nosso passado $ue est%o os nossos primeiros passos os nossos primeiros sonhos e nossas primeiras reali7a!"es amparados por nossos amados abnegados e amorosos Guias e Mentores de sempre. Yue na pure7a dessa ,or!a nati*a possamos ,a7er resplandecer a magnitude da 9radi!%o de Jurema ,irmada nos caminhos do Catimbó $ue por de,ini!%o mais popular $ue culta recebe con,orme a regi%o um signi,icado di,erente. E ser5 sobre o signi,icado da pala*ra C'9QMB_ $ue ho6e nos deteremos. :%o e&istem e&press"es etimologicamente $ue de,inam o $ue se6a 2C'9QMB_2 no entanto encontramos entre as *5rias re,er+ncias a pala*ra C'9QMB'U registrada por >odol,o Garcia $ue di7 ser 2/r5tica de ,eiti!aria ou espiritismo grosseiro23 no moderno Nouaiss encontramos a re,er+ncia de um *oc5bulo datado de ?]V] C'9QMB'O pro*a*elmente de origem hispano-americana $ue signi,ica homem ridiculamente *estido o $ue con,irma notas anteriores no Dicion5rio de Chilenismos neste mesmo dicion5rio se ,a7 men!%o de ser uma pala*ra de origem banto *inda nos na*ios negreiros. Encontramos ainda sobre o *oc5bulo C'9QMB'O como sendo uma e&press%o de c5atin-imbai $ue $uer di7er ,olha mato catinga ruim ou ainda cachimbo de tubo comprido. .:o Dicion5rio /ortugu+s e Brasiliense ;?@]H< h5 uma alus%o tendo como acep!%o da pala*ra o mesmo $ue 2sarro2 ;res0duo de ,umo $ue adere aos tubos dos cachimbos e piteiras< /or(m ( em /ernambuco $ue *amos encontrar mais precisamente e a0 entra o $ue chamamos de regionalismos ou se6a e&press"es usadas em determinadas 5reas regionais de nosso pa0s a e&posi!%o e signi,ica!%o deste *oc5bulo $ue ir5 de /Q>' C'9QMB'` pei&e de 5gua doce 1 C'9QMB'U-C'9QMB` pr5tica de ,eiti!aria lugar onde se pratica a ,eiti!aria mandinga.R tamb(m de /ernambuco a re,er+ncia do C'9QMB_ como sendo uma 1 dan!a ,olclórica com ritmo semelhante ao Coco :ordestino. E ,inalmente a acep!%o ind0gena $ue nos di7 ' ' ,olhagem er*a mato e 9QMBO ;_< *egetal com propriedades entorpecentes utili7ada para prostrar os pei&es tornando assim mais ,5cil a pesca.. Em *erdade o Catimbó sendo o cachimbo ou a er*a $ue entorpece e
todos os seus mais di*ersos signi,icados ,a7em sentido $uando nos colocamos como obser*adores do Culto e *emos $ue sem Er*a agrada sem cachimbo n%o h5 Catimbó e $ue sem a ,uma!ada e sem o Grande Esp0rito da Jurema /reta n%o h5 Culto. 'ssim sendo ho6e ao tentarmos de,inir o $ue se6a o C'9QMB_ neste momento histórico de nossa caminhada de*emos sempre nos reportar ao Culto cu6a pr5tica abriga elementos n%o o,iciais n%o ritual0sticos das religi"es negras americanas e europ(ias onde a utili7a!%o da bebida sagrada ;er*a m%e< a marca ;cachimbo< as re7as ,ortes os linhos e os mFbarac5s s%o instrumentos de poder tanto para a ben!%o como para a maldi!%o tanto para a peste como para a cura tanto para o bem como para o mal. ' escolha a ,a7er dentro deste caminho ao nosso bom senso ao nosso car5ter 1 nossa (tica ao nosso cora!%o pertence. :%o de,inamos o Catimbó como sendo uma pr5tica para o mal para a destrui!%o ou a negati*idade in,inita. Em tudo para ha*er o e$uil0brio h5 dualidade e no Catimbó n%o ( di,erente por(m $uando o amor sobrepu6a todas as ini$Sidades podemos reconhecer nos mist(rios da 9radi!%o de Jurema a ,or!a e poder $ue cura $ue ele*a $ue ilumina $ue promo*e a ascens%o indi*idual ou coleti*a. Yue possamos aprender para n%o denegrir. Yue possamos compreender para n%o 6ulgar. Yue possamos con*i*er para melhor sentir. Yue M%e Jurema
cubra-nos de Gra!as e B+n!%os\\\
Catimbó - Rezas e Orações
Catimbó
>e7as e Ora!"es
'ssim como o Catimbó agrega magias e conhecimentos de *5rias ra!as esta p5gina tamb(m tem a ,un!%o de reunir >e7as Ora!"es /reces e Mantras das mais di*ersas etnias das mais di,erentes religi"es pois acreditamos $ue uma ora!%o ou uma re7a de onde se origina a ben7edura um mantra ou uma prece ser uma ,onte de magia poderosa. imples em sua reali7a!%o e c(lere em suas respostas. Yue todos se6am bem *indos 1 este uni*erso mara*ilhoso onde cada ,rase ( uma BE:O cada ora!%o ( uma G>''\
'!%o de Gra!as /rece Cristo 'migo Qn*oca!%o ao Esp0rito anto Mensagem da /a7 :ada te /erturbe Ora!%o de %o Prancisco /rece ao Mestre Malunguinho Ora!%o para as Noras 'bertas Ora!%o - almo ?W /rece de il*ia /rece de Caritas /rece ao Beato 'nt4nio de Categeró
/rece ao Criador /rece de Qsmael /ai :osso 'ramaico
? 'O DE G>''
Obrigado enhor gra!a da clare7a. Yue este pri*il(gio gere em nós a *ontade crescente de partilhar a própria *ida\ Dar mesmo sem receber /erdoar mesmo sem ser perdoado 'mar mesmo sem ser amado Compreender mesmo sem ser compreendido. /ois 9u /ai de 'mor Rs a ,onte. 'limentas e supres todas as nossas necessidades. E nos capacitas ao trabalho $ue h5 de ser ,eito. D5-nos este esp0rito de generosidade\ Yue possamos perceber a necessidade e a a!%o curati*a do 'mor. Yue sintamos eu 'mor e sua Orienta!%o ' ,im de nos sentirmos acompanhados e amados. Yue em nossos cora!"es n%o ha6a d#*ida Mas con,ian!a em 9i e o dese6o de en&ergar E ou*ir 9UDO de 9i oculto nas situa!"es e nas pessoas.
'm(m.
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V />ECE
BE:DQ9'
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' =UA DO DQ'
BE:DQ9' EJ' ' GUQ' BE:DQ9O EJ' O PQ=NO DE DEU E ' IQ>GEM M'>Q' 'QM COMO DEU E/'>OU ' :OQ9E DO DQ' E/'>E ' MQ:N' '=M' D' M COM/':NQ' E O MEU CO>/O D' PEQ9Q'>Q' /E=O /ODE> DE DEU E D' IQ>GEM M'>Q'. 'MRM \\\
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C>Q9O 'MQGO
' *oc+ amigo Yue caminhas por *e7es solit5rio Julgando-se perdido aiba $ue estou contigo. ' *oc+ amigo Yue muitas *e7es *agas sem rumo aiba Estou te seguindo \ ' *oc+ alma 65 liberta das gan)ncias de um mundo /ressionado pelas tre*as E $ue sonhas em trans,orm5-lo em para0so 9rabalha para isso. ou o 9eu guia \ Yuando despertares e dese6ares a =u7 $ue te dar5 /a7 Creia em Mim Eu te condu7irei \ 'o sa0res dos momentos de medita!%o Creia Eu estou do seu lado \ Eu $ue te sondo auscultando os teus anseios mais 0ntimos. Dando-te a certe7a da Minha /resen!a Ergue-te sempre meu amigo \ =e*anta a tua ,ronte. :%o esmore!as. O,ere!a-te ao /ai \ Busca o leniti*o $ue certamente chegar5 'ceita o c5lice $ue por *e7es sor*es. R o resgate a $ue te su6eitastes Estarei sempre a teu lado3 a6udar-te-ei Coragem irm%o Conte comigo Eu ou o teu amigo de todas as horas.
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K Qn*oca!%o ao Esp0rito anto
Esp0rito anto $ue re7as silenciosamente no pro,undo do meu ser toma-me transparente e pe$ueno para ser capa7 de entrar no sil+ncio de tua ora!%o.
Esp0rito anto $ue pairas silenciosamente sobre as 5guas desde o in0cio da cria!%o puri,ica-me na ,or!a da 5gua do meu batismo para $ue eu se6a capa7 de *i*er no sil+ncio da pa7. Esp0rito anto $ue ,alas silenciosamente na harmonia do Uni*erso d5-me a capacidade de acolher meu irm%o em meu sil+ncio interior. Esp0rito anto presente na sabedoria silenciosa das estrelas abre meu cora!%o 1 contempla!%o para $ue possa eu comungar os apelos de Deus. Esp0rito anto tu em $uem o amor ( presente *em tradu7ir em meu cora!%o o teu amor pela ora!%o. D5-me a coragem de interromper minhas ati*idades para tra7+-las a ti na ora!%o. Ensina-me a re7ar a dialogar com o enhor ou a parar diante dele silenciosamente. ustenta em minha prece o mo*imento do esp0rito e do cora!%o arrastando-me para Deus. :a impossibilidade de re7ar a6uda-me a manter a o,erenda da minha pobre7a. Ensina-me a sair de mim e a re7ar pelos outros pela humanidade inteira.. Esp0rito anto tu $ue trans,ormas tantas personalidades *em con*erte-me para Deus. 'm(m.
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H ME:'GEM DE /'A
JOO /'U=O QQ
Dialogar ( descobrir. Yuanto mais a*an!armos na descoberta dos outros tanto mais substituiremos as tens"es por la!os de pa7. /elo di5logo aprenderemos a respeitar a pessoa humana seus *alores sua cultura sua autonomia leg0tima sua autodetermina!%o. Olhar para al(m de nós mesmos a ,im de compreender e apoiar o $ue h5 de bom nos outros3 contribuir para o desen*ol*imento e crescimento 6usto3 trans,ormar a solidariedade e o di5logo em caracter0sticas permanentes do mundo em $ue *i*emos. ' pa7 ( um *alor sem ,ronteiras\
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T :'D' 9E
/E>9U>BE
:ada te perturbe :ada te espante 9udo passa ó Deus n%o muda. ' paci+ncia
9udo alcan!a Yuem tem a Deus :ada lhe ,alta. ó Deus basta.
9eresa de *ila ;?H?H - ?HV<
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] Ora!%o de %o Prancisco
enhor ,a7ei-me
instrumento de *ossa pa7
Onde hou*er ódio $ue eu le*e o amor Onde hou*er o,ensa $ue eu le*e o perd%o Onde hou*er discórdia $ue eu le*e a uni%o Onde hou*er d#*ida $ue eu le*e a ,( Onde hou*er erro $ue eu le*e a *erdade Onde hou*er desespero $ue eu le*e a esperan!a Onde hou*er triste7a $ue eu le*e a alegria Onde hou*er tre*as $ue eu le*e a lu7 Oh\ Mestre ,a7ei com $ue eu procure mais consolar do $ue ser
consolado compreender do $ue ser compreendido amar do $ue ser amado pois ( dando $ue se recebe ( perdoando $ue se ( perdoado e ( morrendo $ue se *i*e para a *ida eterna. 'm(m.
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/>ECE 'O ME9>E M'=U:GUQ:NO
Mestre Malunguinho 9u $ue (s o dono da cha*e $ue abre os caminhos e os portais do reino eu te pe!o abra meus caminhos a6uda-me a caminhar . Eu te darei uma *ela de cera pedindo a Deus $ue o a6ude tamb(m em sua caminhada. 'm(m.
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@ O>'E /'>' ' NO>' 'BE>9'
/ara o meio-dia
_ Iirgem dos c(us sagrados M%e do nosso >edentor Yue entre as mulheres tens a palma 9ra7ei alegria 1 minha alma Yue geme cheia de dor3 E *em depor nos meus l5bios /ala*ras de puro amor. Em nome de Deus dos mundos E tamb(m do Pilho amado Onde e&iste o sumo bem e6a para sempre lou*ado nesta hora bendita. 'm(m.
/ara as 9rindades
' ant0ssima 9rindade Me acompanhe toda a *ida sempre ela me d+ guarida De mim tenha piedade3 O /ai eterno me a6ude O ,ilho a b+n!%o me lance O Esp0rito anto me alcance /rote!%o honra e *irtude3 :unca a soberba me in*e6e Em *e7 do mal ,a!a o bem
' ant0ssima 9rindade Me acompanhe sempre. 'm(m.
/ara a meia-noite
_ an6o da minha guarda :esta hora de terror Me li*re das m5s *is"es Do diabo aterrador3 Deus me ponha a alma em guarda dos perigos da tenta!%o De mim aparte os maus sonhos E opress"es do cora!%o _ an6o da minha guarda /or mim pede 1 Iirgem-M%e Yue me preser*e dos perigos En$uanto eu ,or *i*o. 'm(m.
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?W Ora!%o
'=MO ?W
2Bendi7e o minha alma o enhor\ enhor meu Deus *ós sois imensamente grande\
De ma6estade e esplendor *os re*estis. Pundastes a terra em bases sólidas Yue s%o eternamente inabal5*eis. Iós a cobristes com o manto do oceano 's 5guas ultrapassa*am as montanhas. Mas 1 *ossa amea!a elas se a,astaram 'o estrondo de *osso tro*%o estremeceram. Ele*aram-se as montanhas sulcaram-se os *ales :os lugares $ue *ós lhes destinastes. Estabelecestes os limites $ue n%o h%o do ultrapassar /ara $ue n%o mais tornem a cobrir a terra. Mandastes as ,ontes correrem em riachos Yue serpeiam por entre os montes. _ enhor $u%o *ariadas s%o as *ossas obras\ Peitas todas com sabedoria ' terra est5 cheia de *ossas criaturas. 'o enhor glória eterna. 'legre-se o enhor em suas obras\ 2
;almo ?W?.H-?W.VK.?<
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/>ECE DE Q=IQ'
Jesus ess+ncia $ue ,ortalece os ,racos Portalecei todos nós. ois o astro rutilante de promiss%o $ue guia todos os seres. Derrama sobre nós a aura do teu amor di*ini7ado /ara $ue se6amos ,ortes em toda a caminhada de nossa *ida. Qnsu,la em nossos cora!"es o respeito $ue te de*emos. Qlumina com tua sabedoria augusta os nossos passos *acilantes na *ereda do bem do 6u07o e da 6usti!a. =i*rai-nos da$ueles $ue nos possam indu7ir ao erro ao *0cio e a perdi!%o. D5-nos ,or!a Jesus para seguirmos os teus
preceitos di*inos.
Unge os nossos esp0ritos di*ino amigo com o b5lsamo do teu a,eto e derrama sobre o mundo trans,ormado em e,l#*ios siderais a tua bondade bendita dos c(us. Guarda na Urna de Mar,im de E&celcitude prerrogati*as.
M5&ima as nossas
=i*ra os nossos lares das mis(rias terrenas e derrama em tantos c(rebros escusos todo manancial dessa prece. 'm(m
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/>ECE DE C>Q9'
Deus nosso /ai $ue sois todo poder e bondade dai a ,or!a a$uele $ue passa pela pro*a!%o dai a lu7 a$uele $ue procura a *erdade ponde no cora!%o do homem a compai&%o e a caridade. Deus\ Dai ao *ia6or a estrela guia ao a,lito a consola!%o ao doente o repouso. /ai\ Da0 ao culpado o arrependimento ao esp0rito a *erdade 1 crian!a o guia ao ór,%o o pai. enhor\ Yue *ossa bondade se estenda sobre tudo $ue criastes. /iedade enhor para a$ueles $ue *os n%o conhecem esperan!a para a$ueles $ue so,rem. Yue *ossa bondade permita aos esp0ritos consoladores derramarem por toda a parte a pa7 a esperan!a e a ,(. Deus\ Um raio uma ,a0sca de *osso amor pode abrasar a 9erra dei&ainos beber nas ,ontes dessa bondade ,ecunda e in,inita e todas as l5grimas secar%o todas as dores acalmar-se-%o. Um só cora!%o um só pensamento subir5 at( Iós como um grito de reconhecimento e de amor. Como Mois(s sobre a montanha nós *os esperamos com os bra!os abertos ó bondade ó bele7a ó per,ei!%o\ E $ueremos de alguma sorte ,or!ar *ossa misericórdia. Deus\ Da0-nos a ,or!a de a6udar o progresso a,im de subirmos at( *ós da0-nos a simplicidade $ue ,ar5 de nossas almas o espelho onde se de*e re,letir a *ossa imagem.
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/rece ao Beato 'nt4nio de Categeró - ;?K de mar!o< Oh milagroso anto 'nt4nio de Categeró Ialei-me nesta hora de a,li!%o /reciso da Iossa a6uda para *encer as lutas do dia a dia e as ,or!as malignas $ue procuram tirar-me a pa7. =ibertai-me das doen!as e de todas as bact(rias in,ecciosas $ue $uerem contaminar o meu corpo colocando-me en,ermidades. Oh anto 'nt4nio de Categeró Estendei as Iossas m%os agora mesmo sobre mim li*rando-me dos desastres da in*e6a e todas as obras malignas. Oh anto 'nt4nio de categeró Qluminai os meus passos a ,im de $ue onde $uer $ue eu *5 n%o encontre empecilhos E guiado pela Iossa lu7 me des*ie de todas as armadilhas preparadas pelos inimigos. Oh anto 'nt4nio de Categeró 'ben!oai a minha ,am0lia o meu p%o e a minha casa cobrindo-nos com o *(u da prosperidade do amor da sa#de e da ,elicidade. /or nosso enhor Jesus Cristo na unidade do Esp0rito anto 'm(m.
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/>ECE 'O C>Q'DO>
Meu Deus permiti $ue os bons esp0ritos me assistam me au&iliem nas a,li!"es da *ida e me arran$uem da d#*ida. Pa7ei enhor $ue por Iossa Misericórdia eles me inspirem a ,( o amor e a caridade3 $ue se6am para mim um apoio uma esperan!a e uma pro*a de Iossa paternal solicitude. /ermite en,im $ue eu encontre sempre 6unto deles salutares con,ortos e a necess5ria lu7 para $ue as ,or!as n%o me ,altem nas pro*as da *ida e resistindo 1s sugest"es do mal meus passos se ,irmem na pr5tica do bem e da caridade e assim eu possa e saiba amar*os e ao pró&imo como a mim mesmo. 'm(m
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/>ECE DE QM'E=
Jesus bom e amado mestre ustenta teus humildes ,ilhos pecadores na luta deste mundo. 'n6o bendito do enhor abre sobre nós tuas brancas asas e abriganos do mal ele*a os nossos esp0ritos a ma6estade do teu reino. Qn,unde em nossos cora!"es a luta de teu imenso amor. Jesus pelas tua sagrada pai&%o por teus mist(rios na cru7 d5 a$uele $ue se acha preso ao ,ardo pesado da mat(ria a orienta!%o per,eita #nica no caminho da *irtude pela $ual podemos te encontrar. Dai pa7 e misericórdia aos nossos inimigos e recebe a prece do #ltimo dos teus ser*os. Jesus aben!oada estrela ,arol das imortais ,alanges la*a-nos de todas as culpas le*a-nos para 6unto de teu seio santu5rio bendito de todos os amores. e o mundo com seus erros pai&"es e ódios alastram os nossos hori7ontes com as tre*as do pecado rebrilha mais Jesus di*ino para $ue apoiados no teu santo e*angelho possamos *encer as escabrosidades do carreiro e chegar as moradas de teu reino. Jesus estrela ,arol dos pecadores e dos 6ustos recebe a nossa prece pela humanidade inteira e por todos nós a$ui reunidos.
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/'Q - :OO
'>'M'QCO
;Est5 escrita em aramaico numa pedra branca de m5rmore em Jerusal(m /alestina no Monte das Oli*eiras na ,orma $ue era in*ocada pelo Mestre Jesus..<
/ai-M%e Ponte do Pa!a sua /ara $ue
respira!%o da Iida som '!%o sem pala*ras Criador do Cosmos\ =u7 brilhar dentro de nós entre nós e ,ora de nós possamos torn5-la #til.
'6ude-nos a seguir nosso caminho >espirando apenas o sentimento $ue emana do enhor. :osso EU no mesmo passo possa estar com o eu para $ue caminhemos com todas as outras criaturas. Yue o eu e o nosso dese6o se6am um só em toda a =u7 assim como em todas as ,ormas em toda e&ist+ncia indi*idual assim como em todas as comunidades. Pa!a-nos sentir a alma da 9erra dentro de nós pois assim sentiremos a abedoria $ue e&iste em tudo. :%o permita $ue a super,icialidade e a apar+ncia das coisas do mundo nos iluda E nos liberte de tudo a$uilo $ue impede nosso crescimento. :%o nos dei&e ser tomados pelo es$uecimento de $ue o enhor ( o /oder e a Glória do mundo a Can!%o $ue se reno*a de tempos em tempos e $ue a tudo embele7a. /ossa o eu amor ser o solo onde crescem nossas a!"es.
A( /elintra - >ei da noite e da malandragem 'utor desconhecido
Palemos dessa entidade $ue tem um dos comportamentos mais interessantes $ue 65 conheci . 'ntes de come!ar a discorrer sobre esse malandro incorrig0*el mulheren go birrento arruaceiro mas de um cora!%o enorme ( preciso entender toda entidade tem uma história uma cultura pois ,oi t%o humano $uanto nos $uando encarnada após o desencarne e a conse$Sente espirituali7a!%o poder5 ocorrer $ue sua mani,esta!%o *enha a se dar em outros centros regionais di,erentes do $ue consta em sua biogra,ia humana e assim $uando mani,estada poder5 ressaltar outras culturas n%o as de sua proced+ncia humana . Qsso $uer di7er $ue a mesma entidade poder5 mani,estar-se em lugares di,erentes sem $ue isso impli$ue em misti,ica!%o . 9al ,ato acontece por$ue pela necessidade do ingresso nas ,alanges espirituais a ,im de prestar seu trabalho nesta no*a roupagem os esp0ritos a gora desencarnados apro&imam-se desta ou da$uela ,alange por simpatia ou determina!%o superior mas guardam caracter0sticas bastante marcantes de suas e&ist+ncias materiais . A( /elintra tem como caracter0stica principal a malandragem o amor pela noite . 9em uma grande atra!%o pelas mulheres principalmente pelas prostitutas mulheres da noite al(m de outras caracter0sticas $ue marcam a ,igura do malandro . Qsso $uer di7er $ue em *5rios lugares de culturas e caracter0sticas regionais completamente di,erentes sempre ha*er5 um malandro . O malandro de /ernambuco dan!a c4co &a&ado passa a noite inteira no ,orró - no >io de Janeiro ele *i*e na =apa gosta de samba e passa suas noites na ga,ieira . 'titudes regionais bem di,erentes mas $ue marcam e&atamente a ,igura do malandro .
eu A(
Jos( Gomes da il*a nascido no interior de /ernambuco era um negro ,orte e 5gil grande 6ogador e bebedor mulheren go e brig%o . Mane6a*a uma ,aca como ningu(m e en,rent5-lo numa briga era o mesmo $ue assinar o atestado de óbito . Os policiais 65 sabiam do peri go $ue ele representa*a .
Di,icilmente encara*am-no so7inhos sempre em grupo e mesmo assim n%o tinham a certe7a de n%o sa0rem bastante pre6udicados das pendengas em $ue se en*ol*iam . :%o era mal de cora!%o muito pelo contr5rio era bom principalmente com as mulheres as $uais trata*a como rainhas . ua *ida era 1 noite sua alegria as cartas os dadinhos a bebida a ,arra as mulheres e por $ue n%o as brigas . Joga*a para ganhar mas n%o gosta*a de enganar os incautos estes sempre dispensa*a manda*a-os embora mesmo $ue precisasse dar uns cascudos neles . Mas ao contr5rio aos ,alsos espertos os $ue se acha*am mais capa7es no manuseio das cartas e dos dados a estes engana*a o $uanto podia e os considera*a os *erdadeiros ot5rios . Qncenti*a*a-os ao 6o go perdendo de propósito $uando as apostas ainda eram bai&as e os limpando completamente ao ,inal das partidas . Qsso bebendo 'guardente Cer*e6a Iermouth e outros alcoólicos $ue aparecessem . Esta entidade andou pelo mundo suas mani,esta!"es apresentam-se em todos os cantos da terra . :o >io de Janeiro apro&imou-se do ar$u(tipo do anti go malandro da =apa contado em histórias m#sicas e pe!as de teatro . 'lguns $uando se mani,estam se *estem a car5ter . 9erno e gra*ata brancos . Mas a maioria gosta mesmo ( de roupas le*es camisas de seda e 6usti,icam o gosto lembrando $ue a seda a na*alha n%o corta . Bebem de tudo da Cacha!a ao hisf ,umam na maioria das *e7es cigarros mas utili7am tamb(m o charuto . %o cordiais alegres dan!am a maior parte do tempo $uando se apresentam usam chap(us ao estilo /anam5 . /odem se en*ol*er com $ual$uer tipo de assunto e t+m capacidade espiritual bastante ele*ada para resol*+-los podem curar desamarrar desmanchar como podem proteger e abrir caminhos . 9+m sempre grandes ami gos entre os $ue os *%o *isitar em suas sess"es ou ,estas . E&istem tamb(m as mani,esta!"es ,emininas da malandragem Maria :a*alha ( um bom e&emplo . Mani,esta-se como caracter0sticas semelhantes aos malandros dan!a samba bebe e ,uma da mesma maneira . 'pesar do aspecto rude demonstram sempre muita
,eminilidade s%o *aidosas gostam de presentes bonitos de ,lores principalmente as rosas *ermelhas e *estem-se sempre muito bem . 'inda $ue tratado muitas *e7es como E&u A( /elintra n%o ( E&u . Essa id(ia e&iste por$ue $uando n%o s%o homenageados em ,estas ou sess"es particulares mani,estam-se tran$Silamente nas sess"es de E&u e se parecem com eles . N5 um ponto inclusi*e $ue lembra muito essa ami7ade entre E&us e A( /elintras .
9ranca >uas e A( /elintra s%o dois grandes companheiros 9ranca >uas na Encru7a e A( /elintra no 9erreiro .
:o :ordeste do /ais mas precisamente em >eci,e ainda $ue nas *estes de um malandr%o a ,igura de A( /elintra tem uma conota!%o completamente di,erente . =5 ele ( doutor ( curador . R Mestre e ( muito respeitado . Em poucas reuni"es n%o aparece seu A( .
=5 *em A( l5 *em A( =5 *em A( l5 da Jurema . =5 *em A( =5 *em A( =5 *em A( do Jurem5 .
' Jurema a$ui cantada ( o local sagrado onde *i*em os Mestres do Catimbó religi%o ,orte do :ordeste muito apro&imada da Umbanda mas $ue mant(m suas caracter0sticas bem independentes . :a Jurema eu A( n%o tem a menor conota!%o de E&u a n%o ser $uando a reuni%o ( de es$uerda por $ue o Mestre tem essa capacidade tanto pode *ir na direita $uanto na es$uerda . Yuando *em na es$uerda 6ustamente o contr5rio poder cort5-la com mais aos $ue dele necessitam
n%o ( $ue *enha para praticar o mal ( *em re*estido desse tipo de energia para propriedade e assim a6udar mais ,acilmente .
:o Catimbó eu A( usa bengala $ue pode ser $ual$uer ca6ado ,uma cachimbo e bebe cacha!a . Dan!a C4co Bai%o e La&ado sorri para as