JESUS EXISTIU? PROCURANDO POR EVIDÊNCIAS ALÉM DA BÍBLIA Por Lawrence Myy!"#
O HOMEM CRISTO JESUS. Jesus de Nazaré existe como um ser humano real !ora do No"o Testamento# $ual é a e"id%ncia de sua exist%ncia Neste arti&o# o autor 'a(rence M)*)tiu* examina a e"id%ncia textual e ar$ueol+&ica extra,--lica associada ao homem $ue se tornaria a /i&ura central no cristianismo. 0$ui# Jesus é retratado em um "i-rante mosaico C.E. do século 1I da 2aslica de Sant304ollinare Nuo"o# em Ra"enna# na It5lia.
Depois de duas décadas trabalhando nos silêncios bosques da academia, publiquei um artigo no BAR intitulado "Arqueologia Confirma 50 essoas Reais na B!blia" #m enorme interesse que este artigo gerou foi uma surpresa total para mim Cerca de $0 locals em seis l!nguas, refletindo um amplo espectro de orienta%&es seculares e religiosas, 'inculadas ( p)gina *eb da BAR Algumas tradu%&es até mesmo postadas ensei em acompanhar um artigo semelhante sobre as pessoas no +o'o estamento, mas logo percebi que isso seria t-o dominado pela quest-o da e.istência de /esus que eu precisa'a considerar esta quest-o separadamente ste é o artigo1 /esus de +a2aré, chamado Cristo, e.iste como um ser humano real, "o homem Cristo /esus" de acordo com 3 im4teo 156 As fontes normalmente discutidas se di'idem em três categorias principais1 738 cl)ssico 7isto é, greco9romano8, 78 :udeu e 7;8 crist-o
ortanto, este artigo abranger) escritos cl)ssicos e :udeus quase que e.clusi'amente )cito 9 ou mais formalmente, Caius = >aius 7ou ublius8 Cornelius )cito 755=5?9c 33@
C8 9 era um senador romano, orador e etn4grafo, e indiscuti'elmente o melhor dos historiadores romanos eu nome é baseado na pala'ra latina tacitus, "silencioso", do qual obtemos a pala'ra inglesa t)cita Curiosamente, sua prosa compacta usa silêncio e implica%&es de maneira magistral #m argumento para a autenticidade da cita%-o abai.o é que est) escrito em latim aciteano
O 6ltimo tra-alho im4ortante do historiador romano T5cito# 0nnals# menciona um 7Christus7 $ue /oi executado 4or 89ncio 8ilatos e de $uem os crist:os deram seu nome. 0 -re"e re/er%ncia de T5cito corro-ora os detalhes hist+ricos da morte de Jesus do No"o Testamento. O "olume ilustrado das o-ras de T5cito é da "irada do século ;1II. 0 45&ina de ttulo do "olume a4resenta a marca de im4ress:o da 8lantin 8ress re4resentando an.
Historiador romano T5cito
ltimo trabalho principal de )cito, intitulado Annals, escrito c 33?933 C, inclui uma biografia de +ero m ?$ C, durante um incêndio em Roma, +ero foi suspeito de
ordenar secretamente a queima de uma parte da cidade onde ele queria reali2ar um pro:eto de constru%-o, ent-o ele tentou transferir a culpa para os crist-os sta foi a ocasi-o para )cito mencionar os crist-os, a quem ele despre2ou E o que ele escre'eu 9 o seguinte trecho é tradu2ido do latim por Robert Fan Foorst1 %&em o es'orço (umano nem a generosidade do imperador nem a aplacação dos deuses acabaram com a crença escandalosa de que o 'ogo (avia sido ordenado )por &ero*. +ortanto, para derrubar o rumor, &ero substituiu como culpados e puniu nas 'ormas mais incomuns aqueles odiados por seus atos vergon(osos ... a quem a multidão c(amou de "c(restians". 'undador desse nome, -risto )-(ristus in atin*, 'oi executado no reinado de /ibério pelo procurador +0ncio +ilatos 12
uprimido por um tempo, a supersti%-o mortal entrou em erup%-o no'amente n-o s4 na /udéia, a origem deste mal, mas também na cidade GRomaH, onde todas as coisas horr!'eis e 'ergonhosas em todos os lugares se renem e tornam9se populares
CHRESTI0NS ?E CRISTO. O li"ro ;1 dos 0nais de T5cito é 4reser"ado no Codex Mediceus II do século ;II do século ;II# uma cole@:o de manuscritos medie"ais a&ora alo
A declara%-o concisa de )cito sobre "Christus" corrobora claramente o +o'o estamento em certos detalhes hist4ricos da morte de /esus )cito apresenta quatro elementos de conhecimento preciso sobre /esus1 738 Christus, usado por )cito para se referir a /esus, era uma maneira distinti'a pela qual alguns se referiam a ele, mesmo que )cito tomasse por engano um nome pessoal em 'e2 de um ep!teto ou t!tuloI
78 este Christus foi associado com o in!cio do mo'imento dos crist-os, cu:o nome se originou deleI 7;8 foi e.ecutado pelo go'ernador romano da /udéiaI 7$8 tempo de sua morte foi durante o go'erno de Jncio ilatos da /udéia, durante o reinado de ibério 7aliléia, mas logo se rendeu e tornou9se um prisioneiro de guerra le ent-o profeti2ou que seu conquistador, o comandante romano Fespasiano, se tornaria imperador, e quando isso realmente aconteceu, Fespasiano o libertou "Desde ent-o, /osefo 'i'eu em Roma sob a prote%-o dos Mla'ianos e compJs seus escritos hist4ricos e apologéticos" 7>erd heissen e Annette
Jose/o# !amo"s e o-ras memor5"eis de Jose4h"s# trans. 4or Thomas 'od&e ='ondresD J. '. 4ara 0ndre( He--# FG>. TI0O# IRMO ?E JESUS. Nas 0nti&uidades
O historiador
+o entanto, em sua opini-o, /osefo permaneceu :udeu tanto em sua 'is-o como em seus escritos que e.altam o :uda!smo Ao mesmo tempo, alinhando9se com os imperadores romanos que eram naquela época os piores inimigos do po'o :udeu, ele escolheu ignorar a opini-o popular :udaica /osefo esta'a em uma posi%-o nica como um :udeu que esta'a seguro no patroc!nio e prote%-o imperial romana, ansioso para e.pressar orgulho em sua heran%a :udaica e, no entanto, pessoalmente independente da comunidade :udaica em geral Assim, ao introdu2ir os romanos no :uda!smo, sentiu9se li're para escre'er 'is&es hist4ricas para o consumo romano, que esta'am fortemente em desacordo com as 'is&es rab!nicas m suas duas 4timas obras, a >uerra /udaica e as AntigNidades :udaicas, ambas escritas em grego para pessoas educadas, /osefo tentou atrair aristocratas no mundo romano, apresentando o :uda!smo como uma religi-o a ser admirada pela sua profundidade moral e filos4fica A guerra :udaica n-o menciona /esus, e.ceto em algumas 'ers&es, pro'a'elmente, por adi%&es posteriores, mas as antiguidades :udaicas mencionam /esus duas 'e2es A menor dessas duas referências a /esus 7no Oi'ro 08 é acess4ria para identificar o irm-o de /esus, iago, o l!der da igre:a em /erusalém +a ausência tempor)ria de um go'ernador romano entre a morte de Mesto e a chegada do go'ernador Albinus em ? C, o sumo sacerdote Ananus instigou a e.ecu%-o de iago /osefo descre'eu isso1 sendo, portanto, esse tipo de pessoa 7isto é, um saduceu sem cora%-o8, Ananus, pensando que ele te'e uma oportunidade fa'or)'el porque Mesto ha'ia morrido e Albinus ainda esta'a a caminho, chamou uma reuni-o Gliteralmente, "sanhedrin"H de :u!2es e trou.e para ela o irm-o de /esus 9 que é chamado de
comprometida e neutra sobre o que algumas pessoas chamaram de /esus e n-o uma confiss-o de fé que realmente afirma que ele era Cristo sta frase 9 "quem se chama Cristo" 9 é muito pouco pro')'el que tenha sido adicionada por um crist-o por duas ra2&es rimeiro, no +o'o estamento e nos primeiros adres da gre:a dos dois primeiros séculos da C, os crist-os se referem consistentemente a iago como "o irm-o do enhor" ou "do al'ador" e termos semelhantes, e n-o "o irm-o de /esus" presumi'elmente porque o nome de /esus era muito comum e n-o se referia necessariamente a seu enhor m segundo lugar, a descri%-o de /osefo nas AntigNidades :udaicas de como e quando iago foi e.ecutado discorda da tradi%-o crist-, implicando também um autor n-o9crist-o sta bre'e identifica%-o de iago pelo t!tulo que algumas pessoas usaram para especificar seu irm-o ganha credibilidade como uma afirma%-o da e.istência de /esus porque a passagem n-o é sobre /esus m 'e2 disso, seu nome aparece em uma frase funcional que é e.igida pelo sentido da passagem 4 pode ser til para a identifica%-o de iago se é uma referência a uma pessoa real, a saber, "/esus chamado Cristo" sta clara referência a /esus (s 'e2es é negligenciada em debates sobre a outra referência de /osefo, mais longa para /esus 7a ser tratada em seguida8
O TESTIMONIO ?E Jose/o. Este manuscrito do século ;1# a&ora na 2i-liothL$ue Nationale de !rance# contém a 4or@:o do Testimonium !la"ianum de Jose/o $ue se
re/ere a Jesus =destacado em azul>. 0 4rimeira /rase do manuscrito# destacado em "erde# l%# do &re&oD 78or "olta dessa é4oca# "i"ia Jesus# um homem s5-io# se de /ato de"esse cham5,lo de homem7. 0 maioria dos estudiosos acredita nesta 4assa&em do Testemunho é -aseado nos escritos ori&inais de Jose/o# mas contém adi@es 4osteriores# 4ro"a"elmente /eitas 4or escri-as crist:os.
A passagem mais longa nas AntigNidades :udaicas de /osefo 7Oi'ro 3@8 que se refere a /esus é conhecida como o estemunho Mla'ianum e ti'er algum 'alor em rela%-o ( quest-o da e.istência de /esus, ela conta como e'idência adicional da e.istência de /esus estimonium Mla'ianum lê o seguinteI As partes que s-o especialmente suspeitas porque parecem crist-s est-o em negrito Ao redor desse tempo, vivia Jesus, um sábio, se de fato devesse chamá-lo de homem. +ois ele era um que 'e4 aç5es surpreendentes, e um pro'essor dessas pessoas, aceitou a verdade com pra4er. le conquistou muitos 6udeus e muitos dos gregos. Ele era o Messias. 7uando +ilatos, ao ouvi#lo acusado pelos (omens dos mais altos de nós, condenou#o a ser cruci'icado, aqueles que, em primeiro lugar, o amaram, não desistiram dele, pois no terceiro dia apareceu para eles restaurados para a vida. Os profetas de Deus profetizaram isso e inúmeras outras coisas maravilhosas sore ele. a tribo dos cristãos, assim c(amada depois dele, ainda (o6e não morreu.
odos os manuscritos sobre'i'entes do estimonium Mla'ianum que est-o em grego, como o original, contêm a mesma 'ers-o desta passagem, sem diferen%as significati'as A principal quest-o é1 Mla'ius /osefo escre'eu todo esse relat4rio sobre /esus e seus seguidores, ou um falsificador ou falsificadores o alteraram ou possi'elmente inseriram o relat4rio inteiro6 .istem três maneiras de responder a esta pergunta1 0lternati"a D oda a passagem é autêntica, escrita por /osefo 0lternati"a KD oda a passagem é uma falsifica%-o, inserida nas AntigNidades :udaicas 0lternati"a D E apenas parcialmente autêntica, contendo algum material de /osefo, mas também algumas adi%&es posteriores de outra 7s8 m-o 7s8 Em rela@:o A 0lternati"a # ho:e, quase nenhum estudante aceita a autenticidade de todo o estemunho >rego padr-o Mla'ianum m contraste com a declara%-o ob'iamente crist- "le era o
"m todos os lugares, /osefo elogia a e.celente constitui%-o dos :udeus, codificada por
E hipoteticamente poss!'el que um falsificador tenha aprendido a imitar o estilo de /osefo ou que um re'isor a:ustou a passagem para esse estilo, mas um n!'el t-o profundo de aten%-o, com base em uma leitura e.tensa e detalhada das obras de /osefo e uma ado%-o t-o meticulosa do seu 'ocabul)rio e estilo, 'ai muito além do que um falsificador ou um re'isor precisaria fa2er Ainda mais importante, a curta passagem 7tratada acima8 que menciona /esus para identificar iago aparece em uma se%-o posterior do li'ro 7Oi'ro 08 e implica que /esus foi mencionado anteriormente melhor informado entre os romanos compreendeu Christus para ser nada mais do que o nome pessoal de um homem, no n!'el de ublius e
. le se chamou Christos em grego, que é uma tradu%-o da pala'ra hebraica
A e.istência de /esus é particularmente not)'el nos escritos rab!nicos desses primeiros séculos C 1 "1 8e alguém no mundo antigo tivesse motivo para não gostar da 'é cristã, eram os rabinos. +ara argumentar com sucesso que Jesus nunca existiu, mas era uma criação de primeiros cristãos, teria sido a polêmica mais e'ica4 contra o cristianismo ... &o entanto, todas as 'ontes 6udaicas trataram Jesus como uma pessoa completamente (istórica ... s rabinos ... usaram os verdadeiros acontecimentos de Jesus vida contra ele" 7Fan Foorst8
Assim, seu nascimento, ministério e morte ocasionaram alega%&es de que seu nascimento era ileg!timo e que ele reali2a'a milagres pela magia do mal, incenti'a'a a apostasia e era :ustamente e.ecutado por seus pr4prios pecados
Oucian, ao discutir a carreira de eregrinus, sem nomear /esus, se refere claramente a ele, embora com despre2o no meio da s)tira1 3oi então que ele aprendeu a maravil(osa sabedoria dos cristãos, associando#se com seus sacerdotes e escribas na +alestina. # o que mais$ # m pouca ordem, ele os 'e4 parecer 'il(os, pois ele era um pro'eta, líder de culto, c(e'e da congregação e tudo, so4in(o. le interpretou e explicou alguns de seus livros, e escreveu muitos ele mesmo. les o reverenciaram como um deus, o usaram como legislador e o colocaram como protetor # com certe4a, depois desse outro que ainda adoram, o (omem que 'oi cruci'icado na +alestina porque ele apresentou esse novo culto ao mundo. +or terem se convencido de que serão imortais e viverão para sempre, os pobres desgraçados despre4am a morte e, mesmo assim, se abandonam voluntariamente. Além disso, seu primeiro legislador os convenceu de que todos eles são irmãos uns dos outros depois de ter transgredido de uma ve4 por todas negando os deuses gregos e adorando esse próprio so'ista cruci'icado e vivendo de acordo com suas leis.
mbora Oucian esti'esse ciente dos "li'ros" dos crist-os 7alguns dos quais poderiam ter sido partes do +o'o estamento8, seus muitos erros de desinforma%-o tornam muito pro')'el que ele n-o os tenha lido termo composto "sacerdotes e escribas", por e.emplo, parece ter sido emprestado do :uda!smo e, de fato, o cristianismo e o :uda!smo (s 'e2es foram confundidos entre os autores cl)ssicos Oucian parece ter reunido toda a sua informa%-o de fontes independentes do +o'o estamento e outros escritos crist-os or esta ra2-o, esta escrita de sua é geralmente 'alori2ada como e'idência independente da e.istência de /esus sso é 'erdade, apesar do seu rid!culo e despre2o pelos crist-os e seu "sofista crucificado" "sofista" era um termo decisi'o usado para truques ou para professores que s4 ensina'am por dinheiro Oucian despre2ou os crist-os por adorar alguém que se pensa'a ser um criminoso digno da morte e especialmente despre2ado "o homem que foi crucificado" utro testemunho que tem algum 'alor, mas muito menos, como e'idência sobre a e.istência de /esus aparece nos escritos do seguinte pessoas1 •
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Celsus, o fil4sofo platonista, considerou que /esus era um m)gico que fa2ia afirma%&es e.orbitantes l!nio o /o'em, um go'ernador romano e amigo de )2us, escre'eu sobre o culto crist-o primiti'o de Cristo "quanto a um deus" uetonius, um escritor, ad'ogado e historiador romano, escre'eu sobre tumultos em $K C entre os :udeus em Roma, que poderia ter sido sobre Christus, mas que ele achou ter sido incitado pelo "instigador Chrestus", cu:a identifica%-o com /esus n-o est) completamente certa
ode9se rotular a e'idência tratada acima como document)rio 7(s 'e2es chamado de liter)rio8 ou como arqueol4gico Tuase todas as fontes cobertas acima e.istem sob a forma de documentos que foram copiados e preser'ados ao longo de muitos séculos, em 'e2 de serem esca'ados em esca'a%&es arqueol4gicas ortanto, embora alguns escritores os chamem de e'idências arqueol4gicas, eu prefiro di2er que esses te.tos 'erdadeiramente antigos s-o fontes documentais antigos, ao in'és de descobertas arqueol4gicas Alguns ossu)rios 7cai.as de osso8 'ieram ( lu2 que est-o inscritos simplesmente com o nome de /esus 7Peshu ou Peshua Wem hebraico8, mas ninguém sugere que este era /esus de +a2aré nome de /esus era muito comum neste momento, assim como /osé ortanto, até onde sabemos, esses ossu)rios comuns n-o têm nada a 'er com o /esus do +o'o estamento