CENTRO DE TRADIÇÕES GAUCHAS GAUCHAS QUERÊNCIA CRIOULA 3ª REGIÃO TRADICIONALISTA
“EU SOU DO SUL: ASPECTO ARTÍSTICO”
Setemb! "e #$%& GIRU'( RS
Resumo
Este trabalho tem por objetivo contar um pouco sobre a historia de Jaime Caetano Braun, desde o seu nascimento em Timbaúva, na época pertencente a São Luiz onza!a, no dia "# de janeiro de $%&', sua (am)lia, sua in(*ncia e adolesc+ncia se mudando de cidade devido ao empre!o do seu pai Seu primeiro casamento com -ilda ./uino Jardim, em $%'0, cujo união lhe trou1e dois (ilhos2 3arco .ntonio Jardim Braun e José 4a5mundo Jardim Braun, e seu se!undo casamento com a senhora .urora de Souza 4amos, com /uem teve Cristiano 4amos Braun 4elembrando /ue durante sua vida (oi ativo na pol)tica, participando de diversas campanhas, ate /ue em $%6& concorreu a debutado estadual não conse!uindo se ele!er, sendo essa atividade paralela a sua vida pro(issional, a /ual teve v7rios empre!os Jamais es/uecendo /ue sua !rande pai1ão pelos versos (oi o /ue o dei1ou conhecido, como o !rande 8a5ador, e o /ue mais tarde lhe con(eriu o titulo de um dos troncos missioneiros, recebendo ao lon!o da vida diversos pr+mios e sendo um tradicionalista bastante ativo Che!ando ao (im de sua vida em 9 de julho de $%%%, devido a v7rios problemas de saúde
Resumo
Este trabalho tem por objetivo contar um pouco sobre a historia de Jaime Caetano Braun, desde o seu nascimento em Timbaúva, na época pertencente a São Luiz onza!a, no dia "# de janeiro de $%&', sua (am)lia, sua in(*ncia e adolesc+ncia se mudando de cidade devido ao empre!o do seu pai Seu primeiro casamento com -ilda ./uino Jardim, em $%'0, cujo união lhe trou1e dois (ilhos2 3arco .ntonio Jardim Braun e José 4a5mundo Jardim Braun, e seu se!undo casamento com a senhora .urora de Souza 4amos, com /uem teve Cristiano 4amos Braun 4elembrando /ue durante sua vida (oi ativo na pol)tica, participando de diversas campanhas, ate /ue em $%6& concorreu a debutado estadual não conse!uindo se ele!er, sendo essa atividade paralela a sua vida pro(issional, a /ual teve v7rios empre!os Jamais es/uecendo /ue sua !rande pai1ão pelos versos (oi o /ue o dei1ou conhecido, como o !rande 8a5ador, e o /ue mais tarde lhe con(eriu o titulo de um dos troncos missioneiros, recebendo ao lon!o da vida diversos pr+mios e sendo um tradicionalista bastante ativo Che!ando ao (im de sua vida em 9 de julho de $%%%, devido a v7rios problemas de saúde
S)m*+! 1.
Introdução.................... ............................... ...................... ..................... ..................... ............................................ ................................. 4
2.
Histórico.................... ............................... ...................... ..................... ..................... ..................... .................................... .......................... 5 2.1
Nascimento..................... ................................ ..................... ..................... ......................................... .............................. ..... 6
2.2
Infância.................... ............................... ..................... ..................... ..................................................... .......................................... 8
2.3
Adolescência...................... ................................ ..................... ..................... ..................... ................................. ...................... 8
2.4
Casamento.................... .............................. ..................... ...................... ................................................ ..................................... 9
3.
Vida Vida !rof !rofis issi sion onal al e "ol#t "ol#tic ica a..................... ............................... ..................... ..................... ..................... ................... ........ 10
4.
$a%me da das &ersos.................... ............................... ...................... .................................................... ......................................... 12 4.1 4.1
'.
$a% $a%me e sua sua &ida ida tra tradi dici cion onal alis ista ta........................................................19
A (a)de e a morte..................... ................................ ..................... ..................... ......................................... .............................. 20 '.1
A lem*rança do do !a !a%ador ..................... ............................... ..................... ..................... ..................... ................ ..... 22
+.
(ua o*ra eterna..................... ................................ ..................... ..................... ..................... ..................... ........................ ............. 24
,.
Conclusão..................... ................................ ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... .....................27 ...........27
-.
Refe Refere renc ncia ias s i*l i*lio/ io/r0 r0fic ficas as..................... ............................... ..................... ........................................ ............................. 28
.-E:;S.................... ............................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... .......... 29 .ne1o <.................... ............................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... .............................. .................... 30 .ne1o <<..................... ................................ ..................... ..................... ...................... ..................... ...................................... ............................ 31 .ne1o <<<..................... ............................... ..................... ..................... ..................... ................................................. ...................................... 32 .ne1os <=.................... ............................... ..................... ..................... ..................... ............................................... ..................................... 33 .ne1os =..................... ................................ ..................... ..................... ..................... ............................................... ..................................... 34 .ne1o =<..................... ............................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... ............................ ................. 35 .ne1o =<<.................... ............................... ..................... ..................... ..................... ..................... ...................................... ........................... 36 .ne1o =<<<..................... ................................ ..................... ..................... ..................... .............................................. .................................... 38 .ne1os <:.................... ............................... ..................... ..................... ..................... ............................................... ..................................... 40 .ne1os :..................... ................................ ..................... ..................... ..................... ............................................... ..................................... 42 .ne1os :<.................... ............................... ..................... ..................... ..................... ............................................... ..................................... 44 .ne1os :<<..................... ................................ ...................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... .............. .... 46 .ne1os :<<<..................... ............................... ..................... ..................... ..................... ..................... ..................... ......................... .............. 48 .ne1os :<=..................... ............................... ..................... ..................... ..................... ............................................. .................................. 51
1. Intr Introd odu ução ção
8oeta 8oeta,, tradic tradicion ionalis alista, ta, declam declamado adorr e pa5ado pa5ador rS)m S)mbol bolo o maior maior da poesia poesia !auchesca> especializou?se em décimas @poemas com estro(es de $# versosA Em seus versos retratou, com conhecimento de causa, os h7bitos costumes e vicissitudes do homem campeiro do sul do Brasil ; peão de est*ncia, o !aúc !aúcho ho anda andari rilh lho, o, o )ndi )ndio o miss missio ione neir iro o e muit muitas as outr outras as (i!u (i!ura rass re!i re!ion onai aiss !anharam vida em seus poemas. (ormaão dos Sete 8ovos das 3isses, a epopé epopéia ia (arrou (arroupil pilha ha,, (oram (oram al!uns al!uns dos seus seus muitos muitos temas temas Eterno Eterno (ilDso( (ilDso(o o !alponeiro, em suas re(le1es, buscou as respostas da e1ist+ncia na visão do homem simples Sua tem7tica ia da raiz s estrelas, sendo ao mesmo tempo re!ional e universal> seus versos mescla de histDria, costumes e atualidades, e1altaram a vida do homem e1clu)do, pobre e oprimido Fei1ou sua obra imor imorta taliliza zada da em v7ri v7rios os livr livros os e disc discos os Send Sendo o cons consid ider erad ado o pelo pelo meto meto tradicionalista, como re(er+ncia !auchesca da ess+ncia rio?!randense
2. Hist Histó órico rico
-ome completo2 Ja5me uilherme Caetano Braun -ome da mãe2 Euclides 4amos Caetano Braun -ome do pai2 João .lo5sio .lo5sio Thiesen Braun .vGs maternos2 .n)bal .ntGnio de Souza Caetano e Hlorinda 4amos Caetano .vDs paternos2 paternos2 Jacob Braun e uilhermina uilhermina Thiesen Braun Fata de -ascimento2 "# de janeiro de $%&' Cidade -atal2 localidade de Timbaúva @na época "I Fistrito de São Luiz onza!aA, hoje munic)pio de Bossoroca
$a%me Caetano raun
2.1 Nascimento Nascimento
João .lo5sio Thiesen Braun era (ilho de imi!rantes alemães, pro(essor e diretor do colé!io elementar 8inheiro 3achado> respeitado nas comunidades
por onde passou @ (oi dele!ado de educaão nas cidades de Santa Cruz e 8asso HundoA Euclides 4amos Caetano era (ilha de (am)lia tradicional pecuarista, da localidade de Timbaúva @ anti!o "K Fistrito de São Luiz onza!a, hoje munic)pio de BossorocaA ; casal João .lo5sio e Euclides, se casaram no ano de $% em São Luiz onza!a, passaram a residir na .venida Senador 8inheiro 3achado nI $%"' em (rente anti!a 8raa da La!oa @ atual 8raa C)cero CavalheiroA no endereo onde e1iste hoje a Casa da .l(ace, na época propriedade do avG materno de Ja5me, sr, .nibal Caetano
oto dos "ais de $a%me Caetano (r. $oão Alo%sio raun e . uclides Ramos Caetano
Em janeiro de $%&' o casal Braun, como de costume, (oi passar as (érias escolares na Timbaúva, na (azenda Santa Catarina de propriedadde do avG Sr .nibal Caetano -esta (eita havia um motivo maior para a ida ate a localidade da Timbaúva, Fona Euclides Braun, !r7vida, con(iava muito na parteira da localidade, dona .ntGnia -o dia &' de janeiro de $%&', chamada as pressas, por .najande 4amos 4ibeiro, a parteira dona .ntGnia trou1e ao mundo Ja5me Caetano, permanecendo ali durante al!uns dias para o res!uardo 8oucos dias apDs o seu nascimento, Ja5me (oi re!istrado no posto desi!nado em Bossoroca @época "K Fistrito de São Luiz onza!aA, onde consta como declarante o senhor .najande 4amos 4ibeiro e /ue o casal Braun estava a passeio no Fistrito -I do re!istro de nascimento2 nI .?6> (olha nI $6, nI orde, &$> data #0#&$%&'
Sobre seu pai, Ja5me descreve a !rande admiraão /ue sentia por ele na poesia M;(ertaN Fe sua mãe herdou a veia poética Sua avD materna Hlorinda 4amos Caetano, irmã do poeta e coronel revolucion7rio Laurindo 4amos, dominava o verso de improviso e recitava seus poemas em ambiente (amiliar criando (orte estrutura poética /ue Ja5me veio a conviver e herdar mais tarde 2.2 Infância
Cresceu o menino nas imediaes da velha 8raa da La!oa . missioneira São Luiz onza!a com sua ri/ueza histDrica aos poucos ia sendo descoberta pelo olhar atento do pe/ueno poeta Fesde cedo conviveu com a vida rural nas (azendas, o /ue procurou manter pela vida toda, sendo essa vivencia armazenada na alma do pa5ador, o ri/u)ssimo conteúdo emotivo /ue serviu de espinha dorsal para suas poesias
oto da fam#lia materna de $a%me Caetano amilia Ramos Caetano
2.3 Adolescência
Em $%"9, a (am)lia mudou?se para Cruz .lta, devido a trans(er+ncia de Sr João .lo5sio, onde (oi diretor de escola
Em $%"% (oram para Santa Cruz do Sul, onde o senhor Braun (oi dele!ado de ensino Em $%'# seu pai assumiu o car!o de dele!ado de ensino em 8asso Hundo, onde permaneceram ate $%'& -esse ano retornam a Cruz .lta, onde Sr Braun se aposentou e anos depois veio a (alecer .pDs a morte de seu pai, a (am)lia se mudou para 8orto .le!re
oto (r. $oão Alo%sio e . uclides com seus fil5os6 7aria lorinda6 $a%me6 8ere9in5a6 $udite6 :;lia e !edro Can#sio
2.4 Casamento
Ja5me retorna as 3isses, onde morou na (azenda Santa Terezinha, em Timbaúva, propriedade de seu tio materno Fanton =ictorino 4amos, a /uem Ja5me tinha !rande consideraão Hicando ali até se casar -o dia de dezembro de $%'0 casou?se com -ilda ./uino Jardim, (ilha de 4ivadavia 4omeiro Jardim e Haustina ./uino Jardim 8assando a morarem na (azenda 8iraju de propriedade de seu so!ro Fevido a seu temperamento (orte e determinado, teve desentendimento com o capataz com relaão as lidas da (azenda, por isso (icaram ali um pouco mais de um ano Sa)ram da (azenda para morar ali perto, em Serrina, vila de São Luiz onza!a, na/uela localidade abriu um autentico bolicho de campanha, contando com a ajuda (inanceira de seu so!ro, 4ivadavia e de seu tio Fanton 4amos, para /ue isso pudesse acontecer ML7 ocorriam rodas de poesia e musica ate tarde da noite, /uando Ja5me (icava inspirado, 7s vezes, olhando um palito de (Ds(oros entre os dedos @com som de violão sendo dedilhado ao
(undoA e as pa5adas brotavam ma!icamente N disse o Sr .taliba dos Santos, (ilho do capataz /ue (oi morar com Ja5me e F -ilda ajudando no bolicho . casa de Ja5me (icava nos (undos do bolicho 8ermaneceu MbolicheandoN por /uase dois anos, depois passou a residir na cidade de São Luiz onza!a na 4ua 3arechal Hloriano, onde ali nasceram seus dois (ilhos2 3arco .ntonio Jardim Braun e José 4a5mundo Jardim Braun Hicando casado com do dona -ilda Jardim até $$ de julho de $%99, divorciando?se o(icialmente em &6 de junho de $%%O -o dia $I de setembro de $%%O, casou?se com dona .urora de Souza 4amos, na cidade de 8orto .le!re Sendo /ue com dona .urora veio junto um enteado 3arcelo Bianchi, e de sua união nasceu Cristiano 4amos Braun
3. Vida !rofissional e "ol#tica
.pDs sua e1peri+ncia como bolicheiro, comeou a participar de campanhas pol)ticas como pa5ador, no (inal da década de '#
Seu poema M; 8etio de São BorjaN re(erente a etulio =ar!as (oi publicado na época em revistas e jornais do pa)s 8articipou da campanha de seu tio materno 4u5 4amos com o poema M; 3ouro do .le!reteN -os anos se!uintes participou nas campanhas de Leonel Brizola, João oulart e E!idio 3ichaelsen -a campanha de 4u5 4amos a deputado (ederal, apresentava um pro!rama radio(Gnico em São Luiz, contratado por seu outro tio Fanton 4amos, para divul!ar a candidatura de 4u5 Fevido ao sucesso, obtido em !rande parte pelos seus versos de improviso, o pro!rama te ve continuidade Em $%'9 iniciou o pro!rama, na mesma r7dio, chamado Malpão de Est*nciaN, juntamente com Fan!remon Hlores e Farci Ha!undes ; pro!rama e1iste até os dias atuais, atualmente a car!o de .lcides Hi!ueiredo . convite de seu tio 4u5 4amos (oi para 8orto .le!re, onde passou a ser (uncion7rio do <8.SE @
Sem admitir prete1tos E (ui P como !ato a cabresto MSD nas patinhas de tr7sN, Tu sabes P na santa paz Que o !aucho não morreu 3as na terra onde nasceu ? .te peri!a a verdade, Quando eu !ritei2 LiberdadeR
SD o eco me respondeuN
Em $%0" inicia o pro!rama semanal MBrasil rande do SulN, na 4adio ua)ba, durante $O anos, com enorme sucesso, ;s direitos autorais de seus livros e discos serviram como complemento de renda, pois o poeta, como muitos /ue trabalham com a arte, enri/ueceram mais a alma de /ue os bolsos
4. $a%me das &ersos
Ja5me teve )dolos /ue o inspiraram, /ue (oram2 Laurindo 4amos @tio avGA, Balbuino 3ar/ues 4ocha, João =ar!as do .le!rete, Juca 4uivo, .thaualpa upani e José Uernandez @3artin HierroA, a (azer v7rios poemas, mas em $%'" (oi a primeira vez /ue seus poemas (oram publicados no jornal . -oticia de São Luiz onza!a Sendo seu primeiro livro, alpão de Est*ncia, publicado em $%O' 8oeta re!ionalista !aúcho, Braun publicou livros de poesia e um dicion7rio de re!ionalismos, Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas. Também !ravou discos e CFs, nos /uais declamava seus poemas, acompanhado por Lúcio anel, l+nio Ha!undes e -oel uaran5 Como letrista de músicas re!ionalistas, /ue podem ser consideradas verdadeiros poemas por sua elaboraão estética e tem7tica re!ionalista, (oi premiado em muitos (estivais Em al!uns, atuou também como apresentador Emprestou seu nome a Centros de Tradies aúchas @CTsA de diversas localidades .l!umas de suas canes (oram !ravadas por cantores e conjuntos de outros Estados, como ;ri!inais do Samba ; talento de Ja5me Caetano Braun como poeta e letrista (oi reconhecido no Vru!uai, na .r!entina, no 8ara!uai e na Bol)via Escrevia sobre a cena campeira Fescrevia o 4io Vru!uai, o domador de cavalos, o (o!ão da campanha, a reli!iosidade do !aúcho .pai1onado pela cultura platina, costumava dizer2
M P
8ara ele, brasileiros, uru!uaios e ar!entinos são Mpiedras del mismo camino a!uas del mismo caudalN, como escreveu, em espanhol, em sua 3ilon!a de Tres Banderas Em seu panteão, ;sDrio reunia?se a .rti!as e San 3art)n ; !audério anGnimo de Bochincho era irmão de 3art)n Hierro, do =iejo 8ancho, de Santos =e!a e de Blau -unes E1celente repentista, conhecido como El 8a5ador, ocupa por isso um lu!ar de desta/ue na literatura re!ionalista do 4io rande do Sul Tem, na sua poesia, a e1pressão estilizada da autenticidade e espontaneidade da (ala do homem rural, da zona da Campanha Sobre sua obra, a(irmou Walter Spaldin!2 X. poesia desse poeta missioneiro é um dos maiores e melhores repositDrios de palavras e e1presses !auchescas, valendo por isso seus livros um tesouro rande parte das /ue usa e /ue são de uso comum nas 3isses e outras partes do 4io rande jamais (oram
dicionarizadasX Seus poemas são, em !eral, lon!os e épicos, para ser declamados de viva voz ; costume campeiro de contar causos também est7 presente em seus XrimancesX, poemas narrativos, como Bochincho, e1tremamente popularizado, um dos te1tos mais declamados nas (estas !auchescas Seu vocabul7rio re!ional representa rico acervo para estudo dos dialetos rurais !aúchos .rtesão de belas ima!ens, também compGs poemas l)ricos?amorosos, e sua tem7tica ia desde a e1pressão de um (orte telurismo /uase m)stico pelo pa!o,a objetos de seu universo ? o !alpão, o leno, a (aca, o cavalo, as chilenas ?, as apolo!ias sobre a histDria do Estado e o realismo social, em poemas nos /uais os anti?herDis são desvalidos da sorte e oprimidos pelo sistema capitalismo Suas composies t+m um percurso n)tido2 vão dos poemas lon!os !randilo/Yentes, (eitos para declamaão, aos poemas curtos e densos de suas últimas obras, nos /uais a elaboraão poética é maior e mais cuidadosa, acompanhando os modelos da modernidade -in!uém improvisa melhor do /ue Caetano Braun2 rima e métrica andam de mãos dadas com os sentimentos -os seus últimos poemas mani(esta uma n)tida crena na imortalidade 3as, a sua maior ri/ueza, é o sentimento do bu!re, or!ulhoso da sua ori!em, /ue tanto valoriza a lealdade, a valentia, a amizade, a tradião e o amor terra em /ue nasceu E, acima de tudo, saudoso do passado, incon(ormado com o Xpro!ressoX destrutivo da nossa civilizaão de consumo2 <...eu ten5o /ana = >ue esse maula6 sem res"eito6 >ue fe9 la&oura da in&ernada onde eu &i&ia6 tente arrancar = a /rama &erde de "oesia6 deste Rio ?rande >ue carre/o no meu "eito@
; primeiro poema do livro X8aisa!ens 8erdidasX contém, no (inal, os versos mais lindos de toda a poesia de Caetano Braun Em /uatro versos per(eitos P sentido vestindo a rima e a métrica com per(eião, cristalizando a
beleza como a 7!ua em cristal de neve P e1pressou sentimentos /ue emocionam /ual/uer um2 !aisa/ens de som*ra e lu96 como ; >ue "ude "erdêBlas icaram as cinco estrelas fa9endo o (inal da Cru9@
8ura nostal!ia de um homem passando os sessenta Z /uando uma pessoa se d7 conta da velocidade com /ue o tempo passa <Como ; >ue "ude "erdêBlas No c;u6 *ordado de estrelas6 ficou o Cru9eiro do (ul6 fa9endo o (inal da Cru9 >ue termina as oraçDes6 como se fosse um Am;m.E
-uma reporta!em (eita pelo -ico Ha!undes em $%%%, Caetano (ala /ue a/uilo /ue não é escrito (ica perdido Comentando com o repDrter /ue em sua casa ele (azia poesia com naturalidade, como comia, ao ser per!untado se (icava re!istrado al!uma coisa, o poeta responde /ue não XSe perdeX P disse Caetano XSe perdeX P repetiu depois Se perde como ele perdeu as paisa!ens de sombra e luz da sua in(*ncia Em todos os seus livros não se encontra nem uma p7!ina sem sinais de l7!rimas de saudade dos velhos tempos de moo < os ol5os do carreteiro Vão se or&al5ando Fcuê "uc5aG6 !ois na estam"a "e>uerruc5a a>uele a*ri/o sem "orta6 ntre&ê a /rande9a morta a &el5a estir"e /a)c5a Numa a/onia >ue corta@ eia correr6 carreteiro6 As l0/rimas da saudade. $0 "ouco resta6 ; &erdade6 os lindos tem"os de outrora. "assado foi se em*ora
tudo o >ue con5eceste6 $0 são "ousos como este nde nin/u;m se demora@ J!ouso de carretasK
-o poema XQuer+ncia P tempo e aus+nciaX o poeta e1travasa a saudade da sua in(*ncia, a mais per(eita representaão do 8ara)so Terrestre2 aus+ncia de responsabilidades P @antes de cometer o 8ecado ;ri!inal o homem não dispunha do livre?arb)trio E sem o livre?arb)trio não e1iste crime, nem pecado e muito menos casti!oA P prote!ido por um 8ai Todo 8oderoso, num local onde não e1istia competião, nem (ome, nem (rio, nem suor e nem morte No cartão de "rocedência6 "ouco im"orta onde nasci6 *us>uei rumo e me "erdi6 >uerência = min5a >uerência6 desde então me c5amo ausência6 "or>ue me a"artei de ti@
.o lon!o de sua vida, escreveu diversos poemas e diversas musicas2 io/rafia
P alpão de Est*ncia @$%O'A P Fe Ho!ão em Ho!ão @$%O9A P 8otreiro de ua1os @$%6OA P Bota de arrão @$%66A P Brasil rande do Sul @$%66A P 8aisa!ens 8erdidas @$%66A P =ocabul7rio 8ampeano P 87tria, Ho!es e Le!endas @$%90A P 8a5ador e Troveiro @$%%#A P .ntolo!ia 8oética2 O# anos de poesia @$%%6A iscos
P 8a5ador P pampa e !uitarra de -oel uaran5, como convidado especial @$%0'A P 8a5adas @$%9'A P . volta do pa5ador @$%9'A P Troncos 3issioneiros @$%90A, juntamente com -oel uaran5, Cenair 3aic7 e 8edro ;rtaa P 8oemas aúchos @$%%"A P 8a5adas @$%%"A P 8aisa!ens 8erdidas @$%%'A P Ja5me Caetano Braun @$%%6A P .cervo aucho @$%%9A P [1itos $ @$%%%A Fentre seus companheiros e parceiros musicais destacam?se2 -oel uaran5, Cenair 3aic7, 8edro ;rtaa, Lucio anel, l+nio Ha!undes, Chalo5 Jara e ilberto 3onteiro Considerado, juntamente com -oel uaran5, Cenair 3aic7 e 8edro ;rtaa, um dos MTroncos 3issioneirosN (undadores do estilo musical chamada2 3issioneiro, marca re!istrada das misses e do 4io rande do Sul Hez um poesia em homena!em a esse titulo /ue eles possuem e mais tarde (oi !ravado um CF, com $$ (ai1as, com as principais composies de cada um dos /uatro troncos missioneiros <s >uatro são missioneiros Lnidos no mesmo a*raço (ão tentos do mesmo laço rasas
dos
mesmos
*raseiros Mis"a dos mesmos luseiros onde um &ai outro &ai Nen5um "esaros contrai Nem
desencanto6
nem
ma/oa s >uatro *e*eram 0/ua No remanso do Lru/uaiE
Compem
as
se!uintes
composies2 #$ P ;s Quatro 3issioneiros P Ja5me Caetano Braun #& P Bailanta do Tibúrcio P 8edro ;rtaa #" P 4ecuerdos de Tapejara P -oel uaran5 #' P Fa Terra -asceram ritos P Cenair 3aic7 #O P Bochincho P Ja5me Caetano Braun #6 P Timbre de alo P 8edro ;rtaa #0 P Cepa 3issioneira P Cenair 3aic7 #9 P 8roced+ncia P -oel uaran5 #% P Evocaão P Ja5me Caetano Braun $# P Soledade -ão é 3ais Solidão P Cenair 3aic7 $$ P Hermento da Esperana P 8edro ;rtaa 4ecebeu ao lon!o de sua carreira inúmeras premiaes e homena!ens, desta/ue especial2 P Hestival Sesmaria da Canão, de ;sDrio, em $%%0 P 8r+mio .oriano de 3úsica, em $%%0 P Tro(éu Simes Lopes -eto em $%%0, maior honraria concedida pelo overnador do Estado, na época o senhor .ntGnio Britto P Tro(éu Laador de ;uro em $%%0
4.1$a%me e sua &ida tradicionalista
Hoi um dos (undadores do CT alpão de Est*ncia, em &' de junho de $%O', na cidade de São Luiz onza!a Entidade essa /ue leva esse nome em homena!em a um pro!rama /ue Ja5me juntamente com Fan!remon Hlores e Farci Ha!undes iniciou no r7dio, chamado Malpão de Est*nciaN, ; pro!rama e1iste até os dias atuais, atualmente a car!o de .lcides Hi!ueiredo ; primeiro patrão (oi seu tio materno -ico Caetano Hoi um dos (undadores da Est*ncia da 8oesia Crioula, em &% de junho de $%O%, dia de São 8edro, 8adroeiro da Est*ncia, !raas a visão e es(oro de abne!ados poetas e prosadores /ue sentiram a necessidade de or!anizar?se como instituião com o objetivo de e1altar nossos usos e costumes, nossas valorosas e ricas tradies -o ano de $%O%, (oi um dos (undadores do Conselho Coordenador do 3ovimento Tradicionalista aúcho @3TA, sendo presidente em $%O%
'. A (a)de e a morte
. sua saúde (oi abalada em muitas situaes2 /uatro pontes de sa(ena, an!ustias, desiluses e (orte depresses =arias situaes no decorrer de sua emotiva e1ist+ncia colaboraram para o sur!imento de seus problemas de saúde2 criticas ao seus poemas, e desilusão na vida pol)tica E por (im, talvez o mais tenha despedaado o coraão do poeta tenha sido a dor pela perda de seu (ilho primo!+nito, 3arco .ntGnio aos "# e poucos anos de idade por abalos no sistema nervoso Haleceu no dia 9 de julho de $%%% s O horas e "# minutos, aos 0O anos de idade, na clinica São José em 8orto .le!re, vitima de complicaes cardiovasculares ; corpo (oi velado s $0 horas no Salão -obre -e!rinho do 8astoreio, no 8al7cio 8iratini, sede do !overno estadual !aúcho> (oi enterrado no cemitério João ::<<< em 8orto .le!re Ja5me Caetano Braun che!ou deitado como dormido em seu es/ui(e de dura madeira campeira 8ilchado, como convém aos /ue se vão de tropa estrada a(ora, tinha um leno mara!ato atado no pescoo Ele, o Chiman!o, /ue herdara o seu leno branco do )dolo, o coronel Laurindo 4amos, na Bossoroca MHalei com dona Bréa, a companheira terna, a indiazinha /ue lhe devolvera o !osto das 3isses2 P -a hora não achei o leno branco, nem a boina branca de /ue ele tanto !ostava Tirei o leno branco dos Ha!undes do meu pescoo e o(ereci o velho !on(alão para /ue acompanhasse o poeta na última tropeada Com a ajuda dos companheiros, trocamos o leno colorado @/ue ele usou, por companheirismo, al!umas vezes nos últimos temposA pelo leno branco, /ue sempre (oi dele, /ue lhe deu o apelido carinhoso entre os ami!os2 Chiman!o 3as a) che!ou o !overnador ;l)vio Futra, seu ami!o e seu conterr*neo dos tempos em /ue a Bossoroca pertencia a São Luiz onza!a, e al!uém achou /ue o poeta podia levar os dois lenos, /ue ele cantou em Branco e Colorado2 M.té Feus -osso Senhor, /ue usou bota, espora e man!o, lhes !aranto /ue é Chiman!o P se 3ara!ato não (orRNN N, relato de .ntGnio .u!usto Ha!undes sobre o (uneral de Ja5me
Ja5me Caetano Braun, o mais !auchesco dos nossos poetas, o missioneiro de espinha dura, mestre da pa5ada arrocinada, senhor da lin!ua!em e do vento, o último !rande de uma pro!+nie de !randes, partiu ; 4io rande do Sul (icou menos !rande ;s nomes mais (amosos do !auchismo, da cultura em !eral, estavam l7, hier7ticos . !ente tem a impressão de /ue al!um Feus campeiro esculpe em cedro das 3isses cada um dos /ue vão caindo, para compor uma !aleria sa!rada para o altar do pa!o ./ueles homens e mulheres /ue choravam em sil+ncio no Salão -e!rinho do 8astoreio @o espao mais nobre do pal7cio do !overno !aúcho homena!eia um ne!rinho humildeA pareciam ter essa consci+ncia Eram, mais /ue admiradores do poeta, devotos de uma crena 1ucra, meio santa, meio pa!ã Favidson Labrea, comandou um 8ai -osso, ocasião em /ue todos se deram as mãos .r5 Hernandes onalves declamou Tio .nast7cio, declamadores e declamadoras iam dei1ando sua derradeira homena!em ao poeta /uerido ;s mestres de truco do 8itoco !uardaram uma (lor de espadas no cai1ão do mestre?companheiro /ue partia Quando o cai1ão (oi retirado do pal7cio, para a última via!em, a temperatura bai1ara peri!osamente e um minuano uivava em volta, como um cachorro louco Hazia (rio, de repente, e o céu estava chumbado Feus -osso Senhor tinha decretado luto para o 4io rande inteiro Ja5me Caetano Braun e1pressou um desejo no poema \ndio =a!o2 uando eu morrer sse ; o fim de cada >ual Hão de estar meu "in/o &el5o Com seu relinc5o cordial o meu cus>uin5o *rasino C5orando meu funeralE .
MCertamente, junto do pin!o velho e do
cus/uinho brasino, estamos todos nDs a chorar a perda de um tão !rande inventor de novos modos de olhar o universo !auchesco, (orte marca de nossa identidade re!ionalN, Lisiana Bertussi
'.1 A lem*rança do !a%ador
=7rias personalidades importantes e1pressarão seu sentimento em relaão a morte de Ja5me2 “Nós todos nos sentimos órfãos. a!me "aetno #raun foi um manancial, cacimba da mais pura manifesta$ão de nossa cultura.% ;l)vio Futra, !overnador do Estado “& mestre dos pa!adores. a!me ' o s(mbolo má)imo do gauc*ismo. Perdemos o con+(+io, mas o a!me se eternia.% Eraci 4ocha, presidente do
centro do pa(s. le foi muito grande. abia dier as coisas como todo ga0c*o /ue con*ece as lidas do campo.% .le1 Uohember!er, diretor da ravadora VS. Fiscos “3uando comecei no tradicionalismo, na in+ernada art(stica do "89 :;, nas apresenta$ões eu declama+a o #oc*inc*o. io 9rande do ul. Foi o grande poeta /ue ti+emos. Pa!ador ' o a!me "aetano #raun e mais ningu'm. ra uma pessoa radical na forma de pensar, sem abrir mão do /ue pensa+a.% Leo .lmeida, músico “a!me foi um dos maiores poetas da nossa terra. ua morte representa uma perda irrepará+el para o >io 9rande do ul. 7 preocupa$ão com os pobres e a indigna$ão com a e)plora$ão das elites foram a sua maior fonte inspiradora. Particularmente, perdi um amigo, um parceiro e o padrin*o de batismo.% 8edro ;rtaa, músico uem sa*e o Ciro ?a&ião6 uem sa*e Aureliano !into6 uem sa*e o ne/ro retinto6 ue se c5ama&a Anast0cio6 uem sa*e at; don !asc0cio6 AndeOo dos corredores6 ?uas>ueiros6 alam*radores6 ?inetes da ce"a anti/a Vão es"erar com canti/a maior dos "a%adores.
8oema ; 8a5ador,de Telmo de Lima Hreitas, composto em memDria do poeta Ja5me Caetano Braun
+. (ua o*ra eterna
Fias depois de sua morte (oi lanado seu ultimo CF, [1itos $, /ue estava pronto com mais de ano de anteced+ncia, cujo lanamento havia sido adiado por pedido seu pois /ueria estar em melhores condies de saúde -o ano de #$ (oi institu)do em sua homena!em, na data do seu aniversario, "# de Janeiro, o MFia do 8a5adorN com lei estadual de nI $$606#$, de autoria do Feputado Estadual João Luiz =ar!as .l!uns autores (izeram poesias e musicas em sua homena!em, dentre elas2 P Sol das 3isses de 8aulo de Hreitas 3endona P Tributo a Ja5me Caetano Braun de eraldo -orte P alo 3issioneira de 8edro ;rtaa P Ja5me e os dez mil poetas de Carlos ;mar =ilela omes Horam lanados também um livro em #", 8a5ada Cantares, e " discos, 8a5ada, 3emDria e Tempo em #6, 8a5ada, 3emDria e Tempo, =ol & e . =olta do Harrapo em #9, cujas letras (oram res!atadas do acervo de Ja5me -o dia $# de outubro de #%, São Luiz onza!a (ez uma homena!em a um dos mais ilustres moradores, inau!urando o monumento ao 8a5ador, Ja5me Caetano Braun Vma estatua de 6 metros de altura com & metros de lar!ura, (eita pelo escultor =inicius 4ibeiro, /ue se localiza no trevo da cidade
statua de $a%me Caetano raun em (ão Pui9 ?on9a/a
-o ano de $", 8aulo de Hreitas 3endona (ez um CF, Vm Tributo a Ja5me Caetano Braun, com diversas musicas e poesias (eitas em sua homena!em interpretadas por ele, e por al!uns artistas
Cujo as interpretaes são #$ P .presentaão P 8aulo de Hreitas 3endona #& P Fisse Fom Ja5me Caetano Braun P 8aulo de Hreitas 3endona #" P Ja5me Caetano Braun P .ntonio Tarra!o 4os e 8aulo de Hreitas 3endona #' P Sol das 3isses P 8aulo de Hreitas 3endona #O P 3ilon!a de Tr+s 3emDrias P José Curbelo #6 P Vma Luz .bandonada P 8aulo de Hreitas 3endona #0 P Canto de .deus ao 8ajador P 4aul Quiro!a #9 P Ja5me e os Fez 3il 8oetas P 8aulo de Hreitas 3endona #% P 3otivos de 8ajador P Jadir ;liveira e 8aulo de Hreitas 3endona $# P Emplumadas de 8oesia P 8aulo de Hreitas 3endona $$ P .o 8ajador 3issioneiro P 8aulo de Hreitas 3endona Sendo /ue no ano de $', no dia $% de setembro, (oi (eito um espet7culo de músicas, poesias e pajadas, escrito e produzido por 8aulo de
Hreitas 3endona prota!onizado por ele, 4aul Quiro!a e .mericanto, ; Tributo a Ja5me Caetano Braun, no Teatro Fante Barone em 8orto .le!re Conta com a participaão de al!uns dos mais importantes pajadores da atualidade, José Estivalet, Jadir ;liveira, .dão Bernardes e o pa5ador ar!entino Lazaro 3oreno Também apresenta a premiada declamadora, sobrinha do pajador missioneiro, .driana Braun ; sho] também conta com uma artista convidada, a consa!rada declamadora Liliana Cardoso .lém disso, est7 prevista a participaão do CT Ja5me Caetano Braun, da capital !aúcha, /ue vai encenar uma das obras apresentadas, sob o comando de .le1andre ;uri/ue e a direão c+nica do ator TailGr 3endona ; repertDrio vai contar com poemas e canes de autoria do homena!eado e também obras produzidas em sua homena!em, assinadas por 3endona, .ntonio Tarra!D 4os, 4aul Quiro!a e Carlos ;mar =illela omes, entre outros Vm dos pontos altos do espet7culo vai ser a improvisaão em (orma de pajada, no calor do repente, pelos pajadores disc)pulos de Braun
older do &ento 8ri*uto a $a %me Caetano raun
,. Conclusão
-. Referencias i*lio/r0ficas
Ja5me Caetano Braun P ; !rande 8a5ador, -ei Ha!undes 3achado 8a!ina do aúcho P http2]]]pa!inado!auchocombr Jornal ero Uora http2viniciusribeiroescultorblo!spotcombr http2]]]rio!randecombr
ANM(
Aneo I
8oema (eito por Ja5me para etulio =ar!as, é o inicio de sua vida na pol)tica
; 8etio de São Borja Evoca o ba!ual crioulo corcoveando na co1ilha Sobra triste de )ndio va!o des!arrado da tropilha Juntando os últimos trapos da epopéia (arroupilha Z a tradião do 4io rande /ue nele vibra e delira Ess+ncia de !eraes /ue no presente se atira 3oldada nas linhas rudes de um tronco de !uajuvira Evocando as nossas !lDrias pro(etizando o (uturo 3ostrou na simplicidade /ue um !aúcho sendo puro -a de(esa do 4io rande peleia até no escuro . nossa imensa (am)lia irmana se per(ila Com vastas razes de or!ulho por ver no chão (arroupilha lori(icando a co1ilha um vulto como etúlioR
Aneo II
8oema (eito para a campanha do Feputado Hederal 4u5 4amos, intitulado M; 3ouro do .le!reteN
Aneo III
Carta enviada em $I de julho de $%6& a Ja5me Caetano pelo ami!o João =ar!as do .le!rete
Aneos IV
8oema resposta enviado por Ja5me Caetano para João =ar!as, apDs resultado ne!ativo nas urnas
Aneos V
Hotos de Ja5me ao lon!o de sua carreira
Aneo VI
Hotos de Ja5me ao lon!o de sua carreira musical
oto $a%me Caetano raun6 ?lênio a/undes6 7arco Aurelio Cam"o e !aulo a/undes
oto Noel ?uaran%6 $a%me Caetano e !edro rtaça6 3 dos 4 8roncos 7issioneiros
oto $a%me Caetano raun e Pui9 7arenco
Aneo VII
8oema (eito por Ja5me Caetano Braun em homena!em aos /uatro troncos missioneiros MSão /uatro cernos de an!ico Hal/uejados na min!uante Que vem trazendo por diante -osso tesouro mais rico Que a tr+s séculos e pico ;s centauros nos le!aram 3emDrias /ue não !astaram -os entreveros da in(*ncia E ol(atiando na distancia .l!umas /ue se e1traviaram ;s /uatro são missioneiros Vnidos no mesmo abrao São tentos do mesmo lao Brasas dos mesmos braseiros :ispa dos mesmos luseiros E onde um, vai outro vai -enhum pesaros contrai -em desencanto, nem ma!oa ;s /uatro beberam 7!ua -os remansos do Vru!uai Vm deles é o 8edro ;rtaa -ascido l7 no pontão -um dia de cerraão Tapado pela (umaa Cantor de (Gle!o e raa Fo mais crioulo recurso 3ais a!arrado /ue um urso -as seis cordas da !uitarra .ndou (azendo uma (arra
-a bailanta do tiburcio ;utro é o -oel uarani Fo manancial missioneiro Que benzeram em terneiro Com leite de curupi Tropeando desde !uri -unca cai em aripuca 3ais brabo do /ue mutuca =em do bero de Sepé E andou morando em Ba!é -a bai1ada do manduca ;utro é o Cenair 3aic7 Fo canto b7rbaro e doce Que com certeza e1traviou?se Fa (lor do cara!uat7 Crioulo também de l7 Fas barrancas do Vru!uai Saiu /uebra i!ual ao pai Com massaroca na clina J7 cortou tranas de china -os bailes do Sapuca) ;utro, outro apenas pa5ador 3isto !ente e urutal Z o Ja5me Caetano Braun Fo velho 4io rande em (lor Cantando coplas de amor Sem se importar com os espinhos Fe tanto tranar carinho Hoi se enredando nas tranas E hoje troteia lembranas Que juntou pelos caminhosM
Aneo VIII
Entrevista de Telmo de Lima Hreitas, (ornecida ao Jornal ero Uora, Se!undo Caderno, no dia $# de julho de $%%% MZ muito di()cil (alar de Ja5me Caetano Braun, o velho Chiman!o, parceiro de canti!as e rodadas de truco Quando, pelo ano de $%O0, no le!end7rio -hG 8orã, Campo Bonito, junto com velhos ami!os, irmãos das mesmas crenas telúricas, das mesmas carpas de carreiras, do mesmo (o!o de chão, por /ue não dizer, da/uelas noitadas de entrar madru!ada adentro, com tio Cl7udio Torronte!u5, velho manduca, .ppar)cio Silva 4illo, o bolicheiro 3ambelo, irmão João Lucas de .raújo, Luiz Silva, o 8otrilho e muitos outros, lavramos tarcas de causos e versos ; tempo (ez nos reencontrarmos na Capital dos Casais, no rancho da tia Lola e do tio 4ubem 4ober, /ue era o nosso saleiro Fepois da bDia, o tradicional jo!o do rabão @trucoA, /ue se estendia até o hor7rio do servio 3uitas (alta?envido, muitos retruco, muitos /uero?e?vale?/uatro 8arece /ue o rancho vinha abai1o com os !ritos e al!azarra 3as desta vez, com "" de espada, perdeu de mão ; tapejara de São Luiz onza!a, a enciclopédia campeira, dei1a um vazio no tempo ; !rande vate da Est*ncia da 8oesia Crioula, o homem /ue en(renava um cavalo conversando, o homem /ue não beliscava uma ovelha nos seus tempos de es/uilador, o !uas/ueiro /ue des/uinava um tento como sD ele, sempre com uma (a/uita cortadeira mão de semear e um schimite mão de tra!o, o homem /ue conhecia o arroio /ue dava vau ; 4io rande não vai se acostumar com a aus+ncia desse telúrico tranador de versos Fizia ele2? . minha academia (oi /uando bolichei, /uando andei de (o!ão em (o!ão, ol(ateando a terra vermelha do meu chão, ali (oi o meu bebedor das coisas campeiras ; cantador !alponeiro encilhou seu (lete pela última vez e partiu para a tropeada mais lon!a, tendo como sinuelo a estrela boeira
$a%me Caetano raun6 il5o de (ão Pui9 ?on9a/a6 No terceio duma ada/a6 Nunca se enliou nas es"oras. "a%ador das auroras6 cam"eador /auc5esco6 A*riu coi&ara "a%ando6 Alçou um &Qo acenando Com a a*a do c5a";u6 (a*endo >ue6 l0 no c;u6 istem al/u;m es"erando.
uem sa*e o Ciro ?a&ião6 uem sa*e Aureliano !into6 uem sa*e o ne/ro retinto6 ue se c5ama&a Anast0cio6 uem sa*e at; don !asc0cio6 AndeOo dos corredores6 ?uas>ueiros6 alam*radores6 ?inetes da ce"a anti/a Vão es"erar com canti/a maior dos "a%adores.
eiou tro"il5as de rimas6 Retouçando nos /al"óes6 As futuras /eraçDes (e/uirão teu catecismo6 Honrarão teu /auc5ismo ue Oamais ser0 dis"erso. !ois >uem deiou uni&erso e "a%adas i/ual s tuas Volta nas noites de lua !ara enfrenar mais um &erso”.
Aneos IM
Entrevista de Tabajara 4uas, (ornecida ao Jornal ero Uora, Se!undo Caderno, no dia $# de julho de $%%% MU7 uma certa pr7tica na nossa conviv+ncia cultural tão destrutiva e ver!onhosa /uanto preconceituosa, /ue é a de rotular XauchescoX, por e1emplo, é rDtulo aplicado aos poetas dos movimentos tradicionalistas Esses movimentos estão cheios de e/u)vocos tanto estéticos /uanto ideolD!icos, mas a verdade é /ue !eraram uma sDlida estirpe de poetas e de músicos ; maior deles (oi Ja5me Caetano Braun 8ara a cr)tica em !eral, porém, nunca passou de um poeta !auchesco Bor!es disse num poema (amoso /ue os !aúchos nunca ouviram a palavra !aúcho, ou a ouviram como um insulto ;s letrados de !ravata com certeza se re(eriam ao poeta Ja5me Caetano Braun com essa intenão2 era um poeta !auchesco Essa divisão !rosseira pode satis(azer a inteli!+ncia de verniz dos comerciais de televisão para erva?mate ou similares, mas é espantoso /ue tenha merecido o silencioso aval da inteli!+ncia estabelecida no corpo da elite cultural rio?!randense .s resenhas sobre a morte do poeta não dão conta de nenhuma l7urea acad+mica em vida para Ja5me, reconhecendo seu valor como artista Fuvido /ue tenham pensado em al!o semelhante para /ual/uer autor sob esse rDtulo João Simes Lopes -eto não vale citar, pois morreu antes do rDtulo e1istir como redutor .ppar)cio Silva 4illo (oi campeão de vendas da Heira do Livro @com uma série de obras menores, é verdadeA, mas sua bela poesia e seus contos impec7veis nunca (oram levados em consideraão para uma homena!em na (eira /ue ele tanto ajudou a tornar ainda mais !aúcha Barbosa Lessa ainda escreve e publica com (inura e erudião, mas é !auchesco E =ar!as -etto^ aucus Saraiva^ Tantos e tantos es/uecidos burramente sob o rDtulo de !auchesco -ão acho /ue Ja5me Caetano Braun (osse um poeta !auchesco Era um poeta do 4io rande do Sul, um poeta /ue, ao descobrir seu dom, ade/uou?o na criaão de uma lin!ua!em sin!ular, para trata de um tema sin!ular2 sua terra e sua !ente
Fentro do opulento universo lin!Y)stico da obra de Ja5me Caetano Braun, e1istem al!uns versos simples /ue, me parece, de(inem bem sua poesia e sua personalidade2 XBrin/uei com !ado de osso -a sombra do velho umbu e assim
volteando o amar!o e o churrasco meio cru Hui
crescendo e me or!ulhando Fe ter nascido um chiruRX ;r!ulho é uma palavra de(inidora 3as esse or!ulho, atentem, sD (oi aparecendo medida /ue o poeta crescia, isto é, medida /ue lanava o olhar ao mundo /ue o cercava e comeava a entend+?lo medida /ue o rio, a (ronteira, as 3isses, a pedra, o cavalo, o umbu, o pampa (oram tomando um sentido _ medida /ue descobria o passado e percebia l7 as marcas desta nossa civilizaão meridional Então ele colocou seu talento para cantar essas coisa tão prD1imas2 <7eu canto ; rio meu canto ; sol meu canto ; &ento u ten5o "0tria u ten5o *erço u ten5o /lória u só não ten5o terra "ró"ria "or>ue a 5istória >ue escre&i me deserdou no testamento@
8arece /ue (ala dos sem?terra e (ala mesmo Cantor da beleza, do amor e do or!ulho de ser !aúcho, Ja5me Caetano Braun nunca (oi um laudatDrio vazio e pomposo Seu verso inclu)a o deserdado e espoliado, /ue são a maioria ;s discos e CFs /ue dei1ou a(irmaram uma voz densa e persuasiva, (orte e delicada, /ue saboreia cada palavra como um sorvo de chimarrão, para arriscar uma ima!em do seu universo poético Z de esperar /ue, no mil+nio /ue se apro1ima, os rDtulos sejam derrubados e o pa5ador missioneiro seja reconhecido apenas como o /ue ele é2 um poeta 8ara ser estudado nos vestibulares, (estejado nas (eiras e lido para o prazer do esp)rito M
Aneos M
Entrevista dada por .ureliano de Hi!ueroa 8into2 MX Se não me (alha a memDria eu conheci este cantorX Conheci Caetano Braun em $%0O Hoi /uando ele veio a Ca1ias do Sul, acompanhado do -oel uarani e do Hl7vio .lcaraz omes, atendendo um convite para uma janta o(erecida pela 3etalúr!ica .bramo Eberle S. Era uma homena!em /ue a (irma (azia ao poeta respons7vel por um pro!rama na 47dio Harroupilha, nos s7bados de manhã, cedinho -ele, Caetano (icava durante uma hora inteira improvisando o /ue lia no jornal do dia P Xero UoraX P ainda /uente do prelo Sucesso estrondosoR Como eu era médico da (irma, também (ui convidado Fepois da janta houve discursos, a!radecimentos, elo!ios Eu, com v7rios copos de Xbor!onhaX na cuca, resolvi declamar um poema do Caetano -o meio da declamaão, (alhou a memDriaR Com uma presena de esp)rito incomum para mim P sempre me vem mente as mais espirituosas resposta depois de passado o incidente P apelei para o autor, /ue estava sentado ao meu lado2 XEs/ueci, mas não importaR -in!uém melhor /ue o autor para continuar o poemaRX ; Caetano levantou?se com calma P não precisou pedir sil+ncio por/ue /uando ele se levantava, todo o mundo (icava calado P (itou a platéia por
al!uns
se!undos,
depois
disse2
P XEu também me es/ueciRX Todos ca)ram na risada Hoi uma !entileza sua Era evidente /ue ele não havia es/uecido Lo!o, comeou a declamar versos per(eitos, improvisando para cada um dos presentes con(orme sua pro(issão, atividade, sem jamais apelar para humilhaes ou vul!aridades Terminado o jantar, um dos diretores da (irma, também admirador do poeta, (ez /uestão /ue todos (ossem sua resid+ncia tomar licores e (umar ci!arros americanos e charutos cubanos Caetano e uarani, meio 1ucros de cerimGnias e cansados da via!em, não /ueriam ir 3as, como não havia como escapar, (oram 3eio a contra!osto, mas (oram Furante o serão, sala rica P chão recoberto por (in)ssimos tapetes, paredes decoradas com /uadros car)ssimos P uma senhora, esposa de outro
diretor, j7 (alecido, comeou a elo!iar os sapatos in!leses X8or/ue o couro é especial, /ue a/ui nin!uém conse!ue (azer i!ualX etc e tal .), Caetano não se conteve Levantou?se da poltrona e disse em voz alta para /ue todos ouvissem2 X-ão admito /ue desprezem, na minha (rente, os produtos da minha terra em (avor de um pa)s e1plorador e escrava!ista como a
Aneos MI
Carta enviada a Ja5me Caetano Braun em 0 de outubro de $%%&, cujo autor e anGnimo2 XEstimado Caetano Braun2 . tardinha traz sentimentos de nostal!ia Talvez por/ue si!ni(ica a morte do dia, de mais um dia da nossa vida de teatino neste mundão velho de Feus, /ue j7 est7 (icando pe/ueno U7 cada vez mais porteiras e menos espao neste formi/ueiro /rande6 nde costumes malditos 8entam matar aos "ou>uitos As tradiçDes do Rio ?rande@
8or conta do entardecer, /uando Xa tarde recolhe o mantoX, hoje a depressão pousou de va!ar, como cerraão (echada de inverno, amortalhando paisa!ens 8arece !ara pousando na beira da la!oa parada, sobre uma sD perna, apoiada, a!uardando o entardecer ; mundo silencia em respeito noite /ue vem, carre!ada de mistérios -ão h7 sinos tocando X`n!elusX, nem sabi7s (loreando últimos cantos no alto de corticeiras 3as a tristeza (oi lo!o embora ao ouvir, na r7dio local, a voz do ami!o declamando Xalpão -ativoX Como é bonitoR 4ima e métrica casadas com o sentimento, tudo per(eito como jDia irretoc7vel, brotando da alma ao natural, como vertente de manancial (luindo (resca e cristalina de dentro do capão de mato nativo E como 7!ua boa, (oi re(rescando a alma cansada, lavando as (eridas doridas, dando *nimo, otimismo e ale!ria de viver Fepois de morto o Caetano Braun, não (altarão XmilesX de vozes deste Brasil imenso, preiteando tão !rande poeta, chorando tão !rande perda 3as, eu /uero em vida enaltecer a sua arte, indissoci7vel da sua ess+ncia, pois Caetano e 8oesia são a mesma coisa Estou certo, ami!o Braun, /ue não tens nem um se!undo de descanso Fia e noite, noite e dia, deve haver um demGnio dentro da tua cabea
martelando rimas, medindo versos, recolhendo P como /uem recolhe cavalhada 1ucra esparramada pelos (undos perdidos de campos, pelos brejais imensos P a beleza /ue h7 na alma !aúcha e na vida sin!ela vivida dentro dos !alpes de est*ncias deste 4io rande imenso E /ue te obri!a a ir embrulhando tudo em versos limpos, /ue (icarão eternamente vivos nas p7!inas dos teus livros .ssim, ser7s sempre lembrado Ser7s sempre lembrado en/uanto houver botas, esporas, !alpes, (o!es, !alos de rinhas, potros, ponchos, panelas de (erro En/uanto houver admiraão arte da Xpa5adaX carre!ada de sentido e sentimento e, principalmente, en/uanto houver respeito s tradies e um amor imensur7vel terra em /ue se nasceu .o ouvir?te, me veio mente as palavras do teu ami!o .ureliano2 = (e não me fal5a a memória eu con5eci este cantor...
Aneos MII
8oesia (eita em homena!em a Ja5me Caetano Braun2 Sol das 3isses .utor2 8aulo de Hreitas 3endana ; sol das misses re(lete na pele rubra do chão ; matiz do horizonte pinta a crueza de um tempo /ue com o vento não passa, (ica na sombra do povo, na alma rude da raa, entranha no sentimento e e1travasa pelos poros da rima do pajador . ener!ia das 3isses tem al!o transcendental Estranho amor pela terra na (ace bem de(inida, misci!enado amer)ndio, de herana !uaran5 Festa epopéia sublime da !esta continentina cuja memDria ensina, muitos séculos depois ; sil+ncio do arrebol traz incontido lamento, vozes na asa do vento, san!ue no oco do rio, tropel de nativo anseio na di7stole da terra, memDria viva de !uerra e um denunciado holocausto, no verso (austo das almas pela voz do pajador Quando o Ja5me abria o peito, as almas pré?colombianas convertiam sois e luas pro interior de sua voz Era uma invis)vel dana de luzes e de ener!ia por isso sua poesia (oi semeando esperana e tornou?se eterna lana, sublimando coraes Quando ele (echava os olhos recebia mil ima!ens transcritas pela lin!ua!em em /ue a palavra era o ato, por/ue a terra removia seus escombros de injustia, para /uebrar o sil+ncio dos ancestrais massacrados,
para mostrar o repúdio s sombras de além?mar Ja5me era dono de um dom ? somente dado aos pajés ? de nunca subordinar?se nem a se/Y+ncia do tempo, de reescrever a histDria, pajador misto de mon!e, /ue s vezes andava lon!e, mas sem sair do lu!ar, para buscar uma voz e então vesti?la de luz Ele arrastou uma cruz, /uatro braos e tr+s séculos 8or ter mil+nios de paz levou seu (ardo cantando seus versos irrepet)veis, sorvidos da imensidão 3udou o mundo ao seu jeito, pois tinha dentro do peito (iel pulsaão da !leba e o esplendor de McoaraciN Ja5me, um caci/ue da aldeia, era o sol das misses, a prDpria luz da re!ião /ue abria o dia do verso . /uem /uisesse sua mão, o(ertava o coraão 8or isso h7 no matiz /uatro cores e dez tons, é o pajador na Espinela a clarear o universo
Aneos MIII
8oesia (eita em homena!em a Ja5me Caetano Braun2 Ja5me e os Fez 3il 8oetas .utor2 Carlos ;mar =illela omes Jaime abriu os olhos mansamente, -um sil+ncio de poo Sentou, (echou um palheiro, ;lhou pra os lados mas não viu nin!uém Jaime estava sD beira do (o!o, Vm (o!o !rande de incendiar invernos, Fesses /ue vivem no olhar das prendas E /ue consomem tantos coraes J7 não sabia onde estava 3as era noite de (rio E os olhos claros de Jaime Sin!raram pelo vazio Talvez perdidos nos braos Fe al!uma pai1ão e1trema Talvez voando sem asas -o céu de mais um poema Jaime estava em sil+ncio E em sil+ncio (icou 8u1ou um naco de (umo E lentamente picou Fe repente dez mil luzes, Fez mil sDis, dez mil estrelas Se puseram a brilhar
Fez mil lendas andarilhas, Fez mil almas em vi!)lia Se ache!aram ao lu!ar Fez mil p7ssaros sur!iram E dez mil anjos ca)ram 8or entre os (ocos de luz Fez mil vates e pro(etas, Fez mil sonhos, dez mil poetas Fez mil m7rtires sem cruz Jaime sentiu tempestades Trovoando no coraão ;s poetas (oram che!ando Sem nunca tocar o chão Jaime ouviu as palavras Fesses dez mil /uerubins> -um mesmo tom de verdade Então disseram assim2 M?Teus versos vem das entranhas, -ão sD da terra vermelha, 3as da prDpria humanidade ;nde teu sonho se espelhaN MQuando criavas tuas rimas, Quando soltavas tua voz Em cada luz /ue parias Uavia um pouco de nDsN MSomos o sonho constru)do pelas eras, Em cada estro(e /ue al!uém ousou compor 8ois na verdade nin!uém cria, é instrumento Que o pensamento dos anti!os dominouN
MTens o teu Fom por/ue és um ser iluminado, Hoste escolhido pra se!uir essa odisséia ;nde as naes san!ram as cha!as do pecado, E o poeta traz a cura com as idéiasN MSomos a (é em tudo a/uilo /ue buscavas, Fez mil !uerreiros construindo um ideal Somos a vida (lorescida nas palavras Somos a chama da poesia universalN MEst7s a/ui, companheiro, 8ois tens razes para estar E hoje vieste tomar Vm lu!ar perto dos teus> Est7s a/ui, missioneiro 8or/ue és irmão e parceiro E o teu solo vermelho Z o prDprio san!ue de FeusN Jaime en!oliu o sil+ncio E uma l7!rima caiu -uma (ora mais intensa Que as 7!uas de um !rande rio ;s anjos então partiram , 4iscando o céu num clarão Hoi /uando o mais nobre arcanjo Levou Jaime pela mão E hoje /uando um poeta -al!um con(im do planeta Se veste de coraão, E1istem dez mil !uerreiros 3ais um anjo missioneiro =oando sem cativeiros, ;cultos na inspiraãoRRR
Aneos MIV
Holder entre!ue com as etapas de construão do 3onumento a Ja5me Caetano Braun