introducción a la
Jjc q u n Gaillard LA M ITO L O G ÍA . LOS Q ÍN E R O S R IOS.
L ITE R A
LOS FUNDA L A REPÚBLITIE M P O
DE
E L A L T O IMUNA LITER ATU R A Q U E R E F L E J A UN MUNDO V IV O A T R A V É S D E L TIEM P O .
D esd e
l o s
o r íg e n e s
A n t o n in o s, de
l o s
a
E n n io
LA
LITERA TU RA
LATINA
SE
C O N SOLID A,
PRODUCE
TRAS.
T antos
TRAVÉS
DE .
t ie m p o
s ig l o s
PID EN
t e r a r ia
P ero
CIA
FUNDADORA
LOS GUSTOS DATOS
DE
DE
EL
RÍO
q u e
LA
n o s
A
DEL
in t e
O RIGINALI
D E LA I M P O R T A N SUS
GÉNEROS,
DE SUS LECTORES,
SU
li
REMONTE
DE
DAD DE S U S FO RM AS,
MAES
c r e a c ió n
SE
t a m b ié n
IM PULSO,
OBRAS
d e
d e
A pu ley o ,
a
H ISTO R IA
ACERCA
r r o g u e m o s
c a íd a
TOMA
QUE
LA
la
CONTEXTO.
La
DE
DE LOS
IDEA
DE
E S T E LIB R O E S AYUDAR A E N T R A R EN EL TER R ITO R IO RATURA
A PASIO NA N TE
LATINA,
PERO DE COS
F lash
SON,
e s
g r a f ía s s e n t a
y
LOS
C L Á SI
ESTÁN
VIVO S.
c o l e c c ió n
PANORAMA
DAMENTALES
LITERARIAS TRATAR
QUÉ QUÉ
DE DE
LOS
d e q u e
ASPECTOS
Y
m o n o
p r e
R IG U R O SO
LA C I E N C I A ,
CULTURA
FUNDA
Y
d i c c io n a r i o s
UN
LA
POR
u n a
SU FIC IE N T E
N IC A ,
POR
LITE
LECTURA
CLAVES
H ISTÓ R IC A S,
E X PL IC A R LO
SUS
ESTRICTAM EN TE
TAM BIÉN
LA
ANIM AR A SU
PROPO RCION AN DO MENTALES,
DE
LA
Y
FUN
LA T É C
H IST O R IA .
Jacq u es G a illa rd
IN T R O D U C C IO N A LA LITERATURA LATINA (desde los orígenes hasta A puleyo) T ra d u c c ió n de José Luis C h e c a C r e m a d e s
â
A C E N T O
E DI TORI AL
Primera edición: octubre 1996 Segunda edición: ju lio 1997 Diseño de cubierta: Alfonso R uano/César Escolar Título original: Approche de la littérature latine © 1992 by Éditions Nathan © Acento Editorial, 1996 Joaquín Turina, 39 - 28044 Madrid Comercializa: CESMA, SA - Aguacate, 43 - 28044 Madrid ISBN: 84-483-0134-X Depósito legal: M-24682-1997 Fotocomposición: Grafilia, SL Impreso en España/Printed in Spain Huertas Industrias Gráficas, SA Camino Viejo de Getafe, 55 - Fuenlabrada (Madrid) N o e s tá p e rm itid a la rep ro d u cció n to ta ) o p a rc ia l d e e s te libro, ni su t r a t a m ie n to in fo rm á tic o , ni la tr a n s m is ió n de n in g u n a fo rm a o p o r c u a lq u ie r m ed io , va se a electró n ico , m ecánico, p o r fotocopia, p o r re g is tr o u o tro s m éto d o s, sin el p e rm iso p rev io y p o r e sc rito de los t it u l a r e s del copyright.
IN D IC E PRÓLOGO .......................................................................................................
7
1.
ALGUNAS N O CIO N ES PARA VER CLARO ............................. 1. L a s u p e rv iv e n c ia d e los te x to s : ¿ p o r q u é y cóm o? ... 2. ¿ Q u ié n lee en R o m a ? ................................................................ 3. A la s o m b ra lu m in o s a d e G re c ia ...................................... 4. A p ro p ó s ito d e la m ito lo g ía .................................................. 5. R e tó ric a , c u ltu r a y l i t e r a t u r a .............................................. 6. L a im ita c ió n y la c re a c ió n l i t e r a r i a ................................ 7. L os f u n d a m e n to s e s té tic o s d e la im ita tio ..................... 8. L a e m u la c ió n ( a e m u la tio ) ...... .............................................. 9. L a te o ría de lo s g é n e ro s lite r a r io s ...................................
9 9 11 12 13 15 17 19 19 21
2.
LA 1. 2. 3. 4. 5. 6.
24 25 26 26 27 32 37
3.
DE LOS GRACOS AL FINAL DE LA REPÚ BLICA: LA PA LABRA, EL PEN SA M IEN TO , LA PASIÓN ................................ 1. L a d o c tr in a filo só fic o -re tó rica .............................................. 2. L a e lo c u e n c ia d e los G ra c o s ................................................ 3. E lo c u e n c ia , p o lític a , e s té tic a ............................................... 4. M a rc o T u lio C iceró n : esbozo d e u n r e t r a t o ................ 5. C é s a r , te s tig o d e s í m is m o ..................................................... 6. S a lu s tio , h is to r ia d o r d e la s c r is is ..................................... 7. E l p o e m a c u lto d e L u crecio ................................................. 8. L a « n u ev a e sc u e la » d e la p o e sía l a tin a ........................
40 40 41 42 43 53 55 57 61
EL 1. 2. 3. 4. 5. 6.
65 65 71 75 76 78 81
4.
CONQUISTA DE UNA ROMANIDAD LITERARIA ..... L os f u n d a d o re s : L ivio A n d ró n ic o y N a e v io ................. L os p rim e ro s p a s o s d e la p ro s a la tin a ........................... E n n io : el a p r e n d iz a je de la g r a n d e z a ............................ L os t r e s a ld a b o n a z o s del te a t r o r o m a n o ....................... P la u to , o el p la c e r d e r e ír .................................................... T e re n c io y la ev olu ció n del g u s to ro m a n o ...................
TIE M PO DE AUGUSTO ........................................................... V irg ilio y el a le ja n d r is m o en R o m a ................................ H o ra c io : e p ic u re is m o y tr a d ic ió n ...................................... L a e le g ía la tin a y los p o e ta s e le g ia c o s ......................... T ib u lo y P ro p e rc io .................................................................... O v idio , m a g ister atnoris ......................................................... T ito L ivio: la h is to ria -rio .................... .................................
5
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A 5.
EL· ALTO IM PE R IO .........................................................................
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
85 La re tó ric a de lo im ag in ario ............................................ 85 U n a l ite r a tu r a c u lta ........................................................... 86 N a cim ie n to de la novela ................................................... 88 S éneca, a r tis ta y filósofo ................................................... 90 M o ra lista s y satírico s ......................................................... 94 L ucano y la s epopeyas im p eriales ................................ 96 T ácito, conciencia crítica del Im perio ......................... 97 Los testig o s de un neoclasicism o .................................. 1 0 0 Apogeo del Im perio..., pero d esierto en la s le tra s la tin a s ............................................................................................. 1 0 2 ¡Apuleyo en todo caso! ....................................................... 1 03
CONCLUSIÓN
..............................................................................................
106
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................
108
CRONOLOGIA
Ó
.......................................................................................... 1 0 9
PRÓLOGO
¿P o dem os le e r hoy día a Ovidio como a L a F o n ta i n e , a Virgilio como a C e r v a n te s , a P la u t o como a S h a k e s p e a r e ? S e ría m u y p r e s u n tu o s o p o r n u e s t r a p a r t e a f i r m a r u n a cosa así. U n l a tin i s t a s a b e m u y b ien q u e a n ti q u u s sign ifica «lo q u e h a sido y y a no es», a d ifere n cia de vetus, q u e d e n o ta «lo q ue ex iste d e s d e tie m p o in m em o rial» . L a s l i t e r a t u r a s de tiem p o s le ja n o s son a n tig u a s . S e a cual f u e r a la fu e r z a del vínculo c u ltu r a l q u e e x iste e n t r e e s ta s l i t e r a t u r a s y nosotros, no se p u e d e h a c e r ab stra c c ió n de e s ta le ja n ía . L a a n tig ü e d a d e r a f a m i li a r p a r a los h o m b r e s del siglo x v n y e n to n ces tod o h o m b r e c u ltiv ad o q u e se p r e c i a r a m a n e ja b a con s o ltu r a la le n g u a y la l i t e r a t u r a de R o m a . N u e s t r a c u l tu r a c o n te m p o r á n e a no s e r ía c a p a z de r e s u c i t a r e s ta exigencia, y, sin em b arg o , e s tá en la obligación de r e s e r v a r u n espacio p a r a e s ta h e re n c ia p recio sa , e s p e c ia l m e n te en el m a rc o de e s tu d io s q u e im p lic a n u n a reflexión sob re la s fo rm a s de la creación li t e r a r i a y de la h is to r ia de las id eas. N o cabe d u d a de q u e la l i t e r a t u r a la tin a , en esto s dos cam po s, m e re c e algo m á s q u e la s r á p i d a s v isio n e s de c o n ju n to q u e p ro p o rcio n a u n a h is to r i a l i te r a r i a que, a m e n u d o , evoca m odelos, fu e n te s , a rq u e tip o s ... sin d a rlo s a leer. P o r ello es lícito s o r p r e n d e r s e de q u e la aprox im ació n « c o m p a ra tista » se a p liq u e t a n r a r a m e n t e y con t a n t a s d ific u lta d e s a la s re la c io n e s e n t r e te x to s a n t i guos y m o d e rn o s. ¿Se t r a t a r á de u n ta b ú ? No cabe d u d a de q u e los g r a n d e s n o m b r e s y la s g r a n d e s o b ra s e s tá n en la m e m o r ia d e todos. P e ro no se p u e d e a p o s ta r e x c lu s iv a m e n te sobre la e t e r n a b e lle z a d e la s o b ra s m a e s t r a s como m ed io p a r a r e a l z a r el in t e r é s q u e tie n e f r e c u e n t a r la l i t e r a t u r a la tin a ; en e se caso, la lec t u r a de los a u t o r e s a n tig u o s se li m ita r ía a s e r u n a p r á c tica confidencial si im p lic a a c titu d e s de e s p e c ia lis ta , lo q u e tie n d e a s e r el caso; del m ism o modo, s e r ía u n e r r o r h a c e r u n a división t a x a t i v a e n t r e «clásicos» y «modernos» en u n cu rso u n iv e r s i ta r io de e s tu d io s lite ra r io s . S e ría , en efecto, u n a b u s o a f i r m a r que, sin el co nocim iento del la tín , es im p osible a p r e c ia r v e r d a d e r a m e n t e a V irgilio, a P la u t o y a Ovidio. E s to e q u iv a ld ría a o lv id a r q ue, h a b i t u a l m e n t e , accedem os a la s l i t e r a t u r a s e x t r a n j e r a s m e d i a n t e el p r o c ed im ie n to in d ire c to de la s tra d u c c io n e s . Y d eb em o s d ecir q u e los jó v e n e s l a t i n i s t a s a m e n u d o no h a n leído d e m a siado a los a u t o r e s la tin o s... y que a p e n a s s ie n t e n la c u rio sidad de h acerlo. U n a c o n te c im ie n to cin em ato g ráfico , 7
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
u n a reposición t e a t r a l , u n a m o d a r e p e n t i n a p u e d e n s u s c i t a r m a y o r o m e n o r in te r é s : p ero , en l í n e a s g e n e ra le s , los g r a n d e s a u t o r e s y los g r a n d e s te x to s de la la tin i d a d son, p a r a Ja opinión p ú b lic a , p r o d u c to s c u l t u r a l e s d ifícilm en te c o m p re n s ib le s e n u n p r i m e r m o m e n to . M e d ia n t e e s ta o b ra h e m o s p r e te n d id o f a c ilita r u n a c e r c a m ie n to a e sto s te x to s, d á n d o le s u n co n te x to y p ro p o rc io n a n d o , de m a n e r a m u y s in té tic a , la s in fo rm a c io n e s q u e p u e d e n a y u d a r a su lec tu ra. U n a a p ro x im a c ió n de e s t a s c a r a c te r í s t ic a s no p u e d e h a c e r a b s tr a c c ió n d e la h is to r ia . In clu so lim ita n d o n u e s t r o e s tu d io al p erío do q u e se e x tie n d e d e s d e los o ríg e n e s h a s t a la caíd a de los A n to n in o s , a t r a v e s a m o s c u a tro siglos d u r a n t e los c u a le s la s in s titu c io n e s , la s id e a s y los g u s to s e v o lu c io n a ro n c o n s id e r a b le m e n te . P e r o no b a s t a con r e m o n t a r n o s en el tiem p o : c o n c r e ta n d o g r a n d e s p u n to s de r e f e r e n c ia en la s in c ro n ía , t a m b i é n h e m o s q u e rid o a r t i c u l a r la reflexión a l r e d e d o r d e m u t a c io n e s ideológicas y e s té t ic a s q u e se p la s m a n en m o v im ie n to s lite r a r io s in n o v a d o re s , p u e s la crea ció n l i t e r a r i a , q u e en la a n tig ü e d a d s e h a l la i m p r e g n a d a p o r u n tr a d i c io n a lis m o e sen cial, e n c u e n t r a en ta l e s m o v im ie n to s , época t r a s época, u n d i n a m is m o so b re el cu al h e m o s q u e r id o in s is tir. S e h a in s is tid o d e l i b e r a d a m e n t e en los g r a n d e s a u t o r e s y se h a h e c h o h in c a p ié en los te x to s tr a d u c id o s q u e e r a n m á s accesib les en la s ed icio n es de bolsillo o q u e, e n c u a l q u i e r caso, e r a n m á s m a n e ja b le s . Al fin al de e s te libro, u n a b ib lio g ra fía s u c i n t a s e ñ a l a a l g u n a s o b ra s de r e f e r e n cia q u e p e r m i t i r á n el e s tu d io m á s p ro fu n d o de u n a u to r , de u n a m a t e r i a o de u n a ob ra..., p u e s creo q u e -—no h a c e f a lt a decirlo— el objetivo de e s te libro es, a n t e todo, e s t i m u l a r la le c tu r a de o tro s libros.
8
1 ALGUNAS N O C IO N E S PARA VER CLARO
A com ienzos de este siglo, un estu d io so de la an tig ü e d a d c lá sica (A. F. W ert) hizo u n censo m u y curioso. V eam os los re s u l tad o s: conocem os a 772 a u to re s latin o s; de ellos sólo 276 son, p a ra n o sotros, n o m b res citados en un lu g a r o en otro por otro au to r, en un co m en tario o en un catálogo; la obra de 352 a u to res se resu m e, p a ra no so tro s, en unos pocos frag m en to s, se reduce a u n a p a la b ra com en ta d a p o r un g ram ático , a u n a expresión, a unos pocos versos, incluso a un am plio corpus de citas: sólo q u ed an 144 a u to re s de los que es posible le e r u n a o v a ria s o b ras que se h a n con servado ín te g ra m e n te (a u n q u e ten g am o s que p a g a r el precio de a lg u n a s lag u n as). N u e stra visión de la lite ra tu ra la tin a es trib u ta ria de esta su p e rv iv e n cia m uy selectiv a a la que n e c e sa ria m e n te h ay q u e re fe rir se. Del m ism o m odo, la s con diciones m a te ria le s, c u ltu ra le s y e stética s en las q ue se e la borab a u n a obra lite ra r ia en la a n tig ü e d a d la tin a son sen sib le m e n te d iferen tes de la s que co nocem os hoy día: este ca p ítu lo in tro d u cto rio evoca esos rasg o s de o rig in alid ad .
1.
La s u p e rv iv e n c ia de los textos: ¿ p o r q u é y cóm o?
Doce d o cenas de a u to re s «legi bles» en un período de ta n to s
siglos es b a s ta n te poco: a p e n a s un 20 <7<· del catálogo g en e ral de nom bres de a u to re s conoci dos. E s poco y es m ucho, p u es debe a d v e rtirse que, en la a n ti g ü ed ad , el libro es objeto p e recedero desde c u a lq u ie r p u n to de v ista que se lo m ire. M a te ria lm e n te tem e al fuego y a la h u m ed ad ; su colocación, sobre todo bajo la form a a n tig u a de volum en (un rollo de p ap iro ) no es fácil; el so p o rte es m u y f r á gil, se d e s g a rra , se m an ch a , se enm ohece, la tin ta se b o rra , es p re sa fácil de las r a ta s . E n el siglo IV d esp u és de C risto, el p aso del p ap iro al p erg am in o y del volum en al co dex (cu ad ern o de hojas e n c u a d ern ad o de m a n e ra p a recid a a n u e s tro s libros a c tu a le s) cons titu y e u n a v e rd a d e ra re v o lu ción: el libro se co n v ierte a p a r t i r de en to n ces en u n objeto a la vez m ás sólido y m ás m a n ejable; ya no se n ec esitan las dos m an o s p a ra m a n ip u la r la obra; se p u ed e to m a r n o tas; la le c tu ra «silenciosa» se g e n e ra liza. A p e sa r de todo, h a s ta la lle g ad a de la im p re n ta el libro d e p en d e e s tre c h a m e n te de las co p ia s sucesiv as q u e se h ac en de él y c o n se cu en tem e n te , en a m plia m edida, del in te ré s que se le disp en sa. F in a lm e n te , la conservación en u n a biblioteca no lo p re se rv a de los actos de c e n su ra de m ú ltip le s a u to rid a des políticas, e s p iritu a le s o in te lec tu a le s; pero e s ta s d e s tru c ciones d e lib e ra d a s re v iste n e s ca sa relev an cia. L a p ro life ra ción de los tex to s, la evolución 9
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
de la s id eas v la ca re stía del p erg am in o h a n ca u sad o m u chos m ás dañ o s; u n a copia de te rm in a d a que se en c o n trab a en m al estad o , u n a obra consi d e ra d a de escaso in te ré s se co n v e rtían , p o r la s n ecesid ad es del m om ento, en el soporte de u n p a lim p se sto q ue podía se r b o rrad o p a ra p e rm itir esc rib ir sobre su su p erficie un nuevo tex to . La A lta E d ad M edia (si glos vi al v m ) copia a sí lo -c ris tiano» en cim a de lo -pagano». A ñ á d a n se a esto las c a tá stro fe s de to d a lay a: g u e rra s , pillajes, incendios... Los a u to re s cu y as obras nos h a n llegado en b u en estad o son los que h a n su scitad o en p ri m e r térm in o el in te ré s m ás fe r vien te y m ás continuo; d espués vien en los q ue n a d ie se a tre v ía a d e s tru ir; fin a lm e n te , los que h a n ten id o s u e rte . P o r ejem plo, al h u m a n is ta B e a tu s R h e n a n u s se le ocurrió con sultar, p a ra e d itarlo , el m a n u sc rito o ri ginal del libro seg u ndo de la H istoria de V elleiu s P a te rc u lu s q ue se co n serv ab a en la a b a d ía de M u rb ach (Alsacia). Poco d esp u és, este único m a n u s c ri to d esap areció irre m e d ia b le m ente... No, la n o to ried a d no b a sta . N ad ie d u d a de q u e E n n iu s fue un o de los p ila re s de la c u ltu ra en la R om a clásica. Su obra era in m en sa. Los n iñ o s a p re n d ía n a leer y a p e n s a r en su s libros. D u ra n te siglos, los m ae stro s de escu ela los co m en taron. Hoy d ía de e s ta o b ra sólo nos q u e d an u n o s pocos frag m en to s de seg u n d a m ano. In cluso a un tra ta d o ta n fam oso como el De R ep ú b lica , de C icerón, se le fue a m p u ta n d o , con el paso del tiem po, la m ita d de sus libros; y so lam en te en el año 1820 se -red escu b riero n » vestigios sig nificativos de los tre s prim eros libros bajo u n tex to -p alim pséstico» de S an A g u stín . P or u n a c a su a lid a d — o q u izá por un 1O
m ilag ro — , este m a n u sc rito se en c o n tra b a en la B iblioteca V a tic a n a . A sí p u es, podem os decir con H . B ardon, a u to r de u n sugere n te e stu d io sobre L a L ite r a tu ra la tin a desconocida, que si la lite r a tu r a fran ce sa h u b ie ra e x p e rim e n ta d o u n a erosión p a re c id a se re d u c iría p a ra noso tro s a «una b ru m a de n a d a de la q u e a p e n a s e m erg erían u n a s pocas cim as inciertas». E n la R om a a n tig u a , el libro es un objeto d e confección la boriosa, ra ro y precioso. No e s tá d estin a d o a u n «gran» p ú blico, sino, todo lo m ás, a u n a clase lim ita d a de p e rso n a s que poseen fo rtu n a y c u ltu ra , que, p o r lo d em ás, entonces siem p re ib an ju n ta s , y que d is fru ta b a n del privilegio de ejercer, d irec ta o in d ire c ta m e n te , el poder. Incluso cuando, en el siglo J a. C., su rg e n en la -ciudad» (esto es, en R om a) los p rim ero s ta lle re s de co p istas lo su ficien te m e n te o rg an izad o s y p ro d u c tiv o s como p a r a poder h a b la r de «librerías» y de «editores», es a tra v é s del m éto d o in d ire c to de los p ré s ta m o s y de las copias p riv a d a s h e c h a s p o r e s clavos -e sp ecializa d o s» com o se e n riq u e c ía n e s e n c ia lm e n te la s b ib lio te c a s de los p a r tic u la re s . C é sa r fundó la p rim e ra bi blioteca pública ro m a n a s i guiendo el ejem plo de la que ex istía en el M useo de A le ja n d ría . P a u la tin a m e n te , los cen tro s in te le c tu a le s ubicados en la provincia —llam ém oslos u n iv e rsid a d e s— crearo n biblio te c a s y los m a n u sc rito s se ex te n d ie ro n p o r todo el Im perio. Los lib ra rii o rd e n ab an eje c u ta r y v en d ía n copias, pero esto sólo re p o rta b a gloria al a u to r. Si é s te no era u n g ra n d e de e s te m u n d o , su p restig io so cial sólo podía consolidarse en el m arco de u n a escuela o g r a cias a la protección de u n m e
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C L A R O
cenas. E n la m ed id a en q u e s e r a u to r en R om a no es u n oficio, es preciso m a tiz a r n u e s tro s ju i cios sobre e s ta protección que por sí sola p e rm itía d e s a rro lla r u n a vida lite ra ria y re a liz a r publicaciones. D esp u és de todo, pued e d ecirse que, h a s ta fin a les del siglo XV II, la creación in telectu al dependió b a s ta n te de e sta tu te la .
2.
¿ Q u ié n lee en Rom a?
¿Q uién s a b ía le e r en la a n ti güedad ro m an a ? Sin d u d a casi todos los ciu d ad a n o s y u n a b u en a p a rte de los esclavos do m ésticos, alg u n o s de los cuales ju g a b a n u n papel n a d a d esd e ñ ab le en la com posición de las o b ras y en su consum o: esc ri bían los tex to s al d ictado y los leían a su s señ o res. L a a u s e n cia de p u n tu ació n , e incluso de sep aración , e n tre la s p a la b ra s hacía im posible la le c tu ra -s i lenciosa», p u es exigía d ejarse g u ia r p o r la so n o rid ad p a ra d esc ifrar el tex to , u n poco a la m a n e ra de u n a p a r titu r a m u sical. De a h í el in d isp e n sa b le recu rso a «lectores» profesio nales. D ebe a ñ a d irs e q ue la t r a n s m isión oral de los tex to s e sc ri tos pudo re v e s tir o tra s form as re le v an tes: la s le c tu ra s p ú b li cas, cuya boga se h a a trib u id o a ese m ism o C ayo A sinio Po lion q ue re u n ía los m a n u s c rito s p a ra fo rm a r u n a b ib lioteca de E stad o p a ra C ésar. E s ta s lec tu ra s a s e g u ra b a n , en los cír culos cultos o en los salo n es de la corte im p erial, u n a p ro p a gación de la s o b ra s lite ra r ia s , sobre todo de los libros de poe sía y o ra to ria , que s e g u ra m e n te te n ía efectos a m p lia m e n te difusores. De este m odo, Ovi
dio, sin que él ja m á s se lo p ro p u s ie ra , d isfru tó de la fam a de a u to r -popular» — y de hecho se h a n e n c o n tra d o b a s ta n te s v ersos de su A r te de a m a r p in ta d o s sobre la s p a re d e s de P o m p ey a en g ra fito s de o rto g ra fía q ue, a m en u d o , es m uy fo n ética— . E sto no q u ie re d e cir, sin em b arg o , q u e los libros de Ovidio co rriesen de boca en boca. L a boga de la s le c tu ra s p ú b licas q uizá p erju d icó la ed i ción de vo lu m in a , pero, cuando la m oda llegó a las provincias, el acceso de u n n ú m e ro m ay o r de «consum idores» a la obra li te r a r ia m e d ia n te e s te m étodo in d irec to e stim u ló sin d u d a la creación lite ra ria : en el siglo 1 d esp u é s de C risto se produce, d esd e la corte im p erial a los m unicipios p ro v in ciales, u n a v e rd a d e ra eferv escen cia, por no decir u n deseo irre fre n a b le , de e sc ritu ra . Y e s te m ovim iento sólo será s u s titu id o p o r la s esc u elas, cu yos -p ro g ram as» se am p lían y se a b re n a p a r ti r de en to n ces a a u to re s re c ie n te s que com piten con los a n tig u o s griegos, con la Ley de la s Doce T ab la s, tex to fu n d a d o r de la legislación ro m a n a donde se a p re n d ía a leer, y con el legado im p ereced ero de la p rim itiv a epopeya ro m a n a . V irgilio y C icerón p rim ero, H oracio, S éneca, Ovidio m ás ta rd e , vieron así cómo se in c re m e n ta b a su n ú m e ro de lectores y cómo su fam a se a s e n ta b a fir m e m e n te g ra c ia s a los com en ta rio s cotidianos de los m a g is tri... A sí la s cosas, no p arece ex cesivo decir q ue, en R om a, la l ite r a tu r a sólo toca su p e rfic ia l m e n te el cuerpo social. La d i fusión de los te x to s es m uy m o d e s ta , y el acto de e sc rib ir im p lica, como «d estin atario » , un círculo re s trin g id o de am igos o de aficionados. 11
I N T R O D U C C I O N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
3.
A Ια s o m b ra lu m in o s a d e G re c ia
D u ra n te m u ch o tiem p o. ]os ro m an o s no m o stra ro n in c lin a ción ni ta le n to alg u n o p a ra la creación lite ra ria . E ste hecho p u ed e ex p lica rse p o r la consis te n c ia de u n genio nacional m á s bien rú stic o que p re fería los tra b a jo s de M a rte a los de las M u sas. A los ro m an o s de la R ep ú b lica les g u sta oponer e s ta vocación de -p ueblo de cam pesinos-soldados» a la fu ti lid ad de los griegos, qu ien es, p o r exceso de esp ecu laciones fi losóficas y a rtís tic a s , d esc u id a ron la co nstrucción de un im p erio. Y p a ra ellos e sta cons ta ta c ió n es u n m otivo de o rg u llo, e incluso lleg an a tem er, h a s ta u n a fecha ta n a v a n z a d a como el siglo J] a. C., que u n a com placencia frívola consiga a b la n d a r el p ra g m a tism o v ir tu o so q ue co n stitu y e su fuerza. P u ed e p e n s a rs e tam b ién que, h istó ric a m e n te , la -conciencia cu ltu ra l» ro m a n a se h a ido ed u can d o d u ra n te m ucho tie m po: el la tín es ta n sólo el d ia lecto de un estre ch o te rrito rio , su fre la co m p eten cia de los d ia lecto s vecinos y sólo g a n a te rre n o con el crecim ien to del po d e r ro m an o y la estabilización de la s in stitu c io n e s im p eriales. E n u n a época ta n ta rd ía como el siglo i a. C., m o m en to en el qu e escrib en C icerón, Lucrecio y S alu stio , se h a b la el oseo, el lig u r y el etru sc o a las m ism as p u e r ta s del L a tiu m , p o r no d e cir a las p u e r ta s de R om a: las in scrip cio n es y la s d ed ica to rias de las e s ta tu a s así lo p ru e b a n . A d em ás, la le n g u a de los in terc am b io s c u ltu ra le s y del p e n sa m ie n to c o n tin ú a siendo b á sic a m e n te el griego. E n el te rre n o de las a rte s p lá stic a s y la a rq u ite c tu ra , co n scien tem en te 0 no, a tra v é s de la c u ltu ra e tru s c a , los latin o s in corporan 12
rá p id a m e n te a su acervo m u chos elem en to s o rig in ario s de la c u ltu ra g riega. P o r o tra p a rte , no debe olvidarse que, en su s p rim ero s siglos, Rom a m a n tie n e u n estre ch o contacto con los a se n ta m ie n to s griegos de E tru ria y C a m p a n ia , e in cluso con e sta -M agna G recia» que, en Ita lia del su r, acoge a P la tó n , a m p a ra a A rq u ím ed es y... h ab la griego. Así pues, p a ra s e r un hom bre culto hace fa lta h a b la r griego y, en e s ta socie dad de c a sta s, la a risto c ra c ia a d q u ie re rá p id a m e n te el cono cim iento de e s ta len g u a, que no es so lam en te la de los p o etas, sino tam b ién la de las obras científicas y técn icas, y de las relaciones in te rn a c io n a le s. La lite r a tu r a g riega es to davía un legado m o n u m en tal cuando, dos siglos d esp u és de su fundación (teórica). R om a se e n c u e n tra a ú n en un período de laborioso crecim iento. L as g u e rra s p ú n icas, d esp u é s la co n q u ista, a b rirá n la p u e r ta al h elenism o y a lu m b ra rá n , bajo e s ta in flu en cia, u n a lite r a tu r a la tin a . P ero n u n c a debe p e r d erse de v ista que la c u ltu ra ro m a n a siem p re h a sido b ilin güe. H a b rá que e s p e ra r a los ú ltim o s m om entos del Im perio en O ccidente p a r a o b se rv a r u n a d ecad en cia sen sib le del griego, y, a d ecir v erd ad , debe s e ñ a la rse q u e no fue en p ro v e cho del la tín -puro», sino m ás b ien de su s evoluciones locales h a c ia las le n g u a s ro m a n a s que com piten con la le n g u a del po d e r -central». Todos los a u to re s q ue se evocan en este libro co nocen el griego ta n bien como el la tín (¡incluso si, p o r m otivos n a c io n a lista s, se d efienden con tr a él!); h a n leído u n a y m il v e ces a los a u to re s griegos; en su s obras son h ered ero s, co n ti n u a d o re s y en g ra n m ed id a im itad o res. Así, se h a podido d ecir que la G recia c o n q u ista d a te rm in ó p o r colonizar intelec-
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C L A R O
tu a lm e n te a su vencedor. M ás ex a ctam en te: el p o d er y la creativ id ad c u ltu ra le s del m u n do helen ístico (p u es fue a t r a vés de R odas, P érg a m o y A le ja n d ría como los ro m an o s se iniciaro n en el s a b e r y la b elle za de los griegos) e ra n ta le s que -form aron» el g u sto ro m a no, lo ed u caro n , lo d e s lu m b ra ro n , dejando escaso lu g a r a g é n ero s «autóctonos» q ue, p o r lo d em ás, n u n ca se d e sa rro lla ro n v e rd a d e ra m e n te : Q u in tilia n o se ñ a la que ú n ic a m e n te la s á ti ra p u ed e s e r co n sid e ra d a como un género -nacional» fsa tu ra tota nostra est ) y sólo el arcaico verso « satu m ian o » , cu y a s r e g las se vu elv en a p a r tir de e n ton ces in co m p ren sib les, p u ed e re iv in d ic a r u n o rig en itálico, como su n o m b re in d ica (a I t a lia se la lla m a b a - tie rr a de S a turno»). L a lite r a tu r a g rieg a h a b ía producido p rá c tic a m e n te to d a s su s o b ra s m a e s tra s a n te s de que u n a lite r a tu r a la tin a d iese se ñ a le s de vida. P u e d e d ecirse por ello que e s te legado h e lé nico d ese m p e ñ a a la vez la fu n ción de fu e n te , de m odelo e s tético y m etodológico, y co n sti tu y e, p o r su frecu e n ta ció n , el in s tru m e n to in d isp e n sa b le de adq u isición c u ltu ra l q u e p ro porciona al c re a d o r la tin o su d o ctrin a , es decir, su conoci m ien to de los g én ero s, de las técn icas, de la s id e a s y de la s form as.
4.
A p ro p ó sito d e la m ito lo g ía
U no de los ra sg o s q u e m á s so rp re n d e n al le c to r m o d ern o cu an d o se aso m a a u n a o b ra l a tin a , so b re todo p o ética, es la a b u n d a n c ia de a lu sio n e s m ito lógicas. R e p re s e n ta in clu so u n
serio p ro b lem a p a r a la lectu ra: h a b itu a lm e n te h a c e fa lta u n a g ra n a b u n d a n c ia de n o ta s p a ra e x p lica r qu ién es q u ién , a qué p erip e cias h e ro ic a s o d iv in as a lu d e el p o eta, p o r qué un d e te rm in a d o té rm in o p u ed e d e s ig n a r a un dios concreto, pues a n a d ie se le su p o n e ín tim o de T itio, L eodam io o M eleagro; y, p o r si esto fu e ra poco, en g o rro s a s ho m o n im ias — C re u sa es u n a s veces la h ija de E recteo, rey de A te n a s, en o tra s ocasio n e s la h ija de P ría m o , rey de T ro y a...— v ien en a co m plicar a ú n m ás el a su n to . E s algo d e sc o n c e rta n te , exótico y a fin de c u e n ta s d e sa le n ta d o r: si n e cesitam o s u n tu b o de a s p irin a y u n diccionario de m itología p a r a le e r v e in te p á g in a s de P ropercio, es poco verosím il q u e podam os d is fru ta r de su s b ellezas lite ra ria s . E s ta m itología (que se m u e s t r a in v aso ra ) es u n o de los le g ados con q u e G recia obse quió a R om a; p a r a a p re c ia r co rre c ta m e n te el papel que ju e g a la -re fe re n c ia m itológica» en n u e s tro s tex to s, el p rim e r p ro b le m a que se p la n te a al lecto r es sa b e r q u é lu g a r o cu p ab a en u n a y o tra c u ltu ra , p u es si, r e cie n te m e n te , u n a u to r se h a p re g u n ta d o si los griegos c re yero n v e rd a d e ra m e n te en su s m ito s, creo que h a b ría q u e a m p lia r la p re g u n ta de u n a vez p o r to d as e in te rro g a rs e en qué m ed id a los ro m an o s h a n podi do -creer» en los m ito s de los griegos... ¿Q ué hicieron con ellos? ¿Cómo los u tiliz a ro n ? ¿Q uién los conocía? Los ro m an o s te n ía n u n a te n dencia irre p rim ib le a colocar dioses por to d a s p a rte s: en las e n c ru c ija d a s de los cam inos, en los cam pos, en los lu g a re s de p aso y, por s u p u e sto , en el co razó n m ism o de su vida cívica. P ero esta religión p ú b lica y p riv a d a , q u e esc an d e la vida co tid ian a de rito en rito y de 13
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
esc rú p u lo en escrú p u lo , no tie n e m u ch o q u e v e r con la m ito logía. De hecho, no im plica m i tos en el sen tid o p rofundo del té rm in o . P o r m ucho q u e b u s qu em os, no e n c o n tra re m o s en la a n tig u a c u ltu ra ro m a n a (e inclu so en las fu e n te s e tru sc a s de e s ta c u ltu ra ) g ra n d e s d e s a rro llo s genealógicos, ciclos de h a z a ñ a s d iv in as, u n a n a rra c ió n com pleja y p o rm e n o riz a d a que p ro p o n g a, a fin de c u e n ta s y de m a n e ra sim bólica, u n a ex p li cación geográfica e h istó ric a del m undo. G eorges D um ézil h a d em o strad o que los ro m a nos abolieron m uy p ro n to la fro n te ra q ue s e p a ra b a el «tiem po de los dioses» del de los h o m b res, «historificando» su s m itos. La trad ició n in d o eu ro p ea, de la que los latin o s — como los griegos— era n d e u d o re s, acu ñ ó en la c u ltu ra la tin a episodios y p erso n ajes «históricos» o seu d o h istó rico s que e s ta b a n e n g a sta d o s (como se h ace con las re liq u ia s) en la h is to ria de los oríg en es o de los p rim ero s tiem p o s de R om a. E sto pued e ex p licar p a rc ia l m e n te alg u n o s de los rasg o s e s pecíficos de la epopeya ro m a n a , que, en unos casos, se e n c u e n tr a fu e rte m e n te v in cu lad a con la h is to ria , en otros, p ro fu n d a m e n te a r ra ig a d a en ella. R om a a p re n d e la m itología y se d e le ita con ella en su contacto con G recia. Los ro m an o s a c o stu m b ra b a n a «im portar» y a a p ro p ia rs e de las d iv in id a d es de los pueblos som etid o s, p ra ctican d o , cuando e ra n ecesario , cóm odas a sim i laciones. S obre e s te p u n to cabe d ecir q ue la helen ización de la religión ro m a n a corre en p a r a lelo con la helen ización de la c u ltu ra ro m a n a , am b a s in d u d a b le m e n te d o ta d a s de los m is m os vecto res, que e ra n e se n c ialm en te lite ra rio s. C uando los a u to re s la tin o s a p re n d e n la epopeya en H om ero, se inician 14
en los ciclos m itológicos fre c u e n ta n d o a los a u to re s g rie gos. a m itógrafos a n tig u o s, a a u to re s épicos o trágicos, pero m ás p ro b a b le m e n te a su s s u cesores a le ja n d rin o s, q u ien es y a h a b ía n hecho de los m itos te m a s lite ra rio s. N os s e n tiría m os te n ta d o s de e sc rib ir aq u í q ue, cu an d o la m itología g riega llega a R om a, y a no es o tra cosa d ife re n te que p u ra lite r a tu r a : u n a m a ra v illo sa re s e r va de h e rm o sa s h is to ria s con p erso n a je s e n g a la n a d o s con el p re stig io de la div in id ad . No cream os, sin em bargo, que e sta a c titu d e ra iconoclasta: de su función inicial — fa c ilita r, m e d ia n te la h is to ria de los héroes, u n a tra n sic ió n e n tre el «tiem po de los dioses» y el de los h o m b re s, in v e n ta r a n te p a s a d o s o co n fig u rar nociones— , los m i to s griegos h a b ía n perd id o lo esencial desde h ac ía m ucho tiem p o y h a b ía n re v estid o un c a rá c te r g lo b alm en te «folclóri co». P ero, en G recia, e ste cor p u s m itológico ocupaba un lu g a r c e n tra l en la educación y en la in sp iració n poética; en R om a, en u n p rim e r m om ento, s e rá objeto de cu rio sid ad ; d e s p u és, de erudición. L as in te r fe ren c ia s con la religión se li m ita n , en lín e a s g e n e ra le s, al sin c re tism o de los a trib u to s de los «grandes» dioses, con p ro m ociones esp e ciales p a ra los h éro es q u e — como H é rcu les— m ejo r se co rresp o n d ían con el te m p e ra m e n to rom ano. E v id e n te m e n te esto no ex cluye c o m p le ta m e n te la v irtu d esen cial de los m ito s, que es a lim e n ta r la im ag in ació n colec tiv a. E n e ste p u n to , los ro m a nos se m o stra ro n esp e c ia lm e n te sen sib les. L a im itación de G recia fue ra d ic a l y e s tim u la n te. E n el te rre n o lite ra rio , la mitología propoixionaba u n a re se rv a cu lta de in trig a s , de p e r so n ajes y de se n tim ie n to s. Los d ra m a tu rg o s la tin o s, esforzán-
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C L A R O
dose según su propio te m p e ra m en to p or p o n er en escena los d ra m a s de la h isto ria (m ed ia n te la fa b u la p ra etexta , el «tea tro en toga»), co n tin u aro n re p re se n ta n d o , a im itación de los griegos, los d ra m a s de los g ra n d e s ciclos m itológicos (ci clos tro y an o , teb an o , argivo) en la fa b u la p a llia ta , -te a tro con a tu e n d o griego». Los episodios m itológicos no sólo ofrecían a las a r te s p lá stic a s u n a m u lti tu d de p erso n ajes y te m a s p a ra re p re s e n ta r, sino q u e, ad em ás, fu ero n te m a s poéticos. A veces am bos tra ta m ie n to s se com bi n an : la m itología, en la poesía ro m a n a , su p o n e m u c h a s veces (m ás fre c u e n te m e n te de lo que se su p o n e) la m ediación de u n a o b ra de a rte , p in tu ra o tapiz. Como o cu rría con la presen cia in v aso ra de la m itología en la p in tu ra del R en acim iento, los te m a s m itológicos proporcio n an a la im ag in ació n poética la tin a el en c an to u n poco exó tico de las aleg o rías c u lta s, g racio sas o te rrib le s. L a p a la b ra aleg o ría nos con duce a fin de c u e n ta s a lo e se n cial, p u es form a p a r te del vo ca b u la rio de la re tó ric a. E n a m p lia m ed id a, cu an do no se d e sa rro lla como s u s titu ta de la ficción p u ra , la m itología i n te r v ien e en la poesía la tin a co m o «figura». H a b la m o s de «un N em rod» p a r a re fe rirn o s a u n cazad o r, de «un H ércules» p a ra d e s ig n a r a u n forzudo, de «un Apolo» p a r a d e n o ta r a un ho m b re bello, o, en otros casos — poderoso legado de n u e s tra m itología de e s tirp e ese n cial m e n te lite ra r ia — , de «un T artarín » o de «un don Ju an » . E s u n a a n to n o m a sia . C u an d o Tito Livio (que no e ra p re c isa m e n te u n h o m b re fan tasio so ) dice -M arte» p a ra d e s ig n a r «la g u e rra», e s tá h acien d o el m ism o uso. M ás am p lia m e n te , la d e sesp eració n am o ro sa p u ed e d e sig n a rse con la ex p resión «el
ab a n d o n o de A riad n a» , o la c ru e ld a d de u n a v e n g a n z a con «los crím enes de M edea», e in cluso u n a d e te rm in a d a posición de ab razo am oroso p o r «las cos tu m b re s de A ta la n ta y M ila nion». Del m ism o m odo, en la p ro sa , y sobre todo en la poesía la tin a , la com paración y la m e tá fo ra re c u rre n con g u sto a la m itología. E n c u a n to a la a le g oría (que es fu n d a m e n ta l m e n te u n a « m etáfo ra e s t i r a da» com pleja y co h eren te), cabe d ecir que d ese m p e ñ a en estos tex to s u n a función b a s ta n te co m p arab le a la que ju e g a en la p in tu ra académ ica: en u n o y otro caso, las tu rb ia s relaciones e n tre violencia y p la c e r se re p re s e n ta n fácilm e n te m e d ia n te la unión e n tre M a rte y V enus. A sí pues, vem os cómo la m i tología co n trib u y e al o rn a to del tex to , y e s ta función e sté tic a h a sido cu ltiv ad a p o r los a n ti guos h a s ta el ex trem o de p a re c e m o s s in g u la rm e n te excesi va. T e rm in a b a por -su stitu ir» al tex to y, p a r a hacerlo, los p o e ta s no siem p re su p iero n e s q u iv a r el riesgo de la a fe c ta ción a m a n e ra d a . P u ed e decirse in clu so que m u c h a s veces lle g aro n a c u ltiv a rla . P ero t r a n quilicém o n o s: los «enigm as» m itológicos (a veces m uy re fi n ad o s) era n ta m b ié n e s tim u la n te s p a ra los an tig u o s, que no te n ía n la eru d ició n de u n O vidio y q u e, p o r ello, quizá a b ría n , como no so tro s, u n m a n u a l de m itología, por ejem plo el de P a rte n io de N icea, dedi cado al p o eta G allu s, que los p o e ta s co n su ltaro n m ucho...
5.
R etórica, cu ltu ra y lite ra tu ra
N u e s tra m o d ern a fre c u e n ta ción de las - a rte s del lenguaje» 15
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
y de su s p ro d u cto s o m ite el t r a ta m ie n to de la re tó ric a e in c lu so le a trib u y e m á s vicios que v irtu d e s . E s n ec esario d e p u r a r el té rm in o de to d a s su s conno ta c io n e s n e g a tiv a s y c o n sid e ra r q u e, en la a n tig ü e d a d , la re tó rica no so la m e n te in te rv ie n e en la form ación p re v ia de todo e s c rito r, sin o q u e, ta m b ié n , es el m arco in te le c tu a l donde se d e s a rro lla n to d a s la s reflexiones so b re el le n g u a je , la expresión, la im a g e n , la com posición, el p e n s a m ie n to a rg u m e n ta d o , la a rm o n ía de las p a la b ra s e in cluso so b re el «placer del te x to». D e la re tó ric a d eriv a lo que p o d ríam o s d e n o m in a r la «críti ca lite ra ria » . Se h a podido d ecir q u e, p a ra el h o m b re a n tig u o , a p re n d e r a e s c rib ir c o n sistía, p rim ero , en a p r e n d e r a h a b la r , esto es, a h a b la r en público, lo q u e es la vocación in icial de la re tó ric a. E n efecto, a d iferen cia de la d ialéctica, q u e los an tig u o s re p re s e n ta b a n con la im agen de u n p u ñ o c e rra d o , la re tó ric a, u n a m an o a b ie r ta , se in te re sa p o r el d iscu rso en su c o n tin u i d ad , y p ro p o n e u n ex am en m e tódico de los re c u rso s que po seem os p a r a co n vencer m e d ia n te las p a la b r a s , o, lo que es lo m ism o, p a r a s u s c ita r la aten c ió n , e n c o n tr a r y o rd e n a r id e a s, d e s a rro lla r a rg u m e n to s, se d u c ir p o r la p a la b ra a d e c u a d a o la im ag en m á s ex p resiv a, co n m o v er si es n ecesario , d e m o s tra r in te lig e n c ia , descon c e r ta r a veces..., todo ello sin c o n tra v e n ir n u n c a la s re g la s del b u e n gusto. L a s e s c u e la s de re tó ric a , c o m p le ta m e n te «funcionales» en s u s o ríg en es (en ellas se ex p licab a con m in u cio sid ad el a r te de a r g u m e n ta r los pros y los c o n tra s de todos los te m a s, como p ro p e d éu tica o como s i m u lacro de a c tiv id a d e s o ra to ria s sociopolíticas, en el t r i b u n a l o en la asa m b le a ), m u y 16
p ro n to a m p lia ro n su cam po de e stu d io a) conjunto de las téc n ic a s de expresión. La clasifi cación de los tipos de ra z o n a m ien to , de fig u ra s, de exigen cias co n c retas de los d iferen tes m odos del d iscu rso y de los di v erso s gén ero s lite ra rio s q u e se d ed u cían de ellos co n stitu y e un am bicioso p ro g ra m a de e s tu dios. E n efecto, la pedagogía de los m a e stro s, m u ltip lican d o los co m en ta rio s, los «ejercicios de estilo», la explicación m e tic u losa de cad a p a la b ra , de cada fra se , de cada verso de u n a u to r de re fere n cia, p u ed e ser co n sid e ra d a sospechosa ju s tifi c a d a m e n te de h a b e r su scitad o u n a «inercia ad m ira tiv a» cuyos efectos a veces se dejan s e n tir en la p ro sa y en la poesía la tin a s . P ero las exigencias de la form ación re tó ric a p ro p ia m e n te dicha im p licab an , ad e m á s de la le c tu ra de los g ra n d e s a u to re s, la adquisición de u n sa b e r p lu rid is c ip lin a r — de derecho, de h is to ria , de geografía, de fi losofía, incluso de m ú sica y de e lem e n to s de la c u ltu ra cie n tí fica— concebido como i n s tr u m en to p a ra a lim e n ta r la in v e n tio de los fu tu ro s o ra d o res (la in ven tio es el a r te de e n c o n tra r id eas, arg u m e n to s). A sí p u es, la re tó ric a se e n c u e n tra ta m b ié n en el corazón de la « cu ltu ra global» del ho m b re latin o ; y si h a de b u sc a rse u n lu g a r dond e converjan to d as la s a v e n id a s del s a b e r «enciclo pédico», es sin d u d a en ella donde se h a lla r á . P a ra conven ce rse de esto , b a s ta con o b ser v a r q u e in clu so los a u to re s m ás «técnicos» de la lite r a tu r a la ti n a — agrónom os como C olum ela, a rq u ite c to s como V itruvio, p o r no h a b la r de los h is to ria dores o de los n a tu r a lis ta s — son b u en o s alu m n o s de los re tóricos, sab e n c o n s tru ir u n p re facio «filosófico» seg ú n las re g las del a r te e im p ro v isa r v e r sos p a ra la ocasión. E n efecto,
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C 1 A R O
el esc rito r latin o , ta n p ro n to como em p ieza a c re a r u n a obra, tie n e a su disposición to dos los in s tru m e n to s de la re tórica y sab e u tiliza rlo s. A p a r tir de m ed iad o s del si glo i) a. C., es decir, en el m o m en to en que la creación lite ra ria conoció en R om a su m a y o r auge, las escu elas g rieg as d edican u n a aten ció n creciente a la e n se ñ a n z a de u n a retó rica ••no funcional». P o d ría lla m á r sela retó rica del te rc e r tipo, en referen cia a los dos p rim ero s gén ero s del discurso: el ju d icial (a n te los trib u n a le s ) y el d eli b erativ o (d e la n te de u n a a s a m blea). E n am bos casos, debe d e sa rro lla rse u n a co n tro v ersia, h a de a lc a n z a rse u n a victoria, debe o b ten erse u n a decisión fa vorable de u n público in s titu cional. El te rc e r género, lla m ado en griego «epideíctico» y en latín -d em o strativ o » , reag ru p a b a in d is tin ta m e n te a to dos los d iscu rso s cuya única fi n a lid a d era pro v o car la a d m i ración del público, ya sea , en cu origen, en u n a cerem onia oficial o, m ás a m p lia m e n te , en los contextos m á s d iversos. De e ste modo, la re tó ric a, lib e ra d a de las obligaciones de la cau sa sobre la que d eb ería litig a rse o de la sen ten tia (to m a de posi ción política a n te u n a a s a m blea) que d eb ería d efen d erse, pued e ex p lo ra r m ejo r el cam po de la im aginación (la ficción) y e x p re s a r id eas. E n lu g a r de se r un m om ento técnico del d isc u r so (el recu erd o de los hechos o u n a b rev e evocación h istó rica), la n arrac ió n y la descripción a d q u ie re n v alo r específico. La época h e le n ístic a h a b ía d es tru id o la re tó ric a como escuela de elocuencia p a ra c o n v e rtirla en lab o ra to rio de lite r a tu r a , ya q ue d esp u és de todo lo q u e no sotro s llam am o s lite r a tu r a cu b re el cam po del género epideíctico y le a ñ a d e las com po siciones d ra m á tic a y poética,
a m b a s p ro fu n d a m e n te im b u i d a s, desde la época g rieg a clá sica. por la re tó ric a y su e n s e ñanza. Así se explica que, u n siglo m ás ta rd e , s u rja en R om a, un am p lio m o v im ie n to lite ra r io -m o d e rn ista » q u e p re c o n iz a , sin d e s a u to riz a r a los m odelos griegos, la eclosión en le n g u a la tin a de u n a h isto rio g ra fía y de u n a lite r a tu r a filosófica a d e re z a d a s con los o rn a m e n to s de la retó rica. Y verem os en qué m edida la evolución de ejerci cios de re tó ric a como la «.sua soria» (discurso q u e tie n d e a s u s c ita r u n a decisión), la -etopeya» (discurso ficticio de un p erso n aje h istó rico o m itológi co), la -ek frasis» (descripción a rtís tic a de u n a obra de a rte ) h a n podido a lim e n ta r e in flu e n c ia r g é n e ro s lite ra r io s e x iste n te s, p ro v o car el n a c i m ien to de o tro s n u evos o cola b o ra r a la configuración de su b g én e ro s (por ejem plo, el -epilión» o epopeya en m in ia tu ra , la c a rta ficticia, y quizá... la novela, g én ero h íb rid o al que le e sp e ra un g ra n futuro). E s n ec esario s e ñ a la r fin a l m e n te que la re tó ric a , c a ra c te riza n d o los to n o s y los estilos, d esd e el «hum ilde» (h u m ilis) h a s ta el -sublim e», in te re s á n dose por la corrección y la c la rid a d en el len g u aje , p la n te a n do el p ro b lem a de la conve n ien cia y el g u sto , h a «infor m ado» la creación lite ra r ia en tre s cam pos que, p a r a nosotros, c o n stitu iría n por sí solos disci p lin a s au tó n o m as: la e s tilís ti ca, la lin g ü ística y la e s té ti ca. E n su s d esa rro llo s tard ío s, a u n q u e eufóricos, la «S egunda S ofística», la re tó ric a se m u e s tr a v e rd a d e ra m e n te como u n a ciencia to tal del len g u aje.
6.
La im ita c ió n y la creació n lite ra ria
La com binación de los dato s de los dos p a rá g ra fo s a n te rio 17
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
re s — la in flu en c ia de G recia y la p rá ctica de la re tó ric a — nos p e rm itirá co m p re n d er c a b al m e n te las ra zo n es por las c u a les la creación lite ra r ia rev iste en R om a u n c a rá c te r p ro fu n d a m e n te «im itativo». E n te n d a m os por ello q u e la o rig in ali d ad sólo p u ed e d esp leg a rse com o u n e n riq u e c im ie n to de la trad ic ió n y que u n a obra lite r a r i a n u n c a p o d rá s u rg ir como « tran q u ilo bloque caído aq u í ab ajo de un d e s a s tre oscuro» o p o r u n golpe de a z a r. No cabe d u d a de q ue, p a r a el poeta a n tig u o , se ría u n d e s a s tre no te n e r en la m em o ria los versos de un m a e s tro al q u e a d m ira r e im ita r, a u n a uctor, fu n d a d o r de u n gén ero o v irtu o so en un estilo con q u ien riv a liz a r en in genio y ta le n to . E s n ecesario, en efecto, a d v e rtir q ue la a n ti g ü ed ad desconfía de la in n o vación «absoluta»: en R om a, la ex p resió n res novare, «hacer algo nuevo», significa «revolu cionar» en el se n tid o peyorativo del té rm in o e im plica tr a s to r nos que son a la vez te m e ra rio s y peligrosos. E sto no co n d en a la idea de un p ro g reso posible en todos los cam pos, sino q ue esta idea de p ro g reso se p ie n sa en t é r m in o s de «perfeccionam iento». Si h ay q ue h a c e r u n a h isto ria de la s a rte s , su m odelo e s ta rá en la evolución de la esc u ltu ra , don d e se o b serva u n progreso de las técn ic as q ue conduce desd e la p ie d ra sim p le m e n te d e s b a s ta d a h a s ta e l . perfecto pulid o de los m árm o les; el p ro greso de la in sp iració n y de la e s tilís tic a se lim ita , en cam bio, a p erfeccio n ar la arm o n ía ca nó n ica de la s fo rm as. A dem ás, el v o cab u lario de la crítica li te r a r ia en C icerón, por ejem plo, o en Q u in tilia n o tom a m u chos de su s conceptos de las a r te s p lásticas. Y n a d ie duda, en efecto, de q u e la obra lite ra ria , en p ro sa o en verso, se in s 18
cribe en el p e n sa m ie n to a n ti guo como u n m om ento en u n a «creación co n tin u ad a » que no a p o rta u n a nov ed ad ra d ic a l y q u e se e n riq u e c e m e d ia n te el cultivo m e d ita d o de un m odelo, de u n m a e stro . C icerón se d e dica con d en u ed o a s e r u n Dem ó sten es latin o ; P ropercio in voca la tu te la de C alim aco y F ile ta s de Cos; H oracio confie sa no te n e r la in sp iració n s u ficien te p a r a c o n v e rtirse en un digno im ita d o r de P ín d a ro , p ero p ro c la m a so lem n em en te q u e «añade a la s cad en cias itálicas» los can to s de p o etas líricos eólicos, A lem án, Alceo, Safo... y s u s im ita d o re s a le ja n drinos. E sto s ejem plos sirv en p a ra ex p lica r la «latinización» de los m odelos griegos, y cad a u n o de esto s p o e ta s re iv in d ica orgullos á m e n te (a veces a b u siv a m e n te) el m érito de h a b e r sido «el prim ero» en h a b e r im ita d o en la tín — q u e no tra d u c id o — a esto s m a e s tro s v en erad o s. E sta la tin iz a c ió n debe e n te n d e rs e como u n a «rom anización»: a u n q u e beben en la m ism a fu e n te , q u e, en d e fin itiv a, es la de las m u sa s, P ro p ercio y H oracio se co n sid eran p r im u s o p rin cep s p o r h a b e r sab id o a d a p ta r las fo rm a s y los gén ero s griegos a la ex p resió n y a la sen sib ilid a d la tin a s . S in em bargo, con el progreso de la lite r a tu r a n acio n a l, los la tin o s lleg aro n a im i ta r s e e n tre sí: L ucrecio ya im i ta a E nnio, H oracio no ig n o ra qu e su s S á tir a s son d e u d o ra s de la s de Lucilio, y V irgilio r in de h o m en aje a G allo, q u e le p recedió con ta le n to en el a rte del idilio. F in a lm e n te , d esp u é s de Ovidio, el clasicism o la tin o se rá a su vez im itad o por los a u to re s de la la tin id a d im p e ria l y ta rd ía . Sin em bargo, los m odelos griegos y la tin o s se m ezclan m u y p ro n to , y el «Teócrito latino» q u e im ita a V irg i lio a tra v é s de G allo e s ta b a
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C L A R O
casi n acionalizado; con el paso del tiem po las fu e n te s la tin a s so b re p a sa rá n c la ra m e n te las fu e n te s g riegas.
7.
Los fu n d a m e n to s estéticos d e la ¡mitatio
Los ro m an o s d e sta c a ro n en el a rte de tr a z a r «paralelos» e n tre los a u to re s, u n poco como bacía P lu ta rc o en relación a la vida de los g ra n d e s h om bres. E stab leciero n incluso e x tra ñ a s je ra rq u ía s : V irgilio, nos dice el g ra m á tic o S erv iu s, e s tá m uy por debajo de H om ero ( a quien im ita en la E n eid a ), m uy por encim a de H esíodo ( a quien im ita en la Geórgic as), y se e n c u e n tra p rá c tic a m e n te al m is mo nivel que T eócrito (a quien im ita en las B ucólicas). E ste m étodo de crítica lite ra r ia — la syncris, por u tiliz a r a q u í el t é r m ino griego, que significa ■•comparación»— nos m u e s tra que el g u sto ro m an o , form ado en las escu elas de re tó ric a m e d ia n te la frecu en tació n dé los g ra n d e s tex to s y de los g ra n d e s a u to re s, d ifiere se n sib le m e n te del n u estro . A n n e-M arie G u illem in , en un estu d io sobre -La im itación en las lite r a tu r a s an tig u as» (Revue des É tu d e s L a tin e s, 1924, pp. 35-57), s u b ra y a ac er ta d a m e n te q ue «los an tig u o s e n te n d ía n el p la c e r estético de un m odo co m p le ta m e n te dife re n te a nosotros». P la tó n h a b ía estab lecid o q u e lo bello e ra un ideal tra s c e n d e n te . A ristó teles, p re g u n tá n d o se sobre los m o ti vos p o r los que podía o b ten erse p lace r re p re s e n ta n d o u n objeto feo, h a b ía estab lecid o que la re p resen tació n e sté tic a p e rte n e cía a la esfera de lo in te le c tu a l
y que, en el caso de la im ita ción, im plicaba un «reconoci m iento». El p la c e r lite ra rio se e n c u e n tra en ese m ism o orden: sin e n tr a r en los d e ta lle s de la teo ría p lató n ica, d e sp u é s a r is totélica, de la m im e sis (que se aplica esp ecíficam en te a la p o é tica), h a y que concebir la obra de a r te como u n a im itación de lo que existe o de lo que d eb e ría ex istir, y es el reconoci m iento, en la re p re se n ta c ió n , del vínculo que se crea a sí e n tre real e id eal lo q u e su sc ita el aprecio del e sp e c ta d o r o del lector. A sim ism o, cu an d o la obra li te ra ria im ita a u n a obra bella, p a rtic ip a ta m b ién de e s ta b e lleza inicial y p u ed e in c re m e n t a r la m e d ia n te los m érito s de u n a rte su p erio r; la im itación de u n a im itación lleva en sí m ism a la b elleza «m im ética» de su m odelo y su p ro p ia belleza ■«mimética». E n S obre lo s u b li m e, tra ta d o a trib u id o a L ongi no, puede incluso leerse que ú n ic a m e n te la m im esis t r a n s c e n d en te de u n m odelo bello p u ed e conducir a lo sublim e, y otros a u to re s so stie n en que ú n ic a m e n te la im itación de b e llezas d ise m in a d a s en diversos m odelos conduce v e rd a d e ra m e n te a lo bello. Se o b serv ará que e sta s te o ría s, que e s tá n en el corazón m ism o de nociones como «clasicismo» y «academ i cismo», h a n sobrevivido a m p lia m e n te a la a n tig ü e d a d y fecu n d an p rá c tic a m e n te to d a la h isto ria del a r te occidental h a s ta el ro m an ticism o .
8.
La e m u la c ió n (aemulatio)
U n a m ala apreciación de la im itación y del papel que ju e g a en la creación lite ra r ia a n tig u a 19
I N T R O D U C C I O N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
p u ed e co n d u cir a la idea falsa de q u e los a u to re s la tin o s era n d esp reciab les b rib o n es «que no h a c ía n o tra co sa q u e copiar». E n efecto, en g én ero s ta le s com o la eleg ía se p roduce u n a «reescritu ra» , a m en u d o fatig o sa. de u n a u to r a otro, a veces d e n tro de la o b ra m ism a de un a u to r, de u n o s m ism os te m a s que se d e s a rro lla n de form a p arecid a; los d iscu rso s de Tito Livio tam p o co p ro d u cen p re ci s a m e n te u n a im p resió n de in fin ita v a rie d a d , y su sp ira m o s al co m p ro b ar q u e, en Q u in to C urcio, A lejan d ro se dirige a su s sold ad o s con las m ism a s p a la b ra s q ue, en A b Urbe C on d ita , A n íb al lo h ace a su s tro p as. Los ejem plos p o d rían m u l tip lic a rse . P ero se o b se rv a rá q u e en todos los p in to re s las A n u n cia c io n e s tie n d e n a p a r e cerse... D e hecho, la crítica lite ra r ia a n tig u a e ra se v e ra p a ra con las im itac io n es serv iles y esp ecial m e n te con el plagio: el p r é s ta mo es legítim o, sea en ten d id o como h o m en aje (a la m a n e ra de u n a ire m u sical «citado» en u n concierto de B á rto k o en un coro de jazz), sea como re fe re n cia a g ra d a b le m e n te a d a p ta d a al contexto, sea como ínfim a inflexión de p a la b ra s que po te n c ia su en can to ; p o r el con tra rio , los p ré sta m o s lite ra le s y «brutos», v erd ad ero s «hurtos» (furia), e ra n d e s p ia d a d a m e n te d en u n c ia d o s p o r los c o m en ta ris ta s , q u ien es los c e n su ra b a n a u n en el caso de que a fe c ta ra n a u n tex to de V irgilio. Se h a cían lis ta s de p lag iario s. Los e n ten d id o s no se d ejab a n e n g a ñ a r. La im itació n d e b e ría d e sem b o car no en u n b u rd o calco (im ita tio servilis), sino en u n a invención su til e s tim u la d a por el m odelo. E s ta disposición de e sp íritu , la a em u la tio , no im plicab a u n a com petición m ez q u in a , sino la am bición de con ju g a r la ad m ira ció n por los 20
m a e stro s con la preocupación p o r su p e ra rlo s. E n s u s orígenes o ra le s o te a tr a le s , la lite r a tu ra a n tig u a podía s e r lla m a d a «agónica», es decir, podía ser objeto de com peticiones, de to r neos; en ellos, los p a rtic ip a n te s g a n a b a n coronas y concitaban la ad m iració n de su s conciu d ad a n o s o (lo q u e es lo m ism o) se les reconocía u n a in m o rta li d ad casi divina. P a r a los an tig u o s, la in sp i ración poética no es u n a feliz disposición de la in telig e n cia, sino un don divino. Los genios fo rm an p a r te de u n a g ra n d e y m is m a ,fa m ilia m a rc a d a por la benevolencia de los dioses y de la s m u sa s, y alg u n o s m ilagros, según la trad ic ió n , así lo p ro b a b a n (por ejem plo, la s ab ejas a m en u d o ac u d en a lib a r a los labios de u n p o eta in sp irad o ). P ero la p u e r ta de la in m o rta lid ad sólo se a b ría a aq u ello s qu e h a b ía n sabido co n ciliar la ad m iració n por los an tig u o s con la o rig in a lid a d de su pro pio ta le n to . H oracio re iv in d ica con in m en so orgullo, v e rd a d e ra apoteosis, se r ad m itid o e n tre los g ra n d e s p o e ta s líricos, su s m odelos. E n R om a, e s ta d ialéc tica e n tre re sp eto y em ulación p u ed e s e r re la c io n a d a con el escrú p u lo de p ie ta s q u e v in cu la a los d e sc e n d ie n te s no so la m e n te con los dioses, sino ta m bién con los a n te p a sa d o s ; y en m uchos asp ecto s, como h a se ñ a la d o H .-I. M a rro u , la im ita ción, q u e tr a b a así u n c o n s ta n te y re sp etu o so diálogo- e n tre g en e rac io n e s, fo rm a b a p a r te de la educación y m o d elab a el se n tim ie n to lite ra rio al m ism o tiem p o q u e co n fig u rab a el s e n tim ie n to p atrió tico . A sí p u es, los g ra n d e s a u to re s no p ra c tic a ro n la im itación como u n «ejercicio de estilo»; tam poco la concibieron como u n p ré sta m o que le h a c ía n los d em ás a u to re s de id e a s que ellos no te n ía n . D esde e ste
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C L A R O
p u n to de v ista , los ab u so s co m etid o s p o r la crítica a le m a n a de fin ales de siglo (la Q uellenfo rsch u n g , o b ú sq u e d a p a ra n o i ca de las fu e n te s) h a b ría n po dido -desm enuzar» co m p leta m en te la lite r a tu r a la tin a a fuerza de co n fu n d ir, sobre la fe de u n parecido lite ra l, in flu e n cias y fu e n te s, alu sió n y copia, m em o ria c u ltu ra l y plagio de los a u to re s p re ced e n te s. C u a n do u n p oeta o u n p ro s ista im i ta , es co nsciente de ello y h afciitualm ente ex h ib e p ú b lic a m e n te su modelo: so la m e n te cum pliendo ta le s condiciones, se a d m ite el e s p íritu de a e m u latio y, si é s ta se re v e la b r i lla n te , se le reconoce su m érito . C u an d o S alu stio . p o r ejem plo, re to m a a su m odo u n a fra se de T u cídides, m a n ifie s ta su a d h e sión al estilo y al p e n sa m ie n to histórico del a u to r griego (ex tre m o este ú ltim o q u e d e m u e s t r a to d a su obra), p ero n u n ca se le o cu rre p la g ia r la G uerra del Peloponeso cu an d o le fa lta la insp iració n ...
9.
La te o ría d e los g é n e ro s lite ra rio s
El ú ltim o p u n to que t r a t a r e m os en e s ta s nociones p re lim i n a re s p la n te a a p a re n te m e n te m enos p ro b lem a s q u e los a n te rio re s. Se t r a t a de la n o tab le p e rm a n e n c ia de u n siste m a de g éneros lite ra rio s definidos b a s ta n te e s tric ta m e n te , en su contenido, en su s re g la s fo r m ales, en su p ro p ia e sté tic a , q u e sirv e p a ra d esc rib ir, salvo co n tad a s excepciones (como el de la c a rta ficticia y la novela), el con ju n to de la lite r a tu r a la tin a a lo larg o de su e x te n sa h isto ria. C om b in án d o se, los p rin cip io s de la form ación lite r a r ia y la
im itación p u ed en ex p lica r fácil m e n te e sta e s ta b ilid a d , pero no reflejan el s is te m a como ta l, ni su a p titu d p a r a e x p e rim e n ta r, sin ru p tu ra , g ra n d e s co n v ersio nes: así. desde m ed iad o s del s i glo 1 a. C.. ex iste u n m o v im ien to poético q u e se o rie n ta a -r e descubrir» el e n c a n to de las o b ra s co rta s y a m o d ificar en e s te sen tid o el tra ta m ie n to de m otivos c a ra c te rístic o s de un g én ero -largo» como la ep o p e ya; o tam b ién , m á s g ra v e m e n te , esa a u té n tic a conversión que tra n s fo rm a los g éneros -paganos» en m odelos en los cu a le s se in tro d u c irá con a p a re n te facilidad u n a n u ev a cul t u r a n ueva: la del cristian ism o . Yendo a ú n m á s lejos, p o d ría decirse que, p a ra d e fin ir u n a epopeya, p en sa m o s en H om ero o en V irgilio m ás que en la epopeya in d ia y. por co n si g u ien te, desd e n u e s tra p e rs pectiv a a c tu a l, nos reconoce m os trib u ta rio s de este siste m a no por sim p le a fin id a d c u ltu ra l. sino p o rq u e las -ley es de los génei'os» e s ta b a n p rin c ip a l m e n te ilu s tr a d a s por las o b ras m a e s tra s . D ebe se ñ a la rs e por o tra p a r te que ni s iq u ie ra los an tig u o s d o m in a b a n p e rfe c ta m e n te el siste m a de definiciones teó ric as q u e regía e s te siste m a de los géneros. N in g u n a clasificación e s tric ta — ni siq u ie ra la que p ropone Q u in tilia n o en su I n s titución oratoria — puede re fle ja r la to ta lm e n te . La ca u sa debe b u sc a rse en que los p u n tos de v ista difieren según se c e n tre n sobre la form a de ex p re sió n , los te m a s específicos, la -in ten c io n a lid a d » , su r e la ción con la su b je tiv id a d del a u tor. A p a r tir de definiciones -seg ú n el contenido» como las de A ristó teles, n a d a im p id e al h isto ria d o r e sc rib ir en verso en vez de en p ro sa siem p re y cu an d o d escrib a hechos que h a n sucedido re a lm e n te . P o r el 2 1
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
è e n tra rio , u n a tra g e d ia n u n ca p o d ría e sc rib irse en prosa, p u e s ú n ic a m e n te la com posi ción m é tric a conviene a esta ■imitación de u n a acción de ca r á c te r elevado y com pleto, de u n a c ie rta ex ten sió n , en un le n g u aje p ro v isto de elem entos esp e ciales de n a tu ra le z a esp e cial seg ú n su s d ife re n te s p a r te s, im itació n q u e se hace m e d ia n te p e rso n a je s en acción y no a tra v é s de u n a narración» (P o ética , 1449 b). A p a r tir de ese m o m en to , la diferencia con la epopeya, que exige tam b ién , a ca u sa del c a rá c te r a lta m e n te m o ral de los p erso n ajes, u n a fo rm a poética, re s id e en la n a rració n y en la ex ten sió n . En re s u m id a s c u e n ta s , A ristó teles p ro p o n d rá como definición pro visio n al de la epopeya -el a r te de im ita r en h exám etros», como si la form a m étrica esp e cífica fu e ra en sí m ism a un ca rá c te r d e te rm in a n te ... De h e cho, la epopeya se d istin g u irá so b re todo, en la lite ra tu ra p o sth o m érica , por in tro d u c ir u n a tipología de c a ra c te re s, de episodios, de situ acio n es, y por el « en castram ien to » de n a r r a ciones, a la m a n e ra de H om ero. E n d efin itiv a, en los an tig u o s el s is te m a de g én ero s reposa a n te todo sobre la h ip ó tesis de u n a a d e c u a d a a rm o n ía e n tre tono, form a y te m a , e n tre los cu a le s debe e x is tir u n a «con veniencia». Si “desviam os» a l gu n o de esto s elem en to s, nos se p a ra m o s del gén ero y caem os en la p aro d ia o b ien se crea un su b g én ero de difícil clasifica ción. De este m odo, a p a r tir de un n ú m ero re strin g id o de gé n ero s fu n d a m e n ta le s , los a u to re s, p or d esliza m ien to s m ás que p or r u p tu r a s , h an creado gén ero s m ix to s que pueden re v e s tir u n a o rig in alid ad m o m e n tá n e a ; d esp u é s, si fueran im ita d o s a m en u d o , e sta origi n a lid a d a d q u iriría un c a rá c te r d u ra d e ro . El d esarro llo p o ste 22
rio r de esto s g éneros m enores m u ch as veces h a sido m ayor que el de su s géneros de ori gen, y el lecto r m oderno, se n sible a e s ta p o ste rid a d , a veces tie n e d ificu ltad es p a ra s itu a r los en u n contexto an tig u o . Así es como la elegía la tin a , ta n to p or su form a m é trica como por su s ju eg o s m etafóricos, se opo n e s im u ltá n e a m e n te a la t r a gedia (rech a za la g ra v ed ad ) y sobre todo a la epopeya, a la que d eg rad a lú d icam en te: p a ra los rom anos, si ex am in am o s los prefacios de O vidio, e s ta opo sición su b v ersiv a e ra sen sib le y a p reciad a ; u n «placer por la p a rodia» dup licab a el a tra c tiv o de u n a poesía am o ro sa, a la cual la p o sterid ad , desde C h én ier h a s ta R ilke p a sa n d o por Goe th e , devolvió u n a den sid ad em ocional y esté tic a q u e la época a u g u s te a le h ab ía n eg a do... E s p re c isa m e n te en este nivel donde la o rig in alid ad de los a u to re s y su cre a tiv id a d es pecífica h an podido ju g a r un papel d e te rm in a n te . A p e s a r de to d as la s lim itac io n e s im p e ra tiv as de la im itación, del for m alism o retó rico y de la s «le yes del género», la am p litu d de un éxito lite ra rio in n o v a, esto es. in tro d u ce u n a novitas. Así, la poesía de C atu lo m u e s tra a R om a el im p u lso de u n a «mo d e rn id a d poética» que la g en e ración de los p o etas au g u steo s sa b rá a p ro v ech a r: m á s a llá de la im itación a le ja n d rin a , nace un nuevo tono co m p letam en te ro m an o y a b ie rto a fa n ta sía s . El lirism o de Horacio· y el h u m o r creativ o de Ovidio se ve rá n m arc ad o s p o r o tra s ta n ta s se p a ra c io n e s en relación al sis te m a de los géneros. La p o te n cia m etafó rica de S éneca d o ta rá a la arg u m e n ta c ió n filosófi ca de u n a e sté tic a q u e h a po dido s e r calificada de b arroca, y la fu e rza ex p resiv a dé T ácito p ro p o rcio n ará a la h isto rio g ra fía u n a p ro fu n d id a d d ra m á tic a
A L G U N A S N O C I O N E S PARA VER C L A R O
sin p reced en tes: en am bos ca sos, el tra ta d o filosófico y la crónica h istó rica e x p e rim e n ta n 671 cu a n to g én ero s u n a -p e rso nalización» d e te rm in a n te . T e n d rá n que p a s a r vario s si glos p a ra q ue el yo deje de se r odioso y p a r a q ue la su b jetiv i dad, como el im p resio n ism o en p in tu ra , a rro lla n d o la je ra rq u ía e n tre los g én ero s, p e rm ita lle v a r a té rm in o u n a revolución co p ern ican a en la creación li te ra ria , a la que a le ja rá de la obra lite ra r ia p a r a s itu a rla en
la ó rb ita del a r tis ta , de su s e n sib ilid ad y su sin c e rid a d . D es concertados a m en u d o p o r la im p o rtan cia que se h a venido d an d o a lu g a re s co m u n es o a rito s «académ icos», confundidos p o r la erudición m itológica t a n to como p o r la exhibición té c nica de los d iscu rso s o de la n a rració n de b a ta lla s , a p re c ia re m os m ejor esto s tex to s p e n s a n do en el peso específico de los p a tte rn s genéricos en la gestión de las id eas, de la in sp iració n y de las form as.
23
2 LA C O N Q U IS T A DE U N A R O M A N ID A D LITERARIA
N u n c a es fácil s itu a r con p re cisión en el tiem p o los o ríge n e s de u n a lite ra tu ra : r a r a s veces so breviven los tex to s m ás a n tig u o s y cu an d o nos llegan es en form a m uy fra g m e n ta ria . A n tes del siglo m a. C., en Ita lia so lam en te podem os im a g in a r m o d esto s d esa rro llo s li te ra rio s en o b ras a m p lia m e n te d ia le c ta le s y p o p u lare s. E n los te x to s p ro p ia m e n te la tin o s que p o seem o s a p e n a s s u b s is te n re s to s in a p re c ia b le s de in sp i ración o de algo q ue podam os lla m a r form a. L a dom inación política de R om a so b rep asó en se g u id a las fro n te ra s del L a tiu m y no t a r dó en a s im ila r e s ta s c u ltu ra s itá lic a s; sin em b arg o, fue el choque con la c u ltu ra g riega lo q u e d eterm in ó u n giro decisivo. E n la s ú ltim a s d éc ad as del s i glo IV, la len g u a y el p e n s a m ien to la tin o s y a e sta b a n lo su ñ c ie n te m e n te m a d u ro s como p a r a re a liz a r e s ta conversión lite ra ria : A ppio C lau d io Caeco, ce n so r en el año 312, fija la o r to g ra fía la tin a y o rd en a re d a c t a r y p u b lic a r la s fó rm u las j u ríd icas; en el m ism o sen tid o , e n u n c ia «preceptos de sa b id u ría» (S e n te n tia e , al p a re c e r re u n id a s en u n a colección de la q u e a p e n a s nos h an llegado u n a s pocas m u e s tra s ). E s ta s m áx im as, que o b serv an la for m a m étrica de verso s u tu rn ia no, codifican lo q ue p odría lla m a rs e la m oral colectiva de la c iu d ad a n ía ro m an a . F ijan d o a s í la s nociones en los cam pos24
co m p lem en tario s de la s leyes esc rita s (leges, la expresión del derecho· y no e sc rita s (moi'es, las exigencias d e riv a d a s de la m oral), el sabio censor — a qu ien la trad ició n a trib u y e ad e m á s u n a bella elocuencia— m u e stra sobre todo que, en R om a, se d an a p a r tir de un m om ento dado las b ase s y los in stru m e n to s de u n a c u ltu ra propia, que h a de c o n stru irse en el fu tu ro . P or o tra p a rte , el verso satu rn ia n o — cuyas leyes m é tri cas son to d av ía m iste rio sas, a p e s a r de las e ru d ita s h ip ó tesis de los esp e c ia lista s— s u m in is tr a u n a a p o y a tu ra form al su fi c ie n te m e n te e stab le p a ra que el auge de la poesía la tin a , ta l y como podem os observarlo, p u ed a se r considerado como la culm inación de u n a trad ic ió n a n tig u a y sólida, ta n to en el cam po de los ca rm in a (poesías su scep tib les de se r c a n ta d a s ) como en las form as •«primitivas» (en el sen tid o como se h a b la de • prim itivos» en p in tu ra ) del te a tro latin o . Poco m ás po dem os decir... De hecho, en el período que se ex am in a en este capítulo, y q u e se e x tien d e desde m e d ia dos del siglo ni h a s ta fin ale s del siglo il a. C., la eclosión de la lite r a tu r a la tin a no pu ed e disociarse de un desafío que es a la vez político, c u ltu ra l e ideológico: la co n q u ista im p e ria lis ta ro m a n a y la afirm ación — en y quizá p or la lite r a tu r a — de u n a "identidad» ro m an a .
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L IT E R A R IA
1.
Los fu n d a d o re s : Livio A n d ró n ic o y N a e v io
El p rim e r a u to r de) que nos h a n llegado frag m en to s (m uy escasos) proporciona a la lite ra tu r a la tin a u n origen que es a la vez h istórico y a lta m e n te sim bólico. E n efecto, el m ism o nom bre de Livio A ndrónico un e sig n ificativ am en te R om a y G recia, y este no m b re m erece u n a explicación. A n d ro n ik o s era o riundo de T a re n to , ciudad de la Ita lia m erid io n al, región do m in ad a p or la in flu en cia g rieg a y que, fre n te a las p re ten sio n es ro m a n a s, consigue la protección de P irro , rey de E p i ro y ad alid del helen ism o. Los rom an o s to m an T a re n to en el año 272 y el se n a d o r Livio S a lin a to r lleva al joven A n d ro n i kos (ten ía ocho años) a la ca p ital. D espués, lo pone en li b e rta d y co n se cu en tem e n te le da su no m b re g en tilicio (Livio), m ie n tra s que su n o m b re a n ti guo. latin iz ad o , se co n vierte en su cognom en. Livio A ndrónico, griego de origen, educado en R om a, p ro ducto vivo de u n a co n q u ista, desem peñó el oficio de profesor y no cabe d u d a de q ue, e je r ciendo este tra b a jo , tra d u jo al la tín , en versos s a tu rn ia n o s , la O disea de H om ero, a la q u e dio el títu lo latin iz ad o de O dissia. T rad u jo tam b ién m u c h a s co m ed ias y tra g e d ia s g rie g a s a n te s de co n v e rtirse en el p rim e r a u to r d ra m á tic o latin o : en el añ o 240 a. C., coincidiendo con la in stitu ció n de los L u d í ro m a n i, y p a ra esto s ju eg o s -a la griega», Livio fue el p rim ero que com puso u n a o b ra en la tín desp u és de h a b e r escrito m u ch as sa tu ra e, especie de fa rs a s h a b la d a s, re p re s e n ta d a s y c a n ta d a s , cuyo origen se p ierd e en la trad ició n itá lic a , y que, d e s de el año 394, ad q u ie re n d e re
cho de c iu d a d a n ía ro m a n a . Así p u e s, vem os que, con Livio A n drónico, la lite r a tu r a la tin a se in a u g u ra en v ario s te rre n o s , y q u e la tom a de T a re n to , que m a te ria liz a la ex p an sió n ro m a n a en la Ita lia m erid io n al, se tra d u c e — a u n q u e sea acci d e n ta lm e n te —- en u n a co n si d e ra b le expansión c u ltu ra l. D e hecho — incluso si boy nos re su lta cómodo evocar un aco n tecim ien to h istórico como ••acto de nacim iento»— , d eb e m os co n sid e ra r q u e la e m e r gencia de la poesía la tin a — bajo las fo rm as épica, s a tír i ca y d ra m á tic a — se co n c reta en u n a generación de a u to re s q u e conocem os m al, cuyos te x to s no nos h a n llegado y que son sus fu n d a d o res. t C o n te m p o rá n eo s de la g u e rra c o n tra P irro y de la P rim e ra G u e r r a p única, e ta p a s fu n d a c io n a les de la co n q u ista ro m a n a , e s to s a u to re s re p re s e n ta n n íti d a m e n te la apropiación de la c u ltu ra g riega p o r p a r te de R om a. Sobre este p u n to es m uy sig nificativo el caso de N aevio, co n tem p o rán eo de Livio — re p re se n tó su p rim e ra obra en el añ o 235, sólo cinco años d e s p u é s de los com ienzos de Livio, y com puso su epopeya, titu la d a B ellu m p u n ic u m , h a c ia el año 209, poco a n te s de que E nnio e m p e z a ra s u s A n a le s — . Ita lia su fre por en to n ces la ocupación de las tro p a s de A níbal, y N a e vio, al e sc rib ir la n a rra c ió n é p i ca de la P rim e ra G u e rra p ú nica, p re te n d e sin d u d a d e s p e r ta r el p a trio tism o ro m an o celeb ran d o las v icto rias del p rim e r e n fre n ta m ie n to c o n tra C artag o . L a evocación de las le y e n d a s n acio n ales, sobre todo las de «filiación tro y ana» que, a tra v é s de E n e a s, v in cu lan a Roirta con G recia, va en el m ism o sentido. P ero la form a to d av ía es u n poco a b ru p ta . 25
I N T R O D U C C I O N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
2.
Los p rim e ro s pasos d e la p ro s a la tin a
AJ m ism o tiem p o q u e se e la b o ra n los p rim e ro s ca rm in a de la epopeya la tin a , cuya in fle xión ■•histórica» "nos m u e s tra p e rfe c ta m e n te la o b ra de N a e vio, los p rim e ro s h isto ria d o re s ro m an o s, F ab io P ic to r, d espués C incio A lim en to , escrib en p ri m ero en griego su •■historia de R om a»; d esp u é s, la tra d u c e n al la tín , lo q u e in d ica to d av ía la p rim a c ía del g rieg o como le n g u a de c u ltu ra . E s to sublevó a C ató n el Viejo, llam ad o «el C ensor» (23-149 a. C.) cuyo De a g ricu ltu ra (o De re r u s tic a ), tra ta d o de ag ro n o m ía fam iliar, es el tex to m á s a n tig u o de p ro sa la tin a q u e no s h a llegado; p o r o tra p a r te , al esc rib ir su s O rígenes, nos p ro p o rciona la p rim e ra h is to ria -nacional» desd e la lleg ad a de E n e a s h a s ta el año 149. P reo c u p ad o a n te todo p o r d e fe n d e r el esp íritu «vetero-rom ano». e s te vigoroso o ra d o r (C icerón, u n siglo m ás ta rd e , to d av ía p o día le e r 150 d iscu rso s suyos) a p e n a s b u s caba la eleg a n cia y d isim u la ba s is te m á tic a m e n te su propia c u ltu ra g rieg a como m edio p a ra c e le b ra r m ejo r la trad ició n y el genio ro m an o s.
3.
Ennio: el a p r e n d iz a je d e la g r a n d e z a
P o e ta de u n a fecu n d id ad con sid era b le , E n n io fue, a n te s q u e V irgilio, la ilu stra c ió n m á s a c a b a d a de lo q u e h a dado en lla m a rs e el «genio rom ano». C i cerón lo cita in c e sa n te m e n te con ad m ira ció n , le otorga el t í tu lo de s u m m u s poeta, y no 26
te m e co m p ararlo con H om ero. P o d ría ap lic á rse le la conocidí sim a afirm ació n de G ide sobre el c a rá c te r «inabarcable» de la obra de un poeta: ¿el s u m m u s poeta francés?, « d esg raciad a m e n te V ictor Hugo...». D ebe se ñ a la rs e ta m b ié n que, d u ra n te v ario s siglos, la obra de E n n io no sólo fue el b re v ia rio de los colegiales ro m an o s, sino ta m bién su m a n u a l de h is to ria a n tig u a y su enciclopedia. E nnio nació en el añ o 239 a. C. en u n a población ce rca n a a T aren to : u n a vez m ás, la re gión m ás h e le n iz a d a de Ita lia proporciona a R om a u n p o eta (N aevio, p o r su p a rte , e ra o ri g in a rio de C a m p a n ia , o tra re gión de fu e rte y p e rs is te n te in fluencia g riega). H a y q u e r e co rd a r ta m b ié n q u e P itá g o ra s y su escuela e s ta b a n im p la n ta dos en e s ta m ism a región de T aren to , ciudad donde tam b ién nació A rq u itia s, el discípulo m á s conocido del m aestro . En e s ta s condiciones, no es so r p re n d e n te q u e E n n io , a p lic a n do a su p e rso n a la te o ría p ita górica de la m etem psicosis, h a ya llegado a se r co n sid erad o como la re e n c a rn a c ió n de H o m ero. De hecho, su trip le cu l tu r a — h a b la b a griego, la tín y oseo, el d ialecto local— le p e r m itió, si no s e r el H om ero ro m ano, sí al m enos d e s e m p e ñ a r en la c u ltu ra ro m a n a u n papel co m p arab le al q u e H om ero b a hía ju g a d o en la c u ltu ra griega. A b a n d o n an d o el verso s a tu rn ia n o en provecho del h e x á m e tro dactilico, verso de la llía d a , de la O disea y de las epopeyas g rie g a s de la época h e le n ístic a , E n n io d a u n a p ru e ba de m o d ern id a d , e in n o v a en relación a la trad ic ió n itálic a. P o r o tra p a r te , E n n io e s tá fu e r te m e n te influido por la d o c tri n a de E vém ero, que p e rm ite conciliar la h isto ria de los h o m b re s con el tiem p o de los dio ses: hacia fin ale s del siglo IV y
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L IT E R A R IA
com ienzos del m , este p e n sa d o r form uló, en su H isto ria sa g ra d a , la idea b a s ta n te in n o v ad o ra p a ra su época de q u e los dio ses no e ra n sino se re s h u m a n o s su p erio res div in izad o s p o r su s co n tem p o rán eo s a c a u sa de su s h a z a ñ a s . De e ste m odo, el p a n teón se h a b rá v isto eq u ip ad o por ap o teo sis 1 sim bólicas, fru tos de se n tim ie n to s co m p leta m e n te h u m an o s, el te m o r o la ad m iració n , lo q ue co n cu erd a p erfec ta m e n te con la te n d e n c ia ro n ia n a a la «historificación» de los m itos. Al tra d u c ir al la tín la H istoria sa g ra d a , E n n io se convirtió en el apóstol de e s ta religión c a re n te de ele m en to s m arav illo so s o m is te riosos, h u m a n is ta en todo caso, y p e rfe c ta m e n te ac e p ta b le p a ra rom an o s que te n ía n u n a con cepción e se n c ia lm e n te «cívica» de la religión y en q u ie n e s el ejem plo de los g ra n d e s a n te p asad o s {maiores) d e s e m p e ñ a b a u n papel esen cial en la e d u cación m o ral, política e incluso filosófica. P o r o tra p a rte , E n n io da a su epopeya, los A n a le s, u n co n te nido in d u d a b le m e n te «evemerista» , p u esto q u e se t r a t a de u n a obra en la q u e d o m in a la evocación h istó ric a , y, consi g u ie n te m e n te , u n h e ro ísm o histórico q ue, p a r a im p o n erse, no tie n e n ecesid ad de re c u rrir a lo m arav illo so . P o r lo d em ás, el títu lo m ism o del libro, A n a les, h ac e re fe re n cia a u n a te m p o ra lid a d cívica m a rc a d a p or la im p ro n ta de la especificidad in s titu c io n a l de Rom a: la R ep ú b lica, d irá Tito Livio como h is to ria d o r, se d e finió en R om a p o r la d u ra ció n de u n añ o del cargo de los m a g istrad o s, que m odela el tie m po h a s ta el p u n to de q u e, p a ra in d ic a r u n a fecha, se cita el
n o m b re de los cónsules, o se to m a como p u n to de p a rtid a la le g e n d a ria fundación de la ciu d ad (es decir, su « e n tra d a en h isto ria» como ciudad). Si la epopeya hom érica n a r r a b a el tiem p o de los dioses, la de E n nio (m ás ta rd e la de N aevio) co nm em ora el tiem p o de los h om bres: la g ra n d e z a ro m a n a , q u e se afirm a en este largo c an to , e n c o n tra rá a q u í su s m o delos políticos y m o rale s. De e s te poem a de dieciocho ca n to s sólo nos h a n llegado seiscien to s versos, que se p re s e n ta n en u n a m u ltitu d de fra g m e n to s de ex ten sió n v aria b le. E sto e q u i v ale a decir que e s te p o eta, c a p ita l en la lite r a tu r a la tin a , sólo p u ed e s e r «leído» p o r e s p e c ia lista s, o a tra v é s de la s r e so n an c ia s crítica s q u e su obra s u s c ita e n tre los an tig u o s. E s to s criticos, que a m en u d o se m u e s tra n severos con el estilo tosco, incluso to rp e, de e sta obra (¡qué g u sto in m o d erad o p o r la aliteració n rim b o m b a n te!), a p e n a s se a tre v e n a p o n er re p a ro s a la a ltu r a de su in s piración y a la lu m in o sa p o te n cia de algunos de su s versos; por ello se dice que V irgilio pudo, según p ro p ia confesión, e n c o n tra r oro p u ro en el «es tiércol de Ennio».
4.
Los tres a id a b o n a z o s d el te a tro ro m a n o
Los p o etas épicos que a c a b a m o s de m e n c io n a r fu e ro n ta m b ié n a u to re s d ra m á tic o s ta n p ro n to com o el te a tr o a d qu irió en Rom a c a rta de n a-
1 E n el s e n tid o e tim o ló g ic o d e la p a l a b r a , e s to e s , « c o n cesió n ν r e c o n o c i m ie n to d e la d i g n id a d d e lo s d io s e s a lo s h é r o e s e n t r e lo s p a g a n o s , y a c to d e t r i b u t a r l e s h o n o r e s d iv in o s » íD R A E ). (N . d e l T .)
27
I N T R O D U C C I O N A l_A L I T E R A T U R A L A T I N A
tu ra le z a . D esp u és de Livio A n drónico, q ue com puso p o r lo m en o s n u ev e tra g e d ia s , N a e vio y sobre todo E n n io ofrecie ro n a los ro m an o s u n n ú m ero co n sid erab le de tex to s d ra m á ticos que si d am o s créd ito a los frag m en to s q ue a ú n se co n se r v an re to m a ro n ese n c ia lm e n te las tra g e d ia s g rie g a s y b ebie ro n en las fu e n te s de su m ito logía. D espués de ellos, Pacuvio, nacid o h ac ia el año 220 en B rin d isi — u n a vez m ás, en los confines de la Ita lia graeca— , m a rc a u n a se n sib ilid a d m ás «rom ana»: s u s p re d ece so res h a b ía n im itad o so b re todo a E u ríp id es; en efecto, al favorecer el «ciclo troyano» en su elección de te m a s, co n stitu y e n u n ejem plo acabado de cómo to m ab a fu e rz a la ley en d a de E n e a s y de los oríg en es tro v a n o s de la nació n la tin a ; p ero Pacuvio, qu e se in sp iró ta m b ié n en Só focles, en laz a con un trágico m en o s casuístico, m enos sofís tico, m ás c e n tra d o en el pro b le m a de los d eb e res y el poder. S eg ú n los testim o n io s de los an tig u o s, podem os com probar q u e m o d era el elem e n to p a té tico dotándolo de e sa g ra v ita s ro m a n a q u e im p o n e a la vez la p reocupación p o r la v irtu d y el s a n to h o rro r p o r los d e sb o rd a m ien to s. S u s p e rso n a je s adop ta n a ire s de g ra n d e s señores, no se dejan lle v a r p o r los s e n tim ie n to s o rd in a rio s, y el e s ti lo ac u sa e s ta s c a ra c te rístic a s: m á s escueto, m ás despojado, m á s «ático», b u sca la d ignidad (lo q ue, p re c isa m e n te , es todo lo c o n tra rio q u e la pasión). E s te te a tr o serio ofrecía a loé ro m an o s el espejo que n ec esi ta b a n p a ra a f irm a r su id e n ti d ad a tra v é s de los m ito s p re s tigiosos; pero la h is to ria ace ch ab a e n tre b a s tid o re s y e n se g u id a in v ad e la esc en a con f a bula p ra etexta , «con el p re te x to de la tra g e d ia en toga», que se 28
define p o r oposición a la t r a gedia im p o rta d a de G recia, cu yos héro es son los rey es de las a n tig u a s ciu d ad e s grieg as. En e s ta s o b ras, el héroe es un g ra n ho m b re — rey o cónsul— de la h is to ria ro m a n a que va vestid o con la toga b o rd a d a de p ú rp u ra , e n se ñ a del poder. E ste te a tr o es político: en la m ed id a en q u e todos los p o etas q u e hem os m encionado tie n e n como p ro te c to re s a m iem bros n o tab les de la nobleza ro m a n a (Livio S a lin a to r p ro teg e a A n drónico, M. F ulvio a E nnio, los E scipiones a Pacuvio), ce le b ran a n te todo los m érito s de e sta a ris to c ra c ia p o d ero sa y m uy v in c u la d a a su «im agen de m arca». T odas e s ta s g e n te s (fa m ilias, «casas») se se n tía n m uy h o n ra d a s de p o d er e x h ib ir (so b re todo d u ra n te los fu n e ra le s de uno de los suyos) las im a g in es, re tra to s de cera de los a n te p a sa d o s q u e h a b ía n desco llado en la s m ás a lta s funcio nes civiles y m ilita re s de la R e pública. La fa b u la praetexta p e rm itía re c o n s tru ir d ra m á ti c a m e n te los hechos m ás n o ta b les de uno u otro de esto s se ñores. A sí, el C la stid iu m de N aevio, q u e co n m em oraba la v icto ria de M arcelo, llegado el m om ento de la m u e rte de este g ra n cónsul, red o b lab a el efecto de las im a g in es y h ac ía las ve ces de la u d a tio , de elogio fú n eb re. Del m ism o m odo, P a cuvio celebró a P aulo-E m ilio, vencedor de P erseo en P id n a (168 a. C.) en u n a obra q u e lle v ab a el significativo títu lo de P auK ljus. S ería q u izá excesivo h a b la r en este caso de te a tr o de p ro p a g a n d a . Si u n a com paración es posible, s e rá quizá con esas p elícu las de g u e rra q u e cele b ra n la v a le n tía y la eficacia de uno de n u e s tro s g ra n d e s ho m b re s. C lem en ceau o de G aulle, P a tto n o C h u rch ill, en u n d e te rm in a d o conflicto que se con-
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L IT E R A R IA
sid era a c e rta d a m e n te decisi vo. E sta s -tra g e d ia s n a c io n a les» alcan zaro n a p a re n te m e n te u n g ran éxito, y m uchos a u to re s siguieron su ejem plo, e n tre ellos Accío, q u ien escribió al m enos dos tra g e d ia s -p re te x tos» y un n ú m ero co n sid erab le de tra g e d ia s -griegas» — las cu ales, en este caso ta m b ié n , ac en tu aro n la im itación de Só focles e incluso la de E squilo— . N acido en el año 152 a. C., Ac cio m arca sig n ificativ am en te la ú ltim a generación de este au g e prim o rd ial del te a tro trágico rom ano, que, d esp u és de él, co nocem os b a s ta n te m al h a s ta la llegada de S éneca. E s cierto que, en los m om entos de ago n ía de la R epública, el d ra m a h ab ía tom ado la d e la n te ra en todo caso, este te a tro serio y político, de re p resen ta ció n en re p re s e n ta c ió n , a v iv a b a los conflictos e n tre facciones riv a les (Cicerón co n stitu y e la p ru e ba), y e sta s p iezas h istó ric a s ya a n tig u a s d ese m p e ñ ab an un poco el papel de « teatro en c la ve» dirigido a esp e ctad o re s p ro clives a po n er u n a d e te rm in a da réplica de T iestes en labios de C ésar... El teatro romano, instrucciones de uso E n Roma ex istía u n a t r a d i ción te a tra l «autóctona». No cabe d u d a de que los e s p e c tá culos coreográficos, im p o rtad o s en su origen de la ce rca n a E tru ria , a d m ite n , h acia fin ales del siglo IV, p a rte s d ec la m ad as y p a rte s c a n ta d a s , siem p re im p ro v isadas; fin a lm e n te , la profesionalización de los ac to res (que llev an el no m b re etru sc o de h istrio n es) condujo a la generalización de esp ectácu lo s que, a u n q u e e ra n m u sicales y coreográficos, siem p re se ap o y ab a n en un tex to escrito. B a u tizad o s con el n om bre genérico
de sa tu ro (tom ado del vocabu lario culinario: la sa tu ra la n x e ra u n a especie de ra g ú com p u e sto por e le m e n to s h e te ro géneos, u n a especie de p o p u rrí, de «m ezcolanza»), g ru p o s de ac to re s o rg an izad o s to cab a n in s tru m e n to s m u s ic a le s , h a c ía n m im os, b a ila b a n , c a n ta b a n un espectáculo q u e se p a re c ía m u cho a u n a re v is ta o a u n a ope r e ta , y que se c a ra c te riz a b a por c o n sta n te s cam bios de tono y de ritm o m usical y que no se preo cu p ab a m ucho por el re s p eto de la u n id a d d ra m á tic a . Se h a co m p arad o la s a tu r a con la com m cdia d e ll’arte (que, sin em bargo, e ra en g ra n m e d ida im p ro v isad a) o, m ás a u d a z m e n te , con la s m o d e rn a s te n ta c io n e s de « teatro total» de vocación fe stiv a (que incorpo ra n u n a ideología de la fiesta b a s ta n te artific ia l). De hecho, sabem os de la sa tu ra lo q u e los a n tig u o s nos dicen de ella, es decir, m uy poco, y no debem os a tr ib u ir a e sta form a de a r te p o p u la r las p re te n sio n e s de u n a estética am biciosa. In c lu so c u a n d o la fa b u la (obra que d e sa rro lla u n a i n tr i ga elab o rad a, argum entum .) lo g re im p o n erse, el te a tro la tin o siem p re se d is tin g u irá del te a tro griego p o rq u e se sab e y se p re te n d e a n te todo lúdico: lo que, en los griegos, podía a l c a n z a r la in te n s id a d de u n a co m unión relig io sa o cívica, en R om a se q u ed a en u n sim ple espectáculo de e n tre te n im ie n to, sazonado con em oción o r i sa s. P or lo d em ás, cabe p re g u n ta r s e ra z o n a b le m e n te si la s form as m á s g ra v es de la li t e r a tu r a te a tr a l (las tra g e d ia s de S éneca, p o r ejem plo) te n ía n cabida en un te a tr o real... E n Rom a no sa b ría m o s qué decir. Hoy decim os: «Nos v e re m os en el te a tro e sta noche.» E n R om a, en cam bio, la s re p re sen tac io n es tie n e n lu g a r a p le n a luz del día y em p iezan por 29
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
la m a ñ a n a , m u y p ro n to , p u es el e s p e c tá c u lo d u r a m u ch o tiem p o : v a r ia s o b ra s se su c e d e n , a m e n u d o m u y « d ilatad as» en el tiem p o , deb id o a esp ec ta c u la re s in te rm e d io s (un cor tejo, u n b a lle t), y u n a tra g e d ia , p o r ejem p lo , ja m á s se re p re s e n ta so la; h ac e f a lta q u e los e sp e c ta d o re s a b a n d o n e n el lo cal con u n a c a rc a ja d a , q u e p ro p o rcio n a u n ex o d iu m , fa rs a fi n a l p a re c id a en m u ch o s p u n to s a u n a esp ecie de p a y a sa d a . El público ro m a n o a d o ra b a el te a tro . Los esp e c tá c u lo s t e a t r a les, in s titu id o s en el m arco de ju e g o s re lig io so s (como en G re cia), a tr a ía n a la m u ltitu d d u r a n te u n a te m p o ra d a q u e com p re n d ía la p rim a v e ra y el v e ra n o y se o rg a n iz a b a sig u ien d o la evolución del c a le n d a rio re ligioso. Al com ienzo, los L u d í ro m a n i sólo o frecían dos d ía s de ju eg o s; en el siglo i a. C. co n tam o s 77 d ía s de ju eg o s; de ellos, 55 se d e d ic a b a n al te a tro . E s ta in flació n a lc a n z a su apogeo bajo el Im p erio , donde a p ro x im a d a m e n te u n o de cada dos d ía s al añ o se d edica a los ju e g o s, y cerca de u n día de ca d a tr e s al te a tr o , lo que, t e n ie n d o en c u e n ta la re la tiv a b re v e d a d de la «tem porada», su p o n e u n ritm o fren ético de re p re s e n ta c io n e s . N o h ac e fa lta d ecir q u e la m u ltip licac ió n de e sp e ctácu lo s im plicó ta m b ié n u n a u m e n to c o rre la tiv o de los a u to re s d ra m á tic o s , p ero de pocos de ellos podem os d ec ir q u e conocem os el n o m b re o los tex to s. E n efecto, com o o cu rría en G recia, la s o b ra s se escrib en p a r a u n a re p re s e n ta c ió n «ofi cial», te ó ric a m e n te ú n ic a . E s u n a cu estió n c a p ita l s a b e r en q u é m e d id a e s ta s o b ra s volvían a s e r r e p re s e n ta d a s desp u és. L a m ay o ría de la s veces los te x to s no e r a n ed ita d o s, salvo en el caso de los m ejo re s a u to res, lo q u e p e rm ite d e d u c ir que 30
h a b ía «reposiciones» oficiales o p riv a d a s , p a rc ia le s al m enos, y q u e, a fa lta de d isp o n e r de un re p e rto rio en el sen tid o m o d er no de la p a la b ra , la s co m p añ ías (greges) de ac to res, en su s «gi ras» (por ejem plo, p o r p ro v in cias, p o r los m unicipios) p ro p o n ía n , si no re e stre n o s, sí al m e n o s a d a p ta c io n e s. P ero la re g la g e n e ra l e ra q u e la obra de te a tro , in g re d ie n te de u n a c e rem o n ia, sólo sirv e u n a vez: m a rc a el acon tecim ien to , y sólo se disocia de él r a r a s veces por u n a conservación lite ra ria . El lugar escénico El d isp o sitiv o te a tr a l ro m an o d ifiere b a s ta n te se n sib le m e n te del griego. El edificio m ism o el — te a tro — se p re s e n ta como u n sem icírcu lo d ia m e tra lm e n te li m ita d o p o r un alto «m uro de escena» (scaena) d e la n te del cual se m u ev en los ac to res, so b re u n e s tra d o llam ad o p u l p i tu m o p ro sca e n iu m (el e q u iv a le n te de n u e s tro «escenario»). El público se in s ta la en u n h e m iciclo d isp u e sto en g ra d a s in c lin a d a s (cacea), m ie n tra s que los lu g a re s d e honor, re s e rv a dos a los m a g istra d o s , se d is p o n en en el á re a c e n tra l y p la n a , la orchestra, donde en el te a tr o griego e s tá el coro. E n el m u ro escénico se a b re n tre s p u e r ta s q u e com unican con los b a s tid o re s ; m á s elevado q u e en G re cia, e s tá decorado con co lu m n a s y con nichos q u e a lb e r g a n e s ta tu a s y frisos. P a n e le s m óviles sirv en de decorados, y m a q u in a r ia s cad a vez m á s so fis tic a d a s p e rm ite n , p o r ejem plo, a los dioses ce le stes lle g a r p o r los a ire s, y otros «efectos especiales». D u ra n te m u chísim o tiem p o no h u b o en R om a un te a tr o p e rm a n e n te . L as a u to rid a d e s p o lítica s y m o ra le s desco n fia b an de e s te lu g a r al q u e con
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L IT E R A R IA
sid e ra n posible e sc e n a rio de oposición al po d er, en todo caso de regocijos sospechosos de so c a v a r la v irtu d de los c iu d a d a nos. Se m o n ta b a n y se d e sm o n ta b a n co n stru ccio n es de m a d e ra . E n el año 55 a. C., Pom peyo elud ió e s ta pro h ib ició n colocan do u n m u ro de esc en a d e la n te de la g ig an tesc a e sc a le ra que con d u cía al tem p lo de V en u s, y q u e ordenó c o n s tru ir en form a de ca vea: g ra c ia s a e s ta h ip ó c rita m a n io b ra , n ació el p rim e r te a tro de p ie d ra q u e conoció R om a; a co n tin u ac ió n , ta n to en la ciu d ad como en la s p ro v in cias — a ú n q u e d a n re s to s en A rlés, S a in te s, Lyon, M éríd a, S ag u n to ...— , los te a tr o s m o n u m e n ta le s se m u ltip lic a ro n y a l can zaro n aforos s o rp re n d e n te s (¡h a s ta 40.000 p lazas!). P ero sob re e s ta s esc e n a s p re stig io sa s, los g u sto s de la época p ri vilegiaron espectáculos poco «li terario s» : b a lle ts, m im os, «re v istas» m itológicas u n poco li g e ra s, a veces con p u e s ta s en escen a s u n tu o s a s , p u es h a de se ñ a la rs e q u e el público ro m a no, fam oso p o r su s ab u ch eo s y p o r su s a r re b a to s de e n tu s ia s mo, am a el «gran espectáculo», los desfiles en e sc en a, los cor tejo s de a n im a le s exóticos... y la s h e rm o sa s m u c h a c h a s: d e s de e s te p u n to de v is ta , la s m i m u la e, ac tric e s de m im os, no carecían de e n c a n to s q u e d e s v elab a n g e n e ro s a m e n te (lleg a b a n , se dice, h a s ta el Uve-show del te a tro erótico). E n s u s fo rm a s m á s so fisti c a d a s — la tra g e d ia (q u e los ac to re s re p re s e n ta b a n so bre alto s taco n e s, los crep id a la tin a co rre s p o n d ie n te s a los co tu rn o s griegos) y la co m ed ia (re p re s e n ta d a con z a p a to s p lan o s, socci) — , el te a tr o es in te r p r e ta d o ex c lu siv a m e n te p o r h o m b res. Si hem o s de co n fia r en los te stim o n io s de los an tig u o s, la utilizació n de la m á s c a ra (que ap areció en los añ o s fin ale s de
la R epública) e s ta b a lejos de s e r s iste m á tic a en R om a, p u es e s ta b a v in c u la d a a o tra fo rm a te a tr a l o rig in a ria de la C a m p a n ia , la « atelan a» , q u e a lc a n zó g ra n boga en el siglo i a. C. y q u e p ro p o n ía fa rs a s ( b a s ta n te g ro se ra s) en la s q u e a c tu a b a n p e rso n a je s típicos: el A b u elito (P appus), el Id io ta (M accus), el T ra g a ld a b a s (Bucco), el J o ro b ad o (D ossenus)... H a b ía a s i m ism o o tro s ta n to s físicos con v en cio n ales y la s m á s c a ra s co rre s p o n d ie n te s; p a r a la com e dia p ro p ia m e n te d ich a se p re fe ría el m a q u illa je , q u e e ra co m p letad o m e d ia n te u n a p e lu ca (n e g ra p a r a los jó v en es, b lan ca p a r a los viejos, y riz a d a p a r a los p rin c ip ia n te s). P o r lo d em ás, ú n ic a m e n te los a c to re s de la a te la n a te n ía n d erech o a c o n se rv a r su s m á s c a ra s h a s ta el final de la o b ra , y g ra c ia s a esto e sc a p a b a n a la in fa m ia que re caía so b re los a c to re s del ••verdadero» te a tro : se p e n sa b a q u e p ro s titu ía n su p e rso n a ex h ib ién d o se a la s m ira d a s del público. El ra sg o com ún q u e u n ía a todos esto s e sp e ctácu lo s m á s o m enos elev ad o s e ra , no lo olvi dem os n u n c a , el h echo de s e r m u sic a le s. L as p a r te s c a n ta d a s (cantica) son m á s n u m e ro sa s en la com edia q u e en la tr a g e dia; en esto s p a s a je s , el a c to r «baila» su p a p e l, en p la y-b a c k, m ie n tra s q u e el c a n to es i n te r p re ta d o p o r u n c a n to r y a p o yad o por u n ac o m p a ñ a m ie n to de fla u ta o, en la s p a r te s m e nos líricas, p o r c a s ta ñ u e la s (scabellum ) q u e e sc a n d e n el «recitativo». A lg u n a s e sc e n a s son sim plem ente «habladas» (di verbium ). Todo esto se m ezclab a ta n b ien q u e no re s u lta fácil fo r m a rs e u n a id ea ex a c ta de lo qu e e ra u n a re p re se n ta c ió n te a tr a l en R om a: podem os le e r a dos g ra n d e s a u to re s cóm icos, P la u to y T eren cio , p ero n ec esi 31
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
ta re m o s g ra n d e s dosis de im a g in ació n p a ra fig u ra rn o s su s tex to s c a n ta d o s , b ailad o s o to cados con u n a s m ú sicas d e las q u e n o so tro s ig n o ram o s p rá c ti c a m e n te todo, d e la n te de unos d eco rad o s so b re los q u e a p e n a s sab e m o s algo y con u n a p u e s ta en esc e n a lo su fic ie n te m e n te e x u b e ra n te com o p a ra d e s a n i m a r a los aficio n ad o s de " S e g u n d o grado».
5.
P lau to , o el p la c e r d e re ír
El h ech o de q u e el A n fitrió n de M o lière sea un o de los tr e in ta y ocho -p alim p sesto s» q u e se conocen de la o b ra del m ism o n o m b re q ue escribió P la u to no nos a u to riz a a le e r a P la u to com o se lee a S h a k e sp e a re . S e g ú n la tra d ic ió n , P la u to a n te p o n ía a e s ta obra (bien cons tr u id a , con m u c h a s esc en as de c a lid a d , que nos ofrece en Alcim en e s a u n p erso n aje fe m en in o o rig in al) su P seu d o lu s (fa rsa q u e in tro d u ce e je m p la r m e n te los p erso n a je s de u n e s clavo ab o m in a b le m e n te m e n ti roso y u n p ro x e n e ta con to d as la de ley) o el T ru c u le n tu s, que p o n e e se n c ia lm e n te en escena a ca ll-g irls e sc a sa m e n te e sc ru p u lo sas. P a r a n u e s tro a u to r, u n a o b ra b ien h e c h a es sim p le m e n te u n a o b ra que h ace re ír, e in clu so en el A n fitrió n n in g ú n Rey Sol se o cu lta bajo el J ú p ite r d e P la u to : e s ta sa b ro sa in trig a de a d u lte rio divino es a n te todo u n tra ta m ie n to d e se n fa d a d o de u n fam oso episo dio de la m itología griega. P la u to (T ito M accio P la u to ), n acid o en S a rs in a (U m bría) h a cia los añ o s 254-250 a. C., h a b ía sido a c to r a n te s de conver tirs e en a u to r, y em pezó su ca 32
r r e r a d ra m á tic a con la s fa rs a s del exo d iu m . P ero la co m p a ra ción con S h a k e s p e a re (¡tan te n tad o ra !) no p a s a de aquí. P la u to escribió p a ra u n público po p u la r, no p a ra m a rq u e se s. S u s o b ras, com o o c u rría en n u e stro te a tr o de b u le v a r, no son m o ra le s ni in m o ra le s, sino am o ra le s, y g ra v ita n a lre d e d o r de u n te m a d o m in an te: los em b ro llos cread o s p o r las re lacio n es am o ro sa s com plicadas y e m b a ra z o sa s. E n e ste caso, jó v en es de b u e n a fa m ilia su cu m b en al e n c a n to de b o n ita s c o rte sa n a s, chocan c o n tra la s exig en cias fi n a n c ie ra s de su s a lc a h u e te s y a lc a h u e ta s (el leño, co m ercian te de m u c h a c h a s, o la lena, u n a v e te r a n a en el oficio q u e lo sab e todo sobre la m a te ria ), b u sca n el d in ero q u e les p e r m ita volver a c o m p ra r a su m e retrix a d o ra d a , y no lo e n c u e n t r a n , p u es los p a d re s , q u e to le ra n las c a la v e ra d a s de su s h i jo s, e s p e ra n im p e d ir q u e h a g a n to n te ría s y d ila p id e n su p a tr i m onio. C o n sig u ie n te m e n te , los jó v en es confían su salvación a alg ú n esclavo a s tu to ; m u ta tis m u ta n d is , se h a com parado es te p u n to con el a rg u m e n to de L a s a stu c ia s d e S ca p in o , donde el m al c a sa m ie n to re e m p la z a al a m o r v en a l. A lre d ed o r de e s ta m ism a situ ació n son p o si bles, con m á s o m en o s p e rip e cias, m il d ife re n te s v a ria n te s . E s ta in trig a -tip o y a h a b ía sido c u ltiv a d a y p re p a ra d a p o r los cóm icos griegos de la N e a , la N u e v a C om edia, p o r oposición a la A n tig u a C om edia, ilu s tr a d a p o r A ristó fa n e s, te a tr o s a tírico y político sie m p re d is p u e sto a to m a r la a p a rie n c ia de u n a -re v is ta de ac tu a lid a d » q u e po n ía en esc en a, d ire c ta o in d ire c ta m e n te , a los h o m b re s políticos, los p ro b lem a s del día, o a los p e rso n a je s m á s re p re s e n ta tiv o s de la in te llig e n tsia a te n ie n s e (por ejem plo a S ó cra
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L I T E R A R IA
te s en L a s N u b es). Con M e n a n dro, Alejo, F ilem ó n y Dífilo, la com edia g rieg a evoluciona así h a c ia un te a tr o de la v ida p ri v ad a , p o r no d ecir de la v ida b u rg u e s a , d o n d e la s p a la b ra s m a ls o n a n te s y la excesiva fa n ta s ía d e sa p a re c e n en provecho de u n a in trig a b ien llev ad a que, desd e la s p e rip e c ia s de los reco n o cim ien to s, conduce a un feliz d ese n la ce (g e n e ra lm e n te , la joven c o rte s a n a re s u lta p e r te n e c e r a u n a b u e n a fam ilia y p o r ello m ism o es su sce p tib le de s e r d esp o sa d a ). Al p a th o s de la tra g e d ia se opone, p u es, el ethos de la com ed ia, el re a lis mo social y s e n tim e n ta l de los p e rso n ajes, in clu so si, a fu e rza de s e r in g en io sa, la solución de la in trig a carece a veces de v e ro sim ilitu d (es b a s ta n te m i lagroso v o lv er a e n c o n tr a r en los b razo s del pro p io hijo a u n a m u ch ac h a h o n e s ta r a p t a da hace m u ch o tiem p o p o r los p ira ta s...). E s p re c is a m e n te en e s ta fu e n te d o n d e b eb e n a b i e r t a m e n te los cóm icos ro m an o s: las d id a sc a lía s (q u e re s u m e n la o b ra y p re s e n ta n a los p e rso n ajes) d e c la ra n de q u é obra g rieg a h a sido « trad u cid a» la com edia que se v a a v er, o m ás bien de q u é o b ra g rie g a es la ad a p ta ció n , p u e s a m e n u d o los a u to re s p ra c tic a n la « co n tam i nación» de dos o rig in a le s g rie gos (lo q u e a u to riz a u n a in trig a e s tá n d a r). Los estu d io so s se h a n a fa n ad o en b u s c a r, en los m ín im o s d e ta lle s , « a d a p ta c io n e s» q u e p ru e b e n , en re lació n a los m o delos g riegos (¡que h em o s p e r dido!), u n a «rom anización» p ro fu n d a de fo rm a o de fondo. P or su p u e sto , la re e s c ritu ra en le n g u a la tin a im p lic a b a d e sliz a m ien to s de co n ceptos y n u e v a s conn o tacio n es. P o r o tra p a r te p arece como si los a u to re s la tin o s, q u e d a b a n con g u sto a su s o b ra s el n o m b ré del p e rso
n a je p rin c ip a l, q u is ie ra n con fe s a r q u e no les in te r e s a ta n to la in trig a (que a n u n c ia g e n e ra lm e n te el n o m b re griego) co m o los «núm eros de actor»: es cierto q u e P la u to p a re c e co n s t r u i r s u s esc e n a s p a r a in tro d u c ir ta le s «núm eros», p ero su s títu lo s e s tá n lejos de d e s ig n a r s is te m á tic a m e n te a u n p r o ta g o n ista cuyo n o m b re «llevaría» la o b ra ... U n a c rític a m á s m o d e r n a h a c o rreg id o e s t a s e s p e c u la c io n e s y h a p re fe rid o a te n e r s e a la s e v id e n c ia s (p e r m a n e n c ia del d e c o ra d o y de los a tu e n d o s g rieg o s): e s ta s co m e d ia s son fa b u la e p a llia ta e , los a c to re s lle v a n el m a n to g rieg o f p a llu m ), los n o m b re s son g rie g o s, la s c o s tu m b re s y la s ley es q u e rig e n la in trig a son ta m b ié n h e le n a s . L a ro m a n iz a c ió n no ex c ed e lo m í n im o n e c e sa rio , o m á s b ien la fa n ta s ía de u n a a d a p ta c ió n q u e d e ja al a u t o r la tin o (y P la u to no se p riv a de h a c e rlo ) p le n a lib e rta d p a r a a p o r ta r su g ra n o de a r e n a . De e s te m odo, el público p u e de r e ír sin re s e rv a s , p u e s al ro m an o le com place c o n s id e ra r a los griegos g e n te s d iv e rtid a s , fú tile s y chu scas. E n todos los casos se t r a t a , com o h a escrito a c e rta d a m e n te F. D u p o n t, de u n a «G recia de o p ereta» , q u e no es la de los fi lósofos, u n a G recia de la q u e se excluye to d a te n sió n p o lítica y q u e e sc a p a to ta lm e n te a la h is to ria : s u e n c a n ta d o ra ir r e a li d ad h ac e posible c u a lq u ie r in trig a . Variaciones sobre el amor venal D esde e s te p u n to de v is ta , P la u to , al cual se a trib u y e n cien to tr e in ta o b ra s (se h a n co n serv ad o v ein te) q u e se r e p re s e n ta ro n e n tre los añ o s 212 y 184 a. C., fecha de su m u e rte , 33
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
su p o e n c o n tr a r el tono a d e c u a do p a r a m a n te n e r u n éxito re g u la r y c o n s ta n te e n tre el p ú blico ro m an o . No cabe d u d a de q u e su p ro p ia in sp ira c ió n m e jo r a m odelos g rieg o s que te n d ía n a la afectació n . E x p lo ta n do a la perfección la s p o sib ili d a d e s cóm icas q u e ofrecían los p e rs o n a je s co n v en cio n ales y las situaciones convencionales ta m b ié n , m ezcla con g ra n h a b ili d ad la fa rs a y la co m edia de in trig a . S u s c o rte s a n a s , g e n e ra lm e n te poco s e n tim e n ta le s , son a s t u ta s , cín icas, m e n tiro s a s , en po cas p a la b ra s , c o m p e te n te s e irre s is tib le s . Sólo el S capino de tu rn o , esclavo o p a rá s ito , p u e de s o b re p a s a rla s . S u s jó v en es son g ra n d e s b e n d ito s in o fen si vos, que tie n e n p a d re s severos y av a ro s y q u e, lleg ad o el caso, «rabian» p o r la g ra cio sa c o rte s a n a : así, en la A s in a ria (L os asn o s), el p a te r fa m ilia s se a v ie n e a s e r in d u lg e n te a cam bio de p a s a r u n a noche de am o r con la b o n ita m u c h a c h a a la q u e a m a su hijo; en C asina (n o m b re de la h e ro ín a ), el p a d re y el hijo a m a n a la m ism a b rib o n a , q u e, ad e m á s, dos e s clavos se ju e g a n a los dados; en B a cch id es, dos g em ela s, B ac ch is I y B acch is II, d e m u e s tra n ta l h a b ilid a d en su e n c a n ta d o r com ercio, q u e lo g ra n e m b a u c a r a los p a d re s d e sp u é s de h a b e r sed u cid o a los h ijo s (y a p a r ti r de en to n ce s todo se a rre g la ...). E s ta s o b ra s no son m ás « a tre vidas» q u e el te a tr o dé b u le v a r, q u e fe ste ja los p la c e re s del a d u lte rio a n te u n público que no lo to le ra ría en su p ro p ia c a sa , y se ría u n g ra n e rro r a trib u irle in te n c io n e s (m oralm e n te ) su b v e rsiv a s: u n poco de provocación n u n c a h ace daño, p u e s al público, en el fondo, le g u s ta eso (so b re todo c u a n do no llev a a su m a tro n a al te a tro ). 34
Un teatro de colores intensos P la u to se p e rm ite o tra s lib e r ta d e s d ife re n te s de e s ta s v a r ia n te s a veces esc ab ro sas. Ya se h a m en cio n ad o su A n fitrió n , o b ra a la vez m itológica y com p le ta m e n te h u m a n a ; en Los c a u tivo s (C a p tiv i) a d v ie rte a su público q u e, p o r u n a vez, no h ay la m ín im a h is to ria de a m o r en la in trig a . E n la C is tellaria (La cajita), vem os a u n a c o rte s a n a v irtu o sa ; en la M ostellaria (El aparecido), u n esclavo in tré p id o v en d e la casa del p a te r fa m ilia s d u ra n te su a u se n c ia , y le dice q u e no e n tre en ella, a leg a n d o que e s tá e n c a n ta d a : el R u d e n s (El cable) to m a la a p a rie n c ia de u n d r a m a b u rg u é s. P ero en e s ta ú ltim a obra, como o c u rría en E l cartaginesillo (P oenulus), es la p in tu ra de un tip o lo q u e in te re s a a n te todo a P la u to : el del co m ercian te o rie n ta l o púnico, con su ac en to gracioso, e in clu so con su le n g u a in co m p re n sib le — en P o en u lu s leem os u n a m agnífica tira d a e s c rita en « cartag in és p lau tian o » q u e to d av ía hoy in trig a a los lin g ü is ta s , pero ¿se t r a t a v e rd a d e ra m e n te de u n p u ro p a stic h e ? — . P o r o tra p a r te, es el p e rso n a je del « p a rá si to», a m a b le bribón q u e vive a ex p e n sa s de su señor, el q u e h a sido e sp e c ia lm e n te cuidado: el C urculio (E l gorgojo) de la obra que lleva el m ism o títu lo , o el sim p ático P e n ic u lu s («Recoge m igas») de los M enechm os. E n la A u lu la r ia (La olla), la a v a ricia del p a d re , como se sabe, in s p ira rá a M olière. E n fin, ¿cómo no d is fru ta r de la m e g a lo m an ía d e lira n te del M iles g lo rio su s, ese fa n fa rró n p erd o n a v id a s q u e re a p a re c e en la co m m ed ia d el Varie e incluso en la s p elícu las de D ino Risi? S acan d o p a rtid o en todo m o m en to de la Nea. g rieg a , P la u -
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L I T E R A R IA
to c ie rta m e n te so b rep asó a su s m odelos y, en la g a le ría de los •«papeles obligados», creó silu e ta s o rig in ales q ue sed u c ía n a u n e sp e c ta d o r q ue e ra com ple ta m e n te sen sib le ta n to a la b u fo n a d a tru c u le n ta de su le n g u aje como a los ra sg o s p a ró dicos con los que el a u to r sab ía re v estirlo s: es obvio q u e el c a r ta g in é s es tra p a c e ro ; el sirio, d em asia d o háb il en s u s nego cios; el fa n fa rró n , p e rd o n a v i d as, necio y cobarde. In clu so a veces el p a rá s ito (reconocem os en él u n h a b itu a l de la sp o r tu la . esa «cesta bien su rtid a » q u e los ro m an o s ricos e n tre g a b a n a su s «clientes» como s a lario por su s «pequeños se rv i cios», e sp e cialm en te e le c to ra les) se co m p o rta como u n s e n tim e n ta l: sab e m a n e ja r todos los h ilo s p a ra e x to rs io n a r al p a te r fa m ilia s y sa c a rle su s d e n ario s. E s to s p e rs o n a je s se nos m u e s tra n con todos su s ra sg o s, con su len g u aje lleno de r e tr u é can o s (a m en u d o in trad u cib ies» y de e x tra v a g a n c ia s. S u s p a la b r a s son v e rd a d e ro s fuegos a rtific ia le s re p le to s de f r a g m e n to s d o tad o s de u n a v a le n tía im p re sio n a n te : el m onólogo de P e n ic u lu s, la su til «lección de am or» de la m a d re (y a lc a h u e ta ) C le e re ta al jo ven y e s tú p id o D iaboleo (A sinaria), la esc en a e n tre M ercu rio y S osias en A n fitr ió n , la «C anción de la m u je r bo rrach a» en el C u rc u lio , p a ro d ia de «canción de am or» h e c h a p o r u n a v ieja e b ria q ue co n su m e con creces su s v ein ticinco litro s al d ía, to d a s e sa s p a la b ra s p a r a provo c a r la ca rca ja d a so n o ra, to d as e s ta s ré p lic as gen iales... E n un g én ero q u e se d ejab a t e n t a r g u s to s a m e n te p o r la t i ra d a , P la u to sab e c o n s tru ir e s c e n as d o ta d a s de u n d in a m is m o q ue «so b rep asa el texto» (y sin d u d a p roduce su efecto en
el e sp e c ta d o r) p o r la v iv acid a d y el in g en io del diálogo. P a re c e s e r q u e p o ten cia en su s o b ra s la s p a r te s c a n ta d a s , lo q u e d a b a m a y o r ritm o y v a rie d a d al espectáculo. S obre todo sa b e e n c o n tr a r en todo m o m en to ex p re sio n e s sa b ro sa s , in v e n ta p a la b ra s si es n e c e sa rio , im p o n e la in sp ira c ió n cóm ica de un le n g u a je re p le to de im á g e n e s q u e (p ro b ab le reflejo e n tre m e rid io n a le s) re c u e rd a el de los p e rs o n a je s de M arcel P ag n o l, salvo que, c u a n d o el contexto a sí lo re q u ie re , se h ac e algo m á s crudo.
¿Existe una ideología plautiana? U n a cosa es c ie rta : el público de P la u to no a c u d ía a s e n ta r s e en la s g ra d a s del te a tr o p a r a a s is tir a u n a o b ra «de tesis». No o b s ta n te , se h a q u e rid o v e r en e s ta s o b ra s u n a ideología. Se t r a ta r í a en todo caso de u n a ideología b a s ta n te d ifu sa , p u e s to que, al m ism o tie m p o q u e se a firm a b a q u e el a u to r «rom a n izab a» los o rig in a le s griegos, se decía que, rid ic u liz a n d o a los griegos, P la u to d e n u n c ia b a la s fe ch o rías (o los p elig ro s) de la h elen izació n en la sociedad ro m a n a de su tiem p o . E s cierto q u e to d a u n a te n d e n c ia de la c rític a u n iv e r s ita r ia se h a e m p e ñ a d o en b u s c a r en los a n t i guos ro m a n o s ra sg o s «veterorom anos», es decir, u n código ob sesio n ad o p o r los v a lo re s m o r a le s elevados, p o r no d ec ir h e roicos, y esto lo podem os v e r en to d a la o b ra de P la u to , in clu so si no te n ía n la vocación de e n s e ñ a r la v irtu d . No cabe d u d a de q u e el te a tro de P la u to podía te n e r un a lcan ce sa tíric o c o m p a ra b le al q u e vem os — volvam os al p a ra le lo — en el te a tr o de b u le v a r, q u e nos p re s e n ta , a veces 35
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
en a c titu d e s rid ic u la s , a p e rso n a je s de lá b u rg u e s ía co n tem p o rá n e a , in c lu so a a ris tó c ra ta s . P o r efecto de c o n tra s te s , e s ta s c la se s d o m in a n te s (q u e p r e te n d id a m e n te d efie n d en los v alo re s del éx ito , la m o ra lid a d y el b u e n g u sto ) e n c o n tra ro n su m e jo r d e fe n sa en la exhibición de p ro b le m a s y defectos q u e los a p ro x im a b a n a los -h o m b re s de a pie». E n C o u rteline, por ejem p lo , los g e n d a rm e s se con v ie rte n en p e rs o n a je s del p u e blo, los u jie re s en gigolós, y los co rn u d o s de F e y d e a u , si son p eq u e ñ o b u rg u e s e s , son a n te todo co rn u d o s. S e h a esp e c u la d o m ucho so b re el p a p e l q u e d e se m p e ñ a n los esclav o s, p e rs o n a je s m a lig nos, activ o s y a m en u d o t r i u n fa n te s . E ra u n a de la s re g la s de la p a llia ta , y el g ra m á tic o D o n a to no s s e ñ a la q ue, en las fa b u la e to g a ta e (com edias de te m a ro m an o , de la s q u e sólo nos h a n lleg ad o fra g m e n to s ín fim os), no se a c o s tu m b ra b a a p r e s e n ta r a los esclavos como p e r s o n a je s m á s in te lig e n te s q u e s u s d u eñ o s. ¿E s p reciso c o n c lu ir q u e lo q u e e ra to le ra ble e n tre los g riegos h u b ie ra sid o su b v e rsiv o e n tre los ro m a n o s? N o sab em o s lo s u fi c ie n te so b re la to gata como p a r a d e c id ir so b re el a su n to : a p a re c e en el siglo π com o d e sa rro llo d e la a te la n a , y p a s a r á p id a m e n te de m oda. Q uizá D o n a to sea el ú n ico a u to r q u e s e ñ a la q u e la to g a ta , com o la a te la n a , no im p lica b a el «pa pel» del esclav o a s tu to . P a re c e c la ro q u e P la u to , y d e sp u é s de él T eren cio , no tu v ie ro n n in g ú n e sc rú p u lo en p r e s e n ta r a los e sc la v o s no s o la m e n te com o h o m b re s , sin o a d e m á s com o h o m b re s eficaces. E sto no d e b ía d e s c o n c e rta r en ab so lu to a u n a sociedad com o la ro m a n a p a r a la q u e la e sc la v itu d es un h ec h o a b s o lu ta m e n te n o rm al 36
(d e riv a de la g u e rra , q u e p ro p o rc io n a p ris io n e ro s ) y q u e confía a esclavos ta r e a s im p o r ta n te s , en la gestión de un cam po, de u n a ac tiv id ad co m erc ial, o en la educación de su s hijos, y se confiesa e s ta r e n te r a m e n te d isp u e sta a reco no cer su s m érito s y ta le n to s , p u e sto q u e los em an c ip a y m a n u m ite . No olvidem os q u e fue so b re todo en el m u n d o ru ra l d o n d e Jos esclavos e ra n consi d e ra d o s com o u n a « h e rra m ie n ta ca p az de e m itir p alab ras» , seg ú n la ex p resió n de A ris tó te le s; a h o ra b ien , la s com edias nos p re s e n ta n a m en u d o a fa m ilia s ro m a n a s u rb a n a s en cu y a s v id as el esclavo a m en u d o e s tá in te g ra d o a la m a n e ra de u n criad o su sce p tib le de con v e r tirs e en u n lacayo de u n a o b ra de M olière... y S o sias ya no recibe m á s b asto n az o s que S g a n a re lle . E s te a y u d a n te por a n to n o m a s ia tie n e vocación de s e r u n e x c e le n te a y u d a n te , p u e s e s tá p re p a ra d o p a ra re c i b ir las confidencias de dos g e n e ra c io n e s en conflicto y e s tá al m a rg e n de los e n v ite s de la vida: el bien del se ñ o r no le p e rte n e c e y los am o re s del hijo no le so rp re n d e n . T ien e, p u es, lib e rta d p a r a s e r activo (corre a m en u d o , como e s tip u la el p a pel c a ra c te rístic o del servu s c u rrens), y vela p o r su s propios in te re s e s al m ism o tiem p o que sirv e a su fu tu ro señor... Así p u e s, el te a tr o de P la u to no p u e d e s e r co n sid erad o glo b a lm e n te com o u n a a d v e rte n cia fre n te al peligro de los e s clavos in te lig e n te s , o, a la in v e rsa , com o u n a in v ita ció n a reconocer su «hum anidad». P a rece s e r q u e la e sc la v itu d a n t i g u a , q u e so rp re n d e a la m e n ta lid a d m o d e rn a , no p la n te a n in g ú n p ro b lem a a los esp e c ta d o re s de la com edia la tin a . No debem os le e r a P la u to p e n san d o en B e a u m a rc h a is...
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L IT E R A R IA
6.
T e re n c io y la e vo lu c ió n d e l gusto ro m a n o
L a c a rre ra de T erencio fue brev e, p u e s m u rió p r e m a tu r a m e n te , cu an d o to d av ía no h a b ía cum plido los tr e in ta años. Se co n serv an de e s te a u to r seis o b ra s q ue, re p re s e n ta d a s e n tre los añ o s 166 y 160 a. C., b a s ta n p o r sí solas p a r a c a ra c te riz a r u n estilo m u y d ife re n te al de P la u to (que, reco rd ém oslo, p e r ten ece a la g en eració n p re cedente). H ay q u e d e c ir en p rim e r lu g a r q u e to d a s e s ta s ob ras llev an u n títu lo griego, m ie n tra s que P la u to -la tin iz a ba» con g u sto los suyos. E n s e g u n d o té rm in o , fre n te al d in a m ism o rico en g a g s de la d r a m a tu rg ia p la u tia n a , el te a tro de T eren cio concede u n a m ay o r ex ten sió n a las esc e n a s d ia lo g ad as, y no su p o n e m uchos efectos g e stu a le s: en la a n t i güed ad se h a c ia u n a oposición e n tre las o b ras -e stá tic a s» (fa bulae sta ta ria e ) y la s com edias ■an im ad as» (fa b u la e m otoriae), y en este p u n to n u e s tro s dos a u to re s se o p o n ían ra d ic a lm e n te por su s re sp e c tiv a s p re fe re n cias. E n fin, no se p a re c e n ni en el le n g u a je ni en el tono: P la u to es b ro m is ta , a m a la s ex p re sio n e s licen cio sas del le n g u aje p o p u lar, no le a s u s ta in tro d u c ir u n poco de v u lg a rid a d ; T erencio, en cam bio, e v ita la p esa d ez de los re tru é c a n o s, pone en boca de s u s p e rs o n a je s p a la b r a s e le g a n te s y d ise ñ a s u s c a ra c te re s con m ucho m ay o r cuid ad o . M ie n tra s q u e P la u to , ex co m ed ia n te , a u to r p o p u lar, a n im a d o r de e s p e c tá culos, re z u m a tru c u le n c ia rab e le sia n a . T eren cio tie n e el a s pecto u n poco tím id o del h o m b re que e s p e ra q u e le sirv a n su ta z a de té (se ñ alem o s p o r o tra p a r te q u e la trad ic ió n u n iv e r
s ita r ia a n g lo sa jo n a s ie m p re le h a ad o rad o ). E s n e c e sa rio a d v e r tir q u e, en el lap so de u n a g en e rac ió n , el g u sto ro m a n o ev o lu cio n a p ro fu n d a m e n te . S e ñ a la re m o s t a m b ién q u e los dos a u to re s no se d irig en al m ism o público, p u es, p o r lo q u e h a c e a los m odelos griegos, s u s fu e n te s no son las m ism a s. E sto b a s ta r ía p a r a d e m o s tra r, si fu e ra n ec esario , qu e los a u to re s la tin o s no e ra n sim p le s tra d u c to re s de com e d ia s g rieg a s, p u e s to q u e los r e su lta d o s de s u s -re e s c ritu ra s » p u e d e n s e r ta n d ife re n te s. N acid o en C a rta g o — lo que p ru e b a su cognom en de «Afri cano»— , P u b lio T eren cio A fer es u n esclavo m a n u m itid o a c a u sa de s u s c u a lid a d e s in te le c tu a le s y q u e recibió u n a for m ación lite r a r ia de alto nivel. Se re p ro d u c e el caso A n d ro n ikos: la aristocracia ro m an a gus ta b a de fo rm a r a «sus» a r tis ta s com o si fu e ra n u n a especie de -b o tín in te le c tu a l» to m ad o por d erech o de c o n q u ista . De este m odo, T eren cio fue d istin g u id o y p ro teg id o p o r la s m á s ilu s tr e s fa m ilia s de la a ris to c ra c ia ro m a n a , q u e, m o v ién d o se en la ó rb ita de los C ornelii S cipiones y los A em ilii, se ja c ta b a n de se r los ed u cad o res de R om a d es p u é s de h a b e r sido los a r t í fices de la c o n q u ista . El -c írc u lo de los E scipiones» se co n v ir tió a sí en v a le d o r de los m é ri tos del h e le n ism o y preconizó u n a r te de v iv ir digno de los g ra n d e s se ñ o re s cultos: m ie n t r a s q u e u n p a tá n com o M u m m io h a b ía s a q u e a d o C o rin to , de do n d e — no lo olvidem os— h a b ía n salid o los m á s bellos b ro n ces del m u n d o , los E scip io n es coleccionaban e s ta tu a s y o b ra s de a r te , la s colocaban en su s h e rm o s a s v illa s o en e s p lé n d i dos ja r d in e s , y c u a n d o C ató n se e n fu re c ía p o r la seducción que la c u ltu ra g rie g a ejercía sobre la v irtu d ro m a n a , en re a lid a d 37
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
e s ta b a lla m a n d o a u n a m ay o r d u lz u ra , a u n a m ay o r h u m a n id a d y a u n m ay o r re fin a m ie n to . E n e s te contexto, el te a tr o de T eren cio te stim o n ia , si no u n a revolución c u ltu ra l, sí al m en o s u n a c ie rta -m o d e r nid ad » . N o h ay q u e s e r rig u ro so con sigo m ism o: ta l es el te m a de H e a u to n tim o ru m e n o s, títu lo in te rm in a b le q u e significa «el v e rd u g o de sí m ism o». C rem es y M en ed em o son dos a n c ia n o s q u e v iven en el cam po. M en e dem o llev a u n a v id a p a rs im o n io sa y a u s te r a , y s u fre viendo q u e su hijo q u ie re c a s a rs e con u n a m u c h a c h a po b re; su p ro p ia s e v e rid a d le d a m a la concien cia. A C rem es esto le p reo cu p a y a firm a : «Soy hom bre, y n a d a h u m a n o m e es ajeno», y aco n se ja m a y o r te m p e ra n c ia . L a fó rm u la de C rem es (c ita d a por C iceró n ) se co n v irtió en el «es logan» de esto s tiem p o s n u e vos; la co n tin u ac ió n de la i n t r i ga m u e s tra , sin em b arg o , que C re m e s es u n p e rso n a je b a s ta n t e h ip ó c rita ... P ero vem os c la ra m e n te q u e si el te a tr o de T eren cio no tie n e «tesis», sí tie n e al m en o s u n a p reocupación co n fesad a: p re g u n ta rs e sobre la psicología de los p e rs o n a je s , p o n e r en cu e stió n su s p re ju icio s. V olvem os a e n c o n tra r la m is m a p reo cu p ació n en A d e lfo s (Los dos h e rm a n o s), donde T e re n c io opone u n a educación «represiva» a o tra educación «perm isiva». Los dos jó v en es h é ro e s, fo rm ad o s en e s ta s dos esc u e la s, co m eten la s m ism a s to rp e z a s. L a conclusión es a m b ig u a , p ero e s tá claro q u e la se v e rid a d rig u ro s a se p re s e n ta a q u í to d a v ía como u n a v irtu d algo a rcaica . Del m ism o m odo, H ecira (La m a d ra s tr a ) es u n a o b ra cuyo te m a c e n tra l es la d e sa v e n e n c ia conyugal: p ro b le m a nu ev o en u n a R om a donde el m a trim o n io y el am o r a p r io 38
ri no te n ía n n a d a q u e ver. P or u n a vez, T eren cio dio u n paso en falso y fra c a só e s tre p ito s a m e n te : el público, q u e h ab ía ido al te a tr o p a r a re ír, a p e n a s tu v o m otivos p a r a s o n re ír en e s te « d ram a b u rgués» q u e D i d e ro t calificó de e je m p la r. D e hecho, re ím o s poco al le e r a T eren cio , a veces nos a b u r r i m os a n te u n d e te rm in a d o d e sa rro llo «pedagógico» so b re el a r te de e d u c a r a los n iñ o s o de p ra c tic a r la in d u lg e n c ia (así o c u rría en F o rm ió n , m á s m o toria q u e la s d e m á s obras). E n c u a n to a A n d r ia (La h ija de A ndros), cabe d ec ir q u e nos ofrece u n a in trig a de com edia s e n tim e n ta l q u e no d e s a u to ri z a ría el m ism o M a riv a u x . F i n a lm e n te , E l eu n u co d e sa rro lla u n a in trig a m á s convencional, pero de m a n e ra m á s policíaca q u e como lo hizo P la u to . N o cabe d u d a de q u e el t e a tro de T eren cio m u e s tra la evo lución del g u sto ro m an o , pero so b re todo u n a « lite ra tu riz a ción» del p e n s a m ie n to ro m an o a lim e n ta d o p o r u n h elen ism o q u e, a p a r ti r de en to n ce s, se a c e p ta com o in g re d ie n te in d is p e n sa b le de la c u ltu ra la tin a . E s te te a tro , m ejo r acogido por los fu tu ro s p ro feso res q u e por el público de la época, p o d ría p re s c in d ir de u n a esc en a sin p e r d e r su s c u a lid a d e s... n i su s defectos. Conclusión: balance de un crecimiento E n el período q u e ac ab am o s de e x a m in a r, R om a h a e x p e ri m e n ta d o u n a p ro fu n d a t r a n s form ación. L a ciu d ad se con v ie rte en Im p erio , y la c u ltu ra o rig in a] se e n riq u e c e con un n u ev o esp acio in te le c tu a l que, a p e s a r de la s re s is te n c ia s , p a ra d ó jic a m e n te p ro p o rcio n a a los ro m a n o s el m edio de a f ir m a r su id e n tid a d fr e n te al
LA C O N Q U I S T A D E U N A R O M A N I D A D L IT E R A R IA
p re stig io p a s a d o de la G recia co n q u ista d a . A cogiendo e in te g ra n d o e) h e le n ism o , R om a se h a dad o ep o p ey as, u n te a tr o y la p ro sa la tin a m a d u ra . Con el d esa rro llo de la ed u cación filo sófica y re tó ric a , la elocuencia g a n a en fo rm a y fondo, en fu e r za ta m b ié n : s e rá el éxito, y
m ás ta r d e la p erd ic ió n , de los G racos. A la eu fo ria de la con q u is ta su c e d e rá el tiem p o de la s c risis p o lítica s y así lle g a m os al m o m e n to cru cial del si glo II. Al fin al de e s ta e ta p a de ta n to s a p re n d iz a je s, R om a e la b o ra rá , so b re u n fondo de te m p e s ta d e s, su propio clasicism o.
39
3 DE LOS GRACOS AL FINAL DE LA REPÚBLICA: LA PALABRA, EL PEN SA M IEN TO , LA PASIÓN
A fin a le s del siglo 11 a. C., la R ep ú b lica ro m a n a a lc a n z a su apogeo. P olibio es el n a r ra d o r del ac o n te cim ie n to , p u e s en su H is to r ia , e s c rita en griego, ce le b ra el «m ilagro rom ano» — en m en o s de u n siglo, e s te pueblo h a im p u e s to su p o d e r al m u n d o m e d ite rrá n e o , es decir, al m u n do civilizado..., o poco le fa lta p a r a co seguirlo...— . M ie n tra s q u e los im p e ria lism o s h e lé n i cos no h a b ía n p a sa d o de se r sucesiv o s p erío d o s de d o m in a ción, R om a co n sig u ió e s ta b le c e r u n ord en e s ta b le , d u ra d e ro y acep tad o . Polibio fo rm a p a r te de los vencidos: d ip lo m ático de la lig a a q u e a , fue to m ad o como re h é n en P id n a (en el añ o 167), y vivió ju n to a P au lo -E m ilio , el v en c ed o r de P erseo , en el seno del círculo de los E scipiones; m ejo r a ú n : se co n v ierte en p ro fe so r de E scipión E m ilia n o , el seg u n d o african o , q u e s e rá la p e rs o n a lid a d m á s in flu y e n te en R o m a h a s ta el conflicto con los G racos. P olibio se p re g u n ta , y c o n s ta ta , que R om a h a sab id o e n c o n tr a r los g ra n d e s e q u ili b rio s: su «constitución» com bi n a ra sg o s m o n árq u ic o s, o lig á r quicos y d em o crático s; su p o d er m ilita r se e n c u e n tra a te m p e ra d o p or u n a concepción p r u d e n te y sab ia del «derecho de la g u erra» ; su p ra g m a tis m o po lítico c o n tra s ta con los im p u l sos a v e n tu re ro s de los c o n q u is ta d o re s griegos. Y en el círculo de los E scip io n es se ela b o ra u n a filosofía del po d er, del s a b e r y del a rte . 40
1.
La d o c trin a filo s ó fic o -re tó ric a
L a re tó ric a es la d iscip lin a q u e e s tá en el corazón m ism o de e s ta evolución. L a g u e r ra p e d ía g e n e ra le s; la p az q u e s u cede a la c o n q u ista re q u ie re o ra d o res. El u rb a n ism o ro m an o evoluciona h a c ia «espacios de com unicación»: C atón c o n s tru ye en el año 184 a. C. la p r i m e ra «basílica», a im ita c ió n de los edificios h elen ístico s; p ro n to h a b rá v a r ia s en el F oro, a s í com o pórticos; la s c a sa s p a t r i cias (dom us) a b re n su s a trio s d isp u e sto s a m odo de p a tio s a los c lie n te s del d u eñ o de la c a sa ; la R epública deja de s e r u n lu g a r de a c u a rte la m ie n to p e r m a n e n te y el S en ad o se co n v ierte en el lu g a r p o r exce len cia de la d elib eració n p o lí tic a , q u e a p a r ti r de a h o ra im plica n e c e s a ria m e n te el e je rc i cio de la elocuencia. E n m a te r ia de re tó ric a , los g rieg o s h a n in v e n ta d o todo: los la tin o s s e rá n s u s a lu m n o s, t a n to en se n tid o fig u ra d o com o en se n tid o e stric to , p u es la e s t a n cia en G recia (en A te n a s o en R odas) se co n v ierte en e ta p a o b lig ad a en el cu rsu s de e s t u dios del jo v en ro m an o de b u e n a fa m ilia . A p re n d e n a h a b la r , a p re n d e n a p e n sa r: la re tó ric a e n se ñ a ta n to el m an ejo de las id e a s como la utilizació n de un bello len g u aje . E n s e ñ a sobre todo el p o d e r q u e tie n e n la s p a la b ra s — q u e sin d u d a debió de
D E L O S G R A C O S A L F IN A L D E LA R E P Ú B L IC A
siglo m á s ta rd e , nos dice C ice a s u s t a r a los fíeles de la t r a rón d e ellos... dición del m os m a io r u m — : en el año 155, el a te n ie n s e C arn é a d e s, su ce so r de P la tó n en la dirección de la A cad em ia, lle gad o ju n to con o tro s filósofos en e m b a ja d a a R om a, h ac e un 2. La e lo c u e n c ia dia el elogio de la ju s tic ia , y al d e los G ra c o s día s ig u ie n te d e s a rro lla con la m ism a facilid ad la p e rfe c ta co n trad icció n de la a rg u m e n E s tá claro q u e la a risto c ra c ia tació n de la v ísp e ra . ¡E sc á n d a ro m a n a e s p e ra b a c o n s e rv a r así lo su p re m o q u e le vale s e r e x la h eg e m o n ía p o lítica q u e le p u lsa d o p o r el S enado! P ero los h a b ía conferido la co n q u ista . ro m an o s a c a b a n de a p r e n d e r el S e e n c ie rra so b re sí m ism a , a r te de a r g u m e n ta r «según la s com o v e r d a d e r a o lig a rq u ía , leyes del p ro y del contra», in p re c o n iz a n d o el co n se n su s en u tra m q u e p a r te m , q u e es a la u n a so ciedad ro m a n a a la q u e vez u n a té c n ic a o ra to ria y u n la s g u e r ra s su c e siv a s h a n dem étodo de filosofía c rítica . se sta b iliz a d o . D u ra n te la seY la s e s c u e la s d e re tó ric a , a g u n d a m ita d del siglo II, vem os p e s a r de todo, se m u ltip lic a n crece r la s re iv in d ic a c io n e s de en R om a; la a ris to c ra c ia acoge u n a plebe q u e se s ie n te e s q u il a los filósofos: E scipión E m ilia m a d a p o r la s c a m p a ñ a s m ili no a b re al estoico P an ec io su ta r e s (el c iu d ad a n o -so ld ad o se b ib lio teca, b o tín de g u e rra to e n c u e n tra a rru in a d o ), e s t r a n m ad o p o r P au lo -E m ilio a P erg u la d a p o r la s d e u d a s, a p a r t a seo; ¿se t r a t a de u n a d ev o lu d a de la decisión p o lítica y j u ción de co rte sía ? P an ecio s a b rá ríd ic a , q u e a flu y e a la ciu d ad o rie n ta r el rig o r estoico h a c ia d e sp u é s de h a b e rs e visto obli la asp ira ció n ro m a n a de u n a g a d a a v e n d e r s u s b ien es. La m ay o r s u a v id a d y p r a g m a tis crisis e s tá a h í, y es p re c is a mo. P a ra la s g e n e ra c io n e s, del m e n te en e s te co n tex to donde fin al de la R ep ú b lica, se rá u n se d eja oír la voz de los G racos, m a e s tro cu y a voz to d a v ía se T ib erio S em p ro n io G raco (163d eja oír e n el D e o fficiis de C i 133 a. C.) y su h e rm a n o C ayo cerón. Los E scip io n es ta m b ié n (154-121 a. C.). se p o n en a sí m ism o s com o N os re c o rd a re m o s a q u í el p a ejem plo de e s ta re tó ric a in s p i pel político q u e ju g a ro n , sino ra d a p o r la filosofía: si h em o s su elo cu en cia, q u e fue la c a u sa de c re e r el te stim o n io de C ice de su asc en sió n y q u izá ta m ró n (que id e a liz a q u izá esto s b ién de su ca íd a . A m a m a n ta m odelos a los q u e re v e re n c ia ), dos en el a m b ie n te de la gen s E scipión E m ilia n o y su am igo m á s no b le — son p o r lín e a m a Lelio fu e ro n los p rim e ro s q u e te r n a C o rn elii— , esto s «desca e n c o n tra ro n en su elo cu e n cia el rria d o s» se ap o y an en su doc ju s to e q u ilib rio e n tre la t r a d i trin a p a r a i n te n ta r u n a re v o ción y la c u ltu ra , e n tre la s m o lución. Se h a n form ado en la res y la doctrina', y lo fu e ro n esc u e la de u n filósofo: el e sto i — so b re todo Lelio— cu ltiv a n d o co B losio de C u m as; h a n te n id o los m ejo res m a e s tro s en r e la len ita s, la «suavidad» o ra to tó ric a ; P lu ta rc o nos dice que ria , q ue in te le c tu a liz a la a r g u m en tac ió n y d e s d ra m a tiz a el C ayo G raco fue el p rim e ro que tom ó la p a la b ra en el c o m itu m e n fre n ta m ie n to o ra to rio . P ero (e x p la n a d a s itu a d a d e la n te de de su s d isc u rso s sólo n os q u e d a la C u ria ) volviéndose h a c ia el e s e n c ia lm e n te lo q u e, casi u n A 1
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
foro, y no h a c ia el S en ad o , c u a n d o se d irig ía al pueblo. Tal es el sím bolo de e s ta elo cu en te -trib u n a » in a u g u ra d a alg u n o s añ o s a n te s p o r T ib erio, q u e se d irig e al p u eb lo y y a no al con sejo d e lib e ra n te de la a ris to c r a cia (n o b ilita s) s e n a to ria l. P o r o tra p a r te , el estilo de los G raco s deja u n a h u e lla in d eleb le en la h is to ria de la elo c u e n c ia ro m a n a . Se c a ra c te riz a p o r u n a te n sió n e x tre m a , h e ch a de p a te tis m o , lirism o e in te rp e la c ió n c o n s ta n te a u n a u d ito rio al q u e se q u ie re con m o v er h a s ta lle v a rle in clu so a la su b lev ació n . C icerón, p a ra q u ie n los G raco s e n c a rn a n el m al político, no p u e d e d e ja r de a d m ir a r a C ayo: «En c u a n to a la e x p resió n , es su b lim e; en c u a n to al p e n s a m ie n to , es p ro fun d o ; en todo es im p onente...» Y podem os c a lib r a r el im p acto de e s ta « retó rica de la rebelión» leyendo, en T ito Livio, el d is c u rso q u e el h is to ria d o r pone en lab io s de los trib u n o s en su n a rra c ió n de los conflictos e n tre p a tric io s y plebeyos (cae en u n a n a c ro n ism o , p u e s esto s a c o n te c im ie n to s se p ro d u jero n en los siglos IV y i l l ) : esto s d is c u rso s e s tá n esc rito s sig u ien d o m u y de cerca los de los G racos, de los q u e sólo conocem os u nos pocos fra g m e n to s... elo cu en tes. M u ch o s siglos d esp u é s, la R evolución fra n c e sa re s u c ita rá e sta elo cu en cia á s p e ra y te m p e s tu o s a , y la C onvención r e tu m b a rá con d isc u rso s cuyo e s tilo sin d u d a h a b ría hecho las d elicias de los trib u n o s de los añ o s 333 y 123.
3.
E lo c u e n c ia , p o lític a , estética
N o cabe d u d a de q ue, d es p u és de los G raco s, sólo se r e 42
conocen dos v ías p a r a la a s c e n sión política: la g lo ria m ilita r y la elocuencia. P o r u n lado, los im p era to res v an a su ce d erse r á p id a m e n te en la je f a tu r a del e sta d o con M ario, S ila, d esp u é s con C raso , P om peyo y C ésar; p o r o tra p a r te , la a risto c ra c ia , q u e no p u ed e co n fia r ú n ic a m e n te en su p re stig io y en la ex clu siv id ad de su s privilegios, debe a d m itir a «hom bres n u e vos» que se im p o n en por su t a lento. Lo q u e M ario h a obten id o con su ta le n to de g e n e ra l, C i cerón (106-43 a. C.) lo co n se g u irá por s u s h a b ilid a d e s com o o rad o r: am bos, nacidos en A rp iu m , h a n salid o de la b u rg u e sía de los m u n icip io s; c a b a lleros. son h o m in e s novi; p ero m ie n tra s M ario, c re a d o r de la facción p o lítica de los p o p u la res, co n tin ú a en cierto m odo el im p u lso de los G racos. C icerón, q u e aboga en su s d iscu rso s a fav o r de la ascen sió n p o lítica de la ord en e c u e s tre , e n tr o n ca rá con la tra d ic ió n de la n o b ilita s se n a to ria l en el seno del m o v im ien to de los o p tim a tes. A p a r tir de e ste m o m en to , las e sc u e la s de re tó ric a prolife ra n en R om a e in clu so se e m p ieza a e n s e ñ a r elo cu en cia en la tín . E n el a ñ o 92, esto s rh e tores la tin i, co n sid erad o s p e li grosos a p lazo fijo p a r a el o r d en público (¿no e n s e ñ a n acaso el a r te de m a n ip u la r la s a s a m b leas, sobre todo p o p u lare s?), son p ro h ib id o s en la c iu d ad . D a ig u al: la s e sc u e la s se re o rg a n i za n , y el esp e ctácu lo de la elo cu en cia se co n v ierte en R om a en algo in s e p a ra b le de la v ida re p u b lic a n a y de la form ación de los fu tu ro s m a g is tra d o s. U n a g a le ría de a te n to s o y en tes (corona) ro d ea a los m ejo res abogados (patroni)', los f u tu ro s o ra d o re s se ed u c an en el «ap ren d izaje del foro», tiro ci n iu m fori. S im u ltá n e a m e n te , el viaje a G recia p a r a v is ita r a los
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
m a e s tro s m á s fam o so s a s e g u ra la in ev itab le p ro fu n d izació n cu ltu ra l en el e stu d io de la re tórica. Así es como C icerón se d esp laz a a A te n a s, d e sp u é s a R odas, donde v is ita al retó rico M olón y fre c u e n ta a s id u a m e n te los círculos filosóficos de académ icos y estoicos. A p a r tir de a h o ra , los la tin o s e s tá n en situ a c ió n de p ro d u c ir o b ras teó ric as sobre la re tó ric a . La Retórica a H e re n n iu s, a t r i b u id a a un ta l C ornificio, es la obra de u n rethor la tin u s . Y C i cerón in a u g u ra su o b ra de e s c rito r p u b lican d o u n tr a ta d o t i tu la d o De in ven tio n e («De la in vención», es decir, del a r te de e n c o n tra r id eas, a rg u m e n to s , y de t r a t a r las d ife re n te s c a u sas). P o r o tra p a r te , en e s ta época se d e sa rro lla u n d e b a te sobre los estilo s de elocuencia: al estilo «ático», q u e p reco n iza la so b ried ad , la c la rid a d , la e le gan cia en la sim p licid a d , se opone el estilo « asian ista» , que bu sca la am plificació n, los o r n a m e n to s (fig u ras a b u n d a n te s , im ág en es, a rm o n ía s) y tie n d e hac ia lo patético . E n c u a n to a C icerón, o p ta por u n estilo «m ediano» o te m perad o , q u e e v ita ta n to la se qu ed ad ática como la p ro fu sió n a s ia n is ta . B u en ejem plo de ello es su p rim e r d isc u rso im p o r ta n te , C ontra Verres, donde, si p o r u n lado la p a r te n a r r a d a es ática, p or o tro los exordios y las p ero rac io n e s a d o p ta n u n a form a a s ia n is ta y q u e, p o r su cu id ad o sa dosificación de m e dios y efectos, im p o n e la im a gen de u n estilo «m oderno» p o r su a b u n d a n c ia (copia) co n tro lad a: en e s ta la rg a e in ú til re q u isito ria (V erres se esc ap a n a d a m ás e m p e z a r el p ro ced i m iento) c o n tra u n m a g is tra do de S icilia q u e « d esplum aba» a su s a d m in is tra d o s (¿lo h a cía m ás q u e otros?), d o c trin a (a p re n d iz a je teórico) y b u en gu sto se e q u ilib ra n a rm ó n ic a
m e n te . E n esto s tie m p o s los procesos de p re v arica ció n fu e ro n ta n n u m e ro so s q u e d eb e m os c o n sid e ra r q u e, p a r a C i cerón, el a s u n to V e rre s fue a n te todo la o p o rtu n id a d de a firm a rs e h a b la n d o en n o m b re de los h a b ita n te s de la s p ro v in cias y de los c a b a lle ro s ro m a nos y a sí a b r ir s e p a so h a c ia el consulado.
4.
M a rc o T u lio C ic e ró n : esb o zo d e un re tra to
T odos los g ra n d e s p ro s is ta s de la lite r a tu r a la tin a tie n e n u n a e x p e rien cia p ro fu n d a de la re tó ric a , y a lg u n o s de ellos — S én eca, P lin io el Jo v e n , T á cito y m á s ta rd e A puleyo— fu e ron ab ogados y o ra d o re s m u y b ie n dotados. H a de s e ñ a la rs e , p o r lo d em ás, q u e a p e n a s po dem os a s p ir a r a im a g in a r la a b u n d a n c ia y c a lid a d de h o m b re s elo cu e n tes, p u e s de e n tre todos ellos sólo nos h a n llegado los d iscu rso s de C icerón (si ex c e p tu a m o s el P anegírico de P li nio y o tro s P anegíricos m u ch o m á s ta rd ío s). A los d e m á s o ra d o re s sólo los conocem os por la s c ita s de g ra m á tic o s o de los re tó ric o s, o p o r lo q u e de ellos nos dice C icerón en el B ru tu s, diálogo q u e p ro p o n e u n a h is to ria c rític a de la elo cu en cia en R om a. E s to eq u iv a le a d ecir q ue, e n e ste cam po, la p e rso n a lid a d de C icerón es a p la s ta n te . E s te h echo p u e d e r e s u lta r m o lesto , p ero no es in ju sto . P u e d e d ec irse p o r u n a p a r te q u e, debido a la ex ten sió n de su o b ra, q u e a b a rc a cam pos ta n d iv erso s — a le g a to s de d e fe n sa , d isc u rso s políticos, t r a ta d o s o ra to rio s, diálogos y t r a 43
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
ta d o s filosóficos, co rresp o n d en cia, sin c o n ta r la s trad u c cio n es y la s o b ra s p o éticas (p e rd i d as)— , C icerón es « in a b a rc a ble». A lg u ien h a podido p re s e n ta r le como el « ed u cad or del gé n e ro h u m an o » , lo q u e sin d u d a es excesivo, p ero e s ta califica ción d a u n a id ea cabal de su in flu e n c ia y de la calid ad de su p e n s a m ie n to . P o r o tra p á rte , in clu so si se h a q u erid o m in i m iz a r su p ap el considerándolo com o u n « in telectu al perdido e n la política», h a de reconocer^ se q u e su p re s e n c ia en la es c e n a p o lítica ro m a n a , donde n u n c a llegó a o c u p a r los p u e s to s d irig e n te s , le co n v ierte no so la m e n te en u n testig o , sino ta m b ié n en u n p ro ta g o n ista a p a s io n a d o de e s te larg o p erío do de su c e siv a s c risis que ja lo n a n la ag o n ía de la R epública. P o r o tra p a r te , sería in ú til e s tu d ia r s u c e s iv a m e n te al o ra d o r, al teó rico de la elocuencia, al filósofo y al político: todo se im b ric a en su c a rre ra , y cad a u n a de e s ta s d ife re n te s fa cetas de s u ta le n to tie n e su s propios «tiem pos fu e rtes» , p u es los li b ro s de C icerón se in s e rta n en la a c tu a lid a d p o lítica e ideoló gica de su tiem p o ta n to como s u s d iscu rso s. A e s te resp ecto su le c tu ra r e s u lta a veces difí cil si no se tie n e en la m em o ria la h is to ria de la s c risis y de la s id e a s. D e hech o , se p o d ría decir g ro s e ra m e n te q u e C icerón ocu p a u n a posición p o lítica fu e rte (su co nsulado), d esp u é s la p ie r de (el exilio), se e sfu erza por re c u p e r a rla (v u e lta del exilio), v e g e ta a la so m b ra del p ri m e r triu n v ira to , elige el cam po equ iv o cad o en la g u e rra civil, d eja s e n tir su peso m o ral e n el perío d o c e s a ris ta , cree volver a e n la z a r con su d e stin o d esp u é s de los Id u s de m arz o del año 44, se co m p ro m ete r e s u e lta m e n te c o n tra A n to n io y apoya al jo v en O ctavio, q u e se con v e r tirá en A u g u sto . 44
¡Qué evolución! E n cada uno de los tiem p o s p o lític a m e n te «fuertes», es el orator el que d o m in a: cu an d o C icerón se r e tir a de la ac tiv id ad política, su incapacidad p a r a a c tu a r (otium ) le a u to riz a a c o n v e rtirse en e s crito r, incluso en filósofo. P ero, al final de su vida, en el to r m e n to del conflicto e n tre A n tonio y O ctavio, la acción y el p e n sa m ie n to se e q u ilib ra n en la v id a de C icerón: al m ism o m o m en to en q u e la n z a s u s d is cu rso s «de g u erra» c o n tra A n tonio, escribe su s ú ltim a s o b ra s filosóficas... El h o m b re h a d esco n certad o a la crítica. ¿ C o n tra sta n su s fra c a so s políticos con la a lta consideración q u e te n ía C ice ró n de su propio v alo r y ta le n to? D e hecho, a m en u d o , la to r peza c ice ro n ian a refleja d u d a s leg ítim a s, titu b e o s de b u e n a ley; m al in trig a n te , sie m p re preo cu p ad o por coincidir con la s id e a s de la clase p o lítica do m in a n te , c o n se rv a d o r conscien te de q u e el orden a n tig u o de la R epública no s e rá su sa lv a ción, h o m b re ético, d iría m o s hoy en día, m á s q u e p r á c ti co... C icerón n u n c a h a ten id o la fu e rz a q u e re q u e ría n esto s tiem p o s. Le fa lta b a n ejército s y la s g a n a s de h a c e r la g u e rra , p ero ta m b ié n el p o d er m a te ria l de u n «partido» o rg an izad o . C o n d en ad o a a d o p ta r u n a po sición po lítica asim ila b le a lo q u e hoy lla m a ría m o s u n «centris m o blando», tuvo ta n ta s o p o rtu n id a d e s de m o s tra r s u s lim ita c io n e s como su v a le n tía ... A lo larg o de n u e s tro e s tu dio, in sistire m o s sobre las o b ra s m a e s tra s de e s te a u to r prolífico. Cicerón cónsul: el asunto Catilina (63 a. C.) C u an d o M arco T ulio C icerón h a alc a n z a d o la edad re q u e rid a
DE L O S G R A C O S AL F IN A L D E LA R E P Ú B L IC A
p a r a s e r cónsul, y a h a s u p e r a do la s e ta p a s del cu rsu s h o n o ru m . Se h a dado a conocer con el d iscu rso C ontra Verres, que p ub lica, a fa lta d e h a b e r p ro n un ciad o . S u c a r r e r a de ab o gado ya le h a p e rm itid o u tili z a r in te lig e n te m e n te el tr ib u n al como tra m p o lín político: im plicado en v a r ia s c o n tro v e r sia s del m o m en to , como la del p re to r V e rres, la clase p o lítica de su tiem p o le p e rm itió «posicionarse» no so la m e n te a fa vor de la liq u id ació n de los v e s tigios del e x tre m ism o «dere chista» de S ila, sin o ta m b ié n como el h o m b re de la a p e r tu r a m o d era d a q u e p u e d e p e r m itir a la n o b ilita s e x p a n s io n a rs e sin c o rre r peligro. Su to m a de posición a fav o r de los po d e re s esp eciales concedidos a P om peyo IPro lege M a n ilia . 66 a. C.) es háb il y c o n s titu y e u n a p ru e b a de su a p titu d p a r a m a n e ja r la le n g u a y las tá c tic a s de la política. E s el h o m o n o vu s, y esto es im p o rta n te : d eján d o le acced er al consulado, los a r is tó c r a ta s d e m o s tra rá n q u e los tiem p o s h a n cam biado. P o r o tra p a r te , a p e n a s re v e stid o de la m a g is t r a t u r a su p re m a , C icerón a f ir m a, en esto s d isc u rso s c o n tra u n proyecto de ley a g r a ria d e fendido p o r el trib u n o R u llu s, su in ten ció n de s e r u n «cónsul popular», que a ú n e en su p e r sona el e s p íritu « sen ato rial» de los o p tim a te s con la p re o c u p a ción re fo rm ista de los p o p u la res (siem p re y c u a n d o e s ta s r e form as no re v o lu cio n en n a d a ). R eiv in d ican d o so b re todo el t a len to q u e co n fiere la c u ltu ra , se propone g o b e rn a r p o r la p a la b ra y el p e n s a m ie n to com o co n su l to g a tu s (en R om a, la toga es el signo q u e d is tin g u e al «ci vil» fre n te al m ilita r). L as c irc u n s ta n c ia s le v a n a p ro p o rcio n ar la o p o rtu n id a d de co m p ro b ar el co rrec to f u n d a m en to — y los lím ite s — de e s ta
a p u e s ta por la s a r m a s de la elocuencia. S e p a ra d o dos veces del co n su lad o , L. S erg io C a ti lin a , de a lta c u n a p ero a r r u i n a d o como ta n to s o tro s, u rd ió u n a co njuración. S e p ropone su b le v a r a los d e sp reciad o s, a los a m a rg a d o s, y a los que, com o él, h a n p e rd id o su p a t r i m onio. S u s «consignas» tie n e n re so n a n c ia s re v o lu c io n a ria s ; en e lla s podem os d is tin g u ir el eco de los G racos, y es po sib le que C é s a r, q u ien se h a ap o d e ra d o del p a rtid o p o p u la r, a lie n te b ajo cu e rd a e s ta « d e se sta b i lización». S ea com o fu e re , lo cierto es q u e el có n su l, b ien in form ado, c o n tro la la situ ació n . D e n u n c ia a C a tilin a —-es el fam oso Q u o u sq u e ta n d e m , C a tilin a ... (¿ H a s ta cu á n d o , C a tili n a , a b u s a rá s de n u e s tr a p a ciencia?»)— , e s tig m a tiz a a s u s cóm plices en u n s o rp re n d e n te catálogo de la s « irre g u la rid a des» de la época (S e g u n d a C a tilin a ria ); se alza com o p ro te c to r de la C iu d a d en el c re p ú s culo d ra m á tic o de la Tercera C a tilin a ria ; pide la co n d e n a a m u e rte de los cóm plices de C a tilin a (q u ien m o rirá a s e sin a d o ju n to con su s tro p a s en P isto ia ) y su p lica a los ro m a n o s q u e co n serv en en la m e m o ria esto s d ía s en los q u e u n o ra to r supo e v ita r u n a g ra n v io len cia opo n ie n d o a los d e s e sp e ra d o s la concordia de u n p u eb lo re u n id o en to rn o a su voz. C o n sig u ie n te m e n te , C icerón h a sa lv a d o a la R epública en c u a tro d is c u r sos. E n todo caso, in q u ie to y m á s ta rd e tra n q u iliz a d o , h a m o stra d o el p elig ro q u e se h a corrido (p e ric u lu m ) y fin a lm e n te h a ce le b rad o con g ra v e d a d la concordia o rd in u m , la in d is p e n sa b le u n ió n de la s cla se s d i rig e n te s. D e hecho, las O rationes in C a tilin a m , ta l y com o la s le e m os hoy d ía, fu ero n p u b lic a d a s tr e s años d e sp u é s del a s u n to , y la elocuencia del cónsul, con el 45
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
corazó n en la m a n o , fue sin d u d a m á s im p ro v is a d a de lo q u e se cree. D eb e c o m p re n d e r se q u e esto s d isc u rso s «revi sad o s y corregidos» c o n s titu y e n , en el añ o 60, u n m edio de d e fe n sa p a r a el ex có n su l, a q u ie n , a p a r t i r de a h o ra , se re p ro c h a h a b e r o rd e n a d o ejec u t a r s u m a ria m e n te a los co n ju ra d o s , p ero ta m b ié n s e rá n , p a r a su p o rv e n ir político, u n a re fe re n c ia q u e re c o rd a rá in c e s a n te m e n te . E s te d ra m a en c u a tro ac to s n o s o la m e n te ilu s t r a u n e stilo o ra to rio , sino ta m bién u n estilo político. C ice ró n d efien d e a r d ie n te m e n te u n a ética de la d ed icación a la salv ació n p ú b lica, fiel a los v a lo res ro m a n o s y m a rc a d a p o r e sa g r a v ita s q u e es, ta n to en el d isc u rso como en la acción, el v e rd a d e ro ín d ice de la a u c to ri ta s (a u to rid a d m o ra l, y co n si g u ie n te m e n te política). El orador se convierte en filósofo L a s c o n s e c u e n c ia s del a s u n to C a tilin a fu e ro n c a ta stró fic a s p a r a C icerón: b lan co de los a t a q u es de los p o p u la re s, en los c u a le s se ap o y a b a n C é s a r y el riq u ísim o L icinio C ra sso , no p u ed e h a c e rle s fre n te ; no o b tie n e de P om peyo el apoyo p ro m etid o y d eb e e x ilia rs e d u r a n te u n año, en el 58 a. C. E s ta coalición o b jetiv a de fu e rz a s de la tra d ic ió n s e n a to ria l, el d i n e ro y la s a rm a s , p u e s ta al s e r vicio de la am bición p erso n a l de los « h om bres fu e rtes» del m o m e n to , m u e s tr a p e r fe c ta m e n te a C icerón la s lim ita c io n e s de u n id eal político fu n d a do so b re la elo cu en cia, la m o r a l, la s in s titu c io n e s y la s le yes. A la v u e lta de su exilio, el a le g a to Pro S estio , d e sp u é s de u n a in ú til se rie de d iscu rso s apologéticos, p ro p o rcio n a a C i cerón la o p o rtu n id a d de a p e la r 46
— sin éxito— a u n co n sen su s y e x p lic a r que, en e s ta s condicio n e s, es leg ítim o a s p ir a r a «un d esc an so digno» (otiurn cum d ig n ita te): a fa lta de u n a ac ción posible, C icerón se vuelve h a c ia la m ed itació n . S ig u ie n d o e s ta o rien ta ció n , se im p o n e el d e b e r de p ro p o r c io n a r a R om a u n a lite r a tu r a filosófica, no p o rq u e los a u to re s no h a y a n tra d u c id o o a d a p ta do en le n g u a la tin a u n d e te r m in a d o tr a ta d o o rig in a rio de fu e n te s g rie g a s, sino p o rq u e — dice C icerón— lo h a n hecho sin a r te , sin p re o c u p a rse p o r a p o r ta r a la ex p resió n de las id e a s filosóficas las b e lle z a s de la elo cu en cia, q u e p e rm ite h a b la r — p ero ta m b ié n e sc rib ir— con a b u n d a n c ia (copiose) y o r n a to (ornate). ¿C óm o e s c rib ir la filosofía? E s u n a g ra n p re g u n ta y u n a p r e g u n ta en sí m ism a filosófi ca: los p re so crático s, P la tó n , A ris tó te le s , los estoicos y los e p ic ú re o s h a b ía n resp o n d id o a e s ta p re g u n ta d e fo rm a s d iv e r s a s , y h a b ía n elegido m o d a li d a d e s de e s c ritu r a q u e ib an d e sd e la m á x im a poética al t r a ta d o d id áctico p a sa n d o p o r el p o em a, la c a r ta y el diálogo m á s o m en o s h istó rico . E s p re c is a m e n te e s ta ú ltim a fó rm u la la q u e sed u ce e n to n c e s a C ice ró n : no es el je fe de u n a e s c u e la , y, c o n sig u ie n te m e n te , la d iscu sió n le in te re s a m á s q u e la exposición d o g m ática. S u s p re fe re n c ia s le llev an al p la to n ism o , o, m á s p re c isa m e n te , a e sa le c tu r a « p robabilista» del p la to n ism o q u e hizo la N u e v a A c a d e m ia de C a rn é a d e s y q u e fav o recía la discu sió n de los p ro s y los c o n tra s (in u tr a m q u e p a r te m ). S e co m p re n d e e n s e g u id a q u e e s te m étodo p e rm ite c o n c iliar — o re c o n c ilia r— r e tó rica y filosofía; en fin, en e s te p royecto de in sc rib ir, m e d ia n te la lite r a tu r a , la filosofía en la c u ltu r a ro m a n a , el diálogo no
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
se lim ita a p ro p o rcio n ar u n d e corado y u n artificio: h ac ie n d o d ialo g ar a los ro m an o s, C icerón d a cu erp o a u n co n ju n to de p ro b le m á tic a s q u e se h a n h e cho co n c retas, q u e e s tá n r e la cio n ad as con la vida y con los v alo res de la R ep ú b lica y h a n sido tr a ta d a s p o r p e rso n a je s e je m p la re s d o tad o s de la a u c to rita s q ue, en todo d eb a te , confiere u n peso esp ecial a su s opiniones. E n tre los añ o s 55-54 y 52-51, C icerón com pone tr e s o b ra s q u e debem os aso ciar, p u e s , al p ro ced er de u n a m ism a in s p i ración, se re v e la n co m p lem en ta ria s : De oratore (Del orador), De república (De la R ep ú b lica ), D e leg ib u s (De la s leyes). T re s ap ro x im acio n es su cesiv as, pero co n v erg en tes, p a r a u n a visión global de la s re la cio n es e n tre c u ltu ra , acción y p o lítica, en el m arco de u n a ciu d ad donde las in stitu c io n e s y la s c o stu m b res h a n e n tra d o en crisis. El o r a t o r ideal El De oratore no es u n tra ta d o de re tó ric a ; es in clu so todo lo co n tra rio : C icerón n o se in te re s a e n e s ta o b ra p o r la elo cu en cia com o técn ica, sino por el o ra d o r com o p e rso n a . En este caso, ya no se t r a t a de d e fin ir los m edios de u n a p erfec ta elocuencia, sin o las exigencias m etó d icas, c u ltu ra le s y m o ra les q u e co n stitu y e n la im ag en del o ra d o r ideal. E s te o ra d o r ideal es e x a m in a d o no como u n a r te s a n o del le n g u a je , sino como el d e te n ta d o r de u n p o d er sobre la s co nciencias y, consi g u ie n te m e n te , sobre la ciudad. P o r o tra p a rte , el De oratore se p re g u n ta sobre los fu n d a m e n tos filosóficos del a r te de p e r su a d ir, y co n stitu y e p o r ello m ism o u n diálogo filosófico. Los p e rso n a je s de e s te t r a ta d o son o ra d o re s de la g en e
ració n a n te r io r a C icerón: d u r a n te los L u d i romani, del año 91, que p ro p o rcio n an el ocio n ec esario p a r a e s ta c o n v e rsa ción, L. C ra sso recib e en su v i lla de T u scu lu m a su su eg ro , el j u r i s t a Q. M ucio Scévola, y a su am igo, el o ra d o r M. A ntonio. A ellos se j u n ta r á n p e rso n a s m ás jó v en es (S ulpicio, C o tta y C. J u lio C é s a r V ospico, fa m i l ia r del fu tu ro d ictad o r), así com o u n re fin ad o o ra d o r de for m ación g rieg a , C. L u ta c io C a tulo. Los dos p ro ta g o n is ta s , C ra sso y A ntonio, d irig e n el d e b a te ; los o tro s p e rs o n a je s le ilu m in a n in te le c tu a lm e n te (re p re s e n ta n el d erecho, la c u ltu r a g rieg a , el a p re n d iz a je re fle xivo de la elocuencia en el m a r co de u n a tra d ic ió n ro m a n a se g u id a de g en e rac ió n en g e n e ración). E l co n tex to h istó rico del diálogo c o n trib u y e a ilu m i n a rlo p o lítica m en te: C ra sso se opone al dem agogo F ilipo, y d e sa p a re c e rá d ra m á tic a m e n te a l gu n o s d ías m á s ta rd e . E s ta te n sió n la te n te m u e s tra c la r a m e n te q u e lo q u e e s tá en ju eg o es, en d efin itiv a, el p ap el del o ra d o r en la ciu d ad , y su c a p ac id a d de acción m e d ia n te la u tiliza ció n ex clu siv a de su elo cu en cia. P ro b le m a típ ic a m e n te ciceroniano... No es fácil re s u m ir en po cas lín e a s la e x tre m a riq u e z a del De oratore. C icerón q u ie re m o s tr a r q u e el te m ib le p o d er de la elocuencia c o n stitu y e en ú ltim a in s ta n c ia la e x tre m a d ificu ltad del a r te o ra to rio y e n u m e ra , p a r a el o ra d o r, lo q u e P la tó n lla m a ría exigencias ese n ciales: u n a c u ltu ra p ro fu n d a y m e d ita d a , el conocim iento del corazón h u m a n o , el dom i nio de u n a te o ría del d iscu rso q u e d e m a n d a del o ra d o r el t r i ple d e b e r de d e m o s tra r, g u s ta r y conm over (docere, delectare, m overe), fin a lm e n te la p re o cu pación de co n v en cer m e d ia n te la b ellez a, el g u sto y la e le v a ción m oral. 47
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
T odo esJ.o p o d ría s e r b a s ta n te a b u rrid o a p e s a r del in te ré s del te m a . N o im p o rta : las la r g a s p a r ra fa d a s d e A n to n io y C ra s s o sob re la inv en ción o ra to ria , el e stilo (elocutio), la ac ción o ra to ria se c o n tra b a la n ce an y m a tiz a n m e d ia n te d iá logos de e n lac e y n u m e ro sa s d ig re sio n e s ilu m in a d o ra s , en d o n d e in te rv ie n e n los d em ás in te rlo c u to re s . S in d e ja r n u n ca d e reco n o cer tra n q u ila m e n te su d e u d a con P la tó n — la som b ra fresca de u n p lá ta n o re c u e rd a el F edro, d o n d e se c h a r la a o rilla s del arro y o Illissos...— , C icerón se g u a rd a m u cho de in s tr u ir u n a « conversa ción e n tre filósofos»; su s p e r so n a je s, en situ ació n u n poco a rtific ia l, a c tú a n con n a tu r a li d a d , y d esc u b rim o s a sí un t a le n to de e s c rito r en el o ra d o r C iceró n ; sab e d e s c rib ir a d m i ra b le m e n te b ien la v ero sim ili tu d in te le c tu a l, in clu so psico lógica, de u n a co n v ersación b r i lla n te e n tre p e rs o n a s de c a li d a d , d ig n o s r e p re s e n ta n te s h is tó rico s de u n a g en e rac ió n q u e él m ism o h a co n trib u id o deci s iv a m e n te a e d u c a r. L a República según Escipión El D e rep ública se to m a su s d is ta n c ia s . E s ta vez esta m o s en el añ o 129, en ca sa de E s cip ió n E m ilia n o , el s e g u n d o afric a n o , d u r a n te la s F ie s ta s la tin a s . D e n u ev o , u n m om ento efím ero de ocio situ a d o en el corazó n de u n a a c tu a lid a d te m p e stu o sa : T ib erio G raco h a con m ovido el edificio m ism o de la R ep ú b lica, su u n id a d y su s in s titu c io n e s. C o m p ro m etid o en la oposición a la p o lítica del t r i b u n o rev o lu cio n ario , E scipión q u ie re to m a rs e s u s d ista n c ia s, y se p re g u n ta con su s am igos so b re el o p tim u s s ta tu s rei p u b lica e, el m odo de gobierno 48
id eal q u e conviene a u n E s ta do. E s tá a llí ta m b ié n el fiel Lelio y o tro s am igos próxim os a p a sio n a d o s d efen so res de la d o ctrin a graeca; d esp u é s, como o c u rría en el De oratore, u n g ru p o de jó v e n e s ávidos ta m bién de c u ltu ra . No cabe d u d a d e q u e el diálogo e n tr e g en e ra c io n e s es in d is p e n s a b le p a ra la id ea q u e p o stu la C icerón de la m ed itació n filosófica. T a m bién a h o ra se im p o n e la id ea de u n -te s ta m e n to e sp iritu a l» , o político, p u e s E scipión d e s a p a re c e rá (en c irc u n sta n c ia s m is te rio s a s ) alg u n o s d ía s d e s pu és. E s u n poco el te s ta m e n to de la E d a d d e O ro ro m a n a , el fi n a l de u n a época, el m o m en to de u n a n o sta lg ia . E scipión, p a r a a lim e n ta r su m ed itació n sobre la R ep ú b lica id eal, se v u elv e h a c ia la h is to ria de R om a, a n a liz a las ra z o n e s de la g ra n d e z a y de los logros de u n E s ta d o cuyos g ra n d e s e q u i lib rio s a p a r ti r de a h o ra se e n c u e n tr a n a m e n a z a d o s. A p e s a r de la c la ra ev id en cia de lle v a r u n m ism o títu lo , e s ta m o s lejos de la R e p ú b lic a de P la tó n , r e flexión e s p e c u la tiv a y teó ric a q u e e n g lo b ab a to d a u n a in v e s tig ació n so b re el o rd e n , la s m o dos del s a b e r y la ju s tic ia . So b re e s te ú ltim o p u n to , sin e m b arg o , a p e s a r de s u s m eto d o logías d iv e rg e n te s, am b o s d iá logos coinciden: d e sp u é s d e h a b e r co m p arad o , m e d ia n te a n á lisis fo rm a l, los -tipos» de r e g ím e n e s (m o n árq u ico , o lig á r quico, d e m o c rá tic o ), E sc ip ió n concluye q u e n in g u n o de ellos, en e s ta d o p u ro , p u ed e a s e g u ra r al E s ta d o u n eq u ilib rio d u r a dero; el perío d o de dom inación ro m an o , c o m p le ta m e n te re a l, p u e d e s e r v ir p e rfe c ta m e n te de m odelo p a r a u n go b iern o id eal —-tal es el m otivo de e s ta - a r queología» q u e ocupa el s e g u n do libro— ; e n c o n tra m o s a q u í u n a id ea m u y a p re c ia d a por
D E L O S G R A C O S A L F IN A L D E LA R E P Ú B L IC A
Polibio: pero alg u ien objeta a E scipión q ue no re sp o n d e a la p re g u n ta inicial: la perfección del E sta d o debe b u s c a rs e en la s v irtu d e s e se n c ia le s del go b e rn a n te . E sto a b re un d e b a te co n tra d icto rio (d isp u ta tio in u tra m q u e p a rte m ) so b re la j u s tic ia g u iad a p o r el in te ré s que, seg ú n L. F u rio F ilo (es la te sis de C arn é ad es), es u n a v irtu d c a rd in al y, seg ú n Lelio, el v e r d a d e ro fu n d a m e n to de la s ciu dad es. E s ta d iscusión ocu p a todo el libro III. De los lib ro s IV y V a p e n a s nos h a llegado algo. P o r el co n trario , g ra c ia s a M acro bio, hem os co n serv ad o lo e s e n cial del lib ro VI, ese fam oso -S u eñ o de E scipión» q u e d e sem p eñ a en el diálogo cicero n ia n o un p ap el c o m p arab le al m ito de E r en el diálogo p la tónico. El h o m b re de E sta d o se co n v ierte en v isio n ario p a ra d escrib ir, b ajo el artific io de un su eñ o cósm ico y escatológico, la arm o n ía del m u n d o y a firm a r la in m o rta lid a d de la s a lm a s de los g ra n d e s h o m b res. E ste te x to a d m ira b le a firm a como v e rd ad la n e c e s a ria tr a n s c e n d en cia del g ra n h o m b re de E s tad o , q u e se re a liz a m e d ia n te la gloria y le p e rm ite a lc a n z a r u n a v e rd a d e ra ap o teo sis. El alcan ce del D e república es co n sid erab le. P rim e ro , a d a p ta las ex ig en c ias te ó ric a s de P la tó n al re a lism o ro m an o . E s cipión E m ilia n o es p a r a C ice ró n — así lo a firm a en C ontra Verres— u n m a e s tro e s p iritu a l y político, u n m odelo al que debe a d m ira rs e e im ita r: este ra sg o m u e s tra q u e, fre n te a la pa id eia g rieg a (de u n elitism o m á s id e a lis ta ), se a firm a u n a ap ro x im a ció n c o m p le ta m e n te ro m a n a al a p re n d iz a je de la s v irtu d e s a lim e n ta d a p or ex em p la historica. E n fin, E scipión, si no es el g o b e rn a n te id e a l, es sin d u d a lo q u e m á s se le p a rece: a u n h o m b re com o él co
rre sp o n d e o c u p a r la p rim e ra m a g is tr a tu r a de la c iu d ad , lo q u e d en o ta s e ñ a la d a m e n te el té rm in o prin cep s, q u e re iv in d i c a rá d e sp u é s p a r a sí O ctavio A u g u sto . ¿H a p e n sa d o so b re todo C i cerón en su p ro p ia vocación p a r a s u s c ita r la de A u g u sto ? E sto no es cierto . L a idea clave es q u e la d ia lé c tic a e n tr e lo re a l y lo ,ideal su g ie re la n ec e sid ad de un '-P rin cip ad o m oral» p a r a a s e g u ra r la g ra n d e z a y la p e rd u ra b ilid a d de la R e p ú b li ca. E scipión es el e x em p lu m de esto , o, en todo caso, lo q u e la h is to ria p ro p o n e com o m odelo p a r a la m ed itació n del político. El m ism o C iceró n , com o b u en platónico, no cree e n la p erfec ción, sin o en la p erfe c tib ilid a d , y se e sfu e rz a p o r m o d e la r su co n d u c ta sig u ien d o esto s ejem plos. Y, al m ism o tiem p o , e ste h ero ísm o cívico ju s tific a , m e d ia n te la in m o rta lid a d de la g lo ria, la s v ic is itu d e s — a veces trá g ic a s — del com prom iso po lítico... ¿Una «constitución» para Roma? El D e le g ib u s nos lle v a al corazón m ism o de la a c tu a li d ad . E s ta vez el diálogo pone en escen a al m ism o C icerón q u e co n v ersa con su h e rm a n o Q u in to , cuyo cu rsu s h o n o ru m es laborioso, y con A ttico, su a m ig o ín tim o . V em os, p u e s, q u e el a u to r se a sig n a a sí m is m o el p ap el de «oráculo», se in v iste de la a u c to rita s qu e h a b ía reconocido a C ra ss o y a A n to nio y d e sp u é s a E scip ió n y L e lio... ¿ F a tu id a d ? , ¿in g e n u id a d ? D e n in g ú n m odo: fre n te a los d e só rd e n e s de la crisis, C icerón q u ie re a p o r ta r u n a c o n trib u ción co n c reta a u n p ro b lem a q u e es a la vez c o n tem p o rán eo y u rg e n te . R eacciona com o in te le c tu a l, pero com o in te le c tu a l 49
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
p ra g m á tic o d o tad o de u n a g ra n e x p e rie n c ia p o lítica p e rso n a l. F o rm u la n d o u n a te o ría de la Ley («razón so b e ra n a im p lícita en la n a tu ra le z a » ) q u e debe m u ch o a los estoicos, C icerón p ro p o n e u n «código» de leyes re lig io s a s , d e sp u é s de leyes po lític a s e in s titu c io n a le s , q u e d e m u e s tra en todo m o m en to u n a in sp ira c ió n m u y co n se rv a d o ra — es el m ism o estilo a rc a iz a n te de la s «leyes org án icas» in s p i ra d o d ire c ta m e n te en la s Doce T a b la s, esa a n tig u a y s u m a ria leg islació n ro m a n a — y q u e ex h ib e u n a d ep e n d en cia a b so lu ta re sp e c to de la tra d ic ió n del m o s m a io ru m . P e rju d ic a al De leg ib u s, tr a ta d o filosófico pero ta m b ié n n o stálg ico , la p esad ez q u e le co n fiere s u a p a rie n c ia de e n tre v is ta u n poco p e d a n te q u e los in te rlo c u to re s p arece n h a c e r a C icerón. La escalada de los peligros y la dictadura de César E n el m o m en to en q u e C ice rón esc rib ía el De leg ib u s (sin d u d a h a c ia el a ñ o 52, a p e s a r de la h ip ó te s is d e u n a fecha m á s ta rd ía ), la te n s ió n p o líti ca se avivó to d a v ía m ás. L a lu ch a e n tre C é s a r y P om peyo, m o m e n tá n e a m e n te e s ta b iliz a da p o r el p rim e r triu n v ira to (61 a. C.), se re a v iv a desp u és de la m u e rte de C rasso , el «ter ce r hom bre». A fa lta de a c u e r do de go b iern o , los dos h o m b re s sella ro n m e d ia n te m a tr i m o n io s u n «pacto de no a g re sión» q u e a p e n a s o cu lta su s d i v e rg e n c ia s fu n d a m e n ta le s de in te re s e s e ideología: Pom peyo p re te n d e ap o y a rse en la ig u a l dad in s titu c io n a l, es decir, se n a to ria l y c o n se rv ad o ra ; C é sa r no tie n e m ira m ie n to s con un ré g im e n q u e co n sid era caduco, y q u e él m ism o co n trib u y e a d e b ilita r a g ita n d o , m e d ia n te a g e n te s in te rp u e sto s , a tr ib u 50
nos a r ro g a n te s y p ro piciando to d a s u e r te de d istu rb io s: se ap o y a e n los p o p u la re s, no p o r e s p íritu re v o lu cio n ario , sino p o r ra d ic alism o : su convenci m ie n to de p o d e r m o d e rn iz a r R om a p o r la fu e rz a de su a u to rid a d g u ía s u s decisiones y s u s actos. L a c a m p a ñ a de las G a lia s le p ro p o rc io n a rá lo que le fa lta to d av ía: u n ejército, p u es n a d ie d u d a de q u e se va a p aso s a g ig a n ta d o s h a c ia la g u e rra civil, sé sab e , se re s p ir a en el a m b ie n te . E n e ste contexto, C icerón, q u e q u e ría d e s e m p e ñ a r el p a pel de m o d era d o r, no d em o stró ex cesiva h a b ilid a d . Clodio, u n trib u n o a su eld o de C é sa r, le p e rsig u e ta n to a él como a su s am igos; g ru p o s de v iolentos se e n s e ñ o re a n de la ciu d ad , y C lodio te rm in a por s e r a s e s i n ad o . T. A n n io M ilón, a q u ien el o ra d o r te n ía en g ra n d e e s ti m a, es a c u sa d o del crim en: C i cerón escrib ió p a r a su d efen sa el m á s h e rm o so a le g a to q u e j a m á s h a y a podido p ro n u n c ia rse , p ero el día del proceso, en un a m b ie n te de te rro r, el o ra d o r cedió al p án ico , h ab ló a tro p e lla d a m e n te , echó a p e rd e r su a rg u m e n ta c ió n ... y M ilón fue d e ste rra d o . C on todo, nos h a lleg ad o el te x to reto cad o del P ro M ilo n e (52 a. C.), q u e p u e de s e r co n sid erad o com o u n ejem plo p erfec to de u n a leg a to d e d efen sa, q u e re p o sa sobre u n a a r q u ite c tu ra irre p ro c h a b le y u tiliz a to d o s los re c u rso s de la elocuencia. E n e s te se n tid o — h ay q u e decirlo— , el tex to de e s ta d e fe n sa debe le e rse no com o u n fra c a so la m e n ta b le , sin o com o u n a e sp lé n d id a o b ra de a rte . L as re la c io n e s e n tre C é s a r y C icerón son e x tra ñ a s . P o lític a m e n te o p u esto s, los dos h o m b re s se e s tim a n in t e l e c t u a l m e n te , y en la C o rresponden cia de C iceró n la s c a rta s con te m p o rá n e a s a la g u e rra civil
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
m u e s tra n u n a dolorosa confu sión: P om peyo d efien d e la le g itim id a d del derech o s e n a to ria l. p ero carece to ta lm e n te de d isc e rn im ie n to político e in c lu so estra té g ico . F re n te a su d e cisión de a b a n d o n a r Ita lia , C i cerón e s tá d e sa m p a ra d o . E n e s te c o n tex to , s u s e sfu e rz o s p e rso n a le s p a r a r e s is tir al p r o n u n c ia m ie n to de C é s a r no tie n en el m ín im o sen tid o . C u an d o la p o ste rid a d h a leído la Co rresp ondencia. se h a m o stra d o sev era con la s c a rta s políticas, m a rc a d a s a m en u d o p o r la in decisión: de hecho, c u a n d o C i cerón escrib e a Á ttico o a su s am igos m ás p ró x im o s, no ocul ta su s d ig resio n es m á s ín tim a s . E sto es algo poco h a b itu a l en un político. Lo m ism o sucede con ese v a sto corpus de ciento tr e in ta y n u e v e c a rta s re a g ru p a d a s b ajo el títu lo de C artas a Á ttic o y C a rta s a s u s a m ig o s p ró x im o s (A d fa m ilia re s), m u ch as de la s cu a le s son te s t i m onios de la afectiv id ad de C i cerón, de s u s tra b a jo s lite ra rio s o de la v id a in te le c tu a l, m u n d a n a y p o lítica de la época. E n c o n tra m o s ta m b ié n en este corpus v a ria s c a rta s d irig id a s a C icerón p o r a lg u n o s de su s co n tem p o rán eo s, lo q u e d a m á s v a lo r to d a v ía al d o cu m ento. E s p ro b a b le q u e C icerón proyec ta r a p u b lic a r, re v is a d a s y co rre g id a s , a lg u n a s de e s ta s m i siv a s, p ero no tu v o el ocio ni el tiem p o su fic ie n te p a r a h acerlo , y c o n s ig u ie n te m e n te es u n poco «en bruto» com o n o s h a llegado e s ta co rresp o n d en c ia, q u e cons titu y e u n v e rd a d e ro d ia rio de los tiem p o s difíciles a sí como u n precioso te s tim o n io so b re la sen sib ilid a d del pro p io C icerón. E s ta s c a r ta s re fle ja n , e n tre o tra s cosas, la a m a r g u ra con la que C icerón vivió el d e sliz a m ien to de la R ep ú b lica h a c ia la d ic ta d u ra c e s a ria n a . T am bién nos p e rm ite n c o m p re n d e r su preo cu p ació n p o r m a n te n e r u n
papel en la v id a p ú b lic a (el dic ta d o r se m o s tra b a clem e n te ) y... su satisfac ció n p o r v e r c a e r a u n tir a n o en los Id u s de m a r zo del a ñ o 44. Un arte de pensar, un arte de vivir E n e s te p e río d o tu r b u le n to , C icerón p ro fu n d iz a el pro y ecto filosófico q u e y a a n u n c ia b a n los tre s g ra n d e s diálogos a n t e rio rm e n te citad o s. P a r a C ice ró n , y a no se t r a t a s o la m e n te de tr a n s c r ib ir la filosofía g rie ga, sino de v o lv er a p e n s a rla a la luz de la s re a lid a d e s ro m a n a s . P o r o tra p a r te , en los te x to s cice ro n ian o s la s c o n v e rsa ciones filosóficas tie n e n lu g a r e n tre ro m a n o s, y los exem pla h isto ric a , q u e ilu s tr a n a r g u m e n to s y d e b a te s , p ro v ie n e n de la tra d ic ió n ro m a n a . P ero a h o ra la in te n c ió n es d ife re n te : a las esp e cu lacio n e s te ó ric a s C i cerón p re fie re u n a m e d ita c ió n q u e im p lica c o n d u c ta s, d ecisio n e s y v alo re s: su filosofía es «concreta» (y p o r lo ta n to es m u y posible q u e h a y a podido d e c e p c io n a r a los filósofos...). E l D e n a tu ra d e o ru m y el De d iv in a tio n e (45-44 a. C.) t r a t a n te m a s relig io so s sin c a e r en la m e ta físic a ; sin e m b arg o , tie n e n en c u e n ta el p ap e l q u e d e se m p e ñ a n la re lig ió n y la a d iv in a ción e n la so ciedad y la s i n s ti tu c io n e s ro m a n a s . D el m ism o m odo, c u a n d o en el D e fin ib u s b o n o ru m et m a lo r u m se ocupa del a s u n to a p r io r i m u y teórico del «bien so berano», C icerón p re fie re a la p o lém ica e n tre la s e sc u e la s filosóficas — sobre todo e n tr e escép tico s y e p ic ú re o s — u n a «crítica re a lista » q u e tie n d e a b o r r a r los excesos de rig o r do g m ático de los e s to i cos, y c o n d e n a , en n o m b re de los m ores, la filosofía del p la cer. A d ec ir v e rd a d , C icerón b u s c a eq u ilib rio s, y los e n c u e n 5 1
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
tr a en la h u m a n ita s , noción po sitiv a que im p lica —P isó n , en el q u in to libro de D e fin ib u s , lo d e m u e s tra c la ra m e n te — no so la m e n te u n ex a m e n crítico de la s d o c trin a s, sino, a d e m á s , un le n g u a je q u e se p re o cu p a por la j u s t a m ed id a. A sí p u es, el eclecticism o fi losófico de C icerón es u n a vi sió n crítica de la h is to ria de la filosofía: la s A c a d é m ic a s cons titu y e n u n te stim o n io del m é todo cicero n ian o , la s T u s c u la n a s de su m ed itació n . E s c rita s en el año 45, e s ta s -c o n fe re n cias de T u scu lu m » c rean la fic ción — a p e n a s esb o z ad a— de v a rio s e n c u e n tro s e n tre am igos en la villa q u e C icerón poseía en T u scu lu m . D e hecho, e s ta s d isp u ta tio n e s — el té rm in o s u p o n d ría u n diálogo en el q u e se a n a liz a ría n los p ro s y los con t r a s — se -e stilizan » p a r a a c a b a r co n v irtién d o se en u n d is curso: el orator C icerón d efie n de -c a u s a s filosóficas». ¿D ebe c o n sid e ra rse la m u e rte como u n m al? ¿E s el dolor el m ay o r de los m ales? ¿D ebe el sabio s e r accesible a la tris te z a ? ¿D ebe se rlo a la s p a sio n e s? ¿B a sta la p rá c tic a de la v irtu d p a r a a lc a n z a r la felicidad? T a les son los te m a s de e s ta s cinco «conferencias», q u e se s e p a ra n rá p id a m e n te de la ficción del diálogo p a r a a b r ir p aso a u n m ero «dialoguism o», fig u ra m ás re tó ric a , y q u e im p lica la fig u ra de u n in te rlo c u to r q u e hace la s objeciones sin e n c a rn a rs e v e rd a d e ra m e n te en u n p e rso n aje. T en em o s aq u í de este m odo el reflejo de la m e d ita ción cice ro n ian a — la filosofía es u n a exercitatio, u n ejercicio m etódico de reflex ió n p e rso n a l— q u e d esem b o ca en u n a ex h o rtació n ética , u n a a d m o nitio . E n su fo rm a, e s ta s p á g in a s h a c e n su y a s la s a rm a s de la re tó ric a en n o m b re de la p e rsu a sió n filosófica: docere, delectare, m overe, los d eb e res 52
del o ra d o r coinciden aq u í con los del «conferenciante» de T u s culum . E n el a ñ o 44, C icerón vuelve a u tiliz a r la fo rm a del diálogo en dos o b ra s m a e s tra s : C atón el Viejo o D e la vejez y h elio o D e la a m is ta d . ¿N o stalg ia? E s ta m o s de n u ev o en el siglo II a. C.: e s ta vez C icerón u tiliz a la au cto rita s de dos g ra n d e s h o m b re s p a r a p re d ic a r la s a b i d u ría so b re dos te m a s im p o r ta n te s re la cio n ad o s con el a r te de vivir: sa b e r en v e je cer y s a b e r c u ltiv a r la a m is ta d . T ales son los oráculos, pero la s p re g u n ta s p ro v ien e n , en e ste caso ta m b ié n , de la m ed itació n ci c e ro n ia n a , y en e s te p u n to se p a re c e n a la s q u e el m ism o C i cerón se p la n te a , en el corazón m ism o de u n a a c tu a lid a d p a l p ita n te , en el De o ffic iis , que t r a t a de los deberes. E s ta vez C icerón se co n v ierte en p o rta voz so lita rio de u n a filosofía de la v ida social q u e debe m ucho a P anecio. E s ta filosofía hace h in c a p ié en la c a rita s , el afecto q u e c o n stitu y e el fu n d a m e n to del vínculo social e n tre los h o m b re s y b u sca no el id eal de u n a perfección, sino la re sp o n sab ilid a d del político fre n te a la ciu d ad . C icerón d ed ica este tr a ta d o a su hijo M arco, lo que q u ie re d ec ir q u e podem os v er en él u n te s ta m e n to no sólo po lítico, sino ético... Las F il í p ic a s P u e s C icerón se h a com pro m etid o en u n ú ltim o y g ra n com bate. D esde el 2 de se p tie m b re del añ o 44 h a s ta el 21 de a b ril del año 43, sin d e se m p e ñ a r n in g u n a fu n ció n in s titu cional com o no sea su cargo de s e n a d o r y su p re stig io co n su la r, C icerón vuelve a e n c o n tra r la in sp ira c ió n de la s C a tilin a rias. L a m u e rte de C é s a r h a a b ie rto u n a crisis su ce so ria. El
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
a n tig u o cónsul del año 62 q u ie re c o n v e rtirse en la conciencia de la R ep ú b lica, y o rg a n iz a la re s is te n c ia c o n tra A n to n io u t i lizan d o como ú n ic a a r m a la elocuencia. M ejor a ú n : el s e g u n d o de su s d iscu rso s, esa fa m o sa S e g u n d a F ilíp ica q u e J u v en a l. an tig u o retó rico , co n si d eró -divina», fue d e lib e ra d a m e n te co n ceb id a com o u n a ■■carta ab ierta» , com o u n m a n ifiesto que d e b e ría s e r a m p lia m e n te difu n d id o . D e e ste m odo, acción, p e n s a m ie n to y elocuencia e s tá n in d iso lu b le m e n te v in cu lad o s, y en la p a sión de las ora tio n es A n to n ia nae e n c o n tra m o s la u n id a d de la p e rso n a lid a d de C icerón. La p o ste rid a d , re to m a n d o u n a a lu sión del m ism o C icerón en u n a c a rta d irig id a a Á ttico, la s b a u tiz a rá con el n o m b re de F ilíp i cas p o r a n a lo g ía con los d is c u r sos q ue p ro n u n ció D e m ó sten e s c o n tra la a m e n a z a de F ilip o de M aced o n ia. E s u n elogio n o ta ble: de este m odo, los dos m e jo re s o ra d o res políticos de la a n tig ü e d a d coinciden en u n m ism o títu lo y se fu n d e n en u n a m ism a g loria. M ejor sin d u d a q u e en s u s tr a ta d o s re tó ric o s — el orator, la s P a rtes d el a rte o ra to ria y o tro s— , C icerón h a m o s tra d o p o r el co n ju n to de su o b ra y de su acción el lu g a r q u e a s ig n a b a a la re tó ric a com o fu n d a m e n to de u n a c u ltu ra y com o a u x ilia r de la m ed itació n filosófica. Su b ú s q u e d a de la b e lle z a en la a rm o n ía , su ex ig en cia de u n p e n s a m ie n to rico e ilu m in a d o , s u p reo cu p ació n p o r e v ita r la v io lencia d efen d ien d o p o r la p a la b r a los v a lo re s d e la R e p ú b lica, todo esto t r a t a y p r e s e n ta u n ita ria m e n te . A fa lta de h a b e r podido s a lv a r la R e p ú b lica, C icerón a p o r ta r á a R om a en casi todos los cam p o s del p e n s a m ie n to y de la creación lite r a r ia los p u n to s de re fe re n cia e se n c ia le s de u n clasicism o.
5.
C é s a r, te s tig o d e sí m is m o ...
C icerón no no s h a dejad o obra h istó ric a . T u v o la te n ta c ió n d e e sc rib ir la h is to ria de su c o n su la d o — y de h e c h o lo hizo, bajo fo rm a de u n poem a al m enos, el D e co n su la tu suo, q u e se conoce d e m a s ia d o poco com o p a ra s a b e r si debem os p e n s a r m al de él— . P e ro e ste e sc rito apologético tie n e poco q u e v e r con la reflexión que h a c e C icerón so b re la h is to rio g ra fía y su im p o rta n c ia . E n el D e oratore, com o en el D e leg i b u s, in s iste so b re la im p o rta n cia del conocim iento h istó rico , y sobre la p re fe re n c ia q u e se d a a los a c o n te c im ie n to s p ró xim os en re lació n a la s - n a r r a ciones de tie m p o s lejanos», por u tiliz a r la te rm in o lo g ía de la E sc u e la de A n a le s: p ero lo e sen cial p a r a C icerón es la r e i v indicación de u n a h isto ria o r n a ta , ex p resió n q u e h a d esc o n c e rta d o a la crítica . El re p ro ch e q u e C icerón d i rig e a los h is to ria d o re s de le n g u a la tin a de su g en e rac ió n , y a los de la s g e n e ra c io n e s p r e c e d e n te s, es el m ism o q u e hace al m odo como, se g ú n él, se ex p o n en la s d o c trin a s filosóficas: a m b a s d isc ip lin a s — h is to ria y filosofía— a p e n a s e s tá n en su s b alb u ce o s, p u e s no se h a n b e n eficiad o de u n tr a ta m ie n to estilístic o q u e e s té a la a ltu r a de su d ig n id a d . D e se an d o q u e la h isto ria , com o la filosofía, se a o rn a ta , C icerón no p reco n iz a u n a h is to ria «em belleci da», sino u n a h is to rio g ra fía 'q u e obedezca a la s re g la s de c a li d ad e sté tic a p ro p ia s d e u n g é n e ro lite ra rio c a p ita l. E sto im p lica — nos dice— u n estilo rico, p ero sin b ru s q u e d a d e s , s e m e ja n te al cu rso de u n río q u e flu y e m a je s tu o s a m e n te ; p ero ta m b ié n u n tra ta m ie n to de la m a te r ia h istó ric a q u e po n g a de 53
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
re lie v e, m e d ia n te u n a am p lifi cación re tó ric a , la s b ellezas de la h is to ria , p u e s la b elleza de la e x p re sió n , com o o cu rre en el d isc u rso , p e rm ite r e a lz a r el se n tid o p ro fu n d o de los acon te c im ie n to s , su c a rá c te r ejem p la r, la p a r te id eal q u e co n tie n e n . E s ta h is to ria , que debe in flu ir so b re la s m e n te s , no p u e de e m b o ta rs e en la seq u e d ad de u n e stilo p lan o , ni v erse s a c u d id a , com o les o cu rre a a l g u n o s h is to ria d o re s h e le n ís ti cos, p o r la s tu rb u le n c ia s de u n p a th o s siste m á tic o : la exigencia de u n a fid e s h istó rica , es decir, de u n a fid e lid a d p ro fu n d a a la sign ificació n de los h echos, d e te r m in a los d e b e re s del h is to ria d o r, del m ism o m odo que el g u s to le im p o n e u n a p re o c u p a ción p o r u n a e s c ritu r a v e rd a d e r a m e n te lite ra r ia . P o r todo ello C icerón n u n c a reconoció a los C o m entarios de C é s a r la ca te g o ría de o b ra «histo rio g ráfica» . El n o m b re m ism o de “co m en tario » lim ita de e n t r a d a su alcan ce: u n co m m en ta r iu s es u n a 'm em o ria» , o m ás b ie n u n « re su m e n ab rev iad o q u e sirv e p a r a reco rd ar» , u n a esp ecie de « n o tas de cam paña» q u e se lim ita n a c o n s ta ta r los h ec h o s m á s im p o rta n te s ... sin co m e n ta rlo s. E s te té rm in o t r a d u ce a le n g u a la tin a la p a la b ra g rie g a h y p o m n e m a , que d en o ta b a , en los re in o s h elen ístico s, el re p e rto rio de n o ta s de a rc h i vo y a p u n te s q u e los m o n a rc a s o rd e n a b a n r e d a c ta r p a r a que los a c o n te c im ie n to s de su re i n a d o no e sc a p a se n a la a te n ción de los h is to ria d o re s del fu tu ro . P r e s e n ta r , como h ace C é s a r , s u s n o ta s bajo el títu lo de C o m en ta rio s no es o tra cosa q u e p re te n d e r no t r a s p a s a r el u m b ra l d e la h is to ria (historia, res gesta e) y de la in te r p r e ta ción de los hech o s, y, consi g u ie n te m e n te , fin g ir la d e s n u dez de la in fo rm ació n b ru ta . L ey en d o los C o m entarios de 54
la g u erra de la s G alias (siete libros) y los de la G uerra civil (tre s libros), se com p ren d e p e r fe c ta m e n te el p a rtid o que C é s a r supo s a c a r de u n a p re s e n tació n de e s ta n a tu ra le z a . A p a re n te m e n te ofrece a la opinión u n e stric to in fo rm e de su s c a m p a ñ a s en las G a lia s, y de los hech o s y g e s ta s acaecidos d u r a n te la g u e r ra c o n tra P om peyo. Lo h ac e u tiliz a n d o u n estilo sobrio, e le g a n te , de e x tre m a co rrección — C icerón elogió esta c la rid a d de le n g u a , p o r o tra p a r te n a d a e x tra ñ a en u n g e n era] q u e, en su s ra to s de ocio, te o riz a b a sobre la g ra m á tic a en su tr a ta d o De analogia (que hem o s p erd id o )— . C ésar, p u es, fin g e a te n e rs e a u n a narración «objetiva», a u n a n a rra tio sin am p lificacio n es ni o rn a m e n to s retóricos. A p a r tir de la a n tig ü e d a d , el v a lo r h istó rico de e s ta s n a r r a ciones fue p u e sto en d u d a , y no p o rq u e el h o m b re a n tig u o se p ie rd a en la s e lu cu b racio n e s m o d e rn a s sobre la «objetivi dad»: p a r a n u e s tro s a n te p a s a dos, e s tá fu e ra de toda d u d a q u e u n a c o n te cim ie n to sólo tie n e el se n tid o (e incluso la a u te n tic id a d ) q u e se le q u ie re r e conocer, y e s te se n tid o «acep tado» se re fu e rz a m e d ia n te la a u to rid a d d e los a u to re s y su ac u erd o m á s o m en o s u n á n im e . E n e s te caso, C é s a r es el único testig o . T estig o sin d u d a excep cional: ¿quién p o d ría m ejo r que él c o n ta r la g u e rra d e la s G a lias? Sí, p ero ta m b ié n cabe p r e g u n ta rs e : ¿q u ién sino él e s ta b a e n situ a c ió n de d e fo rm a r lig e ra m e n te los hech o s en b en e fi cio de su acción p e rso n a l? E s n e c e sa rio , p u es, volver a s itu a r la o b ra en su contexto y en s u s v e r d a d e r a s in ten cio n es. La g u e rra de la s G a lia s, p o r glo rio sa (y la b o rio sa ) q u e fu e ra , m a n tu v o a C é s a r alejad o de R om a e n tre los añ o s 58 y 50, y e sto fue u n h a n d ic a p político
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
n a d a d esd eñ ab le: d u ra n te este tiem p o , P om peyo ocupa el cen tro de la escen a p o lítica, y debe re c o rd a rse q u e la g u e r ra civil e s ta lla rá com o co n secuencia de la n e g a tiv a a co n ced er a C é sa r el consulado d u ra n te su a u s e n cia, p u esto q ue, p a ra e n t r a r en R om a, le h a c ía fa lta d e sh a c e rse de su s ejército s... E s to s C om en tarios —b ien h a y a n sido p u b li cados año t r a s añ o p a r a -in fo r m ar» a la o pinión, b ien de u n a sola vez, a fin ale s del año 51 o com ienzos del 50, p a r a p re p a r a r u n a c a n d id a tu ra al co n su lado— se in sc rib e n c la ra m e n te en u n proyecto político: com ple ta n la « e stra te g ia del triu n fo m ilitar» q ue p e rm itía a C é sa r riv a liz a r con P om peyo en po p u la rid a d (P om peyo h a b ía a d qu irid o u n a g lo ria in m e n s a en su s ca m p a ñ a s c o n tra los p ir a ta s y c o n tra M itríd a te s ) y en m edios (la fid elid ad de la s legiones a su im p era to r le confería u n peso tem ible). Sea como fu e ra, C é sa r, con su h a b itu a l ra d ic alism o , se disponía a e m p re n d e r u n a g u e rra civil; y n a d a m ás g a n a rla publicó su s C o m en ta rio s sobre la g u e rra civil p a ra d e ja r b ie n claro que, en e s ta c a m p a ñ a de u n a n a tu ra le z a en cierto m odo u n poco esp ecial, in te n tó re p e tid a s veces firm a r la p az, tom ó b u e n a s decisiones e s tra té g ic a s , ob servó e s c ru p u lo s a m e n te la le g alid ad y se m o stró c lem e n te p a r a con los vencidos. A hora b ien , no fu e c a su a l q u e el libro se p u b lic a ra p re c is a m e n te en el año 45, en el m o m en to m is m o en q u e el d ic ta d o r debe m a rc h a rs e de R om a... Así p u es, el títu lo de C om en tarios no es to ta lm e n te u s u r pado, en la m e d id a en q u e los dos tex to s q u ie re n re c o rd a r ac ciones b u e n a s de C é s a r a la opinión p ú b lica ro m a n a . E sto es, e v id e n te m e n te , u n acto de p ro p a g a n d a , p ero de p ro p a g a n d a re a liz a d a con u n a tem ib le
h ab ilid a d , p u e s, seg ú n las p a la b ra s de u n in v e s tig a d o r m o d ern o , en C é s a r la d eform ación h istó ric a tie n e m u ch o q u e v e r con u n v e rd a d e ro a r te . P a ra d e sv e la r el artific io , h em o s de o b se rv a r los d e ta lle s , d e se n m a s c a ra r la s in te n c io n e s en la m a n e ra de d e c ir y c o n ta r, p u e s se nos o c u lta n b ajo el b a rn iz im p ecab le de u n e stilo frío e im p asib le . B u s c a ría m o s in ú til m e n te en esto s lib ro s el m í nim o fra g m e n to p a r tid is ta , la m en o r d iso n a n c ia , la m á s p e q u eñ a profesión de fe: C é s a r se fa b rica u n a le g itim id a d p e rso n a l fu n d a d a so b re la tra n q u ila a u to rid a d q u e p ro p o rcio n a se r el «hom bre de la situación» que m ide h a s ta q u é p u n to u n libro b ien esc rito p u e d e im p o n e r u n a im ag en de m a rc a c o rre c ta m e n te p en sa d a. Los C o m e n ta r io s sobre la g u erra civil (D e bello civili). q u e te rm in a n en F a rs a lia , fu e ron co m p letad o s p o r los fieles lu g a rte n ie n te s de C é sa r. É sto s c o n tin u a ro n los tra b a jo s de in form ación de C é s a r, p ero c a re cen de su h a b ilid a d ex p resiv a. T en ie n d o p re s e n te e s te hecho, es posible c a lib r a r el ta le n to li te ra rio del d ic ta d o r, y d eb e r e conocérsele el hecho de h a b e r seducido a la posteridad de m a n e ra u n poco p a ra d ó jic a : los n i ños de F ra n c ia , d e sc e n d ie n te s de los galos, h a n p alid ecid o d u r a n te m ucho tie m p o al le e r los C o m en ta rio s sobre la g u e rra de la s G alias y al a p r e n d e r la le n g u a (m uy m ilita r) de los te m a s la tin o s ju n to a la s leg io n es ro m a n a s...
6.
S a lu s tio , h is to ria d o r d e las crisis
P a re c e s e r q u e el h is to ria d o r p rin cip a ] de e s ta época p e rte 55
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
nece a lo q u e p o d ría m o s lla m a r «feudo al servicio» de C ésar. D iciendo esto , in clu so nos q u e d am o s co rto s si te n e m o s p re s e n te q u e S a lu s tio (C. S a llu s tiu s C ris p u s , 86-35 a. C.), d e s p u é s de p ro ta g o n iz a r u n a c a r r e r a p o lítica p e rso n a l m a rc a d a p o r e sc á n d a lo s (que, no obs t a n te , le p e rm itió r e u n ir u n a co n sid e ra b le fo rtu n a y a d q u i r i r los ja r d in e s m á s bellos de R om a), d ese m p e ñ ó , en el p a r tid o de C é sa r, el p ap e l de a g e n te de in flu e n c ia . ¿ P e rm itió al h is to ria d o r e s ta situ ació n p r i v ile g ia d a c o m p ro b a r m ejo r que a c u a lq u ie r o tro h a s ta q u é p u n to la s s itu a c io n e s de c risis s a can a re lu c ir la s co n tra d iccio n e s de los h o m b re s y los E s ta dos?). S ea com o fu e re, no cabe d u d a de q u e S a lu stio , qu ien e m p ie z a a e s c rib ir t r a s la m u e rte de C é s a r, q u ie re s e r el h is to ria d o r de la s crisis. A sí lo exp lica el a u to r en su in tro d u cc ió n a la C onjuración de C a tilin a , o b ra p u b lic a d a en el año 43 o 42 a. C... L a elec ción del te m a se ju s tific a p o r la g ra v e d a d del p elig ro q u e corrió la R ep ú b lica e n este a ñ o 63, q u e m arc ó ta n p ro fu n d a m e n te la c a rre ra de C icerón. P ero el h é ro e , p a r a S a lu stio , no es el có n su l — en q u ie n el h is to ria d o r se n ie g a a v e r u n h o m b re p ro v id e n c ia l— . El h éro e, n e g a tivo, s e rá m á s bien C a tilin a , o s u s co n tra d iccio n es: S a lu stio ve en e s te h o m b re u n a e n e rg ía se ñ a la d a (v irtu s), p ero se t r a t a d e u n a e n e rg ía p u e s ta al s e r vicio del m al. In v e rs a m e n te , la s e g u n d a o b ra de S a lu stio , la G u erra co n tra Y u g u r ia , in s iste so b re la v ir tu s p ro g re sista que desp leg ó M ario en los ú ltim o s a ñ o s del siglo li p a ra re s ta b le ce r la a u to rid a d ro m a n a y, en c ie rta m e d id a , d e rro c a r u n a o lig a rq u ía s e n a to ria l q u e ya h a b ía caído en d esg racia. S a lu s tio co n tin u ó su o b ra h isto rio g rá fica e n la z a n d o e n tre sí 56
e s ta s dos m onografías: las H is torias e m p e z a b a n con la m u e r te de S ila, y, dado el estad o m uy fra g m e n ta rio del texto, se d e tie n e n ( p a ra n o so tro s al m e nos) en el año 67. Los d iscu r sos q u e nos h a n llegado son a d m ira b le s, p ero el in te ré s del C a tilin a o del Y u g u rta eclip sa ju s tific a d a m e n te esto s frag m en to s. Se a trib u y e n ig u a lm e n te a S a lu s tio dos «cartas» d irig id as a C é s a r en la s q u e — si son a u té n tic a s — se tra s lu c e el papel d e con sejero político q u e des em p eñ ó el h is to ria d o r ju n to al d ic ta d o r e n tre los añ o s 49 a 64. P o r el c o n tra rio , se le atrib u y ó sin d u d a e q u iv o ca d am en te u n a D ia tr ib a contra C iceró n , de co n ten id o p re te n d id a m e n te po lítico, p ero b a s ta n te g ro se ra . S a lu stio opone la m o ralid ad de los p e rso n a je s a la s c a re n cias de los tiem p o s, p u e s la R e pú b lica ro m a n a h a p erd id o las v irtu d e s colectivas q u e co n sti tu ía n su fu e rza . C a tilin a es la e n c a rn a c ió n de e s ta d ec ad en cia, cuyos efectos p erv erso s ex p lo ta; sólo la d eb ilid ad política y m o ra l de R om a en e s ta época explica q u e el «asunto» tom e tin te s ta n g ra v es. La c o n ju ra ción sirv e, p u es, como re v e la dor, o com o c a ta liz a d o r. A n tes — y esto explica la « retro sp ec ción» d e S a lu s tio — la asc en sión al p o d e r de M ario tr a s la c risis de los G racos h a b ía sido ig u a lm e n te u n re v e la d o r y un c a ta liz a d o r q u e in a u g u ró , d e n tro de la R epública, u n e n fre n ta m ie n to e n tre p a rtid o s. E n la a n tig ü e d a d , to d a s las e m p re sa s historiográficas recu rre n a m p lia m e n te a conceptos m o rale s, del m ism o m odo que la filosofía de la h is to ria re c u rr e a la s luces de la filosofía en g e n e ra l, q u e, en estos casos, se vuelve e se n c ia lm e n te h a c ia la ética. No o b sta n te , S a lu stio s u p e ra e s te tópico del bien y del m al y se in te re s a p o r el enca-
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
d e n a m ie n to dialéctico de los aco n tecim ien to s. P o r o tra p a r te, la n a rra c ió n d e h ech o s p ro p ia m e n te d ich a sólo ocupa en e ste h is to ria d o r u n lu g a r m uy re strin g id o . La te m p o ra lid a d h istó rica, q u e b ra d a c o n tin u a m e n te p or fla s h -backs, d ig re sion es y an á lisis, es re c o n s tru i da, e stiliz a d a , d ra m a tiz a d a , de modo q u e la m o n o g rafía tom a la a p a rie n c ia de u n c u a d ro ex presiv o cuya m ism a com posi ción d isp o n e, en situ a c ió n con flictiva, la s re la cio n es de fu e r za q ue ex p lican la crisis, y p rin c ip a lm e n te la d ialéc tica de ord en y d eso rd en ; es u n a lec ción de p o lítica, como a firm a S a lu stio en su s p refacio s, y en e s te p u n to n u e s tro a u to r reco ge la h e ren cia de su m a e stro T ucíd id es. E ste espíritu -tucididiano» in fluyó sin d u d a en la s elecciones e s tilís tic a s de S a lu stio . R e c h a zand o los p rin cip io s c ic e ro n ia nos de u n a h isto rio g ra fía lo cuaz, S a lu stio b u sc a la fu erza de ex p resió n en la b re v ed ad (brevitas), y p re fie re las fó r m u la s b ien a c u ñ a d a s (se n te n tiae) a la s am p lificacio n es o ra to ria s. Su estilo ro m p e u n a la n z a a fav o r de la d en sid a d : esto lo v u elv e difícil, y a veces oscuro; la ríg id a a r q u ite c tu ra de las fra s e s se q u ie b ra re p e n tin a m e n te con efectos de r u p t u r a esp e c ia lm e n te a b ru p to s. L a tra n sc rip c ió n al la tín de gi ros griegos a c e n tú a e s ta d e s c o n c e rta n te d e n sid a d , p ero la inclinación del a u to r h a c ia el arcaísm o del v o ca b u la rio y de las fo rm a s p e rm ite e n tre v e r, ju n to a u n a im itac ió n form al de T u cíd id es, u n a b ú s q u e d a de g r a v ita s q u e tie n e u n a im p ro n ta típ ic a m e n te ro m a n a . L a le n g u a de S a lu s tio se p re te n d e n o stálg ica, a im ag en de la n o s ta lg ia q u e el propio a u to r s e n tía p o r la s a n tig u a s v irtu d e s ro m a n a s; y, p a ra d ó jic a m e n te , e s ta e s c ritu ra , q u e re v ita liz a
u n v o ca b u la rio caído en desu so , h a sido c o n s id e ra d a p o r A ulo G elio, crítico se n s ib le y e ru d ito , como un m odo esp ecial de in novación. F re n te a S a lu s tio , la s o b ra s de P o m p o n iu s A ttic u s, q u e es a u to r de u n a cronología (p e r d id a) de la h is to ria ro m a n a , y de C ornelio N e p o te , a u to r de u n a colección de v id a s ilu s tre s , m u e s tra n u n a ap ro x im ació n a la h isto ria m á s c u rio sa q u e m e d ita d a . P o r el c o n tra rio , la p é r d id a de lo e se n c ia l de la o b ra de V a rró n nos p riv a c ie r ta m e n te de u n a fu e n te de conoci m ie n to in e s tim a b le so b re la a n tig ü e d a d ro m a n a . No cabe d u d a de q u e V a rró n — que, com o los dos a u to re s p re c e d e n te s , fo rm a b a p a r te del e n to rn o ciceroniano— fue el m a y o r s a bio de su época, y se cree q u e escrib ió s e te n ta y c u a tro o b ra s q u e v e rs a b a n so b re todos los cam pos del s a b e r, d esd e la ag ro n o m ía h a s ta la g ra m á tic a (nos h a n lleg ad o su s tr a ta d o s De lin g u a la tin a y R es r u s ti cae), desde la c rític a lite r a r ia a la filosofía, d esd e la teo lo g ía a la arq u eo lo g ía, p a s a n d o p o r á g ile s —y a m en u d o m o ra le s— s á tira s , lla m a d a s «m enipeas», q u e m ezclan p ro sa y poesía. Su in flu en c ia fue m u y g ra n d e : ¡un v e rd a d e ro enciclo p ed ista!
7.
El p o e m a culto d e Lucrecio
E s p re c is a m e n te en e s te co n te x to ilu s tra d o do n d e h ay que s i t u a r la idea de L ucrecio (T. L ucrecio C aro , nacid o a co m ienzos del siglo I, m u e rto en el año 75) de r e s u m ir en un sólo poem a la filosofía de E p i curo. H em os v isto en C icerón q u e la ex p resió n en le n g u a la tin a 57
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
de la filosofía g rieg a e ra u n p ro b le m a de a c tu a lid a d . R om a n e c e s ita in s tru m e n to s c u ltu r a les q u e se acom oden a su p e n sa m ie n to y a s u s g u sto s. R e c u r r ir a la p o esía p a r a e x p re s a r la filosofía e ra , en p rin c i pio, m en o s in c o n g ru e n te de lo q u e p o d ría p e n s a rs e : d u ra n te m u ch o tiem p o , los filósofos h a n sido p o e ta s (es el caso sobre todo de los p re so crático s). P o r o tra p a rte , la ficción del d iá lo go no tie n e m en o s "filosofía» p a r a los a n tig u o s q u e el t r a t a do d ogm ático, y la p o esía d i d á c tic a h ace e s tra g o s en todos los cam pos: C icerón tra d u jo en v erso el larg o poem a a s tro n ó m ico (y a b u rrid o ) de A ra to de Sición. P o r ello no le s o rp re n dió n a d a la elección de L u c re cio — en u n a c a rta d irig id a a su h e rm a n o Q u in to dice q u e e ste p o em a e s tá «lleno de ta le n to y de arte» , y se dice in clu so q u e ay u d ó a su edición t r a s la m u e rte de L ucrecio, lo q u e d e m o strab a b u en a disposición, so b re todo si ten e m o s en c u e n ta q u e e ra u n a c é rrim o a d v e rs a rio de la m o ral ep icú rea. E s m ás b ien la re lació n q u e m a n tie n e L u crecio con e s ta d o c trin a lo q u e p u ed e s o rp re n d er, p u e s E p icu ro h a b ía consi d e ra d o la p o esía com o u n o de los p lace res ilu so rio s q u e nos a le ja n de la lucidez. L ucrecio se explica: sa b e d o r de q u e el p e n s a m ie n to de E p icu ro es d i fícil, por no d e c ir a u s te ro , t r a t a de dulcificarlo m e d ia n te la for m a p o ética, como c u a n d o se u n ta con m iel el b o rd e de u n vaso q ue c o n tien e u n a a m a rg a poción de ajenjo. P ero h a de a d v e rtirs e ta m b ié n q u e el De n a tu ra reru m es u n h o m en aje a E p icu ro , al q u e se co n sid era lib e ra d o r de la h u m a n id a d , y esto co n fiere al te m a u n a dig n id ad q ue la fo rm a po ética con trib u ía a p o n e r de reliev e. M e jo r to d av ía: el co m b ate que li bró E p icu ro p a r a a p o r ta r luz a 58
los h o m b re s tie n e algo de ép i co, y L ucrecio escogió p re c is a m e n te el m e tro y la fo rm a de la epopeya: el h e x á m e tro d a c tilico y la división en ca n to s. Todo esto no im p id e co n si d e r a r el poem a de L ucrecio a n te todo como u n a in m e n sa o b ra m a e s tra filosófica. S in n e g a r, a q u í o a llá , ch isp azo s de in sp ira c ió n p o ética (sobre todo cu a n d o se t r a t a d e los elogios a E p icu ro ), a d m ira m o s sobre todo el vigor con el que L u c re cio su p o r im a r en verso u n a d o c trin a filosófica e x tre m a d a m e n te rig u ro s a y p ro fu n d a m e n te a le ja d a de la «ideología dom inante·· de la trad ic ió n ro m a n a y de los conceptos fa m i lia re s a s u s co n tem p o rán eo s. N o p o rq u e el ep icu reism o sea e n to n c e s u n a novedad: bien im p la n ta d o en Ita lia , sobre todo en la C a m p a n ia , el p e n s a m ie n to de E p icu ro se e n c u e n tra in clu so en el corazón m ism o de u n d e b a te esen cial q u e los diálogos cicero n ian o s p o n en en esc en a, y que h a b ía a d q u irid o u n a d im en sió n p o lé m ica. in clu so p olítica. P re c o n i z a n d o u n a filosofía del p la c e r, E p icu ro se to p a de fre n te con la filosofía del d e b e r q u e a n i m a b a el rnos maioi~um, q u e im p lic a b a so b re todo el d e b e r del com prom iso cívico. Así com o el esto icism o a la b a b a la r e s is te n cia al m al, la im p a sib ilid a d del sabio, el dom inio de sí m ism o, el e s p íritu de sacrificio — y con s ig u ie n te m e n te co n co rd ab a con la s s u p u e s ta s v irtu d e s de los «viejos rom anos»—-, del m ism o m odo el ep icu reism o , d e n u n c ian d o la v a n id a d q u e e n c e rr a b a e s te h ero ísm o , podía p a r e c e r a n te todo a los ro m a n o s com o u n a c rític a ra d ic a l de su s v alo res. A co nsejando la b ú sq u e d a de la tra n q u ilid a d Cotium) y a le já n d o s e de la v id a p ú b lica, los e p icú reo s se a d e la n ta b a n en cierto m odo a su tiem p o (la
D E L O S G R A C O S A L F IN A L D E LA R E P Ú B L IC A
tra n q u ilid a d s e rá u n a de la s v e n ta ja s p ro c la m a d a s de la p a x a u g u stea ). E n la m ita d del s i glo i, p u ed e n p a re c e r d e se rto re s, in clu so sa b o te a d o re s. De hecho, incóm odos en u n a R e pú b lica que p ro h íb e (te ó ric a m e n te ) c u a lq u ie r a b s te n c io n is mo político, e ra n p roclives a a c u d ir en ay u d a de u n m o n a r ca ilu s tra d o q u e p e r m itie ra a todo el m u n d o v iv ir su vida. U n a vez con seg u id o esto , el co m b ate de L ucrecio deja de s e r político p a r a c o n v e rtirs e en u n a e m p re sa filosófica: su a p a sio n a d a c ru z a d a es la c ru z a d a del sab e r, su reb elió n es la reb elió n de la lib ertad· existe n c ia l, ú n ic a m e n te co m b ate la alien ació n y el e rro r. Las verdades de Epicuro D u r a n te m u ch o tie m p o , en efecto, el ep icu reism o h a sido m al leído y m al e n te n d id o . L a tra d ic ió n c ris tia n a h a sido t a m b ién sev e ra re sp ecto de la -doc t r in a del placer», en la q u e se coalig aro n s u s m á s a n tig u o s a d v e rsa rio s: el ep icu reism o e ra la ú n ic a esc u ela q u e no d e ri v a b a de la com ún fu e n te so c rá tic a , y q ue, a d e m á s , p o n ía en cu estió n g ra n p a r te de s u s pos tu la d o s. C o n sc u e n te m e n te , la filosofía u n iv e rs ita r ia s u s titu y ó d u r a n te m u ch o tiem p o a e s ta crític a «moral». E n c u a n to a la filosofía e p ic ú re a , cabe d ecir q u e se la h a m a ltra ta d o , d e s n a tu ra liz a n d o la noción de á to m o, y el m a te ria lis m o m a rx is ta no h a e sta d o m ejo r in sp ira d o a la h o ra de a n a liz a r el m a te r ia lism o teórico de los ep icú reo s. De hecho, se h a e s ta d o cegado p o r la s co n secu en cias de e ste p e n s a m ie n to y se h a olvidado e x a m in a r su s p rin cip io s y su m étodo. La com posición del De n a tu ra reru m es, sin em b arg o , elo cu en te: en los dos p rim e ro s
ca n to s se expone la ortodoxia ep icú rea, es decir, los m étodos e s tric to s del conocim iento, y se ap lica n al d e sc ifra m ie n to del u n iv e rso , e sta b le c ie n d o la n e cesidad de u n m odelo atóm ico, y d ed u cien d o to d a s la s conse c u e n cias de esto s p rin cip io s; los ca n to s 111 y IV e s tu d ia n , en e s te contexto, la n a tu ra le z a del h o m b re y ex p lican la evolución de la h u m a n id a d ; los ca n to s V y VI a m p lía n to d a v ía m á s e s ta visión del m u n d o , e s tu d ia n d o los g ra n d e s fenóm enos de la n a tu ra le z a ; te rm in a la o b ra (se p u ed e p e n s a r q u e el libro q u e dó in a c a b a d o ) con la evocación de la p e s te de A te n a s, p a ra d ig - m a de conflicto e n tre el orden de la n a tu r a le z a — q u e incluye la s e p id e m ia s— y el orden so cial. Todo el m o v im ien to del poem a es, p u e s, u n a "reco n s trucción» del m u n d o a p a r tir de los p rin cip io s, en u n a p e rsp e c tiv a q u e. ex clu y en d o todo finalism o, concibe a la n a tu ra le z a no como s e r co n stitu id o sino como proceso. No se h a p re s ta d o la su fic ie n te aten c ió n al hecho de q u e la p a la b ra la tin a n a tu r a , com o el vocablo p h y s is en le n g u a g rie g a , p u e d e den o t a r e s ta acepción «dinám ica», y no s o la m e n te lo q u e los filóso fos lla m a n u n a n a tu ra n a tu ra n s. P o r o tra p a r te , p a r a evi t a r c u a lq u ie r equívoco, quizá sea m á s ap ro p ia d o tr a d u c ir De n a tu ra reru m p o r «Sobre la g é n e sis de los seres» a n te s que p o r «De la n a tu r a le z a de las cosas», q u e p a re c e in tro d u c ir u n a descripción a la m a n e r a de A ristó teles. E n efecto, p a r a los ep icú reo s, el S e r se hace. S o b rev ien e. Y en esto re sid e todo el pro b lem a. U n poco a la m a n e ra de L eib n iz — q u e s o s te n ía la ex isten c ia n e c e s a ria de sim p le s, p u esto q u e ex iste n co m p u esto s— , los ep icú reo s d e m u e s tra n la n ece sid ad de « p e n sa r lo im posible de fra g m e n ta r» , el átom o, lite59
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
ra ím e n te «lo q u e no p u ed e s e r dividido» (u n poco como, en m a te m á tic a s , se im a g in a u n lí m ite). E s ta id e n tid a d m ín im a sólo e s tá p ro v is ta de c u a lid a d e s m ín im a s , c a ra c te re s g e n e ra le s de los cu erp o s n a tu r a le s : fo r m a , peso, ta m a ñ o , y no tie n e n in g u n a o tra d eterm in a ció n . Los áto m o s, p re c ip ita d o s en el vacío, caen con u n m ovim iento u n ifo rm e , p a ra le la m e n te , se g ú n la ley o b serv ab le de los cu erp o s. E s n e c e sa rio , no obs t a n te , q u e se e n c u e n tre n , p a r a ju n t a r s e y fo rm a r co m puestos. L a e x iste n c ia o b serv ab le de e s to s co m p u esto s im p lica, en efecto, la r u p tu r a del p a r a le lis m o c a ra c te rís tic o de la ca íd a de los áto m o s en el vacío, y obliga a p e n s a r en u n a -desviación», ac c id e n te m ín im o q u e com pro m e te a los áto m o s en u n a s u cesión de ch o ques, y co n se cu en te m e n te de e n c u e n tro s. E s el c lin a m e n , q u e podem os re p re s e n ta r n o s como u n «‘d e s c a rri lam ien to » n ec esario , con la m e n o r sep a rac ió n p osible, en un m o m en to in d e te rm in a d o fnec tem p o re certo) y en u n lu g a r in d e te rm in a d o (nec regione loci incerta ). El p a tro n de e ste -m á s p eq u eñ o posible», como o c u rría c u a n d o se t r a ta b a de fo rm a r la noción de átom o, no es físico (p u e sto q u e el átom o, p o r definición, esc a p a a la ob serv ació n ), sin o in te le c tu a l: es u n m ín im o «pensable», noético, q u e, como el áto m o m ism o, no e s tá al alcan ce de n u e s tr a ca p a c id a d de p ercepción. A sí, el proceso q u e d e s e n c a d e n a la g é n e s is de los s e re s y de los c u e r pos es u n ac c id e n te sin c a u sa , u n in d e te rm in a d o q u e el p e n s a m ie n to «m odela», y el m u n do, como co n ju n to de se re s, e s ca p a a to d a fin alid ad . E l m u n d o sin fin a lid a d de los ep icú reo s in s ta u r a u n a in fin ita lib e rta d del su jeto , y — es el proyecto confesado de E p ic u ro— lo lib e ra de to d a sum isión 60
a c u a lq u ie r clase de tr a n s c e n d en c ia , sobre todo divina. V ista de e s te p u n to de v ista , la doc tr in a e p ic ú re a p re s e n ta u n a ap arien cia indudablem ente «mo derna». El humanismo epicúreo De e n tra d a , el ep icu reism o se topó con la v io len ta c rític a de la s filosofías id e a lis ta s , fin a lis ta s , y d e to d a s la s e s c u e la s q u e recon ocían u n a t r a n s cen d en cia. E s ta crítica llega h a s ta la c a ric a tu ra : in clu so si es cierto q u e la m oral e p icú rea v a lo ra p o sitiv a m e n te el p lace r, no se p u ed e d ecir en n in g ú n caso q u e sea u n a in citació n al d ese n fren o . S iendo to d as las fi losofías de la a n tig ü e d a d en s u s co n se cu en c ia s, a u n q u e no lo fu e ra n en su in ten ció n , te o ría s de la felicidad, no p u ed e d ec irse q u e la d o c trin a e p icú re a d ifiera m u ch o de las d em ás cu a n d o p re co n iza la evitación de las tu rb a c io n e s y p asio n es com o condición n e c e sa ria p a ra a lc a n z a r la a ta r a x ia . E n e s te caso, E p ic u ro d efin ía el p la ce r com o la a u se n c ia de do lor, como u n e sta d o conform e a n u e s tro s in s tin to s n a tu r a le s y fa v o rab le al feliz d esa rro llo de la c o rta d u ra c ió n de e x iste n c ia q u e se nos h a concedido. E s ta «gestión de los p la c e res» im p lic a b a la a u s te r id a d (p u es m u ch o s p la c e re s ilu so rio s son, a fin de c u e n ta s , p o rta d o re s de tu rb a c io n e s) y co n se c u e n te m e n te u n a g ra n dosis d e d isc e rn im ie n to . C icerón, a q u ien in d ig n a e s ta m o ra l, re conoce q u e la v ida d e E p icu ro fu e to ta lm e n te so b ria y q u e e s tu v o d ed ica d a al estu d io . No o b sta n te , e s ta fo rm u lació n de la felicidad, u n id a a la in d ife re n c ia re sp e c to de los dioses (E p icu ro no n ie g a su e x is te n cia, sin o q u e los re le g a a «inte rm u n d o s» , do n d e no se preo-
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
c u p a n de n o so tro s), c o n v e rtían la d o c trin a e p ic ú re a en u n a fi losofía in so p o rta b le p a ra las e sc u e la s rig o ris ta s . De hecho, el ep icu reism o im p lica u n h u m a n ism o fu n d a d o so b re la li b e rta d del sujeto, p o stulado in a c e p ta b le p a r a id eologías que d efie n d en la e x iste n c ia de v a lo res tra n s c e n d e n te s . Y, como o cu rrió con el e x isten c ia lism o s a r tr ia n o de la in m e d ia ta p o s t g u e rra , e s ta filosofía se acuñó, en R om a, m erc ed a u n c o n ju n to de co m p o rta m ie n to s y - e s ti los de vida» q u e p ro v e n ía n no ta n to de la te o ría como de u n a m oda. N o nos eq u iv o ca ríam o s m u ch o im a g in a n d o a los e p i cú reo s ro m a n o s del siglo i a. C. com o u n a esp ecie de jó v e n e s ex cén trico s, com o los q u e p u lu la b a n d u r a n te la II G u e rra M u n d ia l p o r S a in t-G e r m a in d e s-P ré s, q u e, en la g en e rac ió n sig u ie n te , d ilu y ero n s u s c re e n cias en u n a ideología n u e v a con s u s sím bolos y su s p o etas... No cab e d u d a de q u e L u c re cio c o n trib u y ó con su o b ra m a e s tr a a d ifu n d ir e s ta d o c tri n a q u e, de hecho, y a e x istía d esd e h a c ía algo m á s dos siglos (E p icu ro vivió e n tre los añ o s 314 y 270 a. C.): los d e b a te s de fondo de los tr a ta d o s c ic e ro n ia nos no d eb en o c u lta r q u e d iv e r sos te m a s ep icú reo s se fu n d ie ro n en la -v u lg a ta filosófica» q u e ilu m in a los e s p íritu s c r e a d o res del siglo, sin q u e sea po sib le o n e c e sa rio colocar u n a e tiq u e ta filosófica d ecisiva so b re u n d e te rm in a d o te m a o a r g u m en to . L a evolución de u n a c u ltu ra e s tá m a rc a d a p o r h ito s en riq u ec ed o re s q u e m a tiz a n d iv e r s a m e n te la s id e a s y te rm in a n p o r m o d ificar la dirección de ja s p re fe re n c ia s q u e, p o r ra z o n e s q u e n a d a tie n e n q u e v e r con la esp ecu lació n filosófica, e s tá n en el a m b ie n te de la é p o ca. E l p e n s a m ie n to colectivo, s itu a d o al m a rg e n de la s doc
tr in a s , y a se h a b ía se p a ra d o lo su fic ie n te del m o s m a io ru m com o p a ra q u e p u e d a v e rse en e s ta o a q u e lla form ulación u n d e rru m b a m ie n to de v a lo re s q u e d eb a im p u ta rs e to ta lm e n te al p ro g reso de la s id e a s ep icú re a s . Y se h a e x a g e ra d o sin d u d a la o rig in a lid a d de L u c re cio p o r el hech o de a b r ir su p o em a con un h im n o alegórico d edicado a V e n u s (p a ra e x a lta r la vida a tra v é s de los in s tin to s am o ro so s de la p rocreación), o c u a n d o d e n u n c ia los crím e n es m o n stru o so s q u e p ro v ien e n de la su m isió n a los d io ses re c o r d a n d o el sacrificio de Ifigenia: e s ta crític a a la m itología y e s ta triv ia liz a c ió n sim bólica de lo divino, c u a n d o se fo rm u la ro n , c irc u la b a n d esd e h a c ía v a rio s siglos y y a no p o d ían so r p re n d e r a n a d ie . La o rig in a li d ad y la g ra n d e z a de L ucrecio re sid e n so b re todo en la fu erza a p a s io n a d a q u e d e s tila su poe m a , q u e es u n acto de fe en la in te lig e n c ia y en la lib e rta d h u m a n a , y q u e p ro c la m a, en d e fin itiv a . q u e el ep icu reism o es un h u m a n ism o .
8.
La « n u e v a es c u e la » d e la p o e s ía la tin a
L u c re c io , p ro m o to r d e u n p e n s a m ie n to n e ta m e n te m o d ern o , sig u e, sin em b arg o , u n a e s té tic a re a c c io n a ria : en su «epopeya filosófica» se in s p ira en E n n io , y llega in clu so a d e fe n d e r u n a rcaísm o , en el vo c a b u la rio y en la s fo rm as, con u n a o b stin ació n e m p ec in ad a. P a r a c o n ju ra r la p o b reza del v o ca b u la rio filosófico la tin o , no se a tre v e a a v e n tu r a r s e en el te rr e n o re sb a la d iz o de los n eo logism os — p re fie re , por e je m plo, e v ita r el vocablo griego a to m o s y u tiliz a r en su lu g a r el 61
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
p esa d o in seca b ile—·. P a r a po te n c ia r la s e rie d a d de su doc t r in a , to m a de la trad ic ió n ro m a n a la p e sa d e z q u e g a r a n tiz a la g r a v ita s , u n poco al m odo de S a lu s tio , p ero sin p re o c u p a rse p o r s e r incisivo. T am b ién es v e rd a d q u e, p a r a c o rreg ir la im ag en d is tin tiv a de u n a filo sofía que se co n sid e ra b a in ú til, q u iz á e x c e siv a m e n te g rieg a, in clu so ico n o clasta, podía p a re c e r p ru d e n te a d o p ta r los ra sg o s e s tético s de u n va tes a la a n tig u a u sa n z a . C ab e p re g u n ta rs e de todos m odos si la po esía didác tica, que req u iere solidez, alien to y... p ac ie n cia, e ra el te rre n o lite ra rio ab o n a d o p a r a s e m b ra r n o v ed a d es d elica d as. D e hecho, d esd e fin ale s del siglo 11, u n a ire n u ev o re fresc a la in sp iració n de los p o e ta s la tin o s. La le c tu ra de los p o etas griegos de la época h e le n ístic a h a b ía m o stra d o los e n c a n to s de la b re v ed ad v la lig ereza. E sto inclu so p o día lle g a r a conm over a u n g ra n g e n e ra l, y de hecho, a lre d e d o r de Q. L u tacio C atu lo , ven ced o r de los cim brios, se form ó un círculo de aficionados y p o etas q u e com ponía p o esías en la tín sig u ien d o los ritm o s y los te m a s de los e p ig ra m a s griegos (¡se dice q u e el joven C icerón fre c u e n ta b a e s te g ru po!). A u n q u e e sta m o s m al in form ad o s — y carecem os de te x to s— so b re e s te asp ecto de la v id a lite ra r ia ro m a n a , es fácil v e r los efectos: la le c tu ra de los a n tig u o s líricos griegos (Safo, A lem án, Alceo), de los h im n o s y las o d as triu n fa le s de P in d a ro, B aq u ílid e s, S im ó n id es de Ceos, del sab io C alim aco y de T eócrito, p o r no h a b la r del in m en so stock de can cio nes y e p i g ra m a s m á s o m enos an ó n im o s de la época a le ja n d rin a , p ro porcio n aro n sin d u d a u n m a te ria l riq u ísim o p a ra revolucio n a r el g u sto y la in sp iració n p oética de los ro m an o s que, d esd e E n n io , se h a b ía n q u e d a 62
do e sta n c a d o s en la trad ició n de los «géneros altos». E ste n u ev o in te ré s crea, p o r su p a r te , «nuevos poetas», los poetae n ovi (en griego, neoteroi), que no se c o n te n ta n con in n o v a r fo rm a lm e n te (de hecho, p re fie ren u tiliz a r e sq u e m a s m étricos y estróficos griegos), sino que se e s fu e rz a n a d e m á s por d e s c u b rir u n a s e n s ib ilid a d que h a s ta en to n ce s la ideología h e roica h a b ía ahogado. D e fo rm a b a s ta n te novedosa, y sin q u e p u e d a d ed u c irse de ello u n a re g la g e n e ra l, los poe ta s q u e c u ltiv a ro n e s te «nuevo estilo» v ien en de la Ita lia s e p te n tr io n a l (h a s ta en to n ce s, los focos c u ltu ra le s p rin c ip a le s h a b ían e sta d o localizados en el su r); son galo s cisalp in o s, ro m a n iz a d o s d esd e h ace m ucho tiem p o , q u e «van a la ciudad». T al es el caso, por ejem plo, de C a tu lo (C. V alerio C atu llo , (¿87?-¿54?), q u e h a b ía nacido en V e ro n a en el seno de u n a fa m ilia de la a lta b u rg u e sía de p ro v in cia s. C atu lo en c o n tró en R om a la u rb a n ita s, ese «espí r itu ciu d ad an o » d eriv a d o de la evolución de la s co stu m b re s en la c a p ita l, u n a eleg a n cia m u n d a n a y c u lta q ue, en e s ta e ta p a de tu rb u le n c ia s , p e rm ite a las clase s d irig e n te s d is ta n c ia rs e de la c risis y e n c o n tra r b u e n a acogida e n tre u n d i l e t a n t i s m o re fin ad o . V in cu lad o a C é s a r, d e sp u é s e n e m ista d o con él (en v a rio s e p ig ra m a s se m o stró feroz con el d ictad o r), C atu lo h a c e la ú n ic a concesión a la v id a p ú b lica de a c o m p a ñ a r a B itin ia al p re to r M em m io, a q u ie n L ucrecio h a b ía dedicado su D e n a tu ra r e r u m : la socie d ad ro m a n a h a d e stilad o en e s to s tiem p o s u n «microcosmos» de le tra d o s, p o r no d ecir u n club... ¿Un poeta enamorado? C lodia, h e r m a n a del trib u n o Clodio q u e p ersig u ió a C icerón,
D E L O S G R A C O S A L F I N A L D E LA R E P Ú B L I C A
e ra u n a m u je r s e d u c to ra y vo luble. El -n u ev o estilo» propicia el n ac im ien to de u n a n u e v a jo ven de la a lta socied ad que. a h o ra , n eg án d o se a a s u m ir el p ap el de las m a tro n a s tra d ic io n a le s q ue h ila n la la n a en el fondo de la d o m u s, h a c e n a la r de de u n a te m ib le lib e rta d de c o stu m b res. C lodia fre c u e n ta a los a ris tó c ra ta s y a los p o etas, y tie n e m u chos a m a n te s . C a tu lo es uno de ellos, p a r a su d esg racia. B ajo el n o m b re de L esb ia, el p o eta c e le b ra los e n c a n to s y la c ru e ld a d e s de C lodia. E s ta le c tu ra se fu n d a m e n ta en el hecho de q u e, p o r vez p ri m e ra en la lite r a tu r a , u n d e te rm in a d o n ú m ero de poem as de C atu lo d ejan c o n sta n c ia de s e n tim ie n to s am orosos ex a c e r bad o s, que p e rm ite n su p o n e r u n a ex p e rien cia p erso n a l de la q u e s e rá n , en cierto m odo, la confesión p o ética. L a p r e m a tu r a d esa p arició n del p o eta ha in du cid o a m u ch o s a c re e r que m u rió loco de am or. El a su n to n e c e s ita ría co n firm ación, p u es, si e x a m in a m o s la s le c tu ra s de n u e s tro h o m b re — a m ed iad o s d e siglo, M eleag ro de G a d a ra , p o eta g a la n te p o r a n to n o m a s ia , h a b ía p u blicado u n a an to lo g ía de la poesía eró tic a a le ja n d ri n a — , podem os im a g in a r q u e su in sp iració n p o ética estu v o ta n d e te rm in a d a p o r la a e m u la tio com o p o r la s e x p e rie n c ia s vivi d as. A d em ás, es q u izá u n a n a cron ism o g ra v e a tr ib u ir a los p o etas a n tig u o s t a n t a co m p la cencia en la ex p resió n de su s s e n tim ie n to s ín tim o s: cu an d o en la trad ic ió n de la s erotica g rie g a s se h a b la de am o r, se h a c e , ca m b ian d o el to n o , p a r a e x p re s a r, lo m ejo r, m á s b ella y s u tilm e n te posible, to d a s las v a ria c io n e s p o sib les del te m a . ¿P o r qué en to n ce s o b s tin a rs e en e sp e c u la r so b re la p asió n de los p o e ta s la tin o s h a s ta el p u n to de in v e n ta r la n o v ela de su
v ida s e n tim e n ta l, m ie n tr a s q u e n a d ie se p re o cu p a p o r c a ta lo g a r, por ejem plo, los a m o re s de Safo, M im n erm o o M eleag ro ? Y es q u iz á o lv id a r lo e s e n cial o b s tin a rs e en b u s c a r - s e n tim ie n to s vividos» en lu g a r de c o n s id e ra r q u e la e x p re sió n de los s e n tim ie n to s am o ro so s, en to d a su d iv e rsid a d , se co n v ierte en R om a en m a te r ia « lite ra tu rizable». P o r o tro lado, h a s ta ese m o m en to ú n ic a m e n te c ie r to s am o re s épicos, a lg u n o s con flictos trá g ic o s y los ju e g o s m a liciosos de la com edia h a b ía n in s p ira d o a los a u to re s la tin o s en e s ta m a te r ia . C a tu lo im ita a su s m odelos griegos: esto se ve c la ra m e n te si leem os su p o em a 51, donde tra d u c e — a d m ira b le m e n te , p o r cierto — a S afo y a ñ a d e , sig u ien d o la re g la de la a em u la tio , u n a e stro fa de su p ro p ia cosecha. L a p ieza d e s crib e la fascin ació n p a r a liz a n te q u e provoca en el p o e ta la v i sión del (la) a m a d o (a). ¿D ebe su p o n e rse u n so p o rte b io g rá fico a e s te te m a ? Del m ism o m odo, C a tu lo im ita en o tro s p o em as los ep ilia (epopeyas c o rta s) a le ja n d rin o s , o, de m a n e r a m á s g e n e ra l, los e p ig ra m a s q u e p ro life ra b a n en la s an to lo g ías. Lo h a c e con m u ch o ta le n to , y, a n a liz a n d o los te x to s q u e nos h a n llegado, n a d ie debe d is c u tirle la o rig in a lid a d de h a b e r sido el p rim e ro en h a cerlo y de h a b e r sab id o a d a p ta r al le n g u a je la tin o los m e tro s y la s e s tro fa s de los líricos g rie gos. E n concreto, nos ofrece los p rim e ro s ejem plos de dísticos elegiacos co m p u esto s con u n h e x á m e tro d actilico y con u n p e n tá m e tro (verso de cinco p ies), fó rm u la m é tric a q u e a l c a n z a en R om a u n éxito m uy esp ecial. S in em b arg o , n in g u n a re g la de co n c o rd an c ia e n tre el fondo y la fo rm a p a re c e p re s i d ir e s ta s d ife re n te s elecciones m é tric a s . El p rin cip a] m é rito de C a tu lo co n sistió sin d u d a en 63
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
h a b e r exp lo rad o u n cam p o de la ex p resió n p o ética q u e to d a v ía e ra nuevo en R om a cu an d o él lo cu ltiv ó y en h a b e rlo hecho con g ra n acierto . E s to no es in co m p atib le con el h ech o de q u e u n a pasió n h a y a a tra v e s a d o su vida. M u c h a s p o esías no s s u e n a n a ex p e rie n c ia s v iv id as, sobre todo cu a n d o son d o lo ro sas (el ro m a n tic is m o nos h a e n se ñ a d o a v e r en e s ta s e x p resio n es signos de sin cerid a d ). P e ro los po em as s a tíric o s co n v iv en e s tr e c h a m e n te en su o b ra con la s q u e ja s a m a rg a s y, en e p ig ra m a s e s p e c ia lm e n te ex p resiv o s, in cluso con la m a ld a d . C u an d o t r a t a el te m a am o ro so , tie n e la h a b ilid a d de e x p re s a rlo m uy b ie n , y esto in d u ce a c re e r ir r e p rim ib le m e n te q u e el poeta dice la v erd ad : p o r lo q u e s a bem o s de él, es posible conje tu ra)· q u e, si no estu v o loca m e n te e n a m o rad o , sí al m enos e ra ca p az de e s ta rlo ; q u e. en todo caso, estu v o poseído por la lo cu ra de a m a r, cu y a s a le g ría s y a n g u s tia s e x p re sa con la m a y o r sen sib ilid a d . L ogra así u n a v e rd a d ex p resiv a en la cual el le c to r se reconoce con g u sto , y, a fa lta de ser, como se dice a m en u d o , un p o eta en a m o rad o , C a tu lo es u n p o e ta p a r a e n a m o rad o s... P e ro ta m b ién podem os a m a r a C a tu lo p o r o tra s ra z o n e s. E s in n e g a b le q u e su p o in tro d u c ir u n ac en to m uy p e rso n a l en el a r te b a s ta n te im p e rso n a l de los p o e ta s griegos. Con C atu lo , el lirism o evoluciona: a r te de la canción en s u s com ienzos, tie n de a c o n v e rtirse, con to d a la
64
am b ig ü ed a d que esto su pone, en el lu g a r poético de u n a ex p re sió n m á s su b jetiv a. P ero n u e s tro a u to r se m u e s tra ta n a c e rta d o p a r a e x p re s a r la s q u e j a s de A ria d n a como la s del ••desdichado C atulo» (tniser C a tulle), y s u s p o esías lo g ran los m ism os a c ie rto s expresivos evocando la ca b e lle ra de B e re nice que re co rd a n d o los besos de L esbia. El a r tis ta e s tá p re se n te en cad a u n o de los ciento d ieciséis p o em as q u e com ponen su obra; el a m a n te , sólo en a l g u n o s quizá. E n todos los ca sos, u n a lie n to nuevo a tra v ie s a e s ta obra, u n a pasión poética q u e no d esm erece en n a d a a la del corazón. Conclusión El a m o r p o r la acción, el am o r por la p a la b ra , el am o r por la s a b id u ría ... y el a m o r p o r el am o r p arece n ilu m in a r u n seg u n d o n a c im ie n to de la li te r a tu r a la tin a . P ro fu n d a m e n te e litis ta en su s fu n d a m e n to s, e s ta ••m odernidad» d e sb a stó la trad ic ió n n ac io n a l y le ap o rtó la b rilla n te z q u e, h a s ta ese m o m en to , le h a b ía faltad o . L as crisis — todo el m u n d o lo s a b e— ag u d iz a n el e s p íritu de e s peculación y la c u rio sid ad e s té tic a . L a “revolución ro m an a » (por u tiliz a r el títu lo del libro del h is to ria d o r R onald S ym el no fue ú n ic a m e n te u n a crisis in stitu c io n a l, sino q u e, ad e m á s, a lte ró p ro fu n d a m e n te la s m e n ta lid a d e s y renovó la creación lite ra r ia : ¿p o d ría h a b la r s e de revolución c u ltu ra l?
4 EL TIEMPO DE A U G U S T O
Los e sc rito re s de la época de A u g u sto p a re c e n te n e r com o c a ra c te rís tic a com ún no s e r «rom anos de Rom a». H a n n a cido en la s p ro v in cia s y, salvo el caso de H oracio, v ien en de I ta lia del n o rte . O b serv am o s, p u e s , u n a m odificación del e s pacio latin o , q u e p a re c e a le ja r se del polo de a tra cció n q u e co n stitu ía la Ita lia Graeca p a ra e x te n d e rs e so b re la to ta lid a d de u n a Ita lia a p a r ti r de a h o r a u n ifica d a. Dos g en e rac io n e s de p o e ta s v a n a su ce d erse: u n a , la de V irgilio y H oracio, ya h a b ía n alc a n z a d o la m a d u re z c u a n d o e s ta lla n la s g u e rra s ci v iles. T ibulo, P ro p ercio y sobre todo O vidio, en cam bio, e s tá n -d esfasad o s» en relación a e sta ex p e rien cia tra u m á tic a . Ellos p u ed e n d is fru ta r de la p a z im p e ria l, del o tiu m , q u e su s h e r m a n o s m ay o re s ta n to h a b ía d e seado. F re n te a esto s p o e ta s, el h is to ria d o r T ito Livio p ro p o r ciona q u iz á u n a p ru e b a de q u e la n o s ta lg ia de la g ra n d e z a r e p u b lic a n a es u n o de los ra sg o s in te le c tu a le s c a ra c te rís tic o s de u n a época q u e p re te n d ía volver a fu n d a r de R om a, p ero q ue, en re a lid a d , no p a s a de s e r u n a difícil tra n sic ió n . E l a r te ofi cial, b a s ta n te p esa d o e ideoló gico, p u ed e r e s u lta r s o rp re n d e n te en relació n a « lite ra tu ra a u g u ste a » , que es a la vez c u lta y b rilla n te , g ra v e y lig e ra , rica en im á g e n e s y r a r a s veces p e d a n te . E s aq u í p re c isa m e n te do n d e d eb en b u s c a rs e los m á s bellos m o n u m e n to s lite ra rio s de la e ra a u g u s te a , p u e s a lg u nos de ellos e n c a rn a n , seg ú n n u e s tro p u n to de v is ta m o d e r no, el genio ro m an o ...
1.
V ir g ilio y el a ie ja n d r is m o en Rom a
V irgilio (70-19 a. C.) n ació en M a n tu a , en u n a reg ió n q u e a c a b a b a de s e r ro m a n iz a d a . El cam po de M a n tu a a p e n a s te n ía n a d a q u e v e r con la S icilia de T eócrito, y, sin e m b a rg o , el p ri m e r im p u lso del p o e ta fue im i t a r al sicilia n o T eócrito, q u e, a fin a le s del siglo ill a. C., p u b li có u n a colección de Id ilio s, p ie za s p o é tic a s b a s ta n te b re v e s en form a de -sa in e te » , de ske tc h s p ro ta g o n iz a d o s p o r v a rio s p e r so n a je s, g e n e ra lm e n te o rig in a rio s del m edio p o p u la r. Salvo a lg u n o s p o em as «ciudadanos» o m itológicos, se t r a t a casi sie m p re de p a s to re s q u e ded ican m u ch o m á s tiem p o a to c a r la fla u ta q u e a la s d u ra s fa e n a s del laboreo. No son, en todo caso, los g ra n d e s de e s te m u n do, a los q u e la tra d ic ió n g rieg a re s e rv a b a g e n e ra lm e n te el p r i vilegio de p e n s a r y e x p r e s a r se p o é tic a m e n te . E s te ra sg o es b a s ta n te c a ra c te rís tic o de la p o esía a le ja n d rin a , q u e en v a rio s p u n to s — la lo n g itu d de las o b ra s, la evocación de te m a s, la d ig n id a d de los p e rs o n a je s — re c h a z a la g ra n d ie lo c u e n c ia li te r a r ia . Se t r a t a de u n a ev o lu ción e s té tic a c o n sid e ra b le en la qu e p u e d e n p e rc ib irse los efec to s de u n a ideología n u e v a : en u n m u n d o c a m b ia n te , el c a rá c t e r lúdico de la ex p resió n poé tica — el a r te p o r el a r te , d iría m os hoy— y a no es d e s p re c ia do. Se esc rib e n u n o s pocos v e r sos so b re u n te m a in sig n ific an 65
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
te; son v e rso s d e c irc u n s ta n c ias; b a s ta u n p a la b r a in g e n io sa: el e p ig ra m a a lc a n z a g ra n fo rtu n a . S e d e sc rib e n o b ra s de a r te , los a u to re s se e n tre g a n a • ejercicios de estilo», se b ro m e a , se c u ltiv a el ju e g o de p a la b r a s , in c lu so el v irtu o sism o . L as p rim e ra s a n to lo g ía s p e r m itie ro n q u e e s ta p o esía fu e ra m ejo r conocida en R o m a. El vo cero del n u e v o g u s to , al q u e ya se re fie re C a tu lo , e ra el p o eta C o rn elio G allo, al cu al V irgilio rin d e h o m e n a je en la D écim a B u c ó lic a . E s p re c is a m e n te en e ste co n tex to d o n d e ve la luz to d a u n a p a r te d esconocida de la o b ra de V irg ilio , q u e se re u nió bajo el títu lo g en érico de A p p e n d ix V ir g ilia n a : en c o n tra m o s aq u í, u n poco m e z c la dos, e le m e n to s h e te ro g é n e o s q u e p ro v ien e n de la in sp iració n a le ja n d rin a , e p ig ra m a s lig ero s (re u n id o s b ajo el títu lo de Cata lep to n ), u n a g r a d a b le epilion (epo p ey a en m in ia tu r a , en e ste caso paródica, titu la d a E l m os q u ito , C ulex), u n a n a rra c ió n le g e n d a ria de a p a rie n c ia e r u d ita y e stilo a m a n e ra d o (C iris, la co g u jad a). Se t r a t a de t r a bajo s poéticos d iv e rso s de V ir gilio q u e fu e ro n p e rg e ñ a d o s en e ste « lab o ra to rio poético» d o n de los g é n e ro s m e n o re s su s c i ta b a n el m a y o r in te ré s . E s fácil im a g in a r q u e e s to s círculos de p o e ta s p ra c tic a b a n ta m b ié n con g u s to el p a s tic h e , y no es cierto q u e to d a s la s o b ra s del A p p e n d ix s e a n v irg ilia n a s ... S on, en todo caso, te stim o n io s del n u ev o e s ta tu to q u e a d q u ie re la creació n p o ética , q u e se « m u n d an iza » , a p o r ta el esp e c tácu lo de su b rilla n te z a la a lta b u rg u e s ía ro m a n a , q u e a p a r ti r de a h o ra d is fru ta del in g en io de p o e ta y le ofrece a cam bio u n a p ro tecció n social co n sid e ra b le . P e ro a q u í ta m b ié n los tie m pos h a n cam b iad o : e s te «m ece nazgo» im p lica m u ch o m enos 66
q u e en el p a s a d o u n a sujeción de la creación p o ética a las id e a s y p rin c ip io s d e la a ris to cra c ia , p u e s la in d e p e n d e n c ia de los p o e ta s tie n d e a s e r con s id e ra d a com o p a r te de su e n c a n to . El m ism o M ecen as, p e r so n aje m u y im p o rta n te en la época -—p u e d e s e r co n sid erad o no so la m e n te com o h o m b re de c o n fia n za de A u g u sto , sino, a d e m á s , com o u n «m inistro» suyo— , e ra am igo p erso n a l de «sus» p o e ta s, V irgilio, H oracio y, com o ta l, r e s p e ta b a su lib e r ta d de in sp ira c ió n . C o m p arte con ellos so b re todo el in te ré s com ún p o r u n a b e lla em p re sa: im ita r a los p o e ta s a le ja n d ri nos «rom anizándolos». F u e p re c is a m e n te en e s te a m b ie n te c u ltu ra l donde V irg i lio co m puso u n d e te rm in a d o n ú m e ro de s u s B ucólicas, poe m a s en fo rm a de sk e tc h s que po n en en esc e n a p a sto re s. La colección q u e p o seem os lleva el títu lo de É g lo g a s, es decir, • o b ra s escogidas» p o r el m ism o V irgilio e n tr e u n a producción c ie rta m e n te m á s e x te n sa . A las b ucólicas así re u n id a s , n u e v a s al p rin cip io , se ag reg ó u n a d é cim a p ieza, q u e h em o s evocado. La Arcadia según Virgilio V irgilio to m a de T eócrito la fo rm a — diálogos en h e x á m e tro s d ac tilico s— y el escen ario : u n cam p o b a s t a n t e convencio n a l q u e se c o rre sp o n d a b a s ta n te b ien con la id ea q u e de él se fo rm a el h a b ita n te de la ciu dad . P e ro ta m b ié n to m a del p o eta de S ira c u s a los n o m b res de los p a s to re s , y su fo rm a de vivir. L a A rc a d ia es tr a n s p o r ta d a in d e m n e al cam po i t a lian o , p u e s , en los v erso s de los p o e ta s a le ja n d rin o s , h a b ía d ejad o de s e r d e fin itiv a m e n te u n a ru d a co m arca s itu a d a en el corazón del P elo p o n eso p a ra c o n v e rtirse en u n p a is a je im a-
EL T I E M P O D E A U G U S T O
gin ario : el de la p a s to ra l. S e gún u n a a n tig u a tra d ic ió n , los p a s to re s de la A rc ad ia fre c u e n ta b a n al dios P a n y a A rte m i sa , y se e n tre g a b a n con fervor a la m ú sica. L as c irc u n s ta n cias h istó ric a s c o n trib u y e ro n no poco a p o n e r de m o d a, en la R om a de fin a le s del siglo J, e s ta estilizació n del p a ra ís o te rre n a l: d e m a s ia d a s g u e rra s ν e n fre n ta m ie n to s políticos, ex cesiv as te n s io n e s ta m b ié n en la vida u rb a n a , a lim e n ta ro n el a p e tito de u n p a ís m ara v illo so en el q u e la s ú n ic a s riv a lid a d e s que e n fre n ta b a n a s u s h a b ita n te s e ra n p o éticas y m u sicales. La clase d irig e n te ro m a n a en c o n tra b a el o tiu m en el re fugio de s u s ja rd in e s , donde in geniosos p a is a jis ta s recom po n ía n a rtific ia lm e n te u n a n a tu ra le z a cóm oda, a rm ó n ic a y su av e. No s e ría , p u es, com ple ta m e n te exacto d e s c u b rir en la poesía v irg ilia n a u n ••senti m ien to de la n a tu ra le z a » , por cu a n to este p a isa je no es m ás que un o de los co m p o n en tes de u n a rte de v iv ir ••arcádico» ca ra c te riz a d o p o r la eleg a n cia, el culto del a r te y lo bello y la in clinación h ac ia los to rm e n to s del am o r. P ero los re cu erd o s p e rso n a le s de V irgilio aflo ran p o r to d a s p a rte s y colorean e s ta s p a s to ra le s con p in cela d as re a lis ta s . Si p o r u n lado los p a s to re s c o n tin ú a n sien d o arcádicos, p o r o tro los c a m p e si nos v ien en a tu r b a r e s te m u n do id eal evocando p ro b lem a s c o m p le ta m e n te a c tu a le s , en concreto la confiscación de su s tie rra s , q u e e r a n e n tre g a d a s a los v e te ra n o s de los ejército s de O ctavio, q u ie n e s les ex p u lsa n de s u s cam pos. V em os a s í q u e el M elibeo de la P rim era B ucólica e s tá bajo la a m e n a z a de u n a e x p ro p ia ción y confía su a m a rg u ra al p a s to r T itiro , q u ien se ocupa tra n q u ila m e n te en la com posi ción de m elo d ías q u e in te r p r e
ta b a con su fla u tín p a r a su a m a d a . E l m ism o V irgilio sólo p u d o c o n se rv a r su p ro p ie d a d fa m ilia r g ra c ia s a la in te rv e n ción de su s am ig o s de la s c la ses a lta s ... Com o si el p o eta de M a n tu a q u is ie ra e n m a r c a r el su eñ o en la re a lid a d , la ex p ro piación de los c a m p e sin o s v u e l ve en la N o ven a B u có lica — la ú ltim a de la se rie in ic ia l— con el p erso n aje de M oeris, viejo criado de u n ta l M e n a lc a s que h a b ía podido c o n se rv a r su s tie r r a s -g ra c ia s a su s versos»... E n cierto m odo, V irgilio im p rim e, p u e s, a la bucólica, g é n ero b a s ta n te a rtific ia l, la m a r ca de los tiem p o s, y le t r a n s m ite su s p re o cu p ac io n e s p e r sonales. A lg u n a s p ie z a s son d i fíciles de in te r p r e ta r , y q u i zá p re s e n ta b a n d e lib e ra d a m e n te u n sen tid o esotérico: ta l es el caso sobre todo de la C uarta, Q u in ta y S ex ta B u có lica , esto es, el corazón m ism o de la obra. L a C uarta en co n creto h a hecho c o rre r ríos de tin ta : ex p re sá n d o se en n o m b re propio, V irgilio v a tic in a y p re d ic e el n a c im ie n to de u n n iñ o divino, q u e s e ñ a la rá la lle g a d a de u n a n u ev a E d ad de O ro. E sta m o s m u y lejos del to n o h a b itu a l de la p a s to ra l, y e s te -h e rm e tism o virgiliano» (q u e no es incom p a tib le con el g u sto m a n ie r is ta p o r la o scu rid a d y con los e n ig m a s q u e g u s ta b a n c u ltiv a r alg u n o s a le ja n d rin o s) m u e s tra p e rfe c ta m e n te en el p o eta la am bición de e le v a r su voz h a s ta los re g istro s m á s alto s. El gran poema de la vida agrícola L a s G eó rg ica s, c o m p u e s ta s e n tr e el 39 y el 29 a. C., se a b re n con u n a invocación a Oc tav io A u g u sto , y p a re c e n así, de e n tra d a , te n e r u n a vocación c la ra m e n te ideológica. L a a lu sión que se h ace, en el can67
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
to III, a u n «orden» de M ecen as d eb e in te r p r e ta r s e en el m ism o sen tid o . H em o s v isto q u e la a g r ic u ltu r a ita lia n a e s ta b a en crisis y q u e V irg ilio conocía p e r s o n a lm e n te el p ro b le m a . ¿C u ál e ra la a c titu d del p o d er a n te el a s u n to ? U n a g ra n im p o te n c ia , sin d u d a . A u g u sto en todo caso no llevó a té rm in o u n a p o lítica de « v u elta a la tie rra » , com o se h a p odido p e n s a r d u r a n te m u ch o tie m p o , lo que ju s tif ic a ría el p ap e l del poem a com o in s tru m e n to de p ro p a g a n d a . P ero re c u e rd a los viejos v a lo re s ro m a n o s, y ésto s e s tá n in s c rito s en la v id a r u r a l y en la s la b o re s re la c io n a d a s con las p ro p ie d a d e s ag ríco las. D esde e s te p u n to de v is ta , la c e le b ra ción no s o la m e n te de la a g ri c u ltu ra , sin o d e la g a n a d e ría e in clu so — p u n to sig n ificativ o — de la a p ic u ltu ra d esem boca en u n elogio v ib ra n te de u n a v id a social q u e la s g u e r ra s h a n p u e s to en p elig ro , y q u e e s ta b a en el fu n d a m e n to m ism o de la civilización ro m a n a . ¿D a V irg i lio u n g rito de a la r m a en el que se e x p re s a su n o s ta lg ia ? A n te todo, esc rib e u n p o em a al que con fiere la s d im e n sio n e s de u n a epopeya. H esíodo, en su época, h a b ía esc rito L o s tra b a jo s y los d ía s sob re el m ism o te m a . P a r a los a le ja n d rin o s , H esíodo e ra u n in m e n so genio; a v eces se le c o n sid e ra b a com o u n e s c rito r in clu so s u p e rio r al m ism o H o m ero , y sólo a n u e s tro g u sto m o d ern o p u e d e s o rp re n d e r que la fo rm a p o ética se p u s ie ra al serv icio de u n a in te n c ió n d i d áctica. P o r el c o n tra rio , el r e cu rso a u n a r te p a r a c e le b ra r o tro a r te e ra algo a p re c ia d o en la a n tig ü e d a d , q ue, p o r lo d e m ás, no c o n sid e ra b a en ab so lu to «prosaicas» té c n ic a s como las de la a g ric u ltu ra . Del m is mo m odo q u e los tr a ta d o s de m u c h o s ag ró n o m o s in c lu y e n fra g m e n to s de filosofía, in c lu 68
so de poesía, a s í la s Geórgicas p u e d e n s e r p e rfe c ta m e n te con s id e ra d a s como u n tr a ta d o de ag ro n o m ía m uy preciso y bien in fo rm ad o , q u e bebe en las m ism a s fu e n te s c u lta s (sobre todo en los esc rito s del c a r ta g in és M agón). S in e m b a rg o , el p o em a de V irgilio, m á s a llá de su conte n id o y de su s am b icio n es di d á c tic a s, e n c u e n tra u n a re so n a n c ia co n c reta en p a sa je s j u s ta m e n te céleb res, que p u ed e n s e r co n sid erad o s com o v e rd a dero s «m om entos de in s p ira ción»: la evocación de la E d ad de O ro, los p re sa g io s q u e si g u iero n a la m u e rte de C ésar, el in v ie rn o e sc ita , la s ley en d a s de A risteo y el episodio de Orfeo q u e v a a la b ú s q u e d a de E u ríd ic e a los in fiern o s... son o tra s ta n ta s im p la n ta cio n es no ta b le s de poesía d e n sa y pode ro sa en u n co n tex to que p u ed e p a re c e r pesad o . E sto s e s ta lli dos — p o em as d e n tro del poe m a — p u ed e n ta m b ié n in s c ri b irse , donde a p a re c e n , en la es té tic a a le ja n d rin a , que a m a b a ta le s « e n c astram ien to s» , v e r d a d e ro s «ornam entos» con los q u e nos d e le ita b a el ta le n to poético del a u to r. L a celebración épica de la leyenda de Eneas E n la s G eórgicas, V irgilio h a b ía fo rm u la d o u n a m o ral del tra b a jo y de la acción d ecid i d a m e n te o p tim is ta : la E d a d de O ro, decía, e s tá a n te no so tro s. El m ito de los o ríg en e s h a b ía e m b o tad o la e n e rg ía h u m a n a en u n a felicidad p a siv a , e ra u n señ u elo ; es p re c is a m e n te en la p ru e b a y en la acción do n d e la h u m a n id a d e n c u e n tra su d e s tino. U n a le c tu r a com o e s ta del m ito, re s u e lta m e n te «m oderna», puede p e r m itir co m p re n d e r m ejo r el p royecto de e sc rib ir u n a o b ra com o la E n e id a , que
EL T I E M P O D E A U G U S T O
V irgilio em pezó in m e d ia ta m e n te d esp u és de la te rm in a c ió n de las Geórgicas, y cuya e sc ri tu r a le o cu p a rá h a s ta su m u e r te, acaecida en el año 19, sin qu e fin a lm e n te p u d ie ra re m a t a r la com posición de su s doce canto s. L as p ru e b a s y los co m b ates de E n e a s, d esp u é s de la ca íd a de T rova, tie n e n como p u n to de m ira no so la m e n te la consoli dación de Ita lia , y d esp u é s, le ja n a m e n te , la fu n d ación de R om a, sino ta m b ié n la e x p a n sión de su Im p erio , especie de E d ad de O ro p a ra u n im p e ria lism o que J ú p ite r a firm a , en el c a n to I, no lim ita r en el e s p a cio ni en el tiem po: im p e riu m sin e fin e d ed i, -h e dado a los ro m an o s u n im p erio sin fin». E s ta epopeya q u ie re s e r la celebración de la g ra n d e z a ro m a n a , y e n c u e n tra en la le y e n d a de E n e a s la s re s o n a n c ia s, a la vez épicas y re lig io sas, de u n c a n to de e sp e ra n z a . P u ed e d e cirse que V irgilio con forta la política a u g u s te a , q u e q u e ría s e r u n a re s ta u ra c ió n de los v a lo res fu n d a m e n ta le s de R om a, u n a refu n d ació n de u n a ciu d ad q u e h a b ía sido d u ra m e n te c a s tig a d a p or la s g u e r ra s civiles, y u n rég im en -m oderno» a d a p ta do a los in m en so s espacios del Im p erio . P ero A u g u sto , m á s s a bio q ue J ú p ite r, q u e ría lim ita r e ste Im p erio a su s fr o n te ra s ac tu a le s : ta l s e rá su te s ta m e n to político... V irgilio e ra m á s op tim is ta q u e su p rín cip e. A sí p u es, p a r a c e le b ra r al nuev o R óm ulo, h ac e fa lta evo c a r a su a n te p a s a d o , al tro y a n o E n e a s , de q u ien , o ficialm en te, d escen d ía la g e n s J u lia . El p o e m a resp o n d e s im é tric a m e n te a la epopeya h o m érica, a rq u e tip o del género: a la Ilía d a su ce d ía la O disea, y la E n e id a se p r e s e n ta como u n a O disea (los seis p rim e ro s ca n to s r e la ta n el p erip lo q ue, d esd e T ro y a h a s ta el L a tiu m , p a s a n d o p o r C a rta -
go, conduce al h é ro e a la tie rra e sp e ra d a ) se g u id a d e u n a llía d a (los seis ú ltim o s c a n to s e s tá n dedicados a la s g u e rra s q u e debe e m p re n d e r E n e a s p a r a a s e n ta r a su pueblo. Así como el poem a h om érico s ig n i ficaba, en c ie rta m ed id a, el fin de u n m u n d o , del m ism o m o do el de V irgilio r e p r e s e n ta la construcción de u n nuevo m u n do, y su epopeya c e le b ra ig u a l m e n te , en la le ja n ía de los o rí g en e s, e s ta tra n sic ió n de G re cia a R om a, q u e e ra fu n d a m e n ta l en la elab o ració n de la c u l t u r a y el p o d e r de los ro m an o s. S itu á n d o s e al m a rg e n de la h is to ria , V irgilio s u b lim a e s ta h e re n c ia , como s u b lim a la r e a lid ad h istó ric a del e n f r e n ta m ien to e n tre R om a y C a rta g o p o r la s u p re m a c ía en el m u n d o m e d ite rrá n e o , d isp o n ien d o la esc ala c a rta g in e s a e n tre las -p ru eb as» a las q u e debe e n f r e n ta rs e E n e a s en su odisea. Los am o re s de D ido y E n e a s no son so la m e n te u n ele m e n to n o velesco en la ep o p ey a (tam b ién a los a le ja n d rin o s les g u s ta b a e ste g én ero de in te rfe re n c ia s , y V irgilio, como b u e n im ita d o r de A polonio de R odas, no fue in se n sib le a ello.): D ido se d e s tr u ye a sí m ism a com o C a rta g o s e rá d e s tru id a , v en c id a p o r el d e s tin o de R om a, y V e n u s, p ro te c to ra de E n e a s, vence a J u n o , q u e ap o y a b a a Dido. El s im bolism o del episodio, lejos de ec lip sa r su lado p a té tic o , re d u ce su alcan ce. El d e stin o de E n e a s coincide con el de R om a, y el tiem p o del m ito ilu m in a el de la h isto ria . La E n e id a y el destino de Roma El tiem p o d e se m p e ñ a , p u es, en m u ch o s asp e cto s u n papel m u y im p o rta n te en la e s tr u c t u r a de la E n e id a . El tiem p o de las v id as h u m a n a s , m a rc ad o 69
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
p o r la c a d e n a de la s g e n e ra c io nes: E n e a s tr a n s p o r ta n d o a su p a d re A n q u ises so b re s u s h o m b ro s y llev an d o a su hijo A s can io de la m a n o p u e d e consi d e r a rs e casi com o su aleg o ría, y e s ta v irtu d de fid elid ad lle v a b a en R om a el n o m b re de p ie ta s , p o r lo q u e, en la obra, se a trib u y e al h éro e el a trib u to específico de p iu s A e n e a s, m á s allá in clu so de su re s p e to por la v o lu n ta d d iv in a; es ta m b ié n el tiem p o del m ito , d iv id id o pol las p ru e b a s y la s h a z a ñ a s h e roicas, y q u e a q u í se p re s e n ta c la ra m e n te com o el "tiem p o de a n te s de la h isto ria » q u e lle va en sí los fu n d a m e n to s del d e v e n ir p ro p ia m e n te h istórico; es, fin a lm e n te , el tie m p o de la s fu n d a cio n es, cuyos ritm o s o r d e n a d o s y arm ó n ic o s c o n s titu y en el te stim o n io de u n p la n div in o q u e se re v e la fu e ra del tiem p o h u m a n o ; b a ja n d o a los In fie rn o s — es d ecir, situ a d o fu e ra del tiem p o — , E n e a s d e s cu b re no so la m e n te a los h é ro es m u e rto s , sin o ta m b ié n la m a je s tu o s a p e rs p e c tiv a de la g ra n d e z a ro m a n a , q u e J ú p i te r h a b ía re v elad o , d esd e el co m ienzo del p o em a, c u a n d o el h éro e d ebe e n f re n ta r s e con u n a te rrib le te m p e s ta d : E n e a s re i n a r á so b re su c iu d a d t r e s años; A scan io , t r e i n t a , y f u n d a rá A lba, donde los d e s c e n d ie n te s de los tro y a n o s re in a r á n t r e s cien to s años. D e sp u é s v e n d rá R óm ulo, y e m p e z a rá la h is to ria ... E s cierto , p o r o tra p a r te , que en el p e rs o n a je de E n e a s se a c u m u la n la s "funciones» que G eorges D u m ézil d e sig n a como e s tr u c tu r a s fu n d a m e n ta le s de la civilización in d o eu ro p e a: es g u e rre ro , es sa c e rd o te , es el artífic e d e u n edificio social, q u e co n sig u e a la vez la d u r a ción y la se g u rid a d de la vida en ciu d ad a u n pu eb lo al que la caíd a de T ro y a h a p re cip i ta d o a la p re c a rie d a d asocia! 70
del n o m ad ism o . E s to s e le m e n to s e x istía n sin d u d a en el fon do leg en d a rio , pero el poem a de V irgilio, g ra c ia s a u n a no ta b le in tu ic ió n del sim bolism o de los p e rso n a je s, h a sab id o d e s a rro lla rlo s con in te lig e n c ia . Todos esto s ra sg o s confieren a la epopeya v irg ilia n a u n a co m p lejid ad y u n a p ro fu n d id a d q u e to d a v ía so rp re n d e n a la crítica. L a re lig io sid ad de V ir gilio, su se n sib ilid a d , su in te ré s por los sím bolos, los n ú m ero s, los signos, h a n s u s c ita do n u m e ro so s e stu d io s a p a s io n a n te s . El lecto r, q u e tie n e a su disposición v a r ia s b e lla s t r a ducciones, se v e rá d e slu m b ra d o p o r m o m en to s de g ra n in te n s i d a d poética. Se h a venido d is p e n s a n d o h a b itu a lm e n te e sp e cial aten c ió n a la p rim e ra p a r te del p oem a, con esos g ra n d e s m o m en to s q u e son los am o re s c a rta g in e s e s y la b a ja d a a los In fie rn o s. E n efecto, la p asió n d e D ido p o r E n e a s es u n e p i sodio q u e in s p ira rá m u c h a s ree s c ritu r a s (m á s c e n tr a d a s so b re el p e rs o n a je de D ido que so b re el m a lv a d o E n e a s...), y la o b ra de D a n te p ro lo n g a p a r a la p o ste rid a d c r is tia n a el viaje in iciático de E n e a s . P ero ta m b ién en los seis ú ltim o s c a n to s e n c o n tra m o s v a ria s p á g in a s h e rm o sa s, y el p u n to c u lm in a n te del p o em a debe s itu a r s e en el c a n to V II, c u a n d o el h éro e, al re c ib ir la s a r m a s q u e le o fre ce su m a d re V e n u s, sa b e que, a p a r tir de a h o ra , e s tá e n la tie r r a y ve, so b re s u escudo, la re p re s e n ta c ió n de los g ra n d e s m o m en to s del fu tu ro de la h is to ria ro m a n a . D ebem os d e te n e rn o s en e s ta im a g e n , a fa lta de p o d er re fe rirn o s en a lg u n a s lín e a s a u n a obra ta n g ra n d e y bella. E n el c a n to III de la s G eórgicas, V ir gilio h a b ía p ro m etid o q u e co n s tru ir ía u n tem p lo en cuyo ce n tro e s ta r ía O ctavio A u g u sto . E s te tem p lo — no lo d u d em o s—
EL T I E M P O D E A U G U S T O
es la E n e id a . Y en el corazón de e s te tem p lo e n c o n tra m o s u n a v e rtig in o sa visión de la h isto ria : como sobre el escudo d e E n e a s, se lee en su to ta li d a d , y tra n s c ie n d e , el tiem po. E s ta m o s aq u í, seg ú n la fó rm u la de J . P e rr e t, a n te «un espejo del d e stin o rom ano».
2.
H o ra c io : e p ic u re is m o y tra d ic ió n
F u e V irgilio q u ien , en el añ o 38 a. C., p re s e n tó a H oracio (Q. H oracio F lacco, 65-8 a. C.j a M ecen as. D e n u ev o u n h o m b re de la p ro v in cia, p ero e s ta vez o rig in ario del s u r, en con creto de V e n u sa , p e q u e ñ a c iu d ad s itu a d a en los co n fin es de A p u lia. E sto s o ríg en e s son m u y im p o rta n te s p a r a el p o e ta , a q u ien le g u s ta re c o rd a r su in fa n cia, evo car los b u e n o s con sejos q ue le d a b a su p a d re y la s lecciones q u e recib ía d e su m a e stro . A d m itid o en el círculo de M ecen as, se e m p a p a del e p i cu reism o q u e flo ta e n el a m b ie n te , p ero el se n tid o de la m ed id a e s tá ta n a rra ig a d o en su c a rá c te r q u e n u n c a — a p e s a r de la fa m a q ue le h a dad o el fam oso C arpe d ie m — se le p u e d e s o rp re n d e r en fla g r a n te delito de escán d alo . L as S á tir a s son u n co m p ro m iso e n tre e p icu reism o y t r a dición. B ajo el títu lo g e n e ra l de S e rm o n e s (C o n v e rsa c io n e s), e s ta s o b ras, de ex ten sió n v a r ia ble, fo rm an dos lib ro s in d e p e n d ie n te s q u e fu ero n p u b licad o s re s p e c tiv a m e n te en los añ o s 35 y 29, y, como d e n o ta el s ig n i ficado de la p a la b ra la tin a s a tu ra , tr a t a n u n poco de todo. Ya h em os e n c o n tra d o el t é r m ino a p ro p ó sito del te a tr o la tin o p rim itiv o ; a fin a le s del s i
glo il a. C., en el círculo de los E scip io n es, L ucilio, a r is tó c r a ta y h áb il v e rsific ad o r, h a b ía dad o u n a fo rm a lite r a r ia o rig in a l a esto s «popurrís» com poniendo en m e tro ún ico (el h e x á m e tro ) u n n ú m e ro c o n sid e ra b le de p ie za s q u e a n a liz a b a n , no sin c ie r to h u m o r y fero cid ad , a lg u n a s co stu m b re s de la época, a la s qu e fu s tig a b a con a p a r e n te e s p o n ta n e id a d . Com o la s cos tu m b re s q u e se d e sc rib ía n po d ía n o b se rv a se u n poco p o r to d a s p a r te s , la s s á tir a s de L u cilio a d o p ta ro n fo rm a s d iv e rs a s (sk e tc h s , con p a r te s d ia lo g a d a s, •■disertaciones», n a rra c io n e s de c a rá c te r anecdótico...), p ero to d a s e lla s te n ía n u n a c a ra c te rís tic a com ún: p re s e n ta b a n u n te m a serio q ue, d e sp u é s, e ra tr a ta d o con h u m o r vivo y m o r daz. E n esto , la s S á tir a s de L uci lio se in s c rib ía n en u n a t r a d i ción p arafilo só fica in a u g u ra d a , al p a re c e r, p o r los filósofos cí nicos: la d ia trib a , q u e co n sistía en d e n u n c ia r los vicios y am o n e s t a r al le c to r (es d ecir, p a ra h a b la r claro , «reg añ arle» u n poco). E n G recia, B ión de Boris te n e s y M enipo de G a d a ra h a b ía n descollado en e s te a rte , y volvem os a e n c o n tr a r e s ta m ism a in sp ira c ió n d ia tríb ic a en R om a ta n to en las S á tir a s de Lucilio, H o racio y V a rró n com o en la a rg u m e n ta c ió n vi g o ro sa q u e S én ec a d e s a rro lla p a r a re p ro b a r los excesos en la m e s a o la co b a rd ía de su s con te m p o rá n e o s. D esd e u n p u n to de v is ta fo rm al, la s d is e rta c io n e s v e rsific a d a s de L ucilio p re s e n ta b a n u n c a rá c te r to r r e n cial q u e H o racio y o tro s críticos lite ra rio s de la a n tig ü e d a d le re p ro c h a rá n : d e m a s ia d a lib e r ta d en el to n o y en el estilo , d i cen, y m u y poco cu id ad o en la com posición po ética. P o d ía dic t a r — dice H o racio — d oscientos v erso s en u n a h o ra a la p a ta coja (sta n s p ed e in uno), lo que 71
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
s e g u ra m e n te e ra u n a e x a g e ra ción. D e e s ta o b ra in m e n sa (¡se h a b la de t r e in ta libros!) nos h a n lleg ad o d e m a s ia d a s pocas m ig a ja s com o p a r a que p o d a m os a p re c ia rla ; p ero alg u n o s fra g m e n to s m u e s tra n q u e L u cilio e ra m u y sev ero en la crí tic a y g u s ta b a u tiliz a r fó rm u las p in to re sc a s. Así p u e s, la d ia trib a que H o racio to m a com o p u n to de r e fe re n c ia c u a n d o com pone su s s á tir a s fue u n a fo rm a lite ra r ia m u y ro m a n iz a d a , a la q u e el a u to r p re te n d e d a r u n acab ad o m á s p erfecto . Lo p aradójico sin d u d a es q u e, en H oracio, la in s p irac ió n e p ic ú re a s u s titu y e a la tra d ic ió n cínico-estoica, a p r io ri d ia m e tra lm e n te o p u esta. En la s S á tir a s , H o racio c ritic a los vicios de la época, p ero sin in d ig n a rs e ni fin g ir m o n ta r en cólera: el c o m p o rta m ien to de s u s co n tem p o rán eo s le hace s o n re ír, y si p re d ic a u n filosó fico d is ta n c ia m ie n to p a ra lib e r a r s e de la s p asio n es, lo hace su g irie n d o en todo m om ento q u e el eq u ilib rio siem p re es m á s cóm odo p a r a v iv ir q u e la d e s m e s u ra . El p ro b lem a p rin cip al, q u e se p la n te a en la p ri m e ra o b ra, es se n c illa m e n te la in satisfac ció n q u e todo el m u n do s ie n te fre n te a lo q u e le ofrece la v id a; e s te se n tim ie n tio se s u p e ra a te m p e ra n d o los p ro p io s d eseo s, e v itan d o las a s u n to s m o lesto s, a p ro v e c h a n do, sin a g ita r s e en vano, la s co s a s b u e n a s y los b u en o s m o m en to s. Todo el m u n d o sabe q u e el e p icu reism o p reco n izab a e s te d e sp re n d im ie n to ; el a m b ie n te de la época ta m b ié n , so b re todo d e sp u é s de los s in s a b o re s y la s ex p e rien cia s t r a u m á tic a s de la s g u e rra s civiles; creem o s q u e a lie n ta en la obra de H o racio de m a n e ra m á s fe c u n d a q u e la o rtodoxia ep icú re a , de la q ue, p o r o tra p a rte , el p o e ta n u n c a se erig e en p o r tav o z siste m átic o . 72
El lirismo horaciano V olvem os a e n c o n tra r e s ta fi losofía en la s O das — o en m u c h a s de e lla s al m en o s, pues, u n a vez m ás, H oracio sólo se m u e s tra m o ra lista p o r m o m en to s— . Su am bición p rim o rd ia l es « re u n ir el c a n to de E o lia con la s c a d en cias ita lia n a s» , es d e cir, a p lic a r a la le n g u a la tin a los ritm o s y los e sq u e m a s m é trico s de los p o e ta s líricos g rie gos. La cu estió n d is ta m ucho de s e r sen cilla, p u e s la m u si c a lid ad fu n d a m e n ta l de la poe sía lírica g rie g a se h a b ía cons tru id o no so la m e n te sobre es tr u c tu r a s específicas de la le n g u a g rieg a , sino ta m b ié n sobre la p o sib ilid ad , a m p lia m e n te ex p lo ta d a p o r los p o e ta s h e le n ís ticos, de r e c u rrir a fo rm a s d ia le c ta le s q u e se a d a p ta b a n m e jo r a e s te tipo de versos. El la tín es o tra le n g u a : es m á s r í g ida, su v o ca b u la rio es m á s po b re y sobre todo es m á s p e sa d a de m a n e ja r. Lo q u e in te n ta , y consigue, H oracio tie n e la a p a rie n c ia de u n im posible, y el p o eta p u e d e v a n a g lo ria rs e con ju s tic ia de h a b e r in n o v ad o (in cluso si, stric tu sen su , dos poe m a s de C a tu lo p u e d e n s e r lla m ad o s, a n te s q u e los suyos, lí ricos). El a s u n to de la m u sic a lid a d lírica es m u y difícil d e tr a ta r , p u e s no sab e m o s p rá c tic a m e n te n a d a acerca de la m ú sica a n tig u a . A h o ra b ien , la s p ie za s líric a s e ra n c a n ta d a s con a c o m p a ñ a m ie n to de c íta r a o de la ú d , y, si no e ra n c a n ta d a s , h a c ía fa lta q u e al m en o s fu e se n c a n ta b le s . L a com posición en e s tro fa s m u e s tra p e rfe c ta m e n te e s ta a p a rie n c ia de «can ción», q u e a veces in c lu ía u n e strib illo ; p o r o tro lado, el liris m o hím nico (coral o m onódico) se ap o y a b a en G recia en u n a tra d ic ió n de celeb ració n a m e n u d o so lem n e q u e p a re c e h a b e r sido c o m p le ta m e n te desconoci
EL T I E M P O D E A U G U S T O
d a en R om a: im p lic a b a , p o r h a b la r en té rm in o s h u g o tia n o s, o tra «función del po eta», p o r ejem plo la q u e ilu s tró P ín d a ro en su s «epinicios» (c an to s de celebración de los v en c ed o re s en los g ra n d e s Ju e g o s). E ste s ícoro en s u s h im n o s religiosos y S im ó n id es de C eos en s u s t r e nos, o ca n to s fú n e b re s. La am b ició n de H o ra cio — que e x p re sa con g ra n fe rv o r al com ienzo y al fin al de los tre s p rim e ro s lib ro s de su s O das, p u b lic a d a s com o colec ción en el a ñ o 23 (a ñ a d ió u n c u a rto libro diez a ñ o s m á s t a r de)— es q u e se le co n sid ere uno de los vates lyrici, «líricos in sp irad o s» , es d ec ir, s e r a la vez u n va tes, té rm in o q ue, en la trad ic ió n la tin a , d e sig n a al «poeta sagrado» de in sp ira c ió n e lev a d a, y u n ly ricu s, té rm in o tra n s c rito de la le n g u a g rieg a , q u e im p lica u n a p o esía m u s i cal. E s to no q u ie re d e c ir n ec e s a r ia m e n te q u e se co n sa g re al •gran» lirism o , el de las o d as de P ín d a ro , p o r ejem plo: m á s se n c illa m e n te , su lib ro lleva el títu lo d e c a rm in a , «poem as», té rm in o q u e se u tiliz a b a a p ro x im a d a m e n te p a r a d e n o ta r to d a fo rm a de ex p resió n e s c a n dida y rim a d a (se a p lic a b a , p o r ejem plo, a la s o ra cio n es l a t i n a s, p ero ta m b ié n a la s fó r m u la s m ág icas, y p u e d e t r a d u c ir a sim ism o la s c a te g o ría s g rie g a s de «him no» y e p ig ra ma»). C o m p re n d e m o s e n s e g u id a q u e la in m o rta lid a d q u e i n te re s a a H o racio no se o b tien e m e d ia n te u n a «tran sposición» p la n a de los g rieg o s, sin o a t r a vés de u n a a u té n tic a a e m u la tio, u n a im itac ió n q u e no s a c ri fica s u propio te m p e ra m e n to , ni su c u ltu ra p ro fu n d a m e n te a rra ig a d a en la ro m a n id a d . No tie n e — nos dice— el a lie n to de P ín d a ro , y no t r a t a de te n e rlo . S u se n sib ilid a d se a lim e n ta de p a is a je s la tin o s , dé re c u e rd o s
de la in fa n c ia y de e s p íritu «italiano». P a re c e so b re todo q u e g u s ta — la s O d a s a s í lo p ru e b a n — de la d iv e rs id a d del lirism o «m enor» d o n d e, v a r ia n do el tono, se p u e d e b ro m e a r so b re el a m o r, ev o c ar los p la ce res de la v id a, c a n ta r la p r i m a v e ra , o, sin a p e n a s le v a n ta r la voz, m e d ita r so b re la v id a , la m u e rte , la felicid ad , e in clu so ta m b ié n , en to n o u n poco m á s elev ad o , c e le b ra r los triu n fo s de su tiem p o y la g ra n d e z a de R om a, lo q u e s itú a a su poe sía e n la fro n te ra del lirism o «m ayor». L a gracia de las O d a s P o r o tra p a r te , el m é rito de la s O d a s re sid e en h a b e r sido, se g ú n lo ex ig ían la s c irc u n s ta n c ia s , e n c a n ta d o ra s y g ra v e s, lig e ra s y p ro fu n d a s , e n so ñ a d o r a s y m o ra liz a n te s . J a m á s lee re m o s en ellas u n serm ó n p o n tific a n te , in clu so si, bajo la in flu en c ia d ire c ta de la s S á tir a s. el p o e ta m e d ita a m e n u d o so b re la in sa tisfa c c ió n de los h o m b re s, la p re c a rie d a d de su v id a y la in s e n s a te z de s u s con d u c ta s. U n a filosofía d u lce p ro p o rc io n a co n sejo s p ru d e n te s : q u e h a y q u e « a tr a p a r el in s t a n te q u e pasa» sin a n g u s tia rs e p o r el p o rv e n ir; q u e debem os a m a r la p az, la tra n q u ilid a d y el a m o r; q u e no debe c e d erse a la ilu sió n del p o d e r y de la s r i q u e z a s, fu e n te s de to rm e n to ; q u e, lejos de todo exceso, «el ju s to m edio v ale su peso en oro» (tal es el se n tid o de la fó rm u la a u rea m e d io c rita s, de in sp ira c ió n m á s a risto té lic a q u e ep ic ú re a ). D e hecho, c u a n do la s O d a s to m a n u n c a rá c t e r e d ific a n te , H o racio preco n iz a so b re todo u n a consciencia de sí m ism o q u e p ro p o rcio n a, si no la sa b id u ría , sí al m enos u n a r te de vivir. A H o racio no le g u s ta s a c a r 73
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
con clu sio n es: p re fie re d e ja r su s od as -a b ie rta s » so b re u n a im a gen, u n a m e d ita c ió n o u n a s e n sació n . P o r lo d e m á s , su «m a n era» p o ética p u e d e s e r c a ra c te riz a d a com o u n triu n fo con tin u o de la g ra c ia so b re la r i gidez y de la ele g a n c ia sobre la p esa d ez. L a m é tric a e s tric ta de los v erso s y ám b ico s eolios, la fo rm a fija de la s e stro fa s, no son, p a ra H o racio , ríg id o s cor sés e s te r iliz a n te s ; p o r el con tra r io , el p o e ta c a b a lg a con fluid ez, s a lta , se d esliza de u n v erso o de u n a e s tro fa a o tra , d isp o n e e q u lib ra d a m e n te efec to s in e s p e ra d o s , v u elv e so n o ra u n a p a la b ra sim p le o h a c e b r i lla r u n a im a g e n s u til. E s te a r te es algo m á s q u e u n in d u d a b le v irtu o sism o — el de un rítm ico su p e rd o ta d o q u e p ro d u ce la im p re sió n , en p le n a acro b acia m é tric a , de la m a y o r fa c ili d a d —-; es ta m b ié n el re to s u p e ra d o de a u n a r el d eleite y la p ro fu n d id a d , en u n a fo rm a d i fícil, al precio del tra b a jo in m e d ia to del m ín im o d etalle. L as O d as, fáciles de le e r en el tex to la tin o , son m u y difíci les de tra d u c ir... C o m p a ra tiv a m e n te , los É p o d o s, o b ra s de c a rá c te r e p ig ra m á tic o e sc rita s a n te s q u e la s O d a s, sólo a lc a n zan r a r a s veces la eleg a n cia de e ste «lirism o de la m adurez». S in e m b arg o , en el in te rio r m ism o de la s O d a s, el C arinen sa ec u la re , « C an to se c u la r» , p a r a s e r u n a o b ra «oficial» (c a n ta d a d u r a n te los J u e g o s s e c u la re s ce le b rad o s en el año 17 p o r A u g u sto ), d e m u e s tra q u e el a r te de H o racio p u ed e en co n t r a r u n a lie n to y u n a em oción a d m ira b le s c u a n d o se t r a t a de h o n r a r a R om a... L a s E p ís to la s y el A r te p o é tic a L a s E p ís to la s , colección de v e in te c a rta s en verso p u b lic a 74
d a s en el añ o 21-20 a. C., com p le ta d a s d e sp u é s p o r dos la r g a s c a rta s q u e com ponen el li bro II, h a n sido a so c ia d a s a m en u d o con la s S á tir a s p o r los e d ito re s an tig u o s, q u ie n e s d e cidieron p u b lic a rla s bajo el t í tu lo com ún de S erm o n e s. De hecho, se t r a t a to d av ía de m e d ita c io n e s d iv e rsa s m á s o m e n o s filosóficas que, u tiliz a n d o el artificio de la fo rm a e p isto la r, tie n e n u n tono s e n sib le m e n te d ife re n te al de la s O d a s: la fo rm a d e la c a rta (que h a po dido e x is tir en las s á tir a s de L ucilio) a te m p e ra la vivacidad de la s p a la b ra s , y la d ia trib a , sie m p re m e d id a en H o racio , ya no es a d m isib le . H oracio se h a hecho viejo — en la E p ísto la 1, d ed ica d a a M ecen as, el p o eta se co m p ara con u n caballo e n vejecido—-; re n u n c ia , p u e s, a la fa n ta s ía de la s O das, y, r e ti ra d o casi sie m p re en e s a q u e rid a p ro p ied a d de S a b in a que A u g u sto le h a re g alad o , se con sa g ra con ah ín co a u n a re fle xión filosófica q u e no tie n e n a d a d e d o g m á tic a . N o cabe d u d a de q u e su in clinación h a cia el ep icu reism o se h a em b o tad o ; a h o ra , el poeta se in c lin a h a c ia u n a s a b id u ría to d a v ía m á s tra n q u ila , s e n tim e n ta l, in d u lg e n te y c o n te m p la tiv a . De to d a s fo rm a s, a ú n le q u e d a un poco de am o r: el sabio — dice— es u n s e r p e rfe c ta m e n te s a no, salvo c u a n d o tie n e u n r e s friado... E s poco verosím il q u e e s ta s c a rta s h a y a n te n id o « d e stin a tario s» re a le s; en todo caso, casi sie m p re llev an u n a «dedi catoria» visible, y en cierto m odo en ella H oracio re c u e rd a u n o a u n o a todos s u s am igos, y se e m p e ñ a , con m a y o r o m e n o r m alicia, en fin g ir la a u te n ticid ad e p isto la r. P ero d irig e ta m b ié n u n a ep ísto la a su a d m in is tr a d o r — ocasión p a r a ev o car su p ro p ied a d , q u e d e s cribe a m o ro sa m e n te p o r o tra
EL T I E M P O D E A U G U S T O
p a rte — . Y, p a r a c e r r a r la co lección, te r m in a e sc rib ie n d o u n a « carta a su libro». E ste p ro ced im ien to u n poco a r tif i cial p e rm ite no o b s ta n te a H o racio d e ja r e n t r a r al le c to r en su in tim id a d y lle v a rle a su li b re alb ed río p o r los v eric u eto s de s u s p reo cu p acio n es. F ilo sofando en s u s p ro p ied a d es, cuan d o no en su ja r d ín , el poe ta no e s tá lejos de p e n s a r — a s í em p ieza la e p ísto la 16— q u e el secreto de la felicidad ra d ic a en no s o rp re n d e rs e de n a d a (N il a d m ira ri). E l cam in o h a c ia la v irtu d , q u e n u n c a d eja de p re conizar, e v id e n te m e n te es m ás fácil cu an d o la ed ad h a em bo ta d o de e s te m odo la s p a sio nes... Y si H o racio tie n e a h o ra in clin acio n es h a c ia el e sto icis mo, es u n poco, da a e n te n d e r, u n a m a n e ra de h a c e r de n ec e sid ad v irtu d . Se h a a la b a d o el h u m a n is mo que e n c ie rra e s ta s a b id u ría ta rd ía , q ue no d eja de re c o rd a r los b u en o s consejos del D e se nectute de C icerón. H o racio, sin c a er en la p e d a n te ría , se a p ro xim a a p a r tir de a h o ra a lo que se lla m a rá la « lite ra tu ra ed ifi cante», y sólo esc ap a a la ca tá s tro fe g ra c ia s a su a d m ira b le dom inio del verso y la e x p re sión. El libro seg u n d o se a b re con u n a ep ísto la d ed ica d a a A u g u s to, q u e d e s a rro lla u n a la rg a r e flexión so b re el lu g a r y el p ap e l del p o eta en la v id a y la cu l tu r a de e s ta e ta p a . H a podido d ecirse q u e e s te tex to e ra , en cierto m odo, u n «inform e sobre el esta d o de la creació n po ética bajo A ugusto». P a re c e , en todo caso, u n a oración fú n e b re : la de los p o e ta s de u n a g e n e ra ción a la cu al H o racio, como V irgilio, G allo, V ario , h a ten id o el h o n o r de p e rte n e c e r. P o d e m os p e rc ib ir a q u í to d a la n o s ta lg ia de u n «clasicism o» que e s tá a p u n to de m a rc h ita rs e en beneficio de u n estilo nuevo,
ap a sio n a d o p o r la b rilla n te z y p o r los ju e g o s lite ra rio s , q u e en d e fin itiv a la p e rs o n a lid a d de O vidio ilu s tr a a la perfección. P e ro a n te s de q u e fen ezca e ste clasicism o, H oracio q u e r rá e s c rib ir su te o ría en su A r te p o é tic a , o b ra g e n e ra lm e n te a so c ia d a a la s E p ísto la s y q u e se p u blicó con el títu lo de E p ísto la a los P isones. E n 476 v erso s, H o racio com pone de hech o lo q u e n o so tro s hoy lla m a ría m o s u n en say o , en el q u e expone los p rin cip io s de u n a esté tic a : r i gor, tra b a jo , b ú s q u e d a d e la a r m o n ía y del g u sto , p a sa n d o p o r u n a te o ría del a r te d ra m á tic o q u e se sa b e q u e r ju n to con la o b ra de A ristó te le s, se co n v er tir á , p rá c tic a m e n te h a s ta el ro m an tic ism o , en la re fe re n c ia obligada en la m a te r ia . T exto im p o rta n te , p u es, p a r a la h is to ria de la l ite r a tu r a , p ero q u e, s itu a d o en s u co n tex to , se nos m u e s tra como u n a especie de te s ta m e n to poético.
3.
La e le g ía la tin a y los p o e ta s e le g ia c o s
U n a n u e v a fo rm a p o é tic a g a n a , en efecto, los fa v o res de los p o e ta s y sin d u d a ta m b ié n los del público ro m a n o en los ú ltim o s años: la elegía. ¿P u ed e h a b la r s e de u n g é n e ro poético? L a cu estió n es d elica d a si con sid e ra m o s q u e, bajo su fo rm a la tin a , la eleg ía a c e n tú a , en P ro p ercio , T ibulo y O vidio, r a s gos específicos m u y acu sad o s: se co n v ierte p a u la tin a m e n te en el so p o rte de la p o esía a m o ro sa. D e hecho, a p a r ti r de u n m o delo m étrico griego, q u e vem os q u e se ap lica a te m a s, a s u n to s y m o d a lid a d e s m u y div erso s, en R om a se llev a a cabo p ro g re s iv a m e n te la « especializa 75
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
ción»; y lo m ism o su ced e en el o tro sen tid o : la id ea no es que la eleg ía d eb a s e r a m o ro sa p o r definición, sin o q u e el dístico elegiaco es la fo rm a m é tric a q u e m ejo r co n v ien e a la poesía am o ro sa . L a eleg ía, en c u a n to ta l, se d efin e p rim e ro p o r su re la tiv a b re v e d a d : es el poem a de u n m o m en to , q u e p u e d e r e v e s tir fo rm a s d iv e rs a s (d is fra z a rs e de c a rta , p o r ejem plo, c o n ta r u n episodio am oroso, d e s a r r o lla r co n sejo s a los a m a n te s , e in clu so — a sí o cu rre en los A m o re s de Ovidio— po n e r a g r a d a b le m e n te en escena u n d e b a te d e c rític a lite ra r ia do n d e la T ra g e d ia se opone p re c is a m e n te ... a la E legía). E n c u a n to a la h ip ó te sis de q u e la p a la b ra «elegía» d eriv e del v e r bo griego eilein , q u e significa «quejarse», cabe d ec ir q u e este ú ltim o vocablo no es cap az de re fle ja r todos los asp e cto s que h a b ía m o s evocado, ta n to en G recia com o en R om a. Ovidio se re fie re a ello cu an d o h a b la de u n «canto de lloros» (E legía fleb ile ca rm en , en la H eroida XIV, 8), p ero no se s ie n te obli gad o p or e s ta «ley del género»; p o r o tra p a r te , la califica de «m im osa» (b la n d a elegia, en los R e m e d io s del a m o r, vv. 373 y ss.), lo q u e se c o rresp o n d e m ás a m p lia m e n te con la to n a lid a d de e s ta p o esía, q u e es a m e n u d o s e n s u a l, a lg u n a s veces p ro v o c ativ a y q u e im p lica no ta n to un re g is tro te m á tic o con creto como u n estilo poético. L a clave q u iz á d eb a b u sc a rs e en el lu g a r q u e ocupa el «gé n e ro elegiaco» en re la ció n al s is te m a d e g én e ro s poéticos y a su je ra rq u ía : fu n d a m e n ta lm e n te , la eleg ía se opone a la epo p ey a y a to d a s la s fo rm a s poé tic a s «heroicas». E n c ie rta m e d id a, es u n a p a ro d ia su y a: b o r d ea la g ra v e d a d y escoge la li g ereza , o en todo caso u n a e sté tic a d e lib e ra d a m e n te «m e nor». La d e sig u a ld a d del h e 76
x á m e tro y del p e n tá m e tro v u e l v en a la eleg ía «coja» en re la ción a las co lu m n as m acizas de los h e x á m e tro s dactilicos; en e sto re sid e su e n c an to , nos dice O vidio, q u ien a la b a e s te paso de b a ile cim breado. D el m ism o m odo, el dístico b o rd e a la es tro fa , y c o n se c u e n te m e n te el a sp e cto ra d ic a lm e n te lírico: c a n ta n te , p ero no c a n ta d a , la e leg ía g a n a así en lib ertad . E s ta form a m é tric a a la vez sim p le y lig e ra se m u e s tra sim p le m e n te com o la ex p resió n de u n a e sté tic a de la g ra c ia , de lo «bonito» en relació n a la e s té tic a de la B elleza m o n u m e n ta l (la q u e c u ltiv a n , por ejem plo, la a r q u ite c tu ra de E sta d o aug u s te a y la E n eid a ), y lo e se n cial del « esp íritu elegiaco» r e sid e sin d u d a en este d ista n c ia m ie n to v o lu n ta rio . P o r ello di ría m o s con g u sto que, fre n te a la s con n o tacio n es de los g é n e ro s «antiguos», lo específico de la eleg ía es s e r u n «género d e notado».
4.
T ib u lo y P ro p ercio
E n c o n tra m o s en los tr e s poe ta s de la «generación elegiaca» u n a se rie de rech azo s: re ch az o de la v ida p ú b lica, re ch az o de los h o n o re s, rech azo de las riq u e z a s , te m a s de a p a rie n c ia e p ic ú re a q u e y a e s ta b a n p re s e n te s en H oracio; p ero , e n fre n te , u n id e a l de v id a q u e no esp e c u la con la s a b id u ría p a ra a s e g u ra r la felicidad, lo q u e ya es algo nuevo; p u e s si, en H o racio, los p la c e re s del am o r ap a re c e n com o su a v e s d iv ersio n e s, en los elegiacos la «vida am orosa» to m a el asp e cto de u n com prom iso p erso n al. V ivir p o r y p a ra el a m o r es u n a re i vindicación q u e p u ed e p a re c e r e sc a n d a lo sa , y sin d u d a los ele-
EL T I E M P O D E A U G U S T O
gíacos c u ltiv a ro n con c ie rta in solen cia e s ta p o s tu ra . A n te p o n e n V e n u s a M a rte , y lo p ro cla m a n u tiliz a n d o s is te m á tic a m e n te el v o ca b u la rio de la s h a z a ñ a s b élicas p a r a d e s c rib ir la s p ro e z a s am o ro sa s: la a m a d a es u n a fo rta le za q u e h a y q u e to m a r; a n te s h a y q u e a s e d ia r la, u tiliz a r e s tra te g ia s su tile s , m o n ta r g u a rd ia d e la n te de su p u e rta , fo rz a r a lg u n a s r e s is te n c ia s , c o n q u is ta r el b a stió n , a p o d e ra rse de él v o lu p tu o s a m e n te m e d ia n te u n a lu c h a cuerp o a cu erp o , no s e r e n to n ces tra ic io n a d o p o r la s p ro p ia s a rm a s , conocer fin a lm e n te el triu n fo y, a p a r ti r de ese m o m en to , a c e p ta r s e r p risio n e ro de u n a puellct co n v e rtid a en d o m in a , de u n a b o n ita m u c h a ch a tra n s fo rm a d a en -am an te» , a c e p ta r e s te "Servicio··, q u e es u n a s e rv id u m b re (los v encidos en las g u e rra s se co n v e rtía n en esclavos). De hecho, la p u e lla es casi sie m p re , si sa b e m o s le e r e n tre lín e a s , u n a -m u je r g alan te » , o u n a m u je r n u p ta (m u je r c a sa d a ) b a s ta n te a v is p a d a , lo q u e m u ltip lic a los obs tácu lo s. P ero , en todos los c a sos, n u e s tro s p o e ta s no tie n e n q u e v é rs e la s con án g e le s. P a ra d ó jic a m e n te , la eleg ía e ró tic a ro m a n a v a lo ra a u n p e rs o n a je q u e sólo s a lía de la so m b ra p a r a s e r re in a o ra m e ra : la m u je r, cóm plice del p lace r, y h áb il en la m a n io b ra am o ro sa . S u co ra zó n y su cu erp o se co n v ie rte n e n m a te r ia « lite ra tu riz a b le » , y de m a n e ra d ecisiv a. T ibulo (Albio T ib u llo , ¿54?-19 a. C.) y P ro p ercio (S exto P ropercio, ¿47?-¿16? a. C.) son los dos -h e rm a n o s m ay ores» de e s te g én ero , y com ponen su s o b ra s e n tre los añ o s 30-20 a. C. Se p arece n y se oponen s im u l tá n e a m e n te . T ibulo a m a el cam po y su tra n q u ilid a d rú s tic a , a la b a su choza como n id o de am o r, se ded ica a c u ltiv a r re lig io s a m e n
te su p e q u e ñ a p ro p ie d a d , y ex h ib e de e s te m odo u n a especie de h e re n c ia bucólica q u e h a r e cibido de H o ra cio y de V irg i lio. P ro p ercio , p o r su p a r te , es d e c id id a m e n te u rb a n o (a u n q u e h a y a n ac id o en A sís) e incluso m u n d a n o : s e n tim o s en él al ' li te ra to » b r illa n te y u n poco snob (se c o m p a ra a sí m ism o con C a lim aco). P e ro am b o s exponen a m o re s , c o n tra ria d o s: T ibulo, u tiliz a n d o el n o m b re de D elia, d e sp u é s el de N é m e sis (-la h ija de Délos» y -la v engadora»), nos h a b la de b u sc o n a s q u e no h a n q u e rid o irs e con él al ca m po, p ero ta m b ié n de u n m u c h a cho b a s ta n te fa n ta s io so lla m a do M a r a th u s . M uchos se h a n a fa n a d o p o r re c o n s tru ir el -d ia rio de a bordo» de esto s d e v a n eo s e sp e c u la n d o sobre el o r d en de la s p o e m a s en u n libro q u e, p o r o tro lado, h a sido b a s ta n te m a ltr a ta d o p o r la t r a d i ción. P ro p ercio , p o r su p a rte , b a u tiz a con el n o m b re de C in tia a la d a m a de su s p e n s a m ie n to s y su s d esvelos. Se h a a p u n ta d o , p a r a id e n tific a r a C in tia , el n o m b re de u n a ta l H o stia , jo ven de b u e n a fa m ilia , c u lta , p ero de v id a licen cio sa. Lo m is m o p u e d e d e c irse de C elim e n a (cuyo e s ta d o civil n u n c a se h a in te n ta d o conocer). D e hecho, la o rig in a lid a d d e P ro p ercio r a dica en d e d ic a r u n libro e n te ro de s u s E leg ía s, el p rim e ro , a p o em as de a m o r cuyo -p e rs o naje» fe m e n in o es C in tia . D es p u é s e s te se u d ó n im o v u elv e e s p o rá d ic a m e n te en los dos libros sig u ie n te s , a los c u a le s se h a n q u e rid o in c o rp o ra r a to d a costa tr e s eleg ía s del lib ro c u a rto (en él vem os a C in tia m o rir; d e s p u é s, en la eleg ía sig u ie n te , co rr e r s e u n a ju e rg a en L an u v io m ie n tr a s P ro p ercio «se d iv ie r te» en R om a p a r a consolarse). E s te lib ro c u a rto , al m a rg e n de esto s p o em as, tie n e u n re g istro m á s elev ad o , y a q u e evoca cu l to s y d iv in id a d e s ro m a n a s. 77
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
La h ip ó tesis de u n a -n o v ela de a m o r n a r ra d a en elegías» no re s is te el a n á lis is del ord en de los p o em as (que h a y q u e ca m b ia r in c e sa n te m e n te ) ni la m ás e le m e n ta l reflexión sobre lo q u e es u n a eleg ía, p u es la s p e rip e c ia s así «contadas» — é x ta sis. d esg a rro s, celos, in q u ie tu des^— son el tópico m ism o de u n a «poesía de am or», y S atis facen p le n a m e n te la vocación de la elegía eró tica de s e r un catálogo de situ a c io n e s am o ro sa s, in cluyendo aq u í la m u e rte de la a m a n te , sim bólica o p re s e n ta d a como re a l, que es u n te m a m uy trilla d o ; p o r lo d e m ás, los p o etas elegiacos g u s ta n evocar su p ro p ia m u e rte , sin p o r ello m o rir re a lm e n te ... Si se h a re n u n c ia d o d e m a s ia do fácilm en te a e s c r u ta r los d e stin o s de D elia y N é m e sis h a sido porque, a fin de c u e n ta s , la poesía u n poco a m a n e ra d a de T ibulo a p e n a s Ies d ab a con siste n cia. P ro p ercio . p o r el con tra rio , sig u ien d o la e ste la de C atu lo , tie n e com o te m a p re dilecto la pasió n am o ro sa , y u n a le c tu ra «rom ántica» de las eleg ía s e n c u e n tra a q u í m a te r ia a b u n d a n te sobre la que re fle x io n ar. P ropercio, p o eta de la in te n s id a d de los deseos, de los p la c e re s y los d o lores, no d e s d e ñ a los o rn a m e n to s b rilla n te s , los m otivos m itológicos, y sab e c u ltiv a r la em oción. S u s e n si b ilid a d y su s e n s u a lid a d , ta n v io le n ta s como la s de C atu lo , c ris ta liz a n en u n a im ag en a la vez v o lu p tu o sa y cruel de la m u je r, q ue a d q u ie re tin te s casi b a u d e le ria n o s. Todo esto h a v u elto «creíble» a u n a C in tia q u e, q u izá, ex istió re a lm e n te en la vida de P ro p ercio, pero q u e sin d u d a no es la h e ro ín a de su poesía. H a y que d ec id ir se: los am o re s de los p o etas p u ed e n s e r a la vez vividos e im ag in ario s, y fu n d irse en el crisol com ún de un g é n e ro lite ra rio q u e, p re c isa m e n te , 78
h a c ía profesión de h a b la r de am or.
5.
O v id io , magister amoris
O vidio viene, por lo dem ás, a co n firm a r q u e la co stu m b re de «personalizar» la elegía e ró ti ca u tiliz a n d o siste m á tic a m e n te u n m ism o n o m b re de m u jer (con fu e rte s connotaciones cul tu ra le s ) e s ta b a en el corazón m ism o de la m oda elegiaca; p u es, en relación a este au to r, n u n c a se h a creído que su Corin a e x is tie ra re a lm e n te . E s la v e n ta ja q u e tie n e u n poeta p a ra qu ien el am o r es sobre todo un ju eg o , y la elegía, u n ju eg o lite ra rio . N acido el año 43 a. C.. O vi dio (P. O vidio N asón) m urió el 17 o 18 d. C. tr a s h a b e r vivido in te n s a m e n te , si puede decirse así, bajo A u g u sto . Es el poeta p o r excelencia de los tiem pos nuevos y de su s contradiccio n es, p u es si p o r un lado fue el h o m b re de los salo n es, el poeta m u n d a n o , el a r tis ta ad m ira d o p o r su v irtu o sism o e ingenio, p o r o tro tu v o serio s problem as con la m oral oficial (por ra z o n e s o scu ras, sin d u d a a cau sa de u n escán d alo ), y el P rín cip e le exilió a o rilla s del M ar N e gro, a Tom o, en el año 8 d. C., de donde no re g re só ja m á s. De e ste m odo, el p o eta de los ju e gos am orosos se tra n sfo rm ó en el lírico de los la m e n to s del exi lado, y es curioso c o n s ta ta r que la crítica tra d ic io n a l, que le re prochó su fu tilid a d , vio en e s ta m u tació n u n a especie de re d e n ción: si h a y q u e s u frir p a ra se r p o eta, O vidio h a ten id o la s u e r te de conocer e sta desgracia. O vidio se form ó en la escuela de los m ejo res «talleres de r e tórica» de la época, donde se
EL T I E M P O D E A U G U S T O
p ra c tic a b a n — m ed ian te ejerci cios, p u es la elocuencia «funcio nal» ya no era de recibo— con cursos de expresión sobre te m a s de ficción (las d ecla m a tio nes). Ovidio descolló en estos to rn eo s, y su perfecto dom inio de la retó rica, po ten ciada por u n a in telig en cia p e n e tra n te y u n a g ra n sen sib ilid ad a rtís tic a , le p erm itió a p a re c e r no so la m en te como u n p o eta hábil sino tam b ién como u n culto versificad o r. Conoció el éxito con u n a tra g e d ia (hoy p erd id a) que fue conocida en u n a lec tu r a pública: M edea. D espués, se volvió con decisión h a c ia la elegía y, h a c ia el año 15 o 14 a. C., com puso u n libro de poe m a s titu la d o 'lo s A m o res (A m o res). La reducción de la obra de cinco libros a tre s es el sello t í pico de u n «trabajo editorial» m uy a te n to al «producto» li te ra rio . A rtis ta e x tre m a m e n te consciente, Ovidio no ofrece al público escen as de la vida real rim a d a s, sino v erd ad ero s obje tos de a rte . P a ra convencerse de ello b a s ta con leer las H eroidas, colec ción de c a rta s ficticias e sc rita s en versos elegiacos, en la s c u a les las « am ad as a b a n d o n a das» de la trad ició n m itológica (P enélope, A ria d n a, M edea, D ido...) exponen su aflicción a los h éro es q ue co b ard em en te las h a n ... p lan tad o . E sto se p a rece b a s ta n te a un ejercicio de re tó ric a, la etopeya, o discurso ficticio de u n h éroe de la h is to ria o de la lite ra tu ra , pero tam b ién es b a s ta n te expresivo de lo que es la elegía p a ra O vi dio: un ju eg o cuya fin alid ad es ex p lo ra r (m ás am p lia m e n te que en las H eroidas) el d isc u r so am oroso. P o r o tra p a rte , la p rá c tic a (los A m o r e s ) cede paso a la te o ría en el A rte de a m a r y los R em ed io s de. am or, que, p a ro d ia n d o « trata d o s técnicos», exponen con h u m o r y no poca su tile z a la m a n e ra de se d u c ir y
de r e p a r a r los d añ o s causados. No e n c o n tra re m o s a q u í u n Kám a sú tra ni u n a lis ta de re m e dios, sino, a fin de c u e n ta s , lo q u e los A m o re s decían de ele gía en elegía, esto es, de s itu a ción am o ro sa en situ ació n am o rosa. P or lo d em ás, todos estos tex to s se re fie re n a a lg u n a de e sta s situ a c io n e s, a veces lite ra lm e n te . V em os, pues, que, con O vi dio, te rm in a n por co m p letarse los in g re d ie n te s de la elegía eró tica ro m a n a : poesía cuyo te m a es el am o r, y q u e p re fiere al heroísm o épico el del a m a n te valeroso, d e sa rro lla a g r a d a b le m e n te u n «discurso sobre el am or» q u e ilu s tr a m e d ia n te e s ce n as c a ra c te rís tic a s, d is e ñ a n do u n a r te de vivir del cual el p o eta es, en cierto m odo, p ro fesor; y p a ra serlo p le n a m e n te se a trib u y e — es el «yo» de la eleg ía— el papel de a m a n te . E s ta convención le p e rm ite m ezc lar s u tilm e n te u n tono p erso n al con co n sid eracio n es im p erso n ale s, fin g ir la confe sión, s u g e rir fa n ta s m a s , d iv e r tir, conm over, b u rla rs e de sí m ism o y m o farse del lector. No cabe d u d a de que e n te n derem os m ejor a T ibulo y Propercio d espués de h a b e r leído a Ovidio. Lo q u e sólo e ra u n a so sp ech a — su m a n e ra de a fir m a rs e «conocedores del corazón enam orado»— se d esv ela a h o ra en el m odo q u e tie n e O vidio de a u to p ro c la m a rse «profesor de am or». El h o m en aje que estos p o e ta s rin d e n s im u ltá n e a m e n te a los a tra c tiv o s y p erfid ia s de la m u je r a d q u ie re su m ás b ella expresión en el A rte de a m a r, u n o de cuyos lib ro s está dedicado a las técn icas fem e n in a s de seducción, y donde el a u to r se preo cu p a — lo que es algo nuevo en la lite r a tu r a a n tig u a — por te m a s ta le s co m o la reciprocidad del p la c e r en las re lacio n es de p areja... De Ovidio v iene la idea de que 79
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
la pasión sólo se da en casos ex tre m o s, de que la brom a es la r^egla, y de que, d espués de todo, H é rcu les no se a b u rría ta n to cu an d o e s ta b a a los pies de O n falia; q u e si la a m a n te es m e n tiro s a , es p o rque a su p a re ja le g u s ta n las m u jeres m e n tiro s a s ; q u e en a m o r se puede m a n d a r u obedecer siem p re q ue d ecid am o s que se va a m a n d a r o a obedecer; que la se ducción m á s d elicad a es u n a fu e n te de p lacer; que las p en a s de a m o r son a veces deliciosas; y q u e R om a no es u n a ciudad su fic ie n te m e n te fértil en av e n tu r a s como p a r a d e sd e ñ a r los e n c a n to s del «ligue» y del cam bio de p a re ja . U n m a e s tro consum ado, no cabe d u d a . Todo esto h a podido so rp re n d e r cu an d o se escribió, p ero se in sc rib e en u n a lógica del g én ero q ue. en este caso, se h a llev ad o b a s ta su s ú ltim a s co n secu en cias. M ás vale. pues, v e r en O vidio al fu n d a d o r de to d a u n a « lite ra tu ra galante» qu e se d e s a rro lla rá p le n a m e n te no so la m e n te en la poesía de la E u ro p a occid en tal, sino ta m bién en la n o v ela de am o r con sid e ra d a como ficción concre ta d a en h ech o s de u n a de las situ a c io n e s am o ro sas que p re s e n ta b a la elegía. Las M e t a m o r fo s is El te m p e ra m e n to a rtístico de O vidio le in d u jo a t r a t a r un g ra n tem a. E n su ju v e n tu d h a bía esbozado u n a G igantom aq u ia q ue, con to d a seg u rid a d , im p licab a u n tra ta m ie n to lite ra rio de u n te m a q ue h a b ía sido a b u n d a n te m e n te ilu stra d o p o r las a r te s p lásticas. C uando, en el año 1 d. C., em prendió la ta r e a de e s c rib ir la s M eta m o r fo sis, in m en so poem a d ed ica do a las tra n sfo rm a c io n e s de dioses en se re s h u m an o s o de h o m b res en seres u objetos di 80
versos, an im ales, ríos, árboles, Ovidio en contró sin d u d a in s piración en su p ro p ia m e d ita ción sobre el a rte , cuya especi ficidad ra d ic a p re c isa m e n te en h a c e r s u rg ir lo q u e no ex iste en la n a tu ra le z a , y co n sig u ien te m e n te o p e ra r u n a «m etam or fosis» m arav illo sa. P o r o tra p a rte , en la época a le ja n d rin a , los a r tis ta s h ab ían concedido la m áx im a im p o rta n cia al tra ta m ie n to de ta le s epi sodios m itológicos, que p la n te a b a n p ro b lem as estético s fas c in a n te s, p u es la m etam o rfo sis es u n m ovim iento (podría de cirse que es la «vida» m ism a) que se produce por m edios de re p re se n ta c ió n , pictóricos, p lá s ticos o lingüísticos que e stá n en sí m ism os d esp ro v isto s de d in ám ica. E sto podía e n la z a r fá cilm e n te con consideraciones filosóficas o sim bólicas, sobre todo con la c o n sta n te m u tació n de to d as las cosas en este m u n do. El te m a es, p u es, no so la m e n te u n a exploración de la m itología como stock de lo im a g in ario , sino tam b ién u n a es peculación estética : es a la vez de u n a riq u ez a d e slu m b ra n te y de u n a g ra n p ro fu n d id ad . P a ra co n seg u ir u n a obra a c a b a d a , Ovidio cam bia el m etro: u tiliz a los h e x á m e tro s d a c tili cos p a r a esc rib ir e s ta v e rd a d e ra epopeya que d e sa rro lla u n a h is to ria m ara v illo sa del m u n do. Lo que re a lm e n te re s u lta so rp re n d e n te es cómo el poeta o rg a n iz a los quince ca n to s que com ponen la obra p a r a lo g rar un e n c a d e n a m ie n to de episo dios y otros ta n to s «motivos» q u e fo rm an u n edificio en o r m e y lu ju rio so ad o rn ad o con m ed allo n es de v a sto s frescos, delicados frisos, n a rra c io n e s e n c a s tra d a s , fa n ta s ía s, cuadros e d ific an tes, alg u n o s o tro s gro tescos..., todo ello ta n b ien d is p u e sto que no podem os re s is tir la ten tac ió n de c o m p a ra r e s ta obra con u n palacio de la s Mil
EL T I E M P O D E A U G U S T O
y u n a M etam orfosis, que u n a s veces es riguroso, o tra s lab e rín tico , a m en u d o nos p e rd e m os en su s v ericu eto s o nos can sam o s aq u í o a llá , re p e n ti n a m e n te su rg e u n a obra de a r te so rp re n d e n te y cu an d o lo frecu e n ta m o s ten em o s la im presión de v is ita r u n m useo poético de lo im a g in a rio a n tiguo. No tie n e n a d a de so rp re n d e n te q ue este tex to se h ay a m e ta m o rfo se a d o , e n n u e s tr a h isto ria , en ta n ta s o b ra s de a rte , desd e T izian o a P icasso, y hay a alim e n ta d o d u ra n te siglos la in sp iración de los a r tis ta s plásticos. U n a ta l s u p e ra b u n dan cia siem p re conlleva exce sos o «bajadas de tono», pero, con todo, la le c tu ra de las M e tam o rfo sis de O vidio es sin du d a u n a de las ap ro x im acio n e s m ás fa s c in a n te s que se pued e h a c e r a la a n tig ü e d a d a tra v é s de u n a m itología que, de re p e n te , cobra v id a a n te n u e s tro s ojos y se m u e s tra , según los casos, g racio sa, am a b le o poética. E n co m p aració n con e s ta obra, los F astos, poem a de p re ten sio n es d id áctica s y m u n d a n a s a la vez —u n a revisión del ca le n d ario religioso ro m an o — sólo b rilla g ra c ia s a alg u n o s destello s de h u m o r sa b ia m e n te d estilad o s p o r Ovidio, que se cansó del proyecto al sexto m es de h ab e rlo em pezado, es decir, en el sexto canto. B ien in fo r m ado — en el p o eta sie m p re e n co n tram o s el m ism o am o r por el tra b a jo bien hecho— , Ovidio no se ap asio n ó p o r el te m a , y esto se n o ta. A r s s im ilis casu, dice Ovidio en el A rte d e am ar: el a r te se parece al az ar. Lo q u e es v e r dad p a ra el a r te de se d u c ir lo es tam b ién p a r a el a r te de O vi dio: e s te « azar la rg a m e n te m e ditado» sup o n e m ucho m ás qu e un a m ab le v irtu o sism o . La E d ad M edia adoró lite ra lm e n te
a Ovidio y corrió el p eligro de m o ra liz a rlo p a ra h ac erlo e n t r a r en el convento. El R e n a cim ien to y n u e s tro s siglos c lá sicos se a lim e n ta ro n de su lec tu r a . A p a r tir del R o m a n tic is mo, h a sido de b u e n tono d ecir qu e era u n p o eta ligero y s u perficial; le fa lta ría , se dice, dig n id ad lite ra r ia , c a re c e ría de esa «sinceridad» q u e tra n s f ig u ra el a rte . E s u n a fa lta de g u s to im p erd o n a b le , y u n a g ra n estu p id ez , sobre todo si te n e m os en c u e n ta la p rodigiosa in flu en cia que h a ejercido el poe ta . H a s ta el propio a m a n e r a m ien to de O vidio, su m a n ie r is mo, d en o tan en él u n a euforia p o ética que m erece ad m iració n . Incluso en la s eleg ía s del exilio, las T ristes y la s P ónticas, de in sp iració n e v id e n te m e n te p e r sona] y so m b ría, O vidio e n c u e n tra el m odo de d is ta n c ia r se y de s a lv a r así su a rte . Le h u b ie ra g u sta d o ser, dice en los R em ed io s de a m o r, el «Virgilio de la elegía»: la afirm ació n no debe e c h a rse en saco roto, p u es re v ela la am bición m u y cons cien te de a lc a n z a r, en o tra e s té tic a , la d ig n id ad de h a b e r sabido m o s tra r todos su s e n cantos.
6.
Tito Livio: la h is to ria -rio
Q u izá T ito Livio sí que fue el «Virgilio de la h isto ria» , y d e bam o s s itu a r su A b Urbe co n d ita a l m ism o nivel q u e la E n eid a . E n ciento c u a re n ta y dos libros, e s te h isto ria d o r, p a rtie n d o de la fundación de R om a y te rm in a n d o en la ac tu a lid a d a u g u s te a , d escien d e el curso to rre n c ia l del río de la h is to ria ro m a n a . A su m odo, e s te m o n u m en to lite ra rio es u n a celebración c o m p arab le a 81
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
la de la epo p ey a v irg ilia n a : la E n e id a , y a lo h em o s visto, n u n ca p ie rd e de v is ta la H isto ria , la cual co m ienza allí donde se d e tie n e el tiem p o del m ito. De la ley en d a em erg e u n a ciudad, y T ito Livio, en el p rim e r libro de su o b ra, q u e e s tá e n te r a m e n te d ed icad o a este tiem po de los o ríg en e s, d e sp re n d e p a u la tin a m e n te a R om a de su le y e n d a : a la g e s ta de R óm ulo su ced e la e ra de los rey es, que co n tin ú a n la fu n d ació n y p ro p o rcio n an a la c iu d ad ro m a n a su m a d u ra c ió n p o lítica. L ey e n d a e h is to ria se m ez clan; la h is to ria p ro lo nga la le y e n d a . S eg ú n el a n á lisis de G. D um ézil, no en c o n tra re m o s n in g u n a o b ra q u e refleje m ejor la m a n e ra com o el genio ro m an o h a sab id o «historificar» los m itos, o h a a p re h e n d id o un sim b o lism o c o m p arab le al de los m ito s en el e n m a r a ñ a m ie n to de n a rra c io n e s in s p ira d a s en la trad ic ió n q u e com ponen este -tiem p o de los reyes-·: e n tre R ó m u lo y T a rq u in io el Soberbio.' Rom a adquiere los modelos ins titu c io n a le s e ideológicos sobre los cu ales se c o n s tru irá su tiem p o h istó rico . Con la ex p u l sión de los re y es em p ieza la época de la libera civita s, de la «república» fu n d a d a sobre la so b e ra n ía del pueb lo , el ejerci cio a n u a l de la s m a g is tra tu ra s y la lim itació n del poder. R om a h a e n c o n tra d o su id e n tid a d po lítica. A p a r tir de ese m o m ento, la H isto ria de T ito Livio coge su ritm o , seg ú n la term in o lo g ía de la E scu ela de los A nales: ve m os así d e sfila r, en los tre in ta y cinco lib ro s q u e nos h a n lle gado de e s ta o b ra, la evocación de los tiem p o s heroicos, d u r a n te los cu a le s R om a co n q u ista su espacio de p o d e r so m etien d o a los p u eblos q u e la ro d ean en Ita lia , y a lc a n z a su eq u ilib rio político tr a s los v iolentos con flictos e n tre p a tric io s y p leb e 82
yos (libros II al X). A c o n tin u a ción, los libros XXI a XL n a r r a n el d esa rro llo de) im p e ria lism o ro m an o , p rim e ro con la se g u n d a g u e rra p ú n ica contra A n íb al, d esp u é s con la conquis ta de la heg em o n ía sobre G re cia. F in a lm e n te , los libros XLI a XLV te rm in a n con el som e tim ie n to de M acedonia a pro vincia ro m a n a (167 a. C.). Se o b se rv a rá q u e la división en gru p o s de diez libros (décadas), qu e es a n tig u a , p asa p o r alto v a ria s u n id a d e s, de la s que no p u ed e a s e g u ra rs e a ciencia c ie rta q u e fu e ra n e s c rita s por el m ism o T ito Livio: el asu n to to d av ía no h a sido re su e lto por los h isto ria d o re s m odernos. Lo esen cial es sin d u d a cons t a t a r q u e, c a ra a u n a m a te ria in g e n te , la progresión de Tito Livio es p ac ie n te, sin duda, pero sobre todo ra z o n a d a . Así lo explica el m ism o a u to r en el P refacio, donde d e sta c a cu atro a su n to s fu n d a m e n ta le s , p ilare s tópicos sobre los que re p o sa el edificio de la investigación histo rio g ráfica: al c o n s ta ta r los lo gros de R om a, su p erd u ració n en el tiem po, su g ra n d e z a , hace fa lta p re g u n ta rs e qué género de vida, q u é co stu m b res, qué g ra n d e s h o m b res y fin a lm e n te q u é h a b ilid a d e s h a n p erm itid o e s ta ascen sió n , p u es si, a p a r tir de a h o ra , R om a parece h a b e r e n tra d o en la c u e sta abajo de su d ecad en cia, la h is to ria , si g u ien d o e s ta ex p erien cia, p u e de m o s tra r y e n s e ñ a r los ejem plos que deben se g u irse y los q u e, p o r el co n tra rio , conviene ev ita r. E sto se in scrib e en la s preo cu p aciones co n tem p o rán ea s: en el m o m en to de u n a n u ev a fu n dación, h a y que p re g u n ta rs e sobre las lecciones del pasad o p a ra e n c o n tra r los ju s to s e q u i librios. No cabe d u d a de que T ito Livio se in clin a a re a lz a r los m érito s, por otro lado in n eg a b le s, de la R epública; en el
EL T I E M P O D E A U G U S T O
fondo, esta n o stalg ia p o r u n a época no e sta b a en c o n tra d ic ción con la ideología a u g u ste a , que fingía co n tin u a r, a p e sa r de su re a lid a d m o n árq u ic a, las a p a rien cia s del ord en antiguo; y sólo los libros perd id os sobre la época de las g u e rra s civi les h u b ie ra n podido d ecirnos si Tito Livio se h ab ía com prom e tido re s u e lta m e n te en el d eb a te y h a b ía tom ado u n a posición clara a favor de la R epública. Siendo esto así, c a n ta n d o las glorias del pueblo ro m an o y su destino, no debe e x tra ñ a rn o s que Tito Livio elo g iara tam b ién las v irtu d e s re p u b lic an as. La m a n e ra como lo hace es, en todo caso, e x tra o rd in a ria . O poniéndose a S a lu stio y si guiendo los p asos de C icerón, Tito Livio p ien sa q u e la h isto ria es «obra o rato ria». E sto q u iere decir que la p ro sa de un h isto ria d o r debe e s ta r re a lz a d a m ed ian te los o rn a m e n to s de la retó rica, y no fin g ir la sobrie dad de u n a n a rra c ió n fría y seca. Es n ec esaria la a m p lifi catio ; hace fa lta el a rte ; hay que volver sen sib les los d ra m a s y las aleg rías; en u n a p a la b ra , es preciso que el h isto ria d o r sepa inform ar, com placer y con m over. G racias a ello, la in m en sa d ocum entación recogi da, sobre todo g ra c ia s al ex a m en crítico de la s trad ic io n e s y de los h isto ria d o re s p re ced e n tes, deja de se r u n a colección de «fichas». El estilo de Tito Livio, b a s ta n te re p re se n ta tiv o del m e d iu m g en u s d icen d i o «estilo atem p erad o » q ue preco nizab a C icerón, p e rm ite o rg a n iz a r la n arració n y a lte r a rla intro d u cien d o in c e sa n te s excur su s en relación a lo q u e es la n arrac ió n e stricta . E n concreto, la com posición de d iscursos que se p onen en boca de p erso n ajes históricos (lo que se p arece a u n ejercicio de retó rica) p roporciona a Tito Livio la o p o rtu n id ad de m os
t r a r la p le n a d im en sió n de su a rte : e s ta decisión, q u e p ro v ie n e de la ficción, nos rev ela, ad e m á s, cu ál es p re c isa m e n te el p ap el q u e ju e g a la creación ficticia en el tra ta m ie n to de u n a m a te ria a m en u d o confusa y fre c u e n te m e n te pobre. El d is curso sirv e como re tr a to , a m plía u n m o m en to d ram ático , tra n s fo rm a en a rg u m e n ta c ió n viva lo que, de otro m odo, se ría un a n á lisis a b stra c to , y p ro p o r ciona al lecto r u n p la c e r e s té tico co n sid erab le. Ig u a lm e n te , si reflexionam os sobre el modo como T ito Livio re c o n stru y e los aco n tecim ien to s dislocados por el olvido y q u e y a h a n sido «es tilizados» p o r la m em o ria colec tiv a , q u ed a rem o s m u y s o rp re n didos al e n c o n tra r un m étodo que alia e s tre c h a m e n te la p re o cupación p o r a n a liz a r la h is to ria con el em peño de re p re s e n ta rla . A sí p u es, T ito Livio no es so la m e n te , como decía D iderot, un e sc rito r e leg a n te; es ta m bién u n p e n s a d o r p ro fundo q u e e s tá obsesionado por p re s e n ta r u n a im ag en de R om a que re fle je la fo rm id ab le dialéctica e n tr e el poder y la m u ltitu d , y si a veces se com plació en cele b r a r los fa ta le s duces, esto s g ra n d e s «jefes» m arc ad o s p o r el destin o , lo hizo devolviendo esos d estin o s in d iv id u a le s al d e stin o h istórico de u n pueblo com pleto. El esp ectácu lo de las v irtu d e s en la h is to ria no es so la m e n te u n a m u e s tra e je m p la r de lo que co n stitu y e la fu erza de la s c o stu m b res ro m a n a s, sino ta m b ié n u n a g u ía p a ra las conductas colectivas. E sta preo cupación ética , q u e es u n rasg o com ún que co m p a rte n los h is to ria d o re s a n tig u o s, tie n d e a d e lim ita r los contornos de u n a ro m a n id a d id eal, cuyas h a z a ñ a s son, sin em bargo, com ple ta m e n te re a le s , p u esto q u e el orden político del m u n d o lleva su m arc a. P o r o tra p a rte , el h e 83
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
cho de q u e e n tre la m a ra ñ a h istó ric a e m e rja n v a ria s g e s ta s ép icas (la de C am ila , la de A n í bal y de E scip ió n el A fricano, p o r ejem plo) no im p ide q u e la H isto ria de T ito Livio sea el p ro d u cto de u n a reflexión glo bal so b re la c a u sa lid a d h istó rica y la co n stru cció n de u n im perio. Conclusión Con T ito Livio la h is to rio g ra fía m a d u ra como g én ero lite ra rio in d e p e n d ie n te ; sin em b arg o , la p ro sa se m u e s tra en re la tiv a recesió n re sp ecto del «tiem po de los poetas», q u e es la época a u g u s te a . E s cierto que e s ta s dos re a lid a d e s , a p a re n te m e n te co n trad icto rias, pro ceden de u n m ism o m o v im ien
84
to profundo: el siglo I h ab ía m e d itad o sobre el p en sam ien to ; e ste «siglo de A ugusto» m ed ita, en cam bio, sobre el a rte ; q u iere s e r curioso, culto, se ap a sio n a p o r la u n iv e rsa lid a d y se p re o cu p a por re s e rv a r un lu g a r p ro pio a las ex p resio n es p e rs o n a les, y q uizá la ro m a n id a d ac cede así a u n a n u e v a riq u eza. E s s o rp re n d e n te , en efecto, c o n s ta ta r q u e e s ta m o d ern id ad se a lim e n ta de trad ic ió n y que los p e n sa m ie n to s nuevos a m a n la s fu e rz a s n u e v a s sin por ello re n u n c ia r a la h e re n c ia de u n a c u ltu ra e sté tic a a sí re v ita liza da. Siglo fé rtil y, en defin itiv a, eufórico, la época de A ugusto propició en todo caso la e m e r gencia de esp lén d id o s m o n u m en to s lite ra rio s q u e co n ti n ú a n fig u ra n d o e n tre los m ás a d m ira b le s de la lite r a tu r a la tin a .
5 EL ALTO IMPERIO
Si. en el ca p ítu lo p reced en te, disponíam os del «punto de ap o yo» de la lite r a tu r a la tin a como facto r explicativo de u n período histórico re la tiv a m e n te breve —-la era de A u g u sto — , en el p re s e n te ep íg rafe deberem os to m a r en co n sid eración u n a g ra n d iv ersid ad de o b ra s y a u to res que d e sa rro lla ro n su ac tiv id ad en el am plio período que los h isto ria d o re s ac o stu m b ra n a lla m a r el A lto Im perio, y q ue se ex tien d e desde el re i nad o de T iberio h a s ta la m u e r te de Cómodo (192 d. C.). T res «dinastías» se su ced en en el po der: la ju lio -clau d ia con N erón; d esp u é s los F lav io s con V e sp a siano, T ito y D om iciano; fin a l m en te los A n to n in o s, con N e r va y Cómodo. El Im p erio se ve a lte ra d o p or g ra v es convulsio nes; desp u és, bajo los A n to n i nos, se estab iliza p a ra evolucio n a r poco d esp u és h a c ia u n r é gim en m arcad o p or u n a a p a re n te m oderación y u n a tu te la a d m in is tra tiv a b a s ta n te p e s a da; el espacio ro m an o tie n d e a h o m o g en eizarse m u ltip lican d o sim u ltá n e a m e n te div ersos po los económ icos y c u ltu ra le s m uy b rilla n te s en la s p ro v in cias, de donde v ien en los em p erad o res... E s ta p ro fu n d a m u tación q u ed a re fle ja d a en el su rg im ie n to de u n a m u ltip lic i dad de c o rrien tes lite ra r ia s que no es fácil in d iv id u a liz a r, ni si q u ie ra posible re d u c ir a filia ciones sim ples.
1.
La re tó ric a d e lo im a g in a r io
Como hem os visto, y a bajo A u g u sto la e n s e ñ a n z a de la r e
tó ric a se h a b ía d e sp re n d id o de su s a d h e re n c ia s «funcionales» como a rte de p e rs u a d ir. La r a zón de- ello re sid e en el hecho de que el cam po ju d ic ia l, como el de la elocuencia d e lib e ra tiv a , ya no se a b re n a los o ra d o res como h ab ía o cu rrid o bajo la R e pública: en esto s dos te rre n o s, la s m o d a lid a d e s de decisión que el nuevo ré g im e n h a ra d i calizado. A fa lta de s e r abogado o político, el o ra d o r s e rá de a h o ra en a d e la n te co n fere n cia n te o esc rito r; esto no sig n i fica que la im p o rta n c ia p e d a gógica, c u ltu ra ] y e sté tic a de la re tó ric a d ism in u y a , p u es este sa b e r, al d e ja r de e s ta r o rie n ta d o hacia u n a p rá c tic a «social» re a l, en laza en cierto m odo con am biciones e sp e c u la tiv a s, cuya le ja n a im p o rta n c ia ya h ab ía q u ed ad o s u b ra y a d a por la po lém ica que e n fre n tó a P la tó n con los so fistas. S ería fácil c a ric a tu riz a r la re tó ric a «irreal» de las esc u elas q u e su rg e n tr a s la m u e rte de A u g u sto y d u ra n te todo lo que siguió del Im p erio . Los a u to re s latin o s no se p riv a ro n de h a cerlo, q u eján d o se de la «corrup ción» de la elocuencia, y d e n u n ciando a cual m ás a los jó v en es o ra d o res que lleg ab a n al e s tr a do como si v in iesen de otro p la n e ta . E sto se lee en P etro n io ; ta m b ién en T ácito (D iálogo de los oradores), y en té rm in o s m u y p arecid o s (como si el d e b a te sobre la d ecad en cia de la elocuencia se h u b ie ra c o n v e rti do en sí m ism o en u n «ejercicio de escuela»). E sto s ejercicios, a fa lta de im ita r situ a c io n e s re a le s, las im a g in a n . U n a s v e ces tra n sfie re n sobre héroes del 85
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
im a g in a rio colectivo, histórico o m itológico la ju stificació n del d iscu rso q ue debe com ponerse: es la «etopeya», d iscu rso ficti cio, y no o b s ta n te som etido a re g la s fo rm ales b a s ta n te e stric ta s como p a ra q u e sea posible o b se rv a r su s c o n sta n te s en los d iv erso s h isto ria d o re s. O tra s veces p la n te a n como "tem a» la exposición de u n a sententia po lític a , o de u n a ex h o rtació n — es la « su aso ria» (suasoria). que p u ed e to m a r un tono p a sio n al (a lg u n a s elegías de O vi dio tie n e n la a p a rien cia de « su aso ria am orosa»), lúdico o filosófico (el m ejo r ejem plo lo p ro p o rcio n a el estilo de S éne ca)— . E n o tra s ocasiones, e s ti m u la n un d e b a te ju ríd ico con tra d ic to rio q u e to m a la form a de u n a co n tro v ersia (controver sia ) y q u e su p o n e leyes, crí m en es y c irc u n sta n c ia s a m e n u d o m uy com plejas; el conjun to co n stitu y e lite ra lm e n te lo q u e noso tro s llam aríam o s u n a «intriga», y re c ie n te m e n te P. Q u ig n ard h a podido calificar a c e rta d a m e n te , en su libro Albuciu s, a u n retórico de «nove lista» y lla m a r «novelas» a es ta s com posiciones cuyo «tem a de ejercicio» es la in trig a . E n efecto, no debem os lim i ta rn o s a c o n sid e ra r la fu tilid ad p rá c tic a de las «declam aciones» q u e sólo b u sca n los aplausos. M ás que n u n c a , la elocuencia es lo q u e siem p re h a sido en la c u ltu ra a n tig u a : un espectáculo q ue d e sa rro lla h a s ta la e x tre m a sofisticación u n a m a e stría in v e n tiv a de id eas y expresión. El «bien decir» es un objeto en sí m ism o, su p o n e la a b u n d a n cia del discu rso , im plica deci sio n es e stilístic a s, a p e la ta n to a la sen sib ilid a d como a la r a zón. C u ltiv an d o , en estos dife re n te s cam pos, la d esm esu ra que a u to riz a la g ra tu id a d de u n a exhibición, la «retórica de lo im aginario» a n im a la vida lite ra r ia y form a a rtis ta s . Es 86
m ás p e rtin e n te h a c e rse la p re g u n ta sobre lo q u e p u ed e el le n g u aje q u e in te rro g a rs e so b re lo q u e debe h a c e r ese m is mo len g u aje; a c titu d eufórica y esp e c u la tiv a q u e no e n g e n d ra fo rzo sam en te el m al gusto, sino un g u sto nuevo.
2.
U n a lite ra tu ra culta
R om a a h o ra d om ina su s p ro p ia s re fe re n c ia s cu ltu ra le s: tie n e su s propios genios, tie n e su s m odelos latin o s. L a im itación y la a em u la tio p u ed en ejercerse a h o ra no so la m e n te a p a r tir de fu e n te s g rieg a s, sino tam b ién sig u ien d o el m odelo de a u to re s latin o s, y debe in c lu irse e sta evolución en el cam po del s a b er, pues, en vida o casi en v id a, los g ra n d e s p o etas augusteos h a n sido estu d ia d o s en las esc u elas la tin a s ... Así, un poe m a didáctico como el E tn a , es tu d io científico sobre el fam oso volcán siciliano, tie n e u n a for m a «tan» v irg ilia n a que la t r a dición, que h a in te n ta d o e s ta b lece r su a u to ría , h a llegado a a trib u irlo al p o eta de la E n e i da. Del m ism o m odo, cuando C olum ela, agrónom o m uy e s crupuloso, escribió en h e x á m e tro s dactilicos la p a r te de su volum inoso tr a ta d o (De re r u s tica, en doce libros) q u e t r a t a sobre el a r te de los ja rd in e s , p a re c e como si com p letase las G eórgicas en u n p u n to q u e el poem a v irg ilia n o sólo h a b ía tra ta d o de p a s a d a . E n fin, las B ucólicas, de C alp u rn io S ic u lo, e n la z a d ire c ta m e n te con la obra h o m ó n im a d e V irgilio, y la im itación o no de la E n eid a s e rá u n o de los re to s que t e n d rá n siem p re a la v ista las epo pey as im p eriales. P o r o tra p a rte , podem os p e n s a r q u e la dom inación ta n com
EL A L T O I M P E R I O
pro b ad a de R om a so b re u n e s pacio civilizado ta n am plio s u s c ita un se n tim ie n to casi gozoso q ue im p u lsa a m u chos escrito re s h acia la s a b ia com pila ción de las a rte s y las técnicas, en todos los cam pos. El siglo 1 d. C. se c a ra c te riz a , en efecto, po r la preocupación de d o ta r a Rom a de enciclo p ed ias en le n g u a la tin a ; os como si los a u to re s q u isie ra n to ta liz a r, en un nuevo espacio c u ltu ra l u n ifica do por el s a b e r im p e ria l, el con ju n to m o n u m en tal de los s a b e re s que re ú n e el Im perio. Así, bajo Tiberio, C elso (A. C ornelio Celso) escribe u n a enciclopedia en v ein te libros, de los cuales sólo nos h an llegado los ocho últim o s — q ue tr a ta n sobre m e dicina e h ig ien e—-. S u s fu e n te s son H ip ó crates y A sclepiades. C elso d e sa rro lla en e s ta obra un tra b a jo in g e n te de n o m en c la tu ra técn ica en len g u a la ti n a (lo q ue es u n a m a n e ra de ex p lo ra r y e n riq u e c e r e s ta le n gu a, al m ism o tiem p o que u n a ap ro p iació n de la tra d ic ió n científica g rieg a;. M ás ta rd e , P linio el Viejo (C. P linio S e gundo) com pone u n a obra e ru d ita de u n a a m p litu d prodigio sa, que se p u ed e e v a lu a r en ciento s e s e n ta lib ro s, de los cuales sólo nos h a n llegado tre in ta bajo el títu lo de H isto ria N a tu ra l. D ebem os e n te n d e r -H isto ria» en su se n tid o origi n a l, griego, de in v estigación. P linio, como si fu e ra u n h isto ria d o r (Tito Livio, p o r ejem plo), tr a b a ja a p o y á n d o se en u n a m u ltitu d de a u to re s (¡la -biblio grafía» que nos ofrece en su li b ro p rim ero su g ie re que h a co n su ltad o m ás de dos m il t í tulos!) y re ú n e in fo rm aciones m e d ia n te un s is te m a de -fi chas». C asi sie m p re se c o n ten ta con o rd e n a r e s ta s fichas y re p ro d u c irla s sin te n e r g ra n d es preocupaciones a rtís tic a s ; e n tonces, la ú n ica am bición del a u to r es p ro p o rcio n ar con cla
rid ad u n a m u ltitu d de in fo r m aciones c o n c retas. P ero , en otros casos, ta m b ié n podem os verle, ca m b ia n d o to ta lm e n te de tono, in ic ia r u n a reflexión so b re estos d ato s, sobre los m é todos del s a b e r o sobre el m u n do; en to n ces, su enciclopedia se a d o rn a con los colores de la fi losofía y la re tó ric a , q u e e s tá lejos de ig n o rar. E n otros cam pos e n c o n tra m os las m ism a s te n d e n c ia s: la com pilación hace e stra g o s en la h isto rio g rafía . Como c o n tin u a ción de la s b io g rafía s de C or nelio N epote, y con la m ism a m e n ta lid a d -sin tética» , V alerio M áxim o colaciona los -hechos y dichos m em orables», p r e s ta n do u n a aten ció n específica, p o r ejem plo, a los m u e rto s ilu stre s. Se com prende e n se g u id a que u n a colección de exem pla como é sta re sp o n d e a la s n e c e sid a des de la re tó ric a , q u e los u t i lizab a b a s ta n te a m enudo. En ju s ta co rresp o n d en cia, la re tó rica ilu m in a la obra de Q uinto C urcio, cuya V ida d e A le ja n dro... se lee como u n a novela. E s ta obra sie m p re h a sido m uy b ien acogida (incluso p o r n u e s tro s siglos clásicos) a n te s de se r d esd e ñ a d a b a s ta n te in ju s ta m e n te . P ero la vocación de la h isto rio g ra fía bajo la d in a s tía ju lio -c la u d ia p are c e h a b e r sido d a r voz a la s n o sta lg ia s p o líti cas: como el ord en a n tig u o e s tá en la s m em o rias, su s o ponen te s m u ltip lic a n la s h is to ria s de la R epública y de la s g u e rra s civiles. In c lu so el fu tu ro em p e ra d o r C laudio (siguiendo el consejo de T ito Livio) com etió el pecado de ju v e n tu d de la n z a rse a u n a a v e n tu ra ta n d eli cada. C rem ucio C ordo fue con m in ad o a su ic id a rse p o r h a b e r a la b a d o a B ru to y C asio, a s e sinos de C é sa r (su o b ra se h a perdido). P ero, in v e rsa m e n te , y con escaso ta le n to , V elleyo P atérc u lo d esp a ch a a toda p risa la h isto ria de la R epública ro 87
I N T R O D U C C I O N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
m a n a p a ra c e n tra rs e en se g u i da en la celeb ració n de C ésar, A ugusto, T iberio y S eyano. La a m a rg u ra p o r u n lado; la servil ad u lació n p o r otro: e n tre estos dos ex trem o s, q ue d e riv a n de u n a situ ació n p o lítica todavía m al d ig erid a, no tie n e n a d a de e x tra ñ o q u e u n a lite r a tu r a h is tó ric a m ás in o cen te, que cele b ra a A lejandro, se h ace eco de la s u ltim a verba de los g ra n d e s ho m b res y p rim a lo p intoresco y lo exótico, h a y a podido te n ta r a m uchos au to re s. E s te exotism o, que es com p le m e n ta rio de u n g u sto com probado p or la s -cosas s o rp re n dentes» (m ir a b ilia ), refleja cla ra m e n te u n a de la s n u e v a s fa c e ta s de la cu rio sid ad ro m an a : a h o ra que el espacio m ed i te rrá n e o ya e s tá ro m anizado, la m irad a se vuelve h a c ia los te rrito rio s g erm án ico s, pero tam b ién y sobre todo h acia O rien te. De un lado, los b á rb a ro s so r p re n d en ; de otro, el h elen ism o e n c u e n tra u n nuevo aspecto «orientalizándose». H ay en esto u n a especie de vértigo, cuyos efectos se d ejan s e n tir no so la m e n te en la evolución religiosa (cultos de C ibeles, A ttis, M i th r a , lsis), sino tam b ién en la sen sib ilid ad de los g o b e rn a n te s — C aligula, d esp u é s sobre todo N erón, a c e n tú a n los ra sg o s so la re s y cosm ocráticos del poder im p erial, cu ltiv an d o g u sto s (o fa n ta s m a s ) que p u ed e n s e r co n sid erad o s patológicos si se los d esp ren d e de su s in flu e n cias o rie n ta le s— . Lo Divino cam bia de sen tid o . Lo Bello tam b ién : m á s com plejo, a m e nu d o sofisticado, se «barroquiza». El Im p erio se en riq u ece g ra cias al cosm opolitism o; la sociedad ro m a n a e s ta lla , las ra z a s se m ezclan (con g ra n es cándalo p a ra co n serv ad o res como J u v e n a l) y se ab re paso a un nuevo h u m a n ism o m e nos riguroso, m á s sen sib le, to 88
le ra n te y preocupado p o r la fe licidad.
3.
N a c im ie n to d e la n o v e la
El S a tiric o n de P etro n io es, por lo q u e p u ed e o b serv arse, el p rim e r tex to al cual se puede d a r el no m b re de «novela» en la h is to ria de la lite ra tu ra . Los teóricos del género — L ukács, por ejem plo— no lo tu v iero n en c u e n ta , como tam poco a las n o v elas g rieg a s (sin du d a pos terio re s), lo que es un grav e erro r, p u esto que toda u n a te n dencia de la novela del siglo XV]], p o r ejem plo, se in sp ira a b ie rta m e n te en estos textos an tig u o s. D irem os p a ra re co r d a r que la «picaresca» im p li ca, por definición, h isto ria s de ban d id o s, y las novelas a n ti gu as, la tin a s o grieg as, hacen de e s ta violencia uno de los m otores de la in trig a ; del m is mo m odo, confieren a las m u je re s (y a la relación, am o ro sa u hostil, e n tre h o m b res y m u je re s ) u n papel que no ex istía en la h isto rio g rafía , pero que a lc a n z a rá g ra n fo rtu n a en la novela del fu tu ro . M uchos otros indicios p o d rían c ita rse aquí. La form a del Satiricon h a podido d esc o n certa r, p u es la obra (b a s ta n te m u tila d a ) es u n a m ezcla — m u y d e sp ro p o r cionada— de p rosa y verso. Si situ a m o s la o b ra en u n co n tex to (su d atació n como «novela de los tiem p o s neronianos» c a u sa m enos p ro b lem a s que su a t r i bución a C. P etro n io A rb ite r, am igo del P rín cip e, d esp u é s obligado a su ic id a rse p o r h a b e r co n sp irad o co n tra él), esta m ezcla d e so rd e n a d a de ele m en to s div erso s ju stific a p le n a m e n te el títu lo —de nuevo
EL A L T O I M P E R I O
e s ta fam osa sa tu ra , o m á s bien, a fin de c u e n ta s, u n a sa tu ra que, a p u ra n d o h a s ta el fin al el p rin cip io de la m ix tió n, ofrece en u n a m ism a obra tonos, te m as, p erso n ajes y estilo s m uy d iferen tes— . P ero se o b se rv a rá que la poesía (que se p re s e n ta bajo la form a del e p ig ra m a y de dos frag m en to s épicos) no u s u rp a en n in g ú n m o m en to a la p ro sa su función n a r r a tiv a específica: e s tá d is p u e s ta e n fre n te de la p ro sa, como v a r ia ción su y a, como o rn a m e n to , o como objeto de a r te digno de e stim a , p u es la crítica lite ra r ia es u no de los te m a s re c u rre n te s de este tex to s u p e r a b u n d a n te . P o r o tra p a rte , no se sab e a ciencia c ie rta si el p a saje de c a rá c te r épico (en h e x ám etro s dactilicos) q u e su rg e en un recodo de la n arrac ió ii, es u n a p ág in a en la q u e el a u to r h a q u erid o m o s tra r s u s h a b ilid ad es o se tr a t a m á s bien de un p astich e , si h a y q u e a d m irarlo o b u rla rs e de él. F re n te a u n a u tilizació n n u e va de la p ro sa — la n a rra c ió n de u n a h isto ria de p e rso n a s h istó ric a m e n te irre le v a n te s — , el a u to r d ispone los in s tr u m e n tos trad ic io n a le s que le s u m i n is tra b a la e s c ritu ra poética: el e p ig ra m a p a r a «esbozar» un m o m en to , d ístic o s eleg ia co s p a ra h a b la r de am o r, o la epo peya como modo de n a rra c ió n heroica. Q ue h ay a en la novela, como afirm a L u k ács, « d eg ra dación» de la epopeya en b e neficio de un « realism o p ro b le m ático» p la n te a u n p ro b lem a de fondo, que se tra d u c e por u n a oposición de fo rm a, y q u e se re su elv e m e d ia n te u n a m a g nífica v ic to ria de la p ro s a . G a n a te rre n o , e in clu so — e s ta ría m o s te n ta d o s de d ecir— g a n a en todos los te rre n o s : p a ra e n u n c ia r la a v e n tu r a y la h a z a ñ a , el p erip lo y la s t e n t a ciones, in co rp o ra a su h a b e r, ad o rn án d o lo con el re a lism o co
tid ia n o , el proyecto épico; p a ra d e n o ta r el cu erp o y su s p ru e b a s de am o r, roba su s fra se s (y a veces su iro n ía) a la poesía eró tic a; p a r a d is trib u ir la ac ción y la p a la b ra , se ap ro p ia del diálogo, q u e viene de la p o esía d ra m á tic a , pero ta m b ié n del diálogo filosófico, cu y a s re g la s de g u sto y le n g u aje e stá n a q u í ta n «degradadas» como en la epopeya. F in a lm e n te y sobre todo, es en la técn ica n a r ra tiv a h isto rio g ráfic a, co rreg id a y re v isa d a p a ra lo g ra r u n a m ay o r lig ere za, y en la m agnífica li beración del le n g u aje q u e p ro porciona la «retórica de lo im a ginario», donde P etro n io debe u r d ir su n a rra c ió n con u n a d i n á m ic a s o rp re n d e n te : la s no v elas g rieg as, a m en u d o afec ta d a s , so fisticad a s y locuaces, no tie n e n e sta v irtu d ni este ritm o . E n el fondo, co n tán d o n o s la s a v e n tu r a s y d e s v e n tu ra s de dos «desclasados», Encolpo y A scilto, en u n m u n d o fr a u d u lento, tru c u le n to y cosm opolita, P e tro n io re sp o n d e a las c u a tro p re g u n ta s que se h acía T ito L i vio p a ra o rie n ta r su in v e s tig a ción h istó rica: la vida de las g e n te s , su s c o stu m b res, el d e s tin o de los h éro es, las a r te s en fin, en el se n tid o am plio del té rm in o . S o b re e s te ú ltim o p u n to , no cabe d u d a de q u e la n o v ela se in te re s a s u m a m e n te en la s v irtu d e s de la ilusión y la m etam o rfo sis, q u e proceden del a rte . E n el m ás larg o y fa m oso episodio que se conserva de la obra, la Coena T rim alcion is, que d escrib e u n b a n q u e te n o ctu rn o en c a sa de u n lib erto , T rim alció n , de m o d ales b a s ta n te d e sc o n c e rta n te s, el a r te del cocinero c o n siste en o frecer e n ig m a s g astro nóm icos, d is fra z a r, m e d ia n te la ilusión, lo d e licioso a sq u e an d o , y v iceversa. P a re c e s e r ta m b ié n q u e la m is m a cena es e n te ra m e n te u n a « p u esta en escena» a r tís tic a 89
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
m e n te o rg a n iz a d a p or T rim alcíón. Y los h é ro e s de la novela se d ejan a t r a p a r p o r ella, como el le c to r se deja coger p o r la no v ela com o ficción o rg a n iz a d a . P ero son la s o tra s p re g u n ta s las q u e c o n trib u y e n a d a r fu e r za y s a b o r al libro. El espacio en el que se m u ev en Encolpo y A scilto e s tá d esp ro v isto de c u a lq u ie r id ealizació n : en él ve m os s im p le m e n te cómo se d e s a rro lla la v id a de la s p e rso n a s , y, p o r lo d em ás, los p e r so n ajes m u e s tra n no s o la m e n te los ra sg o s co n creto s de e s ta v id a sino ta m b ié n su s fu n d a m e n to s éticos ( s u s c o stu m b res, q u e no son en ab so lu to las de los tr a ta d o s filosóficos) y la h is to ria in d iv id u a l q u e im plica: los p e rs o n a je s no d esp e rd ician u n a sola ocasión p a r a «contar su vida». E sto p e rm ite com pro b a r q u e la in e s ta b ilid a d , la m o vilid ad , el cam bio de e sta d o y de fo rtu n a es la re g la en e ste m u n d o de a sc e n sio n e s p ro d i gio sas (la de los lib erto s) o de d ec ad en c ia s rid ic u la s (Encolpo y A scilto son c a b allero s venidos a m enos). L a re a lid a d social y c u ltu ra l del Im p erio y de los tiem p o s de N eró n es a q u í algo m á s que u n decorado, es... el li b ro m ism o. U n a m ezcla cons t a n te de dolce vita y de te n sio n es a g re siv a s, de p e rv e rsio n e s y de am b icio n es, de im a g in a ción c re a tiv a y de fru s tra c io n es. No es s o rp re n d e n te que F ellin i h a y a h echo suyo este tex to e x u b e ra n te en u n a p elí c u la q u e, sin «contar», el S a tiricon, p u ed e d ec irse q u e no tra ic io n a su esté tic a . De hecho, es m uy difícil decir e x a c ta m e n te lo q u e «quiere d e cir» el S a tiric o n . Se h a podido v er en e s ta o b ra u n a novela in iciática, en la cu al la s a v e n t u r a s de los h é ro e s les h acen s a lir de u n m iste rio p a r a e n t r a r en otro. La h ip ó te sis es a q u í to d av ía m en o s convincen te q u e en el caso de la s M e ta 90
m orfosis de A puleyo. O ta m bién, u n a novela eró tica b a s ta n te to rtu o s a (los am o res h o m o sex u ale s de los jó v en es h é ro es se ven p e rtu rb a d o s por m u c h a s in te rfe re n c ia s, a m e n u d o sád icas o m aso q u ista s. c a s tra d o ra s en todo caso). O ta m b ié n , u n a novela de a v e n t u r a s q u e to m a a veces la a p a rie n c ia de u n a novela de a p re n d iz a je — a la m a n e ra de u n a b a ja d a a los in fiern o s— . O ta m b ié n , u n a «sátira» en el se n tid o clásico del térm in o , que d e n u n c ia c ru e lm e n te los vicios de la época. O ta m b ién ..., no a c a b a ría m o s n u n c a de e n u m e r a r la s h ip ó tesis, y q uizá los an a cro n ism o s de le c tu ra , pues no sab em o s en ab so lu to , d e s p u és de todo, cómo los co n tem p o rán eo s «leían» e ste libro. El a isla m ie n to m ism o de la obra en su tiem po, y su estad o de m u tilac ió n (que no im pide la le c tu ra , pero que. p o r ejem plo, e n m a s c a ra la in trig a g en e ral ) a lim e n ta n el m iste rio y e s ti m u la n la cu rio sid ad . La len g u a y el estilo de P etro n io nos s u m e rg e n de lleno en u n re alism o triv ia l que la lite r a tu r a la tin a h a b ía ignorado h a s ta en to n ces o re se rv a b a a las p e q u e ñ a s p in c e la d a s del e p ig ra m a . El in g e nio, la tru c u le n c ia , la e s p o n ta n e id a d sólo d ecep cio n arán a q u í a los p a rtid a rio s de u n a lite ra tu r a dem asiado afectada como p a r a s e r h o n e s ta . H ay que le e r el Sa tiric o n p a r a d is fru ta r (¡si la trad u c ció n es bu en a!) y... so rp re n d e rs e con él.
4.
S é n eca, a rtis ta y filó so fo
L a o tra g ra n fig u ra de los tie m pos n e ro n ia n o s es sin d u d a el filósofo S éneca (L. A nneo S é n eca, ¿4 a. C.?-65 d. C.), nacido
EL A L T O I M P E R I O
en C órdoba en el seno de u n a poderosa fam ilia de e s ta ciudad a n d a lu z a , d ec id id a m e n te d e s tin a d a a co n v e rtirse en u n a de las en c ru cijad a s c u ltu ra le s de O ccidente. S én eca tam b ién e ra m uy joven cu an d o viajó a R om a, y su o b ra sólo recib irá esta in flu en cia «española» a tra v é s de su p a d re , S éneca el Retórico, así llam ad o por las dos colecciones de «fragm entos escogidos» q ue nos h a dejado, donde se con sig n an y com en tan te m a s de S u a so ria s y de C on troversias, con, a m odo de «co rregido», los felices h allazgos de los m ejores retó rico s de la época. E ste d a to d en o ta por sí solo que, en las pro v incias ro m a n a s, la v id a c u ltu ra l e ra m uy p u ja n te (M arcial y Q u in tilian o , otros «españoles», p ru e ban esta v italid a d ), y que u n a g ra n fam ilia como los A nnaei e ra un v erd ad ero vivero de o ra dores y escrito res. Dio a R om a, al m arg e n del filósofo y de su p ad re, al geógrafo Pom ponio M ela, y sobre todo al poeta L u cano. T ácito, q ue no siem p re se m u estra condescendiente con Sé neca, le describe como u n ho m b re co m p letam en te de acuerdo con los g u sto s de su s co n tem porán eo s y, p o r lo ta n to — si p en sam o s d e te n id a m e n te en ello— , e n te ra m e n te re p re s e n tativ o de u n a c ie rta m o d ern i dad cu ltu ra) y e stética . El filó sofo bebe en la s fu e n te s del e s toicism o, y a m en u d o se re m o n ta a los rasg o s o rig in ales de la a n tig u a d o ctrin a ; p ero el esc ri to r es a n te todo u n a r tis ta d e c id id am en te v u elto h ac ia el nuevo estilo que e n s e ñ a la r e tó rica . E s u n h o m b re a la m oda, que fre c u e n ta la corte im p erial, donde vive el día a día de las v icisitu d es de la vida co rte san a: próxim o a C aligula (y q u izá ex c esiv am en te cercano a J u lia L ivilla, h e rm a n a del em p erad o r), C lau d io le exilió a
C órcega m erced a los b u enos oficios de M e sa lin a , y ocho años m ás ta r d e A g rip in a le vol vió a lla m a r p a ra confiarle la educación de su hijo, el fu tu ro N erón, que en to n ce s te n ía t r e ce años. A la m u e rte de C la u dio 'q u e salu d ó con u n a s á tira m u y feroz, la A p o ko lo k yin to sis del D ivino C laudio, donde v e m os al d ifu n to e m p e ra d o r m etam o rfo sead o en ca la b a z a d e s p u és de su m u e rte ...). S éneca se convierte, ju n to con B u rro , en el p rin cip a l consejero p o lí tico del n u ev o e m p e ra d o r, qu ien le encom endó la a d m i n istració n de u n a especie de m in isterio ; desd e e s te cargo, a v a la rá el a s e s in a to de A g rip i n a. D esp u és, poco a n te s de ca e r en d esg racia, se re tiró p a ra d ed ica rse e n te ra m e n te a s u s o b ras filosóficas, y fin a l m en te tuvo q u e a b rirs e la s v e n a s por h a b e r p a rtic ip a d o en la conjura de P isón (65 a. C.). En la sociedad im p e ria l, y sobre todo en los a m b ie n te s de la «clase política», filosofar es u n a ta r e a difícil, y q u e re r s e r filósofo se p arece m u ch o a te n e r vocación de h éroe. El e sto i cism o e ra la m oral bajo la cual se o cu ltab an con g u sto los opo sito res al rég im en im p e ria l, ob sesionados p o r el re cu erd o de C atón de Ú tica, de B ru to y de los héroes de la R om a re p u b li can a. Así, el S en ad o veía a lz a r se la a rro g a n te fig u ra de un P aeto T h ra s e a , cuyo silencio sobre la política de N e ró n m e recía condena. E s s o rp re n d e n te que u n a exigencia de v irtu d ta n rig u ro sa como la p reco n i zad a p o r la filosofía estoica p u d iera te n t a r a u n h o m b re como S éneca que, a fin de c u e n ta s, a n te s y d esp u é s de su exilio, se h ab ía am o ld ad o sin p ro b lem a s a la co n d u cta de los buenos servidores del Im perio. ¿Acaso el espectáculo de los vicios e s tim u la la v irtu d ? E sta m o s obli gados a p e n s a r así t r a s ex a m i 91
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
n a r la o b ra filosófica de S é n e ca. E n ella se lim ita a d e n u n c ia r la s d esg ra c ia s de los tie m pos (a la s cu a le s a veces él ta m b ié n h a co n trib u id o ) y los excesos de los q u e h a sido te s tigo. E s ta e x tra ñ a te n sió n se co m p ren d e m ejo r si sabem os e n te n d e r, a tra v é s de la obra del filósofo, la s in q u ie tu d e s de u n p e n s a m ie n to u n poco e r r a n te , fa scin ad o p o r el espectáculo del m al, p ero ta m b ié n p o r el su eñ o febril de la sa b id u ría . U na catequesis estoica L as p rim e ra s o b ras filosóficas de S én eca — s u s C onsolaciones a M arcia, P olibio y H elv ia— llev an el sello de la retó rica: d iscu rso s ficticios dirigidos a c o n tem p o rán eo s suyos c a s tig a dos p o r la fo rtu n a , re c u p e ra n u n a form a en la cual el ac ad é m ico C ra n to r p a s a b a p o r m a e s tro , y q u e C icerón u tilizó por c u e n ta p ro p ia «autoconsolándose» cu an d o p erd ió a su hija. E s u n poco lo q u e h ace S éneca, p o r lo d em ás, cu an d o , d irig ié n do se al lib erto Polibio (próxim o a C lau d io ) y a su p ro p ia m a d re H elv ia, se la m e n ta ese n cial m e n te so b re su exilio y escribe, de e ste m odo, u n a sú plica p a ra o b te n e r su a m n istía . P ero la elección de a rg u m e n to s e s to i cos te s tim o n ia ta m b ié n c la r a m e n te u n a elección de p e n s a m ien to : d e sp u é s de c o n s ta ta r la s s e rv id u m b re s de la condi ción h u m a n a , S én eca predica u n a re s is te n c ia m oral que e stá h e c h a de v a le n tía , in d iferen cia co n scien te y rig o r. La función de la filosofía es sim p lem en te « p re p a ra r p a ra las d esg racias del fu turo», y la im p asib ilid ad ideal del sab io estoico e stim u la e ste a p re n d iz a je de u n a v irtu d u n poco fo rzad a. S u s o tro s tr a ta d o s llev an e q u iv o ca d am en te el n o m b re de «diálogos», p u e sto q ue la «sua 92
so ria filosófica» que d esa rro llan sólo se in te rru m p e p a ra d ejar p aso a las objeciones de un in te rlo c u to r im ag in ario , según la fig u ra re tó ric a del «dialoguismo». A S éneca le g u sta propo n e r s u s m e d ita c io n e s: D e la co n sta n cia del sabio. De la tr a n q u ilid a d d el a lm a . D el ocio, De la brevedad de la vida, De la ira, De la felicid a d (De vita beata). De la clem encia. De la s b u e n a s acciones. E s ta s o b ra s h a n sido e sc rita s en el contexto de la educación de un joven p rín cip e y, a u n q u e e stán d ed ica d as a p e rso n a s próxim as o a am igos, p u ed e d ecirse de e llas que fueron co m p u estas a d u su m D elphini. E s posible que S éneca tu v ie ra la e sp e ra n z a de co n v e rtir a su alu m n o en un m o n arc a ilu stra d o , y desde lu e go la in te lig e n c ia del joven N e rón podía p e rm itir e s p e ra r los m ejores a u g u rio s en e sta em p re sa . E sta c a te q u e sis exigente c o n tra s ta e s trid e n te m e n te con el re su lta d o histó rico del re i nado. P ero, desde u n p u n to de v ista form al, vem os a firm a rse en S éneca un estilo propio, a veces p e d a n te , a m en u d o b ri lla n te , siem p re com bativo. E n su s p a la b ra s , S éneca d e fiende con a rd o r la cau sa de la v irtu d , u tiliz a la d ia trib a p a ra fu s tig a r los vicios, y no d u d a n u n c a en p re fe rir la im agen v io len ta a las m an ife sta cio n es c u lta s. El a rm a fa v o rita del fi lósofo, en su esfuerzo de «pa rénesis» (exhortación m oral), es la m etáfo ra, que a m en u d o tie n e su origen en la co n tem p la ción de los esp ectáculos con cretos que d e riv a n del dolor, la s e n ferm ed a d es, la s violen cias, las to rtu ra s ... E n e sta s condiciones, la in sen sib ilid ad del sabio to m a a p a rie n c ia s h i perbólicas... E s ta «catequesis del choque» se m o d era se n sib le m e n te en el v asto conjunto de la s C artas a L u cilio o C a rta s m o ra les, com
EL A L T O I M P E R I O
p u e s ta s por S én eca e n tre los añ o s 62 y 65, d esp u é s de su re tira d a de la escen a política. ¿Se tr a t a de u n a v e rd a d e ra co rres p o n d en cia, o de u n a ficción ep isto lar? La crítica no h a po dido d e te rm in a rlo con ex a cti tu d , pero es lícito p e n s a r que. en todo caso, e s ta s ciento v e in tic u a tro c a rta s d e sa rro lla n un proyecto de «dirección e sp iri tual» que excede a m p lia m e n te las p o sib ilid ad es de u n a e n s e ñ a n z a por corresp o n d encia... El re to es in s tr u ir a Lucilio, lle v a rle h acia la s a b id u ría , y, p a r a h acerlo, S én eca dirige a la vez u n a form ación teó rica (m e d ia n te la doxografía a lim e n ta el exam en de p re g u n ta s e v a lu an d o las re s p u e s ta s de la t r a dición filosófica) y p rá c tic a (e n señ a a Lucilio el a r te de m e d ita r sobre los hechos, la s r e flexiones que ésto s su g iere n , la s elecciones ética s que im p li can). P o r m om en to s, la Caí-tas a L u cilio to m an así el aspecto de un d iario filosófico en el que se evoca la m u e rte v a lie n te de u n am igo, el te m b lo r de tie rra que d estru y ó Lyon o los exce sos de las S a tu rn a le s . La filo sofía se a s ie n ta a s í en la vida m ism a, sin p o r ello n e g a rse a s e r cu lta: los p rin cip io s llev an a los p recep to s, y la te o ría a y u d a a la p ráctica. E lo cu en te (la re tó ric a le h a en se ñ ad o el a r te de la im ag en fu lg u ra n te , de la sen ten tia la p id a ria ), siem p re háb il p a ra d e s a rro lla r m etáfo ra s y aleg o rías, lib erad o de la a p a rien cia u n poco m ágica de u n tra ta d o y p e rm itién d o se di gresio n es g ra cio sas o p a té tic a s, S éneca e n c u e n tra aq u í u n a for m a sed u c to ra g u ia d a por u n a sen sib ilid a d que casi siem p re da en el clavo. S én eca nos ofre ce la po sib ilid ad de s e n tir la a n g u s tia oculta de su época y la g ra n d ificu ltad que tie n e él m ism o p a ra e n c o n tra r los ca m inos de la s e re n id a d . P ro fu n d as y h u m a n a s , las C artas a
L u cilio son lo m ejo r de S éneca y m erecen se r leíd as. Extrañas tragedias No es d e n ig r a r el p e n s a m ie n to de S éneca a d v e rtir que la m ay o ría de los te m a s filosó ficos que h a tr a ta d o fo rm a b an p a r te de los lu g a re s com unes «éticos» ex p lo tad o s p o r la re tó rica de su tiem po. Él hecho de que los retó rico s no tu v ie ra n ca u sa s de e n v e rg a d u ra que t r a t a r en la v ida re al d e te rm in ó el d esa rro llo de su c u ltu ra filosó fica; de a h í u n a p ro p en sió n a lo q u e podría lla m a rs e la «diser tación de m oral g eneral», do ta d a de u n a coloración estoica q ue, en el contexto político que hem os evocado, se m o stra b a como g a r a n tía de p a rre s ia , esto es, del «libre h ab lar» , y se a li m e n ta b a de exem pla historica to m ad o s de los tiem p o s re p u blicanos... E n efecto, la c u ltu ra filosófica d e S én eca le p e rm i te a lc a n z a r, sobre todo en las C artas a L u cilio , u n a m ay o rp ro fu n d id a d ; pero el corpus de n u ev e tra g e d ia s q u e nos h a le gado p u ed e s e r un testim o n io , en am p lia m ed id a, de e s ta «fi losofía del am biente»; ta n to es así, que se h a p re te n d id o con v e rtirla s en los elem e n to s de u n «teatro filosófico» d ec id id a m e n te estoico. E n la F edra de S éneca, p o r ejem plo, H ipólito s e rá el em b lem a de u n a vida p u ra «de acu erd o a la n a t u r a leza» por oposición a su m a d r a s tr a in fam e e n tre g a d a a las p asio n es. E s ta le c tu ra no re s is te u n e x a m e n serio: re to m a n d o te m a s clásicos (M edea, A g a m e nón, E dipo, Fedra, dos episo dios del ciclo de H é rcu les, las Troyanas). S éneca propone a n te todo « reescritu ras» de E u ríp i des, o de Sófocles, siguiendo u n a e sté tic a que fu erza los "ras gos del te a tro h elen ístico —y sobre todo u n a te n d e n c ia ya 93
I N T R O D U C C I Ó N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
p re s e n te en la predicación fi losófica— . H ay u n a ad ap tació n al g u sto del m om ento: el é n fa sis q u e se pone en la -locura trágica», el fu r o r , q u e convierte al h éro e en un s e r capaz del p eo r de los crím en es (el scelus nefa s que le pone al m arg en de la h u m a n id a d ); com placencia en la cru eld ad que se pone en escen a sin re tic en cias; violen cia ex a g e ra d a de la s p a la b ra s y de los p erso n ajes; pero, sobre todo, ad ap tació n «a la rom ana» de co stu m b res g rieg a s, con, esp e cialm en te, u n a in teg ració n m ás e s tric ta de los coros en la escen a. Es m uy verosím il que e s ta s tra g e d ia s h a y a n dado lu g a r sobre todo a le c tu ra s p ú b li cas (recitationes), al m arg e n de q ue tam b ién fu e ra n re p re s e n ta d a s (si bien al m arg e n de los ju eg o s escénicos, en -privado»), pero no ten em o s co n stan c ia de esto. Como indicios, podem os ev o car la e s tru c tu r a de e sta s o b ras, e m in e n te m e n te -d ra m á ticas» en el sen tid o de que se o rg a n iz an en el contexto de u n esp ectáculo, pero ta m b ié n el ferv o r de los tiem p o s n e ro n ia nos p o r el te a tro : el m ism o N e rón co n trib u y ó con su p e rso n a su b ien d o a u n escenario, y pudo e s tim u la r c ie rta s re p re sen tac io n es trá g ic a s al m arg e n de su s c la ra s p re fe re n c ia s por la p a n to m in a y otro s espec tácu lo s m u sicales. R esu lta en todo caso m uy in te re sa n te c o m p a ra r — p u e sto q u e es p o sible— la in te n s id a d cruel del te a tro de S éneca con la, fu erza trá g ic a de su s m odelos griegos; pero tam b ién , av a n zan d o en la h isto ria , d e s ta c a r en e s ta s - t r a g ed ias n ero n ia n as» u n estilo que in flu irá m á s sobre el t e a tro de S h a k e s p e a re q ue sobre n u e s tro s clásicos n acio n ales. Se a trib u y e ig u a lm e n te a S é neca (sin d u d a eq u iv o ca d am en te) u n a tra g e d ia h istó rica. O c tavio, que t r a t a sobre el a s e s i n a to por p a r te de N erón de su 94
p rim e ra m u jer, la h e rm a n a de B ritán n ico . E s ta obra es, en todo caso, la única fa b u la p r a e texta que nos h a llegado. F u e co m p u esta sin d u d a m ás ta rd e (como m uy pronto, bajo Dom iciano».
5.
M o ra lis ta s y satíricos
P ed ro , lib e rto de A u g u sto que vivió sin d u d a h a s ta el re in a d o de N erón, se contentó, en su s cinco libros de F ábulas, con p la g ia r a E sopo sin g ra n genio a p a re n te (las re c ie n te s te n t a t i v a s de la crítica p a ra d e sc u b rir en él c ie rta p ro fu n d id a d son b a s ta n te d esc o n certa n te s): el m o ralism o de los apólogos no sie n ta bien al e sp íritu rom ano, ni a e ste siglo ap a sio n a d o de los p lato s fu e rtes. De nuevo es el estoicism o la d o ctrin a que s u m in is tra el fondo ideológico a las s á tira s de P erso y J u v e n a l, en u n a form a que llam a la aten ció n p o r su ag resiv id ad . P erso, q u e vivió bajo N erón, sólo nos h a dejado seis s á tira s , p ero esto b a s ta p a ra v er en él a u n v erd ad ero m ilita n te del estoicism o. P a ra fu s tig a r los vi cios y las p asio n es de la época, em p lea la violencia de u n t e r ro ris ta , y esto s a rre b a to s po d ría n a c h a c a rse a los im p u lso s de u n a pasión ju v e n il (m urió p re m a tu ra m e n te a la ed ad de veintiocho años), p u es no cabe d u d a de que es el p o eta m ás oscuro de la poesía la tin a ... J u v e n a l es q u izá el m á s vio lento. E sta m o s lejos de los ser m ones de H oracio, llenos de ca m p ech an ía: con él, la s á tira se convierte en u n a re q u is ito ria , y su p ro g ra m a poético se re su m e en u n a p a la b ra — es la indignación, afirm a , lo que for m a al p o eta— . H e aquí, p u es, a un ho m b re p e rm a n e n te m e n
EL A L T O I M P E R I O
te a ira d o que, en su s dos libros de S á tir a s (en to ta l, dieciséis piezas), se im pone el d eb e r de no d e ja r títe re con cabeza. E sta obra, em p ez ad a en el año 100 d. C. (esto es, bajo T rajan o ), se re s ie n te sin d u d a del fracaso p erso n al de J u v e n a l en la e s cena pública, donde su s h a b i lid ad es o ra to ria s no fueron s u ficie n te m e n te ap re c ia d a s. Así pues, pone su conocim iento pro fundo de la re tó ric a al se rv i cio de su ¡dignación, y se la n za a u n a cru zad a c o n tra los vi cios de R om a, ciu d ad d e p ra v a da. P rim ero , d en u n c ia las in fam ias del d in ero , lo que es u n lu g a r com ún rep etid o m a c h a co n am en te, sobre todo en la d ia trib a cín ico-estoica. D e s p u és, a ta c a la s e x u a lid a d d e sen fre n a d a que, según él, h a con vertido a la C iu d ad E te rn a en un in m en so lu p a n a r. Como cree que las m u jere s tie n e n u n a g ra n re sp o n sa b ilid a d en e s ta obsesión colectiva, les d e dica su m ás la rg a sátir«a (¡la sex ta, que no tie n e m enos de seiscien to s s e s e n ta y u n v e r sos!) y no les p erd o n a n ad a ... F in a lm e n te , fu stig a con a c ritu d a los e x tra n je ro s, a los griegos, a los o rie n ta le s, a los galos que «colonizan» R om a, la co n ta m i n a n , d e stru y e n su id e n tid a d y su m oral y m in a n e s ta c u ltu ra con m ay o r eficacia q ue la a m e n a z a de los pueblos b á rb a ro s. E n re su m id a s c u e n ta s, a n ti p lu tó c ra ta , a n tife m in is ta y v i g o ro sa m e n te xenófobo, J u v e n al ac o rra la el «sida m en tal» y hace re tu m b a r su s ray o s v e r b ales. Lo h ace con p ru d e n c ia , pu es, cu an d o a ta c a a u n in d i viduo, escoge a u n d ifu n to , y lo hace de m odo que no se lo p u e da id e n tific a r con ce rte z a (sólo cita uno de su s tria nom ina); pero ta m b ién con talen to : tie n e la fu e rza de los g ra n d e s p anfleta rio s, y V ictor H ugo lo pone p o r las n u b es sin p re g u n ta rs e d em asiad o sobre la s d eb ilid a
des de su p e n sa m ie n to , que tra n s f ig u r a e ste vigor de e x p re sión. B a s ta n te to rp e cu an d o se p ro p o n e d e s a rro lla r vagos lu g a re s co m u n es sobre la v irtu d , J u v e n a l d is p a ra d a rd o s t e r r i b les cu an d o se t r a t a de d e n u n c ia r el vicio y a los viciosos. El lecto r se d eja a t r a p a r p o r e s te estilo y sa b o re a v erd ad ero s fuegos a rtific ia le s v e rb a le s, lle nos de p in to re sq u ism o , dotados de u n a riq u e z a de le n g u a e im ag in ació n que, to d a v ía hoy, nos d ejan a tó n ito s. E s u n a ca ric a tu r is ta g en ial, el m ás «sa tírico» de los satíric o s — pero, sin d u d a ta m b ié n , el m á s re a c cionario y el m á s obtuso— . E n efecto, como se ñ a la J. B ayet, u n poco de «nacionalism o d e clam atorio» no e sta b a de m ás bajo T ra ja n o , y J u v e n a l corre pocos riesgos; p ero su com pla cencia ra d ic al en la e x a g e ra ción nos im p id e v er en su obra u n a im ag en fiel de la R om a de la época. E s m ás b ien en los E p ig r a m a s de M arcial donde en co n tra re m o s e s ta im ag en , q u e este a u to r nos ofrece en c o rta s p ie za s r ig u ro s a m e n te a m o ra le s , p ero c h isp e a n te s de h u m o r... a veces m uy m o rd az. No e stam o s lejos del S a tiric o n , e incluso, a m en u d o , e x a c ta m e n te en la m ism a onda: allí donde P e tro nio co n stru y e u n a in trig a , M a r cial p ropone u n c u a d e rn o de esbozos. A m bos a u to re s coinci d en sin em b arg o en p r e s e n ta r nos u n m ism o m undo, con su s defectos y su s rid icu leces, h o r m ig u e a n te de v id a, en todo caso, y c a p ta d o con g ra n vive za. No es el m en o r ta le n to de M arcial h a b e r esc rito a s í c a to r ce lib ro s de e p ig ra m a s (¡qui n ie n ta s piezas!) en los que nos h a b la de todo un poco sin p re te n d e r ja m á s p a s a r por m o ra lista . Se le asocia a m enudo con u n a u to r licencioso (h a b rá de p ro b a rse q u e es m ás obsce no q u e C atu lo en el e p ig ra m a 95
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
erótico): dig am o s sim p le m e n te q u e no es tris te leerlo y que re c h a z a o b s tin a d a m e n te toda idealización. Q u izá se a é s ta su m a n e ra de re c h a z a r t a ja n te m e n te — y a q u í de n u evo e n la za con P etro n io — la g ra n pom p a de la s ep o p ey as q u e. si por un lado c a u s a n fu ro r e n tre las c a m a rilla s lite ra r ia s p ró x im as a la corte, p o r o tra p a r te a b u rr e n a todo el m undo...
6.
Lucano y las e p o p e y a s im p e ria le s
E n el siglo I d. C. se conso lid a firm e m e n te la epopeya como gén ero de g ra n p re stig io (a fin de c u e n ta s , se a d a p ta m u y bien a la p rá ctica c u ltu ra l de la s recitationes). P odem os d is tin g u ir tre s ten d en c ias: — L a im itació n de V irgilio, ilu s tr a d a p o r los P u n ica de S i liu s Itálico (¡diecisiete can to s, doce mil versos!). E s ta com pli cad a n a rra c ió n de las g u e rra s p ú n ic a s m ezcla h is to ria y m i tología en u n a s p roporciones q u e el p o eta de la E n eid a evitó c u id ad o sa m en te. P o r ello, in cluso los co n tem p o rán eo s de S ilio (escribió bajo D om iciano) v iero n en este a u to r a un -m ono de im itació n de Virgilio» m á s que a u n d iscípulo in s p i rado... — La epopeya fra n c a m e n te m itológica, q u e re to m a la t r a dición de la s ep o p ey as a le ja n d rin a s , como te s tim o n ia p erfec ta m e n te V alerio Flacco: su s A rg o n á u tica s to m a n como m o d e lo el poem a del m ism o títu lo com p u esto en el siglo il] a. C. p o r Apolonio de R odas. E stacio (P ublio P ap in io E stacio) re to m a ig u a lm e n te en su Tebaida (doce can to s) u n te m a tra ta d o a n te rio rm e n te p o r A n tím aco de Colofón, a sa b e r, la lucha fr a 96
tric id a de E téocles y Polinice, hijos de E dipo (R acine fue u n fe rv ie n te a d m ira d o r de e s ta obra). E n o tra epopeya a p e n a s com en zad a — la A q u i/e ia , de la qu e sólo se escribió u n canto— , E stacio reconducía a le g re m e n te e s te -e stilo mitológico» h ac ia lo novelesco, in tro d u cien d o «in fa n c ia s de A quiles» q u e re c u e r d a n ... el D a fn is y Cloe. — La epopeya h istó ric a fin a l m e n te reco b ra su a n tig u a p u ja n z a g ra c ia s al poem a de L u cano. E n efecto, e s ta te n d e n c ia p ro fu n d a m e n te ro m a n a de la epopeya n u n c a h a b ía d e s a p a recido p o r com pleto, y es in te r e s a n te c o n s ta ta r q u e el «frag m en to épico» del S a tiricon re la ta p re c is a m e n te el m ism o episodio histórico: la g u e rra ci vil. A d iferen cia de Silio, L u cano no tr a t a de in tro d u c ir n u n c a lo m ara v illo so en su ce lebración épica de la Guerra civil e n tre C é sa r y Pom peyo (m ás conocida con el títu lo de F a r sa /ia , p o r el no m b re de la g ra n b a ta lla lib ra d a , y g a n a d a , p o r C é sa r en T esalia). B ien in form ado sobre esto s aco n teci m ie n to s re la tiv a m e n te re cien te s y e m in e n te m e n te d ra m á ti cos (aquí se decide el final de la R epública), L ucano propo n e u n a visión m uy reflexiva de este «choque e n tre titan es» . D ebe le e rse , al com ienzo del poem a, el a d m ira b le re tra to alegórico de P om peyo —viejo roble q u e vive a la so m b ra de su g lo ria— y el de C é s a r — a m bicioso, eficaz, vivo como el ray o — . L a re tó ric a es, p a r a L u cano, el m edio de tra n s c e n d e r el ac o n te cim ie n to h istó rico p a ra co n v ertirlo en celebración épica. L u can o am p lía, colorea, d ra m a tiz a y tra n s f ig u r a sin d e s n a tu r a liz a r un conflicto in te n so e h istó rico cuyo v e rd a d ero h éro e es, a fin de cu e n ta s, el h o n esto C ató n de Ü tica. Los dioses, su s prodigios y su s sig nos se v in c u la n al m u n d o de
EL A L T O IM P E R I O
los h u m an o s m e d ia n te a r tifi cios (sueños, prosopopeyas, vi siones...) que pro v ien en de fi g u ra s re tó ric a s. El h ero ísm o , en cam bio, c o n tin ú a sien d o «laico». Jo v e n , a u d a z y p e rsp ic a z , L ucan o q u ería p ro vocar el e s tre m e c im ie n to en su s lectores, h a c e r p ercep tib le el h o rro r de e sta g u e rra , q u e sab em os que fue un v e rd ad ero tra u m a p a ra la ro m a n id a d . C o n se c u e n te m e n te , cediendo al g u sto de la época, se com place en la d e s cripción s a n g rie n ta y v io len ta, p o r no decir m orbosa y m a c a b ra . E n todo m o m en to se m u e s tra digno fa m ilia r de S é neca: deja v e r p a ra d a r que p e n sa r. E ste ex p resio nism o fu rioso — se h a llegado a h a b la r im p ro p ia m e n te de estilo «ba rroco»— p u ed e lle g a r incluso h a s ta el m al gusto. P ero el m o m en to va no es propicio p a ra la sub lim ación v irg ilia n a. L ucano no tie n e n ecesid ad de h a c e r b a j a r a su lecto r a los Infiernos: el in fiern o e s tá aq u í, en la tie rr a , en el corazón de la g u e rra civil, y quizá en la n u e v a r e la ción de p o d eres q ue s a ld rá de ella... E s ta visión p e sim ista del ré g im e n im p erial explica sin d u d a que L ucano m u rie ra p re m a tu ra m e n te , sin h a b e r t e r m in ad o su m agnífico poem a, obligado a su ic id a rse por h a b e r p a rtic ip a d o en un conspiración c o n tra N erón.
7.
Tácito, co n ciencia crítica d e l Im p e rio
T ácito (P. C ornelio T ácito) es c ie r ta m e n te el h o m b re q u e conspiró m ás eficazm en te con t r a N erón, en todo caso c o n tra
su m em oria: los libros de los A n a le s que tr a t a n sobre el rei nad o de este em p erad o r han m a rc a d o in d ele b le m e n te la im ag en q u e la posteridad tiene de él. E sto eq u iv ale a reconocer la fu erza con la que este in m enso e sc rito r im puso su vi sión de u n siglo en definitiva difícil de defin ir. El m ás b rilla n te de los his to ria d o re s ro m an o s nació pro b a b le m e n te en la G alia narbon e n se h a c ia los años 55-57 d. C. O rig in ario de la burgue sía de p ro v in cias, form ado en las esc u elas de retó rica, en tra en el sen a d o bajo Vespasiano, d esp u é s de su m atrim onio con la h ija del cónsul C. Junio A grícola. E jerce después un m an d o m ilita r en G erm ania, q u e le m a n tie n e alejado de R om a h a s ta los últim os años del re in a d o de Domiciano. En el año 97 se le nom bra cónsul su fe te 2: sin h a b e rse visto afec ta d o por la tir a n ía del em pe ra d o r m ás psicótico del siglo, a b o rd a los tiem pos nuevos in a u g u ra d o s por N erva en una posición en v id iab le. Se recono cen u n á n im e m e n te su s habili d ad e s como abogado y orador, su p re sen cia en la escena lite r a r ia y su ex p erien cia como «gran fu n cio n ario del Estado»; ad e m á s, es u n o de los fieles co la b o ra d o re s de T rajan o ; Plinio es am igo com ún de am bos. H a cia el año 104 em pieza a escri b ir las H isto ria s, que te rm in a r á en el 109. A lgunos años m ás ta rd e , n o m b rad o procónsul de A sia, em p ieza a escrib ir los A n a les. L a fecha de su m u erte es in c ie rta (sin d u d a debió de p ro d u c irse h a c ia los años 117118 d. C.). E s ta c a rre ra es ejem plo de la re a lid a d im p e ria l desde m u chos p u n to s de v ista. Tácito en c a rn a p a r a d ig m á tic a m e n te la
- S u p r e m o m a g i s t r a d o d e C a r ta g o . (TV. d e l T .)
97
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
asc en sió n de la b u rg u e s ía de p ro v in c ia s a las m á s a lta s fu n cio n es p o líticas, a los m á s altos n iv eles de la v id a a rtís tic a y li t e r a r ia . L a v e rd a d del Im p erio e s tá , q u izá, m á s en su a d m i n istra c ió n que en el m icrocos m os de la corte: esto explica q u e se p u e d a s e r un buen s e r v id o r del E sta d o a c tu a n d o bajo las ó rd e n es de u n m al p rín c i pe. F in a lm e n te , la caída de los F la v io s ju s tific a la e s p e ra n z a de u n a v u e lta a la lib e rta s: el p o d e r e s tá a h o ra en m an o s m á s d ig n a s, y p u ed e e s p e ra rs e q u e el Im p erio salg a de su con trad ic ció n fu n d a m e n ta l, que es, p a r a T ácito, irs e h u n d ie n d o de d in a s tía en d in a s tía . N erv a, d e sp u é s T ra ja n o , q u ie re n el o r d en , y sab e n o rg a n iz arlo . Se v u elv e al e s p íritu de A ugusto. D ed icán d o se a e sc rib ir la h is to ria del im p erio ju lio -claudio, T ácito m e d ita so b re él d esp u é s de su d esa p arició n y lo hace a n a liz a n d o los hech os desde u n a p ersp e c tiv a d ra m á tic a . E s ta inflexión a n im a su p ri m e ra o b ra, la Vicia de A grícola. T ácito ab o rd a la h isto rio g ra fía a tra v é s de la b io g rafía no de u n p rín cip e , sin o de un leal se rv id o r del E sta d o , y lo hace no sin c ie rta p ie ta s , p u es A grí cola es su su eg ro , y q u izá el a u to r e s tiliz a u n poco fa v o ra b le m e n te los ac to s y los p rin cipios de su héi'oe. Lo cierto es q u e A grícola h a pacificado B re t a ñ a (la G ra n B re ta ñ a ac tu a l), so m etien d o a los p u eblos a u tó c ton o s y arrico n án d o lo s h a s ta C aled o n ia (Escocia), y lo h a h e cho... p o r n a d a . Y D om iciano, q u ien siem p re vio con m alos ojos los éxitos de su s g en e rales, h a ag rad ecid o al procónsul los serv icio s p re s ta d o s lla m á n d o lo p a ra h a c e rle c a e r en u n a d e sg ra c ia d e fin itiv a, y poco le p reo cu p a c o n se rv a r u n a con q u is ta ta n d u ra m e n te d is p u ta da d u ra n te ta n to s años. E sto s e rá im posible a p a r tir de a h o 98
ra , da a e n te n d e r Tácito, qu ien opone la « an tig u a se rv id u m bre» a la «felicidad presente». De hecho, la V ida de A grícola le p e rm ite p la n te a rs e todos los p ro b lem a s del Im perio: ¿cómo a d m in is tr a r su espacio?, ¿hace fa lta m a n te n e r la paz y r e n u n c ia r a las co n q u istas?, ¿qué lu g a r q u e d a p a ra la g lo ria, el m é rito o el ta le n to ? , ¿qué política p u ed e a s e g u ra r d u ra d e ra m e n te la «rom anización» de las p ro v in cias, cuyos pueblos — como los caledonios, a quien T ácito concede la p a la b ra a tra v é s de su je fe G algaco— tien en toda la razón p a ra o p onerse y re s is t i r a u n im p erialism o b ru ta l y codicioso?; fin a lm e n te , ¿deben de s u b e s tim a rs e las v irtu d e s de esto s b á rb a ro s q u e no se h a n visto d eb ilita d o s por u n a le n ta d ecad en cia de las cos tu m b re s y los v alo res? N o cabe d u d a de que, en este caso, la b iografía im p lica ta m b ién u n a lección de política... H is to r ia s y A n a le s E n c o n tra m o s, p u es, en T ácito algo de la in sp iració n de S a lu s tio, sólo q u e, en su caso, con u n a m ay o r a m p litu d de m iras: si la h isto rio g ra fía e s tá al s e r vicio de la política, no es p re c is a m e n te en el ex am en con creto de las crisis donde e n c u e n tra su s e n se ñ a n z a s, sino en la crítica sev e ra de las «disfunciones» de un régim en. E n u n a am p lia p ersp ectiv a, las H isto ria s (que em p iezan en la m u e rte de N erón), d esp u é s los A n a le s (que a b a rc a n el período q u e v a desde la in u e rte de A u g u sto h a s ta la caíd a de N erón), t r a t a n de e sta b le c e r los lím i tes, según la feliz expresión de A. M ichel, del «destino del Im perio». P a r a nosotros, las H isto ria s son la n a rra c ió n de u n a g u e r r a civil. L a sucesión de N erón
EL A L T O I M P E R I O
ab re la co n tien d a e n tre G alba, O tón y V itellio, que se en fre n ta n y se su ced en , y el Im perio se d esm em b ra . E s te e sp e ctá culo fascin a a T ácito, y los cu a tro p rim ero s libros (y el co m ienzo del q u in to ) q u e hem os conservado son la crónica de los años 69 y 70, q ue se con ta ro n sin d u d a e n tre los m ás desg raciad o s de R om a. T erm i n a n con la to m a de la ciudad por los ejércitos flavios, en ple n a celebración de la s S a tu r n a les. y con la lleg ad a al poder de V esp asian o . R em o n tán d o se en el tiem po, T ácito se m arc a un nuevo p u n to de p a rtid a , y se asig n a como m eta, en los A n a le s , e x a m in a r la d ecad en cia del im p erio julioclaudio. A la h is to ria de u n a g u e rra civil sucede la h isto ria de u n a corte. Los seis p rim ero s libros (que nos h a n llegado; el libro V de form a m uy incom p leta) tr a ta n sobre el re in a d o de T iberio. H em os p erdido los libros VII al X (el re in a d o de C alig u la y los com ienzos del de C laudio). La n arrac ió n a rra n c a p a ra no so tro s en el libro XI y te rm in a en la m ita d del libro XVI: a sistim o s a los últim os m om en to s del re in a d o de C lau dio y a la p rim e ra m ita d del de N erón. No cabe d u d a de que la obra se com ponía de dieciocho libros y q ue e n la z a b a con las H isto ria s. D u ra n te todo el pe ríodo así cu b ierto , la política in te rio r g a n a la p a r tid a a m p lia m e n te a la política exterior, y n a d a m ás e m p e z a r T ácito se ñ a la este rasgo: pocas g u e rra s g loriosas, u n a p az re la tiv a m e n te tra n q u ila — es la co nsecuen cia del -te s ta m e n to político» de A u gusto, que d esea u n a lim i tación v o lu n ta ria del im p e ria lism o ro m an o a su espacio ac tu a l— . Así pu es, el a u to r p re s cinde de esa v e rtie n te de la h isto rio g rafía trad ic io n a l que p e rm itía e n c o n tra r u n alien to épico y consig u ien tem ente m ag
n ificar, a tra v é s de la conquis ta , a los g ra n d e s h o m b res y las g ra n d e s h a z a ñ a s . Com o c o n tra p a rtid a , ¡qué de crím enes!, ¡c u án tas violencias! A p a r tir del re in a d o de T iberio, la a n ti g u a R epública, cuyo fa n ta s m a a g ita b a A ugusto, no es m ás q ue u n a ilu sió n , y el nuevo o r d en del poder g ra v ita a lre d e d o r de la corte im p e ria l. S om bría crónica de los procesos, c a p ri chos, m a q u in a c io n e s y ab u so s de Seyano, p e rs o n a lid a d m a lé fica que, de hecho, g o b iern a como un tira n o . T iberio, r e ti rá n d o se de la escen a, re v ela la d u re za h ip ó crita de su p e rso n aje, y la a tm ó sfe ra se hace cad a vez m ás d ra m á tic a . Sin d u d a la n a rra c ió n del re in a d o de C alig u la d ab a a T ácito la o p o rtu n id a d de m u ltip lic a r los cu a d ro s ab o m in ab les. Con el fi n al del re in a d o de C laudio, y sobre todo con el de N erón, la m o n stru o sid a d se pone al o r den del día. El crim en se con v ie rte en u n m odo de re in a r, y la s p erv ersio n es im p e ria le s se a c e n tú a n . Se a v a n z a a p aso s a g ig a n ta d o s h a c ia la ap o ca lipsis... E l g ra n ta le n to de T ácito c o n sistiría e n h a b e r sabido to m a r el p u lso a este m icrocos m os in q u ie ta n te . Le in te re s a m u ch ísim o el papel q u e d e se m p e ñ a n los poderosos, esa m a n e ra de s e r q u e c u ltiv a n , por lo cu ra o p o r m iedo, y q u e les lleva a h u n d irs e in e x o ra b le m e n te de d e sm e s u ra en d e s m e su ra . ¿S erán los ju lio -clau dios como los A trid a s? Así p o d ría creerse . N e ró n te rm in ó a se sin a n d o a A g rip in a, su p ro pia m ad re ... D e hecho, T ácito se to m a su s d ista n c ia s resp ecto de este a p a re n te d e stin o tr á g i co, p u es lo trág ic o su p o n d ría la g ra n d e z a , y en lo que n a r r a no vem os m á s q u e b ajezas: e m p e zando por la s de la clase polí tica; por ejem plo, esa a d u la tio del S enado q u e a p la u d ió to d a s 99
I N T R O D U C C I Ó N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
las vilezas q u e com etieron los p rín cip e s y las legitim ó. A ve ces se re p re s e n ta n d ra m a s in te n so s o grotescos; de episodio a episodio, sin ced er a la te n tació n de la an é cd o ta g ra tu ita , T ácito d e sa rro lla , bajo la h is to ria de e s ta d in a s tía , la in tr i ga in ex o rab le de u n a novela n e g ra q u e leem os con pasión.
b irá en su tra ta d o . El len g u aje p e rm ite a lc a n z a r u n a b elleza d is tin ta de la de la arm o n ía , en cierto m odo, u n a belleza «m onsti'uosa». D esde este p u n to de v ista , T ácito es u n escri to r que re v iste la m áx im a im p o rta n c ia p a ra la h isto ria de los estilos, y no h ay n in g ú n otro a u to r de la an tig ü e d a d q u e en esto p u e d a c o m p a rá r sele.
Tácito y lo sublime A m en u d o se h a asociado en b ro m a el estilo de T ácito con su propio n o m b re (o m ás b ien con e se cognom en con el que se le conoce h a b itu a lm e n te ). T a ci tu s q u ie re d ecir «quien h a b la poco», y, efectiv am en te, el es tilo del h is to ria d o r d e sta c a por s u s fra se s elíp tic as, donde los s u s ta n tiv o s g a n a n a m p lia m e n te la b a ta lla a los verbos. E sto confiere u n a fu erza ex p resiv a m u y especial a un tex to a m e n u d o difícil de tra d u c ir, p u es es m uy com pacto, m uy d enso y m u y dinám ico a la vez. E s cier to q u e los tra d u c to re s siem p re h a n ex p e rim en tad o a lg u n a m o le stia en s e g u ir a T ácito allí donde el h is to ria d o r q u iere lle v a r a su lector, es decir, c u a n do la in te n s id a d de la n a r r a ción lo re q u ie re , a los lím ite s m ism os de la len g u a. Incluso p a r a los la tin o s , T ácito h a b ría sido u n a u to r difícil. P ero esto no q u iere d ecir q ue fu e ra h e r m ético: nos in q u ie ta p o r su ex ceso de ex p resiv id ad . E nem igo de la in sip id ez t a n to como de la am p u lo sid ad , T á cito a c e n tú a , en la s H isto ria s y los A n a les, su in clinación h ac ia u n estilo q u e en c au za la s e n sib ilid ad del lecto r m ás a llá de la s p a la b ra s , e im p o n e la t u r bación de la b elleza m á s allá del h o rro r de los actos y los hechos. E s ta ten sió n h ac ia un «rebasam iento» proviene de u n a esté tic a co n creta — la de lo «su blime»— , q u e Longino d esc ri 1OO
8.
Los testigos d e un neo clasicism o
P o r ello es c o m p le ta m e n te so r p re n d e n te v e r a T ácito p ra c tic a r, en su D iálogo de los ora dores (escrito q u izá h a c ia el año 102), u n estilo co m p leta m e n te «ciceroniano», salvo en la s ú ltim a s p ág in a s, im p re g n a d a s p o r u n a te rrib le ironía. E ste diálogo esc rito a la m a n e ra de C icerón re ú n e a o ra dores de un tiem p o poco p ro picio p a ra la elocuencia, p u esto q u e e stam o s bajo D om iciano, y esto s o ra d o res h a b la n de las po sib ilid ad es lite ra r ia s q u e se ofrecen a su elección: ¿ im ita r a los an tig u o s?, ¿h a c e r de nece sid ad v irtu d ? El d e b a te no es ú n ic a m e n te estético sino que, ad e m á s, pone en ju eg o el e s ta tu to m ism o de la elocuencia, y c o n sig u ie n te m e n te , por a ñ a d i d u ra , el de la e sc ritu ra . E s te p ro b le m a se p la n te a c ie rta m e n te al m ism o T ácito — y a o tro s esc rito re s— en e s to s tiem p o s tu rb u le n to s : e n la m ism a época, el retórico Q u in tilian o , en su In stitu c ió n ora toria, p roporciona u n a «sum m a pedagógica» sobre la e n se ñ a n z a de la re tó ric a y la form ación del orador. O b ra preciosa, q u e nos m u e s tra cómo se ed u c ab a u n joven ro m an o , desde su m ás tie rn a in fan c ia h a s ta los «cur
EL A L T O I M P E R I O
sos» de los retóricos; co n stitu y e ad e m á s un testim o n io por p a r te del a u to r de la viva preo cu pación q ue se n tía p o r a rm o n i z a r los m étodos con los te m p e ra m e n to s, y -codificar» así u n a en se ñ a n z a eficaz. E s ta re fle xión se prolonga m e d ia n te u n v erd ad ero curso de crítica lite ra ria , a m en u d o m uy rico y m atizad o , en los libros V III a X, y cu lm in a con un a n á lis is de las cu a lid a d es m o rale s y cul tu ra le s que debe po seer el o ra dor. C om probam os, p u es, en este final del siglo I, qu e el e s p íritu del De oratore a le n ta b a tod av ía, ¡al m enos en las e s cuelas! P lin io el J o v e n (C. P lin io C aecilio S egundo, so b rin o del enciclopedista P lin io el Viejo) e ra p re c isa m e n te u n alu m n o de Q u in tilian o , y co n stitu y e un ejem plo p a rad ig m átic o de e sta orien tació n h a c ia el neo clasi cism o al m arg e n del cual se si tú a T ácito, como hem os visto, d elib e ra d a m e n te . Los h o m b re s e ra n , sin em b arg o , am igos y r i v alizaro n en los esc en ario s p ú blicos y p riv ad o s de la elo cu e n cia... P lin io es de to d a s fo rm a s m ás m u n d an o , p o d ría d ec irse incluso q ue b a s ta n te snob (p e r ten ece a u n a fam ilia riq u ísim a , y se le p u ed e c o n s id e ra r el v e r d ad ero h e re d e ro de u n a tr a d i ción de eleg an cia a ris to c r á ti ca y de c u ltu ra re fin ad a). P li nio se p re s e n ta sin re tic e n c ia s como un «hom bre de le tra s» — lo sab em o s sobre todo p o r su co rresp o n d en cia— q u e p re p a ra m in u cio sam en te su s a le g a to s de d efen sa (q u e hem os perdido) y fre c u e n ta a s id u a m e n te las le c tu ra s p ú b licas, es aficionado al a rte y g u s ta de c u ltiv a r las bellezas del len g u aje. P róxim o a T ra ja n o , elegido cónsul en el añ o 100 d. C., com pone y p ro n u n c ia u n d iscu rso de a g ra d e c im ie n to al e m p e ra dor, que fue ed itad o y co n se r vado con el títu lo de P a n e g íri
co. Todos conocen las co n n o ta ciones d esp e c tiv a s que tien e hoy este té rm in o al s e r u tili zado en la le n g u a com ún p a ra d e s ig n a r u n elogio excesivo en su form a y fondo. D e hecho, e s te gén ero de d iscu rso conoció u n g ra n éxito u n poco m ás t a r de, en los siglos III y IV , h a s ta el p u n to de lle g a r p rá c tic a m e n te a c o n v e rtirse en un género lite ra rio autó n o m o , a lg u n a s de cu y as m á s h e rm o s a s p á g in a s conocem os g ra c ia s a u n a reco pilación de o b ra s s u e lta s . El P anegírico de T ra ja n o cae en a lg u n o s excesos: d e m a s ia d o s elogios al e m p e ra d o r, excesivo odio, aplicado a d estiem p o , h a cia la fig u ra de D om iciano, un s in g u la r a b u so de la s fig u ra s re tó ric a s y u n a lo n g itu d un poco d e s a le n ta d o ra . P lin io , siem p re cicero n ian o , se m u e s tr a aq u í u n poco m á s a s ia n is ta q u e su m a e stro , e, incluso, si la situ ació n lo p e rm ite , se m u e s tr a dem asiad o ... P o r el c o n tra rio , su s diez li b ros de C a rta s no carecen de gracia «ática». B uscaríam os in ú tilm e n te en e s ta s m isiv a s a l g u n a p ro fu n d id a d , y los críticos h a n podido p re g u n ta rs e le g íti m a m e n te sobre su v e rd a d e ra n a tu ra le z a . ¿Se t r a t a de a u té n tic a s c a rta s ? ¿E s u n a c o rre s pon d en cia ficticia? L a h ip ó tesis de S ir R onald S ym e seg ú n la cual P linio h a b ría re u n id o bajo e s ta fo rm a u n a «antología» de las m ejores p á g in a s de su s m e jo re s c a rta s , es la m ás sed u c to ra , p o rq u e «casa» b ien con la p e rso n a lid a d de u n ho m b re siem p re p reo cu p ad o p o r com p la c e r a u n público h ip o tético que va m ás a llá del m ero co rre sp o n sa l. P ero el n arcisism o de P linio refleja fie lm e n te la au to co m p lac en cia de e s ta so ciedad de h o m b re s cultos y e le g a n te s a la cual p e rte n e c e n su s am igos, d e s tin a ta rio s d e c la ra dos de su s c a rta s . A sí p u es, todo el m u n d o e s ta b a co n ten to 1OI
I N T R O D U C C I O N A LA L I T E R A T U R A L A T I N A
con ellas, y, como todos sa b e m os, no es el m en o r en c an to de las c o rresp o n d en c ias que se p u blican p ro c u ra r a ciertos lecto res el p la c e r de v erse evocados en el libro q ue leen... C ad a c a rta
9.
A p o g e o d el Im p e r io ..., p e ro d e s ie rto en las letras la tin a s
D esp u és de T ra ja n o , la d is p a rid ad c u ltu ra l del Im p erio se
m u e s tra de m a n e ra cada vez m ás c la ra e n tre un O ccidente m u y -ro m an izad o » y u n O rie n te en el que el h elenism o cons titu y e u n d e slu m b ra d o r polo de a tracció n . Se sab e qué fa scin a ción lírica ejerció esta cu ltu ra sobre A d rian o , y vem os a M a r co A urelio e sc rib ir su s P ensa m ien to s en len g u a griega. En e s ta s condiciones, m ie n tra s que con P lu ta rc o . E pictecto, L ucia no de S a m o s a ta y los h is to ria dores A piano y Dión C'assio las le tra s g rie g a s vuelven a a lc a n z a r un so rp re n d e n te vigor, la lite r a tu r a la tin a flaquea y tie n de a em pobrecerse. L as V id a s de /os doce C ésa res, de S uetonio, m arca, en todo caso, la v o lu n tad de t e r m in a r con la p esad illa de u n a d in a s tía m a ld ita . E s ta s b io g ra fías — q u e em p iezan con C é sa r y te rm in a n con D om iciano— no d ejan en la so m b ra nin g ú n vi cio público u oculto de los hom b re s que gob iern an Rom a. De hecho. S u eto n ió (nacido hacia el año 75, m u e rto h ac ia el año 160) no es un historiado]·. Es u n a r a ta de biblioteca que eje r ció u n a activ id ad recopiladora con escaso sen tid o crítico escri biendo u n a m u ltitu d de t r a t a dos de los que heñios perdido lo esen cial. Llegó incluso a escri b ir — lo que es el colmo del e n ciclopedism o— un libro lla m a do De rebus va riis, títu lo so r p re n d e n te que podría tra d u c ir se como -A cerca de to d as las cosas». E sto d e m u e stra u n a g ra n cu rio sid ad , pero no im p li ca n e c e sa ria m e n te un g ra n t a len to lite ra rio . A p e s a r de todo. S u eto n io no es u n m al escritor. E n la re v is ta q u e p asa a los e m p e ra d o re s, no carece de p e n e tra c ió n psicológica y decide u tiliz a r u n estilo sobrio p a ra p in ta r s u s re tr a to s sin ningún
A lu sió n al t í t u l o d e la p e líc u la d e B u ñ u e l E l d is c r e to e n c a n to d e la b u r g u e s ía . (N . d e l. T .) ^02
EL A L T O I M P E R I O
tipo de com placencia. Coleccio na los dichos b rilla n te s, las citas, las an écd o tas (a lg u n a s m uy sab rosas), h a b itu a lm e n te clasifica bien los re s u lta d o s de su investigación (to d as las bio g rafías siguen ex a c ta m e n te el m ism o p lan) y no t r a t a en a b soluto de in te rp re ta r filosófica m en te la conducta o la política de los personajes. L as conside raciones éticas, a veces excesi v as en la lite ra tu ra la tin a , son aq u í d ejad as de lado. D e alg ú n modo, S uetonio hace la «feno menología» b ru ta de u n siglo de poder im p erial, y se le lee sin desagrado. P o r el co n trario , su co n tem poráneo Floro su p e ra con éxito la pru eb a de re s u m ir la h isto ria ro m an a en... dos libros, u ti lizando u n a p ro sa ta n preocu p ad a por los o rn a m e n to s re tó ricos que exhibe m ás fig u ras que dato s históricos. E s p e s a do, a p e sa r de un p lan original que rep ro d u ce u n a visión m uy sin tétic a del p asad o rom ano si guiendo un m odelo in sp irad o en las «edades- de u n a vida; sin em bargo, el siglo que le vio n ac er no era d e fin itiv a m e n te el de la h isto rio g rafía profunda. S acrificando su obra a la m oda in cip ien te de los «com pendios resum idos», Floro m arc a bien la p au ta...
10.
¡A p u leyo en to d o caso!
El ú ltim o g ra n a u to r al que nos referirem o s e n c a rn a todo lo que de m ejor nos h a legado este siglo. Se t r a ta del africano A puleyo, nacido en M a d a u ra (en la A rgelia a c tu a l) h acia el año 125 d. C., p erso n alid ad a tra c tiv a como n in g u n a o tra. F orm ado en la «universidad» de C artag o , d esp u és (d u ra n te
larg o s años, que pasó en A te n a s y G recia) realizó m ú ltip le s viajes, vivió en R om a y m ás ta rd e volvió p a r a e stab le cerse en su provincia n a ta l, donde d estacó por h a b e r sido e n c a u sado en u n proceso re so n a n te (se le acusó de m ag ia, y se d e fendió con u n su til aleg ato , la A pología, que hem os co n se rv a do) y por su ta le n to como b ri lla n te conferenciante. De A puleyo se p o d ría decir qu e lo h a leído todo, v isto todo, vivido todo, y ad e m á s q u e sabe esc rib ir sobre to d as las cosas. Se au to p ro clam a «platónico», y sin duda lo es a la m a n e ra de su época, que h a em pezado a «desracionalizar» a P lató n ab rie n d o su p e n sa m ie n to a to d as las especulaciones m ística s del neoplatonism o, que florece rá d u ra n te el siglo sig u ien te. Se inició en todos los cultos m istéricos que enco n tró a lo largo de su s viajes, im p re g n á n dose m ejor que c u a lq u ie r otro de sus co n tem p o rán eo s de u n a n u e v a religiosidad c e n tra d a en el problem a de la salvación in div id u al, y no y a en el del o r den del m und o o de la ciudad. No se so spechaba eq u iv o cad a m e n te que a m a b a la m ag ia. En verso o en p ro sa, en la tín o en griego, A puleyo h a escrito t r a tad o s (nos h a llegado su De P latone y su De deo S ocratis, p ero se le a trib u y e n ig u a lm e n te u n a m u ltitu d de o b rita s que tr a ta n todos los tem as), confe re n cias b rilla n te s (así es como p u ed e d esc rib irse la antología que nos h a llegado bajo el t í tu lo de F lo rid e s) y sobre todo u n a so rp re n d e n te novela, L a s m etam orfosis, conocida ig u a l m e n te con el títu lo del A sn o de oro, traducción del títu lo latin o A s in u s aureus. E s te títu lo se p re s ta a e n g a ño. P o r su p u esto , h ay u n asno en la novela de A puleyo, pero no es de oro. El h éro e del libro, llam ado Lucio, h a sido t r a n s 103
I N T R O D U C C I O N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
form ado efectiv am en te en asno como consecuencia de u n a «fal sa m aniobra» en u n a ex p e rien cia de m ag ia que su curiosidad in sacia b le le h a llevado a in t e n t a r d u ra n te u n viaje a T e sa lia (región de m agos p o r a n to n o m asia). P a ra re co b ra r la form a h u m a n a , le b a s ta r á con m a s tic a r ro sas. P ero esto no es sencillo: de a v e n tu ra en av e n tu ra , som etido a p ru e b a s ago b ia n te s , s u frie n d o todos los m alo s tra to s im ag in ables, gol pead o , robado p o r b andidos, so m etid o a los fa n ta s m a s de unos y otros, Lucio lleg ará al fondo de la d esesp eració n , y sólo de b e rá su salvación a la benevo le n te in terv en ció n de la diosa Isis. R ecu p e rad a su a p a rien cia h u m a n a y salvado, Lucio se co n v ierte en sacerd o te de la diosa Isis, cuyo culto, que se di fundió en R om a a p a r tir del si glo i a. C., conoció un éxito cre cien te en todo el Im perio. De hecho, e s ta in trig a no h a sido im a g in a d a en su s lín eas m a e s tra s p o r Apuleyo. El es c rito r griego L uciano la d e sa rro lló en u n a especie de «no vela corta» m ucho m ás breve y que se titu la b a sim p lem en te E l asno. T am b ién enco n tram os en la obra de A puleyo h u ellas de u n a novela g rieg a esc rita por u n ta l L ukios de P a tra s , difí cil de fe c h a r y cuyo contenido exacto tam b ién es com pleta m e n te desconocido. Lo p ro p ia m e n te específico de la novela de A puleyo es, p o r u n a p a rte , q ue te rm in a , en el libro XI, con la in terv en ció n de Isis, y, por o tra , que, en el centro del libro, en co n tram o s u n a «narración en g a sta d a» , el C uento de A m o r y P sique, n a rra c ió n d en tro de la n arrac ió n rica en significa dos sim bólicos. E stam o s, pues, a n te u n a novela b a s ta n te sofis tic a d a , que re cu p era sin duda el a m b ie n te de «las fáb u las m ilesias» (cuentos fan tástico s m ás o m enos m ara\'illosos) que 104
circu lab an p o r G recia. En c u a n to al títu lo , deb ería m ás bien tra d u c irse como E l asno rojizo, lo que refleja b a s ta n te bien el vocablo latin o aureus, p u es e ste color y este an im al e stá n asociados a u n a m e ta m orfosis del dios S et, h erm a n o de O siris y que, en e s ta m ito logía. desem peña el papel de diablo. De este modo, el libro de A puleyo e n c o n tra ría su co h e ren cia en el m ito de Isis: cas tig ad o por su fútil curiosidad, Lucio conoce u n a v erd ad era «travesía por los infiernos» a n te s de re n a c e r en la fe de Isis. E n cu a n to al C uento de A m o r y P siq u e, ilu m in a rá e s ta in icia ción con un poco de platonism o novelado, con un sin cretism o filosófico-m ístico que ni la épo ca ni los gu sto s de A puleyo po d rá n d esm en tir. ¿S erá, pues. L a s m etam orfosis u n a novela in iciática? M uchos indicios así p arece n a te stig u a rlo , y algunos episodios (tam bién los n om bres de los perso n ajes) no d e s a n i m an Ja hipótesis. P ero no d e bem os fiarn o s d em asiad o de las ap a rie n c ia s: uno de los e n can to s de A puleyo es sa b e r e n g a ñ a r ex c elen tem en te a su m undo, y a z u z a r el in te ré s del lecto r m u ltip lican d o las p is ta s... que a veces son falsas. E n u n a p rim e ra aproxim ación, los te m a s de la novela coinciden con los de u n a novela de av e n tu ra s , «picaresca», como lo era, en cierta m edida, el Satirico n . A rra s tra d o por su m etam o rfo sis a u n a cascada de c a tá s tro fes, Lucio se su m erg e en u n m undo m arg in a l cargado de violencia y de fa n ta s m a s e ró ti cos (de los cu ales a veces es el in stru m e n to ). Lo fa n tástico , que es el m otor de la in trig a , no e s tá to ta lm e n te a u s e n te en la obra, sino que v iene a colo re a r u n a especie de novela n e g ra que tien e, sobre todo por el e n g a sta m ie n to de m ú ltip les n a rra c io n e s, un en c an to que
EL A L T O I M P E R I O
siem p re es un poco ex traño. A fu erza de q u e re r re d u c ir a u n i d ad el sen tid o del libro, se co rr e el riesgo de p riv a rlo de este encanto... M ás vale c o n sid e ra r e s ta se g u n d a novela de la la tin id a d como u n a obra m a e s tra de in g eniosa am b ig ü ed ad : es lo que U m b erto Eco llam a u n a «obra a b ierta» , u n libro sobre el que
d e b e rá a c tu a r lib re m e n te la apreciación del lector. E n todo caso, u n a o b ra m a e s tra cuya le c tu ra d e p a ra u n a u té n tic o placer, pues A puleyo es un ex tra o r d in a rio c u e n tis ta , cap az de v a r ia r los re g is tro s de su o b ra h a s ta el in fin ito — desde la brom a m aliciosa a lo p a té ti co. desde el re a lism o m ás crudo a los im p u lso s poéticos de la m ás p u ra «prosa de arte».
10 5
C O N C L U S IO N
Con A puleyo a lc a n z a m o s po r fín esa p ro s a qu e a m a r á t a n t o el D es E s s e in t e s de J . K. H u y s m a n s . ¿ E s ta m o s en la d e c a d e n c ia ? L a p a l a b r a no ti e n e m u c h o sentido. E s b a s t a n t e e v id e n te , sin e m b arg o , q u e e s ta m o s a n t e u n giro decisivo. N u e s tr o reco rrid o nos h a b r á llev ado d esd e los p rim e ro s b alb u ceo s de la l i t e r a t u r a l a t i n a h a s t a e s ta ob ra e n ig m á tic a y s o r p r e n d e n te m e n te m o d e rn a q u e es el A sn o de oro de A puleyo de M a d a u r a . H e m o s v isto e la b o ra rs e , d e s p u é s co n so lid arse , u n a « p e rso n alid ad lite ra ria » la tin a q u e es a m p lia m e n t e t r i b u t a r i a del pleno d e s a rro llo y au g e del p o d e r im p e r ia l is ta de R om a. E s t e espacio político no h a e n g e n d r a d o , sin e m b arg o , u n m o n o litism o c u ltu r a l del I m p erio y, en e s te final del siglo u , vem os c l a r a m e n t e qu e el edificio se m u e s t r a a d m ir a b le m e n te p e r m e a b le a d iv e r s id a d e s e in flu e n c ia s n u e v a s o rev iv id as. N o cabe d u d a de que, a p a r t i r de a h o ra , el espacio ro m a n o co m p o rta varios polos c u l tu r a le s q u e no t a r d a r á n m u c h o en e n t r a r en com p e te n c ia . La la tin i d a d li te r a r i a no s o la m e n te va a p e r d u r a r d u r a n t e siglos, sino q u e, a d e m á s , se t r a n s f o r m a r á e s p e c t a c u la r m e n te c u a n d o p ro d u z c a a l g u n a s de su s o b ra s m o n u m e n ta le s . Y a no e s tá p ro h ib id o p e n s a r que, en la fo rm a y en el fondo, la o b ra de A p u ley o se «posiciona» m á s en relació n a la e x t r e m a co m p lejid ad de u n a c u ltu r a q u e h a e s ta lla d o q u e re sp e c to a m o delo s h e r e d a d o s de la a n t i g ü e d a d clásica, g rie g a o la tin a . E s cierto q u e h a su rg id o el alic ie n te de u n m o v im ie n to de conversión, y el c r is t ia nism o, cuyos d e s a rro llo s son e s p e c ta c u la r e s en e s te siglo il, no es m á s q u e u n a de la s posibles co n v ersio n es del m u n d o a n tig u o — sin d u d a la m á s rica en co n secu encias conflictivas y esp iritu ales-—, p ero q u e s e ría n ece sa rio , po r ejem plo, c o n fr o n ta r ta m b ié n con la disociación c u ltu r a l y política que se p ro d u ce e n t re O r ie n te y O ccidente. M ie n t r a s A p uley o convirtió s u p ro s a a los e n c a n to s n o velescos de Isis, T e r tu lia n o — q u e p u d o c r u z a r s e con él en C a r t a g o — l u s t r a b a c o n v e n ie n te m e n te s u re tó ric a p a r a a r m a r la apologética c ris tia n a . U n m ism o a r s e n a l de s a b e r e s lite ra rio s , y a m e n u d o de c o m u n e s a d m iracio n es: a u to re s p a g a n o s y c ris tia n o s son ig u a lm e n t e h e re d e ro s de la s o b ra s m a e s t r a s q u e h e m o s evocado; pero u n o s y otros tie n e n , a p a r t i r de a h o r a , «visiones del m u ndo» d ife re n te s q u e e x p r e s a r, v a lo re s que, o pon iéndo se, v u elv en a b r o t a r en la creación lite r a r ia . E s t a m u ta c ió n nos p arec e f u n d a m e n ta ] , y no h em o s 10 6
EL A L T O I M P E R I O
q u e rid o m e te r n o s en el te r r e n o de u n m o v im ie n to n a c ie n te , ya sen sib le, y cuya p o s te rid a d , a fin de c u e n ta s , s e rá el im p u ls o c u ltu r a l que, a tr a v é s de la la tin id a d , m á s allá del conflicto, conduce al r e n a c im ie n to carolingio, a la E d a d M e d ia y al R en a c im ie n to . E x iste to d a u n a l i t e r a t u r a l a tin a q u e d eb em os conocer m ejor, y cuyos f u n d a m e n to s filosóficos, estético s y c u ltu ra le s se c o m p re n d e r á n m ejo r e m p e z a n d o su e s tu d io allí donde no sotro s h e m o s d e te n id o el n u e s tro . Así p u es, lo q u e se c ie rra aq u í no es u n a p u e r ta . M a r cam os u n a e ta p a . El cam in o m e re ce s e r co n tin u a d o .
107
B IB LIO G R A FÍA E s tu d io s g e n e ra le s R i q u e r , M a r t í n DE, y V a l v e r d e , J o s é M .a, H istoria de la L ite ra tu ra u /iiversa l (con textos antológicos y re sú m e n e s a rg u m é n
tales): vol. I, L a litera tu ra a n tig u a en griego y la tín , P la n e ta , B arcelo n a, 1984. B a y e t , J e a n , La L ite ra tu ra la tin a , E diciones A riel. B arcelona. 1970. L a a t h s . E r w i n , H isto ria de la L ite ra tu ra U niversal, E d ito rial L a bor, B arcelo n a, 1971 (pp. 81-101). B ic k e l , E ., H isto ria de la L ite ra tu ra ro m a n a . 6 6 0 p á g in a s . E d i to ria l G redos, M ad rid, 1993. BlELER, L., H isto ria de la L ite ra tu ra rom ana, 334 p ág in as, E di to rial G redos, M adrid, 1992. R e y n o l d s , L. D., y W i l s o n . N. G., C opistas y filólogos (L as vías de tra n sm isió n de las lite ra tu ra s griega y la tin a ), 406 p ág in as, E d ito rial G redos, M adrid. F e i f f e r , R., H isto ria de la Filología clá sica , 364 p á g in a s, E ditorial G redos, M ad rid . C u e n c a y P r a d o , L u i s A l b e r t o . A ntología de la poesía la tin a , 168 p ág in as, A lian za E d ito rial, M ad rid , 1995. H e r r e r o , V. J ., In troducción al estu d io de la F ilología la tin a , 424 p á g in a s, E d ito ria l G redos, M adrid, 1994. HERRERO, V. J ., L a L ite ra tu ra la tin a en su s textos, 208 p á g in a s , E d ito r ia l G re d o s, M a d rid . V a l c A r c e l , V i t a l i n o , D idáctica del L a tín , 280 p ág in as, C lásicas,
M ad rid , 1995. U s A b e l H . , M a r í a P i l a r , y A r r i b a s H e r n á n d e z , M . “ L u i s a , Curso
a va n za d o de lengua y lite ra tu ra la tin a s: antología de textos la tinos an o ta d o s, 388 p á g i n a s , 1JNED, M a d r i d , 1995. VAANANEN, V ., Introducción al la tín vulgar, 4 5 0 p ág in as, E ditorial G redos, M ad rid .
10 8
C R O N O L O G ÍA
Acontecimientos notables de la historia romana - 7 5 3 : F undación leg en d aria de R om a por Róm ulo. - 5 0 9 : Paso de )a m o n arq u ía a la R epública. —270: Rom a, d u eñ a de Ita lia : los ro m an o s en contacto con la ci vilización griega. —264-241: P rim e ra g u e rra púnica. —219-202: S eg u n d a g u e rra púnica. —220-168: C o n q u istas ro m an a s en G recia y en M edio O rien te. —149-146: T ercera g u e rra púnica. —125-120: C o n q u ista de la G alia m eridional. —112-106: G u e rra co n tra Y u g u rta en Á frica del N orte. -1 0 0 -8 2 : D istu rb io s diversos y p rim e ra g u erra civil (M ario co n tra Sila). -7 3 -7 1 : R ebelión de E spartaco. - 7 0 : A su n to V erres. —63: C icerón, cónsul; conjuración de C atilin a . —58-50: C o n q u ista de las G alias por Ju lio C ésar. -4 8 -4 5 : S eg u n d a g u e rra civil (C ésa r contra Pom peyo). - 4 4 : A sesin ato de C é sa r (Idus de m arzo). -3 5 -3 0 : T ercera g u e rra civil (O ctavio contra A ntonio). —30: Fin del período republicano; com ienzo del rég im en im perial o P rincipado. Rom a se ap o d era de E gipto (victoria de O ctavio sobre A ntonio y C leo p atra en Actium ). —0/1: Com ienzo convencional de la era c ristia n a (Je su c risto nace de hecho 4 o 5 añ o s an tes). —6-17: C o n q u ista de J u d e a , de u n a p a rte de E u ro p a c e n tral y de u n a p a rte de G erm ania. - 4 3 : C o n q u ista de la (G ran) B re ta ñ a . —54: A dvenim iento de N erón. - 6 8 : Suicidio de N erón. —70: D estrucción de J e ru sa lé n por Tito. - 7 9 : E rupción del V esubio, que d e stru y e P om peva y H erculano. —80: C onstrucción del Coliseo. —101-114: Ú ltim a s co n q u istas ro m a n a s (D acía = R u m an ia, y A r m enia). 10 9
I N T R O D U C C I O N A LA L IT E R A T U R A L A T I N A
Principales escritores latinos —280 (fecha de m u e rte desconocida): Livio A ndrónico. - 2 5 4 : (-1 8 4 ): P lau to. - 2 5 0 (-2 0 0 ): F abio Pictor. —24 0 (-1 6 9 ): Ennio. - 2 3 4 (-1 4 9 ): C ató n el Viejo. - 2 2 0 ( —132): P acuvio. —209: Novio, Bel/urn p u n ic u m . - 1 0 9 ( —159): Terencio. —186: P lau to , ú ltim a s com edias. - 1 6 8 : C atón, De a g ricultura. —160: Terencio: A d elp h i. —116 ( —27): V arró n . —160 ( —43): C icerón. —100 (- 4 4 ): C ésar. —98 ( —55): Lucrecio. —87 ( —54 i: C atulo; ( —35): S alu stio . - 7 0 (-1 9 ): V irgilio. —65 ( —8): H oracio. —59 (17): Tito Livio. —55: P rim e r te a tro de p ied ra, co n stru id o por Pom peyo. —54 (- 1 9 ): Tibulo. —50: C ésar. La guerra de las G alias. —47 ( —15): Propercio. —43: S alu stio . C onjuración de C atilina. —43 (17): Ovidio. —39: Virgilio: Bucólicas. —23: H oracio, O das (libros I a III). —19: Virgilio, E n eid a (postum a). —4: Ovidio, com ienzo de la redacción de las M etam orfosis. —23 (79): P linio el Viejo. —35 (100): Q u intiliano. —39 (65): Lucano. 40 (102): M arcial. 50 (?): Q uinto C urcio y F edro. 55 (120): Tácito. 60 (140): Ju v e n a l; (113) P linio el Jo v en ; C olum ela, De re rustica. 60/80: P etronio. Satiricon. 62/65: S éneca. C artas a Lucilio. 75 (155): Suetonio. 77: Plinio el Viejo. H istoria N a tu ra l. 104/109: T ácito, H istorias. 124 (?): Apuleyo. 1 1O
C O L E C C IO N F L A SH 1 / Diccionario d e term inos científicos, Jear.-Ncei ver· ciei W eid 2 / La mitología clásica. Marge: A rnaud 3 / La a stro n o m ia . J ea n -N o e l von d e r I l e . ’"
4 / El islam. E r e Santoni 5 / Los filosofos. r.'anccis A ubra1 6 / Los test psicológicos, Cécile C esan 7 / El budismo, E u e Santoni 8 / La depresión. Pauline M o;and d e Jcuùrey 9/ Diccionario de term inos econom icos. Mathilde M enai à 10 : Iniciación a la econom ía. Beber! ii/¡s a Isa ία
11 / La Union Europea hoy .Jcsè M iguel d e Azac.n 12 / El sueno y los sueños, Jean-N oël von d e ! '.Vac 13 ' El judaismo. E u e Santon; 14 / La gestion em presarial. A lice Hube! 15/ Diccionario de térm inos filosoficos. Etanccis B eb e n 16 ■La Bolsa. A drien r e Jsbla n e z y 17 La ONU. M am .ce B eto ano 18 ' Las m onarquías europeas, re m a n d o D ie: C'triâYâ 19 El psicoanálisis. Chaveta Azouri 20 / La ópera, Fem ando Braga y Bias Ma lám ete 21 / Historia del cine español, Jean- Claude Seo.ur 22 / Historia de la biología, Denis Buican 23 / Diccionario de térm inos juridicos, Pierre Colonna d lstn a 24 / La relajación. C écile C esan 2 S /America Latina,Jacqueline Cove 26 / Diccionario d e informática. Equipo Dos 27 / Los papas, José Luis González-Balado 28 / La astrologia, F em ando D iez Celaya 29 / El colesterol, M anuel Tohana 30 / El sistema m onetario internacional, M ichel Leiart 31 / La vejez, Alicia M ederos y Antonio Puente 32 / Los vascos, Bamón Nieto 33/ Historia del toreo. Jorge Lavetón 34 1Las alergias, Se n a te Vo’k 35 ; El ciclismo, Ildefonso García 36 Diccionario de ecología. José Luis lutado Centurion
37 / El flamenco, Alicia M ederos 38 / Los tem plarios, Fernando D iez Celaya 39 / Los juegos olímpicos, Ildefonso García 40 / El autismo, h'arrcrní B P. Janetzke 41 ! La inteligencia, Bail Horn 42 Historia d e la literatura latina, Jacques Gaillard 43 ' El oficio d e escribir, Bamón N ieto 44 / Historia d e la literatura inglesa, Josette liérou 45 / La crisis del ejército. M aurice Bertrand 46 / Las relaciones publicas en la em presa. Juan A Cabrera 47 ! El tango, Blas Matamore 48 / Diccionario d e publicidad, Ignacio Cchoa 49 / La zarzuela. M anuel García Franco y Bamon B egidor Arribas 50 / La a rq u ite c tu ra en E uropa, G ilbert Luigi 5 1 1 El estrés, M anuel Valeos 52 Economía mundial y desarrollo, Juan Claudio B odriguez-rerrera Massoros 53/ El m arketing..losé Bamón Sánchez Guzman 54 / La energía. Antonio A íorenc González 55 / Clasificación del reino animal, Géraldine Véron 56 / La lidia,Jorge Lavetón 57 / Las religiones africanas, A nne Slamrn 58/ El cine d e Hollywood.^Jacqueline N acache 59 / El teatro, Bamón Nieto 60 / La música sinfónica, A n g eles d e Juan Bobledo y Enrique P érez Adrián 61 / El antiguo Egipto. Antonio P érez Lagacha 62 / El niño d e 0 a 6 años, Petra María P érez Aicnso-Geta 63 / El golf, A lfredo Da villa y A m é rico L ópez d e Ftutos 64 / Los virus, Ciaudia E berhard-M etzger y B enate Bies 65 / Historia del cine francés, Jean-Pierre Jeancolas 66 / Las guerras olvidadas, José María González Ochoa y Ana Isabel M ontes Pascual 67 / Los derechos humanos. Hernando Valencia