INVESTIGAÇÕES SOBRE A IGREJA
SUD Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons)
http://investigacoessud.blogspot.com INVESTIGADORA
VOLUME 1 VOLUME 2 – VOLUME 3 – VOLUME 4
Compilação e organização JL
Este trabalho não é adequado aos mórmons que são fieis e que desejam permanecer em seu estado delirante. Qualquer um nessa categoria é aconselhado a não prosseguir com a leitura. E por favor, não envie testemunhos ou quaisquer argumentos agressivos à autora. Eu não assumo a responsabilidade por quem optar por ler minhas traduções. "Enquanto as pessoas desejarem que a Igreja seja verdadeira, mais do que quiserem enfrentar o fato de que ela não é, elas não escutarão as evidências ou a razão. O delírio torna-se, assim, uma escolha." Investigadora.
Atualizado pelo blog até JULHO de 2012
Sumário 1 - INVESTIGADORES ....................................................................................... 7 1 2 3 4 5 6
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Introdução ................................................................................................ 7 Um estudo da verdade ................................................................................ 7 Porque você jamais deve ouvir os mórmons .................................................. 8 O que os missionários nunca lhe dirão .......................................................... 9 Conteúdo do Blog em PDF ......................................................................... 19 Um contexto histórico – O Seekerismo ........................................................ 19
2 - JOSEPH SMITH ......................................................................................... 21 1 - Biografia ................................................................................................. 21 1 - Joseph Smith abolicionista? ............................................................... 24 2 - Piche e Penas ..................................................................................... 24 3 – Emma envenenou Smith? .................................................................. 34 2 - Ensinamentos .......................................................................................... 37 1 - As profecias não cumpridas ............................................................... 37 2 - Sermão de King Follett ....................................................................... 52 3 - Magia ..................................................................................................... 62 1 2 3 4
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Caçador de tesouro s visionário ......................................................... 62 Caçador de tesouros - Citações .......................................................... 64 A pedra do vidente, os intérpretes e o urim e tumim ......................... 66 Um profeta hermético ........................................................................ 75
4 - Crimes .................................................................................................... 83 1 - Problemas com a justiça .................................................................... 83 2 - Acusações criminais contra JS ........................................................... 92 3 - O Banco Kirtland Safety Society ......................................................... 96 5 - Caráter ................................................................................................. 101 1 2 3 4 5
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Ambições presunçosas ..................................................................... 101 A violência do profeta ...................................................................... 112 Mentalmente doente?....................................................................... 114 Joseph Smith e os Metodistas .......................................................... 123 Juramento de Mr. Hale ..................................................................... 129
3 - AS VISÕES DE JOSEPH SMITH ................................................................ 132 1 2 3 4 5 6 7 8 9
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Contradições ......................................................................................... 132 Plágio ................................................................................................... 148 Depoimentos contraditórios sobre a Primeira Visão - inglês ......................... 154 Escrita pelo próprio Joseph Smith ............................................................. 154 O Pote de Ouro ...................................................................................... 159 Mais evidências de que não aconteceu ...................................................... 167 Moroni - Sonho ou realidade? ................................................................. 169 Moroni - Visita silenciosa ......................................................................... 172 Moroni - Néfi ou Morôni? ......................................................................... 178 3
4 - O LIVRO DE MÓRMON ............................................................................. 188 Histórico .................................................................................................... 188 1 2 3 4
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As testemunhas do LdM ................................................................... 188 A venda dos direitos autorais do LdM ............................................... 197 ”Manuscrito Encontrado" x “História do Manuscrito" de Spalding .... 198 Livro de mórmon com problemas de Smith ...................................... 202
Tradução.................................................................................................... 203 1 2 3 4 5
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Tradução ou adivinhação?? .............................................................. 203 O problema com Lúcifer ................................................................... 208 As 116 páginas perdidas – parte 1 ................................................... 211 As 116 páginas perdidas - parte 2 .................................................... 219 As 116 páginas perdidas – parte 3 ................................................... 227
Problemas .................................................................................................. 234 1 - O LdM e a igreja SUD ........................................................................ 234 2 - Ciência x fé ...................................................................................... 235 3 - Geografia vesus fé ........................................................................... 243 4 - Um estudo linguístico....................................................................... 249 5 - Problema cronológico no LdM .......................................................... 254 6 - Anacronismo - Palavras Estranhas ................................................... 255 7 - Absurdos dentro do Livro de Mórmon............................................... 257 8 - O país de Morôni .............................................................................. 265 9 - Ezequiel 37 Prediz o Livro de Mórmon? ............................................ 265 10 - E as mulheres do LdM? ................................................................... 268 11 - Crítica humorista............................................................................ 271 Histórias de Smith ....................................................................................... 275 1 - Estranhas histórias de Joseph Smith ................................................ 275 2 - Calculando o peso das placas de ouro .............................................. 282 3 - Joseph Correndo com as Placas de Ouro .......................................... 286 Origem ...................................................................................................... 294 1- Plágio 1 ............................................................................................. 294 2 - Plagio 2 ............................................................................................ 298 Evidências .................................................................................................. 310 1 - Joseph Smith teria inventado nomes? .............................................. 310 2 - Alma- o que significa este nome? ..................................................... 311 3 - Evidências contra o Livro de Mórmon no Livro de Mórmon ............... 314 4 – Nahom e Abundância existiram? ..................................................... 317 5 - Evidência Arqueológica do Livro de Mórmon .................................... 323 6 – A Stela 5 de Izapa - A Pedra do Sonho de Leí .................................. 328 7 - Comparando as duas Estelas 5 ......................................................... 339 8 - A rocha do túmulo número 3 - The Bat Creek Mound #3 .................. 354 9 - Quiasmas e o Livro de Mórmon ........................................................ 358 10 - Quem foi Quetzalcoatl? .................................................................. 362 11 – Pias batismais na América ............................................................. 365 4
12 - A visita de Cristo na América - Quetzalcóatl ................................... 378 13 – Cavalos unos e o livro de Mórmon ................................................. 384 DNA .......................................................................................................... 385 1 - Introdução ....................................................................................... 385 2 - Duas histórias SUD ........................................................................... 389 3 - Teoria: DNA x LDM .......................................................................... 392 Mudanças................................................................................................... 402 1 - Alteração x perfeição ....................................................................... 402 2 - Referências raciais são retiradas do Livro de Mórmon ..................... 410 3 - Monte Cumora que não é o Cumora? ................................................ 417 Quem são os lamanitas? .............................................................................. 421 Parte Parte Parte Parte Parte Parte
1 .................................................................................................. 421 2 .................................................................................................. 429 3 - Terras do LdM ......................................................................... 441 4 - Língua ..................................................................................... 444 5 - Outros povos .......................................................................... 446 6 - Cumora ................................................................................... 449
5 - LIVROS ................................................................................................... 451 1 2 3 4
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Conteúdo do Volume 2............................................................................ 451 Conteúdo do Volume 3............................................................................ 451 Conteúdo do Volume 4............................................................................ 451 LIVROS ONLINE ..................................................................................... 452
6 - Advertências ao crente ........................................................................... 460 Ebooks recomendados ................................................................................. 460 Mais conteúdo recomendado......................................................................... 461
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“A religião que mais cresce no mundo.” Censo IBGE de 2000: 199.645 mórmons. Censo IBGE de 2010: 226.509 mórmons!
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1 - INVESTIGADORES 1 - Introdução O Objetivo deste trabalho é o de fazer uma investigação séria sobre a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmon ou SUD), usando apenas as doutrinas mórmons publicadas em seus livros, discursos de “profetas” assim como investigações científicas realizadas por universidades reconhecidas. Apesar das dificuldades, sigo em frente inspirada pela sábia frase: "O trabalho, quando bem executado, não deve temer os homens. A verdade surge, independe de quem a traga." Caius. Também fui motivada por uma Autoridade Geral da igreja SUD: "Se uma fé não suporta ser investigada e se seus pregadores e mestres têm medo de que ela seja examinada, sua fundação deve ser muito fraca". (George Albert Smith, Journal of Discourses, Volume 14). Seguindo a mesma linha, de acordo com Joseph Smith: "O conhecimento salva o homem: e na palavra dos espíritos, nenhum homem pode ser exaltado sem conhecimento... se um homem tem conhecimento, ele pode ser salvo; mas se ele for culpado de grandes pecados, ele será punido por causa deles... o homem é seu próprio tormento e seu próprio condenador... o tormento do desapontamento na mente do homem é tão admirável quanto um lago com fogo e com enxofre. Eu digo, este é o tormento do homem”. Parágrafo que foi "apagado” do discurso conhecido como "King Follet", proferido por Joseph Smith. No dia 22 de fevereiro, Max (um dos visitantes do blog) escreveu algo que me tocou profundamente, e que resume muito bem este trabalho: "Nossa fé vai além dos fatos, mas nunca contra eles".
2 - Um estudo da verdade Em relação à igreja SUD tenho algumas boas recordações dos amigos, professores, líderes da ala e outros. Por isso, sempre me esforçava para defender a Igreja de seus críticos. Eu realmente me sentia insultada quando os críticos acusavam os líderes da igreja mórmon de serem desonestos. Eu "sabia" que as críticas não podiam ser verdadeiras. Como uma defensora (informal) da doutrina SUD, percebi a contragosto que, algumas vezes, aqueles acusadores tinham os fatos ao seu lado (quando eu tinha tempo para verificar). Eu precisei lidar com a dissonância cognitiva de que (1) todas as organizações são dirigidas por seres humanos e, se você pesquisar bastante, é claro que você encontrará alguns exemplos isolados de erros, e (2) uma vez que os líderes são humanos, eles vão errar de vez em quando. Eu acreditava que exemplos isolados e ocasionais de fraude premeditada poderiam ter acontecido, mas não acreditava que esse fosse um padrão ou uma prática habitual. Porém, às vezes, me pegava revelando menos do que toda a verdade, ou dourando a pílula, a fim de defender a igreja. Notei que os outros membros, muitas vezes faziam a mesma coisa. Eu me permiti ser um pouco desonesta, porque eu estava defendendo a igreja do Deus único e verdadeiro; portanto, eu estava muito bem fundamentada. Finalmente eu decidi deixar a vida e os sermões dos líderes da igreja falarem por si. Se os críticos 7
tivessem razão, a igreja e eu lidaríamos com isso. Eu acreditava que as acusações, se apresentadas no contexto apropriado, provariam que a mentira não era realmente mentira. Ao contrário, as acusações provariam que o que foi tido como mentira era, na verdade, um mal-entendido, uma observação fora de contexto ou uma má interpretação deliberada dos acontecimentos históricos. Minha crença era de que os acusadores dos líderes da igreja, com seus artifícios, acabariam acusando a si mesmos. Isso porque, no meu coração, eles simplesmente torciam as palavras e usavam comentários fora do contexto. Mas conforme mais eu lia a história da igreja, uma "lista" de erros e evidências crescia, e aos poucos, ocorreu-me que Joseph Smith estabelecera um padrão de fraude. Infelizmente, observei que os líderes da igreja, incluindo aqueles que servem atualmente, seguiram o exemplo de Smith, de "mentir para proteger a igreja". As crescentes provas apontavam para esta prática como habitual. As evidências apresentadas neste blog mostram que, quando a imagem da igreja ou os seus dirigentes precisava de proteção, não havia (e não há) problemas em inventar uma história, enganar, inflar, minimizar, exagerar, faltar com parte da verdade ou mentir. Você lerá citações de líderes mórmons que admitiram que a fraude é uma ferramenta útil para proteger a igreja e seus líderes "quando estão em situação difícil", ou "para vencer o diabo em seu próprio jogo". Eles admitem fazer uma "ginástica moral" e que Deus aprova a mentira - se for para proteger a "Igreja do Senhor" ou "os líderes”. Fiquei chocada depois que aprendi estas verdades incômodas. Eu ingenuamente acreditava que quando os líderes da igreja haviam transgredido, eles também haviam seguido os passos necessários ao arrependimento, como é ensinado aos membros e aos investigadores. Eu acreditava que eles tinham a coragem de enfrentar seus erros e confessar os seus defeitos, não importa quais as consequências, para viver os mesmos padrões estabelecidos para os membros. Eu acreditava que eles eram totalmente honestos...
3 - Porque você jamais deve ouvir os mórmons Joseph Smith oferece uma ideia interessante encontrada em Doutrina e Convênios 137:7: "Assim veio a mim a voz do Senhor, dizendo: Todos os que morreram sem conhecimento deste evangelho, que o teriam recebido caso tivessem tido permissão de aqui permanecer, serão herdeiros do reino celestial de Deus;" Em outras palavras, se você nunca conheceu os princípios do mormonismo antes de morrer, mas o aceitaria se tivesse conhecido você terá direito ao máximo grau de exaltação mórmon. Assim, sem qualquer sacrifício, você começa a desfrutar da eternidade no melhor lugar que a religião mórmon tem para oferecer. Na verdade, você vai ter acesso ao mesmo lugar que os mórmons que trabalham arduamente durante suas vidas, privase de coisas como café, chá e da décima parte de sua renda bruta (pois são comandados a doá-la para a igreja), juntamente com uma série de outras exigências estranhas colocadas por seus líderes da igreja. Parece-me que se a Igreja mórmon realmente quer o melhor para a humanidade, deveria terminar com a obra missionária. Afinal, se o reino celestial aguarda aqueles que nunca conheceram a 8
igreja, mas a teriam aceitado se a conhecessem, eles estão em melhor situação ao ignorarem por completo sobre Joseph Smith e seu evangelho "restaurado". Aqueles que o aceitaram se arriscam a não serem capazes de viverem muitas das exigências desta religião, ou de questionarem suas doutrinas e se afastarem completamente! Portanto, caso os mórmons estejam certos (!) quanto a ser a única igreja verdadeira, você tem uma grande chance de receber sua exaltação fugindo deles o máximo que puder!
4 - O que os missionários nunca lhe dirão Baseado no texto de Richard Packham Se o leitor está investigando o mormonismo, provavelmente receberá palestras em reuniões privadas em sua casa, com missionários dessa igreja. Eis um sumário de importantes fatos sobre a igreja mórmon e a sua história que os missionários provavelmente não lhe dirão. Não estamos sugerindo que eles o enganarão intencionalmente -- a maioria dos jovens mórmons que servem em missões para a igreja não são conhecedores da história da igreja ou de estudos críticos modernos sobre a igreja. Provavelmente eles próprios não conhecem todos os fatos. Contudo, eles foram treinados para dar aos investigadores "o leite antes da carne", ou seja, adiam a revelação de toda informação que pode tornar um investigador hesitante, mesmo que seja verdadeira. Mas o leitor deve tomar conhecimento destes fatos antes de se comprometer. Cada um dos fatos que apresentamos em seguida é fundamentado em sólida investigação histórica. E esta lista não é de modo algum exaustiva! Fatos doutrinários (itens de 1-33 traduzidos por Bismarck Wagner) 1 - Os Mórmons não vão lhe dizer que eles acreditam que sua Igreja é errada, que sua fé cristã é abominação ante Deus, e que seu pastor, bispo, ou sacerdote é mercenário de Satanás. (Só irão lhe dizer isso depois do batismo, nas aulas de PRINCÍPIOS DO EVANGELHO) veja AQUI. 2 - Os Mórmons não vão lhe dizer que somente há salvação na igreja deles; que todas as outras estão erradas. (Só irão lhe dizer isso depois do batismo, nas aulas de PRINCÍPIOS DO EVANGELHO) - veja. 3 - Os mórmons não vão lhe dizer que aqueles que passaram pelos templos deles estão usando uma roupa íntima secreta (chamado garment) para protegê-los do “mal”. Este “mal” inclui não-mórmons como você. (Só irão lhe dizer isso depois do batismo, nas aulas de PRINCÍPIOS DO EVANGELHO, e antes de ir ao templo fazer votos) - Veja mais detalhes AQUI. 4 - Os mórmons não vão dizer nada a você sobre seus ritos secretos no templo. Se eles dissessem, você iria vê-los imediatamente como anticristãos veja AQUI. 9
5 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles pensam que “espíritos populares” são bons e que seu Livro de Mórmon tem um “espírito popular”. Em Levítico 19:31 diz que espíritos populares influenciam (maculam), e devem de ser evitados a todo o custo. 6 - Os mórmons não vão lhe dizer que as mulheres recebem salvação somente através de seus maridos mórmons e devem permanecer grávidas para toda a eternidade. 7 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles pretendem ser deuses (todos os mórmons) algum dia e estão ajudando a ganhar exaltação deles para a deidade ao falar com você. 8 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles pretendem ter muitas mulheres no reino dos céus, mantendo múltiplos relacionamentos sexuais por toda a eternidade, até que tenham filhos o suficiente para habitar seu Planeta Terra, de modo que possam ser um “Pai Celestial” sobre seu próprio planeta - veja AQUI. 9 - Os mórmons não vão lhe dizer que você foi uma vez um espírito, filho (a) do Pai Celestial deles e uma de suas inúmeras esposas antes de você nascer na Terra. 10 - Os mórmons não vão lhe dizer que a virgem Maria não era na verdade uma virgem, mas teve relações sexuais com o Pai Celestial deles para produzir a versão mórmon de Jesus Cristo - veja AQUI. 11 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles acreditam que Jesus teve no mínimo três esposas e filhos enquanto estava nesta Terra e que Deus, o Pai, também é polígamo veja AQUI. 12 - Os mórmons não vão lhe dizer que o “Pai Celestial” que eles mandam você orar com eles, é na verdade um homem exaltado que vive num planeta perto da baseestrela Kolob e não é nada do Pai Celestial da Bíblia. 13 - Os mórmons não vão lhe dizer que Jesus, na verdade foi irmão de Lúcifer no mundo espiritual e que foi somente devido a um voto num “conselho celestial” que Jesus tornou-se nosso redentor, em vez de Satanás! (Vai ser somente nas aulas de Princípios do Evangelho, semanas depois de estar batizado). Veja AQUI. 14 - Os mórmons não vão lhe dizer que há mais de 100 divisões (denominações) no mormonismo. Eles convenientemente "esquecem-se" disso ao criticar as muitas denominações dentro do corpo de Cristo. Veja mais detalhes AQUI. 15 - Os mórmons não vão lhe dizer que todas as assim chamadas “escrituras deles”, tais como o Livro de Mórmon, Pérola de Grande Valor, Doutrina e Convênios, e até mesmo os ensinamentos e pronunciamentos oficiais da "doutrina mórmon" contradizem-se em vários importantes pontos doutrinários - veja AQUI. Até mesmo a versão do Rei Tiago da Bíblia (KJV: King James Version) é por eles permeada de
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contradições (fora as modificações convenientes das notas de rodapé na Bíblia, assim chamadas de Tradução de Joseph Smith). 16 - Os mórmons não vão lhe dizer que o motivo de o Livro de Mórmon não ter mapas é porque não há sequer um indício de prova arqueológica para apoiá-lo - veja AQUI. 17 - Os mórmons não vão lhe dizer que o estado de Utah, que é predominantemente mórmon, tem uma taxa acima da taxa nacional (nos EUA) em: agressões a esposas, abuso sexual infantil e suicídio entre adolescentes - Veja informações adicionais em 1 e 2. 18 - Os mórmons não vão lhe dizer que seu "profeta" Joseph Smith esteve profundamente envolvido com ocultismo quando ele fundou o mormonismo - veja AQUI. 19 - Os mórmons não vão lhe dizer que incentivam visitas dos parentes mortos, provenientes do mundo espiritual, prática essa proibida na Bíblia (Deut. 18:10-12).
Deuteronômio 18:10-12 10 - Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; 11 - Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; 12 - Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti.
20 - Os mórmons não vão lhe dizer que há diversos relatos da Primeira Visão de Joseph Smith além da que eles vão contar a você, e todas são diferentes. Veja detalhes AQUI. Por exemplo: Num primeiro relato ele fala em Anjo Néfi e não em Anjo Morôni.
21 - Os mórmons não vão lhe dizer que os juramentos secretos realizados nos templos mórmons são baseados no Ritual Escocês da Maçonaria. (PLÁGIO; nada de revelação) - veja AQUI. 22 - Os mórmons não vão lhe dizer que antes de 1978 eles consideravam a raça negra inferior, e até mesmo uma gota sequer de sangue negro (descendência negra) impediam uma pessoa de entrar no sacerdócio. Veja mais detalhes AQUI. 23 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles esperam Cristo voltar ao seu templo em Missouri, mas ainda não construíram o tal templo em que ele supostamente vai voltar, porque eles não são os donos da propriedade. (Os donos são da denominação "Temple Lot Mormons", ou Church of Christ que têm planos próprios e que não vão deixar a facção de Salt Lake comprá-la).
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24 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles consideram oficialmente que a Bíblia não é idônea, e que está cheia de erros - veja AQUI. Comentário de Bismarck: O próprio Livro de Mórmon condena a Bíblia como um livro incompleto, cheio de erros, e que Satanás a usa para ter poder sobre as pessoas. No Livro de Mórmon está como textualmente dito por Deus. Está bem claro em: 1Néfi 13:28, 29; 2Néfi 29:3-6. E, no entanto, usam a Bíblia e suas passagens nas visitas para conversões (que eles chamam de palestras). Usam certos versos da Bíblia fora de contexto para confirmar algumas de suas "exclusivas doutrinas", como por exemplo, o Batismo pelos Mortos realizado nos templos mórmons. 25 - Os mórmons não vão lhe dizer que a morte de Jesus na cruz só salva parcialmente o crente (em Jesus). 26 - Os mórmons não vão lhe dizer que de acordo com a Bíblia Satânica de Anton Lavey, o deus demoníaco dos mortos-vivos é chamado de "Mormo". Será somente uma coincidência de que os mórmons se ocupam tanto com os mortos? 27 - Os mórmons não vão lhe dizer que em seu templo na cidade de Salt Lake (Utah, EUA) eles exibem bem à vista uma estrela inversa como o símbolo satânico conhecido como a cabeça do Bode. Por quê? - veja em 1 e 2. 28 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles acreditam que o arcanjo Miguel desceu à Terra com várias de suas esposas celestiais, e tornou-se Adão no Jardim do Éden Veja em 1 e 2. 29 - Os mórmons não vão lhe dizer que eles acreditam que o anjo Gabriel desceu à Terra e tornou-se Noé nos dias do dilúvio. 30 - Os mórmons não vão lhe dizer que o "profeta Joseph Smith" profetizou falsamente muitas vezes. Por exemplo, ele profetizou a segunda vinda de Cristo para 1891 - veja mais detalhes AQUI. 31 - Os mórmons não vão lhe dizer que seu profeta Joseph Smith não morreu como um mártir tal como afirmam, mas foi morto durante um tiroteio em que ele mesmo matou dois homens e feriu um terceiro. 32 - Os mórmons não vão lhe dizer nada sobre o massacre no Monte Meadows, em que eles brutalmente assassinaram todos que estavam em um vagão de imigrantes, de mais de 100 homens, mulheres e crianças. Estavam viajando por Utah, e deu-se em 11 de setembro de 1957. Hollywood fez um filme sobre a chacina. O filme chama-se SEPTEMBER DAWN. 33 - Os mórmons não vão lhe dizer que Joseph Smith ensinou que haviam habitantes na lua, e que Brigham Young ensinou que também haviam habitantes no sol! Por que os mórmons não vão lhe dizer estas coisas? 12
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, os Mórmons, estão bem cientes de que se estes fatos fossem apresentados ao converso antes do batismo, eles teriam muito poucos conversos! Os missionários são bem treinados a ocultarem a maioria destes fatos de seus potenciais conversos. Tragicamente, muitos mórmons não estão completamente cientes das doutrinas e história de sua própria igreja. Os mórmons são incentivados a verificar quaisquer publicações, afinal de contas, se a igreja mórmon (A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) detém a verdade, ela pode suportar qualquer investigação. Porém, poucos o fazem. Fatos adicionais 1 - A história da "Primeira Visão", na forma que os mórmons hoje apresentam, era desconhecida até 1838, dezoito anos depois da sua alegada ocorrência e quase dez anos depois de Smith ter começado os seus esforços missionários. A versão mais antiga da visão, escrita pelo próprio Smith, é aproximadamente de 1832 (pelo menos onze anos depois da alegada visão), e diz que apenas um personagem, Jesus Cristo, lhe apareceu. Também não menciona nada sobre um reavivamento religioso e contradiz o relato posterior quanto a Smith já ter decidido que nenhuma igreja era verdadeira. Existe ainda uma terceira versão deste acontecimento registada como uma recordação no diário de Smith, quinze anos depois da alegada visão, em que apenas um "personagem" aparece sobre a qual se diz explicitamente que não é o Pai nem o Filho, acompanhada por muitos "anjos", que não são mencionados na versão oficial que os mórmons hoje contam. Qual das versões é correta? Por que é que este evento, que a igreja agora diz ser tão importante foi desconhecido por tanto tempo? (veja mais informações AQUI) 2 - Um estudo cuidadoso da história religiosa do local onde Smith viveu em 1820 lança dúvida sobre se realmente houve um grande reavivamento religioso associado com a "Primeira Visão" nesse ano, como Smith e a sua família descreveram mais tarde. Os reavivamentos religiosos que ocorreram em 1817 e 1824 ajustam-se melhor ao que Smith descreveu mais tarde. 3 - Em 1828, oito anos depois de o próprio Deus alegadamente lhe ter dito que não se devia juntar a nenhuma igreja, Smith pediu para ser membro de uma igreja Metodista local. Outros membros da sua família tinham-se juntado aos Presbiterianos. 4 - Contemporâneos de Smith descrevem-no consistentemente como um vigarista cuja principal fonte de receitas era 'alugar-se' a agricultores locais para ajudá-los a encontrar tesouros enterrados, através do uso de magia popular e da "pedra do vidente”. De fato, Smith foi julgado e condenado em um tribunal em 1826 sob acusação de ter andado desenterrando tesouros [ou dinheiro]. Veja AQUI. 5 - As únicas pessoas que afirmaram ter visto as placas de ouro foram onze amigos próximos de Smith (muitos deles familiares uns dos outros). Os testemunhos deles são impressos na primeira página de todas as cópias do Livro de Mórmon. Nunca foi permitido a terceiros examinar essas placas. As placas foram recolhidas pelo anjo em certo momento desconhecido e a maioria das testemunhas, posteriormente, 13
abandonou o movimento. Eles acabaram afirmando que viram as placas “com os olhos do espírito”, e então Smith chamou-os de "mentirosos". Veja mais detalhes AQUI. 6 - Smith produziu a maior parte da "tradução", não através da leitura das placas usando o Urim e o Tumim (aparentemente um par de 'lentes' sagradas), mas sim contemplando a mesma "pedra do vidente" que ele tinha usado para procurar tesouros. Ele colocava a pedra no seu chapéu e depois o usava para cobrir a face. A maior parte do tempo ele estava ditando, as placas de ouro nem sequer estavam presentes, estavam num esconderijo. Veja AQUI. 7 - A história e civilização descritas detalhadamente no Livro de Mórmon não correspondem a nada que os arqueólogos tenham encontrado nas Américas. O Livro de Mórmon descreve uma civilização que durou mil anos, abrangendo tanto a América do Norte como a América do Sul, que tinha cavalos, elefantes, gado, ovelhas, trigo, cevada, aço, veículos com rodas, construção de navios, navios, moedas e outros elementos da cultura do Velho Mundo. Mas nunca se encontrou nas Américas desse período qualquer traço destas coisas supostamente muito comuns. E o Livro de Mórmon não menciona nenhuma das características das civilizações que realmente existiam nesse tempo nas Américas. A igreja mórmon gastou milhões de dólares ao longo de muitos anos tentando provar através de pesquisas arqueológicas que o Livro de Mórmon é um registo histórico exato, mas fracassaram em produzir nem que fosse um fragmento de evidência arqueológica pré-colombiana apoiando a história do Livro de Mórmon. Além disso, enquanto o Livro de Mórmon apresenta uma imagem de um povo relativamente homogéneo, com uma única língua e modo de comunicação entre partes longínquas das Américas, a história pré-colombiana das Américas mostra o oposto: tipos raciais muito diversos (quase completamente asiáticos de leste -- de modo nenhum semitas), e muitas línguas nativas independentes [não relacionadas entre si], nenhuma das quais está relacionada com o hebreu ou o egípcio, nem sequer remotamente. 8 - As pessoas do Livro de Mórmon eram supostamente judeus devotos que observavam a Lei de Moisés, mas no Livro de Mórmon não existe praticamente nenhum vestígio da sua observância da Lei Mosaica, nem notamos no livro um conhecimento exato dessa lei. 9 - Embora Joseph Smith tenha dito que Deus considerou "correta" a tradução completa das placas, conforme publicada em 1830, foram feitas muitas mudanças em edições posteriores. Além de milhares de correções de uma gramática pobre e de palavras grosseiras que existiam na edição de 1830, foram feitas outras alterações para refletir mudanças subsequentes em algumas das doutrinas fundamentais da igreja. Por exemplo, uma mudança inicial na redação modificou a aceitação da doutrina da Trindade, na edição de 1830, permitindo assim que Smith introduzisse a sua doutrina posterior de múltiplos deuses. Uma mudança mais recente (1981) substituiu a palavra "branca" pela palavra "pura", aparentemente para refletir a mudança na posição da igreja em relação à "maldição" da raça negra.
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10 - Joseph Smith disse que o Livro de Mórmon continha "a plenitude do evangelho". Contudo, o seu ensino em muitos assuntos doutrinais tem sido ignorado ou contrariado pela atual igreja mórmon e muitas das doutrinas que a igreja agora diz serem essenciais nem sequer são mencionadas no livro. Exemplos são a posição da igreja sobre a natureza de Deus, o nascimento virginal, Trindade, poligamia, Inferno, sacerdócio, organizações secretas, natureza do Céu e salvação, templos, rituais por procuração em benefício dos mortos, dentre muitos outros.
11 - Muitas das noções históricas básicas que encontramos no Livro de Mórmon já tinham aparecido impressas em 1825, dois anos antes de Smith ter começado a produzir o Livro de Mórmon, num livro chamado View of the Hebrews [Visão dos Hebreus], escrito por Ethan Smith (não era familiar de Joseph) e publicado num local muito próximo de onde Joseph Smith vivia. Veja mais detalhes em 1 e 2. Um estudo cuidadoso deste livro obscuro levou um representante da igreja mórmon (o historiador B. H. Roberts, 1857-1933) a confessar que a evidência tendia a mostrar que o Livro de Mórmon não era um registo antigo, era antes um conjunto de histórias que o próprio Joseph Smith tinha inventado, baseado no que tinha lido no tal livro anterior. 12 - Embora os mórmons afirmem que Deus está guiando a igreja mórmon através do seu presidente (que tem o título "profeta, vidente e revelador"), os sucessivos "profetas" têm repetidamente conduzido a igreja para empreendimentos que foram fracassos e, noutros casos, não conseguiram prever desastres que se aproximavam. Para mencionar apenas alguns: o Kirtland Bank, a United Order, a reunião de Sião no Missouri, a expedição no Zion's Camp, poligamia, o Alfabeto Deseret. O exemplo mais recente é a fraude que o traficante de manuscritos Mark Hofmann conseguiu vender à igreja em 1980. Ele foi bem sucedido em vender à igreja por milhares de dólares manuscritos que tinham sido forjados, pois a igreja aceitou-os como sendo documentos históricos genuínos. Os líderes da igreja souberam a verdade sobre esta fraude não através de Deus ou de uma revelação, mas de peritos não-mórmons e da polícia, depois de Hofmann ter sido preso por dois crimes que cometeu para encobrir a sua fraude. Este escândalo foi noticiado a nível nacional e internacional. 13 - O ritual secreto no templo (o endowment) foi introduzido por Smith em Maio de 1842, apenas dois meses depois de ter sido iniciado na Maçonaria. O ritual secreto no templo mórmon assemelha-se muito ao ritual maçónico desse tempo. Smith explicou que os Maçons tinham corrompido o ritual antigo (dado por Deus), mudando-o e removendo certas partes. Disse ainda que ele estava restaurando-o à sua forma "pura" e "original" (e completa), conforme lhe fora revelado por Deus. Nos 150 anos que passaram desde então, a igreja mórmon fez muitas mudanças fundamentais no ritual "puro e original" conforme "restaurado" por Smith, e o fez principalmente removendo grandes partes desse ritual. Muitas doutrinas que em tempos passados foram ensinadas pela igreja mórmon e apresentadas como fundamentais, essenciais e "eternas", foram abandonadas. O ponto aqui não é se a igreja estava correta em abandonar essas doutrinas; em vez disso; o ponto é que uma igreja que alega ser a igreja de Deus toma uma posição "eterna" numa altura e uma posição oposta noutra 15
altura, e em qualquer dos casos afirma estar proclamando a palavra de Deus. Veja alguns exemplos:
A doutrina que diz que Adão era Deus, o Pai. A Ordem Unida (toda a propriedade dos membros da igreja deve ser tida em comum e registada em nome da igreja); Casamentos plurais (poligamia; um homem tem de ter mais de uma esposa para alcançar o grau mais elevado do céu); A maldição de Caim (a raça negra não tem permissão de receber o sacerdócio de Deus porque está amaldiçoada; esta doutrina só foi abandonada em 1978); Expiação pelo Sangue (alguns pecados -- apostasia, adultério, assassínio, casamento inter-racial -- têm de ser expiados através do derramamento do sangue do pecador, preferencialmente por alguém designado para o efeito pelas autoridades da igreja);
Todas estas doutrinas foram proclamadas pelo profeta reinante como sendo a Palavra de Deus, "eternas", "durando indefinidamente", para governar a igreja "para todo o sempre". Todas foram abandonadas pela igreja atual. 14 – Joseph Smith afirmou ser um “tradutor” pelo poder de Deus. Além do Livro de Mórmon, ele fez várias “traduções” adicionais:
O Livro de Abraão, a partir de papiros [rolos] egípcios que obteve em 1838. Ele declarou que os rolos foram escritos pelo Abraão de que fala a Bíblia, “pela sua própria mão”. A tradução de Smith é agora aceite como sendo escritura pela igreja mórmon, como parte da Pérola de Grande Valor. Smith também produziu uma “Gramática Egípcia” baseada na sua tradução.
Os modernos especialistas do egípcio da antiguidade concordam que os rolos são rolos de funeral egípcio comum, inteiramente pagãos na sua natureza, não tendo nada que ver com Abraão, e datam de um período 2000 anos posterior a Abraão. A “Gramática”, dizem os egiptólogos, prova que Smith não tinha qualquer noção da língua egípcia.
A “Revisão Inspirada” da King James Bible [uma tradução da Bíblia]. Deus teria supostamente ordenado a Smith que traduzisse novamente a Bíblia porque as traduções existentes continham erros. Ele completou a sua tradução em 1833, mas a igreja ainda usa a King James Bible.
As “Placas Kinderhook”, um grupo de oito placas de metal com estranhos caracteres gravados, desenterradas em 1843 perto de Kinderhook, Illinois, e examinadas por Smith, que começou a fazer uma “tradução” delas. Ele nunca completou a tradução, mas identificou as placas como um “registo antigo”, e traduziu o suficiente para identificar o autor como sendo um descendente de Faraó. Agricultores locais confessaram mais tarde que eles próprios tinham 16
produzido, gravado e enterrado as placas, como uma fraude. Eles tinham copiado os caracteres de uma caixa de chá chinesa.
O saltério Grego
15 - Joseph Smith afirmou ser um “profeta”. Ele profetizou frequentemente eventos futuros “pelo poder de Deus”. Muitas destas profecias estão registradas na obra mórmon intitulada Doutrina e Convénios. Quase nenhuma se cumpriu, e muitas não se podem cumprir agora porque as ações que deviam ser feitas pelas pessoas nomeadas, que agora estão mortas, nunca foram realizadas. Muitas profecias incluíam datas para o seu cumprimento e essas datas já passaram há muito tempo, sendo que os acontecimentos nunca ocorreram. 16 - Joseph Smith não morreu como mártir mas sim numa batalha de tiros de pistola, na qual ele próprio disparou vários tiros. Ele estava preso nesse tempo, sob detenção por ter ordenado a destruição de um jornal de Nauvoo que se atreveu a publicar uma exposição (que era verdadeira) das ligações sexuais secretas de Joseph Smith. Nesse tempo ele tinha anunciado a sua candidatura para a presidência dos Estados Unidos, tinha estabelecido um governo secreto e tinha-se coroado secretamente como o “Rei do Reino de Deus”. 17 - Desde a fundação da igreja até à atualidade, os líderes da igreja não têm hesitado em mentir, falsificar documentos, reescrever ou suprimir a história ou fazer tudo o que for necessário para proteger a imagem da igreja. Muitos historiadores mórmons foram excomungados da igreja por terem publicado as suas descobertas acerca da verdadeira história mórmon. A sua vida como mórmon Se o leitor decidir tornar-se um membro da igreja mórmon, deve saber como será a sua vida na igreja. Embora seja calorosamente aceito por uma animada comunidade de pessoas saudáveis, ativas e que geralmente o apoiam, muitas delas sendo felizes no mormonismo e não podendo imaginar as suas vidas sem a essa religião, existe outro lado da questão: O leitor será continuamente lembrado que para entrar no grau mais alto do céu (o "Reino Celestial"), terá de passar pela cerimónia da Investidura ["endowment"] no templo e ter "selado" o seu casamento com a sua esposa. (Se a sua esposa não é mórmon, você não pode entrar no grau mais alto do céu). Para obter permissão para ter estas cerimónias realizadas no templo, você tem de provar que é um membro obediente e fiel da igreja e tem fazer tudo o que as autoridades da igreja ordenam, desde o Profeta até ao nível local. Terá de passar por uma entrevista pessoal com as autoridades locais da igreja para avaliar o seu valor, na qual eles lhe fazem perguntas sobre a sua vida privada e as suas atividades religiosas e sociais. Eles esperam que você dê pelo menos dez por cento das suas receitas à igreja, como dízimo. Eles esperam que faça outros donativos, conforme a necessidade surgir. Você nunca verá um relatório de como esse dinheiro é gasto, ou quanto a igreja recebe, ou
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seja o que for acerca da condição financeira; a igreja mantém as suas finanças secretas, mesmo dos seus membros. Eles esperam que você abandone o uso do álcool, tabaco, café e chá. Eles esperam que você cumpra qualquer designação de trabalho que lhe for atribuída. Estas designações podem ser posições de ensino, posições de funcionário, ajudando em várias tarefas de apoio -- qualquer trabalho que precise ser feito. Cada tarefa que realizar com sucesso torná-lo-á elegível para outras, com mais responsabilidade e mais exigências de seu tempo. Os membros que realizam estes trabalhos, mesmo aqueles que envolvem conselho do bispado, não recebem qualquer treino formal (não existe clero pago, treinado). Ser-lhe-á dito que Deus o chamou para as suas designações. Muitos mórmons têm a maior parte do seu tempo livre ocupado com trabalho da igreja, tentando cumprir as numerosas designações que lhes foram dadas. Eles esperam que você seja obediente às autoridades da igreja em tudo o que lhe ordenarem. O slogan é "siga a irmandade", e significa seguir sem dúvidas ou questionamentos. Eles desencorajam a discussão da correção dos decretos que vêm de cima. Eles esperam que você tenha fé que os líderes não podem desencaminhálos. Mesmo se eles lhe disserem algo que contradiz um profeta anterior, dirão: "Um profeta vivo tem precedência sobre um profeta morto." Você poderá "votar" naqueles que foram designados para posições de autoridade sobre si, mas a votação será feita através do método de braço levantado, em uma reunião pública. Só se votará num candidato para cada cargo (naquele indivíduo que for "chamado por Deus"). Portanto o voto é sempre unânime a favor do candidato. Você será instruído a não ler qualquer material que "não promova a fé", isto é, que possa ser crítico em relação à igreja ou aos seus líderes, ou que possa colocar a igreja ou os líderes sob uma luz desfavorável. Você será instruído a não se associar com "apóstatas", isto é, com ex-mórmons . (Na entrevista em que avaliam o seu "valor", farão perguntas sobre este ponto.) Se você não é casado (a), será encorajado (a) a casar com um (a) bom (boa) mórmon, tão cedo quanto possível. Quando casar, numa cerimónia de casamento no templo, os membros da sua família e amigos que não são mórmons não serão autorizados a assistir à cerimónia, porque apenas os mórmons "com valor" têm autorização para entrar no templo. Se for homossexual, será pressionado a abandonar este aspecto "mau" da sua natureza. Se não o fizer, provavelmente não será completamente aceito por outros membros da igreja. Se você optar por continuar na igreja, deverá manterse celibatário para o resto de sua vida ou será excomungado. Se for do sexo masculino, tem mais de 12 anos de idade e é "valoroso" (ou seja, se é obediente, se assiste às reuniões, se não se masturba etc.), será ordenado num dos níveis do sacerdócio. Se continuar a ser fiel e obediente, subirá gradualmente através dos vários níveis do sacerdócio. Se for do sexo feminino, receberá os benefícios da autoridade do sacerdócio apenas de forma indireta, através do seu pai ou marido mórmon. O papel da mulher mórmon é ser esposa e mãe e obedecer e honrar o seu esposo (ou pai) sacerdote. Se você provar que é fiel, que trabalha arduamente e é obediente, será posteriormente considerado digno de "receber a sua Investidura [ou endowment]" num templo mórmon. Não lhe será dito antecipadamente o que esperar nesta longa cerimónia, exceto que os detalhes do ritual são secretos (os mórmons preferem dizer que os detalhes são "sagrados" e discretos, mas eles tratam-nos como 18
se fossem secretos). Como parte dessa cerimónia, era requerido que você fizesse vários juramentos. Atualmente já não se menciona a punição pela violação dessas promessas, mas até 1990 a punição era a morte por vários meios sangrentos, como por exemplo ter a garganta cortada de orelha a orelha. Você receberá sinais e palavras-chave secretos que são necessários para entrar no céu. (Embora a maioria dos mórmons que não receberam o “endowment" saibam muito pouco sobre a cerimónia, a liturgia está agora disponível por inteiro na Internet, para todos verem.) Depois de receber o "endowment", será exigido que você use sempre uma roupa íntima especial. Se você alguma vez decidir que cometeu um erro quando se juntou à igreja e depois sair dela, provavelmente descobrirá (a julgar pelas experiências de outros que já passaram por isso) que muitos dos seus amigos mórmons o abandonarão e não falarão contigo [vão evitá-lo]. Se os membros da sua família não saírem da igreja, você descobrirá que a igreja destruiu a sua família e o seu relacionamento com eles pode nunca mais se recuperar desse golpe. Considere cuidadosamente estas questões antes de se comprometer, e lembre-se que quaisquer dúvidas que possa ter agora só aumentarão no futuro. Examine cuidadosamente ambos os lados da história do mormonismo. Leia as histórias daqueles que passaram por uma experiência mórmon infeliz, não se limite a ouvir aqueles mórmons que falam de forma entusiástica sobre a vida na igreja. Muitas vezes os missionários mórmons são charmosos e entusiásticos. Eles têm uma história atraente para contar. A princípio aquilo soa maravilhosamente. Mas lembre-se do velho ditado: "Se algo parece demasiado bom para ser verdade, provavelmente é demasiado bom para ser verdade!" Tenha cuidado para não cair na armadilha de acreditar em algo simplesmente porque deseja que isso seja verdade. Talvez os mórmons lhe digam que aqueles que criticam a igreja estão mentindo, fazendo citações fora do contexto e distorcendo os assuntos. Contudo, se examinar as fontes usadas pelos críticos descobrirá que a maior parte das fontes usadas são escritos mórmons oficiais ou semioficiais (foram consideradas oficiais, mas não o são mais. Entretanto, são usadas sempre que é favorável à alguma doutrina, como o Journal of Discourses). O leitor também deve examinar essas fontes.
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6 - Um contexto histórico – O Seekerismo UM CONTEXTO HISTÓRICO (texto extraído e adaptado de NEVES, 2005)
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Os conceitos e doutrinas da igreja Mórmon, "revelados" por Joseph Smith, sofreram grande influência dos Seekers. Abaixo, um resumo da origem do seekerismo e o que esse grupo buscava. Devemos voltar à reforma protestante, ainda na Europa. Esta ocorreu devido ao profundo desejo de purificar a igreja do paganismo romano, e resgatar a pureza original do cristianismo. Com o passar do tempo, mesmo as igrejas protestantes começaram a ser vistas como corrompidas e apóstatas pelas pequenas seitas que surgiam. Assim, elas começaram uma reforma mais radical (puritanismo). O puritanismo acreditava que o anticristo havia corrompido a igreja, mas não a havia destruído completamente. Dai sua tentativa em "purificar" a igreja de todas as práticas não evangélicas. Porém, na Nova Inglaterra, a hegemonia do puritanismo ruiu diante de outros grupos hereges. Os puritanos empenharam grandes esforços para se impor, como o "grande despertar” de 1740, e a implantação de sociedades missionárias, a fim de inibir o crescimento de grupos rivais. Um outo movimento surgido na Inglaterra apareceu: o primitivismo. Estes eram grupos que se dividiam na visão conservadora, liberal e radical. Na Nova Inglaterra, o primitivismo estava dividido entre os conservadores - que acreditavam em uma apostasia do cristianismo primitivo, mas permaneciam em suas igrejas tradicionais, convencidos que a corrupção não era grande o suficiente para uma separação - os liberais - que advogavam uma separação das denominações existentes e a formação de uma nova igreja estruturada de acordo com o modelo do Novo Testamento - e os Seekers - que, com sua visão radical de restauração e crença em uma apostasia generalizada, separaram-se de todas as organizações religiosas de seu tempo e suspenderam a realização de qualquer sacramento ou ordenança (mesmo os encontrados no Novo Testamento), esperando impacientemente uma nova revelação que restaurasse a autoridade divina sobre a terra. O Seekerismo surgiu como uma pequena seita (por volta de 1649) e floresceu durante o grande tumulto eclesiástico e espiritual da época. tornando-se a quarta maior seita da Inglaterra. Os seekers espiritualistas concebiam a restauração da igreja e dos sacramentos, e tinham o advento do milênio como noções espirituais. Já os seekers literalistas esperavam o restabelecimento da igreja e o retorno da autoridade apostólica para realizar ordenanças e a instalação do reino político de Deus sobre a terra. Eles esperavam a "restauração de todas as coisas" segundo o padrão do Novo Testamento, e esperavam ser investidos por um apóstolo ou um anjo, com "poder do alto" e com grande glória e poder.
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2 - JOSEPH SMITH 1 - Biografia Origem e adolescência
Iniciarei este assunto com uma citação de Joseph Fielding Smith: “O mormonismo deve manter ou negar a história de Joseph Smith. Ele era um profeta de Deus, divinamente chamado, propriamente comissionado, ou ele era uma das maiores fraudes que este mundo já viu. Não há meio termo. Se Joseph era falso, que deliberadamente enganou as pessoas, então ele deve ser exposto, suas afirmações devem ser negadas e suas doutrinas devem ser falsas, pois as doutrinas de um impostor não podem se harmonizar com em todas as particularidades com a verdade divina. Se suas afirmações e declarações foram construídas sobre fraude e falsidade, apareceriam vários erros e contradições, que seriam facilmente detectados” [1] As análises aqui feitas não são a biografia completa da vida de Joseph Smith, pois isto já foi muito bem feito por vários estudiosos. Aqui, avaliaremos as partes mais importantes do caráter deste homem, assim como as influências que ele sofreu ao longo de sua vida e que delinearam o rumo do mormonismo.
História geral
Joseph Smith Jr. nasceu em Sharon, Vermont. Seu pai, também chamado Joseph, e sua mãe, Lucy, começaram o casamento com o dote de mil dólares. Mas este dote foi gasto rapidamente e a fazenda na qual viviam logo ficou cheia de mato. Numa tentativa de recuperar suas perdas, o pai de Joseph ouviu dizer que os chineses pagariam altos valores pela raiz de ginseng, que crescia em Vermont. Assim, ele investiu tudo que sobrara num carregamento de Ginseng para a China. Quando seu plano falhou, a família mudou-se para uma fazenda próxima a Palmyra, Nova York, na parte oeste do estado. Ali estavam em condições um pouco melhores que em Vermont. Os Smith eram uma família pobre, e não podiam arcar com os custos de uma educação particular para seus filhos. As crianças aprenderam a ler e a escrever com sua mãe Lucy, e com seu pai Joseph Smith Sr., que ocasionalmente também era professor. Ao ler a biografia de Lucy, percebemos que ela era muito bem educada e sem dúvidas, capaz de ensinar certo nível de inglês aos seus filhos. [2] No mesmo livro acima citado, encontramos os escritos de Lucy Smith: “Conforme nossos filhos foram excluídos do privilégio das escolas, nós começamos a fazer de tudo para realizarmos essa importante tarefa. Nós colocamos nosso segundo filho, Hyrum, em uma academia em Hanover, e os outros, que não tinham idade suficiente, nós os colocamos em uma escola comum, que também era bem conveniente. Enquanto isso, eu e meu companheiro estávamos fazendo tudo que nossas habilidades permitiam para a prosperidade e vantagem da família” Um mito dentro do mormonismo é 21
apresentar Joseph Smith como um garoto da fazenda ignorante, que foi escolhido por Deus para ser Seu representante. Assim, é afirmado que Joseph não poderia saber o suficiente para compor e criar o livro de mórmon a partir de seus conhecimentos. Enquanto Joseph não foi educado no sentido formal, ele era um leitor muito capacitado. Amostras antigas de seus escritos mostram claramente que ele era capaz de compor pensamentos de forma polida e literata. Quando essa capacidade de leitura é unida com a disponibilidade de materiais de leitura e uma mente altamente questionadora, emerge uma imagem bem diferente daquele garoto ignorante da fazenda. Apesar de sua ortografia e sintaxe não serem boas em relação aos padrões do século XXI, devemos lembrar que apenas em 1828 os primeiros dicionários americanos foram publicados, e a ortografia foi padronizada. Vida religiosa O lar em que Joseph Smith foi criado estava religiosamente dividido. Lucy Mack (figura ao lado) veio de uma família de Connecticut, que se separou do tradicional puritanismo e uniu-se aos Seekers, um movimento que procurava por um novo profeta e novas revelações para a restauração do cristianismo verdadeiro. O avô materno de Joseph, Solomon Mack, afirmava ter presenciado visitas divinas do paraíso. Quando ele tinha 78 anos, os relatos destas visitas foram publicados em um pequeno livro que ele distribuiu aos amigos, vizinhos e a qualquer um que o comprasse. [3] Já a família de seu pai, de acordo com os dados genealógicos de New England, vinha de homens ilustres. Robert Smith, um puritano que chegou aos EUA em 1638, teve um filho, Samuel Smith, que foi o representante de Massachusetts. Asahel Smith, filho de Samuel e avô de Joseph, foi capitão da Minute Men, que respondia pelo alarme de Lexington e pela defesa de Boston. [4] Lucy Mack Smith, a mãe de Joseph Smith Jr., era uma mulher ambiciosa e muito mística, sempre falando de seus sonhos estranhos. Ela era, entretanto, a mais empreendedora da família. As pessoas que a conheciam diziam que ela podia olhar diretamente em seus olhos, inventar um conto inimaginável e, quando desafiada, conseguia defender suas afirmações exageradas sem nenhum constrangimento. Muito pouco pode ser dito sobre o pai de Joseph Smith. O escritor mórmon Dale Morgan descreve Joseph Smith Sr. como “Não tendo inclinação para o trabalho físico ou de campo, e não era um homem de se isolar em um local solitário na periferia da civilização” [5] Joseph Smith Sen, segundo relata sua esposa, teve ao todo sete sonhos ou visões consideradas sagradas. O tema recorrente nos seus sonhos era a condição solitária de "seeker" vagando no deserto religioso de seu tempo. Outro tema também comum era a redenção de sua alma e a futura salvação (Neves, 2005). Ele também era dado à caça ao tesouro. Em uma declaração assinada por vários cidadãos proeminentes de Manchester, Nova York, em 3 de novembro de 1833, Smith pai era descrito como “preguiçoso, indolente, sem temperança [podendo referir-se a bebidas alcoólicas], destituído de caráter moral e viciado em certos hábitos” [6] Apesar de terem certa religiosidade, a família raramente ia à igreja. Lucy ia a alguns encontros presbiterianos, mas seu marido se recusava a acompanhá-la. Após se mudarem para Palmyra, eles se envolveram com magia e com procura de tesouro. D. Michael Quinn, um estudioso mórmon, documentou cuidadosamente como a cultura da época influenciou Smith, especialmente sua família. Seu pai e seu tio usavam gravetos 22
divinos [7]. Luman Walters ensinou a Joseph como usar a “Pedra do Vidente” para descoberta de tesouros [8] e “espíritos familiares”, e a usar instrumentos de bruxaria como “sapos empalhados” e uma “adaga antiga” [9]. Ainda, as seguintes declarações mostram as expectativas religiosas da família: Sobre Asahel Smith, avô de Joseph Smith: "Meu avô” recorda o primo de Joseph, George A. Smith “disse que ele sempre soube que Deus iria levantar algum ramo de sua família que seria de grande benefício para a humanidade”. [10] De acordo com Joseph, após seu avô Asahel ter lido quase todo o livro de mórmon: “ele declarou que eu [Joseph] era o profeta que ele já sabia que viria nesta família”.[11] A família Smith deu muita atenção às revelações de Joseph e, de acordo com sua mãe, geralmente passavam as tardes ouvindo-o ensinar. Lucy Mack Smith, mãe de Joseph Smith disse: “Eu presumo que nossa família apresentava um aspecto mais singular do que qualquer outra família que já viveu na face da terra – todos se sentavam em círculo, pai, mãe, filhos e filhas, e davam uma profunda atenção a esse garoto de 18 anos de idade: ... A união mais doce e a felicidade espalhavam-se em nossa casa, e a tranquilidade reinava em nosso meio”. [12]
O movimento seeker e o mormonismo (extraído e adaptado de NEVES, 2005) É necessário chamarmos a atenção para a primeira visão de Joseph Smith: atônica da visão era inteiramente seeker com a confirmação de que o mundo estava espiritualmente morto, ou seja, em condição apóstata do cristianismo. Porém, na primeira visão, não havia nada que prometesse a futura restauração do evangelho. De fato, somente com o desdobrar gradual da religião é que Joseph Smith começou a definir os conceitos de apostasia, restauração e autoridade. A visão, a princípio, era um assunto estritamente pessoal com a busca do perdão divino. A primeira menção de uma restauração da igreja primitiva foi feita somente em março de 1829, NOVE anos após a primeira visão, explicando que Deus poderia estabelecer uma igreja de acordo com o padrão do Novo Testamento. A restauração da autoridade para batizar, feita por um mensageiro angélico, foi o cumprimento das mais profundas expectativas seekers. Seu sucesso ao converter discípulos se deve, fundamentalmente, por sua reivindicação única de autoridade divina. Ainda hoje os missionários mórmons reivindicam para si a exclusividade desta autoridade. Assim, todo o desenvolvimento doutrinário do mormonismo, sob o comando de Joseph Smith, pode ser considerado uma bem sucedida busca pela autoridade religiosa. A influência seeker sobre o mormonismo é evidente, e obteve seu auge com a conversão coletiva da comunidade seeker no noroeste de Ohio. Sidney Rigdom, assim como diversos seguidores de Campbell, buscavam uma restauração radical que incluísse dons e manifestações espirituais do cristianismo primitivo, e não apenas a restauração da sua forma exterior, como pregavam os Campbelistas. Assim, em pouco tempo, enormes ondas de seguidores campbelistas uniram-se ao mormonismo, que afirmava possuir a autoridade divina. 23
_______________________ Notas 1 - Joseph Fielding Smith, Doctrines of Salvation (Salt Lake City: Bookcraft, 1954), v.1, p188). 2 - Biographical Sketches of Joseph Smith the Prophet and His Progenitors for many Generations by Lucy Smith – Mother of the Prophet. 3 - William J. Whalen, The Latter-day Saints in the Modern World (New York: The John Day Company, 1964), 23) 4 - Hebert Spencer Salisbury, "The Mormon War in Hancock County," Journal of the Illinois State Historical Society, July 1915, 281-282.) 5 - John Phillip Walker, Editor, Dale Morgan on Early Days of Mormonism (Salt Lake City: Signature Books, 1986), 219. 6 - Daniel P. Kidder, Mormonism and the Mormons: A Historical View of the Rise and Progress Of the Sect Self-styled Latter-day Saints (New York: Carlton and Lanhan, 1842), 20-21. 7 - Smith's associations with occult traditions in early America, including extensive documentation of events discuss here, are comprehensively detailied in D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1987). For a interpretive reading of this history see Lance S. Owens, "Joseph Smith Kabbalah: The Occult Connection", Dialogue: A Journal of Mormon Thought 27 (Fall 1994): 117-194. 8 - Joseph Smith's and his religion's interactions with the Masonic tradition are fully documented in Michael W. Homer, "'Similarity of Priesthood in Masonry': The Relationship between Freemasonry and Mormonism", Dialogue: A Journal of Mormon Thought 27 (Fall 1994): 1-113. 9 - Owens, 178-84. 10 - "Sketch of the Auto-biography of George Albert Smith," Millennial Star, June 24, 1865, 407 11 - History of the Church, v.2, p.443. 12 - Lucy Smith, History of the Prophet Joseph Smith, rev. George A. Smith and Elias Smith, (1902), 84.
1 - Joseph Smith abolicionista? Em 1838, Joseph Smith respondeu a algumas perguntas que foram mais frequentes em relação à igreja. A pergunta número treze era sobre a escravidão: Treze - "Os mórmons são abolicionistas?" "Não, a não ser que libertar as pessoas do poder dos sacerdotes, e os sacerdotes do poder de Satanás seja considerado abolição. Mas nós não acreditamos na libertação dos negros.”.
Questão 13 - History of the Church, Vol 3, cap. 3
History of the Church, Vol. III - Chapter III - READJUSTMENT AND SETTLEMENT OF AFFAIRS AT FAR WEST.
2 - Piche e Penas 24
A família Johnson foi convertida na primavera de 1831 (entre abril e maio) com a cura de da esposa de John, Elsa, de reumatismo em seu ombro.
Lyman e Luke Johnson Os Johnson tinham quatro filhos adultos e uma filha de 16 anos, Nancy Marinda Jonson. Dois dos filhos dos Johnsons, Lyman e Luke Johnson, posteriormente tornaram-se membros do original Quórum dos Doze Apóstolos. Em setembro de 1831, Joseph, estava empenhado em traduzir a Bíblia, e Sidney Rigdon era seu escrivão. No primeiro dia deste mês, Joseph decidiu mudar com sua família e seu escrivão para Hiram, Ohio, a fim de agilizar o trabalho. Eles se mudaram para a casa do Irmão John Johnson.
A fazenda de John Johnson serviu como sede para a Igreja SUD por aproximadamente seis meses, entre setembro 1831 e março de 1832. Além disso, na sala superior da casa, várias doutrinas foram elaboradas, incluindo Doutrina e Convênios 76, sobre os três graus de glória. Smith e Rigdon viveram com os Johsons em paz até 24 de março do ano seguinte. A autora SUD Fawn Brodie escreveu sobre o que aconteceu nessa data: "Fortalecidos por um barril de uísque, [uma turba] rumou para a casa de Johnson na noite de 24 de março de 1832 e arrastou Joseph de sua cama, onde ele tinha caído no sono enquanto cuidava de um dos gêmeos. Eles despiram, arranharam e bateram 25
nele com prazer selvagem, e espalharam piche em seu corpo sangrando, da cabeça aos pés. Rasgando um travesseiro em pedaços, eles cobriram-no com penas. Diz-se que Eli Johnson exigiu que o profeta fosse castrado, pois suspeitava que Joseph fosse muito íntimo de sua irmã, Nancy Marinda. Mas o médico, que havia sido convencido a juntar-se à multidão, recusou tal responsabilidade no último momento..." [1]. Joseph sobreviveu à provação com lesões que cicatrizaram ao longo do tempo. Por quem e por que Smith e Rigdon foram atacados? A maioria dos mórmons acredita que Joseph Smith e Sidney Rigdon foram cobertos por piche e penas por uma "máfia de antimórmons", inspirada pelo diabo. Porém, o ato de colocar piche e penas em Joseph Smith e Sidney Rigdon na noite de 1832 não aconteceu sem motivos. E, ao contrário do que muitos pensam, tudo leva a crer que eles foram vítimas de seus próprios seguidores, por duas razões principais. MOTIVO 1 - era o plano de ambos, fazer com que todos os membros da igreja doassem todos os seus bens e propriedades para a experiência comunista "Ordem Unida". Alguns membros viram isso como um esquema de Rigdon e Smith para despojá-los de tudo que tinham, e com razão. A Ordem Unida foi um desastre financeiro, que culminou no escândalo do Banco Kirtland, fez com que muitos mórmons perdessem a suas economias de uma vida inteira, e cerca de metade dos membros da igreja abandonaram a igreja por causa deste incidente, incluindo a maioria dos apóstolos originais. Smith, Emma e Rigdon estavam hospedados na casa da família Johnson, a 35 milhas de Kirtland em Hiram, Ohio. Porém, eles mesmos não se submetiam ao estilo de vida comunista que exigiam de seus seguidores em Kirtland. Ryder explica as ações da turba em uma carta a Amos Hayden, escrevendo que: "Durante a próxima primavera e verão, foram feitas várias conversões, e seu sucesso parecia indicar um triunfo imediato em Hiram. Mas quando eles foram para Missouri, para estabelecer as bases da esplêndida cidade de Sião, e também do templo, eles deixaram seus papéis para trás. Isso deu a seus novos convertidos a oportunidade de se familiarizarem com o arranjo interno de sua igreja, e lhes revelou o fato horrendo de que havia um projeto para tomar seus bens e colocá-los sob o controle de Joseph Smith, o profeta. Isso foi demais para o Hiramitas. Mas alguns que tinham sido enganados por esta fraude estavam determinados a não deixar passar isso impunemente. E, por conseguinte, um grupo foi formado por cidadãos de Shalersville, Garrettsville, e Hiram, em março de 1832. Saíram de sua sede na escuridão da noite, e pegaram Smith e Rigdon de suas camas, e os cobriram de piche e penas, e os deixaram ir. Isto teve o efeito desejado, que era livrar-se deles." (Symonds Ryder to AS Hayden, 1 February 1868, in AS Hayden, Early History of the Disciples in the Western Reserve, 221). Mas de forma alguma essa carta deve ser tida como uma confissão de qualquer coisa!
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Nancy Marinda MOTIVO 2 - alega-se que Smith teve um relacionamento com a filha de Johnson, Nancy Marinda, de 15 anos de idade, e que essa foi a motivação principal de seu irmão para atacar Smith. O livro "Mórmon Enigma: Emma Hale Smith" apoia essa ideia, mas no livro "In Sacred Loneliness", Todd Compton levanta dúvidas por “falta de provas convincentes”. Porém, é provável que Smith tivesse esse relacionamento com Marinda por cinco razões: 1. Joseph Smith já havia ensinado seu conceito de "casamento plural" em sua "revelação" de 1831, comandando um grupo de homens casados a tomar "as mulheres dentre os lamanitas" (o episodio do asfalto e penas, ocorreu em fevereiro de 1832). Isso indica que ele tinha as relações extraconjugais durante esse período.
Orson Hyde 2. Joseph Smith, eventualmente, casou-se com Marinda. Em 1834, Nancy Marinda casou-se com o membro da Igreja SUD Orson Hyde. Seis anos depois, na primavera de 1840, autoridades da Igreja, enviaram Orson Hyde em uma missão de três anos em Jerusalém. Após dois anos de missão, enquanto ele ainda estava ausente, Joseph Smith foi selado com a esposa de Orson Hyde, a mesma Nancy Marinda. Seu casamento plural com Marinda ocorreu em abril de 1842. Marinda disse mais tarde 27
que pensava que Smith fosse o pai de seu filho, Frank. Nancy tornou-se, assim, a 10ª esposa plural de Joseph, embora ela tenha permanecido casada também com Orson Hyde. Em 1870, Nancy divorciou-se de Orson, após 34 anos de casamento, deixandoo com suas outras cinco esposas plurais. Assim, é provável que Smith tivesse seus olhos sobre Marinda desde que a conhecera, quando ainda era uma menina de 15 anos em Hiram, em 1831, e que seu “casamento plural" em 1842 com ela era a formalização de um desejo por ela ha muito existente (como também nos casos documentados de Mary Ann Rollins e Sarah Whitney). A essência do conceito das "esposas espirituais" de Smith era de que as pessoas se conheciam na "préexistência", e que parte de sua missão terrena era de encontrar sua "alma gêmea". Uma vez que Smith designava uma mulher como uma de suas "almas gêmeas" ou "esposas espirituais", elas seriam "suas" para a eternidade, mesmo se elas já estivessem casadas com outra pessoa, neste caso, Orson Hyde (leia mais AQUI). 3. O “relacionamento plural” de Smith com Fanny Alger, de 16 anos, começou em 1833. Uma vez que o incidente do piche de 1832 ocorreu entre a revelação de 1831 para que os homens se casassem com as garotas lamanitas, e o início de seu romance com Fanny em 1833, é muito provável que o asfaltamento tenha ocorrido, pelo menos parcialmente, por causa dos conceitos sexuais heterodoxos de Smith, que ele tentou explorar com Marinda. 4. Parece mais provável que os irmãos de Marinda castrariam um homem por causa de um assédio sexual com sua irmã adolescente, e não por alguma questão de dinheiro. 5. A multidão de membros da igreja que atacou Rigdon e Smith naquela noite não tentou castrar Rigdon. Smith foi o único alvo da tentativa de castração.
Aqui está um pouco do ponto de vista do membro e historiador SUD Todd Compton sobre o assunto:
"De acordo com Luke Johnson, Smith foi esticado em uma tábua, então ‘eles arrancaram o pijama que ele vestia, com o objetivo de castrá-lo, e o Dr. Dennison estava lá para executar a operação. Mas quando o médico viu o profeta despojado e esticado sobre a tábua, seu coração falhou, e ele se recusou a prosseguir.”
A motivação para este assédio tem sido debatida.
Clark Braden, uma testemunha antagonista, alegou em um polêmico debate público, que foi o irmão de Marinda, Eli, que levou uma multidão contra Smith, pois o profeta havia ficado demasiado íntimo de Marinda. “Esta tradição sugere que Smith pode ter se casado com Marinda naquela fase inicial, e alguns fatores circunstanciais apoiam essa possibilidade. A tentativa de castração pode ser tomada como evidência que a multidão sabia que Joseph tinha cometido um 28
impropério sexual. Uma vez que a tentativa é relatada pelo irmão de Marinda [que se tornou apóstolo SUD], Luke Johnson, não há nenhuma boa razão para duvidar dela. Além disso, o mutirão havia planejado a castração com antecedência, pois eles trouxeram um médico para realizá-la. Além disso, Joseph tendia a ‘casar-se’ com as mulheres que ficavam em sua casa ou em cuja casa ele tinha ficado. [Joseph Smith estava morando na casa de Marinda no momento.]” [2]. Dúvidas? Existe o argumento de que Marinda não tinha um irmão chamado Eli, o que sugere que a acusação de Braden não é confiável. É possível, porém, que a lembrança de Braden do nome "Eli" pode estar relacionado a um apelido de um dos irmãos de Marinda. Em alguns relatos, o motivo da violência contra Smith e Rigdon é econômica: os rapazes Johnson estavam na multidão por causa do ‘horrendo fato de que uma parcela da propriedade deles seria tomada e colocada sob o controle de Smith’.
Todd Compton O Sr. Todd Compton também sugere que a motivação para o assédio tenha sido apenas de natureza econômica e não de natureza sexual: “A castração, nesse cenário, pode ter sido apenas uma ameaça, com a intenção de intimidar Smith e levá-lo a deixar Hiram, Ohio. Embora não seja impossível que Marinda se tornou a primeira esposa plural de Smith em 1831, a evidência de tal casamento, vindo principalmente do não confiável Braden, não é convincente. A menos que mais provas credíveis sejam encontradas, é melhor continuar supondo que Joseph e Marinda não se casaram ou tiveram um relacionamento em 1831”. [3] Talvez não! A fiel SUD Mary Elizabeth Rollins testemunhou que Joseph teve uma conversa particular com ela em 1831. Ela estava, então, com 12 anos de idade. Ela disse que Joseph: “contou-me sobre a sua grande visão sobre mim. Ele disse que eu era a primeira mulher que Deus mandou que ele tomasse, como sua esposa plural”. [4] Após seis meses de conversas entre Joseph e Mary Elizabeth Rollins, de 12 anos de idade, ele e Emma mudaram-se para a casa de John Johnson, onde Marinda, de 15 anos de idade morava. Orson Pratt mais tarde citou Lyman Johnson dizendo que "Joseph tinha dado a conhecer a ele, já em 1831, que o casamento plural era um princípio correto”, mas 29
observou também que "o tempo ainda não havia chegado para ensiná-lo e praticá-lo." [5] Talvez Joseph não tenha sido discreto em suas discussões sobre o casamento plural, porque os rumores e insinuações alimentaram a fúria da turba colocou piche e penas nele. “Quando os rapazes Johnson juntaram-se à multidão, que entrou em sua própria casa, eles claramente suspeitavam da associação indevida entre Joseph e sua irmã de 16 anos de idade, Nancy Marinda". [6] Orson Pratt, ao dirigir-se a um público da igreja RLDS, disse que ouviu de Lyman Johnson, que o casamento espiritual (ou bigamia, ou fornicação, ou múltiplos cônjuges, etc.) era um ensino de Smith já em 1831. [7] O presidente Garfield (alguns membros de sua família viviam em Hiram na década de 1830) também disse que Smith estava ensinando/praticando a poligamia durante seu mandato em Hiram, e que sua primeira admissão desta prática resultou no piche e penas. [8] Um jornal correspondente ao impresso em Garfield, posteriormente disse algo parecido, alguns meses depois - Figura abaixo.[9]
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Jornal publicando a notícia sobre o piche e penas em Smith e Rigdon. O jornal explica que não foi por suas "ações fraudulentas", mas por desafiarem a lei por causa da poligamia. Então - talvez algumas notícias da poligamia (ou do "casamento plural") vazaram durante a permanência de Smith em Hiram, entre 1831-1832. Se Joseph Smith tivesse sido castrado com sucesso naquela noite em 1832, é improvável que jamais existiriam as cerimônias secretas do templo Mórmon, os selamentos, os vestuários ou até mesmo os templos como eles existem hoje. Afinal, tudo isso é relíquia das tentativas de Joseph Smith de praticar e esconder seus casamentos plurais. [10, 11] Não coloco em dúvida se tal fato aconteceu. O que é questionável é quão confiável é o relato SUD sobre esse evento. O Elder Joseph Fielding Smith, mais tarde Profeta da igreja SUD, escreveu e publicou estas palavras repetidas vezes: “Os amigos do profeta passaram a noite limpando o piche do corpo dele, e no dia seguinte, sendo o Sabbath, ele reuniu-se com o povo no horário regular e falou-lhes”.
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Simonds Ryder “Vários dos membros da turba estavam presentes, incluindo Simonds Ryder, um apóstata, e líder do grupo, o Sr. McClentic e Felatiah Allen, que tinham fornecido à multidão um barril de uísque para levantar seus espíritos e torná-los "valentes" para fazer o que deviam.” - grifo nosso [12] Quais as condições físicas de Smith para dirigir-se à uma congregação e dar seu sermão normalmente?
Sidney Rigdon Vejamos as condições de Sidney Rigdon: "Na manhã seguinte fui ver Élder Rigdon e encontrei-o louco, e sua cabeça estava muito inflamada, pois ele foi arrastado pelos calcanhares, tão alto do chão que não podia levantar a cabeça da áspera superfície congelada, o que é extremamente dilacerante. Quando ele me viu, chamou sua mulher para trazer para ele a sua navalha. Ela perguntou o que ele queria fazer com ela, e ele respondeu que queria me matar. A irmã Rigdon saiu da sala, e ele me pediu para trazer a sua navalha. Perguntei-lhe o que ele queria fazer com ela, e ele respondeu que ele queria matar sua mulher. Ele continuou delirando por mais alguns dias. As penas que foram utilizadas com o piche, nesta ocasião, foram pegas pela multidão na casa de Elder Rigdon. Depois de terem se apoderado dele e o arrastarem para fora de sua casa, um dos bandidos voltou para obter alguns travesseiros, enquanto as mulheres o calaram e o mantiveram como prisioneiro por algum tempo". (History of Joseph Smith by his Mother, Chapter 41) Ainda: Onde Joseph Smith supostamente fez sua pregação em 25 de março de 1832? Quais evidências os mórmons podem apresentar, que Ryder, McClentic, Allen, etc., estavam presentes? Quais evidências os mórmons podem apresentar que os homens consumiram bebidas alcoólicas antes do ataque? As questões têm certa relevância na 32
tentativa de determinar a confiabilidade das fontes, que reportam uma visão muito diferente de Symonds Ryder - que ele era um "homem de temperança" e um oponente ao consumo de álcool - que ele não era o líder da "turba" – que ele estava em casa, doente na cama, quando ocorreu o evento - que Joseph Smith não fez seu sermão costumeiro de pela manhã, no domingo após o ataque, etc. etc. Alguém pode fornecer evidências confiáveis para as afirmações históricas Joseph Fielding Smith? Ainda, após o incidente de piche e penas, Joseph Smith retornou a Hiram e continuou ali morando por mais alguns meses. Seu vizinho mais próximo, na época, era Symonds Ryder - a mesma pessoa que Joseph Fielding Smith, George Q. Cannon, e outros membros da igreja identificaram como o líder da turba. Alguns escritores mórmons se foram mais longe em suas calúnias, acusando Ryder de tentativa de homicídio. Porém, Joseph Smith nunca o acusou. Isso parece muito estranho. Se o atual presidente da igreja SUD, for atacado a tal grau que algumas pessoas acreditem que foi uma tentativa de homicídio, ele continuaria a viver lado a lado ao suposto assassino, sujeitando-se, e à sua família, ao perigo constante? O fato de que Smith continuar a viver como vizinho do Sr. Ryder, sem sequer fazer uma acusação pública contra esse homem, é uma das razões que levam a acreditar que Ryder não estava envolvido no atentado de 1832. Olhando para a história registrada de Ryder, ele parece ter sido um cavalheiro altamente considerado e altamente respeitável, que nunca chegou sequer a se envolver com pequenas causas, muito menos ser incriminado por qualquer atividade criminosa, durante uma longa vida como um ministro cristão. [13, 14,15] Mas Joseph Fielding Smith afirmou ser o porta-voz de Deus na terra - que exercia o ofício que DeC diz; que falava por Deus com tanta autoridade como se fosse o próprio Deus falando para a humanidade. Portanto, as palavras de Joseph Fielding Smith não podem ser esquecidas - mesmo ele não falando antes "Assim disse o Senhor". É possível que o reverendo Symonds Ryder tenha sido acusado de um crime que nunca cometeu?
Sidney Rigdon É interessante, também, que Sidney Rigdon provocava Ryder publicamente sobre várias questões no Messenger e Advocate, mas nunca mencionou seu suposto envolvimento na turba em Hiram. Ao contrário, tratava-o como uma figura divertida e inofensiva. Ele o via mais como um valentão presunçoso do que uma pessoa ameaçadora. Um exemplo da provocação de Rigdon: "O quanto uma acusação de desonestidade pode ser preferível, na verdade, contra Simons Rider, assim como outros pequenos animais desta espécie (me refiro aos Campbellitas) permanece ainda 33
por ser descoberto; pois atualmente estão sob tutores e curadores, e não tem a liberdade de pensar por si mesmos". Ainda ficam as questões:
Por que a tentativa de castração foi apenas em Joseph? Como Joseph, com a pele queimada e todo machucado, iria pregar na manhã seguinte? Como ele reconheceria seus agressores e não daria queixa deles? Como ele continuaria morando ao lado do líder da turba? Como um homem de reputação seria esse líder?
________________ Fontes:
1- Fawn Brodie - No Man Knows My History, page119 2 -Todd Comptom - In Sacred Loneliness: The Plural Wives of Joseph Smith, page 231. 3 - ibid, p. 231-232. 4 - Mary Elizabeth Rollins Lightner to Emmeline B. Wells, summer 1905, LDS Archives. 5 - Orson Pratt, Latter-day Saints Millennial Star -Liverpool England- 40, 16 Dec. 1878:788 6 - "Joseph Smith: the First Mormon", p.146. 7 - "Report of Elders Orson Pratt and Joseph F. Smith," Deseret News, Dec. 4, 1878. 8 - http://www.sidneyrig...chig.htm#122180 9 - http://www.sidneyrig...chig.htm#061082 10 - http://www.mormoncurtain.com/topic_joese… 11 - http://www.i4m.com/think/temples/temple_legacy.htm 12 - http://www.sidneyrig...m1.htm#1922-146 13 - http://www.sidneyrig...oh04.htm#100170 14 - http://sidneyrigdon....tm#1874-028b-SR 15 - http://sidneyrigdon....3.htm#1950-038a
3 – Emma envenenou Smith? O Profeta paranoico e polígamo, Joe, diz que sua esposa "Filha do Inferno" Emma envenenou seu café. Posted By Steve Benson Texto traduzido e adaptado de: http://www.mormoncurtain.com/topic_emmasmith.html Introdução Esta época Joseph Smith evoca visões de envenenamento. A reivindicação criativa e sensual de Joseph Smith de que Deus lhe ordenara a prática da poligamia acabou causando-lhe todos os tipos de problemas (contribuindo, inclusive, para sua morte em Carthage, Illinois, depois de ordenar a destruição da impressora de um jornal por ter exposto sua poligamia). Antes, no entanto, Joe suspeitou que até mesmo sua esposa estivesse tentando matá-lo por causa de seu comportamento mulherengo. Em seu 34
livro, "Mormon Enigma: Emma Hale Smith" os autores SUDS Linda Rei Newell e Valeen Tippetts Avery escrevem sobre a paranóia produzida em Smith devido à poligamia: Embora a tentativa de Emma a aceitar o casamento plural trouxe uma paz temporária para a família Smith, nem Emma se decidiram, nem a paz durou por muito tempo. Emily Partridge comentou que Joseph andava pela casa, com as mãos cruzadas para trás (a maneira como ele colocava suas mãos quando sua mente estava profundamente perturbada), seu rosto mostrando que ele estava pesado com algum fardo terrível. A tensão na sua vida privada, juntamente com as ameaças de saqueadores e as dissensões dentro da igreja e da comunidade, começaram a afetar a saúde de Joseph. No domingo, 5 de novembro, Joseph sentiu-se subitamente doente e vomitou com tanta força que deslocou o maxilar e “expeliu sangue fresco". Seu auto-diagnóstico foi que ele tinha todos os sintomas de envenenamento. Mas à noite, ele estava bem o suficiente para participar de uma reunião do Conselho da Investidura no quarto sobre a loja de tijolos vermelhos. Segundo a literatura médica atual, nenhum veneno disponível em 1844 seria cáustico suficiente para fazer jorrar sangue do estômago logo após sua ingestão, como os sintomas apresentados por Joseph, e ainda ser tão ineficaz para permitir que a vítima voltasse ao exercício de suas atividades normais dentro de poucas horas... Vinte e dois anos mais tarde, Brigham Young descreveu um “conselho secreto”... No qual ele disse que Joseph acusou Emma da intoxicação e ‘mandou-a negá-lo se pudesse... Ele disse que ela era uma filha do inferno, e, literalmente, a mulher mais perversa sobre a terra, que não havia ninguém mais perversa do que ela. Ele perguntou a ela onde ela conseguira o veneno, e como ela o colocou em uma xícara de café. Disse ele: Você conseguiu esse veneno assim e assado, e eu bebi, mas você não pode me matar. Quando ele entrou em seu estômago, ele foi até a porta e jogouo fora. Ele falou com ela naquele conselho de uma forma muito severa, e ela nunca disse uma palavra em defesa. Tenho testemunhas ao meu lado, que podem testificar de que estou agora dizendo a verdade. Ela tentou matá-lo duas vezes. [Young] não entrou em detalhes sobre a segunda ocorrência alegada, mas em 1866, a retórica de Brigham poderia muito bem ter sido mais forte que as palavras reais de Joseph, pois veio num momento em que Brigham estava particularmente hostil em relação à Emma. A evidência sugere que Joseph, de fato, acusou Emma de envenenar seu café. Registros em seu diário dizem que ele e Emma não participaram do círculo de oração na reunião... Isto é particularmente importante porque os membros eram convidados a não aderirem ao círculo de oração se tivessem sentimentos de antagonismo em relação a qualquer outra pessoa no grupo. Somente uma circunstância incomun teria restringido-os. Aparentemente Joseph acreditava, na época, que Emma o envenenara, 35
mas uma forte evidência sugere que a seu autodiagnostico estava errado e, também, sua acusação contra Emma. Cinco semanas mais tarde, Joseph novamente sentiu náuseas e vômitos súbitos. “Acordei esta manhã com boa saúde, mas logo fui subitamente tomado por uma grande secura na boca e na garganta, e doença no estômago e vomitei... Eu nunca fiquei tão prostrado, em tão pouco tempo, mas à noite estava consideravelmente bem”. Ele mencionou estar “um pouco mal da saúde” em 21 de janeiro, “um pouco indisposto” em 2 de abril, e “de repente doente”, em 28 de abril... Indigestão aguda, intoxicação alimentar, úlceras, cálculos biliares e outras doenças causam reações semelhantes às de Joseph. Certamente a vida de Joseph foi preenchida com tensões emocionais e conflitos que tradicionalmente acompanham as úlceras. Quando ele teve o seu segundo ataque de vômitos, no início de dezembro, o seu diário afirma: ‘minha mulher cuidou de mim, assistida pelo meu escrivão, Willard Richards, e seu irmão Levi, que administrou algumas bebidas leves dela. ... Neste caso Joseph retratou Emma como uma ajudante e enfermeira ao invés de acusá-la. Ele aparentemente não conseguiu modificar as conclusões de Brigham Young e John Taylor, pois Emma ficou para sempre como suspeita em suas mentes. Histórias de envenenamento atrairam outra suspeitam: a filha de Samuel Smith, Mary, escreveu mais tarde à sua prima Ina Coolbrith, que Eliza R. Snow envenenara Joseph. Ela disse que, enquanto Eliza residia na casa de seu tio Joseph, Emma preparou para Joseph uma xícara de café e Eliza derramou algo nela, então Joseph bebeu e vomitou. Eliza não vivia na casa havia quase um ano. Desdemona Wadsworth Fullmer, uma esposa plural casada com Joseph por Brigham Young, em julho, escreveu uma autobiografia em 1868 e relatou um sonho bizarro que pode ter sido motivada por rumores de Emma envenenando Joseph. Ela declarou: Na origem da poligamia [Emma] Smith ia me envenenar. Eu disse [no sonho] ao irmão Joseph. Ele me disse que era verdade. Ela o faria se ela pudesse. A conversa de envenenamento pode ter inclinado Emily Partridge a dizer, sobre este período: ”Havia momentos, um em especial, que eu temi muito pela minha vida”... Era muito mais provável que ela temesse Emma do que Emma fizesse algo contra ela. Mas a circulação de histórias de envenenamento deu origem à apreensão e desconfiança direcionadas contra Emma. (Pp. 163-65)
Brigham Young também afirmou que a malvada Emma tentou contra a vida de Joseph, mas foi impedida pela fé.
Um Brigham Young suspeito, e com a sua própria paranóia sobre Emma, um sermão de 1863 que ela tentou arrancar Young e seus amigos da como tentou matar seu digno marido, Joseph: "Nos dias de Joseph, tentou tirar a mim, Br. Heber, Br. Willard Richards e os Doze Apóstolos
declarou em Igreja, bem ela [Emma] da Igreja, e 36
tentou destruir toda a igreja e eu sei disso. “Joseph mesmo testificou diante do Elevado Céu mais de uma vez que ela tinha administrado veneno a ele”. Há homens e mulheres hoje presentes que podem testemunhar o inferno nunca esteve tão envolto em qualquer ser humano como está nela. Ela deu-lhe uma dose muito grande e ele a vomitou e foi salvo pela fé”. (“BYA”, vol. 4 Gen. Conf. 7 Oct. 1863).
Outro mórmon testificou que Emma era tóxica para o profeta, mas que deus forneceu o antídoto.
Em seu diário, Charles Lowell Walker escreveu: "Irmão Snow... também relatou que quando Emma, a primeira esposa de Joseph, ouviu sobre a revelação [sobre a poligamia], ela perseguiu Joseph e tentou envenená-lo, mas ele foi protegido pelo Poder de Deus.” (“Diary of Charles Lowell Walker,” vol. 1, p. 438, 17 December 1876). Independentemente de Emma haver ou não realmente tentado envenenar Joseph, obviamente Smith e os outros líderes acreditavam que fosse esse o caso. Ainda, essas acusações duras não apresentam, de forma alguma, uma imagem de felicidade conjugal. Outras fontes: Joseph Smith, History of the Church, Vol. 6, p.65, Brigham Young, conference address, 7 Oct. 1866, The Essential Brigham Young, p.188 (11)
2 - Ensinamentos
1 - As profecias não cumpridas Falsos profetas e profecias Os profetas da igreja SUD afirmam serem os únicos homens no mundo capazes de falar diretamente com Deus e receberem revelações para guiar e liderar o povo. Jesus disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas" (Mateus 7:15) e o Apóstolo João advertiu que "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (1 João 4:1). Como nós podemos identificar um falso profeta? Um teste simples, mas fundamental é examinar as profecias que eles fizeram em nome de Deus. "Se uma única dessas profecias não se cumprir o pregador é identificado como um falso profeta e nós somos exortados a não darmos atenção a ele" (Deuteronômio 18:20-22). Eis o teste de Deus para o profeta: "Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que quando esse profeta falar, em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba a falou o tal profeta: não tenhas temor dele" (Deuteronômio 18:20-22). Qualquer profeta que não passasse neste teste da profecia cumprida era profeta falso. (Veja Deuteronômio 13:1-5; Isaías 9:13-16; Jeremias 14:13-16; Ezequiel 13:1-9.) 37
Uma profecia falsa desqualificava o homem para sempre como profeta de Deus. Segundo as Escrituras, sob a lei do Antigo Testamento, o profeta que presumisse falar o que Deus não havia mandado, devia ser morto. Uma resposta comum que os mórmons costumam dar quanto a isto, para evitar as sérias implicações que as inumeráveis falsas profecias de Smith e Brigham Young fizeram, entre outros, é citar as próprias palavras de Smith: "Um profeta só é um profeta quando ele estiver agindo como tal." Entretanto, um exame cuidadoso das declarações dos líderes SUD a seguir, mostra que eles estavam reivindicando autoridade profética ao emitir tais declarações. Entre 1823 a 1830 1 - Cristo aparecerá no templo "8 Eu sou Jesus Cristo, o Filho de Deus; portanto cinge teus lombos e de repente eu virei ao meu templo. Assim seja. Amém". (DeC 36: 8) - dezembro de 1830.
Cumprimento: Apenas Joseph Smith, que fez a profecia, alegou que Cristo visitou o templo em 1836.
2 – A venda dos direitos autorais do livro de mórmon Entre 1829 e 1830. Uma profecia bastante reveladora é relatada por David Whitmer, uma das Três Testemunhas do Livro de Mórmon. Em seu livro, An Address to All Believers in Christ [Uma Proclamação a todos os crentes em Cristo] - Richmond, Missouri, 1887, Whitmer disse que Joseph Smith recebeu uma revelação de que os irmãos deviam ir a Toronto, no Canadá, e que venderiam ali os direitos autorais do Livro de Mórmon.
Cumprimento: Os dois fiéis homens foram ao Canadá, mas ninguém se interessou em comprar os direitos autorais do livro. Ao voltarem, cansados e muito desiludidos, pediram explicações a Joseph Smith, que lhes disse: "Algumas revelações são de Deus; algumas são dos homens, e outras são do diabo. Quando um homem interroga o Senhor a respeito de uma questão, se ele é enganado por seus próprios desejos carnais e está em pecado, ele receberá uma resposta de acordo com seu coração pecador, mas não será uma revelação do Senhor." (David Whitmer, An Address to All Believers in Christ, p. 31). Profeta bíblico algum jamais usou tal explicação, pois nenhum profeta verdadeiro de Deus jamais falhou. Se Smith não podia saber se a profecia vinha de Deus, do homem ou do diabo, as revelações do Livro de Mórmon e também dos outros escritos podem ser confiáveis? Ainda, como relatado por David Whitmer: "Eu poderia citar outras falsas revelações que vieram pela boca de Joseph. Muitas das revelações de Joseph nunca foram publicadas. A revelação para ir ao Canadá foi escrita em papel, mas nunca foi publicada." (Ibid. p.31). 38
3 - Reunião dos santos em Sião (18/set/1830) DeC 29:7-8 "E vós sois chamados para efetuardes a reunião de meus eleitos; pois meus eleitos ouvem minha voz e não endurecem o coração. Portanto o Pai decretou que serão reunidos em um mesmo local na face desta terra, a fim de preparar-lhes o coração e para que estejam prontos em todas as coisas para o dia em que tribulações e desolações forem enviadas sobre os iníquos."
Cumprimento: Agora os mórmons estão espalhados, e a Primeira Presidência tem afirmado que todos devem se manter em seus países. Portanto, alguns mórmons acreditam que esta reunião refere-se ao tempo da segunda vinda, por isso ainda não aconteceu
4 - A volta de cristo Joseph Smith profetizou em várias ocasiões que a Segunda Vinda estaria muito próxima. Em setembro de 1830, a hora da Segunda Vinda está próxima - DeC 29:911. Em 3 de novembro de 1831. DeC 133:17. "A hora da [Segunda] vinda está perto". 23 de abril de 1834. DeC 104:59 “... prepare meu povo para o tempo quando eu morarei com eles, que está perto".
Cumprimento: Joseph continuou a profetizar sobre a vinda, dando inclusive uma data para esse acontecimento. Essa profecia não foi cumprida.
Entre 1831-1832 5 - Aquisição de locais de refúgio Em 7 de março de 1831, Joseph Smith previu que os mórmons deveriam reunir riquezas e comprar lugares de refúgio e segurança em Missouri, onde os maus não os alcançariam, e os ímpios se recusariam a batalhar contra os Mórmons (DeC 45: 6474). Cumprimento: a maioria da propriedade Missouri que os mórmons adquiriram na década de 1830 foi vendida ou abandonada. Além disso, vários conflitos aconteceram entre os mórmons e os habitantes de Missouri, que culminou com a Ordem de Extermínio e a expulsão dos mórmons do estado. 6 - Construção de Sião em Missouri (independence) - parte 1
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Em 20 de julho de 1831, Joseph profetizou: "ESCUTAI, ó élderes de minha igreja, diz o Senhor vosso Deus, vós, que de acordo com meus mandamentos vos haveis reunido nesta terra, que é a terra de Missouri, terra que designei e consagrei para a reunião dos santos. Portanto esta é a terra da promissão e o local para a cidade de Sião. E assim diz o Senhor vosso Deus: Se desejais receber sabedoria, eis aqui sabedoria. Eis que o lugar que é agora chamado Independence é o lugar central; e um local para o templo se acha a oeste, num terreno não longe do tribunal. Portanto é sábio que os santos comprem a terra e também todas as áreas do oeste até a linha que passa diretamente entre judeus e gentios; E também toda a área que confina com os prados, na medida em que meus discípulos puderem comprar terras. Eis que isto é sabedoria: Que eles a obtenham para herança eterna." DeC 57:1-5 Os apóstolos da igreja mórmon conheciam esta profecia e declararam no Journal of Discourses (volume 9, página 71; volume10, página 344; volume 13, página 362) sua certeza de que esta profecia havia de se cumprir durante a geração na qual a profecia foi feita por Smith em 1832. De fato, no dia 5 de maio de 1870, o apóstolo Orson Pratt declara ostensivamente: "Os Santos dos Últimos Dias esperam ter o cumprimento desta profecia durante esta geração que existe em 1832 assim como esperam que o sol nasça e se ponha amanhã. Por quê? Porque Deus não pode mentir. Ele cumprirá todas as suas promessas." (1)
Cumprimento: A cidade jamais foi construída.
7 - Construção de Sião (parte2) e do templo em Missouri nesta geração Joseph Smith: "... para a reunião de seus santos no Monte Sião, que será a cidade de Nova Jerusalém. Cidade essa que será construída a partir do terreno do templo, designado pelo dedo do Senhor, nas fronteiras ocidentais do Estado de Missouri e dedicado pela mão de Joseph Smith Júnior e outros de quem o Senhor se agradava. Em verdade esta é a palavra do Senhor: Que a cidade de Nova Jerusalém seja construída pela reunião dos santos, a partir deste lugar, sim, o local do templo, templo esse que será erigido nesta geração. Pois em verdade esta geração toda não passará sem que seja construída uma casa para o Senhor; e uma nuvem descansará sobre ela, nuvem essa que será a glória do Senhor, que encherá a casa." (DeC 84:35, em 22 de setembro de 1832).
Cumprimento: Nem a cidade nem o templo de Sião foram construídos durante a geração de Smith no local predito. O local dedicado por Smith para a construção do Templo em Independence ainda está vago.
8 - Destruição de Nova York e Boston “Nova York e Boston serão destruídas se rejeitarem o evangelho. A hora do seu juízo está próxima" (DeC 84:114, em setembro de 1832).
Cumprimento: Smith foi para Nova York e Boston e pregou a mensagem SUD. Apesar de poucos aceitarem-na, as cidades não foram destruídas. 40
9 - Guerra civil Esta profecia previa a guerra entre os estados do Norte e os estados do Sul, começando na Carolina do Sul. Na primeira versão publicada em 1851, cita que a guerra será "derramada sobre todas as nações", e que as nações lutarão contra nações, e que "os escravos se levantarão contra seus senhores, que devem estar serão organizados e treinados para a guerra", e que a guerra vai acabar com "pestes e terremotos" que culminarão com o "fim completo de todas as nações". Joseph também profetiza que os estados do Sul recorrerão ao auxílio da Grã-Bretanha nessa guerra. Cumprimento: A coexistência de proprietários de escravos do Sul, com um crescente movimento anti-escravidão do Norte geraria um provável e inevitável conflito. Joseph viajava e via esta crescente divisão no país. Embora essa profecia tenha se cumprido parcialmente, as partes relativas à Grã Bretanha, terremotos, guerras entre todas as nações, pragas e escravos "contra os seus mestres" não se realizaram. A Igreja Mórmon ensina que esta profecia se aplica a um amplo espaço de tempo e deve ser interpretada no sentido de que a Guerra Civil Americana "marcou o início da era da guerra que vai durar até o retorno do Salvador...", que incluiria os terremotos, guerras entre todas as nações e pragas. Mas... e a Grã-Bretanha? Entre 1833-1834 10 - Esta geração não passará “Muitos anos hão de se passar" antes que os ímpios “desta geração” sejam varridos da face da terra, e “há aqueles que agora vivem sobre a terra, cujos olhos não devem ser fechados com a morte até que vejam todas estas coisas, que eu falei, cumpridas”. (History of the Church, v1 p315, 4 de janeiro de 1833)
Cumprimento: Todos da geração de Smith faleceram, e as profecias que foram feitas e estão aqui listadas não foram cumpridas.
11 - Construção de Sião em Missouri (Jackson) - parte 3 Em 2 de agosto de 1833, Joseph Smith profetizou: “E agora Sião prosperará se fizer estas coisas, e se esparramará e se tornará muito gloriosa, muito grande e muito terrível. Sião, no Estado de Missouri, não poderá cair, nem ser removida de seu lugar”. DeC 97:18-20. Joseph Smith estava na cidade de Kirtland, Estado de Ohio quando fez esta predição e não tinha consciência de que “Sião” fora removida - duas semanas antes - da assim chamada revelação. Em DeC 124: 49-51, Deus supostamente adia este projeto, que foi impedido pelo homem que se concretizasse (!!!!). A maioria dos adeptos SUDs acredita que o templo ainda será construído no 41
local preparado, com base em declarações adicionais de Smith. Dois ramos do movimento SUD têm igrejas nessa localização: a Igreja de Cristo (Lote do Templo) e a Comunidade de Cristo. 12 - Construção de Sião em Missouri (Far West) - parte 4 Joseph Smith: “Os mórmon voltarão a Sião, o único lugar que Deus designou para os santos". DeC 101:16-21 (16 de dezembro de 1833). “Que a cidade de Far West seja uma terra santa e consagrada a mim; e o local da minha casa". DeC 115:7-12 (26 de abril de 1838).
Cumprimento: Os Santos foram expulsos e nunca receberam as terras de volta. Eles fugiram para o oeste do país, e "Sião" foi construída apenas em Salt Lake, Utah.
13 - Ação judicial ganha ou inimigos destruídos Em 10 de dezembro de 1833, Joseph Smith profetizou que se os SUDs não tivessem êxito na ação judicial contra seus inimigos (no Missouri) Deus vingá-los-ia e todos os seus adversários seriam destruídos (History of Church, v1, p 455).
Cumprimento: os mórmons não tiveram a compensação legal que pediram e seus inimigos não foram destruídos (Abanes, Richard (2003). One Nation Under Gods: A History of the Mormon Church. Thunder's Mouth Press. pp 463)
14 - Ordem unida A Ordem Unida seria “eterna”, “imutável e inalterável” para beneficiar a igreja até que Jesus voltasse. Cumprimento: A Ordem Unida falhou em Ohio e Missouri, e não é mais um programa da igreja. Um artigo da Ensign fornece a explicação SUD sobre a revelação feita por Smith (“I Have a Question” from the June 1986 issue of Ensign). 15 - Destruição dos inimigos em Missouri Em DeC 105:14-15, consta a seguinte profecia, também de Smith, de 22 de junho de 1834: "...lutarei vossas batalhas. Eis que enviei o destruidor para destruir e assolar meus inimigos; e em poucos anos já não existirão para profanar minha herança e blasfemar meu nome nas terras que consagrei para a reunião de meus santos".
Cumprimento: os inimigos em Missouri não foram destruídos. Os mórmons foram expulsos do estado depois de cinco anos desta profecia (Abanes, Richard (2003). One Nation Under Gods: A History of the Mormon Church. Thunder's Mouth Press. pp. 464).
16 - Construção de Sião em Missouri - parte 5 42
Os mórmons devem estar prontos entrar no Condado de Jackson, Missouri, em 11 de setembro de 1836, "o tempo designado para a redenção de Sião" (History of Church, v2, p 145, em 16 de agosto de 1834). Brigham Young: “Nós construiremos o município de Jackson nesta geração” (Time and Seasons, vol. 6, pág. 956, (6 de abril de 1845) Orson Pratt: “Deus devolverá os mórmon a Sião no município de Jackson- Missouri”. (Journal of Discourses, vol. 13, pág. 138, (10 de Abril de 1870).) Orson Pratt: “Deus prometeu no ano de 1832 que nós devemos, antes desta geração morrer, retornar e construir a Cidade de Sião no Município de Jackson”. (Journal of Discurse, vol. 13, pág. 362, 5 de maio de 1870).
Cumprimento: Os mórmons foram expulsos de Missouri em 1839.
17 – A vinda de cristo em 56 anos Joseph Smith, em 14 de fevereiro de 1835, predisse: "a vinda do Senhor, que esta próxima...até mesmo cinquenta e seis anos devem se passar para encerrar [Sua vinda]." (History of the Church, v2, p 182). 3 de Abril de 1836, DeC 110:16. "O grande e terrível dia do Senhor está próximo, às portas". Joseph Smith ainda profetizou data exata da vinda do Senhor, que seria dentro de 56 anos (quer dizer, em 1891). Esta profecia também está em seu diário de 6 de abril de 1843 e em DeC 130:15 (leia os versículos de 14 a 17): "Joseph, meu filho, se viveres até a idade de oitenta e cinco anos, verás a face do Filho do Homem; portanto, que isto seja suficiente e não me importunes mais com esse assunto." Joseph Smith profetiza que: "aqueles que nasceram nesta geração não provarão da morte até que Cristo venha". Ainda: "Em nome do Senhor Deus - seja escrito: que o Filho do homem não virá nos céus até que eu tenha 85 anos, daqui a 48 anos ou em 1890". Os historiadores oficiais apagaram a última frase e começaram com "48 anos" na história da igreja, mas ela está completa no diário original.
Cumprimento: A segunda vinda não ocorreu em 1891 e a igreja não diz por que isso não aconteceu.
Alguns SUDs interpretam essa passagem como Joseph dizendo que ele viveria até os 85 anos e então iria onde Cristo está e, apenas por isso veria sua face. Mas essa interpretação não tem sentido, uma vez que a revelação é a resposta à pergunta de Joseph Smith sobre o tempo da segunda vinda (versículo 14). Ainda, Joseph Smith 43
não viveu até os 85 anos. Por que Deus faria uma revelação dependente de um evento que Ele sabia que nunca iria acontecer? 18 - Riquezas de Salem Com mais de 50.000 dólares em dívidas que estavam vencendo, Joseph deixou de lado seus dias de caçador de tesouros quando leu um artigo no Telegraph Painesville, sobre um grande tesouro enterrado debaixo de uma velha casa em Salem, Massachusetts. Joseph havia se encantado com Salem em sua juventude, pois foi onde pela primeira vez provou o excitante mundo fora da sua pequena aldeia de Vermont. Um convertido chamado Burgess ofereceu para levar Joseph na localização exata de Salem. Assim, Joseph partiu para o leste com Sidney Rigdon, Oliver Cowdery, e seu irmão Hyrum, aparentemente em uma excursão missionária. Quando eles chegaram a Salem, em 6 de agosto de 1836: "Tenho muitos tesouros para vós nesta cidade, para o benefício de Sião, e muita gente, nesta cidade, que reunirei no devido tempo para o benefício de Sião, por intermédio de vós. Convém, portanto, que traveis conhecimento com homens desta cidade, como fordes guiados e como vos for indicado. E acontecerá que, no devido tempo, porei esta cidade em vossas mãos para que tenhais poder sobre ela, de modo que não descubram vossos planos secretos; e sua riqueza no que diz respeito a ouro e prata serão vossas”. Não vos preocupeis com vossas dívidas, porque vos darei poder para pagá-las."(DeC111:2-5).
Cumprimento: Joseph nunca encontrou qualquer tesouro em Salem. As "muitas pessoas" nunca foram reunidas, já que apenas 13 foram batizados de toda a cidade. Os tesouros de ouro e prata profetizados nunca foram encontrados. Eles voltaram a Kirtland, Ohio, no mês seguinte, desiludidos e sem fundos para pagarem suas dívidas. (Fawn Brodie, No Man Knows My History, 192-193)
19 – A destruição dos inimigos de Smith Em 20 de março de 1839, enquanto estava na prisão, Smith profetizou que: seus inimigos seriam surpreendidos "em sua própria astúcia"... "15: E daqui a alguns anos, que eles e sua posteridade sejam varridos de debaixo do céu, diz Deus; que não reste qualquer deles para permanecer junto à muralha." (DeC 121:12-15)
Cumprimento: esta profecia não foi cumprida (Abanes, Richard (2003). One Nation Under Gods: A History of the Mormon Church. Thunder's Mouth Press. pp. 465)
A partir de 1840 20 - Sobre sua casa/hotel de Nauvoo
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Joseph Smith, 19 de janeiro de 1841. DeC 124:56-60. Deus ordena a construção da Casa de Nauvoo, um hotel, onde Joseph Smith e sua “casa” terão “lugar” de geração em geração. Joseph Smith: Profetizou que continuaria no escritório de seu pai até a volta de Cristo. (History of the Church, vol. 1, pág. 323), (23 de janeiro de 1833).
Cumprimento: Joseph Smith foi morto em 1844, antes da vinda de Cristo. Os mórmons foram levados de Nauvoo e a casa já não pertence à família Smith. Hoje pertence à Igreja Reorganizada SUD.
21 – A profecia para a sociedade de socorro Em 28 de abri de 1842, falando em uma reunião da Sociedade de Socorro, Joseph profetizou: "Eu profetizo agora que antes que dez anos se passem, as rainhas da terra virão, e prestarão suas homenagens a esta Sociedade". (The Mórmon Hierarchy: Origins of Power, D. Michael Quinn, p. 634) Cumprimento: Nenhuma rainha visitou a Sociedade de Socorro antes de 1852. Alguns mórmons acreditam que esta pode ter sido uma declaração jocosa. 22 - Os Suds se estabeleceriam nas montanhas rochosas "Eu profetizo que os Santos continuarão a sofrer muitas aflições e serão expulsos para as Montanhas Rochosas. Muitos apostatarão e outros seriam condenados à morte pelos nossos perseguidores ou perderão a vida em consequência de exposições ou de doenças. E alguns de vocês viverão para ajudar na tomada dos assentamentos e construção de cidades, e verão os Santos se tornarem um povo poderoso no meio das Montanhas Rochosas". (Documentary History of the Church 5:85, em agosto de 1842)
Cumprimento: apesar desta "profecia" ter sido cumprida, Jerald e Sandra Tanner mostram que esta foi inserida no Manuscrito da História de Smith 45
depois de sua morte, e com uma letra diferente. (The Changing World of Mormonism, p. 404; Mormonism: Shadow or Reality? p. 134-135). 23 - A queda do governo americano "Eu profetizo em nome do Senhor Deus de Israel, que a menos que os Estados Unidos corrijam os erros cometidos com os Santos no estado de Missouri e puna os crimes cometidos pelos seus agentes, que em poucos anos o governo será totalmente derrubado e perderá, e não sobrará sequer um único fragmento de sua malícia". (History of the Church, vol.5, p 394, 18 de maio de 1843)
Cumprimento: O governo não corrigiu os "seus erros" e não foi derrubado.
24 - O governo americano será dividido "Enquanto discutia a petição ao Congresso, eu profetizei, em virtude do santo sacerdócio investido a mim, e em nome do Senhor Jesus Cristo, que se o Congresso não ouvir a nossa petição e nos der proteção, eles serão destruídos como governo, e Deus irá condená-los. E nada deles será deixado - nem mesmo uma mancha de gordura." (Millennial Star, v.22, p. 455; History of the Church, v.6 p. 116, 16 de dezembro de 1843)
Cumprimento: Esta profecia não foi cumprida. Quando esta foi reimpressa em The History of the Church (v. 6, p. 116), as 18 palavras finais foram excluídas, assim a frase termina com "... como um governo".
25 - Sobre o filho de Smith, David. Smith profetizou que seu filho se chamaria David, e seria "presidente da igreja e rei sobre Israel" (maio/abril de 1844 - The Mórmon Hierarchy: Origins of Power, D. Michael Quinn, p. 644).
Cumprimento: O filho de Smith, David, apesar de ser brilhante, nunca se tornou presidente da igreja, e passou os últimos 27 anos de sua vida em uma instituição para doentes mentais (Abanes, Richard (2003). One Nation Under Gods: A History of the Mormon Church. Thunder's Mouth Press. pp. 467).
26 - Sobre a morte de Joseph Smith "Eu profetizo em nome do Deus de Israel, haverá angústia, ira e tribulação nesta terra e haverá a retirada do Espírito de Deus desta geração, até que eles sejam visitados por absoluta desolação ... Eu profetizo que eles nunca terão poder para me matar..." (History of the Church, vol. 6, pág. 58), (15 de outubro de 1843). Livro de Mórmon: Os inimigos de Joseph Smith serão confundidos ao procurar destruí-lo (2 Nefi 3:14).
Cumprimento: Ao contrário do que as profecias afirmavam, Smith foi morto, à bala, na prisão de Carthage, em Illinois, no dia 27 de junho de 1844. 46
Morte de Joseph Smith. Profecias sobre alguns membros da Igreja Sud Profecias de Joseph Smith sobre: 1 - David W. Patten “Na verdade, assim diz o Senhor: é sábio que o meu servo David W. Patten, liquide todos os seus negócios, logo que possível, e disponha de sua mercadoria, para que na primavera que vem, em companhia de outros, doze, incluindo a si, desempenhe uma missão para mim, a fim de testificar do meu nome e levar novas de grande alegria a todo o mundo". DeC114:1-2.
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Cumprimento: a data desta profecia foi 17 de abril de 1838. David Patten morreu de ferimentos de arma de fogo no dia 25 de outubro de 1838. Não viveu para sair em missão na primavera.
2 - Tomas B. Marsh Então presidente do quórum dos Doze Apóstolos - em 23 de julho de 1837 (DeC 112). Tomas seria “exaltado”, ele pregaria “aos judeus e gentios” até “os confins da Terra”, “entre as montanhas, e entre muitas nações”. A profecia diz que, pelas palavras de Marsh, “muitos que são humilhados serão exaltados e muitos que são exaltados serão humilhados”. No versículo 11, diz que “Eu [Deus] conheço teu coração” [de Marsh].
Cumprimento: Menos de dois anos depois, em 17 de março de 1839, Marsh foi excomungado. Marsh nunca pregou o evangelho mórmon como foi profetizado, mas por muitos anos foi um amargo inimigo da igreja. Ele se arrependeu depois e voltou para a igreja, mas esta profecia nunca foi cumprida.
3 - Oliver Granger Granger foi chamado por Joseph Smith para vender algumas propriedades da igreja e sanar as dívidas de Ohio. Então Joseph recebeu a seguinte revelação: “O nome de Oliver Granger será tido em herança sagrada de geração em geração, para todo o sempre”. (Doutrina e Convênios 117:12-15 (8 de julho de 1838).)
Cumprimento: Granger falhou em vender as propriedades da igreja, e muitas vezes as terras foram parar em mãos de pessoas que nunca pagaram a dívida. De qualquer forma, seu nome está em DeC e neste trabalho!
4 - George Miller Miller foi um SUD fiel, e foi o terceiro bispo ordenado na igreja. Era maçon e teve outros cargos importantes na igreja SUD e na maçonaria. Joseph então recebeu a revelação: Ele “não tem maldade; pode-se confiar nele...Eu, o Senhor, o amo...que nenhum homem despreze George, porque ele me honrará”. (19 de janeiro de 1841. DeC 124:20-21)
Cumprimento: Após a morte de Smith, ele apoiou Brigham Young como novo profeta e foi feito prefeito de Nauvoo. Pediu à Young fundos para construir um prédio na cidade, mas como Young pretendia levar os santos ao oeste, negou o pedido. As relações com a igreja começaram a esfriar e Miller abandonou a igreja. Em 3 de dezembro de 1848, ele foi desassociado, apesar de nunca ter sido excomungado.
5 - John C. Bennett 48
Ele é descrito na literatura como um homem que não se incomodaria em gastar tempo e dinheiro para obter poder e reconhecimento. Uniu-se aos SUDs, interessado em ter discípulos, como teve entre os metodistas e católicos, para se autopromover. Na tentativa de ganhar a confiança de Joseph e Hyrum Smith, ele tentou representar os mórmons frente ao jovem Abraham Lincoln. Por sua firmeza e retórica, tornou-se amigo inseparável de Joseph Smith, que teve a seguinte revelação: “Deus viu que o amor dele seria grande”. (Doutrina e Convênios 124:16-17 (19 de janeiro de 1841).) Joseph recebeu esta revelação no mesmo dia que recebeu aquela concernente a Miller. Bennett assumiu vários cargos na igreja e na prefeitura de Nauvoo.
Cumprimento: emergiram rumores de adultério, poligamia, homossexualidade e de ter realizado abortos. Ele acabou confessando seus crimes e foi advertido a mudar. Entretanto, continuou com seu comportamento, foi excomungado e perdeu seus cargos na prefeitura.
Outras profecias e outros profetas 1 - Poligamia Brigham Young: “Para o Congresso exigir a renúncia da poligamia é pedir a renúncia da fé”. (Millenal Star, vol. 27, pág. 675-676)
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Brigham Young: “Os únicos homens que se tornam Deuses, até mesmo os Filhos de Deus, são os que praticam poligamia”. (Journal of Discourses, vol. 11, pág. 269, (19 de agosto de 1866).) Heber C. Kimball: “A pluralidade de esposas é uma lei estabelecida por Deus para sempre. Seria mais fácil para os Estados Unidos construírem uma torre para remover o Sol do que remover a poligamia”. (Millenial Star, vol. 28, pág. 190)
Cumprimento: Wilford Woodruff, no final de 1890, publicou um manifesto abolindo a poligamia. Hoje, se algum SUD comete poligamia, é excomungado da igreja.
2 – Racismo Brigham Young: “Caim e sua posteridade permanecerão amaldiçoadas e não receberão o sacerdócio até que todos os outros filhos de Adão tenham este privilégio”. (Journal of Discourses, vol. 2, pág. 143 (12 de dezembro de 1854).) Brigham Young: “A maldição permanecerá nos negros de forma que eles nunca poderão celebrar o sacerdócio mórmon, até que todos os outros descendentes de Adão recebam as promessas e desfrute as bênçãos do Sacerdócio”. (Journal of Discourses, vol. 7, pág. 291, (9 de Outubro de 1859).) Joseph Fielding Smith: “O Senhor decretou que os filhos de Caim não deveriam ter o privilégio de participar do sacerdócio até que Abel tivesse uma posteridade que alcançasse o sacerdócio, e isso teria que ser no futuro distante. Quando isso for realizado em algum outro mundo, então as restrições serão removidas dos filhos de Caim”. (Respostas às perguntas do Evangelho, vol. 2, pág., 188, 1958).
Cumprimento: o Sacerdócio foi dado a todos os homens negros e “dignos” da igreja em 1978, assim como foi permitido a todos os negros a entrada nos templos.
Outras profecias não cumpridas 1 - Heber C. Kimball: 50
“Brigham Young se tornará o Presidente dos Estados Unidos”. (Journal of Discourses, vol. 5, pág. 219, (6 de setembro de 1856).) 2 - Livro de Mórmon: Jesus Cristo devia nascerá em “Jerusalém, que é a terra de nossos antepassados”. (Alma 7:10). Na Bíblia, em Miquéias 5:2, diz que Jesus nasceria em Belém e essa profecia foi “cumprida” (Mateus 2:1). 3 - Os habitantes da lua: Diário de Oliver B. Huntington, volume 2, página 166. Esse devoto e dedicado companheiro mórmon de Joseph Smith citou-o, descrevendo sua revelação a respeito da lua e seus habitantes. Apesar de a citação estar correta, os SUDs afirmam que Joseph Smith jamais fez tais afirmações. Vejamos: “Os habitantes da lua têm tamanho mais uniforme que os habitantes da Terra, têm cerca de 1,83 m de altura. Vestem-se muito à moda dos quackers, e seu estilo é muito geral, com quase um tipo só de moda. Têm vida longa; chegando geralmente a quase mil anos de idade". (3) Infelizmente, vários SUDs dizem que esta foi apenas uma conversa “informal”, mas “esquecem” que esta DOUTRINA foi publicada no “The Young Woman's Journal”:
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2 - Sermão de King Follett Um dos discursos mais elucidativos sobre a natureza de Deus e sobre o Plano de Salvação foi feito por Joseph Smith Jr. durante uma conferência da Igreja que coincidiu com o funeral do Elder King Follett. O discurso, que ficou conhecido como Sermão de King Follett, foi proferido em 7 de Abril de 1844, menos de três meses antes da morte de Joseph Smith. Há duas versões principais, uma publicada no Times and Seasons e mais tarde ampliada para ser publicada no livro Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, e uma outra feita por um funcionário da Igreja que juntou todas as versões anteriores e acrescentou mais alguns detalhes encontrados em outros relatos. Segue-se o sermão na íntegra: Queridos Santos, porque o vento sopra muito forte, será muito difícil para eu fazer com que todos vocês ouçam a menos que eu tenha sua profunda atenção. Abordo um assunto da maior importância e o mais solene dentre quaisquer outros que possam ocupar nossa atenção ― que é o assunto dos mortos. O passamento de nosso querido irmão Elder King Follett, esmagado por uma caçamba de pedras dentro de uma mina, é o motivo mais imediato que me leva a tocar neste assunto. Fui convidado a tomar a palavra por seus amigos e parentes, porem, vendo que nesta congregação, entre os habitantes desta cidade ou em qualquer outro lugar há muitas pessoas que também perderam bons amigos, sinto-me inclinado a falar de um modo geral sobre o assunto e oferecer-lhes minhas ideias na medida em que tiver habilidade para assim fazê-lo e à medida que for inspirado pelo Espírito Santo para que me mantenha no assunto. Solicito as suas orações e fé, para que possa ter a instrução do Deus Todo Poderoso, e o dom do Espírito Santo, a fim de expor verdades genuínas que possam ser facilmente compreendidas e para que o testemunho possa levar aos seus corações e mentes a certeza da veracidade de minhas palavras. Orem para que o Senhor possa fortalecer meus pulmões e acalmar os ventos; que as orações dos Santos atinjam os céus a fim de que entrem nos ouvidos do Senhor de Sabaoth, pois as orações dos justos podem muito em seus efeitos. Aqui existe força e acredito firmemente que suas orações serão ouvidas. Antes de entrar propriamente na investigação do assunto, gostaria de preparar o terreno, abordando-o do princípio, para que vocês possam entendê-lo melhor. Considerarei alguns assuntos preliminares para que vocês possam compreender o assunto, quando eu chegar a ele. Eu não pretendo agradar seus ouvidos com uma superfluidade de palavras, ou oratória, ou com muita erudição; mas antes tenciono edificá-los com as verdades simples do céu. Em primeiro lugar, eu desejo voltar ao começo ― ao despontar da Criação. Este é o ponto de partida se quisermos nos familiarizar completamente com a mente, os propósitos e os decretos do grande Elohim, que se assenta em longínquos céus, como estava na criação do mundo. Precisamos, pra começar, ter uma compreensão do próprio Deus. Se começarmos direito, é fácil nos mantermos corretos o tempo todo; 52
mas, se começarmos errado, continuaremos assim e será muito difícil endireitarmos depois. Há muito poucos seres no mundo que entendem apropriadamente o caráter de Deus. A grande maioria não compreende coisa alguma do que se passou ou do que está por vir no que diz respeito ao seu relacionamento Deus. Eles não conhecem, nem tampouco entendem a natureza desta conexão; e, por conseguinte, eles sabem muito menos que animais selvagens. Se um homem aprende somente a comer, beber e dormir e não compreende nenhum dos desígnios de Deus, ele é exatamente igual ao animal que compreende as mesmas coisas: come, bebe, dorme e não sabe nada mais; sim, ele sabe tanto quanto nós, a menos que sejamos capazes de ter entendimento através da inspiração de Deus Todo-Poderoso. Eu quero voltar ao começo e assim elevar suas mentes a uma esfera mais alta, a uma compreensão mais exaltada do que a que a mente humana comumente compreende. Eu quero pedir a esta congregação, a todo homem, mulher e criança, para que responda a esta pergunta em seus próprios corações: Que espécie de ser é Deus? Que tipo de ser é nosso Pai? Algum homem ou mulher sabe? Qualquer de vocês O viu, O ouviu, comungou com Ele? Esta é a pergunta. Talvez, isso ocupará sua atenção de agora em diante. O apóstolo [João] diz, "Esta é a vida eterna ― conhecer a Deus e a Jesus Cristo, que Ele enviou.” Se qualquer homem, não sabendo que tipo de ser é Deus, indaga para saber se a declaração do apóstolo é verdadeira ― e busca diligentemente em seu próprio coração ― ele admitirá que não possua vida eterna; pois não pode haver nenhuma vida eterna baseada em qualquer outro princípio. Meu primeiro objetivo é descobrir o caráter do único sábio e verdadeiro Deus e que espécie de ser Ele é, e se eu for o homem que O compreende e explica ou transporta os princípios Dele aos vossos corações de forma que o Espírito o sele em vós, que todo homem e mulher ponha a mão em sua boca sente-se em silêncio daqui em diante, e nunca mais levantem a mão ou a voz para dizer qualquer coisa contra o homem de Deus. Mas se eu falhar, se torna meu dever renunciar todas as minhas pretensões a mais revelações e inspirações, ou de ser um profeta. Aí me tornarei igual ao resto do mundo. E se todos [os mestres religiosos] que fingem conhecer a Deus fossem suficientemente honestos para renunciar a suas pretensões de santidade, quando se torna manifesta sua ignorância no tocante ao conhecimento de Deus, estariam em pior situação que a minha. Não há sequer um homem, exceto o que expira um anátema, que diga que eu sou um falso profeta. Mas se qualquer homem é autorizado a tirar minha vida porque ele diz que eu sou um falso mestre, então no mesmo princípio, autorizam que eu tire a vida de todo aquele que eu considerar um falso mestre, e onde esse derramamento de sangue irá parar? E quem não sofreria? Mas não se metam com qualquer homem por causa de suas ideias religiosas; todos os governos deveriam permitir que cada pessoa seguisse sua fé, sem ser molestada. Nenhum homem é autorizado a tirar vida de ninguém por causa de uma diferença de religião ― diferenças essas que todas as leis e governos deveriam tolerar e proteger, considerando-as certas ou erradas. Todo homem possui o direito natural, e em nosso 53
país, o direito constitucional, de ser um falso profeta ou um profeta verdadeiro. E se eu provar que tenho a verdade de Deus em mim e que noventa em cada cem ministros religiosos do mundo são falsos mestres sem qualquer autoridade, embora digam possuir as chaves do reino de Deus na terra, e fosse matá-los por serem falsos mestres, iria inundar de sangue o mundo inteiro. Provarei que o mundo está errado, mostrando quem é Deus. Examinem minhas palavras, pois quero que todos vocês conheçam a Deus, estejam familiarizados com Ele. E se eu puder conduzi-los a Ele, todas as perseguições contra mim cessarão; vocês saberão que eu sou o criado Dele, porque eu falo como alguém que tem autoridade. Que tipo de ser era Deus no princípio? Abram seus ouvidos e ouçam todos os confins da terra; porque eu vou provar isto a vocês pela Bíblia, e eu vou lhes contar os desígnios de Deus para a raça humana e por que Ele interfere nos assuntos dos homens. Primeiro, o próprio Deus já foi como um de vocês, Ele é um homem exaltado entronizado em céus distantes. Este é o grande segredo. Se o véu fosse rasgado hoje e vocês vissem o grande Deus que mantém este mundo em sua órbita e sustenta todos os mundos e todas as coisas pelo Seu poder, vocês o veriam na imagem e mesma forma de um homem; pois Adão foi criado na mesma forma e imagem de Deus. Ele recebeu instruções, caminhou, falou e conversou com Ele como um homem fala e comunga com outro. Para entender o assunto dos mortos para a consolação desses que lamentam a perda de seus amigos, é necessário que eles entendam o caráter e a natureza de Deus; porque eu vou lhes falar como Deus veio a ser Deus. Nós imaginamos que Deus foi Deus por toda a eternidade. [Que Ele não foi é uma ideia] incompreensível para alguns. Mas é o simples e primeiro princípio do evangelho ― conhecer com certeza o caráter de Deus, e que nós podemos conversar com Ele como um homem com outro. O próprio Deus, o Pai de nós todos, habitou em uma terra do mesmo modo que o próprio Senhor Jesus Cristo fez e eu lhes mostrarei isto usando a Bíblia. Quisera ter a trombeta de um arcanjo; Eu poderia contar a história de tal maneira que a perseguição cessaria pra sempre. O que disse Jesus? (Marque isto, Elder Rigdon!) Jesus disse, "Como o Pai tem poder em Si mesmo, também o Filho tem poder." Para fazer o quê? Para fazer o que o Pai fez. A resposta é óbvia ― para perder seu corpo e tomá-lo novamente para si. “Jesus, o que vai você fazer?” “Vou perder minha vida como fez meu Pai, e resgatá-la novamente.” Se vocês não acreditam nisto, vocês não acreditam na Bíblia. As escrituras sagradas dizem isto e eu desafio toda a erudição e sabedoria, todos os poderes combinados da terra e do inferno juntos para refutar isto. Aqui, então, está a vida eterna ― conhecer o único sábio e verdadeiro Deus. E vocês tem que aprender a serem Deuses ― a serem reis e sacerdotes para Deus, do mesmo modo que todos os Deuses fizeram ― indo de um grau pequeno para outro, de graça em graça, de exaltação em exaltação, até que vocês possa assentar-se em glória como fazem os que se assentam empossados em poder perpétuo. 54
E eu quero que vocês saibam que nos últimos dias, enquanto certos indivíduos estiverem proclamando o nome Dele, Deus não é está brincando com você ou eu; é o primeiro princípio da consolação. Quão consolador é para o lamentador que tem que se separar de um marido, esposa, pai, mãe, filho ou ente querido, saber que embora o tabernáculo terrestre seja dissolvido que seu ente querido subirá em glória imortal, não para se entristecer, sofrer ou morrer novamente, mas para ser herdeiro de Deus e coerdeiro com Jesus Cristo. O que isso significa? É herdar a mesma glória, o mesmo poder e a mesma exaltação até que você suba ao trono de poder eterno exatamente como aqueles que já fizeram antes. O que fez Jesus? “Eu faço as coisas que eu vi meu Pai fazer quando mundos se desenrolaram em existência. Eu vi meu Pai edificar Seu reino com temor e estremecimento e eu tenho que fazer o mesmo; e quando eu adquirir meu reino, eu o apresentarei a meu Pai de forma que ele obtenha reino sobre reino, e isto exaltará a Sua glória.” E assim Jesus anda de acordo com os passos de Seu Pai para herdar aquilo que Deus fez antes. Está claro como água. Assim você aprende alguns dos primeiros princípios do evangelho sobre os quais tanto tem sido dito. Quando você sobe uma escada, você tem que começar de baixo e subir até que você aprenda o último princípio; levará um grande tempo até que você aprenda o último. Nem tudo é pra ser compreendido neste mundo; aprender salvação além do túmulo é uma coisa grandiosa. Eu suponho que não tenho a permissão de entrar em uma investigação sobre qualquer coisa que não esteja contida na Bíblia. E eu penso há muitos "homens sábios" aqui que me matariam por traição; então eu virarei um comentarista hoje. Eu comentarei sobre a primeiríssima palavra hebraica da Bíblia, Berosheit. Eu quero analisar a palavra; baith ― em, por, através, e assim por diante. Rosh ― a cabeça. Sheit ― terminação gramatical. Quando o homem inspirado o escreveu, ele não pôs o baith lá. Um homem, um judeu sem qualquer autoridade, achou ser muito ruim começar falando sobre o cabeça. Lia-se no princípio, "O Cabeça dos Deuses reuniu os Deuses"; este é o verdadeiro significado das palavras. Baurau significa “produzir”. Se você não acredita nisto, é porque você não acredita no homem instruído por Deus. Nenhum homem pode lhes ensinar mais do que o que eu lhes falei. Assim o Cabeça dos Deuses reuniu os Deuses no grande conselho. Eu simplificarei isto na língua inglesa. Oh, vocês advogados e vocês doutores que me perseguiram, eu quero que vocês saibam que o Espírito Santo sabe disso tanto quanto vocês o sabem. O Cabeça dos Deuses ajuntou os Deuses e eles assentaram-se no grande conselho. Os principais conselheiros assentaram em céus distantes e contemplaram a criação dos mundos que haviam sido criados até aquele momento. Quando eu digo doutores e advogados, falo dos doutores e escribas das escrituras. Eu assim fiz para confundir os advogados e para que todos riam deles. Algum doutor instruído poderia pensar e dizer, "As escrituras sagradas não podem ser alteradas." Mas eu vou lhes mostrar um erro. Eu tenho um antigo livro do Novo Testamento em hebraico, latim, alemão e grego. Eu tenho lido a versão em alemão e a considero como a que mais se aproxima de ser correta e de corresponder às revelações que dei durante os últimos quatorze anos. Ela fala de Jachobod, o filho de Zebedeu. Que é Jacob em inglês (Jacó em Português). No Novo Testamento em inglês o nome é traduzido para James (Tiago em Português). Agora se o tal Jacob tivesse as chaves, você poderia falar sobre James 55
por toda a eternidade e nunca adquirir as chaves. No 21º versículo do quarto capítulo de Mateus, a edição alemã usa a palavra o Jacob em vez de James. Como nós podemos escapar a condenação de inferno a menos que Deus o revele a nós? Os homens nos prendem com correntes. A versão em latim diz Jachobod, que quer dizer Jacob; A hebraica diz Jacob; A grega diz Jacob; A alemã diz Jacob. Eu agradeço a Deus por ter este livro e lhe agradeço ainda mais pelo dom do Espírito Santo. Eu tenho o livro mais velho no mundo, mas o livro mais velho está em meu coração. Eu tenho todos os quatro testamentos. Venham aqui, homens instruídos, e leiam se puderem. Eu não deveria ter introduzido este testemunho a menos que fosse para apoiar a palavra Rosh, o Cabeça, Pai dos Deuses. Eu não deveria ter exposto isto a menos que fosse para mostrar que eu tenho razão. Quando nós começarmos a aprender deste modo, nós começamos a aprender sobre o único e verdadeiro Deus e que tipo de um ser nós temos que adorar. Quando nós sabemos como vir a Ele, Ele começa a desdobrar os céus diante de nós e nos falar tudo sobre eles. Quando nós estivermos prontos para vir a Ele, Ele estará pronto para vir a nós. Agora eu pergunto a todos que me ouvem por que os homens instruídos que estão pregando a salvação dizem que Deus criou os céus e a terra do nada. A razão é que eles não são de fato instruídos. Eles consideram blasfêmia contradizer suas ideias; eles o chamarão de tolo....O Espírito Santo dentro de mim, compreende mais do que todo o mundo e eu me apegarei a ele. A palavra criar veio da palavra baurau; não significa criar do nada; significa organizar, do mesmo modo que um homem organizaria materiais para construir um navio. Consequentemente nós deduzimos que Deus teve materiais para organizar o mundo a partir do caos ― matéria caótica que é elemento e na qual habita toda a glória. O Elemento existe desde o tempo em que Ele existe. Os princípios puros dos elementos são princípios que nunca podem ser destruídos; eles podem ser organizados e podem ser reorganizados, mas não ser destruídos. Eu tenho outro assunto para discutir. É impossível dizer tudo que eu gostaria de dizer sobre isto, mas eu tocarei no assunto; o tempo não me permitirá dizer tudo. Eu estou me referindo à ressurreição dos mortos ― quer dizer, a alma, a mente do homem, o espírito imortal. Todos os homens dizem que Deus a criou no princípio. Tal ideia diminui o homem em minha opinião. Eu não acredito nesta doutrina; Eu sei mais a respeito do assunto. Ouçam, todos os confins do mundo, pois foi Deus que falou. Antes de eu terminar, eu farei o homem parecer um bobo se ele não acreditar nisto. Eu vou falar de coisas mais nobres. Nós dizemos que o próprio Deus é um Deus autoexistente. Quem lhes disse isso? Está de certo modo correto, mas como isso entrou em suas cabeças? Quem lhes disse que o homem não existe do mesmo modo e de acordo com os mesmos princípios? Como está escrito em hebraico? Não é assim que diz em hebraico; diz que Deus fez o homem da terra e pôs nele o espírito de Adão, e assim ele se tornou um corpo vivente. A mente humana é tão imortal quanto o próprio Deus. Eu sei que meu testemunho é 56
verdadeiro; consequentemente, quando eu falo com estes que lamentam (a perda de seus ente queridos), o que eles perderam? Seus amigos e parentes estão separados dos seus corpos por um curto espaço de tempo; seus espíritos existem a tanto tempo quanto Deus e eles estão agora em um lugar onde habitam juntos, exatamente como fazemos aqui na terra. É lógico dizer que um espírito é imortal e ainda assim tem um começo? Porque se um espírito tiver um começo, terá um fim. Isso é boa lógica. Eu discorrerei sobre o espírito de homem numa outra ocasião, porque hoje quero me ater ao espírito e corpo do homem ― no assunto dos mortos. Eu tiro o anel de meu dedo e o comparo a mente do homem, o espírito imortal, porque não tem nenhum começo. Suponha que eu o corte em dois; como Deus vive, por ter um começo, terá um fim. Todos os tolos e homens instruídos e sábios desde o princípio da criação que dizem que o homem teve um começo provem que ele tem que ter um fim. Se fosse assim, a doutrina da aniquilação seria verdade. Mas se eu tiver razão, eu posso com coragem proclamar dos topos das casas que Deus nunca teve poder para criar o espírito de homem algum. O próprio Deus não pôde se criar. A Inteligência existe em um princípio de autoexistência; é um espírito que existe de eras em eras, e não pode ser criado. Além disso, todos os espíritos que Deus já enviou ao mundo são suscetíveis ao crescimento. Os primeiros princípios do homem são autoexistente com Deus. Deus se achou no meio de espíritos e glória e porque Ele era maior que eles, Ele achou apropriado instituir leis através das quais o resto pudesse ter o privilégio de avançar como ele ― de modo que eles pudessem ter uma glória sobre outra e todo o conhecimento, poder e glória necessária para salvar o mundo dos espíritos. Eu sei que quando lhes falo estas palavras de vida eterna que são dadas a mim, vocês as experimentam e eu sei que vocês acreditam nelas. Vocês dizem que o mel é doce, e eu digo o mesmo. Pois também posso experimentar o gosto do espírito de vida eterna; Eu sei que é bom. E quando eu lhes conto estas coisas que me foram dadas por inspiração do Espírito Santo, vocês as recebem como doces e eu me alegro cada vez mais. Eu quero falar mais da relação entre o homem e Deus. Eu abrirei seus olhos em relação a seus mortos. Todas as coisas que Deus em Sua infinita sabedoria acha apropriado de nos revelar enquanto nós estamos vivendo na mortalidade com respeito a nossos corpos mortais nos é revelado de modo abstrato ― independente da afinidade a este tabernáculo mortal ― e Ele nos revela essas coisas como se nós não tivéssemos nenhum corpo. E essas revelações que salvarão nossos mortos, salvarão também nossos corpos; Deus as revela a nós em vista de que não há nenhuma dissolução eterna do corpo. Consequentemente a responsabilidade, a terrível responsabilidade que descansa em nós em relação a nossos mortos; pois todos os espíritos que não obedeceram ao evangelho na carne têm que obedecê-lo em espírito ou serão condenados. Pensamento solene; pensamento terrível. Não há nada para ser feito? Nenhuma salvação para nossos pais e amigos que morreram e não obedeceram aos decretos do Filho de Homem? Quisera Deus que eu tivesse quarenta dias e noites para lhes falar tudo! Eu os faria entender que não sou um profeta decaído. 57
Que tipo de personagens são esses que podem ser salvos embora seus corpos estejam se deteriorando na sepultura? Quando Seus mandamentos nos ensinam, Ele toma por conta a eternidade. A maior responsabilidade neste mundo que Deus nos confiou é a de cuidar de nossos mortos. O apóstolo diz, "Eles sem nós não podem ser feitos perfeitos" [Hebreus 11:40]. Agora eu falarei deles: Eu digo a você, Paulo, que você não pode ser perfeito sem nós. É necessário que esses que foram adiante e esses que virão depois de nós tenham salvação em comum conosco, e assim Deus o tornou obrigatório ao homem. Por isso, Deus disse que enviaria Elias. Eu tenho uma declaração para fazer sobre as providências que Deus fez para se adequar às condições do homem ― feitas antes da fundação do mundo. O que disse Jesus? Todo pecado e todas as blasfêmias, toda transgressão, exceto uma, das quais o homem possa ser considerado culpado, podem lhe ser perdoadas, e há uma salvação para todos os homens neste mundo ou o mundo por vir para os que não cometeram o pecado imperdoável, havendo assim uma escapatória, seja neste mundo ou no mundo dos espíritos. Consequentemente Deus que proveu uma escapatória para que todo espírito no mundo eterno seja conduzido e salvo a menos que ele tenha cometido aquele pecado imperdoável que não pode ser remido por Ele. Deus forjou uma salvação para todos os homens, a menos que eles cometam um certo pecado. E todo homem que tenha um amigo no mundo eterno pode salvá-lo, a menos que ele ou seu amigo tenham cometido o pecado imperdoável. E assim você pode ver como você pode se tornar um salvador. Um homem não pode cometer o pecado imperdoável depois da dissolução do corpo e haver ainda um modo possível para fuga. O conhecimento salva o homem e no mundo dos espíritos nenhum homem pode ser exaltado a não ser por meio do conhecimento. Tão logo um homem não dê atenção aos mandamentos, ele tem que viver sem salvação. Se um homem tem conhecimento, ele pode ser salvo. No entanto, se ele for culpado de grandes pecados, será punido por eles. Mas quando ele se consente a obedecer ao Evangelho, seja aqui ou no mundo dos espíritos, ele é salvo. O homem é seu próprio atormentador e seu próprio condenador. Consequentemente a declaração, "Eles entrarão no lago que queima como fogo e enxofre." O tormento da mente do homem é tão intenso quanto um lago que queima com fogo e enxofre. Assim é o tormento do homem. Eu conheço as escrituras sagradas; Eu as entendo. Eu disse que nenhum homem pode cometer o pecado imperdoável depois da dissolução do corpo, mas ele tem que fazer isto neste mundo. Consequentemente a salvação de Jesus Cristo foi disponibilizada a todos os homens para triunfarem sobre o diabo; pois se não lhes afeta em um lugar, vai a outro, pois ele se levantou como um Salvador para eles. E eles sofrerão até que obedeçam a Cristo.
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A contenção nos céus foi: Jesus disse que haveria algumas almas que não seriam salvas e o diabo disse que ele poderia salvar a todas e apresentou seus planos diante do grande conselho que deu seu voto em favor de Jesus Cristo. Então o diabo se levantou em rebelião contra Deus e foi lançado para baixo, com todos os que arriscaram suas cabeças por ele. Todos os pecados serão perdoados menos o pecado contra o Espírito Santo, pois Jesus salvará a todos, exceto os filhos de Perdição. O que um homem precisa fazer pra cometer o pecado imperdoável? Ele precisa receber o Espírito Santo, ter os Céus abertos para ele, conhecer a Deus pessoalmente, e mesmo assim, pecar contra Ele. Depois que um homem peca contra o Espírito Santo não há nenhum arrependimento para ele. Ele tem que dizer que o sol não brilha enquanto o vê. Ele tem que negar Jesus Cristo quando os céus estiverem abertos pra ele. E negar o plano de salvação com seus olhos abertos para a verdade dele. E a partir daí ele começa a ser um inimigo desta obra. Este é o caso de muitos dos apóstatas de A Igreja de Jesus Cristo de Santos dos Últimos Dias. Quando um homem começar a ser um inimigo desta obra, ele me caça e procura me matar; ele tem sede do meu sangue; ele nunca cessa. Ele tem o mesmo espírito daqueles que crucificaram o Senhor da Vida, ― o mesmo espírito que peca contra o Espírito Santo. Você não consegue salvar tais pessoas, não as pode trazer ao arrependimento. Elas fazem uma guerra aberta contra a verdade, como o diabo fez, e a consequência é terrível. Eu aconselho todos vocês a terem cuidado com o que fazem ou vocês poderão perceber que aos poucos foram sendo enganados. Sejam cautelosos; Não abram espaço para que isso aconteça, não façam qualquer movimento precipitado, vocês podem ser salvos. Se um espírito de amargura oprime sua alma, não se sintam desesperados. Vocês podem dizer que tal é o salário do pecado. Bem, se o pecador se arrepende, ele é perdoado. Sejam cautelosos, esperem. Quando vocês encontrarem um espírito que inspira o derramamento de sangue ― assassinato, o tal espírito não é de Deus, mas é do diabo. A boca fala do que está cheio o coração do homem. Os melhores homens operam os melhores trabalhos. O homem que lhe conta palavras de vida é o homem que pode lhe salvar. Eu o advirto contra todos os maus indivíduos que pecam contra o Espírito Santo, pois não há nenhuma redenção para eles neste mundo ou no mundo por vir. Eu poderia voltar e traçar qualquer assunto de interesse a respeito da relação do homem com Deus, se eu tivesse tempo. Posso entrar nos mistérios; posso discorrer largamente sobre os mundos eternos. Pois Jesus disse, "Na casa de meu Pai é muitas moradas." Paulo disse, “há uma glória do sol e outra glória da lua e outra glória das estrelas." O que temos que nos consola em relação aos nossos mortos? Nós temos razão para ter a maior esperança e consolação por nossos mortos dentre todos os povos da terra, porque nós os ajudamos desde o princípio; nós os vimos andarem em 59
retidão em nosso meio e os vimos adormecerem nos braços de Jesus. E todos os que morreram em retidão estão agora no reino celestial de Deus, que é a glória do sol. Vocês que lamentam têm motivo para se alegrar [falando da morte do Elder King Follett] pois seu marido e seu pai se foi para esperar até a ressurreição dos mortos ― até o aperfeiçoamento dos restos mortais; pois na ressurreição seu amigo se levantará em felicidade perfeita e caminhará em direção à gloria celestial, enquanto outros tem que esperar por miríades de anos até receberem semelhantes bênçãos. E suas expectativas e esperanças superam de longe o que qualquer homem pode conceber. Então, por que Deus revelou isto a nós? Eu estou autorizado a dizer, pela autoridade do Espírito Santo, que vocês não tem nenhuma razão para temer, porque ele se foi para o lar dos justos. Não lamentem; não lamentem. Eu sei disto pelo testemunho do Espírito Santo que está dentro de mim. E vocês podem esperar que seus amigos venham encontrá-los na manhã do mundo celestial. Alegre-se, Israel! Seus amigos que foram assassinados pela causa da verdade durante as perseguições triunfarão gloriosamente no mundo celestial, enquanto os assassinos deles/delas esperarão eras de tormento até que tenham pagado até o último centavo de sua dívida com a justiça. Eu digo isto pelo benefício de estranhos. Eu tenho um pai, irmãos, filhos e amigos que já se foram para o mundo dos espíritos. Eles estão ausentes só por um momento. Eles estão em espírito e em breve nos encontraremos novamente; O tempo se aproxima quando a trombeta soará. Quando partirmos, nos encontraremos com nossas mães, pais, amigos e com todos os que nós amamos e que adormeceram em Cristo. Não haverá nenhum medo de turbas, perseguições, ou processos maliciosos e prisões, mas tudo será uma eternidade de felicidade. Uma pergunta deve ser feita ― “As mães terão seus filhos de volta na eternidade?” Sim, sim, mães, vocês terão seus filhos, porque eles terão vida eterna. Pois a dívida deles foi paga; nenhuma condenação os espera, porque eles estão no espírito. Mas, como uma criança morre, ela também se levantará dos mortos, e viverá pra sempre pelo conhecimento divino. Não crescerá, será ainda uma criança naquela precisa forma que tinha antes de morrer nos braços de sua mãe, mas possuirá toda a inteligência de um Deus. As crianças habitarão nas mansões de glória e exercitarão seu poder. A eternidade está cheia de tronos ocupados por crianças reinando em tronos de glória, sem que um cúbito precise ser adicionado a sua estatura. Vou deixar este assunto por aqui, e farei umas poucas afirmações sobre o assunto do batismo. O batismo nas águas sem o batismo de fogo, como o Espírito Santo operando nele, não serve pra nada. Eles são necessariamente e inseparavelmente ligados. No alemão, o texto me confirma igual às revelações que dei durante os últimos quatorze anos. Eu tenho o testemunho para pôr em seus dentes; meu testemunho foi verdade todo o tempo. Vocês o acharão na declaração de João Batista [lê do alemão]. João diz, "eu o batizo com água, mas quando Jesus vier, aquele que 60
tem o poder (as chaves), ele deverá administrar o batismo de fogo e do Espírito Santo." Onde está agora todo o mundo sectário? E se este testemunho for verdade, eles estão todos condenados tão claramente quanto anátema pode fazer isto. Eu sei que o texto é verdade. Eu peço a todos os alemães aqui reunidos para confirmarem com um “Sim”. [Gritos altos de "Sim."] Alexander Campbell, como você vai salvar pessoas só com água? Pois João disse que o batismo dele não era nada sem o batismo de Jesus Cristo. “Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isto faremos, se Deus o permitir.” (Hebreus 6:1-3) Há um Deus, um Pai, um Jesus, uma esperança de nossa vocação, um batismo (todos estes batismos fazem um só). Eu tenho a verdade e desafio o mundo a me contradizer se eles puderem. Acabei de pregar um pouco em latim, um pouco em hebraico, grego e alemão; e eu cumpri tudo. Eu não sou tão bobo quanto muitos me julgam ser. Os alemão sabem que eu li o alemão corretamente. Ouçam todos os confins da terra ― todos os sacerdotes, todos os pecadores, todos os homens. Arrependam-se! Arrependam-se! Obedeçam ao evangelho. Voltem-se a Deus, pois sua religião não o salvará e você será condenado. Eu não digo quanto tempo. Há afirmações sendo feitas sobre todos os homens serem redimidos do inferno. Mas eu digo que esses que pecam contra o Espírito Santo não podem ser perdoados neste mundo nem no mundo por vir; eles morrerão a segunda morte. Aqueles que comentem o pecado imperdoável são condenados ao Gnolom ― para habitarem no inferno, que são mundos sem fim. Como eles preparam cenas de matança neste mundo, assim eles subirão àquela ressurreição que é como um lago de fogo e enxofre. Alguns subirão à eterna e ardente glória divina e alguns subirão à condenação da própria imundície ― tão intensa quanto um lago de fogo e enxofre. Eu dirigi minhas observações a todos: ricos e pobres, escravos e homens livres, grandes e pequenos. Eu não tenho nenhuma inimizade contra qualquer homem. Eu amo a todos. Eu sou seu melhor amigo e se as pessoas perderem seu rumo é por sua própria conta. Se eu reprovo um homem e ele me odeia, ele é um bobo; porque eu amo todos os homens, especialmente estes meus irmãos e irmãs. Eu me alegro ouvindo o testemunho de meus amigos idosos. Vocês nunca conheceram meu coração; nenhum homem sabe minha história; Eu não posso falar dela. Eu nunca assumiria esta responsabilidade por mim mesmo. Por isso não culpo quem não acredita na minha história. Se eu não tivesse experimentado essas coisas por mim mesmo, jamais teria acreditado. Eu nunca prejudiquei a homem algum desde que nasci neste mundo. Minha voz sempre foi pela paz. Não posso me deitar até que todo meu trabalho esteja acabado. 61
Eu nunca pensei em causar qualquer dano a qualquer membro da raça humana. Quando eu for chamado pela trombeta de um arcanjo e pesado na balança da justiça, todos vocês me conhecerão então. Não tenho mais nada a dizer. Deus abençoe a todos. Amém.
3 - Magia
1 - Caçador de tesouro s visionário Entre os fazendeiros de New England, em Vermont e em New Hampshire, o sonho de encontrarem tesouros enterrados pelos povos indígenas ou espanhóis não era raro. Vários caçadores de tesouro lideravam grupos para cavarem o solo em locais “especiais”. Quando Joseph era adolescente, um mágico e caçador de tesouros itinerante, chamado Luman Walters, ou “Walters o mágico” parou em Palmyra e ofereceu seus serviços aos residentes locais. O adivinhador afirmou que poderia localizar não apenas água subterrânea, mas também tesouros enterrados! Ele inspirou confiança suficiente em alguns fazendeiros, que o contrataram por 3 dólares por dia para procurar tesouros em suas terras.
As pedras mágicas - ou pedras do vidente
Walters possuía várias pedras mágicas para descobrir a localização dos tesouros e também um velho livro, que ele afirmava ter ali os escritos dos antigos índios, e que continha uma escrita incompreensível aos homens. Esses escritos revelavam a localização dos tesouros indígenas. O jovem Joseph mostrou-se muito interessado nas capacidades do adivinho (ocultismo) e passou o máximo de tempo em sua companhia, tentando compreender e aprender as qualidades de Walters. Quando nenhum tesouro foi encontrado e nenhum fazendeiro estava mais disposto a contratá-lo, o adivinho saiu da cidade, mas Joseph já havia aprendido bastante. Há várias versões de como Joseph encontrou sua pedra de vidente e quantas eram veja AQUI. O sucesso de Joseph como vidente 62
Joseph e seu pai sucederam o caçador de tesouros profissional. Juntos, eles alcançaram notoriedade local nesse empreendimento. Os primeiros relatos deste “time” formado por pai e filho na busca de tesouros data de 1819, quando Joseph tinha 13 anos. De 1819 a 1926, Joseph dedicava ativamente meio período de seu tempo na busca a tesouros, usando seu carisma natural e atuação teatral, além da "Pedra do Vidente". Joseph passou cerca de 2 anos olhando as pedras, falando sobre fortunas, onde encontrar coisas perdidas e onde cavar para achar dinheiro e outros tesouros escondidos. Ele também se valia de rituais mágicos e ocultos. Porém, a despeito de todo tempo empregado, não há registros de nenhum tesouro encontrado. Durante esse período, Joseph ultrapassou seu pai em reputação popular como praticante dessa atividade subjetiva. Apesar de não encontrarem nenhum tesouro, os homens realmente acreditavam que Joseph Smith tinha um dom espiritual e podia ver baús de ouro quando escondidos sob a terra. Com isso, Joseph tornou-se consciente de que as pessoas facilmente acreditavam nele, e que ele poderia ser um instrumento dos desejos de Deus. Ele acreditava que, mesmo através de meios infames, Deus trabalharia através dele. Ele percebeu isso quando liderou grupos na busca de tesouros, em Nova York e Pensilvânia. Esta experiência em liderança espiritual foi de grande valor, pois Joseph aprendeu como criar um ambiente de fé – um ambiente onde as pessoas podiam praticar sua fé e serem convertidas. Várias declarações confirmam que Joseph Smith atuava como caçador de tesouros e com vários indícios de ocultismo. Mr. Stafford relatou: “Uma outra vez, eles [os Smith] elaboraram um esquema, através do qual eles pudessem saciar sua fome com a carne de meu carneiro. Eles viram, no meio dos meus carneiros, um que era grande, gordo e preto”. "O velho Joseph e um dos seus filhos vieram até mim um dia, e disseram que Joseph Jr. havia descoberto alguns tesouros impressionantes e valiosos, e que poderia ser obtido apenas de uma forma. Essa forma era a seguinte: aquele carneiro preto deveria ser levado ao solo onde o tesouro estava enterrado - e após cortar a sua garganta, ele deveria ser movimentado formando um círculo, enquanto ainda sangrava. Isto feito, a raiva do espírito demoníaco ficaria calmo e o tesouro poderia ser obtido, e que minha parte seria 4 outros carneiros”. "Para matar minha curiosidade, eu deixei que levassem o carneiro gordo. Depois de certo tempo, me informaram que aquele carneiro havia sido morto de acordo com os mandamentos, mas houvera algum erro no processo, e não surtiu o efeito desejado”. "Essa, acredito eu, foi a única vez que eles fizeram da caça ao tesouro uma atividade rentável. Entretanto, eles estavam constantemente rodeados por um grupo sem valores, cuja função era cavar em busca de tesouros à noite, e que, durante o dia, tinham mais a ver com carneiros que com dinheiro”. (Early Mormon Documents, vol. 2, p. 61). É interessante notarmos que Oliver Cowdery também possuía um dom sobrenatural, que em uma revelação publicada no Livro de Mandamentos (mais tarde, Doutrina e Convênios), Joseph chamou de "o dom de trabalhar com a vara da natureza" e que, na primeira edição de DeC, em 1835, foi alterado para "dom de Aarão". Tratava-se do uso mágico e muito popular na época (radiestesia), de uma vara (ou gravetos divinos) para descobrir água e minerais, o mesmo tipo da vara usada por seu pai e tio. 63
2 - Caçador de tesouros - Citações Durante o julgamento de Joseph Smith, ele e várias testemunhas foram interrogadas. Ainda, após o lançamento da primeira edição do livro de mórmon, várias declarações foram feitas sobre Smith e sua família. Aqui citaremos algumas delas. Durante o julgamento, Joseph respondeu ao tribunal que ele:
“Parte do tempo estava empregado procurando minas” e que “ele tinha uma certa pedra, que ele ocasionalmente olhava, para determinar onde os tesouros escondidos em caixas sob a terra estavam; que ele professara dizer, desta forma, onde as minas de ouro estavam”. [1]
Testificando em benefício de Joseph, Stowell disse que Joseph foi, de fato, empregado por ele para procurar por dinheiro enterrado através de certa pedra, “e que ele positivamente sabia que o prisioneiro [Smith] podia dizer e professava a arte de ver tesouros valiosos através daquela pedra” [2]. Stowell continuou, dizendo que eles “não encontraram exatamente o dinheiro, mas sim um pedaço de metal que se parecia com ouro”. [3] Stowell testemunhou que Joseph havia dito que o tesouro “estava em certa raiz de um toco, a cinco pés da superfície da terra e que seria do formato de uma pena; que disse que Stowell e o prisioneiro começaram a cavar , encontraram uma pena mas o dinheiro havia sumido; que ele [Joseph] supôs que o dinheiro havia afundado”. [4] Várias testemunhas, incluindo os irmãos de Stowel, Horace e Arad, testificaram contra Joseph. Horace Stowel testemunhou que “ele via o prisioneiro olhar dentro do chapéu, na superfície da pedra, fingindo dizer onde a caixa de dólares estava enterrada”. [5] Jonathan Thompson testificou que ele presenciou Joseph procurando por uma caixa de dinheiro uma noite, dizendo: “... que Smith olhou em seu chapéu, e quando estava muito escuro, e disse como a caixa estava situada. Após cavarem vários pés, bateram em alguma coisa parecida com uma placa... O prisioneiro não olharia novamente, fingindo que estava alarmado, e finalmente, quando ele olhou, para explicar as circunstâncias em que a caixa fora enterrada, tudo veio à sua mente; que a última vez que ele olhou, ele descobriu dois índios que enterraram a caixa; que uma disputa furiosa aconteceu entre eles, e que um dos índios foi morto pelo outro, e jogado no buraco ao lado da caixa, para supostamente guardá-la. Thompson diz que ele acredita na capacidade professada pelo prisioneiro; que a placa que eles bateram com a enxada era provavelmente a caixa, mas, por causa do encantamento, a caixa mantinha a mesma distância deles”. [6] Os registros do julgamento concluíram: “E a corte julga o réu culpado”. [6] Seguindo a publicação do livro de mórmon, em 1830, mais de 100 vizinhos de Joseph de Palmyra e Manchester fizeram declarações relacionadas com sua busca de tesouros. A seguir, encontram-se partes destas declarações: Peter Ingersoll testificou 64
que ele conhecia os Smith como vizinhos desde 1822, e que “a ocupação principal da família era cavar por dinheiro. Eu frequentemente era convidado a me unir ao grupo, mas sempre declinava... Joseph Sen. Disse-me que a melhor hora para cavar era no calor do verão, quando o calor do sol fazia com que as caixas de dinheiro subissem próximas à superfície da terra”.[7] William Stafford testemunhou que ele conhecia a família Smith desde 1820, porque eles viviam uma milha e meia de distância. Ele disse: “Uma grande parte do tempo deles era direcionada para cavar por dinheiro, especialmente durante a noite, quando eles diziam ser mais fácil de obter o dinheiro. Eu ouvi deles contos maravilhosos a respeito das descobertas que eles fizeram nessa ocupação peculiar de escavação. Eles diriam, por exemplo, que em tal lugar, em tal colina, em certa fazenda de certo homem havia depósitos de chaves, barris e containers de moedas de ouro e prata – barras de ouro, imagens douradas, potes cheios de ouro e prata, candelabros de ouro, espadas, etc. etc... Joseph Jr havia descoberto alguns tesouros muito impressionantes e valiosos, que poderiam ser achados de uma forma”. [8] Willard Chase testemunhou que conhecia a família Smith desde 1820. “Naquela época, eles estavam engajados nos negócios de escavar para encontrar dinheiro, o que fizeram até a última parte da estação de 1827” [9] Isaac Hale, sogro de Joseph, testemunhou que ele conhecia Joseph desde novembro de 1825. “Ele estava, nessa época, empregado com um grupo de homens chamados “cavadores de dinheiro”; e sua ocupação era de ver, ou fingir ver, através de uma pedra colocada em seu chapéu, e seu chapéu colocado fechando toda sua face. Desta forma, ele fingia descobrir minerais e tesouros escondidos”. [10] Joseph Capron testemunhou que “a família dos Smith tinha Joseph Jr em grande estima por causa de algum tipo de poder sobrenatural, que ele supostamente possuía. Este poder ele fingia receber por meio de uma pedra de qualidade peculiar. A pedra era colocada em um chapéu, de forma a excluir toda a luz, exceto aquela emanada pela própria pedra. A luz da pedra, fingia ele, permitia que ele visse qualquer coisa que quisesse. De acordo com ele, fantasmas, espíritos infernais, montanhas de ouro e prata e muitos outros incontáveis tesouros estavam depositados na terra”. [11] Em 1826, Joseph abandonou a prática de caçar tesouros, mas manteve suas pedras mágicas. Durante esse período, de 7 anos, nenhum tesouro foi encontrado e quando ele anunciou que havia achado placas de ouro, seus vizinhos ficaram céticos. Quem acreditaria que esse adolescente caçador de tesouros receberia revelações de anjos, encontraria placas de ouro, se estabeleceria como profeta e emergiria como um líder de uma nova religião? Notas: 1 - Fawn, M. Brodie. No Man Knows my History (New York: Vintage Books, 1995). Apendix A, Court Record – State of New York vs Joseph Smith, p. 427 2 - Ibid, p. 428 3 - Ibid, p. 428
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4 - Ibid, p. 428 5 - Ibid, p. 428 6 – Ibid, p. 428-429 7 – Ibid, Sworn Statement of Peter Ingersoll, p. 432 8 – Ibid, Sworn Statement of William Stafford, p. 434. 9 – Ibid, p. 434-435 10 – Ibid, p. 438-439 11 – Ibid, p. 437.
3 - A pedra do vidente, os intérpretes e o urim e tumim De acordo com a história oficial da igreja, ao receber as placas de ouro de um anjo (cuja tradução seria o que hoje temos como o livro de mórmon), Joseph Smith também recebeu o Urim e Tumim para ajudá-lo na tradução. Porém, algumas vezes ele ou seus escribas referiam-se também aos “intérpretes” e à “Pedra do Vidente”. Esta última já estava em posse de Smith quando ele ainda caçava tesouros. Portanto, o que são esses aparatos? O que Joseph usou para traduzir o livro de mórmon? A pedra do vidente Alguns americanos do século dezenove utilizavam Pedras do Vidente na tentativa de obter revelações de Deus ou para encontrar tesouros enterrados. Esta não era, de forma alguma, exclusividade de Joseph Smith. [1] Seguindo esta tendência, Joseph Smith também tinha sua própria "Pedra do Vidente". Há várias versões de como Joseph encontrou sua pedra de vidente, e de quantas eram. Uma delas foi dada pelo próprio pai, Joseph Smith Sr.: Seu filho Joseph estava em um local onde um homem olhava para pedras escuras e dizia às pessoas onde cavar para encontrar tesouros e outras coisas. Joseph solicitou olhar nessas pedras, colocando seu rosto num chapéu onde elas estavam. Porém, aparentemente estas não eram as pedras certas para ele. Mesmo assim, ele pôde ver coisas, e entre elas, viu uma pedra, onde ela estava, e que com ela, ele poderia ver o que quisesse.[2] O local onde Joseph vira a pedra não era distante da casa deles; e sob o pretexto de cavar um poço, eles encontraram água e uma pedra, na profundidade entre 6 e 7 metros. [3] No início da década de 1820, Joseph Smith foi pago para atuar como um “vidente”, na tentativa de localizar itens perdidos e encontrar metais preciosos escondidos na terra, sempre usando sua pedra do Vidente. [4] Na realidade, de acordo com a história oficial da igreja, Joseph Smith possuía ao menos três Pedras do Vidente: uma marrom (foto abaixo), uma branca e opaca, e uma terceira pedra esverdeada, que permanece sob a posse da Primeira Presidência da igreja SUD.
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Pedra do Vidente - fotografada por Rick Grunder, 1991 - © 1991 RICK GRUNDER — BOOKS aparentemente adquirida por Joseph Smith em 1820.
Sobre a primeira pedra, Willford Woodruff, um dos profetas da igreja mórmon, escreveu que, em 11 de setembro de 1859, em uma reunião do Quórum dos Doze Apóstolos: “O Presidente Young também falou que a pedra do vidente que Joseph Smith primeiro obteve estava em um caldeirão de ferro, a 7 metros abaixo do solo. Ele a viu olhando em outra pedra de vidente, que uma pessoa tinha. Ele foi diretamente para o local, cavou e a encontrou”. (Willford Woodruff's journal, 5:38283). Sobre esta mesma pedra, a história oficial da igreja afirma: “... era de cor achocolatada, uma pedra com formato oval que o profeta encontrou quando cavava um poço em companhia de seu irmão, Hyrum, para o Sr. Clark Chase, próximo à Palmyra, NY. Ela possuía qualidades do Urim e Tumim, pois através dela, assim como através dos intérpretes encontrados com os registros nefitas, Joseph era capaz de traduzir os caracteres gravados sobre as placas [de ouro]". (Official History of the Church, Volume 1, Page 128) Porém há especulações sobre a data correta de seu achado – 1819, 1820 ou 1822. [5] Smith pode ter adquirido sua pedra de coloração verde, quando ainda vivia em Susquehanna County, Pennsylvania.[6] Esta é a que está de posse da igreja, e que ficou no altar durante a dedicação do templo de Manti, Utah (foto abaixo).
Smith afirmava e acreditava que havia uma dessas pedras para todos, em algum lugar:
"Todo homem que viveu sobre a terra”, disse Joseph a eles “tem o direito a uma pedra do vidente, e deveria ter uma, mas elas são mantidas longe deles em consequência de suas maldades, e a maioria daqueles que a encontram fazem um 67
mau uso dela”. (Brigham Young's journal, como citado em Latter-Day Millennial Star, 26:118,119) Em relação às outras pedras, que Smith adquiriu com as placas de ouro, o próprio Smith afirma que Moroni: “Ele disse que havia um livro depositado, escrito sobre placas de ouro, relatando sobre os antigos habitantes deste continente, e a origem deles”. “Ele também disse que a plenitude do evangelho eterno estava contida nele e como fora entregue pelo Salvador aos antigos habitantes”. Também, que havia duas pedras em aros de prata (e essas pedras, presas a um peitoral, constituíam o que é chamado Urim e Tumim) depositadas com as placas. “E a posse e uso dessas pedras era o que constituía os Videntes nos tempos antigos ou modernos, e que Deus as tinha preparado com o propósito de traduzir o livro”. (History of Joseph Smith, the Prophet, 2:34-35) Interessante que Joseph, posteriormente, “profetizou” que todos os que alcançarem o reino celestial receberão uma pedra do vidente branca (DeC 130:10-11):
10 - Então a pedra branca, mencionada em Apocalipse 2:17, tornar-se-á um Urim e Tumim para toda pessoa que receber uma; e por ela tornar-se-ão conhecidas as coisas pertencentes a uma ordem superior de reinos; 11 - E é dada uma pedra branca a cada um dos que entram no reino celestial, na qual está escrito um novo nome que ninguém conhece, a não ser aquele que o recebe. O novo nome é a palavra-chave.
O Urim e Tumim Alguns mórmons acreditam que o Urim e o Tumim de Joseph Smith e do Livro de Mórmon eram o equivalente funcional do Urim e Tumim mencionado no Antigo Testamento. Porém, não há nenhuma indicação, nas sete citações do Antigo Testamento sobre o Urim e o Tumim, serem usados para traduzir documentos. [7] Nestas passagens, o Urim e Tumim são apresentados como meios de revelação divina, e são muitas vezes associados aos vestuários dos sumos sacerdotes, em particular o éfode e o peitoral. A Bíblia não dá maiores descrições sobre a constituição, aparência ou da maneira como eram usados o Urim e Tumim. Parece que não foram usados depois da época de Davi (cerca de 1.000 AEC.). Segundo a Enciclopédia Bíblica de Padrão Internacional (2º ed., pp. 957-59): “a razão básica para seu desuso parece ter sido que Deus estava afastando Seu povo de meios físicos de revelação para uma maior dependência de Sua Palavra conforme escrita ou falada pelos profetas” Os intérpretes Em 1823, Smith afirmou que um anjo disse-lhe sobre a existência de placas de ouro, junto a "duas pedras em aros de prata", presas a um peitoral, que o anjo chamou de Urim e Tumim. O anjo também disse que Deus havia preparado este material para traduzir as placas. [8] A figura abaixo mostra esses aparatos. 68
De acordo com a mãe de Joseph, Lucy Mack Smith, as pedras presas ao aro eram semelhantes a um cristal: "diamantes com dois lados lisos e com três pontas" [9]
É notável que o termo “Urim e Tumim” não seja encontrado no Livro de Mórmon e nunca foi usado por Joseph Smith com referência para produzir o Livro de Mórmon até depois de 1833.
O que aparece no Livro de Mórmon é o uso de dispositivos chamados "intérpretes" por profetas como o irmão de Jared e Mosiah. Os intérpretes serviam apenas para receber revelações para o povo e não para tradução. Doutrina e Convênios declara que estes intérpretes eram o Urim e o Tumim (DeC 17). Alguns mórmons também acreditam que existem três diferentes Urim e Tumim: um do Antigo Testamento e dois mencionados no Livro de Mórmon, um usado pelo Jareditas e o outro pelo rei Mosias (Mosias 8:13, 15-17). Aquele usado por Smith seria o único originalmente possuído pelos Jareditas. [10] Um amigo íntimo de Smith, W.W. Phelps, especulou que os intérpretes dos antigos nefitas mencionados no Livro de Mórmon e por Joseph Smith poderiam ser o Urim e Tumim do Velho Testamento.
A foto acima é de uma “réplica” dos intérpretes feito pela igreja mórmon
Phelps escreveu na publicação SUD The Evening and Morning Star (Jan. 1833) que o Livro de Mórmon tinha sido traduzido “com a ajuda de um par de Intérpretes ou óculos (conhecidos talvez, nos tempos antigos, como Teraphim, ou Urim e Tumim)...” [11] As palavras de Phelps “conhecidos talvez, nos tempos antigos, como Teraphim, ou Urim e Tumim” mostram que isso só foi uma mera especulação de sua parte que ligou a pedra de vidente mágica de Joseph com o Urim e Tumim bíblico. A especulação de Phelps ganhou uma rápida popularidade ao ponto dos escritores mórmons usarem o termo Urim e Tumim para se referirem tanto aos intérpretes místicos (que Joseph Smith disse que estavam com as placas de ouro) quanto à pedra de vidente que Joseph colocava em seu chapéu enquanto ditava o Livro de Mórmon. 69
Assim, atualmente, é afirmado na história oficial da igreja que Smith usou os "intérpretes", que mais tarde ele designou como "Urim e Tumim", para traduzir o livro de mórmon. Portanto, as lentes em forma de cristais, presas por um aro, eram chamadas de Intérpretes ou de Urim e Tumim! Urim e Tumim, intérpretes e pedra do vidente – o que Joseph usou de fato para traduzir o livro de mórmon? Essa confusão dos termos é notável mesmo entre as autoridades gerais. Uma citação do décimo Presidente da igreja SUD, Joseph Fielding Smith, nos mostra isso: “Declarou-se que o Urim e Tumim estavam no altar no Templo de Manti quando aquele edifício foi dedicado. O Urim e Tumim tão comentado, porém, era a pedra de vidente que no começo estava na posse do profeta Joseph Smith. Esta pedra de vidente agora está em posse da igreja”.[12] Esta sobreposição dos termos também é refletida no testemunho de algumas das testemunhas no processo de ditar de Joseph, como a de Oliver Cowdery citada neste artigo. Porém, de acordo com David Whitmer, o texto do Livro de Mórmon inteiro que nós temos hoje veio pela pedra de vidente de Joseph e não pelos intérpretes nefitas. Em uma entrevista em 1885, Zenas H. Gurley, na época editor da publicação Saint’s Herald, da igreja Restaurada SUD, perguntou a Whitmer se Joseph tinha usado sua “Pedra de Vidente” para fazer a tradução. Whitmer respondeu: “... ele usou uma pedra chamada ‘pedra do vidente’, pois os ‘Intérpretes’ foram tomados dele por causa de transgressão. Os ‘Intérpretes’ foram levados de Joseph depois que ele permitiu que Martin Harris levasse as 116 páginas dos manuscritos do Livro de Mórmon como um castigo, mas foi-lhe permitido continuar e traduzir com o uso da ‘pedra do vidente’ 70
que ele tinha. Ele a colocava em um chapéu no qual ele enterrava seu rosto e falava a mim e a outros que os caracteres originais apareciam no pergaminho, e sob eles a tradução em inglês”.[13] Estes comentários de David Whitmer ajudam a esclarecer um pouco a confusão sobre o que exatamente Joseph usou para produzir o Livro de Mórmon: Joseph disse que os intérpretes eram para ajudar no processo de tradução. Porém, depois que Martin Harris perdeu as primeiras 116 páginas da tradução, que Joseph supostamente teria traduzido com o uso dos intérpretes, ou Urim e Tumim, o anjo retirou as placas e os Intérpretes de Smith como castigo. Mais tarde, o anjo voltaria com as placas, mas disse que ele não receberia os Intérpretes. Em contrapartida, foi permitido que Joseph usasse sua "pedra do vidente", a mesma que ele usava para caçar tesouros, para produzir o Livro de Mórmon. Portanto, TODO o Livro de mórmon, com exceção das 110 páginas, foi “traduzido” com o uso das pedras do vidente e seu chapéu. Há também a versão de que Joseph Smith teria dito a Orson Pratt que o Senhor lhe deu o Urim e o Tumim quando ele era um tradutor inexperiente, mas que, como ele cresceu na experiência, ele já não precisava dessa assistência [14] Com o tempo, o próprio Joseph Smith e outros se refeririam à pedra de vidente como “Intérpretes” e “Urim e Tumim”. Há uma interessante observação de D. Michael Quinn, que afirma que por volta de 1829 Smith estava usando “terminologia bíblica usar instrumentos e prática de magia ... Não havia nenhuma referência ao Urim e o Tumim nos cabeçalhos do Livro de Mandamentos (1833) ou nos cabeçalhos das edições de Doutrina e Convênios que foram preparados durante a vida de Smith”. [15] O que a igreja ensina hoje Ainda há uma grande confusão sobre os termos e o uso da Pedra do Vidente não é ensinado nas aulas dominicais. Febre da pedra do vidente É interessante que no início da história dos SUDs, as pedras do vidente eram usadas principalmente, mas não exclusivamente por Joseph Smith Jr., para receber revelações de Deus. Outros mórmons como Hiram Page, David Whitmer e Jacob Whitmer também possuíam pedras do vidente. [16] Um contemporâneo recordou que, em Kirtland, "os élderes mórmons e as mulheres muitas vezes procuravam no leito do rio pedras com buracos causados pela areia, uma pedra do vidente." [17]. James Strang, que alegou ser o sucessor de Joseph Smith, também traduziu antigas placas de metal usando pedras do vidente. Poucos meses depois da organização da igreja em 1830, Hiram Page, uma das Oito Testemunhas do Livro de Mórmon, começou a dar revelações por sua própria pedra do vidente, de cor preta. A natureza crédula de muitos membros da igreja primitiva é aparente em sua facilidade ao acreditarem em alguém que diz receber revelações através da pedra. Exatamente como aconteceu com Joseph Smith. Na História da Igreja de Joseph Smith, ele escreve: “Para nossa grande tristeza no entanto, logo descobrimos que Satanás tinha estado à espreita para enganar, e procurando a quem devorar”. O irmão Hiram Page 71
tinha em seu poder certa pedra, pelo qual ele tinha obtido algumas "revelações" sobre a construção do prédio de Sião, a ordem da Igreja, etc., as quais estavam totalmente em desacordo com a ordem da casa de Deus, tal como previsto no Novo Testamento, bem como nas nossas revelações posteriores. “Como uma reunião da conferência tinha sido agendada para o dia 26 de setembro, eu pensei que seria sábio não fazer muito além do que conversar com os irmãos sobre o assunto, até nos reunirmos na conferência. Descobrimos, no entanto, que muitos, especialmente a família Whitmer e Oliver Cowdery, acreditavam muito nas coisas estabelecidas por esta pedra, e achamos melhor consultar o Senhor sobre um assunto tão importante ...” [18] Joseph Smith, em seguida, teve outra "revelação de Deus", colocando Hiram Page em seu devido lugar: "E também, deverás procurar teu irmão Hiram Page, em particular, e dizer-lhe que as coisas que ele escreveu por meio daquela pedra não procedem de mim; e que Satanás o iludiu; Pois eis que essas coisas não lhe foram designadas e a ninguém desta igreja será designada qualquer coisa contrária aos convênios da igreja". (DeC 28:11-12) Após Smith anunciar que estas revelações eram do diabo, Page concordou em descartar a pedra que, de acordo com um contemporâneo, foi "esmagada a pó e os escritos queimados." (DeC 28:11). Emer Harris, um irmão de Martin Harris, disse que a pedra negra de Page foi "Quebrada a pó." [19]. De acordo com Richard Bushman, Smith “reconheceu o perigo das revelações concorrentes. Reconhecendo que cada novo visionário poderia tirar pedaços da Igreja”. Após isso, a Igreja afirmou que apenas Joseph Smith poderia “receber e escrever revelações e mandamentos”. [20] Um problema longo e irritante para as autoridades da igreja foi o “menino profeta” James Collins Brewster. Quando ele tinha 11 anos, afirmou ter recebido o "Livro de Moroni" por revelação. Vários membros da sua família e outros irmãos da igreja seguiram-no devido à sua crença nessas revelações. Cinco anos depois, em 1842, Brewster ainda recebia revelações e fazia o mesmo que Smith, em sua adolescência – caça ao tesouro. Entretanto, a igreja chamou-o de embusteiro no seguinte aviso publicado no jornal: “Ultimamente temos visto um panfleto escrito e publicado por James C. Brewster, pretendendo ser um dos livros perdidos de Esdras, e ter sido escrito pelo dom e poder de Deus. Consideramos que este é um embuste perfeito, e não seria notado se não tivesse sido assiduamente divulgado em vários ramos da igreja. Brewster disse que este é um [livro] menor, mas tem professado por vários anos ter o dom de ver através, ou em uma pedra. Acredita-se que ele descobriu dinheiro escondido na terra de Kirtland, Ohio. Seu pai e alguns dos nossos fracos irmãos, que talvez tenham tido alguma crença nas histórias ridículas que são propagados em relação a Joseph Smith, sobre a escavação de dinheiro, ajudaram-no [Brewster] em seus planos tolos, e por isso foram dispensados pela igreja”. [21] Na Grã-Bretanha, em 1841, o mórmon devoto William Mountford afirmava evocar imagens em seus cristais. O líder da igreja local, Alfred Cordon, fez um registro detalhado das circunstâncias, incluindo as citações de Mountford: "Este irmão Mountford tinha em sua posse vários Vidros ou Cristais, como ele mesmo dizia: são 72
aproximadamente do tamanho de um ovo de gansa e retos em uma extremidade. Ele também tinha uma longa lista de oradores que ele usou. Os oradores estavam sob certos Espíritos, que ele disse que estavam no ar." Então, cita Mountford: "Quando eu oro para eles em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, qualquer coisa que eu quero vem no vidro." Cordon, em seguida, descreveu como Mountford adivinhava o futuro de uma jovem: "Ele trouxe os seus Cristais e orou a certo espírito [---] então ela deveria olhar no Cristal e ela veria o jovem que se tornaria seu marido". [22] Em dezembro de 1835, o Bispo Edward Partridge estava visitando Kirtland de Missouri, quando ele encontrou a filha de John Thorp. Esta moça tinha sua própria pedra e era conhecida como vidente. Ele descreve as circunstâncias: "Ela me disse que viu uma pedra de vidente para mim, era uma pequena pedra azul, com um furo no canto, que estava a 6 ou 8 pés no chão". [23]
O colono SUD Priddy Meeks descreveu em seu diário sobre a proliferação de pedras do vidente na cidade Parowan ao sul de Utah. Ele disse que “... mantive as pedras de vidente sob meu controle imediato”. Ele descreveu um filho adotivo que vivia em sua casa com o nome de William Titt: “... nasceu um vidente natural. Ele foi o melhor em olhar na pedra do vidente que eu já conheci." Ele ainda expõe em seu diário que Titt: “Fez um grande negócio para encontrar objetos perdidos e dizer às pessoas como seus camaradas estavam se dando bem, mesmo na Inglaterra." "Ele satisfazia-os, pois ele conseguia ver corretamente, descrevendo as coisas corretamente”. [24]
Christian Anderson, um ex-conselheiro da estaca de Fillmore Ward, conselheiro do bispado de Fillmore Ward ,vereador, juiz de paz, e registrador da cidade de Fillmore, escreveu em 1890 que: “... visitei a irmã Russell de Salt Lake City, que tem uma pedra do vidente, e ela me disse que o futuro estava claro para mim, que o Senhor me ama e que eu ganharia muito poder e influência entre os meus irmãos”. [25] Três anos depois, essa mesma irmã Russell (Sophia Romriell Russell), foi sancionada pelas autoridades eclesiásticas. Olhar o futuro era uma responsabilidade do sacerdócio, assim apenas os homens foram autorizados a fazê-lo. James E. Talmage e o presidente da estaca de Salt Lake, Angus M. Cannon, visitaram-na em fevereiro de 1893. Talmage escreveu que ela: “... afirma seguir a igreja, e também confirma a sua capacidade e direito de discernir as grandes coisas com as pedras do vidente em sua posse." Cannon “... lembrou-a que ela estava agindo em desafio ao Sacerdócio, pois o Alto Conselho que a havia julgado, proibiu que ela usasse a pedra para tais propósitos ocultos, exceto se ela fosse dirigida pelo Sacerdócio". [26] Em 1887, um guarda-costas do Presidente da igreja, John Taylor, relatou que ele havia visto e tocado a pedra do vidente: "No domingo passado eu vi e segurei a pedra do vidente que o Profeta Joseph Smith tinha. Era de uma cor escura e não muito redonda em um lado. Tinha a forma como o topo de um sapato de bebê, um lado como um dedo do pé, e o outro lado redondo”. [27] 73
Aparentemente, a apostasia de alguns crentes nesta época pode ser atribuída a Smith deixar de usar as pedras do vidente. A família Whitmer, devotada à importância das pedras, "disse mais tarde que o seu desencanto com o mormonismo começou quando Joseph Smith parou de usar a sua pedra vidente como um instrumento de revelação." [28] Porém, parece que Joseph jamais renegou suas pedras mágicas. Nas palavras de Richard Bushman, Smith nunca “repudiou as pedras ou negou o seu poder para encontrar tesouros. Resquícios da cultura mágica ficaram com ele até o fim”. [29] Wilford Woodruff, como novo presidente da igreja em 1888, dedicou o templo de Manti, Utah. Enquanto estava lá, Woodruff manteve a pedra sobre o altar: "Antes de sair, eu consagro sobre o altar as pedras do vidente que Joseph Smith encontrou por revelação, cerca de 7 metros debaixo da terra e carregou-as ao longo de sua vida". [30] ____________________ Notas: 1 - Ronald W. Walker, "The Persisting Idea of American Treasure Hunting," BYU Studies, 24 (1984): 42959. 2 - J. P. Walker 1986, 368, n. 3; see III.E.3, PALMYRA REFLECTOR, 1829-1831, under 12 June 1830, 7 July 1830, and 28 February 1831). 3 - WILLARD CHASE STATEMENT, CIRCA 11 DEC 1833, 240-41; III.F.10, MARTIN HARRIS INTERVIEW WITH JOEL TIFFANY, 1859, 163; see also Quinn 1987, 41, n. 7. 4 - Martin Harris interview with Joel Tiffany, 1859, in EMD, 2: 303. 5 - Harris 1859, p. 163. A pedra foi encontrada em 1819 (Tucker 1867, pp. 19–20, Bennett 1893), 1820 (Lapham 1870, pp. 305–306) ou 1822 (Chase 1833, p. 240). 6 - (D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1998), 43-44. 7 - Exodus 28:30 ; Leviticus 8:8; Numbers 27:21; Deuteronomy 33:8; 1 Samuel 28:6; Ezra 2:63; Nehemiah 7:65 8 - Joseph Smith-History 9 - Smith, Lucy Mack (1853). "Biographical sketches of Joseph Smith the prophet, and his progenitors for many generations." Brigham Young University Religious Education Archive. pp. 101. 10 - DeC 10:1; Veja também Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine(Salt Lake City: Bookcraft, 1966), 818-819. 11. W.W. Phelps, Evening and Morning Star, vol. 1, no. 8, (Independence, Missouri, January 1833) p. 2., de uma reimpressão fotomecânica do original. 12. Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, 3 vols. (Salt Lake City: Bookcraft, 1956), 3:225. J.F. Smith tenta minimizar a idéia de que Joseph Smith de fato usou a pedra do vidente para produzir o Livro de Mórmon. Porém, ele não identifica as fontes nem oferece uma opção alternativo, mas ao invés afirma que toda essa informação seria apenas “boato”. 13. "Questions asked of David Whitmer at his home in Richmond Ray County, Mo. Jan. 14-1885 relating to book of Mormon, and the history of the Church of Jesus Christ of LDS by Elder Z.H. Gurley," hológrafo nos arquivos da igreja SUD, citado por Richard S. Van Wagoner in "Joseph Smith: The Gift of Seeing," Dialogue: A Journal of Mormon Thought, 15:2 (verão 1982), p. 54. 14 - "Two Days´ Meeting at Brigham City," Millennial Star 36 [1874]:498–99). 15 - D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1998), 175) 16 - Jessee, Papers of Joseph Smith, 1: 322-23; D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature, 1998), 239-40, 247-48 17 - Citado em D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1998), 248. 18 - History of the Church, vol. 1, p. 109-110
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19 - Citado em D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1998), 248 20 - Bushman, Joseph Smith: Rough Rolling Stone, 120-21. 21 - Times and Seasons, vol.4, no.2, p.32 22 - Alfred Cordon diary, 151-152 (27 Mar 1841) LDS Archives 23 - The Journal of Bishop Edward Partridge, 1818, 1835-1836,transcribed by Lyman De Platt, a greatgreat-great grandson, 34 (27 Dec, 1835), LDS Archives 24 - Diário de Priddy Meeks, 200 23 - The Personal Journal of Christian Anderson, Book IV,56. Book V, 20, copy in LDS Church Library 26- James E. Talmage 1892-93 diary, 182) . 27 - Samuel Bateman diary, 17 Aug, 1887, Lee library 28 - Quinn, 248; Dennis A. Wright, "The Hiram Page Stone: A Lesson IN Church Government, in Leon R. Hartshorn, Dennis A. Wright, and Craig J. Ostler,ed., The Doctrine and Covenants: A Book of Answers, The 25th Annual Sidney B. Sperry Symposium (Salt Lake City: Deseret, 1996), 87. 29 - Bushman, 51 30 - Wilford Woodruff's journal, 18 May, 1888
4 - Um profeta hermético Por Lance S, Owens - em http://www.gnosis.org/ahp.htm A história de Smith, mostrando-o como um profeta puro, um instrumento na mão de Deus, que foi martirizado por defender a verdade, é amplamente canonizada em relatos publicados pela igreja SUD. Mas há um outro lado da história que tem emergido. No início dos anos de 1980, uma série de acontecimentos bizarros chamaram a atenção para vários outros fatos ainda mais curiosos - elementos nunca antes narrados sobre a história de Joseph Smith. Naquela década, um obscuro comerciante de livros em Salt Lake, chamado Mark Hofmann, começou a desenterrar uma série de documentos desconhecidos e relacionadas ao início da história do mormonismo. Gordon B. Hinckley e o presidente Spencer W. Kimball aceitaram comprar vários destes documentos, que provavelmente somaram cerca de 60 mil dólares. [1] Dentre eles estava uma carta, supostamente escrita em 1830, por um dos primeiros discípulos de Joseph. Cheio de referências a tesouros e encantamentos, a carta explicava como Joseph Smith obteve o Livro de Mórmon - não de um anjo, mas de uma salamandra mágica branca, que transfigurou-se em um espírito. Quando divulgada publicamente em 1985, a “Carta da Salamandra” - como ficou conhecida recebeu destaque na mídia nacional, e estimulou uma intensa atividade em grupos de estudo do mormonismo. Desestabilizada pela publicidade prejudicial trazida pela carta, as autoridades da Igreja mórmon compraram esta carta e começaram a negociar com Hofmann a compra de outros materiais "recém descobertos", especialmente as que poderiam contrariar as versões ortodoxa de sua história. Estas negociações secretas e altamente irregulares foram tragicamente desvendadas após uma mulher e um historiador Mórmon, envolvido nestas negociações, serem vítimas de um assassinato com a explosão de uma bomba. Complexas investigações forenses giraram em torno do assassinato e finalmente revelaram que a "Carta da Salamandra" e vários documentos eram falsos - todas criações do patológico Hofmann, um mestre em falsificação que se tornou assassino. [2] Até então, no entanto, vários historiadores já haviam se comprometido em detalhadas reavaliações da história de 75
Smith, concentrando-se em associações que ele poderia ter tido com coisas mágicas. Ironicamente, os pesquisadores logo trouxeram à tona uma grande riqueza de evidências históricas indiscutivelmente verdadeiras – muitas delas há tempos disponíveis, mas mal compreendidas, suprimidas ou ignoradas - comprovando que Smith e seus primeiros seguidores tinha vários envolvimentos com magia, maçonaria irregular e tradições geralmente denominadas de ocultismo. Apesar de muito trabalho ainda estar "em andamento", a história de Joseph Smith está agora sendo vista em uma forma inteiramente nova e pouco ortodoxa. [3] No início de sua adolescência, Joseph foi reconhecido por outras pessoas por ter capacidades paranormais, e entre 1822 e 1827 ele foi contratado para atuar como "vidente" para vários grupos envolvidos na escavação de tesouros. Não só ele possuía uma “pedra de vidente" (foto acima), onde ele olhava e encontrava coisas perdidas ou escondidas na terra, mas também se tornou evidente que essa mesma pedra foi provavelmente o "Urim e Tumim", posteriormente usada para "traduzir" a maior parte do Livro de Mórmon. De acordo com relatos da época da “tradução” do livro, Joseph colocava a sua pedra de vidente dentro do chapéu e, em seguida inclinava-se para a frente, com os cotovelos sobre os joelhos, e o rosto enterrado no chapéu. Contemplando a pedra, enquanto nessa postura, ele visualizava e ditava as palavras para um escriba sentado nas proximidades. Esta fora exatamente a forma com que ele procurava os tesouros escondidos. As atividades das escavações de tesouro também envolviam rituais mágicos, e é provável que Joseph Smith era conhecedor, ao menos dos rudimentos de magias cerimoniais durante a sua adolescência. Um possível mentor de ocultismo do jovem Smith também foi identificado - um médico chamado Dr. Luman Walter. Walter era um primo distante da futura esposa de Smith e um membro do círculo de Smith associado às buscas de tesouros. Por relatos contemporâneos, ele não era apenas um médico, mas um mágico e hipnotizador que havia viajado extensivamente pela Europa para obter a "aprendizagem profunda" provavelmente incluindo o conhecimento da alquimia, da medicina de Paracelso e da sabedoria hermética.
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Outras evidências foram adicionadas à este cenário. Três pergaminhos muito curiosos (foto de um deles acima) e um punhal possuído pelo irmão de Joseph Smith, Hyrum, foram cuidadosamente preservados por seus descendentes como relíquias sagradas, transmitidas do filho mais velho para o filho mais velho após sua morte. A tradição da família afirmava que estes eram objetos religiosos, usados de alguma forma por Hyrum e Joseph. Quando finalmente foi permitido que pessoas fora da família os examinassem, estes foram reconhecidos como instrumentos de uma cerimônia mágica. O punhal tem o selo de Marte. Os três pergaminhos, cada um aparentemente destinado a uma diferente operação mágica, estão inscritos com uma variedade de símbolos mágicos e imagens.
Outra relíquia também ficou em evidência: um “medalhão de prata", que foi identificado como um talismã (foto acima). Este era de propriedade de Joseph Smith, e fora inclusive usado por ele no momento de seu assassinato, na cadeia de Carthage. Na sua frente e costas estão gravados um quadrado mágico e o selo de Júpiter, a força astrológica associada ao ano do nascimento de Joseph Smith. Todos esses itens poderiam ter sido fabricados baseados nos textos-padrão de cerimoniais mágicos, todos disponíveis no final do século XVIII e início do século XIX: A Filosofia Oculta de Agrippa, As Ciências Ocultas, de Sibly, e Barrett, o Mago. À esta luz, a visita do anjo Moroni assumiu aspectos inusitados. O anjo apareceu na noite do equinócio do outono, entre meia-noite e a madrugada - horário propício para uma invocação mágica. No dia do equinócio, Joseph já havia feito suas quatro visitas anuais ao morro. Quando ele finalmente pegou as placas, na noite do equinócio, na primeira hora após a meia-noite. Algumas citações afirmam que ele tinha sido obrigado a levar com ele naquela noite uma consorte (sua esposa), que montasse um cavalo preto e se vestisse de preto - todos os requisitos condicionados à uma operação mágica. Os historiadores ficaram intrigados sobre como unir estas informações com a história comumente relatada de Smith. Os pergaminhos mágicos tinham sido usados para invocar o Anjo Moroni ou outro os outros visitantes angélicos vistos por Joseph? E 77
acima de tudo, como é que isto se relacionaria ao conteúdo doutrinário e evolução do mormonismo, que eram aparentemente desprovidos de um conteúdo mágico? Enquanto a magia cerimonial era praticamente desconhecida - ou pelo menos, pouco documentada - elementos com aspectos ocultos eram abertamente evidentes no mormonismo. A mais óbvia era sua ligação irregular com a maçonaria. Em 1842, dois anos antes de sua morte, Joseph tinha abraçado a Maçonaria. Mas, muito antes de sua própria iniciação como maçom em Nauvoo, ele havia viajado em companhia de maçons - uma sociedade que incluía, entre outros proeminentes discípulos, Brigham Young. Sua primeira conexão com o ofício provavelmente veio com seu irmão Hyrum. Ele fora iniciado como maçom por volta de 1826, pouco antes de Joseph começar a trabalhar no livro de mórmon.[4] Algum tempo antes de 1826, Joseph pode ter tido contato com uma figura maçônica historicamente importante, o capitão William Morgan. Morgan publicou o primeiro livro com identificação do autor, com a exposição dos ritos maçônicos em Batavia, Nova Iorque, em 1826. O seu desaparecimento (e morte assumida) pouco antes da impressão do livro foi considerado um ato de vingança maçônico e desencadeou uma onda nacional de luta feroz contra os maçônicos. Dada à proximidade geográfica - eles viviam cerca de 20 quilômetros de distância - é perfeitamente possível que Morgan e Smith tenham se encontrado. Um historiador maçônico do século XIX sugeriu inclusive que Smith havia influenciado Morgan. Curiosamente, em 1834, a viúva de William Morgan, Lucinda, converteu-se ao mormonismo, juntamente com seu segundo marido, George Washington Harris. Harris também era maçom e ex-associado de William Morgan. Joseph Smith tornou-se bem familiarizado com George e Lucinda em torno de 1836, e algum tempo depois, ele entrou em um relacionamento íntimo com Lucinda. Eventualmente, Lucinda se tornou uma de suas “esposas espirituais"- uma relação que evoluiu plenamente, apesar dela ainda estar casada com Harris. A relação do profeta com a maçonaria após 1841 tornou-se extremamente complexa. Em junho de 1841, começaram os esforços para estabelecer uma loja maçônica em Nauvoo, e alguns meses depois, uma autorização para o Lodge foi concedida. Em 15 de março de 1842, a loja foi instalada, e que à noite Joseph Smith foi iniciado. No dia seguinte ele foi elevado ao grau de Mestre Maçom. Dois dias depois, Smith organizou a "Sociedade de Socorro Feminina”, talvez pretendendo que fosse uma auxiliar Maçônica, ou o início de uma nova maçonaria andrógina mórmon. Eventualmente, toda a dirigente da Sociedade de Socorro também se tornava uma esposa espiritual e consorte de Joseph, com sua primeira esposa Emma na qualidade de presidente da Sociedade (uma situação complicada pelo fato de que Emma não entender/aceitar o relacionamento de Joseph com as outras mulheres). Estes três últimos anos antes de seu assassinato foram sem dúvida o período mais criativo de sua vida. Pouco depois de sua iniciação maçônica, Smith começou a formular os rituais que seria instituídos no templo da igreja mórmon, ainda em fases iniciais de construção, em Nauvoo.
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Seis semanas depois, uma primeira versão do “endowment" (como o ritual foi posteriormente chamado) foi dada por Joseph à uma "Ordem Sagrada" com nove discípulos, todos eles mestres maçons. Muitos elementos do ritual do endowment tem um paralelo direto com a cerimônia Maçônica, um fato claro e evidente para os participantes. Até mesmo o templo de Nauvoo tem, em sua frente, uma escultura que é um símbolo maçom (foto acima). Smith explicou à seus seguidores que a Maçonaria era um remanescente - mesmo que modificado - do sacerdócio antigo que Deus lhe havia incumbido de restaurar. Por sua vez, todos os homens proeminentes da Igreja Mórmon tornaram-se um Mestre Maçom em Nauvoo. Outro elemento incomum entrou na “matriz de criatividade” de Smith por volta deste período. De suas associações com cerimônias mágicas e, em seguida, com a maçonaria, Smith tinha quase certamente ouvido falar na "cabala". Em 1841, um judeu criado na fronteira polonesa da Prússia, educado na Universidade de Berlim, e familiarizado com a Cabala, entrou para a Igreja mórmon, migrou para Nauvoo, e lá tornou-se frequente companheiro de Smith e professor em hebraico. Certa documentação veio recentemente à luz, sugerindo que este indivíduo, e não Alexander Neibaur, não só conhecia a Cabala mas provavelmente possuía uma cópia do texto clássico da Cabala, o Zohar, em Nauvoo. Joseph provavelmente tornou-se familiarizado com o Zohar, enquanto sob a tutela de Neibaur. Na verdade, em 7 de abril de 1844, a declaração pública de Smith sobre a pluralidade de deuses é apoiada por uma exegese das primeiras palavras em hebraico do Gênesis (Bereshit bara Elohim), extraídos da seção de abertura do Zohar.[5] Durante o período pós 1841, Joseph introduziu a prática do “casamento celestial” plural - que mais tarde evoluiu para poligamia em Utah – mas apenas para um pequeno grupo de seus seguidores confiáveis. Nesta época não só os homens, mas algumas mulheres - como Lucinda - secretamente tinham um cônjuge "plural". O casamento sagrado ritualizado por Smith foi uma união transformadora que ungia homens e mulheres a se tornarem "os sacerdotes e sacerdotisas", "reis e rainhas" e, finalmente, Deusa e Deus - a substância dupla criadora da Divindade no intercurso eterno e tântrico. A cerimônia era realizada no recinto mais sagrado de seu novo 79
templo. No final de 1843 Joseph revelou várias extensões ritualísticas para o “endowment", todos incorporados na cerimônia dos Templos mórmon. Este legado de rituais iniciatórios misteriosos revelados por Joseph Smith, entre 1842 e 1844, permanece (mas alterado) como o núcleo sagrado do mormonismo. Cinquenta anos depois, no final do século XIX, os líderes da igreja de Utah ocasionalmente falariam, de forma privada, que o ritual no templo mórmon era "a verdadeira maçonaria" - um fato desconhecido para a maioria dos mórmons modernos. Mesmo os mórmons bemeducados de hoje raramente compreendem as origens do compasso e do esquadro bordados no peito do garment usado pelos “iniciados” no templo. A relação da introdução destes rituais do templo com a visão de Joseph Smith do ocultismo e da introdução simultânea da maçonaria em Nauvoo é alvo de intenso interesse. No Outono de 1994, as peças do quebra-cabeça que compõe Joseph começaram a se encaixar: um padrão foi descoberto dentro desta matriz incomum de informações históricas. A busca de Joseph Smith por um tesouro de ouro e sagrado, enterrado na terra escura, o seu envolvimento com cerimônias mágicas, as visitações angélicas, os textos pseudoepigráficos ele “traduziu”, sua declaração de que a maçonaria seria um resquício do sacerdócio, e sua restauração de um templo com o mistério central no casamento sagrado - todos podem ser encaixados em um contexto recentemente reconhecidas: Hermetismo. Não só Smith tem inúmeras associações documentadas com heranças históricas do hermetismo, como a magia e a maçonaria, mas sua criação religiosa também evidencia diversos paralelos com ideias herméticas. John L. Brooke, professor de história na Tufts University, explorou este tema em 1994 em um estudo do mormonismo e Hermetismo, The Refiner's Fire: The Making of Mormon Cosmology, 1644-1844.[6] Brooke observa os “paralelos notáveis entre os conceitos Mórmon de igualdade da matéria e do espírito, do convênio do casamento celestial, de um objetivo final [de atingir a] divindade humana e das tradições filosóficas da alquimia e Hermetismo, elaborados a partir do mundo antigo e fundido com o cristianismo no Renascimento italiano”. Certamente a leitura poética de Joseph Smith como um “gnóstico” feita por Harold Bloom, assume nuances amplificadas: embora despercebido por Bloom, a imaginação de Smith na invenção de uma religião estava aliada, de várias maneiras, com remanescentes de uma tradição hermética frequentemente ligada ao gnosticismo. Quando ainda jovem, na companhia de caçadores de tesouros ocultos, desenhando círculos mágicos e lutando contra encantamentos no interior da Pensilvânia, Joseph Smith provavelmente sobre desta visão religiosa alternativa e pouco puritana. Smith pode até ter ouvido a velha lenda da Rosacruz, sobre um profeta de dezesseis anos de idade chamado Christian Rosencreutz e o misterioso livro M, que ele havia traduzido. Certamente ele teria aprendido sobre os mistérios da transmutação alquímica e da Pedra Filosofal. Logo depois, aos dezoito anos de idade, Smith encontrou seu próprio tesouro sagrado enterrado, um tesouro de ouro e ainda - como promete a tradição alquímica – de uma substância mais sutil que o ouro vulgar. Olhando para a sua “pedra de vidente”, que viu nas placas de ouro do livro de Mórmon um registro de antigas oposições e um Cristo que trouxe a união. Por uma década, Brooke sugeriu 80
que a teologia hermética emergente de Smith foi disfarçada sob a coloração de restauração do cristianismo tradicional e formada como uma nova igreja cristã. Mas, finalmente, nos últimos anos de sua vida, a verdade foi exposta: em Nauvoo, ele publicamente e inequivocamente anunciou sua nova teologia de espíritos preexistentes, a unidade de matéria e espírito, a divinização dos fiéis, e prosseguida, em particular, com a consumação do casamento alquímico-celeste como o último passo para esta divindade. O termo alquímico-hermético de “coniunctio” resume poderosamente as convicções que Smith havia alcançado em Nauvoo, por volta do verão de 1844. Ele estabeleceu uma teologia de conjunção - de unificação - dos vivos e dos mortos, dos homens e mulheres, de material e espiritual, secular e sagrado, todos unidos em um “novo e eterno convênio”, sobre o qual ele presidiria como rei e deus. Nestas circunstâncias, os limites convencionais entre pureza e perigo, certo e errado, lei e revolução, simplesmente desapareceram .... De fato, a maior experiência mórmon pode ser vista como experiência meta-alquímica, indo da oposição para a união, uma experiência formada e realizada de acordo com a personalidade de Joseph Smith.[7] Como essa estranha religião hermética evoluiu para a igreja mórmon de hoje é uma das questões mais interessantes e que ainda tem muito a ser explorada. No entanto, aqui daremos apenas um resumo aproximado do que se seguiu à morte de Smith. Joseph não estabeleceu uma ordem clara de sucessão profética, e no período caótico após sua morte, vários seguidores alegaram o seu ofício de profeta. Brigham Young, que foi por um longo período um apóstolo fiel a Smith, emergiu como o líder da organização e acabou por ser proclamado o "profeta novo, vidente e revelador" - uma posição que ocupou até sua morte, três décadas mais tarde. Forçado a abandonar Nauvoo, no inverno de 1846, Brigham Young conduziu seu povo através de uma difícil jornada para o vale do Grande Lago Salgado, e ali organizou uma nova sociedade mórmon. Young defendeu firmemente os ensinamentos e rituais apresentados por Smith em Nauvoo, incluindo as cerimônias do templo e as doutrinas relativas à poligamia. Isolado no deserto das Montanhas Rochosas, ele esperava realizar os sonhos de Joseph e estabelecer Sião longe de um mundo hostil e desentendido. Mas não era para ser. Com a força total do governo dos Estados Unidos e uma moralidade pública vitoriana dirigidos contra a Igreja Mórmon, em 1890, a prática da poligamia teve que ser publicamente abandonada. Após a sua derrota nesta batalha memorável, o mormonismo lentamente encontrou uma acomodação no mundo que havia fugido. No processo, muitos elementos da religião misteriosa de Joseph foram necessariamente encobertos ou atenuados - e no final do século XX, talvez em grande parte esquecidos. Um Joseph Smith gnóstico? A união entre Joseph Smith com a tradição gnóstica, feita por Harold Bloom, tem suscitado divergências entre os estudantes do mormonismo e do Gnosticismo. Várias questões cruciais aos modernos estudos gnósticos são levantadas por estas ideias 81
emergentes: Qual é a relação entre o movimento "gnóstico" antigo com o gnosticismo clássico? Os rudimentos da tradição foram transmitidos aos grupos pósclássicos por laços históricos (transmissão oral, mitos e textos); ou, foi este um produto independente do um tipo repetitivo de visão? Ou são duas forças de transmissão histórica e experiência gnóstica primária geradas interdependentes, ou mesmo ocultamente ligadas? Embora Joseph Smith tivesse uma ligação histórica com os remanescentes do gnosticismo veiculados pelo Hermetismo e Cabala da Renascença, sua criação religiosa claramente vem, em grande parte, de uma experiência pessoal. Sua criatividade primária foi "gnóstica"? Se sim, como se relaciona com a matriz da tradição? A complexidade dessas questões desafiam declarações simplistas. No entanto, Smith de fato expôs temas familiares ao Gnosticismo - proeminente dentre eles sendo sua a afirmação da realidade e necessidade de revelação individual e contínua como fonte de conhecimento para a salvação. Joseph Smith e sua religião evitaram a teologia, favorecendo o processo dinâmico da revelação. O resultado foi mais bem resumido no que Bloom observou ser “um dos sermões realmente notável já feito na América”, um discurso proferido pelo profeta em 7 de abril de 1844. Conhecido como o discurso King Follett, ele foi o último sermão importante de Joseph para a sua igreja, feito apenas dez semanas antes de sua morte. “Há muito poucos seres no mundo que entendem corretamente o caráter de Deus”, começou. “Se os homens não compreendem o caráter de Deus, eles não compreendem o seu próprio caráter”. Na humanidade existe uma centelha imortal da inteligência, declarou, a semente da inteligência divina ou luz, que é “tão imortal quanto, e tem a mesma condição que o próprio Deus”. Deus não é, entretanto, para ser entendido como única e singular. Voltando-se para hebraico e uma estranha exegese cabalística das três primeiras palavras de Gênesis (uma exegese provavelmente tirada diretamente do Zohar), Smith pronunciou que há uma infinidade de deuses emanados do Primeiro Deus, existindo um acima do outro sem fim. Aquele que a humanidade chama de Deus, fora uma vez um homem e o homem, através do avanço em inteligência, conhecimento - consciência - poderá ser exaltado com Deus, tornar-se como Deus. Próximo do início do seu ministério, em 1833, Smith declarou que “a glória de Deus é a inteligência”, eterna e não criada. Aqueles que desejam encontrar em Joseph um gnóstico, têm apontado que Smith usou a palavra “inteligência” como sinônimo de “conhecimento” em seus escritos proféticos durante este período. De fato, eles sugerem, as suas palavras possam ser lidas poeticamente para proclamar que a glória de Deus é Gnose - Gnose que salva uma mulher e um homem, levando-os juntos para um Eu único, não criado e intrinsecamente divino. Veja o vídeo sobre ocultismo e Joseph Smith AQUI (youtube)
_______________ Notas 1 - Robert Lindsey, A Gathering of Saints: A True Story of Money Murder and Deceit (New York: Simon and Schuster, 1988) -68-69, 81, 100-106.
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2 - See Linda Sillitoe and Allen Roberts, Salamander: The Story of the Mormon Forgery Murders (Salt Lake City: Signature Books, 1988); Steven Naifeh and Gregory White Smith, The Mormon Murders (New York: Weidenfeld & Nicolson, 1988). 3 - Smith's associations with occult traditions in early America, including extensive documentation of events discuss here, are comprehensively detailied in D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1987). For a interpretive reading of this history see Lance S. Owens, "Joseph Smith Kabbalah: The Occult Connection", Dialogue: A Journal of Mormon Thought 27 (Fall 1994): 117-194. 4 - Joseph Smith's and his religion's interactions with the Masonic tradition are fully documented in Michael W. Homer, "'Similarity of Priesthood in Masonry': The Relationship between Freemasonry and Mormonism", Dialogue: A Journal of Mormon Thought 27 (Fall 1994): 1-113. 5 - Owens, 178-84. 6 - John L. Brooke, The Refiner's Fire: The Making of Mormon Cosmology, 1644-1844 (New York: Cambridge University Press, 1994). 7 - Brooke, 281.
4 - Crimes 1 - Problemas com a justiça Joseph Smith enfrentou problemas com a justiça de do estado de Nova York. Estes se iniciaram 1825, quando Joseph Smith Jr. foi contratado pelo fazendeiro Josiah Stowel, um visitante que estava convencido que havia tesouros em suas terras. Como ele ouvira sobre a capacidade do jovem Smith em encontrar objetos perdidos, ele o contratou por 14 dólares por mês, mais estadia e alimentação. O pai de Joseph acompanhou seu filho de 19 anos nessa expedição. A mãe de Joseph confirmou sua notoriedade como vidente e relatou como o Sr. Stowell atravessou o estado para contratá-lo: “Um pouco antes de a casa ser terminada [1825], um homem chamado Josiah Stoal [Stowell] veio do condado de Chenango, Nova York, com a intenção de ter Joseph como assistente para a escavação de uma mina de prata [na Pennsylvania]. Ele veio por causa de Joseph, pois ouvira falar que ele possuía certos meios pelos quais ele conseguia discernir coisas invisíveis para o olho natural” [1]. H. Michael Maquardt diz que ambos os pais de Joseph o contrataram por causa de sua pedra mágica. Eles falaram que Joseph era mais do que uma ajuda para Stowell. Joseph Sr., por várias vezes falou que Joseph fora contratado "sob o requisito de alguém que queria assistência de seus gravetos divinos e pedras, para encontrar tesouros perdidos, possivelmente enterrados por índios ou outros". Nessa época, Joseph tinha 19 anos e seu pai, 44 [2]. O local da busca foi em Susquehanna Valey próximo à Damascus, Nova York. Vários homens apareceram para auxiliar na busca ao tesouro, esperando compartilhar do achado. O trabalho progredia lentamente. Nos primeiros dias, os escavadores trabalharam com vontade, antecipando suas riquezas. Mas conforme eles cavavam e não encontravam nada, começaram a desanimar. Quando Joseph disse a eles que o tesouro começara a afundar por causa de encantamentos, eles suspeitaram que ele 83
fosse um charlatão e perceberam que ele os tinha enganado. Porém, em março de 1826, Peter Bridgman, um vizinho de Stowel fez uma queixa oficial contra Smith, que foi preso por ser um impostor e por perturbar a paz do local. Em 20 de março, aos 20 anos, Joseph foi a julgamento em Chenango County Courthouse, no caso “People of State of New York v. Joseph Smith [Povo do Estado de Nova York contra Joseph Smith]”. Imediatamente após estas cópias aparecerem no livro No Man Knows My History, de Fawn Brodie (a partir de cópias da corte de Bainbridge), os líderes mórmons declararam que se tratava de uma falsificação para desacreditar Joseph Smith (veja o Deseret News, Church Section, May 11, 1946). O apóstolo John A. Widtsoe afirmou: "Este alegado registro de tribunal parece ser uma tentativa literária de um inimigo para ridicularizar Joseph Smith reunindo todos os boatos que havia naquela época fazendo parecer como se ele estivesse confessando isto... inclusive não há nenhuma prova de que houve tal julgamento" [3]. Os estudiosos mórmons continuaram a negar a autenticidade desta cópia até que, em agosto de 1971, no jornal Salt Lake City Messenger, foi anunciada uma importante descoberta sobre Joseph Smith. Ela foi feita por Wesley P. Walters, e tratava-se de documentos originais com mais de 140 anos. Esses documentos, encontrados em Norwich, Nova York, provam que Joseph Smith foi preso, julgado e condenado pela justiça em Bainbridge, Nova York. Abaixo, encontra-se o conteúdo do documento: STATE OF NEW YORK v. JOSEPH SMITH. "Warrant issued upon written complaint upon oath of Peter G. Bridgeman, who informed that one Joseph Smith of Bainbridge was a disorderly person and an impostor." "Prisoner brought before Court March 20, 1826. Prisoner examined: says that he came from the town of Palmyra, and had been at the house of Josiah Stowell in Bainbridge most of the time since; had small part of time been employed by said Stowel on his farm, and going to school. That he had a certain stone which he had occasionally looked at to determine where hidden treasures in the bowels of the earth were; that he professed to tell in this manner where gold mines were a distance under ground, and had looked for Mr. Stowel several times, and had informed him where he could find these treasures, and Mr. Stowel had been engaged in digging for them. That at Palmyra he pretended to tell by looking at this stone where coined money was buried in Pennsylvania, and while at Palmyra had frequently ascertained in that way where lost property was of various kinds; that he had occasionally been in the habit of looking through this stone to find lost property for three years, but of late had pretty much given it up on account of its injuring his health, especially his eyes, making them sore; that he did not solicit business of this kind, and had always rather declined having anything to do with this business. "Josiah Stowel sworn: says that prisoner had been at his house something like five months; had been employed by him to work on farm part of time; that he pretended to have skill of telling where hidden treasures in the earth were by means of looking through a certain stone; that prisoner looked for him sometimes; once to tell him about money buried in Bend Mountain in Pennsylvania, once for gold on Monument Hill, and once for a salt spring; and that he 84
positively knew that the prisoner could tell, and did possess the art of seeing those valuable treasures through the medium of said stone; that he found the (word illegible) at Bend and Monument Hill as prisoner represented it; that prisoner had looked through said stone for Deacon Attleton for a mine, did not exactly find it, but got a p-----(word unfinished) of ore which resembled gold, he thinks; that prisoner had told by means of this stone where a Mr. Bacon had buried money; that he and prisoner had been in search of it; that prisoner had said it was in a certain root of a stump five feet from surface of the earth, and with it would be found a tail feather; that said Stowel and prisoner thereupon commenced digging, found a tail feather, but the money was gone; that he supposed the money moved down. That prisoner did offer his services; that he never deceived him; that prisoner looked through stone and described Josiah Stowel's house and outhouses, while at Palmyra at Simpson Stowel's, correctly; that he had told about a painted tree, with a man's head painted upon it, by means of said stone. That he had been in company with prisoner digging for gold, and had the most implicit faith in prisoner's skill. "Arad Stowel sworn; says that he went to see whether prisoner could convince him that he possessed the skill he professed to have, upon which prisoner laid a book upon a white cloth, and purposed looking through another stone which was white and transparent, hold the stone to the candle, turn his head to book, and read. The deception appeared so palpable that witness went off disgusted. "McMaster sworn; says he went with Arad Stowel, and likewise came away disgusted. Prisoner pretended to him that he could discover objects at a distance by holding this white stone to the sun or candle; that prisoner rather declined looking into a hat at his dark coloured stone, as he said that it hurt his eyes." "Jonathan Thompson says that prisoner was requested to look for a chest of money; did look, and pretended to know where it was; and prisoner, Thompson, and Yeomans went in search of it; that Smith arrived at spot first; was at night; that smith looked at hat while there, and when very dark, and told how the chest was situated. After digging several feet, struck upon something sounding like a board or plank. Prisoner would not look again, pretending that he was alarmed on account of the circumstances relating to the trunk being buried, [which], came all fresh to his mind. That the last time he looked he discovered distinctly the two Indians who buried the trunk, that a quarrel ensued between them, and that one of said Indians was killed by the other, and thrown into the hole beside the trunk, to guard it, as he supposed." Thompson says that he believed in the prisoner's professed skill; that the board which he struck his spade upon was probably the chest, but on account of an enchantment the trunk kept settling away from them while digging; that notwithstanding they continued constantly removing the dirt, yet the trunk kept about the same distance from them. Says prisoner said that it appeared to him that salt might be found at Bainbridge, and that he is certain that prisoner can divine things by means of said stone. That as evidence of the fact prisoner looked into his hat to tell him about some money witness lost sixteen years ago, and that he described the man that witness supposed had taken it, and the disposition of the money; "And therefore the court find the defendant guilty."
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Costs: Warrant, 19c. Complaint upon oath, 25 1/2c. Seven witnesses, 87 1/2c. Recognisances, 25c. Mittimus, 19c. Recognisances of witnesses, 75c. Supoena, 18c.-$2.68." Este julgamento foi publicado, na época, na Fraser's Magazine, fev. 1873, 229 - 230. Antes que esta descoberta fosse feita, as autoridades de Igreja disseram isto:
"Um estudo cuidadoso de todos os fatos a respeito desta alegada confissão de Joseph Smith em um tribunal, que ele tinha usado uma pedra de vidente para achar tesouros escondidos de modo fraudulento, deve chegar à conclusão que nunca ouve tal registro e portanto, nunca aconteceu...se existisse alguma evidência de que Joseph Smith usou uma pedra de vidente para praticar fraude e engano, especialmente se tivesse feito esta confissão em um tribunal já em 1826, ou quatro anos antes do Livro de Mórmon ser impresso, e se essa confissão estivesse em um registro de tribunal, teria sido impossível para ele ter organizado a Igreja restaurada." Fonte: A New Witness For Christ In America, Salt Lake City: Vol. 1, 385-387.
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A seguir, encontram-se as reproduções fotográficas do documento do juiz Albert Neeley mostrando o processo e os custos envolvidos em vários julgamentos em 1826. O quinto item menciona o julgamento de Joseph Smith, o Adivinhador. Veja as reproduções abaixo: Documento 1:
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Documento 2: Custos do Juiz Albert Neely (partes de Joseph Smith estão destacadas)
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Documento 3: Custos do Juiz de Paz Phillip De Zeng
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Documento 3: Verso do documento do Juiz Neely com autenticação
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Documento 4: Verso do documento do Juiz de Paz De Zeng com autenticação
NOTAS: 1 - For discussion of Joseph Sr.'s use of a divining rod as well as his involvement in treasure-seeking in and around Manchester, New York, see Quinn 1987, 28-32, 36, 43, 57-58, 85, 86, 112, 209-10. See also I.G.1, JESSE SMITH TO HYRUM SMITH, 17 JUN 1829; III.J.2, ORSAMUS TURNER ACCOUNT, 1851, 214; III.A.14, WILLARD CHASE STATEMENT, CIRCA 11 DEC 1833, 240; III.A.9, PETER INGERSOLL STATEMENT, 2 DEC 1833, 232-33; III.A.13, WILLIAM STAFFORD STATEMENT, 8 DEC 1833, 237-38; and III.J.8, POMEROY TUCKER ACCOUNT, 1867, 20-21. 2- The Rise of Mormonism: 1816-1844, by H. Michael 3 - Joseph Smith—Seeker After Truth, Salt Lake City, 1951, p.78.
Marquardt,
Xulon,
2005,
p. 63].
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2 - Acusações criminais contra JS A igreja SUD insiste em afirmar que a vida de Joseph Smith e dos mórmons que o seguiram foram extremamente conturbadas por pertencerem à verdadeira religião (aliás, mais uma entre tantas outras "verdadeiras" que surgiam). Porém, nada é ensinado sobre todos os incidentes legais que levaram os mórmons a serem expulsos dos locais onde viviam e das prisões de Joseph Smith apenas como consequência de seus atos ilegais! Este fato indiscutível é claramente evidente quando se analisa a vida de Smith mesmo antes da "restauração da igreja" mórmon. Resumo das acusações penais contra Joseph Smith O texto a seguir vem do livro de Arza Evans, "The Keystone of Mormonism" [St. George, Utah: Keystone Books, Inc., 2003], pp.154-162. Todas as referências encontram-se neste livro. Mesmo antes de Smith ser detido e preso em Carthage, Illinois, após ordenar e ser bem sucedido na destruição de um jornal de propriedade independente - Nauvoo Expositor, ele já enfrentava várias acusações. “Logo após o incidente do ‘Nauvoo Expositor’ [destruição], vários mandados para a detenção de Joseph, Hyrum e uma série de outros líderes da Igreja foram emitidos por autoridades estaduais e municipais. As acusações incluíam traição contra o Estado de Illinois, poligamia, adultério, resistência à prisão, destruição de propriedade e perjúrio. Essas novas acusações, além das antigas acusações em Ohio e Missouri, juntamente com a acusação de alta traição pelo presidente dos Estados Unidos certamente justificam chamar Smith de 'bandido'. Infelizmente, Smith foi transformado em um mártir antes que ele pudesse ir a julgamento por seus crimes”. Crimes específicos cometidos por Joseph Smith incluem os seguintes:
Conduta de desordeiro e caçador de tesouro “... [Smith] [registrado no tribunal] detido, julgado e condenado como uma ‘pessoa desordeira’ e um ‘vidente' na corte [pública] do juiz Albert Neely”. Criação de ilegal de exércitos A organização ilegal de seu próprio exército, chamado Exército de Israel (Armies of Israel). “[Smith] organizou um exército pessoal ainda maior do que aquele organizado mais tarde, em Nauvoo, [também] claramente ilegal. Eles não estavam sujeitos às autoridades do Estado ou federais, mas apenas para aos comandos de Smith”.
Banco ilegal Smith criou um banco ilegal. “Quando a legislatura de Ohio negou a petição de Smith para um ato de incorporação, ele não permitiu que isto o impedisse de organizar seu próprio banco e imprimir dinheiro. Ele simplesmente ignorou as leis de Ohio e seguiu em frente com o seu 92
banco... Quando as autoridades de Ohio finalmente perceberam o que Smith tinha feito... [Após seu banco quebrar, custando a alguns de seus crédulos seguidores a poupança da sua vida,]... Eles mandaram um xerife e um suplente para prenderem [ele], Sidney Rigdon e outros líderes da Igreja que haviam violado as leis estaduais de Ohio. Smith e Rigdon escaparam de serem presos ao fugirem às escondidas de Missouri no meio da noite... Outros funcionários do banco não tiveram tanta sorte... Foram presos e mandados para a cadeia por circulação de moeda ilegal e outras atividades bancárias ilegais”. Criação de força policial secreta “... Smith ... organizou um grupo secreto de policiais mórmons, chamado Danitas, para lutar contra os inimigos externos e também para livrar a Igreja de dissidentes (apóstatas). Cada Danita fez um juramento de sangue para apoiar a Primeira Presidência, estivesse ela certa ou errada, mesmo para derramar sangue. Foram dados a cada membro sinais secretos, apertos de mão e senhas para identificar os outros membros. Foi dito aos Danitas, por Smith e Rigdon: “Vocês foram escolhidos para ser o nosso capitão, para governarem sobre este último reino de Jesus Cristo””.
No reino de Deus de Smith, os apóstatas eram culpados de traição e, portanto, mereciam ser mortos. Pouco importa que nenhuma organização religiosa na América tivesse qualquer autoridade legal para matar alguém...
Uma vez que o reino de Deus tem precedência sobre os governos dos homens, o profeta do Senhor e seus seguidores estavam acima das leis de Missouri, de qualquer outro estado ou até mesmo do governo dos Estados Unidos... Essa atitude ‘acima da lei' logo causou sérios problemas a Smith e a seus parceiros no crime. Ainda em Missouri, Smith, Rigdon, Pratt e outros líderes da Igreja foram presos por causa de um grande número de crimes, incluindo traição contra o Estado de Missouri, assassinato, incêndio, roubo e furto. Enquanto estava sendo transferido da cadeia de Liberty para outro local, ele escapou e fugiu para Commerce (Navuoo), Illinois. Mas essas antigas acusações em Missouri iriam assombrar estes fugitivos da lei ainda por muitos anos. Apesar dos depoimentos e declarações sob juramento de vários homens, incluindo dois dos próprios apóstolos de Smith (Marsh e Hyde), Smith afirmou que não tinha conhecimento nem qualquer responsabilidade sobre os Danitas.... Mas Smith, Rigdon, Taylor e outros líderes da Igreja estavam no controle dos Danitas. Organizaram este grupo militar secreto e deram-lhes suas ordens. Ao negarem o envolvimento, estavam simplesmente mentindo. A história pessoal de Smith afirma que, para se livrar de problemas legais no Missouri, ele pagou as despesas jurídicas e subornos em mais de 50.000 dólares!... Admitir a quebra da lei A atitude de Smith acima da lei. “No início, os líderes da Igreja alegaram que os seus problemas em Missouri eram relativos à perseguição religiosa. Porém, mais tarde, o primeiro conselheiro de Smith, Sidney Rigdon, admitiu que a principal razão que os mórmons tiveram tanta 93
dificuldade em Missouri, é que eles não obedeciam às leis terrenas. Ele disse: “Nós não as quebrávamos, estávamos acima delas”. ... Eventualmente, o iníquo Smith tornou-se tão embriagado com o poder que ele começou a exibir um comportamento muito bizarro. Por exemplo, ele começou a requisitar que outros líderes da Igreja trouxessem a ele suas esposas e filhas. Isto se tornou o teste de Smith sobre obediência e lealdade". Traição “A acusação de traição contra os Estados Unidos foi levantada contra Smith, em 1841, pelo. O presidente dos EUA, John Tyler, que tinha suportado o suficiente sobre o exército privado de Smith, sua arrogância e seu comportamento fora da lei. Em 31 de março, ele emitiu uma proclamação acusando Joseph Smith de traição... [conforme segue]: “Senhor: Você foi acusado de alta traição. Você deve se entregar ao governador em Springfield, Illinois, a fim de ser julgado perante o Supremo Tribunal dos Estados Unidos. O governador de Illinois tem ordens de levá-lo sob custódia se você não se entregar. O Presidente entregará uma proclamação contra você se você não obedecer a esta ordem até 1 de maio de 1843. Respeitosamente, Hugh L. Legare, procuradorgeral, pela Ordem de J. Tyler, o Presidente dos Estados Unidos”. “... Este mandado de prisão federal por traição ainda estava pendente quando Smith foi morto em Carthage, Illinois, em junho de 1844... Mesmo depois de ser acusado de traição pelo presidente dos Estados Unidos, Smith enviou um memorial ao Congresso dos EUA solicitando a aprovação de uma lei, dando-lhe autoridade para levantar um exército de 100.000 homens para assumir a parte oriental da América. A lei proposta puniria qualquer um que tentasse impedir ou perturbar Smith em sua campanha militar. Ele pediu uma multa de $ 1.000 ou dois anos de prisão para quem tentasse se opor a ele. O exército de Smith não seria parte do Exército regular dos Estados Unidos. O Congresso, é claro, se recusou a aceitar a proposta inconstitucional de Smith para ter poder militar”.
Violação da separação igreja/estado Smith tomou uma decisão incrível, durante este mesmo período, ao tornar-se um sério candidato à Presidência dos Estados Unidos. “Em uma violação flagrante de uma importante tradição legal, Smith derrubou o muro colocado por Thomas Jefferson separando a Igreja do Estado e chamou centenas de portadores do sacerdócio para irem a todos os estados da União e fazerem campanha para sua eleição”.
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Introdução da poligamia A introdução da poligamia por Smith, em 1841, a alguns dos principais homens e mulheres em Nauvoo... “A poligamia era contra a lei na maioria dos estados. A seção 1221... da lei do estado de Illinois, de 1833, determina uma multa de US $ 500 e um ano de prisão por cada violação da lei contra bigamia e poligamia. Uma vez que Joseph Smith tinha por vota de cinquenta mulheres, ele poderia ter sido multado em US $ 25.000 e ser mandado para a prisão por 50 anos!... Esta atmosfera de “parceiros de crime” criado por Smith, serviu para unir os líderes e membros da Igreja para muitos anos que viriam”. Rejeição da competência do governo “Como ele mesmo, sendo a lei... o Prefeito de Nauvoo, Smith e o Conselho da cidade aprovaram um decreto-lei que tornava ilegal qualquer pessoa em Nauvoo servir a qualquer chamado municipal, estadual ou federal, ou a busca ou apreensão de qualquer imóvel na cidade sem a permissão do prefeito [Smith]. Esta ação estava planejada para colocar Nauvoo fora da jurisdição de qualquer autoridade governamental em todo o território dos Estados Unidos”. Destruição de uma imprensa livre “Smith ordenou a destruição da imprensa do “Nauvoo Expositor”... Este jornal expôs a poligamia e algumas das outras atividades ilegais dos dirigentes da Igreja. Smith ordenou então que esta tipografia fosse destruída... Também ordenou que todas as cópias fossem confiscadas e queimadas. No dia seguinte, um moinho e alguns outros 95
imóveis pertencentes a Laws, Higbees, Fosters e a outros que imprimiram o “Nauvoo Expositor” também foram destruídos. Esses homens e suas famílias que ousaram questionar o poder ilimitado de Smith foram obrigados a fugir de Nauvoo por suas vidas! Smith e seus bandidos estavam em uma violência descontrolada”. Conclusão Ao lermos a “ficha criminal” de Smith, percebemos porque ele foi acusado e preso tantas vezes. Percebemos os motivos dos mórmons serem perseguidos e expulsos de onde se estabeleciam. Tudo está relacionado com a quebra e desobediência da lei. Apenas isso!
3 - O Banco Kirtland Safety Society Uma das ambições de Smith era criar o Banco Kirtland Safety Society, em 1º de janeiro de 1837. Entretanto, por seu privilégio na legislatura de Ohio ter sido negado, ele criou o Kirtland Safety Society Anti-Banking Company no dia seguinte. Diziam que o banco havia sido criado por uma revelação de Deus, e havia rumores que Joseph havia predito que, como os ramos de Araão, o banco engoliria os outros bancos e: “crescerá e florescerá, e se espalhará dos rios até os confins da terra, e sobreviverá quando todos os outros caírem em ruínas”. [1] O Messenger and Advocate publicou um apelo aos investidores que dizia: "…nós convidamos os irmãos estrangeiros a nos procurar, e comprarem ações no nosso [banco] Safety Society; e nós os lembraremos também das palavras de Isaias... “Certamente as ilhas devem esperar por mim, e primeiramente os navios de Tarshish, trazendo vossos filhos de longe, e sua prata e seu ouro (não sua cédula do banco) com eles, em nome do Senhor o Deus”.” [2] Joseph começou a imprimir notas que tinham ampla circulação entre os mórmons. Cédulas impressas:
Nota de 1 dólar (preço atual - $7.500,00)
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Nota de 2 dólares (sem cotação)
Nota de 3 dólares (preço atual - $8.500,00)
Nota de 5 dólares (preço atual - entre $2.950,00 e $12.950,00)
Nota de 10 dólares (preço atual de $3.900,00)
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Nota de 20 dólares (preço atual - entre $3.900,00 - $9.250,00)
Nota de 100 dólares (sem cotação)
Assinatura de Joseph Smith e Sidney Rigdom, em todas as notas. Note a palavra "cash" (=dinheiro) entre ambas as assinaturas Imagens disponíveis nos sites
http://www.kirtlandbanknote.com/modules/MyAnnonces/ http://www.rustcoin.com/mormonmoney.asp
De acordo com várias pessoas, o banco foi estabelecido sobre afirmações fraudulentas de um capital seguro. Elas explicaram que o cofre do banco estava cheio de caixas, cada uma marcando US$1000,00. De acordo com C. G. Webb: “O efeito daquelas caixas parecia magia. Eles criaram uma confiança na solidez do banco e aquele belo papel-moeda saiu [foi comprado] como bolo quente. Por volta de um mês, foi o melhor dinheiro do país” [3]. Porém, estas caixas estavam, na verdade, cheias de “areia, metais, ferro velho, pedras e combustíveis”, mas cada um tinha uma camada superior de moedas novas de 50 centavos. Qualquer um que duvidasse da estabilidade do banco podia levantar e contar as caixas. William Parrish, secretário de Joseph Smith e caixa do banco, escreveu em 1838: “Eu fiquei pasmo ao o ouvir declarar que nós tínhamos 98
US$60.000,00 em espécie em nossos cofres e US$600.000,00 sob nossa gerência, quando nós não tínhamos mais que US$6.000,00 e não gerenciávamos mais nada. Ainda, que nós tínhamos apenas cerca de dez mil dólares em contas a pagar quando ele, como caixa da instituição, sabia que havia um débito de pelo menos US$150.000,00” [4]. Devemos notar que Parrish deixou a igreja logo após este fiasco e começou abertamente a descrever os métodos do banco de Joseph. Em 27 de janeiro, menos de um mês após a abertura do banco, o Painesville Telegraph noticiou que Joseph havia “fechado o banco... dizendo que ele não pagaria um único dólar, exceto terrenos”. Todos com contas no “anti-banco” de Kirtland perceberam o dilema e quiseram desesperadamente se livrar dele. Em 1 de fevereiro, as contas foram vendidas por 12 e ½ centavos de dólar. [5] Desde o começo, o banco operava ilegalmente, e Joseph foi condenado e sentenciado pelas cortes a pagar a pena padrão de US$1.000,00, assim como os custos da corte. [6] Ainda, precisou fugir de Kirtland com Sidney Rigdon, durante a noite, para evitar sua prisão (veja AQUI). Não é necessário dizer que a dissolução do banco e os efeitos catastróficos sobre aqueles que acreditavam na palavra de Joseph Smith resultaram em uma desilusão coletiva com o profeta. Sob acusações de fraude, Joseph ameaçou excomungar qualquer SUD que processasse um irmão da igreja. De acordo com Heber Kimball, durante esse período: “não havia vinte pessoas sobre a terra que declarassem que Joseph Smith fosse o profeta de Deus” [7]. Para sermos justos, muitos outros bancos faliram durante o “pânico de 1837” e alguns (poucos) SUDs decidiram que a especulação de Joseph mais parecia uma imprudência do que um grande golpe. De acordo com Christopher Cary: “Era maravilhoso ver a tenacidade que eles mantiveram no profeta, quando eles sabiam terem sido roubados, abusados e insultados” [8]. Esse fiasco levou à excomunhão de Joseph Smith por parte da comunidade mórmon que foi lesada e um abandono em massa de grande número de membros da igreja [9]. Entretanto, devido às afirmações desonestas que foram feitas em relação ao capital do banco, as promessas proféticas de prosperidade do investimento e o fato de Joseph ter autorizado e perpetuado a operação ilegal do banco por si mesmo, o caráter e a habilidade de Joseph em agir sob a inspiração de Deus são altamente questionáveis.
Observações: Em um site de relacionamento, li a seguinte crítica sobre este post e/ ou Acusações Criminais Contra Joseph Smith KSS=>Mentiras e distorções dos anti-mórmons na WEB "Quando a legislatura de Ohio negou a petição de Smith para um ato de incorporação, ele não permitiu que isto o impedisse de organizar seu próprio banco e imprimir 99
dinheiro. Ele simplesmente ignorou as leis de Ohio e seguiu em frente com o seu banco..." 1 - Legislatura de Ohio negou a petição mas mesmo assim o banco foi constituído Esta não é a ordem correta dos eventos. A sociedade foi criada por fiar-se no conselho legal de vários advogados não-mórmons que vislumbravam um parecer favorável para que a mesma existisse. Houve vários pedidos para que a sociedade fosse oficialmente reconhecida desde a sua criação em 1836. Em uma decisão posterior (depois de a sociedade estar constituída) tal pedido foi indeferido. Se fosse em um período de maior estabilidade financeira, os advogados da sociedade poderiam ainda recorrer da decisão ou então adequar sua sociedade para cumprisse todos os requisitos legais exigidos. Lembrando que esta era uma época de pouca regulação e normatização do insipiente mercado financeiro que estava nascendo, não dá para comparar com a atual legislação do setor. http://en.fairmormon.org/Kirtland_Safety_Society#Illegal.3F 2 - Organizar seu próprio Banco: Em 1º lugar, não seria um banco, seria algo mais parecido hoje com uma Cooperativa de Crédito do que como Banco. Segundo, não era seu banco, apesar de ser acionista da cooperativa, ele não era acionista majoritário; e, inclusive se retiraria da sociedade quando esta começou a oferecer empréstimos para especuladores de terras. 3 - Imprimir dinheiro O antimórmons deve ser tão ignorante que não sabe a diferença entre uma nota promissória (um título privado emitido pela sociedade de Kirtland) e uma cédula de dinheiro (uma espécie de título público emitido pelo Banco Central de um país).
Respostas 1 - Apesar dos detalhes serem omitidos (pois aqui, trata-se de uma tradução), o fato é o mesmo: A legislatura de Ohio negou a petição de Smith para abrir um banco! 2 - O uso do nome Banco, de acordo com o texto original, foi mantido. Sendo uma cooperativa ou um banco, o fato é que Joseph Smith não tinha permissão para fazêlo! E mesmo assim, desobedeceu a legislação! Em nenhum local é mencionado que Smith abandonou a Cooperativa. Ao contrário, teve que fugir de Kirtland, pois sua vida corria risco - os próprios membros da igreja queriam matá-lo. Nessa época, ele foi EXCOMUNGADO da igreja que ele próprio formou, mas continuou com alguns seguidores, como se nada houvesse acontecido. 100
(It eventually led to the "excommunication" of Joseph Smith by a renegade part of the Mormon community and the mass defection of large numbers of members. http://hearkenoyepeople.blogspot.com/2010/06/errata.html e http://bookstore.fairlds.org/product.php?id_product=1049) 3 - Novamente, sendo fiel ao texto traduzido, o termo “impressão de dinheiro” foi mantido. De qualquer forma, sendo dinheiro ou nota promissória, era sem valor algum, e de fato, foi isso que fez com que o banco quebrasse. E... qual o acréscimo histórico ao chamar a tradutora de antimórmons e ignorante? _______________ Notas: 1 - De acordo com Warren Parrish, que sucedeu Joseph como caixa do banco, emu ma carta datada de 6 de março de 1838 em Zion's Watchman. Esta carta foi reconhecida judicialmente como sendo de fato de Luke Johnson e John F. Boynton (apóstolos) e Sylvester Smith e Leonard Rich (quórum dos setenta). 2 - A expressão entre parentheses é parte do texto original, reimpresso em History of the Church, Vol. 2, p. 473) 3 - Entrevista por W. Wyl. Veja Mormon Portraits, p. 36; também Oliver Olney: Absurdities of Mormonism Portrayed, p. 4; the letter of Cyrus Smalling in E. G. Lee, The Mormons, or Knavery Exposed, p. 14; e Fawn Brodie, No Man Knows My History, pp. 194-8). 4 - Carta para Zion's Watchman, publicada em 24 de março de 1838. Cyrus Smalling também escreveu que Joseph havia coletado apenas US$6.000,00 em espécie. Veja E. G. Lee, The Mormons, or Knavery Exposed, p. 14) 5 - De acordo com Cyrus Smalling. Veja E. G. Lee, The Mormons, or Knavery Exposed, p. 14. Também William Harris: Mormonism Portrayed (Warsaw, Illinois, 1841), p. 30). 6 - veja Chardon, Ohio, courthouse, Vol. U, p. 362). 7 - Sermão feito em 28 de setembro de 1856. Journal of Discourses, Vol. 4, p. 105) 8 - Pioneer and Personal Reminiscences, p. 45) 9 - Mark Lyman Staker. Hearken, O Ye People: the Historical Setting of Joseph Smith's Ohio Revelations. Salt Lake City, Utah:Greg Kofford Books, 2009. 725 pages. http://bookstore.fairlds.org/product.php?id_product=1049
5 - Caráter 1 - Ambições presunçosas Joseph Smith foi, sem sombra de dúvidas, um visionário. Mas mais do que isso, foi ambicioso no sentido de riquezas e de poder. William Law foi conselheiro de Joseph Smith na primeira presidência da igreja SUD, durante os tempos de Nauvoo. Ele era um homem confiável de Joseph, mas descreve o próprio Joseph de uma forma não convencional aos SUDs: “Um dos pontos mais fracos de Joe Smith era sua inveja dos homens. Ele não conseguia suportar ouvir outro homem falando. Se houvesse qualquer pregação, deveria ser a dele; toda a adoração e culto deveria ser para ele. Ele preferiria destruir seu melhor amigo a vê-lo se tornar popular aos olhos das pessoas da igreja. Sua vaidade não tinha barreiras. Ele era inescrupuloso; a vida de nenhum homem estaria a salvo se ele estivesse disposto a odiá-lo. Ele colocou as leis de Deus e dos homens em desafio”. 101
Uma das ambições de Smith era resolver o grande débito adquirido pela igreja por criar o Banco Kirtland Safety Society, em 1º de janeiro de 1837. Entretanto, por seu privilégio na legislatura de Ohio ter sido negado, ele criou o Kirtland Safety Society Anti-Banking Company no dia seguinte. Diziam que o banco havia sido criado por uma revelação de Deus, e havia rumores que Joseph havia predito que, como os ramos de Araão, o banco engoliria os outros bancos e: “crescerá e florescerá, e se espalhará dos rios até os confins da terra, e sobreviverá quando todos os outros caírem em ruínas”. [1] O Messenger and Advocate publicou um apelo aos investidores que dizia: “… nós convidamos os irmãos estrangeiros a nos procurar, e comprarem ações no nosso [banco] Safety Society; e nós os lembraremos também das palavras de Isaias... “Certamente as ilhas devem esperar por mim, e primeiramente os navios de Tarshish, trazendo vossos filhos de longe, e sua prata e seu ouro (não sua cédula do banco) com eles, em nome do Senhor o Deus”” [2]. De acordo com várias pessoas, o banco foi estabelecido sobre afirmações fraudulentas de um capital seguro. Elas explicaram que o cofre do banco estava cheio de caixas, cada uma marcando US$1000,00. Porém, estas caixas estavam, na verdade, cheias de “areia, metais, ferro velho, pedras e combustíveis”, mas cada um tinha uma camada superior de moedas novas de 50 centavos. Qualquer um que duvidasse da estabilidade do banco podia levantar e contar as caixas. De acordo com C. G. Webb:
"O efeito daquelas caixas parecia magia. Eles criaram uma confiança na solidez do banco e aquele belo papel-moeda saiu [foi comprado] como bolo quente. Por volta de um mês, foi o melhor dinheiro do país.” [3] William Parrish, secretário de JS e caixa do banco, escreveu em 1838: "Eu fiquei pasmo ao o ouvir declarar que nós tínhamos US$60.000,00 em espécie em nossos cofres e US$600.000,00 sob nossa gerência, quando nós não tínhamos mais que US$6.000,00 e não gerenciávamos mais nada. Ainda, que nós tínhamos apenas cerca de dez mil dólares em contas a pagar quando ele, como caixa da instituição, sabia que havia um débito de pelo menos US$150.000,00” [4]. Devemos notar que Parrish deixou a igreja logo após este fiasco e começou abertamente a descrever os métodos do banco de Joseph. Em 27 de janeiro, menos de um mês após a abertura do banco, o Painesville Telegraph noticiou que Joseph havia “fechado o banco... dizendo que ele não pagaria um único dólar, exceto terrenos”. Todos com contas no antibanco de Kirtland perceberam o dilema e quiseram desesperadamente se livrar dele. Em 1º de fevereiro, as contas foram vendidas por 12,5 centavos de dólar. [5] Desde o começo, o banco operava 102
ilegalmente, e Joseph foi ordenado pelas cortes a pagar a pena padrão de US$1.000,00, assim como os custos da corte. [6] Não é necessário dizer que a dissolução do banco e os efeitos catastróficos sobre aqueles que acreditavam na palavra de Joseph Smith resultaram em uma desilusão coletiva com o profeta.
Sob as acusações de fraude, Joseph ameaçou excomungar qualquer SUD que processasse um irmão da igreja. De acordo com Heber Kimball, durante esse período: “não havia vinte pessoas sobre a terra que declarassem que Joseph Smith fosse o profeta de Deus” [7].
Para sermos justos, muitos outros bancos faliram durante o “pânico de 1837” e alguns SUDs decidiram que a especulação de Joseph mais parecia uma imprudência do que um grande golpe. De acordo com Christopher Cary: “Era maravilhoso ver a tenacidade que eles mantiveram no profeta, quando eles sabiam terem sido roubados, abusados e insultados” [8]. Entretanto, devido às afirmações desonestas que foram feitas em relação ao capital do banco, as promessas proféticas de prosperidade do investimento e o fato de Joseph ter autorizado e perpetuado a operação ilegal do banco por si mesmo, o caráter e a habilidade de Joseph em agir sob a inspiração de Deus são altamente questionáveis. O ego de Joseph e a ambição são aparentes em várias declarações daqueles que o conheciam. Por exemplo, em uma carta para New England, Charlotte Haven escreveu o seguinte relativo a Joseph e Emma: “Irmã Emma é muito simples em sua aparência, apesar de ouvirmos que ela é muito inteligente e benevolente, tem grande influência sobre seu marido, e é geralmente amada. Ela disse muito pouco a nós, toda a sua atenção foi absorvida pelo que Joseph falava. Joseph falava incessantemente sobre si, o que ele tinha feito e podia fazer mais do que outros mortais, e comentou que ele era um gigante, fisicamente e mentalmente”. [9] Um pouco antes de sua morte, Joseph gabou-se: “Se eles querem um garoto sem barba para chicotear todo o mundo, eu me levantarei no topo de uma montanha e cantarei como um galo; eu sempre baterei neles... meus inimigos... pensam que quando eles silenciam meu discurso, eles me subjugam... mas os tolos, eu os deterei e voarei sobre eles... por fim, eu aparecerei no topo. Eu tenho mais para me gabar do que qualquer outro homem. Sou o único homem que foi capaz de manter a igreja unida desde os dias de Adão. Muitas pessoas me apoiaram. Nem Paulo, João, Pedro ou Jesus jamais o fizeram. Eu me gabo que nenhum homem jamais fez um trabalho como eu fiz. Os seguidores de Jesus fugiram Dele; mas os santos dos últimos dias jamais fugirão de mim”. [10] - leia o discurso completo AQUI. (ou abaixo)
Address of the Prophet—His Testimony Against the Dissenters at Nauvoo. (Sunday, May 26, 1844) 103
President Joseph Smith read the 11th Chap. II Corinthians. My object is to let you know that I am right here on the spot where I intend to stay. I, like Paul, have been in perils, and oftener than anyone in this generation. As Paul boasted, I have suffered more than Paul did. I should be like a fish out of water, if I were out of persecutions. Perhaps my brethren think it requires all this to keep me humble. The Lord has constituted me so curiously that I glory in persecution. I am not nearly so humble as if I were not persecuted. If oppression will make a wise man mad, much more a fool. If they want a beardless boy to whip all the world, I will get on the top of a mountain and crow like a rooster: I shall always beat them. When facts are proved, truth and innocence will prevail at last. My enemies are no philosophers: they think that when they have my spoke under, they will keep me down; but for the fools, I will hold on and fly over them. God is in the still small voice. In all these affidavits, indictments, it is all of the devil—all corruption. Come on! ye prosecutors! ye false swearers! All hell, boil over! Ye burning mountains, roll down your lava! for I will come out on the top at last. I have more to boast of than ever any man had. I am the only man that has ever been able to keep a whole church together since the days of Adam. A large majority of the whole have stood by me. Neither Paul, John, Peter, nor Jesus ever did it. I boast that no man ever did such a work as I. The followers of Jesus ran away from Him; but the Latter-day Saints never ran away from me yet. You know my daily walk and conversation. I am in the bosom of a virtuous and good people. How I do love to hear the wolves howl! When they can get rid of me, the devil will also go. For the last three years I have a record of all my acts and proceedings, for I have kept several good, faithful, and efficient clerks in constant employ: they have accompanied me everywhere, and carefully kept my history, and they have written down what I have done, where I have been, and what I have said; therefore my enemies cannot charge me with any day, time, or place, but what I have written testimony to prove my actions; and my enemies cannot prove anything against me. They have got wonderful things in the land of Ham. I think the grand jury have strained at a gnat and swallowed the camel. A man named Simpson says I made an affidavit against him, &c. Mr. Simpson says I arrested him. I never arrested Mr. Simpson in my life. He says I made an affidavit against him. I never made an affidavit against him in my life. I will prove it in court. I will tell you how it was: Last winter I got ready with my children to go to the farm to kill hogs. Orrin P. Rockwell was going to drive. An Englishman came in and wanted a private conversation with me. I told him I did not want any private conversations. "I demand one of you!" Such a one I am bound to obey anyhow. Said he—"I want a warrant against the man who stabbed Brother Badlam. He said it was a man who boarded at 104
Davis'. He said it was Mr. Simpson—it answered his description. I said I had no jurisdiction out of the city. He said—"The man must be arrested, or else he will go away." I told him—"You must go to Squire Wells, Johnson, or Foster." Mr. Lyric stepped up and said—"I am a policeman." I jumped into my carriage, and away I went. When I came back I met Mr.. Jackson. He said—"You did wrong in arresting Mr. Simpson." I told him I did not do it. I went over and sat down, and related the circumstances. He turned round and said—"Mr. Smith, I have nothing against you; I am satisfied." He went and supped with me. He declared in the presence of witnesses, that he had nothing against me. I then said—"I will go over to Esquire Johnson, and testify what the Englishman told me." I told him not to make out that I believe he is the man, bat that I believe he is innocent. I don't want to swear that he is the man. Messrs. Coolidge, Rockwell, Hatfield, and Hawes were present. Mr. Johnson made one [a complaint] out in due form: and as I sat down in a bustle the same as I do when one of the clerks brings a deed for me to sign. Johnson read it. I said—"I can't swear to that affidavit; I don't believe it: tear up that paper." Mr. Simpson agreed to come before Badham and make it up. I did not swear to it [i. e. to the complaint.] After a while, Dr. Foster and others came in. They called me up to testify. I told it all the same as I do here. Mr. Simpson rose up, and asked,—"Do you believe now that I am the man who stabbed Mr. Badham?" I replied—"No sir, I do not now, nor ever did: the magistrate says I did not swear to it." He considered, and made a public declaration that he was satisfied with me. Aaron Johnson went before the grand jury and swore I did not swear to it. when Dr. Foster goes and swears that I swore to it, and that he was in the room when he was not in. Chauncey wanted me to stay and have a conversation. Dr. Foster asked Aaron Johnson for the writ and affidavit. He handed them to Dr. Foster, who read them, and then threw them into the fire. I said—"Doctor, you ought not to have burned it; it was my paper." Dr. Foster goes to the grand jury and swears he did not burn only one; but I say he burnt both. This is a fair sample of the swearing that is going on against me. The last discharge was the 40th; now the 41st, 42nd, 43rd; all through falsehood. Matters of fact are as profitable as the Gospel, and which I can prove. You will then know who are liars, and who speak the truth I want to retain your friendship on holy grounds. Another indictment has been got up against me. It appears a holy prophet has arisen up, and he has testified against me: the reason is, he is so holy. 105
The Lord knows I do not care how many churches are in the world. As many as believe me, may. If the doctrine that I preach is true, the tree must be good. I have prophesied things that have come to pass, and can still. Inasmuch as there is a new church, this must be old, and of course we ought to be set down as orthodox. From henceforth let all the churches now no longer persecute orthodoxy. I never built upon any other man's ground. I never told the old Catholic that he was a fallen true prophet God knows, then. that the charges against me are false. I had not been married scarcely five minutes, and made one proclamation of the Gospel, before it was reported that I had seven wives. I mean to live and proclaim the truth as long as I can. This new holy prophet [William Law] has gone to Carthage and swore that I had told him that I was guilty of adultery. This spiritual wifeism! Why, a man dares not speak or wink, for fear of being accused of this. William Law testified before forty policemen, and the assembly room full of witnesses, that he testified under oath that he never had heard or seen or knew anything immoral or criminal against me. He testified under oath that he was my friend, and not the "Brutus." There was a cogitation who was the "Brutus." I had not prophesied against William Law. He swore under oath that he was satisfied that he was ready to lay down his life for me, and he swears that I have committed adultery. I wish the grand jury would tell me who they are—whether it will be a curse or blessing to me. I am quite tired of the fools asking me. A man asked me whether the commandment was given that a man may have seven wives; and now the new prophet has charged me with adultery. I never had any fuss with these men until that Female Relief Society brought out the paper against adulterers and adulteresses. Dr. Goforth was invited into the Laws' clique, and Dr. Foster and the clique were dissatisfied with that document, and they rush away and leave the Church, and conspire to take away my life; and because I will not countenance such wickedness, they proclaim that I have been a true prophet, but that I am now a fallen prophet. Jackson has committed murder, robbery, and perjury; and I can prove it by half-a-dozen witnesses. Jackson got up and said—"By God, he is innocent," and now swears that I am guilty. He threatened my life. 106
There is another Law, not the prophet, who was cashlured for dishonesty and robbing the government. Wilson Law also swears that I told him I was guilty of adultery. Brother Jonathan Dunham can swear to the contrary. I have been chained. I have rattled chains before in a dungeon for the truth's sake. I am innocent of all these charges, and you can bear witness of my innocence, for you know me yourselves. When I love the poor, I ask no favors of the rich. I can go to the cross—I can lay down my life; but don't forsake me. I want the friendship of my brethren.—Let us teach the things of Jesus Christ. Pride goes before destruction, and a haughty spirit before a downfall. Be meek and lowly, upright and pure; render good for evil, If you bring on yourselves your own destruction, I will complain. It is not right for a man to bear down his neck to the oppressor always. Be humble and patient in all circumstances of life; we shall then triumph more gloriously. What a thing it is for a man to be accused of committing adultery, and having seven wives, when I can only find one. I am the same man, and as innocent as I was fourteen years ago; and I can prove them all perjurers. I labored with these apostates myself until I was out of all manner of patience; and then I sent my brother Hyrum, whom they virtually kicked out of doors. I then sent Mr. Backenstos, when they declared that they were my enemies. I told Mr. Backenstos that he might tell the Laws, if they had any cause against me I would go before the Church, and confess it to the world. lie [Wm. Law] was summoned time and again, but refused to come. Dr. Bernhisel and Elder Rigdon know that I speak the truth. I cite you to Captain Dunham, Esquires Johnson and Wells, Brother Hatfield and others, for the truth of what I have said. I have said this to let my friends know that I am right. As I grow older, my heart grows tenderer for you. I am at all times willing to give up everything that is wrong, for I wish this people to have a virtuous leader, I have set your minds at liberty by letting you know the things of Christ Jesus. When I shrink not from your defense will you throw me away for a new man who slanders you? I love you for your reception of me. Have I asked you for your money? No; you know better. I appeal to the poor. I say, Cursed be that man or woman who says that I have taken of your money unjustly. Brother Babbitt will address you. I have nothing in my heart but good feelings.
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Em dezembro de 1843, a extraordinária ambição de Joseph era aparente em uma petição que ele enviou ao Congresso. Ele pediu que Nauvoo fosse um território 108
completamente independente do território federal, com a legião de Nauvoo incorporada nas forças armadas dos EUA e que ao prefeito (ele mesmo) fosse dado poder de chamar as tropas dos Estados Unidos sempre que necessário. Este pedido foi acompanhado de uma profecia: “Eu profetizo, pelo poder do Sacerdócio a mim investido, e em nome do Senhor Jesus Cristo que, se o Congresso não ouvir nossa petição e não garantir nossa proteção, eles se despedaçarão como governantes, e Deus os condenará, e nada restará deles – nem mesmo uma gota de gordura!” [11]. Em março de 1844, Joseph enviou outra petição ao Congresso. Desta vez, ele pediu para ser indicado um oficial das forças armadas dos EUA com poder para convocar 100.000 voluntários para patrulhar e policiar as fronteiras do oeste desde o Texas até o Oregon. Na época de sua morte, Joseph estava concorrendo para Presidente dos Estados Unidos. Em 11 de março de 1844, ele começou a organizar o “Reinado de Deus” ou “Conselho dos 50” para ser a “a mais alta corte na terra”. Nesta organização, Joseph permitiu-se “ser ordenado rei dos reinos sobre a casa de Israel para todo o sempre”. [12] Algumas outras citações: Dois membros do Quórum dos Doze Apóstolos, Thomas B. Marsh e Orson Hyde desertaram à causa da Igreja em 18 de outubro. Marsh prestou juramento documentado, que foi endossado em sua maior parte por Hyde, declarando que: “O Profeta transmite a ideia, a qual é acreditada por todo verdadeiro mórmon, de que as profecias de Smith são superiores às leis do país. Ouvi o Profeta dizer que ele ainda iria pisar seus inimigos e caminhar sobre seus cadáveres; e se não lhe deixassem em paz, ele seria um segundo Maomé para esta geração”. [14] Algumas das pessoas que moravam em Sião chegaram a acusar Joseph Smith de “almejar poder e autoridade monárquicas” e de estar adiando de propósito sua ida para Sião. [15] Joseph Smith declarou, em várias ocasiões, que “podia desafiar a Terra e o inferno” [16], que era o homem mais importante que já havia vivido, incluindo Jesus Cristo [17], que era um advogado, um grande legislador; que podia abranger todo o céu, a terra e os infernos; e que ia descobrir o conhecimento que suplantaria todos os outros advogados, doutores e corpos letrados [18]. “A terra inteira será testemunha de que eu, como a rocha elevada no meio do oceano, que resistiu à poderosa investida das ondas durante séculos, sou invencível...” “Eu combato os erros da história, enfrento a violência das massas; virome com os procedimentos ilegais da autoridade; corto o nó górdio dos poderes e resolvo os problemas matemáticos das universidades, com a verdade, com a verdade primeira: e Deus é meu homem de confiança, meu braço direito” [19] “Deus fez de Aarão o Seu porta-voz para as crianças de Israel, e Ele me fará deus para vocês como Seu substituto, e os élderes dependerão de mim; e mesmo se vocês não gostarem vocês terão que aceitar.” [20].
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"Eu sou um advogado; eu sou o maior advogado, e compreendo o paraíso, a terra e o inferno, e trago o conhecimento que deve sobrepujar os dos advogados, doutores e outros grandes seres”. [21] “Não contratem advogados ou paguem à eles dinheiro por seus conhecimentos, pois aprendi que eles não sabem nada. Eu sei mais do que todos eles.” [22] “Nenhum homem pode ensiná-los mais do que eu já vos disse.” [23] Josiah Quincy explica que, quando visitou Joseph Smith, em 1844: “o profeta 110
perguntou: “Este [templo] não está acima do de Salomão, que construiu um templo com os tesouros de seu pai David e com a ajuda de Hirão [sic], o Rei de Tiro? Joseph Smith construiu seu templo sem ninguém para ajudá-lo neste trabalho “” [24].
“E assim profetizou Joseph, dizendo: Eis que o Senhor abençoará este vidente [Joseph Smith]; e aqueles que procurarem destruí-lo serão confundidos, porque esta promessa que obtive do Senhor para o fruto de meus lombos será cumprida.” [25] Joseph foi assassinado em 1844. Um lembrete: aqueles que confiam no braço do homem estão mal amparados: "Afinal de contas quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer, de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento". 1 Co.3:5-7.
Notas: 1 - De acordo com Warren Parrish, que sucedeu Joseph como caixa do banco, emu ma carta datada de 6 de março de 1838 em Zion's Watchman. Esta carta foi reconhecida judicialmente como sendo de fato de Luke Johnson e John F. Boynton (apóstolos) e Sylvester Smith e Leonard Rich (quórum dos setenta). 2 - A expressão entre parentheses é parte do texto original, reimpresso em History of the Church, Vol. 2, p. 473) 3 - Entrevista por W. Wyl. Veja Mormon Portraits, p. 36; também Oliver Olney: Absurdities of Mormonism Portrayed, p. 4; the letter of Cyrus Smalling in E. G. Lee, The Mormons, or Knavery Exposed, p. 14; e Fawn Brodie, No Man Knows My History, pp. 194-8). 4 - Carta para Zion's Watchman, publicada em 24 de março de 1838. Cyrus Smalling também escreveu que Joseph havia coletado apenas US$6.000,00 em espécie. Veja E. G. Lee, The Mormons, or Knavery Exposed, p. 14)
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5 - De acordo com Cyrus Smalling. Veja E. G. Lee, The Mormons, or Knavery Exposed, p. 14. Também William Harris: Mormonism Portrayed (Warsaw, Illinois, 1841), p. 30). 6 - veja Chardon, Ohio, courthouse, Vol. U, p. 362). 7 - Sermão feito em 28 de setembro de 1856. Journal of Discourses, Vol. 4, p. 105) 8 - Pioneer and Personal Reminiscences, p. 45) 9 - "A Girl's Letters from Nauvoo," Overland Monthly, December 1890, p. 623 10 - History of the Church, Vol. 6, p. 408-409). 11 - Millennial Star, Vol. 22 (1860), p. 455. Note que, quando reimpresso na History of the Church, Vol. 6, p. 116, algumas palavras foram omitidas.) 12 - veja Brigham Young's diary como publicado no Millennial Star, Vols. 26-27; Zion's Harbinger and Baneemy's Organ, Vol. III (July 1853), p. 52) 14 - História da Igreja na plenitude dos tempos, p 199) 15 - História da Igreja na Plenitude dos Tempos, p 128 16 - Carta datada de 22 de julho de 1844, de Sarah Scott, na qual se descrevem as pretensões de Smith 17 - History of the Church, v6, p408 18 - History of the Church, v6, p78 19 - History of the Church, v6, p78 20 - Joseph Fielding Smith, Teachings of the Prophet Joseph Smith, p.363 (from History of the Church, Vol. 6, pp. 319-320) 21 - History of the Church, Vol. 5, p. 289 22 - Ibid., p. 467 23 - Times and Seasons, Vol. 5, p. 614 24 - Figures of the Past, as cited in Among the Mormons, p. 138) 25 - O Livro de Mórmon - 2 Néfi 3:14
2 - A violência do profeta A violência de Joseph Smith Enquanto muitos aceitam como verdade única apenas o que a igreja SUD decide publicar, muitos pesquisadores, com acesso a documentos exclusivos, tem descoberto facetas interessantes da história e dos personagens envolvidos. Um deles, e sem dúvida, o mais contundente, é Joseph Smith. Atualmente, pode-se afirmar que o profeta Mórmon era claramente propenso à violência. Enquanto o escritor mórmon John J. Stewart afirmou que Joseph Smith foi "talvez o mais homem mais cristão que viveu na Terra desde o próprio Jesus", esta conclusão não é apoiada pela História de Joseph Smith: "Eu não sou tão 'cristão' como muitos supõem que eu seja. Quando um homem tenta me subjugar como se eu fosse um cavalo, sinto-me disposto a chutá-lo e jogá-lo ao chão, e subjugá-lo” (History of the Church, vol. 5, página 335). Ao contrário do homem gentil e suave retratado no filme mórmon Legacy, Joseph Smith foi, sem dúvida, um profeta lutador. Ele não só gostava de lutar e provar a sua força, mas às vezes ele chutava e feria seriamente as pessoas. O historiador D. Michael Quinn observou que Smith foi um presidente da Igreja “que agrediu fisicamente os mórmons e não mórmons para insultá-los...” (The Mórmon Hierarchy: Origins of Power, 1994, pages 261-262). Jedediah M. Grant, um membro da Primeira Presidência de Brigham Young, falou sobre “o pastor Batista, que veio ver Joseph Smith .... ficou diante dele, cruzou os braços e disse: “É possível que agora eu dê meu ponto de vista sobre um homem que tem conversado com meu Salvador?” 112
“Sim”, disse o profeta: “Eu não sei, mas você sabe. Gostaria de lutar comigo?” Isso, veja, fez com que o sacerdote fosse esmagado e caísse com uma cambalhota. Depois de rodopiar algumas vezes, como um pato com um tiro na cabeça, ele concluiu que a sua santidade tinha sido terrivelmente agredida. ... “ (Journal of Discourses, vol. 3, pp. 66-67). Um amigo próximo de Joseph Smith, Benjamin F. Johnson, fez esta observação após a morte de Smith: “E, no entanto, apesar de muito social e até mesmo com a convivência às vezes, ele não permitia nenhuma arrogância ou liberdades indevidas. Críticas, até mesmo de seus associados, raramente eram aceitas. Contradições podiam, de repente, despertar um leão nele. Ele não era suplantado por nenhum de seus companheiros... Um ou outro de seus companheiros tinham, mais de uma vez, por seu atrevimento, tirando-os da congregação com seus chutes .... Ele golpeou fortemente seu irmão William ... Enquanto estávamos com ele nas situações de fraternidade, sociais e por vezes, de convívio, não podíamos entender plenamente a grandeza e a majestade da sua vocação”. (Letter by Benjamin F. Johnson to Elder George S. Gibbs, 1903, as printed in The Testimony of Joseph Smith's Best Friend, pages 4-5). Max Parkin, um escritor mórmon, referiu-se a um processo judicial contra Joseph Smith, em que Calvin Stoddard, cunhado de Joseph, declarou que: “Smith então veio e bateu na testa dele com a mão reta - o golpe derrubou-o, e então Smith repetiu o golpe quatro ou cinco vezes, com tanta força que o deixou cego, que Smith, mais tarde foi a ele e pediu o seu perdão...” (Conflict at Kirtland, citing from the Painesville Telegraph, June 26, 1835). Parkin também cita Luke S. Johnson, que serviu como apóstolo no início da Igreja mórmon, dizendo que, quando um ministro insultava Joseph Smith em Kirtland, Ohio, Smith, “bateu nos [dois] ouvidos dele [ao mesmo tempo] com ambas as mãos, e olhando para a porta, chutou-o para a rua”, por falta de caridade do homem” (Ibid., p. 268). Na História da Igreja, no ano de 1843, sabe-se de duas lutas que Joseph Smith tivera em Nauvoo: “Josias Butterfield veio à minha casa e me insultou de forma tão ultrajante que eu o chutei para fora da casa, pelo quintal, até a rua”. (History of the Church, vol. 5, página 316). “Bagby me chamou de mentiroso, e pegou uma pedra para atirar em mim, isso enfureceu-me tanto que eu o segui e bati nele duas ou três vezes. Esquire Daniel H. Wells entrou entre nós e conseguiu separar-nos .... Eu fui até o vereador Whitney ... ele aplicou uma multa, que eu paguei e depois voltei para a reunião política”. (Ibid., p. 524). Em 13 de agosto de 1843, Joseph Smith admitiu que ele houvesse tentado sufocar Walter Bagby: “Eu conheci-o, e ele usou de linguagem abusiva, pegando uma pedra para atirar em mim: eu o agarrei pelo pescoço para sufocá-lo”. (Ibid., p. 531) 113
Depois que ele se tornou presidente da Igreja Mórmon, Brigham Young, comentou: “Se você tivesse que lidar com o Profeta Joseph, você pensaria que eu sou muito temperado .... Ele não suportaria o que eu tenho suportado e apareceria como se fosse demolir todas as casas na cidade e arrancar as árvores por suas raízes, se os homens se conduzissem a ele da mesma maneira que eles têm se conduzido a mim." (Journal of Discourses, vol. 8, pp. 317-318). Além de asfixiar, chutar as pessoas para fora das casas e da igreja, batendo-lhes na testa, nas duas orelhas, as evidências indicam que ele ameaçou a vida de algumas pessoas. Veja The Mórmon Hierarchy, páginas 91-92. “Muitos podem arguir sobre estas situações, defendendo o comportamento de Joseph como sendo apenas “uma defesa". Mas perseguir alguém por fazer ameaça e bater em um pregador por não concordar com as mesmas coisas ou chutar pessoas para fora da congregação são atitudes de um homem que foi tocado e inspirado por Deus?”.
3 - Mentalmente doente? Traduzido e adaptado – texto de Sandra Tunner (veja original AQUI). Em 1993, Dialogue: A Journal of Mórmon Thought, publicou um artigo de Lawrence Foster, que estabeleceu a sua crença de que Joseph Smith era mentalmente doente. Na página 15, Foster ressaltou que "a análise apresentada aqui sobre Joseph Smith e sua possível tendência para a psicose maníaco-depressiva não tem outra intenção além de uma especulação". Em seu artigo Foster sugere que o envolvimento de Joseph Smith em poligamia pode, de fato, ter sido o resultado de uma depressão: “Para colocar esse assunto em um contexto maior, vamos retornar às perspectivas de William James ... e perceber que os profetas religiosos, incluindo Joseph Smith, estavam de alguma forma, pelo menos inicialmente, “doentes”, “perturbados”, ou “anormais”... Por que Joseph Smith sentiase tão preocupado com a introdução do casamento plural entre os seus seguidores ... Houve algo psicológico escondido que ajudaria a dar sentido a este comportamento aparentemente obsessivo? ... Uma grande variedade de fatores, inclusive... a própria libido extremamente grande de Joseph Smith fez com que o casamento plural fosse uma ideia com um poder considerável sobre o profeta mórmon ... estava Smith, assim como alguns de seus seguidores mais fiéis, perdendo contato com a realidade durante seus últimos meses em Nauvoo?” “Uma abordagem psicológica convincente para explicar esta e outras características intrigantes do comportamento do profeta mórmon durante esse período me foi sugerida por um psiquiatra mórmon, o Dr. Jess Groesbeck .... gradualmente o poder explanatório de [sua] interpretação pareceu mais e mais convincente para mim.” “Groesbeck argumentou que muitos aspectos do comportamento de Joseph Smith, especialmente durante os últimos anos de sua vida, são surpreendentemente semelhantes ao comportamento que os psiquiatras associam com a síndrome 114
maníaco-depressiva. Embora se possa entender que qualquer indivíduo, sob as pressões que Joseph Smith enfrentou, poderia ter experimentado grandes variações de humor, no caso do profeta mórmon as alterações de humor parecem tão graves que podem ser clinicamente significativas.” “Groesbeck também apontou que há provas substanciais de que as tendências maníaco-depressiva tendem a ser herdadas. Embora muitas pessoas estejam conscientes que um dos filhos mais brilhantes e mais atraentes de Joseph Smith, David Hyrum, tragicamente caiu em loucura e passou os últimos anos de sua vida em uma instituição para doentes mentais, poucos sabem que pelo menos seis outros descendentes masculinos do profeta mórmon também sofreram de distúrbios psicológicos, incluindo psicose maníaco-depressiva ....” “De acordo com Harold I. Kaplan e Benjamin J. Sadock Comprehensive Textbook of Psychiatry/IV: .... “A atividade aumentada assume a forma de promiscuidade sexual, participação política, religiosa e preocupações .... delírios e alucinações não são incomuns .... É muito comum a pessoa se comunicar com Deus e ter revelações que ele ou ela tem uma finalidade ou uma missão especial. Os pacientes frequentemente se descrevem como um "instrumento" de Deus através de quem Deus fala ao mundo”. “Em as várias formas de doença maníaco-depressiva, as elevações maníacos alternam a forma bipolar, com períodos de depressão ....” “Como as descrições de mania psicológica encaixam-se com ações de Joseph Smith durante os últimos três anos da sua vida ... Para quem tem trabalhado em estreita colaboração com os registros da vida do profeta mórmon durante esses últimos anos, as semelhanças são impressionantes ....” “O mais óbvio é a extraordinária expansividade e grandiosidade do profeta mórmon ao longo deste período. Durante o último ano de sua vida ... Smith foi prefeito de Nauvoo e chefe de seu próprio exército privado, tornou-se “rei” do seu reino secreto de Deus. .. concorreu à presidência dos Estados Unidos ... e foi o “marido”, de alguma forma, de dezenas de esposas ....” “Em nenhuma área as qualidades maníacas de Joseph Smith eram mais evidentes do que em seus esforços para introduzir e praticar a poligamia, durante os últimos três anos da sua vida. O ponto no qual Joseph Smith começou a introduzir a poligamia sistemática para seus mais próximos colaboradores tem forte sugestão de mania. ... o seu surto subsequente de atividade, com dezesseis ou mais mulheres com quem ele parece ter mantido relações sexuais como esposas plurais (o número total pode ter sido muito maior) é ainda mais sugestivo de hipersexualidade, que muitas vezes acompanha períodos maníacos.” (Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Winter, 1993, páginas 4, 7, 9-13) A hipótese de Lawrence Foster de que Joseph Smith pode ter tido problemas mentais seria muito difícil para os estudiosos da BYU aceitarem. Para muitos mórmons, a ideia de que Joseph Smith não era mentalmente competente é muito mais ofensiva do que 115
chamá-lo de fraude. As pessoas preferem acreditar que são muito inteligentes para não serem enganadas por alguém que seja mentalmente doente. Consequentemente, alguns mórmons consideram que este é o máximo insulto à sua inteligência. Os Tanners expressaram sérias dúvidas de que Foster estivesse tentando ofender os mórmons. Na verdade, ele provavelmente sentiu que seu trabalho iria ajudar os intelectuais mórmons a substituírem a história oficial da igreja por algo mais verossímil. Se a Primeira Visão for tida como uma alucinação e a revelação de estabelecer a poligamia como um resultado natural de um maníaco-depressivo, então o comportamento estranho de Joseph Smith pode ser mais aceitável. Sob esta hipótese, muitas coisas sobre Joseph Smith podem ser explicadas. Por exemplo, na entrevista dos Tanner com Foster, ele afirmou que poderia explicar a “raiva feroz de Joseph Smith.. nos últimos anos de sua vida”. Também poderia ajudar a explicar porque Smith se tornou o chefe “de seu próprio exército privado” e se tornou “rei” secreto do reino de Deus ... [e] concorreu para o cargo de presidente dos Estados Unidos. A ideia de que Joseph Smith mentalmente doente tem sido levantada há certo tempo. Ao discutir as teorias sobre a origem do Livro de Mórmon, Francis W. Kirkham, um escritor mórmon, mencionou uma das teorias dos críticos ao mormonismo: “O Livro de Mórmon foi escrito por Joseph Smith, uma pessoa sujeita a crises epilépticas no início da vida e depois com outras condições patológicas mentais”. (A New Witness for Christ in America, 1951, vol. 1, página 350). Dr. Kirkham, em seguida, citou o seguinte trecho do livro The Founder of Mormonism, escrito por Isaac Woodbridge Riley em 1902: “Thurlow Weed, quando Joseph primeiro lhe apresentou o Livro de Mórmon, disse que ele era louco ou um impostor muito superficial. Não há nenhum motivo para um julgamento tão duro ... Há uma verdadeira e mais caridosa explicação – isto é, em outras palavras, Joseph Smith Junior foi um epiléptico”. Embora sempre cautelosos sobre como promover a ideia de que Joseph Smith tinha problemas mentais, os Tanner admitem que o trabalho de Foster é impressionante e certamente merece uma séria discussão. Apesar de não se sentirem competentes para dizerem que Joseph Smith foi afligido por uma síndrome maníaco-depressiva, eles sugerem que havia algo seriamente errado em sua vida. É interessante notar que o avô de Joseph Smith, Solomon Mack, parecia sofrer convulsões. Ele até escreveu um livro que detalha alguns dos seus ataques, “acidentes graves”, e visões incomuns que ele recebeu. Em seu livro, A Narraitve [sic] of the Life of Solomon Mack, o avô de Joseph Smith escreveu: “Eu fui tomado por uma convulsão, quando viajava com um machado debaixo do braço ... eu fiquei sem sentidos da uma até as cinco horas da tarde. Quando voltei a mim ... eu estava todo coberto de sangue e muito cortado e machucado. Quando eu voltei aos meus sentidos, eu não podia dizer onde eu estava e nem para onde ia. Mas por sorte eu caminhei e cheguei à primeira casa ... “ (Conforme citado Joseph Smith's New England Heritage,por Richard L. Anderson, 1971, página 43). Embora o Dr. Anderson menciona que, “Houve também “algumas convulsões” entre os seus transtornos posteriores”, ele rejeita a ideia de que ele estava “aflito com 116
epilepsia hereditária, o que também explica perfeitamente as visões do seu neto como crises epilépticas, com luzes piscando e lapsos de inconsciência. Mas nem o caso do avô ou do neto se enquadram em tais especulações. “ (Ibid., p. 13) Em uma nota de rodapé na página 166, Anderson diz: “É até mesmo possível que Salomon tenha usado “convulsão” no sentido de uma crise mortal, um estado corporal (seja doloroso ou não) que prenuncia a morte”. No entanto, Solomon Mack descreveu tantos acidentes em seu livro que nos faz pensar se não havia algo errado com este homem. De qualquer forma, na história oficial da Primeira Visão, Joseph Smith escreveu que, quando orava no bosque: “... se apoderou de mim uma força que me dominou por completo; e tão assombrosa foi sua influência que se me travou a língua, de modo que eu não podia falar. Uma densa escuridão formou-se ao meu redor e pareceu-me, por um momento, que eu estava condenado a uma destruição súbita.” (Pérola de Grande Valor, Joseph Smith - História, versículo 15). Joseph Smith descreveu a notável visão que ele teve e então disse: “Quando tornei a voltar a mim, estava deitado de costas, olhando para o céu. Quando a luz se retirou, eu estava sem forças; mas tendo logo me recuperado em parte, fui para casa.” (Ibid., versículo 20). Embora Joseph Smith afirmou que teve uma visão real, existe uma similaridade com a experiência de seu avô em que ambos foram dominados e desmaiaram. Curiosamente, tanto Joseph e seu avô usaram a expressão: “Quando voltei a mim” (comparar com o versículo 20 com o de Solomon Mack acima citado). Outro relato da visão aparece no diário de Joseph Smith em 1835. Este relato contém detalhes sobre um misterioso e estranho ruído que Joseph ouviu, mas que não foi publicado na versão oficial: “Minha língua parecia ter inchado na minha boca, para que eu não pudesse falar. Ouvi um barulho atrás de mim, como o de uma pessoa andando em minha direção. Eu esforcei-me novamente para rezar, mas não consegui. O ruído pareceu aproximar-se. Eu coloquei-me sobre os meus pés (p. 23) e olhei ao redor, mas não vi qualquer pessoa ou coisa que teria produzido o barulho de passos”. (An American Prophet's Record: The Diaries and Journals of Joseph Smith, edited by Scott H. Faulring, 1987, page 51). É interessante notar que alguns dos pacientes que sofrem de epilepsia afirmam que ouvem “sons peculiares” pouco antes de um ataque (veja The American Medical Association Family Medical Guide, 1987, página 289). Qualquer que seja o caso, o fato de Joseph Smith afirmar que ouviu o som de “uma pessoa andando em direção” a ele, e que ele foi incapaz de ver, é certamente estranho. Alguns críticos da Igreja SUD alegam que os elementos assustadores da visão, como Joseph Smith ser apoderado de uma força que o dominou por completo, a densa escuridão e a tentativa de travar sua língua provam que a visão era demoníaca. Os mórmons, por outro lado, sustentam que Deus frustrou um ataque de Satanás e Joseph teve uma visão maravilhosa. 117
A hipótese de Foster nos dá uma terceira alternativa: Joseph Smith pode ter sofrido de uma alucinação.
A experiência da Primeira Visão de Joseph não foi a única vez em que ele desmaiou. Mais tarde, Joseph afirmou que ele foi visitado por um anjo três vezes à noite, e que o anjo lhe falou sobre as placas de ouro. Joseph escreveu: “Pouco depois me levantei e, como de costume, fui cuidar dos afazeres do dia; mas ao tentar trabalhar como normalmente fazia, senti-me tão exausto que não consegui. Meu pai, que trabalhava perto de mim, percebeu que eu não estava bem e disse-me que fosse para casa. Saí com essa intenção, mas ao tentar atravessar a cerca do campo onde estávamos, faltaram-me as forças por completo e caí inerte ao solo, ficando completamente inconsciente durante algum tempo”. “A primeira coisa de que me lembro é uma voz chamando-me pelo nome. Olhei para cima e vi o mesmo mensageiro...” (Pérola de Grande Valor, Joseph Smith - História, versículos 48-49). Também é interessante notar que tanto Solomon Mack quanto Joseph Smith afirmaram que oraram pedindo perdão à Deus. Ambos afirmaram que tiveram uma experiência espiritual na qual viram uma luz brilhante em sua casa em mais de uma ocasião. Mack escreveu: “Eu estava aflito em pensar como eu tinha abusado do Sabbath e não tinha ouvido a advertência da minha mulher. Por volta da meia-noite, eu vi uma luz à meio metro de meu rosto, tão brilhante quanto fogo. As portas estavam fechadas e ninguém se movimentava na casa. Por isso eu pensei que tinha apenas mais alguns momentos de vida, e oh, como eu estava aflito. Rezei para que o Senhor tivesse misericórdia de minha alma e me livrasse deste poço horrível do pecado .... eu estava em aflição”. “Outra noite, logo depois, vi outra luz tão brilhante quanto a primeira, a uma pequena distância da minha face, e eu pensei que tinha apenas mais alguns momentos de vida.” (Conforme citado Joseph Smith's New England Heritage, page 54). Joseph Smith escreveu que depois que ele teve sua primeira visão, ele foi severamente tentado: “...fui abandonado a toda sorte de tentações; e, misturandome a todo tipo de gente, caí frequentemente em muitos erros tolos, exibindo as fraquezas da juventude e as debilidades da natureza humana; o que, sinto dizer, levou-me a tentações diversas, ofensivas à vista de Deus....na noite do já mencionado vinte e um de setembro, depois de me haver recolhido, recorri à oração e à súplica ao Deus Todo-Poderoso para pedir perdão por todos os meus pecados e imprudências... Enquanto estava assim suplicando a Deus, descobri uma luz surgindo em meu quarto, a qual continuou a aumentar até o aposento ficar mais iluminado do que ao meio-dia; imediatamente apareceu ao lado de minha cama um personagem... O quarto estava muito claro...Chamou-me pelo nome... Disse-me que havia um livro escondido, escrito em placas de ouro. Após esta comunicação, vi a luz do quarto começar a concentrar-se imediatamente ao redor ... O quarto voltou, então, ao estado em que estava antes de essa luz celestial aparecer. Fiquei meditando sobre a singularidade da cena... em meio a minha meditação, descobri subitamente que meu quarto começava novamente a ser iluminado e imediatamente vi o mesmo mensageiro celestial outra vez ao lado de minha cama.” (Pérola de Grande Valor, Joseph Smith -- História, versículos 28-30, 32-34, 43-44). 118
Joseph Smith, é claro, também afirmou que, quando ele teve sua primeira visão que: “...vi um pilar de luz acima de minha cabeça, mais brilhante que o sol, que descia gradualmente sobre mim.” (Pérola de Grande Valor, Joseph Smith - História, versículo 16). Embora seja apenas uma questão de especulação, se Foster está correto em sua hipótese sobre a psicose maníaco depressiva, o fato de que Joseph Smith escreveu: “Quando tornei a voltar a mim, estava deitado de costas, olhando para o céu.” (verso 20) pode ser significativo. Como ele estava deitado no chão, os raios do sol podem ter parecido uma luz ofuscante brilhando em seus olhos. Como Smith afirmou que a visão ocorreu na floresta no início da primavera, e que ele estava “olhando para o céu”, é possível que o sol brilhando através dos ramos poderia ter lhe dado a impressão de que ele estava tendo uma visão. Além dessas semelhanças, tanto Smith quanto seu avô tiveram uma experiência em que eles acreditavam que foram abordados por Deus ou por Cristo. Solomon Mack escreveu: "... fui chamado pelo meu nome cristão ..." (páginas 54-55) Smith também declarou: “Um deles falou-me, chamando-me pelo nome ...” (versículo 17). Se Joseph Smith experimentou alucinações, como Foster parece acreditar, seria ir muito longe para explicar por que a história da Primeira Visão contém tantas contradições flagrantes. Na primeira versão, que ele escreveu em 1832, ele disse que havia apenas um personagem presente na visão: o Senhor Jesus Cristo (veja An American Prophet's Record: The Dairies and Journals of Joseph Smith, pages 5-6). Na versão escrita em 1835, Smith afirmou que havia duas pessoas que ele não identificara. Além disso, no entanto, ele também disse que viu "muitos anjos nesta visão..." (Ibid., p. 51). Por fim, no relato oficial publicado em 1842, Smith afirmou que viu a Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo! Esta versão omite a presença dos anjos na visão. Além de uma série de outras contradições, Smith afirmou que a visão ocorreu no momento de um renascimento na área de Palmyra-Manchester. Em seu relato oficial, ele alegou que a Primeira Visão teve lugar "no início da primavera de mil oitocentos e vinte". Wesley P. Walters, no entanto, demonstrou conclusivamente que não houve tal reavivamento na área de Palmyra-Manchester. Na verdade, Walters encontrou provas convincentes de que a revitalização não ocorreu até o outono de 1824!
Para ver mais sobre os problemas da Primeira Visão, veja: Mormonism: Shadow or Reality? By Tunners, pages 143-162-D, ou Inventing Mormonism, by H. Michael Marquart and Wesley P. Walters.
Se Joseph Smith sofreu convulsões e alucinações, seria mais fácil entender por que ele não contou uma história consistente sobre a Primeira Visão. Como foi mostrado acima, no relato oficial de Joseph da visão, ele disse que sentiu que estava “fadado à destruição.” Ele também revelou que ele “estava prestes a sucumbir ao desespero e abandonar-me à destruição ...”
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Em seu livro, Hearts Made Glad: The Charges of Intemperance Against Joseph Smith the Mormon Prophet, Lamar Petersen escreveu o seguinte: "Os associados de Joseph algumas vezes falaram de sua palidez, quando “em visão” ou quando recebia uma revelação. A filha de Adaline Knight Belnap registrou as impressão de sua mãe relativas ao profeta em um exemplo de passividade espiritual (espirituoso?). Ela lembra-se muito bem do dia anterior à morte de seu pai (Vinson Knight), de um pouco de emoção na escola. As crianças estavam ocupadas, quando a porta da sala da escola foi cuidadosamente aberta e dois senhores entraram, carregando o corpo desfalecido de Joseph Smith. Todas as crianças saltaram a seus pés, pois o irmão Joseph estava amparado em seus braços, a cabeça apoiada no ombro de seu irmão, o rosto pálido como a morte, mas seus olhos estavam abertos, embora ele não parecia ver as coisas terrenas. A professora acalmou-os dizendo-lhes que o irmão Joseph estava em uma revelação, e eles estavam levando-o ao seu escritório acima da sala de aula.” (Hearts Made Glad, 1975, página 206). Enquanto não há dúvida de que Joseph Smith e outros líderes do início do mormonismo fizeram uso de bebidas alcoólicas (ver Mormonism: Shadow or Reality? pages 405-413), este estranho incidente poderia ser visto como provas da hipótese de psicose maníaco-depressiva de Foster. Embora só possamos especular sobre se Joseph Smith teria herdado problemas mentais, é certamente possível que os acontecimentos traumáticos que experimentou poderiam ter tido um sério efeito sobre ele. Por exemplo, quando ele era apenas um menino, ele teve uma infecção extremamente grave em sua perna. Segundo a mãe, ele finalmente chegou a tal ponto que os médicos estavam convencidos de que “a amputação era absolutamente necessária para salvar sua vida”. Sua mãe, no entanto, pediu aos médicos para fazerem “mais uma tentativa” para salvar a perna. A mãe de Joseph passou a afirmar que ele se recusou a tomar qualquer aguardente ou vinho antes da operação. Consequentemente, ele não tinha nada para anestesiar a dor. Segundo a Sra. Smith, a operação foi horrível.
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O cirurgião Dr. Nathan Smith (foto acima), optou por uma técnica inovadora para tratar o que hoje chamamos de osteomielite. Ele e os cirurgiões tiveram que furar: "...o osso da perna, primeiro em um lado onde o osso foi afetado e, em seguida, do outro lado, após o que eles finalmente partiram com um par de fórceps ou pinças. Eles, então, tiraram grandes pedaços de osso. Quando tiraram o primeiro pedaço, Joseph gritou tão alto, que eu não pude deixar de correr para ele .... Quando o terceiro pedaço foi tirado, eu corri para o quarto de novo - e oh, meu Deus! Que cena para olhos de uma mãe! A ferida aberta, o sangue continuando a jorrar a partir dela, e a cama literalmente coberta de sangue. Joseph estava pálido como um cadáver ... " (Biographical Sketches of Joseph Smith The Prophet, and his Progenitors for Many Generations, by Lucy Smith, 1853, pages 63-65). Embora Joseph Smith tenha ditado sua lembrança da operação para a História da Igreja, ela nunca foi incluída no livro publicado. Enquanto os Tunners perceberam esta história em um microfilme do livro History na década de 1960, ela não foi disponibilizada ao público até 1970. O mórmon Reed Durham, finalmente, publicou-a na Brigham Young University Studies, Summer 1970, pages 481-82. Joseph Smith afirmou que a doença aconteceu quando ele “tinha cinco anos mais ou menos” e disse que ele “enfrentou o sofrimento mais agudo por um longo tempo ...” Quando a amputação foi sugerida, ele respondeu: “... tão jovem como eu era, eu absolutamente me recusei a dar o meu parecer favorável à operação, mas consenti em que eles tentassem um experimento através da remoção de uma grande porção do osso ...”. Smith alegou que ele sofria de perseguição no início deste período de sua vida, o que, naturalmente, aconteceu anos antes de ter sua primeira visão: “... Eu estava tão reduzido [de peso] que a minha mãe podia levar-me com facilidade. Depois que eu comecei a melhorar, passei a usar muletas até eu ir para o Estado de Nova York, onde meu pai tinha ido com a finalidade de preparar um lugar para mudar sua família, e ele enviou um homem até de nós de nome Caleb Howard ... Nos familiarizamos com uma família de nome Gates, que viajavam para o oeste, e Howard tirou-me do vagão e me fez viajar, no meu estado debilitado, pela neve, 60 km por dia, durante vários dias. Durante esse tempo eu sofri de grande cansaço e de uma dor excruciante, e tudo isso para que o Sr. Howard pudesse desfrutar da companhia das duas filhas do Sr. Gates, no lugar que ele tomara de mim na carroça. E assim ele continuou a fazer dia após dia, durante toda a viagem, e quando meus irmãos protestaram com o Sr. Howard relativo ao seu tratamento para comigo, ele derrubou-os com a coronha da sua arma. Quando chegamos em Utica, N. York, Howard jogou nossos bens para fora da carroça, para a rua, e tentou fugir com os cavalos e carroça, mas minha mãe tomou os cavalos pelas rédeas ... No caminho de Utica, eu fui deixado para tomar o último trenó ... eu fui derrubado pelo condutor, um dos filhos de Gate, e me deixou caído sobre meu sangue, até que um estranho veio, me pegou e me levou para a cidade de Palmyra.” Dr. Reed Durham notou que este “documento encontra-se em Joseph Smith, “History”, livro A-1, pp. 131-132, localizado no Escritório do Historiador da Igreja SUD ...” (Ibid., p. 480) 121
Em seu livro, Biographical Sketches of Joseph Smith, página 69, a Sra. Smith realmente mencionou o problema que teve com o Sr. Howard e também afirmou que ele maltratou “meus filhos, especialmente Joseph. Ele obrigava-o a viajar milhas a pé, apesar de ele ainda estar coxo”. Curiosamente, porém, ela não diz nada sobre a incrível alegação de seu filho, que ele andou em seu estado debilitado, pela neve “60 km por dia, durante vários dias...”. Além disso, a Sra. Smith foi omissa no que diz respeito ao fato de que Joseph alegou que ele foi “derrubado pelo condutor ... deixou caído sobre meu sangue, até que um estranho veio, me pegou e me levou para a cidade de Palmyra”. A questão pode ser levantada quanto ao fato de Joseph Smith estar exagerando ou delirando. Por outro lado, embora seja difícil de acreditar, a mãe pode ter esquecido o incidente. Não parece possível que Joseph Smith, que ainda estava “manco” desde a operação, poderia ter caminhado "60 km por dia, durante vários dias" na condição em que estava após a sua operação. Escritores mórmons afirmam que a operação foi tão grave que Joseph Smith ficou ligeiramente manco para o resto de sua vida. A declaração de Joseph Smith que ele “tinha cinco anos mais ou menos” quando ele sofreu a operação está incorreta. Ele tinha, na realidade, um pouco mais de sete anos de idade na época. O escritor mórmon LeRoy S. Wirthlin mostra que a mãe de Joseph aponta a data de “1813” e observa que a alegação de Joseph de ser “por volta de 5 anos de idade, mais ou menos ...” não teria colocado a família em West Lebanon, New Hampshire, no momento da epidemia [de febre tifóide] (ver Brigham Young University Studies, Spring 1981, página 146). Enquanto Lucy Smith não escreveu nada sobre seu filho ser deixado sobre seu sangue, ela alegou que uma noite, quando Joseph “estava passando pela porta do quintal, uma arma foi disparada em sua direção, com a intenção evidente de atirar nele. Ele saltou para a porta muito assustado. Nós imediatamente fomos em busca do assassino ... Na manhã seguinte, encontramos suas faixas em uma carroça, onde ele estava quando disparou ... Nós não descobrimos ainda o homem que fez esta tentativa de homicídio, e também não descobrimos a causa disso.” (Biographical Sketches of Joseph Smith, página 73). Embora alguém possa pensar que isso tinha algo a ver com o trabalho de Joseph Smith sobre o mormonismo, a Sra. Smith deixou claro que isso foi antes de sua Primeira Visão. Além destas experiências, em 1832, Joseph Smith foi realmente coberto com alcatrão e penas, por uma multidão furiosa. Fawn Brodie afirmou que a multidão: “arrastou Joseph ... despiram-no, arranharam e bateram nele com um prazer selvagem, e cobriram seu corpo sangrando com alcatrão da cabeça aos pés .... eles cobriram-no com penas. Diz-se que Eli Johnson exigiu que o profeta fosse castrado, pois havia a suspeita de Joseph ser muito íntimo da irmã dele, Nancy Marinda. Mas o médico que tinha sido convencido a se juntar a multidão, negou-se ...” (No Man Knows My History, 1971, página 119). É interessante que Nancy Marinda Johnson, mais tarde, tornou-se uma das esposas plurais de Joseph. De qualquer forma, parece possível que a combinação da operação horrenda e do cruel assédio moral poderia ter resultado em problemas sérios para a 122
sanidade de Smith. O Transtorno de Estresse Pós-Traumático, por exemplo, é provocado por experiências muito chocantes. O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, quarta edição, página 424, dá esta informação: “A característica essencial do Transtorno de Estresse Pós-Traumático é o desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição a um extremo estressor traumático, envolvendo a experiência pessoal e direta de um evento que envolve ameaça de morte ou lesão grave ... Os acontecimentos traumáticos que são vivenciados diretamente incluem ... agressão pessoal violenta ... “. É óbvio que a agressão sofrida por Joseph Smith foi uma “agressão pessoal” e que poderia ter afetado o seu estado mental. Se ele estava propenso à psicose maníacodepressiva, como Foster parece acreditar, estes episódios poderiam ter tido um efeito devastador em sua conduta. Curiosamente, Sidney Rigdon (que mais tarde foi escolhido para ser o primeiro conselheiro de Joseph Smith na Primeira Presidência) também foi coberto por alcatrão e penas ao mesmo tempo, assim como Joseph Smith. Embora Rigdon tivesse alguns problemas mentais desde a época que ele caiu de um cavalo quando ainda criança, o assédio moral tendeu a agravar o problema. Na History of the Church de Joseph Smith, vol. 1, página 265, encontramos a seguinte afirmação: “Na manhã seguinte, fui ver o Elder Rigdon, e encontrou-o enlouquecido ... eles tinham arrastado-o pelos calcanhares ... tão alto em relação ao solo que não podia levantar a cabeça da superfície áspera, congelada [o chão], que é extremamente dilacerante. E quando ele me viu, ele chamou a esposa para trazer-lhe uma navalha ... para me matar. A irmã Rigdon saiu do quarto, e ele me pediu para trazer a navalha ... Ele queria matar sua esposa, e ele continuou delirando alguns dias“. Poucos anos depois, Sidney Rigdon ainda estava ameaçando a vida das pessoas. No jornal da Igreja Mórmon, The Nauvoo Neighbor, 4 de dezembro de 1844, o apóstolo Orson Hyde relatou: “Elder Rigdon associou-se à Joseph e Hyrum Smith como conselheiro da Igreja, e ele me disse em Far West que era imperativo que a Igreja obedecesse a palavra de Joseph Smith, ou da presidência, sem questionar ou inquerir, e que se houvesse alguém que não o fizesse, eles deveriam ter sua gargantas cortadas de orelha [a orelha].” Após a morte de Smith, Rigdon foi finalmente excomungado da igreja. Em seu livro, Sidney Rigdon: A Portrait of Religious Excess, Richard S. Van Wagoner apresenta evidências bastante convincentes de que Rigdon sofria de psicose maníacodepressiva grave - a mesma aflição que Lawrence Foster gostaria de ligar à Joseph Smith.
4 - Joseph Smith e os Metodistas Por Wesley P. Walters Texto traduzido e adaptado de utlm 123
Em junho de 1828, Joseph Smith Jr., o fundador do mormonismo, entrou para a Igreja Metodista [classe estagiária], em Harmony, Pensilvânia. Esta foi uma atitude estranha para um profeta de uma nova religião e desafia seriamente a história que ele contou dez anos mais tarde sobre a origem do seu trabalho. A história contada por ele afirma que, em 1820, ele viu dois seres gloriosos, identificados como o Pai e do Filho, e foi informado que os credos de todas as "seitas", ou as várias denominações, "eram uma abominação", e ele foi duas vezes proibido a aderir a qualquer uma delas. Ao recontar esse mesmo assunto a Alexandre Neibaur em 24 de maio de 1844, Joseph especificamente apontou a Igreja Metodista como sendo indigna de sua filiação. Em seu diário, o Sr. Neibaur registrou o aviso divino como relatado por Joseph: “Sr. Smith então, perguntou: devo me filiar à Igreja Metodista? – Não, eles não são o meu povo. Eles se desviaram. Não há ninguém que faça o bem, não, ninguém.” (quoted in The Improvement Era, April 1970, p.12). Talvez a morte de seu primeiro filho, nascido em 15 de junho de 1828 o tenha levado a aderir à igreja que sua esposa havia pertencido desde os sete anos. Joseph havia dito a seu vizinho, Joshua McKune, que: “seu (Smith) primeiro filho traduziria os caracteres e hieróglifos das placas, em nossa língua, com a idade de três anos.” (The Susquehanna Register, May 1, 1834, p.1). Quando essa criança morreu ao nascer e sua mulher também estava em perigo, Smith pode ter considerado abandonar inteiramente o seu projeto de escrever um livro e decidiu entrar para a Igreja Metodista. Pelo menos Martin Harris, mais tarde, disse ao Rev. Ezra Booth que quando ele foi para a Pensilvânia ver Joseph sobre a tradução, que: "Joseph tinha desistido do projeto por causa da oposição de sua esposa e outros", e Martin "disse “Joseph, eu não vim até aqui por nada, vamos continuar com ele”.” (The Story of the Mormons , by William Alexander Linn, New York: Macmillan Co. 1902, p.36). Porém, o papel do jovem profeta como membro Metodista não durou muito tempo apenas três dias, de acordo com declarações feitas por sua mulher, primos, Joseph e Hiel Lewis. Em seu jornal local em Amboy, Illinois, os Metodistas disseram sobre seus anos anteriores com Joseph Smith na Pensilvânia e de sua união à classe Metodista: “Ele apresentou-se de uma maneira muito séria e humilde, e o ministro, sem suspeitar o mal, pôs seu nome no livro da classe, na ausência de alguns dos membros oficiais.” (The Amboy Journal, Amboy, Illinois, April 30, 1879, p.1). Quando Joseph Lewis, que tinha 21 anos na época (era cerca de um ano e meio mais novo que Smith), soube deste ato, sentiu que o tipo de vida de Joseph o tornava inapto para ser um membro e disse a ele que, ou “publicamente pedir para ter seu nome retirado do livro da classe, ou passar um inquérito disciplinar.” Mr. Lewis deu mais detalhes sobre o incidente um mês depois que o artigo apareceu pela primeira vez no jornal Amboy, e ele escreveu:
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“Eu, com Josué McKune, um pregador local na época, creio que em junho de 1828, ouvimos no sábado que Joe Smith se juntou à igreja na tarde de quartafeira, (como era costume naqueles dias ter um circuito pregação na casa de meu pai nos dias de semana). Nós achamos que era uma vergonha para a igreja ter um necromante praticante, um comerciante de encantamentos e que via fantasmas sangrando na igreja. Então no domingo nós fomos para [a casa de meu] pai, o local de reunião naquele dia, e chegamos lá a tempo de ver Smith, e conversamos com ele algum tempo na loja do pai, antes da reunião. Disse-lhe que a sua ocupação, hábitos e caráter moral estavam em desacordo com a disciplina, que seu nome seria uma vergonha para a igreja, que deveria ter havido retratação, confissão e, pelo menos, promessa de mudança. Que ele poderia pedir publicamente naquele dia que seu nome fosse retirado do livro da classe, ou passar por um inquérito. Ele escolheu a primeira opção, e que nesse mesmo dia faria o pedido que seu nome fosse retirado do livro da classe.” (The Amboy Journal , June 11, 1879, p.1).
Como tantos registros iniciais da igreja Metodista, os primeiros livros da classe da Igreja de Harmony (agora Lanesboro) foram perdidos, então nunca sabemos ao certo se Joseph Smith continuou a ser um membro por apenas três dias ou por seis meses. No entanto, nunca houve qualquer disputa por ele haver se tornado um membro, e por este ato que ele mudou a história, acrescentando que mais tarde Deus, em uma visão especial, o instruiu especificamente para não para se juntar à Igreja Metodista.” Wesley P. Walters
Este evento também é mencionado em Mórmon Enigma: Emma Hale Smith, por Linda K. Newell e Valeen T. Avery, University of Illinois Press, 1994, p.25. “O tio Emma, Nathaniel Lewis, pregava como um ministro da igreja Metodista Episcopal local. Sua congregação se reunia nas casas dos membros para os serviços de domingo. Às quartas-feiras, um pregador do circuito regular visitou Harmony. Na primavera ou no verão de 1828, Joseph pediu ao líder do circuito se o seu nome poderia ser incluído nos cadernos de classe da igreja. Joseph "apresentou-se de uma maneira muito séria e humilde", e o ministro o fez bem-vindo”. “Quando o primo de Emma, Joseph Lewis, descobriu o nome de Joseph na listagem, ele ‘acreditou que era uma vergonha para a igreja ter um necromante praticante’ como um membro. Ele levou o assunto a um amigo, e no domingo seguinte, quando Joseph e Emma chegaram na igreja, os dois homens ficaram ao lado de Joseph e dirigiram-se à loja da família”. “Disseram-lhe claramente que um caráter como o dele... não podia ser membro da igreja, a menos que ele parasse com os seus pecados pelo arrependimento, fizesse uma confissão pública, renunciasse à sua hipocrisia e práticas fraudulentas, e desse alguns indícios de que ele pretendia mudar e achegar-se um pouco mais próximo como um cristão, mais que ele havia feito. Deram-lhe a escolha de ir diante da sala, e 125
publicamente pedir para ter seu nome retirado do livro da classe, ou passar por um inquérito disciplinar." “Joseph recusou-se a cumprir as exigências humilhantes e retirou-se da classe. Seu nome, entretanto, permaneceu na lista por cerca de mais seis meses, ou por causa da falta de atenção, ou porque o cunhado de Emma, Michael Morse, que ensinava na classe, não sabia do confronto. Quando Joseph não buscou adesão plena, Morse finalmente retirou o seu nome.” 2. nota 2, Página 314: Amboy Journal, 11 June and 30 April 1879. Em 1879, Joseph e Hiel Lewis, filhos do tio Nathaniel Lewis, debatem com um mórmon chamado Edwin Cadwell sobre os acontecimentos em Harmony, enquanto Emma e Joseph viveram lá. O jornal Amboy reproduziu suas cartas.
Outro historiador SUD, Richard L. Bushman, referiu-se ao envolvimento de Smith com os Metodistas em seu livro “Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism”, University of Illinois Press, 1984, pp 54, 94-95.
Abaixo está a transcrição completa do The Amboy Journal, Illinois, quarta - feira, 30 de abril de 1879, página 1. HISTÓRIA MÓRMON. UM NOVO CAPÍTULO, PRESTES A SER PUBLICADO Declarações de Joseph e Hiel Lewis, filhos do Rev. Nathaniel Lewis, sobre o que viram e ouviram dos ditos e feitos do profeta Joseph Smith Jr enquanto ele estava envolvido em caçar tesouros e dinheiro escondidos, e traduzir a Bíblia de ouro em nosso bairro. E que, durante todo o tempo que o dito Smith estava envolvido nos negócios acima citados, no município de Harmony, Condado de Susquehanna, na Pensilvânia, a nossa casa e a residência estava dentro de uma milha de onde ele morava e realizava suas transações. Em primeiro lugar, gostaríamos de acrescentar o nosso testemunho da veracidade das declarações de Isaac Hale, Rev. Natanael Lewis, (a letra 'C’ em seu nome foi inserido por engano da pessoa ao copiar o depoimento), Alva Hale, Levi Lewis e Sophia Lewis, conforme constam em uma forma abreviada no livro intitulado "Mormonism and the Mórmons", de Daniel P. Kidder, e publicado pela Lane & Scott (páginas 30-35) 200 Mulberry St., New York, 1852. Também as declarações de Joshua McKune e Hezekiah McKune, como encontrados na história do Condado de Susquehanna, na Pensilvânia, página 579, por Emily C. 126
Blackman, e publicados em 1873. De acordo com a nossa memória, o ponto de partida da especulação de cavar para encontrar dinheiro em nossa vizinhança, no qual Joseph Smith Jr estava envolvido, foi o seguinte: Nós não podemos, neste momento a dar datas precisas, mas em alguma época anterior a 1825, um homem de nome Wm. Isaac Hale, um parente distante do nosso tio Isaac Hale, veio a Isaac Hale, e disse que tinha sido informado por uma mulher chamada Odle, que dizia possuir o poder de ver sob a terra (estas pessoas eram, então, comumente chamadas de “peepers”), e que havia muitos tesouros escondidos na região montanhosa ao nordeste da casa dele (Isaac Hale). Através de suas instruções, Wm. Hale começou a cavar, mas sendo muito preguiçosos para trabalhar, e demasiado pobre para contratar alguém, ele obteve um parceiro com o nome de Oliver Harper, do estado de Nova York, que tinha os meios para contratar empregados. Mas depois de um curto período de tempo, as operações foram suspensas. Durante essa suspensão, Wm. Hale ouviu sobre o “peeper” Joseph Smith, Jr. Escreveu-lhe, e logo o visitou. Ele descobriu que a fama de Smith era tão lisonjeira que Smith foi contratado ou se tornou um parceiro de Wm. Hale, Oliver Harper, e um homem de nome Stowell, que tinha alguns bens. Eles contrataram homens e escavaram em vários lugares, como descrito na história da Susq. Co., page 579. A explicação dada na história da página 580, de um cão puro e branco ser usado como um sacrifício para quebrar o encantamento e da ira do TodoPoderoso, na tentativa de impingir-lhe uma ovelha branca no lugar de um cachorro branco, é um bom exemplo das revelações de Smith, e do Deus que o inspirou. Eles escavaram em vários locais, e isto estava em conformidade com as revelações do “peeper” Smith, que participava com sua Pedra de Vidente dentro de seu chapéu, e seu chapéu cobrindo seu rosto, e dizia-lhes o quão profundo teriam que cavar. Mas quando eles não encontravam nenhum vestígio do dinheiro, ele olhava [no chapéu] de novo, e chorava como uma criança, dizendo-lhes que o encantamento o havia removido por conta de algum pecado ou palavra impensada. Finalmente, o encantamento se tornou tão forte que ele não podia mais ver, e assim o negócio foi abandonado.
Smith podia chorar e derramar lágrimas em abundância a qualquer momento se quisesse.
Mas enquanto ele estava empenhado em olhar na sua Pedra de Vidente dentro de seu velho chapéu branco, dirigindo a escavação para o tesouro, e pousando na casa de tio Isaac Hale, ele formou uma intimidade com Emma filha do Sr. Hale. Após abandonar a especulação de cavar tesouros, ele consumou sua fuga e o casamento com a citada Emma Hale, e ela tornou-se sua cúmplice em sua farsa da bíblia dourada e da religião Mórmon. 127
A afirmação de que o profeta Joseph Smith Jr fez em nossa audiência, no início da tradução do seu livro, em Harmony, quanto à forma de sua descoberta das placas, foi como se segue. Nossa lembrança da linguagem precisa pode ter alguns erros, mas quanto ao mérito, a seguir está correta: Ele disse que, por um sonho, ele foi informado de que em certo lugar, em uma encosta, em uma caixa de ferro, haviam algumas placas de ouro com gravuras curiosas, que ele deveria pegar, traduzir e escrever um livro. Que as placas fossem mantidas escondidas de todo ser humano durante certo tempo, por dois ou três anos. Que ele foi até o local e cavou até chegar à pedra que cobria a caixa, ele foi derrubado. Que ele novamente tentou remover a pedra , e novamente foi derrubado. Essa tentativa foi feita pela terceira vez, e pela terceira vez, ele foi derrubado.
Então ele exclamou: “Por que não posso tê-las?”
Ou palavras semelhantes, e depois viu um homem de pé sobre o local, que para ele parecia um espanhol, com uma longa barba descendo sobre o peito até aqui (Smith colocou a mão na boca do estômago) com sua (o fantasma) garganta cortada de orelha a orelha, e o sangue escorrendo. E disse-lhe que não poderia obtê-las sozinho. Que outra pessoa, que ele, Smith, saberia à primeira vista, deveria vir com ele, e então ele poderia obtê-las. E quando Smith viu Miss Emma Hale, ele sabia que ela era a pessoa, e que depois que eles se casaram, ela foi com ele para perto do lugar, e ficou de costas para ele, enquanto ele desenterrou a caixa. Ele enrolou a caixa em seu manto, e ela ajudou a levar para casa. Que, na mesma caixa com as placas, estavam os espetáculos [óculos]. Os arcos eram de ouro, e os olhos eram de pedra, e olhando através desses espetáculos, todos os caracteres das placas foram traduzidos para o inglês. Em toda a narrativa presente, não houve uma única palavra sobre "visões de Deus", ou de anjos ou revelações celestes. Todas as informações dele foram através desse sonho e do fantasma sangrando. As visões celestiais e mensagens dos anjos, etc., contidas no livro de Mórmon, foram adicionadas e alteradas para preencherem os desejos de Smith. A mudança de Smith do estado de Nova York para Harmony, Pensilvânia, foi confirmado pelo Sr. Hale, e enquanto ele, Smith , esteve em Harmony, Pensilvânia, traduzindo seu livro, ele fez as afirmações acima, em nossa presença, ao Rev. N. Lewis.
Foi aqui também que ele se uniu à igreja Metodista.
Ele apresentou-se de uma maneira muito séria e humilde, e o ministro, sem suspeitar o mal, pôs seu nome no livro da classe, na ausência de alguns dos membros oficiais, 128
entre os quais os abaixo assinados Joseph Lewis, que, quando ele descobriu o que foi feito, levou consigo Joshua McKune, e teve uma conversa com Smith. Disseram-lhe claramente que uma pessoa como ele era uma vergonha para a igreja, e que não podia ser membro da igreja a menos que ele parasse com seus pecados pelo arrependimento, fizesse uma confissão pública, renunciasse à sua hipocrisia e práticas fraudulentas, e desse algumas provas de que ele pretendia modificar-se e se comportar um pouco mais próximo de um cristão, do que ele estava fazendo. Deram-lhe essa escolha: ir diante da sala, e publicamente pedir para ter seu nome retirado do livro da classe, ou passar por um inquérito disciplinar. Ele escolheu a primeira opção e, imediatamente, retirou o seu nome. Assim, seu nome como um membro da classe ficou no livro apenas três dias. Foi a opinião geral de que seu objeto em juntar-se à igreja foi apenas para reforçar a sua reputação e ganhar a simpatia e ajuda de cristãos, isto é, vestir o manto da religião para servir ao diabo. Nós vamos adicionar mais uma amostra de sua força e prática profética enquanto traduzia o livro. Um dos vizinhos, que Smith era devedor, queria tinha uma plantação de milho em um terreno ruim. E como Smith devia à ele, ele queria que Smith o ajudasse a revolver o solo com a enxada. Smith apareceu, mas para se livrar do trabalho e da dívida, disse: “Eu me ajoelharei e orarei em seu milho, e ele crescerá tão bem como se a terra tivesse sido revolvida.” Então ele orou, e assegurou seu crescimento sem cultivo, e que a geada não iria matar a plantação. Mas o milharal não cresceu e foi morto pela geada. Este exemplo de poder profético nos foi relatado pelos presentes, e ninguém questionou a sua verdade. Joseph Lewis Hiel Lewis.
5 - Juramento de Mr. Hale Abaixo, traduzo um “affidavit” (juramento) de Isaac Hale, sogro de Joseph Smith, sobre o mesmo. Apesar de alguns tentarem desqualificar os juramentos, é importante ressaltar que eles representam uma declaração de uma testemunha, feita sob juramento, sobre um fato específico diante de uma pessoa autorizada a receber os juramentos, especialmente para uso como evidência no Tribunal. Juramento de Mr. Hale 129
Texto traduzido e adaptado de Uncle Dale O meu primeiro encontro com Joseph Smith Jr. foi em novembro de 1825. Nessa época, ele estava trabalhando com um grupo de homens que era chamados de “escavadores de dinheiro”, e sua ocupação era a de ver, ou fingir ver, por meio de uma pedra colocada em seu chapéu e seu rosto sobre o chapéu, bem fechado. Desta forma, ele fingia descobrir minérios e tesouros escondidos. Sua aparência, nessa época, era a de um jovem homem descuidado - não muito bem-educado, e muito atrevido e insolente com seu pai. Smith e seu pai, com vários outros “escavadores de dinheiro”, dormiam em minha casa enquanto estavam empregados na escavação de uma mina. Esta supostamente teria sido iniciada pelos espanhóis, muitos anos antes. O jovem Smith deu aos “escavadores de dinheiro” um grande incentivo no início, mas quando eles chegaram na escavação, perto do lugar onde ele havia declarado que um imenso tesouro seria encontrado - ele disse que havia ali um encantamento tão poderoso que ele não podia mais ver [o tesouro]. Eles, então, ficaram desanimados, e logo depois se dispersaram. Isto ocorreu por volta de 17 de novembro de 1825. E um dos trabalhadores [de Smith] escreveu uma nota dizendo ter uma dívida comigo de $12,68 dólares por sua estadia, mas esta ainda não foi paga. Após estas ocorrências, o jovem Smith fez várias visitas à minha casa, e finalmente pediu o meu consentimento para casar-se com minha filha Emma. Eu recusei-me a consentir e dei as minhas razões para fazê-lo, algumas das quais eram que ele era um estranho e tinha um negócio que eu não podia aprovar: então ele deixou o local. Pouco tempo depois, ele voltou, e enquanto eu estava ausente de casa, levou minha filha ao estado de Nova York, onde eles se casaram sem a minha aprovação ou consentimento. Depois de terem chegado em Palmyra, NY, Emma escreveu-me perguntando se ela poderia pegar os seus pertences, constituídos de roupas, móveis, vacas, etc. Eu respondi que sua propriedade estava segura e à sua disposição. Pouco depois eles voltaram, trazendo com eles Peter Ingersol e, posteriormente, chegaram à conclusão de que eles se mudariam e permaneceriam em um lugar perto de minha residência. Smith afirmou para mim que ele havia desistido do que ele chamava de “olhar no vidro”, e que ele esperava trabalhar duro para viver, e estava disposto a fazê-lo. Ele também fez acordo com o meu filho Alva Hale, para irem a Palmyra e transportarem seu mobiliário (Smith) e etc., até aqui. Ele então retornou a Palmyra, e logo depois, Alva, que havia concordado com o acordo, foi e voltou com Smith e sua família. Logo depois, fui informado que eles haviam trazido um livro feito de placas, maravilhoso, com eles. Foi-me mostrada uma caixa que, dizem, continha as placas, e ao que tudo indica, foi usada uma caixa de vidros comum para janelas. Eu pude sentir o peso da caixa, e eles me deram a entender que o livro de placas estava na caixa – dentro da qual, entretanto, eu não tinha permissão para olhar. Perguntei a Joseph Smith Jr., quem seria o primeiro autorizado a ver o livro de placas. Ele disse que seria uma criança. Depois disso, fiquei insatisfeito. Informei-lhe que se houvesse qualquer coisa em minha casa com aquela descrição, a qual eu não tinha permissão de ver, que ele deveria levá-la dali, e que se ele não o fizesse, eu estava determinado a ver o livro. Depois disso, foi dito que as placas estavam escondidas na mata. 130
Por volta desse período, Martin Harris entrou em cena, e Smith começou a interpretar os caracteres ou hieróglifos que, segundo ele, estavam gravados nas placas, enquanto Harris anotava sua interpretação. Foi dito que Harris anotou cento e dezesseis páginas, e as perdeu. Logo depois que isso aconteceu, Martin Harris informou-me que ele deveria ter um testemunho maior, e disse que tinha conversado com Joseph sobre isso. Joseph informou que ele não podia ou não ousava mostrar-lhe as placas, mas que ele (Joseph) iria para a floresta onde o livro de placas estava, e que depois que ele voltasse, Harris deveria seguir o seu rasto na neve, e encontrar o livro e examinálo por si mesmo. Harris informou-me depois, que ele seguiu as instruções de Smith, mas não conseguiu encontrar as placas, e ainda estava insatisfeito. No dia seguinte, depois que isso aconteceu, eu fui para a casa onde Joseph Smith Jr. vivia, e onde ele e Harris estavam envolvidos em sua tradução do Livro. Cada um deles tinha um pedaço de papel escrito que eles estavam comparando, e algumas das palavras eram: “meu servo busca um maior testemunho, mas não há maior testemunho que possa ser dado a ele.” Havia também algo dito sobre “três que deveriam ver a coisa” – significando o que eu supunha, o Livro de Placas, e que “se os três não estiverem exatamente de acordo com as ordens, isso seria tirado deles”. Perguntei de quem eram estas palavras e foi informado por Joseph ou Emma, (eu prefiro pensar que foi o primeiro) que eram as palavras de Jesus Cristo. Disse-lhes então, que eu considerava tudo aquilo uma ilusão, e aconselhei-os a abandoná-la. A maneira em que ele fingia ler e interpretar era a mesma de quando ele adivinhava para os escavadores de dinheiro, com a pedra em seu chapéu e seu chapéu sobre o rosto, enquanto o Livro de Placas estava, ao mesmo tempo escondido na floresta! Depois disso, Martin Harris foi embora, e Oliver Cowdery veio e escreveu para Smith, enquanto ele interpretava como descrito acima. Este é o mesmo Oliver Cowdery, cujo nome pode ser encontrado no Livro de Mórmon. Cowdery continuou como escriba de Smith até que o Livro de Mórmon foi concluído como eu imaginei e compreendi. Joseph Smith Jr. residiu perto de mim durante algum tempo após isso, e eu tive uma boa oportunidade de me familiarizar com ele, e me familiarizar um pouco com os seus associados. E eu conscientemente creio, a partir dos fatos que detalhei e de muitas outras circunstâncias, que não considero necessárias serem relatadas, que todo o “Livro de Mórmon” (assim chamado) é uma tola invenção de falsidade e de perversidade, feito para especulação e com o desígnio de enganar os crédulos e incautos - e seus inventores podem viver em cima dos despojos dos que engolirem a enganação. ISAAC HALE. Firmado e subscrito diante de mim em 20 de março de 1834. CHARLES DIMON, Juiz de Paz.
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3 - AS VISÕES DE JOSEPH SMITH 1 - Contradições Contradições na primeira visão “A Primeira Visão do Profeta Joseph Smith constitui a base da Igreja que mais tarde foi organizada. Se esta Primeira Visão foi apenas uma ficção da imaginação de Joseph Smith, então a Igreja Mórmon é o que seus caluniadores declaram ser - uma impostura ímpia e deliberada.” (The Abundant Life, pp. 310-311). Se existe uma chance, ainda que remota, de que este ponto central na história Mórmon seja uma invenção, qual o "Santo dos Ultimos Dias" (SUD) não quereria saber todos os fatos pertinentes? Este texto fornece evidência histórica que coloca a primeira visão de Joseph Smith sob uma nova luz. Muitos Santos dos Ultimos Dias hoje continuam desconhecendo detalhes históricos significantes que foram intencionalmente omitidos ou suprimidos, inclusive os seguintes fatos [2]: 1 - De acordo com a evidência histórica, o fato de Joseph Smith ter se perguntado qual era a igreja verdadeira não poderia ter sido movido por um reavivamento em 1820, já que não houve reavivamento em 1820 em nenhum lugar próximo a Manchester, Nova York, onde ele estava vivendo. Um reavivamento, como descrito por Joseph Smith, ocorreu lá, sim, em princípios de 1824. Contudo, isto vem então destruir seriamente toda a história de Joseph, porque não há tempo suficiente entre a Primeira Visão e a publicação, em 1830, do Livro do Mórmon, para todos os acontecimentos descritos na história da Primeira Visão. 2 - Existem outros relatos anteriores à Primeira Visão, inclusive um manuscrito do próprio Joseph Smith, que não faz nenhuma menção à aparição do Pai e do Filho. Pelo contrário, estes relatos anteriores se referem a um anjo, um espírito, muitos anjos, ou o Filho. A história na forma atual, com o Pai e o Filho, não aparece até 1838, muitos anos depois que Joseph alegou ter tido a visão. 3 - Os detalhes agora conhecidos sobre o começo da vida de Joseph contradizem sua alegação de que ele foi perseguido em 1820 por contar a história da Primeira Visão. Como jovem, ele participou de encontros Metodistas, e mais tarde entrou para uma classe de aula da Igreja Metodista. Nenhuma perseguição foi registrada. Nenhum Reavivamento Em 1820 A vizinhança de Joseph Smith não experimentou nenhum reavivamento em 1820 como ele descreveu, no qual "grandes multidões" teriam entrado para as igrejas Metodista, Batista e Presbiteriana. De acordo com fontes anteriores, inclusive relatórios de conferências de igrejas, jornais, informativos eclesiásticos, registros de presbíteros e entrevistas publicadas, nada ocorreu em 1820-21 que se encaixe com a descrição de Joseph.
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Não houve acréscimo significativo no número de membros das igrejas dentro da área de Palmyra-Manchester, Nova York, [3] durante o período de 1820-1821 tais como sucedem em grandes reavivamentos. Por exemplo, em 1820 a Igreja Batista em Palmyra somente recebeu 8 pessoas através de profissão de fé e batismo; a Igreja Presbiteriana foi acrescida de 14 membros, enquanto que o circuito Metodista perdeu 6 membros, caindo de 677 em 1819 para 671 em 1820 e descendo para 622 em 1821. [4] Em seu relato de 1838, Joseph Smith afirmou que sua mãe, irmã e dois irmãos foram levados a entrar para a Igreja Presbiteriana local como resultado desse reavivamento de 1820. Entretanto, a mãe de Joseph, Lucy, nos conta que o reavivamento que a levou a entrar para a igreja aconteceu depois da morte de seu filho, Alvin. Alvin morreu em 19 de novembro de 1823, e em seguida àquela perda dolorosa Lucy Smith relata que: “...nessa época houve um grande reavivamento na religião, e a vizinhança inteira ficou muito entusiasmada com o assunto; e nós, em meio ao resto do pessoal, nos arrebanhamos para a casa de reuniões para ver se havia uma palavra de consolo para nós, que pudesse aliviar nossos sentimentos sobrecarregados.” (Primeiro esboço de Lucy Smith's History, pág. 55, Arquivos da Igreja SUD). Lucy acrescenta que embora seu marido somente houvesse participado das primeiras reuniões, ele não fazia objeção de que ela ou as crianças “fossem à igreja ou se tornassem membros.” Existe bastante evidência adicional de que o reavivamento ao qual Lucy se refere tenha mesmo ocorrido no começo da primavera de 1824. Foi relatado em pelo menos uma dúzia de jornais e informativos religiosos (veja por exemplo, uma carta de George Lane, datada de 25 de janeiro de 1825, no Methodist Magazine 8, [abril de 1825]: 159, e uma nota num jornal de Palmyra, o Wayne Sentinel 1 [15 de setembro de 1824] :3). [5] Registros de igrejas dessa época mostram relevantes acréscimos no número de membros devido ao recebimento de novos convertidos. A Igreja Batista recebeu 94, a Igreja Presbiteriana 99, enquanto que a obra Metodista aumentou mais 208 membros. Porém, nenhum reavivamento trazendo “grandes multidões” ocorreu em 1820 na área de Palmyra-Manchester, como Joseph alegou. Fica claro, a partir destas evidências, que o reavivamento que Joseph Smith descreveu não ocorreu em 1820, mas em 1824. Quando Joseph Smith escreveu a versão de 1838 de sua história, ele arbitrariamente mudou o reavivamento quatro anos para trás e o fez parte de uma história da Primeira Visão que nem sua mãe nem outros associados próximos tinham ouvido falar naqueles dias. (Para mais detalhes veja: Dialogue: A Journal of Mórmon Thought, Spring, 1969, págs. 59-100.)
Uma discrepância de quatro anos causa algum problema maior para a história de Joseph? Certamente que sim!
Joseph descreveu uma sequência de 10 anos de acontecimentos que começa com a Primeira Visão e termina com a publicação do Livro de Mórmon em 1830. Se esta sequência não começa até 1824, sobram apenas seis anos para se encaixar a sequência dos dez anos que Joseph alega que ocorreram antes do Livro de Mórmon ser impresso. Como aparece na história da escritura Mórmon, Joseph diz que em 1823, três anos depois da Primeira Visão de 1820, ele foi visitado pelo anjo Moroni. 133
Moroni fala para Joseph sobre as placas de ouro, mas diz que ele deveria esperar quatro anos até obtê-las. Em 1827 Joseph consegue as placas de ouro e três anos mais tarde (1830) publica o Livro de Mórmon. Entretanto, lembre-se que Joseph ligou a Primeira Visão a um grande entusiasmo na área de Palmyra-Manchester. Como documentado acima, agora sabemos que este reavivamento ocorreu, mas em 1824 e não em 1820. Isto significa que a visita inicial do anjo Moroni três anos depois da Primeira Visão teria que ser redatada para 1827. Quando nós acrescentamos os quatro anos adicionais que Joseph disse que tinha que esperar para conseguir as tábuas, ele não as poderia ter recebido até 1831. A esta altura o Livro de Mórmon já estava impresso. A sequência de 10 anos de acontecimentos que Joseph desvenda nesta história da Primeira Visão, simplesmente não se encaixa no período de tempo entre 1824 e a data de publicação do Livro de Mórmon em 1830.
Como é que a história das origens dos Mórmons se torna tão confusa? Parte da resposta é encontrada no fato de que o próprio Joseph Smith contou a história de várias maneiras diferentes.
O relato de sua primeira visão, dado por Joseph Smith, é uma história fantástica. Mas por ser uma visão, uma experiência pessoal, não há como provar sua veracidade. Os que a aceitam, tem que aceitá-la pelo testemunho de um rapaz de 14 anos, sem que outros a verifiquem.
Se algum rapaz de 14 anos dissesse hoje que Deus lhe visitou e que disse que a igreja SUD é apóstata, iriam crer facilmente nele como creem em Joseph Smith? E se não, por que não?
Haveria tanta evidência a favor de sua visão como para a de Smith. Qualquer uma das duas requer que se aceite seu testemunho por fé sem qualquer evidência. Não há maneira de examinar sua pretensão de haver visto a Deus.
Mas pode-se pôr à prova os eventos que moveram Smith a perguntar a Deus: "qual igreja tem razão?"
Em Pérola de Grande Valor, Smith diz que houve uma grande agitação entre todas as seitas na região onde vivia e que “grandes multidões se uniam aos diferentes partidos religiosos”. Menciona especialmente as igrejas metodista, presbiteriana e batista entre as que tomaram parte no grande avivamento. Nos versículos 14 e 22, diz que isto sucedeu em 1820, quando ele tinha 14 anos. Mas Wesley Walters examinou todas as crônicas disponíveis naquela região, buscando informações sobre tal avivamento. Descobriu que não há menção de nenhum avivamento ali em 1820 (veja seu folheto New Light on Mormon Origins, publicado pela "Utah Christian Tract Society" Box 725, La Mesa, CA., 92041). Um avivamento da importância indicada por Smith sempre deixa sinais. Mas se houve tal avivamento em Palmyra em 1820, ninguém viu exceto Smith. Guilherme Smith, irmão de Joseph, escreveu um livro chamado William Smith on Mormonism, citado comumente pelos líderes dos SUD sobre o avivamento de 1820. Mas Guilherme Smith não fixa a data do avivamento de 1820. Diz que aconteceu em 134
1822 e 1823 e que José tinha 18 anos (isto estabeleceria a data em 1824). Diz que o avivamento foi dirigido por um ministro presbiteriano, o Rev. Stockton, o que havia pregado no funeral de Alvin Smith, antes dessa data, indicando que Alvin foi ao inferno. E que por isto Joseph Smith não se uniu à igreja presbiteriana. Mas se o Revdo. Stockton pregou no funeral de Alvin antes desse avivamento este não poderia ter acontecido em 1820, porque a lápide em seu túmulo diz que morreu em 19 de novembro de 1823.
A data 19 de novembro de 1824, na Pérola de Grande Valor, é um erro.
O jornal Wayne Sentinel de Palmyra, Nova Iorque, mostrou o anúncio em vários números começando em 25 de setembro de 1824, dizendo que Joseph Smith (o pai do profeta Smith) mandou desenterrar o corpo de Alvin. Joseph disse que o avivamento teve lugar na primavera; assim, a data mais antiga em que poderia acontecer depois da morte de Alvin, seria 1824. Além disso, o Rev. Stockton e o Rev. Lane (mencionados como tomando parte no avivamento) chegaram a Palmyra somente em 1824 e o Rev. Lane não chegou até julho desse ano para começar a trabalhar no círculo metodista e ficou somente até janeiro seguinte por sua má saúde. Estes dados foram perfeitamente confirmados. Qualquer avivamento em que os dois tomaram parte, teria que acontecer na última parte de 1824, não em 1820. O Wayne Sentinel reporta um avivamento em 1824-25, mas nada de tal coisa em 1820. Os jornais nada disseram sobre a visão de Joseph Smith, nem da perseguição que disse que sofreu em 1820. Se o clamor e o movimento nas igrejas existiu, tal como Joseph o descreve na PGV 1:5, 6,9 e 10, é difícil crer que nesse mesmo ano as igrejas se uniram para perseguir o rapaz de 14 anos (Joseph diz que tinha essa idade, no v.22). As crônicas desse período não indicam nenhum conflito eclesiástico como Joseph Smith o menciona. As estatísticas conservadas pelas várias igrejas tampouco indicam nenhum avivamento em 1820 em Palmyra. A igreja presbiteriana registrou avivamentos em 1817, 1824, 1829 e em outros anos, mas nenhum em 1820. A igreja batista ganhou exatamente cinco membros pelo batismo em 1820. O circuito metodista que incluía Palmyra, registrou perdas de 23 pessoas em 1820 e de 40 em 1821. Isto dificilmente indica que houve avivamento em 1820 em que “grande multidões se uniam aos diferentes partidos religiosos” como afirma PGV, Joseph Smith 1:5.
Mas já em 25 de setembro de 1825 o avivamento já havia terminado. Os presbiterianos registraram um aumento de 99 pessoas, os batistas 94 e os metodistas, 208. Se Joseph teve sua primeira visão na primavera depois do avivamento, teria sido em 1825. Mas essa data foi depois da "segunda visão". Esta aconteceu, segundo ele, quando Moroni lhe falou das placas de ouro em 21 de setembro de 1823. Por isto, a visão de Moroni teria que ser mudada a outra data não antes de setembro de 1825.
Smith informa haver visto a Moroni sucessivamente por quatro anos, detalhe que nos leva a setembro de 1829, ou seja, antes de receber as placas de ouro. Só então poderia dar início sua tradução (PGV, José Smith 1:29 y 53).
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Mas como se poderia traduzir todo o LM em junho de 1829, se Smith não recebeu as "placas de ouro" até setembro de 1829? (veja A Short History of the Church of Jesus Christ of the Latter Day Saints, p. 18.)
A data do avivamento é muito importante. Se não houve avivamento em 1820, falta o motivo que levou Smith perguntar a Deus qual igreja tinha razão. E se foi o avivamento de 1824-25 o que provocou a pergunta de Smith, então a história dos mórmons e sua cronologia estão em terrível conflito. Uma História Em Constante Mudança - de anjo no quarto à Deidade no bosque!
Atualmente, existem NOVE diferentes versões da primeira visão de Joseph Smith. E elas não contém pequenas variações da mesma história básica, o que poderia ser facilmente explicado. Elas são histórias diferentes! As diferenças incluem:
sua idade, onde ele estava quando teve a visão, quantos seres ele viu, se os seres eram anjos ou a deidade, e o que foi realmente dito à ele.
Ainda, uma das versões que foi escrita de próprio punho contradiz a versão oficial que se encontra em Pérola de Grande Valor. As evidências mostram que ele mudava sua história radicalmente cada vez que ela era contada, até finalmente evoluir para o que os SUD chamam de "versão oficial".
O fato de Joseph alterar sua versão de um fato, indica que este fato não foi real. 136
Se ele realmente teve essa visão incrível, tudo estaria impresso em sua mente. Por exemplo, ele não se confundiria se tivesse visto um único anjo ou Deus, o Pai e Seu filho Jesus Cristo juntos. Também não se confundiria se a visão ocorreu no seu quarto ou no bosque. Apesar de alguns SUD do início da igreja saberem das versões iniciais da primeira visão, a literatura mórmon mostra que até 1838, dezesseis anos após o evento ter supostamente ocorrido, nem mesmo uma alma tinha ouvido a versão que hoje é conhecida. Nem mesmo a família de Smith sabia desta versão. O relato da primeira visão, que Smith escreveu em 1832, foi referido como a “estranha história” de Joseph, nunca foi terminada e por muitos anos permaneceu inacessível ao público. Foi publicada em BYU Studies [Estudos da Universidade de Brigham Young], Primavera de 1969, pág. 278ff, e também está incluída em The Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith] de Dean C. Jesse (Salt Lake City: Deseret Book, 1984). Nesta versão, Joseph se apresenta como um garoto que, entre a idade de 12 e 15 anos, era um leitor da Bíblia perceptivo e comprometido. Ele alega que foram seus estudos das Escrituras que o levaram a compreender que todas as denominações estavam erradas. Ele escreveu: ... “buscando nas Escrituras, descobri que a humanidade não se achegou ao Senhor, mas que apostatou da verdadeira fé viva e que não havia sociedade ou denominação que se tivesse construído sobre o Evangelho de Jesus Cristo, como registrado no Novo Testamento” (Personal Writings [Escritos Pessoais] pág. 5). Seis anos mais tarde, quando Joseph lançou seu relato oficial da Primeira Visão, ele mudou sua história e não mais alegou que seu estudo pessoal da Bíblia o tivesse levado à conclusão de que todas as igrejas estavam erradas. Pelo contrário, ele disse que o Pai e o Filho lhe disseram que todas as igrejas estavam erradas e que “ele não deveria entrar para nenhuma delas” (ironicamente, os próprios historiadores Mórmons documentaram o fato de que Joseph Smith entrou para uma classe de aula da Igreja Metodista em 1828. [6]) Ele alegou estar surpreso de seu pronunciamento, pelo que acrescentou entre parênteses que "nessa época nunca tinha passado por seu coração que todas fossem erradas". Joseph, porém, se contradiz, pois em alguns parágrafos anteriores, nesse mesmo relato, ele afirmou: “Eu frequentemente dizia para mim mesmo. Qual de todos esses grupos está certo? Ou estão todos errados de uma vez?” Esta declaração aparece no manuscrito original (veja o Brigham Young University Studies, citado anteriormente, pág. 290).
Porém, uma contradição tão séria assim não poderia ser permitida a continuar sendo parte da versão oficial, e depois da morte de Joseph as palavras embaraçosas foram tiradas da edição. Mesmo sem a contradição, o relato de 1838 se contradiz com a versão de 1832. No relato de 1832, é a leitura da Bíblia de Joseph que o move a buscar a Deus, enquanto que na história de 1838 é um reavivamento (não existente em 1820) que o motiva. Na versão de 1832, Joseph somente menciona a aparição de Cristo, enquanto que na de 1838 ele alega que tanto o Pai como o Filho apareceram.
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No relato de 1832, ele já sabe que todas as igrejas estão erradas, enquanto que na história de 1838 diz que nunca lhe ocorreu que todas fossem erradas até que as duas deidades o informaram deste fato.
A mãe de Joseph, da mesma forma, não sabia nada de uma visão do Pai e do Filho no Bosque Sagrado. No seu relato não publicado, ela põe a origem do Mormonismo numa visita de um anjo ao quarto. Joseph, nessa época, estava: “ponderando sobre qual das igrejas era a verdadeira.” O anjo lhe disse: “não há uma igreja verdadeira na Terra; não, nenhuma” (Primeiro esboço de "Lucy Smith's History", pág. 46, Arquivos da Igreja SUD). Brighan Young também fez alusão à um ANJO na Primeira visão: “O Senhor não veio... mas enviou seu anjo e informou que ele não se deveria unir a nenhuma religião sectária daqueles dias, pois todas estavam erradas” (Journal of Discursers vol. 2, pag.171, February 18, 1855). - veja figura abaixo:
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Willdford Woodruf, o quarto profeta da Igreja, também disse que o mormonismo: “começou com um Anjo de Deus voando pelo meio do céu e visitando um jovem chamado Joseph Smith, no ano de 1927” (Journal of Discourses, v.13, pag.324, September 5, 1869). George A. Smith, que foi apoiado como primeiro conselheiro da Primeira Presidência em1868, fez esta declaração em novembro do mesmo ano: “Quando Joseph Smith tinha cerca de quatorze ou quinze anos... havia um reavivamento religioso... ele havia lido a bíblia e encontrou a passagem em Tiago... ele foi humildemente diante do Senhor e perguntou-Lhe, e o Senhor respondeu à sua oração, e revelou a Joseph, por anjos ministradores, a verdadeira condição do mundo religioso. Quando o anjo sagrado apareceu, Joseph perguntou qual dessas denominações estava certa e qual ele deveria unir-se, e foi dito a ele que todas estavam erradas...” (Journal of Discourses, vol. 12, pp.333-34). John Taylor, o terceiro presidente da igreja, fez a seguinte declaração em 2 de março de 1879: “... assim foi quando o profeta Joseph perguntou ao anjo qual denominação religiosa estava certa para que ele pudesse unir-se a ela. A resposta foi que nenhuma estava certa. O quê, nenhuma? Nenhuma. Nós não iremos parar para responder esta questão. O anjo meramente disse a ele para não se unir a nenhuma delas, pois nenhuma estava correta.” (Journal of Discourses, vol. 20, p.167). 1. Devemos perceber que nas citações, as autoridades da igreja referem-se claramente a um ANJO ou ANJOS e não a Deus e Jesus Cristo. Ainda, segundo Woodruff, a Primeira Visão ocorreu em 1927! 2. Seria possível que os dirigentes da igreja se enganariam sobre uma história tão importante? Outra versão da Primeira Visão foi publicada em 1834-35 no informativo Messenger and Advocate dos Santos dos Ultimos Dias (vol. 1, págs. 42, 78). Este relato foi escrito pelo líder da SUD, Oliver Cowdery, com a ajuda de Joseph Smith. Conta como um reavivamento em 1823 fez com que o jovem Joseph Smith de 17 anos de idade [7] se motivasse ao assunto de religião. De acordo com Cowdery, Joseph “desejava saber por si mesmo a certeza e a realidade da religião pura e santa” (pág. 78). Ele também orava que: “se um Ser Supremo realmente existia, ele pudesse ter a certeza de que Ele o aceitava” e que por “alguma forma de manifestação sentisse que seus pecados estavam perdoados” (id. 78, 79). De acordo com este relato, um anjo (não uma deidade) apareceu no quarto de Joseph para lhe dizer que seus pecados estavam perdoados. Os conflitos produzidos por este relato são numerosos:
Primeiro, a data do reavivamento é dada como sendo 1823, ao invés de 1820. Segundo, se Joseph já tinha tido uma visão do Pai e do Filho em 1820, por que precisava orar em 1823 sobre a existência ou não de um Ser Supremo? Terceiro, quando o reavivamento o incitou a orar, o personagem que aparece é um anjo, não o Pai e o Filho. Quarto, a mensagem do anjo é mais um perdão de pecados do que um anúncio de que todas as igrejas estavam erradas. 140
Estes relatos divergentes levantaram sérias questões sobre a autenticidade da história da Primeira Visão de Joseph Smith. Pessoas distintas podem ter distintos pontos de vista sobre o mesmo acontecimento; mas quando uma pessoa conta uma história contraditória sobre o mesmo acontecimento, temos razão para questionar tanto a pessoa como o acontecimento. Perseguição Ou Aceitação? Hoje a história da Primeira Visão não apenas enfrenta um problema com relação à data, historicamente verificada, do reavivamento de Palmyra, Nova York, e com relatos anteriores de Joseph sobre o acontecimento, mas também entra em conflito com o que nós sabemos sobre seus primeiros anos em Palmyra. Em sua versão oficial, Joseph Smith alega que foi perseguido por todas as igrejas nessa área “porque eu continuava a afirmar que tinha tido uma visão”. Entretanto, isto contradiz um dos associados de Joseph na época, Orsamus Turner, um aprendiz de impressor em Palmyra em 1822, estava num “clube de debates de jovens” com Joseph Smith. Ele se lembrou de que Joseph “depois de captar uma centelha de Metodismo. se tornou um exortador muito tolerável nas reuniões noturnas” (History of the Pioneer Settlement of Phelps and Gorham's Purchase, 1851, pág. 214).
Assim, em vez de ter oposição e perseguição como seus relatos de 1838 alegam, o jovem Joseph era bem-vindo e permitido a exortar durante a pregação noturna Metodista.
Este ponto é sustentado pelo historiador da Brigham Young University e bispo dos SUD, James B. Allen. Allen não encontrou praticamente nada para sustentar a alegação de Joseph, de que ele contou a história da Primeira Visão logo depois dela ter acontecido em 1820 e que sofreu perseguição como resultado; ou inclusive de que Joseph estava contando sua história dez anos mais tarde. “Há pouca ou quase nenhuma evidência, entretanto, de que no começo de 1830, Joseph Smith estivesse contando a história em público. Pelo menos, se é que ele a estava contando, ninguém parecia considerá-la importante o suficiente para tê-la registrado na época, e ninguém estava criticando-o por aquilo. Nem mesmo em sua própria história Joseph Smith menciona ter sido criticado no período em que contava a história da Primeira Visão” ("The Significance of Joseph Smith's First Vision in Mormon Thought.", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Fall 1966, pág. 30). Resumo das versões da primeira visão: Embora haja muitas semelhanças, e muitos dos relatos tenham temas comuns, há várias discrepâncias entre aos vários relatos da Primeira Visão. O ano do evento, a idade de Smith, quantos “personagens” estavam presentes, são todas questões para debate. Nas versões mais antigas, não há nenhuma referência a Deus ou Jesus, e o achado das placas é sem nenhum constrangimento ligado à “pedra de vidente” de Smith que ele usou enquanto caçava tesouro enterrado. Relatos posteriores (enquanto Smith está convertendo novos membros de igrejas locais) tornam a história submersa em linguagem cristã, e é renascida como um relato de um investigador espiritual se encontrando com Deus, em vez de um caçador de tesouros encontrando um grande achado. Aqui estão os relatos: 141
1 - Primeira Visão de acordo com a “Pérola de Grande Valor” (1838)
(antes ele tinha 14 anos) “nunca entrou em meu coração que todas (as igrejas) estavam erradas”. Aos 14 anos, ele vai ao bosque para orar. Trevas (talvez um espírito do mal) o envolvem, mas ele é libertado pelo Pai e pelo Filho. Três anos depois (1823), o anjo lhe aparece para lhe contar sobre as placas.
2 - Primeira Visão segundo JS disse a Peter Bauder c. 1830
Bauder relata que Joseph Smith lhe disse “não ter nenhuma experiência cristã” com as placas. Um anjo lhe diz para cavar e encontrar as placas em Manchester, Ontario County, NY. Joseph Smith visitou o local das placas uma vez por ano durante “3 ou 4” anos antes de possui-las.
3 - Primeira Visão Segundo relatada pelo próprio Joseph Smith (1832)
Smith começa estudando a Bíblia com 12 anos, e chega à conclusão de que todas as igrejas estavam erradas. Aos 16 anos, por causa de sua intensa fome espiritual, Jesus aparece para lhe dizer que todas as igrejas eram apóstatas e que seus pecados estavam perdoados. Um anjo lhe aparece enquanto tinha 17 anos (1 ano depois) para lhe contar sobre as placas.
4 - Primeira Visão relatada por Oliver Cowdery (1834) (encontrada em Messenger and Advocate)
Enquanto Smith está com 17 anos (1823), há um grande Avivamento na área, que o perturba. Joseph Smith luta com os assuntos da existência de Deus e a hipocrisia das igrejas locais. Um anjo aparece ao lado de sua cama que o assegura que seus pecados estão perdoados. O mesmo anjo conta-lhe sobre as placas. 5 - Primeira Visão como foi contada a Joshua, o ministro judeu (1835). Smith tem 14 anos e luta com o assunto da religião. Em um bosque, 2 “personagens” divinos o visitam e lhe contam que seus pecados são perdoados. Smith diz que houve várias outras visões.
6 - Primeira Visão como relatada à Erastus Holmes (1835)
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Com 14 anos, Joseph Smith tem “visões de anjos”. Esta versão também foi publicada no Deseret News, mas posteriormente foi retirada do livro History of the Church. Veja a cópia do jornal abaixo:
Portanto, no Deseret News: “... Eu recebi a primeira visão de anjos quando eu tinha por volta de quatorze anos...[I received the first visitation of angels, which was when I was about fourteen years old ...]” (May 29, 1852). 143
No History of the Church: “... Eu recebi minha primeira visão quando eu tinha por volta de quatorze anos... [I received my first vision, which was when I was about fourteen years old ...]” (vol. 2, p.312).
7 - Relato da Primeira Visão relatada a Willard Chase (relatada em 1827, segundo depoimento de 1833)
Um espírito aparece a Joseph Smith, que está com 17 anos (1823) e lhe fala das placas. Joseph Smith vê as placas. Quando ele tenta pegar as placas, o espírito se transforma de um sapo a um homem e o espanca. Joseph Smith obtêm as placas com a ajuda de sua pedra mágica de vidente que ele tinha previamente escavado no poço de WIllard Chases (1827). A mesma pedra foi usada por Joseph Smith para ajudá-lo a encontrar tesouros escondidos.
8 - Relato da Primeira Visão a Martin Harris (relatada in 1827 para John Clark, Segundo o livro "Gleanings By The Way” de 1842
Enquanto estava com 18 ou 19 anos, um anjo conta a Joseph Smith sobre as placas. Ele precisa se casar e esperar até que seu filho esteja com 2 anos antes que ele possa ver as placas e começar a tradução. Smith tenta prematuramente ver as placas com seu pai, mas a caixa com as placas miraculosamente afunda na terra; O anjo bate em Smith por sua presunção. Joseph Smith decifra as placas usando duas pedras que vieram com as placas como “óculos” que lhe davam a habilidade de traduzir. Joseph Smith traduz mesmo com as placas fechadas na caixa, já que os óculos lhe permitem ver através dela.
144
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PGV
JS a Peter Bauder
JS (1832)
Oliver Cowdery (1834)
Joshua (1835)
E. Holmes (1835)
1823 17 anos
14 anos
Ano e idade
1820 14 anos
Motivação
Avivamento e fome de saber a verdade
JS SABIA que todas as igrejas estavam erradas
Avivamento e fome de saber a verdade
Quem apareceu
Deus e Jesus Cristo
Jesus Cristo
Anjo
dois personagens
Ao lado de sua cama
bosque
Onde apareceu
bosque
O que foi dito
Seus pecados estavam perdoados
Não há igreja verdadeira
Não há igreja verdadeira
Seus pecados estavam perdoados Placas de ouro
Outros
3 anos depois 1823
Outra visão Quem apareceu Onde apareceu
Moroni
Um anjo
1 ano depois 17 anos Um anjo
W. Chase (1827)
Martin Harris 1827
14 anos
1823 17 anos
18 ou 19 anos
Vários anjos
Um espírito
um anjo
Placas de ouro; JS vê as placas
Placas de ouro; Ele precisa se casar e ter um filho com 2 anos antes de ver as placas
O espírito sapo se transforma em um homem eo espanca.
As placas afundam na terra; O anjo bate em Smith
várias
Quarto Placas de outro em Cumora
O que foi dito
cavar e encontrar as placas
Placas de ouro
Conclusão De todas as linhas disponíveis de evidência, portanto, a versão “oficial” de 1838 da história da Primeira Visão de Joseph Smith parece ser mito e não história:
Não houve reavivamento em nenhum lugar na área de Palmyra-Manchester, Nova York, em 1820. Os acontecimentos conforme contados por Joseph Smith não se encaixariam num período de tempo entre o reavivamento de 1824 e a publicação de 1830 do Livro de Mórmon. Joseph era bem-vindo, e não perseguido pelos Metodistas. Em seu relato de 1832, Joseph disse que foi por estudo pessoal da Bíblia que ele determinou que todas as igrejas eram apóstatas, enquanto que em 146
seu relato de 1838 ele disse que "nunca passou por seu coração que todas estivessem erradas". Em sua versão de 1832, Joseph alegou ter tido apenas uma visão de Cristo e em sua versão de 1835 Joseph contou sobre a visita de um anjo, enquanto na história de 1838, a mensagem veio do Pai e do Filho. Ninguém conheceu a versão de hoje da Primeira Visão até depois que Joseph a tivesse ditado em 1838, e nenhuma fonte de publicação a menciona até 1842 (id. pág. 30ff).
Os conflitos e contradições trazidos à luz pela evidência histórica precedente, demonstram que a história da Primeira Visão, conforme apresentada pela Igreja Mórmon hoje, deve ser considerada como sendo invenção da mente muito imaginativa de Joseph Smith. Os fatos históricos e as próprias palavras de Joseph a desacreditam integralmente.
_________________ Notas 1. James B. Allen, professor da Brigham Young University, em "The Significance of Joseph Smith's First Vision in Mormon Thought," Dialogue: A Journal Of Mormon Thought, Outono 1966, pág. 29. Allen era um bispo dos SUD na época. 2. Por exemplo: a revista da igreja Mórmon the Ensign [A Insígnia], abril de 1995, apresenta um artigo de seis páginas sobre a importância da Primeira Visao, intitulado "'Oh, How Lovely Was The Morning!': Joseph Smith's First Prayer and The First Vision" ["O, Quao Bela Foi A Manha!: A Primeira Oraçao de Joseph Smith e a Primeira Visao" - nao dá nenhuma pista dos sérios conflitos entre a história da Primeira Visao e a evidência histórica. 3. Palmyra e Manchester eram cidades adjacentes. 4. Veja os "Records" ["Registros"] da Igreja Presbiteriana da área de Geneva, Presbyterian Historical Society [Sociedade Histórica Presbiteriana], Philadelphia, PA; "Records for the First Baptist Church in Palmyra" ["Registros da Primeira Igreja Batista em Palmyra"], American Baptist Historical Society [Sociedade Histórica Batista Americana], Rochester, NY; Ata da Conferência Anual [Metodista], Circuito de Ontario , 1818-1821, págs. 312, 330, 346, 366 5. Lane escreveu que a obra do Senhor em Palmyra e circunvizinhança "começou na primavera, e progrediu moderadamente até o tempo da reuniao quadrimestral, que foi realizada nos dias 25 e 26 de setembro de 1824. O artigo da Wayne Sentinel declara: "A reforma está continuando nesta cidade em grande extensao. O amor de Deus tem sido derramado nos coraçoes de muitos, e o derramamento do Espírito parece ter conquistado uma fortaleza." 6. Linda King Newell e Valeen Tippetts Avery, Mormon Enigma, Emma Hale Smith, University of Illinois Press, 2a ediçao, 1994, pág. 25. 7. Na página 78, Cowdery corrige um erro de impressao com relaçao à idade de Joseph. Quando Cowdery começa a relatar as origens dos Mórmons na página 42, ele menciona o reavivamento e a idade de Joseph como sendo quatorze. No segundo assunto, quando ele continua a história na página 78, ele data o reavivamento como sendo em 1823 e corrige a idade de Joseph para dezessete anos de idade.
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2 - Plágio Texto traduzido e adaptado de The Mormon Handbook A Primeira Visão de Joseph Smith não foi a única em sua época, e as evidências sugerem que ele plagiou partes de outras histórias para fabricar sua própria história visionária. 1. - O historiador Mórmon Richard Bushman identificou mais de 33 histórias visionárias publicadas entre 1783 e 1815. The Visionary World of Joseph Smith [7MB PDF] 2. - Identificamos seis histórias que provavelmente forneceram material para a história visionária de Joseph.
Comparando os contos visionários
Norris Stearns (1815) (The Religious Experience As quoted in The Visionary World of Joseph Smith [7MB PDF]) Compare o prefácio do livro de Stearns com a história da vida de Joseph: um jovem semi-alfabetizado; ordenado a escrever um livro, um profeta.
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O público aqui é presenteado com um livro escrito por um jovem semi-alfabetizado, que tem sido altamente favorecido por Deus, e mostrou muitas coisas, que ele agora foi ordenado a escrever. Ele solicita encarecidamente a atenção sincera de cada leitor, que talvez não se sustente (como o Parêntese inútil) entre os outros livros do mundo, pois está escrito em obediência à ordem divina, como um testemunho para mostrar seu chamado. Cuidado foi tomado, que nada deve ser escrito, a não ser o que foi comandado pelo Senhor, cujo servo e profeta eu sou. Norris Stearns The Religious Experience, prefácio O sentimento religioso do pai de Stearns é semelhante ao do pai de Joseph: Meu pai era um homem de oração, e pertencia à Igreja Batista, em Leyden, mas não tinha fé em ordenanças cerimoniais, e nas formas das religiões mortas. Ele retirou-se das suas reuniões, e logo foi abandonado às bofetadas de Satanás. Que a sua alma possa ser salva no dia de nosso Senhor Jesus. Norris Stearns The Religious Experience, p.5
Comparando os contos:
Ambos ficaram à beira da morte Ambos viram uma luz
Ambos viram o Pai e o Filho em forma humana
Norris Stearns (1815)
Joseph Smith (1842)
Quando eu estava aparentemente à beira da desgraça eterna, não vendo nada além da morte diante de mim, de repente.
No momento exato em que estava prestes a sucumbir ao desespero e abandonar-me à destruição
Apareceu um pequeno brilho de luz no quarto, maior que o brilho do sol. Eu vi dois espíritos... Um deles era meu Deus criador, quase em forma corpórea como um homem... Abaixo dele estava Jesus Cristo o meu Redentor, em perfeita forma como um homem...
vi um pilar de luz acima de minha cabeça, mais brilhante que o sol. Vi dois Personagens… Pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!
Ambos foram incapazes de descreverem suas aparências
Não pude descrever a glória deles
Cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição
Ambos usaram "pilar" em suas descrições
Um pilar e uma nuvem
Um pilar de luz
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Elias Smith (1816) The Life, Conversion, Preaching, Travel, and Sufferings of Elias Smith, pp.58-59
Comparando os contos: Elias Smith (1816)
Joseph Smith (1842)
Ambos entraram no bosque em uma manhã
Fui ao bosque em uma manhã
Retirei-me para um bosque a fim de fazer a tentativa. Foi na manhã de um belo e claro dia
Ambos uma luz
viram
Uma luz brilhante apareceu dos céus
vi um pilar de luz acima de minha cabeça
Ambos tiveram um encontro divino
Minha mente parecia a subir naquela luz ao trono de Deus e do Cordeiro, e, enquanto assim gloriosamente levado... E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião.
Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafia qualquer descrição.
Solomon Chamberlain (1816) (A Short Sketch of the Life of Solomon Chamberlain As quoted in The Visionary World of Joseph Smith [7MB PDF]) Solomon visitou Palmyra e se reuniu com a família Smith no outono de 1829. Ele finalmente juntou-se à Igreja Mórmon.
Comparando as visões: Solomon Chamberlain (1816) Ambos oraram sobre as denominações religiosas e receberam a resposta que todas eram
O anjo tinha dado a conhecer-me, na visão, que todas as igrejas e denominações na terra haviam se tornado corruptas.
Joseph Smith (1842) Foi-me respondido que não me unisse a qualquer delas, pois estavam todas erradas... Todos os seus credos eram uma abominação a sua vista; que aqueles religiosos eram todos corruptos.
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corruptas
Charles G. Finney (1821) (Memoirs of Revival of Religion, Ch. 2) Finney visitou a comunidade de Joseph Smith em 1831
Comparando as duas histórias da visão: Charles G. Finney (1821)
Ambos ficaram impressionados com as escrituras
Ambos foram para um bosque para rezarem sozinhos
Ambos lutaram para rezar
Ambos foram tomados por um poder
Ambos caíram em desespero
Justamente neste ponto esta passagem da Escritura parecia cair em minha mente com uma enxurrada de luz... Eu imediatamente agarrei-a com meu coração Eu me virei e voltei meu caminho em direção à floresta, sentindo que eu estava sozinho e longe de todos os olhos e ouvidos humanos, para que eu pudesse derramar minhas orações a Deus... Eu rastejei para este lugar e me ajoelhei para orar Mas quando tentei orar eu descobri que meu coração não iria rezar... Mas eis! Quando tentei, eu estava mudo, ou seja, eu não tinha nada a dizer a Deus, ou pelo menos eu poderia dizer apenas poucas palavras.
Uma imensa sensação de minha fraqueza, em estar envergonhado por um ser humano me ver ajoelhado diante de Deus, tomou poderosa posse de mim. Finalmente, encontrei-me rapidamente beirando ao desespero.
Joseph Smith (1842) Jamais uma passagem de escritura penetrou com mais poder no coração de um homem do que essa, naquele momento, no meu. Pareceu entrar com grande força em cada fibra de meu coração Retirei-me para um bosque a fim de fazer a tentativa... Tendo olhado ao redor e encontrando-me só, ajoelhei-me e comecei a oferecer a Deus os desejos de meu coração. Era a primeira vez na vida que fazia tal tentativa, pois em meio a todas as ansiedades que tivera, jamais havia experimentado orar em voz alta... Apoderou-se de mim uma força que me dominou por completo; e tão assombrosa foi sua influência que se me travou a língua, de modo que eu não podia falar. Apoderou-se de mim uma força que me dominou por completo; e tão assombrosa foi sua influência.
No momento exato em que estava prestes a sucumbir ao desespero
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Ambos ficaram fracos
Eu me senti quase fraco demais para ficar sobre meus joelhos
Eu estava sem forças; mas tendo logo me recuperado em parte.
Asa Wild (1823) [full text] (Remarkable Vision and Revelation: as seen and received by Asa Wild, of Amsterdam, (N. Y.) Wayne Sentinel, Palmyra, New York, October 22, 1823)
Comparando as visões: Asa Wild (1823)
Joseph Smith (1848)
Ambos tiveram um encontro divino
Percebi de maneira notável a majestosa grandeza e glória daquele Ser
Vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição
Ambos perderam suas capacidades
Era como se minha mente, embora ativa em sua própria natureza, tivesse perdido toda a sua atividade, e fiquei completamente imóvel.
Foi dito a ambos que todas as denominações eram corruptas
Ele também me disse que todas as denominações cristãs tinham se tornado extremamente corruptas
Ambos receberam informações adicionais
E muitas outras coisas Ele disse a mim, que eu não posso escrever neste momento.
Imediatamente se apoderou de mim uma força que me dominou por completo; e tão assombrosa foi sua influência que se me travou a língua. Personagem que se dirigia a mim disse que todos os seus credos eram uma abominação a sua vista; que aqueles religiosos eram todos corruptos. E muitas outras coisas disse-me, as quais não posso, no momento, escrever.
James G. Marsh (1838) (Elder's Journal, Vol. 1, No. 3, p.48) Resumo do Professor da BYU e historiador Mórmon D. Michael Quinn sobre a visão de Marsh:
7 de maio de 1838. James G. Marsh, de 14 anos, filho do presidente do Quórum dos Doze, morre. O 152
volume de julho do Elder’s Journal diz que aos nove anos, este rapaz "teve uma visão extraordinária, na qual ele falou com o Pai e muitos dos antigos profetas face a face, e viu o Filho de Deus vindo em sua glória." Nenhuma publicação, neste momento ainda não tinha se referido à visão de Smith do Pai e do Filho.
D. Michael Quinn The Mormon Hierarchy: Origins of Power, p.628 O obituário foi escrito pouco antes de a versão oficial SUD. Uma comparação das visões: Obituário de Marsh (1838)
Joseph Smith (1842)
Ambos foram visitados pelo Pai e Filho
Ele falou com o Pai e muitos dos antigos profetas face a face, e viu o Filho de Deus vindo em sua glória.
Vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição... Um deles falou-me... Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!
Ambos usaram frase similar para a data
No início da primavera de 1832
No início da primavera de 1820
Versão do Rei Tiago (King James) As palavras que Joseph Smith usa para descrever sua visão parecem ter sido emprestadas do livro de Atos, a saber, a visão de Cristo por Paulo, quando estava a caminho de Damasco. “Ora, aconteceu que, indo eu já de caminho, e chegando perto de Damasco, quase ao meio-dia, de repente me rodeou uma grande luz do céu. E caí por terra, e ouvi uma voz que me dizia...” Atos 22:6-7 “Ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo”. Atos 26:13 Conclusões: Ou Deus estava tentando restaurar a verdadeira igreja cristã para dezenas de pessoas em toda a Nova Inglaterra ou a história de Joseph Smith é mais uma fábula, dentre muitas outras. Não há razão para aceitar a Primeira Visão como um evento histórico real, pois, dentre outros motivos:
Não há testemunhas Joseph não manteve sua história constante Joseph apenas a revelou completamente uma década depois de, alegadamente, ter acontecido. É formada a partir das experiências visionárias ocorridas na Nova Inglaterra durante o início de 1800 153
Isso explica as várias versões da Primeira Visão, e como elas foram evoluindo e aumentando em detalhes. Esses detalhes foram, aos poucos, sendo plagiados de "visões" de outros e incorporados na versão de Smith. Isso também explica o porque Smith demorou VINTE E DOIS anos para publicar, oficialmente, um relato cuja importância é o fundamento e o início da igreja SUD.
3 - Depoimentos contraditórios sobre a Primeira Visão - inglês Abaixo, encontram-se 10 diferentes versões da Primeira Visão. Algumas variam em pequenos detalhes, outras variam grandemente. Geralmente apenas as 9 primeiras são citadas, mas vale ressaltar que uma décima foi relatada por Martin Harris, uma das três testemunhas do Livro de Mórmon. 1. 1827 First Vision Account as related to Willard Chase 2. 1827 First Vision Account given by Martin Harris to the Rev. John D. Clark 3. 1830 First Vision Account related to Peter Bauder 4. 1832 First Vision Account by Joseph Smith, Jr. 5. 1834-35 First Vision Account in Messenger and Advocate 6. 1835 First Vision Account by Joseph Smith given to Joshua the Jewish Minister 7. 1835 First Vision Account by Joseph Smith given to Erastus Holmes 8. 1838 First Vision Account by Joseph Smith 9. 1844 First Vision Account by Joseph Smith 10.1859 First Vision Account by Martin Harris
4 - Escrita pelo próprio Joseph Smith Um exame do manuscrito feito por Joseph Smith em 1832, sobre seus primeiros anos de vida, mostra que ele tinha prática em caligrafia e podia coordenar seus pensamentos, transcrevendo-os corretamente. Abaixo está uma fotografia de sua Primeira Visão, conforme a versão de 1832. Para ver todo o conteúdo do manuscrito, clique AQUI.
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História de Joseph Smith, em seu diário, sobre a Primeira Visão, escrita em 1832.
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Texto: …” marvelous even in the likeness of him who created him them and when I considered upon these things my heart exai= med well hatch the wise man said the it is a fool that saith in his heart there is no God my heart exclaimed all all these bear testimony and be bespeak a omnipotent and omnipreasant power a being who makith Laws and decreeeth ad bindeth all things in their bounds who filleth Eternity who was and is and will be from all Eternity to Eternity and when I considered all these things and that that being seeketh such to worship him as wors= hip him in spirit and in truth therefore I cried unto the Lord for mercy for there was none else to whom I could go and to obtain mercy and the Lord heard my cry en the wildene= ss and while in the attitude of calling upon the Lord in the 16th year of my age a piller of fire light above the brightness of the sun at noon day come down from above and rested upon me and I was filled with the spirit of god and the Lord opened the heavens upon me and I saw the Lord and he spake into me saying Joseph my son thy sins are forgiven thee. go thy way walk in my statutes and keep my commandments behold I am the Lord of glory I was crucified for the world that all those who believe on my name may have Eternal life behold the world lieth in sin and at this time and none doeth good no not one they have turned aside from the gospel and keep not my commandments they draw near to me with their lips while their hearts are far away from me and mine anger is kindling against the inhabitants of the earth to visit them according to th[e]ir ungodliness and to bring to pass that which hath been spoken by the mouth of the prophe= ts and Ap[o]stles behold and lo I come quickly as it [is] wr= itten of me in the cloud clothed in the glory of my Father and my soul was filled with love and for many days I could rejoice with great Joy and the Lord was with me but [I] could find none that would believe the hevnly vision nevertheless I pondered there things in my heart about that time my mother and but after many days…”
156
Tradução: ...maravilhosa mesmo à semelhança daquele que os criou e ao ponderar sobre essas coisas meu coração examinou bem o homem sábio, que diz que é um tolo aquele que diz em seu coração que não há Deus, meu coração exclamou todos esses dão testemunhos e sao os porta-vozes de um um ser de poder Onipotente e onipresente que fez as Leis e decretou todas as coisas em seus limites, que preenche a Eternidade, que foi, é e será de Eternidade em Eternidade, e quando eu considerei todas essas coisas e quandoo buscava, para adorá-lo como adorálo em espírito e em verdade, portanto, clamei ao Senhor por misericórdia porque não havia mais ninguém a quem eu poderia ir e obter misericórdia e o Senhor ouviu o meu clamor na solidao e enquanto em atitude de invocar o Senhor no 16 ano da minha vida um pilar de luz de fogo maior que o brilho do sol ao meio-dia veio de cima para baixo e pousou sobre mim, e eu estava cheio do espírito de Deus e o Senhor abriu os céus sobre mim e eu vi o Senhor e ele falou para mim dizendo Joseph meu filho, teus pecados te são perdoados. vai-te caminha por meus estatutos e guardes os meus mandamentos eis que eu sou o Senhor da glória Eu fui crucificado pelo mundo para que todos aqueles que acreditam no meu nome possam ter a vida eterna eis que o mundo jaz no pecado neste momento e não faz qualquer bem, não ninguem eles se desviaram do evangelho e não guardam os meus mandamentos eles se aproximam de mim com os seus lábios enquanto seus coraçoes estão longe de mim e minha ira é contra os habitantes da terra para visitálos de acordo com suas impiedades e cumprirei o que foi dito pela boca do profetas e Apostolos e eis que venho sem demora, como esta escrito sobre mim nas nuvens revestido na glória de meu Pai e minha alma estava cheia de amor e por muitos dias eu pude me regozijar com grande alegria e o Senhor estava comigo mas eu não encontrei ninguem que acreditasse nesta visão celestial, no entanto, ponderei sobre essas há coisas em meu coração mas depois de muitos dias...
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Notas: Todo o texto foi escrito sem pontuação, e portanto, a tradução foi mantida da mesma forma. Note que:
Joseph clama por perdão, e em nenhum momento pergunta sobre qual igreja deve se filiar. Não há descrição de forças do mal a ponto de destruírem-no Apenas Jesus aparece a Joseph Ele tem seus pecados perdoados.
Sobre a frase que foi acrescentada: “no 16º ano da minha vida”
Frase acrescentada - grifada em vermelho. Há sérias controvérsias sobre a autenticidade desta. Isso porque a letra da frase é claramente distinta da constante no manuscrito. Em uma comparação muito simples, percebe-se a diferença entre as letras "a" (em vermelho), "g" (em azul) e "th" em verde.
Comparação entre os dois "a" - do manuscrito original e da frase acrescentada.
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Comparação entre os dois "q" - do manuscrito original e da frase acrescentada.
Comparação entre os "th" - do manuscrito original e da frase acrescentada. Ainda, a cor da tinta também difere do manuscrito original. Portanto, há uma grande possibilidade desta frase ter sido acrescentada por outra pessoa e não há como saber se foi com a autorização do autor do manuscrito.
5 - O Pote de Ouro Comparando “o pote de ouro” com a história da primeira visão Grant H. Palmer No livro An Insider's View of Mormon Origins, há a descrição de uma lenda chamada “O Pote de Ouro". Ao ler a narrativa escrita por Hoffmann, a semelhança da história de Smith, o anjo e as placas de ouro é impressionante. Certamente esta não foi a única influência sobre história de Joseph Smith, mas sabe-se que esta lenda estava presente no ambiente em que Joseph vivia. [1]. A caverna do Cumora e o “pote de ouro”. Cinquenta e um dos principais cidadãos de Palmyra disseram que a família de Smith era famosa por projetos visionários, [2] sendo um deles centrado no chamado Monte Cumora. Orsamus Turner disse que havia “lendas de tesouros escondidos” associadas ao morro e Harris Martin disse que o “dinheiro fora supostamente ali escondido pelos antigos”. Foram, portanto, estas lendas que levaram a família Smith para o Monte. [3] Entre 1820 e 1827, pai e filho relatam que estavam ali cavando e tiveram experiências com um espírito guardião do Cumora. Antes, durante e depois da saga de placas de ouro, os Smith estavam empenhados na busca de tesouros. [4] Há provas sólidas de que, durante este período de oito anos, Joseph Smith e seu pai afirmaram ter visto dentro das caverna do morro usando um outro tipo de visão. A família compartilhava essa experiência com várias pessoas. [5] Katherine, irmã de Joseph, disse que ele "ia frequentemente ao morro e ao retornar nos dizia:" Eu vi os registos". [6] Lucy Smith, Henry e Martin Harris também ouviram de Joseph que, por meio da “pedra do vidente” ele era capaz de ver os registros escondidos no morro.[7] Com o tempo, a caverna no Cumora tornou-se cada vez mais importante para a família. 159
Joseph Jr. informou à Orson Pratt: “O grande depósito de todos os numerosos registros das antigas nações do continente ocidental foi localizado no morro [Cumôra], e seu conteúdo está sob os cuidados dos santos anjos.” [8] Segundo os Smith, Moroni era o principal guardião do morro. [9] As histórias da visão do mundo mágico pela família Smith e do mundo místico de "O Pote de Ouro" são muito semelhantes. O Archivarius (significando o que arquiva ou cuida) Lindhorst é o principal guardião dos tesouros de seu “lar antigo", assim como Moroni é o principal guardião dos tesouros de Cumora. O jovem Anselmus tem encontros com Lindhorst próximos de sua casa. Joseph Smith tem encontros periódicos com Moroni próximos à caverna. Anselmus e Joseph Smith podem, de forma conveniente, percorrerem à pé o caminho entre sua casa e as proximidades da caverna em um curto espaço de tempo. Anselmus é saudado por Lindhorst e Smith é saudado por Moroni. Ambos os seres são os últimos arquivistas de suas respectivas civilizações. [10] Eles estão encarregados de cuidarem de grandes tesouros, incluindo vários "rolos de pergaminho" [11] da civilização da Atlântida destruída de um lado, e das placas de metal precioso do Jareditas e nefitas por outro lado. Tanto Anselmus como Joseph encontram-se com seus tutores dentro e fora de sua casa ou da caverna. Anselmus reúne-se com Lindhorst "no jardim", em "bosques com árvores altas", na sala azul onde "o arvoredo se abre", e debaixo de árvores.[12] Lucy Smith disse que "o anjo se reunira com Joseph no jardim", em “um bosque sagrado", e sob uma árvore em um meadow.[13] Lindhorst aparece de forma majestosa em "sua túnica damasco que brilhava como o fósforo." [14] Ele também aparece como um homem velho e gentil nas ruas de Dresden e em outros locais, com cabelo branco, vestido com uma roupa cinza e usando o seu chapéu militar. [16] Ele também protege Anselmus contra os maus espíritos que buscam por seu tesouro no equinócio [17] e combina com Anselmus de fazer sessões nas proximidades de um café, proporcionando fogo imediato apenas estalando seus dedos e falando sobre o seu passado histórico.[18] Moroni, semelhantemente, aparece em uma forma majestosa num manto que era extremamente branco e brilhante. [19] Ele também aparece Palmyra ao longo das estradas como um "homem bom e velho indo para Cumôra" e em outros lugares com "cabelos brancos", vestido de cinza e usando um 160
chapéu militar. Moroni protege Joseph contra os maus espíritos que buscam o seu tesouro no equinócio. Leman Copley, um membro da igreja primitiva, disse que Smith falou à ele e à Joseph Knight Sênior, que viu e conversou com "Moroni" como "um homem velho" que viajava para “Charzee”. Joseph disse que Moroni afirmou ter um macaco em uma caixa e que por "cinco moedas de cobre", ele poderia vêlo.[20] Moroni encontra-se com Joseph e conta sobre seu passado. As testemunhas "entraram em um bosque" para contemplar o anjo e as placas de ouro. À elas também são mostrados outros artefatos e assistem Moroni devolvê-los à caverna. Posteriormente, as placas de ouro são devolvidos para a caverna por Joseph Smith e Oliver Cowdery.[21] É também significativo que tanto a casa e a caverna contêm uma série de câmaras altas e de grande porte, que estão cheias de artefatos egípcios, tesouros de ouro iluminados, espadas e mobiliário fino. Dentro destas vastas bibliotecas estão dispositivos o pote dourado, couraças, livros dourados, e tripés contendo artefatos inestimáveis do passado.[22] Ambos os antigos guardiões defendem seus tesouros a qualquer custo. Eles aparecem como terríveis homens velhos, como uma "serpente branca e transparente [coberta] com sangue", um "sapo" (ou algo que parecia com um sapo) e um fantasma sangrando cujas "roupas estavam ensanguentadas", tudo com o propósito de manter os tesouros afastados dos intrusos.[23] Há realmente apenas uma variação importante em todas estas descrições: Anselmus vê tudo isto em sonhos, enquanto na história oficial da igreja, Joseph Smith disse que foi realidade. Porém, um estudo mais detalhado mostra claramente que, no início, várias testemunhas afirmaram que a visita de Moroni era, de fato um sonho. Uma breve sinopse de "O Pote de Ouro" O conto de fadas "O pote de ouro " fala sobre Anselmus, um jovem que tem uma personalidade dividida. Sua vida real é maçante, normal, e sem significado. A vida em seus sonhos de fantasia é emocionante, diferente e muito importante. Anselmus é um estudante de teologia, mas ele geralmente prefere seu mundo de fantasia aos seus estudos. Seus amigos, como o professor de teologia Paulmann, a filha do professor, Verônica, e o secretário da faculdade Heerbrand referem-se à ele como essencialmente “louco”. Quando Anselmus está em sua fantasia, Paulmann torna-se Archivarius Lindhorst, o último historiador de Atlântida. Hoffmann claramente nos diz que Lindhorst não vive na carne, mas tem "existência no mundo dos espíritos”.[24] Veronica transforma-se em Serpentina, uma das três filhas de Lindhorst, que aparece como uma pequena cobra verde. Herrbrand aparentemente não tem uma função, mas pode ser citado às vezes por Anselmus. Uma bela mulher chamada Liese está na história, e ela se torna uma velha bruxa nos seus sonhos fantasiosos. Um ponto importante neste conto de fadas é que sempre que Lindhorst, Serpentina, ou a velha bruxa são mencionados, Anselmus está em seu mundo de sonhos. Às vezes seus sonhos incluem pessoas reais misturadas com figuras fantasiosas. Após a Parte Seis, Rosenburg, cuja mente tem estado cativa há muito tempo, cada vez mais se ausenta, até que na Parte Doze ele é levado completamente "para o misterioso mundo das maravilhas[Atlântida]." [25] Em outras palavras, ele 161
comete suicídio. Após a Parte Oito, com exceção de uns poucos pontos, não há nenhuma ligação entre o conto de fadas e a história de como Joseph Smith obteve as placas de ouro. Parte Um: A primeira visão da noite – recebendo uma mensagem. No início da noite no Dia da Ascensão, Anselmus está sob uma velha árvore meditando sobre seus defeitos como um dos futuros ministros de Deus. Ele passa então por uma experiência em sonho, e vê as três filhas de Lindhorst, cada uma sob a forma de uma serpente verde na velha árvore. Uma das filhas, Serpentina, fala a Anselmus, mas ele não pode compreendê-la plenamente. Somente após sua quarta visão é que sua mensagem se tornará clara.[26] Lindhorst está perto, do outro lado do rio, ouvindo e ciente do que está acontecendo, mas não fala com Anselmus.[27] Parte Dois: A segunda visão da noite – chamado para “traduzir” documentos raros. Ao despertar do seu primeiro sonho, seus amigos Paulmann, Veronica, e Heerbrand pensam que Anselmus estava bêbado ou um pouco louco. Eles convidam Anselmus para ir à casa de Paulmann para dissuadi-lo de sua visão. Agora, já tarde da noite mas ainda na casa de Paulmann, Anselmus tem uma segunda experiência de sonho. Neste sonho (e sabemos que é uma fantasia porque a figura da fada de Lindhorst está presente), Heerbrand informa Anselmus que Lindhorst precisa de um secretário para copiar os registros antigos da civilização de Atlântida. Interessado, Anselmus concorda em visitar Lindhorst na manhã seguinte. Ainda em seu sonho, Anselmus o faz. No caminho ele: (1) pensa sobre o salário generoso e o presente (um pote) que ele receberá, (2) encontra uma bruxa má, que lhe diz telepaticamente que ele irá falhar na sua missão, (3) fica assustado pela velha bruxa na porta Lindhorst's; (4) e é insultado por "uma serpente branca", que é Lindhorst em uma de suas formas assustadoras. Paulmann, encontrando Anselmus "deitado e completamente sem sentidos perto da porta" (ainda sonhando), leva-o à sua casa. [28] Assim, "ao voltar a si, ele [Anselmus] estava deitado em sua própria e pobre cama". Paulmann está lá quando ele acorda e pensa novamente que Anselmus está louco. Parte Três: A terceira visão da noite – ouvindo a história de Atlântida. Ainda na cama, Anselmus sonha que ele está em um café com Heerbrand. Lindhorst dá um breve relato histórico de sua vida, que inclui a construção da Atlântida pelos seus antepassados. Anselmus aceita uma cópia dos manuscritos de Lindhorst sobre Atlântida, prometendo retornar "amanhã" e iniciar o trabalho, não importa quais sejam os obstáculos. 162
Parte quatro: A Visão da Manhã (quarta) – a mensagem torna-se clara. Novamente sob a velha árvore "assim que ele [Anselmus] se sentou, toda a visão que ele havia visto anteriormente como num transe celestial, veio novamente flutuando diante dele. Agora estava mais claro do que nunca". Anselmus acredita que esta é a confirmação de tudo que os sonhos glorioso prometeram-lhe, e que em outro mundo mais elevado seria cumprido. Anselmus está tão animado que ele passa " todas as noites" sob a velha árvore. Uma noite Lindhorst aparece e repreende-o, perguntando por que ele não veio para fazer o trabalho dos escribas, como prometido. Anselmus diz que foi por causa das experiências terríveis na porta de Lindhorst. Lindhorst lhe diz: “Eu tenho esperado-o por vários dias em vão." Anselmus novamente promete ir “amanhã”. Parte Cinco: Esperando pelo equinócio de outono. A Parte Cinco começa com Anselmus tendo copiado, por dois dias, os manuscritos de Archivarius Lindhorst. Lindhorst gosta do trabalho que o jovem está fazendo, mas é muito cedo para saber se ele será adequado para o projeto da história de Atlântida. É decidido que “Nós vamos falar dela em um ano a partir de agora”. Enquanto isso, uma simpática e velha mulher, chamada Liese induz a noiva Anselmus, Veronica, a aventurar-se no equinócio de outono. A velha evocará Anselmus e garantirá um futuro feliz para eles, mas apenas se Veronica estiver presente. Amando Anselmus e desesperada para salvá-lo dos fantasmas que estavam zombando e fazendo-o de tolo, Veronica concorda. [29] Quando o equinócio de outono chega, vemos Liese tornar-se uma velha bruxa no sonho de Verônica. O verdadeiro objetivo da bruxa é matar Anselmus, seu concorrente, e obter o pote de ouro para si. [30] Parte Seis: Outra Visita – um período de provação. Em outro sonho, Anselmus chega à casa de Lindhorst e a porta se abre por conta própria. Lindhorst aparece e leva-o através das seguintes salas: (1) a sala jardim ou “estufa”, com vários pássaros, flores e árvores; (2) diversos outros quartos decorados contendo "mobiliários brilhantes maravilhosos e outras coisas desconhecidas" e (3) uma sala azul contendo palmeiras com folhas brilhantes, cada folha sendo “um rolo de pergaminho". [31] No meio da sala azul, repousando sobre um tripé de leões egípcios, há uma couraça egípcia; sobre ele há um pote de ouro. Anselmus fica mais animado com o pote. Continuando, eles chegam à uma biblioteca, onde Anselmus vai trabalhar. Lindhorst entrega-lhe um manuscrito árabe para copiar e explica que “enquanto trabalhar aqui, você receberá várias instruções.” Quando Anselmus termina cada manuscrito, Lindhorst dá-lhe outro, depois outro, e assim por diante. É prometido à Anselmus que, se ele for bem sucedido, ele trabalhará na sala azul. O jovem ganha 163
confiança, incentivado por Serpentina. No final do dia, Lindhorst está obviamente satisfeito com o trabalho de seu protegido, e aparece em uma forma majestosa para louvar e compensá-lo. Animado com seu trabalho, Anselmus já não pensa em ficar rico.
Parte Sete: No equinócio – Anselmus passa em seu teste.
A velha senhora e Verônica iniciam agora a aventura do equinócio. Elas “vão à meianoite e invocam certos espíritos infernais” desenhando um círculo mágico e executando certos rituais. Quando Anselmus é evocado, a mulher revela-se como uma bruxa má e emite um comando para seus “espíritos infernais” que o mordam até à morte. Lindhorst chega sob a forma de uma águia para salvar Anselmus e enviá-lo à casa velha. Usando um “espelho polido, brilhante e metálico”, Veronica vê seu noivo "sentado em uma câmara imponente" (sala azul ao invés da usual biblioteca), com um estranho mobiliário e diligentemente escrevendo em uma mesa rodeada por "livros grandes com folhas douradas”. Verônica acorda de um sonho profundo, no qual ela aprendeu que Anselmus passou em seu exame probatório. Parte oito: "Traduzindo" a história de Atlântida. Anselmus foi visto por sua noiva, no equinócio, na sala com o pote de ouro, peitoral e registros especiais. Mas no sonho de Anselmus, Lindhorst o faz esperar mais alguns dias antes que ele possa “traduzir” os registros de Atlântida. Como um aprendiz – enquanto em período probatório – Anselmus fora apenas um escriba. No entanto, agora que ele vê o propósito maior de sua atribuição, muito além do dinheiro, e ele deixará a biblioteca e o trabalho de cópia dos manuscritos e irá para a sala azul e para uma tarefa mais difícil. Na sala azul, Lindhorst puxa uma folha de uma das muitas palmeiras no quarto, e Anselmus vê que a folha era, na verdade, um rolo de pergaminho, que o Archivarius desenrola e abre-a sobre a mesa, diante do estudante. A escrita é uma mistura de árabe, copta, e uma língua desconhecida. Anselmus dirigiu os olhos e os pensamentos mais e mais intensamente sobre a inscrição do rolo de pergaminho. E em pouco tempo, ele sente como o pergaminho fosse do íntimo de sua alma, que os caracteres denotam nada mais do que estas palavras: “O casamento da salamandra com a cobra verde”, uma referência aos ancestrais distantes de Lindhorst, fundadores da Atlântida. Continuando além da inscrição, Anselmus começa a escrever a história de Lindhorst. Ele recebe a tradução na forma de sussurros inspirados de Serpentina, uma atlante, enquanto ele se mantém em um estado de reflexão sonhadora. No final do primeiro dia, quando Anselmus “despertou como de um sonho profundo, a cópia do manuscrito misterioso estava praticamente terminado. E ele achou, ao ver os caracteres mais estritamente, que os escritos eram mais nada, que a história de Serpentina sobre seu pai [Lindhorst] em Atlântida, a terra das maravilhas". 164
Dia após dia, Anselmus continua escrevendo ou “traduzindo” a história de Lindhorst dessa maneira. Em outras palavras, ele não faz apenas a transferência de caracteres estrangeiros de um documento para outro, mas recebe compreensão, conhecimento e o seu significado. Citações similares entre Smith e "O pote Dourado" Será usada a tradução de Carlyle de 1827, a mesma versão disponível para a família Smith, para as seguintes comparações. As cotações seguem a cronologia da história de Hoffmann. Cada item numerado contém a citação primeiramente de Hoffmann, depois da família Smith. 1. "Através de todos os seus membros ele sentiu um choque, como a eletricidade" / "produziu um choque que afetou todo o meu corpo", "ocasionou um choque ou uma sensação, visível nas extremidades do meu corpo." [32] 2. O roteiro era "parcialmente árabe, com caracteres estranhos, que não pertenciam a nenhuma língua conhecida" / "alguma língua desconhecida; em algumas exceções, os caracteres eram em árabe." [33] 3. Anselmus está vestido "em desacordo com a moda" /Joseph Smith usava "uma roupa antiquada" que era escura e, em sua maior parte, negra. [34] 4. Anselmus é insultado por uma serpente branca e transparente, coberta com sangue / "algo como um sapo", "parecido com um sapo", um “fantasma sangrento", cujas roupas estavam ensanguentadas. [35] 5. "Uma breve visão" dos atlantes e a fonte da qual eles "haviam surgido" / "um breve esboço" dos nefitas e a fonte da qual "eles surgiram." [36] 6. Sentado em "profunda reflexão" sob uma "velha árvore", em um pasto de um verde suave, Anselmus parecia "doente" / no "estudo profundo" sob uma macieira, perto de um pasto verde, Joseph parecia doente. [37] 7. "Por que você não veio à mim para definir o seu trabalho" / "Eu não havia me empenhado o suficiente no trabalho." [38] 8. "vamos falar disso em um ano a partir de agora" / "volte novamente em um ano." [39] 9. Ele age "estritamente sob as instruções do Archivarius" / "obedecendo estritamente à instrução [de Moroni] ". [40] 10."A porta se abriu" / "uma porta [do monte] se abriu." [41] 11."A sala do jardim" contém "bosques altos e árvores", a "câmara azul" é "um grande apartamento", e a "biblioteca" é particularmente uma sala alta / "câmaras grandes e espaçosas", " um quarto com cerca de 16 pés quadrados”, "um quarto grande e espaçoso", "câmaras". [42] 12.Quartos sem "janelas", com uma " luz deslumbrante [que ele] não conseguia descobrir a origem" / "iluminado de forma brilhante, mas não observei a fonte." [43] 13.Um dispositivo de " metal mais puro [e diamante]; no seu brilho, o nosso reino das maravilhas" poderá ser visto / "dois grandes diamantes brilhantes incrustrados em [metal]", "Diamonds colocados na prata." [44] 14.Alguém poderia "ver as maravilhas do Pote de Ouro" / "não ver nada, pois eles são maravilhosos." [45] 165
15.A biblioteca estava "forrada por todos os lados com estantes, e havia uma grande mesa de escrever" / "o quarto tinha prateleiras em torno dele", “uma grande mesa que estava na sala." [46] 16."Você está passando por uma fase de instrução" / "recebi instruções e inteligência." [47] 17."Ajoelhando, Veronica ouviu vozes odiosas [que] berravam, gritavam e cantarolavam" / Emma "ajoelhou" e ouviu que "os demônios começaram a gritar, e fazerem todos os tipos de sons horríveis." [48] 18.Passou da "meia-noite até a luz do dia" / das "doze horas" até o "café da manhã." [49] 19.Atacado por "espíritos infernais" / "Espíritos de Lúcifer", "hordas de demônios." [50] 20."[O] Archivarius entregar-lhe-ia um outro documento quando Anselmus terminasse a última carta" / "O anjo trouxe cada placa [a Joseph] e tomou de volta assim que ele acabava." [51] 21."Pergaminhos" / "pedaço de pergaminho." [52] 22.A origem do documento era "pouco conhecido” / somente "quando ele era inexperiente."[53] 23.Lindhorst apareceu em um ‘manto, que brilhavam como fósforo" / a túnica de Moroni "[era] extremamente branca e brilhante", "vestidos eram brancos, acima de qualquer brancura." [54] 24.Lindhort é "o príncipe dos Espíritos" / Moroni é o "príncipe dos espíritos." [55] 25.O cabelo de Lindhorst é "branco", ele usa um vestido "cinza" e "chapéu militar"/o cabelo de Moroni é "branco", ele se veste de "manto cinzento" e usa um "chapéu militar" [56] Para uma comparação mais detalhada entre a história de Smith sobre as placas de ouro e a história de Hoffmann, do pote de ouro, veja An Insider's View, 147-170.
______________________________________ Notas 1. Grant H. Palmer, An Insider's View of Mormon Origins (Salt Lake City: Signature Books, 2002), 173. 2. Ibid, 144n20. 3. Ibid, 184. This is why Martin Harris, Porter Rockwell, and another were digging for treasure at Cumorah after the gold plates were said to have been found there in Sept. 1827. See, Ibid, 178. 4. Ibid, 178, 183-85. 5. Ibid, 186-195. 6. Dan Vogel, ed., Early Mormon Documents 5 vols. (Salt Lake City: Signature Books, 1986-2002), 1:521. 7. An Insider's View, 189; Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith by His Mother (Salt Lake City: Bookcraft, 1958), 107, hereafter Lucy Smith, History of Joseph Smith. 8. An Insider's View, 158n35. 9. Ibid., 147-170. 10. Ibid, 153, 157. 11. Ibid, 43. 12. E. F. Bleiler, ed., The Best Tales of Hoffmann by E. T. A. Hoffmann (New York: Dover Publications, 1967), 18-19, 31, 42, 68, hereafter Hoffmann. Bleiler included a copy of the 1827 edition of Thomas Carlyle's translation of "The Golden Pot" in this collection. Later translations have been different in literary style. 13. Lucy Smith, History of Joseph Smith 149-50; An Insider's View, 154. 14. Hoffmann, 52. Also 35, 43, 61-62.
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15. Ibid, 48-49, 16. 16. Ibid, 16, 35. 17. Ibid, 40. 18. Ibid, 14-15, 48-49, 52. 19. "Joseph Smith-History," The Pearl of Great Price, 1:31; Lucy Smith, in An Insiders View, 256. 20. An Insider's View, 152n28, 164-65, 179. 21. Ibid, 192-94, and n48, 197. 22. Ibid, 157-163. 23. Ibid, 152n28. 24. Hoffmann, 167. 25. Ibid, 49, 61, 65. 26. Ibid, 19. 27. Ibid, 5, 19-20, 35. 28. Ibid, 15. 29. Ibid, 49. 30. Ibid, 48. 31. Ibid, 43. 32. An Insider's View, 148. 33. Ibid, 148, 167. 34. Ibid, 171n59. 35. Ibid, 151 and note 28. 36. Ibid, 152-53. 37. Ibid, 154. 38. Ibid, 156. 39. Ibid, 156. 40. Hoffmann, 30; Lucy Smith, History of Joseph Smith, 80. 41. An Insider's View, 157-58. 42. Ibid, 158. 43. Ibid, 159. 44. Ibid, 160; Hoffmann, 47. 45. Ibid, 160; Hoffmann, 35. 46. An Insider's View, 161. 47. Ibid, 162. 48. Ibid, 164. 49. Ibid, 165. 50. Ibid, 164. 51. Ibid, 162 52. Ibid, 167, 170. 53. Ibid, 170. 54. Hoffmann, 52; "Joseph Smith-History," The Pearl of Great Price, 1:31; An Insider's View, /256. 55. An Insider's View, 154; Hoffmann, 43. 56. Hoffmann, 16, 35; An Insider's View, 152n28: David Whitmer (hair), Leman Copley (gray apparel), Abner Cole (hat).
6 - Mais evidências de que não aconteceu Mais algumas evidências que a primeira visão nunca aconteceu Além das numerosas e diversas versões existentes sobre a primeira visão, devemos ter em mente que:
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1 – Se Jesus Cristo e Deus, o Pai realmente disseram a Joseph Smith em 1820, que todas as igrejas eram uma abominação, então por que ele se uniu à Igreja Metodista, em junho de 1828?
Os registros mostram o pedido de adesão de Joseph Smith na Igreja Metodista que sua esposa frequentava. Ele também se juntou à classe Metodista, inclusive ali ensinado. (The Amboy Journal, Amboy, IL, details Smith's activity in the Methodist Church in 1828. April 30, 1879 p. 1; May 21, 1879 p.1; June 11, 1879, p.1; July 2, 1879 p.1.)
2 – Numerosas mudanças entre a primeira e a segunda edição do Livro de Mórmon foram feitas. As autoridades da igreja SUD ainda afirmam que se trata apenas de pontuação e correções gramaticais, mais de quase 4.000 alterações, algumas delas tinham a ver com a evolução de crença de Joseph sobre a natureza de Deus. Observe como estes versículos mudaram o conceito de que Jesus era Deus, o Pai para o conceito de que Jesus é o Filho de Deus. Texto Original 1830
Texto atual alterado
1 Nefi 3, p. 25* E disse-me ele: Eis que a virgem que vês é a mãe de Deus, segundo a carne. *O texto de 1830 não possuia divisões em versos. 1 Nefi 3, p. 25 - E disse-me o anjo: Eis o Cordeiro de Deus, sim, o Pai Eterno!
1 Nefi 11:18 - E disse-me ele: Eis que a virgem que vês é a mãe do Filho de Deus, segundo a carne.
1 Nefi 3, p. 26 - E aconteceu que o anjo me falou novamente, dizendo: Olha! E olhei e vi o Cordeiro de Deus ser levado pelo povo; sim, o Deus Eterno foi julgado pelo mundo; e vi e testifico. 1 Nephi 3, p. 32 - Estes últimos registros ......mostrarão a todas as tribos, línguas e povos que o Cordeiro de Deus é o Pai Eterno e o Salvador do mundo; e que todos os homens devem vir a ele, pois do contrário não poderão ser salvos.
1 Nefi 11:21 - E disse-me o anjo: Eis o Cordeiro de Deus, sim, o Filho do Pai Eterno! Sabes tu o significado da árvore que teu pai viu? 1 Nefi 11:32 - E aconteceu que o anjo me falou novamente, dizendo: Olha! E olhei e vi o Cordeiro de Deus ser levado pelo povo; sim, o Filho do Deus Eterno foi julgado pelo mundo; e vi e testifico. 1 Nefi 13:40 - Estes últimos registros ......mostrarão a todas as tribos, línguas e povos que o Cordeiro de Deus é o Filho do Pai Eterno e o Salvador do mundo; e que todos os homens devem vir a ele, pois do contrário não poderão ser salvos.
Muitos acreditam que, quando Joseph mudou sua crença de que Deus, o Pai, e Jesus Cristo eram um único ser, para a crença de que eram dois seres distintos, ele então revisou o Livro de Mórmon para sustentar a sua nova ideia. Esta é mais uma evidência de que nunca aconteceu a Primeira Visão, pois Joseph não teria escrito a primeira edição do Livro de Mórmon, publicado em 1830, mostrando a sua crença original em um só Deus, quando ele “sabia”, através da Primeira Visão, em 1820, que existiam três Deuses que constituem a Divindade! Joseph, no entanto, não alterou todos os versículos do LdM. Os seguintes versículos ainda suportam a ideia de que Deus, o Pai e Jesus são um único ser:
Éter 3:14 168
Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas. Mosias 15: 1- 5 1 - E então Abinádi lhes disse: Quisera que compreendêsseis que o próprio Deus descerá entre os filhos dos homens e redimirá seu povo. 2 - E porque ele habita na carne, será chamado o Filho de Deus; e havendo sujeitado a carne à vontade do Pai, sendo o Pai e o Filho— 3 - O Pai, porque foi concebido pelo poder de Deus; e o Filho, por causa da carne; tornando-se assim o Pai e o Filho— 4 - E eles são um Deus, sim, o próprio Pai Eterno do céu e da Terra. 5 - E assim a carne, tornando-se sujeita ao Espírito, ou o Filho ao Pai, sendo um Deus, sofre tentações e não cede a elas, mas sujeita-se a ser escarnecido e açoitado e expulso e rejeitado por seu povo.
Alma 11: 28-29 Alma 11: 44 2 Né. 31: 21 Morm. 7: 7 Declaração de três testemunhas: "E honra seja ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, que é um Deus. Amém".
7 - Moroni - Sonho ou realidade? Iniciarei uma detalhada análise da visita de Moroni, uma vez que esta é uma das bases do mormonismo de acordo com a história oficial da igreja, foi este anjo que revelou à Joseph Smith onde ele encontraria as placas de ouro, assim como a data e a forma correta de obtê-las. Antes, porém, coloco aqui a descrição oficial da igreja sobre a visita de Moroni, nas próprias palavras de Joseph Smith: “Em 21 de setembro de 1823 depois de me deitar, enquanto eu estava invocando à Deus, descobri uma luz surgindo em meu quarto, que continuou a aumentar até que o aposento ficasse mais iluminado do que o meio-dia, quando imediatamente um personagem apareceu em minha cama, em pé, no ar, pois os seus pés não tocavam o chão. Toda a sua figura era indescritivelmente gloriosa e seu semblante era verdadeiramente como um relâmpago. O quarto estava muito claro, mas não tão luminoso como ao redor de sua pessoa. Ele me chamou pelo nome e disse-me que ele era um mensageiro para mim, enviado da presença de Deus, e que seu nome era Morôni; que Deus tinha um trabalho para eu fazer. Após esta comunicação, vi a luz do quarto começar a diminuir imediatamente ao redor da figura que falava comigo, e continuou a fazê-lo até o quarto voltar à escuridão, exceto ao redor dele, quando, imediatamente eu vi, como se fosse um feixe de luz até o céu, e ele ascendeu até desaparecer completamente, e o quarto foi deixado como era antes dessa luz celestial aparecer. Fiquei meditando sobre a singularidade da cena, grandemente maravilhado 169
com o que tinha sido dito a mim pelo extraordinário mensageiro, quando, em meio a minha meditação, descobri subitamente que meu quarto começava novamente a ser iluminado, e em um instante, como antes, o mesmo mensageiro celeste estava novamente na cabeceira de minha cama. Ele novamente relatou exatamente as mesmas coisas que ele havia dito em sua primeira visita. Tendo relatado estas coisas, novamente ascendeu, como fizera antes. Nesse momento, as impressões causadas em minha mente foram tão profundas, que o sono fugiu dos meus olhos, e eu estava muito impressionado com o que eu havia visto e ouvido. Mas qual não foi minha surpresa quando vi novamente o mesmo mensageiro ao lado de minha cama, e ouvi-o repetir novamente para mim as mesmas coisas de antes. Após esta terceira visita ele ascendeu ao céu, como antes, e outra vez fiquei meditando sobre a estranheza do que acabara de acontecer, quando quase que imediatamente após o mensageiro celestial ter ascendido pela terceira vez, o galo cantou, e eu percebi que o dia se aproximava, de modo que as entrevistas deviam ter durado toda aquela noite.”
Um sonho É interessante quando estudamos as primeiras citações sobre este assunto. É bastante claro que Joseph Smith e seus primeiros seguidores referiam-se à visita de Moroni apenas como um sonho e não uma visão. Porém, depois de 1830, eles começaram a chamar o acontecimento de visão. Sabemos como estas coisas podem evoluir, especialmente se as pessoas acreditam que as histórias são verdadeiras e querem acreditar que algo maior aconteceu. Aqui estão algumas referências que indicam que Moroni foi apenas um sonho: 1 - Martin Harris, uma das três testemunhas do Livro de Mórmon “... em suas excursões nas buscas por tesouros enterrados - que creio que ocorriam geralmente durante a noite, pois assim poderiam esconder dos outros seus conhecimentos, como o local onde encontrar os tesouros - Joe geralmente era o guia, colocando em seu chapéu uma pedra que tinha forma peculiar, e através da qual ele olhava para decidir onde deveriam começar a escavar”. “Foi depois de um destes passeios noturnos que Joe, enquanto deitado em sua cama, teve um sonho notável. Parece que um anjo de Deus aproximou-se dele, cercado de esplendor celestial.”[1] 2 - Carta de Testemunho de Parley P. Pratt, 26 de novembro de 1830 “Esse novo evangelho foi encontrado em Ontário Co., NY, e foi descoberto por um Anjo de Luz, aparecendo em um sonho de um homem com o nome de Smith” [2] 3 - Testemunho Martin Harris 5 de setembro de 1829, o Gem Rochester informou sobre as origens do mormonismo e citou a Testemunha Especial do Livro de Mórmon, Martin Harris: “Ele afirma que, após uma terceira visita do mesmo espírito em um sonho que ele (Smith) foi ao local.” [3] 170
4 - Reportagem do jornal Palmyra Freeman, em agosto 1829 “No outono de 1827, uma pessoa com o nome de Joseph Smith, de Manchester, Ontário Co., relatou que tinha sido visitado em sonho por um espírito do TodoPoderoso. E depois de ter sido visitado três vezes, como ele afirma, ele foi para o local.” [4] 5 - Joseph Smith Sr, pai de Joseph Smith Durante a sua entrevista de 1830 com Fayette Lapham, Joseph Smith Sr. se refere à visita Moroni como “um sonho muito singular” sobre “um valioso tesouro, enterrado há muitos anos.” [5] 6 - Família de Smith Um primo de Emma, que ficou com ela e Joseph Smith durante a tradução do Livro de Mórmon, relatou: “A declaração que o profeta Joseph Smith fez em nossa audiência, sobre o início de sua tradução de seu livro, em Harmony (em 1828-1829), quanto à maneira que descobriu as placas, foi a seguinte ... Ele disse que através de um sonho, ele foi informado por um fantasma.” [6] 7 - Jornal Ohio Star, descrevendo a pregação por Oliver Cowdery e Peter Whitmer, em dezembro 1830 “(Eles disseram que) no outono de 1827, um homem chamado Joseph Smith, de Manchester, Ontário Co., NY, relatou que tinha sido visitado três vezes em um sonho, pelo espírito do Todo-Poderoso ...”[7] A partir destas citações, várias dúvidas são simplesmente inevitáveis: 1. Se foi realmente um sonho, por que Joseph permitiu, e mais tarde descreveu o sonho como uma visita? 2. Se foi realmente um sonho, por que ele se transformou em várias visitas durante 4 anos? 3. Se foi um sonho - e todos os relatos iniciais assim o afirmam - a visão e as experiências de Joseph são exatamente coincidentes com o conto “O Pote de Ouro”. O plágio deste conto explica também as visitas consecutivas, durante os 4 anos, que Moroni fizera à Joseph Smith.
_________________________________________ Notas: 1 - Testimonies of Book of Mormon Witnesses, John Clark, Gleanings (1842), p.226 "Martin Harris Interview"
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2 - Letter from Amherst, Ohio, 26 Nov. 1830, "BEWARE OF IMPOSTERS," The Telegraph. Reprinted in The Reflector (Palmyra NY), 14 Feb. 1831. Also see Early Mormonism: Correspondence and a New History by Dale Morgan (Signature Books, 1986) 3 - A GOLDEN BIBLE, Gem, (Rochester, NY), 5 Sept. 1829. Source of reference: A New Witness for Christ in America, (Zion's printing and Publishing, 1951) 4 - A New Witness for Christ in America, (Zion's printing and Publishing, 1951) 5 - Early Mormon Documents, Volume 1, Page 458, reprint from Fayette Lapham's original work from 1830, Interview with the Father of Joseph Smith, the Mormon Prophet 6 - Fotocópia de uma carta, feita em fd 8, box 149, H. Michael Marquardt Papers, Manuscripts Division, J. Willard Marriott Library, University of Utah. Veja também: Mormon History, A New Chapter, by Joseph Lewis and Hiel Lewis and Early Mormon Documents, Volume 2. 7 - THE GOLDEN BIBLE, Ohio Star, (Ravenna, OH), 9 Dec. 1830, Madeline R. McQuown Papers, Marriott Library UofU, in fd 4, box 46. Also see History of the Church, Volume 1, page 118-119. Veja também: http://www.i4m.com/think/history/moroni_dream.htm
8 - Moroni - Visita silenciosa
A ilustração acima retrata o aparecimento de Moroni a Joseph Smith, e é amplamente divulgada pela Igreja SUD em seus livros, nas capelas e em quadros. Detalhes importantes A família Smith era bastante pobre. Abaixo está uma foto da réplica da casa pequena e humilde onde Smith vivia quando aconteceu a visita de Moroni.
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A casa de Smith foi restaurada pela igreja mórmon. No interior da casa, havia dois quartos no andar superior e dois quartos no andar inferior. Um dos quartos superiores era ocupado por Joseph e seus cinco irmãos. Existiam no quarto apenas duas camas (foto abaixo).
Joseph e seus cinco irmãos partilhavam destas duas camas, e foi em uma dessas duas camas que Joseph Smith viu pela primeira vez o Anjo Moroni. O cômodo na parte de 173
trás era onde as duas irmãs de Joseph dormiam, e sua irmã mais nova ficava em uma sala anexa ao quarto de seus pais, no piso inferior. O Problema Quando Moroni apareceu e falou com Joseph na noite de 21 de setembro de 1823, como ele não acordou os irmãos de Joseph que dormiam no mesmo quarto? Certamente a aparição de um ser angélico, iluminado como a luz do sol, teria acordado toda a família Smith. Ou pelo menos os cinco irmãos de Joseph que dormiam no mesmo quarto. Joseph disse que Moroni apareceu três vezes distintas, cada vez enchendo a sala com a luz intensa que tornou-se tão brilhante como o sol do meio-dia. Ele estima que essas três reuniões duraram a noite toda.
Então vejamos: 174
Existem apenas duas camas no pequeno quarto. Como todos os seis irmãos compartilhavam o mesmo cômodo, Joseph provavelmente dormia com dois de seus irmãos na mesma cama. Assim, seria inconcebível que seus irmãos não tivessem sido acordados pela aparência magnífica do Anjo Moroni. Moroni também deve ter sido um anjo muito pequeno para ser capaz de flutuar e ainda ter a cabeça abaixo do teto, que era muito baixo. Além disso, certamente um anjo não possui uma voz tímida e humilde. Assim, provavelmente Moroni tinha uma voz poderosa para acompanhar a sua magnificência. Mesmo um homem normal, falando com uma voz mortal no quarto de Joseph, próximo à cama de Joseph, durante toda a noite, teria acordado todos na pequena casa. Portanto, a imagem tão difundida pela igreja SUD é extremamente enganosa, ao mostrar apenas Joseph e Moroni, e ambos em um amplo espaço.
Por que a realidade não foi retratada? Segundo Henry Ward Beecher: “Cada artista mergulha o seu pincel em sua própria alma, e pinta sua própria natureza em seus quadros.” Talvez isso seja verdadeiro para a arte religiosa, onde o objetivo não é transmitir fatos ou detalhes históricos, mas sim transmitir uma mensagem e sentimento. Assim, o objetivo da arte religiosa não é para alienar o espectador, mas de atrai-lo. Referência: FAIR web site
Porém, também devemos entender que a igreja está bem consciente de que os irmãos de Joseph dormiam no mesmo quarto que ele. Assim, ela propositadamente omite essa parte da história em suas publicações, pinturas e ilustrações, pois seria inacreditável mostrar toda a família de Smith dormindo durante a visita de Morôni.
Uma igreja que prega tanto a honestidade, ao aprovar pinturas nem um pouco corretas, histórias açucaradas e representações de acontecimentos históricos enganosos, mostra-se completamente longe da virtude e honestidade, usando de muita hipocrisia com seus membros. Abaixo, uma figura retratando de forma correta o possível acontecimento apareceu na revista Ensign de 2009 , na página 54. Esta pintura é intitulada "He Called Me By Name", de Liz Lemon Swindle
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Portanto, agora que o ambiente onde Moroni apareceu está claro, as questões permanecem. Algumas das explicações SUDs sobre a aparição de Moroni exclusiva à Joseph são: 1 – Apenas Joseph foi abençoado para perceber a visita de Moroni. Joseph Smith nunca mencionou ou registrou algo sobre o poder usado para manter todos os demais da casa em sono profundo. Se Deus usa seus poderes para alterar a consciência dos seres humanos, como podemos confiar no que eles dizem? De fato, qualquer um pode afirmar que está tendo comunicações divinas com seres supremos, mas Deus estaria impedindo que qualquer um testemunhasse esse evento. 2 – A visita de Moroni teria sido, de fato, apenas uma visão de Joseph. Se foi apenas uma visão, a versão torna-se mais plausível. Um caso semelhante é relatado em DeC 76, onde apenas Joseph e Rigdon tiveram uma visão, mas Philo Dibble, que também estava presente, nada viu. Estas teorias são interessantes, mas surgem ainda as seguintes questões: A - Será que Joseph falava normalmente, mas ninguém podia ver ou ouvir absolutamente nada? Bem, assumindo que ninguém além de Joseph poderia ver ou ouvir o anjo, será que nenhum de seus irmãos acordariam no meio da noite por ouvirem Joseph conversando? Eles não imaginariam com quem Joseph estava falando, ou pelo menos ficariam admirados ao ver que Joseph estava olhando fixamente em um ponto do quarto durante seis horas? Na visão anteriormente citada, onde Joseph Smith e 176
Sidney Rigdon supostamente tiveram uma visão, mas os outros nada viram, o estado de Smith e Rigdon indicava que algo estava acontecendo. Portanto, a mudança de comportamento de ambos fora clara. Voltando ao quarto, será que os dois irmãos de Joseph não acordariam e não notariam absolutamente nada durante a noite? B – Será que tudo fora apenas um sonho de Joseph? Desde que ninguém na casa notou qualquer coisa acontecer durante aquela noite, a “visão” deve ter acontecido apenas na mente do jovem Joseph. Se este for o caso, o que difere um sonho de uma alucinação? Alguns SUDs creem que a visita do anjo Moroni ocorreu inteiramente na mente de Joseph e por isso nenhum de seus familiares poderiam ver ou ouvir Moroni ou Joseph. Portanto, um sonho, alucinação ou fantasia transformar-se-ia posteriormente no que hoje os mórmons conhecem como “a visão”. C – Esta experiência teria sido copiada do conto “O Pote de Ouro” lido anteriormente por Joseph? Como há grandes evidências de Joseph Smith copiando histórias diversas ou inspirando-se em lendas e superstições para chegar à versão final de sua história e do Livro de Mórmon, esta é, provavelmente, a opção mais plausível. Críticas finais Se Joseph vivesse sozinho, então algumas dúvidas quanto ao seu relato não existiriam. Mas como ele vivia com mais 10 pessoas, esta é uma oportunidade de examinar os fatos e não apenas acreditar na palavra de Smith. Assim, se você fosse um de seis irmãos, todos dormindo no mesmo quarto, e seu irmão mais novo, que dormia na mesma cama que você, que acreditava em magia e encontrar tesouros olhando para pedras mágicas, dissesse-lhe que um anjo apareceu em seu quarto na noite passada não uma, mas três vezes, e tornou todo o ambiente tão claro como o sol do meio-dia, com um rosto tão brilhante como um relâmpago, e conversou com ele por quase toda a noite, enquanto você e seus outros irmãos dormiam profundamente - você acreditaria nisso? Igualmente intrigante é que não há registro de que Joseph contasse sua experiência a qualquer um de seus irmãos ou ao resto de sua família, ao acordar. Você poderia pensar que ele acordaria seus irmãos imediatamente e lhes diria o que aconteceu. Porém, Joseph não mencionou a sua visão à ninguém, até mais tarde naquele dia e apenas para o seu pai. Algumas pessoas acreditam que Joseph Smith era um homem bom, mas também creem que ele sofria de uma possível psicose – especificamente a esquizofrenia – uma patologia onde a pessoa sofre com a “perda de contato com a realidade”. Durante as crises mais intensas, podem ocorrer alucinações ou delírios. É interessante que ela pode ser causada por fatores externos ou ser genética. Em alguns casos, ela aparece no início da adolescência, sendo mais comum manifestar-se por volta dos 15 anos. 177
Este conjunto de sintomas pode facilmente explicar o comportamento de Smith: talvez, sempre que surgisse um pensamento estranho em sua mente, ele acreditasse que era de Deus. Ele acreditava que fazia a coisa certa, e sempre que as pessoas se questionavam sobre alguma coisa, ele desenvolvia “doutrinas” e “revelações” – sempre com o objetivo de racionalizar seus pensamentos desconexos. Outra possibilidade motivadora das atitudes de Smith seria uma extrema necessidade de reconhecimento, adoração e poder absoluto. Referência adicional Dialogue, A Journal of Mormon Thought, vol 36, Number 4, Winter 2003, Clay L
9 - Moroni - Néfi ou Morôni? O que os SUDs são ensinados a acreditar: O nome do anjo que visitou Joseph Smith por três vezes na noite de 21 de setembro 1823 foi Moroni. O nome do anjo é mencionado várias vezes em muitas publicações SUDs Detalhes importantes e problemas que os SUDs não estão cientes. Este anjo é o que Joseph Smith afirma que enterrou as placas de ouro e o mesmo pode ser visto no topo da maioria dos templos SUDs. No entanto, um exame atento da história da igreja conta uma história diferente. Algumas fontes SUDs dizem que o nome do anjo era realmente Néfi e não Moroni são as seguintes: 1. 2. 3. 4. 5.
Times and Seasons Millennial Star Pérola de Grande Valor, edição 1851 Declaração de J.C. Whitmer O livro de Lucy Mack Smith
Porém, antes de analisarmos estas evidências, é interessante lermos um ensaio crítico, encontrado no site MormonThink. Moroni, o Anjo formalmente conhecido como Néfi Extrato de um ensaio prévio (2006) de "The Mormon Delusion Volume 2". Copyright © 2009 Jim Whitefield. Veja http://themormondelusion.com Todos os direitos reservados. Usado com permissão do autor. Este material está disponível apenas para uso pessoal e não pode ser copiado, reproduzido, compartilhado ou distribuído de qualquer forma, eletrônica ou outra, sem a expressa permissão escrita do autor. O autor pode ser contactado em
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A verdade pura e simples raramente é pura e nunca simples. Oscar Wilde. 1854-1900. Em uma Conferência Geral em Abril de 2005, o Presidente Gordon B Hinckley, Profeta da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, fez as seguintes observações: “Eu tenho em minhas mãos um livrinho precioso. Foi publicado em Liverpool, Inglaterra, por Orson Pratt, em 1853, 152 anos atrás. É narrativa de Lucy Mack Smith sobre a vida do seu filho. Ele relata em algum detalhe as várias visitas do anjo Moroni a Joseph e o surgimento do Livro de Mórmon. O livro conta que, ao ouvir sobre o encontro de Joseph com o anjo, seu irmão Alvin sugeriu que a família se reunisse e ouvisse “as grandes coisas que Deus revelou a você”. (Biographical Sketches of Joseph Smith the Prophet and His Progenitors of [for] Many Generations [1853], 84). [1] Hinckley estava aparentemente mostrando uma edição original do livro de 1853, citando a página 84. A citação foi feita a partir da parte inferior da página 83 para página 84 do texto original e Hinckley, provavelmente possui uma cópia do original. Ele o chama de “um livrinho precioso” e parece aprovar a edição original. O que ele não diz é que o livro foi proibido por Brigham Young, recolhido, queimado e depois refeito: uma versão falsificada, publicada como se fosse a original. Inicialmente, o livro original foi recomendado para todos, e em 16 de novembro de 1854, a edição do jornal da Igreja “The Deseret News” informou que o livro era considerado adequado para as crianças. Foi usado como “livro de leitura” em escolas da Igreja no território de Utah. No entanto, foi posteriormente “reprovado” por Brigham Young, em 1865. A edição 1853 original foi suprimida e, em seguida, reuniram os livros, tanto na Inglaterra e em Utah e os queimaram ou destruíram, de acordo com a Deseret News de 21 de junho de 1865. Young, em seguida, teve o livro “revisado” e, finalmente, em 1901 uma reedição falsificada do livro foi publicada pela Igreja. Na verdade, ele foi completamente reescrito, ao invés de ser revisados na forma como um historiador o faria, acrescentando notas de rodapé, mostrando todos os erros e correções. Pelo contrário, o próprio texto foi reescrito e publicado em seguida, como se fosse o trabalho original com mais de duas mil palavras acrescentadas, apagadas ou alteradas sem qualquer referência, juntamente com mais 736 palavras suprimidas com a indicação adequada, de acordo com Jerald e Sandra Tanner. [2] Embora isso possa parecer bizarro, é uma forma típica da Igreja SUD reescrever a história e então ocultar citações e registros mais precisos e reveladores e, muitas vezes, sem nenhuma referência às mudanças. No livro "Changes in Joseph Smith's History", os Tanners notaram que a Igreja adicionou ou excluiu mais de 62.000 palavras que o próprio Smith tinha escrito. Essas alterações foram feitas após a morte de Smith. Podemos perguntar por que os escritos pessoais de um profeta de Deus precisariam de 62.000 alterações se ele foi realmente um profeta. A mesma pergunta deve ser feitas sobre o Livro de Mórmon, que pretendia ser o livro mais correto já escrito (declarado pelo próprio Deus). Porém, milhares de alterações foram feitas após a primeira edição (supostamente correta) e continua a ter importantes alterações feitas até 1981, mais de 150 anos mais tarde. [3] 179
Em 1853, a mãe de Joseph, Lucy Mack Smith, também disse que o nome do anjo era Néfi (Biographical Sketches, p. 79). O livro de Lucy Mack contém muitas coisas interessantes, incluindo seus próprios sonhos e de seu marido, que é quase exatamente paralela à história da "visão de Lehi", que o jovem Joseph Smith teria ouvido a sua mãe repetir desde os seus seis anos e que, mais tarde, apareceu no livro de mórmon, como o sonho do profeta mais de dois mil anos antes. No entanto, nas declarações de Hinckley, ele indica que o livro contém detalhes de várias visitas do anjo Moroni. Na verdade, se ele realmente está se referindo à edição de 1853, então ele estava confuso ou até mesmo mentindo. No livro, Lucy se refere ao anjo como “Néfi” e não Moroni. Na página 79 está especificado “Néfi” como o anjo visitante. Na reedição de 1954 (agora a página 75), o nome "Moroni" está no texto falsificado. A razão de Lucy achar que o anjo era Néfi é porque Joseph Smith assim o teria dito. Inicialmente, os registros de Smith simplesmente dizem que um anjo o visitou, o que, em si é estranho, quando comparado com o relato oficial final. Tirando algumas vezes, entre 1835 e 1838, quando Joseph Smith e Oliver Cowdery citaram o anjo como Moroni, Smith mudou completamente de ideia em seus últimos escritos e publicações quanto ao nome do anjo ser Néfi, que era o anjo. Nenhum destes foram alterados ou subtraídos durante sua vida. Apenas mais tarde o nome foi mudado para Moroni nas citações, sem qualquer referência, por outras pessoas. Em Abril de 1842, Smith escreveu no "Times and Seasons" (The Times and Seasons Vol. III pp. 749, 753): "Quando eu olhei para ele, estava com medo, mas o medo logo desapareceu. Ele me chamou pelo nome e disse-me que ele era um mensageiro enviado da presença de Deus para mim, e que seu nome era Néfi. Que Deus tem um trabalho para eu fazer ... Ele disse que havia um livro escrito em placas de ouro, contando sobre os antigos habitantes deste continente, e a fonte de onde eles surgiram." [4] - veja figura abaixo.
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É interessante notar que Joseph Smith viveu mais dois anos após o nome “Néfi” ser impresso em Times and Seasons, mas ele nunca publicou uma correção. O próprio Smith era o editor deste jornal mórmon! Em impressões modernas da História da Igreja, esta foi alterada para "Moroni". Em agosto de 1842, o Millennial Star, jornal da igreja SUD impresso na Inglaterra, também publicou a história de Joseph Smith, afirmando que o nome do anjo era “Néfi” (veja Millennial Star, vol. 3, p.53). Exatamente a mesma declaração faz parte 181
da história do “Latter Day Saints Millennial Star”. “Ele me chamou pelo nome e disseme que ele era um mensageiro enviado da presença de Deus para mim, e que seu nome era Néfi”. [5] - veja figura abaixo.
O nome é repetido uma segunda vez no mesmo volume do Millennial Star, em um comentário editorial na página 71, mostrando que os santos na Inglaterra realmente acreditavam que o nome do anjo era Nefi: “... O glorioso ministério e a mensagem do 182
anjo Néfi que finalmente abriu uma nova dispensação para o homem.” [6]- veja figura abaixo
Smith não morreu até 1844, cerca de dois anos mais tarde, e ele nunca publicou qualquer retratação ou fez quaisquer alterações aos seus próprios escritos. Embora anteriormente usando os nomes de Néfi e Morôni, ele finalmente parecia ter resolvido 183
ser Néfi o nome preferido, de sua escolha pessoal. O nome também foi publicado na edição de 1851 de Pérola de Grande Valor como “Néfi”: “Ele me chamou pelo nome e disse-me que era um mensageiro enviado da presença de Deus para mim, e que seu nome era Néfi.” (Pérola de Grande Valor, edição 1851, página 41) - veja figura abaixo.
O manuscrito original de PGV, ditada por Joseph Smith, revela que o nome foi originalmente escrito como “Néfi”, mas que alguém, em uma data posterior, tenha 184
escrito a palavra “Moroni” sobre o nome original. Todas as evidências indicam que essa mudança foi feita após a morte de Joseph Smith. Walter L. Whipple, em sua tese na BYU, afirmou que Orson Pratt: “Publicou A Pérola de Grande Valor em 1878, e retirou o nome de Néfi do texto original, inserindo o nome de Moroni em seu lugar” 9 (Textual Changes in the Pearl of Great Price, typed copy, p.125). Isto foi feito vinte e sete anos mais tarde. Gerald e Sandra Tanner dizem que em 1976 eles foram capazes de examinar uma cópia do manuscrito, Livro A-2. A cópia do manuscrito tem o nome de Néfi como o anjo, assim como o original, mas alguém posteriormente adicionou o nome Moroni acima da linha, na cópia e no manuscrito original, do livro A-1. Isso mostra claramente que, como essa cópia do trabalho de Smith foi feita após sua morte, o nome original de Néfi não foi alterado por Smith, mas sim por outra pessoa, bem depois de sua morte. [7] Detalhes das visitações angélicas eram naturalmente documentadas em detalhes como escrituras canonizadas. Em 1851, a primeira edição da Pérola de Grande Valor incluía a declaração original de Smith, que: “Ele me chamou pelo nome e disse-me que ele era um mensageiro enviado da presença de Deus para mim, e que seu nome era Néfi”. [8] As edições atuais de História da Igreja usam as mesmas palavras que Smith usou em “Times and Seasons” em 1842, mas o nome do anjo foi alterado de Néfi para Moroni, novamente sem referência desta alteração. [10] Esta é, portanto, outra falsificação que ocorreu após a morte de Smith. [11] Ainda, em 1888, JC Whitmer fez esta declaração: “Eu ouvi minha avó (Mary M. Whitmer) dizer, em várias ocasiões, que ela viu as placas do Livro de Mórmon mostradas por um santo anjo, a quem ela sempre chamava de irmão Néfi”. [Note que a maioria do Livro de Mórmon foi traduzido na casa dos Whitmer). Richard L. Anderson, um escritor SUD, admite a mudança na Pérola de Grande Valor, mas alega que era necessário, pois “Néfi” contradiz tudo o que o profeta publicou sobre o assunto durante sua vida. [12] Ele não qualifica tudo o que o profeta publicou que é contraditório, e, de fato, dos escritos de Smith (e outros) nem sequer mencionam o nome do anjo. Geralmente encontramos a descrição como “anjo” ou “um anjo do Senhor” ou um “mensageiro” enviado pelo mandamento do Senhor. No entanto, parece realmente haver alguma confusão quanto ao nome finalmente escolhido, como Oliver Cowdery chamado o anjo de “mensageiro” e algumas semanas mais tarde, de "Moroni ", em 1835. [13] e Smith chamou uma vez o anjo de “Moroni”, em 1838 na publicação do “Elder´s Journal”. [14] Estas são as únicas referências a Moroni, juntamente com DeC 27:5, que inclui o nome de Moroni, mas esta não foi a revelação original. O nome foi inserido junto com mais de três centenas de outras palavras (atribuídas diretamente ao próprio Senhor), alguns anos mais tarde, na edição de 1835. No Livro dos Mandamentos (primeira 185
edição de DeC), na versão de 1830, a revelação não continha o nome de nenhum anjo. [15] Além de algumas referências em que o nome Moroni aparecia em 1835 e 1838, o anjo, em seguida, tornou-se Néfi nos escritos de Smith. Antes de 1835, nenhum nome foi revelado. Por volta de 1842, este nome foi publicado em jornais, na própria história de Smith e em A Pérola de Grande Valor. Uma vez que Smith usou, em todos estes escritos, o nome de Néfi, aparentemente foi o nome que ele estabeleceu para ser utilizado no seu anjo. (Veja: Summary of Accounts of Joseph Smith's Early Visions). Contrariamente à afirmação de Anderson que, usando “Néfi” contradiria todos os escritos publicados pelo profeta, na verdade foi o inverso. Teria sido muito mais fácil apagar o nome de Moroni e utilizar Néfi de vez. Conclusão Certamente, Smith parece ter escolhido que o nome de seu anjo visitante era Néfi. Ele era, afinal, o principal personagem dentre todos os do livro de mórmon escrito por Smith. Com o tempo, Moroni tornou-se o candidato mais natural, apropriado e lógico para o papel, pois ele supostamente havia sido o único a enterrar as “placas de ouro” no Cumora, e, portanto o anjo “tornou-se” Moroni. Considerando todos os dados, parece que houve um processo de “arrumação” após a morte de Smith, para fazer com que a sequência de eventos da história de Smith fosse mais coerente, eficaz e crível. Tivesse a história sido realmente verdadeira, o nome Moroni (se realmente foi Moroni que visitou Smith) deveria ter sido dado desde o início, especialmente nos registros do próprio Smith. O primeiro registro de Smith do evento em 1832 (nove e cinco anos depois das visitações de 1823 e 1827, respectivamente), descreve o visitante como “um anjo do Senhor”, que lhe disse que as placas foram “gravadas por Moroni”, mas o anjo visitante não deu seu próprio nome. Tal como acontece com a Primeira Visão, a história fabricada das visitas de Moroni evoluiu ao longo dos anos. Tudo começou com a ideia de encontrar as placas de ouro com a sua Pedra do Vidente, que encontrou escavando um poço, auxiliado por espíritos e anjos, sem nome, para finalmente tornar-se uma ocorrência divina, envolvendo um anjo que Smith finalmente decidiu chamar Néfi, mas que agora é conhecido como Moroni.
Uma estátua do anjo Moroni aparece agora, revestida em folha de ouro, em cima dos templos SUD, com o anjo Néfi relegado às páginas do livro de mórmon. [16] 186
Extract from an early draft (2006) of ‘The Mormon Delusion Volume 2’. Copyright © 2009 Jim Whitefield. See http://themormondelusion.com All rights reserved. Used with permission of the author. This material is available for personal use only and may not be copied, reproduced, shared or disseminated in any manner, electronic or otherwise, without the express written permission of the author. The author can be contacted at
[email protected] ______________ Notas: 1. 2.
The Great Things Which God Has Revealed. General Conference April 2005. Ensign, May 2005 See "Introduction" by Jerald and Sandra Tanner. Joseph Smith's History by His Mother: Photo Reprint of the Original 1853 Edition of Biological Sketches of Joseph Smith the Prophet, and his Progenitors for Many Generations, by Lucy Mack Smith. Utah Lighthouse Ministry. P.O. Box 1884. Salt Lake City. Utah. 84110. or 1358S. West Temple. SLC. Utah 84115. www.utlm.org 3. 2 Nephi 30:6. Changed from "white and delightsome" to "pure and delightsome" in 1981 Triple Combination edition. See also chapter on Changes to the Most Correct Book on Earth. 4. Times & Seasons Vol 3 No 12. 15 April 1842. P 753. 5. Millennial Star. August 1842. Vol 3 p 53. 6. Millennial Star. August 1842. Vol 3 p 71. 7. Mormonism - Shadow or Reality? Tanner: P142-C Ref: duplicate handwritten manuscript book A-2. 8. Pearl of Great Price, 1st edition. 1851. P41 gives the name of the angel as "Nephi". 9. Textual changes in The Pearl of Great Price, Walter L. Whiple, BYU thesis p125 typed copy; quoted in "Mormonism - Shadow or Reality?" Gerald & Sandra Tanner. P137. 10. History of the Church Vol 1. p11. 11. Falsification of Joseph Smith's History. Gerald and Sandra Tanner. p13. UTLM. 12. Improvement Era. September 1970. pp 6-7. 13. Latter Day Saints' Messenger and Advocate Feb 1835. Vol 1 p79. Latter Day Saints' Messenger and Advocate Apr 1835. Vol 1 p112. 14. Elder's Journal of The Church of Jesus Christ of Latter Day Saints. Vol 1. No 3. Far West, Missouri, July 1838. p 42. 15. Livro de Mandamentos 28:6 p60. 1833. Doutrina e Convênios Sec. 50:2. p180. 1835. (27:5 Agora seg.) Revelação dada a 4 de setembro de 1830 no Livro dos Mandamentos e mudou para agosto 1830 no DeC. A revelação original de 1830, publicada no capítulo 28 do Livro de Mandamentos, em 1833, tem sete versos. Na versão atual da mesma revelação, que aparece como capítulo 27 em Doutrina e Convênios, há mais de três centenas de palavras adicionadas, duas eliminadas e várias alteradas a partir do original, sem referências e fala na primeira pessoa como se fosse o mesmo Senhor, embora após vários anos após a suposta revelação original. Está, portanto, aumentada em quinze versos. 16. An American Prophet's Record. The Diaries and Journals of Joseph Smith. Edited by Scott H Faulring Pp 56-7. Signature Books, 1989.
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4 - O LIVRO DE MÓRMON Histórico
1 - As testemunhas do LdM Ao "traduzir" o livro de mórmon, Joseph Smith supostamente teria mostrado a fonte (as placas de outro) para algumas testemunhas. Os mórmons insistem em garantir a veracidade das três testemunhas principais e das oito testemunhas adicionais que atestam a autenticidade do Livro de Mórmon, tal como recebido por Joseph Smith Jr. no final da década de 1820. Os mórmons afirmam que houve três testemunhas principais, Oliver Cowdery, David Whitmer e Martin Harris, que viram as placas que contêm o registro do Livro de Mórmon traduzido por Joseph Smith Jr., bem como os caracteres nelas gravados. É o que consta das primeiras páginas do Livro de Mórmon, onde está registrado também o depoimento de oito familiares de Smith Jr. e Whitmer, alegando que teriam visto o livro das placas "com aparência de ouro", bem como os caracteres gravados. São eles: Christian Whitmer, Jacob Whitmer, Peter Whitmer Jr., John Whitmer, Hiram Page, Joseph Smith Senior, Hyrum Smith e Samuel H. Smith. A repetição dos sobrenomes Whitmer e Smith não é acidental. Como em qualquer processo judicial que se preze, em qualquer nação civilizada, o depoimento de familiares, dada a parcialidade, pode servir no máximo como informação a quem julga, mas nunca como testemunho oficial, vamos nos concentrar nas três testemunhas principais. Oliver Cowdery
Oliver Cowdery era parente distante de Joseph Smith Jr., embora só tenham constatado este dado quando se encontraram pela primeira vez. Nascido em 1806, era membro da Igreja Congregacional em Poultney, Vermont, onde era pastor Ethan Smith, que apesar do sobrenome não tinha nenhum parentesco com Joseph Smith Jr.
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A importância de Ethan nessa história é que ele escreveu o livro “View of the Hebrews” (1823), em que especulava sobre a origem hebraica dos índios americanos, e Cowdery estava ciente disto. Qualquer semelhança com o Livro de Mórmon (1830) pode até não ser coincidência, mas muitos estudiosos não-mórmons dizem que paira uma certa suspeita no ar sobre a influência de Cowdery na versão final do Livro de Smith Jr. Em 5 de abril de 1829, Cowdery encontrou Smith pela primeira vez, ocasião em que se descobriram parentes distantes e este último contou-lhe que havia encontrado as placas douradas. Os dois tinham também em comum o fato de serem aventureiros e caçadores de tesouros e de gostarem de usar bolas de cristal para adivinhações quando mais jovens. Smith havia parado a tradução das placas douradas, em função do desaparecimento das 116 primeiras páginas que estavam em poder da outra futura testemunha, Martin Harris. Após o encontro de Smith com Cowdery, este funcionou inicialmente como escriba das traduções daquele, e, segundo alegou, até tentou traduzir algumas placas, mas não conseguiu. O trabalho de ambos foi tão rápido que durou menos de 2 meses para finalizar a tradução. Segundo também alegaram, Cowdery ainda participou de algumas visões de Smith, tendo sido ambos batizados pelo próprio João Batista, além de terem visto Pedro, Tiago e João transfigurados (ainda segundo suas versões). Organizaram a "Igreja de Cristo" em 6 de abril de 1830, sendo que a Cowdery coube o título de "Segundo Elder" (o primeiro, obviamente, era Smith). Entretanto, já a partir de 1831, Sidney Rigdon passa a suplantá-lo na hierarquia mórmon. Em 1832, Cowdery se casa com Elizabeth Ann Whitmer, que, como o sobrenome supõe, era filha e irmã de vários Whitmers que formaram parte das 8 testemunhas restantes do Livro de Mórmon, além da outra testemunha principal, David Whitmer (seu irmão). Tudo ia bem até 1838, quando os dois élderes entraram em rota de colisão, em função de disputas financeiras (Smith e Rigdon estavam envolvidos na falência da Kirtland Safety Society, e, por isso, tinham se mudado para Far West, Missouri, fugindo dos credores e da justiça, além de terem sido expulsos da igreja de Kirtland), da questão da separação entre igreja e Estado, e principalmente do caso que Smith estava tendo com Fanny Alger, uma empregada adolescente de sua própria casa, e que muitos acreditam ter sido a "primeira segunda esposa" de Smith, numa prática polígama a que Cowdery se opunha. Como tinha o apoio da família Whitmer, tanto Cowdery como seus aparentados foram excomungados da Igreja de Smith em 12 de abril de 1838, sendo que outra das 8 testemunhas, Hiram Page, sofreu a mesma pena. Naquele dia, duas das três testemunhas principais e cinco das oito testemunhas acessórias foram excluídas da igreja de Smith. Ficaram conhecidos como “os dissidentes”. Cowdery e os Whitmer ficaram morando perto de Far West por mais dois meses, mas uma pregação de Sidney Rigdon em 17 de junho de 1838 - que passou à história mórmon como o "Sermão Salgado" ("Salt Sermon") -, dizendo que eles eram o sal que havia perdido o sabor e, portanto, deveria ser pisado, foi entendido por eles como uma real ameaça de morte por parte dos danitas, que formavam uma espécie de braço armado dos primeiros mórmons para lutarem contra todos os que os ameaçavam. Cowdery foi estudar Direito em Tiffin, Ohio, onde se destacou na política local. Após a morte de Smith Jr. em 1844, ele reconheceu James J. Strang como sucessor do "profeta" (da igreja mórmon Strangita, mas em 1848 ele pediu para se encontrar com Brigham Young e pediu reconciliação com a igreja de onde havia sido expulso 10 anos antes, tendo sido rebatizado em 12 de novembro de 1848. 189
Algumas curiosidades sobre Oliver Cowdery: 1. Após sua excomunhão da igreja mórmon, Oliver Cowdery se juntou à igreja metodista. 2. Oliver Cowdery foi o segundo Elder da igreja, frequentemente chamado de “segundo Presidente”. Amigo inicial de Joseph Smith, ele foi o escriba do Livro de Mórmon, presente na “Restauração do Sacerdócio” e mais perto da "verdade" do que qualquer homem. (Pérola de Grande Preço, JS 2:72-76) . 3. Porém, em 1838 em Kirtland, Oliver confrontou Joseph Smith com a acusação de adultério com Fanny Alger, por mentir e ensinar falsas doutrinas. (Carta Privada para Irmão, Warren Cowdery, por Oliver Cowdery, 21 de janeiro de 1838). 4. Joseph Smith negou e acusou Cowdery de ser um mentiroso. (História da Igreja, vol. 3 pp. 16-18 e Elder's Journal, Joseph Smith, julho de 1838.). 5. Os registros da igreja agora provam que Fanny Alger foi a primeira “esposa espiritual” de Smith. Oliver estava falando a verdade. (Historical Record, 1886, vol. 5, pág. 233). 6. Oliver Cowdery foi publicamente acusado por Joseph Smith e líderes mórmons por adultério, roubo, mentira, perjúrio, falsificação e ser o líder de uma quadrilha de “patifes do mais baixo grau ” e de ter “se unido à uma quadrilha de falsificadores, ladrões, mentirosos e trapaceiros”(Senate Document 189, 15 de fevereiro de 1841, pp. 6-9 e Comprehensive History of the Church, B. H. Roberts, vol. 1, pp. 438-439). 7. Cowdery foi excomungado por acusar o profeta e por todos os outros “crimes” (História da Igreja, vol. 3, pp. 16-18). 8. Depois de unir-se à igreja Metodista, ele negou o Livro de Mórmon (Times and Seasons, vol. 2, p. 482 e Improvement Era, Jan. 1969, p 56 e "Oliver Cowdery-The Man Outstanding," Joseph Greehalgh, 1965, pág. 28) 9. Em 1841 os mórmons publicaram um poema que dizia “ou o Livro de Mórmon não é sua palavra, porque foi negado por Oliver”. Seasons and Times, Vol 2, p482. ["Or prove that Christ was not the Lord Because that Peter cursed and swore? Or Book of Mormon not his word Because denied, by Oliver?"] 10. Cowdery confessou publicamente sua envergonha por sua ligação com o mormonismo. (A Verdadeira Origem do Livro de Mórmon, Charles Shook, 1914, pp. 58-59) 11. Joseph Smith listou Oliver Cowdery entre os “muito maus para serem mencionado e gostaríamos de tê-los esquecidos”. (História da Igreja, vol. 3:232) 190
12. Enquanto a igreja mórmon afirma que retornou à igreja em 1848, (Historical Record, 1886, vol. 5, pág. 201) eles também o acusaram depois daquele ano, por tentar “reerguer novamente o Reino” com o apóstata, William E. McLellin. (A fronteira mórmon, Diário de Hosea Stout, vol. 2, pág. 336) 13. Oliver Cowdery afastou-se novamente da igreja, apenas após algumas semanas. Mais tarde, ele faleceu na casa de David Witmer, que afirmou que Cowdery morreu acreditando que Joseph Smith era um profeta decaído e que o livro Doutrinas e Convênios continha falsas revelações. ("An Address to All Believers in Christ," 1887, pages. 1, 2). A causa de sua morte, em 3 de março de 1850, foi tuberculose. Assim, uma das testemunhas principais do Livro de Mórmon passou mais tempo fora da igreja do que dentro dela, tendo sido excomungado por iniciativa do próprio Joseph Smith Jr. David Whitmer Nascido em Harrisburg, Pennsylvania, em 7 de janeiro de 1805, David Whitmer se mudou para Fayette, New York, no começo da década de 1820. Tendo feito uma viagem a Palmyra, no mesmo Estado, em 1828, encontrou seu amigo Oliver Cowdery, e este lhe falou, algum tempo depois, sobre as placas douradas de Joseph Smith. Trouxe a família de seu pai para viver também em Palmyra, e foi batizado em junho de 1829, antes da organização da igreja por Smith em 1830. Whitmer alegou que, junto com Smith e Cowdery, teve uma visão do anjo apresentando as placas douradas, e a "igreja de Cristo" foi organizada na casa de seu pai, Peter Whitmer, em Fayette, conforme Smith disse, mas depois desmentiu, dizendo que o local de fundação havia sido Manchester, NY. Após sua excomunhão, de seu cunhado Cowdery, e de sua família, Whitmer teve que mudar-se da região de Far West, onde tinha grandes propriedades de terra, para fugir dos danitas, e assim encontrou refúgio em Richmond, também no Missouri. Mesmo assim, recorreu aos não-mórmons para recobrar o direito às suas terras de onde Smith os havia expulsado, e chegou a dizer o seguinte: "Se vocês acreditam no meu testemunho ao Livro de Mórmon, se vocês acreditam que Deus falou a nós, as três testemunhas, com a sua própria voz, então eu lhes digo que em Junho de 1838, Deus falou comigo de novo com sua própria voz vinda dos céus e me disse para 'separar-me do meio dos Santos dos Últimos Dias, porque o que eles procuravam fazer comigo então eu deveria fazer com eles'." David Whitmer (Address to all believers in Christ, p27, 1887)
Curioso, não? Se o testemunho de Whitman é essencial para a validade do Livro de Mórmon, por que duvidar deste outro testemunho, em que ele lhe disse para separarse dos santos dos últimos dias? Após o assassinato de Smith Jr. em 1844, muitos mórmons se lembraram da antiga ordenação de Whitmer para ser sucessor de Smith, em 1834. Valendo-se deste precedente, alguns admiradores de Whitmer fundaram a "Igreja de Cristo" whitmerita, em Kirtland, Ohio, mas Whitmer negou-lhes apoio, pelo 191
que a nova igreja não durou muito. Entretanto, em 1876, Whitmer buscou esta referência do passado para fundar a segunda "Igreja de Cristo" whitmerita, que passou a seu sobrinho após sua morte em 25 de janeiro de 1888, sendo que a igreja durou até a década de 1960. Algumas curiosidades sobre David Whitmer: 1. David Whitmer pertenceu a pelo menos três grupos separatistas mórmons em momentos diferentes, mas ele morreu rejeitando a Igreja SUD e seu sacerdócio. 2. Como Martin Harris, David Whitmer depois testemunhou que ele não viu as placas literalmente com os olhos: ele disse que ele viu as placas com “os olhos da fé” dadas por um anjo. (Palmyra Reflector, 19 de março de 1831). 3. David Whitmer mudou sua história sobre ver as placas e depois disse que as encontrou em um campo. Disse a Orson Pratt que elas estavam em uma mesa com todos os tipos de placas de metal, placas de ouro, a Espada de Labão, o ‘peitoral’ e o Urim e Tumim. (Millennial Star, vol. XL, pp. 771-772) 4. Durante o verão de 1837, enquanto em Kirtland, David Whitmer ficou leal a uma profetisa (como Martin e Oliver) que usava uma pedra de vidente preta e dançava em “transe” (Esboços Biográficos, Lucy Smith, pp. 211-213). 5. Foi o começo do fim para ele. Isto veio em 1847, em sua declaração para Oliver que ele (Whitmer) seria o Profeta da Nova Igreja de Cristo e Oliver, um conselheiro. (Carta para Oliver Cowdery, por David Whitmer, 8 de setembro de 1847, impresso na "Ensign of Liberty", 5/1848, pág. 93,; também veja "Ensign of Liberty," 8/1849, pp. 101-104) 6. Enquanto isso, ele foi excomungado e atacado. Sua família e a de Oliver foram levadas às ruas e roubadas pelos mórmons enquanto Whitmer e Cowdery estavam tentando arranjar um lugar para fugir. (John Whitmer's History of the Church, Modern Microfilm, SLC, p. 22) 7. Amaldiçoado por líderes como Sidney Rigdon, David Whitmer foi denunciado pelo Profeta Joseph Smith como uma “besta muda para montar” e “um asno para relinchar maldições em vez de bênçãos”. (História da Igreja, vol. 3, p 228). Embora aparentemente tenha mantido seu testemunho a respeito do Livro de Mórmon, Whitner, talvez por ter sido o mais longevo das testemunhas, foi o que deu mais entrevistas, e em muitas delas apontava dados desencontrados, ou dizia que havia sido mais uma “impressão” do que propriamente uma “visão”. Não ficava claro se tinha de fato visto as placas com seus olhos naturais. O fato é que ele também viveu a maior parte da sua vida longe dos mórmons.
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Martin Harris, "O Iníquo"
Martin Harris era o mais velho das 3 testemunhas principais, e o único, entre o “profeta” e as testemunhas, que não tinha parente entre os 8 informantes acessórios. Havia nascido em 18 de maio de 1783, em Eastown, NY. Pouco se sabe da juventude de Harris, mas algumas pessoas dizem que ele tinha algumas visões estranhas. Uma delas era a de Jesus na forma de um cervo, que havia conversado por ele, acompanhando-o por 3 milhas. Em Palmyra, Harris conheceu Smith, que lhe contou sobre as placas douradas que revelavam segredos de uma antiga civilização ameríndia. Além de servir por algum tempo como escriba de Smith, Harris também o patrocinava, e pedia cópias dos caracteres das placas para certificar-se de sua autenticidade. Certa vez, pediu a Smith 116 páginas do manuscrito para mostrar a sua esposa, Lucy, e outras pessoas, levou-as para casa e elas desapareceram. O trabalho de Smith foi obrigado a parar e somente com a ajuda de Cowdery ele pode retomá-lo. Apesar do acontecido, Harris continuou a apoiar Smith financeiramente, mas o “profeta” fala o seguinte a respeito deste acontecimento: Revelação dada a Joseph Smith, o Profeta, em Harmony, Estado da Pensilvânia, em julho de 1828, referente à perda de 116 páginas do manuscrito traduzido da primeira parte do Livro de Mórmon, chamada Livro de Leí. O Profeta havia permitido, com relutância, que essas páginas passassem de sua custódia à de Martin Harris, que servira por pouco tempo como escrevente na tradução do Livro de Mórmon. "9 - Eis que tu és Joseph e foste escolhido para fazer a obra do Senhor, mas por causa de transgressão, se não ficares atento, cairás. 10 - Lembra-te, porém, de que Deus é misericordioso; portanto arrepende-te do que fizeste contrário ao mandamento que te dei e és ainda escolhido; e és chamado à obra outra vez; 11 - A não ser que faças isso, serás abandonado e tornar-te-ás como os outros 193
homens e não mais terás o dom. 12 - E quando entregaste aquilo que Deus te deu visão e poder para traduzir, entregaste o que era sagrado nas mãos de um homem iníquo" “Doutrina e Convênios – Seção 3”
Assim, se Joseph Smith fosse realmente profeta, Deus lhe teria dito que uma das 3 testemunhas principais, Martin Harris, era um homem iníquo, que havia desaparecido com 116 páginas de sua suposta tradução. Ora, como é que Smith pode apresentar uma testemunha que o próprio Deus, segundo afirma no seu ofício de “profeta”, diz ser “iníquo”? Martin Harris admitiu que a história oficial das três testemunhas não é acurada. Ele disse: “Eu nunca vi as placas de ouro, apenas [as vi] num estado de transe ou de visão. Eu escrevi uma grande parte do Livro de mórmon, enquanto Joseph Smith traduzia ou soletrava as palavras em inglês. Às vezes, as placas estavam sobre a mesa da sala onde o Smith fazia a tradução, coberta com uma toalha. O Smith me disse que Deus o mataria se ele tentasse olhá-las e eu acreditei. Quando chegou a hora das 3 testemunhas verem as placas, Joseph Smith, eu, David Witmer e Oliver Cowdery fomos ao bosque para orar. Quando eles começaram a orar, eles falharam em ver as placas ou o anjo que deveria tê-las em suas mãos para mostrá-las. Todos eles acreditaram que era porque eu não era bom o suficiente, ou em outras palavras, não era santificado o suficiente. Eu os deixei. Assim que eu sai, os outros viram o anjo e as placas. Cerca de 3 dias depois, eu voltei à floresta para orar para que eu pudesse ver as placas. Enquanto estava orando, eu passei para um estado de transe, e nesse estado eu vi o anjo e as placas”. (Anthony Metcalf,"Ten Years Before the Mast, n.d.," microfilm copy, pages 70-71.) Stephen Burnett explicou em uma carta que quando ele percebeu que as testemunhas do livro de mórmon viram as placas apenas de uma forma imaginária, ele decidiu deixar a igreja. “ ..... but when I came to hear Martin Harris state in public that he never saw the plates with his natural eyes only in vision and imagination, neither Oliver nor David; also that the eight witnesses never saw them; hesitated to sign that instrument for that reason, but were persuaded to do it, the last pedestal gave away ... the reasons why I took the course which I was resolved to do, and renounced the Book of Mormon. I was followed by W. Parrish, Luke Johnson, and John Boynton, all of who concurred with me, after we were done speaking M. Harris arose and said he was sorry for any man who rejected the Book of Mormon for he knew it was true, he said he had hefted the plates repeatedly in a box with only a tablecloth or handkerchief over them, but he never saw them, only as he saw a city through a mountain. And said that he never should have told that the testimony of the eight was false, if it had 194
not been picked out of [him] but should have let it passed as it was." (Stephen Burnett Letter, as quoted in Persuitte's "Joseph Smith and the Origins of the Book of Mormon,” page 47.) Mesmo assim, o iníquo Harris continuou patrocinando Smith e participou da organização da nova igreja, tendo assumido altos cargos. Em 1836, após a morte de sua mulher, de quem havia se separado informalmente antes, casou-se com a filha de Brigham Young, Caroline Young, de apenas 22 anos de idade, portanto, 31 anos mais jovem que ele, mas com quem teve 7 filhos. Na época, os mórmons estavam em Kirtland, Ohio, e em 1837, com a falência da Kirtland Safety Society, que Harris chamou de "fraude", houve uma profunda divisão na igreja,. Os excluídos da igreja foram Joseph Smith Jr. e Sidney Rigdon, e ela permaneceu na cidade com o nome de "Igreja de Cristo", cujos estatutos datam de 1838. Em 1839, os líderes dessa igreja rejeitaram o Livro de Mórmon. Como Harris não concordou com essa rejeição, também foi excluído, e em 1840, voltou para a igreja de Smith em Nauvoo, Illinois. Mudar de religião tinha sido uma constante na vida de Harris. Veja alguns fatos interessantes sobre Martin Harris: 1. Era conhecido por ser religiosamente muito instável. Durante toda sua vida, ele mudou de afiliação mais de 13 vezes. 2. Martin Harris primeiro foi um Quaker, depois reavivalista, depois restauracionista, depois batista, depois presbiteriano e então um mórmon. (Mormonismo Revelado, E. D. Howe, 1834, pp. 260-261) 3. Depois de sua excomunhão em 1837, ele mudou de religião mais oito vezes, indo dos Shakers para um grupo separado do mormonismo e de volta para o ramo principal em 1842 (Improvement Era, 1969 de março, pág. 63 e Journal of Discourses, vol. 7, pág. 164, Brigham Young) 4. Em 1846, (depois de sua excomunhão em 1837) Martin Harris estava pregando entre os Santos na Inglaterra para a apóstata James J. Strang. (Cronologia da igreja, Andrew Jensen, 1899, pág. 31; Millennial Star, vol. 8, Nov. 15, 1846, pp. 124-128.) 5. Ele assinou seu nome em uma declaração: “Testemunho das três testemunhas: alegremente confirmamos que... o Senhor me fez conhecido que David Witmer é o homem. David foi chamado adiante e Joseph e seus conselheiros lhe impuseram as mãos e o ordenaram à sua posição, para sucedê-lo... Ele será o profeta, vidente, Revelador e Tradutor diante de Deus”. Assinado: Martin Harris, Leonard Rich, Calvin Beebe. 6. Os mórmons disseram na época, em uma publicação da igreja, sobre Martin Harris e alguns outros homens: “um espírito enganoso e mentiroso os assiste... eles são de seu pai, o diabo ...o próprio semblante de Harris mostrará a toda pessoa espiritual
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que o vir, que a ira de Deus está sobre ele”. (Latter-Day Saint's, Millennial Star, Vol 8 pp124-128). 7. Phineas Young escreveu a seu irmão Brigham Young em 31 de dezembro de 1841, de Kirtland, Ohio: “neste lugar há todos os tipos de ensino; Martin Harris, que é um firme crente do Shakerismo, diz que seu testemunho é maior do que o foi para o Livro de Mórmon” (Martin Harris - Testemunha e Benfeitor do Livro de Mórmon, 1955, pág. 52) 8. Martin Harris afirmou que seu testemunho do shakerismo era maior do que o do mormonismo. Interessante notar que o “Rolo e Livro Sagrado” dos shakers também foram entregues por um anjo. (Caso Contra Mormonismo, Tanner, Vol. 2, pp. 50-58; Martin Harris - Testemunha e Benfeitor do Livro de Mórmon, BYU 1955 Thesis, Wayne C. Gunnell, p.52.) 9. No Elder's Journal de agosto de 1838, Joseph Smith denuncia Martin Harris como “até aqui foi abaixo de qualquer crítica notar tão grande sacrifício para um homem fazer. A Igreja foi moderada com ele, mas agora ele se soltou a todos os tipos de abominações e mentiras, enganos, fraudes, e todos os tipos de devassidão”. (Gleanings by the Way, J. A. Clark, pp. 256-257) 10. Como David Whitmer, Martin Harris depois testemunhou que ele não viu as placas literalmente com os olhos: ele disse que ele viu as placas com “os olhos da fé e não com os olhos naturais”. Isto o eliminaria automaticamente como uma testemunha. (The Braden & Kelly Debate, p. 173) Em 1856, sua mulher Caroline o abandonou e foi viver em Utah com os demais mórmons. Pobre, sem família e sem igreja, em 1870, os mórmons convidaram Harris a ir para Utah. Ele aceita o convite e é onde passa os seus últimos dias até morrer, em 10 de julho de 1875. Embora os mórmons proclamem que Harris nunca negou seu testemunho do Livro de Mórmon nominalmente, devemos ressaltar que ele afirmou ter visto as placas com os olhos espirituais, assim como possuir maior testemunho no shakerismo que no LdM.
Conclusão Essas são as três principais testemunhas do Livro de Mórmon. Todos eles, de alguma maneira, romperam com a igreja que ajudaram a fundar, e mesmo aqueles que retornaram, o fizeram no fim da vida, e por motivos que não ficaram muito claros. Fica a critério de cada um decidir se esses fatos invalidam ou não os seus testemunhos, e se esses são confiáveis.
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2 - A venda dos direitos autorais do LdM
A venda dos direitos autorais do livro de mórmon Hiram Page e Oliver Cowdery, sob a orientação profética de Joseph Smith tentaram vender os direitos autorais do livro de mórmon, mas não conseguiram. Após a fundação da Igreja, Joseph Smith passou a constar como tradutor. Para entender melhor, a expectativa era conseguir $8.000 dólares (da época), mas após esta tentativa fracassada, Martin Harris hipotecou suas propriedades para serem impressos 5.000 exemplares da primeira edição do LdM, ao custo de $3000 dólares. A impressora foi a Gráfica de E.B.Grandin, em Palmyra, com o contrato assinado em 25 de agosto de 1829. - Versão de Hiram Page: "Antes de junho de 1829, conforme Hiram e Oliver, Joseph usou uma pedra de vidente para receber uma revelação dirigida a Hiram e Oliver para vender o direito autoral do Livro de Mórmon em Toronto". (Early mormonism, pg 174) - Versão de David Whitmer: "Irmão Hyrum pensou que não deveríamos esperar mais por Martin Harris, e que o dinheiro (para imprimir o Livro de Mormon) deveria ser levantado de alguma outra maneira. O irmão Hyrum estava irritado com o irmão Martin e pensou que poderiam obter o dinheiro de alguma forma sem ele, e não deixar tê-lo nada a ver com a publicação do livro, ou receber algo dos ganhos desta, se os lucros ocorressem. Ele estava errado em assim julgar o irmão Martin, porque ele estava fazendo tudo o que podia para vender sua terra. O irmão Hyrum disse que lhe foi sugerido que alguns dos irmãos poderiam ir à Toronto, Canadá, e vender os direitos autorais do Livro de Mórmon por considerável dinheiro, e ele persuadiu Joseph a perguntar ao Senhor sobre isto. Joseph aceitou em assim proceder. Ele ainda não tinha devolvido a pedra. Joseph olhou para dentro de seu chapéu, no qual colocou a pedra, e recebeu uma revelação de que alguns dos irmãos deveriam ir à Toronto, Canadá, e que iriam vender o direito autoral do Livro de Mórmon. Hiram Page e Oliver Cowdery foram à Toronto em sua missão, mas eles falharam completamente em vender o direito autoral, retornando sem dinheiro algum. Joseph estava em casa de meu pai, quando eles retornaram. Eu estava lá também, e sou testemunha destes fatos. Jacob Whitmer e John Whitmaer também estavam presentes quando Hiram Page e Oliver Cowdery voltaram do Canadá. Bem, estávamos todos em grande dificuldade, e nós perguntamos a Joseph como era isto, que ele recebeu uma revelação do Senhor e os irmãos falharam totalmente no seu empenho. Joseph não sabia como isto acontecera, assim ele perguntou ao Senhor sobre isto, e recebeu a seguinte revelação vinda através da pedra: “Algumas revelações são de Deus, algumas revelações são de homens; algumas revelações são do demônio”. (Address do All Believers, 31-32).
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Versão de Oliver Cowdery: "Que alguns entre vocês possam relembrar aquele que enviou irmão Page e eu, tão tolamente a Toronto, com uma predição do Senhor pelo “Urim e Tumim” que lá acharíamos um homem ansioso em comprar o “direito autoral dos primeiros élderes”. Eu bem lembro que não o encontramos, e tivemos que voltar surpresos e desapontados. Mas tão grande era minha fé de ir a Toronto, que nada senão calma permeava minha alma, toda dúvida estava banida, e mais, esperava que o irmão Page e eu iríamos cumprir a revelação, assim como viveríamos. E você pode crer, sem pedir que relate detalhes, de que não foi uma tarefa fácil descrever nossa desolação e pesar. O irmão Page e eu não pensamos que Deus nos tenha decepcionado através do “Urim e Tumim” que é exatamente como veio o Livro de Mórmon”. (Gift of seeng, 58) O Setenta e Historiador da Igreja B.H. Roberts aceita a existência dessa revelação e a tentativa da venda dos direitos autorais (embora a classifique como erro crasso e má interpretação por parte de Joseph) na publicação preparada para a Igreja (Comprehensive History of the Church volume 1; ver páginas 150 a 190). Lucy Mack, mãe do Profeta, também conta essa ocorrência em suas memórias. À parte: Joseph Smith aparentemente nunca usou o Urim e Tumim. Todos das famílias Smith, Whitmer, Harris, e Knight costumavam chamar a Pedra Vidente, que ele encontrou através da Pedra Vidente da Sally Chase em 1822, do UeT.
3 - ”Manuscrito Encontrado" x “História do Manuscrito" de Spalding
Texto traduzido e adaptado de Easy to be Entreated Não tenho a pretensão de saber quem ou como o LdM foi escrito. Mas há uma confusão sobre a teoria Spalding-Rigdon, que tem sido agravada pela maioria dos que escreveram sobre o assunto, tanto por apologista e por céticos, da mesma forma. É muito importante que todos que lerem este tópico entendam a maioria do que foi escrito sobre a teoria Spalding-Rigdon centra-se no livro errado. Partes do texto a seguir são de sites que forneço os endereços eletrônicos. O abaixo encontra-se em: http://www.mormoninformation.com/srtheory.htm 198
A "teoria Spalding-Rigdon" foi amplamente publicada em 1834 com o livro Mormonism Unvailed. Nele, o autor acompanhou publicações prévias baseadas em jornais de Ohio, que um homem chamado Salomon Spalding era o real (e inconsciente) criador do Livro de Mórmon. Para resumir, a teoria diz que Salomon Spalding é o autor de um trabalho chamado "Manuscrito Encontrado" (não confundir com "História do Manuscrito"!)... Supostamente Sidney Rigdon, que realmente vivia nas proximidades e que mais tarde se tornaria o braço direito de Joseph Smith, estava familiarizado com o editor. Rigdon teria adquirido o manuscrito de Spalding, editando-o inserindo uma grande quantidade de material religioso, e mais tarde levou-o para Joseph Smith, e então o usaram, e não as placas de ouro, como fonte de material parcial ou total para o Livro de Mórmon. O documento de Spalding descrito no Mormonism Unvailed foi redescoberto no Havaí, em 1884, mas mostrou-se distante do esperado paralelismo com o Livro de Mórmon, de palavra por palavra. Então a teoria entrou em hiato. A teoria entrou em moratória virtual em 1945 com a publicação de Fawn M. Brodie, No Man Knows My History. Apesar de ser considerado pelos mórmons como um livro antimórmons, ela rejeitou a "teoria Spalding-Rigdon" da autoria do livro de Mórmon, devido em parte à sua documentação das atividades de Rigdon da época. Estas supostamente provavam que Rigdon nunca encontrara Joseph Smith até depois do Livro de Mórmon ser publicado. Ela tinha, no entanto, recebido esta informação de uma fonte pró-SUD e fez muito pouco, se fez alguma investigação própria sobre o assunto. Existem também diferenças significativas na cronologia desta história. Embora a teoria de Spalding-Rigdon ficar em banho-maria por mais de meio século, em julho de 2005, o livro Who Really Wrote the Book of Mormon? The Spalding Enigma chegou às livrarias. Ele contém uma grande quantidade de novas evidências e traz prontamente a controvérsia Spalding-Rigdon de volta à história.
Muitos apologistas amam mostrar como “História do Manuscrito” não tem muito em comum com o LdM e que não contém nomes do LdM como muitas testemunhas atestaram que existiam no manuscrito que Spalding produziu. Por outro lado, defensores da teoria Spalding-Rigdon demonstraram existir muitos paralelos nas palavras entre “História do Manuscrito” e o LdM. Porém, as evidências sugerem que houve dois livros que Spalding escreveu, um dos quais intitulado "Manuscrito Encontrado", sobre hebreus que viajaram para a América, e um outro livro anterior, intitulado “História do Manuscrito: Conneaut Creek”, sobre um pequeno grupo de romanos que foi tirado do seu curso de navegação e desembarcou na América. Para aumentar a confusão, a RLDS publicou a cópia havaiana do “História do Manuscrito” com o nome de “Manuscrito Encontrado”, aparentemente porque acreditavam que o livro que eles possuíam era o mesmo que os depoimentos se referiam. Não se pode culpá-los, pois a confusão parece ter começado no Mormonism Unveiled. Aparentemente, um homem chamado Hurlbut coletou depoimentos de várias pessoas que conheciam Spalding e o ouviram ler partes do “Manuscrito Encontrado”. Eles alegaram que haviam muitas semelhanças entre o livro de Spalding e o Livro de Mórmon, exceto que o LdM possuía muitos ensinamentos bíblicos que não estavam no livro de Spalding. ED Howe, autor de “Mormonism Unveiled” ouviu falar desses 199
depoimentos e procurou os parentes de Spalding para ver se as alegações desses depoimentos eram verdadeiros (Salomon Spalding já estava morto). Howe acabou deixando a casa com o "História do Manuscrito" de Spalding, pensando ter encontrado o que estava procurando. Mas ao examiná-lo, descobriu que ele não sustentava a forte semelhança com o LdM que ele esperava. Sua cópia foi perdida depois que ele morreu e posteriormente foi encontrada no Havaí. A igreja RLDS corretamente acreditava que era o mesmo manuscrito que Howe possuía, mas acreditava incorretamente, assim como Howe, que aquele era o documento referido nos depoimentos. Os RLDS queriam mostrar que o LdM não era uma fraude e não era semelhante ao livro de Spalding, assim publicaram a cópia do “História do Manuscrito” que eles possuíam, com o nome de “Manuscrito Encontrado”. Uma filha de Spalding disse que a “História do Manuscrito: Conneaut Creek” não era o mesmo livro que o “Manuscrito Encontrado”. (http://www.mormonstudies.com/matilda1.htm):
Em sua declaração de 1880, a Sra. McKinstry afirmou que, após Salomão morrer em 1816, seus escritos foram guardados em um baú: “Lembro-me perfeitamente da aparência de um tronco, e de olhar o seu conteúdo. Havia sermões e outros papéis, e eu vi um manuscrito, com cerca de uma polegada de espessura, escrito em letras pequenas, amarrado com algumas das histórias que meu pai tinha escrito para mim, uma das quais ele chamou de “Os Sapos de Wyndham”. No exterior deste manuscrito estavam escritas as palavras: “Manuscrito Encontrado”. Eu não o li, mas olhei por ele e o tive em minhas mãos muitas vezes, e vi os nomes que eu tinha ouvido falar em Conneaut, quando o meu pai o lia para seus amigos. Eu tinha cerca de onze anos de idade na época." (Cowdrey et al., 1977, 5253) Matilda também foi muito clara sobre o fato de que o manuscrito de seu pai, que continha os nomes de Mórmon, Maroni, Lamenita e Néfi, tinha o título “Manuscrito Encontrado” e não “História de Manuscrito”. Em uma carta a James Fairchild, de 18 de fevereiro de 1886, AB Deming escreveu: “Eu estava em Washington DC por 10 dias entre dezembro e janeiro e dei à filha de Spaulding, a história de LL Rice como publicada em Lamôni. Ela disse que não era o “Manuscrito Encontrado”.” Isto foi confirmado por Matilda em uma carta a Deming, em Novembro de 1886: "Eu li muito da “História do Manuscrito: Conneaut Creek” que você me enviou. Eu sei que não é o “Manuscrito Encontrado”, que continha as palavras “Néfi, Mórmon, Maroni e Laminitas”. Será que os mórmons esperam enganar o público ao tirarem a páginatítulo – “Conneaut Creek” – e chamando-o de “Manuscrito Encontrado” e “História do Manuscrito”?" (See Cowdrey et al. 1977, 157-58.) Estas cartas escritas por AB Deming e pela Sra McKinstry. assumem mais importância ainda quando comparadas à uma outra carta datada de 25 de janeiro de 1886, de Redick McKee para Deming. 200
A carta de McKee começa com esta frase: "Quando nesta cidade, há alguns dias atrás, você me informou que estavam a caminho de Pittsburg, no condado de Washington, para recolherem alguns testemunhos adicionais sobre a origem da Bíblia Mórmon para um livro que você tem a intenção de publicar sobre o assunto. Que você tinha visto a velha senhora McKinstry - a filha de Salomon Spaulding - e obteve uma declaração de suas lembranças, e agora pede uma declaração semelhante a mim, que inclua os incidentes da minha infância e juventude, levando ao meu presente parecer maduro sobre o mormonismo". Após relatar o que sabia de Salomão Spalding, enquanto vivia na casa pública de Spalding em Amity, entre 1814 e 1816, McKee deu esta informação: “Ao tocar nesse assunto, relatarei as lembranças de sua filha (Sra. McKinstry), recentemente narradas por ela à mim, que eu creio serem mais completas e explicativas que as minhas. Esta senhora ainda seja residente em Washington DC, com a família de seu falecido genro, o coronel Seaton, do Census Bureau, em notável boa saúde para uma senhora da sua idade. Ela corrobora o depoimento de seu pai sobre a sua remoção para Conneaut em 1809, sua análise dos montes Indian, etc, e distintamente, recordei que ele escreveu duas ou mais histórias que apoiavam a teoria de que os índios da América do Norte eram descendentes diretos dos judeus da Palestina. Na primeira delas, ele trouxe os judeus da Palestina para a América, via Itália, durante o reinado de Constantino, e estabeleceu que, em Roma, eles se empenharam em navegar para certo lugar na Grã-Bretanha, mas encontraram uma tempestade e acabaram naufragando em algum lugar da costa da Nova Inglaterra [EUA]. O que aconteceu com o manuscrito desta história, ela não sabia com certeza, mas sabia que ele foi publicado em alguns revisão ou revista Oriental. Este romance, ele [Spaulding] depois abandonou e começou a escrever uma história mais provável, fundamentada na história das dez tribos perdidas de Israel. Ela acreditava que seu pai tinha maravilhosos poderes de imaginação e de memória, grande comando de linguagem e facilidade de descrição. Muitas de suas descrições eram de caráter histórico e religioso. Outras eram grotescas e ridículas ao extremo. Ela lembrou-se que em uma delas, descrevendo o modo de guerra naqueles dias (sendo de homem contra homem), ele representou um dos grupos com listras de tinta vermelha nas bochechas e na testa para diferenciá-los de seus inimigos na batalha. Ele chamou essa história de “O Manuscrito Encontrado”. Ele pretendia contar uma história das dez tribos, suas disputas e desavenças sobre a religião de seus pais, sua divisão em duas partes, uma chamada nefitas e outra lamanitas. Suas guerras sangrentas, seguidas de reunião e de migração através do Mar Vermelho para o Oceano Pacífico, a sua residência por um longo tempo na China, a travessia do oceano pelo Estreito de Behring na América do Norte, tornando-se os progenitores dos índios que habitaram ou agora vivem neste continente. Esta foi a história que seu tio John, Mr. Lake, Mr. Miller e outros vizinhos o ouviram ler em Conneaut, em diferentes ocasiões” (Cowdrey et al. 2000, 798-99).
Você pode ler a “História do Manuscrito”, que foi publicado incorretamente como “Manuscrito Encontrado” AQUI (inglês) 201
Para ler as declarações feitas por aqueles que ouviram o “Manuscrito Encontrado” de Salomon Spalding veja aqui: http://www.solomonspalding.com/docs/1834howf.htm#pg278b Além de ler os links acima, não deixe de ler: http://sidneyrigdon.com/criddle/rigdon1.htm e http://sidneyrigdon.com/criddle/rigdon2.htm (inglês)
4 - Livro de mórmon com problemas de Smith Texto traduzido e adaptado de http://www.sidneyrigdon.com/features/hiram2.htm Ao revisar o Livro de Mórmon, Alexander Campbell expôs a nova religião de Joseph Smith. A análise do livro, que apareceu pela primeira vez no Millennial Harbinger em Fevereiro, foi reimpresso no Telegraph Painesville em 08 de março e 15 de março, 1831. Campbell, um especialista estudante da Bíblia, compara o Livro de Mórmon com a Bíblia e declarações da história judaica. Uma vez que os mórmons aceitam a Bíblia como parte de suas escrituras sagradas, parece justo. Ele aponta inúmeras falácias que mostram a ignorância Smith sobre “as questões do Novo Testamento”. O resumo de sua declaração é a seguinte: “Este profeta Smith, através de seus óculos de pedra, escreveu sobre as placas de Néfi, no seu Livro de Mórmon, todos os erros e quase toda a verdade discutida em Nova York nos últimos dez anos. Ele decidiu todas as grandes controvérsias - o batismo infantil, a ordenação, a trindade...ressurreição, o castigo eterno, quem pode batizar e até mesmo a questão da Maçonaria, o governo republicano e os direitos do homem... Ele profetizou sobre todos estes temas e sobre a apostasia, e infalivelmente resolveu, através de sua autoridade, sobre cada pergunta. Como é fácil profetizar no passado sobre o presente. Mas ele estava mais qualificado nas controvérsias de Nova York do que na geografia ou história da Judeia.
Ele faz João batizar na aldeia de Betânia (p. 22) e diz que Jesus nasceu em Jerusalém (p. 240). Grande deve ser a fé dos Mormonitas nesta nova Bíblia! A bússola dos navegantes foi apenas conhecida na Europa cerca de 300 anos atrás, mas Néfi sabia tudo sobre barcos a vapor e bússola há 2.400 anos ...
O livro professa ter sido escrito em intervalos e por pessoas diferentes durante o longo período de 1.200 anos. E ainda pela uniformidade de estilo, nunca houve um livro mais evidentemente escrito por um conjunto de mãos ... E, como Joseph Smith é um homem muito ignorante, mas ele é chamado de o autor na página de rosto1, não posso duvidar por um só momento que ele seja o único autor e dono do mesmo. Como uma amostra de seu estilo, o leitor tome os exemplos a seguir – Página 4, em seu prefácio – “As placas de que se tem falado.” ...No juramento assinado por Cowdery e duas outras testemunhas, ele usa a mesma expressão “que veio da torre da qual se tem falado”... 202
Campbell continua com uma coluna de "smithisismos" e diz: “Estas são apenas gotas no oceano ... comparado com a quantidade ... neste livro. Ele está recheado e cimentado de “E aconteceu que” – “Eu vos digo” – “E disse-lhes” - e todas as expressões, pontos e vírgulas [da Bíblia King James] do Rei Tiago. Na pior imitação da versão comum. E é, sem exagero, o pior livro do idioma Inglês. Mas é uma tradução feita por meio de óculos de pedra, em uma sala escura, e no chapéu do profeta Smith, do egípcio reformado!!! Não há uma única boa frase no mesmo, salvo a profanação das frases citadas dos oráculos do Deus vivo.” ____________________ 1. Alexander Campbell, Millennial Harbinger (Bethany {West} Virginia, 1831), Vol. 2, No. 1, p. 100-101 .
Tradução
1 - Tradução ou adivinhação?? A SUPOSTA TRADUÇÃO DO LIVRO DE MÓRMON: COMO REALMENTE ACONTECEU? (se é que aconteceu) Joseph Smith afirmou ter "traduzido" a história dos habitantes pré-colombianos das Américas, assim como todo o seu legado espiritual. Ele teria sido designado para essa missão por Deus, e um anjo revelou onde estes escritos estavam escondidos (coincidentemente, próximo à sua casa). A história estava escrita em placas de ouro, na língua "egípcio reformado", e o resultado de tal trabalho é o que conhecemos hoje como o LIVRO DE MÓRMON (LdM). Discutiremos apenas a forma que Joseph Smith teria usado para "traduzir" este livro. Posteriormente, mais postagens serão feitas no sentido de examinar a história de Joseph Smith e o que é o LdM. A igreja mórmon (de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) publica muitas imagens de Joseph Smith ditando o Livro de Mórmon. Estas representações normalmente mostram Joseph sentado em uma mesa examinando cuidadosamente as placas de ouro que estão à sua frente na mesa (1). A impressão que se tem é que o processo envolveu o contato visual direto de Joseph com as placas. Ainda, de acordo com as figuras divulgadas pela igreja mórmon, Joseph tinha escribas, que ficavam à sua frente ou ao seu lado, escrevendo enquanto ele traduzia os escritos das placas de ouro.
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Porém, este cenário não se enquadra com o testemunho daqueles que foram testemunhas oculares ao Joseph Smith ditar o Livro de Mórmon. Estas testemunhas incluem todas as Três Testemunhas do Livro de Mórmon (os mesmos indivíduos cujo testemunho aparece na frente de toda cópia do Livro de Mórmon), como também a esposa de Joseph Smith, Emma Hale Smith. Eles contam a história de Joseph colocando uma pedra de vidente mágica em seu chapéu, enterrando o rosto no chapéu e procedendo em ditar o Livro de Mórmon.
Joseph alegou ver no chapéu escurecido as palavras que ele ditou. Algumas das testemunhas comentaram que as placas de ouro às vezes nem mesmo estavam à vista quando Joseph ditou o Livro de Mórmon. Esta evidência do verdadeiro método de tradução de Livro de Mórmon foi discutida em pelo menos seis artigos eruditos 204
diferentes e vários livros por historiadores mórmons nos últimos 30 anos (2). Adivinhação: “Descoberta do que está escondido ou obscuro por meios sobrenaturais ou mágicos”. — Dicionário de inglês Oxford. É difícil de evitar a conclusão de que a Igreja SUD deseja se distanciar da evidência constrangedora de que Joseph Smith descobriu e produziu o Livro de Mórmon em um contexto de magia / adivinhação / clarividência. Revise cuidadosamente esta importante evidência. Aqui está o testemunho ocular do procedimento de ditar de Joseph Smith, seguido por algumas breves observações e conclusões.
Emma Hale Smith, esposa de Joseph, foi a primeira pessoa a servir como seu escriba. Aqui está seu testemunho, como recontado a seu filho Joseph Smith III: "Ao escrever para seu pai, frequentemente escrevi dia após dia, muitas vezes sentada à mesa perto dele, ele sentado com sua face enterrada no chapéu, com a pedra nela, e ditando hora após hora com nada entre nós”. (3) David Whitmer foi uma das Três Testemunhas do Livro de Mórmon. A maioria do trabalho de tradução ocorreu na casa de Whitmer. “Agora lhes darei uma descrição da maneira na qual o Livro de Mórmon foi traduzido. Joseph Smith colocava a pedra de vidente em um chapéu, depois colocava seu rosto no chapéu e o fechava bem com as mãos para ocultar da luz; e no escuro brilhava a luz espiritual. Aparecia um pedaço de algo semelhante a um pergaminho, e nele aparecia a escritura. Aparecia um caractere por vez, e debaixo dele aparecia sua interpretação em inglês. O irmão Joseph lia o inglês em voz alta a Oliver Cowdery, que era seu principal escriba e quando este anotava, repetia ao irmão Joseph para ver se estava correto, então desapareceria, e outro caractere com a interpretação apareceria. Assim o Livro de Mórmon foi traduzido pelo dom e poder de Deus, e não por qualquer poder do homem". (4) “Eu, 205
como também todos da família de meu pai, a esposa de Smith, Oliver Cowdery e Martin Harris, estavam presente durante a tradução... Ele [Joseph Smith] não usou as placas na tradução”. (5)
Martin Harris, também uma das Três Testemunhas do Livro de Mórmon, contou esta informação para seu amigo Edward Stevenson, que depois se tornaria parte do Primeiro Conselho dos Setenta SUD. “Martin Harris relatou um incidente que ocorreu durante o tempo em que ele escreveu aquela parte da tradução do Livro de Mórmon que ele foi pedido para escrever direto da boca do profeta Joseph Smith. Ele disse que o profeta possuía uma pedra de vidente pela qual ele foi permitido a traduzir, como também do Urim e Tumim, e por conveniência ele usou a pedra de vidente. Martin explicou como foi a tradução: com a ajuda da pedra de vidente, apareceriam frases que eram lidas pelo profeta, depois escritas por Martin, e quando terminava este dizia “escrito”. Se aquela frase escrita estivesse correta aquela frase desapareceria e outra apareceria em seu lugar, mas se o escrito não estivesse correto, então ela permaneceria até ser corrigido, de forma que a tradução era como estava gravada nas placas, justamente no idioma usado então”. (6)
Oliver Cowdery foi o principal escriba de Joseph para o Livro de Mórmon, e outro das Três Testemunhas do Livro de Mórmon. “Esses foram dias inolvidáveis - ouvir o som de uma voz ditada pela inspiração do céu despertou neste peito uma profunda gratidão! Dia após dia continuei ininterruptamente a escrever o que lhe saía da boca, 206
enquanto ele traduzia a história ou relato chamado “O Livro de Mórmon” com o Urim e Tumim, ou, como teriam dito os nefitas, “Intérpretes”.” (7) Como descrito posteriormente, o uso dos termos “Urim e Tumim” por Cowdery foi designação comum entre os mórmons depois de 1833, para a pedra de vidente de Joseph. Outras testemunhas oculares Os testemunhos de Emma Smith, Whitmer, Harris e Cowdery são confirmados por outras testemunhas oculares. Isaac Hale, o pai de Emma Hale Smith, declarou em um depoimento de 1834: “A maneira na qual ele fingiu ler e interpretar, era igual a quando ele caçava tesouros, com uma pedra em seu chapéu, e o chapéu sob seu rosto, enquanto o Livro das Placas ao mesmo tempo estava escondido nos bosques.” (8) O relato em primeira mão de Michael Morse, cunhado de Emma Smith, foi publicado em um artigo de 1879 na publicação Saint’s Herald, da igreja Restaurada SUD: “Quando Joseph estava traduzindo o Livro de Mórmon em mais de uma ocasião estive em sua presença e o vi empenhado em seu trabalho de tradução. Este procedimento consistia em Joseph colocar a pedra de vidente dentro de um chapéu, depois ele colocava a cabeça dentro do chapéu, cobria completamente sua face, apoiava os cotovelos nos joelhos, e ditava palavra por palavra, enquanto os escribas Emma, John Whitmer, O. Cowdery, ou algum outro o escrevia”. (9) Joseph Knight Sr., um antigo membro da Igreja e um amigo íntimo de Joseph Smith, escreveu o seguinte em um documento arquivado pela igreja SUD: “Ele traduzia pondo o Urim e Tumim em um chapéu e colocava sua cabeça nele, e no escuro aparecia uma frase com letras romanas. Depois ele ditava ao escriba e assim que estivesse terminado ele dizia que iria aparecer outra e assim por diante. Mas se não fosse escrito pelo escriba corretamente a frase não desaparecia, então nós vemos que foi maravilhoso. Foi assim como ele traduziu”.(10) Joseph usou uma “pedra mágica” anos antes da publicação do Livro de Mórmon Tem sido bem documentado por historiadores mórmons que durante vários anos antes de produzir o Livro de Mórmon, Joseph Smith estava bastante envolvido em várias práticas de ocultismo e magia, inclusive o uso de uma “pedra mágica de vidente” ou “pedra de espiar” (11). Talvez o relato mais completo desta evidência seja dado por D. Michael Quinn, ex-historiador na Brigham Young University, em seu livro Early Mormonism and the Magic World View, edição revisada (Salt Lake City: Signature Books, 1988). De fato, em 1826, quatro anos antes da publicação do Livro de Mórmon, Joseph foi preso, encarcerado e examinado no tribunal em Bainbridge, Nova Iorque, com a acusação de ser “uma pessoa desordenada e um impostor” com relação a seu uso de uma pedra para procurar tesouros escondidos. Enquanto a evidência indica que ele foi considerado culpado desta acusação, o jovem Joseph aparentemente foi solto com a condição de que deixasse a área (12).
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______________________________ Notas 1. Veja, por exemplo, The Ensign, January 1996, p. 3; julho 1993, p. 62; novembro de 1988, p. 45; também o panfleto missionário, "Book of Mormon: Another Testament of Jesus Christ," (The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1987). 2. Grant H. Palmer, An Insider's View of Mormon Origins Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1987; revisado e expandido em 1998, pp. 41-ff); James E. Lancaster, "By the Gift and Power of God," Saints Herald, 109:22 (15 de novembro de 1962) pp. 14-18, 22, 33; Edward H. Ashment, "The Book of Mormon — A Literal Translation," Sunstone, 5:2 (março-abril de 1980), pp. 10-14; Richard S. Van Wagoner and Steven C. Walker in "Joseph Smith: The Gift of Seeing," Dialogue: A Journal of Mormon Thought, 15:2 (verão 1982), pp. 48-68; Blake T. Ostler, "The Book of Mormon as a Modern Expansion of an Ancient Source," Dialogue: A Journal of Mormon Thought, 20:1 (primavera 1987), pp. 66-123; Stephen D. Ricks, "The Translation and Publication of the Book of Mormon," Foundation for Ancient Research & Mormon Studies, official F.A.R.M.S. transcrito de uma palestra de vídeo, 1994, 16 páginas. 3. < RLDS the of>, 8 vols. (Independence, Missouri: Herald House, 1951), "Last Testimony of Sister Emma," 3:356. 4. David Whitmer, An Address to All Believers in Christ, Richmond, Missouri: n.p., 1887, p. 12. 5. Entrevista dada ao Kansas City Journal, June 5, 1881, reimpressa na Reorganized Church of Jesus Christ of Latter Day Saints Journal of History, vol. 8, (1910), pp. 299-300. 6. Edward Stevenson, "One of the Three Witnesses," reimpresso do Deseret News, 30 nov. 1881 in Millennial Star, 44 (6 fev. 1882): 86-87. 7. Oliver Cowdery, Messenger and Advocatee, (Kirtland, Ohio, 1834), vol. 1, no. 1, p.14. 8. Depoimento de Isaac Hale em 20 de março de 1834, citou em Rodger I. Anderson, Joseph Smith’s New York Reputation Reexamined, (Salt Lake City: Signature Books, 1990), pp. 126-128. 9. Entrevista de W.W. Blair com Michael Morse, Saints’ Herald, vol. 26, no. 12 (15, de junho de 1879), pp. 190-91. 10. Citado in Dean Jessee, "Joseph Knight's Recollection of Early Mormon History," BYU Studies, vol. 17:1 (outono de 1976), p. 35. 11. D. Michael Quinn, Early Mormonism and the Magic World View (Salt Lake City: Signature Books, 1987; revisado e expandido em 1998, pp. 41-ff); veja também Ronald W. Walker, "The Persisting Idea of American Treasure Hunting" in Brigham Young University Studies, vol. 24, no. 4 (Fall 1984), pp. 429-59, e Fawn M. Brodie, No Man Knows My History: The Life of Joseph Smith the Mormon Prophet, 2nd ed (New York: Alfred A. Knopf, 1986), pp. 16ff. 12. Quinn, pp. 44ss.; e H. Michael Marquardt e Wesley P. Walters, Inventing Mormonism: Tradition and the Historical Record (Salt Lake City: Smith Research Associates, 1994), pp. 70ff. 13. Hugh W. Nibley, The Myth Makers (Salt Lake City: Bookcraft, 1961), p. 142.
2 - O problema com Lúcifer Lúcifer e o Livro de Mórmon. Texto traduzido e adaptado de http://www.lds-mormon.com/lucifer.shtml A palavra “Lúcifer” em Isaías 14:12 representa um problema pequeno para muitos cristãos. Porém, ela tornou-se um problema maior para os que seguem literalmente a Bíblia e um grande obstáculo para os que afirmam serem mórmons. John J. Robinson, no livro A Pilgrim's Path, pp. 47-48, explica: "Lúcifer apareceu no décimo quarto capítulo do Velho Testamento, livro de Isaías, no versículo 12, e em nenhum outro 208
lugar. “How art thou fallen from heaven, O Lúcifer, son of the morning! How art thou cut down to the ground, which didst weaken the nations!”." [ em português: Isaías 14:12 “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!”]
O primeiro problema é que Lúcifer é um nome derivado do latim. Então, como ele entrou no manuscrito hebraico, escrito antes da existência da língua romana? Para encontrar a resposta, um intelectual da Universidade Hebrew Union, em Cincinnati, foi consultado. Qual o nome hebreu que Satanás teria recebido (que não Lúcifer) neste capítulo de Isaías, que descreve o anjo caído que reinaria no inferno? A resposta foi uma surpresa. No texto original em hebraico, o capítulo 13 de Isaías não é sobre um anjo caído, mas sobre o reino babilônico caído, que durante sua existência perseguiu as crianças de Israel. Não há nenhuma menção sobre Satanás, seja pelo nome ou por referência.
O erudito hebreu pôde apenas especular que alguns escribas cristãos da antiguidade, escrevendo na língua latina usada pela igreja, decidiram que eles queriam que a história fosse sobre um anjo caído, uma criatura nem ao menos mencionada no texto original hebraico e a quem eles deram o nome de Lúcifer. Por que Lúcifer? Na astronomia romana, Lúcifer era o nome dado à estrela da manhã (a estrela que hoje conhecemos por outro nome romano, Vênus). A estrela da manhã aparece no céu um pouco antes do amanhecer, anunciando o sol nascente. O nome deriva do latim, “lucem ferre”, o que traz, ou o portador da luz. No texto hebraico, a expressão utilizada para descrever o rei da Babilônia antes de sua morte é Helal, filho de Shahar, que pode ser traduzido melhor como “Estrela do Dia, filho da Queda”. O nome evoca o reluzir dourado das vestes do orgulhoso rei e da corte (muito do seu esplendor pessoal herdado do rei Luiz XIV da França apelidado de “o Rei Sol”). Os escribas autorizados pelo rei Tiago I (King James I) para traduzirem a Bíblia para o inglês atual não usaram o texto hebraico original, mas usaram versões traduzidas por São Jerônimo, no século quatro. São Jerônimo teria traduzido a metáfora hebraica “Estrela do Dia, filho da Queda” como “Lúcifer”, e através dos séculos uma metamorfose aconteceu. Lúcifer, a estrela do dia tornou-se um anjo desobediente, expulso do paraíso para reinar eternamente no inferno. Teólogos, escritores e poetas misturaram o mito com a doutrina da queda, e nas tradições cristãs, Lúcifer é, agora, o mesmo que Satã, o Demônio e --- ironicamente ---- o Príncipe da Escuridão. Portanto, Lúcifer não é nada mais que um nome latino antigo para a estrela da manhã, a que traz a luz. Ainda, há aqueles que não leem nada mais do que a Bíblia da versão do rei Tiago, que diz “Lúcifer é Satã: assim diz a palavra do Senhor...” Henry Neufeld (um cristão que comenta sobre os problemas da Bíblia) disse:
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“Esta passagem geralmente é relacionada à Satã, e um pensamento similar é expresso em Lucas 10:18 por Jesus, que não tinha seu primeiro significado. Seu significado inicial é dado em Isaías 14:4, que diz que quando Israel estiver restaurada, eles irão “responder à insolência do rei da Babilônia ...”. O versículo 12 é uma parte do canto sobre essa insolência. Esta passagem se refere primariamente à queda daquele rei … “Como a confusão na tradução deste versículo aconteceu? Essa passagem em hebraico diz "heleyl, ben shachar", que pode ser traduzida literalmente como “o que brilha, filho da queda”. Esta frase significa, novamente, no sentido literal, o planeta Vênus quando aparece como estrela da manhã. Na Septuaginta, no terceiro século EC, a tradução da escritura hebraica em grego foi traduzida como “heosphoros”, que também significa Vênus como a estrela da manhã. Como a tradução “Lúcifer” apareceu? Esta palavra veio da tradução do latim de Jerônimo. Portanto, ele teria cometido um erro? De forma alguma. No latim, “Lúcifer” realmente denominava Venus como a estrela da manhã. Isaías está usando esta metáfora de “luz brilhante”, mas não de “maior luz” para ilustrar o poder aparente do rei babilônico, que depois acabou. Portanto, “Lúcifer” não é o mesmo que Satã até após Jerônimo. Apesar dele não ter cometido um erro, os cristãos atuais (e os mórmons) consideram Lúcifer o mesmo que Satã. Mas por que isto seria um problema para os cristãos? Os cristãos agora acreditam que Satã (Demônio ou Lúcifer) é um ser que sempre existiu (ou que foi criado próximo ao “início”). Portanto, eles também acreditam que os profetas do velho testamento conheciam esta criatura. E para provar este fato, justamente o versículo 12 de Isaías é citado (e tem sido usada assim por centenas de anos). Como Elaine Pagels explica, o conceito de Satã evoluiu através do tempo e os escritores antigos da Bíblia não acreditavam ou pregavam tal doutrina. A ironia para aqueles que acreditam que Lúcifer se refere à Satã é que o mesmo título (estrela da manhã, ou o que traz a luz) é usado para referir-se à Jesus, em 1 Pedro 1:19. Este termo também é usado para Jesus em Apocalipse 22:16. Por que Lúcifer seria um problema para os mórmons? Os SUDs clamam que o Livro de Mórmon é um registro antigo e foi feito por volta de 600 AEC. Ainda, seu autor supostamente tenha copiado Isaías a partir das palavras originais do próprio. Quando Joseph Smith “traduziu” o suposto registro antigo, ele incluiu o versículo de Lúcifer no livro de Mórmon. Obviamente ele não estava traduzindo o que Isaías originalmente escreveu, mas estava copiando a versão da Bíblia do Rei Tiago. Em 2 Néfi 24:12, lemos: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, filho da manhã! Foste lançado por terra, tu, que debilitavas as nações!” Outro livro de escrituras SUD, Doutrina e Convênios, repete esse problema em 76:26, quando reafirma a falsa doutrina que Lúcifer significa Satanás: “E foi chamado Perdição, porque os céus prantearam por ele - ele era Lúcifer, um filho da manhã.” Esta doutrina incorreta também se espalhou para um terceiro grupo de escrituras SUD, A Pérola de Grande Valor (Moisés 4), que descreve a guerra no paraíso baseada, em 210
parte, na interpretação incorreta de Joseph Smith da palavra Lúcifer, que apenas aparece em Isaías.
3 - As 116 páginas perdidas – parte 1
Martin Harris, um rico fazendeiro, conheceu Joseph Smith algum tempo depois de 1816, quando a família de Smith se mudou para Palmyra. Em 1824, Joseph Smith Sênior lhe contara sobre aparições do anjo Morôni e as placas de ouro, e no outono de 1827, Martin concordou em ajudar a publicar a tradução. Martin forneceu a Joseph dinheiro para pagar suas dívidas. Em 1827, Martin deu 50 dólares para a mudança de Joseph e Emma de Manchester para Harmony, Pensilvânia. Em fevereiro de 1828, Martin visitou Joseph e recebeu uma cópia de alguns dos caracteres do livro de Mórmon, a fim de mostrá-los aos linguistas principais da época. No início, os escribas de Joseph eram sua esposa Emma e seu irmão Reubem Hale. Logo que Martin Harris retornou de seu encontro com os linguistas, assumiu esse papel. De 12 de Abril a 14 de Junho de 1828, ele trabalhou dia após dia como escriba de Smith. O terreno ideal para a dúvida A tradução ocorria da seguinte forma:
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“Embora na mesma sala, uma espessa cortina ou um cobertor foi suspenso entre eles, e Smith ficava escondido atrás da cortina...” [1] Depois de dois meses, Martin precisava de certo descanso. Antes de Martin voltar para casa, Lucy Smith, mãe de Joseph, alegou que Harris pediu permissão ao seu filho para ver as placas: “Mr. Harris [Martin] ficou com o meu filho e escreveu diligentemente, até que ele tivesse quase 116 páginas transcritas do registro. Quando se tornou necessário ele voltar para casa, ele começou a pedir a Joseph que lhe permitisse ver as placas, pois ele desejava mais um testemunho...” [2] O método mágico de tradução foi o terreno ideal para suas dúvidas. [3] Martin acabara de escrever páginas e páginas de prosa supostamente divina, ditado diretamente do “profeta e vidente do Senhor” [4]. Alguns poderiam pensar que o papel desempenhado por Martin, de trazer à luz o Livro de Mórmon teria sido uma experiência de construção de fé. Mas, ao invés disso, ele ficou intrigado: “Joseph estaria fazendo ele de bobo? Seria ele o clássico ingênuo, a ter seu dinheiro e fazenda roubados, quando a fraude estivesse completa?” Martin queria mais provas para acalmar sua própria mente e acalmar os céticos em sua casa. [5] Quando Joseph se manteve firme, recusando-se a mostrar as placas a Martin, Martin começou a reclamar para que Smith, ao menos, deixasse-o levar o manuscrito para casa, para sua esposa Lucy ler. Talvez isso a fizesse parar de reclamar. Nesta época a família de Martin Harris estava se tornando cética sobre a tradução das placas, e especialmente Lucy, estava furiosa por ele estar gastando tanto tempo e dinheiro neste projeto. Ela estava muito cética e temia que seu rico marido estivesse sendo manipulado para dar seu dinheiro, a fim de publicar o Livro de Mórmon para Joseph. Certa vez, ela acompanhou Martin em uma de suas viagens à Harmony, com a intenção de ver as placas por si mesma. Lucy Mack Smith registrou em History of Joseph Smith (pp.119-123): "Assim que ela chegou, informou que seu objeto em vir era para ver as placas, e que ela não iria embora até que conseguisse vê-las. Assim, sem demora, ela começou a revirar todos os cantos da casa - baús, arcas, armários, etc. Consequentemente, Joseph ficou sob a pressão de eliminar tanto o peitoral e as placas de casa, e escondeu-os em outro lugar. Não os encontrando na casa, ela concluiu que Joseph os havia enterrado, e no dia seguinte, ela começou procurando fora de casa, e continuou a fazê-lo até cerca de duas horas da tarde. Ela então voltou um pouco mal-humorada... A mulher ficou tão perplexa e desapontada em todo o seu empreendimento, que deixou a casa e se hospedou durante sua estada em Pensilvânia, com um vizinho próximo, a quem ela declarou que no dia anterior tinha estado procurando as placas. E que, depois de uma procura tediosa, ela finalmente chegou a um ponto em que ela julgava, a partir das aparências, que elas deveriam estar enterradas. Mas ao abaixar-se para retirar a neve e folhas, a fim de verificar o solo, ela encontrou uma horrível serpente negra que lhe deu um susto terrível, e ela correu com toda a velocidade possível para a casa. Quando ela voltou para casa, cerca de duas semanas após sua chegada em Harmony, o lugar onde Joseph morava, ela se esforçou para dissuadir seu marido de tomar parte na publicação do registro. No entanto, o Sr. Harris não deu atenção à ela, mas voltou e continuou a escrever." [6] Nas reclamações de Martin, estava incluída a ameaça de retirar seu apoio financeiro, a menos que Smith concordasse. Assim, Joseph foi facilmente persuadido por Martin para entregar o manuscrito. Joseph teria supostamente perguntado três vezes se 212
Martin poderia levar o manuscrito, e apenas na terceira vez foi lhe permitido deixar Martin levar as páginas. Martin prometeu que ele mostraria os manuscritos apenas para seu irmão, parentes, esposa e cunhada. Lemos o seguinte sobre esse fato: “...Depois de muita insistência, voltei a consultar o Senhor e recebi permissão para confiar-lhe os escritos, mas com certas condições: ele só poderia mostrá-los a seu irmão, Preserved Harris, sua esposa, seu pai e sua mãe e um certo senhor Cobb, irmão de sua esposa. Com base nessa última resposta, exigi que ele fizesse convênio solene comigo de que obedeceria estritamente às instruções recebidas. Ele concordou. Fez convênio, conforme exigi, levou os escritos e partiu. Todavia, apesar das grandes restrições impostas e do caráter solene da aliança que ele [Martin Harris] contraíra comigo, mostrou os escritos a outras pessoas ...” [7] Assim, em 14 de junho de 1828, Martin partiu de Harmony, Pensilvânia, levando consigo as primeiras 116 páginas do manuscrito traduzido. Quando Martin voltou à sua fazenda, ele descobriu que sua esposa havia se transformado em uma mulher difícil, cuja vida arruinada era atribuía à ele. Lucy havia movido tudo o que ela tinha e o que ela podia transportar. A cama de Martin tinha sido transferida para outro quarto, que ela se recusava a entrar. ** Em um esforço para fazer as pazes, Martin mostrou o manuscrito para Lucy e para alguns outros membros da família. Isto parece ter acalmado a situação que havia entre ambos. Posteriormente, Lucy e Martin foram visitar alguns parentes de Lucy. Martin acabou retornando para a fazenda antes de sua esposa. Lucy ainda estava longe da fazenda quando um amigo de Martin foi visitá-lo. Martin queria mostrar o manuscrito ao seu amigo, mas ele estava trancado no gabinete de Lucy, e apenas ela tinha a chave. A fim de mostrar seu trabalho, Martin arrombou seu gabinete, danificando-o consideravelmente. Em seu retorno, Lucy ficou furiosa ao ver seu gabinete. Ela, então, roubou o manuscrito. Não havia cópias. Daniel H. Ludlow, na Encyclopedia of Mormonism, p.575, registra: “É relatado que Lucy Harris disse que o queimou. Doente e sofrendo de insegurança por uma surdez progressiva, ela supostamente temia que o boicote de Palmyra em relação ao Livro de Mórmon levaria a ela e seu marido à ruína financeira”. Segundo Pomeroy Tucker (1802-1870), que era um conhecido da família Harris, Lucy Harris pegou o manuscrito enquanto Martin estava dormindo e o queimou, mantendo o fato em segredo até após a publicação do Livro de Mórmon. “A disputa foi assim gerada entre marido e mulher, e nunca se reconciliaram.” [8] Um vizinho em Harmony disse que, antes de queimá-lo, Lucy Harris escondeu o manuscrito e disse à Smith para encontrá-lo com a sua pedra de vidente, mas Smith não foi bem sucedido. [9] Para outras teorias do que aconteceu com as páginas perdidas, veja Dan Vogel. [10] E depois? Após mais de 2 semanas sem notícias de Harris, Joseph decidiu viajar até Nova York para saber o que havia acontecido com o manuscrito. Ele foi até a casa dos seus pais, no município de Manchester, Nova York, e então mandou chamar Martin Harris. Lucy 213
Smith revela os seguintes acontecimentos: “Sr. Harris estava ausente por cerca de três semanas, e Joseph não havia recebido qualquer informação dele ... vimo-lo [Harris] andando com um passo cadenciado e lento em direção à nossa casa ... Harris apertou suas mãos sobre suas têmporas, e gritou, em tom de profunda angústia: “Ah, eu perdi minha alma! Perdi minha alma!”” Joseph ... saltou da mesa, exclamando: Martin, você perdeu o manuscrito?... Sim, ele está perdido, respondeu Martin, e eu não sei onde Oh, meu Deus! Disse Joseph, cerrando seus punhos. Tudo está perdido! Tudo está perdido! O que devo fazer? Pequei... “Ele chorou e gemeu, e andou de um lado para outro... Joseph estava mais angustiado do que todos... ele continuou andando para lá e para cá, chorando e lamentando, até o nascer do sol... O manuscrito nunca foi encontrado e não há dúvida de que foi a Sra. Harris que o tirou da gaveta.” [6] (pp. 117,118,120-123) Ela também descreveu a conversa posterior com Martin Harris: “Por fim [Joseph] pediu a Martin que voltasse para casa e procurasse os manuscritos de novo. “Não”, disse Harris, “é inútil, já revirei toda a casa. Até rasguei colchões e travesseiros para ver se não estavam lá dentro. Sei que os manuscritos não estão em minha casa”.” [11] A reação de Lucy Harris: "Sra. Harris [Lucy] persistiu em seu esforço para expor a fraude, e na ausência do marido, pegou as 116 páginas do manuscrito e deu-as sob custódia de um vizinho. Quando acusada, ela respondeu: “Se isto for uma comunicação divina, o mesmo Ser, que revela essas coisas para você pode facilmente substituí-lo”. Ela estava convencida de que eles não poderiam escrevê-lo novamente, palavra por palavra... e tinha a intenção de quando essa parte fosse substituída e publicada, compará-las publicamente.” [12] Quando a Sra. Harris desafiou o acusador a substituir o trabalho roubado por outro, palavra por palavra, o momento da verdade chegou. Joseph Smith logo encontrou razões pelas quais ele não poderia retraduzir o trabalho. Sua mãe explicou: “... Não há dúvida de que foi a Sra. Harris que tirou-o da gaveta, com o fim de retêlo, até que outra tradução fosse dada, então, alteraria a tradução original, com a finalidade de mostrar a discrepância entre elas e, portanto, faria o conjunto parecer uma fraude.” [6] (chapter 26) “A crença geral era que ela [a Sra. Harris] o queimou [o manuscrito]. Mas o profeta Joseph, evidentemente, tinha medo que ela não o tivesse feito, mas tivesse secretamente escondido as páginas com a finalidade de pegá-lo em uma armadilha, por isso ele nunca deveria tentar reproduzir as páginas. Se o trabalho fosse realmente de Deus, o manuscrito poderia ser reproduzido, palavra por palavra, sem qualquer erro. Se, no entanto, Joseph escreveu por si mesmo, sua memória dificilmente seria capaz de tal tarefa, sem inúmeras modificações ou diferenças verbais - e, portanto, 214
“teria-se afastado” daquilo que ele professava em voz alta que era ajudado o tempo todo “pelo dom e poder de Deus”.” [13] Crítica: Esta é uma grande desculpa. O jogo acabaria se a verdade fosse descoberta - que Joseph Smith não poderia recriar palavra por palavra do documento roubado. A afirmação da Sra. Harris, de que ele era um grande impostor, foi justamente reforçada quando ele não conseguiu recriar a obra original. As declarações, alegando que a obra original foi ou seriam alteradas, eram apenas uma cortina de fumaça. **Conhecendo Martin e Lucy Harris: (Martin Harris) “... chicoteou e espancou sua esposa de forma tão cruel e tantas vezes, que ela foi obrigada a procurar refúgio na separação. Ele é considerado aqui, até hoje, uma besta em suas relações familiares, um tolo e ingênuo na religião de Smith, e um hipócrita ignorante e vaidoso...” [14] “... E ela foi obrigada a depositar algumas coisas fora de casa, a fim de protegê-las. Então ela levou seus móveis, roupas, roupas de cama e também outros artigos mobiliários, até que ela houvesse despojado as instalações de quase todas as coisa que poderiam oferecer tanto conforto ou conveniência, depositando-as com os seus amigos e conhecidos, em quem ela depositava suficiente confiança para assegurá-la de sua segurança no futuro.” [6] Lucy Harris foi descrita por Lucy Mack Smith como uma mulher de “temperamento irascível”, mas Harris também parece ter abusado dela. Lucy Harris sugeriu que seu marido cometeu adultério com uma vizinha, a “Mrs. Haggart”. [15,16] “... sua mulher acendeu de novo a sua raiva em sua presença, de modo que ela preparou uma cama e quarto separados para ele, cujo quarto ela se recusou a entrar.” [6] (chapter 24) Em 1872, no Palmyra Courier, James H. Reeves publicou: “Ele (Martin) jurou que não permitiria que ela entrasse em seu quarto e ela declarou que nunca iria incomodá-lo a esse respeito. Assim, eles determinaram que ocupariam quartos separados, e ambos manifestaram-se ao seu empregado que, se ele soubesse deles ocupando o mesmo quarto, eles lhe dariam a sua melhor vaca.” Um biógrafo de Harris escreveu que a sua “imaginação era excitável e fecunda.” Harris certa vez imaginou que uma vela faiscando era obra do diabo. Ele também disse a um amigo que conhecera Jesus em forma de um cervo, e que caminhou e conversou com ele por duas ou três milhas. [17] O ministro Presbiteriano local o chamou de "um fanático visionário". [18] Um amigo, que elogiou Harris como “universalmente reconhecido como um homem honesto”, também declarou que a mente de Harris “era desequilibrada por “coisas miraculosas” e que sua crença em visitas dos anjos e fantasmas à Terra lhe rendeu reputação local de estar louco.[19] Outro amigo disse:
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“Martin era um homem que faria exatamente como ele combinara com você. Mas ele era um grande homem para ver fantasmas.” [20, 21] Partes do depoimentos da cunhada Harris, Abigail Harris: “No segundo mês seguinte, Martin Harris e sua esposa estiveram em minha casa. Em uma conversa sobre os Mormonitas, ela observou que ela desejava que seu marido os deixasse, pois ela acreditava que isso era falso e uma enganação. A esta afirmação, ouvi o Sr. Harris responder: “E dai se tudo isso for uma mentira? Se você me deixar em paz, eu ganharei dinheiro com isso!”” "Eu sou uma testemunha visual e auditiva do que aconteceu acima, e que ainda está claro em minha memória, e eu a dou ao mundo para o bem da humanidade. Eu falo a verdade e não minto, Deus me tem por testemunha”.
p. 254. Para o contexto eo texto completo, consulte Dan Vogel, ed., Early Mormon Documents, Volume II (SLC: Signature Books, 1998), pp. 31-6.
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Para a igreja SUD: Sobre Harris: “Interesso-me particularmente por Martin Harris e fico triste ao ver a forma com que os membros da Igreja se lembram dele. Ele merece mais do que ser lembrado apenas como o homen que conseguiu indevidamente as páginas iniciais do manuscrito do Livro de Mórmon e, depois, perdeu-as. Uma das maiores contribuições de Martin Harris para a Igreja, pela qual ele deveria ser sempre reconhecido, foi o fato de ter financiado a publicação do Livro de Mórmon.. Martin Harris hipotecou sua casa e sua fazenda para Egbert B. Grandin a fim de assegurar-lhe o pagamento da impressão... Mais tarde, quando chegou o momento de pagar a hipoteca, a casa e a fazenda foram vendidas por 3.000 dólares.” “No Missouri, naquele ano (1831), foi-lhe ordenado que “[fosse] um exemplo à igreja, entregando seu dinheiro ao bispo da igreja” (D&C 58:35), tornando-se assim o primeiro homem que o Senhor chamou especificamente para consagrar sua propriedade em Sião.” [22] Tudo por dinheiro?
Observações finais: Lucy estava correta em seus temores:
Martin Harris, em agosto de 1829, concordou em hipotecar sua casa e sua fazenda para Egbert B. Grandin a fim de assegurar-lhe o pagamento da impressão do livro de mórmon. Sete meses depois, as 5.000 cópias da primeira impressão do Livro de Mórmon ficaram prontas. Sabe-se que Joseph Smith Sênior assinou um acordo em 16 janeiro de 1830, concordando que o lucro da venda do Livro de Mórmon fosse, em primeiro lugar, para Martin Harris. Este seria para saldar o pagamento da impressão do livro. No entanto, o livro teve pouquíssimas vendas.
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Acordo assinado por Joseph Smith Sr. Em 07 de abril de 1831, quando chegou o momento de pagar a hipoteca, 151 hectares da fazenda de Martin Harris, assim como sua casa, foram vendidos em leilão público, por 3.000 dólares. The Sentinel Wayne anunciou que os primeiros exemplares do Livro de Mórmon estariam disponíveis para venda ao público em 26 de março de 1830.
Logo depois, Lucy Harris separou-se de Martin Harris. ______________________________________ Notas Parte do texto traduzido e adaptado de “Joseph Smith on trial”: http://richkelsey.org/lost_116_pages.htm 1 - Account of Martin Harris given to the Rev. John A. Clark in 1828: "Este foi o relato do próprio Harris sobre o assunto para mim. Quais as outras formas que mais tarde usaram para transcrever ou traduzir destas placas metálicas, não posso dizer ... Além de os fatos com os quais eu próprio fui versado em 1827 e 1828, relacionado com o aumento do mormonismo ... (Gleanings by the Way, 1842, W.J. & J.K. Simon, pp. 222ff) [Microfilm copy] 2 - Lucy Smith History: First Draft, Biographical Sketches , chapter 25, verse 1,author paraphrase “When it was became necessary for Martin to return home ) remained with my son and wrote dilligently untill he had transcribed nearly 116 pages of the record when it became necessary for him to return home—he now began to requested Joseph to permit him to look upon the plates for he desired a further witness that of their work and> that he might be better able to give a reason for the hope that was within of seeing great things come to pass in the last days—“ 3 – Bushman, Richard L. Joseph Smith and the beginnings of Mormonism, 1988, p. 90. “By the middle of June, 1828, Martin had covered 116 pages of foolscap with text from the golden plates, and yet uncertainty still beset him.” 4 - “Joseph Smith, the Prophet and Seer of the Lord, has done more, save Jesus only, for the salvation of men in this world, than any other man that ever lived in it. In the short space of twenty years, he has brought forth the Book of Mormon, which he translated by the gift and power of God…” (Doctrine and Covenants 135:3)
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5 – Bushman, Richard L. Joseph Smith and the beginnings of Mormonism, 1988, p. 90. 6 - Lucy Smith: Biographical Sketches , 1853 edition, Cory/Pratt 7 - History of the Church, 1:21. 8 - Tucker, Pomeroy (1867) Origin, Rise and Progress of Mormonism, New York: D. Appleton,
, p. 46), também na EMD, 3: 11. 9 - Mather, Frederic G. (1880), "Early Days of Mormonism", Lippincott's Magazine 26 (152): 198–211). 10 - Early Mormon Documents (Salt Lake City: Signature, 2000), 3: 480-81. 11 - History of Joseph Smith by His Mother, pp. 165–166, 17 12 - Mormonism, an Exposure of the Impositions. Adopted by the Sect Called “The Latter-Day Saints” – Pamphlet by the Rev. F.B. Ashley, UK, 1851, p. 13 13 - The Golden Bible, page 119 14 - Statement from Jesse Townsend, pastor of Palmyra's Western Presbyterian Church, 1817-20, and at nearby Sodus, 1827-31, Vogel 3:23 15 - Lucy Mack Smith & 1853 1:367; 16 - Bushman, Richard L. Joseph Smith: Rough Stone Rolling. New York: Alfred A. Knopf, 2005, p.67 17 - John A. Clark letter, August 31, 1840 in Early Mormon Documents, 2: 271. 18 - Ronald W. Walker, "Martin Harris: Mormonism's Early Convert," Dialogue: A Journal of Mormon Thought 19 (Winter 1986):34-35. 19 - Pomroy Tucker Reminiscence, 1858 in Early Mormon Documents 3: 71. 20 - Lorenzo Saunders Interview, November 12, 1884, Early Mormon Documents 2: 149 21 - Turner, Orasmus (1851), History of the Pioneer Settlement of Phelps and Gorham's Purchase, and Morris' Reserve, Rochester, New York: William Alling, http://olivercowdery.com/texts/1851Trn1.htm#turn1851., p. 215). 22 - Dallin H. Oaks - Quórum dos Doze Apóstolos - A Testemunha: Martin Harris
4 - As 116 páginas perdidas - parte 2 O Manuscrito roubado Excerpt from The Golden Bible by Rev. MT Lamb, 1887, p. 118-126 Texto traduzido e adaptado de utlm Estranhamente encontramos inseridos no meio do Livro de Mórmon, páginas 141-143 (LdM p. 143-45, ed.1981) um pequeno livro intitulado “Livro de Mórmon”, ou “Palavras de Mórmon”. É do suposto autor ou compilador de todo o livro, o profeta Mórmon. Ele tem um livro de sua autoria, em seu devido lugar, perto do fim do trabalho, registrando sua própria vida e sua conexão com a história dos nefitas. Mas este pequeno livro, de apenas duas páginas, não tem nada a ver com o fio da história que está sendo narrada. Para um leitor comum do Livro de Mórmon, ele é totalmente inexplicável. Torna-se compreensível, no entanto, quando ele é lido em conexão com um determinado evento desagradável que ocorreu durante a tradução do livro de Joseph Smith. Este evento, como relatado pelos amigos do Sr. Smith, é algo parecido com isto: "Mr. Martin Harris, que foi empregado como escriba de Smith no início da tradução, tinha escrito com suas próprias mãos 116 páginas do manuscrito. Durante uma longa e persistente persuasão, e com promessas de fidelidade e segredo, conseguiu a permissão do Sr. Smith para levar para sua casa o dito manuscrito, para sua esposa inspecionar - uma mulher de que é conhecida por seu temperamento 219
muito irritável. Antes de o precioso tesouro ser devolvido ao seu proprietário, uma triste briga doméstica provocou a Sra. Harris de tal forma, que em um momento de raiva ela acabou com o dito manuscrito para sempre." A crença geral era que ela [a Sra. Harris] o queimou [o manuscrito]. Mas o profeta Joseph, evidentemente, tinha medo que ela não o tivesse feito, mas tivesse secretamente escondido as páginas, com a finalidade de pegá-lo em uma armadilha, por isso ele nunca deveria tentar reproduzir as páginas. Se o trabalho fosse realmente de Deus, o manuscrito poderia ser reproduzido, palavra por palavra, sem qualquer erro. Se, no entanto, Joseph escreveu por si mesmo, sua memória dificilmente seria capaz de tal tarefa, sem inúmeras modificações ou diferenças verbais - e, portanto, “teria se afastado” daquilo que ele professava em voz alta - que era ajudado o tempo todo “pelo dom e poder de Deus”. O resultado foi que, no devido tempo, apareceu uma revelação pretendendo vir de Deus, de que fora Satanás quem colocara nos corações dos inimigos da verdade a ideia de alterar as palavras do manuscrito roubado. Assim, quando o Sr. Smith as reproduzisse, eles iriam mentir, e dizer que os dois manuscritos não coincidiam. (ver Doutrina e Convênios, p. 178-183, Liverpool Edition [DeC Seção 10 ]). Portanto, para contornar os ditos inimigos da verdade, o Senhor deu a Smith uma informação muito preciosa. 38 E agora, em verdade eu te digo que um relato daquelas coisas que escreveste e que saíram de tuas mãos está gravado nas placas de Néfi; 39 Sim; e lembra-te de que naqueles escritos se mencionava que um relato mais minucioso destas coisas fora feito nas placas de Néfi. 40 E agora, porque o relato que está gravado nas placas de Néfi é mais minucioso quanto às coisas que, segundo minha sabedoria, eu levaria ao conhecimento do povo neste relato— 41 Traduzirás, portanto, o que está gravado nas placas de Néfi, até chegares ao reinado do rei Benjamim, ou até a parte que traduziste, que está contigo; 42 E eis que o publicarás como registro de Néfi; e assim confundirei os que alteraram minhas palavras. 43 Não permitirei que eles destruam minha obra; sim, mostrar-lhes-ei que minha sabedoria é maior do que a astúcia do diabo. Pode ser necessário explicar que Néfi supostamente registrou sua história em dois conjuntos de placas: um era um abreviado e curto registro contendo “mais partes do ministério”, enquanto o outro conjunto de placas continha uma descrição mais completa do texto integral dos reinados dos reis, guerras, etc. Portanto, o primeiro conjunto continha principalmente a história religiosa, e o segundo conjunto, a história secular. O antigo profeta Mórmon tinha tomado este segundo conjunto de placas, o relato mais completo ou mais secular, e o condensou em uma pequena porção, tornando-o cerca de cem vezes mais curto do que o original. E foi justamente esse registro sintético da história secular dos nefitas que Joseph Smith havia laboriosamente traduzido com Martin Harris como seu escrevente.
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A história era tão curta que as 116 páginas do manuscrito escrito à mão continham a história nefita até a época do rei Benjamin, enquanto a história como é agora encontrada no Livro de Mórmon requer 141 páginas de material impresso em letras pequenas para descrever a história no mesmo período, até a época do rei Benjamim.
Mas depois que estas 116 páginas, contendo o resumo de Mórmon da história secular de Néfi, foram roubadas e colocadas fora de alcance, Joseph foi informado, nesta preciosa revelação, que existia outro registro que ele poderia usar, simplificado não por Mórmon, mas por Néfi, e que era, afinal muito melhor e mais desejável do que a história que foi roubada: 44 Eis que eles têm somente uma parte, ou seja, um resumo do relato de Néfi. 45 Eis que há muitas coisas gravadas nas placas de Néfi que lançam maior luz sobre meu evangelho; portanto, segundo minha sabedoria, deves traduzir essa primeira parte das gravações de Néfi e incluí-la nesta obra. 46 E eis que todo o restante deste trabalho contém todas as partes de meu evangelho que meus santos profetas, sim, e também meus discípulos pediram, em suas orações, que fossem dadas a este povo. Agora, naturalmente, várias questões surgem: 1. Como Satanás poderia facilmente enganar o Senhor? As placas de ouro, a partir das quais as 116 páginas foram traduzidas, haviam sido conservadas por 1.400 anos pela providência especial de Deus e foi cuidadosamente traduzida pelo dom e poder de Deus. Mas agora, depois de todos esses problemas, o Senhor é enganado por uma mulher irada, e todo esse problema, trabalho e cuidadosa vigilância provam que “o trabalho de amor foi perdido”! 2. Como nem o próprio Deus, nem seus anjos descobriram que o Sr. Smith estava traduzindo as placas erradas até Martin Harris perder as 116 páginas? 3. Se Joseph Smith estava fazendo uma asneira em traduzir um conjunto de placas de segunda classe, que seria descartado, por que o Senhor tão terrivelmente repreendeu-o e o puniu por deixar o Sr. Harris levar o manuscrito para casa – uma vez que esta foi a melhor coisa que poderia ter acontecido pela causa da verdade? 4. Será que o próprio Senhor saiu deste caso ileso? Ou Ele cometeu um erro em primeira instância e teve que voltar e fazer a Sua obra mais uma vez - ou ele perpetrou uma fraude, um truque bobo que não tem nem o mérito de ser bom, “fino” na verdade, e nenhuma sutileza especial é necessária para enxergá-lo?
Mas agora, caro leitor, depois de saber todos esses fatos, você suporia que o Sr. Smith, até agora sem senso comum e bom senso, se afastaria 221
completamente dessa história, tornando o antigo profeta Mórmon parte da fraude? Pois isto é precisamente o que ele faz, inserindo após a página 141 [LdM p. 143-145, 1981 ed.] duas páginas intituladas "As Palavras de Mórmon" no ponto exato da tradução onde ele tinha chegado, quando Martin Harris levou as 116 páginas do manuscrito! Leia o que Mórmon diz: 3 - E agora digo alguma coisa acerca do que escrevi; porque, depois de haver feito um resumo das placas de Néfi até o governo deste rei Benjamim de quem Amaléqui falou, examinei os registros que haviam sido entregues em minhas mãos e encontrei estas placas, que continham este pequeno relato dos profetas, de Jacó até o governo deste rei Benjamim, e também muitas das palavras de Néfi. 4 - E as coisas que estão nestas placas me são agradáveis, por causa das profecias sobre a vinda de Cristo; e meus pais sabem que muitas delas se cumpriram; sim, e eu também sei que todas as coisas que foram profetizadas sobre nós, até este dia, se cumpriram; e que todas as que vão além deste dia certamente se cumprirão— 5 - Escolhi, portanto, estas coisas para terminar meu registro sobre elas e este restante de meu registro tirarei das placas de Néfi; e não posso escrever nem a centésima parte das coisas de meu povo. 6 - Mas eis que tomarei estas placas que contêm estas profecias e revelações e pôlas-ei com o restante de meu registro, porque me são preciosas; e sei que serão preciosas para meus irmãos. 7 - E faço isto com um sábio propósito; pois assim me é sussurrado, segundo o Espírito do Senhor que está em mim. E agora, eu não sei todas as coisas, mas o Senhor sabe todas as coisas que hão de acontecer; portanto ele atua em mim, para que eu faça segundo a sua vontade. 8 - E minha oração a Deus é referente a meus irmãos, para que voltem a ter conhecimento de Deus, sim, da redenção de Cristo; para que tornem a ser um povo agradável. 9 - E agora eu, Mórmon, procedo à conclusão de meu registro, que tiro das placas de Néfi; e faço-o segundo o conhecimento e a compreensão que Deus me deu. De tudo isso aprendemos que o próprio Mórmon, um profeta do Senhor, e levado o tempo todo e inspirado pelo espírito de Deus, também ajudado por um anjo do céu, cometeu o mesmo erro que Joseph Smith. Ele, exausto do monótono trabalho com sua ferramenta de gravação, usando o maior conjunto de placas de Néfi, resumiu-os até que eles atingissem o período do reinado do rei Benjamim. Então ele descobre - o que não sabia antes - a existência de outras 222
placas e mais resumidas de Néfi, mais religiosas em seu caráter e em suas declarações, notavelmente mais completas na doutrina cristã e nas profecias referentes a Cristo. E assim, deixando todos os seus trabalhos anteriores, ele adota esse tesouro recém-descoberto como a primeira parte de seu grande livro. Mas, muito estranhamente, a partir deste ponto em diante, até seu próprio tempo, não há um duplo conjunto de placas para ser selecionado e, portanto, como ele nos diz, ele tem que voltar ao seu primeiro plano, o laborioso trabalho de gravar a história mais completa, mas mais secular.
223
1. Néfi escreve as Placas Menores, contendo um resumo dos ensinamentos espirituais. 2. Mórmon faz um resumo das Placas de Leí, chamadas de Placas Maiores, pois continham, além dos ensinos espirituais, toda a história secular de seu povo. Neste resumo, estas placas ficam cerca de 100 vezes menores e ocupam exatamente as 116 páginas perdidas. Singular que este velho profeta Mórmon, 1.500 anos atrás, descobriu essas outras placas de Néfi, e assim mudou a primeira parte inteira de seu livro, até o ponto preciso na história do Rei Benjamin, justamente a parte da história que Martin Harris perdeu - as 116 páginas do manuscrito!
E outro fato tão singular é que desde o início do Livro de Mórmon, em um grande número de lugares, estes dois conjuntos de placas são cuidadosamente distinguidos um do outro, e muito é dito sobre eles no mesmo período – até a história do rei Benjamim, onde o Sr. Harris roubou as 116 páginas. Desse ponto em diante, nada mais é dito sobre o duplo conjunto de placas.
Assim o próprio Néfi, seu irmão Jacó, e todos os escritores, até o rei Benjamim, foram preparando o caminho para essa grande mudança, necessária por causa do roubo do Sr. Harris! Mas, embora esses conjuntos duplos de placas sejam tantas vezes mencionados na primeira parte do Livro de Mórmon, e a característica de cada um claramente definida*, ainda é muito estranho que o profeta Mórmon não soubesse da existência de um conjunto contendo “mais partes do ministério”, até que ele chegasse a esse ponto da história de sua nação - onde as 116 páginas de Martin Harris terminam!
* 1 E todas estas coisas meu pai viu e ouviu e disse enquanto vivia numa tenda, no vale de Lemuel; e também muitas outras mais que não podem ser escritas nestas placas. 2 E agora, conforme falei sobre estas placas, eis que elas não são as placas nas quais faço um relato completo da história de meu povo; pois dei o nome de Néfi às placas nas quais faço um relato completo de meu povo; elas são, portanto, chamadas de placas de Néfi, segundo meu próprio nome; e estas placas também são chamadas de placas de Néfi. 3 Não obstante, recebi um mandamento do Senhor para fazer estas placas, com o fim especial de deixar gravado um relato do ministério de meu povo. 4 Nas outras placas deve ser gravado um relato do governo dos reis e das guerras e contendas de meu povo; estas placas tratam, portanto, na sua maior parte, do ministério, enquanto as outras placas tratam principalmente do governo dos reis e das guerras e contendas de meu povo. 224
5 Ordenou-me portanto o Senhor que fizesse estas placas para um sábio propósito seu, o qual me é desconhecido. 6 Mas o Senhor conhece todas as coisas, desde o começo; portanto ele prepara um caminho para realizar todas as suas obras entre os filhos dos homens; pois eis que ele tem todo o poder para fazer cumprir todas as suas palavras. E assim é. Amém. [1 Néfi 9:1-6]
Estas não são todas as coisas singulares que estão ligadas a este assunto. Parece que o antigo profeta Mórmon, embora tivesse descartado seu primeiro esforço e adotado as Placas de Néfi como a primeira parte de seu livro, ainda assim, falhou em fazer com que seu filho Moroni compreendesse os fatos desse caso - pois Morôni, ao esconder estas placas na sagrada colina Cumora, tinha unido, com o livro, o primeiro esforço de seu pai [as Placas de Leí] como a PRIMEIRA PARTE do Livro de Mórmon. As testemunhas dizem-nos claramente de que forma o conjunto de placas foi encontrado.
“As placas que Mr. Whitmer viu eram no formato de um tablete, presas a três anéis, cerca de um terço dos quais parecia estar solto nas placas, as outras sólidas, mas com marcas perceptíveis onde as placas pareciam ter sido seladas, e que o guia apontou para Smith, e de forma muito impressionante lembrou que apenas as placas soltas deveriam ser usadas, a parte selada não deveria ser adulterada.” (Myth of the Manuscript Found, page 82).
E Joseph Smith, inocentemente, começou seu trabalho de tradução nesta parte, até que ele tivesse passado para o inglês as 116 páginas, e o próprio Morôni, embora um dos filhos do grande profeta, e agora ressuscitado dentre os mortos com o objetivo especial de mostrar para o Sr. Smith onde as placas estavam ocultas, e ajudá-lo na tradução, estava evidentemente tão perdido quanto Joseph.
Isso porque ele desconhecia a existência de outra e melhor primeira parte do Livro de Mórmon, até que esse conhecimento foi trazido à ele através do furto de Martin Harris.
Obviamente, ele não sabia, durante 1500 anos, que havia misturado as placas de ouro de seu pai, tanto que se não fosse pelo roubo do Sr. Harris, todo o mundo religioso de hoje teria como a primeira parte do Livro de Mórmon, um artigo muito inferior, perdendo muito do sabor e doçura do evangelho, e as profecias mais preciosas de Cristo que o livro agora, felizmente, contém.
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Suposto arranjo das placas de ouro, incluindo as placas cuja tradução foi perdida - O livro de Leí.
Realmente, os caminhos dos Mórmon são misteriosos, e assim eram os de Joseph Smith!
226
5 - As 116 páginas perdidas – parte 3 Após a perda do manuscrito, Smith disse que deveria ter ficado satisfeitos com as duas primeiras respostas negativas que ele recebeu do Senhor, e como ele não o fez, ele havia desobedecido a Deus. Como consequência de sua desobediência (e de Harris, por ter mostrado o manuscrito a pessoas além da sua família), as placas de ouro e o Urim e Tumim com as pedras mágicas foram supostamente tirados dele por certo período. E de acordo com Smith, o anjo Morôni afirmou que, se ele se mantivesse digno diante de Deus, ele receberia as placas de ouro novamente. Certamente isso aconteceu alguns meses depois. Martin Harris jamais voltaria a trabalhar como escriba de Joseph. Joseph foi supostamente advertido a não traduzir novamente as mesmas placas, pois os “homens iníquos” – até mesmo Martin Harris – haviam roubado o manuscrito e desejavam alterá-lo para que, quando o livro fosse publicado, este seria comparado com o manuscrito e assim, ridicularizado. 1. “Eis que tentaram destruir-te; sim, até o homem em quem confiaste procurou destruir-te. E por isso eu disse que ele é um homem iníquo, porque procurou tirar as coisas que te foram confiadas; e também procurou destruir teu dom... E eis que Satanás os incitou em seus corações a alterarem as palavras que fizeste escrever, ou seja, que tu traduziste e que saíram de tuas mãos.” Doutrina e Covênios 10:6-7, 10. [1] 2. “Pois ele incitou-os em seus corações a fazerem isso para que, mentindo, possam dizer que te apanharam nas palavras que fingiste traduzir.” Doutrina e Covênios 10: 13 3. “Pois eis que não levarão a efeito seus desígnios iníquos de mentir sobre aquelas palavras. Pois eis que, se escreveres as mesmas palavras, dirão que mentiste e que fingiste traduzir, mas que te contradisseste.” Doutrina e Covênios 10: 31
Críticas: 1. MT Lamb, em The Golden Bible (1887), fez uma revisão crítica do problema do manuscrito perdido. Lamb notou que as placas das quais as 116 páginas foram traduzidas haviam sido conservadas por 1.400 anos pela providência especial de Deus, mas que “uma mulher irada” havia desfeito Seus planos. 2. Ainda, nem Deus nem o anjo impediram que Smith traduzisse as placas erradas até que Harris perdesse o manuscrito. 3. Deus repreendeu Smith pela perda do manuscrito, mesmo que esta perda tenha sido “a melhor coisa que poderia ter acontecido pela causa da verdade.” 4. Embora Smith tenha dito que “homens maus” produziriam um manuscrito alterado se ele traduzisse a mesma parte das placas de ouro novamente, nenhuma tentativa desse tipo foi descoberta. E Smith nunca anunciour o que aconteceu com as páginas perdidas, apesar da crença de seus seguidores em seu dom profético.
Problemas 227
1 - Placas de Néfi ou Placas de Leí? Joseph Smith foi informado de que, cerca de 600 anos antes do nascimento de Cristo, o Senhor já havia antecipado este mesmo problema. Ele tinha, de fato, inspirado o antigo profeta Néfi a fazer outro conjunto de placas que cobriam exatamente o mesmo período de tempo que o primeiro conjunto de placas.
Placas Menores
Escritores mórmons referem-se à essas placas como as “Placas Menores de Néfi” e as placas que continham o material para as 116 páginas perdidas são as chamadas “Placas Maiores de Néfi” ou “Placas de Leí”. Um assunto bastante confuso é que no prefácio da primeira edição do Livro de Mórmon, Joseph Smith se referia à falta de 116 páginas como sendo de:
Placas Maiores de Nefi
“O Livro de Leí, que era um relato resumido das placas de Leí, feito pela mão de Mórmon...” Os escritores mórmons, no entanto, argumentam que Leí não escreveu nada sobre as placas, mas que toda escrita foi feita por seu filho Néfi: "Além de empregar seu nome honorificamente, esta obra aparentemente não foi escrita em qualquer parte por Leí..." [2] Além disso, Smith quis deixar claro que as Placas Menores de Néfi tratavam mais de questões espirituais do que as páginas que faltavam. Assim, a perda das 116 páginas foi considerada, pelos líderes da Igreja Mórmon, como uma vitória para o Senhor (?), pois o Livro de Mórmon é mais espiritual do que seria se possuísse as páginas roubadas! 2 – Satanás enganando Deus? Deus, é claro, saberia do plano de Satanás e fez Néfi produzir dois conjuntos de placas que cobrissem exatamente o mesmo período, mas escritos de forma um pouco diferente. Depois da perda das páginas, Joseph foi supostamente instruído a traduzir agora as Placas Menores de Néfi (com mais ênfase nos ensinos espirituais) em vez das placas 228
Maiores (ou placas de Leí - com mais ênfase na história secular) - as placas resumidas de Mórmon que ele já havia traduzido. Desta forma, as mesmas informações básicas que deveriam ser incluídas no Livro de Mórmon ali estavam, mas não corresponderiam exatamente às 116 páginas originais perdidas que foram traduzidas pela primeira vez por Joseph. A história oficial ensinada pela igreja é sem sentido pelas seguintes razões:
1 - Os homens maus que estavam conspirando para alterar o documento original não poderiam fazer isso sem deixarem muito óbvio que o documento original havia sido alterado.
Quando Martin Harris foi o escriba de Joseph, ele não usava um lápis e papel. Martin escreveu com tinta sobre papel almaço. Qualquer alteração seria muito perceptível e não convenceria a ninguém. Além de apagar as palavras antigas e reescrever as novas palavras, a caligrafia seria diferente. Qualquer inspeção rudimentar de caligrafia determinaria que o documento tinha sido alterado, especialmente fácil de determinar, dado que a nova caligrafia apareceria no mesmo local onde a palavra anterior fora apagada e reescrita.
2 - Os homens maus que planejaram alterar as 116 páginas roubadas, não teriam seu plano totalmente frustrado quando Joseph decidiu traduzir a mesma história a partir de placas diferentes. Eles poderiam tentar alterar algumas coisas das 116 páginas para desacreditar seu trabalho.
Por exemplo, eles poderiam ter mudado alguns nomes de pessoas ou lugares ou alterado eventos que são centrais no início do Livro de Mórmon e, assim, provar que a nova tradução de Joseph estava errada. Eles poderiam ter mudado os nomes dos irmãos de Néfi e as cidades de onde vieram, dentre muitos outros itens que estavam em ambos os conjuntos de placas. Mas por que eles nunca fizeram isso?
3 - É conveniente que os profetas do passado simplesmente tivessem feito um grupo extra de placas há 1500 anos atrás, que cobririam exatamente o mesmo período, não é?
Não são apenas as 116 páginas perdidas, mas temos uma explicação de como isso foi remediado no próprio documento, escrito milhares de anos antes do evento acontecer. Para mais detalhes, consulte a parte 2 (acima) [3] É muito difícil acreditar que Satanás e alguns homens maus estivessem realmente por trás do plano para roubar as 116 páginas. Se assim o fosse, estas teriam ressurgido de alguma forma para, ao menos, tentar desacreditar Joseph, mesmo se estes adversários não fossem bemsucedidos. Ou então valeriam muito dinheiro. 229
Não podemos imaginar porque os homens maus, se é que existiram, não teriam usado as páginas para tentarem desacreditar Smith, ou para vendê-las para Martin e Joseph ou para guardá-las e eventualmente vendê-las. As páginas roubadas não teriam simplesmente sido destruídas por homens que tiveram tanta dificuldade para obtê-las. Em vez disso, parece muito mais plausível que a esposa de Martin Harris tenha realmente destruído as páginas para desafiar o marido. Se for este o caso, existe alguma outra razão pela qual Joseph inventaria a história sobre o plano de Satanás para desacreditá-lo? [4]
4 - Se o Senhor soubesse de antemão que este era o plano de Satanás, então ele teria avisado Joseph Smith com antecedência e o instruido a não deixar que as 116 páginas saísse de seus cuidados?
E mesmo se as páginas ainda desaparecessem, o Senhor não poderia simplesmente dizer a Joseph onde e com quem elas estavam? Parece que tanto Smith quanto o Senhor foram completamente enganados nessa experiência. Rapidamente percebemos que Smith simplesmente não conseguiu retraduzir o Livro de Leí e mostrar ao mundo que ele estava dizendo a verdade [5].
Abaixo está a evidência fotográfica para esta afirmação: “Quando Martin Harris foi escriba de Joseph, ele não usava um lápis e papel. Martin escreveu com tinta sobre papel almaço. Qualquer alteração seria muito perceptível e não convenceria ninguém”.
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Página do livro original do manuscrito de Mórmon, cobrindo 1 Néfi 4:38-5:14. Observe que ele foi escrito com tinta.
231
Refutação Apologista O depoimento de Martin Harris de que havia ocorrido uma fraude teria sido inútil. Ainda hoje, a evidência física é vista como mais confiável do que uma testemunha ocular. Enquanto qualquer pessoa poderia analisar as duas versões das 116 páginas e ver as diferenças, a negação de Martin Harris atuaria como boato, com todos os problemas decorrentes. Qualquer pessoa confrontada com a questão poderia pensar:
“Por que alguém deveria acreditar no Sr. Harris, quando temos a prova aqui na nossa frente?”
Refutação Crítica: A proclamação de Martin Harris que o documento era falso não seria tão facilmente descartada.
Um dos desenhos equivocados do Facsímile 1 acima, e abaixo o correto
Os testemunhos de SUDs fieis não foram abalados quando os egiptólogos mostraram como a tradução de Joseph Smith dos Fac-símiles egípcios do Livro de Abraão estavam totalmente equivocados. Então, por que uma explicação tão fácil como a de Martin Harris causariam tanta preocupação?
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Para o ponto: “Por que alguém deveria acreditar na Igreja, quando temos a prova aqui na nossa frente?”
Joseph não traduziu nenhum dos Facsímiles do Livro de Abraão ou os hieróglifos dos papiros corretamente!
A igreja poderia solicitar um exame aprofundado de certas páginas e se as inconsistências, tais como caligrafia ligeiramente diferente, diferença de papel, tinta diferente, etc, fossem encontradas apenas nas páginas que Martin afirmasse não ter escrito, então estas seriam evidências suficiente para, pelo menos, dizer que havia um impasse - ele disse/ela disse. Os SUDs fiéis evidentemente acreditariam nos outros SUDs e os críticos acreditariam nos não SUDs. A Igreja continuaria existindo. Se os homens maus eram espertos o suficiente a ponto de falsificarem os documentos de tal forma que estas falsificações seriam imperceptíveis, então certamente eles sabiam que poderiam ainda trapacear Smith, alterando algumas das 116 páginas e causando inconsistências com as histórias do LdM. [3] Observações finais: Os críticos não aceitam qualquer uma das explicações dadas por Smith ou pela igreja SUD. Eles ressaltam que, se Satanás realmente fez com que os inimigos de Joseph Smith alterassem o manuscrito, essas pessoas perversas teriam que reescrever as páginas originais inteiras para provarem que Joseph Smith não poderia produzir uma duplicata exata. Seria quase impossível alterar o manuscrito sem que esta alteração fosse detectada. Assim, os mórmons poderiam ter levado o caso ao tribunal e facilmente teriam uma vitória.
Os críticos acham que a simples verdade é que Joseph Smith não podia reproduzir uma cópia exata do que ele havia escrito anteriormente.
Portanto, ele foi forçado a aparecer com essa história elaborada sobre “o Senhor proporcionando um segundo conjunto de placas” que cobrem exatamente o mesmo período de tempo, para preencher a parte que falta do Livro de Mórmon. _____________________ Fontes: Texto traduzido e adaptado de A Black Hole in the Book of Mormon: http://utlm.org/newsletters/no72.htm 1- Veja também, Lucy Smith: Biographical Sketches, 1853 edition, Cory/Pratt, chapter 27) 2 - S. Kent Brown, Brigham Young University Studies, Winter 1984, p. 21, n. 10 3 - http://www.mormonthink.com/lost116web.htm 4http://www.concernedchristians.com/index.php?option=com_fireboard&Itemid=42&func=view&id=80534 &catid=522 5 - http://mormon411.blogspot.com/2009/05/how-lost-116-pages-prove-joseph-smith.html
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Problemas 1 - O LdM e a igreja SUD
Qual a função do livro de mórmon para a Igreja Sud? Caso você não seja mórmon e resolva perguntar à algum membro da igreja, ou se for mórmon, imediatamente ouvirá ou pensará nas seguintes palavras: “O Livro de Mórmon é a pedra fundamental da igreja, o livro mais correto e inspirado por Deus”. Então avaliemos a função de PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA. O texto abaixo foi extraído da dissertação de mestrado de NUNES (2005). Assim que foi impresso e vendido (1830), poucas pessoas acreditavam no LdM. No final de 1830, cerca de 100 indivíduos estavam batizados no estado de Nova York, e os conversos liam-no com interesse. Porém, poucos foram aqueles apontaram para o que os chamara atenção no livro e os convencera a batizar-se. Pelos relatos dos conversos, parece que o livro, como um todo, agiu mais sobre seus sentimentos espirituais do que qualquer ideia específica dentro dele. Não é fácil descobrir qual o apelo de LdM e tampouco qual foi a influência que ele exerceu sobre a igreja depois de sua organização. O que mais causa estranhamento nos historiadores dessa época da história mórmon é que ele exerceu pouca influência diante do enorme investimento de tempo e esforço de Joseph Smith e seus adeptos em sua “tradução” e publicação. Apesar de seu amplo uso pelos pregadores e missionários, o Livro de Mórmon jamais se tornou um manual para as doutrinas e práticas eclesiásticas. Esse assunto encontra-se bem documentado na seção DOUTRINAS ESTRANHAS, LDM. O padrão doutrinário e de conduta da recém-criada organização religiosa era estabelecida dia a dia pelas constantes revelações de Joseph Smith. Aparentemente, no início do mormonismo (e até hoje para muitos SUD) o LdM serviu mais como uma fonte de citações que confirmava a revelação moderna, da mesma forma como o faziam com as citações bíblicas. Para Alexander Campbell, o LdM era uma tentativa de Joseph Smith decidir todas as grandes controvérsias de seu tempo. Porém, nem Joseph nem os mórmons usaram o livro desse modo. Apesar de suas palavras de encorajamento para a leitura do livro, Joseph jamais fez do livro de mórmon o fundamento real da igreja. O verdadeiro apelo do LdM para pessoas de sua época, o que realmente os inspirava era a ideia de revelação moderna por meio de profetas vivos, a ideia de que Deus novamente havia falado com seu povo. Era a descoberta de uma nova escritura que, em si mesma, inspirava a fé das pessoas com a evidência da intervenção divina em suas próprias vidas.
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2 - Ciência x fé
A Ciência e o Livro de Mórmon Os mórmons clamam ser o Livro de Mórmon o mais perfeito sobre a face da terra. Porém, as comunidades arqueológicas, históricas e científicas tem sido céticas sobre as proclamações do Livro de Mórmon, pois: 1. Há referências a animais, plantas, metais e tecnologias no Livro de Mórmon que os estudos arqueológicos e científicos não encontraram evidências, na América pós-Pleistocena e pré-Colombiana. Estes são os ANACRONISMOS (= algo que não se encaixa na época ou no lugar que se afirma) [1-9]. 2. Há falta de correlação entre os locais descritos no Livro de Mórmon e os sítios arqueológicos das Américas. Citando a falta de locais geográficos específicos para pesquisa no novo mundo, Michael D. Coe, um proeminente arqueólogo Mesoamericano e professor emérito de antropologia na Universidade de Yale, escreveu (em um volume de Dialogue: A Journal of Mormon Thought, de 1973): “Pelo que eu saiba, não há nenhum arqueólogo profissional e treinado, e que não seja mórmon, que veja qualquer justificativa científica para acreditar [na história do Livro de Mórmon], e eu gostaria de declarar que há aguns poucos arqueólogos mórmons que se juntariam a esse grupo.” 3. Exames de DNA provam que a origem dos povos americanos é completamente diferente daquela alegada pelo LdM. Vamos examinar alguns anacronismos deste livro relativos ao ítem 1:
1 - Referências a animais no livro de mórmon Os ítens tipicamente anacrônicos incluem: a) Bois e vacas Há seis referências à rebanhos no LdM, inclusive sugerindo que eles eram domesticados (veja, por exemplo, Eter 9:18). Porém, não há evidências que os bovinos do Velho Mundo habitassem também o Novo Mundo antes do contato com os europeus no século XVI. A existência de bisões na américa poderia ser uma explicação para a citação de bois e vacas. Porém, não há evidências de bisão domesticado nas américas, mas alguns SUD insistem em afirmar que este seria o "boi" descrito no Livro de Mórmon. Atualmente, é amplamente aceito que o único animal de grande porte domesticado era a Lhama. Outra explicação dos estudiosos SUD seria o uso de nomes familiares à itens desconhecidos. Por exemplo, os índios Delaware chamaram os veados de “vacas”, e os índios de Miami chamaram às ovelhas, quando as viram, de “parecidos com vacas” [10]. b) Cavalos e asnos 235
Os cavalos são citados no Livro de Mórmon 14 vezes (1 Ne. 18: 25; 2 Ne. 12: 7 (cf. Isa. 2:7); 2 Ne. 15: 28 (cf. Isa. 5:28); Enos 1: 21; Alma 18: 9-10, 12; Alma 20: 6; 3 Ne. 3: 22; 3 Ne. 4: 4; 3 Ne. 6: 1; 3 Ne. 21: 14; Ether 9: 19). Porém, não há evidências que os cavalos tenham existido nas américas durante o período da história deste livro (2500AEC/400EC). As únicas evidências de cavalos no continente americano datam de período pré-histórico, mas se extinguiram milhares de anos antes dos eventos do LdM. Abaixo, encontram-se algumas citações científicas sobre o assunto:
“Os cavalos tornaram-se extintos na américa do norte no final do Pleistoceno...” [11] “As datas mais recentes de fósseis de cavalos na América do Norte são por volta de 8150 anos atrás, apesar da maioria dos cavalos terem desaparecido há 10.000 anos.” [12] “Durante o Pleistoceno, no continente do novo mundo abundavam [cavalos] e então, por volta de 8.000 anos atrás, o último cavalo selvagem nas Américas tornou-se extinto...” [13]
Seria, então, o uso da palavra “cavalo” apenas substitutos para animais nativos do Novo Mundo, como os cervos? Dr. Raymond T. Matheny um ex-professor de antropologia na Universidade Brigham Young, nos dá a resposta: Matheny explica que isto não é legítimo porque as descrições do Livro de Mórmon ocorrem em contextos literários específicos que assumem sistemas complexos do Velho Mundo para a criação e uso dos vários animais domésticos: “Quero dizer que em Alma [18:10; 20:6,8], ele usa o estábulo preparando os cavalos para o Rei Lamoni, e também ele prepara as carruagens do Rei porque farão uma viagem de uma cidade à outra sobre a estrada real. E também os cavalos são pastoreados. Assim há contextos dentro do próprio Livro de Mórmon. Estas não são apenas substituições. Mas os autores do Livro de Mórmon proporcionam o contexto, não estão tratando de descrever um veado ou algo mais. É a maneira inconsistente de tentar explicar a presença destes nomes no Livro de Mórmon.”[14] Ele também acrescenta que, depois de trabalhar na área da arqueologia Mesoamericana por vinte e dois anos, conclui que a evidência científica simplesmente não sustenta a existência dos povos e os acontecimentos registrados no Livro de Mórmon, seja na América Central ou em qualquer lugar no hemisfério ocidental. c) Ovelhas, cabras e porcos As ovelhas são mencionadas no LdM como sendo criadas nas américas pelos Jareditas, em algum período entre 2500AEC e 600EC. Outro versículo menciona “pele de cordeiro”, por volta de 21EC (Eter 9:18; 3 Nefi 4:7; 3 Nefi 28:22; 4 Nefi 1:33). Entretanto, as ovelhas domésticas foram introduzidas nas américas somente após a segunda viagem de Colombo! As cabras são mencionadas 3 vezes no LdM, e viviam entre os nefitas e jareditas (1 Nefi 18:25; Enos 1:21; Eter 9:18). Em dois destes versículos, as “cabras” são distinguidas das “cabras selvagens” indicando que havia pelo menos duas variedades, uma domesticada. Porém, as cabras domesticadas não são nativas das américas, pois 236
foram domesticadas apenas na era pré-histórica no continente Eurásia. Estes animais domésticos foram introduzidos apenas no século XV com a chegada dos europeus, 1000 anos após a conclusão do LdM e perto de 2000 anos após serem mencionadas no mesmo livro. As cabras das montanhas são endêmicas da américa do norte e são extremamente agressivas. Novamente, não há evidência arqueológica que sustente a teoria de domesticação. O Livro de Mórmon cita duas passagens bíblicas envolvendo porcos e menciona-os em sua narrativa (3 Nefi 7:8; 14:6; Eter 9:17-18). Enquanto essa última citação sugere que os porcos eram domesticados, não há remanescentes, referências, arte, ferramentas ou qualquer evidência sugerindo que os porcos estivessem sequer presentes antes do contato com a Europa. Apesar dos mórmons apontarem a descoberta de que os javalis estavam presentes desde a época pré-histórica na américa do sul, nada indica que foram domesticados [15]. Porém não é inconcebível que os javalis capturados tenham sido mantidos em cativeiro. d) Elefantes - Eter 9:19 Os elefantes são mencionados duas vezes no mesmo versículo. Os mastodontes e mamutes viveram no novo mundo, mas como os cavalos, eles se extinguiram por volta de 10.000 AEC. A fonte desta extinção parece ser a caça predatória feita pelos humanos, uma mudança climática significativa ou a combinação de ambos [1617]. Sabe-se que uma pequena população de mamutes sobreviveu na ilha St. Paul, no Alasca, até 6000 AEC, mas mesmo esta data é centenas de anos anterior à história dos jareditas. A extinção, durante o Pleistoceno, de dois Proboscidea, gêneros Mammut e Mammuthus são mencionados por Grayson nas páginas 209 and 212-213 [18] “A megafauna [da américa do norte] desapareceu da face da terra entre 12.000 e 9.000 anos atrás...” [19] “Na américa do norte, três outros proboscídeos sobreviveram ao final da era do gelo – o mamute de lã das tundras (Mammuthus primigenius), o mastodonte das florestas americanas (Mammut americanum) e o mamute que pastava (Mammuthus jeffersoni). Caçados pelos primeiros homens parece ser a causa mais provável de sua extinção final...” [20] “M[ammuthus] primigenius sobreviveram até cerca de 10,000 anos atrás.” [21] 2 - Referências à plantas no livro de mórmon Segundo o Livro de Mórmon os nefitas produziam trigo, cevada, linho, uvas e azeitonas. Porém, nenhum destes produtos existia na América pré-colombiana. Dr. Matheny descreveu o Livro de Mórmon como cheio de anacronismos. Introduz “progressos” culturais do Velho Mundo no tempo da América pré-colombiana, embora a evidência arqueológica mostre que tais níveis culturais não foram alcançados durante este período. O professor Matheny afirmou que se requer um complexo nível econômico e social para produzir estes produtos como são representados no Livro de Mórmon: “Há um sistema inteiro de produção de trigo e cevada ... É uma produção especializada de alimento. Você tem que saber algo para fazer linho, e especialmente em climas tropicais. As uvas e as azeitonas ... todas estas são culturas de alto desenvolvimento e são, de fato sistemas. Ainda assim o Livro de Mórmon diz que estes sistemas existiram aqui.” [22] Especificamente, o uso do trigo e a cevada são 237
citados no LdM entre o primeiro e segundo séculos AEC. Porém, a introdução tanto da cevada, assim como do trigo, foi feita no Novo Mundo pelos europeus, um pouco depois de 1492, muitos séculos após a descrição do LdM. O apologista da FARMS, Robert Bennett, oferece duas explicações para estes anacronismos [23]: 1. Os termos “cevada” e “trigo” podem estar se referindo a outros tipos de grãos. 2. Os termos podem estar se referindo a verdadeiras variedades de cevada e trigo do Novo Mundo, que ainda não foram encontradas nas escavações arqueológicas. Bennett postula que a “cevada” poderia se referir ao Hordeum pusillum, conhecida como “cevadinha”, uma espécie comestível, endêmica da américa do norte e que fazia parte da agricultura pré-colombiana. Especificamente a cevada é citada a primeira vez aproximadamente em 121 AEC (Mosiah 7:22). Porém, as evidências do uso desta planta pelos nativos americanos data dos primeiros séculos de nossa era [24], estando a ciência e o LdM separados, portanto por séculos. 3 - Referências metais e tecnologias no livro de mórmon
e) Carruagens ou veículos com rodas O LdM cita as carruagens (ou carroças) como meio de transporte cinco vezes. Os críticos afirmam que não há evidência arqueológica que sustente o uso de veículos com rodas na mesoamérica, especialmente porque muitas partes da mesoamérica não eram apropriadas para o uso desses veículos. Clark Wissler, o curador de etnografia no American Museum of Natual History, em Nova Yourk, diz: “Vemos que o modo principal de transporte terrestre no Novo Mundo era feito por carregadores humanos. As rodas eram desconhecidas no mundo pré-colombiano.”[25] Uma comparação com a civilização da américa do sul, os Incas, com a civilização da mesoamérica mostra a mesma ausência de veículos de rodas. Apesar dos incas possuírem um vasto sistema de estradas pavimentadas, estas eram tão irregulares, com escadas e estreitas que seriam inapropriadas para o uso de carruagens. Estas estradas eram, na realidade, usadas principalmente por mensageiros "chaski" (corredores) e por caravanas de lhamas. f) Aço e ferro Aço e ferro são mencionados várias vezes no LdM (ex: 1 Nefi 16:18; 2 Nefi 5:15, jarom 1:8, Eter 7:9, Alma 18:9). Porém, novamente, não há nenhuma evidência destes materiais por toda a américa. Pesquisadores mostram que a metalurgia existia na mesoamérica durante os períodos que correspondem ao LdM, e que estes metais eram latão, minério de ferro, cobre, prata e ouro [26-36]. Entre 2004 e 2007, um arqueólogo da Universidade Purdue, em suas pesquisas, concluiu: “Mesmo sabendo que os povos andinos antigos forjavam alguns metais, como o cobre, eles nunca forjaram o ferro como foi feito no Velho Mundo... metais foram usados para uma variedade de ferramentas no Velho Mundo, como armas, enquanto nas américas, os metais eram usados como mercadorias de prestígio pela elite.” [37] 238
g) Espadas de metal que podem enferrujar O LdM faz várias referências às espadas e seu uso em batalhas [38]. Quando os remanescentes da batalha final dos Jareditas foram descritos, era claro que falava de “lâminas que podem enferrujar”[39]. Os apologistas explicam que a palavra “espada” não se refere ao material com a qual foram feitas, mas sim às armas como as Macuahuitl, feitas com obsidiana (um tipo de rocha gerada pelo impacto de meteoritos) pelos astecas. Elas são muito afiadas e podem decapitar um homem ou um cavalo, porém a obsidiana não enferruja. Ainda, de acordo com o Livro de Mórmon, a civilização nefita dominava a mais avançada metalurgia incluindo ferro e outras indústrias de metal; entendam-se espadas, arcos, capacetes e couraça de metal, moedas de ouro e prata, e inclusive maquinaria (2 Nefi 5:15; Jarom 1:8; Eter 7:9). Entretanto, segundo Matheny, não há evidência de qualquer civilização mesoamaricana que alcançou tal indústria durante o tempo do Livro de Mórmon (terminando ao redor do ano 421.) Matheny indicou que uma indústria de ferro não é tarefa simples que envolve poucas pessoas, mas sim é um processo complexo que requer um contexto socioeconômico especializado, e que uma fundição deixa virtualmente uma indestrutível evidencia arqueológica: “Nenhuma evidência se encontrou no mundo novo para uma indústria ferro-metalúrgico referente aos tempos pré-colombiano. E isto é problema de proporções gigantescas ao que se chama arqueologia no Livro de Mórmon. A evidência não existe.” [40-41] Prof. Matheny notou que enquanto dispersos artefatos de ferro se encontraram em contextos précolombianos, na ausência de evidência para uma indústria metalúrgica, explicam-se melhor por meios de acaso, tal como meteoritos. Uns poucos artefatos aleatórios dispersos não são uma base para conclusões científicas. [42] h) Roupas de guerra nefitas Eter 15:15 - E aconteceu que quando estavam todos reunidos, cada qual no exército que desejava, com as esposas e filhos, tanto homens como mulheres e crianças estando armados com armas de guerra, tendo escudos e couraças e capacetes; e estando vestidos com roupas próprias para a guerra, marcharam uns contra os outros para batalhar; e lutaram durante todo aquele dia e ninguém venceu. 1. Mos. 8: 10: E eis que também trouxeram couraças de grande tamanho; são de latão e cobre e encontram-se em perfeito estado. Nenhum resquício sequer de couraças, capacetes, cimitarras, espadas foi encontrado. Isso depois de várias guerras, dentre as quais uma guerra onde pessoas foram recrutadas, por quatro anos, para formar um exército gigantesco. Ainda, no capítulo 9 de Mórmon, onde a maior guerra é travada no monte Cumora, o mesmo onde Joseph Smith encontrou as placas de ouro, nada foi escavado. É importante salientar que hoje, o local onde está este monte, é de propriedade da igreja mórmon. Por que não realizar as escavações e “provar”, com todos os possíveis achados arqueológicos, a “verdade” sobre estes povos? i) Moedas 239
Alma 11: 4-19 4 - Ora, estes são os nomes das diversas moedas de ouro e de prata, segundo seu valor. ...senine de ouro, um seon de ouro, um sum de ouro e um limna de ouro.. 6 Um senum de prata, um amnor de prata, um ezrom de prata e um onti de prata.
Nenhuma moeda jamais foi encontrada!
Declaração do instituto smithsoniano quanto ao livro de mórmon Veja o documento original AQUI O Instituto Smithsonian de Washington pronunciou-se acerca das alegações feitas no LdM, pois muitos SUDs afirmavam que o Instituto usava este livro como base histórica em suas pesquisas. Parágrafo 1 – “O Instituto Smithsonian nunca utilizou o Livro de Mórmon como fonte de orientação científica. Os arqueólogos deste instituto não veem nenhuma conexão entre a arqueologia do Novo Mundo e a matéria de que trata o livro.” Parágrafo 2 – “O tipo físico do índio americano é bastante mongoloide, achando-se bastante relacionado com os povos do centro, leste e noroeste da Ásia. As evidências arqueológicas demonstram que os ancestrais dos índios de hoje chegaram ao Novo Mundo - passando provavelmente por uma faixa de terra, que havia no Estreito de Bering, durante a última Era Glacial - numa contínua série de pequenas migrações, que tiveram início por volta de vinte e cinco a trinta mil anos atrás”. Parágrafo 3 – “As evidências existentes dão a entender que o primeiro povo a chegar a este continente pelo leste foram os noruegueses, que aportaram na região nordeste da América do Norte por volta do ano 1000 AEC. Não existe nada que comprove que eles tenham chegado ao México ou à américa central.” Parágrafo 4 – “Uma das principais linhas de evidência que apoia os achados científicos que conecta as civilizações [do novo mundo] com as do velho mundo, se é que elas realmente ocorreram, foi de pouquíssimo significado para o desenvolvimento das civilizações indígenas americanas, é o fato de nenhum alimento vegetal ou animal domesticado (exceto pelos cães) ocorreram no novo mundo nos tempos préColombiano. Os índios americanos não tinham trigo, cevada, aveia, painço, arroz, bovinos, porcos, galinhas, cavalos, burros, camelos antes de 1493 (Os camelos e cavalos viveram nas américas, com os bisões, mamutes e mastodontes, mas todos estes animais foram extintos por volta de 10.000 AEC, na época em que os primeiros caçadores se espalharam pelas américas”. Parágrafo 5 – “Ferro, aço, vidro e seda não eram usados no novo mundo antes de 1492 (exceto por ocasionais usos de ferro não derretido de meteoritos). O cobre nativo era trabalhado em várias localidades na era pré-colombianas, mas a metalurgia verdadeira era limitada ao sudoeste do México e na região andina, onde sua 240
ocorrência no final da era pré-histórica emvolvia ouro, prata, cobre e seus similares, mas não ferro.”
Sem espaço no Novo Mundo.
A avaliação completa do Dr. Matheny é que a arqueologia não oferece nenhum apoio para o Livro de Mórmon como história atual: “Eu diria ao avaliar o Livro de Mórmon que não tem nenhuma relação com o Novo Mundo.” Prof. Matheny não é o único que dá esta avaliação. O arqueólogo mesoamericano altamente respeitado Michael Coe tem escrito: “Os fatos como são, não mostraram nada, absolutamente nada, em nenhuma escavação do Novo Mundo, que possa sugerir a um observador desapaixonado que o Livro de Mórmon, como pretendia Joseph Smith, seja um documento histórico relacionado com a história dos antigos imigrantes a nosso hemisfério.” [43]
O arqueólogo mórmon Dee F. Green afirmou o mesmo quando disse:
“Se tivermos que estudar a arqueologia do Livro de Mórmon, então devemos ter uma grande quantidade de dados com os quais tratarem. Não o temos. O Livro de Mórmon está realmente ali, de modo que podemos estudar o Livro de Mórmon, e a arqueologia está realmente ali, de maneira que podemos estudar arqueologia; mas ambos não estão vinculados. Pelo menos não estão ligados na realidade, já que nenhum lugar mencionado no Livro de Mórmon se conhece com referência à moderna topografia. Pode-se estudar arqueologia bíblica, porque sabemos onde estavam e estão Jerusalém e Jericó, mas não sabemos onde as cidades nefitas Zarahemla e Bountiful, nem qualquer outro lugar estavam ou estão. Seria de esperar que uma concentração na geografia fosse prioritária, mas vimos que vinte anos de tal estudo nos deixaram com as mãos vazias.” [44] Frente à estas pesquisas aqui citadas, podemos avaliar as afirmações históricas feitas pelo Livro de mórmon, demonstrando que a autenticidade do Livro de Mórmon não pode ser sustentada por evidências objetivas. _________________________________ Notas 1 - Cecil H. Brown. 1999. Lexical Acculturation in Native American Languages. Oxford Studies in Anthropological Linguistics, 20. Oxford 2 - Paul E. Minnis & Wayne J. Elisens, ed. 2001. Biodiversity and Native America. University of Oklahoma Press. 3 - Gary Paul Nabhan. 2002. Enduring Seeds: Native American Agriculture and Wild Plant Conservation. University of Arizona Press. 4 - Stacy Kowtko. 2006. Nature and the Environment in Pre-Columbian American Life. Greenwood Press. 5 - Douglas H. Ubelaker, ed. 2006. Handbook of North American Indians, Volume 3, Environment, Origins, and Population. Smithsonian Institution. 6 - Elizabeth P. Benson. 1979. Pre-Columbian Metallurgy of South America. Dumbarton Oaks Research Library. 7 - R.C. West, ed. 1964. Handbook of Middle American Indians, Volume 1, Natural Environment & Early Cultures. University of Texas Press. 8 - G.R. Willey, ed. 1965. Handbook of Middle American Indians, Volumes 2 & 3, Archeology of Southern Mesoamerica. University of Texas Press. 9 - Gordon Ekholm & Ignacio Bernal, ed. 1971. Handbook of Middle American Indians, Volume 10 & 11, Archeology of Northern Mesoamerica. University of Texas Press.).
241
10 - John L. Sorenson, An Ancient American Setting for the Book of Mormon (Salt Lake City, Utah : Deseret Book Co. ; Provo, Utah : Foundation for Ancient Research and Mormon Studies, 1996 [1985]), 294. ISBN 1-57345-157-6 . http://www.mormonfortress.com/cows1.html 11 - Donald K. Grayson. 2006. "Late Pleistocene Faunal Extinctions," Handbook of North American Indians, Volume 3, Environment, Origins and Population. Smithsonian. Pages 208-221. quote on pg 211. 12 - Donald R. Prothero & Robert M. Schoch. 2002. Horns, Tusks, and Flippers: The Evolution of Hoofed Mammals. The Johns Hopkins University Press. Page 215. 13 - R.J.G. Savage & M.R. Long. 1986. Mammal Evolution: An Illustrated Guide. Facts on File Publications. Page 204. 14 - Matheny, P.30 15 - Nor were there any animals [in the Americas] which could be domesticated for food or milk...the peccary, or American hog, is irreclaimable in its love of freedom." - Brinton, quoted in Roberts, B.H. Studies of the Book of Mormon, Second Edition. Signature Books. Salt Lake City. Edited by Brigham D. Madsen. 1992. pp. 102-103 16 - Diamond 1999 17 - Sharon Levy, “Mammoth Mystery, Did Climate Changes Wipe Out North America’s Giant Mammals, Or Did Our Stone Age Ancestors Hunt Them To Extinction?, Onearth, winter 2006, pp15-19 18 - Donald K. Grayson. 2006. "Late Pleistocene Faunal Extinctions," Handbook of North American Indians, Volume 3, Environment, Origins and Population. Smithsonian. Pages 208-221. 19 - Donald R. Prothero & Robert M. Schoch. 2002. Horns, Tusks, and Flippers: The Evolution of Hoofed Mammals. The Johns Hopkins University Press. Page 176. 20 - R.J.G. Savage & M.R. Long. 1986. Mammal Evolution: An Illustrated Guide. Facts on File Publications. Page 157. 21 - Dixon et al. 1988, page 245 22 - Matheny, p.29 23 - Barley and Wheat in the Book Mormon". Featured Papers (Maxwell Institute). http://farms.byu.edu/display.php?table=transcripts&id=126 24-Bennett cites, Nancy B. Asch and David L. Asch, “Archeobotany,” in Deer Track: A Late Woodland Village in the Mississippi Valley, ed. Charles R. McGimsey and Michael D. Conner (Kampsville, Ill. Center for American Archaeology, 1985), 44, pg. 78 25 - Wissler, Clark. The American Indian. pp=32-39 - as quoted by B. H. Roberts, Studies of the Book of Mormon, Second Edition, Signature Books, Salt Lake City, 1992, pg=99. 26 - "The first Andean evidence for metallurgy dates to around 1500 B.C. " site: http://findarticles.com/p/articles/mi_qa5348/is_199905/ai_n21438921 27 - Olmec Archaeology and Early Mesoamerica Series: Cambridge World Archaeology Christopher Pool University of Kentucky 28 - D. Hosler and G. Stresser Pean, "The Huastec Region: A Second Locus for the Production of Bronze Alloys in Ancient Mesoamerica," Science, 257 (1992), pp. 1215-1220. 29 - D. Hosler and Andrew MacFarlane, "Copper Sources, Metal Production and Metals Trade in Late PostClassic Mesoamerica," Science, 273, (1996), pp. 1819-1824. 30 - R. Brill and J. Wampler,"Isotope Studies ofAncient Lead," American of Archaeoloe, 71 (1967), p. 63. 31 - E. Pemika, Archaeometry, 35 (1993), p. 259 32 - A.F. MacFarlane (Paper presented at the Har, ard Symposium on Ancient Metallurgy, September 1997 33 - G.L. Cummings, S.E. Kessler, and D. Kristic, Economic Geology 74 (1979), p. 1395 34 - D. Hosler, "Six Metal Production Sites in the Tierra Caliente of Guerrero" (unpublished research). 35 - H. Ball and D. Brockinton, Mesoamerican Communication Routes and Cultural Contacts, Papers of the New World Archaeological Foundation, 40, pp. 75-106 36 - The Sounds and Colors of Power: The Sacred Metallurgical Technology of Ancient West Mexico by Dorothy Hosler 37 - Archaeologist 'Strikes Gold' With Finds Of Ancient Nasca Iron Ore Mine In Peru 38 - 2 Nefi 5:14 39 - Mosiah 8:11 40 - A maioria dos anacronismos discutidos pelo Prof. Matheny também são mencionados pelo eminente (não SUD) arqueólogo mesoamericano Michael Coe no artigo Dialogue citado na nota 13, pp. 40-54. 41 - Matheny, P. 23. 42 - Ibid., P. 24.
242
43 - Coe, P. 46. 44 - Dee F. Green, Book of Mormon Archaeology: The Myth and the Alternatives.
3 - Geografia vesus fé Existe correlação entre sítios arqueológicos e locais descritos no livro de mórmon? Assim como a Bíblia, o Livro de Mórmon se apresenta como registro histórico da autorevelação de Deus à raça humana. Ambos os livros falam do Jesus Cristo e de vários profetas aparecendo ao que se assume são pessoas verdadeiras vivendo em tempos e lugares específicos dentro da história humana. Estas afirmações históricas impulsionaram eruditos a buscarem evidência da existência de povos e eventos descritos no Livro de Mórmon, e dão significado ao assunto da arqueologia do Livro de Mórmon. "Os fatos como são, não mostraram nada, absolutamente nada, em nenhuma escavação do Novo Mundo, que possa sugerir a um observador desapaixonado que o Livro de Mórmon, como pretendia Joseph Smith, seja um documento histórico relacionado com a história dos antigos imigrantes a nosso hemisfério." Michael Coe, Arqueólogo mesoamericano: “É claro que, há limites no que se pode investigar por meio da arqueologia. A ciência não pode confirmar nem negar as afirmações sobrenaturais nem as verdades espirituais do Livro de Mórmon. Entretanto, ao procurar evidência das civilizações descritas no Livro de Mórmon, a arqueologia pode nos ajudar a avaliar a credibilidade histórica fundamental deste registro escriturário. A evidência a respeito das afirmações históricas do Livro de Mórmon, bem poderia impactar nossa confiança em sua mensagem espiritual.” Considerações geográficas O Livro de Mórmon descreve ao mundo de seus habitantes como massa de terra em forma de ampulheta (relógio de areia) que consistia da “terra do norte” e a “terra do sul” rodeadas de água e conectadas por uma “pequena língua de terra” entre as duas (Alma 22:32). É necessário localizar estas terras antes de poder empregar a arqueologia para avaliar o Livro de Mórmon, e este fato se afirma por eruditos da Igreja dos Santos dos Últimos Dias.(SUD) [1] Era de se esperar que determinar a localização geográfica das terras do Livro de Mórmon seria tarefa bastante simples. Em vez disto, o tema chegou a ser questão de controvérsia considerável onde as teorias de eruditos modernos mórmons se opõem e vão contra o ensino tradicional da Igreja SUD. O Panorama Tradicional Segundo Joseph Smith e segundo os presidentes e apóstolos subsequentes da Igreja SUD, a extensão geográfica das terras do Livro de Mórmon incluía virtualmente toda a América do Norte assim como toda a América do Sul.[2] Joseph Smith identificou a 243
costa do Chile como o lugar onde Lehi e os que viajavam com ele chegaram ao Mundo Novo,[3] e Smith também localizou a colina da Cumôra, o lugar da batalha épica onde os nefitas e lamanitas brigaram até a extinção, 9.600 quilômetros ao norte de Palmyra em Nova York. Assim, a América do Norte e a América do Sul constituíram as duas protuberâncias da ampulheta, conectadas por “uma pequena língua de terra” ou seja a área da América Central.[4]
Joseph Smith ensinou também que os índios Americanos eram os descendentes dos lamanitas. No livro History of the Church [História da Igreja] há registro de um incidente em junho 1834 onde Joseph Smith identificou, por guia divina, um esqueleto encontrado em um enterro índio no estado de Illinois, dizendo que era do guerreiro lamanita Zelph: 244
... As visões do passado foram abertas a minha compreensão pelo Espírito do Todopoderoso, descobri a pessoa cujo esqueleto tínhamos à frente, e que era um lamanita branco, um homem forte e grande, e um homem de Deus. Seu nome era Zelph ... que foi reconhecido desde a colina da Cumôra, ou do mar oriental até as montanhas Rochosas.[5] A Igreja SUD continua ensinando que os índios nativos das Américas são os descendentes diretos dos povos do Livro de Mórmon. Por exemplo, a “Introdução” em edições atuais do Livro de Mórmon (desde 1981), descreve os lamanitas como, “os principais antecessores dos índios das Américas”. Por que eruditos Mórmons se opõem? A pesar do ensino dos líderes espirituais da igreja mórmon, não ter sido discutido por cem anos, vários eruditos SUD concluíram que o panorama tradicional geográfico do Livro de Mórmon tem pouco que ver com a realidade. Suas conclusões se apoiam em vários problemas sérios que surgem quando nós procuramos aplicar descrições do Livro de Mórmon quanto a tempo de viagem e crescimento demográfico aos territórios vastos das Américas. Por exemplo, enquanto o Livro de Mórmon deixa claro que as civilizações rivais de nefitas e lamanitas se centraram perto da pequena “língua de terra” (que se entendeu estar em algum lugar na América Central), diz que eles concordaram em reunir para sua batalha final épica na colina do Cumôra (Mórmon 6:1-6). Joseph Smith e a tradição mórmon localizam este lugar há milhares de quilômetros do estado de Nova Iorque. É difícil encontrar uma explicação razoável pela qual estes exércitos viajariam esta distância imensa para fazer a batalha. Outro problema significativo para a geografia tradicional do Livro de Mórmon tem que ver com a premissa que as populações nativas dos vastos continentes americanos (América do norte e América do Sul) são os descendentes de dois grupos diminutos de imigrantes transoceânicos semitas (os jareditas, que chegaram no Novo Mundo entre 3000 - 2000 AEC. mas posteriormente lutaram até sua própria extinção, e os nefitas e mulequitas, que chegaram em torno de 600 AEC.). A evidência arqueológica mostra conclusivamente que o hemisfério ocidental se povoou muito antes, pelo menos em 10.000 AEC. por asiáticos orientais que emigraram através do Estreito do Bering. São estes povos, os mongóis, que são os antepassados dos índios americanos, segundo o Smithsonian Institute: Os índios Americanos são fisicamente mongoloides e, portanto devem ter se originado na Ásia oriental. As diferenças na aparência das várias tribos do Novo Mundo em tempos recentes se devem a (1) a variabilidade inicial de seus antepassados asiáticos; (2) adaptações sobre vários milênios aos ambientes variados do Novo Mundo; e (3) os diferentes graus de inter-criação com povos de origens europeia e africana em tempos pós-colombianos.[6] Não há evidência sólida para imigração via outras rotas que requeriam longas viagens marítimas (antes das chegadas nórdicas da Groenlândia e Newfoundland em torno de 1000 EC.), como proposto pelo Livro de Mórmon. E se tais viagens ocorreram, não eram significativos para as origens e a composição de populações do Novo Mundo.[7] 245
A Teoria da Geografia Limitada Para tirar estas inerentes inverossimilhanças e proteger a credibilidade do Livro de Mórmon como história autêntica, vários estudiosos SUD têm proposto um novo enfoque chamado “a teoria de geografia limitada.”
O proponente deste panorama com major influencia é o Prof. John L. Sorenson da Universidade Brigham Young (Veja o mapa). Sorenson restringe a área dos fatos apresentados no Livro de Mórmon a um seção da América Central de aproximadamente 640 km de comprimento. O Istmo do Tehuantepec no México corresponde à “pequena língua de terra” da massa de terra em forma de uma ampulheta descrita acima.[8] Enquanto a teoria limitada da geografia aparece para resolver algumas das imperfeições da geografia tradicional do Livro de Mórmon, cria outros problemas que são igualmente graves. Isso se choca com detalhes no Livro de Mórmon, contradiz o ensino de vários presidentes e apóstolos SUD, e enfim não pode 246
produzir um só pedaço de evidência arqueológica que se possa identificar como nefita nem jaredita (um fato que professores da Universidade Brigham Young, tais como Hugh Nibley, Bruce. W. Warren, e David J. Johnson, todos reconhecem). [9] Duas Cumoras? Uma área de grande contradição entre a teoria de geografia limitada e o Livro de Mórmon concerne a identidade e a localização da colina Cumora. Sorenson localiza Cumora na América Central, em um lugar distante apenas 144 km da pequena “língua de terra”. Enquanto que isto tira um requisito pouco realista do panorama tradicional, o qual tem dois exércitos que marcham milhares de quilômetros ao norte para fazer a batalha onde é agora Palmyra, Nova Iorque, choca-se com a descrição no Livro de Mórmon da Cumôra como “uma imensa distância” da pequena língua de terra até “a terra do norte” (Helamã 3:3,4).
Se o Istmos do Tehuantepec — que para o Sorenson é “a pequena língua de terra” — que mede uns 190 quilômetros de lado a lado é “estreita,” como pode ser que os 144 quilômetros da pequena “língua de terra” até a Cumôra de Sorenson sejam “uma imensa distância” como o descreve o Livro de Mórmon?[10]
A teoria de geografia limitada parece também estar em um grande desacordo com o Livro de Mórmon já que requer duas Cumoras. Isto é necessário uma vez que localiza a batalha final entre nefitas e lamanitas em uma Cumora na América Central, enquanto que Joseph Smith recuperou as placas do Livro de Mórmon na colina da Cumora tradicional no estado de Nova Iorque. Isto também deixa a Moroni com a tarefa de transportar sozinho as placas pesadas do Livro de Mórmon (além da inteira biblioteca nefita) por uma distância de 3.200 quilômetros até Cumora em Nova Iorque. Evasivas direcionais Outra discrepância maior da teoria de geografia limitada é a evasiva direcional de 45 graus que resulta quando as características geográficas do Livro de Mórmon se sobrepõem no lugar proposto da América Central. O desenho da teoria da geografia limitada (acima) ilustra o problema. Mostra que “a terra do norte” e “a terra do sul” do Livro de Mórmon são orientadas verdadeiramente por uma linha de sudeste noroeste. Isto coloca o “mar oriental” e o “mar ocidental” quase diretamente ao norte e ao sul destas propostas terras do Livro de Mórmon. É claro ao estudar a Bíblia que no antigo Israel se usava o sol crescente como a base para sua orientação direcional (por exemplo, Êxodo 27:13; 38:13; Números 2:3; Ezequiel 8:16). Portanto, deveríamos perguntar:
“Seria possível que os imigrantes Hebreus que chegaram ao lugar proposto na América Central, e utilizando o sol como sua referência direcional, chegariam à orientação direcional tão severamente equivocados como sugerido por Sorenson?” 247
Muito difícil. Outro conflito ainda é a ausência do “mar do norte” e o “mar do sul” (Helamã 3:8). No panorama tradicional, estas descrições correspondem ao Oceano Atlântico debaixo da ponta da América do Sul (Cabo Horn), e o Oceano Ártico ao norte da América do Norte, respectivamente. As edições do Livro de Mórmon de 1888 a 1921 incluíram uma nota indicando isto em Helamã 3:8-9. Por causa destes choques com tradição mórmon e a evidência interna do Livro de Mórmon, a teoria de geografia limitada foi condenada repetidamente por líderes SUD, inclusive Joseph Fielding Smith, jr. (Décimo Presidente), Harold B.Lee (décimo primeiro Presidente), e Bruce R. McConkie. [11] Em 1979 o jornal oficial da Igreja Mórmon, Church News [Notícias da Igreja] chamou esta teoria de “prejudicial” e um “desafio” às “palavras dos profetas com respeito ao lugar onde Moroni enterrou os registros."[12] A geografia do Livro de Mórmon apresenta um dilema teológico: por um lado, o panorama tradicional produz uma série de feitos improváveis que afetam a credibilidade histórica do Livro de Mórmon; por outro lado, a teoria da geografia limitada rechaça as declarações claras de Joseph Smith e de presidentes e apóstolos subsequentes, e entra em choque com o ensino do Livro de Mórmon em vários pontos importantes.
Notas 1 - Veja por exemplo, John L. Sorenson, An Ancient American Setting for the Book of Mormon, (Salt Lake City: Deseret Book and Provo: Foundation for Ancient Research and Mormon Studies, 1985), P. 1. 2 - Joseph Smith e gerações sucessivas de presidentes e apóstolos mórmons ensinaram que os nefitas e lamanitas vagaram por toda as Américas Norte e Sul, e travaram uma batalha até sua própria extinção na Colina Cumôra no estado de Nova Iorque. Está documentado por Joseph Fielding Smith, décimo Presidente da Igreja SUD, em sua obra reconhecido, Doutrina de Salvação, 3 vols. (Igreja Do Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1979), 3:218-229. 3 - Veja a revelação do Joseph Smith titulada “Lehi's Travels” [Viagem de Lehi] no livro de Franklin D. Richards e James A. Little, Ao Compendium of the Gospel, 2nd ed. (Salt Lake City: George Q. Cannon & Sons CO., 1884), P. 289. 4 - Este panorama geográfico se explicou nas notas de rodapé das edições do Livro de Mórmon de 1876 até 1920. 5 - History of the Church, 1948 ed., II: 79-80. 6 - "Origin of the American Indians,” National Museum of Natural History-Smithsonian Institution, Washington , D.C. , 1985, P. 1. 7 - Ibid. 8 - A teoria de Sorenson está delineada em seu livro, An Ancient American Setting for the Book of Mormon, (Deseret Book, 1985). 9 - Hugh Nibley, An Approach to the Book of Mormon, (Salt Lake City: Deseret Book CO., 1964, 1979), P. 370; Bruce W. Warren, “Book Reviews,” BYU Studies, Vol. 30, No. 3 (Summer 1990), P. 134; David J. Johnson, “Archaeology,” in Encyclopedia of Mormonism, 4 vols. (New York: Macmillan, 1992), 1:62-63. 10 - Como descrito por Dan Vogel, “Book of Mormon Geography,” P. 32, estudo não publicado, sem data. 11 - Church News, 10 September 1938 , pp. 1,6. 12 - Deseret News, Church News 48, No. 30 ( 29 July 1979 ): P. 16.
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4 - Um estudo linguístico Hebreus escrevendo o livro de mórmon em egípcio No Livro de mórmon, em Mórmon 9:32-33, lemos o seguinte:
32 E agora, eis que escrevemos este registro de acordo com nosso conhecimento, em caracteres denominados por nós egípcio reformado, sendo transmitidos e alterados por nós segundo nossa maneira de falar. 33 E se nossas placas tivessem sido suficientemente grandes, teríamos escrito em hebraico; mas o hebraico também foi alterado por nós; e se tivéssemos escrito em hebraico, eis que nenhuma imperfeição encontraríeis em nosso registro.
O livro de mórmon nos dá quatro afirmações improváveis: 1. Lehi e sua família usavam a língua egípcia. Há vários motivos que tornam essa afirmação improvável.
a) Lehi viveu toda a sua vida na cidade de Jerusalém, cercado por aqueles que só falavam hebraico; b) Os judeus odiavam os egípcios, e portanto é inconcebível que um judeu, verdadeiro amante de seu povo, leal e patriótico como são, se permitiria este insulto ao seu povo, ou que os judeus à sua volta aceitariam esse insulto. c) Os antigos judeus tinham uma veneração incomum por sua língua-mãe, o hebraico sagrado.
Portanto, acreditar que tal homem, com uma língua venerável, aceitasse escrever na língua egípcia, que era associada com a desonra é um grande desafio. 2. Placas de latão com inscrições em egípcio, contendo escrituras hebraicas O LdM afirma que Labão, um parente de Lehi e também morador da cidade de Jerusalém, possuía placas feitas de latão. Nestas, estavam escritos os cinco livros de Moisés, as leis, a história inteira dos judeus desde a queda até a época do próprio Labão, e todo o velho testamento como nós o temos hoje. Nas placas, estas informações estavam entalhadas na língua egípcia.
Esta afirmação é mais improvável que a primeira! (The Golden Bible, pp.8991).
O escritor mórmon J.N. Washburn admite que este é um grande problema: “O foco do problema não é que o pai Lehi, o judeu, podia ler e entender o egípcio, apesar de ser surpreendente.... Não, a grande questão é como as escrituras dos judeus (oficiais ou não) foram escritas em egípcio... Se eu sugerisse o que eu acho ser o maior problema 249
do livro de mórmon, inquestionavelmente apontaria para este: a explicação da linguagem egípcia nas placas de latão e as próprias placas de latão!” (The Contents, Structure and Authorship of the Book of Mormon, p.81). Joseph Smith afirmou que ele fez uma cópia de alguns caracteres das placas de ouro, das quais “traduziu” o livro de mórmon e que Martin Harris mostrou essa cópia ao professor Charles Anthon, renomado erudito da Universidade Columbia em Nova York. De acordo com o livro History of the Church, (vol. 1, p.20), Martin Harris disse que: “Fui à cidade de Nova York e apresentei os caracteres que tinham sido traduzidos, assim como sua tradução, ao professor Charles Anthon, famoso por seus conhecimentos literários. O professor Anthon declarou que a tradução estava correta, muito mais que qualquer tradução do egípcio que já vira. Mostrei-lhe então os que ainda não haviam sido traduzidos e ele disse-me serem egípcios, caldeus, assírios e arábicos; e acrescentou que eram caracteres autênticos.” PGV, História de Joseph Smith, 63-64 Aqui encontramos uma série de problemas: Primeiro diz-se que o egípcio reformado é uma língua completamente perdida "que nenhum homem conhece". Entretanto, eis alguém que sem nenhuma "revelação divina" podia lê-lo! Nem mesmo Joseph Smith podia fazer isso! E Anthon o fez sem o Urim nem o Tumim! Segundo, por que continham os papéis caracteres caldeus, assírios e arábicos, se as placas de ouro tinham sido escritas somente em egípcio reformado? Terceiro, uma vez esta teria sido a primeira e única tradução do egípcio reformado por mais de mil anos, como é que Anthon podia ter dito que era a tradução mais correta do egípcio que ele já vira? Como é que ele podia saber se a tradução inglesa era correta ou não? Quarto, uma vez que o professor Anthon não era um egiptologista, e uma vez que a ciência da compreensão da língua egípcia estava apenas se iniciando naquela época, mesmo os eruditos mórmons se questionam sobre o endosso de Athon sobre a tradução (veja Mormonism—Shadow or Reality? p.105). Assim que o Sr. E. D. Howe ficou sabendo da afirmação de Smith com relação à Anthon, escreveu para ele, na Universidade de Colúmbia. O professor respondeu-lhe em uma carta, datada de 17 de fevereiro de 1834, que atualmente integra a coleção de documentos de Howe e constituiu um clássico das provas contrárias ao livro de mórmon. Veja o conteúdo da carta em inglês AQUI. Abaixo coloco a tradução de sua carta: Nova York, 17 de fevereiro de 1834 Sr. E. D. Howe Painseville, Ohio Prezado senhor:
250
Recebi hoje de manhã sua correspondência de 9 do corrente, e sem perda de tempo passo a respondê-la. Essa história de que eu teria dito que a inscrição dos mórmons estaria em “hieróglifos em egípcio reformado” é totalmente falsa. Alguns anos atrás fui procurado por um lavrador, pessoa de aparência muito simples e humilde. Traziame um bilhete do Dr. Michell, de nossa cidade, hoje já falecido, no qual ele me pedia que tentasse decifrar, se pudesse, um papel que o homem me entregaria, e que não poderia entendê-lo. Assim que examinei o tal papel, percebi que se tratava de uma brincadeira ou talvez de uma farsa. Quando perguntei ao homem que me mostrara o papel onde o arranjara, ele, segundo me recordo, contou-me o seguinte: alguém encontrara no norte de Nova York um “livro de ouro” que consistia de algumas placas de ouro, reunidas mais ou menos no formato de um livro, atadas com arame do mesmo metal. Juntamente com o livro, ele encontrara um par de “óculos de ouro”! Esses óculos eram tão grandes que se tentássemos colocá-los no rosto os dois olhos caberiam uma lente só. Eles eram largos demais para o rosto humano. E quem olhasse para as placas de ouro com aqueles óculos não apenas conseguiria ler seus caracteres, mas também entenderia o significado deles. E tudo isso se achava em mãos de um rapaz, que possuía um baú no qual estavam guardados o livro e os óculos. Esse jovem ficava encerrado dentro de um quarto do sótão de uma casa, oculto por uma cortina. E era assim, sem ser visto por ninguém, que ele colocava os óculos, ou melhor, colocava uma das lentes no rosto, decifrava os caracteres impressos no livro, escrevia-os num pedaço de papel, e depois entregava as folhas para outra pessoa do outro lado da cortina. Mas não me disse nada no sentido de que ele decifrara os caracteres “por um dom de Deus”. Tudo era feito com as tais óculos grandes. Esse lavrador me disse também que lhe fora pedido que desse uma contribuição em dinheiro para a publicação de “livro dourado”, pois ele causaria uma profunda transformação no mundo, salvando-o da destruição. Os pedidos tinham sido com tal veemência que ele estava pensando em vender seu sítio e entregar o dinheiro apurado para as pessoas que estavam desejando publicar o livro. Mas como uma última precaução, decidira vir a Nova York para consultar a opinião de pessoas mais esclarecidas sobre o significado das palavras que estavam no papel que ele trazia consigo, e que seria uma cópia do conteúdo do livro, embora até aquele momento o rapaz que tinha os tais óculos ainda não tivesse lhe dado a tradução dele. Ao ouvir esse estranho relato mudei minha opinião a respeito do papel. Em vez de achar que se tratava de uma peça que alguém desejava pregar em eruditos, e comecei a achar que era parte de um plano para tirar dinheiro do lavrador. Falhei-lhe sobre minhas suspeitas, aconselhei-o a ter muito cuidado com esses aproveitadores. Então ele me pediu que desse minha opinião por escrito, o que, naturalmente, me recusei a fazer. Então o homem foi embora levando consigo a folha de papel. Esse papel, aliás, continha uma escrita muito estranha. Consistia de várias letras tortas, dispostas em colunas que pareciam ter sido copiadas de um livro no qual havia diversos tipos de alfabeto. Eram letras gregas e hebraicas, cruzes e semicírculos, 251
caracteres romanos escritos de cabeça para baixo ou de lado, todos dispostos em colunas perpendiculares, ao fim das quais via-se uma espécie de círculo dividido em vários compartimentos dentro dos quais havia mais caracteres estranhos, que obviamente tinham sido copiados do calendário mexicano apresentado por Humboldt, mas disfarçados de tal maneira que não se pudesse identificar sua procedência.
Eu estou dando esses detalhes sobre o tal papel porque, desde que teve início essa febre mórmon, tenho conversado muito com meus amigos sobre o assunto, e me recordo bem de que a folha continha tudo menos “hieróglifos egípcios”. Algum tempo depois aquele mesmo homem me fez outra visita. Trouxe um exemplar do livro dourado já impresso, querendo vendê-lo a mim. Eu não quis. Então pediu permissão para deixar o exemplar comigo para que eu o examinasse. Recusei também, embora ele insistisse bastante. Adverti-o mais uma vez, dizendo-lhe que em minha opinião ele fora vitima de um engodo. Perguntei-lhe o que acontecera com as placas de ouro. Informou-me que se achavam guardadas em um baú, juntamente com os óculos grandes. Aconselhei-o a procurar o juiz e mandar abrir o baú. Respondeu-me que se fizesse isso traria sobre si a “maldição divina”. Mas como eu insistisse em que fizesse o que eu lhe recomendara, respondeu-me que abriria o baú se eu aceitasse que a “maldição divina” recaísse sobre mim. Repliquei que aceitava de bom grado e que incorreria em qualquer risco desse tipo, desde que pudesse libertá-lo das garras desses trapaceiros. Em seguida ele foi embora. Esse é então o relato de tudo o que sei com relação à origem do Mormonismo. Gostaria de pedir-lhe que me fizesse o grande favor de publicar esta carta imediatamente, no caso de ver meu nome associado com esses terríveis fanáticos. Respeitosamente, Charles Anthon, LL. D Universidade de Colúmbia Os egiptologistas que examinaram o mesmo transcrito não foram capazes de fazer qualquer tradução. Klaus Baer, da Universidade de Chicago, acredita que os caracteres não são nada além de “bobagens”. Ainda, o egiptólogo mórmon Edward Ashment não conseguiu identificar os escritos (Sunstone, May-June 1980, p.30). Se Joseph Smith copiou ou inventou os caracteres, essa transcrição não tem função 252
nenhuma em provar a autenticidade do livro de mórmon, pois ninguém consegue lêlo. O erudito mórmon Sidney B. Sperry afirmou que: “ninguém, exceto o profeta Joseph Smith traduziu o transcrito. Se os estudantes modernos do egípcio não podem fazê-lo, é muito acreditar que o professor Anthon pudesse” (The Problems of the Book of Mormon, p.60). M. T. Lamb declarou: “O ponto que nós queremos ressaltar é este: através de toda a américa do norte, de acordo com o livro de mórmon, esse egípcio reformado era a língua universal dos povos há 1500 anos, quando o livro foi compilado. Agora, felizmente ou infelizmente, Joseph Smith preservou para nós e para a inspeção do mundo uma amostra dos caracteres encontrados nas placas das quais ele afirmou ter traduzido o livro de mórmon. Ele transcreveu alguns dos caracteres das placas como espécimes... Bem, agora infelizmente para reinvidicação do livro de mórmon, podemos saber precisamente quais os caracteres eram usados na américa central pelos seus habitantes antigos. Eles foram preservados em mármore muito resistente. [Estão] gravados sobre a rocha de tal forma que mantém até o final dos tempos um silencioso, porém preciso discurso que mostra as pretensões falsas e tolas do autor deste livro. Nas ruínas das duas cidades mais velhas da américa central, Copan e Palenque, são encontrados em abundância estranhos hieróglifos, a linguagem escrita dos povos que habitaram estas cidades. Centenas desses misteriosos caracteres estão amplamente distribuídos, gravados em batentes de portas e arcos das ruínas, e nas costas de hediondos ídolos talhados em pedras, em placas de mármore, aos lados de imensos pilares, aqui e ali nas ruínas de palácios magníficos e em monstros de templos pagãos. Estes mesmos hieróglifos foram preservados de outra forma – pois os maias antigos tinham livros...”.
Página 9 do Códice de Dresden mostrando a língua maia do período clássico escrita com hieróglifos maias. (edição Förstermann 1880).
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Um exame dos três que nós conhecemos mostra os mesmos caracteres que são encontrados sobre as placas de rochas, ídolos, etc... e representam a linguagem dos antigos maias – o povo que ocupou a américa central e que foram os únicos ocupantes de uma porção daquele pais pela primeira vez, e tiveram durante todo o período que, de acordo com o livro de mórmon, os nefitas ali viveram e floresceram ... uma triste fatalidade, não? Que não haveria nem mesmo um único caractere do Sr. Smith que exiba uma aparência familiar, ou ao menos uma pequena semelhança aos caracteres usados pelos antigos habitantes da américa central!... Nós deveríamos encontrar, em centenas de lugares, esses caracteres egípcios reformados entalhados em blocos de mármore e em pilares de granito... mas precisamos dizer que a verdade é justamente ao contrário ... Seria, portanto, sem sentido imaginar que estas declarações do livro de mórmon podem, de alguma forma, ser verdadeiras, ao invés de por um período de tempo, todos os traços desta linguagem escrita desapareceram. Pedras e mármores, ouro e prata, cobre e latão não desaparecem em um breve período de 1500 anos. (The Golden Bible, pp.259-72).
Em 1959, o arqueólogo mórmon Ross T. Christensen admitiu que o “egípcio reformado” é uma forma de escrita que ainda não foi identificada no material arqueológico disponível (Book of Mormon Institute, December 5, 1959, BYU, 1964 ed., p.10). John A. Wilson, que foi professor de egiptologia na Universidade de Chicago, resumiu a situação em uma carta à Marvin Cowan: “De tempos em tempos, há alegações de escritos foram encontrados na américa... Em nenhum caso um egiptólogo profissional foi capaz de reconhecer esses escritos como hieróglifos egípcios. De nosso ponto de vista não existe uma língua como esse “egípcio reformado”” (Letter from John A. Wilson dated March 16, 1966). Richard A. Parker, do departamento de egiptologia na Universidade Brown, corrobora que: “Nenhuma escrita egípcia foi encontrada neste hemisfério pelo que eu saiba.” (Letter to Marvin Cowan, dated March 22, 1966). Na mesma carta, Parker afirma: “Eu não conheço nenhuma lingua como egípcio reformado”.
5 - Problema cronológico no LdM Segundo a cronologia bíblica, o rei Zedequias começou a reinar em Judá no ano 597/8 AEC e “reinou onze anos em Jerusalém” (2 Reis 24:18). Seu reinado teria terminado então em 586/7 AEC, quando o rei Nabucodonozor, da Babilônia, captura e destrói a cidade de Jerusalém. Assim, o reinado de Zedequias durou 11 ANOS, DE 597/8 AEC a 586/7 AEC. Esta mesma cronologia é reconhecida pelas Autoridades Gerais da Igreja Mórmon no seu “Guia para o Estudo das Escrituras”, no verbete “Cronologia”, na página 51. 254
O erro consiste em que é comum afirmar que Leí e sua família deixaram às pressas a cidade de Jerusalém no ano 600 AEC, isto é, 2 ou 3 anos antes do reinado de rei Zedequias em 597/8 AEC.
Contudo, lemos em 1 Néfi 1:4 que Leí e sua família moravam em Jerusalém no primeiro ano do reinado do rei Zedequias, ou seja 597/8 AEC. Ora, como eles estavam em Jerusalém em 597/8 AEC, se eles fugiram dois ou três anos antes do reinado do rei Zedequias, em 600 AEC ?(Guia para o Estudo das Escrituras, p.220)
Se Leí e sua família fugiram de Jerusalém em 600 AEC certamente fugiram antes do primeiro ano do reinado do rei Zedequias e assim não poderiam estar também em Jerusalém. Mas e se for alegado que a data era aproximadamente 600 anos antes de cristo e não exatamente nesse ano?
LeGrand Richards comenta: “Lei e sua família foram conduzidos de Jerusalém em 600 AEC pela mão do Senhor, para a América” (Uma Obra Maravilhosa e Um Assombro, p.70) Bruce McConkey afirmou: “Mórmon, um profeta-general, fez uma compilação e resumo dos registros do povo de Leí, um judeu que liderou o grupo de sua família e amigos de Jerusalém para sua terra prometida, em 600 AEC”. (Mormon Doctrine,p.98)
6 - Anacronismo - Palavras Estranhas Texto extraído de A verdade SUD Entre os anacronismos contidos no Livro de Mórmon, são notáveis os anacronismo em algumas palavras específicas. Os profetas nefitas usaram palavras que não eram conhecidas e nem seriam inventadas até vários anos mais tarde. Algumas palavras são:
Igreja A palavra igreja jamais foi mencionado no Velho Testamento.
Etimologicamente, “igreja” deriva do grego “ekklesia”, que se traduz como “um chamado para fora”. “Ekklesia” era o nome que se dava na Grécia antiga para um grupo de cidadãos que se reuniam para tratar dos assuntos do Estado: eles saíam do meio do povo para se reunir numa assembleia. Por extensão, a palavra grega é usada no Novo Testamento para o que era chamada a “assembleia dos justos” ou “congregação”.
Sinagoga 255
A palavra “sinagoga”, vem do grego “synagoge” que significava assembleia; colheita; preparativos de guerra; aproximação. As sinagogas surgiram após a destruição do Primeiro Templo, durante o cativeiro da Babilônia, aproximadamente no século 6 AEC. Logo, seria no mínimo estranho Néfi conhecer uma palavra que designava certos locais que não existiam quando ele deixou Jerusalém.
Gentio
A palavra gentio designa um não israelita e deriva do termo Latim "gens" (significando "clã" ou um "grupo de famílias") e é muitas vezes usada no plural. Os tradutores cristãos da Bíblia usaram esta palavra para designar coletivamente os povos e nações distintos do povo Israelita. A palavra gentio é um termo usado somente no Novo Testamento, e, já que Néfi viveu em Jerusalém antes do cativeiro babilônico, como ele poderia conhecer o significado desta palavra?
Batismo
Essa palavra vem do Grego "baptiso". O seu sentido etimológico, no grego clássico, era "imergir". Ela foi usada somente no Novo Testamento. Néfi e outros profetas não somente conheciam egípcio e hebreu, como ainda grego?
Bíblia
A palavra também tem sua origem no Grego. Usada somente em 400.
Jesus cristo
Talvez Smith não soubesse, mas a palavra "Cristo" é um título, também derivado do Grego, e não parte do nome de Jesus como afirma o Livro de Mórmon.
Conclusão:
Como poderiam os profetas do Novo Mundo estar familiarizados com estes termos? Faria sentido Deus revelar palavras em línguas estranhas a eles? Deus usou palavras em Grego no Velho Testamente para ensinar os israelitas?
Faria sentido os profetas do Livro de Mórmon usarem palavras que não seriam entendidas pelos seus descendentes? Uma das razões da existência das placas era que fossem entendidas e transmitidas de geração em geração. Talvez houvesse uma espécie de treinamento linguístico para quem fosse escrever nas placas, pois quem exercesse essa função deveria conhecer egípcio, grego, e ainda NÃO utilizar sua língua-mãe em suas profecias e relatos. Algumas palavras podem invalidar O Livro de Mórmon? Sim, podem. Já que o livro afirma ser autêntico, ele deveria ao menos não ser contraditório. 256
Gosto do exemplo do Evangelho de Barnabé. Os estudiosos descobriram que ele se tratava de uma fraude ao achar nele a palavra “barril”, que não poderia estar num documento que alegava ser da época de Cristo. Uma simples palavra posta no lugar errado invalidou todo um livro.
O mesmo não poderia ser aplicado ao Livro de Mórmon? Sim, obviamente!
7 - Absurdos dentro do Livro de Mórmon Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/onlinebooks/mclaims4.htm Pratt afirmou: “Se compararmos as peças históricas, proféticas e doutrinárias do Livro de Mórmon com as grandes verdades da ciência e da natureza, não encontraremos contradições - não há absurdos - nada de irracional” (Articles of Faith, p. 505). Ao contrário do que reivindica Pratt, o LdM tem muitas contradições, absurdos e declarações irracionais. Os seguintes são exemplos iniciando na primeira página:
1 - I Néfi 1:1-4 diz que Leí, um judeu devoto que vivia em Jerusalém, mantinha um registro sagrado na língua egípcia.
Mas os judeus eram inimigos dos egípcios em 600 AEC. O rei Josias foi morto em uma batalha contra o Egito cerca de 608 AEC e Judá e pagou tributos ao Egito depois disto (2 Cr. 35:20-36:4). Já que o hebraico era a língua sagrada e o Senhor era então "contra o Egito" (Jer. 46:1-2), nenhum judeu devoto iria escrever em egípcio.
2 - I Néfi 2:5-8 diz que o rio Lamã desaguava no Mar Vermelho.
Mas não existem rios, em toda a Arábia, agora ou na história, e nenhum rio deságua no Mar Vermelho! O Mar Vermelho é um corpo de água ligado ao mar Mediterrâneo ao norte e ao Oceano Índico, ao sul. Quando chove, o que é raro, um wadi (leito de um rio seco) carrega a água por um tempo curto. Mas um wadi não é um rio. Além disso, nenhum hebreu chamaria seu filho de “Sam” (v. 5). “Sam” é um nome americano, mas não um nome hebraico.
3 - I Néfi 5:14 diz que Leí não sabia a qual tribo de Israel ele pertencia, até que as placas de bronze foram trazidas a ele, de Jerusalém.
Isso parece estranho uma vez que Leí supostamente viveu todos os seus dias em Jerusalém (I Néfi 1:4). Judeus devotos daquela época se orgulhavam de manter meticulosas genealogias familiares.
4 - I Néfi 10:3-11 tem Leí dando "profecias" mais específicas sobre a vinda de Cristo do que todos os profetas do Antigo Testamento juntos! 257
Ele supostamente viveu em Jerusalém antes de alguns escritores do Antigo Testamento e foi contemporâneo de outros, mas não há nenhuma evidência bíblica ou histórica de sua existência no antigo ou no novo mundo.
5 - I Néfi 5:14 e II Néfi 3:4 dizem que Leí foi um descendente de Manassés, que era filho de José, que foi vendido para o Egito em Gn 37:36.
Em II Néfi 3:4-16, Leí alegou citar uma profecia onde aquele José bíblico disse que nasceria um profeta nos últimos dias chamado José, um descendente de Leí. O cabeçalho de II Néfi 3 diz: “José do Egito viu os nefitas em visão - Ele profetizou sobre Joseph Smith.” O Presidente Joseph Fielding Smith, o Apóstolo Bruce McConkie e muitos outros líderes SUDs afirmam que este texto é uma profecia de Joseph Smith (Answers to Gospel Questions, vol. 5 pp 182-184; Mormon Doctrine, 700. p. 396). Embora seja difícil de seguir II Néfi 3 - pois ele cita três Josés diferentes certamente soa como se Joseph Smith seria um dos descendente de Leí. Mas Mórmon 8:2-3 e Éter 4:3 indicam que todos os nefitas foram mortos pelos lamanitas (nativos americanos). Portanto, se a linhagem Joseph Smith era através de Leí, ele teria sido um nativo americano. Porem, a genealogia de Joseph Smith mostra que seus antepassados vieram da Inglaterra. No entanto, Joseph Fielding Smith disse: “Joseph Smith era de Efraim” (Answers to Gospel Questions vol. 3, p. 198). Como ele poderia ser de Efraim se ele descendia de Leí, que veio da linhagem de Manassés, irmão de Efraim?
6 - II Néfi 3:14-16 diz também que os inimigos de Joseph Smith seriam confundidos quando tentassem matá-lo. Mas, Joseph Smith foi baleado e morto em Carthage, Illinois, enquanto ele estava na prisão em 27 junho de 1844 (History of the Church, vol. 6, p. 616-617).
7 - Em II Néfi 3:3, 23, foi prometido a José, filho de Leí: “tua semente não será destruída”,
Mas Mórmon 8:2-5 e Éter 4:3 dizem que os nefitas foram “todos destruídos.” Isso inclui todos os descendentes de José! Um “deus” que fizesse promessas e depois as quebrasse certamente não é imutável como diz em Mormon Doctrine, p. 318 (veja 2 Tm. 2:13). E que tipo de conhecimento prévio ou onisciência ele tinha quando restaurou "a plenitude do evangelho" às pessoas que foram aniquiladas? Alguns escritores SUDs têm tentado explicar esta contradição, ao afirmar que “destruir” não significa “aniquilar”. Mas Moroni disse que só ele foi deixado, dentre todos os nefitas, e que não havia ninguém além dos lamanitas. Se os nefitas não foram aniquilados, o LdM não demonstra uma “clareza superior”, como afirmam os mórmons (Mormon Doctrine p. 199; Articles of Faith, p. 274). Além disso, se houver nefitas sobreviventes, onde estão eles?
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8 - I Néfi 2:5, 4:35 e 7:5-6 dizem como a família de Leí, a família de Ismael, e Zoram deixaram Jerusalém em 600 aC para virem para o Novo Mundo.
Dezessete pessoas são especificamente mencionadas em I Néfi 2:1, 5; 4:35, 7: 6 e 18: 7. Dois dos filhos de Ismael, também tinham famílias (I Néfi 7: 6), e Néfi menciona suas irmãs em II Néfi 5: 6, então pode ter existido um total de 25 pessoas. Mas, II Néfi 5:5-6 e 28 afirmam que estas poucas pessoas dividiram-se em duas nações inimigas em menos de 30 anos. Eles eram os justos nefitas de pele branca e os injustos lamanitas de pele escura, que são os antepassados dos nativos americanos. Pela mais rápida taxa de reprodução humana, eles só poderiam acrescentar algumas dezenas de pessoas naquele curto período de tempo, e a maioria das pessoas seriam crianças. Portanto, estas duas nações não poderiam ser muito grandes!
9 - II Néfi 5:16 diz que a nação nefita (veja # 8) construiu um templo como o de Salomão menos de 19 anos após a sua chegada às Américas (I Néfi 18:23; II Néfi 5:28).
Em contrapartida, o templo de Salomão levou sete anos e meio para sua construção (1 Reis 6:1, 38) com 30.000 israelitas e 150.000 cortadores de pedra e transportadores (1 Reis 5:13-15). 550 chefes e 3300 subordinados supervisionaram o trabalho (1 Reis 5:16, 9:23). Destes, 3600 eram cananeus e 250 eram israelitas (2 Crônicas: 2:17; 8:10). Como poucos nefitas construiriam um templo como o de Salomão, em tão curto tempo? II Néfi 5:15 também diz que todos os tipos de madeira, ferro, cobre, bronze, aço, ouro, prata e minérios preciosos eram encontrados aqui em grande abundância. Mas, o versículo seguinte diz que o templo americano foi construído como o de Salomão, exceto pelos materiais preciosos que “não foram encontrado sobre a terra”!
10 - II Néfi 5:21 mostra que durante os primeiros 19 anos na América, Lamã e Lemuel (dois dos filhos de Leí), juntamente com seus descendentes e seguidores, tiveram suas peles escurecidas por causa de sua desobediência. Esta mudança fenomenal da cor da pele é vista em todo o LdM.
Em III Néfi 2:11-16, os lamanitas de pele escura (nativos americanos) tornaram-se brancos em um ano, como resultado da aceitação do evangelho verdadeiro! Mas na edição de 1981 do LdM, II Néfi 30:6 foi alterado para dizer que lamanitas convertidos tornam-se “puros” em vez de “brancos”, como nas edições anteriores diziam (veja mais detalhes AQUI). Depois de 150 anos do Mormonismo, líderes SUDs talvez tenham notado que os nativos americanos não se tornam brancos quando eles se tornam os mórmons! Uma vez que tanto os nefitas e lamanitas mudaram de cor de acordo com a sua justiça ou injustiça em todo o LdM, os nativos americanos ainda deveriam virar brancos e os apóstatas SUDs brancos deveriam ficar escuros se Mórmon 9:9-10 e 19 fosse verdadeiro.
O LdM parece bíblico porque cerca de 27.000 palavras são copiadas, muitas vezes literalmente, da Versão da Bíblia do Rei Tiago. 259
Os capítulos II Néfi 12-24 são copiados de Isaías 2-14, III Néfi 24-25 são copiados de Malaquias 3-4, e Néfi 20-21 são copiados de Isaías 48-49, exceto algumas adições no LdM. Mesmo as palavras em itálico são copiadas da Bíblia do Rei Tiago! As palavras em itálico não estavam no texto original, mas foram fornecidas pelos tradutores do RT dar uma leitura mais suave, em Inglês. Desde que a Bíblia do Rei Tiago foi concluída em 1611 e o LdM foi publicado em 1830, é óbvio quem copiou quem.
II Néfi 26:33 diz que todas as pessoas, "negras e brancas, escravas e livres, machos e fêmeas", são iguais diante de Deus.
Mas, a raça negra não era como os outros na Igreja SUD em relação ao sacerdócio até a "revelação" do presidente Spencer Kimball em 1978. E as mulheres ainda não são como os homens SUDs porque elas não possuem qualquer sacerdócio (autoridade).
13. Jacó 2:23-27 diz que a poligamia de Salomão e Davi foi abominável diante de Deus.
No entanto, DeC 132:37-39 diz que Deus deu muitas esposas e concubinas a Davi e Salomão, que foram contados como a justiça e eles não pecaram. Como isso poderia ser verdade se a poligamia foi abominável diante de Deus? (2 Tm. 2:13).
14. Jacó 4:1 diz:
“e não posso escrever senão poucas de minhas palavras, devido à dificuldade de gravá-las em placas” (as placas de ouro traduzido por Joseph Smith). Se fosse tão difícil gravar as palavras sobre as placas, por que Jacó 4:1-3 é tão prolixo? E por que IV Néfi 1:6 diz: “E assim se passou o trigésimo oitavo ano, bem como o trigésimo nono e o quadragésimo primeiro e o quadragésimo segundo, sim, até que se passaram quarenta e nove anos e também o quinquagésimo primeiro e o quinquagésimo segundo, sim, até que se passaram cinquenta e nove anos.” O sábio irmão Jared, que se aconselhava com Deus em Éter 2-3, poderia ter dito ao Senhor uma forma mais simples de dizer: “passaram-se 59 anos.”
15. Em Jacó 7:27, a palavra francesa "Adieu", conclui o livro de Jacó (veja AQUI).
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Como é que uma palavra francesa entra na tradução do inglês de um idioma egípcio reformado? O LdM data Jacob entre 544 e 421 AEC, mas a língua francesa não existiu até por volta de 700.
16. Enos1: 25 diz que Enos “começou a ficar velho” quando seu pai Jacó nasceu, 170 anos antes ou mais cedo (I Néfi 18:7).
17. Omni 1:21 tem o tempo contado por "luas". Mas os nefitas e lamanitas eram israelitas e nunca contaram o tempo por luas.
18. Mosias 2:3 diz que seguiam a lei de Moisés em oferecer as primícias dos rebanhos para os holocaustos. Mas primogênitos nunca foram usados para o holocausto na lei mosaica (Dt 15:19-20). O LdM também mistura a lei e a graça, não sabendo distinguir entre o Antigo e o Novo Testamento.
19. Jesus Cristo estava para nascer “em Jerusalém”, de acordo com Alma 7:10. Mas Miquéias 5:2 e Lucas 2:4 afirmam que foi em Belém! Alma 7:10 também diz que Maria: “e uma sombra a envolverá; e conceberá pelo poder do Espírito Santo e dará à luz um filho, sim, o Filho de Deus.”
Mas o mormonismo ensina que Maria concebeu Jesus por meio de relações com Deus, o Pai, que é um homem glorificado e ressuscitado (cf. Articles of Faith, p. 79, 472261
473). No Journal of Discourses, vol. I, p. 50-51, Brigham Young declara enfaticamente que “Jesus Cristo não foi gerado pelo Espírito Santo”.
20. Alma 13:1-2 diz (em 82 aC):
“E outra vez, meus irmãos, desejaria chamar vossa atenção para a época em que o Senhor Deus transmitiu estes mandamentos a seus filhos... E esses sacerdotes foram ordenados segundo a ordem de seu Filho...” Este tempo era o passado ou seria o futuro?
21. Alma 18:26-28 ensina que Deus é um "Grande Espírito". Mas hoje o mormonismo ensina que Deus Pai e Jesus Cristo têm corpos de carne e ossos (DeC 130:22).
22. Alma 30:2 diz que no décimo sexto ano “começou a haver paz contínua.”
Mas Alma 35:13 diz do décimo oitavo ano “começou uma guerra entre os lamanitas e os nefitas”. Então, a paz contínua foi bastante curta!
23. Em Alma 46:15, os crentes são chamados de cristãos em 73 aC.
Mas em Atos 11:26, diz que eles foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia (cerca de 42 dC)!
24. Helamã 12:25-26 diz, "nós lemos ..." e, em seguida, cita João 5:29.
Helamã escreveu isso em 6 AEC, de acordo com a data indicada no LdM. Como o livro de João foi escrito quase 100 anos depois de 6 AEC, como poderia Helamã citá-lo antes que ele fosse escrito, e citá-lo a partir da versão da Bíblia do Rei Tiago? Os Mórmons não acreditam que houve algum contato entre Israel e Estados Unidos depois que Leí deixou Jerusalém, e é por isso que eles dizem que Jesus teve que levar o evangelho a América. Mas, se não houve contato entre Israel e os EUA, como é que Helamã obteve o livro de João para citá-lo? E o obteve ANTES que ele fosse escrito?
25 - Helamã 14:20 e 27 dizem que as trevas cobriram toda a terra por três dias na morte de Jesus. Compare isso com as três horas mencionadas em Mateus 27:45, Marcos 15:33 e Lucas 23:44.
26 - III Néfi 11 diz que uma grande multidão reunida ao redor do templo ouviu uma voz vinda do céu que fez com que seus corpos “tremessem” e seus corações ardessem. Esta voz não declarou uma vez, mas três vezes: “Eis o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (compare com Mat. 17:5).
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Um homem, em seguida, desceu do céu diante de seus olhos e declarou que era Jesus Cristo. Então grande multidão (e não apenas o duvidoso Tomé) veio “um por um até que todos saíram” e sentiram Suas mãos, pés e lado feridos. Em III Néfi 28:21-22, a experiência de Daniel na cova dos leões e a experiência na fornalha pelas três crianças hebraicas também foram “superadas” pelos três nefitas. Estas e outras histórias da Bíblia são “aumentadas” no LdM.
27 - As pessoas do LdM que falavam em “egípcio reformado” não só usaram a palavra francesa "adieu", mas também usaram a palavras gregas Alfa e Ômega em III Néfi 9:18 e raça em III Néfi 12:22, que é grega a partir do aramaico.
28 - III Néfi 12:2 e Moroni 8:11 dizem que pecados são perdoados pelo batismo, mas DeC. 20:37 declara que a remissão dos pecados é uma qualificação para o batismo (II Tm. 2:13)!
29 - Em IV Néfi 1:18 e 22, uma geração equivale a cem anos. Esse conceito é estranho tanto para a Bíblia como para a história secular.
30 - Éter 2:3 menciona abelhas produtoras de mel entre os seres vivos que os jareditas trouxeram para a América quando eles deixaram a torre de Babel.
Mas os arqueólogos dizem que as abelhas foram trazidas para a América apenas pelos exploradores espanhóis depois que Colombo descobriu a América.
31. Em Éter 2:16 até 3:6, o irmão de Jared é instruído pelo Senhor a construir oito barcos para viajar para a América. Sob a direção de Deus, eles são feitos “apertados como um vaso” e “do comprimento de uma árvore” (v. 17).
Como eles são herméticos, sem janelas ou sem luz, o irmão de Jared pergunta a Deus sobre como obter ar dentro do barco. Deus responde: “Eis que farás uma abertura em cima e outra no fundo; e quando necessitares de ar, destaparás a abertura e receberás ar. E se acontecer que a água caia sobre vós, eis que fechareis a abertura, para que não pereçais na inundação.” (v. 20). O Senhor não sabia se a água entraria no barco com buracos na parte superior e inferior, por isso Ele disse que se isso acontecesse, então que eles fechassem tudo! Deus também precisou de ajuda para resolver a falta de luz nas barcas, então ele perguntou ao irmão Jared: “Que desejais que eu faça, a fim de que tenhais luz em vossos barcos?” (2:23). O irmão Jared disse ao Senhor para fazer duas pedras brilharem no interior de cada barcaça. Mesmo quando o irmão Jared perguntou: “para onde nos havemos de dirigir?” (2:19). Nada foi construído para que eles pudessem ver fora das barcaças, a fim de dirigi-los. Será que as barcaças eram autonavegáveis? Observe que o poder moveu as barcaças: “E aconteceu que o Senhor Deus fez com que soprasse um vento 263
furioso sobre a face das águas, em direção à terra prometida... o vento não deixou de soprar.... Deste modo foram impelidos sobre as águas por trezentos e quarenta e quatro dias.” (Éter 6:5, 8, 11). Com apenas três nós por hora, eles teriam percorrido uma distância maior do que a circunferência da Terra em 344 dias! Aquele vento constante e furioso deve ter soprado-os muito devagar!
32 - Éter 6:7 indica que o jareditas sabiam sobre Noé.
Porém, Moisés escreveu a respeito de Noé muito tempo depois que Jared deixou a Torre de Babel em direção às Américas. Como não houve contato entre o Velho Mundo e o Novo Mundo, como os jareditas sabiam sobre Noé?
33 - Éter 7:9 diz que o aço era fundido para fora de uma colina e em Éter 2:23, que janelas são quebráveis.
Mas arqueólogos afirmam que o vidro e janelas de aço não existiam quando os jareditas deixaram a torre de Babel! O aço muito menos é feito derretendo-se minério em uma colina.
34 - Éter 11:1-2 diz que muitos profetas previram a extinção dos jareditas se eles não se arrependessem. Mais tarde, dois líderes rivais, Coriântumr e Shiz, levaram seus exércitos um contra o outro em batalha (14:17-31).
O texto diz de Coriantumr, “E viu que quase dois milhões dos de seu povo já haviam sido mortos pela espada ... dois milhões de homens fortes e também suas esposas e filhos.” (Éter 15:2). Em preparação para a próxima batalha: “...estiveram, pelo espaço de quatro anos, ajuntando o povo, a fim de reunir todos os que se achavam sobre a face da terra ... com as esposas e filhos—tanto homens como mulheres e crianças estando armados com armas de guerra, ....marcharam uns contra os outros para batalhar; e lutaram durante todo aquele dia e ninguém venceu.” (15:1415). Após cerca de seis dias de batalha, só restava “cinquenta e dois do povo de Coriantumr e sessenta e nove do povo de Shiz” (15:23). Depois de dois ou três dias mais, só Coriantumr e Shiz permaneceram, cansados e feridos (v. 29). “E aconteceu que Coriantumr, depois de apoiar-se sobre a espada para descansar um pouco, cortou a cabeça de Shiz. E aconteceu que depois de haver cortado a cabeça de Shiz, Shiz levantou-se sobre as mãos e caiu; e depois de haver feito um esforço para cobrar alento, morreu.” (15:30-31). Os homens lutam para respirar quando são decapitados??? O versículo 32 conclui a história dizendo: “E aconteceu que Coriantumr caiu por terra e permaneceu como se estivesse morto.” Este massacre teve lugar no monte Ramá ou Cumora, perto da casa de Joseph Smith, em Palmyra, Nova York (Éter 15:11). Mórmon 6:11-15 e 8:2-3 fala de outra grande batalha séculos depois, na mesma colina quando todos os nefitas foram mortos. Isso deixou apenas os lamanitas de pele escura para ser encontrados por Colombo em sua chegada na América.
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8 - O país de Morôni O país de Morôni Segundo descreve o livro de mórmon, os nefitas deflagraram várias guerras contra os lamanitas. Em um determinado período histórico, Morôni era o capitão dos exércitos nefitas. E foi esse mesmo Morôni que, durante uma batalha contra os lamanitas, escreveu a seguinte correspondência endereçada ao líder político dos nefitas: Alma 60:36 “Eis que eu sou Morôni, vosso capitão-chefe. Não busco poder, mas procuro abatê-lo. Não busco as honras do mundo, mas a glória de meu Deus e a liberdade e bem-estar de meu país. E assim termino minha epístola.” (veja o mesmo termo também nos versículos 18, 19, 24, 28 e 29) No LdM em inglês, a palavra COUNTRY aparece, portanto, não há “modificação” na tradução para o português. Essa passagem ressalta o espírito nacionalista de Morôni. No entanto, sabemos que na antiguidade, o termo PAÍS, não se aplicava as regiões habitadas por determinado povo, pois este é um termo que apareceu na idade média. Na antiguidade, os termos conhecidos e que designavam, territórios habitados e com governos organizados, eram REINOS, PRINCIPADOS, IMPÉRIOS, CIDADES, e TERRITÓRIOS, mas não PAÍS. De acordo com o dicionário Oxford, lê-se: “A palavra PAÍS desenvolveu-se do latim CONTRA, usado no sentido de "aquele que se mantém contra ou oposto; a visão" i.e., a paisagem que se estende até a visão. Deste, veio o termo latim CONTRATA, que se tornou a palavra italiana moderna CONTRADA. O termo aparece no inglês a partir do 13 século, já com vários diferentes sentidos.” John Simpson, Edmund Weiner, ed. "country". Oxford English Dictionary (1971 compact ed.). Oxford, England: Oxford University Press Portanto, sendo um derivado do latim, e sabendo-se que o latim apareceu DEPOIS da história do LdM, há de fato uma inconsistência nesta escrita. Outra consideração: Qual era o país de Morôni? Qual o seu nome, e como esse país era conhecido pelos demais povos que habitavam as regiões na américa antiga? Essa não parece ser, a linguagem mais apropriada para a época na qual o livro de mórmon surgiu (em 1830), do que a suposta data da confecção desta epístola, em aproximadamente 62 AEC.?
9 - Ezequiel 37 Prediz o Livro de Mórmon? Previsão do livro de Mórmon? 265
De acordo com a Igreja mórmon, Ezequiel 37:16-17 prediz a vinda do Livro de Mórmon: “Tu, pois, ó filho do homem, toma um pau, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. Depois toma outro pau, e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros; e ajunta um ao outro, para que se unam, e se tornem um só na tua mão.” A igreja SUD reivindica que as “varas” ou “paus” mencionados nesta passagem eram rolos de papel que antigamente eram enrolados ao redor das varas. Eles dizem então que a “vara de Judá” significa a Bíblia, e a “vara de José” significa o Livro de Mórmon. As duas varas mencionadas simbolizavam então a vinda da Bíblia e do Livro de mórmon juntos, formando as escrituras sagradas. Porém, um cuidadoso exame desta passagem revela sérios problemas com esta interpretação.
Em primeiro lugar, na Bíblia hebraica (o Velho Testamento) a palavra “vara” sempre é traduzida por madeira e nunca rolo de papel ou livro. Então, nada nestes versos sugestiona um livro ou rolo de papel como alegam os mórmons. Segundo, a interpretação da Igreja mórmon ignora o fundo histórico da mensagem de Ezequiel.
Nos tempos do profeta Ezequiel (6º século AEC.), a nação de Israel estava em grande tumulto. Desde então, logo após o tempo de Salomão, o reino de Israel foi dividido em dois: reino do sul e reino do norte (figura abaixo).
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A Assíria levou cativa as dez tribos do norte, chamado de Israel, e as duas tribos sulistas (o Reino de Judá), foram levadas em cativeiro pelos babilônicos (606–583 AEC). A apostasia das pessoas em relação à aliança de Deus tinha deixado escasso os crentes que fossem realmente servos fiéis. Parecia que as promessas de Deus haviam falhado. Este é o assunto do capítulo 37. O conteúdo do livro do profeta Ezequiel pode ser dividido em duas grandes seções:
- a primeira é composta pelas visões recebidas, em sua maioria, antes da queda de Jerusalém em 586 AEC. (capítulos 1:1 a 33:20), - a segunda compreende as visões recebidas já no próprio contexto do cativeiro babilônico (capítulos 33:21 a 48:35).
Nesta última seção aparecem várias visões que tratam especificamente da restauração de Israel e Judá, dentre as quais se destaca a do vale de ossos secos de Ezequiel 37:1-14. O relato da visão compreende a descrição da cena, de natureza metafórica (versos 1-10), e a interpretação soteriológica (versos 11-14). Em Ezequiel 37, os ossos “sequíssimos” espalhados pelo vale representam a desesperada condição em que se encontrava “toda a casa de Israel” durante o exílio (verso 11), devido ao longo processo de apostasia e morte espiritual (ver Sl 32:1-4). A restauração de Israel dessa condição é descrita na visão como se processando em duas etapas semelhantes às da criação original da raça humana (ver Gn 2:7). Primeiro ocorre a formação dos corpos (Ez 37:7 e 8), para depois serem estes vivificados pela poderosa atuação do Espírito de Deus (versos 9 e 10). A revivificação dos ossos secos simbolizava a restauração espiritual e política de Israel como nação, que ocorreria se os israelitas se submetessem completamente aos propósitos divinos. Nos versos 15 à 22, Deus promete uma restauração futura para a nação inteira. Ele também anuncia que algum dia o reino do norte, chamado de “José” e o reino do sul, chamado “Judá,” seriam mais uma vez unidos em um só.
Está aqui o significado das “varas”. No verso 16 de Ezequiel é dito ao profeta que escreva em uma vara “para Judá, e para os filhos de Israel e seus companheiros.” Esta primeira vara representou o reino sulista, ou “Judá”. Em uma segunda vara, ou pedaço de madeira (pau), Ezequiel escreveu para “Jose, a vara de Efraim”, e para toda a casa de Israel e seus companheiros. Isto representa o reino do norte, também chamado de Israel. Deus manda então Ezequiel no verso 17, unir as duas varas para se tornarem uma só nas mãos de Ezequiel. Fazendo assim, Deus está dizendo que Ele devolverá e unirá novamente aqueles que foram dizimados e divididos da casa de Israel. Este é o real significado das duas varas, e está declarado mui explicitamente nos versos 2122.
Uma vez que o povo não correspondeu com as expectativas divinas (ver Mt 23:37 e 38; Jo 1:11; At 7), a visão não obteve seu pleno cumprimento com a nação de Israel, e precisa ser agora reinterpretada à luz do novo Israel, ou seja, da Igreja (1 Pe 2:9). Conclusão: 267
A profecia de Ezequiel 37:16-17 tem um contexto histórico específico. É uma predição da união futura dos filhos de Israel que foram dispersos e nada mais. A tentativa da Igreja mórmon fazer desta passagem uma predição relativa ao Livro de mórmon viola o contexto histórico e gramatical da passagem. É uma interpretação forçada e enganadora que fazem com A intenção de dar base bíblica ao livro de Joseph Smith. Texto adaptado da tradução de Paulo Cristiano da Silva
10 - E as mulheres do LdM? Texto traduzido e adaptado de http://utlm.org/newsletters/no72.htm Néfi era casado com uma das filhas de Ismael, mas em momento algum ele quis dar seu nome: “E aconteceu que eu, Néfi, tomei para esposa uma das filhas de Ismael; e meus irmãos também tomaram para esposas as filhas de Ismael; e Zorã também tomou para esposa a filha mais velha de Ismael”. (1 Néfi 16:7). Apesar de Néfi nunca mencionar o nome de sua esposa, ele usa seu próprio nome muitas vezes nos primeiros dois livros do Livro de Mórmon. De fato, encontramos a frase "Eu, Néfi" oitenta e seis vezes! No entanto, sendo justo, deve-se notar que pode haver mais de um fator aqui. Parece, de fato, que todo o Livro de Mórmon parece um buraco negro quando buscamos referências específicas no que diz respeito às mulheres. Enquanto os homens desempenham os papéis principais na Bíblia, esta também faz referências a muitas mulheres. Inclusive dois de seus livros tem nomes de mulheres: Ester e Rute. Também encontramos "Débora, profetisa", que "julgou a Israel" certa vez (Juízes 4:4) e "Hulda, a profetisa" (Crônicas 34:22). Aqueles que escreveram os livros da Bíblia, certamente se sentiram livres para mencionarem as mulheres pelo seus nomes e escreverem sobre suas realizações. Por exemplo, lemos “Eva”, a esposa de Adão. O próprio Deus refere-se à esposa de Abraão como “Sara tua mulher.” Isaac casou-se com Rebeca, e Esaú tomou Judite e Basemate por mulheres. José casou-se com Asenate, e a mulher de Moisés chamava-se Zípora. A esposa de Saul era Ainoã, e também lemos que a esposa de Davi era Mical. No Novo Testamento temos Maria, Elizabeth e “a esposa de Áquila”, Priscila. Muitas das histórias a respeito de Jesus tratam com as mulheres, e em várias ocasiões, Jesus as louva abertamente. O apóstolo Paulo usou os nomes de mulheres em suas epístolas. Por exemplo, em Romanos 16:1 ele disse: “Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia”. No mesmo capítulo, ele também menciona Priscila, Trifena, Trifosa, Pérside (Romanos 16:12), Maria e Julia. Em nossa pesquisa preliminar só foi possível encontrar os nomes de três mulheres nefitas, lamanitas ou jareditas no Livro de Mórmon - Saria (I Néfi 2:5), Abis (Alma 19:16) e “a prostituta Isabel” (Alma 39:3).
O computador revelou que a palavra “dela” só apareceu 79 vezes no Livro de Mórmon. Vinte e seis dessas referências foram tiradas diretamente de Isaías, Malaquias e Mateus, da Bíblia.
Das cinquenta e três restantes, quinze referem-se a rainhas sem nome, sete foram utilizadas referindo-se a uma filha sem nome de Jared, duas referem-se a Abis, duas 268
a uma serva sem nome, uma a Maria, a mãe de Jesus, uma a Saria, uma a esposa de Néfi, uma a “mãe” de “uma das filhas de Ismael”, uma a uma viúva, uma a Sião, uma a uma cabra, uma a misericórdia, uma a uma porca, uma a caridade e um a um navio. Dela [Her] também é usada quatro vezes para se referir a terra e duas vezes com relação à “face da terra.”. É usada três vezes com relação a cidades e sete vezes em relação a uma “galinha”. A palavra ela aparece apenas cinquenta e seis vezes, sendo que seis destas ocorrências são de citações da Bíblia. Das cinquenta restantes, quatro dizem respeito a mãe de Jesus, Maria. Cinco a Saria. Vinte, a três rainhas sem nome. Nove a Abis, uma a uma serva sem nome, três para a “filha de Jared”, uma para a “sabedoria”, duas para um “navio”, uma para “a face da terra”, uma para “a prostituta de Isabel” e três para “a mãe de todas as abominações... a prostituta da terra”. O fato da história do Livro de Mórmon dizer tão pouco sobre as mulheres parece lançar uma nuvem de graves dúvidas sobre a afirmação de Smith Joseph, de que ele foi escrito por uma série de antigos autores judeus depois de 600 AEC. A alegação é que estes homens tinham os antigos livros da Bíblia - livros que continham os nomes de muitas mulheres e as histórias que lhes diziam respeito. Se apenas um destes autores nefita rompeu com a tradição e tentou suprimir quase todas as informações relativas às mulheres, nós não ficaríamos muito surpresos. No entanto, o buraco negro em relação às mulheres parece se estender por todo o livro. A evidência, portanto, parece mostrar que o Livro de Mórmon foi escrito por um único autor. E os outros nomes? Enquanto que a relutância de Néfi em nomear sua esposa pode ser explicado pela teoria de que o autor do Livro de Mórmon não estava realmente interessado nas coisas de mulheres, o fato de que Néfi não nomeou nenhum de seus próprios filhos (ver 1 Néfi 18:19 ), os filhos de seus irmãos, nem os filhos de Ismael se encaixa bem com nossa ideia de que Smith estava tentando suprimir nomes, assim ele não iria contra as 116 páginas perdidas se elas fossem encontradas. Néfi de fato nos informa que Ismael e seus irmãos tiveram filhos do sexo masculino, mas ele não nos dá seus nomes. Aqueles que examinam as porções posteriores do Livro de Mórmon verão que o silêncio de Néfi é incoerente com o restante do livro. Por exemplo, assim que saímos do buraco negro, encontramos esta referência em Mosias 1:2, sobre o Rei Benjamim: “E aconteceu que ele tinha três filhos; e dera-lhes os nomes de Mosias e Helorum e Helamã...” Os livros incluídos nas Placas Menores de Néfi são nomeados de acordo com seus respectivos autores. É óbvio, então, que se Néfi passou as placas para um de seus filhos, o nome daquele filho teria sido revelado. Em vez de fazer isso, no entanto, Nefi deu as placas a seu irmão Jacó. O terceiro livro do Livro de Mórmon, portanto, é chamado no livro de Jacó. O novo nome que entrou no Livro de Mórmon após Néfi mencionou os onze nomes originais que aparecem no registro de Jacó: “E então aconteceu que, passados alguns anos, apareceu entre o povo de Néfi um homem cujo nome era Serém”. (Jacó 7:1) Serém era um homem mau que ensinou que “não deveria existir Cristo.” Finalmente, no último versículo de seu livro, Jacó informa ao leitor que ele tem um filho chamado Enos, a quem ele dá as placas. O quarto livro, portanto, é conhecido como livro de Enos. Enos menciona seu próprio 269
nome em seu livro e nos diz que: “E aconteceu que comecei a envelhecer; e haviam decorrido cento e setenta e nove anos da época em que nosso pai, Leí, deixara Jerusalém.” (Enos 1:25) Ele, contudo, não adiciona um único nome novo no registro. Após 179 anos, ainda temos apenas treze nomes!
O próximo livro se chama livro de Jarom. Neste livro, Jarom nos informa que ele é filho de Enos e seu filho é Omni. Omni também afirma que 238 anos já haviam se passado. Neste ponto, ainda temos apenas quinze nomes nefitas e lamanitas gravados nas placas. Uma vez que onze desses nomes foram revelados na primeira década da história nefita, isso significa que apenas quatro novos nomes foram adicionados em um período de quase 230 anos! De qualquer forma, o único nome que Omni acrescenta no registro é de seu filho, Amaron. Ele também observou que 282 anos já haviam se passado. Amaron realmente não tinha nada a dizer e continua o registro no livro do pai dele. Ele adiciona apenas um novo nome - o do seu irmão Quêmis - e constata que 320 anos já haviam passado. Quêmis não adiciona qualquer nome novo ao registro. O escritor seguinte, Abinadom, identifica-se e diz que ele é o "filho de Quêmis". Abinadom escreve dois versos, mas não acrescenta novos nomes ao registro.
O último escritor a gravar os caracteres nas Placas Menores de Néfi se apresenta como Amaléqui, filho de Abinadom. Ele grava os últimos dezenove versículos do livro de Omni. Parece muito evidente, pelos detalhes que Amaléqui dá neste livro, que Joseph Smith chegou até ou passou pela parte do manuscrito que poderia contrariar qualquer coisa das 116 páginas perdidas. Em outras palavras, estamos do outro lado do buraco negro. Neste ponto Amaléqui corajosamente apresenta muitos detalhes novos. Ele, de fato, introduz quatro novos nomes na história. Qualquer um que tiver tempo para examinar os versos de Amaléqui será capaz de notar como eles são diferentes do restante, que supostamente deveria ter vindo das Pequenas Placas de Néfi. Mesmo o dedicado apologista do Livro de Mórmon, JN Washburn, pareceu surpreso com a quantidade de informação contida nos últimos dezenove versos do livro de Omni. Embora o Sr. Washburn sentiu que essa parte da história estava “sem erro ou contradição”, ele não pode deixar de comentar sobre a natureza incomum dos versos de Amaléqui: Os dezenove últimos versos do Livro de Omni fornecem um diferente tipo de estudo. Eles constituem uma unidade completamente diferente de tudo em todo o Livro de Mórmon... Estes últimos dezenove versos... dão um relato dos assuntos do povo nefita entre as datas aproximadas de 175 e 124 AEC... Poucos parágrafos unem-se cronologicamente... Nós vimos agora que pelo menos sete elementos de informação importantes, alguns deles essenciais, são primeiro trazidos à nossa atenção nos últimos dezenove versos 270
do Livro de Omni. Isso, no entanto, não esgota as possibilidades de este pequeno capítulo interessante. Não apenas um número de homens proeminentes são nomeados primeiramente aqui. Temos apenas aqui as primeiras informações reunidas sobre os movimentos de maior importância dos três povos do Livro de Mórmon. Há material vital dos registros aqui apresentados, como outras questões importantes são divulgadas, assim como existem também inúmeros detalhes de grande interesse que são encontrados nestas três páginas .... Deve ser facilmente percebido que estes dezenove versículos são incomuns. Não é de se estranhar que um número tão grande de fragmentos independentes estejam jogados nesse espaço pequeno? Em nenhum outro lugar em todo o livro possui material tão diverso encontrado em uma configuração tão compacta. (The Contents, Structure and Authorship of the Book of Mormon , 1954, pp. 23,28-29) Enquanto o Sr. Washburn ficou surpreso ao perceber que o conteúdo dos versos finais das Placas Menores de Néfi são tão incomuns, sabemos que estes dezenove versos finais se encaixam muito bem em nossa teoria de um buraco negro no Livro de Mórmon. Uma vez que Joseph Smith sabia que ele tinha seguramente passado do ponto perigoso de ser desmascarado pelas 116 páginas perdidas, ele sentiu-se seguro para agora dar detalhes históricos. Ele, portanto, parece ter-nos dado uma dose dupla de informações nesses últimos dezenove versos para preparar o palco para os livros que se seguem.
11 - Crítica humorista Desafio do livro de mórmon - humor texto de centralmormon Você poderia escrever um livro que satisfaz estas exigências? Isto certamente prova algo sobre o Livro de Mórmon… 1. Escreva uma história da América antiga cobrindo um período de 2200 AEC. a 400 EC? Por que a América antiga? Porque isso é o que o Livro de Mórmon afirma ser aproximadamente tolo. 2. Você tem que começar a contar histórias que se assemelham a este livro para sua família pelo menos dez anos antes de escrevê-lo. 3. Você deve ser autodidata. Se você é formado em algo, pode ou não tornar isto mais difícil de escrever, isso obviamente dependerá de sua “educação” individual, mas não se preocupe sobre aprender a soletrar, já que... 271
4. Você tem que incluir pelo menos 3000 erros gramaticais e ortográficos, mesmo se usar um secretário para transcrever seu ditado. Agora isto vai ser realmente difícil, porque onde você vai achar este secretário ignorante? Boa sorte. 5. Sua “história” precisa ter 531 páginas e tem que usar a frase “e aconteceu que” 3.856 vezes. 6. Você tem que sugerir uma boa explicação sobre por que a frase “e aconteceu que” seria tão repetida se se supõe que sua história tem vindo de placas de ouro, onde o espaço era muito valioso. 7. Uma vez que seu livro seja publicado, você poderá mudar nele somente 3500 erros gramaticais e ortográficos e fazer 500 substantivas mudanças doutrinais, históricas ou outras. 8. Sua “história” tem que substituir os milhões de habitantes reais da América antiga durante este período de tempo com nações fictícias, incluindo uma nação fundada por refugiados da torre de Babel que vieram às Américas em um barco em forma de barril gigante com buracos no topo e no fundo (não me pergunte) e duas outras nações fundadas por “judeus” que não sabiam quase nada sobre práticas dietéticas ou religiosas judaicas. 9. Você tem que descrever os habitantes da América e suas instituições religiosas, econômicas, políticas, sociais e culturais de tal modo que eles não representem as verdadeiras instituições religiosas, políticas, sociais e culturais dos habitantes da América antiga. Você até mesmo terá que criar nomes de moedas que nunca foram usadas pelos habitantes reais da América. Insira alguns animais e alimentos que só foram entrar na América depois de Colombo e invente alguns nomes engraçados de animais não existentes também, como cumons e cureloms. 10. Tenha certeza de plagiar mais de uma seção da Bíblia, e de várias outras fontes, de forma que sua alegação de que muitos autores antigos contribuíram ao livro possa ser trombeteada por apologistas. 11. Invente uma história sobre Jesus ter vindo à América, matando milhões de habitantes e enterrando cidades no oceano e sob a terra. 12. Alegue que sua narração inconsistente e gramaticalmente falha (com exceção das partes plagiadas que foram escritas um pouco melhor) não é nenhuma ficção, mas uma história verdadeira e sagrada. 13. Inclua em seu livro 54 capítulos que tratam de guerras que não têm nenhuma semelhança com as guerras reais que ocorreram na América antiga. Tenha certeza que pelo menos algumas destas guerras incluem relatos absurdos de milhões de homens armados. Ignore os problemas associados com o apoio logístico desse grande exército. Também inclua milhões de homens armados lutando até o último homem e seus ossos e armas de aço desaparecendo da face da terra. Inclua 21 capítulos históricos que não têm nenhuma semelhança com a história real, tente e inclua algumas inconsistências também aqui, como pessoas que reaparecem na narrativa depois de já morrerem. 272
14. Você tem que incluir 55 capítulos de visões e profecias. Pelo menos uma das “visões” deve ser um conto praticamente idêntico ao de um sonho que algum membro de sua família, preferentemente seu pai, contou-lhe quando era criança. Algumas das profecias devem ser plagiadas diretamente da Bíblia, mas outras têm que “profetizar” sobre coisas que já aconteceram entre a época da suposta profecia e o presente, de forma que você possa mostrar como são “exatas” as suas profecias. Exceto para as “profecias” sobre eventos que já aconteceram, que precisam ser muito detalhadas, todas as profecias devem ser muito vagas. Nunca escreva algo tolo como profetizar que Cristo voltará em 1891, a guerra civil começará em 1830 ou que as pessoas vivem na lua e se vestem como Quakers, o que seria um problema para você. 15. Inclua em sua narrativa formas de viagem que nunca foram usadas na América antiga, falsas descrições de vestimentas e materiais que nunca foram usados na América antiga, falsas descrições de colheitas que nunca existiram na América antiga e falsos tipos de governo. 16. Você tem que inventar 280 nomes. Bem, não realmente inventar, você pode emprestar alguns da Bíblia, algum dos deuterocanônicos, alguns de mapas, etc. Alguns deveriam estar dentro de piadas (Moron, Éter), alguns deveriam ser idiotas (anti-nefi-lita, curelom), alguns devem ser tão esquecíveis que você deve se referir obliquamente a eles (o irmão de Jared) e alguns devem vir das práticas ocultas você recebeu de seus pais (Laman). 17. Todo estudioso sério que conhecer o seu trabalho e examinar as suas afirmações de que é uma história da América antiga, deve denunciá-lo como uma fraude. (OK, este aqui foi fácil, mas você merece depois de tantas exigências difíceis.) 18. Afirme que seu livro é a Palavra de Deus. Então comece uma religião com doutrinas contrárias ao livro (não se preocupe, isto é realmente muito mais fácil que parece.) 19. Crie todos os tipos de declarações absurdas, impossíveis e contraditórias. (se você precisar de ajuda com isto veja Éter 15:31, Mosias 21:28 e 2 Néfi 19:1 para alguns exemplos sobre como começar.) 20. Ninguém exceto você ou os membros da religião que você fundou têm que acreditar em suas alegações de que o livro é de origem divina. Para cobrir o fato de que você não pode produzir as placas de ouro, invente uma história sobre as placas de ouro na qual o registro “foi levado de volta para o céu” e consiga 11 pessoas que tenham parentesco com a você e/ou com um interesse financeiro em seu livro, para dizer que eles viram as placas antes delas desaparecerem. Tenha certeza de que você se refere ao sujeito morto que leva as placas ao “céu”, por pelo menos dois nomes diferentes. 21. Consiga quatro pessoas desonestas e espertas para alegar que eles também viram um sujeito morto vindo do “céu” para testemunhar a elas sobre seu livro. Cada uma destas testemunhas precisa ter uma parte financeira no livro. 22. Tenha certeza de que algo em seu livro cumpre alguma profecia bíblica. 273
23. Milhares de homens com um interesse financeiro investido na religião que você fundou, incluindo muitos que são criminosos e que mentem sob juramento num congresso, precisam aceitar seu livro (e seus ensinos que contradizem o livro) durante mais de 100 anos. De fato, você tem que ter certeza que todo homem que conduz sua igreja durante os primeiros 100 anos deve ser um criminoso. Tenha certeza que você cometa todos os crimes seguintes: traição, sedição, assassino, perjúrio, conspiração para cometer assassinato, bigamia, estupro estatutário, fraude, falsificação, negócios ilegais, assaltos e suborno. Mande alguns de seus seguidores em missões e faça sexo com suas esposas enquanto eles estão fora. Tenha certeza que todo homem que conduz sua igreja durante os próximos 100 anos cometa pelo menos 3 dos crimes acima. 24. Já que seu livro está cheio de inconsistências que facilmente o demonstram como fraude, você deve que incluir um pedido para se orar sobre ele no fim do livro, ou ninguém o seguirá. 25. Você tem que conseguir um grupo de crentes em sua história fraudulenta para, alguns deles felizes, mas a maioria deles sob alguma forma de coerção, deixar dois anos de sua vida para fazer outros acreditarem em sua falsa história. Tenha sexo com algumas de suas esposas enquanto eles estão fora. Chame este sexo de “matrimônio celestial”. 26. Alguns destes vendedores devem pagar os custos por si mesmos. Agora alguns deles vão, sob o curso destes dois anos, perceber que seu livro é uma fraude, mas a metade deles deve ficar em sua igreja. 27. Você tem que derivar suas riquezas financeiras do livro e da religião que você fundou sob seus ensinos (e não devemos nos esquecer das doutrinas que contradizem os ensinos do livro). Apesar de fazer várias fortunas em sua vida por enganar os crédulos de seu livro que batalharam por seu dinheiro, você desperdiçará tudo e fugirá de pelo menos dois estados devido a suas maracutaias financeiras e declarará falência pelo menos uma vez. E ao longo da mesma veia financeira, você também deve que roubar dinheiro de suas filhas adotivas. E enquanto você está nisto, faça sexo com algumas delas também. 28. Quando seus enganos financeiros e escândalos sexuais causarem problemas para sua família e seguidores, você tem que culpar todos por perseguição religiosa e deixar a cidade. Você deve enraizar isto em seus seguidores de forma que eles ensinem esta complexa falsa perseguição com eles até a terceira e a quarta geração. Você deve que ensinar para todos os líderes de seu movimento a ter sexo com as esposas e filhas dos membros de menor cargo em sua igreja. Você deve fazer sexo com meninas de 14 anos e fazer com que qualquer seguidor seu que não queira ter sexo com meninas de 14 anos seja removido de qualquer posição de liderança em sua igreja (sim, David Koresh fez isto também, mas ele nunca escreveu um livro e ele não vai escrever agora, né?) 29. Seu livro deve resultar produzir algumas pessoas cujas práticas ilegais serão chamadas de bárbaras pelo Congresso e pelo Tribunal Supremo dos Estados Unidos da América (se você vive em algum lugar fora dos EUA, organizações semelhantes do 274
país onde você vive bastarão). Você deve que incluir nas cerimônias de sua religião juramentos que exigem que as pessoas obedeçam cegamente as ordens de assassinar membros que não são de sua seita. Seu livro deve resultar em pessoas que matarão e roubarão de qualquer um que ousar visitar o território controlado por seus seguidores. Seu povo deve assassinar pelo menos 20 crianças a sangue frio. 30. Comece agora mesmo, e passe um ano escrevendo o primeiro esboço deste livro. Então complete o segundo rascunho em três meses, MAS SEU SEGUNDO ESBOÇO DEVE SER ESCRITO SEM REFERÊNCIA AO PRIMEIRO ESBOÇO. Antes de começar o segundo esboço, você tem que deixar a única cópia do primeiro esboço para alguém que não acredita que você viu Deus, ou que você viu qualquer sujeito morto, ou aqueles sujeitos mortos lhe deram qualquer placa de ouro. Então venha com uma boa explicação sobre por que, já que supostamente as placas foram traduzidas pelo poder de Deus, Deus não lhe ajudou a escrever novamente as mesmas palavras. 31. Então consiga alguém empregado na religião que você fundou para escrever um “desafio” para “provar” que seu livro não é ficção (embora seja). ENTÃO, consiga outra pessoa para passar um par de horas propondo uma tola paródia mostrando como o autor do primeiro desafio foi desonesto. Obs. Parte destas exigências foram cumpridas no Livro de Zelph (The Book of Zelph).
Histórias de Smith
1 - Estranhas histórias de Joseph Smith As incríveis (e estranhas) histórias sobre como Joseph Smith pegou as placas de ouro A seguir, várias versões da história de Joseph - de como ele encontrou e adquiriu as placas de ouro - são reproduzidas. Para tornar sua leitura mais interessante, sugiro que você leia também o conto “O Pote de Ouro” e compare os detalhes entre as histórias. "Um dia ele [Joseph] veio e me cumprimentou com um semblante alegre. Ao perguntar o motivo de sua felicidade incomum, ele respondeu da seguinte forma: “Enquanto eu estava de atravessando todo o bosque, ontem, após uma forte pancada de chuva, eu encontrei, em um tronco oco, uma linda areia branca, que tinha lavada pela água. Tirei meu casaco e amarrei-o em volta de vários litros [de areia], e depois fui para casa. Ao entrar em casa, encontrei minha família na mesa de jantar. Eles estavam todos ansiosos para saber o conteúdo do meu casaco. Nesse momento, aconteceu que eu lembrei de ter ouvido sobre uma história encontrada no Canadá, chamada de Bíblia de Ouro. Assim, muito sério, disse-lhes que era a Bíblia de Ouro. Para minha surpresa, eles foram crédulos o bastante para acreditarem no que eu disse. Assim eu lhes disse que havia recebido um mandamento para que ninguém a 275
visse, pois, eu falei, nenhum homem pode vê-la a olho nu e viver ....”Agora”, disse Joe, “eu tenho os tolos condenados à curiosidade e vou continuar me divertindo.” “No entanto, ele me disse que não tinha o tal livro, e acredita que nunca houve qualquer um desses livros, no entanto, ele me disse que ele realmente fora até Willard Chase, para que ele fizesse um baú, no qual ele pudesse depositar sua Bíblia de Ouro. Mas como Chase não o faria, ele mesmo fez uma caixa de madeira, colocoua em uma fronha e permitiu que as pessoas apenas levantassem-na e a sentissem através da caixa." Peter Ingersoll, affidavit, quoted in Mormonism Unveiled, by E.D. Howe, pp. 235-236, 1834 Quando Joseph pegou as placas, o anjo lhe deu instruções para transportá-las de volta ao morro Cumora, o que ele fez. Oliver disse que, quando Joseph e Oliver foram lá, o morro se abriu, e que eles entraram em uma caverna, na qual havia um quarto grande e espaçoso... Eles colocaram as placas sobre uma mesa, uma grande mesa que estava na sala. Sob esta mesa havia uma pilha de placas com pouco mais de 1 m de altura, e havia nesta sala mais placas do que muitas cargas de carroças; elas estavam empilhadas nos cantos e ao longo das paredes. A primeira vez que eles foram lá, a espada de Labão estava na parede, mas quando entraram novamente, havia sido retirada e colocada sobre a mesa através das placas de ouro; ela estava desembainhada e sobre ela estavam escritas estas palavras: “Esta espada nunca será embainhada novamente até que os reinos deste mundo tornam-se os reinos de nosso Deus e seu Cristo”. Digo-lhe isto como vindo não apenas de Oliver Cowdery, mas também de outros que estavam familiarizados com ela ... Carlos Smith era um jovem tão verdadeiro quanto qualquer jovem que tivemos, e ele foi testemunha de destas coisas. Samuel Smith viu algumas coisas, Hyrum viu muitas coisas, mas Joseph era o líder. Brigham Young, Journal of Discourses, v. 19, p. 38. "Depois de um certo tempo, Joseph fingiu encontrar as placas de Deus. Este esquema, ele acreditava, poderia aliviar a família de todos os embaraços financeiros. Seu pai [de Joseph] disse-me que, quando o livro fosse publicado, eles poderiam, com os lucros do trabalho, levar à uma bem-sucedida operação os negócios de cavar tesouros. Ele não deu nenhuma indicação, na época, que o livro era para ser de caráter religioso, ou que teve alguma coisa a ver com revelação. Ele declarou que era uma especulação, e disse que, ‘quando ele for concluído, a minha família será colocada em um nível acima da generosidade da humanidade!’" Joseph Capron, affidavit, Mormonism Unveiled, by E.D. Howe, 1834 "Eu ouvi Joe dizer à minha mãe e irmã como ele obteve as placas. Ele disse que fora dirigido por um anjo até onde elas estavam. Ele foi à noite para conseguir as placas. Quando ele pegou as placas, havia alguma coisa abaixo, perto da caixa, que parecia um sapo e que se transformou em um homem e proibiu-o de pegar as placas .... Ele contou sua história da forma mais intensa do que qualquer um o faria. Parecia que ele acreditava em tudo o que dizia." Benjamin Saunders, 1884, pp. 22-23, também citado em Anderson, "Alvin Smith Story", p. 64. 276
“Joseph disse: “quando eu posso tê-las [as placas]?” A resposta [do anjo Moroni], foi no dia 22 de setembro próximo, se você levar a pessoa certa com você. Joseph disse: “Quem é a pessoa certa?”A resposta foi “o seu irmão mais velho.” Mas, antes que setembro [1824] chegasse, seu irmão mais velho morreu. Então ele ficou desencorajado e não sabia o que fazer.” - Jessee, “Joseph Knight’s Recollection,” p. 31, also William G. Hartley, “They Are My Friends”: A History of the Joseph Knight Family, 1825-1850, 1986, p. 20. “[Joseph] em seguida perguntou quando poderia tê-las, e assim foi respondido: venha daqui a um ano a partir deste dia, e traga consigo o seu irmão mais velho, e você as terá. Este espírito, ele disse que era o espírito do profeta que escreveu este livro, e que foi enviado para Joseph Smith, para dar a conhecer estas coisas. Antes do término do ano, o irmão mais velho [de Smith] morreu.” Willard Chase affidavit, 1833. "Joseph perguntou quando poderia tê-las, e a resposta foi: ‘Venha em um ano a partir deste momento, e traga o seu irmão mais velho com você, então você pode tê-las’. Durante este ano, aconteceu que o seu irmão mais velho morreu". Lapham, “Interview with the Father of Joseph Smith, the Mormon Prophet,” p. 307, also Kirkham, New Witness, v. 2, p. 386. “Você já ouviu Joe falar sobre como encontrou as placas?” “Sim”. Ele contou isso na casa de meu pai. Ele disse que estava na floresta em oração e o anjo tocou seu ombro e ele se levantou. E o anjo disse-lhe onde as placas estavam e que ele poderia levar o seu irmão mais velho com ele em um ano a partir desse momento e ir buscá-las. Mas o seu irmão mais velho morreu antes que um ano se passasse." Lorenzo Saunders interview, September 17, 1884, p. 9-10; also see Vogel, Early Mormon Documents, v. 2. " 'O morro Mórmon’ tinha sido há muito designado 'como o lugar no qual inúmeros tesouros foram enterrados’; Joseph, o pai, tinha cavado muito em volta do pé do morro para encontrá-los, e Joseph Jr. Tinha, em mais de uma ocasião, acompanhadoo." “Mormonism in its Infancy,” Newark Daily Advertiser, clipping of letter from Manchester, New York, August 8, 1856. “O presidente [Brigham] Young exibiu a Pedra do Vidente com a qual o profeta Joseph descobriu as placas do Livro de Mórmon, aos Diretores [da Universidade de Deseret (Utah)] esta noite. Dizem ser um silício de cor escura, quase preta, com listras claras e coloridas.” Hosea Stout diary, 25 Feb. 1856, in Juanita Brooks, ed., On the Mormon Frontier: The Diaries of Hosea Stout, 1844-1861, v. 2, p. 593. “No final do período, ele foi ao local para obter as placas [e] o anjo perguntou onde estava o seu irmão. [Joseph disse]: Eu disse que ele estava morto.” Lorenzo Saunders interview, September 17, 1884, p. 10. 277
“Joseph voltara novamente para o lugar, e foi dito pelo homem que ele ainda guardava o tesouro, que, como em que ele não poderia trazer seu irmão mais velho, ele ainda não poderia ter o tesouro.” Fayette Lapham, “Interview with the father of Joseph Smith, the Mormon Prophet,” p. 307, also Kirkham, New Witness for Christ in American, v. 2, p. 386. “Aparentemente, a história das instruções de Joseph [do anjo] circulou, e um rumor falso estava sendo espalhado de que os Smiths tinham cavado - ou seja, desenterrado - o cadáver [de Alvin Smith, irmão mais velho de Joseph], para cumprir as instruções.” Anderson, “Alvin Smith Story”, p. 63. “O personagem apareceu e disse que ele não poderia tê-las agora. Mas no próximo dia 22 de setembro ele teria o livro, se ele trouxesse consigo a pessoa certa. Joseph perguntou: “Quem é a pessoa certa?” A resposta foi que você saberá.” Jessee, "Joseph Knight's Recollection", p. 31. “Joseph acreditava que um Samuel T. Lawrence era o homem citado pelo espírito, e fui com ele para uma colina singular, em Manchester, e mostrou-lhe onde o tesouro estava.” “Lawrence perguntou se ele já tinha descoberto alguma coisa com as placas de ouro; ele disse que não. Ele então pediu-lhe para olhar em sua pedra [de Joe], para ver se conseguia ver alguma coisa com ela. Ele olhou, e disse que não havia nada; ele [Joe] disse-lhe para olhar novamente e ver se não havia um grande óculos com as placas. Ele olhou e viu logo um par de óculos, o mesmo com que Joseph disse que traduziu o Livro de Mórmon ....” “Lawrence disse-lhe que não seria prudente deixar que essas placas fossem vistas antes de dois anos, pois elas causariam grande alvoroço no bairro [que ocorreu em setembro de 1827]. Não muito depois disto, Joseph mudou de idéia e disse que L. não era o homem certo, e nem havia dito-lhe qual era o lugar correto.” Willard Chase affidavit, 1833. “... um anjo apareceu e disse que ele não poderia obter as placas até que ele estar casado, e que quando ele visse a mulher que viria a ser sua esposa, ele saberia e ela iria conhecê-lo.” Henry Harris affidavit, 1833; Lorenzo Saunders interview, September 17, 1884, pp. 10-11. “Até ele obter uma [esposa] não houve tentativa de obter certos tesouros enterrados em Palmyra.” Frederic G. Mather, “The Early Days of Mormonism,” Lippincott’s Magazine, v. 26, August 1880, p. 200. “... tu [Joseph] é o maior dentre todos os “caçadores de tesouro”, e foste escolhido para interpretar o livro que Mórmon escreveu ...” Joseph Smith’s conversation with 278
the angel Moroni, “Book of Pukei. – Ch. 2,” The Reflector (Palmyra, N.Y.), July 7, 1830, also see Kirkham, New Witness for Christ in America, v. 2, p. 54. “Eu conversei com vários jovens que disseram que Joseph Smith tinha certas placas de ouro, e que antes de possui-las, ele havia prometido compartilhá-las com eles, mas não ofez, e eles estavam muito irritados com ele.” David Whitmer statement, June 5, 1881, in Lyndon W. Cook, ed., David Whitmer Interviews: A Restoration Witness, 1991, p. 60. “O senhor Smith declarou que seu filho Joe tinha visto um espírito (que ele então descrevera como um velhinho com uma barba longa), e foi informado que ele (Joe), em determinadas circunstâncias, eventualmente obteria grandes tesouros e que, no devido tempo, ele (o espírito) iria entregar-lhe (Joe), um livro que contaria sobre antigos habitantes deste país, e onde tinham depositado suas riquezas, constituída de mobiliário caro , etc. ... que desde então se manteve segura sob sua (o espírito) responsabilidade, em câmaras grandes e espaçosas, em diversos locais nesta vizinhança.” Abner Cole, “Gold Bible, No. 4,” Palmyra Reflector, February 14, 1831; reprinted in Vogel, Early Mormon Documents, 1998, v. 2, p. 245. "O irmão Harris, em seguida, virou-se como se não tivesse mais nada a dizer e estávamos prontos para ir. Ele então falou novamente e disse: Vou te dizer uma coisa maravilhosa que aconteceu depois que Joseph encontrou as placas: três de nós tivemos a ideia para pegar algumas ferramentas e irmos ao monte para procurar por mais algumas caixas ou ouro ou coisa parecida, e de fato, nós encontramos uma caixa de pedra. Ficamos muito animados com isso, e cavamos muito cuidadosamente em torno dela. Estávamos prontos para pegá-la, mas eis que [por] um poder invisível ela escorregou de volta para o morro. Nós estávamos lá e olhamos para ela. Um dos nós tomou um pé de cabra e tentou [encaixar] na tampa para segurá-la, mas ela balançou e só quebrou um canto da caixa”. Ole A. Jensen, statement of July 1875, Clarkson, Utah, LDS archives; see One Nation Under Gods, p. 497. “Eu não as vi [as placas] descobertas, mas eu segurei-as e ergui-as enquanto envoltas em um casaco e julguei que elas pesassem cerca de trinta quilos ... Meu pai e meu irmão Samuel viram-nas como eu o fiz enquanto envoltas no casaco. O mesmo fez Hyrum e outros da família”. Quando o entrevistador perguntou se ele não quisera remover o pano e ver as placas diretamente, William respondeu: “Não, pois o pai tinha acabado de perguntar se ele não poderia ser autorizado a fazêlo, e Joseph, colocando a mão em riste, disse: Não, fui instruído a não mostrá-las a ninguém. Se eu o fizer, vou transgredir e perdê-las novamente”. “Além disso, nós não nos importaríamos de vê-lo quebrar o mandamento e sofrer como antes.” William Smith, Joseph’s brother, Zion’s Ensign, January 13, 1894, p. 6; online at http://www.exmormon.org/file9.htm 279
“E depois de ter obtido as coisas sagradas, enquanto voltava para casa através do descampado e dos campos, ele foi assaltado por dois bandidos, que tinham o propósito de roubar-lhe os registros. Um deles atingiu-o com um antes que os percebesse, mas ser um homem forte e de grande estatura, com grande esforço livrou-se deles, e correu para casa, sendo perseguido de perto até que chegou próximo à casa de seu pai.” Dean C. Jessee, ed., The Papers of Joseph Smith, 1989, v. 1, p. 400. “O leitor notará que, em uma página anterior, falei de um amigo íntimo a quem o Sr. Smith [Joseph Sr.] mencionou sobre a existência do registro 2 ou 3 anos antes que ele fosse adquirido. Este não era outro senão Martin Harris.” Lucy Mack Smith, Preliminary manuscript for Biographical Sketches, preliminary – p. 76, Biographical Sketches, 1853, p. 109. “Sua [Joseph] história anterior sobre as placas móveis, que desapareceram misteriosamente e reapareceram, não foi mencionada por causa da complicação sobre o tesouro que ele fora acusado de caçar; o espírito comandou que ele trouxesse Alvin à colina e depois da morte de Alvin, Emma a excluiu porque ela parecia mais um ritual de magia do que uma religião “pura e imaculada”. E o depoimento de Joseph Knight que Smith tinha “olhado em seu vidro” para encontrar a pessoa certa, foi descartada por causa de sua semelhança com a acusação de “olhar no vidro” que ele havia sido condenado em 1826. Smith tinha aprendido com a experiência amarga que nem todas as atividades eram consideradas divinas”. Rodger I. Anderson, “Joseph Smith’s Early Reputation Revisited,” Journal of Pastoral Practice, v. 4, p. 98; also Rodger I. Anderson, Joseph Smith’s New York Reputation Reexamined, 1990, p. 47. [Disseram-me] “que alguns anos atrás, um espírito apareceu a Joseph, seu filho, em uma visão, e lhe informou que em um determinado lugar, havia uma gravação em placas de ouro, e que ele era a pessoa que deveria obtê-las. E isso ele deveria fazer da seguinte forma: no dia 22 de setembro, ele deveria ir ao local onde fora depositado o manuscrito, vestido com roupas pretas, e montando um cavalo preto com uma cauda trançada. Que exigisse o livro em nome de determinada pessoa, e após isso, ele deveria pegá-lo e não colocá-lo no chão, nem olhar para trás.” “Assim sendo, Joseph vestiu um terno preto e pediu um cavalo preto ... mas temendo que alguém pudesse descobrir onde ele conseguiria [as placas], colocou-as [no chão] para reposicionar a pedra, como ele a achara, e voltando-se, para sua surpresa não havia nenhum livro à sua vista. Ele novamente abriu a caixa, e nela viu o livro, e tentou tirá-lo, mas foi impedido. Viu alguma coisa na caixa como um sapo, que logo assumiu a aparência de um homem, e golpeou-o no lado da cabeça.” Willard Chase, affidavit, Manchester, Ontario County, New York, December 11, 1833, in Howe, Mormonism Unvailed, pp. 240, 242-243. “Ele [Joseph] disse então a seu pai que, em seu sonho, um homem muito grande e alto lhe apareceu, vestido com um terno antigo, e suas roupas estavam ensanguentadas. E o homem disse a ele que havia um valioso tesouro enterrado há 280
muitos anos, e não muito longe daquele lugar, e que tinha chegado o tempo para que fosse trazido à luz, para o benefício do mundo em geral.” “E, se ele [Joseph] seguisse rigorosamente suas instruções, ele iria levá-lo ao lugar onde fora depositado, de tal maneira que ele poderia obtê-lo. Disse então que [Joseph] teria que conseguir certo cobertor que ele descrevera, e um terno antiquado, da mesma cor, e um guardanapo para colocar o tesouro dentro ... quando ele o obtivesse, ele não deveria colocá-lo no chão antes de colocá-lo no guardanapo ...” “Joseph montou seu cavalo ... Pegando o primeiro tesouro, ele viu outros abaixo: colocando o primeiro no chão, ele se esforçou para pegar os outros, mas antes que ele pudesse obtê-los, o que ele já havia pegado deslizou de volta para o lugar de onde ele o havia tirado.” Fayette Lapham statement, in Historical Magazine, v. 7, May 1870, pp. 306-307. “Ele [Joseph] visitou o lugar onde as placas estavam e, pensando que ele poderia guardar todos os mandamentos dados à ele, supôs que seria possível para ele tirá-las de seu lugar e levá-las para casa. Mas o mensageiro divino disse que 'você deve tomá-las em suas mãos e ir direto para a casa sem demora e guardá-las imediatamente e trancá-las”. “Assim, quando chegou a época, ele foi para o local designado e removeu o musgo e grama da superfície da rocha e, em seguida tirou a primeira pedra de acordo com as indicações que havia recebido”. “Descobriu então que as placas formando 4 pilares no interior da caixa. Ele estendeu a mão e as ergueu, mas quando ele as levantou, um pensamento passou pela sua mente, de que poderia haver algo mais na caixa que poderia ser de benefício financeiro para ele”. “Na emoção do momento, ele colocou os registros no chão a fim de encobrir a caixa, pois alguém poderia vir e retirar o que poderia estar ali depositado. Quando ele se voltou para pegar os registros, eles haviam desaparecido, mas ele não sabia para onde nem quais os meios que eles desapareceram. Ele ficou muito preocupado com isso”. “Ele ajoelhou-se e perguntou ao Senhor por que os registros sumiram. O anjo apareceu e disse-lhe que ele não havia feito como fora ordenado, pois ele havia colocado-os no chão para procurar por um tesouro imaginário que restara”. “Depois de alguma conversa, foi então permitido à Joseph que levantasse novamente a pedra e lá ele viu as placas da mesma forma de antes. Ele estendeu a mão para levá-las, mas foi jogado ao chão. Quando ele se recuperou, o anjo havia desaparecido e ele se levantou e voltou para casa." Lucy Mack Smith, Preliminary manuscript of "History of Lucy Smith,” pp. 50-51, LDS archives; see Marquardt and Walters, Inventing Mormonism, pp. 94-95. “... Ele [Joseph] pegou as placas de seu lugar [escondido] e envolveu-as em seu 281
casaco de linho, colocou-as debaixo do braço e partiu para a casa. Depois de andar uma curta distância da estrada, ele concluiu que seria mais seguro caminhar pela floresta. Em um momento ele deparou-se com um campo, onde havia uma grande colheita para atravessar. Ele não tinha caminhado muito nesta direção até que, quando ele estava pulava sobre um tronco, um homem apareceu e deu-lhe um golpe com uma arma. Joseph colocou-o no chão.” Lucy Mack Smith, Preliminary manuscript of Biographical Sketches, p. 72; in Biographical Sketches, 1853, pp. 104-105. [Disseram] “que, no dia 22 de setembro, ele [Joseph] acordasse cedo na manhã e levasse um cavalo da carroça, uma daqueles que ficara durante a noite em sua casa, sem licença; e, juntamente com sua esposa, dirigiu-se à colina que continha o livro”. “Ele deixou sua mulher na carroça, perto da estrada, e foi sozinho para o morro, a uma distância de trinta ou quarenta varas da estrada; ele disse que, em seguida, tirou o livro da terra e bateu-o no topo de uma árvore, e voltou para casa. Ele então foi até a cidade Macedônia para trabalhar”. “Após cerca de dez dias, sugeriram que alguém tinha o seu livro, e sua mulher foi atrás dele. Ele alugou um cavalo e voltou para casa no período da tarde, ficou tempo suficiente para beber uma xícara de chá, e depois foi até o seu livro”. “Encontrou-o seguro, tirou o casaco, envolveu-o nele, colocou-o debaixo do braço e correu até sua de casa, a uma distância de cerca de três quilômetros. Ele disse que pensara que [as placas] pesassem trinta quilos, mas tinha certeza que pesavam 20 quilos”. “Em seu retorno para casa, ele disse que foi atacado por dois homens na mata, e bateu tanto neles que os deixou no chão e fugiu, chegando seguro e garantindo o seu tesouro. - Ele, então observou que, se não fosse por aquela pedra (que ele admitiu que pertencia a mim), ele não teria obtido o livro”. Willard Chase, affidavit, in Howe, Mormonism Unvailed, pp. 245-246.
2 - Calculando o peso das placas de ouro Calculando do peso das placas de ouro Texto traduzido e adaptado de http://www.salamandersociety.com/mormonmath/ O seguinte é uma reconstrução do cálculo original, com alguns refinamentos. Os cálculos estão a seguir: 1. Densidade do ouro: 19,3 gramas por centímetro cúbico (Merck Index, 13th Edition, Whitehouse Station, 282
NJ, Merck e Co., 2001, n. 4529, p 804). O ouro é 1,7 vezes mais denso que o chumbo (11,34 g/cc). Iridium, o elemento mais denso em 22,65 g/cc, é apenas 17 por cento mais denso que o ouro. Uma polegada equivale a 2,54 centímetros, e uma libra é igual a 453,59 gramas. Assim, após alguns cálculos preliminares (não mostrados), vemos que a densidade do ouro é igual a 316 gramas, ou 0,697libras por centímetro cúbico. 2. Páginas de texto no livro de mormon: A edição de 1977 possui 521,25 páginas (página 522 está apenas cerca de 1 / 4 completa). Isso não inclui as fotos na frente, a história de como as placas foram encontradas, os depoimentos das testemunhas, a carta de pronúncia, ou o índice, que provavelmente não estavam no original. Também não inclui as ilustrações de Friberg, que estão em páginas não numeradas . Não existem grandes lacunas ou espaços em branco em todo o texto impresso. 3. Área de texto por página do LdM: 5,5 por 3,5 polegadas. A área real da folha impressa é de 6,0 polegadas de altura, mas podemos subtrair 0,5 polegada da altura do texto como (generosa) estimativa da área de rodapé média por página, uma vez que as notas provavelmente, não faziam parte do texto original. Não está claro se os cabeçalhos dos livros e capítulos, assim como as introduções foram escritos sobre as placas de ouro ou foram adicionados durante ou após a tradução. Talvez algum estudioso SUD possa esclarecer isto. Para este cálculo, vamos assumir que eles estavam incluídos. Se não estavam, o resultado final deve ser menor, mas a diferença será bem pequena - provavelmente menos de cinco por cento. Qualquer pessoa que pretenda medir e somar as áreas de todos os cabeçalhos dos livros e capítulos de uma forma mais precisa, tem a minha permissão para fazê-lo. 4. Área total do texto do LdM: 5,5 polegadas x 3,5 polegadas x 521,25 = 10.034 polegadas quadradas (64735,3544 cm quadrados) de área de texto - incluindo livros e capítulos. IMPORTANTE: Assumimos a área de texto total das placas de ouro foi o mesmo. 5. Dimensões das placas de ouro: De acordo com a legenda de uma ilustração de uma placa de ouro persa na frente do LdM (página não numerada): “Tal como descrito por Joseph Smith, placas do Livro de Mórmon tinham cerca de seis polegadas de largura, oito polegadas tempo, e a espessura comum de estanho”. Estas medidas são muito próximas ao tamanho de uma página do Franklin Planner (8,5 x 5,5 polegadas), mas é provavelmente apenas uma coincidência. Talvez um arqueólogo ou o antiquário Roadshow poderia nos dar uma estimativa confiável para a espessura "comum" em Nova York na década de 1820, mas sem esses dados, nós assumimos que não era inferior a 1/16 de 283
polegada. O ouro pode realmente ser batidos ou desenrolado muito mais fino do que isso, em folhas de apenas alguns milhares de átomos de espessura - mas vamos basear nossa estimativa de acordo com a descrição de Joseph Smith, citada no LdM. 6. Peso de cada placa de ouro: Se tomarmos a espessura comum do estanho de 1/16 polegada (0,0625 polegadas ou 0,15875 cm), temos um volume para cada placa de 6,0 polegadas x 8,0 polegadas x 0,0625 polegadas, ou 3,00 polegadas cúbicas (49,16118 cm cúbicos). Multiplicando isso por 0,697 libras por polegada cúbica para a densidade do ouro (veja acima), temos 2,09 libras (0,9480081 gramas) de ouro por placa. Como treinador de Joseph Smith, Moroni assegurou que Joseph seria capaz de carregar facilmente as placas de ouro.
A placa persa (acima) é indicada como tendo “semelhante” tamanho das placas do LdM, e parece ter margens estreitas, mas distintas. Claramente, tinha que haver uma margem em pelo menos uma borda de cada placa, para permitir o espaço para os buracos e os anéis de ouro. Se assumirmos margens de 1 / 8 polegadas em todos os lados da escrita, temos uma área de texto de 5,75 polegadas por 7,75 polegadas ou 44,6 polegadas quadradas de cada lado. Ainda mais, considerando que as placas foram gravadas em ambos os lados, podemos multiplicar por 2 e obter 89,1 polegadas quadradas (574,83756 cm quadrados) de texto por placa. Esta é uma estimativa generosa. Se não formos tão generosos, assumindo as 4 margens ¼ de polegada, daria em torno de 82,5 polegadas quadradas de texto por placa, uma diferença de cerca de 7,5 por cento. 284
7. Número mínimo de placas requerido: 10.034 polegadas quadradas de texto no LdM dividido por 89,1 polegadas quadradas de texto por placa é igual a 112,58, ou arredondado para o número inteiro seguinte, 113 placas. Com margens ¼ de polegada, o valor mínimo é de 122 placas. Como cada placa tem 1 / 16 de polegada de espessura, a espessura total das placas seria entre 7,06 e 7,62 polegadas (19,3548 cm)- o que certamente é coerente com representações das placas em pinturas e obras de arte SUDs (veja a pintura Friberg n º 8), embora um pouco maior do que a seis polegadas de espessura da estimativa total atribuída por Joseph Smith. 8. Peso da massa das placas de ouro traduzidas: Um número mínimo de 113 placas de ouro (com margens 1/8 polegadas) vezes 2,09 libras por placa dá 236 libras em placas de ouro. Se assumirmos margens ¼ de polegada, temos 122 placas vezes 2,09 libras por placa para dar 255 libras - mais uma vez, uma diferença de cerca de 8 por cento. 9. Pressupostos utilizados: O pressuposto fundamental neste cálculo é que a densidade de informação do texto sobre as placas de ouro era o mesmo que na lista técnica moderna. Creio que isto é bastante razoável. A foto da placa persa fornecida certamente é um bom exemplo do LdM, e considerando que alguém gravou Escrituras Sagradas sobre o ouro, teria muito cuidado no seu trabalho. Assim, o cálculo é muito justo e chegamos a um peso mínimo para as placas de ouro entre 236 e 255 libras (107,0478064 e 115,666062 quilos). 10 - Não se esqueçam das 116 páginas perdidas Se o cálculo do peso foi feito com base no número de páginas do LdM, você também tem que considerar as 116 páginas traduzidas das grandes placas de Néfi e alegadamente perdidas. Isso aumentaria o peso em cerca de outros 22% - talvez mais, se as placas "maiores" eram significativamente maiores. Isso daria um peso de cerca de 300 libras (136 kg), sem a parte selada. Nossa estimativa também não leva em conta o peso dos anéis ouro segurando as placas ou qualquer tipo de capa. Na pintura de Friberg n 8 (LdM, frente p 483), Mórmon aparece segurando as placas de ouro. Há definitivamente o que parece ser uma caixa de algum tipo, presumivelmente, também de ouro, e claramente mais grossa do que 1 / 16 de polegada. Na verdade, é mais da metade da espessura do dedo mínimo de Mórmon, que está bem próximo a ela e, portanto, tem provavelmente cerca de 1/2 polegada de espessura (os indivíduos nas pinturas de Friberg tem grandes mãos). Isso adicionaria ainda mais peso. 11 – Peso final:
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Devemos nos lembrar de que uma parte do registro estava selada (talvez reservada para revelações futuras) e, portanto, não foi traduzido por Joseph Smith. Porém, mesmo estas placas estavam juntas às placas que Joseph levou para casa e traduziu. Considerando que a parte selada correspondia a 2/3 do total (veja figura abaixo e AQUI), temos:
Placas traduzidas + 116 páginas perdidas (1/3 do total) = 300 libras Placas seladas (2/3 do total) = 600 libras (272,1 kg) Total = 900 libras (408,2 kg)
12. Considerações finais. Hesitei em entrar nas profundas implicações teológicas de tudo isso, mas vou sugerir que se o adolescente Joseph Smith ergueu mesmo as placas do buraco onde se encontrava e correu pela floresta levando-as em seus braços, então ele não é exatamente o SUD retratado nas estátuas e pinturas. De fato, ele deve ter sido como Arnold Schwarzenegger.
3 - Joseph Correndo com as Placas de Ouro Texto traduzido e adaptado de MormonThink
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O peso das placas de ouro Críticos da igreja muitas vezes usam o peso das placas de ouro como prova de que a história do Livro de Mórmon não é verdadeira. Eles fazem cálculos complexos para mostrar como placas de ouro, com as dimensões descritas pelas testemunhas, devia pesar uns 120 quilos. No Tanner's Bookstore, em Salt Lake City, foi construída uma réplica das placas de ouro utilizando placas de chumbo, que é mais leve do que o ouro. Eles desafiam os irmãos a levantarem e carregarem as placas ao redor da sala.
As placas de chumbo na Livraria dos Tanners
Os críticos dizem que Joseph não poderia jamais ter carregado e trabalhado com esses pesadas placas de 120 quilos. Ainda, o ouro puro seria muito maleável para ser gravado permanente. A pergunta que fica é: será que as placas eram feitas de ouro puro? As testemunhas descreveram-na como tendo a “aparência de ouro”, porém, mais tarde, descobriu-se que elas NUNCA viram as placas de ouro, apenas as viram “com o espírito” (veja AQUI). O próprio livro de mórmon refere-se a escritos em placas de ouro:
Mosias 8:9: “E como testemunho de que as coisas que disseram são verdadeiras, trouxeram vinte e quatro placas cobertas de gravações; e elas são de ouro puro.” 287
Mosias. 28: 11 “Portanto tomou ele os registros que estavam gravados nas placas de latão e também as placas de Néfi e todas as coisas que guardara e preservara de acordo com os mandamentos de Deus, depois de haver traduzido e ordenado que fossem escritos os registros contidos nas placas de ouro encontradas pelo povo de Lími, as quais lhes haviam sido entregues pelas mãos de Lími;”
Temos também o depoimento de Joseph, que inicialmente disse: “Disse-me que havia um livro escondido, escrito em placas de ouro, que continha um relato dos antigos habitantes deste continente...” (JS-H 1: 34, 64). Porém, o próprio Joseph escreveu mais tarde a John Wentworth que as placas tinham a aparência de ouro: “Esses registros estavam gravados em placas que tinham a aparência de ouro” (História da Igreja, vol. 4, p. 537). Levando-se em conta que realmente essas placas existiram, se fossem de ouro, seu peso seria realmente extraordinário. Porém, apologistas mórmons afirmam que as placas não eram de ouro puro. Caso não fossem de ouro, mas de uma liga metálica de ouro e cobre, por exemplo, o peso total seria, de fato, bem menor. Algumas das testemunhas e pessoas próximas a Joseph deram as suas estimativas quanto ao peso das placas, levantando o recipiente (sempre fechado, obviamente) que as continha ou apenas as supostas placas enroladas em tecidos. Aqui estão todas as declarações encontradas de pessoas que levantaram o recipiente que supostamente continha as placas: William Smith, irmão de Joseph Smith William Smith, um irmão de Joseph que ergueu as placas envoltas em um tecido, afirmou em várias ocasiões que o conjunto de placas pesava cerca de sessenta libras = 27 kg. (Robert F. Smith, The 'Golden' Plates , pp 276 Reexploring the Book of Mormon , ed., John W. Welch ( Salt Lake City: Deseret Book and FARMS, 1992). http://www.mormonfortress.com/gweight.html “Eu não as vi descobertas, mas eu as manipulei e as ergui enquanto envolvidas em um tecido e julguei que elas pesavam cerca de sessenta libras ... o pai e meu irmão Samuel viram como eu o fiz, envoltas no tecido. Assim fizeram também Hyrum e outros da família.” (Zion's Ensign , p. 6, January 13, 1894). (Zion's Ensign, p. 6, 13 de janeiro de 1894). “Foi permitido que eu as levantasse .... Elas pesavam cerca de 27 quilos de acordo com o meu melhor julgamento.” William Smith, William Smith on Mormonism (Lamoni, Iowa: Herald Steam, 1883), 12. “Eu ... julguei que elas pesavam cerca de 27 kg.” William Smith interview with EC Briggs. Originally written by JW Peterson for Zions Ensign ( Independence, Mo.); reprinted in Deseret Evening News , 20 January 1894, 11.
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“Elas eram muito mais pesadas do que uma pedra, e muito mais pesadas do que madeira .... O mais perto que eu poderia dizer, cerca de 30 kg.” William Smith interview, The Saints' Herald , 4 October 1884, 644. Martin Harris “Pesando entre vinte a trinta quilos.” Martin Harris interview, Iowa State Register , August 1870, as quoted in Milton V. Backman Jr., Eyewitness Accounts of the Restoration (Salt Lake City: Deseret Book, 1986), 226. “Eu ergui as placas, e eu sabia pelo peso que eram de chumbo ou de ouro.” “Interview with Martin Harris,” Tiffany's Monthly , May 1859, 169. “Minha filha disse que elas pesavam tanto quanto ela poderia levantar. Estavam agora na caixa de vidro, e minha esposa disse que elas eram muito pesadas. Ambas levantaram-nas.” Martin Harris (Ibid., 168). Irmã de Joseph, Catherine A irmã de Joseph, Catherine, enquanto estava espanando o quarto onde ele estava traduzindo, “ergueu as placas [que estavam cobertas com um pano] e as achou muito pesadas.” –HS Salisbury, paraphrasing Catherine Smith Salisbury IB Bell interview with HS Salisbury (grandson of Catherine Smith Salisbury), Historical Department Archives, the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints Willard Chase Willard Chase também teria dito que as placas pesavam entre 20 e 30 quilos. Robert F. Smith , “The 'Golden' Plates,” Reexploring the Book of Mormon , ed., John W. Welch (Salt Lake City: Deseret Book and FARMS, 1992). Conclusão: Usando apenas as declarações das testemunhas, as placas deveriam pesar cerca de 30 quilos. A habilidade de correr de Joseph Do Manual da Escola Dominical de 2007: “Os Smiths estavam morando em West Lebanon, New Hampshire, quando uma epidemia mortal de febre tifoide atingiu muitas pessoas na comunidade, incluindo todas as crianças da família Smith”. “Enquanto as outras crianças se recuperaram sem complicações, Joseph, que tinha cerca de sete anos, desenvolveu uma grave infecção na perna esquerda”. “O Dr. Nathan Smith, da Dartmouth Medical School, das 289
proximidades de Hanover, New Hampshire, concordou em realizar um novo procedimento cirúrgico para tentar salvar a perna do menino.“(...) “Lascas de parte do osso de sua perna foram retiradas, e a cirurgia foi bem sucedida. Entretanto, Joseph andou durante os vários anos seguintes com muletas, e apresentou sinais de um ligeiro coxear pelo resto de sua vida.” (“The Life and Ministry of Joseph Smith,” Teachings of Presidents of the Church: Joseph Smith , (2007), p XXII) Comentário: Isso explica porque em muitas pinturas de Joseph, ele é mostrado com uma bengala, Uma das bengalas de Joseph está em exposição no Museu da Comunidade de Cristo no Templo de Independence. Joseph salva as placas de três assaltantes Quando as pessoas da cidade onde Joseph vivia descobriram que ele possuía placas de ouro, elas supostamente teriam tentado roubá-las de Joseph, pois placas de ouro eram, evidentemente, muito valiosas. O relato a seguir é, por vezes, ensinado na igreja: “Depois de retirar as placas da caixa de pedra (do monte Cumora), Joseph escondeu– as em um tronco de bétula, até que os preparativos pudessem ser feitos em sua casa para abrigar placas. Só então ele foi resgatá-las. As placas estavam escondidas cerca de cinco quilômetros da casa ... Joseph, ao ir até as placas, retirou-as de seu lugar secreto, e envolveu-as em sua túnica de linho, colocou-as debaixo do braço e partiu para casa. Depois de caminhar uma curta distância, ele pensou que seria mais seguro deixar a estrada e ir pelo bosque. Após certa distância da estrada, ele chegou a uma grande plantação, e quando ele estava pulando sobre um tronco, um homem surgiu atrás dele e lhe deu um duro golpe com uma arma. Joseph virou-se e o derrubou, depois correu o mais rápido que pôde. Cerca de um quilômetro à frente, ele foi atacado novamente da mesma maneira como antes, e bateu neste homem da mesma maneira que fez com o primeiro, e correu de novo. Antes que ele chegasse em casa, foi assaltado pela terceira vez. No último golpe, ele deslocou o polegar, o que, porém, não percebeu até que avistou sua casa, quando ele se jogou no canto da cerca, a fim de recuperar o fôlego. Assim que ele conseguiu, levantou-se e entrou na casa.” (Lucy Mack Smith, mother of Joseph Smith, in Biographical Sketches of Joseph Smith the Prophet, 1853, pp. 104-105; Comp. reprinted edition by Bookcraft Publishers in 1956 under the title History of Joseph Smith by His Mother, pp. 107- 108) Willard Chase contou uma história semelhante, mas, basicamente, com alguns detalhes diferentes: Chase lembrou a história que Smith disse a ele, que é semelhante ao da contada pela mãe de Smith e por seu amigo Joseph Knight . “Que no dia 22 de setembro, ele se levantou de madrugada, e pegou uma charrete e um cavalo, de alguém que tinha passado a noite em sua casa, sem autorização ou licença e, juntamente com sua esposa, dirigiu-se ao morro que continha o livro. Ele deixou a esposa na charrete, perto da estrada, e foi sozinho para o monte, a uma distância de 10 ou 12 metros da estrada. Ele disse que pegou o livro do chão e 290
escondeu-o no topo de uma árvore, e voltou para casa. Ele então foi para a cidade da Macedon para trabalhar. Após cerca de dez dias, tendo sido sugerido que alguém havia pegado seu livro, sua mulher foi atrás dele. Ele alugou um cavalo e foi para casa à tarde, tranquilo o suficiente para beber uma xícara de chá, e então foi pegar seu livro. Encontrou-o seguro, tirou sua túnica, envolveu-o ecolocou-o debaixo do braço, e correr todo o caminho, uma distância de cerca de quatro quilômetros. Ele disse que o livro parecia pesar 30 quilos, mas certamente tinha 20 kg. Em seu retorno para casa, ele disse que foi atacado por dois homens na mata, nocauteou os dois e fugiu, chegando são e salvo com o seu tesouro. Em seguida, ele observou que, se não fosse por essa pedra (que ele reconheceu que pertencia a mim), ele não teria obtido o livro.” O problema Se nós acreditarmos na história da mãe de Joseph, então surgem alguns problemas óbvios:
Como pode alguém, principalmente um homem que tinha um leve coxear, correr com um peso de 30 kg e evitar ser capturado por três assaltantes? A corrida através da floresta foi de cerca de 4 km, como Joseph indicou acima.
É inconcebível que alguém pudesse correr carregando um conjunto de placas de metal de 30 kg, saltar sobre troncos e ser capaz de superar três homens por cerca de 2 a 3 km, que estavam empenhados em tomar as placas de Joseph. E tudo isso feito por um jovem que, por ter um ligeiro coxear, teria dificuldades em correr a alta velocidade durante uma longa distância, especialmente carregando um peso de 30 kg.
Ouvimos que um treinador de futebol fez a experiência, para provar que tal poderia ser feito. Porém ele só usou um peso de 10 kg e foi apenas relativamente bem sucedido por uma distância limitada.
Existe uma grande diferença entre um peso de 10kg e 30 kg. Podemos garantir que se você tomar um homem normal, saudável, ainda mais forte do que a média dos jovens, como Joseph supostamente era (e ainda com as pernas saudáveis, onde não haja nenhum coxear) e pedir que ele corra com pesos de 30 kg, mesmo que apenas por 1,5 km, praticamente todos os três homens que o perseguiam poderiam alcançálo rapidamente.
Recentemente, vários alunos tentaram esta experiência com uma pesos de 30 kg. E foi muito fácil alcançar a pessoa que estava carregando o peso. Eles colocaram a sua experiência no youtube.
Veja o vídeo.
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Joseph não reivindicou que uma força sobre-humana divina fora lhe dada na ocasião, nem qualquer ajuda angelical. Assim, como isso poderia ter acontecido? Se aceitarmos essa história, ensinada na igreja como fato, parece óbvio para todos, exceto para os mórmons, que há algo errado com esta história. Embora esta história não seja tão significativa para a Igreja, há um velho ditado “se não posso acreditar em alguém nas pequenas coisas, como poderei acreditar nas grandes coisas?” Nossos comentários: Como tantas outras histórias, para promover a fé, ensinadas dentro da igreja, não temos a história escrita pessoalmente por Joseph. Porém, tantas testemunhas independentes relataram ter ouvido esta história, que não há dúvidas de que Joseph realmente disse ter sido atacado enquanto estava levando as placas para sua casa.
A melhor fonte é Early Mormon Documents (EMD) por Vogel. EMD vol 1 inclui as histórias de Orson Pratt (p. 158), Lucy Mack Smith (pp. 335-36), e Smith Katharine (pp. 524-26). EMD vol 2 inclui as histórias de Willard Chase (p. 71), Saunders Benjamin (pp. 137-38), e Martin Harris (pp. 306-7).
Como essas pessoas contavam histórias similares de forma independente, a fonte parece ser claramente o próprio Joseph. Uma vez que Joseph estava sozinho na floresta (exceto os alegados perseguidores), de que outra forma a história poderia ter se originado, se não do próprio Joseph? Alguns dos detalhes variam nas histórias, mas podemos determinar o seguinte:
Joseph foi atacado por dois ou três homens. 292
Joseph caminhou certa distância através do bosque, levando as placas de ouro que pesavam cerca de 30 quilos Joseph chegou em segurança para casa com as placas.
Porém, não sabemos os detalhes do que exatamente aconteceu nos ataques, quão poderosos eram seus atacantes, quanto tempo ele levou para chegar até sua casa e quanto ele correu sem parar carregando as pesadas placas. Intuitivamente, ao ouvir o relato descrito pela mãe de Joseph, tentamos recriar a cena em nossa mente: imagine um menino carregando um peso de 30 quilos, um homem aparecendo repentinamente, atacando-o para roubar as placas, e esse menino sendo capaz de derrubá-lo! Será que o homem simplesmente desistiria e iria embora? E então o segundo homem ataca o menino mas desiste. E então, talvez, um terceiro homem também ataca Joseph e simplesmente vai embora! Alguns de nós temos dificuldade em imaginar que um menino não ficaria completamente exausto correndo pela floresta com tal peso, lutando contra os ladrões e, de alguma forma, ainda impedir que as placas fossem tomadas por repetidos ataques, especialmente depois de deslocar o seu polegar no último ataque. E sobre os ladrões: eles não iriam juntar forças para mais facilmente dominar o menino ou cada um simplesmente iria embora em silêncio, sem alertar o(s) outro (s)? Eu me pergunto como cada um sabia onde procurar Joseph naquele bosque, ao mesmo tempo, e ainda não estarem juntos? Eu sei que se eu fosse incapaz de roubar alguma coisa de um rapaz carregando um tesouro magnífico, eu pelo menos o seguiria para ver o que aconteceria com o tesouro. Além de escapar, lembremos que, de acordo com Lucy, um dos homens “deu-lhe um pesado golpe com uma arma”. Como poderia tal homem com uma arma não ser capaz de roubar Joseph, que estava desarmado? Esta história certamente causa sérios problemas de credibilidade para a igreja, lançando dúvidas, bem como sobre outras narrativas mais fundamentais da igreja, que são essenciais para as alegações de que ela foi restaurada por Joseph Smith. Referências
http://www.hismin.com/gold_plates.htm http://www.utlm.org/newsletters/no105.htm http://www.salamandersociety.com/mormonmath/ http://www.mrm.org/topics/book-mormon/how-heavy-were-those-gold-plates http://www.lightplanet.com/mormons/book_of_mormon/plates.html Book of Mormon anachronisms/Gold plates http://www.lightplanet.com/mormons/book_of_mormon/plates.html http://www.mormonfortress.com/gweight.html http://www.xmission.com/~research/about/inven2.htm
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Origem
1- Plágio 1 Plágio de Joseph Smith relativo ao livro de mórmon - ele de fato ocorreu? O apóstolo Orson Pratt fez o seguinte pronunciamento em relação ao livro de mórmon: “O livro de mórmon deve ser ou verdadeiro ou falso. Se verdadeiro, é uma das mensagens mais importantes enviadas de Deus... se é falso, é a imposição mais enganosa, audaz e mais mentirosa que já existiu no mundo, calculada para enganar e arruinar milhões... A natureza do livro de mórmon é tal, que se verdadeira, ninguém pode ser salvo se rejeitá-lo; se for falso, ninguém pode ser salvo e aceitá-lo... se, após um rígido exame, for descoberto ser uma imposição, deve ser publicado em todo o mundo como tal; as evidências e argumentos nos quais as imposições foram detectadas devem ser claramente e logicamente anunciadas, aqueles que foram sinceramente, ainda que infelizmente enganados, devem perceber a natureza do engano e clamarem isso, e aqueles que continuarem publicando esse engano devem ser expostos e silenciados... por argumentos fortes e poderosos – por evidências trazidas das escrituras e da razão...” (Orson Pratt's Works, Divine Authenticity of the Book of Mormon, Liverpool, 1851, pp. 1, 2.) A mãe de Joseph declarou, muito antes de Joseph ter recebido as placas de ouro, que ele já estava ciente das histórias que elas continham: “Durante nossas conversas à tarde, Joseph ocasionalmente nos dava algumas descrições, das mais incríveis que se possa imaginar. Ele descrevia os habitantes antigos deste continente, suas roupas, a forma de viajarem, e os animais que eles cavalgavam; suas cidades, seus prédios com todas as suas particularidades; suas formas de combates com os inimigos; e também suas adorações religiosas. Ele fazia isso de uma maneira tão fácil, parecendo que ele tinha passado toda a sua vida entre eles.” (Lucy Smith, Biographical Sketches, p. 85) Joseph contava essas histórias antes de seu irmão Alvin morrer, em novembro de 1823. Ele apenas receberia as placas em setembro de 1827. De onde veio toda essa informação tão específica? Não há nenhum registro que sequer indique que, durante os encontros anuais com o anjo Morôni, esses detalhes lhe foram revelados. Qual seria a fonte destas informações, além de sua mente fértil? Um monte indígena que se situava no oeste de Nova York era uma fonte constante de especulação, quando Joseph ali cresceu. Havia uma lenda muito comum de que o oeste de Nova York e Ohio havia sido um local de uma terrível luta e que os montes eram, na verdade, cemitérios de uma nação inteira. Em 1821, um jornal de Palmyra afirmou que os que cavaram o Canal Erie (próximo ao local citado) desenterraram “várias placas de latão” junto a esqueletos e fragmentos de cerâmica. (Fawn Brodie, No Man Knows My History, pp. 35-36)
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Outra teoria, muito popular na época de Joseph, era que os nativos americanos eram descendentes dos hebreus. Os pregadores mais conhecidos dos EUA William Penn, Roger Williams, Cotton Mather, Jonathan Edwards – já haviam exposto esta teoria. Um rabino judeu, M.M. Noah resumiu os paralelos entre as culturas hebraicas e os costumes indígenas no jornal da cidade de Joseph, em 11 de outubro de 1825. Sem dúvidas, Joseph tinha acesso ao jornal Wayne Sentinel, pois em 11 de agosto de 1826, seu pai estava em uma lista de assinantes do jornal, e devia US$5.60 (Fawn Brodie, No Man Knows My History, 45-46)
Ethan Smith foi um ministro da igreja Congregacional em Poultney, Vermont, entre 1821 e 1826, quando escreveu View of the Hebrews. Foi primeiramente publicado em 1823 (o livro de mórmon foi publicado 6 anos depois, em 1829). O interessante é que Oliver Cowdery, que foi um dos escribas e testemunha do livro de mórmon, viveu em Poultney por 22 anos até 1825. A madrasta de Cowdery e três de suas irmãs eram membros da congregação de Ethan Smith.
Porém, é importante ressaltar que não existem evidências diretas que provem ou desaprovem que Joseph Smith tenha lido View of the Hebrews. Outro livro, The Wonders of Nature and Providence Displayed, estava na biblioteca local de Manchester (5 milhas da casa de Joseph) e os arquivos mostram que ele foi constantemente consultado durante os anos de 1826 e 1828. Este livro inclui uma longa seção do livro de Ethan Smith e tenta estabelecer a origem hebraica dos americanos nativos.
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A teoria de Ethan Smith da origem dos indígenas é exatamente a mesma daquelas que formam o coração da história do livro de mórmon: “Israel trouxe a este novo continente um grau de civilização considerável; e a melhor parte é que eles trabalharam muito para mantê-lo. Mas outros começaram a caçar e consequentemente caíram em um estado selvagem; aquelas hordas de bárbaros invadiram as cidades mais civilizadas e consequentemente aniquilaram a maior parte delas, e tudo nestas regiões do nordeste!” (View of the Hebrews, p. 184) Ethan Smith também falou sobre a lenda que supostamente veio de um chefe indígena, dizendo que eles: “não tinham mais o livro que eles antes tinham preservado por um longo tempo. Mas tendo perdido o conhecimento de lê-lo, eles concluíram que ele [o livro] não seria mais para seu uso; então eles o enterraram com um chefe indígena.” (View of the Hebrews, p. 223) Que Joseph Smith sabia da lenda está claro, pois ele a citou no jornal da igreja, muitos anos depois, como evidência da acurácia histórica do livro de mórmon. (Times and Seasons, Nauvoo, Illinois, Vol. 3 (June 1, 1842), pp. 813-814) Considerando as similaridades entre o livro de mórmon e View of the Hebrews, o seguinte resumo foi feito pelo Elder B. H. Roberts: Livro de Mórmon Tem os israelitas como a origem dos indígenas das américas. Fala sobre a destruição de Jerusalém e a dispersão de Israel. Fala sobre a futura reunião de Israel e a restauração das dez tribos Enfatiza e usa muito das profecias de Isaias, incluindo capítulos completos. Faz um apelo especial aos gentios do Novo Mundo – especialmente ao povo dos USA para se tornarem pais e mães de Israel na américa, e que havia grandes promessas às naçõe gentias que ocupasse essas terras, se se submetessem ao programa divino. O povoamento do Novo Mundo ocorreu devido à migração do Velho Mundo. A migração dos Jareditas aconteceu “naquela região onde nunca houve nenhum homem”. A colônia chega em um vale onde há um grande rio. As pessoas viajaram para o norte e encontraram mares e muita água no seu longo percurso. O motivo de sua jornada era religioso. Eter está muito interessado em registrar o que acontece. Os nefitas são divididos em dois grupos, um civilizado e outro dado à caça selvagem e estilo de vida indolente, que os levou ao barbarismo. Guerras grandiosas e ineficientes acontecem entre nefitas e lamanitas.
View of the Hebrews O mesmo O mesmo O mesmo O mesmo
O mesmo
O mesmo O povo que migra vai à um país onde “naquela região onde nunca houve nenhum homem”. A colônia chega em um vale onde há um grande rio. As pessoas viajaram para o norte e encontraram mares e muita água no seu longo percurso. O motivo de sua jornada era religioso. Ethan está muito interessado em registrar o que acontece. As tribos perdidas dividem-se em dois grupos, um ligado às artes e responsáveis pela civilidade, e outro dado à caça selvagem e estilo de vida indolente, que os levou ao barbarismo. Guerras grandiosas e ineficientes acontecem entre os povos civilizados e bárbaros.
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No final, os lamanitas exterminam os nefitas (o mesmo tendo acontecido com os Jareditas, antes deste grupo). Os civilizados desenvolveram uma cultura de artes, de escrita e de conhecimento com uso de ferro e outros metais, assim como a arte da navegação. Unanimidade da raça – os hebreus e mais nenhuma raça foram os habitantes das américas antigas. Os povos do livro de mórmon acreditaram ter ocupado toda a extensão do continente Americano. A lingual original desse povo era o hebraico. Joseph Smith usou um instrumento para traduzir o LdM chamado Urim e Tumim, descrito como duas pedras e um peitoral. Admite a existência de idolatria e sacrifícios humanos. Os profetas exaltam à generosidade aos pobres e denuncia o orgulho. A poligamia também é denunciada sob certas condições, como as praticadas por Davi e Salomão.
No final, os selvagens exterminam os civilizados. O mesmo O mesmo Com uma possível exceção dos esquimós, o povo hebreu acreditou ter ocupado toda a extensão do continente Americano. A lingual indígena tinha uma única origem – o hebraico. View of the Hebrews descreve entre vários instrumentos encontrados, um peitoral com duas pedras brancas semelhantes à chifre de boi unidas, “imitando as pedras preciosas do Urim”. O mesmo. Generosidade aos pobres é exaltada e o orgulho e poligamia são denunciados.
Escritos sagrados e perdidos seriam restaurados aos lamanitas, assim como as bênçãos de Deus, nos últimos dias.
As tradições indígenas do “Livro Perdido de Deus” e sua restauração aos índios, assim como as “bênçãos” perdidas do Grande Espírito são citados.
Os registros sagrados foram escondidos ou enterrados por Moroni, uma característica que correspondia às tradições deste povo no monte Cumora.
O livro sagrado de Ethan Smith foi enterrado com um “grande pregador”, “mantenedor da tradição sagrada”.
Citações de fortificações militares extensas, erguidas por vastas áreas e com torres militares de vigia aqui e acolá.
Citam oratórios ou as torres sagradas.
O mesmo povo do LdM faz uma mudança de um governo monárquico para uma forma democrática. Os poderes civis e eclesiásticos estão unidos na mesma pessoa no governo democrático. Lehi, o primeiro profeta ensina que a existência de oposição é necessária em todas as coisas – moralidade oposta à fraqueza, o bem ao mal, a vida à morte, e assim em diante. O evangelho foi pregado entre os antigos habitantes das américas. O LdM traz um Messias ressurreto ao Novo Mundo, dando ao povo o um ministério, discípulos e igreja .
Citações de fortificações militares extensas ligando cidades através dos grandes territórios de Ohio e Mississippi, com torres militares de vigia aqui e acolá. Descreve as torres sagradas ou “lugares altos”, algumas vezes devotados à verdadeira adoração, em outros momentos como locais de idolatria. Parte dos habitantes do livro faz uma mudança de um governo monárquico para uma forma democrática. O mesmo Alguns povos do livro de Ethan Smith acreditavam na luta constante entre os bons e maus princípios pelos quais o mundo é governado. No livro, Ethan Smith fala do evangelho ter sido pregado na América antiga. O livro de Ethan Smith mostra, em detalhes consideráveis, a história do herói da cultura mexicana – Quetzalcoatl – que em muitos aspectos, é semelhante à Cristo.
Elder Roberts fecha estes paralelos com a seguinte questão: “Estes numerosos e importantes pontos de semelhança e de sugestivo contato podem ser meras coincidências?” (B. H. Roberts, Studies of the Book of Mormon, (University of Illinois Press, 1985), p. 242) 297
Joseph também usou a Bíblia literalmente ao criar o livro de mórmon. Aproximadamente 25.000 palavras consistem em passagens do Velho Testamento, principalmente os capítulos de Isaias que Ethan Smith menciona em View of the Hebrews. Outras 2.000 palavras foram retiradas do Novo Testamento. (Fawn Brodie, No Man Knows My History, p. 58) Parece que Joseph também plagiou seu pai. Por muitos anos, sua mãe expôs os detalhes de vários sonhos de seu marido e um desses foi totalmente incorporado no livro de mórmon como uma visão de Lehi, o pai de Nefi. Vejamos as características em comum: A visão de Lehi (livro de mórmon, 1 Nefi 8 -1830) … vi que eu estava num escuro e triste deserto… ...vi uma árvore cujo fruto era desejável para fazer uma pessoa feliz... me aproximei e comi de seu fruto; e vi que era o mais doce de todos os que já havia provado... comecei a desejar que dele também comesse minha família... vi um rio de água...E vi uma barra de ferro que se estendia pela barranca do rio e ia até a árvore onde eu estava... … um grande e espaçoso edifício... E estava cheio de gente, tanto velhos como jovens, tanto homens como mulheres; e suas vestimentas eram muito finas; e sua atitude era de escárnio e apontavam o dedo para aqueles que haviam chegado e comiam do fruto
Sonho de Joseph Smith, Sr. (Lucy Smith: Biographical Sketches, pp. 58-59) Eu pensei estar viajando em um campo aberto e desolado, que parecia muito estéril... …uma árvore, como eu nunca tinha visto antes… eu achei [o fruto] delicioso, além de qualquer descrição. Enquanto eu o comia, eu senti em meu coração: “Eu não posso comê-lo sozinho, devo trazer minha esposa e filhos” … Eu observei um lindo riacho, que corria do leste para o oeste… eu podia ver uma corda grossa que acompanhava sua borda... Eu observei uma construção espaçosa… cheia de pessoas, que estavam belamente vestidos. Quando essas pessoas nos observaram no vale, sob a árvore, apontaram seus dedos de escárnio para nós.
2 - Plagio 2 Problemas do Livro de Mórmon - Cópia da Bíblia - erros e contradições É evidente que Joseph Smith usou várias fontes em sua monumental obra. Uma destas foi o próprio ambiente onde viveu, especificamente a intensa especulação sobre a origem dos americanos nativos, que incendiou a imaginação coletiva do começo do séc. XIX na Nova Inglaterra. Outros livros, lendas e publicações também foram usados extensamente por Smith. Mas uma das fontes mais conhecidas que usou para fazer o Livro de Mórmon foi a Bíblia King James [N. do T.: A Bíblia King James, ou Bíblia do Rei Tiago, é a maior Bíblia inglesa. Era a Bíblia vigente na época de Smith em inglês. Em português tem sua equivalente na Almeida Corrigida e Fiel, que segue exatamente a mesma tradução Rei Tiago]. É um fato inegável que o Livro de Mórmon cita a Bíblia. Este fato é reconhecido no próprio Livro, em frases como: ”... agora eu, Néfi, escrevo mais das palavras de Isaías, pois que minha alma se deleita em suas palavras.” (II Néfi 11:2). O Livro de Mórmon contém longas citações de Isaías - há cerca de vinte e um capítulos do profeta no Livro, em muitos casos, citados literalmente da versão do Rei Tiago.
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Os dois grandes blocos de capítulos de Isaías (2-14 e 48-54) estão distribuídos entre quatro livros (1 Néfi, 2 Néfi, Mosias e 3 Néfi). Também, Isaías 29 é citado em 2 Néfi.
A seguinte relação mostra onde os vinte e um capítulos de Isaías são encontrados no Livro de Mórmon:
Isaías Isaías Isaías Isaías Isaías Isaías Isaías
2-14 em 2 Néfi 12-24 29 em 2 Néfi 27 48-49 em 1 Néfi 20-21 50-51 em 2 Néfi 7-8 52 em 3 Néfi 20 53 em Mosias 14 54 em 3 Néfi 22
13 capítulos 1 capítulo 2 capítulos 2 capítulos 1 capítulo 1 capítulo 1 capítulo
Versículos adicionais de Isaías, na maior parte dos mesmos capítulos citados na relação acima, estão distribuídos por todo o Livro de Mórmon: Isa 5:26 * em 2 Néfi 29:2 Isa 11:5-9 em 2 Néfi 30:11-15 Isa 22:13 * em 2 Néfi 28:7-8 Isa 28:10.13 * em 2 Néfi 28:30 Isa 29:5 * em 2 Néfi 26:18 Isa Isa Isa Isa Isa Isa Isa Isa Isa Isa
29:15a * em2 Néfi 28:9b 40:3 * em 1 Néfi 10:8 49:22 * em 1 Néfi 22:8; 2 Ne 6:6 49:23 em 2 Néfi 6:7 52:1a * em Morôni 10:31 a 52:7 * em 1 Néfi 13:37; Mosias 15:14-18 52:8-10 em Mosias 15:29-31; 3Néfi 16:18-20 52:12 * em 3Néfi 21:29 53:8.10 * em Mosias 15:10-11 55:1 * em 2 Néfi 26:25
Isa 11:4 em 2 Néfi 30:9 Isa 11:11a * dentro 2 Néfi 25:17a; 29:1b; cf 25:11 Isa 25:12 * em 2 Néfi 26:15 Isa 29:3-4 * em 2 Néfi 26:15-16 Isa 29:14a * em 1 Néfi 14:7a; 22:8a; 2 Néfi 25:17b; 29:1a Isa 29:21b * em 2 Néfi 28:16a Isa 45:18 * em 1 Néfi 17:36 Isa 49:23a * em 1 Néfi 22:8b; 2 Néfi 10:9a Isa 49:24-26 em Néfi 2 6:16-18 Isa 52:1-2 dentro 2 Néfi 8:24-25 Isa 52:7-10 em Mosias 12:21-24 Isa 52:10 * em 1 Néfi 22:10-11 Isa 52:13-15 * dentro 3 Néfi 21:8-10 Isa 54:2b * em Morôni 10:31a Isa 55:1-2 em 2 Néfi 9:50-51
* passagens de Isaías que foram parafraseadas no Livro de Mórmon.
Nestas passagens citadas de Isaías, aproximadamente um terço dos versículos têm grandes diferenças quando comparado a Versão da Bíblia do Rei Tiago - isto é, mudanças ou adições do texto que mudam significativamente o sentido do versículo. Outro um terço dos versículos de Isaías no Livro de Mórmon tem frases menores ou mudanças na pontuação que não alteram o sentido do versículo; e um terço é exatamente o mesmo que corresponde às passagens bíblicas. O âmbito do problema Há uma grande quantidade de material da Bíblia que pode ser facilmente reconhecida no Livro de Mórmon. Este inclui os profetas Isaías e Malaquias do Velho Testamento, e o Sermão da Montanha (Mt. 5-7) do Novo Testamento. Também pode se mostrar que o Livro de Mórmon contém um número extraordinário de citações bíblicas desconhecidas. É difícil precisar o número exato, mas pode-se dizer que passe de cem. 1 299
O Novo Testamento é de longe a maior fonte destas citações. Dos vinte e seis livros do Novo Testamento, vinte deles estão representados por uma ou mais citações no Livro de Mórmon.
O Velho Testamento também dá um pequeno número de citações desconhecidas. Entre estas citações há de Gênesis, Êxodo, Jó, Miquéias, Oséias e Salmos. Citações reconhecidas Das citações reconhecidas, Isaías dá a maior quantidade de material. Em geral, este material é citado quase literalmente da Versão do Rei Tiago 2 . Algumas passagens, porém, mostram que foram bastante alteradas. Por exemplo, Smith alterou Isaias 29:11-12 (11 - Por isso toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não posso, porque está selado. 12 - Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler.) para transformar o texto numa “profecia” sobre a vida de Anton. (II Néfi 27:15 e seguintes). As mudanças que foram feitas no texto são várias. Em geral, a maioria das mudanças acontece nas palavras em itálico do Rei Tiago (que os tradutores do Rei Tiago usaram para mostrar que a tradução não estava no original do texto). Porém, Smith deixou ou modificou as palavras em itálico. Em alguns casos, as mudanças no texto levaram a leituras impossíveis.
Por exemplo, II Néfi 19:1 adiciona as palavras “mar Vermelho” em Is. 9:1, o que não faz sentido nenhum no contexto geográfico.
[N. do T.: O Livro de Mórmon, neste versículo cita Isaías exatamente igual à Versão do Rei Tiago, palavra por palavra. A edição brasileira do LdM de 1975, segue EXATAMENTE o inglês, palavra por palavra, assim como a edição brasileira da Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, que é traduzida literalmente do inglês. Nem mesmo a Bíblia Almeida Corrigida e Fiel é tão parecida com o RT. A Nova Bíblia na Linguagem atual já adiciona “mar Mediterrâneo”, uma adição que não está no original, é claro, mas explica bem melhor que “mar Vermelho”]. Em vários casos, o Livro de Mórmon segue os erros de tradução do Rei Tiago. No versículo citado, por exemplo, Is. 9:1 deveria ler “'glorioso” em vez de “seriamente”. O Livro de Mórmon comete o mesmo engano. Dois capítulos do profeta Malaquias são citados por Jesus em III Néfi 24 e seguintes. A citação é quase literal à da Versão do Rei Tiago, com algumas variações menores. O Livro de Mórmon também põe o Sermão da Montanha na boca de Jesus em III Néfi 12:3 e seguintes. De novo, a citação é quase literal ao RT, com algumas pequenas mudanças, possivelmente para retirar referências anacrônicas (ainda que o autor não teve sucesso completo nisto.) Citações incompatíveis com a realidade histórica 1 - Em I Nefi 7:2, aparece um judeu por nome de Ismael.
Refutação: Dificilmente um judeu colocaria o nome do pai de uma tribo rival em seu filho. Ismael era filho de Hagar com Abraão, e sua descendência, os ismaelitas, tornou-se rival dos israelitas. 300
2 - O Livro de Mórmon afirma que os índios americanos são descendentes dos Lamanitas que por sua vez vieram dos semitas hebreus.
Refutação: Os antropólogos e geneticistas têm provado que os índios americanos não tem nada a ver com descendência semita, são mongoloides.
3 - O livro de Mórmon afirma que existiram grandes civilizações na América, textos como: Mórmon 1:7, Jarom 1:8, II Nefi 5:15, Éter 9:17-19 provam isso:
Refutação: Contudo a arqueologia não encontrou nenhum vestígio de tais civilizações que comprovem a veracidade do Livro de Mórmon Citações anacrônicas
De interesse particular são as citações que aparecem muito tempo antes das fontes serem escritas. Estes incluem várias centenas de citações e alusões do Novo Testamento, como também um anacronismo do Velho Testamento. Malaquias 4:1-2 é citado várias vezes em I e II Néfi (Veja I Néfi 22:15 e II Néfi 26:4, por exemplo). O problema é que Lehi e sua família supostamente deixaram Jerusalém antes da conquista babilônica - Malaquias, porém, foi um profeta do pós-exílio.
Portanto, qual seria a explicação para o Livro de Mórmon citar repetidamente o Novo Testamento antes que fosse escrito, e por que cita os erros da tradução do Rei Tiago (RT - em português, a Almeida CF) com seus arcaísmos e vários anacronismos?
A teoria que o mesmo Espírito que inspirou os hebreus inspirou os profetas nefitas é muito imaginativa. Assim como a teoria que Smith copiou o RT porque era muito próxima à passagem que ele estava “traduzindo”.
Oras, segundo os mórmons, se a Bíblia é tão falha, por que copiar grandes partes dela, palavra por palavra, em vez de traduzi-la da fonte fidedigna que Joseph Smith tinha em mãos?
Na realidade, tudo isto não parece ser pouco mais que simples cópias, e as falhas podem ser demonstradas. Por exemplo, o Novo Testamento foi escrito em grego antes da tradução da Versão do Rei Tiago. O mesmo Espírito que inspirou os hebreus, inspirou os nefitas numa linguagem que eles não poderiam entender como o grego? Essa é a única explicação, embora incrível, sobre a influência da língua grega nas partes do Livro de Mórmon que são citadas do NT do RT. Alguns outros exemplos de citações anacrônicas: 1 - Em I Nefi 4:9 e 16:18, aparece uma espada de aço.
Refutação: A ciência nos diz que nessa época ainda não existia o aço, mas somente o bronze.
2 - Em I Nefi 16:10,28 e 18:12, no livro de mórmon, aparece uma bússola. 301
Refutação: A Bússola ainda não existia no ano 589 a.C. Seu uso como instrumento de orientação só é comprovado no século XII. Por volta de 1300 se registraram as primeiras referências a seu uso entre os árabes e na Europa.
3 - Em I Nefi 18:25, Nefi alega que chegando a “terra abundante”, o nome que Smith deu para a América, encontraram ali cavalos, bois, cabritos [Enos 1:21], etc...
Refutação: A maioria desses animais não existiam ali até os ingleses os levarem. Os espanhóis foram os primeiros a levarem cavalos para o México.
4 - Smith usa a palavra judeu, 600 anos antes de Cristo [I Nefi 13:23 e II Nefi 33:8]
Refutação: O nome “judeu” naquela época não tinha nenhum significado ainda para os hebreus que eram chamados de Israelitas. 5 - No livro de Ômni 1:25 e também em Alma 9:21, o escritor insta o povo e o rei a acreditarem no “dom de línguas” e no dom de “interpretação de línguas”. Refutação: Este livro alega ser de 323-130 AEC. Mas como poderia existir tal dom nesta época se a Bíblia diz que o Espírito Santo e estes dois dons foram dados somente no dia de Pentecostes [33 EC]? Há de se esclarecer ainda que estes dois dons são exclusivos da época neotestamentaria. Todos os demais dons do Espírito se encontram de maneira esparsa no AT, menos estes dois, o que torna impossível biblicamente esta afirmação do livro de Mórmon.
6 - No livro de Helamã 12:26 é citado um versículo do NT como se este já existisse 6 anos antes de Cristo nascer: “Sim, que serão condenados a um estado de infindável miséria, em cumprimento às palavras que dizem: Os que praticaram o bem terão vida eterna; e os que praticaram o mal terão condenação eterna.”
Refutação: Essas palavras constam do Evangelho de João que foi escrito no fim do primeiro século (ano 90) “os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (João 5:29)
7 - Em Alma 46:13-15, diz que os seguidores de Cristo eram chamados de cristãos. E os que pertenciam a Igreja eram fiéis; sim, todos os que eram crentes verdadeiros em Cristo tomando sobre si alegremente o nome de Cristo, ou seja, de cristãos, como eram chamados em virtude de sua crença no Cristo que havia de vir.” (v.15)
Refutação: É tão vergonhoso este erro, que chega a ser gritante. Tal episódio é datado no livro de Mórmon em 73-72 AEC. Como isto poderia ocorrer se a Bíblia diz claramente que os discípulos foram chamados de cristãos pela PRIMEIRA VEZ em Antioquia? Observe; “e em Antioquia os discípulos PELA PRIMEIRA VEZ foram chamados cristãos.” (Atos 11:26)
8 - Um dos anacronismos mais interessantes: o livro de Jacó, escrito em 500 AEC, no capítulo 7, versículo 27, termina com a frase: “irmãos, adieu”. (veja o LdM original de 1830: http://www.inephi.com/143.htm)
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Refutação: Adieu é uma palavra da língua francesa, que não existia nesse período. Os mórmons afirmam que o inglês também não existia na época em que o livro de Jacó foi escrito, e que Joseph usou a palavra propositadamente.
Mas, de acordo com David Witmer 10, a tradução do livro de mórmon ocorreu da seguinte forma: quando Joseph Smith colocava o rosto no chapéu com a pedra do vidente, “algo parecido com um pergaminho aparecia”. Os hieróglifos apareciam um de cada vez, com a interpretação em inglês abaixo deles. Joseph Smith a lia e Oliver Cowdery, ou quem quer que fosse o secretário, a escrevia. Se tivesse sido escrito corretamente, o sinal ou a frase desaparecia. Se não, permanecia até ser corrigida. Isto significa que cada letra, cada sinal, era exatamente o que Deus havia dito, letra por letra, palavra por palavra. Não podia haver erro porque o sinal ou palavra não desaparecia até que estivessem cem por cento exatas.
Portanto, isso daria espaço para que Joseph Smith introduzisse uma palavra francesa, de acordo com sua interpretação? Certamente não!
Para reforçar essa ideia, Joseph F. Smith, sexto presidente da igreja mórmon declarou: “Joseph não reproduziu o escrito das placas de ouro na língua inglesa em seu próprio estilo como muitos creem, mas cada palavra e cada letra foram-lhe dadas pelo dom e poder de Deus.”11.
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O que sabemos é que o impacto da descoberta foi tão grande, que estima-se que cerca de 5 milhões de membros abandonaram a igreja. Literalmente, disseram adieu. Logo em seguida, as publicações do LdM apareceram com a palavra trocada por adeus. Palavras e frases usadas no contexto da Bíblia
Há um número bastante grande de palavras que só aparecem no contexto do RT. A implicação aqui é que estas palavras são o resultado de citações bíblicas, e simplesmente não é uma parte coincidente do vocabulário do autor. Exemplo 1 - A palavra “manifestação” (ou seu plural) é usada em 1 Co. 12:7, na frase “manifestação do Espírito”. Este versículo é citado em Moroni 10:8.
Esta, em si mesmo, não é uma citação anacrônica, já que Moroni viveu muito tempo depois do cânon de Novo Testamento ser formulado (ainda que seja um pouco obscuro como estas citações do Novo Testamento conseguiram cruzar o oceano). Porém, toda vez que a palavra “manifestação” é usada no Livro de Mórmon, sem ter em conta o contexto, autor ou tempo, aparece na frase “manifestação do Espírito”. Isto não pode ser coincidência.
Exemplo 2 - a palavra “amargura” aparece em At. 8:23, na frase “fel de amargura e laço de iniquidade”. Vemos que toda vez que a palavra “amargura” é usada no Livro de Mórmon, aparece na frase “fel de amargura”, de novo sem ter em conta o contexto ou autor.
Mais significante ainda, a palavra, em todos os casos, exceto um, também aparece com a frase “laço de iniquidade”.
Exemplo 3 - toda vez que a palavra “intentos” é usada no Livro de Mórmon, aparece na frase “pensamentos e intentos do coração”, como em Hb. 4:12.
Este escritor listou cerca de cem dessas palavras e frases 3 as quais sempre, ou quase sempre, aparecem no Livro de Mórmon num contexto do Rei Tiago. Paráfrases do Novo Testamento de versículos do Velho Testamento
O Novo Testamento contém um número muito grande de referências ao Velho Testamento. Muitas vezes, encontramos que a citação do Novo Testamento difere de sua fonte do Velho Testamento, por uma de duas razões - ou o escritor parafraseou o texto para fazer um ponto, ou o escritor estava citando uma das antigas versões, normalmente a Septuaginta grega a qual difere notavelmente do texto hebraico (massorético) do Velho Testamento. Em várias ocasiões, o Livro de Mórmon cita uma paráfrase do Novo Testamento de uma passagem do Velho Testamento. Um dos exemplos mais brilhantes deste fenômeno encontra-se em I Néfi 22:20. O texto alega que este versículo é uma citação do Velho Testamento, de Dt. 18:15,19, para ser preciso. Porém, a citação no Livro de Mórmon é muito mais parecida com a de At. 3:22,23, que é uma paráfrase da passagem de Deuteronômio. Outro exemplo: 304
Alma 5:57 contém uma referência para II Co. 6:17 que de fato é uma citação parafraseada de Is. 52:11.4 Citações agrupadas Em várias ocasiões, vemos que quando o Livro de Mórmon cita uma passagem bíblica, outras citações da mesma passagem são agrupadas perto da citação original. A implicação aqui é que o autor do Livro de Mórmon leu a frase na Bíblia e inconsciente ou conscientemente alterou as frases próximas no texto. Por exemplo, I Néfi 22:15 contém uma citação anacrônica de Malaquias 4:1. Porém, nós vemos que o versículo 24 da mesma passagem contém uma referência para “bezerros do estábulo”, uma citação de Malaquias 4:2. II Néfi 26:4 também contém uma referência para Malaquias 4:1, como faz o versículo 6 da mesma passagem. O versículo 9 da passagem contém uma referência para Malaquias 4:2, como faz o capítulo anterior, II Néfi 25:13. Um segundo exemplo: Mosiah 16:7-10 contém referências para três versículos sucessivos de I Co. 15 (versículos 53 a 55), o famoso capítulo da ressurreição dos corpos. Jesus cita as epístolas 1 - II Néfi relata a visita de Jesus para América, depois de Sua ressurreição. Jesus prega vários sermões, a maioria vista nos evangelhos do Novo Testamento.
Em várias ocasiões, porém, Jesus cita outros livros do Novo Testamento, antes mesmo que fossem escritos.
2 - Em III Néfi 20:23-26, Jesus cita um sermão que Pedro ainda tinha que falar em Pentecostes, relatado em At. 3:22-26. 3 - Em III Néfi 18:29, Jesus cita uma passagem que Paulo ainda não tinha escrito, em I Co. 11:29, com respeito a Eucaristia. 4 - Em III Néfi 28:8, Jesus cita I Co. 15:52-53 com respeito à Ressurreição. Fontes narrativas O Livro de Mórmon não só têm um grande número grande de citações desconhecidas, mas parece que em vários casos uma passagem bíblica inspirou uma história do Livro de Mórmon. Um dos exemplos mais interessantes deste fenômeno é visto em Alma 18 e 19: a história da cura do rei Lamoni. A história tem grandes semelhanças com a história da ressurreição de Lázaro em Jo. 12. O que é incrível, no entanto, é o número de palavras e frases no LM que parece vir de João, como “cheira mal” (Alma 19:5), “dorme” (Alma 19:8), “se levantará” (Alma 19:8) e “crês tu nisso?” (Alma 19:9).
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Outras cenas no LM que parecem ter sido tiradas da Bíblia:
A conversão de Alma em Mosiah 27:10-24 e a história da conversão de Paulo em At. 9:1-18; Alma e a fuga de Amulek da prisão em Alma 14 compara-se com o salvamento de Paulo e Silas da prisão em At. 16; A filha de Jared dançando para Akish em Éter 8 e Salomé dançando para Herodes em Mt. 14. Fadiga no Livro de Mórmon
Fadiga é um fenômeno literário que às vezes acontece quando um autor é fortemente dependente de outro. Produz pequenos erros de continuidade e detalhes, que são o resultado do autor posterior omitir detalhes estruturais ao modificar a fonte.
Podemos ver exemplos de fadiga no Livro de Mórmon? Há pelo menos dois candidatos.
Como vimos, Alma 18 e 19 contêm uma história que é muito parecida à ressurreição de Lázaro escrita em Jo. 11. A diferença mais óbvia é o fato que já que Lázaro havia morrido, e tinha estado morto durante algum tempo, o rei Lamoni estava num sono profundo (talvez letárgico). Por incrível que pareça, porém, depois de informar sua esposa que o rei estava só dormindo, o profeta Amon diz que ele “...se levantará” (19:8). Esta parece uma frase bastante curiosa para usar sobre alguém que estava só dormindo, especialmente quando vemos que ambas as vezes em que a frase é usada em outra parte no Livro de Mórmon (Alma 33:22 e Helamã 14:20), se refere a ressurreição de um morto.
Poderia ser que ao copiar de sua fonte (o evangelho de João), Smith usou uma frase que fez sentido na narrativa de João ("teu irmão há de ressuscitar" em Jo. 11:23), mas não na estória do Livro de Mórmon?
Um segundo exemplo é sobre a parábola do Vinhedo, descrita em Jacó 5. Esta é uma longa parábola que lança a nação de Israel no papel metafórico de uma árvore de oliveira em um vinhedo.
Jacó 5:3 - Pois que assim disse o Senhor: Comparar-te-ei, ó casa de Israel, a uma boa oliveira, que um homem tomou e nutriu em sua vinha, e ela cresceu, envelheceu e principiou a decair.
A parábola parece ter sido tirada de duas fontes bíblicas - o Cântico da Vinha em Is. 5, e a discussão de Paulo da relação dos gentios com os judeus em Rm. 11.6 O problema para o autor do Livro de Mórmon é que Isaías e Paulo usaram metáforas ligeiramente diferentes - Isaías usou um vinhedo e Paulo uma árvore de oliveira. É muito significante que a meio caminho da parábola, Zenos parece se esquecer que está usando uma árvore de oliveira como a metáfora e começa a usar o vinhedo inteiro como seu enfoque.
Jacó 5:41 - E aconteceu que o senhor da vinha chorou e disse a seu servo: que mais poderia ter eu feito pela minha vinha? 306
Significativamente, a fadiga aparece no mesmo ponto que o Livro de Mórmon cita uma passagem de Isaías:
Is. 5:4 - Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?
Deste ponto em diante, o profeta Zenos se refere exclusivamente à "fruta do vinhedo" e aparentemente se esquece que vinhedos dão uvas, não azeitonas. Respostas apologéticas Naturalmente, os estudiosos mórmons estiveram durante muito tempo atentos ao problema e proporam várias teorias para responder ao fenômeno. Em sua monumental obra apologética, Novas Testemunhas Para Deus, o estudioso mórmon B. H. Roberts tentou responder as críticas sobre as longas citações da KJV no Livro de Mórmon. Citando o presidente Joseph Fielding Smith, Roberts escreveu: “Quando Joseph Smith viu que os escritos dos nefitas estavam citando as profecias de Isaías, de Malaquias ou as palavras do Salvador, ele pegou a Bíblia inglesa e comparou estas passagens até onde elas se comparavam uma com a outra e, vendo que em substância, elas eram semelhantes, adotou nossa tradução inglesa; e consequentemente, temos a igualdade à qual você se refere”. 7
O problema que naturalmente acompanha esta explicação deveria ser óbvio. Se as placas do Livro de Mórmon contivessem de verdade uma versão antiga de Isaías, deveria se dizer que esta versão seria textualmente superior a contida na Versão do Rei Tiago. Essa versão usou um texto hebraico que, na ocasião que a o Rei Tiago foi produzido, datava de depois do séc. IX EC. Se Smith pôde traduzir o resto das passagens não bíblicas do Livro de Mórmon com aparente facilidade, por que ele abandonou de repente seu dom divino em favor de um texto que não pôde esperar ser mais exato? O texto de Isaías do Livro de Mórmon contêm os mesmos problemas e limitações da Versão do Rei Tiago.
Este não deveria ter sido o caso, se, como Smith falou “exceto para essas diferenças indicadas no original nefita... aqui e ali a versão do Livro de Mórmon deixou as passagens com mais sentido e clareza”. 8 Na realidade, o próprio Smith levantou um ponto suspeito:
Se Smith tivesse acesso a uma Bíblia inglesa quando traduziu o Livro de Mórmon, o que lhe impediu de copiar grandes partes da obra só para criar suas próprias estórias? Afinal de contas, esta é justamente a alegação dos céticos.
Outra teoria, popularizada por Hugh Nibley, diz que o Espírito Santo de Deus dá as mesmas palavras a todos seus profetas. De novo, há muitos problemas com esta teoria.
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Primeiro: pressupõe que este acredita em tal coisa como uma inspiração divina, inspiração que de nenhuma forma é um fato estabelecido. Uma apelação para esta teoria, então, vira um argumento circular.
No mundo real, sempre que um documento cita outro exatamente, este é uma evidência que um documento que usa o outro como uma fonte (como uma fonte de pesquisa, ou o Novo Testamento, que cita o Velho), ou de plágio (como o Evangelho de Barnabé, que usa o Inferno de Dante). Isto necessariamente significa que o documento que usa o anterior como uma fonte deve ter se originado depois. No caso do Livro de Mórmon, que contém citações do Novo Testamento, existe a implicação que o livro se originou depois da formação das Escrituras Cristãs.
Ao se analisar qualquer das respostas apologéticas seria bom lembrarmos a lei da parcimônia. Esta é uma lei simples de bom senso, que diz que na presença de qualquer informação contraditória, a solução mais simples para um problema geralmente é a correta. Podemos aplicar esta lei para a questão das citações bíblicas no Livro de Mórmon dessa forma: a) Deus, por alguma razão que só ele conhece, permitiu aos profetas nefitas fazerem grandes citações do Velho Testamento do Rei Tiago e citações anacrônicas do Novo Testamento, ou: b) O Livro de Mórmon é uma obra do séc. XIX e Joseph Smith simplesmente copiou trechos da Bíblia do Rei Tiago no Livro de Mórmon.
Qual é a solução mais simples? "A history of the american indians" escrito em 1775, por James Adair.
Segundo pesquisas, as páginas 377 a 378 foram copiadas e correspondem as fortificações descritas nos capítulos 48 a 50 e o capítulo 53 do livro de Alma. Conclusão Há realmente só uma teoria que responde todas as características do fenômeno. Esta teoria é que o Livro de Mórmon foi escrito por alguém que tinha uma Bíblia KJV na sua frente ou que estava intimamente familiarizado com seu conteúdo. Quando juntamos a este fenômeno outros problemas do Livro de Mórmon 9, como a falta de qualquer confirmação histórica, arqueológica , lingüística ou de DNA, o grande número de termos anacrônicos e referências no livro, e seu reflexo dos assuntos e problemas da igreja protestante do séc. XIX, chegamos à inevitável conclusão que o Livro de Mórmon se originou no começo do séc. XIX. Ainda falta: 1. Uma explicação de por que os mesmos aspectos que enfrentaram a cultura de Smith, os nefitas também enfrentaram. Assuntos como o batismo infantil, batismo por imersão/aspersão, maçonaria (ligações secretas), índios americanos como hebreus perdidos, sacerdotes contratados, etc. 308
2. Alguma confirmação da existência dos nefitas/lamanitas/mulequitas/jareditas fora do Livro de Mórmon. Não é bastante mostrar os paralelos entre as culturas - pode-se provar qualquer coisa usando este tipo de “evidência”. Precisaríamos de evidência científica verificável para estas culturas. 3. Uma explicação do porque a cultura nefita (e outras) não se ajusta ao que conhecemos pela história. Por que o Livro de Mórmon fala do uso de cavalos, aço, espadas, carruagens, etc. para os americanos antigos, quando não vemos nenhuma evidência disto? Por outro lado, por que não há registros que os americanos antigos usaram jade e obsidiana para armas, adoravam jaguares e serpentes, tinham um calendário de dezoito meses, jogavam um estranho jogo com vida e morte, entre outros? Um excelente exemplo de outro livro contraditório é o chamado “Evangelho de Barnabé”, sobre a vida de Cristo e encontrado na Espanha cerca de 400 anos atrás. A maioria dos estudiosos imparciais rejeitou o documento como espúrio, por razões não muito diferentes das que vi para o Livro de Mórmon. Uma razão é que o Evangelho usou a palavra “barril” muito antes que estes recipientes fossem inventados. É interessante notar que as pessoas que defenderam o Evangelho eram aquelas que tinham um grande interesse nele. O Evangelho de Barnabé apresentava uma vida de Cristo mais profunda do que a que lemos no Alcorão e foi (eainda é) defendida por alguns muçulmanos que a veem como uma confirmação independente de seu livro sagrado.
__________________ Notas 1 - veja "The Book of Mormon and the Bible" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999 para uma referência cruzada de citações do Novo Testamento no Livro de Mórmon. 2 - Davi Wright tem um exame detalhado das citações de Isaías no Livro de Mórmon em "Isaiah in the Book of Mormon ...and Joseph Smith in Isaiah" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999. 3 - veja o artigo "Words and Phrases Used in a KJV Context" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999. 4 - veja o artigo "New Testament Paraphrases of Old Testament Verses" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999, para uma lista mais longa destas citações. 5 - adaptado do artigo de Marc Goodacre, "Fadigas nos Sinóticos" (, n.d.), 1 de setembro de 1999 6 - veja "The Parable of Zenos" (, n.d.), 16 de janeiro de 1999 manchado. 7 - B. H. Roberts, New Witnesses for God (Vol. III) (Salt Lake City: George Q. Cannon & Sons Company, 1895), p. 428. 8 - bid., pág. 429. 9 - veja "Questions on the Book of Mormon, its Author and his Work" (, n.d.), 16 de janeiro de1999 para uma avaliação dos problemas históricos do Livro de Mórmon. 10 - David Whitmer, An Address to All Believers in Christ (Richmond, Mo., 1887). p. 12; reimpresso por Bales Bookstore, Searcy, Ark., 1960. 11 - Journal of Oliver B. Huntington, p.168. Exemplar datilografado na Utah State Historical Society.
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Evidências 1 - Joseph Smith teria inventado nomes? Uma questão que tem circulado por muito tempo é que seria impossível para alguém que não tinha nem mesmo o ensino básico ter inventado nomes no Livro de Mórmon, que mais tarde seriam encontrados e considerados verdadeiros. Esta afirmação deve ser considerada à luz de outros escritos usados por Smith, na elaboração de nomes hoje conhecidos. Podemos ver a facilidade que Smith teve em criar nomes para montar o Livro de Mórmon: 1 - Copiou nomes Bíblicos Enos-Gên.5:11 Jarede-Gên.5:15 Noé-Gên.5:30 José-Gên.35:24 Labão-Gên.24:29 Amom-Gên.19:38 Jacó-Gên.25:23 Ismael-Gên.16:15 Benjamin-Gên.35:18 Giliade-Núm.26:29 Gilgal-Jos.4:19 Eter-Jos.15:42 Leí-Juí.15:9 Gade-Num.1:14 Aarão ou Arão-1 Crôn.23:13 Samuel-1 Sam.1:20 2 - Subtraiu algumas sílabas de nomes bíblicos A-Muleque-Gên.36:12;Al.51:26 Abi-Meleque-Juí.9:22;Al.8:3 S-Alma-neser-2 Reis18:9;Al.17:2 Sam-uel-1 Sam.1:20;1 Né.2:5 3 - Adição de novas letras de nomes Bíblicos Uzias ou Ezias?-2 Reis 15:13;Hel.8:20 Zéfi ou Néfi?-1 Crôn.1:36;1 Né.1:1 Hamã ou Lamã?-Est.3;1;1 Né.2:5 Hagite ou Hagote?-1 Reis2;13;Al.63:5 4 - Junção de nomes já existentes 310
Gaza+Jesusalém=Gazelém-Al.37:23 Moisés+Isaías=Mosias-Ômni 1:12
2 - Alma- o que significa este nome? Os mórmons fizeram um alarde enorme quanto a uma “descoberta” de um nome Hebraico de um homem chamado Alma em Israel (veja um exemplo AQUI) Precisamos considerar alguns fatos: 1. Esta descoberta não foi publicada em nenhum artigo de revista ou Jornal de caráter Ciêntifico em Israel. 2. Este "achado" não foi exposto em nenhum museu de renome. 3. Apenas e exclusivamente o universo mórmon tomou conhecimento deste "fato". 4. Essa afirmação contradiz a equipe de arqueólogos do Dr. Prof. Avraham Biran, que publicou na revista "Israel Exploration Journal", em 1993, a afirmação de não ser possível que o nome hebraico ALMAH seja atribuído a um HOMEM JUDEU por três motivos:
A - Nos nomes originais usados pelo primitivos hebreus não se encotra NADA semelhante a ALMAH. B - No hebraico antigo o termo ALMAH é restritamente FEMININO! C - ALMAH não é apenas um termo FEMININO como usado para "VIRGEM, DONZELA OU VIRGEM DESPOSADA" como em Isaías 7:14.
Estudando um pouco mais: Só há uma palavra em Hebraico semelhante a ALMA, é “almah”. Almah, em hebraico, era uma palavra usada para designar uma “mulher jovem que nunca teve filhos”. O termo acima é encontrado nas profecias de Isaías, e o que disse Isaías realmente? Lendo Isaías 7:14 (texto massorético), encontramos estas palavras precisas: “Portanto, o próprio Senhor vos dará um sinal; Eis, ha'almah conceberá, e dará à luz um filho, e há de chamá-lo pelo nome de Emanuel”. A Septuaginta, uma tradução do Velho Testamento, usada por judeus de língua grega do seu tempo, usou parthenos (virgem) na passagem de Isaías, substituindo a palavra almah. Mas o Velho Testamento hebraico, mais antigo do que a Septuaginta, usou “almah”. Então, o que significava essa palavra? Embora rara na Bíblia hebraica, “almah” ocorre em algumas passagens, notavelmente em Gênesis 24:43 e Êxodo 2:8. Por outro lado, um jovem rapaz no Velho Testamento era chamado na'arou elem, cujas formas femininas eram na'arah e 'almah, respectivamente. Assim, uma “almah” era uma adolescente do sexo feminino! De fato, Provérbios 30:19, enumera quatro coisas demasiado maravilhosas para serem compreendidas: o caminho de uma águia no ar, o caminho de uma serpente numa rocha, o caminho de um navio no mar, e o caminho de um homem com uma donzela ('almah). 311
A palavra b'tulah aparece 51 vezes no Velho Testamento hebraico e é traduzida 44 vezes por (parthenos), na Septuaginta. Ela pode se aplicar a uma mulher casada (Jl 1.8), o que não ocorre com o substantivo almah, que só se aplica a mulher solteira. O substantivo almah aparece 9 vezes no Velho Testamento hebraico (Gn 24.43; Êx 2.8; 1 Cr 15.20; Sl 46 (título, pois a palavra hebraica alamoth é plural de almah); 68.25; Pv 30.19; Ct 1.3; 6.8; Is 7.14). Em duas passagens, a Septuaginta traduziu por parthenos, que significa "virgem" (Gn 24.43; Is 7.14). A mesma Rebeca que é chamada "virgem, [b'tulah, em hebraico] a quem varão não havia conhecido", e no v. 16 desse mesmo capítulo, é chamada de almah. A Septuaginta foi traduzida antes do nascimento de Jesus (285 AEC, segundo Josefo e a carta de Aristeia). Há muitas controvérsias quanto a essa data. Qualquer que seja, o certo é que foi antes do nascimento de Jesus. A tradução foi feita por rabinos, portanto, entendiam que almah em Isaías 7.14 se tratava de uma "virgem". Assim era o significado dessa palavra na época. A palavra de AlmaH cumpre também duas características: 1. É uma mulher nova, mais do que doze anos e menor de dezoito anos. 2. É uma virgem que nunca teve relações sexuais. Esta palavra “almah” aparece no Torah em quatro oportunidades: 1. Bereshit. (genesis) 24:43. > Falando sobre a pessoa de Rivka, que foi mais tarde a esposa de Itzjak. 2. Mishley. (Proverbios) 30:19. > 19 o caminho da águia no ar, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma virgem. 3. Shemot (Exodo 2:8.) almah > Faz uma referência a Mirian, uma irmã mais velha de Moisés. Na Torah somente este plural é encontrado cinco vezes. Destes, três fala sobre donzelas. Ex: Tehilim (Salmos) 68:26; Cantares 1:3; Cantares 6:8; 4. Tehilim. Crônicas15:20 (do Salmos) 46:1 e 1. Bereshit (Genesis) 24/16. > 16 A donzela era muito formosa à vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e subiu. Algo realmente estranho e nada decente para um Homem Judeu!!!!!!!!!! Porém, os mórmons, na tentativa de justificarem o uso do nome Alma em um personagem masculino, citam as cartas de Bar Kobha, onde aparece “Alma ben Yehuda” (Alma o filho de Yehuda). Para resolver essa questão, foi perguntado ao Dr. Peter S. Field: “Que importância podemos dar as Cartas de Bar Kochba na construção da História de Israel?”
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"De acordo com os anais arqueológicos as Cartas de Bar Backba é o conjunto de 15 cartas encontradas pelo arqueólogo israelense Yagael Yadim numa expedição de sua equipe a uma caverna em Nahal Hever perto das aldeias de En Gadi, na costa Ocidental do Mar Morto em março de 1960”. “Todas as Cartas foram escritas como planejamento militar por Simon Ben Kosiba e endereçadas a Yohanathan e Masabala, excetuando-se uma que fora endereçada a um judeu desconhecido apenas mencionado como Yehudan ben Menish. Essas Cartas foram escritas no período de guerra ou revolta entre os Judeus e os Romanos entre 130-136 EC. Quando o imperador romano Adriano (117-138) queria que os nascidos judeus não fossem circuncidados para formar uma nova cidadania de Romanos. Os judeus se rebelaram e acharam em Simon, filho de Kosiba um líder religioso e militar como instigador dessa Revolta. Simon Ben Kosiba gostava de ser chamado de “Bar Kochba” (Filho da Estrela). Nessas Cartas ele se rotulava de “Príncipe de Israel”. As Cartas de fato de per si não revelam os acontecimentos desse período como se não houvessem outras fontes mais seguras. Havia o conhecimento desse período antes mesmo do descobrimento das Cartas em 1960. Assim podemos com toda certeza afirmar que tais Cartas não são de caráter indispensável para a arqueologia moderna, embora possuam muitas informações duvidosas quanto a nomes e locais.” Dr. Peter S. Field, Prof. de História University of Canterbury Warehouse 20 Kirkwood Ave, Ilam Christchurch 8041 New Zealand Dr. Sean Greenwood, chefe do Dept de História da Canterbury Christchurch University College também afirmou (por email): “As Cartas de Bar Kochba encontradas pelo arqueólogo Yagael Yadin em sua exploração nas cavernas de Nehal Hever contribuíram para nossa compreensão da vida cotidiana no sul da Judéia e do período entre as duas revoltas jordanianas, agora elas nunca pretenderam ser um marco isoladamente fundamental para a História dos hebreus. Uma vez que outros achados anteriores traçavam melhor esse período. Desse modo as Cartas de Bar Bachba tem uma importância para a História de Israel, mas não se pode denominar de “O Achado”, devido seu conteúdo enigmático, contraditório e muitas vezes não confiável de tais registros”. Dr. S.Greenwood Dept de História. O Dr. Risa Levitt Kohn, professor associado de estudos religiosos na Universidade Estadual de San Diego, que foi o autor do comentário do site do Museu de Historia 313
Natural de San Diego sobre os achados de Yadim (veja AQUI), cedeu uma entrevista a revista americana Newsweek (15/08/1985, p.19): “Embora as Cartas de Nahal Hever, descobertas em 1960 possuam um grande fundo histórico para a comunidade judaica NUNHUM DAQUELES REGISTROS pode nos fornecer informações CONFIÁVEIS dado o caráter duvidoso de Simon Ben Kosiba Até mesmo um de seus destinatários, Yehuda ben Mesish, pode não ter tido uma existência real, como afirmou Yagael Yadim.” Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=6619836&tid=2594510003247647 100&na=1&nst=1
3 - Evidências contra o Livro de Mórmon no Livro de Mórmon Texto extraído e adaptado de A Verdade SUD O apóstolo Orson Pratt escreveu o seguinte desafio: “Este livro deve ser verdadeiro ou falso... Se for falso, é uma das imposições mais espertas, malignas, audazes e profundas, feitas ao mundo com o propósito de enganar e arruinar milhões que a receberão sinceramente como a Palavra de Deus, e pensarão estar seguramente edificados sobre a rocha da verdade até que, com suas famílias, sejam lançados no desespero total. A natureza de mensagem de O Livro de Mórmon é tal que, se verdadeira, ninguém poderá rejeitá-la e ainda salvar-se; se falsa, ninguém poderá recebê-la e salvar-se. Portanto, cada alma no mundo tem interesse igual tanto na determinação de sua verdade como de sua falsidade... Se, depois de um exame minucioso descobrir que é uma imposição, deve ele ser exposto ao mundo como tal; as provas e argumentos pelos quais a falsidade foi detectada devem ser claros e logicamente afirmados para que os que foram enganados, embora de boa fé, percebam a natureza do engano e sejam advertidos, e que os que continuam a publicar a ilusão sejam expostos e silenciados... mediante provas aduzidas das Escrituras e da razão.” (Orson Pratt, Divine Authority of the Book of Mórmon). Gostaria de hoje poder encontrar Orson Pratt e mostrar as provas existentes contra o Livro de Mórmon. Pratt foi, no mínimo, audacioso em seu desafio. Talvez ele jamais sonhasse que algum dia a ciência se voltaria contra o amado livro de Smith, ou que um dia qualquer pessoa com o desejo de saber a verdade pudesse encontrá-la sem sair de casa. Nesse post serão listadas algumas provas de que o Livro de Mórmon não passa de ficção americana do séc. XIX. As evidências apresentadas se encontram dentro do próprio Livro de Mórmon, não usarei aqui referências que se encontrem fora de seu enredo. 1- Um Problema Linguístico Néfi começa seu livro dizendo que está escrevendo a história de seu povo na “língua dos egípcios”. Isso é realmente muito estranho. Os israelitas consideravam a língua 314
hebraica como sagrada, como sendo a língua de Deus. Seria impensável a um israelita escrever nas sagradas escrituras com uma língua obscena, pagã e idólatra como a egípcia. A totalidade da cultura egípcia era tão diferente da hebraica que seria impossível para Néfi expressar muitos aspectos de sua complexa cultura e da Lei de Moisés na linguagem pictográfica dos egípcios. Por que afinal Néfi mancharia seus registros sagrados escrevendo em uma língua pagã? (E como será que ele sabia escrever em egípcio?) 2- Fantásticos Viajantes Néfi relata que sua família deixou Jerusalém com “tendas e provisões” e viajaram por três dias. Eles acamparam junto ao Mar Vermelho, perto de um rio que nele desaguava. Leí nomeou esse rio de Lamã (por causa de seu filho mais velho). Mas o referido rio nunca foi achado, e eles não poderiam ter viajado os mais de 220 km de montanhas e desertos que há entre Jerusalém e o Mar Vermelho em apenas três dias. 3- Um Assassinato Incrível Outra parte do Livro de Mórmon difícil de ser aceita é o incidente da morte de Labão. Será que tiranos poderosos e paranoicos como Labão ficariam atirados nas ruas de Jerusalém sem ao menos proteção de um de seus guarda-costas?
E como poderia a espada de Labão ser feita do “mais precioso aço” (1 Néfi 4:9), sendo que a fundição do aço ainda não era conhecida pelos hebreus?
E como se corta a cabeça de um homem sem que suas roupas fiquem totalmente sujas de sangue? Lembre-se que Néfi, mais tarde, retira as roupas de Labão já morto e as usa. Como Zorã, um dos mais próximos servos de Labão, não percebeu que era Néfi, e não seu senhor, quem lhe dirigia a palavra? E como ele pode jurar lealdade ao assassino de seu amo apenas alguns minutos depois? É realmente a história de um crime perfeito. 4- Esfera Mágica - a Liahona Essa espécie de “bússola” os guiava conforme sua retidão. Mas onde será que encontramos relatos como estes nas escrituras? Será que Moisés tinha uma esfera mágica para guiá-lo no deserto? Será que profetas de Deus olham dentro de bolas de cristal, ou será que isso soa mais como uma história de caçadores de fortunas, videntes e outras práticas ocultistas? 5- O Arco de Aço Seguindo a história lemos que a família de Leí quase morre de fome no deserto quando Néfi quebra seu arco. Mas será que é fácil quebrar um arco de aço? E onde será que Néfi buscou tecnologia para fazer um desses arcos, já que o aço não era conhecido pelos hebreus em 600 AEC? Néfi era muito abençoado, pois era o único do Velho Mundo a possuir um arco feito de “aço puro”! 315
6- Abundância A história do Livro de Mórmon nos conta outra coisa incrível. Leí e sua família descobriram uma terra com “muitos frutos” e “mel selvagem”. Leí chamou esse lugar de “Abundância”. Estranhamente, esse lugar fértil perto do Golfo Persa, ao sul da Babilônia, era inabitado. Por que será que ninguém nunca descobriu esse pequeno e notável Jardim do Éden? Ainda, este lugar forneceu todos os minérios e madeira que Néfi necessitou para a construção de seu navio. O problema é que esse local jamais foi encontrado. 7- Incríveis Construtores Depois de chegarem à terra prometida (América), Néfi, Sam, Zorã, José e Jacó construíram um templo “a maneira do templo de Salomão”. A Bíblia nos informa que o templo de Salomão foi construído com a ajuda de Hyrum do Tiro e seus experientes pedreiros. Ele contava com cerca de 150 000 trabalhadores e cerca de 3 300 supervisores, e mesmo assim levou sete anos para ser concluído. Quando Néfi escreveu estas palavras ele já tinha saído de Jerusalém havia trinta anos. Como a família de Leí ficou no deserto por oito anos, e levou mais alguns construindo o navio que os faria cruzar meio mundo, eles estavam na terra prometida a menos de vinte anos. Nesses vinte anos Néfi e seu pequeno grupo de seguidores já tinham enterrado seu pai Leí, lutado contra os Lamanitas, se mudado algumas vezes, construído novas casas, plantado e colhido grãos, feito espadas ao modelo da de Labão, escrito sua história em dois registros de placas, cuidado de suas famílias, e, em seu tempo livre, construído o templo segundo o modelo de Salomão. Eles realmente eram grandes construtores. 8- Sedutores Incomparáveis Há também a história das 24 jovens lamanitas sequestradas pelos sacerdotes nefitas do Rei Noé. Essas garotas inocentes estavam desprotegidas na selva, dançando e se divertindo, quando foram roubadas de sua terra e forçadas a terem relações sexuais com seus sequestradores. E mesmo assim essas jovens lamanitas se esqueceram de seu povo, de seus pais, de seus namorados, esqueceram que foram sequestradas e estupradas e se apaixonaram pelos seus captores! Quando seus pais as encontraram, essas meninas lamanitas expressaram todo o seu amor por seus sequestradores nefitas e convenceram seus pais a aceitarem seus novos genros. E então, a parte mais absurda: os líderes lamanitas de alguma forma esqueceram séculos de ódio aos nefitas, não apenas aceitando os sacerdotes como membros de seu povo, mas ainda dando a eles posições de liderança e poder em seu governo. 9- Superman Nefita Outra história interessante é a de Amom, filho do Rei Mosias, que renunciou ao trono nefita para virar missionário entre seus inimigos lamanitas. Depois de virar servo do Rei Lamoni, Amom sozinho cortou os braços de um grupo de ladrões que iria roubar 316
os rebanhos de seu rei. Então Amom cuidou das carroças e cavalos do rei. (Não esqueçamos que os cientistas dizem que não havia cavalos, carroças e nem ao menos rodas na América pré-colombiana) O Rei Lamoni começou a pensar que Amom era uma espécie de deus. O Rei e a Rainha ficam em “transe”, se convertem enquanto estão nesse estado, e deixam que Amom converta um grande número de seus súditos em sua religião nefita. O interessante nessa passagem é o tema recorrente em todo o Livro de Mórmon: visões, sonhos, transes e conversões em massa. 10- Um Exército Indestrutível A história dos “Guerreiros de Helamã” também não poderia deixar de ser abordada. Não é nada fácil crer que 2 000 homens nefitas poderiam se envolver em um combate corpo-a-corpo com hábeis guerreiros lamanitas sem ao menos perderem um único homem. Mesmo quando Deus decidia o rumo das batalhas bíblicas isso nunca ocorreu. Sempre havia mortos e feridos para os dois lados. Crer que todos os 2.000 jovens inexperientes sobreviveram a uma batalha contra seus irmãos sanguinários lamanitas é, no mínimo, ingenuidade. 11- Incríveis Submarinos Outra história no Livro de Mórmon que chega a insultar a inteligência do leitor é o episódio dos Jareditas. Jarede, seu irmão e seus 22 amigos, junto com suas mulheres e crianças, foram salvos pelo Senhor de ter sua língua confundida no tempo da Grande Torre de Babel. O irmão de Jarede então ora ao Senhor e recebe o mandamento de construir 8 pequenos submarinos. O problema é que o “Senhor” ainda aconselha Jarede que os “barcos” não poderiam ter janelas, pois elas seriam feitas em pedaços. Esse incidente supostamente acontece na época da Torre de Babel, milhares de anos antes de janelas que pudessem quebrar em milhares de pedaços (janelas de vidro, que foram inventadas pelos romanos). Ainda, devido à escuridão no interior desse submarino, Deus iluminou “pedrinhas”, que irradiavam luz! Outro problema deveria ter sido a construção desses navios. Será que esses navios podiam suportar a pressão da água, sendo feitos de madeira? E como será que as pessoas e os animais que eles levavam respiravam dentro desses submarinos? (novamente, há menção de apenas uma abertura no alto, para permitir a entrada de ar). A lista de evidências é conclusiva. E estas são somente algumas das coisas que eu achei dignas de nota, na realidade as provas saltam contra Smith de seu próprio livro. Talvez alguns percam muito tempo prestando testemunho sobre a veracidade desse livro, enquanto outros, que estudam e procuram a verdade, tem de descobrir terríveis anacronismos e coisas sem sentido no Livro de Mórmon, esses são tratados como orgulhosos, apóstatas, enganados pelo demônio, etc., etc... Enquanto aqueles que fecham seus olhos e se escondem da verdade são tratados como os “corretos” e os “santos (e burros) de Sião”.
4 – Nahom e Abundância existiram? Texto traduzido e adaptado de Examiner.com 317
Possíveis localizações, de acordo com os SUDs, das cidades de Nahom (amarelo) e Abundância (azul)
De acordo com o Livro de Mórmon, Leí e sua família deixam Jerusalém e viajar para o sul, perto da costa do Mar Vermelho, parar em um lugar chamado Nahom. Em seguida, foram para o leste até que atingiram uma terra fértil que eles chamam de Abundância. Lá, eles construiram um navio que usam para chegar às Américas. Recentemente, foram descobertas duas locações reais que parecem combinar com Nahom e Abundância, locais que Joseph Smith certamente não poderia ter conhecido. É esta a prova da autenticidade do Livro de Mórmon? A Pesquisa De um modo geral, os pesquisadores do Livro de Mórmon cometem um erro pseudocientífico comum: começam com a conclusão e trabalham de trás para frente, para encontrarem todos os elementos necessários para apoiarem essa conclusão. Importante, os mórmons não fizeram nenhuma tentativa de falsificar hipóteses do Livro de Mórmon. Por exemplo, quando os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de DNA de israelitas entre os nativos americanos, eles geralmente apontaram para possíveis problemas com os estudos genéticos ou disseram que, embora não haja evidências de DNA hoje, ele pode ter existido em algum momento ou em algum lugar no passado. Quando algo parece ser uma boa prova, como Nahom ou Abundância, os Mórmons mostram orgulho. Quando alguma coisa não corresponde 318
à história, como o Monte Cumora em Nova York, eles propõem que exista um segundo e desconhecido Monte Cumôra na América Central. Em suma, se encontrarmos DNA israelita nos nativos americanos, isso apoiará o Livro de Mórmon. Mas se não o acharmos, os mórmons afirmam que o Livro de Mórmon não pode ser refutado. Se o Monte Cumora for descoberto como o local de uma batalha épica, ele apoia o Livro de Mórmon. Se não o for, então eles sugerem que outro monte Cumora deve estar em outro lugar. Para os seguidores devotados, o Livro de Mórmon deve permanecer verdadeiro, ou pelo menos plausível, não importa como. Warren Aston lidera a maior parte do esforço para encontrar os locais do Livro de Mórmon no Velho Mundo e os defende abertamente, através de uma abordagem pseudocientífica. No "Guiding Príncipes" da introdução de seu artigo Across Arabia with Lehi and Sariah, ele escreve: “A “prova” da veracidade do Livro de Mórmon não vai resultar de atividades acadêmicas. Como Hugh Nibley disse anos atrás, “As provas que irão comprovar ou refutar o Livro de Mórmon não existem”... A prova ou justificativa definitiva da veracidade do Livro de Mórmon ainda vem a cada leitor apenas como descrita por Moroni (ver Morôni 10:3-5). “O que a escritura diz claramente é que ela deve sempre prevalecer sobre dados de qualquer ramo do conhecimento ou ciência. Nunca devemos subestimar o que foi escrito por profetas sob inspiração, nem subestimar a capacidade do Senhor para cumprir sua palavra. É estabelecido que este registro deve ser trazido à vida por meio de pesquisa competente, que não faça nada para prejudicar as suas verdades eternas e instrutivas. O Livro de Mórmon não merece nada menos do que isso.” Aston provou que começa com o pressuposto de que o Livro de Mórmon é verdadeiro, que nenhuma evidência jamais poderá refutá-lo e que uma investigação competente jamais faria “algo para prejudicar” a sua veracidade. O que se segue é uma compilação de fatos colhidos intencionalmente de forma que se mostrem a favor da conclusão desejada de Aston. Esse mesmo padrão de pesquisa aparece em pseudociências, como investigações de OVNIs, que, ao que parece, não é nada surpreendente. Aston é também um ufólogo. Ele tem direcionado seus esforços acadêmicos em encontrar provas antigas dos povos do Livro de Mórmon e, ao mesmo tempo, reunir indícios de que os estrangeiros não estão apenas visitando a terra, mas andam entre nós (pág. 8) disfarçados de seres humanos. Isso fica ainda mais interessante. Por 4.970 dólares, ele oferece passeios no local que ele suspeita ser a Abundância descrita no Livro de Mórmon. Cartões de crédito, provavelmente, são aceitos. Uma evidência convincente pode ser encontrada em praticamente qualquer coisa, desde que ela seja interpretada e apresentada corretamente. De qualquer forma, um vaso de 3.500 anos de idade, em Creta, foi descoberto com uma representação clara do Monstro Espaguete Voador. Em 1997, os US National Oceanic and Atmospheric Administration registrou um crescente som subaquático que só poderia ser alguma criatura submarina desconhecida e gigante. A localização do som estava próximo de 50 graus ao Sul, 100 graus a oeste, ao largo da costa da América do Sul. Isto corresponde quase às 319
coordenadas exatas da cidade subaquática R'lyeh, casa do adormecido Cthulhu, o temido ser-estrela que um dia despertará para devorar a sanidade mental da humanidade. O ponto é que, mesmo com crenças fictícias, as correlações não intencionais com o mundo real acontecem, especialmente se você já está predisposto a ver essas correlações. Tudo que se precisa é de um crente sincero para trazer à tona essas correlações, organizá-las em uma lista agradável e maravilhar-se com elas. Se falarmos de lamanitas ou alienígenas do espaço, a ciência não funciona tentando provar a verdade. É muito fácil cair na armadilha de valorizar todas as evidências que sustentam a hipótese, mas também descartar ou justificar qualquer evidência que possa desmenti-la. Dito isto, não podemos ignorar estes resultados, então vamos olhar para eles um pouco mais perto. Nahom O texto do Livro de Mórmon dá vagas informações sobre a grande jornada da família de Leí saindo de Jerusalém. Qual distância eles percorreram quando "viajaram pelo espaço de muitos dias"? Sabemos que a viagem foi mais ou menos em direção "sulsudeste", perto da costa do Mar Vermelho, mas que também seguiram as instruções da Liahona, uma bússola que Deus deu para eles. Tudo que podemos concluir é que eles foram ao sul de Jerusalém, próximo ao Mar Vermelho. Isso nos dá milhares de quilômetros quadrados onde Nahom pode ser encontrada.
Altar referindo-se `a tribo NHM
Acontece que no Iêmen, um altar foi descoberto, com referências a uma tribo chamada "NHM". A escrita hebraica não inclui vogais, assim NHM foi traduzida de diversas maneiras, incluindo Nehem ou Nahm, mas NIMH parece ser a forma mais amplamente aceita. Variações do nome NHM, na região, já eram conhecidos antes de 1772, mas os mapas e livros que continham este nome eram provavelmente desconhecidos ou estavam indisponíveis para Joseph Smith. Assim, os mórmons afirmam que é improvável que ele pudesse ter criado esse nome (A implicação é que um anjo aparecendo a Joseph é mais provável). 320
Nahan (1 Cr. 4:19), Nehum (Neemias 7:7) e Nahum (Naum 1:1) aparecem na Bíblia. Pesquisadores Mórmons rapidamente concluiram que "a terra de Nahom" é a área tribal de NHM.
Abundância No Livro de Mórmon, o grupo de Leí move-se “próximo ao leste” da Nahom até chegarem a Abundância. E, indo para o leste, a partir do local de NHM, há de fato um local com as características descritas no Livro de Mórmon. Mas, novamente, o próprio texto do Livro de Mórmon lança uma ampla rede. “Próximo” ao leste abrange uma vasta área (quão longe ao norte ou ao sul você pode ir antes de viajar “próximo ao leste”?), e a costa do Iêmen e Omã é na direção leste-oeste. Há centenas de quilômetros nesta costa, onde um local como Abundância poderia ter sido encontrada, e ainda seria “quase a leste” da localização de NHM. E uma vez que os documentos de Néfi dizem que eles levaram oito anos para ali chegarem, a distância é completamente desconhecida. Se quisermos ser liberais com o que “quase leste” significa, eles poderiam ter chegado à China. Como não poderia deixar de ser, vários locais férteis ao leste de NHM, em Omã, têm sido propostos como sendo Abundância. Com várias localizações possíveis, é apenas uma questão de escolher qual a melhor.
Khor Kharfot
Aston escolheu Khor Kharfot, e dá uma lista de itens que correspondem entre esta cidade e Abundância do Livro de Mórmon. Como um não-mórmon a descreveria? “Esta entrada encontra-se escondida entre penhascos em direção à fronteira do Iêmen em Dhofar... Não há pessoas vivendo lá e sua pequena praia não é motivo suficiente para atrair os peregrinos... Quando finalmente descemos, o que parecia ser a grama mais macia que você gostaria de rolar nela mostrou-se seca, com talos quebradiços que você tem que quebrar e isso deixa algumas farpas em suas calças e parece que você acabou de sofrer um ataque de porco-espinho. Depois de alguns minutos andando, indo em direção à praia, chegamos ao mar. A praia é relativamente recente, um banco de areia que as ondas trouxeram nos últimos tempos, o que provavelmente não estava lá quando Néfi e seu grupo estavam construindo seu navio... Então, por 321
que os mórmons ficam tão encantado com algumas pedras na grama, em uma praia que ninguém está interessado? É porque, depois de décadas de exploração da costa oriental do Iêmen e Omã, Khor Kharfot triunfa sobre todas as outras possibilidades como sendo a lendária Abundância.” O autor conclui que o local reúne pelo menos alguns dos critérios do Livro de Mórmon. Há água potável, árvores e sinais da civilização humana de uma época desconhecida. O autor não consegue fundamentar algumas reivindicações dos investigadores SUDs, como se há qualquer minério que Néfi teria usado para fazer ferramentas para construir um navio.Lembre-se que só precisamos encontrar um local mais próximo possível do descrito pelo Livro de Mórmon, e então o texto pode ser interpretado para se adequar ao que está lá. O maior recurso geológico pode ser “montanha”, e qualquer animal pode ser “carne”. Esta não é uma crítica exagerada. Pesquisadores mórmons são peritos em interpretar o texto religioso para se adequar ao que foi encontrado. Por exemplo, o rei Lamôni mandou que seus cavalos e carros fossem “preparados” para que ele pudesse viajar para outro reino. Mas uma vez que não havia cavalos ou carros na Mesoamérica - apenas veados, que eram inadequados para serem usados como cavalos - pesquisadores notam que o texto não diz realmente que os cavalos puxavam os carros. Propuseram, em vez disso, que o rei foi levado pelos seus servos, enquanto eles levavam veados consigo, mas não declaram qual a finalidade destes. A imagem geral O Livro de Mórmon abrange uma história de cerca de 1000 anos, praticamente toda ela ocorrendo sobre o continente americano. Ele descreve o governo dos habitantes, a religião, língua, as guerras, as táticas de batalha, a moeda, calendário e a agricultura. Essas pessoas foram numeradas na ordem dos milhões. No entanto, nada parecido com este tipo de civilização foi encontrado. Civilizações que estavam nas Américas não mostram sinais de influências cristã ou hebreus. Eles não fazem menção de um cataclismo de três dias que destruiu uma dúzia de cidades. No que diz respeito ao que os verdadeiros registros mostram, os lamanitas e nefitas parecem ter sido fantasmas. Da mesma forma, a Mesoamérica real que conhecemos está ausente no Livro de Mórmon. O livro não menciona nada do que realmente existiu na Mesoamérica, como as religiões politeístas e as de sacrifício humano. A única forma de estudiosos do Livro de Mórmon fazerem o livro se encaixar com a realidade é redefinir qualquer ponto que está em conflito e ampliar fatos que não existem.
A cevada torna-se o milho, o aço torna-se uma espécie de ferro, os cavalos tornam-se as antas, as espadas tonam-se lanças, e os carros tornam-se carruagens transportadas por homens.
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Sacrifício humano ritualístico dos Astecas
Na realidade, eles retraduziram o Livro de Mórmon. Não é à toa que, quando uma região tribal no Oriente Médio tem as mesmas consoantes que um local mencionado no Livro de Mórmon, os não-mórmons não se deixam impressionar. Há uma razão muito prática pela qual os mórmons preferem que a “verdade” do Livro de Mórmon seja descoberta por meio de oração sobre ele: no reino não substancial da fé, tudo pode ser verdade para um crente devoto.
5 - Evidência Arqueológica do Livro de Mórmon Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/onlinebooks/mclaims4.htm Os mórmons já publicaram centenas de livros e folhetos que “provam” a veracidade do LdM. Um panfleto intitulado Whence Came The American Indian — America's Ancients Speak From the Dust (Isa. 29:4) começa dizendo: “Muitos arqueólogos concordam que: houve duas grandes migrações da Ásia para a América. A primeira foi há cerca de 4.000 anos e a segunda migração, em cerca de 600 AEC. Eles eram da casa de Israel. Eles adoravam um Deus supremo. Eles tinham um conhecimento do início da história bíblica. Eles praticavam o cristianismo. Eles tinham conhecimento do nascimento e morte de Cristo”. Mas o Dr. Frank H. H. Roberts Jr., diretor do Bureau of American Ethnology do Smithsonian Institution, disse em 1963, em uma carta ao autor deste livro: “Os antepassados dos índios americanos entraram na América, provavelmente há 15.000 anos e, possivelmente, mais cedo. É duvidoso que qualquer migração tenha ocorrido tão tardiamente quanto 600 AEC. Não há evidência alguma de qualquer migração de Israel para a América e também nenhuma evidência de que os índios pré-colombianos tivessem qualquer conhecimento do Cristianismo ou da Bíblia”. Note que o Dr. Roberts contraria tudo no panfleto mórmon!
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Os escritores mórmons nunca fornecem o nome e o endereço de um único arqueólogo respeitável que apoie suas reivindicações! No entanto, os mórmons devotos continuam a fazer afirmações de como o LdM tem sido usado como um guia para encontrar antigas ruínas na América Central e do Sul.
O autor deste livro perguntou ao presidente Joseph Fielding Smith qual ruína antiga havia sido encontrada usando o LdM como um guia. Em carta datada de 18 de Março de 1966, ele respondeu: “Eu não conheço qualquer pessoa que utilize o LdM como um guia para descoberta de conhecimento desses ancestrais dos índios”.
Estela 5, de Izapa
Durante vários anos, muitos SUDs fizeram grandes clamores relativos à “Stela 5 de Izapa” que foi encontrada em Chiapas, no México, em 1939. Em 1941, o Smithsonian Institution e a National Geographic Society enviaram uma expedição para estudar esta pedra. Em uma carta ao autor deste livro, datada de 01 de maio de 1963, George Crossette, chefe da Geographic Research da National Geographic Society, disse: “Ninguém associado à nossa expedição relaciona a Estela, de forma alguma, ao Livro de Mórmon.” Apesar disso, várias publicações SUDs têm fotos e comentários feitos pelo Smithsonian Institute e National Geographic Society, que deixam a 324
impressão de que eles apoiam as reivindicações SUDs. Mórmons como M. Wells Jakeman têm publicado artigos em jornais e revistas afirmando que esta pedra ajuda a provar que o LdM é verdadeiro. Os SUDs costumam referir-se à pedra como “A Pedra da Árvore da Vida de Leí”, porque supostamente tem muitas semelhanças com a visão da árvore da vida de Leí, em I Néfi 8, no LdM. Alguns artigos de jornais ainda afirmam que os nomes de Leí, Saria, e Néfi estão em três hieróglifos na pedra. Mas, não há qualquer “nome em hieróglifo” na pedra! George Crossette também disse em sua carta que a pedra é quase uma duplicata, em todos os seus detalhes elaborados, da pedra chamada “Chapultapec”, de procedência desconhecida, agora no Museu Nacional do México. Professores da Universidade Brigham Young, como o Dr. John Sorenson e Dr. Hugh Nibley, nunca aceitaram a teoria da “Pedra da Árvore da Vida de Leí”. O Dr. Sorenson disse inclusive: “A maioria da literatura SUD em Arqueologia e LdM varia de fatual e logicamente não confiável para realmente bizarra” (Dialogue, Verão 1969, p. 81).
Quetzalcoatl
SUDs frequentemente referem-se a histórias de Quetzalcoatl ou alguma “nova descoberta arqueológica” que “comprova que o LdM é verdadeiro.” Até agora, todas as “provas” acabaram sendo uma falsificação ou uma interpretação tendenciosa de algum material antigo. Nunca existiu um nome do LdM, evento, local, ou qualquer outra coisa verificada através das descobertas arqueológicas! Muitas vezes, os SUDs alegam de que a razão pela qual nada no LdM foi verificado pelos arqueólogos é porque não ele não existe há tanto tempo quanto a Bíblia. Mas a arqueologia é uma ciência relativamente nova. O Instituto Arqueológico da América só foi constituído em 1906, muito depois do LdM ser publicado. Assim, houve a mesma oportunidade para encontrar evidências arqueológicas e históricas para apoiar o LdM quanto a Bíblia. Inúmeros locais citados na Bíblia foram localizados usando a Bíblia como um guia, mas nenhum lugar jamais foi encontrado usando o LdM como um guia! Se Deus é o autor de ambos, por que isso aconteceria? Antropólogos afirmam também que os nativos americanos estão “mais estreitamente relacionadas com os povos da Ásia oriental, central e nordeste”. Sua estrutura corporal é bastante diferente dos israelitas, que são semitas. Se eles são descendentes dos israelitas, porque a sua estrutura corporal é mais parecida com os povos da Ásia? Cinco diferentes fontes de idiomas diferentes formam a base para todos os idiomas nativos americanos. Cada fonte é tão distante da outra como o Inglês é do japonês. Estas cinco fontes são a 325
base de 169 línguas relacionadas que ainda diferem tanto entre si como o latim do Inglês. Uma vez que o LdM indica que o “Egípcio Reformado” foi usado por todos na América, de onde todas estas outras línguas vieram? Na sua declaração sobre o Livro de Mórmon (Statement Regarding the Book of Mormon), em fevereiro de 1978, o Smithsonian Institution afirmou: “Relatórios dos achados do Egito antigo, hebraico e outros escritos do Velho Mundo no Novo Mundo em contextos pré-colombianos têm aparecido com frequência nos jornais, revistas e livros sensacionalistas. Nenhuma destas alegações têm resistido ao exame por acadêmicos respeitáveis.” Em 14 de março de 1966, o autor deste livro, pediu ao presidente Joseph Fielding Smith: “A Igreja tem toda a escrita egípcia ou hebraica que foi encontrada na América? Se sim, onde pode ser vista?” Mencionamos a declaração do apóstolo mórmon James Talmage, na qual ele afirmava que escritas hebraicas tinham sido encontradas na América e: “os caracteres e a linguagem são aliadas à forma mais antiga de hebraico, e não mostra qualquer um dos sinais de vogais ou letras terminais que foram introduzidas no hebraico no continente oriental, após o retorno dos judeus do cativeiro babilônico.” (Articles of Faith, p. 293). Talmage precisaria ter visto esse hebraico a fim de fazer essa comparação, então outros deveriam ser capazes de vê-lo também.
O Presidente Smith nunca respondeu às perguntas, mas em vez disso ele pediu uma leitura do LdM com oração, assim poderíamos adquirir um testemunho de que ele é verdadeiro! É incrível acreditar que uma multidão de israelitas viveu na América, usando a língua egípcia e a escrita em “Egípcio Reformado”, mas nunca deixaram um único traço de sua língua!
O único indício de língua nativa americana recente e escrita encontrada é o dos maias, em Yucatán. Os arqueólogos encontraram muitas inscrições antigas em toda a América, mas não “Egípcio Reformado”, egípcio puro ou hebraico! Seriam todos os “nefitas” e “lamanitas” analfabetos, exceto os escribas do LdM?
Caracteres supostamente copiados das placas de ouro
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Ninguém viu o “Egípcio Reformado” ou as placas de ouro, exceto Joseph Smith e suas “testemunhas”. Smith “copiou” alguns caracteres das placas para Harris levar ao professor Anthon. Esses caracteres foram reproduzidos em várias publicações, mas nenhum egípcio ou erudito hebreu os levou ou leva a sério!
Papiros “traduzidos” por Smith.
No entanto, existe uma melhor maneira de verificar a capacidade de tradução de Smith. Em 27 de novembro de 1967, o papiro egípcio original do qual Joseph Smith traduziu o Livro de Abraão na PGV foi doado à Igreja SUD pelo New York Metropolitan Museum of Art. São verdadeiros papiros egípcios que Smith comprou do Sr. Chandler, enquanto ele estava em Kirtland, Ohio, em 1835. Cópias dos papiros foram enviadas para os egiptólogos de todo o mundo para a tradução e comentário, e todos disseram que os papiros são papiros egípcios comuns de funeral do “Livro dos Mortos”. Dialogue, A Journal of Mormon Thought, Vol. III, No. 2, summer of 1968, tem as traduções preliminares de dois egiptólogos proeminentoes dos EUA, que também negam que os papiros tenham relações com Abraão. Se Joseph Smith não traduziu corretamente um verdadeiro egípcio, ele seria confiável para traduzir corretamente o desconhecido “Egípcio Reformado” da língua do LdM? As habilidades de tradução de Joseph Smith podem ser facilmente testadas hoje, mostrando os três desenhos dos papiros egípcios encontrados em todas as cópias do Livro de Abraão, na PGV, e perguntando a um egiptólogo se explicações de Smith estão corretas. Os mórmons questionam as traduções da Bíblia, pois não existe qualquer documento conhecido original dela. Mas milhares de cópias muito antigas na língua original grega e hebraica ainda existem. Grego e hebraico são idiomas tão conhecidos que a tradução da Bíblia pode ser verificada.
Mas o mesmo pode ser dito do LdM? Não só não existe qualquer texto original (as placas de ouro), como não há um único exemplar da língua original do “Egípcio Reformado”! Pior ainda, a língua “Egípcio Reformado” jamais foi encontrada na América ou em qualquer outro lugar do mundo! Nem mesmo os arqueólogos encontraram uma única prova que testemunhe sobre o LdM.
No entanto, os mórmons afirmam que a Bíblia está cheia de problemas e querem que aceitem o “mais preciso” LdM pela fé! 327
6 – A Stela 5 de Izapa - A Pedra do Sonho de Leí
Stela Funeraria Egipcia
Uma Stela é uma pedra ou madeira, geralmente mais alta do que larga e erguida para os funerais ou para fins comemorativos. Ela é geralmente decorada com nomes e títulos dos falecidos ou vivos e inscritos em relevo (baixo-relevo, alto relevo e assim por diante) ou pintados. Pode também ser utilizada como marcador territorial para delinear a propriedade da terra. A Estela 5 pertence a uma série de grandes estelas esculpidas encontradas no sitio da antiga Mesoamérica Izapa, na região de Soconusco de Chiapas, do México, ao longo da fronteira com a Guatemala de hoje. Estas estelas datam de 300 AEC a 50 ou 100 AEC [1], embora alguns defendam datas recentes como ano 250 [2].
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Documentada pelo arqueólogo do Smithsonian Institute, Matthew W. Stirling em 1941, a Estela 5 é composta por andesitos vulcânicos e pesa cerca de uma tonelada e meia[3]. A Estela 5 apresenta as imagens mais complexas de todas as Stelas em Izapa [4]. Como muitas das esculturas monumentais de Izapa, o assunto da Estela 5 é considerado mitológico e religioso em sua natureza, [5] e foi executada com uma opulência estilizada. Dada a sobreposição de várias cenas, parece ser uma narrativa [6]. A Estela 5 de Izapa (também catalogada como IS5) é considerada por alguns apologistas mórmons como uma prova convincente da autenticidade do Livro de Mórmon. Abaixo está uma foto e um esquema de seu conteudo.
Stela 5: Fotografia `a esquerda e esquema a direita
O acadêmico mórmon William J. Hamblin tomou a seguinte posição na Review of Books on the Book of Mormon: “Este é talvez o monumento pré-colombiano mais conhecido que tem sido associado ao Livro de Mórmon pelos Santos dos Últimos Dias. Ao lidar com essa Stela, deve-se enfatizar que a interpretação da iconografia é extremamente difícil e complexa. Os mesmos símbolos ou combinações de símbolos podem ter significados radicalmente diferentes em épocas diferentes, lugares, sociedades ou a grupos diferentes dentro de uma única sociedade. Nunca saberemos ao certo o que Stela 5 significava para seus criadores. Para mim, a ligação com o Livro de Mórmon é possível, mas frágil. Mas mesmo se a Stela 5 não tiver absolutamente nada a ver com o Livro de Mórmon, o fato de que alguns Santos dos Últimos Dias a interpretarem mal, não fornece nenhuma evidência contra o Livro de Mórmon”. Hamblin acrescenta em nota de rodapé: A análise original da Estela 5 de Jakeman M. Wells é “An Unusual Tree of Life Sculpture from Ancient Central America,” Bulletin of the University Archaeological Society 4 (1953): 2649; and M. Wells Jakeman, The Complex “Tree-of-Life” Carving on Izapa Stela 5: A Reanalysis and Partial Interpretation (Provo, UT: Brigham Young University, 1958). Alguns dos mais
importantes estudos SUDs recentes da Estela 5, desde a publicação dos Tanners (que nunca lidaram com ela) incluem: Michael T. Griffith, “The Lehi Tree-of-Life Story in the Book of Mormon Still Supported by Izapa Stela 5,” Newsletter and Proceedings of the Society
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for Early Historic Archaeology 151 (December 1982); 1-13; Ross T. Christensen, “Stela 5, Izapa: A Review of Its Study as the “Lehi Tree-of Life Stone”, “Newsletter and Proceedings of the Society for Early Historic Archaeology 156 (March 1984): 1-6; Alan K. Parrish, “Stela 5, Izapa: A Layman’s Consideration of the Tree of Life Stone,” in Monte S. Nyman and Charles D. Tate, eds., The Book of Mormon: First Nephi, the Doctrinal Foundation (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1988), 125-50; V. Garth Norman, Izapa Stela 5 and the Lehi Tree-of-Life Vision Hypothesis: A Reanalysis (American Fork, UT: Archaeological Research Consultants, 1985), V. Garth Norman, “What Is the Current Status of Research Concerning the “Tree of Life” Carving from Chiapas, Mexico,” The Ensign 15 (June 1985): 5455.
Os Tanners responderam: Durante vários anos, muitos SUDs fizeram grandes declarações relativas a “Stela 5 de Izapa” que foi encontrada em Chiapas, no México, em 1939. Em 1941, o Smithsonian Institution e a National Geographic Society enviaram uma expedição para estudar a pedra. Em uma carta ao autor deste livro, datada de 01 de maio de 1963, George Crossette, chefe da Geographic Research da National Geographic Society, disse:
“Ninguém associado à nossa expedição relaciona a Stela, de qualquer forma, ao Livro de Mórmon”.
Apesar disso, várias publicações SUDs contém fotos e comentários feitos pelo Smithsonian Institute e pela National Geographic Society, que deixam a impressão de que eles apóiam as reivindicações SUDs. Mórmons como M. Wells Jakeman têm publicado artigos em jornais e revistas afirmando que esta pedra ajuda a provar que o LdM é verdadeiro. Os SUDs costumam referir-se a pedra como “A Pedra da Árvore da Vida de Leí”, porque supostamente tem muitas semelhanças com a visão da árvore da vida de Leí, em I Néfi 8, no LdM. Alguns artigos de jornais ainda afirmam que os nomes de Leí, Saria, e Néfi estão em três hieróglifos na pedra. Mas, não há qualquer “nome em hieróglifo” na pedra! George Crossette também disse em sua carta que a pedra é quase uma duplicata, em todos os seus detalhes elaborados, da pedra chamada “Chapultapec”, de procedência desconhecida, agora no Museu Nacional do México. Agora vamos olhar mais alguns detalhes. Em um trabalho de 1953, tendenciosa da Stela 5.[7]
M. Wells Jakeman ofereceu uma visão um tanto
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A imagem central de IS5 é a qual Jakeman chama de “Árvore da Vida” da religião dos maias e astecas. Em volta da Árvore da Vida há várias figuras. Algumas destas são personificações de divindades mesoamericanas. No entanto, seis destas figuras são claramente humanas. Jakeman ofereceu estas explicações sobre as seis figuras:
A primeira figura, um homem velho e barbudo, com uma corcunda, fica de frente à árvore e às outras cinco pessoas. Jakeman supõe que esse homem seja “um homem com especial conhecimento religioso”, que está falando com os outros sobre a Árvore da Vida, e também um homem de autoridade sacerdotal, porque “ele parece estar fazendo, enquanto ele fala (ou ter feito antes de falar) um holocausto sobre um altar (este último descrito como um pequeno altar ou um queimador de incenso) ...”
A segunda figura, sentada em uma almofada ou um tipo de assento, atrás da primeira, parece velha, mas está sem barba e tem uma coroa de chifres. Jakeman supõe que esta pode ser uma mulher velha. A figura está segurando um grande símbolo em um padrão que mostra uma “face grotesca de perfil”, que Jakeman interpreta como a de um crocodilo. Jakeman vê essa face como um símbolo que dá o primeiro nome da figura.
Figuras humanas na Stela 5
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Ao final, Jakeman conclui que o casal de idosos é uma representação estereotipada de um “casal ancestral” (como Adão e Eva) da Mesoamérica, que representa (como em outros lugares), um casal idoso real e conhecido.
Querubins?
Agora é claro que certa questão surge nesse ponto - nós temos uma Árvore da Vida, temos “Adão e Eva” da Mesoamérica, temos também duas figuras divinas ao redor da árvore, que podem ser querubins guardando a árvore (cf. Gn 3:24) e o cenário também possui uma serpente de duas cabeças. Poderia a origem da IS5 ter relação com a cena edênica? Jakeman admite esta possibilidade, mas com ressalvas. Ele argumenta que existem muitas diferenças entre o relato do Gênesis e seu paralelo da Babilónia: as outras quatro figuras humanas, a Árvore do Gênesis e Babilônia sendo a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e não a árvore da vida, e a serpente na IS5 representa a terra, não a tentação e o mal. Sem ir muito longe, e sem qualquer compromisso particular com a IS5, se Jakeman fosse um cético, não consideraria isso como prova para negar uma identificação com a memória dos eventos de Gênesis. Comparar o dilúvio de Gênesis com seu paralelo babilônico mostra que mudanças feitas foram suficientes para suspeitar que a IS5 poderia ser uma representação mista e esmaecida da cena do Gênesis. Mas de maneira alguma isso leva à uma identificação positiva do LdM. Isso significa apenas que o raciocínio de Jakeman é falacioso. Assim Jakeman opta por uma alternativa: o casal é o ancestral do povo após o dilúvio, algo semelhante a Noé e sua esposa - na Mesoamérica. Jakeman identifica as próximas quatro figuras, sentadas no chão de costas para a árvore.
Lama e Lemuel
Duas ele identifica como os dois filhos do casal guerreiro ancestral.
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Nefi
Um terceiro, que tem uma “pequena barba desgrenhada” e é maior do que os outros, segura “um objeto pontiagudo” e um objeto retangular que Jakeman identifica como uma “caneta” (uma ferramenta para escrita) e uma tábua. Jakeman diz que a identificação desta pessoa é “difícil”, mas ele supõe que pode ter sido um terceiro filho.
Sam
A figura final, cujo rosto foi destruído, possui “um guarda-chuva ou sombrinha” sobre a figura anterior, e Jakeman supõe que pode ser um quarto filho. Jakeman nota ainda que o guarda-chuva era um símbolo de governo da Mesoamérica e, portanto, a figura n º 5 seria um governante. Outros símbolos ligados a essa figura identificam-no como um pastor ou representante do Deus mesoamericano.
Demais figuras humanas na Stela 5
Assim, são as figuras humanas. Jakeman, em seguida, descreve alguns outros pontos de interesse: Uma pequena figura humanoide entre as duas primeiras, é “possivelmente um ídolo”.
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Uma figura humanoide em pé no ar, em frente à árvore com os braços estendidos e vestindo uma túnica com capuz, é identificada como um “ser sobrenatural anônimo”. Uma dupla linha ondulada, que corre abaixo da borda direita e depois vira à esquerda na parte inferior, passando “perto das raízes da árvore.” Este é considerado um rio regando a árvore, ou talvez algo mais simbólico. Uma ampla linha na parte direita do painel de chão da Stela.
Rio, caminho e barra
Um complexo de linhas estreitas, algumas das quais Jakeman identifica como um caminho. Uma figura final, de pé com barba e segurando um “pequeno objeto arredondado” interpretado como fruto da árvore.
Outros elementos da Stela 5
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Até agora, o leitor pode estar se perguntando: “Então, quando ele começará a dizer isso é a prova do Livro de Mórmon?” A resposta é, neste estudo, pelo menos, nunca. Sua conclusão foi:
A escultura é um “retrato de um acontecimento antigo (real ou mitológico) sobre a Árvore da Vida.... símbolo da religião mesoamericana antiga”, no qual os mais velhos estavam explicando algumas coisas para o mais jovens.
Então Jakeman passa a listar uma série de elementos na escultura IS5 que ele defende como “características do Velho Mundo”. Ou seja, apesar do que ele disse anteriormente sobre semelhanças com o Gênesis e histórias de Babilônia, os quais são também interpretáveis dentro de um paradigma de reminiscências da história original: vestuário e coroa semelhantes aos do Velho Mundo, a utilização do guarda-chuva sobre a pessoa, o uso de um pequeno altar - ele passa a admitir, no entanto, que a maioria dos elementos que ele cita (mas não todos) são bastante simples de serem explicados como sendo objetos independentes. A única dica que conseguimos de Jakeman, de que ele faz conexões com o LdM, é uma afirmação de que o nome egípcio de Deus era “Nepi”, em nota de rodapé, como sendo uma combinação para Néfi. Trabalhos posteriores sobre IS5 fizeram uma conexão mais definitiva com o LdM. Obras populares apologéticas mórmons agora ligam a representação da IS5 com a história do LdM em 1 Néfi 8, 11 e 12, em que o personagem Leí teve uma visão da Árvore da Vida. Os elementos dessa história como campo, rio, família, barra de ferro, árvore, são os que os apologistas popularmente comparam com IS5: a Árvore da Vida é identificada como a árvore de Leí, as figuras na IS5 como Leí e sua família, a figura que escreve como Néfi escrevendo a visão, o rio como o rio, a figura encapuzada como uma pessoa cega que se perdeu no caminho (ao contrário do Jakeman!), e a barra de ferro como uma linha grossa ao fundo da IS5. Então, existe alguma substância para essa análise, ou é à maneira dos épicos de Homero e do Evangelho de Marcos, apenas uma esforço de imaginação? Sobre esta história, os principais apologistas mórmons não concordam com Jakeman. Apologistas SUDs discordam de Jakeman 1 - John Clark Dois itens da primeira edição de 1999 do Journal of Book of Mormon Studies (“The History of an Idea” by Stewart Brewer; “A New Artistic Rendering of Izapa Stela 5”) pelo mormon John Clark, mostram estes pontos, antes de Stewart Brewer: - Mesmo no começo, Jakeman invoca criatividade para ligar a IS5 com a visão.
“Por exemplo, o campo largo que ele acreditava ser representado por um pequeno segmento no fundo. Ele alegou que era conceitualmente um grande campo, mas que não pôde ser representado de forma maior porque a cena já estava muito cheia.”
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- O trabalho posterior de Norman, que envolveu extenso exame e fotografia da IS5, designado por “erros na detecção de detalhes”, atormentou a interpretação de Jakeman e mostrou que muito do seu trabalho é inválido. No entanto, ele passou a sugerir que uma “estrada da vida” seja o tema da IS5, o que não invalida a hipótese de Jakeman, mas sim “aprofunda o seu significado.” Agora os destaques dos itens de John Clark, no qual se constata o avanço das interpretações do monumento mesoamericano desde Jakeman e Norman: - A IS5, entre a Stela de Izapa, é “a cena mais complexa” na coleção e talvez de toda a América do Norte antes de Cristo. O pesquisador Garth Norman, por exemplo, contou “pelo menos 12 figuras humanas, uma dúzia de animais, mais de 25 objetos inanimados ou botânicos e 9 máscaras estilizadas de divindades.”
As 12 “raízes” da árvore, que um apologista mórmon identifica como representando as 12 tribos de Israel, é na realidade “os dentes alongados de um crocodilo ou monstro da terra”, e o tronco da árvore “funciona como o corpo do crocodilo..”. Este é o crocodilo em cujas costas a terra descansou e que por sua vez, flutuava no mar primordial. Duas das seis figuras humanas, incluindo a mulher, seguram objetos pontiagudos. A mulher está usando o seu objeto para “fazer um buraco em sua língua para tirar sangue e usá-lo como uma oferenda aos deuses...”. O estudo de Irene Briggs, em 1950, é citado, no qual foram feitas comparações de semelhanças temáticas e outros temas e da arte do Oriente Próximo. Ela encontrou apenas cinco paralelos temáticos gerais e não mostram nenhuma conexão em termos de estilo artístico. Clark observa que a IS5 não se correlaciona com a história e a geografia do LdM como ela é entendida hoje. Ele acrescenta que não há nenhuma indicação em 1 Néfi que Leí ou outros compartilharam o sonho de Leí com outras pessoas. Ele acrescenta que a cena em Néfi não diz quem estava presente e se foi queimado incenso.
“.. Apenas dois elementos mencionados no texto, a árvore frutífera e a água, podem ser reconhecidas na pedra, sem recorrer a conjecturas”.
Jakeman e outros escritores, mais tarde, identificaram o personagem velho como Leí. Essa identificação é baseada em um desenho ao lado do personagem, que seria um osso maxilar (combinando com a queixada de Sansão ergueu quando ele chamou o lugar “Lehi”). No entanto, o que está ao lado do homem velho é um crânio, e ele está “visivelmente sem mandíbula.” 336
Peixes e beija-flores no cenário, que um apologista afirma serem símbolos da ressurreição e da vida eterna, não o são: o peixe, pelo menos “não fazem sentido” e é preciso verificar outros monumentos para esclarecer seu significado, diz Clark. Clark finalmente conclui que o trabalho de Jakeman é
"muito especulativo e se baseia em muitos pontos fracos da lógica para ser aceito".
Ainda, que a cena da IS5 provavelmente tenha algo a ver com um rei como intercessor para o seu povo, não oferecendo nenhuma conexão específica com o LdM, apesar dele sugerir que a arte da IS5 possa ter alguma ligação com os povos jareditas do LdM. 2 - Hugh Nibley Hugh Nibley é considerado o principal apologista SUD. Ele descartou a interpretação Jakeman como apenas um desejo de seu pensamento, fazendo críticas por sua falha em verificar se há paralelos na arte do Extremo Oriente e na arte mesoamericana; por ignorar ou deixar de lado as explicações que contrariam evidências contrárias; por "erros grosseiros em questões elementares de evidências linguísticas e iconográficas", e por oferecer interpretações improváveis ao invés de explicações simples. - Um pouco antes de Suzanne Miles, outro pesquisador, Clyde Keeler, ofereceu uma interpretação que também discordava da de Jakeman. Em 1982, um graduado da BYU, Gareth Lowe, interpretou a IS5 como um mito da criação. Lowe observou:
"Eu não posso escapar à impressão de que a Estela 5 representa um mito da criação original, muito semelhantes às registadas muito mais tarde no Popol Vuh"[8].
Mais recentemente, porém, o popular apologista mórmon Michael Griffith e o professor da BYU sobre antigas escrituras, Alan Parrish, saíram em apoio a interpretação de Jakeman. Nenhum dos problemas seja, talvez, surpreendente, uma vez Jakeman tinha pouca experiência em escavação e análise de materiais. Isso é irônico, pois Jakeman respondeu a Nibley (e outro crítico Mórmon de sua obra, John Sorenson), afirmando que nenhum deles era qualificado para fazer tais avaliações. Pesquisadores da Mesoamérica interpretam a Stela 5 Em 1965, a Dra em arte mesoamericana Suzanne Miles ofereceu a primeira visão não-mórmon significativa da IS5 e a descreveu como um "mito visual fantástico."[9] Sua interpretação não apoia, de forma alguma, a de Jakeman. Ela fez seu próprio desenho da Stela, que difere em algumas áreas da de Jakeman. Sua análise agrupa a Stela 5 com outros monumentos dos períodos pré-clássicos 337
tardios e protoclassico em Izapa, como as Stelas 2, 7, 12, 18, 21 e 22. Isto implica que a iconografia ou símbolos visuais deste conjunto surgiu de artistas que compartilhavam a mesma cultura e mesmo mito. Principais pesquisadores da mesoamérica identificaram a imagem central como uma árvore do mundo que ligaria o céu acima com a água ou o mundo abaixo [10]. Linda Schele e Mary Ellen Miller propuseram também que a Stela registra o mito da criação, com os seres humanos mal formados emergindo de um buraco no lado esquerdo da árvore. Os personagens sentados estão finalizando os seres humanos de várias maneiras [11]. Julia Guernsey Kappelman, por outro lado, sugere que as figuras sentadas são da elite de Izapa realizando uma atividade ritualistica em uma “cena quase histórica”, que é colocada no contexto da "paisagem simbólica da criação" [12]. Outros pesquisadores foram anteriormente citados no texto e referenciados por estudiosos SUDs. Conclusão: Apologistas mórmons populares que usam a IS5, na melhor das hipóteses, colocam a carroça na frente dos bois, e, na pior delas, contradizem a sua razão. Assim, é claro que a IS5 não é uma arma eficaz no arsenal da apologética mórmon e deve ser arquivada, pelo menos por enquanto.
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Para ler mais sobre diversas Estelas: http://www.utexas.edu/search/results.php?cx=006470498568929423894%3Aetsxpcor8wm&cof=FORID %3A10&q=Stela+5&search_button=#1059 Fontes: Texto traduzido e adaptado de http://www.tektonics.org/qt/stela5.html KUBLER, GEORGE (1990) The Art and Architecture of Ancient America, 3rd Edition, Yale University Press, p, 328 ISBN 0-300-05325-8. GUERNSEY KAPPELMAN, JULIA; Izapa (Precolumbian Art and Art History)" LOWE, GARETH W. THOMAS A. LEE JR., AND EDUARDO MARTINEZ ESPINOSA (1982) "Izapa: An Introduction to the Ruins and Monuments", in Papers of the New World Archaeological Foundation 31: 110 Guernsey Kappelman state this, with others. POOL, CHRISTOPHER (2007) Olmec Archaeology and Early Mesoamerica, Cambridge University Press, p.271, ISBN 978-0-521-78882-3. Kulbler, p. 328. BREWER, STEWART W., (1999); "The History of an Idea: The Scene on Stela 5 from Izapa, Mexico, as a Representation of Lehi's Vision of the Tree of Life" 3. Gareth W. Lowe, Thomas A. Lee Jr., and Eduardo Martinez Espinosa, "Izapa: An Introduction to the Ruins and Monuments," Papers of the New World Archaeological Foundation 31 (1982): 305. Suzanne W. Miles, "Sculpture of the Guatemala-Chiapas Highlands and Pacific Slopes, and Associated Hieroglyphs," in Archaeology of Southern Mesoamerica, ed. Gordon R. Willey (Austin: University of Texas Press, 1965), 1:258. Veja Guernsey Kappelman. SCHELE, LINDA; MARY ELLEN MILLER (1986). The Blood of Kings: Dynasty and Ritual in Maya Art. Fort Worth, Texas: Kimball Art Museum. p. 141 Guernsey Kappelman, p. 124
7 - Comparando as duas Estelas 5 A Estela 5, até hoje é usada pelos SUDs como a maior evidência arqueológica que comprova a veracidade do livro de Mórmon. Porém, mesmo entre alguns pesquisadores SUDs, essa ideia é refutada. Dentre eles, podem ser citados Hugh Nibley, John L. Sorenson, Dee Green, William J. Hamblin (professor de história da BYU) assim como John E. Clark. Em 1966, John L. Sorenson, em um artigo, fez algumas precauções relativas às publicações SUD sobre o Livro de Mórmon usando o trabalho de Jakeman como referência – trabalho este que fez correlações da Estela 5 de Izapa com o sonho de Leí. Sorenson alertou para a “descontrolada comparação” e as “conclusões absurdas” que resultam, muitas vezes, por serem usados métodos indevidos na comparação entre arte e cultura. Ele continuou: “Particularmente, isso leva a interpretações super ambiciosas, com conceitos comuns compartilhados [pelos mórmons] com relações históricas, como nas prévias pseudo-identificações de Jakeman de “Leí” (e outros personagens do Livro de Mórmon) no monumento Izapa” [1]. Três anos depois, Dee Green, um arqueólogo profissional, advertiu que a literatura mórmon, ao lidar com as escrituras, especialmente com o Livro de Mórmon, era, em geral imprecisa em apresentar materiais arqueológicos. Green observou que, no entanto, isso não era surpreendente, pois os próprios indivíduos que forneceram “evidências arqueológicas” para as escrituras não eram arqueólogos. (Isso foi uma declaração visando Jakeman, que tinha uma experiência muito limitada em escavação e análise de materiais produzidos pelos arqueólogos.) Green especificamente emitiu um “aviso... contra a Pedra da Árvore da Vida de Leí interpretada por Jakeman”. Ele 339
afirmou que a tese de Jakeman “recebeu ampla publicidade [através] da igreja e uma resposta excessiva de entusiasmo dos leigos devido às publicações pseudocientíficas”. Ele continuou, afirmando que Jakeman havia feito todas as suas interpretações da Stela “da versão do desenho feito por ele mesmo” em vez de usar uma fotografia original e, certamente, não o fez da observação direta do monumento. Finalmente, Green, que havia sido aluno assistente de Jakeman na produção e manipulação do molde de látex da Stela 5, denunciou que Jakeman tinha alterado o molde de gesso de Estela 5, feito a partir do molde, “após a sua interpretação” [2]. Seguindo a recomendação de procurar melhorar as representações do monumento, a fim de obter uma interpretação mais precisa, foi recentemente concluído um novo desenho da Estela 5. Este foi feito pela New World Archaeological Foundation (NWAF) e em parte pela FARMS. Ele foi publicado no “The Book of Mormon Reference Companion pela Deseret Book” [3]. Ao compararmos o desenho de Jakeman e o novo desenho da Estela 5, parece que a denúncia de Green contra Jakeman faz todo sentido. Abaixo, uma breve comparação dos dois desenhos da Stela 5 - feito por Jakeman e feito pela NWAF. Estela 5 de Jakeman:
340
Estela 5 de NWAF:
Detalhes entre os personagens dos dois desenhos também foram comparados, sempre com o desenho de Jakeman à esquerda e o da NWAF à direita. A interpretação da Stela 5 de Jakeman é baseada na Síntese de Cliff Dunston, artista da "TULA Foundation".[4] Em negrito, os erros de interpretação mais marcantes devido ao desenho impreciso de Jakeman.
1 - Querubins
341
Jakeman:
Arqueólogos:
Anjos, ou querubins desempenham um As duas maiores figuras - "flutuantes" grande papel tanto na visão de Lei que estão mais próximas da árvore - são quanto na escultura da Árvore da Vida. provavelmente deuses, ou homens vestidos como deuses. Eles guardam a árvore em Izapa. No Livro de Mórmon, um anjo leva Leí até a A primeira à esquerda está vestindo uma Árvore da Vida; e um anjo dá sua máscara de pássaro e uma concha interpretação a Néfi. grande por trás de sua cabeça, enquanto que a do lado direito está com uma máscara de jaguar e um cocar de grande estatura. Seu rosto e máscara foram intencionalmente deformados na Antiguidade, mas há muitos pontos visível para identificá-lo como vestido de jaguar. Este par de deuses representam os dois deuses mais poderosos na Mesoamérica, séculos mais tarde conhecido entre os astecas do México central, como Quetzalcoatl e Tezcatlipoca. Representam as forças opostas, bem como Thor e Loki na tradição escandinava.
342
Cada deus é assistido de perto por figuras menores, mas não é possível para ver ao certo o que cada participante está fazendo. Os do lado direito vestem uma imitação do traje do deus Jaguar em algum tipo de cerimónia. 2 - Sariah
Jakeman:
Arqueólogos:
Esta figura parece ser a de uma mulher associada à figura de Lei. Sua cabeça coberta sugere que a figura pode representar Saria, a esposa de Leí e a mãe de Lama, Lemuel, Sam e Néfi (além de Jacó e José).
A mulher, segurando um espinho serrilhado de uma arraia, o usará para fazer um um furo em sua língua e coletar sangue.
A figura de Saria tem os ombros arqueados semelhantes aos da figura de Lei; isto sugere que ela é uma pessoa idosa que está associada com a figura de Lei como sua atendente ou esposa.
Este será uma oferenda aos deuses - um ato de adoração que está associado com a oferta de incenso. O auto-sacrifício ou auto-sangramento era uma prática frequente e significativa durante milênios na América Central, especialmente entre os sacerdotes e a alta realeza.
O olho da figura de Saria olhando para o Aparentemente, esse é o ritual que está anjo ou para a árvore pode manifestar o sendo mostrado na Estela 5. seu desejo de partilhar do fruto da árvore. Em hebreu o nome Sara ou Saria significa princesa. O ornamento da cabeça da figura de Saria justifica essa exigência. O anel em forma de rabo de peixe na mão direita da figura de Saria aparentemente é sacrificado com o instrumento que está na mão direita. 343
3 - Leí
Jakeman:
Arqueólogos:
Nesta representação, Leí é o legendário ancestral lembrado na história mesoamericana. Ele está inclinado para frente com uma das mãos indicando uma posição de quem está gesticulando ou ensinando. Ele está assentado numa almofada semelhante aos altares que descansam em frente dos muitos monumentos de pedra na área onde Stella 5 está localizada.
A figura à extrema esquerda é um velho encurvado com um gorro terminando em ponta. Ele senta em um trono de crânios. Seus ossos salientes estão bem à vista, representando um corpo velho, esquelético.
Ele poderia representar a morte, ou um sacerdote ou um rei envelhecido com Jakeman supõe que o maxilar localizado uma máscara que representa a morte. imediatamente atrás da cabeça de Lei é o símbolo representando seu nome. O que parece um dedo indicador é, provavelmente, a ponta de uma corda O Vale de Leí onde Sansão matou mil que está ao redor de seu trono. A corda filisteus pode ser o símbolo para Leí do quase sempre significa abordagem. Livro de Mórmon e o legendário ancestral, encontrado na pedra. Ondas de fumaça saem de um incensário à sua frente. Queimar incenso era um rito comum de oração e súplica na antiga Mesoamérica.
344
4 - Néfi
Jakeman:
Arqueólogos:
A figura de Néfi é do mesmo tamanho que a figura de Lei e está gesticulando de um modo de quem possui autoridade, muito parecido com a figura de Lei.
A figura principal aqui é mostrada sentado de pernas cruzadas no chão, e uma pessoa sentada atrás dele, segurando um guardachuva.
A figura de Néfi tem um instrumento na mão esquerda, que pode ser um tipo de cinzel, e tem a aparência de que está escrevendo nos registros.
O jovem tem um toucado elaborado exibindo os símbolos da realeza e do deus do milho na iconografia convencional da Mesoamérica (do repertório de símbolos significativos). Ele oferece incenso em um incensário similar ao que está representado na cena ao lado esquerdo da árvore.
Seu adorno de cabeça consiste de grãos, e representam um jovem deus egípcio dos cereais, chamado Nepri ou O jovem rei do milho está segurando um Nepi. (Jakeman 1958:45). objeto cortante, talvez com a mesma finalidade da mulher velha: autoO pequeno crânio que repousa sobre sangramento como oferenda para os a testa da figura de Néfi tem o que deuses. parece ser um dos frutos da árvore em sua boca. Isto pode sugerir que a Note que não há fruto algum na boca do figura de Néfi está desejosa de crânio que adorna a cabeça dessa figura. O compartilhar do fruto da árvore ou círculo faz parte do calçado usado por representa seu desejo de seguir os Tezcatlipoca. mandamentos de Deus. Como resultado, depois da morte, conforme representada pelo crânio, a figura de Néfi pode reivindicar a vida eterna através da expiação de Cristo.
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5 - Lamã Lemuel
Jakeman: Lamã Assentado em frente da figura de Néfi estão duas outras figuras. A figura que está atrás do tronco da árvore, nós Uma figura que participa do ritual, na chamaremos de Lamã por causa da sua oferenda de incenso. discussão com Néfi. De todas as figuras do lado direito da árvore, a figura de Lama é á única figura que está de costas para a árvore. Lemuel Esta figura está assentada na mesma posição em relação à árvore, que a figura de Lamã, com suas costas voltadas para a árvore. Esta posição Uma figura que participa do ritual, na pode sugerir a recusa de Lamã e Lemuel oferenda de incenso. em partilhar do fruto. A fumaça se elevando do incenso flui de tal maneira que cega os olhos da figura de Lemuel. Ele está cegado com respeito ao evangelho. 346
6 - Criança
Jakeman: A pequena figura entre a figura de Néfi e a de Lamã pode ser a figura de uma criança ou uma representação de um tipo de conexão ancestral. A roupa da morte sugere a última opção.
Um incensário
Se for uma figura ancestral, ela pode estar relacionada com a primogenitura.
7 - Pessoa cega:
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Jakeman: No lado esquerdo da árvore, com suas mãos tocando o tronco da árvore e suas costas quase tocando as costas da figura de Lemuel, existe uma figura com um capuz sobre sua cabeça. O capuz indica que essa pessoa perdeu o caminho. Norman escreveu: A pessoa encapuzada… eu a relacionei à busca da árvore que dá a vida, (mas não Uma pessoa com feições bem definidas. é vista). (Norman 1976:214) Não há capuz cobrindo sua face. A figura cega em Stela 5 parece representar aquele grupo de pessoas que, como a semente que é lançada em lugares pedregosos, não cria raiz no plano do evangelho. As tentações de Satanás são tão fortes para eles, que seus olhos são cegados com respeito aos princípios do evangelho. A pessoa cega tocou a árvore, mas não partilhou do fruto da Árvore da Vida.
8 - Pessoa envergonhada:
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Jakeman:
Ao contrário da figura de Jakeman, este personagem não está com a mão em Quase a meio caminho da árvore com concha, e não parece segurar o “fruto”. as costas voltadas para ela e olhando para o anjo no lado esquerdo da árvore, está uma pessoa usando uma touca com alça no queixo. Esta pessoa segura um dos frutos da árvore. Esta figura pode representar aquelas pessoas que Leí viu em seu sonho, as quais partilharam do fruto e então se desviaram porque ficaram envergonhados.
É interessante que os frutos parecem “rodear” o braço de Quetzalcoatl.
9 - Personagem acima de Samuel:
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Jakeman: Uma figura indefinida.
Note que este personagem é claramente humano, e está logo atrás de Tezcatlipoca, auxiliando-o de alguma forma. Note que logo acima dele, há também um maxilar, que é, segundo alguns SUDs alegam, o símbolo do nome de Leí.
10 - Tronco da árvore
Jakeman: Não está representado
Mais um personagem humano, que foi deixado de fora na representação de Jakeman.
350
11 – Raiz
Jakeman:
Arqueólogos:
Doze raízes que se estendem para o chão são evidentes na árvore. Cristo é a Árvore da Vida. As raízes podem ser a representação dos 12 apóstolos de Cristo ou das 12 tribos de Israel.
As longas raízes da árvore parecem penetrar no solo. Mas quando olhamos com atenção, vemos que as raízes são, na realidade, dentes alongados de um crocodilo ou um monstro terrestre, enquanto que o tronco da árvore está A maneira pela qual as raízes estão torcido como o corpo de um crocodilo, separadas uma das outras sugere a um recurso elaborado em outros separação das tribos. monumentos Izapa. Três raízes proeminentes na parte esquerda da árvore sugerem a parte das três tribos que viajaram para a Mesoamérica, que são: Lei, da tribo de Manassés; Ismael da tribo de Efraim, e Muleque, da tribo de Judá.
12 - Águas e árvore
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Jakeman:
Arqueólogos:
Jakeman sugere que a água representa a fonte de águas sujas do sonho de Leí. A água em Stela 5 tem aparência de ondas bem como de um rio de correntezas. Os padrões de chuva no lado direito do painel atrás das costas da figura de Sam sugerem a aparência de perigosas inundações entrando pela cena. A representação simbólica de estar sendo levado para as profundezas do inferno é bastante apropriada.
As ondas da água são representadas em cascata no lado direito do quadro, como lama debaixo da terra. No pensamento mesoamericano antigo, acreditava-se que a terra deitava sobre as costas de um crocodilo, que flutuava no mar primordial. A água e os sinais terrestres na Estela 5 mostram claramente essa associação água-crocodilo.
13 - Peixes
Jakeman:
Arqueólogos:
Símbolos de Cristo e da vida eterna parecem estar adequada e claramente explícitos nos símbolos da pedra. A serpente, o peixe, os colibris, são todos associados com cristo e eternos símbolos do nascimento do homem, sua morte e ressurreição. Dois peixes são mostrados na pedra, com frutos em suas bocas, significando que se o homem partilhar do fruto da Árvore da Vida, ele ascenderá ao céu. Dois peixes também são representados no alto do painel com suas faces voltadas para a terra, o que pode simbolizar a ressurreição do homem.
Um par de peixes esculpidos em jadeíte e que faziam parte de um colar foram escavados em conjunto com a cabeça cerâmica de Ehecatl. Seja qual for seu significado, está obviamente associado com o deus do vento. Note que este par de figuras está justamente em frente da imagem de Ehecatl na Stela 5, possivelmente representando as imagens de jadeíte penduradas em um colar.
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Conclusões: Os desenhos de alguns personagens não apresentam modificações tão grandes, como nos casos de “Lamã” e “Lemuel”. Mas outros esquemas mostram-se grosseiramente modificados. Não é concebível que um incensário, por exemplo, seja desenhado corretamente do lado esquerdo da figura, e do lado direito, seja visto como uma criança. Uma explicação para tal seria uma tentativa de colocar “Néfi” escrevendo o sonho do pai, e não queimando incenso. Cobrir a cabeça de uma figura humana com um capuz, quando suas feições também são visíveis é outra forma de tirar o significado original da Stela. Personagens com características humanas que foram transformados por Jakeman em seres imperfeitos também parece ser uma tentativa de ajustar a Estela 5 ao sonho de Leí: assim, apenas 6 personagens humanos, correspondentes à família de Leí, estariam na cena, mais os representantes principais do sonho - os que se envergonham do Evangelho e os que se perdem. Na realidade, há mais personagens humanos na Estela 5: um no tronco da árvore, um acima de Sam, o que estava com a cabeça coberta, totalizando dez humanos. Ainda, a diminuição do número de raízes exatamente para 12, separando 3 delas, é um tanto inconsistente com a quantidade de “raízes” mostrada na figura mais recente da Stela 5. Mesmo que o número não fosse acurado - o que não se pode imaginar, uma vez que foi feito um desenho a partir de um molde de gesso - tal manipulação da imagem original não é tolerável. Interessante notar que o “fruto” é deixado de fora estrategicamente em alguns pontos na primeira Estela 5, ou apenas dá-se a impressão de que ele ali está. Um exemplo é o da cabeça que enfeita o cocar de “Néfi” - ela não come o fruto, mas sua boca está próxima a um dos vários adereços do calçado da figura flutuante à sua frente. Os demais adereços foram cuidadosamente retirados.
As interpretações de Jakeman e de outros SUDs são, de fato, extremamente tendenciosas. Isso apenas tira forças de qualquer publicação “científica” a favor do livro de Mórmon - se é que elas, de fato, existem.
_____________________ Notas: 1 - John L. Sorenson, "Some Voices from the Dust," Dialogue 1/1 (1966): 148. Compare John L. Sorenson, An Ancient American Setting for the Book of Mormon (Salt Lake City: Deseret Book and FARMS, 1985), 253; and John L. Sorenson, Images of Ancient America: Visualizing Book of Mormon Life (Provo: Research Press, 1998), 182. 2 - Dee F. Green, "Book of Mormon Archaeology: The Myths and the Alternatives," Dialogue 4/2 (1969): 72, 74, 75 n. 13. 3 - Largey Dennis L. General Editor. Book of Mormon Reference Companion. Deseret Book Company. 2003. 4 - http://emdefesadafemormon.blogspot.com/2010/02/pedra-da-arvore-da-vida.html Textos consultados: http://mormontranslator.blogspot.com/2010/11/una-nueva-representacion-artistica-de.html http://maxwellinstitute.byu.edu/publications/jbms/?vol=8&num=1&id=180#Anchor-30-38401
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8 - A rocha do túmulo número 3 - The Bat Creek Mound #3 Alguns mórmons defendem que uma rocha, datada da mesma época dos povos do Livro de Mórmon, encontrada no Tenesse, e com inscrições hebraicas, é uma das provas da historicidade do dito livro. De fato, no alt.religion.mormon foi escrito: “Aqui estão algumas “provas concretas” sobre alguns (não necessariamente sobre OS) judeus que vieram do Velho Mundo para o Novo Mundo, como descrito no Livro de Mórmon. “A “sólida evidência” é a inscrição, em hebraico antigo, em uma rocha localizada no túmulo número 3 (Mound # 3), em Bat Creek, Loudon County, Tennessee, e que data da época do Livro de Mórmon. Cyrus Gordon cita sobre a escavação acima, que foi datada com carbono 14 em cerca de 100 EC.”
Rocha Bat Creek
Histórico: Foi dito, inicialmente, que a pedra havia sido encontrada em 1889, em um túmulo, por uma equipe de pesquisa liderada por John W. Emmert, da Smithsonian Institution. O local foi localizado na confluência do Pequeno Rio Tennessee e Bat Creek, a poucos quilômetros ao norte da moderna Vonore. O local havia sido nivelado, na época, e os arqueólogos da Universidade do Tennessee realizaram escavações de salvamento na área na década de 1970. A inscrição Bat Creek é uma inscrição esculpida em uma rocha supostamente encontrada em um túmulo de um nativo americano em Loudon County, no estado do Tennessee nos Estados Unidos, em 1889. A inscrição é composta de caracteres vagamente parecidos com o alfabeto Cherokee, inventado por Sequoyah no início do século XIX. [1] No início de 1970, a inscrição tornou-se fonte de controvérsia quando o linguista Cyrus Gordon argumentou que eram na realidade, uma inscrição Paleo-Hebraico, e, portanto, fornecia evidências de contatos transoceânicos antes de Colombo. [2] [3].
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Cyrus Gordon
Mary Kwas
Robert Mainfort
Dr. Frank Moore Cross
No entanto, os arqueólogos da Universidade de Tennessee e outros especialistas rejeitaram a afirmação de Gordon. Em 1991, os arqueólogos Robert Mainfort e Mary Kwas publicaram um artigo no Tennessee Anthropologist. Eles negaram as afirmações de que a pedra de Bat Creek era de origem pré-colombiana do Velho Mundo, dizendo que tais afirmações eram obra de “arqueólogos embusteiros”. Mainfort e Kwas apontaram que as inscrições fraudulentas em pedras, pretendendo mostrar evidências de tais contatos - como a Kensington Stone e Davenport Tablets – não eram incomuns, especialmente no final do século XIX. Eles levantaram a questão particular de Cyrus Gordon, a quem eles chamaram de um “professor trapaceiro”, desesperado por evidências para apoiar suas teorias de contatos transatlânticos pré-colombianos. [4]. Mainfort e Kwas consultaram um especialista em Paleo-Hebraico , Dr. Frank Moore Cross, da Universidade de Harvard. Ele também contradisse a afirmação de Gordon de que a inscrição era Paleo-Hebraica. Cross afirmou que apenas duas letras de toda a inscrição poderiam, talvez, serem consideradas Paleo-Hebraicas do período em questão (entre o 1º século AEC e o primeiro século EC). Cross disse também que a interpretação de Gordon da inscrição (“para os judeus”) era baseada no alfabeto aramaico, e não no Paleo-Hebraico [5]. Em 2004, Mainfort e Kwas publicaram um artigo no American Antiquity [6] mostrando uma inscrição em um livro maçônico de referência de 1870, que tinha grandes semelhanças com a inscrição da rocha de Bat Creek (veja comparações abaixo).
Esquema da rocha Bat Creek
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Livro Maçônico
A inscrição maçônica era a inscrição de um artista de como “Santo ao Yahweh” poderia ter sido em Paleo-Hebraico. Mainfort e Kwas sugeriram que Emmert provavelmente baseou a inscrição da rocha de Bat Creek nesta inscrição maçônica antiga. Portanto, há grandes problemas com a utilização dos resultados da rocha de Bat Creek para validar o Livro de Mórmon. - Primeiro, e mais importante, as pulseiras encontradas na mesma data do enterro, no túmulo, são do século XVIII e XIX - o que significa que a pedra, provavelmente não foi colocada no local até então (por isso, ela poderia facilmente ter sido ali colocada após a era colombiana). - Segundo, contrariando afirmações, os exames de radiocarbono 14 mostram que as pulseiras colocadas no túmulo são bem mais recentes do que anteriormente afirmado:
“Testes recentes feitos pelo nosso Laboratório de Conservação com as pulseiras de metal encontradas no mesmo túmulo definitivamente estabelecem que são produtos do comércio dos séculos XVIII e XIX, e não tem a composição química de bronze dos períodos romano ou no início do período semita.” (Statement by the Smithsonian Institution, November 24, 1971)
- Terceiro, o próprio Gordon afirmou que o roteiro se refere às moedas judaicas, que data, de entre 70 EC e 135 EC. Assim a pedra não poderia ter sido trazida para a América antes disto.
Porém, o Livro de Mórmon fala de pessoas que vieram para as américas por volta de 600 ano AEC - muito antes deste período.
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- Quarto, a inscrição na rocha não é Paleo-Hebraica, mas é muito semelhante à aramaica, e extremamente semelhante à encontrada em um livro Maçom.
Sabendo-se das falsificações arqueológicas com outras rochas semelhantes a esta, e com os dados acima em mãos, qualquer tentativa em usar essa rocha como “prova” do Livro de Mormon apenas a colocará no mesmo nível que o livro: uma falsificação.
Obs. A rocha de Bat Creek continua a ser propriedade do Smithsonian Institution, mas está atualmente emprestada à Universidade do Tennessee. A rocha está atualmente em exposição no Museu Frank H. McClung, em Knoxville, Tennessee. A rocha está no catálogo, o número A134902-0, nas coleções do Departamento de Antropologia, Museu Nacional de História Natural, Smithsonian Institution. __________ Fontes: 1 - Cyrus Thomas, 12th Annual Report, Bureau of American Ethnology, 391-393. Cited in Charles Faulkner (ed.), The Bat Creek Stone (Tennessee Anthropological Society, Miscellaneous Paper No. 15, 1992). 391-393. 2 - J. Huston McCulloch, "The Bat Creek Inscription: Cherokee or Hebrew?" The Bat Creek Stone (Tennessee Anthropological Association, Miscellaneous Paper No. 15, 1992), 81-82. Originally published in Tennessee Anthropologist 13, no. 2 (Fall 1988). 3 - Robert Mainfort and Mary Kwas, "The Bat Creek Stone: Judeans in Tennessee?" The Bat Creek Stone (Tennessee Anthropological Association, Miscellaneous Paper No. 15, 1992), 5-6.. Originally published in Tennessee Anthropologist 16, no. 1 (Spring 1991). 4 – Ibid, p. 1-3. 5 –Ibid, p. 5-7 6 - Robert Mainfort and Mary Kwas "The Bat Creek Stone Revisited: A Fraud Exposed" American Antiquity69.4 (Oct 2004): p761 http://www.lds-mormon.com/batcreek.shtml Para ler mais – em inglês: http://www.econ.ohio-state.edu/jhm/arch/batcrk.html
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9 - Quiasmas e o Livro de Mórmon By Sandra Tanner - Texto traduzido e adaptado de utlm Alguns escritores SUD tentam estabelecer a historicidade do Livro de Mórmon ao afirmarem que ele contém um estilo poético, às vezes usado na Bíblia, chamado de quiasma (veja [aqui - inglês] para uma descrição dos quiasmas.). Eles também apontam que este estilo só foi identificado como "quiasma" após a época de Joseph Smith. Assim, eles raciocinam, o uso do quiasma no Livro de Mórmon demonstra que este é uma tradução de um texto antigo.
No entanto, uma breve investigação mostra justamente o oposto. Em primeiro lugar, este estilo poético sempre esteve na Bíblia. Se alguém tinha um nome para ele ou não é irrelevante, o estilo esteve presente para que Joseph Smith o imitasse. Em segundo lugar, Doutrina e Convênios tem exemplos do mesmo padrão. Uma vez que Joseph Smith ditou as revelações de Doutrina e Convênios, e não alegou que eram traduções de textos antigos, obviamente esse padrão era parte do estilo de Smith. A Pérola de Grande Valor e o diário de Joseph apresentam padrões semelhantes. Uma tese na BYU, de Richard C. Shipp "Conceptual Patterns of Repetition in the Doctrine and Covenants and Their Implications" (Dissertação de Mestrado), chega a uma conclusão similar.
Embora o Sr. Shipp não estivesse tentando refutar as alegações de quiasmas no Livro de Mórmon, seu estudo mostra que Joseph Smith tinha interiorizado tanto o ritmo quanto o paralelismo dos quiasmas. Em sua versão da primeira visão de 1832, Joseph declara que tinha estudado a Bíblia desde os doze anos, então é bem provável que ele tenha aprendido esse estilo de seus estudos. Na Ensign de outubro de 1989, o artigo “Hebrew literary Patterns in the Book of Mormon”, há menção de um livro de poesia hebraica, datado de 1787, que discute o estilo poético dos paralelismos. O termo “quiasma” nunca é usado, mas este livro mostra claramente que o estilo poético hebraico era reconhecido e estudado antes mesmo da época de Joseph Smith. O erudito SUD Blake Ostler, na revisão do livro “Book of Mormon Authorship: New Light on Ancient Origins”, comentou: A análise impressa por Wayne Larson e Alvin Rencher questiona, mais uma vez a teoria de que Sidney Rigdon ou Salomon Spaulding foi o autor do Livro de Mórmon. (pp. 158-88). Esta teoria continua a aparecer, embora completamente desacreditada, devido à suspeita de que a narrativa prodigiosa, a compreensão teológica e o conhecimento bíblico manifestados no Livro de Mórmon estavam além da limitada educação e das habilidades mentais de Joseph. Em estudos computadorizados, há um estudo sobre as frequências de palavras não contextualizadas. Isso mede os padrões da linguagem inconsciente, e os agrupamentos de palavras de autores do século XIX são claramente distinguíveis dos 358
agrupamentos de palavras do Livro de Mórmon. Além disso, os profetas individuais do livro de Mórmon têm estilos distintos e contrastantes um do outro. Tais achados decisivos podem dar uma pausa até mesmo nos mais veementes críticos do Livro de Mórmon e matar, de uma vez por todas, a teoria de que Sidney Rigdon ou Salomon Spaulding foram autores dele. D. David Croft, um estatístico da Universidade de Utah, questionou a validade da principal premissa de Larsen e Rencher, que exista um “padrão de palavras” repetidas específico para cada autor. (“Book of Mormon Wordprint Examined” Sunstone [MarchApril 1981]: 15-21). Apesar de mais de uma dúzia de estudos citados por Rencher Larsen apoiarem esta premissa, o ceticismo de Croft é apoiado por estudos sobre as obras do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard. De acordo com Howard Hong, especialista nos escritos de Kierkegaard, estudos de computação demonstram que o filósofo dinamarquês podia ajustar seu “padrão de palavras” em relação aos vários pseudônimos que ele assumiu em seus trabalhos, embora talvez não com tanta frequência ou distintamente como as do Livro de Mórmon. Croft criticou a primeira versão do estudo de “padrão de palavras” impresso pelo BYU Studies, afirmando que um “padrão de palavras” não poderia sobreviver a uma tradução. Esta crítica foi respondida na versão Book of Mormon Authorship. O “padrão de palavras” de doze novelas alemãs foram traduzidos por um único tradutor, e demonstrou uma diferença estatisticamente significativa, que não foi alterado pela tradução (p. 177). No entanto, a questão da tradução suscita um problema de consistência interna na autoria do Livro de Mórmon. A fim de dar sentido a aplicação de uma análise de “padrão de palavras”, deve-se assumir que o "processo de tradução foi direto e literal, e que o estilo individual de cada autor foi preservado" (p. 179). No entanto, para BH Roberts, explicar anacronismos do século XIX e citações da Bíblia do Rei Tiago, ele precisou assumir que “o vocabulário e a gramática de Joseph estão claramente impostos sobre o livro como uma impressão digital sobre uma moeda”. (p. 13). Se as expressões e ideias no Livro de Mórmon são parcialmente o resultado da tentativa de Joseph em comunicar a tradução, então as ideias teológicas e citações bíblicas do século XIX podem ser explicados como um resultado inerente ao processo de tradução. Se essas expansões são, na verdade de Joseph, elas devem refletir seu “padrão de palavras. “Assumir que Néfi teve acesso a uma Bíblia do Rei Tiago, ou que ele estava familiarizado com a teologia arminiana do século XIX, já no século VI AEC, está além dos limites de qualquer erudito competente”. Mas isso é precisamente o que deve ser assumido se o “padrão de palavras” for levado a sério.
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Mesmo tendo em conta esta crítica, no entanto, os resultados do estudo de “padrão de palavras” devem ser explicados. Talvez a análise do “padrão de palavras” nos diga mais sobre computadores do que sobre o Livro de Mórmon. ...... A autoria do Livro de Mórmon fez um caso prima facie para as origens antigas do Livro de Mórmon. Ela falha, no entanto, ao responder às críticas acadêmicas em algumas áreas cruciais. Por exemplo, desde que Welch inicialmente publicou seu estudo sobre quiasmas em 1969, foi descoberto que quiasmas também aparecem em Doutrina e Convênios (ver, por exemplo, 88:34-38, 93:18-38; 132:19-26 , 29-36), na Pérola de Grande Valor (Livro de Abraão 3:16-19, 22-28), e em outras obras isoladas do século XIX.
Assim, a premissa maior de Welch, de que o quiasma é exclusivamente um dispositivo literário antigo, é falsa.
De fato, a presença de quiasmas no Livro de Mórmon pode ser evidência do próprio estilo literário de Joseph Smith e de sua genialidade. Talvez Welch pudesse ter fortalecido sua premissa, demonstrando que os membros paralelos no Livro de Mórmon consistem de pares de palavras semitas, a base da poesia hebraica antiga. Sem tal demonstração, tanto os argumentos de quiasma de Welch e de Reynold são fracos. (Dialogue: A Journal of Mormon Thought , Vol. 16, No. 4, Winter, 1983, p. 141-143) Uma vez que o quiasma aparece em muitas línguas, seu uso no Livro de Mórmon não prova sua origem semita, ou que é um estilo peculiar da antiga escritura inspirada. Na verdade, muitas rimas têm esse mesmo tipo de estrutura (por exemplo, Hickory Dickory Dock). Curiosamente, mesmo os seguidores de James J. Strange, rival de Brigham Young e Sidney Rigdon na liderança do movimento SUD, defendem na estrutura de quiasmas do livro de escrituras de Strange. Aqui estão alguns exemplos do site da igreja Strangite: Aqui está o exemplo para um novato em quiasma do Livro da Lei do Senhor , capítulo 39, seção 1, que mostra um bom ritmo. Observe que A é paralela à linha A’, e B é paralelo à linha B ': A VÓS não DEVEIS VOS REVESTIR B SEGUNDO O COSTUME das loucuras dos outros homens; B' mas SEGUNDO O COSTUME que é decente e conveniente, A’ VÓS DEVEIS VOS REVESTIR.
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Aqui está um exemplo mais complexo do primeiro capítulo Livro da Lei do Senhor de 1851, com Deus habilmente colocado no centro da estrutura: A tu não TOMARÁS o NOME do Senhor teu Deus em VÃO; B tu não USURPARÁS autoridade C como um GEVERNADOR; pois o NOME do Senhor teu Deus D é grande e glorioso, ACIMA DE TODOS OS OUTROS NOMES: E ele está ACIMA DE TODOS, F e é o ÚNICO Deus VERDADEIRO; F' o ÚNICO JUSTO e reto Rei E' SOBRE TUDO: D' APENAS ele tem o DIREITO C' a GOVERNAR em seu NOME, apenas aquele a quem Ele chamou: B' Aquele que não é escolhido por Ele é um USURPADOR e profano: A' o Senhor não o terá por inocente, pois, aquele que TOMAR o seu NOME em VÃO. (http://www.strangite.org/Chiasmus.htm ) Estruturas quiásticas em escritos de Joseph Smith não provam sua autenticidade mais do que aquelas no livro de James Strange provam que seus escritos são inspirados.
Como uma pessoa apontou na Recovery From Mormonism Board,
“A evidência de quiasma é como tentar provar, a partir de uma parte de uma música, que seu compositor deve ter estudado teoria musical. E ainda há toneladas de músicas cumprindo os princípios básicos da teoria musical, produzidas por pessoas que não conseguiam nem ler e não tiveram treinamento formal algum.” Mais comentários sobre quiasmas podem ser encontrados no nosso Mormonism— Shadow or Reality? p. 96G-96I; Dialogue: A Journal of Mormon Thought, vol. 17, no. 4, Winter 1984, “Ancient Chiasmus Studied,” by Prof. John Kselman, p. 146-148; Dialogue, vol. 26, no. 3, Fall 1993, “Apologetic and Critical Assumptions about Book of Mormon Historicity,” by Brent Metcalfe, p. 162-171. New Approaches to the Book of Mormon: Explorations in Critical Methodology, ed. by Brent Metcalfe, Signature Books, SLC, 1993, ch. 9, "A Record in the Language of My
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Father: Evidence of Ancient Egyptian and Hebrew in the Book of Mormon," by Ed. Ashment, p. 329-394.
10 - Quem foi Quetzalcoatl? Texto de QUETZALCÓATL: HOMEM, SANTO OU DIVINDADE?
A cultura asteca, sua história, sua sociedade, sua produção artística estão intimamente ligadas às suas crenças religiosas. Essa religião é, principalmente, animista e dualista, na qual magia e cosmogonia fundem-se em um único elemento. Segundo Soustelle, os Astecas são os indígenas mais religiosos do México. Sua religião simples e dualista, quase que totalmente astral – ao menos em sua origem – foi enriquecendo-se ao longo do tempo através dos contatos com os povos sedentários do Centro. Conforme seu império foi se expandindo foi se incorporando novos elementos religiosos. Tanto que por volta do século XVI, sua religião era um denso conjunto de crenças e cultos de origens distintas. A característica marcante da escatologia asteca é o seu caráter fatalista, onde não há vestígios de esperança. O caráter dualista domina o mundo espiritual asteca, estando presente nas forças da natureza e no panteão. Os deuses foram criados pela união dos princípios masculino e feminino: “os membros do casal supremo, Senhor e Senhora da Dualidade”[1]. Segundo Lehmann, a religião exercia um domínio total na vida dos astecas e absorvia grande parte de sua força. Os deuses comandavam tanto o Estado como o indivíduo. Todos os acontecimentos da vida, o dia do nascimento e o da morte, o bom ou mau destino, tudo fazia parte dos desígnios divinos. O princípio duplo inexoravelmente se manifesta também na formação dos deuses, e na formação 362
da humanidade: “se llega a concebir que todo cuanto existe obedece a la acción de dos principios antagonicos que lucha eternamente (dualismo). Sólo así se explica la lucha entre el mal y el bien”. [2] A maior dificuldade em se estudar a religião asteca e seu panteão (sua mitologia) está no caráter mágico dela, que se deve à visão dualista do mundo. Os astecas, ao assimilar outros povos, assimilavam também suas divindades e seus cultos. Todavia essa incorporação de novas divindades era organizada pela classe sacerdotal que buscava reduzir a quantidade de divindades considerando cada deus como multifacetado. Essa multiplicidade de deuses de diversas origens e diferentes atributos é visível quando se tenta ordena-los. Cada divindade asteca podia sofrer diversas manifestações e apresentar-se com diferentes atribuições. É o exemplo de Quetzalcóatl, um dos deuses mais importantes. Sua origem é tolteca, porém há manifestações suas por toda a América Latina. Para os astecas ele é o deus do vento, da vida, da manhã, do planeta Vênus, dos gêmeos, dos monstros, patrono das artes e da sabedoria, criador e pai dos homens. Seus nomes são: Quetzalcóatl, Ehécatl, Tlahuizcalpantecuhtli, Ce Ácatl, Xólotl, entre outros.
O nome Quetzalcóatl significa literalmente “serpente de plumas”, porém quetzal é também o símbolo de “coisa preciosa”, e cóatl significa gêmeo. Portanto o nome Quetzal-cóatl pode ser traduzido como “gêmeo precioso”, indicando sua atribuição de estrela matutina e vespertina. Esta identificação com o planeta Vênus deu origem a diversos mitos e explica quase todas as lendas de Quetzalcóatl. Dentre os mitos envolvendo esse deus o mais importante é o da criação do homem. O mundo para os astecas, foi criado varias vezes. Isso porque a criação era seguida pela destruição por cataclismos. A última vez que o homem foi criado o deus Quetzalcóatl foi ao mundo dos mortos recolher os ossos dos homens, verteu sobre eles seu próprio sangue e deu vida novamente aos homens. 363
Essa lenda explica a importância dos rituais de sacrifício humano e o papel fundamental que o sangue exerce nessa religião. Os homens, para manterem-se vivos precisam manter vivos os deuses, alimentando-os com sangue humano. Apesar dessa lenda que justifica o sacrifício humano estar ligada diretamente à Quetzalcóatl consta que ele, durante seu governo sobre o mundo, proibiu essa prática.
Quetzalcóatl foi, sem dúvida, o mito mais difundido por toda a Mesoamérica. Com caráter multiforme, porém sempre benigno. Esse aspecto valente, bom, de herói
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integrador seria muito bem aproveitado pelos evangelistas espanhóis no momento de “garimpar” almas para a religião cristã. Do mito de Quetzalcóatl há varias versões, entretanto nenhuma delas sobreviveu à conquista espanhola de 1519 sob a forma escrita. Os pontos em comum na grande maioria das versões é o fato de que Quetzalcóatl, após criar os homens, desceu das efemérides divinas e encarnou como homem, veio para ensinar à humanidade todas as artes, a sabedoria e a bondade. O homem Quetzalcóatl foi um rei tolteca muito justo, sacerdote, astrônomo, foi quem adaptou o calendário maia em algumas partes e estruturou o calendário tolteca, assimilado mais tarde pelos astecas. Seu reinado marca a assimilação do povo maia pelos toltecas. Teria morrido em 5 de abril de 1208, exilado em algumas versões, traído e morto em outras. Independente da versão de sua morte e das condições que esta ocorreu o certo é que ao deixar o trono tolteca Quetzalcóatl afirmou que retornaria. Assim ele se converteu no centro de uma cosmologia religiosa.
11 – Pias batismais na América Pias batismais na América Pré-Colombiana? Ao assistir, há muitos anos atrás, o filme “América Antiga Fala”, fiquei impressionada com as "provas" apresentadas da veracidade do Livro de Mórmon. O filme é tão bem manipulado que, para aqueles que não estão bem atentos, acaba realmente convencendo. O que mais chama a atenção no filme é a “pia batismal” encontrada na América. Decidi, assim, fazer uma pesquisa sobre essa tal de “pia batismal”. O primeiro empecilho que encontrei foi a total falta de informação sobre a localidade desta construção (o filme pode ser visto no youtube). Muito tempo foi consumido até que encontrei a seguinte página: About the Book of Mormon. Nela, há uma foto do expresidente da igreja, Kimball, e a legenda informa ser em Pachacamac, Peru.
Antiga fonte batismal em Pachacamac, Peru (Ancient Baptismal Font at Pachacamac, Peru)
Duas fotos mais claras da mesma construção podem ser vistas abaixo: 365
Os mórmons imediatamente tomaram isto como pias batismais, semelhantes (?) às encontradas nas capelas mórmons. Muito diferente das encontradas nos templos, as pias batismais das capelas são basicamente uma pequena piscina, construída abaixo do nível do solo, onde duas pessoas cabem confortavelmente em pé. Há escadas para o banheiro feminino e masculino em cada lado da pia batismal. Para não usar apenas o filme “América antiga fala” e a página “About the Book of Mormon”, há uma citação interessante de Milton R. Hunter (Christ in Ancient America, p.222):
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“Certamente encontrar uma pia batismal em Pachacamac, Peru, não é surpreendente, nem fora de sintonia com o que se poderia esperar encontrar nas ruinas arqueológicas das Américas. Como já foi salientado, os habitantes do hemisfério ocidental, nos tempos antigos – os nefitas – tinham o evangelho de Jesus Cristo. É um fato bem conhecido que uma das ordenanças mais importantes desse evangelho que eles praticavam era o rito do batismo por imersão. Néfi e outros profetas do Livro de Mórmon ensinaram ao povo a doutrina do batismo. O antigo registro descreve Alma realizando essa ordenança nas Águas de Mórmon. Além disso, quando Cristo apareceu aos habitantes do Novo Mundo depois de sua ressurreição, ele deu instruções específicas sobre como batizar, aos doze homens a quem comissionou para presidir sua igreja e ordenou-lhes a prática do ritual após a sua partida”. A Verdade As ruínas de Pachacamac estão 30 km ao sul de Lima, no distrito de Lurin. Pachacamac foi construída na margem direita do Lurin, perto do rio do mesmo nome, perto do mar e de um grupo de pequenas ilhas que tem o mesmo nome deste santuário. Este santuário ao Deus Pachacamac é composto por uma série de ruínas, entre as quais o Templo de Pachacamac, o Templo do Sol, o Santuário da Pachamama (também conhecida como Acllahuasi ou Templo da Lua), Taurichumpi, as Nunciaturas Regionais, o Templo Primigenio e a Praça dos Peregrinos. Por mais de mil anos antes da existência do império Inca, Pachacamac foi um importante centro religioso. Neste centro adoravam a sua divindade, isto é, o deus Pachacamac, que era considerado o criador do mundo, o deus do fogo e filho do sol. Ele também era conhecido como o Deus dos terremotos. Sua construção deu-se por volta dos séculos V a VIII EC. A Divindade foi esculpida em um tronco de lúcumo, que tinha representações antropomórficas de aves e até mesmo plantas e gatos - veja figura abaixo.
Detalhe do deus Pacacamac esculpido no alto do tótem. Fonte: http://www.arqueologiadelperu.com.ar/pch.htm
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Arqueologia
Múmia de um cão descoberta em Pachacamác
Em 10 de novembro de 2010, na zona de acesso à sétima pirâmide do santuário de Pachacámac, foram descobertos seis cães mumificados e os restos funerários de quatro crianças, provavelmente do século XV. Todos estavam em bom estado de conservação! A foto do local da escavação encontra-se abaixo:
Fonte: Kioskea.net
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Compare, agora, as duas fotos:
Vejamos mais evidências destas sepulturas: A área de Miraflores, geograficamente compreendida pelos vales de Chancay, Chillon, Rimac e Lurin, era dominada pelo mais imponente Centro Administrativo Cerimonial da cultura Lima, agora conhecido como Huaca Pucllana. Esse centro desenvolveuse entre os anos 200 e 700. Nessa região, a forma de sepultamento dos mortos da cultura Wari (por volta de 600) guarda extrema semelhança com a de Lurin (Pachacamac): a arquitetura dos túmulos é composta por covas profundas, contendo múmias envolvidas em um fardo funeral de tecido onde o morto é colocado em posição fetal acompanhado de vários objetos pessoais. O fardo é vestido e adornado com uma mascara (Madeira ou tecido) na posição da cabeça, dando o toque de longevidade ao sepultado. Veja foto abaixo da sepultura encontrada em Miraflores:
Fonte: http://www.montanha.bio.br/HuacaPucllana.htm
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Outras possíveis pias batismais nas américas? 1 - Aquedutos de Cantayoc - Nazca, Peru
Há mais de 2000 anos, na época Pré-Colombiana, os habitantes de Nazca desenvolveram um sistema de aquedutos subterrâneos, que captavam a água do alto das montanhas dos Andes para irrigar as partes secas do vale e assim combater as épocas de seca no vale de Nazca.
A 4km da cidade de Nazca (15 minutos), mais de quarenta aquedutos foram construídos para que o povo pudesse ter água durante todo o ano, desenvolvendo a agricultura na região, que está localizada em pleno deserto peruano. Um dos muitos aquedutos construídos pela civilização Nazca continua a abastecer até hoje a cidade. Este trabalho demonstra o progresso daquele povo na engenharia hidráulica, técnica e organização. Primeiramente, escavaram diversos poços a 20 ou 50 metros um do outro e os conectaram por meio de canais subterrâneos. 370
A entrada do poço em espiral permitia que a água corresse de modo sinuoso, diminuindo assim, o fluxo da água e possibilitando seu monitoramento.
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Apesar dos anos e da quantidade de terremotos na região de Nazca, ainda existem mais de 30 canais subterrâneos, cujas águas são usadas, atualmente, pelos agricultores do vale. Este sistema de irrigação é único no Perú e talvez no mundo Flores onde nunca chove Nesta região cai menos de 1 litro/m3 de chuva por ano. Em uma das áreas mais secas do planeta, equiparada ao deserto de Saara, a temperatura média anual é de 25 graus. O ar é muito quente, o solo é seco, há constantemente tempestades de areia 372
que arrasam tudo em volta, mas mesmo assim nascem flores. Estas da foto estão lindas assim porque estão na região onde ficam os aquedutos subterrâneos.
http://www.youtube.com/watch?v=c6wwbKO94Tc&NR=1
2 - CACHIPOZO, em San Pedro de Cajas – Peru Peru tem vestígios arqueológicos praticamente na maioria das províncias, por esse motivo não é incomum serem encontrados importantes vestígios de culturas pré-inca. Na província de Tarma existe uma quantidade significativa de atrações arqueológicas. Estas incluem as ruínas de Vilcasmarca, Ruinas de Ancashmarca, Shoguemarca, Shaprash, Ruinas de Tarmatambo e Cachipozo. Esta última tem uma estrutura de pedra original, parecida a uma fonte de água, porém dela emana água salgada, que é usada pelos habitantes da área. O complexo de Cachipozo visto do alto:
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De fato, Cachipozo significa "Manancial de Águas Salgadas" e está localizado no distrito de San Pedro de Cajas, na colina de Patamarca, na periferia da cidade. Cachipozo é composto por duas piscinas de água salgada. Os habitantes deste lugar exploram o sal de Cachipozo durante o ano, e em 4 de julho, fazem uma festa em que limpam as piscinas.
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Segundo a lenda, a origem desses belos poços de sal deu-se envolvendo uma história de amor proibido e magia. (Veja AQUI) 3 - PALENQUE, México Uma das regiões mais úmidas do México, e uma das de maior precipitação pluvial do mundo. Isso explica a sua exuberante vegetação. Nada semelhante a “pias batismais” foi encontrado nesta região.
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Conclusões: Não há nenhum indício, resquício, escrita ou qualquer prova que nos leva a acreditar que qualquer um destes lugares já tenha sequer tido o objetivo de ser uma pia batismal. A não ser o próprio livro de Mórmon e suas falácias.
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12 - A visita de Cristo na América - Quetzalcóatl
A igreja SUD explora grandemente a história entre Cortez e astecas. Na sua chegada, Cortez teria sido saudado como o Grande Deus Branco, que certa vez visitara a América e prometera voltar.
Segundo os SUDs, Cristo nas Américas, após sua ressureição.
Isso faz com que os SUDs imediatamente vejam a "óbvia" ligação com o Livro de Mórmon – que fala exatamente da vinda de Cristo às Américas logo após sua ressurreição. Porém, muito é escondido e distorcido pela própria liderança da igreja SUD, e por meio de técnicas nada honestas, muitos incautos são enganados. Vejamos onde estão os reais problemas. 1 -. Quem foi o deus que prometeu voltar
Quetzalcóatl - serpente com plumas. Pintura de Dan Staten
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Quetzalcóatl é uma divindade das culturas de Mesoamérica, em especial da cultura Asteca, também venerada pelos Toltecas e Maias. É considerada por alguns pesquisadores como a principal dentro do panteão desta cultura pré-hispânica. Os astecas incorporaram esta deidade em sua chegada ao vale do México. No entanto, modificaram seu culto, eliminando algumas partes como a proibição dos sacrifícios humanos. 2 - Problemas com um Deus Branco na América pré-colombiana O livro Reader's Digest Mysteries of the Ancient Americas mostra alguns graves problemas com a colocação de um Deus branco na Mesoamérica. Quando se fala de Quetzalcoatl como um Deus branco, ele diz: “Há, no entanto, uma falha grave na teoria do deus branco... Apenas após a conquista espanhola que Quetzalcoatl passou a ser descrito como tendo a pele branca, e apenas em histórias fornecidas pelos próprios espanhóis”.
Quetzalcóatl em sua forma humana "Aztec and Maya Myths." Karl Taube. University of Texas Press. ©1993
"Na arte Asteca local, ele é geralmente retratado como uma serpente emplumada, ou como um ser humano vestindo uma máscara ou mostrado um rosto negro, às vezes com listras amarelas e uma boca vermelha... Nada se sabe da lenda asteca, no entanto, que implique que ele fosse um homem branco... em sua forma humana na Terra.” 379
Portanto, a única evidência para acreditar que Quetzalcoatl era de fato um deus branco é a palavra dos espanhóis. Quetzalcoatl nunca foi descrito como um homem de barbas brancas e com uma túnica branca até depois da chegada dos espanhóis, e só pelas histórias dos espanhóis. 3 - Como a história teria sido destorcida?
Chegada dos espanhóis nas América
A história mitológica de Quetzalcoatl chegou na forma de tradição oral, aos ouvidos dos conquistadores espanhóis, que rapidamente a interpretaram e se aproveitaram dela. Um dos escritores que percebeu o caráter “messiânico” da lenda de Quetzalcóatl foi Bernardino de Sahagún.
Bernardino de Sahagún
No primeiro livro de sua “Historia general de las cosas de Nueva España” ele tenta recuperar a figura de Quetzalcóatl, assimilando-a a Jesus Cristo. A intenção de Sahagún foi explicar a outros missionários a concepção de mundo dos mexicanos, para com isso poder afirmar o cristianismo e melhor evangelizar os mexicanos. Notória é a visão tendenciosa que Sahagún passa em sua obra, e esta assimilação da 380
figura do deus tolteca existe um interesse ideológico deformador. Por outro lado, a aristocracia mexicana pós-conquista também possuía o desejo de reabilitar Quetzalcóatl como uma figura quase cristã, pois isso legitimava seu poder e a sua manutenção. Sahagún não define o retorno de Quetzalcóatl como sendo uma profecia da chegada dos espanhóis, embora passe a ideia de que os espanhóis são companheiros desse deus. Outros escritores vão além, como “Las Casas”, que sugere que os cristãos são filhos e irmãos de Quetzalcóatl. Desta maneira tentou-se converter Quetzalcóatl em um apóstolo de Cristo, para assim poder cristianizar mais facilmente. A mentalidade europeia viu-se confrontada pelas impenetráveis civilizações da América. A partir de meados do século XVI, foram feitas diversas tentativas para suprimir as diferenças entre mexicanos e espanhóis. Alguns alegavam:
- serem os antigos mexicanos descendentes de uma tribo perdida de Israel; - outros os consideravam como sendo de origem fenícia ou cartaginesa; - outros ainda estabeleciam relações entre certos ritos dos astecas semelhantes a cerimônias cristãs, imaginando que aqueles fossem um eco distorcido da pregação do evangelista São Tomé. Essa corrente defendia que o evangelista teria vindo para as Américas e adotado o nome de Quetzalcóatl [1].
Mesmo entre os índios houve confusão a respeito da similaridade dos espanhóis com o mito do regresso de Quetzalcóatl. A lenda dizia que Quetzalcóatl regressaria de seu exílio e novamente instauraria a idade de ouro. Esta profecia possuía um caráter cronológico. O deus deveria retornar em um ano 1 acatl, coincidentemente os espanhóis aportaram no México em um ano 1 acatl, o ano de 1519.**
Cortéz recebendo presentes
O próprio Hernán Cortéz foi confundido com o deus. Porém essa crença não logrou. O rei Montezuma mandou levar até Cortéz os ornamentos sagrados de Quetzalcóatl com a finalidade de verificar a identidade do deus, o que não ocorreu.** Mesmo que ainda restassem dúvidas a respeito da identificação de Cortéz com o deus, o massacre efetivado pelas tropas espanholas em Cholula, cidade sagrada de Quetzalcóatl, bastou para dissipar quaisquer equívocos. A profecia do retorno de Quetzalcóatl foi usada pelos espanhóis como um estratagema político para facilitar a penetração do 381
continente, mas serviu também como fonte de inspiração para os missionários criarem uma brecha para a evangelização. Os Astecas possuíam uma religião bastante complexa, e dentre seu panteão destaca-se a importante figura de Quetzalcóatl. Esse deus foi criador da humanidade, professor dos homens, foi deus e rei encarnado. Sua morte causou tristeza em seu povo, a ponto de se construir uma profecia de seu retorno. Como todo herói “messiânico”, indícios de sua volta não faltaram. Como se não bastasse a superstição do povo, os invasores chegam sob a auspiciosa data profética.
Os evangelizadores espanhóis tinham consciência de seu papel de divulgadores da “verdade” cristã e lançaram mão dos meios que lhes foram apresentados. Legitimar sua presença em solo mexicano através de um mito cosmogônico foi um meio para alcançar a mentalidade desse povo a ser conquistado e catequizado. 4 - Sobre o retorno do Deus Branco **Os espanhóis, com seus canhões, cavalos e navios... podem, em um primeiro momento, ter parecido como seres sobrenaturais ... Mas há pouca evidência de que o imperador asteca ou alguém na terra pensou que a invasão espanhola era a prometida Segunda Vinda do deus Quetzalcoatl. De fato, Cortéz desembarcou na costa de Veracruz em 22 de abril de 1519, e a capital asteca se rendeu em 13 de agosto de 1521. Os acontecimentos que tiveram lugar entre estas duas datas têm sido relatados em uma série de crônicas e outros escritos, dos quais os mais conhecidos são as cartas que Cortéz escreveu ao rei Carlos V, e a Verdadeira História da Conquista do México por Bernal Díaz del Castillo. Estas duas obras, juntamente com algumas outras, também escritas por espanhóis, até agora tem sido quase a única base sobre a qual os historiadores têm considerado a conquista de uma das maiores civilizações da América pré-colombiana. Mas essas crônicas apresentam apenas um lado da história, a dos conquistadores. Por alguma razão, desprezo talvez, os historiadores têm falhado ao considerarem que o conquistado poderia ter estabelecido a sua própria versão na sua própria língua. De fato, existe uma seleção, a partir desses contos indígenas, alguns deles escritos logo em 1528, apenas sete anos após a queda da cidade. Estes escritos formam um breve histórico da Conquista contada pelas vítimas, e incluem passagens escritas por padres nativos e sábios que conseguiram sobreviver à perseguição e morte, e que participaram da luta final. Os 382
manuscritos que agora estão disponíves são preservadas em várias bibliotecas, das quais as mais importantes são a Biblioteca Nacional de Paris, a Biblioteca Laurenziana em Florença e a biblioteca do Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México.[2] 5 - Disparidade cronológica Outro problema quando se compara o relato de Jesus ressuscitado no Livro de Mórmon e a lenda de Quetzalcoatl é tentar colocá-los na terra durante o mesmo período. A primeira data em que Quetzalcoatl poderia ter aparecido como um homem, foi pelo menos 300 dC. Biasil C. Hedrick, Diretor do Museum Southern Illinois University, fala a respeito do período da existência de Quetzalcoatl como um homem (de acordo com a lenda Asteca):
Calendários ajustados sugerem um período de 900 anos ou mais posteriores à crucificação. E francamente, parece-me ser bobagem que os Mórmons tentem enganar os outros. "Eles se aproveitam das semelhanças e comparações aparentemente lógicas para apoiarem uma posição que eles desejam, mas optam por ignorar todos os tipos de informações que possam levá-los a uma conclusão completamente oposta se eles fossem realmente objetivos em sua abordagem.”
As semelhanças entre a Quetzalcoatl e a história de Jesus Cristo na América são facilmente explicadas como uma combinação de influências européias, mudanças da história por cronistas espanhóis (conforme acima descrito) e coincidência e ignorância dos fatos que conflitam com as conclusões pré-concebidas.É fácil para os mórmons simplesmente dizerem que muitos aspectos da verdadeira história de Quetzalcoatl foi desfigurada e pervertida ao longo do tempo. Afinal, o nome de Quetzalcoatl foi confundido e muitas vezes misturado com o histórico sumo sacerdote asteca Ce Acatltopiltzin Quetzalcoatl. Contudo, este argumento tem graves falhas. Se Quetzalcoatl é, na verdade, a mesma pessoa de Jesus no Livro de Mórmon, então haveria mais semelhanças quanto mais fôssemos para o passado. No entanto, encontramos justamente o oposto. Encontramos muito mais semelhanças em contos que foram produzidos apenas após Colombo e pelos europeus. Quando olhamos para murais antigos e obras de arte pré-colombianas, vemos cada vez menos semelhanças. Se existe algo semelhante entre Quetzalcoatl e Jesus são as partes das histórias que tem sido desfiguradas e pervertidas. ____________________ Fontes: 1 - Cf. PAZ, Octavio. Essays on Mexican Art. New York: Harcourt Brace & Company, 1993. 2 – Miguel León-Portilla's book "The Broken Spears" -The Aztec Account of the Spanish Conquest of Mexico http://ambergriscaye.com/pages/mayan/aztec.html Who was Quetzalcoatl? Overlooking the Obvious? Legends of Quetzalcoatl and Ties to the Book of Mormon QUETZALCÓATL: HOMEM, SANTO OU DIVINDADE?
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BIBLIOGRAFIA INDICADA CASO, Alfonso. El pueblo del Sol. México: Fondo de Cultura Economica, 1962. COLLIER, John. Los Indios de Las Americas. México: Fondo de Cultura Economica, 1960. LAFAYE, Jacques. Quetzalcoatl y Guadalupe : la formacion de la conciencia nacional en Mexico. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1985. LEHMANN, Henri. Las Culturas Precolombinas. Buenos Aires: EUDEBA, 1960. PAZ, Octavio. Essays on Mexican Art. New York: Harcourt Brace & Company, 1993. SAHAGÚN, Bernardino de. Historia general de las cosas de Nueva España. 4. ed. México: Porrúa, 1979. SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987. SOUSTELLE, Jacques. La vida cotidiana de los aztecas en vísperas de la conquista. México: Fondo de Cultura Economica, 1956.
13 – Cavalos unos e o livro de Mórmon Texto traduzido e adaptado de Latayne.com O apologista SUD Michael R. Ash tem um argumento muito interessante sobre o motivo de não haver restos de cavalos encontrados nas Américas, que podem ser datados no período de tempo “histórico” do Livro de Mórmon. Ash diz (comentário completo em inglês aqui): “Nos séculos IV e V, os unos da Ásia Central e Europa Oriental tinham tantos cavalos, que as estimativas sugerem que cada guerreiro pode ter tido até dez cavalos. Cavalos eram a base da sua riqueza e poder militar. De acordo com uma autoridade não-SUD sobre o registro zoológico da Ásia Central, no entanto, sabemos muito pouco sobre os cavalos dos unos e nem um único osso de cavalo utilizável foi encontrado no território de todo o império do unos. Basedo no fato de que outros animais – que haviam prosperando – desapareceram (muitas vezes, deixando apenas vestígios), é razoável sugerir que a mesma coisa poderia ter acontecido com os “cavalos” nefitas”.
Observe quão cuidadosamente Ash redigiu seu argumento: “Nem um único osso de cavalo utilizável foi encontrado...” (Eu não tenho certeza o que torna um osso antigo “utilizável”, mas ele colocou essa ênfase).
No entanto, Ash está equivocado quanto ao fato de não haver evidências dos cavalos unos. Em 1990, arqueólogos escavaram o túmulo intacto de uma princesa una na Mongólia. Dentro de seu caixão, de acordo com a publicação Mongolia Today: “A caixa de madeira dentro da qual o caixão foi colocado, continha uma jarra de bronze com grandes gravuras de vários animais, freios de metal, e detalhes de equipamentos usados em cavalos. A roda da carroça chamou a atenção de arqueólogos, pois tem mais de 40 furos para os aros e, portanto, a direção deveria ser muito grande. Cinco crânios de cavalos foram colocados ao lado noroeste para o enterro, com uma cabeça de cavalo voltada para o caixão. O crânio número 5 foi reverenciado pelos unos por causa da sua reverência especial à Constelação Cygnus. 384
Uma cabeça de cavalo, em separado, provavelmente pertencia a um amado cavalo da princesa”. Enquanto o túmulo da princesa una é notável porque continha um dos poucos restos de esqueletos de cavalos unos, também continha algo muito mais comum: equipamentos utilizados em cavalos, como freio e outros. Aqui está a conclusão:
É possível que algo frágil e passível de decomposição como ossos de cavalos quase desaparecem completamente depois de mais de mil anos. No entanto, é quase impossível que todos os equipamentos, normalmente de metal e couro associados a grandes manadas de cavalos - também desaparecessem. E não existe nenhum equipamento utilizado em cavalos que tenha sido encontrado nas Américas e que date antes de Colombo.
Para mais informações, consulte The Mormon Mirage 3rd Edition: A Former Member Looks at the Mormon Church Today (Zondervan, 2009). Também disponível como um audiobook e como texto para outros dispositivos de leitura.
DNA 1 - Introdução
Introdução Pesquisas de DNA têm apresentado sérios desafios à reivindicação mórmon de que os nativos americanos tenham sido descendentes de colonizadores hebreus que teriam vindo para a América por volta da época em que Jerusalém fora capturada pela Babilônia, centenas de anos antes de Cristo. O fundador do mormonismo, Joseph Smith, pregava que um anjo chamado Moroni lhe aparecera quando tinha cerca de 13 anos de idade e lhe contara sobre placas de ouro que teriam sido enterradas próximo à casa de sua família, em Palmyra, Nova York. O anjo também contara a Smith que as placas continham uma “relação e origem dos antigos habitantes do continente americano”. Segundo a história mórmon, Smith recobrou as placas, traduziu-as e publicou o conteúdo da mensagem no Livro de Mórmon, em 1830. A página introdutória do Livro de Mórmon declara ser a obra “um resumo do registro do povo de Néfi e também dos Lamanitas, remanescentes da casa de Israel”. O tema principal do livro envolve os descendentes de um profeta chamado Lehi que, por sua vez, era descendente do personagem bíblico Manassés, de acordo com o texto de Alma 10.3. Néfi e Lamã são filhos de Lehi e figuram como personagens principais no início do livro. Néfi é descrito como sendo o filho mais íntegro de Lehi, enquanto que Lamã é descrito como alguém de má índole. Devido ao seu comportamento transgressor, Lamã e seus seguidores são amaldiçoados com a pele escura. Os líderes da igreja 385
mórmon tem afirmado que os americanos nativos são os descendentes dos lamanitas de pele escura. Diversos antropólogos, biólogos e geneticistas desafiaram esta suposição ao longo dos anos, mas certamente nenhum deles alcançou maior notoriedade do que a que tem recentemente usufruído Thomas Murphy - Presidente do Departamento de Antropologia da Faculdade de Lynnwood, em Washington (EUA). O que tornou suas declarações tão intrigantes é o fato de ele ser membro da igreja mórmon.
Murphy insiste que o Livro de Mórmon, crido e seguido pelos mórmons, é o “livro mais correto da face da Terra”, mas é incorreto quando declara que os americanos nativos são descendentes de judeus. Em 2002, Murphy empenhou um trabalho analítico sobre “Lamanite Genesis, Genealogy, and Genetics [A origem, genealogia e genética dos lamanitas]” e concluiu que “os resultados das pesquisas de DNA não oferecem qualquer apoio para a tradicional crença mórmon sobre as origens dos americanos nativos”
Murphy destaca que:
“As pesquisas de DNA foram substanciadas por evidências arqueológicas, culturais, linguísticas e biológicas que apontam de forma esmagadora para uma origem asiática dos americanos nativos”.
Comentando no Simpósio de Sunstone (um evento anual que reúne estudantes mórmons liberais) na cidade de Salt Lake, em agosto de 2002, Murphy interrogou:
“Diante das descobertas, o que nós, mórmons, devemos fazer? Temos um problema. Nossas crenças não são validadas pela ciência".
Tal conclusão o levou a ser convocado à presença de autoridades mórmons para uma reunião disciplinar. Mas, devido a um grande clamor dos membros da igreja, em 8 de dezembro de 2002, seu julgamento foi adiado sem a agenda de uma outra data definida. Os apontamentos de Murphy foram compartilhados com o público mórmon, o que gerou severas e constantes críticas da alta cúpula mórmon. Alguns o acusaram de se comportar como um “antimórmon”, enquanto outros se têm esforçado em repudiar e censurar suas pesquisas. Em 29 de janeiro de 2003, foi promovida uma conferência na Universidade de Brigham Young para discutir a controvérsia levantada pelas pesquisas de DNA. Michael Whiting, biólogo e professor da Universidade, apresentou uma resposta às conclusões de Murphy e às comparações que alguns fizeram relacionando as descobertas de Murphy e Galileo. Whiting zombou:
“Esta é uma comparação imprópria. A diferença é que Galileo tinha a verdadeira ciência a favor de si. Eu não sei se podemos dizer o mesmo de Murphy”.
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Inúmeros mórmons que criticaram Murphy inicialmente têm reconhecido que muito do que ele diz é verdadeiro. No entanto, se recusam a concordar com a conclusão de que Joseph Smith e seu livro são falsos. Embora Murphy represente a ameaça principal contra a fidelidade mórmon “ortodoxa”, ele não está sozinho em suas conclusões. Em sua pesquisa, menciona Michael Crawford, biólogo e antropólogo da Universidade de Kansas.
“Não há sequer a mínima evidência de que as tribos perdidas de Israel trilharam caminho em direção ao Novo Mundo... É uma grande história, desacreditada por uma descoberta desagradável”.
O geneticista Bryan Sykes (foto ao lado), professor de Genética Humana da Universidade de Oxford, e a geneticista russa, Miroslava Derenko também compartilham de conclusões semelhantes.
Murphy conta, ainda, com o respeito do geneticista Scott Woodward (foto ao lado), da Universidade de Brigham Young, que está entre os que acreditam haver pouca esperança de estabelecer uma conexão entre os americanos indígenas e os judeus.
D. Jeffrey Meldrum e Trent D. Stephens, biólogos mórmons da Universidade de Idahoe, aceitam os dados publicados sobre as origens dos americanos nativos e a possibilidade razoável de haver ligação entre americanos e asiáticos. Em um artigo intitulado “Quem são os filhos de Lehi?”, escrito para o Journal of Book of Mormon Sudies, ambos admitem que “dados apresentados indicam que 99,6% dos traços genéticos dos americanos nativos estudados culminam para esta mesma interpretação”. E acrescentam: “Houve pouca ou quase nenhuma evidência que pudesse ser considerada seriamente pela corrente principal da comunidade científica 387
para indicação de uma origem no Oriente Médio, ou qualquer outra fonte de origem semelhante, para a maioria dos americanos nativos contemporâneos”. Em uma matéria intitulada “As descobertas de DNA refutam o Livro de Mórmon?”, o cientista mórmon Jeff Lindsay escreveu: “Sobre o Livro de Mórmon levantam-se agora considerações de muitos líderes e membros da igreja que taxam seu texto como incorreto. Muitas pessoas, não conhecendo nada sobre o desenvolvimento inicial do continente, a não ser as migrações reportadas pelo Livro de Mórmon, têm declarado que todos os americanos nativos descenderam dos pequenos grupos mencionados no livro mórmon. Mas este pensamento está errado. Ele não é apoiado nem pelo texto do livro nem pelas evidências científicas”. A declaração de Lindsay se opõe gravemente ao comentário tecido por um dos apóstolos da igreja mórmon, Spencer W. Kimball. Em julho de 1971, em um artigo intitulado “Sobre o sangue real”, a publicação mórmon declarou: “Com orgulho eu conto a todos que vem até mim que o lamanita é um dos descendentes de Lehi que deixou Jerusalém cerca de 600 anos antes de Cristo e com sua família cruzou as terras e chegou à América. Lehi e sua família tornaram-se os ancestrais de todas as tribos indígenas e mestiças da América do Norte, do Sul e Central e também das ilhas do mar...”. Assim como Lindsay, há outros membros da igreja que alegam que os mórmons estão interpretando mal o Livro de Mórmon. Murphy observa que organizações, como, por exemplo, a “Fundação para pesquisas antigas e estudos mórmons” (FARMS), constituída por um grupo seleto de apologistas mórmons, também estão propondo uma revisão nas interpretações do livro, a fim de conciliar a fé mórmon com a ciência. Murphy observa que: “os resultados das pesquisas de DNA podem gerar um esforço de conciliação entre a ciência e o Livro de Mórmon, fazendo divergir os posicionamentos entre os mórmons intelectuais e os tradicionais”. Difícil Aceitação Nos últimos 8 anos, grupos de pesquisa de vários laboratórios do mundo tem analisado o DNA mitocondrial dos indígenas das américas do norte, central e sul. Eles concordam que nas américas há essencialmente 5 linhagens diferentes de DNAmit (A, B, C, D e X). As linhagens A, B, C e D também são encontradas nas populações asiáticas, mas não na Europa. Outras linhagens como X6 e X7 são derivadas das linhagens C e D. Estas linhagens X são encontradas em baixas frequências através de toda a América, e também da Europa. Ela ainda não foi encontrada na Ásia. Isto entusiasmou os estudiosos mórmons, que afirmaram estar ai a conexão entre os povos do oriente médio e os indígenas americanos. Porém, a linhagem X americana é muito diferente da linhagem X europeia! Um artigo descrevendo a análise da distribuição e da filogenética foi publicado em dezembro de 2009, no “American Journal of Human Genetics”. Abaixo se encontram as publicações mais significativas neste campo.
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Schurr et al (1990) Amerindian mitochondrial DNAs have rare Asian mutations at high frequencies, suggesting they derived from four primary maternal lineages. American Journal of Human Genetics 46, 613-623. Merriwether et al (1995) Distribution of the four founding lineage haplotypes in native Americans suggests a single wave of migration for the New World. American Journal of Physical Anthropology 98, 411-430. Merriwether and Ferrel (1996) The four founding lineage hypothesis for the New World: A critical reevaluation. Molecular Phylogenetics and Evolution 5, 241246. *Bonatto SL and Salzano FM (1997) Diversity and age of the four major mtDNA haplogroups, and their implications for the peopling of the new world. American Journal of Human Genetics 61, 1413-1423. Stone AC and Stoneking M. (1998) mtDNA analysis of a prehistoric Oneota population: Implications for the peopling of the New World. American Journal of Human Genetics. 62, 1153-1170. Hertzberg et al (1989) An Asian-specific 9-bp deletion of mitochondrial DNA is frequently found in Polynesians. American Journal of Human Genetics. 44, 504510. Lum et al (1994) Polynesian mitochondrial DNAs reveal three deep maternal lineage clusters. Human Biology 66, 567-590. Melton et al (1995) Polynesian genetic affinities with Southeast Asian populations as identified by mtDNA analysis. American Journal of Human Genetics 57, 403-414.
*autores brasileiros que estudaram os grupos indígenas do país. As pesquisas destes trabalhos sugerem fortemente que todas as linhagens de DNAmit pré-colombiano foram trazidas para as américas por volta de 12.000 anos atrás. A implicação destas descobertas é que os índios americanos são descendentes dos asiáticos. Vários mórmons começam a ter dificuldades em aceitar a declaração introdutória do Livro de Mórmon sobre a suposição de os “judeus” lamanitas serem os principais ancestrais dos índios americanos.
2 - Duas histórias SUD A história de dois Suds que usaram o DNA nas suas investigações Thomas Murphy Vários investigadores usaram estudos de tipos sanguíneos e exames de DNA para mostrar que os nativos americanos estão intimamente relacionados com os habitantes da Sibéria. Entretanto, Thomas Murphy, do departamento de antropologia da Edmonds Community College em Lynnwood, WA foi além. Ele foi criado como mórmon e decidiu examinar se os testes de DNA confirmariam que muitos, talvez a maioria 389
dos nativos americanos são descendentes dos antigos israelitas. De acordo com o LA Times:
“Ele analisou os dados coletados por um projeto multimilionário de “genealogia molecular” na Brigham Young [Universidade] e assim como outros, o projeto busca a ancestralidade dos indivíduos do mundo via DNA das amostras de sangue.”
Murphy concluiu que nos últimos milênios, os judeus e os nativos americanos não compartilham de ancestrais comuns. Se eles o fizessem, marcadores genéticos idênticos encontrados nos nativos seriam vistos nos descendentes dos hebreus. Ele concluiu que:
“O livro de mórmon é uma ficção do século XIX. E isso significa que temos que aceitar que, às vezes, Joseph Smith mentiu.” Entretanto, ele acredita que “o livro pode ser uma ficção, mas também é inspirado.”
Ele contribuiu com um capítulo na antologia “American Apocrypha”, na qual relata os resultados de sua pesquisa [1]. Esses dados foram de sua tese de doutorado na University of Washington. Porém, Murphy enfrentaria o conselho disciplinar da igreja, marcado para 8 de dezembro de 2002, no qual ele seria excomungado por suas crenças – provavelmente seria o primeiro mórmon excomungado por pesquisa genética [2]. Ele concluiu que:
“As dificuldades para ficar na igreja estão grandemente organizadas contra mim. A fé mórmon vai sobreviver de uma forma ou de outra. A igreja católica sobreviveu à Galileu, mas eles tiveram que admitir que estavam errados.”
Michael Whiting, um especialista em DNA e professor assistente na BYU disse que o caso de Murphy marca “o primeiro desafio biológico” das escrituras mórmons. Ele disse que a comparação com galileu é “inapropriada... A diferença é que Galileo tinha a ciência correta. Eu não acho que Murphy a tenha.” Os que apoiavam Murphy planejaram uma série de vigílias com velas em 8 de dezembro de 2002, em cerca de 10 cidades, incluindo a região externa do templo de Salt lake, UT. No último minuto, o julgamento da heresia de Murphy foi suspenso indefinidamente [3]. Matthew Latimer, president da estaca Lynnwood LDS, publicou um pronunciamento:
“As decisões relativas ao bem estar espiritual são um assunto privado entre cada membro e seu líder local da igreja. Infelizmente, esse assunto recebeu uma atenção significativa da mídia, e o Sr. Murphy declarou publicamente que minha decisão de fazer um conselho disciplinar é emocionalmente muito difícil para ele. À luz dessas considerações, creio que o melhor é não procedermos por enquanto”.
Grande parte das vigílias foram canceladas, exceto aquela próxima à igreja em Salt Lake. De acordo com a Associated Press: 390
“Em uma carta aos que o apoiam, Murphy disse que a intenção dessa reunião era de “chamar a atenção ao racismo e sexismo nas escrituras mórmon e argumentar contra a homofobia e a intimidação intelectual na igreja SUD”.” [2]
Em um pronunciamento escrito em 7 de dezembro de 2007, ele escreveu:
“O adiamento deste conselho disciplinar é uma verdadeira vitória para todos que são a favor de uma busca honesta pela verdade e estão aptos à falar contra as injustiças do racismo, sexismo, homofobia e anti-intelectualismo”.
Em uma entrevista no dia seguinte, ele disse que esperava pelo adiamento:
“... significa que agora está ok falar sobre o livro de mórmon como um trabalho de ficção do século XIX... E eu também estou esperançoso que a igreja esteja apta à abandonar seus ensinamentos de que a pele escura é um castigo de Deus”.
Em 2005, ele disse que a pesquisa com DNA faz com que os líderes da igreja estejam desconfortáveis, pois mostram que o livro de mórmon é:
“... racista e de fato, errado. A igreja tem uma longa história de usar conselhos disciplinares para intimidar pesquisadores que trazem luz às verdades desconfortáveis.” [4]
Simon Southerton Simon Southerton escreveu um livro que usa as evidências de DNA para contradizer os ensinamentos do livro de mórmon. Seu título é “Losing a Lost Tribe: Native Americans, DNA, and the Mormon Church” e foi publicado em 2004. Referente aos ensinamentos dos SUDs sobre a origem dos natives americanos, ele disse:
“Sabemos, a partir de evidências, que é completamente falso. A igreja precisa modificar essa doutrina.”
Ele era mórmon e foi ordenado a aparecer em um conselho com os líderes da igreja em Camberra, Austrália, em 31 de julho de 2005, sendo acusado de adultério. Ele sugeriu que as autoridades da igreja preferiram acusá-lo de adultério a de apostasia, porque o primeiro seria mais fácil de ser provado. Tom Kimball, o porta-voz de Signature Books, os editores do livro de Southerton, disseram que esse autor poderia ser o sétimo dos seus autores excomungados da igreja. Previamente, autores foram punidos por assumirem posições sobre o feminismo, história da igreja e filosofia. Southerton seria o primeiro a ser disciplinado por um trabalho científico. Kimball disse:
“Especialmente se [o autor] é um santo dos últimos dias ativo, isto [o conselho] deve fazê-los pensar duas vezes sobre o quão longe eles querem ir.” [4] 391
Em um e-mail enviado à Associated Press, Southerton revelou que ele fora excomungado da igreja SUD. Apesar de ter sido originalmente acusado de adultério, ele foi excomungado por “ter um relacionamento inapropriado com uma mulher”. Ele alegou que dois anos antes havia confessado ter tido um relacionamento enquanto estava separado de sua esposa. Ele e sua esposa se reconciliaram e Jane Southerton testificou apoiando seu marido. Os líderes da igreja indicaram que eles não estavam evitando “o problema da apostasia é que a acusação que eles estavam investigando era mais importante”. Southerton explicou em seu email:
“Agora estou convencido que eles pretendiam evitar no conselho a acusação de apostasia. Eu fui claramente instruído antes do encontro que se eu tentasse falar sobre DNA e minha apostasia, o conselho terminaria imediatamente e que ele seria terminado em minha ausência”.
Ron Priddis, gerente-diretor do Signature Books confirmou que Southerton foi o sétimo a ser excomungado por ter publicado um livro que critica as crenças da igreja. Ele chamou a decisão de “infeliz para Southerton e sua família.” Ele disse:
“Eu apenas esperava que houvesse um clima mais aberto e saudável para a discussão de ciência e religião”.
_________________________ Notas: 1. Thomas W. Murphy, "Lamanite Genesis, Genealogy, and Genetics;" part of Dan Vogel & Brent Metcalfe, Eds., "American Apocrypha: Essays on the Book of Mormons," Signature Books, (2002). Read reviews or order this book safely from Amazon.com online book store 2. "Mormon Church May Penalize Grad Student," Associated Press, 2002-NOV-30, at: http://www.latimes.com/news/nationworld/ 3. Peggy Andersen, "Disciplinary hearing for Mormon writer postponed indefinitely," Associated Press, 2002-DEC-8, at: http://seattlepi.nwsource.com/local/ 4. Jennifer Dobner, "Another Mormon author facing excommunication," Casper Star Tribune, 2005-JUL17, at: http://www.religionnewsblog.com/
3 - Teoria: DNA x LDM Teorias - DNA x LDM Os mórmons talvez acreditem que os estudiosos SUD estão unidos na defesa do Livro de Mórmon em relação aos resultados de DNA. No entanto, as suas respostas apologéticas SUD frequentemente contradizem os argumentos de seus colegas. A seguir, listo algumas delas: 392
1. Hemispheric Geographists. Alguns recusam-se a aceitar qualquer prova de DNA, mantendo a opinião tradicional de que os Lehitas eram o grupo único da pré-história do Novo Mundo 2. North American Geographists. Esta teoria, com um número crescente de adeptos, argumenta que as civilizações Lehita e Jaredita estavam localizadas nas imediações do Estado de Nova York, na América do Norte 3. Alternative Geographists. Alguns SUDs vão à outro extremo, acreditando que o Lehitas sequer chegaram às Américas, mas sim colonizaram outras terras, como a península da Malásia no Sudeste da Ásia 4. Limited Geographists – Grande parte dos acadêmicos e teólogos SUD estão promovendo esta teoria da “geografia limitada”. Como é a teoria mais aceita pelos mórmons, ela será discutida adiante. John Sorenson e seus colaboradores do Instituto Neal A. Maxwell (BYU) são grandes defensores da “geografia limitada”. Nela, todos os eventos descritos no Livro de Mórmon teriam ocorrido apenas em uma pequena região da Mesoamérica. Assim, os nefitas e lamanitas, descendentes dos filhos de Lehi, seriam compostos por um pequeno grupo de colonos que emigraram de Israel e desembarcaram na América Central. Ao chegarem ao Novo Mundo, não se expandiram muito além de suas áreas de desembarque, ficando o DNA hebraico limitado a essa região. Nesta teoria, a América do Norte já estaria grandemente povoada por grupos que vieram previamente da Sibéria e, consequentemente, a contribuição hebraica no patrimônio genético dos índios americanos seria indetectável. O SUD Daniel Peterson, professor da Asian and Near Eastern Languages da Universidade Brigham Young, disse: "A ideia de que a América possa ter sido majoritariamente habitada por povos do nordeste da Ásia é perfeitamente compatível com a doutrina Mórmon”.
Na época em que esta teoria surgiu, não havia dados suficientes sobre os indígenas da Mesoamérica. Porém, posteriormente, vários estudos foram realizados com estes povos, tanto na América Central como na América do Sul, por González [1], Dornelles [2], entre outros. Os resultados mostram que não há vestígios de DNA do Oriente Médio nestes grupos (nem DNA mitocondrial ou linhagem X, respectivamente).
Michael Whiting é um professor adjunto da Biologia Integrativa na Brigham Young University (BYU). Ele citou dois fenômenos que poderiam ser a causa do desaparecimento dos marcadores genéticos ancestrais do Oriente Médio. Os dois fenômenos são:
Deriva genética: alterações na constituição genética de uma pequena população devido ao acaso, Efeito Fundador: mudança na constituição genética de uma população colonizadora, pois esta população é constituída por um número limitado de indivíduos de uma população de origem. Assim, seus descendentes teriam os 393
mesmos marcadores genéticos que o grupo fundador, e não da população original. [3,4] O resumo de sua palestra diz, em parte:
“... estes argumentos [contra o livro de mórmon] são cientificamente falhos, demonstram uma incompreensão da base dos métodos modernos de análise de DNA, ignoram as pesquisas modernas e históricas do livro de mórmon, e ofuscam as questões fundamentais, reconstruindo os fatos históricos através da inferência do DNA.... A análise do DNA não pode refutar facilmente nem confirmar a história da linhagem descrita no Livro de Mórmon e o DNA não auxilia em nada sobre a autenticidade do texto.” [5]
Após o discurso, Steven Clark, presidente da Sociedade Salamander, disse:
“O que eu espero que aconteça é que o Presidente da Igreja tome uma decisão definitiva sobre quem são os lamanitas.” [5]
Segundo o repórter Marcos Nolte:
“Whiting disse que o livro de Mórmon não foi escrito como um livro científico, e portanto não pode ser totalmente provado ou refutado através de métodos científicos”. [5]
Thomas W. Murphy, presidente do departamento de antropologia em Edmonds Community College, em Seattle, respondeu: “O resumo inclui imprecisões grosseiras de pesquisadores, incluindo a minha, que alegam que as evidências genéticas até aquela data não desmentem a teoria mórmon, em parte ou no todo, de uma ascendência israelita dos nativos americanos. Peço para você corrigir esses erros no resumo e apresentação, ou você facilitará a resposta daqueles que você difamou.” [6] Outras hipóteses para o “desaparecimento” do DNA hebraico foram levantadas, ainda dentro da “geografia limitada”, como a diluição genética. O pesquisador mórmon John M. Butler é especialista em DNA e um dos defensores de que teria existido contato entre os Lehitas e os habitantes do continente americano. Assim, seria possível assumir a existência de casamentos entre os dois grupos, e ao longo de centenas de anos, teria acontecido uma diluição dos genes hebraicos, sendo improvável sua detecção nos atuais exames de DNA.
“... Um exame cuidadoso e a análise demográfica recorde do Livro de Mórmon ... implica que outros grupos provavelmente estavam presentes na terra prometida quando a família de Lehi chegou, e esses grupos podem ter se misturado geneticamente com nefitas, lamanitas e outros grupos. Os eventos relacionados no Livro de Mórmon provavelmente ocorreram em uma região limitada, deixando muito espaço para outros povos nativos americanos terem existido “. [7] 394
Thomas W. Murphy não concorda com esta conclusão. Ele aponta outros estudos de grupos onde a genética foi usada para rastrear suas origens até a época de suas migrações iniciais. [8]
Outro exemplo que invalida essa teoria são os resultados dos estudos com a tribo Lemba, pois sua história é semelhante à dos imigrantes judeus do livro de mórmon. Várias revistas científicas de prestígio publicaram artigos sobre essa tribo Lemba do sudoeste africano. Eles alegam ser uma das tribos perdidas de Israel, que aparentemente desapareceu após a dispersão dos judeus. Eles haviam migrado para o Iêmen por volta de 7 AEC. Entre 300 a 700 anos mais tarde, alguns deles foram para a África, onde se dividiram em dois grupos: um foi para o oeste (tornaram-se conhecidos como os judeus da Etiópia) e outro para o sul, conhecidos como a tribo Lemba. Embora eles não conservassem a sua língua-mãe, os Lemba ainda podem lembrar muito da língua falada pelos seus antepassados, e mantiveram muitas das tradições judaicas. Apesar de terem se casado com outras tribos e, por isso, sua aparência física não diferir da dos seus vizinhos negros, os testes genéticos revelam claramente a sua ascendência judaica. A análise do cromossomo Y dos Lemba mostrou que aproximadamente 50% deste parecem ser de origem semita. Trinta e seis por cento era de origem Africana, e a origem dos 14% restantes não podia ser resolvida pela metodologia utilizada na época.
Dr Himla Soodyall, da Unidade South African Medical Research Council's Human Genomic Diversity and Disease Research explica que:
“uma combinação particular [de genes] do cromossomo Y ou haplótipo conhecido como Cohen Modal Haplotype ou CMH - estava presente no Lemba com uma frequência por volta de 9%. Este haplótipo só é encontrado em alta 395
freqüência de sacerdotes judeus, portanto parece corroborar a história sobre a origem desse grupo”. O haplótipo CMH ocorre no grupo Lemba em uma freqüência semelhante à das grandes populações judaicas. Ainda mais impressionante é o fato de que esta assinatura genética CMH está fortemente associada ao clã Buba do Lemba, que havia desempenhado um papel de liderança.
Brant Gardner, com formação em estudos mesoamericanos e antropologia, dirigiu a Conferência Book of Mormon Lands em outubro de 2007, em Salt Lake City, UT. Esta conferência é um evento anual patrocinado pelo Book of Mormon Archeological Forum.
Ele criticou Thomas Murphy por dizer que o Livro de Mórmon é “uma peça de ficção do século XIX”. Gardner sugere que Murphy:
“... não acreditava no livro antes e saiu à procura de elementos que poderiam apoiar seu ponto de vista. Ele nos dá informações sobre o que a ciência está fazendo, mas ele está concluindo o que ele já havia decidido.”
Gardner diz ainda que as pessoas estão sofrendo do "efeito CSI" – um respeito superestimado para testes de DNA, como resultado de assistir a muitos programas de TV que apresentam vários cientistas forenses. Ele disse que há grandes limitações sobre o que um exame de DNA pode nos dizer sobre a linhagem de uma família. Ele disse: “A maioria [dos testes de DNA] indica apenas parte da ancestralidade de uma pessoa”. Ele também aponta que um efeito de “gargalo genético” pode ter acontecido. Isto ocorre quando apenas algumas pessoas de uma grande população sobrevivem a um grande cataclismo, assim os cientistas são capazes de testar apenas o DNA dos descendentes dos que sobreviveram. Os que não sobreviveram poderiam ser os verdadeiros representantes genéticos do grupo, com DNA muito diferente. Assim, ao entrarem em contato com os espanhóis, grande parte dos lamanitas teria morrido. Os sobreviventes não seriam portadores do DNA do grupo original, mas de um DNA distinto, assim como todos os seus descendentes. Esta teoria é similar à teoria do efeito fundador, mas as causas são distintas. Porém, ele lançou suspeitas sobre a veracidade das provas de DNA. Ele referiu-se a vários cenários históricos onde testes de DNA não revelam o que aconteceu. Ele disse: “O que sabemos hoje sobre o Livro de Mórmon é mais do que sabíamos há 10 anos, e o que sabíamos há 10 anos tinha alguns equívocos. Nossas opiniões continuarão a mudar, mas isso não muda a veracidade do livro." O problema de acreditar na “geografia limitada” 396
Essa teoria traz vários problemas para os SUDs. Entre eles, a existência de um segundo Morro Cumora na mesoamérica, assim como o transporte das placas, por mais de 3000 milhas, para o morro Cumora de Nova York. Porém, sem sobra de dúvidas, o problema mais conflituoso com essa teoria são as escrituras dadas à Joseph Smith, supostamente por Deus, que frequentemente se refere aos índios norte-americanos na América do Norte como os lamanitas, assim como os discursos dos vários profetas. [9] Os mórmons devem aceitar como escritura ou revelação todas as proclamações e declarações dos oficiais da Igreja, uma vez que tenham sido examinadas e aprovadas pelas autoridades gerais. Assim, abaixo, temos as seguintes declarações: Concernente à origem dos indígenas das américas:
“A proclamação dos Doze Apóstolos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias: para todos os reis do mundo, para o presidente dos Estados Unidos da América, para os governadores dos diversos estados e para os governantes e dos Povos de todas as nações”. “Nós testemunhamos que a doutrina presente é a doutrina ou evangelho de Jesus Cristo na sua plenitude, e este é único, verdadeiro, eterno e imutável evangelho; e é o único plano revelado na terra pelo qual o homem pode ser salvo”. "Nós também prestamos testemunho de que os “índios (assim chamados) da América do Norte e do Sul são remanescentes das tribos de Israel, como se manifesta, agora, pela descoberta e revelação de seus antigos oráculos e seus registros”. “E que eles estão prontos para receberem uma proteção fraterna, serem civilizados e ser uma nação nesta terra gloriosa”. “Eles também receberão o conhecimento de seus antepassados, e da plenitude do evangelho, e eles vão adotá-la, e se tornar um ramo justo da casa de Israel.” [10]
Esta posição foi confirmada em abril de 1971 pelo [então] Apóstolo Spencer W. Kimball na Conferência Youth Lamanita:
“Vocês tem sangue real, [são] os filhos de Abraão, Isaac, Jacó, José, e Lehi”.
“É com orgulho que digo àqueles que vêm ao meu escritório que um lamanita é um descendente de Lehi, que deixou Jerusalém seiscentos anos antes de Cristo, e com sua família, cruzou as poderosas profundezas e desembarcou na América. E Lehi e sua família se tornaram os ancestrais dos todas as tribos indígenas e seus mestiços na América do Norte, do Sul e Central e nas ilhas do 397
mar. E nessa história houve quem deixou a América em navios e decidiram ir para as ilhas do mar”. Uma vez que a declaração do Elder Kimball designou claramente que os nativos das Américas do Norte, do Sul e Central são remanescentes das tribos de Israel, e que:
a - esta proclamação foi aprovada pelo Comitê Permanente do Quórum dos Doze Apóstolos, no momento da sua publicação; e b - as observações Elder Kimball foram mais tarde publicadas em um artigo na revista Ensign, em julho de 1971, com o título “Of Royal Blood”.
Não deve haver nenhuma dúvida na mente dos SUDs sobre a identidade dos povos do Livro de Mórmon. De fato, na mesma edição da Ensign acima citada, as observações do élder Kimball são precedidas por “Os lamanitas (Introdução)”, que afirma o seguinte:
“A maioria dos membros da Igreja sabe que os Lamanitas, que consistem nos índios de todas as Américas, bem como os habitantes das ilhas do Pacífico, são um povo com uma herança especial. Eles também são um povo com problemas especiais em relação à sociedade contemporânea”.
Concernente à quantidade de lamanitas: Contrariando as atuais afirmações que os lamanitas eram um grupo pequeno e que seu DNA fora diluído entre as populações pré-existentes nas américas, várias citações devem ser observadas:
Spencer W.Kimball pregou, em uma conferência realizada em abril de 1947, que os nefitas e os lamanitas podiam ser numerados em “centenas de milhões de pessoas que viveram no continente americano".
Devemos notar que uma leitura honesta e literal do Livro de Mórmon não apóia a tese de que a população lamanita fosse relativamente insignificante. Em uma palestra proferida por Murphy no Simpósio Sunstone, na cidade de Salt Lake, ele explicou que:
“a extinção genética reclamada pelos novos defensores do Livro de Mórmon é incompatível com as declarações da obra que identifica os lamanitas e nefitas como multidões, muitos milhares e milhões de descendentes” (grifo nosso). Disse ainda que “os profetas do livro mórmon prenunciam a descendência de Lehi não somente para o presente, mas também para a posteridade”.
Em defesa de seus argumentos, Murphy menciona um texto mórmon cujo conteúdo registra a visão de um anjo visto por Néfi, filho de Lehi:
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“E aconteceu que o anjo me disse: Olha e vê a tua semente e também a semente de teus irmãos. E olhei e via a terra da promissão; e vi multidões de pessoas, sim, e pareciam tão numerosas quanto a areia do mar”. (1Néfi 12.1).
Na página 33 do “Manual de Estudante do Livro de Mórmon”, uma publicação de 1979, consta a explicação de que “a “semente” refere-se aos nefitas, enquanto que “a semente de teus irmãos” refere-se aos lamanitas". Na mesma visão, Néfi declara:
“E aconteceu que olhei e vi que a semente de meus irmãos havia vencido a minha semente; e espalharam-se em multidões pela face da terra”. (1Néfi 12.20).
Os mórmons acreditam que esta profecia ter-se-ia cumprido cerca de 421 EC., na batalha do Monte Cumorah. Ainda, em seu discurso, o anjo que falou a Néfi prometeu que:
“o Senhor Deus não permitirá que os gentios destruam completamente a mescla de tua semente que está entre os teus irmãos”. (1Néfi 13.30).
Líderes mórmons afirmaram de que os descendentes de Lehi permaneceriam abundantes e poderiam ser facilmente identificados. O presidente da igreja mórmon, Gordon B. Hinckley, também declarou que aqueles descendentes de Lehi (mencionados em Néfi) poderiam ser identificados. Em várias ocasiões, Hinckley empregou em seus discursos de dedicação de templos mórmons palavras que validam a veracidade do Livro de Mórmon. Em 6 de março de 1999, em seu discurso de consagração do templo de Juarez Chihuahua (localizado no Norte do México), Hinckley rogou a Deus que:
“abençoe os Santos (mórmons) para que eles continuem vivendo aqui sem maiores incômodos. Para que possam viver em paz e segurança. Para que sejam prósperos no cultivo de seus campos e persistentes em suas vocações. Para que os filhos e filhas do pai Lehi cresçam em força e usufruam do cumprimento de todas as promessas antigas relacionadas a eles” (grifo nosso).
Em 7 de agosto de 1999, a igreja mórmon publicou, no periódico LDS Church News, a oração de dedicação conferida pelo presidente Hinckley por ocasião da consagração do templo de Guayaquil, Equador. Novamente, Hinckley identificou os fiéis mórmons como descendentes literais de Lehi:
“Tem sido algo muito interessante contemplar a congregação dos descendentes do pai Lehi quando se reúnem no templo. Muitas dessas pessoas têm o sangue de Lehi correndo em suas veias, e isto é justamente o fator que promove seu grande interesse e responsabilidade”.
Ainda na mesma oração de dedicação do templo equatoriano, Hinckley fez uma advertência aos fiéis acerca de: 399
“pessoas que se denominam instruídas e que deixam seu intelecto arruinar os fundamentos de sua espiritualidade e insistem em conduzir sua fidelidade, ignorando aqueles que foram designados por Deus para conduzir o povo..: Há aqueles que sentem que seus líderes vivem fora da realidade de nossos dias. Eles tentam conduzir os membros substituindo a revelação de Deus dada aos nossos profetas pelos seus próprios conhecimentos”.
Essas palavras de precaução não estão diretamente relacionadas à questão do DNA, porém, podem provar o tamanho da confusão que envolve os mórmons que gostariam de permanecer fiéis às suas lideranças eclesiásticas, mesmo diante da disparidade existente em suas interpretações acerca do Livro de Mórmon e aquelas defendidas por alguns da Universidade de Brigham Young. Diante de tais declarações, torna-se ainda mais difícil conciliar as reivindicações do Livro de Mórmon com essas novas teorias ou com os dados científicos, que estão em visível oposição à veracidade do LdM. Na tentativa de acalmar as inquietações dos mórmons, a igreja publicou diversos artigos sobre a questão do DNA no site oficial da igreja na Internet. A página eletrônica é clara em mostrar, porém, que tais artigos não consistem de “posições e declarações oficiais da igreja”. Porém, o grande problema dos apologistas SUDs é que eles defendem o testemunho na historicidade do livro de mórmon, mas negam os 180 anos das declarações proféticas ligando os indígenas de toda a América aos hebreus. Assim, temos: 1 - Uma nova história do livro de mórmon • • • • • •
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O Lehitas conheceram e se integraram totalmente com as civilizações do Novo Mundo logo após a sua chegada. Os indígenas americanos abriram mão de controlar sua civilização, sem resistência à um grupo de Hebreus deslocados. O termo lamanita é principalmente um termo cultural (os maus). A genética lamanita foi praticamente eliminada ou perdida. As civilizações do Livro de Mórmon localizavam-se na Mesoamérica e não em todo o continente americano. Existem dois morros Cumora, onde as placas de ouro foram armazenadas. Um na Mesoamérica mencionado no Livro de Mórmon e um em Nova York, equivocadamente tida como o Cumora do Livro de Mórmon, de forma equivocada por todos os profetas SUDs que já viveram, assim como por praticamente todos os SUDs. O estreito braço de terra (1 dia e meio de caminhada) é o nem tão estreito istmo de Tehuantepec, no México. Moroni carregou placas de ouro com um peso de aproximadamente 6080lb, do México até Nova York, para que as placas fossem convenientemente achadas por Joseph Smith.
2 - Descartando as declarações proféticas
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Qualquer coisa dita por Joseph Smith que conecte a América do Norte com as civilizações do Livro de Mórmon (Zelph etc) é apenas a opinião dele. Quando Deus se refere aos índios, no oeste dos Estados Unidos, como lamanitas em DeC, é apenas a opinião pessoal de Joseph Smith que está influenciando a escritura. Qualquer coisa que qualquer profeta disse implicando que há milhões de lamanitas em toda América do Norte e América do Sul é apenas opinião pessoal e não doutrina Isso tudo é feito com a garantia de que os SUDs apoiam as teorias apologistas. Ainda é esperado que os membros fiéis aceitem tudo sem o menor questionamento, sem pensarem que uma outra mentira está sendo imposta para cobrir a mentira original.
Até que a igreja decida defender ou denunciar os comentários de seus líderes e membros que tentam encontrar uma resposta intelectualmente consistente para a fé que advogam, os mórmons continuarão a negar os fatos ou enfrentar o dilema entre a acreditar na ciência ou a ter fé nas revelações dos seus profetas. Por qual delas se decidirão? Notas: 1 - Gonzaléz-Oliver A., et al. 2001. Founding Amerindian mitochondrial DNA lineages in ancient Maya from Xcaret, Quintana Roo. Am J Phys Anthropol 116 (3):230-35. 2 - Dornelles, C., et al. 2005. Is haplogroup X present in extant South American Indians? Am J Phys Anthropol 127 (4):439-48. 3 - Mark Nolte, "Book of Mormon DNA report refuted by BYU professor," Brigham Young University, at: http://newsnet.byu.edu/story.cfm/41852/ 4 - "DNA Glossary," at: http://www.latterdaylampoon.com/ 5 - Michael Whiting, "Campus Lecture: Does DNA Evidence Refute the Authenticity of the Book of Mormon?: Responding to the Critics," at: http://farms.byu.edu/ 6 - "DNA and the Book of Mormon people," LDLampoon, at: http://www.latterdaylampoon.com/ 7 - Peggy Stack, "Single word change in Book of Mormon speaks volumes," Salt Lake Tribune, 2007NOV-08. This is no longer online. However a copy is at: http://www.freerepublic.com/ 8 - William Lobdell and Larry B. Stammer, "Mormon Scientist, Church Clash Over DNA Test; Anthropologist may be ousted for questioning teachings about Native American ancestry," LA Times, 2002-DEC-8, at: http://www.latimes.com/news/ 9 - Doutrina e Convênios 28:8-9, 14; 30:6; 32:2; 54: 8 10 - Peter Crawley - A Descriptive Bibliography of the Mormon Church. Vol. 1, 1830–1847. p. 294–96. Cita Millennial Star , 15 de outubro de 1845 SUGESTÃO DE OUTRAS FONTES PARA CONSULTA: Achilli A., et al. 2008. The phylogeny of the four Pan-American mtDNA haplogroups: Implications for evolutionary and disease studies. PLoS ONE 3(3): e1764. Behar, D., et al. 2004. MtDNA evidence for a genetic bottleneck in the early history of the Ashkenazi Jewish population. Eur J Hum Genet 12 (May):355-64. Brown (1998); Smith, D., et al. 1999. Distribution of MtDNA haplogroup X among Native North Americans. Am J Physical Anthropology 110 (3):271-84. Brown, M., et al. 1998. MtDNA haplogroup X: An ancient link between Europe/Western Asia and North America? Am J Hum Genet 63 (6):1852-61. Derenko, M., et al. 2001. The presence of mitochondrial haplogroup X in Altaians from South Siberia. Am J Hum Genet 69 (1):237-41.
401
Fagundes, N., et al. 2008. Mitochondrial population genomics supports a single pre-Clovis origin with a coastal route for the peopling of the Americas. Am J Hum Genet 82 (3): 583-92. Karafet, T., et al. 1999. Ancestral Asian source(s) of New World Y-chromosome founder haplotypes. Am J Hum Genet 64 (3):817-31. Levy-Coffman, E. 2005. A mosaic of people: the Jewish story and a reassessment of the DNA evidence. JoGG 1 (Spring):12-33. Palanichamy, M., et al. 2004. Phylogeny of mitochondrial DNA macrohaplogroup N in India, based on complete sequencing: Implications for the peopling of South Asia. Am J Hum Genet 75 (6):966-978. Parr, R., et al. 1996. Ancient DNA analysis of Fremont Amerindians of the Great Salt Lake wetlands. Am J Phys Anthropol 99 (4): 507-18. Reidla, M., et al. 2003. Origin and diffusion of mtDNA haplogroup X. Am J Hum Genet 73 (5):1178-90. Reidla, M., et al. 2003. Origin and diffusion of MtDNA haplogroup X. Am J Hum Genet 73 (5):1178-90 Rosenberg N., et al. 2005. Clines, clusters, and the effect of study design on the inference of human population structure. PLoS Genet 1 (6): e70. Seielstad, Mark T. et al. (2003) A novel Y chromosome variant puts an upper limit on the timing of the first entry into the Americas. Am J Hum Genet 73 (3):700-05. Southerton, Simon G. 2004. Losing a Lost Tribe: Native Americans, DNA, and the Mormon Church, 88-92, 213-22. Tambets, K, et al. 2004. The western and eastern roots of the Saami: The story of genetic “outliers” told by mitochondrial DNA and Y chromosomes. Am J Hum Genet 74 (4):661-82 Wang S., et al. 2007. Genetic variation and population structure in Native Americans. PLoS Genet 3 (11): e185. Zakharov, I., et al. 2004. Mitochondrial DNA variation in the aboriginal populations of the Altai-Baikal region: Implications for the genetic history of North Asia and America. Ann N Y Acad Sci 1011 (April): 21–35. Zegura, S., et al. 2004. High-resolution SNPs and microsatellite haplotypes point to a single, recent entry of Native American Y chromosomes into the Americas. Mol. Biol. Evol. 21 (1): 164-75 OUTROS: Ancient American. DNA Evidence for Book of Mormon Geography. Olson, R. 2006. A More Promising Land of Promise. The Book of Mormon and New World DNA, parts 1-3, YouTube.
Mudanças 1 - Alteração x perfeição •
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Joseph Smith: “Declarei aos irmãos que o livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da terra e a pedra angular da nossa religião.” Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, página 178. Rex E. Lee: “A autencidade do mormonismo fica de pé ou cai junto com o livro do qual a igreja deriva deu nome”.
Com base nesatas duas declarações, entre muitas outras, o Livro de Mórmon é um livro perfeito e a base da igreja SUD. De acordo com o dicionário Significado de perfeito: adj. Que reúne todas as qualidades; que não tem defeitos; ideal, impecável; excelente. Completo, absoluto, total.
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Levando em consideração esse conjunto de informações, um livro perfeito, sem defeitos, não poderia ser alterado. Porém, o Livro de Mórmon que Joseph Smith publicou em 1830 não é o mesmo livro que é publicado mais de 170 anos depois. O Livro de Mórmon sofreu muitas revisões desde que a edição de 1830 foi publicada. Adiante mostrarei detalhes destas mudanças. Mudanças na introdução: De maneira interessante, além das mudanças no texto atual do Livro de Mórmon, há mudanças que aconteceram no material introdutório. Autor ou tradutor? A primeira edição publicada do Livro de Mórmon, na primeira página, diz assim:
“LIVRO DE MÓRMON:... POR JOSEPH SMITH JÚNIOR, AUTOR E PROPRIETÁRIO”. É surpreendente pensar que estas poucas palavras, quando alteradas, de fato alteram a visão do leitor do Livro de Mórmon. A leitura atual foi mudada para “Traduzido por Joseph Smith Jr”. Ao se ler o Livro de Mórmon, deve ser determinado se Joseph foi o autor ou o tradutor. Se ele foi o autor, então o livro é pura ficção, tendo lugar muito tempo antes da vida de Smith. Se ele o traduziu, então está aberta a porta para a ideia de que é uma obra de não-ficção, um relato preciso da história. Figura escaneada da edição de 1830:
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Detalhe. Carta perdida Nas edições mais atuais do Livro de Mórmon a igreja SUD omitiu completamente uma carta que originalmente estava na página dois (1830 ed.) entre a página do título e o prefácio. A carta mostra que Smith, a partir de 1829, afirmou ser o autor do Livro de Mórmon. Prefácio perdido Além da carta perdida, o prefácio original continha uma explicação, nas próprias palavras de Smith, dos supostos falsos relatórios que haviam estado em circulação sobre o envolvimento de Smith com o Livro de Mórmon. No prefácio ele assegura ao leitor que ele traduziu o Livro de Mórmon das “placas de Nefi” e que os supostos falsos relatórios se originaram com “pessoas mal intencionadas” em cujos corações Satanás estava atuando seus “planos diabólicos”. Ele assegura a seus leitores que Deus havia lhe dito que sua sabedoria era superior ao diabo. É interessante notar que depois dessa longa resposta para explicar que ele traduziu o Livro de Mórmon das placas, ele assina o prefácio como “AUTOR”. Alterações de ortografia, sintaxe e contextuais Em 2009, foi lançada a edição The Book of Mormon: The Earliest Text. Centenas de correções, a partir dos escritos originais, foram encontradas pelo estudo Royal 404
Skousen (“The Book of Mormon - Skousen, Royal; Smith, Joseph”. Yale University Press. http://yalepress.yale.edu/yupbooks/book.asp?isbn=9780300142181) Há numerosas mudanças no texto do livro de Mórmon entre 1830 e a edição atual, quase 4000 (3913 Changes in The Book of Mormon. Jerald and Sandra Tanner). A maioria destas mudanças foram correções ortográficas e gramaticais. Porém mudanças de contexto também foram feitas. Esta é uma lista sumária de algumas passagens no LM. Vamos examinar: 1 - Mudanças sobre a Divindade O Livro de Mórmon original (a edição de 1830) tinha algumas frases sobre a divindade de Jesus Cristo: Edição de 1830: • • • •
1 Néfi 11:18: E disse-me ele: a virgem que vês é a mãe de Deus, segundo a carne. 1 Néfi 11:21: Eis aqui o Cordeiro de Deus, sim, o Pai Eterno. 1 Néfi 11:32: E, olhando, vi o Cordeiro de Deus ser carregado pelo povo, sim, o Deus Eterno ser julgado pelo mundo; 1 Néfi 13:40: que o Cordeiro de Deus é o Pai Eterno e salvador do mundo...
Compare esses versículos com uma edição do LM moderna. Em todas as frases acima, o texto foi corrigido adicionando a frase “Filho de” nos lugares apropriados. • • • •
1 Néfi 11:18: E disse-me ele: a virgem que vês é a mãe DO FILHO de Deus, segundo a carne. 1 Néfi 11:21: Eis aqui o Cordeiro de Deus, sim, o FILHO DO Pai Eterno. 1 Néfi 11:32: E, olhando, vi o Cordeiro de Deus ser carregado pelo povo, sim, o FILHO DO Deus Eterno ser julgado pelo mundo; 1 Néfi 13:40: que o Cordeiro de Deus é o FILHO DO Pai Eterno e salvador do mundo...
2 - Mudando Benjamim para Mosiah O texto original de Mosiah 21:28 diz: “E Limhi novamente se encheu de alegria ao saber, pela boca de Amon, que o rei Benjamim tinha um dom de Deus, mediante o qual podia interpretar tais gravações; sim, e Amon também se regozijou”.
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•
O problema, é que o rei Benjamim já estava morto nesta época (Mosiah 6:5, em 121 AEC., segundo o livro do Mórmon, ou seja, 1 ano antes da citação de Mosiah 21:28).
Esta referência foi mudada para “Mosiah”, em 1837 e nas edições posteriores. Porém, parece que este não foi o único lugar onde esta mudança foi feita. O texto original de Éter 4:1 reza: •
“e por essa razão o rei Benjamim as guardou, a fim de que não viessem ao mundo senão depois que Cristo aparecesse a seu povo”.
De novo, foi mudado para “Mosiah” nas edições posteriores. O fato DE que há duas dessas mudanças, nos faz pensar que Smith podia ter tido outra versão diferente para a narrativa. 3) Apresentando Cristo
O texto original de 1 Néfi 12:18 diz: •
“sim, a palavra da justiça do Deus Eterno e de Jesus Cristo, que é o Cordeiro de Deus...”
O problema é que o nome “Jesus Cristo” não foi revelado aos nefitas antes de 2 Néfi 10:3. [Nota do Tradutor: na edição do LM de 1975 diz que a data em que ocorreu a passagem de 1 Néfi 12:18 foi entre 600 e 592 AEC. E diz que a passagem de 2 Néfi 10:3 aconteceu entre 559 e 545 AEC.!]. Em 2 Néfi 10:3 diz: •
“portanto, como já vos disse, é necessário que Cristo (pois que na noite passada o anjo me informou que este seria o seu nome) venha entre os judeus”.
Para corrigir esta contradição, o texto de 1 Néfi 12:18 foi ALTERADO para ler “Messias” em vez de “Jesus Cristo”. Este episódio revela um equívoco fundamental da palavra “Cristo” por Joseph Smith. “Cristo” e “Messias” são realmente sinônimos (veja Jo. 1:41), o anterior derivando do grego e o último do hebraico. “Messias” se usa corretamente no LM como um título, mas “Cristo” se usa incorretamente como nome próprio, um erro muito comum entre aqueles que não estão totalmente inteirados com a etimologia da palavra. A declaração de 2 Néfi 10:3 tem pouco sentido. 4) Batismo no Antigo Testamento O texto original de 1 Néfi 20:1 diz: 406
•
“Escutai e ouvi isto, ó casa de Jacó, que és chamada pelo nome de Israel, que saíste das águas de Judá; que juras em nome do Senhor e que mencionas o nome do Deus de Israel, mas que não juras nem em verdades nem em justiça”.
A frase “ou das águas do batismo” foi inseridas na edição de 1840: •
“Escutai e ouvi isto, ó casa de Jacó, que és chamada pelo nome de Israel, que saíste das águas de Judá OU DAS ÁGUAS DO BATISMO; que juras em nome do Senhor e que mencionas o nome do Deus de Israel, mas que não juras nem em verdades nem em justiça”.
5 -Seraphim ou Seraphims? O texto original de 2 Néfi 16:2 diz: •
“Above it stood the seraphims: each one had six wings; with twain he covered his face, and with twain he covered his feet, and with twain he did fly”.
Esta é uma citação da Bíblia inglesa King James (Rei Tiago), em Is. 6:2. Em um erro gramatical, a KJV tem um plural incorreto para “seraph”. O plural correto (em inglês), claro, deveria ser “seraphim”, como o texto na edição de 1975 diz. •
O que isto mostra é que o LM tem uma confiança muito mais profunda na Bíblia King James do que os estudiosos mórmons gostariam de admitir.
6 - Cobrindo o Cumorah Os críticos têm ensinado há muito que existe uma estranha ligação entre o monte Cumorah e o anjo Moroni e as ilhas Comores na costa oriental de Moçambique, cuja capital é Moroni, que já era capital do lugar desde antes do Livro de Mórmon. Os defensores do Livro de Mórmon dizem que isto é só uma coincidência e que “Comores” tem pouco a ver com "Cumorah". O fato é que antes da ocupação francesa de 1860, as ilhas Comores eram conhecidas por seu nome árabe, Camora (às vezes escrita Comora). Agora note que o Livro de Mórmon de 1830 dizia “Camora” e não “Cumora”. Veja o texto original de Mórmon 6:2: •
“E eu, Mormón, escrevi uma epístola ao rei dos lamanitas, informando-o de que desejava que ele nos permitisse reunir nosso povo na terra de Camora, nas proximidades de um monte chamado Camora, a fim de que nesse lugar lhes déssemos batalha”.
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Como prova da asserção anterior, veja esta seção de um mapa da África de 1808:
Agora vejam um mapa atual:
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7 - Mar Vermelho 2 Néfi 19:1 •
“Não obstante, o entenebrecimento não será como foi na sua angústia, quando no princípio ele atingiu ligeiramente a terra de Zabulom e a terra de Naftali e depois fez mais seriamente, pelo caminho do Mar Vermelho além do Jordão na Galileia das nações”.
[Nota do Tradutor: a tradução brasileira do Livro de Mórmon, de 1975, diz "pela costa do Mar Vermelho"] Isaías 9:1 •
“Não obstante a obscuridade não será como foi na sua angústia, quando ao primeiro ele afligiu ligeiramente a terra de Zebulom e a terra de Naftali e posteriormente enobreceu o caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações”.
O Livro de Mórmon coloca a referência para “caminho do mar" em Isaías como o Mar Vermelho. Entretanto, ital afirmação está totalmente incorreta. Durante a Era do Reino (cerca de 1000 AEC), a terra de Naftali fazia fronteira com o mar da GalilEia para o Oeste. A terra de Zabulon fazia fronteira com Naftali no oeste e no sul. Foi dentro desta região que encontramos muitas das cidades mencionadas no ministério de Jesus - Cafarnaum, Caná, Genezaré, Betsaida e claro, Galileia. A citação de Isaías então define a área futura do ministério de Jesus. •
Porém, o Mar Vermelho fica a mais de 402 km ao sul da Galileia e fica próximo da fronteira egípcia. Não há como Isaías ter dito “mar Vermelho”.
Há muitas provas desta afirmação. Primeiro, a citação também menciona que “o mar” está além de Jordão, na Galileia. O rio Jordão, é claro, desagua no Mar Morto e nunca chega ao Mar Vermelho. Além disso, o Mar Vermelho de forma alguma está perto da Galileia. Segundo, este versículo de Isaías foi citado por Mateus em Mt. 4:1216, especificamente com referência para Galileia e Cafarnaum. A citação em Mateus também não tem Mar Vermelho. Há assim muitas provas que a palavra "Vermelho" nunca foi parte de Is. 9:1. • •
Como então, entrou no Livro de Mórmon? Pode ser que o versículo tenha sido alterado por um rapaz imaginativo, mas com pouco conhecimento de geografia, como Joseph Smith, quando estava copiando partes de Isaías no Livro de Mórmon?
Curt van den Heuvel --------------------------------------------------------------------------------
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A mensagem acima foi contestada por um mórmon que disse que “caminho do mar”, como Isaías a usou, pode ter sido uma referência para o “mar” Vermelho. Porém, a maioria dos comentaristas parece concordar que a frase “caminho do mar” em Is. 9:1 é uma referência para o Via Maris, uma antiga rota de comércio do Egito para a Mesopotâmia. Já que a Galileia e Cafarnaum, em particular, estavam nesta rota, esta interpretação parece bem plausível. • •
A questão é se Is. 9:1 tinha originalmente a frase “caminho do mar vermelho”. A resposta é não, porque a frase é incorreta.
O Via Maris era chamado de “caminho do mar” porque seguia o litoral palestino, não porque começava no Mar Vermelho. De fato, se a Via Maris pudesse começar em qualquer lugar, seria a cidade egípcia de On, localizada perto do delta do Nilo (o mapa que eu tenho comigo mostra o Via Maris começando no norte de On ao longo do Nilo, seguindo a costa palestina até Zoã. Nunca toca Ácaba, muito menos o Mar Vermelho).
2 - Referências raciais são retiradas do Livro de Mórmon A Igreja Mórmon fez sutis, mas importantes mudanças nos cabeçalhos dos capítulos em sua versão online de sua escritura, O Livro de Mórmon, enfraquecendo algumas alusões racistas anteriores. As palavras “pele escura” foram retiradas do resumo introdutório em itálico em 2 Néfi, capítulo 5, ao descrever a “maldição” que Deus colocou nos incrédulos lamanitas. Na quinta Edição do Livro de mórmon, de 1971, lemos o seguinte no cabeçalho do mesmo capítulo:
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Formato atual do cabeçalho de 2 Nefi 5 - site oficial da igreja SUD.
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Mais adiante, em Mórmon, capítulo 5, onde os lamanitas são chamando de “um povo escuro, imundo e repugnante” será mudado para “por causa de sua incredulidade, os lamanitas serão espalhados, e do Espírito deixará de contender com eles”. Atualmente, a versão antiga ainda permanece on-line:
Os iníquos tornaram-se escuros, imundos e repugnantes. Em ambos os casos, o restante do texto permanece inalterado. Os membros da Igreja baseado em Utah de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acreditam que o fundador, Joseph Smith revelou um conjunto de placas de ouro de uma colina em Nova York em 1827 e traduziu o texto antigo em inglês. Desde sua impressão inicial, milhões de cópias foram distribuídas em todo o mundo em mais de 160 línguas. Resumos dos capítulos foram adicionados em 1920, depois reescritos pelo falecido apóstolo mórmon Bruce R. McConkie, em 1981. Nesse 412
mesmo ano, um verso que usou “claro e agradável” para descrever o que vai acontecer com os povos de pele escura, quando se arrependem foi mudado para “puro e agradável”. Abaixo: versão de 1971
Versão de 1971 - Povo CLARO e agradável
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A mudança:
Versão atual: "povo claro" mudado para "povo puro" Críticos argumentaram que a alteração foi feita para resolver acusações de racismo, uma vez que a igreja baseada em Utah teve uma política racial que, até 1978, os negros eram impedidos de serem ordenados ao sacerdócio. Não é assim, disse Royal Skousen, um professor de linguística na Universidade Brigham Young, que observou todas as alterações no texto de 1830 até o presente. Skousen disse Smith mudou de “brancos” para “puros” em 1840, mas deixou em outras partes do livro. “Oito outros versos ainda usam a frase”, disse Skousen. “Se [a Igreja] fosse apenas de responder às sensibilidades, porque não teriam mudado todos os outros?”
Maldição foi mantida: os BRANCOS e agradáveis tiveram sua pele escurecida!
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Uma década depois, a Primeira Presidência aprovou pequenas alterações em alguns capítulos do Livro de Mórmon, explicou o porta-voz da igreja Michael Purdy. Os ajustes descritos acima foram feitos em várias edições estrangeiras, incluindo português, espanhol e alemão. Os títulos originais permaneceram na maioria das edições em inglês até 2004, quando a editora Doubleday publicou a versão comercial do primeiro livro e implementou a edição. Até esse mês, os títulos de 1981 mantiveram-se na versão online da Igreja na lds.org. Quando a igreja atualizou seu site, as alterações da editora Doubleday foram incluídas online. A versão antiga continuará - por enquanto - nas versões impressas em inglês. “Quando estes tipos de alterações são feitas, são lançadas várias edições online e impressas, assim que estiverem disponíveis”, disse Purdy em um comunicado. “Uma nova edição inglês de O Livro de Mórmon não está programada para ser impressa no momento. Uma vez que estas mudanças são tão pequenas, não é necessário incluí-las até que ele seja impresso”. Nathan Richardson, um estudante da BYU na época da edição da Doubleday, notou algumas mudanças e decidiu fazer uma comparação lado a lado. Richardson, agora, uma fonoaudióloga e designer de livros em Orem, concluiu que as mudanças foram feitas para “clareza, mudança na ênfase e para ficar mais perto da linguagem das Escrituras”. (Seu estudo pode ser visto no ldsphilosopher.com). Skousen, editor de uma edição de Yale de 2009 do Livro de Mórmon, vê as mudanças como um aceno para os leitores contemporâneos. Funcionários SUD não querem que os leitores se concentrem em “declarações abertas sobre a raça, que estavam nos resumos de McConkie em 1981”, disse ele. “Há uma interpretação [pessoal] simplesmente que você escolhe. Não é uma questão de desonestidade ou de tentar esconder as coisas”. Os títulos on-line também mudam muitas palavras da linguagem arcaica para a linguagem moderna, Skousen disse. “Dada a nossa época, eu acho que eles fizeram a coisa certa”. Para Grant Hardy, um historiador SUD na University of North Carolina em Asheville que editou uma edição “leitor” de O Livro de Mórmon em 2005, as mudanças são interessantes. Ainda assim, Hardy não acredita que opiniões racistas são extraordinariamente importantes na escritura Mórmon. “Mesmo que receba muita atenção, não há muitos versículos que falam sobre a cor da pele”, disse Hardy. “A raça não é um tema principal do Livro de Mórmon. Quando se está falando de lamanitas, são, sobretudo as diferenças culturais e espirituais”. Há uma “tentação de ler textos antigos, em termos de pressupostos modernos. Provavelmente todos na história foram racistas em termos de América moderna”. • •
Hardy pensa que os nefitas eram racistas? Bem, sim, disse ele, mas isso não nos surpreende.
Superado este elemento, Hardy disse: “Provavelmente, no geral, [o texto] se encaixa melhor no Livro de Mórmon”.
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•
•
Agora, os defensores alegam que não existe racismo no Livro de Mórmon e que “branco” realmente significa puro. Mas as provas estão contra eles. Há uma série de versículos do Livro de Mórmon, afirmando claramente que a pele escura dos lamanitas foi uma maldição de Deus e que foi um resultado da maldade do povo. Ainda, quando o povo se arrependia, voltava a ficar branco, e extremamente formoso!
Vejamos estas citações: 2 Nefi 5:21: •
E ele fez cair a maldição sobre eles, sim, uma dolorosa maldição, por causa de sua iniquidade. Pois eis que haviam endurecido o coração contra ele de tal modo que se tornaram como uma pedra; e como eram brancos, notavelmente formosos e agradáveis, a fim de que não fossem atraentes para meu povo o Senhor Deus fez com que sua pele se tornasse escura.
•
E a pele dos lamanitas era escura, por causa do sinal que havia sido posto em seus pais como um anátema pela transgressão e rebeldia deles contra seus irmãos, que eram Néfi, Jacó e José e Sam, que foram homens justos e santos.
Alma 3:6
3 Nefi 2:14-16 14 - E aconteceu que os lamanitas que se haviam unido aos nefitas foram contados com os nefitas; 15 - E a maldição foi retirada deles e sua pele tornou-se branca como a dos nefitas; 16 - E seus filhos e filhas tornaram-se sumamente belos e foram contados com os nefitas, sendo chamados de nefitas. E assim terminou o décimo terceiro ano. • Dizer que o texto do Livro de Mórmon não diz claramente que a pele escura dos lamanitas (nativos americanos) é o resultado de uma maldição de Deus ou que isso é de pouca importância, é pura desonestidade! Nenhuma defesa apologética ou ignorância deliberada vai mudar isso. • Ou isso, ou o Livro de Mórmon, apesar do que clamam, não é o livro mais verdadeiro, e os líderes SUD estavam completamente errados sobre a questão racial desde Joseph Smith até Gordon B. Hinckley. Até agora, nenhum outro argumento foi convincente o suficiente para cobrir um século e meio de racismo, em nome de Deus. Apesar de tudo, é válido que a Igreja tenha escolhido minimizar o racismo que está nas suas escrituras. Porém, seria ainda melhor se: 1. Se pronuncisse de forma clara e repetidamente contra tais ideias e 416
2. Realmente removesse todo o conteúdo racista que está no livro, em vez de apenas o que está nos cabeçalhos dos capítulos ou em um ou outro versículo. Não fazer isso demonstra que os líderes SUD realmente não querem desistir do racismo que o mormonismo tem ensinado desde o seu início. _______________________ Texto traduzido por A; Flauber- Adaptado de: MormonThink - Brasil Fontes: 1 - The Salt Lake Tribune, Lifestyle. Peggy Fletcher Stack. 20 DEZ 2010 http://www.sltrib.com/sltrib/home/50882900-76/mormon-book-church-lamanites.html.csp 2. LDS Revelations: Racial References in Book of Mormon Headings Removed
3 - Monte Cumora que não é o Cumora? O monte Cumora De acordo com o livro de mórmon, o Monte Cumora foi palco para grandes batalhas entre Nefitas e Lamanitas e anteriormente entre os Jareditas, aonde nesta primeira cerca de duzentos e trinta mil pessoas incluindo homens, mulheres e crianças foram aniquiladas. Ainda,dentro da Igreja SUD é ensinado que o monte Cumora guarda as placas de ouro do livro de mórmon juntamente com muitas outras placas de registros antigos. Na realidade, este terreno onde se situa o monte Cumora, foi comprado pela Igreja SUD e fica em Palmyra, Nova Iorque. Lá hoje existem museus sobre o tema. Veja o site para mais detalhes - Hill Cumorah & Historic Sites Assim, há algum tempo, deparei-me com uma “brincadeira” de ex-mórmons, em um site de relacionamentos, sobre escavar o monte Cumora para recuperar tantos artefatos e esqueletos que ali se encontrariam, sendo assim prova cabal (e única, por sinal) da existência deste grupo. O que me intrigou de forma extrema foi a arguição, por parte de um mórmon, para a não escavação do morro pelos arqueólogos, com um ex-mórmon. Vejam: “Sabe-se de acordo com o Livro de Mórmon que existiam dois tipos de registros, um registro (sagrado) mantido pelos líderes eclesiásticos (Profetas) e outro (secular) mantido pelos líderes do governo secular (Reis), podendo esses eventualmente estarem sobre a proteção de uma mesma pessoa em um determinado momento da história. Você [o ex-mórmon] disse que só existe um monte Cumora, isso é claro e lógico. Na realidade não sei nem o porquê [sic] de tal afirmação. Você aconselhou-me a ler Mórmon 6:6 e 6:11, que relata [sic] o evento onde o Profeta Mórmon guarda os registros no Monte Cumora, passemos a passagem”: •
“E aconteceu que após havermos reunido todo o nosso povo em um só grupo na terra de Cumora, eis que eu, Mórmon, comecei a envelhecer; e sabendo que esta seria a última luta de meu povo e tendo recebido ordem do Senhor de não permitir que os registros sagrados, que haviam sido sucessivamente transmitidos por nossos pais, viessem a cair nas 417
mãos dos Lamanitas (porque os Lamanitas os destruiriam), fiz este relato, extraído das placas de Néfi; e ocultei no monte Cumora todos os registros que me tinham sido confiados pela mão do Senhor, excetuando-se estas poucas placas que dei a meu filho Morôni”. “Aqui entendemos que a última grande batalha entre Nefitas e Lamanitas realmente ocorreu na terra de Cumora, que Morôni ocultou os registros sagrados confiados a ele pelo Senhor no monte Cumora e que o relato sobre a placas de Néfi juntamente com o registro que ele estava a escrever (Presumo que seja o livro que leva seu nome no Livro de Mórmon) e outras poucas placas deu a seu filho Morôni, onde mais tarde de acordo com o relato este andou uma distância considerável antes de enterrar os registro em um certo monte”. “Agora passemos a uma simples pergunta: Onde o livro de Mórmon diz que Morôni ocultou os registros (resumo de todos os anais eclesiásticos, conhecido hoje como O Livro de Mórmon – outro testamento de Jesus Cristo) no monte Cumora? Se não existe tal afirmação em nenhuma passagem também não existe nenhuma credibilidade para tal afirmação hoje de quê o monte Cumora seja o mesmo monte onde Joseph encontrou os registros, sendo assim não existe uma justificativa aceitável para a Igreja ou qualquer arqueólogo realizar escavações com o intuito de provar a veracidade do Livro de Mórmon”. Vejamos as evidências que afirmam exatamente o contrário do que esse desinformado SUD tenta explicar: 1 - O próprio website da igreja SUD A - BUSCA NOS AUXÍLIOS DE ESTUDO. Veja a figura abaixo, com o texto destacado em vermelho, onde a igreja afirma que Moroni de fato enterrou as placas no monte Cumora, o mesmo onde Joseph Smith o teria recebido:
Veja o detalhe: 418
B - FOTOGRAFIAS DOS LOCAIS HISTÓRICOS DA IGREJA Novamente, note a área destacada em vermelho.
2 - O livro A VERDADE RESTAURADA, de Gordon B. Hinckley, da Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias: 419
•
“Morôni, antes da morte, enterrou os registros no Monte Cumorah, onde Joseph os recebeu, quatorze séculos mais tarde”.
3 - Várias são as versões de como Joseph pegou as placas, mas o relato completo foi feito por por Brigham Young e publicado no conhecido “Journal of Discourses”. Eis o discurso: Relato de Brigham Young sobre o Monte Cumora “Orin Porter Rockwell é uma testemunha ocular de alguns poderes em retirar tesouros da terra. Ele esteve com algumas pessoas que moravam perto de onde as placas foram encontradas que continham os registros do Livro de Mórmon. Haviam grandes tesouros escondidos pelos nefitas”... “Eu vivia no lugar onde as placas foram encontradas, das quais o Livro de Mórmon foi traduzido, e eu sei de muitas coisas que pertencem a esse lugar. Creio que vou tomar a liberdade de lhes dizer de uma circunstância que será tão maravilhosa como tudo o que pode ser”. “Este é um incidente na vida de Oliver Cowdery, mas ele não tomaria a liberdade de contar essas coisas em uma reunião como eu vou tomar. Digo essas coisas para vocês, e eu tenho um motivo para fazê-lo. Eu quero levá-los para os ouvidos dos meus irmãos e irmãs, e as crianças também, para que possam crescer no entendimento de algumas coisas que parecem ser completamente escondidas da família humana”. “Oliver Cowdery estava com o profeta Joseph Smith quando ele devolveu as placas. Joseph não traduziu todas as placas, havia uma porção delas que estava selada, e você pode ler sobre isto no livro de Doutrina e Convênios, quando Joseph recebeu as placas, o anjo instruiu-o a levá-las de volta para o monte Cumôra, e ele o fez”. “Oliver disse que quando ele e Joseph foram lá, a montanha se abriu e entraram em uma caverna, na qual havia um quarto grande e espaçoso. Ele diz que não sabia, na hora, se tiveram o auxílio da luz do sol ou luz artificial, mas que era como luz do dia. Eles colocaram as placas sobre uma mesa; era uma grande mesa que estava na sala. Sob esta mesa havia uma pilha de placas, tão alta que chegava a dois metros de altura, e junto nesta sala estavam tantas outras placas que certamente encheriam muitos carroções, pois estavam empilhadas nos cantos e próximos as paredes. A primeira vez que foram lá a espada de Labão estava pendurada na parede, mas quando eles foram novamente, esta havia sido retirada e colocada sobre a mesa em
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cima das placas de ouro. Estava desembainhada, e nela estavam escritas estas palavras”: •
“Esta espada nunca será embainhada novamente até que os reinos deste mundo tornarem-se o Reino do nosso Deus e seu Cristo”.
“Eu digo que estas experiências não vêm apenas de Oliver Cowdery, mas de outras pessoas que estavam familiarizados com ela, e que entenderam tão bem como nós entendemos que viemos a esta reunião, aproveitando o dia, depois nos separaramos e vamos embora, esquecendo-se mais do que é dito, mas lembrando-nos de algumas coisas. Assim é com as outras circunstâncias da vida”. “Eu digo isto para você e quero que você entenda que, eu tomo a liberdade de lembrar destas coisas para que elas não sejam esquecidas e perdidas. Carlos Smith era um jovem com um testemunho tanto quanto qualquer outro jovem, e ele era uma testemunha destas coisas. Samuel Smith viu algumas coisas, Hyrum viu muitas coisas, mas Joseph era o líder”. “Agora, você pode pensar que eu sou imprudente vindo à público dizer essas coisas, pensando que talvez eu deveria preservá-los em meu próprio peito, mas essa não é a minha natureza. Gostaria que o povo chamado Santos dos Últimos Dias entendesse algumas pequenas coisas que dizem respeito aos trabalhos e desígnios de Deus e seu povo aqui na terra. Eu poderia dizer-lhes muitos mais grandiosas, das quais todos nossos irmãos e irmãs, estão já familiarizados." Journal of Discourses, vol 19, p 40. [London: Latter-day Saints' Book Depot, 1854-1886] - tradução do discurso por Flauber, em Diário da História SUD. • • • •
Portanto, seria esta mais uma da nossa já conhecida dissonância cognitiva? Creio que a resposta é óbvia demais. Portanto, conforme sugere a campanha: VAMOS ESCAVAR O CUMORA!
Quem são os lamanitas? Parte 1 Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/newsletters/no103.htm Por mais de 170 anos, os líderes e a maioria dos membros SUD têm considerado, no Livro de Mórmon, os índios americanos como sendo os descendentes diretos dos israelitas. No entanto, nos últimos anos tem havido um número crescente de estudiosos SUD reivindicando uma geografia limitada de terras para o Livro de Mórmon, reduzindo assim o número possível de pessoas que poderiam ser descendentes literais da família de Leí. Dan Egan, escrevendo para o Salt Lake Tribune, observou: 421
“Gerações de mórmons cresceram com a ideia de que os índios americanos são descendentes de uma tribo perdida da casa de Israel, descendentes de um personagem do Livro de Mórmon chamado Leí, que deixou Jerusalém e partiu para as Américas por volta de 600 AEC. Para os membros fiéis de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a história de Leí não é fábula nem parábola. É verdade. É um fato histórico... O problema é que a ciência tradicional não consegue apoiar essa história. Ao contrário, os arqueólogos, linguistas e especialistas em genética fora da cultura mórmon dizem que todas as evidências apontam para a Ásia como o local de onde os índios americanos se originaram”. ("BYU Gene Data May Shed Light on Origin of Book of Mormon's Lamanites," by Dan Egan, Salt Lake Tribune , November 30, 2000, p. B1) Tribos Perdidas de Israel? A origem dos nativos americanos tem sido motivo de especulação desde os tempos de Colombo. No início de 1800, vários autores promoviam o conceito de que os índios descendiam de parte das tribos perdidas de Israel. Por exemplo, em 1823, o pastor Ethan Smith, de Vermont (nenhuma relação com Joseph Smith) escreveu seu livro, View of the Hebrews: or the Tribes of Israel in America (leia em inglês no google books). Nele, ele fez referência a vários livros que defendiam a ancestralidade israelita do Índio norte americano. [veja Where Did Joseph Smith Get His Ideas for the Book of Mormon? Dan Vogel's book, Indian Origins and the Book of Mormon, pode ser lido on-line em http://www.xmission.com/~research/central/vogel1.htm ]
Enquanto a teoria dos índios israelitas é rejeitada por cientistas de hoje, ela é refletida no primeiro trabalho literário de Joseph Smith, o Livro de Mórmon, publicado em 1830 em Nova York. Joseph Smith afirmou que em 1827, sobre uma colina a oeste de Nova York, um ser celestial entregou em suas mãos uma longa história oculta dos “antigos habitantes das Américas” (Introdução do Livro de Mórmon de 1981). O anjo instruiu-o de que o registro “escrito sobre placas de ouro” continha “um relato dos antigos habitantes deste continente e a fonte de onde emanaram”. (“Testemunho do Profeta Joseph Smith” na frente do Livro de Mórmon).
No Livro de Mórmon
O Livro de Mórmon retrata uma terra sem ninguém depois do dilúvio, preservada por Deus para aqueles que iriam “servi-Lo” (Éter 13:2)
Jareditas atravessando o oceano
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Depois que “as águas tinham baixado sobre a face desta terra”, Deus estabeleceu duas grandes civilizações. O livro relata que a primeira migração para o Novo Mundo foi dos Jareditas na época da Torre de Babel.
Preparação para a viagem
Sua história não aparece no início do Livro de Mórmon, mas está inserido perto do fim do Livro de Éter. Este grupo foi dirigido por Deus para reunir suas famílias, rebanhos, sementes, etc, e se preparar para uma viagem a uma nova terra, que o Senhor Deus havia preservado para um povo justo. Jareditas aportando na terra da promissão
E ele havia jurado em sua ira, sobre o irmão de Jared, que aquele que possuisse esta terra da promissão, a partir desse momento em diante e para sempre, deveriam servi-lo, o único e verdadeiro Deus, ou seriam varridos dela. (Éter 2:7-8).
Esta passagem afirma que a América estava sem habitantes antes da chegada dos jareditas (cerca de 2200 AEC). Eles cresceram em uma grande nação, mas cairam em maldade e em guerras terríveis.
Éter é expulso pelos Jareditas
Os profetas foram enviados para avisar o povo que se eles não se arrependessam, “Deus enviaria ou traria outros povos para possuir a terra pelo seu poder.” (Éter 11:21).
Coriantumr mara Shirz
Ao último líder dos ímpios foi dito que todas as pessoas seriam mortas na guerra, e que apenas ele viveria para ver as próximas pessoas justas que Deus traria para herdarem a terra prometida. A segunda civilização na terra prometida, referida no 423
início do Livro de Mórmon, era constituída por dois grupos distintos: a família de Leí e os seguidores de Muleque.
Eles eram todos israelitas que, dirigido por Deus, fugiram de Jerusalém cerca de 600 aC, e viajaram para a América.
Leí em Jerusalém
O Livro de Mórmon nos informa que Leí, um profeta, saiu da terra de Jerusalém, que era descendente de Manassés e que era filho de José, que foi vendido no Egito pelas mãos de seus irmãos (Alma 10:3). Leí profetizou que os outros seriam mantidos longe dessa terra enquanto seus descendentes permanecessem justos: (2 Néfi 1:6-9). “Portanto eu, Leí, profetizo, de acordo com o Espírito que opera em mim, que ninguém virá a esta terra a menos que seja trazido pela mão do Senhor... E eis que é prudente que esta terra não chegue ainda ao conhecimento de outras nações... Portanto eu, Leí, obtive uma promessa de que se aqueles que o Senhor tirar de Jerusalém guardarem seus mandamentos, prosperarão na face desta terra; e permanecerão ignorados de todas as outras nações, a fim de que ocupem esta terra para si próprios. E se guardarem seus mandamentos, serão abençoados na face desta terra e não haverá ninguém para molestá-los nem para tirar a terra de sua herança; e habitarão em segurança para sempre”. Essas passagens não deixam espaço para que outras pessoas possam ter estado na terra, além daquelas abrangidas nos registos. A família de Leí, eventualmente foi dividida em dois grupos, os nefitas justos, que eram “brancos” (2 Néfi 5:21), e os lamanitas ímpios, que foram amaldiçoados com uma “pele escura” (Alma 3:6).
Nefitas e Lamanitas (George Chakiris “King Balam” and Yul Brynner “Chief Black Eagle” in Kings of the Sun).
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O outro grupo era liderado por Muleque, filho do bíblico rei Zedequias (Helamã 6:10). Mais tarde, ele juntou-se aos nefitas. Após 550 anos no novo mundo, as pessoas se multiplicaram e encheram toda a terra: (Helamã 3:8). “E aconteceu que se multiplicaram e espalharam-se e foram da terra do sul para a terra do norte; e espalharam-se de tal forma que começaram a cobrir a face de toda a terra, desde o mar do sul até o mar do norte, do mar do oeste até o mar do leste.”
Através dos anos, eles receberam várias instruções religiosas, envolveram-se em muitas guerras, e testemunharam a aparição de Cristo no Novo Mundo e, eventualmente, reuniram-se para a batalha final no Monte Cumora.
Última batalha do LdM
A introdução na edição atual do Livro de Mórmon declara ainda: “Depois de milhares de anos, todos foram destruídos, exceto os lamanitas, e eles são os principais ancestrais dos índios americanos”. Simon Southerton, um ex-bispo SUD e um biólogo molecular, em seu novo livro, Losing a Lost Tribe, observou:
Não há menção de qualquer pessoa não-israelita no Novo Mundo durante o período de mil anos abrangidos pelo Livro de Mórmon. A narrativa inclui descrições de grandes civilizações, com populações chegando à casa dos milhões e da prática do cristianismo, uma linguagem escrita, metalurgia, e a criação de várias plantas e animais domesticados do Velho Mundo. Além disso, os imigrantes hebraico-cristãos encontraram cavalos, bois, vacas e cabras no Novo Mundo. Os antropólogos e arqueólogos, incluindo alguns mórmons e ex-mórmons, descobriram muito pouco para apoiar a existência dessas civilizações. Por mais de 150 anos, como os pesquisadores têm estudado seriamente culturas americanas nativas e pré-história, as evidências de uma civilização cristã nas Américas tem escapado aos especialistas. Na América Central, que é considerada por estudiosos mórmons como o local da narrativa do Livro de Mórmon, a investigação revelou culturas onde o culto de divindades múltiplas e os sacrifícios humanos eram comuns. Estas culturas não têm qualquer vestígio de hebraico ou escrita egípcia, metalurgia, ou animais domesticados e plantas do Velho Mundo descritas no Livro de Mórmon”. (Losing a Lost Tribe: Native Americans, DNA, and the Mormon Church, Simon Southerton, Signature Books, 2004, Introduction, p. XIV-XV). 425
Revelações sobre os lamanitas O Livro de Mórmon profetiza que viria o dia quando o registro dos nefitas e lamanitas seria entregue nas mãos dos gentios, que em seguida, o trabalho missionário entre os descendentes de Leí seria realizado: (2 Néfi 30:3-4). “...muitos acreditarão nas palavras que estão escritas; e eles levá-las-ão aos remanescentes de nossa semente. E então os remanescentes de nossa semente terão conhecimento de nós, de como saímos de Jerusalém; e de que eles são descendentes dos judeus”. Em uma das primeiras revelações de Joseph Smith em 1828, Deus instruiu-lhe que: (Doutrina e Convênios 3:18-20). “E esse testemunho chegará ao conhecimento dos lamanitas e dos lemuelitas e dos ismaelitas, que degeneraram na incredulidade devido à iniqüidade de seus antepassados, a quem o Senhor permitiu que destruíssem seus irmãos, os nefitas, por causa de suas iniqüidades e abominações. E para este fim específico as placas que contêm esses registros foram preservadas—para que se cumprissem as promessas do Senhor a seu povo; E para que os lamanitas tivessem conhecimento de seus antepassados e conhecessem as promessas do Senhor e cressem no evangelho e confiassem nos méritos de Jesus Cristo e fossem glorificados pela fé em seu nome; e para que, pelo seu arrependimento, fossem salvos. Amém”. Joseph Smith e os mórmons primitivos acreditavam que tinham um mandamento de Deus para levarem o Livro de Mórmon para todos os descendentes de Leí, os índios americanos.
Teoria da Geografia Limitada - apenas pequena parte da América Central teria sido ocupada pelos Nefitas e Lamanitas.
Um dos problemas enfrentados por aqueles que encolheram as terras do Livro de Mórmon para as áreas maias do sul do México e da Guatemala (veja figura acima) é conciliar esta ideia com os pronunciamentos de Doutrina e Convênios. Várias revelações declararam que todos os índios nas Américas são descendentes dos lamanitas, e não apenas aqueles de uma área muito pequena. Em março de 1830, Deus instruiu Martin Harris, um fazendeiro local, a ajudar financeiramente com a impressão do Livro de Mórmon: (DeC 19:26-27). “E também te ordeno que não te apegues a tua propriedade, mas oferece-a liberalmente para a impressão do Livro de Mórmon, que contém a verdade e a palavra de Deus— Que é minha palavra aos gentios; para que logo seja levado aos judeus, de quem os lamanitas são 426
remanescentes, para que creiam no evangelho e não mais esperem que venha um Messias já vindo”. Em um esforço para cumprir este propósito, em 1830, Joseph Smith deu várias revelações instruindo os líderes SUD a irem em uma missão ao "lamanitas", ou aos descendentes do povo do Livro de Mórmon.
Oliver Cowdery, uma das testemunhas do Livro de Mórmon, foi instruído: (DeC 28:8-14) “EIS que te digo, Oliver...que irás aos lamanitas para pregar-lhes meu evangelho... não foi revelado e nenhum homem sabe onde será construída a cidade de Sião, mas será revelado mais tarde. Eis que te digo que será nas fronteiras, próximo aos lamanitas... Não deverás deixar este local até depois da conferência...E ajudarás a resolver todas essas coisas, de acordo com os convênios da igreja, antes de iniciares tua viagem entre os lamanitas”. Mais tarde, Independence, Missouri, foi revelada como sendo a futura Sião (DeC 57:1-3) e, portanto, “nas fronteiras, próximo aos lamanitas” era, obviamente, o lado ocidental de Missouri. Em Doutrina e Convênios, seção 32:1-2, de outubro de 1830, lemos: “E AGORA, concernente a meu servo Parley P. Pratt, eis que lhe digo que, tão certamente como eu vivo, desejo que ele proclame meu evangelho e aprenda de mim e seja manso e humilde de coração. E o que lhe designei é que vá ao deserto, entre os lamanitas, com meus servos Oliver Cowdery e Peter Whitmer Júnior”. Em DeC 30:5-6, Joseph Smith deu uma revelação semelhante a Peter Whitmer: “Eis que te digo, Peter, que farás tua viagem com teu irmão Oliver...mas dá ouvidos às palavras e aos conselhos de teu irmão...pois dei-lhe poder para edificar minha igreja entre os lamanitas;” Segundo Joseph Smith, em 1831, Deus instruiu Newel Knight a: (DeC 54:7-8). “e empreendei vossa viagem... E assim viajareis para as regiões do oeste, para a terra de Missouri, até às fronteiras dos lamanitas”.
Se os eventos do Livro de Mórmon ocorreram no sul do México e da Guatemala, como os estudiosos SUD agora querem reivindicar, por que Deus enviaria missionários para a fronteira oeste do Missouri? Obviamente, os índios norteamericanos que situavam-se entre Missouri e a costa leste, não eram descendentes dos índios no México! Mudanças... mais mudanças! Note que o apóstolo Dallin Oaks tem um ponto de vista ligeiramente diferente de todas as citações acima:
“Para mim, esta visão óbvia remonta a mais de quarenta anos, quando tive minha primeira aula sobre o Livro de Mórmon na BYU. A aula foi intitulada - um pouco ousada – “A Arqueologia do Livro de Mórmon”. Em retrospecto, eu acho que deveria ter sido chamada como “Um antropólogo Examina Poucos Ítens de Interesse para Leitores do Livro de Mórmon. Aqui eu aprendi que o Livro de Mórmon não é uma história de todas as pessoas que viveram na América do Norte e do Sul, em todas as idades da terra. Até aquele momento, eu havia assumido que era. Se fosse esse o objetivo do Livro de Mórmon, qualquer peça 427
de evidência histórica, arqueológica ou linguística em contrário pesaria contra o Livro de Mórmon, e aqueles que dependem exclusivamente de bolsas de estudo teriam uma posição promissora para arguírem. Em contrapartida, se o Livro de Mórmon pretende apenas ser uma história de alguns povos que habitaram uma porção das Américas durante alguns milênios no passado, o peso da argumentação muda drasticamente. Não é mais uma questão de todos contra nada, é uma questão de alguns contra ninguém. Em outras palavras, nas circunstâncias que descrevemos, os adversários da historicidade devem provar que o Livro de Mórmon não tem qualquer validade histórica para qualquer povo que viveu nas Américas em um período específico, um exercício extremamente difícil. Você não pode vencer essa proposição, provando que uma particular cultura esquimó representa a migração da Ásia. Os oponentes da historicidade do Livro de Mórmon devem provar que as pessoas, cujos registros da vida religiosa, não viveram em qualquer parte das Américas”. (Veja original AQUI)
Em 1973, após a esmagadora evidência arqueológica contra uma origem antiga do LdM, Michael Coe* implorou aos Santos dos Últimos Dias:
“Esqueçam a busca tão distante e infrutífera pelos jareditas, nefitas, mulequitas, e pelas terras de Zaraemla e Abundância. Não há mais chances de encontrá-los do que descobrir as ruínas do abismo descrito no livro do Apocalipse. ... Continuem as louváveis escavações no México, lembrando que pouco ou nada relacionado com o Livro de Mórmon jamais delas resultarão. E comecem a escavar os vestígios arqueológicos dos próprios SUDs”. (Michael Coe - Mormons and Archaeology: an Outside View", p.48) “À medida que entramos no século XXI, eu gostaria de oferecer conselhos semelhantes aos Santos dos Últimos Dias. Continuem vossos louváveis esforços genealógicos e esforços para preservarem a história antiga. Façam uso das últimas tecnologias genéticas para melhorar a precisão e exatidão dos registros genealógicos e pesquisa histórica. Evitem questões infrutíferas sobre o DNA israelita na antiga América - há pouco mais de chance de encontrar provas genéticas da civilização Lehita do que há de encontrar as placas de ouro do LdM.” (Michael Coe – “Mórmons and Archaeology: an Outside View”). Leia mais da entrevista com Michael Coe AQUI.
*Michael Coe é professor emérito de Antropologia na Universidade de Yale e curador emérito da Divisão de Antropologia no Museum de Natural History da escola Peabody. Ele é um especialista nos Maias, que habitaram a mesma parte do México e da América Central onde os estudiosos mórmons dizem que ocorreram os eventos do livro de mórmon. 428
Parte 2 Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/newsletters/no103.htm Joseph Smith e seus sucessores tradicionalmente identificaram a América do Norte e do Sul como local de habitação do povo do Livro de Mórmon. Escrito em 1842, Joseph Smith declarou que os índios norte-americanos são descendentes daqueles que mantiveram os registros:
“Neste livro interessante e importante [o Livro de Mórmon], a história da antiga América é desdobrada, a partir do seu primeiro estabelecimento de uma colônia que veio da Torre de Babel, na confusão das línguas, até o início do século quinto da Era Cristã. Somos informados por estes registos que a América nos tempos antigos foi habitada por duas raças distintas de pessoas. Os primeiros foram chamados jareditas, e vieram diretamente da Torre de Babel. A segunda raça veio diretamente da cidade de Jerusalém, cerca de 600 anos antes de Cristo. Eles eram principalmente israelitas, dos descendentes de José... A principal nação da segunda raça entrou em batalha por volta do fim do século IV. Os remanescentes são os índios que habitam este país”. (History of the Church , by Joseph Smith, Deseret Book, 1976, vol. 4, p. 537).
É óbvio, por esta citação, que Smith não acreditava que existiam habitantes nas Américas antes do período da Torre de Babel. Ele afirmou que “o primeiro estabelecimento” foi dos jareditas e o “segundo” grupo foi “da cidade de Jerusalém". Ele consistentemente designava todos os nativos americanos como “remanescentes” do povo do Livro de Mórmon. No livro Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, Smith é citado como tendo dito:
“Muito tem sido dito e feito nos últimos tempos pelo governo geral, em relação aos índios (lamanitas) dentro dos limites territoriais dos Estados Unidos. Um dos pontos mais importantes na fé da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, através da plenitude do Evangelho eterno, é a reunião de Israel (dos quais os lamanitas constituem uma parte). Que tempo feliz, quando Jacó irá até a casa do Senhor, para adorá-Lo em espírito e em verdade... quando Ele irá transformá-los em uma linguagem pura, e a terra será preenchida com o conhecimento sagrado... O Livro de Mórmon, nos fez saber quem é Israel sobre este continente. E quando vemos o governo dos Estados Unidos reunindo os índios, e colocando-os sobre as terras que serão suas, como é doce pensar que eles podem um dia ser recolhidos pelo Evangelho!” (Teachings of the Prophet Joseph Smith, Deseret Book, 1979, pp. 92-93).
A história de Joseph Smith sobre a viagem do “Acampamento de Sião”, em 1834, foi publicado no Times and Seasons, um jornal SUD da época. Nesse relato, ele afirmou conhecer “pelo espírito do Todo-Poderoso” que um esqueleto encontrado em Illinois era o de um guerreiro, que fora morto na última guerra do livro de Mórmon: 429
“Estávamos acampados na margem do rio [Illinois] até terça-feira 3. Durante nossas viagens, visitamos vários montes que haviam sido levantadas pelos antigos habitantes deste condado, os nefitas, lamanitas, etc, e esta manhã fui até sobre um monte alto, perto do rio, acompanhado dos irmãos...”.
Esqueleto de “Zelph”.
Uma das representações de Zelph.
“Os irmãos adquiriram uma pá e enxada, e removendo terra até a profundidade de cerca de um pé, descobriram o esqueleto de um homem, quase inteiro, e entre suas costelas havia uma seta lamanita, que evidentemente causou a sua morte. O Élder Brigham Young ficou com a seta… A contemplação da paisagem à nossa frente produziu sensações peculiares em nosso peito. E as visões do passado, sendo abertas para a minha compreensão pelo espírito do TodoPoderoso, fez eu descobrir que a pessoa cujo esqueleto fora antes um de nós, era um lamanita branco, um grande e forte homem, e um homem de Deus. Ele era um guerreiro e chefe sob o grande profeta Omandagus, que era conhecido do monte Cumora, ou no mar Oriental, nas Montanhas Rochosas. Seu nome era Zelph... um dos ossos de sua coxa estava quebrado por uma pedra lançada de uma funda, quando em batalha, pela seta encontrada entre suas costelas, durante a grande última luta dos lamanitas e nefitas”. (Times and Seasons , Vol. 6, No. 1, p. 1076. Para mais sobre Zelph, veja Zelph - The White Lamanite Warrior )
Observe que os índios na América do Norte são identificados como lamanitas; não é feita distinção entre índios no centro, sul ou Norte das Américas. Em todas as revelações e publicações da Igreja primitiva SUD, a mensagem é a mesma: índios americanos são declarados descendentes do povo do Livro de Mórmon. Proclamação dos Doze Apóstolos Em 1845, um ano após a morte de Joseph Smith, o Quórum dos Doze Apóstolos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias emitiu uma “Proclamação” para os líderes mundiais sobre o fim dos tempos e da futura restauração dos lamanitas. Nesta declaração oficial, os índios Norte e Sul-Americanos são claramente identificados como os descendentes dos lamanitas. Nela, podemos ler: 430
SABEIS: - o Reino de Deus já chegou, como foi predito pelos profetas antigos... Este sumo sacerdócio ou Apostolado detém as chaves do reino de Deus...Sendo estabelecida nestes últimos dias para a restauração de todas as coisas...a fim de preparar o caminho para a vinda do Filho do Homem.... Nós também prestamos nosso testemunho de que os “índios” (assim chamados), do Norte e do Sul da América são os remanescentes das tribos de Israel, como agora é manifesta pela descoberta e revelação de seus antigos oráculos e registros. E que eles estão prestes a serem recolhidos, civilizado, e fazerem uma nação nesta terra gloriosa... Para que conhecido por eles que hoje nós detemos as chaves do sacerdócio e do reino, que estão prestes a serem restauradas a eles... A cidade de Sião, com o seu santuário e sacerdócio, e a plenitude da glória do evangelho, irá constituir um padrão que porá fim aos credos dissonantes e disputas políticas, através da união das repúblicas, estados, províncias, territórios, nações, tribos, grupos, línguas, povos e seitas da América do Norte e do Sul, em um grande laço comum e de fraternidade.... Que o governo dos Estados Unidos também continue a se reunir e, para colonizar as tribos e os remanescentes de Israel (os índios), e também para alimentar, vestir, socorrer e protegê-los, e se esforçarem para civilizarem e unilos, e também para trazê-los para o conhecimento da sua origem israelita... Ele deu-nos o Santo Sacerdócio e o Apostolado, e as chaves do reino de Deus para trazer a restauração de todas as coisas, tal como prometido pelos santos profetas da antiguidade.-E nós sabemos isso. Ele revelou a origem e os registros das tribos indígenas da América, e seu destino futuro. E nós sabemos isso”. (Proclamation of the Twelve Apostles of the Church of Jesus Christ, of Latter-day Saints , New York, April 6th, 1845, sixteen page pamphlet).
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Esta declaração dos Doze Apóstolos SUD assume o estatuto oficial de que não havia presidente da igreja na época. Joseph Smith fora morto em 1844 e seu sucessor ainda não havia sido nomeado. Em 1845, os Doze Apóstolos constituíam a mais alta autoridade da Igreja SUD. A Era de Brigham Young Os escritos coletivo de líderes SUDs desde a época de Joseph Smith ensinam claramente que os descendentes dos “lamanitas” estão espalhados por toda a América do Norte e do Sul, bem como nas ilhas do Pacífico.
Pregando no Tabernáculo de Salt Lake, em 1853, Brigham Young identificou os índios de Utah como lamanitas:
Brigham Young
“Vocês oram por Israel? Vocês responderão, sem dúvida, afirmativamente. Estes índios são a semente de Israel, descendentes dos lombos de José que foi vendido para o Egito, pois eles são os filhos de Abraão, e pertencem à semente escolhida. Se não fosse assim, vocês nunca os teriam visto escuros, com peles vermelhas. Este é em consequência da maldição que foi imposta a eles, que nunca teria chegado a eles...se seus pais não tivessem violarado a ordem de Deus. Eles são da Casa de Israel...Estamos aqui nas montanhas, com esses lamanitas como nossos vizinhos... Nunca se permitam dormir em suas casas até que suas portas estejam perfeitamente seguras, e que os índios não possam entrar e matá-los em seu sono... José sendo vendido aos egípcios. Tem certeza que vocês tem fé suficiente para controlar a natureza ingovernável dos lamanitas, ou subjugar uma multidão gentia?” (Journal of Discourses , vol. 1, pp. 106-107).
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O Presidente Young também declarou que os nefitas e lamanitas “são os pais dos aborígenes atuais do nosso país” (Journal of Discourses, vol. 2, p. 179). Young muitas vezes fez referência aos índios americanos em Utah como “lamanitas”. (Veja Journal of Discourses , vol. 1, pp. 162, 170-171; vol. 5, p. 236; vol. 7, p. 336; vol. 11, p. 264) Em 1871, o apóstolo Orson Pratt declarou: “Permitam-me aqui observar que o Livro de Mórmon... Nos diz sobre o primeiro estabelecimento deste país por esses habitantes, mostrando que eles não eram as dez tribos, mas eles são os descendentes de uma tribo, e eles vieram para este país cerca de 600 anos antes de Cristo. O povo, quando desembarcou pela primeira vez, era constituído apenas por duas ou três famílias, e em vez de aportarem na costa noroeste da América do Norte, eles desembarcaram na costa sudoeste da América do Sul. ...”.
“Cerca de cinquenta anos antes de Cristo, os nefitas, a porção justa, como era chamada, enviou numerosas colônias pela América do Norte. Entre essas colônias, houve uma que veio e se instalou na fronteira meridional dos nossos Grandes Lagos. As duas nações tornaram-se muito maldosas...” (“The Blessings of Joseph—The American Indians,” Journal of Discourses, vol. 14, pp. 10-11).
Rota de migração dos "nefitas", de acordo com Orson Pratt.
Pratt, em seguida, descreveu a aparição de Cristo aos povos da América e como ele ordenou os doze apóstolos: “Os doze discípulos partiram e pregaram o Evangelho, iniciando na América do Sul e, em seguida foram para a América do Norte, até que todas as pessoas, tanto na América do Norte e do Sul estavam convertidas”. Jesus ordenando seus 12 apóstolos nas américas.
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“Cerca de dois séculos depois, os nefitas cairam em maldade: os lamanitas, que habitavam na parte sul da América do Sul, também apostataram. E eles começaram a guerrear contra os nefitas, que eram seus inimigos”. Guerras entre Nefitas e Lamanitas.
“Cerca de dois séculos depois, os nefitas cairam em maldade: os lamanitas, que habitavam na parte sul da América do Sul, também apostataram. E eles começaram a guerrear contra os nefitas, que eram seus inimigos. Sendo muitos e extremamente fortes, eles expulsaram todos os nefitas da América do Sul e os seguiram com os seus exércitos para o norte do país, e finalmente se livraram deles. Eles foram reunidos ao sul dos Grandes Lagos, na região que chamamos de Nova York. O Senhor ordenou que as placas, em que os registros foram mantidos, deveriam ser escondidas, e um dos profetas, sabendo que era a última luta de sua nação, as escondeu no monte Cumora, no condado de Ontário, no Estado de Nova York. ...” (Journal of Discourses , vol. 14, p. 11). O conceito de que os nefitas e lamanitas ocuparam toda a América do Norte e do Sul foi consistentemente ensinado ao longo do século XIX. Declarações do século XX A designação dos índios norte-americanos como lamanitas continuou ao longo do século XX. Em uma mensagem de 1911 da Primeira Presidência SUD, lemos:
“O revelador destas placas [Livro de Mórmon], que se proclamou um mensageiro de Deus, revelou seu nome como Moroni, e declarou que ele era um dos muitos profetas que, quando na mortalidade, havia ministrado a um povo chamado Nefita, um ramo da casa de Israel, que antes habitaram esta terra. Os nefitas foram os ancestrais civilizado dos degenerados lamanitas, ou índios americanos”.
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“Os escritos desses profetas… foram enterrados em uma colina antigamente chamada de Cumora, em um local de depósito que o profeta juvenil, dirigido pelo anjo, os descobriu”. (Messages of the First Presidency , compiled by James R. Clark, Vol. 4, pp. 232-33). Moroni enterrando as placas no monte Cumora.
O apóstolo Orson F. Whitney, em discurso na Conferência SUD de outubro de 1918, declarou:
Nefi entre Lamã e Lemuel - "ancestrais" dos índios.
“Houve um profeta americano chamado Néfi. Ele veio de Jerusalém 600 anos antes do nascimento do Salvador – veio com seu pai, Leí, e com uma colônia israelita, e tanto o Sul quanto o Norte da América foram finalmente povoados por seus descendentes. Aqueles que seguiram Néfi eram conhecidos como nefitas, enquanto uma facção degenerada, que teve como seu líder o irmão de Néfi, Lamã, era chamado de lamanita. Esses foram os ancestrais dos índios americanos”. (Conference Report, outubro de 1918, p. 39).
Falando em 1922, o apóstolo George F. Richards declarou:
“Depois, Muleque, com uma colônia de Jerusalém veio para este país. Estas colônias estavam localizadas na parte sul da América do Norte, na América Central, e na parte norte da América do Sul. E toda esta terra, bem como aquele na que eles migraram para o norte e para o sul foi designada por Deus como a terra da promessa.” (Conference Report , October 1922, p. 81). Os portadores do sangue de Leí.
O apóstolo Melvin J. Ballard, em 1923, ensinava que havia milhões de lamanitas no Norte e América do Sul:
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“Para este mesmo fim, portanto, estas placas foram preservadas, para levarem a redenção dos filhos do pai Leí, conhecidos na América do Norte e do Sul, na América Central e no México, como os índios americanos e alguns dos indígenas sobre as ilhas do mar... Eu tenho visto a mão do Senhor no trabalho de preparação do caminho para sua redenção...quando esses milhares, sim, esses milhões de lamanitas neste Continente ocidental que têm o sangue de Leí correndo em suas veias, ou dos seus descendentes, serão tocados pelo poder do Todo-Poderoso, e no dia de sua redenção, quando este chegar, será um dia de poder.” (Conference Report, outubro de 1923, p. 29).
Um dos livros recomendados para um missionário ler é Jesus, o Cristo, do apóstolo mórmon James E. Talmage. Ele identificou os índios americanos como lamanitas: “A missão de Colombo e seus resultados. — sobre Néfi, filho de Leí, foi mostrado o futuro de seu povo, incluindo a degeneração de uma de seus ramos, mais tarde conhecido como lamanitas, e nos tempos modernos como índios americanos. A vinda de…. Colombo, e a vinda de outros gentios à esta terra, fora do cativeiro, é também explícito... A criação de uma grande nação gentia no continente americano, a subjugação dos lamanitas ou índios, a guerra entre a nação recém-criada e a Grã-Bretanha... são estabelecidas com igual clareza no mesmo capítulo”. [I Néfi 13].” (Jesus the Christ , by James E. Talmage, Deseret Book, 1976 ed., p. 757). “Lamanitas”, ou índios.
Em outro livro popular do Apóstolo Talmage, Articles of Faith , lemos:
“Os nefitas avançaram nas artes da civilização, construíram grandes cidades, e estabeleceram nações prósperas, mas muitas vezes cairam em transgressão, e o Senhor os castigou, permitindo que seus inimigos hereditários fossem vitoriosos. Tradicionalmente acredita-se que eles se espalharam para o norte, ocupando uma área considerável da América Central, e depois tenham se expandido para o leste e norte sobre parte do que é hoje os Estados Unidos da América. Os lamanitas, quando aumentaram em número, cairam sob a maldição do desagrado divino, suas peles tornaram-se escuras e eles tornaramse ignorantes de espírito. Esqueceram o Deus de seus pais, viveram uma vida nômade selvagem, e degeneraram no estado decaído em que os índios americanos - os seus descendentes diretos - foram encontrados por aqueles que redescobriram o continente ocidental, em tempos posteriores. A luta final entre nefitas e lamanitas foi travada nos arredores do Monte Cumora, que está hoje no Estado de Nova York, resultando na destruição dos nefitas como uma 436
nação, cerca de 400 dC”. (Articles of Faith , by James E. Talmage, Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1982 ed., p. 260; 1984 ed., pp. 235-236). O apóstolo mórmon Bruce R. McConkie explicou:
“Quando Colombo descobriu a América, os habitantes nativos, os índios americanos como eles logo seriam designados, eram um povo de sangue e origem mistos. Eles eram principalmente lamanitas, mas como os remanescentes da nação nefita que não haviam sido destruídos haviam, obviamente, se misturado com os lamanitas... Assim, os índios eram judeus por nacionalidade (DeC 57:4), pois seus antepassados saíram de Jerusalém, do reino de Judá. (2 Ne. 33:8-10). Mas com tudo isso, para a grande maioria dos descendentes dos habitantes originais do Hemisfério Ocidental, a linhagem de sangue dominante é a de Israel. Os índios são constantemente chamados de lamanitas nas revelações para o Profeta, e a promessa é que, no devido tempo “florescerão como a rosa” (DeC 49:24), isto é, tornar-se-ão novamente um povo branco e agradável como foram os seus antepassados , muitas gerações atrás.” (Mormon Doctrine, por Bruce R. McConkie, Bookcraft, 1979 ed., pp 3233).
O apóstolo SUD LeGrand Richards escreveu em Uma Obra Maravilhosa e um Assombro: “O Livro de Mórmon dá uma história definitiva que os índios americanos são e como eles vieram para o hemisfério ocidental. As primeiras pessoas de quem temos registro e que ocuparam o hemisfério ocidental foram os jareditas... Leí e sua família foram levados de Jerusalém, pela mão de Deus, 600 AEC, para a terra da América. Entretanto, logo após a sua chegada, por causa da maldade dos seguidores de dois dos filhos de Leí – Lamã e Lemuel – o Senhor amaldiçoou-os, e separou-os de seus irmãos, fazendo com que sua pele ficar escura.... Aqueles que foram assim amaldiçoados conseguiram destruir todas as pessoas brancas, exceto 24 almas, por volta de 384 EC”. “As pessoas de pele escura que ocupavam as terras da América, a partir desse momento, foram chamadas no Livro de Mórmon, de lamanitas, que são conhecidas genericamente como os índios americanos, que são da casa de Israel”. (A Marvelous Work and a Wonder, by LeGrand Richards, Deseret Book, 1979 ed., pp. 72-73). Distribuição dos “Lamanitas”.
437
Em outubro de 1950, na Conferência SUD, o apóstolo Spencer W. Kimball, que mais tarde se tornou o 12º Presidente da Igreja Mórmon, explicou:
S.W. Kimball
“Vocês estarão interessados em saberem que existem cerca de quarenta mil lamanitas, membros da Igreja, no mundo, incluindo as ilhas. Há provavelmente dez mil membros lamanitas na América do Norte em missões do México e na India. Existem 902 membros lamanitas em missões de língua inglesa nos Estados do Leste, Norte e Centro, e em outras missões norte-americanas. ... Batizamos 1823 lamanitas nos últimos dois anos e meio, nas três missões que se especializam em fazer proselitismo aos lamanitas na América do Norte.” (Conference Report, outubro de 1950, p. 66).
Spencer W. Kimball foi chamado “o apóstolo dos lamanitas”. No prefácio do livro The Teachings of Spencer W. Kimball, lemos: “A bênção patriarcal do Presidente Kimball, que ele citou na ocasião de sua indicação, diz que ele tinha um chamado especial para servir os lamanitas, mas diz mais do que isso. Observe os vários elementos "(1) Você pregará o evangelho a muitas pessoas, (2) mas especialmente aos lamanitas, (3) pois o Senhor te abençoará com o dom da lingua e do poder de reportar, diante daquele povo, o evangelho em grande clareza". “...Quanto ao (2) que ele alcançou, especialmente os lamanitas, os índios norte-americanos e todos os povos da América Central e do Sul e Polinésia que partilham essa herança...” (The Teachings of Spencer W. Kimball , Compiled by Edward Kimball, Bookcraft, 1982, p. XIX). Kimball e um “lamanita”.
Mais adiante, no mesmo livro, Kimball é citado como tendo dito:
“Quem são os lamanitas? O termo lamanita inclui todos os índios e misturas de índios, como os polinésios, os guatemaltecos, peruanos, assim como os Sioux, 438
os Apaches, os Mohawk, os Navajos, entre outros. É um grande grupo de ótimas pessoas... Lamanitas compartilham uma herança real. Gostaria de dirigir as minhas observações a vocês, nossos parentes das ilhas do mar e das Américas... Provavelmente há sessenta milhões de vocês sobre os dois continentes e nas ilhas do Pacífico, todos ligados por laços de sangue”. (The Teachings of Spencer W. Kimball , p. 596) Em outubro de 1985,em uma Conferência SUD, o apóstolo Gordon B. Hinckley, que mais tarde se tornou o 15º presidente da igreja, referiu-se à milhares de pessoas presentes na dedicação do Templo da Cidade do México como descendentes de Leí:
“Agora, recentemente, quando o Templo da Cidade do México foi dedicado, eles vieram aos milhares... A maioria deles tem o sangue de Leí correndo em suas veias. Os grilhões das trevas caíram de seus olhos, como prometido pelos profetas do Livro de Mórmon. Eles se tornaram “um povo puro e um agradável”.” (2 Né. 30:6) (Ensign, Nov. 1985).
Em 1986, na Conferência SUD de outubro, H. Verlan Andersen, do Primeiro Quórum dos Setenta, comentou: “Durante estes últimos anos, eu e minha esposa servimos como missionários em países da América Latina”... “Foi profundamente gratificante trabalhar com essas pessoas amáveis e crentes, e ver as profecias do Livro de Mórmon ser cumpridas quando centenas de milhares de descendentes de Leí uniram-se à Igreja. O dia dos lamanitas realmente chegou”. (“Missionary Work Is the Lifeblood of the Church,” H. Verlan Andersen, Ensign , Nov. 1986, p. 23).
Em 1987, o Presidente Hinckley observou que setenta e cinco por cento das pessoas presentes na dedicação do Templo da Cidade de Guatemala eram “descendentes do pai Leí” (Ensign, março, 1987, p. 2). A designação de índios da América do Sul como “lamanitas” tornou-se tão aceita que até mesmo os membros SUD do Equador usam esta designação. Em junho de 1992, na revista Ensign, lemos:
“A cultura dominante aqui [em Otavalo, Equador] é a dos índios Otavalos... Membros da igreja de Otavaleño designam-se “lamanitas” e se referem aos membros de descendência europeia e indiana misturada como “latinos”. Ninguém parece se importar com a distinção, embora raramente esta seja ouvida em outras áreas do país, onde os latinos são a maioria... Em conferências de estaca, membros lamanitas e latinos cumprimentam-se 439
calorosamente como irmãos e irmãs”. (“Ecuador," by Don L. Searle, Ensign , June 1992, p. 33). Quando o Templo de San Diego, Califórnia, foi dedicado em 1993, havia muitas pessoas presentes que falam espanhol, e três sessões foram realizadas nesta língua. O Presidente Hinckley orou:
“Este templo será usado por muitos dos filhos e filhas do pai Leí. Nós Te agradecemos pela fidelidade deles. Nós Te agradecemos por este dia em que Tu te lembras de Tua antiga aliança em favor destes teus filhos, de cujos olhos as escamas das trevas caíram. Abençoa a posteridade de Leí, oramos a Ti.” (“News of the Church,” Ensign , July 1993, p. 77).
Em outubro de 1995, na Conferência SUD, Ted Brewerton, membro emérito dos Setenta, identificou todos os índios nas Américas como descendentes de Leí:
“Muitos grupos migratórios chegaram às Américas, mas nenhum foi tão importante quanto os três mencionados no Livro de Mórmon. O sangue dessas pessoas flui nas veias dos índios ‘Blackfoots’, e no sangue dos índios de Alberta, Canadá. Nos Navajos e Apaches do sudoeste americano, nos Incas do oeste da América do Sul, nos astecas do México, nos maias da Guatemala e de outros grupos nativos americanos no hemisfério ocidental e nas ilhas do Pacífico. Estes povos nativos escolheram reconhecer a verdade do Livro de Mórmon, que foi gravado por seus próprios ancestrais”. (“The Book of Mormon: A Sacred Ancient Record” Ted E. Brewerton, Ensign , Nov. 1995, p. 30).
Alguns autores SUDs atuais têm seguido seus líderes da igreja na identificação de índios americanos como lamanitas. O artigo “americanos nativos” na Encyclopedia of Mormonism, vol. 3, contém uma longa discussão dos esforços missionários da Igreja SUD entre os índios americanos. Os termos “lamanitas” e “nativos americanos” são usados alternadamente. O artigo também menciona George P. Lee, o primeiro nativo americano, a servir como Autoridade Geral:
“Em 1975, George P. Lee, um Navajo de puro sangue...foi apoiado como Autoridade Geral. Ele foi o primeiro índio a obter este estatuto e serviu fielmente por mais de dez anos. Élder Lee convenceu-se de que a igreja estava negligenciando a sua missão com os lamanitas, e quando ele desaprovou fortemente os líderes da Igreja, ele foi excomungado em 1989”. (“Native Americans”, Encyclopedia of Mormonism , vol. 3, edited by Daniel H. Ludlow, Macmillan, 1992, p. 985). George p. Lee, Navajo
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Falando na Conferência SUD em abril de 1976, George P. Lee igualou os Navajos aos lamanitas:
“Eu tenho um testemunho do Livro de Mórmon, da história de meus antepassados. A América foi fundada para que o evangelho pudesse ser restaurado, e assim que este registro sagrado pudesse ser trazido de volta ao meu povo e para quem quisesse ouvir”. (“But They Were in One”, George P. Lee, Ensign, May 1976, p. 99; see Salt Lake City Messenger No. 73).
Falando na Conferência SUD de Outubro de 1997, o Presidente Hinckley disse:
“Fomos recentemente para a Nação Navajo em Window Rock, no Arizona... “Foi difícil segurar as lágrimas enquanto nos misturávamos com os filhos e filhas do pai Leí. Em minha imaginação, eu o vi chorando por seus descendentes, que por tanto tempo têm andado na pobreza e na dor. Mas os grilhões das trevas estão caindo... Eles estão vindo para conhecer e amar o evangelho. Eles estão tornando-se puros e agradáveis.” (“Look to the Future", Gordon B. Hinckley, Ensign, Nov. 1997, p. 67).
Enquanto na dedicação do novo templo em Guayaquil, no Equador, em 1999, o Presidente Hinckley comentou:
“Tem sido muito interessante de ver os descendentes do pai Leí nas congregações que se reunem no templo. Tantas destas pessoas têm o sangue de Leí correndo em suas veias, e é tão intrigante ver suas respostas e seus enormes interesses”. (“News of the Church”, Ensign , Oct. 1999, p. 74).
Na cerimônia de dedicação do templo, em Cochabamba, na Bolívia, em abril de 2000, o Presidente Hinckley orou para os descendentes de Leí:
“Lembramo-nos diante de Ti, dos filhos e filhas do pai Leí. Tu conservarás Tuas antigas promessas em favor deles... Que eles possam reconhecer o seu Redentor e serem fiéis e verdadeiros santos do Altíssimo”. (“News of the Church”, July 2000, p. 74).
O Presidente Hinckley obviamente pretendia que os nativos americanos acreditassem que eles são os “filhos e filhas do pai Leí”, que eles “têm o sangue de Leí correndo em suas veias”, e que são literalmente descendentes de Leí.
Parte 3 - Terras do LdM Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/newsletters/no103.htm Terras do Livro de Mórmon Se os lamanitas podem ser encontrado em qualquer lugar da América do Norte até o Chile, supõe-se que essas áreas fazem parte das terras do Livro de Mórmon. 441
No entanto, o professor da BYU John L. Sorenson tenta evitar as implicações óbvias das declarações dos líderes da igreja, concentrando-se em pistas internas do Livro de Mórmon. Ele sustenta que:
“A Igreja não tomou nenhuma posição sobre locais específicos do Livro de Mórmon. As autoridades da Igreja, desde o tempo de Joseph Smith até o presente, não chegaram a um consenso, não fizeram nenhuma declaração oficial, e não relataram nenhuma solução definitiva para a questão da geografia do Livro de Mórmon.” (An Ancient American Setting for the Book of Mormon , John L. Sorenson, Deseret Book, 1985, p. 4).
Estreitamento as discussões para a identificação “específica” e “definitiva” dos lugares do Livro de Mórmon, em vez de locais gerais das terras do Livro de Mórmon, ele faz parecer que não há declarações oficiais sobre a localização dos lamanitas. Assim, ele evita o problema de que os líderes da igreja, ao longo dos últimos 170 anos têm sustentado:
De que as terras do Livro de Mórmon incluem a América do Norte e Sul, e todos os índios têm sido descritos como descendentes da família de Leí.
Sorenson tenta determinar a geografia do Livro de Mórmon pelo cruzamento de referências diferentes para estimar as distâncias entre as cidades mencionadas no livro. No entanto, seu modelo requer que os nefitas alterem seu sistema direcional (Ancient American Setting , p. 38), de modo que o Norte/Sul se torne Leste/Oeste.
O "Mar do Leste" fica, portanto, localizado ao norte do Istmo de Tehuantepec.
Se o grupo de Leí podia navegar em todo o Oceano Índico e Pacífico até as Américas, supomos que eles poderiam determinar o Norte e o Sul dos céus.
Então, por que elas mudaram o seu conceito direcional?
John L. Sorenson e Matthew Roper defendem um geografia muito limitada do livro de Mórmon, e ainda fazem concessões para acomodá-la.
“Uma população de mais de dois milhões. Em seu auge, os habitantes ocuparam várias cidades com extensos edifícios públicos, mantinham muitos registros escritos, lutaram em guerras de grande escala, e continuaram com um intenso comércio”. (“Before DNA”, by John L. Sorenson and Matthew Roper, Journal of Book of Mormon Studies , vol. 12, no. 1, 2003, pp. 7-8).
Infelizmente para a Igreja SUD, nenhuma evidência de tal civilização cristã/israelita jamais foi encontrada. Na realidade, encolhendo as terras do Livro de Mórmon em 400 milhas na Mesoamérica deveria aumentar a probabilidade de encontrar algum vestígio dessa civilização. 442
Simon Southerton comentou: “Apesar da ampla aceitação pelos dirigentes e membros dessa visão global da geografia do Livro de Mórmon, eruditos ‘mais sérios’ do Livro de Mórmon, particularmente aqueles da Brigham Young University, afirmam que esta geografia continental está fora de questão. Os estudiosos da BYU tem experimentado grandes dificuldades na tentativa de alinhar a descrição dos tempos de viagem, do crescimento populacional e da proximidade geográfica dos tempos de viagem, do crescimento populacional e da proximidade geográfica dos eventos com os vastos territórios da América do Norte e Sul. Ao longo dos 1000 anos de história dos nefitas e lamanitas, seus principais centros populacionais eram relativamente fixos, distantes alguns dias de marcha um do outro. Seria de esperar que as culturas desse tipo descritas no Livro de Mórmon teriam deixado traços marcantes de sua presença... Dezenas de modelos alternativos de geografia surgiram ao longo dos anos.... No entanto, há apenas um candidato sério aceito pela maioria dos acadêmicos Mórmons, que propõe que a maioria dos acontecimentos do Livro de Mórmon ocorreram em uma parte restrita da Mesoamérica. Apenas na América Central existem ruínas de civilizações da magnitude evidente no Livro de Mórmon. Os eruditos SUD apóiam este local ou a abordagem da topografia da “geografia limitada" do Livro de Mórmon apresentada pelo professor John L. Sorenson...As terras Leítas, segundo sua opinião, devem ter sido restritas a 400 milhas ao longo da América Central, que abrange a região cultural do sul do México e norte da América Central. São evidentes as dificuldades com o istmo de Tehuantepec, pois tem pelo menos 125 milhas em linha reta, sendo uma "formidável" viagem a pé de um dia e meio. Outra falha é que os mares a leste e oeste mencionados nas Escrituras tem que ser deslocados cerca de 90 graus, pois eles estão essencialmente no sul e norte da faixa estreita de terra”. ( Perder uma Tribo Perdida , p. 156-57). Outros modelos para a geografia do Livro de Mórmon têm sido sugeridos. Ralph Olsen, autor SUD e químico, propôs uma geografia totalmente diferente da do Livro Mórmon. Ele crê que a península malaia, no sudeste da Ásia, é o local certo da história (“A Malay Site for Book of Mormon Events”, Ralph A. Olsen, Sunstone , March 2004, p. 30). Seu mapa e teoria parecem tão plausíveis quanto os de Sorenson, e ele nem precisa mudar o sistema direcional. Vern Holley, no Book of Mormon Authorship, acredita que o autor do Livro de Mórmon tinha em mente a região dos Grandes Lagos da América do Norte para sua história. Enquanto os Tanners não são defensores da teoria de Holley, de que Salomon Spalding escreveu o Livro de Mórmon, ele tem uma boa configuração alternativa da geografia limitada para a história de Smith. Seu mapa da área ainda tem alguns nomes em paralelo com o Livro de Mórmon (http://sidneyrigdon.com/vern/vernP3.htm, consulte a página 54). Joseph Smith poderia ter facilmente adaptado tal área local para a sua história sem a necessidade de tomá-la emprestada de alguma outra fonte. Ter uma imagem mental de uma área com a qual já se está familiarizado tornaria mais fácil contar uma história a alguém e manter estes vários locais em mente. Além disso, o Livro de Mórmon teria 443
uma audiência receptiva, desde que houvesse grande interesse público nos ditos construtores que habitaram as áreas de Nova York e do vale de Ohio. Eruditos SUD tem rejeitado a área dos Grandes Lagos, uma vez que eles estão à procura de locais que contenham restos de grandes cidades, como as dos maias. Ao limitar as terras do Livro de Mórmon para a Mesoamérica, os estudiosos SUD supostamente resolveram o problema de saber onde procurar as ruínas. Isso também elimina o problema de como se alimentar e movimentar exércitos gigantescos do sul do México até Nova York.
A Mesoamérica está repleta de ruínas. Infelizmente, os edifícios são decorados com esculturas de várias divindades e inscrições maias e não se referem aos israelitas.
A fim de explicar o porque das cidades do Livro de Mórmon não serem encontradas, alguns mórmons têm usado 3 Néfi 8. Este capítulo mostra que, no momento da crucificação de Cristo, “o trigésimo quarto ano” depois do nascimento de Cristo, Deus trouxe julgamento sobre os ímpios nos Estados Unidos. (Podemos nos perguntar por que esse julgamento não foi derramado sobre aqueles em Jerusalém, onde Cristo realmente morreu.). Houve grandes terremotos nas terras do Livro de Mórmon “até que os edifícios tivessem caído por terra”. Algumas cidades ficaram “irrecuperáveis”, terríveis incêndios destruíram outras, turbilhões destruíram as pessoas, até que muitas pessoas e cidades estivessem destruídos. No entanto, outras cidades foram poupadas. Esta devastação continuou durante três horas, até que “toda a face da terra foi alterada”. Isto foi seguido por três dias de “espessa escuridão”. Os justos sobreviventes foram, então, capazes de se reunirem no templo em Abundância para ver o Cristo ressuscitado. Obviamente, a área ainda era reconhecível e o templo ainda estava de pé. Além disso, uma vez que os escritores posteriores do Livro de Mórmon não parecem ter tido problemas para determinarem onde essas várias cidades estavam localizadas, pode-se pensar que elas poderiam ser encontradas hoje.
Mas onde está a evidência de tais cidades e eventos catastróficos na Mesoamérica, em aproximadamente 32-34 EC?
Parte 4 - Língua Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/newsletters/no103.htm Problemas de linguagem O Livro de Mórmon declara que, apesar do povo falar hebraico, as placas foram escritas em egípcio reformado (1 Néfi 1:2; Mosias 1:4; Mórmon 9:33). (Coincidentemente, Jesus falava hebraico e todo o Novo Testamento foi escrito em grego.) Escrevendo em 1923, BH Roberts, uma autoridade geral SUD e historiador da igreja, já estava ciente de que havia um problema sério em relação ao grande número 444
de idiomas nos Estados Unidos, quando comparado à afirmação que as pessoas do Livro de Mórmon falavam hebraico. Roberts citou Frederick Dellenbaugh, autor de The North Americans of Yesterday: “Não apenas a diferenciação das línguas distintas indica sua antiguidade, mas os dialetos acrescentam um forte testemunho.... As diferenças que se apresentam entre os dialetos Cakchiquel e os maias não poderiam ter surgido em menos de dois mil anos. [The North Americans of Yesterday, 1906, pp. 19-22]” “O acima exposto, deve ser lembrado, foi dito sobre diferenças entre dois dialetos americanos, não entre dois idiomas distintos...Obviamente, seria necessário um tempo muito maior para produzir a divergência representada por idiomas distintos que por dialetos. E se, como indicado na passagem acima, as diferenças entre os dialetos Cakchiquel e maias não poderiam ter surgido em menos de 2 mil anos, quantos mil anos seriam necessários para produzirem idiomas que são muito mais distintos do que dialetos? E do ponto de vista do Livro de Mórmon, deve ser lembrado que todos estes dialetos vieram a existir apenas a partir do fiasco nefita no Cumora, em 400 dC. (Studies of the Book of Mormon, by BH, Roberts, edited by Brigham D. Madsen, Signature Books, 1992, p. 81). Roberts continua a citar o livro de 1902, The Discovery of America: John Fiske afirma: “A América indígena, como a conhecemos, com sua linguagem e lendas, suas peculiaridades físicas e mentais, suas observâncias sociais e costumes, é mais enfaticamente nativa e não um artigo importado.... Não há uma partícula de evidência que sugira qualquer ligação ou relação entre a América indígena e a Ásia, em qualquer período, como nos últimos 20 mil anos”. (The Discovery of America , by John Fiske, vol. 1, p. 24, as quoted in Studies of the Book of Mormon, p. 86). Cem anos depois, os cientistas ainda mantêm a mesma posição. Os eruditos SUDs John L. Sorenson e Matthew Roper admitem o que os eruditos SUDs não vêm dizendo há anos. As várias línguas nas Américas na época de Colombo não poderiam ter se desenvolvido a partir do hebraico, em apenas mil anos (o tempo entre o fim do Livro de Mórmon e registro da chegada dos europeus). As pessoas viviam na América há milhares de anos, com vários idiomas, antes da suposta chegada dos jareditas. Em seu artigo “Before DNA”, os autores SUDs Roper e Sorenson reconhecem: “Há fortes indicações de que havia diferenciação linguística considerável na Mesoamérica, já nos anos 1500 aC. Os alunso SUDs do Livro de Mórmon devem entender que muito antes de Lehi, a Mesoamérica já era linguisticamente complexa. Além disso, muitos sítios arqueológicos foram ocupadas de forma contínua, ou assim parece, por milhares de anos, sem clara evidência nos restos materiais, de uma eventual substituição da cultura dos habitantes. Essa continuidade sugere, embora 445
não prove, que muitas dessas pessoas provavelmente não alteraram seus idiomas. Tudo isto significa que a antiga suposição, por alguns SUDs, de que a língua hebraica, usada pelos grupos imigrantes de Leí e Muleque, se tornou o fundamento para todas as línguas antigas americanas é impossível”. (Journal of Book of Mormon Studies , vol. 12, no. 1, p. 17). Simon Southerton comentou sobre a complexidade das línguas nas Américas: “Outro impulso para a geografia restrita é o fato óbvio de que as Américas foram amplamente habitadas há milhares de anos antes da chegada dos jareditas, em 2200 aC. A surpreendente variedade de línguas e culturas encontradas pelos primeiros europeus não poderia ter se originado a partir do hebraico, que teria sido falado pelos nefitas e lamanitas de 400 dC. A única explicação plausível para os apologistas mórmons é que os dois grupos de imigrantes-semitas - os leítas (lamanitas e nefitas) e os mulequitas – ocuparam uma área restrita nas Américas”. (Losing a Lost Tribe, p. 159).
Parte 5 - Outros povos Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/newsletters/no103.htm Outros nas Américas? Além do problema da língua, há também o problema do tamanho da população no Livro de Mórmon. Os imigrantes em pequenos grupos da história simplesmente se reproduziram a uma velocidade impossível para uma civilização, sem o auxílio da medicina e tecnologia avançada na produção de alimentos em massa. O grupo de Leí e os seguidores de Muleque, que chegam cerca de 600 EC, provavelmente não continham mais de trinta a cinquenta adultos na idade de reprodução (See the chapter "Multiply Exceedingly: Book of Mormon Population Sizes," by John C. Kunich, in New Approaches to the Book of Mormon).
No entanto, depois de apenas 400 anos, apenas os lamanitas, sofreram uma perda de 3.000 homens em uma batalha. Como a maioria dos exércitos representa uma fração da população total, temos um número populacional incrível na época.
Southerton deu o seguinte resumo dos números das batalhas do Livro de Mórmon:
“Cerca de um terço do Livro de Mórmon é dedicado a uma entediante procissão de batalhas entre os lamanitas e nefitas. As mortes decorrentes destes conflitos fornecem indicações mais frequentes do tamanho dessas populações judias deslocadas. Por exemplo, em 190 AEC, uma única batalha tira a vida de 3.000 446
lamanitas (Mosias 9:18). Em 90 AEC, batalhas semelhantes afirmam que quase 20.000 vidas foram destruídas (Alma 2:19)”. “Não é incomum dezenas de milhares de pessoas serem mortas em um único ano no Livro de Mórmon. Além disso, o livro fala sobre a saída de milhares de homens, mulheres e crianças dos principais centros da civilização para as “terras do norte”... “Durante os últimos cem anos de sua história escrita, essas duas nações passaram lutando uma contra a outra em uma série aparentemente irracional de guerras, onde centenas de milhares foram mortos. Na batalha final, de 385 EC, um exército dos lamanitas abateu massivos 230 mil homens, mulheres e crianças Nefitas (Mormon 6). A população lamanita, capaz de sustentar um exército desse tamanho, capaz de infligir tal carnificina, certamente era composta por milhões”. (Losing a Lost Tribe, pp. 12-13).
Para contornar esse dilema populacional óbvio, apologistas SUDs afirmam que os povos indígenas se juntaram aos jareditas e leítas, permitindo um crescimento mais rápido do que aconteceria de outra forma. Southerton aponta os problemas para quem argumenta que os jareditas e leítas se casavam com os povos indígenas. O Livro de Mórmon simplesmente não menciona quaisquer outros grupos:
“Uma consequência importante desta compressão da geografia e do reconhecimento da presença dos povos que não estão no livro de Mórmon é ter que explicar como o grande número de povos nativos, que viviam nas Américas, interagiram com os descritos nas placas de ouro. “Infelizmente, o Livro de Mórmon oferece pouca informação nesse sentido. Não há qualquer indicação nos escritos que os grupos leíta ou jaredita entraram em contato com qualquer povo nativo, cuja origem não pôde ser contabilizada no livro...”. (Losing a Lost Tribe , pp. 159-160).
Eruditos SUDs reconhecem que o grupo de Leí era uma pequena colônia quando aportou nas Américas, mas argumentam que eles logo incorporaram os povos indígenas em sua sociedade. Eles afirmam que muitas dessas outras pessoas, provavelmente, se juntaram aos lamanitas, o que explicaria o seu rápido crescimento. Assim, o termo “lamanita” não precisa significar que todos eles eram descendentes apenas de Lamã. Brent Metcalfe responde a esse argumento em seu artigo “Reinventing Lamanite Identity”: “De fato, uma leitura atenta do Livro de Mórmon revela que a narrativa não diz nada sobre “outros” povos indígenas e, de fato profeticamente opõe-se a fazê-lo... Quando a ancestralidade é identificada, todos os povos pós-jaredita – nefitas e não nefitas, bons e maus, grupos e indivíduos – de forma consistente, traçam sua genealogia de volta aos fundadores imigrantes israelitas. Amom, por exemplo, diz que é “um descendente de Zarahemla (Mosias 7:13; ver também v.3), que era um descendente de Muleque, e daqueles que vieram com ele para o deserto” (Mosias 25:2), e Muleque era “o filho de Sedecias” o rei judeu (Hel. 6:10; cf Omni. 447
1:15). O dissidente nefita Coriântumr era [também] um descendente de Zarahemla (Hel. 1:15)...O rei lamanita Lamôni, como os leitores aprendem, era “um descendente de Ismael” (Alma 17:21; cf V.19). Séculos depois dos Leítas desembarcarem em sua nova terra prometida, um grupo de lamanitas “que se juntou ao povo do Senhor” não incluía os dissidentes nefitas, “mas eram descendentes reais de Lamã e Lemuel” (Alma 56:3).
“Lamanita não remete necessariamente a um descendente de Lamã, nem nefita a um descendente de Néfi, mas eles são universalmente descritos pelo narrador do Livro de Mórmon como israelitas...” “Os leitores do Livro de Mórmon não são informados de um único nefita ou lamanita que descendam de alguém que não seja israelita”. “[Os estudiosos SUD] ainda têm que explicar convincentemente por que todos os personagens do Livro de Mórmon – inclusive Deus – aparentemente não sabem nada sobre as hordas dos povos indígenas que as teorias revisionistas exigem”. “Por que as revelações de Joseph Smith sobre o Livro de Mórmon são confiáveis o suficiente para extrair uma detalhada geografia limitada, no entanto, suas revelações sobre a identidade indígena e suas origens são falhas, se não erradas”? E por isso sua palavra deve contar mais do que a dos profetas SUDs, por um lado, e dos estudiosos seculares por outro lado?”(“Reinventing Lamanite Identity”, by Brent Lee Metcalfe, Sunstone, March 2004, pp. 21-23).
Em agosto de 2004, no Simpósio Sunstone, David Anderson apresentou um trabalho intitulado “The Secrets of Nim's [Necessary, Inferred Mayans]: When the Book of Mormon was Dictated, Were There 'Others' in it?”. Ele descreveu as quatro fases que os defensores passaram tentando identificar os povos do Livro de Mórmon: 1. Originalmente mórmons ensinaram que todos os índios americanos eram descendentes de israelitas e Leí. 2. Quando a pesquisa começou a apontar para os asiáticos como os antepassados dos índios americanos, os Mórmons revisaram suas afirmações, dizendo que poderiam ter havido outros nas américas, mas eles não se misturaram com os israelitas. 3. Como o número de habitantes no Livro de Mórmon ficou sob maior escrutínio, foi alegado que os outros na terra misturaram-se com os lamanitas (e possivelmente com os mulequitas), permitindo assim um enorme crescimento da população. 4. Agora que o DNA comprovou que quase todos os índios americanos descendem de siberianos, os defensores SUDs alegam que os descendentes de Leí se misturaram e perderam a sua identidade genética. Se os israelitas do Livro de Mórmon pousaram em um país já povoado, por que não há referência específica a essas outras pessoas?
448
Não havia batalhas pela supremacia, dignas de menção? Nenhuma história de conversão desses “outros”, quando eles se voltaram para o Deus de Israel? Certamente encontrar vários grupos pagãos, que eram muito mais numerosos do que o grupo de Leí, todos falando línguas diferentes, teria merecido uma ou duas linhas. Vamos acreditar que esses pagãos humildemente se juntaram ao pequeno grupo de israelitas? Em todo o Antigo Testamento, há referências às civilizações que cercavam os israelitas e suas batalhas. Por que não há referências similares no Livro de Mórmon?
Parte 6 - Cumora Texto traduzido e adaptado de http://www.utlm.org/newsletters/no103.htm Um dos lados contra a teoria da geografia limitada do Livro de Mórmon é que é necessário também deslocar o Monte Cumora para o sul do México. De acordo com estudiosos SUDs, Moroni deve, então, ter transportado as placas de México para Nova York, enterrado-as, e após centenas de anos, ele apareceu a Joseph como um anjo, e o levou à sua localização secreta. (See An Ancient American Setting for the Book of Mormon, p. 350.) Em seguida, Smith erroneamente pensa que a colina onde as placas estão enterradas é a mesma colina mencionada na última batalha do Livro de Mórmon. Simon Southerton comentou sobre a razão para realocar o Cumora:
“Por que centenas de milhares de lamanitas e nefitas marchariam da Mesoamérica até Nova York para lutar a batalha final de extermínio”?
“Para dar conta dessa anomalia, eruditos Mórmons têm concluído que há na verdade dois Cumoras. O Monte Cumora que o Livro de Mórmon se refere não seria o do Estado de Nova York, de onde as placas de ouro foram recuperadas”. (Losing a Lost Tribe, p. 59). No entanto, a Igreja SUD ainda aprova a localização do Monte Cumora em Nova York. Em 1990, um bispo SUD em Oklahoma foi questionado sobre a localização do Monte Cumora, e o bispo escreveu à Primeira Presidência SUD para esclarecimentos. Em carta datada de 16 de outubro de 1990, o Secretário da Primeira Presidência respondeu (veja figura abaixo): 449
“Caro Bispo Brooks: “Pediram-me para transmitir-lhe, para conhecimento e resposta da cópia em anexo da carta de Ronnie Sparks, de sua ala, ao Presidente Gordon B. Hinckley. “O irmão Sparks perguntou sobre a localização do Monte Cumora mencionado no Livro de Mórmon, onde a última batalha entre os nefitas e lamanitas ocorreu. “A Igreja tem mantido por muito tempo, como atestam as referências nos escritos das Autoridades Gerais, que o Monte Cumora no oeste do estado de Nova York é o mesmo referenciado no Livro de Mórmon...”.
Foto da carta original em Where is Cumorah? Todo verão, a Igreja SUD apresenta um espetáculo sobre a colina, em Nova York, onde Joseph Smith desenterrou as placas, retratando a história do Livro de Mórmon (ver http://www.hillcumorah.org). Este espetáculo certamente deixa as pessoas com a impressão de que a última batalha dos nefitas aconteceu em Nova York. No entanto, conhecendo os problemas associados à movimentação de dois grandes exércitos do México até Nova York, estudiosos SUD propõem que o local para o Monte Cumora e a última batalha esteja no sul do México. Mas, para isso eles devem ignorar todas as declarações de líderes da Igreja SUD. 450
5 - LIVROS
1 - Conteúdo do Volume 2 5 – O LIVRO DE ABRAÃO 6 – TRADUÇÃO DA A BÍBLIA 7 – O SALTÉRIO GREGO 8 – AS PLACAS DE KINDERHOOK 9 – PERSEGUIÇÕES 10 - A IGREJA SUD
2 - Conteúdo do Volume 3 11 12 13 14
– BÊNÇÃO E EXCOMUNHÃO – SIMBOLOS PAGÃOS - O TEMPLO SUD – DOUTRINA SUD
3 - Conteúdo do Volume 4 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
– RACISMO – POLIGAMIA - A MORTE DE SMITH - DERRAMAMENTO DE SANGUE - MOUNTAIN MEADOWS – MUDANÇAS – OUTROS "PROFETAS" - SUDs INJUSTIÇADOS – DOMÍNIO SOBRE O CRENTE - COMPORTAMENTO MÓRMON - COMO REMOVER SEU NOME DOS ARQUIVOS DA IGREJA MÓRMON – LIVROS – DIVERSOS
451
4 - LIVROS ONLINE EM PORTUGUÊS:
1 - O Fato sobre os Mórmons - por John Ankerberg e John Weldon 2 - A ilusão Mórmon - por Loyd C. McElveen (Também disponível em PDF)
EM INGLÊS:
1 - The Changing World of Mormonism by Jerald and Sandra Tanner (As printed by Moody Press) [Also available in PDF format.]
3 - Curse of Cain? Racism in the Mormon Church by Jerald and Sandra Tanner
2 - Changing the Revelations Chapter 6 from Case Against Mormonism Vol. 1 by Jerald and Sandra Tanner
4 - Tracking the White Salamander by Jerald Tanner The Story of Mark Hofmann, Murder and Forged Mormon Documents
452
5 - Livro de mórmon - versão de 1830 - inglês
7 - Mountain Meadows Massacre by Josiah F. Gibbs - Originally printed in 1910, this book details one of the worst massacres west of the Mississippi.
9 - Brigham's Destroying Angel by "Wild" Bill Hickman 1904 Edition with an introduction by Jerald and Sandra Tanner.
6 - History of Utah, 1540-1886 by Hubert Howe Bancroft
8 - The Hoth Diary by Hans Peter Emanuel Hoth from Schleswig, Germany This important and moving diary gives a candid first person view of early America and Mormon migrations to Utah. Written in 1853-1857.
10 - Mormon Claims Answered by Marvin Cowan
453
11 - Following the Brethren Speeches by Mormon Apostles: Ezra Taft Benson and Bruce R. McConkie.
12 - Exposition of Freemasonry by Captain William M. Morgan Printed in 1827, this book details the first three degrees of Masonry.
14 - La Razón Por Qué / The Reason Why by Janet Louise Chatham Español / English bilingual web edition "My story of being raised Catholic, blindly choosing Mormonism, and after much struggle being set-free. "The author may be reached at [email protected] or [email protected]" 13 - Captain Morgan and the Masonic Influence in Mormonism
15 - Introduction to 3,913 Changes in the Book of Mormon Introduction covers how and why changes were made to the Book of Mormon after its first printing. The book 3,913 Changes in the Book of Mormon is a reproduction of an original Book of Mormon with the changes marked, and is available through us. [Web-editor: now includes chart of Major Changes Between the 1920 and 1981 Editions of the Book of Mormon.]
17 - Having visions: the Book of Mormon: translated and exposed in plain English by Susan Stansfield Wolverton
16 - An Address to All Believers in Christ by David Whitmer Written in 1887 by one of the three witnesses to the Book of Mormon
18 - Bearing the Testemony of Truth by Derick S. Hartshorn
454
20 - To Moroni With Love by J. Edward Decker
19 - Mormonism Temple of Doom by William J Schnoebelen and James R. Spencer
21 -Wife # 19 The Story of a Life in Bondage to Mormonism by Brigham Young's apostate wife, Ann Eliza Young
23 - The Rise and Fall of the LDS Church by Ed H. Yong
22 - Witnessing to Mormons with Love Angie Dean
24 - Pearl of Great Price In The Light of Science Extensively Revised and Enlarged by thomas D. S. Key
25 - Mormon Mysticism David Littlefield Em PDF ou HTML Mormon Mysticism, the book, covers a vast array of topics from Ascension Theology, Gnosticism, and the Tree of Life to the practical aspects of being a mystic, including fasting, prayer, covenants and ordinances. He delves into the complex world of mystical Jewish thought, covering the teachings of Cabala, Sepher Yetzirah (The Book of Creation), the Zohar and other sources. Vital doctrines such as the Creation, Atonement and Resurrection are also explored.
26 - The women in mormonism (1882) by Froiseth, Jennie Anderson, Mrs. [from old catalog]
455
28 - A View of Hebrews Ethan Smith (1762-1849) (1st ed., Poultney, NY, 1823)
27 - Was Joseph Smith a Poligamyst? PDF or on-line
29 - Book of Mormon - edição de 1830
30 - Heaven and Hell Emanuel Swedenborg
31 - The Mormon Delusion Jim Whitefield vol 1 - The Truth Behind Polygamy and Secret Polyandry.
vol 2 - The Secret Truth Withheld from 13 Million Mormons.
32 - LIFE IN UTAH OR, THE MYSTERIES AND CRIMES OF MORMONISM. BEING AN EXPOSE OF THE SECRET RITES AND CEREMONIES OF THE LATTER-DAY SAINTS, WITH A FULL AND AUTHENTIC HISTORY OF POLYGAMY AND THE MORMON SECT FROM ITS ORIGIN TO THE PRESENT TIME. BY J. H. BEADLE vol 3 - Discarded Doctrines and Nonsense Revelations.
456
33 - BIOGRAPHICAL SKETCHES OF JOSEPH SMITH, THE PROPHET, AND HIS PROGENITORS FOR MANY GENERATIONS. BY Lucy Smith Mother of the prophet
34 - Mormon Enigma: Emma Hale Smith Linda King Newell and Valeen Tippetts Avery
Liverpool: Published by S. W. Richards 15, Wilton Street. 1853
35 - Differing Visions Dissenters in Mormon History Leonard J. Arrington
36 - New Translation of the Bible by Joseph Smith Joseph Smith
37 - True Succession in Church Presidency OF THE CHURCH OF JESUS CHRIST OF LATTER DAY SAINTS. Being a reply to elder B. H. ROBERTS on "SUCCESSION IN THE PRESIDENCY OF THE CHURCH By ELDER HEMAN -C. SMITH, 1908
38 - Mormonism and Masonry by E. Cecil McGavin
39 - By His Own Hand Upon Papyrus by Charles M. Larson
40 - The sword of Laban: Joseph Smith, Jr. and the dissociated mind By William D. Morain
41 - Dynasty of the Holy Grail: Mormonism Sacred Bloodline By Vern G. Swanson
42 - Mormonism Unmasked By R. Philip Roberts
43 - Inside Today's Mormonism By Richard Abanes
44 - What Every Mormon (and Non-Mormon) Should Know By Edmond C. Gruss, Lane A. Thuet
45 - Mormonism for Dummies By Jana Riess, Christopher Kimball Bigelow
46 - Black and Mormon By Newell G. Bringhurst, Darron T. Smith 457
47 - The Mormon Menace Being the Confession of John Doyle Lee, Danite, an Official Assassin of the Mormon Church Under the Late Brigham Young. By John Doyle Lee, Alfred Henry Lewis
48 - The Mormon Cult: A Former Missionary Reveals the Secrets of Mormon Mind Control By Jack B. Worthy
49 - Science, religion, and Mormon cosmology By Erich Robert Paul
50 - The Facts on the Mormon Church By John Ankerberg, John Weldon, Dillon Burroughs
51 - Mormon Fanaticism Exposed: a Compendium of the Book of Mormon, or Joseph's Golden Bible. By Tyler Parsons
52 - The Mormon Question: Polygamy and Constitutional Conflict in Nineteenth Century America. By Sarah Barringer Gordon
53 - Mormonism 101; The Mormon Church And Their Web Of Deception By Robert E. Bryant
55 - Confessions of a Recovering Mormon By Deborah Lucas
54 - The Mormon Prophet and His Harem Or an Authentic History of Brigham Young His Numerous Wives and Children. By Mrs C. V. Waite
56 - Joseph Smith and the Origins of the Book of Mormon By David Persuitte
57 - The Mormons: or Latter-day saints Por Henry Mayhew
Just for fun
2 - The Lost Plates of Laman An Account Written by the Hand of Laman upon Plates of Tin Made by His Own Self—with a Little Help from his Brother Lemuel by Bob Lewis 1 - Book of Zelph Another testament of the Book of Mormon by Bob Lewis 458
Ficção 3 - The sealed portion
Português:
Traduzido por Christopher Nemelka, a reincarnação de Hyrum Smith. The Sealed Portion—The Final Testament of Jesus Christ was prepared by our Creators (but written by fallible mortal men in their own language) to unite the true intent of all those who were individually chosen by our Creators to deliver a message of hope to the inhabitants of the world. The Sealed Portion transcends all organized religion and fulfills the promise made by our Creators and given through it’s final prophet/author (Moroni):
1 - Um Estudo em Vermelho by Sir Arthur Conan Doyle A Study in Scarlet by Sir Arthur Conan Doyle First published in 1887, this short novel was the debut of the popular detective Sherlock Holmes in which he solves a case involving the Mormons.
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6 - ADVERTÊNCIAS AO CRENTE
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