Notas de aula de Instalações Hidro Sanitárias - Eng. Suellen Karaczuk – E.C - UNIUV
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UNIÃO DA VITÓRIA
UNIUV
ENGENHARIA CIVIL
Instalações de Esgoto Sanitário
NOTAS DE AULA
Prof. Suellen Karaczuk
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Capitulo 3 Instalação de Esgoto Sanitário –
OBJETIVO DA INSTALAÇÃO DE ESGOTO DOMÉSTICO A instalação de esgoto doméstico tem a finalidade de coletar e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos, os encaminhado para destino adequado. Para a elaboração do projeto, pretende-se atingir alguns objetivos específicos, que são explicitados na norma NBR 8160/1983: - Permitir rápido r ápido escoamento dos esgotos; - Permitir fácil f ácil desobstrução das tubulações; - Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações; - Impedira poluição ambiental, principalmente dos mananciais de água. Principais partes constituintes da Instalação de acordo com a NBR 8160
RD Ramal de Descarga: tubulação que recebe diretamente efluente de aparelho –
sanitário.
RE Ramal de Esgoto: tubulação que recebe efluentes de ramais de descarga. –
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CV - Coluna de Ventilação: tubulação vertical que condezem os gases para a atmosfera.
DESCONETOR: Dispositivo provido de fecho hídirco destinado a vedar a passagem de gases e animais para o interior da edificação. (Elemento que desconecta o esgoto primário do secundário).
TQ - Tubo de Queda: tubulação vertical que recebe efluente de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.
RV- Ramais de Ventilação: tubulação que liga o esgoto primário à coluna de ventilação.
Esgoto Primário: é a parte da instalação a qual os gases e os animais tem acesso. É a parte da instalação entre os desconectores e os coletores públicos.
Esgoto Secundário: é a parte da instalação a qual os gases e os animais não tem acesso. É a parte da instalação antes dos desconectores até os aparelhos sanitários.
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Exemplos de ligações da tubulação de esgoto A seguir está demonstrado alguns exemplos de ligação do sistema de esgoto
Ramal do vaso sanitário
Ramal do vaso sanitário – vista superior
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Ligação do ramal de descarga da bacia sanitária com o ramal de esgoto da caixa sifonada e ramal de ventilação
Ligação do ramal de esgoto da caixa sifonada e ramal de ventilação
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Ligação do ramal de ventilação com a coluna de ventilação
Ligação do ramal de descarga da saída do lavatório com a caixa sifonada
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Ligação do ramal de descarga da saída do chuveiro com a caixa sifonada
Ligação da caixa sifonada com os ramais de descarga da saída do chuveiro e do lavatório – vista superior
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Ligação do ramal de descarga com o tubo de queda
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Exemplos de alguns sistemas de esgoto
Sistema de Esgoto 1
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Sistema de Esgoto 2
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Sistema de Esgoto 3
Sequência da instalação de esgoto sanitário
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ETAPAS DO PROJETO Na elaboração de um projeto de esgoto doméstico, seguem-se três etapas: concepção, dimensionamento e comunicação do projeto.
Concepção É sem dúvida a parte mais importante, onde ocorre a maioria das análises e decisões do projetista. Nesta etapa são realmente importantes os conhecimentos, a
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experiência e os critérios adotados pelo técnico em edificações. Nesta etapa devese: Identificar os pontos geradores de: águas servidas, águas negras ou imundas
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e águas com gordura. As águas servidas são as que foram usadas para fins higiênicos e que não contêm dejetos. As águas negras ou imundas são as que contêm dejetos, portanto provenientes de vaso sanitário. As águas com gordura são as provenientes de pias de cozinha, pias de despejo e contêm gorduras. Definir e posicionar os desconectores: sifões, caixas sifonadas, ralos
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sifonados e caixas retentoras.
Exemplo de Sifão
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Exemplo de Caixa Sifonadas
Exemplo de Caixa de Gordura
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Caixa de Gordura - Corte
Definir o sistema de ventilação Os ramais de ventilação e a coluna de ventilação compõem o sistema de ventilação. Sua finalidade é proteger os fechos hídricosdos desconectores de romperem por aspiração (vácuo) ou compressão (pressão) e encaminhar os gases emanados da fossa ou coletor público para a atmosfera.
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Posicionar os tubos de queda: esgoto primário e de gordura. Para evitar que os tubos de queda estrangulem a seção das vigas, pode-se posicioná-las em muchetas (pilares falsos) ou adotar o sistema de shafts. Definir o acesso à tubulação: caixa de inspeção, poços de visita, caixas de
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gordura. Todo trecho de tubulação de esgoto deve ter no mínimo um ponto de acesso para inspeção e desobstrução. Definir o destino do esgoto; coletor público ou tratamento e destino
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particular.
DIMENSIONAMENTO Consiste em determinar os diâmetros capazes de proporcionar a vazão necessária.
COMUNICAÇÃO Consiste na elaboração das instruções técnicas escritas e desenhadas.
ATENDIMENTO AOS OBJETIVOS Permitir rápido escoamento do esgoto. Este objetivo é alcançado através do correto dimensionamento das tubulações e da declividade adequada das mesmas. a) Dimensionamento das tubulações: Segundo a NBR-8160, o dimensionamento deverá ser feito pelas Unidades Hunter de Contribuição (UHC). 1 UHC = vazão de 28 l/min
RAMAIS DE DESCARGA Os ramais de descarga são dimensionados utilizando a tabela 1 ou a tabela 2
Unidade HUNTER de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal dos ramais de descarga.
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Observações Na NBR 8160 esta tabela é mais extensa (*) Para o ramal de descarga foi adotado um diâmetro mínimo de 40mm –
(**) O diâmetro mínimo do vaso sanitário é de 100mm –
Os ramais de descarga ligados a um mesmo desconector devem ter o mesmo diâmetro, porque as entradas no desconector tem o m esmo diâmetro. Unidades Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na Tabela 1. TABELA 2.
RAMAIS DE ESGOTO
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Somam-se as UHC dos ramais de descarga que contribuem para o ramal de esgoto, e recorre-se à Tabela 3 para dimensionar o ramal de esgoto.
TUBO DE QUEDA Na medida do possível deve-se manter na mesma linha vertical, mas quando necessário, pode sofrer desvios horizontais. O desvio deve ser feito com curva longa, provida de visita e ângulo inferior a 90.
Observação: qualquer tubulação ligada a vaso sanitário deve ter diâmetro mínimo de 100 mm.
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DIMENSIONAMENTO DO TUBO DE QUEDA Dimensionamento de acordo com a Tabela 4. Tabela 4 Dimensionamento do tubo de queda. –
COLETORES E SUBCOLETORES São dimensionados através da Tabela 5. Tabela 5 Dimensionamento de coletores e subcoletores –
Observação: a tubulação de esgoto deve ser preferencialmente retilínea.
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As tubulações devem ser fixadas de tal modo que não ocorram deformações.
RAMAIS DE VENTILAÇÃO O diâmetro dos ramais de ventilação é obtido diretamente por meio da Tabela 6. Tabela 6 diâmetros de ventilação dos ramais –
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COLUNA DE VENTILAÇÃO O diâmetro da coluna de ventilação é obtido por meio da Tabela 7. Tabela 7 Diâmetros da coluna de ventilação –
Observação: para impedir que o esgoto penetre no ramal de ventilação e o obstrua, este deve ser ligado por cima ao ramal de esgoto. Além disso, esta ligação do ramal de ventilação ao ramal de esgoto deve se dar a uma distância máxima do desconector, de acordo com a Tabela 8. Tabela 8 Distância máxima de um desconector ao tubo de ventilação. –
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b) Declividade A declividade mínima é função do diâmetro e pode ser obtida na Tabela 9.
PERMITIR FÁCIL DESOBSTRUÇÃO DAS TUBULAÇÕES O acesso à tubulação e a fácil desobstrução são viáveis através dos seguintes dispositivos: - Caixa de gordura, caixa de inspeção, desconectores, sifões etc. A NBR 8160 estabelece: - Todo trecho de tubulação deve ser acessível; - Os sifões devem ser inspecionados; - Entre duas inspeções só pode haver 1 deflexão, obrigatoriamente menor que 90( e executada com curva longa); - A distância entre duas inspeções deve ser menor que 25 m; - A distância entre coletor público e a primeira inspeção deve ser menor que 15 m; - A distância entre o vaso sanitário e a primeira inspeção deve ser menor que 10 m; - Os prédios com mais de 5 pavimentos, a distância máxima do tubo de queda até a primeira inspeção deve ser de 2m.
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DETALHES CONSTRUTIVOS DA CAIXA DE INSPEÇÃO
DETALHES CONSTRUTIVOS DA CAIXA DE GORDURA A caixa de gordura tem como função, separar a gordura da água antes de lançar a água na rede de esgoto. A caixa de gordura pode ser cilíndrica ou quadrada.
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VEDAR A PASSAGEM DE GASES E ANIMAIS DAS TUBULAÇÕES PARA O INTERIOR DAS EDIFICAÇÕES O alcance deste objetivo está vinculado à correta compreensão do esgoto primário, esgoto secundário e desconectores, definidos anteriormente. Portanto, para alcançar este objetivo, deve-se prever e posicionar os desconectores e ligar corretamente os aparelhos sanitários. Os aparelhos devem ser ligados: Lavatórios
Ligam-se
Ralos Sifonados
Banheiros
Caixas sifonadas
Chuveiros
Tubulações primárias usando
Bidês
sifão
Tanques
Tubulações Secundárias
Pias de Cozinha
Ligam-se
Máquinas de Lavar Louça
Caixas de Gordura Tubos de gordura
Pias de Copa Vaso sanitário
Ligam-se
Tubulação Primária
Pia de despejo
Ligam-se
Tubulação
Primária
usando
sifão Máquina de lavar Roupa
Ligam-se
Tubulação Primária. Convém construir caixa sifonada, para evitar o retorno dos gases do esgoto
Mictórios
Ligam-se
Caixas sifonadas sem grelha. A tampa
deve
hermeticamente fechada
ser
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DESTINO FINAL DO ESGOTO DOMÉSTICO O objetivo quando se projeta as instalações sanitárias é dar um destino adequado ao esgoto doméstico de residências isoladas, edifícios residenciais, comerciais, industriais e conjuntos habitacionais. Não cabe, portanto, a preocupação com o esgoto de grandes comunidades, que merece ser tratado por especialistas. Este assunto é regulamentado por meio da NBR 7229/1993 que trata do projeto, construção e operação de sistemas de tanque sépticos, da norma NBR 13969/1997 que abrange o tratamento e disposição final dos efluentes de tanques sépticos.
1. Princípios gerais O esgoto doméstico deve ser tratado e afastado de maneira que as seguintes condições sejam atendidas: - Nenhum manancial destinado ao abastecimento domiciliar corra perigo de contaminação; - Não sejam prejudicadas as condições próprias à vida nas águas receptoras; - Não sejam prejudicadas as condições de balneabilidade de praias e outros locais de recreio e esporte; - Não haja perigo de poluição subterrânea; - Não haja perigo nas águas localizadas ou que atravessem núcleos de população ou daquelas utilizadas na dessedentação animal e de horticulturas; - Não venham a ser observados odores desagradáveis, presença de insetos e outros inconvenientes; - Não haja poluição no solo capaz de afetar direta ou indiretamente pessoas e animais.
2. Esgoto doméstico A reunião de despejos provenientes do uso da água para fins de higiene é que denomina o esgoto doméstico. Fisicamente o esgoto contém em torno de 99% de água, uma certa quantidade de partículas sólidas em suspensão e ar dissolvido. Normalmente os esgotos têm certa alcalinidade devido ao sabão e detergentes. Sua coloração se altera de cinza para escuro à medida que ocorre a fermentação
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aeróbica, com a redução do oxigênio dissolvido exalação de mau cheiro devido à formação de gases. Os esgotos domésticos contêm enormes quantidades de bactérias. Algumas são patogênicas e causam doenças. Outras não são patogênicas.
3. Processo de tratamento O destino do esgoto ocorre de acordo com o esquema a seguir: