I CHING
PREMISSAS De acordo com o I Ching, cada país e cada indivíduo tem seu destino, mas todos têm liberdade de escolha.(HUANG, escolha.(HUANG, 2007 p. XVI)
...quando os acontecimentos chegam ao extremo, dão origem aos seu opostos...(HUANG, 2007 p. XVI) O tema principal do I Ching é que tudo está em processo de contínua mutação, subindo e descendo em um progressivo avanço evolutivo. (HUANG, 2007 p. XX) ...o Tao do I revela que as situações, quando ultrapassam seus extremos, alternam para seus opostos. É um lembrete para se aceitarem as mudanças necessárias e estar preparado para se transformar, avisando que é preciso adaptar a ação às mudanças de momento e situação. O Tao do I também diz: em uma situação e ocasião favoráveis, nunca despreze o potencial desfavorável. Em uma situação e ocasião desfavoráveis, nunca aja brusca e cegamente. E, em circunstâncias adversas, nunca fique deprimido nem se desespere. desesper e. (HUANG, 2007 p. XX)
ORIGEM O I Ching é um u m livro antiquíssimo, já existia há mais de dois mil anos antes de Confúcio (c.551-479 (c.551-479 a.C.). (HUANG, 2007 p. XVI) o I Ching original consiste em apenas 64 Decisões1 elaboradas pelo Rei Wen e 386 Textos dos Yao2 compostos pelo Duque d e Zhou. (HUANG, (HUANG, 2007 p. XIX)
Nos tempos antigos, este livro era conhecido conhecido como o I da dinastia Zhou (1122-221 (1122-221 a.C). Antes A ntes dessa época havia outros dois d ois I, o I da dinastia Xia (2005-1766 a.C) e o I da dinastia Shang (1776-1122 (1776-1122 a.C). (HUANG, 2007 p. XX) Dando sequência ao a o trabalho de Fu Xi, que que criou os oito trigramas (três linhas), o Rei Wen, da dinastia Zhou, dispôs os 64 hexagramas e escreveu as Decisões sobre estes; seu filho, o Duque de Zhou, compôs os Textos dos d os Yao e Confúcio escreveu os Comentários (as Dez A sas)...Depois Depois que os comentários de Confúcio foram escritos, o I da dinastia Zhou passou a ser chamado de I Ching. (HUANG, 2007 p. XXI)
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Decisão (usado por Huang) = Julgamento.(usado por Wilhelm Yao = Linhas 1
I CHING Acredita-se que o antigo sábio Fu Xi, ao desenhar os oito guá3 fundamentais (oito trigramas), definiu em forma embrionária os caracteres chineses escritos.Quando o Rei Wen desenvolveu os 64 guás perfeitos (64 hexagramas compostos pela combinação de dois trigramas), deu início ao longo curso da cultura chinesa. Esses dois sábios, ao lado do Duque de Zhou e Confúcio, formaram o I Ching. (HUANG, 2007 p. 1) O significado literal de Ching é Tao, Verdade. É a Verdade do Céu e da Terra e a Verdade da vida humana. (HUANG, 2007 p. 1) O I Ching que usamos hoje é o Zhou I O I da dinastia Zhou. (HUANG, 2007 p. 3)
INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO TEÓRICA Naquela época, o número de caracteres chineses era pequeno. Consequentemente, muitos caracteres tinham a mesma forma, mas significados inteiramente distintos. Por outro lado, muitos caracteres tinham formas distintas, mas o mesmo som. S eu uso era intercambiável. A ssim, o texto fica aberto a muitas interpretações. Além disso, o antigo idioma chinês escrito não tinha pontuação. Dependendo de como pontuamos uma frase ou oração, surgem diversos significados. Por isso, mesmo os chineses quase nunc conseguem entender o I Ching verdadeira e completamente sem a orientação oral de um professor competente. (HUANG, 2007 p. XVII)
Como livro de adivinhação, os comentários de Confú cio são fundamentais. Os chineses os denominam de Dez Asas. Eles acreditam que o I Ching depende das Dez Asas para poder voar. OU seja, sem os comentários de Confúcio não se pode compreender o I Ching. Trata-se de um típico ponto de vista chinês ortodoxo. (HUANG, 2007 p. XVII)
...Os 64 hexagramas representam 64 etapas distintas em uma sequência vinculadas, ascendentes e descendente, de mudanças cíclicas. (HUANG, 2007 p. XXI) ...o primeiro e segundo hexagramas, Iniciar e Corresponder, servem de introdução à filosofia do Rei Wen que prega a unidade de Céu e humanidade. O primeiro hexagrama representa a função do Céu e atua como diretriz do Cânone Superior; o segundo representa a função da humanidade e atua como diretriz do Cânone Inferior. Terceiro hexagrama, o Começo, representa o início de um novo ciclo de conquistas do Rei Wen, e o quarto, Infância, diz respeito à infância do povo de Zhou, que começou uma nova era de iluminação sob o rei Wen.(HUANG, 2007 p. XXIII)
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Hexagrama 2
I CHING o i Ching é um manual de adivinhação. Ao lado das Decisões do Rei Wen e do Texto dos Yao do Duque de Zhou, o julgamento de boa fortuna e infortúnio é decisivo para os adivinhos.(HUANG, 2007 p. XXIII) De acordo com Confúcio, o verdadeiro entendimento do símbolo, de seu nome e da Decisão do Rei Wen sobre o hexagrama é fundamental para obter uma erspectiva sobre a situação atual do indivíduo. (HUANG, 2007 p. XXIV) o I Ching é um livro que fala por imagens, não por palavras.(HUANG, 2007 p. XXVII) O I Ching é uma obra de poesia, não de prosa. Tem sua linguagem oracular própria e oculta seu significado me metáfora parábolas e imagens. Há até mesmo uma relação entre as palavras e a ordem das palavras, e às vezes os sons, nas linhas. (HUANG, 2007 p. XXVII) Quando os leitores compreenderem que ler o I Ching não significa ler frases que fazem sentido, mas sim criar um entendimento pessoal próprio de imagens poéticas, arquetípicas, acredito que n ão sentirão frustrados com a ausência do idioma formal e passarão a valorizar o I Ching como um enorme reservatório de antiga sabedoria, assim como os chineses sempre o valorizaram. (HUANG, 2007 p. XXVIII) Cada hexagrama tem um nome composto de um ou dois caracteres chineses. O nome é crucial porque representa a situação por inteiro. O símbolo é formado por seis linhas que representam as seis etapas de uma situação específica. (HUANG, 2007 p. 5) Ao mesmo tempo, cada hexagrama é considerado uma combinação de dois trigramas que representam a situação interna (trigrama inferior) e a situação externa (trigrama superior). Assim, abaixo do símbolo de seis linhas há uma descrição sucinta geralmente formada p or quatro palavras por exemplo, acima Kun, abaixo Qian (acima Terra, abaixo Céu)...(HUANG, 2007 p. 5) Os 64 capítulos do I Ching são divididos em duas partes, o Cânone Superior4 e o Cânone Inferior5. O Cânone Superior representa o aspecto yang e põe em evidência o Tao do Céu ou os fenômenos naturais. O Cânone Inferior representa o aspecto yin e concentra-se nos fenômenos sociais e nas questões humanas. (HUANG, 2007 p. 5) O I Ching é um livro que trata de símbolos. Para entendê-los, primeiro é preciso se familiarizar com os símbolos. Cada um dos 64 símbolos, ou hexagramas, representa uma situação única. Para entender um hexagrama, é preciso conhecer o lugar específico que ele ocupa na sequência total, seu significado, estrutura, imagem e as coisas que ele representa. (HUANG, 2007 p. 7) Como técnica, deve-se entender os oito guá fu ndamentais (trigramas) e os 64 guás perfeitos (hexagramas) o significado de seus nomes, símbolos e estruturas bem como as 386 yao suas posições, relações e interpretações. Além disso, devem-se conhecer os princípios ocultos das mutações e a numerologia relacionada aos guá e aos yao. Como arte, deve deve-se cultivar a intuição, estudando-se os símbolos para compreender a adivinhação. Do ponto de vista matemático, cada símbolo é a fórmula de uma situação mutável e sua consequência. (HUANG, 2007 p. 16) 4 5
Até o hexagrama 30 A partir do hexagrama 31 3
I CHING
INTERPRETAÇÃO PRÁTICA Imagem/Comentário sobre o símbolo O Comentário compreende dez capítulos, conhecidos como as Dez Asas. Asa significa ajudar. As Dez asas servem de suplemento ao texto e ajudam a entender o I Ching. Tradicionalmente, atribui-se a Confúcio a autoria das Dez Asas. Estudos posteriores dizem que elas foram escritas por diversos discípulos de Confúcio em diferentes épocas. A primeira e a segunda asas são o Comentário sobre a Decisão. A terceira e a quarta são o Comentário sobre o Símbolo. A quinta e sexta asas são conhecidas como o Grande Tratado. A sétima asa é o comentário sobre as Palavras do Texto. A Oitava é a Discussão dos Trigramas, a nona é a Sequência dos Hexagramas e a décima compreende as Observações Diversas sobre os Hexagramas. (HUANG, 2007 pp. 5-6)
Decisão/Julgamento As Decisões são resumos do significado de cada hexagrama, densas em conteúdo simbólico, mas sucintas em estilo. (HUANG, 2007 p. XIX) Na adivinhação, a situação atual do indivíduo é revelada pelo nome e estrutura do hexagrama, em conjunto com as Decisões do Rei Wen, o Comentário de Confúcio sobre a Decisão e o Comentário de Confúcio sobre os Símbolos. (HUANG, 2007 p. XXIV)
Confúcio disse:o sábio, pela simples contemplação da decisão do hexagrama, é capaz de entender a maior parte do seu conteúdo. (HUANG, 2007 p. XXIV) a Decisão é a interpretação d todo o hexagrama, as seis linhas consideradas em conjunto. (HUANG, 2007 p. XXIV) É a avaliação da situação feita pelo próprio Rei Wen, juntamente com os conselhos morais. (HUANG, 2007 p. 5)
Linhas6
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Yao 4
I CHING Os Textos dos Yaos são análises, que empregam parábolas e metáforas, de cada uma das seis linhas em um dado hexagrama, correspondentes aos seis estágios de determinada situação. (HUANG, 2007 p. XIX) As seis linhas indicam as seis etapas de mudanças. Portanto, para alcançar boa fortuna ou evitar o infortúnio, é fundamental entender a posição do indivíduo dentro da situação.(HUANG, 2007 p. XXIV) Há dois tipos de yao yin yao e yang yao. Yin yao é representada por duaslinhas separadas por um espaço ( ), yang yao por uma linha contínua ().(HUANG, 2007 p. 4) Yang yao simboliza o masculino, o firme , o forte, os números ímpares e as coisas ativas. NO pensamento chinês, yang é um atributo positivo; um exemplo é a encosta iluminada de uma montanha.(HUANG, 2007 p. 4) Yin yao simboliza o feminino, o ceder, o fraco, os números pares e todas as coisas passivas. Yin, sendo o complemento de yang, representa um atributo negativo, no sentido da enconsta sombreada de uma montanha.(HUANG, 2007 p. 4) Os chineses chamar a linha inferior de linha inicial, e a linha na posição mais alta, linha superior. (HUANG, 2007 p. 4) Em chinês, yang yao é representada pelo número nove, yin yao pelo número seis.(HUANG, 2007 p. 4) Considera-se uma qualidade yang estar na vanguarda. Assim, quando contamos os números ímpares de umanova (avançar) o número mais elevado é o nove. Considera-se que o melhor para yin é conservar-se na área central. Quando contamos os n úmeros pares de dez a dois (recuar), o número central é o seis. Eis por que yang é chamado de nove e yin, de seis.(HUANG, 2007 p. 4) Depois da Decisão vem o Texto dos Yao, do Duque de Zhou, que oferece uma interpretação mais detalhada de cada etapa da situação, junto com mais instruções morais.(HUANG, 2007 p. 5) Depois, dedica-se atenção especial à linha móvel, que é importantíssima. Ela indica o estágio específico no qual a pessoa se encontra na situação geral. Se as coisas não estão se movemtando, as mudanças não ocorrerão. (HUANG, 2007 p. 17) Devem-se ler os Textos dos Yao composto pelo Duque de Zhou junto com o Comentário de Confúcio sobre estes para entender o estágio específico. Contudo, não se pode ignorar o hexagrama original e fundamental.. (HUANG, 2007 p. 17) Quando não há linha móvel, basta apenas consultar o nome, o símbolo e a decisão do hexagrama. Quando há mais de uma linha móvel, sobretudo quando os Textos dos Yao da linhas móveis apresentam conflito entre si, torna-se complicadíssimo obter uma resposta clara. Para solucionar este problema, uso o seguinte método, também ensinado pelo Mestre yin: 1 Se há duas linhasmóveis uma yin e outra yang -, consulta-se apenas a linha yin.
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I CHING 2 Se as duas linhas móveis são ambas yin ou yang, consulta-se a que está em posição inferior. 3 Se há três linhas móveis, consulta-se apenas a do meio. 4 Se há quatro linhas móveis, consulta-se apenas a mais alta das duas linhas estáveis. 5 Se há cinco linhas móveis, consulta-se apenas a outra, estável 6 Se há seis linhas móveis, consulta-se a Decisão do novo hexagrama, o hexagrama futuro. 7 Como existe uma sétima linha invisível no primeiro e segundo hexa gramas, Qian e Kun, consultase o Texto para o sétimo Yao, chamado Toas das linhas são Noves ou Todas as linhas são seis (HUANG, 2007 pp. 17-18) H
exagrama
Cada hexagrama possui seis yao dispostos de baixo para cima, pois os fundamentos ficam embaixo e todas as coisas crescem de baixo para cima. (HUANG, 2007 p. 4) O I Ching é um livro que trata de símbolos. Para entendê-los, primeiro é preciso se familiarizar com os símbolos. Cada um dos 64 símbolos, ou hexagramas, representa uma situação única. Para entender um hexagrama, é preciso conhecer o lugar específico que ele ocupa na sequência total, seu significado, estrutura, imagem e as coisas que ele representa. (HUANG, 2007 p. 7) H
exagrama futuro
..hexagrama futuro, que indica o potencial futuro ou a tendência.(HUANG, 2007 p. XXV) Se houver uma única linha móvel, deve-se dedicar atenção especial a os Textos dos Yao desta, e depois consultar o hexagrama futuro, o novo hexagrama que surge quando a linha móvel muda de yang para yin e vice-versa. Lêem-se o nome, o símbolo, a decisão e o comentário para o hexagrama futuro, que representa o resultado da situação atual.(HUANG, 2007 p. 17)
O QUE É Para os chineses, o I Ching é como a Bíblia Sagrada escrita pelos quatro sáb ios mais venerandos de nossa história Fu Xi, Rei Wen, Duque de Zhou e Confúcio. (HUANG, 2007 p. XVII)
Na origem, era um manual de adivinhação. Depois que Confúcio e seus discípulos escreveram os comentários, passou a ser conhecido como livro de sabedoria antiga. É um livro que, além de informar a quem o consulta sobre a situação presente e seu potencial futuro, também dá instruções sobre o que fazer e o que não fazer para alcançar a boa fortuna e evitar o infortúnio.(HUANG, 2007 p. XVIII)
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I CHING Além disso, o I Ching trata da verdade das mutações, ou do Tao da Mutação, que na terminologia chinesa é chamado de Tao do I. É um livro baseado na observação e experimentação dos sábios. Os antigos sábios observavam fenômenos astronômicos no céu e aspectos topográficos na terra, e estudavam as relações entre todos os seres. Perceberam que no Céu e na Terra há um princípio universal segundo o qual tudo está em contínuo processo de mudança. A mudança é certa e absoluta; apenas o princípio da mudança permanece inalterado. Por meio de suas experiências, os sábios perceberam que era crucial entender as leis da mudança. Só assim seria possível reagir e adaptar-se às mudanças de maneira mais adequada. O I Ching: O Livro das Mutações, registra e reúne todas essas experiências e conhecimentos.(HUANG, 2007 p. 2) Zhou I7 não é um livro usado meramente para fazer previsões. Oferece orientações quanto ao que se deve ou não fazer. NO curso de todas as eras, os chineses jamais consultaram o I Ching levianamente. As pessoas eram orientadas para adotar uma atitude correta na adivinhação. O Objetivo da adivinhação é resolver a dúvida e desfazer a confusão. Quando já se sabe o que fazer com base no bom senso e nos princípios morais, não se deve consultar o I Ching. A consulta procede apenas em questões e eventos importantes, nunca com objetivos mesquinhos ou motivos egoístas. (HUANG, 2007 p. 3)
CONSULTA Quando já se sabe o que fazer com base no bom senso e nos princípios morais, não se deve consultar o I Ching. (HUANG, 2007 p. 3)
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O I Ching que usamos hoje é o Zhou I O I da dinastia Zhou. (HUANG, 2007 p. 3)
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