Capa Marc Marcel elo o
M. Gira Girard rd
Imagem da capa Hegel, Hegel, retrat retrato o
de Jakob Jakob
Schle Schlesin singer ger
/Akg/Akg-Ima Images ges/La /Latin tinsto stock ck
Revisiio
Robe Robert rto o
Alve Alvess
Diagmma,ao IMG3
Dado Dadoss
Inte Intern rnac acio iona nais is (Cam (Camar araa
de Cata Catalo loga ga,a ,ao o
Bras Brasil ilei eira ra
na Publ Public ica, a,ao ao
do Livro Livro,, SP, SP, Bras Brasil il))
Hegel Hegel,, Georg Georg Wilhel Wilhelm m Friedr Friedrich ich,,
1770-1 1770-1831 831..
Cionci Cionciaa da logica logica : (exce (excerto rtos) s) / G. W. F. F. Hegel Hegel ; sele seler; r;ao ao
e tradu tradu<; <;ao ao Marco Marco
Sao Sao Paul Paulo: o:
Barcar Barcaroll olla, a,
Aurel Aurelio io Werle Werle.. --
2011. 2011.
Titulo Titulo origin original: al: Wissen Wissensch schaft aft
der Logi Logik k
ISBN 978-85-98233-58-1
Indices Indices para catalogo
1. Logica : Filosofi Filosofiaa
Todos Todos as direito direitoss reserv reservado adoss
Edit Editor oraa l-\V.
Barc Barcar arol olla la
sistematico:
J 60
a
Ltda Ltda..
Ped Pedro roso so de .Vforae oraes, s, 631, 631, 11. 11. 0 andar
0541 054199-00 000 0
Pinh Pinhei eiro ross
Telefo Telefonel nelfax fax \v\v w.e di
(5511) (5511)
Sao Sao Pau Paulo lo SP Bras Brasil il 3814-4 3814-4600 600
tara b-a rcar o II ~"t;com.br
(CIP (CIP))
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Hegel Hegel,, Georg Georg Wilhel Wilhelm m Friedr Friedrich ich,,
1770-1 1770-1831 831..
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e tradu tradu<; <;ao ao Marco Marco
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1. Logica : Filosofi Filosofiaa
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Primeir Primeiro o Livro Livro A DOUT DOUTRI RINA NA DO SE SER R
Primeira sefao
Determinidade (qualidade)
o ser e 0imediato indeterminado; ele e livre da determinidade diante da essencia, bem como de qualquer determinidade que po de conservar no interior de si mesmo. Esse ser destitufdo de reflexao e
ser tal
0
como e imediatamente apenas nele mesmo. Porque e indeterminado, ele e ser destitufdo de qualidade; mas si cabe-Ihe
0
minado ou
0
em
carater da indeterminidade apenas em oposi~ao ao deterqualitativo. Diante do ser em geral, porem, surge
ser de-
0
terminado como tal; com isso, sua indeterminidade constitui ela mesma
sua qualidade. Mostrar-se-a, por conseguinte, que
0
primeiro ser e ser determinado em si e, com isso, em segundo lugar, que passa para a existencia, e existencia; mas
que essa como ser finito se super a e, na rela~ao infinita do ser consigo mesmo, em terceiro lugar, passa para
ser-para-si.
0
Primeiro capitulo
Ser
A. Ser Ser, puro ser - sem nenhuma determina~ao ulterior. Em sua ime-
diatidade indeterminada ele e apenas igual a si mesmo e nao desigual diante de um outro, nao possui nenhuma diversidade no interior de si nem para
0
exterior. Por meio de alguma determina~ao ou conteiido,
que seria nele distinto ou por meio do qual ele poderia ser posto como distinto de um outro, ele nao seria apreendido em sua pureza. Ele e a pura indeterminidade e 0vazio. - Nao hi nada a intuir nele, caso seja aqui possivel falar de intuir; ou ele e apenas este intuir puro, vazio mesmo. Tampouco e possivel pensar algo nele ou ele e igualmente apenas esse pensar vazio. 0 ser, 0 imediato indeterminado e de fato
0
nada e
nem mais nem menos do que nada. B. Nada Nada,
puro nada; ele e igualdade pura consigo mesmo, vacuidade
0
perfeita, ausencia de determina~ao e de conteiido; indistin~ao nele mes-
mo. - Uma vez que
0
intuir ou
pensar podem aqui ser mencionados,
0
vale como uma diferen~a, se algo e ou nada e intuldo ou pensado. Nada intuir ou pensar tern, portanto, dos, assim
nada
0
intuir vazio e
e (existe)
0 pensar
urn significado; ambos san diferencia-
em nosso intuir ou pensar; ou antes ele e
mesmo e 0mesmo intuir vazio ou
0 pensar
0
como
o puro ser. - Nada e assim a mesma determina~ao ou antes a ausencia de determina~ao e, com isso, em geral e
mesmo que e
0
puro ser.
0
C. Devir
a. Unidade do ser e do nada
o puro
ser eo puro nada sa0, portanto, a mesmo. 0 que e a verda-
de, nao e nem para
0 nada
e
0 ser
nem
0 nada
0 nada,
mas que
0 ser
nao passa, mas passou
nao passa, mas passou para
0 ser.
Da mesma ma-
neira, porem, a verda de nao e sua indistin~ao, e sim que eles nao sao a
mesmo, que sao absolutamente distintos, mas igualmente inseparados e inseparaveis e imediatamente Sua verda de e, portanto,
cada um desaparece em seu contrario.
esse movimento
do desaparecer imediato de
urn no outro: a devir; urn movimento onde ambos san distintos, mas por meio de uma diferen~a que igualmente se dissolveu imediatamente. Observa~ao 1: A oposi~ao do ser e do nada na representa~ao Costuma-se opor
nada a alga; mas algo ja e urn ente determinado,
0
que se distingue de urn outro algo; assim, portanto, oposto a alga, porem,
0 nada
tambem
0
de qualquer algo e urn nada determinado.
nada
Aqui,
nada tern de ser tornado em sua simplicidade indeterminada.
0
- Se quisessemos considerar como sendo mais correto que, ao inves de opor
nada ao ser, fosse oposto
0
nao ser, entao nao se teria nada a ob-
0
jetar ao resultado, porque no nao ser esta contida a re1a~ao com e1ee ambos, ser e a nega~ao do mesmo, expressado em
um,
ser;
0
nada, tal
0
como e no devir. Mas, de inlcio nao temos de tratar da forma da oposi~ao, isto e, ao mesmo tempo da relar;;ao,e sim da nega~ao abstrata, imediata,
nada puramente para si, a nega~ao destitulda de re1a~ao -
0
0
que se poderia, porem, se quisermos, tambem expressar pelo mero nada. Os Eleatas expressaram pela primeira vez
0 pensamento
simples do
puro ser, especialmente Parmenides, como sendo
0
absoluto e a unica
verdade e, nos fragmentos que restaram de Parmenides, ele, com
puro
0
entusiasmo do pensamento que pela primeira vez se apreende a si em sua abstrac;ao absoluta, expressou: apenas
ser e e 0nada nao e. - Nos
0
sistemas orientais, essencialmente no budismo,
0
nada,
vazio, e noto-
0
prinefpio absoluto. - 0 profundo Herde/ito ressaltou contra
riamente
0
aquela abstrac;ao simples e unilateral 0 ser
devir e disse:
e tampouco como
0
conceito total mais elevado do
0 nada, ou
que significa: tudo e devir. - Os ditos populares, orientais,
que afirmam que tudo
0 que
e tern
tambem: tudo flui, particularmente
0 germe
0
os
de seu desapa-
recimento em seu nascer e que a morte, inversamente, e
0
ingresso em
uma nova vida, expressam no fundo a mesma unificac;ao entre
0
ser e
o nada. Mas essas expressoes possuem urn substrato no qual ocorre a passagem;
0
ser e
nele se alternando,
0
nada SaGseparados no tempo, representados
como
mas nao pens ados em sua abstrac;ao e, por conse-
guinte, tambem nao de modo que SaGem si e para si
mesmo.
0
Ex nihilo nihil fit 2 e urn dos enunciados ao qual se atribuiu grande significado na metafisica. Pode-se ver nele ou apenas a tautologia sem conteudo: nada e nada; ou caso
0
devir deva nele ter significado
real, entao de fato, uma vez que apenas ha nele nenhum devir, pois contem que tro, para jeitou
0
0
0
0 nada
nada do nada devem, nao
0
permanece nele
0 nada.
nada nao permanece nada, e sim passa para
0 devir 0
seu ou-
ser. - Se a metafisica posterior, especialmente a crista, re-
enunciado de que do nada devem
0
nada, entao ela sustentou
uma passagem do nada ao ser; por mais sintetico ou meramente representativo que esse enunciado tambem tenha sido tornado por ela, ha no entanto tambem na mais imperfeita unificac;ao contido urn ponto onde
0
ser e
0
nada se encontram e sua diferenciac;ao desaparece. - 0
enunciado "do nada nada devem,
nada e justamente
0
importancia propria por meio de sua oposic;ao contra
0
0
nada" tern sua devir em geral
e, assim, tambem contra a criac;ao do mundo a partir do nada. Aqueles que sustentam
0enunciado:
"0 nada
e justamente
0nada",
e inclusive
o defendem com veemencia, nao tern consciencia de que com isso con-
pantefsmo abstrato dos Eleatas e, segundo a questao,
cordam com
0
tambem com
0
panteismo espinozista. A perspectiva filos6fica para a
qual vale como prindpio que merece
0
"0 ser
e apenas ser, 0nada e apenas nada"
nome de sistema da identidade; essa identidade abstrata e a
essencia do panteismo. Nao temos de levar em conta se
0 resultado
de que
0 ser
SaG 0 mesmo por si s6 surpreende ou parece paradoxal;
e
0 nada
antes teria-
mos de nos admirar diante dessa admira~ao que se mostra tao nova na filosofia e que se esquece que nessa ciencia surgem determina~6es inteiramente diferentes do que as que surgem na consciencia comum e no assim chamado entendimento tamente
0
entendimento
comum dos homens, que nao e jus-
sadio, e sim
0
entendimento
formado
para
as abstra~6es e para a cren~a ou antes para a cren~a supersticiosa em abstra~6es. Nao seria dificil indicar essa unidade entre
0 ser
e
0 nada
em cada exemplo, em cada coisa real ou pensamento. 0 mesmo que foi dito anteriormente
sobre a imediatidade e a media~ao (a ultima contem
uma re1a~ao redproca, ou seja, uma nega<;ao)deve ser dito sobre e
0
ser
0
nada, a saber, que nao existe em lugar algum, nem no ceu nem na
terra, algo que nao contenha em si mesmo ambos,
0
ser e
0
nada. Sem
duvida, uma vez que aqui se trata de um algo qualquer e de algo efe-
tivo, assim aquelas determina~6es nao existem mais neles em perfeita inverdade, na qual e1es SaGcomo ser e nada, mas numa determina~ao ulterior e sao, por exemplo, apreendidos como aquele e
0ser
0negativo
posto, refletido, este
0nada
positivo e
0
0
posto, refletido; mas
contem, como seu fundamento abstrato, urn
negativo,
0 positivo
0ser, 0 outro
o nada. - Assim, em Deus mesmo a qualidade, a atividade, a cria<;ao, o poder etc. contem essencialmente a determina~ao do negativo - e1es SaGurn produzir de urn outro. Mas, uma explica~ao empirica daquela afirma~ao por meio de exemplos seria aqui inteiramente
superflua.
Uma vez que a partir de agora a unidade de ser e nada como primeira verdade encontra-se de uma vez por todas colocada como fundamento e implica
0
e1emento de tudo que se segue, entao, afora
devir mesmo,
0
todas as determina~oes 16gicas ulteriores: existencia, qualidade, em geral todos os conceitos da filosofia, SaGexemplos dessa unidade. - Mas o entendimento
que se considera a si comum ou sadio, uma vez que
rejeita a inseparabilidade
entre
0
ser e
0
nada, pode ser levado a tenta-
tiva de descobrir urn exemplo onde se pode encontrar urn separado do outro (algo diante do limite, da limita~ao ou
0
infinito, Deus - que foi
ha pouco mencionado -, diante da atividade). Apenas os vazios entes de pensamento,
ser e 0nada, SaGesses elementos separados e SaGeles
0
que aquele entendimento
privilegia diante da verdade, da inseparabili-
dade de ambos, que por todos os lados esta diante de n6s. Nao se pode ter como prop6sito
querer investigar, por todos os
lados, as confusoes nas quais a consciencia comum se mete com tal enunciado 16gico, pois elas sao inesgotaveis. Apenas algumas podem ser mencionadas.
Urn motivo para tais confusoes e entre outros que
a consciencia leva para urn tal enunciado 16gico abstrato representa~oes de algo concreto e esquece que nao se trata disso, e sim apenas das abstra~oes puras do ser e do nada, e que essas sozinhas tern de ser apreendidas. Ser e nao ser e
0 mesmo;
portanto, e
0 mesmo
se sou ou nao sou,
se essa cas a e ou nao e, se esses cern taleres estao ou nao em meu patrimonio. - Essa conc1usao ou aplica~ao daquele enunciado modifica seu senti do completamente.
0 enunciado contem as abstra~oes puras
de ser e nada; a aplica~ao, porem, faz disso urn ser determinado nada determinado. ser determinado.
Entretanto,
e urn
como ja foi dito, nao se trata aqui do
Urn ser determinado,
finito, e urn ser que se refere a
urn outro; e urn conteudo que se encontra numa rela~ao de necessidade com urn outro conteudo, com
mundo todo. No que se refere a
0
conexao de determina~ao recfproca do todo, a metafisica pode fazer a afirma~ao - no fundo tautol6gica - de que quando fosse destrufda uma molecula, todo tadas contra
0
universo desabaria. Nas instancias que SaGapresen-
0
enunciado em discussao, algo aparece como nao sendo
indiferente, seja ou nao seja, nao por causa do ser ou do nao ser, mas par causa do conteudo, que determinado,
0
conecta com urn outro. Se urn conteudo
alguma existencia determinada,
e pressuposta, entao essa
existencia, conteudo; com
porque e determinada, nao e indiferente
qual encontra-se
para a mesma se urn certo outro conteudo,
tal re1a<;;aoe1a e essencialmente
tar (uma vez que tomamos
0
0
que e. 0 mesmo ocorre no represen-
nao ser no sentido mais determinado
contra a efetividade),
de urn conteudo,
com outro
em re1a<;;ao,e ou nao e; pois apenas por meio de
0
representar
esta em re1a<;;aomultipla
em cuja conexao
que e representado
0
do
ser ou a ausencia
de modo determinado
na re1a<;;ao
com urn outro, nao e indiferente. Essa considera<;;ao contem cipal na critic a kantiana que aqui, contudo,
0
mesmo
que constitui
da prova ontol6gica
momenta
da existencia
prin-
de Deus e
apenas e levada em considera<;;ao no que concerne
a diferen<;;a, que nela surge, entre 0 ser e 0 nada em geral e entre 0 ser determinado ou 0nao ser. - E sabido que naque1a assim chamada prova foi pressuposto as realidades,
conceito
0
e assim tambem
como uma das realidades.
de uma essencia, a existencia,
que igualmente
A crftica kantiana
fato de que a existencia ou
0 ser (0que
na qual cabem todas foi aceita
ateve-se especialmente
aqui vale como tendo
ao
0mesmo
significado) nao e uma propriedade ou urn predicado real, isto e, nao e ao conceito de uma
urn conceito de algo que pudesse ser acrescentado coisa3.
-
Com isso, Kant pretende
<;;aode conteudo. que
Portanto,
dizer que
continua
0 ser
nao e uma determina-
e1e, 0 possIvel nao con tern mais do
real; cern taleres reais nao contem nada menos do que cern taleres
0
possIveis; - a saber, aque1es nao tern outra determina<;;ao de conteudo do que esses. Para esse conteudo indiferente
considerado
isoladamente
e de fato
ser ou nao ser; nao ha ne1e uma diferen<;;a entre ser ou nao
ser, essa diferen<;;a nao
toea em geral de modo algum; os cern taleres
0
nao serao menos se nao forem, nem mais se forem. Vma diferen<;;a tern de primeiramente meu patrim6nio
provir de urn outro lugar. "Mas",
lembra Kant, "em
ha algo mais em cern taleres reais do que no mere con-
ceito dos mesmos (isto e, de sua possibilidade). dade nao esta meramente
Pois
objeto na efetivi-
0
contido analiticamente em meu conceito, mas
se acrescenta sinteticamente ao meu conceito (que e uma determina({ao
de meu estado), sem que com esse ser fora de meu conceito sejam minimamente aumentados
esses cern taleres pensados".
Aqui SaD pressupostos dois estados, para permanecer nas expressoes kantianas,
que nao deixam de ter urn carater pesado e confuso:
urn estado que Kant nomeia como entendido como a representa~ao, patrimonio. para
0
0
do conce to, que aqui deve ser
e urn outro estado, que e
Tanto para urn qua to para outro, para
estado do
0
0 patrimonio
como
representar, os cern taleres sao uma determina~ao de conteudo,
ou se acrescentam, como Kant se exprime, sinteticamente a uma tal determina~ao; eu como possuidor de cern taleres ou como nao possuidar dos mesmos, ou tambem eu como representando para mim cern taleres ou nao os representando,
e sem duvida urn conteudo distinto. Apreen-
dido de modo mais universal: as abstra~oes de ser e de nada deixam de ser abstra~oes ao a1can~arem urn conteudo determinado; realidade,
0
ser determinado
ser determinado
de cern taleres,
0
ser e entao
nada e nega~ao,
0
nao
dos mesmos. Essa determina~ao de conteudo mesma,
os cern taleres, tambem apreendida por si mesma de modo abstrato, num caso
0
e
mesmo que no outro, sem se modificar. Mas, uma vez que
o ser, mais adiante, e tornado como estado patrimonial,
os cern taleres
entram em rela~ao com urn estado, e para este estado tal determinidade, que eles sao, nao e indiferente; seu ser ou nao ser e apenas modifi-
CafaO;eles estao inseridos na esfera da existencia. Se, par conseguinte, se protesta contra a unidade de ser e de nada, de que nao e indiferente se esse ou aquele (os cern taleres) sao ou nao sao, e uma ilusao apenas atribuirmos a distin~ao ao ser e ao nao ser, se possuo ou nao possuo os cern taleres - uma ilusao que, como foi mostrado, repousa sobre a abstra~ao unilateral, que deixa de lado a existencia determinada que esta presente em tais exemplos e apenas apreende como inversamente transforma ser apreendidos,
0
ser e
0
0
ser e
0
nao ser, assim
nada abstratos, que deveriam
em urn ser e nada determinados,
em uma existencia.
Primeiramente a existencia con tern a distin~ao real entre
0ser
e
0nada,
a saber, urn algo e urn outro. E essa distin~ao real que paira diante da representa~ao, ao inves do ser abstrato e do puro nada, e de sua distin-
<;aoapenas intencionada. Tal como Kant se exprime, assim algo entra "por meio da existencia no contexto da experiencia inteira",
"nos obtemos desse modo urn
objeto da percepfao a mais, mas nosso conceito do objeto nao e desse modo aumentado".
- Como decorre da explica<;ao, isso significa que
por meio da existencia, essencialmente pelo fato de que algo e existenele esta numa conexao com urn outro e junto com urn
cia determinada,
outro tambem esta com alguem que percebe. - 0 conceito de cern taleres, diz Kant, nao e aumentado pelo perceber. 0 conceito significa aqui os cern taleres anteriormente
observados, isoladamente representados.
Nesse modo isolado eles SaG na verdade urn conteudo empirico, mas apartado, sem conexao e determinidade
diante de urn outro; a forma da
identidade consigo me sma retira-Ihe a rela<;ao com urn outro e torna-os indiferentes, sejam percebidos ou nao. Mas
0
assim chama do conceito
dos cern taleres e urn conceito falso; a forma da rela<;ao simples consigo mesma nao pertence a tal conteudo limitado, finito mesmo; ela e uma forma imposta e emprestada
a ele pelo entendimento
subjetivo; cern
taleres nao e algo que se relaciona consigo mesmo, mas e algo mutavel e passagelro.
o pensar
ou
representar que apenas vislumbra urn ser determina-
0
do, a existencia, tern de ser reconduzido ao inicio mencionado
da cien-
cia, que Parmenides fez, ao depurar e elevar seu representar e, com isso, tambem
0
representar
da epoca posterior, ao pensamento puro, ao ser
como tal e, assim, criou
elemento da ciencia. - 0 que e
0
ciencia teve de se mostrar historicamente como ver 0um ou
ser eleatico como
primeiro na
0
primeiro. E temos de
0
0
a
agua e outros principios materiais semelhantes tem de ser certamente
0
0
primeiro do saber do pensamento;
universal, mas como materias, nao SaGpuros pensamentos; os numeros nao SaGnem
primeiro pensamento
0
permanece junto consigo mesmo, e sim
simples nem
pensamento
0
que
pensamento que e inteiramen-
0
te exterior a si mesmo. A recondu<;ao do ser particular finito ao ser como tal em sua universalidade inteiramente abstrata tern de ser vista como a primeira exigencia teorica e, inclusive, tambem pratica. Quando e feita uma supressao
dos cern taleres, de modo que faz uma diferens:a em meu patrimonio
se
eu os possuo ou nao, ainda mais, se eu sou ou nao sou, se urn outro e ou nao e, entao pode ser recordado - sem mencionar que ha estados patrimoniais para os quais tal posse de cern taleres sera indiferente - que o homem deve elevar-se a essa universalidade
abstrata em seu modo de
pensar, no qual the e de fato indiferente se os cern taleres SaD ou nao sao, independentemente
de qual relas:ao quantitativa
com seu estado patrimonial, patrimonial
eles possam ter
bem como the e indiferente se
0
estado
e ou nao e, isto e, se na vida finita ele e ou nao e (pois e
intencionado
urn estado, urn ser determinado)
(ractus illabitur orbis, impavidum
etc. - pois mesmo
(erient ruinae4",
"si
disse urn romano, e
o cristao deve encontrar-se ainda mais nessa indiferens:a. Ha que observar ainda a conexao imediata na qual a elevas:ao sobre os cern taleres e as coisas finitas em geral se encontra com'a prova ontologica e a crftica kantiana apresentada.
Essa crftica tornou-se univer-
salmente plauslvel devido ao seu exemplo popular; quem nao sabe que cern taleres efetivos SaDdistintos de cern ta1eres posslveis? que eles im plicam uma diferens:a em meu patrimonio?
Porque se apresenta desse
modo em cern taleres essa diversidade, assim
conceito, isto e, a deter-
0
minidade de conteudo como possibilidade vazia e 0ser SaDdistintos urn do outro; fJOrtanto, tambem
0
conceito de Deus e distinto de seu ser, e
assim como eu tampouco posso extrair da possibilidade de cern taleres sua efetividade, tampouco posso "extrair aos poucos" [herausklauben] do conceito de Deus sua existencia; porem, e nesse extrair aos poucos a existencia de Deus a partir de seu conceito que ha de consistir a prova ontologica. Se, sem duvida, for correto que
conceito e distinto do ser,
0
ainda mais Deus e distinto de cern taleres e de outras coisas finitas. E proprio da definir;ao das coisas finitas que nelas distintos, que
conceito e 0ser sejam
0
conceito e a realidade, a alma e 0corpo SaDseparaveis,
0
ou seja, SaD passageiros
e mortais; a definis:ao abstrata
de Deus, ao
contrario, e justamente essa, que seu conceito e seu ser sao inseparados
4 Horacio, Carmina III, 3. "se 0 edificio do rnundo desabar ruidosarnente, encontrarao urn heroi que resistira irnpavido".
ainda assirn as ruinas
e insepardveis. A verdadeira crftica das categorias e da razao e justamente a de informar
conhecimento sobre essa diferenr;a e afasta-Io de
0
aplicar as determinar;oes e relar;oes do finito a Deus. Observa~ao 2: Deficiencia da expressao: unidade, identidade do ser e do nada Ha urn outro motivo a ser apresentado aversao diante do enunciado sobre
0 ser
e
que pode ser uti I contra a 0 nada;
esse motivo e que a
expressao do resultado, que resulta da considerar;ao do ser e do nada, e imperfeita por meio do enunciado
o acento
"0 ser
e
0 nada
e especialmente colocado no ser um e
juizo em geral, no qual
0 predicado
0
san um e
0mesmo".
mesmo, tal como no
primeiramente
exprime
0 que
e
0
sujeito. 0 sentido parece ser, por conseguinte, que se nega a diferen~a que, no entanto, ao mesmo tempo surge imediatamente
no enunciado;
pois ele exprime ambas as determinar;oes, ser e nada, e as con tern como distintas. Nao se pode ao mesmo tempo pensar que se abstrai deles e que apenas a unidade deve ser apreendida. si mesmo como unilateral,
Esse sentido resultaria por
que aquilo do qual se deve abstrair esta,
todavia, presente no enunciado e e nomeado. - Na medida em que enuntiado
"0 ser
e
0 nada
e
0 mesmo"
0
exprime a identidade dessas
determinar;oes, mas de fato contem igualmente ambos como distintos, ele se contradiz a si em si mesmo e se dissolve. Se apreendermos de modo mais preciso, temos aqui, portanto, considerado mais atentamente, possui
posto urn enunciado que,
movimento de desaparecer por
0
meio de si mesmo. Mas, com isso ocorre nele mesmo tituir seu conceito proprio, a saber, o
enunciado contem, assim,
0
0
isso
0
que deve cons-
devir.
resultado, ele e esse resultado em si
mesmo. A circunstancia, porem, para a qual aqui tern de ser chamada a atenr;ao e a deficiencia que
0
resultado nao e ele mesmo expressado
no enunciado; e uma reflexao exterior que
0
reconhece nele. - Quanto
a isso, no inicio tern de ser feita imediatamente de que
0
essa observar;ao geral
enunciado, na forma de um juizo, nao e apropriado
pressar verdades especulativas; a familiaridade
para ex-
com essa circunstancia
seria apropriada para afastar muitos mal entendidos das verdades especulativas. 0 jUlzo e uma rela<;:aoidentica entre ne1e se abstrai do fato de que
0
0
predicado;
0
sujeito ainda tern mais determinidades
do que aquelas do predicado, bem como que jeito. Se, porem,
sujeito e
0
predicado e aIem do su-
0
conteudo e especulativo, entao tambem
0
nao iden-
tico do sujeito e do predicado e momenta essencial, mas isso nao esta expresso no julzo. A luz paradoxal
e bizarra, na qual muitas coisas da
filosofia moderna brilham para os que nao estao familiarizados
com
0
pensamento especulativo, recai de modo variado na forma do jUlzo sim ples, quando e empregada para a expressao de resultados especulativos. A fim de expressar a verdade especulativa, a deficiencia e de infeio corrigida no senti do de que
enunciado oposto e acrescentado,
ciado "a ser e a nada naa e a mesma", que anteriormente maneira expressado. esses enunciadas
enun-
0
0
foi da m~sma
S6 que assim surge a deficiencia ulteriar de que
nao sac unidas, ou seja, apenas exp6em
0
conteuda
na antinomia, ao passo que seu conteudo se relaciona, todavia, com urn e
mesmo e as determina<;:6es, que sac expressas nos dois enunciados,
0
devem pura e simplesmente ser unificadas - uma unifica<;:aoque entao apenas pode ser expressa como uma inquietar;aa de incampativeis ao mesmo tempo, como um mavimenta. A injusti<;:amais comum contra
0
conteudo especulativo e torna-Io unilateral, isto e, ressaltar apenas urn dos enunciados
nos quais ele pode ser dissolvido. Entao nao pode ser
negado que esse enunciado e afirmado; a indicar;aa e taa carreta quanta
fa/sa, pois quando e tornado do especulativo um enunciado, teria ao menos de ser observado e indicado igualmente tern de ser mencionada palavra "unidade";
de modo particular
0 outro.
- Aqui ainda
a assim chamada
infeliz
a unidade designa ainda mais do que a identidade
uma reflexao subjetiva; ela e especialmente tomada como a rela<;:aoque decorre da comparar;aa, da reflexao exterior. Na medida em que essa encontra em dois abjetas distintas
mesmo, entao ha uma unidade, de
0
modo que nela a perfeita indiferenr;a dos objetos mesmos, que sac com parados, e pressuposta
diante dessa unidade, sendo que esse comparar
e a unidade nada interessam aos objetos mesmos e sac urn atuar e determinar que lhes sac exteriores. A unidade exprime, por conseguinte,
a mesmice inteiramente abstrata e soa tanto mais dura e surpreendente quanto mais aque1es dos quais ela e expressa se mostram pura e sim plesmente distintos.
Me1hor do que unidade seria, desse modo, dizer
apenas insepara<;aoe inseparabilidade; mas, com isso,
0
elemento afir-
mativo da re1as:ao do todo nao e expresso. Assim,
devir,
que aqui resultou, e
resultado inteiro, verdadeiro,
0
0
que nao e a unidade meramente unilateral e abstrata do ser e do nada. E sim subsiste nesse movimento, por isso e da mesma maneira
que
ser e imediato e simples, que
0 puro
puro nada, que a diferens:a dos mesmos
0
e , mas da mesma maneira se suprime e nao e . 0 resultado afirma, portanto, a diferens:a entre
ser e 0nada, mas como uma diferens:a apenas
0
intencionada [gemeinten]. Acha-se [man meint] que do que
0 ser e antes 0 pura
e simplesmente outro
nada e nao ha nada mais claro do que sua absoluta diferens:a,
0
e nada parece mais facil do que poder indica-Ia. Mas e igualmente facil convencer-se de que isso e impossIvel, de que e1a e indizivel. Aqueles
que querem insistir na diferen<;aentre
ser e 0nada poderiam desafiar-
0
-se a si mesmos e indicar onde ela reside. Se alguma determinidade, comofoi ser e
recordado,
0 puro
conseguinte,
ser e
por onde e1es se distinguiriam,
ser determinado
completamente
0
nada tivessem
e1es seriam, tal
e nada determinado,
nada, tal como e1es ainda
o indeterminado;
0
0 SaGaqui.
nao
puro
0
Sua diferens:a e, por
vazia, cada urn dos dois e de igual modo
e1a nao consiste, por conseguinte, ne1es mesmos, mas
em urn terceiro, no visar [meinen]. Mas
visar e uma forma do subjeti-
0
yo, que nao pertence a essa serie da exposis:ao. 0 terceiro, porem, onde o ser e
0
nada tern sua subsistencia, tambem tern de ocorrer aqui; e de
fato e1e ja ocorreu, e
0
devir. 0 ser e 0nada SaGne1e como distintos;
0
devir apenas existe na medida em que e1es SaGdistintos. Esse terceiro e urn outro em re1as:ao a e1es; - e1essubsistem apenas em urn outro, significa igualmente que nao subsistem por si s6. 0 devir e
0
que
0
subsistir
do ser bem como do nao ser; ou seu subsistir e apenas seu ser em
um;
justamente esse seu subsistir e 0que igualmente supera sua diferens:a. A exigencia de indicar a diferens:a entre globa em si a exigencia de dizer
0
0
que e , pois,
ser e 0
0
nada tambem en-
ser e
0
nada. Aque1es
que protestam contra
reconhecimento
0
apenas uma passagem de urn para
de urn e de outro como sendo
outro, e sustentam do ser e do nada
0
isso e aquilo, que indiquem entao sobre
que estao falando, isto e,
0
deem e mostrem uma defini(:ao do ser e do nada e que seja correta. Sem satisfazer essa primeira exigencia da ciencia antiga, cujas regras 16gicas eles deixam de resto valer e as quais aplicam, todas aquelas afirma<;6es sobre
0 ser
e
0 nada
sao apenas assevera<;6es e nulidades cientificas.
Quando foi dito que a existencia, na medida em que inicialmente a tomamos como tendo significado identico com
0
ser, e
0
complemento a
possibilidade, entao e pressuposta uma outra determina<;ao, a possibilidade, e
ser nao e expresso em sua imediatidade,
inclusive e expresso
0
como nao autonomo,
como condicionado.
Para
ser que e mediado
0
iremos manter a expressao existencia. Mas, certamente representamos
diante de nos
0
ser - por exemplo, com a imagem da pura luz, como
a clareza da visao nao turvada, e
0
nada, porem, representamos
como
sendo a pura noite - e ligamos sua diferen<;a a essa diversidade sensivel bastante conhecida.
De fato, porem, quando tambem representamos
esse ser de modo mais exato, podemos facilmente perceber que vemos tanto na clareza absoluta quanto na escuridao absoluta; assim como
0
outro ver,
que urn ver
puro ver, sao urn ver nada. A pura luz e a
0
pura escuridao sao dois vazios iguais. Algo po de ser distinguido primeiramente na luz determinada ridao - portanto,
- e a luz e determinada
por meio da escu-
na luz turvada e, do mesmo modo, primeiramente
escuridao determinada
- e a escuridao e determinada
- na escuridao clareada, pois primeiramente
na
por meio da luz
a luz turva e a escuridao
clareada tern a diferen<;a nelas mesmas e, assim, sao ser determinado,
existencia. Observa<;ao 3: 0 isolamento dessas abstra<;6es A unidade, cujos momentos,
ser e
0
nada, sao inseparaveis, e ime-
0
diatamente distinta deles, ou seja, e urn terceiro diante deles, sua forma mais peculiar e
0
devir. Passar e
ren<;aque naquele sao representados outro, como repousando
0
qual em
0
mesmo que devir, a dife-
ambos, dos quais urn passa para
0
urn separado do outro e como se a passagem
ocorresse entre eles. Seja onde e como se trate do ser e do nada, esse terceiro tern de estar presente; pois aqueles nao subsistem por si mesmos, mas apenas san no devir, nesse terceiro. Mas esse terceiro possui formas [Gestalten] empfricas multiplas, que san ignoradas ou desprezadas peIa
abstra~ao, a fim de fixar aqueIes seus produtos,
ser e 0nada, cada urn
0
para si e mostra-Ios protegidos contra a passagem. Contra tal procedimento simples da abstra~ao tern de se lembrar simplesmente da existencia empfrica, na qual aqueIa abstra~ao mesma e apenas algo, tern uma existencia. Ou, de resto, san formas da reflexao, por meio das quais a separa~ao dos insepara.veis deve ser fixada. Em tal determina~ao presente em si e para si
0
esta
oposto deIa mesma e, sem voltar para a natu-
reza da questao e apeIar para eIa, aqueIa determina~ao de reflexao tern de ser confundida
neIa mesma, pelo fato de que e tomada tal como se
oferece, e seu outro e neIa mesma demonstrado.
Seria urn esfor~o inuti I
querer, por assim dizer, captar todas as nuan~as e caprichos da reflexao e de seu modo de raciocinar, a fim de subtrair-Ihes e tomar impossfveis seus impasses e desvios, mediante os quais eIa oculta sua contradi~ao diante de si mesma. Por isso, tambem me abstenho de levar em conta as variadas obje~6es e refuta~6es, que se tomam como tais, levantadas contra apenas
fato de que nem
0
ser nem
0
nada san algo verdadeiro,
0
devir e sua verdade; a forma~ao de pensamento
0
ce ao reconhecimento
mas
que perten-
da nulidade de tais refuta~6es ou, antes, para
afastar de si mesmo tais ideias enviesadas, sera apenas produzida peIo conhecimento
crftico das form as do entendimento;
modo mais forte se encontram
mas aqueles que de
em tais obje~6es, avan~am imediata-
mente com sua reflexao sobre os primeiros enunciados, ou terem chegado, com
0 estudo
sem chegarem
ulterior da 16gica, a uma consciencia
sobre a natureza dessas reflex6es rudes. Temos de considerar aqui alguns dos fenomenos que resultam do fato de
0 ser
e
0 nada
serem isolados urn do outro e serem postos urn
fora do ambito do outro, de modo que assim e negada a passagem. Parmenides fixou
0
ser e foi
0
mais conseqiiente ao dizer, ao mes-
mo tempo, acerca do nada que eIe nao e ; apenas inteiramente
para si e
0
indeterminado,
0
ser e. 0 ser assim
nao tern, portanto,
nenhuma
relac;ao com urn outro; parece entao que a partir desse inicio nao se poderia prosseguir adiante, a saber, a partir dele mesmo, e uma progressao apenas poderia oearrer se algo estranho de fora fosse ligado a ele. A progressao que afirma que
0
ser e
0
mesmo que
0
nada aparece
entao como urn segundo e absoluto inicio - uma passagem que e para si e se acrescenta exteriormente
ao ser. Ser nao seria em geral
absoluto, se tivesse uma determinidade;
0
inicio
nesse caso, ele dependeria
urn outro e nao seria imediato, nao seria
de
inicio. Mas se e indetermina-
0
do e assim verdadeiro inicio, entao tambem nao tern nada pelo qual se conduz a urn outro, e ao mesmo tempo
tim. Algo tampouco pode sair
0
dele como algo po de nele entrar; em Parmenides como em Espinosa nao se deve prosseguir do ser ou da substancia absoluta para finito. Se ainda assim sairmos dele,
0
0
negativo,
0
que, como foi observado, apenas
po de oearrer de modo exterior a partir do ser destitufdo de relac;ao e de progressao,
entao essa progressao e urn segundo e novo inicio. Assim, 0 mais absoluto e incondicionado
de Fichte:
A = A e urn par [Setzen]; 0segundo enunciado fundamental
e urn opor
o enunciado fundamental
[Entgegensetzen]; esse deve ser em parte condicionado, dicionado
em parte incon-
(e assim e a contradic;ao em si). Essa e uma progressao
da
reflexao exterior, a qual tanto nega de novo aquilo pelo qual comec;a como sendo urn absoluto - quanto faz expressamente mente urn condicionado.
0
opor e a negac;ao da primeira identidade
de seu segundo incondicionado
imediata-
Mas, se houvesse em geral uma legitimidade
para progredir, isto e, para superar
0 primeiro
inicio, entao isso deveria
residir nesse primeiro infcio mesmo, para que urn outro pudesse se relacionar ao mesmo; deveria, portanto,
ser algo determinado. Mas,
0
ser
ou tambem a substancia absoluta nao se presta a isso; pelo contrario. Ele e
0
imediato,
pura e simplesmente indeterminado.
0
As descric;6es mais eloqiientes, talvez esquecidas,
sobre a impos-
sibilidade de chegar a algo mais distante a partir de urn abstrato e
a
unificac;ao de ambos, san feitas por Jacobi no interesse de sua polemica contra a sintese a priori da consciencia de si de Kant, em seu tratado
Sobre
0
empreendimento
do criticismo de levar a razZlo ao entendi-
mento (Obras, vol. III, Leipzig, 1816). Jacobi apresenta
(p. 113) as-
sim a questao: que seja indicada em algo puro, seja da consclencia, do espa~o ou do tempo, "0 espa~o e urn,
0
0
nascimento ou a produ~ao de uma sintese.
tempo e urn, a consciencia e urn ... ora, digam-me
como urn desses tres unos nele mesmo se multiplica puramente ." cada urn e apenas um e nenhum outro; uma unicidade, uma identidade dele, dela e disso [Der-Die-Das-Selbigkeit]! sem
caniter dele, dela ou disso
0
[Derheit, Dieheit, Dasheit]; pois esse ainda dorm ita com ele, com ela e com isso no infinito = 0 do indeterminado,
a partir de oude todo e cada
determinado tambem ainda deve proceder! 0 que traz ... naquelas tres infinitudes ... finitude;
que fertiliza a priori
0
espa~o e
0
tempo com
0
numero e a medida e os transforma em urn multiplo puro;
0
que leva a
0
pura espontaneidade (eu) a oscila~ao ... ? Como sua pura vogal chega a uma consoante, ou melhor, como seu ininterrupto
som, interrompendo-se
sopro carente de
a si, se detem, a fim de conquistar pelo menos
uma especie de som pr6prio, urn acento?" - Ve-se que Jacobi reconheceu de modo muito determinado
a inessencia da abstra~ao, seja ela
0
assim chamado espa~o absoluto, isto e, apenas abstrato ou mesmo urn tal tempo ou tal consciencia pura, prop6sito
0
eu; ele insiste nesse ponto com
de afirmar a impossibilidade
de uma progressao
0
para urn
outro, da condi~ao de uma sintese e para a pr6pria sintese. A sintese, que constitui
0
interesse, nao deve ser tomada como uma liga~ao de
determina~6es ja presentes no exterior - de urn lado, trata-se propriamente da gera~ao de urn segundo em rela~ao a urn primeiro, de urn determinado em rela~ao a algo que inicia indeterminado;
de outro lado,
porem, trata-se da sintese imanente, a sintese a priori - a unidade em si e para si existente dos distintos. 0 devir e essa sintese imanente do ser e do nada; mas porque
sentido da uniao exterior de algo dado ex-
0
teriormente urn diante do outro esta mais pr6ximo da sintese, sintese, unidade sintetica, foi corretamente
0
nome
colocado em desuso. - Ja-
cobi pergunta: como a pura vogal do eu se torna consoante,
que leva
0
a indeterminidade? 0 0 que? seria facil de responder e Kant respondeu a sua maneira essa pergunta; mas a pergunta pelo determinidade
como? significa: de que modo, segundo que rela~ao e assim por diante, o que exige a indica~ao de uma categoria particular; mas a questiio aqui
nao pode se referir ao modo e as categorias do entendimento.
A per-
gunta pelo como? pertence ela mesma ao modo de proceder corriqueiro da reflexao, a qual pergunta pela conceitualidade,
mas nisso pressupoe
suas categorias rfgidas e assim se sabe previamente armada contra a reposta daquilo que pergunta. 0 sentido mais elevado de uma pergunta pela necessidade da sintese, a pergunta tambem nao tern em Jacobi, pois, como foi dito, ele fica firmemente preso as abstra~oes, a favor da afirma~ao da impossibilidade da sintese. Em particular, ele descreve de urn modo muito visual
procedimento
0
(p.147) de chegar a abstra~ao
do espa~o. "Eu devo ... procurar por algum tempo esquecer que vi, escutei e toquei qualquer coisa, inclusive nao devo expressamente excluir a mim mesmo disso. Devo puramente, puramente, puramente esquecer todo movimento e justamente permitir que esse esquecimento, porque e
0
mais dificil, seja para mim expresso. Assim como em geral deixei
de pensar em tudo, devo tambem deixar tudo perfeitamente como nao
tendo sido criado e nao conservar mais nada senao a intui~ao, mantida com violencia apenas do espa~o imutdvel infinito. Eu tambem nao devo, por conseguinte, pensar a mim mesmo como algo distinto dele e, da mesma maneira, associado a ele nao devo novamente me inserir nele
pelo pensamento; eu nao devo permitir que ele meramente me envolva ou penetre em mim, mas devo passar inteiramente por ele, ser uno com ele, transformar-me
nele; eu nao devo conservar de mim mais nada se-
nao essa minha intuic;aomesma, a fim de consideni-Ia como uma representa~ao verdadeiramente
autonoma, independente, {mica e sozinha" .
Nessa pureza inteiramente determinidade
abstrata da continuidade,
isto e, da in-
e vacuidade do representar, e indiferente nom ear essa
abstra~ao como sendo espa~o ou intui~ao pura, pensamento puro; - e tudo a mesma coisa
que
0
indiano designa como Brahma - se ele im6-
0
vel no exterior e igualmente im6vel na sensa~ao, na representa~ao,
na
fantasia, no desejo, etc. por anos a fio apenas olha para a ponta de seu nariz, apenas diz internamente
em si mesmo Om, Om, Om ou se nao
diz nada. Essa consciencia surda e vazia, apreendida como consciencia,
e o ser. Nesse vazio, continua Jacobi, acontece-Ihe
0
oposto daquilo que,
de acordo com a assevera~ao kantiana,
the deveria acontecer; ele nao
se encontra como urn multiplo e algo variado, antes como algo uno sem toda multiplicidade
e variedade; alias, "eu sou a impossibilidade
mesma, sou a aniquilat;ao de tudo
0
que e variado e multiplo, ... tam-
bem nao posso, a partir de minha essencia puramente simples, imutavel
reproduzir ou introduzir por m:igica
0
minimo daquilo ... Assim se
revel a (nessa pureza) ... como sendo algo puramente impossivel tudo
0
que esta fora urn do outro e ao lado urn do outro, toda a variedade e multiplicidade que sobre isso repousa". Essa impossibilidade
nao significa outra coisa senao a tautologia:
eu me prendo a unidade abstrata e exc1uo toda multiplicidade dade, me atenho ao que e sem distin~ao e ao indeterminado de tudo
0
que e distinto e determinado.
A sintese kantiana,a
e variee desvio priori da
consciencia de si, isto e, a atividade dessa unidade, de se dirimir e de se manter a si nessa dirimi~ao, e reduzida por Jacobi a mesma abstra~ao. Aquela "sintese em si",
0
"julgar originario", ele transforma
(p. 125)
de modo unilateral na "copula em si - urn Ii, Ii, Ii, sem come~o nem fim e sem
0
que, quem equal. Essa repeti~ao infinita da repeti~ao e a unica
ocupa~ao, fun~ao e produ~ao da sintese a mais pura; ela mesma e a mera, pura e absoluta repeti~ao mesma". Ou, de fato, uma vez que nao h:i interrup~ao [Absatz], isto
e , nao
ela nao e uma repeti~ao, e sim apenas
h:i nega~ao, distin~ao nela, entao 0
ser indistinto e simples. - Mas,
isso e ainda uma sintese, se Jacobi justamente deixa de lado aquilo por meio de que a unidade e unidade sintetica? Inicialmente, se Jacobi se aferra ao espa~o, ao tempo e tambem a consciencia absolutos, isto e, abstratos, tern de ser dito que ele se situa e se atem desse modo a algo empiricamente falso; nao existe, isto e, empiricamente
existentes, espa~o e tempo que seriam algo espacial e
temporal sem limite, que nao seriam preenchidos em sua continuidade pela existencia e mutabilidade
multiplamente
limitadas, de modo que
esses limites e modifica~6es pertencem inseparados e inseparaveis a es pacialidade e a temporalidade; enchida com
sentimento,
0
da mesma maneira, a consciencia e prerepresentar e
0
desejar determinados;
0
ela
nao existe separada de qualquer conteudo particular. - A passagem em-
pfrica, de qualquer modo, se compreende por si s6; a consciencia pode certamente fazer do espa<;o vazio, do tempo vazio e da consciencia vazia mesma ou do puro ser urn objeto e urn conteudo; mas ela nao fica nisso, e ela nao apenas passa, mas se impulsiona, de tal vacuidade para algo melhor, isto e, de algum modo para urn conteudo mais concreto e, por pior que seja de resto urn conteudo, ele e nessa medida melhor e mais verdadeiro; justamente tal conteudo e urn conteudo sintetico em geral; sintetico tornado em sentido mais universal. Assim, Parmenides, com a aparencia e a opiniao, tern de se haver com 0 oposto do ser e da verdade; assim tambem Espinosa com os atributos, com 0 modo, a extensao, 0 movimento, 0 entendimento,
a vontade etc. A sfntese con tern
e mostra a inverdade daquelas abstra<;6es; elas estao nela em unidade com 0 seu outro, portanto,
nao como subsistindo por si s6, nao tomo
absolutas, e sim pura e simplesmente como relativas. Nao se trata, porem, de demonstrar
a nulidade empfrica do espa-
<;0vazio e assim por diante. Sem duvida a consciencia tambem pode, por abstra<;ao, se preencher com aquele indeterminado, apreendidas
e as abstra<;6es
sao os pensamentos do espa<;o puro, do tempo puro, da
consciencia pura e do puro ser. a pensamento do espa<;o puro etc. isto e, 0 puro espa<;o etc. nele mesmo tern de ser demonstrado
como nulo,
isto e, que ele como tal ja e seu oposto, que nele mesmo ja penetrou seu oposto, que ele ja e por si s6 0 sair fora de si mesmo, e determinidade. Mas, isso resulta imediatamente creve exaustivamente,
neles. Eles sao, como Jacobi des-
resultados da abstra<;ao, sao expressamente
de-
terminados como indeterminados, 0 que - a fim de retornar a sua forma a mais simples - e 0 ser. Justamente eo que constitui a determinidade e oposta a determinidade; determinado abstrato.
essa indeterminidade, porem,
dos mesmos; pois a indeterminidade
ela e, assim, como algo oposto, ela mesma 0
ou 0 negativo e, na verdade, 0 negativo puro, inteiramente
Essa indeterminidade
ou nega<;ao abstrata,
que assim possui
o ser nela mesma, e 0 que expressa tanto a reflexao exterior como interior, na medida em que 0 iguala ao nada, 0 toma como urn vazio ente de pensamento,
como urn nada. - au podemos expressa-Io assim: porque
o ser e 0 que e destitufdo de determina<;ao, ele nao e a determinidade
(afirmativa), que e1e e, nao e ser, e sim nada. Na pura reflexao do inkio, tal como e1e e feito nessa l6gica com o ser como tal, a passagem ainda esta oculta; porque 0 ser e apenas posto como imediato, 0 nada apenas irrompe ne1e imediatamente. Mas todas as determina~6es subseqiientes, como logo em seguida a existen-
cia [Dasein], san mais concretas; nessa ja esta posto 0 que contem e 0 que produz a contradi~ao daque1as abstra~6es e, por conseguinte, sua passagem. Junto ao ser como aque1e simples, imediato, a recorda~ao de que e resultado da perfeita abstra~ao, portanto, tividade abstrata, 0 nada, e abandonado
que ja e por isso nega-
antes da ciencia, a qual, no in-
terior de1a mesma, expressamente ira expor, a partir da essencia, aque1a
imediatidade unilateral como uma imediatidade mediada, onde e posta o ser como existencia [Existenz] eo mediador desse ser, o·fundamento. Com aque1a recorda~ao, a passagem do ser no nada pode ser assim repre~yntada como algo mesmo simples e trivial ou tam bern, como se denomina, pode ser esclarecida ou tornar-se apreensivel, que, manifestamente, 0 ser, que e tornado 0 inkio da ciencia, e nada, pois podemos abstrair de tudo, e se abstraimos de tudo, sobra 0 nada. Mas, pode-se acrescentar que, com isso, 0 inicio nao e urn afirmativo, nao e ser, e sim justamente nada, e nada e entao tambem 0 fim, pe10 menos tanto quanto 0 ser imediato e mesmo ainda muito mais. 0caminho mais curto e deixar tal raciocinar a sua sorte e observar como se mostram, pois, os resultados nos quais insiste. 0fato de que, segundo isso, 0 nada seria 0 resultado daque1e raciocinar e 0 inkio teria de ser feito com 0 nada (como na filosofia chinesa), por causa disso nao se deveria mover a mao, pois antes que se a virasse, esse nada teria da mesma maneira se transformado
em ser (veja anteriormente:
B. Nada). Alem disso,
porem, se aquela abstra~ao de tudo, cujo todo e, todavia, urn ente, fosse pressuposta,
e1a tern entao de ser tomada de modo mais preciso;
o resultado da abstra~ao de todo 0 ente e inicialmente 0 ser abstrato, o ser em geral; tal como na prova cosmo16gica da existencia de Deus a partir do ser contingente do mundo, em que ocorre a e1eva~ao sobre esse mundo, mais ainda e levado 0 ser junto, 0 ser e determinado como
ser infinito. Mas tambem se pode sem duvida abstrair desse puro ser, 0
ser ainda ser lanc;ado para
todo, do qual ja foi abstrafdo; entao sobra
0
nada. Pode-se ainda, quando se pretende esquecer isto e, sua reversao para
pensar do nada,
0
ser, ou quando nao se soubesse de nada disso,
0
prosseguir no silencio daquele pader; tambem se pode abstrair (Deus seja louvado!) do nada (tal como a criac;ao do mundo e uma abstrac;ao do nadal, e entao nao sobra
nada, pois justamente deste e abstrafdo,
0
mas se chegou assim novamente ao ser. - Esse pader fornece urn jogo exterior do abstrair, onde
0
abstrair e apenas
0
gativo. Inicialmente reside nesse poder mesmo tao indiferente quanto
0
atuar unilateral do nefato de que
0
0
ser the e
nada e, assim como cada urn deles desaparece,
tambem cada urn deles nasce; mas igualmente indiferente e se se parte do atuar do nada ou do nada;
0
atuar do nada, isto e,
nao e nem mais nem menos algo verdadeiro do que
0
mero abstrair
mero nada:
0
A dialetica segundo a qual Platao trata do urn no Parrnenides tern de ser igualmente considerada mais como uma dialetica da reflexao exterior. 0 ser e 0urn san ambos formas eleaticas, os quais san Mas eles tambem tern de ser distinguidos;
mesmo.
0
e dessa maneira que Platao
os toma naquele dialogo. Depois de afastar do urn as diversas determinac;oes do todo e das partes, de ser em si mesmo, ser em urn outro etc., da figura, do tempo, etc.,
resultado e que nao cabe
0
de outro modo a algo nao caberia (Steph.
141 e).
ser, segundo urn daqueles mod os
e
naa ser do urn; isso ocorre pela carnparafaa
0
0
0 urn
de ambas
e ; ele con tern
urn e " contem mais do que quando apenas se diz:
" 0
Pelo fato de que san distintas que
e " e
"a urn
como a partir desse enunciado e operado a
as determinac;oes do enunciado pressuposto: eo ser
ser ao urn, pois
A partir disso, Platao trata do enunciado:
pode-se nele acompanhar passagem para
0
0
e demonstrado
0
0 urn
urn".
" 0
momento da negac;ao
enunciado contem. Isso deixa claro que esse caminho tern urn
pressuposto e e uma reflexao exterior. Assim como aqui
0 urn
que deve ser apreendido
e posto em ligac;ao com
0 ser,
assim
0 ser,
de modo abstrato par si mesmo, e demons-
trado sem que se entre no pensamento, em uma ligac;ao que contem
0
de urn modo
0
mais simples
oposto do que deve ser afirmado. 0 ser,
tornado tal como e de modo imediato, pertence a urn sujeita, e algo
expresso, possui uma existencia empirica em geral e se encontra assim no solo do limite e do negativo. Seja em que express6es e no~6es tendimento
0
en-
se exprima, quando se volta contra a unidade do ser e do
nada e se apoia sobre
que imediatamente
0
esta presente, ele justamente
nao encontrara nessa experiencia mesma nada mais senao ser determi-
nado, ser com urn limite ou nega~ao - aquela unidade que ele rejeita. A afirma~ao do ser imediato se reduz assim a uma existencia empirica, cuja demonstra(:ao ela nao pode rejeitar, porque e a imediatidade fora do pensamento,
o mesmo
a qual ela quer se ater.
ocorre com
0
nada, so que de urn modo oposto, e essa
reflexao e conhecida e muitas vezes foi feita sobre
mesmo. 0 nada,
se mostra como existente; pois, segundo
tornado em sua imediatidade,
a sua natureza, ele e 0mesmo que do, fala-se dele, logo ele e ;
0
0 ser.
0 nada e pensado, representa-
nada tern seu ser no pensar, no representar,
0
no falar. Esse ser, porem, mais adiante e distinto dele; diz-se, por conseguinte, que
nada certamente e no pensar, no representar, mas que por
0
isso nao e ele, que como tal
ser nao the cabe, que apenas
0
pensar ou
0
o representar e esse ser. Nesse ato de distinguir nao se pode igualmente negar que
0
nada esta em rela(:ao com urn ser; mas na rela~ao, mesmo
que tambem contenha logo a diferen~a, esta presente uma unidade com o ser. Seja de que modo
nada e expresso ou demonstrado,
0
ele se mos-
tra em uma uniao ou, se quisermos, em contato com urn ser, inseparado de urn ser, justamente em uma existencia. Mas, ao ser assim demonstrado
0
nada em uma existencia, ainda
po de insinuar-se a seguinte diferen~a do mesmo com
ser: de que a
0
existencia do nada nao e de modo algum algo que the cabe mesmo, que ele nao tern
0
ser por si mesmo nele, nao eo ser como tal; que
0
nada
seria apenas a ausencia do ser, a escuridao seria assim apenas ausencia de luz,
frio apenas ausencia de calor, etc. A escuridao teria apenas sig-
0
nificado na rela~ao com
0
vo, com a luz, igualmente a luz, oreal,
0 calor,
olho, em compara~ao exterior com
positi-
0
frio seria apenas algo em nosso sentimento;
0
assim como ser, ao contrario,
seriam para si
0 objetivo,
eficaz, de qualidade e dignidade pura e simplesmente outra do
0
que aquele negativo,
0
nada. Muitas vezes podemos encontrar
sendo
apresentada
como uma reflexao muito importante
significativo
0
e urn conhecimento
fato de que a escuridao e apenas ausencia de luz, que
o frio e apenas ausencia de calor. Sobre essa reflexao perspicaz pode ser observado nesse campo de objetos empfricos que a escuridao sem duvida se mostra ativa na luz, na medida em que determina a mesma em cor e, desse modo, permite a ela mesma primeiramente uma vez que, como foi dito anteriormente,
visibilidade,
na pura luz se ve tao pouco
quanto na pura escuridao. Mas, a visibilidade e ativa no olho, no qual aquele negativo tern tanta participa<;ao como a luz valida como o positivo; igualmente
0
0
real,
frio se da a conhecer de modo suficiente na
agua, em nossa sensa<;ao etc. e quando negamos a ele a assim chamada realidade objetiva, nao se ganha com isso nada contra ele. Poderfamos, mais adiante, censurar
fato de que aqui, do mesmo modo como antes,
0
se fala de urn negativo de conteudo determinado junto do nada mesmo, diante do qual
0
ser nao fica nem atras nem a
frente em termos de abstra<;ao vazia. - Alias, ga<;5es determinadas
frio, a escuridao e as ne-
0
desse tipo tern de ser imediatamente
si mesmos, e tern de ser visto
a sua
e de que nao se fica
tornados por
que com eles e posto, no que diz respeito
0
determina<;ao universal, segundo a qual sao aqui introduzidos.
Eles nao devem ser 0 nada em geral, mas
0 nada
da luz, do calor, etc.
de algo determinado,
de urn conteudo; assim, eles sao
nado, com conteudo,
se assim se pode dizer. Mas uma determinidade,
0
nada determi-
como se mostrara mais adiante, e ela mesma uma nega<;ao; assim, eles sao
nada negativo; mas urn nada negativo e algo afirmativo. A rever-
0
sao [Umschlagen] do nada, por meio de sua determinidade ceu anteriormente
(que apare-
como uma existencia no sujeito ou seja la onde for)
em urn afirmativo, aparece como sendo
0
mais paradoxal
ciencia que se prende a abstra<;ao do entendimento;
para a cons-
por mais simples
que seja a intelec<;ao ou, inclusive devido a sua simplicidade mesma, a intelec<;ao de que a nega<;ao da nega<;ao e algo positivo aparece como algo trivial, para
0
qual, por conseguinte,
0
entendimento
orgulhoso
nao precisa atentar, embora a questao seja correta - e ela nao e apenas correta, mas, em vista da universalidade
de tais determina<;5es, ela
tern sua extensao infinita e aplica<;ao universal, de modo que seria born
atentar para isso. Ainda pode ser observado sobre a determina~ao da passagem do ser e do nada urn no outro que a mesma tern de ser igualmente apreendida sem uma determina~ao de reflexao ulterior. Ela e imediata e inteiramena favor
te abstrata,
da abstra~ao dos moment os que estao passando,
isto e, na medida em que nesses momentos ainda nao foi posta a determinidade do outro momento, por meio do qual e1espassaram de urn a outro;
0
nada ainda nao foi posto no ser, embora
mente
0
nada e vice-versa. Por conseguinte,
aplicando aqui media~oes determinadas
0
ser seja essenciaL-
e inadmissive1 continuar
e apreender
0
ser e
0
nada em
alguma re1a~ao - aque1a passagem ainda nao e nenhuma rela~ao. Portanto, nao e permitido dizer: eo fundamento
do nada",
e possive1 passar para possive1 passar para
"0 nada
e 0 fundamento
nada e a causa do ser" etc.; ou "apenas
nada sob a condifao
0
ser sob a condifao
de que algo e ou apenas e
do nao ser". A especie da re1a-
0
determinada
os Lados re1acionados sejam ulteriormente
sem que ao mesmo tempo
determinados.
e conseqiiencia ete. nao tern mais
lados que ela liga, mas expressamente
0
A conexao de
mero ser e
0
nada por
0
ser, que e fundamento [Grund],
0
e algo que, na verda de, e apenas algo posto, nao e autonomo, nao e
"0 ser
" 0
~ao nao pode ser ulteriormente fundamento
do ser" ou
mas que
nada abstrato.
Observa~ao 4: Impossibilidade
de apreender
A partir do que vimos anteriormente, letica contra
0
inicio do mundo
0
inicio
podemos compreender a dia-
e tambem de seu declinio, por meio de
que deveria ser provada a eternidade da materia, isto e, podemos com preender a dialetica contra
0devir,
0nascimento
ou
0desaparecimento
em geral. - A antinomia kantiana sobre a finitude ou a infinitude do mundo no espa~o e no tempo sera, mais adiante, examinada mais preciso junto ao conceito da infinitude quantitativa.
de modo
- Aque1a dia-
letica comum e simples repousa sobre a insistencia na oposi~ao do ser e do nada.
E da
seguinte maneira que se prova que nao e possive1 urn
inicio do mundo ou de algo: Nada pode come~ar, nem enquanto e nem enquanto nao e algo; pois,
uma vez que e algo, ele nao come~a primeiramente; que nao e algo, tambem nao come~a. - Se
mas na medida em
mundo ou algo deveria ter
0
come~ado, ele teria come~ado no nada, mas no nada nao ha inicio ou o nada nao e inicio; pois
0 inicio
implica em si urn ser, mas
0 nada
contem nenhum ser. Nada e apenas nada. Em urn fundamento, etc., se
0
nada e assim determinado,
nada; mas
0
0
ser e apenas ser e nao
0
0
ser teria de
contrario de si mesmo.
Fica claro que aqui nao e apresentado nada contra cio e
causa
esta contida uma afirma~ao, urn
ser. - Pela mesma razao, algo nao pode cessar. Pois entao conter
nao
devir ou
ini-
0
0
cessar, essa unidade do ser e do nada, senao que sao negados as-
0
sertoricamente e se atribui verdade ao ser e ao nada, cada urn separado urn do outro. - Mas, essa dialetica e pelo menos mais conseqiiente do que
representar reflexionante. Para esse, vale como uma verdade per-
0
feita que
0
ser e
0
nada sao apenas separados; por outro lado, porem,
ele deixa valer urn iniciar e urn cessar como determina~5es igualmente veridicas; nessas, porem, toma a inseparabilidade
do ser e do nada de
urn modo fatico. Na pressuposi~ao da separa~ao absoluta do ser e do nada, ou
0
0
inicio
devir sao - como muitas vezes se ouve - sem duvida algo inapre-
ensivel; pois se faz uma pressuposi~ao que supera
0
inicio ou
0
devir,
mas que, todavia, novamente sao admitidos, e essa contradi~ao, que se coloca propriamente
e cuja dissolu~ao se torna impossivel, significa
0
inapreensivel. o que se apresentou
mento usa contra
e tambem a mesma dialetica que
entendi-
0
conceito, que e fornecida pela analise mais elevada
0
do infinitamente pequeno. Mais adiante, esse conceito sera tratado de modo mais detalhado.
- Essas grandezas foram determinadas
como
tais, a saber, elas sao em seu desaparecer, nem antes de seu desaparecer, pois entao sao grandezas finitas - nem depois de seu desaparecer, po is entao elas nao sao nada. Contra esse conceito puro foi muitas vezes objetado, e sempre renovadamente,
que tais grandezas ou sao algo ou
sao nada; de que nao existe urn estado intermediario (estado e aqui uma expressao barbara, inapropriada)
do ser e do nao ser. - Aqui foi
admitida da mesma maneira a separa~ao absoluta do ser e do nada.
Mas, contra isso, foi mostrado
que
ser e
0
nada san de fato
0
mesmo
0
ou, para falar aquela linguagem, que nao existe de fato nada que nao e urn estado intermediario entre sucessos mais brilhantes diz
0
0 ser
e
0 nada.
a suposi<;;aodaquela
A materna tica deve seus
determina<;;ao que contra-
entendimento.
o raciocfnio rabilidade receber
apresentado,
que faz a falsa pressuposi<;;ao da sepa-
absoluta do ser e do nao ser, e nela permanece, nao tern de nome de dialetica, e sim de sofistaria. Pois a sofistaria e urn
0
raciocfnio a partir de uma pressuposi<;;ao destitufda de fundamento, se deixa valer sem crftica e irrefletidamente; minamos
0
movimento
que
dialetica, porem, nos deno-
racional mais elevado, no qual tais elementos
que aparecem pura e simplesmente separados por meio de si mesmos, por meio do que sao, passam de urn ao outro e a press.uposi<;;ao [de sua separabilidade]
se supera.
E da
natureza imanente dialetica do ser
e do nada que eles mesmos mostrem sua unidade,
0
devir, como a sua
verdade.
b. Momentos do devir
o
devir, nascer e desaparecer, e a inseparabilidade
de ser e nada;
nao a unidade que abstrai do ser e do nada, mas, como unidade do ser e do nada, ele e a unidade determinada ou a unidade na qual tanto ser quanto
0
nada e . Mas, uma vez que ser e nada san cada urn separa-
0
dos de seu outro,
0
devir nao e. Eles sao, portanto,
como os que desaparecem,
nessa unidade, mas
apenas como superados. Eles decaem de sua
autonomia inicialmente representada para momentos, ainda diferenciados, porem, ao mesmo tempo superados. Apreendidos
cada urn segundo essa sua diferen<;;a, cada urn e
mesma como unidade com
0
outro. 0 devir, portanto,
contem
0
na
ser e
o nada como duas unidades tais, das quais cada uma e unidade do ser e do nada; uma unidade e nada; a outra unidade e
0
ser como imediato e como rela<;;aocom
0 nada
como imediato e como rela<;;aocom
0
0
ser: as determina<;;6es estao num valor desigual nessas unidades. o devir esta, desse modo, numa detertnina<;;ao dupla; em uma de-
termina<;;ao
0
nada e como imediato, ou seja, ela come<;;acom
0
nada,
que se relaciona com
0
ser, isto e, passa para
e como imediato, isto e, ela come<;a com
0
0
mesmo, na outra
ser, que passa para
0
ser
nada -
0
nascer e desaparecer. Ambos SaG 0mesmo, devir, e tambem como dire<;oes assim tao distintas eles se penetram e se paralisam reciprocamente.
desaparecer;
0
ser passa para
0
nada, mas
o oposto de si mesmo, passagem para dire<;ao; 0nada pass a para
ser, mas
0
a si mesmo e e antes a passagem para se superam reciprocamente,
0
Uma dire<;ao e 0
nada e da mesma maneira
ser, nascer. Esse nascer e a outra
0
ser da mesma maneira se supera
0
nada, e desaparecer. - Eles nao
0
urn nao supera exteriormente
outro, mas
0
cada urn se supera a si mesmo em si mesmo e e em si mesmo
0
oposto
de si mesmo. c. Supera~ao do devir
o equilibrio, mente
segundo
qual se poem nascer e desaparecer, e inicial-
0
devir mesmo. Mas, esse se une igualmente em unidade quieta.
0
Ser e nada SaGnele apenas como os que desaparecem;
porem,
0
devir
como tal e apenas par meio da diferen<;a dos mesmos. Seu desaparecer, par conseguinte, e
0
desaparecer
do devir ou desaparecer do desapare-
cer mesmo. 0 devir e urn repouso sem sustenta<;ao, que desaba em urn resultado quieto. Isso tambem poderia ser expresso da seguinte maneira: desaparecer
do ser no nada e do nada no ser e
0
0
desaparecer
devir e
0
do ser e
do nada em geral; mas ele repousa ao mesmo tempo sobre a diferen<;a dos mesmos. Ele se contradiz,
portanto,
em si mesmo, porque une em
si aquilo que e oposto para si; uma tal associa<;ao, porem, se destr6i. Esse resultado
e
ser desaparecido,
0
mas nao como nada; assim
seria apenas uma recaida em uma das determina<;oes ja superadas, nao seria resultado do nada e do ser. Ele e a unidade tornada quieta do ser e do nada. A simplicidade
simplicidade
quieta, porem, e ser, contudo
nao mais para si, mas como determina<;ao do todo. o devir como desaparecer
na unidade do ser e do nada, a qual e
como existente ou tern a figura da unidade unilateral imediata desses momentos, e a existencia [Dasein].
Observa~ao: A expressao "superar"
Superar [Aufheben] eo superado (0 ideal) e urn dos conceitos mais importantes
da filosofia, uma determinaC;ao fundamental
que pura
e simples mente retorna por todos os lados e cujo sentido tern de ser apreendido de modo determinado
e ser particularmente
distinguido do
nada. - 0 que se supera, nao se torna, por isso, nada. 0 nada e
diato; algo superado, ao contrario, e algo mediado, e
0
0
ime-
nao existente,
mas como resultado que partiu de urn ser; ele tern, portanto, ainda em
si a determinidade da qual pro cede. Superar tern na llngua [alema]
0
sentido duplo, pois significa tan-
to conservar, manter, quanto ao mesmo tempo deixar de ser, terminar
algo. 0 conservar mesmo ja implica ern si de algo a sua imediatidade
0 negativo,
3;0 ser
tornado
e, assim, de algo SaDtornados os efeitos
exteriores de uma existencia aberta, a fim de conserva-lo. - Assim,
0
superado e algo ao mesmo tempo conservado, que apenas perdeu sua imediatidade,
mas, por isso, nao foi aniquilado. - As duas determina-
c;6esindicadas do superar podem ser apresentadas,
ern termos lexicais,
como dois significados dessa palavra. Mas, nesse caso, surpreendente deveria ser
0
fato de que uma llngua chegou a empregar uma e mes-
ma palavra para duas determinac;6es opostas. Para peculativo e estimulante
encontrar
pensamento
0
es-
na llngua palavras que tern ne1as
mesmas urn significado especulativo; a llngua alema tern muitas dessas palavras. 0 sentido duplo do latim tol/ere (que se tornou famoso por meio do chiste de Cicero: "tol/endum esse Octavium" [Oravio deve ser e1iminado-levantado])
nao chega a ir tao longe, a determinaC;ao afir-
mativa chega somente a e1evac;ao. Algo e apenas superado ao entrar ern unidade corn
0
seu oposto; nessa determinaC;ao mais precis a, como
algo refletido, algo pode ser apropriadamente
o peso
chamado de momento.
e a distancia de urn ponto significam na alavanca seus momen-
tos mecanicos, ern vista da identidade de seu efeito, junto a toda a outra diversidade de algo real, tal como e
peso, e de urn ideal, da mera de-
0
terminac;ao espacial, da linha; d. Enciclopedia das ciencias filos6ficas,
3. ed. [1830], Observac;ao ao § 261. - Muitas vezes ainda ira se impor