VOLUME 01
Renovação Carismática do Brasil -
RCCBRASIL
Renovação Carismática Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DO BRASIL MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO
VOLUME 01
GRUPO DE PERSEVERANÇA DA RCCBRASIL COMISSÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
3
2
Renovação Carismática Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
Copyright © Escritório Administrativo da RCCBRASIL - 2013
Arte, diagramação e capa Priscila L. G. F. Carvalho
SUMÁRIO
Revisão desta edição: Comissão Nacional de Formação da Renovação Carismática Católica
Capítulo 1. NÓS SOMOS A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA!
CIP. Brasil. Catalogação na Fonte BIBLIOTECA NACIONAL - FUNDAÇÃO MIGUEL DE CERVANTES
ISBN: 978-85-62740-69-5 978-85-62740-69-5
CDU:2
ISBN: CDU:2 Caro leitor, pessoas cristãs, ou simplesmente honestas, não necessitam do jugo da lei para fazerem o que é certo. Pensando nisso, a RCCBRASIL está lhe dando cinco bons motivos para não copiar o material contido nesta publicação (fotocopiar, reimprimir, etc), sem permissão dos possuidores dos direitos autorais. Ei-los: 1. A RCC precisa do dinheiro obtido com a sua venda para manter as obras de evangelização que o Senhor a tem chamado a assumir em nosso País; 2. É desonesto com a RCC que investiu grandes recursos para viabilizar esta publicação; 3. É desonesto com relação aos autores que investiram tempo e dinheiro para colocar o fruto do seu trabalho à sua disposição; 4. É um furto denominado juridicamente de plágio com punição prevista no artigo 184 do Código Penal Brasileiro, por constituir violação de direitos autorais (Lei 9610/98); 5. Não copiar material literário publicado é prova de maturidade cristã e oportunidade de exercer a santidade. IMPRESSO NO BRASIL
1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 2.1. O “m de semana de Duquesne” 2.2. O relacionamento com o Espírito Santo ao longo da História da Igreja 3. CONCLUSÃO
11 11 13 11 13
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte I I. ORAÇÃO PESSOAL
15 16
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte II II. ROSÁRIO
21 21
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte III III. ADORAÇÃO AO SANTISSIMO SACRAMENTO
25 25
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte IV IV. SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
29 29
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte V V. LECTIO DIVINA
33 33
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte VI VI. JEJUM
37 37
Capítulo 2. A IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA PARA O SER HUMANO 1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
41 41 43
Capítulo 3. A REVELAÇÃO PÚBLICA 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
45 45 46
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Apostila - Grupos de Perseverança
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DO BRASIL MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO
VOLUME 01
GRUPO DE PERSEVERANÇA DA RCCBRASIL COMISSÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
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Arte, diagramação e capa Priscila L. G. F. Carvalho
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Capítulo 1. NÓS SOMOS A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA!
CIP. Brasil. Catalogação na Fonte BIBLIOTECA NACIONAL - FUNDAÇÃO MIGUEL DE CERVANTES
ISBN: 978-85-62740-69-5 978-85-62740-69-5
CDU:2
ISBN: CDU:2 Caro leitor, pessoas cristãs, ou simplesmente honestas, não necessitam do jugo da lei para fazerem o que é certo. Pensando nisso, a RCCBRASIL está lhe dando cinco bons motivos para não copiar o material contido nesta publicação (fotocopiar, reimprimir, etc), sem permissão dos possuidores dos direitos autorais. Ei-los: 1. A RCC precisa do dinheiro obtido com a sua venda para manter as obras de evangelização que o Senhor a tem chamado a assumir em nosso País; 2. É desonesto com a RCC que investiu grandes recursos para viabilizar esta publicação; 3. É desonesto com relação aos autores que investiram tempo e dinheiro para colocar o fruto do seu trabalho à sua disposição; 4. É um furto denominado juridicamente de plágio com punição prevista no artigo 184 do Código Penal Brasileiro, por constituir violação de direitos autorais (Lei 9610/98); 5. Não copiar material literário publicado é prova de maturidade cristã e oportunidade de exercer a santidade. IMPRESSO NO BRASIL
1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 2.1. O “m de semana de Duquesne” 2.2. O relacionamento com o Espírito Santo ao longo da História da Igreja 3. CONCLUSÃO
11 11 13 11 13
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte I I. ORAÇÃO PESSOAL
15 16
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte II II. ROSÁRIO
21 21
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte III III. ADORAÇÃO AO SANTISSIMO SACRAMENTO
25 25
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte IV IV. SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
29 29
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte V V. LECTIO DIVINA
33 33
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte VI VI. JEJUM
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Capítulo 2. A IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA PARA O SER HUMANO 1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
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Capítulo 3. A REVELAÇÃO PÚBLICA 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
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Arte, diagramação e capa Priscila L. G. F. Carvalho
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Capítulo 1. NÓS SOMOS A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA!
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ISBN: 978-85-62740-69-5 978-85-62740-69-5
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ISBN: CDU:2 Caro leitor, pessoas cristãs, ou simplesmente honestas, não necessitam do jugo da lei para fazerem o que é certo. Pensando nisso, a RCCBRASIL está lhe dando cinco bons motivos para não copiar o material contido nesta publicação (fotocopiar, reimprimir, etc), sem permissão dos possuidores dos direitos autorais. Ei-los: 1. A RCC precisa do dinheiro obtido com a sua venda para manter as obras de evangelização que o Senhor a tem chamado a assumir em nosso País; 2. É desonesto com a RCC que investiu grandes recursos para viabilizar esta publicação; 3. É desonesto com relação aos autores que investiram tempo e dinheiro para colocar o fruto do seu trabalho à sua disposição; 4. É um furto denominado juridicamente de plágio com punição prevista no artigo 184 do Código Penal Brasileiro, por constituir violação de direitos autorais (Lei 9610/98); 5. Não copiar material literário publicado é prova de maturidade cristã e oportunidade de exercer a santidade.
1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 2.1. O “m de semana de Duquesne” 2.2. O relacionamento com o Espírito Santo ao longo da História da Igreja 3. CONCLUSÃO
11 11 13 11 13
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte I I. ORAÇÃO PESSOAL
15 16
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte II II. ROSÁRIO
21 21
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte III III. ADORAÇÃO AO SANTISSIMO SACRAMENTO
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PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte IV IV. SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
29 29
PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte V V. LECTIO DIVINA
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PRÁTICAS ESPIRITUAIS - Parte VI VI. JEJUM
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Capítulo 2. A IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA PARA O SER HUMANO
IMPRESSO NO BRASIL
1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
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Capítulo 3. A REVELAÇÃO PÚBLICA 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
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Printed in Brazil
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Renovação Carismática Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
Capítulo 4. INTRODUÇÃ INTRODUÇÃO O À SAGRADA ESCRITURA PARTE I
47
PARTE II
51
Capítulo 5. SAGRADA TRADIÇÃO TRADIÇÃO PARTE I
57
PARTE II
61
Capítulo 6. O SAGRADO MAGISTÉRIO DA IGREJA IGREJA 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
65 65 67
Capítulo 7. Credo Símbolo da Fé PARTE I
69
PARTE II
73
PARTE III
77
PARTE IV
81
PARTE V
85
PARTE VI
89
Capítulo 8. BIOÉTICA NA PERSPECTIVA DA IGREJA CATÓLICA PARTE I
93
PARTE II
97
reFerÊNCIaS bIblIoGrÁFICaS
101
APRESENTAÇÃO
Perseverar signica ser estável, permanecer, car em um lugar com esperança e com feliz expecexpec tativa, insistir. Muitas pessoas iniciam, mas poucos perseveram até o m. Podemos encontrar o Senhor nos exortando a perseverar em diversos trechos das Sagradas Escrituras, como por exemplo, em: Mt. 24,13 – “Entretanto, aquele que perseverar até o m será salvo”. I Tm. 4,16 – “Olha por ti e pela instrução dos ouou tros. E persevera nestas coisas. Se isto zeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem”. Tg. 1,25 – “Mas aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera – não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor el do prepreceito –, este será feliz no seu proceder”. II Jo. 1,9 – “Todo aquele que caminha sem rumo e não permanece na doutrina de Cristo, não tem Deus. Quem permanece na doutrina, este possui o Pai e o Filho”. Todos nós, sem exceção, somos chamados a perseverar na sã doutrina da salvação da qual a Igreja é a el depositária. E essa perseverança se dá através de formação continuada e progressiva, uma das grandes tarefas conadas pela Mãe Igreja a todas as suas diversas expressões, incluindo aí os Movimentos Eclesiais.
O que é um grupo de perseverança? Como bem dene a apostila 03 do nosso Mó dulo Básico, o Grupo de Oração da Renovação Ca rismática Católica, célula principal e fundamental do Movimento, caracteriza-se por três momentos distintos e complementares entre si: Reunião de Núcleo (em que pessoas escolhidas p ara assumirem o pastoreio de todo o Grupo de Oração se reúnem
a reunião de todos os membros do Grupo de Ora ção em torno do Senhor, privilegiando-se ali o Ciclo Carismático, isto é, o louvor, a escuta profética, a pregação querigmática e o batismo no Espírito San to) e e Grupo de Perseverança (que é o “braço” de partilha e aprofundamento na fé dos membros do GO que já receberam o Querigma, isto é, já zeram o Seminário de Vida no Espírito e a Experiência de Oração). Assim, o Grupo de Perseverança é o terceiro momento do Grupo de Oração e atua em função deste. Não é um grupo independente, mas um serser viço do Grupo de Oração. O GP é um grupo fechado, isto é, supõe o ingresso no início da ministração dos conteúdos formativos e não é obrigatório, ou seja, as pessoas que receberam o querigma são convidaconvidadas a ingressarem no GP, deixando claro que se não quiserem participar neste momento, podem e dedevem continuar participando do Grupo de Oração em seu segundo momento (Reunião de Oração). Percebe-se que as pessoas sentem necessidanecessidade de algo mais em suas vidas, além dessa experiexperi ência inicial de Deus. Buscam aprofundar a sua fé e crescer no conhecimento de Deus. Os que foram evangelizados querigmaticamente devem ser conconduzidos aos grupos de perseverança para crescecrescerem na doutrina, na fraternidade, na participação da Eucaristia e na vida de oração. O início da caminhacaminha da pode ser feito. IMPORTANTE: Os conteúdos propostos para o Grupo de Perseverança não substituem a importânimportân cia do Módulo Básico de Formação; ao contrário, um é complementar ao outro e ambos são extremamen te necessários ao processo formativo proposto pel a RCCBRASIL. Este primeiro volume dos subsídios para Grupos de Perseverança pode e deve ser apliapli cado em nível de Grupo de Oração para as pessoas que receberam o Querigma através do Seminário de Vida no Espírito e da Experiência de Oração.
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Apostila - Grupos de Perseverança
Capítulo 4. INTRODUÇÃ INTRODUÇÃO O À SAGRADA ESCRITURA PARTE I
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PARTE II
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Capítulo 5. SAGRADA TRADIÇÃO TRADIÇÃO PARTE I
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PARTE II
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Capítulo 6. O SAGRADO MAGISTÉRIO DA IGREJA IGREJA 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 2. DESENVOL DESENVOLVIMENTO VIMENTO 3. CONCLUSÃO
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Capítulo 7. Credo Símbolo da Fé 69
PARTE I PARTE II
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PARTE III
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PARTE IV
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PARTE V
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PARTE VI
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Capítulo 8. BIOÉTICA NA PERSPECTIVA DA IGREJA CATÓLICA PARTE I
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PARTE II
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APRESENTAÇÃO
Perseverar signica ser estável, permanecer, car em um lugar com esperança e com feliz expecexpec tativa, insistir. Muitas pessoas iniciam, mas poucos perseveram até o m. Podemos encontrar o Senhor nos exortando a perseverar em diversos trechos das Sagradas Escrituras, como por exemplo, em: Mt. 24,13 – “Entretanto, aquele que perseverar até o m será salvo”. I Tm. 4,16 – “Olha por ti e pela instrução dos ouou tros. E persevera nestas coisas. Se isto zeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem”. Tg. 1,25 – “Mas aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera – não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor el do prepreceito –, este será feliz no seu proceder”. II Jo. 1,9 – “Todo aquele que caminha sem rumo e não permanece na doutrina de Cristo, não tem Deus. Quem permanece na doutrina, este possui o Pai e o Filho”. Todos nós, sem exceção, somos chamados a perseverar na sã doutrina da salvação da qual a Igreja é a el depositária. E essa perseverança se dá através de formação continuada e progressiva, uma das grandes tarefas conadas pela Mãe Igreja a todas as suas diversas expressões, incluindo aí os Movimentos Eclesiais.
O que é um grupo de perseverança? Como bem dene a apostila 03 do nosso Mó dulo Básico, o Grupo de Oração da Renovação Ca rismática Católica, célula principal e fundamental do Movimento, caracteriza-se por três momentos distintos e complementares entre si: Reunião de Núcleo (em que pessoas escolhidas p ara assumirem o pastoreio de todo o Grupo de Oração se reúnem para louvar o Senhor, escutá-Lo, interceder pelo Grupo, avaliar o andamento do mesmo e preparar as Reuniões de Oração), Reunião de Oração Or ação (que é
a reunião de todos os membros do Grupo de Ora ção em torno do Senhor, privilegiando-se ali o Ciclo Carismático, isto é, o louvor, a escuta profética, a pregação querigmática e o batismo no Espírito San to) e e Grupo de Perseverança (que é o “braço” de partilha e aprofundamento na fé dos membros do GO que já receberam o Querigma, isto é, já zeram o Seminário de Vida no Espírito e a Experiência de Oração). Assim, o Grupo de Perseverança é o terceiro momento do Grupo de Oração e atua em função deste. Não é um grupo independente, mas um serser viço do Grupo de Oração. O GP é um grupo fechado, isto é, supõe o ingresso no início da ministração dos conteúdos formativos e não é obrigatório, ou seja, as pessoas que receberam o querigma são convidaconvidadas a ingressarem no GP, deixando claro que se não quiserem participar neste momento, podem e dedevem continuar participando do Grupo de Oração em seu segundo momento (Reunião de Oração). Percebe-se que as pessoas sentem necessidanecessidade de algo mais em suas vidas, além dessa experiexperi ência inicial de Deus. Buscam aprofundar a sua fé e crescer no conhecimento de Deus. Os que foram evangelizados querigmaticamente devem ser conconduzidos aos grupos de perseverança para crescecrescerem na doutrina, na fraternidade, na participação da Eucaristia e na vida de oração. O início da caminhacaminha da pode ser feito. IMPORTANTE: Os conteúdos propostos para o Grupo de Perseverança não substituem a importânimportân cia do Módulo Básico de Formação; ao contrário, um é complementar ao outro e ambos são extremamen te necessários ao processo formativo proposto pel a RCCBRASIL. Este primeiro volume dos subsídios para Grupos de Perseverança pode e deve ser apliapli cado em nível de Grupo de Oração para as pessoas que receberam o Querigma através do Seminário de Vida no Espírito e da Experiência de Oração.
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Renovação Carismática Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
O que é participar de um Grupo de Perseverança? • É antes de tudo, um convite convite a começar um caminho. De modo geral a pessoa que inicia o caminho tem: • Uma experiência do amor de Deus e do BaBatismo no Espírito Santo; • Uma atitude de procura, manifestada no dede sejo de dar um sentido à sua vida; • Um desejo de dinamizar sua fé pessoal atraatravés de uma relação mais constante e intensa com Deus; • Um desejo de transformar transformar o contexto contexto em que vive; • Uma necessidade de viver com com o outro, outro, e se relacionar na amizade e de crescer no serviço.
O local deve ser apropriado para que haja parpartilha, onde não haja uxo de pessoas estranhas que possam constranger a partilha. Deve, também, ser um local de silêncio, que permita e facilite a escuta, de fácil acesso para todos, local onde se possa orar em línguas sem causar escândalos a ninguém, sem reservas, onde se possa, inclusive, realizar o repourepou so no Espírito – se assim for conveniente e inspirainspira do, sem incomodar ninguém.
Como devem ser os servos indicados para coordenar e conduzir o grupo de perseverança? No exercício desse ministério os servos dede vem contar com o apoio da coordenação do grupo de oração e do Núcleo de Serviço, com quem tem comunicação frequente. Estes devem estar a par de todo o desenrolar de cada encontro.
• Esta motivação aparece mais clara ou não, de acordo com as circunstancia que cada pes soa vive.
• Ser pessoa de vida de oração oração bem ordenaordenada: orante;
Como organizar um grupo de perseverança?
• Ter carisma de pastoreio e de formação;
• Após o Processo de Iniciação (SVES, ExperiExperiência de Oração e Aprofundamento de Dons), as pessoas devem ser convidadas a participaparticipa rem de grupos menores, entre 15 a 20 partiparti cipantes constantes – a depender do n.º de participantes do Grupo de Oração, semanal ou quinzenalmente, com local, dia e horário dede nidos, onde serão formados. • Depois de montado esses grupo com o núnúmero de pessoas eles caminharão pelo períoperío do estipulado sem que ingressem novos memmembros. • A primeira reunião reunião deverá ser para explicar a dinâmica do grupo, a m de que os participarticipantes possam entendê-lo melhor. O grupo será acompanhado por servos/formadores preparados para esse serviço. • IMPORTANTE: O Grupo de Perseverança, em hipótese alguma, substitui a Reunião de Ora ção, na qual todos os participantes do Grupo de Oração se reúnem para louvar o Senhor, eses cutar Sua Palavra e receberem uma nova EfuEfu são do Espírito Santo.
Horário e local do grupo de perseverança O horário e tempo deve ser xo e pré-determipré-determinado. Todos devem saber onde se reunirá o grupo sese -
• Ter visão clara do que é o grupo de perseveperseverança; Alémdisso,osservosdevemserinstruídossobre: • Como conduzir oração; • Como ordenar uma partilha, para não não deideixar que apenas alguns dominem a conversa ou que o outro que demasiadamente calado. • Como levar o grupinho a descobrir ou renorenovar a ação do Espírito Santo nas suas vidas. • O pastoreio dos participantes do grupinho. • A necessidade de observar as pessoas que têm condição de ser tornarem futuros servos. • Os servos do GP devem ter anotados todos os dados essenciais de todos os participantes de acordo com a cha de pastoreio. • Receber cada pessoa de modo acolhedor; • Estimular os participantes participantes quanto à frequfrequência, a vivência dos temas abordados, a ora ção pessoal e comunitária e o compromisso; • Reconhecer todas as contribuições e nunca humilhar alguém por estar errado; • Dar oportunidade de todos falarem, incenincentivando os mais tímidos e novatos com per guntas simples e diretas; • Ser exível. Embora deva seguir o plano orioriginal e manter-se dentro do horário, não deixe os aspectos exteriores prejudicarem o agir do
• Saber esperar a resposta. Esperar demonstra interesse, deve se dar tempo para a pessoa pensar. • Orientar os momentos de oração, oração, explicar as atividades, apresentar os formadores e fafa zer ligação entre os temas e as dinâmicas.
Qual o objetivo de um GP? Fortalecer os servos e os participantes em gegeral do Grupo de Oração no exercício dos carismas e no conhecimento de Deus, para que se possa “in cendiar” a reunião de oração com mais louvor, com mais carismas, com mais testemunhos... Repise-se que o Grupo de Perseverança de modo algum visa a suprimir ou minimizar a necessidade de ministração das formações previstas no Módulo Básico de For mação (EPA) e aquelas especícas relativas a cada ministério.
Quais são os frutos do GP? A cura interior, a cura emocional, a cura física, a libertação, a amorização, os frutos do Espírito Santo, conversão, transformação de vida, vivência das vir tudes, crescimento na fraternidade, nas amizades, maior compromisso com o outro, amadurecimento na fé, crescimento na doutrina, no conhecimento de Deus, visão mais ampliada a partir da formação, maior compromisso com aqueles que necessitam de promoção humana. Os frutos aparecerão quanto mais a pessoa se abrir ao louvor, a partilha, à oração carismática, à eses cuta, ao estudo, à formação.
Qual é a espiritualidade do GP? É a mesma da RCC, pois o GP é uma expressão da RCC e faz parte do Grupo de Oração como um todo. É a espiritualidade do BES com todas as suas consequências: descoberta da vida em comunidade, vida de oração, vida de santidade, vida sacramental, mudança radical de vida, testemunho, compromiscompromisso missionário, zelo pelas coisas da Igreja, amor à Palavra de Deus e vivência dos carismas do Es pírito.
Como deve ser o roteiro de uma reunião do GP? O mais simples possível. Deixando sempre o Espírito Santo conduzir a reunião. Geralmente acontece a oração inicial e fecunfecun da, com exercício dos carismas e a partilha da pa lavra, da escuta, de visualizações, das palavras de ciência e de sabedoria, da profecia, das interpreta ções das línguas, etc.
esta sequência de subsídios, acerca da doutrina da Igreja Católica. Deve-se considerar a aplicação das dinâmicas propostas ou outras correlatas, de modo a enraizar o ensinamento ministrado, além de descontrair o encontro. A partilha e a interação são fundamentais no Grupo de Perseverança. Ao nal, ora-se novamente louvando a Deus por seu Amor e pelo ensinamento recebido.
APLICAÇÃO DOS CONTEÚDOS PROPOSTOS Os conteúdos propostos neste priprimeiro volume e nos outros que se segui rão devem ser ministrados pelos servosformadores responsáveis pelo Grupo de Perseverança, com a máxima didática pospos sível, visando a enraizar o ensinamento no coração e na mente dos participantes. Os ensinos devem ser ministrados num temtempo máximo de 40 a 45 minutos, privileprivilegiando-se o ciclo carismático no início da reunião e a partilha/dinâmica após cada ensino. Os temas estão divididos em ensinos contendo uma média de 6 páginas cada um. Entretanto, caso o formador entenda necessário, poderá fracionar os capítulos em mais de um encontro, desde que não descaracterize os conteúdos. Não há prazo denido para se con cluir o estudo dos volumes do GP, emboembo ra tenha que se ter um critério denido quanto à periodicidade e desenvolvimendesenvolvimento dos encontros. Trata-se de uma propos ta de oração, formação e partilha em que as pessoas crescerão na graça e no conheconhecimento de Jesus Cristo gradualmente.
Renovação Carismática Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
O que é participar de um Grupo de Perseverança? • É antes de tudo, um convite convite a começar um caminho. De modo geral a pessoa que inicia o caminho tem: • Uma experiência do amor de Deus e do BaBatismo no Espírito Santo; • Uma atitude de procura, manifestada no dede sejo de dar um sentido à sua vida; • Um desejo de dinamizar sua fé pessoal atraatravés de uma relação mais constante e intensa com Deus; • Um desejo de transformar transformar o contexto contexto em que vive; • Uma necessidade de viver com com o outro, outro, e se relacionar na amizade e de crescer no serviço.
O local deve ser apropriado para que haja parpartilha, onde não haja uxo de pessoas estranhas que possam constranger a partilha. Deve, também, ser um local de silêncio, que permita e facilite a escuta, de fácil acesso para todos, local onde se possa orar em línguas sem causar escândalos a ninguém, sem reservas, onde se possa, inclusive, realizar o repourepou so no Espírito – se assim for conveniente e inspirainspira do, sem incomodar ninguém.
Como devem ser os servos indicados para coordenar e conduzir o grupo de perseverança? No exercício desse ministério os servos dede vem contar com o apoio da coordenação do grupo de oração e do Núcleo de Serviço, com quem tem comunicação frequente. Estes devem estar a par de todo o desenrolar de cada encontro.
• Esta motivação aparece mais clara ou não, de acordo com as circunstancia que cada pes soa vive.
• Ser pessoa de vida de oração oração bem ordenaordenada: orante;
Como organizar um grupo de perseverança?
• Ter carisma de pastoreio e de formação;
• Após o Processo de Iniciação (SVES, ExperiExperiência de Oração e Aprofundamento de Dons), as pessoas devem ser convidadas a participaparticipa rem de grupos menores, entre 15 a 20 partiparti cipantes constantes – a depender do n.º de participantes do Grupo de Oração, semanal ou quinzenalmente, com local, dia e horário dede nidos, onde serão formados. • Depois de montado esses grupo com o núnúmero de pessoas eles caminharão pelo períoperío do estipulado sem que ingressem novos memmembros. • A primeira reunião reunião deverá ser para explicar a dinâmica do grupo, a m de que os participarticipantes possam entendê-lo melhor. O grupo será acompanhado por servos/formadores preparados para esse serviço. • IMPORTANTE: O Grupo de Perseverança, em hipótese alguma, substitui a Reunião de Ora ção, na qual todos os participantes do Grupo de Oração se reúnem para louvar o Senhor, eses cutar Sua Palavra e receberem uma nova EfuEfu são do Espírito Santo.
Horário e local do grupo de perseverança O horário e tempo deve ser xo e pré-determipré-determinado. Todos devem saber onde se reunirá o grupo sese manalmente, a que horas se inicia e termina. A experi ência nos leva a propor que o grupo de perseverança tenha entre uma hora e meia a duas horas de duração.
• Ter visão clara do que é o grupo de perseveperseverança; Alémdisso,osservosdevemserinstruídossobre: • Como conduzir oração; • Como ordenar uma partilha, para não não deideixar que apenas alguns dominem a conversa ou que o outro que demasiadamente calado. • Como levar o grupinho a descobrir ou renorenovar a ação do Espírito Santo nas suas vidas. • O pastoreio dos participantes do grupinho. • A necessidade de observar as pessoas que têm condição de ser tornarem futuros servos. • Os servos do GP devem ter anotados todos os dados essenciais de todos os participantes de acordo com a cha de pastoreio. • Receber cada pessoa de modo acolhedor; • Estimular os participantes participantes quanto à frequfrequência, a vivência dos temas abordados, a ora ção pessoal e comunitária e o compromisso; • Reconhecer todas as contribuições e nunca humilhar alguém por estar errado; • Dar oportunidade de todos falarem, incenincentivando os mais tímidos e novatos com per guntas simples e diretas; • Ser exível. Embora deva seguir o plano orioriginal e manter-se dentro do horário, não deixe os aspectos exteriores prejudicarem o agir do Espírito Santo; • Aprender a ouvir. ouvir. Ouvir olhando sempre para a pessoa sem desviar o olhar.
• Saber esperar a resposta. Esperar demonstra interesse, deve se dar tempo para a pessoa pensar. • Orientar os momentos de oração, oração, explicar as atividades, apresentar os formadores e fafa zer ligação entre os temas e as dinâmicas.
Qual o objetivo de um GP? Fortalecer os servos e os participantes em gegeral do Grupo de Oração no exercício dos carismas e no conhecimento de Deus, para que se possa “in cendiar” a reunião de oração com mais louvor, com mais carismas, com mais testemunhos... Repise-se que o Grupo de Perseverança de modo algum visa a suprimir ou minimizar a necessidade de ministração das formações previstas no Módulo Básico de For mação (EPA) e aquelas especícas relativas a cada ministério.
Quais são os frutos do GP? A cura interior, a cura emocional, a cura física, a libertação, a amorização, os frutos do Espírito Santo, conversão, transformação de vida, vivência das vir tudes, crescimento na fraternidade, nas amizades, maior compromisso com o outro, amadurecimento na fé, crescimento na doutrina, no conhecimento de Deus, visão mais ampliada a partir da formação, maior compromisso com aqueles que necessitam de promoção humana. Os frutos aparecerão quanto mais a pessoa se abrir ao louvor, a partilha, à oração carismática, à eses cuta, ao estudo, à formação.
Qual é a espiritualidade do GP? É a mesma da RCC, pois o GP é uma expressão da RCC e faz parte do Grupo de Oração como um todo. É a espiritualidade do BES com todas as suas consequências: descoberta da vida em comunidade, vida de oração, vida de santidade, vida sacramental, mudança radical de vida, testemunho, compromiscompromisso missionário, zelo pelas coisas da Igreja, amor à Palavra de Deus e vivência dos carismas do Es pírito.
Como deve ser o roteiro de uma reunião do GP? O mais simples possível. Deixando sempre o Espírito Santo conduzir a reunião. Geralmente acontece a oração inicial e fecunfecun da, com exercício dos carismas e a partilha da pa lavra, da escuta, de visualizações, das palavras de ciência e de sabedoria, da profecia, das interpreta ções das línguas, etc. Depois surge o momento do ensino, onde tem acesso a catequese, com os temas propostos por
esta sequência de subsídios, acerca da doutrina da Igreja Católica. Deve-se considerar a aplicação das dinâmicas propostas ou outras correlatas, de modo a enraizar o ensinamento ministrado, além de descontrair o encontro. A partilha e a interação são fundamentais no Grupo de Perseverança. Ao nal, ora-se novamente louvando a Deus por seu Amor e pelo ensinamento recebido.
APLICAÇÃO DOS CONTEÚDOS PROPOSTOS Os conteúdos propostos neste priprimeiro volume e nos outros que se segui rão devem ser ministrados pelos servosformadores responsáveis pelo Grupo de Perseverança, com a máxima didática pospos sível, visando a enraizar o ensinamento no coração e na mente dos participantes. Os ensinos devem ser ministrados num temtempo máximo de 40 a 45 minutos, privileprivilegiando-se o ciclo carismático no início da reunião e a partilha/dinâmica após cada ensino. Os temas estão divididos em ensinos contendo uma média de 6 páginas cada um. Entretanto, caso o formador entenda necessário, poderá fracionar os capítulos em mais de um encontro, desde que não descaracterize os conteúdos. Não há prazo denido para se con cluir o estudo dos volumes do GP, emboembo ra tenha que se ter um critério denido quanto à periodicidade e desenvolvimendesenvolvimento dos encontros. Trata-se de uma propos ta de oração, formação e partilha em que as pessoas crescerão na graça e no conheconhecimento de Jesus Cristo gradualmente.
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Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
CaPíTUlo 1
Nós somos a Renovação Carismática Católica! 1. INTRODUÇÃO Ao longo dos tempos temos percebido de que forma Deus tem operado signicativamente na História da Humanidade através da Renovação Caris mática Católica, que dócil ao Espírito Santo tem sua história e sua experiência cotidiana marcadas pela poderosa ação do Paráclito, o Consolador. A Renovação Carismática Católica é um Movimento da Igreja Católica Apostólica Romana que busca uma cres cente consciência e experiência da presença e ação do Espírito Santo na vida dos eis, propiciando a seus membros uma constante renovação espiritual.
2.DESENVOLVIMENTO 2.1. o “f sn e Duquesne” Este maravilhoso Movimento Eclesial surgiu como fruto de um Retiro Espiritual feito por um gru po de professores e alunos entre os dias 17 e 19 de fevereiro de 1967 na Universidade Duquesne, em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos da América, não existindo, no entanto, um fundador humano deste Movimento. Foi o próprio Espírito Santo que o suscitou. Em clima de oração, fraternidade e impactados pela força das promessas de Deus acerca do derramamento do Espírito Santo, contidas tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (cf. Is. 41, 18; Ez. 36, 25-27; Ez. 37, 1-14; Joel 3, 1-2; Jo. 14, 1617.26; Jo. 15, 26; Jo. 16, 7-11.13-14; At. 1, 4-5.8), bem como por uma bibliograa favorável, simplesmente oraram fervorosamente para que se renovasse naqueles dias o que acontecera em Pentecostes. O resultado disso é que foram todos batizados no Espírito Santo e alguns daqueles jovens participantes do retiro que cou conhecido como “o m de semana de Duquesne” testemunham essa experiência ainda nos dias de hoje nos diversos Encontros da RCC. O interessante é que sempre há algo novo em cada vez que testemunham. Esta experiência de um Novo Pentecostes se alastrou vertiginosamente em pouco tempo por toda a nação estadunidense – em 1968 o primeiro
sendo também compartilhada com o mundo intei ro. No início dos anos 90, segundo pesquisas feitas pelo ICCRS (Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica), a Renovação alcançou apro ximadamente 100 milhões de pessoas em 240 paí ses. E aqui estamos nós, podendo clamar a qualquer momento essa Pessoa-Dom: “Vem, Espírito Santo, vem!” E Ele vem porque quer se derramar sempre sobre nós e nos encher continuamente de Sua presença renovadora e santicadora. A RCC chegou ao Brasil em 1969, através dos Padres norte-americanos Eduardo Dougherty e Haroldo Joseph Rahm. Iniciou-se na cidade de Campi nas – SP, alastrando-se rapidamente por todos os estados brasileiros. Em 1973 fora realizado o 1º Congresso Nacional da RCC, em que compareceram cerca de 50 líderes para discernir esta Obra no Brasil. Em 1974 já foi realizado o 2º Congresso Nacio nal, em Itaici, que contou com a presença de líde res de Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Santos, dentre outros. A partir de 1974 a expansão da Renovação Carismática no Brasil ganha grande velocidade e dinamismo.
2.2. O relacionamento com o Espírito Santo ao longo da História da Igreja Ao mergulharmos na História da Igreja perce bemos que o Espírito Santo cou um tanto “reser vado” aos Sacramentos; fora um tanto instituciona lizado; estava de certo modo “esquecido” pelo Povo de Deus. A devoção a Ele era escassa e esparsa. As experiências pentecostais eram reservadas a alguns místicos, de forma muito peculiar e extraordinária. Isso se deveu a alguns fatores, tais como a neces sidade de alicerçar e aprofundar de forma incisiva a Teologia sobre Jesus Cristo, que foi alvo de inú meras heresias, o surgimento de algumas heresias (na linguagem de São Paulo a Timóteo: “doutrinas extravagantes”) sobre a ação do Espírito Santo nos homens, dentre outros. Tudo isso levou a um “arrefecimento” do relacionamento dos cristãos com a Pessoa do Espírito Santo e de certa forma o “VEM”
Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
CaPíTUlo 1
Nós somos a Renovação Carismática Católica! 1. INTRODUÇÃO Ao longo dos tempos temos percebido de que forma Deus tem operado signicativamente na História da Humanidade através da Renovação Caris mática Católica, que dócil ao Espírito Santo tem sua história e sua experiência cotidiana marcadas pela poderosa ação do Paráclito, o Consolador. A Renovação Carismática Católica é um Movimento da Igreja Católica Apostólica Romana que busca uma cres cente consciência e experiência da presença e ação do Espírito Santo na vida dos eis, propiciando a seus membros uma constante renovação espiritual.
2.DESENVOLVIMENTO 2.1. o “f sn e Duquesne” Este maravilhoso Movimento Eclesial surgiu como fruto de um Retiro Espiritual feito por um gru po de professores e alunos entre os dias 17 e 19 de fevereiro de 1967 na Universidade Duquesne, em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos da América, não existindo, no entanto, um fundador humano deste Movimento. Foi o próprio Espírito Santo que o suscitou. Em clima de oração, fraternidade e impactados pela força das promessas de Deus acerca do derramamento do Espírito Santo, contidas tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (cf. Is. 41, 18; Ez. 36, 25-27; Ez. 37, 1-14; Joel 3, 1-2; Jo. 14, 1617.26; Jo. 15, 26; Jo. 16, 7-11.13-14; At. 1, 4-5.8), bem como por uma bibliograa favorável, simplesmente oraram fervorosamente para que se renovasse naqueles dias o que acontecera em Pentecostes. O resultado disso é que foram todos batizados no Espírito Santo e alguns daqueles jovens participantes do retiro que cou conhecido como “o m de semana de Duquesne” testemunham essa experiência ainda nos dias de hoje nos diversos Encontros da RCC. O interessante é que sempre há algo novo em cada vez que testemunham. Esta experiência de um Novo Pentecostes se alastrou vertiginosamente em pouco tempo por toda a nação estadunidense – em 1968 o primeiro Congresso Nacional nos EUA reuniu cerca de 100 participantes, em 1972 já contava com cerca de 12 mil pessoas e em 1973 com 25 mil carismáticos –,
sendo também compartilhada com o mundo intei ro. No início dos anos 90, segundo pesquisas feitas pelo ICCRS (Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica), a Renovação alcançou apro ximadamente 100 milhões de pessoas em 240 paí ses. E aqui estamos nós, podendo clamar a qualquer momento essa Pessoa-Dom: “Vem, Espírito Santo, vem!” E Ele vem porque quer se derramar sempre sobre nós e nos encher continuamente de Sua presença renovadora e santicadora. A RCC chegou ao Brasil em 1969, através dos Padres norte-americanos Eduardo Dougherty e Haroldo Joseph Rahm. Iniciou-se na cidade de Campi nas – SP, alastrando-se rapidamente por todos os estados brasileiros. Em 1973 fora realizado o 1º Congresso Nacional da RCC, em que compareceram cerca de 50 líderes para discernir esta Obra no Brasil. Em 1974 já foi realizado o 2º Congresso Nacio nal, em Itaici, que contou com a presença de líde res de Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Santos, dentre outros. A partir de 1974 a expansão da Renovação Carismática no Brasil ganha grande velocidade e dinamismo.
2.2. O relacionamento com o Espírito Santo ao longo da História da Igreja Ao mergulharmos na História da Igreja perce bemos que o Espírito Santo cou um tanto “reser vado” aos Sacramentos; fora um tanto instituciona lizado; estava de certo modo “esquecido” pelo Povo de Deus. A devoção a Ele era escassa e esparsa. As experiências pentecostais eram reservadas a alguns místicos, de forma muito peculiar e extraordinária. Isso se deveu a alguns fatores, tais como a neces sidade de alicerçar e aprofundar de forma incisiva a Teologia sobre Jesus Cristo, que foi alvo de inú meras heresias, o surgimento de algumas heresias (na linguagem de São Paulo a Timóteo: “doutrinas extravagantes”) sobre a ação do Espírito Santo nos homens, dentre outros. Tudo isso levou a um “arrefecimento” do relacionamento dos cristãos com a Pessoa do Espírito Santo e de certa forma o “VEM” da Igreja se tornou enfraquecido. Durante alguns séculos os cristãos, em geral, não devotaram tanta intimidade com a Pessoa do Espírito Santo.
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Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
2.2.1 A humilde Beata Elena Guerra Deus suscitou então, no século XIX, uma simples Freira, nascida na cidade italiana de Lucca, de nome Elena Guerra (23 de junho de 1835 – 11 de abril de 1914) que, movida pelos insistentes apelos do Senhor ao seu coração, escreve 13 Cartas ao Santo Padre, o Papa Leão XIII, pedindo-lhe que levasse a Igreja a entrar novamente no Cenáculo e que con vocasse os cristãos modernos a redescobrirem a devoção ao Espírito Santo do qual o mundo tanto pre cisa para vencer as forças demoníacas. Estas cartas foram escritas entre os anos de 1895 e 1903, sendo que em outubro de 1897 Elena Guerra é recebida em Audiência pelo Papa Leão XIII que a encoraja a prosseguir o apostolado pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de nome, para melhor qualicar seu carisma próprio na Igreja: Oblatas do Espírito Santo. Mais tarde (em 26 de abril de 1959) Elena Guerra será intitulada pelo Papa João XXIII de Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos e elevada à dignidade de Beata da Santa Igreja. Deus fala à sua Igreja através do Santo Espí rito. O Papa Leão XIII se sensibilizou com o apelo feito pela Freira Elena Guerra e, em 1895, escreveu a Carta Apostólica Provida Matris Charitate, na qual pedia aos cristãos que rezassem a Novena Solene do Espírito Santo antes de Pentecostes. Em dezem bro de 1897 o Papa Leão XIII publicou a Encíclica Di- vinum Illud Munus sobre a Pessoa do Espírito Santo, o relacionamento do homem com o Espírito Santo, convidando novamente a Igreja a rezar a Novena do Espírito Santo, como uma Novena perpétua. Em sua Carta datada de 15/10/1900, Elena Guerra suplica ao Papa: “Santíssimo Padre, que o novo século co mece com um Veni Creator Spiritus, cantado no início da Missa de meia-noite, ou na primeira Missa ce lebrada em cada Igreja no primeiro dia do ano. Essa é a vontade de Deus.” Em 1º de Janeiro de 1901 o Papa entoou o Veni Creator consagrando o Século XX ao Espírito Santo. Eis alguns dos pensamentos e ensinamentos da Beata Elena Guerra 1: • “O Pentecostes não terminou; de fato é sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo de seja ardentemente dar-se a todos os homens e, aqueles que o desejam, podem recebê-lo sempre; portanto não temos nada a invejar aos Apóstolos e aos primeiros cristãos; nós só temos que nos dispor, como eles, a recebê-lo bem e Ele virá a nós como veio a eles.” • “Não foi somente sobre os Apóstolos que desceu o Espírito Santo, como mostrou tam-
quer idade, basta que o queiram, que O invo quem, e lhe deem lugar no próprio coração.” • “A vinda do Espírito Santo no Cenáculo foi e é como o beijo da reconciliação dado por Deus à humanidade, redimida com o Sangue de Je sus Cristo.” • “O que é que pode faltar à alma que pode dizer ao Espírito: ‘Vem’?” • “Se o ‘Vem’, aquele abençoado ‘Vem’ que a partir do Cenáculo a santa Igreja não cessou nunca de repetir, se tornasse tão popular com o ‘Ave’!” • “O Espírito Santo é a tua vida e tu não podes fazer nada de bom sem Ele.”
2.2.2 O neo-pentecostalismo cristão – O fenômeno da Azusa Street (Rua Azusa) Diante da oração fervorosa do Romano Pon tíce, Deus abre as comportas dos céus e derrama deliberadamente o seu Espírito sobre a Terra. Entretanto, a Igreja Católica estava de certo modo “fechada” a esse reavivamento espiritual pelo menos naquele momento. Assim, na noite daquele mesmo dia em que o Santo Padre havia consagrado o sé culo XX ao Espírito Santo a cristã evangélica Agnes Ozman, membro de uma Comunidade Evangélica da cidade norte-americana de Topeka, recebeu a Efusão do Espírito Santo (BES) e começou a falar e orar em línguas. Em 1906, através do Reverendo William Seymour, acontece na famosa Azusa Street (Rua Azusa), em Los Angeles, Califórnia/EUA um grande pentecostalismo, que se difunde para todos os continentes em 2 anos. No ano de 2006 completou-se o centenário do fenômeno de Azusa Street, tendo sido convidadas várias expressões pentecostais do mundo, inclusive a Renovação Carismática Católica, que teve como um de seus representantes, enviado diretamente pelo Vaticano, o Sr. Reinaldo Beserra dos Reis, membro permanente de nosso Conselho Nacional da RCCBRASIL.
2.2.3 O Papa João XXIII e o Concílio Ecumênico Vaticano II Com a morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontíce em 28 de outubro de 1958 o Cardeal Ângelo Giuseppe Roncalli, que assumiu o nome de João XXIII. Devido à sua já avançada idade, era considerado como um Papa de transição, que não teria tempo
para realizar ou inovar muitas coisas. Porém o Espírito Santo moveu o seu coração para que convocasse um novo Concílio, o Concílio Ecumênico Vaticano II. Através da Constituição Apostólica Humanae Sa- lutis , com o qual convocou ocialmente o Concílio, o Papa João XXIII antecipa o que este evento sig nicará: “Repita-se deste modo, na família cristã, o espetáculo dos apóstolos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se viu toda unida em comunhão de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. E digne-se o divino Espírito ouvir da maneira mais consoladora a oração que todos os dias sobe de todos os recantos da terra: ‘Re nova em nossa época os prodígios, como em novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e instante oração junto a Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divi no Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz.’ Assim seja!” O Concílio Vaticano II foi, de fato, um novo Pentecostes para a vitalidade da Igreja. O Concílio ampliou as possibilidades apostólicas dos leigos, armou taxativamente a importância e utilidade dos carismas para a Igreja no mundo, signicou uma profunda renovação eclesial. Ainda colhemos e teremos a colher muitos frutos deste Evento que posteriormente o Papa Paulo VI irá denominar de “hora de Deus para a Igreja nesta viragem da história” (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi , 4) Iniciou-se em 11 de outubro de 1962 e após 4 intensas sessões, encerrou-se em 8 de dezembro de 1965, vindo a Renovação Carismática Católica (RCC) surgir um pouco mais de um ano depois, a partir do “m de semana de Duquesne” em fevereiro de 1967, conforme já visto. Assim entendemos porque o Papa João Paulo II disse que um dos grandes frutos do Concílio Vaticano II foi o surgimento da Renovação Carismática Católica. Dirigindo-se ao nosso Movimento na Itália, em 14 de março de 2002, João Paulo II disse: ”No nosso tempo, ávido de esperança, fazei com que o Espírito Santo seja conhecido e amado. Assim, ajudareis a fazer que tome forma àquela ‘cultura do Pentecostes’, a única que pode fecundar a civilização do amor e da convivência entre os povos”. Aqui compreendemos bem quem somos: APÓSTOLOS DA EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO.
3.CONCLUSÃO Tendo o Grupo de Oração (GO) como sua célula fundamental, a RCC continua se expandindo pelos 4 cantos do mundo anunciando o Evangelho a toda a criatura e implantando a Cultura de Pentecostes. O Grupo de Oração é um espaço privilegiado para a experiência de Pentecostes, experiência essa que se faz necessária todos os dias. O Grupo de Oração é o cenáculo de Pentecostes dos dias atuais, de onde não podemos nos afastar. O Papa Bento XVI assim ensinou: “A Igreja sem o Espírito Santo é uma organização meramente hu mana”. Por isso, entendemos ser necessário que continuamente a humanidade faça a experiência da Efusão do Espírito Santo, através deste Movimento Eclesial que tem como sua Identidade a vivência do Batismo no Espírito Santo com todas as suas conse quências. Somos convidados a semear a cultura de Pentecostes, a tornar o Espírito Santo mais conhe cido e amado, a levar os irmãos a um Encontro com Jesus a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo.
PROPOSTA DE DINÂMICA: 1. Baixar o vídeo “Vida longa aos caris máticos” do Papa João Paulo II no You Tube e apresentar aos participantes por meio de data-show ou mesmo em TV-DVD, se possível. 2. Partilha: De que forma a Renovação Carismática Católica tem me ajudado a ser um(a) cristão(ã) melhor?
Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
2.2.1 A humilde Beata Elena Guerra Deus suscitou então, no século XIX, uma simples Freira, nascida na cidade italiana de Lucca, de nome Elena Guerra (23 de junho de 1835 – 11 de abril de 1914) que, movida pelos insistentes apelos do Senhor ao seu coração, escreve 13 Cartas ao Santo Padre, o Papa Leão XIII, pedindo-lhe que levasse a Igreja a entrar novamente no Cenáculo e que con vocasse os cristãos modernos a redescobrirem a devoção ao Espírito Santo do qual o mundo tanto pre cisa para vencer as forças demoníacas. Estas cartas foram escritas entre os anos de 1895 e 1903, sendo que em outubro de 1897 Elena Guerra é recebida em Audiência pelo Papa Leão XIII que a encoraja a prosseguir o apostolado pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de nome, para melhor qualicar seu carisma próprio na Igreja: Oblatas do Espírito Santo. Mais tarde (em 26 de abril de 1959) Elena Guerra será intitulada pelo Papa João XXIII de Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos e elevada à dignidade de Beata da Santa Igreja. Deus fala à sua Igreja através do Santo Espí rito. O Papa Leão XIII se sensibilizou com o apelo feito pela Freira Elena Guerra e, em 1895, escreveu a Carta Apostólica Provida Matris Charitate, na qual pedia aos cristãos que rezassem a Novena Solene do Espírito Santo antes de Pentecostes. Em dezem bro de 1897 o Papa Leão XIII publicou a Encíclica Di- vinum Illud Munus sobre a Pessoa do Espírito Santo, o relacionamento do homem com o Espírito Santo, convidando novamente a Igreja a rezar a Novena do Espírito Santo, como uma Novena perpétua. Em sua Carta datada de 15/10/1900, Elena Guerra suplica ao Papa: “Santíssimo Padre, que o novo século co mece com um Veni Creator Spiritus, cantado no início da Missa de meia-noite, ou na primeira Missa ce lebrada em cada Igreja no primeiro dia do ano. Essa é a vontade de Deus.” Em 1º de Janeiro de 1901 o Papa entoou o Veni Creator consagrando o Século XX ao Espírito Santo. Eis alguns dos pensamentos e ensinamentos da Beata Elena Guerra 1: • “O Pentecostes não terminou; de fato é sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo de seja ardentemente dar-se a todos os homens e, aqueles que o desejam, podem recebê-lo sempre; portanto não temos nada a invejar aos Apóstolos e aos primeiros cristãos; nós só temos que nos dispor, como eles, a recebê-lo bem e Ele virá a nós como veio a eles.” • “Não foi somente sobre os Apóstolos que desceu o Espírito Santo, como mostrou também por meio de sucessivas aparições nos dias que se seguiram a Pentecostes, mas vem para todos os éis, em todos os lugares, em qual-
quer idade, basta que o queiram, que O invo quem, e lhe deem lugar no próprio coração.” • “A vinda do Espírito Santo no Cenáculo foi e é como o beijo da reconciliação dado por Deus à humanidade, redimida com o Sangue de Je sus Cristo.” • “O que é que pode faltar à alma que pode dizer ao Espírito: ‘Vem’?” • “Se o ‘Vem’, aquele abençoado ‘Vem’ que a partir do Cenáculo a santa Igreja não cessou nunca de repetir, se tornasse tão popular com o ‘Ave’!” • “O Espírito Santo é a tua vida e tu não podes fazer nada de bom sem Ele.”
2.2.2 O neo-pentecostalismo cristão – O fenômeno da Azusa Street (Rua Azusa) Diante da oração fervorosa do Romano Pon tíce, Deus abre as comportas dos céus e derrama deliberadamente o seu Espírito sobre a Terra. Entretanto, a Igreja Católica estava de certo modo “fechada” a esse reavivamento espiritual pelo menos naquele momento. Assim, na noite daquele mesmo dia em que o Santo Padre havia consagrado o sé culo XX ao Espírito Santo a cristã evangélica Agnes Ozman, membro de uma Comunidade Evangélica da cidade norte-americana de Topeka, recebeu a Efusão do Espírito Santo (BES) e começou a falar e orar em línguas. Em 1906, através do Reverendo William Seymour, acontece na famosa Azusa Street (Rua Azusa), em Los Angeles, Califórnia/EUA um grande pentecostalismo, que se difunde para todos os continentes em 2 anos. No ano de 2006 completou-se o centenário do fenômeno de Azusa Street, tendo sido convidadas várias expressões pentecostais do mundo, inclusive a Renovação Carismática Católica, que teve como um de seus representantes, enviado diretamente pelo Vaticano, o Sr. Reinaldo Beserra dos Reis, membro permanente de nosso Conselho Nacional da RCCBRASIL.
2.2.3 O Papa João XXIII e o Concílio Ecumênico Vaticano II
para realizar ou inovar muitas coisas. Porém o Espírito Santo moveu o seu coração para que convocasse um novo Concílio, o Concílio Ecumênico Vaticano II. Através da Constituição Apostólica Humanae Sa- lutis , com o qual convocou ocialmente o Concílio, o Papa João XXIII antecipa o que este evento sig nicará: “Repita-se deste modo, na família cristã, o espetáculo dos apóstolos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se viu toda unida em comunhão de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. E digne-se o divino Espírito ouvir da maneira mais consoladora a oração que todos os dias sobe de todos os recantos da terra: ‘Re nova em nossa época os prodígios, como em novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e instante oração junto a Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divi no Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz.’ Assim seja!” O Concílio Vaticano II foi, de fato, um novo Pentecostes para a vitalidade da Igreja. O Concílio ampliou as possibilidades apostólicas dos leigos, armou taxativamente a importância e utilidade dos carismas para a Igreja no mundo, signicou uma profunda renovação eclesial. Ainda colhemos e teremos a colher muitos frutos deste Evento que posteriormente o Papa Paulo VI irá denominar de “hora de Deus para a Igreja nesta viragem da história” (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi , 4) Iniciou-se em 11 de outubro de 1962 e após 4 intensas sessões, encerrou-se em 8 de dezembro de 1965, vindo a Renovação Carismática Católica (RCC) surgir um pouco mais de um ano depois, a partir do “m de semana de Duquesne” em fevereiro de 1967, conforme já visto. Assim entendemos porque o Papa João Paulo II disse que um dos grandes frutos do Concílio Vaticano II foi o surgimento da Renovação Carismática Católica. Dirigindo-se ao nosso Movimento na Itália, em 14 de março de 2002, João Paulo II disse: ”No nosso tempo, ávido de esperança, fazei com que o Espírito Santo seja conhecido e amado. Assim, ajudareis a fazer que tome forma àquela ‘cultura do Pentecostes’, a única que pode fecundar a civilização do amor e da convivência entre os povos”. Aqui compreendemos bem quem somos: APÓSTOLOS DA EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO.
Com a morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontíce em 28 de outubro de 1958 o Cardeal Ângelo Giuseppe Roncalli, que assumiu o nome de João XXIII. Devido à sua já avançada idade, era considerado como um Papa de transição, que não teria tempo
3.CONCLUSÃO Tendo o Grupo de Oração (GO) como sua célula fundamental, a RCC continua se expandindo pelos 4 cantos do mundo anunciando o Evangelho a toda a criatura e implantando a Cultura de Pentecostes. O Grupo de Oração é um espaço privilegiado para a experiência de Pentecostes, experiência essa que se faz necessária todos os dias. O Grupo de Oração é o cenáculo de Pentecostes dos dias atuais, de onde não podemos nos afastar. O Papa Bento XVI assim ensinou: “A Igreja sem o Espírito Santo é uma organização meramente hu mana”. Por isso, entendemos ser necessário que continuamente a humanidade faça a experiência da Efusão do Espírito Santo, através deste Movimento Eclesial que tem como sua Identidade a vivência do Batismo no Espírito Santo com todas as suas conse quências. Somos convidados a semear a cultura de Pentecostes, a tornar o Espírito Santo mais conhe cido e amado, a levar os irmãos a um Encontro com Jesus a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo.
PROPOSTA DE DINÂMICA: 1. Baixar o vídeo “Vida longa aos caris máticos” do Papa João Paulo II no You Tube e apresentar aos participantes por meio de data-show ou mesmo em TV-DVD, se possível. 2. Partilha: De que forma a Renovação Carismática Católica tem me ajudado a ser um(a) cristão(ã) melhor?
1 Extraído de: http://www.elenaguerra.org/elena/index.php?option=com_ content&view=category&layout=blog&id=35&Itemid=54
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Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
Práticas Espirituais Parte I
PreFÁCIo
A missão que o Senhor conou a seus Discípu los e, portanto, a todos nós batizados, é uma missão essencialmente espiritual e, para exercê-la, muitas vezes será inevitável travar verdadeiras batalhas espirituais. São Paulo nos ensina esta verdade quando se dirige aos efésios e arma que: “... não é contra homens de carne e de sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares.” (cf. Ef. 6, 12). Sabendo desta realidade, o próprio São Paulo orienta para não vacilarmos em nossa vida de oração (nossa vida espiritual) e recomenda: “Inten sicai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos” (cf. Ef 6,18). Desta maneira, uma vez que o nosso serviço na Renovação Carismática Católica é o meio que o Se nhor nos concede para cumprirmos a nossa missão, podemos concluir que para exercê-la plenamente é necessário cultivarmos e retomarmos uma vida de intimidade com o Senhor e crescermos em sua dependência. Neste sentido, um dos meios bastante ecazes para alcançarmos esta intimidade com Deus é a vivência das práticas espirituais que serão aqui sugeridas: Oração Pessoal (diária), Leitura Orante da Bíblia (diária), Conssão (mensal), Oração do Terço ou do Rosário (diária), a prática do jejum (todas as sextas-feiras) e Adoração ao Senhor no Santíssimo Sacramento (semanal). Esta vida íntima com o Senhor começa a partir do momento em que nos disciplinamos a exercer a nossa espiritualidade de forma séria e contínua, buscando viver a mística dessas práticas espirituais sem, no entanto, exercê-las como simples “devocionalismo”. A espiritualidade é algo cultivado na pes soa, e que se transforma em paixão pela missão. É
cebe a olho vivo que esta água está desde a raiz até na ponta das folhas, porém se deixarmos de irrigá -la o seu destino será secar até morrer... Da mesma forma, se deixarmos de cultivar a nossa vida espiritual, seremos como esta planta: sem frutos... secos... sem vida. Somente conseguiremos êxito em nossa missão se estivermos rmes em nossa espiritualidade, se formos verdadeiros Amigos de Deus vivenciando no dia a dia de nossas vidas cada uma destas práticas espirituais aqui sugeridas. Precisamos ser dependentes do Senhor, que nos diz: “... sem mim nada podeis fazer” (cf. Jo 15,5). A vivência contínua destas práticas espirituais irá aos poucos nos tornando parecidos com o modo de ser, de viver, de falar e de agir de Jesus. Quando rezamos, o Senhor nos dá o dom da sabedoria e passamos a perceber verdades que antes não conhecíamos, passamos a ter soluções novas para problemas que sem oração poderíamos nos destruir. “Invoca-me, e te responderei, revelando-te coisas misteriosas que ignoras”. (Jr. 33,3). Este é um chamado para toda a Renovação Carismática Católica do Brasil. E é com este intuito que recomendamos a todos os servos a vivência destas práticas espirituais para que tenhamos uma visão ampliada e assumamos os nossos postos, a m de passarmos da fase apologética para uma fase de combatividade profética em nossa missão. Oramos para que você faça parte daqueles que escutarão este chamado e que buscarão pô-lo em prática a cada dia, pois cada dia é uma aventura na busca por esta maravilhosa delidade. Agindo assim, com certeza experimentaremos a presença deste Deus que está tão próximo de cada um de nós. Reitamos a partir de agora sobre
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Apostila - Grupos de Perseverança
Práticas Espirituais Parte I
PreFÁCIo
A missão que o Senhor conou a seus Discípu los e, portanto, a todos nós batizados, é uma missão essencialmente espiritual e, para exercê-la, muitas vezes será inevitável travar verdadeiras batalhas espirituais. São Paulo nos ensina esta verdade quando se dirige aos efésios e arma que: “... não é contra homens de carne e de sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares.” (cf. Ef. 6, 12). Sabendo desta realidade, o próprio São Paulo orienta para não vacilarmos em nossa vida de oração (nossa vida espiritual) e recomenda: “Inten sicai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos” (cf. Ef 6,18). Desta maneira, uma vez que o nosso serviço na Renovação Carismática Católica é o meio que o Se nhor nos concede para cumprirmos a nossa missão, podemos concluir que para exercê-la plenamente é necessário cultivarmos e retomarmos uma vida de intimidade com o Senhor e crescermos em sua dependência. Neste sentido, um dos meios bastante ecazes para alcançarmos esta intimidade com Deus é a vivência das práticas espirituais que serão aqui sugeridas: Oração Pessoal (diária), Leitura Orante da Bíblia (diária), Conssão (mensal), Oração do Terço ou do Rosário (diária), a prática do jejum (todas as sextas-feiras) e Adoração ao Senhor no Santíssimo Sacramento (semanal). Esta vida íntima com o Senhor começa a partir do momento em que nos disciplinamos a exercer a nossa espiritualidade de forma séria e contínua, buscando viver a mística dessas práticas espirituais sem, no entanto, exercê-las como simples “devocionalismo”. A espiritualidade é algo cultivado na pes soa, e que se transforma em paixão pela missão. É a nossa espiritualidade que mantém viva a força e a qual idade de nossas opções e compromissos. É como a água que mantém viva a planta. Não se per -
cebe a olho vivo que esta água está desde a raiz até na ponta das folhas, porém se deixarmos de irrigá -la o seu destino será secar até morrer... Da mesma forma, se deixarmos de cultivar a nossa vida espiritual, seremos como esta planta: sem frutos... secos... sem vida. Somente conseguiremos êxito em nossa missão se estivermos rmes em nossa espiritualidade, se formos verdadeiros Amigos de Deus vivenciando no dia a dia de nossas vidas cada uma destas práticas espirituais aqui sugeridas. Precisamos ser dependentes do Senhor, que nos diz: “... sem mim nada podeis fazer” (cf. Jo 15,5). A vivência contínua destas práticas espirituais irá aos poucos nos tornando parecidos com o modo de ser, de viver, de falar e de agir de Jesus. Quando rezamos, o Senhor nos dá o dom da sabedoria e passamos a perceber verdades que antes não conhecíamos, passamos a ter soluções novas para problemas que sem oração poderíamos nos destruir. “Invoca-me, e te responderei, revelando-te coisas misteriosas que ignoras”. (Jr. 33,3). Este é um chamado para toda a Renovação Carismática Católica do Brasil. E é com este intuito que recomendamos a todos os servos a vivência destas práticas espirituais para que tenhamos uma visão ampliada e assumamos os nossos postos, a m de passarmos da fase apologética para uma fase de combatividade profética em nossa missão. Oramos para que você faça parte daqueles que escutarão este chamado e que buscarão pô-lo em prática a cada dia, pois cada dia é uma aventura na busca por esta maravilhosa delidade. Agindo assim, com certeza experimentaremos a presença deste Deus que está tão próximo de cada um de nós. Reitamos a partir de agora sobre algumas das práticas espirituais ensinadas e incentivadas pela Mãe Igreja para a edicação de nosso homem interior.
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Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila - Grupos de Perseverança
I. ORAÇÃO PESSOAL 1. INTRODUÇÃO A oração pessoal é um momento de intimidade com Deus, um diálogo sincero e ssencial de amor, um encontro espontâneo no sentido do ser. São características necessárias à oração: um tempo reser vado, delidade e perseverança. Este tipo de oração pode ser vocal ou mental, devendo ser observados alguns aspectos práticos, como o lugar onde se vai rezar, ter um ambiente acolhedor, um horário, uma postura corporal e um diário espiritual para anotar as inspirações do Senhor. A oração pessoal é um dos meios mais ecazes de crescimento espiritual, visto que é uma necessidade natural do el, tanto quanto o comer e o respirar, devendo desta forma, ser natural e agradável.
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O que é oração? Segundo o Catecismo da Igreja, a oração é vis ta, nas primeiras passagens bíblicas, como um modo concreto e bonito de relacionamento com Deus que se mostra mediante a apresentação de oferendas a Deus, ou pela invocação do nome de Deus, ou ainda como uma caminhada com Deus. À luz dos relatos bíblicos, que nos narram diversas experiências espirituais dos grandes homens de Deus, encontraremos várias noções que nos levam a entender o que seja a oração. No chamamento de Abraão e na sua resposta a Deus, a oração se expressa como uma es cuta atenta e silenciosa do coração à voz de Deus e como uma resposta concreta na obediência a Ele (obediência signica em latim, ouvir com atenção), buscando realizar a vontade de Deus, por meio de ações concretas, e que por sua vez requer como fundamento único o dom da fé na delidade de Deus. A oração restaura no homem a semelhança de Deus e o faz participar do poder do amor de Deus que salva a multidão. Na experiência de Jacó a oração pode ser denida como o combate da fé e como a vitória da perseverança. Na profunda experiência de Moi sés a oração revela sua dimensão de intercessão, de diálogo com Deus, que por primeiro vem ao seu encontro, revelando sua mais bela face, a da contemplação, pois Moisés falava com Deus face a face. Neste âmbito a oração se apresenta como um encontro íntimo com Deus. Por sua vez em Davi a oração adquire um rosto novo, de louvor e ação de
ta e delidade à Palavra de Deus, que impulsiona as especícas missões de falar em nome de Deus. E os salmos são a própria Palavra de Deus que se faz oração, pessoal e comunitária, ensinando-nos a orar sempre, em todas as circunstâncias da vida, se caracterizando pela simplicidade e espontaneidade num contínuo desejo de Deus, aqui a oração re ete a vivência da fé nos diversos acontecimentos da nossa vida. Com a manifestação do Filho de Deus, a oração encontra sua plena revelação em Jesus, que reza com seu coração humano, sendo um coração de Filho. Desse modo a oração possui uma novida de: a oração se manifesta como oração lial, como um encontro com o Pai. Jesus sendo um homem de oração nos mostra toda a força da oração, e sua importância na vida humana e nos seus momentos de cisivos congurando-se segundo o testemunho de Jesus: como uma entrega humilde e conante à vontade amorosa do Pai, como uma adesão amoro sa do coração ao mistério da vontade do Pai, como uma ação de graças, que deve vir por primeiro. Nos Evangelhos Jesus deixa seu ensinamento sobre a oração, que deve ser assim compreendida: como um encontro lial com o Pai, movido pelo Espírito Santo, que nasce de um coração humilde e reconciliado com todos, fruto de uma fé viva, e em constante vigilância. A oração, em sua própria essência, requer algumas propriedades: primeiro a persistência; depois a paciência e por m a humildade. A grande novidade que Jesus nos traz, mediante a sua encarnação, é esta: a oração dos discípulos deve ser feita, “em seu Nome”, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida, nosso Intercessor diante do Pai. E por m no Magnicat aprendemos de Maria qual a nalidade última da oração cristã: a união com Deus, nossa comunhão com Ele, “ser todo dele porque Ele é todo nosso”.
2.2 Como deve ser a oração pessoal? A oração pessoal deve antes de tudo ser pes soal, onde cada pessoa encontrará seu próprio caminho na oração sendo guiado pelo Espírito Santo e norteado pelos ensinamentos profundos que a Igreja nos deixou em sua riquíssima Tradição, a partir das diversas experiências dos grandes santos e santas da Igreja. Cada um deve encontrar seu método de Oração Pessoal, e a forma de oração pelo qual vai se identicando, passando pela Oração Vocal, de louvor e de intercessão, adentrando nos esquemas místicos da meditação e da contemplação, como oração mental, e perpassando pela Lectio Divina, leitura orante da Bíblia, ou pela Oração dos Salmos, Liturgia das Horas, ou ainda pela Oração do Santo Terço, como devoção mariana, ou passando pela in -
O importante é encontrar-se naquela forma de oração que mais o identica com sua realidade existencial e com seus desejos espirituais de encontro com Deus; assim como deve se priorizar antes de tudo a delidade à oração pessoal, na busca da união com Deus, e não simplesmente de sentir a Deus, pois sentir Deus não depende de nós, isto é graça, dom gratuito, que Deus concede a quem quiser e quando desejar, mas o buscar a Deus, isso depende da minha vontade. “Contudo o sentir Deus não é ainda o principal na vida espiritual. O princi pal está em querer a Deus por si mesmo. Pois o sentir Deus não está sempre ao nosso alcance, enquanto o querer Deus sim”, nos alerta frei Clodovis Bo. A oração pessoal deve concretizar o pedido de Jesus: “Orai sem cessar”, em todas as circunstâncias da vida, o que equivale a dizer que todas as circunstâncias, todos os acontecimentos são meios pelos quais podemos fazê-los oração, aqui vida e oração se encontram, ambas se cruzam, a vida se faz oração, e oração se faz nossa vida. Adorar a Deus em espírito e em verdade, este é o ideal proposto por Jesus. Comentando esta passagem Monsenhor Jonas Abib ensinava que esta adoração a Deus dever ser feita no Espírito, que clama em nós Abba Pai, e em verdade, na verdade de nossa vida, com tudo aquilo que estamos passando em nossa realidade existencial e espiritual, do contrário nossa oração corre o risco de ser mentirosa. A oração pessoal deve ser fruto do nosso amor a Deus, pois onde não há amor tudo se torna insigni cante, já nos dizia Santa Terezinha: Nada é peq ueno onde o amor é grande, como também deve ser expressão de um compromisso de vida, algo de fato vital para nós, sem a qual a vida perde sentido, uma vez que sem esse comprometimento com Deus e delidade perseverante à oração pessoal corremos o risco de não progredir na fé, de paralisar nos so crescimento espiritual, e assim não chegarmos à plena estatura do Cristo, como meta de toda vida cristã, segundo nos propõe São Paulo.
2.3 Condições para uma oração pesso fcz Para uma boa oração necessitamos estar aten tos para algumas condições prévias que nos ajudam a viver a oração como uma experiência de encontro com Deus, ou seja, para uma oração profunda e verdadeira necessitamos de uma preparação, que servirá de apoio e ajuda para que a oração ua em intimidade e profundidade. Maneiraspráticasdeplanejareentraremoração:
1 – ESCOLHER A HORA: Se não estabelecermos uma hora especíca
Deus no nível mais profundo do coração. O horário que você escolheu deve ser o melhor tempo de oração: “horário nobre”.
2 – ESCOLHER UM LUGAR: Uma das coisas que deve pesar na escolha de um lugar para a oração é o fato de que ele esteja longe de perturbações, um lugar onde você possa car alerta e concentrado. Pode ser em casa, na igre ja, no escritório, no jardim… 3 – ENTRAR EM ORAÇÃO: a) Peça a presença do Espírito Santo: É Ele quem nos ensina a orar. É Ele quem nos leva à oração e nos revela como nós devemos orar. b) Examine sua consciência: Considerando que a comunicação com Deus é bloqueada pelo pecado, Deus pode em sua oração levá-lo a “enxergar” seu próprio interior. O Exame de consciência pode ser um momento maravilhoso, cheio de graça em que Deus nos ajuda a jogar por terra todos os bloqueios que nos impedem de entrar numa oração profunda. À medida que o Senhor for revelando seus pecados, peça a graça de abandoná-los. Faça um r me propósito e rejeite o pecado, certo de que ele faz diminuir a sua capacidade de conhecer e servir a Deus. c) Apresente o “seu problema” a Deus: Muitas vezes nossas orações tornam-se inecien tes por causa de nossos fardos de ansiedade e temor. Sem dúvidas, é importante apresentar nossos problemas ao nosso Pai celeste, porém não devemos deixar que todo o nosso tempo de oração seja tomado por tais divagações. Coloque, portanto, nas mãos do Pai, suas ansiedades, problemas, preocupações e fardos ao começar a sua oração e permita que Deus seja soberano em sua oração. d) Louve a Deus: Faça uma oração verbal de louvor a Deus, por tudo que Ele é, por tudo o que Ele faz, por toda a Sua obra. Não seja tími do; não hesite em repetir os louvores de um cântico, de um salmo, expressando ao Senhor toda a alegria que há no seu coração por Ele, pela Sua presença na sua vida. Louve a Deus pelo bom e também por aquilo que não está bom. Se persistir na prática da oração e do louvor, você se surpreenderá ao ver como até o mais grave de seus problemas parecerá mínimo. e) Faça perguntas a Deus: Faça perguntas a Deus sobre coisas que estão em seu coração. Traga esses problemas a Deus com total conança de que ele agirá em seu favor. Seja
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Apostila - Grupos de Perseverança
I. ORAÇÃO PESSOAL 1. INTRODUÇÃO A oração pessoal é um momento de intimidade com Deus, um diálogo sincero e ssencial de amor, um encontro espontâneo no sentido do ser. São características necessárias à oração: um tempo reser vado, delidade e perseverança. Este tipo de oração pode ser vocal ou mental, devendo ser observados alguns aspectos práticos, como o lugar onde se vai rezar, ter um ambiente acolhedor, um horário, uma postura corporal e um diário espiritual para anotar as inspirações do Senhor. A oração pessoal é um dos meios mais ecazes de crescimento espiritual, visto que é uma necessidade natural do el, tanto quanto o comer e o respirar, devendo desta forma, ser natural e agradável.
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O que é oração? Segundo o Catecismo da Igreja, a oração é vis ta, nas primeiras passagens bíblicas, como um modo concreto e bonito de relacionamento com Deus que se mostra mediante a apresentação de oferendas a Deus, ou pela invocação do nome de Deus, ou ainda como uma caminhada com Deus. À luz dos relatos bíblicos, que nos narram diversas experiências espirituais dos grandes homens de Deus, encontraremos várias noções que nos levam a entender o que seja a oração. No chamamento de Abraão e na sua resposta a Deus, a oração se expressa como uma es cuta atenta e silenciosa do coração à voz de Deus e como uma resposta concreta na obediência a Ele (obediência signica em latim, ouvir com atenção), buscando realizar a vontade de Deus, por meio de ações concretas, e que por sua vez requer como fundamento único o dom da fé na delidade de Deus. A oração restaura no homem a semelhança de Deus e o faz participar do poder do amor de Deus que salva a multidão. Na experiência de Jacó a oração pode ser denida como o combate da fé e como a vitória da perseverança. Na profunda experiência de Moi sés a oração revela sua dimensão de intercessão, de diálogo com Deus, que por primeiro vem ao seu encontro, revelando sua mais bela face, a da contemplação, pois Moisés falava com Deus face a face. Neste âmbito a oração se apresenta como um encontro íntimo com Deus. Por sua vez em Davi a oração adquire um rosto novo, de louvor e ação de graças, expressando sua adesão el, sua conança e alegria no Senhor. Já na experiência espiritual dos Profetas a oração é revelada como uma escu-
ta e delidade à Palavra de Deus, que impulsiona as especícas missões de falar em nome de Deus. E os salmos são a própria Palavra de Deus que se faz oração, pessoal e comunitária, ensinando-nos a orar sempre, em todas as circunstâncias da vida, se caracterizando pela simplicidade e espontaneidade num contínuo desejo de Deus, aqui a oração re ete a vivência da fé nos diversos acontecimentos da nossa vida. Com a manifestação do Filho de Deus, a oração encontra sua plena revelação em Jesus, que reza com seu coração humano, sendo um coração de Filho. Desse modo a oração possui uma novida de: a oração se manifesta como oração lial, como um encontro com o Pai. Jesus sendo um homem de oração nos mostra toda a força da oração, e sua importância na vida humana e nos seus momentos de cisivos congurando-se segundo o testemunho de Jesus: como uma entrega humilde e conante à vontade amorosa do Pai, como uma adesão amoro sa do coração ao mistério da vontade do Pai, como uma ação de graças, que deve vir por primeiro. Nos Evangelhos Jesus deixa seu ensinamento sobre a oração, que deve ser assim compreendida: como um encontro lial com o Pai, movido pelo Espírito Santo, que nasce de um coração humilde e reconciliado com todos, fruto de uma fé viva, e em constante vigilância. A oração, em sua própria essência, requer algumas propriedades: primeiro a persistência; depois a paciência e por m a humildade. A grande novidade que Jesus nos traz, mediante a sua encarnação, é esta: a oração dos discípulos deve ser feita, “em seu Nome”, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida, nosso Intercessor diante do Pai. E por m no Magnicat aprendemos de Maria qual a nalidade última da oração cristã: a união com Deus, nossa comunhão com Ele, “ser todo dele porque Ele é todo nosso”.
2.2 Como deve ser a oração pessoal? A oração pessoal deve antes de tudo ser pes soal, onde cada pessoa encontrará seu próprio caminho na oração sendo guiado pelo Espírito Santo e norteado pelos ensinamentos profundos que a Igreja nos deixou em sua riquíssima Tradição, a partir das diversas experiências dos grandes santos e santas da Igreja. Cada um deve encontrar seu método de Oração Pessoal, e a forma de oração pelo qual vai se identicando, passando pela Oração Vocal, de louvor e de intercessão, adentrando nos esquemas místicos da meditação e da contemplação, como oração mental, e perpassando pela Lectio Divina, leitura orante da Bíblia, ou pela Oração dos Salmos, Liturgia das Horas, ou ainda pela Oração do Santo Terço, como devoção mariana, ou passando pela in vocação do nome de Jesus, med iante diversas jaculatórias, sendo que todas elas devem convergir para o sentido último de nossa vida: a adoração.
O importante é encontrar-se naquela forma de oração que mais o identica com sua realidade existencial e com seus desejos espirituais de encontro com Deus; assim como deve se priorizar antes de tudo a delidade à oração pessoal, na busca da união com Deus, e não simplesmente de sentir a Deus, pois sentir Deus não depende de nós, isto é graça, dom gratuito, que Deus concede a quem quiser e quando desejar, mas o buscar a Deus, isso depende da minha vontade. “Contudo o sentir Deus não é ainda o principal na vida espiritual. O princi pal está em querer a Deus por si mesmo. Pois o sentir Deus não está sempre ao nosso alcance, enquanto o querer Deus sim”, nos alerta frei Clodovis Bo. A oração pessoal deve concretizar o pedido de Jesus: “Orai sem cessar”, em todas as circunstâncias da vida, o que equivale a dizer que todas as circunstâncias, todos os acontecimentos são meios pelos quais podemos fazê-los oração, aqui vida e oração se encontram, ambas se cruzam, a vida se faz oração, e oração se faz nossa vida. Adorar a Deus em espírito e em verdade, este é o ideal proposto por Jesus. Comentando esta passagem Monsenhor Jonas Abib ensinava que esta adoração a Deus dever ser feita no Espírito, que clama em nós Abba Pai, e em verdade, na verdade de nossa vida, com tudo aquilo que estamos passando em nossa realidade existencial e espiritual, do contrário nossa oração corre o risco de ser mentirosa. A oração pessoal deve ser fruto do nosso amor a Deus, pois onde não há amor tudo se torna insigni cante, já nos dizia Santa Terezinha: Nada é peq ueno onde o amor é grande, como também deve ser expressão de um compromisso de vida, algo de fato vital para nós, sem a qual a vida perde sentido, uma vez que sem esse comprometimento com Deus e delidade perseverante à oração pessoal corremos o risco de não progredir na fé, de paralisar nos so crescimento espiritual, e assim não chegarmos à plena estatura do Cristo, como meta de toda vida cristã, segundo nos propõe São Paulo.
Deus no nível mais profundo do coração. O horário que você escolheu deve ser o melhor tempo de oração: “horário nobre”.
2 – ESCOLHER UM LUGAR: Uma das coisas que deve pesar na escolha de um lugar para a oração é o fato de que ele esteja longe de perturbações, um lugar onde você possa car alerta e concentrado. Pode ser em casa, na igre ja, no escritório, no jardim…
2.3 Condições para uma oração pesso fcz Para uma boa oração necessitamos estar aten tos para algumas condições prévias que nos ajudam a viver a oração como uma experiência de encontro com Deus, ou seja, para uma oração profunda e verdadeira necessitamos de uma preparação, que servirá de apoio e ajuda para que a oração ua em intimidade e profundidade. Maneiraspráticasdeplanejareentraremoração:
1 – ESCOLHER A HORA: Se não estabelecermos uma hora especíca para orar, não seremos capazes de orarmos regularmente. Por isso, escolha um momento em que você não esteja esgotado, mas alerta e concentrado em
3 – ENTRAR EM ORAÇÃO: a) Peça a presença do Espírito Santo: É Ele quem nos ensina a orar. É Ele quem nos leva à oração e nos revela como nós devemos orar. b) Examine sua consciência: Considerando que a comunicação com Deus é bloqueada pelo pecado, Deus pode em sua oração levá-lo a “enxergar” seu próprio interior. O Exame de consciência pode ser um momento maravilhoso, cheio de graça em que Deus nos ajuda a jogar por terra todos os bloqueios que nos impedem de entrar numa oração profunda. À medida que o Senhor for revelando seus pecados, peça a graça de abandoná-los. Faça um r me propósito e rejeite o pecado, certo de que ele faz diminuir a sua capacidade de conhecer e servir a Deus. c) Apresente o “seu problema” a Deus: Muitas vezes nossas orações tornam-se inecien tes por causa de nossos fardos de ansiedade e temor. Sem dúvidas, é importante apresentar nossos problemas ao nosso Pai celeste, porém não devemos deixar que todo o nosso tempo de oração seja tomado por tais divagações. Coloque, portanto, nas mãos do Pai, suas ansiedades, problemas, preocupações e fardos ao começar a sua oração e permita que Deus seja soberano em sua oração. d) Louve a Deus: Faça uma oração verbal de louvor a Deus, por tudo que Ele é, por tudo o que Ele faz, por toda a Sua obra. Não seja tími do; não hesite em repetir os louvores de um cântico, de um salmo, expressando ao Senhor toda a alegria que há no seu coração por Ele, pela Sua presença na sua vida. Louve a Deus pelo bom e também por aquilo que não está bom. Se persistir na prática da oração e do louvor, você se surpreenderá ao ver como até o mais grave de seus problemas parecerá mínimo. e) Faça perguntas a Deus: Faça perguntas a Deus sobre coisas que estão em seu coração. Traga esses problemas a Deus com total conança de que ele agirá em seu favor. Seja “aberto” para encontrar uma resposta em sua oração, na Eucaristia, na Palavra de Deus, no Catecismo ou em outros livros, no conselho de 17
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um padre ou de outro conselheiro espiritual. Deus nos responderá e orientará. f) Interceda com fé e conança. Peça aquilo de que você precisa. Peça também pelas pessoas que estão necessitadas de oração. Deus dará! Não precisamos de inuência ou prestí gio, precisamos da Palavra de Deus em nossos corações fornecendo a base para o entendi mento de nós mesmos e do mundo que está à nossa volta. Peça a Deus os dons e os carismas que ele deseja dar a você. g) Anote o que Deus mostra: Antes de terminar sua oração, escreva o que Deus lhe disse e mostrou e revise no nal de cada dia aquilo que escreveu. Isso torna a oração mais pareci da com um diálogo uente.
2.4 Os efeitos desta prática espiritual. A oração pessoal possibilita aquele que reza com fé e com perseverança, pois neste assunto não há imediatismo nem mágicas, e para tanto requer persistência e delidade, angariar no âmbito humano, como nos ensina frei Clodovis Bo, quem reza e medita adquire uma identidade mais sólida. Ganha em autorrealização, vê mais sentido nas coisas, per cebe mais encanto em seu mundo, sente-se mais cheio de serenidade, equilíbrio e felicidade interior, cresce sua sensibilidade aos valores profundos da vida, e mais ainda, a oração ajuda a recuperar a saúde, protege contra a perda da harmonia interior, propiciando autocontrole e serenidade do coração, e permite enfrentar os problemas da vida com melhores chances de sucesso. Por sua vez no âmbito espiritual a oração gera uma conança lial em Deus, de quem tudo recebemos, nos impulsiona a uma fé mais viva, ao mesmo tempo que dela procede, fortalece nossa vontade na busca pela santidade de vida, nos leva a uma experiência mais profunda do amor de Deus, faz iniciar em nós um processo contínuo de cura interior, assim como vai sedimen tando em nosso coração as virtudes cristãs, e opera a libertação interior dos vícios e de seu enraizamento em nossas estruturas humanas. Uma vez que não podemos dizer Jesus é o Senhor senão pela moção do Espírito Santo, como nos ensina o Catecismo: “cada vez que começamos a orar a Jesus é o Espírito Santo que, por sua graça preveniente, nos atrai ao caminho da oração”, assim sendo, o Espírito Santo é o nosso Mestre interior que move nossa oração, que derramado aumenta em nós os seus dons. E dese jamos acrescentar o fruto por excelência da oração cristã que nos faz experienciar a graça da salvação que Jesus veio trazer a todos os que nEle crerem, pois quem nele crê possui a vida eterna.
3. CONCLUSÃO Uma vez que a oração nos leva a um encontro com Deus e consigo mesmo, quem não encontra a Deus também acaba por perder a si mesmo. A falta de oração deixa o coração fragilizado diante das angústias e problemas da vida. No livro de Jó temos um testemunho de como a oração é fonte de forta leza da alma e de rmeza da fé diante das diversas tragédias que podem acontecer nesta vida. Sem a oração o homem perde o sentido maior desta vida, e de sua transcendência na direção a Deus. Uma vez que orar é sempre possível, aquele que não reza perde a oportunidade de direcionar sua vida e os acontecimentos a sua volta, mesmo os mais trági cos, para Deus e nEle viver a dimensão da aceitação, mesmo quando não é possível compreendê-los. A falta de oração enfraquece a alma humana, e a pessoa que deixa de rezar se torna mais sujeita a perder o autodomínio de si mesmo e de seus impulsos, assim quem não ora se torna mais propenso ao pecado. É muito clara a exortação do Catecismo nº. 2774: “Se não nos deixarmos levar pelo E spírito, cairemos de novo na escravidão do pecado”. Aquele que não possui uma vida de oração pessoal certa mente se torna mais aberto às seduções desse mundo e às tentações do mal.
DINÂMICA: PALAVRA QUE TRANSFORMA Objetivos Fazer o grupo reetir que a oração pessoal nos faz absorver aquilo que a Palavra de Deus tem para realizar em nós.
Material Uma bolinha de isopor, um giz, um vidrinho de remédio vazio, uma esponja e uma vasilha com água.
Descrição a. Explica-se que a água é a Palavra de Deus e que o objeto somos nós. b. Depois se coloca a água na vasilha, e alguém mergulha o isopor. c. Após ver o que ocorre com o isopor, mergulhar o giz, dep ois o vidro de remédio e por último a esponja.
C Fz 1. Dê um objeto para cada pessoa.
P ti: a) Você pratica a oração pessoal diaria mente? b) Qual a maior barreira que lhe impede de orar? c) Se você ainda não faz oração pesso al, escolha um horário, combine com o Senhor este encontro diário e peça ao Espírito Santo que lhe torne el e perseverante a Ele. d) É importante adquirir um diário espiritual para ser utilizado no momento de sua oração pessoal.
2. Colocar primeiro a bolinha de isopor na água. rti: O isopor não afunda e nem absorve a água. a) Como nós absorvemos a Palavra de Deus? b) Somos também impermeáveis? 3. Mergulhar o giz na água. rti: O giz retém a água só para si, sem repartir. E nós? 4. Encher de água o vidrinho de remédio. Despejar toda a água que ele se encheu. rti : O vidrinho tinha água só para passar para os outros, mas sem guardar nada para si mesmo. E nós? 5. Mergulhar a esponja e espremer a água. rti: A esponja absorve bem a água e mesmo espremendo ela continua molhada. Assim acontece conosco quando praticamos a oração pessoal.
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um padre ou de outro conselheiro espiritual. Deus nos responderá e orientará. f) Interceda com fé e conança. Peça aquilo de que você precisa. Peça também pelas pessoas que estão necessitadas de oração. Deus dará! Não precisamos de inuência ou prestí gio, precisamos da Palavra de Deus em nossos corações fornecendo a base para o entendi mento de nós mesmos e do mundo que está à nossa volta. Peça a Deus os dons e os carismas que ele deseja dar a você. g) Anote o que Deus mostra: Antes de terminar sua oração, escreva o que Deus lhe disse e mostrou e revise no nal de cada dia aquilo que escreveu. Isso torna a oração mais pareci da com um diálogo uente.
2.4 Os efeitos desta prática espiritual. A oração pessoal possibilita aquele que reza com fé e com perseverança, pois neste assunto não há imediatismo nem mágicas, e para tanto requer persistência e delidade, angariar no âmbito humano, como nos ensina frei Clodovis Bo, quem reza e medita adquire uma identidade mais sólida. Ganha em autorrealização, vê mais sentido nas coisas, per cebe mais encanto em seu mundo, sente-se mais cheio de serenidade, equilíbrio e felicidade interior, cresce sua sensibilidade aos valores profundos da vida, e mais ainda, a oração ajuda a recuperar a saúde, protege contra a perda da harmonia interior, propiciando autocontrole e serenidade do coração, e permite enfrentar os problemas da vida com melhores chances de sucesso. Por sua vez no âmbito espiritual a oração gera uma conança lial em Deus, de quem tudo recebemos, nos impulsiona a uma fé mais viva, ao mesmo tempo que dela procede, fortalece nossa vontade na busca pela santidade de vida, nos leva a uma experiência mais profunda do amor de Deus, faz iniciar em nós um processo contínuo de cura interior, assim como vai sedimen tando em nosso coração as virtudes cristãs, e opera a libertação interior dos vícios e de seu enraizamento em nossas estruturas humanas. Uma vez que não podemos dizer Jesus é o Senhor senão pela moção do Espírito Santo, como nos ensina o Catecismo: “cada vez que começamos a orar a Jesus é o Espírito Santo que, por sua graça preveniente, nos atrai ao caminho da oração”, assim sendo, o Espírito Santo é o nosso Mestre interior que move nossa oração, que derramado aumenta em nós os seus dons. E dese jamos acrescentar o fruto por excelência da oração cristã que nos faz experienciar a graça da salvação que Jesus veio trazer a todos os que nEle crerem, pois quem nele crê possui a vida eterna.
3. CONCLUSÃO Uma vez que a oração nos leva a um encontro com Deus e consigo mesmo, quem não encontra a Deus também acaba por perder a si mesmo. A falta de oração deixa o coração fragilizado diante das angústias e problemas da vida. No livro de Jó temos um testemunho de como a oração é fonte de forta leza da alma e de rmeza da fé diante das diversas tragédias que podem acontecer nesta vida. Sem a oração o homem perde o sentido maior desta vida, e de sua transcendência na direção a Deus. Uma vez que orar é sempre possível, aquele que não reza perde a oportunidade de direcionar sua vida e os acontecimentos a sua volta, mesmo os mais trági cos, para Deus e nEle viver a dimensão da aceitação, mesmo quando não é possível compreendê-los. A falta de oração enfraquece a alma humana, e a pessoa que deixa de rezar se torna mais sujeita a perder o autodomínio de si mesmo e de seus impulsos, assim quem não ora se torna mais propenso ao pecado. É muito clara a exortação do Catecismo nº. 2774: “Se não nos deixarmos levar pelo E spírito, cairemos de novo na escravidão do pecado”. Aquele que não possui uma vida de oração pessoal certa mente se torna mais aberto às seduções desse mundo e às tentações do mal.
DINÂMICA: PALAVRA QUE TRANSFORMA Objetivos Fazer o grupo reetir que a oração pessoal nos faz absorver aquilo que a Palavra de Deus tem para realizar em nós.
Material Uma bolinha de isopor, um giz, um vidrinho de remédio vazio, uma esponja e uma vasilha com água.
Descrição a. Explica-se que a água é a Palavra de Deus e que o objeto somos nós. b. Depois se coloca a água na vasilha, e alguém mergulha o isopor. c. Após ver o que ocorre com o isopor, mergulhar o giz, dep ois o vidro de remédio e por último a esponja.
C Fz 1. Dê um objeto para cada pessoa. 2. Colocar primeiro a bolinha de isopor na água. rti: O isopor não afunda e nem absorve a água. a) Como nós absorvemos a Palavra de Deus? b) Somos também impermeáveis?
P ti: a) Você pratica a oração pessoal diaria mente?
3. Mergulhar o giz na água. rti: O giz retém a água só para si, sem repartir. E nós?
b) Qual a maior barreira que lhe impede de orar? c) Se você ainda não faz oração pesso al, escolha um horário, combine com o Senhor este encontro diário e peça ao Espírito Santo que lhe torne el e perseverante a Ele.
4. Encher de água o vidrinho de remédio. Despejar toda a água que ele se encheu. rti : O vidrinho tinha água só para passar para os outros, mas sem guardar nada para si mesmo. E nós?
d) É importante adquirir um diário espiritual para ser utilizado no momento de sua oração pessoal.
5. Mergulhar a esponja e espremer a água. rti: A esponja absorve bem a água e mesmo espremendo ela continua molhada. Assim acontece conosco quando praticamos a oração pessoal.
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Apostila - Grupos de Perseverança
Práticas Espirituais Parte II
II. ROSÁRIO 1. INTRODUÇÃO Uma oração universal: assim poderia ser denido o Rosário. Anal, a qualquer hora do dia, em qualquer lugar do mundo, alguém o reza para louvar o Senhor ou agradecer-lhe seus dons, para suplicar graças ou pedir-lhe perdão dos próprios pecados. A cada momento alguém está contemplando os misté rios da vida de Jesus. Rezar o Rosário é passear pelo Evangelho em união com Maria Santíssima; É como falar com uma pessoa amada. Quando amamos alguém, queremos dizer-lhe mil vezes: eu amo você, eu amo você, eu amo você. Não é uma repetição, é uma necessidade de coração. Maria é nossa mãe, nosso modelo, é quem nos deu Jesus. O Rosário é uma oração universal porque nela todos se encontram. Nos encontramos com o Pai que “tanto amou o mundo que entregou seu Filho Unigênito” (Jo 3,16); nos encontramos com o Filho, o Emanuel, isto é, o Deus conosco(cf. MT 1,23); e nos encontramos com o Espírito Santo que continua sendo derramado sobre nós, conforme vemos e ouvimos (cf. At 2,33). Na oração do Rosário encontram-se aqueles que olham para Maria e lhe dirigem as palavras que o Espírito Santo pôs na boca de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre” (Lc 1,42). O Rosário é também uma maneira de olhar Ma ria com o olhar do Pai que a chamou e a enriqueceu com seus dons, em vista da missão que ela deve ria exercer no mistério de Cristo e da Igreja. É uma oração contemplativa acessível a todos: grandes e pequenos, leigos e clérigos, cultos e pessoas com pouca instrução. É vínculo espiritual com Maria para permanecermos unidos a Jesus, para nos conformarmos a Ele, assimilarmos os seus sentimentos e nos comportarmos como Ele se comportou. Conforme as palavras do Santo Padre João Paulo II: O Ro sário é a oração para este mundo. É arma espiritual na luta contra o mal. É uma oração para salvação das
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 dfnição A palavra Rosário signica ‘Coroa de Rosas’. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das ores, sendo assim o Rosário a rosa de todas as devoções e, portanto, a mais importante. O Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de nossa salvação. Com o Rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor e de glória de Jesus e Maria. É uma oração simples, humilde como Maria. É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com a Ave-Maria a convidamos a rezar por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais poderosa, porque Maria recebe o que ela pede, Jesus nunca diz não ao que sua mãe lhe pede. Em cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o maligno, para nos trazer a verdadeira paz. O Rosário é composto de dois elementos: ora ção mental e oração verbal. No Santo Rosário a oração mental é a medita ção sobre os principais mistérios ou episódios da vida, morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santís sima Mãe. A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas de Ave Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistérios do Rosário. A Santa Igreja recebeu o Rosário em sua for ma atual em 1214 de uma forma milagrosa: quando a Virgem apareceu a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos he-
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Apostila - Grupos de Perseverança
Práticas Espirituais Parte II
II. ROSÁRIO 1. INTRODUÇÃO Uma oração universal: assim poderia ser denido o Rosário. Anal, a qualquer hora do dia, em qualquer lugar do mundo, alguém o reza para louvar o Senhor ou agradecer-lhe seus dons, para suplicar graças ou pedir-lhe perdão dos próprios pecados. A cada momento alguém está contemplando os misté rios da vida de Jesus. Rezar o Rosário é passear pelo Evangelho em união com Maria Santíssima; É como falar com uma pessoa amada. Quando amamos alguém, queremos dizer-lhe mil vezes: eu amo você, eu amo você, eu amo você. Não é uma repetição, é uma necessidade de coração. Maria é nossa mãe, nosso modelo, é quem nos deu Jesus. O Rosário é uma oração universal porque nela todos se encontram. Nos encontramos com o Pai que “tanto amou o mundo que entregou seu Filho Unigênito” (Jo 3,16); nos encontramos com o Filho, o Emanuel, isto é, o Deus conosco(cf. MT 1,23); e nos encontramos com o Espírito Santo que continua sendo derramado sobre nós, conforme vemos e ouvimos (cf. At 2,33). Na oração do Rosário encontram-se aqueles que olham para Maria e lhe dirigem as palavras que o Espírito Santo pôs na boca de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre” (Lc 1,42). O Rosário é também uma maneira de olhar Ma ria com o olhar do Pai que a chamou e a enriqueceu com seus dons, em vista da missão que ela deve ria exercer no mistério de Cristo e da Igreja. É uma oração contemplativa acessível a todos: grandes e pequenos, leigos e clérigos, cultos e pessoas com pouca instrução. É vínculo espiritual com Maria para permanecermos unidos a Jesus, para nos conformarmos a Ele, assimilarmos os seus sentimentos e nos comportarmos como Ele se comportou. Conforme as palavras do Santo Padre João Paulo II: O Ro sário é a oração para este mundo. É arma espiritual na luta contra o mal. É uma oração para salvação das pessoas, para a transformação das famílias, para a mudança da nossa sociedade e para que o mundo seja salvo.
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 dfnição A palavra Rosário signica ‘Coroa de Rosas’. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das ores, sendo assim o Rosário a rosa de todas as devoções e, portanto, a mais importante. O Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de nossa salvação. Com o Rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor e de glória de Jesus e Maria. É uma oração simples, humilde como Maria. É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com a Ave-Maria a convidamos a rezar por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais poderosa, porque Maria recebe o que ela pede, Jesus nunca diz não ao que sua mãe lhe pede. Em cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o maligno, para nos trazer a verdadeira paz. O Rosário é composto de dois elementos: ora ção mental e oração verbal. No Santo Rosário a oração mental é a medita ção sobre os principais mistérios ou episódios da vida, morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santís sima Mãe. A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas de Ave Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistérios do Rosário. A Santa Igreja recebeu o Rosário em sua for ma atual em 1214 de uma forma milagrosa: quando a Virgem apareceu a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados.
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Apostila - Grupos de Perseverança
Importante: O Terço era a terça parte do Rosá rio; agora é a quarta parte, porque o Papa João Paulo II acrescentou mais um Terço ao Rosário, contem plando os mistérios da luz ou “luminosos”, da Vida Pública de Jesus. Em cada Terço contemplamos uma etapa da vida de Jesus e o mistério da nossa Salva ção; logo, o Terço é mais uma oração centrada em Cristo do que em Maria. Nossa Senhora reza conos co o Terço, contemplando também ela os mistérios da nossa salvação e intercedendo por nós. Por isso, é muito importante contemplar cada mistério do Terço. O Rosário é uma expressão de amor. É o que você irá descobrir se puser em prática esta simples e poderosa oração.
2.2 Como meditar o Rosário? Para meditar o Rosário com verdadeiro proveito deve-se estar em estado de graça ou pelo menos ter a rme resolução de renunciar o pecado mortal. O Santo Rosário nos permite percorrer os grandes momentos da obra salvíca de Cristo, acompanhados por nossa Mãe Maria, de quem tomamos o exemplo de “guardar todas es tas coisas no coração”. Além de ter como centro os Mistérios de Cristo, em conexão com a Trindade Santa e a vida de Nossa Senhora, o Rosário torna presentes as circunstâncias de nossa existência: alegrias, esperanças, angústias, inspirações, bem como dores e decepções. O Rosário é “composto de quatro blocos de Mistérios, conforme o acréscimo, feito pelo Papa João Paulo II, com a edição da Carta Apostólica Ro sarium Virginis Mariae”.
Como rezar? Oferecimento do terço: Divino Jesus, nós Vos oferecemos este terço que vamos rezar, meditando nos mistérios da nos sa redenção. Concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as virtudes que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências desta s anta devoção. Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, pela paz no mundo, pela conversão dos pecadores, pelas almas do purgatório, pelas intenções do Santo Padre nos so vigário, pela santicação das famílias, pelas missões, pelos doentes, pelos agonizantes, por aqueles que pediram nossas intenções particulares, pelo Brasil e pelo mundo inteiro. 1 - Segurando o Crucixo, fazer o Sinal da Cruz. 2 - Em seguida, ainda segurando a cruz, rezar
4 - Em cada uma das três contas pequenas, recitar uma Ave Maria 5 - Recitar um Glória antes da próxima conta grande. 6 - Anunciar o primeiro Mistério do Rosário do dia e recitar um Pai Nosso na próxima conta grande. 7 - Em cada uma das dez contas pe quenas (uma dezena) recitar uma Ave Maria enquanto se faz uma reexão sobre o mistério. 8 - Recitar um Glória depois das dez Ave Maria. Também se pode rezar a oração ensinada por Nossa Senhora, quando de sua aparição em Fátima. (Óh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.) 9 - Em cada uma das seguintes dezenas é recitada da mesma forma: anunciando o correspondente mistério, recitando um Pai Nosso, dez Ave Maria e um Glória enquanto se medita o mistério. 10 - Ao terminar o quinto mistério o Rosário costuma ser concluído com a oração da Salve Rainha.
2.3 Os Mistérios da vida de Cristo meditados no Santo Rosário. Mistérios gozosos (segunda-feira e sábado) 1º - O anjo Gabriel anuncia que Maria será a Mãe do Filho de Deus.(Lc 1,26-38) 2º - Maria visita sua prima Isabel. (Lc 1,39-56) 3º - Nascimento de Jesus em uma gruta, em Belém (Lc 2,1-21) 4º - Apresentação do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-40) 5º - Encontro de Jesus no templo entre os doutores da lei (Lc 2,41-52) Mistérios dolorosos (terça-feira e sexta-feira) 1º - Agonia mortal de Jesus no horto das Oliveiras (Mt 26,36-46) 2º - Flagelação de Jesus atado à coluna (Mt 27,11-26) 3º - Coroação de espinhos de Jesus pôr seus algozes (Mt 27,27-31) 4º - Subida dolorosa de Jesus carregando
Mistérios gloriosos (quarta-feira e domingo) 1º - Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 20,1-18) 2º - Ascensão gloriosa de Jesus Cristo ao céu (At 1,4-11) 3º - Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos (At 2, 1-13) 4º - Assunção gloriosa de Nossa Senhora ao céu (Sl 44,11-18) 5º - Coroação de Nossa Senhora no céu (Ap 12,1-4) Mistérios luminosos (quinta-feira) 1º - O Batismo de Jesus no rio Jordão (Mt 3,13-17) 2º - A sua auto-revelação nas bodas de Caná (Jo 12,1-12) 3º - Jesus anuncia o Reino de Deus com o convite à conversão (Mc 1,15 * Mc 2,3-13 * Lc 7,47-48 * Jo 20, 22-23) 4º - A Transguração de Jesus no monte Tabor (Lc 9,28-36) 5º - A instituição da Eucaristia, expressão sacramentaldomistériopascal(Jo13,1-20)
2.4 Os efeitos desta prática espiritual. Benefícios do Rosário: • Nos eleva gradualmente ao perfeito conhecimento de Jesus Cristo. • Purica nossas almas do pecado. • Permite-nos vencer nossos inimigos. • Facilita-nos a prática das virtudes. • Inama-nos do amor de Jesus Cristo. • Obtém-nos de Deus toda classe de graças. • Proporciona a nós com o que pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens. Bênçãos do Rosário: • Os pecadores obtêm o perdão. • As almas sedentas são saciadas. • Os queestão atados veem seus nós desatados. • Os que choram encontram alegria. • Os que são tentados encontram tranquilidade. • Os pobres são socorridos. • Os religiosos são reformados. • Os ignorantes são instruídos.
3. CONCLUSÃO Conforme as palavras do Santo Padre João Paulo II: O Rosário é a oração para este mundo. Para salvação das pessoas, para a transformação das fa mílias. Para a mudança da nossa sociedade e para que o mundo seja salvo. É a oração dos simples, é a oração dos sábios, é a oração dos pobres. É a oração de todos! É uma maravilhosa terapia: Se você vive cansado, se você está com insônia, s e procura auxílio nos calmantes, tente rezar o Rosário. Ele não é tóxico e produz um efeito maravilhoso. É uma Oração Simples e Profunda: Até as crianças podem rezar o Rosário e colher seus frutos. É uma oração simples. Parece que surgiu no meio do povo mais humilde. Mas mesmo os grandes místicos perceberam nesta oração uma fonte inesgotável de benefícios espirituais. O Rosário é uma oração pro funda. É uma Escola de Oração: Precisamos aprender a rezar. Muitas pessoas não sabem como se achegar a Deus. O Rosário será uma verdadeira e grande escola. Ele fortica a nossa fé, apresenta-nos Maria como Mediadora, dá-nos lições de penitência, faz retornar os dissidentes. É uma Oração atual: Cada dia se fala de medi tação. Nosso mundo agitado está começando a dar sinais de cansaço. Cresce o interesse pelos métodos orientais de oração. O Rosário é de inspiração oriental e é cristão. Por que não ensiná-lo às novas gerações? É uma oração libertadora: O Rosário liberta, porque nos põe em íntimo diálogo com o Libertador (Jesus). Maria canta: “Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes” (Lc 1,52-53). Entre um mistério e outro repetimos: “Jesus, socorrei principalmente os que mais precisarem”. É a opção preferencial pelos pobres presentes no Rosário. A oração do Rosário nos livra dos pensamentos negativos. Nos dá equilíbrio em todas as situações do nosso dia a dia. É uma oração popular: Na cidade ou no campo – religiosos, leigos, bispos , padres, até o Papa, todos têm uma simpatia especial pelo Rosário. Não é a oração ocial da Igreja, mas sempre foi rezado por toda a Igreja, principalmente pelo povo simples que encontra nele uma maneira prática de estar com Deus. É uma oração que traz a paz e a união para as famílias: O Rosário sempre foi oração querida das famílias e muito favoreceu sua união e seu crescimento. Sua oração torna-se motivo e oportunidade
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Importante: O Terço era a terça parte do Rosá rio; agora é a quarta parte, porque o Papa João Paulo II acrescentou mais um Terço ao Rosário, contem plando os mistérios da luz ou “luminosos”, da Vida Pública de Jesus. Em cada Terço contemplamos uma etapa da vida de Jesus e o mistério da nossa Salva ção; logo, o Terço é mais uma oração centrada em Cristo do que em Maria. Nossa Senhora reza conos co o Terço, contemplando também ela os mistérios da nossa salvação e intercedendo por nós. Por isso, é muito importante contemplar cada mistério do Terço. O Rosário é uma expressão de amor. É o que você irá descobrir se puser em prática esta simples e poderosa oração.
2.2 Como meditar o Rosário? Para meditar o Rosário com verdadeiro proveito deve-se estar em estado de graça ou pelo menos ter a rme resolução de renunciar o pecado mortal. O Santo Rosário nos permite percorrer os grandes momentos da obra salvíca de Cristo, acompanhados por nossa Mãe Maria, de quem tomamos o exemplo de “guardar todas es tas coisas no coração”. Além de ter como centro os Mistérios de Cristo, em conexão com a Trindade Santa e a vida de Nossa Senhora, o Rosário torna presentes as circunstâncias de nossa existência: alegrias, esperanças, angústias, inspirações, bem como dores e decepções. O Rosário é “composto de quatro blocos de Mistérios, conforme o acréscimo, feito pelo Papa João Paulo II, com a edição da Carta Apostólica Ro sarium Virginis Mariae”.
Como rezar? Oferecimento do terço: Divino Jesus, nós Vos oferecemos este terço que vamos rezar, meditando nos mistérios da nos sa redenção. Concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as virtudes que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências desta s anta devoção. Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, pela paz no mundo, pela conversão dos pecadores, pelas almas do purgatório, pelas intenções do Santo Padre nos so vigário, pela santicação das famílias, pelas missões, pelos doentes, pelos agonizantes, por aqueles que pediram nossas intenções particulares, pelo Brasil e pelo mundo inteiro. 1 - Segurando o Crucixo, fazer o Sinal da Cruz. 2 - Em seguida, ainda segurando a cruz, rezar o Credo. 3 - Na primeira conta grande, recitar um Pai Nosso.
4 - Em cada uma das três contas pequenas, recitar uma Ave Maria 5 - Recitar um Glória antes da próxima conta grande. 6 - Anunciar o primeiro Mistério do Rosário do dia e recitar um Pai Nosso na próxima conta grande. 7 - Em cada uma das dez contas pe quenas (uma dezena) recitar uma Ave Maria enquanto se faz uma reexão sobre o mistério. 8 - Recitar um Glória depois das dez Ave Maria. Também se pode rezar a oração ensinada por Nossa Senhora, quando de sua aparição em Fátima. (Óh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.) 9 - Em cada uma das seguintes dezenas é recitada da mesma forma: anunciando o correspondente mistério, recitando um Pai Nosso, dez Ave Maria e um Glória enquanto se medita o mistério. 10 - Ao terminar o quinto mistério o Rosário costuma ser concluído com a oração da Salve Rainha.
2.3 Os Mistérios da vida de Cristo meditados no Santo Rosário. Mistérios gozosos (segunda-feira e sábado) 1º - O anjo Gabriel anuncia que Maria será a Mãe do Filho de Deus.(Lc 1,26-38) 2º - Maria visita sua prima Isabel. (Lc 1,39-56) 3º - Nascimento de Jesus em uma gruta, em Belém (Lc 2,1-21) 4º - Apresentação do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-40) 5º - Encontro de Jesus no templo entre os doutores da lei (Lc 2,41-52) Mistérios dolorosos (terça-feira e sexta-feira) 1º - Agonia mortal de Jesus no horto das Oliveiras (Mt 26,36-46) 2º - Flagelação de Jesus atado à coluna (Mt 27,11-26) 3º - Coroação de espinhos de Jesus pôr seus algozes (Mt 27,27-31) 4º - Subida dolorosa de Jesus carregando a Cruz até o Calvário (Jo 19,17-24) 5º - Crucicação e Morte de Jesus (Jo 19,25-37)
Mistérios gloriosos (quarta-feira e domingo) 1º - Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 20,1-18) 2º - Ascensão gloriosa de Jesus Cristo ao céu (At 1,4-11) 3º - Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos (At 2, 1-13) 4º - Assunção gloriosa de Nossa Senhora ao céu (Sl 44,11-18) 5º - Coroação de Nossa Senhora no céu (Ap 12,1-4) Mistérios luminosos (quinta-feira) 1º - O Batismo de Jesus no rio Jordão (Mt 3,13-17) 2º - A sua auto-revelação nas bodas de Caná (Jo 12,1-12) 3º - Jesus anuncia o Reino de Deus com o convite à conversão (Mc 1,15 * Mc 2,3-13 * Lc 7,47-48 * Jo 20, 22-23) 4º - A Transguração de Jesus no monte Tabor (Lc 9,28-36) 5º - A instituição da Eucaristia, expressão sacramentaldomistériopascal(Jo13,1-20)
2.4 Os efeitos desta prática espiritual. Benefícios do Rosário: • Nos eleva gradualmente ao perfeito conhecimento de Jesus Cristo. • Purica nossas almas do pecado. • Permite-nos vencer nossos inimigos. • Facilita-nos a prática das virtudes. • Inama-nos do amor de Jesus Cristo. • Obtém-nos de Deus toda classe de graças. • Proporciona a nós com o que pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens. Bênçãos do Rosário: • Os pecadores obtêm o perdão. • As almas sedentas são saciadas. • Os queestão atados veem seus nós desatados. • Os que choram encontram alegria. • Os que são tentados encontram tranquilidade. • Os pobres são socorridos. • Os religiosos são reformados. • Os ignorantes são instruídos. • Os vivos triunfam sobre a vaidade. • Os mortos alcançam a misericórdia por via de sufrágios.
3. CONCLUSÃO Conforme as palavras do Santo Padre João Paulo II: O Rosário é a oração para este mundo. Para salvação das pessoas, para a transformação das fa mílias. Para a mudança da nossa sociedade e para que o mundo seja salvo. É a oração dos simples, é a oração dos sábios, é a oração dos pobres. É a oração de todos! É uma maravilhosa terapia: Se você vive cansado, se você está com insônia, s e procura auxílio nos calmantes, tente rezar o Rosário. Ele não é tóxico e produz um efeito maravilhoso. É uma Oração Simples e Profunda: Até as crianças podem rezar o Rosário e colher seus frutos. É uma oração simples. Parece que surgiu no meio do povo mais humilde. Mas mesmo os grandes místicos perceberam nesta oração uma fonte inesgotável de benefícios espirituais. O Rosário é uma oração pro funda. É uma Escola de Oração: Precisamos aprender a rezar. Muitas pessoas não sabem como se achegar a Deus. O Rosário será uma verdadeira e grande escola. Ele fortica a nossa fé, apresenta-nos Maria como Mediadora, dá-nos lições de penitência, faz retornar os dissidentes. É uma Oração atual: Cada dia se fala de medi tação. Nosso mundo agitado está começando a dar sinais de cansaço. Cresce o interesse pelos métodos orientais de oração. O Rosário é de inspiração oriental e é cristão. Por que não ensiná-lo às novas gerações? É uma oração libertadora: O Rosário liberta, porque nos põe em íntimo diálogo com o Libertador (Jesus). Maria canta: “Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes” (Lc 1,52-53). Entre um mistério e outro repetimos: “Jesus, socorrei principalmente os que mais precisarem”. É a opção preferencial pelos pobres presentes no Rosário. A oração do Rosário nos livra dos pensamentos negativos. Nos dá equilíbrio em todas as situações do nosso dia a dia. É uma oração popular: Na cidade ou no campo – religiosos, leigos, bispos , padres, até o Papa, todos têm uma simpatia especial pelo Rosário. Não é a oração ocial da Igreja, mas sempre foi rezado por toda a Igreja, principalmente pelo povo simples que encontra nele uma maneira prática de estar com Deus. É uma oração que traz a paz e a união para as famílias: O Rosário sempre foi oração querida das famílias e muito favoreceu sua união e seu crescimento. Sua oração torna-se motivo e oportunidade de a família encontrar-se, no corre-corre da vida e com o pouco tempo que dispõe de estar junto to mado pelas imagens da televisão. “Retomar a reci tação do Rosário em família signica inserir na vida
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diária imagens bem diferentes - as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de sua Mãe Santíssima. A família, que reza unida o Rosário, reproduz em certa medida o clima da casa de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilha-se com Ele alegrias e sofrimentos, colocam-se em suas mãos necessidades e projetos, e d’Ele se recebe a esperança e a força para o caminho” (RMV, 41). Rezando o Ro sário pelos lhos e com eles, os pais estarão apre sentando as etapas de crescimento de Jesus, desde a encarnação até a ressurreição como seu ideal de vida. Ao mesmo tempo, estarão realizando a cate quese da oração. Enquanto repetimos as palavras, a imaginação vai criando em nossa mente o lme da vida de Cristo. Este modo de rezar é conhecido por “contemplação”. O Rosário descontrai, gera conança, acalma as tensões, dá ânimo e motivação para o trabalho, além da alegria, paciência e tolerância. Livra-nos dos pensamentos negativos. É fonte de bênçãos e de graças. Tente rezá-lo e você mesmo descobrirá.
P ti a) Medito o Rosário todos os dias? b) Qual o maior obstáculo que me impede de meditar o Rosário? c) Partilhe as graças obtidas através da meditação do Rosário.
Práticas Espirituais Parte III
III. ADORAÇÃO AO SANTISSIMO SACRAMENTO
1. INTRODUÇÃO A Igreja nos ensina que “A reserva do Corpo de Cristo para a Comunhão dos enfermos criou entre os éis o louvável costume de se recolherem em oração para adorar Cristo realmente presente no Sacramento conservado no sacrário. Recomendada pela Igreja aos Pastores e éis, a adoração do Santíssimo é uma alta expressão da relação existente entre a celebração do sacrifício do Senhor e a sua presen ça permanente na Hóstia Consagrada” (cf. De sacra Communione, 79-100; Ecclesia de Eucharistia, 25; Mysterium dei; Redemptionis Sacramentum, 129141). Sobre este ponto assim se exp ressa o Romano Pontíce em sua Exortação Apostólica Pós-sinodal, Sacramentum Caritatis, nº66: “De fato, na Eucaris tia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia signica colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que comungamos. Precisamente assim, e somente assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da litur gia celeste. O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. Com efeito, “somente na ado ração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro. Precisamente neste ato pessoal de encontro com o Senhor amadurece depois também a missão social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, não apenas entre o Se nhor e nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros”. Portanto, “O permanecer em oração diante do Senhor vivo e verdadeiro no santo Sacramento amadurece nossa união com ele: dispõe-nos para a frutuosa celebra
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é adoração? “Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer o nada da criatura, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnicat, louvá-lo, exaltá-lo e humilharse a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que seu nome é Santo. Adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.” (Catecismo n. 2096 e 2097). Adorar a Deus é o máximo que podemos fazer enquanto passamos pelos caminhos da existência terrestre. Nossa primeira atitude como criaturas diante do Criador é, sem dúvida, a adoração. Pela adoração exaltamos a grandeza do Senhor que nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. A adoração do Deus três vezes santo e sumamente amável nos enche de humildade e dá garan tia a nossas súplicas. No Antigo Testamento podemos ler frequentes vezes expressões como estas: “Todo o povo se prostrou com o rosto em terra para adorar e bendizer no céu aquele que os havia con duzido ao triunfo” (1Mac 4, 55). “Assim vos bendirei em toda a minha vida, com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei”(Sl 62, 5). “É somente a vós, Senhor, que devemos adorar” (Br 6, 5). “P rostrandose diante dele, o adoraram”(Mt 2, 11). “...os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja”( Jo 4, 23). Quando nos prostramos em adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento, somos muito mais felizes que Abraão, Moisés, Davi, os Profetas... Sem dúvida, eles adoraram a Deus Santíssi mo, ou como é comum na Bíblia, ao Deus três vezes
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diária imagens bem diferentes - as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de sua Mãe Santíssima. A família, que reza unida o Rosário, reproduz em certa medida o clima da casa de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilha-se com Ele alegrias e sofrimentos, colocam-se em suas mãos necessidades e projetos, e d’Ele se recebe a esperança e a força para o caminho” (RMV, 41). Rezando o Ro sário pelos lhos e com eles, os pais estarão apre sentando as etapas de crescimento de Jesus, desde a encarnação até a ressurreição como seu ideal de vida. Ao mesmo tempo, estarão realizando a cate quese da oração. Enquanto repetimos as palavras, a imaginação vai criando em nossa mente o lme da vida de Cristo. Este modo de rezar é conhecido por “contemplação”. O Rosário descontrai, gera conança, acalma as tensões, dá ânimo e motivação para o trabalho, além da alegria, paciência e tolerância. Livra-nos dos pensamentos negativos. É fonte de bênçãos e de graças. Tente rezá-lo e você mesmo descobrirá.
Práticas Espirituais Parte III
III. ADORAÇÃO AO SANTISSIMO SACRAMENTO
1. INTRODUÇÃO A Igreja nos ensina que “A reserva do Corpo de Cristo para a Comunhão dos enfermos criou entre os éis o louvável costume de se recolherem em oração para adorar Cristo realmente presente no Sacramento conservado no sacrário. Recomendada pela Igreja aos Pastores e éis, a adoração do Santíssimo é uma alta expressão da relação existente entre a celebração do sacrifício do Senhor e a sua presen ça permanente na Hóstia Consagrada” (cf. De sacra Communione, 79-100; Ecclesia de Eucharistia, 25; Mysterium dei; Redemptionis Sacramentum, 129141). Sobre este ponto assim se exp ressa o Romano Pontíce em sua Exortação Apostólica Pós-sinodal, Sacramentum Caritatis, nº66: “De fato, na Eucaris tia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia signica colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que comungamos. Precisamente assim, e somente assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da litur gia celeste. O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. Com efeito, “somente na ado ração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro. Precisamente neste ato pessoal de encontro com o Senhor amadurece depois também a missão social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, não apenas entre o Se nhor e nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros”. Portanto, “O permanecer em oração diante do Senhor vivo e verdadeiro no santo Sacramento amadurece nossa união com ele: dispõe-nos para a frutuosa celebração da Eucaristia e prolonga as atitudes de culto por ela suscitadas”(Ano da Eucaristia. Nº 13 - 15 de Ou tubro de 2004)
P ti a) Medito o Rosário todos os dias? b) Qual o maior obstáculo que me impede de meditar o Rosário? c) Partilhe as graças obtidas através da meditação do Rosário.
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é adoração? “Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer o nada da criatura, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnicat, louvá-lo, exaltá-lo e humilharse a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que seu nome é Santo. Adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.” (Catecismo n. 2096 e 2097). Adorar a Deus é o máximo que podemos fazer enquanto passamos pelos caminhos da existência terrestre. Nossa primeira atitude como criaturas diante do Criador é, sem dúvida, a adoração. Pela adoração exaltamos a grandeza do Senhor que nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. A adoração do Deus três vezes santo e sumamente amável nos enche de humildade e dá garan tia a nossas súplicas. No Antigo Testamento podemos ler frequentes vezes expressões como estas: “Todo o povo se prostrou com o rosto em terra para adorar e bendizer no céu aquele que os havia con duzido ao triunfo” (1Mac 4, 55). “Assim vos bendirei em toda a minha vida, com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei”(Sl 62, 5). “É somente a vós, Senhor, que devemos adorar” (Br 6, 5). “P rostrandose diante dele, o adoraram”(Mt 2, 11). “...os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja”( Jo 4, 23). Quando nos prostramos em adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento, somos muito mais felizes que Abraão, Moisés, Davi, os Profetas... Sem dúvida, eles adoraram a Deus Santíssi mo, ou como é comum na Bíblia, ao Deus três vezes Santo, ou ao Santo, Santo, Santo, o Senhor Deus do universo. Mas como nos diz a Palavra em Hb 11, 13, eles “morreram rmes na fé. Não chegaram a
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desfrutar a realização da promessa, mas puderam vê-la e saudá-la de longe e se declararam estran geiros e peregrinos na terra que habitavam”. Nós, porém, somos privilegiados. Diante do Santíssimo Sacramento, nossa experiência se identica com a experiência dos Apóstolos, pois estamos diante de Jesus vivo e operante. No silêncio, ele nos ensina como Mestre. Encerrado no Sacrário ele nos dá a li berdade, escondido na Hóstia Consagrada ele nos revela a glória de Deus Pai e o poder do Espírito Santo. Assim como no deserto o Senhor Deus libertou seu povo da escravidão do Egito, no Santíssimo Sa cramento o Senhor Jesus nos l iberta de nossa aridez espiritual, de nosso egocentrismo, de nossos vãos desejos. Ele nos liberta da escravidão do pecado e nos conduz à vida da graça. Ele nos aproxima do Pai celestial e de todos os irmãos e irmãs, faz-nos crescer em comunhão, torna-nos solidários com os mais carentes e nos abre o coração para acolhermos a vontade de Deus. No Santíssimo Sacramento, Jesus é nosso refúgio e nossa segurança, nossa paz, nosso caminho, nossa vida e nossa verdade. Ali no taber náculo Jesus nos aponta para o Tabernáculo eterno. Quando estamos em adoração estamos reco nhecendo a Jesus como nosso único Senhor e Sal vador. Estar em adoração é despojar-se de si e se entregar a Ele. É fazer-se humilde, como os três reis magos e entregar a Jesus tudo o que temos de mais valor. É dizer sempre “Onde está o Rei? ...viemos adorá-lo!” (cf. Mt 2,2). É assumir ser pecador e dizer para Ele: “Jesus, lho de Davi, tem compaixão de mim!” (Mc 10,47) e conar em sua misericórdia. É louvar a Deus por todas as graças que Ele derrama em nossa vida: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” (Mt 21,9).
2.2 Como devemos adorar o Santíssimo Sacramento? É recomendável, para um aproveitamento mais ecaz da devoção eucarística, que os adoradores estejam em estado de graça, ou seja, que pratiquem a conssão sacramental com mais frequência, busquem viver uma vida digna, sejam testemunhas éis, sejam assíduos à leitura orante da Bíblia, es pecialmente que conheçam os Santos Evangelhos como também tenham sempre mais interesse pelo estudo da doutrina católica, sobretudo pelo que a Igreja ensina através de seu Catecismo e de seus documentos. Reconhecendo Jesus na Eucaristia, precisamos também reconhecê-lo entre nós, em todas as pessoas e especialmente na pessoa dos mais sofredores. Segundo a tradição da Igreja, a adoração ao Santíssimo Sacramento exprime-se de diversas mo-
Cristo, sugerido pela fé na sua presença e ca racterizado pela oração silenciosa; b) A adoração diante do Santíssimo Sacra mento exposto, segundo as normas litúrgicas, na custódia ou na píxide, de forma p rolongada ou breve; c) A adoração perpétua, a das Quarenta Horas ou noutras formas, que empenham toda a comunidade religiosa, uma associação eucarística ou uma comunidade paroquial, e que são ocasião de numerosas expressões de piedade eucarística (cf. Diretório, 165). d) Cada um de nós tem sua criatividade; são inúmeras as formas que nos ajudarão a adorar profunda e respeitosamente a Jesus Eucarísti co; diversos são os instrumentos que podemos usar para nos ajudarem a rezar com ecácia diante do Santíssimo; temos a Bíblia, espe cialmente os Salmos, o Rosário é um valioso e ecaz instrumento para nossa adoração, existe ainda uma innidade de livros de orações; mas nunca nos esqueçamos de que se faz muito importante o silêncio; a oração silenciosa e contemplativa é de um valor sem medida; precisamos resgatar o silêncio em nossas adora ções eucarísticas; nós precisamos aprender a cultivar o silêncio que nos leva às profundezas do ser, onde podemos realmente ter um en contro alegre e salvíco com o Senhor.
2.3 Os efeitos desta prática espiritual. Adorar Jesus no Santíssimo Sacramento, além de nos encher de alegria, também sentimos amadurecer nossa união com Ele; somos mais livremente conduzidos à celebração da Eucaristia e saudavel mente crescemos no amor a Deus e ao próximo. Em outras palavras, essa relação pessoal com o Senhor favorece um contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do Sacrifício Eucarístico celebrado especial mente no Domingo ( Dies Domini ). A Eucaristia estimula à conversão e purica o coração. Reaviva nosso coração e nos impulsiona à celebração da Missa Dominical. O ato de adorar Jesus no Santíssimo Sacramento nos aproxima de Deus Pai, abre nosso coração para a ação do Espí rito Santo, faz arder nosso coração quando lemos as Escrituras, especialmente os Santos Evangelhos, impulsiona-nos para irmos ao encontro dos irmãos, especialmente os mais necessitados, rma-nos como discípulos e nos faz ardorosos missionários. Nosso “encontro com o Senhor, presente na Euca ristia, amadurece também a missão social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas
e alimenta a comunhão entre os esposos; tonica o ministério dos Pastores da Igreja e a docilid ade dos éis ao seu magistério; os enfermos experimentam a comunhão com o sofrimento de Cristo; todos se sentem motivados a buscar a reconciliação sacramental para poderem comungar com proveito; a comunhão e a unidade são garantidas entre os múltiplos carismas, funções, serviços, grupos e movimentos no seio da Igreja; todas as pesso as empenhadas nas diversas atividades, serviços e associações de uma paróquia, são identicadas por atitudes pautadas pelos valores do Evangelho e por uma espiritualidade de comunhão; e ainda, a ado ração ao Santíssimo sustenta as relações de paz, de entendimento e de concórdia na cidade terrena, en tre todos os seres humanos. “Prostrando-nos diante da Eucaristia, aprenderemos de maneira certa o que signica comunhão, cultura do diálogo, vida solidá ria, serviço aos mais necessitados e respeito à dignidade humana. Graças à iniciativa do Senhor que quis permanecer conosco podemos aprender dele as melhores lições. A busca incessante de muitos homens de hoje em responder às suas grandes perguntas não pode ser desvinculada da fé que nos faz prostrar diante de Jesus “simples” (Diego Tales). Portanto, “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com a nossa fé e o nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo” (Mane Nobiscum Domine, n.18). No Documento para o Ano da Eucaristia, Nº 6, encontramos este salutar ensi namento: “A Eucaristia nos torna santos, e não pode existir santidade que não esteja encarnada na vida eucarística. “Quem come a minha carne viverá por mim” (Jo 6, 57).
3. CONCLUSÃO Podem e devem praticar a adoração ao Santíssimo Sacramento todos os que acreditam na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia e querem viver uma experiência de intimidade com o Senhor ressuscitado. A adoração eucarística é um prolon gamento da celebração da Missa, de tal forma, que cará faltando alguma coisa para quem realiza sua adoração e não participa da Missa, especialmente aos Domingos, pois “A celebração eucarística é, com efeito, o coração do Domingo”. Poderíamos dizer, então, que somente quem celebra o Domingo, com sua participação na celebração da Missa, p ode realmente adorar o Senhor no Santíssimo Sacramento, a não ser que esteja impedido, por algum motivo, de participar da celebração dominical. A adoração
o adorador deve ser conduzido. Então, podemos armar que “o verdadeiro adorador é alguém que participa plenamente da Ceia do Senhor, onde recebe o Pão da Vida e o toma do Cálice da Salvação. Ele consegue, na prece silenciosa diante da Eucaristia, fazer passar pelo coração (recordar) as maravilhas de Deus. É alguém que ama verdadeiramente a sua comunidade eclesial e que não recusa jamais o serviço aos irmãos e irmãs, prolongando, assim, a Eucaristia na vida”. O verdadeiro adorador busca profeticamente construir a comunhão e a unida de na comunidade onde vive e desenvolve sua fé. Quem pratica com devoção e humildade a adoração ao Santíssimo Sacramento vive como os primeiros cristãos, como está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos, que eram assíduos à oração, com Maria, mãe de Jesus. E que “Unidos de coração frequenta vam todos os dias o templo” (cf. At 1, 14; 2, 46).
P ti Denir um dia na semana ou pelo me nos no mês para que todos os servos se reúnam para adorar o Santíssimo Sacramento. O horário para esta adoração deve ser denido de forma que que melhor para todos.
Observações: a. O ideal é que os servos do Grupo de Oração se reúnam semanalmente para adorar o Senhor. b. A dinâmica da adoração é livre, porém, deve-se privilegiar o silêncio e a escuta, o louvor e a meditação da Palavra de Deus. c. No m omento da adoração pode-se orar pelas intenções do Grupo de Oração, da RCC e da Igreja. d. É muito importante privilegiar os momentos de adoração e contemplação onde todos os servos possam participar. e. A adoração pode ser diante do Santíssimo Sacramento exposto no ostensório desde que o pároco seja informado e dê permissão. f. Neste caso a exposição do Santíssimo Sacramento deve ser conforme orienta a Igreja local. g. Se não for possível a exposição do Santíssimo Sacramento, a adoração pode
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desfrutar a realização da promessa, mas puderam vê-la e saudá-la de longe e se declararam estran geiros e peregrinos na terra que habitavam”. Nós, porém, somos privilegiados. Diante do Santíssimo Sacramento, nossa experiência se identica com a experiência dos Apóstolos, pois estamos diante de Jesus vivo e operante. No silêncio, ele nos ensina como Mestre. Encerrado no Sacrário ele nos dá a li berdade, escondido na Hóstia Consagrada ele nos revela a glória de Deus Pai e o poder do Espírito Santo. Assim como no deserto o Senhor Deus libertou seu povo da escravidão do Egito, no Santíssimo Sa cramento o Senhor Jesus nos l iberta de nossa aridez espiritual, de nosso egocentrismo, de nossos vãos desejos. Ele nos liberta da escravidão do pecado e nos conduz à vida da graça. Ele nos aproxima do Pai celestial e de todos os irmãos e irmãs, faz-nos crescer em comunhão, torna-nos solidários com os mais carentes e nos abre o coração para acolhermos a vontade de Deus. No Santíssimo Sacramento, Jesus é nosso refúgio e nossa segurança, nossa paz, nosso caminho, nossa vida e nossa verdade. Ali no taber náculo Jesus nos aponta para o Tabernáculo eterno. Quando estamos em adoração estamos reco nhecendo a Jesus como nosso único Senhor e Sal vador. Estar em adoração é despojar-se de si e se entregar a Ele. É fazer-se humilde, como os três reis magos e entregar a Jesus tudo o que temos de mais valor. É dizer sempre “Onde está o Rei? ...viemos adorá-lo!” (cf. Mt 2,2). É assumir ser pecador e dizer para Ele: “Jesus, lho de Davi, tem compaixão de mim!” (Mc 10,47) e conar em sua misericórdia. É louvar a Deus por todas as graças que Ele derrama em nossa vida: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” (Mt 21,9).
2.2 Como devemos adorar o Santíssimo Sacramento? É recomendável, para um aproveitamento mais ecaz da devoção eucarística, que os adoradores estejam em estado de graça, ou seja, que pratiquem a conssão sacramental com mais frequência, busquem viver uma vida digna, sejam testemunhas éis, sejam assíduos à leitura orante da Bíblia, es pecialmente que conheçam os Santos Evangelhos como também tenham sempre mais interesse pelo estudo da doutrina católica, sobretudo pelo que a Igreja ensina através de seu Catecismo e de seus documentos. Reconhecendo Jesus na Eucaristia, precisamos também reconhecê-lo entre nós, em todas as pessoas e especialmente na pessoa dos mais sofredores. Segundo a tradição da Igreja, a adoração ao Santíssimo Sacramento exprime-se de diversas modalidades: a) A simples visita ao Santíssimo Sacramento, conservado no Sacrário: breve encontro com
Cristo, sugerido pela fé na sua presença e ca racterizado pela oração silenciosa; b) A adoração diante do Santíssimo Sacra mento exposto, segundo as normas litúrgicas, na custódia ou na píxide, de forma p rolongada ou breve; c) A adoração perpétua, a das Quarenta Horas ou noutras formas, que empenham toda a comunidade religiosa, uma associação eucarística ou uma comunidade paroquial, e que são ocasião de numerosas expressões de piedade eucarística (cf. Diretório, 165). d) Cada um de nós tem sua criatividade; são inúmeras as formas que nos ajudarão a adorar profunda e respeitosamente a Jesus Eucarísti co; diversos são os instrumentos que podemos usar para nos ajudarem a rezar com ecácia diante do Santíssimo; temos a Bíblia, espe cialmente os Salmos, o Rosário é um valioso e ecaz instrumento para nossa adoração, existe ainda uma innidade de livros de orações; mas nunca nos esqueçamos de que se faz muito importante o silêncio; a oração silenciosa e contemplativa é de um valor sem medida; precisamos resgatar o silêncio em nossas adora ções eucarísticas; nós precisamos aprender a cultivar o silêncio que nos leva às profundezas do ser, onde podemos realmente ter um en contro alegre e salvíco com o Senhor.
2.3 Os efeitos desta prática espiritual. Adorar Jesus no Santíssimo Sacramento, além de nos encher de alegria, também sentimos amadurecer nossa união com Ele; somos mais livremente conduzidos à celebração da Eucaristia e saudavel mente crescemos no amor a Deus e ao próximo. Em outras palavras, essa relação pessoal com o Senhor favorece um contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do Sacrifício Eucarístico celebrado especial mente no Domingo ( Dies Domini ). A Eucaristia estimula à conversão e purica o coração. Reaviva nosso coração e nos impulsiona à celebração da Missa Dominical. O ato de adorar Jesus no Santíssimo Sacramento nos aproxima de Deus Pai, abre nosso coração para a ação do Espí rito Santo, faz arder nosso coração quando lemos as Escrituras, especialmente os Santos Evangelhos, impulsiona-nos para irmos ao encontro dos irmãos, especialmente os mais necessitados, rma-nos como discípulos e nos faz ardorosos missionários. Nosso “encontro com o Senhor, presente na Euca ristia, amadurece também a missão social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas também e, sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros” (Bento XVI). A adoração ao Santíssimo Sacramento purica
e alimenta a comunhão entre os esposos; tonica o ministério dos Pastores da Igreja e a docilid ade dos éis ao seu magistério; os enfermos experimentam a comunhão com o sofrimento de Cristo; todos se sentem motivados a buscar a reconciliação sacramental para poderem comungar com proveito; a comunhão e a unidade são garantidas entre os múltiplos carismas, funções, serviços, grupos e movimentos no seio da Igreja; todas as pesso as empenhadas nas diversas atividades, serviços e associações de uma paróquia, são identicadas por atitudes pautadas pelos valores do Evangelho e por uma espiritualidade de comunhão; e ainda, a ado ração ao Santíssimo sustenta as relações de paz, de entendimento e de concórdia na cidade terrena, en tre todos os seres humanos. “Prostrando-nos diante da Eucaristia, aprenderemos de maneira certa o que signica comunhão, cultura do diálogo, vida solidá ria, serviço aos mais necessitados e respeito à dignidade humana. Graças à iniciativa do Senhor que quis permanecer conosco podemos aprender dele as melhores lições. A busca incessante de muitos homens de hoje em responder às suas grandes perguntas não pode ser desvinculada da fé que nos faz prostrar diante de Jesus “simples” (Diego Tales). Portanto, “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com a nossa fé e o nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo” (Mane Nobiscum Domine, n.18). No Documento para o Ano da Eucaristia, Nº 6, encontramos este salutar ensi namento: “A Eucaristia nos torna santos, e não pode existir santidade que não esteja encarnada na vida eucarística. “Quem come a minha carne viverá por mim” (Jo 6, 57).
3. CONCLUSÃO Podem e devem praticar a adoração ao Santíssimo Sacramento todos os que acreditam na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia e querem viver uma experiência de intimidade com o Senhor ressuscitado. A adoração eucarística é um prolon gamento da celebração da Missa, de tal forma, que cará faltando alguma coisa para quem realiza sua adoração e não participa da Missa, especialmente aos Domingos, pois “A celebração eucarística é, com efeito, o coração do Domingo”. Poderíamos dizer, então, que somente quem celebra o Domingo, com sua participação na celebração da Missa, p ode realmente adorar o Senhor no Santíssimo Sacramento, a não ser que esteja impedido, por algum motivo, de participar da celebração dominical. A adoração eucarística é um exercício espiritual, pessoal ou co munitário, que nasce da celebração do memorial da Páscoa do Senhor, a Santa Missa, e a este mistério
o adorador deve ser conduzido. Então, podemos armar que “o verdadeiro adorador é alguém que participa plenamente da Ceia do Senhor, onde recebe o Pão da Vida e o toma do Cálice da Salvação. Ele consegue, na prece silenciosa diante da Eucaristia, fazer passar pelo coração (recordar) as maravilhas de Deus. É alguém que ama verdadeiramente a sua comunidade eclesial e que não recusa jamais o serviço aos irmãos e irmãs, prolongando, assim, a Eucaristia na vida”. O verdadeiro adorador busca profeticamente construir a comunhão e a unida de na comunidade onde vive e desenvolve sua fé. Quem pratica com devoção e humildade a adoração ao Santíssimo Sacramento vive como os primeiros cristãos, como está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos, que eram assíduos à oração, com Maria, mãe de Jesus. E que “Unidos de coração frequenta vam todos os dias o templo” (cf. At 1, 14; 2, 46).
P ti Denir um dia na semana ou pelo me nos no mês para que todos os servos se reúnam para adorar o Santíssimo Sacramento. O horário para esta adoração deve ser denido de forma que que melhor para todos.
Observações: a. O ideal é que os servos do Grupo de Oração se reúnam semanalmente para adorar o Senhor. b. A dinâmica da adoração é livre, porém, deve-se privilegiar o silêncio e a escuta, o louvor e a meditação da Palavra de Deus. c. No m omento da adoração pode-se orar pelas intenções do Grupo de Oração, da RCC e da Igreja. d. É muito importante privilegiar os momentos de adoração e contemplação onde todos os servos possam participar. e. A adoração pode ser diante do Santíssimo Sacramento exposto no ostensório desde que o pároco seja informado e dê permissão. f. Neste caso a exposição do Santíssimo Sacramento deve ser conforme orienta a Igreja local. g. Se não for possível a exposição do Santíssimo Sacramento, a adoração pode ser realizada diante do sacrário.
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IV. SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
1. INTRODUÇÃO Cresce cada vez mais na consciência dos cristãos a necessidade de viver na graça de Deus. Sa bemos pela Palavra de Deus, que a única coisa que pode nos afastar do amor de Deus é o pecado, pois o pecado é desobediência a Deus, afastamento de Deus, desejo humano de ser “como deuses”, conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn 3,5). Mas, a misericórdia innita de Deus não recua diante do nosso pecado: Deus não nos rejeita, mesmo quando voltamos às costas para Ele. Como o pastor que vai atrás da ovelha perdida (Lc 15, 1-7), Deus vai ao nosso encontro, não para condenar, não para punir ou acertar as contas, mas para salvar e amar. Nisso reside o mistério da misericórdia divina. Como nos ensina o Catecismo (n. 1846), “o Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores”. Desde o anúncio da vinda de Jesus, já se destaca sua tarefa de reconciliador entre Deus e os homens. Lemos no início do Evangelho de São Mateus o que o anjo dis se a José: “Por-lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1, 21).
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é o sacramento da Reconciliação? O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Conssão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Jo 20, 22-23) para apagar os pecados cometidos depois do Batismo. É, por conseguinte, o sacramento de nossa cura espiritual, chamado também sacramento da conversão, porque
buscada “ao menos uma vez ao ano” (Catecismo, n. 1457). Contudo, não devemos nos contentar com o mínimo. Jesus mesmo fala, referindo-se à pecadora que sentou-se a seus pés na casa de Simão: “A quem muito amou, muito foi perdoado”. Quanto mais amamos a Deus, mais somos por Ele perdoa dos. Quanto mais recorremos ao Seu Amor, mais Ele desce a nós e nos faz viver em comunhão com Seu Espírito. Por isso, a Igreja também arma que “Sem ser estritamente necessária, a conssão das faltas quotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente recomendada pela Igreja” (Catecismo, n. 1458). No caso de pecados graves, no entanto, a Igreja assim ensina: “Aquele que tem consciência de haver cometido um pecado mortal, não deve receber a sagrada Comunhão, mesmo que tenha uma grande contrição, sem ter previamente recebido a absolvição sacramental; a não ser que tenha um motivo grave para comungar e não lhe seja possível encontrar-se com um confessor” (Catecismo, n. 1457). A conssão é um meio extraordinariamente ecaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça “medicinal” própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fun damentais de nossa vida cristã. A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos innitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a abertura de nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enm, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente.
2.2. Ppn-s p cnfssã A preparação para o sacramento da reconcilia ção começa pelo exame de consciência, pelo qual revemos nossas ações, pensamentos e atitudes e os comparamos com aquilo que Deus quer. A vontade
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IV. SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
1. INTRODUÇÃO Cresce cada vez mais na consciência dos cristãos a necessidade de viver na graça de Deus. Sa bemos pela Palavra de Deus, que a única coisa que pode nos afastar do amor de Deus é o pecado, pois o pecado é desobediência a Deus, afastamento de Deus, desejo humano de ser “como deuses”, conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn 3,5). Mas, a misericórdia innita de Deus não recua diante do nosso pecado: Deus não nos rejeita, mesmo quando voltamos às costas para Ele. Como o pastor que vai atrás da ovelha perdida (Lc 15, 1-7), Deus vai ao nosso encontro, não para condenar, não para punir ou acertar as contas, mas para salvar e amar. Nisso reside o mistério da misericórdia divina. Como nos ensina o Catecismo (n. 1846), “o Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores”. Desde o anúncio da vinda de Jesus, já se destaca sua tarefa de reconciliador entre Deus e os homens. Lemos no início do Evangelho de São Mateus o que o anjo dis se a José: “Por-lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1, 21).
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é o sacramento da Reconciliação? O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Conssão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Jo 20, 22-23) para apagar os pecados cometidos depois do Batismo. É, por conseguinte, o sacramento de nossa cura espiritual, chamado também sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente nosso retorno aos braços do Pai depois de que nos afastamos com o pecado. A Igreja nos ensina que a conssão deve ser
buscada “ao menos uma vez ao ano” (Catecismo, n. 1457). Contudo, não devemos nos contentar com o mínimo. Jesus mesmo fala, referindo-se à pecadora que sentou-se a seus pés na casa de Simão: “A quem muito amou, muito foi perdoado”. Quanto mais amamos a Deus, mais somos por Ele perdoa dos. Quanto mais recorremos ao Seu Amor, mais Ele desce a nós e nos faz viver em comunhão com Seu Espírito. Por isso, a Igreja também arma que “Sem ser estritamente necessária, a conssão das faltas quotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente recomendada pela Igreja” (Catecismo, n. 1458). No caso de pecados graves, no entanto, a Igreja assim ensina: “Aquele que tem consciência de haver cometido um pecado mortal, não deve receber a sagrada Comunhão, mesmo que tenha uma grande contrição, sem ter previamente recebido a absolvição sacramental; a não ser que tenha um motivo grave para comungar e não lhe seja possível encontrar-se com um confessor” (Catecismo, n. 1457). A conssão é um meio extraordinariamente ecaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça “medicinal” própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fun damentais de nossa vida cristã. A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos innitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a abertura de nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enm, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente.
2.2. Ppn-s p cnfssã A preparação para o sacramento da reconcilia ção começa pelo exame de consciência, pelo qual revemos nossas ações, pensamentos e atitudes e os comparamos com aquilo que Deus quer. A vontade de Deus e seus mandamentos devem ser a nossa referência de vida e, portanto, a baliza de nosso exame de consciência. Deus respeita nossa cons-
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ciência, Ele não nos invade, mas nos convida a nós mesmos reconhecermos nossa pequenez e limitação, derramando nossa alma na presença do Senhor (1Sm 1,15). O exame de consciência leva ao arrependimento sincero ou contrição. Quando percebo que minhas atitudes e ações não correspondem ao que Deus quer, o Amor de Deus acende em nós aquela saudade de viver perto de Deus. É esta saudade de Deus que nos leva ao arrependimento. Vale a pena rezar o Salmo 50, para compreender a dinâmica de um coração arrependido. Acima de tudo, o exame de consciência e o arrependimento devem estar assentados numa ati tude interior, como nos ensina o Catecismo: “Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores, ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as morticações, mas a conversão do coração, a peni tência interior: Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão dessa atitude com sinais visíveis, gestos e obras de penitência” (Cate cismo, n. 1430). Portanto, “a conversão é, antes de mais, obra da graça de Deus, a qual faz com que os nossos corações se voltem para Ele” (Catecismo, n. 1431). Esta disposição de voltar-se para Deus constitui o ele mento fundamental da preparação para a conssão. Após o exame de consciência devemos confessar os nossos pecados a um sacerdote. Inicie dizendo o tempo transcorrido desde a última conssão. Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo.
Passos para confessar-se: a. Exame de consciência: Lembrar os pecados cometidos. b. Arrependimento: Ter pena e verdadeira dor de ter ofendido a Deus e detestar o peca do. c. Propósito: Desejar e prometer não pecar mais. d. Cnfssã: Contar todos os pecados (mortais, obrigatoriamente; os veniais, facultativa mente) ao padre, para ele, em nome de Deus, nos perdoar. e. Rezar o ato de contrição: (ex: Oh Jesus, meu bom Jesus! Perdão, porque pequei. Eu não
2.3. Os efeitos desta prática espiritual. O maior benefício da conssão é voltar a vi ver “de acordo com Deus”, como santo Agostinho escreveu: “Aquele que confessa os seus pecados e os acusa, já está de acordo com Deus. Deus acusa os teus pecados; se tu também os acusas, juntas-te a Deus. O homem e o pecador são, por assim dizer, duas realidades distintas. Quando ouves falar do homem, foi Deus que o criou: quando ouves falar do pecador, foi o próprio homem quem o fez. Destrói o que zeste, para que Deus salve o que fez. [...] Quando começas a detestar o que zeste, é então que começam as tuas boas obras, porque acusas as tuas obras más. O princípio das obras boas é a con ssão das más. Praticaste a verdade e vens à luz” (Cf. Catecismo, n. 1458). A conssão opera em nós duas reconciliações, o restabelecimento de dois laços: com Deus e com a Igreja, como já dissemos, mas é preciso sublinhar novamente. De fato, “toda a ecácia da Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e em unirnos a Ele numa amizade perfeita. O m e o efeito deste sacramento são, pois, a reconciliação com Deus” (Catecismo, n. 1468). Por outro lado, “este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, não se limita apenas a curar aquele que é restabele cido na comunhão eclesial, mas também exerce um efeito vivicante sobre a vida da Igreja que sofreu com o pecado de um dos seus membros” (Catecismo, 1469).
3. CONCLUSÃO O Sacramento da Penitência é um meio extra ordinariamente ecaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça “medicinal” própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fundamentais de nossa vida cristã. A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos innitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a abertura de nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enm, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente. Quem tem diculdades para confessar-se deve considerar que o sacramento da Penitência é um dom maravilhoso que o Senhor nos deu. No “tribunal” da Penitência o culpado jamais é condenado, mas sempre absolvido. Pois quem se confessa não
também hoje nos toca ou nos cura; e, como fez com a menina que jazia morta nos toma pela mão repetindo aquelas palavras: “Talita kumi, menina, eu te digo, levante-te!” (Mc 5, 41).
P ti a. Quem nega a validade do sacramento da Conssão, está negando a própria Igre ja, a qual recebeu do Senhor o poder de perdoar. b. Quem diz que só se confessa diretamente a Deus, dispensando o sacerdote, não entendeu o que signica a insti tuição deste Sacramento. “Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que, ligardes na terra será ligado no céu” (Mt 16,19;18,18). c. Santa Terezinha do Menino Jesus dizia: “Os nossos pecados por mais feios e numerosos que sejam, desaparecem diante da bondade de Deus, como uma gotinha de água no oceano imenso.”
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ciência, Ele não nos invade, mas nos convida a nós mesmos reconhecermos nossa pequenez e limitação, derramando nossa alma na presença do Senhor (1Sm 1,15). O exame de consciência leva ao arrependimento sincero ou contrição. Quando percebo que minhas atitudes e ações não correspondem ao que Deus quer, o Amor de Deus acende em nós aquela saudade de viver perto de Deus. É esta saudade de Deus que nos leva ao arrependimento. Vale a pena rezar o Salmo 50, para compreender a dinâmica de um coração arrependido. Acima de tudo, o exame de consciência e o arrependimento devem estar assentados numa ati tude interior, como nos ensina o Catecismo: “Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores, ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as morticações, mas a conversão do coração, a peni tência interior: Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão dessa atitude com sinais visíveis, gestos e obras de penitência” (Cate cismo, n. 1430). Portanto, “a conversão é, antes de mais, obra da graça de Deus, a qual faz com que os nossos corações se voltem para Ele” (Catecismo, n. 1431). Esta disposição de voltar-se para Deus constitui o ele mento fundamental da preparação para a conssão. Após o exame de consciência devemos confessar os nossos pecados a um sacerdote. Inicie dizendo o tempo transcorrido desde a última conssão. Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo.
Passos para confessar-se: a. Exame de consciência: Lembrar os pecados cometidos. b. Arrependimento: Ter pena e verdadeira dor de ter ofendido a Deus e detestar o peca do. c. Propósito: Desejar e prometer não pecar mais. d. Cnfssã: Contar todos os pecados (mortais, obrigatoriamente; os veniais, facultativa mente) ao padre, para ele, em nome de Deus, nos perdoar. e. Rezar o ato de contrição: (ex: Oh Jesus, meu bom Jesus! Perdão, porque pequei. Eu não quero mais pecar. Amém!) f. Satisfação: Executar a penitência que o pa dre impuser.
2.3. Os efeitos desta prática espiritual. O maior benefício da conssão é voltar a vi ver “de acordo com Deus”, como santo Agostinho escreveu: “Aquele que confessa os seus pecados e os acusa, já está de acordo com Deus. Deus acusa os teus pecados; se tu também os acusas, juntas-te a Deus. O homem e o pecador são, por assim dizer, duas realidades distintas. Quando ouves falar do homem, foi Deus que o criou: quando ouves falar do pecador, foi o próprio homem quem o fez. Destrói o que zeste, para que Deus salve o que fez. [...] Quando começas a detestar o que zeste, é então que começam as tuas boas obras, porque acusas as tuas obras más. O princípio das obras boas é a con ssão das más. Praticaste a verdade e vens à luz” (Cf. Catecismo, n. 1458). A conssão opera em nós duas reconciliações, o restabelecimento de dois laços: com Deus e com a Igreja, como já dissemos, mas é preciso sublinhar novamente. De fato, “toda a ecácia da Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e em unirnos a Ele numa amizade perfeita. O m e o efeito deste sacramento são, pois, a reconciliação com Deus” (Catecismo, n. 1468). Por outro lado, “este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, não se limita apenas a curar aquele que é restabele cido na comunhão eclesial, mas também exerce um efeito vivicante sobre a vida da Igreja que sofreu com o pecado de um dos seus membros” (Catecismo, 1469).
também hoje nos toca ou nos cura; e, como fez com a menina que jazia morta nos toma pela mão repetindo aquelas palavras: “Talita kumi, menina, eu te digo, levante-te!” (Mc 5, 41).
P ti a. Quem nega a validade do sacramento da Conssão, está negando a própria Igre ja, a qual recebeu do Senhor o poder de perdoar. b. Quem diz que só se confessa diretamente a Deus, dispensando o sacerdote, não entendeu o que signica a insti tuição deste Sacramento. “Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que, ligardes na terra será ligado no céu” (Mt 16,19;18,18). c. Santa Terezinha do Menino Jesus dizia: “Os nossos pecados por mais feios e numerosos que sejam, desaparecem diante da bondade de Deus, como uma gotinha de água no oceano imenso.”
3. CONCLUSÃO O Sacramento da Penitência é um meio extra ordinariamente ecaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça “medicinal” própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fundamentais de nossa vida cristã. A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos innitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a abertura de nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enm, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente. Quem tem diculdades para confessar-se deve considerar que o sacramento da Penitência é um dom maravilhoso que o Senhor nos deu. No “tribunal” da Penitência o culpado jamais é condenado, mas sempre absolvido. Pois quem se confessa não se encontra com um simples homem, mas com Jesus, o qual, presente em seu ministro, como fez um tempo com o leproso do Evangelho (Mc 1, 40ss.)
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Práticas Espirituais Parte V
V. LECTIO DIVINA
1. INTRODUÇÃO “Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada Escritura, “Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo”, é, com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá -lo.” (Documento de Aparecida, n. 247). Aqui está a chave para tomarmos a Palavra de Deus como fonte de inspiração para as nossas vidas. Para o Povo de Deus, a Bíblia é lugar privilegiado no qual encontra-se a sua história e experiência pessoal com Deus. Este conjunto de Livros modicou a estrutura da história humana, tamanha é a pro fundidade e o irresistível conteúdo contido nestas sagradas páginas. Deus deseja revelar a importância da meditação na Sua Palavra dentro da caminhada cristã. Uma simples leitura rápida não permite que o Espírito Santo gere e produza em nós tudo aquilo que a Pa lavra de Deus pode e de seja gerar e produzir. O primeiro processo que Deus usa para que a Sua Palavra cumpra o Seu propósito em nós é a meditação. Neste sentido, a Lectio Divina nos ajuda com passos denidos a guardar a Palavra e a colocá-la em nossas vidas, a m de sustentar um relacionamento pessoal com Deus vivo e com sua vontade salvíca e santicadora. Por meio da Lectio Divina, a Palavra de Deus pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espírito Santo. Vossa palavra constitui minha alegria e as delícias do meu coração, porque trago o vosso nome, ó Senhor, Deus dos exércitos! (Jr. 15,16)
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é a Lectio Divina A “Lectio Divina” é uma expressão latina já presente e consagrada no vocabulário católico, que pode ser traduzida como “Leitura Divina”, “Leitura Espiritual”, ou ainda como ocorre hoje em nosso País e em vários escritos atuais, como “Leitura Orante da Bíblia”. Ela é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir deste exercício, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produ zir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e p raticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. O tempo diário dedicado à lectio divina sempre foi grande e no melhor momento do dia. A espiritualidade mo nástica sempre foi bíblica e litúrgica. A sistematização do método da lectio divina nós encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do século XII. O Concílio Vaticano II, em sua Constituição Dogmática Dei Verbum n.º 25, raticou e promoveu com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, que teve um período de esqueci mento por vários séculos na Igreja. O Concílio exor ta igualmente, com ardor e insistência, a todos os éis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto “ignorar as Escrituras é ignorar Cristo” (São Jerônimo). A Lectio Divina é normalmente realizada indi
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Práticas Espirituais Parte V
V. LECTIO DIVINA
1. INTRODUÇÃO “Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada Escritura, “Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo”, é, com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá -lo.” (Documento de Aparecida, n. 247). Aqui está a chave para tomarmos a Palavra de Deus como fonte de inspiração para as nossas vidas. Para o Povo de Deus, a Bíblia é lugar privilegiado no qual encontra-se a sua história e experiência pessoal com Deus. Este conjunto de Livros modicou a estrutura da história humana, tamanha é a pro fundidade e o irresistível conteúdo contido nestas sagradas páginas. Deus deseja revelar a importância da meditação na Sua Palavra dentro da caminhada cristã. Uma simples leitura rápida não permite que o Espírito Santo gere e produza em nós tudo aquilo que a Pa lavra de Deus pode e de seja gerar e produzir. O primeiro processo que Deus usa para que a Sua Palavra cumpra o Seu propósito em nós é a meditação. Neste sentido, a Lectio Divina nos ajuda com passos denidos a guardar a Palavra e a colocá-la em nossas vidas, a m de sustentar um relacionamento pessoal com Deus vivo e com sua vontade salvíca e santicadora. Por meio da Lectio Divina, a Palavra de Deus pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espírito Santo. Vossa palavra constitui minha alegria e as delícias do meu coração, porque trago o vosso nome, ó Senhor, Deus dos exércitos! (Jr. 15,16)
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é a Lectio Divina A “Lectio Divina” é uma expressão latina já presente e consagrada no vocabulário católico, que pode ser traduzida como “Leitura Divina”, “Leitura Espiritual”, ou ainda como ocorre hoje em nosso País e em vários escritos atuais, como “Leitura Orante da Bíblia”. Ela é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir deste exercício, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produ zir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e p raticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. O tempo diário dedicado à lectio divina sempre foi grande e no melhor momento do dia. A espiritualidade mo nástica sempre foi bíblica e litúrgica. A sistematização do método da lectio divina nós encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do século XII. O Concílio Vaticano II, em sua Constituição Dogmática Dei Verbum n.º 25, raticou e promoveu com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, que teve um período de esqueci mento por vários séculos na Igreja. O Concílio exor ta igualmente, com ardor e insistência, a todos os éis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto “ignorar as Escrituras é ignorar Cristo” (São Jerônimo). A Lectio Divina é normalmente realizada individualmente, relembrando a mais antiga das tradi ções católicas, de que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. A leitura orante deve
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ser realizada de modo que cada pessoa se adapte, se sinta bem e consiga meditar e entender a Palavra. Porém podemos seguir alguns passos de realização: 1° Oração antes da leitura: Devemos invocar o Espírito Santo para que Ele possa orientar nossa leitura. 2° Ler atentamente o texto sagrado: Escolha uma passagem e leia com calma e atenção. Se necessário, releia quantas vezes for preciso. Leia tentando identicar os acontecimentos, personagens envolvidos... Como se estivesse presente na cena. 3° Meditar a Palavra: É o momento de perceber e internalizar a mensagem que o texto traz para o seu dia a dia. Não é simplesmente “es tudar” a palavra. É senti-la. Procurando esta belecer relações do que está escrito na Bíblia, com aquilo que você vive. 4° Fz txt u çã: Ao fazer o processo de meditação, naturalmente, algo nos toca. Seja para pedir perdão, interceder, agra decer, louvar, pedir seus dons... É falar aquilo que passa no seu coração pra Deus. É ter uma conversa com Ele. 5° Contemplação da Palavra: Momento de permanecer em silencio diante de Deus, dei xando-O agir, falar, curar... É um momento que você não terá controle nenhum! Deixe Deus agir. 6° Colocar a Palavra em pratica: A hora de gerar frutos, colocar a palavra no dia a dia... Pedindo perdão, mudando alguma atitude... Fazendo aquilo que Deus tocou no seu coração a realizar. Para nalizar sua Lectio Divina, faça uma ora ção vinda do coração, espontânea... Lembre-se sem pre de orar o “Pai nosso”. É importante lembrar que a leitura orante deve ser um processo vindo do coração... Não se prenda a passos, faça aquilo que o Espírito Santo falar.
2.2. Praticando a Lectio Divina: 1º. Tome o Texto Sagrado com reverência e invoque o Espírito Santo. Pode-se escolher as leituras da Missa do dia, se quiser. Nas Livrarias católicas existem livrinhos com essas leituras. Leia o Texto, de preferência umas três vezes, devagarzinho, saboreando cada palavra. Quando se sentir atraído por determinada palavra, pare, não reita sobre a palavra, mas mante nha uma posição de escuta. Atento ao que o Senhor
tivo de estudá-la, etc. Aqui você se coloca como o Discípulo atento à Palavra do Senhor. Responda então a essa Palavra com Amor, agradecimento, etc. O Espírito Santo mesmo lhe guiará nessa oração. Muitas vezes é aquilo que estamos precisando ouvir mesmo. 2º. Por uns 30 minutos pelo menos, escute o Senhor falando com você através do texto. Respon da a essa Fala com amor, no silêncio de seu coração. Quando sentir que não tem m ais nada a dizer, que uns instantes em adoração silenciosa. Termine com um Pai Nosso ou Ave Maria. Pratique uma vez por dia, se possível. Em breve você verá maravilhas em sua vida! Ao nal, agradeça a Ele pelas luzes e graças recebidas.
2.3. Os efeitos desta prática espiritual. A Lectio Divina é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, cons cientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir os frutos espirituais em nossa vida. É dei xar-se envolver pelo plano amoroso e libertador de Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia, em seu período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela buscava no Evangelho o alimento da sua alma. Por meio desta prática espiritual, a Palavra pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espírito Santo. É exatamente aí que a Palavra de Deus entra, modicando tudo em nós que não está conforme a vontade do Senhor. A prática da Lectio Divina nos faz encarnar a Palavra de maneira que a deixamos penetrar as profundezas de nossa alma, de nossa existência, santicandonos e puricando-nos de todas as nossas manchas. “Porque a palavra de Deus é viva, ecaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”. (Hb 4, 12-13) Ele mesmo, o Verbo, a Palavra, fará com que se jamos guardados de toda mancha. Não existe outra maneira de sermos santicados senão pela ação da Palavra em nossas vidas. “Esta leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistério de Jesus-Messias, à comunhão com JesusFilho de Deus e ao testemunho de Jesus- Senhor do universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditação, oração, contemplação), a leitura oran -
(cf. Jo 3,1-21), a Samaritana e seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4,1-12), o cego de nascimento e seu desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. Lc 19,1-10)... Todos eles, graças a este encontro, foram iluminados e re criados porque se abriram à experiência da miseri córdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e vida. Não abriram seu coração para algo do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de crescimento na ‘maturidade conforme a sua plenitude’ (Ef 4,13), processo de discipulado, de comunhão com os irmãos e de compromisso com a sociedade.” (DA 249).
3. CONCLUSÃO A Bíblia deve ter um lugar de destaque em nossa vida, portanto, o ideal é que seja lida diariamen te e principalmente que todos os cristãos a leiam e tenham por ela apreço e respeito. Com isso teremos cristãos mais apaixonados e conscientes do valor da Sagrada Escritura. Lutemos por dedicar um tempo para a leitura da Bíblia no nosso dia-a-dia, a m de que ela seja lembrada o ano todo e não apenas em Setembro durante o mês da Bíblia. Diz São Jerônimo: “A carne do Senhor é verdadeira comida e o seu sangue verdadeira bebida; é esse o verdadeiro bem que nos é reservado na vida presente: alimentarmo-nos da sua carne e beber o seu sangue, não só na Eucaristia, mas também na leitura da Sagrada Escritura. A Palavra de Deus ilumina a nossa vida e está presente na comunidade reunida em diversas ações: catequese, liturgia e grupo de oração, nos sacramentos, nos cursos e encontros de formação, etc. Afastar-se dela é perder um importante alimento para a nossa vida interior e de cres cimento na escola da fé. O discípulo missionário do século XXI precisa estar fundamentado nas Sagradas Escrituras, sua missão vai ser proclamar àquilo que lê, crê e ce lebra a partir do seu encontro pessoal com Jesus Cristo. O anúncio do Evangelho atinge o coração do ser humano quando nos abrimos à experiência do amor de Deus e da misericórdia contida na Palavra de Deus. Se nossa experiência com Deus não parte da Sagrada Escritura perdemos uma fonte sagrada que nos leva a Santidade, além é claro, de dirigirmos nossa vida pela nossa vontade humana e não pela vontade divina.
P t ir a. Quanto tempo temos disponibilizado para meditar a Palavra de Deus? b. Que atenção damos à Palavra de Deus no nosso grupo de oração? c. A Palavra de Deus tem inspirado a minha vida pessoal e meu testemunho nos lugares onde frequento (família, trabalho, escola, faculdade, Igreja, etc)? d. Faça a Lectio Divina de Naum 2,1-2 utilizado todos os passos que aprendemos nesta formação. Conclua com o Salmo 94.
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ser realizada de modo que cada pessoa se adapte, se sinta bem e consiga meditar e entender a Palavra. Porém podemos seguir alguns passos de realização: 1° Oração antes da leitura: Devemos invocar o Espírito Santo para que Ele possa orientar nossa leitura. 2° Ler atentamente o texto sagrado: Escolha uma passagem e leia com calma e atenção. Se necessário, releia quantas vezes for preciso. Leia tentando identicar os acontecimentos, personagens envolvidos... Como se estivesse presente na cena. 3° Meditar a Palavra: É o momento de perceber e internalizar a mensagem que o texto traz para o seu dia a dia. Não é simplesmente “es tudar” a palavra. É senti-la. Procurando esta belecer relações do que está escrito na Bíblia, com aquilo que você vive. 4° Fz txt u çã: Ao fazer o processo de meditação, naturalmente, algo nos toca. Seja para pedir perdão, interceder, agra decer, louvar, pedir seus dons... É falar aquilo que passa no seu coração pra Deus. É ter uma conversa com Ele. 5° Contemplação da Palavra: Momento de permanecer em silencio diante de Deus, dei xando-O agir, falar, curar... É um momento que você não terá controle nenhum! Deixe Deus agir. 6° Colocar a Palavra em pratica: A hora de gerar frutos, colocar a palavra no dia a dia... Pedindo perdão, mudando alguma atitude... Fazendo aquilo que Deus tocou no seu coração a realizar. Para nalizar sua Lectio Divina, faça uma ora ção vinda do coração, espontânea... Lembre-se sem pre de orar o “Pai nosso”. É importante lembrar que a leitura orante deve ser um processo vindo do coração... Não se prenda a passos, faça aquilo que o Espírito Santo falar.
2.2. Praticando a Lectio Divina: 1º. Tome o Texto Sagrado com reverência e invoque o Espírito Santo. Pode-se escolher as leituras da Missa do dia, se quiser. Nas Livrarias católicas existem livrinhos com essas leituras. Leia o Texto, de preferência umas três vezes, devagarzinho, saboreando cada palavra. Quando se sentir atraído por determinada palavra, pare, não reita sobre a palavra, mas mante nha uma posição de escuta. Atento ao que o Senhor lhe quiser falar. Não se trata aqui de reetir sobre a Palavra de Deus. Isso poderá ser feito outra hora, com o obje -
tivo de estudá-la, etc. Aqui você se coloca como o Discípulo atento à Palavra do Senhor. Responda então a essa Palavra com Amor, agradecimento, etc. O Espírito Santo mesmo lhe guiará nessa oração. Muitas vezes é aquilo que estamos precisando ouvir mesmo. 2º. Por uns 30 minutos pelo menos, escute o Senhor falando com você através do texto. Respon da a essa Fala com amor, no silêncio de seu coração. Quando sentir que não tem m ais nada a dizer, que uns instantes em adoração silenciosa. Termine com um Pai Nosso ou Ave Maria. Pratique uma vez por dia, se possível. Em breve você verá maravilhas em sua vida! Ao nal, agradeça a Ele pelas luzes e graças recebidas.
2.3. Os efeitos desta prática espiritual. A Lectio Divina é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, cons cientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir os frutos espirituais em nossa vida. É dei xar-se envolver pelo plano amoroso e libertador de Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia, em seu período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela buscava no Evangelho o alimento da sua alma. Por meio desta prática espiritual, a Palavra pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espírito Santo. É exatamente aí que a Palavra de Deus entra, modicando tudo em nós que não está conforme a vontade do Senhor. A prática da Lectio Divina nos faz encarnar a Palavra de maneira que a deixamos penetrar as profundezas de nossa alma, de nossa existência, santicandonos e puricando-nos de todas as nossas manchas. “Porque a palavra de Deus é viva, ecaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”. (Hb 4, 12-13) Ele mesmo, o Verbo, a Palavra, fará com que se jamos guardados de toda mancha. Não existe outra maneira de sermos santicados senão pela ação da Palavra em nossas vidas. “Esta leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistério de Jesus-Messias, à comunhão com JesusFilho de Deus e ao testemunho de Jesus- Senhor do universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditação, oração, contemplação), a leitura oran te favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo semelhante ao modo de tantos personagens do evangelho: Nicodemos e sua ânsia de vida eterna
(cf. Jo 3,1-21), a Samaritana e seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4,1-12), o cego de nascimento e seu desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. Lc 19,1-10)... Todos eles, graças a este encontro, foram iluminados e re criados porque se abriram à experiência da miseri córdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e vida. Não abriram seu coração para algo do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de crescimento na ‘maturidade conforme a sua plenitude’ (Ef 4,13), processo de discipulado, de comunhão com os irmãos e de compromisso com a sociedade.” (DA 249).
3. CONCLUSÃO A Bíblia deve ter um lugar de destaque em nossa vida, portanto, o ideal é que seja lida diariamen te e principalmente que todos os cristãos a leiam e tenham por ela apreço e respeito. Com isso teremos cristãos mais apaixonados e conscientes do valor da Sagrada Escritura. Lutemos por dedicar um tempo para a leitura da Bíblia no nosso dia-a-dia, a m de que ela seja lembrada o ano todo e não apenas em Setembro durante o mês da Bíblia. Diz São Jerônimo: “A carne do Senhor é verdadeira comida e o seu sangue verdadeira bebida; é esse o verdadeiro bem que nos é reservado na vida presente: alimentarmo-nos da sua carne e beber o seu sangue, não só na Eucaristia, mas também na leitura da Sagrada Escritura. A Palavra de Deus ilumina a nossa vida e está presente na comunidade reunida em diversas ações: catequese, liturgia e grupo de oração, nos sacramentos, nos cursos e encontros de formação, etc. Afastar-se dela é perder um importante alimento para a nossa vida interior e de cres cimento na escola da fé. O discípulo missionário do século XXI precisa estar fundamentado nas Sagradas Escrituras, sua missão vai ser proclamar àquilo que lê, crê e ce lebra a partir do seu encontro pessoal com Jesus Cristo. O anúncio do Evangelho atinge o coração do ser humano quando nos abrimos à experiência do amor de Deus e da misericórdia contida na Palavra de Deus. Se nossa experiência com Deus não parte da Sagrada Escritura perdemos uma fonte sagrada que nos leva a Santidade, além é claro, de dirigirmos nossa vida pela nossa vontade humana e não pela vontade divina.
P t ir a. Quanto tempo temos disponibilizado para meditar a Palavra de Deus? b. Que atenção damos à Palavra de Deus no nosso grupo de oração? c. A Palavra de Deus tem inspirado a minha vida pessoal e meu testemunho nos lugares onde frequento (família, trabalho, escola, faculdade, Igreja, etc)? d. Faça a Lectio Divina de Naum 2,1-2 utilizado todos os passos que aprendemos nesta formação. Conclua com o Salmo 94.
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Apostila - Grupos de Perseverança
Práticas Espirituais Parte VI
VI. JEJUM
1. INTRODUÇÃO A Igreja reconhece o valor e o signicado profundo do jejum para a espiritualidade cristã. O quinto mandamento da Igreja nos orienta a “Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja” (Catecismo, 2043). Entre os chamados Padres da Igreja, os primeiros teólogos das origens cristãs, Santo Agos tinho reconhece o valor espiritual e moral do jejum: “a abstinência purica a alma, eleva a mente, subordina a carne ao espírito, cria um coração humilde e contrito, espalha as nuvens da concupiscência, ex tingue o fogo da luxúria e acende a verdadeira luz da castidade” (Sermão sobre a oração e o jejum). Em nosso tempo, a Igreja ainda recomenda a prática do jejum. O jejum é citado no Catecismo da Igreja Católica em 9 parágrafos especícos. Os parágrafos são: 575, 1387, 1430, 1434, 1438, 1755, 1969, 2043 e 2742. Síntese desse ensinamento é a mensagem de que os gestos exteriores (saco e cinzas, jejuns e morticações) não devem ser vazios, mas devem ser acompanhados da conversão do coração ou da penitência interior: é por essa razão que o jejum é associado ao Sacramento da Re conciliação. Além do jejum, a oração e a esmola aparecem como as principais formas de expressão da penitência interior. Assim, o jejum, a oração e a esmola representam a conversão em relação a si mesmo, a Deus e aos outros (Catecismo, 1434). Como armou o Papa Bento XVI, na homilia da celebração da Quarta-Feira de Cinzas de 2012, “em relação harmoniosa com a oração, também o jejum e a esmola podem ser considerados lugares de aprendizagem e prática da esperança cristã”. O Concílio Vaticano II assim nos ensina: “A pe
possibilidades de nosso tempo, dos diversos países e da condição dos éis (...). Tenha-se como sagrado o jejum pascal que há de celebrar-se em todos os lugares na Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor e ainda estender-se segundo as circunstancias, ao Sábado Santo, para que deste modo cheguemos à alegria do Domingo da Ressurreição com ânimo elevado e grande entusiasmo” (Sacrosanctum Conci lium, n. 110). Para o Papa Bento XVI, “jejuar signica aceitar um aspecto essencial da vida cristã. É necessário redescobrir também o aspecto corporal da fé, a abstinência do alimento é um desses aspectos” (Joseph Ratzinger, no livro A Fé em crise?).
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O que é o Jejum? Jejum é uma palavra usada para denir o ato de alguém optar por diminuir sua dieta alimentícia o mais próximo do zero, idealmente atingindo o zero, por um período de tempo, geralmente prédeterminado. Jejum é disciplina. É uma forma de domínio próprio, de autocontrole e de temperança. Jejuar é vacinar-se ou medicar-se contra a gula. É domar espiritualmente os nossos apetites pecaminosos e caminhar na direção do contentamento e da generosidade. O jejum é um recurso espiritual através do qual lutamos contra a gula, morticamos a nossa carne e dominamos o nosso desejo. Jejuar é pregar na cruz de Jesus os nossos apetites doentios oferecendo nossas vidas a Deus como oferta agradável. Jejuamos para nos esvaziarmos de nós mes mos e nos enchermos de Deus. Na Bíblia encontramos diversas passagens que revelam a prática do jejum associada à vida espiritu
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Práticas Espirituais Parte VI
VI. JEJUM
1. INTRODUÇÃO A Igreja reconhece o valor e o signicado profundo do jejum para a espiritualidade cristã. O quinto mandamento da Igreja nos orienta a “Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja” (Catecismo, 2043). Entre os chamados Padres da Igreja, os primeiros teólogos das origens cristãs, Santo Agos tinho reconhece o valor espiritual e moral do jejum: “a abstinência purica a alma, eleva a mente, subordina a carne ao espírito, cria um coração humilde e contrito, espalha as nuvens da concupiscência, ex tingue o fogo da luxúria e acende a verdadeira luz da castidade” (Sermão sobre a oração e o jejum). Em nosso tempo, a Igreja ainda recomenda a prática do jejum. O jejum é citado no Catecismo da Igreja Católica em 9 parágrafos especícos. Os parágrafos são: 575, 1387, 1430, 1434, 1438, 1755, 1969, 2043 e 2742. Síntese desse ensinamento é a mensagem de que os gestos exteriores (saco e cinzas, jejuns e morticações) não devem ser vazios, mas devem ser acompanhados da conversão do coração ou da penitência interior: é por essa razão que o jejum é associado ao Sacramento da Re conciliação. Além do jejum, a oração e a esmola aparecem como as principais formas de expressão da penitência interior. Assim, o jejum, a oração e a esmola representam a conversão em relação a si mesmo, a Deus e aos outros (Catecismo, 1434). Como armou o Papa Bento XVI, na homilia da celebração da Quarta-Feira de Cinzas de 2012, “em relação harmoniosa com a oração, também o jejum e a esmola podem ser considerados lugares de aprendizagem e prática da esperança cristã”. O Concílio Vaticano II assim nos ensina: “A penitência do tempo quaresmal não deve ser somente interna e individual, mas também externa e social. Fomente-se a prática penitencial de acordo com as
possibilidades de nosso tempo, dos diversos países e da condição dos éis (...). Tenha-se como sagrado o jejum pascal que há de celebrar-se em todos os lugares na Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor e ainda estender-se segundo as circunstancias, ao Sábado Santo, para que deste modo cheguemos à alegria do Domingo da Ressurreição com ânimo elevado e grande entusiasmo” (Sacrosanctum Conci lium, n. 110). Para o Papa Bento XVI, “jejuar signica aceitar um aspecto essencial da vida cristã. É necessário redescobrir também o aspecto corporal da fé, a abstinência do alimento é um desses aspectos” (Joseph Ratzinger, no livro A Fé em crise?).
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O que é o Jejum? Jejum é uma palavra usada para denir o ato de alguém optar por diminuir sua dieta alimentícia o mais próximo do zero, idealmente atingindo o zero, por um período de tempo, geralmente prédeterminado. Jejum é disciplina. É uma forma de domínio próprio, de autocontrole e de temperança. Jejuar é vacinar-se ou medicar-se contra a gula. É domar espiritualmente os nossos apetites pecaminosos e caminhar na direção do contentamento e da generosidade. O jejum é um recurso espiritual através do qual lutamos contra a gula, morticamos a nossa carne e dominamos o nosso desejo. Jejuar é pregar na cruz de Jesus os nossos apetites doentios oferecendo nossas vidas a Deus como oferta agradável. Jejuamos para nos esvaziarmos de nós mes mos e nos enchermos de Deus. Na Bíblia encontramos diversas passagens que revelam a prática do jejum associada à vida espiritu al. Eis apenas alguns exemplos: Lv 16,29; Nm 29,7; 1Rs 21,9; Esd 8,21; Tb 12,8; Jl 1,14, 2Sm 12,16. No livro do Gênesis pode-se encontrar uma primeira
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referência ao jejum, ainda que indireta, na ordem de Deus: “Podes comer do fruto de todas as árvores, do jardim, mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem do mal, porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente” (Gn 2, 16-17). Na cultura judaica, o jejum era cumprido rigorosamente, o que é atestado pelos constantes de sencontros de Jesus com os fariseus a respeito do tema (Mc 2,18; Lc 5,33). Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, depois do seu batismo (Mt 4,2). O jejum de Jesus precede o início da pregação de Jesus (Mt 4,17), a escolha dos primeiros discípulos (Mt 4, 1822), as primeiras curas (Mt 4,23-25) e o sermão sobre as bem-aventuranças (Mt 5,1-12). O jejum é necessário para o apostolado. Au menta nossa intimidade com Deus Pai e potencia liza nossa oração (Mt 17,14-20; Mc 9,29). Com efeito, Jesus declarou certa ocasião: ”Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”. O Livro de Atos registra os crentes jejuando antes de tomarem importantes decisões (Atos13:4; 14:23). São Paulo dá um senti do mais amplo ao jejum, inserindo-o nas práticas que nos ajudam a viver segundo o Espírito e não apenas segundo a carne: “Portanto irmãos, não so mos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito morticardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são lhos de Deus” (Rm 8, 13-14).
2.2 Efeitos desta prática espiritual Os benefícios do jejum vão além da vida espi ritual. Eles cobrem muitos aspectos da vida huma na. Além do domínio dos vícios, o jejum enobrece a mente, auxilia alcançar as virtudes da sabedoria, da prudência e temperança, promove o bem-estar, recupera as perdas espirituais e nos prepara para a batalha do dia-a-dia da fé; por isto é ecaz em qua tro áreas fundamentais. a) Alimentar e física: • Disciplina a forma desordenada e irregular de comer e o mau hábito de beliscar entre as refeições, fumar, tomar café, chás, doces lan ches e refrigerantes, a todo instante; • Elimina o reprovável desperdício e ensina a conhecer o valor nutritivo dos alimentos vegetais e animais e a importância dos produ tos naturais, orgânicos; • Torna o corpo mais saudável através do bom funcionamento do sistema digestivo e
b) Mental e psicológica: • Mantém a mente descansada, mais aberta e sensível às coisas espirituais, atividades e à criatividade intelectual em diversas áreas; • Aumenta a estabilidade mental e psicológica através do domínio das emoções, torna o corpo leve, ativo e incansável (a história de monstra que os lósofos pagãos, na Grécia antiga, para um melhor desempenho intelectual, jejuavam espontaneamente antes de entrarem em debates públicos). c) Moral e religiosa: • Supera as dependências e apegos às coisas materiais supéruas e amplia a consciência do ser; • Fortalece a vontade, renova a força moral e consolida os verdadeiros valores e a fé; • Estimula a partilha com generosidade e abre o nosso coração à caridade, oferecendo aos necessitados, os que sofrem, aquilo que vem a sobrar em nossas despensas: “Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos” (Tb12,8) • Traz o domínio sobre a presunção, a indolência espiritual e moral e intensica a genuína piedade. d) Vida de fé: • Prepara para uma intensa participação nos mistérios da Fé, nos Sacramentos, em particular da Penitência ou Conssão e da Eucaristia. E produz: • Maior qualidade de vida interior, vida na graça e união íntima, real, natural, pessoal e constante com Deus; • Docilidade e abertura às inspirações do Espírito Santo; • Maior silêncio, busca da meditação, conança e disposição para a adoração; • Maior disponibilidade para servir, para a missão e para o próximo; • Libertação a partir da renúncia à gula, luxúria, preguiça e demais pecados capitais; • É uma poderosa arma contra as tentações do Inimigo; • Portanto não deve ser visto como um dever, mas um direito que nos abre à Graça. (Livro Alegra-te quando jejuares de Lício Ne
2.3 Como praticar o Jejum? O jejum deve estar associado a uma visão positiva da vida espiritual, o que impede que seja compreendido como uma pena ou sacrifício ruim. Deve, portanto, expressar a alegria, a fé e a esperança. É Jesus mesmo quem nos ensina a esse respeito: “Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. (...) Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava teu rosto Assim não parecerá aos homens que jejuas, mas so mente a teu Pai, que vê no segredo” (Mt 6,16-18). Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou estejam cansados ou doentes; sejam gestantes, mães que amamentam, jovens ou adultos. Todos podem jejuar sem que isso lhe faça m al, mas, pel o contrário, lhes faça bem. Muitas pessoas não jejuam, porque não sabem fazê-lo. Imaginam que jejuar seja uma coisa muito difícil e dolorosa que elas não vão conseguir fazer. Abordamos aqui o aspecto prático do jejum. Existem várias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderão ser de grande proveito para você. a) Jejum da Igreja: pode ser praticado por toda igreja, inclusive doentes e idosos, pois se baseia em 03 refeições - café da manhã, uma refeição completa e um lanche. Neste jejum são evitadas balas, doces, chocolates, biscoitos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e os cafezinhos. b) Jejum a Pão e Água: consiste em comer pão quando se tem fome e beber água quando se tem sede e nunca comer pão e beber água ao mesmo tempo, porque esta mistura geralmente gera dores de cabeça. c) Jejum a base de líquidos: neste tipo de je jum a alimentação é líquida. Exemplo: sucos de frutas e de legumes (não é vitamina),chá, água de coco, soro caseiro, caldo (não é canja, nem sopa). d) Jejum Completo: é indicado para aqueles que através de treino e disciplina já passa ram pelos outros tipos. A pessoa deve ingerir apenas água, ou seja, não pode comer/beber nenhum tipo de alimento sólido ou líquido. O fundamental é ingerir água várias vezes ao dia. Importante: nenhum jejum exclui o café da manhã, este deve ser tomado como de costume, se você não possui este hábito um copo de água morna pela manhã é o bastante para evitar dores de estômago, irritabilidade e dor de cabeça.
a pessoa se priva voluntariamente de alguma coisa, oferecendo essa prática como sacrifício está se morticando. As morticações são práticas válidas e agradam ao Senhor, além de proporcionarem a autodisciplina e o autodomínio. “Ai de vós, douto res da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.” (Luc 11,52) Algumas advertências a) Algumas pessoas não podem, de forma alguma, praticar o jejum, por razões de natureza física. Irmãos e irmãs que tenham doenças como o diabetes, pressão arterial alterada, do enças cardíacas, úlceras, câncer, hemopatias, doenças pulmonares ativas, gota, doenças do fígado e dos rins, enfarto recente, doenças cerebrais, gravidez ou idade avançada sem a prática constante do jejum durante a vida. Em suma: Não devemos jejuar sem a aprovação médica ou sob tratamento médico. b) A volta da alimentação normal, depois de jejuarmos, deve ser feita através de pequenas porções de alimento. Após jejuns médios e longos, é aconselhável: • Não adicionar sal aos alimentos, pois o paladar será mais sensível, preferindo alimentos simples, integrais e naturais; • Continuar a beber muita água – um litro ou mais por dia; • Comer devagar utilizando a mastigação por mais tempo. c) O jejum não é uma forma de “pressionar” Deus, nem de obrigá-lo a nos abençoar.
3. CONCLUSÃO O jejum não deve ser praticado em demasia e exagero, pois isso causa prejuízo ao corpo, constituindo-se nesse caso um mal e não um bem. É preciso bom senso e equilíbrio. No Código de Direito Canônico, a Igreja nos ensina que “os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextasfeiras do ano e o tempo da quaresma” (Cân. 1250). E ainda: “Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Can. 1251). Há também a orientação da Igreja para o jejum que prepara a participação na Eucaristia: “Quem vai receber a Santíssima Eucaristia abstenha-se de
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referência ao jejum, ainda que indireta, na ordem de Deus: “Podes comer do fruto de todas as árvores, do jardim, mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem do mal, porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente” (Gn 2, 16-17). Na cultura judaica, o jejum era cumprido rigorosamente, o que é atestado pelos constantes de sencontros de Jesus com os fariseus a respeito do tema (Mc 2,18; Lc 5,33). Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, depois do seu batismo (Mt 4,2). O jejum de Jesus precede o início da pregação de Jesus (Mt 4,17), a escolha dos primeiros discípulos (Mt 4, 1822), as primeiras curas (Mt 4,23-25) e o sermão sobre as bem-aventuranças (Mt 5,1-12). O jejum é necessário para o apostolado. Au menta nossa intimidade com Deus Pai e potencia liza nossa oração (Mt 17,14-20; Mc 9,29). Com efeito, Jesus declarou certa ocasião: ”Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”. O Livro de Atos registra os crentes jejuando antes de tomarem importantes decisões (Atos13:4; 14:23). São Paulo dá um senti do mais amplo ao jejum, inserindo-o nas práticas que nos ajudam a viver segundo o Espírito e não apenas segundo a carne: “Portanto irmãos, não so mos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito morticardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são lhos de Deus” (Rm 8, 13-14).
2.2 Efeitos desta prática espiritual Os benefícios do jejum vão além da vida espi ritual. Eles cobrem muitos aspectos da vida huma na. Além do domínio dos vícios, o jejum enobrece a mente, auxilia alcançar as virtudes da sabedoria, da prudência e temperança, promove o bem-estar, recupera as perdas espirituais e nos prepara para a batalha do dia-a-dia da fé; por isto é ecaz em qua tro áreas fundamentais. a) Alimentar e física: • Disciplina a forma desordenada e irregular de comer e o mau hábito de beliscar entre as refeições, fumar, tomar café, chás, doces lan ches e refrigerantes, a todo instante; • Elimina o reprovável desperdício e ensina a conhecer o valor nutritivo dos alimentos vegetais e animais e a importância dos produ tos naturais, orgânicos; • Torna o corpo mais saudável através do bom funcionamento do sistema digestivo e possibilita aumento a expectativa de vida.
b) Mental e psicológica: • Mantém a mente descansada, mais aberta e sensível às coisas espirituais, atividades e à criatividade intelectual em diversas áreas; • Aumenta a estabilidade mental e psicológica através do domínio das emoções, torna o corpo leve, ativo e incansável (a história de monstra que os lósofos pagãos, na Grécia antiga, para um melhor desempenho intelectual, jejuavam espontaneamente antes de entrarem em debates públicos). c) Moral e religiosa: • Supera as dependências e apegos às coisas materiais supéruas e amplia a consciência do ser; • Fortalece a vontade, renova a força moral e consolida os verdadeiros valores e a fé; • Estimula a partilha com generosidade e abre o nosso coração à caridade, oferecendo aos necessitados, os que sofrem, aquilo que vem a sobrar em nossas despensas: “Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos” (Tb12,8) • Traz o domínio sobre a presunção, a indolência espiritual e moral e intensica a genuína piedade. d) Vida de fé: • Prepara para uma intensa participação nos mistérios da Fé, nos Sacramentos, em particular da Penitência ou Conssão e da Eucaristia. E produz: • Maior qualidade de vida interior, vida na graça e união íntima, real, natural, pessoal e constante com Deus; • Docilidade e abertura às inspirações do Espírito Santo; • Maior silêncio, busca da meditação, conança e disposição para a adoração; • Maior disponibilidade para servir, para a missão e para o próximo; • Libertação a partir da renúncia à gula, luxúria, preguiça e demais pecados capitais; • É uma poderosa arma contra as tentações do Inimigo; • Portanto não deve ser visto como um dever, mas um direito que nos abre à Graça. (Livro Alegra-te quando jejuares de Lício Ne pomuceno, Editora Rccbrasil)
2.3 Como praticar o Jejum? O jejum deve estar associado a uma visão positiva da vida espiritual, o que impede que seja compreendido como uma pena ou sacrifício ruim. Deve, portanto, expressar a alegria, a fé e a esperança. É Jesus mesmo quem nos ensina a esse respeito: “Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. (...) Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava teu rosto Assim não parecerá aos homens que jejuas, mas so mente a teu Pai, que vê no segredo” (Mt 6,16-18). Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou estejam cansados ou doentes; sejam gestantes, mães que amamentam, jovens ou adultos. Todos podem jejuar sem que isso lhe faça m al, mas, pel o contrário, lhes faça bem. Muitas pessoas não jejuam, porque não sabem fazê-lo. Imaginam que jejuar seja uma coisa muito difícil e dolorosa que elas não vão conseguir fazer. Abordamos aqui o aspecto prático do jejum. Existem várias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderão ser de grande proveito para você. a) Jejum da Igreja: pode ser praticado por toda igreja, inclusive doentes e idosos, pois se baseia em 03 refeições - café da manhã, uma refeição completa e um lanche. Neste jejum são evitadas balas, doces, chocolates, biscoitos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e os cafezinhos. b) Jejum a Pão e Água: consiste em comer pão quando se tem fome e beber água quando se tem sede e nunca comer pão e beber água ao mesmo tempo, porque esta mistura geralmente gera dores de cabeça. c) Jejum a base de líquidos: neste tipo de je jum a alimentação é líquida. Exemplo: sucos de frutas e de legumes (não é vitamina),chá, água de coco, soro caseiro, caldo (não é canja, nem sopa). d) Jejum Completo: é indicado para aqueles que através de treino e disciplina já passa ram pelos outros tipos. A pessoa deve ingerir apenas água, ou seja, não pode comer/beber nenhum tipo de alimento sólido ou líquido. O fundamental é ingerir água várias vezes ao dia. Importante: nenhum jejum exclui o café da manhã, este deve ser tomado como de costume, se você não possui este hábito um copo de água morna pela manhã é o bastante para evitar dores de estômago, irritabilidade e dor de cabeça. Esclarecimento: Deixar de consumir doces, sorvete, bebida alcoólica, chocolate ou ainda deixar de ver televisão não caracterizam jejum. Quando
a pessoa se priva voluntariamente de alguma coisa, oferecendo essa prática como sacrifício está se morticando. As morticações são práticas válidas e agradam ao Senhor, além de proporcionarem a autodisciplina e o autodomínio. “Ai de vós, douto res da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.” (Luc 11,52) Algumas advertências a) Algumas pessoas não podem, de forma alguma, praticar o jejum, por razões de natureza física. Irmãos e irmãs que tenham doenças como o diabetes, pressão arterial alterada, do enças cardíacas, úlceras, câncer, hemopatias, doenças pulmonares ativas, gota, doenças do fígado e dos rins, enfarto recente, doenças cerebrais, gravidez ou idade avançada sem a prática constante do jejum durante a vida. Em suma: Não devemos jejuar sem a aprovação médica ou sob tratamento médico. b) A volta da alimentação normal, depois de jejuarmos, deve ser feita através de pequenas porções de alimento. Após jejuns médios e longos, é aconselhável: • Não adicionar sal aos alimentos, pois o paladar será mais sensível, preferindo alimentos simples, integrais e naturais; • Continuar a beber muita água – um litro ou mais por dia; • Comer devagar utilizando a mastigação por mais tempo. c) O jejum não é uma forma de “pressionar” Deus, nem de obrigá-lo a nos abençoar.
3. CONCLUSÃO O jejum não deve ser praticado em demasia e exagero, pois isso causa prejuízo ao corpo, constituindo-se nesse caso um mal e não um bem. É preciso bom senso e equilíbrio. No Código de Direito Canônico, a Igreja nos ensina que “os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextasfeiras do ano e o tempo da quaresma” (Cân. 1250). E ainda: “Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Can. 1251). Há também a orientação da Igreja para o jejum que prepara a participação na Eucaristia: “Quem vai receber a Santíssima Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuando- se somente água e remédio no espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão” (Can. 919).
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Apostila - Grupos de Perseverança
Conforme o ensinamento da Igreja, no Código de Direito Canônico, “todos os éis, cada qual a seu modo, estão obrigados por lei divina a fazer penitência; mas, para que todos estejam unidos mediante certa observância comum da penitência, são prescritos dias penitenciais, em que os éis se dediquem de modo especial à oração, façam obras de piedade e caridade, renunciem a si mesmos, cumprindo ainda mais elmente as próprias obrigações e observando principalmente o jejum e a abstinência, de acordo com os cânones seguintes” (Can. 1249). A Igreja também ensina que “estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do je jum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência em razão da pouca idade” (Can. 1252).
3.1 P ti O jejum era uma prática comum entre os grandes servos do Senhor, pois sabiam que era uma forma de reabastecerse, de renovar as forças para enfrentar as difíceis batalhas que tinham pela frente em seus ministérios e até mesmo na vida cotidiana. Nesta semana procure meditar com a Palavra de Deus sobre o jejum: Mt 4,1-11 Mt 17,14-20 At 13,1-5
CaPíTUlo 2
A Importância do perdão para o ser humano 1. INTRODUÇÃO Perdoar é uma ordem de Deus para que sejamos felizes, para que nosso coração esteja verdadeiramente livre para o amor, livre para Deus. A fe licidade do cristão está em amar. E a ação de amar exige de nós, imediatamente, outra atitude concre ta: perdoar. Um coração cheio de amor está sempre disposto a perdoar. O amor cristão, longe de ser coi sa humana, é algo sobrenatural, um poder invencível, algo a que não se consegue resistir, é o amor do próprio Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. A marca do cristão é o amor. É pelo amor que somos distinguidos no mundo secular. Trata-se de um amor que se doa por inteiro ao outro, um amor perene (que brota sem cessar), amor gratuito (que não espera retorno) e efetivo (concreto, constante, incondicional), amor que tudo supera, que procura compreender além daquilo que se apresenta, que tudo perdoa. É esse o padrão de amor a que somos chamados por Jesus.
2. DESENVOLVIMENTO A Palavra de Deus está repleta de ensinamentos acerca da necessidade de perdoar sempre, não como um mérito humano, mas à luz de Deus, que deu Seu perdão por Cristo a cada um de nós de maneira pessoal. Podemos aqui citar textos bíblicos como: • “Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até seten ta vezes sete” (Mt. 18, 21-22); • “Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou
des queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós” (Col. 3,13); • “Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade. Não pagueis mal com mal, nem injúria com injúria. Ao contrário, abençoai, pois para isto fostes chamados, para que se jais herdeiros da bênção” (I Pd. 3,8-9). Jesus nos manda amarmos como Ele próprio amou. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “durante sua vida pública, Jesus não só perdoou os pecados, mas também manifestou o efeito desse perdão: reintegrou os pecadores perdoados na comunidade do povo de Deus, da qual o pecado os havia afastado ou até excluído. Um sinal evidente dis so é o fato de Jesus admitir os pecadores à sua mesa e, mais ainda, de Ele mesmo sentar-se à mesa deles, gesto que exprime de modo estupendo ao mesmo tempo o perdão de Deus e o regresso ao seio do povo de Deus” (Catec. 1443). Duas palavras-chave ecoam deste trecho: Jesus perdoou e reintegrou, isto é, concedeu seu perdão e os acolheu com amor. Uma das passagens do Evangelho que mais nos levam a reetir sobre o perdão é: “E Jesus di zia: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fa zem” (cf. Lc. 23,34a). Jesus exclamou isso do alto da Cruz, ou seja, no ápice de sua dor moral e física, de seu sofrimento. Em meio a toda a humilhação, a todo o descaso, desprezo, desamor, às palavras duras, ao deboche, à traição, à agressão, ainda aí o amor atuante falou mais alto em forma de perdão. A “opção” (atitude) de Jesus foi nos comunicar o perdão. E que poder conteve esta “opção”!!! O perdão de Jesus fez os infernos tremerem, aquilo que era maldição foi substituído por bênção recaindo sobre toda a humanidade, aquele gesto confundiu Sata nás. Também nós somos chamados a fazermos esta
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Conforme o ensinamento da Igreja, no Código de Direito Canônico, “todos os éis, cada qual a seu modo, estão obrigados por lei divina a fazer penitência; mas, para que todos estejam unidos mediante certa observância comum da penitência, são prescritos dias penitenciais, em que os éis se dediquem de modo especial à oração, façam obras de piedade e caridade, renunciem a si mesmos, cumprindo ainda mais elmente as próprias obrigações e observando principalmente o jejum e a abstinência, de acordo com os cânones seguintes” (Can. 1249). A Igreja também ensina que “estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do je jum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência em razão da pouca idade” (Can. 1252).
CaPíTUlo 2
A Importância do perdão para o ser humano 1. INTRODUÇÃO Perdoar é uma ordem de Deus para que sejamos felizes, para que nosso coração esteja verdadeiramente livre para o amor, livre para Deus. A fe licidade do cristão está em amar. E a ação de amar exige de nós, imediatamente, outra atitude concre ta: perdoar. Um coração cheio de amor está sempre disposto a perdoar. O amor cristão, longe de ser coi sa humana, é algo sobrenatural, um poder invencível, algo a que não se consegue resistir, é o amor do próprio Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. A marca do cristão é o amor. É pelo amor que somos distinguidos no mundo secular. Trata-se de um amor que se doa por inteiro ao outro, um amor perene (que brota sem cessar), amor gratuito (que não espera retorno) e efetivo (concreto, constante, incondicional), amor que tudo supera, que procura compreender além daquilo que se apresenta, que tudo perdoa. É esse o padrão de amor a que somos chamados por Jesus.
3.1 P ti O jejum era uma prática comum entre os grandes servos do Senhor, pois sabiam que era uma forma de reabastecerse, de renovar as forças para enfrentar as difíceis batalhas que tinham pela frente em seus ministérios e até mesmo na vida cotidiana. Nesta semana procure meditar com a Palavra de Deus sobre o jejum: Mt 4,1-11 Mt 17,14-20 At 13,1-5
2. DESENVOLVIMENTO A Palavra de Deus está repleta de ensinamentos acerca da necessidade de perdoar sempre, não como um mérito humano, mas à luz de Deus, que deu Seu perdão por Cristo a cada um de nós de maneira pessoal. Podemos aqui citar textos bíblicos como: • “Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até seten ta vezes sete” (Mt. 18, 21-22); • “Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,32); • “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiver-
des queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós” (Col. 3,13); • “Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade. Não pagueis mal com mal, nem injúria com injúria. Ao contrário, abençoai, pois para isto fostes chamados, para que se jais herdeiros da bênção” (I Pd. 3,8-9). Jesus nos manda amarmos como Ele próprio amou. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “durante sua vida pública, Jesus não só perdoou os pecados, mas também manifestou o efeito desse perdão: reintegrou os pecadores perdoados na comunidade do povo de Deus, da qual o pecado os havia afastado ou até excluído. Um sinal evidente dis so é o fato de Jesus admitir os pecadores à sua mesa e, mais ainda, de Ele mesmo sentar-se à mesa deles, gesto que exprime de modo estupendo ao mesmo tempo o perdão de Deus e o regresso ao seio do povo de Deus” (Catec. 1443). Duas palavras-chave ecoam deste trecho: Jesus perdoou e reintegrou, isto é, concedeu seu perdão e os acolheu com amor. Uma das passagens do Evangelho que mais nos levam a reetir sobre o perdão é: “E Jesus di zia: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fa zem” (cf. Lc. 23,34a). Jesus exclamou isso do alto da Cruz, ou seja, no ápice de sua dor moral e física, de seu sofrimento. Em meio a toda a humilhação, a todo o descaso, desprezo, desamor, às palavras duras, ao deboche, à traição, à agressão, ainda aí o amor atuante falou mais alto em forma de perdão. A “opção” (atitude) de Jesus foi nos comunicar o perdão. E que poder conteve esta “opção”!!! O perdão de Jesus fez os infernos tremerem, aquilo que era maldição foi substituído por bênção recaindo sobre toda a humanidade, aquele gesto confundiu Sata nás. Também nós somos chamados a fazermos esta “opção” poderosa pelo perdão a todos aqueles que nos ofenderam ou que continuam a nos ofender, por pior ou maior que seja a ofensa. Deus sempre per-
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doa nossas faltas e pecados e pede que façamos o mesmo ao próximo. Diante do exemplo que Jesus nos deixou, podemos armar que perdoar é sempre possível, com a ajuda Dele. Deus nos quer felizes, mas quando estamos com falta de perdão, sentimo-nos abatidos, tristes, feridos, magoados, muitas vezes incapazes até mesmo de orar. Para sair desta situação, para sermos curados e libertos, precisamos tomar a decisão de perdoar com a ajuda de Jesus a todos os irmãos que nos ofenderam, maltrataram, magoaram, agrediram, desrespeitaram, etc. Perdoar é uma decisão livre tomada por uma pessoa. Por pior que seja a ofensa, por mais dolo rosa que seja a ferida causada, por mais incompre ensível que seja a atitude do ofensor, podemos e devemos decidir perdoar sempre. Assim como eu decido não falar mais com alguém, posso igualmente decidir perdoá-lo. Assim como eu decido desprezar alguém, posso decidir também perdoá-lo. Assim como eu decido me vingar de uma pessoa, posso decidir, igualmente, perdoá-la. Verdadeiramente, este é um desao, mas quem o supera – com Jesus – bebe de fonte inesgotável de paz, alegria, bem-estar, liberdade no Espírito. Uma vez mais é preciso esclarecer que esta decisão não congura uma força meramente huma na, um poder mental, uma disposição alheia a Deus. Não! Ao contrário, é algo sobrenatural; Jesus mes mo nos ajuda nesse desao, Jesus mesmo trabalha na situação, Ele ca entre o ofensor e ofendido, o próprio Espírito Santo nos capacita e impulsiona a este gesto concreto de amor. Ele cria um clima de amor em nossa vida, em nossas faculdades, mostranos os benefícios do perdão. No entanto, Deus não suprime nosso livre arbítrio; precisamos QUERER PERDOAR!!! Assim, se eu quiser perdoar àquele que me ofendeu, àquele que me fez tanto mal, que me agrediu, que me tirou algo ou alguém muito caro, Deus mesmo irá favorecer-me com seu poder sobrenatural e miraculoso. Trata-se de uma realidade espiritual: quando me abro ao perdão, libero a bênção para mim e para quem me ofendeu. Por outro lado, quando me fecho ao perdão, torno-me insen sível à bênção divina, crio um obstáculo à graça, à paz, à alegria, à liberdade no Espírito. Quando somos perdoados por Deus e perdoamos porque essa é a ordem dada por Deus, o abatimento, a tristeza, as mágoas e desavenças cedem lugar à paz, e a alegria retorna ao nosso coração. Conseguiremos perdoar com a ajuda poderosa da graça de Deus. O perdão libera as pessoas da ação do inimigo. São João Maria Vianey escreveu que o bom Deus é tão solícito em conceder-nos o perdão
vou esquecer, vou guardar para sempre essa lição, vou car de pé atrás com ele(a)...”, esse não é o perdão verdadeiro porque o verdadeiro perdão vai apagando gradativamente de nossa memória o mal que nos foi feito, não como que numa Amnésia, mas pela graça de Deus ante a decisão de amar-perdoar. Na oração do Pai-Nosso fazemos um compromisso com Deus Pai para podermos ser atendidos por Ele: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. E no mesmo capítulo lemos: “Com efeito, se perdoardes aos homens as suas faltas, vosso Pai celeste também vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens, também vosso Pai não vos perdoará vossa faltas” (Mt 6,14-15). Vejamosostrêsníveisdeperdão (reconciliação): • Reconciliar-se com Deus – Quando passamos por períodos difíceis de nossa vidas, perda de pessoas muito queridas, acidentes sérios, perda inesperada de emprego, roubos, doenças graves na família, muitas pessoas pergun tam: Será que Deus está me castigando? Por que Deus permitiu que acontecesse tal d esgraça? Que mal eu z a Deus? As Escrituras nos ensinam que “ninguém, quando for tentado, diga: ‘É Deus quem me tenta’. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém” (Tg 1,13). O sofrimento pode ser encarado de duas manei ras: 1) De modo errado encarando-o como castigo vindo do céu e gerando mágoa de Deus; 2) De modo equilibrado, lembrando do sofrimento injusto do Senhor Jesus aceito por amor de nós e para nossa salvação. Ao compreender o sentido maior desse sacrifício com que Deus pensou e até hoje pensa em nós, camos l ivres da mágoa e nos reconciliamos com Ele. • Perdoar a si mesmo – Quando cometemos faltas, agindo mal, falando o que não devíamos, nos omitindo, ofendendo os irmãos, mais tarde percebemos que cometemos erros que geram consequências. O resultado disso é que camos tristes, nos fechamos, camos decepcionados ao perceber como foi possível que tais coisas acontecessem. Acusamo-nos e rejeitamo-nos. Quantas vezes não nos depreciamos diante de um espelho ou coisa do gênero? Vemo-nos como que um projeto que não deu certo. TEMOS VALOR, O ESPÍRITO SAN TO MORA EM NÓS; SOMOS FILHOS A MADOS DE DEUS! Precisamos nos perdoar. Ao nos reconciliarmos conosco mesmos, recuperamos a harmonia interior, nos sentimos curados e livres; nossa autoestima se eleva e passamos a lutar para viver como lhos amados de Deus, sem pre perdoados por Ele. O perdão é uma chave vital para sermos pessoas livres.
dos serão perdoados. Se um homem alimentar a cólera contra outro, como poderá pedir ao Senhor a cura?” Uma proposta de reexão para o Perdão em família (Reconciliação, restabelecimento da paz entre as partes, conciliar coisas opostas): – Ore para recuperar a paz; – Analise com franquezaos motivosde discórdia; – Converse com amor, nunca com raiva; – Considere as qualidades do outro; – Perdoe como decisão, nunca como condição; – Trate os outros com consideração em vista da sua dignidade de lho(a) de Deus; – Recuse-se a reter mágoas e ressentimentos; – Peça ao Espírito Santo que l he inspire atitudes de gentileza, pequenos gestos de cortesia, pois ninguém resiste ao amor. Brigas constantes esvaziam o amor. O que nos incomoda no outro nunca é mais do que 20%. Não nos prendamos aí, mas es forcemo-nos para apreciar os 80% restantes.
3.CONCLUSÃO O Salmo 33,15 nos propõe: “Afasta-te do mal e faze o bem; busca a paz e vai ao seu encalço.” Ir ao encalço é o mesmo que buscar com empenho”. Também em Ef. 4,26.29 temos a seguinte direção: “Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que para a edicação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem.” São Paulo mostra que ter raiva não signica estar em pecado. Não se deve deixar que ela permaneça por muito tempo. Lembremo-nos: O amor pode ser reacendido como uma brasa que aparenta estar apagada. Que o Espírito Santo nos conrme na decisão de perdoar a todas as pessoas que um dia nos ofenderam, ainda que mortalmente; também àqueles que, de alguma forma, nos ofendem constantemente, porque como nós, são lhas e lhos de Deus, merecedores da bênção e do amor fraterno.
PROPOSTAS DE DINÂMICA a. Dinâmica: A passagem de Mateus 18, 21-22 nos ensina a perdoar sempre. Faça um momento de silêncio para meditar: Como eu estou aplicando o perdão às pessoas mais próximas, da minha convivência diária? Partilha e oração entre os membros do grupo. b. Dinâmica: ler o texto de Cl 3,13 “Suportai-vos uns aos outros, e se alguém tiver algum motivo de queixa contra ou tro perdoai-vos mutuamente; assim como o Senhor vos perdoou,fazei o mesmo também vós.” Pedir a presença e ação do Espírito Santo nos membros do grupo e orar pedindo juntos o dom do perdão, uns para com os outros, para que tudo que separa seja apagado, perdoado.
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doa nossas faltas e pecados e pede que façamos o mesmo ao próximo. Diante do exemplo que Jesus nos deixou, podemos armar que perdoar é sempre possível, com a ajuda Dele. Deus nos quer felizes, mas quando estamos com falta de perdão, sentimo-nos abatidos, tristes, feridos, magoados, muitas vezes incapazes até mesmo de orar. Para sair desta situação, para sermos curados e libertos, precisamos tomar a decisão de perdoar com a ajuda de Jesus a todos os irmãos que nos ofenderam, maltrataram, magoaram, agrediram, desrespeitaram, etc. Perdoar é uma decisão livre tomada por uma pessoa. Por pior que seja a ofensa, por mais dolo rosa que seja a ferida causada, por mais incompre ensível que seja a atitude do ofensor, podemos e devemos decidir perdoar sempre. Assim como eu decido não falar mais com alguém, posso igualmente decidir perdoá-lo. Assim como eu decido desprezar alguém, posso decidir também perdoá-lo. Assim como eu decido me vingar de uma pessoa, posso decidir, igualmente, perdoá-la. Verdadeiramente, este é um desao, mas quem o supera – com Jesus – bebe de fonte inesgotável de paz, alegria, bem-estar, liberdade no Espírito. Uma vez mais é preciso esclarecer que esta decisão não congura uma força meramente huma na, um poder mental, uma disposição alheia a Deus. Não! Ao contrário, é algo sobrenatural; Jesus mes mo nos ajuda nesse desao, Jesus mesmo trabalha na situação, Ele ca entre o ofensor e ofendido, o próprio Espírito Santo nos capacita e impulsiona a este gesto concreto de amor. Ele cria um clima de amor em nossa vida, em nossas faculdades, mostranos os benefícios do perdão. No entanto, Deus não suprime nosso livre arbítrio; precisamos QUERER PERDOAR!!! Assim, se eu quiser perdoar àquele que me ofendeu, àquele que me fez tanto mal, que me agrediu, que me tirou algo ou alguém muito caro, Deus mesmo irá favorecer-me com seu poder sobrenatural e miraculoso. Trata-se de uma realidade espiritual: quando me abro ao perdão, libero a bênção para mim e para quem me ofendeu. Por outro lado, quando me fecho ao perdão, torno-me insen sível à bênção divina, crio um obstáculo à graça, à paz, à alegria, à liberdade no Espírito. Quando somos perdoados por Deus e perdoamos porque essa é a ordem dada por Deus, o abatimento, a tristeza, as mágoas e desavenças cedem lugar à paz, e a alegria retorna ao nosso coração. Conseguiremos perdoar com a ajuda poderosa da graça de Deus. O perdão libera as pessoas da ação do inimigo. São João Maria Vianey escreveu que o bom Deus é tão solícito em conceder-nos o perdão quando o pedimos, quanto uma mãe está pronta a retirar seu lho do fogo. E ao nos conceder o Seu perdão, apaga de sua memória as nossas faltas e pecados. Quando dizemos “Eu perdoei, mas nunca
vou esquecer, vou guardar para sempre essa lição, vou car de pé atrás com ele(a)...”, esse não é o perdão verdadeiro porque o verdadeiro perdão vai apagando gradativamente de nossa memória o mal que nos foi feito, não como que numa Amnésia, mas pela graça de Deus ante a decisão de amar-perdoar. Na oração do Pai-Nosso fazemos um compromisso com Deus Pai para podermos ser atendidos por Ele: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. E no mesmo capítulo lemos: “Com efeito, se perdoardes aos homens as suas faltas, vosso Pai celeste também vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens, também vosso Pai não vos perdoará vossa faltas” (Mt 6,14-15). Vejamosostrêsníveisdeperdão (reconciliação): • Reconciliar-se com Deus – Quando passamos por períodos difíceis de nossa vidas, perda de pessoas muito queridas, acidentes sérios, perda inesperada de emprego, roubos, doenças graves na família, muitas pessoas pergun tam: Será que Deus está me castigando? Por que Deus permitiu que acontecesse tal d esgraça? Que mal eu z a Deus? As Escrituras nos ensinam que “ninguém, quando for tentado, diga: ‘É Deus quem me tenta’. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém” (Tg 1,13). O sofrimento pode ser encarado de duas manei ras: 1) De modo errado encarando-o como castigo vindo do céu e gerando mágoa de Deus; 2) De modo equilibrado, lembrando do sofrimento injusto do Senhor Jesus aceito por amor de nós e para nossa salvação. Ao compreender o sentido maior desse sacrifício com que Deus pensou e até hoje pensa em nós, camos l ivres da mágoa e nos reconciliamos com Ele. • Perdoar a si mesmo – Quando cometemos faltas, agindo mal, falando o que não devíamos, nos omitindo, ofendendo os irmãos, mais tarde percebemos que cometemos erros que geram consequências. O resultado disso é que camos tristes, nos fechamos, camos decepcionados ao perceber como foi possível que tais coisas acontecessem. Acusamo-nos e rejeitamo-nos. Quantas vezes não nos depreciamos diante de um espelho ou coisa do gênero? Vemo-nos como que um projeto que não deu certo. TEMOS VALOR, O ESPÍRITO SAN TO MORA EM NÓS; SOMOS FILHOS A MADOS DE DEUS! Precisamos nos perdoar. Ao nos reconciliarmos conosco mesmos, recuperamos a harmonia interior, nos sentimos curados e livres; nossa autoestima se eleva e passamos a lutar para viver como lhos amados de Deus, sem pre perdoados por Ele. O perdão é uma chave vital para sermos pessoas livres. • Perdoar o próximo – No livro do Eclesiástico 28, 2-3 lemos: “Perdoa a teu próximo a injustiça cometida; então, quando orares, teus peca-
dos serão perdoados. Se um homem alimentar a cólera contra outro, como poderá pedir ao Senhor a cura?” Uma proposta de reexão para o Perdão em família (Reconciliação, restabelecimento da paz entre as partes, conciliar coisas opostas): – Ore para recuperar a paz; – Analise com franquezaos motivosde discórdia; – Converse com amor, nunca com raiva; – Considere as qualidades do outro; – Perdoe como decisão, nunca como condição; – Trate os outros com consideração em vista da sua dignidade de lho(a) de Deus; – Recuse-se a reter mágoas e ressentimentos; – Peça ao Espírito Santo que l he inspire atitudes de gentileza, pequenos gestos de cortesia, pois ninguém resiste ao amor. Brigas constantes esvaziam o amor. O que nos incomoda no outro nunca é mais do que 20%. Não nos prendamos aí, mas es forcemo-nos para apreciar os 80% restantes.
3.CONCLUSÃO O Salmo 33,15 nos propõe: “Afasta-te do mal e faze o bem; busca a paz e vai ao seu encalço.” Ir ao encalço é o mesmo que buscar com empenho”. Também em Ef. 4,26.29 temos a seguinte direção: “Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que para a edicação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem.” São Paulo mostra que ter raiva não signica estar em pecado. Não se deve deixar que ela permaneça por muito tempo. Lembremo-nos: O amor pode ser reacendido como uma brasa que aparenta estar apagada. Que o Espírito Santo nos conrme na decisão de perdoar a todas as pessoas que um dia nos ofenderam, ainda que mortalmente; também àqueles que, de alguma forma, nos ofendem constantemente, porque como nós, são lhas e lhos de Deus, merecedores da bênção e do amor fraterno.
PROPOSTAS DE DINÂMICA a. Dinâmica: A passagem de Mateus 18, 21-22 nos ensina a perdoar sempre. Faça um momento de silêncio para meditar: Como eu estou aplicando o perdão às pessoas mais próximas, da minha convivência diária? Partilha e oração entre os membros do grupo. b. Dinâmica: ler o texto de Cl 3,13 “Suportai-vos uns aos outros, e se alguém tiver algum motivo de queixa contra ou tro perdoai-vos mutuamente; assim como o Senhor vos perdoou,fazei o mesmo também vós.” Pedir a presença e ação do Espírito Santo nos membros do grupo e orar pedindo juntos o dom do perdão, uns para com os outros, para que tudo que separa seja apagado, perdoado.
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CaPíTUlo 3
A Revelação Pública 1. INTRODUÇÃO Deus quis Se revelar ao Homem, quis que o Homem O conhecesse para ter intimidade com Ele, para ter um relacionamento lial com Ele e experimentasse Seu amor. O acesso ao Pai está permanentemente aberto por Jesus Cristo, no Espírito Santo. A esse respeito, o Catecismo da Igreja Católica nos diz que “pela razão natural, o homem pode conhe cer Deus com certeza, a partir das suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento, que o homem de modo nenhum pode atingir por suas p róprias forças: a da Revelação divina. Por uma vontade absolutamente livre, Deus revela-Se e dá-Se ao homem. E fá-lo revelando o seu mistério, o desígnio benevolente que, desde toda a eternidade, estabeleceu em Cristo, em favor de todos os homens. Revela plenamente o seu desígnio, enviando o seu Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo” (Catec. 50). Em Jesus Cristo, o Pai disse tudo; não há mais nada a ser dito (cf. Catec. 65). A revelação, portanto, está consumada em Jesus Cristo.
2. DESENVOLVIMENTO A doutrina da Igreja distingue “revelação pú blica” de “revelações privadas”, estas últimas reconhecidas pela Igreja mediante discernimento, não podendo contradizer de forma alguma a primeira. Entre estas duas realidades existe uma diferença importante a ser estudada. A revelação pública designa a ação reveladora de Deus que se destina à humanidade inteira e está expressa harmonicamen te no todo da Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição da Igreja e no Sagrado Magistério. Podemos dizer, então, que a totalidade da Revelação Pública ba seia-se numa tríade abençoada (que será estudada nos próximos capítulos) que foi e é a responsável pelo desenvolvimento progressivo – mas não contraditório – e pela conservação intacta do depósito da fé cristã católica nestes vinte e um séculos da
modo e professe o mesmo Credo. Chama-se “revelação”, porque nela Deus foi Se dando a conhecer progressivamente aos homens, até ao ponto de Ele mesmo Se tornar homem, para atrair e reunir em Si próprio o mundo inteiro por meio do Filho encar nado, Jesus Cristo. Não se trata, portanto, de comu nicações intelectuais, mas de um processo vital em que Deus Se aproxima do homem. Tal processo en volve o homem inteiro e, por conseguinte, também a razão, mas não só ela. No que diz respeito às revelações privadas, o Catecismo nos ensina que “no decurso dos séculos tem havido revelações ditas ‘privadas’, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igre ja. Todavia, não pertencem ao depósito da fé. O seu papel não é ‘aperfeiçoar’ ou ‘completar’ a Revela ção denitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sentir dos eis sabe discernir e guardar o que nestas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja. A fé cristã não pode aceitar «reve lações» que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação de que Cristo é a plenitude” (Catec. 67). Fica claro, portanto, que a Igreja de modo algum descarta as revelações privadas, como as locuções interiores, as visualizações, as Palavras de Profecia, de Ciência ou de Sabedoria, o pensamento inspirado, ou coisas do gênero, já reconhecidas pelo senso comum dos eis, pela canonização de diversos ho mens e mulheres místicos e, sobretudo pelo Sagrado Magistério da Igreja ao longo dos tempos. Entretanto, nenhuma revelação privada pode pretender aperfeiçoar e muito menos contradizer uma só letra da Revelação Pública. Como visto, a Revelação Pública baseia-se numa tríade abençoada: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério da Igreja. Nossos ir mãos protestantes não possuem Sagrada Tradição e tampouco Sagrado Magistério. Martinho Lutero, o
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A Revelação Pública 1. INTRODUÇÃO Deus quis Se revelar ao Homem, quis que o Homem O conhecesse para ter intimidade com Ele, para ter um relacionamento lial com Ele e experimentasse Seu amor. O acesso ao Pai está permanentemente aberto por Jesus Cristo, no Espírito Santo. A esse respeito, o Catecismo da Igreja Católica nos diz que “pela razão natural, o homem pode conhe cer Deus com certeza, a partir das suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento, que o homem de modo nenhum pode atingir por suas p róprias forças: a da Revelação divina. Por uma vontade absolutamente livre, Deus revela-Se e dá-Se ao homem. E fá-lo revelando o seu mistério, o desígnio benevolente que, desde toda a eternidade, estabeleceu em Cristo, em favor de todos os homens. Revela plenamente o seu desígnio, enviando o seu Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo” (Catec. 50). Em Jesus Cristo, o Pai disse tudo; não há mais nada a ser dito (cf. Catec. 65). A revelação, portanto, está consumada em Jesus Cristo.
2. DESENVOLVIMENTO A doutrina da Igreja distingue “revelação pú blica” de “revelações privadas”, estas últimas reconhecidas pela Igreja mediante discernimento, não podendo contradizer de forma alguma a primeira. Entre estas duas realidades existe uma diferença importante a ser estudada. A revelação pública designa a ação reveladora de Deus que se destina à humanidade inteira e está expressa harmonicamen te no todo da Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição da Igreja e no Sagrado Magistério. Podemos dizer, então, que a totalidade da Revelação Pública ba seia-se numa tríade abençoada (que será estudada nos próximos capítulos) que foi e é a responsável pelo desenvolvimento progressivo – mas não contraditório – e pela conservação intacta do depósito da fé cristã católica nestes vinte e um séculos da Cristandade. Essa tríade assegura ao longo dos séculos a unidade integral dos eis numa só fé, assegurando que a Igreja ore no mundo inteiro de igual
modo e professe o mesmo Credo. Chama-se “revelação”, porque nela Deus foi Se dando a conhecer progressivamente aos homens, até ao ponto de Ele mesmo Se tornar homem, para atrair e reunir em Si próprio o mundo inteiro por meio do Filho encar nado, Jesus Cristo. Não se trata, portanto, de comu nicações intelectuais, mas de um processo vital em que Deus Se aproxima do homem. Tal processo en volve o homem inteiro e, por conseguinte, também a razão, mas não só ela. No que diz respeito às revelações privadas, o Catecismo nos ensina que “no decurso dos séculos tem havido revelações ditas ‘privadas’, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igre ja. Todavia, não pertencem ao depósito da fé. O seu papel não é ‘aperfeiçoar’ ou ‘completar’ a Revela ção denitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sentir dos eis sabe discernir e guardar o que nestas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja. A fé cristã não pode aceitar «reve lações» que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação de que Cristo é a plenitude” (Catec. 67). Fica claro, portanto, que a Igreja de modo algum descarta as revelações privadas, como as locuções interiores, as visualizações, as Palavras de Profecia, de Ciência ou de Sabedoria, o pensamento inspirado, ou coisas do gênero, já reconhecidas pelo senso comum dos eis, pela canonização de diversos ho mens e mulheres místicos e, sobretudo pelo Sagrado Magistério da Igreja ao longo dos tempos. Entretanto, nenhuma revelação privada pode pretender aperfeiçoar e muito menos contradizer uma só letra da Revelação Pública. Como visto, a Revelação Pública baseia-se numa tríade abençoada: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério da Igreja. Nossos ir mãos protestantes não possuem Sagrada Tradição e tampouco Sagrado Magistério. Martinho Lutero, o Reformador, introduziu o princípio da “Sola Scrip tura” (somente a Escritura), num primeiro momento no sentido de que as Escrituras teriam primazia em
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relação à Tradição, princípio esse que foi ainda mais restritivo posteriormente, abandonando às inteiras a Sagrada Tradição. Por esse princípio “a Escritura interpreta a própria Escritura”. Nossa amada Igreja Católica, no entanto, nutre sua fé e sustenta e sua doutrina nesta tríade. A esse respeito ensina-nos o Concílio Vaticano II: “Fica claro que a Sagrada Escri tura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério da Igre ja estão de tal maneira entrelaçados e unidos que um perde a sua consistência sem os outros e que, juntos cada qual a seu modo, sob a ação do Espírito Santo, contribuem ecazmente para a salvação das almas (Constituição Dogmática Dei Verbum, 10). Cabe-nos então, denir em poucas linhas o que vem a ser Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério da Igreja, títulos que serão abordados de forma bem mais aprofundada nos próximos capítulos: • Sagrada Escritura – Palavra de Deus dirigida ao Homem por inspiração do Espírito Santo e escrita, formando o que a Igreja denomina livros canônicos; • Sagrada Tradição – Depósito do ensina mento e do exemplo de Jesus e dos Apóstolos, transmitido de forma oral ou escrita e perpetuado de maneira intacta na Igreja pela sucessão apostólica; • Sagrado Magistério – Pela autoridade dada por Jesus à Igreja, cabe a ela a interpretação autêntica da Palavra de Deus escrita ou oral.
3. CONCLUSÃO Vamos estudar, portanto, cada um desses pila res que constituem a Revelação Divina e sustentam a nossa fé, tal qual a recebemos de Jesus. Tratase do precioso depósito da fé a que temos amplo acesso, um banquete completo que a nós católicos é oferecido gratuitamente. Por que então abrirmos mão desse banquete? Como nos apartar desta ri queza e completude que a Mãe Igreja nos oferece? É necessário, entretanto, que conheçamos estas riquezas para que as desfrutemos.
CaPíTUlo 4
Introdução à Sagrada Escritura Parte I
Porque a palavra de Deus é viva, ecaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas.( Heb 4, 12-13).
1. INTRODUÇÃO As reexões que se seguirão visam dar uma visão geral e ampla da Bíblia, Palavra de Deus sempre atual e atuante em nossas vidas. É uma oportunidade de reetindo sobre a Palavra de Deus, abrir horizontes para o amadurecimento da fé. Conhecendo a Bíblia ca mais fácil viver e crescer na fé, pois: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl. 118,105). A Palavra de Deus é alimento ecaz para todo o nosso ser; por ela so mos forjados por Cristo-Palavra, crescemos em santidade e nos tornamos perfeitos, capacitados para toda espécie de boa obra (cf. II Tm. 3,17). A Palavra é o próprio Cristo. Sem Jesus Cristo a Bíblia não passaria de uma fonte literária interessante e instigante, como, aliás, é vista por alguns. Mas não, ela é a Palavra de Deus plenamente revelada por Jesus Cristo. Ele é a Revelação por excelência, a Revelação do Pai todo. “Nele (em Cristo) o Pai disse tudo. Não haverá outra Palavra além dessa” (Catec. n. 65). O Antigo Testamento prepara a vinda de Je sus Cristo e o Novo Testamento contém a Boa-Nova trazida por Ele, o legado da Nova e Eterna Aliança. A Bíblia é, portanto, o principal livro do cristão. Ela é fonte de nossa fé. Ela é para nós como um coco de casca dura. Esconde e protege uma água que mata a sede do romeiro cansado. Romeiros e peregrinos somos nós. E cansados também! Então vamos procurar o facão que quebre a casca deste coco. O Livro do Profeta Ezequiel retrata bem que a Palavra de Deus é alimento para o nosso ser: “Filho do homem, falou-me, come o rolo que aqui está, e, em seguida, vai falar à casa de Israel. Abri a boca, e
a Bíblia teve esse formato encadernado que vemos hoje. Era escrita em pergaminhos, espécie de rolo.
2. DESENVOLVIMENTO: A Bíblia possui diversas nomenclaturas como: Sagrada Escritura, Bíblia Sagrada, Escrituras, Palavra de Deus. São expressões que se referem à mesma coisa: um conjunto de 73 (setenta e três) livros, es critos sob a inspiração do Espírito Santo. A palavra Bíblia vem do grego bíblos , que signica livro. O diminutivo do termo é bíblion, livrinho, que no plural faz bíblia, livr inhos. O diminutivo perdeu sua força própria com o passar do tempo, de modo que bíblia cou sendo simplesmente o mesmo que livros ou conjunto de livros. A Bíblia é, pois, etimologicamente falando, uma coleção de livros. Quem usou pela primeira vez a palavra Bíblia para se referir às Sagradas Escrituras foi São João Crisóstomo, no séc. IV d.C. Porém, é muito mais do que isso! A Bíblia é a Palavra de Deus, é o Verbo que existia desde o princípio e que estava com Deus (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus” – Jo. 1,1); é o próprio Jesus Cristo, Cristo-Palavra. É Deus que se revela aos homens. Mais do que falar de Deus, é o próprio Deus quem fala através das Escrituras. É também a palavra do homem falando com Deus, consigo mesmo e com os demais homens. Na Bíblia, o homem se expressa com toda
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relação à Tradição, princípio esse que foi ainda mais restritivo posteriormente, abandonando às inteiras a Sagrada Tradição. Por esse princípio “a Escritura interpreta a própria Escritura”. Nossa amada Igreja Católica, no entanto, nutre sua fé e sustenta e sua doutrina nesta tríade. A esse respeito ensina-nos o Concílio Vaticano II: “Fica claro que a Sagrada Escri tura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério da Igre ja estão de tal maneira entrelaçados e unidos que um perde a sua consistência sem os outros e que, juntos cada qual a seu modo, sob a ação do Espírito Santo, contribuem ecazmente para a salvação das almas (Constituição Dogmática Dei Verbum, 10). Cabe-nos então, denir em poucas linhas o que vem a ser Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério da Igreja, títulos que serão abordados de forma bem mais aprofundada nos próximos capítulos: • Sagrada Escritura – Palavra de Deus dirigida ao Homem por inspiração do Espírito Santo e escrita, formando o que a Igreja denomina livros canônicos; • Sagrada Tradição – Depósito do ensina mento e do exemplo de Jesus e dos Apóstolos, transmitido de forma oral ou escrita e perpetuado de maneira intacta na Igreja pela sucessão apostólica; • Sagrado Magistério – Pela autoridade dada por Jesus à Igreja, cabe a ela a interpretação autêntica da Palavra de Deus escrita ou oral.
CaPíTUlo 4
Introdução à Sagrada Escritura Parte I
Porque a palavra de Deus é viva, ecaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas.( Heb 4, 12-13).
1. INTRODUÇÃO As reexões que se seguirão visam dar uma visão geral e ampla da Bíblia, Palavra de Deus sempre atual e atuante em nossas vidas. É uma oportunidade de reetindo sobre a Palavra de Deus, abrir horizontes para o amadurecimento da fé. Conhecendo a Bíblia ca mais fácil viver e crescer na fé, pois: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl. 118,105). A Palavra de Deus é alimento ecaz para todo o nosso ser; por ela so mos forjados por Cristo-Palavra, crescemos em santidade e nos tornamos perfeitos, capacitados para toda espécie de boa obra (cf. II Tm. 3,17). A Palavra é o próprio Cristo. Sem Jesus Cristo a Bíblia não passaria de uma fonte literária interessante e instigante, como, aliás, é vista por alguns. Mas não, ela é a Palavra de Deus plenamente revelada por Jesus Cristo. Ele é a Revelação por excelência, a Revelação do Pai todo. “Nele (em Cristo) o Pai disse tudo. Não haverá outra Palavra além dessa” (Catec. n. 65). O Antigo Testamento prepara a vinda de Je sus Cristo e o Novo Testamento contém a Boa-Nova trazida por Ele, o legado da Nova e Eterna Aliança. A Bíblia é, portanto, o principal livro do cristão. Ela é fonte de nossa fé. Ela é para nós como um coco de casca dura. Esconde e protege uma água que mata a sede do romeiro cansado. Romeiros e peregrinos somos nós. E cansados também! Então vamos procurar o facão que quebre a casca deste coco. O Livro do Profeta Ezequiel retrata bem que a Palavra de Deus é alimento para o nosso ser: “Filho do homem, falou-me, come o rolo que aqui está, e, em seguida, vai falar à casa de Israel. Abri a boca, e ele mo fez engolir. Filho do homem, falou-me, nutre o teu corpo, enche o teu estômago com o rolo que te dou. Então o comi, e era doce na boca, como o mel” (Ez. 3, 1-3). É que, como veremos, nem sempre
3. CONCLUSÃO Vamos estudar, portanto, cada um desses pila res que constituem a Revelação Divina e sustentam a nossa fé, tal qual a recebemos de Jesus. Tratase do precioso depósito da fé a que temos amplo acesso, um banquete completo que a nós católicos é oferecido gratuitamente. Por que então abrirmos mão desse banquete? Como nos apartar desta ri queza e completude que a Mãe Igreja nos oferece? É necessário, entretanto, que conheçamos estas riquezas para que as desfrutemos.
a Bíblia teve esse formato encadernado que vemos hoje. Era escrita em pergaminhos, espécie de rolo.
2. DESENVOLVIMENTO: A Bíblia possui diversas nomenclaturas como: Sagrada Escritura, Bíblia Sagrada, Escrituras, Palavra de Deus. São expressões que se referem à mesma coisa: um conjunto de 73 (setenta e três) livros, es critos sob a inspiração do Espírito Santo. A palavra Bíblia vem do grego bíblos , que signica livro. O diminutivo do termo é bíblion, livrinho, que no plural faz bíblia, livr inhos. O diminutivo perdeu sua força própria com o passar do tempo, de modo que bíblia cou sendo simplesmente o mesmo que livros ou conjunto de livros. A Bíblia é, pois, etimologicamente falando, uma coleção de livros. Quem usou pela primeira vez a palavra Bíblia para se referir às Sagradas Escrituras foi São João Crisóstomo, no séc. IV d.C. Porém, é muito mais do que isso! A Bíblia é a Palavra de Deus, é o Verbo que existia desde o princípio e que estava com Deus (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus” – Jo. 1,1); é o próprio Jesus Cristo, Cristo-Palavra. É Deus que se revela aos homens. Mais do que falar de Deus, é o próprio Deus quem fala através das Escrituras. É também a palavra do homem falando com Deus, consigo mesmo e com os demais homens. Na Bíblia, o homem se expressa com toda a sua generosidade e sua limitação, com toda a sua grandeza e miséria. A Bíblia leva a uma verdadeira relação entre
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Deus e o homem. Ela foi escrita para mim, para você! É a carta do Pai apaixonado por seus lhos amados.
1. Nascimento, escrita e organização da bíblia O nascimento da Bíblia radica-se em fatos concretos, em acontecimentos salvícos, na ação concreta de Deus no mundo em favor dos homens por Ele amados. Antes de serem escritos, os ensina mentos de vida contidos nas Escrituras eram já uma realidade vivida e experimentada pelo homem. A Bíblia é rica da experiência do povo de Israel com seu Deus. Por detrás de cada e scrito bíblico, encontra-se a ação salvíca de Deus que se entregou na História da humanidade para convertê-la em História da Salvação. A Encarnação do Filho de Deus (O Verbo que se fez carne – João 1,1) – o mais importante de to dos os acontecimentos da salvação – foi preparada, anunciada e gurada de muitas formas no Antigo Testamento. Depois do acontecimento salvíco em si, acontecia a Tradição Oral, que é a transmissão verbal através de Poemas, Cantos ou Pregações sobre aquele acontecimento. Cada qual, como o ha via experimentado ou ouvido dos antepassados. De manhã e à noite, em casa ou em viagem, em todos os momentos importantes da família e da Nação (conforme a ordem do Senhor em Dt 6, 4-7) recordava-se e revivia-se o que o Senhor havia feito em favor do seu povo. Continuamente repetiam o que haviam aprendido (cf. Salmo 104). À medida que as circunstâncias sociais, políticas e culturais o permitiram, começaram-se a es crever, consignar por escrito a rica e variada experiência do povo de Deus, conforme a inspiração do Espírito Santo. Graças a homens inspirados pelo Espírito Santo, o núcleo essencial da Tradição Oral foi sendo escrito, compilado. Encontramos unidos intimamente os fatos sucedidos e a transmissão oral, e por detrás dela o acontecimento Histórico – salvíco, o plano de amor de Deus. Temos nela o divino e o humano. A Bíblia foi escrita por homens inspirados por Deus, denominados hagiógrafos. Portanto tem a embalagem humana e os costumes da pessoa que escreveu no contexto de sua história, mas ela é TODA Palavra de Deus, pois Deus é seu autor. “Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei” (Mt 5,18). A inspiração bíblica reete, portanto, a iluminação da mente do escritor sagrado humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana escrever uma mensagem delíssima ao pensamento de Deus que recebera por inspiração sobrena-
des que o autor humano não conhecia, mas antes de tudo, algo vivido e experimentado, algo contextua lizado e raticado pelo Espírito Santo. Não foi uma única pessoa que escreveu a Bí blia. Foram homens e mulheres, jovens e velhos, pais e mães de família, agricultores, pescadores e operários de várias prossões, gente que sabia ler e escrever e gente que só sabia contar as histórias vividas e testemunhadas dos portentos de Deus. Gente viajada e gente que nunca saiu de casa. Sa cerdotes e profetas, reis e pastores, apóstolos e evangelistas. Todos contribuíram, cada um do seu jeito. Gente de toda classe, mas todos unidos na mesma fé e amor. Eram pessoas que faziam parte de uma comunidade, de um povo em formação onde a fé em Deus e a prática da justiça eram ou deviam ser o eixo da vida. A Bíblia começou a ser escrita de forma sistemática no tempo de Moisés – se bem que já existiam escritos esporádicos anteriores a esse Patriarca –, que viveu por volta do ano 1.250 a.C. (Séc. XIII a.C) e a última parte no nal da vida do Apóstolo S. João, por volta do ano 100 d.C.; portanto, a Bíblia foi es crita num período de aproximadamente 1.350 anos. Moisés foi o primeiro codicador sistemático das tradições orais e escritas de Israel. Com o passar dos séculos e continuidade desta sistematização, passo a passo foi se formando a biblioteca sagrada de Israel, culminando com o surgimento dos livros cristãos no Séc. I d.C., os quais se apresentavam como continuação dos livros sagrados, mas que o judaísmo tentou impedir. A cultura onde a Bíblia foi gerada precisa ser levada em consideração. Trata-se de um povo de linguagem vigorosa, que gosta de expressar-se por contrastes extremos. Usa uma linguagem emocional, detalhada, não a fria objetividade dos relatórios cientícos. Faz-se necessário lembrar que ela não foi escrita num mesmo lugar, mas em muitos lugares diferentes. A maior parte do Antigo Testamento (AT) e do Novo Testamento (NT) foi escrita na Palestina, a terra onde o povo vivia, por onde Jesus passou e onde nasceu a Igreja. Porém, algumas p artes do AT foram escritas na Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro no séc. VI a.C, outras partes foram escritas no Egito para onde muita gente tinha emi grado depois do cativeiro. A maior parte do AT foi escrita em hebraico, pois era a língua que se falava na Palestina antes do cativeiro; apenas os Livros de Sabedoria, II de Maca beus e trechos de Daniel e Ester foram escritos em grego, e uma parte pequena foi escrita em aramai co. Todo o NT foi escrito em grego, pois era a nova língua do comércio que invadiu o mundo naquela época, menos o Evangelho de Mateus, escrito em
tas comunidades fundadas ou visitadas pelo após tolo Paulo. Os costumes, a cultura, a religião, a situação econômica, social e política de todos estes povos deixaram marcas na Bíblia e tiveram a sua inuência na maneira de a Bíblia apresentar a mensagem de Deus aos homens. A Bíblia, como a temos hoje é graças a várias traduções como: Hebraica (conhecida como massorética ou da Escola de Massorah - tradição) Setenta (Septuaginta), Vulgata (S. Jerônimo – Séc. IV), Vetus Latina (oriunda do texto grego da Tradu ção dos Setenta – séc. II). Cabe-nos salientar ainda a grande contribuição dada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II que quis cada povo celebrando em sua língua pátria a Palavra de Deus. Aqui é importante esclarecer um fato histórico que gera consequências até os dias de hoje: por volta do ano 100 d.C. rabinos judeus se reuniram em Jamnia (hoje Yavneh), na costa sudoeste de Israel, numa espécie de concílio (mas não católico) para decidirem os rumos do judaísmo após a destruição do Templo de Jerusalém no ano 70 d. C.; daí o termo rabinos de Jamnia ou concílio de Jamnia ou ainda Sínodo de Jamnia. Ali estabeleceram exigências características do texto sagrado para sua “aceitação” pelo Judaísmo: não ter sido escrito fora da terra de Israel, somente seriam considerados textos escritos na língua hebraica e não posteriores ao Profeta Esdras (458-428 a.C.), período em que começou o exílio. Evidentemente, não aceitaram quaisquer dos Livros Cristãos. Considerando que a cidade de Alexandria (Egito) já contava com uma considerável colônia judaica, vivendo em terra estrangeira e falando língua estrangeira, os judeus ali erradicados não adotaram os critérios nacionalistas dos rabinos de Jamnia, considerando, portanto, inspirados Livros inspirados em grego. Paralelamente a tal fato, entre os séc. III e I a.C. rabinos desta colônia judaica erradicada em Alexandria traduziram vários livros sagrados, posteriores a Esdras, do hebraico para o grego, lín gua corrente em todo o Mediterrâneo daquela época, dando origem à chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta, pois setenta e dois rabinos (6 de cada uma das 12 tribos de Israel) trabalharam nela. A Septuaginta (Versão dos Setenta) foi utiliza da como base para diversas traduções da Bíblia e inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica, dentre eles: Tobias, Judite, I e II de Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc, além de alguns trechos dos Livros de Daniel e de Ester. Esses Livros são denominados deuterocanônicos, isto é, catalogados em 2ª instância, posteriormente, ao contrá rio dos veterocanônicos, ou seja, catalogados desde
inspirados os Livros escritos em hebraico. Por isso, a bíblia protestante possui 66 livros e não os 73 contidos no Cânon Bíblico Católico. Além da tradução grega, houve traduções la tinas da Bíblia, por causa da necessidade dos cristãos que falavam o latim e não mais o grego. A mais importante delas, porém, é a Vulgata, nome dado desde o século XIII à versão latina feita por São Jerônimo (347 – 420). Outra observação importante é a de que todas as edições da Bíblia trazem os mesmos 150 salmos. Sua numeração, porém, varia: existe a do texto he braico e a da versão dos setenta (e também da Vul gata de S. Jerônimo – séc. IV). Aconteceu o seguinte: a versão dos setenta juntou em um só os salmos 9 e 10, bem como os salmos 114 e 115, mas dividiu em 2 os salmos 116 e 147 do texto hebraico. Assim, há a diferença de um número entre uma edição e outra.
PROPOSTA DE DINÂMICA: a. Ler, reetir e partilhar em grupo as se guintes passagens bíblicas: Josué 1, 7-8; Isaías 55, 10-11; Mateus 13, 4-9.18-23; Hebreus 4, 12-13a.
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Deus e o homem. Ela foi escrita para mim, para você! É a carta do Pai apaixonado por seus lhos amados.
1. Nascimento, escrita e organização da bíblia O nascimento da Bíblia radica-se em fatos concretos, em acontecimentos salvícos, na ação concreta de Deus no mundo em favor dos homens por Ele amados. Antes de serem escritos, os ensina mentos de vida contidos nas Escrituras eram já uma realidade vivida e experimentada pelo homem. A Bíblia é rica da experiência do povo de Israel com seu Deus. Por detrás de cada e scrito bíblico, encontra-se a ação salvíca de Deus que se entregou na História da humanidade para convertê-la em História da Salvação. A Encarnação do Filho de Deus (O Verbo que se fez carne – João 1,1) – o mais importante de to dos os acontecimentos da salvação – foi preparada, anunciada e gurada de muitas formas no Antigo Testamento. Depois do acontecimento salvíco em si, acontecia a Tradição Oral, que é a transmissão verbal através de Poemas, Cantos ou Pregações sobre aquele acontecimento. Cada qual, como o ha via experimentado ou ouvido dos antepassados. De manhã e à noite, em casa ou em viagem, em todos os momentos importantes da família e da Nação (conforme a ordem do Senhor em Dt 6, 4-7) recordava-se e revivia-se o que o Senhor havia feito em favor do seu povo. Continuamente repetiam o que haviam aprendido (cf. Salmo 104). À medida que as circunstâncias sociais, políticas e culturais o permitiram, começaram-se a es crever, consignar por escrito a rica e variada experiência do povo de Deus, conforme a inspiração do Espírito Santo. Graças a homens inspirados pelo Espírito Santo, o núcleo essencial da Tradição Oral foi sendo escrito, compilado. Encontramos unidos intimamente os fatos sucedidos e a transmissão oral, e por detrás dela o acontecimento Histórico – salvíco, o plano de amor de Deus. Temos nela o divino e o humano. A Bíblia foi escrita por homens inspirados por Deus, denominados hagiógrafos. Portanto tem a embalagem humana e os costumes da pessoa que escreveu no contexto de sua história, mas ela é TODA Palavra de Deus, pois Deus é seu autor. “Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei” (Mt 5,18). A inspiração bíblica reete, portanto, a iluminação da mente do escritor sagrado humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana escrever uma mensagem delíssima ao pensamento de Deus que recebera por inspiração sobrenatural. Pode-se falar, assim, em páginas humanas e divinas, no sentido de que o escritor sagrado teve uma participação fundamental. Importante é frisar que a inspiração bíblica não é a revelação de verda-
des que o autor humano não conhecia, mas antes de tudo, algo vivido e experimentado, algo contextua lizado e raticado pelo Espírito Santo. Não foi uma única pessoa que escreveu a Bí blia. Foram homens e mulheres, jovens e velhos, pais e mães de família, agricultores, pescadores e operários de várias prossões, gente que sabia ler e escrever e gente que só sabia contar as histórias vividas e testemunhadas dos portentos de Deus. Gente viajada e gente que nunca saiu de casa. Sa cerdotes e profetas, reis e pastores, apóstolos e evangelistas. Todos contribuíram, cada um do seu jeito. Gente de toda classe, mas todos unidos na mesma fé e amor. Eram pessoas que faziam parte de uma comunidade, de um povo em formação onde a fé em Deus e a prática da justiça eram ou deviam ser o eixo da vida. A Bíblia começou a ser escrita de forma sistemática no tempo de Moisés – se bem que já existiam escritos esporádicos anteriores a esse Patriarca –, que viveu por volta do ano 1.250 a.C. (Séc. XIII a.C) e a última parte no nal da vida do Apóstolo S. João, por volta do ano 100 d.C.; portanto, a Bíblia foi es crita num período de aproximadamente 1.350 anos. Moisés foi o primeiro codicador sistemático das tradições orais e escritas de Israel. Com o passar dos séculos e continuidade desta sistematização, passo a passo foi se formando a biblioteca sagrada de Israel, culminando com o surgimento dos livros cristãos no Séc. I d.C., os quais se apresentavam como continuação dos livros sagrados, mas que o judaísmo tentou impedir. A cultura onde a Bíblia foi gerada precisa ser levada em consideração. Trata-se de um povo de linguagem vigorosa, que gosta de expressar-se por contrastes extremos. Usa uma linguagem emocional, detalhada, não a fria objetividade dos relatórios cientícos. Faz-se necessário lembrar que ela não foi escrita num mesmo lugar, mas em muitos lugares diferentes. A maior parte do Antigo Testamento (AT) e do Novo Testamento (NT) foi escrita na Palestina, a terra onde o povo vivia, por onde Jesus passou e onde nasceu a Igreja. Porém, algumas p artes do AT foram escritas na Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro no séc. VI a.C, outras partes foram escritas no Egito para onde muita gente tinha emi grado depois do cativeiro. A maior parte do AT foi escrita em hebraico, pois era a língua que se falava na Palestina antes do cativeiro; apenas os Livros de Sabedoria, II de Maca beus e trechos de Daniel e Ester foram escritos em grego, e uma parte pequena foi escrita em aramai co. Todo o NT foi escrito em grego, pois era a nova língua do comércio que invadiu o mundo naquela época, menos o Evangelho de Mateus, escrito em hebraico. O NT tem partes que foram escritas na Síria, na Ásia Menor, na Grécia e na Itália, onde havia mui-
tas comunidades fundadas ou visitadas pelo após tolo Paulo. Os costumes, a cultura, a religião, a situação econômica, social e política de todos estes povos deixaram marcas na Bíblia e tiveram a sua inuência na maneira de a Bíblia apresentar a mensagem de Deus aos homens. A Bíblia, como a temos hoje é graças a várias traduções como: Hebraica (conhecida como massorética ou da Escola de Massorah - tradição) Setenta (Septuaginta), Vulgata (S. Jerônimo – Séc. IV), Vetus Latina (oriunda do texto grego da Tradu ção dos Setenta – séc. II). Cabe-nos salientar ainda a grande contribuição dada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II que quis cada povo celebrando em sua língua pátria a Palavra de Deus. Aqui é importante esclarecer um fato histórico que gera consequências até os dias de hoje: por volta do ano 100 d.C. rabinos judeus se reuniram em Jamnia (hoje Yavneh), na costa sudoeste de Israel, numa espécie de concílio (mas não católico) para decidirem os rumos do judaísmo após a destruição do Templo de Jerusalém no ano 70 d. C.; daí o termo rabinos de Jamnia ou concílio de Jamnia ou ainda Sínodo de Jamnia. Ali estabeleceram exigências características do texto sagrado para sua “aceitação” pelo Judaísmo: não ter sido escrito fora da terra de Israel, somente seriam considerados textos escritos na língua hebraica e não posteriores ao Profeta Esdras (458-428 a.C.), período em que começou o exílio. Evidentemente, não aceitaram quaisquer dos Livros Cristãos. Considerando que a cidade de Alexandria (Egito) já contava com uma considerável colônia judaica, vivendo em terra estrangeira e falando língua estrangeira, os judeus ali erradicados não adotaram os critérios nacionalistas dos rabinos de Jamnia, considerando, portanto, inspirados Livros inspirados em grego. Paralelamente a tal fato, entre os séc. III e I a.C. rabinos desta colônia judaica erradicada em Alexandria traduziram vários livros sagrados, posteriores a Esdras, do hebraico para o grego, lín gua corrente em todo o Mediterrâneo daquela época, dando origem à chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta, pois setenta e dois rabinos (6 de cada uma das 12 tribos de Israel) trabalharam nela. A Septuaginta (Versão dos Setenta) foi utiliza da como base para diversas traduções da Bíblia e inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica, dentre eles: Tobias, Judite, I e II de Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc, além de alguns trechos dos Livros de Daniel e de Ester. Esses Livros são denominados deuterocanônicos, isto é, catalogados em 2ª instância, posteriormente, ao contrá rio dos veterocanônicos, ou seja, catalogados desde sempre, em primeiro lugar. Durante a Reforma Protestante, no sec. XVI, Martinho Lutero, em contesta ção à Igreja Católica adotou o Cânon (catálogo) da Palestina, isto é, aquele que somente considerava
inspirados os Livros escritos em hebraico. Por isso, a bíblia protestante possui 66 livros e não os 73 contidos no Cânon Bíblico Católico. Além da tradução grega, houve traduções la tinas da Bíblia, por causa da necessidade dos cristãos que falavam o latim e não mais o grego. A mais importante delas, porém, é a Vulgata, nome dado desde o século XIII à versão latina feita por São Jerônimo (347 – 420). Outra observação importante é a de que todas as edições da Bíblia trazem os mesmos 150 salmos. Sua numeração, porém, varia: existe a do texto he braico e a da versão dos setenta (e também da Vul gata de S. Jerônimo – séc. IV). Aconteceu o seguinte: a versão dos setenta juntou em um só os salmos 9 e 10, bem como os salmos 114 e 115, mas dividiu em 2 os salmos 116 e 147 do texto hebraico. Assim, há a diferença de um número entre uma edição e outra.
PROPOSTA DE DINÂMICA: a. Ler, reetir e partilhar em grupo as se guintes passagens bíblicas: Josué 1, 7-8; Isaías 55, 10-11; Mateus 13, 4-9.18-23; Hebreus 4, 12-13a.
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Apostila - Grupos de Perseverança
Introdução à Sagrada Escritura Parte II
1. MATERIAL UTILIZADO Para a eSCrITa da bíblIa No tempo que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas impressoras ou os computadores. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como a cerâmica, o papiro e o pergaminho.
CERÂMICA: conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer desde vasos, até chapas nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram escritos nesses “tijolos”. PAPIRO é uma erva da família das ciperáceas (Cyperus papyrus), própria das margens alagadiças do rio Nilo, na África, cujas compridas folhas forneciam hastes das quais se obtinha o papiro, material sobre o qual se escrevia. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e cestos. Dizem que em 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Era assim o processo:
PERGAMINHO: feito de couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como “papel” na cidade de Pérgamo, pelo rei Éumens II 200 a.C.; Pérgamo era uma importante cidade da Ásia Menor. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras regiões. Os pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram “encadernados” num livro como fazemos hoje. Os antigos ligavam umas folhas às outras e fa ziam “rolos”.
2. GÊNeroS LITERÁRIOS CONTIDOS NAS ESCRITURAS Na Bíblia encontram-se vários gêneros literários: leis, histórias, crônicas (narração que segue a ordem temporal), poesias, cânticos, contos de amor, provérbios, epopeias (apresenta atos com relevante conceito moral, atos heroicos), parábolas, alegorias (comparação com aspectos temporais para se fazer entender; exemplo: a videira e os ramos), genealo -
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Introdução à Sagrada Escritura Parte II
1. MATERIAL UTILIZADO Para a eSCrITa da bíblIa No tempo que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas impressoras ou os computadores. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como a cerâmica, o papiro e o pergaminho.
CERÂMICA: conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer desde vasos, até chapas nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram escritos nesses “tijolos”. PAPIRO é uma erva da família das ciperáceas (Cyperus papyrus), própria das margens alagadiças do rio Nilo, na África, cujas compridas folhas forneciam hastes das quais se obtinha o papiro, material sobre o qual se escrevia. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e cestos. Dizem que em 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Era assim o processo:
PERGAMINHO: feito de couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como “papel” na cidade de Pérgamo, pelo rei Éumens II 200 a.C.; Pérgamo era uma importante cidade da Ásia Menor. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras regiões. Os pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram “encadernados” num livro como fazemos hoje. Os antigos ligavam umas folhas às outras e fa ziam “rolos”.
2. GÊNeroS LITERÁRIOS CONTIDOS NAS ESCRITURAS Na Bíblia encontram-se vários gêneros literários: leis, histórias, crônicas (narração que segue a ordem temporal), poesias, cânticos, contos de amor, provérbios, epopeias (apresenta atos com relevante conceito moral, atos heroicos), parábolas, alegorias (comparação com aspectos temporais para se fazer entender; exemplo: a videira e os ramos), genealo gias, etc. Para entendermos a Bíblia devemos colocarnos no tempo e no ambiente em que cada livro foi
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escrito, dentro da mentalidade, costumes e cultura daquele povo, tendo em mente que cada gênero ou estilo literário tem sua interpretação de forma pró pria. Nesse sentido, o Concílio Vaticano II, em sua Constituição Dogmática Dei Verbum (sobre a reve lação divina), assim nos ensina: “Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem-se levar em conta, entre outras coisas, também os gêneros literários. Pois a verdade é apresentada e expressa de maneiras bem diferentes nos textos de um modo ou outro históricos, ou proféticos, ou poéticos, bem como em outras modalidades de expressão. Ora, é preciso que o intérprete pesquise o sentido que, em deter minadas circunstâncias, o hagiógrafo, conforme a situação de seu tempo e de sua cultura, quis exprimir e exprimiu por meio de gêneros literários então em uso” (DV, 12).
3. A ORGANIZAÇÃO DA bíblIa A Bíblia Católica possui 73 Livros (vimos que a bíblia protestante possui apenas 66, dado que Martinho Lutero adotou tão somente o Cânon da Palestina), estando 46 deles no Antigo Testamento (AT) e 27 no Novo Testamento (NT). O que separa o Antigo do Novo Testamento é a Encarnação de Nos so Senhor Jesus Cristo, Salvador do mundo. Todo o Antigo Testamento irá antever e preparar a vinda do Messias, do Salvador dos homens. Já o Novo Testamento retrata todo o ensinamento de Jesus e per petua toda a sua revelação. Como já visto, o AT é um livro que se formou num período de tempo de aproximadamente de 1250 anos. Era a Bíblia de Jesus e seus Apóstolos. Mas no tempo de Jesus o AT ainda não tinha sido xado na sua extensão denitiva. Só no Sínodo ju daico da Jammia (cerca do ano 100 d.C ) chegou-se a formação do cânon veterotestamentário (AT). O AT, além de ser a parte mais importante da literatura hebraica, pertence aos documentos mais veneráveis da humanidade. Não pode ser compreendido se se prescinde da história do povo de Is rael, da legislação que regulava sua vida e das suas formas de expressão. Nele está uma variedade de literaturas. Contém 46 livros divididos em 4 grandes grupos:
1) Pentateuco - palavra grega que signica cinco livros. São chamados também de Torá (Lei) porque contém a Lei da Antiga Aliança. Fazem parte do Pentateuco os seguintes Livros Sagrados: Gênesis: traz reexões sobre as origens do
Levítico: chama-se assim porque traz as leis do culto e as obrigações dos sacerdotes e levitas. Números: começa com a contagem do povo de Israel, faz um recenseamento. Deuteronômio: traz as reexões sobre a releitura da Lei e sua nova proclamação. Convida a uma vida de conversão, penitencia e delidade.
2) Livros Históricos: são 16 livros que narram histórias do Povo e seus líderes. São os Livros de Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1 e 2 Macabeus. 3) Livros Sapienciais ou de Sabedoria e Poéticos: são 7 livros onde encontramos a expressão da sabedoria e dos sentimentos do Povo: ditados, poesias, cantos, orações, hinos, provérbios, nos quais o povo registra seus sentimentos e expressa sua sabedoria tirada da experiência da vida. São os Livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos cânticos, Sabedoria, Eclesiástico. 4) Livros Proféticos: são 18 livros que trazem a vida e a mensagem de Deus pelos profetas, narram a formação do Povo da Bíblia com a vida, nome, lutas e a fé de seus heróis e do próprio povo. São os Livros de Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O AT era o livro lido por Jesus e pelas primeiras comunidades cristãs. No Novo Testamento temos: • Evangelhos : Mateus, Marcos, Lucas, João • Atos dos Apóstolos • Cartas à Paulinas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus à Católicas: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 a 3 João, Judas • Apocalipse de São João Aceita-se a seguinte divisão do NT, para ns didáticos: Livros Históricos: 4 Evangelhos + Atos dos Apóstolos. Livros Doutrinais: 21 Epístolas (Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas). Livro Profético: Apocalipse
Pessoa de Jesus, o que Ele fez, e tudo o que ensi nou. Os 04 evangelhos ocupam lugar de destaque em toda a Bíblia, é o seu coração. São chamados de Sinóticos (olhar em conjunto) os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas por conterem grande quanti dade de histórias em comum, na mesma sequência, e algumas vezes, utilizando exatamente a mesma estrutura de palavras. Já o Evangelho de João – q uarto Evangelho Canônico – relata a história e o ensinamento de Jesus de um modo substancialmente diferente, mas não contraditório, pelo que não se enquadra nos sinó ticos. Pequeno perl de cada evangelista: Mateus: Coletor de impostos, Apóstolo. Redigiu em aramaico. Marcos: Discípulo de Pedro e companheiro de Paulo “Eco da voz de Pedro”. Lucas: Companheiro de Paulo: Médico de ho-
mens e de almas, narra 16 parábolas. João: “o discípulo que Jesus amava”. Cuidou de Maria após a Ascensão de Jesus. Escreveu para os cristãos o Evangelho espiritual. Atos dos Apóstolos: Retrata a origem e expansão do Cristianismo, a partir da inauguração da Igre ja na manhã de Pentecostes. Narra a perseguição de Herodes, a conversão de Paulo e algumas viagens missionárias. Epístolas: Livros Doutrinais/didáticos: Paulo escreve para pessoas ou comunidades especícas (14). Estas são chamadas de Cartas Paulinas As que foram escritas pelos Apóstolos Tiago, Pedro, João (3) e Judas, são chamadas de universais ou católicas. Apocalipse: Livro de revelação. Assim, eis a nossa Biblioteca Sagrada; eis o acervo mais precioso do mundo:
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escrito, dentro da mentalidade, costumes e cultura daquele povo, tendo em mente que cada gênero ou estilo literário tem sua interpretação de forma pró pria. Nesse sentido, o Concílio Vaticano II, em sua Constituição Dogmática Dei Verbum (sobre a reve lação divina), assim nos ensina: “Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem-se levar em conta, entre outras coisas, também os gêneros literários. Pois a verdade é apresentada e expressa de maneiras bem diferentes nos textos de um modo ou outro históricos, ou proféticos, ou poéticos, bem como em outras modalidades de expressão. Ora, é preciso que o intérprete pesquise o sentido que, em deter minadas circunstâncias, o hagiógrafo, conforme a situação de seu tempo e de sua cultura, quis exprimir e exprimiu por meio de gêneros literários então em uso” (DV, 12).
3. A ORGANIZAÇÃO DA bíblIa A Bíblia Católica possui 73 Livros (vimos que a bíblia protestante possui apenas 66, dado que Martinho Lutero adotou tão somente o Cânon da Palestina), estando 46 deles no Antigo Testamento (AT) e 27 no Novo Testamento (NT). O que separa o Antigo do Novo Testamento é a Encarnação de Nos so Senhor Jesus Cristo, Salvador do mundo. Todo o Antigo Testamento irá antever e preparar a vinda do Messias, do Salvador dos homens. Já o Novo Testamento retrata todo o ensinamento de Jesus e per petua toda a sua revelação. Como já visto, o AT é um livro que se formou num período de tempo de aproximadamente de 1250 anos. Era a Bíblia de Jesus e seus Apóstolos. Mas no tempo de Jesus o AT ainda não tinha sido xado na sua extensão denitiva. Só no Sínodo ju daico da Jammia (cerca do ano 100 d.C ) chegou-se a formação do cânon veterotestamentário (AT). O AT, além de ser a parte mais importante da literatura hebraica, pertence aos documentos mais veneráveis da humanidade. Não pode ser compreendido se se prescinde da história do povo de Is rael, da legislação que regulava sua vida e das suas formas de expressão. Nele está uma variedade de literaturas. Contém 46 livros divididos em 4 grandes grupos:
1) Pentateuco - palavra grega que signica cinco livros. São chamados também de Torá (Lei) porque contém a Lei da Antiga Aliança. Fazem parte do Pentateuco os seguintes Livros Sagrados: Gênesis: traz reexões sobre as origens do mundo, do homem, do pecado e do povo de Deus. Êxodo: reete sobre a saída do povo hebreu do Egito sob a liderança de Moisés.
Levítico: chama-se assim porque traz as leis do culto e as obrigações dos sacerdotes e levitas. Números: começa com a contagem do povo de Israel, faz um recenseamento. Deuteronômio: traz as reexões sobre a releitura da Lei e sua nova proclamação. Convida a uma vida de conversão, penitencia e delidade.
2) Livros Históricos: são 16 livros que narram histórias do Povo e seus líderes. São os Livros de Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1 e 2 Macabeus. 3) Livros Sapienciais ou de Sabedoria e Poéticos: são 7 livros onde encontramos a expressão da sabedoria e dos sentimentos do Povo: ditados, poesias, cantos, orações, hinos, provérbios, nos quais o povo registra seus sentimentos e expressa sua sabedoria tirada da experiência da vida. São os Livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos cânticos, Sabedoria, Eclesiástico.
Pessoa de Jesus, o que Ele fez, e tudo o que ensi nou. Os 04 evangelhos ocupam lugar de destaque em toda a Bíblia, é o seu coração. São chamados de Sinóticos (olhar em conjunto) os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas por conterem grande quanti dade de histórias em comum, na mesma sequência, e algumas vezes, utilizando exatamente a mesma estrutura de palavras. Já o Evangelho de João – q uarto Evangelho Canônico – relata a história e o ensinamento de Jesus de um modo substancialmente diferente, mas não contraditório, pelo que não se enquadra nos sinó ticos. Pequeno perl de cada evangelista: Mateus: Coletor de impostos, Apóstolo. Redigiu em aramaico. Marcos: Discípulo de Pedro e companheiro de Paulo “Eco da voz de Pedro”. Lucas: Companheiro de Paulo: Médico de ho-
mens e de almas, narra 16 parábolas. João: “o discípulo que Jesus amava”. Cuidou de Maria após a Ascensão de Jesus. Escreveu para os cristãos o Evangelho espiritual. Atos dos Apóstolos: Retrata a origem e expansão do Cristianismo, a partir da inauguração da Igre ja na manhã de Pentecostes. Narra a perseguição de Herodes, a conversão de Paulo e algumas viagens missionárias. Epístolas: Livros Doutrinais/didáticos: Paulo escreve para pessoas ou comunidades especícas (14). Estas são chamadas de Cartas Paulinas As que foram escritas pelos Apóstolos Tiago, Pedro, João (3) e Judas, são chamadas de universais ou católicas. Apocalipse: Livro de revelação. Assim, eis a nossa Biblioteca Sagrada; eis o acervo mais precioso do mundo:
4) Livros Proféticos: são 18 livros que trazem a vida e a mensagem de Deus pelos profetas, narram a formação do Povo da Bíblia com a vida, nome, lutas e a fé de seus heróis e do próprio povo. São os Livros de Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O AT era o livro lido por Jesus e pelas primeiras comunidades cristãs. No Novo Testamento temos: • Evangelhos : Mateus, Marcos, Lucas, João • Atos dos Apóstolos • Cartas à Paulinas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus à Católicas: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 a 3 João, Judas • Apocalipse de São João Aceita-se a seguinte divisão do NT, para ns didáticos: Livros Históricos: 4 Evangelhos + Atos dos Apóstolos. Livros Doutrinais: 21 Epístolas (Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas). Livro Profético: Apocalipse Evangelho signica Boa Nova – palavra de origem grega. Antes de ser um livro, foi uma palavra pregada, antes de ser lido, foi ouvido... Retrata a
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4. REPRESENTAÇÃO DE CaPíTUloS e VerSíCUloS da bíblIa Quando os livros da Bíblia foram escritos, não traziam, como hoje, títulos e subtítulos, numa divi são em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi organizada em 1214 d.C. pelo arcebispo de Cantuária, na Inglaterra, Stephen Langton. Já a divi são dos capítulos em versículos, como se encontra hoje na Bíblia, foi organizada por Robert Estienne, um tipógrafo e editor de origem francesa que vivia na Itália, em 1551 d.C., inuenciado pelo que os massoretas (judeus da Escola de Massorah – tradição) já haviam feito com o Antigo Testamento reconhecido. Costuma-se representar os livros pelas duas primeiras consoantes ou uma ou duas consoantes e uma vogal de seu nome (para evitar confusão com outro), por exemplo: Gn. para Gênesis; Ex. para Êxodo; Cro. (ou Cr.) para Crônicas. Cuidado para não confundir com abreviaturas das Cartas de São Paulo aos Coríntios (Cor ou Co). E assim por diante. Os capítulos são representados pelo seu número seguido de vírgula:
Gn. 1, - signica capítulo 1 do livro de Gênesis. Eclo. 51 – s ignica o capítulo 51 do livro do Eclesiástico Ap. 3 – signica o capítulo 3 do livro do Apo calipse. Já os versículos vem geralmente após a vírgu la do capítulo:
Gn 1,2 - signica livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 2. Quando se pretende representar todos os versículos a que se refere, usa-se separá-los por um hífen (com o signica de = até):
Gn 1,15-20 - signica livro de Gênesis, Capítulo 1, a partir do versículo 15 até o 20. Colocando-se um ponto após o último versículo e colocando-se outro número signica que se deve saltar do versículo para o outro:
Gn 1,15-20.25-26 - signica que após o versículo 20 deve-se saltar para o 25 e ler até o 26.
Gn 1,15-16ab - signica que a citação abrange no versículo 16 apenas as duas primeiras frases. Ainda pode acontecer que a citação tenha após o versículo um número seguido de vírgula; nesse caso se trata de referência a capítulo:
Gn 1,15-2,4a - signica que a citação vai do versículo 15 do capítulo 1 ao versículo 4 do capítulo 2, primeira frase.
5. HERMENÊUTICa bíblICa O nome deste subtítulo pode denotar algo de difícil entendimento, mas não é bem assim. A hermenêutica bíblica se preocupa em estudar os prin cípios de interpretação das Sagradas Escrituras, evitando-se assim o fundamentalismo, o subjetivismo, os desvios de conceito e até mesmo as heresias. O principal objetivo da hermenêutica bíblica é o de descobrir a intenção original do autor bíblico. A Constituição Dogmática Dei Verbum (sobre a Revelação Divina), do Concílio Vaticano II, nos apon ta três princípios ao lermos a Palavra de Deus: A. Deve-se considerar o conteúdo e a unidade da Escritura inteira, isto é, vericar o sen tido da história, o sentido da relatividade das palavras, o bom senso e o senso crítico. A Bíblia não se contradiz em momento algum. Portanto, há que se olhar o texto como um todo harmônico; B. Deve-se ler as Escrituras à luz da Tradição viva da Igreja, isto é, à l uz do ensinamento oral e escrito dos Apóstolos que se perpetua vivamente nos costumes da Igreja e são assegurados pelos sucessores dos Apóstolos, isto é, os Bispos. C. Deve-se fazer analogia da fé, isto é, as Sagradas Escrituras não se contradizem. Isto sig nica que nenhuma passagem das Escrituras pode ser interpretada de tal forma que o sig nicado alcançado seja conitante em relação ao ensino claramente exposto pela Bíblia em outras passagens. Assim, por exemplo, se um versículo da Bíblia pode apresentar duas interpretações diferentes, sendo que uma delas é contrária ao ensino da Bíblia como um todo enquanto a outra está em harmonia com este ensino, então esta última deve ser adotada e a anterior descartada.
6. POR QUE LER E ORAR A bíblIa? (ler Jos. 1,8; Dt 17,19) A Bíblia é um poderoso instrumento de conversão e de salvação. Dentre inndáveis efeitos, citamos aqui alguns deles: 1º - tornará você um cristão mais forte e lhe dará a certeza da Salvação; 2º - lhe dará conança e poder na oração; 3º - proporcionará a você uma profunda ex periência do Amor de Deus e a certeza do Seu perdão; 4º - lhe trará a paz e a alegria verdadeira; orientando você nas decisões da vida; 5º - dará a capacitação para testemunhar Je sus Cristo e ser um missionário do evangelho.
primeiro verso já diz tudo: toda a Bíblia é comuni cação! Deus é comunicativo, quer falar conosco em nossas mais diversas realidades e situações.
Toda Bíblia é Comunicação (Padre Zezinho) Toda bíblia é comunicação, de um Deus amor, de um Deus irmão. É feliz quem crê na revelação, Quem tem Deus no coração. Jesus Cristo é a palavra, pura imagem de Deus Pai. Ele é vida e verdade, a suprema caridade. Os profetas sempre mostram a verdade do Senhor. Precisamos ser profetas para o mundo ser melhor.
7. COMO CONHECER A bíblIa? Assim como você aprendeu a falar, falando, a andar, andando, aprenderá a conhecer a Bíblia e a viver sua palavra, estudando-a, lendo a Bíblia todos os dias (cf. Dt 17,19). Assim como se alimenta todos os dias, devese alimentar da santa Palavra, em clima de oração. É um encontro VIVO ente pessoas VIVAS. Muitos já experimentaram, e você? Deus está interessado em ouvi-lo, mas, aci ma de tudo em falar com você, em levá-lo a plena verdade (cf. Jo 8,31b-32; 14,23b-24a). Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente: a Palavra de Deus. Com efeito, nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao en contro de seus lhos e com eles fala” (Catec. 104).
2. CONCLUSÃO As Sagradas Escrituras são um poderoso meio pelo qual o Senhor se comunica conosco; é uma fonte inesgotável de sabedoria, de orientações, de instruções e de salvação. Não podemos desprezar as Escrituras, pois como nos ensina o doutor da Igre ja, São Jerônimo (autor da Tradução da Vulgata), “ig-
PROPOSTA DE DINÂMICA: A. Ler juntos as “Instruções Gerais da Bíblia” contidas no início das principais edições. Tirarão muitas dúvidas. B. Pedir que abram a Bíblia em diversas citações para que aprendam a manusear com desenvoltura as Escrituras.
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4. REPRESENTAÇÃO DE CaPíTUloS e VerSíCUloS da bíblIa Quando os livros da Bíblia foram escritos, não traziam, como hoje, títulos e subtítulos, numa divi são em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi organizada em 1214 d.C. pelo arcebispo de Cantuária, na Inglaterra, Stephen Langton. Já a divi são dos capítulos em versículos, como se encontra hoje na Bíblia, foi organizada por Robert Estienne, um tipógrafo e editor de origem francesa que vivia na Itália, em 1551 d.C., inuenciado pelo que os massoretas (judeus da Escola de Massorah – tradição) já haviam feito com o Antigo Testamento reconhecido. Costuma-se representar os livros pelas duas primeiras consoantes ou uma ou duas consoantes e uma vogal de seu nome (para evitar confusão com outro), por exemplo: Gn. para Gênesis; Ex. para Êxodo; Cro. (ou Cr.) para Crônicas. Cuidado para não confundir com abreviaturas das Cartas de São Paulo aos Coríntios (Cor ou Co). E assim por diante. Os capítulos são representados pelo seu número seguido de vírgula:
Gn. 1, - signica capítulo 1 do livro de Gênesis. Eclo. 51 – s ignica o capítulo 51 do livro do Eclesiástico Ap. 3 – signica o capítulo 3 do livro do Apo calipse. Já os versículos vem geralmente após a vírgu la do capítulo:
Gn 1,2 - signica livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 2. Quando se pretende representar todos os versículos a que se refere, usa-se separá-los por um hífen (com o signica de = até):
Gn 1,15-20 - signica livro de Gênesis, Capítulo 1, a partir do versículo 15 até o 20. Colocando-se um ponto após o último versículo e colocando-se outro número signica que se deve saltar do versículo para o outro:
Gn 1,15-20.25-26 - signica que após o versículo 20 deve-se saltar para o 25 e ler até o 26. Pode acontecer que um versículo se componha de várias frases, designando-se então cada uma delas por uma letra do alfabeto:
Gn 1,15-16ab - signica que a citação abrange no versículo 16 apenas as duas primeiras frases. Ainda pode acontecer que a citação tenha após o versículo um número seguido de vírgula; nesse caso se trata de referência a capítulo:
Gn 1,15-2,4a - signica que a citação vai do versículo 15 do capítulo 1 ao versículo 4 do capítulo 2, primeira frase.
5. HERMENÊUTICa bíblICa O nome deste subtítulo pode denotar algo de difícil entendimento, mas não é bem assim. A hermenêutica bíblica se preocupa em estudar os prin cípios de interpretação das Sagradas Escrituras, evitando-se assim o fundamentalismo, o subjetivismo, os desvios de conceito e até mesmo as heresias. O principal objetivo da hermenêutica bíblica é o de descobrir a intenção original do autor bíblico. A Constituição Dogmática Dei Verbum (sobre a Revelação Divina), do Concílio Vaticano II, nos apon ta três princípios ao lermos a Palavra de Deus: A. Deve-se considerar o conteúdo e a unidade da Escritura inteira, isto é, vericar o sen tido da história, o sentido da relatividade das palavras, o bom senso e o senso crítico. A Bíblia não se contradiz em momento algum. Portanto, há que se olhar o texto como um todo harmônico; B. Deve-se ler as Escrituras à luz da Tradição viva da Igreja, isto é, à l uz do ensinamento oral e escrito dos Apóstolos que se perpetua vivamente nos costumes da Igreja e são assegurados pelos sucessores dos Apóstolos, isto é, os Bispos. C. Deve-se fazer analogia da fé, isto é, as Sagradas Escrituras não se contradizem. Isto sig nica que nenhuma passagem das Escrituras pode ser interpretada de tal forma que o sig nicado alcançado seja conitante em relação ao ensino claramente exposto pela Bíblia em outras passagens. Assim, por exemplo, se um versículo da Bíblia pode apresentar duas interpretações diferentes, sendo que uma delas é contrária ao ensino da Bíblia como um todo enquanto a outra está em harmonia com este ensino, então esta última deve ser adotada e a anterior descartada.
6. POR QUE LER E ORAR A bíblIa? (ler Jos. 1,8; Dt 17,19) A Bíblia é um poderoso instrumento de conversão e de salvação. Dentre inndáveis efeitos, citamos aqui alguns deles: 1º - tornará você um cristão mais forte e lhe dará a certeza da Salvação; 2º - lhe dará conança e poder na oração; 3º - proporcionará a você uma profunda ex periência do Amor de Deus e a certeza do Seu perdão; 4º - lhe trará a paz e a alegria verdadeira; orientando você nas decisões da vida; 5º - dará a capacitação para testemunhar Je sus Cristo e ser um missionário do evangelho.
primeiro verso já diz tudo: toda a Bíblia é comuni cação! Deus é comunicativo, quer falar conosco em nossas mais diversas realidades e situações.
Toda Bíblia é Comunicação (Padre Zezinho) Toda bíblia é comunicação, de um Deus amor, de um Deus irmão. É feliz quem crê na revelação, Quem tem Deus no coração. Jesus Cristo é a palavra, pura imagem de Deus Pai. Ele é vida e verdade, a suprema caridade. Os profetas sempre mostram a verdade do Senhor. Precisamos ser profetas para o mundo ser melhor.
7. COMO CONHECER A bíblIa? Assim como você aprendeu a falar, falando, a andar, andando, aprenderá a conhecer a Bíblia e a viver sua palavra, estudando-a, lendo a Bíblia todos os dias (cf. Dt 17,19). Assim como se alimenta todos os dias, devese alimentar da santa Palavra, em clima de oração. É um encontro VIVO ente pessoas VIVAS. Muitos já experimentaram, e você? Deus está interessado em ouvi-lo, mas, aci ma de tudo em falar com você, em levá-lo a plena verdade (cf. Jo 8,31b-32; 14,23b-24a). Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente: a Palavra de Deus. Com efeito, nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao en contro de seus lhos e com eles fala” (Catec. 104).
PROPOSTA DE DINÂMICA: A. Ler juntos as “Instruções Gerais da Bíblia” contidas no início das principais edições. Tirarão muitas dúvidas. B. Pedir que abram a Bíblia em diversas citações para que aprendam a manusear com desenvoltura as Escrituras.
2. CONCLUSÃO As Sagradas Escrituras são um poderoso meio pelo qual o Senhor se comunica conosco; é uma fonte inesgotável de sabedoria, de orientações, de instruções e de salvação. Não podemos desprezar as Escrituras, pois como nos ensina o doutor da Igre ja, São Jerônimo (autor da Tradução da Vulgata), “ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”. Com certeza, muitos já escutaram uma famo sa canção católica, composta pelo Pe. Zezinho, cujo
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Apostila - Grupos de Perseverança
CaPíTUlo 5
Sagrada Tradição Parte I
1. INTRODUÇÃO A Igreja trilha o caminho da unidade, porque é o Corpo Místico de Cristo, e Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo. 14,6a). Nosso vínculo de uni dade é Jesus, Seu ensinamento, Sua doutrina. Por isso, a Igreja não se perde nas vicissitudes da história humana, porque se alimenta da Sagrada Escritura, inspirada pelo Espírito Santo, da Sagrada Tradi ção e do Sagrado Magistério. Consideraremos aqui a importância deste segundo elemento da Revelação, a Sagrada Tradição ou Tradição Apostólica, para nos aprofundarmos neste maravilhoso caminho de unidade. A Sagrada Tradição é um tesouro de todos nós, católicos, é a via imprescindível para a unidade.
2. DESENVOLVIMENTO Como visto em capítulo anterior, Deus, o Todo-Poderoso, innito, eterno, onisciente, onipre sente e onipotente, Se revelou sem reservas ao ser humano, frágil e limitada criatura. Esta realidade está expressa no início do Evangelho de São João: “E o Verbo se fez Carne, e habitou entre nós...” (João 1,14a). Contudo, sempre precisamos que o próprio Espírito de Deus nos socorresse em todas as etapas desta Revelação; caso contrário, os homens não te riam conseguido captar com delidade a m ensagem de Deus, e muito menos teriam a capacidade de in terpretá-la corretamente ao longo da história. Certa é a inspiração e unção dos escritores (hagiógrafos) dos Livros da Bíblia. Assegurada é também a unção e autoridade dos lhos da Igreja (os Bispos em comunhão com o Sucessor de Pedro) para continuar interpretando o que foi revelado totalmente em Cristo. E esta fé também é conrmada pela razão! Não podemos admitir múltiplas possibilidades de interpretação dos textos bíblicos, pois o Espírito de Deus não se contradiz (cf. Nm. 23,19), nem tampouco ignorarmos nossas raízes sólidas
samento e ensinamento católicos, desde os primórdios da Igreja, desde a Igreja dos primeiros séculos, as quais foram enriquecidas, aprofundadas e conrmadas ao longo dos seus vinte séculos de história. Como dito, a Sagrada Tradição é via imp rescindível para a unidade. E só conseguimos progredir na unidade se professamos a Verdade. Não é possível, portanto, relativizar o que é verdade. Nestes tem pos de especial atração por tudo o que é relativo, precisamos mergulhar na riqueza da Sagrada Tradição que é uma espécie de o condutor desta Verdade no decorrer dos séculos. A Igreja é um Edifício sólido, o Corpo Místico de Cristo; ela não é uma tor re de babel! A Verdade Se revelou, e deixou ao ser humano uma Instituição, a Igreja. Nós partilhamos de um histórico de interpretações das verdades re veladas, o qual não se contradiz. E nós só contribui remos para o crescimento da unidade se aderirmos com delidade ao que Jesus, a Verdade, revelou.
2.1. dfnição de Sagrada Tradição ou Tradição Apostólica A Tradição Apostólica é um dos componentes da Revelação. Mas, o que seria uma d enição de Tradição Apostólica ou Sagrada Tradição? Nosso amado Papa emérito, Bento XVI, explica que a Igreja pode ser compreendida como uma realidade de Comunhão, e que esta comunhão, ao longo da história da Igreja, é a Tradição (BENTO XVI, 2011). Em outras palavras, Bento XVI expressou: “Nesta transmissão dos bens da salvação, que faz a atualização permanente, na comunhão original, da comunidade cristã, na força do Espírito, consiste a Tradição Apostólica da Igreja.” (BENTO XVI, 2011). O mesm o autor dene que “... a Tradição é a história do Espírito que age na história
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Sagrada Tradição Parte I
1. INTRODUÇÃO A Igreja trilha o caminho da unidade, porque é o Corpo Místico de Cristo, e Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo. 14,6a). Nosso vínculo de uni dade é Jesus, Seu ensinamento, Sua doutrina. Por isso, a Igreja não se perde nas vicissitudes da história humana, porque se alimenta da Sagrada Escritura, inspirada pelo Espírito Santo, da Sagrada Tradi ção e do Sagrado Magistério. Consideraremos aqui a importância deste segundo elemento da Revelação, a Sagrada Tradição ou Tradição Apostólica, para nos aprofundarmos neste maravilhoso caminho de unidade. A Sagrada Tradição é um tesouro de todos nós, católicos, é a via imprescindível para a unidade.
2. DESENVOLVIMENTO Como visto em capítulo anterior, Deus, o Todo-Poderoso, innito, eterno, onisciente, onipre sente e onipotente, Se revelou sem reservas ao ser humano, frágil e limitada criatura. Esta realidade está expressa no início do Evangelho de São João: “E o Verbo se fez Carne, e habitou entre nós...” (João 1,14a). Contudo, sempre precisamos que o próprio Espírito de Deus nos socorresse em todas as etapas desta Revelação; caso contrário, os homens não te riam conseguido captar com delidade a m ensagem de Deus, e muito menos teriam a capacidade de in terpretá-la corretamente ao longo da história. Certa é a inspiração e unção dos escritores (hagiógrafos) dos Livros da Bíblia. Assegurada é também a unção e autoridade dos lhos da Igreja (os Bispos em comunhão com o Sucessor de Pedro) para continuar interpretando o que foi revelado totalmente em Cristo. E esta fé também é conrmada pela razão! Não podemos admitir múltiplas possibilidades de interpretação dos textos bíblicos, pois o Espírito de Deus não se contradiz (cf. Nm. 23,19), nem tampouco ignorarmos nossas raízes sólidas e vitais que continuam nos transmitindo uma sei va nutritiva, saudável e pura ao longo dos séculos. Precisamos, portanto, reverenciar as raízes do pen -
samento e ensinamento católicos, desde os primórdios da Igreja, desde a Igreja dos primeiros séculos, as quais foram enriquecidas, aprofundadas e conrmadas ao longo dos seus vinte séculos de história. Como dito, a Sagrada Tradição é via imp rescindível para a unidade. E só conseguimos progredir na unidade se professamos a Verdade. Não é possível, portanto, relativizar o que é verdade. Nestes tem pos de especial atração por tudo o que é relativo, precisamos mergulhar na riqueza da Sagrada Tradição que é uma espécie de o condutor desta Verdade no decorrer dos séculos. A Igreja é um Edifício sólido, o Corpo Místico de Cristo; ela não é uma tor re de babel! A Verdade Se revelou, e deixou ao ser humano uma Instituição, a Igreja. Nós partilhamos de um histórico de interpretações das verdades re veladas, o qual não se contradiz. E nós só contribui remos para o crescimento da unidade se aderirmos com delidade ao que Jesus, a Verdade, revelou.
2.1. dfnição de Sagrada Tradição ou Tradição Apostólica A Tradição Apostólica é um dos componentes da Revelação. Mas, o que seria uma d enição de Tradição Apostólica ou Sagrada Tradição? Nosso amado Papa emérito, Bento XVI, explica que a Igreja pode ser compreendida como uma realidade de Comunhão, e que esta comunhão, ao longo da história da Igreja, é a Tradição (BENTO XVI, 2011). Em outras palavras, Bento XVI expressou: “Nesta transmissão dos bens da salvação, que faz a atualização permanente, na comunhão original, da comunidade cristã, na força do Espírito, consiste a Tradição Apostólica da Igreja.” (BENTO XVI, 2011). O mesm o autor dene que “... a Tradição é a história do Espírito que age na história da Igreja através da mediação dos apóstolos e dos seus sucessores, em el continuidade com a experiência das origens.” (BENTO XVI, 2011). Alguns elementos destas denições serão discutidos nos itens a seguir.
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Ainda, o Catecismo da Igreja Católica nos ensi na que Deus quer que todos os homens sejam sal vos e, por isso, é preciso que Cristo seja anunciado a todos os povos, a todos os homens e que a Revelação chegue às extremidades do mundo. Portanto, Jesus ordenou a seus Apóstolos que o Evangelho fosse pregado a todos os homens como fonte de toda a verdade salvíca e de toda a disciplina de costumes. Essa transmissão do Evangelho foi feita de duas maneiras: oralmente, pelo que os Apóstolos, por suas pregações, exemplos e instituições, transmitiram as coisas que receberam das palavras ou da convivência direta com Jesus ou, ainda, que aprenderam das sugestões do Espírito Santo; por escrito, pelo que os Apóstolos, sob a inspiração do Espírito Santo, puseram-se a escrever a mensagem da salvação (cf. Catec. 74-76). Ensina-nos, ademais, que para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, pois a pregação apostólica devia ser conservada por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos (cf. Catec. 77). “Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Por meio da Tradição, ‘a Igreja, em sua d outrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê’” (Catec. 78). O Ca tecismo diz-nos ainda o seguinte: “quanto à Sagrada Tradição, ela transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus conada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, sob a luz do Espírito de verdade, eles, por sua pregação, elmente a conservem, exponham e difundam” (Catec. 81). Em suma, a Sagrada Tradição é, de fato, essa espécie de o condutor da Verdade revelada, por onde a mensagem do Evangelho passa na íntegra e se perpetua ao longo dos séculos por meio da sucessão apostólica. Trata-se de uma imensurável conservação do depósito da fé, de forma integral e sagrada, para que a nós chegasse a mensagem evangélica não mutilada.
2.2. Sagrada Tradição: Via de Comunhão na Igreja. Bento XVI, em 2011, citando 2 Jo, 9-11, co menta: “... não é possível a comunhão com quem se afastou da doutrina da salvação.” Precisamos nes te sentido reetir a aplicação de algumas expressões nos tempos atuais. SANAHUJA, em 2012, mostra que é muito comum, atualmente, falar-se sobre a necessidade da “tolerância e diálogo”, inclusive no cam po religioso. Aqui é preciso resgatar uma distinção feita por aquele autor: há um signicado original e
A Boa Nova indica como algumas características do Amor: “... tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (I Cor 13, 7). Portanto, a Igreja professa a religião da tolerância e do diálogo sim! O que não podemos aceitar é a aplicação destas expressões da forma como tem sido feita com frequência nos tempos atuais. Em muitos discursos atuais sobre tolerância e diálogo, é possível reconhecer uma proposta sincretista e anticristã. SANAHUJA, em 2012, mostra claramente que alguns textos ou discursos atuais trabalham a perspectiva religiosa do ponto de vista da inexistência da verdade absoluta, “... impondo à humanidade um processo sem m de busca de consensos sobre princípios morais que permanecerão até que aqueles perdurem...” (SANAHUJA, 2012). O católico precisa reconhecer que a Verdade é Jesus, e que todos os ensinamentos verdadeiros brotam d’Ele e foram e são integralmente transmitidos por meio da sucessão apostólica na Igreja Católica. Neste sentido, não podemos ceder a esta tendência de relativizar princípios, especialmente no campo da fé. Precisamos, ao contrário, reconhe cer que a Revelação nunca se contradisse, e, uma vez reconhecidos os livros que compõem o Cânon Bíblico, houve e continua havendo uma linha incon testável sobre a qual a Verdade foi e é reconhecida. Mais uma vez invocamos as palavras do Papa Bento XVI: “Entre o Filho de Deus feito homem e a sua Igreja, existe uma profunda, inseparável e mis teriosa continuidade, em virtude da qual Cristo está presente hoje no seu povo.” (BENTO XVI, 2011). Jesus é o Cristo, e há uma Igreja que Ele fundou, e entre estas duas realidades há uma “profunda, inseparável e misteriosa continuidade”! E essa continuidade de profunda comunhão é gerada pela transmissão el de toda a mensagem do Evangelho ensinado por Jesus Cristo. Professamos que houve uma primeira liderança da Igreja, a qual foi instituída por Jesus. Professamos que estes primeiros líderes, sob a chea de Pedro, zelaram pelo reconhecimento de uma nova geração de líderes, e que, geração após outra, o Espírito continua socorrendo a Igreja. Há um sucessor atual de Pedro que juntamente com os outros sucessores dos Apóstolos (os Bispos) transmitem elmente o depósito maravilhoso da fé que receberam dos primeiros apóstolos. Não estamos à mercê das vicissitudes, inconstâncias e rupturas da história humana. Para crescermos em comunhão, é preciso, portanto, enfatizar a importância de aderirmos cada vez mais elmente a esta Sagrada Tradição, pois não se gera comunhão quando estamos afastados deste componente da Revelação. E para permanecermos dentro da verdade Revelada e interpretada de forma correta, precisamos olhar para a história: tudo o que contradisser esta história sólida da nossa Igreja,
2.3. O Espírito faz a atualização permanente, pela Sagrada Tradição. Quando pensamos na palavra tradição, logo somos induzidos a fazer relação desta realidade com a de algo antigo, com “chas de arquivo”, com elementos puramente históricos ou de museu, com algo ultrapassado, ou até mesmo obscurantista. A nossa Sagrada Tradição é valorizada na Igreja desde o seu nascimento, todavia não é velha, nem é ultrapassada, nem mesmo é uma “coleção de objetos, de palavras, como uma caixa que contém coisas mortas...” (BENTO XVI, 2011). Segundo BENTO XVI, em 2011, “a Tradição é o rio da vida nova que vem das origens, de Cristo até nós, e nos envolve na história de Deus com a humanidade.” Não podemos confundir Tradição com funda mentalismo, nem mesmo com tradicionalismo. Caminhar segundo a Tradição não signica caminhar sem dar razão à fé (FIDES ET RATIO, 1998), nem mesmo signica estar fechado a novidades, pois o mesmo Espírito que não se contradiz é aquele que “... sopra onde quer...” (João 3, 8a). É possível ser uma pessoa moderna, aberta a inovações, e ao mesmo tempo, ciente de que as inovações signicativas só podem surgir porque há um acúmulo de contribuições da história. As inovações e a modernidade não surgem por “geração espontânea”. E o novo sempre tem que ser avaliado face ao que já existiu. Na história da Igreja, percebe-se que aqueles que mais amaram as raízes foram os que mais propuseram novidades sólidas. Basta mergulharmos nos ensinamentos dos Padres da Igreja, testemunhas eloquen tes da Tradição. Aqui é importante frisar que em qualquer situação, há novidades que precisam ser rejeitadas; caso contrário, perde-se o referencial. A princípio as palavras “tradição” e “renovação” supõem um aparente contraste. Este contraste não é verdadeiro, pois, de forma geral, não é difícil reconhecer que só é possível propor novidades signicativas, em qualquer área, se o proponente primeiramente se aplica em reconhecer o valor das contribuições anteriores. Em uma empresa, um ge rente não conseguiria propor inovações se antes não tivesse passado intensamente pela experiência do funcionamento e da história daquela organiza ção. No mundo da ciência, as inovações cientícas e tecnológicas surgem porque pessoas estudam profundamente o que já há de contribuição acumulada naquela área. Caso contrário, qualquer esforço poderia resultar em uma tentativa de “reinvenção da roda”. Quando falamos da Igreja, que é o Corpo Mís tico de Cristo, esta realidade é incomparavelmente mais profunda. O mesmo Deus que dá aos seres humanos a capacidade intelectual, que resulta nos avanços da ciência e em novas invenções, revelou-
revelação, e também de progredir na compreensão das verdades reveladas. Não há o que “reinventar” sobre a Revelação Divina. Há o que aprofundar em compreensão e prática. E este aprofundamento só é possível se reconhecemos que o Espírito de Deus já teceu uma longa história de inspiração, de tal forma que já existe uma compreensão acumulada das verdades reveladas, e que esta compreensão não está esgotada. Vimos BENTO XVI armar que pela Sagrada Tradição, o Espírito faz “ a atualização permanente”. Jesus em um dos momentos em que prometeu o envio do Espírito Santo, disse: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade... e anunciar-vos-á as coisas que virão.” (João 16, 12-14). É bíblico, por tanto, que o Espírito ainda continuaria instruindo a comunidade dos éis. O Espírito continuará sempre instruindo os lhos da Igreja. E esta instrução, ao mesmo tempo em que envolve fatos novos, signica o aprofundamento das verdades já reveladas. Um fato histórico novo não pode ser interpretado à luz de uma suposta “nova revelação bíblica”. Não existem possibilidades de novas Revelações Bíblicas. Tudo o que acontece na história humana encontra a sua resposta na Bíblia. Um exemplo: os desaos morais e éticos associados à Engenharia genética, es pecialmente em se tratando do ser humano (formas de concepção, manipulação de embriões, longevidade, por exemplo). Em nenhum outro momento da história a Igreja precisou responder a este desao, o qual brotou dos avanços cientícos e tecnológicos, mas também foi marcado pelo clima de relativismo moral e religioso reinante nos tempos atuais. A res posta que a Igreja deu ocialmente a este desao atual é uma resposta bíblica, pautada na solidez da tradição de ensinamentos de 20 séculos de nossa história como Igreja: A vida humana precisa ser res peitada em todas as suas fases, e todas essas fazes possuem um valor imensurável, pois o ser humano é obra-prima do Criador! Portanto, o termo “atua lização” para nós é compreendido como “falar de forma nova algo que já foi revelado; aprofundar a compreensão da Verdade Absoluta revelada”.
2.4. A Sagrada Tradição apresenta a via bíblica da cruz para crescermos em unidade Para que caminhemos e cresçamos na unidade, precisamos zelar pelo discernimento constante, de tal forma a nunca abandonarmos o “estreito caminho”, apresentado por Jesus e transmitido viva mente por via da sucessão apostólica. A obediên cia às verdades bíblicas, as quais são ensinadas na
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Ainda, o Catecismo da Igreja Católica nos ensi na que Deus quer que todos os homens sejam sal vos e, por isso, é preciso que Cristo seja anunciado a todos os povos, a todos os homens e que a Revelação chegue às extremidades do mundo. Portanto, Jesus ordenou a seus Apóstolos que o Evangelho fosse pregado a todos os homens como fonte de toda a verdade salvíca e de toda a disciplina de costumes. Essa transmissão do Evangelho foi feita de duas maneiras: oralmente, pelo que os Apóstolos, por suas pregações, exemplos e instituições, transmitiram as coisas que receberam das palavras ou da convivência direta com Jesus ou, ainda, que aprenderam das sugestões do Espírito Santo; por escrito, pelo que os Apóstolos, sob a inspiração do Espírito Santo, puseram-se a escrever a mensagem da salvação (cf. Catec. 74-76). Ensina-nos, ademais, que para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, pois a pregação apostólica devia ser conservada por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos (cf. Catec. 77). “Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Por meio da Tradição, ‘a Igreja, em sua d outrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê’” (Catec. 78). O Ca tecismo diz-nos ainda o seguinte: “quanto à Sagrada Tradição, ela transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus conada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, sob a luz do Espírito de verdade, eles, por sua pregação, elmente a conservem, exponham e difundam” (Catec. 81). Em suma, a Sagrada Tradição é, de fato, essa espécie de o condutor da Verdade revelada, por onde a mensagem do Evangelho passa na íntegra e se perpetua ao longo dos séculos por meio da sucessão apostólica. Trata-se de uma imensurável conservação do depósito da fé, de forma integral e sagrada, para que a nós chegasse a mensagem evangélica não mutilada.
2.2. Sagrada Tradição: Via de Comunhão na Igreja. Bento XVI, em 2011, citando 2 Jo, 9-11, co menta: “... não é possível a comunhão com quem se afastou da doutrina da salvação.” Precisamos nes te sentido reetir a aplicação de algumas expressões nos tempos atuais. SANAHUJA, em 2012, mostra que é muito comum, atualmente, falar-se sobre a necessidade da “tolerância e diálogo”, inclusive no cam po religioso. Aqui é preciso resgatar uma distinção feita por aquele autor: há um signicado original e verdadeiro para “tolerância e diálogo” – especial mente em se tratando da questão religiosa – e há o emprego anticristão destas mesmas expressões.
A Boa Nova indica como algumas características do Amor: “... tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (I Cor 13, 7). Portanto, a Igreja professa a religião da tolerância e do diálogo sim! O que não podemos aceitar é a aplicação destas expressões da forma como tem sido feita com frequência nos tempos atuais. Em muitos discursos atuais sobre tolerância e diálogo, é possível reconhecer uma proposta sincretista e anticristã. SANAHUJA, em 2012, mostra claramente que alguns textos ou discursos atuais trabalham a perspectiva religiosa do ponto de vista da inexistência da verdade absoluta, “... impondo à humanidade um processo sem m de busca de consensos sobre princípios morais que permanecerão até que aqueles perdurem...” (SANAHUJA, 2012). O católico precisa reconhecer que a Verdade é Jesus, e que todos os ensinamentos verdadeiros brotam d’Ele e foram e são integralmente transmitidos por meio da sucessão apostólica na Igreja Católica. Neste sentido, não podemos ceder a esta tendência de relativizar princípios, especialmente no campo da fé. Precisamos, ao contrário, reconhe cer que a Revelação nunca se contradisse, e, uma vez reconhecidos os livros que compõem o Cânon Bíblico, houve e continua havendo uma linha incon testável sobre a qual a Verdade foi e é reconhecida. Mais uma vez invocamos as palavras do Papa Bento XVI: “Entre o Filho de Deus feito homem e a sua Igreja, existe uma profunda, inseparável e mis teriosa continuidade, em virtude da qual Cristo está presente hoje no seu povo.” (BENTO XVI, 2011). Jesus é o Cristo, e há uma Igreja que Ele fundou, e entre estas duas realidades há uma “profunda, inseparável e misteriosa continuidade”! E essa continuidade de profunda comunhão é gerada pela transmissão el de toda a mensagem do Evangelho ensinado por Jesus Cristo. Professamos que houve uma primeira liderança da Igreja, a qual foi instituída por Jesus. Professamos que estes primeiros líderes, sob a chea de Pedro, zelaram pelo reconhecimento de uma nova geração de líderes, e que, geração após outra, o Espírito continua socorrendo a Igreja. Há um sucessor atual de Pedro que juntamente com os outros sucessores dos Apóstolos (os Bispos) transmitem elmente o depósito maravilhoso da fé que receberam dos primeiros apóstolos. Não estamos à mercê das vicissitudes, inconstâncias e rupturas da história humana. Para crescermos em comunhão, é preciso, portanto, enfatizar a importância de aderirmos cada vez mais elmente a esta Sagrada Tradição, pois não se gera comunhão quando estamos afastados deste componente da Revelação. E para permanecermos dentro da verdade Revelada e interpretada de forma correta, precisamos olhar para a história: tudo o que contradisser esta história sólida da nossa Igreja, não pode ser aceito! Somos, portanto, convocados pelo Senhor a conhecer e amar m ais fervorosamente as raízes da nossa fé.
2.3. O Espírito faz a atualização permanente, pela Sagrada Tradição. Quando pensamos na palavra tradição, logo somos induzidos a fazer relação desta realidade com a de algo antigo, com “chas de arquivo”, com elementos puramente históricos ou de museu, com algo ultrapassado, ou até mesmo obscurantista. A nossa Sagrada Tradição é valorizada na Igreja desde o seu nascimento, todavia não é velha, nem é ultrapassada, nem mesmo é uma “coleção de objetos, de palavras, como uma caixa que contém coisas mortas...” (BENTO XVI, 2011). Segundo BENTO XVI, em 2011, “a Tradição é o rio da vida nova que vem das origens, de Cristo até nós, e nos envolve na história de Deus com a humanidade.” Não podemos confundir Tradição com funda mentalismo, nem mesmo com tradicionalismo. Caminhar segundo a Tradição não signica caminhar sem dar razão à fé (FIDES ET RATIO, 1998), nem mesmo signica estar fechado a novidades, pois o mesmo Espírito que não se contradiz é aquele que “... sopra onde quer...” (João 3, 8a). É possível ser uma pessoa moderna, aberta a inovações, e ao mesmo tempo, ciente de que as inovações signicativas só podem surgir porque há um acúmulo de contribuições da história. As inovações e a modernidade não surgem por “geração espontânea”. E o novo sempre tem que ser avaliado face ao que já existiu. Na história da Igreja, percebe-se que aqueles que mais amaram as raízes foram os que mais propuseram novidades sólidas. Basta mergulharmos nos ensinamentos dos Padres da Igreja, testemunhas eloquen tes da Tradição. Aqui é importante frisar que em qualquer situação, há novidades que precisam ser rejeitadas; caso contrário, perde-se o referencial. A princípio as palavras “tradição” e “renovação” supõem um aparente contraste. Este contraste não é verdadeiro, pois, de forma geral, não é difícil reconhecer que só é possível propor novidades signicativas, em qualquer área, se o proponente primeiramente se aplica em reconhecer o valor das contribuições anteriores. Em uma empresa, um ge rente não conseguiria propor inovações se antes não tivesse passado intensamente pela experiência do funcionamento e da história daquela organiza ção. No mundo da ciência, as inovações cientícas e tecnológicas surgem porque pessoas estudam profundamente o que já há de contribuição acumulada naquela área. Caso contrário, qualquer esforço poderia resultar em uma tentativa de “reinvenção da roda”. Quando falamos da Igreja, que é o Corpo Mís tico de Cristo, esta realidade é incomparavelmente mais profunda. O mesmo Deus que dá aos seres humanos a capacidade intelectual, que resulta nos avanços da ciência e em novas invenções, revelouSe ao ser humano e continua descortinando essa Revelação gradualmente. Portanto, Deus também deu ao ser humano a capacidade de perceber esta
revelação, e também de progredir na compreensão das verdades reveladas. Não há o que “reinventar” sobre a Revelação Divina. Há o que aprofundar em compreensão e prática. E este aprofundamento só é possível se reconhecemos que o Espírito de Deus já teceu uma longa história de inspiração, de tal forma que já existe uma compreensão acumulada das verdades reveladas, e que esta compreensão não está esgotada. Vimos BENTO XVI armar que pela Sagrada Tradição, o Espírito faz “ a atualização permanente”. Jesus em um dos momentos em que prometeu o envio do Espírito Santo, disse: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade... e anunciar-vos-á as coisas que virão.” (João 16, 12-14). É bíblico, por tanto, que o Espírito ainda continuaria instruindo a comunidade dos éis. O Espírito continuará sempre instruindo os lhos da Igreja. E esta instrução, ao mesmo tempo em que envolve fatos novos, signica o aprofundamento das verdades já reveladas. Um fato histórico novo não pode ser interpretado à luz de uma suposta “nova revelação bíblica”. Não existem possibilidades de novas Revelações Bíblicas. Tudo o que acontece na história humana encontra a sua resposta na Bíblia. Um exemplo: os desaos morais e éticos associados à Engenharia genética, es pecialmente em se tratando do ser humano (formas de concepção, manipulação de embriões, longevidade, por exemplo). Em nenhum outro momento da história a Igreja precisou responder a este desao, o qual brotou dos avanços cientícos e tecnológicos, mas também foi marcado pelo clima de relativismo moral e religioso reinante nos tempos atuais. A res posta que a Igreja deu ocialmente a este desao atual é uma resposta bíblica, pautada na solidez da tradição de ensinamentos de 20 séculos de nossa história como Igreja: A vida humana precisa ser res peitada em todas as suas fases, e todas essas fazes possuem um valor imensurável, pois o ser humano é obra-prima do Criador! Portanto, o termo “atua lização” para nós é compreendido como “falar de forma nova algo que já foi revelado; aprofundar a compreensão da Verdade Absoluta revelada”.
2.4. A Sagrada Tradição apresenta a via bíblica da cruz para crescermos em unidade Para que caminhemos e cresçamos na unidade, precisamos zelar pelo discernimento constante, de tal forma a nunca abandonarmos o “estreito caminho”, apresentado por Jesus e transmitido viva mente por via da sucessão apostólica. A obediên cia às verdades bíblicas, as quais são ensinadas na Sagrada Tradição, brota em um coração que assume as próprias cruzes, e desta forma, prega o próprio orgulho humano nestas cruzes. Onde o orgulho não
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é vigiado e rebaixado, surgem paixões por ideias supostamente verdadeiras e renovadoras, mas que escondem o veneno de desviarem do “estreito ca minho”. Precisamos distinguir os impulsos verdadeiramente renovadores daqueles que introduzem a confusão, pois negam as verdades da Sagrada Tradição. É pela efusão do Espírito que o cristão cresce em discernimento, em aceitação das cruzes, e con sequentemente, em disposição para a obediência. O núcleo da espiritualidade da RCC é a valorização da Efusão do Espírito; portanto, agradeçamos a Deus por termos aprendido que não podemos caminhar sem a ajuda deste Doce Hóspede! Na Jornada Mundial da Juventude de 2011, o Papa Bento XVI declarou: “Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, ex traviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras, mas interesseiras, enganadoras, volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração... Há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não tem necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo...” (Papa Bento XVI. JMJ, Madri. 18/08/2011. www.zenit.org)
Sagrada Tradição Parte II
1. O RELATIVISMO COMO AMEAÇA À SAGRADA TRADIÇÃO: Vejamos, como exemplo, as palavras do Papa Bento XVI, um dia após sua eleição: “Nós estamos caminhando para uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como denitivo e tem como va lor máximo o ego e os desejos individuais . Ter uma fé clara, segundo o credo da Igreja Católica, é rotulado como fundamentalista, enquanto que o relativismo entrega-se a qualquer doutrina, que aparece como a única atitude louvável nos tempos atuais, é preciso abandonar uma atitude de criança, andando ao sa bor de ventos, das várias correntes e ideologias . O pequeno barco do pensamento dos numerosos cristãos é agitado por estas vagas, que oscilam entre um extremo e outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, do coletivismo ao individualismo radical, do ateísmo a uma vaga mística religiosa . Ser adulto não signica apenas seguir as modas, mas ter algo mais profundo . Só esta fé pode criar unidade” (Bento XVI, Homilia sobre a fé, um dia depois de ser eleito.) www.zenit.org A Igreja reconhece que há verdades absolutas que foram reveladas em um momento histórico. Deus absoluto e onipresente serviu-se de seres humanos, situados em um momento histórico, e sujei tos a todo tipo de limitação humana, inclusive ao pecado. Entretanto, é preciso armar sempre o caráter absoluto e verdadeiro da Revelação; por isso mesmo, não podemos limitar nossas interpretações sobre os textos bíblicos como se fossem dependentes de cada momento histórico. O fato de que Deus tenha escolhido revelar-Se entrando na realidade histórica humana não signica que Ele tenha que rido revelar realidades relativas a cada momento histórico e obsoletas em outros. A Revelação apre senta Jesus, Verdade absoluta, e todas as situações históricas do ser humano devem ser compreendidas à luz desta Revelação, pois Jesus Cristo é o mesmo
atuais, surge como uma séria ameaça à preservação de todas as tradições, e em especial à Tradição Apostólica, ou Sagrada Tradição. Monsenhor Sanahuja denuncia que, nas últimas décadas, as organizações internacionais têm trabalhado com a ideia dos “con ceitos evolutivos”, apresentados na forma de eufemismos perniciosos, os quais solapam progressivamente as verdades absolutas reveladas (SANAHUJA, 2012). Como exemplo, a expressão “Saúde reprodutiva da mulher” foi adotando signicados progressivamente mais relaxados nos fóruns internacionais, a tal ponto de hoje em dia signica, para muitos, o suposto “direito da mulher em decidir se deve manter uma gravidez ou não”. Este é um discurso sedutor, pois é apresentado na forma de “direito da mulher”, “saúde reprodutiva”, “direito à liberdade” etc., e ainda considerando um pressuposto: Seria bom para a humanidade que nascessem menos seres humanos, para que o ambiente seja preservado! Esta armação é profundamente anticristã, pois os problemas ambientais brotam do desequilíbrio do ser humano ao usar o ambiente, e este desequilí brio tem uma origem bíblica: o pecado individual, antes mesmo do social! São as atitudes pecamino sas as grandes inimigas do ambiente, pois o pecado está na origem de toda ganância e descontrole. Não podemos sacricar vidas humanas, pois o vilão não é a vida humana e sim o pecado! Voltemos à discussão de que a Revelação Divina apresenta a VERDADE ABSOLUTA, utilizando-se de vias humanas. É exatamente por isso que preci samos, mais do que nunca, valorizar e amar a nossa Sagrada Tradição! Do contrário, estaremos susce tíveis aos argumentos de que a compreensão tra dicional que a Igreja sempre preservou dos textos bíblicos pode estar equivocada, pelo simples fato de que foram pessoas os seus autores e intérpretes.
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é vigiado e rebaixado, surgem paixões por ideias supostamente verdadeiras e renovadoras, mas que escondem o veneno de desviarem do “estreito ca minho”. Precisamos distinguir os impulsos verdadeiramente renovadores daqueles que introduzem a confusão, pois negam as verdades da Sagrada Tradição. É pela efusão do Espírito que o cristão cresce em discernimento, em aceitação das cruzes, e con sequentemente, em disposição para a obediência. O núcleo da espiritualidade da RCC é a valorização da Efusão do Espírito; portanto, agradeçamos a Deus por termos aprendido que não podemos caminhar sem a ajuda deste Doce Hóspede! Na Jornada Mundial da Juventude de 2011, o Papa Bento XVI declarou: “Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, ex traviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras, mas interesseiras, enganadoras, volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração... Há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não tem necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo...” (Papa Bento XVI. JMJ, Madri. 18/08/2011. www.zenit.org)
Sagrada Tradição Parte II
1. O RELATIVISMO COMO AMEAÇA À SAGRADA TRADIÇÃO: Vejamos, como exemplo, as palavras do Papa Bento XVI, um dia após sua eleição: “Nós estamos caminhando para uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como denitivo e tem como va lor máximo o ego e os desejos individuais . Ter uma fé clara, segundo o credo da Igreja Católica, é rotulado como fundamentalista, enquanto que o relativismo entrega-se a qualquer doutrina, que aparece como a única atitude louvável nos tempos atuais, é preciso abandonar uma atitude de criança, andando ao sa bor de ventos, das várias correntes e ideologias . O pequeno barco do pensamento dos numerosos cristãos é agitado por estas vagas, que oscilam entre um extremo e outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, do coletivismo ao individualismo radical, do ateísmo a uma vaga mística religiosa . Ser adulto não signica apenas seguir as modas, mas ter algo mais profundo . Só esta fé pode criar unidade” (Bento XVI, Homilia sobre a fé, um dia depois de ser eleito.) www.zenit.org A Igreja reconhece que há verdades absolutas que foram reveladas em um momento histórico. Deus absoluto e onipresente serviu-se de seres humanos, situados em um momento histórico, e sujei tos a todo tipo de limitação humana, inclusive ao pecado. Entretanto, é preciso armar sempre o caráter absoluto e verdadeiro da Revelação; por isso mesmo, não podemos limitar nossas interpretações sobre os textos bíblicos como se fossem dependentes de cada momento histórico. O fato de que Deus tenha escolhido revelar-Se entrando na realidade histórica humana não signica que Ele tenha que rido revelar realidades relativas a cada momento histórico e obsoletas em outros. A Revelação apre senta Jesus, Verdade absoluta, e todas as situações históricas do ser humano devem ser compreendidas à luz desta Revelação, pois Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. O relativismo, tendência losóca dos tempos
atuais, surge como uma séria ameaça à preservação de todas as tradições, e em especial à Tradição Apostólica, ou Sagrada Tradição. Monsenhor Sanahuja denuncia que, nas últimas décadas, as organizações internacionais têm trabalhado com a ideia dos “con ceitos evolutivos”, apresentados na forma de eufemismos perniciosos, os quais solapam progressivamente as verdades absolutas reveladas (SANAHUJA, 2012). Como exemplo, a expressão “Saúde reprodutiva da mulher” foi adotando signicados progressivamente mais relaxados nos fóruns internacionais, a tal ponto de hoje em dia signica, para muitos, o suposto “direito da mulher em decidir se deve manter uma gravidez ou não”. Este é um discurso sedutor, pois é apresentado na forma de “direito da mulher”, “saúde reprodutiva”, “direito à liberdade” etc., e ainda considerando um pressuposto: Seria bom para a humanidade que nascessem menos seres humanos, para que o ambiente seja preservado! Esta armação é profundamente anticristã, pois os problemas ambientais brotam do desequilíbrio do ser humano ao usar o ambiente, e este desequilí brio tem uma origem bíblica: o pecado individual, antes mesmo do social! São as atitudes pecamino sas as grandes inimigas do ambiente, pois o pecado está na origem de toda ganância e descontrole. Não podemos sacricar vidas humanas, pois o vilão não é a vida humana e sim o pecado! Voltemos à discussão de que a Revelação Divina apresenta a VERDADE ABSOLUTA, utilizando-se de vias humanas. É exatamente por isso que preci samos, mais do que nunca, valorizar e amar a nossa Sagrada Tradição! Do contrário, estaremos susce tíveis aos argumentos de que a compreensão tra dicional que a Igreja sempre preservou dos textos bíblicos pode estar equivocada, pelo simples fato de que foram pessoas os seus autores e intérpretes. Há uma experiência sólida de 20 séculos, e inverdades não se sustentam por 20 séculos! Pode-
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mos acreditar na Sagrada Tradição, a qual transmite as verdades Reveladas integralmente, sendo possível reconhecer e atestar esta linha de ensino que não se contradiz. Deus decidiu dar provas da conabilidade da Sagrada Tradição da Igreja, inspirando cristãos de tempos muito diferentes a mergulharem na mesma comunhão da Verdade.
1.2. A Sagrada Tradição mostra a força indestrutível da Igreja, desde as origens! Amamos o sopro renovador do Espírito de Deus. E veremos agora que continuaremos caminhando seguramente guiados por este sopro renovador do Espírito se amarmos cada vez mais as raízes, os primórdios de nossa Igreja, o precioso depósito da fé transmitido pela via da Sagrada Tra dição. Os primeiros séculos de nossa história são especialmente amados e estudados por nossa Igre ja. Devemos aprender com o testemunho de muitos santos, a exemplo de Tomás de Aquino. Quando passeava em Paris com um confrade, este o interrogou se ele gostaria de ser dono daquela cidade. E São Tomás respondeu: “Seria melhor que me oferecessem um pergaminho de São João Crisóstomo com seus comentários às Epístolas de Paulo” (Citado em BOGAS et al., 2011). São João Crisóstomo morreu em 407. Ofereceu à Igreja primitiva um acervo riquíssimo, como 17 tratados, mais de 700 homilias e 241 cartas (BENTO XVI, 2012), e “Transmitiu...a doutrina tradicional e segura da Igreja numa época de controvérsias teológicas suscitadas, sobretudo, pelo arianismo, isto é, pela negação da divindade de Cristo.” (BENTO XVI, 2012). O nosso amado Papa Emérito comenta que as homilias de Crisóstomo se desenvolviam entre dois polos: “a grande Igreja e a pequena Igreja, a família, em relação recíproca.”. E BENTO XVI concluiu: “... esta lição de Crisóstomo sobre a presença autenticamente cristã dos eis na família e na sociedade é hoje mais atual que nunca...” (BENTO XVI, 2012). Outro testemunho: Santa Teresa valorizava a leitura das obras de São Jerônimo e de Santo Agostinho (BOGAS et al., 2011). São Jerônimo morreu em 420, e durante 34 anos, fez a revisão da versão latina da Bíblia (vulgata), por ordem do Papa São Dâmaso (AQUINO, 2009). É fundamental que reconheçamos as origens bíblicas da Sagrada Tradição no próprio nascimen to da Igreja! Jesus conviveu intensamente com os apóstolos, quando os preparou para continuarem a Sua obra de evangelização. Os apóstolos foram obedientes e esperaram o cumprimento da promessa; portanto receberam o Espírito Santo. Temos o registro histórico da primeira pregação após Pente costes, a qual foi feita pelo primeiro Papa, São Pedro (Atos 2, 14-36). Deste fato histórico já compreende-
guir, a Bíblia relata a experiência dos primeiros cristãos, incluindo os recém-convertidos: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos...” (Atos 2, 42a). Não é coincidência que, assim que nasceu a Igreja, o Espírito inspirou o autor bíblico a colocar em relevo a importância da PERSEVERANÇA em UMA DOUTRI NA, A DOS APÓSTOLOS! Os próximos capítulos do Livro dos Atos dos Apóstolos trazem relatos da organização das primeiras comunidades, da vivência extraordinária da intervenção divina por milagres e pela unção das pregações e ações. Em Atos 4, São Lucas mais uma vez ressalta a união dos eis em torno dos Apóstolos, rezando pela libertação destes e rezando com eles pedindo o alargamento da intervenção extraordinária de Deus (Atos 4, 23-31). Quando pela segunda vez São Lucas relata a união dos primeiros eis, ele arma: “Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus...” (Atos 4, 33b). Portanto, ca clara, nos primeiros relatos da Igreja nascente, a re lação direta entre a PERSEVERANÇA NA DOUTRINA DOS APÓSTOLOS e A EXPERIÊNCIA INICIAL DE COMUNHÃO. Esta doutrina foi pessoalmente ensinada por JESUS; portanto os apóstolos mereceram e continuam merecendo crédito, da mesma forma que os seus sucessores. Os apóstolos já falavam da importância de ser el em guardar a Tradição dos verdadeiros ensina mentos; assim, as raízes que fundamentam a pró pria Tradição estão registradas em textos Bíblicos. São Paulo arma: “Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido...” (I Cor 15, 3a). E em outra carta: “... toma por modelo os ensinamentos salutares que recebeste de mim sobre a fé e o amor a Jesus Cristo. Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito que habita em nós.” (II Tm 1, 1314). No rodapé da Bíblia “Ave-maria”, há o seguinte comentário sobre o versículo 14: “Precioso depósito: a fé e a tradição dos apóstolos.” É compreensível, portanto, que tão logo sur gissem os primeiros desvios desta sã doutrina dos apóstolos, os mesmos se pusessem a exortar as comunidades, inamados de zelo. Mais compreensível ainda é o zelo que a Igreja, após a sucessão dos primeiros apóstolos, teve em conservar este tesouro doutrinal: os sucessores dos apóstolos foram inamados pelo Espírito para conservar incorruptas as verdades transmitidas pelos apóstolos, pois foram eles que conviveram diretamente com Jesus. E assim, a Igreja valoriza a realidade da sucessão apostólica, pois aos sucessores das diferentes gerações foi dado um dom especial pelo Espírito para que compreendessem e transmitissem com delidade as verdades reveladas. É também verdade o fato do Espírito inspirar cada cristão individualmente. Uma realidade não exclui a outra. O cristão, também in -
O zelo em defender a comunidade cristã nascente dos desvios de doutrina, além de ser característica dos pastores da igreja de todos os 20 séculos, foi característica marcante da pregação dos pastores dos primeiros séculos, e também dos autores bíblicos, antes do término do prim eiro século da era Cristã. Os apóstolos insistentemente exortaram as primeiras comunidades a não se desviarem da sã doutrina (Hebreus 2, 1-4; Colossenses 2, 4-7). Ou seja, o mesmo Espírito que orienta a Igreja nos caminhos da Sagrada Tradição, já inspirava o zelo dos autores das cartas apostólicas em defender a comunidade dos erros de doutrina. Portanto, pela Sagra da Tradição, compreendida como esta comunhão doutrinal, na Igreja dá-se continuidade à tarefa dos autores das cartas apostólicas, como a exemplo de Paulo quando exortou os Tessalonissences: “Assim, pois, irmãos, cai rmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.” (II Tessalonissences 2, 15). É com este zelo que vemos a Igreja sempre distinguindo a Verdade das heresias, pela sua delidade à Sagrada Tradição. A heresia nega uma verdade da fé, de forma sutil e elaborada. As ideias do Padre Ário, do século 3, por exemplo, foram, desde os primórdios, reconhecidas pela Igreja como a heresia ariana. Em linhas gerais, nas propostas do Padre Ário, Jesus não podia ser Deus, apesar de ser o Seu Filho. Esta ideia contraria a verdade da San tíssima Trindade, e foi veementemente refutada por Santo Atanásio, logo que surgiu. A Igreja nunca cou livre da necessidade de se defender das heresias. Para o Católico dos tempos atuais, pós-modernos, é imprescindível saber que a Verdade continua sendo contestada; o Corpo Místico de Cristo continua convivendo com o joio, o qual cresce junto ao trigo. Jesus se referiu à mesma realidade acima usando outras guras: o Bom Pastor e o ladrão. Em João 10, veja que o discurso de Jesus começa, na verdade, pela apresentação do ladrão: “... quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas... é ladrão e salteador.” (João 10, 1). Este capítulo frequentemente é reetido do ponto de vista das características do Bom Pastor: “... expõe a sua vida pelas ovelhas...” (João 10, 11b); “...Conheço as minhas ovelhas...” (João 10, 14b). Mas olhemos do ponto de vista da sequência do texto bíblico: Jesus põe em relevo a gura do ladrão (João 10,1), para depois falar das características do verdadeiro Pastor. Há aí um alerta claro: As ovelhas de todos os tempos também iriam conviver com ladrões! Vemos, por acaso, o anúncio de um “Congresso dos ladrões”, no qual esta classe se propôs a discutir melhorias em nossas vidas? Por acaso os ladrões andam pelas ruas com crachás de identicação, nos quais é possível reconhecer que eles são ladrões, da mesma forma que alguns padres
de atacá-lo. Buscam a conquista da conabilidade das pessoas de uma casa, para que possam ocupar cargos de conança, e muitas vezes, de vigilância. As heresias podem roubar a nossa fé, de forma sutil, ardilosa, profundamente inteligente e sedutora, se não conhecermos e amarmos a Sagrada Tradição. Neste sentido, precisamos tomar muito mais cuidado com as confusões doutrinárias que surgem internamente na própria Igreja. Não tenhamos dúvida: A Igreja nunca cou sem a percepção clara das linhas que denem os ensinos verdadeiros, mas também o ser humano nunca cou completamente livre da vaidade intelectual. Além disso, a Verdade é aceita generosamente em um coração que se esme ra com a vivência da graça. A oração, os sacramentos, os sacrifícios, a leitura orante da Palavra, o estudo da sã doutrina (encíclicas, documentos ociais do Vaticano) são alguns remédios ecazes para quem pretende continuar a caminhada na delidade à Ver dade, o que signica delidade à Sagrada Tradição. A princípio pode parecer impossível ao ser humano reconhecer a Verdade. Seria realmente impossível se não tivéssemos os socorros do Espírito Santo, o Paráclito. Veremos, mais abaixo, alguns exemplos destes socorros, como os martírios, os documentos ociais da Igreja etc. Neste sentido, é preciso trazer uma palavra de consolo: A Verdade se destaca claramente a quem A busca com sinceridade, e conta com as ajudas do Paráclito. Assim, por exemplo, muitos cristãos deram testemunho de delidade à Sagrada Tradição, e com isso pagaram com a própria vida. Os martírios nos atingem continuamente, como fontes inesgotáveis de graças. A força dos martírios, a exemplo do de Santo Estevão, brota da força do sacrifício de Jesus na cruz. São inúmeros os martírios, e profunda a relação deles com a defesa da Sagrada Tradição. Aqui será citado um único exemplo, para despertar nosso interesse pelo estudo: “Inácio foi enviado a Roma para ser lançado às feras, por causa do testemunho por ele dado a Cristo. Realizando a sua viagem através da Ásia, sob a vigilância severa dos guardas, nas várias cidades por onde passava, com prega ções e admoestações, ia consolidando as Igrejas; sobretudo exortava, muito fervorosamente, a evitar as heresias, que na época começavam a pulular e recomendava que não se separassem da tradição apostólica.” (Eusébio de Cesaréia – historiador do IV século, citado em Bento XVI, 2012) Desta forma, podemos armar que, ainda que existam fortíssimas confusões doutrinárias, não é a Igreja que as propõe, e, além disso: A Verdade, apresentada pela Igreja de todos os tempos, é in nitamente mais poderosa do que qualquer nega -
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mos acreditar na Sagrada Tradição, a qual transmite as verdades Reveladas integralmente, sendo possível reconhecer e atestar esta linha de ensino que não se contradiz. Deus decidiu dar provas da conabilidade da Sagrada Tradição da Igreja, inspirando cristãos de tempos muito diferentes a mergulharem na mesma comunhão da Verdade.
1.2. A Sagrada Tradição mostra a força indestrutível da Igreja, desde as origens! Amamos o sopro renovador do Espírito de Deus. E veremos agora que continuaremos caminhando seguramente guiados por este sopro renovador do Espírito se amarmos cada vez mais as raízes, os primórdios de nossa Igreja, o precioso depósito da fé transmitido pela via da Sagrada Tra dição. Os primeiros séculos de nossa história são especialmente amados e estudados por nossa Igre ja. Devemos aprender com o testemunho de muitos santos, a exemplo de Tomás de Aquino. Quando passeava em Paris com um confrade, este o interrogou se ele gostaria de ser dono daquela cidade. E São Tomás respondeu: “Seria melhor que me oferecessem um pergaminho de São João Crisóstomo com seus comentários às Epístolas de Paulo” (Citado em BOGAS et al., 2011). São João Crisóstomo morreu em 407. Ofereceu à Igreja primitiva um acervo riquíssimo, como 17 tratados, mais de 700 homilias e 241 cartas (BENTO XVI, 2012), e “Transmitiu...a doutrina tradicional e segura da Igreja numa época de controvérsias teológicas suscitadas, sobretudo, pelo arianismo, isto é, pela negação da divindade de Cristo.” (BENTO XVI, 2012). O nosso amado Papa Emérito comenta que as homilias de Crisóstomo se desenvolviam entre dois polos: “a grande Igreja e a pequena Igreja, a família, em relação recíproca.”. E BENTO XVI concluiu: “... esta lição de Crisóstomo sobre a presença autenticamente cristã dos eis na família e na sociedade é hoje mais atual que nunca...” (BENTO XVI, 2012). Outro testemunho: Santa Teresa valorizava a leitura das obras de São Jerônimo e de Santo Agostinho (BOGAS et al., 2011). São Jerônimo morreu em 420, e durante 34 anos, fez a revisão da versão latina da Bíblia (vulgata), por ordem do Papa São Dâmaso (AQUINO, 2009). É fundamental que reconheçamos as origens bíblicas da Sagrada Tradição no próprio nascimen to da Igreja! Jesus conviveu intensamente com os apóstolos, quando os preparou para continuarem a Sua obra de evangelização. Os apóstolos foram obedientes e esperaram o cumprimento da promessa; portanto receberam o Espírito Santo. Temos o registro histórico da primeira pregação após Pente costes, a qual foi feita pelo primeiro Papa, São Pedro (Atos 2, 14-36). Deste fato histórico já compreendemos que existe uma hierarquia na evangelização: o impulso evangelizador e missionário da Igreja após pentecostes nasceu pelas palavras do Primeiro Papa, e não por qualquer outro discípulo. Logo a se-
guir, a Bíblia relata a experiência dos primeiros cristãos, incluindo os recém-convertidos: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos...” (Atos 2, 42a). Não é coincidência que, assim que nasceu a Igreja, o Espírito inspirou o autor bíblico a colocar em relevo a importância da PERSEVERANÇA em UMA DOUTRI NA, A DOS APÓSTOLOS! Os próximos capítulos do Livro dos Atos dos Apóstolos trazem relatos da organização das primeiras comunidades, da vivência extraordinária da intervenção divina por milagres e pela unção das pregações e ações. Em Atos 4, São Lucas mais uma vez ressalta a união dos eis em torno dos Apóstolos, rezando pela libertação destes e rezando com eles pedindo o alargamento da intervenção extraordinária de Deus (Atos 4, 23-31). Quando pela segunda vez São Lucas relata a união dos primeiros eis, ele arma: “Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus...” (Atos 4, 33b). Portanto, ca clara, nos primeiros relatos da Igreja nascente, a re lação direta entre a PERSEVERANÇA NA DOUTRINA DOS APÓSTOLOS e A EXPERIÊNCIA INICIAL DE COMUNHÃO. Esta doutrina foi pessoalmente ensinada por JESUS; portanto os apóstolos mereceram e continuam merecendo crédito, da mesma forma que os seus sucessores. Os apóstolos já falavam da importância de ser el em guardar a Tradição dos verdadeiros ensina mentos; assim, as raízes que fundamentam a pró pria Tradição estão registradas em textos Bíblicos. São Paulo arma: “Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido...” (I Cor 15, 3a). E em outra carta: “... toma por modelo os ensinamentos salutares que recebeste de mim sobre a fé e o amor a Jesus Cristo. Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito que habita em nós.” (II Tm 1, 1314). No rodapé da Bíblia “Ave-maria”, há o seguinte comentário sobre o versículo 14: “Precioso depósito: a fé e a tradição dos apóstolos.” É compreensível, portanto, que tão logo sur gissem os primeiros desvios desta sã doutrina dos apóstolos, os mesmos se pusessem a exortar as comunidades, inamados de zelo. Mais compreensível ainda é o zelo que a Igreja, após a sucessão dos primeiros apóstolos, teve em conservar este tesouro doutrinal: os sucessores dos apóstolos foram inamados pelo Espírito para conservar incorruptas as verdades transmitidas pelos apóstolos, pois foram eles que conviveram diretamente com Jesus. E assim, a Igreja valoriza a realidade da sucessão apostólica, pois aos sucessores das diferentes gerações foi dado um dom especial pelo Espírito para que compreendessem e transmitissem com delidade as verdades reveladas. É também verdade o fato do Espírito inspirar cada cristão individualmente. Uma realidade não exclui a outra. O cristão, também in dividualmente, é chamado a aprofundar a compreensão da Revelação, e este aprofundamento, para ser verdadeiro, deve estar de acordo com o que é proveniente da Tradição Apostólica.
O zelo em defender a comunidade cristã nascente dos desvios de doutrina, além de ser característica dos pastores da igreja de todos os 20 séculos, foi característica marcante da pregação dos pastores dos primeiros séculos, e também dos autores bíblicos, antes do término do prim eiro século da era Cristã. Os apóstolos insistentemente exortaram as primeiras comunidades a não se desviarem da sã doutrina (Hebreus 2, 1-4; Colossenses 2, 4-7). Ou seja, o mesmo Espírito que orienta a Igreja nos caminhos da Sagrada Tradição, já inspirava o zelo dos autores das cartas apostólicas em defender a comunidade dos erros de doutrina. Portanto, pela Sagra da Tradição, compreendida como esta comunhão doutrinal, na Igreja dá-se continuidade à tarefa dos autores das cartas apostólicas, como a exemplo de Paulo quando exortou os Tessalonissences: “Assim, pois, irmãos, cai rmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.” (II Tessalonissences 2, 15). É com este zelo que vemos a Igreja sempre distinguindo a Verdade das heresias, pela sua delidade à Sagrada Tradição. A heresia nega uma verdade da fé, de forma sutil e elaborada. As ideias do Padre Ário, do século 3, por exemplo, foram, desde os primórdios, reconhecidas pela Igreja como a heresia ariana. Em linhas gerais, nas propostas do Padre Ário, Jesus não podia ser Deus, apesar de ser o Seu Filho. Esta ideia contraria a verdade da San tíssima Trindade, e foi veementemente refutada por Santo Atanásio, logo que surgiu. A Igreja nunca cou livre da necessidade de se defender das heresias. Para o Católico dos tempos atuais, pós-modernos, é imprescindível saber que a Verdade continua sendo contestada; o Corpo Místico de Cristo continua convivendo com o joio, o qual cresce junto ao trigo. Jesus se referiu à mesma realidade acima usando outras guras: o Bom Pastor e o ladrão. Em João 10, veja que o discurso de Jesus começa, na verdade, pela apresentação do ladrão: “... quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas... é ladrão e salteador.” (João 10, 1). Este capítulo frequentemente é reetido do ponto de vista das características do Bom Pastor: “... expõe a sua vida pelas ovelhas...” (João 10, 11b); “...Conheço as minhas ovelhas...” (João 10, 14b). Mas olhemos do ponto de vista da sequência do texto bíblico: Jesus põe em relevo a gura do ladrão (João 10,1), para depois falar das características do verdadeiro Pastor. Há aí um alerta claro: As ovelhas de todos os tempos também iriam conviver com ladrões! Vemos, por acaso, o anúncio de um “Congresso dos ladrões”, no qual esta classe se propôs a discutir melhorias em nossas vidas? Por acaso os ladrões andam pelas ruas com crachás de identicação, nos quais é possível reconhecer que eles são ladrões, da mesma forma que alguns padres podem ser identicados pelo uso do “clergyman”? A verdade é que os ladrões agem no silêncio, são ar dilosos e observadores. Muito frequentemente, se instalam dentro do sistema para conhecê-lo, antes
de atacá-lo. Buscam a conquista da conabilidade das pessoas de uma casa, para que possam ocupar cargos de conança, e muitas vezes, de vigilância. As heresias podem roubar a nossa fé, de forma sutil, ardilosa, profundamente inteligente e sedutora, se não conhecermos e amarmos a Sagrada Tradição. Neste sentido, precisamos tomar muito mais cuidado com as confusões doutrinárias que surgem internamente na própria Igreja. Não tenhamos dúvida: A Igreja nunca cou sem a percepção clara das linhas que denem os ensinos verdadeiros, mas também o ser humano nunca cou completamente livre da vaidade intelectual. Além disso, a Verdade é aceita generosamente em um coração que se esme ra com a vivência da graça. A oração, os sacramentos, os sacrifícios, a leitura orante da Palavra, o estudo da sã doutrina (encíclicas, documentos ociais do Vaticano) são alguns remédios ecazes para quem pretende continuar a caminhada na delidade à Ver dade, o que signica delidade à Sagrada Tradição. A princípio pode parecer impossível ao ser humano reconhecer a Verdade. Seria realmente impossível se não tivéssemos os socorros do Espírito Santo, o Paráclito. Veremos, mais abaixo, alguns exemplos destes socorros, como os martírios, os documentos ociais da Igreja etc. Neste sentido, é preciso trazer uma palavra de consolo: A Verdade se destaca claramente a quem A busca com sinceridade, e conta com as ajudas do Paráclito. Assim, por exemplo, muitos cristãos deram testemunho de delidade à Sagrada Tradição, e com isso pagaram com a própria vida. Os martírios nos atingem continuamente, como fontes inesgotáveis de graças. A força dos martírios, a exemplo do de Santo Estevão, brota da força do sacrifício de Jesus na cruz. São inúmeros os martírios, e profunda a relação deles com a defesa da Sagrada Tradição. Aqui será citado um único exemplo, para despertar nosso interesse pelo estudo: “Inácio foi enviado a Roma para ser lançado às feras, por causa do testemunho por ele dado a Cristo. Realizando a sua viagem através da Ásia, sob a vigilância severa dos guardas, nas várias cidades por onde passava, com prega ções e admoestações, ia consolidando as Igrejas; sobretudo exortava, muito fervorosamente, a evitar as heresias, que na época começavam a pulular e recomendava que não se separassem da tradição apostólica.” (Eusébio de Cesaréia – historiador do IV século, citado em Bento XVI, 2012) Desta forma, podemos armar que, ainda que existam fortíssimas confusões doutrinárias, não é a Igreja que as propõe, e, além disso: A Verdade, apresentada pela Igreja de todos os tempos, é in nitamente mais poderosa do que qualquer nega ção dos elementos da Sagrada Tradição. Podemos conar em Jesus que prometeu sobre a Igreja: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16, 18b).
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2. CONCLUSÃO A Verdade é, pois Deus disse: “Eu sou Aquele que sou.” (Êxodo 3, 14b), e “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.” (João 1, 1). As ondas de graça que brotam da Verdade, as quais são o “rio de água viva” da Sagra da Tradição, são invencíveis. As ondas poderosíssimas de graça da Sagrada Tradição nos atingem por meio dos martírios, pelos documentos riquíssimos que nossa Igreja produziu durante os Concílios, pelas Cartas Encíclicas dos Santos Padres, pelos escritos dos éis consagrados e leigos de todas as épocas, e em especial, dos primeiros séculos, etc. Não podemos reclamar de falta de socorro e muito menos de descaracterização do depósito da fé ao longo dos séculos; não podemos esmorecer simplesmente porque vivemos em tempos difíceis p ara a fé cristã, ou dizendo nas palavras de BENTO XVI: “tempos de forte cristofobia”.
PROPOSTA DE DINÂMICA A.Partilhe sobre a importância das tradições familiares na formação do ser humano e do aprendizado transmitido de pai para lho.
CaPíTUlo 6
O Sagrado Magistério da Igreja 1. INTRODUÇÃO Ler, conhecer, aprofundar-se e mesmo orar com os Documentos do Sagrado Magistério da Igre ja é algo necessário e salutar para todo cristão católico. Não há dúvidas de que no Sagrado Magistério está a Palavra viva de Deus, está também a Sagrada Tradição da Igreja, que juntos formam um entrela çamento perfeito a que a própria Igreja denomina Revelação Pública, isto é, tudo aquilo que Je sus veio nos revelar acerca do Pai e de seu Reino, não havendo mais nada a ser dito ou revelado. Portanto, ca claro que a Revelação Pública trazida por Jesus não se encontra somente nas Sagradas Escrituras e tampouco na Sagrada Tradição ou somente nestas duas, mas o Sagrado Magistério da Igreja é com as duas primeiras, fonte precisa desta Revelação, não podendo ser ignorado ou relega do a segundo plano pelos católicos. A Igreja é a el depositária dos tesouros de Deus, da sã doutrina de Cristo (cf. II Tm. 1, 13-14) e como tal tem a missão de transmiti-la elmente à humanidade. Um dos maiores títulos dados à Igreja foi aquele recordado pelo Papa João XXIII: “Mater et Magistra” (Mãe e Mestra). Mãe que vela por seus lhos para que não se machuquem e Mestra que ensina, exorta, mostra o caminho, inspira conança e segurança na longa caminhada. Ensina-nos por seu Magistério, cuida de nós como uma mãe solícita que se ocupa da caminhada de seus lhos.
2. DESENVOLVIMENTO A grande garantia da unidade e continuida de da Igreja Católica ao longo dos séculos é a sua apostolicidade, isto é, a sucessão apostólica. Os Apóstolos de Jesus Cristo ordenaram Bispos, seus legítimos sucessores, para que a Igreja cumprisse a missão que o Mestre lhes conou: guardar o precioso depósito da fé e ensinar a sã doutrina da Salva
Apóstolos que tem por Cabeça o Papa (sucessor de Pedro) e tem a missão de ensinar em continuidade a doutrina dos Apóstolos, na qual a Igreja persevera (cf. At. 2, 42) até que Cristo venha pela segunda vez. Neste sentido, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles ‘transmitindo seu próprio encargo de Magistério” (Catec. 77) e que “o Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando dene dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Re velação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária” (Catec. 88). Nosso Catecismo ainda nos ensina que “o encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou contida na Tradição, foi conado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma. Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por man dato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe elmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado. Os éis, lembrando-se da palavra de Cristo aos Apóstolos: ‘Quem vos escuta escuta-me a Mim’ (Lc 10, 16), recebem com docilidade os ensinamentos e as diretrizes que os seus pastores lhes dão, sob diferentes formas” (Catec. 85, 86 e 87). São Jerônimo (autor da Tradução da Vulgata) ensinava que não se podia ler as Escrituras de forma livre, mas obedecendo antes de tudo ao Magis
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2. CONCLUSÃO A Verdade é, pois Deus disse: “Eu sou Aquele que sou.” (Êxodo 3, 14b), e “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.” (João 1, 1). As ondas de graça que brotam da Verdade, as quais são o “rio de água viva” da Sagra da Tradição, são invencíveis. As ondas poderosíssimas de graça da Sagrada Tradição nos atingem por meio dos martírios, pelos documentos riquíssimos que nossa Igreja produziu durante os Concílios, pelas Cartas Encíclicas dos Santos Padres, pelos escritos dos éis consagrados e leigos de todas as épocas, e em especial, dos primeiros séculos, etc. Não podemos reclamar de falta de socorro e muito menos de descaracterização do depósito da fé ao longo dos séculos; não podemos esmorecer simplesmente porque vivemos em tempos difíceis p ara a fé cristã, ou dizendo nas palavras de BENTO XVI: “tempos de forte cristofobia”.
CaPíTUlo 6
O Sagrado Magistério da Igreja 1. INTRODUÇÃO Ler, conhecer, aprofundar-se e mesmo orar com os Documentos do Sagrado Magistério da Igre ja é algo necessário e salutar para todo cristão católico. Não há dúvidas de que no Sagrado Magistério está a Palavra viva de Deus, está também a Sagrada Tradição da Igreja, que juntos formam um entrela çamento perfeito a que a própria Igreja denomina Revelação Pública, isto é, tudo aquilo que Je sus veio nos revelar acerca do Pai e de seu Reino, não havendo mais nada a ser dito ou revelado. Portanto, ca claro que a Revelação Pública trazida por Jesus não se encontra somente nas Sagradas Escrituras e tampouco na Sagrada Tradição ou somente nestas duas, mas o Sagrado Magistério da Igreja é com as duas primeiras, fonte precisa desta Revelação, não podendo ser ignorado ou relega do a segundo plano pelos católicos. A Igreja é a el depositária dos tesouros de Deus, da sã doutrina de Cristo (cf. II Tm. 1, 13-14) e como tal tem a missão de transmiti-la elmente à humanidade. Um dos maiores títulos dados à Igreja foi aquele recordado pelo Papa João XXIII: “Mater et Magistra” (Mãe e Mestra). Mãe que vela por seus lhos para que não se machuquem e Mestra que ensina, exorta, mostra o caminho, inspira conança e segurança na longa caminhada. Ensina-nos por seu Magistério, cuida de nós como uma mãe solícita que se ocupa da caminhada de seus lhos.
PROPOSTA DE DINÂMICA A.Partilhe sobre a importância das tradições familiares na formação do ser humano e do aprendizado transmitido de pai para lho.
2. DESENVOLVIMENTO A grande garantia da unidade e continuida de da Igreja Católica ao longo dos séculos é a sua apostolicidade, isto é, a sucessão apostólica. Os Apóstolos de Jesus Cristo ordenaram Bispos, seus legítimos sucessores, para que a Igreja cumprisse a missão que o Mestre lhes conou: guardar o precioso depósito da fé e ensinar a sã doutrina da Salva ção a todos os povos, pregando o Evangelho a toda a criatura. Sobre nossos Bispos então, recai a auto ridade dos Apóstolos. Eles compõem o Colégio dos
Apóstolos que tem por Cabeça o Papa (sucessor de Pedro) e tem a missão de ensinar em continuidade a doutrina dos Apóstolos, na qual a Igreja persevera (cf. At. 2, 42) até que Cristo venha pela segunda vez. Neste sentido, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles ‘transmitindo seu próprio encargo de Magistério” (Catec. 77) e que “o Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando dene dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Re velação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária” (Catec. 88). Nosso Catecismo ainda nos ensina que “o encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou contida na Tradição, foi conado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma. Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por man dato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe elmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado. Os éis, lembrando-se da palavra de Cristo aos Apóstolos: ‘Quem vos escuta escuta-me a Mim’ (Lc 10, 16), recebem com docilidade os ensinamentos e as diretrizes que os seus pastores lhes dão, sob diferentes formas” (Catec. 85, 86 e 87). São Jerônimo (autor da Tradução da Vulgata) ensinava que não se podia ler as Escrituras de forma livre, mas obedecendo antes de tudo ao Magis tério da Igreja. Nosso querido Papa Emérito Bento XVI, recordando tal santo, assim se manifestou na Audiência Geral de 14.11.2007: “Para Jerônimo
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um critério fundamental de método na interpretação das Escrituras era a sintonia com o magistério da Igreja. Nunca podemos sozinhos ler a Escritura. Encontramos demasiadas portas fechadas e facil mente caímos no erro. A Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus, sob a inspiração do Espírito Santo. Só nesta comunhão com o Povo de Deus podemos realmente entrar com o ‘nós’ no núcleo da verdade que o próprio Deus nos quer dizer. Para ele uma interpretação autêntica da Bíblia devia estar sempre em concordância harmoniosa com a fé da Igreja católica. (…) Em particular, dado que Jesus Cristo fundou a sua Igreja sobre Pedro, cada cristão concluía ele deve estar em comunhão ‘com a Cátedra de São Pedro. Eu sei que sobre esta pedra está edicada a Igreja’ (Ep. 15, 2). Consequentemente, sem meios-termos, declarava: ‘Eu estou com todo aquele que estiver na Cátedra de São Pedro’ (Ep. 16)”. E conrma ainda mais a autoridade da Igreja Católica quando diz: “No verdadeiro Evangelho eu não creria, se a isso não me movesse a autoridade da Igreja Católica”. Portanto, o Sagrado Magistério da Igreja retra ta a função de ensinar que é própria da autoridade da Igreja , na pessoa do Papa e dos Bispos em comunhão com ele, e que, por isso, deve ser conhecido, observado e aplicado por todos os católicos, sem exceção.
1. Funçõs Sg mgisti Ensina-nos o Catecismo que “a missão do Magistério está ligada ao caráter denitivo da Alian ça instaurada por Deus em Cristo com o seu povo. Deve protegê-lo dos desvios e falhas, e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar, sem erro, a fé autêntica. O múnus pastoral do Magistério está, assim, ordenado a velar por que o povo de Deus permaneça na verdade que liberta” (Catec. 890). Já vimos também que o Magistério tem o ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus e a Tradição da Igreja. Já a Constituição Dogmática Dei Verbum (sobre a Revelação Divina), do Concílio Vaticano II, nos ensina que “a Igreja não tira só da Sa grada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas” (DV. 9). Desta forma, podemos sem medo de errar denir um pequeno quadro que retrata minimamente algumas funções essenciais do Sagrado Magistério da Igreja: Discernir e ensinar o caminho do Senhor para a Igreja; Dirimir dúvidas pastorais e de fé; Interpretar autenticamente a PaFunções do lavra de Deus e evitar desvios e Magistério: subjetividades;
O teólogo católico Andrés Torres Queiruga ensina que “a Igreja Católica ‘não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas’ (DV 9), querendo isto dizer que as Tradições oral e escrita ‘devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência’... Além disso, o Magistério da Igreja, ao meditar e estudar a imutável Revelação divina, apercebeu-se pro gressivamente de certas realidades reveladas que antes não se tinha apercebido explicitamente, contribuindo assim para um gradual desenvolvimento da doutrina católica, que se vai aperfeiçoando ao longo dos séculos.” Esse ensinamento é bastante interessante, pois retrata bem a função do Sagrado Magistério: o gradual desenvolvimento da doutrina católica, que é imutável de acordo com a Revelação Divina, mas cuja amplitude e perfeição é descorti nada mais e mais a partir do “mergulho” contínuo nas verdades reveladas.
2. Tipos de Magistério - Ordinário: exercido continuamente pelos bispos em colegiado e pelo Papa através de Documentos de diversos tipos. Deve ser reverenciado pelos eis. Tal magistério torna-se infalível quando o Colégio Episcopal e o Papa concordarem e emitirem sentença denitiva sobre fé e moral aplicável a toda a Igreja. - Extraordinário: exercido somente em situações pontuais e necessárias pelo Papa ou por todo o episcopado reunido em torno do Papa, num Concílio Ecumênico. Tem o caráter de infalibilidade. (cf. Lumen Gentium, 25) Tipos de Documentos do Magistério Ordinário:
Bula Papal ou Carta Apostólica – nome dado a uma constituição apostólica relativa a assuntos novos e solenemente importantes: criação de uma diocese, denição de um Dogma, proclamação de um Ato Solene. Exemplos: Bula Municentissimus Deus, de 1950, por meio da qual Pio XII deniu o Dogma da Assunção de Maria; Carta Apostólica Por ta Fidei, por meio da qual Bento XVI proclamou o Ano da Fé, por ocasião do cinquentenário de abertura do Concílio Vaticano II. Encíclica – Ensino por carta circular dirigida a toda a Igreja, acerca de um assunto social relevante para os católicos. Ex: Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, acerca da postura social da Igreja; Fides et Ra tio, do Papa João Paulo II; Deus Caritas Est, do Papa Bento XVI; Lumen Fidei, do Papa Francisco. Exortação Apostólica – geralmente emitida após um Sínodo dos Bispos (reunião de reexão), com o intuito de exortar a ação pastoral de toda a Igreja ou de uma parcela dela. Ex.: Evangelli Nun -
Breve Papal – documento curto e não solene, trata de questões privadas como a autorização para uso de oratório doméstico com a Eucaristia, autorização para vender bens da Igreja, dispensa de irregularidades de direito canônico. Documentos Sinodais – Sejam de Conselhos Episcopais Continentais (exemplo: CELAM – Conselho Episcopal Latino-americano – Documento de Puebla, de Santo Domingo, de Medellín, de Aparecida) ou de Conferências Episcopais Nacionais (Ex.: CNBB) Tipos de Documentos do Magistério Extraordinário: A Igreja passou por 21 Concílios Ecumênicos, dentre os quais os de maior relevância foram o de Nicéia I e Constantinopla que geraram o Grande Credo (Credo Nicenoconstantinopolitano – que será estudado nos próximos capítulos); Trento que declarou a Vulgata isenta de erros teológicos, além de produzir o maior volume de documentos dogmáti cos (a respeito de fé e moral), Vaticano I que deniu muitas questões doutrinárias da Igreja produzindo um grande volume de Documentos e Vaticano II que foi uma verdadeira reabertura e exposição da Igreja à luz do Sol. Eis as principais modalidades de Docu mentos Conciliares: Decreto – propõe caminhos, modos, emite princípios, mostra pontos principais. Ex: Decreto Ad Gentes (Sobre a atividade missionária da Igreja); Decreto Apostolicam Actuositatem (sobre o apostolado dos leigos). Constituição – forma jurídica com o m de propor verdades, disciplinas, doutrinas novas. Exprime relacionamentos da Igreja com o mundo e as pessoas. Pode ser Dogmática quando propõe verdades de fé e doutrinas novas (Lumen Gentium, Dei Verbum) ou Pastoral quando propõe disciplinas pastorais (Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje). Declaração – emite um juízo certo sobre determinado problema (Declaração Dignitatis Humanae que emite juízo sobre a Liberdade Religiosa; Declaração Nostra Aetate, sobre as relações da Igreja com as Religiões não-cristãs) Importante é ressaltar que todo esse depósito de fé está à nossa disposição para nos e dicar interiormente e nos dar a razão da nossa fé e esperança; para nos capacitar para o mais arrojado apostolado com audácia apostólica e combatividade profética; para fundamentar e atestar aquilo que ensinamos às nossas ovelhas; para ser o nosso balizador, ou seja, para ser o nosso “norte”, o nosso padrão de ensino. Nesse sentido, o Papa João Paulo II já nos admoestava na Exortação Apostólica Catechesi Tra-
seu rigor e com todo o seu vigor. Atraiçoar em qual quer ponto a integridade da mensagem é esvaziar a própria catequese... Assim a nenhum catequista verdadeiro é lícito fazer, por seu próprio arbítrio, uma seleção no depósito da fé, entre aquilo que considere importante e rejeitar o resto” (Catechesi Tradendae, 30).
3. CONCLUSÃO Dúvidas não há de que o Sagrado Magistério da Igreja constitui uma inesgotável fonte de graça e de Revelação, juntamente com a Sagrada Escritu ra e a Sagrada Tradição, em pé de igualdade. Como católicos, é nosso direito bebermos dessa fonte de água sempre pura continuamente, mas também constitui nosso dever a veneração e reverência ao Sagrado Magistério da Igreja, como nos exorta o Catecismo da Igreja Católica: “A Lei de Deus, conada à Igreja, é ensinada aos eis como caminho de vida e de verdade. Os eis tem, portanto, o direito de serem instruídos sobre os preceitos divinos salvícos que puricam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. E tem o dever de observar as cons tituições e decretos emanados da autoridade legí tima da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações requerem docilidade na caridade” (Catec. 2037).
PROPOSTA DE DINÂMICA A. Criar um cronograma de leitura e meditação de Documentos do Sagrado Magistério da Igreja, como por exemplo: MÊS 1 à 1ª Parte do Catecismo – parágrafos de 1 a 421 MÊS 2 à 1ª Parte do Catecismo – parágrafos de 422 a 747 MÊS 3 à 1ª Parte do Catecismo – parágrafos de 748 a 1050 MÊS 4 à Constituição Dogmática Dei Verbum (CV II) MÊS 5 à Constituição Dogmática Lumen Gentium (CV II) MÊS 6 à Decreto Apostolicam Actuosita tem (CV II) MÊS 7 à Constituição Pastoral Gaudium
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Apostila - Grupos de Perseverança
um critério fundamental de método na interpretação das Escrituras era a sintonia com o magistério da Igreja. Nunca podemos sozinhos ler a Escritura. Encontramos demasiadas portas fechadas e facil mente caímos no erro. A Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus, sob a inspiração do Espírito Santo. Só nesta comunhão com o Povo de Deus podemos realmente entrar com o ‘nós’ no núcleo da verdade que o próprio Deus nos quer dizer. Para ele uma interpretação autêntica da Bíblia devia estar sempre em concordância harmoniosa com a fé da Igreja católica. (…) Em particular, dado que Jesus Cristo fundou a sua Igreja sobre Pedro, cada cristão concluía ele deve estar em comunhão ‘com a Cátedra de São Pedro. Eu sei que sobre esta pedra está edicada a Igreja’ (Ep. 15, 2). Consequentemente, sem meios-termos, declarava: ‘Eu estou com todo aquele que estiver na Cátedra de São Pedro’ (Ep. 16)”. E conrma ainda mais a autoridade da Igreja Católica quando diz: “No verdadeiro Evangelho eu não creria, se a isso não me movesse a autoridade da Igreja Católica”. Portanto, o Sagrado Magistério da Igreja retra ta a função de ensinar que é própria da autoridade da Igreja , na pessoa do Papa e dos Bispos em comunhão com ele, e que, por isso, deve ser conhecido, observado e aplicado por todos os católicos, sem exceção.
1. Funçõs Sg mgisti Ensina-nos o Catecismo que “a missão do Magistério está ligada ao caráter denitivo da Alian ça instaurada por Deus em Cristo com o seu povo. Deve protegê-lo dos desvios e falhas, e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar, sem erro, a fé autêntica. O múnus pastoral do Magistério está, assim, ordenado a velar por que o povo de Deus permaneça na verdade que liberta” (Catec. 890). Já vimos também que o Magistério tem o ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus e a Tradição da Igreja. Já a Constituição Dogmática Dei Verbum (sobre a Revelação Divina), do Concílio Vaticano II, nos ensina que “a Igreja não tira só da Sa grada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas” (DV. 9). Desta forma, podemos sem medo de errar denir um pequeno quadro que retrata minimamente algumas funções essenciais do Sagrado Magistério da Igreja: Discernir e ensinar o caminho do Senhor para a Igreja; Dirimir dúvidas pastorais e de fé; Interpretar autenticamente a PaFunções do lavra de Deus e evitar desvios e Magistério: subjetividades; Denir doutrina à luz da autori dade dada por Cristo aos Sagrados Pastores; Exortar acerca da ação pastoral.
O teólogo católico Andrés Torres Queiruga ensina que “a Igreja Católica ‘não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas’ (DV 9), querendo isto dizer que as Tradições oral e escrita ‘devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência’... Além disso, o Magistério da Igreja, ao meditar e estudar a imutável Revelação divina, apercebeu-se pro gressivamente de certas realidades reveladas que antes não se tinha apercebido explicitamente, contribuindo assim para um gradual desenvolvimento da doutrina católica, que se vai aperfeiçoando ao longo dos séculos.” Esse ensinamento é bastante interessante, pois retrata bem a função do Sagrado Magistério: o gradual desenvolvimento da doutrina católica, que é imutável de acordo com a Revelação Divina, mas cuja amplitude e perfeição é descorti nada mais e mais a partir do “mergulho” contínuo nas verdades reveladas.
2. Tipos de Magistério - Ordinário: exercido continuamente pelos bispos em colegiado e pelo Papa através de Documentos de diversos tipos. Deve ser reverenciado pelos eis. Tal magistério torna-se infalível quando o Colégio Episcopal e o Papa concordarem e emitirem sentença denitiva sobre fé e moral aplicável a toda a Igreja. - Extraordinário: exercido somente em situações pontuais e necessárias pelo Papa ou por todo o episcopado reunido em torno do Papa, num Concílio Ecumênico. Tem o caráter de infalibilidade. (cf. Lumen Gentium, 25) Tipos de Documentos do Magistério Ordinário:
Bula Papal ou Carta Apostólica – nome dado a uma constituição apostólica relativa a assuntos novos e solenemente importantes: criação de uma diocese, denição de um Dogma, proclamação de um Ato Solene. Exemplos: Bula Municentissimus Deus, de 1950, por meio da qual Pio XII deniu o Dogma da Assunção de Maria; Carta Apostólica Por ta Fidei, por meio da qual Bento XVI proclamou o Ano da Fé, por ocasião do cinquentenário de abertura do Concílio Vaticano II. Encíclica – Ensino por carta circular dirigida a toda a Igreja, acerca de um assunto social relevante para os católicos. Ex: Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, acerca da postura social da Igreja; Fides et Ra tio, do Papa João Paulo II; Deus Caritas Est, do Papa Bento XVI; Lumen Fidei, do Papa Francisco. Exortação Apostólica – geralmente emitida após um Sínodo dos Bispos (reunião de reexão), com o intuito de exortar a ação pastoral de toda a Igreja ou de uma parcela dela. Ex.: Evangelli Nun tiandi (sobre o anúncio do Evangelho), do Papa Paulo VI, Verbum Domini (sobre a Palavra de Deus), do Papa Bento XVI.
Breve Papal – documento curto e não solene, trata de questões privadas como a autorização para uso de oratório doméstico com a Eucaristia, autorização para vender bens da Igreja, dispensa de irregularidades de direito canônico. Documentos Sinodais – Sejam de Conselhos Episcopais Continentais (exemplo: CELAM – Conselho Episcopal Latino-americano – Documento de Puebla, de Santo Domingo, de Medellín, de Aparecida) ou de Conferências Episcopais Nacionais (Ex.: CNBB) Tipos de Documentos do Magistério Extraordinário: A Igreja passou por 21 Concílios Ecumênicos, dentre os quais os de maior relevância foram o de Nicéia I e Constantinopla que geraram o Grande Credo (Credo Nicenoconstantinopolitano – que será estudado nos próximos capítulos); Trento que declarou a Vulgata isenta de erros teológicos, além de produzir o maior volume de documentos dogmáti cos (a respeito de fé e moral), Vaticano I que deniu muitas questões doutrinárias da Igreja produzindo um grande volume de Documentos e Vaticano II que foi uma verdadeira reabertura e exposição da Igreja à luz do Sol. Eis as principais modalidades de Docu mentos Conciliares: Decreto – propõe caminhos, modos, emite princípios, mostra pontos principais. Ex: Decreto Ad Gentes (Sobre a atividade missionária da Igreja); Decreto Apostolicam Actuositatem (sobre o apostolado dos leigos). Constituição – forma jurídica com o m de propor verdades, disciplinas, doutrinas novas. Exprime relacionamentos da Igreja com o mundo e as pessoas. Pode ser Dogmática quando propõe verdades de fé e doutrinas novas (Lumen Gentium, Dei Verbum) ou Pastoral quando propõe disciplinas pastorais (Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje). Declaração – emite um juízo certo sobre determinado problema (Declaração Dignitatis Humanae que emite juízo sobre a Liberdade Religiosa; Declaração Nostra Aetate, sobre as relações da Igreja com as Religiões não-cristãs) Importante é ressaltar que todo esse depósito de fé está à nossa disposição para nos e dicar interiormente e nos dar a razão da nossa fé e esperança; para nos capacitar para o mais arrojado apostolado com audácia apostólica e combatividade profética; para fundamentar e atestar aquilo que ensinamos às nossas ovelhas; para ser o nosso balizador, ou seja, para ser o nosso “norte”, o nosso padrão de ensino. Nesse sentido, o Papa João Paulo II já nos admoestava na Exortação Apostólica Catechesi Tradendae: “Para ser verdadeira a oblação da fé, aqueles que se tornam discípulos de Cristo têm o direito de receber a palavra da fé não mutilada, falsicada ou diminuída, mas sim plena e integral, com todo o
seu rigor e com todo o seu vigor. Atraiçoar em qual quer ponto a integridade da mensagem é esvaziar a própria catequese... Assim a nenhum catequista verdadeiro é lícito fazer, por seu próprio arbítrio, uma seleção no depósito da fé, entre aquilo que considere importante e rejeitar o resto” (Catechesi Tradendae, 30).
3. CONCLUSÃO Dúvidas não há de que o Sagrado Magistério da Igreja constitui uma inesgotável fonte de graça e de Revelação, juntamente com a Sagrada Escritu ra e a Sagrada Tradição, em pé de igualdade. Como católicos, é nosso direito bebermos dessa fonte de água sempre pura continuamente, mas também constitui nosso dever a veneração e reverência ao Sagrado Magistério da Igreja, como nos exorta o Catecismo da Igreja Católica: “A Lei de Deus, conada à Igreja, é ensinada aos eis como caminho de vida e de verdade. Os eis tem, portanto, o direito de serem instruídos sobre os preceitos divinos salvícos que puricam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. E tem o dever de observar as cons tituições e decretos emanados da autoridade legí tima da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações requerem docilidade na caridade” (Catec. 2037).
PROPOSTA DE DINÂMICA A. Criar um cronograma de leitura e meditação de Documentos do Sagrado Magistério da Igreja, como por exemplo: MÊS 1 à 1ª Parte do Catecismo – parágrafos de 1 a 421 MÊS 2 à 1ª Parte do Catecismo – parágrafos de 422 a 747 MÊS 3 à 1ª Parte do Catecismo – parágrafos de 748 a 1050 MÊS 4 à Constituição Dogmática Dei Verbum (CV II) MÊS 5 à Constituição Dogmática Lumen Gentium (CV II) MÊS 6 à Decreto Apostolicam Actuosita tem (CV II) MÊS 7 à Constituição Pastoral Gaudium et Spes (CV II)
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Apostila - Grupos de Perseverança
MÊS 8 à Decreto Ad Gentes (CV II) MÊS 9 à Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi (Papa Paulo VI) MÊS 10 à Encíclica Redemptoris Missio (Papa João Paulo VI) MÊS 11 à Encíclica Deus Caritas Est (Papa Bento XVI)
CaPíTUlo 7
CREDO – Símbolo da Fé Parte I
MÊS 12 à Exortação Apostólica Verbum Domini (Papa Bento XVI) MÊS 13 à Encíclica Lumen Fidei (Papa Francisco) OBS.: pode-se também dividir o grupo de acordo com o número de Documentos escolhido e cada um lê e medita no Documento que lhe couber, fazendo um pequeno resumo e partilhando com os irmãos nas próximas reuniões.
1. INTRODUÇÃO Deus, em seu innito amor, deseja ir ao encontro do homem. Por isso ao criá-lo à sua ima gem, dá por vocação ao homem o anseio de conhecê-Lo e amá-Lo. É nesta perspectiva de encontro, desejado e ansiado, que mergulharemos no Símbolo da nossa fé católica, que é o Credo, uma vez que este nos dá a oportunidade de, como homens e mulheres criados por Deus, responder a esse chamado de amor. É conhecendo mais profundamente o nosso Deus, que poderemos amá-Lo ainda mais e de maneira mais perfeita. Como o assunto é vasto não podemos esgo tá-lo em um só encontro. Serão necessários seis encontros para que possamos mergulhar em Deus. Peçamos ao Espírito Santo, que possamos sair deste módulo, completamente encharcados e apaixonados por nosso Deus e por sua Igreja. Neste primeiro encontro iremos nos alicerçar na rocha rme, a m de construir o edifício espiri tual que nos auxiliará a responder ao chamado de Deus. Para isso aprofundaremos no conhecimento do Credo. Que o Espírito Santo possa nos abrir ao dom da inteligência que nos auxilia a compreender as verdades reveladas.
2. DESENVOLVIMENTO Este encontro com Deus se dará através da Igreja, que nos orienta a como buscar o conheci mento de Deus. Certa vez um padre disse que a voz de Deus para a criança é a voz de seus pais, e que a voz de Deus aos adultos é a voz da Igreja. Como
Para falar do Credo, precisamos conhecê-lo pelo nome, ou melhor, pelos nomes que ele possui. Ele recebeu o nome de Credo devido à primeira palavra que o inicia: Creio. Mas ele também é conhecido por Prossão de fé por resumir a fé que os cristãos professam, onde professar signica reconhecer publicamente, abraçar, adotar, aderir. E também conhecido por Símbolo da fé por possuir a coletânea das principais verdades da fé. Independentemente do nome, a Igreja reuniu o “essencial de sua fé em resumos orgânicos e ar ticulados” (Catec 186), ou seja, em sínteses que em sua totalidade formam a doutrina da fé. O Símbolo está dividido em três partes relacionadas à Santíssima Trindade. Assim são tratadas: da “primeira Pessoa divina e da obra admirável da criação; em seguida, da segunda Pessoa divina e do Mistério da Redenção dos homens, e nalmente da terceira Pessoa divina, fonte e princípio de nossa santicação” (Catec 190). Muitos são os Símbolos da fé, porém dois deles tem lugar de destaque na vida da Igreja. O Sím bolo dos Apóstolos, que recebeu esse nome por ser considerado o resumo el da fé dos apóstolos, e o Símbolo Niceno-constantinopolitano, que tem sua autoridade pautada no resultado de dois Concílios Ecumênicos (325 – Concílio de Niceia I e 381 – Concílio de Constantinopla I). Ambos professados por nós nas Santas Missas, sendo mais comum o dos Apóstolos. O outro é professado nas principais so lenidades litúrgicas como, por exemplo: Natal e Maria – mãe de Deus. “Recitar com fé o Credo é entrar em comunhão
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MÊS 8 à Decreto Ad Gentes (CV II) MÊS 9 à Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi (Papa Paulo VI) MÊS 10 à Encíclica Redemptoris Missio (Papa João Paulo VI) MÊS 11 à Encíclica Deus Caritas Est (Papa Bento XVI)
CaPíTUlo 7
CREDO – Símbolo da Fé Parte I
MÊS 12 à Exortação Apostólica Verbum Domini (Papa Bento XVI) MÊS 13 à Encíclica Lumen Fidei (Papa Francisco) OBS.: pode-se também dividir o grupo de acordo com o número de Documentos escolhido e cada um lê e medita no Documento que lhe couber, fazendo um pequeno resumo e partilhando com os irmãos nas próximas reuniões.
1. INTRODUÇÃO Deus, em seu innito amor, deseja ir ao encontro do homem. Por isso ao criá-lo à sua ima gem, dá por vocação ao homem o anseio de conhecê-Lo e amá-Lo. É nesta perspectiva de encontro, desejado e ansiado, que mergulharemos no Símbolo da nossa fé católica, que é o Credo, uma vez que este nos dá a oportunidade de, como homens e mulheres criados por Deus, responder a esse chamado de amor. É conhecendo mais profundamente o nosso Deus, que poderemos amá-Lo ainda mais e de maneira mais perfeita. Como o assunto é vasto não podemos esgo tá-lo em um só encontro. Serão necessários seis encontros para que possamos mergulhar em Deus. Peçamos ao Espírito Santo, que possamos sair deste módulo, completamente encharcados e apaixonados por nosso Deus e por sua Igreja. Neste primeiro encontro iremos nos alicerçar na rocha rme, a m de construir o edifício espiri tual que nos auxiliará a responder ao chamado de Deus. Para isso aprofundaremos no conhecimento do Credo. Que o Espírito Santo possa nos abrir ao dom da inteligência que nos auxilia a compreender as verdades reveladas.
2. DESENVOLVIMENTO Este encontro com Deus se dará através da Igreja, que nos orienta a como buscar o conheci mento de Deus. Certa vez um padre disse que a voz de Deus para a criança é a voz de seus pais, e que a voz de Deus aos adultos é a voz da Igreja. Como adultos, ouçamos a Igreja através do Catecismo da Igreja Católica e de todo o Sagrado Magistério onde estão reunidos os ensinos da doutrina católica.
Para falar do Credo, precisamos conhecê-lo pelo nome, ou melhor, pelos nomes que ele possui. Ele recebeu o nome de Credo devido à primeira palavra que o inicia: Creio. Mas ele também é conhecido por Prossão de fé por resumir a fé que os cristãos professam, onde professar signica reconhecer publicamente, abraçar, adotar, aderir. E também conhecido por Símbolo da fé por possuir a coletânea das principais verdades da fé. Independentemente do nome, a Igreja reuniu o “essencial de sua fé em resumos orgânicos e ar ticulados” (Catec 186), ou seja, em sínteses que em sua totalidade formam a doutrina da fé. O Símbolo está dividido em três partes relacionadas à Santíssima Trindade. Assim são tratadas: da “primeira Pessoa divina e da obra admirável da criação; em seguida, da segunda Pessoa divina e do Mistério da Redenção dos homens, e nalmente da terceira Pessoa divina, fonte e princípio de nossa santicação” (Catec 190). Muitos são os Símbolos da fé, porém dois deles tem lugar de destaque na vida da Igreja. O Sím bolo dos Apóstolos, que recebeu esse nome por ser considerado o resumo el da fé dos apóstolos, e o Símbolo Niceno-constantinopolitano, que tem sua autoridade pautada no resultado de dois Concílios Ecumênicos (325 – Concílio de Niceia I e 381 – Concílio de Constantinopla I). Ambos professados por nós nas Santas Missas, sendo mais comum o dos Apóstolos. O outro é professado nas principais so lenidades litúrgicas como, por exemplo: Natal e Maria – mãe de Deus. “Recitar com fé o Credo é entrar em comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. É também entrar em comunhão com a Igreja inteira, que nos transmite a fé” (Catec 197).
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1. No coração do homem está gravado o desejo de Deus Os homens nascem, crescem, relacionam-se entre si. Aprendem uns com os outros e geram amizades verdadeiras. Mas como o coração do homem foi feito para o innito, essas experiências não são sucientes para satisfazê-los completamente e por causa disso ele procura Deus. Santo Agostinho vai dizer: “Senhor, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousar em Ti” (Con ssões 1,1). Deus criou o homem com a capacidade de re lacionar-se com Ele, de buscá-Lo, de querer estar com seu Criador, e de poder reconhecer a Sua obra, na qual está reetido. “As faculdades do homem o tornam capaz de conhecer a existência de Deus pessoal. Mas, para que o homem possa entrar em sua intimidade, Deus quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber esta revelação na fé. Contudo, as provas da existência de Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana. A Santa Igreja, nossa mãe, sustenta e ensina que Deus, princípio e m de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela l uz natural da razão, a partir das coisas criadas. Sem essa capaci dade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade, por ser criado ‘a imagem de Deus’” (Catec 35-36).
2. Deus se revela a nós Assim como o coração do homem tem desejo de estar com seu Deus, do mesmo modo o coração de Deus deseja o homem ao seu lado, caminhando com Ele. Por isso, Deus está sempre disponível para os que o buscam. “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade” (DV 2). Podemos professar nossa fé, pois Deus quis se revelar. E essa Revelação tem início na criação, pois criando cada coisa com o poder de sua Palavra, Ele se manifesta ao homem. Este é inclinado ao pecado e afasta-se do Criador, porém Deus é el e não se esconde e nem se cala, providencia vestes ao homem e promete a vinde do Salvador. Disposto a continuar a amizade com o homem, Deus faz alian ça com ele. Primeiramente com Noé e depois com Abraão, que ganha este nome, pois se tornaria o pai de uma multidão de nações. Passando pela história dos patriarcas, Deus formou um povo, Israel. Ele o tirou do Egito, do tempo da escravidão, fazendo-os atravessar o mar Vermelho. No deserto, deu-lhe o maná para comer e água potável para beber. A cada ação, Deus foi se
lizados, fez para si um bezerro de ouro para adorar. E Deus lhes deu em troca os dez mandamentos para guiar o proceder do povo a m de que possa viver na felicidade. Conduziu-os a terra prometida e lá tiveram reis que conquistaram vitórias sobre os que se colocavam contra eles. Pelos profetas, falou-lhes ao coração com palavras de esperança e da reali zação de uma nova Aliança. Mesmo quando caíram nas mãos dos opressores, deu-lhes livramento e ensinou-lhes que não há felicidade longe de Deus. Mas, como visto em capítulos anteriores, é em Jesus que essa revelação se torna completa. Ao dizer: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9b), Ele nos mostra que ao se revelar, o próprio Deus se revela ao mundo. Com seu comportamento, pensamento, palavras, o nosso Deus se mostra de forma concreta, sem necessidade de mediadores. Em Jesus vemos um Deus amoroso que entrega o próprio Filho por amor ao homem. Um Deus misericordioso, que vai ao encontro e acolhe os necessitados. Um Deus poderoso que faz prodígios e milagres. Jesus aproxima Deus do homem ao revelá-lo como Pai. Um Pai próximo, terno, amoroso que quer se fazer p resente na história do homem. Ele nos ensina a chamá-lo de “Aba” – papaizinho. Jesus, o Verbo, “é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra palavra senão esta” (Catec 65). Jesus ao realizar a Aliança nova e denitiva, encerra as revelações públicas até sua volta. Deus permite revelações privadas, que auxiliam a viver a Revelação denitiva em sua plenitude. Elas não podem ultrapassar ou corrigir a Revelação da qual Cristo é a perfeição. Para que a salvação chegue a todos, Jesus Cris to deve ser anunciado a todos os povos e nações. Os apóstolos são escolhidos para a missão de pregar o Evangelho e comunicar os dons de Deus pelo próprio Jesus: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 15). A mensagem de salvação tem por fontes a Tradição e a Sagrada Escritura. A primeira garante que a mensagem não será alterada e será conservada até a segunda vinda de Jesus. Pela Sagrada Escritu ra, Deus vem “carinhosamente ao encontro de seus lhos e com eles fala” (Catec 104), pois nela estão as verdades de Deus, que pela ação do Espírito Santo inspirou homens e mulheres a escrever o que Deus queria. No Antigo Testamento Deus se revela e prepara a primeira vinda de Jesus. Seus livros dão testemunho da “divina pedagogia do amor salvíco de Deus” (Catec 122). O Novo Testamento traz a ver dade denitiva da Revelação. “Seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, ensinamentos, paixão e gloricação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo”
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1. No coração do homem está gravado o desejo de Deus Os homens nascem, crescem, relacionam-se entre si. Aprendem uns com os outros e geram amizades verdadeiras. Mas como o coração do homem foi feito para o innito, essas experiências não são sucientes para satisfazê-los completamente e por causa disso ele procura Deus. Santo Agostinho vai dizer: “Senhor, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousar em Ti” (Con ssões 1,1). Deus criou o homem com a capacidade de re lacionar-se com Ele, de buscá-Lo, de querer estar com seu Criador, e de poder reconhecer a Sua obra, na qual está reetido. “As faculdades do homem o tornam capaz de conhecer a existência de Deus pessoal. Mas, para que o homem possa entrar em sua intimidade, Deus quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber esta revelação na fé. Contudo, as provas da existência de Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana. A Santa Igreja, nossa mãe, sustenta e ensina que Deus, princípio e m de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela l uz natural da razão, a partir das coisas criadas. Sem essa capaci dade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade, por ser criado ‘a imagem de Deus’” (Catec 35-36).
2. Deus se revela a nós Assim como o coração do homem tem desejo de estar com seu Deus, do mesmo modo o coração de Deus deseja o homem ao seu lado, caminhando com Ele. Por isso, Deus está sempre disponível para os que o buscam. “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade” (DV 2). Podemos professar nossa fé, pois Deus quis se revelar. E essa Revelação tem início na criação, pois criando cada coisa com o poder de sua Palavra, Ele se manifesta ao homem. Este é inclinado ao pecado e afasta-se do Criador, porém Deus é el e não se esconde e nem se cala, providencia vestes ao homem e promete a vinde do Salvador. Disposto a continuar a amizade com o homem, Deus faz alian ça com ele. Primeiramente com Noé e depois com Abraão, que ganha este nome, pois se tornaria o pai de uma multidão de nações. Passando pela história dos patriarcas, Deus formou um povo, Israel. Ele o tirou do Egito, do tempo da escravidão, fazendo-os atravessar o mar Vermelho. No deserto, deu-lhe o maná para comer e água potável para beber. A cada ação, Deus foi se revelando, foi falando de si. Porém o povo era murmurador e impaciente, e seu coração fechou-se a fé no Deus de seus pais. Esquecendo os prodígios rea-
lizados, fez para si um bezerro de ouro para adorar. E Deus lhes deu em troca os dez mandamentos para guiar o proceder do povo a m de que possa viver na felicidade. Conduziu-os a terra prometida e lá tiveram reis que conquistaram vitórias sobre os que se colocavam contra eles. Pelos profetas, falou-lhes ao coração com palavras de esperança e da reali zação de uma nova Aliança. Mesmo quando caíram nas mãos dos opressores, deu-lhes livramento e ensinou-lhes que não há felicidade longe de Deus. Mas, como visto em capítulos anteriores, é em Jesus que essa revelação se torna completa. Ao dizer: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9b), Ele nos mostra que ao se revelar, o próprio Deus se revela ao mundo. Com seu comportamento, pensamento, palavras, o nosso Deus se mostra de forma concreta, sem necessidade de mediadores. Em Jesus vemos um Deus amoroso que entrega o próprio Filho por amor ao homem. Um Deus misericordioso, que vai ao encontro e acolhe os necessitados. Um Deus poderoso que faz prodígios e milagres. Jesus aproxima Deus do homem ao revelá-lo como Pai. Um Pai próximo, terno, amoroso que quer se fazer p resente na história do homem. Ele nos ensina a chamá-lo de “Aba” – papaizinho. Jesus, o Verbo, “é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra palavra senão esta” (Catec 65). Jesus ao realizar a Aliança nova e denitiva, encerra as revelações públicas até sua volta. Deus permite revelações privadas, que auxiliam a viver a Revelação denitiva em sua plenitude. Elas não podem ultrapassar ou corrigir a Revelação da qual Cristo é a perfeição. Para que a salvação chegue a todos, Jesus Cris to deve ser anunciado a todos os povos e nações. Os apóstolos são escolhidos para a missão de pregar o Evangelho e comunicar os dons de Deus pelo próprio Jesus: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 15). A mensagem de salvação tem por fontes a Tradição e a Sagrada Escritura. A primeira garante que a mensagem não será alterada e será conservada até a segunda vinda de Jesus. Pela Sagrada Escritu ra, Deus vem “carinhosamente ao encontro de seus lhos e com eles fala” (Catec 104), pois nela estão as verdades de Deus, que pela ação do Espírito Santo inspirou homens e mulheres a escrever o que Deus queria. No Antigo Testamento Deus se revela e prepara a primeira vinda de Jesus. Seus livros dão testemunho da “divina pedagogia do amor salvíco de Deus” (Catec 122). O Novo Testamento traz a ver dade denitiva da Revelação. “Seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, ensinamentos, paixão e gloricação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo” (Catec 124).
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3. CONCLUSÃO Visto que recebemos a capacidade de conhecer nosso Deus e que Ele deseja se revelar a nós. Para esse encontro temos a Igreja e a Sagrada Es critura para nos guiar e apresentar quem é verda deiramente Deus. Nelas podemos ao conhecê-Lo, seguramente nos achegar até Ele no nosso dia-adia, para que Deus nos dê força e vigor para viver segundo sua vontade.
CREDO - Símbolo da Fé Parte II
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis
1. INTRODUÇÃO Neste encontro começaremos a construir nos so edifício espiritual adentrando nas verdades de fé, procurando desenvolver o que é mais importante para o crescimento de nossa comunhão com Deus e com a Igreja. Utilizaremos o Símbolo nice no-constantinopolitano, porém ao longo dos en contros, traremos particularidades do Símbolo dos Apóstolos que são importantes nesta construção de conhecimento. Para isso teremos como fontes: o Catecismo da Igreja Católica, a Sagrada Escritura e a Carta Apostólica Porta Fidei do Papa Bento XVI. Iniciaremos falando do que é crer e como a fé se manifesta em nossa vida, para então vermos em quem cremos: um Deus único que se manifesta em três pessoas distintas. Ele é todo-poderoso, pois não há impossível para ele, mas também é Pai e por isso vem ao encontro de seus lhos. Um Deus que criou o mundo visível e invisível como projeto de amor.
2. DESENVOVIMENTO Este encontro vem nos trazer a primeira síntese da nossa fé, iniciemos pela fé que nos permite aderir ao que Deus vai revelando de si ao homem que tanto ama. Ele se apresenta para ter intimidade conosco, para fazer parte de nossa vida.
2.1.
Creio... O que é crer?
Segundo o Catecismo da Igreja Católica (142 e 144) crer é a resposta adequada ao convite de co munhão com Deus, onde o homem se submete inteiramente, inteligência e vontade, a Ele. Pela obediência, o homem se submete livremente a palavra ouvida, ou seja, a Revelação, visto que sua verdade
minha adesão pessoal e assentimento a toda verdade revelada. Neste sentido, Bento XVI em sua Carta Apostólica arma que “a fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele” (Porta Fidei, n.10). A fé é ainda “companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza em nós” (Porta Fidei, n.15). Ela não engessa nosso olhar diante das promessas de Deus e nem permite que desistamos no meio do caminho. Ela nos faz rmes para irmos adiante, mesmo em meio às adversidades. A fé não necessita de fatos, pois por ela tomamos posse antecipada daquilo que esperamos. Crer é “uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1). Tomemos dois exemplos de pessoas que se submeteram inteiramente ao Senhor e conaram em sua palavra. O primeiro é Abraão que pela fé em Deus largou toda a sua segurança para caminhar errante pelo mundo a procura da terra prometida. Sem lhos e com idade avançada acreditou que seria pai de nações e tornou-se pai de todos os que haveriam de crer (Rm 4, 11-12). Pela fé ainda, levou seu lho para o holocausto a Deus e não eximiu-se de levantar sobre ele sua faca, mas o Deus el parou sua ação e deu-lhe um cordeiro para ser sacricado. Maria é o outro exemplo, que crendo na pro messa do salvador, acolheu o anuncio do anjo, pois sabia que nada era impossível para Deus. Assentiu dizendo “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra” (Lc 1, 38). Ela não deixou de crer no cumprimento da palavra nem diante da morte de seu lho. Enquanto Abraão é o modelo de obediência de fé, Maria é sua mais perfeita realiza ção (cf Catec 144). A fé tem por característica ser uma graça, uma virtude sobrenatural e um ato humano. Ao nos criar com capacidade de conhecê-lo, Deus nos deu o dom
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3. CONCLUSÃO
CREDO - Símbolo da Fé
Visto que recebemos a capacidade de conhecer nosso Deus e que Ele deseja se revelar a nós. Para esse encontro temos a Igreja e a Sagrada Es critura para nos guiar e apresentar quem é verda deiramente Deus. Nelas podemos ao conhecê-Lo, seguramente nos achegar até Ele no nosso dia-adia, para que Deus nos dê força e vigor para viver segundo sua vontade.
Parte II
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis
1. INTRODUÇÃO Neste encontro começaremos a construir nos so edifício espiritual adentrando nas verdades de fé, procurando desenvolver o que é mais importante para o crescimento de nossa comunhão com Deus e com a Igreja. Utilizaremos o Símbolo nice no-constantinopolitano, porém ao longo dos en contros, traremos particularidades do Símbolo dos Apóstolos que são importantes nesta construção de conhecimento. Para isso teremos como fontes: o Catecismo da Igreja Católica, a Sagrada Escritura e a Carta Apostólica Porta Fidei do Papa Bento XVI. Iniciaremos falando do que é crer e como a fé se manifesta em nossa vida, para então vermos em quem cremos: um Deus único que se manifesta em três pessoas distintas. Ele é todo-poderoso, pois não há impossível para ele, mas também é Pai e por isso vem ao encontro de seus lhos. Um Deus que criou o mundo visível e invisível como projeto de amor.
2. DESENVOVIMENTO Este encontro vem nos trazer a primeira síntese da nossa fé, iniciemos pela fé que nos permite aderir ao que Deus vai revelando de si ao homem que tanto ama. Ele se apresenta para ter intimidade conosco, para fazer parte de nossa vida.
2.1.
Creio... O que é crer?
Segundo o Catecismo da Igreja Católica (142 e 144) crer é a resposta adequada ao convite de co munhão com Deus, onde o homem se submete inteiramente, inteligência e vontade, a Ele. Pela obediência, o homem se submete livremente a palavra ouvida, ou seja, a Revelação, visto que sua verdade é garantida por Deus. A prossão de fé é feita na primeira pessoa do singular: creio, pois é um ato pessoal, fruto da
minha adesão pessoal e assentimento a toda verdade revelada. Neste sentido, Bento XVI em sua Carta Apostólica arma que “a fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele” (Porta Fidei, n.10). A fé é ainda “companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza em nós” (Porta Fidei, n.15). Ela não engessa nosso olhar diante das promessas de Deus e nem permite que desistamos no meio do caminho. Ela nos faz rmes para irmos adiante, mesmo em meio às adversidades. A fé não necessita de fatos, pois por ela tomamos posse antecipada daquilo que esperamos. Crer é “uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1). Tomemos dois exemplos de pessoas que se submeteram inteiramente ao Senhor e conaram em sua palavra. O primeiro é Abraão que pela fé em Deus largou toda a sua segurança para caminhar errante pelo mundo a procura da terra prometida. Sem lhos e com idade avançada acreditou que seria pai de nações e tornou-se pai de todos os que haveriam de crer (Rm 4, 11-12). Pela fé ainda, levou seu lho para o holocausto a Deus e não eximiu-se de levantar sobre ele sua faca, mas o Deus el parou sua ação e deu-lhe um cordeiro para ser sacricado. Maria é o outro exemplo, que crendo na pro messa do salvador, acolheu o anuncio do anjo, pois sabia que nada era impossível para Deus. Assentiu dizendo “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra” (Lc 1, 38). Ela não deixou de crer no cumprimento da palavra nem diante da morte de seu lho. Enquanto Abraão é o modelo de obediência de fé, Maria é sua mais perfeita realiza ção (cf Catec 144). A fé tem por característica ser uma graça, uma virtude sobrenatural e um ato humano. Ao nos criar com capacidade de conhecê-lo, Deus nos deu o dom da fé, onde Ele nos move para cremos nas coisas criadas e nas palavras reveladas. Pela graça de Deus, cremos como Abraão, contra toda esperança e como
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Maria, que acreditou na Palavra de Deus que permitiu que o sobrenatural acontecesse. Essa fé nos abre para a certeza do cumprimento da promessa de Deus, mesmo quando não há indícios de seus acon tecimentos ou quando tudo parece na contramão da promessa. Ela nos torna rmes para entrarmos na terra prometida, na vitória de Deus em nossa vida. Também no-la deu como virtude para que possamos crer através de “auxílios internos do Espírito Santo, que move o coração e o converte a Deus, abre os olhos da mente e dá a todos suavidade no consentir e crer na verdade” (Catec 153). Por m, fomos dotados de capacidade para crer através de nossa inteligência e aderir por nossa vontade. Primeiramente é preciso esclarecer que não cremos porque pela razão a Revelação pare ce coerente, mas devido a “autoridade Deus que revela e que não pode enganar-se e enganar-nos” (Catec 156). Deus dá provas exteriores de sua Revelação. “Por isso, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, sua fecundidade e estabilidade ‘constituem sinais certíssimos da Revelação, adaptados à inteligência de todos’, ‘motivos de credibilidade’ que mostram que a assentimento da fé não é ‘de modo algum um movimento cego do espírito’” (Catec 156). Ainda falando da inteligência, vou tocar em dois pontos importantes. O primeiro é que ao saber em que coloquei minha esperança, as adversidades, as diculdades as perdas não trazem dúvidas quan to ao que Deus revelou. Podemos passar por cada uma dessas coisas na tristeza ou na angústia, mas também na certeza de que isso vai passar, pois co nhecemos o Deus que vem ao nosso encontro em todos os momentos. O segundo diz respeito a razão e a fé: mesmo esta estando acima da outra não pode haver desarmonia entre elas, pois “o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé dotou o espírito humano da luza da razão; e Deus não po deria negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade. Portanto, se a pesquisa me tódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente cientíca, segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as reali dades profanas quanto ao da fé originam-sedo m esmo Deus.” (Catec 159). Por m, ninguém deve ser forçado à fé e à conversão. Ela deve ser um ato de liberdade por ter reconhecido a Revelação de Deus e por ter experi mentado essa Revelação em sua vida. Lembremos que para obter a salvação é necessário crer em Jesus Cristo e naquele que o enviou. É a fé genuína que nos faz saborear por antecipação a alegria de um dia vermos Deus face-a-face (cf. I Cor, 12). A fé, como vimos, é um ato pessoal, porém é igualmente um ato comunitário, por ser transmitida
2.2. Cremos em um só Deus Deus se revela como Único: “Ouve, ó Israel: o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Se nhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.” (Dt 6, 4-5); “Volveivos para mim, e sereis salvos, todos os conns da terra, porque eu sou Deus e sou o único” (Is 45, 22). Ele revela seu nome e desvendar o nome é deixar-se conhecer, é entregar-se, tornar-se aces sível. Ao chamar Moisés do meio da sarça, Deus se apresenta: “Eu sou, ajuntou ele, o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó” (Ex 3, 6). Deus atrai Moisés, por ser el e compassi vo, ele não esqueceu seu povo nem suas promessas, vem para libertar seus descendentes da escravidão do Egito. Moisés perguntou seu nome e Ele respondeu “EU SOU AQUELE QUE SOU”, “EU SOU”, o nome para sempre, Iahweh - “Javé” (cf Ex 3, 13 – 15). Ele é o Deus do presente (Eu sou), que está sempre junto ao povo para salvá-lo; o Deus do passado “sou o Deus de vossos pais” (Ex 3, 6), e o Deus do futuro “eu estarei contigo” (Ex 3,12). Não há mudança, nem sombra de variação, “toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1, 17). Ele não tem limite, pois é completo, nem é temporal, pois é eterno. Ele é a plenitude do Ser e de toda perfeição, não tem origem e nem m, Ele é o seu próprio ser, diferente do homem que recebe de Deus seu ser e seu ter. Enm, Ele é “Aquele que é” “desde sempre e para sempre, e é assim que permanece sempre el a si mesmo e às suas promessas” (Catec 212). No deserto, quando o povo faz para si um be zerro de ouro para adora, pela intercessão de Moisés, Deus mostra sua delidade, apesar da indeli dade do povo. É um Deus de ternura e compaixão, que sempre perdoa, “Javé, Javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em delidade” (Ex 34,6). Deus se revela como a Verdade, suas palavras não podem enganar e suas promessas sempre se realizam. “Agora, ó Senhor JAVÉ, vós sois Deus, e vossas palavras são a mesma verdade” (II Sm 7, 28). Deus é Amor (I Jo 4, 8.16), ou seja, o próprio ser de Deus é Amor. Por amor gratuito que não desiste de salvar e de perdoar as indelidades do homem. Seu amor é pessoal,”eis que estás gravado na palma de minha mão, tenho sempre sob os olhos tuas mu ralhas” (Is 49, 16); é eterno, “mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará” (Is 54, 10a) e de longe me aparecia o Senhor: amo-te com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor” (Jr 31, 3), e é como
Crer em um único Deus nos possibilita: conhecer a grandeza e majestade de Deus; viver em ação de graças, já que tudo que somos e temos vem dele; conhecer a unidade e a verdadeira dignidade dos homens, feito a Imagem e Semelhança d e Deus; usar corretamente as coisas criadas, usufruindo na medida em que me aproximam de Deus e desapegando na medida em que me afastam dele, e conar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na adversidade (Catec 222-227). “Cremos e armamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível, todo poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma Essência, uma Sustância ou Natureza absolutamente sim ples” (Catec 202).
3. Deus é Pai Para falar de Deus como Pai, precisamos adentrar no mistério da Santíssima Trindade. A Trindade é um mistério inefável, pois “supera innitamente tudo o que nós podemos compreender dentro do limite humano” (Catec 251). Ela é o mistério central da fé e vida cristã, assim como fonte e luz para os outros mistérios de fé. Nós só podemos conhecer o mistério por revelação do alto. “Deus deixou vestígios de seu ser trinitário em sua obra de criação e em sua Revelação ao longo do Antigo Testamento. Mas a intimidade de seu Ser como Santíssima Trindade constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de Israel antes da encarnação de Jesus e da missão do Espírito Santo” (Catec 237). Em Israel, Deus é chamado de Pai enquanto Criador. É Jesus que revela que Deus é Pai “não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único” (Catec 240). Jesus anuncia o envio do Espírito Santo. Se antes Ele falava pelos profetas, agora Ele está junto dos discípulos para ensiná-los e conduzi-los “a verdade inteira” (Jo, 16, 13). Ele é enviado aos apóstolos e à Igreja tanto pelo Pai, em nome do Filho, como pelo Filho em pessoa, depois de voltar ao Pai (cf Catec 244). Fala-se da Santíssima Trindade desde as ori gens da fé da Igreja, encontrando sua expressão no mandato de Jesus que pedia para batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ao dizer que a Trindade é uma, diz-se que não há três deuses, mas um só Deus em Três pessoas. Elas não se dividem entre si, mas cada uma delas é Deus por inteiro. Porém as pessoas são distintas entre si por suas relações de origem, ou seja, no que se referem uma as outras. É o Pai que gera, o Filho é gerado e o Espírito Santo que procede. O Pai é a
ao Pai, isto é, que ele é no Pai e com o Pai o mes mo Deus único. A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho ‘de junto do Pai’ (Jo 15,26), revela que o Espírito é com eles o mesmo Deus único. ‘Com o Pai e o Filho é adorado e gloricado’” (Catec 262 – 263). São Gregório de Nazianzeno transmite a seus catecúmenos: “Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Uma nos Três, e que contém os Três de maneira distinta. Divindade sem diferença de subs tância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe... A innita conaturalidade é de Três innitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro... Deus os Três considerados juntos” (Catec 256). Todo o plano divino é obra das três pessoas divinas, contudo cada uma cumpre a obra segundo sua propriedade pessoal. São as missões divinas da encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas. Toda a vida cristã é comunhão com cada uma das pessoas divinas, sem separá-las. “Quem rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o Pai o atrai e o Espírito o impulsiona” (Catec 259). Vimos que Jesus nos revelou que Deus é eter namente Pai em relação a seu Filho único. Mas em Jesus nos tornamos lhos adotivos graças ao Espí rito de adoção lial que reproduz a imagem de seu Filho em nós. “Porquanto não recebestes o espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai! O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos lhos de Deus” (Rm 8, 15-16).
4. Um Pai todo-poderoso Deus criou tudo e a criação dispõe de sua von tade. Ele tudo governa: é o Senhor do Universo, pois estabeleceu sua ordem e é o Senhor da história, pois governa o coração e acontecimentos. Deus que tudo pode é chamado de Poderoso de Jacó, Senhor dos Exércitos, o Forte, o Valente. Tudo isso quer di zer que não há impossível para Deus. Mas esse Deus que pode tudo é amor. É Pai todo-poderoso e demonstra isso na maneira com cuida das nossas necessidades, de como nos quer como lhos. Em sua innita misericórdia move-se livremente a perdoar os nossos pecados e restabelecer sua amizade conosco mediante a graça. “Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus” (Catec 273) Vivendo em um mundo marcado pela experiência do mal
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Maria, que acreditou na Palavra de Deus que permitiu que o sobrenatural acontecesse. Essa fé nos abre para a certeza do cumprimento da promessa de Deus, mesmo quando não há indícios de seus acon tecimentos ou quando tudo parece na contramão da promessa. Ela nos torna rmes para entrarmos na terra prometida, na vitória de Deus em nossa vida. Também no-la deu como virtude para que possamos crer através de “auxílios internos do Espírito Santo, que move o coração e o converte a Deus, abre os olhos da mente e dá a todos suavidade no consentir e crer na verdade” (Catec 153). Por m, fomos dotados de capacidade para crer através de nossa inteligência e aderir por nossa vontade. Primeiramente é preciso esclarecer que não cremos porque pela razão a Revelação pare ce coerente, mas devido a “autoridade Deus que revela e que não pode enganar-se e enganar-nos” (Catec 156). Deus dá provas exteriores de sua Revelação. “Por isso, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, sua fecundidade e estabilidade ‘constituem sinais certíssimos da Revelação, adaptados à inteligência de todos’, ‘motivos de credibilidade’ que mostram que a assentimento da fé não é ‘de modo algum um movimento cego do espírito’” (Catec 156). Ainda falando da inteligência, vou tocar em dois pontos importantes. O primeiro é que ao saber em que coloquei minha esperança, as adversidades, as diculdades as perdas não trazem dúvidas quan to ao que Deus revelou. Podemos passar por cada uma dessas coisas na tristeza ou na angústia, mas também na certeza de que isso vai passar, pois co nhecemos o Deus que vem ao nosso encontro em todos os momentos. O segundo diz respeito a razão e a fé: mesmo esta estando acima da outra não pode haver desarmonia entre elas, pois “o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé dotou o espírito humano da luza da razão; e Deus não po deria negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade. Portanto, se a pesquisa me tódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente cientíca, segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as reali dades profanas quanto ao da fé originam-sedo m esmo Deus.” (Catec 159). Por m, ninguém deve ser forçado à fé e à conversão. Ela deve ser um ato de liberdade por ter reconhecido a Revelação de Deus e por ter experi mentado essa Revelação em sua vida. Lembremos que para obter a salvação é necessário crer em Jesus Cristo e naquele que o enviou. É a fé genuína que nos faz saborear por antecipação a alegria de um dia vermos Deus face-a-face (cf. I Cor, 12). A fé, como vimos, é um ato pessoal, porém é igualmente um ato comunitário, por ser transmitida e vivida com outros. Nós recebemos a fé da Igreja e temos a missão de vivê-la e testemunhá-la a todos que conosco convivem.
2.2. Cremos em um só Deus Deus se revela como Único: “Ouve, ó Israel: o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Se nhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.” (Dt 6, 4-5); “Volveivos para mim, e sereis salvos, todos os conns da terra, porque eu sou Deus e sou o único” (Is 45, 22). Ele revela seu nome e desvendar o nome é deixar-se conhecer, é entregar-se, tornar-se aces sível. Ao chamar Moisés do meio da sarça, Deus se apresenta: “Eu sou, ajuntou ele, o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó” (Ex 3, 6). Deus atrai Moisés, por ser el e compassi vo, ele não esqueceu seu povo nem suas promessas, vem para libertar seus descendentes da escravidão do Egito. Moisés perguntou seu nome e Ele respondeu “EU SOU AQUELE QUE SOU”, “EU SOU”, o nome para sempre, Iahweh - “Javé” (cf Ex 3, 13 – 15). Ele é o Deus do presente (Eu sou), que está sempre junto ao povo para salvá-lo; o Deus do passado “sou o Deus de vossos pais” (Ex 3, 6), e o Deus do futuro “eu estarei contigo” (Ex 3,12). Não há mudança, nem sombra de variação, “toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1, 17). Ele não tem limite, pois é completo, nem é temporal, pois é eterno. Ele é a plenitude do Ser e de toda perfeição, não tem origem e nem m, Ele é o seu próprio ser, diferente do homem que recebe de Deus seu ser e seu ter. Enm, Ele é “Aquele que é” “desde sempre e para sempre, e é assim que permanece sempre el a si mesmo e às suas promessas” (Catec 212). No deserto, quando o povo faz para si um be zerro de ouro para adora, pela intercessão de Moisés, Deus mostra sua delidade, apesar da indeli dade do povo. É um Deus de ternura e compaixão, que sempre perdoa, “Javé, Javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em delidade” (Ex 34,6). Deus se revela como a Verdade, suas palavras não podem enganar e suas promessas sempre se realizam. “Agora, ó Senhor JAVÉ, vós sois Deus, e vossas palavras são a mesma verdade” (II Sm 7, 28). Deus é Amor (I Jo 4, 8.16), ou seja, o próprio ser de Deus é Amor. Por amor gratuito que não desiste de salvar e de perdoar as indelidades do homem. Seu amor é pessoal,”eis que estás gravado na palma de minha mão, tenho sempre sob os olhos tuas mu ralhas” (Is 49, 16); é eterno, “mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará” (Is 54, 10a) e de longe me aparecia o Senhor: amo-te com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor” (Jr 31, 3), e é como o de uma pai para com seu lho, “Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu lho” (Os 11,1).
Crer em um único Deus nos possibilita: conhecer a grandeza e majestade de Deus; viver em ação de graças, já que tudo que somos e temos vem dele; conhecer a unidade e a verdadeira dignidade dos homens, feito a Imagem e Semelhança d e Deus; usar corretamente as coisas criadas, usufruindo na medida em que me aproximam de Deus e desapegando na medida em que me afastam dele, e conar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na adversidade (Catec 222-227). “Cremos e armamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível, todo poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma Essência, uma Sustância ou Natureza absolutamente sim ples” (Catec 202).
3. Deus é Pai Para falar de Deus como Pai, precisamos adentrar no mistério da Santíssima Trindade. A Trindade é um mistério inefável, pois “supera innitamente tudo o que nós podemos compreender dentro do limite humano” (Catec 251). Ela é o mistério central da fé e vida cristã, assim como fonte e luz para os outros mistérios de fé. Nós só podemos conhecer o mistério por revelação do alto. “Deus deixou vestígios de seu ser trinitário em sua obra de criação e em sua Revelação ao longo do Antigo Testamento. Mas a intimidade de seu Ser como Santíssima Trindade constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de Israel antes da encarnação de Jesus e da missão do Espírito Santo” (Catec 237). Em Israel, Deus é chamado de Pai enquanto Criador. É Jesus que revela que Deus é Pai “não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único” (Catec 240). Jesus anuncia o envio do Espírito Santo. Se antes Ele falava pelos profetas, agora Ele está junto dos discípulos para ensiná-los e conduzi-los “a verdade inteira” (Jo, 16, 13). Ele é enviado aos apóstolos e à Igreja tanto pelo Pai, em nome do Filho, como pelo Filho em pessoa, depois de voltar ao Pai (cf Catec 244). Fala-se da Santíssima Trindade desde as ori gens da fé da Igreja, encontrando sua expressão no mandato de Jesus que pedia para batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ao dizer que a Trindade é uma, diz-se que não há três deuses, mas um só Deus em Três pessoas. Elas não se dividem entre si, mas cada uma delas é Deus por inteiro. Porém as pessoas são distintas entre si por suas relações de origem, ou seja, no que se referem uma as outras. É o Pai que gera, o Filho é gerado e o Espírito Santo que procede. O Pai é a fonte e origem de toda divindade. “A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é Pai eterno, e que o Filho é consubstancial
ao Pai, isto é, que ele é no Pai e com o Pai o mes mo Deus único. A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho ‘de junto do Pai’ (Jo 15,26), revela que o Espírito é com eles o mesmo Deus único. ‘Com o Pai e o Filho é adorado e gloricado’” (Catec 262 – 263). São Gregório de Nazianzeno transmite a seus catecúmenos: “Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Uma nos Três, e que contém os Três de maneira distinta. Divindade sem diferença de subs tância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe... A innita conaturalidade é de Três innitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro... Deus os Três considerados juntos” (Catec 256). Todo o plano divino é obra das três pessoas divinas, contudo cada uma cumpre a obra segundo sua propriedade pessoal. São as missões divinas da encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas. Toda a vida cristã é comunhão com cada uma das pessoas divinas, sem separá-las. “Quem rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o Pai o atrai e o Espírito o impulsiona” (Catec 259). Vimos que Jesus nos revelou que Deus é eter namente Pai em relação a seu Filho único. Mas em Jesus nos tornamos lhos adotivos graças ao Espí rito de adoção lial que reproduz a imagem de seu Filho em nós. “Porquanto não recebestes o espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai! O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos lhos de Deus” (Rm 8, 15-16).
4. Um Pai todo-poderoso Deus criou tudo e a criação dispõe de sua von tade. Ele tudo governa: é o Senhor do Universo, pois estabeleceu sua ordem e é o Senhor da história, pois governa o coração e acontecimentos. Deus que tudo pode é chamado de Poderoso de Jacó, Senhor dos Exércitos, o Forte, o Valente. Tudo isso quer di zer que não há impossível para Deus. Mas esse Deus que pode tudo é amor. É Pai todo-poderoso e demonstra isso na maneira com cuida das nossas necessidades, de como nos quer como lhos. Em sua innita misericórdia move-se livremente a perdoar os nossos pecados e restabelecer sua amizade conosco mediante a graça. “Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus” (Catec 273) Vivendo em um mundo marcado pela experiência do mal e do sofrimento, por vezes pode parecer que Deus está ausente ou é incapaz de impedir o mal. Mas ao entregar seu Filho para morrer na cruz, manifestou seu grande poder. Na ressurreição e na exaltação de
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Cristo, o Pai desdobrou o vigor de sua força e manifestou que extraordinária grandeza reveste seu poder para nós, que cremos (cf Catec 272).
5. Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis A criação é o primeiro passo para realizar seu plano de amor, por isso ela dá testemunho do amor todo-poderoso de Deus. Ela é obra da Santíssima Trindade, pois Deus criou por meio do Verbo pela ação do Espírito Santo. Com a criação do mundo Deus queria manifestar a sua glória e comunicá-la. Ele cria do nada um mundo ordenado e bom, que está em um “estado de caminhada” (Catec 302). Cria desta forma para que o homem possa cooperar para que chegue a perfeição última. Mas Deus não o deixa sozinho, Ele permanece junto da criação para sustentá-la com sua Divina Providência, cuidando de tudo, até das pequenas necessidades. Ele criou céu e terra, mundo invisível e visível. No mundo invisível estão as criaturas espirituais que são imortais e dotadas de inteligência e vontade. São os anjos, servidores e mensageiros do pro jeto de salvação de Deus. “Bendizei o Senhor todos os seus anjos, valentes heróis que cumpris suas or dens, sempre dóceis à sua palavra” (Sl 102, 20). O mundo visível é rico em diversidade e desigualdade para que possam complementar-se. Nele estão as criaturas corporais, o mundo terrestre e a criatura humana, sendo o homem sua mais impor tante criação. Ele foi criado a sua imagem e seme lhança, por isso é capaz de conhecer e amar seu Criador. Diferente dos anjos que são apenas espiri tuais e as outras criaturas corporais que são apenas corporais, o homem é ao mesmo tempo corporal e espiritual, sendo esta imortal. “O espírito e a maté ria no homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única natureza” (Catec 365). Homem e mulher foram criados um para o ou tro não de forma incompleta ou pela metade, mas para viverem juntos em auxilio mútuo. Ele “foram constituídos em um estado ‘de santidade e de justiça original’. Esta graça de santidade original era uma participação da vida divina” (Catec 375). Em intimidade divina, o homem não morreria ou sofre ria. A harmonia interior da pessoa humana, entre homem e mulher e com a criação era denominado de “justiça original” que foi perdida pelo pecado original.
pais ocorreu devido a sedução de um anjo destronado, Satanás. Ele era um anjo bom, mas tornou-se mal por sua própria iniciativa. Eles rejeitaram radi cal e irrevogavelmente a Deus e seu Reino e isso fez com que seu pecado não pudesse ser perdoado, apesar da innita misericórdia de Deus. Sua mais grave obra foi levar o homem a desobedecer a Deus. Porém seu poder não é innito, pois é uma criatura, incapaz de impedir a edicação do Reino de Deus. “O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a conança em seu Criador e abusando de sua liberdade, desobedeceu o mandamento de Deus” (Catec 397). Esse foi o primeiro pecado do homem e deste virão muitos outros. O pecado retira a grã da santidade original e passam a ter medo de Deus. A harmonia é destruída e a morte e o sofrimento entram no mundo. Não só para os Adão e Eva, mas neles para toda a humanidade. Mas Deus não nos deixa abandonados e nos promete um salvador que trará vitória sobre o mal. “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado superabundou a graça. Assim como o pecado reinou para a m orte, assim também a graça reinaria pela justiça para a vid a eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
2. CONCLUSÃO Cremos em um Deus que é Trino, que é família. Um Deus que tudo fez, céus e terra, por amor, e chama-nos a ser seus lhos adotivos. Crer em um Deus que é Pai todo-poderoso consolida nossa fé e nossa esperança de que nada é impossível para Deus.
CREDO - Símbolo da Fé Parte III
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, lho unigênito de Deus nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus ver - dadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. por Ele todas as c oisas foram feitas. e por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos céus. e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria, e se fez homem. também por nós foi crucicado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras, e subiu aos céus, onde está sentdo à direita do Pai. e de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá m.
1. INTRODUÇÃO Visto como o nosso Deus é Pai amoroso, pode mos dar o próximo passo. Este encontro é com Jesus Cristo, segunda pessoa da Santíssima Trindade, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Em seu innito amor Deus entrega seu Filho para morrer e por nós pecadores para a nossa salvação. Mergulhar na vida de Jesus nos dá a opor tunidade de encontro com Ele e com seu amor por nós. Reanima e rearma nossa fé em sua pessoa e em sua autoridade em nossa vida e em todas as circunstâncias. E nos relembra que grande obra é essa de redenção. Se pelo pecado de Adão todos nós pecamos e nos afastamos de Deus, por meio de Jesus Cristo somos redimidos e já poderemos ver Deus face-a-face.
2. DESENVOLVIMENTO Este encontro traz para nós a Boa Nova: Jesus Cristo enviado do Pai se faz homem e habita entre nós. Filho Único do Pai, Ele nos ensina sobre Deus e como viver para Ele. Por obediência entrega-se na cruz cancelando todo documento que pesava contra nós e ressuscitando abre-nos a porta do céu. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
2.1. Jsus, Fih dus nss Snh JESUS em hebraico quer dizer “Deus salva”.
nome dado aos homens pelo qual devamos ser sal vos” (At 4, 12). Ao nome de Jesus todo poder no céu, na terra e nos infernos, “Por isso Deus o exaltou so beranamente e lhe outorgou o Noé que está acima de todos os nomes, par que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,9-10). Por isso os espíritos maus temem seu nome e os discípulos de Jesus realizam milagres em seu nome. CRISTO em hebraico quer dizer Messias, sua tradução em grego é ungido. O Messias deveria ser ungido pelo Espírito do Senhor para uma tríplice função: ser sacerdote, profeta e rei para a salvação da humanidade. Recebeu a unção de Deus na oca sião de seu batismo no Jordão e a partir daí após o tempo de deserto, iniciou a sua vida pública. “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele” (At 10, 38). Jesus é o Filho único de Deus, assim Ele mesmo fala de si, “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Se em Israel ao falarem de liação de Deus era para designar intimidade, Pedro por reve lação de Deus responderá “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!” (Mt 16,16). João ao falar do verbo divino diz que “vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verda -
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Cristo, o Pai desdobrou o vigor de sua força e manifestou que extraordinária grandeza reveste seu poder para nós, que cremos (cf Catec 272).
5. Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis A criação é o primeiro passo para realizar seu plano de amor, por isso ela dá testemunho do amor todo-poderoso de Deus. Ela é obra da Santíssima Trindade, pois Deus criou por meio do Verbo pela ação do Espírito Santo. Com a criação do mundo Deus queria manifestar a sua glória e comunicá-la. Ele cria do nada um mundo ordenado e bom, que está em um “estado de caminhada” (Catec 302). Cria desta forma para que o homem possa cooperar para que chegue a perfeição última. Mas Deus não o deixa sozinho, Ele permanece junto da criação para sustentá-la com sua Divina Providência, cuidando de tudo, até das pequenas necessidades. Ele criou céu e terra, mundo invisível e visível. No mundo invisível estão as criaturas espirituais que são imortais e dotadas de inteligência e vontade. São os anjos, servidores e mensageiros do pro jeto de salvação de Deus. “Bendizei o Senhor todos os seus anjos, valentes heróis que cumpris suas or dens, sempre dóceis à sua palavra” (Sl 102, 20). O mundo visível é rico em diversidade e desigualdade para que possam complementar-se. Nele estão as criaturas corporais, o mundo terrestre e a criatura humana, sendo o homem sua mais impor tante criação. Ele foi criado a sua imagem e seme lhança, por isso é capaz de conhecer e amar seu Criador. Diferente dos anjos que são apenas espiri tuais e as outras criaturas corporais que são apenas corporais, o homem é ao mesmo tempo corporal e espiritual, sendo esta imortal. “O espírito e a maté ria no homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única natureza” (Catec 365). Homem e mulher foram criados um para o ou tro não de forma incompleta ou pela metade, mas para viverem juntos em auxilio mútuo. Ele “foram constituídos em um estado ‘de santidade e de justiça original’. Esta graça de santidade original era uma participação da vida divina” (Catec 375). Em intimidade divina, o homem não morreria ou sofre ria. A harmonia interior da pessoa humana, entre homem e mulher e com a criação era denominado de “justiça original” que foi perdida pelo pecado original. Para falar em pecado original, temos que falar da queda dos anjos e de como isso contribuiu para a queda do homem. A desobediência dos primeiros
pais ocorreu devido a sedução de um anjo destronado, Satanás. Ele era um anjo bom, mas tornou-se mal por sua própria iniciativa. Eles rejeitaram radi cal e irrevogavelmente a Deus e seu Reino e isso fez com que seu pecado não pudesse ser perdoado, apesar da innita misericórdia de Deus. Sua mais grave obra foi levar o homem a desobedecer a Deus. Porém seu poder não é innito, pois é uma criatura, incapaz de impedir a edicação do Reino de Deus. “O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a conança em seu Criador e abusando de sua liberdade, desobedeceu o mandamento de Deus” (Catec 397). Esse foi o primeiro pecado do homem e deste virão muitos outros. O pecado retira a grã da santidade original e passam a ter medo de Deus. A harmonia é destruída e a morte e o sofrimento entram no mundo. Não só para os Adão e Eva, mas neles para toda a humanidade. Mas Deus não nos deixa abandonados e nos promete um salvador que trará vitória sobre o mal. “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado superabundou a graça. Assim como o pecado reinou para a m orte, assim também a graça reinaria pela justiça para a vid a eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
2. CONCLUSÃO Cremos em um Deus que é Trino, que é família. Um Deus que tudo fez, céus e terra, por amor, e chama-nos a ser seus lhos adotivos. Crer em um Deus que é Pai todo-poderoso consolida nossa fé e nossa esperança de que nada é impossível para Deus.
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Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, lho unigênito de Deus nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus ver - dadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. por Ele todas as c oisas foram feitas. e por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos céus. e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria, e se fez homem. também por nós foi crucicado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras, e subiu aos céus, onde está sentdo à direita do Pai. e de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá m.
1. INTRODUÇÃO Visto como o nosso Deus é Pai amoroso, pode mos dar o próximo passo. Este encontro é com Jesus Cristo, segunda pessoa da Santíssima Trindade, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Em seu innito amor Deus entrega seu Filho para morrer e por nós pecadores para a nossa salvação. Mergulhar na vida de Jesus nos dá a opor tunidade de encontro com Ele e com seu amor por nós. Reanima e rearma nossa fé em sua pessoa e em sua autoridade em nossa vida e em todas as circunstâncias. E nos relembra que grande obra é essa de redenção. Se pelo pecado de Adão todos nós pecamos e nos afastamos de Deus, por meio de Jesus Cristo somos redimidos e já poderemos ver Deus face-a-face.
2. DESENVOLVIMENTO Este encontro traz para nós a Boa Nova: Jesus Cristo enviado do Pai se faz homem e habita entre nós. Filho Único do Pai, Ele nos ensina sobre Deus e como viver para Ele. Por obediência entrega-se na cruz cancelando todo documento que pesava contra nós e ressuscitando abre-nos a porta do céu. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
2.1. Jsus, Fih dus nss Snh JESUS em hebraico quer dizer “Deus salva”. Em Jesus, Deus recapitula a história de salvação em favor dos homens. É o único nome divino que traz a salvação e pode ser invocado por todos, pois se uniu aos homens na encarnação. “Não existe outro
nome dado aos homens pelo qual devamos ser sal vos” (At 4, 12). Ao nome de Jesus todo poder no céu, na terra e nos infernos, “Por isso Deus o exaltou so beranamente e lhe outorgou o Noé que está acima de todos os nomes, par que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,9-10). Por isso os espíritos maus temem seu nome e os discípulos de Jesus realizam milagres em seu nome. CRISTO em hebraico quer dizer Messias, sua tradução em grego é ungido. O Messias deveria ser ungido pelo Espírito do Senhor para uma tríplice função: ser sacerdote, profeta e rei para a salvação da humanidade. Recebeu a unção de Deus na oca sião de seu batismo no Jordão e a partir daí após o tempo de deserto, iniciou a sua vida pública. “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele” (At 10, 38). Jesus é o Filho único de Deus, assim Ele mesmo fala de si, “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Se em Israel ao falarem de liação de Deus era para designar intimidade, Pedro por reve lação de Deus responderá “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!” (Mt 16,16). João ao falar do verbo divino diz que “vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verda de” (Jo1,14). Na versão grega do Antigo Testamento, o nome que Deus se apresenta Iahweh é traduzido como
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Kyrios que quer dizer Senhor. Chamar Jesus de Se nhor é reconhecer Jesus como próprio Deus. Este título expressa que o poder, a honra e a glória de vidos ao Pai cabem também a Jesus. Voltamos ao mistério da Santíssima Trindade visto no encontro anterior, pois o credo niceno-constantinopolitano deseja armar a divindade de Jesus devido as he resias com relação à pessoa divina de Jesus. Assim vemos que Jesus é nascido do Pai antes de todos os séculos, ou seja, que ele está na Trindade desde sempre, pois é Deus que vem de Deus “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto d e Deus e o Ver bo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus” (Jo 1,1-2), Luz da Luz “[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (Jo 1, 9). Jesus é Deus verdadeiramente. Ele foi gerado pelo Pai, não criado. Jesus não é uma criatura, mas o próprio Deus que se revestiu de humanidade “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens” (Fl 2, 6-7). Ele é consubstancial ao Pai, isso signica que ele é no Pai e com o Pai o mesmo Deus único. Por Ele todas as coisas foram feitas, Ele participou na criação e no projeto de salvação de Deus por nós se fez homem “Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1, 3).
2.2. Jesus se fez homem “O Verbo divino se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). O Verbo se fez carne para salvarnos, reconciliar-nos com Deus, uma vez que “nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reer guida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cati vos esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador” (Catec 457). Ele se fez carne para conhecermos a Deus, para ser nosso modelo de santidade, e para tornar-nos participantes da natureza divina (cf Catec 457 - 460). Pela Encarnação do Verbo, Deus assumiu uma natureza humana para realizar nesta natureza a nos sa salvação. O que isso signica? São Paulo respon de em sua carta aos Filipenses: “Sendo ele de con dição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos ho mens” (Fl 2, 6-7). Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Confessamos “um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de uma
naturezas que não mudam, não se dividem, nem se separam. Jesus Cristo ao ser crucicado na carne é verdadeiramente Deus. Jesus assumiu a natureza humana, e foi dotado de conhecimento humano, que é limitado. Precisou crescer na graça e na sabedoria, p orém tinha dentro de si o conhecimento íntimo de seu Pai e a penetração divina para saber o que tinha no íntimo d o coração dos homens. Ele possui duas vontades, humana e divina, na qual a vontade humana segue a vontade divina em tudo. “Aba! (Pai!), suplicava ele. Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres” (Mc 14, 36). O cumprimento da promessa de um salvador se dá na anunciação do Anjo Gabriel a Maria. Sobre ela veio o Espírito Santo, que santicou seu ventre e fecundou-a divinamente, fazendo com que ela concebesse o Filho de Deus. O mesmo Espírito ungiu Jesus ainda no ventre de Maria e participou de toda a vida dele. “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder” (At 10,38). Para ser mãe do salvador, Maria foi escolhida desde toda a eternidade e por isso foi enriquecida com dons espirituais. Pelos méritos de Jesus, Ela foi preservada da mancha do pecado original, assim como de todo pecado pessoal ao longo de sua vida. Pelo o anuncio do Anjo de que conceberia pelo po der do Espírito Santo, Maria, sabendo que não ha via impossível para Deus, pode dizer o seu sim: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Começa deste sim o mistério da vida de Jesus. É importante ressaltar que a vida de Jesus é um mistério de Recapitulação, pois tudo o que Ele fez, disse e sofreu foi para restabelecer o homem caído. Santo Irineu nos diz: “Quando ele se encarnou se fez homem, recapitulou em si mesmo a longa história dos homens e, em resumo, nos proporcionou a salvação, de sorte que aquilo que havíamos perdido em Adão, isto é sermos à imagem e à semelhança de Deus, o recuperamos em Cristo Jesus” (Catec 518). O mistério de sua vida passa pela preparação de João Batista que o anunciava sua vinda e sua missão. Nasceu em um estábulo, foi visitado pelos pastores e pelos reis do oriente. Foi apresentado no Templo e reconhecido como o Messias por Simeão e Ana. Sobre a sua infância, pouco foi dito, mas ele cresceu em graça e sabedoria e aos doze anos se perdeu em Jerusalém na Festa da Páscoa e foi encontrado falando das coisas de seu Pai aos doutores da lei. Era obediente aos pais e voltou com eles a Nazaré. Já adulto apresentou-se a João Batista para ser batizado. É levado pelo Espírito Santo ao deserto, jejuou durante quarenta dias e foi tentado pelo
Deus dizendo que ele é para todos os homens, para os pobres e pequeninos que humildemente o aco lhem e para os pecadores. Falou sobre o Reino através de parábolas e suas palavras sempre vinham acompanhadas de sinais desse Reino, pois os milagres forticam a fé em Jesus que lhes fala. “Ao libertar certas pessoas dos males terrestre da fome, da injustiça, da doença e da morte, Jesus operou sinais messiânicos; não veio, no entanto, para abolir todos os males da terra, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, o do pecado” (Catec 549). Cona a Pedro, a quem institui chefe da Igre ja, a chave do Reino para que possa “defender esta fé de todo desfalecimento e conrmar nela seus irmãos... designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja... o poder de ‘ligar e desli gar’... para absolver os pecados pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja” (Catec 552-553). Porém, é pela cruz que esse Reino será estabelecido denitivamente.
2.3. Fi cucifcado, padeceu e foi sepultado Jesus passou pelo mundo fazendo o bem, curando os doentes, expulsando os demônios, consolando os aitos, amparando os que sofrem. Porém nem todos conseguiram entender suas obras. Os fariseus, sacerdotes e escribas juntaram-se para ma tá-lo. O acusam de blasfêmia, por perdoar pecados e crimes religiosos contra a Lei ao curar no sábado, apesar de Jesus dizer que não veio para revogar a Lei, mas dar-lhe pleno cumprimento. Identicando-se com o Templo, anuncia a sua destruição que manifestará a entrada em uma nova era da História da Salvação, devido a isso decretam sua morte. Isso ocorreu, pois o coração desses homens, tementes a Deus, estava endurecido pela incredulidade. Não podendo condenar Jesus à morte após de clará-lo culpado por blasfêmia, entregaram-no aos romanos acusando-o de revolta política. E Jesus foi condenado a morte e morte de cruz. Nossos pecados o levaram a esse tipo de morte, “nossos crimes que arrastaram Nosso Senhor Jesus Cristo ao suplício da cruz, com certeza os que mergulham as desordens e no mal ‘de sua parte crucicam de novo o Filho de Deus e publicamente o escarneceram’ (Hb 6,6)”. Essa morte estava no plano de Deus, pois aconteceu segundo as Escrituras: “Em verdade, ele tomou sobe si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou so bre ele; fomos curados graças às suas chagas. Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Foi-lhe dada
do mentira. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pel o sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. Após suportar em sua pessoa os tor mentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justicará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades” (Is 53,4-5.8-11). José de Arimateia pede-lhe o corpo e faz seu sepultamento às pressas. Com sua morte, acaba-se a sua existência terrestre, porém Jesus não era um cadáver comum, pois a morte não podia retê-lo em seu poder e “a virtude divina conservou o corpo de Cristo da corrupção” (Catec. 627). Esse foi um tempo de sofrimento silencioso para os seguidores de Jesus. Porém o Símbolo dos Apóstolos nos ensina que Jesus desceu a mansão dos mortos, também conhecido como Morada dos Mortos, Infernos, sheol, Hades. Ele foi até l á também como Salvador, proclamar a Boa Nova aos espíritos ali aprisionados e privados da visão de Deus, estado em que estão todos os mortos, justos ou maus, que esperam o Redentor. Ele não foi libertar os condenados, mas os justos que o precederam. “Cristo desceu, portanto no seio da terra, a m de que ‘os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam’ (Jo5, 25). Jesus, ‘o Príncipe da vida’, ‘destruiu pela morte o dominar da morte, isto é o Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte’ (Ap 1,18)” (Catec 635). Ou seja, descer a mansão dos mortos quer dizer que Jesus realmente morreu e por sua morte venceu a morte e o diabo por nós. Ao descer a morada dos mortos, Jesus abriu as portas do Céu aos justos que o haviam precedido.
2.4. Jesus ressuscitou As mulheres encontraram o túmulo vazio, Pe dro e João correram para lá e só encontraram os panos que cobriam-lhe o corpo. Eles não acreditaram nas mulheres, mas ali estava a prova: Cristo Ressuscitou! Eles voltaram e conrmaram o que haviam dito as mulheres. Ainda assim nem todos conseguiram acreditar. Bateram na porta onde estavam, eram os discípulos de Emaús. Eles voltavam para a sua cidade, pois a morte de Jesus havia sido dura de mais para eles, porém no caminho o Senhor lhes apareceu abrasando-lhes o coração, voltaram para Jerusalém, pois era preciso contar aos outros: Jesus está vivo! Eles ainda falavam da experiência e Jesus apareceu: “A paz esteja convosco!” (Lc 24,36). Espantados pensaram ser um fantasma, porém mais uma vez o Senhor vem em socorro a sua falta de fé,
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Kyrios que quer dizer Senhor. Chamar Jesus de Se nhor é reconhecer Jesus como próprio Deus. Este título expressa que o poder, a honra e a glória de vidos ao Pai cabem também a Jesus. Voltamos ao mistério da Santíssima Trindade visto no encontro anterior, pois o credo niceno-constantinopolitano deseja armar a divindade de Jesus devido as he resias com relação à pessoa divina de Jesus. Assim vemos que Jesus é nascido do Pai antes de todos os séculos, ou seja, que ele está na Trindade desde sempre, pois é Deus que vem de Deus “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto d e Deus e o Ver bo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus” (Jo 1,1-2), Luz da Luz “[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (Jo 1, 9). Jesus é Deus verdadeiramente. Ele foi gerado pelo Pai, não criado. Jesus não é uma criatura, mas o próprio Deus que se revestiu de humanidade “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens” (Fl 2, 6-7). Ele é consubstancial ao Pai, isso signica que ele é no Pai e com o Pai o mesmo Deus único. Por Ele todas as coisas foram feitas, Ele participou na criação e no projeto de salvação de Deus por nós se fez homem “Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1, 3).
2.2. Jesus se fez homem “O Verbo divino se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). O Verbo se fez carne para salvarnos, reconciliar-nos com Deus, uma vez que “nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reer guida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cati vos esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador” (Catec 457). Ele se fez carne para conhecermos a Deus, para ser nosso modelo de santidade, e para tornar-nos participantes da natureza divina (cf Catec 457 - 460). Pela Encarnação do Verbo, Deus assumiu uma natureza humana para realizar nesta natureza a nos sa salvação. O que isso signica? São Paulo respon de em sua carta aos Filipenses: “Sendo ele de con dição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos ho mens” (Fl 2, 6-7). Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Confessamos “um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de uma alma racional e de um corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, ‘semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado’” (Catec 467). Jesus possui duas
naturezas que não mudam, não se dividem, nem se separam. Jesus Cristo ao ser crucicado na carne é verdadeiramente Deus. Jesus assumiu a natureza humana, e foi dotado de conhecimento humano, que é limitado. Precisou crescer na graça e na sabedoria, p orém tinha dentro de si o conhecimento íntimo de seu Pai e a penetração divina para saber o que tinha no íntimo d o coração dos homens. Ele possui duas vontades, humana e divina, na qual a vontade humana segue a vontade divina em tudo. “Aba! (Pai!), suplicava ele. Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres” (Mc 14, 36). O cumprimento da promessa de um salvador se dá na anunciação do Anjo Gabriel a Maria. Sobre ela veio o Espírito Santo, que santicou seu ventre e fecundou-a divinamente, fazendo com que ela concebesse o Filho de Deus. O mesmo Espírito ungiu Jesus ainda no ventre de Maria e participou de toda a vida dele. “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder” (At 10,38). Para ser mãe do salvador, Maria foi escolhida desde toda a eternidade e por isso foi enriquecida com dons espirituais. Pelos méritos de Jesus, Ela foi preservada da mancha do pecado original, assim como de todo pecado pessoal ao longo de sua vida. Pelo o anuncio do Anjo de que conceberia pelo po der do Espírito Santo, Maria, sabendo que não ha via impossível para Deus, pode dizer o seu sim: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Começa deste sim o mistério da vida de Jesus. É importante ressaltar que a vida de Jesus é um mistério de Recapitulação, pois tudo o que Ele fez, disse e sofreu foi para restabelecer o homem caído. Santo Irineu nos diz: “Quando ele se encarnou se fez homem, recapitulou em si mesmo a longa história dos homens e, em resumo, nos proporcionou a salvação, de sorte que aquilo que havíamos perdido em Adão, isto é sermos à imagem e à semelhança de Deus, o recuperamos em Cristo Jesus” (Catec 518). O mistério de sua vida passa pela preparação de João Batista que o anunciava sua vinda e sua missão. Nasceu em um estábulo, foi visitado pelos pastores e pelos reis do oriente. Foi apresentado no Templo e reconhecido como o Messias por Simeão e Ana. Sobre a sua infância, pouco foi dito, mas ele cresceu em graça e sabedoria e aos doze anos se perdeu em Jerusalém na Festa da Páscoa e foi encontrado falando das coisas de seu Pai aos doutores da lei. Era obediente aos pais e voltou com eles a Nazaré. Já adulto apresentou-se a João Batista para ser batizado. É levado pelo Espírito Santo ao deserto, jejuou durante quarenta dias e foi tentado pelo demônio. Iniciou sua vida pública, fez discípulos e os ensinou a viver a vontade do Pai. Anunciou o Reino de
Deus dizendo que ele é para todos os homens, para os pobres e pequeninos que humildemente o aco lhem e para os pecadores. Falou sobre o Reino através de parábolas e suas palavras sempre vinham acompanhadas de sinais desse Reino, pois os milagres forticam a fé em Jesus que lhes fala. “Ao libertar certas pessoas dos males terrestre da fome, da injustiça, da doença e da morte, Jesus operou sinais messiânicos; não veio, no entanto, para abolir todos os males da terra, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, o do pecado” (Catec 549). Cona a Pedro, a quem institui chefe da Igre ja, a chave do Reino para que possa “defender esta fé de todo desfalecimento e conrmar nela seus irmãos... designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja... o poder de ‘ligar e desli gar’... para absolver os pecados pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja” (Catec 552-553). Porém, é pela cruz que esse Reino será estabelecido denitivamente.
2.3. Fi cucifcado, padeceu e foi sepultado Jesus passou pelo mundo fazendo o bem, curando os doentes, expulsando os demônios, consolando os aitos, amparando os que sofrem. Porém nem todos conseguiram entender suas obras. Os fariseus, sacerdotes e escribas juntaram-se para ma tá-lo. O acusam de blasfêmia, por perdoar pecados e crimes religiosos contra a Lei ao curar no sábado, apesar de Jesus dizer que não veio para revogar a Lei, mas dar-lhe pleno cumprimento. Identicando-se com o Templo, anuncia a sua destruição que manifestará a entrada em uma nova era da História da Salvação, devido a isso decretam sua morte. Isso ocorreu, pois o coração desses homens, tementes a Deus, estava endurecido pela incredulidade. Não podendo condenar Jesus à morte após de clará-lo culpado por blasfêmia, entregaram-no aos romanos acusando-o de revolta política. E Jesus foi condenado a morte e morte de cruz. Nossos pecados o levaram a esse tipo de morte, “nossos crimes que arrastaram Nosso Senhor Jesus Cristo ao suplício da cruz, com certeza os que mergulham as desordens e no mal ‘de sua parte crucicam de novo o Filho de Deus e publicamente o escarneceram’ (Hb 6,6)”. Essa morte estava no plano de Deus, pois aconteceu segundo as Escrituras: “Em verdade, ele tomou sobe si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou so bre ele; fomos curados graças às suas chagas. Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Foi-lhe dada sepultara ao lado de facínora e ao morrer achavase entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma e em sua boca nunca tenha havi -
do mentira. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pel o sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. Após suportar em sua pessoa os tor mentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justicará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades” (Is 53,4-5.8-11). José de Arimateia pede-lhe o corpo e faz seu sepultamento às pressas. Com sua morte, acaba-se a sua existência terrestre, porém Jesus não era um cadáver comum, pois a morte não podia retê-lo em seu poder e “a virtude divina conservou o corpo de Cristo da corrupção” (Catec. 627). Esse foi um tempo de sofrimento silencioso para os seguidores de Jesus. Porém o Símbolo dos Apóstolos nos ensina que Jesus desceu a mansão dos mortos, também conhecido como Morada dos Mortos, Infernos, sheol, Hades. Ele foi até l á também como Salvador, proclamar a Boa Nova aos espíritos ali aprisionados e privados da visão de Deus, estado em que estão todos os mortos, justos ou maus, que esperam o Redentor. Ele não foi libertar os condenados, mas os justos que o precederam. “Cristo desceu, portanto no seio da terra, a m de que ‘os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam’ (Jo5, 25). Jesus, ‘o Príncipe da vida’, ‘destruiu pela morte o dominar da morte, isto é o Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte’ (Ap 1,18)” (Catec 635). Ou seja, descer a mansão dos mortos quer dizer que Jesus realmente morreu e por sua morte venceu a morte e o diabo por nós. Ao descer a morada dos mortos, Jesus abriu as portas do Céu aos justos que o haviam precedido.
2.4. Jesus ressuscitou As mulheres encontraram o túmulo vazio, Pe dro e João correram para lá e só encontraram os panos que cobriam-lhe o corpo. Eles não acreditaram nas mulheres, mas ali estava a prova: Cristo Ressuscitou! Eles voltaram e conrmaram o que haviam dito as mulheres. Ainda assim nem todos conseguiram acreditar. Bateram na porta onde estavam, eram os discípulos de Emaús. Eles voltavam para a sua cidade, pois a morte de Jesus havia sido dura de mais para eles, porém no caminho o Senhor lhes apareceu abrasando-lhes o coração, voltaram para Jerusalém, pois era preciso contar aos outros: Jesus está vivo! Eles ainda falavam da experiência e Jesus apareceu: “A paz esteja convosco!” (Lc 24,36). Espantados pensaram ser um fantasma, porém mais uma vez o Senhor vem em socorro a sua falta de fé, “Vede minhas mão e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho” (Lc 24, 39). Jesus mostroulhes as marcas do martírio e crucicação, contudo,
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seu corpo também possui novas propriedades por ser um corpo glorioso: “não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser... Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer quando quiser: sob a aparência de um jardineiro ou ‘de outra forma’” (Catec 645). A Ressurreição de Jesus é um fato histórico, mas não é igual as ressurreições de Lázaro ou da lha de Jairo. Nestas foi uma volta a vida terrena, que em determinado tempo voltariam a morrer. Jesus ressuscitou para nunca mais morrer, seu corpo “é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória” (Catec 646). A Ressurreição de Jesus vem conrmar suas palavras e ensinamentos. Conrmam o cumprimento das promessas do Antigo Testamento e a verdade da divindade de Jesus. Se por sua morte, Jesus nos liberta do pecado, por sua ressurreição Ele abre as portas para uma nova vida. O sepulcro vazio e os panos de linho no chão signicam que o corpo de Cristo escapou da morte e da corrupção pelo poder de Deus. Ela é o princípio da nossa ressurreição. “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se pro um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão” (I Cor 15, 20-22). A Liturgia bizantina professa na Páscoa: “Cristo ressuscitou dos mortos. Por sua morte venceu a morte, aos mortos deu a vida” (Catec 638).
2.5. Jesus volta ao Pai Permaneceu com os discípulos por quarenta dias falando-lhes das coisas do Reino. Pediu-lhes que não se afastassem de Jerusalém, pois a promessa de que seriam batizados no Espírito Santo se cumpriria em poucos dias, “descerá sobre vós o Es pírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os conns do mundo” (At 1, 8) e elevou-se ao céu e ocultou-se em uma nuvem. Estas simbolizam a entrada de sua humanidade na glória divina, onde está sentado à direita do Pai. No céu, Jesus é nosso intercessor junto ao Pai, levando a salvação a todos que buscam a Deus. Jesus nos precede no Reino Glorioso, onde Ele preparará para nós nossa morada eterna. Ao entrar deni tivamente no santuário do céu, Jesus intercede por sem cessar por nós junto ao Pai como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo. Estar sentado à direita do Pai signica que Jesus tem a glória e a honra de Deus.
6. Jesus voltará a terra para julgar os vivos e os mortos Jesus elevado ao céu e gloricado e permanece na terra através de sua Igreja que constrói o Reino de Deus, mas sua consumação se dará na se gunda vinda de Jesus. Vivemos no tempo do Espírito e do testemunho, que é um tempo de expectativa e vigília. Sabemos, então, que Jesus pode voltar a qualquer momento dependendo do reconhecimento do Messias por toda Israel. “Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação nal que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o ‘mistério e iniquidade’ sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, á custa da apostasia da verdade.” (Catec 675). No último dia, o dia do juízo, Jesus voltará em glória para realizar o triunfo denitivo contra o mal. Virá julgar os vivos e mortos, revelando a disp osição dos corações e retribuindo a cada um segundo suas obras e segundo o que tiver acolhido ou rejeitado sua graça. “Quando o Filho do homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e visitas tes a mim’” (Mt 25, 31- 36). Diante do acolhimento ao próximo acolheram o próprio Jesus. Quanto aos da esquerda que recusaram o próximo, e neles Jesus, este lhes diz: “Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos” (Mt 25, 41).
3. CONCLUSÃO Temos um intercessor junto ao Pai: Jesus Cris to. Louvamos a Ele porque é nosso Senhor, nosso Mestre, nosso Rei, nosso amigo, nosso companheiro, nosso Deus, nosso alimento, nosso consolo, nosso abrigo, nossa esperança... Esse encontro nos encheu da alegria do céu. Por isso nosso coração exclama: Maranatha; vem, Senhor Jesus!
CREDO - Símbolo da Fé Parte IV
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e gloricado: Ele que falou pelos profetas.
1. INTRODUÇÃO Nosso Senhor Jesus Cristo voltou para junto do Pai e a promessa se cumpriu, o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos no dia de Pente costes. Ele falou pelos profetas e continua a falar e conduzir o povo de Deus, veremos como exemplo a Beata Helena Guerra. Preparou Maria para a vinda de Cristo, Ungiu Jesus para a missão. Pela paixão e ressurreição, Jesus comunica o Espírito Santo sobre a Igreja. E este tem por missão construir, animar e santicá-la para o dia da volta de Jesus.
2. DESENVOLVIMENTO Chegada a plenitude dos tempos, vindo ao en contro da grande esperança de redenção prometida pelos profetas, o Pai de Amor envia seu Filho Unigênito ao mundo para nos salvar (redimir, resgatar, perdoar, libertar) através de Sua morte e ressurreição. Assim Ele vem dar acesso do homem ao céu e refazer criação que estava desgurada pelo pecado. Mas Jesus sabia que a Obra da Salvação por Ele conquistada só se tornaria vital, visível e palpável ao homem pela ação do Espírito Santo, Aquele que transforma o coração de pedra em coração de carne (cf Ez 36, 26), Aquele que faz brotar no deserto um vergel (cf Is 32,15), Aquele que restaura os sonhos e amplia a visão (cf Joel 3,1-2); Aquele que ensina e recorda todas as coisas (cf. Jo 14,26), Aquele que convence a respeito do pecado, da justiça e d o juízo (cf Jo 16,7-8), Aquele que nos dá força para sermos testemunhas (cf At 1,8), Aquele que dá vida (cf Rm 8, 11), Aquele que intercede por nós (cf Rm 8,26-
Para estar em contato com Cristo, e preciso primeiro ser tocado pelo Espírito Santo. É Ele que suscita em nós a fé. Por nosso batismo, “a Vida, que te sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, nos é comunicada intimamente e pessoalmente pelo Espírito Santo”. (Catec 683). O Espírito Santo é a Pessoa Dom porque nos é dado pelo Pai e pelo Filho: “Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo -lo enviarei” (Jo 16,7) e, “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos lhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem” (Lc 11,13).
1. Creio no Espírito Santo Creio no Espírito Santo! “Crer no Espírito é professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, ‘adorado e gloricado com o Pai e o Filho’” (Catec 685). Portanto, nós que somos a Igreja, queremos uma vez mais proclamar categoricamente para o mundo uma verdade absoluta que ecoa em nossos corações: o Espírito Santo é Deus, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; com o Pai e o Filho é igualmente adorado e gloricado! E mais, queremos proclamar que Ele foi enviado pelo Pai – em cumprimento à Sua promessa – para car eternamente conosco (cf Jo, 14,16); para dar testemunho de Cristo em nós, levando-nos a tomar posse da salvação conquistada por Jesus (cf Jo 15, 26); para nos impulsionar a difundir o Reino de Deus neste mundo (cf At 1,8).
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seu corpo também possui novas propriedades por ser um corpo glorioso: “não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser... Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer quando quiser: sob a aparência de um jardineiro ou ‘de outra forma’” (Catec 645). A Ressurreição de Jesus é um fato histórico, mas não é igual as ressurreições de Lázaro ou da lha de Jairo. Nestas foi uma volta a vida terrena, que em determinado tempo voltariam a morrer. Jesus ressuscitou para nunca mais morrer, seu corpo “é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória” (Catec 646). A Ressurreição de Jesus vem conrmar suas palavras e ensinamentos. Conrmam o cumprimento das promessas do Antigo Testamento e a verdade da divindade de Jesus. Se por sua morte, Jesus nos liberta do pecado, por sua ressurreição Ele abre as portas para uma nova vida. O sepulcro vazio e os panos de linho no chão signicam que o corpo de Cristo escapou da morte e da corrupção pelo poder de Deus. Ela é o princípio da nossa ressurreição. “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se pro um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão” (I Cor 15, 20-22). A Liturgia bizantina professa na Páscoa: “Cristo ressuscitou dos mortos. Por sua morte venceu a morte, aos mortos deu a vida” (Catec 638).
2.5. Jesus volta ao Pai Permaneceu com os discípulos por quarenta dias falando-lhes das coisas do Reino. Pediu-lhes que não se afastassem de Jerusalém, pois a promessa de que seriam batizados no Espírito Santo se cumpriria em poucos dias, “descerá sobre vós o Es pírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os conns do mundo” (At 1, 8) e elevou-se ao céu e ocultou-se em uma nuvem. Estas simbolizam a entrada de sua humanidade na glória divina, onde está sentado à direita do Pai. No céu, Jesus é nosso intercessor junto ao Pai, levando a salvação a todos que buscam a Deus. Jesus nos precede no Reino Glorioso, onde Ele preparará para nós nossa morada eterna. Ao entrar deni tivamente no santuário do céu, Jesus intercede por sem cessar por nós junto ao Pai como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo. Estar sentado à direita do Pai signica que Jesus tem a glória e a honra de Deus.
6. Jesus voltará a terra para julgar os vivos e os mortos Jesus elevado ao céu e gloricado e permanece na terra através de sua Igreja que constrói o Reino de Deus, mas sua consumação se dará na se gunda vinda de Jesus. Vivemos no tempo do Espírito e do testemunho, que é um tempo de expectativa e vigília. Sabemos, então, que Jesus pode voltar a qualquer momento dependendo do reconhecimento do Messias por toda Israel. “Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação nal que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o ‘mistério e iniquidade’ sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, á custa da apostasia da verdade.” (Catec 675). No último dia, o dia do juízo, Jesus voltará em glória para realizar o triunfo denitivo contra o mal. Virá julgar os vivos e mortos, revelando a disp osição dos corações e retribuindo a cada um segundo suas obras e segundo o que tiver acolhido ou rejeitado sua graça. “Quando o Filho do homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e visitas tes a mim’” (Mt 25, 31- 36). Diante do acolhimento ao próximo acolheram o próprio Jesus. Quanto aos da esquerda que recusaram o próximo, e neles Jesus, este lhes diz: “Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos” (Mt 25, 41).
3. CONCLUSÃO Temos um intercessor junto ao Pai: Jesus Cris to. Louvamos a Ele porque é nosso Senhor, nosso Mestre, nosso Rei, nosso amigo, nosso companheiro, nosso Deus, nosso alimento, nosso consolo, nosso abrigo, nossa esperança... Esse encontro nos encheu da alegria do céu. Por isso nosso coração exclama: Maranatha; vem, Senhor Jesus!
CREDO - Símbolo da Fé Parte IV
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e gloricado: Ele que falou pelos profetas.
1. INTRODUÇÃO Nosso Senhor Jesus Cristo voltou para junto do Pai e a promessa se cumpriu, o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos no dia de Pente costes. Ele falou pelos profetas e continua a falar e conduzir o povo de Deus, veremos como exemplo a Beata Helena Guerra. Preparou Maria para a vinda de Cristo, Ungiu Jesus para a missão. Pela paixão e ressurreição, Jesus comunica o Espírito Santo sobre a Igreja. E este tem por missão construir, animar e santicá-la para o dia da volta de Jesus.
2. DESENVOLVIMENTO Chegada a plenitude dos tempos, vindo ao en contro da grande esperança de redenção prometida pelos profetas, o Pai de Amor envia seu Filho Unigênito ao mundo para nos salvar (redimir, resgatar, perdoar, libertar) através de Sua morte e ressurreição. Assim Ele vem dar acesso do homem ao céu e refazer criação que estava desgurada pelo pecado. Mas Jesus sabia que a Obra da Salvação por Ele conquistada só se tornaria vital, visível e palpável ao homem pela ação do Espírito Santo, Aquele que transforma o coração de pedra em coração de carne (cf Ez 36, 26), Aquele que faz brotar no deserto um vergel (cf Is 32,15), Aquele que restaura os sonhos e amplia a visão (cf Joel 3,1-2); Aquele que ensina e recorda todas as coisas (cf. Jo 14,26), Aquele que convence a respeito do pecado, da justiça e d o juízo (cf Jo 16,7-8), Aquele que nos dá força para sermos testemunhas (cf At 1,8), Aquele que dá vida (cf Rm 8, 11), Aquele que intercede por nós (cf Rm 8,2627); Aquele que revela (cf I Cor 2, 10.12), Aquele que nos permite reconhecer Jesus Criso como Senhor (cf I Cor 12, 3).
Para estar em contato com Cristo, e preciso primeiro ser tocado pelo Espírito Santo. É Ele que suscita em nós a fé. Por nosso batismo, “a Vida, que te sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, nos é comunicada intimamente e pessoalmente pelo Espírito Santo”. (Catec 683). O Espírito Santo é a Pessoa Dom porque nos é dado pelo Pai e pelo Filho: “Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo -lo enviarei” (Jo 16,7) e, “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos lhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem” (Lc 11,13).
1. Creio no Espírito Santo Creio no Espírito Santo! “Crer no Espírito é professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, ‘adorado e gloricado com o Pai e o Filho’” (Catec 685). Portanto, nós que somos a Igreja, queremos uma vez mais proclamar categoricamente para o mundo uma verdade absoluta que ecoa em nossos corações: o Espírito Santo é Deus, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; com o Pai e o Filho é igualmente adorado e gloricado! E mais, queremos proclamar que Ele foi enviado pelo Pai – em cumprimento à Sua promessa – para car eternamente conosco (cf Jo, 14,16); para dar testemunho de Cristo em nós, levando-nos a tomar posse da salvação conquistada por Jesus (cf Jo 15, 26); para nos impulsionar a difundir o Reino de Deus neste mundo (cf At 1,8). Para nos aprofundarmos nesta verdade de fé, vejamos o que Santo Agostinho, ao se dedicar a uma teologia do Espírito Santo conclui que “O Espírito
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Santo é algo de comum ao Pai e ao Filho; essa comunhão é consubstancial e coeterna... Por conse guinte, eles não são mais do que três: um (o Pai) amando aquele que recebe o ser dele, o outro (o Filho) amando aquele de quem recebe o ser, e esse (Espírito Santo) o próprio amor. E se esse amor não é nada, então como Deus é Amor (cf I Jo 4, 8.16)?” (De Trinitate, VI, 5, 7). É certo que das três Pessoas, o Espírito Santo é a de maior complexidade de entendimento, mas não de acolhimento, até porque “Espírito” é termo ou atributo que convém também ao Pai e ao Filho; de outro lado o atributo “Santo” igualmente o é: o Pai é Santo e igualmente o Filho. Assim, ao ser-nos revelado como “Deus sem rosto”, podemos falar, com esteio na teologia católica , em uma “kénosis” (esvaziamento de si, dar-se inteiramente) da Ter ceira Pessoa da Santíssima Trindade que se revela a nós de modo inefável, íntimo, concreto, por Sua ação em nós. O Papa Leão XIII, a quem a Beata Elena Guerra escreveu 13 cartas, assim dispôs em seu Magistério: “Aquela divina missão que, recebida do Pai em be nefício do gênero humano, tão santamente desem penhou Jesus Cristo, tem como último m fazer que os homens cheguem a participar de uma vida bem -aventurada na glória eterna; e, como m imediato, que durante a vida mortal vivam a vida da graça di vina, que ao nal se abre orida na vida celestial. (...) segundo seus altíssimos decretos, não quis Ele (o Verbo – Jesus) completar por si só incessantemente na terra tal missão, mas que, como Ele mes mo a tinha recebido do Pai, assim a entregou ao Espírito Santo para que a levasse a perfeito término”. Essa operacionalização continuada da salvação em nós é o que podemos chamar de “Vida no Espírito” ou “Nascer de novo” ou ainda “Renascer da água e do Espírito”. “No dia de Pentecostes a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito. Neste dia, revelou-se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abre-se aos que n’Ele creem” (Catec 731-732). Esta é a maravilhosa obra completada pelo Espírito Santo em nós. A esse res peito a Beata Elena Guerra assim proclamou: “É o Espírito Santo que faz os santos. Aspirar a tão grande destino e não ser devoto do Esp írito Santo é uma contradição” . E o Espírito Santo, simbolizado de diversas maneiras nas Escrituras, água, fogo, pomba, nuvem, óleo da unção, luz, mão de Deus, ded o de Deus, selo (cf Catec 694-701), age contínua e poderosamen te em nosso meio e o faz tanto mais quanto nos
contínua do Espírito Santo sobre a terra. Portanto esta solenidade não é só a comemoração de um acontecimento realizado nos tempos passados, mas é a garantia de uma contínua realidade sempre viva entre nós, isto é, a presença do Espírito Santo: dado que Ele está entre nós não menos do que esteve no Cenáculo no dia de Pentecostes, embora esteja inacessível aos nossos sentidos. O Salvador asseguranos esta presença e permanência”; - “O mistério de Pentecostes é um mistério permanente; o Espírito continua a vir sobre todas as almas que verdadei ramente o desejam”; - “A solenidade de Pentecos tes não é uma simples comemoração de tão grande mistério: é a verdadeira renovação porque o mesmo Espírito que visivelmente desceu sobre Igreja nascente, continua a descer invisivelmente sobre os éis para acender nos seus corações o fogo do divino Amor”. Por isso, renovemos o clamor que sobe aos céus no precioso Hino Veni Creator Spiritus: “Vin de, Espírito criador, visitai as vossas almas; enchei com a graça do alto os corações que criastes. (...) Fazei-nos conhecer o Pai, e revelai-nos o Filho; para acreditar sempre em Vós, Espírito que de ambos procedeis”.
2. Justifcçã gç A graça do Espírito Santo que nos é dada tem o poder de nos justicar, isto é, de puricar-nos de nossos pecados e comunicar-nos a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo e pelo batismo (cf Catec 1987). Por Ele participamos da Paixão de Cristo morrendo para o pecado e da ressurreição nascen do para uma vida nova (cf Catec 1988). “A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justica e nos santica” (Catec 2003). Graça é favor, socorro gratuito que Deus nos dá para respondermos a seu convite (cf Catec 1996). É participação na vida divina; introduz-nos na intimi dade da vida trinitária (cf Catec 1997). A Graça, dom gratuito de Deus, infundida pelo Espírito Santo em nossa alma, para curá-la do pecado e santicá-la é chamada de Graça Santicante ou Deicante e é re cebida através do Sacramento do Batismo (cf Catec 1999) e como o próprio nome diz, ela é a fonte de toda a obra santicadora em nós. “A graça santicante é um dom habitual, uma disposição estável e sobrenatural para aperfeiçoar a própria alma e a tornar capaz de viver com Deus, agir por seu amor.” (Catec 2000). Pela graça do Espírito Santo recebemos os seus sete dons: sabedoria, entendimento (inteligência), prudência (conselho), coragem (fortaleza), ciência, temor de Deus e piedade (cf Is 11, 1,4a).
do mesmo Espírito. Tornam os eis dóceis para obedecer prontamente às inspirações divinas (cf Catec 1830-1831). São dons que nos ajudam no processo de santicação ordinária. São chamados de dons in fusos, hierárquicos ou simplesmente dons de santicação. “Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja” (Catec 2003). Tratam-se dos “carismas”, do grego “khárisma”, que quer dizer graça, favor, benefício, dom gratuito. Tanto os dons de santicação quanto os ca rismas estão ordenados à graça santicante. Estão ordenados ainda a esta mesma graça as virtudes, disposições habituais e rmes para fazer o bem (cf Catec 1803) e os frutos do Espírito, perfeições que o Espírito Santo modela em nós como primícias da glória eterna (cf Catec 1832).
3. CONCLUSÃO Das Três Pessoas da Santíssima Trindade, o Espírito Santo é a de maior diculdade de personi cação, uma vez que é o Deus sem rosto. Entretanto, como professamos, é Deus com o Pai e o Filho, igualmente adorado e gloricado. É Deus mesmo agindo em nossos corações, mudando nossas mentalidades, convertendo-nos para que um dia cheguemos ao céu. Tem uma missão árdua: convencer o homem a respeito do pecado, da justiça e do juízo (cf. Jo 16, 8). Somos, pois, convidados a ser dóceis ao Divino Espírito para que Ele nos santique, nos dirija e aja livremente através de nós pelos carismas.
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Apostila - Grupos de Perseverança
Santo é algo de comum ao Pai e ao Filho; essa comunhão é consubstancial e coeterna... Por conse guinte, eles não são mais do que três: um (o Pai) amando aquele que recebe o ser dele, o outro (o Filho) amando aquele de quem recebe o ser, e esse (Espírito Santo) o próprio amor. E se esse amor não é nada, então como Deus é Amor (cf I Jo 4, 8.16)?” (De Trinitate, VI, 5, 7). É certo que das três Pessoas, o Espírito Santo é a de maior complexidade de entendimento, mas não de acolhimento, até porque “Espírito” é termo ou atributo que convém também ao Pai e ao Filho; de outro lado o atributo “Santo” igualmente o é: o Pai é Santo e igualmente o Filho. Assim, ao ser-nos revelado como “Deus sem rosto”, podemos falar, com esteio na teologia católica , em uma “kénosis” (esvaziamento de si, dar-se inteiramente) da Ter ceira Pessoa da Santíssima Trindade que se revela a nós de modo inefável, íntimo, concreto, por Sua ação em nós. O Papa Leão XIII, a quem a Beata Elena Guerra escreveu 13 cartas, assim dispôs em seu Magistério: “Aquela divina missão que, recebida do Pai em be nefício do gênero humano, tão santamente desem penhou Jesus Cristo, tem como último m fazer que os homens cheguem a participar de uma vida bem -aventurada na glória eterna; e, como m imediato, que durante a vida mortal vivam a vida da graça di vina, que ao nal se abre orida na vida celestial. (...) segundo seus altíssimos decretos, não quis Ele (o Verbo – Jesus) completar por si só incessantemente na terra tal missão, mas que, como Ele mes mo a tinha recebido do Pai, assim a entregou ao Espírito Santo para que a levasse a perfeito término”. Essa operacionalização continuada da salvação em nós é o que podemos chamar de “Vida no Espírito” ou “Nascer de novo” ou ainda “Renascer da água e do Espírito”. “No dia de Pentecostes a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito. Neste dia, revelou-se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abre-se aos que n’Ele creem” (Catec 731-732). Esta é a maravilhosa obra completada pelo Espírito Santo em nós. A esse res peito a Beata Elena Guerra assim proclamou: “É o Espírito Santo que faz os santos. Aspirar a tão grande destino e não ser devoto do Esp írito Santo é uma contradição” . E o Espírito Santo, simbolizado de diversas maneiras nas Escrituras, água, fogo, pomba, nuvem, óleo da unção, luz, mão de Deus, ded o de Deus, selo (cf Catec 694-701), age contínua e poderosamen te em nosso meio e o faz tanto mais quanto nos abrimos a Ele. Portanto, como nos ensinam alguns pensamentos da Beata Elena Guerra, Pentecostes é: - “O Pentecostes recorda aos cristãos a presença
contínua do Espírito Santo sobre a terra. Portanto esta solenidade não é só a comemoração de um acontecimento realizado nos tempos passados, mas é a garantia de uma contínua realidade sempre viva entre nós, isto é, a presença do Espírito Santo: dado que Ele está entre nós não menos do que esteve no Cenáculo no dia de Pentecostes, embora esteja inacessível aos nossos sentidos. O Salvador asseguranos esta presença e permanência”; - “O mistério de Pentecostes é um mistério permanente; o Espírito continua a vir sobre todas as almas que verdadei ramente o desejam”; - “A solenidade de Pentecos tes não é uma simples comemoração de tão grande mistério: é a verdadeira renovação porque o mesmo Espírito que visivelmente desceu sobre Igreja nascente, continua a descer invisivelmente sobre os éis para acender nos seus corações o fogo do divino Amor”. Por isso, renovemos o clamor que sobe aos céus no precioso Hino Veni Creator Spiritus: “Vin de, Espírito criador, visitai as vossas almas; enchei com a graça do alto os corações que criastes. (...) Fazei-nos conhecer o Pai, e revelai-nos o Filho; para acreditar sempre em Vós, Espírito que de ambos procedeis”.
2. Justifcçã gç A graça do Espírito Santo que nos é dada tem o poder de nos justicar, isto é, de puricar-nos de nossos pecados e comunicar-nos a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo e pelo batismo (cf Catec 1987). Por Ele participamos da Paixão de Cristo morrendo para o pecado e da ressurreição nascen do para uma vida nova (cf Catec 1988). “A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justica e nos santica” (Catec 2003). Graça é favor, socorro gratuito que Deus nos dá para respondermos a seu convite (cf Catec 1996). É participação na vida divina; introduz-nos na intimi dade da vida trinitária (cf Catec 1997). A Graça, dom gratuito de Deus, infundida pelo Espírito Santo em nossa alma, para curá-la do pecado e santicá-la é chamada de Graça Santicante ou Deicante e é re cebida através do Sacramento do Batismo (cf Catec 1999) e como o próprio nome diz, ela é a fonte de toda a obra santicadora em nós. “A graça santicante é um dom habitual, uma disposição estável e sobrenatural para aperfeiçoar a própria alma e a tornar capaz de viver com Deus, agir por seu amor.” (Catec 2000). Pela graça do Espírito Santo recebemos os seus sete dons: sabedoria, entendimento (inteligência), prudência (conselho), coragem (fortaleza), ciência, temor de Deus e piedade (cf Is 11, 1,4a). Estes dons do Espírito Santo são o sustento da vida moral dos cristãos; são disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir os impulsos
do mesmo Espírito. Tornam os eis dóceis para obedecer prontamente às inspirações divinas (cf Catec 1830-1831). São dons que nos ajudam no processo de santicação ordinária. São chamados de dons in fusos, hierárquicos ou simplesmente dons de santicação. “Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja” (Catec 2003). Tratam-se dos “carismas”, do grego “khárisma”, que quer dizer graça, favor, benefício, dom gratuito. Tanto os dons de santicação quanto os ca rismas estão ordenados à graça santicante. Estão ordenados ainda a esta mesma graça as virtudes, disposições habituais e rmes para fazer o bem (cf Catec 1803) e os frutos do Espírito, perfeições que o Espírito Santo modela em nós como primícias da glória eterna (cf Catec 1832).
3. CONCLUSÃO Das Três Pessoas da Santíssima Trindade, o Espírito Santo é a de maior diculdade de personi cação, uma vez que é o Deus sem rosto. Entretanto, como professamos, é Deus com o Pai e o Filho, igualmente adorado e gloricado. É Deus mesmo agindo em nossos corações, mudando nossas mentalidades, convertendo-nos para que um dia cheguemos ao céu. Tem uma missão árdua: convencer o homem a respeito do pecado, da justiça e do juízo (cf. Jo 16, 8). Somos, pois, convidados a ser dóceis ao Divino Espírito para que Ele nos santique, nos dirija e aja livremente através de nós pelos carismas.
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Apostila - Grupos de Perseverança
CREDO - Símbolo da Fé Parte V
Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica
1. INTRODUÇÃO A Igreja é Mãe e Mestra. Mãe que vela dia e noite por todos os seus lhos para que não resvalem e caiam, para que não sejam seduzidos por falsas doutrinas de pretensa Revelação, para que vivam às inteiras a dignidade de lhos de Deus. É Mestra porque guarda com delidade o precioso depósito da fé e o anuncia com precisão e inteireza a todos quantos estão dispostos a ouvi-la e a obedecê-la, como um sacramento (sinal) de Jesus Cristo na terra.
2. DESENVOLVIMENTO Igreja signica convocação e designa a assem bleia do povo geralmente religiosa. Os primeiros cristãos ao tomarem para si esta denominação, re conheceram-se herdeiros do povo que Deus chamou para si. Ela designa a assembleia litúrgica, a comunidade local ou toda a comunidade universal d os crentes (cf Catec 752). Assim a Igreja é o povo que se reúne em torno da Palavra e do Corpo de Cristo, tornando-se este último. A Igreja já era plano de Deus desde as origens, pois Deus desejava convocar todos os homens em Cristo para comunhão consigo. Para isso Deus cha mou Abraão e formou um povo. Ao longo de sua história fez alianças com esse povo, porque eles afastavam-se de seu Criador. Mas a estes foi anunciada por seus profetas uma nova e denitiva aliança, que foi realizada pelo sacrifício de Jesus Cristo. A missão do Filho era realizar o plano de salvação, que incluía a instituição da Igreja, que é o “Rei no de Cristo já misteriosamente presente” (Catec 753). Ele fundamenta a Igreja ensinando o que é o Reino de Deus e como é possível vivê-lo. Chamando os doze discípulos e colocando Pedro como chefe,
Filho e do Espírito Santo e ensinar a observar tudo o que Jesus prescreveu (cf Mt 28, 19-20). Se a Igreja nasceu do coração transpassado de Jesus, é o Espírito Santo quem vai manifestá-la no dia de Pentecos tes. É o Espírito quem vai dirigir a Igreja e dar-lhe os dons para cumprir a missão dada por Jesus. E essa missão se dará até o dia que Jesus vol tar. Até lá caminha por meio de perseguições do mundo e consolações de Deus (cf Catec 769). Mas caminha rme e conante, pois Jesus prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela (cf Mt 16, 18). A Igreja se distingue de outros agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história, porque é o povo adquirido por Deus, onde as pessoas tornam-se membros não pelo nascimento físico, mas pelo nascimento do alto que ocorre pelo Batis mo. Tem por chefe Jesus Cristo e a mesma Unção, o Espírito Santo.
2.1. A Igreja é povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo Jesus foi constituído sacerdote, profeta e rei, nós também participamos dessas funções de Cristo assumindo a missão contida nessas funções. Somos sacerdotes, pelo Batismo, pois somos consagrados para ser morada espiritual e um sacerdócio santo (I Pd 2, 9). Profetas pela fé vivida, transmitida e testemunhada e Reis, pois somos chamados a servir, a nos colocarmos a disposição da obra de Deus. A Igreja é Corpo de Cristo. Jesus “anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu corpo e o nosso: ‘Quem como a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’ (Jo 6,56)”
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CREDO - Símbolo da Fé Parte V
Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica
1. INTRODUÇÃO A Igreja é Mãe e Mestra. Mãe que vela dia e noite por todos os seus lhos para que não resvalem e caiam, para que não sejam seduzidos por falsas doutrinas de pretensa Revelação, para que vivam às inteiras a dignidade de lhos de Deus. É Mestra porque guarda com delidade o precioso depósito da fé e o anuncia com precisão e inteireza a todos quantos estão dispostos a ouvi-la e a obedecê-la, como um sacramento (sinal) de Jesus Cristo na terra.
2. DESENVOLVIMENTO Igreja signica convocação e designa a assem bleia do povo geralmente religiosa. Os primeiros cristãos ao tomarem para si esta denominação, re conheceram-se herdeiros do povo que Deus chamou para si. Ela designa a assembleia litúrgica, a comunidade local ou toda a comunidade universal d os crentes (cf Catec 752). Assim a Igreja é o povo que se reúne em torno da Palavra e do Corpo de Cristo, tornando-se este último. A Igreja já era plano de Deus desde as origens, pois Deus desejava convocar todos os homens em Cristo para comunhão consigo. Para isso Deus cha mou Abraão e formou um povo. Ao longo de sua história fez alianças com esse povo, porque eles afastavam-se de seu Criador. Mas a estes foi anunciada por seus profetas uma nova e denitiva aliança, que foi realizada pelo sacrifício de Jesus Cristo. A missão do Filho era realizar o plano de salvação, que incluía a instituição da Igreja, que é o “Rei no de Cristo já misteriosamente presente” (Catec 753). Ele fundamenta a Igreja ensinando o que é o Reino de Deus e como é possível vivê-lo. Chamando os doze discípulos e colocando Pedro como chefe, fazendo deles pedras de fundação dessa nova Igre ja. Estes, junto com outros discípulos, são enviados a anunciar o evangelho, batizar em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo e ensinar a observar tudo o que Jesus prescreveu (cf Mt 28, 19-20). Se a Igreja nasceu do coração transpassado de Jesus, é o Espírito Santo quem vai manifestá-la no dia de Pentecos tes. É o Espírito quem vai dirigir a Igreja e dar-lhe os dons para cumprir a missão dada por Jesus. E essa missão se dará até o dia que Jesus vol tar. Até lá caminha por meio de perseguições do mundo e consolações de Deus (cf Catec 769). Mas caminha rme e conante, pois Jesus prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela (cf Mt 16, 18). A Igreja se distingue de outros agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história, porque é o povo adquirido por Deus, onde as pessoas tornam-se membros não pelo nascimento físico, mas pelo nascimento do alto que ocorre pelo Batis mo. Tem por chefe Jesus Cristo e a mesma Unção, o Espírito Santo.
2.1. A Igreja é povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo Jesus foi constituído sacerdote, profeta e rei, nós também participamos dessas funções de Cristo assumindo a missão contida nessas funções. Somos sacerdotes, pelo Batismo, pois somos consagrados para ser morada espiritual e um sacerdócio santo (I Pd 2, 9). Profetas pela fé vivida, transmitida e testemunhada e Reis, pois somos chamados a servir, a nos colocarmos a disposição da obra de Deus. A Igreja é Corpo de Cristo. Jesus “anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu corpo e o nosso: ‘Quem como a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’ (Jo 6,56)” (Catec 787). Se nós somos membros dessa Igreja, temos por cabeça o Senhor Jesus que nos une a sua Páscoa e provê nosso crescimento. A Igreja é a esposa de Cristo, que espera ansiosa a volta de seu ama-
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Apostila - Grupos de Perseverança
do. “O Senhor mesmo designou-se como ‘o Esposo’ (Mc 2, 19). O apóstolo apresenta a Igreja e cada el, membro de seu Corpo, como uma Esposa ‘desposada’ com Cristo Senhor, para ser com Ele um só Espírito. Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imacula do, a qual Cristo ‘amou, pela qual se entregou, a m de santicá-la’ (Ef 5, 26), que associou a si por uma Aliança eterna e da qual não cessa de cuidar como de seu próprio Corpo” (Catec 796). A Igreja também é Templo do Espírito Santo, pois Este também é responsável pela unidade do Corpo, tanto entre si como com Jesus, a Cabeça. Por isso Ele faz dela o “Templo do Deus Vivo” (II Cor 6, 16). “Ele opera de múltiplas maneiras a edicação do Corpo inteiro na caridade”: pela palavra de Deus, pelo Batismo, pelos sacramentos, pela graça conce dida aos apóstolos, pelas virtudes, pelos carismas. Estes tornam os eis aptos ao serviço na Igreja (Catec 798).
2.2. A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica, q ue são os quatro atributos que são ligados entre si e a Igreja procura realizar. Ela é una por sua fonte: a Trindade; por fundador: Jesus Cristo com a missão de restabelecer a união de todos os povos, e por sua alma: o Espírito Santo, que habita em seus membros, reúne os eis e os liga a Jesus. Dentro dessa unidade se congregam pessoas de diversas culturas e raças. “Neste corpo, a vida de Cristo se difunde por meio dos crentes que os sacramentos, de forma misteriosa e real, unem a Cristo sofredor e gloricado.” (Catec 790). Existe apenas um corpo, mas que não é uniforme. Há di versidade de membros e funções, pois o Espírito Santo distribuiu dons variados para o bem da Igreja. Essa unidade produz e estimula o amor entre seus membros e vence as divisões humanas. “Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3, 28). A unidade é assegurada pela prossão de uma única fé, pela celebração comum do culto divino e pela sucessão apostólica, que garante que o Bispo da nossa diocese foi, se percorrermos a sucessão dos Bispos, em sua origem, ordenado por um dos apóstolos de Cristo. Houveram cismas nessa unidade e “o que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas “e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser arguidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor... Justicados pela fé recebida no Batismo,
como irmãos no Senhor” (Catec 818). Os elementos de santicação e de verdade são encontrados fora da Igreja católica: “a palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança, a caridade, outros dos interiores do Espírito Santo” (Catec 819). A Igreja procura aperfeiçoar a unidade do Corpo de Cristo procurando diálogo, formação ecumênica, oração em comum e colaboração entre cristãos. A Igreja é Santa, pois a Trindade a ama como esposa. Jesus por ela se entregou para santicá-la. A Igreja é Povo Santo e seus membros são c hamados santos. Jesus santica a Igreja e esta se torna santi cante através de suas obras que buscam a “santi cação dos homens e a gloricação de Deus” (Ca tec 824). A Igreja está ornada de santidade, porém imperfeita devido seus membros que ainda procura adquirir a santidade. “A Igreja reune pecadora que foram alcançadas por Jesus em via de santicação” (Catec 827). A Igreja é católica, universal quanto a totali dade e a integralidade. “Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele ‘a plenitude dos meios de salvação’ que ele quis: conssão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pente costes e o será sempre, até o dia da Parusia” (Catec 830). Ela é católica porque é enviada em m issão por Jesus a universalidade do gênero humano. As Igrejas particulares (diocese, comunidade de éis cristãos em comunhão da fé e nos sacra mentos com seu Bispo) são católicas, p or serem formadas à imagem da Igreja universal e porque estão em comunhão com a Igreja de Roma. Fora da Igreja não há salvação, isso quer dizer que toda salvação vem de Jesus por meio da Igreja, que é seu Corpo. “Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja...Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fun dada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Catec 846). Ser católico é estar em missão. A Igreja tem um mandato missionário, ela responde ao mandato de Jesus que a envia ao mundo para instaurar o Reino de Deus. “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; bati zai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o m do mundo” (Mt 28, 19-20). A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os
santicada e dirigida pelos apóstolos até a volta de Jesus. Mas o apostolado, atividade do “Corpo Místi co” que procura estender o reino de Cristo em toda terra, só poderá ter êxito se estiver unidade com Cristo A Sede da Igreja é em Roma, pois Pedro morreu lá. O Papa, sucessor de Pedro e chefe da Igreja é Bispo de Roma. Ele possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. Ele recebe, por força de seu cargo, com o carisma da infalibilidade em matéria de fé e costumes. Ele conta com o colégio episcopal, formado pelos Bispos, que juntos cumprem as tarefas de ensinar, santicar e reger, dirigir a Igreja. Quanto aos leigos, estes são todos aqueles que são incorporados a Cristo pelo Batismo e não sejam membros de Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja. Eles têm por voca ção procurar o Reino de Deus através de funções temporais. “A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para o louvor do Criador e Redentor” (Catec 898). “Eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em asso ciações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda terra”. (Catec 900). Os leigos recebem pelo Batismo o múnus de Jesus, sendo sacerdote pelas obras, orações, apostolado, vida conjugal, trabalho, provações. Se tudo for feito no Espírito, “se tornam ‘hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo’ (I Pd 2,5), hós tias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia” (Catec 901). São profetas ao testemunhar a fé e evangelizar e colaborar com a formação catequética. Por m participam do múnus régio ao governar sua própria vida fugindo do pecado, assim como ao colaborar com os próprios pastores no serviço a comunidade a que pertencem.
2.3. Comunhão dos Santos A Igreja é a assembleia de todos os santos, vivos ou mortos, onde os bens de Cristo são comu nicados a todos os membros por meio dos sacramentos da Igreja. Ela é comunhão dos santos pelas coisas santas e pela comunhão das pessoas santas em Cristo. Como coisas santas estão, em primeiro lugar a eucaristia, a fé, os sacramentos, os carismas, a caridade. Para falar da comunhão de todos os éis de Cristo, precisamos lembrar que a Igreja é constituída dos peregrinos, padecentes e triunfantes. Pe-
sem estar totalmente sem mancha de pecado, precisam ser puricados para ver Deus face-a-face. Os triunfantes são aqueles que já estão junto de Deus. Por formarem uma só Igreja, é possível orar pelos vivos e pelos mortos. Por isso, podemos interceder uns pelos outros, assim como crer na in tercessão dos santos, que intercedem por nós junto de Deus. Por m, a Igreja nos ensina a orar pelos fa lecidos. “Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar ecaz sua interces são por nós” (Catec 958).
3. CONCLUSÃO Diante do mandato de Jesus, sua Igreja se co loca a serviço na construção do Reino de Deus. Ela tem por fundador Jesus Cristo e vive guiado pelo Espírito Santo que lhe coloca a seu dispor variados dons para o cumprimento da missão. Como Igreja, peçamos ao Espírito que venha em socorro a nossas fraquezas para que diante das lutas diárias possamos responder com vigor e vigilância o chamado de ir pelas nações.
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Apostila - Grupos de Perseverança
do. “O Senhor mesmo designou-se como ‘o Esposo’ (Mc 2, 19). O apóstolo apresenta a Igreja e cada el, membro de seu Corpo, como uma Esposa ‘desposada’ com Cristo Senhor, para ser com Ele um só Espírito. Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imacula do, a qual Cristo ‘amou, pela qual se entregou, a m de santicá-la’ (Ef 5, 26), que associou a si por uma Aliança eterna e da qual não cessa de cuidar como de seu próprio Corpo” (Catec 796). A Igreja também é Templo do Espírito Santo, pois Este também é responsável pela unidade do Corpo, tanto entre si como com Jesus, a Cabeça. Por isso Ele faz dela o “Templo do Deus Vivo” (II Cor 6, 16). “Ele opera de múltiplas maneiras a edicação do Corpo inteiro na caridade”: pela palavra de Deus, pelo Batismo, pelos sacramentos, pela graça conce dida aos apóstolos, pelas virtudes, pelos carismas. Estes tornam os eis aptos ao serviço na Igreja (Catec 798).
2.2. A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica, q ue são os quatro atributos que são ligados entre si e a Igreja procura realizar. Ela é una por sua fonte: a Trindade; por fundador: Jesus Cristo com a missão de restabelecer a união de todos os povos, e por sua alma: o Espírito Santo, que habita em seus membros, reúne os eis e os liga a Jesus. Dentro dessa unidade se congregam pessoas de diversas culturas e raças. “Neste corpo, a vida de Cristo se difunde por meio dos crentes que os sacramentos, de forma misteriosa e real, unem a Cristo sofredor e gloricado.” (Catec 790). Existe apenas um corpo, mas que não é uniforme. Há di versidade de membros e funções, pois o Espírito Santo distribuiu dons variados para o bem da Igreja. Essa unidade produz e estimula o amor entre seus membros e vence as divisões humanas. “Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3, 28). A unidade é assegurada pela prossão de uma única fé, pela celebração comum do culto divino e pela sucessão apostólica, que garante que o Bispo da nossa diocese foi, se percorrermos a sucessão dos Bispos, em sua origem, ordenado por um dos apóstolos de Cristo. Houveram cismas nessa unidade e “o que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas “e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser arguidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor... Justicados pela fé recebida no Batismo, estão incorporados em Cristo, e por isso com razão são honrados com o nome de cristão e merecidamente reconhecidos pelos lhos da Igreja católica
como irmãos no Senhor” (Catec 818). Os elementos de santicação e de verdade são encontrados fora da Igreja católica: “a palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança, a caridade, outros dos interiores do Espírito Santo” (Catec 819). A Igreja procura aperfeiçoar a unidade do Corpo de Cristo procurando diálogo, formação ecumênica, oração em comum e colaboração entre cristãos. A Igreja é Santa, pois a Trindade a ama como esposa. Jesus por ela se entregou para santicá-la. A Igreja é Povo Santo e seus membros são c hamados santos. Jesus santica a Igreja e esta se torna santi cante através de suas obras que buscam a “santi cação dos homens e a gloricação de Deus” (Ca tec 824). A Igreja está ornada de santidade, porém imperfeita devido seus membros que ainda procura adquirir a santidade. “A Igreja reune pecadora que foram alcançadas por Jesus em via de santicação” (Catec 827). A Igreja é católica, universal quanto a totali dade e a integralidade. “Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele ‘a plenitude dos meios de salvação’ que ele quis: conssão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pente costes e o será sempre, até o dia da Parusia” (Catec 830). Ela é católica porque é enviada em m issão por Jesus a universalidade do gênero humano. As Igrejas particulares (diocese, comunidade de éis cristãos em comunhão da fé e nos sacra mentos com seu Bispo) são católicas, p or serem formadas à imagem da Igreja universal e porque estão em comunhão com a Igreja de Roma. Fora da Igreja não há salvação, isso quer dizer que toda salvação vem de Jesus por meio da Igreja, que é seu Corpo. “Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja...Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fun dada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Catec 846). Ser católico é estar em missão. A Igreja tem um mandato missionário, ela responde ao mandato de Jesus que a envia ao mundo para instaurar o Reino de Deus. “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; bati zai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o m do mundo” (Mt 28, 19-20). A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os apóstolos, por ter sido e ser construída sobre o fundamento dos apóstolos (cf Ef 2,20), por conservar e transmitir com ajuda do Espírito Santo o ensinamento dos apóstolos. Ela continua a ser ensinada,
santicada e dirigida pelos apóstolos até a volta de Jesus. Mas o apostolado, atividade do “Corpo Místi co” que procura estender o reino de Cristo em toda terra, só poderá ter êxito se estiver unidade com Cristo A Sede da Igreja é em Roma, pois Pedro morreu lá. O Papa, sucessor de Pedro e chefe da Igreja é Bispo de Roma. Ele possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. Ele recebe, por força de seu cargo, com o carisma da infalibilidade em matéria de fé e costumes. Ele conta com o colégio episcopal, formado pelos Bispos, que juntos cumprem as tarefas de ensinar, santicar e reger, dirigir a Igreja. Quanto aos leigos, estes são todos aqueles que são incorporados a Cristo pelo Batismo e não sejam membros de Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja. Eles têm por voca ção procurar o Reino de Deus através de funções temporais. “A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para o louvor do Criador e Redentor” (Catec 898). “Eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em asso ciações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda terra”. (Catec 900). Os leigos recebem pelo Batismo o múnus de Jesus, sendo sacerdote pelas obras, orações, apostolado, vida conjugal, trabalho, provações. Se tudo for feito no Espírito, “se tornam ‘hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo’ (I Pd 2,5), hós tias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia” (Catec 901). São profetas ao testemunhar a fé e evangelizar e colaborar com a formação catequética. Por m participam do múnus régio ao governar sua própria vida fugindo do pecado, assim como ao colaborar com os próprios pastores no serviço a comunidade a que pertencem.
sem estar totalmente sem mancha de pecado, precisam ser puricados para ver Deus face-a-face. Os triunfantes são aqueles que já estão junto de Deus. Por formarem uma só Igreja, é possível orar pelos vivos e pelos mortos. Por isso, podemos interceder uns pelos outros, assim como crer na in tercessão dos santos, que intercedem por nós junto de Deus. Por m, a Igreja nos ensina a orar pelos fa lecidos. “Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar ecaz sua interces são por nós” (Catec 958).
3. CONCLUSÃO Diante do mandato de Jesus, sua Igreja se co loca a serviço na construção do Reino de Deus. Ela tem por fundador Jesus Cristo e vive guiado pelo Espírito Santo que lhe coloca a seu dispor variados dons para o cumprimento da missão. Como Igreja, peçamos ao Espírito que venha em socorro a nossas fraquezas para que diante das lutas diárias possamos responder com vigor e vigilância o chamado de ir pelas nações.
2.3. Comunhão dos Santos A Igreja é a assembleia de todos os santos, vivos ou mortos, onde os bens de Cristo são comu nicados a todos os membros por meio dos sacramentos da Igreja. Ela é comunhão dos santos pelas coisas santas e pela comunhão das pessoas santas em Cristo. Como coisas santas estão, em primeiro lugar a eucaristia, a fé, os sacramentos, os carismas, a caridade. Para falar da comunhão de todos os éis de Cristo, precisamos lembrar que a Igreja é constituída dos peregrinos, padecentes e triunfantes. Peregrinos somos todos nós que vivemos na terra e procuramos viver segundo o chamado de Deus para nós. Os padecentes são os defuntos que morrendo
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CREDO - Símbolo da Fé Parte VI
Professo um só batismo para a remissão dos pecados. e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo
1. INTRODUÇÃO
Pelo Batismo morremos com Cristo para o pecado original, isto é, a ponte entre o ser humano e o Pai é restabelecida de uma vez por todas, de modo que ninguém pode mais nos roubar o céu a não ser por nossa própria liberalidade e decisão. Ao mesmo tempo, assim como Cristo ressuscitou ao terceiro dia para nunca mais morrer – por que Ele é a Vida – aguardamos ansiosos o dia em que à voz do Filho do Homem todos os homens de todas as épocas ressurjam de seus túmulos para ingressarem na Nova Jerusalém, onde não haverá mais choro nem lágri mas, onde não haverá mais tristeza ou doença, onde todos viverão eternamente na presença de Deus, adorando-O e gloricando-O. Essa nossa certeza deve gerar em nós uma profunda alegria e expectativa quanto à manifestação da glória de Deus. Não se trata de algo distante ou pouco provável; ao contrário, é uma promessa que deve ecoar em nossos corações todos os dias, de modo que estejamos preparados tais quais as virgens com óleo em suas lamparinas (cf. Mt. 25).
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Professamos um só Batismo Cristo conou aos apóstolos o poder de per doar os pecados quando lhes deu o Espírito Santo. “Soprou sobre eles dizendo-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados,
tismo, pois Jesus envia seus discípulos pelo mundo pregar o Evangelho e dize-lhes que “quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será conde nado” (Mc 16, 16). “O Batismo é o primeiro e princi pal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo morto por nossos pecados, ressuscita do para nossa justicação, para que ‘nós também vivamos vida nova’ (Rm 6,4)” (Catec 977). No Batismo, o perdão recebido é pleno apagando todos os pe cados, mas é preciso combater para não cair no pe cado, pois a fraqueza humana permanece. A Igreja também dispõe do sacramento da penitência para perdoar os pecados cometidos ao longo da vida. Os Bispos e presbíteros exercem essa função na pessoa de Jesus, pois só este é o autor e dispensador da nossa salvação. Só ele pode apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justicação. Santo Agostinho fala-nos sobre a autoridade que a Igreja recebeu de Jesus para perdoar os pecados: “A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pe cados, a m de reviver com Cristo, cuja graça nos salvou” (Sto. Agostinho, Serm. 214,11). Não há pecado que a Igreja não p ossa perdoar, por isso quem se arrependeu de seus atos pode procurá-la, pois Jesus, que morreu por todos nós, dese ja que “em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (Catec 982). A expressão de fé “um só Batismo” retrata, igualmente, o princípio de unidade que marca to
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CREDO - Símbolo da Fé Parte VI
Professo um só batismo para a remissão dos pecados. e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo
1. INTRODUÇÃO
Pelo Batismo morremos com Cristo para o pecado original, isto é, a ponte entre o ser humano e o Pai é restabelecida de uma vez por todas, de modo que ninguém pode mais nos roubar o céu a não ser por nossa própria liberalidade e decisão. Ao mesmo tempo, assim como Cristo ressuscitou ao terceiro dia para nunca mais morrer – por que Ele é a Vida – aguardamos ansiosos o dia em que à voz do Filho do Homem todos os homens de todas as épocas ressurjam de seus túmulos para ingressarem na Nova Jerusalém, onde não haverá mais choro nem lágri mas, onde não haverá mais tristeza ou doença, onde todos viverão eternamente na presença de Deus, adorando-O e gloricando-O. Essa nossa certeza deve gerar em nós uma profunda alegria e expectativa quanto à manifestação da glória de Deus. Não se trata de algo distante ou pouco provável; ao contrário, é uma promessa que deve ecoar em nossos corações todos os dias, de modo que estejamos preparados tais quais as virgens com óleo em suas lamparinas (cf. Mt. 25).
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Professamos um só Batismo Cristo conou aos apóstolos o poder de per doar os pecados quando lhes deu o Espírito Santo. “Soprou sobre eles dizendo-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’” (Jo 20, 22-23). O perdão está intimamente ligado à fé e ao Ba -
tismo, pois Jesus envia seus discípulos pelo mundo pregar o Evangelho e dize-lhes que “quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será conde nado” (Mc 16, 16). “O Batismo é o primeiro e princi pal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo morto por nossos pecados, ressuscita do para nossa justicação, para que ‘nós também vivamos vida nova’ (Rm 6,4)” (Catec 977). No Batismo, o perdão recebido é pleno apagando todos os pe cados, mas é preciso combater para não cair no pe cado, pois a fraqueza humana permanece. A Igreja também dispõe do sacramento da penitência para perdoar os pecados cometidos ao longo da vida. Os Bispos e presbíteros exercem essa função na pessoa de Jesus, pois só este é o autor e dispensador da nossa salvação. Só ele pode apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justicação. Santo Agostinho fala-nos sobre a autoridade que a Igreja recebeu de Jesus para perdoar os pecados: “A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pe cados, a m de reviver com Cristo, cuja graça nos salvou” (Sto. Agostinho, Serm. 214,11). Não há pecado que a Igreja não p ossa perdoar, por isso quem se arrependeu de seus atos pode procurá-la, pois Jesus, que morreu por todos nós, dese ja que “em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (Catec 982). A expressão de fé “um só Batismo” retrata, igualmente, o princípio de unidade que marca to dos os cristãos. Pelo Batismo morremos com Cristo para o pecado original e ressurgimos com Ele para a nova vida. Nesse sentido todos os batizados olham
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para a mesma cruz – ponto máximo de unidade para onde converge o mundo inteiro –, adoram o mesmo Deus e ressurgem pelo poder do mesmo Espírito que rege e unica a Igreja em torno de seu autor e consumador.
2.2. A ressurreição dos mortos Cremos que da mesma maneira que Cristo ressuscitou e voltou a viver, nós também ressuscitaremos e viveremos para sempre. Cremos, pois é o próprio Senhor Jesus quem nos anuncia: “Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me Du, mas que os ressuscite no último dia. Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 39-40). São Paulo assim nos diz: “Se o Espírito daque le que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11). Podemos concluir que pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida ao nosso corpo unindo-o novamente à nossa alma. Mas como o corpo de Cristo, nosso corpo será transformado em corpo espiritual (cf I Cor 15, 44a). É o próprio Jesus, no último dia, no dia da ressurreição dos mortos, quem ressuscitará todos aqueles que seu Pai lhe conou, pois Ele diz que é a ressurreição e a vida. Que todos os que nele crerem, se mortos viverão; se vivos jamais morrerão (cf Jo 11, 25-26). São Paulo nos arma: “irmãos, é que nem a carne nem o sangue podem participar do Reino de deus; e que a corrupção não participará da incorruptibilidade. Eis que vos revelo um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abri e fechar de olhos, ao som da última trombeta (porque a trombeta soará). Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós se remos transformados. É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade” (I Cor 15, 50-53). Eu costumo usar o ditado que diz: quem não morre, não vê Deus. Acredito que foi nesse sentido que São Francisco chamou a morte de irmã, pois ela lembra que somos peregrinos. Fecha o ciclo de nossa vida terrena onde estamos em meio ao pecado, ao sofrimento e à dor e abre as porta das promessas de Deus de vida eterna. A morte nos assusta tanto, pois nós não fomos criados para morrer, ela é consequência do peca
lhão fatal na luta que contra a vida travou.Venceu o Príncipe da paz que em seu combate triunfal a morte derrotou”..” (música que de Valdeci Faria). Ele transformou a maldição da morte em benção. A morte cristã passa a ter um novo sentido, São Paulo nos diz: “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1, 21). É isso que nos faz crer que só morremos uma vez (Hb 9, 27) e por isso não existe reencarnação.
2.3. Novos céus e nova terra “Só tu tens palavra de vida eterna”. Pedro encontrou o mestre que desejava seguir, pois suas palavras davam esperança ao seu coração. Se não fomos criados para morrer, nosso coração encontra alento e conforto com as palavras de Jesus. Isso é tão forte no homem que já aqui na terra, o homem procura meios para prolongar sua existência: plás ticas, remédios, estilo de vida, pois pensam que a eternidade é aqui. Para nós que cremos no Senhor Jesus sabemos que a vida eterna só é possível junto de Deus e para chegar até ela passamos pela morte unida a de Jesus. Logo após sua morte, em um Juízo Particular, cada homem recebe a retribuição eterna, uma vez que Deus nos salva conosco. Sua vida é colocada “em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma puricação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre” (Catec 1022). Ao morrer e ressuscitar, Jesus abriu as portas do Céu para nós, por isso viver no Céu é viver com Cristo, em comunhão com a Trindade, com Maria, os anjos e santos. Os que morrem na graça e na amizade com Deus e estão totalmente puricados vêm Deus face-a-face no Céu. “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (I Cor 2, 9). Para os que morrem na graça e na amizade com Deus, mas não estão totalmente puricados, garantem a vida eterna, mas passam por uma puricação para adquirir a santidade necessária para viver na presença de Deus. Essa puricação em preparação para o ingresso no Céu é chamada de Purgatório, um estado de alma. Os que não zeram sua livre escolha de amar a Deus, cometendo pecados graves contra Ele, contra o próximo e contra ele mesmo não podem unir-se a Deus. Resta-lhes o Inferno que é estar totalmente ausente da presença de Deus e inteiramente vazio da graça, em tormento eterno. “E é este estado de auto-exclusão denitiva da comunhão com Deus
o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira” (Catec 1035). Os ensinamentos sobre o Inferno nos auxiliam a reetir em nossa responsabilidade com o livre-arbítrio que recebemos de Deus visando o destino eterno. Após a ressurreição da carne, diante de Cristo será desvendada a relação do homem com Deus. O Juízo Final revelará todo o bem feito ou deixado de fazer durante sua vida (cf Catec 1039). Ele aconte cerá por ocasião da volta de Jesus e revelará que a justiça de Deus triunfa sobre as injustiças come tidas pelos homens e seu amor é mais forte que a morte. (cf Catec 1040). “A mensagem do Juízo Fi nal é apelo à conversão enquanto Deus ainda dá aos homens ‘tempo favorável, o tempo da salvação’ (II Cor 6, 2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus” (Catec 1041). Virão novos céus e nova terra, pois o Reino de Deus chegará a sua plenitude. Depois do Juízo Final, os justos reinarão para sempre com Cristo e todo o universo será renovado. Conclui-se o projeto de amor de Deus: reunir, sob um só chefe, Cristo, as coisas do céu e da terra. Na “Jerusalém Celeste, Deus terá sua morada entre os homens. ‘enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca mais have rá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!’ (Ap 21, 4)” (Catec 1044). Assim na vida eterna Deus será tudo em todos (cf I Cor 15, 28).
3. CONCLUSÃO AMÉM!!! Esta é a fé que de todo o coração e livremente professamos, fé que nos sustenta todos os dias numa certeza inquebrantável de que Deus está conosco, vela por nós e nos ama com amor eterno. Nestas linhas, estudamos a fé da Igreja, da qual não podemos nos afastar e tampouco descaracterizar de acordo com nossos interesses ou impressões particulares. Vivendo essa fé até às últimas consequências, com delidade até o m, teremos a coroa da vida (cf. Ap. 2, 10a). Desta fé, não podemos e não queremos abrir mão.
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para a mesma cruz – ponto máximo de unidade para onde converge o mundo inteiro –, adoram o mesmo Deus e ressurgem pelo poder do mesmo Espírito que rege e unica a Igreja em torno de seu autor e consumador.
2.2. A ressurreição dos mortos Cremos que da mesma maneira que Cristo ressuscitou e voltou a viver, nós também ressuscitaremos e viveremos para sempre. Cremos, pois é o próprio Senhor Jesus quem nos anuncia: “Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me Du, mas que os ressuscite no último dia. Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 39-40). São Paulo assim nos diz: “Se o Espírito daque le que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11). Podemos concluir que pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida ao nosso corpo unindo-o novamente à nossa alma. Mas como o corpo de Cristo, nosso corpo será transformado em corpo espiritual (cf I Cor 15, 44a). É o próprio Jesus, no último dia, no dia da ressurreição dos mortos, quem ressuscitará todos aqueles que seu Pai lhe conou, pois Ele diz que é a ressurreição e a vida. Que todos os que nele crerem, se mortos viverão; se vivos jamais morrerão (cf Jo 11, 25-26). São Paulo nos arma: “irmãos, é que nem a carne nem o sangue podem participar do Reino de deus; e que a corrupção não participará da incorruptibilidade. Eis que vos revelo um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abri e fechar de olhos, ao som da última trombeta (porque a trombeta soará). Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós se remos transformados. É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade” (I Cor 15, 50-53). Eu costumo usar o ditado que diz: quem não morre, não vê Deus. Acredito que foi nesse sentido que São Francisco chamou a morte de irmã, pois ela lembra que somos peregrinos. Fecha o ciclo de nossa vida terrena onde estamos em meio ao pecado, ao sofrimento e à dor e abre as porta das promessas de Deus de vida eterna. A morte nos assusta tanto, pois nós não fomos criados para morrer, ela é consequência do peca do, como vimos no segundo encontro. Mas há uma grande esperança para nós: Jesus transformou a morte! “A morte já não mata mais perdeu seu agui -
lhão fatal na luta que contra a vida travou.Venceu o Príncipe da paz que em seu combate triunfal a morte derrotou”..” (música que de Valdeci Faria). Ele transformou a maldição da morte em benção. A morte cristã passa a ter um novo sentido, São Paulo nos diz: “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1, 21). É isso que nos faz crer que só morremos uma vez (Hb 9, 27) e por isso não existe reencarnação.
2.3. Novos céus e nova terra “Só tu tens palavra de vida eterna”. Pedro encontrou o mestre que desejava seguir, pois suas palavras davam esperança ao seu coração. Se não fomos criados para morrer, nosso coração encontra alento e conforto com as palavras de Jesus. Isso é tão forte no homem que já aqui na terra, o homem procura meios para prolongar sua existência: plás ticas, remédios, estilo de vida, pois pensam que a eternidade é aqui. Para nós que cremos no Senhor Jesus sabemos que a vida eterna só é possível junto de Deus e para chegar até ela passamos pela morte unida a de Jesus. Logo após sua morte, em um Juízo Particular, cada homem recebe a retribuição eterna, uma vez que Deus nos salva conosco. Sua vida é colocada “em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma puricação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre” (Catec 1022). Ao morrer e ressuscitar, Jesus abriu as portas do Céu para nós, por isso viver no Céu é viver com Cristo, em comunhão com a Trindade, com Maria, os anjos e santos. Os que morrem na graça e na amizade com Deus e estão totalmente puricados vêm Deus face-a-face no Céu. “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (I Cor 2, 9). Para os que morrem na graça e na amizade com Deus, mas não estão totalmente puricados, garantem a vida eterna, mas passam por uma puricação para adquirir a santidade necessária para viver na presença de Deus. Essa puricação em preparação para o ingresso no Céu é chamada de Purgatório, um estado de alma. Os que não zeram sua livre escolha de amar a Deus, cometendo pecados graves contra Ele, contra o próximo e contra ele mesmo não podem unir-se a Deus. Resta-lhes o Inferno que é estar totalmente ausente da presença de Deus e inteiramente vazio da graça, em tormento eterno. “E é este estado de auto-exclusão denitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra ‘inferno’” (Catec 1033). “A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus,
o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira” (Catec 1035). Os ensinamentos sobre o Inferno nos auxiliam a reetir em nossa responsabilidade com o livre-arbítrio que recebemos de Deus visando o destino eterno. Após a ressurreição da carne, diante de Cristo será desvendada a relação do homem com Deus. O Juízo Final revelará todo o bem feito ou deixado de fazer durante sua vida (cf Catec 1039). Ele aconte cerá por ocasião da volta de Jesus e revelará que a justiça de Deus triunfa sobre as injustiças come tidas pelos homens e seu amor é mais forte que a morte. (cf Catec 1040). “A mensagem do Juízo Fi nal é apelo à conversão enquanto Deus ainda dá aos homens ‘tempo favorável, o tempo da salvação’ (II Cor 6, 2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus” (Catec 1041). Virão novos céus e nova terra, pois o Reino de Deus chegará a sua plenitude. Depois do Juízo Final, os justos reinarão para sempre com Cristo e todo o universo será renovado. Conclui-se o projeto de amor de Deus: reunir, sob um só chefe, Cristo, as coisas do céu e da terra. Na “Jerusalém Celeste, Deus terá sua morada entre os homens. ‘enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca mais have rá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!’ (Ap 21, 4)” (Catec 1044). Assim na vida eterna Deus será tudo em todos (cf I Cor 15, 28).
3. CONCLUSÃO AMÉM!!! Esta é a fé que de todo o coração e livremente professamos, fé que nos sustenta todos os dias numa certeza inquebrantável de que Deus está conosco, vela por nós e nos ama com amor eterno. Nestas linhas, estudamos a fé da Igreja, da qual não podemos nos afastar e tampouco descaracterizar de acordo com nossos interesses ou impressões particulares. Vivendo essa fé até às últimas consequências, com delidade até o m, teremos a coroa da vida (cf. Ap. 2, 10a). Desta fé, não podemos e não queremos abrir mão.
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Bioética na perspectiva da Igreja Católica Parte I
1. INTRODUÇÃO
Após nos aprofundarmos em nossa Prossão de Fé – o Credo Católico, nada mais coerente do que nos debruçarmos sobre alguns desaos relativos ao campo da Bioética, uma vez que o crescimento considerável do poder técnico da humanidade pede uma consciência viva e renovada dos valores últimos (cf. Encíclica Fides et Ratio, 116), dentre os quais o da vida humana desde os primeiros até os últimos instantes sob o olhar atento do Pai, o Criador. Muitas vezes a Igreja, Mãe e Mestra, “rema contra a maré” na defesa dos valores fundamentais en sinados por Jesus Cristo na mensagem evangélica, e o faz não sem ter sido alertada previamente por seu Divino Mestre. É que tais valores são inaliená veis e irrenunciáveis por todo e qualquer cristão verdadeiramente católico. Se professamos a nossa fé, conforme o Credo Católico, precisamos ser coerentes a esse Símbolo em todas as áreas da nossa vida e do conhecimento. Acerca do estudo a seguir uma premissa é importante: “Sabe-se por experiência que, se os meios técnicos à disposição de nossas sociedades são ordenados a um m puramente ma terialista, eles manifestam rapidamente sua ecácia ao serviço da destruição do gênero humano” (Keys to Bioethics, Manual de Bioética para jovens d a JMJ 2013, Introdução). Jérôme Lejeune, médico e pesquisador geneticista, pai de família católico e leigo engajado, arma que a qualidade de uma civilização se mede pelo respeito que esta consagra aos mais fracos de seus membros. Em outras palavras, uma civilização é verdadeiramente grandiosa quando reverencia e defende a vida humana, criada por Deus, e sua máxima dignidade em todas as suas fases. A vida é um direito sagrado, inalienável, algo a ser protegido
2. DESENVOLVIMENTO Bioética é a Ciência biológica que estuda o bio ciclo por que passa o ser vivo do nascimento até a morte, usando a apreciação da conduta moral do ser humano, os princípios que o norteiam para o bem ou para o mal. A Igreja nos fala sobre Bioética desde o papado de Pio XII, mais precisamente em 1949, quando se iniciavam os estudos sobre ela, embora seu ensinamento sobre a defesa inegociável da vida venha de seus primórdios, considerando-se que “entre a religião e a ciência, o verdadeiro e o vericável, não há contradição”, conforme o ensina mento do geneticista Jérôme Lejeune. A Bioética nos ensina a conhecer e a nos en cantarmos com a maravilha que é a vida do ser humano, desde o embrião até à pessoa em nal de vida. A Igreja reconhece a utilidade e os inúmeros benefícios alcançados pela Ciência. Acerca disso o Papa João Paulo II, em sua Exortação Apostólica so bre as Famílias, de 1981, já nos exortava: “De fato o progresso cientíco-técnico que o homem contemporâneo amplia continuamente no domínio sobre a natureza, não só desenvolve a esperança de criar uma humanidade nova e melhor, mas também uma sempre mais profunda angústia sobre o futuro. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está ao lado da vida: e em cada humana sabe descobrir o esplendor daquele “Sim”, daquele “Amém” que é o próprio C risto.” (Familiaris Consortio, 30) Aqui trataremos de forma objetiva das gran des questões da Bioética com as quais somos con-
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Bioética na perspectiva da Igreja Católica Parte I
1. INTRODUÇÃO
Após nos aprofundarmos em nossa Prossão de Fé – o Credo Católico, nada mais coerente do que nos debruçarmos sobre alguns desaos relativos ao campo da Bioética, uma vez que o crescimento considerável do poder técnico da humanidade pede uma consciência viva e renovada dos valores últimos (cf. Encíclica Fides et Ratio, 116), dentre os quais o da vida humana desde os primeiros até os últimos instantes sob o olhar atento do Pai, o Criador. Muitas vezes a Igreja, Mãe e Mestra, “rema contra a maré” na defesa dos valores fundamentais en sinados por Jesus Cristo na mensagem evangélica, e o faz não sem ter sido alertada previamente por seu Divino Mestre. É que tais valores são inaliená veis e irrenunciáveis por todo e qualquer cristão verdadeiramente católico. Se professamos a nossa fé, conforme o Credo Católico, precisamos ser coerentes a esse Símbolo em todas as áreas da nossa vida e do conhecimento. Acerca do estudo a seguir uma premissa é importante: “Sabe-se por experiência que, se os meios técnicos à disposição de nossas sociedades são ordenados a um m puramente ma terialista, eles manifestam rapidamente sua ecácia ao serviço da destruição do gênero humano” (Keys to Bioethics, Manual de Bioética para jovens d a JMJ 2013, Introdução). Jérôme Lejeune, médico e pesquisador geneticista, pai de família católico e leigo engajado, arma que a qualidade de uma civilização se mede pelo respeito que esta consagra aos mais fracos de seus membros. Em outras palavras, uma civilização é verdadeiramente grandiosa quando reverencia e defende a vida humana, criada por Deus, e sua máxima dignidade em todas as suas fases. A vida é um direito sagrado, inalienável, algo a ser protegido como um bem único e irrenunciável; a dignidade dos lhos e lhas de Deus é algo que não pode ser visto como um valor subjetivo ou somente religioso, mas algo fundamental à existência humana.
2. DESENVOLVIMENTO Bioética é a Ciência biológica que estuda o bio ciclo por que passa o ser vivo do nascimento até a morte, usando a apreciação da conduta moral do ser humano, os princípios que o norteiam para o bem ou para o mal. A Igreja nos fala sobre Bioética desde o papado de Pio XII, mais precisamente em 1949, quando se iniciavam os estudos sobre ela, embora seu ensinamento sobre a defesa inegociável da vida venha de seus primórdios, considerando-se que “entre a religião e a ciência, o verdadeiro e o vericável, não há contradição”, conforme o ensina mento do geneticista Jérôme Lejeune. A Bioética nos ensina a conhecer e a nos en cantarmos com a maravilha que é a vida do ser humano, desde o embrião até à pessoa em nal de vida. A Igreja reconhece a utilidade e os inúmeros benefícios alcançados pela Ciência. Acerca disso o Papa João Paulo II, em sua Exortação Apostólica so bre as Famílias, de 1981, já nos exortava: “De fato o progresso cientíco-técnico que o homem contemporâneo amplia continuamente no domínio sobre a natureza, não só desenvolve a esperança de criar uma humanidade nova e melhor, mas também uma sempre mais profunda angústia sobre o futuro. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está ao lado da vida: e em cada humana sabe descobrir o esplendor daquele “Sim”, daquele “Amém” que é o próprio C risto.” (Familiaris Consortio, 30) Aqui trataremos de forma objetiva das gran des questões da Bioética com as quais somos confrontados constantemente e que demandam de nós uma resposta à luz da nossa fé, pois precisamos estar prontos a responder a todo aquele que nos pedir a razão da nossa esperança (cf. I Pd. 3, 15b).
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Apostila - Grupos de Perseverança
2.1. O aborto Aborto é a morte prematura do embrião ou do feto durante o desenvolvimento. O aborto é consi derado espontâneo quando há a morte não provo cada do embrião ou do feto, e provocado quando a vida uterina é interrompida voluntariamente, isto é, por vontade e/ou permissão materna. Por embrião entenda-se que é o ser vivo organizado de modo a desenvolver-se por si próprio de modo contínuo, não sendo um mero conglomerado de células, pois já possui um patrimônio genético único e irrepetível; é a vida desde a concepção até a 8ª semana. A partir da 8ª semana de gestação o em brião passa a se chamar feto, pois já possui cérebro e outros órgãos individualizados. Costuma-se mascarar esta violência com termos menos chocantes como “interrupção voluntária da gravidez” (em hipóteses de estupro, gravidez precoce, pobreza extrema, etc.) e “interrupção médica da gravidez” (em casos em que a vida da mãe corre risco ou quando o feto apresenta anomalia). Estima-se que anualmente ocorram cerca de 50 mi lhões de abortos no mundo inteiro, sendo que 10 milhões entre eles são considerados legais nos países de regime totalitário de governo ou nos ditos desenvolvidos. Importante é esclarecer que o fato de alguma coisa ser legal não signica o mesmo que ser moral. Madre Teresa de Calcutá nos leva a reetir sobre um terrível paradoxo entre um mundo que promove inúmeras manifestações como passeatas pela paz, conferências que discutem meios para se encontrar a paz, políticas de paz, camisas com dizeres de paz e uma violência constante cometida à luz de justicativas fragilíssimas: “Sinto que o maior des truidor da paz no mundo de hoje é o aborto, pois é uma guerra declarada contra a criança, um homicídio puro e simples da criança inocente, um assassi nato da criança pela própria mãe. Se aceitarmos que a mãe tenha o direito de matar o próprio lho, como poderemos dizer aos outros que não se matem.” O Catecismo da Igreja Católica nos exorta que “desde o primeiro momento de s ua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito de todo ser inocente à vida” (Catec. 2270). Já a Palavra de Deus nos atesta: “Desde o seio materno Iahweh me chamou, desde o ventre de minha mãe pronunciou o meu nome” (Is. 49,1). A Encíclica Evangelium Vitae nº 60, de João Paulo II, denuncia o seguinte: “Alguns tentam justi car o aborto, defendendo que o fruto da concepção, pelo menos até um certo número de dias, não pode ser considerado uma vida humana pessoal. Desde a
e se encontrar prontas a agir. O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa desde sua a sua concepção”. Essa é uma das justicativas fragilíssimas que citamos, pois sendo a gestação uma etapa da existência humana, como não se poderia considerá-la como vida humana propriamente dita, como ser humano não em potencial, mas total? Esta mesma Encíclica denuncia o seguinte no número 59: “A mulher, não raro, é sujeita a pressões tão fortes que se sente psicologicamente constrangida a ceder ao aborto: não há dúvida que, neste caso, a responsabilidade moral pesa particularmente sobre aqueles que direta ou indiretamente a forçaram a abortar.” Como relação de ajuda e defesa incansável da vida, a mãe precisa ser ouvida, e muitas vezes so corrida em suas necessidades materiais e pessoais, levando-se em conta o medo, o sentimento de solidão e de desamparo. Precisa ser assistida para que a dita Interrupção Voluntária da Gravidez não seja a sua derradeira solução. A mãe que sofre estupro, por exemplo, necessita de acompanhamento constante, fraterno e solidário para ultrapassar o trau ma da agressão. Porém, matar a criança não apaga a agressão sofrida. Ela não deve ser morta para reparar o crime que outra pessoa cometeu. Uma violên cia não justica outra, um mal não paga outro mal. O Quinto Mandamento da Lei de Deus deter mina: “NÃO MATARÁS.” (Ex. 20,13). O Catecismo nos ensina que “a vida humana é sagrada porque desde sua origem ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único m. Só Deus é o dono da vida, do começo ao m; ninguém, em nenhuma circunstân cia, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente” (Catec. 2258) A criança não é um problema; é uma criatura de Deus, sempre inocente. Não é um inimigo ou agressor injusto. Ela não está à mercê da mãe para que esta decida se pode nascer ou não. Estatísticas determinam que 60% das gravide zes indesejadas terminam em aborto. Entende-se erradamente que a mãe pode dispor do seu próprio corpo; entretanto, não é dona da outra pessoa que carrega em seu útero como hóspede temporário, criatura de Deus para manifestar a glória Dele neste mundo. Matar não pode ser considerado meio de li bertação ou de realização pessoal da mulher. As p olíticas ditas de controle da natalidade tem incutido incisivamente a mentalidade de que seja o aborto a solução para a gravidez não planejada. A Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, n.º 18, do Papa João Paulo II nos ensina: “A maternidade implica desde o início uma abertura especial para a nova pessoa e precisamente esta é a ‘parte’ da
homem, segundo a Bíblia, são acompanhados das seguintes palavras da mulher genetriz: ‘Adquiri um homem com o favor de Deus’ (Gn 4,1)”. É importante saber que uma vez realizado o aborto virá a chamada “Síndrome Pós Aborto” e outros distúrbios psicológicos: depressão, perda da autoestima, acusação e culpa, remorso, pesadelos, transtornos sexuais, etc. Essa síndrome pode se estender à família: aos pais, cônjuge, outros lhos já nascidos do casal. Cabe esclarecer, contudo, que para todo aquele que se arrepende verdadeiramente, Deus aí está para nos perdoar as faltas. Enquanto a mãe viver, há tempo para arrepender-se, confessar-se e levantar a cabeça. As mulheres estéreis sofrem por não poderem se realizar na sua própria natureza que é de ser mãe. Nesses casos a adoção oferece uma alternativa de vida. Ao contrário do aborto se oferece à criança a chance de viver ao invés de ser assassinada.
PARA REFLETIR: A) Sobre o aborto, que posição temos tomado? B) Como pode ser ajudada a mãe que é pressionada a praticar o aborto? C) Se o pai não quer assumir seu papel e a mãe se sentir sozinha? D) Se houver diculdades para o susten to da criança? E) Como ajudar uma mulher que cometeu aborto?
2.2. Diagnóstico Pré-Natal (DPN) Quanto ao Diagnóstico Pré-Natal (DPN), tratase de exames feitos no feto, isto é, ainda no útero da mãe, para vericar se existe algum tipo de má formação. Faz previsão de problemas e/ou anomalias por meio de diagnósticos que feitos a tempo podem ser resolvidos. No entanto, por vezes também levam os pais à escolha do aborto se o feto tem problemas como, por exemplo, Síndrome de Down ou Anencefalia (falta do cérebro). Estes dois os casos os mais comuns. Entretanto, o DPN não deve ser usado para qualicar o feto e eliminá-lo se não for do agrado dos pais, da família ou d a sociedade. Essa “seleção diabólica” é chamada de Eugenismo (melhora da raça humana). Matar um ser humano, ainda que haja um diagnóstico ruim e que faça os pais so -
ções sobre o embrião humano quando respeitarem a vida e a integridade do embrião e não acarretam para ele riscos desproporcionados, mas visem à sua cura, à melhora de suas condições da saúde ou à sua sobrevivência individual” (Catec. 2275). Tratam-se de intervenções, muitas vezes cirúrgicas, ainda no ventre materno, que visam resolver problemas graves de saúde e de desenvolvimento. Como defende Jérôme Lejeune, é legítimo “suprimir a doença, não o doente”. O Salmo 138, 16 assim diz: “Ainda embrião, teus olhos me viram.” Poderíamos nós inter ferir em algo que Deus pôs os olhos?
Para reFleTIr: A) Qual é a minha atitude quanto às crianças que nascem com deciências? Têm direito à vida? Por quê?
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2.1. O aborto Aborto é a morte prematura do embrião ou do feto durante o desenvolvimento. O aborto é consi derado espontâneo quando há a morte não provo cada do embrião ou do feto, e provocado quando a vida uterina é interrompida voluntariamente, isto é, por vontade e/ou permissão materna. Por embrião entenda-se que é o ser vivo organizado de modo a desenvolver-se por si próprio de modo contínuo, não sendo um mero conglomerado de células, pois já possui um patrimônio genético único e irrepetível; é a vida desde a concepção até a 8ª semana. A partir da 8ª semana de gestação o em brião passa a se chamar feto, pois já possui cérebro e outros órgãos individualizados. Costuma-se mascarar esta violência com termos menos chocantes como “interrupção voluntária da gravidez” (em hipóteses de estupro, gravidez precoce, pobreza extrema, etc.) e “interrupção médica da gravidez” (em casos em que a vida da mãe corre risco ou quando o feto apresenta anomalia). Estima-se que anualmente ocorram cerca de 50 mi lhões de abortos no mundo inteiro, sendo que 10 milhões entre eles são considerados legais nos países de regime totalitário de governo ou nos ditos desenvolvidos. Importante é esclarecer que o fato de alguma coisa ser legal não signica o mesmo que ser moral. Madre Teresa de Calcutá nos leva a reetir sobre um terrível paradoxo entre um mundo que promove inúmeras manifestações como passeatas pela paz, conferências que discutem meios para se encontrar a paz, políticas de paz, camisas com dizeres de paz e uma violência constante cometida à luz de justicativas fragilíssimas: “Sinto que o maior des truidor da paz no mundo de hoje é o aborto, pois é uma guerra declarada contra a criança, um homicídio puro e simples da criança inocente, um assassi nato da criança pela própria mãe. Se aceitarmos que a mãe tenha o direito de matar o próprio lho, como poderemos dizer aos outros que não se matem.” O Catecismo da Igreja Católica nos exorta que “desde o primeiro momento de s ua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito de todo ser inocente à vida” (Catec. 2270). Já a Palavra de Deus nos atesta: “Desde o seio materno Iahweh me chamou, desde o ventre de minha mãe pronunciou o meu nome” (Is. 49,1). A Encíclica Evangelium Vitae nº 60, de João Paulo II, denuncia o seguinte: “Alguns tentam justi car o aborto, defendendo que o fruto da concepção, pelo menos até um certo número de dias, não pode ser considerado uma vida humana pessoal. Desde a fecundação, tem início a aventura de uma vida hu mana, cujas grandes capacidades, já presentes cada uma delas, apenas exigem tempo para se organizar
e se encontrar prontas a agir. O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa desde sua a sua concepção”. Essa é uma das justicativas fragilíssimas que citamos, pois sendo a gestação uma etapa da existência humana, como não se poderia considerá-la como vida humana propriamente dita, como ser humano não em potencial, mas total? Esta mesma Encíclica denuncia o seguinte no número 59: “A mulher, não raro, é sujeita a pressões tão fortes que se sente psicologicamente constrangida a ceder ao aborto: não há dúvida que, neste caso, a responsabilidade moral pesa particularmente sobre aqueles que direta ou indiretamente a forçaram a abortar.” Como relação de ajuda e defesa incansável da vida, a mãe precisa ser ouvida, e muitas vezes so corrida em suas necessidades materiais e pessoais, levando-se em conta o medo, o sentimento de solidão e de desamparo. Precisa ser assistida para que a dita Interrupção Voluntária da Gravidez não seja a sua derradeira solução. A mãe que sofre estupro, por exemplo, necessita de acompanhamento constante, fraterno e solidário para ultrapassar o trau ma da agressão. Porém, matar a criança não apaga a agressão sofrida. Ela não deve ser morta para reparar o crime que outra pessoa cometeu. Uma violên cia não justica outra, um mal não paga outro mal. O Quinto Mandamento da Lei de Deus deter mina: “NÃO MATARÁS.” (Ex. 20,13). O Catecismo nos ensina que “a vida humana é sagrada porque desde sua origem ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único m. Só Deus é o dono da vida, do começo ao m; ninguém, em nenhuma circunstân cia, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente” (Catec. 2258) A criança não é um problema; é uma criatura de Deus, sempre inocente. Não é um inimigo ou agressor injusto. Ela não está à mercê da mãe para que esta decida se pode nascer ou não. Estatísticas determinam que 60% das gravide zes indesejadas terminam em aborto. Entende-se erradamente que a mãe pode dispor do seu próprio corpo; entretanto, não é dona da outra pessoa que carrega em seu útero como hóspede temporário, criatura de Deus para manifestar a glória Dele neste mundo. Matar não pode ser considerado meio de li bertação ou de realização pessoal da mulher. As p olíticas ditas de controle da natalidade tem incutido incisivamente a mentalidade de que seja o aborto a solução para a gravidez não planejada. A Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, n.º 18, do Papa João Paulo II nos ensina: “A maternidade implica desde o início uma abertura especial para a nova pessoa e precisamente esta é a ‘parte’ da mulher. Nessa abertura, ao conceber e dar à luz o lho a mulher se encontra por um dom sincero de si mesma. A concepção e o nascimento de um novo
homem, segundo a Bíblia, são acompanhados das seguintes palavras da mulher genetriz: ‘Adquiri um homem com o favor de Deus’ (Gn 4,1)”. É importante saber que uma vez realizado o aborto virá a chamada “Síndrome Pós Aborto” e outros distúrbios psicológicos: depressão, perda da autoestima, acusação e culpa, remorso, pesadelos, transtornos sexuais, etc. Essa síndrome pode se estender à família: aos pais, cônjuge, outros lhos já nascidos do casal. Cabe esclarecer, contudo, que para todo aquele que se arrepende verdadeiramente, Deus aí está para nos perdoar as faltas. Enquanto a mãe viver, há tempo para arrepender-se, confessar-se e levantar a cabeça. As mulheres estéreis sofrem por não poderem se realizar na sua própria natureza que é de ser mãe. Nesses casos a adoção oferece uma alternativa de vida. Ao contrário do aborto se oferece à criança a chance de viver ao invés de ser assassinada.
ções sobre o embrião humano quando respeitarem a vida e a integridade do embrião e não acarretam para ele riscos desproporcionados, mas visem à sua cura, à melhora de suas condições da saúde ou à sua sobrevivência individual” (Catec. 2275). Tratam-se de intervenções, muitas vezes cirúrgicas, ainda no ventre materno, que visam resolver problemas graves de saúde e de desenvolvimento. Como defende Jérôme Lejeune, é legítimo “suprimir a doença, não o doente”. O Salmo 138, 16 assim diz: “Ainda embrião, teus olhos me viram.” Poderíamos nós inter ferir em algo que Deus pôs os olhos?
Para reFleTIr: A) Qual é a minha atitude quanto às crianças que nascem com deciências? Têm direito à vida? Por quê?
PARA REFLETIR: A) Sobre o aborto, que posição temos tomado? B) Como pode ser ajudada a mãe que é pressionada a praticar o aborto? C) Se o pai não quer assumir seu papel e a mãe se sentir sozinha? D) Se houver diculdades para o susten to da criança? E) Como ajudar uma mulher que cometeu aborto?
2.2. Diagnóstico Pré-Natal (DPN) Quanto ao Diagnóstico Pré-Natal (DPN), tratase de exames feitos no feto, isto é, ainda no útero da mãe, para vericar se existe algum tipo de má formação. Faz previsão de problemas e/ou anomalias por meio de diagnósticos que feitos a tempo podem ser resolvidos. No entanto, por vezes também levam os pais à escolha do aborto se o feto tem problemas como, por exemplo, Síndrome de Down ou Anencefalia (falta do cérebro). Estes dois os casos os mais comuns. Entretanto, o DPN não deve ser usado para qualicar o feto e eliminá-lo se não for do agrado dos pais, da família ou d a sociedade. Essa “seleção diabólica” é chamada de Eugenismo (melhora da raça humana). Matar um ser humano, ainda que haja um diagnóstico ruim e que faça os pais so frerem, não aliviará tal sofrimento. Acerca do DPN o Catecismo esclarece que: “Devem ser consideradas como lícitas as interven-
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Bioética na perspectiva da Igreja Católica Parte II
1. INTRODUÇÃO
Continuemos, pois, a nos aprofundar naquilo que é valor inalienável do Evangelho de Nosso Se nhor Jesus Cristo, defendido e ensinado pela Mãe Igreja como el guardiã do depositum dei (depó sito da fé), devendo ser acolhido e observado pelos católicos por ser valor que transmite vida em abun dância.
3. Contracepção Os métodos contraceptivos articiais são mui tas vezes vistos como meios ecazes de se evitar o cometimento de aborto posteriormente. Favorece a chance de que aconteçam relações sexuais “com liberdade”, sem maiores responsabilidades ou implicações, por vezes com vários parceiros em relações instáveis, sem a preocupação de gerar lhos. As pílulas anticoncepcionais clássicas (combinadas ou estroprogestativas), que agem como contraceptivos quando bloqueiam a ovulação e modicam o muco cervical para que este seja hostil aos espermatozoides, por vezes, favorecem abortos precoces aos quais a mãe não chega sequer a perceber. Isso acontece quando a ovulação não é bloqueada, atuando assim um terceiro efeito que é a modicação da mucosa uterina para impedir a nidação do embrião (xação do embrião na parede uterina), o que gera a sua morte. As pílulas chamadas “do dia seguinte”, os adesivos, as injeções contraceptivas tem idêntico efeito, mas de modo muito mais forte. Não são 100% seguras. Ao contrário, Igreja orienta a utilização de métodos naturais de planejamento familiar e natalidade responsável. Um destes métodos é o Billings, criado pelos médicos Dr. John Billings e Evelyn Billings, a partir de estudos de inúmeros casos con-
denota claramente cada período do ciclo feminino. O Método Billings, além de ser totalmente natural (não utiliza quaisquer drogas medicamentosas), gera grande temperança (autodomínio) no casal que não poderá ter relações sexuais em determi nado período (período fértil) do ciclo menstrual se não quiser engravidar, ampla participação masculina no tocante ao planejamento familiar responsá vel, maior aproximação e cumplicidade do casal e autoconhecimento da parte da mulher, não possui quaisquer efeitos colaterais. É, sem dúvidas, um método libertador. Longe está de ser aquilo que o mundo por vezes prega acerca de suposta falibili dade, insegurança e obsolescência. Utilizar método natural com disciplina, conhecimento e responsabilidade não é ingenuidade, é compromisso com o Evangelho. Neste tópico cabe-nos também incluir a utilização dos preservativos masculinos ou femininos. Visam proporcionar a relação sexual sem qualquer risco de contração de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), livre de responsabilidades posteriores, sugerindo a busca do p razer pelo prazer, sem que isso gere maiores consequências. Por trás disso o que se vê é um profundo egoísmo, o uso do outro como objeto de prazer, a falsa liberdade sexual.
4. Reprodução Assistida Denomina-se Reprodução Assistida (RA) ao conjunto de técnicas que permitem a procriação fora do processo natural. Sobre esse tema, o YOU CAT (Catecismo Jovem da Igreja Católica), n.º 423 é categórico: “Como a igreja encara a ‘barriga de aluguel’ e a inseminação articial? Tudo o que na
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Bioética na perspectiva da Igreja Católica Parte II
1. INTRODUÇÃO
Continuemos, pois, a nos aprofundar naquilo que é valor inalienável do Evangelho de Nosso Se nhor Jesus Cristo, defendido e ensinado pela Mãe Igreja como el guardiã do depositum dei (depó sito da fé), devendo ser acolhido e observado pelos católicos por ser valor que transmite vida em abun dância.
3. Contracepção Os métodos contraceptivos articiais são mui tas vezes vistos como meios ecazes de se evitar o cometimento de aborto posteriormente. Favorece a chance de que aconteçam relações sexuais “com liberdade”, sem maiores responsabilidades ou implicações, por vezes com vários parceiros em relações instáveis, sem a preocupação de gerar lhos. As pílulas anticoncepcionais clássicas (combinadas ou estroprogestativas), que agem como contraceptivos quando bloqueiam a ovulação e modicam o muco cervical para que este seja hostil aos espermatozoides, por vezes, favorecem abortos precoces aos quais a mãe não chega sequer a perceber. Isso acontece quando a ovulação não é bloqueada, atuando assim um terceiro efeito que é a modicação da mucosa uterina para impedir a nidação do embrião (xação do embrião na parede uterina), o que gera a sua morte. As pílulas chamadas “do dia seguinte”, os adesivos, as injeções contraceptivas tem idêntico efeito, mas de modo muito mais forte. Não são 100% seguras. Ao contrário, Igreja orienta a utilização de métodos naturais de planejamento familiar e natalidade responsável. Um destes métodos é o Billings, criado pelos médicos Dr. John Billings e Evelyn Billings, a partir de estudos de inúmeros casos concluído nos anos 70. Feito de maneira séria possui grande índice de sucesso. Esse método compreende o acompanhamento diário do muco cervical, que
denota claramente cada período do ciclo feminino. O Método Billings, além de ser totalmente natural (não utiliza quaisquer drogas medicamentosas), gera grande temperança (autodomínio) no casal que não poderá ter relações sexuais em determi nado período (período fértil) do ciclo menstrual se não quiser engravidar, ampla participação masculina no tocante ao planejamento familiar responsá vel, maior aproximação e cumplicidade do casal e autoconhecimento da parte da mulher, não possui quaisquer efeitos colaterais. É, sem dúvidas, um método libertador. Longe está de ser aquilo que o mundo por vezes prega acerca de suposta falibili dade, insegurança e obsolescência. Utilizar método natural com disciplina, conhecimento e responsabilidade não é ingenuidade, é compromisso com o Evangelho. Neste tópico cabe-nos também incluir a utilização dos preservativos masculinos ou femininos. Visam proporcionar a relação sexual sem qualquer risco de contração de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), livre de responsabilidades posteriores, sugerindo a busca do p razer pelo prazer, sem que isso gere maiores consequências. Por trás disso o que se vê é um profundo egoísmo, o uso do outro como objeto de prazer, a falsa liberdade sexual.
4. Reprodução Assistida Denomina-se Reprodução Assistida (RA) ao conjunto de técnicas que permitem a procriação fora do processo natural. Sobre esse tema, o YOU CAT (Catecismo Jovem da Igreja Católica), n.º 423 é categórico: “Como a igreja encara a ‘barriga de aluguel’ e a inseminação articial? Tudo o que na investigação e na medicina ajuda a concepção de uma criança deve terminar quando a comunhão dos pais é destruída por uma terceira pessoa ou quando a concepção se torna uma ação técnica exterior à
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união sexual.” O lho não constitui um direito abso luto dos pais, isto é, um lho a qualquer custo. Em se tratando de Reprodução Assistida (RA) articial, existem duas técnicas principais: a Inse minação Articial que consiste em se introduzir um espermatozoide em um óvulo diretamente no colo uterino e a Fecundação In Vitro, na qual os ovóci tos da mãe colhidos são postos em contato com espermatozoides em laboratório, acontecendo a fecundação e o desenvolvimento de diversos embriões. De cerca de 10 embriões criados, apenas de um a três são transferidos para o útero da mãe; os demais são congelados por determinado tempo ou destruídos posteriormente. Estudos relatam que devido ao congelamento, os embriões podem sofrer alterações genéticas. Acerca disso o Catecismo da Igreja Católica arma que “É imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível” (Catec. 2275). Existem hoje milhões de embriões congelados em todo o mundo. O Conselho Federal de Medicina do Brasil autoriza a doação de gametas (células reprodutoras) por terceiros: seja de óvulos ou de espermatozoi des. Autoriza as “barrigas de aluguel”, isto é, mulheres que se dispõem, mediante pagamento ou não, a ceder seu útero para que o feto seja gestado e en trega a criança aos pais quando esta nasce. Aqui cabe reetir ainda sobre o chamado Diagnóstico Pré-implantação (DPI ou PGD), que consiste na técnica de seleção de embriões utilizada pelos casais férteis preocupados com uma doença genética hereditária. Após se criar vários embriões, se leciona-se “o melhor” que será implantado no útero materno. Os embriões portadores de doença ou que não possuam a característica genética desejada serão destruídos. É comumente utilizado para gerar uma espécie de “bebê medicamento”, cujo embrião é selecionado por DPI a partir de uma Fecundação In Vitro para tratar posteriormente de um irmão mais velho que sofra de uma doença genética grave. É necessário “produzir” cerca de 100 embriões para se obter o nascimento de um “bebê medica mento”. Os outros 99 são eliminados. O primeiro “bebê medicamento” nasceu nos Estados Unidos no ano 2000. Portanto, não há dúvidas de que o Diagnóstico Pré-implantação é uma forma de eugenismo (melhora da raça humana, uma seleção articial e arbi trária). A Igreja é taxativa ao arma que “tratando o embrião humano como simples ‘material de laboratório’, opera-se uma alteração e uma discriminação também no que se refere ao próprio conceito de dignidade humana. A dignidade pertence de forma igual a cada ser humano e não depende do projeto parental, da condição social, da formação cultural,
dos seres humanos afetados por graves patologias e deciências... doença e a deciência pertencem à condição humana e dizem respeito a todos.” (Ins trução Dignitas Personae, 22 – Congregação para a Doutrina da Fé – 08 de setembro de 2008)
5. Células-tronco São células-mãe (de onde são criadas outras) isoladas e cultivadas para serem usadas em pesquisas e tratamento de algumas doenças. Se forem ob tidas por meio de células de embriões eliminados em aborto ou fertilização in vitro a pesquisa é considerada imoral porque provém da destruição desses embriões. Quando são usadas em terapia celular, as células-tronco servem para reconstruir ferimentos, queimaduras, recuperação do sangue na leucemia e alguns tecidos de medula óssea. As células obtidas de cordões umbilicais de recém-nascidos restauram veias. Estão sendo estudadas para o tratamento de doenças cerebrais. Existem atualmente no Brasil aproximadamente 70 mil cordões umbilicais reservados em bancos de conservação. Em torno de 18 mil estão em ban cos públicos à disposição da população. Os demais estão em bancos particulares à disposição das famílias que os reservam para necessidades futuras. O que não se pode admitir à luz do Evangelho é a destruição dos embriões para a utilização de suas células-tronco.
2.6. Clonagem Clonagem é a produção de indivíduos (racionais ou irracionais) geneticamente iguais. Nesse sentido, a clonagem humana é a cópia genetica mente idêntica de um ser humano. “A clonagem é proposta com dois ns fundamentais: reprodutivo, isto é, para obter o nascimento de uma criança clo nada, e terapêutico ou de investigação. A clonagem reprodutiva seria, em teoria, capaz de satisfazer al gumas particulares exigências, tais como o controle da evolução humana, a seleção de seres humanos com qualidades superiores, a pré-seleção do sexo do nascituro, a produção de um lho que seja a ‘cópia’ de um outro, a produção de um lho por um ca sal afetado por formas de esterilidade não curáveis. A clonagem terapêutica, ao contrário, foi proposta como instrumento de produção de células estaminais (células-tronco) embrionárias com patrimônio genético pré-determinado, de modo a superar o problema da rejeição (imuno-incompatibilidade). Esta está, portanto, ligada à temática do emprego das cé lulas-tronco embrionárias. A clonagem reprodutiva ainda não foi realizada e é ilegal em m uitos países.” O m terapêutico da clonagem implica em
porque faz da existência de um ser humano – ainda que em estado embrionário – um mero instrumento para usar e destruir. É gravemente imoral sacricar uma vida humana a uma nalidade terapêutica. A Igreja recusa, pois, veementemente essa prática: “A clonagem humana é intrinsecamente ilícita, enquanto, ao levar ao extremo a negatividade ética das técnicas de fecundação articial, pretende dar origem a um novo ser humano sem relação com o ato de recíproca doação entre dois cônjuges e, mais radicalmente, sem nenhuma ligação com a sexua lidade. Tal circunstância dá lugar a abusos e a ma nipulações gravemente lesivas da dignidade humana... Da particular relação existente entre Deus e o homem, desde o primeiro momento da existência, deriva a originalidade de cada pessoa, que obriga a respeitar a sua singularidade e integridade, inclusive a biológica e a genética. Cada um de nós encontra no outro um ser humano que deve a própria existência e as próprias características ao amor de Deus, do qual só o amor entre os cônjuges constitui uma mediação conforme o desígnio do Criador e Pai celeste.” (Instrução Dignitas Personae, 28/29 – Con gregação para a Doutrina da Fé – 08 de setembro de 2008).
Para reFleTIr: A. A utilização de células-tronco embrionárias e a clonagem humana nos levam a que conclusões sobre a criação do ser humano? Tais técnicas teriam a pre tensão de “competir” com a missão criadora de Deus?
2.7. Eutanásia Eutanásia é a prática do abreviamento do sofrimento, alívio da dor pela morte do paciente incurável e/ou terminal. Não possui qualquer amparo legal no Brasil. É uma ação deliberada para causar a morte do paciente suspendendo seu tratamento, desligando máquinas e aparelhos ou permitindo que seja ministrado medicamento que provoque sua morte. Acerca disso o Catecismo é claro: “É moralmente inadmissível. Assim, uma ação ou omissão que, em si ou na intenção gera a morte a m de su primir a dor, constitui um assassinato gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao res peito pelo Deus vivo, seu Criador” (Catec. 2277). A Encíclica Evangelium Vitae nº 46, de João Paulo II, esclarece o seguinte: “O homem não é se
O doente merece ser tratado e cuidado ainda que por meios paliativos que permitam ao pacien te alguma comunicação, autonomia, capacidade de se autogovernar. O doente merece assistência psicológica, espiritual, solidariedade, espaço adequado para permanecer, ter suas dores aliviadas por medicação. Da mesma forma, o Catecismo reforça: “Mesmo quando a morte é iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por isso devem ser encorajados” (Catec. 2279). A dignidade do paciente, sua essência de ser humano, exige que ele venha a morrer sendo respeitado e não submetido à eutanásia. Acerca disso a Palavra de Deus nos alenta: “Já não haverá ali crian cinhas que vivam apenas alguns dias, nem velho que não complete a sua idade; com efeito, o menino morrerá com cem anos” (Is. 65,20).
2.8. Doação de órgãos Consiste na doação de órgãos vitais sadios do corpo de uma pessoa com morte cerebral atestada ou perda da condição respiratória, com a nalidade de substituição de um órgão deciente por ou tro igual que visa a melhorar a condição de vida ou salvar da morte uma pessoa doente. Os órgãos são cedidos com autorização da família do doador, em caso de morte cerebral ou perda do sistema respiratório, podendo ser transplantados os rins, o coração, os pulmões, o fígado, as córneas e a pele. Alguns destes órgãos podem ser doados por pacientes vivos, com consentimento das duas partes, desde que não haja risco para o doador. Acerca desta prática a Encíclica Evangelium Vitae, n. 86 esclarece que: “Entre estes gestos, merecem particular apreço à doação de órgãos feita, segundo formas eticamente aceitáveis, para ofe recer uma possibilidade de saúde ou até de vida a doentes, por vezes já sem esperança.” Nosso querido Papa Emérito Bento XVI assim se manifestou: “O ato de amor que é expresso com a doação dos próprios órgãos vitais permanece como um testemunho genuíno de caridade que sabe olhar além da morte para que vença sempre a vida. Do valor deste gesto deveria estar bem consciente quem o recebe. O que recebe, de fato, ainda antes de ser um órgão é um testemunho de amor que deve suscitar uma resposta de igual modo generosa, a m de incrementar a cultura da doação e da gratuidade.”
2.9 Suicídio
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união sexual.” O lho não constitui um direito abso luto dos pais, isto é, um lho a qualquer custo. Em se tratando de Reprodução Assistida (RA) articial, existem duas técnicas principais: a Inse minação Articial que consiste em se introduzir um espermatozoide em um óvulo diretamente no colo uterino e a Fecundação In Vitro, na qual os ovóci tos da mãe colhidos são postos em contato com espermatozoides em laboratório, acontecendo a fecundação e o desenvolvimento de diversos embriões. De cerca de 10 embriões criados, apenas de um a três são transferidos para o útero da mãe; os demais são congelados por determinado tempo ou destruídos posteriormente. Estudos relatam que devido ao congelamento, os embriões podem sofrer alterações genéticas. Acerca disso o Catecismo da Igreja Católica arma que “É imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível” (Catec. 2275). Existem hoje milhões de embriões congelados em todo o mundo. O Conselho Federal de Medicina do Brasil autoriza a doação de gametas (células reprodutoras) por terceiros: seja de óvulos ou de espermatozoi des. Autoriza as “barrigas de aluguel”, isto é, mulheres que se dispõem, mediante pagamento ou não, a ceder seu útero para que o feto seja gestado e en trega a criança aos pais quando esta nasce. Aqui cabe reetir ainda sobre o chamado Diagnóstico Pré-implantação (DPI ou PGD), que consiste na técnica de seleção de embriões utilizada pelos casais férteis preocupados com uma doença genética hereditária. Após se criar vários embriões, se leciona-se “o melhor” que será implantado no útero materno. Os embriões portadores de doença ou que não possuam a característica genética desejada serão destruídos. É comumente utilizado para gerar uma espécie de “bebê medicamento”, cujo embrião é selecionado por DPI a partir de uma Fecundação In Vitro para tratar posteriormente de um irmão mais velho que sofra de uma doença genética grave. É necessário “produzir” cerca de 100 embriões para se obter o nascimento de um “bebê medica mento”. Os outros 99 são eliminados. O primeiro “bebê medicamento” nasceu nos Estados Unidos no ano 2000. Portanto, não há dúvidas de que o Diagnóstico Pré-implantação é uma forma de eugenismo (melhora da raça humana, uma seleção articial e arbi trária). A Igreja é taxativa ao arma que “tratando o embrião humano como simples ‘material de laboratório’, opera-se uma alteração e uma discriminação também no que se refere ao próprio conceito de dignidade humana. A dignidade pertence de forma igual a cada ser humano e não depende do projeto parental, da condição social, da formação cultural, do estado de desenvolvimento físico... hoje assistese a uma não menos grave e injusta discriminação, que leva a não reconhecer o estatuto ético e jurídico
dos seres humanos afetados por graves patologias e deciências... doença e a deciência pertencem à condição humana e dizem respeito a todos.” (Ins trução Dignitas Personae, 22 – Congregação para a Doutrina da Fé – 08 de setembro de 2008)
porque faz da existência de um ser humano – ainda que em estado embrionário – um mero instrumento para usar e destruir. É gravemente imoral sacricar uma vida humana a uma nalidade terapêutica. A Igreja recusa, pois, veementemente essa prática: “A clonagem humana é intrinsecamente ilícita, enquanto, ao levar ao extremo a negatividade ética das técnicas de fecundação articial, pretende dar origem a um novo ser humano sem relação com o ato de recíproca doação entre dois cônjuges e, mais radicalmente, sem nenhuma ligação com a sexua lidade. Tal circunstância dá lugar a abusos e a ma nipulações gravemente lesivas da dignidade humana... Da particular relação existente entre Deus e o homem, desde o primeiro momento da existência, deriva a originalidade de cada pessoa, que obriga a respeitar a sua singularidade e integridade, inclusive a biológica e a genética. Cada um de nós encontra no outro um ser humano que deve a própria existência e as próprias características ao amor de Deus, do qual só o amor entre os cônjuges constitui uma mediação conforme o desígnio do Criador e Pai celeste.” (Instrução Dignitas Personae, 28/29 – Con gregação para a Doutrina da Fé – 08 de setembro de 2008).
5. Células-tronco São células-mãe (de onde são criadas outras) isoladas e cultivadas para serem usadas em pesquisas e tratamento de algumas doenças. Se forem ob tidas por meio de células de embriões eliminados em aborto ou fertilização in vitro a pesquisa é considerada imoral porque provém da destruição desses embriões. Quando são usadas em terapia celular, as células-tronco servem para reconstruir ferimentos, queimaduras, recuperação do sangue na leucemia e alguns tecidos de medula óssea. As células obtidas de cordões umbilicais de recém-nascidos restauram veias. Estão sendo estudadas para o tratamento de doenças cerebrais. Existem atualmente no Brasil aproximadamente 70 mil cordões umbilicais reservados em bancos de conservação. Em torno de 18 mil estão em ban cos públicos à disposição da população. Os demais estão em bancos particulares à disposição das famílias que os reservam para necessidades futuras. O que não se pode admitir à luz do Evangelho é a destruição dos embriões para a utilização de suas células-tronco.
Para reFleTIr: A. A utilização de células-tronco embrionárias e a clonagem humana nos levam a que conclusões sobre a criação do ser humano? Tais técnicas teriam a pre tensão de “competir” com a missão criadora de Deus?
2.6. Clonagem Clonagem é a produção de indivíduos (racionais ou irracionais) geneticamente iguais. Nesse sentido, a clonagem humana é a cópia genetica mente idêntica de um ser humano. “A clonagem é proposta com dois ns fundamentais: reprodutivo, isto é, para obter o nascimento de uma criança clo nada, e terapêutico ou de investigação. A clonagem reprodutiva seria, em teoria, capaz de satisfazer al gumas particulares exigências, tais como o controle da evolução humana, a seleção de seres humanos com qualidades superiores, a pré-seleção do sexo do nascituro, a produção de um lho que seja a ‘cópia’ de um outro, a produção de um lho por um ca sal afetado por formas de esterilidade não curáveis. A clonagem terapêutica, ao contrário, foi proposta como instrumento de produção de células estaminais (células-tronco) embrionárias com patrimônio genético pré-determinado, de modo a superar o problema da rejeição (imuno-incompatibilidade). Esta está, portanto, ligada à temática do emprego das cé lulas-tronco embrionárias. A clonagem reprodutiva ainda não foi realizada e é ilegal em m uitos países.” O m terapêutico da clonagem implica em criar embriões com o propósito de os destruir, mesmo com a intenção de ajudar os doentes, o que é totalmente incompatível com a dignidade humana,
2.7. Eutanásia Eutanásia é a prática do abreviamento do sofrimento, alívio da dor pela morte do paciente incurável e/ou terminal. Não possui qualquer amparo legal no Brasil. É uma ação deliberada para causar a morte do paciente suspendendo seu tratamento, desligando máquinas e aparelhos ou permitindo que seja ministrado medicamento que provoque sua morte. Acerca disso o Catecismo é claro: “É moralmente inadmissível. Assim, uma ação ou omissão que, em si ou na intenção gera a morte a m de su primir a dor, constitui um assassinato gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao res peito pelo Deus vivo, seu Criador” (Catec. 2277). A Encíclica Evangelium Vitae nº 46, de João Paulo II, esclarece o seguinte: “O homem não é se nhor nem da vida nem da morte: tanto uma quanto outra, deve abandonar-se totalmente à vontade do Altíssimo, ao seu desígnio de amor.”
O doente merece ser tratado e cuidado ainda que por meios paliativos que permitam ao pacien te alguma comunicação, autonomia, capacidade de se autogovernar. O doente merece assistência psicológica, espiritual, solidariedade, espaço adequado para permanecer, ter suas dores aliviadas por medicação. Da mesma forma, o Catecismo reforça: “Mesmo quando a morte é iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por isso devem ser encorajados” (Catec. 2279). A dignidade do paciente, sua essência de ser humano, exige que ele venha a morrer sendo respeitado e não submetido à eutanásia. Acerca disso a Palavra de Deus nos alenta: “Já não haverá ali crian cinhas que vivam apenas alguns dias, nem velho que não complete a sua idade; com efeito, o menino morrerá com cem anos” (Is. 65,20).
2.8. Doação de órgãos Consiste na doação de órgãos vitais sadios do corpo de uma pessoa com morte cerebral atestada ou perda da condição respiratória, com a nalidade de substituição de um órgão deciente por ou tro igual que visa a melhorar a condição de vida ou salvar da morte uma pessoa doente. Os órgãos são cedidos com autorização da família do doador, em caso de morte cerebral ou perda do sistema respiratório, podendo ser transplantados os rins, o coração, os pulmões, o fígado, as córneas e a pele. Alguns destes órgãos podem ser doados por pacientes vivos, com consentimento das duas partes, desde que não haja risco para o doador. Acerca desta prática a Encíclica Evangelium Vitae, n. 86 esclarece que: “Entre estes gestos, merecem particular apreço à doação de órgãos feita, segundo formas eticamente aceitáveis, para ofe recer uma possibilidade de saúde ou até de vida a doentes, por vezes já sem esperança.” Nosso querido Papa Emérito Bento XVI assim se manifestou: “O ato de amor que é expresso com a doação dos próprios órgãos vitais permanece como um testemunho genuíno de caridade que sabe olhar além da morte para que vença sempre a vida. Do valor deste gesto deveria estar bem consciente quem o recebe. O que recebe, de fato, ainda antes de ser um órgão é um testemunho de amor que deve suscitar uma resposta de igual modo generosa, a m de incrementar a cultura da doação e da gratuidade.”
2.9 Suicídio Vejamos o que nos diz a Palavra de Deus: “E agora, vede bem; eu, sou eu, e fora de mim não ou tro Deus! Sou eu que mato e faço viver, sou eu que
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ro e torno a curar e da minha mão ninguém se li vra” (Dt 32,39). Deus nos deu a vida e é o Senhor da vida. Ele decidiu soprar nas narinas do homem o seu próprio hálito – seu Ruah –, deu-lhe o sopro que fez dele um ser vivente diferente dos seres criados até então. O Catecismo assim nos exorta: “Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para sua honra e a salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos conou. Não podemos dispor dela. O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo.” (Catec. 2280/2281) O homem é o ser criado por Deus à Sua imagem e semelhança. Por amá-lo muito e ver que era muito bom, Deus deu-lhe um presente: a liberdade, o livre arbítrio, a faculdade das decisões. Precisamos nos perguntar diariamente o que estamos fazendo com nossa liberdade, com o nosso livre arbítrio. Por vezes achamos que estamos vivendo em liberdade quando na verdade estamos escravos de nosso próprio livre arbítrio. Precisamos ter a certeza de que nenhum problema ou vicissitude temporal são maiores do que o Amor de Deus por cada um de nós. Nada nem nin guém é motivo para que subtraiamos nossa vida. Ao contrário, precisamos vivê-la para manifestar diariamente a glória de Deus o proclamar que Seu Nome é Santo com a nossa própria vida. Padre Jorge Tadeu Hermes, pregador de Retiros, ensina-nos que para tudo na vida há solução. Às vezes olhamos para os lados, para frente, para trás e para baixo e não encontramos saída. A saída é para cima, a saída é Deus! Em Jesus Cristo temos solução até para a morte, pois Ele a venceu e ressuscitare mos com Ele no último dia. Portanto, diante das diversas situações da vida que tanto nos machucam, nos maltratam, nos en tristecem, precisamos buscar a solução lá em cima, em Deus. O suicídio é negar esta solução infalível, é negar o Poder de Deus, é uma ofensa gravíssima ao Amor de Deus. Ainda acerca do suicídio, o Catecismo da Igre ja Católica esclarece que: “A cooperação voluntária ao suicídio é contrária à lei moral. Não se deve de sesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por seus caminhos que só ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (Catec. 2282/2283).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Para reFleTIr: A. O que, por vezes, leva uma pessoa a cometer suicídio? Como ajudar uma pessoa que esteja na iminência de cometer tal ato? B. Como ajudar a família de uma pessoa que cometeu suicídio?
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