UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS CURSO DE PSICOLOGIA
AMANDA DOS S. MUCIO RA: B75HGD-7 ERICA S. CARDOSO RA: B5853I-0 LOYANA K. M. ALMEIDA RA: B746AH-7 ROBERTA BRAZ RA: T235EC-9 SEVERINO R. DE S. FERNANDES RA: B80247-2 TAIANE A. R. CORTILLINE RA: B7945G-6 VIVIANE S. DA SILVA RA: B72GAC-2
ANÁLISE DO GRAFISMO INFANTIL
SÃO PAULO 2014
ROBERTA BRAZ RA: T235EC-9 TAIANE A. R. CORTILLINE RA: B7945G-6
ANÁLISE DO GRAFISMO INFANTIL
Trabalho apresentado ao curso de psicologia da UNIP, como requisito avaliativo do primeiro bimestre da disciplina de psicologia construtivista. Docente: Reginandrea Vicente
SÃO PAULO 2013
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“
Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser”.
- Jean Piaget
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Sumário 1.
Introdução ....................................................................................................................................... 5
2.
Histórico .......................................................................................................................................... 6
3.
Desenho e evolução ........................................................................................................................ 6
4.
Análises ........................................................................................................................................... 6
4.1
Descrição 1 ............................................................................................................................ 6
4.1.1 Análise 1 .................................................................................................................................. 7 4.2 Descrição 2 ................................................................................................................................. 8 4.2.1 Análise 2 .................................................................................................................................. 9 4.3 Descrição 3 ................................................................................................................................. 9 4.3.1 Análise ...................................................................................................................................... 9 4.4 Descrição 4 ............................................................................................................................... 11 4.4.1 Análise 4 ................................................................................................................................ 11 5.
Conclusão ...................................................................................................................................... 12
6.
Referências .................................................................................................................................... 13
ANEXOS ................................................................................................................................................. 15 APÊNDICES ............................................................................................................................................ 16
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1. Introdução O presente trabalho servirá como componente avaliativo do primeiro bimestre da matéria de construtivismo, tem como objetivo inserir os alunos na pratica da análise do grafismo infantil. Para a realização da análise separamos o grupo em duplas e com as instruções indicada para cada idade realizamos o trabalho. Através do procedimento de coleta e de análise dos desenhos poder chegar em uma conclusão, dizendo o estágio que o desenho da criança se enquadra segundo a teoria de Luquet e Piaget e se esse estágio é esperado ou não por essa idade. O livro “O desenho infantil ” do autor Florence de Méredieu foi utilizado como base teórica, participaram quatro crianças de dois à dez anos de idade, as mesmas realizaram desenhos livres. Estes desenhos foram analisados, discutidos e comparados à teoria.
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2. Histórico Os estudos sobre o desenho diversificaram-se rapidamente, e disciplinas tão diferente como a psicologia, pedagogia, a sociologia e a estética beneficiariam com essa contribuição. A originalidade da infância ocorre em 1880 a 1900, após a influência das ideias de Rousseau em pedagogia leva a distinguir diferentes etapas no desenvolvimento gráfico da criança. Em 1926 o desenho é introduzido no tratamento psicanalítico, Sophie Morgenstern trata desse modo um caso de mutismo numa criança de 9 anos.
3. Desenho e evolução A evolução psicomotora convém adotar um processo progressivo e evolutivo que leve em conta o fato de que a criança está em perpetua mutação: “tudo o que diz respeito a criança, suas experiências, sentimentos, crescimento...” atua sobre
essa evolução dos signos da linguagem plástica. Tal evolução se faz por etapas, no decorrer das quais observaram-se regressões a um estágio anterior do grafismo, regressões significativas de um distúrbio profundo ou de uma crise passageira. A criança zangada rabisca com energia, a angustiada barra com traços negros o desenho que acabou de fazer.
4. Análises Foram analisados quatro desenhos de crianças de 10, 8, 5 e 2 anos de idade, as mesmas realizaram desenhos livres. O ambiente em que os desenhos foram feitos em suas próprias casas, as crianças estavam acompanhadas de seu responsável e dois alunos observavam e faziam perguntas enquanto a criança desenhava.
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Descrição 1
Nome: G.O.
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Idade: 10 anos Sexo: Feminino
Pegou, o estojo de canetinha e lápis de cor. Ficou perguntando o que ela teria que desenhar, depois de informada que poderia ser o que ela quisesse, começou a desenhar os pais e o cachorro, não desenhou a irmã, de repente não quis mais desenhar aquilo e jogou fora. Pediu outra folha e desenhou algumas árvores a escola e os amigos, por algum motivo não quis continuar também com aquele desenho, e novamente pediu outra folha e por fim começou a desenhar a irmã e ela passeando com o cachorro Scott. Se distraía com tudo, perguntava sobre a faculdade, que ela já havia passado com a psicóloga e que gostava dela, mudava de assunto muito rápido, começava a falar de séries de TVs e depois do desenho que estava passando na TV ( Meninas super poderosas) Não sabia que cor de canetinha ou lápis de cor usar, escolheu várias vezes o qual usar, depois disse: - Vou fazer tudo de preto mesmo. Depois de conversar com a mãe sobre o remédio que havia esquecido de tomar e depois da bronca por não ter tomado, quis colocar algumas cores no desenho. Depois de 45 minutos me entregou o desenho e logo em seguida me pediu para devolver, virou a folha e escreveu o que significava e depois me disse que desenhou aquilo porque gosta de passear com o Scott.
4.1.1 Análise 1 Segundo Florence, a criança pode utilizar figuras, tais como, sol, flores, árvores, casa, simbolizando aquilo que os adultos no caso os pais, podem estar condicionando-a para obter e criar algum hábito para prática de determinado comportamento, a criança f ica com a imagem de “o que o eles esperam de mim”
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A partir deste ponto e das imagens gráficas pode-se observar que pode ser identificado uma manifestação de maturidade da parte da criança, onde a criança pode estar encontrando um balanceamento emocional. Um desenho pode ser resultado da cultura que a criança vivência no seu diaa-dia, como o sujeito estudado e citado acima, desenha os pais e os amigos da escola e por último a irmã mais nova. A criança no primeiro momento irá desenhar o que importa e representa e o que tem sentido à ela, como a família e os amigos, e assim com a criação dos desenhos, talvez para revelar suas emoções e intenções através da grafia e esse ato primário poderá futuramente ajudar com o enriquecimento e construção de saber como se expressar.
4.2 Descrição 2 Nome: Is. Idade: 8 anos Sexo: feminino Pegou o estojo com os lápis de cor colocou sobre a mesa e perguntou o que era pra desenhar, falamos que o desenho era livre e ela poderia desenhar o que quisesse. Is. pegou a folha, sentou-se e começou a desenhar, estava bem concentrada e não parou até o termino do desenho. Terminou após 45 minutos. Perguntamos o que tinha desenhado, ela respondeu que tinha feito um castelo e duas princesas, uma era a Branca de neve e a outra a Cinderela. Quando questionada o que a levou a fazer os desenhos, ela respondeu que gosta de princesas e que gostaria de morar em um castelo, e pretende ir a Disney pra conhecer as princesas.
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4.2.1 Análise 2 Segundo Luquet Isabela está no terceiro estágio do grafismo infantil que seria o realismo intelectual, que começa aos quatro anos e irá estender-se até por volta dos dez ou doze anos. Esse período caracteriza-se pelo fato de que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. Daí o recurso a dois processos: o plano deitado (os objetos são representados em perspectiva, mas deitados em torno de um ponto central), e a transparência ou representação simultânea do objeto do conteúdo, porque a criança mistura diversos pontos de vista. Piaget A segunda fase, é a também a do realismo intelectual (4 a10 anos), onde a criança pretende deliberadamente reproduzir do objeto representado não só o que se pode ver mas tudo o que ali existe e dar a cada um dos elementos a sua forma exemplar. O plano deitado baseia-se essencialmente na multiplicidade dos pontos de vista. Os diferentes elementos de uma mesma cena são encarados sob diferentes ângulos.
4.3 Descrição 3 Nome: G Idade: 5 anos Sexo: Feminino A criança se sentou em uma mini mesa e mini cadeira e começou a desenhar enquanto nos descrevia o que ela estava desenhando. Coloriu o desenho e ao chegar ao sol disse que estava cansada e que terminara o desenho (a criança não coloriu o sol).
4.3.1 Análise Baseado nas afirmações de Luquet a criança está na fase Realismo Intelectual do qual ela expressa em seus desenhos conteúdos que ela sabe, mais não é aquilo que ela vê.
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No seu desenho observamos a presença da história infantil do "João e o pé de feijão" do qual na realidade não é possível ver o pé de feijão, mas como ela já a conhece, ela a expressa no desenho. Segundo Piaget a criança não possui nenhuma noção de espaço como a de um adulto: O alto, o baixo, a esquerda e a direita, não existem para ela. A avaliação do espaço obedece primeiramente à imperativos que não são métricos, mas afetivos: “Além da distância física e geométrica que existe entre mim e todas as coisas, uma distância vivida me liga as coisas que importam e existem para mim.”
A criança não se preocupa nem um pouco em respeitar as proporções dos objetos, ela lhe atribui "grandeza afetiva" (no desenho observa-se flor maior que a criança e do tamanho do prédio) A criança projeta no desenho seu próprio esquema corporal, ela traduz assim a maneira como vive seu corpo e se sente apreendida pelo outro (a criança está no desenho cercada de detalhes) O que a criança desenha, portanto é sempre ela mesma, a sua própria imagem, refletida e difratada em múltiplos exemplares. A criança desenha a figura de um prédio, e a respeito da ideia de casa seu significado é o afeto, e se tem um lado que está defeituoso dessa casa (prédio) seria a dor (observa no desenho que o canto superior do prédio está defeituoso). Referente as cores que a criança usou em seu desenho observamos mais as cores azul, verde e violeta onde o azul demonstra harmonia mas também conformismo e introversão, já o verde e violeta demonstram oposições e tensões, é possível ver também que há a ausência da cor em algumas figuras mas com integração harmoniosa ao desenho há um bom equilíbrio, o azul e o verde como cores "abdutoras" privilegiam a introversão e isso traduz o estado emocional da criança. Então a partir da análise piagetiana essa criança se encontra na fase do Préesquematismo do qual ela está descobrindo a realidade e o que não é, as primeiras ideias de proporções geométricas e cores estão relacionadas a vínculos emocionais.
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4.4 Descrição 4 Nome: S. Idade: 2 anos Sexo: Feminino No começo a criança se esconde envergonhada, então falamos para ela que trouxemos um presente e colocamos os lápis de cera e folha sulfite no local indicado pela mãe. A criança se aproxima devagar, senta no chão e começa a desenhar, começa fazendo círculos e ao perguntarmos o que ela desenhou ela cita o pai, pega cores diferente e desenha o carro do pai, desenha um de nós no qual ela se refere chamando de “amiga”. A criança desenha várias vezes o pai e enquanto desenha
observasse a falta de noção de espaço enquanto ela rabisca não só a folha de sulfite, mas também o chão.
4.4.1 Análise 4 Nesse estágio (0 a 2 anos) a expressão infantil inicia pelo rabisco, com vários movimentos giratórios. As pesquisas sobre o rabisco foram realizadas por William Preyer, que estudou as manifestações gráficas dos bebês. Que é uma expressão de um ritmo biopsíquico próprio de cada indivíduo, o rabisco aparece com a aprendizagem do andar e do sentido do equilíbrio. “Talvez seja no rabisco, traço ativo, ainda impregnado do dinamismo do
gesto que o produziu, que essa instantaneidade do desenho infantil apareça melhor. Cumpre notar, aliás, que quanto mais a criança avança em idade, mais diminui a rapidez de execução, o desenho torna-se caprichado; confunde-se então com as produções adultas” (Pag. 7 e 8).
Para Luquet o desenho da criança de 2 anos se enquadra no estágio realismo fortuito pois os traços aos poucos foram ganhando intencionalidade,
porém não tem uma intenção representativa. E na análise Piagetiana houve o mesmo estágio que o de Luquet (realismo fortuito), mas é conhecido como incapacidade sintética, a figura humana é
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inexistente ou pode aparecer da maneira imaginaria, do jeito que analisamos que havia no desenho da criança, quando se referia ao pai. É uma fase com vários movimentos amplos, longitudinais, circulares e desordenados. Com base nessas duas teorias o desenho da criança de 2 anos se identifica com a fase.
5. Conclusão Chegamos à conclusão que as quatro crianças fizeram desenhos compatíveis com o que se é esperado nas respectivas idades do desenvolvimento cognitivo.
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Com discursão em grupo sobre a teoria e como foi observado na prática, observamos as semelhanças da prática e teoria e concluímos que o trabalho foi enriquecedor ao conhecimento. O desenho representado por uma criança não é apenas um desenho, mas uma forma que ela encontra de colocar para fora o que acontece em seu “mundinho”. Seus medos, angústias, emoções, expectativas, podem ser observadas
em seus desenhos. Sem nenhuma dúvida o desenho infantil é um grande aliado do psicólogo. Portanto, o desenho é uma representação simbólica realizada pela criança para enfatizar os aspectos emocionais, físicos, e o que representa da realidade dela naquele momento, demonstrando suas emoções através de desenhos e escrita.
6. Referências MEREDIEU, FLORENCE DE. O DESENHO INFANTIL. Ed 1. Cultrix, 2000. 118p. Português.
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ANEXOS
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APÊNDICES