Filme Fil me A Vila
A história história retrata um grupo pessoas que no século XIX, devido à extrema violência das cidades, se isolam em uma região escondida na loresta de !ovington" A esperan#a era undar um u m lugar livre da criminalidade e nunca mais retornar para os centros ur$anos" Fundaram uma vila $aseada na auto% sustenta$ilidade e a$oli#ão do dinheiro, algo parecido com o socialismo" &entre os diversos personagens que comp'em o ilme, alguns se destacam( )d*ard +aler, chee do !onselho dos Anciãos- Iv., ilha de )d*ard, uma /ovem cega que demonstra ter mais sa$edoria e sensi$ilidade sensi$ilidade que os outros moradores- 0ucius, ilho de Alice 1unt 2tam$ém pertencente ao !onselho3, rapa4 introvertido, com diiculdade de expressar seus sentimentos, 5oah, ilho de um casal de Anciãos, doente mental, que gosta muito de Iv., adora $rincar de $riga com os outros rapa4es rapa4es da Vila Vila e ri ri quando se ala das 6criaturas6" 6criaturas6" 7ara alimentar o mito, o conselho de anciãos periodicamente montava assustadoras apari#'es disar#adas de uma veste vermelha" !omo para os anci'es a cor vermelha representava o sangue nas cidades, ao constru8rem o mito usaram o vermelho para representar aqueles cu/o nome não podia ser mencionado" )sta cor era terminantemente proi$ida na Villa, Villa, inclusive em plantas" A cor vermeha est9 na dire#ão de uma atitude mais extrovertida, extrovertida, mais violenta" Fa4endo uma analogia entre a escolha de vida do povo que se isolou na vila e a rela#ão deles com o vermelho, pode%se /ulgar que os moradores da vila evitavam uma vida com maiores extrovers'es e sentimentos" : $loqueio em rela#ão ao vermelho é tam$ém uma met9ora de como a maioria dos personagens eram $loqueados em rela#ão rela#ão aos seus sentimentos sentimentos mais proundos, tanto positivos, quanto negativos" :s anci'es guardavam suas lem$ran#as ruins da cidade em $a;s $ a;s a4uis( otos e recortes de /ornais so$re as tragédias" )sses $a;s sempre echados passaram a chamar aten#ão de 0;cius, o qual passa a a4er v9rios questionamentos a sua mãe e anciã Alice 1unt" Inocente quanto ao segredo da vila, como todos os demais /ovens, 0;cius tenta convencer o conselho da possi$ilidade de transpor a ronteira sem ser molestado pelas criaturas" !omo repres9lia os anciãos or/aram ataques dos inimigos, a4endo%o se sentir muito culpado" 0;cius e Iv. come#am a namorar"
7erc. o ere gravemente" :s anci'es chegam a conclusão que não podem evitar o sorimento" 5a tentativa de salva%lo, Iv. pede permissão para atravessar a loresta em $usca de remédio" Antes da sua partida o sr" +aler lhe conta toda verdade a respeito do mito da loresta" Iv. sente pena daqueles anciãos e decide compactuar com o mito" 5oah persegue Iv. na Floresta, mas aca$a morrendo ao cair em um $uraco" !om o argumento de que 5oah ora morto pelas terr8veis criaturas, sua morte passou a ser utili4ada pelos anciãos para a revitali4a#ão do mito" A rela#ão do ilme com a museologia pode ser perce$ida quando o ilme trata de memória, identidade e ronteira" 7ara =ilva 2>???3 a identidade é relacional 2para existir, deve existir uma rela#ão com o outro3- adquire sentido por meio da linguagem e das dieren#as sim$ólica pelos quais é representada" 5o ilme @A Vila essa representa#ão sim$ólica é o$serv9vel em termos de vestimentas da época, valores de respeito m;tuo, cren#as, mitos, medos, rela#'es sociais, no#'es de limites, rep;dio ao vermelho e apre#o ao amarelo" )m @A vila, por exemplo, os anciãos criaram toda uma identidade para poderem se isolar dos violentos centros ur$anos" Binham temor da possi$ilidade de passarem novamente por toda uma história de ang;stia e medo" )ra necess9rio ugirem da onda de crimes, nem que para isso tivessem que ir morar na distante loresta de !ovington" Aos poucos, o seu modo de vida, economia e valores se tornaram cada ve4 mais distantes daqueles que permeavam os espa#os citadinos" !riaram para isso uma identidade enaticamente voltada ao solo dessa nova terra" Cespeitavam a ronteira representada pelo grande mistério da loresta de !ovington" 7artilhavam do mesmo medo de incomodarem os @ha$itantes da loresta que não admitiam ser incomodados, portanto ninguém a atravessava" &essa orma, os anciãos oram eli4es no seu pro/eto, os /ovens estavam ligados à terra de uma orma natural" )m “A vila” a ronteira maniesta uma primeira preocupa#ão com as deini#'es de um discurso so$re a constru#ão e reordena#ão de um espa#o" As delimita#'es visam preservar o espa#o constru8do com $ase no paradigma do $em%estar ligado à ixa#ão a um espa#o geogr9ico" 5o ilme esse sentimento de ixa#ão é representado e reor#ado por v9rios 8cones( casas, $anquetes de conraterni4a#ão, cria#ão de animais, agricultura 2@a terra onde vivemos e plantamos3, o próprio cemitério e posto de vigilDncia"
A ronteira é uma constru#ão no tempo" Ao esta$elecerem marcos 8sicos eEou sim$ólicos, sua un#ão é delimitar um espa#o no qual os homens se perce$em como parte de uma identidade comum" Ceor#a%se o seu sentido ligado ao espa#o território, esse tem uma importante contri$ui#ão, pois a todo o momento as pessoas são reerenciadas pela sua nacionalidade, morador dessa ou daquela localidade" A loresta demarcava uma ronteira para os moradores de am$os os lados" :s signiicados, porém eram dierentes, $em como o seu undamento" 7ara os moradores da vila sim$oli4a a ha$ita#ão de seres terr8veis 2@aqueles a quem não mencionamos3" 7ara os moradores da cidade sim$oli4a uma reserva digna de preserva#ão" 5o primeiro caso se undamentava no perigo de atravess9%la, no segundo caso de não inringir uma determina#ão das autoridades com $ase no discurso de que a Floresta de !ovington era o @santu9rio dos animais, tanto que as rotas dos avi'es oram mudadas para que ninguém os pertur$asse" !om certe4a, so$re a determina#ão secreta do =r" +aler" : interesse das ciências sociais se centra na dimensão social do que essa evoca#ão do passado assume, ou se/a, a dimensão coletiva da memória" A memória coletiva perpetua os eitos memor9veis, o conhecimento, a arte e valores" 7or muito tempo a memória oi considerada como resultado de meros eeitos $iológicos" como di4er que a memória coletiva é determinada puramente pelos componentes qu8micos no interior das células, o que não é verdade" A constru#ão da memória é um processo que se d9 em sociedade" !omo colocado por 7esavento 2>??G, p" H3 @não haver9 memória coletiva sem suportes de memória ritualisticamente compartilhados" )la d9 sentido à vida" Cessaltando o 8cone sim$ólico do $a;, em importantes momentos de @A vila, apesar de triste, o seu conte;do tinha a necessidade de ser regularmente relem$rado com o im de legitimar a nova ronteira, identidade e memória"