FARMACOGNOSIA DEFINIÇÃO ...................................... 1 OBJETIVOS ..................................... 1 CONCEITOS GERAIS.................... 1
RDC Nº 10 ........................................ 2 SEÇÃO I ......................................... ......................................... 2 Disposições iniciais...................... 2
SEÇÃO II ........................................ ........................................ 2 Definições .................................... 2 Medidas de referencia ................. 2
SEÇÃO III ....................................... ....................................... 2 Notificação ................................... 2
SEÇÃO IV ....................................... 2 Embalagem e folheto informativo 2
RDC 14 ............................................. 3 C APÍTULO I ....................................... 3 Disposições iniciais ...................... 3 Seção I ......................................... 3
Objetivo ........................................... 3 Seção II ........................................ 3
Definições ....................................... 3
C APÍTULO II...................................... 3 Registro de produtos nacionais ... 3 Seção I ......................................... 3
Medidas antecedentes .................... 3 Seção II ........................................ 3
Documentação ................................ 3 Seção III ....................................... 4
Relatório técnico ............................. 4 Seção IV ...................................... 4 Seção V ....................................... 5
Relatório de eficácia e segurança ... 5
C APÍTULO III ..................................... ..................................... 5 Registro de produtos importados . 5 C APÍTULO IV..................................... 6 Alterações pós-registro ................ 6 C APÍTULO V...................................... 6 Renovação de registro ................. 6 C APÍTULO VI..................................... 6 Disposições finais ........................ 6
PLANTAS ......................................... 7 Plantas exóticas e nativas ........... 7 Hidropônica .................................. .................................. 7 Dormência da semente ................ 7
PRODUÇÃO DE FITOTERÁPICO ... 7 CULTIVO X EXTRATIVISMO.......... 7 Seleção ........................................ 7 Cultura.......................................... 7 Cultivo .......................................... 8 Local............................................. 8 Solo 8 Coleta ........................................... ........................................... 8
COLHEITA E PROCESSAMENTO 8
Amostragem ............................... 10
IDENTIFICAÇÃO .......................... 11 Identificação por processos diretos................................. 11 Processo físico ........................... 11 Processos químicos ................... ................... 11
Transformações químicas ............. 11 Reações características ca racterísticas ................ 11 Determinação de cinzas ................ 11
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO ........... 12 EXTRAÇÃO .................................. 12 Extração a frio ............................ ............................ 12
Maceração ..................................... 12 Percolação ..................................... 12 Turbolização, turbolise e turboextração ...................... 13 Expressão ...................................... 13 Extração a quente em sistema abertos ............................... 13
Infusão ........................................... 13 Decocção ....................................... 13 Extração a quente em sistemas fechados ............................. ............................. 13
Pós-colheita ................................. 8 Arraste por vapor de água ............. 13 Aparelho de Soxhlet ...................... 13 Material fresco ............................. 8 Secagem ...................................... ...................................... 9 TINTURAS ...................................... 14 Liofilização ................................... 9 Estabilização ................................ ................................ 9 METABOLISMO SECUNDÁRIO .... 14
CONTROLE DE QUALIDADE ....... 10 Dados da amostra ...................... 10 Identificação d a amostra ............ 10
Solubilidade ...................................10
ANÁLISE DE DROGAS ................ 10
Compostos fenólicos .................. 14
Taninos .......................................... 14 Uso farmacêutico ....................... 14
DEFINIÇÃO Estuda os princípios ativos naturais, vegetais ou animais. A palavra farmacognosia deriva do grego a p h a r m a k o n =fármaco e g n o s i s = c onhecimento. Seydler criou o termo farmacognosia para designar a ciência que estuda as matérias de origem natural, usada no tratamento de enfermidades.
OBJETIVOS Avaliação da qualidade das drogas, através da identificação e verificação da sua pureza, bem como da integridade química, descoberta de novas drogas ou melhoramento da qualidade das atualmente existentes.
CONCEITOS GERAIS Fitoterapia: Do grego terapeia= tratamento e p h y t o n = v egetal. É o estudo das plantas medicinais vegetal. É o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura de doenças. Observa-se que a definição de medicamento fitoterápico é diferente de fitoterapia, pois não engloba o uso popular das plantas em si, mas sim seus extratos. O uso de plantas medicinais não é isento de risco. Além do principio ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas. Medicamento fitoterápico: É o alcançado de plantas medicinais, onde se usa apenas derivados da droga vegetal. São considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego de matéria-prima ativa vegetal. O fitoterápico é obtido usando derivados extras da planta que são industrializadas. Plantas medicinais: São as plantas que possuem características que ajudam no tratamento de doenças ou que melhoram as condições de saúde de pessoas. Contém as substâncias terapêuticas. Droga vegetal: É a planta medicinal, ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem. Em geral drogas vegetais são usadas no preparo de medicamentos fitoterápicos. Princípio ativo: É a substância que deverá exercer efeito ativo de um medicamento é chamado de fárm ac o . Marcador : Componente de classe de composto químicos presente na matéria-prima vegetal. O próprio princípio-ativo que é usado como referência de qualidade da matéria-prima vegetal dos medicamentos fitoterápicos. Extrato vegetal: São separações concentradas obtidas de drogas vegetais ou animais, por meio de um solvente apropriado, seguido de evaporação total ou parcial com ajustes do concentrado a padrões estabelecidos.
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Fitocomplexo: Substância originada no metabolismo primário ou secundário, responsável, pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de seus derivados. Droga: É todo produto de origem animal ou vegetal que, coletado ou separado da natureza é submetido a processo de preparo e conservação, tem composição e propriedades, que constitui a forma bruta do medicamento. Simplificando droga é toda matéria sem vida que sofreu alguma transformação para servir de base para o medicamento. Drogas derivadas: São produtos derivados de animal ou planta, obtidos sem uso de processos extrativos. Como exemplo, temos drogas derivadas de origem animal como a bílis do boi e o mel de abelha. Produto farmacêutico Medicamento: tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Insumo Farmacêutico: Droga ou matéria-prima aditivada ou complementar de qualquer natureza, destinada a emprego em medicamentos, quando for o caso, e seus recipientes. Correlato: A substância, produto, aparelho ou acessório não enquadrado nos conceitos anteriores, cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos, óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários. Fármaco: Deriva do grego Ph án = veneno. É uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedades farmacológicas.
Medidas de referencia Colher de sopas: 15m/3g; Colher de sobremesa: 10ml/2g; Colher de chá: 5ml/1g; Xícara de café: 2ml/0,5g; Xícara de chá ou copo: 150ml; Xícara de café: 50ml; Cálice: 30ml.
RDC Nº 10 SEÇÃO I Disposições iniciais Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais. Institui a notificação de drogas vegetais, consideradas as plantas medicinais ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias responsável pela ação terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização e secagem, íntegras rasurada, triturada ou pulverizada. A fabricação, a importação e a comercialização dos produtos de que trata essa RDC. As drogas vegetais são produtos de venda isenta de prescrição médica destinadas ao consumidor final. Os produtos desta resolução destinam-se ao uso episódico, oral ou tópico, para o alívio das doenças, devendo ser disponibilizado na forma de droga vegetal para o preparo de infusões, decocções e macerações. Não podem ser notificadas drogas vegetais na forma de cápsula, tintura, comprimidos, extrato, xarope e etc.
SEÇÃO II
SEÇÃO III Notificação Só será permitida a notificação de produtos com drogas vegetais e de acordo com os seguintes critérios: Deve ser realizada uma notificação individual de produto; A notificação deve ser atualizada sempre que houver modificação em quaisquer informações prestadas por meio de notificação eletrônica. Todas as notificações devem ser renovadas a cada cinco anos; A notificação de drogas vegetais deve ser efetuada por meio do site da ANVISA. O fabricante deve adotar as informações padronizadas do anexo e atualizações posteriores, além de seguir as boas práticas de fabricação e controle. Apenas as empresas fabricantes, que comprem as b o as p ráti c as d e f ab ri c ação e c o n t r o l e (BPFC) para medicamentos ou para drogas vegetais sob notificação, poderão notificar fabricar as drogas vegetais abrangidas por essa resolução, mediante certificado de BPFC.
Definições Banho assento: imersão em água morna, na posição sentada, cobrindo apenas as nádegas e o quadril. Compressa: é uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o local machucado, um pano ou gase limpo e umedecida com um decocto, frio ou aquecido. Decocção: preparação que consistem na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado, indicado para drogas vegetais SEÇÃO IV com consistência rígidas, tais como cascas, Embalagem e folheto informativo raízes, rizomas, caules, sementes e folhas cariáceas. A embalagem deve garantir a proteção da droga documento que vegetal contra contaminação e efeito da luz e Folheto informativo: acompanha o produto, com a finalidade de umidade e apresentar lacre ou selo de segurança orientar o usuário da correta utilização da droga que garanta a inviolabilidade do produto. A vegetal, não pode apresentar, símbolos, figuras, embalagem deve apresentar: desenhos, imagens e etc. Nome do produto; Gargarejo: agitação de infuso, decocto ou Este produto deve ser armazenado ao abrigo da maceração na garganta, pelo ar que se expele da luz, à temperatura ambiente e em locais secos; laringe não devendo ser engolido o líquido final. Produto notificado na ANVISA nos termos da Notificação: Comunicação prévia à autoridade RDC; sanitária federal ( ANVISA) referente à fabricação Este produto deve ser mantido fora do alcance importação e comercialização das drogas de criança; vegetais. Este produto é indicado com base no seu uso Uso episódico: uso do produto para alivio tradicional; sintomático de doença de baixa gravidade, de Nome do farmacêutico responsável e respectivo forma não continuada, por um período limitado de número do CRF; tempo. Nome do fabricante; Uso tradicional: uso alicerçado na tradição Número do CNPJ do fabricante; popular, sem evidencia conhecidas ou informadas Endereço completo do fabricante; de risco à saúde do usuário e cujas propriedades Número do SAC; são validadas através de levantamentos Número do lote; código de barra. farmacológicos, de utilização e documentos científicos.
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Caso não haja espaço suficiente na embalagem RDC 14 para as informações, as mesmas deverão se Dispõe sobre os registros de medicamentos integralmente disponibilizadas no folheto fitoterápicos. informativo. Poderá ser adicionada uma marca para distinguir a linha de produção dentro da Capítulo I mesma empresa para todas as drogas vegetais Disposições iniciais notificadas pelo mesmo fabricante, não podendo haver nome comercial para cada droga vegetal Seção I notificada. Poderá ser adicionada uma imagem da Objetivo droga vegetal notificada. As seguintes Esta resolução possui o objetivo de estabelecer informações poderão ser disponibilizadas na os requisitos mínimos para o registro de embalagem, ou caso não haja espaço, deve ser medicamento fitoterápico. Os medicamentos integralmente disponibilizada no folheto fitoterápicos são caracterizados pelo informativo: conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, Posologia e modo de usar; assim como pela reprodutibilidade e constância de Frases para produto que tenham a indicação sua qualidade. Não são considerados para uso infantil e para maiores de setenta medicamentos fitoterápicos aquele que inclui na anos, respectivamente; sua composição substancias ativas isolados, Para crianças de três a sete anos, sintéticos ou naturais, nem as associações dessas recomenda-se um quarto da dose usada para com extratos vegetais. adultos; entre sete e doze anos, recomendase metade da dose adulta; Seção II Para maiores de setenta anos deverão usar Definições metade da dose usada para adultos. Para efeito desta resolução são adotadas as Este produto pode ser usado sem prescrição seguintes definições: médica para o alívio sintomático de doenças CBPFC: certificado de boas práticas de baixa gravidades por períodos curtos. Caso fabricação e controle; os sintomas persistem ou parem, ou Derivado vegetal: produto da extração da apareçam reações indesejadas não descritas planta medicinal in-natura ou da droga vegetal, nas embalagens ou folheto informativo, podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, interrompa seu uso e procure orientação alcoolatura, óleo fixo e volátil. profissional de saúde. Doença de baixa gravidade: Doença autoSe você usa medicamentos de uso contínuo, limitante, de evolução benigna, pode ser busque orientação de profissional de saúde tratado sem acompanhamento médico. antes de utilizar este produto. Preparar infusão ou, decocção Capítulo II imediatamente antes do uso, para algumas espécies vegetais. Registro de produtos nacionais Drogas vegetais não devem ser usadas por Seção I período superior ao indicado, a não ser por Medidas antecedentes orientação de profissionais da saúde. A empresa deverá notificar a produção de lotesMulheres grávidas ou amamentando não pilotos de acordo com guia para notificação de devem usar este produto já que não há lotes-piloto de medicamento publicado pela estudo que possam garantir a segurança ANVISA na in 06, 18 de abril de 2007, ou sua situações. atualização. Deve ser usada fonte Time New Roman com tamanho mínimo de 10pt, com espaçamento Seção II simples entre letras nas frases e informações Documentação da embalagem e folheto informativo. Todos os documentos deverão ser Não poderão constar da embalagem, do folheto informativo da rotulagem ou encaminhados em vias impressas assinadas na publicidade dos produtos que trata esta folha final e rubricados em todas as folhas pelo resolução, designações, nomes geográficos, responsável técnico da empresa, juntamente com símbolos, figuras, desenhos ou quaisquer uma cópia, com arquivos em formato aceito pela indicações que possibilitem interpretação ANVISA. Toda documentação deverá ser falsa, erro ou confusão quanto à origem, apresentada em idioma português, indicando a procedência, natureza, composição ou documentação original, quando se tratar de tradução. qualidade.
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Seção III Relatório técnico Deve conter as seguintes informações: Nomenclatura botânica completa; Parte da planta usada; Layout da bula, rótulo e embalagem, conforme legislação vigente; Documentação referente a cada local de fabricação, caso a empresa solicite registro em mais de um local de fabricação. Datas da produção; Controle de qualidade; Datas sobre segurança e eficácia.
Seção IV Relatórios de produção e controle de qualidade Deve conter as seguintes informações: Formas farmacêuticas; Descrição detalhada da fórmula conforme a denominação comum internacional ( DCI) ou a denominação usada no chemical abstracts servise (CAS); Descrição da quantidade de cada componente expresso no sistema internacional de umidade ( SI) por unidade farmacotécnica, indicando sua função na fórmula; Tamanho mínimo dos lotes industriais a serem produzidos; Descrição de todas as etapas do processo de produção, contemplando os equipamentos usados; Metodologia de controle de processo produtivo; O relatório de controle de qualidade deve apresentar as seguintes informações gerais: Controle de encefalopatia espongiforme transmissível de acordo com a legislação vigente; Resultados do estudo estabilidade acelerada de três lotes-pilotos, acompanhados dos estudos de estabilidade de longa duração já concluída; Referencia farmacopeia consultada e reconhecida pela ANVISA.
Quando a empresa fabricante de medicamento fitoterápico for também produtora do derivado vegetal, ou quando a droga vegetal for empregada como ativo no medicamento fitoterápico, deve ser apresentado laudo de análise da droga vegetal, indicando o método usado, especificação e resultados obtidos para um lote dos ensaios abaixo descritos: Teste de autenticidade, caracterização organoléptica, identificação macroscópica e microscópica;
Descrição da droga vegetal em farmacopeias reconhecidas pela ANVISA, em sua ausência, publicação técnico-cientifíca; Teste de pureza e integridade, incluindo: a) Cinzas totais ou cinzas insolúveis em ácido clorídrico; b) Umidade ou perda por dissecação; c) Pesquisa de matérias estranhas; d) Pesquisas de materiais estranhos; de contaminantes e) Pesquisas microbiológicos; f) Pesquisa de metais pesados. Método de estabilização, secagem e conservação usada, com seus devidos controles, quando cabível. Método para eliminação de contaminantes, e a pesquisa de alterações: Local de coleta; Perfil cromatográfico ou prospecção fitoquímica; Análise quantitativa do marcador ou controle biológico. Quando a empresa não for produtora do derivado vegetal, deverá enviar laudo para fornecê-la, contendo as seguintes informações: Nomenclatura botânica completa; Parte da planta usada; Solvente, excipiente ou veículos usados na extração do derivado; Relação aproximada droga vegetal: derivado vegetal; Descrição do método para eliminação de contaminantes, quando usado, e a pesquisa de eventuais alterações. O relatório de controle de qualidade deve apresentar laudo de análise do produto acabado indicando o método usado, especificação e resultados obtidos para um lote, dos ensaios abaixo descritos: Perfil cromatográfico; Análise quantitativa do marcador; Controle dos excipientes usados na fabricação do medicamento por métodos estabelecidos em farmacopeia reconhecida. Os testes referentes ao controle da qualidade de medicamento fitoterápicos, quando tercerizado, deverão ser executados em laboratórios certificados em boas práticas laboratoriais (BPC) ou por empresas fabricantes de medicamentos que tenham CBPFC.
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Seção V Relatório de eficácia e segurança O relatório técnico deve conter informações sobre segurança e eficácia comprovadas por uma das opções seguintes: Pontuações em literatura técnico-cientificos; Ensaios pré-clinicos e clínicos de segurança e eficácia; Tradicionalidade de uso; Presença na lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificados publicado pela ANVISA. Pontuação em literatura deverá ser comprovada pela presença de seis pontos em estudos referenciados na lista de referência bibliográfica para avaliação de segurança e eficácia de medicamento fitoterápico, publicado pela ANVISA, conferindo de acordo com a escala descrita a seguir: Três pontos a cada inclusão em obra relacionada no grupo A; Dois pontos a cada inclusão em obra relacionada no grupo C; Um ponto a cada inclusão em obra relacionada no grupo C; Meio ponto a cada inclusão em publicação técnica cientifica indexada, brasileira ou internacional, que contenha informações relativas à segurança de uso e as indicações terapêuticas propostas. Os ensaios pré-clinicos e clínicos de segurança e eficácia deverão ser realizados conforme os seguintes parâmetros: Quando não existirem estudos que comprovem a segurança pré-clinica, os mesmos deverão ser realizados seguindo, como parâmetro mínimo, o guia para a realização de estudos de toxicidade pré-clinica de fitoterápico. Os ensaios clínicos deverão seguir as boas práticas de pesquisa clínicas (BPPC) e as normas vigentes para realização de pesquisa clínica. A Tradicionalidade de uso deve ser comprovada por meio de estudo etnofarmacológico, ou etnoorientado de uso, documentação técnicocientificos como a farmacopeia Brasileira ou outras publicações, que serão avaliados conforme os seguintes critérios: Indicações de uso episódico ou para curtos períodos de tempo; Indicações para doença de baixa gravidade; Coerência das indicações terapêuticas proposta com as comprovadas pelo uso tradicional;
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Quando a comprovação da segurança e eficácia for efetuada por meio da lista de medicamentos fitoterápicos de registro solicitante deve seguir, as especificações ali definidas: partes usada, padronizada, forma de uso, indicações ações terapêuticos e dose diário, via de administração, concentração da forma farmacêutica, quando descrita, e restrição de uso. Para o registro de associações todas as datas de segurança eficácia deverão ser apresentadas para associação, não sendo aceitas informações para cada espécie vegetal separado.
Capítulo III Registro de produtos importados Fabricantes ou seus representantes que querem comercializar medicamentos fitoterápicos produzidos em territórios estrangeiros, além de cumprir os requisitos dessa resolução referente à fabricação nacional, terão que apresentar: Autorização da empresa fabricante para o registro, representação comercial e uso da marca no Brasil, quando aplicável; Cópia do CBPFC emitida pela ANVISA para a empresa fabricante, atualizado, por linhas de produção; Cópia do CBPFC emitida pela ANVISA ou do protocolo do pedido de inspeção para este fim, para a linha de produção da empresa requerente do registro, quando se tratar de importação do produto a granel ou em sua embalagem primária; Laudo de análise com especificação e referência bibliográfica, ou descrição da metodologia de controle da qualidade físicoquímica, química, microbiológica e biológica que o importador realizará, de acordo com a forma farmacêutica e apresentação do produto acabado, a granel ou na embalagem primária; Comparação do registro de produto, emitida pelo órgão responsável pela vigilância sanitária do país de origem. Deve ser enviada à ANVISA cópia dos resultados e da avaliação do teste de estabilidade na embalagem primária de comercialização seguindo o guia para a realização de estudos de estabilidade de medicamento. O prazo de validade do produto importado a granel deve ser contado a partir da data de fabricação do produto no exterior, e não da data da embalagem no Brasil, respeitando o prazo de validade registrado na ANVISA. Todo o material relativo ao produto, tais como os relatórios de produção e controle da qualidade, e as informações contidas em rótulos, bulas e embalagem deve estar em idioma português, atendendo à legislação em vigor.
Os documentos oficiais em idiomas estrangeiros, usados para fins de registro, expedidos pelas autoridades sanitárias, deverão ser acompanhadas de tradução juramentada.
Capítulo IV
determinado por resolução, caso não tenha sido previamente apresentado; Cópia de notas fiscais comprovando a comercialização do medicamento em, no máximo, três notas por formas farmacêuticas.
Capítulo VI
Alterações pós-registro Disposições finais Decorrido o prazo de validade declarado para o Para as petições que já esteja protocolado na medicamento, a empresa deverá protocolar, na ANIVISA, serão concedidos seis meses para forma de complementação de informações ao protocolo de adequação necessário, contando a processo, relatório de resultados e a avaliação partir da data de publicação dessa resolução. final do estudo de estabilidade de longa duração A ANVISA poderá realizar análise de controle de dos três lotes apresentadas na submissão do lotes comercializados para monitoração da registro, de acordo com o cronograma qualidade e da conformidade do medicamento previamente apresentado, assim como a com as informações apresentadas no registro/ declaração do prazo de validade e cuidados de renovação será aceita a adequação de formulação conservação definitiva, sob pena de configuração ou supressão de espécies vegetais ativas, desde de infração sanitária. que comprovadas a segurança, eficácia e As alterações pós-registro devem seguir os qualidade para a nova formulação com supressão procedimentos especificados na guia para de espécies vegetais ativas, nos termos dessa realização de alterações e inclusões pós-registro resolução. Poderá ser solicitado registro de de medicamento fitoterápico. medicamento fitoterápico contendo drogas vegetais como ativo, desde que seja apresentada comprovação de segurança e eficácia conforme Capítulo V guia para ensaios pré-clinicos de medicamento Renovação de registro fitoterápicos publicado pela ANVISA. Todas as empresas, no primeiro semestre do ultimo ano do quinquênio de validade do registro já concedido, deverão apresentar à ANVISA os seguintes documentos para a renovação: FP devidamente preenchida; Via original do comprovante de recolhimento da taxa de fiscalização de vigilância sanitária ou de isenção, quando for o caso; Cópia do CRT, atualizado, emitido pelo conselho regional de farmácia; Cópia da licença de funcionamento da empresa, atualizada, ou protocolo de solicitação da renovação da referida licença; Cópia do CBFC, atualizado, para a linha de produção na qual o produto classificado como medicamento fitoterápico será fabricado; Demonstração da existência de um sistema de farmacovigilancia na empresa para monitoração de falhas terapêuticas e efeitos colaterais indesejáveis, de acordo com a legislação específica; Ultima versão de layout da bula, rótulo e embalagem que acompanha o produto; Listagem que contemple todas as alterações e inclusões pós-registro ocorrido durante o último período de validade do registro do produto, acompanhado de cópia do diário oficial da união, ou na ausência, copia do protocolo da petição correspondente: Relatório de segurança e eficácia de relatórios de produção e controle da qualidade conforme
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PLANTAS Plantas exóticas e nativas As plantas exóticas são aquela dada como proveniente de fora da flora original local. Ou seja, uma planta exótica não é autóctone do ambiente nativo, em alguns lugares as plantas exóticas representam desequilíbrios no ecossistema local e são considerados como espécies invasoras. As Plantas nativas são plantas de um determinado ecossistema ou regiões é uma espécie que ocorre naturalmente em um determinado local.
PRODUÇÃO DE FITOTERÁPICO CULTIVO x EXTRATIVISMO O cultivo traz mais vantagens do que o extrativismo. Pois, o cultivo evita coleta predatória, garante cultura abundante e de qualidade, coleta no mesmo estágio de maturidade da planta e temos a possibilidade de melhoramento genético. No extrativismo temos condições diferenciadas de crescimento, coleta inadequada, pré-secagem, armazenamento inadequado, umidade elevada, etc.
Hidropônica É a técnica de cultivar plantas sem solo, solo onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. Dormência da semente É um processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio) não germinam. É um recurso usado pelas plantas para germinarem na estação mais propicia ao seu desenvolvimento, buscando através disto a perpetuação da espécie ou colonização de novas áreas. A quebra da dormência é o meio pelo qual as espécies superam o estado de dormência em condições naturais.
Figura 1: ( A ) Cu lt iv o ; ( B ) Ex tr at iv is m o.
Seleção Visa a obtenção de drogas em condições padronizadas. Para isso, precisamos escolher organismos pertencentes a espécie em questão, temos que escolher os elementos aproveitáveis, pois a natureza não os produz em série. Numa população de uma mesma espécie podem ocorrer, diferenças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas. Estas variações podem estar relacionadas com características genéticas flutuantes. As seleções de indivíduos melhores levarão a produção de cultura de melhor qualidade. Cultura A variedade ou raça selecionada tem contribuído para obtenção de drogas de qualidade superior. No cultivo de plantas medicinais, teremos que considerar fatores que influem na vida do vegetal e, na sua composição estes fatores inclui: Temperatura; tipo de solo; Umidade; Clima e etc. A temperatura tem influencia marcante no cultivo de varias plantas medicinais. Por exemplo, o Tragacanto, cultivado em países frios, não produz os princípios que o faz importante na farmácia. O solo intervém no desenvolvimento dos vegetais de varias formas e sua composição química pode interferir na formação de princípios ativos. As plantas alcaloides produzem mais alcaloide de varias formas e sua composição química pode interferir na formação de princípios ativos. A síntese dos hidratos de carbono, ponto de partida para as demais sínteses efetuadas elo vegetal, depende da presença de água.
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Cultivo Para iniciar uma horta, precisamos selecionar as espécies e identificar corretamente as plantas. Uma horta medicinal deverá produzir, ervas que possam ser usadas na culinária, temperos e aquelas de uso de rotina para o tratamento de doenças mais comuns dos organismos. Local O local a ser escolhido para implantação de uma horta medicinal deverá ter água disponível em abundância e de boa qualidade, e ainda exposto ao sol, principalmente pela manhã. Solo Deve ser leve e fértil para que as raízes penetrem no solo e se desenvolva. É bom fazer análise do solo, quanto ao aspecto físico-químico do solo, pode ser melhorado, no seu preparo, incorporando no mesmo, esterco ou compostos melhorados, onde fornecerá nutrientes que ajudarão a reter a umidade.
Coleta Para coleta é essencial que se prepare uma exsicara para identificação botânica e que a seleção da matéria coletada seja feito com cuidado. Devemos evitar coletar partes do vegetal afetadas por doenças, parasita, materiais estranhos ou por partes da planta que não sejam de interesse para a investigação.
Figura 2: ( A )c o le ta ; ( B ) ex s ic ar a.
COLHEITA E PROCESSAMENTO O primeiro aspecto a ser observado na produção de plantas medicinais é o momento certo da colheita. O ponto de colheita varia segundo o órgão da planta, estado de desenvolvimento, época do ano e hora do dia. A distribuição das substâncias ativas, numa planta, é bastante irregular. Assim, alguns grupos de substância localizam-se em órgão específicos do vegetal. A necessidade de conhecimento da parte que deve ser colhida para que se possa estabelecer o ponto ideal. O estado de desenvolvimento é importante para que se determine o ponto de colheita, principalmente em plantas perenes e anuais de ciclo longo. Ex. o Jaborandi apresenta baixo teor de pilocorpina quando jovem. O Alecrim apresenta maior teor de óleos essenciais após a floração. Há uma variação na concentração de princípios ativos durante o dia, os alcaloides e óleos essenciais concentram-se pela manhã, os glicosídeos à tarde. As raízes devem ser escolhidas pela manhã, também, a época do ano parece exercer algum efeito nos teores de princípios ativos, assim a colheita de raízes no começo do inverno ou no início da primavera, é citada como melhores épocas. Uma vez determinado o momento da colheita, deve-se fazer a colheita com tempo seco, de preferência, e sem água sobre as partes, como orvalho ou água nas folhas. Assim a melhor hora para colheita é pela manhã. O material colhido é colocado em cestos e caixa; deve-se ter o cuidado de não amontoá-los ou amassá-los, para não acelerar a degradação e perda de qualidade.
Pós-colheita Após a colheita pode se fazer o uso direto material fresco, extrais substâncias ativas e aromáticas do material fresco ou a secagem para a comercialização in-natura, a qual requer mais atenção por permitir a conservação e possibilitar o ponto de colheita. Material fresco Pode ser indispensável para detecção de algumas substâncias específica, evitando a presença de metabólitos de fornecimento do vegetal. Deve ser processado imediatamente ou conservado a baixas temperaturas até a análise por: Estabilidade química/interrupção de processos metabólitos, que ocorrem mesmo após a coleta. Inativação enzimática; Ausência de crescimento microbiano; Secagem, liofilização ou estabilidade.
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Secagem A secagem é o tratamento mais comum com objetivo de eliminar certas quantidades de água vegetal, esse tratamento diminui o volume de água e facilita a conservação. Para evitar a ação de agentes deletérios, devemos reduzir o conteúdo de água abaixo de 15%, porcentagem elevadas de água facilitam o ataque dos princípios ativos por fungos, bactérias e enzimas. A secagem de plantas pode ser efetuada, por processos naturais e processos artificiais de secagem. Os processos naturais são três tipos: secagem à sombra, secagem ao sol e secagem mista: A secagem à sombra é um processo lento que pode facilitar a decomposição da droga em função da presença de enzimas. A secagem ao sol é rápida, entretanto, à evaporação de componentes voláteis ou destruição de princípios termolábeis. A secagem mista consiste em secar o material ao sol, e depois à sombra.. A secagem natural depende das condições locais onde deve ser realizada e só é possível em regiões de clima quente e seco. Os processos artificiais de secagem podem ser de diversos tipos. Os principais são: circulação de ar, aquecimento com circulação de ar, vácuo e esfriamento. No caso da circulação de ar , coloca-se o material em uma câmara e efetua-se a passagem de ar com velocidade adequada. A secagem por aquecimento é realizada em estufa sem circulação de ar. A temperatura pode ser controlada, podendo trabalhar em estufas sem acarretar destruição dos princípios ativos, empregando-se de 35 a 40 ºC de temperatura. A secagem por passagem de ar , maior aquecimento, diminui o tempo da operação. Os produtos voláteis, se perdem. Este método é conveniente para drogas portadoras de princípios ativos não voláteis e sujeitos aos ataques de enzimas. Retirada de água evita reações de hidrólise e crescimento de microrganismo. Reduz o volume da droga colhida sua conservação. Sua desvantagem é que o processo é muito lento, podendo facilitar a decomposição de substancia por ações enzimáticas. Plantas frescas garantem ação mais eficaz dos princípios curativos, entretanto, nem sempre se dispõe de plantas frescas para uso imediato, e a secagem possibilita a conservação quando bem conduzidas. A maioria das plantas medicinais é comercializada na forma dessecada tornando o processo de secagem fundamental para a qualidade final do produto.
Redução do teor de água durante a secagem impede a ação enzimática e consequente deteriorização. A secagem reduz o peso da planta, em função da evaporação de água contida nas células e tecidos das plantas, promovendo o aumento percentual de principio ativo em relação ao peso inicial da planta. Métodos de secagem, a secagem pode ser conduzida à sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais. Deve-se espalhar o material a ser seco em camadas finais, permitindo assim a circulação de ar entre as partes vegetais, o que favorece a secagem mais uniforme.
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Liofilização Secagem do material congelado pelo processo de sublimação, ou seja, a água no estado sólido é convertida diretamente em vapor de água, sem passar pelo estado líquido, Estabilização A estabilização também pode ser definida como manutenção da composição química de drogas vegetais, evitando transformações enzimáticas que poderão provocar inativação. Desnaturação proteica de enzimas através da destruição das estruturas quartenária e terciária. Ação de agente desidradantes (solventes), aquecimento ou irradiação. Aquecimento: acima de 70°C a maior parte das enzimas é inativa. O ideal é usar entre 80 e 90°C por curto espaço de tempo, 15 a 30 minutos. Sua desvantagem é a degradação térmica. Solvente: imersão do material vegetal em etanol em ebulição ou uso de equipamento de estabilidade por passagem de vapor entre os materiais, sua desvantagem é a extração de princípios ativos. Irradiação: radiação ultravioleta, sua desvantagem é o baixo poder de penetração a exposição tem que ser demorada.
CONTROLE DE QUALIDADE Procura avaliar a droga, quanto à identidade correta, pesquisa ou qualitativa e quantitativa de marcadores químicos e de impurezas e falsificações. Segundo as monografias das farmacopeias nacionais, internacionais e publicações cientificas. Na ausência de parâmetros estabelecidos, padrões de drogas são usados para a comparação.
Dados da amostra São informações fornecidas pelo fabricante, constantes nas embalagens ou bula, que são referidas no laudo exatamente como gravadas pelo produtor. Identificação da amostra Análise macroscópica (incluindo organoléptica) para drogas inteiras ou parcialmente fragmentadas, onde essencialmente se verificam tamanho e forma. A análise microscópica, material pulverizada, fragmentada, ou seccionada transversalmente e longitudinalmente, para a determinação de características estruturais. Pesquisa de marcadores químicos e princípios ativos: Qualitativas reações para grupos químicos e específicos quantitativa, doseamento. Pesquisa de impurezas: Matérias orgânicas estranhas Matérias inorgânicas (cinzas, cinzas insolúveis em ácido)
Solubilidade A solubilidade diverge, mas de modo geral são solúveis em água, etanol, metanol. Insolúvel nos solventes de baixa polaridade como éter, clorofórmio esta propriedade é muito usada na sua extração e na purificação. Os heterosideos digitálicos comportam-se de modo diferente, são solúveis em clorofórmio.
ANÁLISE DE DROGAS Há três tipos de operações fundamentais, a saber: a amostragem ou tomada de ensaio, a identificação, a verificação de pureza e a avaliação dos princípios ativos. A análise de uma droga inicia pela amostragem, seguindo a identificação e a verificação da pureza. Outro aspecto a ser considerado na análise de drogas vegetais é o da qualidade. Esta característica da droga está relacionada com a apresentação, estado de conservação, teor de princípios ativos e com a pureza.
Amostragem A amostra deve ser representativa da quantidade global da droga. As drogas são apresentadas em embalagens variadas e de tamanho relativamente grande. A tomada de ensaio deve ser efetuada a diversas alturas dessa embalagem. O transporte pode fazer com que ocorra certa separação de fragmentos dentro da própria embalagem; os fragmentos mais densos vão para o fundo e os menos densos ficam na parte superior. Quando a droga apresenta-se finamente fragmentadas, no caso de sementes e frutos de tamanhos pequenos usa-se na tomada de amostra um aparelho em forma de tubo provido de um dispositivo especial que permite o fechamento de sua extremidade. Este aparelho é introduzido na embalagem e, no momento que se atinge o extremo, fecha-se o tubo, obtendo-se assim, amostra proveniente de diversas regiões. Quando um lote é de 100kg, a tomada de ensaio mínima deve ser de 250g, e quando o lote é de 10kg a tomada mínima deve ser de 125g.
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IDENTIFICAÇÃO A natureza cria individualidades. Graças a este fato é possível, após análise adequada, concluirmos que certa planta pertence a uma determinada espécie. A análise de drogas vegetais, grande parte das identificações baseiamse neste fato. Antes de usarmos qualquer droga no preparo de medicamentos, devemos submetê-la a análise rigorosa. A identificação e a pureza da droga, bem como a avaliação de seus princípios ativos, são tarefas indispensáveis para obter produto de boa qualidade. A identificação de uma droga é feita comparando-a com a droga padrão, com descrições pormenorizadas nas farmacopeias ou, em literatura especializada. Esta comparação pode ser feita através de processos diretos e indiretos.
Identificação por processos diretos A droga é observada a vista desarmada ou com auxilio de lupa de pequeno aumento, efetuando-se a comparação com a droga padrão ou com a descrição macroscópica. Quanto menor as dimensões da droga, mais difícil é a sua caracterização de drogas, baseadas em processos diretos, pode ser considerada segundo quatro aspectos: visão, tato, degustação, sabor e olfato. A observação visual de uma droga pode levar a conclusões importantes sobre sua identidade. O tamanho, a forma, a coloração, a fratura e a observação de particularidades desempenham papéis relevantes no diagnóstico. Identificação por processos indiretos Podem ser enquadrados em três categorias: processo físico, processo químico e processo biológico. Processo físico Dois se destacam pela frequência e generalização com que são usados, são os seguintes: a microscopia e a cromatografia. Estes métodos podem ser considerados como gerais para identificação de drogas vegetais. A microscopia é considerada como método mais rápido, mais fácil e mais barato na identificação e verificação de pureza de drogas vegetais. A cromatografia também é importante, porém aumenta os custos. Há necessidade, de equipamentos especiais e de padrões para efetuar a comparação. Processos químicos Os processos químicos usados na identificação são, de três tipos: transformações químicas, reação características e incinerações. 11
Transformações químicas Pode ser feita no próprio tecido vegetal ou em extrato proveniente deste. Fala-se em reação histoquímica, quando a reação ocorre no seio do tecido; e em reação microquímica quando uma pequena quantidade de substância é extraída, com vista à execução de reação destinada a caracterização a droga, a qual ocorre fora do tecido vegetal. Reações características Inúmeras substâncias ou grupos de substâncias, quando tratadas por determinados reativos, dão reações de colorações ou de precipitações importantes para a identificação das drogas que as contém. Determinação de cinzas A incineração de drogas leva à formação de resíduo cujo peso percentual deve ficar, para cada caso, entre determinados limites. Assim, quando uma droga é adulterada, a porcentagem de cinzas varia. Esta determinação é muito importante na identificação de drogas pulverizadas, que podem ser adulteradas pela adição de areia. Neste caso, o teor de cinzas vai aparecer aumentado. A composição centesimal de um alimento expressa o valor nutritivo, e a proporção de componentes em que aparecem os grupos homogêneos de substâncias do alimento. A água livre não se encontra ligada a nenhuma estrutura molecular dentro da célula, encontra-se num estado livre. E é fácil de ser eliminado e determinado pela maioria dos métodos, compondo a maior fração de água existente nos alimentos. As cinzas de um alimento são os resíduos inorgânicos que permanecem após a queima da matéria orgânica que é transformada em CO 2, H2O e NO2.
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO As plantas medicinais são os principais componentes da medicina tradicional. Uma vez, escolhida a planta medicinal são necessários vários processos até a preparação das formas farmacêuticas a serem dispensadas. A metodologia empregada no processo extrativo de matérias-primas é fundamental para alcançar as frações ou substâncias interessantes para utilização desejada. A extração caracteriza-se pela retirada, de forma mais seletiva possível de substâncias ou frações contidas nas drogas vegetais.
Remaceração : quando a operação é repetida usando o mesmo material vegetal, renovandose apenas o líquido extrator. Este processo fica restrito quando se trabalha com substâncias ativas pouco solúveis, plantas com elevado índice de intumescimento e possíveis proliferações microbianas. As suas características são: ser aquecida ou não, ser submetida à agitação, com renovação do solvente (remaceração).
EXTRAÇÃO Extratos brutos vegetais são, misturas complexas constituídas quase sempre por diversas classes de produtos naturais, contendo diferentes grupos funcionais. O processo de separação desses produtos naturais bioativos corresponde a três fases principais: Extração apartir da matéria vegetal; Fracionamento do extrato ou óleo; Purificação do princípio ativo. O termo extração significa retirar, da forma mais seletiva e completa possível, as substâncias ou fração ativa contida na droga vegetal, usando, um líquido ou misturas de líquidos tecnologicamente apropriados e toxilogicamente seguro. Na escolha de um método extrativo, deve-se avaliar a eficiência, a estabilidade das substâncias extraídas, a disponibilidade dos meios e o custo do processo escolhido considerando a finalidade do extrato que quer preparar. As características do solvente extrator são: Seletividade: polaridade do solvente polaridade que se pretende extras. Rendimento da conservação, toxidez, disponibilidade e custo.
Extração a frio Maceração Operação na qual a extração da matéria prima vegetal é realizada em recipiente fechado, em temperatura ambiente, durante um período prolongado, sob agitação. Ocasional e sem renovação do líquido extrato. Pela sua natureza, não conduz ao esgotamento da matéria prima vegetal, seja devido à saturação do líquido extrator ou ao estabelecimento de um equilíbrio difusional entre o meio extrator e o interior da célula. Diversas variações conhecidas desta operação objetivam, o aumento da eficiência de extração, entre elas: Digestão: consiste na maceração, realizada em sistema aquecido a 40 à 60ºC; Maceração dinâmica: maceração feita sob agitação mecânica constante;
Percolação É um processo, onde se faz o arrastamento do principio ativo pela passagem contínua do líquido extrator, levando ao esgotamento da planta através do gotejamento extrativo mais concentrado, economia do líquido extrator e tempo relativamente curto. É indicado em processos extrativos de substâncias farmacologicamente, muito ativas, presentes em pequenas quantidades ou pouco solúveis. Suas desvantagens são: permeabilidade solvente, droga solubilidade a frio e gasto de muito solvente.
Figura 3: ( A ) s o lv en te ; ( B ) Es fe r a d e v id r o ; ( C ) p ap el fi lt ro ; ( D ) material vegetal; ( E ) Tam iz (alg od ão ); ( F ) p er c o la d o .
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Turbolização, turbolise e turboextração A extração ocorre concomitantemente com a redução do tamanho da partícula, resultando da aplicação de elevadas forças de cisalhamento, em rotação de 5000 a 2000 RPM. Em rotação drástica no tamanho de partícula e o consequente rompimento das células favorece a rápida dissolução das substâncias, resultando em tempos de extração da ordem de minutos e o quase esgotamento da droga. A turbolise gera problemas com substâncias voláteis, libera calor que pode interferir em processos metabólicos, sendo, recomendado apenas quando se trata de materiais de elevada dureza ou muito fibroso como caules, raízes, rizomas ou lenhos.
Figura 4: rotor de alta velocidade.
Expressão Durante o processo de trituração do material vegetal o processo extrativo ocorre devido as forças de cisalhamento. Diminuição do tamanho das partículas leva ao rompimento das células da planta, favorecendo a dissolução rápida das substâncias para o solvente.
Decocção Consiste em manter o material vegetal em contato, durante certo tempo, com um solvente em ebulição. É uma técnica de emprego restrito, pois muitas substâncias ativas são alteradas por um aquecimento prolongado e costuma-se usá-la com materiais vegetais duros e de natureza lenhosa.
Extração a quente em sistemas fechados Arraste por vapor de água Usado para extração de óleos voláteis. Os óleos voláteis tem tensão de vapor mais elevada que a da água, sendo, arrastados pelo vapor d´água. Em pequenas escalas emprega-se o aparelho de Clevenger. O óleo volátil obtido, após separar-se dá água deve ser seco com Na 2SO4 anidro. Esse método é usado para extrair óleos de plantas.
Figura 5: (A) condensador; (B) bolinha de porcelana; (C) saída de água de resfriamento; ( D) condensador; (E) entrada de água de resfriamento; (F) Erleimeyer.
Extração a quente em sistema abertos Infusão A extração ocorre pela permanência, durante certo tempo, do material vegetal em água ferventes moles, as quais devem ser contundidas cortadas ou pulverizadas, a fim de que possam ser mais facilmente penetradas e extraídas pela água. Após o resfriamento do sistema, o filtrado recuperado é chamado de infuso; metodologia é bastante difundida e assemelha-se a preparação de chás. A preparação da droga irá diferenciar no processo extrativo.
Aparelho de Soxhlet É usado, para extrair sólidos com solventes voláteis. Em cada ciclo da operação, o material vegetal entra em contato com o solvente renovado; assim, o processamento possibilita uma extração altamente eficiente, usando uma quantidade reduzida do solvente, em comparação com as quantidades necessárias nos outros processos extrativos, para obter-se os mesmos resultados qualitativos e quantitativos.
Figura 6: ( A ) saíd a de águ a; ( B ) c o n d en s ad o r ; ( C ) ent ra d a d e ág u a; ( D ) ap ar el h o d e So x h le t; ( E ) m an d a d e aq u ec im en to ; ( F ) ba lão v ol um é tr ic o.
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TINTURAS Preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas resultantes da extração de drogas vegetais ou da diluição dos respectivos extratos. São classificados em simples ou compostos, conforme preparada com uma ou mais matériasprimas. Segundo a farmacopeia brasileira IV: 10ml de tintura devem corresponder aos componentes solúveis de 1g de droga seca, ou seja, solução à 10%. São preparadas à temperatura ambiente pela ação do álcool sobre uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). São preparadas por soluções simples, maceração ou percolação. As tinturas-mães são definidas como preparações líquidas resultantes de ação de dissolvente de um veículo alcoólico sobre drogas de origem vegetal ou animal. As tinturas mães de diferentes títulos, da planta fresca, estabilizada ou seca.
METABOLISMO SECUNDÁRIO O metabolismo primário são as reações comuns em todas as plantas. No caso das células vegetais o metabolismo costuma ser dividido em primário e secundário. O metabolismo secundário são as reações de distribuição. Não tem participação direta no metabolismo essencial para a sobrevivência das plantas. Tem como função interagir na interação da planta com o ambiente como, exemplo na proteção da planta contra as herbívoras, como atrativos (cheiros, cor e sabor e interferem na interação planta versus planta e planta versus microrganismos). O metabolismo secundário origina compostos que não possuem uma distribuição universal, pois não são necessários para todas as plantas. O metabolismo secundário desempenha um papel importante na interação das plantas com meio ambiente. Metabolismos secundários possuem um papel contra a herbívora, ataque de patógenos, competição entre plantas e atração de organismo benéfico como polinizadores, dispersores de semente e microrganismos simbiontes. Existem três grupos de metabolismo secundário. Terpeno; Compostos fenólicos; Alcaloides.
Compostos fenólicos Taninos Os taninos são componentes distribuídos em plantas, alimentos e bebidas. Os taninos são compostos fenólicos de grande interesse econômico e secundário. Apresentam solubilidade em água e peso molecular compreendido entre 500 e 3000 Dalton, possuindo a habilidade de formar complexos insolúveis em água com proteínas, gelatinas e alcaloides. Esses compostos são responsáveis pela adstringências de muitos frutos e produtos vegetais, devido à precipitação de glicoproteína salivares. O que ocasiona a perda do poder lubrificante. Nos vegetais os taninos tem a função de inibir herbívoros, pois em altas concentrações, frutos, folhas, sementes ou demais tecidos jovens tornam-se impalatáveis. Uso farmacêutico As aplicações de drogas com taninos estão relacionados, co suas propriedades adstringentes por via interna exercem efeitos andiarréicos e anticéptico por via externa impermeabilizam as camadas mais expostas da pele e mucosas, protegendo do assim as camadas subjacentes. Ao precipitar proteínas, os taninos tem um efeito antimicrobiano e antifúngico. Os taninos são nutricionalmente indesejáveis porque precipitam proteínas, inibem enzimas digestivas e afetam a utilização de vitaminas e minerais podendo, ainda, em altas concentrações, desenvolver câncer de bochecha e esôfago.
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